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V,
J>
PORTUGAL
ANTIGO E MODERNO
VOLUME SEXTO
PORTUGAL
ANTIGO E MODERNO
DICCrÒNARIO
Oeoyrapliico, XZ^tattetloo, Oboi>oa:ra.pbloo, XXei-aldioo
Ulcitorioo, Slos^aplilot» e ^Itymologloo
M TODAS AS CIDADES, VILIAS E FBEGliEZIAS DE P0RTD6AI
DE GRANDE NUMERO DE ALDEIAS
Be estae afio notavelo, por serem pátria d.'homeafl oAlebreB.
por batallias ou outroe faotca importaatsa que D'elIaH UTar«m loBnr,
por Beroni solares de faóiillas nobres.
ou por monumentos de qualquer natureza, alllexisteutss
Nlicil B£ ■UITU.CIDIDEI C OITTIIU rDWlÇtEt M LMITUIl
m QUI IPIIUS USMI nSIIGlOS ou SOUIIll TUDItiO
FOR
iigiuto Sureg d'AieTedo BirUu de Pinhú Lul
LISBOA
Lmuku EMToaA m Katkm 1Ioui&& h CaMPAiau
es— Ma«a da D. Pedro—es
187It
•
HAIIVAflP00LLE6E UtlIMV
COUNT OF SANTA EUUUA
COLLECTION
6IFT0F
JOHR I. STETWIi Jft
MAY 2Z 1924
A propriedade d'este DICaONARIO, pertence a Henrique d^Araujo
Godinho Tavares, súbdito brazileiro.
I4ISBOÀ
TYCOQRAraU BUnORA OS «ATTOS MOWHRÀ h €.
W —Praça de D. Podro-^e?
1875
PORTUGAL MTIGO 1 NODIMO
N
4
N
NAB
N— letra numerai do antigo portugaez.—
Valia 900 e t^ valia 9:000.
Era nas antigas sentenças, pospondolhe
um L, uma forma que queria dizer non li-
çtttd—isto é—não está plenamente provado.
Desde o VIU século, se principiou o N a
escrever, em logar do nome próprio da pes-
soa, ille ou tl/a— como se se dissesse—
•aquelle ou aquelia, cujo nome se ignora,
ou que, por certas razões, se nào declara, t
Ainda hoje, nos processos crimes em qu6
ha mais de um réu, quando se passa mandado
de prisão contra um oumais, mas não contra
todos, quando se pratica outro qualquer acto
que pôde prejudicar os segredos da justiça
— ^ou quando teem de separar se os processos
crimes de alguns des co-reus, só se nomeia
aqueile a quem pertence o acto ou atUos su-
primindo-se o nome dos outros pelo termo
fitãOf 6, se são mais de um— dix-se— /iião e
fuãOy etc.
No Pacto da lei salka (tit. 53j se usa—
Nestigantio ou Nestigantitts, em logar do N,
pela mesma razão.
Depois uson-se do termo Fuão ou 1^-
lano.
Fulano é a palavra árabe
—Fo/ano— que quer dizer—
tiffi tal—vm sugeiKh-um indi-
viduo—áe quem se não sabe o
nome, ou que se não quer de-
clarar.
Os hebreus diziam floni^ que
significa o mesmo.
Alguns dizem que o N assim empregado,
é abreviatura de En ou Na, que na lingua
vasconça, significava Senhor ou Senhora,
Hoje (sobre tudo, nos cartazes dos thea-
tros) e com o mesmo fim, se costuma es-
crever NN.
NABAES— fireguezia. Beira Baixa, comar-
ca e concelho de Gouveia, 95 kil. a N. E. de
Coimbra, 295 ao E. de Lisboa, 130 fogos.
Em 1757 tinha 110 fogos.
Orago S. Gosme, martyr.
Bispado e districto administrativo da
Guarda.
(O Port, Sacr, e Pref. diz que ó do bispa-
do de Coimbra, mas é erro.)
A casa de Mello, apresentava o prior, que
tinha 200^000 réis de rendimento.
Produz muito centeio, algum trigo e milho,
muita hortaliça e do mais medeania. Cria
bastante gado, sobre tudo cabras e ovelhas.
Tem muita caça. Vem lhe o nome, de ser
abundante de nabos.
NABAES- freguezia, Douro, comarca de
Villa do Conde, concelho da Povoa de Var-
zim, 35 kilometros a O. de Braga,, 330 ao
N. de Lisboa, 250 fogos.
Em 1757, tinha 120 fogos.
Orago, o Salvador.
Arcebispado de Braga, districto adminis*
trativo do Porto.
6
NÁB
NAB
As religiosas de santa Clara, de Viila do
Conde, apresentavam o vigário, collado, qne
tinha âOO imo réis de rendimento.
A mesma etymologia.
É terra fértil, cria muito gado, e é abun-
dante em peixe do mar, que lhe fica pró-
ximo.
O Dic. Chor, de PorL, do sr.
E. A. de Bettencourt, não traz
(por esquecimento) esta fre-
guezia.
NABAES — aldeia, Douro, na freguezia
d^Escariz, no extincto concelho de Fermé-
do, hoje comarca e concelho d'Arouca, 30
kilometros ao S. do Porto, 20 ao O. de
Arouca, 3 ao S. E. de Fermedo, 15 ao S. do
Douro, e 280 ao N. de Lisboa, 20 fogos.
Bispado do Porto, distrícto administrativo
de Aveiro.
Ha aqui uma antiquíssima capella, dedi-
cada a S. Pedro, apostolo, ao qual se faz uma
boa romaria, a 29 de junho.
É terra fértil em milho, linho e hortali-
ças : produz algum vinho (pouco e máu) e
cria bastante gado.
É cercada de montes, onde ha muita caça
miúda.
Fica próximo da antiga estrada do Porto
a Viseu.
NABAlNHOS— freguezia, Beira Baixa con-
celho e comarca de Gouveia, 95 kilometros
a N. E. de oCimbra, 985 ao E. de Lisboa,
100 fogos. Em 1757, tinha 75 fogos.
Orago S. Martinho, bispo.
Bispado e distrícto administrativo da
Guarda.
Os senhoresdeMello, apresentavam o prior
qne tinha 200ií000 reis de rendimento.
Esta freguezia está ha muitos annos annexa,
â de Nabáes.
NABAM — portuguez antigo — direito que
pagavam os pescadores, nos portos alheios.
Era um peixe por cada barco, qualquer que
íosse a sua lotação.
O rei D. Manuel, isentou os pescadores
do Porto, d*este tributo, quando deu foral
novo à cidade. Era muito antigo aqui
este tributo (com o nome de nábulo prova-
velmente alatinisaçao de naban) pois consta
da doaçiio que em 922, fez D. Ordenho 11,
ao bispo resignatarío, de Coimbra. D. Go-
mado, e ao mosteiro da Crestuma (onde o
bispo estava recolhido) Dedit ipse ReXy et
ipsi Comités, Nabulumy et Portalicum de
Dorio, in die Sàbbati, de Portu de Aljuvirio,
et per totós illos postus, usque in illa foce de
Dorio, ubi caâit in maré.
Na carta em que D. Affonso Y fez conde
de Vianna de Caminha, ao capitão e gover*
nador de Alcácer (Africa) D. Duarte de Me*
nezes em 1460 diz — E lhe fazemos mercê
do nosso Direita do Nabão, e Malatosta, que
os barcos de fora pagam, quando vem pescar
aos mares e rio do dita villa, — (Vianna.)
j ^ NABANCIA — Ao E. do no Nabão, em
frente da moderna cidade de Thomar, havia
antigamente umafforescente cidade, chamada
Nabancia (segundo uns, nome derivado do
rio Nabão que então se chamava Naban e
queria dizer Cidade de Naban, Segundo ou-
tros foi o rio que se chamou Nabão por pas-
sar em Nabancia.)
Atríbue-se a fundação d*esta cidade, aos
túrdulos. 480 annos antes de Jesus Christo,
que vem a ser o anno 3524 do mundo, ou
1868 depois do diluvio. Ha porem escripto-
res que sustentan ser esta cidade fundação
romana, do anno 110 de Jesus Çhristo, im-
perando Trajano. A favor d*esta opinião ha
o nome da cidade, que mais parece romano^
do que túrdulo ou celta.
Quasquer que sejam os seus fundadores,
e seja qual for a data da sua fundação, é
indisputável ser uma povoação antiquís-
sima.
Não se lhe conhece outro nome senão o
de Nabancia: se foi fundada pelos túrdulos»
e teve outro, perdeu-se, só se sabe do de
Nabancia, que os romanos por ventura lhe
deram.
Nada se sabe d'esta cidade, até ao anno
631 ou 632 de Jesus Christo, em que estava
occupada pelos godos, de que era então rei
Sisinando, que occnpàra o throno gothico^
pela deposição de Flávio Swintila, íilho de
Flávio Ricaredo L
É d'esse anno que o romance popular
data a formosa lenda de Santa Eyria, Eria,
Iria, ou Irene; (de todos esles modos se vé
escripta nos auctores antigos.)
NAB
NAB
Era conde, ou governador, de Nabaneia*^
^b as ordens de Becesvindo, am senhor
todo, chamado Castinaldo.
Havia então aqui dois conventos, ambos
da ordem de S. Bento, fundados em 640, por
S. Frnctuoso, que depois foi arcebispo de
Braga.
Um era de frades, onde então viviam 44
religiosos, com seu abbade, chamado Célio,
tio de Santa Iria, e estava fundado no logar
onde hoje é a egreja matriz, de Nossa Se-
. nhora dos Olivaes, que se diz ser a mesma
do mosteiro, no tempo de Nabancia.
O outro, era de freiras, e n*eile vivia Santa
Iria, (filha de Ermigio e Eugenia, nobres se-
nhores godos) com suas tias Casta e /ti/ta,
e aqui esteve até ao tempo do seu martyrio.
Diz se que este convento era no mesmo lo-
gàr onde hoje está o mosteiro de Santa Clara
(franciscanas) junto ao rio Nabão,
Lenda de Santa Iria
Iria éra uma donzella casta e formosíssi-
ma: geralmente estimada pela sua honesti-
dade e pelo conjuncto de todas as virtudes
que lhe davam realce á sua angélica formo-
sura.
De pequenina tinha hido para o convento
onde estavam suas tias, para ser por ellas
educada.
Um nobre godo, chamado Britaldo, viu a
santa menina e perdidamente se enamorou
d'ella. Pediu-a em casamento, porem a don-
zella, que se tinha votado ao serviço de
Deus, resistiu a todas as razões e promes-
sas de Britaldo, o que ainda mais lhe infla-
mau o amor.
Vendo que todas as diligencias eram bal-
dadas, comprou um monge, chamado Be-
migio, mestre da santa, e o tornou cúmplice
do seu amor sacrílego.
A desditosa menina foi victima de uma in-
fame cilada, pois que o tal frade, ministran-
do lhe certo narcótico, a entregou, adorme-
cida, ao seu malvado seduetor, que fugiu
com ella para um sitio, próximo do Nabão;
porem, apenas alli chegados, ou porque ces-
sasse o efeito do narcótico, ou por vontade
divina, a virgem acordou, desenganando
Britaldo de que não podia ser sua esposa,
visto que já o era de Jesus Ghristo.
Vendo o seduetor que nada conseguia da
sua victima, a degolou, arremecando ao rio
o cadáver truncado da sua victima, no dia
20 de outubro do anuo 632. (outros dizem,
663.)
A corrente do rio a levou ao Tejo, depon-
do-a em úrente da cidade de ScalcAis^ ou
ScalabicastrOy onde os anjos lhe construí-
ram um formosíssimo tumulo de alabastro.
Em breve se espalhou pela Lusitânia a fa-
ma d'este martyrío e do milagre que Hie
succedeu, e de toda a parte correu gente a
ver o tumulo da santa virgem.
Iria é proclamada santa e martyr, e Sca-
labis em breve muda o seu nome para o de
Santa Irene, que se corrompeu em Santa-
Tem.
i* variante da lenda
O tal frei Bemigio, também se namorou
de santa Iria, e como não podesse conseguir
os seus damnados fins, vingou-se, propinan-
do á santa uma beberagem, que produzia
uma inchação, similhante á gravidez. Bri-
taldo, julgando Iria deshonrada, enfureceu-
se por tal modo, que convidou um malvado
per nome Banão, para a assassinar. Banão
a degolou, precipitaodo-a depois no rio.
etc.
2.* variante,
D. Britaldo, vendo perdidas todas as espe-
ranças de desposar Iria. adoece de pezar, e
chega ás portas da morte.
Iria, sabendo isto, o foi visitar, dizendo-
Ihe que se não correspondia ao seu amor,
não era porque desconhecesse que era di-
gno d'elle; nem por ter o d'ella empregado
em outro homem. Que por multo honrada,
e feliz se dana em ser sua esposa, se isso
não fosse um sacrilégio, visto ter já feito
voto solemne de morrer freira.
Tanta graça, tanta virtude e nobreza im-
primia a virgem em suas palavras, que Bri-
taldo ficou resignado, e ibeihorou.
Tendo depois logar a propinação da tal
bebida que fazia semelhar a gravidez, como
fica dito na 1." variante, Brítaldo aeeéso em
«
VáB
6dio» angAriou oas assassinos» que foram
ler oom Iris^ a um logar solitário» onde cos**
tomava hir íázer as suas orações» e achan-
^-a ajoelhada» a degolaram, despiram e lan-
çaram o cadáver ao rio, etc.
Na HhUnia de Santarém edificada^ pelo
padre (loyo) Ignacio da Piedade e Vascon-
eellos (i.> parte, L. 1% cap. 21, pag. 365)
aecreseenta mais a esta segunda variante, o
seguinte —
Ainda depois de Britaldo julgar a santa
virgem, culpada, lhe mandou por certa mu-
lher, offerecer a sua mão, com o esqueci-
mento do passado, e mandaudo-lhe varias e
ricas jóias, ameaçando-a com a morte, se
nao annuisse. Ma tudo desprezou.
Britaldo, industriou um seu domestico,
chamado Banam, para o assassinato, desi-
gnandelhe a hora em que a santa costu-
mava orar, que era depois das matinas, e o
ailio, que era uma iapa, ao fundo da cerca
Ho mosteiro, junto ao rio, em frente do si-
tio desde então até hoje chamado Pego de
Santa Ina. etc.
Continua a lenda
Para que se não perdesse da memoria o
logar do martyrio da santa— quando se re-
edificou e accrescentou o novo mosteiro, des-
tinado então para a regra de Santa Clara
(franciscana) alteando-se o terreno da lapa,
fechou- se esta com uma abobada de pedra,
cercada de assentos, e sobre o edifício, do
lado do rio se collooou uma imagem de
Santa Iria.
A abobada está hoje reduzida a uma es-
pécie de cisterna, e por isso se lhe dá o no-
me de Pego de Santa Iria.
Grôem as pessoas devotas, de Thomar e
circnmsferencias, que a agua do pego da
Santa, cura todas as enfermidades, e quando
em 1599, a peste devorou muita gente does-
tes sítios, o remédio mais efficaz que julga-
vam para a cura dos atacados, era a agua
doeste pego.
É crença popular» que todas as vezes, que
se enchuga este pego, se acha o sangue de
Santa Iria, tão fresco, como na hora em qoe
Jbi derramado, e que as pedras que estão i
NA3
f no funde» teem todas manchas de sangue.
Iria desappareeéra do mosteiro, sem se
saber para ende. Correu a noticia de terfu*
gido com o auctor da sua supposta affron*
ta. Os parentes ficaram tristissimos, sobre
tudo, seu tio, o abbade Célío, qae, recorren-
do ás mais instantes e contínuas orações»
conseguiu que tudo lhe fosse revelado.
Reuniu então o povo de Nabancia e lhe
narrou o martyrio» com todas as suas cir-
cumstancias. Para se certificarem da ver-
dade, se dirigiram todos os frades do mos*
teiro e toda a gente da cidade e sua comar-
ca, ao logar da sepultura de Iria, e apenas
chegados, as aguas do Tejo se abriram, dei-
xando ver o angélico monumento, que foi
aberto pelo abbade Célio, e todos viram en-
tão o corpo formosíssimo da santa virgem,
apenas envolto na túnica interior. (Porque
Bauão, lhe roubara os vestidos externos).
Sendo evidenciada a. todos, a innocencia
da santa, quizeram leval-a para Nabancia»
mas foram baldadas todas as diligencias que
fizeram para tirar o cadáver do ataú-
de. Contentaram-se em levar algumas relí-
quias do cabello e da túnica. CoUocada a
tampa na sepultura, principiou a agua do
Tejo a unir, pelo que todos se retiraram
d*este logar e se íoram para Nabancia.
Remigio e Banão, temendo a vingança dos
homens e o castigo de Deus» se íoram a Ro-
ma pedir perdão dos seus monstruosos pec-
cados» ao papa Honório I, que lhes impoa
pesadíssimas penitencias, que elles, não só
cumpriram humildemente, mas ainda fize-
ram outras, levados pelo seu profundo e
sincero arrependimento.
De Britaldo, dizem uns, que fora curtir
acerbas saudades, ainda mais entranhada
amor, e cruciantes remorsos, para um de-
serto de Hespanba, onde mandara construir
uma ermida a Santa Iria, da qual se fezeri-
mitão, e alli terminou seus dias amargura*
dos.
Qutros dizem que não se soube mais de
Britaldo, e que não constava que elle dósse
satisfação a Deus nem ao mundo.
£m 1295» estando a corte em SantaraOi
NAB
NAB .
oirria Santa Isabel, mulher do rei D. DiniSy
cantar a lenda de Santa Iria.
Desejou ardentemente ver o sepulchro
da Santa e, depois de muitos dias de ora-
ção e penitencia, se dirigiu com o rei e
muitos senhores da corte, ás praias do Tejo,
dizendo que se hia divertir; mas chegando
à beira do rio, ajoelhou, em profunda ora-
ção, finda a qual as aguas se se pararam, co-
mo o tinham feito havia 663 annos, e todos
viram com a maior admiração, o tumulo de
alabastro, de tão formosa architectura, que
só anjos o poderiam ter construído.
Pez a santa rainha altas diligencias para
o abrir, mas todas foram baldadas. D. Di-
niz, pára o mesmo fim, mandou vir muitos
pedreiros, porém as suas ferramentas pa-
reciam de branda c^ra e o tumulo de duro
aço.
Desistiu o rei do seu propósito, mas, pa-
ra que se não perdesse da memoria o logar
da sepultura, mandou a toda a pressa col-
locar alli um pedestal de pedra, o qual, ape-
nas coneluido, se tornaram a unir as aguas.
Era este pedestal de tôáca alvenaria (por
não haver tempo de ser construído com ma-
gnificência, como o rei desejava), muitos
annos existiu, pouco superior ao nível da
agua.
Em 1644, a camará de Santarém, a pedi-
do do povo, mandou guarnecer o pedestal,
de cantaria lavrada, dando-lhe mais altura,
ooliocando se no remate a imagem de Santa
Iria, feita de mármore, com 1^32 de altura,
defendida das chuvas por uoia bandeja, ou
cúpula, de metal lavrado, firmada sobre
quatro columnas de ferro. N'esta nova py-
ramide se poz a seguinte inscripção:
HIC TA6US leUfAS SACRO LBGIT 06SA tlPULCUIO
QOAB UT VIBGO lURTYB FCLGST 1» ARGEPOLI
UAKC PÁTRIAS! LINQUENS N03TRAI DAT CORPORB NOMBN,
BPnOIBM CUJUS ISTA GOLPaA TBNBT.
O romance (ou rimance) de Santa Iria,
também tem algumas variantes, segundo as
províncias em que é cantado. Para não fa-
zer este artigo mais extenso, darei unica-
mente o da Beif a-Baixa, por ser o que mais
déstôa da lenda: dando assim, ainda outra
variafU$ á poética morte de Santa Iria, tão
celebrada dos antigos vates lusitanos e por-
tuguezes.
Romsmce de Santa Iria
«Estando a coser na minha almofada,
Com agulha de ouro e dedal de prata;
Veiu o cavalleiro, pedindo pousada;
Se lh*a meu pae dera, estava bem dada.
Deu lh*a minha mãe, que mui me custava,
Fui fazer a cama no meio da sala.
Era meia noite, a casa roubada;
De três que nós éramos, só a mim levava.
Eram sete legoas, nem falia me dava.
Lá para as oito, é que perguntava:
—Lá na tua terra como te chamavam?
—Lá na minha terra era eu morgada.
€á n*estas montanhas serei desgraçada»
—Por essa palavra serás degullada,
Ao pé de um penedo será^ enterrada
Coberta de rama bem enramalhada.
No fim de sete annos, por alli passava,
E a todos que via elle perguntava:
—Dizei me, pastores, que guardaes o gado?
Que ermida é aquella que além branquejava?
— É de Santa Iria bemaventurada.
Que ae pé d*um penedo morreu* degollada.
— Oh! minha Iria, meu amor primeiro.
Perdoa- me a morte, serei teu romeiro.
—Eu não te perdoo, ladrão carniceiro,
Que me degolaste que nem um carneiro,
—Veste- te d*azul, que é a côr do ceu
Se elle te perdoar, perdoo te eu.»
Parece que os habitantes de Nabancia re^
sistiram aos mouros, em 716, porque estes
a arrasaram, não ficando pedra sobre pe-
dra, e assim esteve, deserta e abandonada
por espaço de 443 annos, até que, em feve-
reiro do 1159, D. Aílonso Henriques fez d'el-
la doação ao famoso mestre do Templo, D.
Gualdim Paes, e aos seus cavalleiros, que a
vieram povoar.
Bra o quartel, ou mosteiro dos templa-
10
NÂB
NAÇ
rios, distante 12 kilometros ao N. de Na-
baDcía, em am castello chamado Cera, e de-
pois Ceras. (Vide vol. 2.*, pag. 341, col
Não agradava aos templários o castello
de CérOy não só porque estava mnito arral-
nado — apesar dos concertos que lhe tinham
feito*-mas também porque o sitio não era
do seu gosto. Buscaram pois outro, e exa-
minando as ruínas de Nabancia, se conten-
taram d*este logar, e no monte que ficava
na margem opposta do rio, a O , principia-
ram a edificar o castello, no i.'' de março
de 1460; o que consta de uma insciipção,
em latim, que está na parede a que encos-
tam as escadas que sobem para o adro da
egreja do castello. (A inscripção diz que es*
ta obra teve principio na era de 1198, que
vem a ser o anno de Jesus Ghrísto, 1160).
A historia de Nabancia es-
tá de tal modo ligada com a
de Thomar, que não pôde se-
parar-se desde 1160 em dian-
te, sem grandes repetições, sob
pena de ficar imperfeita e
obscura. Na descripção de
Thomar serei pois mais expli-
cito, hindo ahi tudo o mais
que respeita a Nabancia.
NABlO— rio, Extremadura. Nasce ao E.
d* Alvaiázere, de um grande olho d*agua que
rebenta na serra de Ancião, ou monte Ta-
pego, e do qual se forma o rio Formigões;
porém esta agua só de inverno chega ao Na-
bão—pelo que, pôde dizer- se que nasce na
fonte do Agroal, no sitio chamado Pena de
Águia, ou Penha d^ Águia, junto á foz da ri-
beira de Pias, Tem uma boa ponte de pe-
dra, de um só arco, na Granja dos Frades,
próximo a Thomar— a das Ferrarias, ao S.
(feita por Ayres do Quental, cuja estatua se
vé junto á ermida de S. Lourenço) e a lin-
da ponte da Cidade, próximo á antiga Na-
bancia.
São seus confluentes, os rios Ceyçu^ Mur-
ta, Ceras (que vem de Pias), Barqueiro,
Louzan e Bezélga. Jnnta-se ao rio Zêzere
(margem direita) e vão ambos reunidos des-
aguar ao Tejo, junto da vílla de Cânstan-
cia
Os escriptores variam um pouco no modo
de escrever o nome antigo d'este rio, cha«
mandolbe Nabam, Nabancio eNabano. Os
romanos lhe diamavam Nabanus. Os ara*
bes lhe deram o nome de Tamarmá, que
significa — agua que tem o gosto de tama-
ras— agua dôce. (Vide Atamarma, a pag.
251, col. 2.» do 1.* vol.)
Este nome — corrompido em Thomar-^
passou depois para a actual cidade assim
chamada, e o rio tomou o seu antigo nome,
que conserva.
NABO — freguesia, Traz-os-Montes, con-
celho de Villa-Flôr, comarca de Mirandella,
135 kilometros a N. E. de Braga, 380 ao N.
de Lisboa, 90 fogos.
Em 1757 tinha 40 fogos.
Orago, S. Gens, ou S. Genesio.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Bragança.
O reitor de S. Bartholomeu, de Villa-Flôr,
apresentava o cura, que tinha 6^000 réis de
côngrua e o pé d'altar.
Nabo, no poriuguez antigo — é o mesmo
que Nábam. (Vide esta palavra.) Mas, como
aqui não ha barcos de pesca, é provável qne
o nome lhe venha de Nábulo, portuguez an-
tigo, que significa o frete ou paga que se dá
nas barcas de passagem de qualquer rio.
NABRU— antiga cidade da Lusitânia, na
actuai província do Douro, situada na falda
N. O. da serra de If idões, e perto da villa
assim chamada Não se sabe se já tinha este
nome, no tempo da sua existência ; mas é
mais provável que se perdesse da memoria,
e que o povo lhe desse o de NahriL
Tem-se alli achado cippos com inscripções
romanas.
Junto ao sitio onde consta ter sido o as-
sento d'esta cidade, está o logar da Pávoa
de Midões, e próximo a elle, existiu uma
ponte romana. Vide Midões.
NAÇARÃES ou VEIGA DE NAÇARÍES—
Vide Faniêllo (o l.«), a pag. 209, col. 2.«, m
fine, do 3.« vol. Naçarães é corrupção da pa-
lavra árabe nasrani, que os mouros pronun-
ciavam nacerani, nazaséno — Isto é, chri8<<
tio. Deriva-se de Nacarion -^Nazareth.
NAD
Nazarenos foram chamados os primeiros
«hristios do Oriente. A outra vigia, quando
conheceu que eram Christãos, começou a
bradar — Nasaranil Nasaranil fChristão!
Ckristão !J — ChTO\^. de D. Affonso Henri-
ques, da descrípçâo da tomada de Santarém.
Já se vô qae veiga de NaçarãeSy quer di-
ler — Veiga dos Christãos.
NAÇÕES (de legumes) — portuguez anti-
go— significava— fo(ia a casta de legumes —
v.gr.— feijões, favas, liervilhas, xíxaros, len-
tilhas, grâos-de-bico, etc.
NÁCOHBA--Vide Aldeia de Nacômbo.
NAOÁES— aldeia, Douro, na freguezia de
Escapães, comarca, concelho e 4 kilometros
a E. da Feira, 30 ao S. do Porto, 12 ao N.O.
d'0]iveira d' Azeméis, 280 ao N. de Lisboa.
(3.« vol., pag. 54, col !.•)
Fica esta aldeia na encosta oriental do
monte da Meia^-Légua, tendo pela parte in-
terior, v^istos campos de milho e outros fru-
ctos, e correndo-lhe ao sopé, o rio, aqui cha-
mado de Nadaes, que toma os nomes dos lo-
gares por onde passa, e desagua na esquer-
da do Douro, no logar de Grestuma, com o
nome de Uíma,
Ao O. do logar, e sobranceira a elle, a uns
200 metros de distancia, está a ermida de
Nossa Senhora das Necessidades, ediflcio an-
liquissimo, que consta ter sido feito pelos
frades crusios de Gríjó, no século XIV. Tem
na frente uma galilé, ou alpendre, que amea-
ça mina, pelo que tem as suas columnas es-
coradas com grossos esteios de pedra.
Faz-se-lhe todos os annos uma festa, bas-
tante concorrida.
Pouco acima doesta ermida, e ao O. d'ella,
«stà uma edícnla, chamada Alminhas da
Meia-Legua, sobre a estrada real de 1." clas-
ne, de Lisboa ao Porto, e ao E. d'ella.
Gomo esta edicula ficasse em um ôrmo,
foi por muitas vezes roubada, até que por
^m se abandonou e está em ruinas.
Antigamente era este sitio perigosíssimo,
principalmente de noite, por causa dos la-
-drões que aqui sabiam aos transeuntes, com
o maior descaramento, por ser o sitio deser-
to e cercado de pinhaes.
Desde que se fez a estrada nova, e, prin-
cipalmente, desde que as justiças da Feira
NAG
11
e Oliveira d* Azeméis se desenganaram a cas*
tigar os ladrões, cessou aqui o perigo; mas
não deixa de ser um sitio medonho, em noi-
tes escuras, por se nào verem de todos os
lados senào pinheiros.
Até 1844, a palavra Meia Légua, incutia
terror em quantos a ouviam pronunciar!
NADÍVA — portuguez antigo — nascida»
natural — pedra nadiva, a que nasceu n'aquel-
le mesmo logar. — Como voe ferir em uma pe-
dra nadiva, que está áquemdo rioBalsamam.
(Tombo do Aro, de Lamego, de 1346, fl. 51.)
NAGOSA — Villa, Beira-AIla, comarca,
concelho e 7 kilometros de Moimenta da
Beira, 24 kilometros de Lamego, 360 ao N.
de Lisboa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 75 fogos.
Orago, S. Miguel, archanjo.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo de Viseu.
O vigário do Gastello, apresentava o cura,
confirmado, que tinha 30i|000 réis de côn-
grua e o pé d'altar. -
O antigo nome d'esta freguezia era Nogo-
sa (terra das nozes).
Está esta freguezia em terreno montanho-
so, e em partes tão alcantilado que é quasi
inaccessivel.
A S.O. lhe fica o monte de Cabeça Gorda,
alto e escabroso. Ao sopé alguns campos,
que produzem pão, vinho, azeite e castanha;
e muitas arvores silvestres.
No cume do monte, está um marco geo-
désico, ou trigonométrico, e uns 500 metros
distante d'elle, no sitio do Boucal, rebenta
por um buraco, que tem 0°',15 de diâmetro,
no centro de um rochedo, um olho de ópti-
ma agua potável. No interior da rocha ha
um grande reservatório ou tanque natural
— e fora d'elia, ha uma presa artificial, de
10",6 de comprido, 4»,8 do largo e 1" 5 de
profundidade, que se enche completamente
em 24 horas.
Pelo som que se ouve do interior, suppõe-
se, com fundamento, que o reservatório é
composto de varias grutas ou cavernas, que
levam oito dias a encher.
Ha ainda n*e3ta freguezia outros montes
de menor grandeza, ficando um d^elles de
12
NAG
NAM[
S. 91 N. E., cQJas encostas estào cobertas de
frondosos e prodactivos castanheiros.
Ao N. da freguezía corre, de £. a 0., um
ribeiro, que quasi sempre sécca nas estia-
gens. É orlado de arvores fructiferas.
Âo O. passa uma ribeira, que nasce nos
Arcozélios, e que, junta com outras, desagua
no Thédo. Corre do S. para o N., e em oc-
casioes de grandes chuvas de trovoada, tem
causado grandes prejuízos, com as suas en-
chentes rápidas e inopinadas. Em ^ de ju-
nho de 1868, trasbordando fora do seu lei-
to, destruiu uns bons lameiros (prados) que
havia nas suas margens, e que nunca mais
se poderam cultivar, por ficarem completa-
mente descarnados.
A S. 0. da povoação, ha uma nascente de
agua sulphurea, chamada Fonte- Santa, que
ainda não foi analysada, mas diz-se que é
das melhores aguas do reino, na sua espé-
cie. Nas vésperas de S. João e de S. Pedro,
enos d.''" domingos de cada mez, ha grande
concorrência de gente a buscar d*esta agua,
para a cura de rheumatismo e moléstias cu-
tâneas: e, effectivamente, muitas pessoas
teem achado alivio nos seus padecimentos,
com o uso d'ella; a ponto de já aqui virem
doentes, de 40 kilomeiros de distancia.
0
É esta freguezia fértil em milho, centeio,
trigo, vinho, azeite, castanha, hortaliças, fru-
ctas de espinho e caroço, e legumes; expor-
tando alguns doestes géneros.
N*esta freguezia reside o sr. João Bernar-
do Cabral Coutinho Pinto Mergulhão Ban-
deira, de quem fallei, no artigo Moimenta da
Beira, Rectifico aqui um pequeno engano.
Disse então, que D. Thereza Marceliína Pin-
to Cabral Mergulhão, era filha do doutor
Paulo Luiz da Silva, quando ella era filha
de D. Angela Joanna Mergulhão e de seu
marido, Manuel Pereira de Macedo, e por-
tanto, irman do frade crusio, D. João de Je-
8Us-Maria Mergulhão. Também disse que do
mesmo doutor Paulo, foram filhas, D. Maria
Magdalena Mergulhão de Macedo, D. Josefa
Emilia Pinto Cabral Mergulhão, e D. Anna
Amália Pinto Cabral Mergulhão; quando es-
tas eram filhas de D. Thereza Marcellina Pin-
to Cabral Mergulhão e de sen marido, Joio
Gomes de Carvalho; e portanto, irmana do
doutor em leis e cânones, João Bernarda
Pinto Mergulhão.
Ao joven e illustrado eeclesiastico, o R.""^
sr. Bellarmíno da Fonceca Madeira Merga-
Ihão Cabral, devo a maior parte dos apon-
tamentos doesta freguezia, peio que lhe doa
os meus sinceros agradecimentos
NAGOSÉLLA— Vide Monte-Lafão,
NAGOSÊLLO — freguezia, Beira-Alta, co-
marca e concelho de S. João da Pesqueira,
45 kílometros de Lamego, 960 ao N. de Lis^
boa, 150 fogos.
Em 1757 tinha 59 fogos.
Orago, Santa Maria Magdalena.
Bispado de Lamego, districto administra*
livo do Viseu.
O abbade de S. João da Pesqueira apre-
sentava o cura, que tinha 50^000 réis de
côngrua e o pé d*altar.
NAMORADO— portugoez antigo— affavel,
engraçado, benévolo, condescendente, sym-
palhico, etc. — Do rei D. Fernando I, diz Aze-
nheiro— £ra muito despostOf e mui formoso,
e manfioso, e muito namorado, e mui agasa--
Ihador.
NAMORADOS (Ála dos) -— corpo militar,,
composto de populares e fidalgos portugue-
zes, ajuramentados para vencerem ou mor-
rerem, à maneira dos antigos lusitanos. —
Levautou-se esta brilhante legião, quanda
estava para dar-se a batalha de Aljubarro-
ta, onde obraram prodígios, não só de valor,
mas de temeridade. Tomaram por dislincti-
vo, uma bandeira verde, symbolo dos seus
annos, e dos seus pensamentos, cheios d&
esperanças. Era dos seus estatutos, defende-
rem até á morte, o posto que lhes fosse con-
fiado. Erà composta de 200 lanças e 100 bes-
teiros, commandados pelos valorosissimos
irmãos, Ruy Mendes de Vasconcellos e Mem
Rodrigues de Vasconcellos.
Também então se levantou a legião ou
companhia da Madre-Silva, composta tam-
bém de mancebos, não menos bravos, e deci^
didos do que os namorados, e do mesmo nu-
mero de soldados^ em que entravam algona
NAN
estrangeiros. Estes eram commandados pelo
intrépido Antão Vasques d'Almada.
Na vanguarda do exercito portagnez avan-
çou o ifflmortai D. Nano Alvares Pereira,
eom as saas tropas, levando ao sen flanco
direito a Ala dos Namorados, e ao esquerdo,
A da Madre-Silva, qne eram a flor das nos-
sas tropas.
Todos sabem as consequências da glorio-
sa batalha d* Aljubarrota, no sempre memo-
rado dia 14 de agosto de 1385, e as duas le-
{Kiões (dos Namorados e da HadreSiiva) ti-
veram uma brilhante parte na batalha e na
gloria do triumpho, enmpriodo os seus vo-
tos, pois, ficando quasi todos feridos, nem
assim deixavam de combater heroicamente,
em defesa de Deus, do rei e da pátria.
Estas duas legiões (a que alguns escrípto-
res, erradamente, dio o tituio de ordens mi-
litares) terminaram com os seus gentis in-
stituidores.
NANDIM—antigo nome da actual villa de
Landim. (4.'' vol., pag. 4), col. d.*, no fim.)
Darei aqui mais alguns esclarecimentos
sobre esta povoação e o seu mosteiro.
Santa Maria de fiandm (hoje Landim) fi-
ca próximo (ao O.) do rio Áve, e pouco dis*
4ante de Santo Thyrso.
O seu mosteiro, de cónegos regrantes de
Santo Agostinho (crusios), foi fandado por
D. Rodrigo Forjaz de TraBtamara (filho de
D. Proyas Yermuiz, conde de Trastamara),
que, vindo a Portugal, no tempo do conde
D. Henrique, o ajudou nas snas guerras e
conquistas, tendo* o logar de rico-homem.
Casou com D. Moninba Mendes, filha de
Gonçalo Mendes da Mata — o lÀdaáor.
Não se sabe ao certo o anno da fondação
•d*«ste mosttíro, mas foi pouco depois de
1093, e já em 1096 existia^, com a denomi-
nação de mosteiro de Santa Maria dos An-
jos^ de Nandkn^ e era sei prior, D. Pedro
Rodrigues.
D. GoDçák) Rodrigues Pereira, deu ao mos-
teiro orna propriedade, que tinha junto ao
conio de Pãimeíra, o os frades a deram a D.
Elvira, em tróea de uma outra propriedade
<]ue est^ tinha Junto -ao mosteiro; isto Iam-
èem no dito anno de 1096.
NAN
*3
Era por aquelles tempos o anUo de Pai-
meira, muito importante, e tão vasto e rico
como um condado (d*aqueUe tempo), e com
o nome de condado antigo da Pabneira, se
acha confirmado ao mosteiro de Nandim,
por D. AfTonso IV, em 1346, e por D. João I,
em 1385.
Tinham os religiosos—até 1834— as ditai
jurisdicçdes n*este couto; por isso recebiam
certos tributos, que se pagavam na feira que
então se fazia na Palmeira, a 24 de agosto.
Nandim também era couto dos frades.
Na claustra do mosteiro, se vô ums^ sepul-
tura raza, eom a seguinte ínscripção:
VIR BÓNUS FT RECTUS, JÀCBT HIC
SUB LAPIDE TECTUS.
OBIJT. KALEND. MAHTfJ, D. PRTRUS
GARCIA, PRIOR. ERA MCGXXXV:
(Aqui jaz, eoberto com esta pedra, D. Pe»
dro Garcia, prior e varão justo, que falleceu
no l.^" de março de 1236 ~ 1198 de J.-C.)
Os priores d'eete mosteiro, foram perpé-
tuos, até 5 de agosto de 1526: e n'este anno
foi o convento unido ao de Santa Grux de
Coimbra, lendo tomado posse, n^esse dia, e
primeiro prior trienal, D. Phitippe d*Slva«.
O conde D. Pedro, no sen Nobiliário, e
quasi todos os escriptores antigos, dão a
esta povoação o nome de Ncmdim, mas é
mais conhecida por Landim, (Vide esta ulti-
ma palavra, no logaí* já citado do 4.* vol.)
NANDOFE-— freguexia. Beira Alta, comar-
ca e concelho de Tondella, 18 kíiometros de
Viseu, 260 ao N. de Lisboa, 140 fogos.
Em 1757 tinha 76 fogos.
Orago, S. João Baptista.
Bispado e distrido aidministrativo de Yí-
eeu.
O abbade de Cannas de Sabugosa, apie*-
sentava o cura, que tinha 8M00 réis de eon*
grua e o pé d'altar.
£ terra, muito fértil em todas as produe-
ções agrícolas do nosso paiz; cria muilog»-
do, de toda a qualidade, e noa seus montes
ha nmita caça miada.
Aqui nasceu, em 9 de novembro de 1818^
o sr. António Caetano Rodrigues. È Èíbo éae
srs. Manuel Caetano Rodrigues e Ama Hm-
14
NAR
NàR
ríqnes Pinto, proprietários da mesma fre-
gaezia.
Foi para a cidade do Porto, em 1838, e
alli casou, em 28 de outubro de 1843, com
a sr.* D. Felícia Felicidade Víauna (filha dos
srs. Joaquim Martins Viauna e D. Felicia Ha-
thilde Yianna) que falleceu em 22 de fere-
reiro de 1851.
Principiou a exercer a profissão commer-
ciai, na praça do Porto, em 1845, e é actual-
mente um dos primeiros e mais acreditados
negociantes de vinhos d'aquella cidade.
Foi eleito vereador da camará municipal,
do Porto, em Í865, e sempre reeleito nos se-
guintes até hoje (1875).
Foi eleito vice-presidente da mesma ca-
mará, nos dois biénios, de 72 e 73~e 74 e 75.
Do sea casamento teve apenas dois filhos
— o sr. António Caetano Rodrigues Júnior,
ainda solteiro— e a 8r.* D. Felismina, casa-
da com o sr. Joaqaim Fructuoso Ayres de
Gouveia, irmão do sr. dr. D. António Ayres
de Gouveia, lente da universidade de Coim-
bra e bispo eleito do Algarve.
O sr. António Caetano Rodrigues (que mo-
ra na rua da Restauração, n.« 263) ó um ci-
dadão honesto, prestante e laborioso; e para
se saber o bom conceito que merece aos por-
taenses, e as jusias sympathias de que gosa
na segunda capital do reino, basta vér-se a
preseverança com que ha dez annos tem si-
do escolhido para a edilidade.
NARAGHARtA — portngnez antigo — la-
ranjal, pomar de laranjeiras. Os hespanhoes
ainda dizem naranja, ^
Viterbo diz que quando para Portugal vie-
ram as laranjeiras da China, já cá havia la-
ranjaes ha muitos centos de annos.
O sr. J. P. Ribeiro, em ama nota a esta pa-
lavra de Viterbo, diz que só as laranjas azê"
das podiam ser mais antigas em Portugal do
fU£ as doces da China. Salvo o devido res-
peito aos vastos conhecimentos do sr. J. P.
Ribeiro, não me conformo com a soa opi-
nião,
Em um documento que existe na univer-
sidade de Coimbra, datado de 1261^ se diz
-* Unam leiram haereditatis juxta vattum
aurtinae ipsius Ecdesiae^ et juxta KÀBÀCaA*
MM, QUJUB JfiBT IBI PLAMTATA*
Não se acredita facilmente que no seca-
lo XIII se plantassem laranjaes só de larat^
jas a^fêdas; pois que n*esses tempos para
muito pouco serviam, visto que se lhe não
davam as diversas applicações que boja
teem, na tinturaria, e nas conservarias.
É mais provável que da China nos vies-
sem desde o século XVI, outras espécies de
laranjas, porventura mais doces do que as
portuguezas, e que por essa qualidade fossa*
geralmente adoptada a sua plantação.
NARBASSOS — antigos povos da Lnsita^
nia. Julga-se habitarem nas Immediações da
actual vilia de Freíxo-de-Espadaá-Cinta».
em Traz-os-Montes. Ptolomeu diz que eram
visinhos dos vaeceos (Horum nUeriora tenent
VaccaeiJ, e estes habitavam em Terras de
Miranda.
Ptolomeu trata dos narbassoSy na 2.* Tá-
bua da Europa, cap. 6.*, na descripção da
chancellaria de Rraga, e os situa em kf9 da
latitude e 8* de longitude.
NARIZ — fregnezia. Douro, concelho, co-
marca, bispado, districto administrativo a 9-
kilometros ao S. de Aveiro (foi do extincto
concelho d*Eixo— depois, passou para o de
Oliveira do Bairro, e em 18 de dezembro de
1872, passou para o de Aveiro), 245 kilo^
metros ao N. de Lisboa, 200 fogos.
Orago, S. Pedro, apostolo.
É terra fértil. Bom vinho.
Esta flreguezia não vem no Port. Sacr. e
Prof,
NASGENÇAS— portugnez antigo— amda
usado nas provindas do N.— escrófulas (ai"
porcas), leicenços, carbúnculos, tumores, etc
Também se diz — nascidas.
NASCER, e NAGER— portuguez antigo—
sahhr, apparecer, apresentar-se inopinada-
mente, surdir, etc
NATIVIDADE —Vide Machêde.
NATURA, NATDRANÇA e NATUREZA^
portuguez antigo — o direito que algum in-
dividuo tinha, de !ter naturai (herdeiro) de
uma egrejs, mosteiro, ou oatro qualquer lo-
gar pio. Também a ração, alimentos ou di-
nhein», que por este direito pertencia ao na-
twaL
Em 1311, mandou o rei D. Diniz, que ri-
coft-homens e ricas-donas» infançSes» etc.
NAV
NAV
15
não fossem desmesuradamente comer as Na*
turaSy e albergar tio Mosteiro de Vairao. (Doe.
do mesmo mosteiro.)
De um documento do mosteiro de S. Ben-
to da Ave-Maria, da cidade do Porto (1337),
consta que Martm Femandez da Coynha^
renunciou a Natura, Comedoria, Casamento^
Cavalaria^ e outro qualquer Direito^ que po»
desse ter no mosteiro de Tarouquella.
Outros muitos documentos nos provam a
existência do direito de natura.
NATURAL — portuguez antigo— filiio ou
descendente dos padroeiros das egrejas ou
mosteiros, que, como taes, se aproveitavam
dos bens que seus ascendentes tinham dei-
xado aos mosteiros e egrejas. Por esta cir-
cumstancia, tinham alli Comedoria certa^ ou
raçiç determinada.-^^ o dito Lourenço An-
nes dissey que elle era Natural do dito Uoes-
teiro, e que estava em posse de Comer; e que
a ellas (fireíras) nom qufiría fazer^ nem fize-
ray força nenhua^ mais que porque lhe nom
queriom dar de Comer; pêro lho antepedira^
que el viera ao dito Moesteiro: e que tomara
Vianda pêra st, e pêra sa gente^ assi como
El-Rey mandava. E que se lhe dizião^ que el
nom era Natural, que el se faria Natural, por
El-Rey^ ou pelo Meirinho, quando Ihi mister
fosse : e que de todo estava em posse^ e que
assi o provaria. Porém as Donas protesta-
vão que lhes fazia força, per que nom era
Natural, nem Herdeiro, nem estava em Pos-
se. (Doe. do mosteiro de Ferreira d' Aves, do
l.« de dezembro de 1315.)
NATUREZA— portuguez antigo— natura-
lidade—terra onde alguém nasceu.
NAUMAN— Vide Nnmão.
NAVAES— Vide Nabaes.
NAVAGEM—portuguez antigo — também
se áitisL-^navegagem-^áfá nave^ navio)— fre-
te da embarcação, e o que se dá nas barcas
de passagem.
De um arrendamento da camará de Mem-
Corvo, feito em 1380, consta que o arrenda-
tário devia ter a Navagem do Porto do Poci-
nho (Barca do Pocinho). Da mesma palavra
usa o rei D. Diniz, em uma carta para a mes-
ma camará, datada de 1289, (aliando nV
quella barca.
Em 1396^ D. ioao I, doddia que a$ Bar-
cos, e Navegajens do Douro, desde o Porto-
Velho té defronte do Prédo (Perédo) perten^
ceri^o ao concelho de Mem-Cârvo: não ob-
stante a Petição do Procurador da sua BeeU
Fazenda. (Doe da camará de Moncorvo).
NAVALHO — freguezia , Traz-os-Montes,
comarca e concelho de Mirandeila (era da
mesma comarca, mas do concelho de Lamas
de Orelhão, que foi supprimido), 120 kílo-
metros a N. £. de Braga, 390 ao N. de Lis-
boa, 60 fogos.
Em 1757 tinha ÇO fogos.
Orago Nossa Senhora da Purificação.
Arcebispado de Braga, distrtcto admims-
trativo de Bragança.
O commendador de Malta, de Poyares»
apresentava o vigário, coilado^ que tinha
3OM0O réis de côngrua e o pó de altar.
NAVALHOS— serra. Douro, na freguezia
de S. Pedro do Paraizo, concelho do Gastei-
lo de Paiva. £* bastante alta e do seu cume
se disfructa um formoso e vasto panorama,
vendo-se serras, bosques, penedias, valles,
povoações, e a cidade do Porto, que lhe fica
a 30 kilometros ao ONO.
Ao sopé d*esta serra, passa a grande zo-
na carbonífera de Paiva, e a estrada de
Arouca para o Douro (que fica 5 iúlometros
a N. O.) assim como a estrada (crusando a
antecedente) que vae de Gabeçaes para So«
brado de Paiva.
Esta serra é despida de arvores, e ap»*
nas produz earqueija e uma espécie de ur-
ze, muito enfezada, a que chamam queirosL
Tem muitas pedreiras de quartzo (seixo) a
algumas de schisto, muito friável Ek aqui
muitos afloramentos de ferro.
NAVARRA— freguezia, Minho. Bslá anne*
xa á freguezia de Cráf|n».-*Vide esta pala-
vra.
NAVAS— portuguez antigo— Campos pla-
nos, cercados de bosques.
As Navas de T<dosa, são celebres pela ba-
taRia que n'eUas deu, e grande victoria qaa
alcançou contra os mouros (de Mahomet
IV) D. Affonso VIU de GasteUa, em 1212.
Esta victoria foi attribuida a intercessão da
Santíssima Virgem, cujo retrato sa via nas
bandeiras dos christãos^ que, emagraded*
mento^ Iba consagraram aib$tinenciada.oar^
16
NAV
NIV.
ne^ nos sabbados^ a qual se tinb^ deixado de
usar em toda a Hespa&ha.
Fallo n'esta famosa tatalha por([ae n*eUa
se distingaiu, peio sea arrojo e disciplina, a
divisão portugaeza que o nosso D. Affonso
II mandou em anxilio dos castdhanos.
NAVE— portaguez antigo— termo ainda
hoje usado em poesia— navio.
NAVE— freguesia, Beira-Baixa, comarca
e concelho do Sabugal, no Riba-Còa, 120 kí-
lometros a S. £. de Lamego, 300 a E. de
Lisboa, 200 fogos.
Em i757 tinha 1S8 fogos.
Orago Nossa Senhora da Conceição.
Bispado de Pinhel (foi do bispado de La-
mego), districto administrativo da Guarda.
A mitra apresentava o vigário, que tinha
40i|;000 réis e o pó d» altar.
Para ae dííTerençar das outras Naves, se
dá a enta o nome de Nave do Sabugal,
A esta freguesia está annexa a de Ruvi-
noy que linha em 1757, 41 fogee.
Era orago d*esta fregnezia, o Espirito
Santo.
O reitor da freguezia da Nave do Sabugal,
apresentava o cura, que tinha 60^000 réis
de rendimento.
Na freguezia da Nave houve um convento
de fretras-terceirasfraiieiscanaa, as quaes
eom as guerras de 1476 a 1479, .contra os
castelhanos, fugiram paraavilla d* Almeida,
enée fundaram o convento da tua ordem.
IKestftmoslelro (de Almeida) sahiram as fun-
dadoras dos mosteiros de S. Ykente da Bei-
ra, e da Madre de Deus, em Aveiro.
NAl/Z BE HAVER— freguesia. Beira Bai-
xa, no Riba-Côa, comarca e eooeelho de Sa-
bugal (foi do extincto concelho de Villar-
Maior), 100 kflometros a S. E. de Lamego^
320 ao E. de Lisboa, 290 fogos.
fim 1757 tinha 180 fogos.
Orago S. Bartholomeu, apostolo.
Bispado de Pinhel (foi do bispado de La-
mego), districto administrativo da Guanda.
O reitor de Viiiar Maior apresentava o
csDra, que tinha iOifíOO réis de côngrua e o
pé de altar.
A esta freguezia está annexa a do Poço-
VMêf que tinha em 1757, 35 fogos.
* .0 rekor dç Yillar-Maior apresentava tam-
bem o cura d'esta freguezia, que tinha da
côngrua 4il800 réis e o pé d'a]tar.
Tinha por orago. Nossa Senhora da Cou-
ceiçSo.
Também como a antecedente, foi do bis*
pado de Lamego e pertence agora ao de Pi*
nhel.
NAVE-REDONDA— freguezia, BeiraBai-
xa, comarca de Pinhel, concelho da Figuei-
ra de GastelioRodrigo, 18 kiiometros a N.
E. de Pinhel, 15 ao N. de Almeida, 348 ao
E. de Lisboa.
Em 1757 tinha 40 fogos.
Orago S. Thiago, apostolo.
Bispado de Pinhel (foi também do bispa-
do de Lamego), districto administrativo da
Guarda.
O reitor de Castello Rodrigo apresentava
o cura, que tinha 40^000 réis e o pé de al-
tar.
Esta freguezia está ha muitos annos an«
nexa á de GastelioRodrigo.
Em junho de 1875 cahíu uma praga de*
vastadora de gafanhotos sobre as povoações
de Nave-Redonda, Matta de Lobos e AlmO'
fallOj chegando a invadir as aldeias, .depois
de terem devorado, dos campos, as batatas,
trigos tremezes e hortaliças. Causaram mui-
tos e grandes pr^inízos.
NAVES-^fi^guezia, Beira-Baixa, comarca
de Pinhel, concelho d' Almeida, 105 kiiome-
tros a S. É- de Lamego, 360 ao O. de Lisboa,
65 fogos. Em 1757 tinha 62 fogos.
Orago S. Thiago Maior, apostolo.
Bispado de Pinhel (foi do bispado de La-
mego), districto administrativo da Guairda.
O vigário de GasielloBom a[Nresentava o
cura, que tinha 7!fí07O réis e o pé de al-
tar.
NAVIO- freguezia, Minho, comarca e oon«
eelho de Ponte de Lima, 24 kiiometros a O.
de Braga, 370 ao N. de Lisboa, 70 fogos.
Em 1757 tinha 39 fogos.
Orago o Salvador.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
A mitra e o mosteiro benedictino de Car-
voeiro, apresentavam alternativamente o ah<
bade, que tinha 150^000 réis de rendimento
e o pé de. altar ^
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NAZ
17
NAZARETH, NAZARETH DA RIBEIRA oa
RIBEIRA DE FRADES— fregaezia, Doaro,
concelho, comarca, bispado e districto admi-
nistrativo de Coimbra, 200 kiiometros ao N.
de Lisboa, i60 fogos.
Orago S. Migael, anchanjo.
Esta freguezia não yem no Port. Sacr. e
Profano.
É terra muito fértil em todos os géneros
agrícolas^ cria bastante' gado, de toda a qoa-
Mdade, e é abundante de peixe do rio Mon-
dego, e do mar, que lhe vem pelo mesmo
rio.
NAZARETH-^(Nos3a Senhora de)— fieira-
Alta. Yi^e Lourosa (a nltima) a pag. 466,
i.* col., no fim, e seguintes, do 4.« vol.
NAZARETH— (Nossa Senhora de)— Alem-
tejo. Extra-muros da cidade de Elvas, ao O.
d'ella, está a ermida de Nossa Senhora de
Nazaretb, construída no principio do século
XVI. É redonda, com 6",6 de diâmetro, ten-
do só um altar (recolhido em um arco, no
corpo da parede) onde está a Padroeira. A
sacristia foi feita em 1690; o que cc^nsta de
uma inseripçao que está sobre a porta prin-
cipal.
Faz-se-lhe a festa, na segunda feira depois
de domingo da Paschoella, e como fica per-
to da cidade, é muito concorrida.
(Vide Ekas).
NAZARETH-T (Nossa Senhora de) — po-
voação, Extremadnra, freguezia da Peder-
neira, comarca e concelho de Alcobaça (foi
do concelho da Pederneira, até á sua sup*
pressão, e da mesma comarca).
i05 kilometrosaoN.deLisboaenoseupa-
triarchado, districto administrativo de Leiria.
Situada perto da Foz do Alcôa, na costa
do Oceano Atlântico, em Z^ 36* de lat. N.,
e 40 de long. Oec.
O orago da freguezia é Nossa Senhora das
Areias, e o da povoação de Nazaretb, ó Nos-
sa Senhora d*este titulo.
A lenda de Nossa Senhora de Nazaretb, é
uma das mais poéticas do reino; e ha seis
séculos serve de thema para formosíssimos
rimances, canções^ dramas sacros, e soláos.
Um dos mais bellos rimances doesta San-
tíssima Virgem, é sem contestação o do nos-
so chorado e mimosiâsimo poeta e elegantis-
YOLUMBYI
simo prosador, visconde de Castilho, faileci*
do em Lisboa, a 17 de junho de 1875.
Principia elle:
A fama famosa d'aque]le milagre.
Herança que herdamos de padres e avós,
Á gloria do alcaide de Porto de Mós
Por filhos e netos, bem é se consagre.
Hoje que as santas crenças dos nossos pães
estão tão abaladas, e até escarnecidas, pelos
Uvres pensadores; como é doce, como nos
alegra a alma, vermos essas crenças sempre
vivas e sempro inabaláveis no coração do
nosso povol
Gomo ó consolador, n'este século de cor-
rupção e iniquidade, chamado, poi iro-
nia, secuio das luzes, vermos, não só con-
servada, mas ainda progredindo entre os
verdadeiros portuguezes, a devoção e a pie-
dade! Debalde Ob antros ignóbeis, onde se
gera e pretende propagar o scepticismo, vo-
mitam sobre a face da terra toda a cast^ de
sophismas^ calumnias e ignominias. As por-
tas do inferno não prevalecerão contra a
egreja de Deus, e a religião catholica está
tão arreigada entre a maior parte dos por-
tuguezes, como no tempo dos nossos passa-
dos.
Se o camartelh cmlisador derroca e ani-
quilla os templos vetustos que recordam a
fé e a piedade de nossos antepassados; sem
attençlo á sua poética architectura, e sem
respeito aos factos gloriosos que muitos d'el-
les nos recordam— vemos com prazer, com
a mais doce consolação, o povo levantar no-
vos templos, erigir novos altares; e os mo-
numentos religiosos, em que péze aos t7/u-
mmadoSy progredirem e multiplicar-se.
Em Braga, vemos o grau de esplendor a
que em nossos dias tem chegado o famosís-
simo Sanctuario do Bom- Jesus; e a erecção
da estatua colossal de Nossa Senhora do mon-
te Sameiro. — Em Guimarães, os modernos
afermoseamentos do Sanctuario de Nossa Se-
nhora da Penéda, e a reedificação da históri-
ca egreja de S. Miguel.^Em Lamego, o des-
envolvimento hodierno, do Sanctuario de
Nossa Senhora dos Remédios.— No Alto-lfi-
nho, a construcção de novas ermidas.— Na
2
18
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dd&de do Porto, a fandaçao de três novas e
formosíssimas capellas ( Agramonle, Boa-Vís-
ta, e Aguardente).— FinalmeiHe por todo o
rei no se observa com prazer, qae a devoção
aos templos e ás santas imagens qne os ador-
nam, longe de enfraquecer, reverdece.
Um dos mais consoladores testemunhos
da piedade do nosso povo, é a constante e
indelével devoção a Nossa Senhora de Na-
za^eth, e as ampliações e aformoseamentos
que n'estes ultimes annos se teem feito n^es
te templo monumental.
Deixando digressões com que alguns dos
leitores talvez não sympathísem, narremos
SDOintameote a lenda poetici de Nossa Se-
nhora de Nazareth, tendo em vista o que
disse o nosso sempre chorado padre Malhie,
em um sermão doesta Santíssima Virgem.
cN*esta grandiosa Legenda,
não ha nada que não esteja
em perfeita harmonia com as
crenças do género humano,
com os ensinos d^ religião, e
com a historia do culto da
Virgem. •
O sangue dos martyres correra por três
séculos, em todos os paizes do vasto impé-
rio romano, até que Constantino, filho de
Constâncio Chioro e de Santa Helena, foi
proclamado imperador, pelas legiões da Bre-
tanha, depois da morte de seu pae, no anno
307 de J.-C. — mas não gosou em paz os pri-
meiros annos do seu império.
Maximiano Hercules, que tinha abdicado,
retoma o titulo de imperador. — Maxencio,
seu filho, é proclamado em Roma. — Gale
rio, faz dar a púrpura a Licínio, e seis im-
peradores reinam simultaneamente.
Constantino, colligado com Lieinio, trium-
pha de Maximiano, de Maxencio, e de Gale-
rio, e fiea, com Lieinio, senhores de todo o
império, em 313.
Os christãos, protegidos por Constantino,
respiram por algum tempo; mas as divisões
não tardam a apparecer entre os dois impe-
radores, e Lieinio, por ódio ao seu rival, ae
toma perseguidor implacável dos christãos.
A guerra se declara entre os dois impera-
dores, e Constantino aniqnilla o exercito do
seu contrario, em 323, junto á cidade 4e
Adrianopoles, e manda pouco depois estran*
guUr Lieinio.
Constantino, tornado senhor de todo o ioi-
perio, abraça o christianismo, abolindo» por
um decreto, o culto dos falsos deuses.
Depois de 30 annos de reinado, Coatanti-
no Magno morre em Nicomedia (Ásia), no
auo 1090 da ftandação de Roma. (337 de
Jesas-Christo.) ^
Poucos annos de paz teve a egreja chria-
tan. Ainda em vida de Constantino, o here*
siarcha Ario, fundou a seita dos arianM^ que
odiavam tanto os catholieos, como os prt-
prios idolatras. Outras heresias rabeniarav
entre os christãos» mas o que sobretudo con-
correu mais para novas perseguições, foi a
apostasia do ímpio e cruel imperador Jtt-
liano.
Á Península hispânica, distante como es-
tava de Roma, chegaram menos as ultimas
perseguições, e os christãos tinham aqai
mais seguro abrigo; por isso, para cá fugi-
ram muitos christãos do Oriente, no 4.* sé-
culo.
Foi por este tempo, segundo a lenda» que
o monge grego, Cyriaco, fugindo para Be-
thlem de Judà, levou eomsigo a imagem dâ
Virgem de Nazareth, e a deu a S. Jeronymo»
que a mandou a Santo Agostinho, bispo de
Hypponia, qne estava na Africa; e este a
mandou para o mosteiro hispânico de Caa-
liniana (a i2 kilometros de Merida), e foi
aqui qne lhe deram o titulo de Nazarethy
por ter vindo da terra natal da Senhora.
«Cavar peias minas de fundas verdades,
É nobre fadiga;
Mas contos, contados de edades a edades»
Tem força de encanto, que a todos obriga.»
(Castilho— N. Sr.* de Nazareth.)
Vamos pois saber como a imagem da Vir-
gem de Nazareth, veio ter ás praias da La-
sitania.
I 1 Jesus-Christo nasceu no anuo 7^ da
! fundação de Roma.
NAZ
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14
«Em campos de Gnâdaleta
Aeabadò se «ra o dia,
Co'o dia a grande batalha,
Go*a batalha a monardiia.»
(Idem.)
Egíea, sobrinho do santo rei Wamba, e
genro de Ervigio» sen antecessor, snbia ao
throno dos godos, em ^7.
Yitnlo, eondò de GalJjza, ambicionando o
thiooo, revoiíou-se, mas foi aníguiilado. O
lei nomeia seu filho Witiza, soberano das
terras rebeladas, ficando elle com o resto
da Hespanha e com a Gallia Narboneza. Por
sna morte (701) fieon Wulaa senhor de todo
o império gothieo, e foi o Nero das Hespa-
Bhas. Permitiia a polygamia, negon a obe-
diência espiritual ao f^pa, arrazoa as forta-
lezas do reino, t e foi nm poço de tícíos e
um compendio de iniquidades.
Em 707, D. Rodrigo e seu irmão, Acosta,
filhos do príncipe Theodofredo, expulsaram
Witiza do throno, e o primeiro foi gostosa-
mente acclamado rei, pelo povo, mas, bem
de pressa egualou o seu antecessor, nos ví-
cios mars escandalosos.
A nação, desmoralisada, desunida e debi-
litada por dois suecessivos reinados de igno-
minias, forjada traição do conde Jalião e de
seu irmào Oppaa, bispo de Hispalis, e des-
truídas a3 fortalezas do reino, é este inva-
dido, em 713, por Tarik, (ou Tari/) Aben-
Zarca, á frente de um exercito de 12:000
homens — grande parte, de cavallaria.
D. Rodrigo, manda à pressa armar os po-
vos^ e deu o commando dos cbrístaos a seu
sobrinho, o prindpe D. Affonso; mas este é
morto, logo no principio da batalha, e os
godos são completamente desbaratados.
D. Rodrigo vae de Toledo accudir ás suas
tropas, roas quando chegou. Já os mouros,
com os dois traidores e os seu9, tinham pas-
sado o Estreito, carregados de ricos des-
pojos.
0 rei manda reparar as fortalezas e levan-
tar tropas; mas Tarik e Julião não dão tempo
a estes preparativos, e tomam a invadir a
1 Por conselho do seu grande valido, o
traidor conde Julião (vide Covilhcm) talvez
já «mão, aliíado secreto dos mouros.
Hespanha, com um numerosissimo exercito*
D. Rodrigo foi ao seu encontro (nos cam-
pos de Guadaleter) com ym exercito ainda
mais numeroso, mas composto de gente bi-
sonha, mal armada e sem disciplina nem
pratica da guerra.
Nunca na Península se deu tamanha e (ao
cruento batalha, nem antes nem depois. Du-
rou oito dias, e o rei é os seus obraram pro-
dígios de valor e heroicidade; porem a dia*
dplina e a superioridade das armas deram
a vietoría aos mouros, e a monarehia gochica
deixou de existir.
D. Rodrigo, vendo a batalha e o reino per-
didos, foge para Merida, vestido de pastor, •
esconde-se no mosteiro de Cautiniana, dan-
do-se só a conhecer ao seu abbade. Ro-
mano.
Chegara aqui só e a pé, porque o seu ca-
vallo de batalha, Orelia, eahíra morto de
cansaço.
f Onde te vá?, D. Rodrigo.
Tao só, com tanta agonia?
Já váe a pé, do ginete
Que mais correr não podia:
Go*o saial de um pegureiro
Trocou galas que trazia.»
(Castilho — Nossa Senhora de Nazareth.)
Não se Julgando ainda seguro no mostei-
ro, foge com o abbade Romano, em directo
ao 0„ e só param na costa do Occeano, onde
hoje é a villa da Pederneira.
Deserto fica o mosteiro
Mosteiro de Cauiiana;
Peregrinos, rei e monge
Hão passado o Guadiana.
Encommendaram-se á Virgem,
Sna guia soberana,
E vãose embrenhando ás cegas
Pela terra lusitana.»
(ídkm).
Romano trazia uma caixa com relíquias
que Santo Agostinho mandara de Africa»
20
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IMura o mosteiro, e D. Rodrigo trazia a san-
ta imagem da Senhora de Nazareth.
Daroa esta jornada 26 dias, porqne eaoii-
nhavam por brejos, bosques e penedias, pa-
ra se livrarem de encontros e de povoações,
e chegaram aqui a 2 de novembro de 713.
Viram um monte, alto e escabroso, e subi-
ram a elle. Chegando ao sen vértice, acha-
ram ama sepultura com o symbolo da re-
dempção, o que tiveram por bom agouro. ^
Era o sitio asado para a penitencia e para
a contemplação das cousas celestes; e pela
sua aridez, não convidava a visitas de estra-
nhos; pelo que resolveram viver n'este de-
serto.
Janto à cruz, collocaram a imagem da Se-
nhora e o caixão das relíquias.
O leito dos dois anachorétas era a ierra
pedregosa do monte, luio tendo por eobertu-
la mais do que as estrellas. Sustentavam se
de raizes, hervas e íructos silvestres, que vi-
nham procurar ao sopé do monte, e de
quatro pães de cevada, que um pastor lhes
trazia todas as semanas; e a sua única be-
bida era agua de uma pequena fonte que alli
aeharam.
Passados alguns dias, desejou D. Rodrigo
viver só, em vista do que Romano se foi ha-
bitar outro monte que ficava fronteiro e qua-
si nas mesmas condições; e para lá levou a
santa Imagem e as relíquias, deixando só o
crucifixo que tinham achado junto da sepul-
tura.
Romano, na sua nova habitação, achou
uma lapa entre rochedos, e alli, em um altar
improvisado, collocou os objectos sagrados,
mettendo dentro do caixão, um pergaminho
com a historia da imagem, e da sua peregri-
nação desde a Grécia até alli.
Tínhamos dois, certos signaes convencio-
nados, pelos quaes se correspondiam, d*um
para o outro monte. Poucos dias depois da
separação, vendo D. Rodrigo que seu com-
panheiro não correspondia aos signaes que
1 Esta cruz e crucifixo, ainda se conser-
vam na sacristia da egreja de S. Bartholo-
meu, que depois foi edificada no cume do
monte que da egreja tomou o nome, e é on-
de vieram ter os peregrinos. Ghamava-se
então monte Siano.
lhe fazia, se foi ao monte Siano, e achou õ
abbade morto (23 de março de 7i6.)
D. Rodrigo o enterrou junto da lapa onde
estava a Senhora.
A completa solidão d*este deserto, atterroa
o infeliz monarcha, qae fugiu d'este sitio; e
a darmos credito á tradição e a alguns es-
criptores, foi terminar os seus dias a 10 lé-
guas de Yizeu, em um sitio chamado então
Fetal (3.« vol, pag. 161, eol. 2.*), sendo se-
pultado na egreja de S. Miguel. Gonsta qu»
na campa se poz esta inscrlpção:
UC EIQinMCIT lODBUCDS, QLTIHM MX OOTIUMUni
Consta que, passados alguns séculos, foran»
seus ossos transportados para Casteila.
Co'as mãos em vão sobre o abysmo,
Trepidar e descahir, .
Ennovelar-se erriçado.
Pular a traz, reftigir.
Um cavallol e o bom Dom Puas,
Que o arremeçára até alli,
Saltar por terra—clamando —
—«Por ll. Senhora— é por til»—
« (Idem.)
Quatrocentos e sessenta e três annos eram
passados, desde que D. Rodrigo havia dei-
xado o monte Siano, e que a imagem da Vir-
gem jazia ignorada e só no seu asylo de ro-
chedos.
Os sequazes de Mafoma jà não domina-
vam ovantes e despóticos em toda a Penín-
sula; que os descendentes do immortal Pe-
lalo e de seus valorosos capitães, desde as
cavernas Inaecessiveis de Covadonga, ti-
nham levado trinmphante o lábaro sagrado
da cruz, até aos confins das Hespanhas, e
palmo a palmo, á custa de sanguinolentas
batalhas, tinham resgatado do poder dos in-
fiéis a maior parte da terra querida da pá-
tria.
Corria o anno 1179— o nosso primeiro rei,
jà septuagenário, mas com toda a bravura,
com toda a robustez da juventude, traçava
com o seu longo e pesado montante, novos
NÂ2
NâZ
21
limites a Portngal, e havia arremeçado os fi-
lhos do Islam para as margens extremas do
Gaadiana, vendo-se circamseriptos ao sea
reino do Al-Gharb,
Ainda assim, não era em paz qae os por*
tngaezes se achavam senhores da terra res-
gatada da pátria. Por muitas vezes, os ka-
lifas de Córdova, os imperadores de Marro-
cos, e os reis de Sevilha, Badajoz, Silves e
outros, invadiam o território christao, que
só abandonavam depois de repetidas o obsti-
nadas batalhas.
Foi por este tempo que uns pastores ehris-
tSos, subindo ao alto do monte Siano, desco-
briram a imagem de Nossa Senhora de Na-
zareth, escondida na sua lapinha, e em breve
esta noticia se divulgou por todos aquelles
contornos.
Um dos mais queridos, dos mais extre-
mados e dos mais destemidos cavalleiros de
D. Affonso Henriques, era seu irmão natu-
ral, D. Fuás Roupinho, aleaide-mór de Por-
to de Mós. (Vide Porto de Mós.)
Teve elle também noticia do apparecimen-
to, e, como então estavam os mouros encur-
ralados nos seus domyiios, costumava D.
Fuás sahir muitas vezes á caça, pelas gan-
darás e mattos do Camarçõo (vol. 4.% pag.
19, col. i.*) que fica entre Porto de Mós e o
Oceano, e que eram muito abundantes de
«aça.
Instigado pela curiosidade, subiu ao alto
úo monte Siano, e viu então, entre dois gran-
des penedos, uma casinha ou cella, tosca-
mente feita de pedra sécca, e quA denotava
grande antiguidade. Descendo pela quebra-
da que se fazia entre os dois penedos, en-
trou na humilde lapa, onde viu, sobre um
pequeno altar, a santa imagem da Virgem,
que depois muitas vezes foi visitar.
£m 118i, Gamir, rei mouro de Merida
{Extremadura hespanhola), vem pôr céroo
a Porto de Mós. Não «consentia o animo do
aksaide e asua intrepidez legendaria, vér^se
encurralado pelas hostes agarenas; pelo que,
uma noite, sie do castello, e dà inopinada-
mente sobre os mouros, com tal valentia,
que os pôz na maior confusão, julgando que
todo o poder dos chrlstãos vinha sobre elles^
e se pozeram em fuga desordenada. Os por-
tugueses os perseguem e exterminam. Ga-
mir, e alguns chefes principaes, são feitos
prisioneiros, e os seus thesouros, e as gran-
des riquezas que haviam roubado aos chris-
tãos na sua passagem, cabem em poder do
intrépido alcaide, que tudo vae a Coimbra
depor aos pés do rei; que o abraçou reco-
nhecido, e lhe deu, para elle e seus solda-
dos, grande parte dos despojos.
Corria o anno de 1181, e a 14 de setem-
bro (dia em que a egreja celebra a exalta-
ção da Santa Cruz), andava D. Fuás no seu
exwcicio favorito, da caça. Estava a manhan
de nevoeiro cerrado, e o alcaide galopava ver-
tiginosamente em seguimento de um grande
veado, que se encaminhava para o mar. Sem
vér o imminente perigo, D. Fuás se achou
na ultima ponta de um rochedo, de mais de
200 braças de altura, perpendicular sobre o
Oceano.
Em tão terrífico perigo, e apenas a dois
palmos da extremidade da rocha, e quasi
dependurado sobre o abysmo, o cavalleiro
invoca a protecção de Nossa Senhora de Na-
zareth, e o cavallo pára de repente, ficando
tão firme como se fosse uma peça da mes-
ma rocha, e assim salvou a Senhora, de uàia
morte horrível, o cavalleiro christao.
As ferraduras dos pés do cavallo, ficaram
impressas na rocha, e ainda lá se conserva
este signal do milagre.
D. Fuás se dirígiu á capellinha do monte,
a dar graças á Santíssima Virgem, por se ttr
dignado obrar tamanho prodígio em seu fa-
vor, e lhe fez solemne promessa de edgir-
Ihe um templo.
Ficou n'este monte alguns dias, mandan-
do vir de Leiria e de Porto de Mós, os pe*
dreiros sufficientes para construírem a ca-
pella; á qual logo se deu principio.
Quando se demolia a antiga, acharam met-
tida entre as pedras do altar, uma caixinha,
ou cofre, de madeira delgada, forrada de se-
da, de um palmo de comprido, e dentro d*ei-
la, relíquias de S. Bartholomeu» de S. Braz a
MZ
NAZ
dt outros santos--- e um pergamiDfao em que
se dava rela^ de como e em que tempo
fiíeram alti ter aqaellas relíquias e a íom^
fom da Senkora; que é como já fiea refe*
rido.
Fez»se brevemente uma eapella de aboba*
da, segundo a arcbitectura d'aqQelle tempo.
B» sobre o mesmo logar em que a senhora
estivera, e para ser vista de todas as partes»
a deixaram aberta, com quatro arcos, que,
com o andar dos tempos, se fecharam, para
evitar os damnos que as chuvas e tempes-
tades faziam dentro do templo.
A esta ermida se dá lioje o nome de ca-
peUa da mtmoria.
Sobre os quatro arcos já referidos tem
imagens, ou estatuas, de pedra. -«-No pri-
meiro, a da Virgem ^ no segundo, a de S.
Bartholomeu e & firaz — no terceiro, a do
rei D. Rodrigo, com a imagem da Senhora
noa braços — e no quarto, a de um frade^
€om um eofre nas mãos. É o saAto fi^i Ao«
Debaixo doestes arcos, estava a lapa, ou
gruta onde frei Romano eoilocou a santa
imagem, e porque estava entulhada, desde
quando se fez o pavimento da capella, o dou-
tor frei Bernardo de Brito e outros devotos,
a mandaram desentulhar, em 1600^ fabrican-
do lá em baixo, outra capellinha» figurando
a lapa, onde a Senhora estivera perto de cin-
co séculos. Desce-se para esta eapella sub-
terrânea, por uma escada, que está á direi-
ta de quem entra na egr«*ja.
Suppõe-se que também n'esta lapa, en-
terrou D. Rudrigo a frei Romano, pois que
se tem n'este logar achado alguns ossos hu-
No arco que fica á direita, ao descer a re-
liMida escada, está uma inseripçâo gravada
em uma pedra, composta (a inscripçào) por
frei Bernardo de Brito, segundo consta da
sua Monarchia LutUãníL Foi nundada abrir,
em mármore, pelo doutor Ruy Lourenço, en-
tão provedor da comarca de Leiria» e super-
luiendente ou visitador d'esta capella. Diz
SACBÀ VmcmiS MARIAB VEtnANDA. IMAGO,
▲ mUfASTIRIO CAUUHUIIO PftOPBB BHBUTAU,
QBO GOTUORUM TUfPOAX (Á NAláREra TAANfrf
lata) MIBACULIS GLAKBRAT Uf GSMKaAU HlSh
PAMAB GLADB AMNO BNI. 71^ Á ROMAKa M0«
NACHO, GOlirfE, I3T FBRTOK, ROOnRIGO RBIQ»
ADHANC BXTRBIiAlf 0RBI8 PARTBII ADDl CrVOB^
IM Q\Sá dum UNUS MDRITUR, ALTBR PR0FiSG10l<^
TUR PER 469. AMÍ«0S IMTBR DUO BABC PRA»*
RUPTA SAXA SUB PARVO DELITUIT TUOURIO:
DBINDB Á FUA ROPINIO, P0RTU8 MOLARUM DIM>
GB, ANNO DHL 1182, {JiT IPSB iff DONATiOlfS
TBSTATUR) inventa, dum INCAUTB AGITATO
BQUO FUGAGEM, FITUMQUE FORTE INSEQUITUB
GERVUàl, AD ULTIMUMQUE IMMANIS HUJUS PRAE»
gipitt cuneum, jam jam ruiturus acgedit,
nominb virginis invocato, á ruína, et mor*
tis faugibus breptus, hog el prius deoigat
sacellum: tandem á ferdinando portugal-
liae rege, ad maius aliud templum, quodi
pse á fundamentis erexerat, tran6fertdr,
anno dni i377. v1r6ini, et perpetuitate, d.
o. fr. b. d. b. £x voto.
Em frente doesta, estáoutraioscripçãoi, em
portuguez, que ó a traducçao da aateoedenr
te, mas augmentada pelos irmàos.-~Diz as*
sim:
A sagrada e veneranda imagem da Virgem
Maria^ sendo trazida da cidade de Naza*
relhy resplandeceu em tempo dos godos, ceen
milagres, no mosteiro de Cauliniana^ junto
á cidade de Meeida. Foi trazida a esta uUi''
ma parte do mundo, pelo monge Romano^
sendo-lhe companhia^ el-rei D. Rodrigo^ no
anno de Christo 7Í4, em que aconteceu a
perda geral de Hespanka. E, como o monge
morresse, e el-rei se partisse, ficou aqui es*
condida, em uma pequena choça, poeta entre
estes dois escabrosos penedos, por espaço de
468 annos. E sendo depois achada por Ik
Fuás Roupinha, capitão de Porto de Mós, fif
anno de ÍÍ82, como elle próprio testefica em
sua doação, suocedeu que arremeçando m**
consideradamente o caioallo, no alcance d'um
veado, que lhe fugia, e por ventura era /In-
gido, e hindo já para ceàir, na ultitna poMr
ta doeste despenkaddro, invocando o nome da
Virgem, foi livre da queda e mais da merêe^
e lhe dedicou esta primeira ermida. Fmeâ*
mente, foi trasladada, por el-rei D. Femau'^
dOf de Portugal a esse outro templo meâorf
NAZ
NAZ
33
que elU mandou levant<m\ desde os primei-
m fundamenêos. no anno deíS77. E o dou-
tor, frei Bernardo de Brito, dedicou esta
ekra á Virgem e á eterna lembrança^ por
voto que tinha feito.
Até aqui ó a tradacçao da inscripçao la*
lina — e diz mais:
Como consta da Monarchia Lositana, do
mesmo frei Bernardo de Brito, 2* parte, fi.
39Í, e se acha conforme as tradições anti^
gas, ser esta sacrosanta imagem da Virgem
de Nazareth, olnrada pelas m&os de S. José,
na própria presença da mãe de Deus, e en-
carnada por S. Lucas; e que de Nazareth a
trouxera Cyriaco, monge, a S. Jeronymo, a
Belém, donde o dito santo a entiára a Santo
Agostinho, a Africa, sendo bispo de HippO'
nia, e d'áki, este santo bispo a enviou ao
mosteiro cauUniano, do qual a trouae Ro-
mano, na companhia de el-rei D, Rodrigo,
uHimo dos godos, aié áqueile monte de S, Bar-
tholomeu, até então monte Sião, onde acha*
ram aquelle milagroso crucifixo, que está na
sacristia, e d^ahi a dias, para este togar, em
que ficou debaixo da terra, os ditos 468 on-
nos, em que appareceu ao tal cavalleiro, D.
Fuás, no dito anno de 1182. O devoto que o
letreiro traduziu, pede u^na Ave Maria a es-
ta Senhora de Nazareth. Anno de 1623.
Colloeada a Senhora Da saa nova eapeUa,
teve logo grande oooeorreneia dos Úm, sen-
do dos primeiros, o rei O. Affunso Menríqaes,
a quem D. Puas tinha contado todo o aeon*
tecido. O rei, acompanhado de seu Qiho D.
Sancho (depois I), e dos prlncipaes da soa
c6rte, vieram visitar a Senhora.
Com aactorisação do rei, fez D. Faas ama
doação à Senhora, de certa extensio de terra,
qne é o sitio e limites em qae a eapeila está
Ãindada, e qae então eram mattos bravos, e
hoje areaes de somenos prodacção.
N'esta doação, qae por extensa não copio,
diK D. Faas, ser governador de Porto de Mós
e da terra de Aloardos até Leiria e Torres-
Yedras ^ e termina assim:
iPara que nenhum homem de. nossa nem
de estranha geração eontravenha a isto que
* Os que qulzerem ler esta doação na
sua integra, vpjam Sanctuario Maríanno,
looL 2.% pag. 169.
fazemos, a qaal cousa intentar, pague ao
senher da terra trezentos maravidis, e a
carta todavia permaneça em seu vigo]>— e
além á'isso, seja exeommungado e em com-
panhia do falso Judas experimeaie as penas
ialema«8.
Foi feito o processo d'eate testamento, aos
10 de dezembro da era de Gesar, de 1220,
que é do nascimento de Ghrlsto de 1182.»
A imagem esteve na eapeila que lhe edifi-
cou D. Fuás Roupioho, até 1377; sendo então
trasladada para a sua actuai egreja. Estalei
reedificada e ampliada pela rainha D. Leo-
nor, mulher de D. João II, irman do rei D.
Maauel e filha do infante D. Fernando. O
rei D. Manuel a cercou de alpendres. No
anno de 1600 se lhe fez o pórtico com as
eseadas. No tempo de D. Affonso VI, se lhe
fez uma capella-mór, de boa e custosa fa*
brica, e com um retábulo de elegante es-
culpiura, tudo feito á custa dosrendioientos
da sua confraria, e esmolas dos fieis,
No dia 3 de junho de 1873, cahíu aobre
a Nazareth uma chuva torrencial (que du*
rou -desde as 11 horas da manhã, até ás 3
da tarde) acompanhada de, uma horrorosa
trovoada, que atterrou todos os habitantes
de Nazareth, e causou enormes prejuízos.
A agaa arrebatou dos montes proxlmoe
enorme quantidade de areia, pek estrada ha
poueo construída, a qual destruiu quantaa
casas encontrou na sua impetuosa corren-
te;—algumas casas ficaram enterradas até
aos telhados, pelos quaee só poderam sair
os desgraçados que as habitavam. A casa da
escola ficou bastante damnificada e lanua"
dada.
Uma pobre mulher ficou ferida n'am bra-
ço, por uma faisca eleelrica.
Até ao dia 5 ainda ali não tinha appare-
eido auctoridade alguma do concelho.
Á infeliz povoação da praia da Nazareth
não ha desgraça que lhe não tenha sobre-r
vindo n*estes últimos annos e parece amea-
çada de completa destruição.
A parte do caminho de ferro americano,
próximo á Martingança, também foi destruir
24
NAZ
NAZ
da, a tal ponto, que não ponde fanceionar
por muito tempo.
Havia aqui uma praça de touros, velha e
mal construída.
Durante as festas do anno de 1874, hou-
ve aqui duas touradas; a 1.* a 8 de setem-
bro e a 2.* a 10, ambas coneorrídissimas.
Á meia hora do dia 11, poucas horas de-
pois da tourada, se manifestou um pavoroso
incêndio na praça. Apesar de todos os es-
forços e soeeorros, das auetoridades civis e
administraitivas e de um concurso inúmera*
vel de povo, ás duas horas, estava toda a
praça reduzida a cinzas.
Disse-se que o fogo foi lançado de propó-
sito; mas parece mais provável que fosse ca-
sual.
Um correspondente do Diário Rlustrado,
descreve assim este incêndio:
Leiria, 14 (de setembro de 1874). — Posso
hoje dar alguns pormenores acerca do in-
cêndio da praça dos touros do sitio da Na-
zareth, de que já mandei a noticia.
O fogo manifestou-se com grande intensi-
dade meia hora depois da meia noite de sex»
ta para sabbado ultimo: ao local do sinis-
tro correu, logo que d'elle soube, o sr. gover-
nador civil d'este districto, Peito de Carva-
lho, com aquella assiduidade e dedicação
que lhe são próprias, bem como as auetori-
dades que alli se achavam, a força de caça-
dores 6 e lanceiros, e os policias civis que
alli estavam destacados.
O incêndio apresentava um aspecto impo-
nente e atterradort as chammas azuladas,
lambendo rapidamente o taboado, o estalido
da madeira candente, o estrondo das vigas e
barrotes que desabavam, as faulhas ímpelli-
das pelo rijo vento norte que soprava caiam
sobre os telhados das casas, chegando algu-
mas a ir parar ao largo da madeira na praia,
o immenso clarão que alumiava esta e o mar,
produziam, a ponto de parecer de dia, era
um espectáculo tao.terrivel e assustador, que
fazia trepidar os mais corajosos.
Ás acertadas, enérgicas e promptas provi-
dencias mandadas adoptar pelo sr. governa-
dor civil, se deve com certeza não ter sido
pasto das chammas a maior parte, se não to-
dos os prédios do sitio da Nazareth, • cuja
população, pusilânime e cheia de panieo^
não trabalhava para atalhar o incêndio, ou
para obstar a que elle 8e'communicas8e aos
prédios, desabafando apenas em gritos des-
entoados, os seus reeeios e os seus sus-
tos.
Por outro lado a maior parte dos romei-
ros fugiam atterrorisados e em tropel para
a praia, levando comsigo o que podiam.
Sem agua, á mingua de todos os recur-
sos, impossível seria atalhar o fogo se se
communicasse aos edificios, os quaes fica-
riam reduzidos a cinzas, assim como ficou a
praça de touros. >
O sr. governador dvil no dia seguinte
mandou dar uma ração de vinho a toda. a
força armada e aos policias, que presta-
ram relevantes serviços na occasião do in-
cêndio.
Diz-se que o ar. governador civil vae man-
dar reedificar a praça dos touros^ mas com
mais segurança, fazendo<se toda de pedra e
cal, pois que só o era até á altura dos ca-
marotes:—assim deve ser, porque as toura-
das são motivo de maior concorrência àquel-
le grande arraial.
Parece que os arrematantes da praça re-
quereram, ou vão requerer ao sr. governa-
dor civil para se lhes fazer o abatimento da
terça parte no preço da arrematação; o que
é de equidade, porque tendu arrematado a
praça por três tardes, ficaram prejudicados»
não tendo dado a corrida de sabbado, por
causa do incêndio.
Diz-se que o fogo não foi casual, mas lan-
çado de propósito.
As festas correram plácidas e animadas,
não havendo a minima desordem, nem um
roubo, apesar de ser a concorrência tão
grande, que não ha memoria ha muitos an-
nos^de se ver alli tanta gente.
A tourada do dia 10 foi magnifica e a en-
chente a deitar fora.
A companhia que representou no theatro
era muito rasoavel, e desempenhou a Mor-
gadinha de Vai Flor, com agrado do publi-
co, tendo também boas enchentes, e reinan-
do alli boa ordem, o que ha muitos annos
se não vé.
NÂZ
A força de hnceiros e caçadores 6, e os
policias civis prestaram excellente serviço.»
Em novembro de 1874, subia â analyse e
approvaçao da janta consaltiva de obras pa-
blicas os desenhos, projectos e orçamentos
do hospital qne vae íandar-se no sitio da
Nazareth e qne acabam de ser remettidos ao
governo pelo sr. governador civil de Leiria,
e foram elaborados pelo l.« engenheiro o sr.
Jayme Augnsto da Silva. O orçamento d'esta
útil e humanitária obra ó de d:800M00 róis.
O edlflcío terá 40 metros de extensão por
10,60 metros de largo, além de daas casas
nas faces posteriores dos topos. Terá 8 ja-
Bellas de frente e ama porta ao centro. For-
mar-se-hio duas grandes enfermarias de
9*,S0 de comprido por 8",40 de largo, e
duas mais pequenas de 5* por 4'* de largo.
Haverá também quartos particulares e casas
para banco, cozinha, lavanderia, banhos, ar-
recadações e habitação de empregados. Se-
rão attendidas todas as condições de salu-
bridade e commodidade para enfermos.
Desde janeiro até abril de 1875, construi-
ram-se na praia da Nazareth, mais de vinte
prédios, para residência dos banhistas, e es-
tão já outros ccmcluidos (agosto) e alguns
ainda em constnieção.
Em agosto de i875, concluiu-se a con*
ilmcção da nova praça de touros, em me-
lhores condições do que a antiga.
Na Correspondência de Combra^ n.« % do
4.* anuo (16 de maio de 1875), se lé o se-
guinte:
Antigos 6 modernos impostos
do pesoado
Os pescadores da praia da Nazareth pa-
gavam até 1833 os seguintes impostos :
Aos frades bernardos, do convento de San-
ta Maria de Alcobaça, 1 peixe de cada 20 que
eoUiiam, ou UOOO réis por cada SOJIOOO rs.
^ sen produeto; ao estado, 1 peixe por ca-
da n, ou lifOOO róis por cada 321000 réis;
à coliegiada da villa da Pederneira, 1 peixe
NAZ
25
por cada 15 que colhessem, ou 1^000 réis
por cada 15^000 réis do seu produeto; e á
Misericórdia, em virtude de um contracto
feito entre elles e os vogaes d'esta corpora-
ção, a terça parte do peixe (ou do seu pro-
dueto) que colhiam aos domingos e dias san-
tos, e nos dias de semana 200 réis por cada
4M00 réis do produeto do peixe, e d*ahi para
cima sempre k mesma quantia de 200 réis; -
não chegando, porém, o produeto a 4^000
réis, não pagavam. A Misericórdia dava par-
te d*esses lucros, isto é, somente metade do
terço das pescarias colhidas aos domingos e
dias santos, á confraria do Santíssimo.
Actualmente pagam os pescadores para o
thesouro puMico o módico imposto de 6 %
sobre o produeto de áuas pescarias, líquido
de 10 Vo« <]Q6 ^ Icí manda deduzir para cal-
deiradas e comedorías; e sobre os 6% ^
lançados mais 5 Vo addicionaes, e 5 % para
viação. Estes impostos são lançados sobre o
produeto do peixe vendido diariamente até
ao fim do mez, e pagos pontualmente no mez
immediato áquelle a que dizem respeito.
Em o n.? 124 do semanário lisbonense —
O Catholico — vem o seguinte
GOMMUmCADO
A natureza, que é pródiga ordinariamen-
te para com todas as povoações, parece ser
mesquinha para com a pobre povoação da
Praia da Nazareth; esta conserva-se sempre
no estado de abatimento, apathíca e triste; e
e se em agosto, setembro e outubro, se apre-
senta risonha e alegre, revestíndo-se de to-
das as commodidades, para as oíferecerem
aos banhistas, que em numerosa quantida-
de afflaem áqnella Praia, passados alguns
dias, ella volta ao seu antigo estado. A praia
é vietima periodicamente de vendavaes, tem*
pestades e cyclones.
Foi este ultimo, que nos dias 22 e 23 de
maio (1875) se observou espantoso e terrível,
não só no mar, mas também na terra; o mar
encapeliado parecia querer submergirem seu
selo a povoação inteira; na terra não era me-
nos o susto e pavor que se patenteava, mor-
mente na classe dos pescadores, que consti-
tuem a maioria d'aquella população. Etc.
26
»BG
N£BIS— antigo nomo do rio Neiva. (Vide
Neiva.)
NECESSIDADES (Nossa Senhora das) —
Tires kilometros ao E. da villa de Abrantes
(Vol. i.% pag. i5, col. 2.") está o Sanctuario
de Nossa Senhora das Necessidades, funda-
do em i620, por João Pereira de Bettencourt,
que também então instituiu junto ao San-
ctuario, um vinculo, em uma quinta de re-
creio, vasta e rendosa que aqui possuía.
É esta ermida de muito linda architectu-
ra, quadrada, com quatro arcos sobre que
assenta uma abobada em meia laranja. Tem
um bonito alpendre, e casas para aposento
dos romeiros. Estas casas ficam sobre a egre-
ja e sacbristia, com umas escadas de pedra
que dão serventia para a egreja; e para fo-
ra, sobre as casas, uma torre com janelias
para todas as partes, e das quaes se gosa
am formoso panorama.
 uns 150 metros da capella, ha um bo-
nito cruzeiro, onde principiam as novenas
dos romeiros.
Teve por 200 annos um eremitão, que cui
dava do aceio da capella e das imagens, mas
Já ha muitus annos que deixou de o ter.
A um kilumetrOy lambem a E. d* Abrantes,
eno caminho que vae para o Sanctuario an-
tecedente, esià o logar de Alferrára de Ci-
ma, 1 e n'elle se vé a capella de Nossa Se*
nhora do Bom-snccesso, sanctuario de gran-
de devoção e concorrência da villa.
Está esta capella no pateo de uma quinta,
e naida ás casas d'ella, e é de bonita archi-
tèetnra, e de abobada.
Da fundação d*e8ta ermida, só se sabe que
nm cavalheiro d'Abrante9, chamado Miguel
â'Almeida, instituiu um vinculo, fazendo es-
ta quinta cabeça do mesmo, pelos anhos de
1610.
Por morte do instituidor, lhe suceedeu sea
filho, João d' Almeida, e a este, o desembar-
gador Gaspar d'Almeid.i, que a possuía em
1720. Hoje é dos seus successores.
NEGROPOLIS (palavra grega, composta,
qae significa cidade dos morto»)—- A pag. 91,
^ ilZ/W^raraé corrupção da palavra árabe
Alfarase, que significa cavalleiro, derivado
de /oTâs— cavalio.
NEC
do ô."* Boletim, da Reai Associação dos arcM-
tectos civis e archeologos portugtiêzeSy vem
um artigo do digno presidente da mesma
Real Associação, o sr. Joaquim Possidonio
Narcizo da Silva, que, por curiosíssimo pas-
so a transcrever — é o segninter
tNão se ignora o costume dos antigos ro-
manos, com respeito ás sepulturas dos sêoa
finados— já sendo os cadáveres enterrados
no seu estado natural, como no tempo ia
republica — já reduzidos a cinzas, comio do
tempo do império: assim como a veneraçaa
que elles como os povos da mais remota an-
tiguidade consagravam aos mortos; cona^
mando os romanos sepnltal-os fora das cor-
tas das suas cidades, em magníficos lúma-
los, com que ornavam as sabidas das eslra^
das, e entre ellas a Via ÂppkSy em Roma, na
extensão de quinze milhas, annunciando es-
ses sepulchros, a grandeza da cidade mais po«
derosa do mundo — Indicando as inscríp^íes
d*esses monumentos a serie de heroes qae
a haviam illustrado, e grangeado a admira-
ção dos outros povos, seus contemporâneos;
pois que, quer d*um modo, quer d'outro, sem-
pre estavam juntos aos despojos mortaes que
ellas encerravam, diíTerentes^objectos que ha-
viam pertencido ao failecido, e que elle tinha
estimado mais, durante a sua existência*
Também os romanos escolhiam, nos paí-^
zes onde dominaram, para os seus cemité-
rios, legares que ficassem situados nas ver-
tentes das collina?, do lado do poente; ten<
do-se confirmado esta disposição, pelas des-»
cobertas feitas nas necrópolis da Allemanha,
França, Hespanha, e agora, no nosso solo.
Em Portugal aind) não se tinha achado
necrópolis pertencente a uma grande povoa-
ção, muito embora se tivessem f^^ito em di-
versas localidades descobertas pardaes de
sepulturas romanas, e nas quaes se encon*
travam egualmente objectos que caracteri-
sam a sua origem e praticas do sen rito;
porém, no mez de maio, do anno findo (IS74)
em Alcácer do Sal (antiga Salacia) na pro-
priedade do sr. António de Faria Oentil^
querendo-se nivelar um terreno, occupaéo
por um olival, afim de se estabelecer um cal-
çadouro para uma eira, removendo se a ter-
ra necessária, para tomar a saperficie horl*
NBG
NEC
n
MMUI Beieacobrio, n» proAindidade de tá
oe&Umetros» freios 4e ferro e íoiba» de e»*
padas, oairas com puahos ád bronie, cioze*
lados, fibalas de bronze, vaaos Ucrimato-
rios, laoipadas mortuárias de barro, moe-
da^ etc, e(e. Mas, o que eaasoa bastante
surpreza, e muito mais augm«ntou a admi*
ração, I6i encontrar- se entre esses objectos,
am retrato, em argiHa, coberto de estuque
eolorido, de toda a perfeição, além de quatro
anuas» de diversas grandezas, no estyio etrus-
co, contendo cinzas.
Serviam se os romanos de varias matérias
para a fabricação das huas umas — de erys-
tal, de mármore, de barro e mesmo de me*
tal, conforme a oalhegoria e a fortuna do
fattecido; mas não se havia ainda descober-
to, em parte alguma, nas suas necrópolis,
orna de semelhante qualidade, d'aqati]as
que foram acbadas em Alcácer do Sal, e da
época de Cláudio, conforme indica a moeda
gae encontraram jnnto d'ellas.
O achado de uma mascara e a execução
dVsae trabalho, eram casos raros e também
dignos de oceupar a séria attenção dos ar«
cheologos de todos os paizes.
£' verdade terem os romanos a particula-
ridade de mandar tirar masearas em cera,
dos Qnados, para estarem patentes no pe-
ryslilo de soas habiuções, na oecasiãodos
enterrauientos, para serem depois conserva*
das pelos parentes dos finados; e, não ob«
stame esse costume, todavia, são raríssimas
as que se tem descoberto na ftaiia. D'esse
facto se comprehende qual será a importan*
cia de semelhante achado, feito no nosso
paiz: portanto, tivemos sem demora o cui-
dado de participar aos sábios estrangeiros,
08 mais notavBs éa soieneía, pedindo-Hies
a soa opinião a este respeito, para se expli*
enr este singular descobrimento.
Ini^lizinente, os trabalhadores, quebraram
énas d'estas urnas; porém a maior, a mais
bem conservada, da qual a estampa n.* 10
do presente numero, dá perfeita ideia das
plouiras que a ornam, na grandeza do orí-
fpxaày mostrando^se na eompesição doas^
«Énpio, o destino da uma» conforme o que
an praticava nas eeremonias fúnebres^ na
Etruria. £sta orna tem O-, W d'allo^ e a wa^
torno eom 0*,5I. Na face principal, está re-
presentada ucíka mulher, segurando um bra-
seiro, havendo dois mancebos, um de cada
lado, munidos de grandes espetos, na acção
de asaaremcarne— alludindo á derradeirare-
feição. Por detraz d*elles, um ancião, cob a
mão esquerda sobre o coração, indicando,
com o braço direito estendido, uma arvore
que fica em laced*elle, a que um homem, no
vigor da vida, arranca uma folha— evidente
representação da immeosa dôr que causa a
perda de am meovbro da família, que está
symbolisado na fulha arrancada da arvore«
A represeQt.'i(;ão da scena, do lado opposto
d'esta urna, posto que a côr enegrecida do
fundo desappareoesse, por causa da humi-
dade do terreno, todavia, ainda se descobre
um pouco o contorno de três figuras de
que se companha a pintura — constando de
dois guerreiros nus—um d*elles, tem sobre
a cabeça una capuz, com duas paias, cabidas
sobre os hombros — o ontro, com a cabeça
descoberta, mas apresentando uma cauda
de cavallo, na extremidade da espinha dor-
sal.— Entre elles ha uma mnlher, sostendo
na mão esquerda um escudo oval, e parece
proteger com ello o guerreiro que tem o
capuz, em quanto com o braço direito le*
vantado, quer evitar que o outro combaten-
te ataque com a lança o seu adversário.
Nota-se a differença entre os dois athle-
tas, para indicar, serem de raças diversas—
sendo as scenas d*esta natureza representa*
das nas urnas etrusca^, de encineração, para
significar que a nossa existência é sempre
uma lacta constante, e somente a morte lhe
p$e termo; como mostra a interrupção do
combate, pela attiinde da figura que faz ees*
sar a contenda, porque se finou um ser.
Os romanos serviam«se de artistas gregos»
para lhes fabricarem urnas; porém, as snais
pintaras, representavam scenas menos san*
goinolentas, enquanto que as pertencentes
aos etrusees, eram sempre compostas de
combates, alem de que a época em que o
fundo das pintaras não era a própria eôr
da argilbt, mas sim preto, corresponde ao
maior desenvolvimento da arte grega: toda^
via, será mais diflicil explicar, como no tem*
po do imperador Cláudio se teriam servido
28
NE6
NE6
d*esta qualidade de urnas, nas oeremonias
funería?, e isso na antiga Lnsitania.
Os archeologos mais felizes e mais com-
petentes, resolverão esta singularidade, elu-
cidando com o seu saber, tão extraordiná-
rio descobrimento.»
NEGRA e NEGRAS— * eram appellidos no-
bres em Portugal. Estas famílias tinham por
armas — em campo de prata, três flores de
liz, azuen, em roquéte — cbefe de púrpura,
carregado de quatro girSes de prata. Elmo
d'aço aberto, e por timbre uma das flores de
liz das armas. Estes appellidos estão hoje
extinctos.
NEGRÊDA-— freguezia, Traz-os-Montes, co-
marca e concelho de Yinhaes, 60 kilometros
de Miranda, 480 ao N. de Lisboa.
E:n 1757 tinha 31 fogo».
Orago, S. Bartholomeu, apostolo.
Bispado e distríeto administrativo de Bra-
gança.
O abbade de Cellas apresentava o cura,
que tinha 6^000 réis de côngrua e o pé de
altar.
Esta freguezia está ha muitos annos an-
nexa á de Cellas.
NEGREIROS— freguezia, Minho, comarca
e concelho de Barcellos, 24 kilometros a O.
de Braga, 340 ao N. de Lisboa, 140 fogos.
Em 1757 tinha 101 fogos.
Orago, Santa Eulália.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
fi terra fértil. Muito gado.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
360^000 réis de rendimento.
Vive n*esta freguezia (agosto de 1875) JoSo
NevoeirOf que nasceu em 1752 !— Sua mulher
tem mais de 80 annos. Estão ambos no goso
de todas as suas faculdades intellectuaes, e
percorrem a freguezia, esmolando o susten-
to diário.
Negreiras é appellido nobre d'este reino.
Traz por armas escudo esquartellado — no
i.* e 4.*, cotieado em palia d*ouro e azul, de
seis peças— no %"" e 3.*, escaquellado de ou-
ro e azul, de seis peças em faxa e seis em
palia. Elmo d'aço aberto, e por timbre, meio
leão, azul, carregado de trez palias d'ouro.
NBGRÍLLOS ^ freguezia. Douro, comar-
ca e concelho de Santo Thyrso, 14 kfloiae*
tros a S. O. de Braga, 315 ao N. de Uaboa,
150 fogos.
Em 1757 tinha 147 fogos.
Orago, S. Mamede.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo do Porto.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
60O4Í0O0 réis de rendimento.
É terra muito fértil em todos os géneros
agrícolas e cria muito gado, sobretudo bo*
vino, que exporta. (Vide a freg.* seguinte.)
Á parte E. doesta freguezia se dá vulgar-
mente o nome de Negrellos; e á O. o de Bat'
retro,
A egreja matriz, está no alto de uma col-
lina, avistando-se d'aqui quasi toda a fre-
guezia.
Em frente d'ella, a pequena distancia, está
a capella de S. Roque, que serve de cruzeiro,
onde vão as procissões da freguezia. Véem-
se d'este sitio as fregnezias de Roriz, S. Mar-
tinho do Campo, S. Salvador do Campo, Mo-
reira, Lórdéllo, e outras — e os montes da Fal-
perra e Sameiro, Junto á ddade de Braga,
além de outros menores.
Ha n'esta freguezia mais duas capellas par-
ticulares—uma na casa da Lage, e outra na
chamada mesmo da Capella.
Havia outra, capella, junto á quinta de
Bougado, mas está abandonada, tendo só as
paredes e o tecto.
Na quinta de Bougado, ha um bonito pa-
lacete, mandado edificar por Manuel de Mel-
relles, que o não chegou a conduhr. Hcje
está bastante arruinado.
Em um quarto d'este ediflcio, estão as mú-
mias que se diz serem de S. Theodoro e de
S. Vicente. Estão em mán estado de conser-
vação, por falta de cuidado. Consta que fo-
ram mandadas de Roma ao tal Manuel da
Meirelles, por um alto personagem romano,
para uma capella que elie tencionava alU
edificar, e que apenas ficou em projecto.
Na parte da freguezia denominada iVifflfr^/-
íos, ha três principaes nascentes d'agua—
duas das quaes vem do monte das Bêgaáoê
— e todas juntas formam um ribeiro, que
régaemóe.
NEG
NEG
29
. Pela parte da fregaesia denominada Bar-
reòra^ passa am ribeiro, qae Dasce na fre-
gaezia de Codêços. Rega e móe.
Jantam-se ambos na fregaezia de S. Mar-
tinho do Campo, e Tão desaguar na mar-
gem direita do ViséllOj com o nome de ri-
beiro de Fondéiho.
Perto da casa da residência do parocho,
ba am bellp cbafoFíz, mandado fazer, em
1820, peio abbade Domingos José Gibrao.
Lança agaa, por três bicas, em um bom tan-
que; tendo em frente outra bica qae lança
agaa em am tanqae peqaeno. Cada am dos
tanqaes, tem dos lados dois assentos de pe-
dra.
É muito bem construído e pintado, e tem
em um nicho envidraçado, uma linda ima-
gem de S. Domingos.
A E. da fregaezia (na parte de NegróUbs»
propriamente dita) ha um logar chamado
Santo-Sidro (corrupção de SatUo Isidro ou
Isidoro), e díz-se que era aqui o aosento da
primitiva egreja matriz, ci^^o orago era San-
to Isidoro. Ainda aqui se vé, próximo a um
olival, uma pedra levantada, ci^a Cace supe-
rior tem uma pequena cavidade quadrangu-
lar, que se diz ter sido o pé da pia baptis-
mal.
Junto a uma casa que aqui ha, está ser-
vindo de capa a um cano de esgoto, uma pe-
quena pia, que dizem ter sido a pia da agua
benta. N'esta mesma casa, ha uma imagem
antiga, de Santo Isidoro, toscamente escul-
pida em gôsso. Tem uma grande cavidade
nas costas, porque o povo lhe tira o gesso
para beber misturado com vinho, crendo
ser um effieaz remédio para a cura das ma-
leitas,
GonsU que Negréllos foi villa, e que d'el-
la tomara o nome, a ponte de Negréllos^ so-
bre o Visélla, por ser o caminho para esta
freguezia.
NE6RÊLL0S — freguezia, Doaro, comar-
ca e concelho de Santo Thyrso, immediata á
antecedente, e ás mesmas distancias de Bra-
ga e de Lisboa, 220 fogos.
£m 1757 tinha i50 fogos.
Orago, S. Thomó, apostolo.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo do Porto.
O real padroado apresentava o cura, que
tinha 40^000 róis de congroa e o pó de al-
UT.
Foi villa e couto. Foi do antigo julgado
de Refojos de Riba d' Ave : depois formou
concelho próprio, com as freguezias de S.
Martinho, S. Salvador do Campo, S. Miguel
do Couto, Monte Córdova, S. Mamede de Ne«
gréllos, Rebordaos, Refojos de Riba d'Ave,
Roriz, e Yillarinho. Foi supprímido em 24
de outubro de i855, passando todas estas
dez freguezias para o concelho de Santo
Thyrso.
Também então foram sup«
primidos os julgados de Bou-
ças, Gondomar, Maia, Vallont
go, e Villa Nova de Gaia, que
foram formar parte das co-
marcas do Porto.
As mesmas producções da freguezia ante«
cedente.
É visconde de Negréllos, o sr. Manuel Ma-
ria da Gosta Alpoim, filho do sr. Francisco
Manuel da Costa, visconde de Montariol.
Alpoim é um appellido nobre d*este rei*
no, e o brazão d'armas d'esta familiar é — em
campo de prata, cinco flores de liz, d'ouro,
em aspa. Cerca o escudo a fegenda— notre
UAMB DB PUY— Timbre — uma aden da sua
côr, com os pés de púrpura e bico d'ouro.
O desembargador do paço, Diogo Lopes
de Carvalho, instituiu o morgado d'esta fre-
guezia e couto, e do couto de Abbadim.
Seu sobrinho, o doutor Gaspar de Carvalho^
chaneeller-mór do reino, testamenteiro de
D. João III, edificou, com soberbas madei-
ras de ébano, que aquelle rei lhe deu, os
seus famosos paços, com grande torre orna-
da de ameias, na cidade de Guimarães.
D*esta lámilia foi um dos illastres proge-
nitores, Afiíonso Lourenço de Carvalho, ca-
valleiro, que fez com qoe D. João I conquis-
tasse Guimarães, quando estava em poder
dos castelbanos, em 1385.
Não menos illustre foi o doutor Diogo Af^
fonso de Carvalho, corregedor das províncias
d'£ntre Doaro e Minho, e Traz-osMontes, e
so
ma
NEG
desembargador do paço, no reinado de D. Af-
fonío V.
Ha a(fni uma magnifica fabrica de fiação
d*a1goâão, na margem eaqnerda do rio Vi-
sélla, cuja agua lhe serve de motor.
PasBi peia freguezia o ribeiro do Fojo, que
rega, móe e faz mover um lagar de azeite.
Nasce em um monte d*esta freguezia, junto
á dcTHonte-Córdova, e desagua .na esquerda
do VisélU.
Passa por aqui a estrada à mae-adam, que
do Porto vae a Guimarães, assim como a
muoicipal, em construcção (agosto de 1875),
que vae ao concelho de Paços de Ferreira.
No monte do Crasto, ao S. da fregnezía,
ha vestígios de fortificações antiquíssimas.
Ha n'€»ta freguezia duas oapellas particu-
lares— uma na casa de 8eqneiros — outra na
do Outeiro — e uma publica, junto k ponte
velha.
Em um cabeço, diamado Atto de Santa
Margarida, consta que houve outra capella,
cuja padroeira deu o nome ao monte.
No corpo da egreja matriz, do lado da
Epistola, está a capella do Santíssimo Sa-
cramento. É ioda de abobada de pedra, bem
lavrada, tendo exteriormente um pórtico,
aa alpendre, sustentado por sele columnas,
com seus capiteis lavrados.
Na frente tem um escudo d'armas, com
tres' torres, sendo a do melo mais elevada,
6 tendo de cada lado uma serpe enrolada
tm uma arvore.
Tem esta capella duas alampadas — uma
sustentada pela confraria do Santíssimo Sa-
cramento—outra pela casa do Pãço (dos srs.
condes de Cavalleiros, que tem bastantel
propriedades n*esta freguezia).
NEGRÊLLOS -*- freguezia, Douro, comar-
ca e concelho de Santo Thyrso, 24 kilome*
tros ao N. do Porto, 335 ao N. de Lisboa,
45 fogos.
Drago, S^nta Maria.
Arcebispado de Braga, di^ríeto adminis-
trativo do Porto.
Esta freguezia foi supprimída, no tempo
dos jhsuítas, e annexada á de Roriz; menos
alguns fiigos, que ficaram pertencendo à fre-
guezia da S. llamede de Nsfrélloa. Ainda
dois fogos d*esta ultima fregaezia, 6 que fo-
ram da de Santa Maria de NegréUos, pagam
a o/^a ao parocho de Rórti e nio ao de
S. Mamede, que é o seu verdadeiro parooiw.
Na egreja que foi matriz, hA uma linda
imagem (de roca) da Santissima Virgem, e
á qual se faz uma boa festa ç remaria, a 15
d'agosto.
Ainda conserva a pia baptismal, e n'eUa
a seguinte inscripçâo:
i565.
A. ALZ.
CYEA.
NEGRILHOS — freguesia, Alemtejo. Vide
S, Jêão dos Nepilhas, a pag. 4I&, eol. 1:*, de
3.° vol.
Negrilhos é appelido nobre em Portugal,
vindo de Hespanha. Não se sabe quem o
trouxe a este reino. Os Negrilhos teem por
armas — em campo azul, banda de púrpura,
filetada de ouro, carregada de seis cruzetas
do mesmo, entre quatro flores de liz, de ou-
ro, duas de cada lado.
NEGRINHA— A negrinha é uma insígnia
do mordomo-mór da casa real poriugueza,
com a qual assiste a todos os actos públicos
da corte.
No reinado de D. AfTonso V, pelos annos
de Í44i2, vieram os primeiros negros trazi-
dos de Guiné a Portugal, por Antão Gonçal-
ves, criado do infante D. Henrique; e pelos
annos de 1448 também víejam a Portugal,
da costa do sul de Cabo Verde, os primeiros
dentes de elephante.
Desde então, Affonso V ordenou a Álvaro
de Souza, senhor de Miranda, e seu mordo-
mo-mór, que usasse de uma bengaila de
marfim, tendo por castão uma cabeça negra,
em todos os actos públicos da corte, como
para indicar o seu novo domínio n'aquella9
partes do mundo.
NEGRÕES— freguezia, Trazos-Montes, co-
marca e concelho de Mont'Aiegre, 70 kilo-
metros a N. £. de Braga, 430 ao N. de Lis-
boa, 130 fogos.
Em 1757 tinha ^5 fogos.
Orago Santa Maria Magdaleoa.
NEI
NEI
31
Arcebispado de Braga, districto admiois-
trativo de Yilla-ReaL
O reitor de S. Vicente da Chan, apresen-
Uya o vigário, eoliado, que tinha i20 jOOO
réis de rendimento.
Esta fregaezia, assim como Morgade, e o
logar de Godeçoso (fregnezia de Meixido)
era antigamente apnexa á de S. Vicente da
Chan, e formava tudo uma commenda, que
foi primeiro dos templários, e depois, das
freiras de Santa Clara (franciscanas) de Vil
la do Conde. Rendia esta commenda réis
1:400^000.
(Vide CAan— S. Vicente da).
Negrão, é appellido nobre em Portugal.
Vide Ancêde, yoI. 1.% pag. %3&, col. i.'
NEGROS ou A DOS NEGROS— (antiga-
mente— Dados-Neffros^ que é como está no
Poff . Sacr. e Prof,} fregueiia, Extremadura,
concelho de Óbidos, comarca das Caldas da
Bainha, 80 kiiometros ao N. de Lbboa, i80
fogos. '
Em 1757, tínha m fogos.
OragD, Santa Maria Magdalena.
Patriarchado, districto administrativo de
Leiria.
O povo apresentava o cura, que tinha 90
alqueires de trigo, 30 de^ cevada e duas pi-
pas de vinho.
Negro é appellido nobre n'este reino.
Consu que procede de CeciUio Nêgro^ in-
trépido capitão lusitano, que viveu entre os
annos do mundo 3944 e 3984, isto é, entre
60 e 20 antes de Jesus Christo.
Os Negros trazem por armas— as mesmas
dos Negreiros^ com a differença no timbre,
que o dos Negros é um braço de negro, pe-
gando em uma palia ou bastão de ouro.
Havia também em Portugal o appellido no-
bre da NegrônaeN^grôno, procedente de Gé-
nova, sem se faber qu^m o trouxe a este rei-
no. Traziam por armas— em campo de pra-
ta, três palias de negro — e outros do mesmo
appellido usavam das mesmas armas, mas o
campo, em vez de ser de prata, era de ou-
ro. Elmo de aço, aberto, e por timbre meio
leão de ouro, carregado das três palias de
negro, das armas.
NEIVA— rio, Minho, (o Nebis dos roma-
nos). Nasce no termo da villa da Barca, e,
tendo atravessado parte da província do Mi-
nho, desagua no Oceano, na freguezía de
Castello de Neiva (vol. 2% pag. 182, col. 1.*
in fine), 12 kiiometros ao N. de Fão e Espó-
zende, e próximo do mosteiro benedíctino
de S. Romão de Neiva.
Rezende (Antiquitatibus LusUaniae, Livro
2.% §. de fivminj fundado no que escreve-
ram Pomponio Mella e Ptolomeu, diz que
este rio deu o nome á cidade de Nébis, e a
uma ponte, que o Itinerário de Antonino
Pio situa sobre a via militar romana, que
de Braga hia para Astorga, pelo litoral. Nao
ha o minimo vestígio doesta ponte, e pare-
ce que Rezende se enganou com a indicação
Ad pontem Neviae, que é na Galliza, a uns
2 kiiometros ao N. de Lugo.
Junto à ponte de Anhel, que atravessa o
Neiva, se levanta o alto monte de Lousada.
No seu cume, houve uma povoação, que se
diz ter sido uma cidade romana (a tal Ne-
bis?) Ainda d'ella ha vestígios, e muitos mais
haveria, se o povo não tivesse tirado d*aquf
a pedra, para varias construcções.
Fortificavam esta cidade, dois muros, cu-
jos alicerces ainda se divisam. O 1."^ tinha
i kilometro de circumferencia, e o 2.*, que
era o interior, tinha de circumferencia uns
300 metro9.
No archivo da Sé de Braga, existe um
documento, contando a divisão que se fez
da província de Entre Douro e Minho, em
doze condados, no reinado de D. Fernando
Magno (de 1036 a 1067) e falia d'esta cida-
de, mas não a nomeia — diz — Ad radices
montis Pandi, et Lupatis ad frigidam [on-
tem juxta Civitatem magnam, quae ibi des-
tructa jacet á Mauris. ^
Na fregupzia de Aguiar, comarca e con-
celho de Barcellos (vol. 1.», pag. 37, col. l.«)
fallei na celebre torre ou castello de Aguiar
do Neiva.
Darei aqui mais al(nins esclarecimentos
com respeito a esta fortaleza, que eslava
edificada eatre o rio Neiva e o Lima, 8 ki-
iometros ao S. de Vianna.
Consta que este castello foi fundado pe-
los gregos, que lhe deram o nome de Nevis,
32
NEÍ
no anão do mondo 2632—1372 antes de Je*
sus Ghristo (I)
O rei D. Fernando, fez conde de Neiva
(S. Romão de) a sen cnnbado, D. Gonçalo
Tello de Menezes. D. João I lhe tiroa o con-
dado, encorporando aâ suas rendas ao con-
dado de Barcellos, qae depois passou a ser
da casa de Bragança.
Em nm penhasco sobranceiro ao mar,
perto da foz do Neiva, estão as rninas do
tal castello grego, que foi uma fortaleza
inexpugnável na antiguidade.
A foz doeste rio é tão estreita e tão errt-
çada de rochedos, de ambos os lados, que
n*ella só entram barcos pequenos. Entram
porém muitas lampreias, relhos^ trutas, bo-
gas, escalos, etc. Também aqui se pescam
bastantes lagostas, navalheiras e outros ma-
riscos.
Ha n'este rio muitas azenhas.
Em uma doação, feita por Âffonso Nantes
MirU á Sé de Braga, na era lill (1073 de
Jesus Ghristo) e que existe no livro Fidti--
entre outras propriedades, deixa umas her-
dades na margem do rio Neivola^ com o seu
Lavigal—^Cxim suo Lavigale.» ^
Isto leva nos a suppor que também anti-
gamente se deu ao rio Neiva o nome de Nei-
vola.
NEIVA — freguezia, Minho, concelho, co-
marca, districto admnistrativo, e próximo
a Yianna, 30 kilometros a O. de Braga, 365
ao N. de Lisboa, 145 fogos.
Em 1757 tinha lOi fogos.
Orago S. Romão. Arcebispado de Braga.
O abbade do mosteiro benedíctíno do mos-
teiro de S. Romão, d'esta freguezia, apresen-
tava o vigário triennal, que era um monge
do mesmo mosteiro, que tinha 30^000 reis
e o pé d'altar.
1 Não sei o que é Lavigal Talvez seja
erro de cópia, em logar de navegagem (vide
Navagem). E' provavebque no século XI
existisse n'este sitio do Neiva, alguma bar-
ca de passagem, cnjo rendimento pertences-
se á herdade doada.
O nome do doador não me parece portu-
{[uez nem castelhano. laclino-me a que se-
ja normando ou gascão.
Ml
Para o condado de Neiva (dos Tellos de
Menezes) vide Netva, rio.
Esta freguezia está situada em uma espa-
çosa planície, nas margens do rio que lhe
dá o nome.
Diz-se que esta povoação foi fundada pe-
los gregos, quando edificaram o castello do
Neiva. (Artigo antecedente.)
É terra fértil em todos os géneros do paiz,
e abundante de peixe do mar e do rio; e nos
seus montes ha muita caça, do chão e do
ar.
É natural d'esta freguezia, o beato frei
João da Ascenção, vulgarmente — jpadre>
mestre frei João de Neiva. (Vide Braga, a.
pag. 473 e seguintes, do vol. l.*"
Foi conde de Neiva, de Ourem, de Bar-
cellos, de Arrayolos e de Penafiel — mar^
quez de Vílla Viçosa — duque de Bragança
(o 3."*) e de Guimarães, e senhor de trinta
villasy D. Fernando, o II do nome no ducado
de Bragança. Era o maior senhor das Hes-
panhas, depois dos reis.
Ás suas immensas riquezas, e ao seu no-
bilíssimo nascimento, juntava todas as qua-
lidades de um cavalheiro perfeito, de um
esmerado cortezão e de um guerreiro intré-
pido.
Serviu com grande valor ao nosso D. Affòn-
so V, e foi d*eile tão extremosamente amado,
que era o arbitro do reino; o que desagra-
dava ao soberbo e irascivel príncipe D. João
(depois n) pelo que, morto seu pae, inten-
tou D. João revogar os privilégios dos dona-
tários, atirando, com esse intento em pri-
meiro logar ao duque, como ao principal e
chefe da aristocracia portugueza. Princiqiou
pelo tratar com extremo desagpMlo, em mui-
tas occasiões, tanto em particular, como
em publico.
Doestes factos nasceram as queixas (e tal-
vez impaciências) do duque; palavras im-
prudentes contra o rei; reuniões e conciiía-
belos com seus irmãos, para procurarem o
remédio ás vexações que o rei fazia, não s6
ao duque, como a sems irmãos e a vários
fidalgos; cartas ao rei de Gastella, queixan-
do-se amargamente do rei portuguez; suges-
V.
\
NEI
iSès á09 procDraAores fias cortes, cjtie étião
fld celebraratn (1481—1482) para qne se op-
IM^seséèm obstinadamente ás projectadas e uti-
lídimas reformas do úionárcha, qne todas
téli(iiam a diminnfr o poder Ilimitado dos
grandes, os seus absurdos e intoleráveis
pVívílegios, a sua desmedida ambiçlo de
dòinínar, e o abuso que fciziam das regalias
6 direitas que a cirrumstatícia do nascei-
metato, e as leià barbaras do paíz, até então
lhes cencediam.
D. João n, manda prender (1483) ò duque,
^sposto a principiar o tèrrivel castigt) qúe
tencionava dar à aristocracia portugueza,
])do seu chefe natural.
O promotor fiscal deu principio ao pro-
eesão. O duque protestou contra este aeto,
qúe lulgava incompetentíssimo, pretendendo
^er julgado por príncipes e senhores da sua
eatbegoria, segundo os usos do templo, etn
quasi todas as nações ctiltais da Earot)?i; e
nlo por ministros totalmente dependentes
dk Vontade do rei; más não foi ouvido, e
este indeferimento deu-lhe o desengano de
que a sua sorte estava decidida, e a sua
morte de antemão decretada.
Mandou chamar o virtuoso padre Paulo,
loyo, seu cx)nfessor, que leve sempre junte
a si, para o preparar para a sua ultima via-
gem.
O rei, ardendo em desejos de vingança,
tinha marcado para o processo o prazo fa-
la! de 25 dias. No fim dVlIes, mandou ar-
mar a sala grande das paços d*Evora, com
panos de raz, onde se viam representados
\U\09 factos da vida do imperador Trajano.
D. António Pinheiro (que depois foi bispo
do Funchal), procurad(»r do duque, requereu
ab rei que não assi^^tisse ao acto da publí
cação da sentença; porem o rei índer^riu.
£ram 21 juizes, no numero dos quaes en-
travam alguns fidalgos, escolhidos pelo rei,
qtie a todos fez uma pratica, em que decla-
rava ser sua vontad»> que se fizesse jusriça,
e que votasse cada um com inteira liberdade;
o que todo o mundo traduziu por ordem
terminante de condemnaçao. Esta sessão te-
ve li)gar no dia 21 de junho, do dito anno
de 1483: o duqut) foi condennado á morte,
e executado na praça d^Evora, logo no dia
YOLDm VI
NÈI
3è
se'guintiB; não se lhe concedendo nem ao de-
nos ds três dias á^oratoiio, que «arcava à
lei, coth receio de alguma tentativa dos fi-
dalgos, parciaes do reu, que era a maioria
da nobreza.
É certo que o duque tramava contra o
seu rei, e mesmo contra a sua pátria, pre-
tendendo attrahir contra ella um monárcha
estrangeiro e ambicioso, e não receando sér
a causa de que os castelhanos satisfizesseiti
o seu desejo de todos os tempos, o seu so-
nho de todos os dias a—absorpção de Portu-
tugal. Mas o duque tinha feito uma figura
importantissima no reino, e era muito sym-
páthíco, pelo que a sua morte causou uma
tristeza geral no povo, e nos fidalgos umà
grande sanha contra o rei, que acoimavam
de Nero portugnez.
D. João II tudo supplantou, destruiu e
castigou, chegando a um excesso de ferdx co-
bardia, assassinando com uma punhalada,
seu primo, duque de Viseu, no dia 23 de
agosto de 1484, ho paço do Setúbal, aonde
o tinha mandado chamar â traição. Nódoâ
indenevel, que todos as boas obras do prik'
cipe perfeito jamais poderão purificar.
Depois, manda formar processo ao duque
assassinado (!) e aos seus cúmplices, que fo-
ram declarados réos d^alta traição, e execu-
udos.
Neiva, é appellido nobre em Portugal.—
Trazem os Neivas por armas — escudo es-
quartellado— no l.*»e 4.», de púrpura, cinco
chaves azues, perfiladas d'ouro, em aspa —
no 2.% esquartellado, tendo no l.*" e 4.'' as
armas d' Aragão— no 2.* e 3.», as de Navar-
ra.—No S.*" quartel, as armas, modernas, dos
Farias, que são— um campo de púrpura, um
castello de prata, com portas e frestas de ne-
gro, entre cinco flores de liz, de prata, 3 em
chefe e uma de cada lado. Elmo de prata,
aberto, e por timbre, duas das chaves azues
do escudo, em aspa, atadas com uma fita de
púrpura.
Ha n*esta fireguezia o mosteiro benedieti-
no, de S. Romão de Neiva, fundado em 540
(reinando o rei suevo Theodomiro), por &
Romão.
NEI
NEL
O correr de 560 annos tinha damnifieado
maito este convento, que, em iiOO estava
bastante arruinado. Então, o poderoso con-
de, D. Payo Soares (o que o conde D. Pedro,
no seu Livro de linhagens, chama Payo Paes-
Caminhão), o reedificou e lhe fez grandes
doações. Era este conde, senhor de Neiva e
de outras muitas terras do Minho.
D. Monso Henriques (1133) lhe deu o re-
guengo, e grandes esmolas.
Este mosteiro, está à vista e a pouca dis-
tancia de Palme e de Carvoeiro.
Era desde os seus principies, asylo com-
modo e gratuito de todos os viandantes, fa-
zia avultadas esmolas aos indigentes das vi-
sinhanças, e educava na religião cathoiica
as creanças dos arredores.
Pelos annos de 1470, no pontificado de
Paulo II, passou a commendatarios; porém,
em 1561, sendo pontifico Pio lY, voltou aos
monges benedictinos, com a obrigação de
darem a terça a D. Álvaro de Castro, filho
de D. João de Castro (o célebre 4.'' vice-rei
da índia, que fallecéra em Gôa, em 1548).
Sendo arcebispo de Braga o cardeal D.
Henrique (depois rei), cessou para o mos-
teiro, o pagamento da terça, que pouco tem-
po se chegou a pagar.
O D. abbade de S. Romão apresentava as
egrejas de S. Paio d' Antas, Villã-Fria, e Sou-
to de Rebordòes.
Neiva já era julgado, no tempo do rei D.
Diniz, pois das ín^irições a que mandou
proceder, em 1290, consta, que na fregue-
zia de S. Miguel de Cepães, do julgado de
Neiva, havia a herdade de Rio de Moinhos,
que foi do abbade de Pachacos, parochia
que já exidtia antes do conde D. Henrique
Yir para Portugal (1093), e d'ende se pre-
sume que os Pachacos tomaram o appellido.
Em agosto de 1875, vários sacerdotes da
província do Micho, se teem reunido no edi-
ficio do mosteiro de S. Romão, empregando
o tempo em exercidos espirituaes; em pré-
dicas ao povo que alli tem hido (e entre elle,
pessoas catholicas, de familias aristocráti-
cas), e em outros actos, próprios de minis-
tros da religião chriatan.
Infelizmente, chegámos a um tempo em.
que é preciso escondermo-nos para orar a .
amar a Deus, e para exercer a religião ca-
thoiica apostólica romana (que de mais &
mais, é a religião do estado), ^ e nem escon-
didos deixam de ser acoimados pelos ímpios,.,
de ultramontanos, reaccionários e conspira"
dores I— De modo que, o que seguir a reli-
gião de nossos pães e avós, conspira, e é de* '
nunciado, urbi et orbi, como inimigo da pá-
tria!
«Alteri tempi, alteri pensiôrel»
NEIXENÇA— portuguez antigo— produc*
ções e renovos, assim das terras, como dos
animaes. Em 1153, contratou um individuo
com sua mãe, viuva, de partirem tudo que
chegasse a ganhar e adquirir— «ic de pane^
quomodo vino; sic de neixencia, que ibi nas- .
cer, etc. — (Doe. das freiras benedictinas, do
Porto.)^
NfiLLAS— villa, Reira- Alta, cabeça do con-
celho do seu nome, da comarca de Mangual- ,
de, 18 kilometros de Yizeu, 270 ao N. da
Lisboa, 500 fogos.
Em 1757 tinha 247 fogos.
Orago Nossa Senhora da Conceição.
Rispado e districto administrativo de Yi-
zeu. "*
O vigário de Santa Marinha, de Senhorim^
apresentava o cura, que tinha 6^800 réis de
côngrua e o pé de altar.
É o antigo concelho de Senhorim, que foi
para aqui transferido.
O concelho de Néllas é composto de 6 fre-
guezias, todas no bispado de Yizeu— são —
Cannas de Senhorim, Carvalhal-Redondo,.
Néllas, Santar, Senhorim, e YiUar-Sôcco —
todas com 2:530 fogos.
O foral que compete a este concelho, é o
de Senhorim, dado por D. Manuel, em Lis- ,
boa, a 30 de março de 1514. (Livro dos fo-
raes novos da Beira, fl. 114, col. 1.*)
No mesmo dia, mez e anuo, mas antes
^ c A Religião Cathoiica, Apostólica Roma- .
na, coutmuará a ser a Religião do Reino. To-
das as outras Religiões serão permitlidas aos
Estrangeiros, com seu culto domestico, oa
particular, em casas para isso destinadas,
sem forma alguma exterior de Templo.» ,
(Carta Constitucional, artigo 6.**)
NES-
NES
35:
d*eflt6, dea o rei, também em Lisboa, foral á
villa de Canoas de Senhorim. (lÀvro de fo-
raes novos da Beira, fi. liO v., col. i.')
Ha n*esU fragaezia a aldeia do Toladaly
sitnada em um monte, a 1:200 metros do
lio Mondego, e 3 kilometros de Gannas de
^nhorim.
No eentro d'esta aldeia, está a capella de
Nossa Senhora da Tosse, fundada pelo povo
d'este logar, no meio de am grande ter-
reiro, onde se vé ama frondosa amoreira.
É tradição que a primittiva ermida da
Senhora da Tosse, era janto á margem di-
reita do Mondego, e que foi madada para
aqai, por caasa das enchentes do rio, qae a
damnifleavam.
Faz-se a festa d*esta Senhora, na 2.* oita-
va da Pasehoa, e é muito concorrida.
N'este dia costumavam vir aqai em pro-
cissão, os povos das freguezias de Gannas de
Senhorim, VillarSécco, Senhorim e Néllas,
eom seus respectivos parochos.
Como a antiga imagem da Padroeira es-
tava em mau estado, o visitador a mandou
substituir por outra nova, e a primittiva foi
recolhida na sacristia, em um cofre de ma-
deira, em i708.
É barão de Nellas, o sr. José Bernardo
dos Anjos e Brito.
NÊLLO— portuguez antigo— n'isso--a tal
respeito— n'essa cousa, etc.
NEMBRAR— portuguez antigo— lembrar,
recordar, etc
NEMBRO— portugufiz antigo— membro.
NEIGIIDADE — poriugaez antigo — igno-
rância, inseíenda, imperícia, etc.
NEMETANOS— antigos povos da Lusitâ-
nia, na chancellariade Braga, dosquaesera
capital, a cidade de Yolobriga. Ignorase a
situação d'esta cidade eseu districto, e ape-
nas se sabe que era ao N. O. de Braga. &
provável que Yolobriga fosse alguma d*es-
sas povoações, cujos vestígios apparecem
nas serras d^Arga e Coura.
NEMÚ— portugnez antigo— no mesmo ins-
tante, immediatamente,
KESPERAL— freguezia, Beira-Baixa, co-
marca e concelho da Certan, 70 kilometros
do Crato, i65 a B. de Lisboa, iOO fogos.
Em 1757 tinha 93 fogos.
Orago S. Simão, apostolo.
Ê do grão-priorado do Crato, hoje anne-
xa ao patriarchado, districto administrativa
de Castello- Branco.
Os grãos priores do Crato, apresentavam
o reitor, que tinha 120 alqueires de trigo,
20 almudes de vinho mosto e 2M00 réis em.
dinheiro.
É terra muito fértil em cereaes.
HESPEREIRA— fireguezia, Bfinho, comar*
ca e concelho de Guimarães, 18 kilometros
a N. E. de Braga, 360 ao N. de Lisboa, 130
fogos.
Em 1757 tinha 114 fogos.
Orago Santa Eulália.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
O thesoureiro-mór da collegiada de Nos>
sa Senhora da Oliveira, de Guimarães, apre-
sentava o vigário, que tinha 50M0O réis de
côngrua e o pé de ãdtar.
É terra fértil. Muito gado de toda a qua-
lidade.
É n^esta freguezia a nobre casa do Paço,
solar dos Amaraes, que era vinculada. Foi
instituidor d'este morgado, Pedro Cardozo
do Amaral, oontadormór do reino, ao qual
D. João III deu carta de brazão de armas,
em 1538, por provar ser descendente dos
Car dozos, fomiiia que sempre teve em Por-
tugal grandes privilégios e foi de esclareci-
da nobreza»
Pedro Cardozo do Amaral e Menezes, d'es-
ta casa, foi o prímeiao que na índia levan-
tou o grito de independência, em 1640.
É hoje representante d*esta familia, e se-
nhor da casa do. Paço de Nespereira, o sr.
João Lobo Machado Cardozo do Amaral e
Menezes, neto do sr. João Machado Pinhei-
ro, l.^" visconde de Pindella, por ser filho da
filha d'este, a sr.« D. Maria Amélia Cardozo
Pinheiro de Menezes.
Brasões à'aarmas dos divensos
appellidos d'6sta familia
Amaral— Em campo de ouro, seis cres-
centes de azul, em duas palas. Elmo d^aço,
aberto— e por timbre, um leão de ouro, com
u
NES
NES
uma aeha de armas nas mios, e oaada
azul.
Cantoo — fim campo de púrpcora, dois
eardos, de verde, florídos, cora a flor e a raiz,
de prata, eDtre dois leões de ouí^o, i>atalhan-
M, armados de [Púrpura. TímlM*e, ama^tsa-
beça de leão, de ouro, sahindò-lbe dn boc*
ca Tim bardo verde, <mm»o <m àò «sendo.
Loôo— Vide vol. 3 % pag. 84, col. 1.*
Machaâõ'-'prÍiiC\}^oíí etAeiveère appeHi
de, na pessoa de D. Mrado ItAiik^ rko^-ho-
mm)y «e Senhêr de Gondares, ao ^oal D. Af-
kftí^o Hetrriqaes mandovi asar (a efte « sefas
desceodentes) do appeliido Machado, por
qne, com um maiehadio, arrombou nma das
portas de Santarém, em 8 de maio delt47,
para dar entrada ao exercito portagoez,
commaDdado pelo rei, que n'e8te dia tomott
aos moaros o castello de Santarém, um dos
mafis fortes qae os mouros tinham em Porta-
gai. (Vide Santiirem),
O principal solar dos Machados, é a torre
da Penairate, na provineia do Minho, faoda-
da em 1200, por Fernão Machado.
Os Machados trazem por armas^^m cam-
po de púrpura, três machados de prata, com
cabos de ouro, em roquéte, e nove torres de
ouro, na orla. Elmo de aço, aberto— timbre—
dois dos machados das armas, em aspa, ata-
dos com ama fita de purpura.
Outros do mesmo appeliido, osam — em
campo de púrpara, cinco machados de pra-
ta, com cabos de ouro, em aspa. BImo de
aço aberto, e o timbre antecedente.
A Álvaro Ma<^hado Pinto, e a sea prim^o,
loão Machado Moniz, e a seu filho, Francts-
eo Fernandes Machado, todos portugopzes,
deu Fernando II, imperador da Allemanha,
em 1637, as at^as segoiintes — escodo es-
qoartellado— DO l.*" quart#l, de verde, três
machados de prata, com cabos de ouro, em
roquéte— DO 2.^ de negro, uma espada de
prata, com um bastão, de ouro, em aspa, en-
tre estas quatro letras— F. J. L. F.— que que-
rem dizer — FariíMndns hnpfrator Liben-
ter factício imperador Fernando as deu de
boa vonude).— No 3.* quartel, de azul, um
eoração de púrpura> perfilado de ouro, en
Ire om letreiro do mesmo, qae dtz-^5^«
fUea til Dsô mt (a mtnba esperança está em
Deus). — No k.*" quartel, de ouro, um gadio,
de oôr cinzenta, com algumas peniias^
gro. Elmo e timbre como os antecedentes.
]llBnêiseS'-Y\áQCant<mhêiey Ericeira^
riçoA, MmiaJttu^ Penalva, Tarouca e FoMít*
áWTH.
PínA?íros— Vide Barcellos,
NfiSPBRBníA ^ freguecia, Beira Baixa,
comarca e concelho de Gouveia, 90 kilooM^
troa a G. N. B. de Coimbra, 290 ao B. de
Lisboa, 170 fogos.
Em 1757 tinha 90 fogos.
Orago Nossa Senhora da Graça.
fifspado edistricto administrativo da Guar-
da.
O prior de Gouveia, apresentava o cura,
que tinha 8M00 réis de côngrua e o pé de
altar.
O seu clima é excessivo, mas saudável.
Produz eereaes, legumes, fructas e hortali*
ças. Tem multo gado miúdo, e faz-se aqoi
muito bom quei}o de ovelha, que se ex-
porta.
Em junho de 1874, aconteceu n'e9ta fre-
guezia uma serie de desgraças, a que jutgo
dever dar cabimento n'e3ta obra.
Tinham ficado só em casa, dois filhos de
uma pobre gente, um de dnco e outro èe
três annos. O mais velho, vendo cascar um
porco, fez a mesma operado ao seu irmão
(d'elte rapas), do que lhe resultou a morte
immedíata. Chega a mãe (qne andava gra-
vida) e, n*um momento de allut;inação, cra-
va um sacho, que truzia, na cabeça do pe-
queno assassino, que ficou logo morto.
Foi presa. Quando a InfeKc mãe, no meio
da escolta que a levava para a prisão de Gea,
seguia o seu calvário de amarguras, saiu lhe
ao encontro o marido, que do trabalho re-
colhia com uma foice aos hombros. Espan-
tado e ffltonito por ver a mulher em tal
companhia, perguntou a razão, e sabendo-a,
fora de si, com o juízo penlido, rompeu em
taes excessos que, atropellando uns e fedu-
do outros, chegou perto da mulher, sobre
quem desisarregou tarpauha Ibiçada, que a
deixei rherta logo alíi.
Em seguida, soltado gr^os furiosos, cor-
lendo como louco pelas rna^, M acommet-
liilo âe tal aeoeseo de doidice, qodBÍDgueiB,
sem pprteo da vida, se podia aprowi^^r d'çd-
le. O profurio eijicesso da saa dôr fea cofo qae
sereoasse algooi taDto; pofóm, raooidaQd^
ae k^ do qjeie se havia pausado, caninbou
desesperado para o nio Alva» e<a'ella' se prsr
eipitou, ejatoflceu afogade.
• """"
N£8PBB£IHA— fregoezia, Douro, eoauu^
ca 6 aooeeiifto de Lonaada, 35 lúloioetfoa a
V. E. do Porto, aaOi ao N. da Usboe, 90 fo-
fos.
fim 1757 tinha 51 fogos.
Orag o S. Jcáo fivaageliala^
Bispado ediatrioto aduiníatrativodo Pof-
10.
O papa, o bt»po do Ponto, os moag es ba-
aedietíDos do BiiísiéUo (Pttoaftei) a oa eone-
gos regcaates da Sanlo Agoslioho (eraieios)
4a Sem do Pilar (Gaia) apvaseatavi^a al-
lemativameDie o ahbad&--a sabedr^-eoi ja-
neiro, o papa-r-em fevereiro^ o biaporr^ani
Buarço, os fradies bentos e es crasioa {i) Sa-
Ift ahhadia waéia 400jí00(> réis amwaasv
NfiSFfiREIBfi— fregq/etía, Beira Alta, eor
narea e coacellio de Siofães, 40 kilometroa
ao O. da Laiaego, 310 ao N. de Lisboa, QliO
Orago Saata Marinha.
Bispado de Lamego, dislriota adottOiStra-
l&va de Vftzeo.
Até ao lira do seaudo XYIU, havia doas
iKgiieaias distinctas, d» mesmo* nome, e
aoMiguas, qud hoje formam uma só^ firam^
S^nia MarmhOy apresentada pelo real pa-
Aoado.
O abbade tinha 6504000 réía de rendi-
mnta annoal.
Tinha em 1757, 152 fogos.
Santo Ericio (ou Eurico) apresentada ab-
laniativameato pelo papa e pelo bispa de
Lamaipa.
O reitoff tinha tôOtflOOO róis de rendimenlo.
Vinha em 47£^7, tôO fogoa
Ha n'eMft fireguezia. dois grandes meoca-
ias mensaes, a 4 e a 18 de eada mez.
A povoação de Nespereira (onda eaiâ a
ap«^ matría,, e onda sa fézemasmarcBâos)
NES
a?
é mni^ antiga, e (oí villa, eapital de WDMr
lho, que foi sappFinaída, passando a formar
parte do ooncelho de Sãa Fin$^ oomarea da
Ré^eade. Este ^xmeelho foi sapprimido^ eaa
24 de outubro de 1855, passeado as fregue-
zias que o compunham, para o concelho e
U9V9Í eoQ^rea de Sinígâs.
O ael D» Manueli dau foral á wUa da Nea-
pereira, em Lisboa, a W de ahriik da AMA.
fkmrOi do$ fmaes nwçe da títma, fi^ 120,
col. !.•)
Trata-se n'este fgra^ d^s terras segoin-
tes:
Alxnargam, Alvellos^ Aviojos^ Carpe^él-
la> Gs^l, Ermida, FermantéUos, Folgarosa,
Giitfh^nte, Lsfeosa, Montão, Noadaw^ Pa-
ço^ l^voa, Póvoa do €q«sul, Pó^oa de Vir
Rai, SangnÀnhédo» Soure da li^gdaleaa. Sou-
to, Travações, Várzea, Viila-GhaD. Vilto-NíOr
¥a-do^Caa»po, e Vittar- da Monte. (Na gaveta
80^ maço U, n,<^ 11, está a processo Qua se
fez pava este foral).
Teve aàé 1834 dua» oompaahias da ovda-
nanças. Foi seu idtimo capitão moi:, o se.
Luiz do Amaral SeaAbiaao, 400 «lonren aa-
saasinadOí dauraata a gnaira eivijt Ae 1846
a 1842.
NBS»BSmA ALX4- aldaia. Beira- Alta,
IA fireipaeaia de Villa-lfaiaf, eoncekho de 8.
Pedro do Sai, comarca de Vouzeiia^ bispada*
distneto admiiiistaativo e 18. kUomeinífi AP
N. de ViMM.
Passa aqui a nova aslracls^ a machdaoi,
que vaa para Laasego.
Era n'asta aUlsia a aasa a resídaaeia dos
sr. Yalemioi d* Almeida Novaes, a Joaquina
d^AlmaUa Díovaes, ambos offioiaaa da exar-
Gtio realista, eoaavencMnadíO em EvoraUoor
te; a ambos garalmealeastimitoiíaapfilaftSQfla
vistades, tanta doa legjitimftstiaa, oomo doa
UberaeSL
O ar. ValenlMu. d* Almeida Novaes» l»lleoaa
n*esta sua oaaa, de um ataque apopletieo,
no dia 16 dis aAiril de 1^4.
Sentai^a pna^ da eadate» em 1810 — Foi
feito alferes, em 11 de fsaeceii» de 1811 -^
tenente, em 28 de novembro de 1817 — ca-
pitapv i¥> Ji-*' da dezem)i)ro de 1820— major,
a 22 de outubro de 1832 — .teaania catonal.
38
NES
NES
a 3 de outabro de 1833 — e. fiòalmeate, co-
inonel no i.» de janeiro de 1834. Na oecasião
da coDTeDçâo, commandaya o bravo regi-
mento de infanteria de Gaseaes (n.« 19.)
Não deixon filhos.
«
Eis o artigo necrologico, que no Carreio
tfa Tarde, n'« 543, publicou um cavalheiro,
intimo amigo do illustre finado.
«Mais um dos valentes soldados de Evo-
ra-Monte baixou à sepultura.
- Curvemos os joelhos, e elevemos ao céo
uma prece pelo seu eterno descanço.
- Já não é doeste mundo o ill."* ex.m*' sr.
Valentim d'Almeida Novaes, de Nespreira.
Um violento ataque apopletico, que ape-
nas lhe concedeu 24 horas de vida, o roubou
aos seus amigos, que tanto o respeitavam e
amavam.
Munido com os sacramentos da religião
santa, encarou a morte com a resignação e
coragem, que nunca desamparam aquelles,
que n'ella pensam a miúdo, e que para ella
se preparam com uma longa pratica de vir-
tudes no decurso da vida.
' Nascido em 1791, em tempo que existi-
am ainda restos d'esse génio cavalheiroso
português, que tantas glorias nos valeu, que
tanto inflammava o coração da nossa juven-
tude, lançou-se na carreira das armas, assen-
tando praça em cadete em 1810. Por se tor-
nar distincto, foi despachado alferes no mes-
mo anno ^ e já tenente acompanhou a expe-
dição para o Brazil em 1817, d'oQde voltou
capitão.
Emigrou para a Hespanha em 1826, onde
se conservou até 1828, e depois na patente
tio coronel do regimento de infanteria n.*
il, fez toda a campanha do cerco do Porto
•até á Convenção de Évora Monte, onde se
«viu obrigado a depor a espada, que nunca
havia descançado na bainha, quando a pá-
tria chamava seus filhos ás armas, e de que
âiera sempre uso com a valentia e coragem
â*um verdadeiro soldado portnguez, sendo
condecorado com as ordens de Torre Espa-
da, Conceição e Aviz.
' 1 Engana-se o sr. Araújo, foi em 1811 co-
/no 86 via atraz.
Mas se é de admirar a sua valentia e bra-
vura como soldado, muito mais o são as vir-
tudes, que deixou ver na vida privada.
Fez o que fazela as almas grandes: quando
viu perdida a causa que tanto amava e amoa
sempre, a causa, porque jogara as armas, e
tantas vezes expozera a vida, retirou-se das
scenas do mundo; e no exercício da mais
santa caridade, da caridade que esconde a
mão com que mata a fome ao pobre, e en-
xuga as lagrimas ao desgraçado; passou no
retiro da sua aldeia o espaço de tempo de-
corrido de 1834 a 16 d'abril de 1874, em
que se finou.
Affavel sempre para com todos, também
mereceu sempre a estima dos homens ho-
nestos de todos os partidos: o que mais
uma vez se deixou ver bem daro no acto
solemne do acompanhamento dos seus res-
tos mortaes á sepultura, onde se viam todos
os representantes das prieipaes familias de
Lafôes e immenso povo: e*se isto nos impres-
sionou e nos deixou ver a con<>ideração que
todos lhe ligavam, os gemidos e lagrimas
dos muitos desgraçados, a quem matava dia-
riamente a fome, e que não queriam acredi-
tar que a morte cmel lhes roubasse um
protector tão caritativo, mais nos impressio-
naram ainda, porque eram o apparato mais
eloquente da sua pompa ftinebre.
No eeu, creio, que estará gozando o pre-
mio de tantas virtudes» e sirva esta lem-
brança de consolação a seus ex.*^* sobri-
nhos, a quem acompanho do corado no sen
tão justo soffrimento, porque também perdi
um amigo verdadeiro, em cuja campa ve-
nho depor esta lagrima de saudade, pedindo
ao mesmo tempo a todos os leitores um P.
N. e uma A. M. pelo seu eterno descanço.
S. Pedro do Sul 20d*abrílde 1874 — An-
tomo Corrêa d* Araújo.*
A morte de um irmão querido, de tal mo-
do contristou o sr. Joaquim d' Almeida No-
vaes, que apenas lhe sobreviveu 14 mezes e
10 dias, pois falleceu a 27 de junho de 1875.
Deixou filhos, cavalheiros de tanta honra-
dez e probidade, como sempre o foram seu
pae e tio, cujos bons exemplos seguem reli-
giosamente.
O testemunho do iUustrado jornal Atolam,
NEV
NEV
39
que 86 publica em Viseu, é de todo o ponto
insuspeito (visto ser liberal), b por isso do
seu n.* 70, extrahi o seguinte:
«Falleceu na sua casa de Nespereira, fre-
guezia de Yilia-Maior, concelho de S. Pedro
do Sul, o ex."*"" sr. Joaquim d* Almeida No-
vaes, no dia 27 de junho.
Era um cavalheiro. A probidade e a hon-
ra, foram sempre característicos que o en-
nobreceram.
Brioso soldado nas fileiras da legitimida-
de, nunca esqueceu os seus deveres, nem
deixou perder um só dos seus princípios.
A sua morte, enluta-nos e a todo o parti-
do legitimísta.»
NEVES — portuguez ant. — nome de mu-
lher.
NEVES ou NOSSA SENHORA DAS NE-
VES— freguezia, Alemtejo, concelho, comar-
ca, districto administrativo, bispado e próxi-
mo de Beja, 90 kilometros a O. d*Evora, 120
ao S. de Lisboa, 230 fogos.
£m i757 tinha 85 fogos.
Orago, a mesma Senhora.
Foi do arcebispado de Évora.
^ É terra muito fértil.
A mitra apresentava o cura, que tinha
330 alqueires de pâo terçado, e o pé d*altar.
NEVES (Nossa Senhora das) — Sanctua-
rio, Beira-Alta, na freguezia de Lobélhe do
Hatto, comarca e concelho de Mangualde,
bispado e districto administrativo de Viseu.
(Vol. 4.% pag. 432, col. 2.«)
Esta freguezia, é no arciprestado do Aro,
e foi annexa à abbadia de S. Miguel de For-
nos.
No logar da Cerveira, está o Sanctuario
de Noêsa Senhora das Neves, também cha-
mado de Nossa Senhora da Cerveira.
É templo multo antigo e serviu por mui-
tos annos de egreja matriz da freguezia, em
quanto se não edificou a actual.
Fica o Sanctuario em um alto, defronte e
áo E. da povoação de Lobélhe, situada em
iun valle, tendo ao S. terreno montuoso, mas
6m partes cultivado. Para o N. e O., é o ter-
reno povoado de vinhas e olivaes.
É um templo vasto (para ermida) com três
altares, e a sua fundação é de data multo an-
tiga.
Em 1620 se lhe instituiu uma irmandade»
com 150 irmãos. Os estatutos foram appro-
vados, a 28 de janeiro de 1625, pelo gover-
nador do bispado, o doutor Balthazar Fagun-
des; e segunda vez, sede vacante, em 29 de
julho de 1656. O bispo D. João de Mello, con-
firmou depois estas approvaçoes. Tem esta
irmandade indulgência perpétua, por breve
do papa Urbano VIII, de 1641. Os irmãos
eram d'esta freguezia e das de Fomos, Al-
cafache, Moimenta de Frades, e Espinho.
Era a imagem da Padroeira d'esta egreja»
objecto de muita devoção, dos povos d*estes
arredores, que lhe deixaram vários legados»
em campos, olivaes e dinheiro.
Faz-se-lhe a sua festa a 5 d'agosto. É uma
grande romaria, onde vem gente de muito
longe. Ha sempre a representação de um
combate, entre o imperador Carlos-Magno e
os seus doze pares, contra o Almirante Ba-
Ião. Por fim, os francezes (jà se sabe) der-
rotam os mvwros, e termina tudo em come-
dias, danças e folias. . . e muitas vezes tam-
bém em murros, facadas e pancadaria.
NEVES (Nossa Senhora das) — Sanctua-
rio, na freguezia de Argoncilhe, no concelho
da Feira. (Vol. 1% pag. 238 Q, col. 2.»)
A capelia de Nossa Senhora das Neves é
antiquíssima, e não consta a data da sua fun-
dação; só se sabe que os crusios do mostei-
ro de Grijó, achando o templo muito arrui-
nado, o mandaram demolir, construindo, no
mesmo logar, outro, de abobada, em 1581.
Parece que esta abobada era mal construí-
da, porque, poucos annos depois, se desfez,
construindo-se-lhe o tecto de madeira, que
é o existente.
Ha duas imagens da padroeira, ambas de
pedra — a antiga, de grosseira esculptura»
tem 0",66 d'aUo — e a moderna, feita em
1581, com 1",10 de alto, e é de boa escul-
ptura. Ambas teem o Menino Jesus nos bra-
ços.
É tradição que se fez a nova imagem, por
ter desapparecido a primeira, sem por espa-
ço de muitos annos se saber o que era feito
d*ella, até que, sendo encontrada em uma
freguezia do termo de Aveiro, e provado o
roubo, a tomaram a trazer para a sua ca-
pelia.
40
my
A sua festa faz se-lhe do dia próprio, que
é a 5 d*agosto. Vem então aqai em procis-
são, as fregu^zias de Lobão, Mósélloíi, Caldel-
las (S. Jorge), Sanguôdo (Terreiro) do mes-
mo concelho da Feira; e.Sandím, e Olival,
do concelho de Yilla Nova de Gaia, comarca
do Porto. Os seis paroehos d'estas freguezias,
aahem d^ellas em procissão, com palio, mu-
sica, assim como o de S. Martinho d^Ârgon-
cilhe, que é o da capella, e cuja procissão é
sempre a mais brilhante.
Tem havido annos em que se juptam aqui
dez e mais musicas. No anno de i874, jun-
tara^^se, por despique, trinta e duas!
O concurso de romeiros, é sempre iu^men-
30, Nas festas d'este anno (5 d*agosto de 1875)
ca]culou-s6 em mais de vinte mil, o numero
dp almas que se acharam Ateste vasto ar-
raial.
É a. festa religiosa maior, e de mais fama
que se faz em toda a Terra da Feira.
Quasi todios os annos ha aqui grandes des
ordens, m^aí?, n'este ultimo anno, graças à so-
licitude e acertadas providencias do sr. José
Correia Leite Barl)osa, digno e illustrado ad-
miuistrador do concelho da Feira^ tudo se
passou na melhor boa ordem.
Também n'esta freguezia está a em[)ida
de Nossa Senhora do Campo, ou da Appare-
oida, como se denonriina vulgarmente; mas
a sua invocação verdadeira é Nossa Senhora
d^ Assumpção. É grande* e tem capeila-ojór,
corpo da egreja e sachristia. Foi a primitiva
egfeja parochial da freguezia, até ao anno
de, i686, em que se construiu a actual ma-
triz.
Teve esta Senhora^ duas. grandes iroian-
d^dçs.— uma de clçrigos e ou^ra de secula
res. A primeira comprehendia |[^aade nu-
mero de padres, das muitas freguezias. que
esianceíaq) entre os rios Douro e Voug;a -^
a outra tinha irmãos nas freguezias que es-
tão entre o Douro e o mar^ e d*ella foram
muitas vezes juizes, os condes da Feira.
Com. as diíTerenças e demandas que hou-
ve entre os bisp(»s do Porto, e o isento áfi
Grijó (o mosteiro dos crusios. e seu couto),
do q^e resultaram vários interdictos e éx-
cbmmunhões^ acabaram estas duas irman-
dades^ e cooi ella^ a grande devoção e ;^
esplendidas festas à Senhora.
NE VOGILDE^ freguezia, Minho, comarcjt
e concelho de VUla- Verde (foi do concelho-
de Villa-Chai\, comarca do Pioo de Rega^-
dos), 1^ kilometros ao N, de Braga, 370 ap
N. de Lisboa, 75 fogosi.
Em i757 tinha 59 fogos.
Orago, Santa Marinha.
Arcebispado e districto administrativo dp
Braga.
A mitra apresentava o abbade, que ti^tjjk
280:^000 réis de rendimentp.
É ttrra ferii). Muito gado e colmeias, 6
grande abundância de caça grossa e uúud^.
Nevoçilde é corrupção de Novegildo, no-
me próprio d'homem.
NEVOGIliDE— freguezia, Douro, comarca
e concelho de Lousada, 24 kilometros ao S.K-
de Braga, 30 a.o N. do Porto, 330 ao N. ^e
Lisboa, 2:^0 fogos.
Em 1757 tinha i 40 fqgps.
Orago, S. Veríssimo.
Bispado e districto administrativo do Ppr-
to.
A mesma etymologia.
O bispo e o mosteiro de Pombeiro (bene-
dictíno) apresentava o abbade, que ti,iUa
400)^000 réis de rendimento.
É terra fertilissima em todo^ 09 gQnerp^
do paiz, e cria n^uito gado bovino, qiie ei:*
porta.
NEVÕGILDE—fr^gjuezia, Douro, concel^^
de Bouças, comarca e 6 kilometros ao N. do
Porto, 315 ao.N. de Lisboa, 40 fogos.
Em 1757 tinha 41 fogos.
Orago, S. Miguel, archanjo.
Bispado e di^itrjcU) administrativo do Po^*
lo.
A mesma etymologia.
A mitra apresentava o abbade^ que (iql^^
200^000 réi^ d«H rendimento annual.
É terra muito fértil. Faz grande ne^QfCio
com a cidade do Porto, para onde expprfi^
muito gado bovino (que vae para a In^js^-
terra) e muitos generps a^içplas.
É baroneza 4© Nevogilde, a sr." D. Car)^-
ta Ricca Borges de Moraes e Castro.
Esta senhora era a proprietária do célf;:
bre palácio, da rua do Triumpho, na cid^
m
^0 Porto, chamado— jza/ocio dos Cq/rrqr^as. |
(Yide líiranala^ íregaezia, 4o Porto.
J^íca esta fregaezía situada emi;e S. João
4a Foz e MatiusiuhoSy em sitio fprmoâissi-
mo, na custa do Oceano, a com arredores
sobre-modo piíturesços, e ares muito sau
dáveis.
▲ torre da e£;reja matriz, e as casas da po-
voaçàp, alvejai^) ao longe, por entre formo-
sos maciços de verdura, e bastos e vastos pi-
i^haes abri^im a terra, dos ventos do qua-
drante de £. e N. E.
Gordeiheiras cultivadas, ao N. e S. da po-
^paçãp, vestein o sóio de uma perpeiua ver-
dura. Ao O. se estende a vasta superfície do
Oceano Atlântico, vendo-í>e sulcado por na-
vios e barcos de todos os tamanhos, tonela-
gens e denominações; e ouve se o mar, jà
trovejando fremente e ameaçador, debaten-
do*se couira os rochedos da costa, jà man-
so, deslisandose com leve* miirmurio, nos
brancos areaes da praia.
No 5.<> volume, z, pag. 89, do primorosis-
3imo semanário Archivo PUtoresco, vem uma
tocante narração, um bello remancesinho,
intitulado Os velhps de, Nevogilde^ escripto
pelo sr. Leonel de Saiupajo, Não o copio,
{^ ser extenso para um diccionai io; e nâç
o dou em resumo, porque tirar Ibe-hia to-
das as g^Ias com que o seu esclarecido auc-
Ipr o soube enfeitar. R^etto os leitores cu-
riosos para o livro e logar citado.
NÉXE— Vide Barbara de Néxe (Santa).
Yol. !.•, pag. 321, col. 2.*
NICOLAU (São)— Vide Fomos t S. Nico-
lau, vol. 3.^ pag. 2i8, coi. 1.% no fim— e
vol. 5°, pag, 6?, col.l*— S- Nicolau.
NICOLAU (Sàu)>-freguezia da capital dp
r^o. Vide lÀshoq.
NICOLAU (São) freguezia, Douro, na cida-
de do Porto, biairro occidt^ntal, 310 kilome-
tos ap N. de Lisboa, i:4QQ fogos, 6:000 ai-
npia».
Sm 1707 tipha 99Ã fogps;
Qragq o mesmo sapto.
l^ispiado e districto administratiro do Cor-
\^
A. ifiUra aj^re^Qntays^ o a^^de, e em se^
NIÇ
il
íiaeante^ era feito por concurso synodal. Ti-
nha 90DJ()00 réis de rendimento annual.
A rua da Nova Alfandega absorveu cer^
de 200 casas, e de 225 fogos que constituiaqn
um povoadii^ compacto desde a igreja m^c
triz até à antiga Porta Nova, e desde a igre-
ja e rua de S. Francisco até á rua de Subia
o Mufo. Perdeu pois grande numero de ha-
bitantes esta freguezia com a nova rua, qu^
Q*esta dc^a principia a. vesiir-se de prédios
ahás muito elegantes e sólidos, em boas con-
dições d^ luz e ar, e que contrastam sensir
vélmente coma maior parte dos prédios qu^
foram demolidos, e que eram immundps,
de formas irregulares, em razão da sua ajo^
tiguidade e do acanhamento próprio dasru^
e edificações dentro de uma terra murada,
como era o Por.to.
A nova rua tçm apenas, ainda um priedip
acabado e j^ habiiado, que é o que conOn^
coip as Escadai) do Caminho Novo, do lado
E., ponto extremo d'esta freguçzia de S. Ni^
colau. Foi esta casa mandada fazer pelo bar-
beiro e exportador de fructa o sr. Manuel do9
Santos Preguiça, que n*ella vive com a s^t
fan^ilia. Á esquerda d-esta casa, e a seguir
cQm ella, ha duas, uma já com telhado e di^
visoes interiores, e outra que ainda nem esr
tá concluída de paredes; e ma^is ao nasceor
te, á entrada da rua da Ferraria (lado E.) se
vé taçnhem já com telhado, e quasi concluí-
da» uma casa destinada para a intendência
da marinha, e contigua a esta anda outra
em construcçao, mas ainda não passa do9
alicerces*
Também ha n*esta rua já outra casa presf
tes a ser habitada, mas na circumscripçao
da freguezia lemitrophe de Miragaya, confi-
nando com as Escadas do Caminho Nov^
(lado O.) Foi mandf^da fazer por Francisco
José de Curvalhp-
Eis o estado actual d'esta caríssima t e
interessante rua (1875).
Perdeu, tamisem bastante em populaçSQ
1 Como dissemps no artigo Mitvgaych j^
feita pela camará municipal, que só oom as
exprui^riaçòes gastou cerca de 300:000^000
réis; afora o que dtspeodeu com as mura-
lhas dA stippotfe, movimentos de terra, ete.
42
IVIC
NIC
esta fregnezia com as expropriações (qnasi
todo o lado O.) feitas na antiquíssima raa
das Congostâs para a abertura da rua Nova
de S. Domingos; mas em compensação já
n^esta rua se vêem nove magníficos prédios
a seguir do largo de S. Domingos para a rua
dos loglezes, quatro do lado E., já acabados,
e dois em construcção, e 5 de O. (incluindo
a caixa filial do Banco dn Portugal). E a rua
Ferreira Borges também já principia a ves-
tir-se de soberbos prédios. Já n'ellasevéem
^ineo do lado E., descendo de Belmonte,
contando a casa em que está a caixa filial
do Banco de Portugal, nnica parte que se
salvou do incêndio que devorou o convento
de S. Domingos.
Do lado O., descendo, tem quatro prédios
antigos entre Belmonte e a Ferraria, e da
Ferraria até á rua dos Inglezes, outros
quatro, além da casa do Banco Gommercial,
e a do magestoso palácio da Bolsa, de que
tavemos de fallar detidamente.
São consideráveis as casas construídas e
em construcção nas três novas ruas d*esta
freguezia, mas tarde, e só muito tarde, en-
contrará nas novas ruas a compensação do
que perdeu em fogos com as expropriações
para eilas, e pouco menos perderá logo que
se abram as novas ruas que a camará pro-
jecta, e a que promette dar principio breve-
viente—uma em continuação da dos Ingle-
zes até à ponte pênsil, e outra das proximi-
dades d'esta ponte a entroncar com a nova,
já principiada— Mousinho da Silveira, no al-
to da de S. João — ruas de primeiranecessi-
dade para o serviço publico, e para fazerem
desapparecer a immundicie do nojento Bar-
redo, o maior foco de infecção que ha hoje
no Porto.
Este beneficio foi sempre abbadia da apre-
sentação da mitra in solidum^ em qualquer
tempo que vagasse, e foi esta freguezia erea-
da com a de Nossa Senhora da Victoria e a
extincta de S. João de Belmonte, pelo bispo
D. fr. Marcos de Lisboa, no anno de i583.
Até áquella d9ta havia na cidade do Por-
to uma única freguezia^ a da Sé, comprehen-
dendo toda a população intra-muros^ o que
dificultava consideravelmente o serviço jia-
rocbial, e~por isso aquelle prelado resolveu
dividil-a e crear aqnellas três freguezías.
Oppozeram-se logo o senado da camará e ^o
povo coni a altanería e isenção próprias
dos bons burguezes da velha behetria por-
tuense, allegando que as novas erectaa tra-
riam comsigo despezas e ónus consideráveis
para a grande parte da cidade, comprehen-
didanas respectivas circumscripções das no-
vas parochias, o que sería um tributo novo
imposto à cidade, e contra o qual protesta-
vam, pois continuando a ser, como eram, e
sempre foram, todos os habitantes da cidade
freguezes da parochia da Sé, não pesariam
aobre elles os encargos das novas fabricas»
etc. etc. E com tal aprumo se houveram, que
o prelado para os accommodar fez uma com-
posição com elles, obrigando -se a toda a
despeza com a fabrica e mais encargos das
novas parochias, isto por si e seus succes-
sores, com a condição de que no memento
em que elle ou algum dos seus successores
não satisfizesse áo estipulado, poderiam, sem
se expor a censuras, os freguezes das novas
erectas volver ipso facto immediatamente
para a freguezia da Sé; e de tudo isto se la-
vrou escriptura, que por ser curiosa e inte*
ressante aqui a transcrevemos do archivo da
confraria do Santíssimo d'esta freguezia de
S. Nicolau, a fl. 68 e segg. do L. de Inven-
tario, que comprehende o período de i727
até i769.
Foi escripta pelo tabellião Ruy de Cou-
ros, com data de 16 de julho de 1583, a fl.
168 do seu livro de notas, donde, a requeri-
mento da confraria, foi tirada pelo tabellião
J. Alberto de Moraes, em 24 de julho de 1740.
A copia é do theor seguinte:
•Em nome de Deus Amen. Saybão os que
este instrumento de concerto e transacção
amigável virem que no anno do nascimen-
to de Nosso Senhor Jesus Ghristo de mil
quinhentos e oitenta e três annos, aos
dezeseis dias do mez de julho, nas casas
episcopaes do iilustrissimo senhor D. Fr.
Marcos de Lisboa, Bispo d'esta cidade e do
conselho de Sua Magestade, por elle, estan-
do presente foi dito que querendo elle de
seu próprio mottu fazer hora três parochiaa
novas na dita cidade, a saber: de S. João de
Belmonte, da Victoria e de S. Nicolau, a
NIC
NIC
43
cidade e povo d*el]a lhe impedia a erecção
>das ditas Igrejas, embargando a obra d*el-
las por se temer qae em algum tempo os
geriam obrigar à fabrica d'elias e aos mais
encargos de que eram exemplos como são
^eguezes da Sé d'esta cidade, sobre o que
Tecrescião duvidas e dííferenças que não
-convinhão entre Prelados e súbditos, pelo
i|ne atalhando .as ditas duvidas, differenças
« demandas, e desejando de effectuar a dita
obra disse o dito Senhor Bispo e Confessor
^e a obrigação de fabricar a Séé a que o
povo d'esta cidade é obrigado a acudir co-
mo a sua própria Parochia, e assim a ad-
ministrar os sacramentos, como os mais of-
ícios divinos, e alimentar e sustentar os sa-
cerdotes que tem o cargo de curar das almas
tiue pertencem á fabrica da dita Séé e ao
Bispo d'ella, e que assim da maneira que se
fabricou e ornamentou a dita Séé athé hora
o dito Senhor Bispo se obriga, como se obri-
gou, a fabricar e ornamentar as ditas Paro-
chias, e hora novamente manda dirigil-as e
fazel-as à sua custa de todo o necessário
para o espiritual e temporal, e que sendo
•caso que os freguezes por tempo venhão a
4ao grande crecimento que seja necessário
fazerem-se mais, ou aconteça arruinarem-
«e, o que Deus não permitta, elle Senhor
Bispo ou seus snccessores as facão e reedi-
fiquem às suas próprias castas, e das suas
rendas, obrigando-se mais com a obrigação
t]ue em tempo algum o povo da dita cida-
de não contribuirá para a fabrica das ditas
Igrejas, nem para ornamentos, visitações, e
divinos offlcios, nem para os Ministros das
Igrejas, nem para outra cousa alguma d'el-
ias, e de tudo ficão exemptos e livres como
ftão, e forão sempre, senda freguezes da Séé,
antes elle Senhor Bispo e seus snccessores
terão o direito e obrigação de fabricar e or-
namentar as ditas Parochias, e sustentarem
os Ministros d'ellas, cumprirem visitações
ás custas das rendas do Bispado, e cumpri-
rem tudo o mais necessário, de maneira que
o dito povo não fique com obrigação algu-
ma de que o que dito he, declarando mais
«que elle tomava sobre si esta obrigação, as-
sim por ser obrigado a isso, como por eon-
traeto que tem feito com o Rev.« Cabido da
Séé, e a cumprir todo o sobredito, e todas as
mais liberdades e prerogativas que o povo
d*esta cidade tem, disse elle Senhor Bispo que
elle em seu nome e doesta Santa Séé, e seus
snccessores se obrigava, como logo de feito
se obrigou, obrigando a tudo as rendas does-
te Bispado, renunciando todo o costume in-
troduzido em favor dos Prelados e dos mais
obrigados a curar das almas, leis, cânones,
estatutos, constituições synodaes e episco-
paes que em seu favor facão, não cumprin-
do este contrato, ou querendo elle Senhor
Bispo ou seus snccessores hir contra, ou
querendo obrigar o povo da dita cidade a
qualquer das ditas cousas, que o dito povo
ou qualquer pessoa d'e]]e não sejão obriga-
dos a guardalo nem estar por elle, antes
sem mais outra causa tornem a ficar fre-
guezes da dita Séé, como forão e são athé
hora, sem por isso ficarem incorrendo em
desobediência, censuras, nem outra pena
alguma, nem procederem contra elle, por
que desde agora elle Senhor Bispo hé d'isto
contente, e porque assim seja e se cumpra
por esta ser sua tenção, e vontade, e doesta
maneira estando presentes o Ld."" Manuel
Alz. da dita cidade com procuração e com-
missão bastante para o caso dos Senhores
Vereadores e dos Procuradores da cidade e
povo, cujo trellado he o seguinte— (segue-
se o texto da procuração)— é disse o dito
Ld.<» Manuel Alz. que desistia de todos os
embargos e letigios que havia e podia ha-
ver em nome da dita cidade e dos Vereado-
res e povo d*ella sobre a creação das ditas
Parochias, e que aceitava este contracto, co-
mo aceitou, com as ditas obrigações e con-
dições, e consentia que se fizesse, e para mais
segurança disserão e forão contentes qué es-
te contracto se julgasse por sentença, decla-
rando mais que se em algum tempo alguma
pessoa d*esta cidade por inadvertência ou
por algum respeito acentar de contribuir pa-
ra qualquer das ditas cousas, por isso nio
prejudique a este povo e contracto, e nem
por isso fique obrigação alguma ao dito povo
nem ação aos Prelados ou Ministros das Igre-
jas para o poderem compellir a pagar
para as ditas cousas, e assim quizerík) e ou-
torgarão 6 aceitarão e estipularão huns e ou-
44
£({C
tros, 6 eu Tab''llíao como pesaoa publica es-
Upulante e aceitante o estypuUei e aceytey
por parte áné pessoas oa pessoa en cujo fa*
vor faz e fizer a isto anseotes^ quanto com
direito posso e devo, e d'esta notta pedirão
08 insiromeutos e os que ipaís Ibe cumpri-
rem de hurna parte e outra outorgou. Tes-
muuob^ que presente esiavâo o Ld."» Pau-
tailiào dos Santos, Provizor da dita cidade,
Damião de Magalhães, Capi^Uão de S. Senho-
ria, Bento marques e Christovão Bebelio,
criados do Senhor Bispo, na dita cidade mo-
radores, e eu Ruy de Couros, Tabeliião que
o escrevi, e não haja duvida na entrelinha
que diz— e foram contentes. Fr. Marcos, Bis
po do Porto— Manuel Alz.— Paataliião dos
Santos— Daojião de Magalhãas— Beuto Mar-
quies— Christovão Rebello.
•E não se continha mais no dito contra-
cto, que eu tabeilião João Alberto de Moraes
fiz trasladar do meu livro de notas na ver-
dade, a que me reporto. Porto 2i de julho
de i740 annos. E eu Joàio Alberto de Moraes
tajbeiliáo que a íiz escrever, subscrevi, e as-
aígney. £m t.' de verdade. João Alberto de
Moraes.»
£ra pois a mitra fabriqueira d-esta paro-
ehía e obrigada a todas as de£4)ez%s com o
culto, etc; mas ha muito q)Ue todos esses
eipicargos pezam sobre a confraria di^ Sautis-
aimo.
A egreja matriz é hoje um t^n^plo regular,
i|aíAito limpo e decente; n^eUe se íazem festas
pon^posas, e tem moitas e boas ^Ifai^, gra-
ças ao zelo e devoção da confraria e dos pa-
i;ocb^ano8, sempre generosos em auxiliar a
confraria, mas resente-se ainda do seu pri-
ipiíívo acanhamento, apezar de ter sido re-
ed4fica4a e alargada varia.'^ vezes.
A extei^ão e população d*esta freguezia
ba muito que demanda um templo mais vas-
tp, e quando em iS34 foram extíQctas em
Sortugal as ordens religiosas, e ficou devor
lAtp a magnifica egreja dos firadea francisca-
9P^, fallou-se em arvoraUa em malf i«, com
o qi^e muito lucTava a parochia e aqu^e
venerando templo, mas iaff^Uimente a yi^U
|i\a.o viqgoa; ó porém possível que a troca
j^da sa effsciue, princip^lmentie se a ru^^
^rreíra Bor4i[e$ proseguip em linha cecia» I
NIC
segundo o projecto primitivo, até á margear
do Douro, porque a matriz actual está oo
alinhamento d'aqueUa rua, com a frente voir
tada para ella, ao sul da dos laglezes, da
qual se acha aJEastada por um pequeno adio
ou átrio, resguardado com grades de ferro;
confina ao nasceaie com a travessa de S. Nir
oolau, e ao poente eom a casa das Mscholait
que a confraria admifiislra; .pt eode pela r«r
ctaguarda com casas da rua da Reboleira, e
pelo poente com uma viella 40 servidão pM»
a sachristia e as novas casas da esohola, e com
casas da antiga rua da Ourivesaria, e hoj»
de S. Nicolau, prestes a sumir-se, porque
estas casas devem crescer para o norte até
ao alinhamento da nova rua da AJfandegi^
como a escIv^U- e outro prédio que lá ae^
vêem— os únicos que ainda tomaram o mr
vo alinhanae^Ao.
Não podemos bem averiguar se quando ^
bispo D. Fr. Marcos creou esta Creguezia» jíâ
no local da egreja matriz havia algum tem*
pio, ou se foi eUe que o mandou co«sU'Uir;.
é certo porém que a primitiva matriz devia
ser um templo bem pequeno, pais da Cama-
rá Ecolesiastica (maço único de Breves de
Oratórios e outros documenXon) consta que^
em 1661^, o prelado comprou duas moradaa^
de casas, contíguas â egreja de S. NicolaUí
para sobre o chão 4'elias acreacentiar a à\^
egreja •que tí^a imito pequ^na,^
Fr. Manuel da Esperança (ua sua Cbrmr
ca dos frades menores dfi S, Francisco^ tpr
mo i.% liv. 4.^ pag. W6), diz que no k)e|l
d*esta egreja ovilríz de S. Nicolau existia
desde tempos remotos uma capelia da mesr
ma invocação, e cita uma esoriptura de veu^
da, datada de junho de i247, d;i qual cons^
tava que os leprosos venderam a João Pirea
uma cortinha (campo) na RM^eira, junio dd
caminho que hia para S^ Nicolau— per^a«^
vemunt ad Sancíum Nioolatm,
Foi esta egreja reedificada (e com centaza
melhorada e alargada) pelo bispo D. Nico-
lau Monteiíro, aproximadameule em IfiTI^
que mandou também reedificair a matcii& d#
Muragaya; e quando logo em se^uiida ap dfir
sastrosQ incêndio que a devorou toda (fem i^
d'agosU) de 1758) a coufraria e os parqchiir
nos a restauraram» consui do acchivo da «oftr
NIC
frarU que foram eonstraldas de doto as pa-
redes da capetU-mór, com a qual a confra-
ria ainda recentemente havia dispendido som-
me» fortes. >
Se pois esto egreja arada hoje é ponoo es-
paçosa, teDdo sido, qm dós saibamos, re-
«OBstrnida e aeoreSeentada três vetíes,o que
^ria a primeira l^ndeçâo?
£ na restaaraçào d'esta egreja, em segaf •
da ao desasiToso iuè«toFd<o <yae a detot^oa na
Boiie és li d'agi09to de 17198, perdeodo^se
tudo o q<te a egreja thihâ dè toais precioso,
por^e Bo dfto dia IS D'elfa se celebrara
uma pomposa fes(fvid<rde, não só se fizeram
úe novo as paredes da capella*mér, mas par-
le do pano da frtítiid, qoe flcàra em raínas,
e Da reeoDstracção da frente se aftf ron o ris-
co amerior, minteodo-se-lhe o ocnio que
hoje tem, dando para esta obra o pr^hdo
SOOi^lOOO rs., ^e a confraria acceitoti, man
^aDdo esta prosegoír com as obras da res-
lanraçâo, decoraçdtf^, etc., por conta própria,
naii declarando que mnito espontaneamente
lotoára si>bre sii lai encargo, pois qne toda a
despeza com a reetaara^o devia ser feita
pc]ft mitra, como fribriqàfnra, em harmonia
eom o estipulado pelo bispe D ¥t. Mar
«08 na escríptura que acima transcreve-
mos.
E não podemos deixar de consignar aqui
um voto de louvor ás meias que represen-
taram aconfr^iha em tão anormaes circnm-
stancías, pois que sendo por essa época mtii
to hmUadas as r€'nda8 da confraria, tal des-
entvoivimento deram ás obras, que tendo ar-
dido a egreja, como dissemos, na noite de 12
d*agosto de 1738, sendo removido no dia 13
o SantisMímo para a capella deNossa Senho-
ra, ao Terreiro da Alfandega (a velha), já em
1763 a egreja se achava restaurada, e no dia
1 Foi em sessão de 7 de janeiro de 1751,
^que a confraria (como se yé de um dos shur
livrits útí Termos e Eleições), para melhor
poder armnr-se o throno em dias de f^-^ta e
nas exposições do Siniissimo, e para obviar
ao derramamento da cera e ao risco d'algum
iocendio, resolveu «crescentar ã capella-
mór, fazeodo-a recuar alguns metros sobre
o sagoão dan casas que a confraria possue
â s^RUir com a egr«ja, e voltadas para a rua
da Reboleira.
me
45
19 de setemi)ro d'aquet!e anno i foi para éha
tramsferido o Santíssimo, da capelHatia <fé
Terreiro, com grande pompa em procissão
imponente, formada por mx^icos a^dotes e
ángftíbos, grande numero de clérigos secu-
lares e regulares, eelebrando-se em seguida
na egre)a restaurada e ricamente armada,
mfssa ^oleome, a grande instrumental, na
segunda, terça e quarta feira immediataii
co^iuindo por um solemne Te Levm.
B a confraria, honra lhe seja, nâo se pou-
pou a despesas para que as obras da restau*
ração ficassem perfeitas, quanto possível, e
tanto que havendo mandado fazer o retabu«
lo da ca-pella-mór, e vendo que o artista a
quem o encarregara fora pouco primoroso,
resolveu mandar faz^r outro retábulo, inutí-
lisando o }á feito. Escolheu entre diversos
desenhos um do revd.<^ ft. Manuel de h^m
M»ria, do mosteiro da Si^rra, dos cónegos
regrantes de S^nto Agostinho, por ser aquel-
le desenho julgado por ppritos superior a
todos os outros, e animnciada a obra e pos-
ta a lanço, houve um artista que se obriga-
va a fa2cl-a por 9MÍ>000 rs. Foi este o lan-
ço maf» favorável; mas doi«( beneméritos
mordoíTOs — Joào Martins d* Araújo e José
Vieira d'Aíevedo — disseram que queriam
que a obra se fizesse, não de empreitada,
mas a jornatl, para que fiea^tse perfeita quan-
to possível, e que se a confraria desse por
ella os 9991000 réis, elles se obrigavam (co-
mo obrigaram por uma escríptura) a tudo
o mais em que a obra importasse, o que a
meza agradecida acceitou, em sessão de !i3
de fevereiro de 1760, * e o r^tabnlo se con-
cluiu sob a direcção do mesmo auctor do
risco, quP! foi o mesmo que deu também o
risoo para a restauração da frente da egreja.
* Era domingo, e 3 " do raez; cel<?brou-se
aírnla na capella a festividade do Corp?» de
Deus n*aqueiie dia, com mi.^sa cantada, ser-
mão, etc, e em seguida sahiu a procissão,
levando a pyxide com as sagradas formas o
revd." provisor do bi'^pãdo. .
* Foi celerada esta sessão (talvez de pro-
pósito. . .) na própria ca!«a do juiz da con-
, fraría Pedro Pedrossem da Silva, o celebre
argentario Pedro Cem, que além de nada
dar nem ^jff-írecer, parece que até fugiu de
casa, pois nem assignou a acta. . .
46
NIC
E mais deram aqaeUes generosos mesa-
rios para as obras da restauração da egreja,
pois havendo sido orçada em SOOifOOO réis
a despeza com as paredes da capella-mór, e
não podendo no momento a confraria dispor
d*aquè]Ia somma, os seis mordomos que en-
tão serviam, e de que faziam parte aquelies
dois, logo se prestaram a pagar, além das suas
mordomias (que então eram de lOOMOO rs.
cada uma), metade da verba em que fora or-
çada a obra; mas como na dita obra em bre-
ve se consumissem os 5004^000 réis do orça-
mento, e dissessem três dos mordomos que
se davam por desonerados, e a confraria não
tivesse recursos» acudiram logo aquelies dois
senhores e mais o devota Adão José de Azeve-
do e Silva, e disseram que proseguisse a con-
fraria com as obras até final conclusão, que
elles três se obrigaoam a satisfazer (como sa-
tisfizeram) metade de toda a despeza,— Mm
das suas mordomias. Foi isto em sessão de
ii de setembro de 1759, presidida por Pedro
Pedrossem da Silva, o lendário Pedro Cem,
que simplesmente assignou a acta. . .
Em sessão de 10 de março de 1761, pre-
sidida pelo mesmo senhor Pedro Cem, ou-
tros três mordomos o envergonharam.
Propoz-se n'aquella sessão que estavam
acabadas as quatro imagens (de Santo An-
.tonio. Santo Agostinho, Santo Hilário eado
padroeiro, S. Nicolau) que anteriormente ao
incêndio da egreja se haviam mandado fazer
em Lisboa, e que todos asseveravam estarem
perfeiíissimas, sendo porém para lamentar
que a confraria no momento tivesse o seu
cofre esgotado, e não podesse dispor da avul-
tada quantia de 801^870 réis^ em que o ar-
tista reputava o seu trabalho. . .
Reinando o silencio, foi interrompido pe-
los três mordomos— Amaro Francisco Gui-
marães, Domingos Francisco Guimarães e
Bento da Costa e Silva— que, além das suas
mordomias de 100^000 rs., ofifereceram para
ajuda da acquísição das ditas imagens — os
dois primeiros, lOOiKXK) rs. cada um, e o ter-
ceiro, 101 ^870 réis, o que a confraria acceí-
tou com reconhecimento, resolvendo mandar
(como mandou) vir de Lisboa as imagens. ^
1 São as quatro magnificas imagens que
se vêem na capella-mór.
NIC
E o celebre argentario, nada deu nem of-
fereceu. Simplesmente assignou a acta.
Também n'este mesmo amio de 1751« a
confraria mandou vir de Londres 280 vidros^
e encarregando a compra a Manuel Rodri-
gues Lima, natural do Porio, mas que alik
residia, elle em vez de 280 mandou imme-^
diatamente 300, — declarando que os dava.
de esmola ao Santíssimo.
Em 1764 se comprou um órgão por sub-
scripção, ^ e deu, o juiz da confraria, José-
Pinto Vieira, 124800 réis, e o mordomo Vi-
cente Pedrossem — por elle e por seu pae, o-
celebre Pedro C«m— 94600 réist . . .
Isto consta da acta da sessão de 5 de fe-
vereiro do dito anno ; e da acta da sessão
de 20 d'abril de 1766, consta que, também
por subscripção, se obtivera a somma de-
li 151 4280 rs., importância dispendida com^
o douramento do throno da capella-mór, 9&
castiçaes para o mesmo throno, encarnação-
de uma imagem, etc. AUi se consignaram os
nomes de todos os subscriptores, e as verbas
que deram, e entre os subserlptores, que são
muitos, se vé que o abbade Silvestre da Gos-
ta Lima deu 484000 réis,— os dois benemé-
ritos cidadãos e ex-mordomos, aos quaes nos
referimos já com louvor — (ambos) 484000 rs.,
—de Pedro Cem (Pedro Pedrossem da Silva>
e António d* Araújo Ribeiro— (ambos 484000
réis, — e Gaspar Barbosa Carneiro e João
Francisco Guimarães (ambos) 1964000 réis.
Vé-se pois que o desfavor com que é tra-^
tado o celebre Pedro Cem, no dramalhãoem
que é protogonista, e no romancesinho — A
Vida dfi Pedro- Sem, publicado no Porto, em
1873, na typographia de A. J. da Silva, tem
tal ou qual fundamento.
Vendo se a confraria do Santíssimo d*e8-
ta freguezia de S. Nicolau a braços com sé-
rias difficuldades para restaurar a sua egre-
ja e refazel-a de alfaias, pois que tudo fora
reduzido a cinzas, lembrou se de convidar
para juiz o grande capitalista, imagioando
que elle, impressionado com tão extraordi-
nária calamidade, contribuiria para a mino-
rar, como lhe era facílimo, com alguma som-
2 O órgão actual, foi mandado fazer enk
substituição d^aqueÚey no anno de 1800. /.
NIG
NIC
47
ma de volto; mas qué? Acceitoa o cargo e ,
foi juiz mais de seis anãos eonsecativos em
seguida ao incêndio, mas atravessou impas-
sível aquelle periodo, em que a confraria
tantos esforços fez para restaurar o seu
templo, sem que o demovessem a offerecer
quaesquer sommas os repetidos rasgos de
generosidade de vários mordomos, membros
da meza em que elle era o primeiro, como
juiz. Apenas vimos o seu nome em duas
subscripções, mas ahi mesmo com desaire.
Era o dito Pe4ro Cem casado com D. An-
ua Michaella Fraga, e moravam na rua No-
va (cremos que a dos Ingiezea), n'esta fre-
guezía de S. Nicolau.
Falleceu elle em 9 de fevereiro de 1775,
havendo professado na Ordem Terceira de
S. Francisco d'esta cidade do Porto (em cujo
cemitério jaz), no dia 2 d*agosto de i717,
com seus pães Vicente Pedro e D. Brígida
Uaria da Silva, que moraram na rua da Re-
boleira e íalleceram — elle em 9 de feverei-
ro de 1748, e ella em 30 d*agosto de 1747.
Pedro Pedrossem teve (que nos conste)
dois filhos— Luiz Pisser, que professou tam-
bém na dita ordem 3 * em 31 de março de
1719, fallecendo a 3 de dezembro de 1730,
e Vicente Pedrossem da Silva, que foi fidal-
go cavalleiro da casa real, e cavalleiro pro-
fesso da ordem de Christo. Casou com D. Ma-
ria do O' de Caminha Ossman (filha legitima
de Arnaldo Ossman e D. Maria Quitéria Joa-
quina de Caminha) e professaram ambos na
dita ordem 3.* no dia 13^ de fevereiro de
1774, fallecendo elle em 18 de março de
1806, e ella em 9 de novembro de 1798^ ha-
vendo morado ultimamente na rua Nova ^
Também cremos que era filho do celebre
Pedro Cem, o rev.<> João Pedrossem da Sil-
va, que foi cónego e deão na Sé do Porto, e
juiz da confraria do Santíssimo, d'esta igreja
de S. Nicolau, no anuo de 1757 a 1758, co-
mo se vé do archivo da mesma confraria e
do archivo do cabido.
Também da camará ecclesiasticad'esta dio-
1 V. Livro das admissões da ordem 3.*
de S. Francisco do Porto— L. 1.% fl. 336, n.»
6:803-6:806, e L. 4.% fi. 65, v. n.» 15:700—.
15:707.
eese do Porto ^ consta que Vicente Pedros-
sem da Silva soUicitàra e conseguira do nún-
cio, breve para ter oratório particular nas
casas da sua residência, na cidade ou no
campo. O breve é datado de 22 de março de
1777, e o régio beneplácito, de 22 de julho do
mesmo anno; e na justificação do estylo pa-
ra poder usar do dito breve, provou com
testemunhas, que elle impetrante, era o pró-
prio Vicente Pedrossem da Silva, fidalgo da
casa real, cavalleiro professo da ordem de
Christo, e que vivia à lei da nobreza, como
viveram os seus antepassados.
Suppomos que as casas em que viveu a
familia Pedrossem, na rua da Reboleira, são
a grande casa ameiada onde esteve o hotel
Mary Castro, e que hoje são propriedade do
rico negociante d'esta praça, o sr. Francisca
Cardozo Valente, e também nos dizem que
entre outras quintas possuíram a qumta áa
Penna, em Villar, na freguezia de Massarel-
los.
Foi Pedro Pedrossem da Silva (o celebre
Pedro Cem) pai de Vicente Pedrossem, que
soUiciton e obteve o breve a que nos referi-
mos acima, e filho de outro Vicente Pedros-
sem 4^ Silva, que em 1738 sollicitou d&
nunciaiura outro breve de oratório (camará
ecclesiastica do Porto, maço único) e n'estes
termos requereu ao prelado:
•Ex."' e Rev.»* Sr.
iDiz Vicente Pedrossem da Silva, e seu
filho Pedro Pedrossem, moradores na rua da
Reboleira, freguezia de S. Nicolau n'esta ci-
dade, que elles, em virtude do breve junto
pretendem ter oratório nas suas casas, em
que assistem, e porque não podem usar da
dito breve sem licença de V. Ex.*
•P, a V. Ex.» lhes faça mer-
cê conceder lhes licença para
usarem do breve junto.
B. R. M.>
E o dito breve principia assim: x
tCaetano M. Orsini, por mercê de Deus e
da Santa Sé Apostólica, arcebispo de Tjirs<),
prelado domestico e assistente de Sua San-
tidade, núncio apostólico n'estes reinos de
i
2 Breves de oratórios, maço único.
4B
NIG
PortQgal, eooi poderes de legado ã tatêre,
ext,
«Por âtictorfdAde apostólica a taôs conce-
dida, damos licença para que no òfatorio das
casas em qae morarem Vicente Pedro e sen
filho Pedro Pedross^m, moradores na cidad»;
do Porto, se diga missa todas as veses qae
lhes parecer, com tanto qae etc*
E a licença do rev.» provisor da diocese
tem a data de 1^ de oatabfo dè 174f .
Qae nós saibamos, foi ainda o celebre Pe-
dro Pedrossem da Silva, deputado na 2."
janta administradora da companhia dos vi-
nhos, creada pelo grande marquei de Pom-
bal, e Vicente Pedrossem, deputado na 6*
janta, como verificámos pela escriptura d'a
qvelia companhia.
E de um dos livros do registro parochial
doesta freguezla de S. Nicolau coáMa (afi.
i8) que ílallecera no dia 1 de né^mbro de
1797 Maria Michaela, preta, em casa do sr.
Pedrossem, moradora na Rebolefra, e do
mesmo livro (a H. 72 v.) se acha registrado
o óbito de Jo9é, preto, escravo de Vicente
Pedrossem da Silva, cavalleiro professo da
ordem de Ghristo, morador na rua da Rebo-
leira. Fallecea a i3 de agosto de 4805, e era
solteiro e maior de 80 annos.
Ê pois indubitável que a família Pedros-
sem vivf^u na rua da tlt*boleira, n^esta fre-
guesia de S. Nicolau, ainda em 1805.
Também do mesmo livro, íl 75, consta
que aos 28 dias de novembro de 1805 fatle-
cefa D. M^ria J»sé Cárdia Ferrão, mulher
do desembargador da relação dVsta cidade
do Porto, João de Carvalho Martens da Sil
va Ferrão, moradores nas suas casas da rua
Nova (ou dos Ingl^zes) n'esta freguezia de
S. Nicolau, tendo pouco mais de dezesete
annos.
Ainda com r^açSo a esta^i^eja de S. Ni-
colau consignaremos aqui o que se encontra
no Censual da Mitra, feito no episcopado do
ar. D. Fr. João Rafael de Mendonça, distin-
cto prelado ponuense.
•N*e9ta freguezia não ha terreno algum
dqne possa proínzir dizimos. > Òs parochoíi
derivam os.steus rendimentos dos direitos âe
estola e pé de alrar, ao que accresce a pres-
tação de 10^000 réis com que a mitra cou-
tribue para a dita igrejti. ^ Esses direitos fle
estola, entrando em conta todos os seus ra-
mos, e addiccionando-lhes as conhecenças,
e os 101000 réis acima declarador, formam
a somma de 4^?iS^60 réis, e tal é o rendi-
mento do abbade d'esta freguezia, mas d'es-
ses mesmos retidimentos tem de pagar ao
seu antecessor a pensão vitatií*ia de 320i^00O
réis, e de dar um ordenado competente ao
seu citra coadjaior. Da fabrica e dos concer-
tos da igreja está encarregada a mitra, e pe-
lo que pertence à fabrica da confraria do
Santíssimo Sacramento, aos paramentos pa-
ra as suas fei)tividades, á cera e à pompa
com que o Senhor é levado aos enfermo?,
contribue a contVarla para isso instituida,
mas os seus reditos dependeu) só da devoção
dos freguezes.i
Foram effectivatnente e são ainda- hoje
(i875) bastante limitados os fundos, dVrta
confraria, mas os parorhianos for.im sempre
generosos em atixiTial-a nas deap<>zas a seu
cargo, e tanto que sendo muiios annos as
mordomias caras, havia empenhos para se
obter a nomeação de mordomo d*e?ta con-
fraria. Eram poi-i sempre as mesas, formadas
por pessoas importantes, e tanin que, mesmo
na praça commercial. era tido na melhor
conia—qw^n /oí.^p mesario d' esta rmfraria —
freqt*entasse a Juntiiia — e a casa da Passa-
rola,
A jQQtfna era uma casa da rua dos logle-
zes, onde os primeiros negociantr-s do Porto
costumavam reunir-se e tratar o que mais
lhes interessava, aoles de fazer-se a actual
casa da Bolsa; o a casa da Passarola era de
uma senhora por appellido Pasaarola, que
morava na rua de S. Francisco, e que foi
1 Ainda n'aquel1a data a freguezia de
Santo Ildef()nso descia até ao Douro e com-
prehendia ludo o que é bojo dVsta fregue-
zia de S. Nicolau, desde os muros dos Guin-
daes até aos limites de Campanh^n.
^ Estes 101000 réis eram para o coad-
jutor, e sobre elifs correu o celebre pleito
de que falíamos no titulo — ParorAoj de 5.
Nicolatt.
iftttiVos aniios a senliora de mais Importan-
«la, relações e valimento no Porto. Recebia
ibttsnas sahs todas as noites ^mnf tas- pes-
Éoz^^masunicarMnte pessoas dasma^ con^
4iâerttãas. . .
A propósito consignaremos a<iQi que nma
tfas verbas mais importantes na receita does-
ta confraria era proveniente do privilegio
^eeila tinha de dar as rasas para se medir
o pâo qae se vendia on comprava na ci-
dade, privilegio qne acabou já depois de
i834. _
A cirenmscrípçlo d*esta fí^egneria d^esde
1841, data do ultimo arredondamento da ci-
dade; é a segninte:
PriDcipia no fortim da Porta Nobre, e se>-
ftie pela margem do Douro até ao marco do
antigo limite dis Campanbaa; na Corticeira:
volta pelos Gníndaes ecomprebettdld'a'Ladd,
Barredo, ruas de S. Francisco de Boija, Mer-
cadores, S. loão, largo de S: Domingos (par-
te) ruas de Belmonte e Taipas, até ao cbafa-
riK, e rua de S. Roque (exclusivamente): des-
* -ce ao largo de S. João Novo, comprehenden-
-do-o todo, e segue d^allí pelo que ainda res*
ta dos muros da cidade, quasi que em linha
recta até ao Douro, ou até ao fortim donde
partimos, cortando a rua da Nota Alfandega
no ponto oDde esteve a Porta Nobre. Os pré-
dios das Escadas do Caminho Novo s3o to-
dos (iQclQÍDdo os novos) da fregnezia limi-
tropbe — Miragaya — porque todos (iqrtelles
prédios estavam extra-muros.
Até 1841 era muito mais restricta a cir-
cumseripçào dVsta parochia, pois peio arre-
dondamento dacidadp, feito n*aquella data,
recebeu da fregaezia de Santo Ildefonso tu-
do o qae decorre das Escadas dos Guindaes
até aos limites de Campanhan; e da fregue-
zia da Sé algamas casas no alto do Barrédò;
a rua dos Mercadores, da travessa de S. João
para cima; toda a rua das Ctoogostas, e parte
da rua e largo de S. Domingos; e da fregue-
zla da Victoria a rua da Ferraria (antiga
rua das Rosas...) da rua de D. Fernando
para cima; a rua e largo de S. João Novo;
toda a rua de B- ilomonte, e aparte que tem
hoje na das Taipas.
Antes d'e8te arredondamento tinha esta
VOLUME VI
MC
49
freguesia d» S. Nicolau apenas 814 ftgM
com t'M9 almas; e antes das expropriações'
para a rua da Nova Alfandega, contava 1:029
fogos com 7:430 afma», segundo o rol da
desobriga, e bo|e, peid mesmo rol, tem 1:400
fogos e 6:500 ahnas.
A fosta do rapaaio e outraB
No dia 5 de dezembro-, véspera da festivi-
dade dt> padroeiro, S. Nicolau, os afumno^
da eschola que a confraria administra, uni-
dos a outros muitos, se separavam em gru-
pos^ ao declinar da tard^ e percorriam esta
fregnetia- etn differentes direcções' cântaro^
lando e gritando ao som de campainhas:
Qlkem d& lenha oh afgum pau
P>a fbgneira dé S^ Nicolau
e desde as oficinas de tanoeiro, à Porta Nbva
e n» dosBa ohos, até á Corticeira, faziam
grande coNieita de barricas e catfastras ve-
lhas, aparas das tanoarias e carqueija, leva-
vam tudo para a frente da egreja de S. Ni>*
colaiu, e logo que anouteoia Ihelançavam o
fogo, dando«lhe a confraria uma por^o éé
castanhas verdes, e o abbade regularmente
um alqueire, lançando«lh'as sobre a fogueira
porveK<«9 do alto da egreja, desenvolvendo*se
logo entre o batalhão de lapazes, qne Já aè
achava postado em volta da fogueira, grande^
barulho e uma algazarra deinsurdecer, eoai
muitos tombos e chamnscadellas aos díspu«
tarem uns aos outros a colheita das casta-
nhas cruas, assadas e algumas por fim queí*-
madas, terminando o magusto por uma se-
menteira horrivei de brazas, cinza e ttçSes,
que punha sempre em alarma os transeuntes'
e vísinhos.
Era este o maior at^grlo dos rapazes
d'e8ta freguezia, e duroa d'esde tempo \m*
memorial aproximadamente até 1855.
No dia seguinte, 6 de dezembro, celèlrra^
va-se com grande pompa a festividade do
padroeiro, por uma confraria própria, que'
ha annos se extiogaiu, e com ella a grande
festividade.
Hoje n'esta egreja as festas principaes
sào — Corpo de Deus, -r- Endoenças^ — St-
4
90
NIC
nkora da Boa Nova, — Santo Eloy — e
S. Vicente — sendo também notável e im-
ponente quasi todos os annos, a ministraçao
do Santíssimo aos enfermos, por desobriga.
Ha também n*esta egreja outras festivida*
des menores, sendo uma a de Nossa Se-
nhora do Pilar, a 15 d*agosto, e a expensas
da família Pacbeco Pereira, em cumpri-
mento de um antigo legado.
£m um altar coUateral d'e8ta egreja, do
lado da Epístola, foi collocado no dia 21 de
dezembro de 1785 o corpo de S. Vicente
martyr, que Thomaz da Rocha Pinto, caval-
leiro da Ordem de Chrisio e rico negocian-
te, mandara vir de Roma com grande pom-
pa — á sua custa.
Proolssão do Corpo de Deus ooxn
relação a esta firegneada
0 itinerário da procissão de Corpus Cri^ti
tem variado muito, e n'esta data reclama
alteração radical. Até 1560 ia alternadamen-
te um anuo fora da cidade «a hauma egreja
do Oraguo de Santo Ylefonso, que esta em
huu campo, e ali collocavam o Santíssimo
Sacramedto debaixo de huu carvalho,» du-
rante o sermão; outro anno ia á egreja de
S. Pedro de M iragaya, e por ser pequena
collocavam o Santis^^imo Sacramento á porta,
debaixo de uma vela^ pelo que a rainha D.
Gatharina, ordenou que a dita procissão se
dirigisse ao convento de S. Domingos ou
ao de 8' Francisco, como se vé de uma carta
regia (log. cit.) com data de 30 de Maio de
i560.
£ por aquelle tempo dava também, não
sabemos que voltas, pela Ribeira (então da
freguezia da Só e hoje d*esta freguezia de
S. Nicolau) o que determinou o. bispo D.
Fr. Gonçalo de Moraes a pedir a S. M. que a
dieta procissão não descesse á Ribeira, por
ser local immuodo, e seguisse pela rua Nova
(rua dos loglf zes, n'esta freguezia de S. Ni-
colau) áo que attendendo S. M. (Philippe
II, o Demónio do Meio Dia...) houve por bem
dirigir á Camará do Porto a carta, escripta
1 Livro l.» de Próprias Provisões da Ca-
mará do Porto l iS7.
NIC
em Aranjnez a 15 de maio de 1607, cqjíx
theor ó o seguinte:
• Juis Vereiadores e Procurador da Camará
da Cidade do Porto Eu £1-Rey vos envia
muito saudar. Dom Frey Gonçalo de Mo-
raes, Bispo dessa Cidade, me enviou dizer
por sua Carta, que na Procissão, que abi se
faz pola festa de Corpus Cbristi, se leva a
Santíssimo Sacramento em huma Charola
I
tam pezada, que com a levarem sacerdotes»
vay com muita indecencia, por ser necessá-
rio irem a pedaços correndo com ella, e qoe
das jenellas deitão moedas com que podem
quebrar as vidraças onde vay o Santíssimo
Sacramento, aliem de ser isto contra o que
manda o Ceremonial de Sua Santidade,
que he, que o Santíssimo Sacramento se leve
debaixo do palio; e que a ditta Procissão vay
pola Ribeira^ onde se vende o pescado, e ha
muitas imundiciaSf e por outras rtuu inde-
centes^ podendo ir pola rua nova, por ser a
melhor dessa Cidade; e que para se dançar
às portas de alguas pessoas particulares, se
faz em muitas partes deter a procissão, com
grande indecencia, e que posto que elle, co-
mo Bispo podia emendar estas couzas, me
pedia mandasse eu ordenar como se flsesae;
é dezejando eu que nas desta qualidade se
proceda com o respeito e decência devida
Hey por bem» no que toca o primeiro pon-
to, que se cumpra o Ceremonial; e em quan-
to aos outros dous pontos «me parecer a
que o Bispo diz bem considerado, e com tudo
me não quiz resolver nisso, sem primeira
vos ouvir» porem terei particular contenta-
mento, de que não se vos offerecendo sobre,
isto duvida de consideração, vos conforma-
reis com o Bispo, e quando vos parecer ou-
tra cousa, me avisareis logo das ras5es que
para isso tiverdes. Escripta em Araojuez a
15 de Maio de 1607 — Rey — Affonso Fur-
tado de Mendonça.»
Liv. 4.*' de Próprias Provisões da Camará
do Porto f. 194.
Em resposta áquella Provisão regia, a Ca-
mará f«tz ver a S. M. o grande drtsgosto que
seniiríam os moradores das ruaá por onde
1 Bem indí*i'enles são parle das ruas que
aindri hojtí (1875) percorr<^, írie-í ião as de
S. Crispim, Santa Anua e £âcura!...
NIC
NIC
51
costQmava segai r a procissão, se se alterasse
o antigo itioerario; ao que attendea S. M. na
Provisão de 18 de Maio de 1608, dirigida à
Camará, na qnal, entre oatras eouzas diz:
«6 porque se não receba desconsolação nessa
Cidade da Procissão não passar pelas ruas
costumadas^ escrevo eu ao Bispo que nisto
se nlo altere cousa alguma.^
Prevaleceu ainda por então o respeito ás
telharias e a procissão continuou a ir á Ri-
beira, mas ha muito que da rua dos Mer-
cadores segue em linha obliqua para a rua
Nova dos loglezes, e d*ahi para a Cathedral
amda pela rua das Congostas (prestes a des-
apparecer,) — Largo de S. Domingos, rua
das Flores, rua do Loureiro, e rua Chan.
Abbades de S. Nioolan
!.• --Ândrê Fernandes — 1583.
%• — Jeronymo Fernandes — 16(ML
3.» — Diogo Gaspar — 1605. Obteve a
permuta, estando n'ella dois an-
noa^ e passando já dos 70 de idade, resi-
gnou no immediato, reservando para si a
pensão annual de 20^000 reis. A egreja
rendia por então 90^000 reis aproximada-
mente.
4,* — Domingos Saraiva, Natural de Fre-
chas, concelho de Trancoso, bispado de Vi-
seu. Filho de Lourenço de Saraiva e de
Susana Gaspar. Gollou-se a 29 de agosto
de 4606, sendo provido pelo papa, e vindo
a bulia com metida ao prelado da diocese,
que então era D. Jeronymo da Menezes.
Falleceu em abril de Í6i3, tendo ob-
tido por bulia apostólica para seu sobri-
nho Francisco Saraiva Aranha, 3011000 reis
de pensão annual, imposta sobre os rendi-
mento da egreja.
S."* — António da Fonseca da Cunha —
Provido na abbadia por concurso, perante o
cabido, sede vacante, e confirmação pontifi-
cía. Este abbade era natural do bispado de
Coimbra. Os reditos da egreja eram por
então 110^000 reis, e este abbade acceitou
a collação com o ónus de 20iQQ0 reis» re-
servado para Francisco Saraiva Aranha. De-
* Liv. 4.» de Poprias Provisões da Gamara
do Furte f. 198.
pois» reservando para si a pensão de 6OM0O
reis, resignou no seu successor.
6.« — Litór Alvares Soarei — Clérigo in
núnoribus, natural d'esta cidade, alho de
Gaspar Alvares e Izabel Antónia, moradores
na rua das Congostas. Collou-se, acceitando
a obrigação da pensão de 60JÍOOO róis para
o seu antecessor, e a de 30^000 réis para
Francisco Soares Aranha, segundo a deter-
minação de Domingos Saraiva. Collou-se,
sede vacante, em 18 de novembro de 1645.
Appenso aos autos da collação doeste pa-
roeho, se encontra na camará ecciesiasticada
diocese, um processo curioso a que elie deu
princípio, em janeiro de 1650, pedindo coa-
djutor, e que terminou em 1681, sendo ab-
bade d*esca egreja o rev. Manuel Mendes
Vieira, que foi quem pagou as custas.
Em resumo é o seguinte :
Lembron-se o abbade Luiz Alvares, de pe-
dir um coadjutor, e n*este sentido dirigia,
com data de 8 de janeiro de 1650, um reque-
rimento ao Cabido, sede votante, allegando»
entre outras coisas, que a freguezia de S. Ni-
colau contava cerca de 3:000 almas, popula-
ção superiora das freguezias de Miragaya e
de Villa Nova de Gaya, juntas, e que tendo coa-
djutores os parochos d*estas freguezias e
d'outras d'egual população, justo era que fos-
se também dado coadjufor a elie supplican-
te, mesmo porque não podia elie só, satisfa-
zer ao movimento é exigências do serviço
parochial, pois por vezes se pedia o Sagrado
Viatico para pontos diversos ao mesmo tem-
po, e ainda recentemente em uma noite sahira
duas vezes a minislaar o Sagrado Viatico,
roubando lhe muito tempo o serviço da
secretaria e a ministração nos baptismos
casamentos, etc. Que ao Prelado cumpria
dar-ihe o ooadjutor, por isso que o bispo
D. Frei Marcos, quando creou as freguezias da
Victoria, S. João de Belmonte e esta de S*
Nicolau, por eseriptura lavrada na nota do
tabellião Ruy de Couros, se obrigon a todos
08 encargos das ditas parochias por elie ere-
ctas, conservação, reparação e mesmo res-
tauração das respectivas matrises, etc. de
modo que das novas parochias jamais em
tempo algum adviessem novos encargos para
os seus parochianos.
52
NIC
NIC
llandoa o cabido ouvir o Promotor á».
Bispado, e este se oppoK â concessão, dizen-
do que estranhava a leratowça do soppli-
eante, pois nanham oatro parocbo d*esta
egreja, desde a sna. ereaçao, havia pedido
coadjutor, e que era aforisiso dè direito —
NihU inovetun 8edevaeantê;-^iBáo peffém
oa autos condosos ao cabido» inaiidoa< eate^
com data de 7 de fevereiro dei68(H se^ desse»
coadjutor ao snpplícaute. e que^ na fóraa
requerida, lhe fosse coosiguada^Basremlaa.
da meza postiâcal ooda naítra^ a sommaan-
BBai de vinte cruzaétos, que era quanto^
dava a mitra a outros coadjutores.
Passadoe cérea^ de 99 annoa (em 6, de De-
zembro de 1678) appeUou o procurador da
mitra para a metrópole braeearense—/ura«-
do ao Santos Evangelhos que hania menos
de dez dias que elle procurador Hvera noti-
cia do despacho do cabido, nomeando o coa-
djutor em questão..,
£ logo requereu o dito procurador ao
prelado, dizendo que pretendia obrígarosab-
badeft de S. Nicolau e Nossa Senhora da Vi«
ctoría, a desistirem do pleito, e a desonera-
rem a mitra, e que sendo n'aqueUa data vi-
gado geral do bispado, o rev. doutor Hilário
da Rocha Galheirosv abbade de S. Nicolau
pedia ao prelado nomeasse outro vigário ge-
rai no processo; ao que o prelado (D. Per*
Dando Correia de Lacerda) deferindo, nomeou
juiz na causa o rev. licenciado, Luiz de Mo-
raes^ promotor da diocese.
Poí a appellaçâo recebida na metrópole
pelo doutor Christovão Pinto Bandeira, des-
embargador da relação da corte de Braga e
vigário geral nVlla e em toda a archidíoce-
se DO espiritual e temporal pelo Ex.*"" Sr. D.
Luiz de Sousa, bispo primaz das Hespanhas,
Senhor de Braga, do conselho de estado de
eirei e sen embaixador extraordinário na
caria romana.
Correu o processo seus termos; e mandan-
do o dito sr. vigário geral passar cartas ci-
tatorias para ser intimado n'esta cidade do
Porto o rev. Abbade de S. Nicolau (ao tem-
po Manuel Mendes Vieira) a fim de que, pas-
sados seis dias depois da citação, oompase*
oesse n'aqtteile Juízo, sob pena de ser julga-
do á revelia» o dito abbade constituiu em
Braga procurador, e lhe dem inatmeçSea •
anctorisaçao para desistir, como desisllii^
resalvando oa direitos do» seuisueoeseovee^
do que se lavrou termo, que o dito sr. vi*
gario geral julgou por sentença, em data da
5 de julho de 1681, mandando que o apfwl:-
lado. desistente pagasse as custaa nas dnaa
instancias (Porto e Braga)-H) que tudo moa*
tou á importante somma de quinhentos e
visite e sete réis fl
O, abbade Luiz Alvares Soares, reserva»*
dot para si a pensio annual de 47 ducadoe^
resignou no seu suecessor.
7,^^ Martinho Pinto Carneira. Obrígou-
se este á dita pensão de 47 ducados para o
resignatario, á de 62 ducados para o ex-ab-
bade António da Fonseca da Cunha, — e à
de outros 47 ducados^ já imposta n'este be-
neficio em favor do rev. Francisco Sarai%'a;
e n*este8 termos obteve bulia pontiâcia com
data de 7 de Maio de i675.
Falleceu o abbade Martinho PínlaC§rnêl
ro a 18 d*agosto de 1675 e lhe succedeu:
8* — O doutor Hilário da Bocha Calhei^
ros, que jà era provisor do bispado, e ainda
clérigo in minoribus, natural das Caldas da
Rainha, no arcebispado de Lisboa, filho legi-
timo de António da Rocha e Beatriz da Fon-
seca.
Foi apresentado n*esta abbadia, por pro-
visão do sr. D. Fernando Correia de Lacer-
da, bispo da diocese, em data de 26 d'agos-
to de 1675, collandose em 30 do mesmo
mez e anno. Reservando para si a pensão
annual de 65:000 réis» resignou, tendo 34
annos de idade, no seu suecessor.
9.'' — Manuel Mendes Vieira, que p^la
bulia que impetrou de S. Santidade, se obr^
gou à pensão de65:000rs.parao8euanteoe8^
sor, pensão para a quai foi consignada na
bulia, a de 54 ducados e meio, que elie Ma-
nuel Mendes Vieira reservara na egreja da
Santa Marinha do Zêzere, da qual fora abhar
de, — mais 46 ducados sobre uma bachare?
laría da Sé, o que tudo, em moeda então coi-
rente, montava á cifra de 65:000 réis; e além
d'isto se obrigou a pagar ao rev. Francis»^
NIC
NIG
53
Saraiva, a antiga peoBão de 30:000 réis, com
qoê eslava onerado eaie beneâeio.
€oilo«-8e a 18 de janeiro de i€79. Era
Bftiaral da freguesia de S. João 4e Luzim,
filbo legitimo de Manuel Fenreira e Catln-
rina Vieira. Renuneioii no seu «ueoessor :
iO.« — Votem Jtívo Pereira, que lôra ab-
bade de S. Mamede de Quisande, oonoelho da
Feira, d*este bispado do Porto. Falleceu a
S5 é^abrii de i7Í3. ^
il.<' — O doutor António de Deus Campoiy
promotor da diocese, foi apresentado n^ésta
abbadia pelo cabido, sede veicanie, em 19 -de
}uttho de 17t3, precedendo cooourso e exa-
me.
Da Gamara Eoclesiastica nao consta ipian-
do faUeceu, nem quem foi seu auocessor, e
o primeiro de que alli se aeba nota é o se-
guinte :
t' A*"— O dr. Silvestre da Costa Lima, ab-
bade de S. Nicolau, morador em Cima do
Muro, falleceu em 11 de joiho de 1790, e
sticcedeu-ihe :
i3.«— O dr. Theodoro Pinto Coelho de
Moura, natural da freguesia de Santa Mari-
nha de Lodares, desembargador da ouria ec*
elesiastica e provisor interino da diocese;
foi apresentado n'esta abbadia pelo bispo D.
Fr. ioào Raphaei de Mendonça, por provisão
de 9 de Setembro de 1790, e coiiouso em 4
d*OutQbro do dito anão.
Era filbo de António José Camelio e An-
gela Maria Pinto.
Reservando para si a pensão annual de
320^000 réi9, e por sua morte, uma de réis
80A)00 em favor de Francisco Coelbo Soa-
re^ clérigo in minoriòi», da dita freguesia
de Lodares— e outra de 80^000 réis para o
irmão d'este— Bernardino Coelho Soares da
Silva e Moura, ambos sobrinhos d*elle, abba-
de» Tbeodoro Pinto Coelho de Moura, renun-
eieu BO seu 8«H)ces8or. (Vide Lodares).
iÃi.''^Domnffos Luiz Pinto Coelho, irinão
do resigoatario doutor Theodoro, o qual,
sendo Já cónego prebendado na Sé, provi^
sor do bispado e desembargador da cúria,
cedeu ISOMOO r^s da pensão de 3SOilOOO
réis que devia dar-lhe seu irmão, abbade
actual, ficando asieiSí) a dita peaisao reduzida
a tOe#M)0 réis eerlde.
Colloo-se o rev.*" Domingos Luiz Pinto Coe*
lho em 4 de maio de 1796.
i$,^»^FraMoiseo Diogo de Souza Souto, cle«'
rigo tfi minoribus, natural da fr^guezia de
Santo Ildefonso, (Porto) fâmulo do sr. D. Stâò
de Magalhães e Avelar, que o apresentou
n'estaabbadía por provisão de 30 de junho de
1831, em seguida ao faiiecimento do abba-
de Domingos Luiz Pinto Coelho, com a te*
serva de duas pensões de 72A00O réis cada
uma, para dois ecclesiaaiticos pobres, ^ue s.
ex.« mais tarde nomearia.
Goliou^se a SO de agosto de 1831. Bra
filho legitimo de João Diogo de Souza Soulo
e D. Angélica de Souza Souto.
Per hayer sido apresentado, reinando o
sr. D. Miguel I, foi suspenso em virtude de
medidas geraes, mas por alvará de S. M. a
sr.' D. Maria II, com data de 4 de maio de
1833, foi reintegrado com a condição^ dè
prestar, eomo prestou (em 12 de maio de
1843), ioramento de fidelidade ab novo go«
verno, perante o ordinário da diocese. Era
ao tempo governador interino do bispado, o
dr. António Navat-ro de Andrade, deão da
Sé Gàtfaedral. _ >
»
i%,*-^J§naoio José de Macedo, presbytero
secularisado, natural da freguezia de S. Vi*
cente de Alfena, n-este bispado do Porio. Foi
apresentado n*esta. abbadia por decreto de
12 de setembro de 1833, assignado por S. M.
Imperial, o sr. daque de Bragança, regente
em nome da rainha, a sr.* D. Maria II, sua
filha, sendo 'iMspo aleito de Poito o sr. D.
Fr. Manuel de Santa Ignez, que dispensou o
exame sTuedal e as demais formalidades do
estyio, attentas as drcumstancias que se da-
vam no agraciado. . . e o coUou em 22 de
ontobro de 1833.
Dos autos das coUaçdes não consta por
que titulo vagou ou se deu por vaga esta ab-
badia, para ser n'ella apresantado o rev."^
Ignaeio José de Macedo, assim como tam-
54
NIC
NIC
bem Dão consta dos aatos quando este pa-
rocbo falleceu, oa qae destino lhe deram.
i7. ^---Bentõ da 8Uva Leite,
Por decreto de 26 de fevereiro de 1834, foi
transferido para esta abbadia de S. Nicolau,
o reitor do Arcozello, D. Theotonio Marinho;
mas por outro decreto de 2 de abril do otes-
mo anno, foi aquelle declarado sem effeito, e
apresentado n'esta egreja o rev.« Bento da
Silva Leite, presbytero secular, que já estava
servindo como paroeho encommendado, a
mesma igreja.
Era fliho legitimo de Luiz da Silva Leite
e Thomaiia Maria de Jesus, todos d'e8ta fre-
guezia de S. Nicolau; e o decreto que o apre-
sentou n'esta abbadia, era assignado por S.
M. Imperial o duque de Bragança, como re-
gente, em nome da rainha a sr.* D. Ma
fia n.
Goilou-se em 5 de dezembro do 1834, sen-
do bispo eleito o mesmo sr. D. Fr. Manuel
de Santa Ignez.
* 18.*— Fatuftno Gfàalberto Lopes, egresso
da já extincta congregado dos agostinhos
reformados, foi por morte do seu antecessor,
Bento da Silva Leite, transferido, como en-
commendado da egreja de Santa Maria de
Golpílbares, para esta de S. Nicolau, por
poruria da sr.* D. Maria 11, com data de i2
de janeiro de 1836, tomando posse em 30 de
janeiro do mesmo anno.
Este presbytero, como disse no requeri-
mento que dirigiu a S. M., havia pouco an-
tes regressado da ilha do Príncipe, para on-
de havia sido degredado por adhesão aos
principies líberaes, foi co-reo dos infelizes
justiçados na Praça Nova, e passou no de-
gredo cinco annos.
19.* — D. Francisco da Piedade Silveira
Mourão, natural da vllla de Lalim, junto a
Lamego, foi cónego regrante de Santo Agos-
tinho, ^ cartorário e procurador geral do con-
^ Tomou o habito no convento de Santa
Cruz de Coimbra, em domiogo de Pascboa,
10 d*abril de 1803. e no mesmo convento
professou em 12 d*abríl de 1804;—- matri-
culou-se DO curso des estudos superiores da
Ordem, a 20 d*Outubro de 1804, e comple-
vento de Gríjó, comarca do Porto, abbade de
S. João do Monte e depois abbade de Ganiiaa
de Senhorim e Truxéda, na Beira, e por ulti-
mo abbade de S. Nicolau, n'eflta cidade do
Porto; pessoa de moita illostraçao, muita vir-
tude e muitas sympathias, sempre estimado
e considerado pelos seus parochianos, e tan-
to que não ha n*esta fregnezia de S. Nicolaa
memoria de paroeho algum para quem ea
parochianos fossem mais generosos por oe-
casião do folar. Só na rua nova de S. João,
recebia mais de cem mil réis, pois os prin-
cipaes negociantes costumavam dar-lhe de
folar uma peça de oito mil réis.
Parece que « este digno abbade se referi*
já o nosso Camões, quando estrevea estes
versos:
•Não nego que ha comtudo descendentes
De generoso tronco e casa rica.
Que com costumes altos e excellentes
Sustentam a nobreza que lhes fica.»
tou o, sendo premiado em todos os annos.
Em 1811 passou para o convénio de Grijó,
da mesma Ordem, e alli foi mestre de novi-
ços.
Nasceu em Lalim, a 27 de março de 1788^
e foi baptisado, a 6 d'abril do mesmo anno»
por seu tio o revd.** Francisco da Silveira
Athaide e Yasconcellos, sendo seus padri-
nhos 08 seus tios Pedro da Silveira Athaide
e Vasconcelios e D. Maria Xavier Pereira de
Castro.
Apresentou o n*esta egreja de S. Nicolau»
a sr.* D. Maria IT, por decreto de 27 de ju-
lho de 1848 — decreto honrosíssimo, no qual
se mencionam os relevantes serviços por elle
prestados á Egreja e ao Esudo, de longos
annos, e no magistério que exerceu n'esta
diocese do Porto, ensinando philosophia«
theologia moral, grego, etc.
Temos sob as mãos dois trabalhos Itttera-
rios de merecimento, publicados pelo sr. D.
Francisco da Piedade Silveira — uma <Dt5-
sertação Canonico-Theologica sobre o estado
das ordens Terceiras seculares, depois daeof^
tincção das Ordene regulares n'esie reina^ r#-
lativamente á sujeição aos ex.*"*'* Ordinários •
(Porto, typographia Commercial, 1852); —
e * Reflexões Canónicas e Moraes sobre a res-
posta da commissõo administrativa daOrdem
Terceira de S. Francisco da cidade do Porta,
relativamente a representação que ao fx."*
sr. Bispo doesta diocese dirigiu o abbade da
freguezia de S. Nicolau*-^ que era o mesmo
sr. D. Francisco da Piedade Silveira. (Perto.
1859.)
NIC
pois era o sr. D. Francisco da Piedade Sil-
Tetra Mourão, filbo legitimo de Francisco
Mourão de Miranda Homem e de D. Joaqui-
na da SílTBira Athaide e YasconceUos, fidal-
gos distinetos, como mostraremos em bre-
ires traços genealógicos.
ASCENDÊNCIA PATERNA DO SR. D. FRANCISCO
DA PIEDADE SILVEIRA MOURÃO
João Martins Mourão, natural da Tilla de
LordéHo junto a Vllla Real deTraz osMon-
tes, teve entre outros filhos
Martim Mourão, que casou junto a Lame-
gOj com D.BritO!) Nanes Homem d'Âlbaquer-
qne, senhor da quinta de Yilla de Rei, e te-
Te entre outros filhos
•
Lourenço Mourão Homem, doutor e lente
de cânones na universidade de Coimbra,
desembargador do paço, pessoa de muita
iilu^tração e muita auctoridade, de que deu
prova?, prestando relevantes serviços aos
seus conterrâneos quando principiou o ne-
gro periodo da dominação hespanhola.
Dotou o convento de Santa Cruz, de La-
mego (que foi de frades loyos, e que é hoje
quartel militar) com a sua quinta de Vilia
de Rei e outras terras,— mandou fazer à sua
isusta, na egrpja do dito convento, a capella-
mór, na qual foi sepultado, em tumulo que
ainda lá se vé na parede, do lado do Evan-
gelho, com a seguinte inserípção:
DUM VITA COMES JURA DABUM;
miNC CDNDITUS HOC PARVO TUMULO
HÓRRIDA MORTIS JURA FERO.
Âssiàtiu ao i,* concilio provincial de Lis-
boa, onde falleceu em fevereiro de 1608, e
leve de D. Joanna de Mello, distineta fidalga
da corte, um filho natural, que legitimou.
Francipco Mourão Homem, que foi senhor
da quinta das Cans, junto àRegoa, magnifi-
ca propriedade entre o Salgueiral e a ponte
de Jugueiros, e que íoi cortada pela estra-
da a fnac-adam^ dando o governo, só pela
expropriação da parte qae o leito da estra-
NIÇ
55
da tornou,^ eêrca de oito conto$ de réis!
Casou em Britiande, com D. Maria de Sá
Taveira, filha única de Jeronymo de Sá Ta-
veira, senhor do morgado de Nossa Senho-
ra da Assumpção, de Britiande, e teve
Fransclsco Mourão Homem, senhor do di-
to morgado. Vivia em Britiande, onde casou,
na casa de S. Sebastião, com D. Vicencia de
Miranda, e teve
João de Sá Miranda Homem, senhor dos
ditos morgados.
Casou na quinta de Ferreirim, com D. Úr-
sula de Seixas Cabral, filha única e herdeira
de António de Sequeira e de D. Brites de
Azevedo, e teve
João Mourão de Miranda HoiAem, senhor
dos ditos morgados.
Viveu na sua quinta de Ferreirim; casou
com D. Joanna Lobato Pinto de Queiroz, fi-
lha de Gaspar Pereira de Castro, da Villa da
Feira, e de D. Bernarda Guedes de Queiroz»
da casa de Sarnadéllo, e teve entre outros
filhos, António Mourão de Miranda Homem,
que foi coronel no exercito da índia, fidalgo
cavalleiro da casa real e cavalleiro professo
da Ordem de Christo, com trezentos mil réis
de tensa annualy e
José de Sá Pereira de Castro Mourão, se-
nhor dos ditos morgados.
Viveu em Britiande, onde casou com D.
Joanna Clara d* Almeida, de quem teve cinco
filhos que morreram todos solteiros: e nato»
raes (que legitimou) entre outros, de D.Lui-
za Pereira Monteiro.
Francisco Mourão de Miranda Homem»
que succedeu na casa de seus pães.
Viveu em Lalim, e casou com D. Joaqui-
na da Silveira Athaide e Vasconcellos, filha
de Carlos Manuel da Silveira Athaide e Vas-
ceneellos, de Armamar, e de D. Maria José-
pha, de Angerez, em Samodães, e teve entre
outros filhos
l.*» — D. Francisco da Piedade Silveira.
Mourão, abbade penúltimo de S. Nicolau.
M
m
&• -^ Dl Jaanna Máxima 4a Silveira Kqa-
xao, qae oasoa em Tazende, janto a Yilla
Beal, com Daoiel Cabral de Moraes, (d*eai68
faUaremos em segaida.)
3.» — D. Felícia FelisberU de Sá TaTeira
Mourão, qae casoa com Luiz de Mello Pitta
Ozorio Freire» doator pela UníTersidade de
Coimbra e fidalgo cavalleiro da casa reaJ, e
teve entre cairos filhos — Laiz de Mello Pit-
ta, major de regimento d'ia£smteria a.* 14,
um dos officiaes mais dignos e mais valen-
tes do nosso exercito — cavalleiro de diver-
sas ordens e commendador da de Nossa Se-
nhora da Conceição de Yilla Viçosa.
a Fdicia Felísmma de Mello Pitta da
Silveira, qae casoa com sea primo Joaqaim
da Silveira Cabral, de Tozende. Fixaram a
sua residência, ha annos, em Angorez, (fre-
gaezia de Samodães) no casal que, com ou-
ttros, herdaram de seu tio, Pedro da Silveira
Athaide o Yasconcellos, e teem seis filhos,
todos ainda solteiros, — Francisco, António
e Boan^e,— D. Maria Amélia D. Maria das
Doces e D. Anaa.
Asoendenoia matorna do sr. D. Fcan-
oisoo da Piedade Silveira MooTâo
r
Amador Aranha de Yasconcellos, natural
do Porto, casoa com D. Brites de Azevedo.
Sendo despachado para Angola, levou eom
sigo a mulher, e teve Ignacio Rebello de
Yasconcellos, que por morte de seu pae fi-
cou em Angola, onde estabeleceu casa, e
foi capitão-inór de S. Paulo de LosAda, e
Pantaleao Rebello, que foi capitão de mar
e guerra, governador da fortaleza de Ambaca,
no reino d« Loauda, fidajgo cavalleiro da
casa reaJ, e cavalleiro professo do ordem de
Cbrislo.
Casou em Lisboa com D. Marianna da Sil-
veira, filha de Luiz da Silva Carvalho, natu-
ral de Armamar, cavalleiro professo da ordem
de Christo, e mestre de campo, na guerra da
acclamaçáo, — e de D. Luisa da Silveira
Athaide, filha do capitão de iofanteria, Fran-
cisco áa Silveira, fidalgo da casa real e ca-
valleiro professo da ordem de Çhrislo, -^ e
NIC
de soa mulher IX Thecesa de Athaide, fitti^
natural de D. Diogo de Athaide, conde à^
Castanheira.
E do seu consoreio com D. Mariaona da Sil*
veira, teve Pantaleao Rebello— Francisco Re-
bello de Yasconcelloci» fidalgo cavalleiro lU
casa real, cavalleiro professo na ordem de
Christo e mestre de campo,— D. Luisa Antónia
Onofre de Athaide e Yasconcellos, que casoa
com João de Sequeira Yarejão, senhor de Par-
rotes, do morgado de Benafita, eadministrador
daeapelIadeS. Mamede, em Évora, commeof-
dador da coromenda de S. Domingos de Ma*
recos e Santa Maria Magdalena de Aldeia Ri-
ca da ordem de S. Thiago, na qual era tam-
bém cavalleiro professo, •* e
Luis da Silveira de Carvalho, que casoo
em Lamego, com D. Maria C. jde Yasconcel-
los, de <iuem teve só uma filha, que morreu
creança, e viuvando, passou a segundas nn-
pcias com D. Yiolante Garcez da Fonseca
Coutinho, da villa de Castello Rodrigo, filba
de António Garcez da Fonseca, que foi capi-
tão de cavallosna guerra da acclamaçáo, e de
sua muU^er D. Catharina de Gouveia Agoi-
lar; — neta paterna de Jorge Garcez da
Fonseca e D. Maria da Cunha Falcão ; —
bisneta paterna de Álvaro da Fonseca (^
de sua 1' mulher D. Yiolante Garcez) ao
qual Philíppe II, de Hespanha, quando tomou
posse de Portugal, fez capitão general e con-
cedeu muitas honras e mercez.
— 3/ beta paterna do grande Diogo da Fon-
seca e de sua mulher, D. Joaona Martina
Guedelha, dama do paço de elrei D. Joãa
II, que foi quem appeilldou glande ao dicto
Diogo da Fonseca, quando viu que este de
um só golpe cortou a cabeça a um touro;^
— 4,* neta de Izuro Diniz e de sua mulher
D. Beatriz da Fonseca;
— $.' neta de AfTonso Yaz da Fonseca e de
sua mulher Maria Liopes Pacheco;
— 6.* neta de Yasco Fernandes Coutinho, de
quem foi filho mais velho, o grande Gonçalo
Vaz Coutinho^ i."* conde de Marialva*
1 Foi Diogo de Sousa militar destineto e
exerceu altos cargos no Paço 4e D. ioão U^
que lhe deu vários senhorios e honras.
um
' Eidd Ma tMflorciocoin D. VMuM^fiar-
«tt da FoDsecâ Gaatiolio 4eve -Lolz da Sil»
fVâra áè CarivaUiQ^ entre ouiroe âlhes*
Carlos Maniiei dft Silveira e-Vaec<Mle9llo^
4}iie eaiOQ em Angoriz, frei^iieeia de Samo-
daes, com D. Maria Joeefibay e tieve.
— ^FraneiaQ»daSHveirae'Yas6oiieeUoB» que
loi padre; .
^^Carioe da Sii^eira e Voseoneelioe, qae
.também ae ordenou;
— JPedro da Silveira Athaide e Vaseoneel-
los, qae foi major do regimento de iofaQ-
terian.* iâde Cbavea, oavaileiroda ordem
de S. Beoto de Aviz, e pravedor da antiga
compaohia doe viabod do Alto Douro; t
. --*D. Joaquina da SiWeira Atfaaide e Yae-
€oiiíeelio9, que casou na vilia de Lalim, con-
oeibo de Tarouca, eom Frandaco Mourão de
lOraoib Oamm, e teve. eotre oatn» fllboB,
como já dissemos, o sr. D. Franoieeovda Pie-
dade da Silveira Mourão, penúltimo abbade
d'esta Iregaezia de S. Nicolau, que íkliecea
n'estafreguezia, no dia 4 de agosto de i859.
20.« — António Joaqttim Soares, egresso be-
nedictino e abbade de Gondalães, n*esle bis-
pado do Porto, foi apresentado n'esta egre-
ja de S. Nicolau, por decreto de 6 de junbo
de 1860, e collou-se a 6 de julho do mesmo
anno.
ET o paroctao actual. Nasceu na freguezia
de S. Martinho, na cidade de Penafiel, em
1814, professou noconvento.de Tibães, e
viveu algum tempo no de Santo Tbyrso.
Tem sido um dos mais fecundos oradores
' Casou em Relvas, freguezia de Parada
de Cunhos, junto a Vilia Real de Traz-os-
MoDtes, com D. M«kria Ot^lfina de Azevedo
Gardoio €abral Girào, fiiha de Manuel de
Azevedo Teixeira e D. Josepha Bernarda de
Azevedo Couiiuho;-— neta paterna de Antó-
nio de Azevedo Neves e D. Isabel Teixeira
Cabral, e máteraa de Bernardo de Azevedo
Coutinho A^vellar eO. Thomazia TherezaOi*
rão, da quinta do Testamento, freguezia de
S. Martinho de Mouros, no bbpado de La-
mego.
Pedro daíSikeira e D. Marta DeMna» vão
Uverâoenceesaâo»
DQG
57
do nbsflo paiz,<e é hoje um dòa padres mais
ricoedbidioceae.
Buas d'eaila firegfaezia
Hoje as ruas priDctpaes doesta freguezia
de S. Nicolau são— -a dos loglezes, que já se
denominou *^ rua iVooa — e rua Formosa,
mandada abidr por D. João I, que se com^
praaa em a denominar a siia rua Formosa,
posto que foi feita pelo senado do PortOj qne
eom elia dispendeu cerca de oito contos de
réis, somma importante n*aquel)a epocfaa ^
Esta rua ainda hoje (1875) é uma das
mais largas e mais bonitas do Porto, muito
plana, com dois renques de arvores, que
muito a embellesam, e toda povoada de ma-
|[niflcos prédios, com grande numero de es-
criptorios commerciaes e agencias de bau^
cos e companhias nacionaes e estrangeiras.
N'esla rua costumam reuoir-se diariamente
a maior parte dos negociantes e correctores,
e n'eila se fazem a maior parte das transacções
^ Foi aberta esta rua de 1400 a 1410.
Ainda em 1406 não estava concluída, como
96 vé do aceordo entre el-rei D. João I e o
bispo D. Qil Alma, com relação ao senhorio
do Porto, contracto que foi reduzido a es-
criptura^assigoada em Santarém, no dia 13
de abrH de 1406. Por este contracto, o bispo
cedeu ao rei toda ajurisdicção e direito que
tinteana cidade, pela pensão aonual de 3:000
libras da moeda antif», que a 36 réis cada
libra, montavam a lOSilOOO réis; e para o
pagamento d*esta quantia, assignava ei-rei o
reMimento de todas as propriedades que
tinha no Porto, e quando elle não bastasse,
o da alfandega, até que se acabassem «aa
fumas casas, qae mandámos faier na dita
cidade, no logar que tíiamam rua Formúsa,*
das quaes, depoi)i de aforadas, se dariam ao
bi»po tantas UlM*as quantas bastassem para o
dito pagamento. S' preciso que se saiba (Ar-
naldo Gama, Ultima Dona de S. Nicolau, pag.
415, not. 2.«) que, apesar de elrei chamar
às casas suas, dizer que as mandara fazer,
e contraclar em seu nome com o bispo, a
verdade era, serem as casas feitas à custa da
ddade, pela própria deliberação dVlia, e já
com este mesmo fim; e que a rua Formosa^
actualmente rua dos Ingleses, custou á gen-
te do Porio ^:000 dobras, pouco mais ou
menos 7:500^000 réis da moeda actlial, de»-
{»eza para que etrei não deu nem miea«
ha.»
58
NIC
4o coinmercio^portaeDfie, peio que se deno-
mina vulgarmente Praça do Cofhmercio —
qnando a praça do Commercio propria-
mente dita, ó a easa ou palácio da Bolsa, de
que fallaremos mais de espaço, e que fica á
«ntrada da rua Ferreira Borges, hindo da rua
^os Inglezes.
Não menos importante do quer esta é a rua
úe S. Joào, mandada fazer por D. João de Al-
mada e Mello 1 e' que vae da Ribeira até ao
iargo, ou ante», rua de S. Domingos.
Ha n'esta rua de S. João graode movi-
mento sempre, e muito extraordinário nas
terças feiras e sabbados de todo o anno.
Todas as lojas d*esta rua são estabelecimen-
tos commerciaes de primeira ordem—por
junto e a retalho
£m quanto a movimento commercial, me-
recem também especial menção os arcos da
Ribeira, desde a ponte pênsil até á entrada
^a rua de S. João, e a mesma Ribeira, no*
1 Este D. João de Almada e Mello (pae do
grande D. Francisco de Almada e Mendon-
ça) não só aformoseou consideravelmente a
«ntrada do Porto, pela Ribeira, fazendo obras
importantes n*esta e abrmdo a rua de S.
João, que d'elle tomou o nome, e que devia
desembocar na rua das Flores defronte da
«greja da Misericórdia, em substituição da
velba e ímmuDdissima rua das Congostas,
mas outras obr^s lhe deve o Forto^ como
são a praça, hoje largo de S. Roque, no Sou-
to, o muro e largo da Victoria, e parte das
ruas dos Inglezes, de Santo António e Al
mada, que dVlle tomou o appellido;--dea
grande desenvolvimento à casa do tiAu-
nal e cadeias da Relação, e alargou e indi-
reitou varias ruas da cidade velha.
Foi elle moço fidalgo da casa real, com-
mendador da ordem de Christo, conselhei-
ro de estado. Q.** senhor de Villa Nova de
Souto de El Rei, 7.* senhor do morgado dos
01ivaes(onde nasceu seu filho D. Francisco
de Almada e Mendonça), {{• seuhor de Al-
bergaria da Magdalena, 9.« alcaida-mór de
Palmella, tenente general dos reaes exérci-
tos, governador das Armas do partido do
Porto, governador das justiças da Relação e
casa da mesma cidade, e n'ella inspector da
casa do subjiidio litterario e do cofre dos di-
reitos das três provindas, etc.
Por occasiào do levantamento contra a
companhia dos vinhos, é que veio como f?o-
vernador das armas para' o Porto, nos pría-
cipios de 1757.
MC
meadamente o cães dos Guindaes, a ti. da
ponte pênsil, por ser iquelle o ca^s onde
atracam os barcos do Douro, qoe abastecem
o Porto de muitos artigos, e especialmente
de uvas, castanhas, batatas e fnictas saba-
rosissimás, de que o Porto é farto e mimo-
so como poucas cidades do mundo.
E não fallo aqui dos preciosos vinhos do
Alto Douro, orgulho de Portngst e inveja de
todas as nações, porque esses vinhos, ape-
nas tocam nos Guindaes, para serem regis-
trados e pagarem os impostos; mas seguem
para Villa Nova de Gaya, onde são armaze-
nados, formando alli um deposito perma-
nente de muitas mil pipas, no valor de mi-
lhares de contos de réis.
É também notável na baixa d'esta fregue-
zia, a rua da Nova Alfandega, em continua-
ção da ma dos Inglezes. Tem ainda poucas
casas, mas é espaçosa, muito bonita e cona
lindíssima vista sobre o Douro e Villa No-
va de Gaya.
Principiou-se em 1871, e ainda n'esta da-
ta (julho de 1875) andam em construcção os
passeios.
Merecem também especial menção entre
as ruas d'esta parochia, como mais impor-
tantes, as de Bellomente, Ferreira Borges e
Nova de S. Domingos, ainda por acabar: e
pela sua antiguidade as da Munhota, Almeia,
Banhos, Forno Velho, Ourivesaria (ou de S.
Nicolau). Reboleira, Cima do Muro, Congos-
tas, Postigo do Carvão, vièlla da Cruz ou
Calca-Frades, rua (ou viella) e becco das Pa-
nellas, viella do Postigo do Pereira, rua dos
Canastreiros, travessa do Outeirinbo, rua do
Postigo da Forca, dita do Postigo do Peloa-
rinho, rua do Terreiro, dita do Gollegio de
S. Francisco de Borja, dita dos Cobertos dos
Banhos, Mercadores, etc, parte das quaes
já desappareceram, e outras desapparece-
rão brevemente, porque o Porto progride a
olhos vistos.
Bm frente da rua Ferreira Borges, entre
a rua de Bellomonte e o largo de S. Domin-
go.s, desembocam as Escadas da Esnoga (sy-
nonymo de Sinagoga) que davam entrada
para a judiaria, antes de se mudar para Mi-
ragaya para o Largo ainda hoje dito Èkmie
MG
ios Jfudeuã, 6 na antiga jadiaria se formou
o bairro hoje chamado — da Yietoría.
Tinha esta judiaria duas entradas prínci-
paea— uma pelo lado norte ou rua de S. Ben-
to, hoje, outra pelas ditas Eseadaa da Esno*
ga» e tanto estas Escadas como aquella rua,
eram de noite vedadas com portões de ferro.
Vide n'tíste mesmo Dieeionario — fregus'
Titã da Vicioria — oode tratamos mais d*es-
l>aco d*esta judiaria.
BaiTôdo
É assim ainda hoje denominada uma par-
le considerável doesta freguezia de S. Nico-
lau, desde a rua dos Mercadores até ás Es-
cadas do Ck>deça], e desde os arcos da Ri-
beira até á eôrca do Gollegio dos Grillos, ho*
je seminário episcopal, comprehendendo um
labyrintho de ruas, beccos, escadas e viellas,
taes são:— as Escadas do Barrado, vielia do
Buraco, rua de S. Francisco de Borja, Esca*
das de S. Francisco de Borja, Escadas das
Verdades, Largo do Terreirinho, Yiella dó
Terreirioho, etc.
É este o Barredo propriamente dito, mas
nio são menos asquerosas as ruas adjacen-
lea— rua dosCanastreiros ou dos Tanoeiros,
rua de Cima da Lada, Becco das Panellas,
rua dos Mercadores, Escadas do Godeçal,
Postigo da Forca e Postigo do Pelourinho.
É ainda hoje este bairro o roais immun*
do do Porto, posto que não tem sido des-
«curado pela camará municipal, e tanto que
todo está illuminado a gaz, como o resto da
cidade, e n^elle se projecta abrir, uma rua
em prolongação da dos Inglezes até á ponte
pênsil, e outra, das proximidades â*esta
ponte para o alto da rua de S. João, a en-
troncar na de Mousinho da Silveira, já priur
cipiada.
Este bairro, bastante populoso, é hoje po«
voado quasi exclusivamente de varelras, re*
gateiras, vendilhões e carrejões; mas nos
tempos em que o Porto «ra murado, eprín-
cipalmente emquanto os muros não passa-
vam da Ribeira e d^alli hiam para a Porta
do Garro, seguindo pela Batalha e Guindaes
até o Douro, n'est6 bairro, trinta vezes mais
immundo do que hoje, tiveram casa os pa*
NIC
59
dres da- Companhia de Jesus, e viveram Ca*
milias importantes.
No cartório da Gamara do Porto (L. A, fl.
i34) se encontra uma carta de-el-rei D. Af*
fonsQ y, ppla qual nomeia escrivão da alcai-
daría do Porto, Pêro Fernandes, creado dê
D, Maria do Barredo, e fliho de Fernão Vi-
cente, que servira o mesmo offieio, e que
faileeéra havia pouco tempo. Esta carta é
datada de Évora, a 29 de novembro de Í47S.
Não ha muito que o auctor d'estas linhas»
com sol claro» e por mera curiosidade, atra-
vessou este bairro, só para poder fallar d*el*
le; e creiam os leitores que nunca vi no Por-
to, nem na capital, uma serie de roas, (t)
viellas, escadas e barrancos, que se assome-
Ihasse áquillo; tudo transudando agua e im-
mundicie, obrigaado-me o fétido a accele-
rar o passo, e arhpiando-se-me o cabello
ao imaginar-me mettido em similhante la-
byrintho, em uma noite de inverno, mes-
mo no século actual, antes de montar-se a
illuminação publica.
É este bairro um montão de lixo, e um
sorvedouro de vidas, quando pesa a mais le-
ve epidemia sobre a cidade, e por todas es-
tas considerações façamos votos por que a
camará abra sem demora as ruas em pro-
jecto.
Pessoas notayeis qne neusoeram
n'esta freguezia
~0 infante D. Henrique, filho de D. João I.
— O bispo D. Nicolau de Sousa Monteiro.
^— Balthazar Guedes, presbytero secular,
fundador docoliegio dos orphãos da Graça.
— Pantaleão da Gruz, irmão de Balihasar
Guedes; apezar de ser surdo e mudo de nas-
cimento^ fez repetidas viagens ao Brasil, men-
digando meios para augmento d*aquelle col-
legio, e, sempre esmolando, juntou cerca de
doze mil cruzados, percorrendo a pé maia
de 1600 léguas.
— António de Sousa Lobo, conhecido pe-
lo nome áò—Lobo ia Reboleira^ onde falleceu,
em iâ65, solleiro e sem succesaão, instituin-
do por herdeiro seu primo, o sr. Justino Fer-
reira Pinto Basto.
Foi notável pela sua avultada riqueza e
pelo seu viver excêntrico.
60
mG
MB
-^Na mesma raa da Reboleira, vivea miii«
los annos a família P*)dros6eii ca do legeoda*
A) Pedro*Ceiny e a importante fomílía Waa-
oUer, boje representada peio Tírtaoso ar-
eediago deOliyeir«, Ricardo Wanaellsr, Am-
4ador do Asylo de Viliar, e sea sobriobo
GbristiaDO Wanseller.
— Também n^esta fregnezia vivea muitos
ânuos, e nltimaoiente no sen lindo palaee-
ie defiellomonte, um ramo âan(^re famiiia
Paebecos Pereiras, que foram talvez mais de
tem annos consecutivos, joizes da alfandega
do Porto <Vid6 n'este mesmo art. Packecoê
Fereiras) — e também n^esta fregueiia aval-
iaram vários membros da não menos nobre
famiia Leites Pereiras, de S. João Novo.
EdifieioB mais notaTels d'eota
firegueala
Os edifícios mais consideráveis qae ba bo*
Je n'esta fregaezia são — o palácio da Bolsa, a
Caixa fllíal do Banco de Portugal, montada
■a faebada norte do convento de S* Domin-
gos, no largo do mesmo nome, (única par*
te que pôde salvar-se do incêndio que devo-
roa aqaelle convento por occasião do cerco
do Porto)— o convento de S. João Novo, — a
casa do Banco Gommercial na rua Ferreira
Borges,— o palacete da família Paebecos Pe-
reiras, onde boje se acha o Banco Altiança,
na rua de Beliomonte,— o palacete dos ber-
deiros d' Álvaro Leite, no largo de S. João
Novo, — a casa da Feitoria Ingleza na rua
dos loglefles,— a casa qne foi da íamilia
Pedrossem, boje de Francisco Cardoso Ya-
iente, na raa da Reboleira, que (em os
n.«* 53 e 50, e que confina pelo sul com a
rua de Sobre o Muro, e peio poente com a
travessa do Outeirinfao,— e o Hospital da
Ordem Terceira de & Francisco, na rua da
Ferraria.
Em eras remotas, tornou-se também notá-
vel, não sabemos porque titulo, a casa do
Laranjo, de qae boje mai resta a memoria,
e qae existiu aproximadamente nos Gaín-
daes ou Corticeira, perto da margem do
Douro, nos lemites da fregnezia de Santo
ildefòaso, e desde 1841 d'e8ta Cregoezia de
S. Nicolau.
D'esU casa do Laranjo íázemos nen^
especial, por que a mereee.
Também foi importante a casa da alfan*
dêga velha, entre a roa doe Inglezes e %
Ponto Aurina, hoje Ponte Taurina.
Foi está casa de alfandega, mandada cons*
trair por D. Pedro U, em 1677, sendo ea*
carregado das obrais o marquez da Fron-
teira.
Contíguos a esta casa, estiveiam os an*
tigos paços dos nossos reis, onde nasceu o
Infante D. Henrique; ainda. alli se vé um bra-
são com as armas reaes, junto à porta prin*
cipal da velha alftmdega, e outro em uma
porta, boje muito baixa, do lado da roa dos
Ingleses.
Também por alli esteve a casa da Moeda,
indicada na gravura representando o Porto»
e iiue faz parte da deseripção d^^eeta cidade,
publicada por Agostinho Rebello da Costa.
A 1.* casa da Moeda que houve no Porto —
e no reino-— foi no largo dos Loyos, á esqui*
na da rua de IVaz.
Também, pela sua provada antiguidade^
mencionaremos entre os edifícios d'esta pa^
rochis, as duas estalagesn, qwe houve na
raa das Congostas, e qae faziam parte daa
8 que já Indicamos creadas por D. João
I -* o hospital ou albergaria de S. Salva^
dor, em um becco doesta 'mesma raa— o
recolhimento das Velhas, na rua dosMerca«
dores^-ios dois estabelecimentos dehanhos»
um na Ribeira e outro ma rua dos Banhos—*
rua da Mnnhota e Porta Nobre,— e os hospi*
taes de Santa Catharina e S. Thiagona Re*
boHeira.
Jl C▲i^A DA FEITORIA INGLKZA
Esta casa, como já escreveu Agostinho
Rebello da Costa, na sua de$cripção do Por^--
ta, foi principiada em Fevereiro de 1785, na
rua dos loglezes, onde hoje se vé, com of
n.*>« 2 a i< e trabalhando n'elia mais de ilS^
homens por dia (pedreiros, carpinleirM^
etc.) ainda em 1787 se achava ineompleta.
Faceia com a rua de 8. João e dos Ingleses»
sobre a qual tem a faebada principal, mth
dindo por este lado 110 palmos e peto lada
da roa de s. João 140 de eomprímento por
NIC
MC
6f
100 dealtara. A face qne di |»ari a ma de i
S. loão^ eleva-ae a 5 andares, alem do sab«
terraneo; do {,• tem 9 portas largas, -<- no
%^ oQtras tantas jaoellas de peitoril, — no
3.<* ontras 9 rasgadas com grad^ de ferro»
— no i."" outras 9 janellas, — o o 5.* sao
aguas fartadas, com uma espaçosa varanda
de pedra em redor e deseuberta, com fachas
^ cornija também de pedra.
Sobre a rua dos Inglezes tem. no iJ^
pavimento, ao nível da. rua, 7 arcos for-
mando um passeio coberto, de 110 pal-
mos de comprimento sobre 14 de largura.
No 2." pavimento tem a frente 7 janellas de
peitoril, no d."* outras 7 janellas rasgadas, e
e no 4.* egual numero de janellas de peito-
ril, e é rematada esta face com uma varanda
descoberta, circundada por balaustres de
pedra, com seus festões.
A porta principal é decorada com seis
columnas de ordem toscana) e prende com
3 arcos de pedra, partindo do arco do meio,
a escada nobre ou principal, e dos outros
dois, as escadas particulares pu de serviço.
Iodas de pedra com balaustres de ferro.
No interior d'este edificio ha uma grande
«ala chamada do café^ mais 4 casas que já
se alagaram por duzentes mil reis cada uma
<no tempo em que escrevia Rebello da Gos-
ta...) e por cima d*estas casas ba 4 salas e
4 cosi abas pegadas. Tem mais duas salas
cada uma com 30 palmos e comprimento
por 25 de largura, — outra de 60 por 25»
— outra de 82 por 41, -— outra de 72 por
t5, — outra de 64 por 26, — outra d& 60
por 25, — outra de 26 por 23 — mais 4 —
sendo uma de 20— duas de 25 e outra de 26
quadrados, — uma cosinba de 50 por 28 —
« uma dispensa de 28 por cada face. Todas
estas salas eccupam os 3 andares superiores
•aâ do nivel da sua.
As aguas furtadas teem uma casa com 82
palmos de comprimento por 42 de largura,
com 3 portas, que dão para a varanda» —
isto do lado da rua dos loglezes — e do lado
dia rua de S. João, outra casa de 90 por
16, com 2 portas para a varanda, mais ou*
casa de 72 por 26, com outras 2 portas para
a mesma varanda.
. É este sumptuoso edificio, da colónia bri
•
laniea do Porto^ destinado* para recepção ô»
viajantes IHiistre», e para as suas reunidM;
N'elle tem havido festas explendidas, íoé*
recendo expeeial meQçâO'Os bailes em honra
de pess(»as reaes, em diversas datas.
CASA DO LARANIO
Existiu em tempos remotos, na fregueiiadt
Santo Ildefonso, hoje no» limites d*esta de S.
Nioolau, vnaa casa deuomioadar do Larai^
que se tornou celebre, nao sabemos por qiN
titttlos ; mas, tão saliente e conbedda era,
que a elia se referiam^ quando qtt^^ríam in^
dicar algum terreno proiimo. Nâo podémee
averiguar com precisão o local onde esteve
a celebre casa, mas supp6mos seria na Cor-
ticeira, e talvez- no chão onde se vé hoje uma
grande fabrica de louça (chamada do Careo^
Uunho) com uma capella^ o que bem se de*
prehende dos documentos seguintes:
4 Faros de fora dos muro» da ddadê*
«Item, Amador Gonçalves filho de GonçiH
lo- Annes, luveir o, tem por prazo o cerrado de
Malm'ajndas^ arriba da casa do Laran}o com
umpelame: e paga 30 réis.»
(Censual da Mitra, fl. 90, v.)
tltem^ Miguel Annes, morador na Lada,
tem per sua herdade perpetua, duae pe»>
queirasna af o» do Douro, arriba da casado
Laraojn, freguezia de Santo Ildefonso, que
chamãa a hua d'ellaft o Cubo e a outra a
Palheira.» <fl. 9t.)
tltem, a pesqueira^ da Asna, com seu pes*
queirinh» e wkraes, acima da casa do Lara»-
jo...» (fl* 92;)
•IteoB^ o< monte de Val*Mvlhorado, coma
azenha de Míjavelhas, sito na freguesia de
Santo Ildefonso, abaixo do Prado Novo, etc»
Yé*se pais que a dita casa do Laraojo es*
tava á beira do Douro, sobre a margem di«
reita, fora do antigo muro dos Guindada, em
terreno que f(M da freguezia de Santo Ilde-
fonso e que é hoje>d-esta> fraguezia de S. Ki^
dolau.
o BOTBQUIM DO PBPilfO
Houve na rua de Cima do Muro, n*esta fre-
guezia de S. Nicolau, um pouco ao poente
62
MG
NIC
4o Postigo dos Banhos, am boteqnioof, qae se
tornou celebre e conhecido como nenhum
oatro no Porto e fora do Porto, até mesmo
na Inglaterra» na Russta, na AUemanha, na
França, etc.
Era publico e notório, que n*aquelle bote
quim, ou casa de café e bebidas, foram rou-
bados e mortos muitos marinheiros ioglezes
• d^outras nações, e é certo que aquella casa
esteve muitos annos debaixo da vigilância
das auctoridades locaes, persistindo, a des-
peito de toda a vigilância policial, os boatos
mais aterradores: até que a casa foi expro-
priada e demolida pela camará, como todas
as circumvísinhas, para a abertura da rua da
Mova Alfandega — sem se apurar o funda-
mento de tão sinistros boatos.
É certo que aqoélle ltK)tiquim, todas as
noites se enchia de mulheres perdidas, ma-
rujada, principalmente estrangeira, e ho-
mens de má nota; que alli havia musica e
danças {cancan) deshonestas, e um arruido
infernal até d<>shoras; — que alli houve por
Tezes rijo bofetão e grossa pancadaria, — e
que muitos dos freguezes, nomeadamente
marítimos russos, inglezes e allemães, lá
pernoitavam, estirados no chão, com o peso
do vinho, até ao dia segumte, — dizendo as
más línguas que eram embriagados artificial'
nunte, e de propósito, pelo dono da casa, para
os roubar, quando levavam comsfgo dinhei-
ro, e que depois os lançava ao rio, E acres-
centavam — que muitos cadáveres apparece-
ram no Douro, que se disse serem de maríti-
mos estrangeiros que se afogaram casual-
mente, quando a verdade era — que haviam
sido roubados é assassinados no maldito bo-
tequim. . .
Nunca pôde averíguar-se bem a cousa,
mas parere vir a propósito o aphorísmo —
vox populi, vox diabolií. . .
O proprietário d*este. . . . botequim, enri-
queceu com o seu ignóbil negocio, e era tão
astuto que adivinhava sempre o dia e hora
em que a policia víuha dar-lhe busca
Chamava se AotODio Pereira Porto, por
alcuoha o Pepino, e por is^o o s^-u botiquim
ganhou o titulo de Botiquim do Pepino,
O tal Pereira Porto, falleceu aproxima-
damente em 1850, mas a ViUva eoustrvoa o
celebre botiquim (mas já muito decadente)
até 1870 a 1871, dau da demolição d*aquel-
la rua e das ruas adjacentes.
ESTALAGENS HISTÓRICAS
Na rua das Coagostas, hoje d*esta fregue-
zia de S. Nicolau, houve duas estalagens das
oito creadas no Porto, no século XIV, por
ordem de D. João l^ como se vê do seguinte
documento:
Na vereação de 2 de outubro de 1392 —
idom frey alvaro gonçalves camello, prioll
dosipital, marjchal da oste delRey, meirinho
moor por elRey, entre doyro e mynho e iras-
los-montes» apresentou á camará duas car-
tas d*el-rei D. João I, escríptas a elle prior,,
nas quaes ordenava que se fizessem na ci-
dade oito estalagens, em que pousassem, por
dinheiro, aquelles que a ella tivessem neces-
sidade de vir. A camará accordou que era
bom que se fizessem, e logo as distribuiu, a
lhes marcou as localidades da maneira se
guiote:
«It. primeyramente nas cõgostas duas es-
talages grades e boas.
ilt no souto hua estalage grade e boa.
«It. outra nas casas de Estevão ferreira. ^
«It. outra na rua chaã nas casas que fur$
de Jeruaz da deuesa.
«It. outra grade e boa á porta de cima d<y
villa.
«It. em Mlragaya outra estalage grade e
boa. «
«It. outra em villa nova.»
Cartório da camará do Porto, Livro das^
vereações de 1392 a 1431. fl. 30-32 das per-
tencentes às vereações de 1430.
Artistas distlnotos
Antes de fazer-se a rua nova de S. Joã<v
1 Suppomos serem estas essas, umas que
nVste momento a camará do Porto e^tá de-
m(»lindo, na autítta rua da Bii^uinha, junto á
cape lia e hospital, jà deujoliduM, de S. (!hris-
pini, para a abertura da nova rua de Mousi-^
nho da Stlveira, Revelam grande antiguida-
de, e couau que fi»ram estalagem real. bai-
laremos iiiai^ detidamente dV^ta estalagem
real da Bujuiiiha, qu;ii)do ir^íarmos da fie-
guezia da Sé, a cuja circumscripçào perieuce.
NIC
NIC
63
havia no alto doesta raa, sobre oBioéa VUUl^
(que foi encanado por baixo d*ella) ama pon-
te a ligar a roa da^ Congostaa e largo de Santa
Gatbarina (boje largo de S Domingos) com a
roa da tal ponte, qne (depois qae nas proxi
midades se estabeleceram os frades domlni-
cos) se deoominott de 8, Domingos; e nos fins
do século XV, moroa janto áqaeiia ponte,
um artista ootavnl, por nome Álvaro Gonçal-
ves, insigne fabricante de armas brancas.
Em vereação de 16 d*abríl de 1485, a ca-
mará, em tamprimento de uma carta d*el-
rei D. João II, a qual se acba no livro anti
go das provires, fl. i% escripta em Monte
mór^ a 21 de janeiro de 1485, e dirigida aos
jnizes e vereadores do Porto, mandoa cha-
mar Álvaro Gonçalves, coiraceiro, morador
á ponte de S. Domingos, e disse-lhe que, por
elle ser bom offlcial do sea officio, lhe esta-
belecia o ordenado de 3^000 réis annaaes (?)
para elle fazer as armas brancas a sea car-
go, com a condicçao de elle nunca sahtr da
cidade para hir servir ontros.
Na carta altadida, el rei ordenava á cama-
ra, qae estabelecesse na cidade, como of-
âciaes d*elU, um armeiro de fazer gibanetes
e outro de fazer armas brancas, cada um
com 4^KXK> réis de ordenado annoal ^?) e um
alimpador ou guarnecedor de armas com
2^000 réis^ todos pagos à casta do conce-
lho.
(L das vereações de Í485, fL 38 v.)
A propósito consignaremos aqui outro ar-
meiro di^tincto, que vive também n*esta fre-
guezia de S. Nicolau, na Ferraria de Baixo
n.« iOO, e por consequência a pequena dis-
tancia do local onde viveu em i485 aquelle
outro.
É o actual armeiro ou espingardeiro, con-
siderado o primeiro artista no seu género
que ha do Porto actualmente, e chama-se
DomJQgos Francisco de Abreu, nascido n'es-
ta mesma rua da Ft-rranà, filho de José
Frani-isco de Abreu, lambem espingardeiro
que foi muito conhecido também n'esta raa|
oquemirrrea decrépito em i872 — e nt- to
taoibeai d'ou(ro espingardeiro — Domingos
Francisco de Abreu, uaturai d*ehU mesma
rua e nVlla sempre morador.
Na sua offlcina se fazem rewolvers de di-
versos sysiemas, desde 1837; armas e pisto-
las trochadas; forjam-se^ os próprios canos;
e se apparelham, com perfeição, bengalas, que
se transformam em pistolas ; armas de ca-^
ça> etc.
Tem sido o dito ariista fornecedor dos ba-
sares do palácio de crystal e das casas More
e Macedo, na praça de D. Pedro, Buísson da
roa de Santo António, etc, confuudindo-se
os seus ariefoctos com os mais aperfeiçoados
das nações estrangeiras.
Ha também n'esta mesma raa, outro artis-
ta disuncto» mas em outro genero-H)braa
de talba.em madeira.
Habita a c^sa n.« 131 a 133 ò chama-se
Zeferino José Pinto, entalhador da casa real
e director da obra de talha, no palácio da
B^lsa oommercial doesta cidade do Porto»
que tem sido e continua a ser, verdadeira o
magnifica eschola de entalhadores, estuca-
dores, carpinteiros e pedreiros. £' admirado
por nadonaes e estrangeiros o extremo apa-
ro das referidas quatro artes nas decorações
d*aquelle palácio, e tanto que o grande jury
da ultima exposição internacional de Vien-
na d* Áustria, não hesitou em conferir o di-
ploma de mérito aos variados espécimens
da talha que a associação commercial alli
expoz.
Paliaremos em capitulo á parte« da casa
da Bolsa, qae bem o merece, accrescentan-
dn aqui apenas que o distinetissimo enta-
lhador Zeferino, em todas as exposições do
Purto e Braga, tem sido premiado; que na-
de Paris, em 1867, lhe foi conferida uma
menção honrosa, com uma medalha de pra-
ta, e na de Vienna d' Áustria, em 1873, foi-
lhe dado o diploma de mérito.
Nasoimento do infante D. Henrique
Com razão se gloria o Porto, e nomea4|k«
mente esta freguezia de S. Nicolau, de ha-
ver sido o berço do infante D. Henrique.
Este prioripe, verdadt^iramente notável, que
foi o iniciador dos grandes descobrimentos
que nos abriram o caminho da ladia, pelo
Gabo da Boa Esperança, por onde encarrei-
u
MC
m&
ramos o oomineFcio com a8iiiç9esdO'Ori€fn'
te. Nasceu a 4 de março de 1394, quarta
feira de ciaza« (Pedro de Maríz, Dialogo lY,
4) ii'esu cidade do Porto, na casa onde es-
teve a alfandega, na rua dos< ingleses, ain-
da então freguezia daSé, e hoje fregaezia de
S. Nicolan: casa qae foi roaito tempo tam-
bém^ o paço que habitavam os nossos reis,
quando vinham ao Porto, e casa de moeda—
mesquinho e ridieulo pardieiro, oftmo disse
Arnaldo Gama ' que deveraa imo merecia a
honra de ter visto nascer d«itro d*eile o
grande infante D. Henrique.
No Gart. da Gam. do Porto, L. d."» dos Per-
gaminhos, fl. 40, se encontra um pergami-
nho, com os n^ve recibos originaes, passa-
dos pelos operaiios e ptlos menestréis e jo-
graes que foeramo tabladOy e cantaram, e
tangeram, nas festas e matiMida» que tive-
ram logar na cidade, poroeeasião dobaptt*
sado de D. Hemíque.
Naseeu também n'esta fregneiia4e S. Ni-
coilan, omeretissimo prelado d -esta diocese
D. Nicolau Monteiro, da qnad tomou posse
em abril de i67L
Foi doutor em cânones peia universida-
de de Goimbra, e alli também cooego^ pro-
visor e vigário geral, mestre esdiola na col-
legíada de Barcellos, D. prior de Cedofeita.
embaixador de el-rei D. João lY, na cúria
romana, aio do príncipe D.Theedoslo e dos
infantes seus irmãos (D. Affonso VI a D. Pe-
dro U) conselheiro de estado, confessor da
rainha D. Luiza de Gusmão, blepo eleito de
Portalegre, Guarda e Porto, e foi lhe offere-
cida a mitra primacial de Braga, mas pre-
feriu a do Porto, por amor á sua terra na-
tal.
Foi um pastor espiritual exenpiarlssi-
mo, e devotado como poucos ao seu reba-
nho.
Ninguém implorava o seu auxilio em vâo,
e tudo repartia com os pobres, chegando a
esp 'liarse dos seus próprios vestidos para
os cobrir. Os templas, os hospitaes, as pri-
sões, tudo era alvo da sua piedade. Reedi-
* Uli:m% Dona de S. Nicolau, pag. 206
e 497.
fiMH esm igreja de Sk Ificotau^ onde rse»^
bépa as graças lustraes do baptismo, e adie
S. Pedro de Miragaisra (primitiva Sé do Per»
to, na opinião 4e sr. D. Rodrigo da Gonhn»
do seuiannoiador o aoademico Av Gerqueint-
Pinlo^ do illustrado ohronista fr. Luii àm
Anjos e outros.) Paliou muitas veies com o*
papa, e o determinou, com as soaainstandaA
e com o seu mavioso livro, intitulado Vasf-
TurturiSi a eonveneer*se da justiça de Por-
tugal contra Castella, o que dementou o em-
baixador de Hespanha a ponto tal que, co-
mo ultéma ratiúi mandou disparar dois ti*
roa debacamarte, sobre o nosso embaixador,
D. Nioolau Monteiro, que a Proviéeneia per-
severou, caAmude morto apenas o seu co*
cheiro.
Snconmbiu finalmente o saiilD Mspo, ao pe*
so dos annes, dos trabalho^ dos cilicies, das
dlsciplteas e- outras penitencias» no dia 90^
de deeembro de 1672, contando noventa e^
um annos de Idade.
Muitos instrumentos das suas penftendaa
e uma camisa ensopada em sangue^ que fex
jorrar com disciplinai e mlicioe, foram guar-
dados muito tempo, como retiquian, pelo re«
verendo dr. António Monteiro, cónego de Ce-
dofeita» morador na casa do Pmheiro, e pa-
rente do virtuosíssimo prelado. ^
O seu retrato é exposto todos os annos ao.
publico, no dia 2 de julho, pela Santa Casada
Misericórdia do Porto, á qual deixou um le-
gado importante, para a convalescença doe
doentes a cargo doesta Santa Casa.
Jomaes que aotualxnente se publicam
n*6sta freguezia
Commereio do Porto — fundado em. 4864
por M. S. Carqueja e o dr. H. G. de Miran-
da, ainda hoje seus proprietários, pessoas de
muito merecimento.
É a empreza jomalistica mais importante
e mais bem montada que ha e tem havido
em Portugal, fora de Lisboa.
Occupa o prédio n.« i08 na rua da Ferra-
ria de Baixo, e alli tem a redacção e tfpo-
* Vide Descripçao do Porto, por Agosti-
nho Rebello da Custa.
NIC
NiG
m
grapitia própria, eam machiiia movida a va-
por.
Nos primeiros annos da sna publicação,
foi impresso aa typographia Gommerdal,
<|B« meDoioDâiaos no logar próprio.
A «aa tiragem ó considerável, e só a sec*
çào dos aonanoios rende contos de réis*
É diário e muito bem redigido, tem ma-
gníficos eorrespondentes em Lisboa, Lon-
dres, Paris, Madrid e no Rio de Janeiro, e
são de muito mefecimento as suas revistas
qninz'*Qaes.
Priacjploa a puUicar se no dia 1 de ju*
nho de 1854.
Advoga este Jornal particularmente os in-
teresses do ooounercio, esforçando-se por
corresponder ao seu titulo, o que brilhante-
mente tem conseguido, pois por intermedioda
sua muito aecredttada redacção, costumam
oa amigos da pobreza, nomeadamente o ano-
nymo Y, distribuir todos os annos esmolas,
no valor de contos de réis.
Jornal do Parto — & este jornal também
diário, muito bem redígiido, oj^mpre grave,
honasto e iiidependenía, como o sen proprie-
tário, o sr. António Rodrigues da Cruz Cou-
tinho, um dos caracteres mais nobres do
Porto, e campeão denodado da autonomia da
sua pátria, que ama sinceramente.
£ pois, a certos respeitos» o Jornal do
Porto, o primeiro jornal do. nosso paiz, eem
poucos se encontrará um jornal tão hones-
to, tão independente, tão superior e estranho
á politica das facções, e tão sinceramente de-
votado aos interesses públicos.
Além de um caracter exc^cíonalmente
isento, modesto e nobre, possuo hoje o sr.
Cruz Coutinho uma das boas fortunas do
Porto, adquirida pelos meios mais licitos,
com o trabalho de muitos annos, pois é tam-
bcm o dono da antiga e importante iivrafia
— Cruz Coutipho — aos Caldeireiros^ e tem
um deposito de livros que vale depenas de
contos de réis, livros em grande parte elas-
sieos de merecimento, que não vende^ o que
constituem a sua livraria particular, uma
das primeiras do nosso paiz.
É também editor ha muitos annos, e por
isso, além da typographia,' em que imprime
o seu jornal, tem outra na mesma casa (rua
VOLUME VI
de Ferreira Borges, m* 3t) dotada como pou-
cas, com grande variedade de typo do mais
caro.
Nasceu o sr. A. R. da Cruz Coutinho na
dia 4 de abril de I8i9 na freguesia d'Aiva*
ções do Corgo, junto â Régua.
PrJneipiou a publicar o Jornal do Parto,
00 dia i de março de 1859, e foram seus
proprietários e fundadores os srs.Crnz Cou-
tinho e dr. |José Barbosa Leão ; mas em 1863
dissolveram a sociedade, e desde esta data
ficou sendo propriedade exclusiva do sr.
Cruz Coutinho.
Publiea-se também aeinahnente n'e6ta fre-
guezia a Parwma lUustradOt jornal satyn-
CO, de pequeno formato, e semanal. É sen
proprieurío José Coelho Ferreira, dono de
uma typognq^hía mootada na ma das Tai-
pas, n.« 1, e alli se Imprime o dito jornal
desde 1 de janeiro de i875, data em que o
primeiro numero viu a luz da publicidade.
N'esta typograplna se imfHrime também o
Diário de Nodioias, cujo primeiro numero
se publicou no dia IS de julho de 1875.
Tjpographlaa
Ha n*esta freguesia varias typographias,
sendo um» a vapor, na qual se imprime o
Commereio do Porto^ na rua da Ferraria,
108, desde 1870, sendo até ahi impresso em
typographia própria também, mas d'outro
systema, e nos primeiros annos da sua fun-
dação, na typographia Gommercial.
A typographia do Jornal do Porto está
montada, bem como a redacção do mesmo
periódico, na rua de Ferreira Borges, 31, e
na mesma easa tem o proprietário d*esto
jornal a soa typographia de impressão doa
livros de que é editor.
A typqgrapháa commercial foi ama das
primeiras e talvez a mais importante do
Porto, montada por uma sociedade no pala-
cete da família Álvaro Leite), no Largo da
S. João Novo, sttido sen primeiro director
D. António Holdesi de quem vamoa fallar.
Passou esta typographia para a ma de
5
66
M€
NIC
Bellomonte» 24 e 26, e â'alli luura a meàma
nu, 19, onde actoalmenie se acha.
A sociedade fundadora dissolvea-se e des-
de-então ficou esta typographia sendo pro-
priedade do sr. Francisco J«só Cominho e
hoje da viuva e filhos.
JN'esta typographia ae imprimiram o Com-
mercio do Porto, o Jornal do Porto e a Ga-
zeta do Norte em quanto não tiveram typo-
graphia própria; o Jornal de Noticias e ou-
tros.
Ha também outra typographia, proprieda-
de de D. António Moldes, no largo de S. João
Novo, n."" 6 — 2.* andar, desde 186^ e que
esteve anteriormente no largo da Batalha,
onde o seu mesmo proprietário actual a
montou em 1843.
É D. António Moldes, hespanhol, o decano
actual dos typographos portuenses; íbí, co-
mo dissemos, o primeiro director da Typo-
graphia Gommercial no Porto, e em Lisboa
foi também o director da typographia da
Sociedade Propagadora dos Conhecimentos
Úteis, onde se imprimiu o primwo Pano-
rama.
Na typographia de D« António Moldes se
imprimiu o LUterario, periódico semanal, e
se imprimem e teem impresso especialmen-
te folhinhas d'este bispado do Porto, e dos
de Aveiro, Pinhel e Algarve, das coilegiadas
de Cedofeita e Guimarães,— frades bentos e
franciscanos, e do convento da Ave-María,
do Porto.
É também o impressor do consulado hes-
panhol n*esta cidade, e na sua typographia
imprimiu em 1846 o Código Commercial
Portuguez, de José Ferreira Borges.
Na rua de Bellomonte, n.« 107, se acha
montada desde 1874 a Typographia Artís-
tica, e esteve anteriormente no largo dos
Loyos, n.« 45, onde foi fundada pelos srs.
António Pereira Leite e dr. Manuel José Fer-
reira, ainda hoje seus proprietários.
Tem um bom prelo francês, muito elegan-
te, decorado por uma águia.
N'esta typographia se imprime hoje o An-
nunciador, jornal d'annuncios bisemanal, e
86 imprimiram o Baio, o tampeSo to Re-
lâmpago, joroaes satyrícos de vida ej^ie*
mera.
Na rua das Taipas, n."" 1, está desde I87i
a typographia de José Coelho Ferreira, que
esteve anteriormente na mesma rua, n.* 28,
onde o dito aentior a montou.
N*esta typographia se imprime actualmen-
te a Parvónia Illustrada,-^ propriedade da
mesmo senhor^-e-o Diário de Noticias^ a jà
aqui ae imprimiram: O Porto, o Diário da
Tarde e o Jornal da Tarde, periódicos poli-
\iGo%^m(»,e o Jornal de HortietUtura Pra-
tica, mensal.
N*esla mesma rua das Taipas, tt.« 62- 66»
está a «Imprensa Real» de Pereira da Silva,
por ell» montada em 1865 na Praça de San*
ta Thereza, d*onde se transferiu para as Tai-
pas em 1873.
N*esta typographia se nio imprime aaual-
mente jornal algum, mas já se imprimiram
a Esperança, o Garrett, a Mocidade, e os Bra-
dos LUterarios, periodicpB litterarios semai-
naes; — o Clamor Militar, o Monitor do Exer»
cito, a Gazeta de Gaya, jomaes seu peiittea»
o Leviathan, politico, mensal, e oatroa de
vida ephemera.
Ha ainda n*esta freguesia, no largo de &
Domingos, n.* 30, outra typographia, de Ar-
thur José de Sousa. Foi de Rodrigo José de
Oliveira, e esteve anteriormente na rua de
S. João.
Não se imprime aqui actualmente jornal
algum, mas já se imprimiram o Diário do
Porto, o Jornal de Noticias e o Purgatório,
Pontes sobre o Douro, nos limites
d*esta freguezia
Vé-se ainda sobre o Douro a ponte pênsil,
,nm pouco mais ao nascente do local onde
esteve anteriormente a paiUe de barcas, de
que fallaremos em seguida. Fica entre os
Gwindaes, do lado do Porto, e o sitio deno-
minado o Penedo, na margem fronteira. ^ Es-
1 Deacripçao de Villa Nova de Gaya, por
J, A. Monteiro d'Azevedo, correcta e augmen-
tada por M. Rodrigues dos Santos, 3.* edição,
cap. S."»
NIC
lá suspensa por oito grossas eorrentes, fei-
.tas de fios d'aranie de ferro queimado» co-
bertas de uma espessa crusta de verpiz, as
quaes, divididas em dois grupos» asseotam
sobre quatro elegantes obeliscos ou colu-
nmas de granito, que se erguem das mar-
gens do rio nos dois extremos da ponte,
sendo cada par de colamnas Jigado entre si
por pranchas de ferro junto aos capiteis, e
vendo-se nas ditas pranchas a seguinte le-
genda: «D. Moiia 11-^18^.* As oko cor*
tentes atravessam as quatro columnas, e
descendo aió ao solo, são chumbadas «om
grande solidez em rocha viva muito abaixo
do nivel da superficie com enormes chum-
badouros dentados, que agarram por largo
a rocha. D*estas correntes pendem perpen-
dicularmente outras da mesma espécie, mas
muito mais delgadas, em numero de 21 i, fi-
cando 108 do lado do nascente, e 103 do la-
do do poente, e dispostas em eguaes distan-
cias seguram pela extremidade inferior as
vigas sobre que assenta o pavimento da pon-
te, que é de madeira, variando o compri-
mento d*estas correntes na razão da curva
que deserevem as oito correntes principaes.
No centro das duas columnas do lado da ci-
dade ha uma casa, cujo pavimento inferior
serve de quartel para a guarda militar, que
laz a policia da ponte^ e no pavimento supe-
rior ha uma espécie de salva* vidas com uma
maca, uma cama, roupas e apparelhos pró-
prios para soccovrer as victimas de qual*
quer naufrágio ou desastre; e do lado de Yil-
la Nova ha outra casa egual âqueiia, que ser-
ve de habita^ para alguns dos empregados
na cobrança das passagens, e armazém de
ntensillos da ponte. Ha também nas extre-
midades da ponte duas casinhas, onde se co-
bra o imposto do tranzito, e que é, com pe-
quena diíferença, o mesmo que. se pagava
na antiga ponte de barcas.
A ponte é iliuminada a petróleo nas noi-
tes em que não ha luar, por seis candieiros,
além dos da casinha do lado da cidade, pois
de noite só n'esta casinha se paga o imposto
do tranzito.
O pavimento da ponte tem passeios e va-
randas de madeira, e d'e3tas a do lado do
nascente mede desde a columua do sul até á
NIC
67
casinha de arrecadação do lado norte^ 164»,
e a casinha 4",[K); e d*esta casinha até á co-
lumna que fica do mesmo lado, 8 metros e
dois decimetros«~ total, 166 metros e 70 cen-
tímetros. A varanda do lado poente, por cau-
sa da entrada da cidade para a ponte, é me-
nos extensa, e mede 153 metros ; a altura
d'estas varandas ó de um metro e dois deci-
metros; o passeio tem de largo um metro, e
a ponte 6 metros de abertura. Os obeliscos,
que são perfeitamente eguaes, medem desde
a base até á sua extremidade superior, que
é decorada por um globo metálico, 18 me-
tros de altura; cada um d^aquelles globos
tem um metro de diâmetro, e os tirantes ou
pranchas de ferro que ligam as columnas,
medem de comprimento 7 metros e dois de-
cimetros, e de largura 5 decimetroe, cada
um.
Deu-se principio a esta ponte no dia 2 de
maio de 1841, anniversarlo da coroação da
rainha, ao tempo a senhora D. Maria II. No
dia 1 de fevereiro de 1843 já se achavam
completas as obras principaes e esperava-
se apenas ordem do governo para a inau-
guração e abertura da ponte, dispondo-se
os representantes da companhia construeto-
ra para tornarem aqueile acto solemne e
apparatoso; mas sobrevindo uma cheia no
Douro^ que obrigou a retirar, na forma do
costume, a velha ponte de barcas no dia 17
de fevereiro d'aquelle anuo, abriu-se para
o transito publico a nova ponte no dia 18
de fevereiro de 1843.
Foi feita esta ponte sob a direcção do en-
genheiro de Claranges Luccotte^ a expensas
de uma companhia de accionistas que a de-
via íjruir por espaço de 30 annos, entregan-
do-a no fim d*elles ao Estado, de quem é
propriedade, e foi construída na Praia de
MifAg^y*» no mesmo local qu^hoje occupa
a nova alfândega; e para aquelle effeito a
empresa constmctora levantou alli um am-
plo abarraeamento para montar as forjas e
mais officinas necessárias, precedendo licen-
ça da Gamara Municipal, éass^ando a com-
panhia um termo pelo qual se obrigava a de-
molir tudo, -e repor aquelle chão no estado
em que o encontrou, apenas terminasse a
obra, clausula que a. empreza por ultimo
68
mc
nlo qaeria cumprir, mas a Gamara recor-
reu ao poder jadicial, offlciando ao joiz elei-
to da frefuexía de Miragaya, a flm de eooi-
peltir (como compellin) a empreza a satis-
Hazer ao estipulado.
Demoràmo-nos com a descripçao d'e8ta
ponte pênsil, como qae para a transmittir-
mos em photographia aos vindouros, pois
vae em breve passar á bistoria, eomo esta
fez passar a antiga do barcas.
Já está decretada a oonstrucçao d*outray
em substituição d*aquella;— diz-se que ba-
de ser feita de pedra e ferro, e que partirá
aproximadamente do fundo da rua de S.
João.
Ponte de l)aroas
. Um pouco mais ao poente do local onde aia«
da hoje (1875) se vé a ponte pênsil, e junto ao
arco da Ribeira onde se vé um grande pai-
nel a óleo representando a catastropbe, de
<que logo fallaremos, existia cerca de 37 ân-
uos uma outra ponte sobre barcas, que foi
Qo seu tempo considerada ama maravilha,
e que marcou uma época disilneta na viação
de Portugal, ponte única em todo o paiz no
seu género. Foi inaugurada para o transito
publico no dia 14 de agosto de 1806; era
itormada por 33 barcas^ subindo e descendo
por consequência com as marés e as cheiae,
imitando outra ponte análoga que havia em
Ruão (França) e medindo de comprimento
cerca de mil palmos. Abria-se e fechava se
para dar passagem aos barcos que navega-
vam no Douro, e desmanohava-se por oc-
casiào das cheias, restabelecendo-se em se-
guida, alguns annos muitas veses, o que de*
via ser um interessante divertimento, prin-
cipalmente em dias de chuva e vendaval!...
Era }á n'aquelie tempo tio concorrida,
principalmente nos primeiros annos em
quanto foram prohibidos nas proximidades
os barcos de passagem, que rendia, termo
«nédio, 50^000 réis por dia, sendo a tarifo
das passagens a seguinte:
Cada pessoa, a pé*. 5 réts
Dita a cavallo 20 c
Carro do uma junta de bois ^ . . . 40 •
1 Sendo tirada por mais Juntas, accres-
ciam fiO réis por cada junta a maior.
NIC
Cadeirinha de mãos .60 réis
Liteira « 120 •
Sege iOO •
Dita de 4 rodas tOO «
Accresoendo 40 réis por cada parelha »
maior.
Passados três quartos de hora depois d»
sol posto, eram em dobro aquelles preços» e
volviam á cifra supra três quartos de hont
antes do eol naseer, o que se annuncíavn
com um sino.
Quando em 1809 os franceses entraraoi
no Porto e o povo fogia em tropel para o
iado de YillnNbva, sem notar, com a pred*
pitação, que se achava aberto um doa alçn*
p9es doesta ponte, submergiram se nas agms
do Douro com preciosos haveres muitos
centos de pessoas no dia 29 de março d^
^Hto anno, e ainda hoje a Irmandade das Al-
mas, dita de S. José das Taipas, celebra com
officios fúnebres aquelle anniversario na soa
igr^a, sita no alto da rua do Calvário, s
d*ali vae em procissão até ao painel qao
mendott&mos, e que eommemora aquelln
tremenda catastropbe e o local onde estere
aqnella pente. E por aziaga coincidência foi
em igual dia (29 de marçi^ de 1892 que nas
aguas d'este nresmo rio Douro naufragou o
vapM* PoTfo, da companhia que então faria
carreira entre o Porto e Lisboa, perecendo
também grande quantidade de pessoas, moi-
tas da primeira sociedade, e a pouca dis-
tancia da terra, confundindo -ee os gritos as*
gnstiosos dos infelizes náufragos com o ala-
rido de milhares de pessoas que á voz do
naufrágio correram á praia para verem, de
braços cruzados e sem poderem valer- ttiesi»
as ondas a engolir aquelles desditosos!. . .
Depois da catastropbe da ponte no Forte
não ha memoria d*outra nas aguas do Doa-
ro igual à d'aquelle naufrágio, e logo por
fatalidade no mesmo dia 29 de marçol . . .
Que luctuoso dia nos annaes do Porto!...
Nâo longe d'esta ponte }à em 1371 ou
1372 se improvisou outra, também de bar-
^ Este meio da locomo^, que foi aliás
muito caro e o mais delicwgo no tetnfo dos
nossos avôs, também já passou á historia
como as pontes de barcas.
NIC
mc
6§
«10, para passagem dd el-rei D. Fernando
quando foi celebrar os seua desposorios em
Leça do Bailio, com a rainha D. Leonor.
Bra eaaa ponte tão espaçosa que por ella
•nJ^iam seis cavallos a par. . .
Cheias do Douro
A parte baixa d*esta freguezia tem sofTri-
do e sofTre muito com as iimudações por oc-
casiào das cheias do Douro.
Na desci ipçlio do Porto por Agostinho
Rebeilo da Gosta, e na de Yilla Nova por
Monteiro de Azevedo, additada por M. Ro-
drigues dos Santos, se mencionam com de-
talhes interessantes muitas d^aquellas cheias,
e para alli remettemos o leitor para nâo
tornarmos este artigo demasiadamente lon-
go, limitando-nos a consignar aqui as cheias
maiores que se acham marcadas a picão no
muro dos Arcos da Ribeira. É uma tabeliã
ou escaia curiosa, e que bem merecia ser
avivada pela camará em uma prancha de
louza embutida na parede, e no mesmo lo-
eal, comprehendendo toda a altura do dito
muro, abrindo-se de novo n*aqueila pran-
cha as datas que se acham no muro, parte
das quaes o tempo vae tornando iodecifra-
veis.
Das cheias alli registradas foi maior a de
28 de dezembro de 1860; segue-se a esta a
de 8 de fevereiro de 1823, que ficou mais
baixa ctrca de i metro; a esta a de 20 de
fevereiro de 1855; a esta a de 25 de janeiro
do 1856; a esta a de 28 de dezembro de
185o; e a esta- a de 28 de janeiro de 1865.
Alli se acham registradas ainda outras
cheias, mas toídas inferiores à de 1865. Vide
pag. 36 do 3."» volume.
Painel das Almas
No mesmo rauro, e um pouco ao O. d'a-
quella curiosa tabeliã, se vô um grande pai-
nel pintado a óleo, representando a grande
eanstropbe de qae foi theatro a ponte das
barets por oocasião da invasão franceza.
Indica ainda aqueile painel o local da
da ponte, do lado da cidade.
Senlipra da Misericórdia e
Postigo da Foroa
Um pouco ao O. d*aquelle painel se vé
ainda outro, também a óleo e colado no mes-
mo moro, representando a Senhora da Mí<-
aetioordia. Está ainda bem conservado, co-
berto por um pequeno docel de madeira, e
ao lado tem pendente um lampião que os
devotos da visinhança costumam conservar
aeceso dsrante a noite.
Em frente d'este painel esteve, aproxima»
damente ató 1830, a forea da cidade, e alli
foram jastiçadoa muitos malfeitores.
Esta forca era permanente, formada pi r
grossos varões de ferro, com uma escada de
pau para subirem o paciente e o algoz.
Aproximadamente em 1822, a instancias
de uma mulher rica da localidade, conheci^
da por Antónia de Coutinho^ a forca foi
transferida para o campo da Cordoaria, ex-
tremidade S., junto a uns casebres que ha«
via na frente da cadeia. Ficava ainda ao S.
da rua que boje alli se vô, e que vae para o
alto da rua do Calvário.
E a forca, depois que para alli se mudou,
era volante e de madeira. Armava-se para
as execuções, e logo se desarmava.
Um pouco ao O. do mencionado painel da
Senhora da Misericórdia, está na Ribeira, um
arco bastante espaçoso, que dà passagem pa-
ra a rua dos Canastreiros, parallela ao mu*
ro, do lado N.; e onde se vé hoje aqueile
arco esteve um pequeno postigo, que por
ser contíguo ao patíbulo, se denominava Pos'
ligo da Forca.
Foi em vereação de 11 de agosto de 1714,
qne se resolveu mudar a forca do sitio cha-
mado Mijavelhas (fonte do Poço das Patas)
para o cães da Ribeira; e em 14 de junho
de 1725, se tomou assento acerca das ruas
por onde deveriam transitar os padecentes,
escolhendo-se as que mais depressa condu-
zissem à Ribeira.
Postigo do Pelourinho
A 0. do arco que foi, como dissemos, o
Postigo da Forca, so vé outro arco no mes-
mo muro da Ribeira, o primeiro que se eu-
70
NIC
contra, indo da rua de S. João, qne foi tam-
bém um simples postigo, e se denominoa—
Postigo do PelourinhOy por ficar perto o pe-
lourinho da cidade, depois que das Aldas
foi transferido para a Ribeira.
O pelourinho foi apeado muito antes da
forca, e por isso já na localidade se acha
quasi perdida a memoria d'elle, mesmo na
tradição.
CAITAL MAIOR, RIO DA VILLA, K RIO FBIO
Rio da Villa é um riacho que, vindo do
alto doesta cidade e passando ao nascen-
te da rua das Flores, por onde estiveram
os Aloques da Biquinka, ^ de nojenta re-
recordação, (principia hoje a ser canalisado
em linha recta e abobadado por baixo da rua
Mousinho da Silveira, em construcção) entra
n^esta freguezia no alto da rua das Congos-
tas . e S. João, e descendo canalisado por
baixo d*e8ta ultima, desagua no Douro.
Denomina-se Rio Frio o riacho que, pas-
sando por baixo da Praça de Duque de Beja
e do hospital real da Misericórdia, corre al-
guns metros ao poente do chafariz das Vir-
tudes e desaguava no Douro junto á fonte
da Colher, e hoje, obliquando para se desviar
da Nova Alfandega, desagua ao nascente
d'esta, junto ao sitio onde esteve a Porta
Nobre, na freguezia de Miragaya. São pois
natopographia doesta cidade do Porto, hoje,
e desde séculos, bem conhecidos e distin-
ctos estes dois riachos — Rio da Villa e Rio
Frio, ou ribeiro das Virtudes: mas mal ima-
gina a geração presente, as questões e plei-
tos que houve outr*ora durante séculos»
a ooniar do principio da monarchia, entre
os bispos e cabido do Porto de um lado e
os reis e coUegiada ou mosteiro de Cedo-
feita do outro, por causa d*estes dois rega-
tosí...
Na doação que D. Theresa, mãe de D.
Affonso Henriques, fez do couto do Porto, ao
bispo D. Hugo e seus successores, se delimi-
tou o dicto couto — 1 per a porta do puaaço
de gracia gonçalves, des y aas pedras ficadas
iQp A/o^u^^ eram uns tanques originaria-
mente pellames, e depois, até à sua demoli-
ção, reservatório do lixo da cidade.
me
e des y per paramos, aa barrosa, e des y. u
arca velha, que he a par de afoute, e des y
aa outra arca, e des y aa pedra fretada» e
des y ao monte que chamam pee de mua, e
des y peito monte de Cativos, e des y coma
parte Cedofeita com germadi, e des y pelU
cortina dos frades, e des y oa caal mayor,
como vay entrar no Rio de doyro.* etc
Era pois limitado o couto do Porto a sa-
doesie pelo Canal Maior, a partir com Ce-
dofeita; e é provável que nos tempos de D.
Hugo e de D. Theresa aquelles limites fos-
sem suffioientemente claros, mas com o de-
correr do tempo se tornaram duvidosos e
foram causa de infinitas demandas, princi-
palmente o tei^nus Canal Maior, Pretendi-
am os bispos que o Canal Maior era o ri-
beiro das Virtudes ou Rio Frio, e pelo con-
trario sustentavam os reis e o mosteiro de
Cedofeita, que o Rio da Villa era o Canal Maior
mencionado na doação de D. Theresa, e que
os bispos queriam injustamente alargar o
seu couto até Miragaya, como pretendea
provar-se com a Inquirição sobre o$ limitei
do Couto da Egreja do Porto, mandada fazer
por D. Affonso Hl na era de 1386, (1248 de
J. C.) que se encontra no livro grande da
camará do Porto, fl. i v. e de pag. 29t a 298
nas Dissertações chronologicas e criticas da
João Pedro Ribeiro, livro 8.«— mas (a pag.
298) acerescenta este judicioso e muito aa-
ctorisado escriptor:
cN. R. Os depoimentos das testemunhas
n*esta Inquirição, se aonhecem manifesta-
mente afectados e até falsos, por muitos do-
cumentos incontestáveis, e especialmente
pelo que em contrario tinham jurado doze
testemunhas contestes, noventa annos antes»
nas Inquirições do sr. D. Affonso III, da era
de 1296. Pode ver se o seu depoimento no
artigo — Portus — nas memorias de loqui-
rições,! impressas em 1815, pag. 45 nota 2.»
como igualmente pelo juramento d*outras,
nas mesmas Inquiiições, no artigo— S. Cru*
çis Madie...^
Em quanto o velho burgo do Porto se eir*
eumscrevia ao pequeno povoado em volta
da Sé, pouco importava que os limites do
1 São do mesmo auctor João Pedro Ribeiro.
NIG
NIC
71
eoato fo896ni até Hingaya, ou nao pusas-
sem da Bíqainha, por qae o espaço inter-
médio eram fojos, mootes e olivaes, — ter-
reno de poueo valor e quasi deserto; mas
ao passo qae a população se desenvolvia e
aqueile terreno se povoava, sargiram as
qaestões de limites e se agravaram na pro-
porção do desenvolvimento da cidade, do
augmento de valor d*aqaelles terrenos, hoje
cidade compacta. Eis o motivo porque nos
séculos 13 e i4 tanta importância ligaram
08 bispos e reis áquelles dois regatos.
Maiores contrn)ulnte8
Dos quarenta maiores contribuintes re-
censeados este anno, (1875) no bairro Occi-
dental d*esta cidade do Porto, couberam a es-
ta fregnezia de S. Nicolau^ os três seguintes :
António Torquato Ribeiro Guimarães, pro-
prietário e negociante. Mora na rua de S.
Domingos, 14.
Joaquim Ferreira Monteiro Guimaraes, ne-
gociante e proprietário. Mora na rua dos lu-
glezes, 9.
João Coelho d* Almeida, proprietário. Nas-
ceu n'e8ta freguesia de S. Nicolau em 1796,
e mora na rua de Sobre o Muro, na Ribeira,
ainda alegre e folgasão, como sempre.
Foi um dos iniciadores e dos maiores ac-
cionistas da empresa que*fez a ponte pênsil,
e tem sido o arrendatário das portagens que
n'ella se pagam, desde que a dita ponte se
inaugurou. É por isso cognominado o Coelho
4a Ponte.
Por iniciativa sua, aem grande parte com
o seu dinheiro, se abriu a estrada marginal
desde a calçada da Serra até Qnebrantões, e
foi elle quem fez a bonita quinta que possue
sobreestaestrada na extremidade da cerca do
convento da Serra, que foi de frades crozios.
É commendador das ordens de Cbristo e
Nossa Senhora da Copeeiçao de Villa Viço-
sa, e pae do nosso ministro plenipotenciário
em VIenna d'Aa8Uia, João Coelho d'Alroei-
da Júnior, commendador e grã-cmz de di-
versas ordens.
Cambistas
Ha n*esta parochia actualmente os se-
guintes :
Ricardo Soares Duarte, Rua de S. João, 95.
Luiz Ferreira Alves, na mesma rua, 109.
Domingos José de Macedo, na mesma rua,
13i.
Manuel António Duarte e Sousa, Largo de
S. Domingos e esquina da Rua Nova de S.
Domingos.
Intendenoia da Marinha (hoje departa-
mento maritimo do Norte, no Porto)
Acha-se a sua repartição n'esta freguesia
na rua de S. João Novo, n." 9; mas provisoria-
mente, porque no próximo S. Miguel d'este
anno de 1875, deve instalar-se em casa pró-
pria que o governo mandou fazer na rua da
Nova Alfandega, e que está quasi ultimada.
O pessoal doesta repartição é actualmente
o seguinte :
Cltefe do departamento — Ayres Pacheco
Lamare, capitão de fragata.
Escrivão-^Auiomo Gonçalves Pinto, capi-
tão tenente graduado.
Escrivão graduado-^Anlanio José de Soa-
sa Mello.
Pa^rão-ffk^r— Agostinho José da Costa.
Cabo do mar^João Bernardo da Silva.
fi três amanuenses.
Banoos
Ha n'esta freguezia os seguintes :
Banco União e Banco Mercantil, no pri-
meiro pavimento do palácio da Bolsa, na
rua de Ferreira Borges.
Banco Commercial, rua de Ferreira Bor-
ges, em casa própria.
Banco do Porto, ruadeFerreiraBorges, 20.
Banco AlUança, rua de Bellomonte, no pa-
lacete da (amiiia Pachecos Pereiras.
Banco Industrial do Porto,. na rua Nova
de S. Domingos.
A Nova Companhia Utilidade Publica, na
rua dos Inglezes, 87.
Oaizas filiaes de Banoos e Companhias
Ha n*esta freguezia as seguintes :
Caixa Filial do Ranoo de Portugal, Largo
de S. Drmingos, occupando a fachada norle
72
m:
me
tSõ convento qae foi dos frades dominieos,
QQica parte que as chammas pouparam.
Caixa Filial do The New London & Bra-
zillian Bank, ma dos loglezes, 73.
Caixa Filial do Banco Lusitano, roa de
Ferreira Borges.
Caixa Filiai do Banco da Régua, rua dos
loglezes.
Agencia do Banco Nacional tJUramarino^
na Bateria do Terreiro, n.» 3.
Delegação da Companhia Geral de Credito
Predial Portoguez, na roa dos Ingleses, n.*87.
f*estas xnemoraveis
Commemoraremos tàmbem aqni algumas
das festas publicas mais notáveis que tive-
ram logarno Porto, e nas qnaes a esta fre-
guesia de S. Nicolau coube largo quinhão;
taes foram, as do casamento d*el-rei D. João I
no anno de 1387; as do nascimento do in-
fante D. Henrique; as da passagem de D.
Fernando em 1371-1372, quando foi celebrar
<ys ^eus desposorios no mosteiro de Leça do
Bailio, com D. Leonor Telles, pois por essa
occasião se formou para a passagem do real
préstito, uma espaçosa ponte de barcas so-
bre o Douro, entre a Ribeira e Vílla Nova
de Gaya, tão espaçosa que por ella cabiam
a par seis cavalleiros.
Foram também dias de extraordinário re-
gosijo para esta fregueda os da recepção do
biiipo D. Fr. José de Affouseca e Évora, em
5 de maio de 1743, e do seu successor D. An-
tónio do Sousa e Távora, cm 4 de junho de
1757; porque nunca o Porto recebeu com
tão grande apparato bispo algum, e ambos
fizeram a sna entrada sohmne, pela Porta
Nobre, seguindo pela rua dos Banhos, Fonte
da Rata, Ourivesaria, S. Nicolau, Congostas,
Praça de Santa Catharina, (hoje Largo de S.
Domingos), ele.
Com apparato ainda superior, mas todo
oílicial e obrigatório, fez a sua entrada pela
mesma Porta Nobre e seguiu o mesmo iti-
nerário, na passagem para a sua archi-dío-
cese, o sereníssimo senhor D. Gaspar, primaz
das Hespanhas e arcebispo de Braga, filho
bastardo de D. João V, no dia 1 de outubro de
1709, era uma segunda feira de tarde, pre-
cedido do provisõr d'6sta diooese do Porto»
vários cónegos e dignidades do eabído, se-
nado e auctoridades civis, judiciaea e mili-
tares do Port^, e grande numero áa pessoas
das mais dístinetas d*esu cidade, da de Bra-
ga e de outras terras do paiz, formando wm^
luzida e numerosa cavalgada, além de setenta
e tantas earruagensv islo^fóra a equipagem
do soa alteza, que «atre muitos oflQciaes éa.
sua casa, capellães, moços da camâra, cria-
dos de fâro, etc., passava de cem pessoas, e
muitos e excelientes eavallos de reipeito
preciosamente ajaezados, muitas bestas de
carga, cobertas com reposteiros, todos com
armas reaes, quarenta e tantas oarruigiens
differentes e eérea de 130 cavalgaduras.
Sua alteza hia em uma magniflca éstufit^
(diz o chronista Manuel Ferreira da Costa e
Saboya) tirada por seis frizQes soberbos, ma-
lhados de branco e baio claro, ricamente
ajaezados. Seguia-se a berlinda de viageoi,
tirada por seis valentes machos, nraitas c^>
leças^ e grande numero de criados aea-
valio, por .complemento. Ia à frente da car-
ruagem de sua alteza, o seu capellao, mon-
tado em om soberbo palafirem, oom a emz
primacial arvorada.
Hospedou-se n^esse dia nas casas de Ma-
nuel Eieutherio Monteiro Moreira Salazar,
então os Paços da Relação, na Praça das Hor^
tas (hoje Praça de D. Pedro) e no dia seguia-
te se foi eom a mesma pompa para Braga.
Durante a demora de sua alteza no Porto,
houve luminárias, salvaram com a respecti-
va artiiheria vários navios de guerra anco-
rados no Douro, e as fortalezas da cidade e
da barra; repicaram os sitos em todas as
torres e campanários do Porto, todas as rnas
do transito se revestiram com precAoees bra
cados, na forma das reaes ordem.
O escaler em que soa altesa atravessou o
rio, foi mandado preparar pelo saperinten-
dente da Ribeira das Naus* do Douro» e era
decorado comprimor^isa talha dourada, a
taifa, atéao lamèd'agQa, era de velfodoea-
carnado, o toldo do camarim era também de
velludo lavrado da mesma cor, com bandas e
bambolin^ de terciopello carmezim, com cor-
tinas de seda côr de canna com ramos de
prata, e oito vidraças com caixilhos dourar
MG
éos. O paTteento^en todo alcalifado de yth
Indo oom ramos verdes em eampo de prata;
4q8 lados das vidraças caiam oito cortinas
de seda côr de pérola, com £k)res de prata, e
assaneteeram de seda branca franjada e aga-
loada de ouro, e o tecto era forrado de se-
da igual á das cortinas.
Na parte saperior se erguia um docel da
mesma seda das sanefasi com espaldar de
outra de matises em campo de prata, e de-
baixo d'este docel estava a cadeira de sna
alteta, coberta de seda e com um coxim de
velludo nos pés.
£ra este escaler tripulada por 8 falueiree
oa rem^os com calças, albornoEes e cara-
paças da seda amarelia e enearnada, e com
plumas, um mestte ao leme e o patrao*mór
â popa, soateatando uma bandeira de seda
com as armas reaes.
I<iao nos consta qte em tempo algnm sul-
casse as aguas do Douro escaler mais lu-
xuoso.
N'elle embarcou sua alteza na praia de
Yilla Nova, e ao som dos repiques de todos
os sinos da cidade e Yilla Nova, de clarins
e outros instrumentos e salvas de artilheria,
seguiu com o seu numeroso cortejo forman-
do uma vasta flotilha. Ioda empivesada e do-
nairosa, aió às proximidades da quinta da
Gblna, pela margem direita do Douro, d'aHi
passou á margem esquerda junto a Qaebran-
tões^ e* seguiu aié jamo de Valle da Piedade,
passando outra vez para a margem direita,
9 deseoibarcando em uma larga prancba de
madeira, na praia de llyragaia, onde já se
achava formado um regimento de tropa da
guarnição da cidade, que deu três salvas, e
fea a continência do esiylo â passagem de
aoaaliexa.
GRAUnES MOTINS 14*JBSTA FREGOUIA
■
Em i474 houve um graade motim E*esta
cidade, nos limites actnaesd*esta freguezla de
& Nieolatt, e por Iseo daremos d'elle aqui
resumida noticia. ^
^ Quem quizer saber roais por miúdo co-
roo as coisas se passaram, leia o iaieresante
romance histórico d*Arnaldo Gama — Aulli-
Dana de S. Nicolau e consulte o Ârck.
me
73
Ein 1474 era Rny Pereira, senllor das Tep-
ras da Santa Maria (Feira) âdalgo distinoto
(neto doutro Roy Pereira, tio do condesta-
vel D. Nuno Alvares Pereira) um dos ho-
mens mais ricos da província, dono de mui-
tos navios e commerciante rico, pelo que
^nha muitas vezes ao Porto tractar dos seus
negócios e assistir ao despacho e dizimaria
das suas fazendas, pois em frente do ffrão-
senhor os empregados da alfandega mal
attentavam nas tabeliãs e regulamentos. Cos-
tumava pois vir ao Porto Ruy Pereira, mul-
tas vezes, sempre bem escoltado por gente
sua, altaneira e turbulenta, demorando-se
o tempo qne lhe aprazia, sem se importar
com os foraes da cidade, que nio perroitti-
am a fiãalgOy nem poderoso, nem abbade bento,
o poisar n'eUa mais que três dias.
Estava pois a cidade já Indisposta contra
Ruy Pereira, quando n'ella entrou com uma
porção de peões e cavalleiros armados, no
dia 26 de Maio de 1474, sexta feira, dois dias
antes do domingo de Pentecostes, e foi pou-
sar na ruá Nova (depois rua Formosa, e hoje
rua dos Ingleses) nas casas de Leonor Vaz,
dona viuva, sua coUaça, mulher que fora
de um almoxarife da sua casa da Feira.
Despediu parte dos seus acontiados, e ficou
para assistir ao despacho e dizimação das
fazendas, mas sem pressa alguma, nem at-
tenç5es para com a camâra e juizes da ci-
dade, nem para com os seus foraes. Vendo
os portuenses Ruy Pereira tão descançado,
principiaram a amotinar-se contra o des-
presador dos seus foros, e a irritação jà su-
bia de ponto quando a camará, no dia 4 de
junho, a requerimento do procurador da ci-
dade, se reuniu no convento de S. Domin-
gos, segundo o costume d'aquella epocha,
para accordarem no que deveria fazer-se,
afim de terminar o escândalo que estava
dando Ruy Pereira, por se conservar na ci-
dade, desde 26 de maio, quando não podia
demorar- se mais de 3 dias.
Eram juízes Vasco Leite e Álvaro Leiíe,
irmãos, — vereadores Fernão Alvares Bal-
daia, Vasco Gil, Luiz Alvares de Madureira
, da Camará do Porto, nomeadamente o livro
I B. fl. 131 a 141.
74
NIC
e Diogo. Martíos, e procurador da cidade
Gomes Fernandes.
Todos estes se achavam reunidos em ses-
são com vários homens bons, e os procura-
dores privativos dos mesteres, quando Gomes
Fernandes^ como procurador da cidade, le-
vantou a questão, excluindo por propor
ou requerer» que fosse iniiaado Ruy Pereira»
para sahir da cidade immediatameute —
e acordaram todos gue assim se fizesse.
E o juiz Vasco Leite, com dois tabeUiàes e
o procurador da cidade, se dirigiu para a
alfandega, onde no çiomeufio se achava Buy
Pereira, e pouco depois de defrontarem, com
elle, Vasco Leite lhe disse, com pequena dif-
ferença o seguinte:^
«Ruy Pereira, senhor, vós bem sabeis que
os antigos fundaram sua povoação, aqui
nesta cidade, somente por viverem pelo tra-
fego das mercadorias, e as juntarem nella:
por quanto desde Lisboa até Galliza, não
acharam outro porto de mar mais seguro
do que este; e não o âzeram por lavrar, nem
criar, por quanto a terra o não leva de si,
nem é de tal género. Peio que, senhor, para
a terra se melhor povoar, e faier mais no-
brecida, trabalharam de lhe achegar aquel-
las cousas, que melhor âzessom a vir ahi
morar grande numero de gente; e tanto omis-
so se trabalharam, e tão boas cousas lhe adre-
garam, que vós bem sabeis quantos homens,
em razão delias, correm para aqui, onde tras-
fegam com suas mercadorias a muitas par-
tes do mundo, demoraendo-se, como demoram^
allà muitos tempos, trasfegando por terra e
por mar, sem fazerem grande estimação de
virem tão cedo a suas casas, porque sabem
que suas mulheres e seus haveres estão em
logar isempto e seguro.
«Ora, senhor, por estas e outras cousas
legitimas, que escusarei referir, (pois que
tão de afogadilho, má hora, vos vimos achar)
poderá haver cento e cincoenta ou duzentos
annos, sendo esta cidade mal habílada com
os poderosos e fidalgos, que a ella vinham
morar e pousar, os regedores, offlciaes e po-
» Cart. da Cam. do Porto, L. B, fl. 250—
e no L. grande, fl. 54.
Dissert. de João Pedro Ribeiro, L. i.\ pag.
318. — Arnaldo Gama, livro cit., pag. 303.
NIG
vo, que então eram, ordenaram e fizeram
suas posturas e vereações— que nenhum fi-
dalgo nem pessoa poderosa, não fossem re-
cebidos por vislnhos, nem morassem na dita
cidade, nem fizessem ahi vivenda nem esta^
da prolongada.
«Desde esse tempo foram os moradores
do Porto de posse das ditas posturas, e as
usaram e costumaram, confirmadas petas
carus d'£l Rei D. Diniz e d'El Rei D. Áffoa-
so, sen filho, ed'£l-Rei D. Pedro, queacban-
do-as bôas^ as houveram por bem e d'ellas
nos deram suas cartas patentes. Assim as
usaram e costumaram, e d*ellas estiveram
de posse até o tempo d'fil*Rei D. Fernando,
em que, sendo roeirínho-mór um João Fer-
nandes Buval, justiça maior na de Entre
Douro e Minho, havida sobre isto inquiri-
ção, a confirmou por sua carta patente, ac*
crescentando, sobre as dos reis passados, que
os ditos fidalgos e poderosos não pousassana
nem estivessem na cidade mais que três dias^
posio que fosse na casa de algum seu ami-
go. E deu logo poder e auctor idade aos juí-
zes da cidade, para que, tanto que os ditos
fidalgos e pessoas poderosas fossem reque-
ridos que se sahissem, não se querendo sa-
hir logo, todos ou cada um dos ditos juízes^
oom os moradores, os tirassem e pozessem
fora da cidade.
«Estes privilégios, senhor, foram confir-
mados depois e outorgados por el-rel D. João^
cuja alma Deus haja, e o mesmo mandou
el rei D. Duarte, e el-rei D. Aflfonso, que ao
presente nos governa.
«E assim tanto que algum fidalgo ou pes-
soa poderosa quer ahi ir pousar a casa de
algum seu amigo, na cidade ou nos arrabal-
des, o hospede, antes de o agasalhar, vae pe-
dir licença aos regedores, dizendo-lhe o dia
em que hade entrar, para se saber se está
ahi mais dos três dias, e, se a não pede, man-
damol-o penhorar por dez marcos de prata
para a cidade.
«E com a dita licença, quando algum fi-
dalgo ou poderoso vem pousar ás estalagens,
podem estar três dias na cidade, os quaes
acabados, os requeremos com um tabelllao,
que se vam fora, e se logo o não querem fa-
zer, nós os juizes com os moradores os bo*
NIC
NIC
75
tamos e lançamos logo fóra, como aconteceu
ao conde D. Gonçalo, ao conde D. Pedro, ao
arcebispo D. Lourenço (e mais era fronteiro)
a João Altares Pereira, voiso senkar avô, a
<jomes Ferreira, o Telho, e a outros; os quaes
os nossos antecessores; por força de armas e
de fogo, eotno melhor poderam, lançaram
fora da cidade. y
«E vós, senhor, chegastes sexta feira, <}ue
foi, á cidade; assim a vossa estada n^ella já
é britamento e deshonra dos privilégios que
vos notifiquei ; pelo que vos requeiro da par-
te d*e1 rei, que vos saihaes logo d*ena, pois
que 09 três dias ]à são passados, e mai8.t
O rico homem das terras de Santa Maria,
ouviu a mensagem muito contrariado, e, de*
pois de soltar algumas phrases inconvenien-
tes, concluiu com soberano aprumo — que
estava ainda na cidade, porque as festas e
oitavas do Pentecostes haviam interrompido
o serviço da alfandega, e que não se ausen-
tava sem despachar as suas mercadorias.
Retirouse Vasco Leite, depois de ordenar
aos tabelltães que de tudo tomassem nota, e
voltando ao refeitório de S. Domingos, parti-
cipou à camará o que passara com Ruy Pe-
reira. Levaniaram-se logo brados de indi-
gnação, e não faltou quem appellàsse para
a ultima razão dOs povos; nms resolveu a
camará mandar por quatro ofRetaea seus,
nova mensagem a Ruy Pereira, que com
maior arrogância os recebeu e despediu, re-
petindo-lhes o que havia dito a Vasco Leite.
Regressando os quatro offlcíaes com tal re-
cado, subiu de ponto a Indignação da cama-
rae do povo, e?alguns mais insoffrldos, sahi-
ram logo bradando, e concitando a populaça.
Accordott ainda a eamara que fossem dois
vereadores com quatro tabelNães convidar
pela terceira vez Ruy Pereira a deixar im-
mediatamente a cidade ou a ir veros privi-
légios, quando sobre elles tivesse duvida.
Partiram effectivamente com esta missão
Diogo Martins, Fernão Alvares Baldaia e os
quatro tabelliães; mas Ruy Pereira, que já
se achava em casa da sua collaça D. Leonor,
de todo dementado, com mais aspereza os re-
cebeu e despediu, ameaçando-os, e repetindo
que não sahiria da cidade em quanto não di-
zimasse as suas fazendas.
Quando os camaristas e tabelliães se reti-
ravam pela roa das Congostas para o con-
vite de S. Domingos, já o povo crescia em
massa, armado com toda a qualidade de
armas, sobre a casa de D. Leonor; e ape-
nas chegaram a S. Domingos e deram conta
da sua missão, levantou-se um borborinho
medonho na grande assembléa, bradando
todos:
Morra o mencõol (lascivo, deshonesto,ete.)
Morra o falso!
Morra o tredo t
Houve atnda assim, quem propozesse que
seguisse a camará e povo para a casa de Ruy
Pereira, com os pergaminhos, para que elle
os visse, mas que fossem todos armados, a
que se elle não qúizesse deixar a cidade por
bem, fosse constrangido a ferro e fogo.
B accordaram todos a hua vós q^assyfos-
sê—VomovL Lopo de Rezende a escrever na
ementa da acta d'aquella tumultuosa verea-
ção.
Os sinos tocaram a rebate, um alarido in-
fernal se ouvia por todas as ruas e viellas;
e homens e mulheres, novos e velhos, todos
armados de mil formas, se reuniram no Lar-
go de S. Domingos, e seguiram com os^e*
readores para a casa de Ruy Pereira; mas
ao chegarem à Rua Nova (hoje Rua dos In-
glezes) surgiu de frente o bispo D. João de
Azevedo, que tendo notida do eonflicto cor-
rera a ver se evitava maiores desgraças.
O préstito logo parou, e todos se curvaram
revereates-^pediu então o bispo á camará
que Ibe confiasse os pergaminhos e aguar*
dasse um pouco, que elle esperava conven-
cer Ruy Pereira da sua sem -razão. .
A camará do bom grado annuiu,^ D. João
de Azevedo se encaminhou para a casa do
teimoso fidalgo, crescendo a anciedade de
momento para momento, até que assomou á
porta de Ruy Pereira, o bispo D. João, dizendo
que infelizmente nada conseguira; e logo
das janellaa de Ruy Pereira se disparou um
tiro de espingarda sobre a turba apinhada
Da rua, e o povo logo investiu com a casa,
disparando sobre ella um chuveiro de balas
e projectb de toda a ordem. Mas Ruy Perei-
ra já se havia prevenido para a resistência,
e elle e os seus criados se defendiam como
76
NIC
loucos. Àppareeèram logo homens com ma-
chados e trataram de despedaçar as portas,
mas como estas não quízessem ceder, trata*
ram de amontoar contra ellas grande qaan*
iidade de lenha e laoçaram-lhe o fogo. Pas-
sados algons minutos a casa foi devorada
pelas chammas^ salvando -se a custo Rny Pe-
reira com os seus criados, precipitandose
das janellas e expondo-se a serem trucida-
dos pelo povo ; mas vaieram-lhes os juízes
e vereadores que se achavam presentes,
acompanhando-03 até á heira do Douro e
d*ahi em barcos até á margem opposta, onde
es deixaram.
Tudo isto consta dos arehivos da camará
do Porto, na querelia de Ruy Pereira, e da
carta d*el-reí D. Affòaso Y, datada de Évora
(aos 11 de abril de 147d) na qual encommeu'
da á camará do Porto que tenha maneira
como as ditas casas de lianor vaaz, molker
viuvOy moradora na rua novo, d'cssa cidade^
as quaes foram queimadas por occasião do
levantamento contra Ruy Pereira, que n*el-
las se fora aposentar, fossem corregidas á
custa da cidade, porque voos vedes bem que
eUa demanda rrazom, e que voos fostes o que
o dito dano fizestes.
Esta carta se encontra no livro antigo das
provisões, fl. 90.
Da sentença na querelia de Ruy Pereira, se
vé o grande commercio que elle fazia no
Porto. EUe próprio diz que viera á cidade
para tomar suas contas aos mestres de seus
navios, dos fretes d'eltes, e para fazer dizi-
mar e arrecadar certa mercadoria que esta-
va na alfandega da dita cidade, que lhe
viera,,, etc.
Na sua querelia contra os habitantes do
Porto, pedia Ruy Pereira que, além de outras
penas, lhe foése imposta a indemnisaçâo de
vinte mil dobras; mas a final foi elle obri-
gado a segurar os portuenses, e a respeitar
os seus foros e privilégios, como se vé da
sentença que se encontra no arcbivo da ca^
raara, liv. B, íl. 131 a 141. Foi aquella sen-
tença dada por el-rei D. AíTonso V, e é um
documento importantíssimo para a historia
do pfivilegio que o Porto gosou até aos prin-
elpioa do século XVI de não ter fidalgos den*
tro dos seus muros, nem nos seus arrabaldes.
NIC
O motim das Hagarocas
Em quanto Portugal gemeu sob a domi*
nação dos bespanboes, nào cessavam estea
de o vexar com tributos e exacções de toda
a ordem, a despeito das suas pomposas pro*
messas de protecção e liberalidade; e por co-
roa das maiores violências, no anuo de 1628,
reinando Philippe IV, de execranda memo-
ria, foi mandado a esta cidade do Porto, por
ordem do real conselho de estado, Francis-
co de Lucena, residente em Madrid e se-
cretario do mesmo conselho, para impôr
n'esta cidade o extravagante tributo das
Maçarocas! Apenas elle apresentou ao se-
nado portuense a sua coromissão, logo este
a approvou — como ordem do seu rei,.» mas
as regateiras e outras mulheres, vendo que
o exótico tributo tendia directamente a de-
fraudar o pequeno lucro que tiravam das
suas rocas, exasperadas correram em mo-
tim ao terreiro de S. Domingos (hoje doesta
freguezia) e apenas defrontaram com o po-
bre do ul Francisco Lucena, descarregaram
sobre elle uma nuvem de pedradas, e do
certo o trucidavam, se elle se nào metesse
logo no convento; mas crescendo o motim
com grande reforço de marujos e garotos»
trataram de assaliar o convento, com uma
formidável bateria de pedras, e nào sabe-
mos até onde hiriaro, se não echoasse no
espaço uma voz de estentor, dizendo que o
Lucena havia fugido pela eérca de S-Do-
roiogos para o convénio de S. Franeisoo, e
doeste, pelo postigo do Pereira, para o coa-
vento da Serra, onde se refugiara, através*
sando o Douro.
Serenaram então um pouco mais os âni-
mos, e se desvaneceu o motÂBi.
Receando as consequências, foram o bis-
po (D. Joio de Valladares) e o senado, pro-
tesur ao Lucena, quanto a nobreza e povo
da cidade sentiram aquelle insulto, termi-
dando por lhe pedirem eflícazmente se di-
gnasse regressar ao Porto, certificando-o de
que nada podia recear, porque as ordenan-
ças e justiças estavam a postos para conte-
rem os amotinados; mas não houve instan-
cias que determinassem o bom do Lucena
a expor- se a segunda bateria, e logo partia
NIC
NIC
77
para Madrid, onde pinton com vívaB eôi^s
o modo gracioso como ii*esta cidade o rece-
beram. Faaestas seriam por certo as conse*
qaencias, se o bispo D. João de Valladares
não empenhasse seu irmiOi Mendo da Motta
Valladares; o presidente do conselho d*£sta-
do, D. Carlos d'Âragão; e o governador das
justiças, Diogo Lopes de Sousa, %• con<}e de
Miranda, para moverem o tal D. Philippe lY
a perdoar aos aggressores (como perdoou),
«em que o Porto soffresse.
OUTRO MOTIM N*BSTA PAROCmA
Em 1836, os marceneiros do Porto, vendo-
se alTrontados pela mobília vinda d^outras
nações, reuniram^se em grande nomero, ar-
mados com martellos e machados, dirigiram-
«e á alfandega velha da rua dos loglezes, e
fizeram em estilhas toda a mobília de pro-
cedência estrangeira, que encontraram no
«aes e à porta da alfandega, e mesmo alguns
pianos; retirando-se em seguida para snas
casas, sem serem presos nem molestados. E
o nosso governo teve de pagar o prejaízo ás
sacões que reclamaram. ^
AINDA OUTRO MOTIM
Aproximadamente em i8S6, porque o pão
havia attiogido na praça do Porto preço ex*
horbitante, e porque se espalhou que a ca-
restia dos cereaes provinha da exportação, a
populaça amotlaou-se, e reuniu-se em gran*
de numero na Ribeina, dispondo-se para
invadir e incendiar um navio aili ancora-
do, que suppunham já carregado da ee-
1 Os marceneiros, de[xú8 de partirem a
mobília que encontraram no cães e proximi-
dades da alfandega velha, seguiram para os
armazeus que a alfandega ainda então oceu-
pava, nos baixos do convento de S. DdOMn-
gos, invadiram-os, despedaçaram também a
mobília estrangeira que.alli encontraram, e
recolheram-se ás suas olOflcinas; mas em se-
guida formou-se um grande magote de po-
pulaj^a, que percorreu varias ruas áarcldade,
arrojando pedras sobre as.iaja»dd negocian-
tes estrangeiros, apupando-os e causando-
Ihes bastante damno, príncipalmente nas vi-
trines e armações.
reaes, e prestes a seguir viagem; mas inter-
vieram as auctoridades e obstaram ao incen-»
dio do navio.
Quizeram ainda os amotinados passar i
Yilla Nova de Gaya para incendiarem x^
armazéns dos Wanzeliers, por constar qnft
n*elies se achava um grande deposito de pão
para embarqjue; mas ainda as auctoridades
outra vez os poderam conter. Seguiram de-
pois d*alli para o quartel da guarda muni-
cipal, com grande vozearia bradando como
possessos:
Viva D. Pedro quinto!
Vinho a pataco e milho a pinto!
Immortalisou-se, dirigindo este movimen-
to popular, um pobre diabo conhecido pela
alcunha de — Corcunda dos leilõss — por ser
corcovado, e costumar fazer o papel de bo-
bo ou palhaço, como pregoeiro de leilões.
Já o pobre Cafcunda se achava com a sua
gente á porta do quartel da guarda munici-
pal, e se dispunha para entrar sem ceremo-
nia, quando surgiu o commandante da mu-
nicipal com um esquadrão de cavalleria, e
os obrigou a fazerem-se ao largo. Seguiram
d*alii para a Casa Pia com a mesma algazar-
ra, mas apenas alli chegaram logo o general
Ferreira (Francisco José Ferreira, por alcu-
nha o Trinta-Diabos), então governador das
armas no Porto, os intimou para que se afas-
tassem e dispersassem (eomo dispersaram)»
e assim terminou o tumulto.
Convento de S. João Novo
Houve nos limites d*esta fregnezia, um
convento, denominado de S. João Novo, que
era de eremitas de Santo Agostinho, cal-
çados, denominados também gradanos, por
ser o convento da Graça em Lisboa a casa
capitular d*esta Ordem.
Este convento de S. Jo3o Novo, foi funda-
do, no anno de 1598, por D. António de No-
ronha, governador de Gochhn, sobrinho do
marque2 de Tília Real, sendo bispo do Por-
to, D. Jeronymo de Menezes, e reinando já
em Portugal Philippe il de Hespanha, do
ominosa recordação; sendo ao tempo pro-
vincial dos ditos frades, fr. Manuel' da €on-
78
HIC
NIC
ceiçio, prégador.de soa jnagestade. Foi pre-
sidente da nova fondaçao frei Jorge Qaelma*
do, depois bispo de Fez, e primeiro príor
fr. António da ResnrreiçãOy tio do conde
Diogo Lopes de Sonsa, qne foi governador
da jQstiça n'esta cidade do' Porto.
O bispo lhes deu, para sobre^ella construi-
rem o convento, a egreja matriz da fregne*
zia de & Joio de Belmonte, que snpprimin,
dividindo-^a peias outras duas» creadas, como
aqaeila, pelo bispo D. Marco^ seu anteces*
sor,— a da Victoria e está de S. Nicolau.
Da primittiva egreja, templo de fabrica
muito bumilde, nada existe; existe, poróm,
e ainda em boas condições, a egreja dos fra-
des, levantada sabre o chão d*aquelJa. É um
templo dos mais espaçosos que ha n'esta ci«
dade do Porto, solidamente construido, de
uma só nave e tecto de abobada de granito,
com alta e imponente frontarla, formando
um todo com duas torres iateraes, e volta-
da ao norte sobre o largo de S. João Novo.
Esta (achada, e o mesmo templo, são cópia,
um pouco mais singela, da magnifica egre-
ja que foi dos jesuius, e ultimamente dos
agostinhos descalços» e que ainda hoje se
admira no largo do GoUegio dos Grllios,
Junto ao paço episcopal d'esta cidade.
Quando chegarmos á fregnezia da Sé, fal-
taremos d*aquelie templo e d'aqttelie coile-
gio, hoje o Seminário da diocese.
Além do altar-mór, tem a egreja de S. João
Novo, quatro altares lateraes, em capellas,
e dois no cruzeiro, voltados para o corpo do
templo; e deveram os frades d*e8ta casa
grande parte das suas rendas e do seu
clanstrp, um dormitório, muitas preciosi-
dades 6 o retábulo do altarmór da sua egre-
ja, ao bispo D. fr. António de Sousa, que le-
ra religioso da sua Ordem.
Em uma das capellas lateraes, está ainda
um apparatoso camarim, oom a terníssima
imagem do Senhor dos Passos.
No tempo dos frades, as festas prineipaes
que n'e«le templo se celebravam eram, a do
seu patriardba Santo, Agostinho, no dia 28
d^agosto, com vésperas, matinas, missa so-
lemne, Senhor exposto, etc. — as da semana
santa ou endoenças— a de S. Gonçalo de La-
gos—a de Santa Riu de Cássia— e a do Se-
nhor dos Passos e Cruz de Christo, a 3 de
maio, a expensas de irmandade própria com
aquella invocação— irmandade a cujo cargo
está a egreja, diesde a extincção dos frades,
e qne olha por ella com desvelo, fazendo ala-
da alli festas das mais lusidas e mais con-
corridas por fieis de todas as classes, nomea-
damente por famiUas da primeira sociedade
do Porto, sendo sempre pessoas qualifica»
das os provedores d'eflta pia corporação;
assim, foi d*ella provedor muitos annos con-
secutivos, até qne faUeceu, Álvaro Leite Pe-
reira de Mello e Alvim, ultimo senhor e re-
presentante da nobre casa de S. João Novo, da
qual fallaremos, e é seu provedor actual Dio-
go Leite Pereira de Mello, da mesma família.
As festas prineipaes que hoje n^este vasta
templo se celebram, são — a do Senhor dos
Passos e Cruz de Christo — a de Nossa Se-
nhora do Rosário, por irmandade própria,
transferida para esta egreja da extincta dos
Terceiros dominicos ^ a de Santa Rita, por
devotos— e Lausperenne todas as sextas fei-
ras, também a expensas de devotos.
Também se celebrou n*esta egreja o anna
ultimo (1874) a fesu da Santa InDancia.
O convento ficava, como se vé ainda, &
direita, e na linha da frente da egreja, com
a fachada principal voltada ao norte, sobre a
rua de S. João Novo, tendo outra face vol-
tada ao nascente e a terceira ao sul, com es-
paçosos eirados na extremidade oeste, á'onf
de se gosa um líndiseimo panorama bobre o
Douro, desde a Foz e Lordello até ao con-
vento e serra do Pilar, e sobre Yilla Nova de
Gaya, $. Ghristovão de Mafamude e o poéti-
co Caudal.
N'esta vasta casaria, aliás muito solida e
muito regular, estão hoje as varas do crime
e eivei doesta cidade, com todos os s«us res-
pectivos offlcios e cartórios corresponden-
tes, e na espaçosa sacristia dos frades, que
ficava ao sul da egreja, se montou a praça
dos leilões t...
A. sacristia actual era um estreito, escura
e pequeno corredor, e não pôde snbstltuir-
se, porque todo o convento esiá occapada
com as repartições indicadas. Para as suas
sessões, cartório e secretaria, mandou a ir-
mandade do Senhor dos Passos e Cruz de
NIC
Ghristo, faier, em 1872 a 1873, easa própria
ao r'06nte da egreia, encostada á Telha ea«
pellioha de No^sa Senhora da Boperança,
que já mencioDámoe no artigo Miragaya^ por
ser d'esta fregaezia, e propriedade dos res»
pectivoe abbadesy eomo dissemos.
Os fra4e8 d'este eonvento foram, como to*
dos os de Portugal, extinotos em i834, mas
deixaram o eonvento em 1832, quando en-
troa n'esta cidade o exèreico liberal Darão*
to o cépco do Porto, no convento devoloto lo
moatoa o hospital militar, faiendo*se os en-
terramentoo Da'Cérea, onde também por es*
se tempo se enterraram os cadáveres da fre*
gaezia de Hiragaya e outras.
Consorvotr-se sHí o hospital militar alguns
annos, Já depois do cerco, sendo depois trans*
ferido para a quinta das Agaas Férreas, e
por ultimo d'alU para o novo hospital mi-
litar de D. Pedro V, na rua da Boa Vista,
onde aotualmente se acha.
No tempo em que Agostinho Rebello da
Gosta escreveu a sua Descripção do Porto
(1740-1742) linha este convento 27 religio-
sos e sete mil cruzados de renda; mas em
1832, quando abandonaram a casa, eram ape-
nas 12 08 religiosos que n'ella moravam, sen-
^ do seu prior ou prelado fr. Manuel de Aze-
vedo, natural de Guimarães, onde vivia ha
poucos annos, e não sabemos se vive ainda.
O que podemos dizer com certeza, é que aia*
da existe um d*aque]le8 12 religiosos — fr.
. Francisco Bormão, hoje fr. Francisco Hen-
rique Bormão. Bsta ordem só rsconhecia os
seus religiosos pelo nome próprio e um úni-
co appellido.
Nasceu em Cedofeita, n'esta cidade, em
1799; conta por consequência Já 75 annos, <
e é filho de João Henrique Bormão, dinamar-
quez catholico, e de D. Maria Emilia Bormão,
portugueza. Foi na ordem, pregador, mas não
mais pregou depois da extiocção; vive no
largo de S. João Novo, n.« 2, ultimo andar,
e é ha muitos annos capfllão da irmandade
do Senhor dos Passos e Cruz de Chrísto, na
1 Entrou no convento da Graça, em Lis-
boa, no dia do Saniissimo noaie de Jesus,
domingo 19 de janeiro de 1817, e professou
no mesmo convento no dia 4 de fevereiro
de 1818 — quarta feira de cinza.
NIC
79
egreja que foi do seu próprio convento. É
um venerável ancião.
Este eonvento não possuía quintas nem
propriedades. Perteneeu-llie em tempos re»
motos o terreno onde se formou a magnifica
quinta da China,* sobre a margem direita do
Douro, mas os frades o venderam. Os ren*
dimentos d*esta casa consistiam em dinhei-
ros motuados, acçdes da antiga companhia
dos vinhos^ renda dos armazena nos baixos
do seu eonvento, alguns foros e pençÕes,.e
principalmente nos dizimoa da egreja de
Santo Isidoro de Romariz, que nos últimos
annos eram orçados em um conto de réâs^
aproximadamente.
Os frades eram sepultados na sua egreja,
e n*ella se sepultavam também alguns par-
ticulares, flsaa em pequeno numero, sendo
um d*esses Gaspar Cardoso (dos Cardosos
d'Armamar), que ao tempo morava na fre-
guezia da Yictoría, nas suas casas da rua do
S. Bento, um pouco acima da egreja matriz.
Na egreja dos frades, se vé amda o carneiro
em que jaz; e alii depois se sepultaram mais
algumas pessoas d*aquella fandiía.
N'e8ta egr^'a funccionou algum tempo a
irmandade de S. José das Taipas, que hoje
tem templo próprio no alto da rua do Cal-
vário. Tinha em um altar da egreja do con-
vento, a imagem de S. Nicolau Tolentino, seu
padroeiro; altt fazia as suas festividades, o
em sepultaras distinctas enterrava seus ir-
mãos fallecldos, mas, por desintelligencias
com a communidade, retiraram p&ra as Tai-
pas.
Também tinham sepulturas ^determinadas
na egreja do convento, as irmandades do Se-
nhor dos Passos e de Nossa Senhora da Guia,
junto aos seus altares.
Prende ainda com esta egreja o facto se-
guinte:
Como ó constante, o bispo, cabido e cama-
rá do Porto, por oceasião ^ ladainhas maio-
res de S. Marcos, a 25 d'abrii, desde tempo
immemorial, costumavam bir em procissão
todos os annos até á capella de S. Marcos,
além do rio na velha Gaya, mas desde certa
época, ou porque os intimidou o rio Douro,
que hia chefio e turvo, ou para evitarem a
fadiga do passeio, hiam com a proeisião ape-
8Q
MiC
nas até á porta á(k capellinha de Nossa Se-
nhora da Esperança» junto a este convento,
no alto da ma da Esperança (antiga Cordoa-
ria), d'alii incensavam o S. Marcos, enja ca*
pelia se avistava na naargeiB fronteira ao
Douro, e seguiam para a eatlMdral. Estando
porém um a&no ineensando no alto da Espe-
rança, sobreveio chuva em quantidade, e o
prior do c<mvento immediatamente mandou
abrir as portas da aua egreja e os oonvidon
para entrarem, o que todos acceitaram e
muito agradeceram; e assim, desde essa da-
ta, o cabido e a camará continuaram a en-
trar e deseançar na egreja dos frades quan-
do vinham com aqnella procissio á capelli-
nha da Esperança. E os frades, per deferên-
cia, os recebiam na sua egr^ em commu-
nidade—- um d*elles celebrava, durante a de*
mora, missa resada, em seguida, ontro, subia
ao púlpito e recitava um sermão próprio do
acto e do dia, e depois, quando o cabido e
a canuira ee dispunham para retirar-se, sa-
bia o prior com a sua communidade para o
largo em frente da egi^eja, e ahi paravam,
formando duas alas, pelo meio das qnaes
passava o cabido e camará, e, cortejando-se
por ultimo, regressavam os frades ao seu
convento.
Durou isto muitos annos, e tanto que aquel-
le sermão ficou sendo para os frades um das
sermões denominados da tábua ou tabeliã, e
ao frade a quem competia e o pregava era
dado pela casa, n*esse dia, um prato de meio
de gratificação.
Á propósito direi quo uma das maiores
garantias e vantagens de que gosavam os
frades d*esta casa, era o poderem pregar em
quaesquer festividades e receberem o esti-
pendio correspondente; sendo porém obri-
gados, por turno, a pregar nas festividades
da casa, e por e^ses sermões, chamados da
tábua, apenas a casa lhes dava leves gratifi-
cações, V. g. um prato de meio, como disse-
mos, pelo das ladainhas de & Marcos.
Também a ^asa lhes permittia celebrarem
missas, e receberem as esmolas correspon-
dentes, lego que estivessem cumpridos os
legados do convento, mas não podiam ter
capellanias certas, e só, em casos muito ex-
traordinários, e com licença do prior, hiam
me
celebrar, uma ou outra vez, a catas nebrva.
Era-lhes também permittido o lecdonai^n»
por estipendio, e alguns flrades d'e8ta casa
foram professores de tkoologia no senina*
rio velbo.
Outra vantagem de que gosavam estes re*
ligiosos era o dar-lhes a casa calceaça e ««#•
tiaria^ — três pares de calçado por aniio^ d
sempre alternadamente, um aono um babá*
to branco e ouiro um habito preto^ ou a aua
importância em dinheiro, o que por veaes
acceitavam, porque o habito preto era caro
e durava annos, por ser o seu habito de gala,
que raras yesea vestiam.
Hiam em commnoidade, á prooissao do
Corpo de Deus, e a outras do cabido e ca-
mará, como ás dos anaiversarioa da xestatt-
raçâo de Portugal, e da e34>ulsao dos frau-
cozes; e só n*estas procissões e em quaea-
qner festividades o actos mais solemnes usa*
vam habito preto,— por casa traziam babila
branco, e am passeio o mesmo habito bran-
co, chapéu triangular e capote.
Esta casa produziu bameas notáveis» co-
mo foram ainda nos últimos annos— fr. Joeé
de Lima, pregador régio e pregador geral da
Ordem — fr. Manuel Botelho, theologo dis-
tincto, também pregador e professor no ve-
lho seminário diocesano, etc.
A cerca doeste convento era muito pe<pie-
na. Reduzia-se a um grande taboleiro (pou-
co mais) parallelo á casa, do lado sul« mas
em compensação, desafrontado e com vistas
lindíssimas sobre o Douro e Yilla Nova de
Gaya.
«
Tribunaes de l.« Instanoia
N*este convento de S. João Novo se acham,
desde 28 d^abril de 1864, como dissemos» os
tríbnnaes de primeira instancia dà cidade
do Porto e seu termo, sendo ires as varas
do eivei e duas as do crime, cujo pessoal e
organismo é o seguinte:
I.* VARA aVEL
Juiz — Dr. José António Pimentel de Ma-
cedo.
Delegado — Dr. António Alberto Torres
Carneiro.
8Qb-de!^gaâo de polida corrêcional — Dr.»
Antodfo fimilío Alves Teixeira de Carvalho.
Sollieiudor da Fazenda— Maimel de Oli-
veira Maia Oateiro.
Escrivães— Gil Alcoforado da Gama e Hél-
io, loaqniiti Augasto de Sousa Reis, lustiiio
Atatonio de lloora Soeiro, João Joaquim 4a
Motta e Adelino de Figueiredo.
Completam este quadro -^mm contador e
tree offleiaea de diligencias.
2.* VARA GIVBL
lufiz — Br., Lino António de Sousa Ptalo.
Deiegado-^Dr., António !Mro Xavior de
Barros.
Sub-delegado drpoHcia comdenil-^n-
tonfo €ardo8o e JKka* Júnior.
Solicitador da Faienda^ José Pereira da
Fobeeea.
Eacrívaee — Geraldo Yaa áX)ltvelra, Bo-
miDgos loȎiri41els, Jerett^ao* Philippe Si-
mões, António José Pereira Iblgado e Joio
José d' Almeida Baflto.
Comfplétaín eftte^^qmdro— um contador e
ms «aeiaes de dU^neSas.
^8.» vioaA otva
lufe — Dr., (Francisco M iria Gaspar Mar-
tins.
l>elegàdo — fir. Luolo Augu^ %ã^er de
Uma.
Stt1i4eii»gadoio policia 'Conredanal «^-^r.,
Florido Telles de Menezes Vaseonceilos.
Soliiiitádor da Faaenda-^Hamel âTOlivei*
n Maia Outeiro.
EjKsrivães — Joaquim d' Almeida Moura
Ckmtiolio, António Auguslo Pereira Baptis-
tat tiesaa, losé Joaquim da Silva Pereira» João
Bodrifues da Fonseca e Joaquim Joeó da
'Silva «Gttimaiies.
Compleiam o qnadro*^«tm«ontikâor efres
«IliciMÊS de diligendas.
Juino de direftod^faniaal
i.* DISTOOIO
tConprehmíd» as^ frafueiiae da^Jé^
voLuks VI
Si
ndéflMiso, Yictoria, Bomfim, Cámpanhatt,
Paranhos, Gondomar, Maia e Vallongo.
Juiz— Dr., António José Pinto da Costa Re,-
beUo.
Escrivães —António Domingues dos San-
tos, Manuel dos Santos Villa Nova e António
Fernandes Alvares. ,
Completam o quadro — três efficiaes de
diUgeooias.
K
l"» niSTBICTO
Comprebende aa fneguezlas de Cedofeita^
S. Nicolau, Miragaya, Massarellos, Foz, Lor-
delkt. Bouças a Q^
Juiz — Dr., Francisco Manuel da Fonseca
e Castro.
Escrivães— Victorino Pereira Magro, Bei*-
nardino António de Moura Soeiro e Candiâô
Maximiano de Mello Alvim.
Completam o quadro — três officiaes de
diligeneias.
fbinbem n'esta meèma casa, e pncisamen-
t9 no êalBo qf»e era a sachristiá dos fradeèf
está a prãça dos leiBes e arrematações, c^jò
pessoal é o seguinte:
Juiz — Cottsellieiro, António PhiKppe de
^Qsa €ami)ias8o.
Escrivies— António Cardoso Pinte deSocí-
sa Meneias Montenegro e Manuel Gomes doe
Santos Lima.
Completam o quadro — nm pregoeiro e
um porteiro.
Está tamisem n'esta mesma casa o Dep(h
sUo jnélko, e i6 o seu pessoal o seguinte:
Presidente— Conselheiro, António Ptiilippa
de Sousa Gatabiasso.
Yice-Hresldente- António José fo Nasci-
mento Mio.
i1;besoureiro— Arnaldo Ribeiro Barbosa.
Dito— António José Gonçalv||§raga.
Vogal 4n9pector — AntoDio José da Cru2
MagalbSes.
Escrivão — Manuel d^Oliveira Maia Gu-
ieiro.
lia n*e8ta parochia farias confeitarias, sen^
82
NIC
MC
do dais de primeira ordem— uma nas Tai-
pas, D.' 26, propriedade de Joaqaim Gui-
lherme Gustavo Lahman, — outra de Paulo
da Silva Barbosa, no largo de S. Domingos,
ii.« 37.
Como os tanoeiros, fogueando na rua da
Ourivesaria e Banhos, prejudicassem os vi-
sinhos e fossem por isso multados, consegui-
ram que a cidade lhes desse, em 1515, o ter-
reno do Postigo de JoSo Paes, que hia do
Muro contra a raa da Ourivesaria, e ficaram
foreiros à cidade.
{Mosaico de C. Castello Branco.)
Albergarias e hospltaes antigos
Desde os primeiros séculos da nossa mo-
Barchia, houve n'e6ta cidade vários bospi
taes e albergarias, mas quasi todos estes es-
tabelecimentos caducaram depois da crea-
çâo da Misericórdia, porque montando esta
um hospital em maior escala, perderam a
razão de ser, aquelles pequenos hospitaes, e
D. Manuel, por isso mesmo, os uniu quasi
todos á Santa C^^sa, exceptuando a alberga-
ria e hospital do • Santo Spnto, no logo de
Miragaya*, e poucos mais.
Álém doesta albergaria do Espirito Santo,
de que já falíamos no artigo Miragaya^ hou-
ve no Porto, que nos recordemos, as se-
guintes: a de Santo Alifon, dita de S. Do-
mingos, dita de Roqpe- Amador, dita de Rede-
moinhos, dita de S. Salvador, dita de áanta
Clara; da Thareja; de Vaz, na Bainharia; e
os hospitaes do Cimo de Villa, S. Thiago, e
Lázaros: e uma gafaria no Olival.
Aqui, faremos só especial menção d*al-
guns d*e8tes estabelecimentos que estiveram
en terreno hoje pertencente a esta freguesia
de S. Nicolau, taes íòram os hospitaes ou
albergarias de Santa Catharioa e S. Thiago,
que existiram na rua da Reboleira. Ainda
alii se v^m nicho com a imagem de S.
Thiago, na frente das casas n.** 52 e 54, do
iado N., e que parece indicar o sitio onde
esteve a velha albergaria, quasi em frente
das casas que foram da familía Pedrossem,
e que hoje são do rico negociante e proprie-
lario Francisco Cardozo Valente.
Aqnellas duas albergarias foram traasfe-
ridas da Reboleira para o largo de S. Joio
Novo, e mais tarde para a Ferraria de Ci-
ma, hoje dos Caldeireiros. Eram estas alber-
garias administradas pela camará, mas esta
passou a respectiva administração para a
antiquíssima irmandade do Corpo de Deua^
dos ferreiros e serralheiros, ou da Senhora
da Silva, como consta do archivo d*esta ir-
mandade, e nomeadamente do seu com-
promisso com data de 17 de novembro de
1593.
Quando checarmos á freguezia de Nossa
Senhora da Victoria failaremos detidamente
d'aquella irmandade e do seu archivo, que
é importante e curioso.
A albergaria de 8. Salvador esteve na
rua das Congostas, em uq» becco^ onde ain-
da hoje está ama capella com a mesma in-
vocação, ainda bem conservada, na qual se
festejou, ainda n'este anno de 1875, o pa-
droeiro, com grande pompa, na forma doa
annos anteriores.
Houve também na raa dos Mercadores,
hoje d'esta freguezia de S. Nicolau, nm hos-
pital de Santa Clara, cuja administração foi
dada à Santa C^sa da Miserí^rordia do Porto,
por alvará régio de 15 de maio de 1521.
Em terrenos pertencentes a este hospital,
se eonstruiram varias casas, que fazem fáee
para a velha rua dos Mercadores e para a
nova de S. Joio, uma das quaes é hoje pro-
priedade do rico negociante e proprietari<^
José Gaspar da Graça, morador no largo da
S. Domingos.
D*este hospital faz mea^ Rebello da Gos-
ta na sua descrípçao do Porto, e diz que
era de velhas,
A casa do sr. Gaspar da Graça, que ooen-
pa nroa parte do chão onde esteve na roa
dos Mercadores aquetle recolhimento, faz
face para esta rua, sobre a qual tem os n.**
149, 15! e 153, e para a rua de S. Joáo, so-
bre a qual tem os n.<" 110 e li2, e já teve
os n.<" 72 e 73. E mais alguns dos prédios
contíguos a este foram também levantados
sobre o local que occupoa o mesmo reco-
lhimento das Velhas.
Um pouca mais abaixo do sitio onde es-
NIC
•NIC
83
eve aqnelle recolhimento, ha na frente da 8 três anos, por cem livras em cada haom
casas n.** 89 a 91, um nicho, com a imagem
áo Senhor da Boa Fortnoa, festejada com
pompa todos os annos, por devotos da visi-
áhança no dia i5 de agosto; e na frente das
casas n."' Ii7 a 1Í9, ha também na mesma
ma outro nicho com uma imagem de Nos-
sa Senhora da Piedade. Teve também festa
própria feita por devotos, mas ha annos que
esta festividade se não faz.
Ha também n'esta mesma rua, mas do la-
do opposto (nascente), uma casa antíquis-
4iba denominada a Casa da Torre, que foi
dos mouros (diz o vulgo). Revela effecCi-
vamente grande antiguidade, e suppomos
ser uma relíquia do velho largo da Sé. Os
l^stauradores a desflguraram, e lhe deram
nm aspecto informe e exótico. E' hoje de
António Pinto Rezende, ha muitos annos
«kchristào d'esta freguezia de S. Nicolau, e
tem os n.<" 156 e 158.
lia rectaguarda d*estas casas, se voem os
restos da antiquíssima vieila de S. Lourenço,
^e hia da rua de Sant*Anna para as proxi-
liiidades do collegio dos jesuítas, no Barre-
do, vieila que foi supprimida ha muito, e o
ehâo da entrada pela rua de SanfAnna foi
tomado por umas casas que allí mandou
construir ha annos o sr. Joaquim de Souza
Haia.
Banhos, banoas, e gamellas
Houve no século XIV um estabelecimen-
to de banhos, na Ribeira, então freguezia da
Séf e hoje freguezia de S. Nicolau, firam
lUropriedade do bispo, ainda então senhor.
da cidade, que os arrendava, como se vô da
Inquirição sobre os Diretos que á Igreja do
torto pertenciam na mesma cidade feita na
gra de 1377, (Cartório do concelho do Por-
to, Livr. Grand., fl. 11, col. 1* até fl. i%
eol. !•)
•Item, gomes giraldcz, que teve os Banhos
da Ribeira rendadoi>; jurado sobre os sane-
los evangelhos que dissesse verdade, perra*
xom de que rendiam ou renderam os dictos
Banhos, disse: que os tevera rendados por
ano.t
•Item, Affonso, que os hora tem rendados,
outro si jurado sobre os Sanctos Evangelhos
que dissesse porquanto tem os dictos banhos
rendados em este ano que hora foy, da Era
deseteenta e seis, disse: que os tevera ren-
dados por sassenta livras e que este ano da
era de sateenta e seis disse, que os tevera
rendados por seteenta livras (é do originai
esta repetição) e que este ano da era de
seteenta e Q^e nom esteveram rendados.»
Além d'este estabelecimento de banhos» na
Ribeira, cujo local não pôde fixar se, hou-
ve outro estabelecimento de banhos quasi
na extremidade sudoeste do Porto, junto á
velha rua da Munhota, e a um postigo dos
muros, que por este facto se denominou
Postigo dos BanhoSy bem como rua dos Ba-
nhos aqnella da Muohota.
Esta rua, como outras muitas, foi absor-
vida pela da Nova Alfandega, e o Postigo
dos Banhos là se vé ainda, tapado com pe-
dra, junto à liogueta do mesmo nome.
•Item, Catharina Alvares, viuva, mulher
que foi do João dos Banhos, trás por prazo
uas casas nossas, na rua dos Banhos, que fo»
ram Banhos, a saber metade são da cidade
e a outra metade nossa e do Cabido, a sa-
ber nós as duas partes, e o Cabido uma, e
partem de ua parte com a parede da horta
de S. Francisco, por detraz com o caminho
que vai para a Minhota, por deante rua pu-
blica de longo do chafariz dos Banhos, •
pagão...» (Censual da Mitra).
Consta também das citadas InquiriçõM
feitas na era de 1377, que por aquelle tem-
po vivia na Ribeira, n'esta freguezia (hoje)
de S. Nicolau, um tal Pedro Affonso» casado
com Catharina Pires, que foi annos conse-
cutivos o rendeiro das gamellas.
«Item. (log. cít.) Pêro afonso da Ribeyra
e sa companheira Cathelina pirez, e mar-
garida annesmolher, de domingos do porto,
vogado jurados aos Santos Evangelhos disse-
rom que teverom a^ gamellas, que som to-
das do Bispado» rendadas na era.de seteenta
anos, por trinta livras e nos outros cinquo anos
seguintes por quareonta livras cada huum
m
KIC
HIC
ano e bora esta era èm que iKxra iMtt09, de
seteenta e sete anoa^ disse o dicto percrafon-
««o que as tlolia rendadas por trinta o cin-
'^no Ii?ra8.»
il^do Geaaoai da Mitra eonsta o seguiste:
^Mem, loão Rodriipies, criado do Bispo D.
•Sftltbffisar Limpo, trás por prazo de nomea-
4{iOy as bancaa, gameU(», cestas e vendagem
4lo peseado da praça éa Ribeira (hoje freçtÊe-
Wia ie S. NicíOaiiJ qae sdbia' trazer Bingo
tiirao, ese arreei o^dito dínlMlrvdn ▼eB^
dagem pela vca^ba do foral^ em^e est nmi-
40 dectarada e faga.»
■
CASAS IMBKBB
N'esta ftreguezia predomina o eommerciO,
e <ha hoje apenas doas casas com brazdes
d'armas, e hereditariamenle nobres^ ama na
roa defiellomonte n.* 49, ootrano.Largo de
S. Joào Novo. Na de Beilomonte se acba
montado o Banco Alliança, e é>am lindo pa-
lacete com ama elegante e costesatfroDteria
--rbem desenhada e. bem .acabada.
Pertence á nebre funilia Paehecoe Perei-
ras, da qoal daremos em s^gnida am .esbo-
/eo< genealógico.
A outra casa do Largo de S. Joio Noto é
também om -bom palacete. Foi de Álvaro
Leite Pereira de Mello e Alvim (hcôe de seus
h<>rdeiros) que n*elie faileceu, :e que era o
legitimo representante da nobre £miilia Ger-
nacheside CampoBello eootras^mo adian-
te mostraremos.
PAiamoos niRBffiASy no mrio
iOprimcâro^que em PottatgsilJttsou o ap
llêMdo Pacheco, foi Fernão Rodrigues Pache
to^ví-fjoWifte ^Icaide-mór^fie Ceiorioi», com
quem se deu o facto lendário da tructaoa
klda«dae garra» de uma águia, quando o oon
4e de BOtontla, depois D. Aifonso III, era
•regente pt^ta Incapacidade do el-rei D. ' San
ísho, seniniMo; e «ra 'Fernão' Rodrigues Pa
checo bi)iaeto ou 3.* neto de Fernão Jere
«las, wok doâí fidiâffsetHie vièram-pâralPor
toga] «om o «oMief^D. Henrique, como dizem
ViWtb^ «o seu BlucMarf o, art. Ftmn,
ne,--o conde D. Pedro no seu Nobiliário; llt.
«0^ «te.
De 'Fernão Rodrigues Pacheco, 8enhor''É»
Ferreira d' Aves, nasceu João Feniandes Pil-
checo, e d*este — Lopo Fernandes Pacheisõ
(filho legitimo) grande privado d*el-rei D. Ai-
fonso tV, que o fez rieo^homêm. Casou ooda
D.Maria Oomes Taveira, elteve Diogo LiOpe»
Pacheco, um dos conjurados que tiraram »
vida a D. Ignez de Castro, e que ponde en-
capar á vingança deB. Pedro I, fugindo pa-
ra Castella; d*onde vokou a convite de-el-
rei D. Fernando para o auxiliar na gueréa
com a Hespanha.~^Fugiado para altí seguo-
da vnz, por haver aconselhado ao infante 9^
Diniz que não beijasse a mão da rainha D.
Leonor. Outra vez foi «hamado por D. Joio ff^
e, tMMo já oitenta annos, muito se distingulla
na batalha d*At}aharrota, com seus 3 filhei^
D. loão Fernandes Pacheoo, If^gitimo, e és
dotts^bastardofi, Lopo Fernandes Pacheco e
Fernão Lepes Pacheco, fiste D. João Pernao-
des Pacheco, como ^e queria, desbaratoa
completamente a João Annes de Barbada,
genevàl castelhano, que < na retirada d'AljiJh
barrota' qoétnyám a cidade de Víset^ pii^
sando á esfiada os seus habitantes: e com^è
govemador de Trancoso, e o senhor de L^
vharee, mataram-lhe quatro mil homenSi ò
de isdo O'derr0láram entre Valverde e Tran^
«oso. Depois, vendo que os seus serviços
não eram remunerados como elle queria, m
passou para os castelhanos, com 200 ho-
mens «de eafUlto, enire par^tes, amigos d
criados.
Be D. João Lopes Pacheco descendem os
dnqties'de>E9catona, os marquezes de VfHn»
na «outras nõbilissimas famílias de Hesp»*-
nha; e de LopoP^oandes Pacheco, um dua
celebnes eavalleiros da Tabola redonda, qgob
fòrMn^llesafftmtar as damas a Inglaterra^
proeedem os Pa^Sheeos de Portugal, entre os
qnaes' avultou o grande Duarte Pacheco Po»
reira, e os da Quinta da Ledér^ma, de Santo
Estevão de Barrocas, no termo de Guimarães^
eomo 'fui João Pacheco de Ledesma, que ti-
rMi brasão de «sua nobreza, no tempo â'el«
rei D. J^ HL Viveu no Porto, foi casado^
e teve entre outros ftlhos--^lf^nupl Pscheoo^
que viveu algum tempo em Campos» do Li*
me
to^ e te^— João Pacheo) Perain^» qae vi-
im no Poito, onde foi vereador do «uno de
tf78^ e teve — Manuel Pacbecq, que foi»
C9B0 seus pães, senhor 4aqpinU de Ledes*
na, fidalgo da casa do infanle D. DuarU» (fi-
Ibo d'el-rei D. Manue]) — e vereador da ca-
oiara: do Porto em i597 e i604. Casou no
Porto, com D. Maria de Novaes Camdn), e
teve— Gonçalo Pacheco Pereira^ que viveu
DO Porto, onde foi vereador e superintenden-
te das candelárias. Casou com sua prima D*
Isabel Pacheco, filha uoica e herdeira de Al-
fano Pacheco Pereira, juiz dar alfandega, de
pi^ppriedade, como Já fora seu pae— no Por-
lo, Aveiro e Buaroos, e fidalgo da casa reaL
Bor sua mulher, succedeu Gonçalo Pacheco
Peieira na grande quinta da Pachêca, em
frente da Régua, que ainda hoje (187S) pos-
suo (com, mais seis» só no Douro . . .) o sr.
João Pacheco Pereira, de YíUar, ultimo re-
piesentante dos Pacbecos Pereiras, do Porto.
Do consorcio com a dita sua prima teve
Gonçalo Pacheco Pereira, entre outros filhos.
-^Ignacio Pacheco Pereira, que foi também
juia da Alfandega, como seu avô e bisavô,
foi fidalgo da sereníssima casa de Bragan-
^a.eeapitào de uma companhia, de que era
^pitãomór, o conde de Mttanda, servindo à
awk custa. Casou com D. Marqueza Nunes
4e Povoas, e teve— Manuel Pacheco Pereira,
qa» foi, também no Porto, vereador e juiz da
alfandega. Casou com O. Maria Xacome No-
bre, Olha de Francisco Alves, o qual, sendo
alferes aos 17 annos, foi para a índia com
o vice rei D. Vasco Mascarenhas, conde de
Óbidos, e na lodia serviu 22 annos conti'
BOPS, prestando relevantes serviços como ca*
pitjla de Mar e Guerra e commandante da
galera S. Sebastião e da nau EstreUa d^Alva^
iak>. que foi feito fidalgo cavalleiro da caea
xeal, e cavalleiro da ordem de Christo, com
SWiOOO réis detença pela Alfandega do Porto.
. FaUeceu o dito Manuel Pacheco Pereira,
em ^' de julho de i713 — foi sepultado em
um. dos jazigos de seus avós, na egreja do
eaCtínoto convento de S^ Domingos, na Porto,
e^leve entre outros filhos — Pedro Pacheco
9«reira, que foi também )uix da alfandega
iJA amios continnos . . .) e vereador no Por-
to, noa annos de 1709 e 1714.
ISB3
«^
Gasoa com D^ Clara Maria Eldres, Qiba e.
herdeira de Pedro Bellens, pertencente a nmi|,
das mais nobres e mais riqij^ casas. d^. ci-
dade de Altona (Dhiamatca)— filho de Chria^.
tiano Bellens e de sua mulher, Am^ Voiir
Santen filha de Jeremias ¥on-Santea, unde?
cimo condO; de Goiig.
Era O. dicto Pedro Bellens filho primoge-»
nito e representante d'esta opulenta e nobi*^
lissima casa^ e de pães e avós catholioos ro--
manos; mas como na institnçao da sua casa.
houvesse a clâusola de que fia succêsêão d'êl*
lapre feriria o uUimo descendente qusjseguisse
a seita de Cahino, e declarando-se calvinista
um outro seu irmão, eile.desgostoso e nio
querendo abjftfar o. catholiâsmo -* renm-
ciou á casa de sena pais e ausentou*se para^
Lisboa, passando d'ali para o Porto, ond08a
estabeleceu, e casou com D. Dorotbçia Maria
Eldres, filha legitima de Othp Eldres, 4e^
uma das mais illustres famiUaa d^Anvers^—
neto de outro Otho Eldres, conde de Eldres,
e de Cathaçiqa Escote*
Pedro Bellens falleceu em 2 de outubro
de 1683 e jaz no carneiro da capella que
fundou na egreja matriz de S. Nicolau, cam
o titulo de nossa Senhora da Assumpção,
para si e seus descendentes, na anuo iò
1672.
Do seu consorcio com D. Maria Ciara El-
dres teve Pedro Pacheco Pereira, entre ou*
trofr filhos,*- João Pacheco Pereira, fidalgo*
da casa real, cavalleiro da ordem de Chris*
to, juiz da alfandega e vereador na camará,
do Porto em 1757 a 171».
Casou duas vezes -^ a L* com D. Eugenia
de Vasconcellos Telles e Menezes, filha da
Sebastião José de Carvalho e VasconeeUos,
senhor da casa de Yilla Boa de Qoirea, e
de soa mulher D. Maria Thereza de Sousa
Coutinho, cujo consorcio não den sueèea-
são, pêlo quepassou a segundas núpcias oca
D. Isabel Joanna Pamplona Rattgel da To-
var, filha de Joio Alv«s Pamplonà Carneiro
Rangel, fidalgo da casa real, cavalleiro da
ordem de Christo, senhbr da casa de Beire^
e de sua mulher, D. Maria Clara Baldaia de
Tòvar, herdeh^ da casa de Canellas e pa*
droeira in scHidum da egreja de Sobrado, e
tiveram entre outros fiUbpa.
86
NIG
NIG
— Pedro Pacheco Pereira, qae viveu no sen
lindo palacete de Belmonte n.* 49, casoa com
D. Marianna Rita de Sonsa Peixoto de Car-
valho, e tiveram dois filhos — Jerónimo Pa-
checo Pereira e
— João Pacheco Pereira, que na qualidade
de primogénito, succedeu na casa de seus
pais — Casou em Lisboa com D. Margarida
Telles da Silva, filha do marquez de Penal-
va, e tiveram entre outros filhos
— João Pacheco Pereira, que ainda vive no
Porto (em Yillar) e que, como filho primo-
génito, succedeu na grande casa de seus
maioresi
Casou com D. Maria Angelina Pereira da
Silva, sua prima (que também ainda vive)
filha do coode de Bertiandos (GoDçalo) e
tiveram
— João Gonçalo Pacheco Pereira, ainda sol-
teiro e de i9 annos de idade.
Vive com seus pais.
PALAGRTE QUE FOI DE ÁLVARO LBrTB, NO LARGO
DB S. JOÃO NOVO
No largo de S. João Novo (freguesia de
de S. Nocdau) acha-se situada a casa apa-
laçada, onde residia e falleceu seu dono,
o sr. Álvaro Leite Pereira de Mello o Al-
vim, representante n*esta cidade de uma
antiga familia, a que os genealógicos dão o
nome de — familia de Campo Bello — por
ser na quinta d'este nome, em Yíila Nova
de Gaya, que elia tinha o seu solar.
É um vasto edifieio, de boa architíctura,
tomando toda uma fachada do largo em que
86 acha situado, e no que respeita a obra
de pedra, uma das mais ricas edificações
particulares d'esta cidade. Sobre a porta da
entrada tem seus brasões abertos em grani-
to, dos quaes o escudo é esquartelado, ten-
do na primeira pala— Gostas, Limas— e na
segunda— Mellos, Alvins.
Foi mandada construir esta casa no prin-
cipio do século passado, por Pedro da Costa
Lima, natural da cidade de Vianna do Cas*
^ O palacete de Belmonte coube em par-
tilhas ao sr. GoQçallo da Cunha Souto-Maior,
residente hoje em Lisboa, e primo d'este
João Pacheco Pereira.
tello, o qual foi casado com D. Marta Theie-^
za de Mello e Alvim, filha de Pedro de Mel*
lo e Alvim Pinto, senhor, da Casa da Carrei-
ra, na mesma cidade; e tiveram estes senio-
res uma filha única, D. Anna Casimira d^
Lima e Mello, a qual casou com Diogo Fran*
cisco Leite Pereira, senhor da Casa de Cam-^
poBello e da de Quebrantões, em Vílla No-
va de Gaya, e representante de uma das mais*
antigas e illustres famílias dos arredores do-
Porto.
Pedro da Costa Lima, viveu n'esta cidade»
e aqui exerceu o cargo de administrador e
superintendente das fabricas da Ribeira da
Ouro, prestando serviços *valíosos, os quaes
constam do alvará que lhe concedeu o ídiô^
de fidalgo cavalleiro da casa real, em satis-
fação dos mesmos serviços e que tem a data
de 13 de novembro de Í7i0. Eis o seu con-
theudo.
«Houve Sua Magestade por bem, tendo
respeito aos serviços que o dito Pedro da Costi
Lima, cavalleiro da ordem de Chrísto, tem
feito depois de despachado pelos seus pri-
meiros serviços até o anno de seiscentos e
oitenta e seis, continuar a servir mais nos
cargos de administrador e superintendente
das fabricas da Ribeira de Ouro da cidade
do Porto, de quinze de dezembro deseis cen-
tos e noventa até o presente, sem interpola-
ção alguma, e no decurso do referido tempo
fabricou nove fragatas, cinco da corda é
quatro da junta do commercio, com grando
utilidade da fazenda real; e com a mesma»
sendo encarregado para correr com a fá-
brica dos gahões d*aquella Ribeira, por lia-
ver muitos annos estar extincta, dando to-
dos os meios convenientes, e as noticias ne-
cessárias para se continuar, mandando logo^
fazer os cortes das madeiras e conducções
d'ellas com brevidade; provendo os arma-
zéns de todos os materiaes com tanta ante-
cipação que se não experimentou falta al-
guma, comprando os e fazendo-os vir do
Norte, em beneficio da Fazenda Real, de-
baixo do seu credito; satisfazendo as letras
de sua importância com tal pontualidade
que por não haver dinheiro prompto fias
consgoações applicadas a dita fabrica suprir
com o seu; e vindo fretada de Ibmbarft»
NIC
NIC
87
uma fragata por conta da Fazenda Real,
com mastros e outras fabrieas, fazer ter de
utilidade mais de eínco mil crosados, pela
Ikzer logo carregar; e sendo-lhe encarregado
para qne n'aqoella cidade se fizesse troco
de Marinheiros, dar tâo boa forma e expedi*
ente, que se facilitou e estabeleceu, não só
para aqaelia occasião, mas também para as
mais que foram necessárias; e indo àquella
birra duas fragatas de guerra, de guarda
costa, prover-se de mantimentos, em breves
dias e lh'os fazer promptos como tudo o mais
que lhe foi necessário, em occasião que a fra-
gata Santa Clara foi ás rias de Galliza por cau-
sa do tempo, em todo que nella esteve, man-
dou assistir com todo o necessário ao capitão
d'el!a, D. João Diogo de Athaide; e por repe-
tidas vezes lhe ter encarregado pelos vedores
da Fazenda o Provimento dos Armazéns d'esta
Cidade, o que muito particularmente lhe foi
agradecido, no aproveitamento da Fazenda
Real e aprestos das fragatas e matérias para
ellas.
Aehando^se a Casa da Moeda, da cidade do
Porto, falta de dinheiro (para se poder com-
prar o ouro e prata que a eila ia a trocar e
se perdia a conveniência, e ser em proveito
da Fazenda Real) emprestar logo nove mil
cruzados e se offerecer com o mais que fos-
se necessário; e da mesma maneira se haver,
vindo o ouro do Rio de Janeiro; e para que
não houvesse descaminhos, e a Fazenda Real
tivesse conveniência em emprestar também
quinze mil cruzados e ordenando-se que
n'aquella cidade se fizesse fabrica de cobre,
para ir para o reino de Angola, lhe ser en-
carregado a dita fabrica e que assistisse a
eDa com todo o dinheiro necessário, ao que
deu l'i?o í»nmpr« nfifnto, comprando muita
ilUditiin.j :. v.\...re prio mais barato pre-
ço que se pdde alcançar e procedido d'elle
mandar entregar a esta cidade; e conside-
rando ser mais conveniente vir de Hambur-
go, para que a Fazenda Rt^al tivesse lucro,
lhe ser também encarregado á dita commís-
são, no que obrou com muita conveniência,
assim no preço, como no pezo, assistindo
com o seu cabedal, com multa antecipação,
dando de tudo conta no Conselho Ultrama-
rino, com grande zelo e verdade: e por Or- '
dem da Junta Geral do commercio, mandar
vir do Norte e Biscaia os materiaes e pre-
gadura para a manufactura das fragatas que
a dita Junta mandou fazer n'aquella cidade*
administrando tudo com todo o acerto; o ten-
do noticia o Conselho Ultramarino do seu
préstimo e intelligencia, lhe encarregar umas
carregações, para irem para a nova Colónia,
que remetteu a esta cidade; como também
muitas armas que mandou fazer na provin*
cia do Minho, para as mais conquistas; fa-
zendo juntamente afretamento aos navios que
levaram a Infanteria da cidade do Porto pa-
ra o Rio de Janeiro, em que tez particular
serviço a Sua Magestade, assim nos manti-
mentos como na passagem da gente, e no
pagamento que lhe fez, em que teve muito
trabalho e com o mesmo, sendo encarregado
da compra e remessa do trigo para esta ci-
dade, pala falta que n'ella havia, no anuo de
seiscentos sessenta e sete, lhe ser recommeu-
dado pelo Secretario de Estado, para que
com toda a eautella e segredo averiguasse a
entrada que uma cetia franceza tinha feito
n*aquelle Porto, examinando-se as suas ope-
rações e movimentos, o que obrou com tan-
to cuidado e diligencia, de maneira que lhe
foi muito agradecida a iioticia que deu: co-
mo também do dinheiro com que tinha as-
sistido para o custo das armas que se lhe
havia recommendado; e que com a mesma
pontualidade assistisse com o que fosse ne-
cessário para a Companhia que ia de soccor-
ro a Mombaça ; e no anno de setecentos e
três, principiando-se a guerra com Castella,
ser-lhe encarregado por muitas e repetidas
ordens da Junta dos três Estados, o provi*
mento das províncias da Beira, Minho e Traz*
08-Montes, da compra das armas, petrechos,
munições, mantimentos e tudo o mais ne-
cessário para ellas, porque ^ó de s^aa pessoa
e préstimo se poderia conseguir com luuís
facilidade, fiando- se tudo do seu arbítrio; a
que logo deu principio, comprando todo o
necessário: e da mesma maneira se haver,
no anno de mil setecentos e quatro, na com-
pra que fez de mil baionetas para a infante-
ria e vários materiaes e provimentos para as
ditas provindas e mais presídios, além dos •
da lotação dos assentistas; fazendo também
as
NIC
esame da bondade do pSo qae remetteram
á cidade do Porto» para ir para a praça de
Almeida, prevenindo oa barcoe e carmagans
que o leYaram, tomando tattbem conta do
que mandaram noa navios áquella cídad^
ramettendo-o à dita provinda; vencendo mui*
taa dificoldadea^ faaendo mnitaa cobranças,
ejn qae teve maíto trabalho; como também
m remessa de nove mil ferramenias que
mandeu fazer; e no mesmo anno, chegando o
Senhor Rei D. Pedro^ qae santa gloria baja^
á cidade da Goarda, e voo achando n'aqael-
la província os terços e tropas do partido
do Minho, por falta de pagamento, lha ser
ordenado, da parte do dito Senhor, acudisse
a tao grande necessidade, pedindo-lhe man-
dasse logo entregar, por empréstimo, ao Ve-
dor geral da dita província, o que fosse ne-
cessarío, o qaç promptamente fez, mai^dan-
do-lhe quatorze mil cruzados^ e credito para
qne na villa de Vianna se lhe desse tndo o
mais qae fosse neoessario. Estando servindo
de Vereador mais velho da cidade do Porto,
servir jantamente de Jaiz de fora perto de
dnfio meses enr que procedeu com satísfa-
^. E por ordem do Marquez das Minas^ ge-
neral da província da Beira, remetter á pra-
ça de Almeida, muita quantidade de lonas,
brins, doze mil ferramentas e mil e seiscen-
tas espadas; como também fazer a ponte de
barcas, e outras ooisas muito convenientes: e
achaado*se o dito marquez n*aqaella provín-
cia, com muita falta de mantimentos para o
grande numero de gente que n*ella estava,
Ibe ordenou fizesse quanto fosse possível, para
atndar ao capitão que mandou a compra do
l4o, e que todo o qae podesse haver o to-
masse por sm conta, e que com toda a bre-
vidade o remettesse do Porto da Brvedoza,
a que obrou com tanto cuidado, de maneira
qjue sd lhe remetteu mais de dons mil moios.
Cinco mil ferros que por sua ordem mandou
fabricar: e outras cousas de importância, e os
calaCates para as barcas, e os baviamentos
Hjacessarios para ellas^ e juntamente os ma-
rinheiros. E muiu quantidade de serafinas,
olandilhas e mais aviamentos, que tudo com-
prou para se vestirem os soldados, dando
aempre de tudo tão boa conta e expedição»
q/kà se fazia adimiravel a suaa ctividade^ e |
NIC
provptidaocom que aocudia. E fesasreferidaíir
compras e remessas em matéria tao impor*
tanta e de tao graves consequências, eoma
era a operação dos Exércitos, e sustenio do»
soldados» devendo-se muito ao seu grande»
diavéllo e cuidado; supaiiindo com o seu pró-
prio cabedal, para qa» se não faltasse ao Sar*
viço Real, em quanto lhe nâo chegaram os
créditos. B da mesma maneira se haver, n&
conducção da equipagem de El Rei Catho*
lieo, para a mesma província, no anuo de se*
tecentos e cinco, pelas ordens que teve da
Juala dos tresE*«tados.Faaer exame dos man-
timentos que 06 assentistas tinham n'aquel-
la cidade, para provimento da província da
Beira» não consentindo os que tivessem cor-
rupção, no que obrou com todo o aeerto; ^
requerendo os procuradores do assento se
lhe fizesse vestoria em ura armaaem onde
tinham bons mantimentos» occultando oamaia
que tinlmm com damno^ lhe ser encarregar
do pela mesma Junta, que com toda a exae-
ção fizesse a diligencia e tomasse informa-
ção do preço perqie valeu a cevada no tem-
po em que se lhe tinha feito empréstimo d'^-'
la e juntamente averiguasse o tempo em que
tinham remettido o pão para a Brvedoza^
para se saber se era para o seu provimento
ou para depois de introduzido na província»
pedirem se lhe recebesse como sobejos do
assento* Tomando também noticias com toda
a cauteila de outro requerimento que haviam
feito e interpozesse com o seu parecer, como
fosse mais conveniente no ajuste que se pre-
tendia; no que tudo obrou com acerto. No do
sete centos e seis, lhe ser encarregada a com-'
pra de quatro mil pares de sapatos, mandan-
do logo remettidos á praça de Almeida, qui-
nhentos e vinte, pelos mais se não pederem
fazer com a brevidade com que se pediam.
Procurando também, com todo o cuidado, pe-
la ordem que se lhe tinha mandado, a quali-
dade dos moios de cevada e centeio e arrobas
de farinha e barris de biscouto, que os ab-
sentistas tinham mandado d*esta cArtCi para
se saber se havia n'elles corrupção, o que
fez com todo o cuidado. E com o mesmo^ na
compra que fez de cento, e cincoenta barris
de pólvora, que mandou remetter ao Vedor
geiãl da provinda do Minho» com outros
mais que doesta cidade foram com outros
petrechos, no anuo de setecentos eaete man-
dar duzeotas séllas apparelhadas remettidaa
ao dito Vedor geral: — Ha Sna Magestade
por bem fazerlhe mercê em satisfação de to-
dos os serviços referidos de o tomar por fi*-
dalgo de sua casa com mil e seiscentos réis
4e moradia por mez^ de Fidalgo Gavalleiro,
« um alqueire de cevada por dia, paga se^
KUDdo a ordenança e é a moradia ordinária,
^ o Alvará foi ftíito a treze de Noveinbro de
setecentos e dez.i
Conti nuemoscom a historia do edificio
4e que tratamos.
Por morte do sen primeiro proprietário,
passou elle a sua filha única, já menciona-
da, entrando assim nos bens pertencentes á
casa de Campo B^llo; tendo porém a dita
aenhora, em seu testamento,, nomeado a re-
ferida propriedade no roais novo de seus
filhos varões, por nome Diogo Leite Pereira
4e Mello, ficaria ella separada dos restan-
tes bens de que se compunha a casa de
Campo Belio, senão se Uvesse realisado o car
samento doeste Diogo Leite com sna sobri-
nha D. Gertrudes Emilia Leite Pereira, filha
vnica e universal herdeira de Francisco Ân-
lonio Leite Pereira de Mello, irmáo primo-
Ifanito do mesmo Diogo e representante de
seu falieeido pae.
Teve logar este casamento nos fias do sé-
culo passado, hindo a nova família estabe-
lecer a sua residência para a sua casa do
lai^o de S. loão Novo, onde permaneceu até
O- cerco do Porto, ^ e estes foram os pães
do sr. Álvaro Leite, ultimamente falieei-
do, e de seus irmãos. Do casamento does-
te sr. Álvaro Leite com a sr.' D. Maria
Ghristina de Faria, nasceu uma única filha,
a sr.* D. Gertrudes Maria das Dores Lei-
t& Pereira de Faria Gernache de Mello e
Alvim, mas que faUeceu antes de seu pae;
l Durante o cerco, abandonada pelos seus
proprieurios, que haviam sabido do Porto,
loi a casa de S. João Novo arvorada em hos-
pital militar, e depois foi alugada para a
typographia Commercial Portuense, chama-
da do «largo de S. João Novo, n.* 13;» isto
aió pouco anttís do casamento do sr. Álvaro^
Leite, qut» teve logar no anuo de 1846.
IflC
sendo hoje as unioaa descendentes â'ea-
ta ilhistre família as duas filhas que fica**
ram do csaamento do sr. Joaquim Augusto
Leiíe Pereira de Mello e Alvim, irmão da
mesmo sr. Álvaro Leite, e que são a maia
velha a sr.* D. Gertrudes Emilia Leite doi
Outeiro Pereira de Mello e Alvim de Cer-*
nache Noronha e Távora, actual senhora da
casa de Campo Belio, e representante da sua
familia; a qual é casada com seu primo
Adriano de Paiva de Faria Leite Brandão:
é a mais nova, á qual pertence hoje* a ca-
sa de Si João Novo, ó a sr.* D. Maria He-
lena Leite do Onteiro Pereira de Mello e
Alvim Ferreira Pinto Basto, casada com o
sr. Vasco Ferreira Pinto Basto, d'esta ci-
dade.
Como o falieeido sr. Álvaro Leite Perei-
ra, reuniu a representação de algumas fa-
mílias, das mais illustresna ordem nobi-
liarchica, parece-nos aqui logar próprio pa-
ra darmos alguns esclarecimentos a seu res-
peito, llmitando-nos ás quatro principaes,
que'São:»Leites Pereiras, Cemaches, Noro-
nhaa (um dos ramos), e Tavoras (chamados
de Campo Belio).
Leites Pereiras
Esta família, que o padre Agostinho Re-
belio, na sua DescripçãodoPoríOf assim co-
mo muitos outros auctores, contam entre
as mais illustres d'esta cidade, é originaria
de França, onde os melhores genealogistas
a dão como proximamente aparentada com
a antiga casa dos seus reis. Em Portugal
aeham-se memorias d*ella desde annos mui-
to remotos; mas a^ui começaremos & serie
dos seus representantes em Álvaro Annes
Leite, senhor da honra de Calvos em Basto»
o qual serviu a el-rei D. João I, e foi o pro-
genitor dob senhores da quinta de Quebrau-
t9es, junto ao Porto, primitivo solar d*esta.
familia, onde ainda se vêem, em mais de uoa
sitio, oa seus antigos brazões. Aehase esta
propriedade aituada na margem esquerda
do Douro, junto ao logar que chamam do
Areinhú, e af nda hoje não ha, mais l>erto da
cidade, outra quinta de extensão egual. Au-
tigamente porém abrangia ella muito maior
m
NIC
«spaço» pois se estendia maito mais para o
poente, eomprehendendo parte do terreno,
onde mais tarde se edificou o convento dos
Gnuios, hoje transformado no For(^ da Ser-
ra do Pilar^ para a qaal edificação foi esse
terreno gostosamente cedido pelo seu pro-
prietário, como se vé das dironicai respec-
tivas, t
!.<'— Casou o referido Álvaro Annes Leite
com D. Ptiiiippa Borges, irmã de D. Diogo
Borges, abbade commendatario do mosteiro
de S. Miguel de Refoyos, em Cabeceiras de
Basto, os quaes eram netos de D. Gonçalo
Borges, que foi flibo único de João Rodri-
gues Borges e de sua mulher D. Catharina
Lopes, senhores da terra de Algôzo e neto
paterno de Rodrigo Annes, portuguez illus-
tre que, servindo em França nas guerras de
Pbilippe II, o Augusto^ abi se tornou notá-
vel na defeza de Burges, adquirindo o cog
nome de Cavallsiro de Burges, donde por
corrupção nasceu o appellido Bargei. E ti-
veram.
í.»— -4/t7aro Leite Pm-eira, o qual serviu em
Ceuta, no reinado de D. Affonso V,e foi se-
nhor dos morgados de Quebrantdes e Gaya,
a Pequena. Casou com uma senhora, cujo
nome se ignora, mas que se sabe ser natu-
ral de Ceuttf, e filha dtí Fernãu Roiz, do con-
selho de el rei, de quem houve
^j*'— Diogo Leite Pereira, filho primogénito
dos precedentes e seu successor, casou com
D. Violante Pereira, filha de Diogo Bran-
dão, fidalgo da casa real, contador do Perto,
e senhor de Correiras e Peruzello, o qual
foi casado com D. Brites Fernandes de Vas-
concellos, e d*elle descendem também, en-
tre outras, as faiuilias da casa da Sylva, jun-
to de Barcellos, e da de ViUa Pouca em Gui-
marães. E tiveram
k,^^Alvaro Leite Pereira, successor de
seu pae, e fidalgo cavalleiro da casa real com
dois mil réis por me£ de moradia e um al-
queire de cevada por dia, por alvará de 26
de julho de i582, que para eile pediu a im-
peratriz, mãe de Pbilippe II de Casteila e
1 Na chronica dos cónegos regrantes de
Santo Ago^tiuho, menciona-se a carta que
el rei D. João III escreveu para este fim ao
morgado de Quebrantões.
NW
a qual, como é sabido, era filha ^a nos^
so rei D. Manuel, e havia tido per am»
nobre uma tia d'e^te Álvaro Leite. N'e8-
se alvará menciona se ainda a circumstau*
cia do mesmo Álvaro Leite haver presta-
do serviços importantes na cidade do Por-
to. Casou em Braga com D. Martha Pe-
reira do Lago, filha de Sebastião Percirs do
Lago e de sua mulher D. Brites de Carva*
lho, o qual Sebastião Pereira do Lago er»
fidalgo da casa real e do legitimo tronco dos
Pereiras, como descendente de Gonçalo Roir
de Palmeira, que egualmente foi ascendente
do condestavel D. Nuno Alvares Pereira, e ao
mesmo tempo por sua irmã D. Francisca
Alvares de Colmenar, senhora castelhana^
era muito próximo parente dos Colmenares*
de Hespanha.
5.«— SfôíMíiao Pereira Leite, filho primo-
génito dos precedentes e sei successor, fc^
fidalgo da casa real e casou com D. Luiza
daCuoha, de quem teve Jeronymo Leite Pe-
reira, que lhe succedeu, e foi casado com D.
Helena de Portugal, filha e herdeira de Joio
Rodrigues do Caço e de sua mulher D. Isa-
bel de Portugal, e viveu este Jeronymo Leito
na villa de Montemór-o-Velho. Por sua mor-
te, extincta a varonia n'este ramo, passou a
casa de QuebrantSes aos descendentes do
Diogo Leite Pereira, irmão do referido Se-
bastião Pereira Leite. Foi este Diogo, fron-
teiro e commendador em Tanger e fidalgo
da casa real, com a mesma moradia de sett
pae, por alvará de 9 de julho de 1600, regis-
tado a 28 de fevereiro de 1G03. Casou com D.
Antónia de Magalhães Pessoa, filha do des-
embargador Gaspar Pessoa de Carvalho, o
de sua mulher D. Francisca de Magalhães, a
qual era dos Magalhães, do Covo, e elle doo
Pessoas de Montemór-o-Velho, familía pro-
ximamente aparentada, entre muitas oa-
trás, com as Rangeis de Coimbra, os Sás do
Condeixa e os Mellos da Graciosa.
6.* — Mvaro Leite Pereira, filho dos qao
acabamos de mencionar, foi, como seu pa^
fidalgo da casa real, por alvará de 18 de ja-
lho de 1612, e foi commendador de S. João
de Alegrete, na ordem de Christo. Casou eom
D. Antónia de Vasconcellos, filha de Manuel
Mendes de Yasconcelias (fidalgo da casa real
e senhor da casa de Frontellas) e de sua mu-
lher D. Paula de Moraes. E tiveram
7.* — Diogo Leite Peièira, fidalgo da casa
real e commendador de S. João de Alegrete
(Alemtejo). Fez importantes serviços na-
guerras du Brasil desde 1631 até o anno de
1635, em qae foi rendido pelos hollandezes
e lançado nas índias. Serviu nas fronteiras
do Minho e Beira, desde o principio da ac-
clamação d'el-rei D. Joào IV até 1645, no
posto de capitão de ínfanteria e no de capi-
tão de cavalios, e também serviu nas arma-
das em capitão de mar e guerra, embarcan-
do-se ultimamente, por capitão e cabo das
Báns, para a índia, em 1649, e n*esta via-
gem naufragou, padecendo grandes traba-
lhos, e n'esse mesmo anno falleceu na cida-
de de Gôa. Foi casado com D. Helena de Tá-
vora de Noronha, filha de Martim de Távo-
ra de Noronha, < senhor da casa de Campo
Bello em Vilia Nova de Gaya, e representan-
te de algumas antigas e illnstres famillas, do
qual em outro logar faltaremos. D*estes nas-
ceu
S.*— Álvaro Leite Pereira de Távora^ o qual
foi cavalleiro da ordem de Chrlsto e fidalgo
càvalleiro da casa real, por alvará de 12 de
dezembro de 1680. Nasceu em Yilla Nova de
Gaya, no paço da quinta de Campo Bello, e
foi baptisado na egreja de Santa Marinha, da
mesma vilIa, no día 1 de janeiro de 1646.
Casou cem D. Lourença Gaetana de Azeve-
do e Mello, filha de Lourenço de Azevedo é
Vasconcellos (fidalgo da casa real, e capitão-
mór de Mezão-frio), e de D. Isabel de Mello,
sua mulher. Por fallecimento de Jeronymo
Leite Pereira, de quem falíamos, e que era
seu primo terceiro, succedeu este Álvaro
Leite na casa e quinta de Quebrantdes, è
succedeu também a seus pães na casa e
quinta de Campo Bello, não sem haver de
sustentar uma questão com António de Tá-
vora e Noronha Leme Cernache» seu prino
eo-irmão, o qual pretendia recuperar a dita
propriedade como representante de Martim
de Távora de Noronha. Esta questão porém
foi vencida por Álvaro Leite, sendo-lhe eon-
1 Veja-se este nome na Historia Geneaio-
gica da Casa Real
NIG
91
firmada a posse em que se achava da casa
e quinta de Campo Bello, e ficando-lhe esta
em paga da legitima de sua mãe, que não
lhe havia sido por outra forma satisfeita.
Foi desde então que esta propriedade, anti*
go solar dos tCernaches,i passou a selo dos
«Leites Pereiras,! que ahí fixaram a sua
residência, por se achar em ruinas a casa
que possuíam em Quebrantoes. Succedeu-
lhe
9.»— Pto^ô Francisco Leite Pereira, seu fi-
lho e de sua mulher já referida, o qual nas-
ceu no dia 4 de julho de 1698, e foi bapti-
sado a 23, na parochial egreja de Santa Ma-
rinha de Villa Nova de Gaya. Casou por pro-
curação, aos 8 de novembro de 1720, na
egreja de Nossa Senhora da Victoria, com
D. Anna Casimira de Lima e Mello, filha de
Pedro da Costa Lima, de quem já falíamos.
E tiveram
ÍO.»— fVaníJíwo António Leite Pereira, fi-
dalgo da casa real e cavalleiro da ordem de
Chrísto, o qii9} nasceu no paço da quinta de
Campo Bello, em Villa Nova de Ga^a, no dia
9 de junho de 1730, e aos 28 do mesmo mez
foi baptisado na eapella particular da mes-
ma quinta. Foi o successor e representan-
te da casa de seu pae, e fez, no reinado de
D. Maria I, serviços de algum valor, que lhe
foram reconhecidos por esta soberana, e que
não só consistiram em alistar-se no regimen*
to de Ínfanteria do Porto, onde pessoalmente
serviu a rainha, mas em ter posto ás ordens
do governador da mesma cidade, por occa-
sião das guerras que então houve, uma com-
panhia a expensas suas. Casou na capella da
sua casa de Campo Bello, com D. Anna Amá-
lia do Carmo Magalhães e Azevedo, natural
do Porto e filha de Carlos Luiz de Magalhães
e de sua mulher D. Michaella Thereza de Ma-
galhães, todos da mesma cidade. £ tiveram
11."— 1>. dertrudes Emitia Leite Pereira
de Noronha, filha unicá e universal herdei-
ra de seus pães, a qual nasceu a 18 de mar-
ço de 1775. Herdou também a maior parto
dos bens que constituíam a casa de Atães,
próximo do Poirto, e que era da família ^
Homem — de quem foi ultimo representante
Fernando Homem Carneiro Pereira de Vas-
concellos, que era seu segundo primo, eomo
fa
?íi^
neto paterno de D. Anna Feliciasima Leite
Pereira, saa tia, o qaal Fernando Homem a
iostiiuia por soa herdeira. Casoo esta se-
nhora, a 27 de maio de 1793, na capella par
tienlar da casa de Campo Beiio, com sen tia
Diogo Leite Pereira de Lima e Mello, innâo
de sen pae, o qual havia nascido em Campo
Bello, onde fora baptisado, a 21 de setembro
de 1745; e era fidalgo da casa real, cavallei-
re honorário da sagrada ordem militar de
3- João de Malta, tendo sido além d*isso pro-
yedor da Misericórdia, do Porto.
. 12.»— yíítoro Leite Pereira de Mello e Al-
rim, filho dos precedentes, foi quem sncce-
deu na casa de seus pães, por ser o mais ve-
lho dos varões existentes, por occasião do
iCallecimento de sua màe. Foi fidalgo cavai-
leiro da casa real e commendador da ordem
de Christo, e fora também coronel do regi-
inento de milícias da Feira. Depois do falie-
cimento de O. Antónia de Noronha e Cerna-
ehe Leme Cardoso Rebello, que teve logar
00 dia 11 de setembro de 1857, quinta neU^
e representante de Martim de Távora de No*
ronha, de quem já falíamos, que era tam-
bém seu quinto avô, habilitou-se como úni-
co herdeiro de todos os seus bens de natu-
reza vincular, e n'elles succedeu, juntando
^im á representação da sua illustre fami-
lia de — Leites Pereiras — a de Cemaches,
Jforonhas e Tavoras, a qual desde muitos
annos se achava separada da casa de Cam-
po Bello, que havia sido o seu solar primit-
tivo. Foi casado com D. Maria Christina de
Faria, natural do Porto, filha de Bento Ri-
beiro de Faria (moço fidalgo da casa real e
cavalleiro professo da ordem dé Christo) da
qual houve uma única filha, de quem já fal-
íamos, que morreu solteira, a 12 de julho de
1868; fallecendo depois seu pae, no dia 19
io novembro de 1869, e succedendo-lhe na
representação de sua íamilia,
13.«— Z>. Gertrudes Emília Leite do Outei-
ro Pereira de Mello e Alvim deCemache No-
ronha e TavorOy sobrinha mais velha do pre-
cedente (n.« 12), por ser filha de seu irmão
Joaquim Augusto Leite Pereira de Mello e
Alvim, o qual seguira primeiro a carreira
djts armas^ tendo mais tarde casado no Por? |
fo com D. Guilhermina Augusta do Outeiro» '
filha de Manuel Joaquim do Outeiro (bacha-
rel formão em direito pela universidade de
Coimbra e cavalleiro da ordem de Nossa Se-
nhora da Conceição de Yilia Viçosa) e de soa
mulher D. Maria Delphina Cândida da Sil-
veira Pinto. (Do casamento doeste senhor» o
único dos irmãos do sr. Álvaro Leite, ulti-
mamente fallecido, que deixasse successão^
ficaram unicamente duas filhas.) É esta se»
nhora, desde o fallecimento de seu tio, a
13.* senhora dos morgados de Quebrantoes
e Gaya Pequena, 17.' do de Campo Bello, e
13.* do vinculo, chamado dos Noronha», in-
stituido em Santa Eulália de Macieira de
Sames, por D. Fernando Vaz Cernache de
Noronha, de quem adiante faltaremos. Ca-
sou, a 16 de outubro de 1871, com Adriano
de Paiva de Faria Leite Brandão, i seu pa^
rente» natural de Braga e filho de Juão de
Paiva da Costa Leite Brandão, senhor do
morgado do Pomar, na Póvoa de Lanhoso»
e de sua mulher D. Miquelina Emilia Ribei-
ro de Faria, da cidade do Porto. Vive na sua
casa de. Campo Bello em YilIa Nova de Gaya»
e tem ao presente dois filhos, uma menina
por nome Maria Luiza, e um varão chama*
do Diogo, ambos de menor edade.
Oemaohes
l.*-— Teve principio esta família em Álva-
ro Eannes de Cernache, que se snppoe ser
um fidalgo da familia dos Vieiras, e qne ois
genealogistas dão como natural da villa da
Semache, junto a Coimbra, da qual tomoa
o nome. Viveu em tempo de D. João I e lo-
mou parte na batalha de Aljubarrota, onde
ae distinguiu como alferes qne foi da ban-
deira na celebre Ala dos Namorados, e
achou-se também com o mesmo rei na to-
mada de Ceuta, onde pelas mãos d'elle foi
< È bacharel em mathematica pela nni-
versídade de Coimbra e doutor em phyloso-
pUa pela mesma universidade^ e actiialneB-
te lente da secção de philoso^hia da acade-
mia polytechoica do Porto. Veja-'se Port.iint,
e moderno, art. Braga; Mem, hist, da facui-
dadê dâpkihsophia, pflo sr. Simões de Car-
valho, pag. 168, 173, 189 e 267; BibUogra-
fkia da umcersidade de Coimbra^ por A. M.
eabra de Albuquerque, tô7l^ pag. lOi,
Nil;
armado cavaneiro. (Thegon, pelos seaB grim*
desserviço?, sl ser Anadehmór úo$ Besteiros
de càvallo e de gamtcha e a^o (veja-se o
Elucidário de Viterbo, n^estas palavras), e
él-reí lhe fez doação do senhorio de Gaya
de juro e herdade, jontamente com ontros
bens.PuDdou Álvaro Eaniies ttm hospital em
Seroaehe. sna pátria, mas viveu em Gaya,
onde íandou os paços da qafDta de Campo
Betio, á que o povo chama— paços ;de Rei-
miro, oa de ei-rni Ramiro — atttibufndo lhe
nma origem muito mais antiga; é possível
effectivameote que dVlies existisse já algu-
ma cousa qaandopassaram aeste possuidor,
em tempo de D. JoãoL ^ Acha se sepultado
ua egreja do mosteiro das religiosas domi-
vícas de C(/rpus-Ghristi, em Tilla Ntfva "de
Baya, em tumulo levantado, encimàllo pe-
las armas dos Gernaches (as meàmas que
em mais de um sitio se teem da quinta dè
€ampo Bello) e cem uma inscrip^ indi*
eando o shu nome e outras eireumstanciasa
elle relativas. > A quinta de Campo Bello,
onde a sna família ficou estabelecida, pas-
sou successivamente a seus descendentes e
acha-se ainda hoje tm poder de seus actuaes
1 Garrett, fallando d*estacasa, diz:— ^Pas-
sam essa fimte tão -celebrada, passam a an-
tiga <)asa que o povo appelHáa também ^pa-
çoa de ti re^^R^mrro,! inaa que visivelmen-
te é uma cumarur^ do século decimo
jfuarto e que talvez n'aqi]elle tempo fos<«e a
resideofia dosciosojtrHs de Portugal, quan-
ido alli vinham qu«si oecultamente — affof'
nu2os, diria umpuristarHsagispirar com o
uovo rontra os bis^posst^us senhores.» (Arco
dê SanCAnna—l, cap. XVIII). O que é cer-
TO é (}ue ]à nVssa época (i^t^culo XIV) esta
«asa-Kf tencia á femifia, a que depois per-
tefiCf^i sempre e ainda ht^e pertence por
coiuiuuadas suixes.^^Qfs.
2 O tQinuln priíriitivo tinba o sf^guinte
epitaphio: • Aqui jaz Álvaro Annes de C^r-
n&4*he, «a^tleiro rriado qifce fui de el rei D.
luban, eufa alma Dt^u^i haja, e auadel mór
do» besteiros de cavallo, » alferes que foi da
bandeira dos namoradora na batalha real e
em todal-as outra** guerra^. ^ qual se fiuou
Ba era de myl et gocg ^\ XXXXII anos.i A
pedra efii i|ue ^u iu^cripçáo testava aberta,
foi ha pouctt encontrada na quinta de Campo
Bell4), prlij spu actu.ll propriet:«rlo.
O turiiulo ftii reformado em 1579, mudàn-
do*se para a forma porque o dt^creve^flr.
M
9^
representantes; porém o senhorio de Gaya, ^
dita a Grande, vindo a quebrar-se a var»»
nia, em sua descendência, reverteu à corOa;
passando mais tarde para a casa do marqaea
de Abrantes.
2.«— A este Álvaro Eannes succedeu Fer-
não Alvares de Cernache, seu filho e de Cia*
ra'Eanne8, o qual foi cavailmro do i.« du-
que ide Bragança D. AfTonao, e anadel mór
dos besteiros. El-rei D. Affonso V lh9 con-
firmou a casa de juro e herdade. Casou com
D. Leonor AÍTonso de Alvim e morreu po-
leJAndo na batalha de Alfarrobeira. Pol se-
pultado no mosteiro de S. Domingos do
Porto.
d,""— Álvaro Eannes de Cemache, filho do
precedente ede sua mulher eseusucces-
sor. Foi senhor de Gaya, como seu pae ô
avô, e acha-se memoria d'elle nos livros áé
el rei D. Aflonso V. Casou duas vezes, da
i.* das quaes nlo teve successâo, e casando
%• vez com'D. Briolanja de Castro, filha do
Gonçalo Vaz Pinto, senhor de Ferreiros do
Tendaes e de 'D. Vecia do Mello, siu mu«
Iher, teve
i^—ffregorio de Vemache^ o qual foi se-
nhor de Gaya e da restante casa de seu pie
Luiz 'de Souza. (Bistde S. Domingos, 3* ed.;
Wl. f .?. liv. 6.», tíap. 5*— fô67, Lisboa). >
<Fí«9iMiOBte em 1706, oonstraíndo-se por
causa das cheias do Douro a actual e^ rvja
de Corpus Christi, foi o ^tumulo de Álvaro
Eaunes de Cernache, posto como se acha
ainda.
1 0'tigDahda existenoia de seulMirlOjDa
casa de Campo Bello vé-8e ainda hoje^na aa*
tiga torre, coroada de ameias, que lhe do«
fenda a entrada. Citaremos a este resípcito
Manuel SWverim 4o 'Farla-^iM. de PoH^
dfíc-^a.*, j >.••, «iiiée diz: — «A estas terrai
(onHie tinlhafa s^fiAorto ou alguma jurisdic^
^) chamavam S'/afi9«. derivando o nomo
da palaYra latina soíum, que quer diz^
terra e ás^oto' donde o hf>mem está. Edtfi«
oaním «MiolOittes Hdalgos 'Suat* torres e oa«
sfts íorttm onde viviam ; sl^x para se de-
fender«>m dos rebates dos mounts, como por
Mr esio inodo^deiOdifi^ar catas furtas ^o
camfN), pirop^ioiâiio naodes Mio norte, como
ainâa'lkii|e oe ivé om^oda a França, >Allema«
nha e IniJlUterra. Pelo que nWte reino ao
não foncHfóa licença para faser ostas torres
e pòr omin*as ii*eUa9, senão a pessoas lilus*
94
fflC
NIC
e iaíz da alfandega do Porto, e casando com
P. Joanna de Noronha, flibannica e nnWer-
aal herdeira de D. Sancho de Noronha (vid.
Moronhas) teve ^
^.•— D. Fernando Vaz Cemache de Noro-
nha, que foi também jaiz da alfandega do
Porto. Foi, além d'isso, senhor de Gaya e te-
ve a commenda de S. Martinho de Soeiro,
na ordem de Ghristo. Casou com D. Brites
Pereira, filha de Ray Leite, thesonreiro da
moeda em Lisboa, feitor e capitão de mina,
e de sua primeira mulher D. Joanna Perei-
ra. Foi elle o instituidor do vinculo que
ainda hoje possuem seus herdeiros e des-
cendentes em Santa Eulália de Macieira de
Sarnes.
ô."*— D. Martitn Vaz de Cemacht, filho do
prjecedente e seu successor no senhorio de
Gaya, casa e quinta de Campo Bello, e mais
bens. Concluiu |l reforma do tumulo de seu
4.* avô, que seu pae havia começado, oomo
mostrava um letreiro que existiu no me«aio
tumulo, concebido assim: — iD. Fernando
Vaz Cernache de Noronha e D. Brites Perei-
ra, sua mulher, reformaram esta sepultura,
onde jazem seus a^ós. Acabou-a D. Martim
Vaz Cernache, seu filho, sexto herdeiro de
sua casa. Anne 1579. • Fez importantes obras
na sua casa de Campo Bello sobre o portão
de entrada, da qual se vé ainda hoje, por
baixo da pedra de armas, o segolínte let-
treiro:
«D. Martim Vaz de Cemache sexto ordeiro
d'esta casa. 1580*
Casou duas vezes, de nenhuma das quaes
teve suecessão. ^
1 D*este foi irmão o notável D. Pr. Ghris-
tovão de Cernache, cavalleiro professo da
ordem dos hospitalaríos de S. João de Jerusa*
lem, Bailio de Beça, grão-ehanceller de Rho*
des, preeminente ao priorado do Grato, com-
mendador de Poiares e da villa de Freixiel,
áo conselho de ol rei e fidalgo da sua casa,
que se acha em sepultura nobre no mostei-
ro de Leça do Bailio.
* Teve dois irmãos varões:— D. Ruy Vaz
de Cernache, que morreu em Roma, sem ge-
ração, em 1579; e D. Gregório Cernache de
Móronha, que acompanhou a el-rei D. Se-
bastião a AÍeaeer-Quivir e ahi morreu, sem
deseendeocia, depois de haver pelejado va-
loresamente na bandeira dos aventureiros. '
7.*— D. Genebra de Horonha^ irmã do an-
tecedente, foi quem succedeu na casâ de
seu irmão, depois da sua morte, e a elU
pertenceu a quinta de Campo Bello, cora
todos 06 vínculos dos seus antepassados, fi-
cando porém vago para a coroa o senhorio
de Gaya grande, que mais tarde passou pan
a casa do marquez de Fontes e Abrantes. Foi
casada com Manuel Feio de Mello, senhor de
Monte Redondo e alcaide-mòr da villa do
Botão, no bispado de Coimbra, e tiveram
S.""— jD. Maria de Noronha^ filha única dos
precedentes e sua universal herdeira, a qual
casou com Domingos de Távora ^ fid<ilgo do
legitimo tronco dos Tavoras, e d*estes nascea
9^— Martim de Távora de Noronha^ o qual
foi filho único dos precedentes, senhor da
casa de Campo Bello, onde residiu, e fidal-
go dos mais ricos e considerados das pro-
víncias do norte. Casou com D. Blaria Leme»
filha e herdeira de Henrique Leme de Miran-
da, senhor do morgado de Loivos da Ribeira
e padroeiro de Mezão-frio, casado com D. An-
tónia do Prado de Miranda, sua prima.
D*este, por sua filha, D. He-
lena de Távora, segue a des-
cendência em — Leites Perei-
ras— e esta linha forma o ra-
mo primogénito, dos que hoje
existem; podemos porém dizer
aqui, que d'elle (9.*) foi repre-
sentante seu filho varão, 1.^ —
Jeronymo de Távora, ,o qaal
casou com D. Maria Ignez de
Távora, e teve: 2.« — Antonie
de Távora e Noronha, casadt
com D.Michaella Antónia Frei-
re, de quem teve: 3.*— Fran-
cisco deIÇavora e Noronha, ca-
sado com D. Leonor Samudie
Sarmento, de quem teve: 4.*
—D. Anna de Távora e Noro-
nha, casada com seu tio Vicen-
te de Távora e Noronha, ^ de
quem teve: S.«— D. Antónia de
Noronha Leme, ' casada com
1 Veja-se este nome na *HisL Gemai, da
Casa Real*
* Foram senhores da quinta de Freixo.
' Não pôde U9ar o appellido— Távora, —
NIC
NIC
»5
Bernardo de Mello Vieira de
Menezes, de qnem teye: 6.''—
Vicente de Noronha e Mello,
easado eom D. Maria do Car-
mo Guedes de Carvalho, de
quem foi filha e herdeira: 7.*
— D. Antónia de Noronha Le-
me Cernaehe Cardoso Rebel-
lOy bem conheeida, como ama
das roais insignes bemfeitoras
da santa casa da MÍBerieordia,
d'e8ta cidade, e por enjo (álle-
eimento, sem deixar descen-
dentes, ficou extincta toda es-
ta linha dos suecessores de
Martim de Távora de Noro-
nha.
Tavoras de' Campo -Bello
i^-^Lourenço Pires de Távora^ com sens
ires filhos, abaixo nomeados, sao os que so-
mente traz o conde D. Pedro com este ap*
pellido. Alguns lhe tecem a ascendência di-
zendo que foi Lourenço Pires filho de D. Pe
dro Ramires, neto de D. Ramiro Pinhões e
i){sneto de Plnhom Rauzendo, irmão de*1).
^edon, e que ambos, antes do conde D. Hen-
rique, fizeram guerra aos mouros pela cò-
narca de Lamego e margens do Távora (vi-
de Távora) d'onde seus descendentes toma-
Tf^m este appeilído, e onde possuíram mui-
tas terras, coutos e senhorios. Viveu este
Lourenço Pires de Távora, em tempo dos
reis D. Affonso IV e D. Pedro I de Portugal,
6 casou com D. Guiomar Rodrigues, de quem
leve, entre outros filhos,
íí^— Lourenço Pires de Távora, !.• senhor
lio Mogadouro, que lhe deu el-rei D. Fernan-
do com outras terras. Casou com D. Aldon-
sa Gonçalves, de quem teve
^••^Pedro Lourenço de Távora, repostei-
To-mór dVl-rei D. João I, com quem se achou
tm Aljubarrota. Foi 2 z" senhor do Mogadou-
ro e d*outras terras que lhe deu el-rei D. Fer-
nando, e casou com D. Beatriz Ânnes, filha de
9oão Esteves, o privado d*el-rei D. Pedro I,
• tiveram, entre outros filhos,
fue havia sido abolido pelo marquez de
FombaL
L^^Alvaro Pires de Taiv&reL, 3.* senhor do'
Mogadouro. Casou, primeira vez, com D Leo-
nor da Cunha, de quem teve vários filhos, t
segunda vez, com D. Ignez da Guerra, filha
de D. Pedro da Guerra, e teve entre outros
}^.''— Pedro Lourenço de Távora, 4.* senhor
do Mogadouro, e alcaide-mór da cidade de
Miranda, por mercê d'el-rei D. Affonso. Ca-
sou com D. Ignez de Sousa, fiiha de Pemio
de Sousa Camello, senhor da Honra de Ros-
sas, e teve, entre outros filhos,
6.*— -D. Isabel de Távora. Casou eom Ber-
aardim Annes do Campo, fidalgo castelhano,
senhor de Tamame, com quem viveu em Sa-
mora, e teve, entre outros filhos,
iJ^^Jeronymo de Távora, que casou e te-
ve, entre outros filhos,
8.«— Ifar/tm de Távora. Casou com D. Joan-
na Rebello Cardoso, filha de Gil Rebello Car-
doso, e teve, entre outros ilhos,
^.""^Bominqos de Távora, que casou eom
D. Maria de Noronha, filha de Manuel Feio,
senhor de Souto Redondo e aleaide-mdr de
Botão; e de sua primeira mulher D. Genebra,
filha de Femio Vaz Cernaehe, senhor de
Gaya, por onde houve a quinta de Campo
Bello, e teve
iO.o — ifor^tm de Tavimi. Casou eom D.
Maria Leme, filha e herdeira de Henrique
Leme de Miranda, padroeiro de MezSo*frí*;
ede sua prima e mulher D. Antónia do Pra-
do de Miranda, e teve, entre outros filhos,
li.«— D. Helena de Tax)ora, que casou eom
Diogo Leite Pereira, e teve, entre outros fi-
lhos,
i2.«— Atoaro Leite Perena de Távora. (Vi-
de n.<" 7.* e 8.* da familia i Leites Pereiras»
svpni, com qnem se incorporou este rame
dos Tavoras.)
Koronhas
El rei D. Henrique II, de Castella, teve por
filho
i.«— D. Affonso de Noronha, conde de Gi*
jon, que foi casado com a sr.* D. Isabel, fi-
lha d'el-rei D. Fernando, de Portugal. Does-
te consorcio prov6m, porbastardias, muitas
casas titulares e nobres de Portugal. De D.
Affonso foi filho segundo
1«— D. Henrique de Noronha, o qual nie
ms
mSi
itíMOUf mas teve filhos nalnraes -^B. Maria
4e Norcmha, mulher de D. Pedro de Melle,
^Dde de Atalaya, e
a.*-— A Atino de Noronha. Casou eom D.
àfeeia, filha de Rny Lourenço de Aihaden^-
ta, de guem teve sncoessao legitima; teve
|N>rém bastardos, e emre elles
4.«--D. Sancho de Norimha^ o qual casou
«Md D. Mana Sardinha^ filha de Rodrigo
Aives de Carvalho, homem nobre do Porto,
e d'este consorcio nascea
lk*^D. ioanna de Noronha^ que casou oom
Gregório Cernache, do Porto, juiz da alfan-
dega, e <d*este3 procedem os de Campo-Bel-
k). (Vide 4.* da familia tCemaches^t supra.)
DECLARAÇÃO
Todos .08 esolarecimentos relativos aesta
freguezia de S. Nicolau, me foram nobre «e
fenerosamenie ministrados pelo Bx."*Sr.
IMr. Pedro Augusto Ferreira, digno Abbade
éè Miragaya, no Porto.
Psço esta declaração, para que, quando
mMi^^oria da Cidade do Poria, que o dito
senhor está esereY^ndo, apparecer este ar*-
tigo reproduzido, se não julgar que ó plagia-
lo, o que é original do ^.AMÕáe.
fleitero o que disse a pag«-3Í^tdo 5.* vo-
tane.'
miiE — freguezia, Minho oomaroa e eon-
eelho de Villa Nova de Famalicão, (t44ilo*
■etros a O. de Braga, 390 ao N. de Lisboa,
190 fogos.
Em 1757 tinha 108 fogos.
Orsgo Santa Maria (Nossa seidMH^a úxEx-
pectaçáo.)
Arcebispado e distriotoaúimnístratívo de
Braga.
A mitra apresentava o rçitor, que tinha de
rendimento, 200^000 reis.
Ferlil em todas as fruetas do páiz.
É aqui a 6.* estação do caminho de kfío
do Minho.
NINHA A PASTORA | y.. rn.^^^^
NINHA A TOLHA j ^'^^ Camaandê
No Diário Ulustrado n.« 671, de 27deju*
lho de 1874, explicando uma bonita gravu*
ra, vem um artigo, que tr^uscrevo, por wr
bem escripto e curioso. É o st^guínte.
Ribeira de Ninha a -^Pastora
•Pertencente á freguezia de S. Romão da
Carnaxide, e não muito distante do legar
deste nome, além da RibeiFa de Jamor, para
a banda do poente, está situada a pequena
povoação, que todos os nossos escriptores
denominam Ninha — a Paetora, e o povo,
por uso inveterado, appellida Idnda a—
Paeíora. Tem seu assento na ladeira ingreoie
de um cerro ou cabeço pedt egoso, que lhe
fica eminente idaparte do norte; as ruas qoe
separam osgnipos de casas, em desconcerta
e sem alinhamento, como em todos as nos*
sas aldeias, são escidorosas^ tortas e de ruim
serventia; porém esta mesma ciscumstancia
concorre para a belleza do aspecto geral da
povoação, que, observada da estrada real,
junto ao Tejo, se descobre em.amphithea-
tro, produzindo «gracioso eifeito, realçada
pelo contraste da serra, que lhe fica nas coa-
tas, com a veiga viçosa o nobres quinta^
que se estendem no plano inferior até mai
próximo 4a estrada; o pequeno rio que-ve«|i
de Jamor, em partes arborisado, torna maifi
aprazível o sitio. Sobre esta corrente, qiia
nuoc;a se estanca de verão, e .que de invw
no traz cheias impetuosas, está lançada ^
ponte de madeira, que se mostra nagravun^.
Não só lhe aproveitam as aguas, como algOf
mas numerosos lavadeiras se utilisam d*elr
para a lavagem das roupas de {grande ma^
mero da famílias de Lisboa.
As vivendas campestres e&palbadas por
aquelles contornos são mui agradáveis resi-
dências no esiio e no outono; as aguas. po-
táveis são de boa qualidade; o ar é puro ^
salubre; os fructos que produz o terreno^
são tão saborosos quaoto sadios; de muitos
pontos gosa-se óptima vista do Tejo o de
paisagem.!
NIHHOBO AÇOR-fregUPzia, Beira-Baixa^»
concelho de S. Vicente da Beira» comartíi^
bispado e districto adoiiaístrativo de Cartel-
lo Branco, 40 kilometros da Guarda, 255^a0
E de Lisboa, 50 fogos.
Em 1757 tinha 43 fogos.
Orago S. Miguel, Archanjo.
O vigário de S. Vicente da Beira apreseju
wz
tatá o eiira, que tinha fOMOO réis de çim-
gnia e o pé de altar. .
Bsta fregoezia esteve raaítos anuot anne-
xa á.dfi Tmalhas.
mZA— rio, Alemtejo.— yii9 Niza, villa.
HUA— yBla, Alemtejo, cabeça do cooce-
iho e da comarca do sen nome, 35 kilorne*
tros a N. O. de Portalegre, i2 ao N. d'Alpa-
^tiio, 18 de Castello de Vide, 18 da margem
«guarda de Tejo, i80 ao S. £. de Lisboa,
760 fogos, em doas fregaezías— (Espirito
Santo, 490— N. Sr.« da Graça, S70.)
Bispado e districto de Portalegre.
A meza da consciência apresentava o vi-
gário da fregoezia do Espirito Santo, que
tinha i80 alqueires de trigo, 120 de centeio,
ÒS aimndes de vinho mosto e 12M0O réis
em dinheiro.
Esta freguezia tinha em i757 34i fogos.
O vigário da freguezia de Nossa Senhora
4a Graça, era da mesma apresentação, e ti-
nha 130 alqueires de trigo, 120 de centeio,
58 almudes de vinho mosto e 12#000 réis
em dinheiro.
Esta fregiiezia tinha em 1757, 212 fogos.
wiz
97
O concelho de Niza comprehende as 8
fregaezias seguintes :— Alpalhao, Aréz, Cai-
xeiro, Montalvão, Niza (Espirito Santo) Ni-
za (Nossa Senhora da Graça). ePéda-Serra,
Bo bispado de Portalegre; e Tolosa, no grão-
priorado do Grato, hoje annei^ ao patríar-
ehado.
Todas estas freguesias teem 2:500 fogos.
A comarca de Niza é composta dos julga-
doa do Crato, com 1:300 fogos-^Gavião, com
i:200, e o de Niza, com 2:500--vindo por-
tanto a ter a comarca, 5:000 fogos.
Hão tinha foral velho. D. Manuel lhe âen
foral em Lisboa, a 15 de novembro de 1512
fidvrú de foraa novo$ áo AlemtefoJ íl. 50
▼. <oK 2.* — Veja*se o docomento 57, da
parte 2.% maço 26, do C^rpo Chtcnoloçico),
Tinha velo em ctetes^ com assento no han-
Cê7.»
voLum VI
Gnmde feira, que principia a 29 de se-
tembro.
A actual villa de Niza, não é a primitiva
povoação d'este nome.
São obscuros e contraditórios os escripto-
res que tratam da primeira Niza. Da leitura
e confrontação dos livros antigos, pode ra-
soavelmente coUígir-se o seguinte:
Não se sabe quando nem por quem foi
fundada ; mas se attendermon ao seu nome
— iVf2ra— pode inferir-se que é árabe, e no*
me próprio de homem.
Mas a velha Niza teve outro nome, por
ventura o primittivo, do qual hoje não ha
notícia alguma, e é com toda a certeza po-
voação anterior ao principio do 8.* século,
pois que já existia em 716, sendo então com-
pletamente destruída pelos árabes.
Talvez mesmo que já existisse no tampo
dos romanos, pois, em 1780, se achou aqui
uma lapide, com a seguinte inscrípção:
MAxniys
TALABHI. P.
AlfNORUlI
XII. H. S. E.
8. T. T. L.
Quer dizer— Afeurmio, talabrkense (d' Avei-
ro) falleddo no anno decimo segundo^ aqiti
está sepultado. A terra lhe seja leve.
É provável porem, que elles mesmos a
reedificassem e lhe imposessem o nome de
Niza, que seria o de algum chefe mouro; e
que com as guerras continuas do tempo dos
nossos primeiros reis, já contra os mouros,
já contra os castelhanos e leonezes, se tor-
nasse a destruir.
Ficava esta povoação a 3 kilometros ao
N. E. da actual, em terreno alpestre e acci-
dentado, encostada a 8. 0, de um pequeno
monte, em um valle profondo e pedregoso.
Segundo a tradição, foi esta villa mandada
arrazar peio rei D. Dinis, em castigo de to-
mar partido por seu irmão, o iníánte D.
AfTonso, que em 1287 lhe quiz disputar a
eor^t
t O infante era, como seu irmão, filho de
p. Beatriz, filha de D. Affonao X, de Castel-
la. O priíQeiro filho d*esta casamento, foi P.
7
91B
NI2
NIZ
SoppcAbo esta tradição menos yerdadei-
ro, por qaatro razões — 1.* porque D. Diniz
não era máo, nem vingativo -— 2.*, porque
sua santa esposa, obstaria com seus rogos
— sempre attendidos — a esta vingança —
3.% porque, se por isto quizesse infligir se-
meltiante castigo, tinha também Arronches
e outras povoações, que tomaram o partido
do infante, para arrazar, e não o fez — 4.*,
finalmente, porque D. Diniz, fundava^reedi-
ficava e ampliava povoações e não as des-
truia.
O Santuário Mariamo (voL 3.°, pag. 391)
é que diz ter sido D. Diniz o destruidor
d'esu villa; porem, quem a saqueou e in-
cendiou foi o infante D. Aífonso, como adi-
ante se verá.
A opinião mais seguida, e mais verosi-
Branca, abbadessa de Lorvão e das Huelgas»
de Burgos— o %"" foi D. Fernando, que mor-
reu menino — o 3.* foi D. Diniz. Todos es-
tes nasceram em vida de Maihilde, condessa
de Bolonha, i.* mulher de D. Afionso 3.'' —
O primeiro filho d'este monarcha, que nas-
ceu depois da morte da esposa repudiada,
foi o infante D. Affonso (que casou com D.
Violante, filha do infante D. Manoel, e neta
de D. Fernando III, de Castella.)
O infante D. Affonso, fundava o seu direi-
to á coroa, em que D. Diniz, segundo o di-
reito canónico, e as leis do reino, não podia
herdar por ser filho adulterino ; o que se
não dava com o infante, que nascára depois
da morte de Mathilde, e quando o papa ti-
nha ]à validado o l^" casamento do pae d'el-
les. Na verdade a justiça estava da sua par-
te, mas D. Diniz estava senhor do reino e
de todos os seus recursos. Cercou o infan-
te, em Arronches; mas a santa rainha D.
Isabel interveio no pleito e harmonisou os
dois irmãos, desistinao o infante dos seus
direitos, mediante erandes honras e senho-
rios que o rei lhe deu.
D. Afiònso III teve ainda, depois de D. Di-
niz, da sua 1* mulher — D. Maria e D. Vi-
cente, que morreram de tenra edade.
Teve também muitos filhos bastardos. Os
reconhecidos, foram — D. Fernando, cavai-
ieiro templário — D. A/fonso Diniz, de quem
descendem os condes de Miranda do Corvo,
e outros — D. Martim Affonso, de quem des-
cendem os Souzas, condes do Prado, e ou-
tros — D. Gil Affonso — D. Urraca — duas
Donas Leonores—D. Fedro Affonso, cónego
de Santa Cruz de Coimbra— e D. Rodrigo Af-
fonso, prior do mesmo mosteiro e prior de
Santa Maria d'Aleaçova, em Santarém.
mU, é 4ue D. Diniz, achando a velha Niza
mal situada, muito damnificada e quaâ des-
povoada, transferiu a povoação para o si-
tio da actual Niza, menos áspero e mais fér-
til do que o primittivo.
Da velha Niza, ainda se vêem algumas
ruinaS) e ainda existem, em bom estado, doas
egrejas, que são:
Nassa Senhora da Graça ou de NiMa-sh
Fip/Aa— templo antiquíssimo, que foi matrk
de Niza, a Velha. Foi fundado pelos templários
no principio do século XII, passando depois
a ser um beneficio da ordem de Christo.
Frei Adão Diniz, beneficiado, e pessoa no-
bre e rica, da actual Niza, vivendo na ocio-
sidade, fue i mãe de todos os vidos, e na
abundância, que concorre poderosamente
para que elles se desenvolvam, se entregoa
a uma vida de aventuras, orgias e dissipa-
ções; e de degrau em degrau, desceu até ao
ponto de eommetter um grave peccado de
sensualidade. (A historia não diz que casta
de peccado.)
Cahiu emsi,e reconhecendo a irregulari-
dade da sua vida escandalosa, e o mau exem-
plo que tinha dado aos seus conterraaeoa^
renunciou o seu beneficio nas mãos do rei,
repartiu grande parte das suas riquezas pe-
los desvalidos da fortuna, e fei viver ^n
uma cova, na serra de S. Miguel, a 6 ki-
lometros do povoado, resolvido a tecaúnar
alli seus dias na solidão e penitencia.
Vindo em visita à villa o famoso D. firei
Amador Aoraes» bispo de Portalegre, e sa-
bendo do sincero e profundo arrependimento
de frei Adão, lhe comutou o voto, em hir para
Niza- Velha, servir o templo de Nossa Se-
nhora da Graça; a que o asceta immediala-
mente obedeceu. Gastou o resto das suas
riquezas em adornos do templo, vivendo de
esmolas» não tendo por vestido mais do que
uma túnica de groseira saragoça, andando
descalço, e sustentando-se de pão e agua, e
algumas hervas e raízes, que achava pelos
montes.
Apezar d'esta vida de rigorosas peniten*
cias, gosava perfeita saúde e admirável ro-
bustez. Quando vinha pedir esmola, á vilia»
levava para o seu eremitério apenas o res-
tritamente necessário, dando o mais
NIZ
NIZ
99
l^rèsDs; Trazia sempre ás costas um graade
molho de leoha, qae umas vezes dará aos
presos, oatras ao hospital, oa a pobres.
Não se limitava a esta vida de penitencia
e caridade; dizia missas pelas almas^ confes-
sava e fazia praticas com as qoaes trazia ao
redil maltas ovelhas desgarradas.
Por saa morte, foi mandado enterrar no
adro da egreja de Nossa Senhora da Graça,
e na soa campa se vô esta inscripçào:
AQUI JAZ FRBI ADÃO DUCIZ.
Um poaco mais abaixo da egreja de Nos-
sa Senhora da Graça, está a de Nossa Senho-
ra dos Prazeres^ oa da Esperança, também
moito antiga, e cajá fundação se attribue
egualmente aos templários, que eram se-
nhores de Niza a Velha, e o foram da actual
Niza. (Somente por ii annos, visto que a sua
ordem foi supprimida em i3ii.)
A ribeira de Niza, serpenteia ao fundo do
monte onde foi Niza a Velha, e vae morrer
ao Tejo, em frente do FrateL
Junto á egreja de Nossa Senhora da Gra-
ça, ha oasas para aposento dos romeuros,
que aqui concorrem muitas vezes, porque
a Senhora da Graça ô objecto de grande de-
voção para os povos d*esta redondeza. As
camarás de Niza teem sido soihcitas na con-
servação e aeeio d'este templo.
Na segunda feira da Paschoa, vae a ca-
mará e muita gente de Niza (de todas ou
quasi todas as casas da villa) e de outras po-
voações em redor, em romaria a Nossa Se-
nhora da Graça, e, depois da festa, se co-
mem alli boas merendas, bolos e queijadas.
O povo, com o seu trajo tão pittoresco, tão
seu, que por mais ninguém é imitado, aquel-
le povo, tão bom e tão laborioso, passa
aquelle dia, como um sonho agradável, que
. lhe deixa gratas impressões.
Todos os romeiros de Nossa Senhora da
Graça visitam também, por essa occasião, a
Senhora dos Prazeres ou da Esperança, e a
famosa imagem de S. Thiago, montado em
soberbo ginete, que está em um altar d'esta
egreja.
Esta imagem de S. Thiago, era orago de
uma egreja ou ermida, que houve também
em Niza a Velha, e da qual não ha vestígios,
ou não se conhecem entre os que existem.
Diz-se que era ao sul da egreja de Nossa
Senhora da Graça, e que d*este lado havia
uma porta na muralha, chamada por isso,
porta de S. Thiago, (Já vemos pois que a Ve«
lha Niza era também defendida por um cas-
tello e cercada de muros.)
Á porta de S. Thiago consta que batera o
infante D. Affonso, em 1287, quando aqui
passou em direcção ao Tejo, e pretendeu
tirar da villa homens e mantimentos, para
sustentar a guerra civil, contra seu irmão.
Diz a historia, que o governador lhe op-
pôz obstinada resistência, e como as mura-
lhas de circumvalação não podiam offere-
cer séria defeza, se recolheu ao castello,
com o povo da villa; mas no fim de oito
dias d'assedio, foi o castello tomado de as-
salto, morrendo ou ficando prisioneiros os
seus defensores. Á villa, depois de saquea-
da, mandou o infante lançar fogo, que a des-
truiu.
D. Diniz, em premio do valor e lealdade
dos habitantes da villa, lhe fundou a nova,
de que agora vou tratar.
A Niza actual
Arrazada e deserta a antiga Niza, tratou
D. Diniz da sua reedificação; mas vendo que
o sitio não tinha as requeridas condições
para o seu desenvolvimento, decidiu (1290)
fundar uma nova Niza, em um sitio mais
ameno e feriiL
Junto ao casteUo de Ferrou, que era de
cavalleiros do Templo, havia uma extensa
veiga, chamada— Fa//« do ÂzambujaL Tam-
bém próximo a esta veiga, havia a famosa
torre de João Vaqueiro, uma das mais altas
da Península, edificada pelos romanos, no
2." século da era christan; e perto d*esta
torre, um pequeno mosteiro, habitado por
quatro monges, da ordem de Santo Agos-
tinho.
Achando o rei este sitio asado para a fun-
dação da nova villa, tratou logo de prÍLCi-
piar as ubrâí;. Era então mestre dos templa-
100
NIZ
rios, D. frei Lourenço Martins, «|ue «om os
seus cavalleiros tinham feito grandes servi-
ços ao rei, no cerco de Portalegre. D. Diniz
o encarregou da direcção das construcções,
6 tanta diligencia e sollieitude empregou,
que em pouco tempo a nova povoação ex-
cedia em tudo a antiga.
Os materiaes do antigo castelk», da cida-
della e das muralhas, e de alguns edificios
da velha povoação, foram empregados na
nova.
A camará também concorreu para as des-
pesas das novas construcçdes, e recebia do
rei dinheiro para ellas; mas parece que fa-
zia as cousas com pouca economia, porque
D. Diniz lhe dirigiu uma carta, reprehenden-
' do 03 vereadores pelo seu desgoverno, dizen-
do-lhes— Ft a vossa carta, e estranho mui-
to que tendO'Vos remettido ha pouco, seis mil
réis, para a edificação dós muros, me digaes
na vossa, que já se gastou esse dinheiro. Âhi
vão pois, mais dois mil réis, e corUinuem as
obras sem cessar.
£ continuaram; porque, em 1296, seis an-
nos depois de terem principiado, estavam as
obras concluídas e em estado de receberem
a população.
A egreja do castello dos templários, ficou
servindo de matriz.
Tendo D. Diniz tanto a peito a fundação
d*esta villa, é provável que lhe desse foral,
ou, pelo menos, que auctorisasse os templá-
rios, senhores d'ella, a dar-lh'o. Se o rei lh*o
dea, Franklin não falia d'elie; e se foram os
templários, não se pôde achar mencionado
n'esle escriptor, que só falia dos foraes da-
dos pelos reis.
Foi 'a nova yilia édiQcada nas condições
de praça de guerra, cercada de muralhas,
guarnecidas de torres e cubéllos, % com seis
portas, e no centro, um casteilo torreado; o
que tudo está hoje desmantelado, como as
fortificações das outras cidades e villas do
reino.
Em breve o recinto da praça não poude
conter a população da villa, que progredia
a olhos vistos, e exhorbitando do cinto de
NIZ
suas muralhas, sahmdo pela Poria da VUlã,
se foi progressivamente esteadende, a pon-
to de occupar hoje uma área quatro veses
maior do que a primitiva íntermuros, e ten-
de a progredir, em vista do amor ao tra-
balho, que é a qualidade predominante da
maior parte dos seus habitantes.
A aleaidaria-mór de Niza, andou na casa,
hoje extincta, dos Mascarenhas, condes de
Santa Cruz. Foi commenda dos templários
até i3il. Sendo então supprfmida esta or-
dem, passou em 1319 a ser commenda da
ordem de Cfarísto, como todas as mais qne
eram dos cavalleiros do Templo.
O brazão d'armas doesta villa, é— Em cam-
po de púrpura, um castello de ouro, com três
torres, no centro do escudo. Sobre a torre do
meio, uma cruz da ordem de Christo, de pra-
ta. Á direita do castello o escudo das Quinas
portuguezes, e á esquerda, um crescente, de
prata. Nos dois ângulos superiores do escu-
do, uma estrella, de prata, em cada um.
Ha na villa, Misericórdia, com um sofTri-
vel hospital. Dentro e fora da vflia, ha va-
rias ermidas.
Tem um bom theatro, fundado desde os
alicerces, em 1858, com três ordens de ca-
marotes.
Os arrabaldes da villa, são povoados dlior-
tas, olivaes e pomares, regados pelas ribei-
ras de Niza e Figueiró, cujas margens aio
muito lindas e férteis.
O seu território é abundante de cereaes»
azeite, frnctas, linho e algum vinho. Nos
seus montes ha muita caça e grande crea-
ção de colmeias. Também cria muito gado»
de toda a qualidade.
As duas ribeiras criam algum peixe orin-
do, e do Tejo também aqui concorre, mas
não em abundância.
A sua feira do S. Miguel é uma das boas
da província, e dá bons interesses á villa,
pois aqui concorre muita gente do Alemle-
jo, Beira e Extremadura.
Niza foi elevada a titulo de mar quezado
NIZ
NOB
lai
por D. Joãa IV, em 18 de oatabro de 1646,
a favor de D. Vasco Luiz da Gama, 5.<* con-
de da Vidigueira, 3.<>ne(o do grande D.Vasco
da Gama, descobridor da índia.
68 marqueses de Niza teem por armas—
Dez escaques d'ouro e púrpura, 3 peças em
faxa, e 5 em palia, e as peças de púrpura
acoticadas com duas fáxas de prata, e no
meio, o escudo das Ooinas portuguezas. Tim-
•bre^ um notre, da cinta para cima, vestido à
indiana, com om escudo das mesmas armas,
na mão direita*
Em agosto de 1873, morreu nos Pyreneus
— onde tinha hido procurar alivio aos seus
padecimentos— D. Domingos Xavir Telles da
Gama Castro Noronha Athaide Silveira e Sou-
za— conde da Vidigueira, marquez de Niza,
id."" almirante doe mares da índia (como re-
presentante, por Unha recta, de D. Vasco da
Gama).
Fica sendo representante d'esta nobiliasi-
ma familia, o sr. D. Thomaz Xavier Telles
Castra da Gama Athaide Noronha Silveira e
Souza, conde da Vidigueira, emquanto nào
fôr feito marquez de Niza.
A família Niza, é aparentada com grande
parte da alta aristocracia portugueza.
Os que desejarem mais noticias com res-
peito aos descendentes do immortal D. Vas-
co da Gama, vejam o 4."» vol., pag. 147, 164,
i95 e 374.
Mendonça e Pina, na sua Dissertação sch
hre os monumentos célticos^ que existem em
Pcriugaly denominadoê aft^o^ *-- (1733) diz
que vira em Niza os restos de um dolmen—
a que elle chama anta. £ste facto prova que
o local da actual villa já é habitado desde os
tempos pre-historicos.
Em ti de janeiro de 1874, íálleeeu n*esta
vilta, o doutor de capéllo, José Diniz da Gra-
ça Motta e Moura.
Deixou uma fortuna de meio milhão de
cruzados a uma menina, menor de dez an-
ãos, que tii^ em sua casa. Se esta morrer
«en deixar successão, passará a herança
para os parentes do testador, que vivem na
Beira. Nomeou seu testamenteiro, o sr. José
Maria Carv^ijaj^ um dos principaes cavalhei-
ros de Niza, ao qual nomeou tutor da meni-
na, legando-lhe por este trabalho, 600iSOOO
réis.
Deixou muitos legados a differeates pes-
soas da víiia.
O nome d'este homem caridoso, será sem-
pre lembrado em Niza, com veneração e sau-
dade, pois se não esqueceu dá educação da
infância, deixando dois contos de réis para
a fundação de duas escolas, uma de meni-
nos» outra de meninas.
Abençoada riqueza, quando tão proveito-
samente é dividida.
NlO — portuguez antigo — nenhum.
NÕ~serra do Minho, na freguezia -da Cor-
relhan (vol. 2.«, pag. 386, col. 1.') Os roma-
nos lhe chamavam Annor, Maior e Nakor.
É tradição que n^este monte foi edificada a
primittiva Ponte de Lima, que aqui existiu
alguns séculos. Chamava- se então Fórum
lAmicarum, ou Civitas lÀmicorum^-ciâade
dos Limios, ou Limicos. É certo que no cu-
me d'este monte se vêem claros vestigíos de
uma grande povoação: e ao sitio chamado
ainda Casteilo, se vêem os restos de uma
antiquíssima fortaleza.
Os lusitanos chamavam a esu serra (ou
mais propriamente — monte) Nór« que facil-
mente degenerou em Nó.
Na vertente O. doeste monte^ está a sump-
tuosa egreja de Nossa Senhora da Boa^
Mortey que já fica descripta a pag. 388, coí.
1»* do 2.<» volume.
NÓ— ribeiro, Minho, nasce no monte an-
tecedente, e perto d'elle, na veiga da Corre'
Ihan^ morre na esquerda do Lima.
NOANE— portuguez antigo— João — menos
antigo, Joanne. Camões, nos Lusiadas, ain-
da emprega algumas vezes Joanne por João.
NOBRE— do adjectivo latino nobilis. Si-
gnifica pessoa qualificada; senhor; chefe; ré-
gulo; que exercia algum cargo importante
na republica; ou que descendia de reis.
Depois da queda do vasto império roma-
no, os reis wisigodos, ostrogodos, suevos,
alanos, etc, que lhe succederam em qaasi
todos os reinos da Europa, deram titules de
nobreza aos que se distinguiam pela sua
intrepidez nas batalhas, e estes títulos pas-
savam aos seus descendentes.
ÍQSt
NÓB
NOD
Grande parte dos fidalgos actaaes, des-
cendem d'esses nobres.
Mas, verdadeiramente nobre^ foi e hade
ser sempre, aqneile que se distingue pelo seu
amor da pátria; pelo seu yalor nos comba-
tes, a favor de causas justas; pela sua sabe-
doria; pelas suas virtudes; ou pelos seus
relevantes serviços em beneficio da huma-
nidade.
Nobre, é também appellido nobre em Por-
tugal. É portuguez, da cidade de Tavira, no
Algarve. O primeiro que se acha com este
appellido, é Manuel Martins Nobre,* de Ta-
vira. Deu-se-lhe por se portar com gran-
de arrojo, na tomada de uma praça, na
Africa.
O infante D. Pedro (depois t^) sendo re-
gente do reino, deu brazão de armas, a Ma-
nuel Nobre Gan6llas (cidadão de Tavira, ne-
to de Manuel Martins Ndbre) em 1671. É,
em campo de púrpura, uma torre de prata,
lavrada de negro, sobre um contrachefe de
ondas de azul e prata, e junto à torre, uma
cabeça de mouro, toucada de prata e azul.
Elmo de aço, aberto, e per timbre, um braço
armado de prata, com a cabeça de um mou-
ro pendurada pelos cabellos.
NÓBREGA— viUa extíncta, Mioho, na fre-
guezia de Aboim da Nóbrega (vol. 1.*, pag.
14, col. 2.*) Foi esta antiquíssima villa capi-
tal de um grande couto do seu nome.
D. Manuel lhe deu foral) em Lisboa, a 24
de outubro de 1513. (Livro dos foraes no-
vos do Minho, fi. 94, col. 1.*)
Trata- se n'este foral das terras seguintes,
que constituíam o couto de Nóbrega— Boe-
15es, firitélio, Crasto, Covas, Entrambos os
Rios, Grovéllas, Magalhães, Paço-Védro, Pa-
na jeães, Samprins, Santa Marinha de Panas-
cães, Santasias, Santo Adrião, S. Salvador,
S. Thiago de Villa-Chan, S. Thomé do Ab
bade, Yade, Villa Chan de S. João, e Villa-
Terde.
Esta ultima freguezia, que
era antigamente uma depen-
dência da villa de Nóbrega, e
do seu couto, é actualmente
a capital do concelho e da co-
marca.
Fica a povação de Nóbrega em sitio ame-
no, fértil e aprasivel, na margem direita do
rio Lima, 30 kilometros a N. O. de Braga.
Foi commenda da ordem de Malta, dos
marquezes de Távora, passando em 1759
para a coroa.
(Vide Mosteiro de Nóbrega, vol. 6.*, pag.
857. col. 2.«)
Nóbrega é um appellido nobre d'este rei-
no, tomado do castello de Nóbrega, que exis-
tiu na freguezia de Aboim da Nóbrega. O
primeiro que se acha com este appellido, é
Domingos Gaspar da Nóbrega, que em 1537
justificou, no desembargo do . paço, ser da
familia d*este appellido, para se lhe passar
brazão de armas, que é o seguhite — Em
campo de ouro, quatro palias de púrpura.
Elmo de aço, aberto— Timbre, meio leão de
ouro, transpassado de púrpura, com uma
das palias do escudo nas mãos.
Para o mesmo fim e do mesmo modo jus-
tificou Manuel de Nóbrega, da Azinhaga (voL
1.% pag. 294, col. 1.» tn fine), em 1605. Foi-
Ihe dado o segumte brazão de armas— Em
campo de ouro, quatro palias de púrpura, e
sobre ellas, um açor negro, armado e bica-
do de ouro. Elmo de aço, aberto— Timbre,
o açor do escudo, sobre um ninho de raí-
zes verdes, e páos, realçados de prata.
Outros do mesmo appellido, usam— Em
campo de púrpura, banda azul, carregada
de 3 flores de liz, de ouro, e dois carneiros
do mesmo, em cada lado.
Outros trazem — em campo de ouro, 4
bandas de púrpura. Ainda outros doeste ap-
pellido tem as armas d*elle unidas às de ou-
tras famílias, com quem se ligaram por ca-
samentos.
NODAR ou NOUDAR — antiga villa do
Alemtejo, que foi cabeça de concelho, per-
tencente á comarca de Elvas. Ainda em 1740
tinha 200 fogos, e hoje conta apenas 12, e
está reduzida a uma pequena aldeia, da fre-
guezia e concelho de Barrancos. (Vol. t.%
pag. 338, col. 1.*, no principio).
O actual concelho de Barrancos, um dos
mais pequenos do reino, composto apenas
da sua freguezia, é o antigo concelho de
Noudar.
O rei D. Diniz, estando em Beja, dea fo*>
NOD
ral a Nondar, em i6 de dezembro de iS05
e, para aUrahir para aqai população, lhe
eonceden todos os privilégios, honras» isen-
Q5es e regalias do foral de ETora, qne eram
muitas e grandes.
• (IJvro â.* ài doares do rei D. Dmíz^ fl.
il7, col. 2.»)
D. Manuel lhe deu foral novo (confirman-
do em tudo o antigo) em Lisboa, a i7 de
outubro de Í5i3. (làoro do9 farae$ novos do
AlenUejOy fl. 63, col. l.«) ,
£* com certeza povoação antiquíssima,
provavelmente fundada pelos romanos, que
nao deixariam de aproveitar este ponto, im-
portantissimo, como militar; mas nao se sa-
be o nome que en(ào tinha. O actual, é cor-
rupção de Nuadár, e foi lhe imposto pelos
mouros. E' palavra composta do verbo ára-
be nua (buscar, procurar e também achar),
e do substantivo, da mesma língua, dár (c^-
sa)— significa pois— iic/tar a casa. Foi toma-
da aos mouros, em 1167, por Gonçalo Men-
des da Maia, o Lidador.
Ha em Portugal mais algu-
mas aldeias com este nome.
Na província do Douro, ha a
quinta de Nodar, que em 1211
foi doada ao mosteiro de S.
João de Alpendurada, cum
suas cearas e suas voontades.
(Voontades, e depois vontades,
no portuguez antigo, significa
moveis, alfaias, trastes de ca-
sa, etc.)
D. Diniz, conhecendo a importância mili-
tar d*esta posição, e desejando que ella se
povoasse rapidamente, a fez couto do reino,
ou de homisiados. (Vide Couto, a pag. 415,
coL 1.", do í.' volume).
. Está a povoação edificada sobre amar
gem direita do Guadiana, na raia, a 3 kilo-
naetros ao S. de Barrancos, no cume de um
monte altíssimo e inexpugnável, cercado pe-
ksrios Murtégae Ardilla, que desaguam no
Guadiana. Foi defendida por um forte e fa-
moso castello, construído por D. Diniz, em
iS95.
NOG
103
Tem casa de Misericórdia, pobre.
Apesar do escabroso do sitio em que está
fundada a povoação, os seus arredores são
bastante férteis. Cria muito gado de toda a
qualidade, e os seus três rios lhe dão muito
e saboroso peixe.
NODUM, NOTUM, MOCTUM e NOTO —
portuguez antigo — o mesmo que datum,
dante, dado etc. Não significava sempre, a
data do documento (dado aos. . .), também,
muitas vezes, designava o dia em que era
publicado, manifestado, ou dado á execu-
ção.
NOGUEIRà—Vide Cláudio (São) a pag.
310, col. 2.*, no principio, do 2.* volume.
NOGUEIRA — freguezia, Traz-os-Montes»
concelho, comarca, districto, bispado e 6 ki-
lometros de Bragança, 54 distante de Miran-
da, 480 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
Em 1757 tinha 101 fogos.
Orago S. Pelagío, ou Payo.
O cabido da Só de Bragança apresentava
o cura, que tinha 6M00 róis de côngrua e
o pó de altar.
Eata egreja foi annexa á reitoria de Cas-
tro de Avellans.
E* n'esta freguezia o famoso sanctuarío de
Nosfa Senhora do Cabeço, E' este sanctua*
rio em sitio despovoado, no alto de um ca-
beço, d*onde lhe provóm o nome. Fazem-se
a esta Senhora duas festas por anuo— uma
a 2 de fevereiro, dia da sua Purificação^ e
outra na 2.* oitava da Paschoa do Espirito
Santo.
E' templo muito antigo, mas não se sabe
quando nem por quem foi edificado.
As mulheres levam â Senhora, nos dias
das suas festas, cestos de trigo e estrigas de
Unho, que tudo ó vendido em leilão, para
ajuda das despezas das festas, e para repa-
ros da capella.
Os povos d'estes sitios, teem muita devo-
ção com esta Senhora, por ser advogada con-
tra as dores de cabeça.
NOGUEIRA —freguezia, Minho, concelho^
comarca, districto, arcebispado e próxima
i64
NOe
de Braga, 48 kilometros ao N. do Porto^ 360
ao N. de Liftboa, 80 fogos.
Em 1757 tioha 70 fogos.
Orago S. Joio Baptista.
Os herdeiros de Vasco Xavier Brandão
Velho Barreto Sotto -Maior, da cidade de
Vlaona, apresentavam o abbade, que tinha
250^000 réis de rendimento.
Perto do sitio áuMagMena^ se vêem mi-
nas de fortificações dos romanos, que da-
vam a esta povoação o nome de Nogaria.
Fica abaixo do monte de Santa Mahha,
nas margens do rio D'este oú Este. E* po-
voação muito antiga, pois já em 90i, tun
clérigo, chamado Dividiario, acceitoa ama
vinha, que aqai lhe doaram Domno e sua
mulher.
Foi villa, da condessa D. Toda Duina, mu-
lher do conde Hermenegildo, pães da con-
dessa, D. Ilduàra, que casou com e eonde D.
Nono Alvites. Nas partilhas feitas no anuo
iOÍ7, coube esta viila á condessa filha, que
comprou aqui muitas fazendas a diversos
fidalgos e senhores^ até ao anno de 1046.
Por n^erte de D. Ilduára, herdou sua filha,
a condessa D. GofUredo, metade d'esta villa
é a otUra metade ficou ao conde D. Nuno
Mendo, seu sobrinho.
A condessa vendeu metade da sua parte a
D.* Eitos Gundesindo e a Elvira Gonçalves^
6ffl 1071, e a outra metade a doou aos mes-
mos, estando em Coimbra, o conde D. Sis-
nando e stia mulher, D.« Lobo, a quem o rei
D. Afibnso de Leão a tinha dado, em 1074,
por morte de D. Nuno Mendo.
NOGrUBIRA— freguezia. Douro, comarca e
eoncelho de Lousada, 45 kilometros ao 8.
E. de Braga, 25 ao N. E. do Porto, 70 fo*
goSi Em 1757 tinha 67 fogos.
Orago Santa Ghristina.
Arcebispado de Braga, distrieto adminis-
trativo do Porto.
A milra apresentava o vigário, coilado,
que tinha 80^000 réis de côngrua e o pé de
altar.
£' terra fértil. Muito gado.
NOftUSIRA— freguezia. Douro, concelho
da Maia, comarca, distrieto, bispado e i%
kilometros ao N. do Porto, ^15 ao N. de Lis-
iMM^ SOO fogos.
ma
Km 1757 tialia 72 fogok.
Orago Santa Maria.
O mestre escola da eoUegiada de GediH
feita apresentava o cura, que tinha 40M0f>
réis de côngrua e o pé de altar. «
Terra muito fértil. Cria muito gado bò^*
no, que exporta para a Ingiaternu
NOGUEIRA— freguezia, Minho, coÉceUio
da Ponte da Barca, comarca dos Arcos da
Valle de Vei, 24 kilometros ao O. de Bragi^
380 ^0 N. de Lisboa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 85 fogos.
Orago S. Romão.
Arcebispado de Braga, distrieto adminis-
trativo de Vianna.
A mitra apresentava o abbàde, que tinlui
350^000 réis de rendimento.
E* terra fértil.
Aqui está a torre de Quintella, que pas-
sou aos Pereiras, e d*elles, aos Araujos^ por
casamento de D. Ignez Rodrigues Pereira (fi-
lha de Ruy Vasques Pereira, senhor de Paiva
e de Baltar, e de sua mulher, D. Maria da
Berrédo) com Rodrigo Annes de Araújo (fi-
lho 2.<' de Gonçalo Rodrigues de Araújo»
senhor da casa de Araújo e Lobios).
De D. Ignez Rodrigues Pereira e Rodrigo
Annes de Araújo, nasceu Pedro Annes de
Araújo, senhor da referida torre, o qual ca-
sou com D. Gatharina Rodrigues Pereira da
Lago, e tiveram descendência.
As armas doestes Araujos, são — em cam-
po de prata uma aspa azul, com cinco be-
santes de ouro n'ella. Elmo de aço, aberto—
Timbre, meio mouro, com braços, vestido
dé azul, com turbante de ouro.
NOGUEIRA—freguezla, Minho, concelho
de Viila-Nova da Cerveira, comarca de Va«
lença, 45 kilometros a O. N. O. de Braga»
405 ao N.de Lisboa, 60 fogos.
Em 1757 tinha 50 fogos.
Orago S. Thiago, apostolo.
Arcebispado de Braga, distrieto adminis-
trativo de Vianna.
O abbade da freguezia de Santa Mariíba^
de Alheira (concelho de Baroellos) apresan^
tava o vigário, que tinha 30M0O réis éê
côngrua e o pé de altar.
Esta povoação, que foi villa, é fnadaçM
de D. Affonso Vi (o grande) rei de CastaBi
NOB
N06
105
e Leão, e sogro do Boal6 õooNie D. H6«ri-
qnOi petos atinos de 1060, dando^a á egreja
de S. Thiago de Gàliica.
Foi couto, da casa de Bragança, que re-
cebia o quinto dos íroctosi. (Vide Corre-
IhanJ.
È n^estA freetezia á tone^ solar dos No-
gueiras ^ Foi senbor d'esta torre e soa qxáSL-
ta, foros annexos e dependências, João No*
l^eira^ e seu filho, Gonçalo Annes Noguei-
ra, D. Guiomar Gonçalves Nogueira, filha
doeste, casou com Gonçalo Pires, de Faflão
(GflUiza) de que foi l."" visconde D. Fernan-
do de Valladares, por PbiHppe 4.*. Bste D.
Fernando, fui feito pelos castelhanos gover-
nador Áò Menrão, quando elies nos toma-
ram esta praça, em i663.
Era doesta família, Áffonso Âftnes Noguei-
ra, casado com D. Joanna Vaz de Almada.
Foi seu 4.« neto, Luiz de Brito Nogueira,
que casou com D. Ignez de Uma, fíiha e
herdeira dê D. Francisco de Lima e de IX
Brites de Alcáçova, neto de D. João de Li-
ma, 4.'' visconde de Villa Nova da Cerveira,
herdando o titulo» o dito Luk de Brito No-
gueira.
É pois Nogmira um appeliido nobre em
PoriagaJ, tomado d'dsta fregnezia.
Os Nogueiras, trazem por armas -^ Em
campo de ouro, banda xadresada de prata e
verde^ de oito ordem, eom mna verguétade
púrpura, que tapa a ordem do meio. Elmo
de prata, aberto-— Timbre, uma cabeça e
pescoço de serpe, de ouro, com um ramo
de nogttdra, verde^ com nozes de ouro, na
boccá.
Outros, do mesmo appeUido, usam*-*Em
eampo de ouro, duas baidas de escaques
1 D. ÂffoDso II, em 1211 (1.* anno do seu
fe*e!nado) deu esta casa a Mendo Pa«s, seu
aio, do qual foi filho o dr. Pedro Nogueira,
desembargador do paço, e do conselho de
D. João III ; e é este o progenitor dos No-
gueiras do Minho, cujo ramo principal veio
Sepois a ser o da casa dos viscondes de Villa
Kova da Cerveira.
de pmta e azul. O mesmo elmo e timbre*
Outros*^fim campo de. ouro, banda xa-
dresada de púrpura e verde, de cinco or-
dens, eom uma verguéta de púrpura qua
tapa a ordem do meio. Elmo e timbre, o
mesmo.
MOGUEIRA — f^eguezia, Trazos-Montes»
comarca e concelho de Chaves, 80 kilome-
tros a N. E. de Chaves, 430 ao N. de Lis-
boa, 240 fogos.
fim 1707 Unha 127 fogos.
Orago S. Miguel, archanjo.
Arcebispado de Braga, districtq adminis-
trativo de Vilia-Real.
A mitra apresentaTa o reitor, que tinha
ISOMOO réis de rendimento.
É terra fértil. Cria muito gado de toda
a qualidade, e os seus montes são abundan-
tíssimos de caça.
É nos limfles d'esta freguezia o celebra
Poço de Freitas. Já foliei d'eile rapidamen-
te a pag. 123, col. 1.*, do 2.* vol— e a pag»
230, col. 1.*, do 3.<* vol. Accrescentarei aqui
mais um resumo do que diz D. Jeronymo,
contador de Argote, no tom. 2.% pag. 498,
n.« 811, das suas Memorias de Braga.
Entre Árdões^ Nogueira e Sapellos, esCão>
os poços chamados Freitas: a um d'elles imo
se acha fundo. Diz-se que, entrando n*elle
dois búzios (mergulhadores) acharam agua
de differentes temperaturas — em cima quen-
te, no meio tépida, e mais abaixo fria. Tem-
se aqui peècado trutas, e de inverno sae
d'e8tas lagoas, um pequeno ribeiro.
No mek) do poço (lagôdj ha uma peqoO'»
nã insÉa, mais alta dois metros do que a
superficie da agua. O âmbito d*este poço, é
de uns 7IK) metros.
Eram mioafl de ouro, dos romanos, quo
d'aUas extrahiam grandes riquezas.
Na Vida de Manuel Madiado de Âzeve*
do^ senhor de Entre Homem e CavadOí^ esw
cripta por D. Félix flfaehado da Silva e Gas*
tro, marquez de Monte-Bello, a pag, 62 do
cap. 6.«, se ié o seguine:
tPara este lance mando hazer, três coUa«*
«res de oro muy curiosos, sacado de las mi'*
tuas a que Uaman-^ fos FrtUas ^ que ea
ttierra de Barroso ay, eatre los lugares de
•Cipioens y ArdoenSf que son dei õaayoras-
106
NOG
N06
€go de Castro; y, presentando Dona Jama
«de Silva a cada uno de los Infantes nn ool-
«lar destos, y diziendo ellos, qne aqnelio
«era más enriqaecerlos qoe regalarlos, res-
«pondió, que ny era lo ano, ny lo otro, sino
«qnerer su marido, qne las minas, que en
«sus princípios haviam sido de los Roma-
«nos, y de presente se ballavan en tierras
«de aquella casa, que sus Altezas venían a
«honrar, les pagassen tributo como a Prin-
«cipes de aqnel Reyno, son aquellas minas,
«unas lagunas, obradas, más por ambieiom
«dei oro, que por manos de la naturaleza.
«Es capaz la mayor, por su profundidad de
«nadar en elja, una nào de la índia Orien*
«tal, y desta, corre en el Invierno un pe-
«queno arroyelo
«En el ano de 1638, nos concedió Su Ma-
«gestad una Provision, con faeultad para be-
«neficiar estas minas por tiempo de cinco
«anos, etc, etc.»
Nas immedi^ções da villa de Chaves,
além d'estas, ha outras muitas escavações,
que foram minas de ouro e de prata, dos
romanos e dos árabes.
Yé-se que em tempos antigos houve aqui
abundância d'estes preciosos metaes.
Perto da Portella da OrrMra, junto e ao
S. da entrada, se acham vestígios de uma
levada de agua, que principiava em Boba
delia (perto de Nogueira) e passando pelo
antigo logar de Payo-ManteUa, entrava em
Heixide, que cooOna com a Galliza, e d'alli
vinha por uma várzea, chamada a Campi-
na, buscar o valle de Chaves. Diz-se que
esta levada foi mandada fazer pelo impera-
dor Trajano, quando se construiu, por or-
dem do mesmo imperador, a ponte de Cha-
ves.
NOGUEIRA — freguezia, Traz-os-Montes,
concelho, comarca, districto e próximo de
Villa Real, SO kilometros a N. E. de Braga,
340 ao N. de Lisboa, 200 fogos.
Em 1757 tinha 180 fogos.
' Otí^o S. Pedro, apostolo. . .
Arcebispado de Braga.
A camará ecdesiastica de Braga, apre-
sentava o vigário, eoUado, que tinha réis
400|;000 de rendimento.
É terra muito fértil. Cria muito gado, de
toda a qualidade, e tem muita caça.
NOGUEIRA ou S. GHRISTOViO DE NO-
GUEIRA DO DOURO— freguezia, Beira-Altai,
comarca e concelho de Slnfáes.
Já tratei d'esta flreguezia, a pag, 297, ooL
2.*, do 2.» vol.
Aqui accrescento mais o seguinte:
O real padroado apresentava o reitor, que
tinha 120^1000 réis de rendimento, aléqn dos
benesses. ,
Ê a maior e uma das mais ricas fk*egae-
zias da comarca. Paz-se aqui uma boa fei*
ra, a 20 de cada mez, no Seixédo, perto da
ponte de Lourôdo.
È povoação muito antiga, e foi villa e
conto, com justiças próprias.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, no
l.« de setembro de 1513. fUvro de faraes
novoê da Beira, fl. 74, col. 2.*)
Trata-se n*este foral, das ^terras seguin-
tes:
Bem-Viver, Seixas e Vai -Bom, que ficana
na margem direita do Douro.
Está esta povoação situada em terreno
accidentado, na margem esquerda do Douro.
O seu território é fertOIssimo em todos
os géneros agrícolas do paiz, e o seu vinho,
posto qoe verde, é de óptima qualidade.
Cría muito gado, de toda a qualidade,
que exporta, e faz grande commercio com a
cidade do Porto, pelo Douro.
O seu clima ó muito sandaveL
Nos limites doesta freguezia, ha um monte
tão alto, que d'elle se avista a cidade do
Porto, que fica 48 kilometros a O., e uma
grande extensão de mar< N^este monte está
o sanctuario de Nossa Senkara do Cálix^
casa de muita devoção dos povos doestes sí-
tios, que aqui fazem grandes romanas, pelo
decurso do anno.
Consta, por tradição, que este templo foi
a primeira egreja matriz da freguezia, que
então comprehendía também a actual, de S.
Thiago de Piães.
NOG
É por esta razão qae o sanctuario é ain-
da meieiro das duas freguesias, e ambas,
pelos aDQOs de 1700, o reedificaram e am-
pliaram, e lhe coDStmiraro uma nova e
perfeita capellamór, e ama boa saehrls-
tia.
.Diz se qne a imagem da Senhora veio da
cidade de Gadíx (Hespanha) em 714, qnando
os mouros a occaparam, trazida pelos chris-
tios fugitivos, qne aqui vieram ter, e lhe
eonstmiram nma capellinha n*este sitio, qne
depois foi substitaida pela qae se reedificou
em 1700.
Ficava esta ermida, próxima ao famoso
coitello de SanfinSy edificado sobre um pe-
nhasco, e por arte e natureza, tão forte, que
èra inexpugnável.
Parece que durante a dominação agare-
Ba, esteve a santa imagem escondida entre
umas densas brenhas d'este monte, que ho ■
je são tudo terrenos cultivados.
Consta que um AnUnuo Moreira, d'e8ta
freguezia, por alcunha o Semihano (por ter
residido alguns annos em Sevilha), referiu
ao reitor de Nogueira, Sebastião Gardozo
Soares, que na cidade de Sevilha (Andalu-
zia) C4)nstava por documentos authenticos,
que a imagem de Nossa Senhora de Galix,
viera de Cadix para estas terras, e que o
seu verdadeiro nome é Nossa Senhora de
<Iadix, que em Portugal se corrompeu em
Galix.
Ao sitio onde a imagem esteve muitos
•annos escondida, ainda ho}ese chama, Mon-
tes de Nossa Senhora do Cálix.
Não se sabe quando fci achada no seu es-
conderijo, nem o anuo em que se construiu
a sua segunda capella.
> A festa principal d'esta imagem, é a 5 de
agosto (dia da Senhora das Neves) e é uma
romaria muito concorrida.
Também a 25 de março (dia da Encarna-
ção da Senhora) ha aqui nma outra grande
romagem, onde vem muitas cruzes, de va-
rias freguezias, em cumprimento de um an-
tiquissimo voto.
Ainda, além doestes dois dias, vem aqui
gente de perto e de longe, visiur a Senhora*
« trazer*]be ofiertas; sendo a maior concor-
irencia, nos sabbados da quaresma.
NOG
107
A imagem é de pedra, e de boa escul-
ptura.
Eoi frente d*estj^ capella, fica o célebre
pego da Cárdia, do qual tratarei em Fiaes.
Já disse no logar citado, do 2.« volume,
que era aqui a casa solar da Granja, do sr.
D. Pedro da Silva Gerveira Ifonte-Negro de
Bourbon. Para a sua genealogia e armas,
vide Sobrado de Paiva.
É também n'esta freguezia, a casa solar
do sr. João da Silveira. Para asna genealo-
gia e armas, vide Torre da Silveira, junto
de Ássumar.
NOGUEIRA DO GRAVO— freguezia. Dou-
ro, comarca, concelho e 3 kilometros ao
E.N.E. de Oliveira d'Azemeis,*35 kilome-
; tros ao S. do Porto, 40 ae E.N.E. d'Aveiro,
' 10 a E. da Feira, 280 ao N. de Lisboa, 130
fogos. Em 1757, tinha 73 fogos.
Orago, S. Ghristo^^.
Bispado do Porto, districto administrativo
d'Aveiro.
Os marquezes de Marialva apresentavam
o abbade, que tinha 300^000 réis de rendi-
mento, fora os benesses.
É uma bonita freguezia, situada em ter-
reno elevado, e levemente accidentado, com
bastantes casas boas, e com duas ermidas,
uma publica, no sitio da feira, e outra par-
ticular, na aldeia de Nogueira.
Passa-lbe ao S. O. o ribeiro de Nogueira,
atravessado por uma boa ponte de pedra, de
um só arco, feita pela camará de Oliveira
d' Azeméis, em 1844.
Tem uma grande feira de gado, a 27 de
cadamez.
É terra muito fértil, em todos os géneros
do paiz, e cria muito gado bovino, que ex-
porta em grande quantidade, para a Ingla-
terra. Já aqui se fabrica muita e óptima man-
teiga de vacca, da qual vae diariamente para
o Porto grande quantidade.
Tem muita caça e é abundante de madei-
ras, principalmente de pinheiro.
É terra saudabilíssima.
A sua egreja matriz, é soberba, e uma
das melhores da comarca. Foi construída
no principio do século XVIII, e é de ópti-
ma cantaria, com um magnifico adro, e em
sitio vistoso e agradável
Í08 IDOa NOJ
No sitio do Moinho io Pintor, â'e8tá Are- NOGUBIRÕ e DADUE— fregaezid, llíiAo»
gnezía, ha uma boa mina de cobre, proptía* concelho, comarca, arcebispado, di8triet6
dado de nma grande cogapanhia, da qual é administrativo e 2 kilometros a E. de Bra^
director technico o sr. Jí^nson^ BubdiCo bri- ga, 360 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
tannico. Ettas minas principiam em liadei- Bm 1757 tinha 79 fogos.
ra de Sarnes (ou das Terças) e terminam em Drago, o Salvador.
PíndéUo. Também pertencem à mesma com- ■ O cabido da 8ó de Braga, apresenuva .o
panhia, as minas de cobre do Feirral, oo vigário, collado, que tinha SOMOO réis è»
Ferral, na fregaezia do Couto de Gacnjães. côngrua e o pé d'aitar.
Andam em exploração. Dadim, ou Dadem, era uma pequena íire*
NOGUEIRA DE GRAVO e GALUEES— guezia, que o arcebispo D. Veríssimo â'Aloii*
villa, Douro, concelho de Oliveira do Hos- castre annexou a esta.
pita], comarca da Tábua (extincta comarca ' Os romanos, quando pozeram céreo i ei«
de Midoes), 60 kilometros de Coimbra, 110 ., dade de Braga, eonstruiram aqui nma Ibr-
ao N. de Lisboa, 460 fogos. taleza, da qual ainda ha vestígios.
Em 1757 tinha 141 fogos. A fireguezia de Dadim, linha por orago»
Drago, Nossa Senhora da Expectação. \ S. Romão.
Bispado edistricto administrativo deCoidd' ! Em um alto e formoso monte d'e8ti l^e»
bra. guezia, está á capella de Nossa Senhora úm
A mitra apresentava o prior, que tinha i Consolação, templo antiquisúmo, e que se
500^000 réis de rendimento. não sabe quando foi fundado.
É povoação antiga, e foi cabeça de conce*» { Tem ama irmandade, instituida em 1517,
lho, com justiças próprias. j que manda aqui dizer missa áoe domingos
D. AiTonso Henriques lhe deu foral, com j e dias sandificados.
todos os privilégios do de Avô, em maio de I A eua festa é no domingo do Bom Pastor»
1177. (Uvro 11 da Extremadura, fl. 279, col. ; D monte em que está a capella é um sitki
1.*) D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa, , bonito, ainda que solitário, e d'aqui se gosa
a 12 de setembro de 1514. (Uvro de foraes , um formoso e vasto panorama.
novos da Beira, fl. 41 v., eoi 2.*) NOJOES— ^aldeia. Douro, na fregnezia da
Veja-se também SímrntUa para o foral no- ; Real, concelho e 3 kilometros ao D. de Cas-
vo, no Corpo Ckronologico, parte 1.*, maço 1, j tello de Patva (da capital do concelho, que
doe. 2. I é a villa do Sobrado), comarca e 12 kiloia6<«
Ê terra muito fértil. Gado e caça. | troe a N.D. d*Arouca« 5 kilometros ao S. do
NOGUEIRA DA REGEDOURA— freguezia, ; rio Douro, 50 ao £. do Porto, 310 ao N. da
Douro, comarca e concelho da Feira, 20 ki- j Lisboa, 40 fogoa.
lometros ao S. do Porto, 295 ao N. de Lis^ | Foi viUa, e cabeça do concelho do seu no-
boa, 250 fogos. ; me, que foi supprimido em 1834. Ainda con-
Em 1757 tinha 120 fogos. | serva a sua antiquíssima (e inslgnificantisaí^
Drago, S. Chrlstovão. | ma) casa da camará e cadeia, lioje transíbr*
mada em tabeAia.
Fazem-se aqui dois grandes mercadosi una
Bispado do Porto, districto administrativo
d'Aveiro.
D reitor do mosteiro de cónegos seculares ; a 11 outro a 26 de cada mez.
de S. João Evangelista (loyos) da Feira, apre- { D principal objecto doestes mercadoSi é a
sentava o cura, que tinha 70Í00O réis de | compra e venda de gado bovino e suíno,
rendimento, fora os benesses. Ha aqui uma casa^ de que é aotualmento
Fica perto do Atlântico. É terra maito . representante (por casamento) o sr. loaqním
fértil e saudável. Cria muito gado de toda ; Mendes Strech da Cunha. Esta familia, que
a qualidade. Fabricasse aqui grande quan*' 1 édeappeUido Ribeiro, diz-se descendente do
tidade dè telha, de óptima qualidade, talvez grande patriota^ o doutor João Pinto Ribeir»^
a melhor do reino. 1 o heroe de 1640.--Vide a pag. 190 e 238 X
MOM
ffOM
109
do l.« Yolame, e a pag. 317, col. 2.% no fim,
do voL 4.«
fAm zfiw nm^ i^Qn p.aa^ Q ^pitflg jcodas»
o sr. doutor Carlos Aranha, da Póvoa. (Vide
Pédorido.)
, É provável que Nojdes tivesse foral anti-
go, porém Franklim jqâo o meiíeioiía.
Entendo qn» teve foral próprio, porque,
Iratando o foral de Paiva, de varias aldeias
comprebendidas n'elle^ não falia em I^ojões,
que era villa e cabeça de concelho, no i.*" de
dezembro de 1513, que é a data do foral.
Comprebende porém a freguesia de Beal, á
qual esta aldeia pertence.
. É terra fertilíssima, como quasi todas d'ee-
ie concelho.
Ha aqui uma capella publica, onde se áit
tnissa todos os domingos e dias sanctifica-
dos.
O antigo nome d'esta povoação, era Ne-
jãeSy que no antigo portuguez significava—
Uerra das malfmtoriag. Vem do substantivo
mcjo, que significava — damno, perda, mal*
feitoria, embaraço^, detrimento, prejuízo, etc.
•— Com intençom de lhes fazer nojo, e deS'
^onra, em lhes britarem bôa vezinhança, que
antre elles avia de assi com elles montarem,
ie vezinharem. (Doe. de Pinhel, de 1430.)*-
)E se nom fizer nojo a outras Casões. (Foral
de Mourão, de 1512).
É povoação muito antiga, e aqui próximo,
aio sitio do Fôjo^ junto ao ribeiro de Real,
lia vestígios de um pequeno templo romã-
mo, conservando ainda parte do pavimento,
lem mosaico.
Mcis não é este o único monumento que
jnos prova ter este sitio sido habituado des-
de remotos tempos: ha outros vestígios, e
i«m grande quantidade, evidenciando a ha-
bitação de povos pre-historicosn*estes Ioga-
res.
tf
Pouco ao N. E. de Nojões, alem do ribei-
to do oiesmo nome, está o logar da Povoa-
^, onde se vô, além d'uma fonte antiguis-
slma, que parece construcção romana, vá-
rios alicerces de edifieios. N'este logar ha
vários monolithos, aos quaes o povo ohama
^:--penedos da poooação—e quesãohicontes-
tavelmente antas célticas. Algumas são de
monstruosa grandeza, e não se comprehende
como homens quasi selvagens, sem a mini-
ma noção de dynamica, podesafím moxer e
collocar na requerida posição, estas immen-
sas moles de pedra.
Pião estão todas collocadas na mesma po-
sição, nem teem todas a mesma forma geo-
métrica.
Umas são esphericas, outras ovaes, e ei*
tão collocadas hnrisontal on perpendicular-
mente. A maior de todas, que está em uma
quebrada do monte, e ao cimo de terras cul-
tivadas, é oblonga e está em posição perpen-
dicular, fortemente calçada por quatro gra«-
des penedos.
Todos estes monumentos mostram eviden-
temente que são anteriores á edade de ferro^
não tendo o mínimo vestígio de obra de
arte.
Devemos também notar, que na metade
O. do concelho de Paiva, não ha umáuniea
rocha granítica.— Na povoação é que princi-
pia a ver-se, e em grande abundância, o
ffranUO'pcrphiroide,'q\ke se encontra, sem
interrupção, em quasi toda a parte E. do cot-
celho (ma9 só nos vertentes septentríonaes
das serras que actualmente dividem este con-
celho do de Arouca, e que no tempo do nosio
conde D. H nrique, eram o limite do território
da cidade de Arégia Auregia ou Anegia.-^
Vide ilr^/a— Vide a pag 238 1 col. 1.» do !.•
volume,)
Note se também que são raríssimas as ro-
chas propriamente ditas. Quasi tudo 2íío pe-
nedos rolados, indicando terem andado por
muitos séculos debatendo -se uns contra os
outros, impellidos por correntes poderosas
submarinhas.
NOMEADA — portngne;E antigo ^ moeda
de prata que fizeram cunhar D. João I e seu
filho, o rei D. Duarte. Era do tamanho dos
actuaes meios tostões. Tinha no anverso a
cruz de S. Jorge, com a legenda
DOMINUS ADJUTOn FOBTIS.
Ignora-se o seu justo valor.
110
TSOM
NOM
Nomes antigos de varias cidades e aacoes ^
Nomes antigos
Actium (promontório)
(lulia)
Aiba
AUobroges ou Gentro-
nis
Ambrones
Antiom...
Nomes modernos
Cabo Figalo
Albano (Gampania). ..
Delfinado, Saboiae Gé-
nova
Observações
É celebre pela batalha qné aqui deu Ao-
gnsto contra António, e que decidia do
império do mnndo a favor de Augusto*
Foi fandada por Ascanio Eonileu, 300
annos antes de Roma, e destruída por
Túlio Hodilio.
£ram povos da Gallia-Narboneza.
Berne, Fribnrgo e Bale
Anzo-Bovinato, 40 ki-(É a pátria de Nero, que para aqui qniz
lometros d'Ostia . . .. j trazer a corte de Roma.
Anluloles | Nigricia, Paiz dos Ne-
gros
I
.„^„. ÍTerracína (campania,
^^"^ jdeRoma)
A rv^i. /vin\ \ A primeira estrada de
APP>*(^**) } Roma
I
Apúlia
Aquitania.
Terra de Bari, Terra
de Otranto — parte
da BasilicaU (Nápo-
les)
Gascunha, e Guienna
Traconia- Septentrio-
Arcadia { nal, na Moréa, ou
Era a antiga cidade dos voiscos, no La-
do.
Foi calçada em 441, de Roma, por Appio
Cláudio Ceco.
£ na Itália Meridional, entre o mar Adriá-
tico e o golpho de Tarento.
França.
Deu-lhe o nome. Arcas, que se dizia fi
I
Argos
Anela
• I
nizza
neso.
^^. ^?^r^*^^ A iK^® Cidade dos latinos, a 20 milhas de Ro- .
j So) :.^ . .\! *.( °^^* Via^AppuL
1 Pôde ser que alguns dos meus leitores achem este artigo impróprio de um dicisíonra
rio, que trata só de cousas portuguezas. A estes dou por satisfação que — decidi iaclui-
isto na obra, porque a nossa historia antiga, e outros muitos documentos, dão noíiaes de
cidades e nações, hoje de muitos desconhecidas, e o leitor pouco versado em geographja
antiga, não entenderia muitos dos nossos livros, nem a historia romana, que tem tantos
pontos de contacto com a nossa. Gomo n'eâte artigo tenho de fallar muitas vezes do anuo
da fundação de Roma, noio que esta cidade teve principio no anno do mundo 3251, que
vem a ser, 753 antes de Jesus Ghristo. — Por esta explicação se podem acertar as datas
com facilidade.
NOM
NOM
111
Nomes antigos
Armenialf&ior .
ArmeDia-M6Dor<
Armóriea
Adialfenor —
Assyría.
Atlas (monte)
Attica (na antiga
Achaia) o paiz mais
nobre da Grécia. —
Aventino (monte)....
Averno (lago)
Babylonia ou Chaldeia
Bactriana
Baias (Campania-Ita-
lia)
Batavia
Belgae
Beócia (paiz)
Bertões, ou Birtonios . .
Boinnhaemiam
Bósphoro-Cimmerío . .
Bósphoro da Tliracia..
Britania (a antiga Al-
bioD) — ilha
Nomes modernos
Toreomania
Aladnli....
Bretanha • . .
Natália
Diarbeck
Ásia.
Ásia.
França.
Turquia.
Ásia. Também se chamava Mesopotâmia,
Arzenun, Chaldeia ou Babylonia.
Altar (o mais altói^rJi^^J^S^ii P™lPÍ\Sf.f?S.Í"
monte da Africa) ...
LiYadia- Meridional, ou
o ducado de Aihenas
Monte de Santa Sabina
Oceano (a que dá ô nome) passa a Mai -
rocoSy Fez, Alger, Tripoli, etc.
Grécia.
É uma das sete colimas de Roma, sobre
as margens do Tibre*
Averno
Bulk,Sabin8UneGan-
dahar
Utrech e as ilhas so-
bre o Rhin
Paizes-Baixos .
Livadia-Gentral.
Perto de Cumas, nas costas da Campa*
nia. Itália.
Vide Aflsyria.
Ásia.
Foi totahnente engulida por um terre-
moto, no anno de 1538.
Allemanha.
A sua capital era a famosa Thebas. (Gré-
cia).
o^ ^ (a parte da Thracia que fica ao longo do
^^"* golpho-persico.
Bohemia — 1 Allemanha do SoL
Estreito de CafiRsL Se- [
pára a Griméa dal Europa.
Çircacia •.
Canal de Constantino-
pola
Inglaterra, Paiz de
Galles, d Escócia....
Bvsanclo
Campama.
Estreito que une o Mar de Marmora com
o Mar-Kegro.
A parte meridional forma a Inglaterra,
e a septentrional a Escócia.
i
Terra de Labor.
Itália. Produz óptimos vinhos.
iie
KOM
Nomes antif^s
Campo de Marte
Nomes modernos
Campo de Marte.
mu
Obaervaçam
Cantábria, ou Hespa
nha Tarragoneza —
I
Capitólio (fortaleza, so-
bre o monte Tarpeio)
Càpua
Biscaia
Campidoglio
Glande terreno, de Roma, entre o Tibre
e os montes Citorio, Qairiaal e GapitA'
lino.
Os cantabros, occnpavam com os astu-
rianos e os vascos, a Biscaia, uma [jarfe
da Castella septentrional, as Astunas e
Leão.
N*e8te monte houve 60 templos. Ainda
se voem as suas minas, na Agua, acima
da ponte de Santo Angelo. Depois de
quatro incêndios, o papa Bonifácio m
mandou reedificar o Capito)io.
A actual cidade de Càpua, está a 6 kilo-
Santa Maria Maior, ai-] metros a O. da antiga, edificada sobre
deia i as minas da cidade de Gasilino. E so-
bre o Vnlturno, na Terra de Labor.
Capadócia.
Carinas (Bairro de Ro-
ma)
Carthago (cidade da
Africa)
Amasia, Genecb, e o
Tocat
Asia-Menor.
Bírsa, aldeia.
^íA"!'.":^."!^^-*»^*-'
Era dos mais bellos de Roma, pelos mui-
tos patrícios que n'elle habitavam.
^Fundada pelos phenicios, foi rival de
Roma. Ja existia antes da guerra de
Tróia. Possuía todas as costas do Medi-
terrâneo, desde a Grande Sirte até ao
río Ebro, assim como a Sicília na Sar-
denha. Era em uma península do golfo
de ^unes, a poucas léguas d'esta cidade.
Scipião, o Africano, a arrazou no anno
608 de Roma. i
Porto de mar no reino de Murcia, (Hes-
panha). Fundada pelos earthaginezes.
Carthago- Vetus, oujyilla Franca de Pana- (Catalunha, (Hespanha). Fundada também
Carthago-Velho. — ( dez j pelos earthaginezes.
Cecubo
Cefalonia
I Celtae . . .
Monte de Gaiéta.
Cefalonia...
Normandia
Itália.
Ilha no archipelago grego, ou do Levante.
França.
1 A primeira guerra de Carthago contra Roma, durou desde 490 até 513 (de Roma.)
Ho ultimo combate naval, Lutacio, eaptívou 70 navios carlbannezes e metteu a pione SÕ.
N'esta guerra, perdeu a republica earthagineza, a Sicília e a Sardenha. — A segunda, du-
rou desde 536, até 553. N'esta guerra ficou Carthago, tributada de Roma. — A terceir»,
âurou desde 605, até 608, em que Carthago foi destraida. — Depois, Augusto a repovooa
com 5:000 homens. Adriano a reedificou com o nome de AdrianopoUs. Em 432 de Jesu
Christo, Genserino, rei dos vândalos, a tomou aos chrístàos, e aquelles a possuíram Iw
annos. A actual torre Almenára é a praça da sua amiga fortaleza.
NOM
N€M
il3
Nomes antigos .
Centrones
Céos
Gerites
Chaldéa
Nomes modernos
Normandia
Observações
O mesmo qne AUobroges.
Charibde
Chers^eso-Cimbríeo^
Chipre (ilha)
2|q Ilha, em frente do Gabo Golona, na Líva-
dia. . ...
tGantao da Toscana marítima, entre Gi-
vita-Veechia e a embocadura do rio
Áro, Itália.
O mesmo que Babylonía.
Gaf^ro. ou Capo dij<^^KeS?aflt"íirKcí
^^^^^ / IhodeSylia.
Jathiand
 sua capital é Nicosia. É ao Amdo do
Cobros .....{ Mediterrâneo, e pertence hoje á Tnr-
( quia.
rif^pA^ jCivita-Veecliift -^ na Era no paiz dos volscos. O cabo de Gir-
j Campania de Roma.. ( céa, é hoje Montç Circello.
^Era um vasto terreiro, oval, rodeado de
pórticos e ediOcíos, d*onde se viam os
jogos e os combates. Tinha 2:205 pés
de comprido e 905 de largo. Viam -se
n'elle, 3 galerias cobertas,' em outros
tantos andares, com capacidade para
150:000 pessoas. Ainda existem as suas
rninas, entre os montes Aventioo e Pa-
latino, hoje o monie de Santa Sabina, e
o Palácio Grande.
. Este vasto, edificlo era ornado de
grande numero de estatuas e colum-
nas, e de dois grândes obeliscos.
Havia em Rooía dois outros circos, o
de Flaminio, perto do rio Tibre, e o de
Nero, ao Vaticano.
Circo*maxímo, deRo^
ma
Ciazomenas
Ciusio
Colchida
Cidade, na península de Jónia, hoje re-
Vourla • . . .* ..{ duzida a aldeia, na Natolia, à entrada
da bahia de Smyrna.
Ghíusi
Toscana. Tem aguas mineraes, frias.
Entre a Cireacia, a Geórgia e o Aladuli,
ao fundo do Mar*Negro.
Era um paiz famoso pelos seus vene-
Mingrelia (paiz) ( nos, e ainda mais, pelo celebre Vellocino
(ou tosào) d'ouro. Hoje, esta r^^giào só
consta de duas aldeias e alguns castel-
los, á beira -mar.
Concanos | Astúrias
VOLUMK VI
« I • •
Povos da Hespanh^ Tarragoneza, na Bis-
8
114
NOH
NOH
caU, que en nma colónia de message-
Us. Hoje a sna capital é Santilhana.
Dba no arebipelaio Grego oa Jónico.
.Cidade do Peloponeso (Horía sctual)
fnndadã por Sisjptus ou por Coríntho,
filho de Haraihoo (outros dizem qae.
por Haleies, o 6.* doa Heraclides) 800
annoa antes de Jssus ChrÍBlo. Bra si-
tuada sobre om isibmo.que unia Achaia
ao Pelopooeso. Foi famosa pelas suas
olarias, pelo seu vioho, e pela soa im-
moralidade. Teve primeiro reis e depois
foi republica. L-ncio Mumo a tomou e
'i aaqoeoD, no asno 607 de Rom\. Jatio
Ce«ar a resubelecen, e era ainda flores-
cente, DO tempo de S. Paulo.
Esteve algum lempo em poder dos
veneiianos, mas os turcos a retomarani
em 1715 de Jesus ChrialO.
Biti deserta e desmantelada. E so-
bre o istbno que separa o golfo d'Ea'
genia <a B.) do de Lepanio (ao 0-) Per'
lencei Horéa.
Cidade que Já não eziaie. Era em frente
da ilha de Chypra, na actual Carama-
nia. Na Jónia havia um monte lambem
chamado Corico.
Era uma das ilhas Sporades, perto d&s
costas da Asia-Henor, á entrada do golfo
qne separava a Caria da Dorida. Era
íamosa, por ser pátria do grande pin-
tor Apellee, e de Hippocrales, deus da
medicina — e pela pdrpnra qne aqui se
pescava.
É a maior ilha do Uediterraneo. Dizia-se
que teve cem cidades, e que foi aqui
creado Júpiter ; o que ihe deu celebri-
dade— assim come ser governada por
Hinos : pelo seu Minotauro ; e pelo sea
Labyrmlbo construído por Dédalo.
Boiregon-se a Ponpeo; foi durais
sujeita aos imperadores de Constaoti*
nopola, até ao anno 833 de Jesus Cbrlsto.
Os sarracenos a conquistaram, e aqui
fundaram a cidade de Caadia, qne vein
dar o sen nome a toda a ilha. Qg veDO*
lianos a tomaram em 1669.
I Cidade da Campania. Foi a primeira Am-
dada na Itália pelas colónias gregas.
Esuva sobre a costa do mv da Toa-
NOM
NOM
115
Nomes antigos
Nomes modernos
.Observações
Gomas.
Gyelades
Cydonia
Cândia
Gyelades
Ganóa
^K&.."". ."':*:«*«*
Gymus, oa Gorsien . . .
Gythera
Dácia
Gorsega
Gerigo
Perto d'esta cidade estava a caverna
da famosa Sybilla de Cwmas, que pro-
phetisou a vinda e o*martyrio de Jesas
Ghrísto.
Os serracenos destrairam esta cida-
de, em 1207 de Jesus Ghristo, e d*el]a
apenas restam vestígios.
São 47 iihas do Archipelago, situadas em
forma de circalo (d*onde Ibe vem o
nome). As soas aguas são perigosíssi-
mas, pelos muitos, rochedos que aqui
estão espaihadosi
Era uma das príaeipaes cidades da illia
de*Gréta. É^hoje cidade episcopal e porto,
de Gandia, na costa septentríonal. Deu
o seu nome a uma das quatro circums-
crípç5es da ilha.
iPaiz da Ásia.
jllha do Mediterrâneo, pertencente hoje á
França.
Ilha, à entrada do archipelago grego, en-
tre a Horéa e Gandia.
Era famosa pelo seu templo de Vé-
nus, e pela sua devassidão.
Dalmácia
Os dacos (de Dacia) ek^am scythas euro-
peus. Estaneeavam entre a Sarmacia e
Trlnsílvania,Moldavia) % ^f^^^^- ^ 8ua origem era gauUeza.
 Vabonia i Gonfondem-se muitas vezes com os ge
^ ' tas. Trajano venceu o seu ultimo rei,
Decebato, e reduziu a Dacia a provín-
cia romana.
(A Dalmácia, fazia parte da antiga lUyria-
Occidental, ao longo do Adriático (golfo
de Veneza^.
Está hoje limitada ao N., pela Bós-
nia; ao E., pela Servia: ao O., pela
Mortania; e ao S., pelo golfo de Veneza.
Divide-se em Veneziana, cuja capital
é Spalatro — em Rugusianay de que é
capital, Raguza — e Tuzca, cuja capital
é Herzegovina, região ^uasi toda po-
voada por catholícos, sujeitos ao impe-
rador da Turquia.
Actualmente (agosto de 1875) anda
n'e8ta parte da Dalmácia, encarniçada
guerra, para sacudir o jugo dos musul-
manos.
Dahnacia
116
NOM
NOM
Nomes antigos
DâQubio
DauDía
Delos
IJ^otoes modernos
Ob^ervaçdM
Dannbio
Delphos
Dorida
Dumnoíi
Edia, Lingones, e Se
qaania
É um dos principaes rios da Europa-
Principia perlo da Matta-Negra^ em To-
nesching (ou Esciogen) no principado
de Fourstembérg. Atravessa a Saevia,
a Baviera, a Áustria, a Hungria, a Ser-
via, a Bulgária, e a Moldávia, e lança se
no Mar Negro, por duas fozes. Teve an
ligamento seis, j>orém, a areia entupiu
quatro.
Verdadeiramente, só se chama Da-
núbio, desde a sua origem até abaixo
de Alba-Graeca : d'ahi até ao mar, toma
o nome de Ister^
Pagliapiana, ou Capi-( Itália. Os seus soldados eram valorosis-
tanato | simos.
O seu primeiro nome foi Ortygía. — É
no arcbipelago Jónico, e está noje de-
serta. Diz-se que no seu principio era
Sdille (ilha) { fluctuante. N*elia nasceram Apollo e
Diana, filhos de Latona é de Júpiter
(segundo a Mythologia). Ainda aqui se
vêem as ruinas do um templo de Apollo.
^Foi uma cidade oelebre, na Phocida, ao
Sé do monte Parnaso. Houve n^esta ci-
ade um templo de Apollo, famoso por
Gastri { seus oráculos.
Hoje úão é mslis do que um montão
de ruinas, occupadas, em parte, pela pe-
quena aldeia de Castri,
Livadia-Superior; . . Á^'^^^^^ ^'^f^ ^^ ^'^'"' ''^ ^'*°*^*
Cornewal, e Dewon
shire .
Borgonha, e Pranche-
Conlé ,
Egypto
Egyplo
6ran*Bretanha. Vastas e ricas minas de
carvão de pedra.
França.
Região da Africa. Tem 1:200 kilometros
de comprido, do N. a S., e 300 de largo.
É limitada ao N. pelo Mediterrâneo, ao
E., pelo Mar Vermelho, Arábia, Pétrea
e Palestina; ao B., pela Núbia (Ethio-
pia), e ao O. pela Gyrenaica e a Líbia,
hoje Barbaria.
Divide-se em Alto, JHkdio, e Baixo-
Egyplo. — O Alloy comprehende a an-
tiga Thebaida; ó Baixo, estende se até
ao Gairo. O Médio, é desde o Galro até
á antiga Hermopolis, hoje Benesonef.
Teve por muitos séculos, reis próprios :
08 persas o conquistaram ; mas Alexan -
dre Magno ih'o tomou.
NOM
¥m
H7
Nomes anligiur
Egyplo.
Elida
Nomes moderaos
Observaçõesr
Egypto.
Moréa
Passoa aos romanos, no tempo de
Cleópatra, sua ultima rainha.
Omar, kalifa, e snccessor de Abube-
ker, 66 assenhoreou d*elle.
Foi governado por soldões próprios;
mas, em i5i7 de Jesus Christo, Selim l."*
imperador dos turcos, se apossou do
Egypto.
Hoje é governado por um prínci-
pe, suzerano da Porta, intitulado Ke-
aiva.
O famoso rio Nylo atravessa esta re-
gião de S. a N.
O Cairo é a capital do Egypto.
Grécia.
Epheso
Epiro
Erix
Esola
Áiasalouk.
Álbania
\
Era uma cidade da Jonia, na Asia-Mn-
nor, famosa pelo templo de Diana, uma
das sete maravilhas do mundo^ e que
foi incendiado por Erostrato, no' 9inno
385 de Roma, e no mesmo dia en que
nasceu Alexandre Magno.
Em Epheso se celebrou o 3.* concilio
eucumeníco, no anuo 431 de J. C.
Hoje não é mais do que uma aldeia
da Natólia, sobre as costas do Arebipe-
lago Grego, à embocadura do pequeno
rio Madre, (antigo Caistro). Tem um
bom porto, com uma pequena cidadella.
\ Pertence ao imperador da Turquia.
Era uma província da antiga Grécia, que
se estendia pelo mar Jónico, entre a BÍa-
cedonia, ou Iliyria, a Thessalia e a
Achaia.
Hoje ó uma parte da Albânia, coro-
prehendendo os cantões de Chiméra e
de Arta.,
É actualmente dos turcos, e gover
nada por um pachà, que está em Jan-
na, sua capital.
Era uma cidade e um monte de Sicília,
onde Vénus tinba um templo celebre,
cheio de mulheres, consagradas á deusa,
Honte di SanJuilano{ cujo (besouro enriqueciam com o pro-
dueto das suas prostituições.
É hoje um monte, no vaile de Mas-
sara, perto de Drepano, na Itália.
Colónia do antigo Lacio, a 18 kilome-
tros de Roma, da parte de Tivoli. Não
existe.
Í18
NOtf
WiNH
Nomes antigos
Esqailino
Monte de
ibior..
Ethiopia.
Nomes modernes
ObaervaçOat
Era am dos sete principaes montes de
Roma. Serrío Tolio, 6.'' rei de Roma, o
incloía na cidade, edificando n'elle mn
palácio e jardins.
Formava o 5."* bairro de Rema, e se
denominava Região EsquUma, O nome
vem-ihe de cbscuIus, espécie de carva-
lhos.
Etna
Abyssinia
Etroria, ou Tascia
/Grande região da Africa, que compre-
' hendia os paizes boje chamados Nnbia,
Abyssinia, Zang^ebar, Monemngi, Mo-
nomotapa, Cafraria, e Congo.
A actaal Abyssinia, é a Ethiopia pró-
pria; tem S:400 kiiometros de compri-
do, e 1:680 de largo.
Era o império do celebrado Preste
João. O sen imperador intitnla-se ne-
gus. Grande parte do povo d'este vasto
império segne ama religião a qne ai-
gons chamam christan, tao degenerada
e misturada de jadaismo, que nem mes-
mo se podem chamar christâos scisma-
ticos.
Desde a destruição da grande cidade
de Aoíáma, nio ha aqui senão aldeias.
O próprio negus, vive em uma barraca
da campanha.
Todos os habitantes são pretos.
Celebre volcão da Sicília, na costa Occi-
dental do valie de Demona, entre os ca-
bos de Pharo e Pássaro. Tem i8 kiio-
metros de subida, e iOO de circumfe-
, rencia.
I
Í Grande região da Itália, que antigamente
comprehendia todo o território cerc^ido
pelos Apeninos, e que se estendia de
E. a O., desde o rio Tibre até Magra.
Era habitada por dois povos diferen-
tes — os umbrões, ao E. — e os tuscos,
ou tyrrenoSy ao 0. Estes por fim domi-
naram todo o paiz.
Monte-Gibel, ou Mon-
gibello .* ,
Eubéa
Falemo
Feronia
Negroponto
Rocea di MonDrago-
Paiz e monte, na actual Terra de Labor,
entre Sinuessa e Cales. O monte é na
^aíh:L\^ costa marilima, entre os bosques de
ne iiiaua; j Garigliano e do Saona. Os seus vinhos
eram óptimos.
Cidade, nas costais do Lacio, no centro
^aint-nnMtfi íaldeiaJ ^^ P*^^ ^^* faliscos, próxima dos sabi-
bamt-oneste, (ameia) ^ ^^^^ ^ ^^ ^^^^^^ Soracte.
fi hoje uma pequena aldeia, perto do
MOM
NOBC
Í19
Nomes anlift»
liomes modenios
Feronia
Fescennla
Fidenas
FlnniDgia
Formias
FortanaUa ou Âfortii»
nadas
SaiDtOaeste, (aldeia)
Obaenraíçtat
Finlândia
Molla.
Canárias
Frisii
Gabíos
Gaiatas (de Galacia)..
I
HoUanda e Frisa ^ . . .
Campo-Gabio
I
Gtiiaogare
Tibre, no património de S. Pedro.—
Itália.
Também havia a fonte e o templo da
densa Feronia, mas isto era perto de
Terracina — Itália.
Antiga cidade da Toscana, no cantão dos
vulsimioi, cnjas minas se vêem a i:500
metros de Galeão, pequena villa dos
Estados*Eeclesiastico8.
A tragedia e a comedia, devem a sua
origem aos fascennios.
Cidade dos sabinoif no Lacio, entre Crus-
tnmena e Antenas, sobre o Tibre, 5 ki-
iometros acima da embocadura do Te-
verone. Vêem -se as suas minas, perto
do castello Ginbeleo, a iO kilometros
de Roma.
Antiga cidade do Lacio, na costa dos au-
rtMcos. Hoje está reduzida a aldeia,*
perto de Gaêta, na Terra de Labor. Seus
vinhos eram famosos.
Nove ilhas, ao O. de Africa, ficando a
mais próxima a S40 kilometros da costa
africana, no Oceano Atlântico. As qua-
tro principaes são : Canária, (que dá o
nome a todas) Teneriffe, que é a maior,
e onde está o celebre ^mòo do seu nome
— Ilha-dO' Ferro, onde os geographos
franceses estabelecem o seu primeiro
merediano-«e Palmo. Foram desço*
bertas por João Bittencourt (normando)
em lfti7. São muito férteis. Pertencem
á Hespanha. ^
Paizes Baixos.
Antiga cidade do Lacio. As suas minas
estão 28 kilometros a E. de Roma.
Povos da Asia-líenor, descendentes dos
gaullexes, que se tinham estabelecido na
Phrygia, no anuo 477 de Roma, e que
I
1 Segando muitos escriptores, as Canárias, os Açores, Madeira, Porto Santo, e em Por-
tugal, as Berlengas, o Baleai e outros ilhotes, são restos da grande Ilha-Âtlantida, tão fa-
mosa na antiguidade, cujos valles foram alagados por uma terrível erupção do Mar-Ne-
fro, que, abrindo uma passagem pelo estreito de Constantinopola, invadiu o Mediterrâ-
neo, rompeu o actual Estreito de Gibraltar (separando a Africa da Hespanha) e uniu oa
mares de Azof, Negro, Archipelago, Mediterrâneo e Atlântico. Avançam alguns que a Ame*
rica era uma parte da Ilha- Atlântida ; mas então deixava de ser ilha.
2 Em Frisa se inventaram aa machinas de guerra obamadascat^atto^ áe Friio.
i^O
NOM
NOM
Nomes anfifofr
Gaiatas (de Galacía)
Nomes modernos
Cbiangare
lhe deram o nome de Gcdlo-Grecia. Os
gregos lhe chamaram Galada.
Galaeeia Gallua.A8lari?8e Bis- g^^p^^^
Caia .•••«•• •"•)
Franca, Saboya, AUe-
6a] lia (Cisalpina e\ mantia (parte), Pie-
Transalpina— áqatm< monte, Milão, Man
e além dos Alpes)..../ tua (parte), Veneza,
ete.
Gallia-Narboneza
GalUa-Tògata...
Gargano (monte)
Monte de Santo An
gelo
Germânia.
Langnedoc.
Lombardia:
Era nma das mais celebres regiões da
Europa. Comprehendia a França actual,
a Sabuya, e toda a parte da Aiiemanba
e dos Paizes Baixo.", que está ao O. do
Rbeno.
Antes do império de César, estavam
os gauUez H divididos em quasi tantos
estados differi^ntes, quantas erauí aís
suas cidades principaes.
Dividiam-se em ires ordens — nobres,
ou cavalleiroSf di-uidas, e povo.
Os primeiros, faziam a guerra ; os se-
gundos, exerciam o sacerdócio ; os ter
ceiros, cultivavam a terra e exerciam
offlcios medianicos. Estes eram quasi
escravos.
Pasmaram os Alpes, apossando-se d^es-
seâ paizes. a. que os romanos deram o
nome de Galíia-Cisalpina; e desde en
táo se ficou chamando á Gallia própria
— Gallia- Transalpina,
A Gallia Cisalpina, estendia se desde
os Alpes até ao -rio Pó. É huje o Pie
monte, Milão, parte do ducado de Man
tua. Bergamo e Brescia, e Veneza.
É por estas duas grandes divisões
i (Cisalpina e Transalpina) que se dizia
^ Gallias, tratando de Ambas.
Na Gallia-Transalpina.
Idem.
No reino de Nápoles (no Capitanato)
perto de Manfredonia e de Si ponto.
(
Allemanha
Germania-Sarmata ou (Polónia (russa, aos*
Marcomania .( triaca eallemã)....
A antiga Germânia era duas vezes maior
do que a^Alíemauha actual (do Norte ^
do Sul) comprehendendo todo o vasto
território que está entre o Visiula,
o Danúbio^ o Rheno, e o Oceano do
norte.
Os cimbros, os teutões e óa sícambros,
eram povos ferozes da Germânia. Com-
tMteram tenazmente contra os romanos,
porém Mário os venceu, matando mais
de 300:000) Nunca porém os romanos
poderatn sabjngar completamente estas
hordas indómitas.
Vide JMar ootoiosua.
MOM
NOM
iU
kSfli
Nomes antigos
Gelas (paiz dos)
^Nomes modernos
Observações
Gnacia
Eram antigos povos da Scyihia européa,
Provindas DanUbia- ] qae, com os docas, occupa vam as actaaes
nas .' — ) Trandlvania, Moldávia e Yaiaqaía, trí-
( balarias da Porta.
Gkiazl, Nazzi, oti Torrei Pequena cidade da Apalia-Peucetía, a 80
di Anatto. <Terra de] iLiiometros de Bari, sobre a estrada de
Bari) [ Brindes.
íCabcCrio (Vllla da ^^ad^ na am^^^
\ NaislWa á nimbà aA ^stava a famusa estatua de Venas, feita
Gnido \ n.n?nlnia .iS S^^^ POf Praxitdies.
península de Monte.| ^^^.^ ^^^^^ ^.^^^^ ^^ ^^.^^^ ^^ ^^^^
' de Cbypre, mas de pouca importância.
Gaoàso
Grago
Grécia
Antiga cidade, capital da ilha de Greta,
rinoasa I ® ^^ '^^ Minos, lobre o rio Geraso,
uii^uasd. Vhoje Ginosa. Apenas existem as suas
ruínas.
É um monte, com oito cabeços, na an-
Monte deGonnte. . ..{ tiga Lycia, celebre pela fabula da Chi-
mera.
A Grécia antiga, comprehendia o paíz si-
tuado entre a Illyria ; a Mesia ; o Ponto-
Euxino; a Dardania— eos mares, Adriá-
tico, (golfo de Veneza); Jonio, (Arcbipe-
lago Grego; Ilhas Jouias, ou Mar do Le-
vante) e Egôo.
Formava poi.% parte da Grécia, o Epi-
ro ; a Macedónia ; a Thessalia e a Thra-
cia. Mas; a Grécia propriamente dita,
era o paiz situado enire o Epiro e o
mar ionio, ao O , a Thess^alia ao N. ; o
Euripo e o mar Egôo ao E. ; e o Medi-
terrâneo ao S. *
Hoje está restringida à antiga Livadia.
Grécia
1
Guta, e fielleviones... Gothiand
Helicon.
/Monte da antiga Beócia, entre a Phocida
e o Golfo de Goriatho. Era coDS^grHdo
às Musas. Eram aqui as fontes de Hip-
Zàgara, ou Zagaya...{ pocrfn«e^(^am;7pe.É na Livadia actual,
entre Thespia e Bossa.
Perto do Helicon, flca o monte Par-
nosso.
Helvécia ^.iSuia^a
Hemo
Cumanitza
Ainda se diz Confederação Helvética.
Monte da Thracia, onde nasceram Or-
pheu, Lino, Museu e outros poeus.
Hoje faz parte do Ballcan, nas fron-
teiras da BttJgaria.
122
NOM
Nomes antigos
Hesperia
Híbernia, ou leroe . .
Hirri, ou Ecii, oa Os
tiones
Hydaspe
Hymeto ..'.
Hyperboreos
Ibéria
Iverae
Ida....
Ida (outro) . .
Ilio, oa Troía
jlllyria
Nomes modernos
MOM
ObMrraçSis
mmmi
Itália, Hespanhas.
Irlanda (ilha)
Lfvonia, eEstionia...
Havia doas Hesperías — a Magna, oa
Próxima, Qoe era a Itália — e a UUima
que era a Peninsulalberica (Hespa-
nhas).
O nome d'estas regiões vinha do grego
Ueipêrus-QeàdmUe;. porque ficavam a
O. da fireeia.
S^|eiu aos inglézes, formando um dos
Três Reinas britannicos.
Rio da lodia, além do Ganges. Nasce no
monte Ima (fronteiras do Tibet) e lan-
Raví, «a Via { ça-^^e no Indo, entre Multan e Buekor.
Foi o termo das conquistas de Alexan-
dre Magno.
Monte da antiga Attica, cnjo mel era o
melhor da antignidade. È na actual Li«
MonteMeto, ou Lam-l vadia, entre Setines e Cabo-Golumna.
probani ] Ainda hoje o seu mel tem fama de
muito bom, principalmente o da cerca
do mosteiro de Cosbachi.
Povos da antiga Sarmania, que estancea-
KnoaA» oAvitonfi^-nftt^n.) V*™ ^o^"*® ^ Wolga O O Mar-Brauco.
Russos septemncmaes Dava-selhes eíte nome por flcarem
( perto do Boreas. ou polo Artíco.
I
I Havia duas Ibérias. Uma era a Hesp»-
nha actual, assim chamada, do seu rei
Ibero, que Umbem deu o seu nome ao
rio Ibero, hoje Ebro.
I
A outra Ibéria, era uma região da Ásia,
entre o Mar-Negro e o MarCaspio.
Comprehende actualmente os princí-
Parx^nin Ai.sAn»«i ] P^dos de Cardwel e Kaketi. Sobre o rio
GeorgiaOriental \ ^^^ ^^ ç^^ ^^^ ^^^^^^^ ^^j. ^ ^^.^
tal d'este paiz, que é a cidade de Tes
fis, antigamente chamada Acropolis-
\ \ Ibérica.
O mesmo que Hibernia.
A{^;„i. (Monte da antiga Troada, hoje Natolia*
^^^^^^ ( Occidenul.
Monte-Giove
Na ilha de Creta, actual Cândia.
Vide Tróia.
Dalmácia, Croácia e( Região da Europa, que se estendia ao
Bósnia ( longo da cosu septentrional do Adria-
V(M
NOM
m
Nomes antigos
Nomes modernos
IllyrU.
[Dalmada. Croácia ej í^jr^n^SÍ^^nirÍNSTa
Víndelícia.
loniâ
Ithaca
Sarchan (N^olia) . .
Vai diCompari
^J^T^.°".^!ÍPaleocori
Lanavio
Lapíthas.
Lartesa
•
Era primeiramente um paiz da Grécia,
depois, passou a ser uma região da
Âsía-Menor, porque ama colónia de io-
nios-gregos se foi ali estak>elecer. As
suas principaes cidades, eram — Mileto,
Epbeso, Smyrna, Golophonia, Lebeda,
Ery thréa e Glazomenas. Smyrna e Ephe*
so, são ainda cidades muito importan-
tes.
Pequena ilha, ao sair do golfo de Le-
panto, entre a ilha de Gorfa e as cos-
tas da Albania-Meridíonal. Fazia parte
dos estados de Ulysses.
Capital da antiga Laconia, no Pelopone-
so, sobre o rio Euptas (o Yisilipotamo
actual).
Estendia se desde o cabo Matapan,
sobre os golfos de Golochina e de Na-
poli.
As suas ruinas ainda se vêem a 9
kiiometros de Misitra, que é o nome
actnal da capital da Zachania, provincia
daMoróa.
Os venezianos se apossaram d^ella,
em 1687 ; mas os turcos lb*a retoma-
ram, com a Moréa, em 1715.
Ainda se cbama Laconia, á parte me*
ridíonal da Zachania, e ao paiz dos ma-
gnetes.
! Antiga cidade da Itália, a 4& kiiometros
de Roma, perto da ViaAppia, no paiz
dos latinos.
l
Povos da Antiga Tbessalía, que habita-
vam ao pé de Larissa, e do monte
Janniwrnq ) ^^Y^PO- Diz se que foran os primeiros
4<ftuui9diM9 \ q^g domesticaram e domaram os ca-
vallos. É hoje a provincia de Janna, na
Turquia da Europa.
Era uma cidade dos pelasgios, sobre o
Penes, na Thessalia. Era a capital dos
estados d'Achilles.
Havia na Grécia mais três cidades
Larsa, ou Lariz2a, em / d'este nome.
I Janna \ Uma na Macedónia, sobre o golfo
Pelasgo.
Outra, perto do Monte Ossa.
Outra, perto de Elea, no Peloponeso.
Doestas» apenas restam vestígios.
m
NOM
me»
Nomes Mitigoft
Latiam (Lacio)
Lesbos
Lestrigoes.
Lytxia
Nomes modernos
Observa^^
Itália
Metelim
Italianos.
Zaarab, Negrieia, Gui
uó Bileidugerid, e
luda aBarberia —
Lybia-Inferior oa Gfe- Uileldugerid
lalia
Libornia
Liris
Croácia e Dalmacia-
Occidental
Garígtiano
Lacania
Basílica ta ; a parte me-
ridional do princi-
pado, e parte da Ca-
lábria
O Lacio, era orna regia» da Itália, qne
se dividia em Antigo e Moderno Lacio.
O Antigo Lado é boje a Campania de
Roma. Comprebendia os latiuos, os
eqaos, os bernicos, os ratnlos, e os
volscos, desde o Tibre até Terraciua.
O Novo-Lacio, era a Terra de Labor,
e estendia-se, desde Terracioa até ao
monte Massico, além do Liris, e com-
\ prebendia os aurancos e os ausõe?.
liba do arcbipelago Jónico, na actual Na<
tolia. Sna capitai era a cidade de Mity-
Iene, boje Metelin, qne é também o no-
me actoal da iiba. E celebre por ser a
pátria da famosa poetisa, Sapho.
Povos da Sicília que se estabeleceram
na^ costas da Campania, e ali faudaram
a cidade de Lestrigon. Era sen cbefe
Lamo. lovadiodo os lacoaios este patz,
pozeram á cidade o nome de Formas.
Segando os escriptores romanos, a Ly-
bia era a parte da Africa septentrionãl,
liaiitada ao B. pelo Egypto ; ao O. peio
reino de Tripoli; ao & pela Etbtopiae
pela Núbia; e ao N. pelo mar.
A Lybia fornecia aos romanos 40:000
moios de trigo annaalmente.
Ao mar da Lybia se ebama boje, mar
da Barca.
Fazia parte da lllyria, e estendia se pelo
golpbo de Veneza (mar Adriático) entre
a Istria e a Dalmácia.
Os hbarnios serviam-se de pequenas
embarcações, muito ligeiras, e^ d*isso
veiu o nome de libumas a todos os va-
sos da mesma construcção.
Nasce nos Abbrazzos, e morre no mar
da Toscana, à ponta do golpbo de Gaeta.
Atravessa o território que foi paiz dos
bernicos, dos volscos, e dos ausonios.
Itália.
Era uma região da Itália- Meridional en-
tre o mar da Toscana e o golpbo de Ta-
rento, no actual reino de Nápoles.
I
Lacania
I
Monte Librettí
^ Lucretil jMarMorto
Monte de Sabina, no cantão de Banda -
sia, perto de Carreso.
Nas costas da Campania, entre o Cabo
NOM
NOM
iâs
Nomes antigos
Lncretil
Lusitânia
Lntecia i
Lycia
Nomes modernos
Observações
Mar-Morto
I
Portugal
Paris
Aldínia (Natolia meri<
dional
Lydia
Miseno e as eidadef^ de Baias e Pazzoll,
ao fando do golpho Tyrrheno. Gommu-
nicava com o lago A ver no, por uno ca-
nal que mandou abrir o imperador
Agrippa.
Um terremoto o arrasou totalmente
em 1538, e abysmou a cidade de Baías.
No sitio onde existiu este monte, se vé
hoje uma lagoa lodosa — o tal Mar-
Morto.
A antiga Lusitânia comprehendia o reino
de Galliza, a província do Minho, com
os limites que tinha ató 1834, e a maior
parte da província de Traz os Montes;
mas esta divisão soíTreu algumas alte-
rações darante o império romano, e de-
pois, no tempo dos godos. Para evitar
repetições, vide Braga, no logar com-
petente, e Lusitânia e Portugal no 4.*
volume.
Capital da França.
'Rpgiao sobre a costa meridional da Ásia-
Menor, entre a Caria e a Grande-Phry-
gia; a Pisidia e a Pampbilia.
A sua capital era a cidade de Patara,
famosa pelos oráculos que ahi dava
Apollo, segundo criam os idolatras.
Penigia
Macedónia
Roumania
Península de Janna ^
Era uma região da A8ia-M«*nor, que se
estendia ao longo do Caístro (hoje o
Pequeno Madre) econflnava com aPhry-
gia. Caria, lonia e Eólia. (Vide Etríi-
ria).
>Uma parte da Grécia, que comprehendia
a Thessalia, o Epiro (ou Albânia) e a
Thracia.
Todo este pafz forma a Roumania
actual, codi as suas quatro províncias,
Sue são (prÍDCi|)íando ao N. e terminan-
oao S.) Jamboli,Macedoniapropria, Co-
menolitari e Janna.
Este paiz termina pplo 0. com o Mar-
i Adriático (Golfo de Veneza) e pelo E.
^ com o Mar-Egeu.
Província actual da Thessalía, que se es-
1 Lutecia, segundo muitos etymologistas, é uma palavra (composta), gaulleza««que si-
gnifica cidade da lama. Os romanos lhe chamaram depois Parisonim.
2 Quasi no centro da extremidade occidental da península de Peniche, ha uma pe-
quena abra, chamada Canteiro de Joanna. Ê provável que os thessaiios, que invadiram a
Lusitânia com os romanos, vendo a similhança d*esta península com a sua de Janna^
m
NOM
NOM
Nomes antigos
Hagnesia
Bfanapií, Tongrii
Mar Adriático.
Mar Garpacio
Nomes modernos
Observações
Peninsola de Janna
Barbante Austriaeo...
Golpho de Veneza ..
tendia entr^os golfos Thermaieo e Pe-
lasgieo, desde o monte Ossa até a em-
bocadura do Ampliiso. É hoje orna pe-
nínsula de Janna, entre os golfos de Sa
lonica e Yolo. A sua capital, também
chamada Magnesia, na Asia-Menor, está
fundada sobre o rio Meandro, e tem
hoje o nome de Gnzerlitza.
A parte do Mediterrâneo que está entre
a Itália, a Grécia e a Illyria. O nome
provinha* lhe da cidade de Adria, que
ainda existe, reduzida a uma povoação
insignificante.
Mar Gaspio, ou Hirca-
nio
Mar Gaspio. Tambeml
èechkmsL Mar de Sa-
lOj de Bachu, de Chi-
Icínk, e de Tabaristan.i
Marcomania
fk ««**^ Ar. t««^ ««/.|É * P*rto do Mediterranio que l>anlia
flPa iStrl n MoHi?Jt Scarpeuto (Garpathus), ilha na extre-
?o^.n i'n x^fi^ll midide do Archipelago Grego (Mar Jo-
«f?ltí ^^^ nico, ou do Levante) entre Rbodes e
«^^^^'^ f Gandia.
Grande lago, na Aaia. Estende-se do N.
a S., entre a Grande-Russia, a Tartaria,
a Pérsia e a Turquia asiática. Nao tem
eommiUiioaçSo alguma (apparente) com
outro qualquer mar. Tem 3:000 kilo-
metros de N. a S.
É tempestuoso e nao tem portos onde
os navios possaM estar em segurança.
Também se chama Germania-Sarmata.
Esta heróica e infeliz naçào, foi por
muitos séculos a guarda-avançada da
Europa, que por centenares de vezes
livrou das invasões assoladoras das hor-
das barbaras asiáticas. Seus generosos
peitos, mais ainda que os rochedos de
suas montanhas, eram um dique per-
manente contra os sanguinários filhos
d'Agar.
Esquecidas d'isto, a Rússia, a Áustria
e a Prússia, depois de muitos annos de
combates homéricos» e quando as cida-
des polacas estavam reduzidas a mon-
tões de ruinas e seus campos e bosques
devastados, se apoderaram da Polónia,
retalhando-a e dividindo-a pelos usar-
padores.
O resto da Europa, viu com a maior
ingratidão e de braços cruzados, estas
horríveis partilhas.
Polónia.
lhe pozessem o mesmo nome» que facilmente se corrompia (em portuguez)
Joanna.
NOli
NOM
127
Nomes antitfiM
Hareomania.
Mar de Creta
Mar deMàrmora e, ain-
da mais antígo—Pro-
pofUis
Mar deMyrtos.
Nomes modernos
Polónia.
Observações
I
Nem seqaer o Sammo Pontífice se
lembrou de qae era am reino catholico
qae ia eair nas garras de scismaticos e
protestantes !
IEstende-se ao N., para o Mar Egea e a
Moréa — ao E., para a ilba de Rbodes
— ao S., para a Africa — e ao O., para
a Itália.
I Grande golpbo que separa a Earopa da
Ásia, entre o Estreito de GaUipoli (o an-
tigo Hellesponto) e o Mar-Negro (antigo
Ponto-Euxino). Vide Mar-Negro.
Era uma parte do Mar-Egeo. Tomou o
seu nome, da pequena ilha de Myrtos,
que está na ponta meridional de Negre-
Parte do Archipelago I ponto (antiga liha-Eubéa).
Grego .\ A ilba de Myrtos, tomou o seu nome
de Myrtóo ou MyriUo, cocbeiro de Oeno-
máo, rei da Arcádia, ao qual Pelops pre-
cipitou n'este mar.
I
Mar Egeu.
Arebipelago Grego —
Mar do Levante
É a parte do Mediterrâneo que se esten-
de entre a Asia-Menor (Natolía) ao £.;
aThracia (Roumania) aoN.; a Macedó-
nia, a Grécia e o Peloponeso (Moréa) ao
O.; e a ilha de Creta (Cândia) ao Sul.
É cbeio de ilbas, sendo as principaes,
para o lado da Ásia— Samos, Seio, Les-
bos ouMetelim, Tenedos, e Cós— e para
o lado da Europa — Eubéa (Negreponto)
Seyros, as GycliKlas^ Anèros, Paros, Na-
,xos, Delos, ete.
Egeum ó um adjectivo grego, que si-
gnifica tempestuoso, procelloso, etc. —
porque, ao menor vento, as suas aguas
se agitam furiosamente, o que torna a
navegação d'este mar plerigosissima.
Mar Icario.
Mar Jonio
Mar-Negro ou Ponto*
Euxino •..
É a parte do Mediterrâneo que se esten-
de entre as ilhas de Nícari, Samos, e
Parte do Archipelago] Cós, e o continente da Natolia.
Grego \ É cheio de ilhas e rochedos. Tomou
este nome por n'elle se afogar ícaro, fi-
lho de Dédalo.
IdeuL
Mar Negro
Estende-se entre o Peloponeso, a Itália
e a Sicilia, tendo o Mar lapygio ao N.;
o Mar-de-Creta ao E.; o Mar-das-Syrtes
ao Si; e o Mar da Skília ao O.
É um ffrande la go, prolongamento dos ma ■
res Mediterrâneo e lonico. entre a Tarta-
ria e a Circacia, ao N.; a Geórgia ao £.; a
Natolia ao S.; e a Turquia Européa ao O.
I
128
NOM
N(M
Nomes antigos
Mar Npgro ou Ponto-
Euxioo
Mar Thyreno.
Nomes modernos
Mar «Negro.
Observasses
Mar-Yermelho,
Eryihreu
OQ
Communica com o Mar ào Mármora
(antigo Propontis) pelo estreito de Gons-
tantinopola, ao Sui, e com o Mar de Za-
bache (Lagoa Meotis) pelo estreito de
Gaffa (Bosphoro Cimmerio) ao Norte.
/É a parte do Meâiterranpo em qne está
a Toscana, o Estado da Egreja, o reino
de Nápoles, e as ilhas de Sícilia, Corfa
e Sardenha — isto é — desde a emboca-
dura do Amo até áSi(*Jlía. Chamava-se
Tkf^,. An T^ai.on» / Mar'Inf€ri<n'^ para o distinguir do Gol-
Mar aa loscana \ pho Adriático, que se chamava JífarSti-
perior.
Dea-se-lhe o nome de Mar Tyrheno,
que era o de um Glho de Aiys, r^i da
Lydia, fundador d'uma colónia na Eira-
ria.
•Grande golpbo do Oceano meridional.
I
Miréa.
Maricá
Mar-Vermelho, ouGoI-
pho da Arábia.
• •
que separa a Ásia da Africa, e se met-
te em Ormuz, entre as costas de Abech,
Egypto e Arábia. Tem 2:400 kilometros
de comprido, desde o estreito de Bab-el-
M;indel, até ao isthmo d*". Sué^z, que por
espaço de 300 kilometros une a Asía
com a Africa.
O seu antigo nome (Erythreu) segun-
do uns, vem-lhe do rei Erythreu, e se
gundo outros, é adjectivo grego, que si-
gnifica vermelho. Deve a côr que lhe dà
o nome, a uma espécie d'alga -marinha,
de côr enoaraada.
Segundo o Antigo Testamento, os is-
raelitas o passaram a pé enxuto, quan-
do fugiram do Egypto.
É famo<<o era nos»os dias, pela obra
mais gigantesca que se tem effectuado
no século XIX — o Canal de Suez — que
une o Oceano Atlântico e o Mediterrâ-
neo com o Mar das índias, ou Oceano
Oriental. O isthmo de Suez, é também
atravessado por um caminho de. ferro,
construído antes do Ganal, e para ser-
viço d'elle.
Ha outro Mar- Vermelho na America
Gentral, chamado mais vulgarmente —
Golpho da Califórnia— É no Mar Paci-
fico, ou Grande Oceano do Sul.
Cidade e laçrôa perto de Alexandria. O
Lago di Bachi8ra:...{ vinho do spu território era excellente.
A cidade já não existe, e só a lagoa.
Circe, a celebre feiticeira, foi rainha dVs-
Campania marítima. .{ te paiz. Foi esta circumstancia que lhe
deu o nome (ao paiz), porque a Circe,
MOIf
NOM
129
Nomes uiligOB
Mâríea
Nomes modernos
Campania marilima. .
mmr
ObaerYaçòes
Maraos
Hasaagetas, ou Messa-
geiaa.
HsQfiuaiia.
MaariUDa Tingitana. .
Dacado de Marai •
depois de morta, cbamaram Maricá, Ha»
via outra deusa Marka, mulher de Fhu-
no.
No Novo«Laciò, sobre o Líris, e per-
lo de HiotursMv bavia o iago Maricá.
. Os marsos eram povos italianos, que es-
' lanceavam em redor do lago Pucino (bo-
je iago Gelano) entre os pelignos, lati-
nos, sabinos, e veltínos. A melhor infan-
teria romana era a d'esta região, que
também abundava em javalis.
Hoje faz parte dos Abruzzos septen-
triooa<*Sy no reine de Nápoles.
Os marsos nlo gosavam o direito de
cidadãos romanos^ e estavam muito so-
brecarregados de tributos; pelo que, ao
aoQO 663 de Roma (90 antes de J. C),
aliiando-se com os seus vi^tiuhos (os po-
vos jà ditos), declararam guerra aos ro-
manos. Deu-se a esta guerra o nome de
itálica, ou dos alliados. Nos primeiros
dois annos, os romaoos perderam duas
grandes batalhas e dois cônsules; mas
no terceiro, foram os alliados derrota-
dos por Gabinio e por Lúcio Syila, e a
guerra terminou.
\
pai> H/M i^&hoM mi\^'*^^ "• scyihas, visínbos e alhados dos
rira«Am "^^' { parthos. EsUDceavam entre o mar Cas-
^^*'**^*"' ' pio e a Tartaria independente.
Sitio da <;osta, entre Mintumos e (]ales.
Ifonte de I>ragone, ou) Seus viobos eram muito afamados.
Moote Massico
B na actual Terra de Labor, na Itália
Meridional.
I
Grande região da Africa, que comprehen-
AAj-hprú ) ^*^ ^^^^ ^ P^^^® Occidental da Barberia,
narneru. .......... .^ ^^^^ ^ j^^j^ ^^ reinos de Tremessem,
Teneza, Alger, Bugia, Fez, e Marrocos.
Medo (rio)
fokmii VI
Marrocos Africa.
A antiga Média, era uma região da Ásia,
limitada ao E. pela Parthia e a Hyrca-
nia — ao S. pela Snziana — ao O. pela
grande-Armenia e pela Assyria — e ao
N. pelo mar Caj^pio.
V T wx * :l\ \ (Js Dersas veoeeram os medos— e os
l^^Soíífk^f *"^^ ^ ®1 partho7se fizeram em fim senhores dos
persas. Assim, no tempo do imperador
Augusto, aos parthos se dava vulgar-
mente o nome de persas e medos. (Vi-
de Ancora.)
Este rio separava os dois impérios (ro-
8
Shirvan, Gílan, uma
parte de Irac-Agem
(ou Irac-Pe
o Esterabat
Euphrales
i30
N(M
mu
Hido (rio) . ,
Uelili
Enphrsim . .
H^U
mano e parlho). — Na aDliga Média ha
Umbem o rio Hédo, qne w lan^a no la-
go Arax«. (Vide Ancora.)
Ilha do HediteiraBeo. (Vide Crato.)
Foi-a amiga eapital do Egypto, e estAV^
edificada sobre a margem occídeaUl do
Nylo, maito acima da poau onde este
rio se separa em dois braços, Tiirmando
o a qQS S6 chama Delia. Aa famosaa pj/-
ramidei, ficavam próximas a esta cida-
de. Houve n'ella um samptoosissimo
templo, dedica(|o a Venns.
Uemçhis era nma cidade florescente
e magnifica, o qne aioda hoje attestam
as suas imponentes ruínas e aigmtms
casas, que se estendam ai^ defronte da
antiga tídade do Cairo. As pyramides
ainda se aJdmiram, nmas bem conserva-
das, outras redoiidas a monides de ti-
jolos e entalho.
Região da Ásia.
Rio da Umbria (dacado de Urbino). NaS'
ce nas Tronteiras da Toscana para a víl-
ia de Botgo-di-San-Sepnlchro, e, sabin-
do dos Appenínos, passa peta vUla àn
Urbanca, e recebendo depois o Candi«-
no, corre perlo de Fossombrona e se
vae lançar no golpbo de Veneza, a 8 ki-
lometros de Fano.
Nas margens d'este rio foi Asdrnbal
(célebre general canbaginei) desbara-
tado e morto pelos romasos, commaa-
dados por Cláudio Nerào e Livio Sali-
nator.
Ainda havia dois rios d'es(e unte, nm
luiia— um aa Calábria, e outro na Sí-
\ cilia.
ICidade marítima da lonia asiática, sobre
I o rio Lyco, a 120 kilomelros de Smyr-
) na, a 60 dEpheso, e a Í8 da embocadu-
ra do Heaodro (boje Hadre).
Esta cidade era ramosa pela finura e
1 bellas cdres dos estofos de )an que aqui
I se fabricavam. Eetã em raioas, reslMi'
\ do apenas algumas casas de pé.
[Era ama cidade, fundada na eitremidk'
t de do Lacio, perto da Campauia. Cré-M
Trajello? j qne é a actual cidade de Trajecto, na pro-
víncia de Labor, a 4 kilsraetros da gol-
pbe de fiaeta.
Palaischia (aldeia) . .
N6M
mu
m
Nomes antigos
Nomes modernos
Miseno (òabo)
Mitylene (a antiga Les-
bos)
Mona, ou Monaeda- • •
MoDa-Ia^ula
Ms^&as
Mygdonia.
Mysia (da Ásia).
Mydia (daEnropa).
Nápoles, onParteiiope
óbserya{9es
•AM.
Honte-Miseno
Ifetelim
Í Monte, na antiga Campania (Itália), que
termina ao O. do golpho de Puiczoli.
Virgílio deriva este nome, de Miseno
(célebre trombeteiro de £nóas), qae foi
aqni sepultado.
Ilha do Archipelago grego.
nha.dejfai^,
Ânglesey
Agios-Âdríanaf*.
■:|
I I
Cidade da antiga Argolida, a 36 kilome-
tros d'Arg09. £ra consagrada a Juno.
Cré-se que è a actual AgiosAdriana.
Era uma parte da Pbrygia, a que os myg-
dões (povos da Macedónia) deram o seu
Parte 4o Germian, e] nome. Foi n*estepaiz que reinou aquel-
de Sareum { le Midoi, tao famoso pela sua avareza,
como pela sua opulência. É na AsiaMe*
nor.
A parte occidental da Asia-Menor, que
Nainlia irnwtÁi l ) ^ estendia entre Propontis, Pbrygia,
wawua iparie> * . f * . . j ^^^^^ ^^-^^^ ^ ^ ^^^^j^ oriental do mon-
te Ida.
Sppvia. A Rnlffaria ) Região que se estendia entre o Danúbio,
bervia, e Buigana . . .| p^^j^^^ ^ Thracia. (Europa.)
Antiga, bella e grande cidade de Italta,
na Terra de Labqr, sobre o pequeno rio
•Poraetlo (o antigo Sebethus) e sobre um
pequeno golpho, que a banna pelo Sul.
£' ^ capital do remo de Nápoles, hoje
encorporado no de Itália. Suas egrejas
são sumptuosíssimas, e seus ares sem-
pre puros; mas as ruas são pouco iim-
Nápoles ..>.... V. i. . •( Tem quatro ciAadellas, e os castelios
— Novo, do Ovo ^de S, Telmo; e a tor-
re dos Carmelitaá^,
O seu nome, é corrupção de Neap>
les, que sigcúdca nova cidade ^oa para
a distinguir da açliga Paleopolis,'que é
pouco distante, oi (segundo outros) por-
que ella foi reedlBcada por Hercules.
Ainda outros ditem que foi Phalario,
tyranno da Sicil^ que a reedificou e
(
\
*
i 1 Disputando um piemontez com um napolitano, sobre a primazia das suas capitães!
diflse aquelle: — tOh, homem 1 não me falle em Nápoles, onde nãc^ ha sitio em que se pol
Ilha um pé, sem ser em immunâiele>»-*^irètrucou-lhe o outro:— «Sim ti Mas o ^ de ^«
poh», é eternamente azul e transparente.» --Diz o piemontez:-*-^4Ê verdade; mas é,porqac|
wssfts o não podem sDjar^coni^^sco % pontas de cigarros.»
139
MOM
NOS
Nápoles, onParteiMpe Nspoles.
Nationes-Gdrmanica. .
Nnnridta, ou Aftlea-
ABtviera. dâtde olnn,
qusi tota « AnsMa,
En o aotigo império germioico, qae bo-
je eslã dividido em imperío da Aasiria
(AUemaoha do Sai) e império prtusu-
DO (AUeiBMktu do Norti;).
umu luAu da AbyssíDía (Eiiiiopis Su
perior) ãumtdu Secut. d» ilio do ohid-
leDeogia — e em uma prOTiocia do rei-
no de Goyani, chamada Sabala uu Sa
cakaia. Os geographos modernos porém
duem qau a sua origem é muito mú
remota, e qae o engano dos antigos pro
eede do rio se submeta ir por espaço de
mnitae Isgoas, «indo surgir oode eslea
(os aniigoe) indicavam a sua origem.
Algniu viajantes modernos, teem pre-
lendid« acbar a nascente do Nilo; nus
parece ainda ningaena a descobriu.
Depois de ter recebido as sguas de
muitos rios, lagos e ribeiros, <l«xa a
Abyssinía k sn» direita, atravessa o Se-
natiar e a Núbia, e luva a sua uorreuie
poderosa e (eriilisadora ao Egypto, que
manda regnlarmente, desde jimho até
setembro, n vem desaguar, por sete bâc-
, cat, no Uediterraneo.
Era o pait dos gaulezes- tauriscos. Sn& ca
Sital era Noreia, que hoje se jnlga ser
eumarck. — Foi multo célebre pelas
soas ricas minas de óptimo tetto.
/Anliga ddftde da Península- Ibérica, na
1 Hespaoba Tarraconeu, situada a B. do
I rio Douro. Resistiu oito annos aos roma-
L ao$; poréM, no anoo 611 de Roma (14
I annos depois da destruído de Canliago)
I Toi occapada e destruída por Scipiào
1 Emiliano.
f Seas babliantef, quiseram antes ma-
' '\ tarem-se reciprocamente a ferro, fogo e
I veneno, do qae rendur-se aos veacedu-
1 res.
I Véem-se ainda a» snas ruínas, a6 ki-
I lometros de Sória (Castuila Septentrio-
I nal) em ura logar cttamado-PumJtf-Ga-
I rai, a 16 kilomelros da^i rronieii:'as du
l An^o.
!Br4 uma parte da Libya, sobre a co^u
Mpleuriout da Africa. Es^uidia-ae de
H. I S, «Ufe « Maariluia, m O. — e a
NOM
mu
133
Nomes antigos
Nomes modernos
ObseryaçSes
Nnmidis, ou Africa- (
Própria
Olympía
Olympo
Qrfcnm.
Tarqnia, ete.
Loúganico (vitla) . . . .
Bisacena, ao E.— É hoje uma parte da
Barbaria, qae eomprebende, pouco mais
ou menos, Tunes. Alger e parte dos de-
sertos de Biledulgerid.
Era nma cidade da Elida, no Pelopone-
so, famosa pelos jogos que n^lla se ce-
lebravam — por isso chamados olimpi-
COS. 1 Está soore o Alphen, na província
de Belvedere, na Moréa.
Orso
03C0S.
Palatino (monte)
Panonia EsdavMia
Monte da Tbessalia, á ponta de Magnesia,
que separava a Tbessalia da Macedónia.
pptM« /arM*u\ J Nole-se que em geral os gregos da {
feiras (urecia; \ vam t) nome de Olympo a todos os altosl
montes da Grécia, da Asía-Menor, e da
Pancbaia.
r
Porto do antigo Epiro septoatrional, em'
frente das costas da Apúlia. Foi edifi!
eado pelos colchidos, em uma pequena;
ilba, qtte depois se uniu ao continente/
Eram povos da Gampania, nos confins,
do Lacio e de Samnio. Seus costumes*
eram tão corrompidos como a sua lin-
guagem. (Itália.)
i
Upoa das sete antiffas coltinas sobre que
Roma estava edificada. Augusto tinha
n*elle o seu palácio, e fez edificar alli
um lemple a ApoUo.
De Palatino vem chamar-se pakUhm
(palácio) à casa de residência de um
príncipe, e palatinos aos nobres que ha-
bitam nos paços reaes. (Vide Palácio^
no logar competente.)
Palatino
I
1 Os jogos olímpicos eelebravam-se no fim de cada quatro annos, em honra de Jnpitet;
e por f<i^ ao espaço de quatf o annos chamavam os gregos olimpiada. Nao eram mesnlo
na cidade, mas em um dos seus arrabaidíss. Duravam cinco dias, principiando e termi-
nando por solemnes sacrificíos aos deuses mythologicoa.
N*este8 jogos se disiiúgniam cínce» espiidfes de combates — 1.*, K>Carreira; prímeiro a
depois em carros — !•, o Salto — 3.\ a Barra •^^/', a Lucta, coh>o a corpo — 5.*, o
igilato, ou Esgrima, umas vezes a punho, outras com as mãos araadas com uma esp
de manopla <^hamada eéstò, que èra como uma luva de couro, arlnada de chumbo.
Os vencedores eram coroados de folhas de zambujeiro; levan^avam-selhes estatuas, le
(inham o primeiro logar nestas asf^embléas, e toda a sua vida eram sustentados á custa
da nacSo. O cavallo das corridas tinha a sua coroa, como o cavalleiro, e entrava nos enc4-
mios dos poetas.
Estes jogos foram primitivamente institnidos pelo rei Iphito; «ias, cahindo em desusk»
foram restabelecidos por Hercules, depois -^a derrota de Augias, rei d'Elida, Vk annos ai-
«es da conquista de Tróia. Foram abolidos no anuo 440 de J.-G.-r- Desde esta ultima data»
nunca mais se contou por oltmpiaêa^, - ' '
134
wm
NOM
^^^■P^iP^w
Nomes ADligoi
Nomes modernos
Observsções
•I
Papbos
Pàros
I
PartéDope.
Baílb
Paro.
Nápoles.
Paribos.
^0 paiz 4lo3 parthos
(Panbia) é hoje o Co-
ração Occidental, o
MaaaaderaD (oii Ta-
baristan) o GhilaD, e
uma parte do Irac-
Agem..
Pelignos.
Pelion.
Pelopooeso.
Pergamo.
Pérsia.
Parte dos Âbrtizzos
Meridionaes
Laca
Horéa
Tróia.
Pérsia
Era ama cidade da ilha de Gypre, con-
sagrada á densa Veans. A actuai cida-
de de Baffo, nãoé propriamente a an
tiga Paphos, mas está edificada com os
sens materiaes e próximo dos restos da
primitiva, qne ainda se divisam.
Uma das ilhas Çvclades, no Archipelago-
Grego, ao O. de Naxía. O sen bellissl-
mo mármore branco era justamente fa-
moso, e d*elle fizeram chefes d'obra os'
escniptores célebres da antiguidade.
Cidade da Itália. Vide Nápoles.
Povos vindos da Scythia, os quaes, de-
pois de terem domado os persas, occupa-.
ram nm grande paiz da Ásia, que com-
prebendia aParthia própria, a Hírcanta,
e a Márgiana.
Este pais ficava entre a Média, a Pér-
sia própria^ a Baclriana e o mar Caspio.
O impeno dos parthos principiou 350
annos antes de J.-C, e durou 478 annos.
sob o dominio de 29 reis, o primeiro do>
quaes foi Arsaces, e o ultimo, Artatut-
no IV, que foi vencido por Artaxerxe^,
rei da Pérsia, no anno 228 de J.-G. Vi
de Pérsia.
Tovos de Samnio, habitantes do paiz de
qne Sulmona (pátria do grande poeu
Ovidio) era a capital.
Este paiz, está entre Pescara e o San
gro, no reino de Nápoles.
Monjte da Thessalla. Separava a Macedó-
nia daPtlasgiotida. — Hoje separa Vé-
via de lanna.
Grécia.
Era, propriamente fatiando, a fortaleza
der Tróia. Dava*se também geralmente
o nome de PergamOy ou Pergama a to-
Qas as torre:! da cidade e a esta mesmo.
Vide TroiQé
Grande região da Ásia, dividida antiga-
mente em geral e mrticular. A Pérsia
Gera], comprehendia a Média, a fíirca*
nia^ a Sasiaaa, a Parthia, a Arta, a Per-
sida, a Carmania, e a Draugiaiia. A saa
capitai era Persepolis, que Alexandre
Magoo reduziu a cinzas.
O império dos amigos perw^ auoee
deu aodos modos.
I
I
MOM
DCOM
135
Nomes antigos
'••"
it
ri
Pérsia^
Pheaeíos, pa pheaces. Gorfaitas
Nomes modernos
^Observações
Pérsia 1
i I
\
Ptàilipposi
A Pérsia Panienlar (a própria) era
aqaelia grande região meridional do
império persa, limitado ao E,, peia Ária
— ao N., pela Parthia e pela Média— ao
O., pela Assyria-^e ào S., pelo mar das
índias e pelo Golfo Pérsico, que a sepa-
ra da Arábia.
Comprebeodia três grandes circum
scripções on provindas — i.% as duas
Garamacias (boje Kirman) ao E. — 2 %
a Snsiana e o Ghusistan, ao O. — 3.*, a
Pérsia própria, entre a 1.* e 2.', que é
o a que boje cbamam Fars, ou Farses-
tan, cuja capital é agora Scbiras.
Mas a Pérsia actual é entre a Gireas-
sia e o mar Gaspio, ao N. — os estados
do Mogol, ao E.— e a Turqnia-Âsiatiea
(que vem a ser a Geórgia, a Tnrcoma*
nia, e a Arábia deserta) ao O. — e o gol
fo Pérsico, com uma narte do mar das
Indfas, ao S. — Actualmente, a capital
da Pérsia, é Hispaban.
O rei da Pérsia se denomina ichah, >
Antigamente diziase mais vulgarmente
sophy (soufi). derivado da voz persa
sauafi^ que sfgtiiflca — vestido de lan. ^
Antes de se intitularem sopbis, se in-
titulavam xeques. O xeque, Ismael, foi
o primeiro soberano da Pérsia que se
denominou sopbi, e seus descendentes
Ibe seguiram o exemplo.
Dava-se este nome antigamente aos ha-
bitantes da ilba de Gorfú, perto das cos
tas da Albânia. Foi seu rei, Alcinoo. Pas^
savam a sua vida em orgias, sensualida-
des, e toda a casta de prazeres.
Gidade da Phteotida (provmcia da Tbes-
salla) sobre o golfo Pelasgico, e perto
de Pfaarsalia. Ghamou-se primeiramente
Thebw-Phlioticae; mas. tendo a Philip-
pe de Macedónia (pae de Alexandre Ma-
gno) feito reedificar, a cbamou do seu
nome, Thebaê-PhiUppi,
Já nao existe.
Na Macedónia havia outra cidade tam-
bém chamada Philippos^ da qual não ha
vestígios.
1 O châi planta aromática bem eoiAecida hoje em quasí todo o mundo, toma o seu no-
me, do Schah da Pérsia*- como quem diz — herva do rei, ou dífcna de um rei; mas na
Asia« dá-se-lhe geralmente o nome de thé, t assim lhe chamam (mais propriamente do que
06 portnguezes) os he^panhoes, fraocezes e outras muitas nações. Só os portoguezes — que>
efi saiba ^^ lhe chamam chá,
2 Na Pérsia, veítida de km^ denola, aabio, religioso.
i36
mu
NOM
Nomes antigos
Phocéa.
Nomes modernos
Fogía-Vecehia — sobre
Observasses
Era a nltima cidade da lonia, para a p^r-
te da Eólia, sobre n Arebipelago Grego.
Os pboedos, desanimados páas ooatí
nnas gaerras que lhes faziam os persas,
abandonaram muitos a sna cidade, no
anno 164 de Roma, e o resto, no anno
210. Qaando partiram os nltimos, lan-
as costas da Pequena "i: J^.rr.^*^ „«. ^^^ Áata^ Im
Ai/)in* />«*». A »i/»y çaram ao mar uma maça ae ferro, em
dê Kiâi e o golf. ™1 ^"^' J"™?» "*" ««""r * «» P»«ri?.
Sanderli
Phrygia
Picennia
Ptcenno
PieU.
Piodo
I
senão quando a maça viesse á flor da
agua.
Os pboeéos se espalharam pela Ea-
ropa, vindo estabelecer-se em algnmas
ilhas da Itália, e sobre as costas da La-
conia, de Licruria, de Provença, do Lan-
guedoc, <lo Rossilbào, e da GataHittlia.
/Era uma região da Asia-Menor, chama-
da outr^ora Bartxarla, que se dividia em
líatòr e If mor.
A Phrygia-Malor, estava entre a Bi-
thynia, a Galacia, a Caria, a Lydia, a
Mysia, e a Phrygia-Menor. É boje uma
parte do Germian.
Germian e Sarenm I ^ Phrygia-Menor, era sobre as froD-
uermian, e barcum...^ ^^^ ^^ Prepontide, do Hellesponto, e
do mar Egeu (Mar de Márroora) do Es-
treito de Gallipoli, e do Archipelago
Grego.
Também se chamava Troada^ por ser
Tróia a sua capital. £ por isto que tam-
bém se denominam phrygios os troia-
nos.
Làeio Itália.
Era um eantio da Itália, a que ho}e ae
chama Marcha-di-Ancona. Os pioenti-
nos, que eram uma colónia de sabinos^
sahíram do seu paiz, e apoderaram se
da parte da Campania que é hoje a par-
te Occidental do principado meridional,
entre o lago Gampanella e o rio Selo.
ittlga-se que Salemo era a sua capitai.
Lanark, Dumbarton
Pindo
Pi.--
I
Pó
Monte que os antigos poetas consagraram
às Musas. Separava o Epíro da Thessa-
lia.
Ê o mais considerável rio da Itália. Nas-
ce no monte Viso (Piemonte), no mar
qoezado de Saluoes, B0t>re a fronteira
do Deiphínado. Separava em duas, a
Gallia-Gisalpína. Corre primeiro do O.
para E.«*-melte-8e po«eo depois 4ebai*
NOM
NOM
137
itaMMi
ÉMtfBMI
■HHtaMHI
Nomes antigos
Pó
Ponte Pabrfeia
Nomes modernos
Observa^^
Ponte Céstia;.
Ponto
Pórticos
Preneste,
Regní
Rhecia (Rhaetia)
xo da terra, e, passados 4 kílometros.
toma a sahir, próximo a Salaces. D*aqm
corre para o N., e banha o Piemonte,
Milão, Piacencia, Mântua, e Ferrara, se-
parando-se aqui em ^ois braços, o maior
dos qaaes, 40 kilometros acima da sua
Pó — ( embocadura, se divide também em dois,
que vão morrer no golfo de Veneza.
É célebre em nossos dias, pelas bata-
lhas que nas suas margen^ e próximo
a ellas, tiveram togar entre os anstria-
cos, e os italianos colligados com os
\ franceses.
IUnia a ilha do Tibre, à cidade de Roma,
da parte do S. e do monte Tarpeio. lF'oi
construída por Fabrício.
Ponte de S. Banholo-jEstá em frente da antecedente, do lado
meu ( do Janicmlo e do Campo de Marte.
!' Região da Asia-Menor, ao longo da cos-
ta meridional do Ponto-Euxino. Sua ca-
píul era Heracléa-Mariandynorum, ho.
je Penderacbi.
Pórticos
Palestrina.
Sussex, Surry ...»
Baviera, etc.
No tempo d' Augusto, havia cinco pórti-
cos em Roma. firam galerias publicas,
que serviam de passeios. — Denomina-
vam-se — de Pompeo, d*Apollo-Palatino,
de Lívia, de Octaviano, e de Agrippa.
Cidade dos sabinos, a 40 kilometros de
Roma, entre Làbico, Esula,Trebla eVit-
telia.
Diz-se que foi fundada por Preneste,
filho de Uilysses e de Circe. Aqui rei-
nou Herile, filho da deusa Feronia.
É na actual Campania de Roma, e um
dos bispados que se dão aos seis mais
antigos cardeaes.
Grande região da Germânia, comprehen-
dendo a Rhecia. ou Raetia-propria (ho-
je Baviera) ao S., e a Vindelicia, ao N.
A Rhecia Própria — também chama-
da Rhecia Prima, — occupava a costa
meridional dos Alpes tirolianos, esten-
dendo*se entre o lago de Constança e
o Lek, e comprehendia o Paiz dos Gri-
sões, o Tirol, a Yaltelina e uma parte
da Suissa.
1 Tem agora este nome, porque, no fim da ponte, do lade da ilha, está uma estatua de
Jaoo» eom quatro eabeça».
188
mu
mèi
Nomes antigos
Nomes modernos
Bhecia (Rbaétfa)
Baviera, fetc.
Os rhecios, eram originaríameote tos-
caDos,qae, sendo expnlsos do seu paiz,
pelos gaullezes, foram eonduzidos peio
general Rheio^ ao Paiz dos Grisões, on-
de se estabeleceram.
A Rhecia aetoal, nãocomprebeode se-
não a parte oecídental da Rbecia-Pro-
pria, onde estão os grisões.
A Vindelicia, era a Rhecia* Segunda.
\ Vide VindeUci(L
I
Um dos rios mais celebres da Europa, e
que antigamente separava as Gallias da
Germânia. Nasce em dois sitios do monte
de SaintGodart, no Paiz dos Grisões. A
fonte do lado do N., chama-se ÂUo-Rhm^
ou Vorder-Rhin — e a do lado do S.,
Baixo RMny ou Hinder-Bhin. Uneoa-se
a pouca distancia das suas nascentes, e
então o Rbeno coire ao longo da Saissa,
que elle separa do Tirol — atravessa o
lago de Constança, vae à Bosla e corre
entre a Alsacia e Brisgan. Vae depois
banbar Neubourg, Brtsach, Philips
bourg, Spira, e Manheim (onde recebe
o Neekre) Mayença (onde recebe o Meín)
e passa depois peio paiz de Treveres.
D'ahi. tendo reeebido o Moselle (em
Coblentz) e o Sige (em Bonna) vae ter
a Colónia; e, atravessando o ducado de
eleves, recebe o Buer (ou Boara) em
Duysboarg, e o Lippe, perto do Wesel.
No forte de Schenk, em Gueldre, divi-
de se em dois braços — o que fica á es-
querda, toma o nome de Vahal, e, um
pouco abaixo de Nimegue, vae perder-se
no Mora. O que fica á direita, vaa alé
Arnhem, onde se separa em dois bra-
ços — o da direita, corre com o nome
ae Novo-Issel, e lançase no Velho Is-
sei, em Doesbonrg,pelo canal que Druzo
fez abrir — e o da esquerda, conserva
o nome de Rhin, e vae até Doersied,
onde outra vez se torna a dividir em
dois braços. O da esquerda, toma o no-
me de Leck, e morre no Merv^a, a 12
kilometros de Dordrecht. — O da di-
reita, conserva sempre o nome de Rhin,
e torna a divídír-se em dois, nos Fossos
de UtreclU. O braço da direita, toma o
nome de Vecht, e vae morfer no Zui-
derzee — e o da esquerda, conservando
o nome de Rhin, banha Leyde, e per-
de-se a pouca distancia, nos areaes de
Carwiek.
Bhodope |Dervent Monte» que principia entre a Servia e a
Rhéno
Rhéno, ou Rhin
troM
MOM
i39
Nomes am^n»
RhQd(H>e.
Rhodano,
• r {
/
Rhodes
i.
Rhodano
Rhode8<
Roma
Roma
Róstra
Macedónia» e estende- se á Roumania,
até Mdrinopoli. N*eile nasce o rio Hé-
bro.
Í\m dos quatro principaes rios da Fran-
ça. Nasce nas montanhas de Vales (Suis-
sa) passa pelo Jago de Genebra, e, de
pois de ter atravessado o estado Leonez
(onde recebe o Saonej Viennez, e Ya
lentiner ; o condado Venessino, e ama
parte da Provença, 70 kilometros abaixo
d' Aries, se lança no golfo de Leão, por
doas fozes. (Antigamente tinha cinco;
mas actualmente estão três entupidas
com areia).
Ilha do Archípelago*Grégo, situada na
costa meridional da Natolia, na Ásia-
Menor. Tem 230 kilometros de circum-
ferencia.
Foi celebre pelo seu colosso, uma das
sete maravilhas do mundo. Era a esta-
tua do Sei, de bronzp, e com iG^^^SO de
altura. Também era muito celebrada
dos antigos, pel^i belleza das suas cida-
des, pela commòdidade de seus portos,
pela amenidade e salubridade do. seu
clima, e pelo amor dos seus habitantes,
pelas artes. *
Os cavalleiroà de S. João de Jerusa
lem a tomaram em 1309. e os turcos a
retomaram em i523. Então os cavallei-
ros christãos, que primeiro se tinham
denominado de S. João de Jerusalém,
e depois de Rhodes, se retiraram á ilha
de Malta, e desde então se denominaram
cavaUeiros de Malta.
Foi a capital do mundo, e o é actualmente
do orbe catholieo, e do reino de Itália.
— Foi edificada por um chefe de ban
didos, chamado Rómulo, 753 annos an-
tes de Jesus Christo. Está edificada so
bre sete montes, nas duas margens do
Tibre.
No tempo do imperador Augusto, a
cidade e arrabaldes, tinham 96 kilome
tros de circumferencia, e 3.000:000 ha
bitantes. Hoje tem apenas 150:000.
(Tribuna, eollocada na cúria, da qual se
fallava ao povo. Dava-se-lhe este nome,
porque era guarnecida de esporões (ros-
trumj dos navios tomados pelos roma-
nos aos anciates, em uma batalha na-
val Estava, a rostra, no meio da Praça
40
mu
MOM
Nomes antigo»
Rôstra
Rubi
Sabina
I
Ruvo
Romana, onde ordinariamente se reco-
lhiam 09 ociosos e novelleiros. (Era co-
mo o Chiado, de Lisboa, on a Porta do
Sol, de Madrid).
Peqnena cidade da Apnlia-Pencitía, a 46
kiiomAtros de Ganosa. fi a terra dos vi-
mes. Ê na Terra de Bari, reino de Ná-
poles.
Sabina
Região da Itália, entre o Lacio, a Um-
bria, e a Etruría. Conserva ainda o sen
antigo nome, e faz parte dos Estados
do Papa, entrea Umbría, AbnuzosXaTn-
pania de Roma, e Património de S. Pe-
dro. A snã capital é Ifagliano.
O pais dos antigos sabinos, além da
actnal Sabina, occnpava nma parte da
Abrazza, e a parte do dncado de Spo-
\ leto, qne está ao S. de Néra.
I
Colcari.
Salamina
I
Salento
Porto Constanzo
Salento
Saronites
Era a capital da ilha Salamina (hoje Co-
lonri) no golpbo Saronico, ou de En-
gía, perto das costas da Achaia (hoje
Livadia).
Tencro, filho de Telamon, rei d*estailha,
indo a Chypre, onde Bfdio lhe permit-
tia estabelecer- se, edificou ahi outra
Salamina, qne foi a capital de um reino
em que a sua posteridade reinou mni-
tos séculos.
íCidade dos picentinos meridionaes. Es-
tava edificada sobre uma montanha, a
que hoje se dá o nome de MotUe-Bvo-
no, onde se vêem ainda muitas niinas
dos seus antigos e vastos edificios.
A cidade que actualmente tem o no-
me de Salento, fica a alguma distancia
da antiga. É sede de um bispado do
reino de Nápoles, no Principado Gite-
rior, ou Meridional, de que ella é tam-
bém capital.
Povos de Samnio, visinhos dos marsos.
Estanceavam entre a Campania, os pe-
lignes, os ferentinos, e a Apúlia. Occu-
pavam o território a que hoje se chama
Condado de Molisa, com uma parte dos
Abruzzos, do Principado, e da Terrado
Labor. (Reino de Nápoles).
Eram muito bellicosos ; mas os seus
visinhos os alcunhavam de feiticeiros.
Procediam dos sabinos, e d*elles pro-
cederam os ferentanos, os campanezes,
os iucanoSy e osíhirpínos.
m»
Í4I
Nomes antiga*
Nomes modernas
Observafòei
Samos
Samo
I
^^ÍS'^?''"^^^
Sardes
Sarmania
Satornia
Saxonee*.
Seamandro oa Xaaâo.
SeandinaTla.
Seio.
Scritofini
r
I
Scylla
I
Sardo
I
Rússia
Stiorgaa
Alta e fiaixa Saxonia . .
Ilha do Archi pélago Grego, perto da costa
da antiga loDia, qae ó hoje uma parte
da Natolia. Fica acima de Seio e em
frente de Epheso. Tem 160 kilometros
de circnmferencía.
Houve aqui aoi templo famoso, dedi-
cado á deusa Ju(o.
(Grande ilha do Mediterrâneo, entre o mar
da Toscana e as ilhas Baleares (Maior-
ca, Mínorca, e Ivíça). Era um dos cel-
leiros de Roma. Hem 11 portos. No tem-
po dos romano^ chegou a ter 42 cida
des ^ hoje apenas tem 8.
A sua capiul é<Cagliai% sobre a costa
oriental. Ê dos duques de Saboya, de-
pois reis do Piemonte, e hoje reis de
Itália.
Cidade, capital da Lydia, sobre o rio Pac
tolo, e perto do monte Tmolo. D*ellasó
restam paredes desmanteladas, e uiha
aldeia, edificada com materiaes das suas
ruina^ no sitio o^ide existiu, e que, com
pouca corrupção, conserva o seu nome.
Havia, Sarmania Européa e Sarmania
Asiática, como tiuje ha Rússia da Eu-
ropa e Rússia da Ásia. Seus habitantes
eram os sarmatas.
Uma das mais antigas cidades da Tos-
cana, no cantão dos rutelanos, ao E. da
Albegna. Está em ruinas.
Scamandro
Pequeno rio da Troada (Grécia) que nasce
no monte Ida (boje Kansdeck) e se lança
no Archipelago, em frente de Ténedos.
É o mesmo que o Xanto de Troada,
\ pois também se lhe dava este nome.
Noruega
Ilha do. Archipelago, ao O. da Natolia,
Seio ) entre Metelim e Samos. Tem 240 kilo-
metros de circumferencia. Produz ópti-
mos vinhos.
í
Laponia, e Boheaia-
Onenlal
Sciglio
Corrente, sobre as costas da Calábria-
Meridional, . em frente de Charybde.
Arroja os navios contra o cabo Sciglio,
onde se jdespedaçam.
143
mu
\
Nomes antigás
Nomes modernos
■ ■ •
OhsBrraifflm
if
\
Si'ythas..
Povos qne estanceivam desde as margens
do Danúbio até ao pais dos seres, na
Tártaros J ^^remidade da Ásia Oriental. Os scy-
\ ^jj^g asiáticos, sob differentes nomes, a
Tartaria Deserta e uma parte da Gran-
de Tartaria.
Os seytbas-europens, chamados também
dacos, e gétasy occupavam todos os pai
zes que estão entre o BaixoDauubio, a
Lithuania, Moscovia (em parte) e as
costas do MarNtgro.
Ifoseowitas (roasos
).j
1 1
Seqnania
Sér^;8
Os scytbas nâp tlnbam nem ddados
nem aldeias, mas sim cabanas. Trans-
portavam-se com suas íamilías em car-
ros, nas suas frequentes migrações.
Alguns escriptéres confundem os scy-
tbas com os sarmittas (russos) e até com
os germanos (allèmães).
■
Vide Edia.
í
* < • «
•
i
* «
l
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4
1
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■
Sícambfos» « ^ «».•>•« .
1
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4
•
1
1 * • '
è
1
■
■ •
Os antigos seres occupavam uma parte
da Grande Tartaria-Oriental, e o a que
nós boje chamados China-Septentrio-
nal.
Tártaros,! GbinezeS, e I Havia também ééres, no Catay de hoje.
Ethiopes 4 \ Estes eram famosos pelos seus artefa-
ctos de seda, qu€{ era finíssima e de co-
res beilas e indeléveis.
Na Etbiopia timbem havia uma co-
lónia doestes sére^.
1
Occupavam originariamente as margens
do^ige^ na extremidade da Westi^Ua-
Meridional. D*ali se foram espalhando»
pouco a pouco, .'para o Rbeno, Roora,
Lippe, e Veser. D*alli lhes veiu o nome
de Sigambri (em leutonieo — tiajimíe)
que os romanos mudaram em sicambri.
No anno 746 de Roma (7 annos an-
tes de Jesus Cbristo) Tibério os trans-
portou ás Gallias, entre o Rhenoeo
Mosa, paiz que hoje faz parte do bis-
pado de Panderborn, no condado de
Marck, e dos ducados de Berg, Gnel
dres, e Cléves. '
Glovis 1.* (Gloqoveu, ou Ghiodowing)
era sicambro e idolatra, como os outros
sieambros. Invadiu as Gallias em .490
de Jesus Ghri8to,)e se fez acclamár sen
rei. 1
Gasou com a ijrinceza Glotiide (filha
de Ghilperico, rei dos borgonhões) qne
era catholica, e eoncorreu para a con-
versão de seu maitído, qne se fez christão.
mm
NOM
Í43
Nomes antigos
Sjcambros
Sícania, ou TricaDia .
Sícanos
Nomes modernds
ObservaçOir'
Sicília
Sicilianos
Sicília, ou Trinacria..
Sicília
/
j
t
Sidónia.
Porto Sayd; ou Sejrde.
na Torqaia-Asiaiiea.
£:^te rei estendeu a sua denomina-
ção até ao Sena (493) — isto é — a todo
o paiz comprehendido entre a Somma,
o Aisna e o Sena.
I
Íllha de Itália, que pertence ao reino de
Nápoles.
Eram povos naturaes da Sicilia, desceu
dentes dos lestrigões, por Sicano. Não
se distinguiam dos siculos, senão pelo
nome e peto pais. Occupavam as eo9>^
tas S. e O. da Sicilia, em redor do cabo
Lilybéu, hoje, Cabo Cozo, ou Bozó.
|A ilha mais considerável do Mediterrâ-
neo, entre a Africa e a Itália, separan-
do se d*esta, apenas por um pequeno
estreito, hoje chamado Pharo dê Mes-
sina, È de forma triangular, e por isso,
foi chamada Trinacria,
Suas três poDítas ou cabos, são —
cabo de Peloro, e de Pharo (para o lado
da Itália) — e Pachyno (ou de Pássaro)
do lado da Moréa — e Ulybéu, ou Cozo,
ao O.
As suas principaes cidades, são —
Gatania, Palermo, e M<i&sina»
Pertisnceu aos reis de Nápoles, d'ísde
i736, ató que Víeior Manuel, duque de
Saboya, e rei do Piemonte e Sardenha,
uniu em um só todos os reinos e esta
dos da Península Itálica.
É n*esta ilha o monte Etna, onde está
o maior volcão da Europa.
Cidade. 6 porto célebre da Pbenicia. Os
sidonios e os tyrios, eram babeis mari-
nheiros e inteiligentissimos commer-
ciantes.
Os phenicios estenderam as suas via-
gens marítimas até áquem das Colum-
nas d'Hercules (estreito de Gibraltar)
estabelecendo-se no litoral da Penín-
sula Ibérica (anuo 3050 do mundo —
954 antei de Jesus Christo) sendo a
Andaluzia o primeiro ponto em que se
estabeleceram, fundando ahi (em Ga-
diz) uma importante feitoria fortificada,
a qual prosperou tanto, que d'ahi a
pouco tempo já tinham esquadras pró-
prias, com que invadirem o resto das
costas hispânicas.
Nabucodonosor, rei de Babylonia,
conquistou a Phenicia, no anso 622 an-
tes de Jesus Chr^to, e querendo durai-
l nar também os phenicios das Hispa-
A
m
IfOii
JNKW
Sidónia.
Porto Sayd, ou Seyde,
na Torquia-AsiaticaJ
SiiDoia
Sithoníos.
Smyroa
Nomes modernos
ObserTa^ttai
Simoente.
I
Sfflyroa.
Solitndines
Boracte
Sorreotom
ZaaraX^ ou Deserto.. .\
nhãs, inTadia estas pela Gaulonha ; mas
os seos habitantes, juntos com os phe-
nicios, o obrigaram a retirar para o
Oriente.
Também foram os phenieios que fun-
daram Garthago, na Africa» e Cartagena
na Andaluzia.
Esta cidade pertence hoje â Turquia.
Pequeno rio da Troada. Nasce no monte
Ida' e juDta-se oom o Xanto, perto do
mar, tínáe ambos formam uma lagoa.
Pertence ao império da Porta, e os tur-
cos lhe chamam Chisima.
ToYOs que estanciavam sobre as costas
da Macedónia, entre os golphos Singoi-
tico e Thermaico.
Outros sithooios habitavam a parte
septenirional daThracia, sobre as praias
do Ponto EuxinOi entre o monte Hemo
e o Danúbio.
Cidade da amiga lonia, ao fundo do
grande golpho do Archipelago- Grego,
sobre o ribeiro de Meles.
Durante o império romano, era a
mais bella cidade da Asia-Menor.
B hoje uma cidade archíepiscopal mui
florescente pelo seu commercio, e a ca-
pitai da província de Sarcan, na Nato-
iia.
Vastos e áridos areaes da Africa, onde
esião as celebres PyranUdes do Effypio.
As viagens por este deserto são perí-
gosissimaa, não aò por causa dos árabes
que roubam e captivam ou assassinann
os transeunte^ como por causa das tem-
pestades d'areiáy que muitas vezes* se-
pultam os viajantes. Vide Syrtes.
Monte da Toscana, no paiz dos antigos
faiisco9, entre o rio Tibre e a estrada
Fiamíoia, a 40 kiiometros de Roma. Este
MonteTresto,onMonte] "out^ era consagrado a Apollo.
Ãi^^n^u^MtrT^ \ S- Silvestre, papa, aqui esteve escon-
m san suvesiro. . . ..i ^^^^^ durante a perseguição do sangui-
nário Diocleciano, entre 3i4 e 326. Por
esta razão, também se chama hojeu
monte de S. Silvestre.
Cidade archiepiacopal da Terra de La-
bor, no golpho de Nápoles, coofios do
Sorrento { Principado Citerior. Está situada sobre
a ponta que se lança para o mar, em
frente da ilha de CaprL
1
um
KOM
ilS
■ «
Nomes antigos
Sniones
Sabara
Suriana
Nomes modernos
Suecia-Propría
'bbsenra;^
Kardístan
Sybaris Torre-Brodogaeto?...
Sybaritas
Symen!, ou Iceni
Syria
Era nm bairro d^ Roma, entre os mon-
' tes EsqQilinOyYiminal, ^ Qairinal N*elle
habitavam as mulheres publicas, de
Roma.
Ásia.
•
Cidade da antiga Lncania, sobre o gol-
pho de Tarenta Gré-se ser a actaal
vilia da Calábria, chamada Torre Bro*
dogneto.
Os habitantes doesta cidade fsybari-
tca) tomaram-se celebres pela saa ocio-
sidade, e pelo sen amor a todas as com •
modídades e deleites.
Vide a palavra antecedente.
Soffolk, e Norfolk....
Syrtes.
É uma região da Ásia, que se dividia em
Sfffia-Geralf e S^a-Propria.
A Syria-Propna era entre a Cilicia e
a Arménia, ao N. — a Mesopotâmia e
a Arabia-Deserta, ao E. — a Palestina,
ao S. — e o mar Mediterrâneo, ao O.
A Syria-Geral, dividia-se em cinco
províncias — Palestina, Phenicia, Antio-
chia, Comagena,' e Celesyria.
As três primeiras, eram ao longo do
Mediterrâneo— a 4.*, ao longo do rio
Aman, e a 5.*, qne se estendia desde a
torrente de Jacob até ao Enphrates,
Snria, ou Soristati . ../ compreheodia a Syria de Damasco.
Hoje. é a Suria, ou Soristan, que se
estepde ao lon^^ do Mediterrâneo, en-
tre a Caramania^ Arménia, Diarbeck, e
Arábia.
Comprehende a Sura-Propria, a Phe-
nicia e a Palestina, e iivide-se em três
governos geraes, com o nome das suas
respectivas capitães, que sao — Alepo,
Tripoli e Damasco. A sua antiga capi-
tal (de toda a Syria) era Antiochía.
Pertence actualmente ao imperador
dos turcos (Porta-OUomana — ou Su-
l biime Porta). .
I
Seiches (Barberia)
VOLUMB VI
As Syrtes propriamente díta^ são dois
bancos de areia, muito perigosos,, qo
mardaLybia: sâo como dois golphos,
que Todeiam o reino de Tripoli.
A Grande-Syrte (hoje golpho de la Si-
dre) rodeava a Çyrenaica, pelo O. — A
Pequena Syrte, «ra perto de Carthago.
10
M§
um
Nomes antigoi
{Vomes moderoM
SyrtM.
Seiebes (Barberia).
Tanais
/
MOH
Obfenraçdes
1
Também se dava o nome de Syru»»
aos vastos e áridos areaes da Lybía
(boje Arábia). Também vários eserípu>-
res, priocípalmente os poetas, tomaram
a palavra Syrte como synonimo de de*
serto de areia.
N'estas syrtes morreram á fome, à
sôde, asfixiados pelo calor, oa sepulta*
dos sob chuva d$ areia ardente, muitos
milbares de cbristaos, durante as guer-
ras das cmsadas.
t n*esus borridas e tristes solidões,
qae se forma o formoso e enganador
piMiomeno meteorelogice a que os mo-
dernos deram o nome de nUragem.
A vista de orna cidade, de um rio, de
uma caravana, de um bosque, etc. pro
jecta-se a distancias incríveis, com lai
perfeição, que parece a realidade; mas
debalde o viajante, faminto e sequioso,
estuga o passo, para chegar mais bre>
vemente a estes legares t A mais triste,
a mais atroz desillusão o espera; e em
vez d*essas belletas que a luz atmosphe-
rica perfidamente formara, só encontra
areia, solidão, sede, e muitas vezes a
morte com todos os seus horrores!
A misericórdia Divina coUocon po-
rém, de longe a longe, n*estas solidõn^
não só as (|[igantescas palmeiras, cujo
fructo providencial refresca e sustenia
os homens, mas, e o que é mais admi-
rável, formosíssimos oásis, assombra-
dos de frondosas arvore», regados de
frescas aguas e tapetados de mimosas
plantas, hervas e flores; onde o viajan-
te, que teve a ventura de o encontrar,
sacia a fome e a sôde, e recupera as
forças, e quasi a vida.
Alguns d'esles oásis são desertos, e
apenas de poucos metros de extensão;
mas outros são mais vastos e povoados
de aldeias, de árabes hospitaleiros, e
até outros ha, que teem muitos kilome-
tros de circumferencia, e onde esião
edificadas bonitas cidades.
Ílio da antiga Sarmacia (heje Grande-
Rússia) o qual vem de Rosan, e, depois
de um curso de mais de i:800 kilome-
tros, morre no lago Meotis (hoje mar de
Zabachtí) abaixo do mar de Azofe (ou
Azoph).
N*eslíe silio^ separa a Europa da Ásia.
Os cossacos do Don, formam regimen-
tos de cavallaria irregular russiana. Sao
bárbaros e indisciplinados, mas bravos
NOM
Nomes antigos
Taiiãte
Tarento
Nomes modernos
NOM
Observações
147
Tárpéia (roeba)
Târraoonense.
e aadazes. Foram elles que em 18i2
DoB { destruíram grande parte das hordas fu-
gitivas de fiuonaparte. *
I
Cidade da Itália (aa Yapigia-Messapiana
dos antigos). Está á embocadura do pe-
queno rio Taras, ao fundo de um gol-
pho, do paiz dos antigos salentinos. Era
consagrado a Nepjtttao, ou porque foi
fundada por seti nlbo, Taras, oa por-
Otranto { que Phalaoto (lacedemonio, que veio
aqui estabelecer -se) n'e]ia construiu um
templo, dedicado a esta divindade my-
tbologica.
Foi Tarento, a capital de uma repu-
blica que fez crua guerra aos romanos.
É no actual reino de Nápoles.
i
A rocha-Tarpéia (ou monte TarpeioJ era
um sitio do monte Gapitolíno. de Roma,
da summidade da qual se precipitavam
muitas vezes os criminosos.
Tomou este nome de uma vestal, cha-
mada Tarpeia, a qual, por ter entregado
a cidadella romana aos sabinos, alii foi
, morta e enterrada.
I
Foram os romanos que assim a denomi-
naram, de Tarragôna, sua capital, a que
elles chamavam Tarracona, segundo o
Navarra, e Gatalunha{ seu systema de alatinisarem os nomes
próprios dos bárbaros^ como elles desi-
gnavam os povos que não eram roma-
nos ou gregos.
f ^ Napoleão entrou na Rússia com um formidável exercito, de 600:000 homens aguerri*
I dos e victoriosos. A Rússia não se oppoz a esta invasão; mas retirou ou incendiou todos
os seus viveres, e a fome, o frio, e os cossacos, deram cabo do exercito francez, sem perda
I de um só russo. Napoleão, vendo tudo pendido, foge cobardemente para França, deixando
i os restos do seu exercito exposto à viogança dos moscovitas, « de modo que apenas 40:000
I homens, rotos, descalços, esfaimados e doentes, regressaram ao seu paiz. Napoleão e Q9
I seus, tiveram a desaforada basofia de chamar a isto — a campainha da Rússia í
i A divisão portugueza, que Junot nos tinha roubado em 1807, e que foi então á Rússia
I (na fbrça de 5:000 homens), foi a que mais resistiu, com mais valor se portou e menos
soffreu, n*esta desgraçada invasão, e bem merecida e monumental derrota : o que foi con<
fossado pelo próprio Buonaparte e por seus generaes.
I Foi o maior império e um dos mais pequenos reinos da Europa (Portugal) que anoi*
I qnillaram para sempre o poder do corso, e lhe âzeram murchar todos os seus louros.
í Podemos ter esse orgulho.
í
* O sanguinário Buonaparte, quando via conpromeuido o seu exercito nas invasSes o
devastações a que o incitava a soa malvadez — abandonava-o ao$ inimigos^e ajusta vin*
( gaoça dos povos que tinha roubado e devistado.
i O- que fez na Russia, havia já feito eoi S. João d' Acre (Syri^) abandonando os seus
soldados ao furor dos turcos, e, principalmente dos janizaros, e dos beduínos. Aqui teve
> «té a infame barbaridade de mandar assassinar os seus doentes e feridos!
148
NOM
MOM
Nomes antigos
Téano (Teanum-Sídi-
ciam) <
Nomes moderpes
Observações
Téano
Era, depois de Càpaa, a maior e a mais
bella cidade da Campania. Os seut^OB-
dadores e primeiros habitantes, foram
os sidicinos.
É boje uma pequena cidade episco-
pal, na Terra de Labor (Nápoles) entpe
Cassino e Cápua.
''X)?'*^'^"^'*^^*''**
Cidade da Apúlia Daunia, sobre o
Trento. Só restam as suas ruínas.
Tempé
Thébas
rio
Tbébas
Tiva (pequena villa)..
Thessalia.
Thracia
Janna, ou Jannína
• • «^
Turquia da Europa.
Região da Thessalia, que se estendia ao
longo do rio Penou (boje Selâmpria)
entre os montes Olimpo e Ossa, na parte
oriental da antiga Pelasgiotida, e para
o golpho Tbermaico (hoje golpho de Sa-
lonica, ou Tsaloniea).
fCidade, capiul da Beócia, sobre as mar-
gens do rio Isméno. Foi fundada por
Cadmo, iibo de Agenor, rei da Pheni-
cia. É a pátria de Baccho, Alcides (Her*
cules) e Pindaro.
Também lhe davam o nome de Epía-
pyles (por ter sete portas^ e para a dis*
tinguir de Thebas Heealempyies — cm
de cem portas — que era no Egvpto, a
que deu o seu nome á famosa Tkebaida).
f Antiga capital do Egypto, e uma das mais
famosas cidades da Africa, peia sua
firandeza, magnificência e inexpugnabi-
ídade.
Hoje apenas restam alguns vestígios
das suas minas.
Vide a palavra antecedente.
Era uma região da antiga Grécia, gae
fazia parte da Macedónia, e cuja capi-
tal era Larissa.
Estava entre a Achaia, ao S. — o Epi-
ro, ao O.-— a Macedonia-Propria» ao
N. — e o mar Egôu, ao E.
É hoje uma cidade da Turquia Eoro-
póa.
fEra a parte da Europa, lia\itada ao Su,
pelo mar Egéa — ao E., pelo Helles-
Konto, Propontia e Ponto-Euxino — ao
f., pela Bulgária — e ao O., pela Mace-
dónia. A sua capital era Bisancio. fim
razão do seu clima, dizía-se que era a
pátria dos ventos.
Os tbracios eram oriundos da Sey-
thia. A antiga Thracia, é hoje a Roa-
mania de Thracia, ou aquella parte da
Turquia fiuropéa, que está entre o Mar-
MOM
mu
i49
^mm
Nomes u&lifM
itmm
mm
Nomes modernos
Thiaeia.
I /
Tibre (antigo Álbola).
Tiildr.
' I •
Tifrb
» r l
■««■
fmm
IW
Observações
Tibre.
Negro, o Mar 4a-Mármora e a Bulgá-
ria.
As suas principaes cidades, são Gons-
Tmrqnia da Europa.. < tantinopla (a autiga Bisaocio, e a que
hoje os turcos chamam StamboulJ capi
tal do império dos turcos— e Âdrinopo-
lis.
íEste rio chamava-se antigamente Álbula,
È de pequeno curso, e a sua largura,
na cidade de Roma, nao excede a 200
metros. Já se vè que a sua celebridade
deve-a unicamente à circumstancia de
banhar a capital do orbe catholico e da
Peninsula-Italica.
Diz se que o seu nome provém de
ter-se aqui afogado um rei Tiberino.
Nasce no Appenino, na Toscana, e
desemboca no Mediterrâneo, entre Ós-
tia e o Porto, 24 kílometros abaixo de
Roma.
Separa a Cami^anía de Roma, do Pa-
trimónio de S.Pedro.
f£ uma das mais antigas cidades do Lá-
cio. Foi fundada por Tibumo, que lhe
deu o seu nome, no anno do mundo
2491 (1513 antes de Jesus Christo). £»tà
assente nas margens do antigo ArUo,
hoje Teverone.
roi habitada pelos siculos, que foram
expulsos d'ella pelos pelasgos«
£ hoje uma cidade episcopal, nos Es-
tados Ecclesiasticos, a 44 kilometros de
Roma.
Um dos maiores rios da Ásia. Nasce na
Grande-Armenia, perto do monte Palli
(180 kilometros ao S. do nascimento do
Euphrates). Separa a MesopoUmia da
Assyria (^ antiga Babylonia) — isto é —
o actual Diarbekir do actual Kurdistan :
corre no lerac, mistura parte das suas
affuas com o Euphrates, em Selencio, e
divide o resto em muitos canaes, qde *
depois se tornam a juntar. Perto de
Gorno, junta se ao Euphrates, perdendo
ahi, ambos, os seus nomes, para corre-
rem por espaço de 90 kilometros com
o nome de Ria doi Árabes. Morre no
golpho Pérsico, dividido por duas bôc-
cas, estando entre ellas a ilha de Gha-
der.
As principais cidades banhadas pelo
Tigre, sao — Caramith (ou Diarbekir)
e Bagdad.
Tivoli
Tigre
i50
HO»
KOH
Nomes tntlgos
Nomes modernos
Tisarini ^<^^^^^ Zarich,
etc.
Toscana (Toscana.
Toxsnârí
Attvers.
•
Tróia, Teoeria, oa
rUon
J
ObservagM
I
E' a antifa Etrúria. Orando profiaolà
(ffrào-dncado) da Itália, separada da
Umbria e do Lacio, pelo Tibre.
A antiga Toscana (ou Tascana) era
entre a Romania, Bolonha, Módena e
parte do Parmesan, d'hoje. ao N.— os
Estados Pontíficjos a E.— Génova e La-
ca, ao. O. — e o Mediterrâneo, ao Sal. A
parte menor é no património de S. Pe
dro e território de Peragia: a maior,
forma o grão-dncado da Toscana, qae
foi dos imperadores da Aliemanba.
Não é preciso dizer aos meãs
leitores, qné o« reinos de Na
polés, Sieilia, Piemonte e Sar-
denha, 03 Estados Pontificios.
os grão ducados, ducados, mar*
quezados* etc, etc, d*esta par-
te da Europa, assim como os
Estados ^ Venezianos, formam
actualmente o reino dltalía. (A*
excepção de Niza e grande par-
to da Sabóia, que Victor Ma-
nuel deu á França, em paga de
Napoleão (que se denominoQ
III) ajudar os píemontazeis a
conquistar o resto de Itália.
Paizes-Baixos.
Foi a capital da Pequena Phrygía, a 6
kiiometros do Archi pélago 6re||o, e do
promontório de Sigéu— na Grécia anti-
ga. Era uma cidade famosa, e o que lhe
deu maior nomeada, foi o cerco a que
resistiu por espaço de dez annos.
Eis, em poucas palavras, a soa his-
toria.
Dardano, filho de Electra (filha d*A-
tlas) e que a mie dizia havél o tido de
Júpiter, foi ás praias do HellespoDto
(Ásia) edificar uma cidade a que dep o
nome de Dardania.
Casou com afilha deTeucer (oa Teu-
ero) rei da parte da Phrygia que olha
para o Bosphoro da Thracia. Isto pelos
annos 700 antes da fundação de Ronoa
(1453 antes de J. C.) e pouco depois, el-
le e seu sogro fundaram outra cidade
a creie deram o nome de Teucria,
Êriehton, filho de Dardano, succedèu
a seu pae, e áquelle succedeu Trái^ qoe
Noit
Koit
Í5Í
Nomes antigoi
MomM modernos
f)b9ervaç86^
Tróia» TeQcria,oa/
riion ..•..
deo ao paii o nojbe de Troadi^ e a Teu
cria o Qome d9 trxHa.
lio, filho de Tjtos, a reedtfiooii e am-
pliou, daDdo-lhe o nome de IUm, ^
Laomedonte, filbo dllo, mandon cod»-
.tmíF em IHod; omatidadeUa e três tc^
res, obra fortíssima, e ao que deu o no-
me de Pergamo, (p*aqiii procede o da-»
rem os poetas dpereates nomes a esta
cidade.) J
Priamo saceedfcn a Laomedonte, e fez
dellion, amais poderosa cidade daAsia.
Heleoa^ malber de Meuelán, rei de
Sparta, era a maiior formosura contem-
porânea, de ioda 'a Grécia.
Paris, filho de- Priamo, Tia-a, namo-
roa-se d'eila e rdubou-a.
Menelàa pedia soccorro aos ontros
róis e príncipes da Grécia, que todos se
colligaram contra Tróia, bindo-a atacar
com ama armada de mil navios.
Heitor, filbo a e Priamo, era um jo-
Yen Yaloroaissinp, e ajudado pelos troia-
nos e por algnni príncipes daAsia, que
▼ieram em ^eti soccorro, pôde resfBtir
por dés annos, m forcas combinadas
dos gregos; até que, finalmente cabiu
em poder d'estesi: segundo Yergilio^ por
meio de um esuratagema de guerra, do
modo seguinte:
Construíram ps sitiantes um mons-
truoso cavallo dé madeira, que enche-
ram de soldadofli e simularam uma re-
tirada. Os troianos cabiram no iaçOb e
arrombando Homi das portas da cidade,
n'ella introduxiáam o cavallo. Os |[re-
gos, achando os terçados desprevenidos
sabiram inesperadamente do cavallo,
espalhando o terror pela cidade, que
ao mesmo tempo foi invadida pelo ras-
to dos sitiantes, è tomada.
Esta historia] do cavallo, nio passa
de uma ficção pèetica.
A opinião maé commum, é que a ci-
dade foi entregob pela trai(^ de Enéas
e Aoneiior.
Tróia, depoisr de saqueada, foi indu-
zida a cinzas, 'mve isto lugar no anuo
2820 do mundo|431 antes da fundação
de Roma, e ii8l antes de Jesus Gbristo.
Antes d'e8te cáTco memorável Jà Tróia ,
tinha soífrido dais cercos, um feito pe- 1
\ las amazonas, o^tro por Hercules. i
> Pof isso, Yirgflfo denotoinoa lUeida,
dè Tfoi».
m
«roM
mu
Nomes anMfM
.yomes modernos
ObsenraciSe».
friía, teucna, pu]
f •
».
7yi^^p9
"'r .
* * •
. 'IS
Da Tróia partugueza, f unda-
dapelos gregos,fugido8 de Tróia,
fallarei do logar competente do
díccionario.
Vide Toscana.
INlâCQlO.
Cidade latina, a t4 kilometros de Roma,
fandada sobre à encosta de uma ool-
lína. f
Foi fandada por Telefono, filhe de
Ulysses e de Girce. Foi destmida pelo
PraseatI í l ^^P^^^^^ Uennque.
Dos seus maèriaes se edificon a ci-
dade de Praseaf , a 6 kilometros da ao*
tiga Tnscuio, na Gampania de Roma.
Frascati é uo^ dos seis bispados assi-
Sados aos seis mais amigos cardeaes
caria romana.
Tyro!
I
Cidade e Porto célebre da Pbenicia, fa-
mosa pela belleia da saa púrpura e pe-
io seu vasto commercio.
^ Foi depois, ama cidade archieplsco-
^Soar^. *.....,., < pai, assas considerável; mas hoje não é
,j J mais qae ama villa da Turquia Asiáti-
ca, na Saria, entre Sidónia e Ptolemai-
•da. Está reduzida a um casteiio oom
umas 20 casas em redor.
J
Região da Itália, qae fazia parte da an-
tiga Tyrrenia. Ek'a limitada ao N^ pelo
.^ |. ... , mar Adriatico-4o E., pelo Piceno — ad
Umbrta ' JUrbino, Romania, e) S., pela Sabina áEtruría—e ao O., pe-
Spolélp.-r.-r-
I
« .i
ÚUca {Porto TiliiMy(vilL)
^ i
Valeria^ ou Várias* • 4** -*í'f^* -«^
t»'v«.«^ • *
lo Etruria e o Tíbre. É boje o ducado
de Urbino, a Rèmânia e o ducado de
Spoleto, de quejé capitai a cidade d 'es-
te nome (Spoleui)
'Cidade da Africa Foi edificada pelos
pbenicios, i48 ainos depois da desirai-
çâo de Tróia (10k6 antes de J. G.)
Depois da deiiruícao de Carthago,
velu a ser a capital da Africa romana,
e foi bastante commercial.
E' celebre por n'ella ter vivido e mor-
rido o segundo Catão, por isso chama-
do uticense.
De parte dos sens materiaes, se edi-
ficou a actuai cidade de Bisorto, no rei-
no de Tunes, sobre um pequeno golfo,
em Crente da Sardenha, e na costa da
Barbaria.
I Antiga cidade, no paiz dos equos. sobre
o Xiveroi^ na extremid^e da Sabina.
O seu primeiro nome foi Valéria^ por
NOtf'
NOM
158
Nomas antigo»
•
■*«i
■MMfc
Nomes modiéroos
'ObtervatSas
Valeria, oa Vária.
■ s
• •
I •
Vaticaao .., { Valipaoo
' I
Veetnriones
Edimlmrgo.
Veipa (laolaí — Scn^aano? —^
í
Velabro.
in
Telia
ter sido edificada ao pé da estrada de
Valério.
D*ella apenas existem restos de rui-
, nas.
I •
'Era um monte de Roma, que compre-
hendia o Janiculo a Uidas as coliinaí), '
desde a ponte Muivia, até á miirgem do
Tibre que estava em frente do monte
Aventino. O rio o separava do theatro
de Pompeu.
N'este monte está o sumptuosíssimo
palácio dos Suramos Poniifices (por isso '
chamado do Vaticano) e o inagestoMs-
símo templo de Sâo Pedro, o mais rico
e esplendido dos templos christãos.
Em um e outro editteio se admiram
obras dos mais eximios pintores e es-
cultores.
Escócia.
Antiga cidade de Etrnria, edificada por
Comero, e destruída no aono 358 de
Roma, por Camillo, depois de um sitio
de dez annos. Segundo os mais exactos
Sographos, era no logar da actual ci-
de de Isola, no território deS. Pedro,
a 18 kilometros de Roma. Segundo ou-
tros, era no logar da actual cidade de
Scrosano; mas a primeira opinião, é
mais justamente seguida.
Seu território, que só era separado
dos sabinos e dos latinos, pelo Tibre, é
hoje a Ilha Franceza, que é a parte
. mais oriental dos Estados Pontificios.
I
^Era um bairro na raiz do monte Aven-
tino, que se inundava logo que o Tibre
trasbordava, sendo então preciso an-
■Ákt %Bí barcof, por t\W- isto -IbA fei dar
o nome de Velabrum, diminutivo de Ve-
f^ifiplabrum. Era contíguo ao bairro dos
toscanos; e na sua máxima parte povoa-
bro^ ............. ..]^ do de mercadores de essências e óleos
odorilèros. Separava-o em duas "partes
a pra^,' ou feira, chamada Matrcella,
Tariíujnio, 5.^' rei 4e Roma, para ob-
viar ás inundações, lhe mandou con-
struir sólidos aquedoctos subterrâneos,
por onde a agoa do rio se escoava.
San-Georglo In ^éla-^
1*
■»i
I
PÍBCMlia. «.iv*« »•.••<
Era uma cida4e da Lueania, no golfo
Éleate, sobre o rio Haleso (hoje Alun-
té) em frente das ilba^ Oenótridasi Cré-
so que foi edificada pelos pbocéos. Tem
aguas mineraes frias.
154 NOM
mm
Nomes inligM
tetia.;
■> A» ilhu OenAtridas, aio dois, boje
ebamadu Ponlit e bui».
Cidade e «lonf a Vomana, na Campania,
parto de Valinrno. 0 sen terríiorio m
eaiendla Vé ás fronteim do Lacio e de
Samoio. Prodnt as melbores axeitonaa
de ioda a lUlia.
Ê hoje na Teíra de Labor, no reino
dd Nápoles. '
Cidade da lulia-Meridional, no paíi dos
saiDDÍtM, sobre os conSnt da Apntia-
Peocetica e da Lncania.
Hoje é na Basilicata, perto do Apeni-
no, no reJQO de Nápoles.
Era a rua mais freqaeouda de Roma.
Praça Romana, e d'abi sabia ao Capi-
tólio
Era a parte Mpienlrional da Rbecia, e
se cbamava também Bhecia Segttnda.
Esiendia-se entue o Danobio e o Ino, o
lago de Bríançco (no Delpbinado) e a
Rhecia-PropriajFaíi» parte do pau oc-
cnpado pelos g^nleíestaariscos. Uma
das SDSS prÍDcipaf^s cidades era Aos-
Iionts (a ATigona-Vindelicomm «»*ro-
manos).
Tendo os vinJelleos ousado apreseo-
lar batalba a Drito. este os desbaratou,
pelo que foi hodrado com a preiara.
B0QT8 dota riosd*eíle nome. UmnaTn»-
da, que também se cbamaTi Scamas-
1
yu-Sàen.
SoíMa, eBívier»....
VSndelIcia
^ - -' \
A.OM leitores
Qaando principiei este artigo, não («fieiooava dar-lhe tamai|ho desenrolTimeolo; po-
rém, o d«s«ja qaa twbo.de dar o maior jinmero de esclaredm^nlos possíveis, me levou
a etlende[-« mais do qaa snppifBlia. ,
Estou persuadido de qoe nao ó matéria inútil para os medos instruídos em geognl-
phia antiga, e que osaaUos não darão por mal empregados os l90 rtis que elle Itn euau.
Em todo o caso, peço perdão aos meus leitores â'eRU diiafaçio, qae, se fOr por al-
guns julgada imprópria da Índole d'esls ebra, não seri pela maior parte reputada ociosa,
visto qnei por elta fleam bsbiliudos a eoiiprebender faeihwnln nmib» iogares das hMo-
TfB! Sagrada, grega, romana e pOrtugUeuL
HtalTÃOS, llARMâllOS, NÔnriMS, Ml
HÕRMANDOS -^ pevos dd iatmor 4t Alltt*
IDanha def^tentrional, qtte ftftbd piratas, no
aeeok» Vi, iD^âéiiMi «ê «oMt narillBat 4e
diversas provioeiat éa'Bim)pa.' Biirmai ao
Aosso* IHoraf, no réinsái^ de D.Ordosbo I,
6 úe seas soeoessores; Mmpre com pouca
lorifiin, poi9 foram ropelídos, ás veces «on
grandes perdas, e obrigados a largArem as
riqueza^ fnieto de mn% rapkias.
No tempo de &. Ramiro III, porém, o ehe-
fe (atgons disem rei) noraMndo Gandarédo,
«om uma esquadra de cem navios, tavadiu
as costas da aelvai pro^rineía do MinliO e as
da Gaiifia, fazendo-se seahoi^ de todo este
território, no anão 9d7 de J.-C, e ailí per-
maneeeti ires ánnos até qae, em 970, sendo
^erroiaios, pelo oeiíde D. Gob^Id Sanches,
dm orna satigninolentalMitallMt, ingiram moi-
10 poucos, nos po«eoe navios qne poderam
«acipar, pois qne os portogneMs llie qnei-
ntfMfrqnasf todo^ eGonderédo morren
flU bataiha.
D'álii por diame, vinlam «em menos força,
rontandopor snrpraca, as pevoaçSes dar bei-
ta-mar; ailé qne, em lOIft, lornaram em
frande força a invadir o litoral da pro^n-
cia do Minho, ebegando até ao caslello de
Vennofn, sendo derrotados pelo sen conde,
D. Alvito Nenés.
Parece qne algnns per cá ibram ficando,
e fondaram on reedificara» algnroas povoa-
^fOes, qnast tòdan peno do^maren de^rios;
llois venioB qne ainda lioje algnmu povoa-
{$6s porlngoecas conservam os nomes, qne
eram os próprios de chefw nérmandos. Taes
sào— fiaitiarem (corrupção de Gunderédo),
Cregosiln sobre «eequ^rda de rio Minbo, do
deneeiío • 3 itilometros ao O. de ¥illaNN«.
^ da-Gerveira "^ ontre Genãarem, na firo-
|pMMi'dft Raiva j concelbo de Paiva, sobre a
esquerda do Donro^^^e ontran muHae povoa^
IJSea. Yide Owmmrãêê, Gmdmrwn^ ífmmão,
^OÊiànm^ etti
' JfcriiMHidès, é cormpçio de mrth-mãm
<pot09do norte, ou heinene do norte).
filies invadi! am umbem » Nenstria (Pran^
^), em d&4, e alM tandaram nm reino, ao
qual deram o nome de Nàrmemdia.
noR
155
HOROUHA^Vide lonm^, apag 440, eol.
L\ èo 4.* vobme.
IfOSGO— portagnei amtigo— o mesmo qne
comnôsce: do latino nMtenm.
NOSSA SBmORAArBBLLA-^yide Bêh
la, a pif . 368, col. 1", do I.* volume.
NOSSA SENHORA JUL ABBABU — (de
Bouro.)--*- lá a pag. 430, col. 1% do !.• vo-
lume, descrevi rapidamente este lámoso San-
cmario. Aqoi direi o qne depois extrabi do
Sonc^tiarto JfertonNO. (Vol. 4.*, pag. 33.)
Parece qne o convento de Santa Maria de^
Bouro, ou Nossa Senbora da Abbadia, foi
originariamente de eremitas descalços de
Santo Agostinbo; % em todo o caso, bavia
aqui um mosteiro antiquíssimo de eremitas,
qualquer qne fosse a sua ordem.
fim 716, es mouros o saquearam e redn*
sinnn a einaae, assassinuido todos os frades.
Picou esie sitie complelamente deserto e
abandonado, até que passados tempos, aqni
se refugiaram oe arcebispos de Braga, dil>
rante a persegui^ agarena.
Bm 983, estava o terreno que fora mos-
teiro (a, e provavelmente algum edíflcia coii-
struido para abrigar os arcebispo^ unido á
Sé de Braga, sob o titulo de Cònoinfo dos
ifonlonAoi. Frei António Brandio, na sua
Mmuareh. Lu.^ parte ?.', iíb. ii, «ap. iS, dia
que no cartório arehiepisoopal de Braga, no
tombo cbamado «ficcàesia^tico» qne contem
as egrejas e beneSdos d'aqnella Sé, se lé o
seguinte-^i( Sameta Maria dê Bwrio Manop-
teria Clumaeenee, in montenti, úb anm» n^
gue odoantemmOy octa§esimo tmrtia, êoUriiur
EcdâtiABtackatemii-^imiè é-^do mostei-
ro de Santa Maria de Bouro, da ordem du-
ni»noBiise« qne está nai montanbas, desde o
anandeS83, se paga tudo áegr^a do Braga.
Segundo o dontor frei Bernardo de Brito
{Gkrcn. dê Santo Àgeêtítiho, pag. S.«, liv. 4.*,
til. 2>, a lenda de Nossa Senbora da Abba*
dia, é como se segnoi
No tempo do conde D. Henrique, bavia um
santto^eiiemita, descendente da nobre íiunilia
dos CoeUios (qne era a do grande Bgas Mo-
nit) e por nemOr Pelagio, ou Pelaio Amata
Pekigio cinba sido casado com D. Mama»
156
NOR
éa ipial hoavera mn fiilM» ^amafWift* ii»r-
rendo-ihtt a esposa, que aterava, e foiícp
dopeis a filha» tomou tal desgoeto, qne^ iban*
doDaado aa pompas e faustos dacòriiey sd foi
Yivier 'ean am d^èrto, eM» tuilas bieoihas,
Totando o resto dos seos dias á peaitaiicia e
«ração; dèixaodo o filho eatrogae^ao coode
D. HeDrique, qaa muito estimava Pelagio.
Estava Ii'es8e tempo a oôrte em Braga, e
«vaheDdo PelagioE^ que perto d^-esila cidade,
havia, entoe asperíssimas rochas, uma pe-
quena ermida, dedicada ao archanjo S. Mi-
guel, ohde falia vida feDiteuteium virtwso
eremita, chamada irei Louren^o^ se foi ter
oem elle, e lhe pediu que oaooeitasae.por
discípulo e eompaUfaeiro, e lhe «usinasse o
caminho do Céo.
Frei Lourenço, vendo um idalgo novc^ ri-
camente vestido, lhe observou qoe talvea Oseu
proposiU) fosse passageiro, e-qoe provavel-
mente em breve lhe viria «arrepenéimeftto;
aas vendo a firme delibera^ do fidaigo^ o
êòi despir os fatos bondados* e «nvergar a
grosseira túnica de eremita.
Tomava Pelagio aa privações e peniten-
cias da sua nova vida com tania resignação,
obediência e piedade» que até ao velho asee-
la causava admiração.
Vivia caria um era sua cella, que era uma,
triste cabana, construída de pedra sécea, e
coberta de ramos e hervas.
- Em uma noite viu Pelagsa uma grande
claridade, em um pequeno valle que ficava
•ao sopé do monte onde tinham as suas ha-
bitais. Deu parte d'isto ao companheiro,
e hindo no dia seguinte ver o^ueera, acha-
tam^ entre os penedos, uma beUissima ima-
gem da Samlssima Virgem. '-
Suppõe-ae, com bons fèodamenlos^ que
esta imagem íôra afli escondida no piineipio
do B.<> século (pela invasão dos serracenos),
pelos religiosos de uma akbadia (moslétro)
que n'e8te logar tinha existhio, eque-foi ar-
rasado peloB flwuros, de tal sorte» que:d*el-
le não existe o minimo vestígio^
Alegres com o achado, resolveraa aban-
donar 0'alto da^ serra, e se Vieram estabele-
cear n'este valle; qoe é uma bacia de uns 600
metros de comprido, por 200 ée laigo, en-
«aixUfaado em serras altíssimas e alcantila-
das penediasi por imdt totrentea d'agii» se
despenham com fragor m^doolio.
' Por : suas pvopr ias mãos, coasiruiram oa
4loia AiiMihar AiaiL uma nenupiíA crmids.- oilr
de eoHoeairam a swu imagem*
' Bfft entio Sigifsido, arcebispo de Braga»
e sabendo dVsie appareeimentOy foi pessoal*
mente visitar a Virgem e a sua ermidinhaL
Tal devoção vojUHl á Senhora, «que lhe deu
logo os necessarioe pacamentos para o sea
ottMo, e mandou edificar uma egreja de. pe-
dra «lavrada, niuMe ampla, e de tãp acàlid»
eonstrucçào, que é a que ainda existe.
À Senhora, principiou logo a tornar-ae ob-
jecto de* muita devoção e coniínuaa.roma»
gens^ e muitas pesaoas da principal nolMreaa
do reinfl^ a quem- os desgostos da vida ha-
viam afligido^ se vieram metier eremitãai
da Senhora, tomando das mãos de frei Loii*
renço o habito de eremitas descalçoii de San-
to Agostinho; de modo que em poueo, maia
parecia mosteiro do que solitária, eraidn.
Passados annos, e tendo fallecido oa pri-
meiros fundadores- d*este eremitério» era aea
preUdo, um varão chamada Nuno^ qoe iie
mundo tinha sido nobre cavalleiro, e rico e
poderoso proprietário.
O rei D. Affoaso Henriques, loi /por eeae
tempo visitar a Senhora, e persuadiu a».ab-
bade Nuno, que reduzisse o eremitério aeeií-
vento regular, debaixo de regra apprevada,
e vivendo os monges em congregação*
O» .eremitas aeeeiíaram rgoatosos o eosme-
Iha de rei^ e the pediram que, uma vezque
elle tinha sido. a causa d*esta deliberaçãa,
lhe* indicasse a eadem em que se deviana fi-
liar.
Tinha o rei introdnside em Portafal» n
pedidO' do abbade João Giffita, a oráemi de
Cister (bernardos), que era a antiga 4Mden
benedictitta, reformada» e escolheu esU paia
aeradoptada pelos religiosos.
lales d'esle8 eremitas piestarem obediên-
cia ao abbade d*Alcobaça, lhes fei D, Alfonr
so Henriques muitas mercês, e uma d*eUaa
foi darlbes e senhorio da villa de Santa Mar*
tha de Bouro, em ái57, e no anno segninta
lhes deu o dizimo do aal, da vilU de Pio (em
frente de Eaposende) com outros muMoa
nhorios e herdadea.
KOIS
NOS
157
A sna profissão como mooges eistureími-
«68, 86 effectnoa do anno do il09.
P^eo depois, ardondo ó cartório e tendo
<yfo(o destroido aa eserf ptvns éi> moaiéiro,
lhes fez o monarcha, boa 1eda'ã*sua fumm-
éOj em ii6S. Ego Alfonsus Rex PortíÊgalHa
unà cum fUijs meie, fadmm tmiêiim vobis
Abbati de Burio, Domno Felagiô, et teeíta
eremo, vestrisffue eueeesiorilmê^ ete.
Com o andar dos tempos; e accresoenta-
mento da commnnidade, nio tenda os reli-
giosos por onde se podessem estender;' e sen-
do alem d'i99o este sitio áspero e desalni^o,
escolheram ontro melhor, jonto ao rio Cáva-
do, onde edificaram o mosteiro em que tí-
veran até 1834.
Porém a milagrosa imagem de Nossa Se-
nhora da Abbadía, fieoa na soa primeira er-
mida, onde. ainda hoje continua a receber o
culto respeitoso dos* devotos e peregrinos
^né alli concorrem todo o anno. *
A imagem é de pedra, de boa escnlptnra,
attendendo aos tempos remotos em que foi
leita, e nunca foi vestida nem pintada.
É notável que n'esta egrefa nunca entram
mòâcas.
D^estaSenhora e do seu templo faliam mui-
tos escríptores portuguezes e hespanhoea. A
sua festa é a 45 d*agosto.
NOSSA SENHORA DA ABBADIA— A no
bre ermida doesta Senhora, se vé jnoto aos
muros de circnmvalaçio da cidade de Bra-
ga, em uma praça, chamada Terreiro doCoê'
íello, na freguesia de São João do Souto.
Parece que se denominou Nossa Senhora
da Abbadia, por esur encostada ás porcas
4o Souto, por onde costumam sahir os ro-
meiros que vão ao Sanctuario antecedente.
A sua festa se faz também a 15 de agosto.
Esta ermida é quasi quadrada; porqne
um 3",30 de comprido, por 2-,70 de largo.
Os lados são três arcos, vãos, fechados com
grades de ferro. Do lado da Epistola, lhe fi^
tík encostada a porta da cidade, e do lado do
Evangelho, a cadeia do castello. Como fica
levantada i* 60 do pavimento da praça, se
sobe para a ermida por ucna escada de pe-
dra.
Foi construída pelo arcebispo, D. Diogo
de Souza, quando mandou abrir no muro
da cidade a referida porta e a ma do Souto.
Na mesma capella estão Sfs imagens de S;
Lourenço ^6 de S. Roque, aos quaes também
festejam os bracarenses.
Tinha missa em todos os domingos e dias
sanetifieados, paga pela confraria da Se-
nhora, que é objecto de muita devoção do
povo da cidade.
NOSSA SENIORA DE ABORORIZ ou DA
FERRARIA — Três kllometroe ao O. da villa
d'Obído8, e a uns 160 metros do logar da
Amoreira, está o sanctnario de Nossa Se-
nhora de Abobonz, que é antiquíssimo. Consta
que a imagem da Tirgem appareceu a uma
pastorinha a quem tinha fugido o gado para
uma grande brenha, onde ella o foi procn*
rar. A santa imagem estava no tronco caver-
noso de um grande loureiro.
Sabido pelo povo este acontecimento, fei
logo vér e adorar a Senhora, e immedíata-
mente Iheeonstrnin uma grande ermida, no
próprio titio do sen apparecimento, que foi
depois elevada a matriz da freguezia da
Amoreira. (Vol. i.*, pag. 201, col. 2.', ne
fim).
Variam os auctores sobre a etymologia da
palavra Áboboriz — dizem nns (e é a tradi-
ção constante) que durante a denominação
dos mouros, chamavam estes a todo o terri-
tório d'este sitio, Bókriz. — On\ro% preten-
dem (e talvez seja o mais certo) que ao lo-
gar se dava o nome de algum árabe chamado
Abi-Brix (pae de Brix).
Chamava-se também Sevíkora da Ferra-
ria, porque, havendo por aqui mioas de
ferro, se lavraram em tempos antigos, ex-
trahiodo se d*eUas muito ferro, que se em-
pregava em diversos artefactos.
Diz a tradição que esta 'imagem era do
tempo dos godos, e que foram elles que a
esconderam aqui, quando os mouros inva-
diram a Lusitânia, em 715. .
A imagem é de pedra, e de um metro dê
altura, mostrando a sua esculptura grande
antiguidade. Está dando o seio ao menino
Jesus.
A egreja está em um sitio fresco e alegre,
assombrado por arvores silvestres. É bonita»
e as suas paredes interiores são revestídaa
de formosos azulejos.
Í5S
NOS
MOSSA SSNIORA DOS AÇORES ^ JNoU*
Hbl Sanetaario, oa villa do» Açoces (voL i.%
pig. %^, eol. i.% 00 flm) â qual a meuna Se-
nhora dea o nome.
CoDU) já tratei doeste Sanctoario, por »er
egreja parechial» só aqai aocreseentarei o
segninte.
Segando a tradição, foi a imageo) da Se-
nbora descoberta por ooi Tafoelro que apas-
centava o sen gado peloe campos qae estio
etttre as vHlas de Liahares e Celorico
Tendo lhe caído nma vacca a orna grande
a profanda lagoa, foi o pastor bnscal-a; mae^
estando em risco de morrer afogado, implo-
rou o auxilio da Virgem, que então lhe appa*
reeeu, livraudo o do perigo e mais á vac-
ca.
Deu o vaqueiro conta do occorrido, aos
povos d'aquelles logares, que logo alli con-
correram, e acharam uma formosa imagem
de Nossa Senhora, à qual logo, no mesmo
logar onde foi encontrada, erigiram uma de-
TOta cap4;lla.
Espalhou-se ao longe a fama doa milagres
que aitribuiam à Senhora, de modo que che-
gou isto ao conhecimento do monarcha que
então reinava (não se sabe qual fosse, mas
era do tempo dos godos) qoe, não tendo fi-
lhos, recorreu a esta Senhora, e foi ouvido;
porém o iilho nasceu-lhe aleijado : o que
Yendo o rei, foi com a rainha em romaria á
capella ; mas o menino morreu no caminho^
Era tamanha a fé, tanto do monarcha como
de sua mulher, que, mesmo assim, foram le-
var o filhe à Senhora — e, apenas entrou na
sua capella, recuperou não só a vida, mas
saúde perluita.
Continua a lenda, dizendo que — quando,
o rei ia caminho da ermida, um seu caça-
dor, contra a sua ordem, lançou um açor do
Tti contra uma ave, e que o açor se perdera,
pelo que o rei lhe mandara cortar a mão.
Quando estava para se cumprir esta barbara
sentença, appareceu o açor, coUocando se na
mão do caçador. Ao mesmo tempo, vinham
saindo da capella, a rainha e as suas damas,
com o fllho vivo e são. O rei, louco de ale-
gria, perdoou ao caçador, e fez logo aiii voto
de fundar no mesmo sitio um mosteiro de
freiras agostinhas, e uma ampla egreja, que
NOS
é a qu6 ainda exiate, de boa arcbitectmta a
de três naica.
Construiu-ae o mosteiro^ e povooa-ae de
freira^aendo una d'aUa\ uma das IUhaad4>
fOAdador^ que aqui morreu com faiaa da
Yirtttdft.
A prúnaira iAvocaçao d'esta Senliora, foi
d(^ Açêr<^aUudiada ao milagre referido**
depois se veiu a chamar 4o$ Açônt.
O mosteiro foi arrasado pelos mouroe^ aoi
715, e não 9» sabe se as freiras fDram aiar*
tyrisadaa ou sa puderam iugír á faria doa
invasaree.
Ainda existem alguns vestígios do nas-
teiro, e a egreja (que foi poupada pelos âra*
bes) ainda é a permiitiva, que por varíaa
veies tem sido reparada.
No artigo Açdrei, dei a copia de uma Ia*
scripção que foi achada n'esta egreja. Frei
Agostinho de Santa Maria a trai com alga-
mas variantes (provavelmente por se não
poderam já ler bem os caracteres da in-
seripção). Segando este escriptor, diz :
RaouiaviT FamiLa chusti, in pagb sui,
IflTlUBALA, SUB MENiiE OECEMBRIS, BRA 714.
Mas esta inscrípção está manifeetameata
errada na cópia e átó na traducção. A ori-
ginal tem w por uh^ menos na palavra mtby
como era costume nas legendas e inserí-
pçdes^ e a palavra ChrUU em breve (Xpi) a
nao por extenso, e a era em conta romana»
e não em árabe. Além d'isso, frei Franciseo
de Santa Maria, coUocou virgulas onde lhe
pareceu, sem que a inscripção as tenha, e^
demais a mais, mal eoliocadas^ pois, se ha-
via de pôr uma virgula em poce^ a poz em
m, fizendo assim, da primeira syliaba do
nome próprio, um pronome, que alii é onn
disparate. /nltuMa, aão é nome algum co«
nhecido. É pois como está na col. 2.* da
pag. 24 do i.* vol.
Frei Francisco traduz assim :
•Aqui descança em paz de $eu esposo (!)
Ivciídmla nerve de Ciu-isto, no mez de de*
zembro da era de 7i4.»
A traducção verdadeira, é — Descance
paZy a serva de Christo, SwitUiUúba. No
de dezembro de 704.
NOS
159
Foi na f einadD de Reeesrindo^ • lio ao
de Wamba, oomo du firei Fraoeieco.
Exp«i1(M>s 08 árabes d'e8te território, se
reedifieoa o mpsteiro, meadando-se então
pintar um qaadro, em que se commemora
a resurreição do iúfante. Representa um
meniDO morto, que vae ás costas de três pes-
soas, na companhia de nma rainha coroada.
Yé-se am rei^ e o sen ministro, com a es-
pada levantada, para cortar a mão de nm
homem, sobre a qual poisa nm açâr.
As continuas romarias que se faziam a
esta Senhora, deram origem á fundação da
aideía, que depois foi villa, por o motivo se*
gnínte:
Reinando em Portugal D. Sancho I, en-
trou n*este reino um poderoso ezereito leo*
nez, pek) lado da Beira-Baixa (ii96) asso-
lando todo o território por onde passava,
chegando aos confins de Pinhel e Trancoso,
sem que os alcaides d'estas vUlas Uie podes*
sem fazer frente, pelo numero diminutíssimo
que tinham de tropas.
Os leonezes, depois de praticarem toda
a casta de latroeinios e atrocidades, se diri-
giram para Celorico (da Beira) com animo
de alli fazerem o mesnH>; mas o alcaide,
Rodrigo Mendes, UDÍodO'Se á gente dos eon«
eelhos de Pinhel, Trancoso, Linhares, Algo*
dres e Guarda, á qual animou, ooas a pro*
messa da protecção da Senhora dos Açores^
derrotou completamente o inimigo. (Vide
CelorkoJ.
Esta batalha principiou qnasi ao êol posto,
mas, estando uma formosa nòute de Iíêú
cheia^ via- se como de dia; o que deu logar
a dizer-se que a Senhora tinha feito parar ^9
sol.
No dia seguinte, reealheram os portugue*
zes os despojos, que eram riquíssimos, por
constar das bagagens dos leonezes, e de tudo
quanto haviam roubado em Portugal. (Vide
Celorico da Beira).
Como aqueiles tempos felizes erun de fé
robusta, todos attribuiram esta viotoria gio-
riosa, à intercessão de Nossa Senhora dos
Aç6reSrO» Umto ojQlciaes como soldados» fo-
ram, ea nome das suas respectivas terras^
em romaria ao Sanctuario, com suas armas,
cavalles, bandeiras, etc, e alli mandaram
dizer muitas missas, e deram graças á San-
tíssima Virgem, pelo feliz sucoesso das ar^*
mas portuguesas.
, Os militaras que entraram na batalha, pro-
meiíeram uma romagem amiual á Senhora,
em nome das suas terras, e eumpriram este
voto por espaço de muitos séculos.
Na primeira oitava do Bspiriío Santo, era
a.fomaria, em acção de graças, de povo da
villa de Trancoso e seu termo.
O concurso era, termo médio, de 4:000
pessoas, indo os peões na frente, e os ca»
valleiros á rectaguarda. Havia procissão,
missa cantada. Te Deum^ eto., e no fim um
jantar, dado pela camará de Trancoso, para
o qual estavam designados tOfOOO réis.
Na 3.* oHava do Espirito Sanie, tinha le-
gar o cumprimeme do voto dos povos da
villa de Linhares, eom as mesmas solemni-
dades e na forma da antecedente. Como os
de Unbaresliinham tomado parte mais activa
na victoria, iam no dia da Santa Cruz (3 de
maio) visitar a villa de Celorico. D'anibas
as vezes, terminava a feeta por um banquete
feito á custa de certa r^da que para isso
deixou um infante, que foi senhor d*estas
villas.
Na i.» oitava da Pasohoa de flores, tinha
logar a proeissão do poeo da cidade da Guar-
da, com as mesmas formalidades. Esta cii
dade offerecia então á Senhora, meia arroba
de cora lavrada.
Os de Algodres, e Fornos de Algodres,
faziam a sua procisMíe no mesmo dia da
de Trancoso, e da mesma forma.
NOSSA SENHORA DAS AGUAS FERAS —
Vide Pedrogão-Pequeno, ou do Priorado.
NOiSSá SENHORA B*ACK0AS SANTAS--*
Vide 12to-Cõvo.
N4}8SA SENHORA BA AJUDA — Vide Pe-
fUohe.
NOSSA SENHORA DA AJUDA, de Gella-*
(vol. 1«, pag. 231, col. i.*, no fim).
Junto á vHia d'Athouguia d'£i-rei (hoje
Aihouguia da Baleia) entre o mar e a serra
da Pescaria (hoje Serra d^El-rei) houve em
tempos antigos um mosteiro de eremitas
160
NOS
MOS
desealçost de Santo Agostinho, deéleado a
S. Jalião, martyr.
Mão se sabe com certeza a data da soa
fundação. Segundo uns, foi f andado por Santo
Ancirado, qne vivia pelos annos de 800;
mas outros sustentam que é fundação dos
religiosos do mosteiro de Pena Firme (agos-
tinhos) qne fica a distaneia 4e 30 kilome-
tros, na costa do mar, entre a Ericeira e Pe-
niche.
O padre frei António d^ Purificação, diz
que este mosteiro jà existia como tal no an-
uo de 800, o qne parece mais certo.
Segundo a constante tradição, e o confir-
mam muitos escriptores, a egreja d*este mos-
teiro foi templo romano, dedicado a Neptu*
no. Algumas inseripções que ainda hoje sé
vêem nas paredes, o confirmam, e a abobada,
toda de pedra lavrada, leva também a crer
gue com efTeito ó obra dos romanos.
Consta que foi construído pelo cônsul De-
do lunio Bruto, 130 annoe antes de J.-C, em
cumprimento de um voto que fizera a Ne-
ptuno, pela victoria contra os lusitanos, na
eidade de ElntrobrUium. (Vide esta palavra^
Alfeizirão e Evora-d^ Alcobaça.)
Existiu este edificio como templo pagão,
até ao. 3.* século de J.-C, no qual, tendo os
lusitanos adoptado a religião catholica, pu-
rificaram o templo e o converteram em egre-
ja christan, dedicada ao martyr S. Julião.
Uma das inseripções romanas que ainda
alli existem, e a que está mais legivel, diz:
NEPT. SACR.
fl. SACEL. D. D. D. JDPT. BRUT.
COS. OB. BCL. F. GBSTUM.
ADVEBS. EB¥ROBRIC. BT.
IfONT. AUXIUARES. SKRVAT.
Q. MIL. I.^. ULTIMIS. TER. ORIS.
Isto ó— Consagrado a Neptuno. Este templo
lhe dedicou Deoio Jnaio Bruto, pela felici-
dade com que terminou a guerra contra os
moradores de Eburobrieio, e os montanhe-
ses que os vieram soccorrer. E também por
lhe ficarem «alvos os seus soldados, n^estes
confins últimos da terra.
Se teve data, foi apagada pelo tempo.
Era este mosteiro, nos seus primitivos
tempos, um sitio deserto e entre brenhas.
Oa riUgioaQs maatinham-ae dos fruetoa qu»
produíia a soa cérea, que ellea mesmos õil*
tivavam, de fruetos silvestres, e de peixe do
mar.
Assim viveram até ao anuo de 1153.
N'est6 anuo, fez D. Affonsò Henriques doa^
çào ao mosteiro d* Alcobaça, do vastor terri-
tório, denominado os coutos, que os frades
bernardos possuíram até 1831.
Quando os monges bernardos, percorre-
ram a terra que lhes íôra doada, para a de-
marcarem e tomarem posse do seu novo se-
nhorio, acharam nos seus limites, este e ou-
tros mosteiros, egrejas e ermidas. Tomaram
posse de tudo; mas vendo o grande rigor e
sanUdade em que viviam os agostinhos, lhes
tomaram grande veneração, e os aoccone-
ram de muitas coisas necessárias.
Em 1193 houve n'este reino uma furiosa
peste, qne matou muita gente, e quasi todos
os religiosos d'este mosteiro. Os que ainda
viviam, temendo a mesma sorte, pretende-
ram levar uma imagem da Virgem, da in-
vocação da Ajuda, para o mosteiro d*Alcofaa-
ça, do qual também muitos monges tinham
fallecido da peste; mas como era grande o
seu numero, escaparam muitos.
Foi a santa imagem levada para Alcobaça
pelos agostinianos, ft*ei Lourenço e frei Ro-
sendo, mal convalescidos do contagio. A S
kilometros de Alcobaça, pararam em um al-
to, arejado e sadio, onde decidiram estar
alguns dias, até ficarem completamente cu-
rados.
Sabendo d'isto cinco frades qne haviam
ficado no mosteiro de S. Juhão, e vendo que
estavam aqui arriscados a morrerem da pes-
te, se foram ter com seus companheiros, fi-
cando o sen antigo mosteiro abandonado
para sempre.
No monte construiram cabanas, com aju-
da dos monges d* Alcobaça; roas allí mesoio
os foi procurar o flagello, perecendoTtodos.
O ultimo que falleeeu, achando-se nas vas-
cas da morte, e não podendo levar a ima-
gem da Senhora para Alcobaça, a escondeu
entre uns penedos, em uma lapa que lha
construiu, de pedras soltas.
Passados muitos annos, e quando já nem
vestigios havia das cabanas em qu^ viverana
NOS
NOS
161
OS frades, foi a imagem achada por nns ca-
çadores, que, daDdo parte aos povos visi-
nhos, logo alli mesmo lhe constrairam uma
formosa ermida.
Em redor d*eUa .«e foram pouco a pouco
ediâcaodo casas, que roais tarde vieram a
eoDstítuir a vtila de Gella.
Os devotos da Senhora lhe ampliaram:por
vezes a capella, atè que chegou a ser um
templo vasto e aceiado, que é o actual; o
qual, com o augmento da população, foi
elevado a egreja parochia), da freguezia de
Cella.
M*esta egreja estão sepultados os sele re-
ligiosos que falleceram da peste e que esta-
vam enterrados em redor da lapa da Senho-
ra. (Vol. 2ã pag. 231, col. 1.% in fine.)
NOSSA SENHORA DA AJUDA— vide Aju-
da 6 Belém, no i."" volume.
NOSSA SENHORA DA AJUDA— Á entra-
da da villa da Alhandra (vol. 1.**, pag. 130,
col. 2.«) está a ermida da Santíssima Virgem
Nossa Senhora da Ajuda. O templo é de bas-
tante grandeza, para uma ermida. Foi re«
edificada, pelos annos de 1700, à custa do
povo, pela grande devoção que tem a esta
Senhora.
Não se sabe quando nem por quem foi
feita; só se sabe que è antiquíssima.
NOSSA SENHORA DA AJUDA— Na fre-
guezia de Arranhol (vol. 1.% pag. 238,00,
col. !•).
^ Nos limittes do logar de Bucellas, entre
elle e a freguezia de S. Tbiago, mas em ter-
reno da freguezia de Arranhol, está a er-
mida de Nossa Senhora da Ajuda. Segundo
a lenda, eis a sua origem :
Uma pastorinha d'estes sítios, filha de
Affooso Annes, da freguezia de S. Thiago
dos Velhos, andando a guardar o seu gado,
lhe appareceu a Virgem e lhe disse que pe-
disse a seu pae que n'aquelle sítio construísse
uma capella a Santa Maria. Três dias con-
secutivos reiterou a menina o pedido a seu
pae, até que, á 3.* vez, lhe respondeu o pae
— Diz, à Senhora, que o logi^ que ella in-
dica, é árido e sôcco : que se quer alli uma
ermida, faça nascer água no sitio.
No dia seguinte, foi a filha seguida pelo
IMte, e este viu que aqueila levantou uma
VOLUMB VI
pedra, e debaixo d'ella rebentou luna nas-
cente de agua crystalina.
Á vista d*este prodígio, resolveu Affonso
Annes, mandar construir o templo, a uns
80 metros da milagrosa fonte. Deu elle o
chão, e uma avultada esmola, e os mais vi-
sinhos concorreram Com o resto das despe-
zas.
Por muito tempo foram eremitães d*esta
eapelh, os descendentes de Àffonso Annes.
Não se sabe a data do apparecimento
d*esta Senhora.
A sua festa se faz a 8 de setembro (dia
de Nossa Senhora da Natividade).
NOSSA SENHORA DA AJUDA — Vide
Seixas,
NOSSA SENHORA DA AJUDA — do Cer^
dai (Vol. !•, pag. 242, col. !.•).
Ha n*esta freguezia, a capella de Nossa
Senhora da Ajuda, cuja origem é a seguinte :
Agostinho da* Rocha e Sousa, e sua mu-
lher, Maria de Sousa, fazendo o seu testa-
mento, de mão commum (não se sabe quando)
instituíram uma capella, á qual vincularam
as suas terças, deixando-as ao seu filho
mais novo, Martinho da Rocha, com obri-
gação de doze missas em cada anno, ditas
em uma ermida que no vmculo mandaram
os testadores se fizesse.
Martinho da Rocha sobreviveu pouco
tempo a seus pães, fallecendo sem ter dado
principio á capella; e ficando seus herdei-
ro9, seu irmão, Álvaro da Rocha e Sousa, e
sua mulher, Isabel de Andrade, que logo
construíram a capella, com a invocação de
Nossa Senhora da Ajuda, á entrada da sua
quinta (que depois veiu a ser solar dos Ba-
celares) em um sitio delicioso e alegre, cer-
cado de frondosos carvalhos, que dão fresca
sombra durante a estiagem. Um d'estes car-
valhes, é dos maiores da província, e está
junto á capella.
Á capella é toda de cantaria lavrada, am-
pla e bonita. Na sua frente, estão duas fon*
tes perennes, d'agua cryi^talíHa.v
Uma d'eilas ó de bellissima architectara,
tendo em roda, assentos de pedra lavrada.
A fonte está coberta por uma pedrada mons-
truosa grandeza, e assombrada por um fircm-
doso carvalho.
ii
162
NOS
A Senhora da Ajuda, é objecto de maita
devoção para os povos da (reguezia do Ger<
dal e immediatos.
NOSSA SENHORA DA AJUDA— de Lór-
dôllo do Ouro — (Vol. 4.% pag. 439, col. 1.%
no fim).
N*e8ta freguezia, que foi do concelho da
Haia, e é hoje do bairro occidental do Porto,
e próximo á margem direita do rio Doaro,
está a capella de Nossa Senhora da Ajuda,
imagem de grande devoção do povo em ge-
ral, e dos navegantes em particular.
Segundo a lenda, remonta a antiguidade
d*esta imagem e da sua capella, ao século
12.''; porém d*isso não ha documenio al-
gum além da tradição; antes outra tradição
a desmente, pois resa que esta imagem veiu
da Gran Bretanha, durante o reinado do
apóstata Henrique VIII ~e, sendo assim,
não pode ter mais de tresentos e tantos an-
DOS.
Aquella é pequena mas bonita, e tem um
átrio (alpendre ou galilé) de boa architectu-
ra, edificado em columnata. Tem altar-mór,
dois lateraes e sacristia.
Quer a Senhora apparecesse no século XII,
quer no XVI, diz a lenda, que ella appare-
ceu em sonhos, a Gatharina Fernandes, mu-
lher de Pedro de tal, de Miragaia, e lhe or-
denou que fosse a uma fonte, que está a
pouca distancia da ermida, e que alli veria
uma pomba, e juntamente a sua imagem (da
Virgem).
Contou o sonho ao marido, que a dissua-
diu da sua crença; mas, como tornasse a ter
o mesmo sonho, sem dizer nada ao marido,
foi uma manhan, com todo o cuidado, ter á
fonte, e alli viu andar uma pomba esvoaçan-
do de uma para outra parte; mas não viu a
imagem. Com muíio pezar, se resolveu a vol-
tar para Miragaya, mas deu com o marido,
qpe vinha em sua procura. Tanto instou com
elle, que ambos tornaram á fonte, e com ef-
feito descobriram a imagem da Virgem, en-
tre ãs silvas.
Tiraram-a d'alli com grande alegria e re-
verencia, e resolveram logo construir-lhe
ama ermida» um poueo desviada da fonte,
por Dão spr o silio do apparecimento asado
para a ediOcagão; e, como não tinham di-
NOS
nheiro para a obra, venderam umas casa^
e com o producto d'6ssa venda a eoneloi-
ram.
Teve este apparecimento logar no dia da
Expectação de Nossa Senhora (18 de dezem-
bro), por isso a denominaram Noisa Senhê-
ta do O.
Passados annos — continua a lenda — en-
traram a barra do Douro nove embarcações
inglezas, e chegando em frente da capella,
subiram facilmente o rio, as oito primeiras,
mas a nona parou, sem obedecer á manobra,
e não passava d'aquell6 ponto.
A bordo d*este navio vinha uma imagem
de Jesus Crucificado, que os catholicos ti-
nham podido subtrahir aos desacatos dos
herejes inglezes; ^ e, assim que a tiraram do
navio e a coUocaram na capella da Senho-
ra, principiou elle a andar desembaraçada-
mente.
Diz-se que à imagem de Jesus Christo se
dava na Gran-Bretanha o titulo de Bom Je-
sus da Ajuda, e que isto foi causa da Senho-
ra perder a sua primitiva invocação e tomar
a da Ajuda.
Faziam-se antigamente duas festas an-
nuaes, uma a 18 de dezembro, pelo povo de
Lordéllo, e outra na dominga infra oitava da
festa da Natividade, em setembro, pelos ha-
bitantes da cidade do Porto.
Esfriou a devoção a esta Senhora, que
esteve muitos annos esquecida e a capella
abandonada, até que um devoto a restaurou,
e obteve uma bulia do papa Paulo III, em
i540, que concede muitas graças e indul-
gência perpétua aos fieis que visitarem a
casa da Senhora, nas suas festividades.
Assim recrudesceu a devoção a esta Se-
nhora.
0 bispo do Porto, D. Thomaz d'Almeida,
foi muito devoto de Nossa Senhora da Aju-
da, e lhe adornou ricamente a sua capella.
NOSSA SENHORA DA AJUDA, na cidade
d'Evora.
1 Talvez que por esta circumslanda di-
gam alguns que a imagem da Virgem tam-
bém então viera de Inglaterra.
Já se vô que a cap"ila é muito anterior
ao reinado do ímpio Henrique VIII, de In-
glaterra.
NOS
NOS
163
A t.> pom da cidade d*BYora, e qne fica
ao O., 86 denomiDa de Âkonchel Foi esta
porta dedicada a Nossa Senhora da Ajada,
6 sobre ella (a porta) constmiram os devo-
tos d'£vora uma capella com a mesma in-
vocação. É quadrada, fechada de meia laran-
ja, que se estriba sobre quatro arcos. No que
defronta para E., fica uma grande tribuna;
6 o que fica para O., é onde está o retábulo
da Senhora. '
Antigamente diziam-se muitas missas n*es-
ta ermida, não só nos dias sanctifícados, mas
ainda nos mais. Paziam-lhe a sua festa os
fabricantes de telha e tijolo, que teem ahi
proiimo os seus telhaes.
Nao se sabe quando foi construída esta ca-
pella, o que se sabe é qne já era antiga em
1484, anuo em que foram restauradas as suas
pinturas, por occasião do malfadado casa-
mento do príncipe D. Affonso, filho de D.
João 11.
NOSSA SENHORA DA AJUDA, DOS FISIS
DE DEUS— de Lisboa.
No Bairro-AUo, outr*ora chamado Villa
Nova d^Andrade, na freguezia das Mercês,
ha a rua dos Fieis de Deus, em razão da ca*
pella que alli se edificou, dedicada aos fieis
de Deus (almas do purgatório).
Foi esta capella fundada em 1551, por Af-
fonso Braz, em cumprimento de um voto,
ou pela devoção que tinha com as almas do
pturgatorio.
Ao entrar a porta da capella, na parede
da direita, está uma lapide, embutida, com
a seguinte inscripção:
KO ANNO DB 1551 SB EDIFICOU BSTA GAPBLLA
DAS ALMAS DO PURGATÓRIO, E O FUNDADOR
DELLA FOT AFFuNSO BRAZ,
0 QUAL PROB UMA AVE-MARIA.
FALLEGEU A 29 DE JANEIRO DB 1569.
O fundador deixou ordenado no testamen-
to que se dessem annualmente 2i^dOO réis,
para se dizerem 50 missas, pelas almas do
pargatorid: e que, emquanto vivessem umas
suas sobrinhas, fossem ellas as administra-
doras, e por sua morte, fí:asse o padroado
á Misericórdia de Lisboa.
No tempo em que se edíOcou a capella, to-
do aquelle siiio, aié ao actuai largo de S. Ro-
que, e alameda de S. Pedro d*Alcantara, era
povoado de oliveiras.
Assistia em uma casa contigua á capella,
um eremitão que tratava d'ella, e tinha mais
a obrigação de recolher na sua casinha, to-
dos os meninos perdidos, sustentando-os e
tratando d'eUe8, emquanto não appareciam
os pães a reclamal-os. Estes costumavam dar
ao eremitão, pela acolheita dos filhos, um
vintém para um alqueire de trigo.
Pouco depois de construída a capella, se
congregaram vários devotos da Virgem, e
instituíram uma irmandade, com a invoca-
ção de Nossa Senhora da Ajuda, mandando
logo fazer uma formosa imagem e um altar
na ermida, para n'elle ser coliocada.
Supplicaram os irmãos, á Sé Apostólica»
que a sua irmandade fosse agregada á ar-
chi-confraria do hospital do Espirito Santo^
m Saxia, para que elles podessem partici-
par das muitas graças e indulgências que a
este hospital haviam concedido muitos pon-
tífices; o que lhes concedeu o papa Gregó-
rio XIV, por breve de 1590, que foi aeceite
e executado pelo doutor Diogo Madeira, có-
nego da Só de Lisboa, e juiz conservador da
mesma irmandade, em 1591.
Era n'este tempo juiz da irmandade, o ba-
charel Manuel Rodrigues Cabral, que, mor-
rendo em 1632, se mandou sepultar na mes-
ma ermida, á qual deixou uma morada de
casas, deixava-lhe também alguns cântaros
de azeite e outros legados; porém houve cu*
rioso (provavelmente proprietário de bens
sujeitos ao legado) que roubou os papeis da
irmandade, e os legados não se chegaram a
receber, senão passados muitos annos, como
adiante direi.
A capella e terreno circumjacente foi até*
1552, da freguezia de Santa Catharina de
Monte Sinay; mas, creando-se n'esse anno
a freguezia de Nossa Senhora das Mercês, fi-
cou pertencendo á nova parochia.
Porém a imagem actual de Nossa Senho-
ra da Ajuda, não é a primitiva, pelo motivo
seguinte:
No principio do século XVI, Bartholomea
Dias Ravasco, homem poderoso, irmão me-
I sario da Misericórdia, e que morava em fren*
tei
NOS
le da capella, pretendea ser administrador
da irmandade, o qae conseguiu da Miserí*
C(tf dia, sendo demittido o administrador qne
havia, e que era muito zeloso e activo. Op-
poEeram-se os irmãos a uma nomeação tão
contra os estatutos; mas, nada conseguindo,
pegaram na imagem da Senhora, e em tudo
quanto lhe pertencia, e se foram para a egre-
ja de Santa Catharina, onde institmram (ou
continuaram) a irmandade.
Os visinbos da capella, vendo-se sem a
toa querida imagem, foram ao convento de
Nossa Senhora do Monte do Carmo, e os re-
ligiosos lhe deram outra, que foi occupar o
logar da antecedente, e instituiram uma no*
va confraria.
Pelos annos 1690, o padre Gil Lourenço,
8» fez irmão da confraria, que achou redu*
zida a dois únicos irmãos.
Tomou logo a peito, o bom do padre, me*
Ihorar tudo. Mandou à sua custa levan-
tar a capella e o seu arco, que era muito
baixo, e construir um formoso altar, de ta-
lha dourada, adornando as paredes lateraes
dl capeila-mór, de quadros a óleo, pintados
por Bento Coelho, e d'elles até ao pavimento
(dois metres) mandou revestir as paredes de
formosos azulejos, com sceoas da vida de
Nossa Senhora. As paredes do corpo da
egreja, furam também revestidas de lt»ellos
azult^josi representando outros passos da
Virgem; de modo que ficou uma das mais
formosas e ricas ermidas de Lisboa.
Pelos annos de 1696, foi um irmão da
confraria casualmente a uma tenda, com-
prar senUnqas, para seus filhos aprenderem
a ler, e entre outros papeis velhos, achou o
breve de Gregório XIV, que veiu muito ale-
gre trazer ao padre Gil Lourenço, que muito
satisfeito fi:on por possuir o autographo
por (|ue tanto almejava.
Pediu ao mesmo irmão, que tomasse à
tenda, a vôr se encontrava mais alguns pa-
peis pertencentes á Senbora, e, com efieito,
achou o testamento em que Maouel Rodri-
gues Cabral deixava á irmandade, as casas
e os cântaros d'azeite. Dos mais legados não
se achava documento algum.
A imagem que os carmelitas tinham dado
paia a capella, era de róea (de vestir) e o
NOS
padre Gil, para evitar irrev^reneías das mu-
lheres que a vestiam e despiam, mandou fa-
zer outra, de boa esculptura; mas, quando
qniz tirar do altar a antiga para collocar a
nova, houve tamanho choro e alarido daa
mulheres, e tumulto dos homens, que se via
obrigado a deixar ficar a primeira, mettendo
a seguada em um oratório, que mandou fa-
zer na capella-mór, do lado do Evangelho.
Teve esta ermida muito ricos omamea-
tos, bellos eastiçaes e outras muitas alfaias
de prata, tanto na capella, como na sacris-
tia, a maior parte offerecida á Senhora pelo
padre Gil, e o resto pelos devotos.
NOSSA SENHORA DO AMPARO — no
Rodo de Lisboa.
Já a pagioas 161 e 379, do 4.<» volume,
tratei do hospital real de Todos os Santos;
e, como alli fallei na rua do Amparo^ entendo
que muitos desejarão saber a causa d'essa
denominação, o que vou explicar.
Debaixo do hospital de Todos os Santos,
destruído por dois incêndios e acabado de
arrazar pelo terremoto do i."" de novem-
bro de 1755 (vide pag. 164, do ê.*" volume)
havia uma ermida, dedicada a Nossa Se-
nhora do Amparo, imagem de muita devo-
ção dos visinbos da ermida, que todas as
noites lhe resavam o terço, a qne assistia o
capellâo, que dava no fim a beijar ao povo,
a coroa da Senhora.
A imagem era de roca, e de dVs palmos
d^alto (0*,87) e estava sempre vestida de li-
cas telas e brocados. Estava em um nicho
envidraçado, no meio de um retábulo de
mármore azul e encarnado, de boa escul-
ptura. Servia de peanha á Senhora, um
globo também de mármore, cercado de se-
raphins, tendo de cada lado, duis anjos, em
oração.
Não eram só os visinbos da ermida que
tinham devoção com esta Seuhora, era toda
a corte e as principaes famílias da cidade.
O cardeal da Cunha visitava esta capella to-
dos os sabbados. Tinha ella um capellâo e
missa quotidiana; cuja capeilania institui-
ram, DomíDgos de Basto Figueirôa, e sua
mulher. Barbara Antunes Brandoa, em i6fSk
Ordenaram em seu testamento que fossem
enterrados n'esta ermida, o que se cumpria.
NOS
NOS
165
Também deixaram á Senhora, daas mora-
das de casasy que rendiam então 834448 réis
^o que prova que eram grandes prédios).
D*este dinheiro se havia de dar ao capellão
(que deveria ser natural da villa d^Ama
rante) 63^000 réis, e o resto aos entreva-
dos do hospital de Todos os Santos.
Este Domingos de Basto Figueirôa, falle-
oea a 2 de maio de 1653.
Constava de documentos que existiam
n'este hospilai, que esta casa havia sido no
eeu principio uma albergaria, onde se re-
colhiam os peregrinos e os pobres, aos quaes
se dava casa, cama e agua. Tinha 40 leitos,
20 para homens e 20 para mulheres, e dois
hospitaleiros, um homem e uma mulher,
cada um para tratar oe do seu sexo.
Não se sabe a antiguidade que tinha esta
imagem da Senhora. Consta que um seu de-
voto, instituíra; por sua morte, por herdeira
de toda a sua fazenda, o hospital de Todos
os Santos, e que entre as ricas alfaias e mais
peças preciosas que testou, se incluía a Santa
imagem, para a qual logo os irmãos da Mi-
sericórdia mandaram construir a ermida.
O hospital dos entrevados, esteve primei-
ramente no claustro do hospital real, e fi-
cava debaixo da egre^a, onde depois foi o
celleiro e dispensa, sendo em 1583 mudado
para debaixo dos arcos do Rocio, dando -lhe
por titular e padroeira, a Senhora do Am-
paro.
Ainda depois de ser celleiro, se via em
uma pedra, embutida na parede, esta inscri-
pção.
ESTA ENFERMARIA DOS INCURÁVEIS,
CONSERTARÃO OS IRMÃOS Á SUA CUSTA, B NA
MISERICÓRDIA OS PROVERÃO
DO NECESSÁRIO, BM ABRIL DE 15^.
O hospital dos entrevados, denominado de
Nossa Senhora do Amparo, tinha duas en-
fermarias para mulheres e uma para ho-
mens. A primeira das mulheres, era dedi-
cada a Nossa Senhora do Amparo e ao apos-
tolo S. Pedro. Tinha dez camas. A segunda
era dedicada a Nossa Senhora da Estrella, e
tinha 29 camas.
A dos homens, era de invocação de Santo
António, e tinha 20 camas.
A Mlseríeorâía dava mensalmenle a cada
entrevado 800 rs.
As senhoras da alta aristocracia, tinham
por obra meritoria (e era) birem alli tra-
tar dos doentes, o qne faziam com muita ca-
ridade, e lhes davam muitas esmolas.
Alem da missa diaría, dita pelo capellão
da ermida, diziam-se n*ella todos os dias
muitas missas, e se davam muitas esmolas;
pelo que a misericórdia tinha alli em todo o
dia um irmão, para as receber.
Todo o clérigo qne vinha á corte a qual-
quer negocio, achava n*esta ermida, acolito
e tudo o mais necessário para celebrar o
santo sacrificio da missa.
Eis a razão porque á rua que ficava pn>*
xima da ermida, se deu o nome de rua do
Amparo.
NOSSA SENHORA 00 AVPARO ou dos
MENINOS— Junto à cidade de Lamego, no
dístrictoda freguesia da Sé, estão sanctna-
rio de Nossa Senhora do Amparo, a que tam*
bem se dá o titulo de Nossa Senhora dos
Meninos.
Está situada sobre o rio Balsemão. E* mui-
to antiga.
A sua padroeira esteve primeiramente tia
Sé, no altar que é actualmente de Nossa Se-
nhora do Rosário. Diz a lenda que foi obra-
da por Nicodenos e pintado por São Luoi»
Evangelista. Não se sabe como, quando e p<M*
quem foi trazida para Lamego.
D. Manuel de Noronha (filho de Simão
Gonçalves da Gamara) ^ bispo d*esta cidade,
tirou a Senhora do seu altar, e a collocou
na referida capella, que á sua custa havia
mandado edificar.
B porque o altar da Sé não ficasse sem
imagem, mandou vir uma de Roma, á qual
deu a invocação de Nossa Senhora do Ro-
sário.
t Este Gamara, foi cognominado o magni-
fico. Foi 3." capitão e governador da ilha da
Madeira, e era filho do 2.* capitão da mesma
ilha (por mercê de D. Manuel, em 1508). Si-
mão Gonçalves da Gamara, era casado com
D. Joanna de Noronha, filha de D. Gonçalo de
Gastello Branco, governador deLi.<<boa e Se-
nhor de Villa Nova de Portimão. Foi esta se-
nhora a mãe do bispo D. Manuel de Noro-
nha.
166
NOS
NOS
D. Manuel de Noronha falleoen em 1659,
e portanto a constracção d*eata ermida teve
logar no meiado do ÍG."" secnlo. Está funda-
da em um sitio alpestre, cercado de roehe-
dos alcantilados» por entre os qoaes passa
uma levada que faz mover aignns moinhos.
Em cima, janto à «mida, ha um pequeno
terrevo, sem resguardo, sobre um despe-
nhadeiro que vae até ao rio.
Em frente da capella, fica uma serra mui-
to alta e pedregosa, chamada Tambureir<L
E' esta Senhora advogada e protectora das
crianças, e por isso lhe deram o nome de
Nossa Senhora dos Meninos; mas o seu ver-
dadeiro titulo, e o mais antigo, é Nossa Se-
nhora do Amparo.
NOSSA SENHORA DO AMPARO, da Mel-
roeira— (Vide Ourem).
NOSSA SENHORA DO AMPARO, de Per-
radosa— 'Na freguesia de S. Miguel da Mar-
melleira (vol. 5.*, pag. 85, col. i.% no fim)
ha uma aldeia, denominada Ferradosa, ^
a distancia de 9 kiJometros da viila de Mor-
tágua. Junto doesta aldeia, e sobre um peque-
no outeiro, está edificada a capella de Nossa
Senhora do Amparo, vasta e antiquíssima.
Teve em tempos remotos, eremitao permanen-
te, com habitação própria (junto á capella)
eom uma pequena cerca, tudo ha mais de
200 annos em minas, restando apenas leves
vestígios das casas.
Suppõe-se que esta ermida, ou pelo me-
nos a imagem da Senhora, já existia no tem-
po dos godos, e que esta foi escondida por
algum devoto, em 7i6, quando o reino foi
invadido pelos mouros, sendo só achada em
1058, anno em que os mouros foram expul-
sos d*este território, por D. Fernamdo III, o<
magno, rei de Gastella, e então também de
Portugal.
A festa da Senhora se faz no 3.* domingo
da outubro; e antigamente juntavam os mor-
domos da Senhora, grande porção de pão
cosido, vinho e outros comestíveis, que di-
vidiam com os romeiros. Este costume dei-
xou de existir ha mais de 200 annos. Cré o
povo que desde que se não dá o bodo, não
^ Portugnez antigo, synonimo de Ferre-
gicU, que significa— terra semeada de ferran,
—herva— lameiro, prado, etc.
produzem as terras immediatas tantos e tio
bons fructos, como até alli.
Foi esta romaria concorridissima em tenir
pos antigos.
NOSSA SENHORA DO AMPARO — Vide
Pena-Cóva, cabeça de concelho, na cooiarca
de Coimbra.
NOSSA SENHORA DAS ANGUSTIAS —A
distancia de uns 2 kilometros da cidade de
Tavira, no caminho que vae para Moncara-
pacho, está a ermida de Nossa Senhora
Angustias; também chamada Nossa Seahora
do Calvário; porque antigamente n'ella tinha
o seu termo a procissão dos Passos (qae ho-
je sae da matriz e vae acabar na egreja do
convento da Graça.)
A imagem está aos pés da cruz, que tem
Jesus Christo crucificado. E' quasi de tama-
nho natural, pois tem i,"54 de altura.
Todo o povo do Algarve tem muita devo-
ção com esta Senhora, e lhe attribaem mui^
tos milagres.
Ha no Algarve um romance muito antigo*.
intitulado de Nossa Senhora das Angostias^
que reza assim:
Estando a Virgem Maria
Na sua cella assentada,
Sobre as suas amarguras
A triste nova chegava.
De que era morto seu Filho,
Rico penhor da su*alma.
Pelas ruas corre a Virgem,
E a quem via perguntava,
Se morto era seu filho,
Rico penhor de su*alma.
Diziam uns, que amarrado
A uma columna estava:
Outros, que, pela cidade,
Sob uma cruz caminhava.
Híndo a Virgem mais avante,
Uma mulher encontrava:
Vae-se logo a perguntar lhe
Pelo que ella não achava.
A mulher era judia,
E assim mesmo a consolava.
— Por aqui passou um homem
Com uma cruz, que arrastava;
A cada passo que dera.
Toda a terra se abalava:
NOS
O lenbo, como era verde»
Tó o chio atormentava;
Como fosse grande peso,
Cada instante ajoelhava:
O baraço na garganta
Era o que maia o magoava.
EUe me pedia um lenço,
Para limpar suas chagas,
En lhe dei a minha touca
Com que a cabeça toucava.
Tudo isto ouvia a Virgem
E cada vez mais chorava:
Indo a volver os seus olhos
No chão cahía desmaiada.
São João, seu bom sobrinho.
Pela mão a levantava.
— Levante-se, minha tia.
Que o que ouviu não será nada. —
Indo lá mais adiante
Com o Senhor se encontrava.
— Porque chora, minha Mãe,
Oh, minha Mãe da minh'alma ?t—
—Não choro as almas perdidas,
Que por ti serão ganhadas;
Choro por ver tuas carnes
Tão doridas e rasgadas:
Choro por ver de teu sangue
As ruas ensanguentadas. —
— Ai! minha Mãe, minha Mãe,
Que esta gente vae ser salva (
Suba alem, áquelle outeiro.
Onde a cruz está cravada;
Quando o meu sangue correr.
Toda a culpa será paga.
Fez o Senhor, testamento,
N^elle a todos se deixava.
Deixou a São Pedro, a chave.
Para que o Ceu governara;
A São Miguel, a balança.
Para que as almas pesara;
A São João, o deserto,
Para que logo o habitara;
O coração deixa á Virgem,
Coração que tanto a amara.
De todos já despedido,
Subindo á cruz expirara.
Vendo a Mãe, seu filho morto,
NOS
167
'Com tamanha angustia d*alma.
De Angustias lhe deo o nome,
Por elle fica adorado.
NOSSA SENHORA DAS ANGUSTIAS— de
«
Chavões.
Os condes de Unhão, tinham uma bôa
quinta, no termo de Santarém, denominada
de Chavões. N*esta quinta ha uma formosa
ermida, de bôa architectura, dedicada a Nos-
sa Senhora das Angustias, de grande devo-
ção para os povos visinhos. Os condes lhe
faziam todos os annos uma soberba festa.
Dizem alguns que esta Senhora foi trazi-
da de Roma, por Fernão Telles de Menezes,
que foi feito conde de Unhão (o !.•) porPhi-
lippe 4.% em 7 de junho de 1630.
NOSSA SENHORA DOS ANJOS— da Lou-
rinhan.
Na á villa da Lourinhan, e ao norte
d^ella, em uma espaçosa e fértil planície, es-
tá a ermida de Nossa Senhora dos Anjos.
Eis a sua lenda:
Em 1490 estava este sitio occupado por
um frondoso bosque de loureiros (de cuja
circumstancia pretendem alguns, se derive
o nome de Lourinhan, dado á villa). Uma
devota mulher que por alli passou, viu uma
formosa imagem da Virgem, sobre um dos
loureiros, e foi dar parte ao parocho da fk«-
guezia, que a foi logo buscar em procissão
para a egreja; mas ella fngio, tomando a
apparecer no loureiro— pelo que trataram
de edificar-lhe aqui uma ermida, que é a
actual.
Diz a lenda, que, pelos annos de 1640, di-
zendo missa no altar da Senhora um reso-
luto franciscano, muito virtuoso, do mostei-
ro de S. Sebastião da Piedade (Xabreganos)
da mesma villa, chamado frei Sebastião da
Piedade; lhe pareceu que a Senhora estava
viva. Terminada a missa, e revestido como
estava, subiu ao altar, e com um alfinete pi-
cou a ponta de um pé da santa imagem, do
qual sahiu uma pinga de sangue. D*ahi a
pouco tempo, um beneficiado da matriz,
chamado Miguel Jorge, repeliu a experiên-
cia e aconteceu lhe o mesmo. Estes dois clé-
rigos pouco tempo sobreviveram a esta
facto.
Para se evitarem estas experiências^ man-
16$
NOS
daram es mordomos recolher a Senhora em
um nicho envidraçado.
A imagem é de pedra, com O^^^SO de alto
e de bôa esculptura.
A capella é annexa à egreja matriz, de
Kossa áeohora da Aanunciaçâo da mesma
villa. A festa de Nossa Senhora dos Anjos, é
a 15 de agosto, e sempre muito concorrida.
NOSSA SENHORA DE ANUMÃO, ou de
ANAMÃO — A pag. 206, col. 1.% no fim, do
2." vol, fiz apenas mensào do sanctuario de
Nossa Senhora de Anumão— aqui relatarei
o que ha a dizer, com respeito a este san-
ctuario e à sua padroeira.
Dá se-lhe o nome de Nossa Senhora de
Anumõo, porque ao sitio em que appareceu
se chamava Aíwmão. <
Está a capella em um valle, junto á raia
da Galliza, cercado de altos e alcantilados
montes, e serras penhascosas^
Segundo a lenda, appareceu a Senhora,
no concavo de um penedo altissimo, e alli
mesmo construíram os povos a sua capella,
que é muito antiga ; mas nâo se sabe a data
da appariçâo da Senhora, nem da fundação
da capella.
A entrada para a ermida, é por uma veiga
muito plana e dilatada, com uns 30 a 35 ki-
lometros de circumferencia. Aqui nasce um
regato, onde ha a ponte chamada Pedrinha,
que se diz ser obra dos mouros. Também
na mesma veiga corre outro ribeiro, que
passa ao Porto dos CavalleiroSf e dizse que
a sua agua tem a virtude de tirar o lixo da
bocca das creanças, e de curar ouU'as en-
fermidades.
Quando o arcebispo de Braga, D. frei Bar-
tholomeu dos Martyres, por aqui passou, em
visita á sua diocese, vendo a aspereza e so-
lidão do sitio, disse — «Tarde por aqui pas-
sará ouiro arcebispo!» — e assim foi; por-
que, só pelos annos de 1700, aqui esteve o
cardeal D. Veríssimo de Alencastre, quando
«ra arcebispo de Braga.
É este sitio tão excessivamente frio no
' Talvez corrupção de anno máo — o anuo
4e 1124, em que uma grande fome, e uma
terrível peste devastou Portugal, e o qual
anno, por isto, fez época, e se chamou anno-
máo.
NOS
inverno, que até geja o vinho, sendo preciso
derretei o ao lume, para se poder beber.
Por esta razão, está a capella só e deserta»
desde novembro até abril; mas depois é
muito concorrida de romeiros.
NOSSA SENHORA APPARECIDA — na
comarca e concelho a 12 kilometros de Bar*
cellos, junto á estrada que vae de Braga
para Yianna do Minho, e no território da
freguezia de S. Martinho de Balugães (voL
2•^ P^- 315, col. 2.*, no fim) está uoi pe-
queno monte, e a capella de Nossa Senhora
Apparecida. Eis a sua origem, segundo a
lenda :
Em 1702, havia na freguezia de Bala^m»
um mancebo quasi mentecapto, chamada
João (depois João de Nossa Senhora Appa*
recida) filho de um pedreiro, por nome An-
dré Alves. O mancebo, posto que pouco aii-
lado, era muito devoto de Nossa Senhora, e
de boas inclinações. Em certo dia d'aque)le
anno lhe appareceu a Santíssima Virgens»
ordenando lhe que dissesse ao pae que qoe-
ria que sobre o tal monte lhe erigisse ama
capella.
O moço revelou ao pae e aos visíobo^
esta apparíção e esta ordem ; mas ningoem
lhe deu credito, em razão da sua reconhe-
cida simplicidade. Tanto porém instou qae
o pae foi, com outros, ao monte, e ahi via a
Senhora, spbre um grande penedo.
Trataram logo de se colisarem com esmo-
las e alli mesmo construíram uma peqaena
capella a Nossa Senhora, e uma dona dé Bra-
ga deu para o seu altar, uma imagem, de
0,-50 d'altura.
Em breve se espalhou por aquellas redon-
dezas a fama dos muitos milagres attribai-
dos a esta Senhora, e as ofi'erendas corre*
ram para aqui em grande quantidade.
Uma nobre senhora da villa de Barcelloa^
chamada D. Antónia, vendo que a imagem
da padroeira era muito pequena, mandoo,
á sua custa, fazer outra ao Porto, de exce-
lente esculptura, e com o dobro da altura. Poi
esta imagem collocada no seu altar, no i.*
de novembro de 1704. D. Pedro II, offere-
ceu á Virgem, uma rica coroa de prata.
Do monte onde se edificou a primitiva
capella se descobre um bonito e vasta hoii*
NOS
NOS
i69
sonte, assim como a estrada que vae de Bra-
ga a PoDte do Lima (duende dista 12 kilo-
metros) e para Vianoa (d'onde dista 16 ki-
lometros). Fica esta capelia distante 3 kilo-
metros do mosteiro de Carvoeiro.
Foram tantos os milagres attribaidos á
Senhora Apparecida, tão grande a concor-
rência dos romeiros, e o numero das òíTeren-
^as, que os visinhos projectaram ediOcar-
Ihe um templo mais vasto, por o antigo ser
mnito pequeno.
Ctiegou á Dotíeia do arcebispo de Braga,
D. Rodrigo de Moura Telles, o grande con-
curso de devotos que hiam visitar esta ca-
pella, e querendo desenganar-se com os seus
próprios olhos, alli foi, pelos annos de 1706.
Nomeou para eremitào, ao tal João, a quem
aSenhora tinha apparecido, e que já estava
^m perfeito juizo.
Mandou edificar à Senhora, um vasto e
magestoso templo, que é o actual, concorren-
do os povos com o que podiam, e com mui-
tas carradas de pedra. Conclui u-se» e foi
li'elle eollocada a Senhora, com uma grande
lesta em 1709.
E' esta pois a bella egreja de Nossa Se-
nhora Apparecida, tão famosa em toda a
provm^ia do Minho.
NOSSA SENHORA DAS AREIAS — Vide
Pias, do concelho de Monção.
NOSSA SENHORA DAS AREIAS — Junto
ao logar dos Chãos, freguezia, concelho, e ^
kilometros ao N. E. d*Aljubarrota, nos anti-
gos cautos d* Alcobaça, está uma grande ca-
pella, dedicada a Nossa Senhora das Areias,
edificada pelos annos de 1630, sendo bispo
4e Leiria, D. Diniz de Mello.
O povo d^alli, conta a sua origem d*esta
maneira.
Hindo, no dito anno de 1630, uma mulher,
«ujo nome se ignora, do logar dos Chãos, ao
■$ol posto, buscar um cântaro d'agua, perdeu
so caminho umas chaves que levava; pelo
que vinha para casa chorando, com receio
de ser maltratada por seu marido, que era
fim homem muito cruel.
Quando passava ao sitio onde hoje éa
«egreja, viu uma formosissnna mulher, sen-
tada sobre um pequeno penedo, a qual lhe
perguntou porque chorava. Depois de mui-
to instada, declarou a razão do seu pranto,
e a tal mulher formosa, lhe disse que fosse
para casa sem receio, pois que lá havia de
encontrar as chaves, no sitio que lhe indi*
cou— o que se verificou.
Tornou a mulher, ja muito alegre, ao si-
tio, dar as graças á que a tinha tirado d*es-
te perigo, e perguntoulhe quem era. Então
a sua salvadora Ibe respondeu.
cEu sou Maria, mãe de Deus, e quero que
vás aos moradores da villa, e lhes digas que
quero que me façam aqui uma egreja, com
o titulo de Santa Maria das Areias.»
Principiou o povo, sabedor d'esta appa-
rição, a concorrer ao penedo no qual a Se-
nhora tinha eido vista pela mulher, e como
n'aquelle tempo gras;>avam n'aquella villa,
com muita intensidade, febres intermitentes,
os doentes raspavam areias do penedo e as
bebiam diluidas em agua, na firme convic-
ção de que cessava a moléstia, e, com eCTei-
to, a fé quasi sempre operava a cura.
Era então bispo de Leiria, D. Diniz de Mel-
lo, que tendo noticia da historia do penedo,
e julgando tudo superstição do povo e pa-
tranha da mulher, mandou remover d'aqui
o penedo, fazendo-o conduzir em um carro
para Aljubarrota, e alli o mandou collocar
nas lojas das casas onde elle residia tempo-
rariamente.
No outro dia pela manhã, tinha o penedo
desapparecido, e o bispo entendeu que os
dos Chãos, o tinham roubado de noite. (Dois
homens, sem grande difficuldade, o podiam
levar em uma padiola.)
Tornou a mandai o buscar aos Chãos, e
d*essa vez, o mandou pôr no seu quarto, e
junto da sua cama; mas tomou a desappare*
cer.
O bispo então, acreditou no milagre, e
mandou fazer uma capella à Virgem, fazen-
do collocar o penedo debaixo do seu al-
tar.
O povo mandou fazer a imagem da pa-
droeira.
A sua festa é a 8 de setembro.
NOSSA SENHORA DAS AREIAS — de
Anha, na província do Minho.
Já a pag. 216, col. 2.* (sob a palavra Anha^
ou Darque) e a pag. 238 G, col. 1.* (sob a pa-
170
NOS
NOS
lavra Amo^-— Nossa Senhora das) e a pag.
46S, col. i.% no fim (sob a palavra Dargue)
foliei d*este SaDCtuario de Nossa Senhora das
Areias; mas somente com relação à inva-
são d*areias qae sabmergia qoasi todos os
campos e logares d'esta fregaezia; agora
tratarei unicamente do Sanctnario.
Submergida a antiga egreja matriz de Nos-
sa Senhora das Areias, qoasi completamente
(pois apenas ficou a capella-mór) pelos an-
nos de 1500, e construída a nova egreja pa-
rochial, no sitio em que hoje a vemos, os
devotos da Senhora, uniram à velha capella-
mór um pequeno corpo de egreja que fize-
ram, ao qual juntaram um alpendre ou ga-
liló, do lado do S., e uma casinha, com uma
cerca, para residência do eremitão, que cui-
dava da Senhora e da eapella. Também lhe
construiram um paredão, com seu cães, para
resguardar a capeila da invasão das ondas
do mar.
Antigamente, em testemunho de reveren-
cia à velha matriz, era n*edta ermida que os
novos abbades d^Anha vinham tomar posse
offlcial da freguezia. Também eram os ab-
bades que apresentavam o eremitão da ca-
peila.
A esta antiga freguezia se dava indistin-
ctamente o nome de Santa Maria d*Anha, ou
Nossa Senhora das Areias.
Os antigos abbades de Nossa Senhora das
Areias, apresentavam os vigários da actual
freguezia de S. Thiago, d*Anha; e da de São
Sebastião, de Darque, que antigamente ti-
nham sido aldeias da primitiva parochia
d*Anha.
A imagem da Senhora das Areias, posto
ser antiquissima, é de boa esculptura, e qua-
si de tamanho natural. Está sentada em uma
cadeira, com o menino Jesus n«s braços.
A sua festa, a 15 de agosto, é sempre
eoncorridissíma ; porém, em todo o anno
aqui concorrem romeiros e clamores, de 5,
6 e mais léguas de distancia.
A 25 de março (Annuncíação da Santíssi-
ma Virgem) vão algumas freguezias.
No dia de S. Thiago, apostolo (25 áe ju-
lho) vão sete freguezias.
No L" sabbado de agosto, vão 30 fregue-
zias.
A iO d'agosto (dia de S. Lourenço) vio
seis freguezias.
A 15 d'agdsto, dia da festa principal, vão
nove freguezias.
Todos estes clamores vãa acompanha-
dos dos seus respectivos parochos, cruzes^
guiões, bandeiras, etc.
Deu origem a estes clamores, um voto fei-
to por oceasião de uma grande sécca.
NOSSA SENHORA DAS AREIAS — Yide
Vagos,
NOSSA SENHORA DA AROEIRA, oa do
VALLE— Yide Valle do Mosteiro.
NOSSA SENHORA DA ARRABAÇA— Tide
Valle da Águia,
NOSSA SENHORA DA ARRÁBIDA— (YoL
!.•, pag. 238 KK, col. 2.-)
0 famoso Sanctuario de Nossa Senhora da
Arrábida, teve (segundo a lenda) a origem
seguinte:
No anno do nascimento de Jesus- Cbruto,
foi vista doesta serra uma estreita de refnl-
gentissima luz, egual á que então brilhoa
em toda a Hespanha. (Manuel de Faria, £«-
ropa^ tomo 1.% parte 2.«, cap. 16.)
Como este facto coincidisse oom o nasci-
mento do Redemptor, os christãos, muitos
annos depois, consagraram esta serra á San-
tíssima Virgem.
Pelos annos 1215, reinando em Portugal
D. Affbnso ir, se dirigia a Lisboa uma não
ingleza. O mar estava embravecido, e era
uma noite escuríssima; pelo que anào, per-
dendo o rumo, estava a ponto de se despe-
daçar contra os rochedos da serra da Arrá-
bida.
Vinha a bordo um religioso agostiniano,
chamado flildebrando, que era capeliãQ da
nào, 1 ou de um fidalgo que vinha de passa-
gem, chamado D. Bartholomeu.
Trazia o religioso, no seu beliche, ama
imagem de Nossa Senhora, e vendo-se em
tamanho perigo, foi buscal-a, para que toda
a tripulação a exorasse pedindo-lhe o salva-
mento ; mas não a achou, o que lhe causou
grande terror, bera como a toda a marinha-
gem. Ajoelharam todos, pedindo entre lagri-
1 A Inglaterra era então toda catholica, a
o foi aié ao reinado do impio hereje Henri-
que VUI, no século XVII.
NOS
NOS
171
mas, à Samissima Virgem, qae os livrasse
de tão grande a£Blieção.
Viram então na encosta da serra que olha
para o mar (S.) uma brilhante cruz, que alu-
miava tudo, como se fosse claro dia, poden-
do assim a nào salvar-se do perigo immi-
nente; porque no mesmo momento applacou
o fáror das ondas.
Fundearam até pela manhan, e então fo-
ram ao sitio em que tinham visto brilhar a
milagrosa cruz, o religioso e os principaes
tripulaotes da náo.
Em logar da cruz, viram a imagem da
Senhora, que frei Hildebrando havia tido
no seu camarote. Entenderam que a Senhora
queria ser adorada n'6ste sitio, e por isso
todos subscreveram com esmolas para que,
com licença do bispo de Lisboa, aqui se edi-
ficasse uma ermida, o que logo teve effeito.
Construíram também um aposento para o
religioso e para D. Bartholomen, que o quiz
acompanhar n'aquella aspérrima solidão.
Passados alguns annos, instituiu frei Hil-
debrando, junto á capella, um mosteiro de
eremitas descaJços de Santo Agostinho, com
auctorisação de D. Soeiro Viegas, bispo de
Lisboa.
Foi este mosteiro habitado por mais de
duzentos annos, mas não podendo os reli-
giosos (que foram sempre poucos) resistir
ás inclemências e asperezas do sitio, o des-
ampararam, e por muito tempo apenas aqui
residia um devoto eremitão, para cuidar da
ermida da e Senhora.
No reinado de D. João III (1539), sendo
duque de Aveiro, D. João de Lencastre, (ir-
mão de D. frei António de Santa Maria, bis-
po de Leiria, e filho de D. Jorge d*Alenca8-
tre, mestre de S. Thiago) reedificou o mos-
teiro e o deu, como casa do seu padroado,
ao geral de S. Francisco, para que o povoas-
se de religiosos reformados da sua ordem.
O geral acceitou, pondo alli por primeiro
prelado, frei Martinho de Santa Maria, ^ filho
do conde de Santo Estevão, e natural de Gar-
^ O duque, hindo em romaria a Nossa Se-
nhora de Guadalupe, famoso Sanctuario de
Gastella, alli encontrou frei Martinho, e o
trouxe para Portugal, e lhe Aindou este mos-
teiro.
thagena do Levante, varão de grande santi-
dade, e parente do duque.
A frei Martinho se uniram logo outros re-
ligiosos, de muita virtude, entre os quaes se
contaram S. Pedro d'Alcantara e frei João de
Aguila, castelhanos, filhos da província de
S. Gabriel. Foram eiles que deram princi-
pio em Portugal à província dos francisca-
nos arrabidos, uma das mais rigorosas d*es-
te reino.
A imagem da padroeira é de pedra e tem
0«,20 de altura. Estava sentada em uma ca-
deira e é de boa esculptura. Tinha ao colo
o menino Jesus, e este, tinha na mão esquer-
da uma ave, e com a direita figurava tirar
um espinho de um dos pés. Esta imagem
foi por os frades removida para a egreja do
mosteiro, collocando na ermida uma nova
imagem, a que deram o titulo de Nossa Se-
nhora da Memoria.
Passados tempos, imaginaram os frades
que a Senhora antiga não estava bem, sen-
tada, e que ficaria melhor se estivesse de
pé, pelo que a serraram pela cinta, fazendo-
Ihe de madeira a parte inferior do corpo. A
Senhora tem o menino Jesus no braço es-
querdo, e como o direito estava apoiado so-
bre % cadeira, lh*o serraram também, sub-
stituindo-o por um de páu, empunhando um
sceptro de rainha.
O duque, como fica dito, reedificou o mos-
teiro, no mesmo sitio do antigo, porém de-
pois (1544) resolveu mudal-o mais para bai-
xo, para um sitio menos desabrido.
Aconteceu por este tempo, vir a Portuga!»
frei João Calvo, geral de toda a ordem fran-
ciscana, na Hespanha, que também deu o
seu consentimento para esta instituição.
Próximo à capella se vô outra ermidinha,
que foi a cella em que viveu S. Pedro d' Al-
cântara. Tem a imagem d*este santo, e uma
campainha, com cujo toque elle convocava
os outros religiosos para a oração.
Este mosteiro era a cabeça da sua refor-
ma em Portugal, chegando a haver em todo
o reino 21 mosteiros dependentes d*elle.
Fora do mosteiro, e antes de chegar a elle,
se vêem dez ermidas, três das quaes foram
principiadas pelo duque d* Aveiro, D. Alvart
de Lencastre, e concluídas e feitas as outras
172
NOS
sete, por sua nora, D. Maria Uaorique, mar-
qneza de TorresNovas, e depois, daqueza
d*Àveiro. Esta senhora gastou nas ermidas
triDta mil crazados (12 contos de réis), mast
retirando se para Caatella, ficaram as capei-
las completas, mas sem imagens.
Também a pouca distancia do mosteir(^
está uma caprichosa capella, dedicada ao
Menino Jesus, mandada fazer pelo dito du-
que, D. Álvaro, de singular e engenhosa ar-
chitectura.
Esta capella é oitavada, tendo no centro»
nm altar com quatro faces, cada uma com
sua frente, ara e alampada, e em todas as
quatro se dizia missa. No meio d*ellas, está
o MeniDo Jesus, em um tabernáculo. É um
templo luxuoso, e o único, no seu género»
em Portugal. Consta que importou em dez-
oito mil cruzados. (7:2OOi0OOO réis.)
No districto do mosteiro, e dentro da sua
cerca, ha muitas ermidas, com os passos da
paixão de Jesus-Christo, e perto da egreja,
a capella de Nossa Senhora da Piedade, para
a qual foi mudada a imagem do Senhor-Mor-
to, de estatura natural (que primeiro esteve
na egreja do mosteiro), em 1715.
Já se sabe — tudo isto está muito damni-
ficado.
Para o mais que se desejar saber, vide
Arrábida, serra, no logar indicado, do 1.**
volume.
Todas as mais capellas que aqui faltam,
devem ser procuradas, ou nas terras da sua
situação, ou na palavra Sanctuarios.
Declaro porém, que, para não enfadar os
leitores com a relação de todas as capellas
t ediculas que ha no reino, só mencionarei
as que julgar mais dignas de memoria, pela
sua antiguidade, pela sua architectura, ou
pelos factos históricos que nos recordarem.
NOSSA SENHORA DA CARIDADE, fre-
guezia do Alemtejo. Vide Caridade, a pag.
ilO, col. 1.% no principio, do 1* volume.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, fre-
guezia do Algarve.— Vide Conceição, 2.® vol,
pag. 366, col. 1% no fim.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, fire
gnezià do Alemtejo. — Vide Conceição, 2.*
vol.» pag. 366. coL !•
NOS
NOSSA àENHORA DA CONCEIÇÃO — TI-
de Lisboa.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, fre-
guezia do Algarve.— Vide Conceição, %• voL,
pag. 366, col. 2.*, a ultima mencionada.
NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇÃO —
A pag. 379, col. 2.% do 2.* volume, fallei da
aldeia da Consolação, no concelho de Peni-
che.
Como depois d*isso (em setembro de 1875)
fui de propósito visitar esta povoação, aecres-
cento n*este logar, mais o seguinte :
Ha aqui uma bonita e ampla capella, de
Nossa Senhora da Consolação (que deu o
nome á aldeia). Tem capella-mór, toda for-
rada de azulejos, e o corpo da egreja tam-
bém tem as paredes revestidas de azulejos»
até dois metros da sua altura.
Todos estes azulejos teem formosas pin-
turas, representando os passos da vida de
Nossa Senhora.
Notei que todas as egrejas e
capellas doestes sítios são for-
radas de formosos azulejos, ri-
valisando na perfeição do de-
senho, oom os melhores de Lis-
boa.
A capella tem a porta principal virada
para o mar, que lhe fica a uns 150 metros
ao O. — É muito bonita e está cuidadosa-
utente ornada e caiada de novo, interna e
externamente.Tenho visto egrejas parochiaes
mais pequenas.
Pertence á freguezia de Athouguia da Ba-
leia (e não á de Peniche, como por mal in-
formado disse no 2 <* volume).
O Sanctuario Marianno, ou não traz esta
capella, ou é a que menciona a paginas 130
do tomo 2.'' ; mas, se é esta, vem errada, pois
a dá na freguezia de Chão de Parada, paro-
chia que não existe, e no termo da villa da
Óbidos, quando o ó no de Peniche, e, mais
propriamente, no da villa de Athouguia da
Baleia, cabeça de um antiquíssimo conce-
lho, que foi supprimido depois de 1834, e
eneorporado no de Peniche.
Esta capella é antiquíssima, e não se sabe
quando nem por quem foi edificada. O mes-
NOS
mo Sanctttario Maríanno, se é d*e8ta qae .
íalla, não sabe nada da sua origem.
Ao S. e ao E. da capella, estào bonitas ca-
sas, que servem de aposento às pessoas que
Tão para alli tomar banhos, e aos habitan-
tes do logar.
A viila de AtoQguia, fica a 2 kilometros
aE.
Mesmo em frente da capella, ^obre ama
ponta de rochedos calcareos que avança para
o mar, está ama fortaleza, menos mal con-
servada; mas sem guarnição. Tem ainda al-
gumas peças de ferro, de grosso calibre, mas
completamente inúteis, carcomidas de ferru-
gem tí desmontadas. Tem ainda de pé e bem
conservado, parte do quartel militar, com
tarimbas de madeira, em bom estado : o resto
do quartel tem apenas as paredes, desman-
teladas.
Ê sólidameote construído sobre os roche-
dos, e com pequeno dispêndio se punha em
bom estado de defeza. Poi construído por
D. Affonso VI, pelos annos de 4665. — So-
bre a porta da fortaleza, estão as armas de
Purtugal, ainda picadas pelos fk'ancezes, em
ld07, sem haver uma camará que as refor-
masse, uu que, ao menos, fizesse como fize-
ram na porta da cidadella de Peniche, que
lhe pozeram os castellos e os escudos posti-
ços.
Por baixo das armas, está uma extensa
inseri pção, que não pude ler, porque, fi-
cando bastante alta, era preciso uma escada,
que não achei, apezar de mandar percorrer
todas as casas da povoação.
Teve ponte levadiça sobre o fosso, que é
bastante fundo, a qual está hoje substi-
tuída por uma ponte de pedra.
Póra das portas do forte, entre elle e a
capella, ha um não pequeno baluarte, muito
mais antigo do que o forte, e de robustas
muralhas, olhando as suas canhoneiras para
Peniche, que lhe fica a ONO. — Consta que
estas fortittciíçde» são do tempo de D. Joãol.
O fone da Consolação, a cidadella e praça
de Peniche, e a pequena península e ilhéus
do Baleai, formam um triangulo, e se fossem
bem aproveitadas t&Ua posi^'Õe8 e a da Ber-
lenga, seriam as mais temíveis de todo o
nosso iittoral. (Vide Peniche).
NOS
173
NOSSA SENHORA DA CONSOLAÇiO, de
Alvados, ou de Âlbardos.
A pag. 170, col. 2.', do i."" vol, tratei d*esta
freguezia; mas depois obtive mais alguns
esclarecimentos, e são os seguintes :
A parocbia de Nossa Senhora da Conso^
lação, de Alvados, era filial da de Nossa Se-
nhora dos Murtinhos, a cuja egreja estava
annexa uma ermida que havia no logar de
Alvados, dedicada a Nossa Senhora da Con-
solação, e a «-Ua hiam os beneficiados da
egreja dos Murtinhos, dizer missa, por tur-
no, aos moradores, nos dias sanctíficados,
recebendo por isso certa renda, em trigo;
mas hiam receber os sacramentos à de Porto
de Mós, e n'elta se sepultavam.
Sendo SuoHno PontiOce, Paulo IV, se im*
petrou breve, para que a referida ermida
fosse elevada a egreja matriz, o que o papa
lhe concedeu, por bulia pontiflcia, em 15^.
AcollegiadadeOurem, apresentava o cura,
e lhe pagava duas partes da ordinária, que
tinha o commendador, que vinha a ser— 80
alqueires de trigo, 25 almudes de mosto
e 4^000 réis em dinheiro.
Eram obrigados á fabrica da egreja, ea-
pella-mór e sacristia, os vigários das egre-
jas de S. Pedro, S. João, e da dita collegia-
da; todos com igual parte.
Também eram obrigados a dar casas para
residência do cura; que além do que fica
mencionado, tinha algumas amentas — vo-
luntárias — de meio alqueire de trigo.
Tinha esta freguezia em 1650, 210 fogos.
A capella-mór da egreja, é de abobada.
O altar mór, foi feito á custa dos fregueses,
ehi 1645; castou o feitio, 40M00 réis. — A
madeira fui dada pelo povo, assim como os
carretos.
Em frente da fíreguezia, lhe fica o Patel,
na serra d*Albardos.
Não ha na freghezia fonte alguma, e, ape-
nas um poço, de muito bôa agua> no campo
que fica por baixo do logar, e do qual poço
todos bebem. Junto d*ellti esiá uma lagoa que
nunca sécca, d'onde bebem os gados. Na
Serra da Pia Carneira, ha pias naturaes,
que levam pipas d*agua, da chuva, qae con-
servam até ao Terão, sendo então aprovei'
tada.
174
NOS
Este campo é nmito fértil ; mas é poBOO j
extenso. *
Ha no districto doesta paroehiaas ermidas
segaintes:
Em Pia-Cameira, uma» dedicada a S. Se-
bastião, feita por um particular, em 1604.
Os moradores do logar, e seus visinhos, sao
obrigados à sna fabrica.
No Covão da Nogueira^ ontra, dedicada a
S. Bento.
Nos Penedos-Âltos, outra, da invocação de
Santo António.
Ambas estas capellas foram construídas
pelos moradores dos respectivos logares, e
são por elles fabricadas.
NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA, fre-
guesia do Alemtejo.— Vide Esperança-^Yol
3.% pag. 60, col. 2.«
NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA— Vi-
de na mesma pag. 60, a freguesia que vae
descripta depois da antecedente.
NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA, de
Alpedriz.
Já tratei d'esta freguesia, a pag. 159, col.
2.% do i."" vol— Accrescento agora mais.
O priorado d'esta freguesia é muito anti-
go, e tinha beneflciados. Foi primeiramente
da invocação de Santa Maria Magdalena. O
prior é que apresentava os beneficiados, e
collava, e mandava, com censura aos notá-
rios que lhes dessem posse.
Extinguiram-se os beneficios, e parte do
priorado; mas não consta quando, nem por-
que.
Tinha o prior, duas partes dos fructos, e
o pé de altar, ofifertas, residência, e pas-
saes. '
Tinha esta freguesia, em 1650, 150 fo-
gos.
O prior e os parochianos eram obrigados
à fabric i da egreja.
A' fabrica da capella-mór e da sacristia,
éra somente obrigado o prior.
Ha na egreja, e guardadas em um cofre,
umas relíquias, mas não se sabe de quem.
Capellas
Junto á vilia, e pela parte de cima, está a
ermida de Santo António. '
NOS
Na Ribeira do Pereiro, ha a de Nossa Se-
nhora da Consolação.
Ambas são fabricadas pelos moradiures.
No logar dos Montes, ha a de São Vicen-
te, edificada— por ordem do visitador — em
1652. O povo é obrigado á sua fabrica.
Teve, quando era concelho, juis, vereado-
res, procurador do concelho, casa da cama-
rá, eom cadeia, e um açougue do munici-
pio.
O corregedor de Leiria conhecia das can-
sas d*esta villa, não como corregedor, mas
como ouvidor do mestrado de S. Bento ds
Avis.
O juiz de fora, hia cada anuo, eom um dos
seus escrivães (por turno) lançar-lhe as si-
sas.
Teve n*esta villa, como em cabeça de com-
menda d'Avis, Ayres de Sousa e Castro, os
direitos dos oitavos dos linhos, vinhos e ou-
tros géneros, que, uns annos por outros» ren-
diam 40 a 501000 rs. O resto da commen-
da era em Tremez e Rio Maior.
NOSSA SENHORA DA FREIXA — Yide
Freicha e Marco de Canavezes.
NOSSA SENHORA DO FREIX0~ó o no-
me antigo, da actual freguesia do Freixo, ns
Alemtejo. E' a 2.* mencionada a pag. 233^
col. 2.«, do 3.<» vol.
NOSSA SENHORA DA GAIOLA--das Cár-
tes.
Tratei d'esta fireguesia, apag. 402, col. 1.%
do 2.« vol. Agora augmente mais o seguinte.
No anno de 1550, o bispo de Leiria, D.
Brás de Barros, erigiu provisoriamente a
ermida de Nossa Senhora da Gaiola, no lo-
gar das Cortes, em egreja paroehial, para
os moradores d*este logar e circumvisinhos^
em quanto se não construisse a egreja da Sé
d'aqueila cidade, para onde tencionava Oian-
dal-08.
Ficou a nova freguesia, com 80 fogos.
Em 1582, o bispo, D. Pedro de Castilho,
creou definitivamente esta parochia, fican-
do a mesma ermida servindo de egreja ma-
tris, em quanto se não construía a nova.
Em 1607, estando a egreja paroehial con-
cluída, para ella se mudaram as imagens^
utencilíos e paramentos da capella, que o
bispo D. Martin AíTonso Mexia, mandou
NOS
NOS
175
^amolir. O cabido oppôz-se a esta de-
liberação 6 hoave letigio; mas a ordem
do bispo preTaleceo, e a capelia foi demo-
Uda.
A fabrica da Sé, era obrigada á fabrica da
capella-mór, saebristia e meio arco do eni-
seiro, e os freguezes a tado o mais.
O cara tinba de ordinária, 60 alqueires de
trigo, 25 almudes de mosto, e do bispo, em
dinheiro, 3^000 rs. Tioha mais, o pé de al-
tar« Regulava isto por 60^000 réis de ren-
dimento. Tinha residência (por detraz da
egreja) a cuja fabrica eraip obrigados os
freguezes.
Em 1650, tinha 210 fogos.
O logar das Cortes, é fresco no verão, e
tem muitas vinhas e pomares de varias frn*
etas. Tem uma várzea que dá muito pão.
Ermida49
No logar das Cartes, ha a capelia de Nos-
«a Senhora do Rozario, que foi construída
em i576, sendo bispo D. Gaspar do GasaL
São seus administradores, os Âzambnjos, do
mesmo logar.
Ao pé da serra, a de Nossa Senhora do
Monte, no sitio chamado Pé-da-Cabeça-do-
Bom-Dia. Foi edificada em 1550- por um par-
ticular, que a dotou de rendas para a sua
fabrica. Era então bispo, D. Braz de Barros.
A ermida do Calvário, que está em um
ermo, e somente serve para ahi Ir a procis-
são dos Passos.
No logar da Reixida, a capelia de Santa
Mariha. Foi mandada fazer pelo bispo D.
Diniz de Mello, para administração dos sa-
cramentos; epor i.^so, os moradores d*aquel-
le logar e circumvisinhos, são obrigados à
sm fábrica.
NOSSA SENHORA DA GLORIA— fregue-
guezia, Alemtcjo. E* o nome da actual fre-
guezia da Gloria, mencionada a pag. 281,
col. 1.*, no principio, do 3.* vol.
NOSSA SENHORA DA LUZ — freguezia,
Alemtejo. Vide Luz, a pag. 502, col. 2.% do
TOl. 4.»
NOSSA SENHORA DA LUZ— freguezia, do
Algarve—Vide Luz, a pag 502, col. 2.% no
fim» do 4.<> vol.
NOSSA SENHORA DA LUZ— freguezia—
Vide no mesmo 4.« vol., a freguezia imme-
díata á antecedente. .
NOSSA SENHORA DOS MARTTRES, fre-
guezia do Alemtejo — Vide Martyres, a pag.
114, col. 2.% do 5.* vol.
NOSSA SENHORA DOS MARTTRES— fre-
guezia— Vide Castro-Marim, villa do Algar-
ve, e Sanctuarios, na palavra Nossa Senho-
ra dos Martyres,
NOSSA SENHORA DO MONTE — Ha va-
rias freguezias com esta denominação, que
já estão no 5.* vol., sob a palavra Monte.
NOSSA SENHORA DAS NEVES— fregue-
zia do Alemtejo — Vide Neves.
NOSSA SENHORA DA ORADA— freguezia
do Alemtejo. Vide Orada.
NOSSA SENHORA DA ORADA— freguezia
do Douro (bispado de Coimbra) Vide Orada.
NOSSA SENHORA DA ORADA— freguezia
do Alemtejo. Vide Orada.
NOSSA SENHORA DO PESO — As 3 fre-
guezias d*esta denominação, vão todas na pa-
lavra Peso.
NOSSA SENHORA DOS PRAZERES-Vi-
de Prazeres.
NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO —
das Freixiandas, ou Freixiendas.
Já está a pag. 232, col. 1.*, no fim, do 3.«
vol. Aqui accrescento o seguinte.
Havia junto á villa de Ourem, no logar de
Freixiandas, um priorado, com boas rendas
e beneficiados, instituído em 1445, sendo pa-
pa Eugénio IV, e arcebispo de Lisboa, D.
Pedro de Noronha (vol. 4.*, pag. 272, col.
1.*) por D. AfTonso, conde de Ourem e mar-
quez de Valença. *
Passado tempo, pediu o marquez, ao ar-
cebispo D. Pedro de Noronha, que, para se
celebrarem os oíficios divinos com mais au-
thoridade, perfeição, devoção e solemnida-
de, e com maior numero de ministros, lhe
alevantasse em collegiada, a egreja de San-
ta Maria, extioguindoseas outras vigaria
rias, priorados e beneQcios, quando vagas-
sem; para se crearem as digoidadcs e cóne-
gos. Assim se fez, excepto nas egrejas de
Porto de Moz.
^ Era filho de D. Afi'onso, 1.* duque de
Bragan!;a, e neto (por bastardia) d^ D. Joào I»
176
NOS
Assim, ficoa o marquez com doas terças
partes dos disimos de todos os fructos do sea
dlstricto^que era— a freguezia da cottegiada
— asdas^reixiaDdas, Seí^a, Otíval, Fátima,
e Santa Catharina da Serra. A oalra terça
parte, era do cabido de Lisboa, e do collegio
(jesQita) de Santo Antão, d*esta ultima cida-
de; mas para este colieglo, foi só emqoanto
durassem as obras.
Ainda tinha mais nas egrejas de S. Pedro
e S. João, de Porto de Mós, a terça parte dos
dij(imo9.
O priorado tinha, alem d*is80, umas casas
annexas, e outras propriedades.
Extinguindo-se o priorado e benefícios
das Freíxiandas, como Úca dito, ficou a egre-
ja, da invocação de Nossa Senhora da Puri-
^ ficação (ou das Candeias) servida por um
cura annual, amovível, até 1567. Então, sen-
do arcebispo de Lisboa o infante D. Henri-
que (irmão de D. João III, e que veio a ser
rei de Portugal), em consideração a haver
esta egreja sido priorado, e que, sendo viga-
riaria, ãcria melhor servida, a erigiu em vi-
gariaria perpétua, reservando para si e seus
successores o provimento d'ella; porém o
cabido da collegiada de Ourem, oppôz-se,
allegando e provando que lhe pertencia a
apresentação, por ser egreja unida á colle-
giada, e obteve sentença à seu favor.
Taxou (o cabido) de ordinária, ao vigário,
40^000 réis em dinheiro, pagos por elie, e
o pé de^aUar da dita egreja e da de S. Jorge,
da freguezia, algumas amentas—voluntarias
— de meio alqueire de trigo cada umá, ne-
nhuma perpélua : dáva-lhe mais o cabido,
dois almudes de vinho, para as missas, e
dois alqueires de trigo, para hóstias — que
tudo andava por Í20M00 réis annuaes, de
renda. Não tem residência.
Pôz encargo ao vigário, das missas dos
domingos e dias sanctificados, pro pcpulo, e
às segundas feiras, pelos defuntos.
O cabido ficou obrigado à fabrica da egre-
ja; mas, no anno de 1639, fez contrato com
08 freguezes d'ella, e lhes dà cada anno para
a fabrica (que elles tomaram sob sua respon-
sabilidade) 6*^000 réis e as covagens — que
érá— de cada cova, dentro da egreja, cada vez
NOS
qúen*e]la8e enterrasse algiun defoncto, fXfi
réis.
Foi este contracto com a condição de que
•— cahindo a egreja, ou arruinando-se, oca*
bido a mandaria reedificar, ou reparar.
Ermidas
No sitio do Farrêu, a de Santo António,
construída em 1600, por um particular, qu^
a dotou com rendas para asna fabrica. Dis-
se-se aqui a primeira missa, em 1601.
Junto ao logar do Arneiro, a de S. Jorge^
muito antiga. Tem confraria. Faz-se aqui
uma romaria e feira no dia do padroeiro.
A de Rio de Couros, de Nossa Senhora da
Ajuda, junto a uma quinta. Foi construída,,
em 1633, por um particular, que lhe estabe-
leceu rendas para a sua fabrica.
No mesmd sitio, entre um olival, está a
ermida de Nossa Senhora da Natividade, cu-
jas offertas rendiam cada anno, ao cabida
da collegiada, 6 a 7/000 réis. Ê muito an-
tiga, e fazem-se lhe algumas romarias. Na
festa principal (8 de setembro) ha aqui feira
e romaria, muito concorridas.
Esta ermida é actaalaiente
egreja matriz. — Não se sabe
quando para aqui foi removi-
da da antiga, mas suppõe-se
que foi em 1728, por estar es-
ta data gravado na pia baptis-
mal.
Na Freixianda, que é por cima da paro-
chiai, a de S. Miguel.
No logar do Arneiro (alem da de S. Jorge)
a de Santa Martha, construída em 1607, por
ordem do visitador. É fabricada pelos mora-
dores do logar e visiohos.
Entre a Cabeça da Cabra e a Aventeira, a
de S. Pedro, apostolo.
Na Fandoeira (ou Fundoeira) a de S. Ro-
mão.
Na Valle de Carvalho, a de Nossa Senho-
ra da Graça. Todas bão fabricadas pelo povo.
Ftram mandadas fazer pelu visitador, para
administração dos sacramentos.
No SummOf a de Nossa Senhora da Nati-
vidade, feita e dotada por AfTunso Pires Lua-
reiro, vigário que fui d*esta parochia, que
NOir
NOZ
171
deixou administrador e certa obrigação de
miseas.
Na Salguem^ a de Nossa Senhora da Es-
perança» qae tem administrador e fabrica
partiealar.
Na ChamécOj a de Nossa Senhora do Am-
paro, feita por ordem do visitador, para ad-
ministração dos sacramentos. Coneedea-se
licença para esta constracçao, em junho de
1657.
NOSSA SENHORA DAS RELÍQUIAS— Vi
de Relíquias.
NOSSA SENHORA DO ROSARIO-Ha ires
fregaexias d*este nome — para todas, yide
Rosário,
NOUDAR— Vide iVbdor.
NOURA-— fregnexia, Trazos-MoBtes, con-
celho de Marca, comarca d* Alijó, arcebispa-
do e i05 iLiiometros a N. E. de Braga, 380
ao N. de Lisboa, 160 fogos.
Em 1757 tinha 61 fogos.
Orago, (fossa Senhora da Annnnciação.
Districto administrativo de Villa-ReaL
O cabido da collegiada de Nossa Senhora
da Oliveira, de Goimarães, apresentava o
cara, que tinha 20^000 réis de côngrua e o
pé de alur.
Ha n'e8ta freguesia três castellos muito
antigos, chamados — de Noura, de Sobrêdo,
e de Cidadonha.
Foi vilia, e é povoação antiquíssima. O seu
nome é corrupção do árabe Naúra, que si-
gnifica nára (macbina hydraulica). — Vem a
ser — povoação da nora,
D. Sancho II lhe deu foral, a 8 de maio
de 1224. — Vem no L."» d."" dcLS Doações
de D. Âffernso III, a fl. 66 v., e no !,<" de
foraes velhos de leitura nova, fl. 131 v.,
col. !.•
D. Affonso III lhe deu outro foral, confir-
mando o antigo, em Santarém, a 10 de janei-
ro de 1268. (£.<" !• de Doações, de D, Affon-
so III, fl. 86, col. 1.')
NOVA CINTRA -Vide Carriche, vol. 2.%
pag. 127, coL 2.»
Era aqui a 4.* estação do caminho de fer-
ro Larmanjat. Pica a 8 kilometros a N.O. de
Lisboa. •
NOVAES — fk^guezia, Ninho, comarca, e
concelho de Vilia Nova de Famalicão, 18 ki-
VOLUMB VI
lonetros ae a de Braga, 340 ao N. de lis*
boa, tinha em 1757, 54 fogos.
Orago, S. Simão, apostolo.
As religiosas de Santa Clara, de Vilia do
Conde, apresentavam o vigário, collade, que
tinha 50^000 réis de rendimento.
Esta freguezia, está actualmente annexa
á de Rmoães.
NOVÊA, ou NOVENA— portQguez antigo
—a 9.* parte. Acha-se este termo com mui-
ta frequência, nos livros e escrípturas anti-
gas. Ainda nas cortes de Lisboa, de 1455, se
falia em pam aneveado. (Doe. de Lamego, do
secuio XIV.)
N0VE6ILDE, ou NOVOGILDE— Vide Ne*
vogUáe,
NOVÊLHE-Vide Brêa e Umêlhe.
NOVELLAS •— freguezia. Douro, comarca
e concelho de Penafiel, 36 kilometros ao N.E*
do Porto, 360 ko N. de Lisboa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 98 fogos.
Orago, o Salvador.
Bispado e districto administrativo do Porto.
O abbade beneditino, do mosteiro do Ros*
téUo (Penafiel) apresentava o cura, que ti-
nha 16^000 réis de côngrua, e o pé d'altar.
É terra fértil.
NOZÊDO, ou NUZÊDO— DE CIMA— fire-
guezia (supprimida) de Traz- os Montes, co-
marca e concelho de Vinhaes, 65 kilometros
de Miranda, 475 ao N. de Lisboa. Tinha em
1757, 61 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Assumpção.
Bispado e districto administrativo de Bra^
gança.
Antigamente dava-se a esta freguezia o
nome de Nozêdo Traspassante.
O reitor de Tiozêllo, ou Toizêllo, apresen-
tava o cora, que tinha SJIOOO róis de côn-
grua, e o pé de altar.
Esta freguezia está hoje annexa á de 2Vá-
zêllo.
NOZÊDO— freguezia, Traz-os-Montes, co-
marca e concelho du Chaves, 105 kilometros
a N.E. de Braga, 430 ao N. de Lisboa. Tinha
em 1757, 40 fogoíi.
Orago, o S<«Ivador.
O parocho era vigário, confirmado, da
apresentação do reitor da freguezia de San-
ta Leocadia de Moreira. (VoL 4.S pag. 89^
12
178
MJM
eol. 2.*) e tinha de rendimento, 55^000 réi8«
£8ta freguezia, está, desde o fim do seea*
lo XVÍII, annexa á de Santa Leoeadia de
Moreira.
Ambas tinham sido do extincto eoneeiho
de Carrazedo de Monte-Negro.
NOZÊDO DE SUB-GASTELLO -- fregne-
zia, Traz-os-Montes, comarca e concelho de
Vinhaes, 80 kilometros de Miranda, 480 ao
N. de Lisboa. Tinha em 1757, 21 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Expecta^.
Bispado e districto administrativo de Era*
gança.
O abbade de Rebordôllo, apresentava o
enra, qae tinha 8JIO0O róis de côngrua, e o
pé d'altar.
Esta freguezia está desde o fim do secn-
lo XVIII annexa á de Rebordéilo^ doeste con-
celho.
NUMiO— fregaezia (e antiquíssima ¥ílla]^
Beira-Baixa, comarca e concelho de Yílla-
Nova de Foz-Gôa (foi antigamente do con-
celho de Freixo deNnmão, comarca da Pes-
queira), bispado e 50 kilometros do Lame-
go, 350 ao N. de Lisboa, 150 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Assumpção.
Districto administrativo da Guarda.
Situada em logar muito alto e forte, pelo
que também se chama Monforte, i É cercada
pelo Douro e Teja, aqueile pelo N. e este pe-
lo K.— Vide Teja, rio.)
Tem um castello com 15 torres, de can-
taria, tudo arruinado, e uma torre com seu
relógio.
É uma das mais antigas povoações da Pe-
ninsula, como adiante direi.
Foi povoação romana, gothica • árabe.
Com as gutTras que os irmãos D. Thedon
{Theudo ou Thedo) Ramires e D. Rauzendo
Ramires— (íilboâ de D. Hormigio Albazar Ra-
mires e de D. Dordia Ozores, e netos do in-
fante, D. Alboazar Ramires (u Cid) e dé D.
Helena Godés — e bisoetes de D. Ramiro II,
rei de L^âo, e da formosa Zahara (Vide An-
cora, Cabriz, Calle, Granja do Tedo, Pare-
* No foral queD.Fernão Mendes de Bragan-
ça e seus filhos deram à cidade dt* Noinam,
em 1130 ((*omo fica dito a pag. 2 '>6, col. 2.%
do 3.<» vol.) âe diz á^tillh-^cognomento Mon
forte.
NDM
des e Bezendey-^om as guerras, digo, qna
aquelles dois cavalleiros fizeram por estas
sitios, desde 1030, aos mouros, estes abui-
donaram as suas povoações da margem es-
querda do Douro, pelo que, d'ahi a cem an-
nos, achou D. Affonso Henriques e sua mie^
esta villa deserta, e a deram a D. Femio
Mendes de Bragança e a seus filhos, que
n*es8e anuo (8 de julho de 1130) a povoa-
ram, e lhe deram foral, dando-lhe n'eUe o
titulo de cidadã Este D. Fernão Mendes era
genro de D. Thereza e cunhado de D. Affoa-
so Henriques.
Em 1285, o rei D. Diniz, reedificou e am-
plíou muito as antigas fortificações, ou, se-
gundo outros, mandou construir tudo de
novo, aproveitando os materiaes das obras
mouriscas.
Dentro do castello ha uma notável cister-
na de cantaria, de óptima agua.
Deu-lhe carta de confirmação do sea an-
tigo foral, e a cathegoria de villa, n*e88e mes-
mo anuo de 1285.
No primeiro foral d'esta yú
la (o de Fernão Mendes) depois
de dizer — O homem que deixar
sua mulher, peite um coelha
ao juiz (IJ^continúa — £1 a
aUquis quescierU ret^lare af-
ia mulier ad suum mariíwm:
quantas noctes Uuc revelaice'
rit, tantos CCC (300) sd, (sol-
dos) pectet ad suum maritysn,
et ad Patatium.
Este revelare, deve eotea-
der-se pelo ajuntamento da
mulher com o homem; por-
que na Sagrada Escríptura se
emprega varias vezes o termo
— retelare turpitudinem, no
mesmo sentido.
Consta que já no tempo dos romanos foi
praça de guerra, e um dos seus priucipaes
' presidies.
A^ muitas medalhas romanas, de ouro^
prata e cobre, que no seu castello e Tisi-
nhanças se teem achado, o provam plena-
mente. •
Parece que esta povoação é mais antiga
do que o dominio dos romanos na Lusila-
NUM
NUM
179
nia, porqae já no tempo d*ello8 se ehamiTa
Naumam, palavra da antiga liogaa hispâni-
ca, que significa cidade on povoação fortis-
sima, edificada sobre escarpados rochedos.
Nâo erà só a este casteUo que se dava o
nome de Naumam. No testamento de D. Flâ-
mula (Chama, em portngaez) feito em 960
(lÀvro {.* de D. Mumadona^ de Guimarães^
fl. 7) a varias fortalezas edificadas sohre ro-
chedos se dava o mesmo nome, qae era ge-
nérico; porem Nnmão, era assim chamado
por exeeKencia, ao qae parece. N'aqaelle
testamento, se designam com o titolo de
Naumans, os castellos de Langobría (Lon-
grôiva) Pena de Dono (Penedòno) Semorzel-
U (Gernancelhe?) e outros. Vide Langroiva.
No foral de D. Fernão Mendes de Bragan-
f a, dado aos povoadores de Namão— expres-
samente se diz — Cititate NomatajCognomen-
to Monforte— Yé'&e pois qae Monforte é sy-
nonimo de Naumam.
Na carta de confirmação de foral, que á
villa dea o rei D. Diniz, lhe conserva o no-
me de Monforte.
Em ii45, o mesmo D. Fernão Mendes,
tendo povoado o castello de Lançroma, en-
tre Marialva e Nnmão, o doou aos cavailei-
ros do Templo.
Desde antes de 1130, até depob de 1145,
era Numâo, Penadono, Langroiva, Marial*
va, e todas as mais egrejas d*entre o Côa e
o Távora, do arcebispado, de Qraga. {Mon.
Las., V., n. 174.)
A falta de bispos em Viseu e Lamego,
fez com que se alargassem os limites do ar-
cebispado de Braga, e do bispado de Coim-
bra, sem attençào ás antigas demarcações.
Até ao fim do século xni, se acha sem-
pre esta villa denominada Monforte^ ou Nu-
mão. Depois, decahiDdo esta povoação, e
prosperando o logar do Freixo, s^ começou
este a chamar Freixo de Numão, tomando
por armas — uma mão estendida ao alto, de-
baixo de uma coroa imperial, entre um N.
e um E, que quer dizer NemSo.
Sahíndo do castello para a villa, pela por-
ta qu^ está ao O., se vé uma pedra embu-
tida no muro, do lado direito, que diz:
INCSPIT TURRior IN B iLGaxxvn
(1189 de J. C.)
Ao entrar pela porta travessa, que está
ao N. da egreja matriz da villa de Numão,
se vé uma pedra quadrada, que tem ao al-
to uma pia de agua benta, e na frente esta
inscripção:
TI. GLAUDIUS.
8ANCIVS. EQ.
CHOR. TIT. LV
SITÁNORVM.
DU. DBABVSQ.
CONIVMBRIC.
o. Ij. M.
Parece ser uma memoria, que Tito Cláu-
dio Sanches (ou Sancho) cavalleiro da co-
horte Ticía, dos lusitanos, consagrou aos
deuses e deusas de Conimbriga, (Condeixa
Velha.)
No circuito do vetusto castello, e nos seus
muros, se vêem muitas inscripçSes roma-
nas e milhares de sepultufas, também com
inscripções, nas suas tampas; o que induz a
crer que era aqui a famosa Numanda, ou,
pelo menos, uma cidade importantíssima da
antíguidade.
Em 1238, deu o concelho de Numão^ a
Dom Abril, uma grande herdade, entre Ce^
davi, Muacagata e Langroivo, ttf faciatis Un
moratam, et pousatamr^e o fizeram seu vi*
sinho— |)ro adjtOorio, et defensione qnam oo-
bi$ fttciítSy et promittiíis f acere.
Em 1242, deu o mesmo concelho, ao dito
D. Abril; o campo da TVmço, ou Granja da
Touça^ sob a mesma condição.
Vindo depois esta propriedade â coroa, o
rei D. Diniz a deu ao mosteiiro de Tarouca,
pela terça parte da villa de Aveiro. Os fra-
des de Tarouca, emprazaram depois o tal
campo da Touca, por 360 alqueires de tri-
go, ou 36^000 réis em dinheiro, que vinha
a ser a 100 réis o alqueire.
No logar de Amozéllo, termo de Nnmão,
mas em território da freguezia de Custeias
' (vpl. 2.*, pag. 461, coL 2.*) eistá a capella de
i Noua Senhora da AíMro, junto a uma quin-
i80
NUM
ta umbem chamada de Arnozéllo. Fica a
uns 200 metros da margem esquerda (S.) do
rfo Doaro, em frente do famoso (e temero-
so) ponto chamado do Cachão^ e a 42 kilo-
metros de Lamego.
A sua lenda é a seguinte:
Appareceu (em 1585) a um homem mui-
to sinuoso, chamado Cypriano Rodrigues,
natural e morador da villa de Numâo, casa-
do com Cattiarína Francisca, em primeiras
núpcias; em segundas, com Isabel Affonso;
e em terceiras com Maria Antunes.
A Senhora lhe mandou, que lhe edificas-
se uma ermida, designando-lhe ella o sitio. -
Queria o bom do homem cumprir immedia-
tamente a ordem; porem a 1.* mulberseop-
poz, pretextando a grande pobreza em que
viviam, e que a appariçào seria alguma ii-
lusão diabólica.
K'e8sa noite, acordou Cypriano, e viu a
casa cheia de luzes, e ouviu uma voz que
faliava. Acordou a mulher, que ouviu dis-
tinctamente estas palavras— Cypriano, não
temas Jaze a minha egreja, junto ao lagar de
Amozello, onde te assiffnei, e eu té serei pro-
picia.
A mulher, à vista d'isto, nào fez mais op
posição, convindo logo na edificação, a que
immediatamente se procedeu.
Gomo eram muito pobres, nem todos os
seus haveres chegavam para construir os
alicerces; mas tanta fortuna lhe deu a Se-
nhora, que pôde concluirá obra; eaugmen-
tando-se lhe as felicidades nos seus negó-
cios, veiu a morrer bastante rico, deixando
a seus filhos uma bôa herança.
Quando deu principio à obra, tinha um
pouco de pão em uma dorna, e algum vi-
nho em ama pipa, e tirando de um e outro
género, para a sua família e para os ope-
rários da capella, nunca até ao ttm da obra
sentiu diminuição nas suas provi>Ões.
Em 1590, estava a capella concluída, co-
mo se vé em uma pedra, sobre a porta prin-
cipal (do lado de fora) que diz:
▲ CTPRIAO BODRIGUBZ, QUK
MilfDOU PA2KH BSrA OBRA, NO ANKO DB i890,
AfTARBCKU ROSSa SBNHOBA, SANTA
mUA n A BIBBIBA*
mm
Vais adiante estão três letras, que se jnl^
ga serem as iniciaes do nome do mestre pe*
dreiro, que fez a obra.
Na cruz do remate do campanário, que fi-
ca á entrada da egreja, e no qual estão dois
sinos, está outra inscripçio que diz:
f EM 1597 MB FBZ O HBStRB JOÃO
LOUABNÇO TBIGO
No retábulo da eapella-môr se lé:
lt)I FBITO KM i613
Mandou o fundador fazer logo a imagen
da padroeira da sua capella, e pouco tempo
depois se instituiu uma irmandade, comdn»
CO jubileus perpétuos, concedidos â casa da
Senhora, os quaes se ganbam em vários dte
do anno, nas festividades da mesma Seniio-
ra. Teve um capellão permanente, com le-
sídencia, cerca e fonte, junto á egreja.
Junto à capella ha casas para abrigo de
romeiros, que afflaem aqui, em grande qua»*
tidade.
Pelos annos de 1640, estando em máo es-
tado as paredes do templo, as mandoa re-
parar e ampliar, o bi^ipo de Lamego, D. Mi«
guel de Portugal, da casa dos condes de Vi-
mioso, e que foi embaixador extraordinário,
por D. João IV, na cúria romana.
E' tão ampla esta egreja, que muito bem
podia servir de matriz a uma grande villa.
No retábulo da capella-mór, está o retra-
to do bispo D. Miguel de Portugal.
Cypriano Rodrigues, fez o seu testamento
em 1591, que foi aprovado a 19 de maio do
1592. Deixou parte de seus bens á egreja do
Nossa Senhora, para, pelos rendimeatos se
continuarem as obras, con reversão para
seus herdeiros, findas ellas.
Impôt áos capeilães o encargo de eíneo
missas annuaes e um responso, que pouooo
annos se cumpriu, apezar de ser tão liojitak
do, e de ser o testador que lhe deu as
cerca e fonte, que disfructavam.
O fundador, foi sepultado na egreja,
firenta do altar da Senhora.
B* esta imagem de muita devoção d*
fXUU
I^TOSy 6 ás soas romarias eoaoorre gente de
muitas léguas de distancia.
Também no termo de Namao, está a ca-
pella de Nossa Senhora do Viso, ediflcada
em tal situação, que a sua capella-mór fica
ao termo de Numão, na freguezia de S. Pe-
dro, e o corpo da mesma egreja» no da tíI-
la de S. João da Pesqueira.
£' uma ampla egreja, com altar mór e dois
lateraes.
Já a pag. 461, col. 1\ no firo, do 2.* to*
lume, tratei d*esta notável capella, e do seu
estado actual; mas aqui, accreseento mais o
JMguinte:
A sua antiga torre dos sinos, denotava
uma remotissima antiguidade, e parecia ter
sido origíDariamente construída para torre
,de aimenára oa atalaya, dos antigos luslta-
,nos ou dos romanos.
. Esta capella está 2 kilometros ao S. O. da
freguezia de Custeias (e por isso a descrevi
alli) mas estava annexa á freguezia de S.
Pedro de Numão, e unida ao mestrado da
cathedral de Lamego, mas eneorporada ho-
je na freguezia de Nossa Senhora da Assum-
^pçao, da villa de Numão.
A sua festa é no dia da Natividade da Se-
nhora, a 8 de setembro.
Antigamente pela Paschoa da Resurrei-
çâo, hiam visitara casa da Senhora, todas as
freguezias dos logares cireumvisinhos, e os
povos, unidos com os seus respectivos paro-
chos, ahi entravam de cruzes aiçadas. A
mesma visita faziam nos sabbados da qua-
resma.
Nada se sabe quanto á origem d*eM ca-
pella, senão que é antiquíssima.
De propósito guardei para o final d*este
artigo, as noticias sobre a famosíssima ci-
dade de Numancía, por ser a parte mais im-
portante d^elle; e porque o povo d*estes sí-
tios— e com elle, muitos escriptores — sus-
tentam que Numão é corrupção de Nnman-
€M, e que aquella está fundada sobre as
ruínas d*esta.
Quatro são as opiniões que ha, com res-
peito á situação de Nomancla«^A i.* diz
NUM
ISl
^a esta cidade «ra onde hqje se vé o tu*
tello de Numão— a 2.* diz que era a cidade
hojA chamada Zamora— -a 3 * diz que era a
actual Cidade de Sória*-a 4.« sustenta que
era no sitio onde agora está a peqhena al-
deia chamada Puente dê Garay, pouoo acima
de Sória.
Notemos» porem, que nas Hespanhas hou-
ve três cidades com o nome de Numancía
(provavelmente, porque, como Já disse, era
genérico, e applicado ás povoações fortes,
fundadas em sitio pouco accessivel, e sobre
rochedos.)
A 1.", foi a antiquíssima e famosa, pda
resistência que fez aos romanos, preferindo
os seus ha]»itantes nM>rrerem (como os de
Sagunto) a capitularem, e pelo que, conse-
guindo o grande Scípião conquistal-a, a ar-
rasou pelos fundamentos.
Orosio, no Lti^ro í5.% cap, 7.% dos Âreoor
coSy situa esta cidade na raia da Geltiberia no
paiz dos arevacos» ou muito próximo d*el-
les, e da sua mesma raça.
Rotogenes Nnmantino, dizia a estes po*
yofh—Numantiniê consaguineis iptorum opem
ferre nom rectuaretU-^^que não recusassem
dar soccorro aos numantínos seus páreo-
tes.)
Estava perto da cidade de Termes ou 7%^-
tne$, segundo diz Appiano, e confinava com
o paiz dos lusões.
Também estava próximo dos vacceos, co-
mo diz Orosio.
Junto a Numancía passava o rio Douro»
e a cidade estava ediflcada sobre um outei-
ro; o seu território era cortado por dois rios,
e os numantínos navegavam pelo Douro; e
estava cercada de montanhas. Isto consta dos
escriptores citados.
A 2.* Numancía, também era uma cidade
muito antiga, e já existia no tempo de Stra-
bão, de Ptolomeu, e do imperador Antonino
Pio; pois todos elles a mencionam; mas era
mais moderna do que a 1.* — ^pois sendo es-
ta arrazada por Scipião, não podia ser a se-
gunda, visto que este famoso capitão, viveu
muitos annos antes d'aqueUe8 três escripto-
res.
Plínio, que taoibem falia de Numanda,
18S
NUM
eerumenta aUade t esta t.\ pois ttitf dá as
segaÍBtes confirontaçdes.
Eataya a 25 léguas de Zaragoça, entre Yo-
laee e Augostobríga, no caminho de Astorga
para Zaragoça, pela Cantábria. Assim mesmo
a maream StrabSo e o Itinerário de Anto-
nino.
A 3.* Namaneia, é a actnal cidade de Za-
mora; o qne se proTa pela díviíão dos bis-
pados de Hespanha, feita pelo rei Wamba.
Doestas três confrontações» facilmente se
colljge, que as da primeira quadram perfei-
tamente em tndo com as da actual villa de
Nnmio; porém o padre D. Jeronymo Con-
tador de Argote, nas suas Memorias de Braga^
é de opinião que seja a terceira; e esta opi-
nião seguem outros escriptores, que se fun-
dam na circnmstancia de não passar por es
tes sítios, nem mesmo per território algum
das duas Beiras, o rio Tejo. Se fosse só esta
a objecção, estava destruída pelos funda*
mentos; porque ninguém disse, senão por
ignorância, ou por erro de cópia, que o Tejo
confluía aqui com o Douro.
O rio que passa perto de Numão, juntan-
do-se a pouca distancia com o Douro, é o
Teja (ou Terá) que nasce nas visinhanças
de CedaTim, e entra na esquerda do Douro,
pouco acima de Numão.
Por signal, que na foz do
TejOj está a grande quinta das
Figueiras^ da sr.* D. Antónia
Adelaide Ferreira, Tiuva de
António Bernardo Ferreira (o
Perreirinha) casada em segun-
das núpcias com o sr. Torres,
da Régua, e mãe da sr.* con-
dessa da Azambuja e do sr.
António Bernardo Ferreira, do
largo da Trindade, do Porto).
Esta quinta das Figueiras, é
uma das melhores da Douro
(senão a melhor). Antes do
Mium tukeri, chegou a pro-
duzir 900 a 1:000 pipas de vi-
nho superior, por anuo, além
de muito azeite, amêndoas»
ÍJruetas» etc
ITesta quinta trabalham ás
NUM
vezes, simultaneamente, OM
operários. Tem espalhadas pela
quinta, dez boas moradas de
casas; e aos domingos e dias
sanctificados, ha aqui missas •
um bom mercado.
Ha ainda outra objecção, que parece con-
cludente, mas não o é.
Se Scipião arrazon completamente a ci-
dade de Numancia, como é que eHa ezistet
Responde- se — Para se toouir ao pé da
letra a palavra arrazar, era preciso que o
logar em que estava fimdada a povoagão, fi-
casse sem vestígios de um só muro, o qoe
raríssimas vezes acontecia, nem os conquis-
tadores teem tempo para fazer tanto. Mas,
snpponhamos que o general romano arrm-
xou tudo^ sem deixar pedra sobre pedra —
isto foi no anuo 3796 do mundo, que são
208 antes do nascimento de Jesus Ghrtate
(e portanto, ha hoje 2083 annos). Não podia
depois reediflcar-se? Todos sabem qaeoa
romanos, os godos e os árabes, destmiraa
muitas povoações peninsulares, que depob
reconstruíram.
Já vimos no principio d'este artigo, qos
em li30, estava esta povoação abandonada
e que depois, o rei D. Diniz reedificou o cos-
teáo^ ou aproveitou os materíaes das amti-
gas fortificações^ para levantar as máídermu.
Concedamos que a cidade de Numancia foi
UUeralmaUe arrazada, e que assim fieou
até 1130 de Jesus Christo, em cujo aimo^
D. Fernão e seus filhos a povoaram.
Também se diz que o âmbito do monta
não podia conter uma fortaleza, com capa-
cidade para uma grande povoação, e para
uma forte guarnição, como era preciso para
resistir a um cerco de alguns mezes (ons
dizem três, outros cinco e outros sete) posio
pelo mais bravo general romano doesse tem-
po, com um exercito aguerrido e discipli-
nado. É porque estes taes, não comprehen-
dem o que é amor da pátria e que prodígios
de heroísmo elle nos leva a praticar.
Noto também, que, n*aquelles tempos, po-
pulação e guarnição era uma e a mesma
cousa; porque todos os lusitanos eram mA"
dados sempre promptos para defenderam as
suas terras e f^pím^Tr
Não qnero dizer, eom tado quanto fica pon-
derado, qae era aqni ineontesUTelmente o
assento da heróica Nomancia; mas é certo
que mnitas eircamstancias concorrem para
o snppormos, com bons fundamentos.
Nem se diga que, pelo sen pouco âmbito,
não podia em tempo algnm ter sido isto con-
siderado como cidade. Todos sabem ; e em
varias partes d*esta obra tenho dito, qae an-
tigamente, e ainda no tempo do nosso conde
D. Henriqae, se dava o nome de cidade^ a
nma circamserípçSo ou comarca qualquer;
e muitas vezes a um simples castello. (Vide
Areja, a pag. 238, col. 1.* do !.<" volume).
Se Numão é a antiga Nnmancia, também
esta não era mais para o N. ou para o S. —
mais ao E., ou ao. O.; mas no mesmo logar
da actual — porque é aqui que se teem des-
coberto as antiguidades romanas de que fal-
lei, e a quantidade prodigiosa de sepultu-
ras que se teem encontrado n*e8te monte,
induzem a crer que os romanos aqui per-
maneceram por longo tempo, e então, 6 ob-
vio que elles reedificaram a cidade, ao me-
nos em parte.
Finalmente, fosse ou deixasse de ser aqui
anobtlissimaNumancia, é incontestável que
este monte foi occupado por uma importan-
te e antiquíssima cidade romana, à qual se
não conhece outro nome: mesmo porque,
como fica dito, o nome de Naumam quadra
va perfeitamente à actual NvmSo, assim co-
mo lhe quadra o de Monforte, por que tam-
bém era nomeada, e que vinha a ser a mes-
ma coisa.
Em todo o caso, o castello, a villa e os ar-
redores de Numão, mereciam bem ser vis-
tos e estudados por um dos nossos illustra-
dos archeologos.
NUNES — freguezia, Traz-os-Montes, co-
marca e concelho de Vinhaes, 70kitometros
4e Miranda, 480 ao N. de Lfeboa, 70 fogos.
Bm 1757 tinha 45 fogos.
NUN
i83
Orago, S. Cypriano.
Bispado e districto administrativo de Bra-
gança.
O reitor de Ouzelhão apresentava o cura,
que tinha Í2|Í500 réis de côngrua e o pó
d'altar.
NUZÉLLGS, ou NOZÊLLOS — freguezía,
Traz-08-Montes, comarca e concelho de Ma-
cedo de Cavalleiros, 70 kilometros a N. O.
de Miranda, 420 ao N. de Lisboa. Tinha em
i757, 12 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Assumpção.
Bispado e districto administrativo de Bra-
gança.
A casa de Bragança apresentava o abba-
de, que tinha 300M00 réis de rendimento
annual.
Esta freguezia está ha muitos annos an«
neza à de Arcas, e por isso se chama Áreas
e Nuzéllos.
Nuzéilos, foi villa, cabeça de concelho, e
teve foral. Ainda em 1834 se conservava na
casa da camará de Nuzéllos, um freio, que
se punha às mulheres de mà lingua, e às
calumoiadoras. Consta que nunca ganhava
ferrugem. (Vide Arcas e Nuzéllos, vol. i.%
pag. 231, col 2 •)
NUZÉLLOS ~ freguezia, Traz-osMonteS|
comarca e concelho de Valie-Paços, 100 ki-
lometros de Miranda, 450 ao N. de Lis-
boa.
Tinha em 1757, 59 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Expectação.
Bispado de Bragança, districto adminis-
trativo de Villa-ReaL
O reitor de Oucidres apresentava o cura,
confirmado, que tinha 501^000 réis de côn-
grua e parte do pé de altar.
Esta freguezia, bem como a de Monforte
do Rio Livre (que foi villa) estão annexas á
de Lebução, formando todas três, uma só e
mesma freguezia. (Vide Lebução e Nuzéllos^
a pag. 62, col. 2.% no fim — do 4.* volume.)
184
O
O
O-— como letra numeral, tinh^ antigamen-
to o valor de íi— pHcado, valia 11:000.
O —na musica dos antigos, era signal para
se abrir inteiramente a boeca, no canto.
' O— na antiga Hibernia, hoje Irlanda, an-
teposto ao nome próprio, é distinctivo de no
bréza, designando um descendente de famí-
lia illustre—v. gr.— ÓBrten, ÓCoster, ÓCo-
9ieU, ÓDonell, etc
(Os íD^lezes teem o seu Son, e os escoce-
zes o seu Mac, que corresponde ao Ó irlan-
dez.)
6 — (Nossa Senhora do) da Beberriqueira.
Vide Tfiamar.
O — no antigo portuguez, significava me-
renda, beberôte, convite, etc, que se dava
nas cathedraes, collegiadas e mosteiros» em
cada um dos sete dias antes do Natal; prin-
cipiando nas primeiras vésperas da festa de
Mossa Senhora da Expectação {Nossa Senho-
ra do Ó).
A razão de se chamar do Ó, ó porque n'es-
tes 7 dias se cantam as 7 antipkonas, que
todas principiam por O.— Do O das antipho-
nas, passou o nome para as taes merendai,
as quaes se tornaram tao abusivas e turbu-
lentas, que os prelados, a poder de reitera-
das censuras, as extinguiram.
A festa do O., foi instituída pelo decimo
concilio de Toledo, em 656. De Toledo pas-
sou a Portugal, e, por fim, a toda a Egreja.
D. João de Chaves, bispo de Lamego, com-
mutou as merendas do O, em 1445, em cer
tos anniversarios.
Estas merendas consistiam em vinho, fru-
stas, espeâes, confeitos, tâmaras e passas. E,
como se hi juntava muita gente de desvaira-
das maneiras, entre as quaes eram vis pes-
soas, que, depois que bebido, dizião e fazião
muitas enormidades, e alevantavão arruidos
e contendas, que erão azo de se seguirem al-
gumas violências, etc. — (Doe. da Sé de La-
mego, de 1445.)
Em 1518, conviaram os vereadores di ca-
mará de Freixo de Espada à Cinta, com tra
raçoeiros da collegiada d*aqueUa villa, qoe
0 O, de vinhos e fructas que se dava aepo-
vOy se desse á fabrica da egreja, per estar
muito pobre, reduzindo o O a 500 réis eadi
anno.
OANE— portuguez antigo«-João. Tambea
se dizia Oanes, Joannes^ Joane, etc.
OB— portuguez antigo— ot* — Que deáes
a mim, ob áma geraçom
Se vós, ób óbtrem per vós, lavrar^ ob monr
essa herdade, e nom for meu homem, ob à
meus filhos, ficar a mim esse herdamenlo li-
vre. (Doe do século XIV.)
Õ6A— sobrepeliz, òpa, sotaina, vestidon
solta e comprida, que os eeclesiasticos tra-
zem sobre os vestidos justos.
OBEDEENQA — portuguez antigo — obe-
diência.
OBEDIENCtA— portuguez antigo— o mes-
mo que avença, ou avença. Certo foro.— El-
vira Mendes, prioreza do mosteiro benediotí-
no da Espiúnca, doou uma herdade a Joio
Guilherme, seu abbade, e confessor; e aliar-
tioho Pires, seu sobrinho e afilhado; eoya
herdade, por morte d*ambos, ficaria livre
ab Obedientia de Conductaria. (Doe d* Alpen-
durada, de 1189.)
àanducteria, são todas as
eguarias e mantimentos qoe
se comem com pão. Este ter-
mo, eomo se vô, já era nsado
no século XII. Ainda boje le
usa em algumas aldeias do
norte do reino; porém, mais
geralmente, dizem conàudo, e
os mais velhos, condôito.
OBEDIÊNCIA — portuguez antigo — pro-
curação, sachristía, enfermaria, etc— eok-
diencial, o que tinha a seu cargo aigmna
d'e8tas coisas, avença, ofiicina, etc
1 Também se dava o nome de obediência, na
OBI
OBI
fSS
ordem dos monges beoedletinoa, aos mostei-
ros pequenos, hospicios, pequenos priora-
dos» ou granjas» dependentes de qualquer
mosteiro.
OBEDDSNGIAL — portoguez antigo — era
lambem o eonego regrante, que estava fora
4o mosteiro, com licença do prelado.
ÓBIDOS — viUa, Extremadura, cabeça do
(xmcelho do seu nome, na comarca e 5 ki-
lometros ao S. das Caldas da Rainha, 60 ki
lometros ao S.O. de Leiria, 30 ao S. de Tor-
res Vedras, 18 ao N.O. de Peniche, i% ao S.
do Atlântico, e€^ ao N.O. de Lisboa, 790 fo
Ifos» em duas (reguezias, Santa Maria, 340,
fi. Pedro, 4S0.— É no patríarchado, districto
administrativo de Leiria.
Em i757 (e ainda até ha poucos annos)
tinha quatro freguezias, que eram:
1.*— S. Tbiago, apostolo. O abbade do mos-
teiro de Valle-Bem Feito (de monges da or-
4em de S. Jeronymo) era abbade d'esta fre*
finezia, e n*ella apresentava um cura, que
.linha iOOi^OOO réis por anno. O priorado
xendta um conto de réis annualmente. Ti-
nha, em 1757, 141 fogos.
2.*— Santa Maria (Nossa Senhora da As-
rampçao). O Sacro CoUegio dos principaes
4a Santa Egreja patriarchal, tinha o prio-
rado d'esta freguezia; mas era parochiada
por um cura, apresentado pelos beneficia-
dos da coliegiada da mesma egreja, que ti-
nha 100^000 réis de rendimento. O priora-
do rendia l:200if!000 réis annualmente. Ti-
nha, em 17JS7, 108 fogos.
d.*-*-S. Pedro, apostolo.— As rainhas apre-
4MnUvam o prior, que tinha um cento de
léis de rendimento. Tinha, em 1757, 200 fo-
gos.
4.* — S. João do Mocharro (S. João Baptis-
ta). A mitra apresentava o prior, que tinha
5004000 réis de rendimento. Tinha em 1757,
S25 fogos.
O ooneelho d*Obido8 é composto de 12 fre-
goezias^ todas no patriarchado. São — Amo-
reira, Bombarral, Carvalhal, A dos Francos,
A dos Negros, Panadia, Landal, Roliça, So-
bral da Lagoa, Yáu, e as duas d'Obidos. To-
das eom 2:000 fogos.
A viUa está edificada na encosta de um
alto monte, perto do rio Arnoia (que entra
na lagoa d*Obidos e desagua no mar). Alem
do Amoía, é o seu território cortado por
três ribeiros, que todos entram na iagôa-
Tanto estes ribeiros, como o rio, teem cada
um uma ponte de cantaria, para serviço da
gente da Yilla.
O 1.** doestes ribeiros, vem das Caldas da
Rainha, e se chama rio do Cabo — o 2.*, se
chama do Meio; e o 3.* di? fíeal.
É toda cercada de muralhas torreadas,
que, em alguns sitios, teem mais de 13 me-
tros de altura. As muralhas teem quatro
portas e dois postigos. Aquellas se denomi-
nato — da Villa (ao S., e é a principal), do
Valle (a E.), da Cerca (0), e do Telhai (O.).
Os postigos se chamam, dà Cima, e de Baixo.
Tem feira a 20 dcoutubro, 3 dias.
Segundo alguns escriptores de credito, foi
fundada pelos turdulos e celtas, 308 annos
Antes de Jesus-Christo.
Pretende-se que o actual nome são as três
palavras latinas — Ob, id^ o^—por causa da
bócca, ou braço de mar que antigamente che-
gava a esta villa, e do qual ainda ha vesti-
gios, e a lag^ d'Obidos.
Ha ainda outras ety mologias, que não men-
ciono, por disparatadas. Uma d*ellas é que
provém de Abides, seu fundador. Sendo as-
sim, datava a fundação d'Obidos do anno do
mundo 2640—1364 antes de J.-C. (Isto não
merece contradicção.)
Na praça está um bom chafariz, cuja agua
vem por um aqueducto, sobre grande nume-
ro de arcos de pedra, do logar da (Hseira^ a
3 kilometros de distancia.
Poi mandado construir por D. Catharina,
mulher de D. Joio III, pelos annos de 1550.
Tem mais quatro chafarizes, extramuros.
Dois d*estes recebem também a agua do aque-
ducto.
Tinha voto em cortes, com assento no ban-
co 6.»
Tem Misericórdia muito rendosa, e hos-
pital;
Dois kilometros a E. da villa, está o mos*
teiro de S. Miguel das Caieiras, de frades
arrabidos (franciscanos) fundada peio infaa*
186
OBI
OBI
te D. Henrique, filho do rei D. llamiel, em
1569. Por ser poueo sadio o sitio em qae
primeiro se edifleoa, foi mudado pira o
aetoal, laDçando-se a primeira pedra em a
nova egreja, a 20 de ontabro de 1602. Este
convento foi celebre pela festa dos cavaUei-
roSy que n'elle se fazia todos os annos, na
véspera de S. João. Contíguo a este mostei*
ro ha um firondoso bosque, que faz parte da
tua cerca.
D. Affonso Henriques tomou esta villa aos
mouros, em 11 de janeiro de 1148, e por fi-
car muito arruinada a reedificou e povoou,
ampliando então e reparando o seu forte cas-
tello.
Em 1246, D. Âffonso III, sendo ainda con-
de de Bolonha e regente do reino, pâz aper-
tado cerco â villa, por ella defender os di-
reitos dn D. Sancho II, mas nào pôde tomar
o ca»tello, nem a villa, por seus moradores
se defenderem heroicamente.
D. Afifonso III, depois de rei, premiou a
villa, pela sua fidelidade, com o titulo de
sempre Ipal (alem do de notável que já ti
nha), e lhe concedeu muitos privilégios e
mercês.
O rei D, Diniz, alargou muito a villa, man-
dando lhe construir, sobre um grande roche-
do, um soberbo castello.
Quando em 1282 casou com a infanta de
Aragão (a rainha Santa Isabel) lhe deu o se-
nhorio d'Obidos e de outras muitas povoa-
ções e castellos, e desde entlo ficou esta vH-
la sendo da casa das rainhas, até 1834.
As muralhas da villa, foram mandadas
edificar (ou reedificar, segundo outros) por
D. Fernando I, pelos annos de 1379, quando
tínhamos guerra com Castella.
A virtuosíssima rainha D. Leonor, mulher
de D. João II, e irman do rei D. Manuel (vi-
de Caldas da Rainha), residiu algum tempo
n*esta villa (corrindo máguas acerbas pela
morte de seu filho), em umas casas, junto
ao castello. Foi então que ella instituiu ein-
co mercieiriaSf na egreja matriz de Santa
Uaria.
Esta piedosa rainha falieceu a 18 de no-
vembro de 1525, com 67 annos de edade.
Era tão protectora dbs pobres que a maior
parte daa soas rendas foi gasta com ettes.
Foi esta rainha que deu principio i piedon
irmandade da Misericórdia de Lisboa. Fn-
don o hospital das Caldas para enfermos
pobres, e affirma se no respectivo compro-
misso, que vendera as suas jóias para dotar
aquelle estabelecimento de muitas rendai
Também fundou o mosteiro da Madre ds
Deus, situado no valle de Xabregas, oads
as senhoras mais illostres de Portugal pro-
fessavam a regra de Santa Clara. Egnalmea-
te ftindou o convento das religiosas de S. Do-
mingos da Annunciada. Instituiu as ditas á^
CO mercieirias na egreja de Santa Maria, da
villa de Óbidos, e outras em Nossa Senbon
da Graça, da villa de Torree-Vedras. É d»
mesmo modo obra sua, a egreja parodiial
da 'Villa da Merceana, e também a capeOa
imperfeita da Baulha, fobrica tão magnifica
que fez desmaiar a generosidade dos reis
que se seguiram.
A rainha D. Leonor foi filha do inCuito
D. Fernando, neta de el-rei D. Duarte, mio
do príncipe D. Aflònso, irman do el-rei Dl
Manuel, prima e esposa de ^-rei D. João 11^
e tia de el-rei D. João Hl.
Jaz sepultada no claustro do convento di
Madre de Deus. O seu piedoso confessor,
fr. Miguel Contreras, concorreu maito pua
que tão nobre e virtuosa senhora não doi-
zasse um momento de traduzir em fadOB
os seus elevados sentimentos caritativos.
O l."" foral d*Obidos lhe foi dado pela
das rainhas. D. Manuel lhe deu foral novo,
em Lisboa, a 20 de agosto de 1513. (L.* ie
foraes novos da Extremoáura, fl. i37 Vi,
coL 2.*)
O 1.* conde de Óbidos, foi D. Vasco Mas-
carenhas, alcaide-mór d*esta villa, feito por
Philippe IV, em 22 de dezembro de 1636.
As armas dos condes d*Obidos são — iroi
faxas d*onro em campo de purpura (Masca-
renhas) e as reaes, esquartelladas, por dos*
cenderem de D. Diniz, filho do duque deBii-
gança.
O 2 • conde d'Obldos, foi D. Femio Mt^
tins Mascarenhas, ao qual D. Pedro II H
meirmho-mór do reino, a elle e seus doo»
OBI
OBl
187
cendeDtes, qne por isso se flcâram denomi-
nando ccndes-meirmhoB-môreê.
D. Fernão Martins llascare-
n^s, era conde d'Obidos, e
também eonde da Palma, e do
Sabagal, por sua mulher D. Bri-
tes Mascarenhas, filha e her-
deira de D. loão Mascarenhas,
2.« conde da Palma, e 3.* eon-
de do Sabugal.
Estes condados, assim como
as honras de meirínho-mór,
estSo hoje unidos ao condado
do Sabugal, de que é actual
representante, e» 8.* conde de
Óbidos e ò."" conde do Sabugal
e da Palma, o sr. D. Luix d*As-
sis Mascarenhas.— É filho de
D. Manuel Pedro d*AleanUra
d*As8is Mascarenhas de Souza
Coutinho Gastello- Branco da
Ck»ta e Lencastre, 5** conde
do Sabugal e de Palma.
Os condes d'Obidos, como os de Sabugal,
e da Palma, eram da familia do infeliz D. Jo-
sé Mascarenhas, ultimo duque d'Aveiro. (Vi-
âe ChSo-Salgado.)
O 1.* conde d'Obidos, edificou o seu palá-
cio no fundo do Atíerro da Bâa-Vista (Lis-
boa) no melado do século xtu, sobre uma
penedia ealcarea, ainda hoje por isso cha-
mada Rocha do Conde d*Obidos.
Em 1874 foi este palácio arrematado em
praça piíbHca, por um particular, por It
contos de réis; o sr. D. Luiz I obteve do
comprador que lh'o cedesse pelo mesmo pre-
ço, e o deu á sr.* D. Thereza Mascarenhas,
irmã do actual conde, e camarista do paço.
Jimot estava senhor despótico de Portu-
gal; as águias francesas tinham scd)stituido i
as sagradas quinas lusitanas, e as armas
d'este reino tinham sido picadas em todas as
nossas fortalesas.
O povo« farto de soffrer o jugo ignóbil do
malvado Junot, tinha-se revolucionado con-
tra os francezes, primeiro em Bragança, e
depois em varias povoações de todas as pro-
Tincias;. e a 19 de junho de i808 se tônok
no porto a JutOa itêprema do governo do
mno, que procede immediatamente á orga-
nisaçãe do exercito portuguez.
No principio d^agosto, uma divisão auxi^
liar ingleza, ás ordens dos generaes Dahrym'»
pie e Weflesley, desembarca na Figueira, e
unida aos portugueses, marcha sobre Lis-
boa.
O primeiro combate entre os ailiados e os
jacobinos» commandados por Delaborde, te-
ve logar junto a Óbidos, no dia 15 de agos-
to. Foi apenas o choque entre as nossas
avançadas e a rectaguarda do inimigo; e foi
o preludio da gloriosa batalha da Roliça, 6
kilometros ao S. d'Obidos» e que teve logar
a 17. (Vide Boliça.)
Consta que as primeiras armas d*Obidos»
foram— uma rede de arrastar, no melado
escudo,' dado pela rainha D. Leonor, mulher
de D. João IL
Esta senhora, depois que seu
filho único D. Affonso, mor-
reu da queda de um cavallo^
(1491) tomou por-^emblema»
ou em memoria da sua per-*
petua saudade, a rede com
que uns pescadores do Tejo
trouxeram para Santarém o
cadáver de seu filho, desde a
margem do rio, aié á villa. Es-
te emblema se gravou ou es-
culpiu em muitos dos senho»
rios da santa e inconsolável
rainha; pelo que não me pa-
rece que isto seja o brazão de
Óbidos.
Na torre do tombo, estão as armas d'esta
villa, do modo seguinte.— Em campo verde^
uma torre de prata, sobre rochedos da sua
côr; tremulando sobre a torre, uma bandei-
ra branca.
Ha aqui a ermida de Nossa Senhora de
Mo^sarrate, pertencente à ordem terceira—
a de S. Vicente, onde esteve a parochia de
S. João Baptista— e a de S. Martinho.
Fora da villa, mas a pouca distancia, ha
outras ermidas, sendo a mais notável a do
Senhor da Pedra^ principiada em 1740» Jun-
to á estrada das Caldas da Rainha*
188
OBI
F «m tamplo saraptnoio, mt» aitá aiate
por eonclair. Coitou, o q«e «stá feito,
900.000 crasados (8O:O00MOO réU) todo por
oflértas voloDtariM do povo da villa e im-
mediações, e yaliosos doaativot ée D. Joio
Yi qoe aqui veio muitas vezes* Ha ii'6Sta
egreja nma magestosa solemnidade, a 3 de
xnaio (dia, da lovenção de Santa Gros.) Tem
um arraial eonoorrídissimo e om graode
mercado. (Adiante falio mais detidamente
doesta egreja.)
A villa tem cineo mas princâpaes^ e a
praça onde está o chafariz. Os ediflcios da
villa (qaer públicos, qner paxticalares) na-
da oíferecem de notável.
Os arrabaldes d^Obidos são bonitos, e
laem algamas quintas de mnilo valor, sendo
as prindpaes, a das Jan^/íos do sr. Fanstino
da Gama, riquíssimo proprietário d*estes
titios, a qual fica a i kilometro da villa; e a
das Gaieiras^ dos srs. Pinbeiros, que tem
ii*eUa estabelecida, uma bda e das mais an-
tigas fabricas de sola.
Tem aguas thermaes» como as das Caldas
da Rainha, e ás quaes concorrem alguns en-
fermos. Adiante trato d*ellas.
AchandO'se hospedado n*esta quinta o in-
fante D. Francisco, irmão de D. João Y,
aqui falleceu de ufiàa cólica, a 21 de julho
de i741 Estava enâo nas Caldas da Rainha
o rei e a família real.
A qvitUa da$ Flores, tem outra nascente
das mesmas aguas.
A do Bom-SMCcesso, é muito arborísada e
^m sitio muito pittoresco, e de formosas vis-
tas.
A celebre lagoa d^ObidoB, dista 6 kilome-
tros da villa. (Vol. 4.% pag. 19, col. i.% no
fim.)
O termo d^Obidos produz muitos cereaes,
algum vinho, abundância de exceilentes fru-
ctos, de todas as qualidades, e cria bastan-
te gado.
•
Em 1673, deseobriu-se em Óbidos uma
conspira^ coptra o príncipe regente (do-
OH
psls D. Pedro n). Dois dos prindpaes edie-
ças (oram enforcados.
•
O aoote em que a villa está fundada, é
bastante alto do lado do N., e no seu cume
está edificado o sen vetusto castello, prova-
velmente de origem romana, e menos mal
conservado» attenta a sua antiguidade. Tam-
bém n,'este monte está a egreja parochial de
S. Thiago.
A povoação estende-se pela encosta do
monte que olha para £., e na parte mais
baixa» banha-lhe as muralhas, o rio Ar-
noia.
Ainda se conserva, sem grande ruina, a
velha cinta de muralhas» apresentando a
forma de um ferro de engomar, cujo bico,
voltado para o S., é defendido por um tor-
reão chamado Urre vedra (torre velha) que
pvooe ser construcção árabe.
O castello é guarnecido de vários torreões^
6^ apezar de bastante arruinado, mesmo as-
sim é, dos da sua edade, um dos mais bem
conservados do reino. D'eUe se disfructa um
vasto e formoso panorama. Para £., se vêem
coliinas, povoadas de pomares— para o S,
alternam-se aldeias e campos, na extensão
de ^ kilometros aproximadamente — para o
0., se estende a Varzsa da Rainha (D. Ga-
tbarin^» que muito se comprazia de vir aqui
passear. At^tíg^tD^i^td chamava-se Veiga de
Óbidos,)
A rainha D. Catharína, mulher de D. João
ill, contratou com a camará e povo d*Ohi-
dos, em fazer á sua custa o aqueducto da
Osseira, recebendo em compensação a Veiga
d*Obidos, que era um baldio do manicipio,
e que desde então se principiou a chamar
Várzea da Rainha. (Teve isto logar pelos an-
nos de 1550)
Tem 3 kilometros de comprido, e ó rega-
da pelos três rios de que já falleL — Para o
^., diiata-se a vista em um vasto horisonte^
sobre terrenos accidentados.
Na Várzea da Rainha, está a ermida de
Mossa Senhora do Carmo» onde antigamente
esteve a paroehia de S. João Baptista.
Em um monte, para o lado do K, está a
Ql^lla de Santo Antão.
Em um qateiro, ao E.« a de S. BeAto.
Ofil
Janto ao éámpo em qae 9à hz % fetara de
outubro, está a de Santa Iria. B o sam-
ptuoso templo do Senhor da Pedra, do
qual adiante trato, e que eseá fundado
Junto á eí>trada que vae para as Caldas da
Rainlia.
O sr. D. Pedro Y, de sempre saudosa me-
moria, Teiu visitar esta villa em iS60 (um
anuo antes da sua morte) por oeeasiSo de
bir fazer uma grande pescaria á lagoa de
Óbidos.
haú fatio aqui detidamente d'e8ta famosa
e formosa lagoa, porque já fica descripta no
4.* Tol., a pag. 19, col. 1.% no fim.
Próximo á lagoa, está o sanetnario da Se-
nhora do Bom Successo.
£' também a*este eoneelho o famoso san-
etuario do Bom lesos do Carvalhal
Vão a elle, em agosto e septembro muitos
cyrios de Peniche, de Yalle-Bem Feito, e ou-
tros. Tem então lugar uma grande roma-
ria, na qual, muitas vezes ha graves desor-
dens. Ainda em 16 de agosto de 1875, hou-
ve aqui tão grande desordem, entre os do
logar do Olho Marinho e os do Vau, que
muitos ficaram mais ou menos gravemente
feridos.
Óbidos é sede de um dos« três vigários-
geraes do patriarchado, estendendo-se a sua
jurisdicção ecciesiastica sobre 13 villas que
foram dos Coutos d^Alcóbaça^ e sobre as vil-
las, das Caldas da Rainha, Cadaval, Atouguia
da Baleia, e Peniche.
A visinhança de dois portos de mar (Pe-
niche e S. Martinho do Porto)--da lag6a de
Obidos-Hla concorrência das aguas ther-
maes das Caldas da Bainha^da fertilidade
do seu território— de lhe correr proximoama-
gDÍftca estrada a mac-adam, de 1.* classe, de
Lisboa ao Porto e províncias do norte — ape-
ars de tudo isto não tem prosperado estavilla
como era de esperar e desejar, o que se reali-
sará, se a estrada de ferro, que está concedida
de l.i:»boa a Torres Vedras, chegar a Óbidos;
e se se levar a effeito o ramal de caminho
de ferro, que está em projecto, no minisle-
m da guerra (pois é militar) que, aahindo
189
da ésta^ do Carregado, iMssa pela villa ia»
Caldas, e d*ahí deve hír a Óbidos, S. Marti-*
nho do Porto, e Peniclie.
í^etÃÁ dezembro de 1874, que a eamtra
concebeu e projecto de construir um edi*
flcio decente, para estabelecimento de ther-*
mas, aproveitando as ricas nascentes ^ qa«
ha aqui. Também projecta ampliar os paços
do coocdho, de forma que n'elles se pot«
sam accommodar todas as repartições pu*
blicas. Para occorrer ás despezas a fazer com
estas obras, dízse que vae contrahír um em«
préstimo de dez contos de réis.
Bem merece do povo d*Obidos a vereação
que effectuar estes melhoramentos.
A egreja de S. Thiago foi da apresenta-*
çio do convento de Valle-Bem-Feito, que
também apresentava sete beneficiados.
Primeiramente apresentava o conde dfl
Atouguia este priorado; mas trocou-o con
os frades, pelo direito do pescado das Ber-
lengas, o qual rendia de 3 a 4:000 crazades
(1:200«)00 a l:600ifOQO rs.)
D. Affonso Henriques, deu o espiritiud
d'esta villa, a Santa Cruz de Coimbra, e foi
l.« prior d*0bid09, D. Domingos André, oo^
nego regrante de Santo Agostinho, de Santa
Cruz de Coimbra, e natural d'esta cidade.
Deixou a esta oollegiada d*Obidos, um gran-
de olival que tinha em YMla Franca d0
Xira.
Em 1254, D. Joáo Pires, deu a D. AfTon-
so III, o senhorio secular da villa de ArroB«
ches, por este d^Obldos, ficando Santa Cruz
com os dois senhorios d'esta villa, até D.
João III, que os passou para sua mulher, %
rainha D. Catharina.
No termo d*Obidos ha abundância de car-
vão fóssil. Em maio de 1875, manifestou a
sr. Quintino de Macedo, onze minas de car-
vão, na camará d'6sta villf.
No artigo Calda$ da Bainha, fallei de leva
das caldas das Gaieirai, na col. 2.% da pafi
40, do 1* volume.
A pag. !Í62 do Z.^ voL, col. 1.*, dei a ana-
lyse feita na exposição unWersal de 1867:
aqui accrescento o que doestas thermas dii
190
OBI
O dr. Praoeisoe T&Tares» medico de D. Há-
ri» I, nas suas h^símcçõe$ e emUêUas pra-
tieaSy etc, a pag. ii8.
A qaíDU dag Gaieira$, á qaal também
alguna erradameote chamam das JaneUaSy
é antiquisdima, o que se evideneeia pela
arehitectara de suas portas e janellas. O no-
me mais antigo qne se conhece « esta pro-
piiedade, ó o ú% quinta das Masqueirot: vin-
do depois a pertencer a Gaspar Freire de
Andrade, se denominou quinta âoê Freúret,
e o brazão d*est% familia ainda existe no
portão da qninta.
Dão-lhe o nome de qukUa das Guieiras,
por ficar perto (a B.) da aldeia d'este nome.
E' no sitio de Valle das Flores. O mesmo
nome de Gaieiras dio ao mosteiro de S. Mi-
fuel (de qoe já fallei) que fica próximo. Os
visinhos da quinta, em raxao das janellas flo-
readas da casa, lhe dio também o nome de
quinta das Janellas.
B' esta propriedade dividida pela estrada
que vae para o mosteiro dos arrabldos. Ao
O. S. O. da estrada, a disianda de nns 400
metros, está ama casa coberta de abobada,
dentro da qoal ha um tanqne com um me-
tro d'altOy descendo se paraelle por uma
escada de pedra. Podem 12 pessoas tomar
banho simultaneamente.
Do fundo d'este tanque, rebentam cons-
tantemente volumosos bolhões d*agua, mi-
neralisada pelo gaz hydrogenio sulphurado,
da mesma natureza, principies e maia pro-
priedades das das Caldas da Rainha.
Ao lado d'e8te banho ha duas casas sepa-
radas, com suas tarimbas, para descanço ou
abafo dos doentes. O calor da agua é cons-
tantemente de 92" de F., ou 2d,50 de R.—
As commodidades que aqui faltam ^ fazem
com que só os visinhos d'esta rica nascente
se aproveitem d'eila.
Dentro da cérSa do mosteiro dos arrabl-
dos, das Gaieiras, em distancia de uns 200
metros a E., das aguas de que fallei, nasce
uma pequena fonte, talvez de um annel de
agua, da mesma natureza da antecedente;
* Note-se que isto foi escripto em 1810, e
ainda ^e conserva tudo no mesmo estado,
ou peior.
porem menos graduada em calor. Serve pa»
ra irrigação das terras ii
Ao E. d*Obldos, corre o ribeiro chamado
fo-Affo/, em cuja margem do N., distante
uns 500 metros da ponte por onde eete rie
vem passar, nasce agua thermal, hydroge-
nio«sulpharada, em quantidade de duas ou
três telhas; que, por onde passa deixa depo-
sito alvacento, que sácco e queimado, ma-
nifesta a sua qualidade.
Houve tempo em que brotaram na base
de um outeiro, formado de mármore, e ifue
fica a E. na direcção da egrcja do Senhor
da Pedra, um pouco mais abaixo do sitio
onde hoje rebentam.
Esta agua é, por todas as razões, da mes-
ma natureza da das Caldas da Rainha; po-
rem menos estreme, e do calor de 74* F., ou
18,80 de R.--Póde ser applicada interna-
mente.
Julgo importante dar aqui o resultado da
analyse official das aguas thermaes d'Obi-
dos, feito na exposição universal de Paris,
em 1867, que é a segujnte. (Traducçao.)
Agruan thermaes d'Obido8
A um kilemetro, aproximadamente, do an-
tigo mosteiro de arrabidos das Gaeiras» e a
600 metros da villa d*Obidos, rebenum agaas
mineraes sulphorosas e salinas, em tal abun-
dância, que formam, no mesmo logar onde
sabem, uma profunda bacia, que pennittiria
construir-se ahi um estabelecimento de na-
tação.
Sua còr é ligeiramente láctea, e exhalaoi,
ao sahir, uma grande quantidade de gaz.
Estas aguas estão hoje compl**taaiente
abandonadas e se vão lançar em nom pe-
quena ribeira visínba, deixando na soa pas-
sagem, um deposito de enxofre assas coaai-
deravel.
A pouca distancia d'este sitio, se lança na
mesma ribeira, a agua de um outro manan-
cial sulphurosô, egualmente abundante e
límpido, o qual, s-^gundo toda a probabi-
lidade, parece ter a mesma origem; todavia,
estas duas nascentes apresentam uma pe-
OBI
qiiena differença, com relação ás suas pro-
priedades e á sua composição chimica.
Os dois mananciaes qae acabamos de men-
cionar, nao tendo alguma denominação que
06 distingiu entre si, os chamaremos, atten?
dendo ás soas situações relativas— >a nm —
nascente thermal d^Obidos — ao outro=nas-
cente thermal dos arralndos.
NASCENTE THBBMAL D'0Bn)0S
Esta nascente rebenta na margem da mes*
ma pequena ribeira, onde se lança, a uns
IStíO metros da viUa d'Obido8. Sua agua é
límpida, ligeiramente anilada, apresentando
um gosto salgado e hepático.
Sua temperatura, no momento das nossas
experiências, era de 27^ 4 c. ; e a do ar ex-
terior, de 23% c. — Contém por kílogramma,
2 gr. 6320 de residuo fixo, composto de chio*
rureto de sodium; sulphatos de soda, de po-
tassa, de cal, e de magaesia: carbonatos de
cal e de magnesía — acido silieo — e O, gr.
004465 de acido sulpbydrico.
NASCENTE TBSRllAL DOS ARBABIDOS
A amostra da agua desta nascente, que
foi exposta em a nossa coUecção, foi tomada
perto do ponto onde se lança na ribeira men-
cionada.
£sta agua apresenta as mesmas proprie-
dades e a mesma composição do manancial
precedente. Contém por kilugramma 2, gr.
664 de residuo fixo, formado dos mesmos
elementos. A snlphuração é de 0, 004169, e
a sua temperatura, de 29», ^c.
Lafeta, Lafetal, ou Lafetat
Appellido nobre em Portugal. Veio do du-
cado de Milão (Itália) d*onde passou a este
reino, no tempo do rei D. Manud, na pessoa
de Jorge Francisco Lafetal. Pez o seu solar
Hâ freguesia de S. Pedro do Carvalhal, ter-
mo d'Obídos. O brazão d*armas dos Lafetaes,
^ — em campo azul, castelio de ouro. Elmo
d^aço aberto, e timbre o castelio das armas.
Outros do mesmo appellido, U:<aro— escu-
do terceado, em palia; na i.% de azul, torre
OBI
m
de ouro— na 2.*, de prata, leão, «norodo— na
3*% da azul, semeado de onze flores de liz,
de ouro. Elmo d*aço, aberto— timbre, o leão
das armas, com uma flor de líz, de ouro, na
garra direita.
Pó
Appellid» nobre n'este reino. Veio da Al*
lemanha — parece que tomado do rio Pó,
Passou a Portugal, na pessoa de Affonso do
Pó, no tempo do rei D. Fernando I.-— Foi ai-
caide-mór da villa d'Obídos (que então era
da comarca d*Aiemquer) e vassallo do rei.
Junto d'esta villa ha um logar, denominado
Fô, no qual ainda se voem ruinas de gran-
des ediâcios, e onde seu filho, João Annes
do Pó, também aleaide-mór d'Obidos, fun-
dou o seu solar, vinculado, e capella, pelos
annos de Í4i9.
Um bisneto d'este, chamado André da Sil-
veira do Pó, tirou brazão de suas armaa^
concedidas por D. João III, em i532, e são —
em campo de prata, leão de purpura, aga-
chado, como que está deseançando, com a
cauda entre as pernas. Orla de purpura,
carregada de oito aspas de prata. Timbre,
o leão das armas, na mesma postura, com
uma das aspas da orla, na espádua.
Templo do Senhor da Pedra
No meio de uma risonha planície, cercada
de viçosa vegetação, e de collinas cobertas de
frondoso arvoredo, ou semeadas de penedos
alcantUados, se ergue soberbo e imponente,
o magestoso Sanciuario do Sanher da Pedra.
A 600 metros da villa, no centro de um
quadrilongo, cercado de casas e muros, está
edificado este famoso templo, em um sitio
antigamente chamado os Areeiros, e também
Casal da Pedra, por aqui ter havido uma vi-
venda assim denominada; e por isso se deu
ao padroeiro da egreja o titulo de Senhor
da Pedra. Outros porém pretendem que o
chamar-8e Senhor da Pedra, é porque a ima-
gem é feita d'esta matéria.
Este sitio é atravessado por uma extensa
ponte, que augmenta a belieza do edifício.
É tão.robusta a conslrut*çào do templo, ao
qual servem de gigantes as suas duas torres
192
OK
(que ficaram só da altura da cimalha da efn-
ja), qae nenham abalo soffreo, no fatal ter-
ramoto do dia 1.* de novembro de i75& qae
tantos estragos cansou porestes sítios, como
por todo o reino.
A cúpula é de forma exagona, e está re-
yestída exteriormente de telhas esverdeadas
e refulgentes. Sobre o seu vértice, se vé um
grande globo, sustentando uma alta cruz de
ferro, que remata o fastígio do templo, que
mede uns 35 metros d'altnra. Da parte op-
posta á fachada principal, olhando á direita,
vóem-se oe outeiros de Santo Antão, em um
dos quaes está a sua capella, edificada entre
alterosas e esbranquiçadas penedias.. Á es<
. querda, se vêem três grandes montes, que
se cortam convergentes, no formoso sitio do
Pi§o. Em frente, se vêem esses vetustos cas*
teUos da vílla, erguidos no tdpe de uma alta
e escarpada penedia, e que teem resistido in-
eolume?, ao poder destruidor dos homens, e
â acção corrosiva dos secnlos, ostentando
ainda na sua caducidade, a poesia das con-
strueções árabes.
Próximo aos casteilos, e da mesma altura,
se vê um cnbêUo, edificado sobre penedos
enormes, que parecem prestes a cabir. Hais
alem, a Unre vedra, cujos torreões formam
três ângulos, ligados por uma alia muralha
ameiada, sobre as quaes se elevam as torres
da egreja matriz de Santa Maria, de S. Pe-
dro, e do relógio publico. Mais distante, se
vé a "egn^ja de S. João Baptista, e os arcos
do aqueducto.
Devemos confessar que a ordem archite-
ctonica da egreja do Senhor da Pedra, não
prima por a sua regularidade, formando um
exemplar único no seu género, n'este reino,
não tendo outro edificio que a emite, senão
o Senhor da Barroca^ junto a Esgueira; que
todavia ó de mais acanhadas proporções, e
de muito menos riqueia. A architecturaios-
eanay romana e compósita aqui se misturam
com a iialicoclassica, em resultado da con-
cepção hybrida do architecto. Apezar d*isto,
não se lhe pôde negar belleza e magestade.
As suas paredes, tanto interior como elte-
riormente, ^ão revestidas de pedras quadra-
das, o que lhes dá uma apparencia bastante
pesada.
OBI
Pela saa lõrma circular, assemelba^ie ao
famoso pantheon de Roma, edificado por o
eonsal Marco Vipsanio Agrippa (genre do
imperador Augusto), e dedicado a todos os
deuses da mythologia, principalmente a Ja«
piter Vingador, t
Com o decurso dos annos, foi o mar abaih
donando este siiio (segundo a tradição) dei-
xando um formoso valle, de 3 kilometres de
comprido, chegando até ao logar do Aré!ào
e á lagoa.
Com a povoação e circumvalação da viBa,
se vieram recolhendo a ella os moradores
que por lá viviam, vindo aquelle sitio a fi*
car deserto. Ainda hoje se vêem aili veati-
gíos de casas e outros edificios.
Os beneficiados da egreja de S. João,
os que mais aborreciam o sitio, por lhe
penoso de hir alli todos os dias, e priQcipial^
do a arruinar-se a egreja, que ainda eotãò
com pouca despeza se concertava, não qni«
zeram os padres curar da conservação d*el*
la, e, aproveitando-se d'esta circumstancia,
para procurar egreja dentro da villa, oa jun-
to a ella.
Tinha a irmandade da Misericórdia a ad-
ministração de ama grande capella, coai sen
coro, 'dedicada a S. Vicente, martyr, e pró-
xima á porta principal da villa. O prior e
cónegos de S. João a pediram aos irmãos^
que lh*a concederam, com certos eneargos^
e para ella se mudou a antiga parochia da
S. João, no anno de 1640; abandonando a
primitiva egreja, qae ainda se conservoa ái
pó, mais de 20 annos; mas, porque lhe
quizeram acudir, foram apodrecendo as
deiras, e pouco a pouco se foi desmoronan-
do uma egreja sagrada, e a mais antiga da
villa. Como a capella- mór era de abobada»
ficou de pé, mas aberta, e assim esteve mui-
tos annos.
António de Mendonça, benficiado da
1 O pantheon foi construído depois da faa-
talha naval em que Octaviano vencea a Mar*
CO António e á famosa Cleópatra, ficando ao-
nhor de todo o império romano. £m 607, o
papa Bonifácio IV o purificou, consagras-
do-o a Nossa Senhora dos Martyres, vulgar-
mente, a Rotonda,
Qfil
ja 4e Saota Maria, vendiO gae a eapeUa^roór
^tava reduzida a cnrral de gado, tentou a
sua reparação, ajudado por unia valioaa eo-
iDola que para isto lha áen xh^sl devota do-
na, da viiU.
Principiou o padre António a juntar logo
materiaea para fazer a obra, que se ooocluin
em i7il.
Havia na egreja de S. Vicente uma devota
imagem de Nossa Senhora do Carmo, que
pertencera á velha egreja de ,S. João, e que
o padre conseguiu que fosse restituída ao
ao seu antigo templo.
No dia 21 de novembro do me^mo apno
de i7ii (dia da Apresentação da Santa Vir-
gem) foi a Senhora para a sua antiga casa,
em uma esplendida procissão, acompanhada
pela camará da villa, todos os ecclesiasticos,
6 qua3i todo o povo, assim como os frades
do mosteiro das Caieiras.
Jlía a Senhora do Carmo e o Santo Lenho,
debaixo do pálio. Concorreu aestasolemni-
dade grande numero de povo dos Jogares
circumvisinhos. ,
O padre Mendonça instituiu também uma
grande irmandade, para cuidar da conserva-
ção da capella.
A senhora tem um metro de altura, e é
de boa esculptura em madeira. Consta que
íôra mandada fazer por o i.* conde e alçai-
de-mór d*Obido8, D. Vasco Mascarenhas, e
por sua mulher, que era muito devota de
^ossa Senhora do Carmo e de Santa Tbere-
za de Jesus, cuja imagem também mandou
fazer e coilocar n'esta egreja.
A condessa, depois de viu-
va, foi ser freira de Santa The-
reza, no seu mosteiro d' Alva
(onde morreu a santa e fei se-
pultada), e tendo apenas um
anuo de professa (a condessa)
falleceu n*este mosteiro.
Ao8 LEiTORRS — Por êrro dê paginação ^ se
publicou fora do seu lognr o ultimo perío-
do da col. 2.', da pagina í92. Rogo pois aos
meus leitores que^ querendo hr em seguida
a descripção do templo de Senhor da Pedra,
passem dt) primeiro peiiodo da referida 2."
VULUMK VI
OBl
193
columna d^pag. íâS^para o que agora sb-
gue.
Apezar da sua architeetura, pôde dizer «e
extravagante, se se coneiuisae, seria um dos
templos noais notáveis, não só de Portugirf,
mas da Europa.
As torres» que, seguado o risco que se
conserva ua egreja, subiriam a grande al-
tura, Acaram (como já disse) apenas á al-
tura da eimalha da egreja; veodo-se em tor-
no do ten&plo grande quantidade da cantaria
lavrada, destinada para eilas.
O risco d'esta obra ft)i feito por o capitão
Bodrigo F>*aneo, architecto da mitra patriar-
chaL
Sobre a cornija da cimalba exterior, cor-
re uma varanda (que devia cercar todo o
edificio) d'onde se goza uma formosíssima
visla. TefD quatro sinos de díflerentes Uma*
nhos«
A constrneção da egreja, daa casas para
aposentos dos romeiros, uma vasta eavalla-
riça, um chafariz, e um profundo poço de
cantaria, tudo foi feito á costa de esnK)llas
dos fieis, e de generosos donativos, feitos ao
Senhor da Pedra, por D; João V, que visi-
tou este templo sete annos successivos.
A morte d*tiste soberano foi provavelmen-
te a causa de se não concluir este monu-
mento religioso, que daria credito á nação
portugueza.
Segundo alguns escriptores, antigamente
chegava o mar até á villa, e é tradição cons-
tante que, junto á egreja de S. João Baptis-
ta (onde foi a primitiva povoação, que era
vasta) existiram grandes argolas de metal,
nas quaes se amarravam os barcos. O mar
chegava até á lagoa do Arelho, nome antigo
da famosa lagoa d'Obidos.
Esu rlla fica em 33*^4*.
Ainda ha vestígios do paço das rainhas^
construído pcir D. Leonor, mulher de D.
João II. E;<tão janto ao castello, tendo ao
sopé um profundo valle
Diz se que a parochia de S. Juão Baptis-
ta é a mais antiga da villa, ffita no tempo
dos godos. Quando o rei D. Díoiz deu a vil-
la a sua mulher, deu esta a egreja de S. João
194
QBI
João, ao cabido da Só dd Lisboa, fican^ es-
te prior, e ponha aqai um vigário.
A 2.*, pela ordem da antiguidade, ó a de
S. Thiago. O usurpador Phiiippe II, a deu
aos religiosos Jerónimos, do mosteiro de Vai-
EemFeito. TinbaXsete beneficiados.
As matrizes de Santa Maria e S. Pedro,
eram do padroado das rainhas. A 3.*, ó sa-
grada e tinha sete beneficiados.
A egreja de Santa Maria (Nossa Senliora
da Assumpção) é um formosc» templo, de
três naves. Teve sempre por priores, ho-
mens muito qualificados, e Algnns com ca-
racter de bispos.
Consta que esta egreja foi fundada por D.
AíTonso Henriques, que a deu a S. Theoto-
nio, 1.» prior de Santa Cruz de Coimbra. D.
Affonso III confirmou esta doação.
Santa Cruz de Coimbra continuou na pos-
se d'e8ta egreja, até que D. João 111, enten-
dendo ser melhor que os clérigos fos-
sem também priores, como eram os benefi-
ciados, restituiu o padroado a sua mulher,
D. Catharina, ficando, desde então, da casa
das rainhas, até 1834.
Foi seu primeiro prior, feito por esta rai-
nha, Rodrigo Sanches, varão insigne em let-
tras e virtudes, que tinha sido capellão do
imperador Carlos Y, que o deu a sua irmã
a dita D. Càtharina, quando veiu para Por-
tugal. Foi também esmoUer de D. João III,
que o escolheu para mestre de sua irmã, a
infanta D. Maria, e de sua filha a infanta
lambem chamada Maria, que depois foi mu-
lher de Phiiippe II.
Foi por varias vezes instado para acceitar
um bit^pado, ao que sempre se recusou. Ac-
ceitou o priorado d'Obidos, porque não ti-
nha obrigação de curar almas, visto estarem
as funcções parochiaes entregues aos bene-
ficiados.
Era muito caritativo, gastando todos os
seus grandes rendimentos em esmollas aos
deavalldoí», e em aformosear a sua egreja,
que reedificou, pois estava ameaçando rui-
na. Lançou a 1.* pedra n'esta nova egr»'ja, a
i5 de agosto de 1571. Se não morresse d'ahi
a pouco, deixaria este templo no maior gráo
de expleDdor; mas, felizmente teve um sue-
cessor tão soUicito como eUe; pois estando
OBI
o templo ainda apenas em armação, d'ahi a
100 annos, o novo prior, o doutor Frandsco
de Azevedo Caminha (feito pela rainha D.
Maria Izabel de Soboya) mandou fomr a
sua custa os tectos da egreja, e sobre a oor*
nija que corre sobre os arcos da nave gran-
de, coliocon dois lanços' de quadros, cem
scenas da vida da S. S. Virgem: mandou pin-
tar os tectos, e revestir de bellissimos azu-
las, as paredes' interiores da egreja, e fk-
zer outras obras. Mandou fazer na sachrís-
tia uma capeliinha, para seu jazigo, e aSi
está sepultado.
Era também de muita caridade, vi^ends
parcamente, e tendo apenas um veatido mui-
to ordinário, para dar aos pobres o qiielhs
obrava das despezas com as obras da
egreja.
Passados annos, entrou n'este priorado, o
bizpo D. frei António Botado, que o preten-
deu fazer beneficio simples; mas, oppoodo-
se os beneficiados, protegidos pela rainha
D. Maria Sophía Isabel de Neuburg, filha ds
Phiiippe Wilhelmo, conde palatino, e mu-
lher (2.*) de D. Pedro II, obtiveraai despa-
cho contra as pretenções do bispo. Em tes-
temunho de gratidão, mandaram os bene-
ficiados collocar na sachristia, o retrato
d'esta rainha, e lhe rosavam todos os dias
em communidade, um responso, a qae todos
voluntariamente se comprometterara.
Em 4 de outubro de 1604 principíaraa
os beneficiados a cantar n*esta egreja, de ina-
nhan e de tarde a antiphona Stella CaU.
Pelos annos de 1640, o prior ei>enefieiados
da egreja matriz de S. João Baptista, mudaram
para a ermida de S. Vicente, que fica ao
entrar da villa, do lado do Sul. Esta parodúa
foi a primeíaa que houve na viila, e por al-
guns séculos a única.
Durante a dominação agarena, sempre
n'ella se fizeram osofficios divinos, mediaois
certo tributo pago aos mouros; e aqui vi-
nham os christãos das redondezas satisfazer
os preceitos da religião eaiholíca, e comprir
as suas promessas.
Chamava- se ao sitio aonde está es ta egre-
ja, a ponta do Mocairo.
Na íreguezia Doi Negros (ou ÁdosNe^rw),
OBI
OBI
195
lenno â'Obido9, nasceu o padre Francisco
Gomes, da congregação do Oratório, na ci-
dade de Lisboa. Foi cara da egreja de San-
ta Maria Magdalena, dos Negros, qaasi doze
annos. Era tio rígido observante dos manda-
mentos da Egreja, que chegoa acondemnar
seu próprio pae, por matar ama rei em dia
sanctificado. Em toda a sua fregaezia bavia
só três bomens qoe sonbessem ler. O bom
ecclesiastico, abria na saa residência, escola
poblica, on^ ensinava primeiras letras, com
a maior sollicítude: diama para os desocca-
pados, e nociarna para e? operários e pas-
tores, aos qnaes ainda dava de cear.
Ensinava lhes a doatrina christan, e, com
virtuosos exemplos e eloquentes palavras,
Ibes ensinava a serem homens de bem e ca-
tbolicos fervorosos.
Dormia vestido e a saa cama era ama cor-
tiça. Fogia de todo o trato e conversação
eom malheres. Jejuava quasi todos os dias,
comendo de 24 em 24 horas, pouco, e ali-
mentos grosseiros.
Foi cura da egreja da Conceição de Lis-
boa, e aqui mandava fazer am bom jantar;
nas, sem lhe tocar, o mandava a alguma fa-
mília de pobres envergonhados — sustentan-
do-se apenas com legumes, que mandava co-
ser no principio da semana, e lhe duravam
para toda ella. Era summamenie caritativo,
dando aos pobres tudo quanto adquiria. Elle
mesmo sabia de noite a fazer a repartição
das esmolas, para encobrir a sua caridade.
Antes de ser padre, íòra obrigado a ser-
vir um anno na guerra da independência, e,
mesmo na vida militar, foi sempre um sol-
dado virtuoso.
Fallecen em Lisboa, a 25 de janeiro de
1676.
Assim que se divulgou a sua morte, cor-
reu logo a veneral-o, cono santo, toda a ci-
dade, tocando o seu cadáver com contas, e
guardando, com grande fé, as relíquias do
sea habito, que podiam haver. Foi tão nume-
roso o concurso, que não deu logar a poder
enterrar-se, senão no terceiro dia.
A villa d*Obido3 é pátria do espirituoso e
distincto poeta, o doutor Francisco Manuel
Gomes da Silveira Malhão, pae do grande
padre Malhão.
Joseíia Ayala (Josefa d'Obldo8)
Bailhazar Gomes Figueira, natural doesta
villa, e pintor de pouca fama, residia em Se-
vilha (Andaluzia) no tempo do usurpador
Philippe IV. Casou n'aquella cidade com
uma nobre senhora, chamada D. Caiharina
de Ayala y Cabrera, e d'eBte casamento ti-
veram uma filha, nascida em Sevilha, em
1634. 1
Sacudido o ominoso jugo castelhano, e ac-
clamado rei de Portugal o duque de Bragan-
ça, regressou Figueira à sua pátria, trazen-
do a saa familia, e foi habitar a quinta da
CapelleirOj extramuros d*Obidos, e a una 3
kiiometros das caldas das Gaieiras.
Josefa Ayala (mais conhecida por Josefa
d*Obidos) falleceu n'esta villa, em 22 de ju-
lho de i684. Foi sepultada na egreja paro-
chial de S. Pedro, para a qual havia pinta-
do vários quadros, que ainda existem.
Foi uma pintora famosíssima do sécu-
lo XVII, e, apezar de terminar seus dias na
edade ainda florescente de 50 annos, traba-
lhou muito, pois vôem-se ainda hoje quadros
seus, em muitas egrejas e casas particulares.
Eu vi-os na egreja e na sachrisiia do semi-
nário do Varatojo; na egreja da Misericór-
dia, e na da Conceição, de Peniche, e tam-
bém me pareceram do seu pincel, dois qua-
dros de milagres que estão na notável capei-
la de Nossa Senhora dos Remédios, d'esta
mesma villa.
Ha- 03 também na egreja do convento de
Torres Vedras, e em outras muitas egrejas
e capellas.
As suas pinturas revelam um grande ge-
1 AlguQs escriptores sustentam que ella
nasceu em Óbidos, o que não é adcuissivel.
Todos concordam em que ella falleceu em
1684, com 50 annos de edade; as^im como
concordam eriit]ue sen pae regressou a Por-
tugal depois da acclaí nação de D. Joào IV.
Já se vé que ella nasceu em 1634, e portan-
to tinha 6 aonos quando veio para Óbidos.
Coutente-se pois esta villa em que seja oriun-
da d'elia, Josefa Ayala» em que passa.^se aqui
toda a sua vida desde a edade dn seis ânuos,
e em possuir os seus restos mortaes.
196
0B[
nio, muito TÍYacídade de expressão^ e, sobre*
tado, moila verdade; aíoda que algima lhe
notam uma tal oa qual dureza de pincel. Fo-
ioexeedivel em pintar flores e frnetos. Em
uma casa particular da aldeia do Varatojo,
Ti um quadro seu n*e9te geoero (provavel-
mente dos que foram tirados do convento)
que me maravilhou.
O anctor do Theatro heroina^ diz, a pag.
194, que na egreja do mosteiro jeronymo de
Yalle-Bem-feito, se admiram bellíssimos qua-
dros da babil roâo de Josefa d'Obidos; e que,
em casa de José Gomes d*Avellar, qae era
parente d*eUa, ha também alguns, pintados
em tela e em laminas de cobre e de prata.
Era também insigne retratisU, e tanto que
— pintando o retrato da princeu D. Isabel,
filha de D. Pedro II e da rainha D. Mana
Francisca Isabel de Sabóia, ^ sahiu tão per-
feito e semelhante, que, entre outros, de pin-
tores de fama, foi preferido para ser manda-
do a Victor Amadeu, duque de Sabóia, que
desposou aquelta princeza.
Parece que Joseíá d*Obido8 foi também
gravadora, porque na edição dos Estatutos
da universidade de Coimbra (i654) se acha
uma esUmpa com a assignatura de Josefa
Ayala, Óbidos^ 1653. Tinha então ella, 19 an-
nos.
No coro da egreja do Yaratojo, está uma
pintura do Menino Jesus, com uma túnica
transparente, de uma correcção de desenho
perfeitíssima, obra d*esta mulher famosa. Na
capella do noviciado, está um béllo quadro
de Nossa Senhora das Dôres, que também se
lhe attribue. Na egreja do mosteiro d'Alco-
baça, ha quadros que consto serem também
obra sua; assim como na egreja do real mos-
teiro da Batalha.
O moi-gado de Setúbal (José António Bene-
dicto de Faria Barros), grande curioso em
pintura, fez o retrato de Josefa d*Obidos, que
é reputado a melhor obra d*este pintor.
Fioalraenie. Josefa d'Obidos, pelos seus to-
lentos, foi estimada de todas as prineípaes
pessoas d*estes leinos, muitas das quaes a
^ A tristemente Cf lebre mulher de D. Af-
fonso VI, que, ainda em vida d**. st*u mari-
do, rasuu rorn seu cunhado, o eotàu infante
D. Pedro, e fui sua primeira esposa.
OBI
visitar á sua quioto d*0bido8; eerti
vil&a se uCana» com justiça, d'eato sua Ma-
bilissima patrícia.
Sm Óbidos nasceu» a 16 de março de ITN»
o verdadeiramente poético e inspirado on-
dor sagrado, padre Francisco Eaphael di
Silveira Malhão.
Era filho do baelutrel F. G. da S. Malbio
(acima mencionado) e deD. Josefa Maria Ri-
beiro da Gama, e sobrinho dos poetas da ár'
eadia^ João Monteiro e António Gomes.
Por influencia do padre Barros, vígaris-
geral, em Óbidos, se dedicou á vida ecde-
siasiica. Frequentpa o seminário de SsbU-
rem, onde estudou nove annos, Uiim, legi-
ca, rethorica, theologia, canto e musica.
Tomando ordens, aos 33 annos (1817) eom
despensa, regressou para Óbidos, a viver eom
seus irmãos (porque seos pães já tinham íú-
leeido), estando sempre na sua companhii.
e não 08 desamparando nunca. Ainda m
uma. sua irman.
Teve grande devoção com Nossa Senbon
da Nazareth, a cuja festa hia pregar todm
os annos; assim como ao Immaeulado (Mon-
ção de Maria, a quem erigiu uma bonita er-
mida, no logar do (Hho-Mmnko,
Pregava muitos veses por devoção, pría-
cípalmiente sermões da Santíssima Vif^eoL
Escrevia bymnos e loas para serem canu-
dos em honra de Nossa Seniiora«
(voatova muito de conversar com os bs-
mens do campo, dando-lhee bons conceiliai,
e muitas veses aproveitando os d'elles ess
seus pensamentos.
Os seus costumes respiravam todos asyn-
pathica singeleza da sua alma.
Foi um dos mais eloquentes e dos nuis
poéticos oradores sagrados do século XIX
em Portugal; oommovendo e arrebatondD
muitos vezes o seu auditório eom as pais-
vras angélicas de seus sermdes brilhantís-
simos.
A sua modéstia eguatova os seus apreciá-
veis dotes hiterarios, e jamais quis passar
de um simples clérigo; limitando-se apsoas
a acceitor o logar de sócio correspondeote,
do Instituto de Coimbra.
Era virtuoso e honradíssimo, sem qoe &
ÕBI
OBL
197
mafs pequeiiA nódoa do Tieio manchasse a
soa vida inHDaealada; mas não era d'08se8
ascetas tétricos e cadavéricos, pelo contra-
rio, o ?ea ro«to era sempre alegre e prasen-
tetro, e o sea beilo caracter, ás veies mesmo
Jocoso.
PofoiieoQ varias poesia», CBtre ellas a Áh
ám Christan e os Serdes da Aldeêa^ e mui-
tos dos seus formosfs sermões.
Ainda n*este anno de i87S^ a casa editora
lisbonense, de Mattos Moreira ét C* está pa-
blicando ama serie de sermSes seas, dos
qnaes já estão impressos 16, qne são afano-
saoíente procurados pelos ecclesiaslicos; es*
tandó o resto em via de publicação.
Yào umbem em breve ser pnblicadas as
snas poesias.
Fallecea em Óbidos, a 10 de novembro de
i860, e jaz sepultado, era nma campa rasa,
á entrada da egreja de S. Pedro, â*esta villa,
sem uma simples inscripção, que diga áos
vindouros que B'esta sepultura dorme o
eterno somno o Lacordaire portuguei.
A pag. 494, col. 1*, do 1* vol., faltei na
aldeia de Dumtíoos, da freguezia doCarva-
Ihat e conoelbo d'Obidos. Aqui accrescento
mais:
No dia 30 de setembro de 1876, os sinos
d'Obidos, faziam eccoar o seu dobre plan-
gente, nos alcantis dos arredores. Era a al-
ma de um ente, qne, despindo o envolucro
de barro, e tomando as suas azas d'anjOj voa-
ra á mansão dos justos. Pallecéra nos braços
de seu filho extremoso, a sr.* D. Maria Igna-
eia Machado, natural doesta aldeia, viuva do
sr. Luiz Maria Cesário da Gosta Machado, na-
tural de Lisboa, e mãe do nosso tão sympa-
tblco como espirituoso e distinctissimo es-
criptor, • sr. Júlio Gesar Machado.
A sr.* D. Maria Ignacia, havia nascido em
1804. Era uma senhora virtuosíssima e de
uma bondade ineffavel, deixando por isso
uma indelével saudade.
Sen fUho, apenas teve noticia da moléstia
que levou á sepultara sua extreuiecida mãe,
deixou immediatamente os seus queridos li-
vros, as suas famosas publicações, e todos os
prazeres da capita], e correu pressuroso para
junto do leito materno, e alli, sellicito enfer-
meiro, e perpetuo companheiro, passou mui-
tas semanas, até vér expirar recostada ao
seu corado angustiado, aquella que tanto
amara na vida.
Este raro procedimento, honra tanto —
honra talvez mais — o sr. Júlio Gesar Macha-
do, como todas as suas bellas producções
litterarfas.
O sr. Luiz Maria Gesario da Gosta Macha-
do, fallecea a tt de maio de 1851, na cida-
de de Lisboa. Fora um dos grandes elegjin-
tes do seu tempo — e como sua mãe, a sr.*
D. Gertrudes Prophiria da Purificação da
Gosta Machado, tinha fama de ser muito
rica, lhe chamavam (a elle) o filho da
tHn>a,
Era um perfeito cavalheiro, e de solida e
vasta instmcção e máxima probidade. A sua
franqueza, sinceridade, bondade, largueza
de animo e amável confiança, o fftziam o
melhor dos homens; mas de todas estas
qualidades, apenas tirou por fructo a
pobreza.
Os que se haviam aproveitado das snas
liberalidades (talvez excessivas) o alcanha-
vam depois, de gastador excêntrico; mas os
seus verdadeiros amigos o denominavam —
àoração étouro,
Gusta a comprehender como um homem
de extraordinário talento, e incontestável
agodeza, não quizesse conhecer mais ce-
do a falaz hypocrisla dos outros, e previ-
nir-se.
Mas, se não deixou a seu filho as riquezaa
transitórias do mundo, deixou-lhe um nome
honrado e impoluto, e uma educação esme-
radíssima: a mais solida das heranças, por-
que Júlio Gesar Machado não é só o escri-
ptor elegante que nos delicia com os seus
despretenciosos chistes e finos conceitos, é
também o moçç agradável, urbano, o ami-
go dedicado, a alma pura e franca, sem uma
sombra, sem uma mancha.
OBLATOS, I^OVOTOS e FAMILIARES^
certas dadivas que antigamente se faziam ás
egrejas e mosteiros. Goosistiam não só em
dinheiro e generosi mas em bens de raiz, a
198
OBO
OGE
até pop muitas vezes nas próprias pessoas
6 famiiias dos doadores.
Antes do 4.* concilio lateranense (Í2i5)
não havia regalarídade na recepção dos
oblatos. Uns se votavam á egreja, com saas
mulheres e filhos» para serem admittidos á
profissão monaehal, prometteodo estabilida-
de, conversão e obediência— outros ficavam
no secnlo, com liberdade porém de profes-
sarem o monaehato que bem lhes pareces- i
se; mas todos eram reputados familiares d'a-
qnelle mosteiro, a cujo abbade obedeciam,
e d'elle recebiam vestido e sustento.
Havia outros doadores, mesmo sem pro-
fissão monaehal de casta alguma, e vestidos
differentemente dos monges.
Outros, se faziam escravos, com suas mu-
lheres e filhos, dos mosteiros ou egrejas, a
que haviam dado seus bens; tendo por no-
breza verdadeira, o titulo de escravos de Je-
sus Ghristo. Estes» ou punham sobre a ca-
beça uma moeda de quatro dinheiros, e a
lançavam logo sobre o altar, e com isto se
confessavam escraioos do Senhor^ ficando a
denominar-se servos de quatro dinheiros —
ou prendiam ao pescoço a corda do sino, e
d*este modo protestavam ser servos dê gleba,
e sem liberdade alguma.
Outros em fim, pagavam ao mosteiro cer-
to censo annual, que voluntariamente ti-
nham imposto nas suas fazendas, das quaes
muitos ficavam meros usufructoarios^
Os mosteiros que tinham maior numero
d*estes familiares, servos e escravos, eram
os de Alpendurada, Arouca, LofVão, Macei -
ra-Dão, Tarouca, e Salzôdas. Não se con-
funda oblatos, com obladagens ou oblatas.
Bstas eram offertas que os fieis levavam ás
egrejas, em certos dias do anno, para utili-
dade dos seus ministros. Consistiam em pão,
viuho e outros géneros. Em algumas fregne-\
zias de Portugal ainda se pagam oblatas, pe-
las almas dos defnnctos.
0B0BRI6A— cidade antiquisslma da Lusi-
tânia, que, segwnáooÂgtoloffii Lusitano {tom.
2.% pag. 547, col. 2.*) estava assente em um
logar Junto a Rio-Caldo, no sitio em que es-
ta povoação parte com Manim. Foi martyri-
sada n'esta cidade, Santa Eufemia, virgem,
que alguns pretendem ter sido natural d'es-
ta fireguesia; que é no concelho de Terras
de Bouro (Minho) comarca de Yilla Yer4a.
Vide Rio Caldo.
OBRA— portngnez antigo— significava, eté
pouco mais ou menos, ou ajfr&xsmadoKUê'
te, quando se falia de um numero que ean
exactidão se não pôde determinar. V. gr.—
Obra de í2 kHometros.--Obra de SO kUo-
grammas, etc. Ainda é fpoito usado este ter-
mo em Portugal
OBRAÇOM — portuguaz antigo — imiis,
oblação.
OBRAÇOM — portuguez antigo— offená-
mento de alguma cousa profana.— Os deve-
dores sejam theudos de pagar esso que dete-
rem como se essas obraçooenseconsinaçoott
nom fossem feitas. {Cod. Alf., L.* 4.% tit 1.',
§Í3.)
OBRADAÇOM— português antigo— o mes-
mo que oblata (ou oòrtula.) Vide Oblatat,
no fim.
OBRABAR— portuguez antigo— o/f^r^cir.
Obradar nm defunto, era offerecer algnou
cousa ao altar ou aos seus ministros, para
que orassem pela alma do offerente.
OBRIDAR— portuguez antigo— oòrt^^of.
OBSIA, OSEA, OSSnA, OUSSIDA, e OU-
SnA— portuguez antigo— dava-se este nome
à capella-mórdequ^lqueregr^a^e» ás veies^
mesmo a outro qualquer altar ou capella.
OBTRO— portuguez antigo— oiiíro.
0BT0R6AR — portuguez antigo — outer-
gar, conceder.
OGEM, 08SE1I, e GSM- appellido nobre
em Portugal— suas armas são — em campo
d*ouro, leão de púrpura; orla azul, carrega-
da de oito vieiras de prata— elmo d*a{s
aberto— 4imbre, o leão das armas» com am
das vieiras sobre a cabeça.
E* famoso na historia da cidade do Por-
to, Pedro Ossem, Pedro Ocem, ou Pedro Cm
(por todos estes nomes o tenho visto eserí*
pto.) E* tradieção que a torre ameiada qna
ainda existe bem conservada (servindo par-
te d'ella de cosinha) nas trazeiras do palacis
dos srs. Brandões, da Torre da Marca, do Por-
to, hoje dos srs. marquezes de Monfalim, foi
construída pelo legendário Pedro Cem, Ti*
de Nicolau (São) freguesia da cidade ds
Porto.
ocu
ODE
199
OCIAVA-— portngaez antigo *— a oitava
parte de qaalquer consa, de péao, oa medi-
da. Os hespaohoes ainda dizem cohavOf pela
oitava parte de ojzi real. G(»TeqH>iide a 2 e
meio reifl da nossa moeda.
OCBAVILA--portQgaez antigo--o meemo
qae ocheva.
OGIENTE^portagaez antigo— Desde o se-
calo XII até ao xiv, sàcvúnnnmeraveis os do*
comentos qae, designando os qaatro pontos
cardeaes do globo, lhe dão 00 segnintes no
mes— Levanto, on Soão (Esi^)^ Abrego^ Vm-
dawU^ oa Alamço (Sol)-*il||Mtom, on Aqui-
lom (Norte) Travusia^ on Ociente (Oeste.)
Nas provineias do norte,
ainda muita gente ehama Soôo,
oa VetUo da Serra^ ao vento
\e$xe—VendavcU, ao vento sul
-^-^AffmSOy &o ventonorte. (D*a-
qai aguiárra on guiarra^ ao
nevoeiro frigidissimoqaevem
do norte.)
Os navegantes, também ain-
da empregam com frequência
os termos áé--^levant$, venda-
val, e traioessia, no mesmo
sentido.
OCISIA--Vide EudHa.
OCRATOj on OCRATE^nonie antigo da
actual viUa do Grato, cabeça do grão*prio-
rado do Grato, da ordem de Ifalta.
OGULIS (em portugnez OLHOS)— anti-
quíssima parochia da fregnezia do Minho,
pois já existia no século vii, qnando o rei
Wamba fez a divisão dos bispados da Losi-
tanta (($75.) — O seu nome provinha de nns
Ol?MS é^agua thermsl que- aqni nascem.
Consta isto de «uma sentença que den D.
AíTonso Y de Leão, qnando esteve n'esta fre-
guezía, 6 que existe no arehivo da collegia-
da de Goimaraes. Na sua data diz — Hie in
Ecclegia Sancti MichaeHs m Ocuiis Conda-
rum. (Aqui, na egreja de S. Miguel, nos
OJh09 das Galdas.)
£' a actnal fregnezia de S. Miguel das
Caldas de Yizella ().• vol., pag. 41, col. 1.*)
na comarca e concelho de Guimarães.
Depois de se denominar S. Miguel dos
Olhes, se chamou de Caldellas, e por fim das
CcUdas.
ODECSnX on 0DE38EDLE -^ freguesia,
Algarve, comarca de Lagos, concelho de Al-
jezur, 105 kilometros de Faro, 180 ao S. de
Lisboa.
Tem 180 fogos.
Em 1757 tinha 83 fogos.
Drago Nossa Senhora da Piedade.
Bispado do Algarve, distrícto administra-
tivo de Faro.
Esteve mnitos annos unida á freguezia de
Aljezur.
E* parochia muito antiga.
A mesa da consciência apresentava o ca-
pellão curado (vulgo, prior) que tinha 1)0
alqueires de trigo, e 60 de cevada.
O seu antigo nome era Seixe. Quando os
árabes se apossaram do Algarve, em 716^
chamaram ao rio (em cuja margem S., está
situado este logar) Wad-Seixe (Rio de Sei*
xe) passando depois este nome á povoa-
ção, o qual ainda conserva, pouco corrom-
pido.
Pica a freguezia entre dois serros.
O rio foi navegável, em tempos remotos,
mas já o não ó.
No dia 1.0 de novembro de 1755, sahin o
rio mais de 6 kilometros do sen leito, ala-
gando todas as várzeas, e deixando n'ella
muito peixe, de varias qualidades.
Rebentaram então copiosas fontes.
A povoação, que tinha cem casas, foi arra-
zada. A egrsja matriz era da ordem de 8.
Th«ago.
Tem esta freguezia 12 kilometros de com-
prido e 6 de largo. E' fértil, mas doentia»
por causa das suas aguas estagnadas.
E* a ultima povoação do Algarve, por es-
te lado, servindo o seu rio de divisão entre
o Algarve e o Alemtejo.
Tem uma albergaria muito antiga, que ti-
nha 701^000 réis de renda.
Tem egreja da Misericórdia, e contigua
a ella, uma casa para acolheita de peregri*
nos.
ODE ABE—Víde Dejébe.
ODELEITE— freguezia, Algarve, comarca
de Tavira, concelho de Castro-Marim, 60 ki-
lometros de Faro, 210 ao S. de Lisboa, 5M
fOgOSj
Em 1757 tinha 410 fogos.
<. I
aoo
ODE
Orago Nossa Senborji d& YisiUçSo.
Bispado do Algarve, distmto adfliimstra*
tivo ée Fáre*
A mesa da consciência apresentava o ea
pellào, curado, qae tíntia i20 alqueires de
trigo.
Esta fregoezia, está situada na falda de
um monte, entre quatro altos serros, próxi-
mo à ribeira do sen nome.
Gomo a fregu^zia anleeedente, e iodas as
mais que principiam por Ode e Gítad, tem
a mesma etymologia.
Tem feira a 99 de junho, muito cenconri-
da de portugueses e hespanboes.
A egreja matriz ó de três naves e muito
linda e magestosa.
A capella-mór e os altares lateraes, são
devidos ao zeloso prior, José Martins Paliei»
ro, que legou lodos os seus bens á paroehia,
para esta obra.
Tem a freguezia i% kilometpo» de com-
prido, desde o Guadiana até AUamór — e 6
kilometfoa de krgo, desde a ribeira da Fou-
pana (que a separa do coneelho d^Alooutlm)
até à Portella^AUa.
£' uma das melhores e maiores freguesias
ruraes do Algarve.
£* terra fercH. Vide OdOeite, tio.
ODEL£ITE->rie, Algarve^Nasosnosval-
les de Maria Dias» próximo ao Serro da$ Zê-
broê (freguezia de Salir) engrossando com
outros ribeiros. Morre no Guadiana, 3 kilo-
metros a E. da aldeia do seu nome; pouco
acima do qual, chega a niaró, e é navegável
por barcos pequenos.
Tem S4 kilomeiros de curso.
Passa ás freguesias de &ilii\ Cachopo, Va-
queiros, e esta, qua lhe dá, oa^e quem re-
cebe o nome.
Rega, mée e traz moilo peixe.
No sitio da Pernada^ recebe a ribeira Foti-
jNiiui, que nasce no sitio do VaUê da Grua,
freguezia do Cachopo, concelho de Faro. Re-
cebe vários ribeiros, até próximo da FonU
do Zambujo, e vem metter-se no Odeleite,
no tal aitío das PemadaSt abaixo do àknnho
do Carvão^ d kilometros a E. da povoação
4» Odeleite, com 50 kilometros de curso.
Suas margens são cultivadas e férteis.
ODBLOUGA— rio» Algarve— Segundo uma
eapcoie de itinerário^ eserípto por nm do6
crttsaáos que ajudaram ti tomar Silves aoi
mouros, em lld9***o qual foi impresMaa
Itália, em 1840, pela academia realdas seien-
cias de Turim— os mouros da cidade deSil*
vcs vinham buscar agua ao lio Wiároà$^'
je Aráde.) Diz que outro rio eom pan
aquelie, chamado Wyâelouca^ e que sobre
este cammko da a^fua tinham os ttonni
quatro torresi para lhes defenderem a mar-
cha, ás quaes chamavam a Cairaça,
Julgo que era ingtez o cruzado que escre-
veu o tal itinerário, ou roteiro, e que Mt»r
nisou a palavra Wadeiouea, para a pro&OB-
cíar con» os peninsalares, visto queoffin-
glez vaie o e m; poia que em mais neabos
eseriptcr se acha o |/ em vez do a Ja ssvé
que o nome doeste rio sem corrupção, é 1W
al'Íjoôq^qn& significa— uyua doce. *
Alguns suppõem que o seu verdadeiro no-
me árabe» era Wad^l-Oeca-^-aguapesaiê
(occa ó um peso que se usava na Gredit
em todo o Oriente. Troha 40 onças do noS'
so antigo peso, ou i kílo e 147 gramimsà}
accual.) Pareoe-mcmais própria a primeín
opinião.
O rio Odelouca, nasce na serra da fregue-
zia de S. fiarnabé, coooeUio d*Aknod6nr,s)
sitio chamado Qymiada dos Oançadoi. De-
pois de receber as aguas de vários nbeii^
desagua no Oceano^ em Yilla-Nova de-FV'
tintão.
Como passa por junto da cidade de Sil-
ves, também se lhe dá o nomedoitto^
Silve».
ODBMIRA— Vide Mira, a pag. til, eiL
1.*, do 5.» vol.
ODKMIRA— villa, Alemtejo^ cabeça doe»
celho do seu nome, comarca, disfríeto air
ministratívo, e bispado de Beja; 100 Id-
lometros ao O. d*Evora, 24 a £. de ^
la Nova de Mil Fontes, e 135 ao S. de là'
boa.
Tem duas freguezias — Santa Maria (NaS"
sa Senhora da Assumpção) oom 400 fogoi
O Salvador com 350 fegos.
' Loôq^ na accppçao rigorosa da pahTn,
é xarepo ou larubedor, e deriva-se do veriíe
laáca, lamber; mas toma-se lambem pot
cousa doce.
ODE
O real padroado^ apreseotava o reitor de
Santa Maria ^Tolgarmen^ chaiaado prior)
que túyia 2SM00O réis de rendimento^
Tinha era 1757, 13) fogos.
Vambem o reai padroado apjresenUTa o
reitor do Salvador, f ae tinila 200#0(X> réis
de rendimento.
Tiofaa em 1757, 150 fogos.
Estes paroehos reoeiíeram alé á71i, dois
terços dos dízimos, que então passaram to-
dos para a Sé patriarebal, sendo aos dois
paroeèofi aissignada a eoogma referida.
O eonoelhodn Odemira é composto de
12 Awguesias,' todas doarcebiiipa dod'Bvo*
ra, até 1770, e desde então, do restau-
rado bispado de Beja; imo ^Amoreiras,
Ck>lios, Odamira (daas) Relíquias^ Sabóia,
Santa Clara a Velha, Sanu Lnzia, S. Lniz,
S. Theolonio, Valie de S. Thiago, Yitia No-
va de Mil Fontes. — Todas oom 4:000 fo>
gos.
Tinha mais a firegoezia de Geroal, qae
passov A formar parte do oonceibo de S.
Thiago do Cacem, em septembro de AS75.
Foi da comarca de Onríqoe.
Eslá a>Tina fhndada em nma plaftkie, so-
bre s margens do rio que lhe dea o mime ^
-^en» d^ 30' de It. N.--e 23^ de Jg. Occ,
entre a serra de Cabeças Gâvda» e o serro
dos Pinheiros, próximo da lioha divisória
4 Odemira é corrtipç9o do árabe Wad-
Emir (agua oa rio do Emir.)
Os poriugaezes, nos nomes de maitos
rios, trocaram o Wad ou Wed em Oá^— E
n'outros logares, a palavra ESnir, por Jtfír,
e assim se oerroimpeu o nome que os ára-
bes deram a este rio~ÍFad-f mtr— «m Ode-
tnir e por flm em Odemira. O povo d*esta
villa dá uma etymología muito diversa ao
sea nome; mas que náo passa de vm dispa-
rate. Dixem que, qaando oe ohrí^táos ata*
caram o castello^era alcaide d'elle um mou*
ro chamado Ode; e que vendo a mulher vir
o exercítp de D. Am inso Heuriques, entrou
a gritar-^de, mm»T— e qúe eaie nome lhe
ficou.
Ckiê, nunca lòi nome próprio árabe, e no
mesmo caso está mira, que é um verbo da
lingua hespanhoia, e do antigo portuguez.
Em vista d'isto, não são precizas mais ob-
jocçoos*
cm
201
entre o Atent»^ e « Algarve, e 24 kilome-
troa a E. do mar.
O sen território prodnz cereaes, frnctas»
e* vinho, e é abnhdante em cera, mel, gado
eeaça.
Ainda que Odemira oão seja a Medobtiga
dos gaMos celtas, e Medobrica dos romanos^
como alguns eaeriptores pr^endem (outros
sustentam que Medobriga é a actual viilade
S. Thiago do Cacem) é incontestavelmente
«ma povoação aatiqnissima, com toda a pro*
habilidade, do tempo dos romanos, e com
certeza do tempo dos árabes.
D. Affonso Henriques a tomou aos mouros
em 11€6. Consla que os portnguezes, entran*
do pela barra do ríode Odemira, em Villa No-
va de lláil Pontes, se devidiram por pequenos
barcos, e á sombra dos eanavlaes, vieram
mansamente pelo rio acima, atacando de
improviso o seu forte oastellos e achando os
mouros desprevenidos, lh*o tomaram com
pequena resistência.
Yé-se pois que já então era uma vMla im-
portante, com seu casteilo (que hoje está
transformado em cemitério publico).
Se esta villa fosse a Merobriga dos anti-
gos, tinha hoje (1875) nada menos de 2859
anoos de existência, pois diz-se que aquella
cidade foi fundada pelos annos do mundo
3020—984 antes de J.-C.
O 1.* foral doesta villa, foí-*lhe dado por
D. Affonso III, em Lfeboa, a 28 de março de
1256— (L.* !.• de Doaçíes de D. Aff&Mú III,
fl. 14 V., eol. 1.*)— Tinha os mesmos privi-
légios do foral de Beja.
D. Manuel lhe deu foral novo, em Santa-
rém, a 5 de setembro de, 15tO (L.* de f&raes
novos do Akmt^ fl. 40, col. 2.«)
Diz-se que esta villa foi povoada por D. Af-
fonso III, em 1256, mas como os nossos es-
criptores antigos chamavam povoar ao acto
de dar foral, é de suppôr que esta villa lá
tivesse povoação ehristan antes do dito an«
no de 1256; porque^ D. Afonso Henriques
e seu filho e neto não quereriam de certo
deixar desamparada e sem guarnição, esta
villa e o seu, então, forte easleUo.
No foral antigo, declara D.
202
ODE
DEO
Affonso III, qae povoou esta
villa por ordem do Ceu,
Tem o edifieio do mosteiro de frades fran-
ciseanos (xabreganos), foodado pelo i.* con-
de de Odemira, pelos annos de i560: O car-
neiro dos ditos condes era n'este mosteiro.
(Adiante digo o qae é feito d*este ediQeio.)
O rei D. Duarte deu as villas de Mortágua
e Pena-CoYa, a D. Sancho de Noronha ^ e
sua mulher, D. Mecia de Souza (l."" condes
de Odemira). Esta mercê foi confirmada por
D. Affonso Y, em i54i, quando deu o titulo
e condado ao referido D. Sancho— por o rei
D. Manuel, em 8 de janeiro de 1504— ^r D.
João III, em 28 d*agosto de i597.
Na casa d'estes condes se conservou até
ao reinado de D. Joào IV, que confirmou a
mesma mercê, ao conde D. Francisco de Fa-
ro; epor sua morte, fez d'ella mercê, D. Af-
fonso VI, á única filha e herdeira de D. Fran-
cisco, D. Maria de Faro. Por morte d'e8ta se-
nhora, fez D. Pedro II mercê das villas de
Odemira, Mortágua e Pena-Gova, a D. Nuno
Alvares Pereira (i.* duque do Cadaval, con-
de de Tentúgal e roarquez de Ferreira), em
18 de dezembro de i671; com todas as ju-
risdicções, direitos, rendas, padroados de
egrejas, officios (assim da guerra como da
republica) e o oitavo de todos os frucios. É
actual conde de Odemira, o sr. D.Manuel de
Mello. (Vide Alvito e Lonmha.)
Assenta a villa na falda e encosta de três
serros, e está cercada, de N. a S^ e E. a O.
por uma serrania, que termina a um kilo-
metro a O., onde principia uma charneca,
mais ou menos povoada, a qual se estende
até á costa do mar. Esta charneca tem uns
35 kilometros de extensão, e tem terrenos
cultivados e incultos, sendo estes susceptí-
veis de arborísação, e muito próprios para
vinhas.
^ D. Sancho de Noronha, era Z."" filho de
D. Affonso, conde de Gijon, neto paterno de
D. Henrique 11 de Castella, e materno de D.
Fernando I, de Portugal. Este condado ter-
minou em i66i, por (allecimento de D. Ma-
ria de Faro e Noronha, única filha e herdei-
ra do 7.* conde, D. Francisco de Faro e No-
ronha, por morrer aquella senhora sem des*
cendentes.
Em 1^ foi o castello de Odemira dst-
do ao bispo do Porto, e confirmada eita doa-
ção por uma bulia de Alexandre lY, qoe cot-
cedeu indulgências aos que viessem povoír
estes legares, e defendei os dos mouros. (Do
easlello e da egreja da Trindade, que esti-
veram sobranceiros ao rio, não existem vei-
tigios, e apenas se conservam os boomb, nos
sítios onde estiveram.)
Em i540 (no foral) privilegíen o rei IXlb*
nuel, os moradores d*esta viMa, esonsando^
do pagamento dos montados, dando-lbes li-
berdade para cortarem a madeira de qoe ea-
recessem, na área de 6 kilometros em redor
da villa, na conformidade das posturas f«
a camará fizesse.
Pelo amigo foral, de D. Affonso IQ, en
também concedido aos visinlios de Odemin,
mediante o pagamento de certa quatia, por
finta entre si, o uso livre das aguas e pasta-
gens do concelho.
Tem easa de Misericórdia, erecta emVXd,
na ermida do Espirito Sant«v que serve bojo
de hospital. D*aqui passou para a sua noia
egreja (a actual) em 1576.
Por provisão de 4 de março de 16ii, ob-
teve a irmandade da Misericórdia, os pm-
legios da de Lisboa. O seu rendiaioBto ao-
nual, anda por 2OOM0O réis.
A egreja matriz do Salvador, é um ten-
pio vasto, com quatro altares. Tem ama con-
fraria.
A de Nossa Senhora da Assumpção, foi
profanada e demolida, em 1835, e a paro-
chia pasMU para a egreja do mostmro de
Santo António (franciscano).
O edifieio do mosteiro, menos a egreja e
sachristia, foi vendido em hasta publica, per-
ante a junta do credito publico, pa dia 90
de outubro de 1841, e comprado por Antó-
nio d' Almeida, por 480if500 rs. O seu acnial
proprietário, é o sr. José Maria Lopes FúâfK
d*esta villa.
A egreja do mosteiro está bastante arrui-
nada.
O rio Mira, ou OdenUra, nasce na sena da
ODE
líu, (omlo) oa Caldeirão, no sitio ehamado
Carvalhêtes, ao S. de Álmodóvar, em territó-
rio da freguesia de Santa Clara a Nova, do
mesmo eoncelbo d*AlmodoYar. O sen curso é
•de 85 kilometros. Recebe o Ato- Torto, e yarios
ribeiros, do seu curso bastante síduoso. £m
um livro da camará d*esta villa, onde se yé
uma rápida desçrípçao d'eUa, se dá a este
rio nm curso de mais cinco kikiQietros, pois
diz que tem i5 léguas, que corresponde a 90
kilometros. — ^As antigas léguas portugoezas,
eram de 18 ao grau, ou três milhas; e cada
milha tinha, com uma differença insignifi-
cante, dois kilometros, o que dava em re-
> sultado 45 milhas, ou 90 kilometros.
O seu curso sujeito ás marés (ou de agua
salgada) ó de 30 kilometros, e navegável para
embarcações de i80 a 200 moios de trigo.
Desde a sua nascente até ao sitio da Tarri-
■nha, se denomina rtMro, e só d*ahi para
díanto se lhe dá o. nome de rio. É perenne
. (o rio) na estiagem, e de curso muito arre-
batado no inverno. É muito fértil em peixe,
e na primavera abunda em oorvlnas {coroei-
nus magnusy de Lineu).
Até á Torrinha, seocam as nascentes da ri-
òeira, ficando a agua estagnada nos pegos,
o quetsorrompe a vegetação fluvial, que pro-
duz exhalações miasmatícas, origem de fe-
bres intermitentes e paludosas.
Á sabida da viila, na direcção da estrada
que vae para S. Theotonio e outros pontos,
lia ama barca, em f^ma de estrado, que of-
ferece passagem livre e gratuita, a todos os
passageiros, cargas e gados, de dentro e de
lóra áo concelho, a todas as horas do dia e
da noite; mas os passageiros teem obrigação
de rezar um Padre Noêio e uma Ave Ma$iay
por alma da bemfeitora que legou rendas
para costear a albergaria d*esta barca.
Na frente do arco d'aivenaría, onde está
o cabrestante (ou sarilho) que enrola a ma-
romã da barca, ha uma lapide com esta in-
seripção:
HUM PADBK NOSSO B BUIU AVE MARIA,
PELA ALMA DE QUEM DEIXOU ESTA BARCA.
HANDOU FAZER ESTB PADRÃO, O DOUTOR JOÃO
X>A BOGHi^ PIN70, PROVEDOR DA COMARCA
BE BBIA^ BM 1671
ODE
203
É a camará municipal da villa, quem, na
conformidade do regulamento da dita alber-
garia, administra os seus rendimentos.
Na beira da mesma estrada, e próximo à
barca, está a capella de Nossa Senhora da
Piedade. É vasta, com um bello retábulo, de
excellente talha, onde está a padroeira; com
a qual todos os povos das visinhanças, e ain*
da de longe, teem particular devoção.
A capella está bastante damnificada, em
razão do pouco zelo do seu administrador,
que é o paroeho da freguezia de Nossa Se-
nhora da Assumpção, da villa, pois, sendo
em alguns annos o produeto das esmolas á
Senhora, de i50#000 réis (sem que esse ren-
dimento s^a incluido na côngrua do paro-
eho), e tendo a imagem algumas jóias de
ouro, se podia muito bem restaurar a ca-
pella. O paroeho límitase apenas, a fazer
uma festa insignificante, á Senhora, em 8
de setembro, para receber as esmolas dos
devotos.
Sq^ndo a tradição é um sanetuario an-
tiquíssimo; mas não se sabe mais nada, nem
o ^oit^ítiarío Marianino o menciona.
Possue Odemira alguns prédios bons; me-
recendo especial menção espaços do conce-
lho, que são os melhores do districto admi-
nistrativo, e com capacidade para acommo-
dar todas as repartições publicas. Foram res*
taurados e ampliados, em 1865.
Também é bonita a casa da escola de in-
strucçao primaria, construída em 1870, pela
camará, e com o subsidio do legado do t)e-
nemerito conde de Ferreira. Tem uma gale-
ria de retratos de vardes insignes nas lettras,
nas armas ou nas virtudes, e uma bibliothe-
ca popular, já de mais de i200 volumes.
As casas onde reside e de que é proprie-
tária a sr.* D. Marianna Lúcia Beja Falcão;
as do sr. Jorge José Serrão; e as do sr. José
Rodrigues Furtado Nobre, são também ópti-
mos edificios.
Ha na villa um theatro, fundado em 1863,
pela sociedade recreativa odemirense, cujo
scenario (graças aos esforços, engenho e des-
interesse do illustre facultativo, o sr. doutor
^04
ODE
Abel da Silva Ribeiro, ^ pôde eompetir-com
oà melhores <la provioeia do Algarve, exoe-
pciODando o theatro Lethes. Levon-se à sce-
na, para a sua toauguração, o drama do sr.
J. da S. MeDdes Leal, os Dois Renegados.
Tem-se aqui representado — O homem da
mascara negra — a Polfre das minas — o
Gkigiy e oníros de incontestável mereci-
mento.
Ao incançavel e bamanitario zôllo do sr.
António Vicente da Silva» mancebo pobre,
porém amante decidido do progresso, deve
Odemira a posseçao de am monte-pio, fun-
dado em 2 d'abril de 1871, e cujos estatu-
tos foram approvados, por decreto de 26 de
fevereiro de 1872, sendo já de 76, o numero
dos seus sócios (1875).
O território d'este concelho é abundante
em trigo, milho, centeio, cevada, tremoços,
legumes, frucca!>, montados de sobro (que
dão exceileote cortiça), ditos de azinho, ce-
pa d^urze, mel, cora, etc; exportando mui*
tos d'estes géneros*
O principal ramo de commercio d'este
concelho, é a exportação de cortiça. Só uma
das cinco fabricas do concelho, da qual ó
proprietário o sr. José Francisco de Souza
Prado, exportou desde julho de 1873, a ju-
lho de 1874, vinte hiates carregados de cor-
tiça, pVeparada — tanto em prancha^ como
em rolhas.
Faz-se também n'este concelho oreação de
gado de todas as espécies; mas ha bastante
desleixo no apuramento das raças.
Havia aqui antigamente javalis, corças e
veados; mas actualmente já se não encon-
tram n'estes montados; e mesmo a caça miú-
da tem rareado bastante. Pelo inverno, ap-
parecem alguns lobos, e em todo o anno,
rapozas.
Não vejo na torre do tombo brazão de ar-
mas d'esta víila; mas os seus habitantes sus-
tentam que as armas de Odemira são, des-
de tempos remotos, e sem alteração, um cas-
i O sr. doutor Abel da Silva Ribeiro, é fi-
lho de uma nobre familia, da villa do Pinhei-
ro da Benrjposta, no concelho de Oliveira de
Azeméis, e está aqui estabelecido. Vide Pt-
nheiro da Bemposta.
ODB
tello, com três torres da sua côr, sobre on-
das verdes.
Minas
É o território d'e8te concelho multo abon-
dante de minas de diversos melaes; muitas
d*ellas, com evidentes vestígios de explora*
ção desde tempos remotíssimos.
Actualmente estão em lavra as míBas de
ferro, da freguesia de S. Luiz-— a tf Va tí-
lometros da viita, e já se teem exporlado al-
gumas carregações de mineHo;
Em julho de 1874 foram definitlvamail^
concedidas ao sr. Jamés LIoyd, maia »et6 mi-
nas de ferro e manganez.
Em julho de 1875, foram eoncedidtia deS-
nitlvamenle, ao sr. Thomaz Haffeftden, as
duas minas de ferro e manganez, do Oóne-
go das Peátas^ e da herdade das Segmatias,
Em agosto de 1875, foram concedidas ao
sr. Alfredo Anduze, cinco minas de ferro e
manganez, dos serros do Moinho da Tojaria,
e Curral Velho e da Fonte Ferrenha.
Em agosto de 1875, obteve o mesmo sr.
Alfredo Anduze, a concessão defisItíTa de
mais duas minas, de manganez e ferro, ia
serro da Azambujeira e no sirro do Bufori,
Em outubro de 1875, obteve ainda o mes-
mo sr. Anduze, a couces^ provisória, da
mina de ferro e manganez, do Córrego das
Batatas,
Todas no concelho de Odemira.
Em outubro de 1875, obteve o sr. James
LIoyd a concessão provifioria, das mkias da
ferro e manganez, do $êrro das Bedias, e da
Courella dos Santos, A 1.* no cottceliio da
Odemira, e a 2.« no de S. Thiago do Cacem.
Em outubro de 1S75, foi o sr. Thomaz Haf-
fenden considerado descobridor legal, da mi-
na de manganez, da herdade de Aguas de
Peixe, n*este concelho de Odemira.
Devo à benevolência do sr. José de Mattos
Reis Júnior^ dlstineto professor de instme-
ção primaria, na escola do conde de Perra*
ra, d*esta villa, grande parte dos esclareci-
mentos que se acabam de ler; pelo qae Uie
dou os mais cordoes agradenimeiítoa.
ODI
0KS8EIZE— Víd8 Oâéiceixe.
ODIÁXERE— Vide Diáxere.
ODIVELLAS — fregoezía, Atoortejo, eoD-
celho d'Aivho, comarca de Cuba^ SOkílome-
troa ao O.N.O. d^fivora, iOO ao S. de Lis-
boa.
Tem 4311 fogos.
Em i7$7, tiulia 91 (0909.
"Orago Santo Estevão, proto-marlyr.
Bispado e dietricto administrativo de Beja.
O real padroado apresentava o cara, que
tinha i80 alqueires de trigo^ e 90 de ce-
vada* .
£* terra fértil, sobre tudo em cereaes
Cria muito gado de tod4 a qualidade, prin-
cipalmento suino, que exporta.
OBIVELI.AS — fregoezia, Extremadara,
ooneelbo. de iielem, comarca» patriarchado,
dístrioto administárativo e 10 kilometros ao
K O. de Lisboa.
Tem tôO fogos.
Em i757, tmha 333 fogos.
Orage o Santíssimo nome de Jesus.
O pow apresentava o cura, que tinha 50
alqupíre^ de irigo, uma pipa de vinho,
7^000 réis em diob^iro, e o pó d'aLtar. Ho-
je rende uns 450i|000 réis. E' actual prior
d'esta íreguezía* o reverendíssimo sr. Her-
menegildo José Perrt^ira, ao qual devo alguns
dos esclarecimentos d'ella, que agradeço.
Esiá esta fregnezia em formosa posição,
^Gom boas communi cações, para Lisboa, Be-
lém e «mtras partes.
A egreja matriz é um templo vasto, rico
e niag^stoso, e a sua capeila-mór toda re-
vestida de mármore, de differentes cdres,
tanto nas paredes como no tecto, que é de
abobada de pedra. O tecto do corpo da
egreja, é de formoso estuque, em rele-
vo. Admiram-se aqui ricos painéis. Tem
três irmandades — a do Santíssimo Nome de
Jesus (padroeiro) ~a do Santíssimo (que tem
18:000^000 réis, <^m inscripções do credito
publico)— e a de No^sa Senhora do Rosário,
(As confrarias do Sauiissimo Nome de Je-
sus e a da Senht ra do Rosário^ também
teem algums rendimentos )
Tem a egreja ricas alfaias de prata, sendo
aa princtpaes — sete alampadas muito anti-
gas e de muito pé20— nove grandes cruzes
om
205
—um rico cofre, com' emblemas do Antigo
Testamento, em alto relevo— alaoternas, ce-
reaes, varas do palio e dos mesarioa — gran-
de custodia, e outio muitos objectos, tudo de
fina prata.
Tem um bom carrilhão de sinos, aflnados
por musica.
Tem sete altares, todos de talha dourado.
Finalmente é um dos templos mais sum-
ptuosos do termo de Lisboa.
Ha n*esta freguezia muitas, bellas e ricas
quintas, sendo as priocipaes, as seguin-
tes:
Quinta da Memoria -^ logo á entrada da
fregnezia, tendo na porta principal, as armas
de um arcebispo de Lisboa.
Junto a esta, à entrada da rua principal
da povoação, está a memoria (que deu o no-
oie á quinta) da qual adiante tratarei
Quinta do Caldas-^com grandes pomares
de laranja e vastos parreiraes.
Quinta dos Padilhas.
Quinta do marquez das Minas, condes de
Redondo.
Quinta das Pelles — com grande extenção
de terreno, de oliveiras, pomares e terra la-
vradia.
O território d'estafreguezia,é fértil em to-
da a qualidade de géneros agrícolas, do nos^o
paiz, sendo os príncipaes, laranja e sebôla,
^ue se exportam em grande quantidade.
O oirio do oabo
De tempos immemofiaes vae o famoso ei*
rio do Gabo, de 25 em 25 annos, á egre-
ja de Odivellas. Darei uma resumida rela-
ção do que é esta solemnidade (aos que o
não souberem) descrevendo o ultimo que
teve logar no domingo, 6 de junho de 1875.
Sahítt da ermida de Nossa Senhora das
Dores, em Belém.
A concorrência (oi numerosa. Dois eram
os attraciivos que convidavam a affluencla
do povo áqueile aprazível sítio. O cirio e a
festa na casa pia.
Odivellas era a freguezia que recebia o
cirio, e entre as do roteiro, qu»* elle percor-
re no período de 25 annos, uão é aqiielia a
206
ODI
que mais se ponpa para faier-lhe o acolhi- |
mento devido.
A ceremonia effectnoa-se assim.
Aehando-se presente na ermida das Do-
res a camará municipal do concelho de Be-
lém, foi a imagem conduzida debaixo do pai-
lio até à berlinda que a esperava à porta do
adro.
O cirio, que seguiu pela rua do Embaixa-
dor, Junqueira, praça de D. Pemamdo (do
lado da praia) calçada da Ajuda, terras de
Monsanto, BemQea, Carnide, até Odivellas,
hia ordenado d'este modo:
Uma carroça da casa real, com foguetes;
um carro, armado em forma de coreto, pu-
xado por duas juntas de bois, conduzindo
uma philarmonica; quarenta festeiros mon-
tados em bons e bem ajaetados cavallos; um
carro puxado a três juntas de bois, cobertos
eom rendas de croehet, conduzindo outra
musica; um carro, puxado por uma junta de
bois, conduzindo três anjos; o juiz e dois
festeiros, montados em cavallos com xairéis
de vellttdo encarnado agaloados de ouro; o
juiz levava a bandeira da Senhora, e tanto
elle como os dois companheiros iam de ca-
saca, chapéu armado, calção e bota de mon-
tar; berlinda da casa real, a duas parelhas,
conduzindo a imagem e ladeada por criados
da ca^a, com brandões; charanga de lancai-
ros e um piquete do mesmo -corpo, todos de
grande uniforme; traquitana da casa real,
com o parocho de Odivelias, que distribuía
loas impressas; três pagens a cavallo; cento
e cincoenta cavalleiros; cincoenta trens con-
duzindo as principaes pessoas da freguezia
que festeja, e das circumvisínhas, todas ves-
tidas com as suas galas mais louçans.
O préstito offerecia um quadro deslum-
brante pela calçada da :Ajuda e terras de
Monsanto.
Esta festa remonta a longa data. Parece
ser coeva do reinado de D. Duarte. Tem si-
do sempre muito querida dos nossos mo-
narchas.
A Senhora possue ricas jóias que por el-
les lhe tem sido offerecidas. Em 1828, po-
rém, foram-lhe roubadas duas córuas de
brilhantes, de subido preço, fabricadas em
Hespanha. Em 1833 foi-lhe também rouba-
ODI
do um relicário ou maquineta, de grand^
merecimento artístico, que fora prenda é»
D. Pedro III.
Attribuemse á Virgem do Gabo, aasigna-
lados milagres. Conta-se, entre oolros raoi-
tos, que estando uma mulherzinha â beira
do precipício, que se cava em frente 4a er-
mida do Cabo, se despenhara n*aqiielle abp-
mo; e que, acudindo a irmandade eom o es-
tandarte da Senhora, para ir bosear o sop-
posto cadáver, quando chegaram ao fbiido da
despenhadeiro a encontraram mnlfo ben
sentada a compores cabellos, sane escorrei-
ta. Isto passouse em 1807.
A ermida actual já é a terceira. As outras
cairam em minas.
O cirio, atravessa três freguezias: Betou,
Bemfica e Odivelias. N'esta ultima estavam
preparados grandes festejos, que bão de
prolongar-se darante a estada da Senhon
n*aqueiie sitio. Houve bodo, arraial, fogo de
artificio, etc.
Este círio é como que o marco mflliario
para a vida de muitos. Ha paroehiano qae
o tem visto quatro vezes. Quebra Deus qos
nào fosse ainda este anuo a ultima vez qos
o vejam.
(Extrahido do IHarí& lUugiraéã,
o que diz respeito ao drio,}
A freguezia de Odivelias é antiqaiaaina,
mas não se sabe a data da sua creaçio, uca
quando e por quem foi fundada a egr^
Sabe- se somente, que estando em máo esta-
do, e sendo muito pequena, para a fregoe-
zia, foi demolida, sendo no seu togar edii-
cada a actual, por D. Pedro II, pelos aimos
de 1700; porem, na sachrisiia, se vé, no de-
posito do lavatório, a data de 1573 — prova-
velmente, era peça que pertenceu á anlifi
egreja.
Havia aqui um hospício de frades ber
nardos, que foi vendido depois de iSdi, e é
hoje propriedade particular.
Do desacato praticado n'esta egreja, per
António Ferreira, na noite de domingo pa-
ra segunda feira, 11 de maio de 1671, já
tratei a pag. 128, col. 1.*, do 2.* volume.
ODi
ODI
207
A. memoria
Sobre um oateíro, próximo «o eontento
de Odivellts, por cuja eneosu se estende a
poYoaçào d*este nome, se ergue um areo de
pedra» de arcbitectara gotbiea, ebamado ge-
ralmeota, montim^iito àt D. Dimz^ e o yul*
go Ibe dá o nome de Memoria.
Segttodo a tradição, aqai descaosoii o cor-
po do eaposo da raíDba Santa I^bel, qoan-
do o cooduziram para o aea jazigo, do YhA*
nbo moateiro, que elle bavia fandadow
Se .a tradição é rerdadeira, é provável
que esta coostraeçio seja obra de D. Affon-
80 IV, filbo d'aqoeUd monarcha. fintrelanto,
o cbronista frei Praneiseo Brandão, descre-
vendo o enterro do rei D. Diniz, accrescen-
ta o seguinte:
t Alguns querem dizer que onde agora es-
tá um srco de pedraria, parou a Uteira, e
se fizeram as costumadas oeremonias; mas
aquelle arco, que responde a outro que es-
tá á sabida de Lisboa, para aquella parte
(no Caffipo da Forca) se poseram por des-
cançar n'aqttelles legares o féretro de D,
João I, quando de Lisboa veíu trasladado ao
seu jazigo real, do convento da Batalba.»
Já não existe outro monumento designado
por Brandão, e qoe estava no Campo da
Forca, que é o actual Campo de Santa Cla-
ra {%.• vol., pag. i68, col. i.")
O arco de Odivellas, pela cruz floreada
que Ibe orna a cúpula, distinciivo da ordem
de Aviz, da qual, como todos sabem, foi
grão-mestre, D. João I, parece dar razão a
frei Francisco Brandão*
GoQ^iâte o monumento em um arco ogi-
val, de cantaria, tendo no fecbo, o brazão
das armas de Portugal, com treze castelios
na ária. O centro do arco, até metade da sua
altura, é occupado por três pequenos arcos,
sustentados por oito columnetas, tendo sobre
ellas uma mesa.
A architectura d'este8 arcos é meio go*
Ihica, nieiu árabe, e denuncia uma época
anterior a D. João I, em cujo reinado, a ar-
chitectura gothica ebegott á maior perfei-
ção e pureza, n'este reino.
Moâtra ter sido concertado em diversas
épocas, e talvez Ibe accrescentassem, na oc-
casiSo d'este8 reparos, alguma peça de no-
vo; como a cruz floreada que o coroa.
Não tem inscripção alguma antiga; ape-
nas se vé gravada, junto da base, na frente
que olba para Lisboa, a seguinte inscri-
p^:
17íi— B.T. p.
E' talvez a dau do ultimo concerto que se
Ibe fez.
Real mottteiro de Oâlvellas
Segundo a lenda, a causa da fundação
d*este mosteiro, (bi a seguinte.
Estava o rei D. Diniz, na cidade de Beja,
e, sabindo um dia á caça, encontron-se com
um urso monstruoso, que era o terror de
todo aquelle território. Perseguíu-o o rei
por algum tempo; porém a fera, investindo
com o cavallo, lançou por terra o cavalleiro,
que, vendo-se sob as garras de tão feroz e
terrível animal, invocou a S. Luiz, bispo de
Tolósa, cora cf qual tinba particular devo-
ção. Appareceu-ihe o santo, e o animou a
desembaiobar a sua faca de matto, e a cra-
val-a no Urso, o que o rei logo fez, matan-
do-o instantaneamente.
Salvo o rei, por este modo milagroso, re-
solveu logo edificar um mosteiro, em signal
de reconbecimento para com o Geu.
Até aqui a lenda.
Pouco tempo depois que o soberano re-
gressou de Beja á capital, partiu com a cor-
te e com o bispo de Lisboa, D. João Martins
de Soalhães — (o i9.* prelado d*essa diocese
—4.* vol, pag. 269, no fim) para uma quin-
ta que o rei tinba em Odivellas, e nVlla lan-
çou solemnemente a 1.* pedra do templo e
do mosteiro, a 27 de fevereiro de 1295.
A egreja, que é de três naves, foi consa-
grada a Nossa Senhora, a São Diniz (ou
DIonizio) e a São Bernardo: mas o segundo
é que ficou sendo o verdadeiro patrono, por
ser do nome do fundador.
Foi architecto d'esta obra Affonso Mar-
tins, que a concluiu em 1305.
O rei fez doação do mosteiro, às religio-
sas cistercienses. Passava então por ser o
^08
ODI
ODI
mais grsmdioso edificio4d Portugal. O tem*
pio era vasUssimo, eiiomoateiro« accomma-
daram-se» logo que $e ooaeluJu, 80 ífems;
iqas esta numero se elevoanosecato XVlli,
a 260.
Com o tempo, e com es terramotos» tanto
o templo como o ediflcio do mosteiro, sof-
freram maltas raiDad,o que deu causa a di-
versas recoDStracções, qae lhes alteraram,
na máxima parte, as soas feições primiti
vas.
O mosteiro foi rocon&traido completamen-
te, DO reinado de D. JoàoIV»pelo riaoo e direc-
ção de frei Joào Turreano, architecto e mon-
ge benedictino. ^
Pouco ou nada conserva da primeira fa*
brica; apenas a egreja mostra ainda, em di-
versas partes, alguns specitnen» da soa an-
tiga arcbitectura; taes como^'-o vestíbulo e
algumas capellas. No vestíbulo véseuma
memoria antiga de muito interesse históri-
co. £' uma bala de pedra, com i",iO de
eircumferencia, embebida na parede, tendo
por baixo a seguinte inscripção:
ESTE PELOURO MANDOU AQUI OFPBRSCBR
A SAN BERNARDO, DON ALVA 110 DB NuRuNHA,
POR SUA DBVAÇÃO, QUB HB DOS QUOM QUB
LHE os TURCOS COMBATERAM A PiiKTALEZA
DURMUZ, SENDO ELB CAPITAM DELA, NA
ERA DS 1557.
(A data, é a da coUocaçào da bala^ na pa-
rede; pois que o cerco e combate d*Ormuz,
a que se refere a iascripçào, succedeu em
1552.)
O templo nâo tem beliezas architectonicas,
nem de esculptura. Extf^riormt^uif, é muito
singelo e irregular; pode mesmo dízer-se —
de fabrica mesquioba. A capella-mór é de
forma circular, e é a primitiva; mas era flan-
queada por duas elevadas torres, e como que
coroada por um corpo, do feitio de um fron-
tão, adornado de lavores, que se erguia so-
bre o arco cruzeiro. Era esta a fachada no-
bre da egreja; porque a porta da entrada,
* Foi também o architecto da ultima ree-
dlOcaçào do mosteiro d'^ Santo Thyrso, do
convento novo de Santa Clara de Cuimbra,
e do da i^strella, em Lisboa — - buje iMispital
militar, vulgo Estrellinha.
como acontece em todos os OK)steiros de frei-
ras, era em um des lados.
ioleriormente, também nio tem mofoifi-
eeocia. Goota df z rapellas na egreja e vfaiilB
no oôro,. qoe se pôde considerar o pn^e»*
gamento, oo contínasçao da egrrja, dando
assim a esta, om comprimeolo extraordiná-
rio; porque só o eôro, ó como om grande
templo. 1
lU capella-mór, ha qoatro painéis, repre-
aeniaado imagens de santas, em corpo i&tií-
ro, attríboidos ao Grão Vaico.
O coro, não é só notável pela sua grande
za — é-o também peia soa moita loz, qoae
ju snmmamente claro o alegre, e peio laxe
e ornamentação dos seos altares. Tem trci
ordena de ricas cadeiras, para 20Q freiras.
Em uma capella ao lado da eapelia-OMi;
está o tumulo do fundador, com a eotatna
do monarcha deitada aobre a tampa» con
oft pés para o lado do coro, armado» e ée
vestes reaes^ porém muito mutilado e dis^
forme, mormente o rosto, o coiio e a» mãoi^
que estão meio decepadas. Tudo isto tem si-
do restaurado torpemente, com argamaçal
Fizeram mais (e peorl) o ladu do frontal do
moonmento, e:nã completamente estacada^
de angulo a angulo, e ao do lado oppoato ss
pôde vér o que isto fui.
Ao lado esquerdo da estatua do rei, se
vêem ainda restos de outra figura, q«e pro^
vavelmenle era a de S. Luiz, segundo reto
Brandão.
Do lado direito também parece ter havida
outra figura humana, pelo que denunciamos
restos inferiores, que ainda se
Os troncos de todos estfs fragmentos,
boje substitnidos por uns enfeites, á lata de
remate de chaminé, feitos de cal e areia!
Todas as quatro faces foram primorosir
mente lavradas e ornadas deescudétea e la-
1 O mesmo se pód<^ ôher da egreja e oôro
do real mosteiro de Arouca, que é da mes-
ma ordem. Aqui, alem do i-ôru tnr a mesma
largura e altura, e quasi tautu c<Mnprimenta
como a egreja, pôde. dizf r-se que o coro é
ainda vnuU sumptuoso, estando adornado
com bellis>imos quadrosi a ol»'*), de grande
merecimento, riquisisimas cadeiras, e HA
dos melhores órgãos do reino.
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209
carias» segando & arehitectura gotbka, da
éfioea.
A fhnite do monamento tem qiutro areos,
ia arebiteetiira árabe» e em cada am d*elle9
un nicho, com dois frades bernardos — ao
todo, oito em cada face, todos em Yolto, e
CM>m livros fechados, nas mios.
Na face opposta, o mesmo numero de ar-
cos e de (jrades. — Na face qae está por bai-
xo da cabeceira do rei, está uma estatueta,
também em vulto, que parece de rei, de joe*
lhos, e com as mãos postas, aos pés de um
prelado, lendo em om livro. Na face do lado
èds pés do rei, ha outro arco, também com
dois frades bernardos, tendo cada um nas
mãos, um cofre com sua fechadura. Vindo
a ser ao todo, 20 figuras — i8 de frades, e
as duas do lado da cabeceira— a fora as duas
figuras da tampa.
O monumento descança sobre seis figuras
do animaes, de dífferente espécie, três de qa-
da lado, mas estão de tal. modo mutiladas,
qae mal se podem designar.
Uma das doímeio, assemelba-se a um grande
tto. Parece que a que lhe fica á esquerda, re-
presentava ocaso do urso; mas o que resta é
Ião pouco e tão desfeito, que não se pôde
eonhecer. A figura da direita, pelas garras,
parece se** leão.
O monumento tem t^fi% de comprido e
i-,42 d'alto.
Este mausoléu, tem o merecimento de mos-
trar o estado da esculptura em Portugal, no
flm do 13.0 século.
Foi o próprio rei D. Diniz que o mandou
laaer, poucos annos depois de concluídas as
obras do mosteiro.
A maior parte das suas mutilações foi cau-
sada pela mudança do monumento, da anti*
fa egreja, onde originariamente esteve, para
a acanhada capella onde hoje está; accres-
cendo o vandalismo de barrarem com arga-
maça e besuntarem com estuque, muitos dos
Beus primorosos ornatos. Também alguns vi-
sitantes bárbaros, teem damníflcado estupi-
damente este monumento, quebrando e le-
gando as peças de mais fácil deslocação e
transporte.
Na capella-mór estão sepultados, o infán-
TOLUMB VI
te D. João, filho de D. Aflonso IV; ^ e D. Ma-
ria, filha natural do fundador, e freira d'e8t6
mosteiro.
Na saclíristia está a sepultura de D. Phi-
lippa de Lencastre, filha legitima do infante
D. Pedro, duque de Coimbra (Vide AlfarrO'
beira) e da infanta, D. Isabel, de Aragão, e
neta de D. João I e da rainha D. Philippa.
D. Philippa escreveu um manuscripto, e
adornou-o com lindas figuras illnminadas,
obra de grande merecimento, que deu ao
mosteiro, em 1480. Ainda existe.
A rainha D. Philippa fallereu
no mosteiro d*Odivellas, e n*el-
le esteve o seu cadáver 15 me-
zes, sendo depois removido pa-
ra a egreja da Batalha.
Também aqui ha uma sepultura com uma
grande pedra de mármore, onde estão escul-
pidas as armas reaes de Gastella. Diz- se que
está allí sepultado um príncipe hespanhol,
que vindo visitar D. Diniz, morreu em Odi-
vellas.
Ha n*este templo, alfaias e vasos sagrados
de bastante antiguidade, e de muito valor,
tanto intrínseco como artístico, sobretudo,
uma riquíssima custodia.
0 mosteiro e as suas varias ofiScInas, for-
mam um vastíssimo edificio, composto de
muitos corpos, construídos ou reedificados
em dífferentes épocas, e sem conservarem
entre si espécie alguma de symetria ou re-
gularidade. Tem vários dormitórios e claus-
tros, e uma boa cerca, regada por um ribei-
ro, e na qual ha um jardim, que ainda con-
serva o nome de Valle de Flores, que tinha
quando era quinta real. Tem um grande la-
go e vários tanques.
Ha ainda no mosteiro grande numero de
habitadoras, mas só oito (1875) são freiras.
Os reis e os pontiQci^s, concederam a este
mosteiro muitos e grandes privilégios e re-
galias, e teve muita celebridade, principal-
mente no reinado de D. João V, que aqui vi-
nha com muita frequência. Pouco depois, no
tempo da Arcádia^ eram famosos os outeiros
1 Nasceu a 22 de setembro de 1326, e mor-
reu na infância.
i4
210
0DI
ODI
(abbadessados) deOáivellM, aoaqoaes eoa«
corriam, exbibÍDdo os seas hnprowisoif «t
mais celebrados poetas de Lisboa e de toda
a Extremadara. ^
Já acabaram os bellos e famosos outeiroi
de Odivellas; mas aioda a 8 de setembro se
faz alli uma pomposa festa de egreja, a Nos-
sa Senhora, havendo então feira e arraial,
muito concorridos, no espaçoso terreiro que
se estende ^em frente do mosteiro.
N*este convento se ereoa a infanta D. Joan*
na, filha de D. ÁÍTonso V. (Vide Aveiro.)
O corpo da egrfja ficou arroioado com o
terramoto do l."" de novembro de 1755, mas
foi logo reconstruído. O terramoto de i758
também o arruinou muito.
Junto á egreja ha um grande alpendre, fei-
to em 1573. As suas paredes foram revesti-
das de bellos azulejos, em 167 L
Eram famosas em todo o reino, as func-
coes religiosas que se faziam n*esta egreja ;
não só pela sua magnificência e sumptuosi-
dade, como pelas óptimas organistas e pri-
morosas cantoras que sempre tinha: de mo-
do que se despovoava Lisboa, quando havia
festa de egreja em Odivellas.
D. Diniz fez valiosas doações, a este mos*
teiro, sob condição de guardarem as religio-
sas, clausura perpetua, que até então não
eram obrigadas a guardar.
Consta que a egreja do mosteiro foi a pri-
meira egreja parochial da freguezia de Odi-
vellas.
As rendas doeste mosteiro, até i83i, regu-
lavam por 8 a 9 contos de réis.
Como fallei na princeza D. Phiiippa de
Lencastre (filha do infante D. Pedro, e ir-
Doan da rainha D. Isabel, mulher do D. Af-
fonso V) * julgo próprio este logar, para dar
1 D. AlTunso V esteve primeiro esposado
a sen respeito mais algans esclareeimeBioi.
Nunca quíz aeeeitar esposo, e preferiidft
a vida clanstral, interpostalicença do Samio
Padre Nicolau V, foi para o n^sieiro de Odi-
vellas, onde dirlgifi a educação de sua n-
f usta sobrinha a infanta D. Joanna, a cujo
fallecimento assistia em Aveiro no mostein
de S. Domingos.
Pol depois em peregrinação a S. Thia-
go de GalUza, e voltando, fez outras romi-
gens, sempre a pé, veio acabar seus dias n
seu querido mosteiro de Odivellas.
Ninguém ignora as desigraças do íafaols
D. Pedro, sen pae, mortij na batadha d*Al-
farrobeira: o mesma infoft||pio perseguis
sempre seus filhos e fiHias
O typo do infante D. Pedro é porém sa
dos mais perfeitos, que nos apresenta a his-
toria; militar denodado, cavalheiro perfeito^
litterato distincto, catholico cpnipleio.
Sua filha, a infanta, D. Philippa de Ln*
castre, foi senhora de grandes virtudes, c^
dirigida na sua educação pur seu pae, es-
nheceu a fundo a iiugua latina e a fnn-
ceza, deixando obras escriptas por seu po-
nho, alguns manuscriptos dos qaaes exis-
tia part no cartorit) d*bdivellas, da ordem da
Cister, um dos condema^dus â^voracídadi
do mtnotauro expoliador da Egreja dasn»
SOS tempos.
A actual abbadessa, é a sr.* D. Igoez Mar-
garida do Nascimento e Souza, que ha mui-
tos annos era prioreza. Foi eleita em setem-
bro de 1874.
Como são só oito religiosas, quasi todas
occupâm logares da commuuidade.
O distincto escriptor bracarense, o sr.Pi*
nheiro Caldas, publica no Brado Uberat, fo*
lha d*aquella cidade, a seguinte poesia, ex-
plicando nas linhas que se lhe seguem a soa
procedência. '
com a princeza D. Joanna, filha de O. Hen-
rique IV de CaAieiia; mas couio era sua so-
briuhu, e casou berii despeusa, aunulloa-se o
casamento, e a iuftliz senhora nem conser-
vou o tíLulo de princeza, pois morreu como
de Excellcnte Senhora.
ODI
ODI
m
rAMt MSM
Qm resaram as religiosas d'Odivellas^ no í$r*
mo de Lisboa, q el-rei D. José 1, recolhidas
alli d' outros conventos da Ordem como cas-
tigo, por determinação do Geral dos Ber-
nardos, em 1176.
A vós, augusto monarcba,
' Pedimos com hattiitdadd
Nos tiâo deixeis o Abbade,
Fadre Nosso,
Yaiha*iiofl o iM)der yosm». .
Que tão afiliAias nos veaoa:
Ptflo qoei.toda» diremo»»
Que estaes nos eeus»
Rogaremos sempre a Deus
— Se tal Padre castigaes —
Qae desde logo sejaes
Sanclificado.
Seja logo externiDa^o,
Por íDMleBte, e atrevido,
Sem qae nunca maia ouvido
Seja.
Se vemos da nossa egreja
Os Frades Bernardos íóra,
Louvaremos toda a hora
O vosso nome.
Para que o bruto se dome,
Castigae-o com rigor,
Antes que outro mal maior
Vetúia a nós.
Pelas penas que nos poz
Aquelle animal damnado,
Fez que fosse amotinado
O vosso reino.
Senhor: em vosso terreno,
tJm Bernardo, com doudice,
Quer que toda a parvoíce
Seja feita.
Fazei justiça direita.
Sem respeito a hierarchia:
Sf ja lei, e seja guia,
A vossa vontade.
Se Deus a summa piedade
Nos céus com seus servos tem;
Ftf ei vós. Senhor, também
Assim net tetra.
Applacae-nos esta guerra^
Que traz o moateiro em fogo;
, fiímm âçaf omos logo
Como no Ceu.
Lograremos o trophéo,
Se isto fôr attendido:
Porque bem nos tem comido
O pão nosso.
É tao stupendo o destroço.
Que elie fez n*este convento;
Que para nós ó tormento
De cada dia.
Nenhuma de nós podia
Soffrer jà tanto tormento.
Por isso, deíTerimenlo
Nos dae hoje.
Nossa paciência foge.
Com tanto ultraje no rosto:
Mas nao sendo vosso gosto,
Ferdoae-nos.
Como bom Pae despachae-noe,
Como todas pretendemos:
Assim melhor pag;iremo8
As nossas dividas.,
Se nao formos attendidas
N'esta nossa pretençào;
Algum dia outras farão
Assim como nós.
A injuria extrema, atroz,
De nos hir qut^brar as portas,
Nem até depois de mortas
Perdoamos.
NVsta afflícção imploramos,
O mandeis vós retirar.
Para podermos failar
Aos nossos.
De cubica são uns poços
Peio muito que desejam:
Querem que os mais lhe sejam
Devedores.
São mui fortes comedores
Do que nos podem colher:
3i2 001
Por iB30 no aeo poder
Não not á/^xeis.
Yós liTrar-nos bem podeis:
Assim nós o esperamos;
Porque nas mãos lhe nao vimos
Cahir.
8e chegam a conseguir
Contra nós o sen intento,
Ficamos n*este convento
Em tentarão,
É isto contra a razão:
Senhor,* vôde o qae fazeis:
Somos vassallas fieis,
Ma$ Hvrae-nos.
Yós n*este aperto amparae-nos.
Antes que a mais se reduzam:
Porque estes Bernardos usam
De todo o tnaL
Deos defenda a Portugal
Por todas eternidades
Doesta tal ralé de Frades:
Amen Jesus.
Transcrevemos este Padre Nosso faceto,
d*am manuscripto em 4.% a que o seu au-
etor M. L. A., natural d'esu cidade de Bra-
ga, dera em 1778 este titulo integral :
Desabafo dos portuguezeSt depois do folie-
ebnetUo do seu fidelissimo monarcha, o se-
nhor rei D. José /, na decadência do seu
grande vaUdo e primeiro miinistro, Sebastião
José de Carvalho^e Mello, marquez do Pom-
bal
Comprei aqui estes dias este manuscripto^
eom outros volumes curiosos e alguns d'el-
los muito raro9, na Livraria loternacional
do meu amigo Eugénio Chardron : e devo a
posse d'elles, à sua honradez de caracter, por
lhe serem sollícitados alguns volumes com
importunidade, a troeo de preços excessivos,
depois de eseolhidos e separados por mim
na sua loja.
Pertenceu este manuscripto^ com os ou-
tros demais volumes, á livraria selecta do
antiquário bracarense, Valério Pinto de Sá,
OEI
morador OQtr*on «a na do Campo d'esta
cidade:— a quem D. Jeronymo Contador
d'Argote, nas suas Memorias para a hiOcfia
eeclesiastica do arcebispado de Braga^ no
tom. III pag. n, qualifica de — «pessoa ea
riosa, e com muita noticia das antigalda*
des da sua pátria.*
Ha no concelho de Amares, Alto Míalio^
uma aldeia, chamada também Oditeiía^
ODIYOR ou DIVOR —Já tratei d*esU fre-
gnezia, a pag. 470 do 2.* vol., col. 2.* — aqui
accrescentarei mais o seguinte :
Está esta fregueeia situada no CBntro ds
formosas veigas, e tão aprasivi^iii, que os ro-
manos (segundo alguns eseriptot^s) lhe diar
maram Campos ElisioSy ou Campi Divorum
— Campo dos Deuses). 0e Divorum — diz-se
— provém Divâr.
OEIRAS —^Yilla, Extremadara, cabeça do
concelho do seu nome, comarca, distrieio,
patriarehado, e i8 iLitometros ao O. de Us-
boa, li kilomelros ao O. de Belém, e 1:S0&
metros ao E. da torre de S. Julião da Barra.
700 fogos, e em 1757 tinhn 798.
Qrago Nossa Senhora da Purificação (Can-
deias).
O prior e beneficiados de S. Lourenço, de
Lisboa, apresentavam o cura, que tinha 30ai-
queires de trigo, uma pipa de vinho e o pé
de altar.
O concelho de Oeiras é composto de cio»
freguezias, todas no patriarcbado — são—
Barcarena, S. Julião da Barra, CarcavelK
Carnaxide, e a da viila — todas Gom 2:0(10
fogos.
Está esta bonita viila «ituada em terreia
suavemente accidentado, sobre a margeia
direita do magestoso rio Tt jf>, e qua^^i em
frente da torre de S. Lourenço du Bt»|tia.^
É regada pela ribeira do seunomn, qneé
aqui atravessada por uma boa punto de pe-
dra, de um só arco. E:^ta nbf ira rega Tarias
propriedades, e faz mover varias azenhas.
Aqui mesmo, com pequeno curdo, desagôi
no Tejo.
É povoação antiga, mas não se sabe Cfnand»
nem por quem foi fundada, nem quandu lai
elevada a parochía. Sabe-se apeua;! qoea
sua egreja matriz era bastante antiga e U
OiX
destruída pelo terranota do 1.* de novêm-
hrode i745, mas foi logo reedifleida, o é a
actual.
Era Oeiras nma aldeia, grande e muito
bem situada. Sm 6 de juuho de t759, D.
José I, elevando o seu i.* ministro, Sebas-
tião José de Carvalho e Mello, a conde de
Oeiras, de juro e herdade, (e seus irmãos a
seeretarios de estado) deu a esta povoado
a cathegoria de villa, logo no dia seguinte
<7 de junho de 1759).
Desde então prineipiou para a nova villa
uma época de esplendor e desenvolvimento;
mas por morte do seu primeiro conde, ficou
estacionaria.
Adiante fallarei mais detidamente dasum*
ptposissima e principesca residência dos cod*
des de Oeiras (marquezes do Pombal) para
onde o rei D. José e a sua corte vieram pas-
sar os verões de 4775 e 1776, paraâ*aqui
irem todos os dias tomar os banhos do £5-
iarilj que sao entre Oeiras e Gascaes.
Ufana-se Oeiras, com razão, por ser a pri-
meira terra de Portugal onde se efleotuou
ama exposição agrícola e mdmtfial, e, com
toda a probabilidade, a primeira festa d'este
género, em toda a Europa.
O conde de Oeiras (jÁ marquez do Pom-
bal, desde 1770) aproveitando-se da estada
do nei n*esta víila, e no palácio do marquez,
resolveu dar lhe um espectáculo, que ao
DDesmo tempo que lisonjeava o soberano, fa-
zeiMlo-lhe vér em verdadeiro e minucioso
quadro, os resultados práticos das sabias re«
lolrnQaa pelo ministro emprehendidas e leva-
das a effeito; demonstrava a nacionaes e es-
trangeiros, os progressos que tinha feito Por-
tugal, e os recursos que lhe permittia a sua
industria. Também assim, respondia o mar-
quez ás accusações e calumnias dos seus
inimigos, com factos que provavam incoa-
feslavelmente a prosperidade publica.
Delerminou pois que se fizesse n'e8ta villa
ama grande feira, â qual concorresse todo
o género de productos da Industria fabril
portagueza. Expediramse circulares ás au-
ctoridades, para todas as províncias, orde-
nando-lhes que fizessem intimar todos os do-
nos de fabricas, para que viessem armar
barracas no logar que lhes fosse designado,
OH
213
e n'ellã expozessem á venda os diversos pro-
ductos da sua industria.
Ninguém faltou ao chamamento, e por-
tanto, esta feira, foi uma verdadeira exposi-
ção industrial^ de todos os artefactos porta-
guezes.
A corte, o corpo diplomático, os cônsules;
e os fnnccionarios públicos, convidados pelo '
ministro, e Lisboa em peso, levada da cu-
riosidade, foram vér e admirar o prodigioso
desenvolvimento das nossas industrias, na
immensa variedade de producçSes, e no sin-
gular aperfeiçoamento de muitas d'ellas.
Os esforços do ministro, animando e au-
xiliando as fabricas antigas; creando novas;
mandando vir do estrangeiro mestres e ope-
rários imelligentes; e concebendo e fazendo
promulgar leis adequadas ás necessidades
da mesma industria, tiveram n*esta occasiào
o premio moral, conferido por todos quan-
tos presencearam esta verdadeira festa na-
cional.
Ha em Oeiras varias e boas quintas de re-
galo, sendo as melhores, as duas dos sra.
marquezes do Pombal.
Percorrendo a margem direita do Tejo,
desde Oeiras até S. Julião da Barra, encén-
tram-se dois fortes — o de S. João das Maia»
e o de Santo Amaro — construídos (como
quasi todos das margens do Ti»jo) por D.
João IV, e seus dois filhos, D. Affonso VI a
D. Pedro 11.
Hindo pela estrada real, de Oeiras, para
o O., chega-se a um sitio onde a estrada st
bifurca, hindo um braço para a torre de S.
Julião, e outro, para o logar de Garcavellos
ambos a 1500 metros a O. de Oeiras.
Também én*esta fregnezia o bonito logar
e o forte de Paço d^ Arcas. (Vide esta pala-
vra.)
N'este concelho, está também a povoado
de Laveiras; com o sen forte^ e o seu mos-
teiro de S. Bruno (vql. 4.*, pag. 56, col. 2.*,)
banhada pelo rio do sen nome, atravessada
por uma ponte de pedra, de um só arco.
A praia de Oeiras, é bastante concorrida na
214
OIE
oei
fisuçio dos bAnboB do mar* por fumiliti de
Lisboa e de outras partes.
A todos os banhisras está franca a eiKra.
da« a qualquer hora do dia, nas duas ma-
gnificas quintas dos sr». marqnezes do Pom-
ba), uma das quaes está muito embelleaada<
com lindos jardins, devidos ao gosto da sr.
marqueza.
Também está franea a todos, a belia quin-
ta dos srs. marquezes de Penalva.
Para a entrada das quintas da Arriaga e
do Egypto, é preciso licença.
Ha aqui m<*rcado no 3.* domingo de cada
mea, e íeira a 4 de outubro.
N*esta faeguezia ha varias capellas» sendo
MS principaes:
Nassa Senhora da Conceição, e Santo Ama-
ro— templo histórico e antiquissimo. Está
sendo reparado (1875) o edificio annexo a
esta capeila, para n'elle se estabelecer um
clbergne de inválidos do trabalho.
Assim se realisam os fins para que se eri-
giu n'esta ermida a irmandade da Concei-
to, e se dá principio ao cumprimento dos
desejos do sr. Luiz Pereira da Motta, que
por seu fallecimento, lega uma boa parte
dós seus haveres a este albergue.
Esta capeila e edificio annexo, é em nm
dos mais bellos pontos d*esto localidade.
O edificio que agora se reedifica, foi nm
hospício de frades eaetanos, fundado per D.
Siolôa, que também fundou o nesleiro de & J
Bruno, em Laveiras. Esta senhora foi sepul-
tada na egreja da Misericórdia^ de Lis
boa.
Nossa Senhora do Porto Salto — ^E* muito
antiga; não se sabe ao certo quando esta
formosa ermida foi edificada; mas parece
f6ra dd toda a duvida, que tem mais de 300
anãos de existência. S^^gundo a lenda— vin-
do um navio em viagem, da índia para Por-
togai, se formou uma terriTtel tempestade, e
os afflictos navegantes, Julgando-se perdi-
dos, flieram voto de edificar no primeiro ca-
l»eço que encontrassem á entrada do porto
de Lisboa, uma ermida consagrada a Nossa
Senhora, á qual dariam a invocação de Por-
lo Salvo.
Chegoa • natio m aahrameilto, e %% naia-
gantes trataran de cumprir o ^oto, erigíi-
do a ermida actual, próximo a Oeiraa^
Desde então, todas as embarcações qnan-
do partiam para a lodia, ou quando de li
voltavam, salvavam ao avistar a ermida;
A ermida tem s6 o alur da Senhora.
Foi reedificada, pelo capellão da eapeOi
real» Manuel Carvalho Rodrigues Baealhão,
no meiado do século XVilL
Todos os marítimos lêem muita deveção
eon esta imagem, e ó espantosa a fuaa A»
seus numerosos milagres.
Desde 1833, qoe a ermida ten hído m
decadência, e está actualmente multo del^
riorada; pelo que a irmandade resoWeaR-
oorrer ás pessoas devotas, que queiram eqa*
tríbuir com as suas esmolas, para qiae»
conserve com a dignidade própria de na
tempéo cfarislão.
A' costa pois dos devotos se teem já feit»
muitos reparos.
A irmandade (que é multo iiaai#rosai
composta, na soa maior parte, de marM-
mos) faz uma grande festa á Senhora, aodii
i5 de agosto de cada anno^ que é seapR
muito concorrida.
As duas -quintas dos srs. marqaeies h
Pombal, estio situadas junto da vilia, saliÉB*
do em direcção a Carcavellos. Separa^^i
uma da outra, a estrada real, <^ por targ»
espa^ vae correndo, assombrada pelo eopi^
do arvoredo de ambas.
A primeira, que se prolonga do N. paia«
8.---ÍSI0 é---da estrada, para o lado do 1^
— é á principal, pela sna grandexa, e pdi
nobreaa do edificio.
6 n'ella que está o palácio.
Fundaram esta quinta, e constroiran o
palácio, Francisco Xavier de Mendonça e
Paulo de Carvalho de Mend«»nça (irmãos ds
i.* marqnez de Pombal) ambos secreUlíoi
de estado, e o 2.<» D. prior de Nossa Seahe-
ra da Oliveira, de Guimarães, presidente é»
senado, e que (alleeeu quando foi elevados
cardeal.
A amisade que ania estes três inoio^
que sempre viveram juntos, fez com qae es
dois mais novos (Francisco e Paulo) appfir
OEI
QEI
315
tãmtm os rendimentos áè lens bens patri-
aonlaes» e os grandes yeneimeotos que re-
eebiam áú estado, pelos diversos cargos que
esereiam (qae tudo sabia á enorme quantia
de S2:a€04000réi9 annaaesl) a bemfeiteri-
sar e augmentar as propriedades qae per«
tenoiam ao mais veibo (o marquee) par be«
nnça de seas paès; por dote de saa l.« mu-
iber, D. Tbereza de Noronlia, sobrinba do
ooode dos Arcos; t e por saecessào nos vin*
eulos de sea tio, Paulo de Carvalho e Athat-
de^ arcipreste da Santa Bgreja patriarchal,
que falleoea em 1737.
Os dois referidos irmios, vincularam e
uniram ao morgado de Oeiras todos os bens
que abi compraram, e as importantíssimas
bemfeiíorias que nVlies izeram.
Ainda, por morte de seus irmãos, o mar
quez, á custa dos rendimentos da sua já
grande casa, e dos seus imneosos ordena-
dos, ampliou e embelleaeu a obra de seus
irmãos.
Os morgados do marquei, não constam só
das' duas quintas (que foram formadas de
diversas propriedades, de diíTerentes do-
nos) nas também de vários e grandes ca-
saes, de terras de lavoira, de olivaes, e de vi-
nhas^ que chegaram a produzir 400 pipas
d'aqaeAke precioso vinho, conhecido e apre-
ciado sob o nome de Carcaveilos.
O palácio tem quatro fachadas — uma, a
éa entrada principal, que é flanqueada por
dois pavilhões, deita para um grande pateo
—duas, cabem sobre dois Jardins-— e a ulti-
ma, sobre a rua publica.
As cavallariças, e cocheiras, ficam sepa-
radas do corpo central.
Pez a planta e dirigiu as obras do palácio»
o architecto Carlos Mardel, natural da Hun-
gria, que veiu para Lisboa em 4733, e aqui
morreu, em 1763. Foi architecto do acque-
dttdo das Àguias livres; da easa da$ obras
(ebras publicas); do almoxarifado do sal, de
Sétuba); e de outras construcçoea
< Esta senhora morreu sem deíiar suc-
ee^são; mas empregou os 20 contos de reis,
em dinheiro, que trouxe de dote, na compra
de bens de raiz, que viòcalou e uniu ao mor-
gado de seu marido. Parte d*estes bens eram
«m Oeiras.
O palácio tem ricas decorações exterio-
res, nas duas frontarias que olham para os
jardins. Interiormente encerra bellas salas;
uma capella, bem ornada; varias obras de
arte, de muito merecimento; e alguns obje*
ctos históricos; sendo os mais notáveis — um
painel de S. Francisco, pintado por Ticiano
— vários quadros originaes de Yanloo-— os
painéis da capella, feitos por André Gonçal-
ves, um dos .melhore^ pintores portuguezes»
e que floresceu no ultimo quartel do século
XVif, e no 1.» quartel do XVlII--um pai-
nel de Santo António, copiado do original que
está em Roma, e é o retrato do tbaumaturgo
—um quadro, com os retratos do !.<> mar-
quez de Pombal, e de seus doiá irmãos, Fran-
cisco e PauIo« de màos dadas, e cercados da
letra concórdia fratrum quo se julga s^
producção de D. ioanna Ignacia Monteiro
de Carvalho, natural de Lisboa, onde adqui-
riu bem merecida fama de retratista insi-
gne, e chamada vulgarmente, Joanna do 5a-
liire, por morar ahi — o primeiro modelo, em
cera, do retracto de D. José I, obra do cele-
bre Joaquim Machado de Castro— um lindo
presépio, de marfim e madrepérola — duas
estatuas de mármore, repreàentando Alpheu
e Arethusa, desenhadas pelo mesmo Macha-
do, e esculpidas por João José Elveni, e
Francisco Leal Garcia, disci pulos do famoso
estatuário romano, Alexandre Giusti— dois
baixos relevos, em pr^a, alJegorias do rei-
nado de D. José I — um retrato em miniatu-
ra, do pontifico Clemente XIV (Ganganelli)
offerecido por elie, ao marquez de Pombal
— ^um aunei, de camafeu, que estava vincu-
lado, representando o mesmo poutiUce — a
escrivaninha de que se servia D. José I,
quando habitou n'este palácio, nos dois ân-
uos já referidos — e, finalmente, diversos mo-
veis de uso, de Sebastião José de Carvalho
e Mello.
Ha também aqui uma boa livraria, que
encerra alguns manuscriptos raros.
Pelas duas frontarias mais nobres do pa*
lacio, correm os jardins, plantados no gosto
antigo, mas, ainda assim, belios, e adorna-
dos com boas estatuas de mármore.
Os objectos mais notáveis doesta quinta^
são — a cascata dos poetas — e a adega, e
216
OEI
OEI
horta ajardioada. A cascata, apresenta am
lindo eíTãito, pela sua coQSlracção original,
pelas obras de arte qae a decoram, e pelo
docel de verdura com que a cobrem arvo-
res gigantescas, mui formosas. £ construída
de diversas qualidades de pedras, brilhando
entre a cantaria e a pedra, tostada e carco-
mida, os spatbos-calcareos, com suas faces
lustrosas e espelhentas, uns brancos outros
avermelhados. £ composta de^tres corpos,
cada um com sua gruta, seu lago e sen ter*
rado. O corpo do centro, tem a gruta mais
ampla, e o lago muito mais vasto. Do terrado
que a coroa, disfructa-se uma agradável
vista, de ruas e bosques ; pois sào muitas
que vem como raios de uma e«trella, re-
matar no terreiro circular em que se ergue
a cascata.
Os terrados dos corpos lateraes, são guar-
necidos com quatro bustos collossaes, de
mármore de Cerrara, representando os qua*
tro grandes poetas épicos — Homero — Vir*
gilio — Gamões — e Tasso: todos obra do
mesmo Joaquim Machado de Castro. Duas
escadarias conduzem^aos terrados, cujas en-
tradas, em forma de gruta, se abrem aos la-
dos do lago do centro.
A adega, ó a mais sumptuosa offlcUia
d'este género, que ha no paiz. £ um grande
edificio de dois andares — o l.<» ó a adega—
o 2.'' o celleiro. A fachada principal, é como
a de um palácio, adornada com doze bustos,
de imperadores romanos, maiores que o na*
lurai, esculpidos em mármore de Garrara, e
coliocados sobre altos pedestaes, aos quaes
se encostam, vestiodo-os em quasi toda a
altura, arbustos sempre verdes.
A adega ó de três naves, por duas ordens
de arcadas, compostas de 15 arcos cada uma.
Nas duas naves lateraes, estão os toneis, que
sào de vinhatico, e 14 dos quaes levam cada
um 30 pipas de vinho.
Contíguo á adega, no lado posterior, está
a casa dos lagares, que são sete, construídos
em elevação suffieiente, para d'elles correr
directamente o vinho para os toneis, poren^
canamentos de cantaria, que giram em volta
das paredes da adega. Esta está construída
entre dois pateos arborisados, um com com-
municação para a quinta, e o outro, com
saida para a estrada psbliea, por um
portão de ferro. N'este ultimo pateo, a* aá*
mira uma bèUa arvcure, originaria da Afinca.
£ am dragoeire fdracoena dracei, de LiMii|
mais gigantesco do que os do jardim bola*
nico, da Ajuda, e que os da quinta do Piça
do Lumiar, dos srs. duques de Paknella.
A frente príndpal da adega, deiu para
um jardim, em que ha dois lagos quadrai*
gulaces, de mármore^ gnameeidos noa as*
gulos com vasos da mesma ottleria.
Este jardim cae sobre uma extensa hartk
ajardinada, com a qual se eommuaáea per
três escadas de pedra, de sete degrmu% aa-
paradas por balaustradas de mannore.
No meio da horta levanta-se um formoia
tanque de mármore, com on gnipo éa i-
guras de mármore de Garrara, feito em
Roma.
O terreno em que está a adega e mnis ott-
cinas, com seu pateos» jardim e horta» era
uma quinta dos viscondes de Barbaoéna. qm
foi comprada com o dinheiro do dota da L*
mulher do marqaez.
D. José I deu foral, a Oeiras, no palacie
da Ajuda, a S5 de setembro de 1760. (Ma^s
um, áeforaes novíssimos, n.* i.)
O aviso que mandou gnar»
dar este foral, no real areliH
vo da Torre do Tombo, é da*
tado de 4 de dezemturo, dl
de i760.
Está registado no L.* X.* d#
do Registo, a fi. 323 t.
Oeiras é das poucas povoações do
nente portuguez, que tem foral
isto é— foral dado pelos sucoessores do rei
D. Manuel.
A outra quinta, situada ao N. da estrada
real, foi feita também pelos ues dois ii
do marques. E* cortada por extenaaa
de bosque, e um rio, que desagua no Tejo,
próximo á vílla.
Ao atravessar a quinta, corre encanado^ •
por um e outro lado, acompanham o larfas
ruas» assombradas por frondoso arvoredo^
e adornado de grandes vasos de mamumt
OPE
ÓIS
217
fM» a €iípaço§» eoroim a mnralht tfo enea*
DMMito, o qual é c^nameeido de alegretes
eassénlM. Diversas pontes de pedra dão pas-
sagem de orna para a outra margem do
rio.
Ha na quinta doas easeatas— « da Taeei-
ra e a da Mina dê ouro, A primeira está
eonstrotda no gosto eomnmm d*este género
de ediíieaçdes, e é adornada com dois saty •
ros, de mármore, e tem na frente nm Jardim
eom dois tanques.
A segniída é mnito mais iòrmosa e pitto-
resea, posto qne nua de ornatos artistteos.
A sua fabriea tem mais novidade, e o effei
to das agaas despenliando-se, é mages-
toso.
EJeya-se a cascata a mnita altnra, encos'
tada a uma celtina, por onde sobe em de-
graus semicircQlares, que vao diminuindo
no comprimento, até rematarem em nm ter-
rado, ondA está o resereatorío. De um e ou-
tro lado da escada, a acompanham altas e
copadas arvores. Em frente da cascata e do
lago que Ibe recebe as aguas, ha um terre^
no circular, ao qual fazem abobada, com sua
fjíHmdosa' ramagem, arvores annosas que a
cercam.
£su bella cascata está bastante deteriora-
da, e se ibe oào acudirem promptamente,
eflv pancos annos, será dispsndíosissima a
8oa restaiH^ção. Em todo o resto da quinta
86 vêem signaes evidentes do pouro cuidado
que com ella tem os seus proprietários, os
qoaes prestam mais atten^ á quinta pri-
meiramente descripta.
tf^ERÇOM ou OFFREÇOM— português
antigo —peita, luoaSy serviços, presentes, re-
galos, jantares, comedorias, etc, que, para
remissão de algum vexame, se offerecia ao
alcaide, ou senhor da terra, ou aos seus mi-
nistros e offl«iaes. É por isto que em algon^
foraes se chama — alcaidaria.
No foral dado a Thomar, pelos cavalleiros
do templo^ om ii62, traduzido no priDcipio
do século i4.% se diz — O Juiz e o Alcaide
se^tn a vo$ postos, sm ofreçom. . . En nhãs
oMenhas non dedes mais ca de XIII partes,
huma^ sen ofreçom. . . En Lagaridiga ^
1 Lagaridiga» ou lagaradiga, portuguez an-
OFFRENDAR— portuguez antigo— o mes-
mo que obradas — vem do latim ofTero.
Mando que offrendem hum anno XVIII di'
nheiros cada dia, e candêas da minha casa.
(Doe. de Lamego, de 1316).
OGANO — portuguez antigo— o anno pas-
sado.
Vem do latim hoc anno. E que quando hi
chegarão Ogano, queimar e roubar a dita
aldeia, as Campanhas de D. fíennque ^ de
Castella. (Doe. de Moncorvo, de 1370).
Nas provioclas do norte, ainda se diz
Oroanno, para sigoiflcarem o annoj)as8ado.
OIAN ou OTAN — freguezía. Douro,
concelho de OlíTeira do Bairro, comarca da
Anadia, bispado, distrieto administrativo e
9 kilometros ao sul de Aveiro, 40 ao NO.
de Coimbra, t%ti ao N. de Lisboa, 640 fogos»
em 4757, 102. — Orago S. Simão, apostolo.
0 vigário de Espinhei apresentava o cura,
qne tinha 200X000 réis.
É terra fértil em todos os géneros agríco-
las do paiz, sobre tudo em óptimo vinho»
qne exporta. Cria muito gado de toda a qua-
lidade.
ÓIS (ou GTS) DA RIBEIRA — villa. Dou-
ro, comarca e concelho d^Agueda, 12 ki-
lometros ao sul d' Aveiro, 40 ao NO. de Coim-
bra, 240 ao N. de Lisboa, 140 fogos. Em 1757
28. — Orago Santo Adrião. Bispado e dis-
d'Aveiro.
A casa de Bragança (donatária da fregue-
zía) apresentava o prior, que tinha 270Í000
réis.
Tem foral, dado por D. Manuel, em Lis-
boa, a 2 de junho de 1516. {Livro de foraes
novos da Extremadura, foi. 220, col. 1.")
Yejase também a minuta
parae ste foral, T. T., gav. 2.,
maço 12, n.* 12. — No foral se
lhe dá o nome de óes — e an-
tigamente Oées.
tigo — era o tributo que se pagava pelo vi-
nho colhido. — En lagaradiga de vino de
cinquo moyos a fundo, deu huum almude :
e S0 mais lôr, dé huuma quarta, sen ofre-
çom, e sen jantar. (Citada traducção).
1 Henrique II, pae de D. Jcão I, de Cas-
tella : o que expulsou os judeus, da Hespa-
nha.
8i6
ÓiS
Os primeiros donatários, ftynim o conde
D. Mendo de Sonsa e sna mnlher. Depois, a
condessa, D. Leonor, TiHTa do conde, D.
Gonçalo Garcia dooa á ordem de Malta,
Ois, Eixo e Rcqueixo etc, e passaram, por
troca (i324) para o 3.* conde 4e Baroellos,
D. Pedro (o do Litro da$ Linhagens), i
Por morte de D. Pedro, passaram estes
senhorios para D« Martin Aífonso de Sonsa,
4.* conde de Barcellos; menos os coutos
â'Eixo e Reqaeixo, qne D. Pedro doou ao
mosteiro de Santo Thyrso.
É ÓÍ9 nma povoação mnito antiga, pois
vemos unuk escriptura de doação, feita por
D. Flâmula, ao mosteiro de Pedroso (conce-
lho de Gaia) em 1079, na qual se diz que
metade d'Eizo e Óis, eram de D. Thereza
Fernandes, mulher do conde D. Mem Vie-
gas de Sousa. A outra metade (da vilia e
egreja d*Ois) era da coroa. Depois ficou sendo
metade, do rei, e a outra metade, dos filhos
do conde D. Mendo de Sousa (o Souzão) e
do mosteiro de Santo Thyrso.
D. Fernando I, deu ao conde D. João Af-
fonso de Souza — toda a parte e direito e
quinham que avia na aldeã doões da rribey-
ra, e na aldeã do rrequeixo de rriba do vou-
ga, com todos sexis termos e jurdiçodeSy como
es o dito comde avia em eixo.
A carta de doação, foi dada em Coimbra,
a %% de setembro da era de César i407 (li
de setembro de 1369 de Jehus Christo).
D. AÍTonso V, fez mercê a D. Aílonso, fi-
lho do duque de Bragança da alcaidaria, ca-
deia e rendas, da vilIa de Extreoioz e seu
termo ; e das terras de Riba- Vouga, a sa-
ber—julgado d*Eixo, Oees, Páos e Villari-
nho, com todos os outros logares e reguen-
gos, como trazia o conde de Guimarães, com
todos os seus direitos e jurisdicçõps. (Vide
em Ourem^ a carta de doação de Philippe \h
a D. Sancho de Noronha, conde de Ode-
mira).
> Note se porém que o conde Já era se-
nhor do couto de Eixo em 1323, o que in-
duz a crer, que a fHmilía Souza já tioha pro-
priedades e senhorios por este^ sítios, e que
a troca foi para unir mais rendimentos.
AiS (on Oys) DO BAIRRâ"— fregonh,
Doiro, comarca e coocelbo da AMdía—
Vide Bairre (Ois do) a pag. 306, eoL l%do
OIT AVEIRO— portnguez antigo -- o qm
era obrigado a pagar o oitavo dos scvs fra*
ctos.
OITEIRO — Vide (hOeíro^
OITUBRO — portngaea amigo. Bra wm
frequente al6 ao secolo i3.*, e ainda nsaáo
até ao 16.*, pôr-se ás crean^as,»! baptismo,
o nome doa mesas do anno. Vemos em in-
mensos documentos, Janeiro, • Jawmríê
(que é o mesmo) ; Fevereiro e PeTreiío;
Março, e Marçal^ e Marçallo ; AMl; Mm;
Junho, e Junio; Julho, e Júlio ; Agosto, As-
gasta, o ÂgasH^ho ; e Otf «oro. Não me co»U
que se tomasse o nome dos mezes de seM-
bro, novembro e 'dezembro.
Em 1301, comprou D. Egas, bispo deTi*
zen, mnitas propríe<dades no termo de Pi-
nhel, as qnaes constam do Umho velko dV
quella cathedral. N*e11e, a fl. fi, se acha, «i-
tre as mais testemunhas-* O«ftiftro Beét
— isto é — Oitubro, filho de Beito (Beato).
ÕLA -- portuguez antigo --do latim ota
— panella.
OLAIA — fregnezia, Extremadura, co-
marca e concelho de Torres Novas, 110 ki-
lometros ao N. de Lisboa, hSO fogos. Ba
1757, 330^Orago Nossa Senhorn da Expe-
ctação (Nossa Senhora do Ó) — Pat^ia^
chado— districto de Santarém.
O prior de S. Thiago, de TorrftS*Ncfn
apresentava o cura, que tinha 1(0^000 1 éisdB
côngrua, um alqueire de trigo, de eada k^
e o pé d'altar.
OLALHA e OLEALHA — portogtiez aatifi
— nome de mulher — EmloNa.
0LALHA8 — - fregnezía, Extremadnn, co-
marca, concelho, e 12 kilometros de Co-
roar, 140 ao N. de Lisboa, S30 fogos; «
1787, 440. — Orago Nossa Senhora da Cm*
ceiçâo.
Ú da prelazia d<) Thomar, hoje annexi »
pairiarchado.— Distrlclo de Santarém.
O rei (pela mesa da consciência) apres»
tava o vigário, que tinha 120 alqueires è
trigo, 60 de cevada, 6 de azeite, 26 almoáes
de vinho e 20M00 réis em dinheiro.
OLE
OLE
219
. HoBve aqui hivfa éé seto nrioaB á^oaro,
qneideram aHfama porção doeste metal. Es-
<li«:ahàBdoDidas.
Segando ods, o aea nome é o de «olher
n^O/o/Ao^ porém, segundo outros, Tem de
,€iãia, arvore ben eonhedâa.
Foi vilia. D. Ifanae) Ibe dea foral em Lis-
boa, a 14 de neveoibra de 1514. (L.« tfof fo-
ntes fimotia Ewhtemaduru^ fL í4Sà v.,
co/. 2.*)
E' terra fértil
: Teve, em tempos nemocos^ am ccstelle ou
lorre^ de que não 'ha vestigíoa.
No logar de Álqaetdão, d'este freguezia,
-fitá & cepelia de Nossa Senhora da Sande.
fif^moilo antiga, e de muita deToção dea po-
•Yos éa redondeza; mas nào se sabe quasdo
nem por quem foi construída.
OLDROES — freguezia» [>oaro, eomar-
ea, eonceiho, e <6 kiloneiros a S. 0. 4e Pe-
nafiel, 30 kilometros ao N. E. do Porto^ 320
ao N. de Lisboa.
Tem 135fog084
Em 1757, tinha 91 fogos.
Orago Santo Estevão, protomartyr.
Bispadoedistrictoadminiâtrativo do Porto.
A mitra e o real padroado apresentavam
altemalivamente o reitor, que tinha 7O#600
féis e o pó de altar.
•i£' terra fmil.
Está n'esta freguezia a casa da Calçada
que foi dos Peixotes da Silva.
OIitiX)-*fregaezia, Beira Baixa, eomarca
e ooneelho de Manha a Nova, 65 kilometros
da Gfuarda, 240 ao E. de Lisboa.
Tem 220 fogos.
Em 1757, tinha 103 fogos.
Orago S. Pedro, apostolo.
Bispado e distrieto administrativo deCae-
teilo Braoeo.
A mesa da eonsciencia apresentava a vi-
gário, que tinha 401000 réis de CMgrua e
o pé d'aUar.
E' terra f^rtiL Cria muito gado^ de toda a
^pialidade.
OLEIROS •— freguezia^ Douro, comarca
e eonceiho da Feira, 20 kilometros ao S« do
Porto, 12 ao fi. do Oceano, 290 ao N. de LlS'
boa.
Tem 200 fogos.
Em 1757, tinha 98 fogos.
Orsfo S. Piafo.
Bispado do Porto, districto administrati-
vo de Aveiro.
O reitor d'Arcozéllo apresentava o cura,
que tinha 80^^000 réis e o pé d*altar.
E' terra muito fértil. Cria multo gado bo-
vino, que exporta para Inglaterra.
Antigamente havia aqui muitos oleiros,
«tte deram ò nome à freguezia. Ha ainda
abundância de barro, mas f So ordinário que
apenas serve para fazer telha e tijolo.
No logar do Gandal, d'este freguezia, ha
uma grande fabrica de óptimo papel, funda-
da em ISll, propriedade do sr. Joaquim de
Sá Couto.
Os preductos d*esta fabrica teem sido pre«
miados jem varias exposições portufru^zas, e
nas itttemaeíonaes de Londres (1862) e Pa-
ris (1867). foi destruída por um incêndio
em 1854, e reediicada em 1859. O seu mo-
tor é hydranlíco. Emprega já madeira para
matéria prima, e prodnz anooalmente uns
i6 contos de réis de papel. Emprega 65
operários.
Ha também aqui uma fabrica de flaçlo de
algodão, fundada em 1855; que emprega 130
pessoas. Foi premiada nas exposições de Lis-
boa e Porto, e na de Londres, em 1862.
OLEIROS — fireguezia, Minho, comarca e
concelho deOuimaràes, 12 kilometros aoN.
E. de Braga, 50 ao N. do Porto, 360 ao N.
de Lisboa.
Tem 90 fogos.
Bm 1757, tinha 75 fogos.
Orago S. Vicente.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
300^000 réis de rendimento.
E' terra muito fértil. Cria muito gado, de
toda a qualidade;
Ha n*esta freguezia, vestígios de fortifica-
ções romanas ou árabes.
OLEIROS— fregufzia, Minho, comarca e
concelho de Yilla Verde (foi do concelho do
Prado, comarca de Braga), 9 kilometros de
Braga, 368 ao N. de Lisboa.
I Tem 130 fogos.
220
OLE
Em I7$7, tinha 81 fogos.
Orago Santa Marinha.
Arcebispado e dístricco admlDiatratiTO de
Braga.
O abbade de Cabanellas apreaenUva o vi-
gário, que tinha iOOMOO ré^ de rendi-
mento.
Terra fértil. Maito gado e eaça.
OLEIROS— fregaezia, Minho^ eoneellio da
Ponte da Barca, comarca dos Áreos-de-Val-
de- Vez, 24 kilometros ao N. O. de Braga,
380 ao N. de Lisboa.
Tem ilO fogos.
Em 1757, tinha 67 fogos.
Orago Santo Adrião.
Arcebispado e districto administratiTO de
Draga.
A mitra apresentava o abbade, qee tinha
400M00 réis de rendimento.
E' t<;rra muito fertiJ, era todos os géneros
de agricultura, e cria muito e bom gado, de
toda a qualidade, exportando o bovino^ pa-
ra a Inglaterra, esi grande quantidade.
Vide Cratto no 2.* vol, a pag. 437» «oL
%*f no fim, e coL 1.* da pag. 438.
OLEIROS — villa, Beira Baixa, eabeça do
concelho do seu nome, na comarca e 24 ki-
lometros da Gertan, 75 kilometros ao N. do
Grato, 180 ao S. E. de Lisboa,
Tem 550 fogos.
Em 1757, tinha 119 fogos.
£* do grâo-príorado do Grato, hoje anne-
xo ao patriarchado.
Districto administrativo deCastelloBranco.
Orago Nossa Senhera da Conceição.
O grãoprior do Crato, apresentava o vi-
gário, que tinha 150 alqueires de trígsi, 30
de centeio, 40 almudes de vinho, 3 cântaros
de azeite e 12^000 réis em dinheiro.
A villa está situada em um alto, corren-
do-lhe ao sopé o rio do seu nome (onde tem
apparecído areias d*ouro.)
O melhor edificio da viUa, é a sua egr^a
matriz, magestoso templo de 3 naves, obra
do rei D. Manuel. Diz-se que as oolumnas
que sustentam os arcos das naves são da
antiga egreja que os templários fundaram no
logar do Mosteiro, 5 kilometros ao O. da
villa.
Mandou a povoar o prior, D. Mem Gon-
OLE
çalvea, eonmciidador da ordem do floipí-
tal, e lhe den foral, por beneplácito 4e 1*
grão-mestre, D. AíTonso, pelos annosde IM
D. Manuel lhe deu foral novo, conflmmdft
o antigo, em Lisboa, a 20 de onmbro és
1513. (L* dos foram «oves ia Beira, fl. IH
coL 2.*, in fine.^Vaja-se a Gaveta %\ ma-
ço i, n.* 226, onde se menciona este fonL)
Era uma das 12 villas do grio-priondo
do Crato, da ordem de Malta.
O eoneelho de Oleiros é composto ds U
freguezias— nove no patnarchado, por sff
isento do Crato, e três do bispado la
Guarda.
As qne hof e estão annexas ao patnarcha-
do, são— Al varo. Amieira, Estreito, Isna, Ib
deiran. Mosteiro, Oleiros, Siraadas e Ss-
bral.
As do bispado da Gnarda, são — Cambas^
Orvalho^ e Villar Barroso. Todas eona 1:801
fogos.
O nome doesta villa, não vem de
fabricantes de louça de barru; mas de d-
leiras, palavra castelhana e portagoeia an-
tiga, na. qual se molham os U, prononciu-
úú^se alheiros. Deu causa a este nome a cir-
cumstancia de haver alguns olhos, ou ott»
ros (nascentes) de agua no sitio em qne a
villa está fundada. Diz-se também que exis-
tiu um tanque, no sitio onde hoje está er-
guido o pelourinho. O brazão das armas da
esta villa (segundo dizem os seus halntanles,
pois não me consta que o haja na torre éi
tombo) são quatro chafarizes da soa edr, ea
campo verde. Isto parece confirmar a tradi-
ção dos olheiros,
O monte sobre que está a villa, é de pott-
ca elevação e corre de E. a O. A maior par-
te da povoação estende-se pela eneoata ds
monte, para o norte.
Tem a villa trez praças ou terreiros, cha*
mados — Largo do Adro, Largo da Dewesta s
o pleonasmaUeo^Largo da Praça,
Tem trez fontes— a das Fteiras^ a éo Ckor
faris, a a Fonte Nova.
A villa é cercada, do N. a S., por qua-
tro collinas, sobre as quaes alvejam outras
tantas capellas— a do Esi)irito Santo — a ds
OLE
OLE
221
São Sebastilo-^a é» Snt» Mirgarid»— « a
de Nossa Senhora das Candeias.
A primitiva eapella de Santa Margarida,
existiu no sitio aíoda por isso obaoiado JETor-
ia da SaníOí onde lia .vestígios da antiga.
Esiaudo árniinada, se constrnin a segnnda
em logar mais apropriado.
Em 1809 tinha vindo de Gasteilo Branco
noa grando porção de pólvora, qne se re-
eolbea n'eeta eapella. Os ípaneezes, passan*
do por aqni n'aqQelle anno, lhe laúçaram o
fogo, por meio de um rastilho. O edifieio
fieott completaosente arruinado oom a ex-
plosão, 6 a imagem da padroeira foi pelos
ares.
Passados tempos appareeeu a Santa ineó-
hime, no sitio das Lameiras, Foi isto toma-
do por milagre, e o povo, que sempre leve
particular devoção com Santa Margarida,
tratott-logo de erigirlhe nova eapella, no si-
tio da segunda, e ó a aotual.
A capHlIa de Kossa Senhora das Candeias,
é particular, e pertence ao er. Marcos Tor-
resi, da cidade d'fivora.
A egreja matriz está edificada no tope do
monte, dominando toda a viUa. Em i639
ainda estava por concluir e já estava bas-
tante arruinada. Entào se reedificou e eon*
eluiu.
A capella-mór, foi feita pela commenda de
Malta, e o corpo da egreja pôr offertas vo-
luntárias dos parochianos.
A capt-lla-mór, tem li metros de compri-
do e 6,"6 de largo, com a altura correspon-
dente. Tem uma bella tribuna, throno e sa-
crário, tudo de boa tatha dourada. O forro
é apaíoellado, dividido em 24 quadros, re-
presentando as principaes seenas da vida de
Jesus Christo, todos primorosamente pinta-
dos; mas já bastante damnificados pela ac-
ção do tempo.
Asi paredes estão revestidas de aiulejos até
ás cimalhas, e n'elles se admiram differentes
figuras bíblicas , deum desenho corretissimo.
Sobre o altar-mór, e ao fundo do throno, se
Té a graciosa imagem de Nossa Senhora da
Conceiçáo, padroeira da freguezia.
O corpo da egreja, mede 22 metros de
comprido, desde a porta principal até ao ar-
co cruzeiro— 12 metros de largura e outros
12 de alto, no centro.
Téni duas saehrístias-— uma da eoníirana
do Santíssimo Sacramento e outra para o ser-
viço dos eccleslastieos. O forro d'esta é pin-
tado a óleo, apresentando no centro, sobre
caknpo preto, uma cruz branca, com oito pon«
tas, symbolisando asoitobem-aventnranças.
É a divisa dos cavalleiros de Malta.
- Já disse qoe a ^grefa é de três naves. As
ei^amnas que as sustentam, são de ordem
corynthia, e assentam sobre plinthos qua-
drangulares.
O forro da nave eentrat, é dividido em 27
quadros, pintados a óleo, representando va-
rias seenas do antigo testamento. As naves
lateraes teem pinturas de ornato.
Tem quatro altares lateraes. A porta prin-
cipal é do lado do oeste. Tem duas portas
lateraes, uma ao N. outra ao S.--Ná primei-
ra d'estas se vêem duas sepulturas, muito
antigas, ambas com brazões d*ármas grava-
dos nas tampas; mas, com a continuação da
passagem sobre ellas, estão tão gastas que
mal se conhecem. Uma é de mármore, e está
partida em três pedaços; mas coliocados por
forma tal, que é muito para duvidar que alli
esteja sepultada a senhora de que reza o epi-
taphio, do qual apenas se pôde ler:
AQUI JAZ IZABEL DA GOSTA,
MULHER DE SALVADOR LEITÃO,
CUJAS ESTAS ARMAS SÃO.
FALLBCEU A JULHO D.... O ANNOS
Este Salvador Leitão, ainda vivia em 1690.
A outra é de granito, e se teve inscrlpção,
já se não conhece.
Em frente da egreja matriz, e com a por-
ta principal voltada para o N., está a egreja
da Misericórdia, que é um templo antiquís-
simo; mas perfeitamente conservado. Foi re-
parado em 1714, como consta de uma inscri-
pção que está no arco da capella-mór, na pe-
dra que serve de fecho. Ignora- se a época
da sua fundação; mas existe no cartório da
Santa Casa, uma escriptura de emprasamen-
to, feita em 1506.
Ao N. da egreja da Misericórdia, e conti-
222
OLE
OLD
1
gua â elU, está t eapelU do Senhor dot Pa»*
809, imagem perfeiíissima e veneranda.
Deniro da vilia, ha mais trea ea^^las,
perieneentes a parlicalares — luna» fandada
pelo padre João Rebello Pinto d' Azevedo
(am dos asceodeqtes do^r. visconde da Otei-
ros, e ao qual boje pertence). É da invoea-
çao de Nossa Senhora de Goadalnpe.^-Oa*
tra, foi fandada por Pedro Dias. Pertença
hoje ao sr. Joaquim Xavier Farinha, do Pe*
drogam Grande. É da invocação da S. Joaé.
A 3.% é do reverendo vif ario, o sn José Ri-
beiro de Andrade, e da sr.* Maria Josefa.
Foi fandada por Manuel Pereira, e é dedi-
cada a Nossa Senhora Mae dos Homens. To-
das três. foram feitas com magnifioencia, pe-
lo meiado do século XVIII.
Alem doestas, ha no termo da villa mais
oito capellas. Ao S. da. egreja pai|»chial» e
medeando són^ente a rna, estão as casas que
foram residência dos commendadores de
Malta. Foram julgadas bens nacianúes, e venr
didas depois de 1834.
No largo da Praça, que é de forma trian<
guiar, e como formando a base do triangaio«
estão os paços do concelho^ edificio muito
antigo; e no centro da praça sa ergue o pe-
lourinho, no topo do qual se vdem as armaa
da villa.
Ha duas escolas de instrucçao primaria —
nma de cada sexo, e ambas em edilicios pa-
gos pelo município.
Havia também uma aula de grammatica
latina, que fui supprimida depois de 1834.
Ufana-se Oleiros de contar entre seus fi-
lhos, homens muito distinctos pelo seu sa-
ber, virtudes e serviços feitos á pátria.
Di:(tinguemse entre elies:
O padre António d' Andrade^ da Companhia
de Jeãus, em cuja ordem se filiou em 15 de
dez^^mbro de 1596. Partiu para o Oriente,
em 1600, e lá descobriu os remotíssimos pai-
zes do Grão-Cathayo e do Tibet. Entrando
na capital dV$te ultimo reino, fundou alli
miv^^ão, em 162^. Existe um retrato doeste
grande homem, em poder do sr. visconde
d*01riros, ao lado do qual (retrato) se vó a
seguinte inscrípçào:
SOaBTATIS JBSUS» PBOViNCUK
GOANNAK, ZMI PROVINCIALIS
MISSIONES THEUlTENSIS PRIMCS
BXnOBATOR KT FUNOATOR.
OeUT AHVO DOMINI 1634»
14 KALEMDAa APERIUS. ABTATB
SUAK 83.
Jo$é PkUippe JVim^s.— Florescen no piia*
eipio do século XlX.*^Foi caiulleíro da ral
e distincu ordem hespanhola de Carlos lii,
cônsul da nação .portuguesa, noa portos éa
Corunha e Ferrol, e em lodos ob bmís é»
de o Cabo de Finis-Tema, até ao prindfs*
do das Astúrias. Foi sargento mór das nii«
tias da ordem de Malta, na eomnenda 4s
Oliveira do Hospital, paio então priaeipen*
gente, e depois D. Joio YI, e pelo mesas
senhor premiado cooa o soldo de eapiás de
fragata, da sua real armada. A earurpatea*
te de D. João, que o nomeia aargemo-oér,
foi passada em 13 de maio de 1804.
Jaciniho Domingues — eavalleiro profes»
na ordem de Christo, e capitão de mar e
guerra, da armada real. Em premio dos seus
serviços á pátria, o mesmo príncipe regente
Hie fez mercd da aldeia de Hagbará, junto i
praça de Damão (índia) por três vidas; mai;
como falleceu sem descendentes, passos
aquella aldeia a um seu afilhado, ao qual i
legou por testamento. Falleceu em Lbboi,
em novembro de 18 LO.
Padre João Pereira Botelho do Amaral Pi-
menUL — Este vulto venerando, maito hoa-
ra a pátria que lhe deu o s?r. Nos seus prin-
cipios, serviu o emprego da secretario da ca«
mara municipal de Oleiros. Passou depois
a amanuense do governo civil de Coiml^a,
onde se formou cm direito, e principiou a
sua ordenação, que foi concluir em Bragan-
ça, sendo depois nomeado vigário geral d*es-
te bispado. Passados alguns annos, foi ele-
vado á dignidade de deão da Sé de Leiria,
e é hoje bispo eleito da diocese de Macan.
É um varão de extremada virtude, varia-
da instrucçao, e um dos mais elegantes ora-
dores sagrados da actualidade: sobresahin*
ÓLG
do a todas estas bellas qualidades, a exces»
siva modéstia, própria de todos os horaeiís
grandes. A soa SciENax da Gitiusacão, e
os seas Sbiiií5bs, tem feito o seu nome eo-
niiee&do e popular.
A6 kilometros ao S. d'estaYilla,e mesmo no
alto da serra do Femão-Poreo, ha ama gran-
de cavidade, chamada Cova da Mcura, por
se diter feita no tempo da dominação árabe.
Tem mais de 90 metros de comprimento, e
oatros tantos de largo, e nma profundidade
de 6 metros. Dentro da mesma cova, na ram-
pa do E., existia ainda em 1S45 uma peque-
na piH^ta, praticada na rocha, dando entrada
para um subterrâneo. Está hoje completa-
mente obsiraida, e sob a terra que as aguas
pluviaes para alii tem acarretado, sem ha-
ver um curioso que mandasse desentulhar
isto, e examinar o subterrâneo.
A Ceva 4a Moura não podia deixar de ter
uma lenda popular, e com effeito, cré o po-
vo d*estes sitios, que, na manhan de S. João,
aqoi apparece uma formosíssima donzella
moura, encantada, assoalhando riquíssimos
vestidos, e uma eirada de moedas d'ouro.
Alguns se gabam mesmo de a terem visto.
Ha n'este concelho algumas minas metá-
licas (e talvez que a tal Cova da Moura^ seja
a entrada de alguma antiga galeria, explora-
da no tempo dos romanos ou dos árabes).
Em maio de 1874, foi registrada na cama-
rá municipal d*Oieiros, uma mina de galena.
É visconde de Oleiros, o sr. Francisco
d'Albttquerque Pinto Castro e Nápoles, sym-
paihico e iilustrado cavalheiro, que honra e
enobrece a terra que lhe dá o titulo.
OLFORTÚH — português antigo — chei-
ro forto e desagradável. Hoje dizemos far-
tum,
OLGA — portuguez antigo — leira, belga,
coireiia, gleba, etc. — Ainda se usa nas pro-
víncias do norte. A ólga 6 terra cultivada e
cercada de sebes ou valtados, e que em um
dia se pôde cavar, lavrar, e semear. Na bai-
xa latinidade, dizia-se — holca^ ólca, ólqua^
óchiãi ókhOy élchiaj óschiay ósca^ ééka^ hóchia,
OLH
223
e ouchio. É tudo derivado de cceo oceas^ gra-
dar, desterroar, semear, cultivar.
OLHALVO — freguezia, Extremadura, co-
marea, concelho, e 6 kilometros de Alen-
quer.
t20 fogos. Em 1757, i06--0rago, Nossa
Senhora da Encarnação -^ Patriarchado o
distrieto de Lisboa.
O povo apresentava o cura, que tinha iO()
alqueires de trigo, 60 almudes de vinho e 4
cântaros de azeite.
Foi curato, annexo á egreja da Magdale-»
na, de Aldeia- Gavinha. Ha aqui um mosteiro
que foi de frades carmelitas descalços ; e
um reeolhimentor de donzellas.
Esta freguezia compõe-se dos logares da
Olhai vo, Pucariça, e Pena* Firme ; e de algu-
mas quintas e casaes, das quaes as mais no-
táveis são as quintas da Lagem, Margem dê-
Arada, da tíamalheira, e ú^Bôa-Vista. Al6
16i2 era tudo isto da freguezia de Aldeia-
Gavinha. Então, creando-se esta freguezia»
ficou sendo curato dependente da antiga ma-
triz, até 1834. Serviu de egreja párochial,
até 1840, a capella de Nossa Senhora da En-
carnação e S. Sebaiitião, de Olhalvo, ficando
a mesma Senhora a ser padroeira da nova
freguezia, até 1840, em que se mudou a sede
da parochia com a mesma invocação, para
a espaçosa egreja do mosteiro dos carmeli-
tas, a requerimento do povo da freguezia,
que pôde conseguir que o governo não ven-
desse a egreja, como fez ao mosteiro, cerca
e officiaas. ^
O logar de Olhalvo é uma das freguesias
mais ricas e aceiadas do concelho de Alem-
quer, para cuja vilia tem duas boas entra-
das; uma é a antiga calçada, que passa pe-
las quintas da Lagem, Ramalheira, e Gatem
— a outra é a estrada districtal da Mercea-
na, que passa a 600 metros da povoação,
mas está ligada a eila por um ramal, con-
struído em 1873.
Olhalvo é uma bonita aldeia, com ruas lim-
pas e loDgâs, e quasi todas bem calçadas, e
adornadas de bons prédios, muitos d'elies
^ A egreja do mosteiro, foi concedida para
matriz da freguezia, por portaria de âO de
abril de 1836.
224
GLH
OLH
novos 6 elegantes. Tem algumas fontes
de boa constracção e abundantes de boa
agoa.
Tem prosperado mnito, o qoe prova o an
gmento progressivo da sua população.
Em 1707, tinha apenas 60 fogits, em 1757,
tinha 106, e tem sempre au^meotado.
A antiga ermida de Nossa Senhora da En-
carnação, qne foi matriz por espaço de 228
annos, está no centro do logar, e é hoje pro-
priedade particular. Próximo â capella, e so-
bre uma pequena elevação, está a actuai ma
triz (Nossa Senhora da Eocarnavão) que, co-
mo já disse, pertenceu ao mosteiro do** fra*
des carmelitas descalços, fundado em 1648,
por Dom Manuel da Cunha, bispo d*Elvas,
arcebispo eleito de Lisboa, e capt^iláomór
de D. João lY. Sobre a porta principal da
egreja se vé ainda o brazão dos Cunhas^ es-
culpido em uma pedra.
Foi prior de Olhalvo, frei Melchior de
Santa Auna, natural do Garrejal, no bispado
de Lamego. Nasceu em 1602, e falleceu no
coUegio da sua ordem, em Coimbra, em 9 de
novembro de 1664. Escreveu a 1.* parte da
Chronica da ordem carmelitanaf que depois
concluíram, frei João do Sacramento^ e frei
José de Jesus Maria.
O terremoto do l.^" de novembro de 1755,
deixou a egreja quasi arrasada, pdo que
teve de ser reconstruída pelos fundiTmentos,
terminando as obras em 1782, quasi todas
feitas coro esmolas dos fiéis ; porque o con
vento era pobre.
Em 183i, fízeram mão baixa nas alfaias e
param» ntos d'esta egreja, e cada um levou
as que pôde. Ainda hoje existem algnn:*, em
ermidas particulares. A rica biblioiheca du
bispo fubdador, já então eslava muito redu
zida, porque elle e sua irmã, D. Mariann^
de M^^ndoDça, tinham dado licença aos fra
des, para vende r^^m os livros que lhes não
fossem necessário». Em 1834, o resto dos li-
vros, que ainda eram muitos e bons, tive-
ram a mesma sorte dos paramentos, e por
aqui existem ainda bastantes em poder de
particulares. O edífirio e offit^nas do mos
leiro, foram vendidos ao sr. visconde de Pau
te-Arcada, «lue depois trocou com o sr. Ré
zende, oilicial do exercito, e sâo hoje do sr.
Manuel Joaquim d'Alffleida, bário d'i
quer.
A egreja, que pôde escapar do leilão, é
ura sumptuoso templo, em forma de cra^
com cinco alures, todos de abobada dep*
dra, e tem um sol>erbo coro.
Todos 08 altares são de rica talha dooiads,
e de grande belleza; mas estão bastaateda*
teriorados pelo tempo, e ainda mais, pelo
desleixo. As paredes são adornadas de difv-
SOS quadros a óleo, em riquíssimas oioUi-
ras, dadiva do fundador, que era grands
amadur das bellas-artes. Excedem em per-
feição, segundo os entendedores, um gnnèa
reubulo, representando S. Pedro, na grata,
chorando de arrependimento, por ter nexads
ires vezes a Jesus Christo — outro retábulo.
lambem de grandes dimensões, representai*
do a Santa Família.
Debaixo do arco do coro, ha duas lápides
juntas, que vieram da capella-mór, cada uma
com sua inscripção — diz uma :
Pelo exemplo e religião dos padres cartÊh
litas dencalçoSf e devoção que o bispo lhes ti-
nha, Ikes doou este mosleU^o e egreja^ com i
obrigação de quatro missas quotidianas per-
pétuas e exéquias cada atino, como conslã
das escripturas, que estão em poder do te-
dfiro e successor do morgado, queinstiíuirem
seus pães; ao qual deixou pór padroeiro per*
pétuo do mosteiro e egi'eja, para que a famí-
lia dos Cunhas, que n^ella, por varonia legi-
tima, se conseiDa, na vida e na morte, esti-
vesse debaixo da protecção da Senhora, Pis
na capetla-mór, as sepulturas de seus pães i
avós.
No carneiro que está debaixo d'eUa, se mo
podesse enterrar senão os descendentes dm
mesmos pães. D, Marianna de Mendonça, sm
irmã e testamenteira, condessa de ViUar-
maior, mandou abrir em pedra, esta nsemú-
ria, para que sempre dure; porque o béspe,
por sua modéstia e singulares virtudes, o mê»
quiz fazer, em sua vida.
A 2.* inscripção, diz :
Debaixo do altar -mór, aos pés da &itàon^
que n'elle está, se mandou enterrar, £>. Jfis-
nuel da Cunha, bispo dElvas^ que fundam é
OLH
OLH
225
iweusta^ e dtdou esta eçreja e mosteiro : fi'
lho ie Simão da CutAa e de sua mulher^ D.
Luiza d'Álmêíáa, copeiro-môr dos reis d'este
reino. Foi MspoJ do conselho geral do santo
officiOf eommissàrio da Cruzada, capellão már
dos reis D, João IV e D. Affonso VI, nomeado
por elles, arcebispo de Évora e de Ldsboa, e
inquisidor geral.
lúdo que teve, conheceu ser mercê da Vir*
gem Maria, Mãe de Deus, de quem foi devo*
lissimo, tomando-a sempre por advogada em
tudo; e assim^ tudo lhe vetu, em dias dedica-
dos á Senhora, que deixou por herdeira doeste
mosteiro e egreja, e tudo o que podia. No dia
do nascimento da Senhora, disse a ultima
missa. Morreu em sabbado, aos BO de novem*
bro de 165Sy da edade de 64 annos e dois me-
zes e meio.
Este D. Manuel da Cunha, era nalaral de
Lisboa, e filho (como jà disse) de Simão da
Canha e D. Lniza d'Almeida. Foi irmão de
Pedro da Canha, qae suecedea a sea pae,
no òíScio hereditário de trinchante-mór, e
tere por neto oatro Pedro da Cunha, do qual
foi ftlha e herdeira, D. Brites Josefa da Cu-
nha, casada com D. Carlos José Bento de Me-
nezes, dos quaes descende, por varonia, a fa-
mília dos marquezes de Olhão, ultimamente
Vepresentados por o sr. D. José de Menezes,
conde de Castro-Marim. Simão da Cunha,
descendia do grande D. Payo Guterres da
Silva, rico-homem de Portugal, e um dos
niais fUustres capitães de D. AfTonso Henri*
quês.
D. Manuel da Cunha (o futuro bispo) en-
trou DO collegio de S. Pedro, da universi-
dade de Coimbra, na idade de 22 annos. Se-
guia o curso de direito canónico, em que
tomou grau de bacharel. Em 27 de maio de
1620, foi nomeado deputado da inquisição
de Coimbra — em 1622, da de Lisboa— e
em 1623, inquisidor. Em 12 de novembro
d'este mesmo anno, obteve o logar de depu-
tado do conselho-geral ; é em 1633, foi no*
'meado eommissàrio geriil da bulia da Santa
Cruzada. Em 1637, sendo eleito bispo d'E-
vora, recebeu a sagrada uncção, em 10 de
oatubrn de 1638.
Tomou parte activa na gloriosa conspira*
jqSo do 1.* de dezembro de 1640, por con-
VOLUMB VI
víCe do duque de Bragança, depois D*
João IV.
Orou no acto do juramento do novo rei,
em 28 de janeiro de 1641, e no dia seguia-
te fez a proposição ás cortes.
Novamente orou e fez a proposição, em
28 de dezembro de 16i5, nas cortes que en-
tão tiveram logar— e nas de 1653; orou em
22 de outubro, e fez a proposição no dia se*
guinte.
D. João lY o nomeou seu capellão-mór,
em 1647, o fez conselheiro de estado; e^
finalmente, o elegeu arcebispo de Lisboa;
mas não chegou a ser confirmado, pela ro-
ptura que então havia com a Santa Sé. Bín
1648, fandou D. Manuel da Cunha o mos-
teiro, onde jaz sepultado.
Deixou por memoria do seu saber, a obra
que publicou, intitulada Lusitana Vindica'^
ta; e das suas virtudes e piedade, no amor
da sua familía; e na fandação do referido
mosteiro.
Na bibliotheca nacional, existe um retra*
to, de corpo iateiro, d'este varão illustre.
Pertenceu ao convento d*01halvo, mas Ibi
requisitado depois da extinção das ordena
religiosas, e pôde ser salvo. .
Na capellamór, se vêem embutidas na
parede, quatro lapides, de pedra fina, cada
uma cora a sua inscripção, que dizefbi:
l.«INSGMFÇÂO
Sepultura de Smão da Cunha, trinchante-
mór de El-Rei D. João III, genei^al do mar
da índia. Falleceu no anno de 1529 -^e de
sua mulher D. Isabel de Menezes.
Este Simão da Cunha, era filho do céle*
bre Tristão da Cunha. Em 1521, o rei D.
Manuel deu áquelle a capitania de uma ar*
mada, destinada a guard^ o estreito de 6í*
braltar, e a levar a paga aos moradores dos
logares que tinha n*aquelhs partes d' Afri-
ca, como costumava fazer todos os annos.
N*esta viagem deixou aquelles mares liiA*
pos dos piratas que infestavam as nossas
costas.
Em 1528, tendo sido seu irmão, Nuno da
Cunha, nomeado governador da .índia, ái-
15
226
OLH
OLH
mâo da Cunha foi mandado, á frento de uma
expedição, auxiliar o rei de Ormuz» a sub-
Jogar um seu va^allo, que ^ Jcebellára» di^
ilha áè Babrein^, pp Ba^j^jp..^ mRfeza,
íoi infeliz. Úm^ moÍe8tia,£Qqt^g^95^ atf (^u
os pormguezes» dlsima^do-.os^.e caç^a^^o 4
i^oriç de Simào^ (^mo se lé ,no ^leio^ (újçauio.
.> 4X I»,
j' »«?C»ttfiÃO.
(I )
1 •>! (I. 1
•.-»"I
lescente, foi militar na Afriea, lob m oita
de Nuno Fernan4e|4tA(baide«.]>S9oi«iiii.
^^ (^] AAP(»eiA^; \f^^ r^iiS^hfítmhmV'
p^do. c^Tíll^irQ, pelQ igwaiMto jA&9imiif At
.^QftVQUe-. •• ■ •. .'; . .^4 „..M •>>..
jEjm, 1^8, f(H ^<vnead(^«9vem4or4ftIar
idl^ti <iP>)>Â9«fir e^^^ioeiv pjif .dall«lmJi^
^^^ ^ Ai^Mp^«,daJ)Ki«aial)e^a^)9ia
Conseguiu firmar eo^ taçedt^saifiiriMtt Mi-
,p^ , 9<^iugA^ , DO ÓfieBte. ^rWiiuP^
Sé^tura ^ ffratí^Tri$tão da Cunha^ $e*
nhorde,Ge&ta^Q$Pewij(mydoc^^ ...,.,_.
El;Bei D. Manuel eD. João pinon^^o^mr I )^mi'gra»(4^ mf e d^iiHfrwei.^^»ten
bàiaiador q Rmai general 4a liçm çc^pliçoy raro n*aqu^U9<»* íemppfi, /»m-A9^M «WP*
Nom^atiô pelo papa Leão X, pofUrOiP turcd^ 0 ,
p\prime^o capitão gup^ por, cfffnbaUt^ impvk
ciiaãe a tâouros, no Oriente. F^alleofu^ qrmo
iòQO—e de sm mulher., P. Antónia d^Albu-
Vterm- . ' . . . ,v ... Al . , •
3.* INSCRIPÇÃO
Sepultura de Ruy da Çunha^ eopeiro-mór
dos reis D. JoãoilII è D. ^pasliqo, ^alle^eu
no nnno de f6^9—c de sua tnu/Af<r> ift ioan-
mMUevâwM. , ......
UM ■!]..
4.* wscBiecÃo I
doi^s , m4avain «^ do^ teofl mmní^ A)
;ime d^s 4(9,,69tado^: , .1 1. .; .j .ijm .^^e^
Oa; ca]iwwadpresi .^ ÂfttrigacwojiMilL
Jpao UI, que msmdoQi um coriRg^r m
bo^^ JSpi9Ldd^;j(;^|À4| im.9e«;íi)egqB3ii
:|q4l^ UÔrrou |K)r4m'«a vÂm^m^ A^d^ipr-
gi), 4a: i$39i 9 aAaim./)Q,iíYr(M^4a «{Fi^
:8eiPMÍo.> #ua^.|^cçcirèa^FopUld^#(e>
Oioe^o 90ff8«puUwrat)«^ét:e9t«i»(ir9ài|v
qi^ se^Dào :aoli» sa f^gr^ /tetX)iliPli%;(^
ir^^Q^^iuSi ..1- .,,';.. ..i. <í ,111 i.itib
• . > . - ..I. j
BeguUMra de Simão da Cunha, cop^o*
már de Sl-BH D, Sebastião, depois^ trinchqn-
te dos reis de Portugal. Falleceu no annode.
J624'~e de sua mulher, D. Luiza ét Almeida;
pães de Pedro da Cunha, trinchante dos i^ii
doesta coihôa, i>eaãor dá daiada rufnha, D.*
Luiia, è àlcáide-mât de Aldeia-Gúllêga: ça-.
^àdò eofh D: Betíènadt UeMom^, actuas
filhos e herdeiros, fica ò pudhtido' d^e^t<n ,
tasa, , ' - •' «»■■ ■• j
p*e^tes illustres flnadoj/ apenai^ boje r^s-,
tam alguns ossos, nos cahióiros. >
Em quanto failò d'esta nobíllssiniâ fiuni*
Sa dps Gutihíis, e antes de continuar eota at
descripçio do lempib, direi mais: ' ;
liuuu da Cunha, tllho db Tristão da' Oa*
aba, e de sua mulher, D. Antónia d'Alba-i
qm^rqne, e irmão de Simão df Cnnba (o da
i^ ioseriptao) aa8c«ii em 1497. Aiaàa ado*
A sai^4$^,d^,^gj;çj.^^9 fljpsteiro, éa
salão yast^. e .maj(e|tmOf.,U)(Jf) de ab(M
tendo de um lado um immenso guardai*
a óleo, que foram boo9, mas q9p,^,f^a^
cííi.do retocador desfiguro^. .:,,.;,.:
^3,.iií4o awívidadfí uam^ 111151^3^ líTÍ?!?**
,max|f^.a|Qei(^ 'i^^k^i^M^^Sn^^^
ppl;ia,f?ojtisaai, de D*?<fís p <^m^^^í^
eido sr. João da Cunba Costa e Silva^Jf*
; jlá dià^e que desdei iSaV^ié^, \p%^
^'oubíav as.aUáíaí\ep«^SU|t;ujos d^'^*
ja; agora, graças ao zôlo religioso do^w
ta ^.Silva, tem tado.9qaiitw,^,|\feci40Í!«
.qoíe/afi. flU|,q(^í;Õ9s,dõ ,^i|fíg/div^jj*o^^^^
aqui com o devido esplendor. Ainm^J||í^
*»i48iO,.er^ afxjnasjdrJ^/ífífiaíéí^^^í^t
ffienío^mfJfíeftcou^aiappfjj,/pa|pi!!í
80;(K)0réu^ ootaudo-t^j^ qiie, ^ps^ ^f
Ta aqui se mudúo a vpxm (a'aqQell« ^
OLH
OLH
227
(te 1840) tem-se gasto em obras da egr^a,
DBS eioeo contos de reis.
Uaida á sackrislia está a casa do lavató-
rio^ toda de abobada. Saciado da sachristia,
lia- um exieftso eorrédof, qde vaé ter á por-
taria« taiâbem'' todo de abobada. No centro
se vé uma grande campa, com a segninte
ÈíiOflpf^íO^Sub títMH pi'èitdiúmi Sepultura
de iri9 tmiõ/is, FYaneiieo^ António^ e Bernar-
do, que forúnlii e éão irmõoê da ordem. P. N.
A. Jtfn ^nnoáe 1791. •
Otosca cpie estes tr^ irmiòs, fòvam po%-
SQidores da qaiota da Bòa- Vista, qae está á
beint da estrada da Merceana. -
Ao sahir da portaria, á direita, ba nma
casa, onde os frades davaoi ania gratuita de
ÍDitrarçfo primaria e de látínidade.
Ao Áwão esqaerdo ha um óptimo ceihite-
tíú; omadõi eomamptás mas deboxo,.e ten-
do Jâ ana ciaeo efegantei Jazigos de fami-
Ma, leiloa pelos des^nbos ^o sr. Ganba, a
qat^tú se deve a acquitiiçio e conservação do
eemiterioi As s^nlturas ratas, estão dividi-
das e ftomeradâs^ oom muito bôa ordem. So-
bre a porta ba uma crus de ferro, eom os
emblemas da morte, a data de 1743 o a se-
goíAte inseripçâo:
juNTXR-kós hA A mortb;
' T0 TERÁS À MESMA SOBTS.
IfCsta mesdoa inscrípçSo está no cemitério
deL^^iria.)
Também bavia nologar déOlhálvó, um
recolhimento de mulheres donzellas, que foi
originariamente fundado (16^) em uma «r
mida de Nossa Senhora da Conceição, que
existia iias proximidades de Aidéia-Gavl
nba: ' '''"■
Foram suas ftmdadòrai^ Márfa Ferreira,
viuva, e moradora nó dfto togar de Aldeía-
Gavinha, Violante da Guerra, é Helena da
Crbr.
A primeira foi regente até ao seu YaUeei
roeu to, que teve logár a 17 de outdbro de
1660.
Saccédéu-lhê Isabel da» Chagai qué sén-
éo protegida da rainha, D/Luíta, mulhéír def
J>. Í>ao iV, obteve íicençai para mudar o re-
colhimento para Olthdvo, comprando iima
II
grande morada de casas, em 16 de julho de
1663, onde edificou a ermida, adaptando o
resto para o recolhimento, . e, em dezembro
d*esse mesmo anuo, sé mudaram as recolhi-
das (eram então Í4) para a sua nova mora-
da, por otdem especial da rainha, còm grau*
de decência, sendo acompanhadas por todas-
as auctoridades de Alemquer.
Em 16 de maio de 1667, compraram as
recolhidas uma outra morada de casas coq«
tignas) f^fà ampliarem o recolhimento.
Isabel das Chagas, com sua irman, Anua
da AssuQQpçao, também aqui recplhida, fo-
ram, por ordem da rainha, mandadas fundar
o convento de Santa Drisida, no sitio de
Marviila, próximo a Lisboa, (vol. 5 % pag. ii9,
col. í.«)
íàábel das ctiagas foi a 1." prioreza do no-
vo mosteiro, e n'este cargo se conservou até
á sua morte.
Este recoltihnenio esteve sob a protecção
das rainhas de Portugal, desde D. Luiza de
Gusoâd, aié B. Èartota Joaquina, mulher
de b. João VI.
d: Luiza deu aò recolhimento, a peásão
annual de 240 alqueires de trigo, tirádoK das
jugadas que ^e pagavam ás rainhas, que eram
senhoras d*Àlemquer e seu termo.
Já se vô que esta pendão deixou de exis-
tir, com ásjugádaíi,' em )[83Í. N'éS9é tempo
havia só cinco recolhidas. Em i862, apenas
existia útba.
\S
A quinta iia marquem d'4radq, d'esta;fre-
guezia, ^ uma pri^^riedaci^ç antiquissima» que
já existia Qo^te^gpo da flonúnaçào rornima;
i]gá.% a jpiòfiçi^ mais antiga^ ^ que existe es-
cripta a seu respeito, é do. anuo de 1334,
segundo a qual, Lopo Fernandes Pacheco ^
(dono doesta quinfa^jpor compra feita a sua
cunhada, Maria Lomnça, viuvs^ de ]ifartim
Gomes Taveira) a trocou, com o mosteiro
da Santos-o-Yelho/(sendo então çommenda-
de^ra^ D. Joanna Lourenço de Val|adares)
pt^laqojata d|^ Beijas. ^Vide pag;. 372/coL
lAdo l.^vol.) .
,r I
. , l. f ■• • .' r ^ »' i. '•' ■ •
> * |leirinbo-mór e valido de P. Affonso lY»
ts pae de Piogo Lop^s Pkfheco, urn dos co-
bardes assasniâóii de D. Ignez de Castro.
228
OLH
OLH
Effl 1640 era de Jorge Ârraes de Mendon-
ça, qne alli fallecea no l^ de maio do dito
anno. Foi sepultado na entào egreja paro-
chiai; o qae consta do hvfo dos óbitos: fl-
cando seti filho, Diogo de Mendonça Ârraéà,
casado com D. Isabel de Sá Macedo, filha
de Miguel de Quevedo, e de sua mulher, D.
Brites de Sá. ' '
Em 1750, estava esta quifita âfbraída a
Diogo Marchão Themudo, desembargador do
paço.
E' hoje do sr. D: Thomaz de f^apoles, li*
viseonde de Âlemquer, filho do sr. Mantiél
Joaquim d'Âhneida, 1.* barão de 'Alem-
quer.
Por muitas vezes se tem encontrado n^es-
ta quinta, antiguidades romanas; emre ou-
tras uma lapide com esta inscrípçSo. '
D. If.
ANTONIAE.
MÁXIMAS.
AIW. XXXtl
CABStAB AMOEKA '
MATSn FILIAB
PlENTISSkMAÊ ' '
If. 8. «.' *■ ■' ' ■ "
. >■ I
(Aos deuses mànés. Aqui está sepultada
Antónia Máxima, fallecidana edade de trin-
ta e dois annos. Cesia Amena, sua mâe, lhe
dedicou esta piedosíssima memoria.)
Também é n^sta freguezla a quintn ãa Rà-
malheiro:, Poi de Francisco de Figueiredo
Alarcão, il^mao de Rodrigo âe Figueiredo de
Alarcão, governador da't)rovincía deTraz-
os-Montes, na guerra da restáufraíã^o; eíálíi-
bos descendentes de Jorge de Figueiredo, fi-
dalgo da casa real e escrivão da fazenda de
D. João III.
Esta propriedade é actualmente do sr.
João da Conct^ição Bravo, que a comprou ao
sr, Francisco Ferrari.
Alem dVstas, ha ainda na freguezia as se-
guintes quintas. • ' ' í' ^
De S. Jnsé da fjigem, do sr. Jos^ JòaquíÉi
Ferreira d' Abreu. ' ^■
Da Bóa-Vista, do sr. Francisco daCunhía
Mendes.
Alem d'esta3 quintas, ha na freguezia um
bom numero de proprietários ricos/ que se
não possuem qtriofar propriamente *âitM^
sãoseDíhdres de vastas e iica(st)TdpNedivie%
disiinguindo se éntfe esies,^^ 'sèittora—
Polydoro dos Santo» Beis, e Jc®o dosf Sn*
tos Beis.
Uoi^ado de' Gôsáf '
A pag. 97, CO). 2.», do !.• vol., 1M ólmf fa-
pÍda"noticia do nosso famoso escriptdr. Da*
mláo de Góes*. Como utna giiande parte das
propriedades» que oonstiinehi ò^morgodo^
Góes, é em Olhai vo; ]ulgo'a profMfio dar
aqui a genealogia abreviada do inimigo ^
ribundo de D. António de Athaide» i.^ «oi-
de da Castanheira. (Vol. 1.% {^if. 10^, ool. i\
iío'flãi,e seguintes.) >
tJm dos maiores prOpHeiarioír d^eau Ura-
guezia, é o sr. Francisco de Góes Solt«>-IUr
du Bocage, representante de um ranoo dab-
mília de Damião de Gòesk Bis « sa» saaêa-
logla: '. \
Adtonia de Góes (irmab d^ikoaso ehroâi-
ta) caisou ttítú Nun« Alves Pereira, (e ^renm
por filho (ou nefo)lieitov d^Almetda^de Gte
Sotto^ Maior, do qual foi neto, ADtDDÍO'd'il'
meida deGóes, nascidè iiabgar<âa Om^
nadot.X^isúVi (iom D.: Maria Jb^eOi de Sa»
paio, natural de Cabanas-dt-Torna^-^oíM
filho, António de Góes Sotto-Maior, tambei
Mvseidd )em Cabanas de fV}rnesv''B^cp|bí ca-
pitào-mór d*AI<emquerv d lal}e<í»a em êM
Havia casado, em Olhalvo, eom D.MaríaoH
Josefa Barreto. Foi seu filho, Francisco è
Góes Sotto-Maior, herdeiro 4d!liioi>gftdéái
06es, que -morreu soHeirov emiOttiahfo, oi
162t^ com 87 annos de edadéi^ttocíBd^a-fti
do Morgado, yiceoté*de'Panlâi dè Pigixci»
do Góes Sotio-^Máior» nisitural da villa é^AI-
mada (em frente de Li8Uoa),(S«8adie eoml.
Mal-íaAgostinba Barbosa du'B«eiigé, tuto-
rai d Sétttbaí. Vieste ãdl^aUlia,'naorr6QCA
Olhalvo, enU 18917. - Farseu^dibtft ia iierdeái%
Fratíclsco José ^de Gées Sotto^Malardti^
cage, nascido em Séíuba^i «tcaáoii,'em IStt
em Olhalvo, i!0ni D: Bo^f^ofirtar 6esar G^
neiro de Faro eVàsconcetlo»;' nascida m
Torres-Yedras. Francidco José, faneeeii ém
oLh
I8Í6, deitando dois filhos. O 1.*, Franci3eo
deGóies SoUo-Maior du Bocage, que herdou
o tídcqIo, eisas^u em 1851 com D. Rjud^
Ca^Ma yíc^im Goireia de Sà e Castro» nata»
ral da Iilereeaiia,> filha de Fraoci9co.de Mo-
raes Correia .do Sá e Ca»irp, e de, D. Aana
Perpetua Xavier do Ceu Boacinha. 0 2.'' fi*
lho, José Gesar Carneiro de Góes e Vascon-
eellos, casoH na Gorte^àaa»v fiom D. Maria
Cândida Franco Monteiro.
Da Francisco de Góes (o mor|;ado) o de
sua mulher, só houve um filho, cbanoado
Fcaneisco de Góes Sotto-Maior de Moraes,
nascido em íSq% e ó o actual representante
d*este rajBo da íamilia Góes.
Onde agora se vé o cemitério paroehial»
foi o quintal da botica do mosteiro, e está
contíguo áegreja. Foi para isto, dado ájun*
ta de parochia, por decreto de 6 de janeiro
dei84a..
Oihalv»-. já em 1780 tinha duas aulas ré-
gias. Uma de primeiras lettras, que ainda
existe, e é regida, desde 1655, pelo sr. padre
Joaquim I^ourenço Serrano-^outra de gram*
matlca latina, que Bão existe, desde o falle-
cimento do ultimo professor, o padre. Ma-
nuel iosó Pimenta d^Ohveira, natural de Bar
ceilos, o que teve logar em 1834, e não tor-
hqu a ser provida,
O território de Olhalvo é muito fértil em
todoB os géneros agrícolas do paiz, produ-
xindo muito e óptimo vinho.
Kfêijm ulttmos annos tem melhorado con-
sideravelmente a viação publica doeste lo-
gar. Está ligado com o caminho de ferro,
peia estrada real, da Merceana para o Car-
rejgado^ com duas diligencias diárias. Tem
um ramal para a Aialaya, que liga Olhalvo
cc^ A fregueiia de Villa-Verde, e mais tar-
de eonD a vUla do Cadaval. Isto, alem das
daas estradas que atraz mencionei.
Pelos annos de 1854 ou 1855, appar^eeu
Janto á quinta da BoarYista, em umas esça-
-VAS^es, uma amphora de barro,, provável-
SMute romana. Existe hoje em poder do sr.
João da Cunha, d*este logar.
OLH
229
I
No 9itio do LombOy pouco mais ou menos
pelo mesmo tempo, foi achada uma porção
de tijolo, assente em argamaça, indicando
ser o resto de uma sepultura antiquíssima.
Perto do Lombo, se acharam também fra«
gmentos de grandes telhas, tijolos, e outros
objectos antigos.
Na quinta da Margem de Arada, no sitio
d*ella chamado Alto do Cartaxêno, em uma
occasião em que se andava alli plantando
bacéllo, se achou um sepulcbro, contendo
três Oi$6i|das humanas, mostrando também
uma grande antignidade. Era formado de
pedras toscas, postai em fileira» e coberto
de lagens. Tinha 4 metros de comprido, um
de largo, e Q* $0 d'alto. Tinha mais ^p^ren-
cia de uma m&oioa céltica, do que áp aeipul*
tura romana.
O sr. visconde de Alemquer, um dos só-
cios da Real Associação dos architectos e ar-
oheologos portuguezec^ mandou para o seu
museu archeologico do Carmo, em Lisboa,
um dos cippos achados em Olhalvo.
Cumpre notar que a coisa de 800 metros
d*este logar, ha um caminho a que o vulgo
chama, de tempos immemoriaes — caminho
da villa. Nem tradição ha, da existência de
villa ou outra qualquer povoação, para este
lado, e apenas se tem por estes sítios encon-
trado alicerces de pequenas construcçoes.
Também próximo a Olhalvo, mas já na
freguezia de Aldeia Gavinha (Vol. 1.^ pag.
86, col. 2.*), appareceu um cippo, com uma
inscrípção latina, que não posso produzir,
por se Dão fqndirem huje typos que repre-
sentem caracteres gothicos com duas e três
letras^ unidas, ou mettidas umas dentro das
outras. Por extenso vem a ser:
FLAVIANiL
FAMULB DET.
lUSQUlBSCIT IN
PAGS XIU
KALm MIY.
ERA DLXX.
Flaviana. .erva de Deu?, aqui descança
en^,paz« Falleceu a 13 das kalendas de maio,
da era de 570— (2 de maio do anuo 532 de
Jesus Christo.)
Não é preciso dizer que foi a sepultura
23ãt
OLE
lOi da Cuaba^Vendonçae Henezes^ S."* moft-
tejro-mór do reino.
£ffl 21 de dezembro de 1808, foi a villa de
Oibao elevada ao tiluto de marquezado, pelo
mesmo priacipe regente, a favor do dito i.*
coado de Castro-Marim. 0 acinal represea^
Unte d'eata Qobilbsimo família, é o sr. D. 4o-.
sé de Mendopça da Cuiiha e Meuez£S^ conde
de Castro-Marim.
Tendo fallado em Untoa lo -
garea doesta x)hra». da genealo-
. ;giaearmaad*esiíâs.appelUdQs»
para.là cemetta oa meua Jeiio*
rea. , ,
Nq palaeio doa marqaexeSi.da.CUbão^em
Lisboa, está actualmente estabelecido jo ^or^.
reio-geral (YideacoL 1.% pag..22d,.d*e9ta
volíime-
Em, novembro de 1853 bouve.emOMoi
e arredores, uma horrorosa tempestade. A
chuva foi torrencial. Cabiram. pedras d^sa*
raiva, tendo algama3 mais de 400 grammas
de peiso, Àcandp esmigalhadas quasi todaa
as vidraças. Os raios sarpeQt^YaQd em to.-
das as direcções. Çs^usoa grandes (Pr^juixos^
Taoabem. sofirau bastantes. prf^uij^ps esta
villa, dprante a guerra fratricida 4e 1833. ^
1834. Depois da invasão do Algarve pelo du-.
que da.Terceira,. Oibào d|aclaro^-8^ pelo par-
tido liberal, e cops^r^uii^ â prf sja,yarias trij^',
cheiras. Cercados pelos realistas, e por ellea
varias vez^ açommetiido^ cau^arapK mui-
tas mQjTtes, e,fe|rimentos aos ;(dyersarios}. iças
taq[^t)em muitos paorr^^m e focam ieridqs^
sendo ao mesmo t^n^pq 4çsims^do8 pelQ.c^-
lera-morJbus, que^eintaq gra^avA.^m,quasi
todo o fj^íno.
Posto q^e as casas d^.yiUa scy^ip /em goy
ral bonitas, nào.tem predip algu^. digno de
nota. O melhor edifiçio áí^ villa». é ft egreja
parochial. A casa da alfandega taj^»!:^ é.uip
bom e^ilçiQ^
i . I • t •>
•..I 'I
Se é digno de encómios o varão que, em-
pregando a maior parte da sua vida no es-
tudo, deixa em livros úteis á humanidade,
imiportalisado o. seu npine — se o confessor
da fé Gatholiqi, c^^rramando o seu saogue
em defeza do dogma sagrado que na tem
, OLH
plantou o Divino. mart|fr do Golgetha» «^
rece a nossa justa eonsideraçào^-^-se^^-
tao destemido, deapreaando a vida^èiMâ
batalhas, «lefonde «heroleameaie. a- ssa.ta*^
deira, e firma* a antonemia ^ iadei^^Bdoái
dasuapaitria, e se toma por isso^ juatanee-
te venerando -— que preito^ ^e- respetton
veneraçS^sedeve ao homem, que passa toda
a sua vida, arriscand^se exelusifsnieAta m
salvar a- do seu semelhaste?
Com ^e satisliaçio vou deseiever , •emn-
pidoe traços^ a biographia de um-élholD
povo, de um natural de Olhão l<-^liriod«
sabemquevou fallar do nosso synpadiitt
e querido jM^W'
Joaquim Lopest '
Este marinheiro intrépido, este teknitánl
nadador, este. dedicado anúgo da baman-
dade, -que tem arraneado das garrai da IBO^
te, tanto marido a sua esposa; tanto pait
seus âihoe; tantos iihos^aeeaspaid^^naMeD
B'esta villa, em 19 de agosto de 4800. W^
lho de um pesoadeiv ohama^eFrâfictfleote
peSf e de» Rosa Mai>ia, n^alher d*eetè, >•
Na edade de 6 annosenirou na *oieela k
pvimeipas- letitasi' de Olbão^ onde^apreÉdn
a ler- eeacreter, até aos 10 aBtt09;'^aàtaiiili
então, para, na ooqipanhía^ de sefQ pidj «
entregar á industria da peeoa. - '
Chegado- á adolescência, Joaqulfii Lope»
deaejeu pessulF um eahiqoe própria^ é •■*
bicion<»u uma vida livre dátmiserias.-
• Entendendo que nio realisaria o sen-ia*
nbo^eta quanto se^mpregasse na-pescn^
las- costas do Algapve,íòi'0xereer a siinpie-
flssao;para ^Gibraltar, depois de oblidta a li*
eença^faiemai
Ontetteses depois» nfio lhe sénrifldsi
fortuna^ regressen a Olbie^ polNr(K«É«N»4l*
ra, mas rico de esperança e de^eengeaii'
A sna estreita o fec abandonar a'iertaM-
tal; e vein trabalhar paraas eànetM-^pM^
ca, de Paço-d'Àrcos. Alli se dedieos, eona
maior perseverança, ao estudoi^a tarra^da
Lisljos^ ^e em pouco temp# conbeeift lodti
os]n1xes'e cafehopos d*estes' 9iiie& '
fíobrado^- i^cero^ affavel e leal pâea soa
tedos, em breve se tomou o idoio dnc setf
OlM
eauo^itd^, aqs qna^. a soa «w^dmo li*
ziappiTespeiiay^L
Sm.iS^O^ aoseiton olc^gar 4e.remador da
£al99 dOr Bogio; e i deade «ata daUí qaaa
bráY.«fa> Ufúda aos sen» coDbeaíioeQios |ira<'
tíoos d9 to4oi oa pprif os d^eate rio, Jbe der
nuftA./celebci^d^,. . . ^
O.sieu p,r(aiçi|-,Q »eto de dedicagão^ leira
log^jc 010.29 d^Julho de .1823. . .
Assistia a uma (naeçuo religiosa, na quin-»
ta.dp AreeirQ .(pori^oe Joaquim Lo^pes tem
sido tâda a vida um fervoroso catholico.) f i-,
caftsta.quinia proxímp á foi do rio de Oeiras»
quç.n'esse4ia, estando obstruída a barra com
as areias, formava pela terra, denuo uma
larga e funda lagoa, caudalosa em alguns
sitio«. De repente .Quve um grande alarido
entre o povo. Um homem pretendeu atraves-
sar a lagda» com um irmão, que levava às
costfSi n\^ v^];m1o se, em perigo, abandonou
a creançd, tratando, somente da sua salva-
ção. . .
Yer isto Joaqakn Lepee, e Jaiigac*s6 á
aga% vealido» e- calçado^ como «etava^ foè
I obqa.d^' nm HMmeiaiQ. Soa Jbreve ganha. a
distancia de ma» .triflia pasaos quft a8eparft<*
I va ^o-ipoalo oiida .ae havia submevgido o
I iaMlJi* wauinc^;, neirgulba^ n» jneio do alJeo/i
^ cio.pijWNroa9i.4os espectadojrea«rr-pafl#aB*8e
, alg^va íiístaDM dei geral eonstema^ doía
OLH
238
Tuitos assomam á flor da agua— é Joaqtni
Lope^» (que; eem a oiao esqoecda. sefUEa o
íxmmm^f e. oo^i a direita jpada para. ternr,
' radiante de alegria. . ,^ . ...i ...
lias não era tudo. O irmão nuia velho da
crqajiçayi também enava jurestes a.afofar^^e*
Joaquim Loi»ea entregi^.o. seu fardo, e v4a
aq ÍQ0àjD..(lo jperiio*^ memo *enchi|raadOi
precipita- se de novo na lagoa» ■ et saiya ^o aa^
gUPdà nauOr^go. Jania g^erosidadef taoia-
nha ewageom(oflainove4Qdoaoe roqeiroiie
d'abi ar/aiitina minul^rloaquim Lopea^ .de
íatO/.nudadow:r0(H;be( aa saudaçdeeJirenati*
€aa^.os4^M»tadois.abraQQtada multidàa ph
tlwiawada'-.
Pjouea tempo. depoía, estava Lopâi,na4Ari
rodo BQ#íf^''e uqm^md^ eB,vQÍve nqpL cabo
áe eaquadca^ de<ariyberia«.4|Be{i«iaavia de
iiHia Âabeça da areia para a lõttaleia. Todos
08 presentes bradaram a um tempo— /oo"
^m Lopesl Jwqum^ f^pesS -como se íato-
càssem a Divina Providepcia; mas aao era
preaíso: Lopes tinha visu>. tudo» e já iêiná«
ra Bift cabo, e entregando uma das eatremi-
dadeaaoa companheiros, atira ae ao abys*
mo. Ata a corda em redor da cintura do ca-
bQf Bkaada aoa da fortaleza qoe o col/^m,è
eUe^ nadando e a«|>ara^do>o, chegam sãos e
saivoe.
(Em 1826^ caeou.)
Qo meêmo modo livrou da morte, em
ISiSv a Franclscadeâalles, sargento de vete*
rano% da guarnição da torre*
O patrão da falua de Joaquina Lopes, fal«
lecen. em 48 de mala de tôd3. O seu logar
pertencia ao reiaador mais antigo, e Lopes
era omaieinodemob Ogoveraador ohama to*
dos os remadores, para elegerem nora pa*
trão, e todos a uma voz e com o maior trans-
porte, elegera Joaquim Lopes, qoe no seu
novo emiHrego, eoatiaaa a praticar actos de
ver4adeiro heroísmo. .
Bbi l§ de fevereiro de i856, pelaa*3'V2
horas da manha, encaiba no* baixa de iif-
psidãOf a eeeufia ingleza Haward PriíMro*
$e, O manastavabraviseime; mas, quando fts
tonrei dav«m->o signal de- so^corre^, jào-en-
trepida Joaquim Lopes ^ -gritava aos «eus
reeaadores**^! Vamos- salvar x)% nossos ir*
maosi O mar é muitoj' mas' os honlens a
quem Deus dá ooragem, teem tania força
eomo eMefi
De Paço d^Arcos, larga' incontinente a siu
r^dua, que vôa em soecorro dos 'náufragos.
Maa,' oh éeedital Ha uma inteneiveiíxiiiÉttv*
riedadej A falua imo pôde navegarsobre o
baíte, -6 portamo, nlO'póde salraf os InMi*
i^ea, que, subidoa ás enxárcia^ viam a teus
pés, o navio despedaçar^see absorver^sé ca*
da Vec maie «nas ondos emtiraveeidas; ca
pouea distancia; rstirar-^se t>or impbtente, a
falua eilvadenk. '
Mas Joaquim Lopes, nao retirártper^co*
bardl^ porque Jamais temeu a mortti, nem
.1 Joaquim Lepes está qwisicenstaivtemeii*
íe...qual /leifttioeUa jjgilaqt^ 4*oculo fim pu-
nho, olhando de sua casa (d onde se desco-
bre toda a barra) psira b ihar, invesiiffan*
do^"a verae ha algum nauta perdido, a
quem aalvar.
23i
OLH
OLH
trepida um vomeiílQ nm^ airiíeai^ aivid* èí éstãêálH 1 4^f!tf)'M4 Aindt maftJ .^fUiliDi-
beiQsâii homuiídadei: Yôi^ «Ra^id^AnaoSt^ itítl do mesmo iCorf*^t»«^hiido admo us^
tra^ umaisna fMH|«ieQa*JaD|^han4e'4>ei9ea«í (^(^fla^^e^jlIfresêatOT
Quanâp Gheg^a^u> jBitio do aifii^ff ^ iâofticaa^
frag<^ boiaTam i mei ef to vagiii (ark>a»%
agarrados aos fragmenloa do «aní^^ •>
Os remadores besitam e empallidecera, à
vista, de- tamaabo p?n>>;' mas .fcopesrllies
brada ; -^ «Qao é isto ? Não è «ste man nem
eom o dobro da sua feroeidadcv ^o^HOf bade
metiert f piqoe» Oode est^ ^ p^rlgA 4 aUi
(apontaQdo <para >o logai* Jbtal)r<É allr que
estS^ i2 boras de agouia^edenirei 4a por-
cos miniitos a morte. ÁYaote^rapMes ( Mossa
Senhora da ^aia.eitá olbando^piura uós^ ia
soa capellinba bemdita; oamoireremoa^toi*
dos e-^Ua aos d^i o premio na bem^v^en-:
tarapça, oa saivanmos aqasUes desgraça
dosi»
A wôz potaate e as saiiM9 palavra» 4e
e eaiidade, do bero^ sao fogo de eoragem-
que se commoxHca, e o fragii barqpmbt^^vda
em demanda de uma morte ^quàsi xierta^ (>e
balde as ondas o arremessam ao eume do sen
dorso fremeQta, ou às su^9 c^ldadea.cispn-
mosas, que a Saçtissiofii^ Virgens Nossa Se-
ubora da Guia, a Parissima Estrella do Mar»
é petor/airojaáos iiavegnites^qii^/eoiiiaiof t
na soapnrteeçao /diVéaa^ nétahama wprea«'
são jáÍheB'cauaa*opemgii« . 'tn :<h
£ a Senhora premeia^ os aMníiesfarçaB/
pemitfindo-ihéBS que elkes salvem lòdáa íêím
pnla^ dor^HofPordy^ qae4era,.o<o«pHao^ie
eineaomoiíihelros.' >' '>- í-a-' -- . ; i. ^.sa a
OigDvsnHft^iiIglM oondeodroQ o;patfaoiLo<K<
pes e 'todos os^seQ9'»en«d(íres;>oèai uma
medattiadet prata; iâe>iifslib(ipfei4'*m4i,<hlqQim Lopes s^do-' YMIq»' do^«eOf»iiroit
béròtoslár àc0ei,'è formai ambosneqAdeebUt*
d(is eem ar médaHnr da;9bfVePdSisp«db vfdw^
*-biíritd7" •••>''f"''» . ."•'í:í!5'"'H f ^rr^-rtOiC"
S6 < passados dea fnraesv é* (fÊfr o igfmm
$é lembrou' do loai)nnn 4>èpeb;^man9aaio»
Hié (embrulhado em ilin pedaçet dsípspd
oMtaaridl) Intt desgracíorio' medalhão di
prata, sem nem se^ner ae^ méoDS ^tec |iBit
argota para ar fitai - '* /•''>'t) r-f-^rjn!?-
^Deixal-o. Para que o BôòQens^FrvpÉythlce-dé
Joiaquim Lopes se lmmorta1ísèsíe,Dão'pre*
eíhava de fitas, nem- eoudeeonçSMií bitt^
^âm^lhe ds seus Teitosi;io*riotos;eo' seu
' • * • '•' o---" .''"' í\:y .iib iv^^V']
^. •»..* amor.dapatrisv não.rpoyjdo ^,^-
I^'-»'"!!- j^g premio yiV; roas alto, e àuasi élíímòi
Qáa nao é premíòvH i/err.ofitferfd8^^^^^
PorUfm preg^ do ninho ^euipâtJmd.i
Note se qa^ daran^ei.?i^,]Í9)^afi,49|i(p|r
p#nte perigo, passou 4)6^19 ,^p^«f^
bm. vapor .de.fOfirrAr- |*.pf)rf^gpçc^v4^.
nbaié dií^a.-rPWf^ ^^TJ^^^jm^^^.
o menor auiiiiò aos infelizes ip|^^f \^y:
IA trípula(ãQ< do ITo^affí.iíní^fWtí*
um documento ^(j^^j^issf n^a^paan ifÂ^HW
Lopes, dedaroii qiDi^ s^ jaíp ffi^ ^%^!^
f eus, aquelia gente morreria toda, iQ|a}Í|)jãt«
• Mm jdocumentos. e^ muit^ muij^ , Pf ^d^
.|i|nda mais extenso. .mjV) kI <:
Em «sarça doimeemoirunq flWfi^iiifrlff*'
a Beai iócMMeãiuBÊÊmiMriã^ do^ihDCí<^|B^
miou Joaquim Lopes com a grande medalber^
d*oiiro,iiomeandeHo soòio>he«oranot ««ídieUf
aos MBaadeses ai medalhais Si" «ll80eu):.H)
Foram esta» as primeiras .«ondeiéraiçim
que attofuÉram o^peiío geneiioa»<de ieaifttitt.
hofmi SB .mais bsdi 'inernoidsa\d8 ^amUaa;
em nossos diaS seteem eoAfendo. t; :<«'
O 'govèmo' penoguei^ condecetoir* um
anspeçada^,ariilberia,.^uedaalio das mui
ralhas da torre do Bogío estava . ai ter<a isan
peetaenki, só pot dicer aoamnadtrai, ^uaa^
4o passavam na sua frente -^ esíãõ Mi^-^
bumanitarto, tirando. dfj^t|(0 de<«niaif«A^
<que'4B ,Tífeurna :ír0i%4^[SimiM^,M
PãQO d^Arcas) rumrbeimem tiiie.<aHt1inhftfi<
eido» o q«aV nas' agoniasnéaffttbaif raãN^ »
Agarro» per tal-modaao sra.Mil9lMiMrf qtt^
lhe lelbfa cempletameiiieos movicmii^-s
teriani-amboa peneeiAo^risa ives.^tftiraeii»
lhe não acadtseemtoio^ arraueantiMiMitW
mofW^eertajf^nMnigloríosajl r urhii>>m ^ r
1 I^rastajMsto-fda veifdal»iiai{d|idiQ^s^t
premiou notamente a Real Sociedade E«mt
^litana,^:úa'P9n0'i^íJk^ ■ia4iiH{apde4'
classe* ■• •• ^
OLH
Em ti fie ftftepcirb^ 44)98; pehft %'\k^*
m a mmardtt nfiriíSy ««eaMioa' ama «senhai
ii/potfâoõriápenaras* lorreá éâft>0'8igolahdè
8occ€fii09 dbJtqtiftar Lo^tasboottvidv^os
companheiros a seguil-o, e, embareailâd
sna prdvkleooial (ãtoaiMDhs ileptfAcn, cpr-
tem'4aL flemaada 4oli aanfragòsJD^está vet
I a softfiaridade d&o fot pienasnente satisfeita ;
t ponfne o 'tOvia submergia^-ie lodo; dd^am
I só )ieto,-^^iianda os ousados ranadores se
i approxímayam d*dl6, pela 8.* tec : apeias
I pôde^aeráai«0!ocapítiot ^{ .. ; . <r
I CeiBpO', estado do nanfrago reelamsra
í promptos çoeepnrosj fès^se/cooi grsítísàimos
I riscos, nimopare attírra do fiogie.-Chega»
' do porém ahi, um valto negro se descobre
: lU) logar ,dp simstto. 'ífoMm (lúe^ie tífôga t
\ — gritam ioda^. 'É. tom caò r^ diz. alguâca ^
I «É, é <dii J* Lopes) ; idaà também tem tM^ o'
4 o mais leal amigo do homem» — e lançan-
i do-fÍ6 def áóvó^o áb/smo, bò' meio do i5erf fcò
I mafshôrrfréi/sáváòífeò! ' ' ' ''^ * '
I Ak'nscàr a vida pára salvar ftnl ^ao -^ sá'
I a áltha (jettiérosa^ éii' dódféádò c^rá^Jto dé
: Joaquim Lopes 1/; / , '' ^ ' ■'
i O ^ovethò ãe^sua magestkdèCfarftãAtilica;*
) coidfeòòrbti f.^' vek íoac(aitft Lótíifs, 'corrf *
i iiiedÍLltiá"dè btiro, e bs sèus'l*emadòi4's; côííi'
Eram estes — Carlos, e Qnirfoo, seusfi-
I lhos ; José Lopes ; Manoel d^^OiiVern ,' Bèiitèr
i Lntífl KosAlb L^fe^ i fcktíéitko á^ ÍIíOíl^,
Xoão da Crur. • ^ "'* ^ ' '
Além doestes bravoslllhos do povo, ou-
tro^ tila(r«ki]Aéj^ ^ pe$oàdon^V^A)i^tit"^AIi^
liair ' O0liail6ès,' <toiHpáblréir<fc'^^ ¥»^(^dl)
âa«gloriar4e*toft()tiMbl.ot)0SL'<ír ^n ''i* '
PcAa OMHSo^d#1liafffrâííia do brligtiel^atii
^cez AiA^dMiif, fialvou^^Joalqutt&^b^p^kos
«eu», 4IVS1 maHnbélrosi Uo» dféttesí^m o Ga<-
pitSa/qttftti^fieilaí^moprertiiiKrMiirao m^M
deiieotf{Mi«l6>db«^aMktiQrJ1}«sHfta,'^ rè^
hWÊM* eí' ièoi>a)oM fittio' ilb'tM*do, iir^amm*'
co««^ttUiHH -áVenngti'^^ gvrâiMrMheei^ wa-'
feria e mandou a JoiHl«iDi'Ii<98s,i:á'?niedl^
llia> do^fmta^t^prHíltfiâQ^^âdbraiyMiM^
AtjpiiMfJUrftaes portQga«il»;r'1eidbran«i
«alio ao nosso governo, um distlnctifo mais
OLH
235
honfoiso, para galirdmr os serviços d*este
hQi»em fofiiAtateL' Qu«) ánadbroni^oíDéui
permtttHbe' l)u« a IfiJmbraÉifa «otttiâaa^àe á
doar^fsd tíOs papMfmbfteos, para que ò pef-
to gmefòÈÓ (^ lòaqtAá LopeS áe nSò cott-
ftiDdisse COIBI ttée tamás tíunfidàdeá. '
n •. , • ■ , • • , , • - •
Tanths o iBo nobiffsslirias fteçS^s dev^m
èrichér^def verlfadeira^at^^a o coVaçlo do
heroé, Q na verdadet, apetòr dos seus ânuos,
das toa» ^úgá^; e dásr súascam, Joaquim
topeíd, è Om homeiB inuito tilegne e prázeu-
te{ro¥'4 'Várib pretilé{(iad6 pòr Deus,' tem
na ftotáê esrimpadálas iirtt!ide»'dd^ co-
raúçS^ ê á' historia lègéndáfnai dè'Um'a vida
de deaf«aç9dãí'd léaridade.'
'A^àf^cta t^t i alva, como a^ua alma,iâ ted-
ta' é ^espa^a, seus lablo» delgados, e Mia
olhos, asues, sao penetrantes, revelando logo
á j;)rltíiMfáfláta,ohbmem q\tò pâsséuatida
eih<»«$9èsde^VehfaJlefi^á dkridiide'éyâfugén-
ca. 'PTifafmetite, o retrato de lòá^illm' Lo-
pes, 'èeédúhasé'ehi' làenos pálaVrais: '
{"
' •»!
ff /
' fi À rtRjVlbfiyélÁ 1>ÒS iTAttPIlAébS fíX
"'"''' "^ tíJltmA DÉ tiSfiÒÀ ' ^ i
r t. ••
I r *
' A Umx do ioaquim Lopes èstam para
'ãamproostabelaòida; e tedds os.seuf aotos
dé abnegação ecoragenrreram logO'ptiMlo^ •
'dos« juslfloneate avaHadoa. -^
Bm ll^'dè'levèreir«i<de'l6êÍ;'entoannio
t)erda«ao<Ba'COsta;'âoâp dâ lofre^do^BaghH
'o bergantim hespanhol AcJ^fVte.doaqÉinaLo^*
p^v^atam^^sDoeorrofdoy Babfragw^oal»'
và-osialidosl<u4)taiarostava'tio enflreavo-'
!cfdo,<i4sr<ioaqiiim ii^es^éh^oa' a kornfbs*
rbirniiuo nmlea^ 8a«Tira-6ni<Viío'gtaBdope*
• rujOi .' '■• f!' ■*! ■'• ^" 1 * ' ■ p* •, ■.* '' •* ^í ' •
I <^>f)DoernottospaálioV>eonfel«{ii; ao pátria
6 ;mandon^Hra*d6Hôcsr)nbpeiio, viMbdha
dè Kmraév dÉstinoçao humanitaría',' '^ '
A^St idé fltesm^mes oannOfise^despéia*
^ntMitim or^JMfr do €ttaft4*>,'0» faíaia por«>
• iuguez AfmtHtiinr,'^ praça'do PoAop. ^
\ Joil]iitar<Lo^o os* seastlsfavos^ilbos o*
remadoreá^ silvadiiodaiatrfptlaçiai^ i •
' Bttlio,^ o sr. O/ \m\i>% 'Chaiha- o paMk> á
stunpfNMop, prigBOidotHieí por %aaií pró-
prias nios, na grosseira Jaqueta OMritima,
236
OLH
OLH
O habito de Torre e Espada, e apertoa com-
movído, a mâo caliosa do iotrepido mari-
nheiro, fazendo ò merecido elogio áos seus
actos de coragem e aboegaçao.
A imprensa portagaeza, de todas as par-
cialidades» loavoa esta acção nobre do chefe
do Estado.
Também o imperador do Bradl, na sua
visita a Portugal, quiz ver o legendário pa-
trão Lope9, e lhe deu um cordeál abraço.
Os encómios feitos a este verdadeiro por-
tuguez por ^oda a imprensa d'este reino, e
por muitos jornaes britannicos, hespanhoes
e francezes, davam matéria para um grosso
volume.
A Beal Sociedade Humanitária do Porto.
a Sociedade Beneficente do Pará, e o Centro
Promotor das Classes Laboriosas de Lisboa^
lhe mandaram o diploma de sócio honova*
rio. Esta ultima associação, tàmbem, como
Joaquim Lopes, âlha do povo, mandou col-
locar o retrato do heroe, no logar principal
do seu salào, entre os dos iliustres pátrio»
tas Manuel da Silva Passos, e José Estevão
GoeiUio de Magalhães,
Desde 1859, que Joaquim Lopes se não
servia já, nem da pesada e ronceira falua,
nem da frágil can6a de pesca, para salvar os
seus simiihantes. O governo poriogoez, á
força de continuas reclamações da impren*
sa,.dera^he um <a/va-C)úto, que mandou
construir, segundo os últimos aperfeiçoa-
mentos introduzidos n*esta espécie de vasos»
Mas ainda pão lhe augmentaram o ridiculo
saltaria de remador-— 240 réis diários, Só
mais tarde, sendo núnistro da marinha o sr.
José da Silva Mendes Leal Juuior, é que lhe
foi concedida a graduação de mestre da ar*
madOf e uma pequena gratiâcaçãoi.
Q goveono entendia que oon isso pre-
miava os prodigiosos serviços de Joaquim
Lopes, e apenas lhe regateava a justissima
recompensa; pelo que os jornaes coatinna-
ram a advogar a causa da justiça e da hu-
manidade; mas, vendo que # governo a na-
da Attendia, proposeram que se abrisse uma
subscripção nacional, a íávor do home» qo»
o governo parecia» ter em pouca consídsn*
çào. »
Joaquim Lopes, apenas teve notícia. d'isto,
declarou no Jornal do Gommerdê^ de Us"
boa, que -— quem, bèm^ ou mal, we 4o i»
trabalho, não estende a mâo á umóUa das
multidões; e que os peitos onde se abriça o
amor do próximo, são graindês dê fiutis*, para
albergarem sentimerUos mesquinho». Que
competia ao governo, moâ nunca aêpwo^ ^a*
vergonhal-o^ lançãndo-ike o manto do pdbn
mendigo.
Muitas vezes aconteceu mandaren^-lhe di-
nheiro, depois de praticar algomaa das nas
façanhas. Recebia-o e o repartia p^os sen
camaradas.
Foram-lhe levar em certa occasno, uai.
rica salva de pl-ata, com as iniciaes do ses
nome (presente— segundo se diz de amass-
nhora de aha cath^oria) e lima porção de
libras, para dividir pek>s seus remadores, o
que elle logo íéz.
A salva é o presente que elle entre toda
mais estima.
Fmalmente, o paiz deceãiQ-se « naosff
tão avaro com o patrão^ e nas eamafas W
gislativts lhe foi votada uma pen^o anaual
de HMOOO réis, oom supervíveneia^para so
mulher ou filhas»
Passado algum tempo, o governo lhe dm
a graduação de segundo tenente da ar*
mada.
O ministro que referendou o decreta, si
honrou o patrão, honra-se mai^ a si mes-
mo, por comprir um dever a que os
predecessores não attenderam.
Eis o decreto:
«Tendo attenção aos relevantissiniM
viços, prestados pelo mestre da armada, ^
ra do quadro, Joaqaim Lppes, pairao' do tai^
CO saivo-vidas, da barra de Usfaoa, o qaa^
com extremada abnegação da própria v^
é inexcedivel coragemt tem arrancado do Di-
ror das vagas, e restituído á sociedade» grah
de numero de io.dividilos: cooaidenuiás
quanto cumpre galardoar feitos espomanesi
OLH
da síDgalar intreplpez, excepcionaes, em qae
se alliam ao Talor» os mais decididos senti-
mentos de humanidade; hei por bem, con-
redef ao dito Joaquim , Lopes, a graduação
do posto de segniH^ tenente da armada, ete.
Paço, era 23 de agosto de i866. -— Rei —
Visconde da Praia-Grande.»
• * _ _
Apetar das suas cans, das suas rugas, e
dor seus 75 anuo?, Joaquim Lopes, ainda
conserva todo o vigor da mocidade, toda
á coragem da juventude, e nào perde occa-
siao de ser útil à humanidade.
Yive com a sua família (mulher e seis fi-
lhos), no Jogar de Paço d^ Arcos, próximo a
Ceifas;; gozando, senão a abundância e a
sumptuosíidade, pelo menos uma modesta e
sufficiente medeania, e as doçuras do lar
donesiico.
Em Paço d" Arcos, direi ain-
da alguma cousa, com respei-
< lo ao nosso venerando Joa-
t . . . quim Lopes.
OLHO— ribeiro. Douro, freguezia da Ca*
dimai .
Nas suas margens ha arrozaes. O Olho, o
Lagôa-Sêcca, o Rodêlfos, o Moita, e o Alju»
rica, todos d*eata freguezia, juotam-se à k*i-
beir&Ffnvttça. Vide esta ultima palavra.
OhSO DA MHIA— Entre os logares de
Jimd^ e Mira {^J" voL, pag. S33, col. 2.*— e
pag. 242, coL I.*) medeia um dilatado cam-
p»v QQ6 tem quatro kilometros de comprido
e i dB largOk B' quasi todo roto, em algà«
res, pela maior parte, cercados de penedias,
def^a providencial, para gados e gente. Pro-
cedo este grande numero de algares, de es-
lar.a oaoBf)^ muito baixa, entre as serraa,
6, como a agua da ehuxa não tem por onde
se escoar, sumindo-se por canaea subterra
neos, feivepara cima, por aquelles boquei-
rões, até encàer todo o x;ampo, em maior ou
oa^mof idtqrs^isegniido a abundância d'aguA
qoe^tetn ebo^do». d*onde resulta transfoc-
|iiarrS6r*o»GatBpD mn'lagôa,.em qUe já andou
oma^ batiiira.; i
'HaioebaslãesienL que a agua d*eâta lagoa,
levanta ondas como as domar-<-0[Uproúedi-
do do Vento/ oo^ dst força, com que á agua
rebenta pelos boqueirões.
OLH
237
Em dois sítios rebentam maior cópia de
aguas— um no chamado Pena do Poyo, que
é um alto e concavo penhasco, à tnaoeira
de alpendre, à raiz da serra. Nascem mur-
murando brandamente, mas em tamanha
quantidade, que fazem logo mover moinhos
de pão e lagares de azeite.
O outro siiio, onde as aguas nascem aln*
da em maior quantidade, chama-se Olho da
Mira, em cujo logar se sente nascer a agua
em jactos alternados, e como. aos soluços^
impellida de dentro de uma grande cavida-
de subterrânea, formada pela natureza, e sa-
híndo por um buraco redondo de i",50 de
diâmetro, a maneira de um occulo, e por isso
se chama Olho da Mira. Corre em grande
abundância, fazendo mover também moi-
nhos e lagares, alem da agua que verte pe-
los assudes, que é bastante. Corre Impetuo-
so ao nascer, e com tanta força ezpelle a
agua, como a torna a enguNr. Juntamente
com a agua, sabe grande numero de gros*
sas e saborosas inguias e eirozes, que s»o
objecto de uma divertida pesca, quasi toda
feita em caneiros. Na primavera, sócca este
campo, que seus proprietários cultivam, e 6
feradi^mo. '
As cavernas por onde sahem as aguas,
apresentam à vista do visitador, maravilha-
do, as formas mais bizarras. Véem-se abo-
badas, tectos, pavimentos, e paredes, tudo
obra da natureza, mas tão primorosamente
fabricados, como se fossem obra de peritos
canteiros. Tem mais de 600 metros de exten*
são, por baixo do^sòlo. O pavimento ó obli-
quo, descendo desde st emboceadura até ao
seu termo. Em frente flca^lhe o outeiro cha-
mado, das Sete Villas, Toda esta caverna é
de rocha viva, sem que se veja a menor por-
ção de terra. A sua agua, que conserva em
todas as estações egual temperatura (o que
faz dizer que é quente de inverno e fresca
^ de verão) d de óptima qualidade. Tem-se no-
tado, que, por mais continuadas que sejam
as chuvas, nunca a agua passa de uma cer-
ta, medida. .
Ainda que.este$ antros nao conservem em
toda a> sua extensão a mesma altura e lar-
gura^ porque ova abatem, ora se elevam seus
tectos; e of a alargam ora estreitam suas ga-
240
OLH
O doutor Bygino Teixeira Guedes^ profes*
sor em Lisboa.
O doutor Joaquim Rodrigues Etíevães*
João Rodrigues Ferreira, hábil cinir|;iSo^
qae foi assassíDa^o em Pernes.
O beneficiado João Rodrigues Martins da
Silm.
Ptei Francisco de Jesus Maria José, qae
fallecen em Mafra.
Padre Manuel Bento EsUvães, ondor dis^
tinetíssimo, e um dos melhores morilistaf
d'esta diocese, e ultimo parocho d'esta fre-
gaezia.
Alem de muitos outros, cuja relação seri^
loDga.
Os mindericos (povos de Minde) tío a qua»
si todas as feiras do reino. Teem uma espe^
cie de dialecto (mais propriamente gíria) qu^
faNam quando andam por terras alheias, e
que só elles entendem.
A povoação de Minde é cercada de lindes
quintaes, povoados de frondosas arvòresi
D. Manuel d'Aguiar, bispo dé Leiria, muho
gostava d*estes sítios, a que chamava— /ar*
dim da serra.
O território d'esta fregueiia é fértil em
todos os fructos do paiz, e muito abundante
de azeite.
A um kilometro ao N. de Minde, existe
uma caverna ou lapa, chamada o Regatinho,
Durante as chuvas do inverno, vomita mui?
ta agua; mas, de verão sécea.
Durante as invasões napoleónicas, servia
esta caverna de asylo a muitas famílias que
aqui escaparam à morte, á desbonra e a to»
das as atrocidades que as hordas francetas
perpetravam na sua passagem devastadora.
Também aqui se esconderam varias ri»
quezas, muitas das quaes não tornaram a
apparecer.
Foi por muitos annos crença arraigada
em Minde, que próximo ao Regatinho ha*
viam os mouros enterrado uma capa d'oa*
ro,* para fazer a qual se empenharam cinco
villas— e um jogo.de bola, também d^ouro.
£m umas escavações feitas ha poucos an-
nos junto d*esta caverna, se aòháram aiicer-
OLH
ces de uns paços liíettríscos. A pouca dii-
taneía d*«ste achado, >'iiaí uma esean^
châudaCortfdolfeffn). TeififtmaMi.
Era ' a habitação de mnar «svcbosa ffilia Is
Agar, que na manhan do S. Mb^/bt Mfiki
tezes tistá, assoalhaBdo os^seus thesoMi^
e eamanêo tsà h^l*monioBa toada, dHMí-
tea cantigas, seado tima â^ell&ls a ^egittlr
4}ÍAÍi yn\e Si Pena do Poyo^^
Só, com os seus penedaes,
< Que Santarém e Lisboa,
Com iodos seus'cabedaes.» ' ' '
Caminhando mais para o nortd,^ ebeonh*
se a fregaezia de Mira, e próximo a iha^ to
uma grande caverna, em cuja afarobadi M
admiram bellas stalaetttes, e cujo pavfott-
to está erriçado de não menos formol s&-
lagmilesi que^ sobre ttido á luz doir^iM»-
tes, apreeenum uma vfsu biiarra e fam*
sissima.
A Alagóa de Minde, se émagestosi^
rante a estaçlo pluvial, ainda tem mats*!*-
gestade durante a estiagem: cada arvore, o-
da barreira,^ éBm formoso ramithete. Gm*
de quantidade de lindas flores, de diversa
qualidades; lhe alcatifam o solo, q^eèíi
abençoado ede tão poderosa vegetabilidài^
que tem creadò uvas em 50 dias !
Da serra de Minde, que tem uns dois li*
lomecros de comprido, se goza onakiilMii
panorama. Ao N. se vé a villa d*Oureffl, tii
celebre na nossahistoria— avetíeráhdaSkè-
tarem— a rica Torres Novas—a bdhita Gli-
musca— a fertilíssima "Gollegan — a vetHti
Abrantes — os castellos mouriscos d*Akta^
âe--^ formosíssimo e magestoso Te}o-^»-
ras, valles, bosques, coliinas e várzeas.
No alto da stsrra ha vastos milharaes, eqi
fructo se cria em abundância, sem ser ^
cisa regado.
A freguezía de Minde, é composta dosl^
gares seguintes -— S^rra de Santo ÃíM^
Bajouco, Cotão-do-CoelhOy e VeUle-Alta,
A serra de Santo António, é uma das i^
1 Adiante direi a qae é a Pena iú A|&
OLH
OLH
24i
deias mú$ celebres de Portugal, por cansa
do aea famoso coUegío (oa seminário) onde
mailos eenteoares de maDeebos Tão beber
a iaitracção litieraria» »prend«r a ser bens
filbes, bons pães, bons cidadãos, alei3 á pá-
tria, e eatholicos terdadetros.
Em Í6 de março de 1875, laile^a n'este
eoUegio, frei Manuel da Goaoeiçao, orador
sublime, e consummado moralista: um dos
bomens do século XIX a quem Poitngai de-
Te os maiores serviços.
É para lamentar que as ciatas Teneran-
das d*este yarão respeitável, se achem no
pobre cemitério da Serra, misturadas com
as mais, sem uma inscripção que diga â pos-
teri(|ade — «aqui jaz um portugoez, sanio e
sabio.i— Seria louvável— -seria mesmo o pa-
gamento de uma dívida sagrada — que, to-
I dos os jovens que «He tornou homens, e que
I iMscnpam hoje altos togares nos diferentes
í raoios da administração publica» se qaoti-
aassem para lhe erigir um singelo ownu»
mento, testemunho do respeito e gratidão
I dos seus discípulos.
, Tamb^ n*esta aldeia nasceu o virtuoso
I e illustrado frei Joêé da Conceição, a quem
a nação deve xelevantissimos serviçoe.
I O Cooão do Coelho^ ó rodeado de frondo-
1 sas arvores, que o fazem fresco e ameno na
estiagem. É pátria do sr. doutor José Pran-
I cisco de Santa Martha, vigário geral do bis-
I fado de Leiria, e cónego da Só cathodral.
! "
I Antes da invasão franceza, de iSlQ, per-
tencia á freguezia de Minde a capella de
Santa Hartha, que os minderícos mandaram
construir em 1613. No principio do sécu-
lo XIX, passou para a freguezia de Alca-
nena. Houve por sua causa, desordens em
^Jfinde, chegando até a haver mortes; sendo
ainda hoje caso de affronta para as duas fre*
f^aezias, perguntar-se a qualquer individuo
d*ellas — «Santa Martha é de Minde, ou de
Alcanena?»
Pia Carneira^ tem uma capella de Santa
Agaeda. Toi da freguezia de Minde, mas
acloalasente pertence a Albardes.
Também foi doesta freguezia de Minde, o
logar do Covão da Carvalha, Junto a este lo-
TOLUUKTI
gar existem ainda uns paredões antiquíssi-
mos, e, segundo a tradição, era o casal do
tal velho a quem o conde d*Onrem, D. Nuno
Alvares Pereira, foi pedir pousada, e que já
0ca relatado n'efite artigo. Diz-se qui' até en-
tão, não estava esta casa sujeita a justiça al-
guma, e que o ancião pedira a D. Nuno, que
o seu casal fosse livre dás justiças de Porto
de Mós, o que o conde também lho conce-
deu, é d'ahi em diante se ficou chamando
Uoraêa.
Faz parte d*esta freguezia, a aldeia de Ved'
le-AUOt situada nas abas da serra de Minde.
Ha aqui optiola cantaria.
N'e8ta aldeia nasceu Maria do Sacramen-
to, que falleceu no recolhimento de Leiria,
com fama de santa, justamente adequirida
pelas suas preclaras virtudes.
A freguezia de Minde, apezar de se achar
situada entre serranias ásperas, áridas e al-
cantiladas, não tendo por vias de eommuni"
cação com as outras terras, senão atalhos,
córregos e precipícios, não escapou à rapa-
cidade e ás atrocidades das hordas france-
zas; que aqui entraram, pela primeira vez,
a 46 de novembro de 1810. Um individuo
do povo, deu, com um foguete, signal aos
seus conterrâneos, da chegada d*estes vân-
dalos do século XIX, e a maior parte cor-
reu a embrenhar-se nos medonhos alcantis
e tétricas cavernas da serra. Aqui se demo-
raram os franeezes, até 6 de março de 1811,
praticando as mesmas atrocidades que pra-
ticaram nas outras terras da Península, dei-
xando tudo roubado e destruído.
Na estação calmosa, é esta freguezia mui-
to falia de agua potável, e, se não fosse o
capitão Manuel Cansado, que á sua custa >
mandou fazer uma grande cisterna e a poz
à disposição do publico, vér-se-hiam estes
povos obrigados a hirem prover-se d'agua a
uma-distancia de mais de cinco kilometros
As cinzas d*este cidadão benemérito, es-
tão guardadas religiosamente, em uma se-
pultura, à entrada da egreja matriz. Foi
aberta no dia 30 de setembro de 1866, para
n*ella se depositarem os restos mortaes do
16
â42
OLH
OLH
padre Manoel Bento Estevães, que eom in-
exeedível zéllo paroohioa esta freguesia por
mais de qaarenta annos.
Minde é uma das antigas fregtieílas do
reino^ e teve vários privilégios: hoje, por
falta de estradas, e porque os artefactos de
lan que aqui se fabricam, são de matéria
prima mal escolhida, e de não ser perfeito
o seu acabamento, perdeu bastante da sua
antiga importância; concorrendo também
para a sua decadência, a extincção das or-
dens religiosas, pois no hospício dos arra-
bidos, d*esta fTeguexia, trabalhavam muitas
pessoas, sendo por Isso este estabelecimen-
to religioso considerado também como uma
boa fabrica de lanifleios, cont sabida certa,
para todos os mosteiros da provinda, como
já fica dito.
Não era só o pão do corpo, que os min-
derieos encontravam n'este hospício: era
também o pão do espirito, e muitos d'aqui
sabiam para se espalhar por todos os mos-
teiros da Extremadura; não havendo um só
convento onde não houvesse firades natu-
raes doesta freguesia.
Os reis D. Joio V e D. João VI, honravam
sobremaneira os frades de Minde, que por
vezes receberam d*aquelles monarchas assi-
gnalados beneficies. D. João VI, a rogos do
um frade minderico, commutou uma sen-
tença de morte, a frei António de S. Boa-
ventura (por dizer três missas em um dia,
sem a devida auetorisação) em reclusão tem-
porária.
Consta que D. João VI estimava muito o
tal religioso (o que pediu) por ser o melhor
canbr de Mafra.
Este monarcha (que, como todos sabem,
era excessivamente guloso) delíciava-se com
as eirozes de Minde; e dizia que, uem em
Portugal, nem no Brazil, comera peixe tão
saboroso.
Foi D. João VI, que mandou ao guardião
do hospício, construir o canWropara a pes-
ca das enguias e eirozes, e queria que todos
08 annos, no tempo da pesca, lhe mandas-
sem uma porção escolhida doeste peixe.
Este caneiro ainda existe, e ainda coiso-
va o nome de caneiro dos frades.
Do sagrado edificio em que até i83l n
elevavam constantemente o incenso e as on-
ções ao Todo Poderoso, só resta a capelli,
em minas, e a cisterna; e isto mesmo fá
vendido em hasta publica por uma quantia
insignificantisàima (nem, materialmente Tí-
lia mais) sem haver uma auctoridade loa!
que pedisse a sua conservação, para ficar i
capellaparao publico, e o edificio do mosttt%
rínho para habitação do professor, e pana-
la da escola t
Já disse que a freguezia está por todai
parte cercada de penedias alcantiladas, qa
a rodeiam como um cinto de muralln^
obradas pela natureza. E* porem âeliciw
ver da planicie, durante a primavera, esta
rochedos abrutos, adornados das mais bá-
las e variadas florinhas de cores diversa^
entre ellas, e em inaior quantidade, obii-
dico alecrim; o rosmaninho aromático;!
formosa pimenteira; a salva medicinal; atai-
la rosa albardeira;2L cândida assucena; oè-
noso lirío; e os goivos emblematícoâ.
At)ezar de se conservarem na alagoii
gumas aguas estagnadas, a terra, em geni
é saudável; porem ha aqui uma moléstia»
demica e horrorosa— a lepra—que talfczi
podesse evitar, ou pelo menos atenuar, a(
governo portaguez lhe mandasse estoif
conscienciosamente as causas.
Em 1855, foi esta freguezia invadida p
um monstruoso numero de saramantíf^
que a não serem devoradas pelos porcos,'
queimadas em grandes fogueiras, ver-»
hiam os mindericos obrigados a abandoí;
os seus lares.
Attribuiu-se esta nojenta praga, a
servarem-se a aguas na lagoa até ao ma
julho.
Ao O. do logar de Minde, corre orna
e Íngreme s^^rrania, que vindo á\
termina em Santa Martfaa.
Esta serra, rae tomando yarios ncmes»!
OLH
OLH
UZ
gnodo os sítios por onde passa, v. gr.—
MindmkOy Barreiro, Prilhôa, Âbelureira, e
Picota.
Tem n'este nUimo ponto, as ruioas d*aii|
casteno romano construído sobre rochedos,
e rodeado por três ordens de muralhas, tudo
reduzido a montões de pedras e entalho;
mas eoDhecendò^se ainda o seu âmbito. As
segundas muralhas eram de uma pasmosa
espessara.
O castello tinha 30 metros de eireumfe-
^ncia. A sua posição era temível, por ser
no pinearo do monte. Supp5e-se ter sido
construído para defesa da via militar que
de Porto de Mós hia a Torres -Novas e d'aqui
a Alcanede.
Ao sopé, está o ValU da Oliveirinha, que
é uma garganta que dá entrada á estra*
da que liga entre si estas antiquíssimas vil*
las.
Dos lados do £. e S. nâo tinha muralhas,
mas altíssimas penedias perpendiculares,
por onde só as aves do ceu poderiam che*
^r á fortaleza. Chamavam-ihe o castello do
picoto.
Ha annos prioeipiou-se aqui a construir
um moinho de vento; mas desístiu-se da em*
preza, pela excessiva violência do motor.
O povo diz que era a habitação de um
rei mouro. Ainda pelo monte se vêem espa-
lhados fragmentos de telhas e tijolos, e ves-
tígios de casas, próximas ao castello.
£' certo que por aqui teem apparecido
algumas moedas antiquíssimas (não me sou-
>eram dizer se eram romanas ou árabes) e
if vulgo diz que ha aqui muitos tíutiouros
ncatUados, o que tem dado causa amuita%
aas inúteis escavações.
O sitio onde existiu o castello, é dos mais
ellos do reino, pela vastidão e contrastes
o seu formoso panorama.
A pouca distancia d'esta antígualha, es*
i a. capella de Santa Martha, edificada, co-
so um ninho d'aguía, sobre os alcantis da
Abaixo da capella está uma abundante
aiscente d'agua, chamada Fonte Santa,
O JPoyo ou Penedo do Poyo, é um olho de
pia, a 2 kilometros ao N. de Minde. A agua
sahe por entre cascalho, fazendo logo moer
um moinho de pão, com quatro pedras, .6
um lagar de azeite* C'^rre com grande. Ím-
peto, formando com o Olho da Ifiraagran*
de lagoa dê liinde, de que já tratei.
Também o povo cré que ha aqui uma
grande riqueza encantada, que os mouros
deixaram no século XII, quando foram ex*
pulsos d*estas terras.
OLHO BB MOURELLOS— grande nascen-
te d*agua. Douro, concelho d'Ançan.
Nasce junto ao logar da Ferraria, e Jiui*
ta com as nascentes da Fonte de Ánçan,
Gruta de Portunhos, Olhos da Loureira^ e
Valle Travesso (ou valia dos Cavalleiros)
formam uma ribeira, abaixo da Mascarenha
no Paiisol, a qual, correndo do N* aS., Taa
desaguar na valia chamada dos Fomos, ahSíU
xodó logar de Láva-Bábos, no sitio do Caí*
deirão.
Quando esta ribeira (denominada de An-
çan) leva muita agua, chegam os barcos
carregados de sal, que vem da Figueira,
pelo Mondego, até á quinta do Bál (dos si^.
Pinto Bastos, da Yista-Alegre) que é na vár-
zea d"Ançan, Aqui, por muitas vezes se teem
carregado barcos, com 8 pipas de vinho da
Bairrada, para a Figueira.
A ribeira produz enguias, solhos, truta^
barbos e um peixe miúdo chamado ruivas
cos, que são do tamanho de camarões. Na
valia dos Cavalleiros, se pescam, ás vezes^
amêijoas.
OLHO MARINHO— aldeia, Extremadara»
termo, e concelho d*Obidoe, já mencionada
quando tratei d*esta villa.
Ha na aldeia de Olho Marinho, uma ca-
pella, dedicada ao S.S. Coração de Maria,
feita pelo sympathíco padre Francisco Ra-
phael da Silveira Malhão, & custa dos seus
primeiros sermões, que fez publicar. £' um
templosinho, tão formoso e poético como a
alma do seu fundador.
OLHOS— fireguezia, Minho, comarca e con-
celho de Guimarães.
E* a actual freguezia de S. Miguel de Cal-
delias.
Vide Oculis, apag. i99, col. l.*, d'esle vo-
lume.
OLHOS DA LOUREIKA— Nascente d*agaa.
244
OLI
OIJÍ
Douro. Rebeolar juto iwiUa 4'A9çaD.TI4«
Olkê di MatmreUoi.
OLIllA-^aDtigt oidadd da^Jliuitaiua» cnjo
sitio hoje fleigooni,
£' uives um» 4ia-q«e jeMneea/raiii na f^
iDOsa «erra de Arga (o Afetfutfo.d<iefOiQa-
Ptolomea aeoUoea em .8y«a0' 4e loogitii-
ée-~e 45/30' de latitade.
Perteneta á ckiDaeUaria 4e hngfip.^ era
portanto ao N« de Braga» e alem é> Lima,
eotre eate rio eo Miobo.
Fei deatraida peloi aue?!», oa. pelos. ára-
lies.' ' •
OLtVJ^porttti^z tsúàiQt-^azeUona, fru-
elo 'da olifein.
. Qaando é em quaotidade aaffiQieole para
taaer azeite, díeemo» eaetíonoy et qo^Ão se
destina a ser eortida, diz-se 0XtU<mos, ,
Em xxm docomefito, de S. Ghristovão, de
Goiffllira, de i362^ se.lé: — £fu^catf#des,
(caveis) e Qbradtê, (abraes) $ awo^iis i a$
dtíoê olwiàrasé * * . $ que sa€^dâ$ e faça-
dei as olíTas» que Dim hi der m ôh»acm, • .
E qu£ áídei a mim atncuiíade d(M dito oH^
«01, 4 que wi$ deé^siiecada çaxam ^ kw^
^Jqueire dazeite ffèUo no lagar 4e m^^horia,
(Hiva, é também um appe^lido nobffi em
Bovtttgal. E' de Hespaotba^ tomado da vjlla
de Oliva (Navarra)» d'eade paa#Qa a Perta-
fal, na pessoa de Loorenco d*Oiiva, ao qoal
o rei D. SekNkstião deu armas próprias» pa-
ra elle e seus descendentes, em 1565» da
nple a regência da cardeal D. Henuique —
depais, cardeal«pei.>
1 4.Tnotar, pòrlnguéz antigo— significa —
taíer moitas, valias, mi tapumes, pafa res-
gaardo de qualquer fazenda.
^ Çazom, saçom, saz^m^ sazão, e sezão--
porlagaez anijge. — Urnas vezes se tomava
por occasião, tempo próprio e oppoftuno —
e outras pelo tempo de um ânnointeiro. De-
vees podar, amurgulhar, cavar, e enpaar a
vinha; e o olival, lavrallo, e abrillo, e amo-
tallo, e stercalla de deus em dous annos; se-
gundo husso, e costume da dita cidade, e nos
tempos, e saçSes convinhavees, DocdeS.
€bristovão, de Coimbra» de 1392.— De çazom
Tem sasonar.
Vem do gallo-celta saison — estação pró-
pria, quadra, tempo próprio, etc— Também
se dizia gram-çazom, que significava muito
lempo.
Sâo-^em campo verde» leâa d'piurQ, la»
paiaado de» púrpora, aiimado 4e ^uíspo, •
atravessado peio peito» ppr .ai»f laoç^ k
pfttU,<eom fspa de púrpanL,,xipe Ihesie
pelas /eoetae, e lançando ^ngup pela ferida
O leão eaiá aobre um coniraebeíe esueito,
dexNodasda «zi^l a prat^ Elmo de aço abv-
iCK-tlmbie,^ meio bomjBm» de írenle» vestia»
de ptkpara, tom iiaetade^dabastea da.liB-
ça na mão.
Jaaqnin joa^ de Oliva» justipcqa, ser ia-
eendeate d*esia Camilia» a a^ Iba p^^ssoacv-
ta áe bratae^oi^esias meamas.arf|U|^ eip li
d0deiembrot4e 17^ :,... . f,....
Outros do mesmo appellido» iiaam— «i
HUimpo de púrpura» um esquadros Je>air
pioteirOy de- prata» semeado de ^pas é
purpura. O elmo e timtbra 4oa aputeced»
tea. '•.,...,,
OLIVáJBS *— freguezía, Extrei^adura, et-
lisça de^coaeelbo de sea:m)me^ c^^oiarca^P'
triarfihado, distric^o admirnstcaiUv^), lenme
6 kMometras -a ^<B. de JLisboa» 7ÔP fògoa
Orago» Santa Maria» QU.Nospa.^iibQi]|è
Rosário, dos Olitvaes.*-^.' estação do.eii»
sbo delevro do norte. eJeste«,(Afi.* é noFi'
ço do fiiâpe» d'e&to .ceneetlio.) i . . . . . .
OPori. S$crQ.€ Pi^of,, nào trazesul»'
guezia, por esquecimento, pfMaiâ^xtstíal»'
via mais de 30i& annos^. qnaado, mq^BUa^ oln
foi pabiioada. *-> O aelual príoc» lem, ék^p
de altar e mais rendirneptoa .paroqliiA
1714300 réís-T- derrama^ 3»8«8QO rota
taL 5001000 réis.
-Efte concelho (ereado. por^deereto dei
de Mlembro>de iÂ5l> ó. «ompofte ,de^9i fi»
gatzias» iodas no patriareliador-aaa-nAaB
xoeira, Appellação» Arrpyos{exUaaHirosf
Lisboa), Beato-AplOBio» QuoelU^ Cacnanfc
Gamfoti&rande» Cbarneoa» Fanbõea» FúM
Loures, Lousa» Lumiar» Qlivaeay Povoai
Santo Adrâo, Sacavém» Tadiha^ T^ial (S^
Antão), Tojaltntko (ou S. iulião da 1(^
Unàos, e Via-Looga — todas com 6:^001^
gos. Teve no seu principio, a freguezia *
Santo Eátevio das Galiée» qup paaaou
para o concelho de llafra«
A povoação dos Olivaes» está siinadi tf
terreno levemente accidentado» porém
ou
OLI
245
toptrior ao Direi do Tejo, e aponcâ distan-
da da sua margem direita. O sea território,
alternado da frondoaos arvoredos, bonitas
casas der eampo/eõm^snal (fointas, e alguns
togares, tornara' o srtio sobremaneira agra-
dável, ferfll 0 aprazirel. Tem esta povoação
apenas uas 50 fogos, com 200 almas.
A egreja paroeliial (Santa Maria dos Oli-
vaes) ó anttqoissima, não se sabendo per
qnem nein gnando foi fnndada. O que se sa*
be é qoe }á existia em 1420.
Segundo a tradição, a Imagem da padroei-
ra appareceu em um oNval, dentro da cavi-
dade do* tronco de tima oliveira, e d*aqui
veio o nome â Senbera^^e depoia á írsfgme*
aia.
Refere o Sãmctuario Marianno (vol. L%
pag. 420) que a «ongregação dos cónegos de
S. João EvangeHsia, de Portugal, teveprm*
Gípk) pelos annos de i420, reinando D. João I»
e que a primeira ^asa qtle tiveram foi esta
egreja, quelbes foi offeroeida peio prior, qne
«itao era d^«sta freguesia «^«qna era paro*
diia, e a mais amfga que se sabe; a qual le-
ria tido atA atli, muitos priores antes 4'ttste.i
Os cónegos (loyos) aqni resiéNram algum
tempo, porém--n9o se sabe porque— o prior
da fregueaia, arrependeu-se da doação qne
Voluntariamente Ibes tinlia leito» e annul-
loa^a, expulsattdo^s.
Em 1403, o cardeal, D. Jorge da- Gosta,
uniu esu egreja à capella da Mossa Senbora
da Assumpção^ do convento de Santo £ki^, ^
ao qual d'afai em diante, até 1034, ficamm
pertencendo os dízimos da fregoezia, e o seu
feitor, apresentava o vigário dos Olivaes.
Na saohrisUa da egreja matriz, ainda em
1700 se conservava o tfoneo daioliveifa em
que a Senbora appareceu, e o vigário de en-
tiOy o mâttdou arrancar.
É formosa a^sltuaçào da egreja raatrli, a
<|nal, com algumas casas que a cirenmdam,
eatá oereadn de frondoso arvoredo, vendo-se
a bonita povoação de Sacavém, a Póvoa de
Sanu Iria (edlQcada a beira do caminho de
* Onde o mesmo cardeal mandou sepuiur
os cadáveres da infanta D. Catharina, filha
do rei D. Duarte — e de D. Leonor, saa ir-
man, que nasceu a 25 de novembro de 1436,
e falleceu em 1463.
ferro do N. e L., qne tem aqui a sua 4.* es*
tacão, e doa próximo da margem direita da
Teje). Depois segue-se a cordilheira de maih
tos,' em cujaa íálda» estão aavillas dr Alver-
ca, Alhandra e Yilla Franca de Xira. O Tejo
magesloiso, remata ao S. este formoso e vas-
to panorama.
A estrada que de Lisboa conduz aos (M»
vaes, passa jonto do arvoredo que cérea a
egreja.
O» paços do eoneelbo dos Ollvaea estive-
ram muitos aanos no Gampe^Grande» a 8 ki-
lometros da egreja do»Olivaest ^
No logar de MarvHla, d*esta freguezia ^oL
5.^ psg. 118, col. 1.*) está o celebre palácio
e ^nia ia àlUrm^ do qual alli faUel ; e de*
pois a pag. 344, col. 2.*, do mesmo voluma.
Aqui accrescentarei ainda o seguinte:
Esta sumptuosa propriedade, foi vendida
em 1864, em praça, no tribunal do thesowo
publico, ao sr. D^ Joaó Oalamanca (ddpois
marquez de Salamanca) por pouco mais da
dez contos de réis. Fez-so esta venda, para
que o producto d*ella fosse empregado na
compra do palácio dofolleeido conde de Ear*
baeena, no campo de Savia Clara, em Lis-
boa^ para ficar eerviado de residência aoa
patriarchas.
Para este palaeio veio, em busca de me-
lhoras, D. fref Francisco de S. Lúis Saraiva
(2.* do nome, na serie dos pattiarehas de
Lisboa), mas aqui faileceu, em 7 de maio»
de 1816.
É n*esta fregueiia a potoa^ do Foço do
Bispe; onde está a 1.* estação do eaminlMi
de ferro de Norte e Leste. Também são d*ea»
ta freguezia, os legares de Braço de Prata
(vol. 1.*, pag. 432; coL 1.*)— Caôo Rmvo (voL
2.», pag. 16, col. ÍA)
No sitio do Poço do BitpOf se afasia da
Tejo a estrada marginal, e internando-se
2 Actualmente está na parte da frec[aezia
de S. Jorge (Arroyos) extramuros de Lisboa»
em um prédio do sr. conde de Magalhães, no
largo do Leão, n* 12. No pavimento ioferior»
é a afferição dos pesos e medidas— no L"" aa*
dar, a camará— e no 2.% a administração do
concelho, a repartição da fazenda e a recebe-
doria.—No 3.» andar é um hospício, do mu-
nieipio, que tem a seu cargo 21 creança?.
246
OLI
OLI
«B tanto, vae díretu «o logar dos OAiTâes, i
« d*ithi a Saeayem. . .
Antes porón de chegar losOlmes, passa
por Su Garoelio^ motieiro do religiosos' arra-
bidos, sitaado eas «ma plaoiet^y.eeroada de
bastos arvoredos^ -que lacem .esfa»3iti0' mui-
to aprazível. Foi este mosteiro fiindade pelo
aargealo-móri Joio Borges de Horaei, «m
uma ermida que aqui. existia^ éedieada a
Nossa Senhora da Estreita, em 1674. Nos
seus princípios» íei apenas un hos^oiív oa
casa de convalescença* doareligiosoa d*esta
ordem; mas» em 1718^ UA ampUaáo o edifi«
eio, sendo então eonstitoido em mosteiro re-
galar. É edíiicio pequeno e de medvsta fa-
brica, e em harmonia com a egreja, qae é
tamhem de acanhadas dimensões, e de maita
simplicidade.
Foi notável este templo^ pebcoaeovteo-
cia de romarias qae. vinham aqni festejar o
lea orago, e ainda mai«^ por ama asança
tingaiar do povo, n'estas occasiões — era a
seguinte— ofTereciam a S. Cprneljo, uns cor-
nos de prata, ou de cera (segando o voto oa
promessa que lhe haviam foito). vi
Jnlga-se qae isto provinha do próprio noi
me do santo, e de eJle ser advogado contra
as mokstias do gado bovino.
expulsos os relfiMMOSy nm 4834» flcDu o
vosteiro «asna córca serviodode residnn*
da 6 passal, do parocbo da (f^sioecía*.
Um decreto de S5 de Julho de IMO^ eour
fexiu aos Olivaes, o seu braeao d*arroas, que
é — escudo divididoí em palia» lendo na i.%
as armas de Portugal j w S.% dividida en^
dois quartéis, no superior, em cMapaiazni
a rainha Santa Isabel, kodo á direita, o rd
p. Diniz, seu marido-*e á esquai^^,- sea fi-
lho, o infante D. Aífonso, .depoi&IV-r todas
as três figuras, ds prata, com C9râas>e espa-
das d'ouro. No inferior, ^em campado ouro,
duas oliveiras, da sua cor, tudo encimado
com a coroa reaL
Symbolisam estas armas, as pazes que fez
Sanu Isabel entce ,seu. marido « seu Uho,
«m Alvalade, no anuo 1323. Ç^iáibAhaMie,
€ampo*Grande e CampoPequeno )
Note-se que aqaelle decre-
to (que custou ao município
* 1
f. '
SOâ^OOO ráis, á^ dirmiú^à
mercê !) só mandava ter «
dois Qlttrooi iqnartein âo o-
cudott* depois,. asada prol*
dentei eamaca ver. vise»
dn ÓD fÉçd úo Ltamiar (Gotfi
Bonao) é que o encado nain-
gflMDtou com. as armas de
PortDgal a com a coroa.
.*.. As oliveiras, altadem
bem ao nome da
^ i
Tem 1 este «Mceiho: . .
Fabbicàs --^d*alvaiade, i ; agnarâema; t;
bolaeha <a vapor)^ i ; cortiça^ %7 ^esnaaq»
d*arroz (a vapor), i; tinturaria a-emaapsp
ria,* 7; lanifloto, t; loiça- dé' barro, 4; Ma
fina, I; massas, i; moagom de tarkília (asi-
poiV^ papel pàm esenipia (avapar)^ I; pip
pel pardo a papelão^ 2; sábio, (H^flebo» 7; tt
baços, % tecidos -d^algodío^ t. • i
Ha n*estBnDoneettao 171 éarres de boi%i
466 carroças, tiradas por bois otL
BoSaoaveoi ha uma piaça deloonM^
gorada em 16 de maio de 1872^, poroceant
da- feirar do- Espírito Santo. .Bslà
na margem direita^ do :río, janto
^aB condia â éstafão do» caminha 4a iiárfit
epnncimo relta. <i
Ha no concelho (Í67IQ 10 trena* ér*aÍQga«.
. Aindostiâi ifahrit é* quast exoliiaiTi é
Beato e Olivaes. > • -^ t
', Vem as seguíiites^asyles: na Beatas diil-
gido pelo governo, o de tMaria Pia,» pas
nNBdigos e io(hnclaabandoaadav*'^aialMB
os sexos. —^ Oampo43rande^ a espessas ii
partleutarei» lnfeBeia.4e8vaMa ^ sbxo fe>
minino.-^Lamiaiv iniancia desvaiidaJ(leia
.léminino)*eipobresafiEitá<4aafnipiiaBMo4> edi-
flcio para recolher os asylados, qae sôilofem
edaBaçdo,- cáutida- e .vestuaria > '^
^ No:Bdifieie;dQiextiaolo^èoaivcnto«âe-NMa
Senhora .djii^«0>neelficx,. de Marnllo/ wá •
asyla'de> D. imifl I, que esteve- em fiileia.
'Na>púvoafàs-dosDlivãiiBa ha nana asooia
de meninas, mantida peia sr.* viscondessa
dos OiWaes; a na do ileato, oalra soheiiia-
da pelo sr. conde do Casal Rílieiro^ e aozí-
liada pela Associação Humanitária, do Beaso.
Irmandades e confrarias, 22, com o
ou
ou
247
diflMBto ânnoal (médio) «a 4:4i8M00 ráis.
Albergarias, i.
Escolas pabiiea% noa Olivaes^ a Normal
prímarúide.Lifibofiy e maia 15 4o sexo mas-
coIído, 3 do íéminino, e 2 míxtas. Tratasse
da creaçao de mais t para a femioino.
Escolas particulares, pagas pelas famílias
dos ahinnoa: i de pilotagem, em Braço de
Prata (dia-se qae irá para Belém), e de in-
stracção primaria, do sexomasculiQO, 3; fé-
minino» 12b .
Escolas gratuitas : Para os asylados» no
Maria Pia, uma .para cada sexo; e uma para
o feminiiM.em cada um dos oatros asylos.—
% uma para cadasexo, a expensas do aiv Av-
cbibald Turocrr.
Associação de soccorros motoos, filial da
Bomaniiaria, i no Beato.
, Estação» do canúoho de ferro de lesta, 3:
Poço .do Bispo -— Olivaes — a Sac&Tam^
Mioas : em Looza, do sr. Jayme António
Sobral, i de. cobre, ferro e carvão; 1 detco-
iire a enxofre.
Direitos de portagem, na ponta de Saca-
Tem: J^ e«ft 1873 rendeu 6fc7M85 réis; abati-
dos J08 ordeiiados e mais despezas^ eniroa
no cofre, 33S|;825 réis.
MEittABQs: Gado.-*< l.^" domingo, da cada
mez, no Campo-Grande — ^ S.V Sacavam-^
3.% Charneca ^4.% Loures.
FuifeÁS — l^.dommgo d*ontnbn> . até ao
fim do mez, Campo-Grande; bijoaterias,ianS|
lii^os^ frttcUs, ate. (os 3 dias primeiros» ga*
do«) < ' * i
Domingo 4'Espirito-Santo. -^ Sacavam, 3
dias-*^ gado.e .diversos, géneros»
Ida fevereiro —i gado •— Lumiar»
S4k . » > . Idem idem.
34 áa^. agosto —- Idem (3 dias) -i- Ghar-
Nomaro da propriedades nrbanas (actual-
mente), 2:977, com o rendimento coUeetavel
de 106:3944194 réis.*- Rústicas, 7:254, ren-
dimenlo eolleotatel, 293:8054697 réis.
A fabrica de Janiâeios éa Ghellas— fiação
a tecidos» em Xabregas--e a do Campo Gran-
de— em 1872, produziram a valor de--
196:1294000 réis, trabalhando 80 bomens,
74 mulheres, 108 rapazes, a 32 raparigas.
Pedreira8Âd*alvenaria, em exploração, 6—*
produzindo, em 1872, 11:620^ metros cubi-
cas, nio contando* com a do sr. duque da
Loulé, ena Vialonga, na ^Censào de 600 me-
tros, pois que a explora gratuitamente qual-
quer pessoa que Itoo peça.
MOVIIIENTO OA »<»e&AÇÍM> EM 1874
Nascímenlos: filhos iegitimos, varSes... 440
• ' t fêmeas.. 358
i ditos illegitimos^vardes... 84
t ■ • t fsneavi. 51
Total... 933
Óbitos : masonllDos. . . « « • . . . 365
:• fntnlnós..^ ......335
Sexta-feira de Paixão— gado-^Loocas.
. i.* Oitava da Pascho— gado-^Ganeçàs.
t¥ de junho -^ gado -^ Canecas.
t9 de junho --* gado—- Loures (4 dias).
Domingo de Pascboa — gado (3 dias) —
Santo Antão do.TojaL
iO d'ago8to,*^gaxlo (3 dias)*— Póvoa de
Santo Adrião.
1 FeiU em 184L
Total... 700
D'astes^ 50 fellaeeram nos asylos. (A maior
morulidada M nos mezes de julho e agosto.)
Casamentos 182
Os mosteiros d*e8te coneelho ande ainda
hk rallgfosas professas, são os seguintes:
l.«--Nossa Senhora da Conoeiçâo, da Luz-
am Arroyos, freguesia de S. Jorge, extra-
moroa.
2.*^Noftsa dos Ifartyres e Conceição — em
^cavem. ' '
3.^--Fr0iras agostinhas (grillas)— no Beato.
4.«»Genegas^ regrantes de Santo Agostinho
(cruzias)— em Cbellas.
RecolhimetUas na c&ncêtho
Rêgo— Campo-Orande— Amparo (no Bea-
ta)--a Nosto Senhora do Monta do Carmo,
nos Olivaes.
Está aactorisada a ereação de quatro par«
tidos médicos, n*este concelho.
348
OU
OU
Yae constrnir-se nm.aatidoiiro mnnici-
pal, no sítio do Senhor Roubado (Aineixoei-
ra), o qaal, segundo a planta» já appro^ada»
deve ficar magestoso, e com as precisasjcon-
dições de aceío e salubridade.
O governe auctorisou esta construc^o^em
junho de 1875.
Em 1859 foi creada uma medalha com*
memorativa, pelos serviços prestados ao po-
vo, pela occasiao da febre amarella (1857);
com esta medalha foram condecorados vá-
rios facultativos e empregados públicos.
Ha duas estações de guardas municipais—
uma no asylo Maria Pia^ outra na lábriea de
tabacos, em Xabregas.
Na manban do dia 26 d*outubro de 1874,
86 suicidou com um tiro— no olival do con-
de de Vailadares, freguezia dos Olivaes —
Lourenço Marques. O vicio intáme do jogo
é que o levou a este acto de desesperação.
Se ao menos este exemplo (e outros muitos)
aproveitasse aos jogadores, ainda ocaso nao
era tanto para lamentar; mas, infeliunente,
nào approveita, e o jogador, depois de per*
der a sua fortuna e a sua consideração na
sociedade; e depois de deixar a sua família
(se A tem) na miséria, e muitas vexes na des*
honra» acaba por ser ladrão ou suicida.
Em outubro de 1874, foram mamfoatadas
na camará dos Olivaes, uma mina de earvie-
(linhite) e outra de enxofre.
En) uma terça-feira, 11 de maio de 187^,
teve logar a ceremonia da benção da nova
capella que o sr. conde da Redinha mandou
edificar na sua quinu de Montalvão, fregue-
zia dos Olivaes; a qual capeJla foi dedicada
a Nossa Senhora da Conceição de Lourdes.
£' o primeiro templo doesta invocação^ no
patriarchado e o segundo em Portugal.
Foi escolhido esse dia, por sex o aoniver-
sario da senhora condessa, e do seu casa-
mento. . .
Foi esta ceremonia feita com todo o es-
plendor, havendo missa solemne, a sermão,
em honra da milagrosa padroeira.
Foram couvidadoa para as^Mfr a eHate-
U7)religi09a» os próximos pi^ifle) àm^t
condes e os seus amigos nai&iitioiMlk-
vendo no fim um esplendido |anli»v
Os{nossos amigos fidalgos, aJoafi imiv-
gonham de ser fervoroso» câthol^os, « Ira
eonfassarem publicameoto,
A quinta de Ifontalvão, pertenceu ao «•
tigo morgado de Montalvão (revendícat^pir
Sebastião José de Carvalho ^ Melia, dqÍÉ
l.« oiarquezde Pombal, antês ^ eeug^^'
no, como se vé do processo de revenéUocM
arehivado na Torre do Tom^Pj-e no caiu-
rio da casa do Pombal) foi ao)>rogada por
bens da marqueza de Cascaes, pornadeà
qual passou para a coroa.
£1-Rei D. José I, fez doação dVlla a M
Francisco de (orvalho Daun (que foi oi*
conde da Redinha) por alvará de l^deji'
lho de 1776, e carta régia de Í9 de
do mesmo anno; para a lograr por si e
suceessores (dispensada a Lei JMnifal) çm
a natureza de vinculo, com que » poisiii
seupaeo 1.' marquez do Poeilial, antes à
sobrogação que d'eila fez, pela sua fíealBt-
solução^ de 12 de setembro de I76(K coflut
marqueza de Caac9^ por cujo oèilo.Aaii
nos Próprios da Real Fazenda, em qoe^ealfe
estava.
Por morte do dito José Franeísea-^o Car
valho e Daun, 1.* conde da Bedlolia, e4^
pois 3.* marquez do Pombal, por ler MM*
do seu irmão primogeuito o â.*aiarqii€i (Bei'
rique) succedeu na posse da casa da RedMi;
e por tanto, da quinta mencionada, o sevi*
lho segundo, Nuno Gaspar de CarvalhoilMai
e Lorena, conde da Rediahai qa^ láttesA
em 14 de maio de 1865. .> . '
Partilhada a casa da Redinha, peia M à
desvinculação existente, coeb# esta qoMi
ao filho primogénito do ultimo eoii4^.Afli»'
nio Maria da Luz de Carvalho Deiim e U»
na, que hoje a possue, sendo notáveis u
bemfeitorías que o antigo prédio urbano di
mesma quinta tem recebido e nava3 estt*
tracções que se teem feito de.«de0iiiio. :
Consta a propriedade, de prédio uita^
oommodo e luxuoso, a nova e feroiott ca-
pella, de Nossa Senhora- da Concei^ à
ou
tioiinfe»; biàk pkfà ttúáklro e offieínas pre-
cfefirj A livítiitA é tnvLTUàn, e eòtttpSd-se de
•v(idM(%'ft^vorès (9é f^tlcf(^» d iteni' ánnéxas,
duas ietY^éd'éemt^íiékiTâ;toúimÈCllh^e^
WâeflèmfÉnd^ Wallè ãéJndh, vtilgt)— os
VAiS^-^^-M fttmuMro á qnfDtá d'est<^ ho-
me, e que fica náinífrádâ ({tie^Tae dó Poço
do Bispo para os ONyaes por S. Cornelíb) e
Oi^otttrè— O Copífw— nò «amlolio qtie vae
do fe^^ ^dá Lage para tMM^ fronteiro á
qnlMa^Céra.
' B^ aetoalmefite representante e admínls-
indor '4a n^bníssittia casa e condado da fte-
álfllia,< o sr/ António' Maria dá Lnr deCar-
valMDatía e Lorena, 3.<» netodò i.*mar-
quwdèPodilml, caTalUeir o sympathfeo, qae
todos respeitam pehs snas beRaá qtialfdades;
eiipézar d^ peftencer ao partido legitimfsta
lA)f ttfgtiez, codtà amigos sincero^ em todas
as itâPèlaMades politicas, em qcte, fnfétiz-
Aeõie, «stSb dWididcfs es poftngaeíes.
I 'Tnila'*se'de^ eontràtaf eom a Companhia
40'pí% Ha fllaminaçãò em di0^rentFá pon-
l^dO^ConeeRio.' Nisto se-^mpebha caloro-
sáhiente,'<^ácttiàl dfgno pi^sldenie da carna-
is «í sr. tàCM da 8ifva Azeredo Gotltinho
Cníieib €a»tl>no; porMi'i^' poucos òsren-
«dfneiittts dd oiunieiplo, pelo qáe não é íkeil
o eamprimento dos desejos d*este benemerí*
Wé pi*e«tatite eavatheifo.
'A estrada dos Oiivaes, desde is portas da
«Idáda aié tiv Pòçdéo Bispo, Já príoeipion
â' áér f nMUnáâa agaz, em neremlfro de
r», li ,• (
ÒLI
249
: i I
< 'Hk»<-a fre(^i1i dos Oliváés a dístfncu
llMrft de'«ar patHa do grafidè D. Fhneisco
4*Almeida e Mendonça, qtle nMcétt em 90
4fc ifévereire tie' 1957,' e^ raHeeéú bs cidade
tfb' PértiS em tft de àgostd de tôM. Jaz ilo
oeMlterf» êo Fraâo êo Rip&ttto (Porto) em
ttdi bttfliilde mansolea (f) èu frente da ca*
pèllft.'
' Foi I.* senhor donatário da vifla da Pon«
t»^<«la 9area; corregedor e provedor da ci-
dade dé Perto; e alcaldemór de Marialva.
D. João d* Almada Qàadres e Sonsa Len-
eiatre^ sen fifho (nnico varito) foi i.« bai^o
de Tavardde (Figueira) feito pelo prineipe
regente— depois, B. João VI— cm !8Ò4, e i.*
conde do mesmo titnio, em Í848.
Sua tinica filha (de D. Francisco d' Alma*
da) easoQ com o morgado da Rolfça.
D. Francisco d*Almada e Mendonça, era fi-
lho de D. João d'Almada e Mello, 9.* senhor
de Villa Nova do Sonto d'EI-Hei; 7.* senhor
do morgado dos Oiivaes (onde nasceu D.
Francisco d*Almada e Mendonça); li.* se*
nhor de Albergaria da Magdalena; 9^ alçai*
de-mór' de Palmella, etc
Yide, para a sha biographía^ o 5.<* vol. a
pag. 300— e o 6.% a pag. 58.
Ao sr. Camará Leme, digníssimo e íltns-
trado empregado publico do concelho dos
Oiivaes, devo ama grande parte dos esclare*
cimentos que ficam mencionados; pelo que
lhe don os meus mats cordlaes agradeci-
mentos.
B* visconde dos Oiivaes, o sr. António Theo-
pbito d'AraQjo.
OLIVAES— Vide o !.• Olival
0L1TAES — fregnezia, Douro, concelho»
comarca, distrícto adihini«irativo, bispado e
protímo a Coimbra, i05 kllometrôs ao S.
do Porto, 204 ao N. de Liáboa.
I^m SOO fogos.
Oi^gó Santo António de Ltsbóa.
No Casal do Maia^ d'esta freguetia, tive
uma mulher chamada Jacintha, qae naseen
em 1767 (no mesmo anno em que nascea
D. Joio Vf f) Anda pois em 108 annos.
Não se entrega a grandes trabalhos, por-
que vive na companhia de nm filho, já ve-
lho, que a sustenta; mas, assim mesmo, ain-
da faz alguns serviços. Tem filhos, netos^
bisnetos e trinetos.
O mais qae ha a dizer d'esta fregnezia»
está a pag. 38S, eol. 1.* é seguintes, do S.^
volume.
OfLIVAl ou SANTA MABIA 90 OLITAL
— e também, dos Oiivaes. Actualmente a
anica freguezia da cidade de Thomar. B* pola
eõmarca, concelho, e prelazia d'esta cidade^
no distrícto administrativo de Santarém, •
esti annelca, no ecciesiastieo, ao patriarcha-
do. Dista de Lisboa 190 kilometros ao N.
Tem 1000 fogos.
950
OU
Em 1757 já tinka nma eò íregaezta, mas
eom daas egrejas matrizes,, cada uma cora-
da por seu parocho. e com 9ÕH fogos. -
Era até 1834 nullius dicecesis*.
Uma das ein*ejas é dedicada a Nossa Sc-
shorj^ da Assumpção^ vulgarmente, Nossa
Senhora do Olival, ou dos Olivaes^
A mesa da consciência apresentava o» vi-
gário, qae tinha 200^000 réis, derendimen*
lo annaai. 1
A outra, é da invocação de S. loSo Bap-
tista. O, cura eracollado. e da mesma apre*
sentação. tinha de rudimento anMal réia
200^000.
. Pertenciam a esta 9greíi|,TtQdos esfregue-
zes que viviam intra muras àa viiia (hoje
cidade) e á de Sanu liaria, os que habiu-
vam nos subúrbios da povoação^ e os que
viviam ^palh^dos pelos mmks (granjas oa
casaes.) Ambas são coUegiadas.
A egreja de Santa Mana do Olival, está
fora da cidade, e na margem oppostado Na-
bão, e foi cabeça da ordem dós templá-
rios, primeiro, e desde Í3I9, da ordem de
Clirism»
O templo é de arcbifesetum gotbica, was
de singela constrttdçad. • •< -'
Alli estão sepultados oe mestres das dikas
ordens acima referidas^ em umA eapella dé
eorpo da egreja. Atáiaos reinados de D. M a*
onei e IX João III, caAa um dos sepultados
tinha tumulo espocial^ sendo alguns #e boa
eonstnicção, mas>com o pretexto de desob^
stiruir a egreja de tanios mausoléus, prati^
eouise o vaadalíenío.de os desmoronar, fti^
lendose a trasiadae^ p«iva * uma 9ò eápélla
coffl04isseraos.< .... .•
Perderamse assim os ê|)itapliiios que es^
tavam gravados nos seputcfaros de làfulos
mortas ^Ilustres, ficando apeiíass t)S de 6u^i^
dim Paes e Lourenço Martins. '
. Na capeila^már ainda se^vd à lUsctlpção
sepulchral de D. Gil Marttna, ptiroeiromes^
tre da ordem de Chrisio.
O mais que pertence a *esta freguesia, vaé
em Tkamar. . » :^ ; ^
OLIVAIr-^(No8sa- Senhora do) Beira Bai-
la, freguecta, conceitio, comarca e 1 kilo*
metro da villa da Certan, distrícto adminis-
OU
t**ativo de Castello-Braneo; no patriarehaèh
por ser do grão-priõrado do Cnalo.
Fora da viilaCda €eftan, a i^itêmelre k
distaneia^está o sanetuario de NêêSf^Saàth
ra do Olival, assim denominada» por m
ediftcada^^entre olivaes; mas, «seu verdadei-
ro titulo, é Nossa Senbera da Gra^
Tcem muita devoção eom esta eanta ima-
gem, ua só OS' povos da viiia 4a €erai^
mas todos os dos arredores, ipie abi eoa-
conrem frequentemente a faier romanas á
padroeira.
A sua fesu principal, é a IK de agosto^ dia
da sua Assumpção» e se costuma fazer eea
gnande esplendor e multa concorreneia.
Tioha o templo um capellão, ao qttalelBp
mavam prior» eom uma ooognia safOcisata
para a sua sustentação, appeseilada peita
grãos-priores do Grato, até 1834« '
A egreja é grende^e bonita, eom «resal*
unrea-*^endo ser egreja matriz de. naia
grande freguezfa. Junto d'ella ha boa» easa^
e ttma quinta, pertenoenie aos priores
O sitio em' que «stá a egr^a é algum ta»
to elevado do terreno drouorfísreiíte^-^ó-iui
legaralegre^ ameno e mnito fémosob -
lianto' ao altar de Santa Gatharitin, 'víivni
e^mnrW, 'ha um nicho^ onde esteve merisée
tOO( aunos uma estatua ^o santo eoudesla*
vel, D. Nuno Alvares Pereira. Um prier a
de^ez, e eotloeott em aeu logar amaina-
gêm éoB. Braz. '
*■ lorgé Cardoso, no seu À^oiogio <P. 3^
pag. Si7) refere o caso "da maimra ie«
gnlutè: • '^ i *
«ilabém poucos annos, tfue Unha^omeS'
«rao^^sndesiávei', imagem de inlt(]i,'ii*egre-
«]a dè NéssaBenhora do Òlivai, na Geita^i
como nos a£Qrmaram pessoas tidedlgnaSie
d'alH ufltnraes: Era eifa de cera, «Mum
kimana,'k quai recorríamos íebHeiíanlH
dê todò^aquetleeoointomcK e tinudoFon
migalha de! oera, d*ella, trazida íaoT^scop^
cm ttomina, por rellqtiia, cobravam per-
feita saúde.»
«Considerando um prior d'estaegr^aqoe
em breve levariam a estatua* aos pedaço^
tratou, amblíaoso, de seaproveitar dõ qoe
pesava, e assim á desfez, e derreteu, paia
seu uso, ou para vender. E' fama constaB«
ou
ou
251
^tê^h^ntn êijúM, iine padeesv por esit eon*
«sa, o tal prior, e todos os soas parente^
«lawsi mtaalhos. •' miseiits. »
Oli^.so/aaí,G6rtaQ quo^ôto aeonteeiíi pe»
Soppõe-sfr 4ae ícâ fundador d'e$lâ«grQÍa
o próprio .eoilideaiavel. ' > *
; ÂUyÂJi-7r4re|^etia^ Dom»^ eoocellio e 13
bjlonBtrci ao S< E. da Qata^ oonarea, h\^
padoKdJstrieto^adoiQífilratíiro^.e i^kilomo*
trpBMi&E» da Pontas dOd ao R de Lis*
boa. } :
. i T(9Bi 3S0 fagaa<
JSoi i7{^7:iiiaba 227 fogot . .
Ocago Saou Maria (Mosaa gÉHlyira da la»
0^'ffabida da:iSá, do Pacto^ apraaonUTa o
ahb^. jgí^ liiiJ»a < 4004M0 réia de rendi»
maato aoniut»^
. Afgr^a^éantbilttisrivaa^efoffstaqiaaboa-
Tft aioi a».4i»08laira de (rairaa to^oedioli»
nas, qae Do.Qmdo seeuloXV, se aii«ao.da
S. Baii^i4^ Aye*lburjia» 4a;ci<Me do fior-
i^0.qii«ia ^aoljKui r^sidlaBiHa do paroelio ó
l»9a.pafjia4*-0A90.io^(eira.
E8U..fiwgii^a».|ikar4e pel<> N. eama^fi•
V)9dr]i9ao^^liqlH»^B% ppsaa hiaima aniifa pe-
la aan, íampap mosteiro . d^ monges^ kai»r
toii, Vkm 4o9 príQcipaes que bonve em Por*
tiMEal»
^ Ml
*. I
. Pelo. M. O. e N. parla eom a grande Ire*
gueiiade Avintes, ficando a.^axtrevida^aN»
d4 fraga#aii( d<^.01|val, próximo da awMPgem
eaaiiftf4a(i4«iDaarow . »
E* terra muito fértil em todos os geneioa
jmr^QUA.4«i ^Q96ap}|t?« e ignito, abundante
4^f oaa^^af^ pi;iuaíiu4ffl«ntft 49 piqhairowi >
, Cci4 mi^itA: gi4o. j^^mti^m «w^m pir
?a^4Praiiflle 4)oqmer^Q) epQi>a eirada ika
Poriaii4fmia p^l^ rj(^ .Dofiff^ ooohi, pela^air
«Vf^.i;<^li .âe 1^* c|a8Aab.de,|iiaboai4ii^Dofk^
^pae pa«padPJr Aiúp^ 4:«na (ragoefí^:.
, S* 4aA»)^ abpn^Au^e ^ p^» quelhe
^ona da eosta, do Porto e do Doarq,.
Vide ,P^<(roio« t . . : » .,
0U7AIr-fref s^ezia^ ExUemadoray eonee*
IbQtde Viila Nova d*Ou^m» eomarcai da Xbo-
xpar, 24 kjlometros de Leiria» i30 ao N. de
J^latXML
' Tem 900 Ibgos.
Sm I7S7 tinha fMX> fogos.
Oragty Nossa Senhora da Purificação (vul-
go Candeias.)
Bispado de Leiria. '
Distríeto administrativo de Santarém.
Esta fregueera era filiai da collegiada de
Ourem. Tem etira e coadjutor, que até 1834
eram apresentados pêlo cabido da dita col-
legiada, que ihes pagava, e fabricava a egre-
ja* O enra,tinlta de ordinária, 80 alqueires
de trigor30 almudea de vinho, em mosto; 5
slqoeives de azeite; e as oíTertas da egreja
e ermidas.
O ooadjntor tinha lOjOOO réfs. Nio tem
restdeoeía própria.'
• Haaqal nma ribeira (vafsea) muito fires^
ea.e^e muita mitidade, com muitas vinhas,
pomares, quintas, olivaes, fontes, e um rio^
que corre ao longo d'ella, e a rega e ferti-
liza, e faz mover muitos moinhos de pâo.
Traz algum peixe^
■
Oapella, f^hergaria, e hospital do Po-
b£tal, n*esta froj^ezia
Martim Annes, clérigo e beneficiado, que
foi na egreja de Santa liaria d*Oorem, ins-
tituía, em 137 i, n'esta freguesia 4o Olival,
uma eapella^ eom missa qnotodiana, e o ca-
pellâo obrigado a reear n'ellaaa koras ca^
timiaas; nainHiDdo administrador para fa-
aer enmprir estas e mais obrigações.
Goai a eapella, institois uma albergaria,
com- 4 leitos, eom>saaa camas — dms para
casados e duas para solteiros — separados
uns doa otttrosr-e^ mandoH, q»e aos pobres,
emqaanto aMi ealivessem doentes, que nào
podessam sahirdo hospital, se ééssefogo,
lenha, sal, larinlM^ vinagre, azeita e frangos;
A Oiqpe, sobejasse 4aa rendas dos bens, que
conaignou a esta ^a:de caridade, se repara
tisse peles pobrea.<
. Ibadou maist qne dois beneficiadas da
egr^a d*Ourem^ visitasaem todos os annos
esta albergaria e bens eojeitos a eila, pagaa-
do-se-lhes o trabalho, â costa das rendas da
albergaria.
Tudo lato consta da instituição, que está
na oapeUa,.o ao cartório da mesa episcopal,
do bispado de Leiria.
252
OU
OU
Gomo não limitoa o qae se iMiTla de dar
aos dois vísiudores, o bfspo, D. Mártioi Âf-
fODso Mexia, per visUação^ em 1614, arbi-
trou 400 réis.
O edificio da albergaria está peijto da
egreja.
A sua visitaçSo e a da capelia, é prirati-
Ta do prelado da diocese, oa do seu visita-
dor. E assim, pretendeu o bispo, D. Pedro
de Castilho, que a tomada das oontas da
coDfraria e a visitação dos hospitaese alber^
garias dos dístríctos d'Oureiii e Porto - de
Mós, fossem privativamente da sua Jofísdie-
çâo, como era nas mais partes do bispado; po-
rem o rei lhe indeferiu, mandando que nos
ditos dois dlstrictos, e nos de Aljttbartoia
e Alpedriz, tomasse as eooias das confrarias,
o visitador ou provedor da contarea, o que
fosse primeiro.
Ha n'esta freguezia, as ermidas segninlee:
Nossa Sefíkora da Guia^ na* síldela de
Maçomodia. Foi construída em Í601,' o do-
tada por um particular.
Nossa Senhora da Graça — no logar da
Gondomaria. Foi feita por visitação em i603.
E' fabricada pela sua confraria e pelos mo-
radores do logar. *
S. Sebastião, fnartyr-^èwi ^"€«10 dia ea«
sas que foram de Thomaz Pedroso.
Foi construída e dotada por elle, em
1604. Consta do L.« 2.*, do registo, a fl. 90$
mas alli diz-se que é da invoea^o de S.
Domingos. A escriptura da fabrica, está no
cartório da camará eccfosiastica do bispado
de Leiria.
S, Martinho, bispo^xnm limttes do logar
da Soutaria. Foi fefta por devotos.
S: Sebastião, martyr (8.«) — no logar do
Rosouro. Tem fabrica particular.
Nossa Senhora da Piedaéh^no logirda
l^rgueira. E' fabricada pelos devotos.
Santa Barbara, virgem martifr^^nsa^n-
la que foi de Paulino Mendes. E' fabricada
pelo proprietário da quinta.
Santo André, apostolo — na TentaMiaria.
Tem fabrica particular.
Nossa Senhora da Esperança—jm Ribeira,
junto às casas que foram de Gaspar Vicente
Martins; mandada fazer por ^h^ e a dotou
com rendas para a sua fabrica.
Natêm íSmkÊra.da Camteiçiê* na
Ribeira.' ''•.'•..>
B^ anilqnisaima, o» foi nedUleadait
1578. Tèm confraria a.eQmprMaêeio»1eofll^
mado peio cardenl^rei, !>.• RenriqM^^m
«' -.
Tem «sta eapella, om auto do aá/W. 4i
6(1 a 70 aiqaelnoB^dÉaaeitB. Tem umat vurii^
que 4ÍL, teumo oédio, 400 almuéee dev^
nlNi Sete alqueire do trigo de Nlr>*^«Hl
§ tantas 'réis em dinheiro» d» oatn iih
zenda.
Tem obriga^ de ceHo numera 4enii-
sas, pelas almas dos que deixaram eniaafi-
zoAdsSyiopoloe cabidos. .^
Tom obrigação de ter oito toebas Mn 0|-
rem, oHo em€ei^io oito na EgvciarJfoia,
em MifiU fechadas;^ dois mordomo^omia-
da orna d'estas partee, e o neoeaeario pan
emerrir os irmioe do oada nmti^ 4i*t^% e
de mandar diaer uma missa poln alma ds
cada m. -
Ita» também obrigaçio de «nlonar «s
pobres ffaitliitaaMnio» e mandar^lhea^dlnf
uma missa a ead» om^ por soas alomsi Vm
Ikespitil, qoe instituiu Diogo da Praçoi e Ihi
doMi 40 aiftteires de trigo, o 4oi» di
atoite. ' *
Tem uma grande feira, a 8 de
brd.
No Bêíreito, aMeia d*esta fregttem^ m
extremidade por onde confina oom-n de Frei*
xianda, umbem do concelbo d*0Qr6n^ eiii
a eaj^tta, deneminada de Nassa Semkêra á»
TMfteAo, á qnai anda ligada uma traditit
poptlari'qiioiem^>dosos vizoa deeeimi
Hieto Mstorioo; é- o seguinte:
O conde de Gastelio Melhor, D. I^Ete di
Souza e Vasoonceiloa, ascendente doa amr
queeès do nseemo titulo, sendo pervegoíii
pelos fidalgos da eôrie de Dt Fedro II i^
fora aceiamado rei, em itdoaeientoodB
Id83, no próprio dia em que láUeoera» pn*
so nos pa^os reates de Cintra, oeu Infètta i^
mão, D. AÍTottso Yl) sendo pers^nlda, dígis
logo n*esse mesmo anuo, por ser amigo o va-
Hdo do monarcha Callecido, ftigiu de Lisboi^
e veia asylar-se n'esta aldeia do Eatreín
(que é cercada por uma vasta ebanaem) •
OLI
OU
253
qtte Mj dMtf^do em tnios de toviidor,
pMsára alguns mezes, vivendo na eaaa ét
xi^^rnébêéí^tmmpo..'.: ... r .-i
Jttl|«v4Lié^o 'éoado àiaiina «itoheFlo da
vindicta dos seos inimigos; ponm^ aaonlir»
ttoên tMMar pM^ ai|«i irer<eavalWnw vin-
dos de* Uítoot (ul vee dei 'prq^íta a piocii-
fal-i6) '«Éi>oocaálãò qne.enciMiée eegiiia«in
lavrador qá»eondiiiía ubm earead» de aaí-
le; 4$i<ifende> quer cfdavaUeireeirepaffavam
muito n'elle, se foi, disfarçadamente esoon-
der tta'«m vaile; pebr onde mrre ima
ÊésOél '
Os cavalleiros inetanun eomoo^JaifAder»
pártf que lhes díeseaie be aqneiie et» com
eífelto^o OQBíde^ie lhe» iodieasaft^) útío para
oiêsrelie haviahido^att qdSi o tavrador nee*
ponden^ *i|iie:^ nem.uiiietie^era eonde» mas
nm^táviPadordo legary nem. aabía para 4mde
liiriía bldOH^ fezendo camiÉlio pUB' o si-
tie onde sabia qae o conde estava, esoonidi-
' 4o; «dsiéairegen sobrr elle ledà A.camda de
mátto;'fni0tRaaio^ assimas peafoiaae dos
c^t^ãos^ qmeilfeeBpevaB^adoa de ai^hacem
4^ teonde^ âe fomm por : onde Ihibam vindo;
O dende, «ahiudií entío 4i^aea; esceiuderii
jo, declaroa qae tinha escapado, por mlla^
gre de Nossa Senhora do Testíoho, de enja
ittM^mtaitd»ra-8Bmpre«€0inpftDbado;« lo-
go alli fez voto de lhe erigir ama capeUa»
iii'a(qfiell» meemo sitão^ie^ de a dotar eom os
meios neoessarioi^ paimnWUar.ae4iier>mi8*
sa âos domingos e dias samsliâcadoft
* O t«Qde 6afA[M!ia. i proneeea, «arigipdo a
eap«lla( ia* sebs vdeaceiídeoA^ leeja oimipri-
Ho tei^iesamence at promesaa; 4o nm «as-
cendente, Guidandofia- sfta fabrica^ e eoítò
divino,' e aiadK aeluaknenle alU.ee dizem
mlseaé nM éias d*eUa.
• José Dias Antunes, iHOMlOfâo lavrador
qné encobria o ednde, ^6 qne> aáminíMa os
'- reaêlâaeios da cafclla, e.<esida dasnalá-
briea e'eátio.
Para eorro^mr eitta tradição^ eslâi. en-
iradal da eapella a seguinte ioscripçaa: .
AQUÍ ESTEVE ' " '
LUIZ D£ SOUZA S VASGONCBLLeS,
OONDS PE CASTELLO IIELBOB, POR MUiTAS
»i »
SmANAS; o OUAL, INVOCANDO
O SANTÍSSIMO NOME DE
NOSSA SENIIORA DO TSSTINHO,
' ^ TEVE &tJA DEFXSA.
1683
' ' Còdsta que exfster no cartório da familia
Castello Melhor, am documento que prova a
tradl§5o. ^ ^ :'
Aegreja parochiai da freguezia, está fora
da povoação, nositio chamado Adro de San»
ia Maria. Tem nove degraas, que se descem
para a poeta principal, e d'esta para o corpo
da egreja, ainda roais oito.
OUVAL — ^ aldeia» Deira-Baixa, comarca»
eonoelbo, freguezia, e termo do Sabugal. To*
moa este nome, por causa de um grande oli-
val que havia aqui, e que foi de D. Álvaro
4o Oiival, no reinado de D. Pedro I— É does-
te cavalleiro que procede o appeliido nobre
de alguns dos IHivaes.
' As armas doestes Òlivaes, sap : em campo de
prata» doas oUydras verdes, em faxa, cora
azeitonas d'ouro. Elmo d'aço, aberto; e tim-
bK^ uma das oliveiras do escudo.
. OLIVEIRA-- antiga villa da Lusitânia, na
aeiual província do Minho, concelho de Fa<
fe. Estava fundada junto, ao rio Cêlho. Yé*
ae mencionada po livro da condessa Muma*
dona. » .
Não ha bo|e vestígios de semelhante po*
voa^, ou mudou de nome» e não se sabe
qual das actuaes povoações d'estes sities te«
ve aqueUe,
OUYXIiUl (Paço da)— antiga casa, do Mi-
nho, unida á nobre casa do Tanque. É da fa-
mília dos melhores Yasconcellos» da provín-
cia. Trami por armas — em campo preto^
ili^B toxaa» veiradas econtraveiradas de pra-
ta e purpura. Timbre, um leão preto, faia-
da das três taxas das armas.
OUY£IRA <Santa Maria de) — e também
OuvBiRA DO Mosteiro — freguezia, Minho»
comarca' e concelho de Yilia Nova de Fama-
licão, i8 kilometros ao 0. de Braga» 360 ao
N^idekLisbQa, i601bgos.
Em 1757 tinha i30 íogos.
Omgfl^ Sania Maria (Nossa Senhora da As-
sumpto). .
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
254
OU
OU
Foi do antigo julgado de Vennuim. Foi
villa.
O prior do convento de S. Vicente de Fó-
ra, de Lisboa, apresentava o vigário, qne ti-
nha 140^000 réiâ de côngrua e o pó d*altjur.
Estiveram annexas a esta, as freguezias
de S. Thiago de Figueiredo, e de S. Marti-
nho dos Leitões.
É terra fértil, e cria muito gado.
Teve um mosteiro de cónegos regrantes
de Santo Agostinho (cruzios) edificado junto
ao rio Ave. Foi seu fundador Árias de Bri*
to, avô de D. Soeiro, em 1033, i>ondo-lh6 cle«
rígos. Foi seu primeiro prior, D. Antão. O
fundador lhe deu todas as herdades que ti-
nha na villa de Oliveira, em Garrazôdo^ •
em Subílháes.
Seu neto, o dito D. Soeiro de Brito, reedi*
ficou e ampliou a egreja e o edifício do mos*
teiro, e lhe augmentou as rendas, entre el*
las, a das pesqueiras do rio Ave, pelos an*
nos de i200.
Pedro Aunes Coelho (irmão do prior does-
te mosteiro, D. Fernando Pires Coelho) e sua
mulher, D. Margarida Paes (outros dizem,
Margarida Esteves Tdxeira) doaram a este
convento, três casaes, na terra de Vieira;
com obrigação de missa quotidiana, e de
terem os frades sempre acceza a alampada
da padroeira.
Domingos Martin^ abbade de Castelloes,
lhe doou a sua qwnta de VUla-Pouca^ e o
campo de Real, pelos annos de 1340.
Este convento foi unido ao de Santa Cruz
de Coimbra, em 1599, e para lá passaram to-
das as rendas; porém depois, algumas d*es*
ias e o padroado da egreja, passou para o
mosteiro da mesma ordem, de S. Vicente de
Fora, de Lisboa.
OLIVEIRA— aldeia, Beira-Alta, freguezía
de Lourosa. (Vol. 4.% pag. 466, coL 1.% no
fim.)
No logar de Oliveira, está a ermida de
Nossa Senhora da Expectação, ou Nossa Se-
nhora do Ó, vulgarmente denominada Nos-
sa Senhora de Oliveira.
A aldeia d'Oiiveira, fica 5 kilometros a E.
de Viseu, e 800 metros ao O. do rio Dãow
A capella fica ao £. do logar, ficando-lhe
o O., uma grande extensão de vinhas e po-
mares, que íazem o sitío formoso e de moi'
U aaienidade* Ao E., ha também vastos oli«
vaas, terminuido em uma serra d'ondê m
descobre um extenso e variado hõrisonte.
A capella é ampla, o tem o altaivmár e
doii laleraea.
A festa da Senhora^ é a 18 de dezenhro^
qae é o dia do seu orago.
T«n uma irmandade muito antiga, cajos
estatutos foram approvados em sede vacaa-
ta, DO anno de I67Í( (muitos annos depois ái
existência da irmandade) pelo doutor bio-
visor do inspade, Duarte Pacheeo â*A]lNh
querque. Suppde-se que é a reforma deon*
troB antigos estatutos.
O papa, Urbano VIII, por breve de 1619^
concedeu a esta irmandade, muitas graças e
iadulgeodasi. Constava ella de iOO imãos
seculares e nove ecelesiasticos; alem dos ia*
pranumerarios.
Podem ser admittidas á irmandade, todas
as mulheres honestas e virtuosas que opf^
tenderem; mas dão de entrada 4Jtô00 réu.
(Os homens dão só^VOO réis.)
Os nove sacerdotes de numero, «ão obri-
gados a cantar os officios dos irmãos qoe
fallecem, os anniversarios, e a missa prind-
pai, do dia da festa da Senhora.
Os irmãos são também obrigados a assi^
tir aos ofiQjsios dos seus confrades que mor*
rem» e aos anniversarios, com obrigação di
rezarem n'eatasoecasiòes, umrozarío a Nos-
sa Senhofa, pelas almas dos defunetos por
quem se fazem os officios.
O districto da irmandade ó toda a fregtiê-
zia de Lourosa, toda a de Vilka-Chan-de*8á
e a de Silgueiros.
Governa-se pelos offlciaes da mesa de ea-
da anno, que sáo, o reitor, um secretario^
um thesoureiro, dois mordomos, dois depa-
tados, e três chamadores.
A irmandade não tem outros rendímenios
alem das entradas, ou jóias; iOO réis por an-
no, de cada irmão; as esmolas do azeite, para
a alampada da Senhora; as oíTerias dos de-
votos; e algumas doações testamentariaSi '
Nunca teve eremitão; mas consta queto-
ve antigamente eremitôas.
A capella primitiva era muito antiga; po-
rém, sendo pequena e estando arruinada» foi
OLI
reconstruída bo prineipio do secnlo XVIL (
OLIVEUUl (Santa Maria da) -^íreguezia,
Uinho, na cidade de Gaimaràes.
A pag. 3M do 3.* yo]^ disse algama coisa
coro respeito â insigne collegiada de Nossa
Senhof^a da Oliveira de Guimarães, reservan*
do para esie logar (por não fazer o artigo
d'aqaella cidade mais extenso) mais algumas
noticias que julgo de muito interesse histó-
rico.
Foi instituída esta collegiada, com as ren-
das do mosteiro mais opulento, da ordem
. benedictina, que entào bavia em Portugal.
O mosteiro havia sido fundado, em 9^, ^
pela condessa Mumadona, viuYa de Herme«
nígildo Gonçalves Mendes, conde de Tny e
do Porto, e governador da província de £n-
tre-Douro-e-Minho, e que vivia e morreu
em Guimarães.
A egreja do mosteiro, foi dedicada ao Sal-
vador do Mundo e a Nossa Senhora da Oli-
veira; e no mosteiro, que era duplex, se
recolheu e passou o resto de seus dias, a
fundadora, que era tia (e alguns dizem que
também colaça) do rei de Leão, D. Rami-
ro IL (Vide Ancora, rio.)
Do casamento de Muma Dona, ficaram seis
filhos, e procedendo-se a partilhas, por mor-
te do conde, tocou á viuva, uma quinta em
Creixomil, próxima a Guimarães, ea sua fi-
lha, D. Onega, uma outra quinta, denomina*
da Vimaranes. Gomo esta fosse julgada mais
própria para a fundação do mosteiro, deu a
condessa a sua filha a primeira e recebeu a
segunda.
Este mosteiro era riquíssimo, tendo gran^
des rendas em Portugal, Leão e Galliza.
Tinha também grandes privilégios, conce-
didos pelos reis de Leão, D. Ramuro II, D. Or*
donho IH e outros; e depois, pelos reis de
Portugal.
Consta do cartono da collegiada, que no
tempo de D. Fernando Magno, rei de Gastei-
la e Leão (1037 a i060) não havia parochia,
viHa ou logar, desde Ponte-Vedra (Galliza)
até á margem direita do Vouga, em Portu-
* Frei António Brandão, diz que foi em
900; mas ainda n'este anno não havia nas-
cido a reforma ciuniacense, que só princi«
piou em 910.
OLI
255
gal (240 kilometros !) que não fosse foreiro
a este nobilíssimo convento, do qual foi pri-
meira prelada, a condessa fundadora; o que
se prova pela doação que em 951, fez D. Ra-
miro II, da villa de Milhares, junto ao Dou-
ro, a este mosteiro, na qual se lé-^ Concedo
vobis illam (a villa de Milhares) ad tuitionem
ipsorum fratrumy et sororum, quae sub ves^
tro militanty etc.
Dotara também, a condessa, esta casa, com
riquíssimos moveis, muitas peças de prata,
de grande valer; porque era a senhora mais
rica do seu tempo. Foi freira professa mais
de setenta annos, servindo de exemplo às
outras religiosas, pela sua humildade, cari-
dade e penitencias, falleeendo, com fama de
santa, no anno mil de Jesus-Ghristo.
Consta que os primeiros monges que po-
voaram este mosteiro, vieram do convento
de Tollões (ou Tellões) freguezia, Douro, ho-
je da comarca e concelho d' Amarante, e que
foi do concelho de Celorico de Basto.
Estando n'este mosteiro, D. Fernando III
(o Magno) pelos annos de 1050, lhe confir<^
mou todos os seus antigos privilégios e con-
cedeu aos abbades d'elle, jurisdicção civil e
criminal, em todo o território que se esten-
de entre os dois rios. Ave, e Visella, e no de
San Torcade (S. Torquato).
Vários mosteiros (mosteiros) foram sup-
primidos por pequenos, eencorporados n'es-
te, o que também lhe augmentou as rendas.
Villa do Conde, Fão e outras villas, também
pagavam rendas a este mosteiro.
Tomando posse de Portugal, o conde D.
Henrique (1093) estabeleceu a sua corte em
Guimarães, dando-lhe então foral, com a ca-
thegoria de villa.
N*este tempo, já o mosteiro tinha perdido
grande parte das rendas que tinha em Leão
e na Galliza; e os fidalgos da corte de D. Hen-
rique, principiaram por lhe pedir logo mui-
tas das possessões, herdades e terras do mos-
teiro, que o conde lhes deu, e assim se alie-
naram muitos dos seus bens, applicando-se
a usos seculares um património ecclesiasti-
co, contra as expressas e positivas cláusulas
das doações de Mumadona, e apezar das ter-
ríficas penas espirítuaes por ella impostas
aos usurpadores.
256
OU
OU
Os monges, nao tendo já rendas para o
sen sustento, e para as despesas do coito dl-
Tino, abandonaram o mosteiro. ^ Foi depois
disto, qne a egreja de Nossa Senhora da Oli-
veira se erigiu em collegiada, sob o Ululo
de Santa Maria da Olíveira,^ perdendo o do
Salvador, porque era mais conhecida em-
quanto foi mosteiro. Foi também elevada â
dignidade de capella real, até 1139.
Quando D. Henrique erigiu a collegiada,
lhe nomeou clérigos seculares para capei-
lães, e por prior, D. Pedro Amarello, seu
pbisico-mór.
Quando D. AíTonso Henriques voltou vi-
etorioso da gloriosa batalha d*Ourique (25
de julho de 1139}, deu a ultima perfeição a
esta instituição, dando-lhe a forma de col-
legiada real, com prior» dignidades, cónegos
emais ministros, tanto em honra da Santis-
sima Virgem, à qual dcvia a sua coroa de
rei, como por engrandecer a terra onde nas-
cera.
Deu então â collegiada muitas honras e
privilégios, tomando o titulo de seu pa-
droeiro, o que confirmaram todos os reis,
seus descendentes; que, atem de ser esta
casa, por muitos d*elles visitada, todos a
consideraram e respeitaram, como a pri-
meira do seu padroado.
Quanto à origem da imagem de Nossa Se-
nhora da Oliveira, segundo a lenda, foi do
modo seguinte:
S. Thiago veio á Hespanha, pelos annos 42
a 46 de Jesus-Christo, entrando por Galllza. ^
Yeio a Braga, e ahi juntou nove discípulos,
uaturaes da actual província do Minho, e
d'alli os repartiu para diCTerentcs pontos, a
pregar a religião christan, e converter os
idólatras. Depois doesta repartição e de le-
* Outros dizem que foi o conde D. Henri-
que, que supprimiu o convento, porque os
monges já nao viviam com a primitiva aus-
teridade e bons exemplos.
^ Não quer \&io dizer que elle veio desem-
barcar em qualquer ponto daGalliza actual;
mas em qualquer dos portos da costa, desde
o Douro, até aos confins septentrionaes do
antigo reino de Galliza, que, como tenho di-
to em varias partes, chegava eutãe pelo sol,
até à margem direita do rio Douro.
vantar em Braga, um altar á Santíssima Vir»
gem, no qual collocou uma imagem que trou-
xe do Oriente, nomeou p«r bispo primaz, a
S. Pedro de Rates. D*aqui foi para Saragoça»
onde levantou outro altar á mesma Senhora,
no qual collocou outra imagem d'ella, que
também trouxera da Syria, e á qual deno»
minou Nossa Senhora do Pilar,
Havia por esse tempo, em Vimaranes, um
templo dedicado à deusa Geres. Voltando S,
Thiago a Braga, e passando por Vimaranes»
purificou e benzeu o templo idólatra, e n'el*
le collocou uma outra imagem de Nossa Se*
nhora, com o titulo de Santa Maria da Oli-
veira.
Os padres, frei Bernardo de Braga, firei
João do Apocalypse, e frei Gil de S. Bento,
mencionam uma inssripção gothica que exis-
tiu no antigo templo de Ceres. O ultimo d'e8-
tes escriptores, diz:
tXo Rocio ou praça de Guimarães, está
cum templo, que foi da gentilidade. £' de
cobra mosaica, magestoso e antiquis9imo,.e
«as noticias que ienho, é que foi dedicado
«a Ceres. A este, destruiu S. Thiago, vindo
«a esta terra, onde baptisou S. Torquato: e»
«lançando por terra os falsos Ídolos, collo-
«cou no altar a Virgem Senhora Nossa, cu*
«ja imagem é hoje a Senhora da Oliveira, e
tbem se colhe de um letreiro que vi e se
«achou no interior da parede, junto à torre»
«quando esta se começou a arruinar, pelos
«annos do Senhor, de 1559.
«Cahiu uma pedra, e porque se partiu, so
fez ajuntar, para se lerem as letras, que di«^
ziam:
IN HOC SIUULAGRO GERIS,
COLLOCAvrr jacobus fiuus
ZEBEDAEI, GERIíANUS JOANMS,
IIIAGINEM SANCTAE MARIAB.
IH. C. ISX.
tEra o letreiro gothico e em breves; mas
ta substancia era esta; e também se acha-
«ram medalhas, por onde alguns escriptores
«tomaram o motivo de dizer, que o templo
«fora de Minerva.»
Contínua dizendo, que, no cartório do ea-
bido da real collegiada, achara claras noti-
ÒLI
V I
OLI
257
cias, d'onde se infaFa-eata Terfade^^-e coà-
tiMir. . '
. «Pei estaiecnija dedieada n N99i>a Senha*^
«n» ^ 'depoi3« dedioouop&vé,.a'S.TÉ»a•
«gD, porellé.8er o priípeiro^qae a^^Ial^^
«vantou aliar. Teve esta egreja raoioneyros,'
«eomo codsia Ao§ i^eiíos que eom a reai
«eoUegiada elles tiveran): o que se vé dos
«papeis qae se guardam em o sea ea-
cbjdo.
«Não se aeka notiòia do tempo em qoe
«se desannexaram, só se jsabe que a digai-
«dade de mestrerescóla se intítaia, abbade'
«de S* Tlriago, e. recolhe os f^ros qoe a es-
tia epe|a se pagam.
«A imagem 4a Senhora, se eonservoa até
«ao anno do Senhor, de ^17, em queeàtra-
«ram alanos e suevos em Galliza, e outras
«na^es barbaras» que queimáramos cor-
«pos e imagens dos Santos.
«O arcebispo de Braga, .Pancraeie, man*
«dou esoonder esta, conforme uma memoria
«confusa, que achei no archivo bracei-
«rense.
«O logar onde foi deportada, foi poucos'
«passos fora de Guimarães, em um peque*
«no monte, que se chamava Latito.»
Este monte tem hoje dois nomea—JUon^^
àe Santa Maria, devido â eircumstancía d*el*
la aqui ter sido escondida, e ó> a parte mais
próxima da stu egreja--e MMeLargo^ de-
rivado do seu i;<* nome — Latiío.
O mesmo arcebispo, Pancrado (successor
de S. Paterno, é antecessor de Balconio)
convocou alguns bispos, que andavam au-
sentas das suas egrejas» para um concilio
provincial, em Braga; e n'elle se ordenou,
que, cada um na sua diocese, âsesse occal-
tar as sagradas imagens em logares dos
quaes ficasse memoria, para serem encon*
tradas em tempo opportuno.
Os prelados que assistiram a este cone^io,^
e o assignaram, foram— Gelasio, d^Águeda;
Eiipando, de Coimbra; Pamerio, de Idanha;
Arisberto, do Porto; Deus-Dedit, de Lugo;
Potameo, de Merida; Tiburcio, de Lamego;
Agatio, de Ma; e Pedro, de Numancia,
(Faria e Souza, tom. i.% parte 3.% cap.
10, e outros.)
Permaneceu este templo muitos séculos,
VOLUM» VI
primeir» eom^ o titulo de Gérea» • depois»
oon ainvooafãode^S. Thiago^ ate que^ em-
1607, foi demoUdo por amea^imoHQeiiila
mina, reediflcandose logo^ no meslno silio»
(a que hoje chamam Praça do Peia0}Bm
menores dimensões. Sobre a porta prineipal»
se esculpiu em uma pedra, a segaiate ias-
crípção. . >
• " * . •
Uxask Boifus iímvúku PBNíTua
, - SUBMERSA nscims
sunotTOPus.
í • ^
0 *
D'este templo foi trasladada a imagem da
Virgem, para a egi^eja do mostelrei de Ifi»*
madona, que ficava em distancia de 80 paa*
SOS, ao N. E. :
Até então se chamava meetelro do Salva*
dor, e .desde que para lá foi a imagem da
Senhora, é que s^ principiou a dencmUaar
de Santa Maria, a: deixou de existir o mos-^
teiro, principiando a eollegíada; que mua
teiv-D. prior, seisdigni^des (chantre, lèe* '
soureiro-mór, dois arcediagos, mestreescò»
la, e arcipreste) i4 cónegos prebendados, S
meios prebendados, IS^capellães, alem d*oa-
tros muitos ministros; músicos, e moçoi de
saekristia (meninos do curo.)
Viviam todos em clausura, sob a regra
de Santo Agostinho, como todas as outras
cathedraes do reino.
Foi no altar d*esta Senhora, que D. Aflbn*>
so Henriques recebeu as armas com que foi
combater no Aiemtejo contra os mouros, em
ii39.
Os D. priores de Guimarães, foram sem*
pre escolhidos entre as pessoas mais quali*
ficadas do reino, e gosavam de grande con-
sideração e muitos privilégios e rendas; sa-
hindo muitos d'eUes para bispos de diffèrea-
tes dioceses.
Durou o nome de Santa Maria de Guima-
rães, até ao reinado de D. AiTunso IV, se-
gundo diz Estaco, nas suas Antiguidad$s.
Então, um devoto da Senhora, chamado Gon-
çalo Esteves, foi a Normandia, e alii maa-
dou fazer uma cruz ; e a assentou na alvn'^
caria de Guimarães.
i7
258
OU
Ó padre frei Rapb&el de Jeaua» conta o
c^so €«111 algiuiia, alteração. Dia qoA Pedro
Bateyea» mercador e contratador, aasiatente
em Liaboa, mandou dizer a sea irmão» o lai
Gonçalo Bs^eves» onde acharia mna eruz de
pedra, com a imagem de Christo, e que, a
todo o eoato, a condnzísae a Gaimarie^ e
A eoUoeasie no logar onde hoje eat^u
Oa fosse de ama, ou de outra maneira, foi
A cruz assentada, a 8 de setembro (dia da
natividade de Nossa Senhora) de i3U.
Este padrão, vem a. ser uma cruz de pe-
dra, e n'ella, a imagem de Jesus Cluri|to, de
Tolto, cruxifieado.leyantada. sobre uma co-
lomna; e sobre quatro pedestaes, revestidos
de cqlumnas, se levanta uma cdpnla de abo-
bada de pedra, que o cobre.
. Dentro da mesma cúpula, sobre o arco
principal, está a imagem da Virgem, disr
tineta da Senhora da Oliveira, á qual dão o
noine de Nossa Senhora da Victoria; imagem
de grande devoção em toda a piroviacia, e.i
qual se attribuem muitos milagres.
Está este padrão assente na prafa da
Senhora da Oliveira, em frente da sua
egreja.
Diz a lenda, que no sitio onde se collocou
o padrão^ estava uma oliveira sécca, que
desde então reverdeceu, cobrindo-se de fo-
lhas e frueto, pelo que principiaram a dar*
lhe o nome de Santa Maria da Oliveira.
A. este padrão, desde e principio do mila-
gre, hía o cabido em procissão, todas as sex-
tas feiras e sabbados do anno, orar pelas
almas dos reis de Portugal e de todos os
bemfeitores da egreja^e na véspera do dia
de Nossa Senhora da Assumpção, desde 13S6,
em commemoração da victoria de Aljubar-
rota, em 14 de agosto de i385, havendo
&*este dia procissão solemne, á qual assis.
tiam as communidades e a camará, haven-
do depois missa cantada, sermão e grande
festividade; pondo-se n'esse dia em um logar
alto, para ser vista de todos os assistentes, a
lança e a vestidura com que D. João I en-
trou n*aquella gloriosa batalha, que nos li-
vrou, por então, de sermos vassallos dos reis
de Castella.
Alcançada a victoria, foi o rei a pé, desde
Aljubarrota até Guimarães, a dar graças á
ou
»
Virgem Santíssima. Segundo Estaco, D. João
I ftdloa á Senhora n*esies termos.
«Senhora, eu confesso, e quero que todoa
«saibam, qoé p<tf vossa virtude somente,
«venii esta batalha, e que no ponto e horai
«em quA estava para n'elia entrar, dei
«um grande espirro, o que tive em mau
«agouro, pelo qual cessei por então um pou-
«co, de me mover para ella; no qual espaço
«me deitei de bruçof, e, não sei se dormin«
«do se acordado, porem em um grande pen«
«samento e agonia, vi, em visão, esta vossa
«casa, tal qual agora a vejo, com aquesta
«oliveira, e veiu-me ao entendimento, que
«eu, por exemplo do primeiro rei, me devia
«encommendar a vos, e haver por tomadas
«as minhas armas da vossa mão, pelo qual
«eu logo votei e prometti de fazer o que
«agora faço, dizendo-vos em minha oração
«-*eu vos peço. Senhora, de grande mercê,
«assim como vós ao dito rei, D. ÁíTonso ft-
«zesie, ,no principio d'e8te reino, façaes a
«mim, vosso devoto, defensor d*elle.»
Depois, mandou o devoto rei, pôr as suas
armas sobre o altar da Senhora, dizendo —
Fòf, Senhora m*as dêtíe^ vós as tomae e
guariae.
Em acção de graças á Senhora, se man*
dou o rei pesar a prata, armado de todas as
armas e a cavallo, (1) e a offereceu á San-
tissima Virgem.
Com esta prata se fez o retábulo do pre-
sépio, que nos dias solemnes se poe no al-
tar-mór, em que estão as armas do rei. Fi-
zeram mais 12 imagens, dos 12 apóstolos,
4 anjos, 4 maças, caldeira de agua benta,
hyssópe, thuribulo e naveta, tudo de pra-
U.
O templo estava, por antigo, muito arrui-
nado, e era muito pequeno pelo que, tratou
logo o rei de o reedificar, e é o actual Foi
principiada a obra em 1387, e depois de con-
cluída a adornou e enriqueceu com sump-
tuosos ornamentos e peças de prata; dando-
Ihe então, um anjo, também de prata, dou-
rado, grande e posto de joelhos, que perten-
cera á capella de D. João I, de Castella, e
íôra tomado em Aljubarrota, e que serviu
por muitos annos de levar o Santíssimo Sa-
cramento, nas procissões solemnes, e depois
ou
W do aajo eastodio do reinoi na 3.* domin*
(a de Jolbo.
. Também deu á egreja e eoUegiada graa-^
des príyilegios e isençdds, taoto para osco-
Qfsgoa 6 maia derigosi como para oa família*
re% sQbditos e caseiros.
Tinlia D. João I tanta deroçao com esta
Senhora, qae nenhuma empreza sérU tea*
taya, sem implorar a sua prelecção; e quan-
do emprehendía alguma batalha, ponha aa
armas que havia de levar a elb, aos pés da
Senhora» e depois lhe pedia licença para
d*aUi as tomar, e sahír a combater os inimi-.
gos da pátria que tanto amou, e da qual foi
com tanto extremo amado.
Depois das suas victoriosas batalhas, vol-
tava sempre, a pó (por maior que fosse a
jornada) desde qua entrava em Portugal, a
dar graças à Senhora da Oliveira. Assim o
fez de Castella, de Ceuta e de Toy.
Quando regressou de Gastelia (outubro de
1385) apenas chegou a Valte-de-la-Mulla^ se
apeou, e assim, a pé, fez a jornada alé Guir
maraes, por espaço de 180 kilometros.
Antes de se acabar a egreja, tratou o rei
de sagrar o seu altar-mór; cuja ceremonia foi
feita pelo bispo de Coimbra, D. João da Azam-
buja, a 23 de janeiro de 1400, com licença
de D. Martinho, arcebispo de Braga.
Assistiram à sagraçao, D. João Hanrlque,
arcebispo de Compostella, e D. frei Rodrigo,
bispo de Ciudad Rodrigo.
Esteve presente o rei, e sua mulher, D.
Philippa de Lencastre (filha do duque de
Alemcastre, e neta de Duarte III, rei de In-
glaterra) e seus filhos, D. Duarte (depois I) D.
Pedro (o da Alfarrobeira) D. Henrique (o de
Sagres) D. João, e D. Isabel.
No dia 23 de janeiro de 1401, foi sagra-
da a egreja, pelo mesmo D. João da Azam-
buja, sendo já bispo do Porto.
£' esta egreja de três naves, de archite-
ctura toscana. Muitos dos nossos reis lhe
teem offerecido ricas alfaias e jóias, e ha
xi*ella muitas relíquias, entre as quaes, um
bocado do Santo Lenho; duas ambulas con-
tendo leite da Santíssima Virgem, e uma
maçaroca, fiada por suas sacratíssimas mãos ,
ou
259
como afflrma o inventario que se fez em
iW.
Pelos achar muito curiosos, e de grande
interesse para a nossa historia, copiei do
cartório dds srs. condes de Rezende, os dois
documentos que se seguem:
Pro¥l8fi0 de n. Pedro 11^
MiAteBteBdo oft priTllegloft e
Isenções eomf eridas pelaslTm-
buas-Verinelhas, ao eabido e
seus easelros, servidores e
ffamillarea, da eolleglada de
Saata Maria da Oliveira, de
Ctulmaraes. En ft de dezem*
l>ro de de ttt5fl.
Seguida d'iima
Certidão d^alvarâ de privi-
legio do Hiesino rei, de 41 de
março de Ã9f9.
IV.B. ]M'este alvarJl dSo-se
os mlotlvos por qne taina*
nlios privilégios foram eon-
eedldos.
«Aos qne a presente minha certidão
«virem, certifico eu, Alexandre do Rego
«Carneiro, tabelllão do publico judicial e
«notas 6 do real convento de Santa Clara e
«seus direitos reaes, em esta villa de Yílla
«do Conde e teu termo, por Sua Magestade
«que Deus Guarde, etc, em como no livro
«oitavo do registos da camará doesta villa de
«Villa do Conde, a folhas vinte e seis se acha
«o registo da provisão, do theor seguinte:
«Dom Pedro, por Graça de Deus, Rei de
«Portugal e dos Algarves, d*áquem e d'álem
«mar em Africa, senhor de Guiné, etc, faço
«saber a vós, corregedor da camará de Gui-
«maraes, que havendo respeito ao que por
«sua petição e mais documentos me re-
«presentaram, o D. Prior e cabido da colle-
«giada de Nossa Senhora da Oliveira, d'essa
«villa de Guimarães, sobre os haver por
« escusos, e seus caseiros, servidores e familia-
«res, de pagarem a contribuição de quatro e
«meio por cento que lançasteis ás suas fa-
«zendas, e menos pêra os seis centos mil
«cruzados offerecidos em cortes, com o fun-
«damento de que os seus previlegios das
f60
01^
«Taboâs Vermelhas da dita eofl^ifláda os
«izentavam de qnaesqaer contribuições, ítU
«liiitose Antas, assim deconé^ibo como reaès,
«offèreeidas etn cortes, comfaiKo ^ub alé no
Hettpo de gnerra eram especialmente ízen-
ctos de darem palhft, 0 snas carruagens; e
«sens filhos e criados não eram obrigados
«a' ftmilhadtoiS lcrtfi|os, e dt ibeíni a^àAei-
fva- foram *9eni^e' iientêiid» edÉmiM^
•do^suaf, e JamçàièfMKI idn >ef oa» f ftr» a'
«•ria^âò- âos«aTallo«;0 ífcMilOfèsKsoQíí mM
•«arfM'pdblieoi'B^paMioQlireSy '€in étnêf^
<?íÍBcia dos prtfle^osKfbe olhreeiaA trdn-
tDdmeDtos qne iJUtitsfam: i ví»f& o. sét* m'
•qoerímerilo e ioArnaçIo <fne'n>9tl»>dHfecr
€ sobre o que foi oavMs a %dDtarderia' g^ril da*
«gtierra e o {irorarador B jsalda Mzenda dos
< ttes «estados,* lieiípor bem,'porvfa 8c(gr2^a,
cde^ itentar ads^«tseiroi do aumero, tf esta*
icollegiada de 6Qi(flanfíB[èis,Me'cóntrtba!reiÉ'
«patÀ os seis eeiB08*mil cfiuados pfmnétii-
«doaiem \;orte6; stmpodtr f9aar exuxKjfib es-
«Ur graça aos nais prariiegiadòí pdaisitigli*'
«laridade dos previiegios dos supfrtleantês,^'
«liberal piedade com que os senhores reis
«â'este reino lh09 conoederam em gralifioa-
«çao dosespeciaes beneíeios recebidos por
«entrecessão de Nossa Senhora da Oliveira;
«e a quantia que lhes estava lançada senSo
«repartirá por outros concelhos, por assim
«o resolver, em dez de dezembro próximo
«passado, em consultada junta do? três es-
«tados, pelo que vos ordeno, que, em cum-
«prímento da minha resolução, não cobreis
«a contribuição dos quatro e meio por cen-
«to que se lanç<uam aos caseiros do nume-
«ro, da dita collBgiada, e tendo-se cobrado
«algum dinheiro doesta natureza, o fareis res*
«titnir a seus donos, e quando do tal di-
«nheiro se tenha feito carga ao thesoureiro
«geral da dita contribuição, no livro geral
«de sua receita, por onde se hade tomar con-
«ta na contadoria geral da guerra, se darão
«às partes r-^cibos, nos mesmos Iíxtos, feitos
«pelo escrivão e assignados por elles, e man-
«darão trasladar n'elle esta provirão, para ao
«tomar da conta se saber a causa por que
«86 fez a dita restituição, e ajuntareis o cum-
«puto, com a quebra do que emportava o que ;
«se tinha lançado aos ditos caseiros e os mais
que houvessem, séhdò verificadas, flazendo-'
se de tudo termo no mesmo Ifvro cohi^i
ie!areza' necessária,' 6 Vestal formk o tei^is
entendido e dareis cumprimento a esta pro*
visão como tt^ttta se conVem; da qna! se lo*!
marà a razão na dita contadoria geral. BI-
Bei Nosso Senhor o mandou pelo báraò con-
der^do seu conselho e por António Pereira
da Silvai cónego magistral dá Sé d*Evora e
deptttadê do santo dfBeio, ambòsdèfnlta'^
dos da junta dos três estados, João de^^u-:*
sa Sotto^Maior, a fez em Lislioa, a ciiibo de
dezembro de mir seiscentos noventa e no*
ve, José Correia de Souza, que sèrvé Sé se*
cretario a fez escrever. Barão' Conllíf;'Ai-
t^nio Pereira da Silva, registada a félhas
€úzenta§ e sessenta e duas verso. ll\^ste*'
^e e noté*se a resposta. Lisboa quinze de
dezembro de seis cen\os noventa e nove.
Gregório Moreira, Luiz ttònteiro. A fôhias
trezentas vinte e nove do livro oitavo, que
s^rve n^esta contadoria gerai da gnefra e
reitíb, do regtstodos avisais das éomaycHs li**
ca registada esta provisão, e notada a rès«^
posta. Lisboa dezesete de dezembro de mil
seiscentos noventa e nove. Francisco de Mi-
randa Soares. €nmpt^a-se e' reglste-se
no livro do lançamento e registo, e se en-
tregue o dinheiro depositado, na forma or-
denada. Guimarães vinte e sete de feverei-
ro de mil e setecentos— Ferraz. EnSo <^n*
tinha mais a dita provisão, inserta no dfto
precatório, passado, e assígnado pelo dito
corregedor e subscripto por Simão Cara-
lho, que aqui registei bem, fielmente ena
verdade, e em fé d'eila me assigno de mea
sigoal costumado, e também assignou o dito
cónego, de como recebeu. E eu, Manuel Vi-
eira Bouças, escrivão proprieiário, por El-
Rei Nosso Senhor, dos offlcios de escrivão
da camará almotaçaría, castello, armazém
e mais annexos, que a escrevi e assignei,
aos quinze dias do mez de março de mil
setecettlob e doi?, Manuel Vi«*ira Bouças^
Agostinho da Cunha Sotto -Maior. E não se
continha mais em a dita provirão, que eu
tâbellião aqui bem e fielmente trasladei do
livro da camará, onde fica traslado, ao qual
em tudo e por tudo me reporto, em fé do que
assigno, aos quatorze de dezembro de mil
m
«zen^a^ eptjrelio)^a# e,£(^lb^.trfi«.4e gueij^iri^
«.^iipfiif E eqi sobredito p ^«C|rexi 0 a8«ig«fii
«ep)L publico er^s^ ]Çqíi te^leqoqohp.d^.Tcr-
•áj^áBi^Uív^ndre 4o Jiego Carneiro- Gonce^-
tadP (Cpoíi. o pi;o|>âo,.por jaya) Ut^IiiãQ-^
Alexandre dç nego, fiart^ro^-r e OQiUigp *r-
jff/nu^. de So^a f{epeí^ / ......'
,1/
Oil
S6i
â.ó doouxnenio
• 4. ij 1< «.
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l «
ÍW»,, pqrtífico 60, Alfiwpd^ dp R«gP Cur-
nçjilP,, iab^li^ .40 p9)>lioQ judicial ..« ^p•
}f^.^ 40 re^ ^dvfi^ia ,4^ ,SaoMt. Clara e
^ifs d|r^i.to^ rç;^» .e^ eaU yiUade yiUa
do.Cpnd^ ^^^^MífiQf J^H SiMt.M9g^Ud«
qop 1)608 guarde» eto^ em: (90|no)^o.li]rro
pitayfí dos.regis^.da.eamara.d^l» dMa
yiU^ ^ foil^^ ^t^Mi ^ oitp o M(€Ím, • ^•
v% 8^ ^lUL legialAdo lyn alvará. 4o M^apr
«Bv J)l-|^iV fago aaber aoa qo^ eate aW^^r
r|i Tir^^iQqeJiay^pdorevBpeito ao^^oa p«r
a^a peMfi$o mpireprezeaiaoi, JkMié 4^ Plir
vei|r% e <» maÍA privilegífdfi# 4^ nnii^vo,
áfí^ ifbf^s^ y&çmn^ d» ic^llmiiada .4e NáMir
a^ Seohora 4l QUvciini, 4a viUa d0,G.iiii«#*
|i|ã^,^.9ijrazâo d^qjae eu f^ca lenrido^por
âl^i4e doie 4e agpato 4a 0)i4 tme^M^
M&ot^ e:oUQ^ A Fe<|fierimeolo<dQa.(M#|iegoi
ibk diia coDegiada, fa^fir-lbaa m^noé á» 4>s
iieiiur d» pagarem a qçumiia. de M^iMQO
It^ em 4iie (pram fintados na repartiçio
fiap aai fe^. de septo e vima mil (voaados,
^0^ pa iM'etodo6 d-eate rmo proaieiiesa«i
em tfytids, paraaiada daM^^pejtas qm^t»
«fiíeTiam eom » armada qfx^UA a Saboyi^.e
«m aamelhantea ea8p«,Uiqs fizeram »er<4os
^SfMiilN>m Re}9iiJ)om ioâo^ e primairq^ 0 D«»
«jkffofpao» o q^VÊtfh da .oa ixaniar 4aclo4a(a
«aofMKibiiíçàQ, nem embargo de-odutrilmbrem
%çn eedaaiaatieos^ atlaod^iidA AoaipriyUegios
«qm/9a Sttpplieaiataa. a^mpra goaafam(Aiial<
«nray^lmeot^por^ Ui*aa |kavni»iyi «pneadÍT
«4(v peloa diipa SeoNt^ Aaytw et^oi io|a to*
«kmiií»« .pr4>mettímeDlq a Deiia ei âímeMiaa
«Sanliorai 4a o» guardarem e fuerem ^tear*
«var em agradecimento das moltaa e graa*
•4aa viatoriaii qj^sm aea «orne aleangaram,
«<)qmo,.ttt4A.aoBitava,i4pa docomaptoa q9B
•offaraaíam; a poripia oa SuppUoaaiea aaiao
^agEalo^iKa apmi^r^iididoa aas ditos pii-
^yitagio%(pqr aesemido aumero das Taboaa
fVermalUa9» me pediam lhes fizesse meccé
.«4a coQfirma]>lbe.os 4i{Qs privilégios, iaeor
c(apdp-P9c49 pagarem a comribaiçao daida-
«cima m d^oatro /tuaaJ^^eyr^irJbiaio. JL viato
faaijL, ^emBsimaaiCii aaifra quif foi reunida a
fÇfmUdoria geral.da guerra a. o4)n)carador
«iiscalsdafaaeada dos traa Eaudoa; ilay ppr
4))pia» B m apisaz» ii;ta os privilagiadoada
^Nossa Senbpra ita.OUvtiraaejam izM»^
/f4a Ipdof oa&rib(i|os,iaUitoa, a iasollitos em
I4fa.^ qpmprcihefididaft as d^ipKis; pâo
«sÀ.a ratpa^,.4a^/aseudas que forem forai-
*§m áquaila Kgraja, xQaa ainda da todajskaa
tmiia,4ua p^r-qualquar iituio fwra.pno^
«priaa dos dilaft-pri^legíados, a epmi^ a pa-
«Jia fiima .^m: qtt% foram coiica4^oa» aa**
«j^ irravagavais; a taoiq que sa aàp adr
«mitta Miaçrjpaii^^ algpia ppr que aa par*
*ieodA ffMKifar/aaiicoairv a aua obsar*
«4(^cfa,. a^quai iiuara'; que seja ÂuvioU-
<n4f A*aqaeUea privii^giadoa «ómaota qoa
^antMraflaw.no. numero. declarada ua Car*
Ata ÚQ Seubfir Rey, DomAOoBao, o qiiinr
«tq, poi»:< assim. casu^ é joato quicastes
«priviiegioa a», guardam, é lambem icazao
laa uào augmeatemi em tanto pr^niio
fj^nUitfK e ainda, dos masmos prlviieglLo^
4p<Nr evitai lodOt a qualquer abuso qua
«paasa ba^(9r.ià>sta matarja. OrdacHií ao
«Dom Pciar, admitta aómao&a par servidoras
i4!aqaella Kgr^v pea^oaa acommqdadas ao
faorviço 4*alla, 4iua par si :a^àq por puirem
«a sicvan^tUio pomeaudo para miniatarios
«bumiUesu p^9aas rteas a da quaUdade.
•Paio. que, mando a lAdos 09 miuistros» asi
cain .aoclesiaatieaa oamo seeularas». déam
f aumpfbuautp e;/açam observar estp alva^
«râ, apqmtO^Ue saceontAm, aem limÂtaçao da
«tamffCttsaoda primeiro regiitada na couia^
«daiíaiíaialtda guerra, a i'ayi»Ow £pagou 4e
«uarpa4iraUaa, cioaa mil a Aaatroeentoa rsV
«qua loiam oarsegadoe ao tbaaoureíro d*eli
«lai» fiaucalptSoarqs MoiHeirOf a folbas dn«
«aeotaa. aisamaMa^ wrso, da livru prímeim
«da sua recatta» o que eanstau por aonbaoi^
262
OU
OU
mento em fórma, pêlo eBcrivão do sen cir*
go assignado, o qaal foi ndgtetado a folbas
dmentas tinte e oito do Ihrro primeiro tio
registo g«ral doe ditee sotoa dírêHoa. Gon-
çalo de Gouvéa Pereira o fez em Lisboa» a
qnalro de março de mil seteaentos e» sete
aoAos; Gaspar Salgado, qae senre de seerv-
tario, o foz esererer — Rey*^Gonde de^Sal-
Mda& — Alvará por que Vétsa Mageetade
ha por bem, qw os prírilegf ades das Tabona
Vermelltae de Nossa Senhora da OKveira
da viNa de Gnimariè^ sejam iientes de to*
doa os tribntes sollitoii e fnaeililos em qnè
sio eomprehendldas as deeimas, nao só a
respeito das fazendas qae ferem foreiras
áqaella Bgreja^ roas ainda de todas que por
qoalqner titolo forem próprias dos 4itos
privilegiados,' com a limita^ e o mais
deelarado n'este alvará **Pm Vossa Ma-
gestade vér," A folhas sessenta e oito do
livro que serve n'esta eeoMaria da jon*
la dos três estados, dos registos de pre^
vis9es e alvavás. Plea este rsglSMdo. Lis-
boa, cineo de mar$o 49 mil setecentos e se-
le.^<Gonçalo de Goufda Pereira. -^Regis^
te, e note-se a resotoçio e resposta. >^Lis*
boa, qnatro de março de mil seieeentos e
>eeie. A folhas duentas oitenta rdoas «do
Hvro nndeeimo do registo das ordens qae
serfe tt'esta contadoria geral de guerra e
reyno,« fica registado este alvará e notada
esta resoln^ e resposta» -^Lisboa, quatio
de^maito de nul setecentos ^ ssie.-^losé
Pinheiro de Ffaiio^D. F. Bispo de Lame-
go.--Pagou eineo mil « qoatroeeniós réis,
e aos oifioiaes dois miareis. Uibéa, eIneo
de março de mil eeteeentos eseie.^^ Dom
Praneiseo Maldoiiado.-^Regisiado>na etaan*
eelMriá-mór da cOrte e reyno^ no livro de
oficial, a folhas trinta o Mto. -^ Lisboa,
seis de março de mH seiseeniose seis.^
Thoroas Freire Barreia A folhas dnseanas
e dezeneve, verso; dolivro da parta da-ea^
mara d*e8tà vllk de Gvlmaráes^ fica negis-
tado este alvartL Gulmaries^ atrase 4e mar**
ço de mil seieeentos a sele^^^-ilemingeB M«
xoto do Amaral. O qaali alvará vhiha in^
lerto MU mna oertfdio passada e» pnbliea
forma, pdo ubelliáo iliáansl de Magslhte;
da villa de Gnimarães» passada por despa^'
< cho do donlof Joio Barbosa Teixeira Mayer»
tjttiz da ffrrada dita vfUa, passada aos
«deeeseis de Jnirtio, e concertada pelo Udwf-
cliio António da Silva, em que rec^ebèra a
«próprio alvará o chantre Manoel de Moraes^
ipassada a dita certidio por peti(^ dO re-
cverendo cónego, Agostinho da Gnidia Sofia
«liayor, como administrador de seu pae^ Ha*
«nael da Canha Sotto Mayor: a qiul certidaa
«e alvará vinha já registada na camará da
«Monte Longo, pelo escrivão d^ella, Franda*
«CO Gollias; e pelo de Braga, Hyeronimo da
«Silva Oliveira; e pelo da villa dos Areos^
«Balthazar Pereira Pinto.O dito traslado de
«idvará e cerildio traaladei, bem e na verda-
«de^ sem eonsa qne duvida faça, e me íe|lor-
»to a elle, qUe lomef a entregar ao reveMn*
tdo Agostinho da Costa Sotto Mayor, conegò
«da Sé do Porto, qne assignon de como â
«recebeu, commigo escrivio da camMra, de
«qne den fé^^ e me assignei em esta vilht da
«VMa do-Conde, aos chico dias do meit de
«agosto de mil setecentos e sete. E en. Ma*
«nael Tieifla Bonça, escrívSo da canmra e
«mais offlcios annexos, n^esta Tilb do Conda
«e sen termo, por BI*Hey nosso senhor, qae
«cesorsvi e assignei.— Mannel Vieira Boa-
«ça.— 4 nao ee continha mais em o dito re-
«flsto,-qae éu* Alexandre do Rego Camehro,
«tabelliio do pabUco Jadieial e notas,, e dO
«real oonvento de Santa Qara e seus dhnei*
«toe feaes» em esta villa de Villa do Conde o
•sen termo, por Soa Ifagestade qne Deva
«gnardé, aqni bem e fielmente fiz tresladar
«do dito registo, com o qtkal esta concertei
te ceaferi, e com o oficial ao concerto assl-
«gnado oa eUe em tudo epor todo nos reper-
«•tanms. B em fo o testeoHmhe de verdade;
«meassigno de mens costumados slgnaes^pei-
«blico e raso, deqne uso, e costumo fazer nea^
«sa^dUavlUa da Villa do Conde eseil terafo»
«que laes sao abaixo efteriploa<edeelafadeB:
4Sm os qnatorze dlas^ do mez ée sepiettbro
«de^mít satecenfes e vinte e seis annoi; dit
«o emendado folhas primeira, veiio^ nitolo**
«a as entreHhlias» e a^qne sal fora das vé*
«gras^ folhas daas--^da janta dos três esta*>
«dss "da registo de provisões e altarás; a»«
«sinado: Veroíelhas. £ en, Alexandre do Re-
«ge Carneiro, o escrevi e sabsemvi 'O assi*
OLI
OU
263
«gaii In iMtamulio de YMdâte^-tilteM-
•ére êo hí§o CwnmríL-^CmcnUM ton^o
tHYT^, pormia uMliio, ÀkSÊmiân dêiãb-
•go CnfiMíro-^i eonlga, Mqiimfl.êÊSimMa
0UYSIR4->flr«giieii% MlalM, eomm •
«•neellio de DaroeilMy ISkilottetrosaCés
Bnga, 45 ao N. do Porlo, 360 ao N. de
LMnmu
Têm iJM) fiigoflL
Ea i757, tinha 105 fogos.
Arcebispado e dlstrfeto adnioialrati»o de
Braga.
O D. abbade do noateiro beoedietiio»» de
TIbães, apresentava o Tigarie» q«e tinka
MMOO réis de congnia, e o pé de allnri
£' n^esu freguesia o sqlar dos OUyeícafl^
«Kia mgem e arosast fieam deaeriplas m^ 1.*
Olívisira.
OUVBIIU--fregQetía» Minlio, eoMre%
concelho, distrioto admúNstraiivo, ar^bis^
pndo^ e 6 kUonelroede Biiaga» 3g0 ao N^de
Lisboa.
Tem 90 fogos* . r*
Km 1757, tinha 05 fogos.
Orago, S. Pedfo» apostolo.
A-mitra apresenUTa o ligario» ipie tlnba
dOA)00 réis de «Nigraa e o pé de aliar. *
. Kstá anida a esu, a antiga iregaesia^do
aM8mo.nome, da inToeaçio de & Matheno,
erangelísta, e que adiante Tae^díMeriiKUw
OUVEmA^-freguezia, Minho, comarca e
ceneeUw da P ji^m de LantaHQ^ i5 kilòriíe-
tmi a N. E. de Braga, 369 ao N. dç Lis*
boa.
.Tem 150 fogos. . i . i
£m 1757, tinha 97 fogos.
Orage, S. Tbiago, apostolo. '
Ai^cebispado e districto administrativo d^
Bcaga. }
Á mifra apresemava 41 abbade^ q«e itaba
f90M00 réis de rendimento. ' ' '
B* terra multo tertili
■
Crta mnito gado^ de toda a qoálidade.
) Na agvaja matria, ha uma eapeftte de bto»-
ze, mnito bem esimlplda, dedicada' á 8tmà^
Cttiz.
OLIVEIRA— fregoesia, Donro, ccAiareae
concelho de Amaranli^ 45 iúlDniBtiiss*«> K:
E. de Braga, 350 ao N. de Lisboa.
'l%m 70 fogos.
Em 175^, tinha 05 fogos.
Orago, S. Peie.
Arcebispado de Braga^ districto ailmiBis«>
tmivo de PortOw
Foi do antii^ concelho de Santa Gms de
Biba Tâmega.
As regiosas de Sant*AnDa,'da eídadé de
Vlaona, «apresentavam o vfgirfo, iqne tlnlià
tOMK) réis dé cengraa e o pé d^altar.
OUfBiBA^-HMela, Douro, «as^regneiiaa
de Smita Xarfa do Yali^ e de Santo bidoro
do Bomariz, na comarca e eoneelho de Pei»
ras» d'onde disla 10 kilometroB a B., 30 ao
& do Pono, 19 a S. O. do rio Douro^ 15 a
El do Occeano^ S8S ao N. de Lisboa.
Tem SO foges.
Está sitoada em terreno aocidentado, eo*
bro' a margem tfrelta do rio JMéi, qfie lhe
rega e fertiliza os campos, trás algnm peK
as mindoy o -foa nMyver mailos moinhos do
pio. » '
< ' Na ezltemldade S. dé logar ésfár a ^peNa
de S. Themé» apostolo, ao^ qnsl se fat ntea
fesla no 4.*>domfogo de malOi
A capeHa é pequena e está emmao cata-
da pofi|iie, lendo «m grande campo cnm
asatio^-eonsIgttadosaoseoicertosd^eHa, ofa*
vrador qne está de posse d'estas proprlein-
dos (qne ião sao snas, mas pstrimsnio ex-
dnsi^ dn ermida) só eafdà do lhe colher
ei»lirnctoe, sefo qne, ha mnltos abnos, qnét^
ra eaber do templo, o sem -qneo abbade do
Valle^^m enjo distrioto elle está, ponha e5^
biv »%sta asmrpaffao.
«tiOUVBOIA-^relfnezia, Mfnbe, comarca o
concelho dos Arcos de Valle de Vei,* 35 M»
hMÉMMS ao e. ff. O. de Braga, 395 ao N.'de
Li'9boa. '
Vara a destingiilrdaeOQma4*e8i«l nome;
se denoastaSH-^Ouvinu 000 Ancoa.
TemOOfogos.
>■ Bm ITif, tinha 55 fogos.
€rago, Santo Maria êe Oliteirai
'AnebfSpado 4e Braga, districto admfaii»*
trativo de*¥iánna.
A mura, o*o*|[sral de Santa Grtt de Golta*
brat apresentada altemattnmeÉte o abbiíie,
qneitakaiMOMOO réiodetettditnenia.
Foi antigamente da apresentação do con-
264
OLI
VèiiTo de Mahía, com reserva do ordinário.
Metade era beneficio simpk^ ^^leilkdo
pelos frégnezes; mi^ por .desavenças tom
om beneficiado, o doaran» ao viscoodode
ViUa (ipva 4a Ciorveira, . '
Teve annexas, as freguesiaa dos Cabafos^
4» FQÍp*UobaJís 4|ae origiBari^ente fonna-
ram uma só parochia. > i » :
. SslÁ Acosta ír^fineata^opofo <i0.(ytff#ira,
âtiqnai íoi aeftbar, Ruy JUriim d*QAIveira,
eaud^> com Sancha : Anp^ filtia de^Iteoia
Paefi d» Riba ViseUa,.im dos pisimetmaLpo- .
in9;i4orQ& .4*fi8U. província, .ei progooter én
hmm P- Jd^ría. Paes Rib^flo (a JZíAliri-
iiA«í amante 4e I). SanolioX
Bram,iOsX)liveiras d*eit^paco^fldar)goi de
muita iD0iporlan9ia»'e notvsisa» pois desceu»
diam dos reis do Gastelia e Leão. : ...
D*.4ld» Oliveiras sio descendentes, u)s pa-
droeiros dn hospiul de S. Usar^dnoidadie
éb, Pií^Qpia (Hdspanba.> . «^ . •
Um d!esies padf oc^rt» foi D. ASouso Mar*
Uns d*01iveira, commeodador de S. Thiagfl^
sar^o de iieao,.e Fis4K>.4'OUireíffa, caitdo
com D. Elvira Ámejá > Pestana», paei de IX
Martinho d^Oliveirs^iircebiapo daBcaga.
fist^ 4^ muitas jiropriedadas que pos-
aria» soas .próprias (^9m psatencerem á mk^
ira> ipatituitt o* morgado .da íMimKao
AJsmíítfo^. • I'
A origem 4'^sterViiM«rio, .foi aaspiiptei •'
Qoeraodo a* Sanebo U.^eo D. Affom»
IU)povoajr.a.'prpiriacia 4o AkmleK Jen
o.aitio da. Vidígn^r^ ao mescn Tbomó^ úm
aowreíro d^Sé d^ Bragat o qual» á aua «u^
ta, íúndou aquella vilia (Vidigueira) doi qaa
foi SQuhor; pro^wdo-â 4e imouáÓM^q^B
tevoQ do llíãho^ .
PMT.ana morte^ 4eij|ou estis aenhoriot fliiPe^
dro Femamdes, cónego da Só de Braga,* a
Padr^ Pafla»raceQiradaiueem»S(;^êlfar-
Um Aanea e Vaaea Agues» seus.asèriulMa»
Todos estes, doaram a vilia da Vidigueira
ao arcebispo D. M4riÍQbo.dX)liva|ra, que a
cedeu ao w O. Dinis, ^em trocstite herdade
daAvelkira» na.;q9ai«iostilaiao ditom^r-
fado da Oliveira, no anno 4e i30&* . 1. 1
O pafg 4*0Uri»ift (4*eií^iregaeria.4'0U'
▼aipk).qofnogiio era ,yiu8ttlado^.passog per
compraib ou gasanentos» aga. Cerquaini^ t
OU
depois» aos Aranhas, e estes o venderam a
B. ftdro M MelM d0<i4m^}«MniendC(li!r
da Refojos éo Lima^^filhè M B. Ro-
drigo deVMeUo da Litoa;* filto de D. Leonel
de lima, i.-^vtecoBdade Vitta Nova dá Cer-
veira. Foi condado.^ ,...•.
»0' uitimaMpré^enunio da casa4o9^ èoèdea
de OUveira doe AMbs, foi; B. Aidonio â'AI-
ibeída, filho dOrD.^JÒao Pranclsco-dè Paula »
Almeida, e de D. Francisca Isabel Gouliolld,
da casa dos srs. viscondes-da fiáhih." *
D. AntoDio d'Aloieidss fálleeeu eiá Lisboa.
«>8 deddnmbro 4e 1173/ 'V
E' terra muito ferlil. ' • **'*'
•O vinho branco doesta freguesia; é 4e' lu-
perièrqualidade»
Em um monte t^roKtmo, há uma lapa ou
gruta^ chamadlr- Poços <do Haf.
' t Goosca . que 'este Aotti» lhe** provêtoi, póf
n'eila se recolher Bermudo II (o-CTofctto)
quaoáo deuabataittt a Almançor, Ireféu^ka-
lifá^dtfCordõvvMtt^^oe. ^ '
' ' Hk ttittrbém aqdi Mtro^pei^o, èhamado
do Garcia. '
Segundo a tradícçao, deve este nome a' ter
junto a elle a sna'Miâá*(no Msmo kúúéj o
general, chrisião, D.-GgrciaL ' • '
^ fámbem consta, que- Amónio «é jKrátoJo
de-Aflêvedo, e outnMtIMargds porttíguètbs,
ilVetim eseèiMdo pdr eites «irios, a B; An-
tonto, ftM ék Oralo, em 1880, antes d*élto
'ugippaiUMPPiítnçai
I •
* t •
p 1'^
' 4i£m WS4 Almançoti cora um nuaMiuao
e^efciío invadiu Porlogal, tpmfndp Coim«
bra, Braga, Lamego, Viseu, e outras muit^^
povoaçõâ e fortalezas importantes, deixan-
do tudo assolado e reduzido a tim lago' de
sangue, ^ *
Em 998, o mesmo Alma^mr. invade^ de
novo Portugal, entrando por Oaliiz^, onde
se lhe òppoz'0 conde, D. Forjàz Vérmulz.
Os príncipes cbristaos, andavam em coir^
talida; porem^a perígueDmnum os Issunir.
D. Bermudo JI, t^ d^IUvarca, aa^audt
D. Garcia Fernandes, deram a. Alnian^r
uma sanguinolenta bafania, nos campos de
AlefthtanMot', prèkimo a Osma, onde 0^ mo^-
roa iarainieeipletameutB.éeabariíta<ki% • Ai-
rancor morMlw^i^.ímdo^ . ;,• ^ . •
Foi provavelmente, antes d esta bataljj^
que teve logar a d'esta freguezia,, qi^e nao
devli s«)r do grande ifAportancia, pois d^eiia
niD leaam aa hisUMaik
ou
OLIVEIRA — freguezia, Trazos-Montes,
QMicélho db iienb-FriD,('€(raiareâ' e ttltf-
kNttetcos m 0/da Pèc<rdâ lêgnaç 78 ao S.
N; B« do Podto^ ^35^910 M. de Lisboa.^ » '
Tem 160 fogos. '' = "• ''• ^'
• EfB 1757» MbIu i23 fDgoSi '^ ' »
teago^ Santa Maria de^OtlTelh; '
Bispado io< Porto, dialrfclòadaitttstml^
deVillaReaL
.ft • ' '. .;«
A' mitra aprweiitava o âftèaie^ i^liiha
600M00rébdolmâiffleatoaha«ai:' "
B. lerla^èrtiL i - -
.OUVSIRA--ft«giiezh^ 1IMh< «omardi,
oonefllho^ didlHeto adiíMMrativt»; areebi9*
pado «4 kilometrosida^Sraga; 300 ao Ni^de
liaboa. . • •» . ►;('
Tteba om IH;?,.^! fogos.
Drago; S.nMailieQ8; evangelim. ' '
O prior dot mosteiro' do ftwTieolite doPó^
ra, do Uaboa, apresotiuva o vigário; qd»
Unlia 50^000 réis de côngrua o o pé dcf ai*
Ssla^lreeQOKiÉeitá» ha maitoa iíàúi Éai-
da á.lreguezia ^ S. Bedh) dXMtdra; qné
Já fiea descripta.
' OUTORA B^áffilfEiS-^Vflt^ Doaro,'^-
beça: do ooncaihoie davòtnareaÁ) séu noiHo;
40 kikaMtros ao Ni B; d*At<9Ír(i, «ao í^.
do Porto, i8 «o S: B. da^Poirt^-iSno B. dò
Oceatao, S3aoo N; do Ufibòa. >
Tem 600 fogosi I ^
Bm 1757, tinha 334'mgOs.
(Mffo^ S. Miguêi, arehMiJo.
Bispado do Porto, districto adminiltráfi-
voè^Aveiro. *» »» ' * '
A i&llra o a abbade^sa dò eouiMõlo do B;
Boiíto^ldft Av<# Maria,^ 4à cidade' dO PòHo-
apresentavam aitenAltWkfneõfe o^itof, iKtie
tinha «eOMOO réis de eotígraa è eípó d'atair.
O coaselào deOlivoin d*A^èk, é cdm^
pom^ieiO íregoeiia9,-«eDdo 14 'éo^ 'bispado
•do Porto, e 6 DO d'AvWfD. ' * r '
As do bispado do Pdrto.'fe5d:-^e8ár;Ca-
cQjios (oa Como dè GaeiiJàè9);'Fáj9es, Gân^
dira, Loureiro, Xaèiérá' de Barbes (ò«i dáH
Tenjas)r1Miil, Noí^ndra úò GHitò,^0ifV6i^
ra d'Azemeis, Píndèlló; ftibk dip;' SL JèUi
da Madeira, Vílla-Chaç, e Ul.
As do bispado d*Av^í]^ ifioi-^Cacregoaâ,
Macinhau da Geiça (oa da' Seita), Ostella,
íti»,*»
« t
'• .t.
( I
Palmares, Pinheiro da Bemposta, e Travaca.
T&dias Í0om 6:10ãí fogos.
• 'A eòmaréa ê com^oMa do seu julgado e
do da'lfáieiri* ié Cambra, cem 2*400 fogos.
Total, 8:500 fogos. •
'Incididas nasi freguezias do Julgado "d*bu«
vWfá d' Azeméis, vSo as do ántígd julgado do
Pinheiro dk Bemposta; supprimido [e uiais
o éOnèeHiò) p^jo decreto da regência, dè 2i
de otitiíbro de Í898.
« . f
V •
• ErS éâtá'v1lla, commehda da ordem' de
Em 18 éle^maio dè 17^9, fez D. jtfaríá (»
méireè d& 'comhiebdli de SIò Miguel, ifóli-
veira d'AzemeiS^' & *José éd Seabra da 8f Ivà.
Dirli carta fegiat-^cTendo cónsiScraçao
ad bom^eirviço ))úè lòsé de Seabra me fez,
nos muitos legares de lettras que exerditon,
e,^uVtimáménté, no emprego de secretaHo de
estado,* ádjuhfo ao áiárquez de Poiúbat, è
por outros motivos, dignos da minha real at-
letl^,:ètfc.»
t ' 4 , ,
• )
Esta VfnaTestá situada na 'chapada debma
serrí, còátboa visu para o S., 0. e' Norte.
Foi elevada à cathegoria de villa e éabeçá
dd'concMh'0, ^eló príncipe regente (depois
B. Jéâtt VI)* emiSOO; ..
' NIo tem foral próprio, regía-se pelo foral
da Fefni, onde vem incTutda.
E^ t^adieijàò que o home lhe provem do
seKtífMe. •
Havia em tempos amigos, por estes sitíos^
à^enks uma tàbef ná sòlitái^fa. Os donatós dos
mosteiros ^áos ))uaeé se* dava também o home
ééàíeméii) quando andavam uo peditório,
costuihíVam descançar debaixo dé uiha oli»
telra, que eslava em f^ehte da taberna, e que,
por isso se vein a denomíitar 'OfítWra'(2at
ÂàtÚeii. _
' Na'mfhh'ã oplh1ao,1^to ií3b passa dè umai
d*âqiie11ás etybtolo^iaí inventadas por quem
nlb- quetia^tòtudar' a holssa antiga língua
porttígueka. ^ *
^Etíiendó' qàè 'o tiooié doesta viTIa provem
do árabe — algeme — que significa arraial^
ajuiitktaáítd; ébn^égaçãò, etc—palatra !ain-
dia. usada no século XVf -^ {fãandw, Nuno
Anmudei, a Lopo Barriga, qne fo$te úo aze*
266
OU
OLI
mel de Ábida, onde o$ cafUãet Am CabUdm
e Muares, tinham as suas tendas^ ate.— Da-
mião da Góas» Cbron. 4'KI Rai D. Manual,
pirta 3.% eap. 3i, pag. 3270
A egraja matrlis, qaa é be lia a anmptoosa,
é o melhor ediâcio da villa. Foi raédiBaada
á custa daa Obras Publicas» em 1W4«
O ar. António Ferreira da Silva Júnior»
natural doesta Tilla, e fallaeifo na BaUa
(Brasil) em 22 de novembro de 1875 — le-
gou,, em seu testamento, 4O(WQ0a féi% á
egreja de S. Miguel, d'01iveira d'Aieiiiais»a
lOOJiOOO réis Aoa pobres d'asu Ireguesia;
Também deixou tSQOiOQO réis á SanU Ca*
aa dia Misericórdia do Porto*
O Omnipotente o premiará na Gloria» pe-
tos actos de caridade que praticou cá na
terra.
O cemitério publico, feito em Í8d3» foi
lambem á custa du Obras PiU^icas, • do
do povo.
A casa da camará, que é também tribunal
do juízo de direita, e- contem as repartições
da administração e fazenda, e a cadeia pu-
blica, é um magestoso e vasto adificlo, cons*
truido em 1840.
0 sr. José da Costa e 9ouca Pinto Bastqi
tem um bonito palacete^ edificado em 1869;
Ha ainda n'esta villa mais alguns ediflaios
particulares, bons e bem eonslíruidos; maa
que nlo teem o valor que deviam tar« se^ as
influencias do campanário, nao actuassem,
para que o ministro das Obras PuUicas oium-
dasse fazer a estirada a mac-adam, da l.«
classe, pelo centro da villa, a pela ma, cha«
mada (por irouiai) Rua DireUa, que é uma
bitésga tortuosa, tendo sitias onde com di(«
Acuidade (e perigo dos peoos) podam caber
dois carros a par.
Se a estrada se construísse por onde (òi
prio^eiramente estudada, que ara ao E^^la
villa, pela capelia da Santo António^ estaria^
boja transformada em umafonnozisslmaes-
irada-rua, a a povoação teria attingido o des«
envolvimento próprio 4a sua prosperida-
de. >
Junto á villa, ao E. d'elUy sa té o tbaatro,
1 Os de Villa Nova de Pamalicio, tivei^att
mais jttizo. Não se opposeram a que a eslra*
da seguisse a directriz que Ibe deram os
eonstruido por aobscripçlo, em 18S8. E' sin-
tsla^ uns boaUo, e da sufflef ente tamanlia
para a popula^ da vilfa a airedores, que
o frequenta.
Ha aqui um asylo dá inffincia desvalida,
fundado peio sr. Pinto Qà faUeddó) natural
d'aata villa» eidadia benemet-Ko^ qna enri-
quecera no Brazll.
.Bm abril de Í87K^ a ammymo Y, da cida-
de do Parto, bem conbeeido em todo o rei-
no pelos seus innnmeraveisactos de carida-
de, vardad^ramente evangélica, deii a este
asylo* uma esmola de 90M00 réis. Nio se
sabe com certeu quem seja o anonyma Y;
mas supp9e-se que é o sr. Eduardo da
Costa Correia Leita. Qtiem qtier que alia se-
ja. Deus o pramiarána bemav«nturança por
taptu a tio reiteradas desventuras a que
tem valido, epor lantu fomes a misérias que
tem aliviado.
Tem Misericórdia; e estação telegraphiea.
A 1:800 metros a N. E« da Tilla, astà a fa-
brica da vMros, do Gôvo. <YoL ±% pag. 436»
coí. 2.*)
A 3 kilomelros ao S. &, ettá a faMaa de
lanifl^os^ do sr. Bernardo da Gosta Pinto
Baslo- Pedi bimlldemente a esteeavattieiro,
infoipaçSas aatee asta fiibrica, psrafaaer
aqui uma mais aalisfataria e cabal deaerip'*
ção d*ella; porem o sr. Pinto Basto^ nao se
dignou respondar-ma.
0 motor d*asta fibriea, é« aguada rio
N*este concelbo ha muitas fabricas da óp-
timos db^pw^ da lan«H)s mais finan que se
fabrioam» em Portugal— no qna sa.iaz.nm
importaulissima oammareio.
Ha também Abricas do papei, da muito
boa qualidade, 'O duas fabricas de séit. Vão
meiícionaij^ <todas .aa fabrieas) nas fragua*
zias onda estão siuiadaa.
Na praga da villa» ba um mercado em to-
dos os domipgos» qoa é omaior a malhar da
província, a talvei da todo • reino; tão graa^
de^ e de tanto movimento commaneialy coma
qualquer grande feira. >
engenheiros, pelo que é boje a rua príoci-
pai a tntis bonita da "villa, dmo se verá
quando tratar 'd'«sta povoado.
1 No domingo, 4 de julho de i875, se es-
ou
OliTein d'AiemeiS| é uma povoação mui-
to moderna: aioda em 1780 era uma aldeia
de poaea importância; porem a energia e
amor ao trabalho dos seus habitantes, tem
poderosamente eoneorf ido para o sen actual
estado de prosperidade.
lá vimos que a ereaçio do seu concelho»
dau de 1800. Até 1834, pertenceu á cornar-
ea da Feira— porque o território d'6starre-
fuezia ainda pertence á vasta circumseri-
pçiOy denominada Terras dê Sanía Maria^ ou
Terra da Feira^ que terminava, pelo S., no
rio Caima.
Esta comarca, a de Ovar, a
da Feira, parte da de Estarre-
ja, parte da de Arouca, e o
concelho de ViOa Nova de Gaia,
formavam as terras de Santa
Maria, que comprehendiam 107
das actuaes freguezias— a sa-
ber—Pdra, 37; Villa Nova de
Gaia, t3; Oliveira, SO; Cam-
bra, 9; ^tarreja, 9; Arouca (a
parte que é na Terra da Fei-
ra), 0; e Ovar, 4.
O território doeste concelho é muito fér-
til em todos os géneros agrícolas do nosso
€lima.
O seu vinho é todo do denominado verde,
mas, em quasi todas as freguezias^ de boa
qualidade: em 1874, produziu umas 9:000
pipas.
Ha também uma grande área d'este con-
celho povoada de arvores silvestres, sendo
em maior cópia òs pinheiros; pelo que, não
aó tem lenhas e madeiras para o consumo;
mas exporta d*este8 géneros para diíferentes
localidades» e até para a cidade do Porto.
* Com a exportação do gado bovino para a
Inglaterra, se tem desenvolvido aqui a erea-
çio e engorda de bois» em grande escala, re-
sultando entrarem no concelho annualmente»
tabeleceu n'este mercado, a medição e peso
dos géneros, pelo systema métrico. Espera-
va-se que o povo se opposesst a estainoira-
ção» e tinhara-sa tomado providencias; po*
rem, ainda que de má vontade, náo houve
desordem alguma; nem mesmo tumultos.
OU
267
•entoe de .contos de réi9, provenientes d'ea-
ta exportação.
Também hoje i importantissi mo B*este con-
celho o fabrico da manteiga de vacca, a me-
lhor que se fax em Portugal, e que se ex-
poria em grande quantidade.
Ha também. n'este concelho grande nome-
ro de minas metallicas; mas poucas em la-
vra. (Vão nas fregueziaa onde estão situar
das.)
Em fevereira de 1876, foram registadas
n*e8ta camará municipal, ama mina de en-
xofre, e outra de ferro e enxofre.
Era Oliveira d*Azemeis, do districto da
capitania-mór da Feira., Sendo eapitáo-mór,
João de Castro Cor^e-Real, da villa da Fei^
(avô do sr. José Luciano de Castro) por tn-
flaencia de João d*01iveira Camossa (avô
dos srs. doutores Saldanhas, de Mançores)
natural d* Aveiro, e casado na casa de flun-
dõee (vol. 3,% pag. 242, col. !•— e vol. S.%
pag. 22^ cfíl. 1.*) foi Oliveira separada capi-
tania-mór da Feira, sendo seu i.* capitão-
mór, o mesmo João d*01iveira Camossa^ pe-
los annos de 1804. Era este Camossa, moço*
fidalgo da casa real e cavalleiro da ordem de
Chrlsto.
Estava na cidade do Porto^ commandan-
do as milícias e ordenanças d*01iveira de
Azeméis, quando alli entrou o general fran-
cês Sonlt, em 29 de março de 1809, dia de
perpetuo lacto e horror para aquella cidade,
pela cruelissima mortandade, de 4 a 5:006
pessoas, afogadas no rio Douro.
Camossa, retirou com a sua gente, pela
margem esquerda do rio, e os milicianos e
ordenanças, fugiram em debandada, para
suas cas;^. O capitão-mór, foi ter a Arouca
(48 kilometros ao E. .do Porto) e se hospe-
dou èm casa de un^ individuo que reputava
seu amigo; mas que o atraiçoou, fazendo
acreditar ao povo amotinado, qne era jacoT
bino, pelo que foi vil e cobardemente assas-
sinado.
Camossa, tencionava dirlgir-se d*Arouca
para a Figueira da Foz, e d*alli emigrar pa«
ra a Gran-Bretanha; e tinha mandado já pa-
ra a Figueira, sua esposa e filhos.
Era casado com D. Anna Karia de Rézen-
268
m
de Camossa, da casa de Faodões^ e tinha
|>or filhos, Diogo Camossa, 7oSo Cámossa e
D. Anna Camossa Nanes de Saldanl^a.
JoSo Camossa,' qnè herdou a^k*anâe easa
de Fundeies, morren solteiro, deitando qoan-
1b tinha (qàe se diz ser mais de 200 contos
de réis) aos filhos de «ua irmanl' . ' *
Esta cason na também, rfquiàsima' ca-
tt da Tefçat nafreguezia deMançores (con-
éethò e comarca d* Arouca) còin o dr. Jo^é
António Nunes de Saldanha, que foi juiz de
ftíra, no frtnado do st. D. Mfgulíl I. *
D*es(6S'dois cODjuges houveram quatro fi-
lhos e tros filhas, e s2o os srs.: '
Doutor Manuel Baptista Camossa Nunes
úe Saidanha, residente na ca$a da Terça, e
actual presidente dá camará municipal de
Arouca, em enjo cargo tèip feito 'relevantís-
simos serviços ao concelho; e pelo que, e
pelas suashellas qualidades e cavalheirismp,
é geralmente estimado e respeitado; o que
prova a escolha que d*elíe se tem feito para
a edilidade, desde o annô de 1870,.^ sen-
do ultimamente reeleito, até ao biénio se-
guinte.
Douior^ João Camossa Nunes de Saldanha^
Tèreadòr e administrador substituto do con-
eelho d^Agueda, onde reside e tem uma gran-
de casa.
Josi Camossa Nunes de SatdanhOy soltei-
ro— e duas senhoras.
Morreu um filho e uma filha.
A paginas 419, col. I.«, do l*» volume, fal-
lei do mosteiro benedíctino do Couto de Cu-
ci^es, n'este concelho. Como depois cTisso
se desse tima importante mudança n*êste edi-
ficlo, e uma nova e interessantíssima appli-
caçao, e nao pôde hjr n*aqúella fréguezía,
resolvi, para nSo privar os leitores d*esta
noticia, transcrever n*este logar, por ser do
concelho, um commuDicado que se^ lé em o
n.*" 264 do Commerch do Minho, de 24 dê
outubro de 1874, e é o que se segue:
Acaba de abrir-se um novo estabelecimen-
to de instrueçlo na freguezia de Couto de
Ciicújaes, concelho de Oliveira dje Azepieís»
distritto de Aveiro. Este estabelecimento nao
lem só por fim instruir nas sciencias^ mas
ou
I . t
tem o de instruir nos princípios dai;'eligiSo.
O estabelecimento 4o que fallo, é o .Coliegio
dos SS. Corações de ks^ e Maria, (unda,^
no antigo mosteiro da orden^ de S. Bento, o
dirigido por o sr. fr^Joao de Santa Gertra*
des, monge da mesma ordem no iooperio do
Brazil. O ediflçio perece hoje ao sr.^Ma*
nuel Joaquim da Fonseca» abastado ^ ^our
radissimo proprietário .4!eata freguezi^, (>
qual de bom grado e,£ratuítamente o cedeu
para o çollegio, ç além d*i8S0 fez á suf cuata
as necessárias obras. iÇste.ediflcia nao, só
tem as necessárias commodldades para alli
estar o cpllegio esfabjeleçido^ mas tem as van-
tagens doestar em sitio aprazível e hygieni-
CO, e de poderem os alumnos assistir ã mis*
«a e mais ofikios divÂQOsna êgreja parochial,
antigamente a do moateiro, 3em ser necessá-
rio sahir, pois que tem com ejUa communica-
çao interior. . ,
No domingo ii da corrente teve logar a
solemoe abertura das.Mila^i. fiavendo por es-
fSL occasião Santissinao Sacramento exposto
e missa cantada. (A^ Evangelho subiu ao púl-
pito o sr. padre CaAtan<^ do ^ioho e Silva»
que pronunciou um discurso singello, maa
muito doutrinal e que muito agradou aos
ouvintes, tendo de mais a notabilidade de
ter hldo pregar quasí de improviso. No fim
da missa houve o hymno à Santo António o
Santo Agostinho, que foi executado com grau
de maestria, bem como toda a festividade. Of-
ficiou o muito revd.«*parocho doesta fregue*
zia é assistiu um granáe numero de cléri-
gos. No fim do hymno foi cantado o «Geai-
tóri» e foi encerrado o Santíssimo Sacramen-
to. A egreja estava adornada com simplici-
dade, mas com gosto, notando se que ó tbro-
no tinha um grande numero de luzes^e 4^
Jarras de floras.
A filarmónica foi á de Oliveira de Azemos,
que n'este dia executou uma knissa novj^
composta por o sr. Pinho i[onior, digno con-
tra-mestre da mesura filarmónica. Agradou
muito, tanto na maneira e bom gosto com
que desempenhou a mis^a» como pelo gostp^
com qm^ exeoitoa variadas pe^
A ooneorreneU foi pouito grande.
Com esta festividade quií o muito digno
director mostrar que lògo no começo doesta
òíi
institaiçao, desejava tífiir o etemcnto religio-
so dbvtt ò èlemehto itístructivo.
Tfofiai da festividade líol servido, ení casa
do sr. FODseea, nm )atito jantar, ao qoal as-
slstiram os clérigos qixé tomaram pari^ na
fUficçãb, 08 dignos professores do collegio e
mnítos convidados, entre os quaes figurava
o sr. António Bernardo da Costa Pinto e sna
éx."« filha. Honve alguns brindes. Sahírano
penhoradissimos pelas maneiras afTàveis e
délieadas do sr. Fohsecà e sua ex.*"* esposa,
<]ue prodígalisaram Immensos obséquios a
todos os que n'ess6' dia tiveram a hçnra è
prazer de seram por elles convidados.
Honra, pois, ao sf . Manuel Joaquim da Fon-
seca, que nâo se tém poupado i esforços
nem a despezas para se levar a effeito a fun-
dação d'este collegio.— Honra ao sr. fr. João
de Santa Gertrudes, que tem sabido, com ani-
mo forte, arrostar com tantas dífficuldades e
sacrificios, para o bom êxito d'esta tâo ulil
empresa.— Honra finalmente ao digno paro-
ch6 d*eãta freguezia e aos clérigos, que to-
dos de bom grado vieram gratuitamente as-
sistir á festividade.
O dia i2 foi de feriado geral. No dia 13
começaram as aulas, cujo serviço foi distri-
buído pelss professores, da forma seguinte:
O sr. fr. João de Santa Gertrudes, director
do collegio — latim e latinidade, e desenho
linear.
O sr. fr. Francisco do Lado de Chríslo, 1.»
sub-directòr do collegio — francez, italiano
e mathematica elementar.
O sr. padre José António da Rocha, pre-
feito do collegio — instrucção primaria (pri-
meira parte) e grammatica portugueza.
• O sr. padre Caetano de Pinho e Silva, 2.*»
silb-director do collegio — oratória, poética
elitteratura; substituição de francez; e de
latim e latinidade, coadjuvando na aula de
instrucção primaria (primeira e segunda
parte).
O sr. José Reynaldo Bangel de Quadros
Oudinot— philosofia, geografia, chronologia e
historia, instrucção primaria (segunda par-
te) e substituição de oratória.
O sr. Manuel José de Oliveira Heitor —
princípios de phisica e chimica e introducção
á historia natural.
òií
26?
Abrlr-se-h^ uma ^ul^, de ^nsioa, logQ.
que para ella haja numero, sufficien^e da
alumnos. t . <
Oj^là que tão útil estabelecimento se con*
serve e progrida. . ^
Bom local, agradável vista d^ campo, opti«
ma eérca para recreio, (aeei^ viai» de com-
muniicação, sitio hygienicQ, terra de recor-
soSy ampla ca^s.a, professores bons, já pelos
seus conheciipen.to9, já peU sqa morigera*
ção, eis em resumo as causas que levam a
crer que este estabelecimento será em bre-*
ve um dos primeiros no seu género.
Couto de Cucujães, (4 de outubro de 1874.
OLIVEIRA D ARDA (ou do irda)— aldeia.
Douro, freguezia de S. João Baptista da Bai-
va, concelho de Paiva, cpmarca e 15 kilome-
tros ao N. 0. d*Arouca, i:500 mètroa ao S.
do Douro, 30 kilometroa ao E. do Porto, 300
ao N. de Lisboa, 40 fogos.
Situada no degrau da serra de S. Domina
gos (assim chamada, por lhe ficar no aça
'plató oma ermida d*esta invocação— voL %,%
pag. 477, col. 2 *) — O logar está a meia al<«
tura d'esta serra, que tem mais de 300 me-
tros acima do nivel do rio Qouro. Mesmo
assim, é o logar muito abundante d*agaa%
que regam alguns campos. £ terra pobre,
pois só tem uns quatro lavradores; o resta
feminino da povoação, occupa-se em apa-
nhar carqueija, que vae para o Porto, pelas
Fontainhas— e o masculino» na profissão de
almocreves, ou jornaleiros.
0 que faz notável esjta aldeia, é a sua fa«
mosa capella de Nossa Senhwa das Amoras:
tanto que, por longe, não se dá á povoação
o seu nome, mas o de Senhora das Amoras^
Junto ao logar. (ao N.E.) ao sitio onde bo-
je se vé a ermida, se dava o nome de Portel'
la, e era um sobreiral. Be;5a a lenda, que,
pelos annos de 1450, appaieceu um dos so-
breiros carregado do amoras ^ e entre oa
1 Cumpre-me notar, aos meus leitores — >
que o não saibam — que os sobreiros (ou
sovereiros) quando são muito velhos, não
dão bolotas ; mas em seu logar um fruelo
muito semelhante à% amoras brancas (de
amoreira) e de um gosto ácido e pouco agra-
dável pela sua aspereza. Tenhoas visto e já
as provei. Faço esta declaração, para que se
270
OU
seus ramos» uma formosa imagem âa San-
tíssima Virgem; qúe foi achada por um la-
mdoir d*esta aldeia.
No livro da confraria, que
è do princípio do século XVI,
se menciona o apparecimento,
sem se designar o nome do la-
Trador qne prim.iro via a san-
ta imagem.
Á noticia d*este achado, corren todo o lo-
gar ao sitio da PorteHa, vér a Senhora, hin*
do também algnns clérigos que então aqui
havia. Levaram todos logo a Senhora, em
procissão, para â egreja matriz, que fica a
ans 1:500 metros a N.E.— porém na manhan
do dia seguinte, tomou a imagem a appare-
eer no mesmo sobreiro. Resolveu o povo cor-
tar a arvore, para com a sua madeira faze-
rem na egreja um altar à Senhora; porém,
o que pretendeu dar o primeiro golpe, em
legar de cortar a arvore, deu com o macha-
do um golpe em uma das pernas.
Então, entenderam que a Senhora queria
aer alli mesmo venerada, e resolveram fazer-
Ibe uma edieula, a poucos passos do sobrei-
ro, deixando n'elle a imagem, emquanto du-
rava a obra. Concluída ella, fizeram uma
grande festa á Senhora, e a levaram em pro-
cissão, para a nova ertaidinha; mas, na ma-
nhan seguinte, tomou a Senhora a appare-
eer no seu sobreiro.
O povo então decidiu que a pequena er-
mida ficasse sendo capella-mór, e que se fi-
zesse, para o O., o corpo da ermida, pois
abrangia o sobreiro, que ficou no sitio de
um dos altares lateraes, e foi serrado, para
ficar servindo de peanha á Senhora; que,
desde então, não tornou a fagir.
Ficou a imagem denominando-se. Nossa
Senhora das Amoras, em memoria das que
tinha o sobreiro; e tantos foram os milagres
que logo lhe attribuiram, que os romeiros
principiaram a concorrer á nova capella,
não só das immeáiações, mas até de algu-
mas léguas de distancia.
N*esta capella ha missa em todos os do-
mingos e dias santificados.
não riam os incrédulos, e para aue me não
chamem milagreiro^ por causa das amoras
de sobreiro.
eu
Nos primeiros tempos, fazlam-lhe a soJt
festa, a Sõ de março (dia da Annunciaçao
da Virgem); mas, passados alguns annos»
se lhe principiou a fazer uma outra, aindJL
maior festividade, a 8 de setembro (dia da.
sua Natividade). Com o tempo, foi esque-
cendo a primeira festa, ficando a prevalecer
somente a segunda, que ainda hoje é uma.
das maiores romarias d*estas terras, acu-
dindo aqui romeiros de muitas léguas em
circumferencia« e até da cidade do Porto;
de modo que, sendo o arraiai muito peque-
no (ainda é um souto de sobreiros, todos
muito velhos), se espalha o povo pela serra^
e enche as casas da aldeia.
Antigamente, n^este arraial — que princi-
pia no dia 6— havia todos os annos grandes
desordens, e por vezes mortes; porém, des-
de que o vinho encareceu e se tomou mais
raro, e as policias-correccionaes e as querei*
las^ se tornaram mais bastas, se faz a roma-
ria com muito mais ordem e socego.
A imagem da Senhora, é de pedra de Am*
çan^ tendo apenas 0",44 de alto; mas é for-
mosa e de boa esculptura.
A capella não tem luxo de cantaria * nem
é grande, e denota mais antiguidade do quft
lhe dá a tradição. Tem sido varias vezes con-
certada, e fizeramlhe uma pequena torre de
sinos; mas não se lhe alterou a sua primiti-
va architectura.
0 seu adro foi cercado de um muro, de
um metro d*altura, para nivelamento do ter-
reno.
Tem ainda algumas alfaias soffriveis; po-
rém antigamente, teve-as riquíssimas; prin-
cipalmente, uns paramentos da China, que
de Gôa (lodia) lhe mandou um navegante,
natural d*este legar, em acção de graças, e
em cumprimento de um voto que fizera, por
se livrar da morte, em um naufrágio nos
mares do Oriente.
OLIVEIRA DE GUNHEDO—f^eguezia, Dou-
ro, concelho de Pena-Cóva, comarca, distri-
cto administrativo, bispado e 30 kilometros
de Coimbra, 240 ao N. de Lisboa, 220 fogos.
1 Por estes sities não ha outra qualidade
de pedra mais do que schisto, quartzo e al-
gum basalt(»: o granito vem de muito longe,
pelo que fica muito caro.
ou
Em i757 tinha 9i fogos.
Orago» Sinta MarinluL
Foi antigamente da comarea d*Ar9aoil,
concelho de Fariaha*Podre; depois, passou
para o concelho da Tábua, comarca de Ml*
ddea, até qne passou para o eeocelho de Pe«
na-Cóva, da comarca de Coimbra.
O prior de Pena-Cóva, apresentava aã*
nualmente o cura, qne tinha SOMOO réis de
côngrua e o pé de altar.
É terra fértil.
OLIVEIRA-D£-FAZE-]fiO — freguesia,
Douro, concelho e comarca da Tábua (era
do concelho da Tábua, comarea de Mlddes)
48 kilometros de Coimbra, t40 ao N. de Lis»
boa, 200 fogos.
Em i757 tinha i74 fogos.
Orago, S. ioáo da Boa-Vista.
Bispado e districto administrativo de
Coimbra.
O Portugal Sacro e Profano^ nâo traz esta
freguezia.
É terra fértil.
OUYEIRA DE FRADES— YiUa, Deira-AI-
ta, cabeça do concelho do seu nome, na co-
marea de Vousella, 24 kilometros ao N. O.
de Viseu, 275 ao N. de Lisboa, 200 fogos.
£m 1757 tinha 81 fogos.
Orago, S. Pelagio.
Bispado e districto administrativo de Vi-
seu.
A universidade de Coimbra, poropposição,
apresentava o vigário, que tinha 100iM)OOrs.
de côngrua e o pé de altar.
O concelho d'01iveira de Frades, é compos-
to de i2 freguezias, todas no bispado de Vi-
seu *— são —Arca, Arcozéllo das Maias, Des-
triz, Oliveira de Frades, Pinheiro, Reigoso,
Ribeiradío, S. João da Serra, S. Vicente, Se-
Jães, Souto, e Varziellas.
Tinha mais as freguezias de Campia, Cam-
bra, Carvalhal deVermilhas e Alcofra, todas
com 1:109 fogos, que passaram para o con-
celho de Vousella.
Tioha o concelho, quando era formado de
16 freguezias, 2:1K)0 fogos^ hoje apenas tem
uns 1:800.
O território d*este concelho, é fértil em
todos os géneros do paiz.
Não pude obter mais esclarecimentos com
w
271
respeito a esta freguezia, porque, tendo*os
pedido ao seu reverendo parocho, láo se
dignou re»ponder-me.
OLIVEIRA D6 ARDA — Vide Olwêira
d^Arda.
OLIVEIRA DO BAIRRO— Villa, Douro,
cabeça do eoneelho do seu nome, na comar-
ca d'ADadia, 12 kilometros ao S. d*Aveíro,
35 ao N. O. de Coimbra, 245 ao N. de Lis-
boa, 460 fogos.
Em 1757 tinha 126 fogos.
Orago, S. Miguel, archanjo.
Bispado e districto administrativo d'Avei«
ro. (Foi do bispado de Coimbra.)
A casa de Bragança apresentava o prior,
que tinha 500^000 réis de rendimento au-
nutl.
É a 31.* estação do caminho de ferro do
norte.
O concelho de Oliveira do Bairro, é com*
posto de cinco freguezi%s, todas no bispado
d* Aveiro — são — Fermentéllos, Mamarrosa,
Oliveira do Bairro, Oian (ou Oyan) e Tro-
viscal.
Teve mais duas freguezias. Nariz, com
225 fogos; e Palhaça, com 272, que passa-
ram para o concelho e comarca d'Avelro.
Quando era composto de 7 freguezias, tinha
o concelho 2:897 fogos— hoje tem 2:400.
Esta villa foi dos marquezes d' Arronches,
condes de Miranda, senhores e, desde 5 de
novembro de 1718, duques de Laí5es— que
eram também senhores donatários das vil-
las de Mhranda do Corvo, JarméUo, Folgosi-
nho, Sósa, Podentes, e Vou(ra. (Para se evi-
tarem repetições, vide voL 4.% pag. 12, col.
1.» e seguintes.)
Ê terra fértil, sendo muito e excellente o
seu vinho, que é do denominado da Bair-
rada.
Tinha foral, dado por D. Manuel, em Lis-
boa, a 6 d*abril de 1514. (L* dos Foraes no*
vos da Extremadnra, fl. 85 v., eoL 1.*)
Trata-se n*este foral, das terras seguhi-
tes — Bairro do Móguo, Lavandeira, MofUe
Longo^ Padêllay e Bepelam.
Em março de 1874, se concluiu o edificlo
dos paços d*este concelho, e ]á n*elle estio
estabelecidas todas as repartições publicas
do concelho.
ên
I • I >
ÓÍA
I . • . .
• • ' I
Também, p^Ia iqeiHii^ Ttm^ jW0j4qí am
Oliveira de Frades, nào posso dar mais no*
tici;^ d*esta. yilla. \ r r . . )
OLIYEIRA PO COND$— yiUa, Beira-Ait»,
coacelho do Carregal, comarca de Santa jC«ia-
ba-Dào, 30 kilometros de Yizeo, iS^ ao N.
de Lisboa.
Tem 1:000 fogoa. ;
Em 1757, tiaba 557 fogos»
Orago, S. Pedro, apostolo^ ...
Bispado, e districlo a4miai3UrativQ de Yi*
zen.
O conde de Yi)]a NoYa (de Portimão) apre*^
sentava o vigário, que tinha 200 jOOO réis de
rend)mento.
£' povoação muito antiga. O rei D. DUiiz,
lhe deu foral em 1286. (Franklin nae tra^ es-
te foral.) D. Manuel Ibe deu for^ noyo, em
Lisboa, a 20 de dezembro de 1516. (L^ de
foraes novos, jda Beira^ ÍL. IW Yif^^, col.
i/).'
Trata-se B*este foral, das. terras. segoin-
tes:~Bem-. Ja^r, Fonte do Frade, Oliveii inba^
Travanca, e YillaMean.
£* barão d*01iveíra do Conde o sr. Migoei
Borges do Castro Tavares e Azevedo— feijto
eiQ 21 de novembro de 1866,
Oliveira, é um appellido nobrjB em Porta*
gal. O ramo principal dos Oliveiras^ foi to»
mado d'esta villa.
O l.*" que com elle se acba, é Pedro d'01i«
veira; pae de D. Martim Pires d*Oiiveira, ar-
cebispo de Braga, de Pedro Fernandes d*Oii-
veira, e de Mem Pires d'01iyeira.
Suas armas, são— em campo de púrpura,
uma oliveira verde, com azeitonas, e perfila-
da d^ouro, e com raízes de prata.
Elmo d*aço, cerrado— timbre, a oliveira
das armas.
António Marques d^Oliveira, sendo cônsul
em Flandres, e servindo valorosamente a
Carlos Y, no cerco da cidade de Anvers, lhe
deu este imp«:'rador novas armas, em 4 de
abril de 1545— aão — escudo dividido em fa-
xa, na 1.*, d'onro, uma aguía negra— na 2.*,
de púrpura, uma cidade, de prata, com suas
OU
torres e muros— elmo d* aço^ aberto— e tim-
bCM agtf a du armas.
Os deseendantea de* Btmokúo d'OHvein,
tmsen por armas*-H»8<nidb esquartellado —
no l.f ^e V quartel, d*oaro, três montes de
terra, em JêSJ^ de cada odi dos lados s&s
asa rimo ds ortigas verdes, ^que se cmzam
em aspa-Mio %• e 3^*, d^azol, duas caldeiras»
d*ouro, carregadas de três toas de zidreE>
de mesmo e purpura, com aeis cabeças de
8<»pe» d'euro, em eada. pegado das aaas (trez
para fora, e trea para d^eotro.) Orla de ar-
minho^ carregada de 8 mosquôtas negras. O
mesmo efano e timbre dos antecedentes.
Nossa SezAora dos Milanês
,Mo. tarmo d*esta villa, mas já no distrieto
da fregnezia de S. Christovão de Cabanas
(yoL 2.^ pag* 6, col. 2.*) junto ao logar de
Lanceiras (ou Laceiras) está a famosa capei*
la de Nossa Senliora dos Milagres^ edificada
em. um teso, a que chamam Lamba de S.
Thiago, por que aqui houve, em tenipos an-
tigos, uma pequena ermida, dedicada àquel-
le santo apostolo.
Sobre as suas ruittas, se edificou a vasta
capella actual, a cuja padroeira attribue o
povo d'estas terras^ innumeraveis prodígios
e por isso lhe deram o titulo de Nossa Se»
nhora dos Milagres.
Um devoto eoelesiastico, do logar das Lan-
ceiras, chamado Bomingos Gomes, para se
entregar a uma vida contemplativa, e de
oração e mortificação, se fez eremita, da ca-
pella de Nossa Senhora do Castello, d' Azu-
rara (Mangualde d' Azurara) onde assistia
alguns annos, melhorando muito a ermida.
Fallsceu n'esse tempo sen pae, flcando-lhe
a mãe, já muito velha, que vivia em Lancei-
ras, onde o filho a vinha visitar muitas ve-
zes, dandolhe aquillo de que etla carecia.
O amor que tinha a sua mãe o movia a
desejar assistir mais perto d*eila.
Em uma doestas visitas foi o padre, ao
sitio da Lomba de S. Thiago, onde tinha
umas terras, e, vendo os vestigios da ermi-
dlnha de S. Tbiago. decidiu fundar alli uma
capella á Santi:)sima Yirgem, para n*ella vi-
ver em solidão, como havia feito em Azuri-
ou
OBI
373
ra» i pam estar maia pêito dê. soa odiê» e
mato proaaptaiMiile a poder ai^ccorrer em
soas uaeesaiâaâea e doeoças.
Covámuiiieoa oa aeoa loteiUòs a algans
amigos d*este3 sítios, que o gaizaram des«
persuadir, fondando^se nas grandes despe-
zas que era pnsdso fazer, e ás qnaesera
mcdio diildi oceorrer; porem o virtaoso oie-
rigo, foi per deame no ttm piano, e pediu, e
obteTe finaimente, licença do bispo respecti-
iíO| dando logo principio à edificação, o qne
tevéiogar pelos annos de 1680, e em poneo
tempo esta?a oonelnida a eapeila^ qoe é ama
das melliores d'eatee siiios.
Bstátoda, interiormente, revestida de am*
lejos» com differentes sceaas da vida de Nos*
saSenliora; ecom boan pintoras nos tectos.
Tem uma lM>a saebrístia, e amplas casas, pa-
i^ hospedaria dos romeiros, qae concorrem
aqni em grande numero, em vários dias do
anuo; e residência de um cspeiiao.
Gom as esmolas dos romeiros, se foi ador-
BaBdo a capelia» e comprando óptimos pa<
ramentos e alfaias.
Passados algona ^mnos, alli assenton a or-
dem terceira o seu consistório e casa de
despacho^ e a ella vem assistir os ministros
da ordem; por nao haver aqui perto, con-
TNito. de 8. Francisco, n'aqudle tempo.
A festa principal da Senhora, se faz a i5
d*agosto (dia da sua Assumpção) e é sem-
pre eoncorridissima por gente de muitas
léguas em redor: havendo então jubileu ge-
raly para todoa os que visitarem esta casa.
Mas, alem d*e8te dia, em todo o anno se
fazem aqui romarias.
Ha uma vêasacra^ não de cruzes, mas
de 13 bonitas ermidas, tendo cada uma,
a imagem, de vulto, de Jesus Christo, de
muito boa esculptura, representando os dif-
ferentes passos da sua paixão.
Foram todas construídas pelo fbndador da
capella, à custa das offertas e esmolas dos
romeiros, e estavam concluídas em 1706, an-
no em que ainda vivia o padre Domingos
Gomes.
Koasa Senhora dos Garralhaes
Também no termo d'esra villa, junto a
YOLmaTi
uma ribeira clamada Catanmhaij pnudmo
ao logar de ^varéllos, está a eapella da Noa*
sa SoBliora dos Garvalhaes» onéa tanriíeili se
fasem, pelo decurso do aano^grandea roma«
rias, pela fama dos mnicos milagres qoe le
attribttem i padroeira, que é de pedra, de
boa eaeulptura, de um metro dialtara, «n*
camada, pintadare dourada.'
Está no altarmór, qne ó muito rico e per*
feitoi Tem mais dois altaires lateraes.
O sitio onde está a capella (que é bonito
e vasto) é mnito fresco e amene^ e em ra«
dor do templo ha bastantes casas, para boa*
pedagem dos romeiros^ e para a resídenda
do ermitio • e dá sua família.
Ha também < uma via»êacra, formada de
cruzes de pedra, todas eguaes, que chegam
até ao logar de Alvarellosw
Tem a Senhora uma irmandade, que a
serve e lhe faz a festa, no dia da sua Nati-
vidade (8 dé septembro).
Na quaresma, Tem a esta capella o paro-
cho d*01iveíra do Conde, com os sens paro-
chianos, em prodssao, nos sabbados de to-
das as semanas.
Segundo a lenda, havia n'este sitio, em
tempos antigos, um souto ou deveza de car-
valhos cerquinhos, e no tronco de um d'el-
les appareceu a imagem da Virgem, pelo
que alH se lhe erigira logo uma capella.
Sabe-se que este templo é antiquíssimo;
mas ignora-se o anno da appariçlo e da fun-
dação da capella; porem na pianha da Se-
nhora (que é feita da mesma pedra de qne
se fabricou a imagem, e provavelmente do
mesmo tempo) se vé, em algarismo^ a data
de 1001, qne se auppSe ser a era 903 de
Gesar, porque então geralmente se contavimi
os annos.
Sendo assim, foi esta imagem feita duran-
te o reinado de D. Ramiro II, de Leão, que
era senhor de Portugal, que já então com-
prehendia os territórios de Coimbra, Viseu,
Lamego, Aronca^ e outros mais ao S. do Dou-
ro, e todos as que ficavam Entre Douro e
Minho.
E' provável que esta imagem pertencesse
a outro templo, e que os christãi)S a escon-
dessem n'este carvalho» 18 annos depois de
feita, para a livrarem das profanações diMf
18
37lk
OU
Dcoroi. ^a era de 1019 (981 de letae Gteii
te). Atateoçor, rei de Ctedova, Uivadiu Pop-^
tagal em uÉi grande exercitOi redoiiodo
tQd»>» feltro e foge^ nao escapando um eó
lenplQi naa terras por onde passou.
• Srani eutãò— bispo de Coimbra, Veiitifo;
de Virai» f<|uilki; e de Lamego^ Jacobo. .
Estiveram estaK terras, aob a eniel do-
nln^çSo agarena, alé 30 a&ao de 1058 áe
Jesus Ghrlsto, no qual, o rei D. Fernando, o
Magno^ de Gastella, se tornou senhor abso-
luto éePoriugal, expulsando os mouros» pa-
ra sempre.
£' pois de suppor que a capella fosse cons-
truida pelos fins. do seouloXI; porem 4em
stfffrído tantas reparações que já nada se vô
que nos reiíeie tão grande antiguidade.
OLIVEIRA DO DOURO^freguaaia, Daira^
Alta,"eomâroa e concelho de Síníães (foi da
«omaroa de Resende, ccmcelho de Ferreiros
de Tcndaes) 24 kilometros ao N. 0« de La*
mego, 350 ao N. de Lisboa.
Tem dOO fogos. .
£m 1757, tinha 357 fogos.
Orago, S. Miguel, archanjo.
Bispado de Lamego, diatrioto administra-
tivo de Viseu.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
50MOO réis dè côngrua e o pé d'altar, que
era muito rendoso.
Gomo se vô da sua população, é- uma das
maiores freguezias ruraes, do bispado de Lar
mego, e também uma das mais férteis e ri-
cas^
Está situada em terreno bastante acciden^
tade, sr bre a margem esquerda 4o« Douro, e
atravessada por alguns ribeiros, qitis a re-
gam, fertiiisam, e fazem mover vários moi-
nhos de pão.
Produz esta freguesia, em grande abun-
dância, todos os fruetos do nosso paiz, e to-
dos de qualidade ezcellente. O seu azeite^ é
do melhor do reino; e o seu vinho, chama-
do do Baixo-DaurOy posto ser verde, é de óp-
tima qustidade.
Faz grande commercio (pelo Douro) com
a cidade do Porro, para onde exporta 04 seus
productos agrícolas, e muita e óptima ma-
deira.
S' n'esta freguezia o grande e rice logar j
de Amíços, que foi vUla e cabeia de ^foutoi
ao qual D. Aifonflo III deu forais am unta-
rem, a i5 de março de i253 {fé.* i«* di Doa*
ç$ti^ do rei D. Áffimso IH fl. li eoL<ft«\in
principio).
Bstá ^tuado sobre a margem esquerda do
Douro, e tem muitas e boas casas«
A fjpeguezia de S. Mignel de Oliveira do.
Doure, é muito mais antiga do 4|i|e a mo*
narehia portugueza, e já existia em 912 de
Jesus Cluristo, no reinado de D. Ordenho II,
primeiro rei de Lcâo^ sendo então sotihor*
d*esta freguezia, o conde Rodrigo Lucidio^
que a doou, com outras propriedades e ren-
das, ao mosteiro de Catiremire. (Vidi^ vel.
2.«, pag. 4&a, col. i.«)
I Annexa a esta, está a freguezia,. tambent.
antiquíssima, da ErmMa doDouròfXSiaitàk'^
badia passou para Oliveira. <Vol. 3«v PHÍ« 48f
od. 1.-)
Próximo ao logar de Boaças, na estrada'
que vae para Oliveira, está luna anta», cal-
tica, a que chamam Pedra que bóU (penedo;
oscilante.)
Qualquer pessoa, e, ás veze^ até o venlD»
a faz mover em sentido herisontal.
Ha também aqui próximo a esta anta, uma
gruta ou caverna, chamada lapu da Cham,
que pôde abrigar 12 pessoas.. Já aqui se.
teem agarrado ladroes, que se acharam acOU*
tados na lapa.
N^esta freguezia, e na da Brmída existi*
ram n'outros tempos, muitas famílias no-
bres, e ainda aqui ha descendentes d'elias»
e casas de ricos proprietários.
OLIVEIRA DO DOURO— freguezia. Douro,
concelho de Villa Nova de Gaia, comarca,
districto administrativo, bispado e 3 kilome-
tros ao E. do Porto, 310 an N^ de Lis-,
boa.
Tem 800 fogos.
Em 1757, tinha 292 fogos.
Orago, Santa Eulália.
O arcediago d*Oiiveira, da. Sé de Porto,
apresentava o vigário, que tinha lOOilOOO réis
ide côngrua e o pé d*altar.
O nome mais antigo que se conhece a es-
ta freguezia, é Ulveira^ e é assim que tem
designada no foral que D. Manuel deu a Vil-
la Nòva de Gaia» em 20 de janeiro de 1875.
OM
Oli
275
' Be Ulttíre^ Cáeílmeàte degenerou em Olú
veira.
HèpoiSf em riiio do moMeiro de cónegos
dr S: João BrângeliMá, doesta frogaezia, se
diÉmon tambein OdriAfíra dog- Cónegos.
"Bala ^arodiift está formoM e pittoresea.
HRnte situada; sobre a margem esquerda do
rk) Douro, na vertente septeatrional de uma
«ordHhefra que corre parftllela com o rio,
tede que elle entra em Poirtugal, e vai ter-
minar em^São Payo, junto> á foz do Douro.
Esta serra -lem yarios nom^s, segundo as
terras por onde passa, e os rios ou ribeiros
qué' a cortam.
Fica em frente das freguesias de Campa-
shan, e Vai Bom (na margem direita do Dou-
ro) e do antigo seminário episcopal do Por-
to. PeioN. E., está dividida da grande ffe-
gneiia d*Avintes, pelo ribeifo Febros,
qa» morre no Douro, com o nome de Es-
teiro.
■O seu território ó fertillissimo em todos os
goaeroe agrícolas do palz» a abundante de
óptimo peixe do Douro e do mar.
.€ria.moSto gado bovino para exportação e
tu grande oommercio diário com a cidade
éoi Porto, por terra e pelo rio.
£' ft*esU freguezia o celebrado Areinho,
phnicie cultivada, junto á margem do ri^
S6 ensaiavam e ensinavam os novos systemas
da agiicnUura.
E' hoje do sr. loaquim Correia Moreira.
A quinta de Santo Aleixo, bonita vivenda
do sr. Caetano de Mello Lemos de Menezes,
da antiga casa de Fataunços, irmão do sr.
; AntODÍo de Mello Lemos de Menezes, e pri-
mo da sr.* D. Marias Hellena de Castro Pam-
piona de Sousa Hollestein, condessa da Ribei-
ra^ residente no seu palácio da Junqueira,
em Belemi
Alem d'e8ta9, que sâo mais notáveis, por
ficarem á beira do rio, e serem também pas-
seio favorito de algumas famílias do Porto,
ba na freguesia outras muitas e importantes
quintas.
E* n'e8ta freguezia o mosteiro de Nossa
Senhora da Conceição, de Oliveira, de cóne-
gos regrantes de S. João Evangelista (loyos)
fundado em 1679.
A egreja era vasta e sumptuosa, e o edí*
fieio do mosteiro, amplo e formosíssima-
mente situado.
A sua cerca, de uma grande extensão, che-
gando pelo N. ao Douro, pelo N. E. e E. ao
Esteiro d' A vintes, e pelo S. O. ató junto da
egreja matriz da freguezia, era uma das
mais formosas, ricas e pittorescas d*este rei-
passeio favorito, aos domingos, segundas- 1 no, e não conheço nenhuma que se lhe po<
loiras e dias sanctificados, de certas classes
de ge&re da cidade, principalmente actrizes
eactorea.
• 2l'este areal^ se pescam muitos sáveis e
lampreias, desde dezembro até junho.
l^tão' também n*esta freguezia as dnas
cintas da Pedra-Salgada, uma dos herdei-
ras de Ayres Pinto, que foi regedor das jus-
tiças, do Porto; e outra, dos herdeiros do
general realista, José Cardoso de Carvalho.
(Vide Armamar,)
A quinta da Lavandeira, perto da que foi
cerca do mosteiro; notável pela sua belleza,
e pelas suas plantas exóticas, sobre tudo ar-
Tores e arbustos, e por um grande lago,
aíòrmoseado com uma ilha, povoada de ca-
mélias, grande variedade de cedros, araucá-
rias, etc. Foi de Joaquim da Cunha Lima Oli-
Teira Leal, que n*ella estabeleceu uma gran-
ja-modello^ com subsidio do governoi onde
desse comparar em belleza de situação, e em
formosura de disposição, em quanto foi dos
cónegos^ que aproveitaram todas as ondula-
ções e accidentes de terreno, para a trans-
formarem em uma encantadora estancia de
fadas.
Aguas crystalinas, de óptima qualidade,
e habilmente aproveitadas, rebentam em vá-
rios sities d*esta quinta, tanto ao sopé do
monte, como no ponto culminante (o pom-
bal) e conduzidas em todas as direcções, por
encanamentos de pedra, hiam regar e ferti-
lizar as diversas terras da cerca.
Grande numero de tanques, de formosa
cantaria, recebiam estas aguas, que d*aili se
repartiam convenientemente. Magestosas ar-
vores seculares, formando uma abobada im-
penetrável aos raios do sol do estio, offere-
ciam aos passeantesum retiro fresco e agra*
davel.
276
0£I
Bancos de pedra, desaiminados pelo bos-
que; formosíssimas gmtas, com eml)rexa-
dos, todas adornadas de fontes d'agna purís-
sima; estatuas, casas de ftresco, caraman-
chões e mirantes cobertos de lindas trepa*
deiras, faziam d'esta cerca um verdadeiro
paraizo.
> Junto ao mosteiro, era o ampto jardim,
elevado alguns metros do solo adjacente, e
cercado por uma belhi balaustrada de pedra,
contendo lindos arbustos e formosíssimas
flores. Finalmente, na cerca d*edte mosteiro,
tudo eram maravilhas da arte, e da na-
tureza.
Os frades a franqueavam aos visitadores,
é tinham mesmo orgulho de que ella fosse
vista e admirada.
Mas o Destino, tinha marcado no seu fa-
tídico livro, a hora fatal, o termo desgraça-
do de tantas formosuras! A illusiração, pa-
lavra bombástica, que tem servido de mas-
cara a tanta miséria, decretara a expulsão
dos frades, dos seus mosteiros— pelo crnM
atroz de orarem ao Omnipotente; de conser*
varem a religião do Gruxiflcado em toda a
sua pureza; de pregarem o Evangelho, nos
selváticos palmeiraes da Am^iea, nas peri*
gosas cidades e aldeias da Ásia, e nos ar*
dentes sertões da Africa.
Sobre estes crimeiy commettiam outros
também dignos de severo castigo— r^artiam
o pao do espirito e o pao do corpo a todos
aquelies que tinham fome de p2o ou de ins-
tracção; e semeavam por toda a parte be-
neficios, e.. . quasi sempre, colhiam ingrati-
dões!
O mosteiro de Oliveira, entrou na lista
dos bens nacionaes.
Marcellino Máximo d'Azevedo e Mello, ha-
via fornecido as forragens ao exercito libe-
ral: e, como depois da guerra dvll, o the-
souro não tinha dinheiro para lhe pagar,
satisfez-lhe a divida, com o edíflcio do mos-
teiro, a cerca e varias terras de fora d*ella,
que também pertenciam aos congregados
lòyos.
Depois deu-se ao mesmo Marcellino Má-
ximo de Azevedo e Mello, o titulo de
visconde d'OIiveira (em iO de março de
0£JD
Ainda Tive a senhora vis-
condessa viuva.
Teve três filhos— os om. Ber-
nardo, Joio e AnVonio, 'á*An^
vedo e Mello. Bste ultimo íd^
teeen, em novembao '4b i^TS^
no estrangeiro. Os outros iíb«!
da vivem.
No fim do artigo^ daM ra^
pidas noticias sobre a famiHa
do i."* visconde de Oliveira.*-^
A u.* viscondessa, é irmã do
sr. Joaquim Correia Moreiía,
da quinta da Lavandeira, d*a»-
ta fregnesia.
Para conservar a cerca no esplendor, bel^
leza e magaiflceDcia em que a tinham osrs»
liglosos, era preciso uma grande despeia
annual, a que o sr. visconde não estava re-
solvido; pelo que foi deixando pouco a pou-
co deteriorar tudo, e actualmente cenílraiH
ge-se o coração ao ver tanto destroço.
Os encanamentos estão destruídos, os tan«
quês, inúteis, desmantellados, ou entupidos;
a maior parte do firondoso arvoredo, fòf ar-
rançada e vendida, não escapando mésAio
as arvores fructiferas — finalmente, tudo
hoje n'esta propriedade ó devastação, silen»
cio e desgraça! Para cumulo da infelicida-
de, até o, outr'ora vasto campo da RWeira,
dentro da cerca, vae desâpparecendo poa*
CO a pouco, levado pelas enchentes do Es-
teiro!
A grande livraria do mosteiro, foi hiva-
dida em 1834, e d'ella roubados os melho-
res livros, ficando apenas os de menos va-
lor.
Ainda ha 5 ou 6 annos, alli existiam al-
guns centos d*elles, esquecidos e despreza-
dos, em montões sobre o pavimento, cheios
de pó, cobertos de téas d'aranha, traçados e
podres.
A egreja, que não foi vendida, e portanto
ainda pertence á fazenda publica^ nunca
mais, desde 1834, foi reparada, e está a
desmoronar-se.
Eis tudo quanto resta d'esta que Ibi for-
i mosissima e magnifica vivenda dos cónegos
Dfi
OU
277
dlt-«éi«|íe|ii0o das. Joio HTiÉ0e)ill%4'Oli<'
i«ilta do DMff o.
Aura' se: fknr iâcia:do fM foi^e do qw
idndftr pódé vir a s«f Héta-to qiiftMdodaott
-11870 ft»l b&veclda á sp^ viseoiidflMti i^
«Msipfopliedade^ auioantíâ de'
ftk.
•i<
A égnja Buttrk da f reguem, é aii lam-
flo i?aMo^ de íarmoea màilecian^etaadi'
mim^ite déoondo nd ímarior» ^ ^ '
-{''BiU edíAcadoiti^uil «Ho, d'flAâe >M fa-
Jtàmetíênwn e fòrmonsBiÉnas -iMaifiei» le-
des aa dWeçõei^ Teodo^ie raeibaa^ %(k N.
0.9 parte da cidade do Porto.
3 fflia-feferanMra.aapo&òaâi0laBeia«ao
•O.^to^qoe.fol meiíeire';
- Biá fteftte» e aò N^. d'eáta, Ipe|vida»iia
'aiai9eoi:efpoita do Dçpanvfiaaloilfaofta
quinta* de Fnk6o^ que íbi) doa Yiíeoadeft
d^Aiorfára (TaVdraa) e lie)e é dse wté. ik-
tceadea. do Freixoi. (YoL avpag. 13S» eol.
'•4li^ TiMoade d*01hrelray é deMeadeale
^<el0i Araaldo deBaySo, alho de Wilielno I,
'4iiq«i' dè dmelra^ eleilor doiíaperio roma-
no, a proakDo pareniedoB impeiadoree. Flo-
Meea noa •aôilo» X, eXL '
' iXAinaldoi peitaideaflBalnNtlba.-aQMra
Blldo» eoikto dia Aries, sa deUériMi Tolua-
^táritfflliiledasiia-falria, no liiiiBta.de tir
^tttwtiM^ eemaiBroa na pènlasitla-liiepaaiea.
OeMiaiNirdeiiiiioPofto, eomelgiuíiafeBie
400 mota, e' oliréaea oa leitt ennòços
ao rei D. Bermodo H, de MaTar A «(fllbo de
D. Ordonho lY, e acolMaado tei em tM.)
•' (D.iBonnado Os dea lropal»^èom as4Qae8
^«Mqsifttea aoe aoociros mais âs ^OlapuiA
qoadradas de tenrUbtflo,* naa daae-ttargete
délfoairo. ^ •
' Pte áeii asBeolo em Bã^(voL ái», fág.
Mi} eúh' t.«) e d^dita «riUa toamm^o apfieifi-
do. Pelo mesmo motivo se denomhisnmos
"iOâOQipor armas» a sgota iégfi ^do^^lm-
perio allêmSo; come deseendenie tes impe-
radom^ b estas armas ooaservwi aMaVeos
èeseeiídeliiss. * •« • i. :■
^ D. AltaBO Pfi fiilioáelK Bennaio O/x)
isx rlco*liottem, de pendSo e ealdein, pelee
«moa de i^iO.
&ra easadp eom D. UCs, filha do conde D-
Gozendo (on Gozkido) Ataafes, e de sua ma-
Jinr, D. Ufa UIbs (outros dizem— íífa Soares
iBêlgúzor) filha do conde D. Ufo Hafes, go'
veraador de Yiseo, e irman de 8anla Se-
nhorinte»
D*este essamento^ tiveram—
1 D* Quida Amalíêi it Bai^ão^ progenitor
dbsBerrelos.
' Ih ÚQsmdo Amaldês de Bayao^ rico-ho-
mem de pendão e caldeira, que também foi
mn esforçado eapliio. Casoa eom D. áMob-
ta Gulfones;! filha do conde IX Alonço Gn-
tierres, e de D. Velasqoinha Egas, amhos
parentes de Santa Aldara, e descendentes
do rei Wamba. 0*esle casamento naseen—
J>. E^iu Qoxendeêy rico-liomem, de el-rei
I>. Affonso VI, e do sen oonaelfao, e mordo-
me^oíórda rainha D. Thereza, fiiha d'aqQel-
le monareha, emie de D. Affonso I, de Por-
toga). Patadon a vila de Cemaheelhe, e llie
den foral, em M de ontobre de I12&. Era
casado com D. Dia Viegas, filha de Egas Hen-
Mqnes e de i>« Gentinha Biriz, iloindadores
de^niosteins dcFrdxo.
Dlsste casamento, naseen D. Henoigaes
Viegas de Dayio, qne saecedea nos senho*
riosdeBayao — e —
A Úei^nho Vietae^ rido*homem, qne ker-
doa as tetras qne sen pae haVia fossado aos
ttoaros; è ftmdoc e lameao mosteiro de Vil-
lar de Fsades <d0S b<m homem de VUlar).
Gason eeaa D. Maria Sdares, filha de D. Soei-
ffo^oedes^ rico^bomem, e fundador do mos-
teiro-da Várzea. Bor einmes, assassinoa soa
mnlber ft^ostamente, e, em dneUo, foi mor-
to por fi. Payo Gntierres-da^ilva. D'este ca-
samento tMMre—-
D. P0^ Crodjns, rko-homeoi, casado com
D. liaria Annes» filha de lartim .Annes» se-
nhor do Avinhai. D*eslo casamento, nas-
cei*- •
D* Mem Pasa RM(Mko (en Roofom), rico-
homem, i.* senhor da quinta d* Azevedo, na
qttalfet solar, e d*e)& tomon o appellldo.
Foi 'senhor de Castro (qne desde então se
denomiDoo ^ VUia to QofNU) o que consta
do cartório qne foi do mosteiro de Tibaes.
COÂ
ou
Foi lamboB senhor diivillaide teau Máriá
de Eslella.— Foi casado com Bi Sanebi Paat
Gojhro, filba de D. PayoGnnFOy Kieohomsai
de GaJlísa. Foi sen flUio-*<>
D. Pêro ãknda d^AMiVidúf.neê-lkéfmÊà,
de D, Sancho I, e senhor d^Aie^edo. Gasoti
cem D. Yelasqnila Redtigoei, filha de Fero
Forjaz, o Bom, rico*homem (desceBáenle do
conde D. Mendo, irmio de Desideráo» ulti-
mo rei dos longobivdoe) e de soa inolher,
D. Isabel Romaes, filha do inCuile.e.eond»,
D. Romão (filho de D« Fruella li, .primeiro
rei de Leão. ]>*e8teia8amenta<na^ea-r« •
J9L Sêêif^ Pa0ã d^ÀxeiBêiOfi rieo*iiomem,ie
3.* senhor d'AxeTedo. Casou çom: D. Cons- .
tança Afifonso Gato» e teve por filho-^ i • t
Ãiyo Soares d^Àxmtáo^ rlco^homea^ V
senhor dos eoatoe.e tenlMi d'Aieinsdo, o em-
baixador de Portogal a Castella, por elrei
Di Diniz. Gaaoa eona D. Ihereu Gomes Cot •
reia^ sobrinha do grlo^mesire ã0l&. Tàiafo,
o famosíssimo D. Payo Pems Correia, eon-
quistador do AICBrTe«.Fm sen fllhp*—
VoiCê Pmi dlÁímôdio^ rtoo-iiomein, H.* m-
ihor doa contos e terraê .d*AzeTodo. Caeraa
com D. Maria' de VaecwMeUoe, descendente
do intrépido Martim: Metia»» que* morno
atruTessado 114 poita do N«« do ícaatetto do
Lishoa^ emJU de jiaUmi de ii47» ' J)*esle« «a-
samento nascen— - l.lM !.
€hmçal0\VaÊ^fiêeê.id^A»^iio^ lico^vem,
%j senhor d*AieiredPi'hrairQ capttio, 4110 se
dièiingnin na batalhando Saltadek Caeoarcopk
]>. Bereogaria (00 fierengfiUa) )eamoos da,'
Gnnho, aenhQira4a.F9VQa. *b. Ywaim. eau-
Iras ternas»' Asoendento.dos oondesrdePo»-'
tevd o Pomláde, «m PoMgali.OiÂoadimBes
do Ossnna, e Bscalloiía, naariniew do «Una,
e Vilhena, .o eondestda Tábua. » i|li9oi|diay
em Hespanha. Honve d*este caaomento^i >
.Didi» eot»çtUv0$4'Jaewíd^ (o da^QasUo);
rico-bomem» o h* eenhor de.iáievedo:.^ do!
solar de Castro» Sate honiemiro|.a4esbomia
da soa família, toda composta de leaea por*
. tagaeaea.iOi.feraAndoi.da Fomigal, dispn-
^ JO^ei^te Marthi» Mow»,desc^pdW|{afn-
bem ôs marquezes de Casteno-Mêihor.' hs
éondes de Piguéfró (qne |á mb ba) e todds
os «saia VasooMeliba ^effiíaios do^fwntpa
toiiáiQMiâ fl;]kfléná4liáIiaoCM«IIMtMV
pelo qne boaye uma guerra entre su Amo
■aQõeh, qneiteopiDOibpOfe tiaMdo^^daiara»
Ésko.a ai demaito-é'osse^aniiã< ttOfO/fioBÉ*
fsÍpreB^-bindeáro-9e <5om da eaetilbsoD^ipsh
ffém.tef e o devido castigo^ mOiMld(^áSiaio•
dos portugueses, no cerco que os castelhn^
nos pozeram aGuimaries. Tinha casado com
il. Â)êm^ Coelho da SilTa, filha ds fcao
SflBBsa ÍVaalho (o>|MRhnoieo ^no topsoa o ê$r
pellido Coelho^ filho: de Soeiro Viegas» bio-
«Ho^doifhmoso DilfS&Moiii^ Oiprogattltor
4aa oasaa.^ Felgueiraey. Vieira». Rermedo^
Bom)ardiBfiMoaitalvao,:e outros. Hoave.d>'ea*
te casamento-:*' . c'
' LapoMái áiAeupedê, senhor ést coMs e
terras d'AzeYedo. EssoiveenperoliAhoahajin
snarfHnahi; pob aua fidelidade a^D. Mb I,
de.Fortugaif.qne pelas. joanpiwriisinioe
OLâimon oavaUeiro,. om AUiilttriiota^;antos
da gkffioah batalha de Udaa|ostoi4e.l38S;
na 4aal.eo:poitoii' cçm* Moobha' bmumia»
qne o rei lhe deu os senhorios de S. Jo|o*de
Rei, Pena, Aguiar, Parada, Jales» e os dir^t-
imirmuê 4a bonca do FiaÁa^notfnesasonn-
oordOiáSIB. FoL lUtnbem: sonhar dal^lershs
dmfitonni'] Casou tcom D. tasnm flnw<|si4a
fifhra^ «iliba do.Gontftl^Gmnoatda Si)va^ al-
caide-mór de M(»iierMór<^VelhO/oienhor da
I. Vn«aB,iaidodMilna lÉrr«s;i et dn Mmididher
it Leonsn-Oenfalvea CouUnho^fiDfBiiHfHHi
dos mavqnoaee de Va^ap, o do Mariahibi doa
eandeo 4o«Bodondo, lOi d^onlfia •ohlBssiawi*
têN^.à'Êm neiao^ Tambeou^leUdaipcooede
o nosso k^ndnrio^MithWo Goo^jabios Gofi-
-linbo^io JCográpO. •.> ..í oia' ux^h d 4'»i .••.
Bonw d!osle oaaamento: , / : i louv) .o
rnilorÈmiafiê d'iMMdh, aoi.qnnl.ípor
>iMfSld'de B. AlisiiBO! V» paasoutj^jSwMiãrio
>4aaloiran,OiicQiiio9* díAseredow ^ • : •
Foi armado cavalleiro, pelo infaMiIt Si-
dDf, .no lo^adh/ále iGeotaii (Ik i'^osA do
A4A$4)i-r(Hnho sidornm dosi £amoioft«)zi;. w
Jimfaanonii,í(A390.) ' ] n .. > .1 ... «j .oi.
Foi, em dua^ apitio4e)Mi9i4oa«âii4P
-htfanls A^Iienriwo,^qno.ídorafA|Pirii|4pio
■áainosatfi doscoberias no UUramar;. .1^.:
V MonnmienataAosQtombcodedW^ .<
Era casado com sua prima, U^AJHm9 40
AMTol^aft dl oípcogenUpr/doadMlior^ do
iOLI
tMlaaiiliafn. ftiaciioo Lo|m» 4' AtoriéD
¥4110 tePoMoft/ féftvivtoeondB d^AMvaêd
«É -19: Ae ligosto^ito 4816.
' '^cãê^rkopm ' d*A»&^4& {màny ào antM^-
•âliiC0)<iii^«aliNr âo.&.M»}d6'IM, P0111,
Actilu^ Aimd% fS&nU' âe BMro,. ftemo,
.•tom âatFjraaàáv ^ Beroira.^
Foi vedor dar IMlidá do D. Affoifto.(Vir t
' Ga«Miic(MaO. Loanor Leitioy 4ptedo Vas' ]
00 :|laffttaBiIiíaMlMi« aaiihtir de Òttar^ a tefo:
i)Sâo§»'ij(fft$jé\A9êp€àÊ, a.« oenhor de-5.
•Mmk^éB-.fiú tt^éM-fltaU aaBlM>riaa4oMii'
Ctíam eani >I>»'OaÉharíiia do CanFalbal, ft- ;
Ifaa^tte^liBBtíOi Gittçaáves do CarralM/i— '
Dta^fo d*i4saMlav 4« aanhar.: da.toáM 4M
-donifeíoi dOí idtt paok • ,
' • Gaao«*toiii<D. HÉuria Ctootiaba^d^CnUlia'
-•'¥ilkeB% flllUM4e Fenio Comioii^ soiklmr
tAaCáloiia» doflmo, e?lio«to*LDi||j^*da€M-
aa do Marialva. TiveradiD >i. •( 1 < >. >; !
: * i^iniiioifi^ipft dbis]0|MKo^>l^j*aoBbap daa tin-^
cnloa^dilao* paaç^oaaado oon» Di MuiailH-l
b6i«%.illha d^Dtefa d^enuodea; aaerMMdos!
'MMÉOtdfttynçaitt^AniUa^ (AÊtiei^ alíve-
L> éiÉn aiji I /ite" ■ jAKttdo (3óflMo,f(fk^JaDhor
do S. João do Rei, oto. — eommendador da,
-4|BdeiD dO'€hiiata^ da' oonMaenda do iLJoao,
do Coneieiro. .• fi'**-. -m* >- i>:.:^-j
h €IMHI» oana Ife Major Gotitiifto*d»€«lha,
rillM éiiDi.flLiiio^dttrGoiiha, da 0aMi4ldi coi-
'4|a.dOiMy|ieirA.wJiivfinaBi' •-<. -i 'i<':fi;''
< liiTtaioO' J^dnMiimíf Arpado CaMhwJlay ?>•
^aaiilior.d».S.,loi»4o<Rèí^<pt04. * ••!
GaaottdoBl D.ilooiíifii Goitmi^ifilia^de
,iiMNiaadoitlfi|nei^ canlloiro da(>ordenh de,
,CMBtavi|yiyaic^aaóf« dos fek^íí, MoiiH,
«nD.i8obHtiBa>f^ivwafli-^ •
f .fiaoaa loint l»i jM(otIMflMl4iiaUM^ dior-
doird dacaia^.dafflViiMrdcj Aba db-Fkanoia-
.ta>do:M*OiiMtÉ6iOB,' fooliot da«aMi<#a Ta-
pada. TiToranj^iJ. •.{• ./..-.. -i 1 '.u
1 GasoQ ^m aegqndjL9 . núpcias, com D.*
Iinjez Prféírá^mà ae'(fínçaló*lRodh^s de
AIM%fl)1M^ c«^* 0ta9)»Mo IMQ^^ 8À liflia i-
IOLI
yKd
'U »l
>'• f
Vá$c^ii^*ÉÊênêê Ooittímkõ^ 9* senhor, ote.»
•é>dai^iMd'da Tapada, uMlre de campo do
•idteilBffia/ i\
Casou com D. Luiza Igtaa^a Coutinho, fl-
Jhftio^faoiMraaiBiBtttfàiio CaUaiSè/^^vo-
•fiafiiK » '.i'«"i .•.•.- '* • ■.'■^••ii. ..»
JMrtgw #iiMtfda<rfafti€tolM^, 10/00-
nhofr dos^éonánioi do: sen paè. i' : ^ m* *
liCaaou cbm Di Marift^Manlielbt M09<|neiiia
Sotto*Maior, filha de D. Luiz de Mosquoiím
Sotto-Maior, fidalgo gallego^ astibor da tfilla
de Payo-Moniz.«i*4!ffViBram; . . ' • ' ( >ti •
Lttiz Mmíàduá^àíêvêãõ ãè Sá Gmtíáko^
èi.*. leiíhor, ^oie^^^^da ^afaitftida AppiL
Casou com D. Barbara Miehaella de Athai-
4o jo Mshezoii ftH^íao lik^lÈatíaÊàiàii^iúmé-^
jiD'r«Alhaido.^^<Ili«ra^3 ../»i:- .
D. iMh^'4rd0MMfr>df M&i
. - ff0lttM0/iiS.«' 86ÉllOl( Oto.—
' eatado.eoai'D, AiigHlioa da^fli)-
V» O' {ALi9èMk).-*«TiT0iimt> . •
^Jli LâU .à'JtmiMo^-éã\ Sá
i é:aiitíWto^cdmnÉOÉdadofdaor-
: dela do €fedsm(oa|)iila dOica-
'•M ifadpfái,K«o«riMt>da^ casar da
1- •VbpodaJ ' . ' i' •. «
.!. fiQdioa eom DjMaHJiidfrLi-
mst Avanjoi 0^ iúi^adè,dilh4ido
«bbaás daLoh0ftgos<iraik>do
' oondodarBjptfo^) ^IJníleiwt: .
Gtmtíàha;' <|de fé (y aotilal ao-
«nhor do oasa daTai^daj ^ *
Do Luiz ManMl/d'iAaavod6^do*Sd^Go!iti-
nho, o de sua ■oMHr^Di^BarhooodMpbiella
Âe^máiá oMffMaasy^.^.atrtHrMidb S.
^Joioido 4M, Tapada, .diíst,']ta4O0UrTloadMÉi
•RodrtgoiManeMt SâiGoutlnl^i oít ^ "^
Bemai^ d' Azevedo Carvalha 4 dWià) pas
dd 4.t^«iMÉdo<de^ OUmiia,. ei.iM4kkÍlho
poinofaÉiio^d^com' •«i;*BoiMBdodrtAi|-
vedo Mello o CarMho^^icfíiat yptboaPtMiie
idftfcaisHgoJviooOQdoodè OIMnu >• •:>
:òi;^(ai •, I «Psiro^MisflBi^dioMiioittéa
ri. ' taV
* I
• - /■ .1;
;.{. . ,
. , .,.^._,r da^.i9##rik Taj^. M mq-
Jor do3 yi9c0n4o8 de Oliveira e de Aze-
, è dos ^tná^á l^òtioi^és^ 8a'Taiiáéi, o
Jítraoda. &.uàL
ou
ou
t«« •
.1
ii»d»deBaiÊrô,Cútí«mMrg^{úú
Riba-Tejo) FUcal, Lamt^e IVi-
de ooneelho do sen nome» comarca da iÃ>
bufoi^dá eolUfea4e Mideteã) «O ktteme-
tros a E. de €i»abra, 6 de ]Bdai8»lid'iUP-
fláBil ir de ^oamk^ 980<(ao Rtde Lis-
Em 1757, tinha 73l80tM.
Oi^igo;Sftallafiadft Sinta Cm. .
Biepaâoí •'dtotaâeie adminiaMtinHf deCeiíÉ-
tea.'' • -í' . •'•». '» «n • • . 'í
a «dminendaáop ÚeOlEiiU, da villi» ap96-
senuya o vigário, qÊê tmtta 70fOOO r6isde
oODgnúi 6 o*'^ d^aAaft > <
O eosedlM deíMiteiBÉtdo Hospital, é com-
péstò deiil^ Mglleaas,. todas no bis[Mtdo de
Coioriva, e loom^í^QB^ogot/
SiB-«AMifta iar Dél, AItòco das Várzeas»
Avôç' fi«lMlMla^'firvedal,- Lagares, Lagiosa,
Lagos da'M|«^i«iiroêa, Mèmje, Nogaeira
èo. Gravo, CHiiciffa do Hoqiital, Penalva d'AI-
va, Sanu Ovaia, S. Pa)F0 dé Godéço, S. Se-
bistOaidalff' elra^'Seiio>éi>{ErTedal, Travan-
ca/ é^ iVjll»taie» da Beira. •
AMif amenta; tUa dsle ftaneelho apenas
S:IS0.^o0os^ ponine ienL:€»mposto só de
nove ihipietiap,«tâdemn\ Bobadella, Laga-
res, Lagoa da * fieira^< Laglosa, Men^e, Ne-
gneira. d^ Ci«vo, OlilPeira do Hospital, S.
Piqrd d* Gedé(e^ a tfivlmeak: '
£* ptfraafie moilovtfcai
A MiníMl4heJtei>lMrai»;éns Listoa, a 17
d^imriiio» -de JiH^ (£«5^ foram fama da
Beira, fl. IA» %% M^ L*^ f Sim» limbMiipa-
fnlihi. do í ^MM^ • taalMni iiÉlMai< taaaa oo-
voa, dadae fof' Ih ManlMl^
Gonsu iiiie.iK IMnii^ )á teria iada foeal
>'Dstedsiis^ #i>^gedra j| a Lagos da Beira;
■Éi*mnkBmnfcioa>lraa;
Todas estu qnatro povoações qne tinham
Ibral Apèèld, ferátttiibéças diiedheelho.
Oliveira do Hospital tinha grandes ptivl-
lagioii por ser dOi mnai daa coaaBBMdaa da
Mdta.
« *
* Esta .iflBa, BobadaUa ^ Lagavia, eM»Tip
ttwiade do seeido paisade ida piovadaiia At
Guarda, e da eoasarande ¥imrdipois^pttÉ-
saram para a correcçii^ dfiAi^anil, épor Êm,
para a* oomania d» MidOes; ^ atonia \ssta
sQpprinida, par eaitta4oa iriaiMnantftiflto-
bnH BrawIM, «io-aetnilmeniadànoiace-
marca de Táboa, paraiend^-MitninainMit
a sáderda còmdMda^liíddeai» • ' ' -^
Ba na egr4aMd*A8laii«IUà,'daÉB>n«oÍBsa
de architeatora gothioa, ondeednamaaiareai
sepnltadot dois paetogóecèa,^ Allaeli^ía-
«iHia dos Aaa8nflMt,4rl\Mrtji^ oa4Qflas| liA-
jando pela França, obtiveram alii, pelas-aaia
fiçàidias/eUtdlodrcfMisIdoiis: t -^^
O lerrei» d'eat^ eonçsite éiiMite Jairtil
em todos os géneros agrícolas do pais^qna
expecta' oriignaidai<ialintldndai^ ^
(Em 1873, no termo* da vHIa' o •»€affvn>
ffol do Sol, foi âe abmlflaate a eoiísHH do
vWio^, ^paanão honae vasOhaa para o «oeo-
Nien eh^anOo a ¥êndeiHWtaKÍQtr Mfl^ ^^
a 400 réis o almnda!) i >' • n> > m. .-.
Teo^ eataçia tél^grapliM; que )>iiaefpioo
«iffeoidlonàr «n llfdeaigosiai dbHilm*'
.Batáealabelaeida.nà<iaa'dt>aaaBaaBb i
-átraveaaany esté>earieaih» •nvM riMne
e regatos, qne regam, lázem mover diflsna-
tea BKyiihos de ^, e tvaiim ^peliia nindo.
OlhêiM éêtabÊpiíÊà, é tanflbm» ina«|K
pellido nobre n'e8te reino. - ^
' 9rdeeio da Bonilngair SMarav dfOttvnim
do* fldftpUai,' pae de 'Ittrtiii AoâHpMatfo
Amaral, e avô da inai^AMrádoilIflianll,^»
Aitdo ooMeihodoMDiliaMMi^aaaiiclan-
celler-mór; aoqatl:se faaaon dafla'dailnk
âo «arrisa%iani M^d^ábcil da iffUl^^sio
-%-eni «anpo anil, aspa de^pf^ta^lamndà»
ttltra 4 lloraa delia^ droorau^^Ehao» élacê,
aberto, timbre, a «prdâa anaaa» dom úam
das tansa de lii no eetttra. t ^
OLnnDUIBA-^fregneKiai Douro, eainar-
ea, ooncelha» distHòtoadminiatratifé^ bispa-
dê a paaxknê d'AMro,*d^ kiMaelroa na S.
do Porto, VSO ao N. de Lisbanii ' i • i
. T»m 450 fogos.
Otago» Santo AúiQhiò^dè Lisboa..
^. Em lcegii9aia,.#4MA^<^stiare|n47S7;
formava parte da freguesia d'Eixo^ qia 4
Obl
Olil
m
rcM^ ete., a ti dd-^ada me^ das maioresi
io^iHÊÊiáiÊ^ y ^ í." 1- - f •(- * r/ .
!RMimfelitilíHína«ii.todqi iM.eeimesi
dot»iiy aaboirtiiita-éa páÉ% lanlai dt Ym-i
ga* cama ido 'naPrf >: < "*•-! '' • >
> (No arliga £teiv tokiSA' Va0k 10i<aoki9w%
ba nsita leaaaa ^da íaoÉUBMi.i»afcaHi,ÍP«
< JUa ttdsiosidiai^^ tau prihatada hartaete»
asiaoadiçdaa ite^nliparidadè tfaafli Jtao»-.
ila^ 4aviéo'áiaaiiaidaÉa aiaaarao.trahidtoi
dpa seiiaparoahia&Qa<i.'!iJi • '- - 1 -m* ..!:• .<. •
Em mimbra dertiMÍ^«aafilÉia a aamaaa
dlá/reiaa^ «aaa-alira/qBa.aoaaortamiiodèro-
aammita para ridaMnrolvImafplQ da apiald-
lBia« lBéí|ilria>«faoiiBMicia4aa pavoa d'ai*
Foi a aairada, d^Avaitoifr^ Aguada*' Pjiaa
^BlavpalÉdtai'i)infíM>(Bip^fBaipal)^ 'tilU
.éra»,i qna aténeiiiia; Éo^-^amna^iaia wm
pailrfia iiifaeâfo»maMiaia«dart#U4i>faysio
- 86a:cuMMiwlidadiii daarpawi^-^miíiiMiètaB'
ia» coMH^ 4^ sitaiBridadei da aeM^i pfrn
' da.'inm(id'flHnifa4BaiaiBta^idDtaÉia«8a
eate melhoramento (l^fo^ M^mIíi a tacha-
ra da ISfOfa) ainda-aslao SntranaitaTeis no
M . > fala>fw«d* MaMia^ tatP» ÉiCito armoml»
fiailuiia iigarnquaiiai^eaMDiadam.ailipa-
foatfaiauifMya^daOftlivairittliai
E' ama Tia de eommnnicafiD'ífdqaàBMl•
dlaiiatt^'^ioa«p6voa^'aaval e mitnà§MTêB
doa 'lo9uaa 4'Afa0daa ^mana j|ipia>}iaii
■iaaavirgeadáa-yèlifái'» u !• • • .i't .)
. .)Eita^afllrádaédaipimeo>díipandto|ipai aa
aahar, na maior infern^^adiallada;" " > r
1 Em Si de abril de Í878, vendeu n'esta
feira; a'sr.' ifiGoada dé Béttéheèoriy^aosr.
%át9lòiiio 'BemaMir i^teiralfa 4o Mit-aMiAa)
'do Portos naM^paaeHia ée-vaaaUca.ptM'»
mil léislHH^) fiaoo da -fado<l)ovia0 e catai-
lar ii'éfta feira, a qnaM a regulador, •pamas
e¥dt dentas UmA; 6oBM>'aoonleaaiBntf'M-
a eteivaaciBaiimfemiiBa) eoÉiofMÍaq«e
80 tende na liiBaáatilalfelaai' t -. m> .k
S'<aaiaAraiWAia.eatá a aaea (91a foi via-
colada al^ao 4a jaate: da IMO) dq hknw
•da ida QMmrMUk . . : •. i
foi aea«itíaw> adaiidilwdor» par.eaaa»
awQKMfelMdB^ PjranoiaiP iaaqpúim 4a $!«-
tro Gorte*Real, pae dos srs. drs. José LmMW
ida ÁJMg0 Ctoia-Raalif director dflfjmnviyios-
«MiOBaaiMa q«0'>â JoiamtiiAiror^FiraiifiBfso
iJoa^poiía da Caairo *GQite<^Qid, jai^.daijdí-
aaiui» oasaiàQ^cpiiiA.sr.fP. Henrii]pa||k.j|a
Silva «vaira»/ filta 4» ^ íoMiiiia d^W-
ya Pereira, que foi general de brigada, !#•
iMwa^kHrHirtMbriniia 4f ÍKmm^ X«rier
da^fiiferaiVfniaa^ A/ «lidadiis. Atm* , . *
Ha ainda«:BiaK> ttboa (dos dois seioi>i4o
Mrgadaida Miyajrâkai wm vm M w os
aaussy-.tT- ■ • i. .• *'''...»
Esiea Gaairoi aiQ aHoariias daf eira; por-
qoe o tal QlMmíPcmQiiadOt asa naiai^ i^m-
la nillaf afllha da 9aptia»-aste^ioia de<Ças-
.|iai(»r|a^lUaLi(Vida.F4Kr«K> . . . r.
Foi prior da OliviMniÚ»,:^^ s^.^QiiMrft D.
Jofléiiitotoirfo Rei(«ÍDk.JBi^
'fiMssjaw» araaMipo 4'£«wat Vidfuva).iV>
sOfciy|imii> -rtt^ymiãé DayrQ^ noipar-
.aa ahcaai9idb«>4a Tia»ia.^tiia d^Midííaií,
54 kilometroa de Coimbra, S40 aaN< deJ^f-
Bispado a districto administrativia .(|a
€oiiil>aa») . ' '• /
A jariíaa.aj^iasaaiairatO paitr,. qna
rliSOJOOd-Báia da-raadúnanto annoaL-
tfayaaiip.roiito antíga^to foifvO^^ c^-
ea& |4Sbqa^% li te maip 4a i5U. £.'' Af #P-
(«latLaailof .4a ;Aím% 4. M v^ qoL i.«) .
. tNTaaiaKwiUraa lha di q aoiaa da. OMi^'-
.ajhi 4ÍOw|Nrad0« ,« • . V ••!.>..
É n*esta iregaesia o solar dos C^ta$.
^^ Ao ^tl^ ^VÍHK PHonriai, na siuirqpia-
.u4oaCavfalÚ09% €aiioel^;daToa4aUaiO
•aanhor 4*eau antiga ie Mtoa aaaa, o st/An-
ioiiior di| CòllaBraodio Brito MesqnlU Gas-
ji^«*Branco. Fpl, eoroo^^ do batalhão de to-
liuMaiMil^irealíMá' dai Arganil.. Era csaado
abm a V.» iK Aaaa Ifourailpa Gardoasiiqie
• . I
i>
JSMS
!0m
Era um perfeito caYall»lro/<MA.' sj/Éipi-
'ffMBD «'Imlitô dMiálIffS ^q«è MK<w Adble-
yét fàaátiéB* a qttafitos o^ emiiíeéêt'*!» «im-
'd^ántiaí; 14 UlMiiMrDk «o S«'d^BttM^ >a4o
(taiAiáDâ, ff t B; de IttnmiMha^ 170 a
• IB. 4de*Lfeboa. Tlofaa' en 17S7, 4:995 fdgiM,
'^'éaàA fltêftfezfai^ m Mè|^adoidVAri^*^«j
StáUaMaNa ão 0toMto.>Anitra#l^wÉ-|
uva oíditer, qiie XMsk MOJiÔOiVit drNÉ-i
'Attemo^. GofisUftVá de'ii91ògo&f -'i i
po d*£lTas, apresentaTam alteniatiniimu.
è reifdf, <]ae tfMi 9t2«900 rif» ^ if«àdí«
néni». GeiítâVd eBiaa,'7661bveik ' ' » ^f ..
' 4> iktdfoádó da naiffie; db fiititaf Marta Jde.
Olivença, foi dado pèl«i^ D:Wà\M{9i0^m9i-
iralo'da'(M<defti #A«to:'^>>" «'" < » ; '•«
' B»tA'e«ti prlf^w, «tii«M»;f1l4' dd«]Mfk^^
e 14* IIKdé imifRàde.^-^^MtiMda «M^HMa
planície, regada pelo rio ikhdéÊTiMík. ^-\,
^ Dit^-se que 9ê 9Múê tlaáimtlà^ f^ffó^de-:
901» #B9tai», p«4o» antt09'490(>»UM'« 9^-^
No centro da Tilla está nm «ritMM, ^-
drado, que se iit sèi^óbrs^doriíilbMpdb, eí
que depois foiireoAieadi^ ttftaé adla«lé so
Era uma Tilla e praça, de poo^ÍMpor-
tklièiâ,* td» '«iMnidiM «lièV^aMMilL 9e\o,
traUdo^dè pftz; *éB^miMe9k DÉffckftoOo^
19 de setembro de 1297 (pAòtfltaiVf^.^er-i
liando IVde^GUiántf, M'l4ti9«ivtiMlrtom;
ahifaflta Di OottMaiiçé,limMi< lio M RMMk,
4e^ollbgal, è ék palfibt,' M«u4aÉiMÍ,'«iO;
filho «d*èsles- -^déj^, Vi' AVèèM^fVt^cttth:
D. Béairiir, Imin do* ftt'MiMIMM^a^ de-
ddin que as Tílias e praças-MÍ ^Éeis^ieMktaí
'» ' •
ílNkl
icaMnLÉ^i#i'<m4diaÍBilrf4 ramtHamii^ 4e
D. Dinis, tomou em tanta
eiu<iiU% ^ lif» ifMoiido^nndifliSÉr o
-mà ?eilMiità8lalio}BiociiitiiD,ié46soteinifai
e amplioQ o sen fosso; poTMndo% «fUaconi
1*rlii|i|íiiei..9ea4hè>l(tfai;.\Bm bWMMí; a 4
di^)aiii0»<deá99i^«on tudaf litains^prl*
Tilegios, regalias e isenções do fond d*&vo-
Iv^dLiodf ils^iiM^dOTMHDk Dinli, 11. «
T.;mL â^^i tJ^^^Dj^lfiiiM llM.tfMiaafo
Isnd^ eDBârDodo sÉbUidâo^antigBiy^cai S«i-
tarem, no 1.* de ianhoi^>dê>iM9i>(k^ 4ôff fb*
oOanpvsiMentfieai' vér iwiannieoeUhds
dtdsm^Tiil^wqQasi li»*ffaM» eOo^/éeáiaa-
deà á emprtri» 9omo> xm(âê^€ã§kmían*á»
Numanda^ snjeitos, por meio de usi fMffl«
'idia;iaê>}ag9'teaateliaii6r .ii ■ ^« #. :>.--!
. ^B iriki i4ér>olMtiiDlíMav4wdb to4«lM»-
iar A.fQêaBia(-»étaÉdmii)<o aoior^io Mi
èao». adta r J Bni «■» #9f9«^ liqpilKttiAdaile
«•I todi 4 ika -ia^Haimia e pítmpaMiàt,
Aft^rtenalifaTera» tii nia pMiintiii,sM|> >
e por iiÉo>\4^iÉaxima;TfÉno^>doi bUvMlMÉ-
Mi^ aÉidwlM|aiÍillmii a nnaad Hng»^ nàbe-
O sen braiio d'armas, é i<>s»tsanipobisn*
im9mmmik> 4aiiiv«5i) « HbmoUé^tma
loloi, «■dObMM^oiíapianiiie^teriioide ca-
da lado umtiiaiíMMí)¥MK. àUnéindo io
mMM'da)Tiilí^! " " f
!Nn,«M ^m smetgr «Ipmi. dnelarado jo
« 1 Talvez qn^ àlgÚk$'íi6rQtí; tivm ett^as
po¥o«ç0e9 porta'(^eaiii, «liá^^qWéflflA se^b
éaminio eaalelliiiMi De|flmre»4a^ ^ondHMé
.nma,f€ff*-- .-7—.
ramente r< ,
ganha tiver _... „ ^ , „
adeí^fd^siiMealii^ r«étiiii«r,'i«, ifiMlnMKe,
ponho qae foi D. jQÍoiii,'eib lèSff,
'«Qi«f Qldèiiloiati» «Mt#lki<niaÉâa»«oa8lhilr
lima sótidaín llMÉaiiimiÉnnnK.t : . -
D. Diniz a haTia cingido de muralhas, com
^ ^Qoaado D;J)iDiÉiteÉmi oontjiida praça,
Apenaa-iia^a o raUia dàstoHo/voti oaifomos
«naiipi0gB^iò.aliiMÉaa Aaaasi dsMrod» fbrtt*
laa^^ 6 nmiàapmmt é inégilAsadiiBeiíim,
-tatfãtfaíum^qfiê enjiim vasto (Aisnà (dhHl-
MlbapiMÉm QkDoat). Fd D\esteolirai^ que
«f d l«rnáon fiudon ávmnr&povtaçío, >qtÉB
seus saccessowÉ.atii>iair«M>.mA «. / m.
OLI
mi
«83
^<ro páttís, pélM kmios dèlNOr iMrtm,
^táiiâò' ijrrttiíia<hi«, o rei D. MâbUel «s re-
éj^fltooii, e ò eMéno, p«tos annot 46 I5ie.
l^iià èm^tomrálfaitt três pom»^*HldOei/M-
nòy dê S. ^rantísco, e Por/a»iVÍ9va^é*^tti
' MoUéÉnfiloV|MD|M>; èomesiim rol, B.fl*-
ikttèVmtadda tèòdBMif êdtfréb ifò; titmi for-
món ikMè, ediloádâ iobhB roeMòà, ^emii
lÈáài àite Wfè ú^ 'éiMtn) (qfi« DréaileMlIh
fM>ikrrittariiii;tétirM4fl). ^ *> x;
Tinha att'iíMMkefro àê MiiicKNM^fràaeii-
ftuidiao'i^ld p<m), jtuito à0 bàlnirte
éè^. Fráodaléb; «lii iM6. TmkamlMmiiiii
iado pelo mesmo tempo^ e do ttéflOH) ttod«,
-l^òrta âò l^oJ ' . ^ - -
' Bi^ilMiMiT/féí; élh Í4f6» eOndé è^OH-
veà^ i^iMy Í«1lè]li>/(lllio do igfmndvlitr-
tim AffooaairlMlb); pmréÊO&tí di eiea
da iafanu D. JoanDa" (filha do rei), foarda*
mfr d^ ptQo, 49tpHlo de*TiiDf6r(AÍrt^) e
"iMNft^Ari^atttf/AilAOlfo^ '
-"^^ lermos dWnteiM^ é jfWRtKPim^ em td-
doa 08 géneros agrieofft^dò-pàh^ieii^l^toie
-éMt^ieda á^diRdádd'^ gadá.ÉUiitbem
áMÉiidiblo'^«a^.%âet)eiáé;'dò séotié,
4 M AiádMMi.' ^ ' • ' -'
*^''A*v1IIé -ê téMdftf vorMIlaf 'feferfaá,"pé-
mares e eampos» r^adospoii* llrfseM e^nml-
tas a^uas. Criam- se aqui óptimos eavallos.
^^ Aliérr&as^^iaô^dilatiidas; e guanlMldas de
tlMllto^tk>fi8 fírMKoéi* ' "*• * ' • "'^ ••♦ " • *
<^'^ IÍ>vriiK» (fuièii r<A*stt^ osTefii -que mie-
*M#a«)l áadblés éd déftei é^eitaf^giraçaf/oti
re4dtteliriiÉ>M%illiga9rNo(o>Í4iii' H», s«-
bre a porta do castetto, chamado da Graça,
tditi èrifbdtido ^flÉ^pwrede an esetlddidi^^pe-
dra» tendo escaJpida a figura de uma ma-
4Ílii^tiiDad%>iè«)ipuirtiaodií>fMíiisee^ len-
•ê§ i»dMitá m 9¥Ê6íiê dè'Portâ«ki; é al-de
'Iti^ti ê tesiaétãi tma )i|f;^^i^. Sà f i$'Vè,
taiA»Ara^a('#/imlhw:doi»fiiftdiidor>ia«4Bt- > Utaik;¥eid4 íoiííiiíí MdMta «iif^aeqi-iif-
edJOofdor do* eistellã Talfez qQoieatas lò$-
•em as^pffmeiras irmãs da Vllla, dtdas f9t
D. Dittii^ qvtaado lhe eonoedea feral.
• llirbidtfr^das armas, eétá esta InMriptitf:
▲ tumnrBA fhdaa dssts .cástblld,
FOI POSTA EM DIA PB S. MIGUE^
E A POZ AQUI, nCDRO LOURENÇO DÓ
"' HEfiO, Èll TKUFO DEL EET D. DINIZ. '
- ' • Mib I^VOUl lÉi ANHO D« 1300.
■■■•■,'■•,'
A cinude mmidhei, Bio^.se ebegea a eètt*
««inlr edMpletimeAM, ^p&t iàUeeer o réi D.
^llÉiMiel* i t .' '
't. V-'. ,• i \ • i ^ . 1 1 I ' / ■ . . '
Im W4e }aibo dei6li« um eierelto cai^
ielhaM^, 46^:000 infantes e fsOOO oatralkie,
ataca eeta pMtfef$ maa-sio ftariosamentert-
p^lidoa pélai gsMt^ ^ ««etiram. .
Bm:i7 dsi setemhiK), do mesmo amÉo^- de
•leilv ottUo éfierelse eaetelhane, deiegual ati-
mépa de tafantee ^e eanUee, fsi do mesmo
modo, ▼atatememe^TH^eUldo. <
Dea dias depois (27 deiseietthfo), mnft-
ram á carga, com o mesmo glorioso resul-
tado yai% aa^anns portagiiesas:
Im MA» «oe ^caMlhaBQ» f Hneiphm af fa-
ler correrias pelas nossas fronteiras do S.E.,
•aiaeania VUla^VHosa^ e OUnen^a; mxi as
.i«ami|9e».d'0Stas'prafa9 se defsndéA bi-
-safmn<nm»>esihiado'aiicommetier «M-
'mAgo^o^desbaMaitf .#.'»« ->(>
>>' AÉseBmaaBrt0:#tperimartaiiÉi»BellMi»
.ifíBh# élipaMS^MoÉtes. • . .
. • Bl ioi» 4 Yy .«m-deiAirra,. mamda ai divi-
aSee ipepm^aeiíM inudir, a JSiMmadQra
(hespanbola), as Castellas e Gailiza, atacaa-
-dò(¥aM[bvde^.e:pottdtf aâlre# a BadÍQ'ea;!po-
'féai|thremea.âaidesfctir»40i'>empreza» ^
. fiaàJAide^abi;tt.de4057(seDdo.reii»teiie
Portugal a raiDbajd)9Í4litt'4^^tumie^ vla-
va de D. Joào IV), D. Francisco de Tatavila»
dri4iBft'4Éuai';GB|íilanOf .oonlwniexercitê de
«leinmliif.uatQfl áafi|nlaei*A>iaii|il a 4|iii-
ahflBtql/câvalloi} fm déreo ajOtiTepça^t^e
aya.^r9ç^ieEi^íforenador^lf4^iièl.áe M*
dinhm iL>pmrBpi;ií> iera*.oi»mpMl^f ^na»
maior parte, de soldados biaentai
éoté^àk vMIv^MMi delmdiaBi^iiaiotesa-
medt^ mÊ» aèmi^alplfQaiiiMttís<i0nQi4Jttt-
m
fida^ qm os mkppito^ Ibd q|o ii\ismfm
604n a promptídjp 41^ dâflejav^ii^ ootr^ga-
ram a pra{^ aKM caattkibaapf^.ao dia 90 4e
svúo da ^l^fimQ aono, a^b boiWfyf^. <^FÍta-
lação. Manuel de Saldanha, sahia da praça
com 2:300 infantes e'iima companhia de ea-
Tallariá. '
Os caistelhapos entram n^ práçii» no dia
seguinte (V íeira» 31, dia de.Cosp^srChris-
tl)» e lhe põem guarnição, tendo por gover-
M*esu .«nnjinioinva bmlbQU o f^Wioúmo
acrisolado dos habitantes da villa, .1^ Q.Sfiii
horror ao domínio castelhano; pois, sendo-
rogadps peia duqna âaiSaa.Cpraantv.para
.40^ não abandonassem asrsnas U9Aa.«li|-
.WMte^ftOdabamtaiinittn» Afada maís-r-T«-
UTila, pQbii€M« ttu^ontaa^ paia 400». la^
4Ufi fiMsaem» se lhes dmiíism. aa^proprieda-
â«s dos que sahissemi ma» Ma.ten^^.Q ^nr
im 8^ q«e ia4ceiufl8»e.a ofTavU; prelerlnÃo a
pobreza, entro. poriugusMs» éo «os « riquA-
lajSntrocasieibanQs. i. . h. .'.
I r
ta . ' " «* 1'
«Digno (sita d^ ser fi«jnnda siarf o;
QTêoi^.m t^po aotífo « fto.tto4em.»
.»
»• (á
a«evmo pwtafuaii.prisaitott aiéetida-
de, l)Fay«ra e esnatancia dúsptpulartt,? com
todosDs reeiirsoi4)f eoiasc^ «mqaMilo sttiYS-
ram fora de suas casas. Sddaàlia^e<]i s^wf
. oflBolsMi, ilkffumm o fsafttige. d» sna-esèardia
— aquelle, depois dealsttitMiff deftisid,
foi degradado, poritoéat a vida^ pana h lidia
-reasiss, fi»ram,.ans presas,* oBftmdesler-
Fados* • '> ' m , \'i\ii
,fim jfOMira de i660; o^^nde da Gaiialihft-
de (depois, marqfeiea és Maiialva) etpiÚBA
tê easteUumoa, de 01Kenç&, iestUiiifaà>:^su
praça á coroa pofttiglieita. ^ . i
- 1 >i» I
I i»
Sm iflOI, a Fiança» coliíga^isecam &ilsa-
panha, pava fuerem gacrait IngláternL^O
prineípe i^cnia^. depois D* Jóia Vi» ^SMSio
MiTidado.pSn cliiisr«*sata liga» leoiis»;
i9áa qmv «vnHss duas pounitíi* ooéitáb-
tiatanifMmi;-
♦-1
0s hsspafiàoei^ íiranmaes^ so mando 4e
G&doifi (o ridleoloí prkieipe dê PautV^^favm-
dctt'»^ Atemtijs^' « noa lomui OiUraÉçaii '
iCtti
JiijQL &4^ful|ho i^ jq^sfQO ««pp,,de^§0|,
assignaip-i^.oa tutado4,df^.pf^,.ctM^qf)^dos
d^MadfíjQZf, por juu/dos iqna^s» PortiM^l 4f»L-
i:a>^I|aspaiÃa»...E;M'iB^pj(if^.M^^ 4.'Pli*
£m 1808, Buonaparie, prende, á tir^íç^
a (faqfúlia r^l hosp^nhoú,. qy^ nQrfidamentè
tinha cbaniadaiFxanGaw\AáeApa^ reijojij-
.(»i9e jí^qntt^ císiranwp^.H,» ge^^^j çaa^-
J|fHa^(V J^^^OO) (qp^tinb»,0GcpM4a 1 9i4?r
de do Porto, com f si|a4fyM^ ^ M #
4ei^efpbc(^,<)6.«^7}* .wv/QÍrt;s^,coirtr4,#io.
naparte (6 de junho de 1808) e marcha p^
S^^panh^.cqo%|J8aas^U^pag.t» .. .i
.A Kespanha entra, na Uga^ IWl^^^uP/^
.ft-^Qf^aa^A Mm-.ífifmm TW«9.praçji»>. é fmre
ím^ Jfassima. .... ; ,,{,<.; . *..í*
Em 15 de abril de 1811,.^ jaaaii»^ gt*
Bsral» B^4$for4r fm H ii»PM.p^»tu#M-
a^ ]B9(mp«r|i.O)ji.YiWÇji4.qjick*Aç9^;i4f fifç/^j^
áwíte pfJrt^(»ç<^ a,fpi|l!agnU . . '•:\i^,
. PS>^biMA(^.d'Qliyfiiç^já,i^.m«u*J^Httf
e trincheira^ 4a piffçj^ ji pas 'ip^eM,4c^
Guadiana, já sobrada ponte da sua villa,
49)o^ai:a9i i9«i«re^ VM,9imJ94as ^l^ra-
niôasimpa^portagp^^^ ,,^ .. . , . . ., ;,
. : 04efiÇ)dio|ipd(winiq.c^iHeUi|np» Mmr
ni(eeia ^ tâ4§i|.as iH>pji)Actiu|^i,pripfi^
mente, em novembro e dezMQitm.:^ MNl»
palas crmis.iaprdsaiiv qpia (oin^i^
(ra oa easta]lia^o% «
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. A f^miui, » l#ya4A por iiint.4(»pnlfi>, da
mal entendida lealdade)^ ^/f^a^ .% 0^r0§f^,
em reféns (como se tinha estipulado pek>
trauda deiQ«diyaz,-mas ^a^tt^Bta^» Já tom
tinha razão de ser) aos castelhanos, a praça
Al OUv4ng4, x^Mt^ a ieeiVi^nswTadii no
seçtdoaMq^ fjLesdeaptàA at^ llP)^ r#eww-
do-saa rsatitoU-ar ao seu |s^itiinp,doMUt
I •
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% ' «;
^ . Os bespanhMk 4ân4A iMéagi^itaiii coptni
"t N^asta tMadiH'.l6nas9teaÍpolaBciailte
«h-por Poptngal^ Lq^z^mhp do INiwi CoiMl-
*^i?^^l>«í* 1&»P¥*^ fiW»03íT-n^^Relifr|»-
ça, Luciano, Búonapàite. - ^ '
-» m nomb de"D. Maíia i^^ dò prliâjltib
nga&t^ ied flliio^ ^|Q!ft «saram 00 BMU>:
òu
os Infelizes, por lhe roubarem a praça de Oi*
bnyiar, ^ • stutentando» eom toda a joatiça,
^06» mmn tmifãÊ^ íMm 9k mmtpaifãOf cos*
aitaèm^nHo dê ionquista; è qjM a praça
d« Gibraltar, é inúiwmvrd e le^inaaiente
um parto da na^ heapanbola. ■>
Poi8'08'portiig«a2e8 teem oi moslnoa (se*
Bio metliôres e aiaia iquptfeaeriptiyeís) dl-
ipeftoa A praça de^OKvença^ também perada.
eMegalmeota ihanrpàd% ^ oanserrada ca
poder de Qaatetla.
Para os bespaiihoes «e opporem i asor^
paçSo ffilííeza, dOriam primeiro restitoir o
qao DOS nsiirparanh— a praça de Olivença o
o heu território. *
E' verdade qoe no tratado de paa de Ba-
djjoz, se diz^tSua Mãgestade Catholiea^ res-
tituirá a Soa AU0za Beal, ãs praças spo-
voaçlks dê Jurcmenha, Arronches, PeirtaU*
ffMy Castéttú-ãe-Viáêy Barhwènas Campo*
JMblbr, e (hêguella^ com iodas os seus terri^
i&riés, até' agora eoàqmstadoe pelas suas ar^
lAiU) ou que se possawivir a conquisiar; e
toda a artUheriOy espingardas^ e fuaesquer
outras tnúni^s de guerra, que se acharem
nas sobreditas praças^ cidades, vUlas e Ioga-
reé, serão egualmmte restituídas, seguia o
estado em que estacam no tempo em que fo-.
ram rendidas: e Sua dita Magestade, con*
serrará em qualidade de conquista, para a
mdr perpéfuamente aos dominfos e vassal-
lOfl^ia- praça de Olivença, sen território, e po*
VDS ^esde o Guadiana; de sorte que este rio
seía o limite dos respectitos reinos, n*aquella
parte que unicamente toca ao sobredito ter*
ritorio de Olivença.^
Note-se porem, que os tratados de 6 de
jtmbo' de i801, foram dois, ambos feitos e
assignados em Badajoi&-*um celebrado en-
tre l^ertugal è Hespanba; outro, entre Por-
ttigaA e França. No preambulo doestes trata-
dos, 80 lé:
«Havendo-se concordado entre si. os pie*
ttipoteneiarios das potencias belligerantes,
cottvíeram em formar dois tratados;
om
38&
1 Foi o almirante da esquadra britannica,
Bpoke, que lhes tomou e occupou eata pra-
ça, em Dome da rainha, Aima, d'Inglaterra,
em 1804.
4ne nm l^mn^ ^mm^meUúL mcim
nkMtíiÊo méÊtí mu* ]ioi» «ne m, 8«-
irtmtia' 4riteefpros!mf e táíbo Itave-
rã tralMade etti ttlimiia dM dplii*
«loando' Ve#lia. a TerincaiHie a
tnflra^cICô em qnalqaer do» ar-
figôar 4tke'ii'cMfes se exprcflMiiit*t
No artigo a% ditée:
tToda ar infracçlo, serfi considerada pelo
prins^^éonsuT, como nmai infrac^o do tra«
tado actual, t
H se vê que o tratado celebrado eniSo,
entre' Poirtugal e Hespanba (pelo qual, D.
Carlos IV^se arrogou a posse de Olivença,
e seu território, alem ^ Guadiana) depen*
áh mcontestavelmente, das clausulas do
tratado com Portugal oFhmça.
Todo o mundo sabe que, não só houve tn-
fracção em um ou outro, dos artigos destes
tratados, nas em quasi todos.
Para o provar plenamente, basta ler-se o
artigo l.« do tratado entre Portugal e Fran*
ça, que estabelece como còrigação recipro*
ca, entre as tre» partes contractantes, ha-
ver^ipaz, amlsade e boa intelligencia, en-
tre a naçlo portugueza e o poto francez!
Osssaçao das hostilidades, restituição das
presas que tivessem sido feitos de parte a
parte, e o restabdecfiàentò dás relaçdes po-
liticas, como antes da gtierra.»
Uma vez que nada* dMsto M observado, fi-
caram nòllos, IrrHos e de nenhum effeito
aquelles dois traudos.
Temos mais— No i.* de maio de 1808, o
princfpe regato, publicou no Rio de Janei-
ro, um manifesto, no qual se diz — Sua AI*
tna Beal, declara nullos e de nenhum vigor ,
todos es tratados que o imperador dos fran-
cezes' o compellia a eoíaclalr» e
paiMciilaniÉeiit^ ws deVadaJos»
e de VadiMMI* de Í9ei» e o de
TVetftriilldade» de 1 ft04it peis elle
os tem Tiolado» e Jamais os res*
pettoa.i
'Em 90 de maio de 18Í4, se celebrou en-
tre Portugal e França, o tratado de Paris (na
oceasiSo da paz geraiy^ no artigo addicio-
nal, n.* 3, * se diz— <Gom quanto os trata-
* Foi confirmado pelo artigo ii.* do tra-
tado de S8 â'ag08to de 1817.
38Ct
OW
da% oenwftçSes-^ Mios e#94lHdQ0 ^^i^^H
ôm» pateneiâs^M<tag»l 4 F(%i»0a) 4P V^mr^^
oMoto 4 guerra, e«ji<d«iii «twwUMiHik
il^.tecato* p«ío eslMo âa gmíí^^ ^^
Q&mreaieBletfeclmrarejKjur»— ijipnfi^wr
gnados em BadAj^as 0 Madrid»
em ISOI» e a co|gnreiiiç&^». awit-
S9i|id)a en^ £<f»lioa» em XII04* Jl-
€sam nnllott e de nenliam €^|Ilçito«
pela nae dioem reapeAta a Par^
tv^al e 4 França* e q[«e aa duaa
epr4^a« renunciam mntvamenie.
a. tedo o dlrettOf e se deidlgAm
de €i«al€|aer abrli^açãa fine d^el*
le« podesse reraltar*
JNo ^cto 6aal do congresso de Yieima de
Anstria, celebrado eotre a AUemanba^ Fran-
ça» logiaterra, Portuga], Prassia, Bussi» e
SaecU; feito e assigoado em Vieima,! a 9 de
jn&ho de IBilí, ^ o artigo 105; . .
. t^ po/«fiaa<» reconhecendo a justiça das
reclamações, formadas por sua AUeza RmI
o Príncipe Regente de fortugal edo Brasil,
•abre a vfilla de Olivença* e aa
oaf ran tervltorlas cedidoa á He»*
panl|a# pela tratado dé Badalaa
de ISCII9 e considerando a re0«>
tttnlç^io d*e«te» ^lijectos* como
uma das medidas* próprias pa-
ra asseirnrar entre os dois rei-
nos da Península» aquella liaa
liarmonla» completa e pernaa-
nente» cqlaconservaçãOf em to»
das as partes daRuropa t<MSi slr
do o flm constante de aeus aiv
saiUAmentos» obrlaamHpe. Cn^
naaluftente» a empresar* : 90W,
n»eia de oansUiaçfiki» os seusiesn
Cpdrços mais «ncases» a- Hat de
^ne se elfectue a retroeessão
dos ditos territórios, em favor
de Portugral* B as potencias re-
canliecem gue este arranjamen*
to deve ter loffar o mais breve*
mente possível. 1
Em Yista do geie fica apontado, e das po^
Old
sitirai e terminante» damnlas dQs.doeQ-
mentes qaeraeabaram detersèréeriAm*
tinimo, é inooniettifid, 4pt6 at«Dflefira(ipi
d» praça e Tilia de OHvençaie sKi< inritaria
ad 8.' áo^nadiana, euf poder datgervenu» (kt»
Gastella, conilhúe aiHkifltgianMiisnrpiatiiiir
qne nenhum Iholo nen^ritto joftiAc^ *^
-*Se n ua^o- faetpánllolt qaerqae tode.^
mondo* lhe «dé raão^ nisisolta reeKamaçdeec
oontnia detenção dé>Gftealtar, pela 6na<
Bretanha, entreguenos piámeliO/ por nm.
acto- formal n legat, dtreliíinição, semeen-
diçiíes, a nossa praça e ^la de Olírenta e
sen termo; e* assim pratka nmieto-de nOf
breza, fidalguia e jastiça, atá agor» debMdQ
redamado pdosportngnezesi í- • . "A
fim li de fè^mrcíro del768^nasQeQnn
víHa de Olmnça, Francisco da' Gama Lobo»
qoe fallecéu em 23 de setembro de484&
Foi Libarão dé Argamassa, tencnte-fen«f
ral, eomraendador d*A^li, eavaUeiroda-Tl^p-'
reBspada, e tinha acroz das campanhas d*
i gaerra da Peninsnta. ^
Gasba em ít de fevereiro 'de 1820, eom
D; Abna Maria Correi^ 46 Proença.
O barão de Argamassa,. era da nma ft^
milia illttstre, deecendeniedos condes da Yi-
digneira. ^ ' • v.
i Tendo no reinado. 4e PilippeLlY» o alçais
de de Xerex imposta n D. Joio da jSâQU^i
Lobo nm tribato do qual- eram isentos oe-
homens fidalgos, tere o lesado de apresea*
tar uma justificação da sua nohreza, em via*,
ta da qual se lhe passou a seguinte. sen^
tença: ^
. • Declaramos ao dito IX. Joio da Gama
Lobo ser homem filho d'«lgo, em posse. /O:
propriedade de si e de aeupaee av6. Bipo-
mos perpetuo ^leneio aps^itos Fiscaee á»j
Sua Magestade e ao dito conselho da.
dita cidade de Xerez dos Gavalleiros, e ao
seu procurador em sen nome, e a. to-t
dos os demasis coneeUios de todas as< de-^
mais cidades, villas e legares d'estes reinos
e senhorios de Sua Magestade, para que em
razão da díta fidalguia do dito' D. Joãfolla
Gama Lobo, nao o liiquietem, nem perlu^-.
bem agora nem em^ tempo alguns: e jbooi
ou.
AsftiB d. pirQiuuieiiiiq& e vánáiMMb Ueen*
ciado D. AloDso Ramires do Prado^ X)octttr^
D. Hoáricoi Sfirrâaoi Liceaeiada D*.4aan
Golfia dd (Qariraijâkr^A qual!M»tMiçpk.loi
dada e pronunciada pelos ditos nossos poctt
sidentes e.oavidoKs 6sUmd»'Itteado w*
disiMía pvbliea w cidade dft fijeanitdSiíMS
ii d6 8»t«nl)0rod»i64a» .
- -
.0, llvo iqnA^eoAlem «sAeiípioeessoé d«v
petiamiBilOi Na á.» pagina iam >om fleUo,4M
lado do qual se lé: «Sello segando,, sessen-
ta eoito marajvedis^íaAno t6M.i!
^ Bfif>ois wok BBia pagina onde se yd nma^
Nossa Senhora^ peiíeilanieiMe folpnd^ lanr
do por baixo— D. Felipe. ■ .
Na pagina, seguinte repres^ta un ewrgl-
leiro de espada desnudgp lendo ffiftkHi. pa-
us do eavaUo um BioDi;e-r*e per taiaor-
For la Grada.
A 3.» pagina representa as «raias dos. Ga-
na» Lobos~tlettdo<se sel> «Uas-^Dr J9f0f..
No principio de cada capitulo ha amii. le-
tra a odres e dourada, perreiUioenteoelD-
rida 6 avtisúeamenie deaenbada»
Um dos descendentes do^ Gamas Lobo%.
foi Lope de Gama^ a qfãmk D» Sebastião
couTidon para o acompanhar na sua iWA*
àã: a Afriea; loi eommendador dq Habito de
Christo e provedor da Misericórdia deOU*
Yença^
Este iivro^ anmmamente curioso», perlenee-
hoje ao sobrinhQ do bário de Argamaasa,
o ar. José Fraociseo.de AieTedo Coutinho da.
Gama Lobo, capitàa de regimento de ioXan-
teri^ n."* 9.
Para a» suas armas» Tide Niza^ nos seus
marquezes, e Vidigueira, nos seus coo*
ues»
Foi aleaide mór d*01iTença» Pedro Rodri-
gues da Fonseca; iUuatfB eavalleiro portu-
goez, no reinado de D. Fernando.
Por morte d*este monarcha» seguiu o par*»
tido da iníánta l)^ Beatriz^ rainha de Gastei-
la^ mulher de D. Joao; l (filho de D. Henrl*'
que li) de GasteUa.
Fugiu para a Hespanhaitom teus filhos^
um dos qnaea era IX Pedro da Rmseca» va-
QU<
$ML
rio 44 gfimde intalUgenda e grandafimi-
Escreveu e pabUcou alguoM iknt^ det
bastante merecimento. :.-.. i< :
O antipapa Benedicto XJU, o jiomeefi;wr-
disâl» do titulQ de Sauio Aiigeto^i ,
. . Depois^ s«ieiiou<*se â phdieiícia do ]#gUi*|>
mo papa, Martinho Y» que govenioa aisgr^*-
ia4e Dett«..deete i417, alá i43i. 0:paia
lhe eonfirmeu «.neneaçao e titulo que tir .
nha, e o nomeou por seu legado à latíBre^ t^f
GenelaniíQopb^ *pava a. Auiao das «grojas
gcoga.a latina, qne o imperador do Orienta
Manitel Paleologo^ pretendia* sNao secoa-
eluiu per .eulao; mas» ficou o negoeio em
tâo boa via» iqne pouco .depoisas cçnseguía
a^uqiao das duea .egrejae; que^ ioíeliznenr
te^ peuco tempo durou» peia natural inooas*
tancia dos gregos^
Veiu depois» D. Pedro da Fonsees» por
legado» a Hespanha, para aeatinffio do
scisma» que ainda durava» do antipapa Be-
nedtdlo.
Foi a Napolee» com o mesmo emprego^ da
legado pontiâcjo» para aplanar as difflcuida*
das» sobre saiscessão da eorea d'este reino.
Não. seguindo as pisadas de seu pae, foi
um portoguez .fidelissimo, amigo dedicado
do nosso Dk João I, qne muito o estimava»
e um varão de pande honradez e.proUda*
de» geralmente respeitado» por todos os rei*
,nos onde exerceu os seus .altos empregais ,
Morreu em Roma» de: uma qoesda» em SO
de agosto de i422. Jaz na Basilica do Vali*
cano» na eapelia do apoatele S« Tbomé» em
nobre sepultura.
aiLAS^vide Thêmar.
OUlÀFt^portuguez antigo— 4narâm«
OLMOS ^íreguezia, Trazros-MonUs» co-
marca e concelho de Macedo de Gavalleiros
(foi da extincta oomarca» e supprimido con-
celbo de Ghacim) QO kilometr.os.de Miranda»
490 ao N. de Lisboa.
Tem iOO fogos. Em 1757 tinha 71 fogos.
Drago, Santo Antão» abbade..
Bispado e disuricto administrativo de Bra-
gança^
O abbade de Ghacim apresentava o cura»
que tinha 6M00 róis de côngrua e o pó de
altar. *. *
â&s^
ÔIO
«LOR — fr^ueria ortlneu, Mmmlo% no
bispado de Elvas, d'0Dde dista 30 Idbmetn»
d^Blfas, 195 á'E. de Lisboa.' ( '
Em 1757 tiDha 84 fogt>s. • t
Orago» S. Jorge.
A mitra apresMtUTa o cura, eòdfirmaidc^
gae liBbá de renda, 300 alqfiidres de trigo,
e 74deeevaâa.
OKE2lO--poniigDee iamifo^bomicidio,
morte Tiolenta de boaiett oa milber, seoi
aaoloridade de justiça.
Rm todos os nossos foraes antifos, em o
oM«f)íottiDadaseòlaias que mmease omiitía.
No Aro (termo) de Lamego, éra costome
que, aichando-se alguma pessoa morta, s«m
se saber qaem fôra o agressor, o Jtogar mais
visinbo era obrigado a pagar de eftima, ao
mordomo, 30 maravedis; ou protarqoem
a matoa oa do que morreu.
D. AffoDso IV abolliu este eostilme, nas
suas primeiras cortes; o que cousta do
Tombo dó Asro, de 1346, fl. 3 verso.
No foral de Bragança, de 1187, se diz-<
(tradueçao do século XIV)— S^ o morador
da vossa Villa matar a outro^ qm nom for
dê vossa Ft7to, nompsyte porei iíêmiyalla:
4 Sê matar • de fóraao da vossa- ViUa, psy-
Uporti-eeciSOOJssoldos...* ARomo,ois
a Omesio, e a F^rto^ vaya SlRey-^nlío é^
sao do rei estas trez coimas.
OHIClDIO— o mesmo que omezíe.
OMIGtO^o mesmo.
GHILDMO -^ português aaligo — bn-
milde.
OMIZIiO— português antigo^-adversario,
inimigo, etc.
Elrei D. Diniz, mandou que** tse algum,
a fim de matar, desbonrar ou fazer mal^ en-
trasse na casa d'algU6m, ou o aecomettdsse
no eaminbo, e o agressor fosse morto, eba.
gade ou desbonrado, ou qualquer dos que
com elle foram, não seja aquelle que se de«
fender, nem aquelles que com ^le estive-
remi Omizião (julgado assassino) daquelles
que o cometteram, nem dos que com eUe fo*
rem, nem de sua linkagem SeUes. E todo o
homem que contra esto veer^ pêra acoomar^
ou fazer vindita^ que moira poreUo. (Código
Alf., Ilv. 4.«, tit. 73, § l.«)
Mui^o mais significado tínba a palavra
ORA
oiiiMQ'e «mteMn», qve «Uy perbMYldadft
omitto,' e q«e Mb Ma pidsvni se ptdem vep
em VUevbo. • • <.
Ac^sitlé oadeseeoiÉmettiaumaisasfténátOt
se Beata «mitaa veaee-cbamaiidè— togf do
Omitio.
AlguÉs 4'esles nomes se cooserraram às
leealidades; é é pov isso que a vários Ioga*
res ainda se cbamar #m«R;lsI« ámusio*
OMNIA— português «itigo— todas as cou-
sas, todar um» bet^de iMi feseoda^ uaqnal
se semeiam e produzem todos^os flmetos»:
Vide Tarouca.
ONCO— pormgues antigo-*-logir tsenroiy
retirado, escuse; augia detondlda por altos
montes^ e por isso encoberta ás< vistas do
inimigo.
01IRRA'*--portugues antigo««bonra.
ONBNáil-*pDMttgues aniigo^-^eommer-
ciar, negoeiaor ou contratar com lucro ex*
borbltante.
Ainda 6 usados
OOTfE-^portugues antigo^noite. (Doe.
de 14780
OPARLAM0A ou OPALANSâ^-porCui^es
antigo— espécie decbambre-^vesCldo>latar de
andar por casa,
ORA — ponugues antigo— e mesma que
Oxalá, Vide esta palavra.
ORAÇOEIRO-^ português «ntigo-s^ livro
que só coilem oraçSes.
ORÁCULO— portuguez antigo— oratório^
capelfa, pequena egreja, ou outro qualquer
legar de oraçio. Em 1203^ vendeu o mos-
teiro de Santa Marinba, da Gosta, de Gui-
marSes, o oracuHo de S. Joio.
D'estas vendas de oráculos, ba muitos
exemplos ua nossa bistoria, desde o século
IX Até ao XIII.
ORADA— portnguez antigo — o mesmo que
oráculo.
ORADA— (Nossa Senbora da)— A uns 4
kilometros da villa d' Albufeira (Vd. 1.% pag .
62, col. 1.') em fk*ente da Torre da Vigia
ebamada Bedeeira^ em um logar ermo e de-
serto, cercado de uma alta serra» pelo N.,
E. e O., e sobre uma rocba, na costa meri*
dional do Algarve, está o antiquíssimo tem-
plo de Nossa Senhora da Orada, c^j^ ori-
gem se perde na noite dos tempos.
' Ségtíiido a trâdiçio,foi n*estêlot*radi»*
da por tins pescadores, bibt. liada inagefii
ia S.S. Vingem, a qúál eondoziram logo,
eòiki grande regotfjo, para a egreja mairic;
ún no òútro dia, tòraòn á appáreeer so?
Bre a rocha.
O mesmo aconteceu todas as teses qne
d*aUi foi removida— até que o povo resbiVen
Itedaroflia eapetta no sitio do appareci*
nelito, e, trabalhando com grandç rigor,
em poQCo tempo estavam (soncluidas ah
obras prihcipaes da fttoosa ermida, que idn-
da é a actoal.
£* esta Senhora da particular devoção de
todos os navegantes e pescadores da costa
algarvia, que sempre a invocam nos peri*
gós do mar, e em todas as soas aflições.
O povo da maior parte do Algarve; con«
corre a esta cape fia em constante romslriíí,
qoasi todo o anno; mas, sobre indo, no ve-
rao.
A sua festa principal, é a tô d'àgosto,' ha-
vendo então nma extraordinária còncôrren*
cia de povo, á romaria, e á boa leira, que
então alii se az.
Maitos milagres se attribnem a esta sanfk
imagem. Pr. Agostinho de Santa Maria {Sani.
Mar., tom. 6.% pag. 435), entre outros, rela-
ta o seguinte:
No i.* d'agosto de 1699, o marquez de '
Fronteira, governador e capitão-general do
Algarve, mandou em um pequeno barco, de
Lagos para Albufeira, uma companhia de sol-
jflados pagos, da qual era capitão Manuel Al-
ves Pereira.
Chegando o barco á vista de Nossa Senho-
ra da Rocha, foi atacado por quatro naus de
turcos, que lhe foram dando caça até á pon-
ta da Baleeira, cahludo sobre o barco, uma
chuva de metralha • ^go de mosquetaria,
aem que fosse ferido nem só um dos portu-
gueses, que todos se escaparam, sãos e sal-
vos, d'aqneUe grande perigo, pelo patrocí-
nio da Senhora da Orada, que elles, durante
o eonflido, não cessaram de invocar; e, ape-
nas desembarcaram, furam todos descalços
eapé^ dar graças ácapéUa de Nossa Senho-
ra da Orada.
Depois, lhe mandaram cantar uma missa,
e ofereceram um quadro, no qual ainda ho«
VOLUME XI
ORA
}e se vé o bareo cercado e metralhado pelas
naus turcas.
Tamhem d^ssta Senhora, se canta no Al-
garve a lenda seguinte:
Má sentença um homem teve, »
£m hora triste e minguada:
Por ella andava perdido,
. Sua mulher desterrada.
SenudQ, estava chorando
Sua vida tão atirada.
Quando seu pranto em torrentee
A falia lhe já tomava.
Uma voz ao longe ouvira.
Que mui alto lhe bradava:
— Caminha, vae a Lisboa,
Não temas essa jornada,
Que a sentença que tiveste.
Foi por bèm que te foi dada.
— Como pode assim ter sido.
Se contra mtm foi lavrada ?
— Corre a casa do notário.
Acharás que não é nada.
Yae-te a casa do jnis.
Onde se fez a junuda,
Depois, volta á escrivania.
Verás a letra mudada.
Seguindo vae té Lisboa,
Como quem bem caminhava.
Chega a casa do notário,
E viu que nào era nada.
Chega a casa do juiz.
Onde se fez a juntada,
£, procurando a sentença
Achou-a toda riscada.
— Homem, quem aqui te trouxe,
A seguir esta jornada?
— Mandou-me o Senhor da Pedra,
E mais a Virgem Mãe, da Orada,
Que a consolar-me vieras,
Quando eu os invocara.
Oh, quem ul dita tivera.
Que para traz já voltara !
Bu por minx sim, voltaria.
Mas não mais os encontrara.
Hfaido pelo seu caminho,
Com a sentença mudada,
: Uma mulher vira morta,
19
A mulher logo se erg oéra, , ,
Qo» A fida wúú fficolbrái»,. i
Yeodo passar sen mtfidQ^
Pelo nome lhe bradara:
— Homem, ae estás «m peceado, '
CoDfldsio le seja âad»;
Já que ea morri ii'iest6 mundo,
Sem vér hostta eonsagnufau
Depois da le confessares^
Tua alma será ganhada.
Chega pois á confissão, i
Qoe não precisas mais nada.
—Também to» oh molher miidia»:
Que ora eaiás resuscitada»
Antes qoe recaias ttorta,
Faze por ser confessada.
A Dens pede que te salre . j
£ mais á Virgem Mac^ da Orada. •
Em oração de poaeranv
Anjos á lerra baixaram:
Depois de oraç2o facerem.
Ambos para o Céa voaram.
ONÇA— qntata, contigua e ao N. d'AYei-
ro. Soror Brites Leitio^ senhora nobre, e frei-
ra dominiea, foi casada com Diogo de Athai-
de, e serviu na. corte da Infanta D. Isabel,
mulher do inbnte D. Pedro, duque de Goim-
bra, e tio e sogro de D. Affonso Y (Ê o infe-
liz D. PfHilro, que m(Mrreu na alfarrobeira) .
Foi aquella senhora <D. Brites) a fundado-
ta do convento de Jesus, de Aveiro^ de reli-
giosas da ordem dominicana.
Tendo perdido sen marido, retiro«*se com
suas filhas á sifa quinu da Oaça, próxima
d* Aveiro, hindo depois com ellas e ama ve-
lha senhora habitar n*esta^ hoje cidade e en-
tão vílla, uma pequena casa, onde se deu á
mais rigorosa penitencia e mais severa aus-
teridade.
Jejuava todo o anne, nonca comia carne,
e vestia burel aspérrimo.
A fama do feqneno recolhimento derra-
mou-se por toda a parte, e muitas senhoras
de primeira nobreza pediram para se reco-
lherem ao nascente mosteiro, que aisanta
.fundadora só logrou estabelecer alguns an-
nos mais tarde, tendo tido previamente que
defsfideir nnt dei^anda pclia spa
Onta* que a fin^ fdoára a9 convento.
£(*rei D. Affonsp V ftjz-lbe a.h^nra ie vir
lanfair a^primeira pedra do aliQerce da egrar
ja; e depois st^a jiroprja . Hihv <f JQf^pta JDL
Joanna, veiu procurar o habito, ^e ^oooinir
cana» dentro dosimoros do mosteiro de Jq^us.
. A peste, que assolava e r^ino ^. a villj^
foi causa de el-rei ordenar que su;^ filha $^
hisse, d*alli, bin^o em (compajibia d^ prin<{Â-
isa> Brites Lei|ao. .
.Çom effeíto foram paraÀyíZi e d*abí jtara
Abrantes, d'onde Deus chamou a. sj[ fk í^lO^
4e Brites, a.3 d*agosto de t48Q. i.; ,
> Do viveiro das religioaas de Je^us d*Avei-
rq, sahirafnas reform^^as ^ i^osteiroii
de Cpirpus-Christi, de ViUa Nov^ de Gaya;
daa Donas^ d^ Santarém; da,A^wpciada« dê
ysboa; e de 8. João» de SejUÍbaL .
floje a gloriosa família de 3- Domingos»
está prestes a extioguir-se.
Dizem que a liberdade ae pppõe á,perfei*
gaoi evangelic^., opponL .^
ORADA <rfe||sa Senhora da),-7- freguezia»
Alemtejo, comarca de Extremoz, cqiice(ho de
Borba, 48 kUometros d*£voray 1^3 ao ^ £.
.d^ Lisboa, 170 fegos. ,
£m 1767 tinha 160 fogo&, ;.
Orago, a mesma Seohgfa.'
. Arcebispado e districto admini^tr^tivi^ de
Évora.
A mitra apresentava o cura, que tinlha
|M)7 alflueires de trigo e P6 de ceyada.
ORADA (Nossa Senhora^ daj— Vide a pag^
170, col. 2.«, do 6.» voL
ORADA (Noasa&eol)orad^— Vide Zêzere.
ORADA (Nossa St^ora d») -^ fregpiQzJ^»
Douro, a 30 kilometros dé Guimb^ e 180 40
K. de Lisboa. ,
. Tinha em 1767^ 71 Cogos.
Orago, No^sa Senhora da Expectação.
Bispado e disurieto administrat.^ de Coii^
bra. /
O real padroado .aprasent^^va o cura,, que
iinha 14/000 réis de .côngrua e o pyá d*aitar»
Já não existe esta í)reguetía. , , , .
ORADA (Nossa 'Seehora da) — freguezia
suppimida, Alemtejo, comarca e coAcelbP
de Muura, 65 kilometros d^fivera, 150. ao
S.& de Lisboa.
<m
Tinha aqa -1757, 1? fogps,
^ Oçifcv » pnesiqâ Seubora,
Arcei^ispado e ^^air^cto admjjpiafraUTo de
O arcebispp apveaenuva o cora*, «jae ti-
nha 180 tífimit/n é^ pão terf ado, ê o. pó
d'aitar
OBAOA— ,Pa varias fregaeaia» n^ate rei-
nOy que teem por padroeira Nossa Senhora
da OraiçL Vão sob o nome da (regaezia res-
ORAL^portuguez antigo-^eapecto deveu,
pretOy eojD. que as ipulberea honradas ^. si
SQdas eobríam o rosto, qaaado sabiam, de
casa..
OllBACÇM — frpfpetía, Mínbo^ oopeelbo
de Camilha,.. comarca edi^tricto adminia-
tratÍTO d6 Yianqa, d*onde dista 20 kíiome*
tros, ao N.0^ arcebispado e 40. kilomet)roa
ao O.X.O. 4e Braga, 395 ao N. 4^ Lisboa,
140 fogos. . .
£m 1757 tioba 125 fogos.
Orago, Santa Eulália.
O papa e a miira apresentavam alterna-
tivamente o abl^ade, qae tinha 3004000 réis
de rendimento.
É terra fenil.
ORGÂ-;*fr^gu^zia, Beira-Baixa, comarca
e concelho du Fundão (f«â do concelho d'Àl
pedrinha -* eitíocto — mas da comarca do
Fondào), 60 Icilometros da Goarda, 240 ao
E. de Lisboa, 250 fnKOs.
Em 1757 linha ItjO fogos.
Orago, S. Francisco de Assis.
Bispado e distrícto administrativo de Cas-
teUo-Braneo. (Foi antigamente do termo da
villa de Ca^tello-Novo.)
Os condes de Povulide apresentavam o
cura, qne tinha 8J1000 réis de congrna e o
pé d*altar.
É ii*esta fregaezia o famoso sanetaarío de
l^pssa Senhora da Oliveira, assim denomi-
nada, por ter apparecido no tronco caver-
noso de orna olivr-ira. Fica esta capellafóra
do logar da Orca, a um kilomeiro de distan-
cia d'elle, em logar solitário, entre, uns oli-
vaes.
É templo muito antigo; mas nada se sabe
ao certo, quanui á data do apparecimento
da Senhora e da faadação da ermida.
m
m
^Qgiuido a lepd^ conservada ppr tradi-
(jao-— teve a seguinte origem:
. ^0 t(9ippo do domínio árabe, se deu D*e|^
ta logar uma sanguinolenta hataíba, na qni^
era gçç^ral pertuguez, Simão de Oliveira^
da ddade de Bragança. Vendo-se este em
grande perigo, e aos seas, invocou a pro*
tecçi|o de Nossa Penhora da Oliyeira, que sa
vêiierava na sua terra, è ella lhe apparece^
qo tronco de uma oliveira, e o animou ã
ct^ntinuar a batalha, que dep em resultado
o desbarate dos mouros.
Em reconhecimento d*este milagre, man*
dou logo Simão d*Ólíveira edificar, no sítio
do. apparecimento, a ermida primitiva.
Àttribpem-se muitos milagres a esta Sa-
nhora» que é visitada em qvasi todo o anno
poriprande concurso de romriiros. Na 1/ oi-
tava da Paschoa da ResnrreiçãQ, vem todos
os moradores do logar da Póvoa em roma-
ria á Senhora» com soa procissão; havendo
então plissa cantada, sermão, etc. Faz-se fl^«
ta romagem em cumprimento de um voto.
Os moradores do logar de S. Miguel d' A^ha,
vem na segunda feira, depois da dominica u(í
albiSf ou dia de Nos^a Senhora dos Prazeres»
com a sua prociss^ão; havendo do mesmo mo-
do, missa'e sermão. É também em cumpri*
mento de um antigo voto.
Tinha eremitao.
ORDEM ^ freguezia, Douro, comarca é
concelho de Lousada, 35 kilometros a E. da
Braga, 335 ao N. dn Lisboa,' iÒO fogos.
Orago, Santa Eulália.
Arcebispado de Braga, districto admipjii-
tràtivo do Porto.
0 PorL Sacro e Profano não traz esta fre-
guezia. — Consta qÚH foi dos templariosi
Ha em Portugal varias aldeias e sities de«
nominados da Ordem. p(ir terem sido das
differentes ordens militares de Portugal.
É terra fértil.
ORBENAMENTO -^ portnguez antigo —
mandado, ordem, léi, etc.
ORDENANÇA— portuguez antigo— o mes-
mo quH ordenamento.
ORDENANÇAS > — corpos irregulares (fr-
1 Dava- se a estes corpos vultrarm^nte o
titulo de companhias da Birha Tambt^m os
denominavam TaJbarins, aiiuamdo iaoia ia-
m
m
mf
^da$ armas» siò--eiii campo de prata ein*
eo lobos pretos^em a^p^ armados de púr*
pttrâ, e' na orla, 8 a^pas de prata, èui éam-
pbWefrmélho.'
timbre, akn dos lobos das artnas.
Lobo é xxm appeltido ttobre em Portugal.
' 'Veia de Hespanha, oa pessoa de b. 9e»
dro Paes Lobo, am fidalgo da comitiva dè
sua prima, a rainha D. Mecia LòpeSdèHa-
ro, 9.* filha do conde, D. Lopo Dias dllaro»
aeiihor de Biscaia, e mulher de D. Sancho
1^' de Portugal
Doeste D. Pedro Paes Lobo, proceAéU òs
Lojbos d*Evora, de Extremoz, d*E1vas, de
Lisboa, d* Alvito, dé prioUa, etc.
Estes Lobos trazem por armas— eitt cam-
po de prata, cinco lobos negros^ possantes,
em aspa, armados de ouro, lampassaáos de
jfúrpura; elmo' d^aço aberto, e' por timbre
um dos Idbos das armas. (Vé-se que as ar*
mas . dos Lobos soffreram alguma altera-
çSo.)
p'este appellido foi também D. Maria dè
Sodsa Lobo, bisneta de Diogo de Sousa Lo-
lio» um dos clncj irmãos, que no reinado
de D. João 1, passaram de GatHza a Poftti-
giflf com eslé appellido, e ídi senhor db Al*
Tito.
Foi 2* mulher de D, Jo3o Fernandes da
Silveira, regedor das justiças e chameelier-
mór de D. Affòúso Y, e sett escrivão dà pu-
ridade, o qual por este casamento foi se-
nhor d^Alvito, e o 1 • barão d*esté titulo, fei-
to pelo mesmo moharchaC, em 1478. • ' ^'
A varonia d*esta casa segué-se perseu fi-
Uio, Diogo de Sousa Lobo da Silveira. Este
adoptou, as arinás antecedentes, mas aècres-
centou-lhé uma orla azul, carregada de è
aspas d'ouro, e o lobo do timbre, tom utba
Aas aspas na espádua.
Foi do mesmo appellido, D. João Lobo,
bispo de Tanger, na Africa, ao qual o rei
D. Mainuel deu por armas, em 1S06— escu*
áo de purpura, e no eentro ttma ddade, de
pirata, e uma grande brica (que oceopaa
4.« parte do lescado) carregada dft primei*
pi$ ãrçM^ àqfi «Lobos., ^ÍAO ál9^i^H»fto,
e timbro, am dos lobos daaarma, eom luia
a4M'4'éuro ná espádua.
Quaresma. Para este appellido, vide vok
5:*, pag. 367, ^1. i:*-^ para ò appellido
séiHra^ Tide Torre dà SHeeira. ' . '
Para o mais ^he se pretender sábè^ eo-
bre está fádríliá, vide vol . l.^ pá|^. i«^ col.
!•, e Árchivò' Filíor9$co,^'^(A: W.%'pag. J»,
coí. 1*» ' •'"
ORIVAL— portuguez antigo— olival.
ORIZ->portnguez antigo— oflrii^s (dW
ro e prata.)
pRIZ— freguezia, Minho, comáteà e eon-
ceiho de Yllla Verde (foi da comaf oS è con-
celho de Pico de Regalados) 18 kilometros
áo N.^e ftraga, 370 ao N. de Lisbok.
Tem 90 fogos. '
Em ift7, tinha 86 fogos.
Orago, S. Ifigile!, archanJoJ
Arcebispado e districto admiuiStratiTO de
Braga.
O abbade de Santa Hârinha d*Oriz, apre-
sentava o vigário, que tinha 20^000 rfis de
côngrua e o pé d*altar.
Era uma aldeia da flreguezia de Santa
Harinha d'Oriz, da qual foi desmembrada,
e feita freguetia independente, no século
xvn.
' E* por isso que o paroeho foi da apresen-
tação do abbadè da freguezia segttbte.
ORIZ— freguezia, Minho, comaTòa e con-
celho de Yilla Verde (e fbi tambbm da éo-
marca e concelho de Pico de Recatados) as
mesmas distattcias de L&boa e mga, e 60
kilometros ao'IÍ. do Porto.
Tem iiO fogos. Em IW tinha té fogos.
Orago, Santa Marinha, virgem è martyr.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
O papa e a mitra, api'ésentavanki Alterna-
tivamente o abbade, còTIádo, quê tinha de
rendio^nto, 40OM0O réíi
O nome d*estas duas fregueziàs; dlrivarse
do primeiro Orâ — Vem a ser — terra btt
povoação dos ourives.
ORJASS— 0MEN8, MtJiSS, elTIlJASS
— freguezia. Beira Baixa, comarca e conce-
lho da Govithan, 30 kitometros da iSuarda,
fkO ao B. dê Lisboa, 220 fogos. '
Em 1757 Unha ili fogos. -, *; .
Orago, S. t^edro, apostolo.
Bispado da Guarda, di^rittò tdmtnfstra-
tlvo dê Castelio-Branco. '
ta da Serra, e os de Manuel Bordallo,- Al ht»
)(áir dé Ò(mtà\6\ ^"féHèÈUníA 6 priW^/ tae
dnftil Vnsèutí rkfe dé fêndlmétilé. '
' èrfaes ón OrJSès^ sigiítflbalogaírêii aetiM-
Aos 4e èévada — c^fléfiu^t.
Afft9O0itte(r<»'de (hjlké^! }i M tetnítf dá
Govílhan, está, entre nos espessos matiagaes
e grandes breiíhasi a espellà de líosêa Ee*
lihfhra tRfS't:M(oi, zifntà' dènòtiiinada^ por
estar èfrth)''tres tébe^s, qné foirmam nm
tríanfmio em volta da cst)eUa. " "
Onti^os^lbe efiaoiatt) Nàéia Senhora da Ca-
beçOf ftmdâdos em qtie é advogada á)ntrá as
dores de cabeia. ' ''
A imagem dá SeflMra, é de'pedni, e l^os-
'Seírissiii^amèhtê elnzelada, mostrando nma
Temota antignidade. Consta qne api^arclclfti
em iim campo, e é tio Imperfeita, qtie è lá*
vrador qtie a aehon, a levou eni nm eáirro
para easa, pondo^a a servir de eanteítvút
tiáa prpa, e só depois é ^n^ sé Hie desee-
trin uma l^emíelhatça de braços é cabeça.
£slâ Téstfâa', e tiveram que fazeisRie tins
braços de madeira, porque os de pedra es-
tavam unidos ao corpo.
Os povos das visfaibança^, attrtbudm a esta
Sénfaorà muitos tiillagres. ''
Seia íáhàr ao respeito devido ánoisá San-
ta tieligflb; tuas micáiiiente t^iiadò pelè^' de-
sejo dá Yerdáde, 'estou persuadldér que' esfa
finai^eni (seassini ée IHè j>dde cfaamaír>bm-
eá tòl a dé àmia Vlrgeim, lòtem fcnfesinn de éfbal-
quei' sijàíh,*porim tmt màrcóú^ ff^ òê^túr-
mânAs Se 'áerftam'^ára dWidff as suas iM-
priedades rústicas, é áo 4<tírAávjim'onefbe
dé TêHho. Era âs' viezes um tronco d^ «rvo-
rs, porém, mais coiktiininiiiientcf umá 'peArá.
muitos lhe dáVatn uttia fllgíiftl Humana, sèm
ftrâçoiJ*Aem 068^ óú com elles apénás tèiti-
nhéciveis.
ORN
899
* * Nsriidi d» fsffifaka se celebravam a» ias*
tas do deus Termo (ás ifBaes se d|tva ovo*
me de TermnuUii^. Nê principio 'da Huti*
tuição d'estas festa% se Ibe âedieaMtt> popas
de farinlia e fructea ao tal detn^deiMfls^ Itai-
maláva-se-lbe um cordeiro «qu um teitSa»
No livro tk* daanosSaa Mknmçõfê^iqoB
ffgoraram at6 à publica^ êo míUMGM-
fúP^iM (dezembmdel8IIS), umbemseimt
pttnfaam grades oasMgos aos ^e arraiíeaa*
Mm du nftiâassein qualqner marco, enUoeado
por ordem da Justiça, ou ha certonomcro
de aunos*' * i
Os pov«s d*estni sítios, na sua siaeeni on^
dulidade, acharam Otilgo «u) que esiei^
mo era tuna imagem daSantlMma
e como tal a veneraram. A sua simplicMMe^
e as suas «crençair religiosas, os absolvem pie-
namente d*eête engano saerilego (se-o é).
Quanto mais, a Imagem Im bencida eamé^da
Eentiora. TuatMon os templos idc^ttM^ da»
pois de purificados e benzidos, se tomanai
em egrp}ás chriauns. '
MNBLLAS-^nflgo nome das âctuaes Ir»-
gueziás de DomêllaSf descríptas no v^. 1^
desde a col. L* de pag. 479, até àeoL 1.**^
pag. 480. < 1
De se dizer--/V'tfj)fii«ztâ cTOnieAu, se pas-
SQftt a tímdf-^fre^zia DcfneWu; porquê os
nossos antigos qnasi sempre lUiíam* à pr#
posiçio ao subsfaniivo. O mesmo loouteeeu
eom os appettidos.
Omellas, ou de Omellas, é também «p
áobrS applílKdo ém Fortugal, loffladb!da%*e-
Ifttdzlk ^tf dmelias (a «Mnn mettelnnaiaf m
voL 2.*)-^ conde D. Pedro, íkz mençio ie
Pé8^' nhumãi» 4*6rM0?léa,' pae dé Jbio
d'drflellai^ e ouuroi As atoas Ceste appel-
Hdò, líio^^em campo azul, banda de euro^
carregada de três flores de lia, de pufpiird^
eiftréduás sereiaèdásoaedr, com caudaidde
praia, com Yim espelho, de caIxHbo d'ouBO^
na mâo direita; «na esquerda, un pents^
Òs Hiofatios; pan isvitârém d roubo* que
ébú iteqáMííiii f$!ám i$ vtslnhòs recfj^ 1 Aô^ésmo. Elttod*aço, aberto-4tmbre,
eaihente, de tima parte das prôi^riedadeè con- ' das sereias do escudo,
filantes, divinharam os termos,' qUe éoMd-
èavam com grande iserèmonia^e (serttis íòr-
m^aíldades. O que'òuhssé múHiPo, ehí en-
tregue is Fúrias, e qualquer o podi^ matar
lAipunemente. ' '
Álvaro d'Orttellas Sá^vedra, filho de otitro
do mesmo nome, teve carta de-bnzio d'ar*
mte, dado pelo rei D. Manuel; em ISfl^e
d-^ém campo azul, banda de purpvira, per^
flhtda (TowrOy carregada de três floresde y%
396
esp
io mesmo, elitre doas aertias da.8im cAr. O
mesma elmo e timbre.
OEOANO— Vide Ogano.
OBOêíA^inâe Monção.
ÓRRA— ponngliez «ntíco — hora.
ORBÊTÂ-^portagneas antigo*— valleprot
ítindo e estreito^ entre montes.
ORTA, on HORTA *- appellido nobre em
PortDgal. Foi tomado da tiUa de Oriet^ n|t
Catalunha. As armas dos Orías^ sâo — em
campe de prata, leopardo, rompente^ da soa
oftr, Tirado para a esquerda, e lampassadf
de purpara. Orla verde, carregada de qoa-
Iro mios humanas, eortadas em sangue,
pegande cada uma em duas chaves d'puiH;^
com as guardas para cima e as argolas para
húx%.
Foi feito vi8Conde;;de;Orta, em l( de Julh^
de 1854, o sr. António José d'Orta.
ORTAR e HORTAR-— português antigo-^
cultivar com methodo e diiigeocia, analqm»r
campo, eomo se fosse uma horta»
ORVALHO — freguesia, Beíra-Baiaa, co-
marca da Gertan, concelho de Oleiros» 79 kí-
lometros da Guarda, 245 ao S.E. de Lisboa,
ItO fogos.
Em 1757 tinha 105 fogos.
Orago, S. Bartholomeu, apostolo.
Bispado da Guarda, distrícto administra-
tivo de €astello*Braneo.
O vigário do Janeiro de Baixo, apresenia-
va o cura, que tinha 9^000 réis de côngrua,
ecpéd'attar.
OSMAR— português antigo-— somar, cai-
CBlar, orçar, persuadirrse, suppôryJer para
OSA— OIA, OÇA, « OaSA^^Umbem ^
escreviíh-âòsa, Ho8$a^ Honda^ Meage^A Sor-
mMa.)-- português amigo-- calçado que eçr
brta os pés ou as penas. .,{ ,
Era também uma espeeie de tributo ^que
job 'maridos davam a suas mulheres, como
preço da.tnrifmdadê; e que as viuvas paga-
vam aos seus segundos maridos. (Vide ?«•
redês, da Pesqueira.)
OSPEBADIGO e H08P£DAJ)E00— portu-
gua anti^ — hospedagem. ^.
Otf ITAÇOM -— português amigo *- davar
•e este'nome á obrigaçij de dar pousada jou
aposentadoria, aos fidalgos» ministros ou
«SP
pessea9,p9blieaf^ fue. andivim w fpcvisa
dorei..
M
..í.r<
/i
.OSSA-T Se^ra, Ai^m^, a 30 Mfoiaetfiai
d'É vora, e U de Qorba, <b il^dft fixinemiu^ Ã
composta d'aItDs montei e férteis yaltea. Tem
40 kílometros de comprido e i5 na sua maior
largura. Foi a Thebaida .dos religipaos^ i|an-
listas..
Principia esta serra^ proaimo á irUla de
Teféna, e finda Junto a Évora Monte, cor-
rendo de E. a S.-^ & muito abundante ide
boas aguas potayef^ x<
Está sitnãda quasi na centro da provin*
di^ do Alemtejo, no arcebispado de Évora,
termo da villa do Redondo, d'onâe d'i8ta 6
kilometro^. O ponto mais alto doesta perra,
éo.pnonte de S^.Gens, d*onâe em dias claros,
ee vé quasi tod'> -o Alemtf Jo e grande parte
da Extremadura hespanhoia.
Também seva, a distancia de mais de
cem kilpmetrosy ao 0« os eastellos de PaL-
mella e Qeiimbra, e a sema d*Arrabida. Vô|-
se da omra parte^ a serra d^ Ifonte-Junto.
É tradição^ que na serra de S. Gens; este-
ve çoUoeado o sumptuoso templo, dodicadp
a Vénus, do qual nao ha o minimo vesligio.
Diz-se. também, que aqui ae fes j^rte e
aqui fez por muito tempo o ^.quarf^o
grande Viriato, da Beira-Baixa.
Os antigos esprípjt^res dizem que Viriato,
o antigo, se fortificou no monte de Yenui,^ jpe
éeste; e que de lidesceu a de8ba|ratar»p pre-
tor Cayo Plaucio, nós campos d*£;yora. Cons-
ta que Gayo tsA o único romano que escapou
com vida» (}'esta batalha 9anguiiiodljfnta,.qne
teye lft§ki peloi^ annos iq mundo $W (180
antes áp Je^^Christo).
Lueip Sylo Sabino, soldado romano, mor-
talmente ferido n'e8ta batalha, mandou, poií-
.ço antes de expirar, que se escrevesse oo^
tumulo a nairaçao do combate; ^ndandp
que seus ossos fossem levados i^-^alia, se
ellea ficassem Uvres 4<> poder dps ln9itano8.
Este tumulo foi acjiado no seqiloXVIU^no
logiu* de S, Beni0 do$ Pomofree^ próximo a
Evora-Monte. (Vi^e Pomaree).
No ponto maia elevado da serra» ainda ho*
Je existe uiioa torre, A qual chamam de Fi-
çiOf que se dia, ter servido d» «atalaia aos
dois Vlriatos e a Sertório. Junto da torre
âSff
ttNt. I WPfHf de S* iSfOS^ Wwo de Lisboi,
C|.40t<m»l,f( s^m topvon o oome. (Vide o 4.«
▼ol., pug. 228, eol. i.*)
. . A e$u «eirA,$6 iaii)am as d^ Pêro-CrUpo^
1 0.'r-<(7^a fi',Âffufa^ 9iO i.-^ Malhada Al*
!#, 4 &-rTCa</e//o:F^(ào, ao N.— (^quí edl;
|l^il«^ .q9 ^a9iiaD08f,iim çastello, ci^aa rui;
naa kioda sq diatíiiò^âint em um titio tao
iniiqeesaively quê só ocp grande arroja.è á
cnata, de rios de sapgue, poderia ser çon*
q|aístado.)r-3lúiM«- Fir^m» S, Comelio, Cór-
iâi e Cariux^ir a^í^i^ olUina á a mais áspe-
ra de todas: sãor penhascos, sem TegetaçaOi
ag^me^ados uns sobre os oatros«
^s.pi;incijipaes.yalles que ha n'esta 3«rra,
aao — Valle do InfaiUe^ ValU dê Ábrakõo^
Valle do Cónego^, Vaile do Pereiro; alem de
iliQitq%CJ|mp,os» povoados de quintas e arvo-
redos^ tudo regado^por moitas fontes. (Sò a
íffí^i das ÇÓKUig ^-SQ que tem tantas fon-
tes» cg^o Oj^annot^m de.diasl) Todas estas
dTjf^msljSociíâ^.íázem a serra d'Ossa mnito
agradaTel e pittoresca.
Mo ipais beUo sitio d*e8ta serra, está o Hio^
lefa^o.dA & Paolc^ tão antigo, que se não sa-
be quando foi edificado: só se sabe que Jâ
.fxi«ia^,Q9 a^pp de 393.
<k yaUes e^ca^apos d'e8ta serra, s2o abun-
danMss/limçia de cer^çaes» Tinbo, azeite, fru-
cUn^ fl^i;e% ptotas, ipedicinaes, gado de to-
^ f ./l^a^dade, çaça^ mel e cera.
. B^miSerr/?rfts^^iUasdeKTora-lfonte,Te-
rôna ^lé^ifiijr^ ^tt e a aldeja de Pomares.
Aqoi.existiiik tan^be^i ijilla do Conifl/, da
qiiill ii|ada,nMÍs i^fa boje do que o peitou*
J^f>i .^*ç4(a yii^ e nas proximidade^ do
tApeiífaJ, qi]^>b grande D. Sancbo Manuel
da yi|h(a% •oen/ta de YiUa-Flor, derrotou o
genera)^ castelhano^ D. João d'Austria, em 8
d^ÍO|lh|ft de.i663..(Vide.dm^iaa^, apag. i98^
fioL4.'rdoJU* VQl.) ,
^.npme. d'Qss<t, nao/ve^a, como alguns di-
zeiD, 4'ossos, nea(i ti^ pouco dVm; mas
aim 4^ hm^^^ .hf$^o$ o, ^osíto^ qu^ na
rigorosa ^c^o da palaTra, ^ o juesmoi que
a 45, de Jesus-Chrlsto, i quando os primei-
ros ehristãos para aqui se acolheram, das
perseguições dos romanos, é que se princi-
piou a chamar Serra do$ hessenos^ ou do;
hoÚiOty ou 055105. '
Consta que a habitação dos christãos n*e8-
tá serra, teve principio dó modo seguinte:
No anno 35 de J.-C., S. Mancos, ou Man-
eio, liíh dos 72 diâcipulos do Salvador, fu-
ginào em companhia de alguns prosélitos
lusitanos (que voltavam de Jerusalém para
a Península) á perseguição que na ludéa se
fazia aos christãos, vieram habitar esta ser-
ra.» • . •
Diz-se que S. Mançòs aportou à Oísoncba
(Paro) e que tendolhe alguns dos seus com-
panheiros e alguns hebreus, residentes em
Ossonoba, affirmado queEvorá eraaprinci*
pai cidade da Lusitânia, e que alli estava a
synagoga maior, para lá foi pregar e bapti-
zar.
Tendo já um grande número de proséli-
tos, no anno de 36, e já ordenado clérigos^
coadjutores e confessores, se dirigiu a Coim-
bra, onde recebeu a noticia da grande per-
seguição que os chrfstãos soffriam em Évo-
ra, no anno 91, correu a esta cidade a cen-
fortal-os e mandal-os para a serra d*Ossá,
para onde já tinha mandado alguns, que
queriam viver no retiro. If esse mestno an-
no de 91, sendo Imperador Domlciano, foi
o santo martyiisado. Os christãos que esca-
param á crueldade dos romanos, continua-
ram a viver na serra, em grutas, ecavema^,
como eremitas.
t NSo está sàttsiktoriameÉte prosada a
époea. da introdueçao do cbrialiaoismo aa
Lusitânia. Querem alguns que fosse em 36,
outros em 42» outros em 45; mas, não ha
dados positivos para se lhe dar tão grande
antiguidade.
. ^ Ouafaioerqiie foase^a.oapaa da pni^ei- '
ra babitaQaQ.dos ebristaos nia serra d Osssg
nunca aeredítaret que fosse esta; pois^ custa
a erér que a religião de Christo fosse aqui
pregada, apenas éolsannoaincMiipleloa, 'de-
pois da- sua moicto. Auetorí^df» «scripiores
asseveram, qpe a nova religião só aqui foi
introdu2Ídá pelos annos 69 de Jesus Cbris-
Ante% dos eremitas de S. Paulo habitarem ^: ín?P«r»»*^ ^^"^í ^.'ÍS.P^SÍ^? P**"* \ ^?*
I. «.^:....«w. #^..Tr L ^r^ rr! 1 I eiumaosèu procônsul OíAoSiíwo^Oí qual liê
esta montanha, foisefi)pr^/deiM>fflinàda&r
m dê Ywu$; e só depois^ peloa anuiu de 40
perseguiu os chrisiãosi durante o seu gDi>
vemo. .
S!Ò8
ÒSP
Aqoi fonm martyrisados pelos moúfoi
em ii de março de 715, os santos, Fausti-
no^ arcebispo de Braga; Âscencio, bispo áé
Évora; Theodofredo, bispo de Viseu; Pio-
nio^ bispo de Lamego, e outros prelados^ e
grande numero de christaos; o que nos faz
aere4itar, que na ipvasão dos árabes, *chris-
tâes de todas as províncias da Lusitáiiia yí-
nham procurar abrigo nas brenhas à*ésta
ferra; mas que nem assim conseguiram es-
•apar ao furor dos serracenos.
Em 1182, D. Fernão Annes, capitão d*Evo-
ra, se féz eremita, foi par^ 4 serra» e per-
suadiu aos seus anachoritas que se congre-
gassem e vivessem mais perto uns dos ou-
tros; no que alguns concordaram, escolhen-
do o sitio chamado VàUad^ra^ onde fizeram
1UD ofatorio e pequenas cellas, tendo um sa-
eerdote que lhes dissesse missa.
Os que ficaram espalhados pela serra, vi-
viam aos quatro e quatro, e os da Valladei-
ra aos oito.
No reinado de D. João I, crescendo o nu-
mero dos eremitas, foi preciso ampliarem á
•asa» e, para isso, escolheram um sitio mais
alto, onde edificaram um mosteiro, ' cujas
obras ainda continuavam em 143i, no rei-
nado de D. Duarte, sendo um dos príncípaes
fundadores, o eremita Gonçalo Yasques, que
lhe fez doação de tudo quanto possuia, que
era muito.
O papa Gregório XII, que goverúou á
Egreja de Deus, desde 1406 até 1409, ap-
provou esta congregação, dando-Ihe a regra
ie4/Pairio^*á.* e^emitt. Deiemiasiianise
èsiíéA rciNgiosos ^ dmfrepiçSú 4o% tnongH
fobreSy de Jesut^Chtisio, ãa serra (f Ot^a-^
depeis^ ia ordem de, S. Pati/Q, prinièiro ere-
wUta.
Yefrido-se céiístilaidôft ein teírdadeira com-
tnunfdade, trataram de efigfr mais atmplo é
sumptuoso mosieíro. ^
l^a medMMT' parte <por maia fresca, apra*
zivel e vtstosa);d'esta serra, estáltandado 9
actual mosteiro de S. Paulo, quasi a Dàeia
ladeira, na falda da serra de S. Comelio, com
â firenie para ò lado de Évora (0.)# tendo, uma
espaçosa cerca, formosos e vaatos Jaréta%
boas e extensas hortas e férteis campos.
1^
r A egreja é Hràsta, tendo aiirn ládof á dáiê
do noviciado, e áo otitn) o Is&lficio-^IÉÀ^
teiro. ^ * '' *^"'
*, Tem muiták foniés pel6s dortúitorfòst
claustros é officínâi&; repartidas tòJlas ipo/t
canos^ vindo a ajpda de únfa grande nafneeti^
té^ que éstà na encosià:'di serra. Eâtâá'ifgte^^
depois de' sètvtrènl dei utilidade e rèciH^o^M
ediâcio (e actúàhneínte de ruína!.:.), éakài
para os jardins, e sé lançam, a'maief pane;
por uit grande leSo, de pedra, em úm ftr^
inosò láifo, de (S3 palmos de comprido e 40
de largo. ' ' • /
Tem casas e áde^s subterrâneas, HofíÍM^
cas^ que em tiiha (para a qual se déèce^^r
uma esóadá de'^ó degt-àus de pedra) nasce
tima fonte d*água fhgidissima. ^ '
Este edlficio, úm dos melhores da i^VM^
cia, pelo seu mei4to artisticò, e pél^'p<Hfií2é
em que está sftúado, tem sido completiktíteii^
te esquecido é'despresádo,'e antes '4é'p<^^
cos ahnos, nSo *serà'mais de que úiú mdà^
tão de ruinas. * ./
vide Alandroal, Cemaehe ão Boin-JarSim^
é Terêna. Vide também a palavra f(Hnptf,'à
jE^ag: I4ft doeste volume. ' •' ' i' '
As pessoas (ttké dèsejInMAi
amptas noticias da Seír^á d^Os-
sa e do seu' mosteifo, 'át5hd-*as<'
hãb na thebaiéa Poftigúeiiê,
^ por frei Manuel de S: <3a€fUiíi6
Damásio, ex-rdtDr-gèi4 dáW-
' • 'dehiç íublfcailà em *^S8.' '■
''OSSA^Serra,Dburo, has fk-egtnftítí^ílb
Sí&mo Antá^lò da iiduftia (boàeelbo Èé BéU^
djomar), Valle e Ganedo (concelho da fiáH%
Pica' ^òVre á máigetn é^herda do ífio Dba-
ro, iti^kiloioíietros a E.'N.E. db Poitd, e 9fé
ao N. de Lisboa. 1S umáranófncaçSof ak'sèi^
Ira tfe íiabêçò de Sobreiro, que Se ]^tò)èètà
tiafa o* N.t>. tta n^esta serra a aldeia de 'iií^
frorde^/o (freguezia de Ganédo) comtLok KáL
pella, dedicada a Santa Luz!a, virgem é^oAir-
tyr, á qual se faf nina rfifinàtía, na í.^ cita*
Ya do Espirito Sahtb. IS uma ermida pèqtiè*
na, de pobre ítonstmcçãa é semfehaKhêa^ '
tos. O logar é habitado quasi exclusivatnMh*^
te por poíbres, qúe vivem de apáfnlUáf ear-
queija, patu hir para b' Porto. '
I É também n^ésta serrk a afdeiã de Lavei*-
6SS
0O8y dA* fr«|iiefi& da Lomba, t ndw po^a*
(to grMidá, fom algum laVradoíra» riem^ a
êkffa lè1t«iio é mttito feMit Fíea ka ehapik
da ito 8«rra> eoif^flido-lha 'ao «opé (no lôgat
Í9Pé d^lftmttè) o rto Doort, qoo lhe fi€á
ao Norte; lém extensas distas.
Ha ii'este logar um bonita eapella, dedi-
cada A Santa' Eàfemta, e onfra, da uMna
faitoeaçSò, em Pé de Honra. '
' A<^ N. O., lórma a «erra nma penibralii
eèr^da pflò rio Inhâ, onde eiiAid nma pe*
Táàção e tm peqaenó mosleíAv de freiraa be^
Aedfetinasw Ainda ao sitid, que é hoje nma
màtla, 80 dá o^nome de Mõêieirâ do Mêirú.
(Vide esta palam.) ^ '
Esta serra tem alguAs olítae^^ e pooeu
aurores lilTestres : o resto estl eobôrto dê
ittâtto^^ttasi tudo, HTse e ean|ml}a.
•Ê abundante de^gnas, petas soas quebra^
das e peqiiènOB'Tane8, e em grande parte
composta de terra végMí^ de óptima qnait*
diade, qne eetá qnasi geralmente Qesaphs^ei-
tada ; guando podia dar eereaes em abnh*
daneis, e ser povoada de bosques epftnhaes^
^ne dbrfam nín grande rendimento, pela
proximidade do rio Douto e da cidade do
Porto.
Riesta serra não ha granito, nem pedra
oAkaria: As suas rochas são, no geral, de
scbisto, quasi todo muito friarel, e sAgom
quarta).*
Seus ares são puríssimos.
t^odia aqui esubelecer-se uia eokmia^
qoe^ pretegida peto governo, em poubea ao*
nos se tornaria florescente. <
'Mn minasdeferiro, que nm^albràm: ex-
ploradas.
MStUtAi-^Vide 6MIm. '
OSbBLLA •— freguezia^ Douro, comarca e
eoncdfao' e próximo Vié 01iveifa> d'Azèmeíi,
46 Idlometros ao S. do Porto^ 4t ao NJB. de
AVeiri^ 4U( ao N. de Coimbra, 170 ao Ni tfe
Lisboa, 340 fogos.
Em I7CÍ& tinha 166 Ibgoi.
Orago^ ê* Pedro» apostolo (aMigameBf^
8. Pelagio).
; ^^tspado p (Ustr.* administr^ttivo ^'Asreiro.
O IK abbade do mosteiro benédiotino 4i^
Paçoí de Soona, apreeemafa o vf^at lo, que
era lun monge do mesmo mosteiro, 'de*no^
ess
&08
iflMclo M«D«I. «IfiUi ÍSMOO réU 4e «M'
gnu « o p^ d'altar. >. . ' .
)•
:i-
^ É uma dáS mais amigas freguesias de Por«
tugal, e Já^raparoehia no tempo dos godos^
Htt mesmo quem assevere que foi^nmacida*
d^ eom o itoihe dé Osíík, dado pehoê grego%
seiís fandadores (peia tal ou qual semelhan*
ça que tinha com o monte O^a^vide T^m*
ffi; a pág. I4S â*esie volume). Sendo assim,
tMia esu ddade sido fundada pelos anneá
2700 do mundo, »ou 1304 antes de L-^C^^ís- '
toé-^hi3180 ahnos !•— Devemos porém con-
fessar que nada aqui nbs recorda sem^im^
te antiguidade. Fareoe-me que o nome lhe
provém de ter eido habitada pòr alguns ana^
choretay chrisâos, noe primeiros séculos dA
l%re])i, e viidos da serra á^Chsú, no Alem^
leje, eque Ihé deram este nome, qae^no w
dgo ÍMntdgues significa Peptêtup Oitãt Al^
guns escriptores, porém, di2em que e nome
Ihcprovém de que— facetido-se a^ forteê
os Insfianoe comria os romanos, pelos- annoe
160 antes de l.-C, houve enâo.aqui uma
grande batalha, ficando o terreno juncado
de cadàVeres, qtie os agentes álmospherieoe
deeompoteram, ficando só os (mMs; mas eU^
tio deveria ser Oêseirdon OiMl,e não 0$*
O que parece certo, e, pelo menos, é flini^
10 verosímil, é ter aqui havido, no abdo^QM
de !.-€, ^«iio reinado de D. Bermndoll (O
GMiõ), uma ghmde batalha, entre christãoá^
eémfnandàdos |Mo conde D. FoTTas fVrwiiâ;
(ou #Voi/ajs— progenitor dos condes* da«Pei^
ra),* e os mouros, ccmmandados pelo feroi
Almanfor, ref de€6rdovJS. Cns e outros se
bateram com tanto foror, que o campo floou
jubcadò de cadaVel^, e a povoarão foi pelos
taonrôb reduslda a etaae. Baia batalha fóí
t Dizem outros qqe esta batalha foi dada
em 985, durante o mesmo reinado e ^los
mesmos chefes. t . - 1
A raaio d^esu^dUvMa é porque Almançer
invadiu a Lusitânia (já 4»ntao ctwMoaada tMOr
bem Portugal) n*e9ia!4 duas datas.
* A freguezía de Os^élla, é a ulcipíia da
1>rni dà fèirá, pára a parte do E:, è foi dos
Forjazes Pereiras, condes da Feira.
800
0S8
daáit n» Terteite maridioiml da «em, a p«is
to das margeDS do Calma»
Diz-se qae o conde D. Poijaz Yermaiz dea
O 860 nome ao monte onde acamparam os
christiof. É eerto que ao E. d*OueUa» e a
poBea distancia, ha uma aldeia e um moQ'
te, chattados Vermuiwk Ista parece proTar
a tradiç|u> da batalha, e todo leva a acredi*
tar que effeclíf amante ella sa dea n*Me lo*
gar.
i^lgans pretendem que o nome lhe pro*
Yém dos o$$a$ que fiearam d*esta hatalhai
Já disse o qoe penso d'6ata etymologia* •
Faria e Sousa (Bpitome de la iiist. Port^
a^pag. 100) dis que Ossella ji tinha este no-
jm uo século XIV.— Já o linha, pelo menos^
DO principio do X saeulo; porqoetr-estando
m Porto o prim^ro rei de Leio, D, Ordo*
nho II, com a sua eôrt^ se foi Ylsitaur a ^.
Gomado, bispo resignatarío de Coimbra^ e
monge benedictino em Castromr$ (toI. 1«,
pig. M7, coL 2.*), e tanto o mooarcèa como
06 seus fidalgos flseram entXo grandes doa*
ções a este mosteiro* Entre estas te Téem
ineluidas os padroades das egrejas de VUla^
Gum (hoje & Roque, fregueila, a partir com
Ossella)— o antigo masteiro de Santa Marinha
(aa margem ^esquerda do Aniuan, lambem a
pouca disuneia) t- S. Thiago (facja 8. João)
de Vêr^ a uns 8 ou 9 kílometros ao N. ^ as
da 8. Joio e 8. Donato, no pçrio 4^(hm\ a
i<( lúiomeuros ao 0.-^S. Pedro (hcje 8«nU
Marinha) é\AíoaMa, a egual diiMneia-t- 8.
Miguéil ^Qtí9eira (OliTcira d*A«emeis) que
pane com esu fregoaiia-^ Cb ^nahnentf^ 8.
PiLieio nn OssKLUL*
Consta que S. Martinho, prior de Sonre^
eoniemporaneo de D. ASonso Henriques, era
natural do monte Àunmekêp acima do logar
da Ossélla (antigamente Oãêáha). > V^a-a»
o que com respeito a este santo, digo na col.
i.* de pag. 90, do 5.* toL
Peia parte do 8., termina esta fregnezia
(a aa antigas Terras d» San$a MoríOf ou da
FtfA^a) no rio CdMia.
1 Também tenho Tlsto em livros antigos
oss
An um onteiro d'asta frepieii^ axiatiu •
easMla anda aa fortificou Santo Heisenigil*
do (filhado rei gftdo Leovegildo, airmia da
rei Pla?io iUearedo) em g85 da Jeaus<>Chria-
ta^ na guerra que houTe contra oa arianos^^
Não ha d*e8te castello Yestiglo algum,
ê
& OregorVTwnmensi (na sua obra Dê QUh
ria Canfessorum^ li?. L«, eap. Si e 59) e Iiid-
prmiio {fragnunto n.* 3)--diiem que baria
em Oasella uma lonte, unque ou piselIU^ da
o^fiia bapUsmal^ que estava sócca toda o an*
no, e fomenta no triduo da Paiiâo, se enchia
da agua pura, até ao bocal Entio, o bispa
(de Coimbra, a cuja diocese pertenceu antf •
gemente esta fregueaia, e todo o território ao
N^ aié à margem esquerda do Douro— vida
Grijó) saniiftcava esu agua, em sabbado ma^
to» cpm o chrisma sagrado, e era levada para
varias ftregnesiaa, a distribuída aas doantei^
como remédio para (odas as enfennidadea.
. Jjitonio.Tavares de Távora, ascravau a pii*
Uicon um livro, que trata. unicamente d*e8*
fe milagre^ que pretende provar. •
Hoje ninguém sabe do sitio onde. existia
esu limta milagrosa.
Ainda por esta -fregueaia se vdeni alguns
aycerce% que se dia aeram os restos da an?
tigaOsM.
É terra fértil em todos os géneros do pais,
cria muito gado bovino, para aipartacao^ a
noa seus montes ha muita caça, iniuda. Toa
bastantas firvorea- silvestres, sobretudp, pi-
nheiros.
Ha lambem no seu larritorio, minaa do
ferro e de cobre, que se nlo expiaram. /
08S0N0BA— antiga cidade da l^uaitittia,
no pali dos cúmms-^ hoje Algarve. Jà em
Esày, a pag. 71, cal S.*.do 3.* voL«-*-a aa
Fará, a pag. 140, do mesmo vol^ faUei rapi^
damente de OManota. Aqui darei mais am-
plas informações d'esta povoafiOL »
Também, Já depois de publioadoa 3.* vo-
lume, tiveram logar alguns factos acontad*
1 8. Hermenfgildo foi msortyr. Seu paet
que era ariano, o mandou degolar, por elle
Híf cathoUeo, no mesmo annada ood^ um
anfM antes da morte do pae.
osd
4o8 em Faro» dos qaaes, nio qaerftiMk^ frt-
t»r 01 loitorefli lárei meo^ ao fim d^oste
AltlgO.
- O nome doesta poToaçio esereTia-sa de dií*
ferentes modo9, segundo a pátria dos oseri*-
ptores que d'elia trataram* Ghamaram-llie—
Ossonobaf Ussonoba, OJcsonobãj- OMonábá, '
Ewonaòa, Oxonoba, Ossem^^ OsãonõbonOf]
QMba-Lmturia (on lÀsturia), Ombu, Bsiwh
ria, Utanobaal, Hasanobcu^^ E<euba, ExiUm^
iM^ ete^ ete.
Todos os antigos dâo esta ddade lut eosU
da TOrdetaoia.
Ainda era muito floteseente no tempo dos
godos. Estava situada junto ao cabo Cuneo.
-Gaspar Barroíros, PerpenhSo» Padflha, Pe-
dro Fayon e outros, pretendem que Osson^- ,
ba era a actual povoação de Estombar (ym-
to a Silves).— Outros dizem que é Estoy (es-
tes saOy Ambrósio de Morales, Bingham, M.
Haximo, Flores, André de Rezende, Aguir-
76^ Yasoo. ete.)
Os inglezes, incendiando a
cidade de Faro, em Julho de
Í596, destruíram preciosos li-
vros e documentos para a his-
toria do Algarve, que estavam
na bibliotheea do sábio bispo.
Dom Jeronymo Osório. Diz-se,
porém, que os inglezes, antes
do fogo, roubaram estes livros,
e que os levaram para a uni-
versidade de Oxford, onde ain-
da existem.
A sua terminação em oba mostra que era
no litoral, e segundo Plínio, Pomponio Hei-
la e outros escriptores romanos, pertencia
ao Cabo Cuneo, hoje Cabo de Santa Maria^
em frente de Faro (vol. 1% pag. 16, col. 1.*)
— e não ao Promontório Sacro (actual Cabo
ie 8. Vicente, no mesmo vol. epag., na coL
A este pertencia Laeobriga (Lagos ou La-
g0a) e Poritti AmiibuUê (Villa Nova de Por-
timão).
André de Resende (Ant. da Iau.) copian-
do o sábio ipedico, Rasis, ou Rhases, que
Meceu pelos annos de Wò, diz que Ossona-
ba era fértil e abundante; plana^ e cheia de
688
SOft
111111119 bórtasy f«|^das por copíosai aguas;
tendo montes que produziam muitos pástoa
para os gados — e visinha ao mar; com seus
estdrosi por onde navisgavam barcos e na-
vios.
£fit uma ddade, egual eas grandeza ás
melhores do mundo, tendo conservado com
pouca differença^ o nome que tinha na Hn*
gua púnica, e á qual os árabes chamai^m
Eecubana. Tudo isto concorre em Estoy, %
b8o pôde quadrar a Estombar.
Rasii^ era um famoso medico ârabe^ e o
seu nome próprio era Atmbeker.
Foi traduzido por Mahamet fbu Mestre
Uafameáe) e pelo padre Gil Peres, no rei*
nado de D. Dinis.
£* tradição constante em Estoy, q^-o
dois mouros principaes, um de Eâtoy, outro
de Alferce, competiam em pretenções ao ca*
samento com uma filha herdeira de certo
rei de Faro; e que tinha sido pror4>sto para
noivo, aquelle que mais depressa fizesse uma
torre, d'onde se visse Faro; ou levasse a
agua a esta cidade, e que ganhou o premio
ò que iez- o aqueducto.
Ha em Estoy restos de nobres e antiquis*
simos edificios; um tsmplo, oonstruido de
grandes tijolos e revestido de mosaico; ba-
nhos (^ihermas); aqueductos; canos; sepul-
turas; columnas; e uma torre antiquíssima,
mas ainda softrivelmente conservada.
Sahindo da porta falsa, do eastello deFa*
ro, em um baluarte que está a pouca dis-
tancia, chamado mexa dos mouros, em i784^
se descubriu uma lapide, de 2,"^ de com-
prido, e um metro de largo, com ar seguinte
inscripçao:
mP. GASS. P. LI-
CÍNIO VALKRI
AKO. P. r. AVO FONT.
MAX. P. P. T. R. POT. IIL
COS. R£SP. OSSOIf.
BX DRCRBTU ORD.
DEVOTÍSSIMA NYMINI
MAIBSTATIS SIVS.
D.
D*esta lapide se vé, que a republica osso-
nobense, dedicou os seus votos, aii impera-
dor Yaleriano (Publio Licínio Vaii^riano—
pae) três vezes cônsul, quando se lhe dedi-
304
OSS
moDicaram o seu terror, e todos trataram
Iof;o de fagir para a Lusitânia; largando à
l|í^iojr jpaite das suas presas é tratando só
de salvar às Tidas.
Foi esta derrota considerada de tanta Im-
portância, e de tamanha gloria para as ar-
mas romanas, que, segundo Êutropio, Lú-
cio liumio recebeu por ella ás honras de
triumphador, na cidade do Roma.
Mâo teve melhor resultado a parte do ex-
ercito lusitano que passou a AfHca.' '
Tomaram» é verdade, por capitulação a.
cidade de Tanger; mas, como em Hespanha,
'SÓ se occuparam em roubar e assolar o pai?,
e com as prosas que poderam haver (qúe
não (oram de grande valor, porque a ter^a
era pobre) se tornaram a Hespanha; mas, .
com tanta infelicidade, que f(»ram desembar-
car perto do lugar onde o cônsul Licíano Lu-
cullo estava com as suas tropas, e et mo hiam
em desordem, foram degollados 1 : 600, e mui-
tos prisioneiros.
Os que escaparam, se fizeram fortes em
um monte alcantilado e quasi inacçessíveL
O cônsul, vendo que só a custo de rios de;
sangue hispânico e romano poderia vencer,
os lusitanos, resolveu vencel-os pela fome, e
os cercou.
Em uma noite, porém, os lisbonenses irom-
peram inopinadamente por entre as fileiras
compactas dos cercadores, matando quantos
se oppunham á sua passagem; e ainda que
maitos morreram ou ficaram prisioneiros,
a maior parte escapou, regressando á Lusi-
tânia. Assim terminou esta campanha, que
seria ft^liz, se não fosse a ambição e temeri-
dade dos olissiponenses.
Os romanos, seguiram os restos do exerci-
to derrotado, pondo a ferro e fogo as actuaes
provindas do Alemtejo e Estremadura.
Quinze annos- depois (149 antes de J.-C.)
o pretor Sérvio Sulpicio Galha, invadiu a Lu-
sitânia, e em uma batalha derrotou os lusi-
tanos; porém estes, sendo reforçados duran-
te a noite, saltaram no dia imediato sobre os
romanos, nus quaes fizeram tão horrorosa
mortandade, que apenas o cônsul e alguns
de cavallo, poderam escapar a toda a brida,
hlndo metter-se em Carmtwx (que se Julga
aer a actual (^môna).
Poaco depois apparéée 6 nòájo j^^áítlèTh
ríato (o beiílk)), que táò eat^ó fek ph^f 'áoft
romanos as suas auteridlrès ViètiKíás^ti jèr^
fidias. " -í ';' ••'"'■ "•
Termino este artigo, èmtttiúdo á' minfiâ
humilde opinião, e é que Ossònò^a ei^ biha
cidade distincta de CSónistprgis. À^ueila éifá»
com toda a probabilidade, nò toèa! ;ócctittadò
pela actual Ezto^\ a 6 kilotnètHos dèíVa^ò;
e esta era mais ao ^. (e 2|]nda ao,^' ãé'01fa&
e de Tavira) e pr6xfmb a foz d'é tíuadTanáy
talvez onde hoje é CaceUa; ou Villa Real de
Santo Aclonio. — Vide o qúe á este res*
peito digo em CaceUOy a pa^. 43, cbl. 1/ do
!• vol. — Cunisteríih^ no fim dk col.' íM^^ãe
pag. 460 do mesmo volume— e Èstoi^ ia cot
2.* de pag. 71 do 3.« volume. * / ;;
OTA-^portuguez antigo -^páftictiladjmi-
nutiva de nomes fèminibos: y. gn — caíça,
co/çoía— Maria, lfano/a~ríso, nWa—etc
OTC— portuguez antigo— partícula dimi-
nutiva de nome masculino: 'v.gfi^pequeno,
pequenôte — velho, i>elhote — ralpaz, tapazih
fe — ele.* * '• '
ÓTTA — freguezia» Extremadura, cornar-
ei^ concelho e 5 kilome^ros d'Alemquer| 60
ao N.E. de Lisbo^ 80 fogosa ' '
Em 1757 tinha 23 fògòs. ' '
Orago, o Espirito Santo.
Patrlarehado e districto administrativo de
Lisboa.
0 povo apresentava o cura, que tíÀhalOS
alqueires de trigo, uma pfpa de viúbo e três
canuros d*azeite.
É povoação antiquissiina. O seu nome, é
corrupção da palavra árabe uata, que signi-
fica baixos, ou coUa baiâca.
Esta fireguezia, amenos populosa do con-
celho de Alemquer, é composta da antiga
freguezia de Otta (què éra a que em Í787
tinha 23 fogos) e parte da do Paúí^ que foi
supprimida, e tinha em 1757 apenas nove
fogos, e em 1800, cinco t (Vide Paul â^Otta.)
A egreja matria da freguezia está no logar
t
t
1 Esu regra não era invariável; muitas
vezes se pospunlia cíê a* ndmes feminmos»
somo sella, selhtê (mM em cella, mudava-
se para CêUala) etc.
E»\e$ dois diminutivos ainda se usam em
Portugal, sobretudo, nas províncias do norte.
ia Ottâ» que 'é uma pequena p<maçlo nas
éiâsiDargeiísâá esfCrada real qtfe de IJsboa
'^e á 'irilla das Gáklaà éa RafiAia, e que tem
HBs^lOlbgoa.
0. Saneho I deu esta freguezia ao mostei-
ro d' Alcobaça, em 1193. O papa Gelesiiw) III
(qae goveirnoa a Egreja oatholica, desde 1 iOl
iló 1496) eouflrmeu esta doaçS6, em 1Í95.
AbtfgailMnie hatia aqoi uma Ixiia feira, no
'iODÍiíigo do Bsplrito Santo.'
Consta qne esta aldeia era mnito riea an-
tea da invasão hraneeca, en jas hordas fizeram
um» acampamento aqu! perto, e eom o van-
'èftHsmo qne os distinguia, nSo só saquea-
ram a povoação, mas a itieendfaram, èítie
desiruiram os seus arvorééoe.
■ Odtno andar dos annos, a aldeia lecupe-
rou á suarantiga importância, e as suas ^n-
diçdes de prosperidade; e a sua população
tem progredi doi
A egreja matriz está no centro do poTo.É
um templo nbuito pequeno e de constsucção
tosca; mas está itaterlormente com muito
aceio, porque o seu actual parocho é multo
aollicito na ornamentação da sua egreja. Pa-
rece serde constrncçao moderna; provavel-
mente, reedifieaç&o da antfga.
A entrada da capelia-mór ha umaeampa^
que consta ser á sepultura de certo clérigo,
que deixou um legado a esta egreja. NSo se
pôde ler o nome, por estar coberto oom ti-
jolos: só se vé a data, que é de I5&7.
Fora da porta, está outra campa, onde se
lé — S* (sepultura) de José Francisco do Re*
^—1691.
É esta povoação de triste nomeada, por
eausa das constante^ febres intermitentes
que aqui se soffrem, procedidas das maté-
rias animaes e vegetaes em decomposição,
nas aguas estagnadas da lagoa do Butihal.
(Esta lagdã e as terras adjacentes, são da co-
roa, e pertenciam ao almoxariíádo da Azam-
buja; hoje são seus emphiteutas os condes
de Mesquitelia.)
Também causam a mesma moléstia endé-
mica, as aguas estagnadas' dos campos do
PaA (Vide Paul d^OUa.)
Todas estas terras tiveram por muitos ân-
uos o privilegio de couto^ e ningem podia
]i'ella8 caçar, sem licença do almoxarife.
TOLUUVI
ÓTt
305
Doeste privilegio resultava que os ladrSefe
le malfeitores se refugiavam n'e8ta8 mattaa
afoitamente, sem temor de serem persegui-
dos pela Justiça.
A abertura da antiga estrada real, no rei-
nado de D. Maria I, e que passava por estes
sitios, augmentóu esse mal, e ainda no prin-
cípio doeste século ninguém se atrevia a pas-
sar pelo sitio da grande capela de Nossa Sâ'
nhora da Ameixoeira^ sem levar bea compa-
nhia, ou uma forte escolta.
Nas cortes de 1498, alguns povos pediram
ao rei D. Manuel, para que descontasse vá-
rias mattas do reino, ao que o monarcba an-
ntiiu; mas deixdu o Paúld'(Hta continuan-
do a ser coutado.
' Em 1W4, D. Phillppe II, também descon-
tou muitas das mattas que ficaram coutadas
em 1498; mas não descontou o Paúi, que fi-
cou coutado até 1820.
' ' Estas terras, pela sua vastidão e falta de
cultura, são o refugio de grande quantidade
de lobos, rapozas e outros bixos, aos quaes
se fazem montarias para seu extermínio^ ou
pelo menos para os afugentar. A esta mon-
taria concorre gente de todas as povoaçde»
vidinhas, que em cordão vem batendo o mat*
to, até fechar o drcnlo em volta do Monte-
Bedondo.
Alludindo á insalubridade d'esta fregue-
zia, ha um antigo rifão, que diz:
Deus nos livre das sesoes de Otta;
£ da justiça d'Alemquer,
Guarde Deus a nossa porta.
São d'esta freguezia, as povoaçóes de —
Aldeia e Paços: ambas pequenas, e sem
cousa notável.
As principaes propriedades d*esta fregue-
zia, são:
Quinta da Vassalla — propriedade anti-
quíssima, e sem duvida aquella a que o SatU.
Mar. dá o nome de quinta da Ameixoeira^ e
que em 1217 pertencia ao vassallo Nuno
Gonçalves. (Vide vol. 1.% pag. 197, col. l.*)
Em 1707, já tinha o nome de quinta do
Vassallo, e era seu proprietário, Francisco
SO
306
ÓTT
•6areei ée Brito, sargenlo-oiór doft.aoaitki-
res. Pafinndo ôa dono emdoBo^ foi ató.ha
poucos annoB do opoleolwiiQa. la,YJ?»dMr,
Raphael José da Gaoba; e pelo tsí\\mxpwiU>
é'elle, 800* b^rdekoa a Yendevan ao.sr^v Jo-
8ó Maria GamUlo do Mendonça foito.Tiseon-
4e da Abrigada, em 27 de jaiMÔro de iS70;
6 é. este hoje o-aea proprietário. £sta ea^a-
Ihetro, maadou oonstroir^ a pooea distuneia
ék egreja de.^<wsa Senhora da Ameixoeic^
uma beila casa de residência. .
Quinta da Torr^-^actaalmente do sr. João
Peixoto da Silva Almeida, àt Haeedo, íeito
Tiseonde do Undoso, em ti de ouiiabro.de
I86â.
Qumta d^OUa-^ò nina grande e jbella pro-
priedade, com boa casa de residência, e mais
ofBeinaa, jiinto ao logar do. sen nome. Oiseu
terreno ó, na maior parte^ regado pelo rio
d'Olta, e tao íeriil, qoe produz três nqvid^-
des no anno.
Em 1707, era esta quinta de Pedro d^ Fi-
gueiredo, c)]|jo nome ainda se lé em todos os
marcos da quinta.
Parece que, por herança ou c^amento,
passou esta propriedade para a, caia dos
eondea de Belmonte (que também âào Fi-
gueiredos),
Hoje é seu proprietário» o sr. D. Vasco de
Figueiredo Cabral da Gamara, 4.'' conde de
Belmonte, feito em iò de junho de 1847. É
o 13.* senhor do morgado de OUa. É 41ho
da sr.* D. Maria de Mendonça Rólim de Mou-
ra Barreto, âlha dos fallecidos marquezes de
Loulé. (Vide yoL 1.% pag. d74» coL 2.')
A mâe do sr. cende (viuYa do 3.» conde de
Belmonte, D. Vasco António de Figueiredo
Cabral da Gamara) costuma Yir passar gran-
des temporadas a esta quinta, sendo então,
pela sua adorável caridade, a providencia
dos pobres d'e'stes sitios, que todos a respei-
tam e adoram como o seu aojo bom.
Tanto n'esta quinta». como
na antecedente (a da Torre) se
experimentou, em grande es-
cala, e com óptimo resultado,
a cultura do arroz; porém eee-
sou com a lei que a probibiu,
por ser prejudicial â saudei pu-
blica*
tm
• f oteeoiíof 4'PtMW i^o rej^aado de IK Afr(W-
SQ V« Vasc^.Ma^i;tiQ9 UÍí4(k.,imcmiM^ ip
fiQpde>2)*.Pe4rq iTeií^aiei, ppY04i4of 49; Bwr-
gos, e famoso varão castelhano^ de. qi|^fif|)-
H o fiopdo D. P#d|:a^ no AmNobiUariOi #f0U-
lroi( genealógico^ ' , . . o«^
, . O. beoncr Leitão, filha d'aqaeUeaenhar de
Ott^ C4#ou jcom João Lopes de Azev^dp, se-
nhor d« S. JQâo de Rei, Pena^ Aguiar, {toa-
da, Bouro^ Souto, Honra 4» ilrai^ e Xen^
da Pereira*. Esta senhor^ o sevi marido tsao
pr^enitorea dos yiscofid^ de Azevedo» o de
Olii^eica do Dourou d^s seoboj?^ d^ Tapada
aii^ ParadéUa» e de outras nobilíssimas ii-
iniliaa.4*e»lfirei4p.
OU— portuga^ antiga— ao --^ZVt^ giiofs
tma diy ós i^ixelt^ e ou Cw^ela^ e çivifica 4ey
ouPr<aado«-T-j[Poc. de Satzedas» de 12734
OO 7- portuguez antigo — (do gallo-ceHg)
— onde. (Doe. das freiras beQiasi dq Pojrto,
de 1305.)
QKClDRES -7 (regueua, Traz-os-Mpatas»
com^irca e concelho de Chaves (to\ da mea«
ma comarca» mas âi>. extincto cçii^etho ,de
Mouforte do Rio -Livre), 80 kilo9)etros a
O.N.O. de Miranda, 440 ao N. d^ Lisboe,
100 fogos. Em .1757 tinha 65 i;^^
Orago» Santo André, aposiohx /
Bispado de Bragança» diúricte adminis*
tÉativo de Villa-Beal.
O papa ea ^^tca apresentavam al^emati-
vamei^t^ o reitor, que tinha SSOfOOOréii de
rendimento.
. Foi comi^enda de Cbristo.
Havia outra freguezia do meamoinoma
tendo por Ojrago, Santa Maria, a qual, por
ser pequena (tinha apenas 35 fogos) foi uni-
da a esia, no. principio doeste século.— fira
apresentada, pelo reitor de Santo André ^e
Oucidres» e curato dependente da naesma.
No monte das Arcas, d*esta freguezia, ha
vestígios de edifícios romanos.
O seu nome ó corrup^ do antigo portp-
guez oussida — altar-mór ou capdlla..i(Vide
Obm» a pag. 198, col. 1«, doeste voiamf .)
DUClSIA— Vide^ticí^a.
OUGUELLA— villa, Alemtejp, oomDpIlift i|6
kilome^ros ao N. £. de CampoiMaioi^' co-
marca d'£lvas» d'onde disu SO kilâmeicot
ao N.» 190 ao £. de Lisboa.
Tem 70 fogos. l^Bi Í7K7, Ufíb» U fqgos.^.
Qr^go» W>fm SeDboxa da Gr^ça.,
Bispado 4!filv«ir didt^i^ta adqiiaÂfltrfttura
d9Pdrta4w:e. ^ ,»
Q papa e amUra, apieaentaY^n aUeraatli
yf^Wl#.o pFior, qo^ tiniu IdOifOPO réi»4a
* £* palavra céltica,' ccyasigpi-
. . „ ficaçao boje se Ignora.
^ HeepaQha baltambem alr
, , fuma? pofoaçoe&cQQi este no-
me (QagueUa) sendo aprinei-.
pai, a villa de OuQuelat porto
de mi|r.naBi8cai.a.u ^ - <
E* povoação muito antiga, e, segando .^a-
i:ipa escrip^ores^ foi çid^e romana, cooi o
nome de Budua^ e no tempo dos godos, Ni-
guella. £ situada no alto de vl^l escarpado
Fica. em frente da villa hísspaipjiiola ^'Al^
)l>Qqa6rqiie.
Veia á çorôa portogaeza, em 1297, com
Oliyença.e Campa-Haior, no reinada 40:I>«
Diniz (vide Olivença.)
Já entãQ .era cercada de muralhas a de-
fendida por um ea8teUo;< mas como estayajm
arrQinajdoSi.D. Diniz mandou reedificar tu-
do, pelos annos de, 1299, ou 1300.
Este m^mo rei lhe deii foral, com todos
os privilégios do de Évora, ^r parta ezper
didade |43boa, a |{^ de janeiro de 1298. (L/"
2.^ de Doa(^s do rei D. Diniz, ÍL 6 verso,
COL2.M3.*) ,
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa^
BO l.*" de junho de 1^12. fX.« de formes no-
vos do Alemtejo, fl. 65 verso, coL 2.*)
Tem ainda uma sei^Uença de /brof, dada
por ip. Joào IIÍ, em Lisboa^ a 10 de novem-
bro de 1536. (L.^ das sentenças a favor da
cor^ fL 24, coL 2.«)
Tem misericórdia e hospital.
Próximo á villa passam os rios Séver^^
(oa XévoraJ e Abrilomgo. >
£' terra muito fértil em todos os géneros
agrícolas, principalmente vinho e azeite.
Cria muito gado, sobretudo suíno, e é
abnndai^ de caça.
Tpm uma lonte, cujas aguas, segunda o
padre Carvalho, tem duas propriedades no*
taveis:
QiQjQi
m
'^ L% qfifi tedor* animM vm ^oepto no\
morre immediatamènte apenaa^:;abi9.d^nKnt
djUffal toàip.. •:.'. » .•- í
. %U ó paa tm^ (jtrne ou leg\ime8,-dfi qoal^
quer q\}ftlidade' qua seja,4iior mai» <Vie A*ei|;
, (($ào aS/Célebff^sj^gua^ miodraes,acid(4ir^
das, de qu^ adiante trato^) ...*..,..
Junto ao ifo Séy ws,, está a egr^adQtS^*
vador^ q«e foi mosteiro dO) templários. AàJUfn
da dà lêm as.ruinas dp ediJM<) do jnos(|iijec|,
JN'esta jsgrcja está a imagem de Noma S^t
nhofta4aJBníeárat.\qjBL% «segundo ,a }mi^
appareceu a uma menin^.: . • . . . » .
A ostu.Seahefa^o attr.ibaçfn ^nuMtop w-
lagresi
1 •• c ■ I
• Ml <
Q ». Carlos Ramires Coutinho, ^adaracir
do ^B0criptor',publioo, foi feito barão de ^aJPr
of^Hinhos, eov 3 de fev^eirq de 186&-rQ-yiar
condo. 4^ OugueUa» em 2ÍB da m^ca do
1868* 7
â
Foi natural d'esta viU^^ Q. Jo^o de Jtewf^
zes da Silva (o beato Amadeu) filho 4e Kuff
Gomes da Silva, alcaide*mór de Ougnelfa o
Campo-Maior, o do D» Isabel de Menezes, Ar
lha de D. Pedro de Menezes, conde do Yiai^-
na, e l.« capitão de Ceuta*
. «Foram seu» irmãos, D. Diogo daSilyi(,i.'*
conde de Portalegre; e D. Beatriz da Silvai
da qual adiante se trata.
D. Joáo de. Menezes- foi dotado de rara
gentileza é vastíssima intelligencia; prendas
qne realçavam a esclarecida nobreza do ^en
sangue.
Diz-se qjie amou perdidamente uma inr
Canta de* Portugal; mas vendo que o- seu
amor só produziria desgostos, impossíbili»,
dades e sérios perigos, deixou a sua pátria
e se foi para Castella, onde, ho mosteiro' de
Guadalupe^ vi^eu alguns annos, desconbo^
^0, sendo o mais humilde, fervoroso eaaa-
to dos seus companheiros. . .
Passou depois á Itália, onde pedíu.o ha-
bito franciscano» no convento de Assis, o ao^
tao tomou o nome dê Amador (que emilia^:
liano é Amadeu,)
Na lulia instituía uma nova congregação,
que, do seu nome, se chamou dos ama^ptiai
m
ODG
a qiial foi coilfii'mftda por Xisto lY^ pdlos
aiiiM»'d« 1480.
Bsta congregação se dilatou péla' Itália,
osde flòreséea por muitos annos, ehegaádo
a* ték* IB mosteiros fefbmiadissiinos. *
Foi cliamado a Roma, e o mesovo ponti-
llee the concedea grandes privilégios para a
aua ordem, e o fes seu eoDfeesor.
Em Roma, teve por amigo, D. Gareia de
Meneses, bispo d*B^ra, sea primo eo-innio,
quando este preiado foi por general de uma
aitoikda, que D. AfTonso Y mandoa a Itália,
em socoorro da cidade de Otranto, occopa-
da enâo pelos tareos.
O beatí^Amadea, reeolbea-se ao mais so-
litário mosteiro da ordem que havia ftmda*^
do, onde escreveu um livro de revelações
^ profecias, sobre o estado da egreja roma-
nri, com o qual (livro) se mandou enterrar,
cicrevendo-llie por fora— ilpmf(i«r tu tem»
jMre.— Escrefveu e publicou mais alguns li-
vros místicos.
Falleceu em iO de agosto de 1482, e jaz
em MiBk), no convento de Santa Maria da
Faz, da sua congregação.
O seu livro prophetico, foi achado intacto,
flmitos annos depois da sua morte, e impres-
my e publicado, e ainda hoje é muito estt-
mado pelos crentes.
Grande parte das suas prophecias se teem
lealiiado.
Aguas miueraea de Ouguella
Estas aguas foram apresentadas na expo-
siçSo universal de Paris, de 1867, e o seu
r^torio official, é o seguinte. (Traduoçao.)
•Nãsemte mineral (fOtipwí^a— Esta nas-
cente está situada perto do forte e da egre-
ja de tffTia pequena aldeia do seu nome.
A agua que 'nos foi enviada, para nosso
estudo, não apresenta gosto nem cheiro di-
gnos de nota, e era de uma limpidez per-
fèiu.
fi' a Única agua mineral, entre as do con-
tinente de Portugal, que examinámos, que
possuo uma quantidade considerável de ni-
tratos.
Um kilogramma d'agua, evaporada a séc-
€0, deu O gr. 7849 de residuo fixo, formado
de chlorureto dd sôdiám; deni ) ' ' so-
da; de nitrato de sodaê do cal; dlecarboiia-
tos de soda e déibagtiesia, e de sílica.»'
O doutor Francisco Tavares, medico dè
D. Maria I, iras suas Tnsimc^es e cauteUas
ftraticaê, etc, publicadas £m 1810, trata cir^
cumstanciadamente d*estas aguas^ à pag. 1€(X
— D'esia obra extrahi o seguinte:
Caminhando para If. E. de Campo-Maior,
uma légua, na comarca d*Elvas, é o forte ou
praça e vilh* d'Ouguella, cujo terreno dr-
cumvísinho é descobertd e pouco montuoso«
As aguas mineraes d'esu villa, sao as uni-
eas do seu- género em Portugal.
Segundo a tradíçlo, a sua primitiva oiri-
gen^, é a distancia de una 300 passos da
Atedaia de S. Pedro, d'onde corre para o
forte contíguo á egreja, e por baixo desta e
da muralha, sàe, e continua por 10 ou 12
passos, por um aqueducto. Junto á fonte.
N'esta corre por duas bicas, de ferro, nas
quaes, a somma total da agua, anda por
dois anneis, no inverno; sendo ibetade (e ás
vezes menos) no verão.
Os canos das bicas estão carcomidos e
rotos, pela passagem da agua.
£* esta, fria e crystalina, sem cheiro al«
gum, mas o seu sabor, na fonte é áspero e
acido, e custa a soffrer; porém perde-o passa-
do algum tempo depois de estar em vasoá
de barro, tornando -se então própria para o
uso commum; mas quasi ninguém a bebe^
porque dizem que faz abalar os dentes e se-
pararem^se as gengivas.
Emprega-se para amaçar o pão, que fica
alvo, leve e saboroso.
Não cose legumes nem carne, que, ain-
da que fervam muito tempo, ficam duros,
negros e incapazes de comer-se.
Recolhida em vasos de vidro, vd se sobre-
nadar uma substancia oleosa, que, demo-
rando-se, engordura o vidro.
Em vasos de barro porém, não deixa no
ftmdo ou paredes internas, deposito algum;
mas exteriormente ficam cobertos de uma
matéria branca, e como caiados.
O aqueducto que conduz esta agua para
6 chafariz e os que são prpximos ás bica?»
tem de romper-se, e com muita difficuldade,
de dois em dois, ou, quando muito, de trea
epn trez aanos; 001 rasao das doriAsimas
eniaus lapidosaa que i»'e)le8 se formam, mia-
taradas com Umos e bienras adbereotes — (ao
qo^ dao aqui o nome 46 raposos.)
P^rio d*asta fonte, ou chafariz, ^a outra
dentro de uma horta^ onde é aproyeitada
para irrigação, e faz ^^sperar notavelmen
te 08 seus fraetos, qne sap muito mais'sa
l^rosos, do que. os creados nos outros si
tips, próximos, que nãosa^ regados com es
ta agua.
O dr. Fonseca Henriques, diz (no seu ^^t
l^ò^ pag. 19 i) fuo4andose no padre Car<
Talbo, que nas Constituições Synodaes do bis
2>ado d*£iva^, . impressas em i634, fallaiiido
se da villa de Ouguella— se reforeque— pro
curando verifícar-se se ás suas aguas mi
peraes consentiam, eqi si, yítos, peixes ou
jbisêctos, PU vermes aquáticos ou ampbibio^
fie Tiu semprp que, tanto, os insectos, san-
|;uesugas, e vermes, morrem apenas se dei-
taiu na agua— e os peixes^ em seu vigor,
morrem em menos de meia hora.
Viv^ porém n*elia rans; mas pequenas
e qagras; talvez porque refiram com fk*e-
q^epeia o ar atmospherico.
Julga o doutor Tavares, que esta agua é
gazozj^ pelo gaz acido carbónico, em exr
cesso;, com alguma porção diminuta de
carbonato e sulphato cálcareo.
As incrustações duríssimas formadas nos
canos, provam a presença de carbonatos e
^pliato9 calcareos (selenites) e talvei sílicf
misturada*
£' próprio de todas as aguas que abun-
dam em gaz carbónico» não crearem peixes
n^m os consentir vivos; nem os insectos e
vermes, mesmo que sejam aquáticos. ,
A substancia oleosa que se vé nos vidros,
pode vir d*outros depósitos de mineraea^
mas tainliem pôde ser resultado da combi-
nação do bydrogenio com o acido carbóni-
co, « o oxigénio, que forma uma matéria
oleosa— a naphtcL . .
, O gosto acre e acido, prova a existência
do gaz carbono e da napbta; que, como 9S0
jextreoiaimeote voláteis, se evaporam, fora da
iiasceqte, deixando a agiia potável.
, A crusta, branca que apparece no exte-
jrior. dÒ3 vasos de barrOj não ó mais do que
OUG
m
eaibonato: « «ofphaio de eal^ flltradoa p^
mataria porosa do vaeo.
Estas aguas são applicadas c^m laiUagtfli
na» debilidades de estômago; vómitos pert^
qazes 4*ellas procedidos; bydropisias; ep!»-
ra a expulsão de vermes intestinaes^loclolia*
A A^ iteiia ou solitária^
Apecar.da fertilidade de seus.eampoi^^
das suas aguas mineraes, Ouguella tejpd^
adido muílo da soa antiga imporlaDdn» e
giwde porte dos seus prédios estio em rol-
uas.
Bm ura d*estea ediieios. desmanteHajtefc
foi eneoutriAa uma pedra de fónna eyliotri-
ca (o pedestal de uma oroa) oonn a-seguita4o
ínacripçio: .
Na era* de 14^7^, durante a oélehra •:
batalha entre Portugal e Castelb^ •
' «0 encontraram n*este logar, Mto . *
da Mlva, camareiro-m6r do príncipe
D. loio^ o Segundo^ e Joio Pemandfa
GaUado, o Terceiro mestre d*Aiamtafi^
sendo ambos capitães. B do enwMiW|
r morreram ambos; o Mertre, . >
Joga, e Joio da Silva, aoa XXYIII, t
áíaa: e Diogo da iittva, bieneto dft •
' leio 4a Silva, passando por •mk-, ,
Embaixador ao GoooiUo Tridentinn^ *
mandou fuer esla cruz.
Era de iMil annof. • 1 -
ti • ^^ » • . .
: Datei atgomaa^eaqiklieacSea apbie % matn-
ria d*eata inscrip^^o.
Dw Aflbnso y, casara com sna^prlna, D.
Isabel, nata de fi. Joio I^ e filha, do infante
Ik Pedro, âaque.de Coimbra (e quQnN^rveó
em AIflirrobeica) da qual leve-^ Joio, ifi^e
morrea mentae; P. loanna (a prineeniipa#»
ta) fdiglosn no convento d^Josns» d*A|TeiaQb
e D* João, depois o 2.* , »
Fallecida a rainba, pretende D. Aili^nao Y
ser também rei de Gastella, e eontrata asiut
casamento com a princeza D. Joanna, fllba
e berdeira de D. Henrique lY de Gastella.
' À maior pane 4òs casteRianoá opp^ém-
se a este casamento, e para crearem maia
úm obslacíulo ao ambicioso moDarcbá ^r-
I túguez, caéam á i> irman. Be p^ Jqanna;— a
Sli
am
o»
Maumel S^vetim de Firi% aobotf em ip<h
der do prior d*Oiiréga ( Astonie Mendes) noi
antiquíssimo pergaminho» no ^«al se oon-
u a bífioria. resaiiiâa, d^eet^a il8 Jiaily-
Ma matrir doesta iragoezia esteve- nmalri
tar, sustentado sobre quatro eolumnetaa, e
resava a tradição ser o tmnlo de Si. Viá-
rio, bispo.
O mármore d'eate altar, lôn o- sepnlebro
de Quinto Júlio Máximo, mandado eonstniir
por sua mulher, Caipuroiai Sabina, notem*
po «m que Qninto Jalio Claro, e Quinto Jú-
lio NepoeianOf eram prefeitos da eonservât
çao 6 fabrica das estradas publicae-^-^ kA
isto a eansado engamo^-^porque ar eete» em-
pregados naa estradas. denominatam os ro^
nanos-^ Firo Yiãrum Curanâarum^ e o bom
do referido prior, lia^Ftarto CuroêCupa^
mm— site Epiicopo^-^ assim, di£ia que era
a sepultura de S. Viário, bispo.
Em 1540, o cardeai-bispo, D^ Affonser
mandou André de Réxeode a Onrtga, eia-
minar que santo bispo Viário era este.'
Resende, declaroa que nio- haiáa illi'tal
santo e mandou entupir o altar. (Adiante
darei mair algumas notieias 4M>bre eeieant
tiquissimo monumenlo.) ^ . i . i
Pouèo tempo depois de padecerem mar-
tyrio aqoeUes 19 confessores da Fé Catbo-
lícá, foi Onréga o theatro de novas oníeldar
des, sendo também aqui degoladas^ por at-
dem do mesmo Daciano, as duas saitaa ir-
mana, Camba e àmmffnuL <
Segundo a crença de povo, onde cabia a
oaèeça de Santa Anonyma, brotou logo uma
naseente d*agua orystallina, i qual ainda
hoje se dá o nome de Fonte Santa^ e a^tt-
ix agua se attribuem grandes tinadestbe!-
rapeuticas, sobre tudo para as difereBleB
moléstias ophialmicas. . i
A pouca dlstanela d'esta fonte^ está a er-
^ Anonyma^ como se sabe, e como apro-
pria palavra indica, nâo ó aon^e de pessoa
alf;uma; porém, como os nossos antigos es-
criptores bão poderain adur o bome da* ir-
man der Santa €omba, a designavam por
Anonyma, e assim AoML • . i
midi^< leivnmadaípflQa JMa â^ixtm ^mvh
\Tft Santa^.GosBte.- ^ • -.v. n-j
Estasjdoia nautas eram innawif4e,S..jgct
dão, bispo d'Evora, que fugindo ás crwMiv
des de Daciano, se esoonde» aajgipm .4^ Ss-
pinheira; mas» sendo deseoji^arle^ fei-oariy"
risado. ft 6<d«^agoslo de 305yM sitia onda
boje está a egreja matrii». ^psJbe lei,dndi*
eadi^ qo0 ^a da (ineguasia de.& Joritfd^ n
9 ^ilometisoi <VBvDra. <VeL M/PMP* 41%
coL â.») ••- ♦
A S. Jordão suoceden, ni^^miur» dVvofs^
& Bríasoe. Vide MórtoU. <
'.'I
rt»/
» *
•l.lt
f •
:r
No iogar de AiiToonf, firegmsU â*Oiuréga»
dascobríu ba poucos annos, ♦bdbso 4ist|n<*
tio escriptor, Joaquim Phiiipp»»dei8ew%
m dolmen oelia;.0 queiprovit^iiie gstarsi*
tioajá^^nam babitadoe<em epocatiqiMlowi*'
teriores á iiivas|o Aos romanos. • na. BenUip
snla« ■ • " » ' . ' I . ' ' . ' j ' ' i
■ . . ■ '1' ••'. ■ . « *
Em volta da ^trcja paroebinl aipda «lisr
tem as magestosas ruínas 4^ sol^bsis caiai
de banbos, (tberQiai).iAotaveâs;|M|Qddac(Q|^
gatorias, oasas snbterraneae, pom pfivjmen-
to de formosos JB0Bato08,.e«id^ntenl9nle
obra romana: pela sna eitensio, nio PilPOf
ce aer sámente os restps â<èjiatoAÍ9 de ()ar
dano; mas os de uma povoação ou pas^
Iro. I .
Devia ser de, mnita Importância esta po-
voa^ãfl^. porque aqiú dewnbocavam três vias
militares roman^is, aa da Jtferida, Badajoz a
Aleaoer do Sal .r
Igoora-se a data da itmdatão d'e8ta egre-
ja; mas é uma das maia^ntigas do arcebis-
pado ft^Evora, epratenda-sa «nesmo que se-
jn mais antiga do que ji Sé é'esta cidade. É
de abobada, e de. boa arsbilectura antiga,
mu .não tanto .oomo.ae-príitenáe; devido
piovnvelmenta ie reediSoagtaa 4|iie.4fin(Sof-
f^ido -em^tanas épocas., i porém, «u&Imi
templo» .A'padr«(eira, é oksjecto 4e;gcaD4p
devoção dos povos circumfereotflSi^qiia*!^
fasnmta sua/esu a IS daiagc)sts^.*ié aipdn
muita tconeornda; porém .puiltOT«iienQft4o
q^a^: antigamente, quando ,inaito«> dei^iMi^
em acção da. graga^s por hsnsflcios m^aibi-
dos da 8eiiMc% ou em çumpiÃncntoi da va-
peteDtes balanças e arcas. A casa al^dji.f ^T
te, más Jà nao |6ai4r(yp pw N^Ç^i P<^r*
Id^ jQlia Maxiffip, - .»>
O primeiro qae me consta ter ac^iidOj^m
pprq^if>«a aiiitigi^im XQí,]0iioi9)oiitfatig^yel
IMrci]i^lago« Aiàâró.A^ fiésende, qae 4'ella
MP^lií^iipsea Mvrç (4^ 4filiVi4iyali^ ^t«si^a:
fum^ iJ*> i*^ro ?f* iÍ*^«fA e^ia, /d«. qi^e ida
MdeJiAd^ ITopr^gi^^fajU (miito.exteosi^nente
g^^^ foUíqnej^ dizendo^ eatre oni^as. <noir
tiA.f^i$|s — (ir^^ogaq^ — ilAi (oa ^eja)
^A-mft «M^^ 4^ iviírii ,MtK7^ ffvif^ ipor
W^tueUedogaTi jHira i^^MAro dtf feif mor»-
4iVi QfAÇP^i» /i^io lí^iiH), Cix^tfnma Sabiníi;
em cuja sepultura, fotrqm tombiii^ í:ecQ/hidp$
f^^mt^l tt^rtoêf d4 $^ doii filhoif fu^]ii'
$é^m^.cuidado d^Qq^UoM^fkui t na caamj^qf
u lia esta inscrfpção; ^\
fHm
m
M •• ff
ti .
I I
D. M. s:
•7..'i . íi • ooABSToaiêftonvtiA fiia-
LIAE. fBIB.. P|<|Si. LBO. , • . . . , ,
dW AMNÕ XLIII. '' '
•''>'' ' ' dAlffVHNlA. eÁBiNA JÍA«I^ '
TO OPTQIOi • . • -• . ! '
•lijl ■( • ' i.j . .."rr ,. ..•>», j
Q. JYL. CLARO C. V. DU YI^O
VIÀRTlf CVftAin)ABYU '
,,,^ ^ , , . èARVM. ANNO XX .
'" '' CALPVlàNiA SABINA I^ÍLIIS. > '
MQLvçm esta inscrípçãOnmasjerráda. e imj
jberfeifa — provavelmente por érro de còpiá
-^áb Sendo também ekacta alraducçJo qtiè
alli se fai. £is aqtito#'^mHiv^A; altima !«•
iivtà da 4bf iiob^ié IbG-^qaejBiifr i^ipWca
^09:) qde collo«»ti!na (íoIm immediata^. fi^
ímà» ^mm ma lrad«oo«o fKiaaivdL^.JBpi
jlqd9iil) Wcripçao est^.uu^ qu^ando sa ori-
ginai nao ha senão vy,
■^ltest>ondd pela TcrAWrfde 'dá inseri fi^
ilÊ$m ^d M imus, pdii não a copiei de eór
pia, mas do próprio sepalcbrOi qae vi e eaa^
r^ lVM)ff^^ ^e$tA ipicrip^ i a segnfQ-
. .Dedicado i^os despem magoes; ,. ^ i
.:;A Qi^íBto Jglío jtt»3^imp«!var^ esc^a|eci<r
do (oq daríssjiqio) qaeetor da pr^tviocia da
Sicília, tribano da plebe, legado da provin-
da Narboneza, prefeito designado (oa no-
meado, oa eleito) da Gallia ; de ^aarenta e
oito annos de edade. $aa mulher, GalponMa
Sabina, a seu óptimo ínarida (Dedica este
monumento.)
< .<■ •
..f
A Quinto JqUo Claro, vario esclareddo^
quadpiQvira da inspecção das estradas» de
viotè e um aonos de edade—
A ^líinto Ja)io Nepociapo, mancebo escla-
recido, quadrumvirò da inspecção das estra-
das, dê vinte annos de edade* , .
paipurnia S^^bina, a seus filhos. (Dedica
esta mòmoria.)
. « • ' ■ . ' -' '■
No. logar citado ào Santuário Mariano
veio uma tradaeçao que pouco diffwe^'ea«
ta; má^ /eita como ^e nao se lhe tivesse
supprimido. a ^^ linh^ Traduz ^ deuses ma*
ximoSf por deuses numes — seu grande lya-
ridOy (K>r marido óptimo --ò pretor de Praxk'
(O, ^or prefei^ç. da Gallia. ^.
' Como o bom dd prior vfssé que tinlia na
eáa egm)a, emVet da sepulittra de udi bfa-
po ebfistão, o tKmulo de três |»gãos, mau*
dou-o logo pôr (ólfa do templo: . u
• Tem esti lapide, §"',84' de eemj[Nrido; e
0";60 de''largÀ; e é cercada dè ornatos em
raiéfo,' de boa ^toculptafá. .
mjoei eomitoda ^ atteuQao e mínuciosidade.
(Bem ouizera eU poder dizer o toesmo de
tildo (fàanto tenho escripto n*esta dbrtíiy
1 Todo o mundo sabe que até ao atiQOi395
wo existiu nação alguma diamada França.
Só pôr esse tempo, os bárbaros dó Norte (bor-
goi^hõ^s, wisigodos, ostrogodos, sicampros,
míDo^, ff'ancos, ete.) invadiram o império ro-
msno e 89afiossárÃm'das Galiias, a parte das
qjiaes^ os frafícoe deram o sei)i4iome-^Fra&'
ça. As Galjias era uma região qiais vasta do
que a França actual. Comprehendia todo o
território que ficava entre os Pyreneus, o
H^iterraneo, o» Alpes, o Rhia (Rbepo) e o
Oceano Atlântico. Os gaulexes andavam sem-
pre em guerra xms copa os ouurqs-r parque
m
úm
EMeve ésu Ia{)]d6^«9^e0ldà e ábsnfiolkâ-
da mai8 de 200 aonos, até que o 8r. Rivanl
teve noticia d*etlaí, tm i%Ê%, e« fezeonda-
zii* j^ara ommèu GèifaéáKr, dê Bforá, 4ae
éMâ ac(Qa!áteDl3 <ro'fhtiiòso UHnpl&dê Diana.
í '• • I
«
' ffetenSem' algims'ê^criptores,'qae a an-
tTga cidaádrotúáná de Toiírépía (oritarè-
gla, <;oiitd támf)éifi oxítros Ifae dbàmam) fosse
nas immediações da acttul villa de Bégaèn-
gos, no sitio onde agora está a ^deia do Mon-
te dà Azinheira e setis eontoj^nos--^ ^aetião
sò pdde ád(nitt)h Timos (ltte'toàrégÍ;si flcatá
sobre a via militar romana d'Alcacer do Sal
{Salacià dos romanos) para Badajoz. t)*^ta
tldade t)ara Alcácer/ ^ááâandò-se nma líntiá
recta, vem-sç pôr entre b Alandroal e Yltli
^{osa, pelo Hérfoncíb, 'Svora, Ourega:, Ri-
beira das Alcáçovas, e Alcacef-^quândo llè-
gnengos fica ao S.O. 4^ Badajoz^ e mnito a
El da' Imlia réctá. Aláín d'ísso, sabe-se que
f oiirégla era perto d*ES[vas, éítegaengós flba-
the 35 kiloteetros a S.t!., ^nandd Oorégà ape-
nas ésiâ a ro kílometíós j^ari O'. ' ^ • '
fi poféõl- incontestável que onde hoje se
vé a aldefa do Wonfe da Azinheira!,' e pelak
soas immediaç5eâ^ houve tima Importante
povoação romana, o qne nos é attestado pò-
idB «lliaintBV^ é0'Tariori9diiQÍM'de ^|ii6>or
aqiliiia vèetígioby b pot táriM^tomiilos, d#
loamore, hraneo'e|iret», fn seteem acha»
do nos arredc#esi^Videi}^íu8taDf(i».) '
0^niai8!Betatel deites tiurink», é o- une
M eicontradò (éte nn eorraJ 4e bois () em
Í8i0, no iogar do Jfeniterdfràziíiheílra, « que
a camará municipal do Porto comprou, e fez
conduzir pòíko seu.tnuseh, èta lâtt.T. '(t)*él-
le trato maie drcornstan^iàdamente ao artir
gtv Pmio.) ' ' '
OORÊLba-^portttgueK amigo ^margáti
(ífo rio),
OUBSM (em latim ^iiur^m) ^ villa« Êxr
trèmadara, concelho de> Villa Nova •de Oo*
llém,' iS kfloMètrois ao S. de Tbrrés Nova^
comarca e ibkilometros a 0. deThomáf^
«I
.)
formá^hm varias naçdes independehtes; mài,
em eásò de guerra com 'outros pofos; éolll^
gavánd-se, e baMam-se coih valor. >
M an ftCk d^é»i(á,4 bispate^ e K kilM
metfoè a E. dé Leiria,. MO à6 K. de LilbCM^I
TWtdgdè. '•' ' ^ •:.'.:;
-i«ln i787 Mhtth iWllbg^s; < • ^ . ' . ' , ;
Orago, Nossa SeÉlioni da ¥Ml«{9bi^tt^
gamente, Nossa Senhora da Misericórdia).
Díatrieto adHiiDistnMvo éé S^bUftfai*^'
Está em 39«,42' de latitude --é'9«,Íl^M
longitude.'" '•:;>■ .:..»,'!
' A líask de Briigailça ápi^éá«i(iM Hf pHori
qtie tinhá>675W0Q féií^úé MdioMito,' ^6'tt
dos beWses, Ntende tudo ba!» ^fíOffíWHÍ
O iiKmi&ire^ft>íràl'd'èstá vúrn; melai dadb
péla ttíma D. thereui, flha-de D.^Aftiáid
Wsoitftd^, etn- ttetf^ de IM, é eânfimaãik
por mi liòbrloího («te D. théreza) •^;Áfí6á-
áo it, eth Goihibra, M mei de iMfrett%h> \iè
ni7. (láçò iil dè F(rf(n^i dMIgóê, n:« 3; fl. %
cdl. l*--bnò lÁtíro de fàraes áiififii»,áè M^
Itera Wtt,fl. 19, 1*1: l^J ' • \
'D. Manuel Ihie deu^M novò, <«nií tiMdi^
a e de^ maid de 15i9. fX.^ dê féaeê ¥ím^^
Extremadura, n. l&S t.; coL 1**) ' ^^
Tem também un^ ^mença, dada sobre o
foral novo, em U df ieaíerwQde 1530, lan«
cada no mesmo Ihro ^fome^novoa da Ex«
tremadura,*a ft. 186,' còl. 1.»
D. Pedro II.I|ia cojD^àejfi /fjral notiuima,
dado em Liij^*, Á G de jnibo^df ^If 95. (6av.
3, maço 4.*, n.* i.)>( < í^í
É das poucas, terras do continente porta-
guez, que t^ fj^^rál nóyifsim/iu/ "
Tem por braziex 4*41 foas — em campa
branco, uma agitia negra, entra dois eseui*
dos das Quinas ^rttigueías, e sobre estes»
de um lado jqma, estf^I^t, è doqutro, um
crescente. Mas as armas que lhe deu Dl The-
Maa (bque^aítída^ae tMm na torre dé^^.O.)
sSò— Uma agttía,''oom as azas abertas; t^ttdo
ama coroa o9^cd|o^ye fijusteoui^^ nas gar^*
raa aa Quinas ponogMaii^ ^. i ..: ..i.;
Kaa porias 4á SaiOà^em^ wiV^ ainda 4d^
QUtrJ escudo d'arthas, iptp sip-^tí^ kjá^V
eèctti^s áfs Qv^inaa (eip cruz», coipo nas ^
dias.reaes)DO camo aopevíar da di|reita«.iipi
i^féscentcr-^e ne da >eeqiierd») «sia «stfislia^
e poi^ baixo das Otttnas/tres torr0fl; se^ dá A
do n^íQ i9V9^haAx|L,.Rstas arofa^ /fao.^iFO-
príáis é^ viila^ e aa prÂiueúii» m de MMf^
mm
m
ttinb feãtí^ ém IftftcffpÇSot
;,•■'■•••'••• í • • '• «• ■ ; .'i"„'í -' -l
ÀETERNIT. SÀCR. UIMACCLÀTISSIIIAS COM»
QNA CUM, GENERAL. COlflTIIS 3E.,ET REG^A, ,
' OTA SUB ■ 'Almo àthv •rtíiBurAra a puiticK'
YOYIT: AtQUB DtSÍI>lAlt AM íff iM^J^átl* Tf^Tft-
LASEM Ú^liCVàli A ttimVrOBIfilKâU PBaS<*
«ERVATÃ ^EBPKTVO PEFEN^U^UM lU^-*!; *
BIENTO JFip^líAV^T. VIVEREI OT FIETAS
' LUSITAK. ÍBOC VIVO tAÍ>IDE ilEMORI-
ALE PERENNE EXARARI KJ^t* MM^.' • • '*
D. João IV man^9u.0;am,'^t^ix)SkffU|^
I f
-fw ,1 1 'i'» ••.■U:t
»i"
'A ímhÈ D. MaCllda,' Bft]|]leFd^IX. Âflétt
«èM; ibpfflllhá 4é AftèRléU 911, cOfiflefdé^
MyjH'd6'HMiaUa, é#»l>lMoèieitè,<'A1l0iiii!è
em lítW. ¥hté pifãc^ imu t)OrtáiMlli,
ttíb«'è$(iltt èoÉi áá ated <^tÍ)iMiaM;'« é^ii^es-
ti cmiiMMhi^la^ 4ft€f>i8ifl"ttéla M^iHoti %
ifgttlàf ]^ <o;'l)MfliK) dtt lftia*¥iffiif d^Oafmft^.
^MiM i}tiê't>.TbctféMlti^a ádMttdlaAffor^
ttid9á'6 dlseréta dè Pa)*ttigrt, tib^ièètíle^ KII.
tVíde adiante; úU ^kfMIMicm^tmèmJ^
Depois da 80iP)èfV)d«rs' éindefe
' - ' : á*l)tirêtti,'-ÍiArei maia alguns
'" ' ebdfireèiâletin^ com respeito
' . Maò^brazSòF'd'lírtiias d'esta viUa.
Tinha voto em côrtesj* (sóm^ssento no ban-
A tillá a'Otíi'etn èsti assente sobf» ode^
sof M mt alio montei |[)triittMkV dè áííB^
aecesso, no centro de nm extenstf 'bpfMkl^
dó válie, 'séâ oiinrá al^iíéà ^èl^ta^ pt^jí-
ma; o qno fáxejsia po▼oâÇàé'9db^smáttefrà
sánditel. '•' • " •» <. .■ • ^■■- . '■ •
' !)^a(idi M'a^istátòrA3» M^tefrHoMés^tM^
tos d*e9ta província, como da Beira èAMti^
te]»;Téèm*sè teip^áííldè ti<èii Msj^ddé, ^ae
sSor jj Gbidrbía, Gnarda « #(MiIe«tiy«^«o
^fiârtfaaâò, e (fa pi^elAUaMAe^TitoMifar^ò
t^, á)s serras dá Ati^11à'baii IM^ó; èj
mitrae mniUs ãè Énébéi^^ffMpòtiáftcftii .
Nèm tim sd dod eÉéKpf6^^*k|tíé tMMhi
a^edu tilUr, j^cdeMtm BteedWir k ttali^^
'iMI«'ÍlltrdáftÍtei^crctom Ibr^ili i^s seus fnnda-
^ere^/^BIèlfMliliWa flllsél*'<)ite era nma po-
YOtt^ 'i-IÉI^oHátfW Kld' ieálpo dos godos»
«èoid (> útííàê^êtí JàO^, e'^êí^M^ èM t)o-'
«¥'«bsmol«f08,«iiíM«.íi'' »•* "»'•"•'
'''H90 d«i«<ío;« é^tteátiM) i^rtí^ave), litte )á
inristítoe nd feoipo dòs-([Odòi ; nbs \àe cém
JhMl' otttrò^âM^, pdi» o de Ahdega» é^hif-
õMtíméúVé arà[be--Abâ'-8|tii9'(pa« dTEgáí)
aitéi; tomado de ált^iti (fddd qnèffósidáe^
AoMiá')^dvèá(ã9, aé'át)tti'Vealdi8se.
- -'Nâflf 'sé lèhcdblfàm 'knàis iiotitsiasde On^r
Kmjftié ho')iMiíò^idè'JÒ37;'s0tí0^lAQab>tô-
mada ao^ttfMtM^^t»^^!).' mMiiMef MagM.
Tomoa a cahtr em poder dos mouros até ao
ifthM a^il^, A6 4ti«íl,1^. Affbttsd l{0tort(|áes,
Undof ^ tèmildtt L^l»*nò^ttflia^titeced«á-
«^;'tOfMfeâ èsfk^l^flílá^ad^^mdatod, tínAk dott
o nome de Âbdéóiíí9:'ÊmAÍ^9;Wo W^i^do
ilb«2r2:á7(l(a6a^l-^110 kitief dé £d^<!»>^i-
t)a;b<irem, bt^á, ltèéi6Ra;< Sôtit«è/mtí^«l,
m^^ ein^^^érldflfe pbrftíttieteá; tbádo
^l!Íâ tottíMftk <àdi 1t)cftih)^;'<ifttiisí todas é«vaa
pbi^óai^eÍ,^(flo táAse»fs8Ímo mbnke dbs tom*
ÍíHt4ds,'D:'«ifiildfmPá;è8: • '• ' ^'-•
'^ rà X>ilt^iá''a't>iime(rá tei¥à ^oft^tugneta
que os nossos reis deram a seus filho»; pofs
qaè 0. AffiímsoUetíriqtie» a doou; pélòs'an-
toos'deil88;k Itia flllfa, araftt^if^òMo en-
tão se denominavaih^oVa^ ás Éhhs d<Arr6i^)
D. fbereza; cpie, éomo'}â idisse; lhe dett^fo*
tal, M um .< 'w- '••...-. ,
Sstá sèíihorá éasoú émrt I8ft,
'^'^ conk PMn^pie d'A1»ábiá,'^>^(ftide
'-' ' ' deF%ín8res; mas ábiés^d*!»^
' tinha dado asenhoHúdVsài
.Tr.ft.i/ tíUa^^còttio «Me fleHsàáattfetf-
te/á ftmósá Otlk^iflM^ de (|ue
idiattte áe trá^. 'Dépolrt, por
ahk de deecendeht4«, tòltôQ
á coroa, no reinado deD. Sw*
Hi<rf, pelòs annos de ISOO. €a-
sande«D:4àtfcbò Or,'com B. Me-
da Lofpes dtlaf ò, flltta de D.
lòpo DfáH tt%irb, aenhor de
' Bficaiii, dèii a éua dulher (pe-
\ No final d>ste artigo lér-se-hà mats ai-
gitína toite à este iKi^Biter. •
« t-ii
/...
!i «i*; «. 1.
m
mtk
. , d'Oi}reai. OTid^iDAnof inptí^
d^QufWKpg^ 4(0 ál^tifi wrtigoy)
o fundador do 8ea.c#ft«Uo, lorreffi^.moMr
Iha^.m^s pareee nulisA^lT4Tel,qq^.Q8..ía'a•
Iwi^aUeodendp á impfurunoto wítWu. d*iOftr
t» ponto*- já o tíYemm forúflei|4Pi ft 4m f>'
Aftmo I> 86ii|on|e o f efidiQ({4|Mi aniitoEir
4p Mjqoroa da cirof^fHiq^Iaii^Q: .iqesipo port
que, daodo aa bU^puif^, baatai^td imfpFtapr
cia>á tomada d'6ata,pqvxM|^, {^)r D. or-
nando JfagQO,.DÍo 1^'a da^fUm, 4e jçprtoaf
fosae noMk t«qr»atwrfA«i«4af6iiu ..
Marav;i ii'08til.viUa um ftdatgdk:etuo»4p
JieriDigio GoBçaWos, que, pfl^ an^ (orgaf
j|M?r^al^a9» e pelo aeu .arniy> noa ç^QjinUatof^
«ra cognominado o ,/u^fa^« i, , ..,
. l^ate ctvalleirp, deppis d^ mj|. acedei. d^
bravurfi, morrea i^a glorioaar^atalb^de 3^
do jolho d^ ii39» noa. campos dlQvnqaê, ,
f icqa-lbe nm fiJhp^ ^ fi^^e. t , tjú) corar
Joaocomo seu pae» por nome^/r^fi^/o ^;
miguup e por autononuaU— :0 Í)r(V4-lf/m-
n» — cavalleíro tmjdarj^ o iiinfdQ8 4naif
bdlo^ e elefan^. Adatgf^ . ^n foijlf dá, D.
A eaus qui^lidadea juoti|Ta tan^^epii i^.^
aer nip, do^ melhoreaí poetai d*aqiieUe tem.-
porrapexar da aer wgp- /
.^t^va em Liibp^ com^oil,rp8 caT^Mroa
joTona, que resolveram fa£er'iHÍMt^sv|f preza
fPf imvxfifk A* Alcácer, do. |^.
Atf aveasaudp o Jlfjf)^ jdi^ye^barcaram em
Almadi» UA noite qp(;,pp^codía o dia de S.
ÍM/o Qaptiat^ dp anpo, áfi l\ÍSS, e se foram
.ejoaboacai* prof ifpo 4?» TiUa ,4* Alcácer.
. Pela i9^^g|tda^ s^iúra^ ^s mouros, sem
arfna^; e as moqra^ sçjm o. mínimo receio,
em (prmosa e alegre cavalgou, por aqueUea
Então os christSes, ^ii)do inopinada-
ja^njíe do sei^ escoi^deTijP» dap sobre os aga-
rpní^fiy, nos quaef fM/àO/í \\rs\2^ horrorosa car-
.qíacina, e pa que e9Cfy[>araif ao montante
^4os templarioa» .ficaram, çaptiros.
As doDzellas cabiram todas em poder dos
cbrislaos. . , . ^ < . , / i
Entre todas, se d^tíoguU pela su^.d^-
InaOypante fprmoinrat ^ pda Jifi)f»za dos
seus vestidos, a Jom í^^^ma (im ^rtu;
guez — Fátima) filha de um nobre alcaide
Qtiando óS portnguezes tralairam de em*
barcar ps captivos^ para os conduzir, a Lis-
boa, aáe da praça an^ Jnsido esquadrão de
meoros, que atacaram* os christios, e ape-
zar'da desesperada resfsteneía d*este9, con-
seguem libertar todos os seus que estavam
aind^ em Âecm
Gonçalo Hennigues, que apenas vira Fa-
tíma, fleára perdido de amores por ella,
viu-a fugir a toda a brida na garupa do ca-
TalHii de um jòren mouro.
Gonçalo, cego dè furor, mette esporas a«
cavallo, cabe no meio dos mouros, mata o
qnu^ levava Fatlpiar ronba «atai e ga^l|ai»do
aipraiei dA ordem. dQ vetírada» atrA^esia 9
lEfjo». 6 v4a . cem a aua pr^a. para SaM-
repK ondeentào ps^va.D, AlTonso.I,. que
awio Ibe louvoo este ^0 de. bravjuiai
moaccéitoo dasdiespojos docpmbaít^.ae-
nâo.aaoa fomsosa moura» 0 epm tanlo ex-
uremp, a avipn, .^e copsegaiu meram^
4'elli^ a pputo de ^Í9U'a^ a.reUgiio 4e M^-
IpQBi^ e regenerar-se na^ aguas do baptíamo;
no.qoal tomou (xnoqia 4^ úurpofia (o]^ Ort^-
. tJfpa ampstni de yersos fei-
toa PPT Gonçalo a sua esposa,
.Mm PO xol 3.vpag. «67, d'e8.
{ ,.. . ..,ta.abra^
Poucos annos, porém, durou a feliç;|4^
dos dois esposos. Onriana adoece perigosa*
jfmVe, e nem . todos ps cariobps e extremos
4e :Traga-MowrOAi<» livr^ain de om:^ mprte
prepoatnra. • • .
. F^ i^ profundo e tao «lipçero o pesar do
çil^udleirp^.qne^ rejOOftúíandp ao mundo, ibo
metteu frade, no mosteiro d^AlcohiW^ ,ao
Wal legou ia ptaipr, parte 4AjBaa avultada
jlíflieza.
; , J^ntra as. propried^^oa que doou aoe mon«
a^V iu)Ma uin% Q l^ilometroi a 0. de Ou-
rem <para onfeell^ ç^i^duslra Fátima) em
pm sítio êolitanOffCblOiqiadp BiMrA.da Qm»
uiçâo^fi ;a*el(a m^n^oa q D. abba4e fundar
Wll mo^ro -àt sna ord^qiÇíater) ipan-
.daiado para alU o. ly oprip frei. Gpnçflo lier;
em
migues,' eom flÉáte tinto h^Q^/ qoe prihet-
piaram á fiitiiai{Ío a S3^ Jtilho dè ÍI7f,
dando ao iiiosteiro ai ioVoeaçSo de Sanêa Ha-
Ha dos Tamarães, e ao sitio o nome de Ft(^
ima. ( Vol. !•, pag. I?5í, col. f .■)
' D. Aflbnso Henriques deu grandes -estaoo-
las para ajada da obra, pela grande áínísar-
de qae tinha a frei Gonçalo, e coaton todas
as terras do mosteiro, com grandes prlt^e-
gios.
Este rnosteiro existia eomo commnnida*
de religiosa até ao prlnei^lio do secnlo XYII,
sendo então nnído ao eoliegiõ de S. Bernar*
do, de Coimbra, eom todas as suas rendas,
deixando aií apenas nm frade enm leigo,
aqaelle para dizer missa ao povo e este 'pa*
ra cuidai' da egreja e ajudar á missa.
ITelle foi enterrado frei Gonçalo e yarios
tnobges que aqu^ viteram e morreram.'
Ainda a>sie sitio' se dá o nome de Casaei
da Ahbádia, e ainda existe a egreja e casas
que foram eelléiros dé Aleoba^a.
Houve por mnllos aníios aqui nmki foirâ, '
a 4 de agosto, qnp, em i759 se mndoti pa-
ra o logar de Santo Antmiú das Caixarias^
(que é nm ponco mais abaixo) em razio de
se apertar o terreno da antiga feira, eom a
cultivação que n*elle se tét,
E' n*este logar das Caixarias, a 20.* esta*
'ção do caminlio de ferro do N. (Vide Cacha-
ria, vol. t,\ pag. t5, col. i.«)
O padre Carvalho, na soa
Chorographia Portuguezaf c<Mh
ta o caso de diverso modo.
Diz que Ouriana, vfndo a
ficar viuva, se fez freira ber-
narda, fundando um mosteiro
de monjas da sua ordem, no
termo de Ourem, e no sitio
dos Tamarães, do qual oao
existem outros vestígios mais
do que uma quinta d'este !!•-
me.
A 1." opinião é a mais se-
guida, e supponho que a ver-
dadeira.
£' tradição que D. Thereza, i.* senhora
donatária d*Ourem, por ser muito amiga de
Oureana, é que mudou o nome de Abdegaa,
impondo-lhe o de Ourem; mas isto oflfere»
otm
sir
(A siial dbvMM, pol^qoé, enfio podeffUehâ*
mar- lhe mesmo Omroȇ!la.
Ha porém qtSím diga que^ Ourém é ama
esj^iede dMttnrfUvo eáríáhoso deOorea*
na,'eòmò^J^f,pcif Manuel-^J^éò^, por 2sa«
bM^JWitei, por Emitia, tste.
' O que è eehd é èhàtaa^9e Abdegas wíiU
giLtttéiitè. 'D.nereta; t.« sebtiora d'etta Víl-
la, dif na dòfl0o dóespiHtcúilâ*eUa, que fes
a Santa Cruz de Goiinbra-*><fo ecelesiastko
dè Aareh, jtií ^hds ASbdegas vocaJbaítar.
* k villa èstà toda eereada de muralhas, e
tinha um postigo ao N., chamado da Sé (pôr
estar protirào i íkèhada denm templo as-
sim denominado) do qual (postigo) ha mui*
tosannos não existem vestigios*-e duas por-
tas príneipaes—uma a E., chamada da Ftf-
íh, eom dois arcos, próximos um de «utro,
mas o exterior já não existe & — outra ao
S.O., denominada de Stntarem. Abaixo d'es^
ta porta, havia outra, encostada a um re-
velím.
A cavalieiro da povoação, se erguia o ma-
gêstoso e outrora célebre castellQ, ficando-
lhe aoS. uma formosa esplanada, que ser-
viu de praça doarmos, no alto oume do
monte, cercada de muralhas, com uma por-
ta ao te., defendida por um revellm, o que
tudo ainda existe; mas em ruínas.
Fica-lhe em frente uma torre, e para o
lado direito, uma vasta planicie, cercando o
monte, que também fbi cercado de nraOra*
lhas, das qúaes ainda ha restos.
Edtficou-se depois aqui uma egteja, dedi-
cada a S. Thiago, que foi matriz de uma fre-
guezia.
D'e8ta egréja não existe hoje senão o no-
íne de largo de S. Thiago, imposto ao sitio
onde ella esteve.
A arte e a natureza, fizeram de Ourem
* Foi demolida durante a guerra civil de
i832 a 1834, para se fazerem novas forilA-
caçdes; mas já então não existia senio uma
hombreira, encostada à muralha» junto do
reveiim.
No fim da ffuerra, arrazaram-se todas as
recentes fortificações, mas não se repararam
aé antigas.
9ia
fm
po8 da nossa mom^rçJUfif. • • ; ..
Jfêo foi fi^ P^ Affonpp QaqríiivieSi.fQi tfm-
]Qiimr8»01ha». );^ Ttiemii^ ^9i. 94)e9iiM4far
rai» ^m tomar q^u pi^^ tni^BQnqoMtay^tl
de modo que, de840 M^» ^^ fP^ ^^ ^^*
gllAda do;poder4o8iQ(MiiV)9» WDçaR)»^
twDoa i^ pterdffrxopo ^coftí^wk 4*i9QitrM
niui^8,.que por muitas yi^zes .9a:i^i^9(ran
aperdUm altarnati¥9iB^te^ [ ;..'>.
O9 mourçs teoiiam (j^ito #«ta fortalmi quB
o Miramolím, imperador de Marrocos, aja>
dado por Albujaque e outros emires, vindo
eo.m UQk t^m^r/09Q exeir^ito sotoe Portugal,
eu^ lt85, vadepu ^ Tçjo» ,çahii)LSo|)|*/9 ToKr^
N«vas,.que 34^qiieoi]^.e destruiu» :arr4zando-
Ihe.p eastello -*< e» ftem 80 AMeyer a atacar
Ourem, vae pôr cerco ^ SaplArem, op4e.i^
aiel^ava oprinpipe D.:Sauçho.(depo)s.i.'')-r
Ddfks aUi eacputrçu a sua. tptal ri^ina; por^
<me D^ AÍToQso Heoriques ms^ou logo 49
Coimbra 091 defeza de seu filho, e tãofario^
flo ataque deram aps couros, a iO de Julho
à*esse anno, que o Miramolim morreu no
fiomhal^e e <> seu exercito ficpfi ;^fiquiIado,
deixando em >pqder doa veoced^^es, riquUr '
aimos d/BspojoSj fructo das suas rapinas.
Tem -seis tçrre^ que. tpdas se cominuni<
ofoik por gjderias subterrâneas/ temjio a xú,
tjma destas torres, que fica no ponto, mais
baixo das fortificações, do ladq do E^ mpa
esmd^ria de içiu^erosos degrajus (hoje entu-
lhados) que, eip caso de perigo, dava saida
piMta p sitio de VaUe-Bimi que fica ao so-
pé do monte, para o lado do Sul
D*este mesmo lado, entre aa duas ultimas
4oixes, aiuda existei a porta da traição.
Em i384, era alcaide-mór de Ourem, ò
oonde de BarceJlos, D. Affonso TeUes de Me- '
nezes (irmão de D. Leonor, viuva de D. Fer-
nando I) que tomou q partido de D. João I,'
de Gastella, contra o Mestre éPAviz.
D. Lopo Pias 4e Souza, S.^" mestre da or-'
âemi de Chrísto (primo de D. Beatriz, rainha^e
Gastelia, e mulher de D. João I) que seguia.
o partido nacional, veiu com os âeús caval-
leíTOU /| Ourem, na intenção de persuadir o
alpaide (que erpt seu tio) a abandonar o par-
tido de Gastella; porém D. Affoaso lhe fo-
Mm
cbxm^p portaa„KiM|o^ D» DiçgOi indignadai
epeiV>u>s mi^rattii» a.enfroni nii vjllji^
. Q alcaide, fôgin, e foi. nnip-se aos ea»ter
lh3pa% deixando; dois filhos em pofer de D*
Lopo, e este reduzi]pi» o povo e guamiçãq
aA.partido do. Bleatre-- iato é— ao partido
.Ao qopé domonte, se eaíende um exten-
so e fértil valle, correndo per elle, de N«.pa-
ra B., a ribeira de Ourem, que nasce exjà trez
pequenos valias, e em uma grande fonte»
qu^ ^^ no logar de Azambujal (oQde nas-
oeu e SQ creou a ditosa serva de Deus, The-
resa» de <eae adiante »^ trata) 4 9 kilometroe
zfi\0. da villa.
Em uma vasta planície que ha n'este si-
tio,. jCibamada, Mtej^en, acampou, em uma
6.* foifa, ii de ago^ de 138^ D. João I de
P4)rtufa]> e ofii^nto eondestavel, D. Nuno Al-
varez Pereira, çom o seu exercito, vindo de
Thomar, par^ darem a gloriosa batalha de
Attubarrota» tr^a diaa deppis.
Jtfisa a tradição, que --quando o exerci'»
to portuguaz aqui estava acampado, sahia
4aa nattas visnibas (hoje cultiv^uJLas) que
estavam próximas a Alvejar^, ao pé da egre-
ja de Nossa Seiíbora do Amparo, do logar
da Mêlr$eira (do sitio ainda hoje chamado
Moita do Oime) um grande veado, a correr
por entre os soldados,* que o perseguiam,
sem iqueo podeasem matar, e se foi metter
M barraea.do rei, que o nae deixou offen-
^ D. Lopo Dias de Souza^ 8.« mestre da or-
dem de Cpristo, era filho de D. Álvaro Diaa
de Souza, i.* marido da infeliz D. Maria
Telles de Menezes, assassinada em Coimbra,
no dia Jt8 de novembro de 1377, por sen 2.«
marido, o infante. D. João, filho de D. Pe-
dro I e de D. Ignez de Castro. (VoL 2.% pag*
322, coL !.•)
O povo d'Oarem era pelo Mestre d'Avíz,
4t secundou a.empceza de D. Lopo; mas
nem por isso deixa de ser glorioso o feito
d*6ste cavalleiro, que antepoz aos laços de
sangue, os fnteresses da pátria.
Gomo n'esse .tempo ainda estavam por
Gastella as praças de Leiria; Torres Novas
è Santarém, o Mestre d*Aviz exultou com a
posse d'Ourem, então inexpugnável. Também
era importantíssimo o ter atrahido á sua
eausa, o mestre de Ghristo, um dos maio*
«es fidalgos do reino.
0m
Depois da Tíctoria de Aljabarrou ' vol-
Xòn áqQi'o'eondes(Àvdl, logo no dialSfi^ex-
~fisi feira), a dar grà(as a Rossa Senhora da
Paríficaçao^ de Gélça, qne 6 qnasi no fim dk
ribeira de Onrem, (T kilometros a E. d*eáia
yilla, onde consta ]^or tradição, ter sido b
aasento da cidade de Célio (vol. 1^ pâg.'226,
■|> eol., no flnji) dos romanos, e éceriò te-
rem«sé aqui abh^do^nitos vestígios de uma
^ande povo2^^^
A jornada do ccfndéstavel a eMa egré)a
íoi, jpara culh[^rir o Voto que havia feito à
Santíssima Virgem (quando aqui passou
con^ o exercito) de vif em*^oIémne']N)ma'ffa,
(Sar-lhe graças pela victoria, se a alcan-
IW
m
Também^ pelo mesmo motivo, ia a esta
ègreja, tbdós os ánnosj o senado da camará,
' com o cabido da real e insigne collegiada,
e povo d*Oarem, na ).* oitava da Paschoa
da Ressurreição, ou na do Espirito Santo (se|
no i* dia havia embaraço) tributar as mesh
ma? graças áquella Senhora, em procissão;
* havendo então missa cantada, sermão e ou-
tras sòlemnidades.
. Quando D. Nuno, na jornada de Aljnbar-
. rota para Ceiça, passou pelos valles de Cal^
' ca- Terra— caminho fragoso, por entre ele-
vados montes, cobertos de mattos, a 6 kilo-
mètros d'Ourem^ouviu uns tristíssimos ge-
midos, por entre umas brenhas.
' Dirigiu-se ao sitio, e foi achar um caste-
lhano (que escapara perigosamente ferido
jía batalha d^Âljubarrota) nos braços de sua
mulher.
Mandou desmontar um dos seus creados,
e coUocár o ferido, com as maiores precau-
. 1 N'estQ acampamento estava também o
grande doutor, João das Regras (que tinha
então 61 annos de idade) militando nas filei-
ras populares.
Sua filha, D. Branca, era mulher de D.
AffoDso de Òascaes, filho bastardo do infan-
te D. João, filho de D. Pedro I e de D. Ignes
de Castro.
^'Pretendem algtms que Aljubarrota erat
«mtxidad» romana eom o nome de Dmju;
porém ^ maia provável, aoe (osae Ammcm.
Vide Runa.
4^ «ai^d^ e a l#vjpu »tíi á peqneqa
Jlldeia ^0 PédjéUa,^uiidepoif /MfChi|i||oa Ak
deia 4a Cruz (hoje Villa Nova d^Qurm) na
xíNnt (Qgo.a]^x9,fdo «Donte d*Onrem;
j9undai)4Q«f M, corac. i
. ReiCQperçiu a a^uda q caata)hano, e D. Nu-^
;II9 lhe maiMlAa aU fazer caaas para habitar
com sua mulher, junto do mesmo logar, a
£., 4*aqui^a. ainda 1^^ v^sligios» e j4fda
ao ffitio Qn4e ^Uaa eiciatiram aa dá o nome
de GaseUa, e seaa filhos toof^r^m o appel*
lido de Castelhanos.
Também, consta por tradição, ipie ii*esta
jornada do condestavel, chegando a om aitjo
boje cha^^do Beffoto^ entre Oorem e Aldeia
da Cruz, e próximo ao rio ^pj^ oorre peio
meio da ribeira--no sitia ondaae dividem
as estradas para a Charneca e a vi^la-*-teve
a noticia de estar mortalonente ferido^ aea
irmão, Pedra Alvares Pereira» que tinha to*
QOado o partido de D< João.I de Castella. ,
Confirmada depoiii esta noticia» mandou
faser suffragios por alma do irmão que em
vida^ linha combatido; e determinou quf no
Mtio do Regato, onde tivera a i.* noticia, se
^^caase, para memoria, umd orux. . i
JBsta cruz, por varias vezes cahiu e foi,ra-
conatruida» porém d'ella só bcje existe o pa-
dental,
D'esta cruz provem o nome de AMeia da
Cruz a actual villa de ViU^i Nova de Gi-
rem.
Junto ao pedestal, existem as minas de
uma easa, que consta ler en^ uma estala-
gem, onde pousou D. Nuno, e onde lhe de-
ram a noticia de seu irmão.
Era coatnme arvorar-«6 aqui a craz da col-
tegiada, pôr-ae. o cabido, da .mesma em há-
bitos canonicaes» 6 caator um reepoaso pela
alma do tal Pedro Alvares Pereira, com as-
sistência da camará e po^, que vão cum-
prir o voto á 'Senhora da Ceiça.
Voliando o condestaval da romarta, no
mesmo dia tomou posse do senhorio d*Oa-
rein« de que D. João I lhe tinha feito mercê.
.No dia seguinte (i9 d*agosto) se foi. para o
sitio hqfe chamado SSo Jor(ji0^: em .cujo togar
esteve a bandeira real, no dia da batalha» e
alli mandou edificar uma capelia com a in-
vocação de Nossa Senhora dà Victoria, e de
m
ÓlSft
8. Xorge^ por ser este éaifto tomaâo eomd p%*
làroétro de Portogal, dedde a baUlha âe Ah
}Qbarrota. ''
' Até ahl/ erá nOMÒ padtocf-
ro, o apostola 9. Tbiago; mas
como o era támbem dos easte-
'^ Rianos, os nossos aeelamaratíi
S. Jorge.
Depois de feito o mosteiro de Nossa Se-
nhora da Yietoria^ da Batalha, sá se dá a es-
ta eapella otVtnlo do sea 2.* padroeira.
A eavallaria dos castelhanos qne poadé
escapar de Aljubarrota, retirou sobre Oa-
retn, onde moitos foram mortos òti prisio-
neiros, bíodo acabar o resto ao já referido
logfàr de Pédéila.
No dia 20 do mesmo mez de agosto, fbi
D. João f e o condestayel para Santarém, on-
de o rei logo lhe deu o litnlo de teonde de
Ourem, em premio da sua íideTidsde, e da
sua bravura em Aljubarrota ^continuando
este titula em seus successores (á' casa de
Bragança) até hoje.
Tere também o mesmo titulo, D/ Pedro,
5.* condéstavel, filho do infante regente, D.
Pedro (o d' Alfarrobeira), por carta de 7 de
Janeiro de 1413. Foi este D. Pedro (o 5:'' con-
déstavel) que mandou, por o sen ouvidor,
fazer a fonte chamada dos Cavallos, na cal-
çada que fica por baixo das portas daiVilla.
ITeste chafariz havia a inscripçlo^seguiote
(que já não existe).
BSTA OBBA MANDOU FAZBR, FJSRnIo BOIS,
OUVIOOB DO CX)NDESTÀV£L, NO ANNO D£
1459. A QUAL FEZ POB SEO MANDADO.
Abaixo â'e8te chafariz está o mosteiro de
Santo António, que foi de capuchinhos^ da
provincia da Sotodade, cuja fundação prin-
cipiou em 1600^ pelos irmãos da conAraría
de Santo António, de Ourem, concorrendo
também com avultadas esmolas, D. Theodo-
sio, 7.« duque de Bragança, que fieoU sendo
sen padroeiro; passando este padroado para
a cor6a, desde o l.« de dezembro de 1640.
D. João y, mandou em 1749 reconstruir
OGÔro e frontispicio da egreja, no qual está
a seguinte inscripção:
MIRARE^ TAM DIVES OPUS DUM SUSPICIS, ET
QUO PAUPEHTAS TAM DIUTURNA VIGETI
í
Ttíàk kirdm; Qúmrf iiA\à«iT&è cEt:sA i^ktiki
DIVES, AUGU8TUM GOHDmiT I8TUD O^JS^ '1
Isto é— Gausar-te-ba a,dmiração, vet mnfk
obra lao rica, ondç se profeâs^ pobreza pec*
petua ; porépa nap é p^ra ^dmirar^ sabenda
quo^a excelsa mag^stade j^e D. João Y, man-
dou fazer esta ríc^ é.primorosa obra.
Tem este mosteiro uma excellente arco,
com abundância d^agyas. Unida á egreja ha
outra, mandada construijr pela 3.* ordem qa
penitencia, cuja primeira pedra foi lançada
no dia 11 de ouio^ro de 17o3, pelo sar^en-
to-mór Luiz Leit^ Pereira Homem de Ma*
ÇiAlhaes, da quinta de S, Gens^ como minU*
ixçf da piesma ordem.
. £ste ca;vàlhelro (que íinlu
uma formósissíma caliigra*
phia) escri^veu um livra, cu-
riosíssimo da historia de 'Ou-
rem — intitulado — Memorias
•»
da antiquíssima villa d*Ourem
— que ainda esta inédita' ,
Á generosidade e benevolên-
cia do digno e iliuslrado prior
de Bucellas, o R."'<' Sr. Josá
Cipriano de Qorga (natural
de Ourem)j devo o ineâiimavei
obzequio de me emprestar este
precioso manuscripto, do qual
extrahi quasi tudo quanto digo
d*Ourem. Receba o sr. Prior ss
meus cordiajissimos agrá^eci-
. mentos; pois que — se não ^os-
so o seo^ cavai heiriámo, hiria
muito imperfeito este artigo.
Assistiu á ceremonia (do lançamento 'da
1.* pedra) o padre-mestre-commissarip da
ordem, frei Thomaz de Coimbra, que fez as
rezas do estylo e lhe lançou a benção, asais*
tido dos religiosos do moiíteiro e dus Irmãos
da mesa e communidade. Tem, nà fachada,
esta iiscripção:
TE&TIUS HOC TEMPLUM FRANaSCO CaNSECAiT
ORDO; TERTIUS; AST PRIMUS FULGET
AkO^lE PATRIS.
Isto é — É este templo consagrado a Sao
Frasciseo, pela ordem terceira; sendo po-
rém a terceira, no amor para com este pa»
triarcha é a prlmeinu
OUB
Bstâ osdem tinha sido «reota boi t dTâgos-
to. d»<i684, pelo pnoieiro eommiflsam^ o 3ir*
taoao patro, fm José de GoimlNra» rdfgtOM
d%Blo mosteiro;: que depoU foi para o Vara*
tojo, 6 vindo de lá em missão a esta villa^ fai*
leeeir Do.aeu mosteiro d*Ourem^ eotaii fama
do nato, em 17 de setembro de Í684L
• fiallecendo o referido sansento^mór,' sem
deaoendentae, acabou também esta ordem
terceira.
Lo0O abaixo d'este mosteiro, ila estrada
que desce para a ponte daComícIottra, es-
tore «até i800, a fimte éo$ Namorados, fora
do portão da qainu* também chamada dos
Namorados, qae depois foi do capitao-m6r,
António Gastellino, tendo sobre a bica, esta
inscripçao:
ISTA^OBXa MANDOU TASBR, VIDAL HOlffiM, ••
Á' COSTA. DO POVO, NO ANNO DE 1571.
]>'esta fonte )á nem vestígios existem; por
qne o tal capitãomór a ronboa ao povo;
apropriando-se da sua agua, para a qninta
eontigaa.
Na extensa platoicie áosAlv^'áre8, de que
já fallei, existia a antiga capelia do martyr
S. Sebastião, entre a corrente dos dois rios,
um que vem da Silveira, trazendo as aguas
da fonte do Azambtijal, de que também já
fallei, e que fica ao S.-^utro, dos vaiiés de
Galea-I^rra, que fica a O.; os quaes se jun»
tam passada a capelia.
Esta foi demolida, para no mesmo local
se edificar a egreja matriz da fregnezia. ^
Distante d'esta egreja, uns 800 metros ao
S., ha uma elevação hoje chamada Mangar-
reira, e antigamente Má-Carreira.
DeU'Se-lhe este nome, porque toda a caça
que n*elle embocava, era perdida para os
caçaderes, por se esconder entre a matta de
aroeiras e os brejos que então aqui ha-
via.
N*este sitio havia uma qualidade prodi-
giosa de pedras, singularissimas pelo seu
feitio, cores e brilho, compostas provável*
^ Os francezes incendiaram esta capelia
em 1810. Depois é que se acabou de demo-
lir, para se edificar a egreja.
VOLUMH VI
0UB
sat
I mettlf^^o-eafbonatp /lo. cal, pois quase dia^
solvem em qualquer ácido. . i
Ainda hoje ali se- encontram bastante.
SaoiaspetasioomO pellq de^iixa;á superfieie»
pardas por fora e amareiladas portdeulFo:
umas do tamanho e configuração de uma
boiou de* aEiakeirQ,. outras do comprimen-
to de uma até Irea polegadas, e ainda algu-
mas. do maís^ /
Outras em forma de borrachas, muito
bem torneadas e com uma espécie de gar-
gallo, poat ori&eio;.taido .vários fileteaem
redor.
Quando se cortam, apresentam uma su-
perficie lisa e.bnlhanto como vidro. São da*
rissúnas. Ghamamlhe peármkos de S, St-
bãitiSa,
Algumas pessoas a& Miem ao pescoço 00-
mo preservativo contra as sesões, ou para a
emrfrd^ellas^
• Jolga-se serem aerolithes.
Ao lado da egreja eslá ama ponie de pe*
dra, sobre o rio antígamente chamado da
Silvmrã, e deppis^ de S. Sebasíião*-^QlbTt a
qual passam as estradas que vem de Leiria
e Porto de Ifós, e se unem pouco antes de
chegar á egreja, dirigindo*se d*alli para Ou^»
rem. Barquinha, etc.
Logo mais abaixo, no sitio antigamente
chamado Porto da Villa, se junta a corrente
do 3.» valle, que, como os outros, fica a O.,
e unidas^ formam o rio d'Purem, que rega
e fertilisa a formosa ribeira d'Ourem, até
passarem a ponte de pedra, antigamente
chamada de Ourem, e hoje da Corredoura
(depois que foi reformada pelo já referido
sargento-mór, Luiz Leite Pereira, da quinta
de S. Gens^ sendo vereador daeamara,e
juiz pela Ordenação, á custa do munieipio.)
Foi adornada com uma cruz de pedra so-
bre o talhamary com a seguinte inseri*
pção.
CVaSX. IN PONTB, QUm BST? AIIBO SONT,
CaSDITE PONTBS;
ISTA VIAM COBLI, FLUMINIS ILLB PARAT
(Que quer dizer uma cruz em uma pon*
te? podeis crer que são duas pontes; por
ai
3M
OUB
OUR
aqteUa «e ta« ao GeOt por Miá b».|»m» o
rio.)
Janto â'e8ta inseripçãk]^ ha oatea em wba
târjir-*dli:
SUTATOB, AG PRAFICTUS LI1D0VICU8 IJBn%
DOCTOR MàXUUt,
FAH1LURI8QUB A NUMBRO SANGTI OFFlCn
fOPULO nSBI JUMIT.
Na hase da craz, «slá esta inscripçao:
QVAMDO DBCm FtlBRAKT» BT SBFTBI
SOBGULA SALVTtty
TRIOINTA ANNODC»^ TRB8 SVKR ADDASOIOL,
SBPTBM BIS IfêTIBS SOUS NUMBRAVBBAT OBTUS
B9C BBr»BIIATUICBBT 2I0BILS PONTIS OTUSi.
(Aos 17 séculos da Redempçâo, aecrescm*
U mais 33 (i733); oonuvan-se 126 dias (a
6 de maio) quando ae reformon a famosa
fabrica d'e8|a poite.)
GcíDligoa e ao N. d'esta ponte, âslão as
micias da eapelia de Nossa Senhora de Mon-
te Calvário, pertencente ao morgado de Tíl-
ias Boas, que os firaneeaes também destrui-
ram em Í8i0.
Ainda sobre a porta se lé esta inseri-
pçio:
CALVARIAE MONTIS TITULO DOMtJS I8TA
VOCATUR,
SUB OUO THBSAURUM MOMTB
FATOBBS HABE^
(Tem por titulo esta casa, Senhora do
Honte Calvário, em cujo mente acharás o
thesouro da graça.)
A celebrada ribeira d*Onrem está povoa-
da de quiatas, com bons pomares e hortas,
que a fazem muito amena, espalhando-se por
eila vários logares, tão contíguos, que for-
mam qoasi uma povoação continuada.
Ha também muitos moinhos e lagares de
azeite, género que muito abunda por aqui,
assim como outros mais prodnetos agriee-
Todo o terrltoiie de Ourem estàen^le»
▼ida pesi^» e tanto qua^ nascendo nVille
sete ribeiros, todas as agnu corfem j^sim
fora, nio entrando n*dle nem luiisó ét€i>
tèrtor.
A ribeira d'Oiirein, caminhando em dt*
reeção á fonte da Aldeia da CniXi fhsmdi
dos Címegês (por estar próxima ao logar e
moinhos dos Conf ^--depois, prazo, dOMN
minado de Alberto Homem) vae passar A
ponte de Chão de Maçans, 6 kilomeln» ão
N., no fim do termo d'Oarem, e vae JulHr*
se ao Nabão, que desagua no Zétere^ e ett«
tra no Tejo, junto a Villa Nova de Constân-
cia»
Tão agradável acharam os portogneass dsn
primeiros tempos da nossa monarehia o si-
tio e termo d'Oureoi« qoe em itSO, já a Tíl-
ia contava quatro paroohias, pertencentes
ao convento scalabifano (de Santarém) —eram
—Santa Maria, S. Fedro, S. Thiago e S. Joãa
Baptista.
Actualmente, só existe a nova egreja, eom
o titulo de real e insigne colUffiada de Nes-
sa Senhora das Misericórdias^ boje Nossa
Senhora da Visitação, íimdada (a primitiva)
por D. Aífonso, como adiante direL
Em 1434, sendo conde de Ourem, o dita
D. AÍTonso, neto de D. João I, e fllbo primo*
genito de D. Affònso, 1.* duque de Bragan-
ça e conde- de Barcellos» e de D. Beatriz Pe-
reira—mandou, o dito D. Affonso, fazer» na
estrada da villa d'Onrem, logo da parte de
dentro das portas do E., a singular fonte (que
ainda existe, em frente da única porta tra-
vessa da collegiada) com as suas armas aber-
tas na cantaria, e por baixo esta inscripçãa
em letra gothica.
ESTA FONTE MANDOU FAZER D. AFFONSO, NB-
TO DO MUITO NOBRE RET D. JOÃO, E CONDE D'B8TA
VILLA, A QUAL FOI ARVORADA B ACABADA NO
ANNO DA ERA DO NASCIMENTO DE N. S. OSUS
CHRISTO, DE MCC3CXXXIV.
Em 1445, o mesmo D. Affonso, impetroa
e obteve do papa Eugénio IV (que governen
a egreja de Deus» desde 1431 até i447) bnUa
oma
ÔUB
323
pmt: miir todos «s ieoelleloi "úm qiultro
^ÉMèhiis doesta Tilfti,ieiida atatèn, cada tM%
Wtí pHor 6 seis benèfidádés^-r^ o ^pirtMrdb
dás Fireixiaiidas (toI. 3.* pag. SSS; «ot ti*^
«ii*<e8t» tol., a pag. 175, éol. Sjv) qilisloQli
tigariaria e foi depois curato.
Mearam a ser, por todas, Í9 tem AsHii.
BdMeoa io|or D. Aflbaso a egr^aOè Mosáa
Senhora das Misericórdias, sampUnsa leat-
filo, « fléde da roal e dosigne ebllegfàdá do
mitltulo, o hoje «niea matriz da tilia« . <
VeM ó cAro tia feapeila*mdr, çii'cll^ se oé-
UÉNnavam todos as dias os offieitoB di¥íno^ pe«-
Io prior, chantre, thesouréiro-mór, der cd^
iiegoa^ dois capetiãea do. cabido, e mais ein-
00 iastítnidos pelo coin%o ipie foi d'esta col-
k^iada, Aatonio Hènriqdes, pelos annos de
Í6SS. Tinha seis menènoz do toro.
ttuatidoí se (eomtmhi a agM|a, snbia-se pa-
jaa poru pri^oipal d'«)la, pár sete degraus;
Maa, por canáa dos eatnlhea cansados pelo
lorramaio de I7S5, só tretf 'ficaram desco-
lMrto% e são os que ho]e ha«
Ho corpo da egreja para a capella-mór, ha
<iDCo degraos.
fto pavimento do coro, por duas portas
que Unha aos lados das escadas d'elle, se
desciam 15 degraus para uma sumptuosa
capella, que debaixo do mesmo coro e ca-
pena-mór, para seu Jaaigo destinou o funda-
dor; sustentando a abobada â'esta capeiia,
aeis grandes columoas, entra* as quaes uma
levantada a magnifica urna de mármore
branco, primorosamente lavifada, guarda as
^ntasdo iUnstre D. Affonso, cuja effigié, em
TOlto magestoso, está deitada sobre dUa.
Em volta da urna, em uma faxa que fica
pôr iMiixo da cimalha, se lé, em formosos
caracteres gothicos, esta inscripçio:
AQUI lAZ o ILLUSTBE PBINCIPB D. APPONSO, M AR-
(}U]IX UE VILLBNÇA, CONBK DK OURÍafi;'PHIHO'
OBKÍTO nS D. AFFONSO, DUQIJB DB BRAUAKÇA'^
CONDS nS BABCELLOS; E NETO BS £L BEI 9.
lOÃO, DE GLORIOSA MKIIORIA, fi 00 VIRTUOSO E
BE GRANDES VIRTUDE9, D. NUNO ALVARES PbREI-
BA, GONDESTAVEL DE PORTUGAL, QUE FALLE-
«BO * Eli VIDA DE SEU PAE, ANTES DE XHB DAB
^ O Amdador— o que está na tuoaulo.
i
A nrcA nBAliçA, de que era hebdkiho, o
QUAL FOI FUNO ADOt d'bSTA BGBEJA, EM QUE JAZ;
ilUJA rA8A E FEITOS, HOIE E BSTE DIA FLORES»
HKtL FINOU SE A i9 DIAS DO MCZ DE AGOSTO^
«O AraiO DE N. SR. JESUS CHRI8T0 DE i&64.
Todos os mezes vinha o cabido a esta ca*
pella, cantar nma missa, por alma do funda-
dorl*
O templo soffreu grandes prejuízos, com
o: terramoto de 1755.
Vieram de Lisboa oíflclaes, aos qnaes o
rei D. Joaé I (como administrador da oasa e
estadoí de Bragança) ordenou a reedifleaçâo,
a qnal, principiando em }anek*o de 1758,
teiutaièQ em Janeiro de 1750.
A viUsi ficou em tal estado, que os opera-
rioá,'aate6 de principiarem a reediflcaçito da
egreja, tíva*am que reedificar casas para sua
habita^!
Em i7 da novembro de 1810, foi Ourem
•invadida pelas hordas napoleónicas, que sa-
quearam a tilla e praticaram todas as atro-
cidades do seu costume.
Ibdoa os moradores d*Onrem fugiram, an*
dand^ escondidos pelos montes, em quanto
ésteè vândalos e canibaes do século XIX oe*
coparam Ourem.
Estas guardas avançadas da UlustraçãOf
fiitf ws fiíMiam trazer a luz, um Camões pa-
ra cada província, e um verdadeiro El-Do-
rodo, foram-se ao mausoléu de D. Âffonso e
lhe despedaçaram grande parte dos orna^
tos, e espalharam sacrilegamente as cinzas
venerandas que ali Jaziam.
Finalmente, o bravo exercito anglo-luso,
expulsa de Portugal as hordas de Massena,
que entrara foragidas e em desordem naHes-
paoha, a 15 de abril de 1811.
Os habitantes de Ourem regressam a suas
casas, que acham saqueadas, e algumas des-
tmidas.
Q cooego, Joaquim Honório Henriques de
Oliveira, varão illustre pelas suas virtudes
e sabedoria, apenas se recolheu, fez, á sua
custa, concertar a urna funerária, como foi
possível, e, ajudado pelos cónegos M;4Buel
Honório d'Oliveira e Cario» Joaquim de Sou-
za, recolheram as cinzas que lhes foi possí-
vel encontrar, do augusto fundador doesta
32S
OUR
SOR
collegiada, que foram godrâaáas^n um pe-
queno cofre, 6 este na. iirDa> já repaiad^
mandando lhe alii gn^ar uma iaseripçáo la»-
tina, que omitto para nSt> laser maior «ate
já longo artigo, limitando me adar a aaa tra^
dacção, que é a seguinte: |
* " I
«N'e8te tumulo de marmoro» eativerani inj-
ctactas, as cinzas do augusto fundador d^eata
treal e insigne collegiada, D. AffonsDí mar^uez
•de Vallença e conde de Oarem,de9d6 o aa*
«no da redempçao, 1487, èm cujo teVipo
«foram trasladadas da notável YiUa.fle Thoe
«mar, por ordem do fidelíssimo reívàeíPor-
«tUgai, D. João II, ató ao amiod^ i8i€t no
«qual os franee^es, invadindo^ roíúnado e
«destruindo este reino, nao só deepojaraim e
tassolaram esta collegiada, ma» também
«quebraram este tumulo^ espaibaram aè oipr
«zas iilustres que cUe continha, pardeedei-
«se a maior parte d'ellas. As poucaaiquces-
•caparam ás suas mâoà, foram ^pò^fladaB
«em um cofre de madeira, dentro d*es(e
«mesmo tumulo; reparado por dispasii$ão,
«cuidado e à custa de Joaquim HonoriD Hbn-
«riques de Oliveira, cónego decano d*esta
•collegiada: no anna.do Seabor, de lâilft;
«por zélo, amor e gratidão^* ^ .
A urna de que temos tratado^ foi mand^
da construir por D. Fernando II, duque de
Bragança, sobrinho do fundador do teiripla;
mas fallecendo antes de estar prom^Ka, h
mandou concluir o rei, D. João II, mandan-
do trasladar para ella o cadavel^ de uma
capella da egreja de Santa Maria, de Tho-
mar, onde tinha sido sepultado, quando íál-
leceu n*esta villa— hoje cidade;
Foi esta trasladação feita a 8 de^junho 4e
1487, assistindo D. AfTonso, bispo d'Evora (fi-
lho do conde); Lourenço Rodrigues, chantre
da Sé da mesma cidade; e o licenciado João
Ganes e Estevão Nogueira, capellães do rei.
Houve então na collegiada solemnes offlcios,
com missa e sermão, assjstindo todos os có-
negos, muitos priores dos arredores, e gran-
de concurso de povo. Foi o ataúde levado ao
mausoléu, por quatro fidalgose duas dignida-
des, acompanhados por 24 gentis-homens do
rei _
r'!irbi)Bh;^AffDÉiá> o ft.« narqlMK fBathMWf
am Portugal; fakè pm* D. Afléniio ¥,< «o» di
êt^.wÊtatxú de^lilL *fira« já ocad» da Oo^
reni ffM-KKfrdado o dttilo (admárqiMadill
da irattQntt.do Mlohoi Q nei Ibe im oíeroê
d*este titulo, parahir cqndmfr « áaliMa^D;.
iiabtfQt) 4daiidff «aaau eamalmpenadaaflra-
derióo^fil, partindo parar a Aualria a W^d»
ditoBMaiaiaaiio. '. 'f - '. >-t '• '
bAasiliiiiâepoia (oimaiffufz^is^aôfftea qna
o rei tislebron am Liabaa, €tm!l455l.piB*aaa
jmrar pHóeipe herd0irQ,'i)4Í(»oo<
aepdo^e que eonaenrotina mão fa-
do pribcipe;' ^ •'. 1 •'-••
Tinha bidoi em 14311^ poroih
: dqm doirei D. DfufrU, á dda»
do dfl| Bolittha^ifior embaiué-
. ^.dor deJ^riugal^aapâlparViíb
' ) ' j: ). gaiia.iy, ila> qual .akaaçoa
' 1. ' ^taaiNm A pata poáerem casar,
! oa .eaaaUeiroa daa ordapa bé-
iitares; más ainda par estia
não teta effeito esta conaessão.
:./ ' GoBacguin também do pon»
tifice, que os reis* de Poringal
"lessem ungidos eomo os alais
reis da chrf athndade^ o quo a|é
então 80 não pntieava. . <
Também obteve «a BuUa âa
8â»Uq Cruzada^ que só prfai-
dpioa a ter uso, em i4S7, sen-
do papa Calixto III— qua foi
elevado ao papado em 1465 e
falléceu em 1488.' ^.<
: Foi mandado aasiatir ab ooncftio de Bali-
leia, â'onde passou a Jerusalém a tisitar.oa
Logares Santos.
Recolhendo ao reinK o enca^egouD. Af-
fonso y, do commando da armada d'AIJriea»
que se aprestou na cidade do Porto, em 1458-
Voltando d'asta commissão, veio a Ourem,
onde residiu algum tempo; até que hiado a
Tbomar, ahi fallecen, a29 d'ago6to de 1464;
não chegando a ser duque de Bragança, por
morrer em vida de seu pae.
O antiquíssimo priorado das Ft^eixiandMf
estava na extremidade do território perten-
cente aos cavalleiros templários de Thomar»
como declara D. Gilberto, bispo de Leiria,
im:;
OUR
3S5
umnâf «MripUi fÊá fntfrfiro te UM, ^nstanoiâ' «Itittne o po?a a de que -- db-
4iisadOâiftila4*--,«fi<ti»fcuFreiiriaBda^ qoadè- sbiun homem <|se lente estado preeo D*eeU
«pois paseoamMTivifaiiaKia» «ioje.ócanir eadtia; e yi^depois >para a do Limoeiro» de
^ími wm MBié da 4iiki do Ourem; à tpal ti- J LíbMí, tenlia padoeíâo: morte alfroiitosa'»
•feMint a^apreia^deiM», ieiCwrm^ laiendo fiatibàíbi por maióF que* seja o seu crime. *
■>MrfWiiiB«a,fj qoe n^lempa *dqs .fmnaaí^ Podea oa iaei^edntos. oão darem credito a
•fo^ia^piiiiOi|!otiathpa.Qidadaid6 Ji(|(piei^iii0 «dh^«v n^ni á j^nefim íoflaeDcia da santa
«08 mesmos destruíram, ficando o sítio de- ; inr0emi.Tbèrfiu; mas nao podem desmentir
«HllOtiiHiiBa faiada tMjaae coaserr a^sàHom j
ja ftipni<in«T<ilfaf mente dtanadajJVíMva Set-
^ntem de Bio déàkmim. Víé aano 4e i^êfc
«ia aahmíi aqai ufna .pedrai, Y«rmdlÍMi^ ,íéi
^naiajttigtt atteeree.iaofÀ da^grcíá^da dojs
«palmos em quadro e seiâ a selaáeciiaai)!»-
-«áe^ cMi a segviaieiaMCipfia:' '^
■t»"».' 1 » í • U.i. • . .. , .•: •;.'•
xuv ...FABníqo FR^NDow Ayis.xxyi.. i .,,.
FABRICIUS CAELI PATER ET
ALBUBA MATER Ã FILIO PIENTISSUIO.
fl^fcaft dciMiatmaoee.. ▲^..eiÉá.aepiittado,
,IMi|i€iiii AronâMíO» de afi^aiufos da edadt.
A SM <|aeBido:fiUu)| Ffbm6iaiGe)iog.aNipBe,
tenraiito ti^lúvéi^
I» I
.'.T.'.
A-«6a«A Thvr
.IM • (1
i < >'
96los annos/de jIM aaftoea a Tirtodsiçsi-
Jlkai|p%<iio Jogais doiiteamhtfia^ iarmo{e|
tregneaia de Oomo. ^VaifunQ L% M^:XÍ7,
r.|SraiHiiii4ajrdo.priQr da fregae^a darSao
Jmú Bapttaia^qoa» apadido 4*eUà| Iho-mmir
-do»<laiarfi|iB4 eariaba, dentro, ida lorraí lia
^IMii0»aOO;6itaie do moate jiO(%, emilofsr
aamptetiJsettte asUtariai AUi se* j^aoUnu^
santa, por ficar, então, irlainha da^epcja^vi»-
iriaáatSj.niMico, qneieetaya ^p^taiveíit ao
Ji^ laali viveu» ^inpitRaiido eioiíisitaaéhie
o ieaiempo oa aiaçio, (^enitentoia iaiiobrae
•da«piBdada» ali ao>día do sanifaltoaiBifiato,
480 loi a.<9 de sileartim^a JUfiu
O povo d'Onrem e immediaç5ait
< beau Tliereu muitos milagres, feitos em
JBaitida ••depois dasoanone*;. t n-^V
Gaaioaempii, veio a4eiaoilii^s^eâ4alM-'
,dg<et|a'fenDiiiáia:acas díaik A p«diaiiaèll^'
JhMM^m entildita^. vieniB^asa(Nrif;tiM^
i^aadflia da valia. A^ealaitiff-i
Lti
^fatíoá^ qheiísãa pubficos, notórios, ein-
eoiÉtestaveia^ £0«ús:
1' 'i.<-^F^i veeolhida a esta cadeia, em 16891,
Diogia d*Abreii, 1 escrivão do airaoxariCadé,
pala crima^gm^vlssimo de cortar (cercear)
«dttíd/a.remettido ao Umoeiro, falleceu na
anteraiasiíí d^sta prísio.
^« 2j'-^3cilda^ presos na mesma cadeia, Si-
mão Gomes e seu aobnoho Manuel Pereira,
de Alburitêl, por terem commettído um as«
sasaiBato^ jBQloiãb lagar de Peraha, termo
dSiíPoKfea^Novas, em %% de outubro de 169<^
4iittdD..g9t' cúmplice, Manuel Gomes, primo
de Maon^ Bereira, foi Manoel (Somes, prèeo
.najifidbiada Ulme (Alemlejo). Foram todos
troa remdltidos» papa o .Limoeiro. *
>Mapuei.fiomes,<loi enforcado, vindo a sua
eabèçacpara iec epttocad^ em um poste, no
iogar do delicto.
•Blmao:<3ianies aiaiaandl Pereira, sabiram
daiimeeiro,i aoUos e iivBes, tendo apenâa
por castigo, uma leveiCondemDação peõuiia»
(XÊHi^m degreda no .ttino.
< à/^v^Simàa U>pea, da Carvoeira, doeste
MBDy^asaassiaando Joaijuim Lopei, seu if-
imio^ em «97 d'a^ril ,de 1725, e ooafessando
.a.tfime,; alem das pMvas, foi preso n*esta
•aâdaisi. d^dfeila pi^a a do Limoeiro, onde
morreu de doença, na enfermaria»
^. V -n* Hemâque Femaudes, do Iogar da
CAartMCfV târmo d'eata villa, preso na ca-
deia d*ella, por assassinar Antónia Vieira,
.aiiailQiilberi.a^'6 d^ agosto de 1731; Meceu
•n% cadeia, ile doença.
!h54^HÚo,Fen:eíra»doeFtí/ô«a, preso«i*es-
dft4[«df iat(por afsaasinar ^a malhar, Marian-
.«aidariSilita) aflspmgroeaos griiboes aos pés.
^foitfesAoa Icff perpetrado o crime, em S3
de julbo de 1750, alem das provas. Fugiu na
|Uállad/u^àd4í:.i3o dia 11 dè agosto do mesmo
.aâço^ peloi ^çapSo da enxovia e pela cba-
min^ em construcçao, do l.*" andar; tendo
336
ODH
gutfáas Tifp[laiitei» conuModadis iMlriai-
cMe^ qae lenria de oaroareíro. Ningooni
mato leTa noiicias d'e|lt: só ai^pareeenflii,
pelt miBliaD, os grilhões, á poiU ée MsMidi
d'OliTdra Gatvào» escrWàa 4as orpUios'^
Cbaroeca, a 3 kilomelroi dd Ooieak i
6.* — Sendo veresdor e jus pels ordAu^-
00, Luiz Leite, asrgemo-xDór» biid» fnar
enune e corpo^ deUcto, em 17 de setes»-
bro de i770, no cadáver de MsmeldDftfiaBr
toi^ do Valle du Cruiella^ assassinado por
Msiiofil da Silva» do Jogar da.BaiYdr«yAm-
Imm d'este termo-^maodoa firepder o asáa^
eioo a 35 do dito méx e anuo; o qh^ além
das provas, confessou o crime* • Mio ki Jnlr
gado, porqae fsUeoea n*esla eadeia, a 2& de ;
noiveiiibro do messso anno.
Antes do terramoto de 1768^ ^ consera^ '
va em uma urna de prata, em um saeSario
que estava no aitar-mór da eoltegiada da,
TiUa, a eabeça de Santa Theresa, qnaeea I6-|
dos os ânuos exposta, á veneraçaa do povo,
no dia 3 de setembro, ue altar daa almas;
sob o qual, em moa ar«a.depedray.iJaiiaoi
seu eorpOf vindo paraáqnl da egieja de S. j
Thiago. .i. .
' N^esse mesme dia se lhe teia imia l6SU.
Tinhain^a por advogada do» presos, «.te»-
'tca as dores de ealieça.
Arruinada a collegiada com o letramolo
de 1753, se fes dov^ saenrio, ÍM^dtar dê S. |
Jesá, onde se deposilon a eabeça dasanti,
e o precioso relicário que o^ fundador demá
eoUegiada, enriquecido de varias relíquias,
da maior venera^ioi, e^que ainda ho)e'lsila-
mente existe.
Ainda bi^e, em dia de todet m^tantoê^ se
eanu uma missa, pela alma da Imta fE&#-
lesa* •*■ i. .: .
Consta per itudi^, que vkido um bispo
em visita a esta coUegtiida, por rSJdPsr que
Thersia não estava eanoolsada, lie prohi-
bitt o culto, mandaBde tirar do alur a sua
imagem, eon» mandava o eoneifio det^rea-
le; <• mas foi log^-aecoSMUettido^de tio^^rie^
1 O concilio triden|ino foi conyocaiio^^
15&5 (ft de maio), havendo já STUánDÓs que
tania Tkereza, era aqfui veneradai *nos altà-
Smà» aofmr-dtf cftbefi^ !qtie e6 Hwi
4spoi8»ds jwnpfar a.erd6m, «
ta a ser eottocada ao seo ukar.
. Itasde. eotitv mais nenhum biepei es
udor se atreveu a prehibir»9entoâaSanla
U0m% que eom esie ituiiicciwMmiii laJÉéa
miif se ph>pagoii, e ainda hiqe contiHda» •
Bisem algou, mas é ém^ queamitalli^
fsta nasceu nas easaa qua sie hs|e
Oqbeá eersa é Cernia naseido, e sido
â», má ílogar da Aiambujal, •ni' umas
que aimla he}e existem, e é «s caea^ fima^
fo 0uestar«oilegiada«*
Sempre viveu comieew paes,.e àdlapl»-
Ihe estes, pediu ao prior que a recolhesse
em sua casa, como creada, até que este lhe
mandou taser a casa, na torre da cisterna.
■
O terramoto de 1758^ causou grandes pre^
Juízos nos edificios sagrados e profanos d'ee«
xá viila^ priÉdpalmente no mesisive deCu-
16' António, desmintelando*lhe o Ironsispirie,
ea(ms<ory»te:daegi^adomoeieiw* -
fiahin per Mnraio magniloo iemplo4aáol>
legiada, ficando as santas imagens debaixo
do entulho 4sa isoes mim^ .«endo depois
desenterradas pelos devotos. António Perei-
ra, doisitiadoB ¥Mn (presimo á «rill^, é
que dnsenierm 4 imagem de Ssnsa Hmm-
.isçraJii^tdofCponiuerera multe vhlhe •oem»
tulho tmha grande altura) por alpms ho»
iméná^a qusui^^apezar da suapoèHBVwiHt-
^mrndlaitai dobnidos. Aaantâ-Minhaia
«em a miníma Mão, e levada pele niusnhi
Pqpreimeporsuna defeSaypantaiGapeUàde
SaiBlsi Amaie, ao pé da !Villa;a»A^:4«eiee-
*eapoir)ie teiramoioy ' u
^ f assadds poucos annos, mandéu^ iMhsh
M lesé.6omes<e4:Ai»aK naiwai èlOnreil,
« ghanda devoto 4a Santa, lizer^umaneva
idisgsm de fThereia, qUeeoMnanuyi-e^ial-
la das almav dai collegíadi, depoia toif-
^MHdtfda. ' • • .
Yerificou«ée na eeeasiae do desenlalheda
^legtada^^aíiradftfie de esisreiÉ ok ossos
4è4teisa(!R|eitemp^emiim eafatio^ da pedm,
Jdehatce' ^ capeliada» ahhas^* peti «ili^M
aehadn peloaepesirisa gnesbshaBiasmmmn
OUB
OVR
3S7
JMMUoHm, em {iiMiro da 1788. SilKva ia-
tãtílo ; núã» A igioraiicta dot tnMhfttar6%
e o deseaido reprtèKuitel doi eod«dat^
Ifteoi^ fai <con ^m oti mios da santa loa*
•Mi'CODfa]ididoa mm os «vtros» e assim m
foi perdendo pouso a poiíoo^ até se extin*
cair» o eostttflie de lesteíarem esta santa.
A eoUegiada Itot prindpáada a reeonstrnir
no dito mes de Janeiro de i7dB, oondolndo
as oteaa em novembro de 1770^ em eQ)o Sn*
ím se trasladou para «11% da ermida de &
Josá^ a Santíssimo fiacramento e o cabido,
esB assistenôa da esBurs, nohreta e povo;
àavendo proeissãs^ misss^ semao^ ete.
Espavorido o povo d^Ooiem, eom o hor*
revQso terramoto^ ftigiu da viUs, hindo pro-
eorar abrifo pelas povoações visinlias.
Oaeonegoefsnim para a Mkia da Cruz^
B fiBKsram eoro, na capeMa d'eate logar, na
^nal, diunnte seis metes celebraram os ef*
]>apoia se levantoa nm core» de madeira,
nac^ielia mór ia Misericórdia, e se muda-
ram psra ella, até ao complemento da rso'»
diieaçSo da sna eoNegiada.
O &S. Sacramento esteve na capelladeS.
Josá^ qne servia provisoriamente de paro-
cbial, menos para os baptismos, qne esnm
fetos na Miseríeordia.
Tinba a primitiva coUegiada, anies do ler*
wmo» «ma sé peru principal, com ama
inimerosa licbsda, sendo as púredss inte*
itoef vefsestidas de fbellíssimos acolefos.
Iliba para- o S., orna porta travessa, qne
eia' a prineipai da frefomia de Ssnto Ma-
ria, qnsttdo ii'esu vlii« bavia qnatro paro*
Issapoo das rnioas, a capellado Ainéa*
dor, qne estava debaixo do altar'mór,'0 cò»
ro, a iamfsm da padroeira, o sserarie^ o
grande seUeario de qne já fattei, e a cabe*
ça de Santa Tberesa, e o & S. Sacramenta
pois cabíDdo todo o tecto, só ficou de pé o
qne estava sobre estes objectos.
Em iSIO, ficaram apenas as pandes e te-
cto d*esta egreia, despojada de todas as al-
fbias psloa íhneeses; mas. pouco a pouco,
tenra este ismplo ao sen aufice esplendor.
Bm M da abrii de I63ÍV foi Cita viili 00^
eupada por 700 homens do exerciío realiel%
4pttndo)â Leiria estava, em poder dos libe^
raes, a principiaram a reedificar parte daa
antigu fortificações, e a consimifem aigi^
mas trincbeiras.
No largo cbamado vulgaranate Fustigada
^ unde^ em gnnde extençio não havia fá
nmralha, ser formou um grosso parapeito de
terra, cem fosso^ assestando. aUi uon peça
de calibre 3, e outra na praça.
Em vários sltiosonde a jnuralhajuie era
tio alta, se fiseram tambena alguns fosaos^
escavando-se os aticeresa de tal modo, jq/m
no ánvenso seguinte, cabiram por terra.al-
guns lanços da anciga maralha.
Fecbâram^se as portas dotdBL e S.O., com
grossas portas de madihra. Do lado de fora
da potu da S.O. (portado Sianisrem) havia
bem^oram arrancados.
Ainda esta imperfeita reiírnla das lortt*
fisaçõee estava bastante airaiada qnando, n
U de maio d'e6se anno de 1834, appareon
uma celunma liberal^ em frente da..villa.- •
Os reaiistaa çornÉBs às.tsinfliisiras^ • dia-
param vários tiros inúteis.
Os #heraes. vendo n difteuliadado i»
grosso .0 a attinsfie dos dsienaores da vflla»
rsunindo<« a mais alguns batalhões, qne es»
tavam no logar da JPrticbcv retiram nma
pastesofare Ttaemar^ e ne dia 16 vie dar a
batalha da Asseieein, a ultima d*esu de»-
graçada campnha; ficando o«tn parte de
observação a Onram, fa»ndn todas as dili*
genciaa para eonsegnir que.oa realistas Ob
pitnlassem, o que, nao conseguindo, seaprsl-
ximam, occupando o- mosteiro de Santo An-
tónio «e ooiros. pontos .mais distantes^ e as-
sim se conservaram até ao dia 17, no.qoaV
flhegnndo a noticia da dvieta sofffidapeloa
realistas» e julgando^inmil e.temerarihare^
sisteneiaycapitataram, sob a condiçlo deita-
bitem limramentts sem arotasu
tivesse mesmo dia: á^ tardOr iremnlawa, na
mals,altalorre doeaetdK atendeirarldoa»
lor, depois da eva^ua^ d» pnça peles rei^
Hstas; •-
Quiém é oceup^da: por um halalhaade
1 voluntários liberaes, denominado, de '•orla
OilR
ODII
ésmti qm BtlbiMá bò úímM, dliattdo,
me oaoros, os habitantes da ¥illa4in pax
esicego, e- livras do84istBrfaíeA,ii(iotaei4S
e ^eiâQdes ^pie ide ambos os ^partidos bai^ani
Dois dias depois da entrada dos liberaes
^9 de maio) e qoandoaáiiii esta^ani>os yo*
MinlariDS Ubwaesde Porto. de. Mósy Ibi «sia
?itta tbeatro^de iiiaa.de8graga qoo a todos
contriston. . < . i ..
i 'OareaiistastMihaiii o seu deposito de pol-
^nm M2t ttim do easisllo^ if «e flca«m ireiíle
Asi larfo- de S. Tbíago, ao O.
Depois idci tonada a praça, jiiataran ^os
liberaes todaosta'polfQfa ê afmaipedto dos
wncídoí; em^uoMi oasa; prosima. da eòlle-
giada-e no cealro daf ilia. ^ . ; .] ^.
* ff ^ésse< iKa;! «striíido oTessa taáay úak yn*
loiílarioe» ^aasi todos offleioes^^; obi paiaa»
no» amigo do capitão- otamaiidaiitei(eiqiie
o tnofba Vindo Tísitar B*aqmelie 4lia) eòmsça-
tani ««mminar IS annas» edisparnadoona»
porioadYorteacíay pe0oao"fe|oa>4Bmttota*
lio dècartuxDS que. estava no^meid da^oa*
sa^^aosaiido nma grande: explosiau \ «
O tecto da casarei .arreBeçado-^aescaiesi
0.aa 4^a«edM fioatem dssconjanelndaB.^' :
. Os oÉae qno éstavaos dentso:(a que-paia
paior desgraça, tinham a povta Jsohada) fr»
camnkAhrasadosu
Nentam "meiren loge^HMa poneos diai
^fhunnn eito d'elles» eseapando^ maatarri*
iMltteme queimados, apenastreb
.ffeiiiaMàia nio* lionve nuds peida de iA«
4as,eoeediioiosimnuoeâiatosfoaiQO sof*
irecamfc > i
TsraiiBada a «oerr% foi suspenso o ptior
/ISeslaeollegiada^ e qnasi todos os conefs^
fleaqdo çAt oonsoqnensia.aepsia fiobadi^
idrlndo-oe apenas noa dias sançtifleadea, '
. Um < prí6r; encommendado» ^a pernr*
dem de João de Dens^ ontao<vigario capitai
lar de Leúria» meroer as fnneçõea ptto«
«Uao^ .masfltança iranAia n eabido, apesar
áe hararioípco^snnegos^jqno não Hnbam si»
do suspensos; e passados alguns msse^
atendonoa a.Yílla e foiparoeliiaff a fregne-
iiadefleiça*.
O aitfgo pHor foi reioítegrado; maifaa
eenioo antecedente; peio qne,.ooom amer»
16 de alguns dosoonesMnaosnspenaee^ dei*
seu de. hamr coro^ fleané» aeollegiada^eo^
mo outra qualquer simpleS' egreja paro»
ehial, somente oeu o seu prior*
Ho tempo do prior eneõmmendado, foraoa
expulsos alguns frades que ainda habitaram
o convento de Santo Amontoa
. (koson verdadeira^ ^eompaitaD» ver eetea
mligiosos na sua retirada^- e áe todos os
pontos d- onde ^podiamaWstar o sou tom*
.Tdnto, despedirem*se onmsemidas hgrimani
a de ioeihos, da casa qne por iantos annas
lhes servirado santo Mtiro»
Seus bens foram vendidos ao desbarato
(codio aconteceu eom os jnais.> •
As alfaias^ ornamentos da egreja, a ladoo
mais fne ora do mosteiro, foi^ parto stiaMdo^
e parte,' distribuído por .aiguínas egrcyas.
. .fiiajaneiro de âsáif, por ordem anperloi^
M removido o antiga hospital que Jiavianp
centro da villa, para o ediflciodo mostMvow
Gomo a Misericórdia ao achava aanosaao
hospitaL' também soi mudo» pana a egr^a do
mosteiro*
A cérea era excellenti^ o shundinfo^a^l»
ptimaagna. - ^ . •
Feá vendida O' é hoje propriedade parti-
euiar. -
O hospiul tem una SO^HHim Péis doren*
dimeato aanual*. < /
Desoonfiando^sdiguo se projoela^a damo»
Ur. a antiga; Miserioovdia, as inntaram ai*
guns habitantes da villa oacomipnraiaroo^
tinuando portanto a oaistiiv o a.consennr as
imagens santaaque serviAm naprocissiodo
Senhpr dos Passosg porque^a&Aovecintoda
villa existiam as cinco estações ou onata*
ries\a que .vulgarmente se 44 o uomado
posses.
A procissão sabia da IHserioordiae jeoo»
Ihia na «grq|a* da eollegíada; aoto a #m
sempre eoncorrla grande mnbidão de povo*
sio TnAii6aaT'eifeniA ummi
r ' I •
Afiabou de lér«se^ era rapidoa traçoSi;0
ina lòi 00 fino éi:aantiquiasima o hisieii-'
cia dB mât» d« 14 seeniof, nem á>v»tatwrte
fln «itttaiiQ ?0ii6rtii4o»' ttom anolbnw^di
soas toriM^e miralliifl, nem aMelMâde é»
seu» MblUnM « podenm wbtrahir 'aos
gaipeti-ia devrannira-e aos Tae^wiir<áa
sorte. '
^tfrden^a s«a aatoaomla, «lia a povoá^
legendaria, a {Mitriaide taatos tarOes lili»^
ftmi M SttMaia ai^goHkisa. dee setts fasiei^
dos-sens brasOes d^anoaSy^da sua oorda'dft
Mumore^ farnutéadeiforras^ cnbéHos e ba-
liittrte»i«4a paiiiiu toraett-ee esera^e ho-
je mira-se plangente, e saudosa d» fraseado
eáplendôr/no sea fwaioBa valle» milea cèii-
aa çQe lhe olo ipoderaaa- oéorpar as 4somer
nténow politioaa» ou, lahrei, ae ânflaeneias
Ad9 peÉsmosI
litfiâia 5 dttdeieiDbre4e 1841 ateado Ja
mezes antes aleançadoa iiiereé)'fti-a AIMa
da ijfUB elefada a eatiegdiria de tiNa, èbm
adenoarinaçiede ViUa-VéiM^â^úmmii^^
isabeçadeooneelhd; mudando^se para ella^
trlbimaeS) jostiça^ aneioridadèa e empre-
gado» pobtiioB da tralha Oorem.
Confrangese o coraçio ao Tisitarfaojev»^
ta que i5ra ovtr^ara uma povoa^ taupor-
tantissima.
•Qoast apenas -se vêem meátdei^ rohlas,
nos sítios ionde em-iempoelsliaessetriaa
alterosos edifícios: paredes e muralhas ca-
bidas; ruas ddeerusi casas abaiideoadas^ra-
Mi habitantes^ e a herlra, as plteias panfêi*
taa-e e iiuigo, invadindo oa seoe akafarea
dhsBiantelladQi.
Por serem breves, e os achat niliitO'ettt
riosoeç. deu aqui a eopla de umalvarâ, e
«nadaria do duque de8raga»|a. "
Bda os sefointes:
O0R
dso
que; porqoHOto Bn «toMermado-que n'es-
sa Yllla não ha Casa de Misericórdia, como
a ia^envtédas do ]leiK»;^néò eo«sa clo^ne-
iMMiria, e deí^ aâmè sérviíQO deNoseoiSe^
nlMt: H parque D*eae»'¥illa ha uÉi^Hospt^
tal, que tem renda, annexando-se com a MU
sericordia, seria grande bem, para o soccor-
i^ dda fiebree e necessitados, e nlssot^^se fa-
ria-iMito' serviço a Deus— 'for eate^faeii
Alvará, Hei por bem, que n'essa Ylila i» or»-
dener^Gaaa ide Misericórdia, éa^annejfe e
junte^k Miaria dllo' Hospital e n^ndÉe^d^eile,
e se terá n'e]la o Regimento que se tem nato
outras Misericórdias ^as Yillas e legares
Vestir IMno: «vositrandoqucassimf ufa-
çaes cumprir. Anlonio^dé ^GeQWBiao Ime, ebi
AtoMfrftn»' a 18 de faiíeirade 49li><aniios.
Su- 4^ buque." - m .< •!
\
;•• • »
W(Pí^^lÊUmo^Ma ite «alfa <2r Omvim, em
da Saída ca»a. '
{•>.
'. I
Ru; Duque de Bragança e^de Baréellos^
eta.-^Faço saber a Yós,. iulaé Offlciaea«
BMÉi hoaMna.bens, da nUnha ViUa4'0uiiill,
i^.' /•" <j' ♦ '*\, •♦* *^^ •» ' * ti » I . ••.' í.I
Eêsp&sta que odnque manéhu
■ .•^' «o» pí"éf>is«rí r d/Jleto» ' ' ' - •
ââ 'mè$atéã'Mtsmoofáia tkmammOê tíeUày
êmcumprimento
do alvará' antecedenie.
Honradbi provedor, (MMaes e* Irmãos da
Hiserieordia, da minha YiHa dHhiMn.i9uo
Bnqos^ «tCi vas -envio lÉuito^^andar. IPam
tMita vossa msebi» em qa» me iinvelli eo*-
ta, de como o Hospital era jáannexidèaMsa-
sa diU^GUa da Mts«rÍeordia^ e ereÍ9)á Offl-
oiaes d'e)la; e usantois* do voesocargo» eo»-
§&im» «^ilégioieniot que^daiVHIadelPhenar
lèf^ mandei; a féignei de ^ber que Iseceva
JÉ i^ta ansofdeni) e porque espíero^de as-
sim se ordenar, paiÉa qúeKossoSrahorM-
)r bem servida; ta l^arai o tegiment&ser eou-
linnadO' perimem, -lieneoessario'mandaremr>
ili> e^asain^ tambeiè o traslado do>€omprQ>-
mimo, |MM«TertBde^« e o eeailrmar^ee 'ne-
cessário f5r. De Lisboa^ a ^ da abril de
aMI iannoaii la o< Duque. i •.
> ^- à ••
i> * • <
h •■»
iílé aqtf «onaniiseripto do sr. prior de
JI«cellá9*«^oani oè compelcaieeeortes, al«
guns adiccioaamentos, e editeeçdee emai-
fftw ' a^iai^iirunisBwifc '
'!'•
V
l<
980
DUR
. YfttfiM aotl#Mi te Oura»
ff
(Pelo €«Mtltao d'Oiureai pmmva a yu wt-
USir romana, qae da Liiboa hi» em divaor
^ « GilK ehoje pasaao camiilK) de ferro
deraoite.
Houve ii'esu Tilla amoi sysaiogitde Ja*
deafl, eom mestres em todoeos ramos de
scienclas. .
Foitdosiriiida, néo seissbe por quem» mas
imimvelmettte j^os sucoeflrores de D» Po-
ia.]ro«
JSm 1834» ora o senhorio o covdadodo
Ourem,, da oaaa de Srafaiiça.
BalJiloKNi oi dtmloi MMAorwf» Ho de-
creto de 13 de agosto de 183SrH( dcií^odo
de existir os podroodoí; pelo art. 75 da car-
ta, ficoa sendo o condado de Corem am ti-
tolo meramente honorário.
O sereniselmo piinelpe B. Gsrlos, daqne
de Bragança, é o actoal (34.«) condede.Oa*
rem.
D. Affonso Henriques tinha grande amor
a sna Alba, D, ThMí^sa, o ^pumdo ^ta*foi
para FiandMs, deo-lhagrandm rlquesae, em
MHiaiitaSk ouro, texteados o preciosaa aoh
da% de iine 4» natios flamengos hiam earr
jaoadas.'
Quando * esqnadrilha qoe fr condniia ebe-
#»9 á RocheUa (ealio doaingieses) espora^
ira^ om commissario da reáda Grau Biota^
nha ^fienriqne JI) para proporcionar a ]>.
Thenstt todas, as pomiveis nemnmdidaie%
alé á AoAtoira de Piandm.
8e« esposo, Phiiippe d'Al9aCla, a ^rin ro«*
oeber à entrada -dos seus asUdos^/ena prsf
scnça da soa ooite^ do seaeieRito ode
grande nmlddao de pato^ se ceUtapa lois
a ceremonia nnpciaL
jy. Thereza — comp. «Ta cosiimo pMf€af •
se eom as esposas dos condes reinantes de
Flandres-^4Dndoa o nome paia Mpiitfds.
; Esto-.óasameitío foi ceiobndo em Blugei,
em agoeio de H84. «n
Mnitos escriptores dian qaé a riageqi
d*esta Senhora foi prospera o sem aeciden-
0^
las; porta o viaesode-de Samseem (Oumlra
4imnáíir doa r^ki^ poiUicãê a.dôifooialí*
ctis de Bmivigai^ tomo 9.^) dis qno aala Tifr»
«sm fW diffioii o mesmo perigosa,
Qiie;o nawo em qna ia D. ThOMca^ M
alacado pelos piraua normandos» qoo iM*
baram as jóias mais preciosas.
Asaim qae o conde teve noticia d*m(e
aomitedmento^ foi partír immediatamenie
«ma frola, qoe ponde agarmr os eomaiios»
sand^ 90 d*eUe* enforcados em Piandrea. .
Phiiippe^ deu a sna esposa o senhorio 4a
17 cidades o vilias^ das maia imporunies dos
sena catados.
Foi muito cdebrada a^nndstsa Mathêtíiê^
peia rara prfidencia, diairígio e energia
com que f ovcrnou os estados da Flandres
defendendo-os contra muitos senlioias qna
lhe fiseram guerra, oflsqnanm ecu marido
oomhatia no ultramar.
Ficando viuva am Ii90^ sem haver fi*
lhos d'eats matrimonio, passou a segun-
das nopcia^ comEodo III, duque da Bor-
goi4ia, em IIM; mai» sendo parentes, o ten-
do casado sem daspensa^ se annnlou o casa-
menio<fefi.il95.
FaUBceu esta heróica portngueia, a d de
maio de Í2i6.
ias na>tfapeita dos«oodes de Flandres^ no
moetoiro de daravaJ^ da Borgonha.
D. Meeia Lopes do Hanv %^ senhora da
Onrem* muthc^r de D. Sancho U». continuou
a a^ sophosa de Ourem, nao sè depois da
deposição de seu marido (6 do setemhra da
1245) mas ainda depois da sua morte (4 de
juahQ da 1148.)
. O Qonde de Bolonha, depois a Aífania
UI, ou confirmou a doação deseulrame^au
deixou gozar em paz esta senhorio a sua
cunhada.
O povo portugnet, axaspetada por tau-
los tributo^ e cançsdo do num gavama da
D. Sancho II a seus mlnisuros; e dos desa-
tinos da raiabig principia a murmurar em
i240.
A agitação foi crescmdo, a tal ponto, que
em 1148, 'iks miidiolos retplneionaramtse,
a, commandados por D. Raytmiodo Vi^aa
Sarlo*Gami«v aiançam alé Goimhra» onda
ow
OUB
381
4iMifti»-Mne; A.ftM, rmudos m povo dt
diiif» amlwtMi . IK Meda • a levMi.ps»
mo eaateUfli é*Oaffein« (Foi Porto Camiro o
4haCada:«wolc«. <|aa « oonAano.) Pouoo de*
liaiii 'Mi M» rei. depoato» e fofa para Caa*
laUa.
.. iMto aiaoa depoia d^mitat desordens (Í2ft6)
«Mfl a miaha peaiii»aeia em Oorem; pois
«BiiMi deaçSsa Mtas ppriella» d'esie lenpew
. Aaioiia emdewmidmeia da Bokãikiz pa*
navaieonhada, a aiada mais, o facto de
•«r^ Smmhú U^€om m^êreput qm lk${o*^
mm fkiê^que mitm tolanfas, êoire tem%
jmra uaiarAa a etpoêa^ $ $enáo rêcMié m
éírÊ^debáita4Ápeêra4B^pêia(fiMímiqãoÍ9
mtêêih^ panee pr&tooum qm D. JHeeia^ €m
«a» lés ssr vicTfifAi pn emnflkê ée D. Aff^tir
ao^nlaillitramto põfpii/ar^ eoai Isdos 0$ aí*
ZOiiéêtpmiçãúf qm denk ao ^andê a 09róoià$
$eu irmõ&. (Vida a Hétiêriu de PorluDMiíy pe*
4o ai. AleaaadnaUercnlaiia^ taiao %•)
• Motemoa porém qua na Ifo*-
^ iiafwAieiÍMftoia(L.*i7.%eapi
i4>se]é:
<! •¥$»* sac a vHla d'aarem
id'e8U>Seohora (a raiolia) elaa
tdafsQsayel por siHo e bda
iBNnraUMs qao, a ser ifaidada
(da aM, ao madamo» a pada-
iraoiMier por iasapogoavel,
iffM pamce também que re$is'
itia ttiMls a Ei-Bei, D. A(fm-
ISO f/A fHaftAnSomot* ifasss do
ireino, 0 que persistia até ao
lanno de 1249, conservando a
itâs drkt-Iiei D. Sttncho.9
De qoilqner dos lados que esteja a ver-
dade, é certo <|iia* B. Affonso Ul eslava em
^OW^>ett 1^49, pois de dia Si de fareireí-
rò ^esse anão; e aqu!, datou uma doaçio ao
mosteiro d* Alcobaça.
D. 'Meda rettoa para CaataHa, ande Mie-
«ea^ «em tornai a^Pertanal.
Cojpserypu-ie ud dòmiofc da coroa o se-
làori^i à^ • Qurem^ por espaço de 33 aa-
>- f {
'. I
'•I
.!'• i'iV
liii^4Mi;')»íêai<do D. JÂtái I eòm tSaaU
IsaMl Itie deu muitas \nisi sendo uma d'el-
iaaOiprem^ :.
O infante D. Affonso, irmào de D. Dkiia,
fciadaDda<-se am que «ata era filho adntteri-
no (por ter nascido em vida da liathiid^
eoodeasa da Salanita) diapatoa-lbe a eo*
rftav
Santa Isabel eongrasson os dois irmios,
Ik Affonso^ aeabor da PcNrtalegre^ entire-
tregott ao rei todos os casielloa e senborioa
da fl'aiilairado Alemtejo, maebendo entra*
ca os acttharios de Ouron e Cioira.
Morre D. Affonso (1315) e ana filha. Dl
Isabel, pretende aaeeeèsrno senhorio d^ea-
u viUa, eoma kgitiau herdeira tfesle In^
fánie.
Opp9e-se orei— ha litigio— as parteaeom<*
aaetieBi a dedsia a )iiizea árbitros (luram
aa bispos de Lisboa, Geimbra e Bvora) qna
dio a acBtença eontra D. Isabel, a Gorem
laisna paraaearòa.
Por falledmento de D. Affonso IV (S8 da
maio de 1307) Dl Pedra I, que ihe sooeadea
kg doação do senhorio de Oarem, a sua mSê
a ndBha viova (D. Drites, filha de D. Sa»-
dÉ»iy, da Caatella) 40a oi possuía am quan-
to VlfML.
OomOao de Ouram
O i% foi D^João^Afímio TeUo d$ Mme-
aat (lio da eeèBhiB D. Loanor Telles de Mar
nases^ por ser Irmão de 0, Manim Aiooaa
Tètta de Maaeimy pae d'esta senhora) fsito
por B. Pedro I—da quem era valido.-*i-am
tt5doai387..
j. Saleieonde,. era casada oom D. jfiuiomar
ViUa4i#bo8^ bisneu do rei D* Senahq, de
XlaaSaHa.
•O.aon palaoiam^a am SanUram» oode ro^
sidia, e aki landou o oonvenie^. dos ftadea
afioalinhoe, em umas easaa apas» em i2|76;
e 11'eaKO «onvanto M sepultado com soa ma*
lèsf. <0 conde. morreu em i38i.) .
lra^9aoid# D« Affeoso^ conde ds Darceír
kMHreÃs Dl Leonor deMísnazes, casada com
D. Pedro de Ga«ra^fiihO'd*Alvaro Peres de
Castro (irmão de D. ígnea de Castro) con-
de de Arrayolos, e l.*condestavel do reino.
Bem Jk Leonor era datada de tio nura
intenigenda, que, da edado' de des amios,
sabia pbilosophia, muajica e poética, e escre-
veu um romance, t
38£
OUB
< F«U*fa eometaflnulelaliiii» frincéi «
htaptiiàok: /. .. . i- n
Foi tAmbem aepiilt«da>iMi«inoàt6iro ágos-
tinho de Santarém.
».
1
*i ft.* conde «— IM #6^0 Dgma$èélês AndéirOy
fiUego (Dalttral-da Corwlia) wdidê éo im-
fae«itMi^.« FtorrianiD. I (oa áa«ibt;dfaer á^âsie)
homem peifido eatâilosé^-mae de -grande
irifliieMa lonlre oA tasieUianée.
Temindii a gnei oa de IK FisniâodD I, úm^
in ^. Henríqtie 11^ éa GaiteU% t pefo ira^
Udo de Santarém, de 19 de março de AftTâ»
publicado • a '24.
Uiiii dos anigoff do tratado tora qie o ni
éíf Ponogal expdâearía d'eit6 reino, 9;. Joio
Kemandea Aiidtiro» «e todoa.oe Hiaí^fidal*-
gos castelhanos qae cá'e8lii9eis«iii,.:ânnffè
ein-30diás.-. r ..^ . - 1 h m
•< IiiO'é o (ttie oad eonyfaiba a ]XLeòD0P^«
irtígo iiio ae camprin^ è ella^'obrit9Mi eet
marido acommetcer á' kniixeM^de «iere?er
« flQBfi|qiie4f^"díiei4e-ltte qaaifio'>eAa
ter execução, porque o Andeiro ê^tempt»-
tridos 8ê contratavam e fortificavam no cas'
tello d'0wriw^ êfi^éemúéi^mlMtim queriam
d^elle eahir. fij
'^ D. ^dWqfce comenMa^qHè alglliis 'dos
«aateHiafii» ficarem edi Ponsgai; mas «s-
«itiitf Ceata^ nkèrminio, Aniein^ » oiMreu'
' Nãa tifèram M^ rem«dier>fPeéÍ0'*aMr4e
Pertngitt> é « cotid«i de Oérem sonbe em
Londres introdazír-se nas boas graças' dk>
«onde de 'Cambridg-^irttio- do^ áailiíé de
LeHcastt^ — entretendo aemprr cen^Btfpdn-
dencía secreta com D. Fernando e D. Lèo>-
iior, antmaiido-osaMla nas imf tonais (nre-
leliçSeâ^bre a eorto dê Caitella^ *
DJ Fernando isdoece, e •▼afe; por eotieeiío
dos médicos (ou, segaÉdo'èiiitros*pa»»n3o
estar ao p« tta innlher) para Atoada; IMÉ,
Bio se dâitdo' alli bem/váe fkn^s^piíços
4as Aícafòvas, éMkm dt» caatelto dè "S. loi^
ge. (4.<'>vo}, pag.'iflS,cot.<t.«) ^ > <
•'.' '. iPi. ; • , , . » .. ''L l.
. y Dapoia dojrel casleHiaBO^ Invadir «eias-
solar, Portugal» chegando ató Li^bqa, que ar-
queia e incendeia, sem que D.' Fernando—
mettido em Santarém— tràtasne de ihhf ii)p-
por a mínima resistência. •>' ih .
AHViritoiaflhairto aliKo^^aof Moa^paiilt
menuee, tolta panKoaben» púço$4e.'ÍÊ$UÊ
No9ay eváquIdNedea noiídia MH é»*D«it»*
bK» de 1368» eMa39^ aanea iMDo»i»díAi^ês
edada tt .(Nascera .en ^3i dei 6iit«*r#'A
1344.) 'í-'
O Andefro ]áltlabaToliado'deiiglatdi^
e estava '4iMi'Seaiípii»noa*paçoa da WkfÊá;
mae^ apenas morMCBw Ftmáodo^e-aAe^
do o edie qoe^ liie «vOMVft lodo «npevo^ de
Lisboa, pelos iseos«Beââdaloeòs «ooreaFtom
D4 Lèodor^H) taibbeny pecéer gaMegcM^r»*
lírett^iBe para o wé easMe d*OareiA;«iaa
sevdo chamadoí como ^armais fidalgos; pa^
ra assiMirao «ntano' êa menarcba, sâ»da
Ourem, «ton «ma^^seoltade j^escadeirai^
armados até^aoa dentes (apeiar doa aipptt»
oas de^ sua mulher^ que^ preadivtnllaiida m
iterte que f> esperava,^ fea todas as dfligeii*
cf9a'para impedir «áta^jornáda.) > ^ «
Chegi aLiftboav^ vaetpari o paço, «omo
aácMeir^ de Du beondr, regente em nome
áasita filba, IK Beairli^ mnitier de D. JoSo
I, de Casteiia.
^''"ffiidoe sabem dos tnomltos que tiveraoa
4Ògar dbraate o intavsslè rdnado de D. Fer-
nando, edo odia qne^os po^nguezes tinham
A ÉMMier de Joid iM>tire«|a da Cunha, sé-
nior de^FooMro, tomada concubina leqaH
d*aqttalle fafilis monarelHU
Bste ódio era jratificado' pelo procedi-
mettto vergebhosa de* D. Leonor, que com
áseandab pnbUeo^ faria éslentaçao dos seus
!
1, D* Fernaiido residia ora em am» ora em
outro doestes paços.
' Ao da Moéaa nova tatabem se daVa 6 m*
m^ ^ foço^ de 8: MarêinkiK >< ' *- M o
Depois^ m reinado, de D, João I»ii^Cpfifll
estes, paços destinadps p^a re^iíeQci^ ,d6
seus ulhbs, ô tomaram a depomin^çao de pa*
ÇO8 dos infantes. " ' " '''^' '•
O réi D. Manne) oS' traasfemen fHi chisa
de supplicação; po murqq^i^ d^ Poo)^l^«ii
cadeia publica. $* o Xiiiioetro. ^ .. ,
2 Abdeiro, na vinda pài*a Lisboa, liospe-
4du«sie em Santarém, eo^ casa do seif alca^
de*mór, Gonçalo Vasques d' Azevedo, paoiin
.AiWQ> GogoalvM, /qaurioi com «D» iSmifha»
filhado cpnde d^Õorem. . • u «.
O aicáide-mór, lafaibetú diligencioC mas
inutilmente, despersuadil-o da MdaiíLitf-
oua
OUB
388
de d*Oiirem. <^ >
\iilà^iMeêtni^4''À»ip^ m írfiloflMm^síBise-
Toa amigos am do omro, e D. João odicu
oall do ^nei âíntfaaili, a DJ Leonor ' e io<An-
deiro, mesmo por essa amizade qae.iiob^
ao rei.
•.TOeitamttlloa- tnnsbmaram*sa emirevo-
iQQio dedanida^i deiioia da norte dd rá, e
fodOfliosiportogBeaee fnioham oe^bltlos no
Hesire d^Ayliiiái então mpúce- popular/ eo*
mo O' unieo remédio aí tamtoi malte; • •
' Dl Me, qoe tflogittl adceitar o genofalatk»
do Alentejo, passara para o S. do rio;i>o-
rém, ree(m9idêrando;repsíSS9L'0, dirige-se aos
1^901' >da Moeda (6 defdosemtoo de 1383) e
«seasiina áiidefa», oodi ama pmhalaéa.^
' • . f ' MTtaihaiqaofaziír, b(|fie.hoii?
i: > snÊÊêi^áé desiàidar a geração
. dosf noMOS fois/ em todos os
soas firequente»' onísaawfi^oa,
desde o priDcípio da monar-
ehiàln*MS6^a^ta eoDiíioetnra
detemos notar o seguinte:
O Mestre d'ATii» era flJho de
TAtfftM liOtir«noo (rapariga è»
* ^ povo^ <e gallega de naseimeivto)
. efntteefa em-Lid)oa, «15 4e
abrilde 13ò8. Todos sabem que
erafilbobastardò de D. Pedro i.
' * í.», porque era muíher de João Lòu-
irenço da Gunba^S.*, porque era mulh& de
D. Fernando— 3.", porque Andeiro, era ca-
eado.
2 Diz^so também que elle não ficou logo
morto, e que foram os fidalgos partidários
do, Mestre que oaoabaram ás estocadas.
Este conde da Ourem era tão eynico, que
«e. apresentou no paço vestido de gala, quan-
do todos andavam testidos de burel brancq,
4]ue era o lucto d'esse tempo; pelo que foi
reprebendido pelos offlciaes do paço, do que
elle não fez caso.
O lacto, até ao reinado de D. Manuel, era
de burel branco; sendo até então o vestido
preto, signal de gala e alegria. A primeira
Teè que se usou iuc(0 preto, foi na morte
de D. Philippa, tia d'aqueile monarcba. Na
€biOa, o lacto ó branco. — Na Arménia, na
Syria e na Turquia^ é azul. — Na Etbiopia,
étòT de terra.— * No Egypto, é amarello. —
Ha Europa e na America é preto. (Yol. 5.%
pag. ^1, coL â.*)
f i^ ' ' - t<-D.Hiepeaa, filha do conde
'• r. lAttêeiro,* era também gaile§aL
- rt ''F<ri amante de B, João^fillM
éèíK Pedroi l' e de D. IgMK
. > ,. t . . r.da Gásiro» Oiteive d'elle doii
• ilhof— D:Lai»4a<0tterra;€pii
fòi bispo da 6aarda^-e D. Per^
> fiando da Guorra, que foi ar^
«ebispo de Braga e regédo^ das
Justiçaft-^Bstes dois pr^adoe
1 tr^m pois* sobrinhos do msos-
sino do seu avô, o conde de
u> ' Ourem.»
D. João I eslimou itauiloi es-
> tee dois sobrinhos^* e os eoUo^
I . j' • • • oou na >po9ifão< eminente* bm
que termiàaram eeos diasi (O
qne éonumdoK..)
Quando o -coode foi morto; tinha vestido
amtgibão deteatim cainierim, » tabsrdo éto
finíssimo panno preto, quando toda a eÔPlè
¥eetia de.]uoto:tigoroso.> '
EMetfo^toéo^a dia e pM*te da noite, nomea-
mo iltiooiíde (ôra assaSMnade, coberto eoa
nm tapete velho. Pqlas horas moHa$, D. Leo<-
nor o mandou enterrar,' ás escondidas^ na
{iroxima egrefa de & Martinho.
• • O eondo d'Ouretti, «ra^ pouoe mais ou mo-
noa,rida odndeido rei. Tinha uma physiono*
mia-agradi(VeV'erftJDUito-Mp^ririi(wo, lalla«>
va- com muita graça, e tifiiha «m grande ta^
lento para divertir as mulheres. (Chron. de
D. Fernando, por Fernão Lopas.)
D. João Fernandes Andeiro possuiu o con-
dado de Ourem, apenas uns dois annos. •
3.* conde -^ D. Nuno Aihares Pereira, o
grande 2.* coudestaioel^^ feito por D. João I
(ainda oitão defensor e regedor do reino) por
carta passada em Lisboa, no 1.* de julho de
1384. Deu<4h0 também, tudo quanto havia
sido do conde Andeiro, e os smfaòrios de
Unhos e Villa^Yiçosa.
Em 20 d*ag03to de 1385 (6 dias depois da
batalha d' Aljubarrota), estando D. João I em
Santarém, confirmou e ampliou a doação que
havia feito ao oondestavel, o qual a acceitou
sob condição de que o rei não faria outro
conde em sua vida (de D. Nuno), ao que o
soberano annuiu.
83fi
OUB
OUB
Se D. Nano Atvmt Pereira, foi um dos
maidfeft Tultos de ^e te doda a nação por*
ttifiieza» também se deve eolifessar que —
eoBira o um inTetarado dm Monarehas d*e8-
te teiBo^nenhaai yaesaBo ailida recebeu ta*
■tnlioa premloi e ehegoit a ião grandes ai-
tvras; D. JeiOy tea amigo e «ompanheiro, o
Un-^cmUesiaiMl áo remo, conde de Ourem,
tende de Barcello^ cee^de de Arrayohe, mor-
iaeUhmÓT do paçò^ e èõúhor de sessenta vU-
leu meaeteUadttê. (Vol. i.*i pag . 248, ool. 1.-)
4.* eonde — D. Àffonso, úlko bastardo de
D. João ]^ e de Ignez Piles. (Vide Barcellos;
^ottontoVo» do Riftia-ltejo; e Guarda.)
'D/Nttoe Almurea Peraira,* teve de soa mn-
iher, D. Leonor d'Alf ím» dois filhos e uma
filba. Morrendo aqnelles^ flooa esta (D. Bri-
tes Pereira), única herdeira da rígnássima
casa de seu pae, que era a maior de Por^
togai.
D. João I qniz casar seu filho a sneoenor,
D. Duarte, com D« Brites; mas acondestaveí
j^feríu dal*a áquelie filho baAardo do rei,
para (liodar os estadoe que hoje constituem
a casa de Bragança.
D. AfluDSo, nascera em 1370, e casou em
4401, sendo feito conde de Barcellos, no dia
do aeu casamento. Vivia com sua mulher,
em um palácio que tinha em Chaves^ onde
esta morreu de parto, ainda em vida de seu
pae.
O infanie D. Pedro, filho legitimo de D.
João I, duque de Coimbra, e regente do rei-
no, na menoridade de sen sobrinho e genro,
D. AfifoDso V, creou em 1442, o ducado de
Bragança, de que fèz duque a sen irmão
basurdo, D. Affonso, 4.« conde de Ourem
(que lhe pagou esta mereé eom a mais ne-
gra ingratiiião, pois foi um dos que, em
i447, o malquistou com D. Affonso V, con-
oorrendo para que seu irmão e protector
viesse a morrer às mãos de portugueses, no
desgraçado combate de Alfarrobeira, em 20
de ffiarço de 1449).
Achandose D. Affonso viuvo da condessa
d*Ourem, passou a segundas núpcias, com
B. Constança de Noronha, irman do triste-
mente Cfh^bre, D.Pedro de Noronha, 4.* ar-
cebispo dtí Lisboa. (4.* vol., pag. 272, coL 1.*)
Dl Aflònso não teve flAfaot de «llt; Cstm»
ça. f . , ' .
De D. Brites Pereèra, teve^siHms seglin-
tfs: .r '- . •
Di Feniando I, qneM ±^
de
D. Isabel, que casou com sem tisv 'O inHiH
te D. João, mestre de S. Thidgo^ fièlw de D^
Jtno L D'efete casamento naaciu D* Brites^
casada com seu primo, o infante D.^Femaáf^
do, duque de Béfa, filho 4o rei D. Duarte»
d»s quaes naseeu D. Manuel 1^ o Vemuroeo
— 0 0 •
t . t
&• eonde de Oorsm — D. AffmsOy que M
feito 1.* marques de<¥alleBça, por D. Aiètt^
90 V, em ii de outoiNro díí 1451. Morrendo
solteiro e sem filhos legiiimoe (em Thomar,
a 20 de agosto de 1400)^ passou o condado
de Ourem para seu hrmão. >
6.« conde ^ D. Fernanda /, 2.* duque de
Bragança. Sendo esto inféNi príncipe dego-
lado, por ordem de D. Jeioill, na praça gran-
de 4'fivora (junto àk casas do José dos Ba-
raçosy e em frente da egf«|a de Santo An-
tão), no dia 22 de juBlro'd0i483. Tinha sido
preso a 29 de maio, pelo que, apenas me-
deiaram 24 diasi, entre a prisão, o julgamen-
to, a sentença, e a execução 1
D. João II confiscou e encorporòu nos bens
da coroa, todo o ducado de Bragança--e, por
t D. Affonso tinha um filho natural cha»
mado D. Affonso de Portugal, de uma senho-
ra nobre, por nome O. Brites de Souza, com
a qual (por ser muito orgulhoso) não quis
casar á hora da morte, por mais que a isso
fosse instado pelos ecdesiasticos e outras
pessoas prudentes que lhe assistiram.
D. Affonso de Portugal, turbulento e vai-
doso, como sen pae, quiz mostrar ser filho
legitimado, o que não poude conseguir. .
D. João II o obrigou a ser clérigo, e foi
nomeado bispo de Évora, em 1485. N*esta
qualidade, veio assiittir áceremenia fuoebra
da transladação dos ossos de seu pae, de Tho-
mar para Oorem, em 1487.
Fundou em Évora o convento da Graça
(de frades agostinhos), hoje bospital militar,
e fallecendo, em 1522, foi sepultado na ca-
pella-mór da egreja (hoj« aula nocturna) do
mosteiro que havia fumdado e dotado. Nt
oim
eoaMiineiida, o eomtodo de Oarem— e tàh
leeen, em Alvor (Algarve), a Í5 de ootabro
de 1485; suMoído ao Uiiobo, mu inino • eu-
Bhado, D. Manael, duque de Be}a, iiho do ia*
íiuile IK Fernando, e neto do reá D. Duarte.
Logo no mesmo anão, de liOS, miMlt
restituir aos filhos de duque de Bragança,
todoa 08 aeos bens, honras e dignidades.
Parece, f orem, que Ihesnao restituiu lega
o eondado de Ourem; porque no meemo an-
no de Í492K, achaoKw o
7.* eonde-^^-liiirfiMSd^ Villa-Reai. Pouco
tempo foi conde de Ourem, porque o conda*
do foi logo em julho de i496, entregue ao
8.» conde — D. Jaymê, duque de Bragan-
ça. Desde então ficou, para sempre, eete cDu-
dado unido á casa de Bragança.
Para os que desejarem sa«
ber o mais que pertenee á ca-
aa de Bragança— veja-se Brã»
ffança e Villa- Viçosa, na serie
dos duques de Bragança.
Também em alguns eaeri-
ptores tenho lido que o rei D.
Duarte fez conde de Ourem, ao
doutor (andaluz) Vasco Fer-
nandes de Lucena, em i433;
mas nào vejo semelhante coi-
sa nos prindpaes escriptores.
Vide, no fim d'este artigo—
Lucênã, appellido.
A fidelidade do povo de Ourem aos seus
ca pierdeu a teima de se intitular herdeiro
da casa de Bragança, e aioda na sua cam-
pa mandou gravar esla^inscripçao:
AQDl JAZ o REV."* MUITO ILLUSTRE SENHOR D.
AFFOnSO DB PORTUGAL, PILHO DO MARQUEZ DB
VA1.LENÇA, NETO d'eL-REI D. JOÃO, DE BOA ME-
MORIA, HERDEIRO DA CASA DE BRAGANÇA, FOI
BISPO d'ESTA DIOCEííE, porque, ALEM DA SUA
DEVOÇÃO, QUIZ EL- BEI, D. JOÂO II, QUE FíiS^B
CLÉRIGO, FALLECENDO EM 24 D ABRIL DE i522.
H^ve de D. Phiiippa de Macedo, sendo ain-
da secular, dois fiihoâ—D. Francisco de Pa-
TOy feito I.* conde de Viiuioso, por D. Ma-
nuel ^ em 15 1 4, e veadnr da fazenda do mes-
mo rei, em Í5i5. -^ tt D. Maninho de Faro,
nuQcio aposiuiico, e i.^ (e unleo) bispo do
Funchal
OUR
$u
reis e á sm panfia, brilhou sempre em to-
du aa oceasiSés de perigo.
Na batalha de Alcacer-Quivir (4 de agos-
to de 1878) oe terços d^Ourem acompanha-
ram o duque ée Baroeltos, filho do duqun
de Bragança. O seu èliefe, eahiu em podeis
doe «Mres» e os- ourienses, aiorreramt n
maior parte aa ftcçao, ficando caplivos oa
reslaaM^
Já no principto d*este artigo fhUei nas ar-
mas d'Ourem. Accrescentarei aqui mais o
que enâo prometti, extrahido do Eshofo kií-
toricê éê concelho de Vilia-NaiM de Ourem
(que vou seguindo, depois que terminou o
manuscripto do sr. prior de Boceilas), pre**
oiose e Cttriosisaitto livro, escf ipto pelo iV-
Ittstrade sr. doutor, juiz de direito, Jhsé doe
Neees Gomes Blyãeu, natural d*esia villa, que
o mandou imprimir e ptibllear, em i8i8.
As antigas (as 1.*') armas d*Otirem, sie aa
segundas que mencionei no principio d'este
artigo, e dia^se que^ são as do eoneeltío— *
e lhe foram dadas por D. Thereza, I.* senho-
ra d*Ourem.
As segundas armas de Ourem, consta que
lhe foram dadas pela rainha- D. Mecia Lopes
d'Haro, mulher de D. Sancho II, senhora da
Ourem, e diz-se que sao as próprias dã vil-
la. Estão sobre as portas de Santarém^ que
ficam ao N. ^
As 3.*% sio as que mencionei em primei*
ro logar no principio. Quanto a mtm, estas
sio as officiaes^ pois não me consta que haja
outras na Torre do Tombo. Também são ea«
as, as que estão gravadas no pelourinho da
praça velhãj da villa (feito em 1620); mae,
ahi não toem os escudetes das Quinas.
Vemos pois que, só sebre as portas de
Santarém é que estão as armas eom as tor-
res. Não sei se este ornato é apenas devido
á imaginação do canteiro, ou á de quem alli
as mandou gravar; todavia, ás povoações
acastelladas, q^asi todas teem torres ou cas-
tellos no seu brazão d'armas.
Consta que a antiga egreja de Santa Ma-
1 Em todas as praças de guerra se costu«
ma pôr ás suas portas o nouie da principal
povoação para que estão voltadas.
zn
Qim
rU, iê Ooren, foi riin4td» por D. Affoim
Henriques, logo que rei gatoa a iriUa do po*
áêr 4o« mouros. D'08ta egr«ia apenas taoje
existe «na porta» e pooeo maSs. Seodo a8«
sim, íúi a primeira egr^ ícathoUea fundada
^aJBitremadura, desde que ocoDd0 D* flen-
rique toiBOA conta de Ponagal. Dl Affooso I
deu o padroado &'esta egreja^ ao q osleiío
de Santa Cruz de Coimbra, e sua fittia».am«
pliou esta doação, dando a D. João, prior do
ni66aM>> Qdofiteiro, fm maio de 1183, todaa as
lendas doesta egreja; o que. sen pae confir*
moo, em presença de D. 6<)dinhe^ arcebispo
de Braga-^S. Fernando 3.% bíapo do Porto
«—D. Gpdinboy bispo de Lamego,(todos Ures
cónegos de Santa Crus)— D. João, bispo de
Viseu, e D. Vartinbo i.% bispo de Coimbra.
Na doação deD.Tbereza, lé-se— «Hoaau-
tem facio m prior et canonici memores bu-
Jos mei benefici nee nom et patris mel nan
cessetU die et nocte orare pro nobis.* (Quem
cumprirá agora esta obrigação?)
crâsta que foi este prior, D. João, qoe,
em wta do crescimento da população, ele-
vou esta egreja a eoliegiada, mandando edi-
ficar claustros, dormitórios, refeitório e mais
officínas para um prior eoito cónegos; e que
o seu primeiro prior, foi D. Pedro JoSo^ na^
tarai d'£vora, em ii93.
Contínnou a coUegiada sob a regra de San-
to Agostinbo (cruzios) até i440.
Então, sendo conde d*Ourem o marques de
Vallença, D. Affonso, filho primogénito do
I.* duque de Bragança, hindo ao concilio de
Ferrara (e d*alli ao de Basilea) ^ por man«
dado de seu tio, o rei D. Duarte^, alcançou
do pontífice Eugénio IV, a apresentação do
priorado da collegiada, e a annexação das
outras egrejas a ella— ^ que o prior e cane*
•
1 Durante a vida d'este conde de Ourem,
só houve o concilio geral de Basileia, con-
vocado em Florença, em 1439, pelo papa
Eugénio IV, para a união da egreja grega
com a latina.
O conde de Ourem, que era muito orgu-
lhoso da sua nobreza, apresentou-se em Itá-
lia com um séquito principesco.
Levava por escolta i20 cavallekos, rica-
mente vestidos.
Hia com elle, D. António Martins de Cha-
ves, bispo do Porto.
OUB
go$ fossem eeeidares^ wmatírm ouvidot os
eraaíos do Coimbra.
D« Mhn^é tinha taau prediloeçio ponea?
te sea condado, que, se não norre tão mt*
vo, etavaria esta villa a umaRoi grao.de
prosperidade.
Em.i052, Q cónego António fleariques» a
sua irmão, D. Isabel Henriques, (astitoiram
em bens seus, com Ucença . regia, é confir-
mação do bispo de Leiria» einoo capellas de
missafl, eom vários encargei^ f^iido um das
capeUães obriffoção ás ensmêt laUm e mo-
ro/, sem faltar ao coro.
Eataa capellas, eram no altar da Saato
António da collegiada. >
Para eapellães, eram preferidos os parai-
les dos instituidores— se qcázessem acceitar.
. O cabido, a titulo de administrador d'e8-
tas capellas, recebeu um olival, denominado
dos VMe-Mouros.
Em 1785^ creou o cabido «ma capella de
musica, paga por elle.
Todas estas capellas estiveram abandona-
das, desde 1834; menos ama, instituída na
Charneca, que era património do padre Joa-
quim Eduardo Henriques Rosa, parente dos
instituidores.
Nas annaxações das egrejas supprimidas»
para a ereação da collegiada, também .pas-
saram a ser propriedade d^esta^ as residên-
cias e passaes d'aquellas^ procedidos de doa-
ções de particulares.
Os rendimentos d*essa8 egrejas, eram
também provenientes de doações de particu-
lares. '
A collegiada, tmba também metade dos
rendimentos da egreja de S. Silvestre d'U-
nhos, que rendia, liquido, para a collegiada»
uns 80^000 réis annuaes.
Toda a renda da collegiada, excedia a
100:000 cruzados (40 contos de réis!) an-
nuaes; porem, dopeis de 1834, muitos ca-
seiros, recusaram-se ao pagamento dos fo-
ros, e como não appareceraip títulos, per-
deram-se.
O moinho dos ConegoSy veiu à collegiada,
por doação de D. Fernando, duque de Bra-
gança» em 8 de junho de 1469, confirmada
por D. Affonso V, em 1470.
onoR»
|. IK-
337
. O cabido llDltt taoribem a notaiaiçSo dal
oaní^ dè Sêprê*Ve$itoso ^-^ ^ Aibardos; 6 no
eoBcdlio, 08 de Faiima, FrmiandaSf Cêíça
e ^val, qpe tem agort priom coUados.
TíDha o cabido dois e6l]eiro»*T-WH dos di-»
zlfflo^ oatro dos íóros.
Aqaalle, .chamado geral, salisfana estas
jiaff9S-^fábriea âa egre|a, oapellies, moços
do oôre, Sé de Lisboa, hospital das Caldaè
da Rainha, seminário de Santarém,. patriàr*
eh(|l, etc.
Ko celleiro dos fóros/.denQminado dos an"
niversarios, entrava o cabido a a egreja pa-
^arcbaL
Btt levaVa o terço de todo qaantp se ro-
cebia nos dois celleiros*-^ o mesmo das ^f-
ferias aos santos^ e doi bapUsados.
Alem dos celleiros em que na vUla se te-
cebiam os disimos— haviann-um âo Olival^
outro nas Gaxar ias, <)Dtro nas Fifeixian-
das.
A maior parte dos 100:000 cnizados que
rendia annualmenie esta collegiada, inroee-
dia dos dizimes do concelho -de Ourem.
A parte qoe hia para a Sé cathedral de
Lisboa, foi depois dividida em doas, ficando
Via para a Só, outra para o c<^egio de S.
Asfio, de Lisboa (jesnitas.)
D. João y, foi qae, em 1738— pela baila
que obteve de Clemente XI— pensionou as
prebendas d^Ourem, para a Santa Basiliea Pa-
triarchal.
D. liaria I, é que Ibê impoz a pensão pa-
ra o hospital d|is Caldas da Ratoha.
Por carta regia do principe regente (1801)
vagando os beneficies, a renda de um anno,
era toda para o estado — sendo logo provi-
dos, tinha metade dos rendimentos. .
Era a isto que se chamava — anno morto.
O prior da coilegiada, tinha de preben-
di» (atem dos direitos que recaia como pa-
rocho das qnatro freguezias annesas á soa
egreja) de quatro a cinco mil cruzados.
Cada prebenda, rendia rn^is de 500iO0O
réis; mas, satisfeitos os ónus e encargos, ren-
diam líquidos, cada uma, mais de 300^000.
réis.
O prior tinha dois coadj actores, quei^eram
eg <tae laziam todo e serviço parochial.
VOLUMB VI
A' esta fregoeiia pertence a fermeea ev>
mida ãk Meíraeirat fdndada pelos annos de
1706, em bittp sitio, orlado de artpredo. £*
o sanctuario )de Nossa Senhora, do Am*
puro.'
Foi seu ftmdador^ 'Gaspar Cordeiro de
Mendanha, natural de Santarém, e dono da
fazenda que ha poucos amioa era ))ropríe«
dade do conègo Manuel Perenra de As*4
vedo.
Alem doesta, ha também a oapella da Gbar*
neca e outras de qu^ adiante tracto.
A ^llegiàda d*Oureai foi extincta, inde^F*
da e irregularmente, em 1834. Estava «mip
o quadro completo.
Era prior resigniiarío, Francisco Caeta^
no do Amaral Sarmento, que, w 1810, foi
cobardemente assassinado pelos francexes^
na residência do cura de Fátima.
Era fyrier, o doutor Francisco Xaviei
Duarte de Sá, natural de Montalegre, isolln*'
do a 16, e que tomou posse a 19 de agosto
de 1799.
' P^ suspenso em 1834, depois de 39 an^
nos de bom serviço parochlal.
* Ootte^os
■
José Soares de Sooza Gaio Caldeira, the^
soureiro*m6#; natural de Leiria.
Joaquim Castellino, chantre, natural da
Ourem.
Joaquim Honório Henriques Rosa, daChar*
neca d'Ourem.
António Joaquim da Silva, d'Ourem.
Francisco Ferraz da Motta,ida Aldeia da
CruZy ho}e Vilia Nova d^Qurem.
José Henriques Pereira, dos Valles, fre«
guezia , de Ourem. (Por alcunha o coneffa
ferrúéor.)
Joaquim José Theotonio Pereira Martins»
de Oarem.
Joaquim António Flores, de Ourem.
António Manuel Henriques Rosa; da Char-
neca. d^Onrem.
António Ribeiro da Silva, dXkurem.
Joaquim da Silva (o Barbeiro) d'Ourem.
Domingos António d* Almeida, da Aldeia
da Cruz (Yilla Nova d'Oarem.) Não tendo
33a:
OCR*
Unado posse» fleoa em seti logtr, frei Amó-
nio de &. Bernardiao. Este, em Ytsis da reso-
lofio da junta da casa de Bragança, de • de
eMíbro de 1826, foi o L* parocho da Al-
deia da Cruz, tendo por côngrua o rendi-
mento da soa prebenda.
Qoando, em S8 de fevereiro de 1850, o
bispo de Leiria (em virtade da carta de lei
de 16 de junho de 1848, e carta de lei, de
14 de fevereiro de 18S0) exliognla a eoUe-
giada de Ourem, encorporando os ben^ ao
seminário de Leiria, já não havia senão
ires conegos—o prior. Ribeiro, e Fiores*-4u>s
qnaes deixaram as pensões, foros e iartes
qaiò na sua coUaçao lhes foram designadas
(fM era o mesmo que deixar-lkee cousa ne-
nkuma, porque o$ foreirot já não pagavam
desde 1683 .. .)
Assima cabon a bbal x insigkb collksu-
na DB Nossa Sbmiiora das MisbbigoroiíiS ns-
OiliuDi!
Até ao fatal dia 1.* de novembro de 1755,
tinha esta vilia três grandes ra^s^de S.
JoSo^ Nova^ e da Graça — alem de outras
mais pequenas, e vários béccos e travessas.
Descendo do Castello, a pouca distancia,
para o S., estão as minas do que foi solar
dos senhores de Ourem, casa de primorosa
afthitectnra, sólida e com bellas vistas.
Era um baluarte, reforçando os torreões
eonstrnidos na muralha do SuL ^
Sofifiren Ourem dois golpes mortaes— o
primeiro foio. terramoto de 1755, que como
Já disse, arruinou a maior parte dos ediâ-
dod da viHa, tanto sagrados como profa-
nos, fugindo os seus habitantes espavori-
dos, alguns até muitas léguas de distancia, e
nio poucos morrendo á fome e ao frio.
D'ahi em diante ficou a povoação (o res^
to) quasi vivendo da vida da sua collegia-
da. Passara pela villa a cólera de Deus.
0 ultimo golpe, soJDÍreu-o em 1810.
As hordas de Buonaparte^ escorraçadas das
1 Hoje não tem a casa de Bragança um
sô palmo de terra, uma única pedra na
villal
ODil
lÁuhasdê Usboa, vingavam^se noa velhoi^
mnlheres e ereanças e nas soas habitaçte.
Depois de uquearem os tem{4os e as ea-
sas, fimçaram fogo á viib, escapando ape-
nas otfUtf $ tasUas casasl
Paramentos, alfaias, quadros de grande «a*
k)r, tudo roubaram dos templos, bem eotno
um riquíssimo orgao da egreja da eoUegia*
da; convertendo esta em q;uartel dasuacoe-
vaUariat
Finalmente horrorisava a vista doesta po«
voaçâo desgraçada, quando os franceses a
abandonaram.
Também não foi pequeno g(»lpe, sobre os
outros já soffridos, o desmembramento da
Aldeia da Cruz, para constituir Oregueiin in«
dependente, em 1831.
Deve porém confessar-se que opovade
Onrem, tem poderosamente secundado a
aoçao destruidora das oommoçoes do globo^
da sequencia dos séculos, e da fúria dosbo-
m^s.
Casa que cabe, nao se levanta.
Os materiaes das derrocadas, sabem da
villa, para construírem com elies casas, pa-
redes e vailados.
Muitas casas, foram arrasadas, para no
seu logar se semearem hervas, hortaliça^
legumes e batatas.
As obras de defesa, feitas inutiUnente pe-
los realistas, quasi no dm da guerra e de-
pois de estar lavrado e assignado o tratada
da quadruptUa aíliànça^ pelo qual três po-
derosas nações (França, Hespanha e, Gran-
Bretanha) haviam decretado a expatria^
do sr. D. Miguei I — estas obras de defesa,
digo, também causaram alguns prejuízos aos
edificios da villa.
As relíquias que estão no relicário áx
egreja matriz, são— uma aspa de Santo Es*
tevão, papa, martyr— um osso de Santa Ga*
tharina— ^ relíquias de S. Brai— 4e S. Se.
bastião, martyr---do apostolo S. Paulo — de
S. Martinho, bispo— uma cujo letreiro naa
pôde lôr-se— de S. Barnabé— de S. Grego*
rio— de S. Vicente, martyr— de Santo Anas-
tácio—de Santa Maria Magdalena— um dea-
I te de S. Tbiago, apostole— um osso de San-
«UR
OUR
339
to A]idré*-4e S. Pântaleao^tima peqaêna
reliqaia do vestido de Jesus Cbrislo, etc.
Cap6^as
« l.>-^Da Mtiêncordia, oa villa. Antiga.
t.*-^Noê$a Setdwru da Etperança, no I0-
far da Cliarneea» léila em i(S9l.
2,*^Salvador, janto ao lopr dos Touci-
nhos.
4.«^5. Lutjt, no logir da Alagôa. Foi eons-
Iraida em 1603, pelo povo, com a invocação
de S.6eba8tlãow
8.*— JVoMa Senhora da Qraça^no iogar do
Sobral.
ÍL^^Sánto AsUoniOf no Iogar do Canhar-
do, feita em 1620.
< 7«*— fi. Bartholomeu, no iogar da Aton-
guia.
8.*~2V^Msa Senhora do Amparo^ no iogar
da Melroeira, feita em i627, por Gaspar Cor-
deiro de Mendanha, natnral de Santarém, se-
nhor de uma qaiota próxima, que depois foi
do cónego, Manuel Pereira de Aievedo.
Está a capeila cercada de ollvaes, e de
(juiotas, em sitio aprasivel.
9." — Nossa Senhora das Mercês ou S, Lou-
miço— no Iogar de Alqneidão.
Chamava-se antigamente a este Iogar,
Alqueidão da Matta (ou da Mouta) da Vide.
Fica a 4 kilometros ao N. de Ourem.
Junto a este Iogar, havia uma antiquíssi-
ma ermida, dedicada a S. Lourenço.
Pelos annos de i400, chegou a esta ca-
peila nmf ermitão, com uma imagem de Nos-
sa Seohora, e pondo-a no altar de S. Lou-
renço, aqui a ficou servindo e aqui morreu
sanctamente.
Vivia em uma casinha que elle mesmo
fez, encostada á capeila.
Tomou- se esta Senhora de tão grande de-
voção para os povos, que vários moradores
da vllia e dos logares da Ribeira da Matta de
Vide, Alqueiéãoi^ Pinheiro e Cásaes, erigi-
ram uoA irmandade, com estatutos e com-
.promisso, que foi approvada pelo bispo de
Leiria, D. Pedro Barbosa, pelos anãos de
1600.
O principal motor doesta irmandade, foi
O padre Manuel Ferreh*a Gentil, da Matta de
Tide.
Passados annos» um mancebo nobre, ^»-
mado José de Chaves Faria, seohor da-quii^
ta das Mercês, e ouiro sen amigo, manda-
ram faier à Senhora, um altar de talha dou-
rada, que ainda existe.
Antigamente fasia^ se-lhe todos os annos
òma grande festa ailnual, com grande mul-
tidão de gente que alli hia em romaría« no
próprio dia de Nossa Senhora das Mercês.
Já ha muitos annos que se não laa esta ro-
maria, nem se cuida na capeila, que está em
estado' deplorável.
iO.^— Nossa Senhora da-Luz, no Iogar de
Mouta de Vide, feita por um particular, em
1616.
ii.^^^Nossa Senhora do Rosário^ no Io-
gar do Pinheiro, feita por um devoto, em
16dO.
il«— S. FagundOy em Monte*Real
13.*— iVb»a Senhora do Lim^jBtmento, em
Valle-Travesso, feita em 1635.
14.*— S. iòõo Baptista^ na quinta que foi
do licenciado João de Mures, na ribeira, fei-
ta pelo mesmo.
15.**-iVo4sa Senhora do Bom^Despacho^ no
Iogar da Lourinha.
16.*— Santo Barbara, junio ao Iogar de
Péras-Ruivas.
17.* — Nossa Senhora da EneamaçãOy abai-
xo da de S. João Baptista, na Ribeira, den-
tro da quinta que foi de Pedro Alves Fer-
reira, feita e dotada por este. em 1603.
18.*— iVo^a Senhora da Caridade, junto
ás casas da quinta que foi de Diogo da Cu-
nha, na Ribeira.
19.*— iVossa Senhora do Soccôrro, Junto á
quinta que foi de Francisco de Faria, em Pi-
nhal, na Ribeira, feita e dotada por um de-
voto.
20.*— S. Sebastião, martffr, próximo á
villa.
21.*— San/o Amaro, também próximo á
villa, feita, em 1636.
22.*— San^d Maria Magdakna, no mesmo
sitio, e próximo á antecedente.
23.*— S. João Baptista, no Iogar de Vii-
lãos, feíu em 1639.
24.*— S. João Baptista, no Iogar dos Apa-
niguados.
* 25.*— iVo5sa Senhora do Desterro, no lo-
340
OUR
(«r d« ChrislOTSo», fedu em i6S0, pelos tio-
nidore».
3ífi.*-*-No89a Sii^&TAda Cruz^ ib aldeia
éa Crus» feita pelos moradores.
Foi elevada a egreja paroohial, pelo bis-
po» D. Joào Ignaelo da Fonseca llii^so, em
1831, com o oràf o de Nossa Seoliora da Pa-
rtflosçao.
S^' a aetnal matiriz da moderna TíUa de
Vílla Nova de Oarem.
Oarem é também um appellido nobre em
IPoTtiigal, procedente d*e8ta viila.*
Frei Manuel de Santo António, não diz
quem foi o primeiro que d'eHe usou.
O brazao d'armas dos Ourens, é«-em cam-
po de prata, águia negra, membrada e bi-
cada de púrpura.
Elmo d'aço aberto, e por timbre a águia ^
das armas.
Ovrem foi o solar dos Lucánas*
Lucena é um oppeltldo nobre doeste reft-
no. O primeiro que d*elle usou, foi o doutor,
Vasco Ferofandes de Lueôna (por ser da ci-
dade de Lucena, na Andaluzia, Hespanba).
Veiu para P<Nlugal no reinado de D. João
I, que muito o estimava pelo seu saber.
Foi ouvidor dos reis IX Duarte e D. Af-
fonso y, e por ordem d'esCe, foi assistir ao
concHio de Basileia. •
Dizem alguns, que D. Duarte o fet conde
de Oarem, em 1433; mas não o v^o indui-
do no catalogo dos condes de Ourem.
Lucena foi também chanceller da casa do
eivei da corte, chronista->mór do reino, guar-
da-môr da torre do tombo, e exerceu outros
vários logares d*alta importância, todos com
zéllo, rectidão e intelligencia.
Casou em Lisboa, com D^ Violante d'Al-
vim, e d*este casamento procedem os Luoé-
nas de Portugal.
As armas do ramo principal, dos Lucônas,
são— em campe azul, um sol d'ouro*-orla
de prata, carregada de 8 cruzes verdes» co-
mo as de Aviz.
Elmo de prata, aberto— -timbre, uma aspa
-d'ouro, com cinco cruzes das armas.
D. Fernão de Lueôna, parente do antece-
dente, veiu também para Portugal, e fez seu
solar, fa cidade de Befa, e leve desicear
deada«
Estes Lucénas trazem por armas— -escu-
do dividido em contrabanda, na 1.% de púr-
pura» . uin cresceste de ouro em palia (ao
alto) . Qom as pontas viradas para a dlnsita
— &a 2.*, d*azal» 3 icstrellas 4*ourQ» de. ^
pontas, em contrabanda.
Outros usam — em campo azul, um érea-
eentede prata, no maio de 3 coaâlas» d'x)u-
ro, em voquâte:
Elmo de prata, aberto, timbre, o mesmo
crescente das armas e um cometa, que toca
com a cauda o concavo do crescente. .
' Alada outEos Lucénas alteraram as suas
armas, por se ligarem a fomilias de ou-
tros a{q)ellidos. Juntando as d*esias com as
suas.
Bra d^esla famffia o hábil e infeliz doutot;
Francisco de Lucóna,.. ministro de D. Jóia
IV, Justiçado innocenlemente emiLisboa, %
28 4ê áSofil de 1643, pelo crime que seu»
invejosos lhe atlribuiram de traidor à pá-
tria.
Foi logo depois rehabilitada a sua me-
moria; porém o desgraçado tinha pago oom
a cabeça o preço da siu fidelidade.
Para o mais que se desejar aaber, vide
Villa Nova d'Ourem.
OURENTAN— freguetia, Dounv comarca
e concelho de Cantanhede, 30 kilometros a
O.N.O. de Coimbra, 325 ao N. deLisbo%
)S0 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Conceição. .
Bispado e dístricto administr.<> de Coim-
bra.
O Pwt. Sacro não traz esta fregoezia.
É terra muito £artil em todos os géneros
agrícolas. Muito bom vinho. Ciia gado da
toda a qualidade.
09RILHE— freguezia, l^fiobo, comarca •
concelho de Celorico de Basto, 4Í kilome-
tros ao N.E. de Braga, 375 ao N. de Lisboa»
120 fogos.
Em 1757 tinha 82 fogos.
Orago, S. Thiago, apostolo.
Arcebispado e distrícto administrativo te
Braga.
OUB
o MUbMé» A» fliom «etfMiriíaH, 4b Cabe-
ceiras de Basto, apresentava o TigMo^qa»
Wlia WMOOréift Ae toDghn e apé è^rilàr.
È terra Ibrtf). Grande abiméaneia^^de fado
ooa
a«i
Ihai (Inl é .palavra árabe, sifnifica-- infor*
tonio, adversidade, deagrafli, ete. ^ ^âo a»
sibe-o notB0 qae leve al4 esêe dia.
' d senhorio e comnenda d'Ottrii|iie, per-
ieibda aqiMídade. Peixe, dovAVànep^ • J; teoais ^ or4eflif«áliiar 'dai&>Thíago, cnjeft
' èmiQfJB— viHa, Âlemtejo, cabeça dor cNk-
eelb<r do Mtt nome, ná oomareade Aliaode-
tèr, M kiloMtroB d^Evera, 44 a 0. ú»mét-
teia; m do >S.B. de Lisboa, MO fo^osi
Bili'i767 tmiia t3t fogos.
Orago, 6 Salvador.
Bispado, dfstrlcte admniistrative' e-tt li-
looetres a S.O. de Beja.
Feira' a 29 de setembro, 3 dias.
A mesM da cònseienteia e efdens^ apreeen*
tava a p^lor, que tinha 210 alijoeiree de ti <(
go^ 120 de cevada e 20M00r8. em dinheiro.
O eoric€9ho de Ooriqne, é coMposto de 5
ftei^ias, têdâs no bispado de Be|a-^e sld
— CoitceiçIO, Gar^o, Ooriqne, Panotas, e
Santa Atina da Serra; todhs' eotn 2!0d0 fo-
go». ^
B. Wúli (datros disstai qne (bl o uestre
4è S. Vhfago, eqne o rei sd o eonfl^moti) lhe
detí fbrál, em Befa^ a 8 de janeiro de 1290.
(■aço 2.^ de foraes mUinos^' il> 8.-^0 no
L.* 1.» de fkmç^ de M D. fiMIz, ft 289,
eoi: l.«)— I>. Mannel lhe den fotal novo, oon-
limando e ampliando os pifvtlegiòs do>antl-
gô, eái Santarém, a 20 de setembro de 1810L
(H* ie foraes n(mo$ do Alenitêfa, ÍL 47, col.
»*)
Bstá esta povoaclo sitnada na extíemida^
de S. do Alentejo, edificada sobre nmmott"
le^ de i^nca eleva^, sobre o qual letn hm
casteHo, flinoso pelas vi ctorias que Viriato^
o"beii9o, aqnf aleançon dos romanos, ItSO
annos antes de l.-C.
Sabe^sd qtte épovoaçio antiqoissima; mas
Igttorá-se qtiándo* e por quem foi fnndada.
Segundo a Evi^ Ghríoêa, o sect nome (eo-
liio o de OnrioUa) provém das mbas de ou*
fo qne^por estes sítios havia. Ainda aqui ha
nmm volga denominada Cátápo d^ÒBfo. Já
eilsCit no tempo da dominação arabe^ e éiz*
se ^ne foram eties qneedifioarahi o sen eas-
Miok Chhttuvam^lhe Orik^ depois da bau^'
otinaileiroa ajodamw •■mto' aes reis de Por*
tngal, a fazer graades conqtinlaa no Alem*
tejo, e.noi Algarve.
Tãm Miaericordia e hospitaL
â «otnmendar d*Oaríqne, andava na oaaa
dos oondee de Uolno.
Ko seeolo passado (1736) era cabeça dd
eemarea, aaas emae o sen coneelhe tinha s6
MS Éregneaias. fim reeidencia de um ou»
> vidor, provedor e jníz de fora. Tinha ires
vmeadores, prectuador do^onceUio, esdri-
viea,'etc.
innto da villá se estende o vasto campo
onda os piM^tngueaes, eonunandados por D.
Aátase Henriqueí^ éeram a gloriosa bata*
lha que decidiu da nossa autonomia, e que,
poB iaso, é denominada Vidória de Campo
é: Ourique.*^ AAimtà trato d'esta batalha. ^
Tinha voto em cortes, com assento no 1K,«
banco.
Suas armas, sao — em campo de sangue,
um goerrelro, vestido de ferro, tendo levan-
tado o braço direílo, no quat empunha uma
espada > montado em nm eavallo, sobre ter«
ra ftraaew Na^parte superiordo eeeodo, tem
uma torre em cada angulo, tendo sotare mnai
o crescente, e sobre a outra, uma estrella,
tudo de praia.
.fia no termo u ermidas de--Sw Sebaatiio^
S. Luiz, Nossa Senhora do Castello, S. Braz»
S. Lourenço, e Nossa Senhora da Colla.
AMO da viila, está a^erasya de>& Rooio,
aMiado (irmão de S. Lufer«tee).<^Aqut idr
zem oe osees do mesmci santo (Romáo), qoo
sio mailo venerados pelo povo. (Vide Ririz,}
De Nossa Senhora da Colla, fallo adianle.
Pelos arrabaldes da villa passam as ribei-
ras de Cobres e Tergis, que, depiois de uni-
das^ vio morrer no Guadiana, com 60 kilo*
metros do-eurso. Soo atravessadas por uma
bella e nova ponte de cantaria. Ainda no
t»mo d'Oarique> nasce o rio de S. Bomào,
1 Ko concelho de MonteMór- Velho, h&
uma planície, também denominada Camp^
drOurifue. Fica próxima ao Mondego.
342
ODR^
que eotrâ no Sada» era ftirto*il«>Rei. A A
mais éandaloso djM treé.
O território 4o sen termo, ^ fertii en <»»
reaes, fraetis, izeito, ▼ioho e oatro* gene*
ros agrieolfts; Gfia^aeiboMuite jgaâo» iDbn*^
tado, MiHio; o oa Bens montes toem muita
ca^, e os soas rio», algum peixe.
O concelho ó abundante de minas de me*
taes e metaloides. Só em abril de 18S7 fo-
ram aqni registadas trinta minas. Bm de-
zembro de 1872, também aqoi se regista*
ram cinco minas de manganez; uma de sol-
pbsto de baryta, prata, e cbambo, e oatroe
metaes, aiera das que já estavam manifes»
tadas.
- Vambem na quinta de VaU$ do ^feanlr,
pertencente ao sr. Sebastião José Franco^ e
situada nos arredores- da Tilia, ba uma nas-
cente, multo abundante de aguas mineraei^
exeeilentes para a mn de moléstias cuta^
unas.
Bm maio de i87S^ também aqui fòrara ma*^
nlfestadás,- seis minas de mattganei e uma
dé iBObre. »
Ha também crystal de rocha.
«1
Foi no sitio chamado Cabeço dê /!«<, que
lÉmario, com os seus quinae régulos e todo o
exercito agareno, esiatam acampados, quaa-
do chegou D. Affòneo-Henríques-oom oe «eus
pormgueses.
Para nlo baverem repetiçQes^ é preèlsd
vér Caêtfú-Verãe, a pag; 211, ook t.% doS.*
volume. .
No legar de Jfm^ptetrM, termo d'Ourtque,
no dia 10 de nnfo de 17 13 e nos três seguid*
tes, pariu a mulher de Braz Figueira, quatro
creanças^uma em cada dia: todais Horam
baptisadas.
Nasceu n'esta villa, em 1661, Diogo Guer**
reiro Camacho d*Aboim, de nobre geração;
Fú\ }úit de fora de Monte-Mór-TeUio; jnis
dos orplíãos de Lisboa; do fltfce, em Évora;
desembargador da relação do Porto; da eaaa
da snpplicação, de.Jjisboa; e dos aggra-
vos. Foi um minisiro recto e incorruptível,
affavel, pio e dando a maior alteaçao ás par-
anu
tes;UtigiBta% para iNider Julgar oenviistlcft
««quidadfi
fibcfeveeu aeia tomos daa OMj^vfdíM 4m
JiÊie$s,Tuímm $ Cutradêra doa (hrpUkm —
iUn) 4» Ofíkiae$/dâi SfniUo 0^*a-riMtni
sobre varias matérias Jurídicas — outrO"4a
QimUks 0 Decime farmses-^omtio de Ce-
eusaçõii dê Juises e offSeioêê sêcntarêi^^ ecetf»
êioêHeat e regiUarêi —um eona a.tiinio 4o
Escola moraly polUita^ christan ê jm^idkm,
sobre as quatro virtudes oacdeaes; IMoa fo-
ram impressos, e muito ^tlmadoa.
Falleeea em Ueboa, ji 15 de agosto de
1709. Foi sepultado na egreja de S. Tbiago.
Sendo traskdado para mais decente sapid-
tur% aa aiesraa egrcja» a 11 de Junho da
1711, foi seu cadáver aebado incorraii^K
Batalha d'Ourique
Os alfofHtixaomoêf por ordem d^ Isma-
ríO' (ou Ismar), poderoso rei de Heapaahi»
que aob ai ordens do Hiramolim de Maoro-
cos dominava vários ooiros reis da Fsnla-
sula, mandou apregoar gazúa (incitar ospo*
voaâguerr^) tanto na Afrioa, comotua lea-
paaba ii PortugaL — A Ismario se jantaiwa
oe reia mouros de Silves, lierida, Sevilha a
BadaJoz^AlrAthar» senhor e alcaide de{i^
bei^ Ben-Adaf, eenhor de Algeaira^ e inala
vinie «aárvi, coo^ ara pod^rosiesimo exãrfBi-
tOt que alguns hisionadores ^tem copatar
de suisceaips mM homens e outroa fazem su-
bir a iiovscfntos mil I Alguns bistoriadorea
dizem que o exercito mourisco constava dfs
120:000 Jioraens; e pareee-noa q|ie sao baa-
a^a^a^%^vv
H entio a Affoaso I tinba^ibtido 6 grau*
des vietorias dos moucos (e aeu.pae, 17).
O príacipo tomou o commapdo da van-
guarda, que constava de 300 gioetea e 3:000
infantes escolhidos. A rectagoardi» com egnal
numero de geqt^» deu.a Dt.l>oQrettço Viegaa
e a IX ^n$alo de SoujuL. Deu a ala direita
a Ifariim Moniz e a esquerda a Mam Moni^
tendo cada uma 2:000 infantes e 200 oayal-
Içe. (Se Cr. Bernardo de Brito eoutrpi cbPo-
nislaa sao eixactos n'(|AU distri^tti(ào4a geu-
te portugum» tmhamoa apenas om campa
10.-000 inbntes e mil cavaljos; mfiã alguna
OUB
om
143
qmrmn que o uesso nwMro idUbib a Aoia
iiiil< ipCftiiM e qoMXto mil eivailM;!e^.fiailfr
moie^-oQlfoa' querem que. faaaanao t«A>
doze mil homens. Em lado aeata a deipn^
pm^ estpe mooroe e porUi|[tt6câ8, era pe-
l^ipeDos, de dec cDotra um.)
No dia S5 de julho de 1139, e antee ide
cao|fe9ar4i>balftUia) oe.ehcfee e.eaterqito.ac-
diBiaiiaiii per «seti' rei al>^'A0GflBO'Qeiirt*
quês.
Os moaros inreetlram oe portagnezes, e
Firo Fuea, lAfe iies'>mór, per ordem do Jei,
ataat^ aoe meoroa agttaftdo a bandeira.
:. fi. JMOrooeofieiíriqsefi, «aUaodo aTiaeim,
arremetteo fó, ao mouro que vinha nafkieii*
te, qae era o rei de Silves, homem de esta-
tora agigantada o de g randea forçaa; mas o
rei portugaez o varon de lado a lado com a
ana lança, o qne animou tnuito os portugue-
zea e aterrou os mouros.
A vista doeste exemplo de bravura, o exer*
eito poruiguei arremetteu ao inimigo eom
tal fúria, que o poz €m debandada; mas che-
gando o rei de Badajoz» com o seu exercito,
dnde vinha a flor da Andaluzia, envolveu
D. Aflònao o os aena. Aeudiram-lbe po^m
logo oa tros chefes ponogUNçes com a eua
gênte^ fazendo nos n^nroa horrorosa cárna-
f ]^o nifí^ furor da, peleja, e depois de.t^
odtkTfdo prodígios de valor, é morto Mem
yojaiz ; mM seu irmão J!i0^ienço .Vie((as
imm amtios filhos defi(^ Monia,,um dê
eádà casamento),, vendo seu irjpoão morto, ^
atirou aos m^urí^s, jpais como leão f orioitis-
aimo do que como soldado valente, fazçjad((
n*eUes pavorosa carnificina.
As mesmas façanhas praticou D. Gon^lo
de Souza^ v^ndo morrer âen primo D.Dioge
Gonçalves; finalmente, cada portuguez era
tim heroe, distínguindo-se entre todos D. Af-
tonsó Henriques.
Era porém tâo espantoso o numero dos
mouros, que a batalha esteve indecisa grau-
de parte do dia, sendo tantos os mortos. e
ferido^ que o campo era um lago de sal-
gue, e 08 cavallos mal se podiam moveir en-
tre elles.
Ismario e.seu sobrinho, Hom^r Atagor, á
ílrente.do um escolhido. eaquAdri* do cavai*
taia^ fuia nos noasoa erael destroço, o qiae
viato por D. Aflònsa Heniiqnea» inntoií.a
gsBte qne pOde^ • tio gattiardamente oa ia*
viMiin, Qvè malott o sobrinho dlsmario^ o
eito e OB Mia d^ Merida^e Sevilha; «de veiMi
aa vidas á velocidade de aens oavaHoi*
Of monros^ vendo Aigir oa.sena dielNi
teataiam) lambem do íbgir por onde pude*
vam? mns oa noaaoe lhe foram |io •enoávo^
faaendb «'eliea horrenda «mançl^ nao eeè»
eando aperaegniçit^ aenio eops a noite.
Andavam oa portugneies eoberloa do aao^
goe doe pét ali á eaboça, -oansandopanror
a quem os via, prindpalflieale IK Aflàneo
Henriques, que andando montado em ua
cavallo braneo» }á ae nio conhecia a ana oOr
aatunai, pois tudo era sangue.
Três dias estiveram os portoguezes no
campo da batalha (aegondo oooatnme d*a*
quellaa eraa), deseançando das fadigaa d'a*
quelle dia, tratando de enrar oe fartâoi e
obterá 00 pottugiieies mortos. Os deapo*
joa foram Jmmeneoa e riquiaaimoa, nao qnftf
fendo o rei para ú mais do qde i». handal-
ra» e iomamerinol eôpia de pendde» e ga-
lhardetes, que mandou pendurar pelaa egnn*
jéa.
Querendo o rei e o sen exeretto partir do
campo, «ebmveío nna ebnva4t>rren^ial^ qnn
laifaodojochmpo^do tanguo^enamapio, tin-
gia as-aguia do» rios €4rbêê o IW^m,. el»*
gando ao rio titaadiatta, onde deeagoan ent
les dois rioa 0áiiaDnldoaB'inny.coBi ominn
de Tcggea) o chegando aa aguâdiaishi» aaah
gtimdentâs alé ao Oceano!
¥i«i&do Pise» d*iteolda
É este o santo eremita que a tradiçio dit
tan*8e apneentedo^a D. Aífonao fienríqnea,
ha véspera da batalha d'Onriqne» apnnnc^
do4lia a vietoria, qne obteve sobre oa infleis^
ahi congregados sob o commando do celebra
Ismaa. Todas aa hiBtoriaaportngneaaa faltam
d'Bsto eramita, algumas aem; lèe citar o pH
me^ até, que «n noasp tilnsti)s eontempora-
noo^ovhiatoriador, nlassifieoa do (ábi^ia a vi«
siu do eremita e o nAlgre depotB^'elln oo^
corrido;'""'' " '• -
^ett tqqe.dieenttmoo oeta íoiBio^<j4iflio
84t
OOB
om
IBfMO debsM»,i éhrtflw» que Ba :tVidÉiiè
6. >VfBart6> «e enDaitr»iV%HdaiPir« éUd^
iiiêiéJi/«aDiiio irveiift á«iéf evIUi que pfoeor
r«fa.o Kfide PoiUmali hináfn éii(pailB^ée
fitUB^ luBèem nos. iPriBlBlg6oft úo rem» è»
Portoialliv- -ae ' enecmn a :niéaQft citação.
fiiUMtoqB0r-qi0 Mjam aâilwridis.qiiaisasci-
leto QoiAe e-m^smo.fl tet«v"8étt que o^cmk>
ll^ltannoSipiaiiOiáeF^fá, «NMÃaiwmwqoasos
êlaaeioos J|i<iMt0riai pMMi'»vf«li díkiera»
mita a aailagn aabaet«oiilQ aiadeosaaoí*
aMUM qae ae BaBraotcaiDO eamstaft.
i A Inicio obaoriBláma (joa ^■atta raspei*
la saar collsetramiaa ehraniçff e> os d^lo*
gios losiiaBaa» ál(hno oamo fillaeido a 17
ia jBliia^ aMB dasignaçia de annea
Vide Rériz, aocanoeibatde^Gaslrq-Bairak
i, i \ !•
( 1
i. :> iXosea fienluwa dft Q<lUai
'■ '•
{
AÉdré d»Biaende^ Daaaovulttr^itofa;!
4ê Fert¥gal <L.* 4^ pai^ MO) lallaftéo da
aaUga eidade (oa vilk^ de Golta^ quando am
eoÉipiiahil do rèi 0. Sobaatíio^ Icâ ^vM a
easipo d:'0iiff9q«a, jpeioa iaBBaai.éa>'dM^fip
i> 1 1 >
I í'!
«€olla esteve em a meio da proviada^d^
aOarlqna, wkd maêÊoAêúíg^ áai àN$€gma
•(lÍQaH^Íaaa> iDBdada «mre aonMai* <
' Dia tfOB i|pier& se* eata.tal • otdadd 4íia^iúf
ImáoamfL-^ n»iBe> que iKqa.aHB^idas-moft*
ta» antie oa quiaa-ee^iiavia ftiDdadak
• Sra- aaM^paroà^ ; aapla,» o que ètíle ^aa
vá pafto aBMa dofr.8e(iaii|iiaos^ de jqna lia
bastantes vestigiôsa aaaikn coaM daa torm
qae defendiam esses muros, tado obra de
grosseira eonslMefa«;iiifti oMiiatente pa-
ra a defeiá de seus habitantes» pela fortale-
aa natural do-sétio. .
, tt eiiaia «Oitámpo doaivaMaiaai oqoe
80*pffOva peloB eippoa e manoilu q«a aqni
leaasido eneaotradai^ a,da gae jdhm^ aè
Bra dlflleil« perigosa a eaMda paaa ea^
lapovoa<io, e poriaao, da foeadeieHu-8«pi-
p8a RéMHide qoe íai <pofoa^ iospottame
Bo teaipia doa ff^ôM^ a que oé aiabea a d»
irainuB^m 7l5o«7i«. >
Hoje está deserta, e apenas existeidoipá^
• lamplo da ftiBtisaiaMi Via geai, que da po-
VI
voátâo-eoaiono/iuBie^ e qoa apaBaaéirtM»
tUo par aègim atiheeleçoi ou «pèloa .povoa
cha* radaadeiis, nosidiaa paBotíÉeadeapafli
fiaita á.caaa da SMionL -
fioà iSlcionulfoa disttBledellesaaJi
e 12 a O. d*0<ffiqiia^< • ^ú^o lerme per^
lènee. .'*•'?.••• • .. '
A egieja moatoniBa veoetadèa wíégal»
âade^'e«8Bp|Hteiáfc iter 8idO'parqeUai(<aBlèa
da invasão dos mooros. ' . •
... j -:*-; , j
í» '
' ExíiKetiaind «oa torve- wrtio arnUnadA;
onde Réaande achoa/BmafMrmoaa^lapiflaíia
aiarmara blranei»^ •eataUda aà «paréda, tíbm
a aegainia> Inserlpçiai •
i* • •»
•• I I •
j Lao. 'Ti, Gw. ny^m w piia«lio •
, . COI^TBA YBÍUAXVH VOUÇESUBV^ SOPITUM, . . .
IMP. CLAYDIVS VNIMA.'PRO
MORTTO DERBUQVIT. ÉITSTIS LTSITAnÍ '
OMKA flBaV* i •••#... ^. «.. '
lumovBJ Visava, fx^co^ av..«
. . . . PIKS4 ]M>s:aTVS 03L , ,
Q\1A.'. . . MERBPn*! MOFÍE ROMA ....
A!M KOl* BETVLl.
I •
41
' • (Cayò Miilteio, ítfro Sé Cayd Eemoniá Jú-
bafo, tribuno íà décib)k legláo iòhrí&i, ao
(fátí da gttethi eontra Viriato, (jnasi morto^
com muitas feridas; o imperador Cayo OÚ^
mânó' deixou peto Jul^ái^ morto. K6ttriò,iol-
dkdô Insíffàíio, eómpadecicTo d'é1le, o Yetâtt-
ton e fez twhít; pdrém viveti ptmcos diâfs, e
ràotreu fHste, poriíiie 6 nSb tt^táraítf aO
modo qtie^e costuma doiiii os roíhauos.)
' 'Esta latyide fbi para o museu Osnacúto^ de
Itfvbra.' • *' ' • ' • ' •
<■: ••
A* porta do templo da Senhora, se via úm
grande cíppo^ entre algumas columnas, lan-
çadas no chãb, e que haviam sido ornato do
mesmo cíppo, o qual esteve lendo com gran-
de attençao o nosso antiquário, á ver se po-
dia comprehender o que n*eJle estava escrí-
pto, até que, a poder dé paciência desçubria
que era a campa de tma sepultura^ e que
vinha a diíer:
I"
Aos Deuses Manes
'BtAià, fUho ãe Surto,
!••
fiUB
\' ' i A»fl^ç<** .í iM^
^, . na ^ía(k ae,38, onnfís eji7, dfas., . , ^j
' Ho livro \\pa^ú?9Í4as^tí/uí<^
íi4iiçn4p^ yeça e^a iwfprípíjã^; copiada (Jie-
aeiàia(W dq oçipofl,; ,,.;', j.^ ,. .^^j,^, ,,
o âiittpndBA» itoilaaHe tft. Noite:8èDlnn
da CoUa, doas grandes festas amiáMS^ nl^
em< ama dtt tntimif éa Itadmi-^a t.Vno
dte^ sua Nallvidaii. (Eram aotíbas^eoiiaor^
itâitBiiDaai'' '
JKc^se i(er frè«86)''gBiiatoeale, qneiíX Mf
lèiis» Heariq«ee^ 06 totaoii^o^itttoáeiní^
èMde-4iié 08 poKngaeze» Ui*o deraad na cailu
po â'Ovii|ae, w diar da batalba: 'siarié eH»
sa poréiii averdade bl8b>riea*-erniiiiloa4(H
ometttoBaiitérlsMB a eiÉedia gknrk)S6iiol<«
provam. > .
Pela moita do eonda Bj fi0iii<fMrOiâl9
fieoa sea filho com 3 annos de edade. (IÍU4
eéra a 25 de julfeo de 4100 diiale>aj»ala-
Bia de Ourique na dia; emqiie emdplattva
M aanoa de 0dadB.)' • - . ' i
A rainiur #. -Tiief«B8, luamiè» fieolitiila»
i«i dfeHee go^evqadMa da^eondiCdo de Poiw
tttgaJ» atóqae Di Affaiiso complecoa iâMi^
euB
8IS
Em todos os docamentos d*eaae tèknpe^ Ik
Thereza dá a sen filho já o titulo de eoíde,
}á o de nifanie^<B também multai tèiee Sz:
OoíoBsefcoÉgida,; eEfoiaevdatitailaíAeB^
to (?ide 6MMtôef, « pag.'30O, 9áUiÈ!i e»8t«
goiMB, do 9i* «voltui0> ItllMveBaeoM^
gmi o getern^éi Fevmgal á sen flho^' em
Desde entiD, temoe em lodbsbs Atv«
mentos dimanados de D; A0MiM>lIeDtlqnei,
gae este se intitolayay umas Tezee^oode^ to«
tns infante e outras prfaelpe. ^
. No foral da villa ■ de Pèiièlla> (eatieça ii
eoncelho, na comarca de Lonzan).dido^per
D. Affopso iIeaI^1lea, eia jnifio dd ild)^ e
400 0eraehá"ila lorrsdo toiiibo, M^maço 3
de tombM $ D9mâMifõi9->*^ dto^fe iUu
Jtalaia isx, mc^U^ et tàbtífitorn ciigk i|i«-
4ia. De Vi§iH4i de nmm RBi(4ardia^ ete^?^
Té-se pois qoe— pelo menos doitaiweeriw
pMee àiilfistda |lBtatta^d'OQf^B^ }á D. i6
fitB» ilmttidi. tenade , (eu eoMedtia iqite ' ae
Uiá d«ae><0'lít|iloi dei itt» mie que «assigna*
yÊfOá'. deimiidntoa -em '4ae era traiedo ee«
morei.
/ -í
i-^erpeotniDifles^ 'nip 8ó< «oneenliian^ mas
aléi^mtjBeauaqpèfBiAiMÉfl Henaiquea le^
idaqse éMriítiile9('pea(pie( lendo «oetra ellee
o ambicioso D. Affonso VII, de Leao'i(primo
donMsoBi AffMma)^-{toelsriam- let deihe
eppervmtffeiy em:tei daamsimplee conde:
De fnai9-T«odiBod0 oaáeo^saes^ e aiidaiaád
eadia ífaàá sempre em- goinm eom elies;
queriam* <Hser«^«âe rà$ iendea 'rei^ lambem
nós.» i.« ; t • • '
ftva ndeiatitnlaYa^se sempre jainha; per-
qne—- como .tento fá 4llo Infesta ebra-^^s H^
Ihae doe reis de élastella, Leio^ Oviedo e Ara*
gie^' ae dedomlnavam nfobas»» eete oeeltt«
me pasemi a PMtngil^iOiíde existia dnnmte
oe primeiros qoalro tebwdosL
»■.•! \
•^QuaMni de propoMi^ pamie fim 'd'eeto
art%Dy#'diier«aliipiiH6es:i|oe' ha centra a
CKisianetoi^aJMttalhn deOnriqoa.
B' triste »fenle [ief der nma deee illnsae^
4àe emtrin desdet • bwt^ e ¥Sr cábk ante
iimx'rlgovoáa erlliea,^*eeses vnitoe legenda-
liei; tfalamlo4le> nm: eodÉra oem^e derrotan^
do*ei/ iWnktó^iúitt^ féOêftie vnpni cmUmm
fii#it"BáaeDd»*«»Mu4íiMfbir: £m., Hvro 4.«)
"tUsm as '^peUtfgneáesKd^eBeee* tempos pre*
clsam'de.(aQaifliae3 ■'
M
• .:!'
> <Faattnieas/ fingidas» meatireeas»
pdra^^ue sebsnuxmea via' até á mais remo-
ta postartdade^ cercados de «ma aureola de
^ria laiaiDnal, o de leepeito e aarar de to-
dee ds ^iseolem fto peito as palpicat9ee
de umleentiopeviugQet.
' SQotdo eà '4W eaeriptoras modernos que
luppaein (UMosa a bauiha d'Ooriqne 2 sio
toiíbanr^e ioilgos. Nio sSe só ot incrèdn*
los» iie>lambeBi ea arentea.
Eu, qde seu parto insospeíla, porque^ no
decurso^ de matodb etoco lengos volumes,
tenho dado provas de sincero palrioia» de
346
OUB
eMhoItoo apiptoNoo romaiio^ e de fiai seeià^
rio do trãdMmaUsmo; «soa abdietr-Miai
minhas^cmiçaa «n aM<Be% ip^êmh^wiáiâiã*
cuiir; porque cwbegttA waMM.iimàBMem*
eia— mas cttor factos. *
Tambenrnio mo ^oro fuiaf por.60ori-
ptores qva tenlnni.^aatlalHiianmfOH^Hdia
pdo atheísmo» «os eoncSett mtriadoi-pola
deaerença.
VoQ basear nm elerígth-^Alndâ mais^um
frade f ran^^issano, qã% tmntea no tempo da
laçBlsiçie^ o cela obra ki oatão» é, a terá
sempre estimada e esthoarei. B* íí«i Jea«
quiaft de Santa Boea de Viterbo. {RlrnsUario,
Tol. S.% pag. 51 da edição de £865.) •
Apontatvi» resumidamente; as ai^acgSM» ^
o modo o(Hiie as desfái Vilsrbo.
O letior íttostrado e eonsdendoso^ Ma,
n0éíte, e siga. 4 opiniio que Ibè parecer
mais eonforine eom a soa àmélIigeMia.
IHzemosquefèegtm^êhaiMadêQmiqm:
Objeeçâo l.« — Que esta Unda naotem
mais apeio que a tfxdi^ fúnàtietíámper'
iupttíM, destitnida de toda a rasio prufe»^
te; e qaeniohadooameilloaigmn».firMltis«
noQUiiipaf, qnesmlidfsiias^; - i
t.*-^ChBM-:Bao eabeémífiiiosio, qpeDi
Affonso Heutíqoes passasse o f4% PO^ ^^
tre osBtouros da.Abranleie Torres NoTas^
e marehasae paratettament» a Bfora eBeje^
pnfiasraouriseasi fonnidaesie ii'ease tempo.
3.r-^B' iaaereiÚMiYelHiueMimiarteeipe que
já eoBUva 3Q aonos- de edade^e que feio
espaço de doze aunos tinha dad|p peOTia irs
recusáveis de grande tino e sciencia mili-
ur, oommenesse a iMMridadeiAdescalpaTel
de bir provocar um ínlinigo poderosissimo
(eiiiee reis,' eom um ezèreilD de mais .409
mil combatefties«-^stQ é— vinte vetH^**e.alf
guns dizem 100 l-^-eaperior era numera) qHf
linhanasc^freate^ e estando «arcado 4e inl*
migos pelos flaucoa e>peb.reciajpaid«.M -
4.*— Que um capitão com longa pratica
4s guerra, por muis temerário que lò9S6^4ao
se aventurava a largar o -oniiro daa suas
operardes (Gcáaiibray arroj^andoni» ia lio
grande distancia (ím eoafiua-de AleBitcío)
com tao limitado numero df aoldados, atra-
vessando sempre paises Inimigos, ODd^tttdo
Ibe 4evia (altar.
1,1 ii
0DB
5.«— Que oe .iiUMâi^ ou CArsnácon Itisí-
tono, ou dos Godoê, que Btonde citou, e
Brandld fezitaiprimlr entre os documentos
do tom. 3.* da sua.Mofiercftta iMiitana, jfio
ét'am obra ddinefado de secnfo XII; mas
úm Chromcún que^dèpoié se fot escrevendo;
e augmentando, com varfos fictos, uns ver-
dadeiros outros imaginários; alguns, sem
mais fundamento que tradífies 4eiiotaa e
interessadas.
^•-^ue aehandb^» e rei D.Asbasttioino
campo d'Ourique, em iS73y ou pooee antsi»
foi o que transformou em nobfe tea^loi
una ermida Inaiguifleante qm atti bavid, e
fea^levaaiar osobarbo arco da memertéqua
aIJi existam Que incumbiu André de Aéaea*
de^ que o aeompanhaviR, de redigir a inr
scripçio latina e poptuguaia, que devia ser
gravada nos ladoe do pedestal, o que Béasa^
de compriu; mas a inscripçãonlo.Begra*
uou, preífavBimente poe se julgar o fadoía-
biiieso.
Sia as lespostaa ds $biéfçõe$:
• Rulidamrse ellaa em duas Cslpaa anpposi*
ç5eB. 1.*, que os mouros oeenpavam. ainda
em, lt89 todas aa lerran que •camientit o
Vsja e o Mondegsh-S.% que Bvova e Jlcja^
podiam t cortar o pamo ao eiefcito. portn«
guez, se se visse na necessidade de opemr
uma jratiráda* .
.Bespendeses
Bm ll3i^ Ji todes es territsmea.e pevoa«
ç9es delida» Ctture», Bga, Redlnba, Sou-
n^ PombaU^ésere, Gardiga,.iJmonrol^ Cé-
raK%FtfieUa, estavio. livres da sujeição. aga4
res% e lesmaitam parte doreino dePprUigal.
D*. Atowè Hdnfiqueg iteba. Id leguaa dq
marcba para o sul, em território seu, e^dos
contes de Fortugal d*entio, pelo meio^lia,
aió Ourique^ apenas imedeiamTdO léguas em
Unba recta.
Vemos que o-conde P« Etenrífue e eim wsat
ibsr, |i em liii itinbamiâado foral á vllla
I Em (illd deu D< Tbensaa.aofr templários^
não sóia villa de Sonrs» nms todaa as lemifi
que «e estendem deade^Coímtra até Leiria.^
'^ Notemos porém que estâs'tèh*as esta-'
vam^eniio dsspevioadiie, toas ainda em poder
»>». •
j.. ■»»
KtU doação nSo «e-adiav^ ji no secolo
j^ajmtfP» DO cartório do mosteiro de Tho*
9Bar; mas existem as bulias do Honório III
(l216)--CeiestiQ0 IV (i2&i)-AleiiaDdre IV
(1254)— Urbano IV (i262)-6 Clemente IV
(jK|65); confirmado esl^ a ontras doações
^ mostein^ dos templariosi de Tho^iar» qi\9
fridas (a& doações) passaram» em i31i, p^ra
a ordem de Cbristo.
Estas boUas isentavam da jurisdicçao epis*
eopalt ficando direetamante sujeitas á Sé
Apostolu^ as e(p'e]as das villas e castelios
da Sga^ Pombal e Redínba,
Estas egrejas baviam sido constraidas pe«
loa templários, que d'estas terras haviam ex«
pulsado os mouros.
Leiria tinba cabido em poder de D. AfToa-
«o Henrique^, em il35— Ourem, em il3&
Km li37^ deu foral á vUla de Penella.
. Alem- d*isto-Tquando D. Afionso VI, sogro
da oopde D» Henrique, conquistou Santarém
em 1093, destruiu tpdos os legares fortes
das suas yislohanças; e quando o rei árabe,
Gyro, reeonquislou este território, em li li,
^ reedificou: as fortalezas arruinadas.
Foi o mestre do templo, D. Gualdim.Paea,
que removeu para Thomar o castello de Ge-
ra, a reedificou os de Almourol, Zêzere, e a
maior' parte dos que > estavam arruiáa-
dos.
Sabemos que no Rêgo da Murta bavia um
ínosteiro de monges benedictinos, em 1159,
ftandadoi pelas chiistao% qua, estabeleddos
em Penella, se tinham estendido pelos valr
les e margens do Nabão e Zêzere, até à mar-
gem df réiu do Tejo, tendo por limite raeH*
dional, o castello de Almourol, edificado (e
Já por D. Gnaldim reconstruido) no meio
4'este ultimo rio.
Sabemos também que a causa de Isma*
Pio, rei de Bélica (Andaluzia) era commum
aos mouros do AiemtejOr que todos votavam
edio implacável a lime Errik (D. Affonso
Henriques) e aos portuguezes, pelas derro-
tas que lhes haviam dado: e que Ismarío,
nao só convocara os quatro reis mouros^
mas taaabeo outros mouros da Hespanh» Ui«>
terlor e da Africa.
Os mouros d*Èvora e de Beja, correram
pois em ajuda de Ismario, não deixando nas
ftim
3^7
sua^ fortal^9Ls senão a guarnição indispan-
sfivel para a sua defeza.
Tudo isto sabia O. Affonso Hej[(ríque9» po-
lo9 seus espipes, ^ jiada tinba a ^ ecear na s;ia
marcha, ^uer para a frente, qi^er em uma
Concordo em que, em todo • caso,, a em-
preza do nossa. 1.* rei era arriscadíssima;
porém elle fiava-se na surpreza que acção
tão arrojada causaria nos mQuros, e ainda
mais na bravura nunca desmentida dos por-
tuguezes.
0 que ainda mais exaltou a coragem do
príncipe, foi a vjsão divina de Ourique.
Bem sei que os modernos escríptores, ini-
migos de milagres, negam obstinadamente
a apparição d'Ouriqu^ (como negam as côr»
t6$ di Lamego e outros factos gloriosos que
a tradição constante de muitos séculos noa
transmittiu«)
I.i o que q sr. Alexandre Herculano es-
creveu sobre o milagre d^Ourique^ na sua
Historia de Portugal (tom. 1.% pag. 327 a
ZP, e paginas 482 a 487, da l.« edição) e
todos os folhetos do. polemicf^-r sobre tudo
os muito notáveis de sr.. padre lUcreio; maa
nós não temos precizão (nem lucro para a
bistoría) de arrancar do coração do povo
portnguez, esta coçsoladora e inoffensiva
crença.
Pôde escrever«se a historia e alludir mes-
mo a efsa crçuçan sem a admittir; mas sem
a atacar.
Não é potUo de fé; não acreditem que a
Deuê tudo i poisivel; mas deixem dar-lbe
credito os que em tudo pretendem ver o De-
do de Deus. >
1 O grande D. frei Manuel do Cenáculo
Villas Boas, bispo de Beja, e, depois arce-
bispo de Évora, que nipguem se' atreverá a
apodar de ignorante ou crendéiro, escrevea
e mandou imprimir em Lisboa, em 1791, oa
seus Cuidados lUterarios^ e n'elles a fl. 362
e aeguiotes, urata iargamente da milagrosa
apparição d*Oorique, reproduzindo resumi-
damente, o que diz o incansável padre An-
tónio Pereira da Figueiredo» nos seus Novos
testemunhos^ que publicara em 1786, aceres-
centandO'lbe outros testemunhos e muitas
razões, tiradas do próprio local onde se dea
a milagrosa batalha.
Também até melados do século pftssado^
u%
OUR
Na Cathedral de Lamego existe (on ezis-
tin) ama Kalenda^ ou MartyrologiOf copiado
em 1262, de oatro muito mais antigo, pro«
VaTelmeote escripto próximo ao tempo da
batalha de Ourique» ou, pelo menos, quan-
do ainda viYessçm muitos dos que ii*e!la se
tefiaram.
Logo no principio d*esté documento, se lé
— In locOt qui dicitur Oric^ fuit pralium in-
ter Paganos, et Christianos, PrcBside Rege Il-
defonso Portugalensi ex una parte, et Rege
Paganorum Examare ex altera, qui ibidem
mortem fugiendo evasit, in âie Sahcti
J0cotí Apostou, mensejulu. E, M. G. 2 XXVIL
No' archivo da mitra archiepiscopal de
Braga (gaveta da primasia, maço 1) em uma
extensa inquirição de testemunlias, a que se
procedeu judicialmente (pelos annos de 1182)
para provar a primazia de Braga, contra as
pretenções do arcebispo de Toledo, depõe
Garcia Liufreiz, de Jaraz (Geraz) que disse
ter 20 annos, quando se deu a batalha de
Ourique. {Tempore Relli Aurich,)
Muitos documentos ' d'esta valia se terSo
desencaminhado pelo decurso do tempo, e
talvez que não poucos nos fossem roubados
pelos Philíppes (como fizeram a grande
quantidade de preciosos manuseriptos) e le-
vados para a torre de Simancas.
Por uma certidão que exb-
te na torre do tombo» se vé
que os Philíppes nos levaram
d*e8te real archivo, nove cofres,
ou caixões» de livros e papeis
da maior estimação, por an-
tigos raros e preciosas.
ninguém negou a portentosa victeria d*Ou-
riqúe, ainda que alguns negassem o mila-
gre*
Hoje nega-se este, e reduz-se aquella san-
guinolenta batalha a uma insignificante es*
earamuça.
Note-se que Viterbo não dá credito ao fa-
moso juramento de D. Afonso Henriques»
feito no anuo de 1152, que só 404 annos de^-
pois (1S56) se dia existir no cartório de San-
ta Cruz de Coimbra; e qoe depois appareoeu
no airmMrio das 3 chaves, do cartório do
mosteiro d' Alcobaça, entre outros docomeu-
tos falsos ou falsificados. (Vide Elucidário,
vol. 1.% pag. 225, da 2.* edição.)
Viterbo não nega que houvesse o Jura-
Dizem os que negam a batalha d^Ouri-
4ue, que André de Rezende ufão mkhQM
gravar a inscrlf^ na memolrla; talvez lK>#
se persuadir que não passava de uma pá*
tranha aqnillo.
' Não fia^tsf. M^iide 9A ^e D. SelíàstlStd
se envergonhara da incúria e negligencia
dos seus antecessores, em não lerem aqnf
levantado um padrão, que perpetuasse á
memoria de tão glorioso fbito. {Potuit illum,
incuriae, ac socordiae scícuH superioris.)
Dizem também alguns, que a inscrfpçió
de Rezende se gravara no monumento e iqne
os Philippes a mandaram picar.
Não é verdade. A inscrípção nunca aM
existiu.
Basta aos Philippes e seus ministros, os
crimes reaes que commetteratn durante 6
longo período de 60 annos contra Portugal;
para os fazer detestáveis e detestados: não
lhe angmentemos mais este críme imagf^
nario.
Expuz as opiniões pr6 e contra a batalha
d'Ourique, e o milagre da visdo ou appari^
ção. Cada qual siga a que mais lhe agradtf
—só direi:
Podem os sábios escrever Uvras
sobre livros, contra estes dois fa^
ctoSí — tentem provar, muito embora
que são embusieiros e soperstieio»^
SOS — o povo portuguez sempre fal-
lará d'eUes com orgulho; sempra
mento, só afirma que o documento (perga*
minho) d' Alcobaça, se não é apoorftfiK é apo*
grafo (cópia) e discorda do de S. Vicente-da
Fora.
N*aquelle se nomeiam bispos que existiam
em 1151, e no de Santa Cruz, se nomeiam
Pedro, de Coimara e Estevão, de Braga, aoa-
chroDismo evidente, qoe demonstra a sup*
posição e poaco valor do documento. Vejan
se a Memoria do laborioso frei Joaaaim de
Santo Agostinho, nas Jf^in. da Real Acaá.^
de 17d3, ttoi. 5.«, (L 297, no Coáiee 309.
A falsificação (ou invenção) d*ealea doea^
mentos^ é que tem fornecido aos que ne-
gam o milagre» o sen mais forte cavallo de
batalha.
OUR
t^á por verdadeira e importanlissi-
ma, a batalha de Ourique — e por
incoQtestavel a appariçao de Jesus
Chhisto a d. Affonso Henriques.
OURO^sea pftzo e valor, nas moedas
â*e8to mecal» com curso aactorísado pelas
leis poriugnesas.
A todos os ifidWidQos deve interessar sa-
ber o pezo das moedas de ouro portuguesas
de 51000 róis, 3^000 réis e i^OQO réis^ e
o das íDglezas (libra e meia libra sterlmas)
de 4)1000 réis e de 2^290 réis, únicas moe-
das estrangeiras que a legislação permitte
circularem em Portugal.
Sabendo-se de côr o peso das indicadas
moedaSy é fácil dissipar D*alguma occasião
qualquer duvida acerca do peso legal d'al-
ipimas d*elUs.
Sao o pezo das moedas de ouro portu-
guezas :
5M0O réis 8,867 grammas; 2M00 réis,
3,55 grammas; li^OOO réis, i,77 Vz gr.
Confrontando com as moedas de ouro in-
gieaas, temos:
41500 réis^ 7,984 grammas; 2^250 réis,
3,992 grammas.
A moeda de ouro portuguesa de 8 jOOO
féis (peça), quando apparece hoje no mer-
cado, o que é raríssimo, cansa grande ad-
miração.
O seu pezo é de 14,151 grammas.
OUROLO ou HOUROI.O— portuguez anti-
go— áro, ou circumferencia de qualquer de-
marcação, que internamente contem casaes
anjeíios a certo íòro,iOu[isentos de certos tri-
butos e obrigações»
Ainda em Bragança se diz— ouro/o da ci-
dade,
E' termo muito frequente nos documen-
tos do mosteiro de Castro de Avellans, do
aecuk) XV.
Na baixa latinidade dizia-se Oreillum.
Em Lamego dizse áro^ por termo, ou su-
búrbios da ctdadie.
OURONDO--fr^[uezia, Beira Baixa, co*
marca e concelho da Covilban, 60 kilome-
tros da Guarda, 240 a E. de Lisboa.
ous
349
Tem 130 fegos.
Em 1757, tinha 79 fogos.
Drago, Nossa Senhora da Assumpção.
Bispado da Guarda, districto administra-
tivo de Gastelio Branco.
O real padroado apresentava o prior, que
tinha 120^000 réis de rendimento.
fi' terra pouco fehil em cereaes; mas cria
muito gado de toda a qualidade, e nos seus
montes ha abundância de caça. Fica próxi-
mo à serra da Estrella.
Ourondo, é palavra gothica— nome pró-
prio de homem.
OUROSINHO— freguezia. Beira Alta, con-
celho de PenedôDo, comarca de S. João da
Pesqueira (foi do mesmo concelho, mas da
comarca de Meda) 45 kilometros de Lame-
go, 345 ao N. de Lisboa.
Tem 130 fogos*
Em 1757 tinha 72 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Assumpção.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo de Vizeu.
O admínisu*ador da capella de S. Nicolau»
do claustro da Sé, de Lamego, apresentava
o cura, que tinha 40^000 réis e o pé d'al-
tar.
O seu primeiro nome parece que foi (hk-
rondotínho; depois, por abreviatura, se cha-
mou Ourosinho.
Terra pouco fértil em cereaes, mas pro-
duz óptimo vinho, fructas, legumes e hor-
taliças. Gado e caça.
OUS— portnguez antigo (do século XIII)
— hoje diz-se— aof.
OUSAM—- portuguez antigo — o mesmo que
ousametUo.
OUSAM— portuguez antigo — (do latino
audeo) — atrevimento, insolência, desaforo,
etc.
OUS AMENTO— portuguez antigo— ousa-
dia, confiança, atrevimento, etc.
OUSANÇA— portuguez antigo— o mesmo
que ousamento.
OUSEGRAR— portuguez antigo — obsecrar,
pedir, rogar, supplicar, etc— do latim ob-
secro,
OUSIA— portuguez antigo— a capella-mér
de uma egreja. Vem do grego, osios.
Nos documentos antigos de Lamego, se vd
358
OOT
de iaS4, deixou nm legado impfiruiile para
pelo seu readiaoento 'serem socoorridof ot
pobres niaie neoenltádos d'êBta mesma fre^
gnezia. Este legado 'veio eminserfpçSes» e
está a cargo da jaula de panodiia^ qa% èm
esmolas mensaes» reparte aos pobres mais
preoisados da freguesia os respeeiHm jnree
que recebe. . •*■ .
S.»— ^Desde j» prliiofpio do seealo passado
(1706 a 1712) existem «reetas na egrejatae»
triz d'e0U fregufezia, oom aoctortsa^^^do
bispo-oende de Colólxra/ ires inosandadee
oa eenírarias-^a do Sa&tissitno Saeramèih
to» a da Senhoni do Rosário, é a''daB Aknaej
as qnaes leem prosperado sempre, prhveii
palmente agora a das Ahisas, qae'6 amaiot'
e lioje a mais floresoente de todas d-^esies air-<
rederss; o (jpie é devido A exemplar adm)<^
ttistraçSo, e coDstaete e ineança^I zelo' do
eea actual juiz, sv. Serafim Augusto Pernrai
que serve jà ha ânuos.
4.*— Desde longo tempo, tem nos seu!» ctu^
CO altares, a egreja matriz doesta fregftMzia,
primorosas imagens de Santos, ásiiuáes ae-
cresceu ultimamente uma bellis^ima itnagem
do Goraçio de Maria, que fói oetioeada den-
tro â'uma sumptuosa vidraça, nó eeutro do
altar do Bspirito-SantOjUm dos doladodir^*
to da egreja. A acquisi^ ê'su nova imagem
foi promovida pelo referido Juiz da irmaa*
dade das Almas, Serafim Augusto Pereira,
que a comprou à sua custa, e seeibpenba
pela devoção e eulto especial de Nossa Se-
nhora, sob aquelia invocação do Coração de
Maria. B com o seu exemplo e impMso, vae
fazendo aqui muitos e rápidos progressos
aquelia devoção.
5.*— Quatorze teem sido os parochos col*
lados d'esta egrejA de S. Vicente da Brattca,
nos três séculos quasi decorridos desde 1580
até agora (1876). Não se remonta mais lou*
ge a memoria d^elles, embora a tradição faça
a freguezia multo mais antiga.
Eis a serie successiva â*esses paroehes:
!.•— O prior Pedro Nunes, o Theologo, que
morreu em 24 de fevereiro de 1586.
1*— Francisco Raymundo de Queiroz, que
morreu em 3 d'agosto de 1617.
d.<>— Manuel Camello de Figueirôa, que mor-
reu a 27 de novembro de 1631*.
L^^WmaiA Mendes, qoe momu a 13 de
mato: de 4657.
8.*««-^Pi9dro Dias Roqn^ que parodiiqa só
doir aoBos, porque se foi, tenda trocado
o beneficio oon o seguiotà -^
6.*-^ Sebastião Luiâo Fontoura, que mor-
rra em 21 de novembro de 1689.
7:*-^^niardo Torres da Silva, que tomou
"^ posse dl egr^a no i.* d*agosto de 1690.
Não se sabe quando .raerreu.
8.*— João de Souza e Menezes, tomou poete
d» egr^a em 2 de fevereiro de 1700, e fal*
leeeu em 24 de janeiro de 1949. -^ Era o
fidalgo das Cavadas.
9.*— Amaro Manuelda âouza^ tomou posse
da egrejâ em 24 de novembro de 1752, e
monren em 5 de janeiro de 1797, tendo
. renunciado no sobrinho, p. Bfanuel da Ma->
dre de Deus de Souza B4rl>osa, em 1788.
.las na .oapelia-mór da egreja, com íáma
< de santo.
10.«^D. Manuel da Madre de Deus de Sou*
za Barbosa, frade cruaio e conventual, pri*
meiro em Mafra, e por ultimo «m GrQó;
tomou posse da egreja em virtude da re«
DUncía do tio (o prior antecedente), em
19 de fevereiro de 1789, e morreu em 10
de julho de 1812.
ll.^---Manuel Bernardo Ribeiro de Brito, «!•*
firade loyo, tomou posse da egreja em 12
de setembro de 1813.-* Residiu até 1830,
• em que, obtendo breve de non residenâOp
foi*se embora para o Porto, d'onde era na-
tural, deixando na egreja por encommen-
dado o padre Josó Marques dos Santos,
do logar de Mouquim, freguesia de Valle
' maior, que esteve na egreja até junho de
1834, como encommendado, e tomou a
ser parocho depois do seguinte.
12.*-^ António de Mattos, d'ao pé de S. Pe-
d|io do Sul ; foi despachado prior d'edU
egreja, por decreto de 13 de dezembro da
1841, collando-se em Aveiro, em 7 de já»
%o' de 1843, vdo tomar posse da egreja
em 12 d'outubro de 1844.— Mas não resi-
diu nem parochiou, porque se foi logo em«
hora, e morreu poueo depois.
13.'^^José Marques dos Saittoe, tomou pos-
se da egreja em 10 de fevereiro de 1848,
e morreu a 7 de maio de 1863. ^ Veio
Qur.
transfeniâD át epr^a de Reveles, bvipafio
da Coimbra; onde era parooho coUado. :
íL*^ o sr^ José Pbrein^LeiâQ,' natural de
, Vi]larínho do Bairro, na Bairradai qxm é
. aqui o pnor actoaL Tomou pom da egoe-
4» em dia da S. Yioenie,.que é o pAdreei*
ro, a 22 de janeiro de 1865, e vae-se des:
en^ienbacdo muitQlHm dos seus deveres,
com zello. constante e actividadA: admtrat
vel: curando elle só^i á jalta de aacerdo^-
tes que o coadjuvem, a freguezia, que hce
je é tao populosa, como dispersa. . .
£' a freguezia da.praoea: . . >
i.«-rO centro e a sede do estab^acimen-
to mineiris do Palbal e Garvaibal,<iae é um
dos maibres do reino^ denào o xnaior*
â.<f— Tem uma fabrica de .sábio no logaor
daJIscQsa.
3.<>~Tem uma feira mensal a 22 de ca^ka.
mez, no logar da Espinteira. A
4«V^A «greja matrk, que ó um grande,
lindo e magestoso templo, íiea D'nma. emi'»
uencia, e com bellae e largas vistas, para o
mar.
E'id*uma só uave com cinco altares. Foi
edificada em 1693 e 1694. Tem a torre ao
cimo por detraz da capeíia-mór, qu^.é toda
de abobada.
E' tradição que os sinos, antes de se fa-
zer a torre, estiveram por alguns annos^
pendurados n'um grjande carvão, que ha-
via ao fundo do a^o, defronte da porta priu«
cipal da egreja, o qual se ficou chamando
sempre o carvalho do sino.
Era uma arvore gigante e.um respeitável
monumento da antiguidade.
Tanto bastou para elle não podeit re«
sistir aos golpes do moderno machado
devastador, que ha annos o derrubou, exul-
tando ainda' em cima com a sua obra de
destruição.
5.<'-rA freguesia tem doze eapellas, dis-
persas por toda eUa, sendo seia publicas,, e
outras seis particular^, modernamente edi-
ficadas.
As publicas ^o a de Santa Luzia, qae é
antiquissiota, no. logar de Grisléllo-^a de
SanfAnna, no de SoutéUo — a da Senhora
áíB Dores, e a da Senhora da Alegria, Gn
Albergar U a. Nova-^a de. S. Marcpi^ &a.
VOLUME VI
QOT.
^a
logarde Rrafléitosse a de^SuAilião^ ap do
Outeiro, a pMie» distancia 0fttqg«eja«. -
^*estas as • tf es: ée. £^it'Anna^ ^Senhora
das Dorei^e.£eiiií9rai4a Ategría^ paAâesíliMBii
nwilo |^0lai<iniraMê, francesa de! áS^iMir
qaeas tPépaifao viraia do FKMrto^.oAdeii^*
traram a SÃ 4e.nan(o^ açamparaai posAl^^.
bcrgaria a fkxm até àsutéUo, e per ahi estí-
, veram até maio legniÉUB;
! A» oapelbft panUeularts, pertencealM aea»
donas que as ftuidaram,!€Ídiflearamieidata«^
rapi» sâo a da Senhora ido-. Bom Succeascv na
logar das Laginhas; a da Senhora, dai Fe*
bre^ em âsauei; a 4o Caraça de Maria, nã
Estrada; a.do Senhor doç AfOiotos, na.Ba*
onza; á da: Senhaca das Doines^ á Ccnz do
Zangarinhal, ao poente e a. pouca distancia
da egreja; e- enfim uma ontia, ainda ena
oanstrucçâo, no lagiar âa Barroei^ tambim
pah)iimo.da.e9*^jaw t ••.
Quanto à de S. Julião, diz-se que ella.ail*
tii^amente esdvera ptimeiro no alto )da. ser-
ra praxiosa,. que corre pelo naseenle,.eha*
mada. per isso como aináa hoje^ó, a serra»
eu. o manto de.& Julifio, mas que peb an»
dar do tempo,. a-saniOy.fui^ndo de DOât% dft
sua capella lá do adto^ apparecla demanhaa
sobre um castanheiro, na fs^Ldada^meema
serra, do lado do poente, junto ao^ iogar
do Outeífo, e por mais veies ;que:ó levas-
sem lá para cima, sempre teimava a Já^
gi», para cima -da meama .arvorsi Aaa^
do assim a aaber que. queria- residir. pao
alli.:<}ae por isso se lhe edificara a noiKaaay
pella, (}UB lambem ó muito antiga,. no sítki
oade hoje está; sendo demolida a outra 4a
coroa do nMnHe, ond» até ha poUco ae yttni
vestfgios das suaq rainjas.^
Tal óa^ lenda, ou trádiçio. .
6.**^Nosprincipto8 db século passado, hou-
ve n'estair8gnezta: lum .ho^icio • do iradas
pregadores (denunico^ :eatabeleddo na qntftt
ta das Cttvadas» ao sul, e a pouca distancia
daegceja, pelo prior. Joae^ 4e Sotisaie He-
neaeiy que > parocàiou laqui . desde 2 .to
fevereiro de i7âQ. atói l\ de janeiro to
1Z491 '.-,'.•.: .1 ^ .
Trouxe 4)1 Irsdes para aqueUasuaquifití^
aonde reaídla, .ooip o ftn d'ettea o coadjuva^
rem no ministeda palrocblaL Eorápoi l^aant
23
354
ODT
dos poaeos lanos teve da òt ddipedlr, por
eUes tão eorresponderem ao sea fioL
O mesmo prior, Tulgarmento eenliecído
pel&fidaílgQ das Cavadas» por mu morte dei-
xou a qulQta «om o hospício a um sobrínboi
o qnat a vendeu â Misericórdia de Lisboa,
e esta a alòixia depois a uma familia do lo»
gar do Soutos visíoba da mesma quinta, en-
joa successores ainda boje a possuem como
enphiteutas, pagando o respeetivo foro à Mi-
sericórdia, como senhoria útil, pois o senho-
rio directo era outr 'ora o marquez d'AngeJa.
O hospício tinha um dormitório com umas
dezoito celtas e uma capelia, e todas as mais
offieinas d'um pequeno convento.
A quinta era arruada, e ajar^nada, com
fontes, tanques, latadas, passeios de recreio,
aodi>resaindo s tudo a fonte de S. ioao.
Jbm o primor da freguesia, porque abun-
dava em bellezas e mimos da natureza e da
arte.
Mas hoje nada absolutamente resta, nem
do edifieio do hospício, que todo cahiu
derribado ás mãos do tempo, e do camar*
tello destruidor, sendo vendidos os mate*
riaes; nem das antigas bellezas da quinta,
^escacha hoje reduzida á um miserável
liredio rústico, e até qmasi abandonada da
CMltwa.
7.«^Na esf^anada do alto da referida ser-
ra de S. Julião, que é eletadissima, e se pro-
longa quatro a cinco kllometros ae Este da
fregueiia, em ihiha nortesul, ha ainda boje
vestígios de uma atalaya, ou forte intrinchei-
lamento, em toda a circomferencia do plaí-
M, na extensão d'uns trezentos metros de
comprido, de norte a sul, e cento e vinte de
largo, divizande-se ainda parte da valia, ou
cava exterior, e da linha do parapeito em
ioda a valia, e do lado do nascente por de-
trás da serra uma sabida e estrada larga
pela encosta do monte abaixo, Qom muros
ou cortinas lateraes de pedra e terraço.
E' tradição velha que os mouros tiv«ram
alli um forte, como centro em correspon-
dência ao da Feira ao norte, e ao do Vouga
ao sul, ficando este ponto da serra de S.
Julião sobranceiro, e a pouca distancia da
estrada mourisca, que ia pela pláaicte pro-
sima do poente, do sul ao norte.
OUT
Esta tradição se avireu ha cousa do
trinta annos, pelo apparechnento n'uma es-
cavação, n*aquelle sitia, de uma grande pe-^
ça de feno, ]à muito carcomida da ferrugem,
com um buraco no centro, inculcando ser
de roda de machina de trituração ou moa-
gem.
As escamas que cabiam do ferro, cortadas
profundamente da ferrugem, indicavam que
ellá estava alli enterrada ha centenares do
annos»
A humidade da terra e a acção do tempo
a tinham reduzido a um moro esqueleto.
8.«— No primeiro terço d*este sectilo, vi-
veram e morreram n*e8ta freguezivem uma
saa quinta, sita abaixo do logar das Lagi-
nhas, dois irmãos solteiros, José Pedro Fer«
reira da Cunha, e Francisco Ferreira da Cu*
nha.
Eram filhos d'um antigo sargento mór ák
comarca d*Aveiro, pessoa de grande vulto e
representação no seu tempo.
Ambos elles eram pessoas de bem e mxá
destinctas pela 8ua nobreza e qualidades» .
José Pedro, que era o mais velho, tinha o
foro de moço-fidalgo da casa real.
Por carência de meios e de recursos, vi*
veram e morreram pobres, e nos braços da
caridade, estes dois notáveis anciãos, bem
dignos de melhor sorte.
José Pedro morreu a 29 de agosto de 1832,.
e Francisco Ferreira a 30 de outubro de
1833.
Por sua morte, foram demolidas as casas
da sua vivenda, e os materíaes vendidos.
A quinta foi e está reduzida a um matto
e pinhal, ermo e medonho.
Apenas ao longo do caminho publico, do
lado do nascente da quinta, restam umaa
poucas de oliveiras, vivendo à parceria com
os pinheiros, os quaes attestam a quem pas-
sa, que o terreno fora outr*ora cultivado, e
porventura que alli morara alguém.
A nova capelia particular (a 6.*) que dls«
se andava a construir-se no logar da Barro-
ca, é dedicada ao Coração de Jesus.
No sitio do Chãozinho, junto ao logar de
JVir(ryOi e ao pé do caminho publico, ha uma
oin?
OUT
355
nasceiíte d'agiu férrea, oltímamente desco-
bertí. Atada não foi, nen será tão cedo,
eempetentemente analysada; mas» no pare-
e(nr d*tolgans faealuulvos d'este$ arredores,
é boa, é se 1^0 superior, egaal em (jpialida*
de^ á d*ama outra fonte já antiga e mui acre-
ditada, que ha na próxima fregaeiia de M«
mares, no sitio de Beiro, limites do logar de
Tillarinho de S. Laiz, a distancia de 4 kilo-
metros, pouco mais ou menos^ para o lado
do nordeste.
Sobre e muro da porta do cemitério dos
ossos, ao cimo do adro da egreja d'e8ta fire*
guezia, junto á torre, existem levantadas três
lapides de íouza preta, com as seguintes le-
gendas em letras mayuscnlas douradas.
Na do meio, que está sobre a porta da en-
trada do cemitério, virada para o adro^ lé*
se -«- ASPICB YUTOR.
E nas outras duas véem-se quatro quar-
tetos ou quadras. Os da lapide da direita,
que fica á esquerda do observador, sao es-
tes:
Da morte o fatal estrago vinde vér,
Tinde do mundo o nada examinar;
É aqui onde se aprende a bem viver,
£ aqui aonde tudo vem parar.
A vida é vento que foge a correr,
Horre-se a viver, e morre-se ao nascer;
Nada no mundo misero tem dura,
Cahe-se do berço aqui na sepultura.
E os da esquerda (direita do leitor) sao
esfoutros:
Viventes, como vós, fomos outr'ora;
Estamos aqui hórridas caveiras.
Em breve sereis, como nós agora,
D*humanidade cinzas derradeiras.
Eis do mundo o quadro deshumano,
Das vaidades serio desengano:
Tudo na terra é pura vaidade,
£ só é permanente a Eternidade.
OUTEIRO— sitio na cidade de Lisboa, an-
tigamente assim chamado, pela sua elevada
posição. O largo de Santa Marinha, a rua e
travessa do mesmo nome, a rua de S. Vicen-
te, a rua da Oliveira, a calçada da Graça, as
Monicas; as Bscolas-Geraes, acalçadinba do
Tijolo, etc, ocenpam agora o logar a que an-
tigamente se chamava Outeiro. (Vol. 4.o, pag.
til, col. I.«)
Onde hoje se vé o largo de Santa Mari-
nha^ existiu a egreja matriz da mesma in-
vocação, vulgarmente chamada Santa Ma*
rinha do Outeiro. Esta parochia está hoje
unida á de Santo André.
A egreja de Santa Marinha, era uma das
mais antigas de Lisboa. Quando os portu-
gueses tomaram esta cidade, em ái47, era
uma mesquita mourisca. Foi logo purifica-
da, benzida, e convertida em egreja chria-
tan, sob a invocação de Santa Marinha; mas
conservou por mais de cinco séculos a sua
architectura, sem alteração. Era um templo
escuro, baixo, com a sua arcaria muito aba-
tida; finalmente, imprópria de uma capital.
Pelos annos de 1660, foi nomeado prior
d'esta freguezia, o doutor Sebastião Diniz
Velho (que depois foi inquisidor da mesa
grande), o qual, com o seu zelo e sollicitude,
e mesmo concorrendo com bastantes despe-
zas, reedificou este templo, que ficou sendo
um dos mais formosos de Lisboa. Teve que
ser demolida a antiga egreja, construindo-se
de novo as paredes, e fázendo-se uma nova
capella-mór, com um elegante arco, e toda
fechada de abobada, e uma óptima sachris-
tia.
Sobre a porta principal tinha a seguinte
inscripção:
NO ANNO DE 1322 * FOT CONSAGRADA
S8TA BGRBJA, AOS 12 DK DEZEMBRO.
0 desembargador João Cabral de Barros,
fez à sua custa a capella-mór, ou, pelo me-
nos^ concorreu por muito para esta obra»
pois foi feito seu padroeiro.
Tinha mais três capellas— A de Nossa Se*
nhora da Boa Nova, fundada por frei João
Brandão Pereira, bailio de l>togroponto e
oommendador das commendas de Oliveira
do Hospital, e Aguas-Santas. (na Maia), da
ordem de Malta.
1 (de Jesus Christo.)
356
OUT
Foi aqui sepultado. em um magaffiee mau*
soleu, susteniado por doifi elefantes^ dentro
d*um arco, que ficava frooteiro aporta priíl*
cipal. Este padroado paesoa deppis para OB
senhores de Panças.
 de Nossa Senhora da ConeeíçclOy feita
pelo povo da parochia. ^
A de Nassa Ssnhora da Natividade. Esta*
va junto ao coro, e era a.iiiaiii autiga das
três. Era annexa ao pfiorado da egreja^ e
era a que o tornava am dos bofts deXi$boa«
pois, só a capella rendia IQO&QOO réh, o que
ifaquelle tempo era impoitaotissimo..
O primeiro prior d*esta frsguezia, foi João
Ennes Salgado, sâgundo se via dainseripçao
gravada no seu tumulo, que dizia:
AQUI JAZEU os ossos DE JANEBPTES SALOADO^
PRIMEYRO ADMINISTRADOR QUE T&VS
ESTA CAPELLA, INSTrtUIDA POR PEDRO SALGA-
DO, NA ERA DB 1341. (4303 de h-c.)
3HE£0UR£IE0*HÓ& QUE FOY DBLBBI DOM DINIZ,
A QUAL HE UNIDA AO PADROAjD^ DOESTA*
EGREJA. AQUI POSTOS, NO ANNO
DB 1625.
I
I '
Este priorado rendia então, iQais da oito^
centos mil réis. Tinha cinco beneficiados, ca*
da um com 100^000. róis.
OUTEIRO— Vide Parada do Outeiro.
OUTEIRO (S. Migi^fíl do)^villa, Beíra-Âl-
ta, comarca e concelho deíTondeila, ete^
Esta viila já fica' dcecripta, no fim da 2.^
col. de pag. %i8 ena L* da 219 do S.^" vo-
lume; mas, como depois d*ísso teve logar o
íAilecimento de um verdfideiro homem de
bem, dou aqui a noticia de quem éra,
No jornal catholico, a «Atalaia,» que se
publica em Viseu, e no seu numero 81, de
18 de agosto de 1875, se lé o seguinte:
Fa//ec/m6nío.~-Na manhan do dia 10, do
corrente noorrçu» na -quinta de. Car,valUiço3^
freguezia de S. Miguel d^Ooteiro,. o ex."**
sr. António da Costa Bríiijdào.e^ Brito., . .^
Era um cavallieiro digno a todos QS.fes-
peitos.
A legitimidade perdeu um aoldado dedi^
cado, que soube ser sempre fiel á soaibkuoh
deira.
Sentimos o passamento do bomeiQ» Q^/e
tão prestante foi á sociedade, e associamos*
nos á dôr dos seus.
OUT
--Na manhan do mesmoidia finou^se tain-
bem, em Viaea, a et.r* )r/ D. Maria èUr^
do de Mesquita e Veiga Castello Braneo» tia
doa ex'."^" srs. áté FredârJco de Abrsa jG^ii*
Viéft e J^s4 Bernardino ide.Abr^ Gouvéa»-
Em onJ" 140€^ do Mmai da NmUf eor*
nsf oêdente ao dia i& dd^agpstf^ 4e 1^76^ ^
vô o netrcAogio.Ao cavalheiro foiLeoido^ «a*
cripio peAo nosaamavioio poeta >e distiaeta
escriptor, o sr« Thomaz filbeiro» -«r^ fi q aa-
guinte: . . í
«Morreu na sua casa de Carvalhiços, na
Beira* Alta» o sru Anio^iOida Goata Brauigo
e Alhuquer(|U9 de. BritO; e Mesquita CasteUo
Branco, vic^ma da uma lesão do tMMraçâo.
«Na Eoiie-die doiBiQgo^.l5 d'e8tejn64 ex^
balava este cavalheiro o ultimo* alento» noa
braços de apa extremosa (amilia»< que! ficará»
para longo tempo, ineonsolavelt oomo todbM
os seus amigos e visinbos e ifuantoa eraaa
sabedores das auas singulares virtodes.:;
«Contatva 65 annos incomplotoí^ pois jiaa*
cera em, dezembro defiSlO. Aa^ tradições da
sua familia levaram-no para o campo o^M*
lutistOy como a quasi todas as famílias prin*
cipaes de ao pé da, serra da Estrella, e por
esta causa, era eml8J2, id^edàde: de. 21 an-
nos, coixmel de voluotarioe realistas de Ar-
ganil. Foi sempre «onsidarailo como; Yaka-
te e brioso ofQcial, recebendo vanos feri-
mentos durante.a campanha. -
«Na celebre acção do dia de S. Migael, fle-
veu a vida a ter de ieVautar-se noa astríbos
para melhor vôr o que se paatova na dua
frente, porque n*esse momento uma bala lho
atravessava uma daâ pema^-e deixava ;na
assento do selim o traço da sua passagem»
entrando-lhe na outra perna, onde ficou.
«O que principalmente caracterisiva o éea
valor, era um admirarei saingue^frioiíasCc-
casioes mais apertadas.— Na véspera de nina
acção em que tinha de entrar, coBtavJúóaT os
oíUciaes que serviam com elle ou às suas
ordens, quando todos,, pensando 'na't)os8l)i-
lidade da morte, esci^evia» ás buas fâmittas
sentidas expressões d^ affecto e de saádaidey
elle, o coronel imlerbe^ escarnecendo Aos
perigos, encostaVa a cabeça loira' «iatii^ uma
.pedra do acampamento; pouea depois vi-»
I nham sorrisos a phrases entrecortadas {nto**
N
0111»
^ ib»iiMíieeiip«dó& eámttmte; qae aaies-
dUi«Aaiin^'piafeiAi ^ o «binam 4usor*
«fira oiofBDaoroae) wm geMiliCavalMiOv
Bffelie teoatiia cpie, torreAdoiatváa a firi<
da^ '«ei-miryiira^d^icaitaUD e i^anhava to
ckã»ti»l0iM^qa<»alU'«fiUyd8Wi .
' tKaí Afli8Íeeii*a*oomiiiaiidoa mqa i^rlfidi, i
«fquaadi» na retirada teM^-oiii «nf o Â^^gsti
na Atalaya, esteve em risco át^mn apvisioBai'
to j^Vcn troço dilaioeirps, dir qoe sé li-
1f%alKm4esUr«Ea,'?iéto que a<laeiaera.Hi«-
possivel. Segaia para Ehrora-Monte, a cuja ca-
pitula^ asaÍ9tiu/^pMaaVa«se.d6 ter aiedm-
pttikida-o aeu rei atá Sines, o de, já»iK)rào,
lhe ter beijado a mão pela ultima vez. .
«NáQiyniBi quBpjríu mais toâraiacãdQte
oa;MQi do^etes ée lealdade, «oiiigtieaí idsr
pois daíi|randè'cataalrDplie^ se reeoUtea maia
nobníMttoaresigQaéo ao^aiáo da soa íalni-
«Todús-sabeDKqoè ódios fioaitun aiada do^
pots^de iSaVnaofaldaa^a samilaEstnBàia;
todos oonhecomia fonga* sois d0'erwM8, do
pop«O0Bif3ès, 40 :viDf;aBçb9 Oi Tspreealoo,
qao aãcr soi «se já hoi% se^podcm oonstderar
de todo extinctas; pois o morgado de Olmi-
línha (of MOi]ire pesp^tádo o^u) qnofmaAs é,
>OBtlaM(lo por toàig os conetimdinnW. Qbe
BMttior iprowa tfaistnbprobidado,. da snaeor-
■Minia »4q boadaâo^fl'aqMlle^«on4i%om
que nunca se albergou um ódio nem Jitoidtt-
«sjo^dotpenegfitfao' o«'dè víDgànçat NaJsua
easa^ qh dosnmíi agnuUnrefò^oçairoB do 10-
«niio 4b ioda aptovinelâ^^niiâca dialinglim
TfMààÉciék^ oòm qpantq nKprrftâé* mantetícb
klleinil arió «tn^quo steprearivéra apekk qnal
dentkmòatsangtia-H^-SoBhôt âS':difEstrentes
morgados, seus irmãos, emquanto prarin-
ÍVM 4tíi floasi mendils^ /uve^adi oemprarem
BaíoF istenkbooia do que elle;< quo todo
aolHorapoacopara dhoa proitlowr 9 Mia
odoeaçio o pant oi yér felíces, finindp d*el-
kt^a soa gloria e a sua maior ventn». Abeií-
joou^lteDouB os esforços^ eros seus. estr^
Aoeldoftjrmaoalttbinmi dignas 4'6lte.i í
•CàsoviMníiá» «Kiv* ari* iD..ABaft((:jaaÍDSD
^ Lotirefro< fiasiollo .Bnnoa^ da illnttro fa-
aiilla do-lJO«nirQ,%»ácbando na osptisi^.aB
Tirtudes do^qna ilm:dlgno, d'eUa bnufe dois
ODT
867
ttliosi qnelio)e herdam, com ò seu nome e
a soa avultada riquesa, o encargo do conti*
nuarem, sem desmeredosenlo, as gloriúsu
e honrádiU IradiçOes da sna fanriliiai; e €os
próo e do encargo, as tenho por mnito di^
«Era o illustre fiaado fidalgo da caoa real,
oommeDdador do Christo e da Goocelçíà, e
ooiidotoraâò- oom vários hábitos e mtedaibof
dõ:dl|tlneç2o^poFaoçÕes de valor e lealdade.
* «Era adota de tudo um dos melhores 00*
rações que eu tenho oonhacido. '
• • <lá' no periodoUberal poderia' ter aeocí-
lado tàiolos o distincçSes nobiliárias que por
vecés lhe' foram offerecídas; qéiz morrer com
o seu nome, visto que guardava immaenla-
da:m soa ík Nao orai desdém pelas toaras
que ttiBoffomQiaiii leaknoole os adversários^
era pudor pelas snas oloatrizes e pela des-
tenCUra doa soda camaradas; que eile era
tolerantíssimo em politica, e estava aempre
prompto a aiudar os liberaesinos eous esfor-
ços admioistrativos.
4 Aqui offeraço a toda a^ua ilkistro íami-
iiatraágiMi ^jninha proAioda saudade.
itLvboa, i64'agosco dô 1875.
tThomaz Ribmro,^
OQTKIRO-^ík^guesla, Minho^ comacca de
-GtloripDde Basto, conedho de Cabeiseiras de
aaitov a^ kilometros ao KJ&t de Braga, 370
aq<]l.doLia)x)a, . i
^ Xeot (UO ilQf os.
Em 1757 tinha 148 fofpos* .
' Alroebjapaslo o districto admínistraitivo de
.-Bcaga.
Os collegloa do S« Bento o de & Jirooy-
mo, il^ Goisabriv apresentavam alternativa-
mente o vigário, perpetuo, que tinha 1001000
dréis do ireidimento' ananaL
£* terra ferlili Muiêo gado o eifa.
; ' OQTSIRO-^Nas foraes: dados por el-rel D.
Manual» onoontra-se fcom íkreqoencia o ter-
nmèB^/a2^^ot((^^o^9(Uttea-^/a;zMryiioii-
Nos conventos de freifas^ qi^nde se hf-
tia éki^o da .abadossa> havia grande festa
no mosteiro, que durava alguns dias.
fiamavanitse fèsM do* MêdeuaáB.
Durante «atas íestas, havia todas as búê-
tes oti/nro— isto è— os mais famosos pool»
358
OUT
OUV
repmUmtoit hiun pari^aHíf80iUr.«s soas
poesias» glowndo os mêtêí <qiie ibes dâTam
as-íreiras oa secoiâres.
notemos porém que muitos â^eUethaTiam
reeebido os motes muitos diasaales» de eomr
bínação com quem lhos havia de dar em
certa Boite.
Nem údtavam podoi^ que nem eram ca-
pases de engendnur ama quadra; mas.qae
recebiam os motes com maíMk anteeipaçao^
pediam a quem lhos glosasse, deeeraTUii-os
e lá os hiam exbibir eomo seus* . ,*
Os outiircs de maior nomeada em Putvtu*
gal, eram os de OdivellaSf e alli afiloiam os
versejadores de mais fama, tanto de Lisboa»
como das provineiaf .
OUTEIRO— villa, Traz-os^MofiCes^ conce-
lho» comarca, distrkto«administtaitiv(i^ bis-
pado e i6 kilometros de Bragança, 33 kilo*
metros ao KO. de Miranda, 470 ao N. de
Lisboa.
Tem 160 fogos.
Em 1757 tinha 90 fogos*
Orago, Nessa Senhora da Assamp^v
O cabido da Sé de Bragança^ apresentava
o cora, que tinha %tOOÚ wéà» de eongrtia e
o pé de altar.
Tem annexa a antiga finsgneiia de Pcfra-
dinka do Outeiro^ qae tinha em 1757, 81>ío-
gos^vindo portanto a ter entio estas daas
freguezias, 171 fogos; pelo qne se^véqoe
tem havido decrescimentodapopnldcao d*es-
tas duas paroehias.
O orago de Paradinha^ era S. Ifii;ii6i, ar-
chanjo, e o cora era da apresentação de oih
beneâeiado da Sé de Bragança.
Tinha (o cnra) 81800 réis ide congroa^e
o pé de altar*
Era am antigo concelho^ cem IrSOO fogos
qne foi sapprímido ees i853. .
D. Manuel lhe den foral em Liiboa,'a 11
de novembro de I5U. (L* ée fotaéi 4umég
áê Traz-çè-UMles^ fL 4i, eoL %,^ teve
também para Quintanilha e Veigas, duaiff6-
gnedas boje annexai.
No láral se lhe dá o nome de (Mèiro de
Mirandãé
O nome doesta viUa Ihe^proiémidáaaa'
posiçio^ pois está situada no- aitoúe um
«mte.
Cemorf UMuiaide^ Nowa 8«h«Qa^di tá^
beira, jm Dr^mezia^de &. Tbamá de Quinta*
nilha, se prende com ia d*eatAivUle» tratami
aqni d'esta. .oBtr'oii finMMt capeila.
. .Na planieie> ao;sopé di^ villa, está j^.iter
gnezia de Quintanilha, junto. de nma ribefr
ra, que pouco abaixo se mette m» rio de
Jisfõni, que nascendo em flespanha, divi-
de por algumas kgnaa^ a raia^ entie est*
reino e o nessik
BnM na esquerda. do Saber, fuasi tm
intúB das falhas. (VoL 5>% pag. ^ «ei.
Próximo da ribeira está a capeUa de iVoi*
sa Senhora, por isso denominada da A»»
beira.
&' um templo vasto, e que aatígamenta
era prodigiosamente concorrido pol? peregri*
nos e romeiros^ em qnasi todo.o anno.-
Diz a lenda, que a iflMgem daflaalissima
Virgem appareceu a uma pastorinha muda
de nascimento, e que desde entao^ ficou lál*
laudo claramente, puia aununeiar. esteap»
parecimento aoe povoa d'eetes.'.BÍtios;.na
qnaes ep vista d*e8te milagre tmlanuor lu»
go de construir uma ermidinhaá santa ima-
genu'
A íáma dos milagres attribnidos à &►
nhora^attrahiu lego muitos det)oles> que
as suas offertas cottcorntam para que o i
ploslnho se fsefo :pouco a; pouca iaàN>
nàndo. i
Náo se sabe a data do apparecimelito da
imagem da padroeiraã suppõeHmqne foi no
reinado de .D. Allonéo ilj, entre osasmen
'iS50 o .1170; porque quaóido IKMmm
desposou com a rainha. Santa isabel (fa-
lho de itM) Já taisiia esta ermida .havia
aanos^
Santa Isabel, quando vein para Portugal»
entrou por estas terças^ e tlMgaBdo^ á im-
pelia^ viuallium gnttideiCQiQenrBo.dagonte^
é perguntando a causa d*este ajuntamento»
Iheidissetam que nao havia. muitos-annen
que n'este mesmo iogar tinha apparecido
uma imagem de Nossa Senhora, venerada de
todss^.pelas muitas maraviibisquo cÉrava.
^ ApaoaHsalogoa.saliUiminb%nentrGlEidllt
«ip^a a teer orUçaoá.paâieeisa^ 3 coito*
car-se. debaixo do eeu
OUT
MMçoMHse Unto à divina fomosiiit da
imagem, que logo decidia mandar -IIm faiar
mii tfimpl0 waís wp\Oi ^tom eayfdiade
paraiagrafide mmera de romeiros qn^ af*
fltdaai aqui n'eaaBs lempoi* Chegando a l^ii-
boâ eommanicon ao rei a sna teoçao. •
D. Diniz, que também tinha resolTido edi-
ficar nm castelio no monte sobranceiro, pe«
la sna forte posição, ^ por ficar naeilremi-
dade do^ seus domínios, annnia aos dese-
jos de sna esposa, e mandou logo constmir
a lortaleia, e ampliar a capella, qqe ainda é
a actual.
Fbi assim qne tOTO principio a villa do
Ottteiro.
Santa Isabel designou algumas rendas pa-
ra a Mríea doesta egreja.
Foram un0 foroá quo em tarios Jogares
da villa do Outeiro, se pags/vam á torta, -e
depois se fitaram pagando ao cabido Aa Sé
de Mirands,t|ne atainislraTa esta capella.
Eitas rendas Unham sido primeirameite
4os' frades benedictinos de Coêtro ie Ao^-
UxMy supprimido em 1548, por D. loSo III,
(vol. t.*, pag. ÍOÍ.) i -
Bm IMO, com anctorisaçÂde*]). Affon-
soH, haviam os monges ifõcadoesla abba-'
dia, pelas terras chamadas doOuteiro, onde
depois se edificou a villa i*este nomé^ noirei-
nado de D. Dtnic.
Bepob passaram aatendaa a perlsneer/li
uma comuiHida da or€em deCbiJsKi.
Mais tarde D. Jo9o III, e sen 1rmio,6 ear-
deal (depois rei) D. flenHqtte^ que %ra então
arcebispo de Braga, largaram «btaa tem^
com todoa oè direltes quenteHas Unhnm, pa-
f» ae agregarem à âiésa^episaopál e eapitu*
faur de Miraada; em enjoa bens é rendas soo*
cedeu o cabido; por lb'os haver applic»le'0
papa Paulo Hf, quuido se creeit a caihedral
4e Mirandat tirando-os áeiipaila da Vlbei-
f«, sua leglthna possuidora poréóaçio regia
del>.*Dínii,'eauamuth«r«:. ^.^
Este templo é um dos melhores do bispa-
^, e "ias madbres egrejas Ttvaes do reino
que nào s3o matrizes da Iregottiai ' -
' Deoomina^ise umbem a padroeira Mlf^a
Senhcra áoi ^tvsvrvs; « é^no dia di fèsla
d'esta Senhora que alli se faz a festa a Nos*
sa Senhora da Ribeira.
OHT
359
Weimesmo-diada feela,rne teia aqpi uma
grandfi>feira aanuil, iqne era iMita eoacer-
ridav por portugueses e eaftelhanea.
T Teve uma irmandade^ confirmada por boi*
la pontificia, com jubileu. • <
Snto^va sempre na eleição ' «mnal 4e«
movdomos^ um castelbanow
' llevn por aignni século^ om eremiiio» ee«
clesiastico, da apresentação do bispo de Mi»
randa (hoje de B'^gança.) > >
0 clima d'eslaTÂlla émuilefrio^maa-iau*
davei, e o seu território muito fertiUmaa
apezar d*isto, apovoaçio^eslámuitadeca^
dente, ^ seua prédios em grande parus arrui*
nades*.
A suppressao do seu eenedbOi tirou-Um
muita impoctaaciaii'
Em 8 de maiede 1866^ k\ Mie vlaconde
doOnteto» o srieronyme Tr^eiroi de Ara-
Trigueiros é um appellide nobre em Pet*^
tttgal»^ precedente 4e Haspanha» tomade da
villa de íTrigiieiras». ne condado 4eJNieUa
(AndahiKia«>
Passnn a esle reine^ na pessea de Anionio
TrtgneiíoSy tsinehante da rainha h^ liaria»
segnnda. mulher de rei: D. Maanel; t e eaie
deu a TrignefiNMi e a nsos filhoai o1l5ro da
fldatgo da saf% eaaa^ • ^
]>*esla varonia^ foi Mamiél Triguairof da
Gastelln»Btfance^ anahor de naorgadeda Qot^
•mtéiWk lerme de Leida. [ ,
1 D. líannél cii^ôu em primeira^ Intípcias,
êom a filha Ésais vélba dos íeis eattielicos»
Fernande-e laaMi
Em segund^rnnpciaSft com D. Ifaiia, fi*
lha seguida áòs mesmos reis; e em tercei*
ras; com D. Leonor, filha dê Philippe % de
Gastelia. '
fio ifca^Mienle, «eve D. Miguel^ qne foi
jnmdf) Drinct|i|e berdeíro de Gasiel^a, e.|i|H^-
reu no berço.
Do 2.% D. João, depois 3.«; D. Isabel, Âitf*
Iher do imperador Caríos V; Di Brties; «cé-
lebre Matbiide detfiabeya (per easiar epm o
dnfjue .â'este senhorio); D, LaÍLjlq,qua de
Beja (pae do rei D. Manuel); .ijLFernandq^
duoue da Guarda; D. Affonso é D. Henrique»
eãrdeaes (cite rei); D. línane, dnqile defiui*
marães; D. Maria e D. Antónia» qnainon^
/Dò T*"mátnmqni9, teve.íl). CarW oue
morreu tabnitio; é D. ataríà, senhora de Vi*
seu e Torres ¥0tea;
/^
im
ittíí
]^ verde; <iíicéiespr0as<i«^lktCo»^ cniro^em
aspa— imAi^, b^lfossftTD <8kÉ«iã(lo"f»^aMifl>,
àc' mi 'lidri/i^AMâ umaf osfiga d» oarè no
(^omvniO ^«h^ègUMiaí; ^ Wnho, eOÉedho,
comarca e distrato MÊ5k»iitrati90 de-Viaii-
ísk^^ W&ítmkw «0'<h dn BMtgi, tM fito N.
dilftslMftl^ ^'^> "' * •'•' ' *•' . ' • >'
Tem íiO fogoíi ■ •'«'*. í •
' Ora^, 'Si MMniDlM)» triqpkk •
Areeb}spa#lile^ Braga* '
^f Hé 'Mfta^>liei»dU3tliiáè ^0 Viantta, as-
sentavam o vigário collado,qQe tinha i;IO#i0O!
rtift do rendifiMia '
£' terra ferlii. Cria nMllt»*gado. '
• TUaliaviâò prímeMiftlnt^ablMdla^-
' tJfirf de» íAfbacles, denekcftegr^aridtaès
fíreiraj, em sna vida, d'elie, por ama batta
i(riè liDPpeinftràttf dá Otrii. : - > ;
' ' fbr fálIeeiMedMiAo^ábbad^ eHtt obilv«-
tám^mía B«l« bQll«; pela' ^xê\ inodieanam
vigário; porém morto este, sênívaeiesâor.
>4Ctl2'^stkpa esta'dX)a^,^rétiiiefeM(ra'llo-|
fiia( 4 iftegiindov eòm àverdadl», qnt a doá-
^0 «ór gé )^dtà áÉtoiúe^i • «5 {íodíii lir ef- ;
dsitd^ílfirdftte a'ffÍia^l(i^duidov;'i'«! ^ r ' '
Então a abbadessa, pfMefMaflelo àitM»-
'tl8fi6id0'firàgk^'i); CniM deSoasa/tiitÉaoa
iilgoéiait dat «sviaa reMglosaB iuMlar M fè-
sideneia parochMdo Odlelro^pfetVffDlo^per-
derem, fj^os^^; m^ o i^u^a 4eXer^ «oTe-
qaerifMAtei do>'^ario, e^iieUas» depeifi' de
aqui residirem algons alidM^ tivetam^ qvie
Yegf e^kr ào iriost^iro de VMna. ' . :
} qwfiíAo— viàe í, Jir<síii«í ao' oio^vo.. '
OUT&IRO— freguesia, Traz-os-Moxites, eo-
"ÊÈMSk •^Mincblbo' de HoMW^MBgre; tO Uilo-
metros to :ír.£. de Brá)ga, 4t5 ad If. de Ct^
Ten ij90 fogoi. v i .
Ora0e,9. Tminé/tj^toio. ' -
Areelilspâfld de Bfag^ Wstripto admHi);i|-
twtivo íp JfílIvReal^ ,. .
Bstà fre^ieite aio ^lem no Pm-iugat &i-
E' terra popco fértil em cerèa(É{lt<K>â^|^
niiiiio giaidOp.aobra,tpKÍ» bovinoi iga^.é offi-
mo para os serviços agrâodlM. v •
OUT
^ MíorMW YooótBi Ito^tmta ^êíê^ «fMa e
:mlQda«> '! ' ■ '.<■;>••- • • "'•
' -•OrCIMMfitgaéiiav AtaMeJd, dmeilliD
de 'Furtei, eomxrea; dtetrleie admíiiisirtttvD
ft>ãa kllometros d'B«orà, 190 ao S.B. is Lis-
boa. ' " '
Teltt' 9a fogos*'* • <■
Em 1797 Crnba 75«ft>gos.
OragOj S. Bartboloftiéa, apoetolo.
Bispada de Beja.
Fel de eoncelho de Moaçaraz.
lUirase distingoiít dos outros, a» Iho^o
nome de Outeiro d^Ouriolla. • ^
O 'arosâtego^d^vora^e depois 'Ode Beja,
apresentavam o cura, (fue tinha 90 alcfCMi-
ree de trigo e ^ de cevada. •' '
Seu território é pouco fértil; mavcrlltftitl-
-td^gade, prlneipaliaente saíuoo Nas éeus
mofltadoe 'lia mmta caça.
- OUlVEItODAGCRTIÇADA-^frBgaetíavE&c-
iremadora; eoieèlho de Rlo*Matoiv «muar-
e«, dlatríeto' administrativo «e 30 kileaiélros
ao fi. de Santaretn, dO kítoflwtroe áolf.B.é&
Itisbeai Itom ftOO fogosL
Orago, Nossa Senhora. ' • *^ •
/ fiairjiairebado.' t ».. í
> Hiovem^uo P^r^f^o/ Sacros PrfifiàiOi
' lK'vterrâ fértil. - f * »
tmCBBtO DB «ATOS-^^egnesia, BitaPft-
Baixa, concelho da Meda, eomaida de mH»
^tvaída 9ói4]da4 biifado*eMlfiilo«ètros
de Lamego, 6(80 aadiE. de LMmmu
Tem â6Q.fefe9; ■ *
Bn>^17tt^7i< liDlift iSa fogoe. ^
€mgo,''NoiBaiiaaboia.da Graça.
Dtetirieie «áHíifiistraftifadè Viaeili -
- O abbadftdft.Çaateifia apieeealarva • ea-
va» que iinha êSfíOÚ rdis de 4ANignMi« Oifié
•'âe:cHdr. • ••
fi' terra fertit Gado e «açaí '
> oirrEKUl^iipaiO^— aldeia, na íregieaa
de^âamaiita (NosaaSenbora.daEapeolaçao)
na comarca, cono0illOedlBik>metro0dei€bà-
vesui' '"•'..■ • * ••».»
• DtsctiotoadmMstrativo.da Viikilea]»ar-
eebispade dttiBfigai v r > . .
Eaie logatloifragaana, ^ueibftiiiaiA de
M» adnoerestà. unida a«6aBUideeii
1 Significa OiUeiro éè Bcéak •
mn
B^1»ii^M^' amiqolMfan, è^ «mil ittAa a
certeza, habitada do tempo dos romainti^i
íA9ai^«Mt*oÉki laÉdBai^atridiH-âteaiiii-
Aqai apparecea iMiicÉtoKYIH, «vòíp*-
po «om «9ta iB^iip^: ' ^
• '' ' 'Tl I» I ■ ' -
xm
S8a
I '
CLAUÍII ¥Lk''^<
AN. . . . LX.
kic^s/tst.
( wmm&icaK
MB£&TO,^T SIBI
»M
i ' .
'M*'-
: (A^ jaa DaphaOp-^klMlo (eteravo lOtro)
-doa berde*o»«dè CteadlD Fls«So« A tenrite
seja leve. Sinetheo, seu compoiMr^^iBiiS-
U tepAliiira, fttm ettettfpara 4i) :
* Átt tiiM tiuÉiita ipieM ée Jesáda^ian-
•paii^ ii*etNi 'aldeia, « em oimrasyroiHieaides
ttsiiluÉ, M tam pôr uriaB wms eneoatm-
do lageaéos tte camtaria, alicenM da padMt
lavrada, grandes lijo^^. ladrilliqa da^ ttter-l
aaa* feitios; e reataa de ediflalòa Mfi|ilQo-
aoSa '' • • A,, . • , ••■
A eovaa de lOQ émMs dtota: lotW/ na
aWeto^dsi Sawtaáiipa»^ ha antigiiidiaei ra^ih
nas. Vide Samat^^^f. .í .. . :• ,•
• Na aMelar da itfnnvHiAa; aqitf ileiaa» se
téem 'tadibem poi militas veaea éaàcekeilt)
ivioas de ediflalof romanos e^ayiíeiaato^eaí-
lofflnaa de Jaspe, troços de eatattashe aniaia
«bjeetos.'
Naaaldefas úòSmiáo JFstftvaèedaaliÉMa»
•éa mesmo modo eiisiem vyína éeèdifloias
i\\
.\'
•i^í V
ISodos esies legares tam norwallt i|ie ea-
tá ao sopé dá aldeia daOlIleiio loiSo.
OVTMRO IUU0B^>^fiiBC«eEidr'Ott^
iBiarea«'€i»ealtoiÉa liyà»i^úml^9^Vt'
-icwieflroaa^iltfiErafvdâO* R doUa-
l)oa* \ • ;•. '
• fanr^MI 'Ibgasc .-.•='''. ■..''• ""..j
Eoft 17K^ tMmlT* fofoa ^
Qrago, S. Martinho, bi^Mi • » . . t
- :Areebiq«iof da'Bra8a,^Éklslrloto fldm^
iraUiw-do Pertou ; ^ ' ,
vim.ii vigário, taUado, qoe^itiahiiiiiadipOOO
réis de rendimento annuai >
' £' n'aalw firagmaia a^easa e quinta deCa-
valleiros, ama das maiores da^piovtnoia, ci»-
joiaellar óeoi Ponia^Penfehrau r^ '-
A easa dè GavaUeiíoa^ é «naídaa mdis
nobres d»fro»ineia do Minha ^ '
E* settastaatpropnelario^o. sn D. Rodri-
go'Jasé da Meneaes, íeilo aonde db Gavailal-
loar èm If "denanrenbbn de à86£L ú
Pertenceu a esta famiiía,. ta bravo Martím
Fetreira, ^ae sedistiACsia pela ata. cara-
gnm^ nas f uerraa da reatanrafãa.
^Bm uma: batalha, dada pvoaimo a ônlma'-
4ia^ am qae oa easleHnnos foramderbsta*
'dos^. reeebea «an 'entUadauno rosio, ^ne
lhe cortou o nariz; pelo que se ficom conba*
•oenécr nu. iiatfsas44m)nilMB, i^la aloariMi de
MatímNanzm>> • -s.fi- \-
k flDamfalraaBaflldísetacaaa^fipai 6naltet:Ma-
chado, e frei Martím Rsrreira td^fiça^. cavai-
Jeinaa-deMadsB/e capitães distínsijasimos
palDs^aêaa-aerviços.á religião * a. pataia«< ^
. 'Os'<)feneaaB da.Tat»nea^.traasn^par^ar-
maá--escudo dividido em«aBia«-BO L\ntix
ettaqBe^ em csaapo.^ oUriH^^io %% :qtiàtro
4iamií dsiiiiirpftitai em campo 4a4roB0*-4U>
3.% dois ioboa, eflafeasbpa^de^)»^. Naoriam
de baixo, os lobos e as banras «^ a no meio
o escudo dos dleneail^ f oe ér*em oampo
de ouro, um* ann^com om «rnUm^ >i« i' •
.AiOa)lÍBBalBs.i|iia]iia najda aaaa d^iGan-
tanhede e da Ericeira, e que teem escudoatiB
«mas aspeeiaasf usaSd 4a annel 'Com a ru-
bia%ieaa«aai|io dai oani^teiido por timb»
—uma meia donzella, vestida de oucc^ fiom
ona esaodo na laao diaèâta. •
- .OpraiMSfiQGA^fragu^síaii Traa-os-
Montes, comarca, concelho, e O Icálomatrea
utoCkata^ MiLilametBea'ao Nia.da fiiaga,
M5aoJí,da Lisboa, «r ,
Tem^lifosi* '
< Bm.i;3«l^ HobaollSiSfQiv O
> i QngOi Siiiigtel^ aiatiabjai ^
M Airesbispadoidè B#aga^ diatricto adminis-
«atifòdirViUaftftak
A camará ecclesiastica da Sé primacialdie
{!.
Esta comartòi )^Í0hee, pela ultima di<
A|i fMra» bentas^ de Viania^aprasantá- 1 visão, á nova pc^atiasía dfS Denro.
863
OFT
OVE
Brftga, apveientttva o ^Igirio^ «oiiadt^ qoe
tmha 70^000 réis.
Ert0fB algum tempo íhmu »4sla» a Ire-
foena de âaDjmrf^
Entre o logar do Oateiío Séeeo ■% Vittar
Hean, em mm sitie^ehamado Lagêrês^ teem
appareeido Yetli|ios de ediAeíea fomaaoe;
« perto d'aqoi eiistem ainda profandas e
laitpa éseaTaQdee^ 4|«e» segando a^onstante
tradição, foram minas de owo e prata, latm-
das pelos romanos.
A grande abundância d*estes dois metaes
preciosos, attrahiram para estes sítios gran-
de concorrência de povo roourno; poi Uso,
ainda psr esles arredores^ em uma Tásta
ária, se eneontnm ^ostigies de povoações
antiqnissimas.
Joio ao referido logar de Lagares» na
propriedade de nm lavrado^ se achou em
i72i, grandíssima copia de moedas nma-
nas^ de diversos imperadoni.
Ji antes d'issO| o mesmo lamdor, tinha
achado no mesmo sitio, Tinte etamesmai)*
ces 4e medalhas, também ranana% 4ao ven-
deu a nm onrives.
OUflIr-^Ua, Donrs, comarca e conoeiho
de Ganunhede, 18 kilometns a OJLOi «i
Gofanbra, MO ao N. és Lisboa.
. Tem SOO fogos.
Im 1757, tinha ilO fogos.
Orago, Senta Maria Ifagdalena.
Bispado e distrktoadmmiitradwdsGoim-
hn. • •
Os irtscondes da Asseca apresentavam o
prior, qne tinha S0OM6O «áis és -«rendi-
mento.
£' povoação mnito antiga, ' e foi conto,
com {nstiças^ anctorídades -e empmgados
competentes*
Iklfannel lhe de» forni, em Brnn^ a 10
de desembro de 1519. {iám> 4f féraê9m*
vos da ExtremaãurOy ú. S41, nsi %*y •
OUnz— fregnsriá, Mhiho, eomaiea^ con-
celho de Yilla Nova-dõ fMaUbao (Mda
comarea e concnlbo de Barcettoe) iê itílo-
metros ao O. de Braga, 910 ao/ N. de Lis-
boa»' ••;'.•''
Tem 60 fogos.'
Bm i757, tinha 81 fogos.
Orago, S. Tlnagev aposiokK
.j
AsceUspado 6 distride adnÉristrativsí do
Bragn.
O ahbade de 6^ Peim, ée Bmerii, apro-
senuva o vigário, ^w tinha ^JOOO réisds
eongimanopádoattan *
N'esu fregnezia estnii tesre onde viveu
Nnno Piree de Ontiz, e sen filho. Gomes Na-
nes de Ontiz. Este solar, passou depois a
Panuliao de Sà e MoIíq^
Outiz é um appelHdo nobre em Portugal»
proveniente d*esta mesma freguezia.
Suas armas são— em campo d*ouro, seis
rodellas de púrpura, em duas pallás--élmo
d*aço aberto— e por tlmbte^ uma cabeça de
sérpe^ de ouro^ com tuna das rodellas das
armas na testa.
As armas dos Piins,sio*»-4em campo de
prats, 6 palias denegMH-éhnodnaçoaber-
t(^ nem tinibre»
0UTRS6A-ri»rtngiMi antigo -*- arrehtta
mmo. E -u em ô^fw§Ê, tem etmetUu^eper
ciNAifia, qm Ifts «caeçn <aeonteça) «l^tiMS
/Grâv ^tMM pitíê mmégoika. (Vkwal éeVilIn*
Rei, dado por B. Dinis, em ttSS^.
" OSVIl^^rtagaes antigo^-Ongo.
<>MIVO*--portugnes antigo«-ôvo. Ainda an*
sim se escrevia no século XY e XYL
1 OVYBENÇA ou OUTSNÇA-^rtngiies sn«
tigo-^^ettcinadeetinada para os usos paM-
culares de uma casa. - m/
•Bm'1378; se queixaram «s pniados da
•Bntfo ikMiro o Minho, ao rei D. Fernando»
por^ne os idalgos, nio querendo pousar nos
pafos o hospedsrias^ tomo eoslnmavnm»
quando hiam comer aos mosteirosr ss ssms
fsmsdnrns^-ymn pousar^ ndt -Clmtãf ê €«•
nsmisdorlVvAadef, sndsONoemçasdss Con*
vmtoê, com seus cavalla $ com as mnifciíw
is S0ffv. (meitttriíèl) 0 com oneras oompa*
nhãs. <Boe. de-Alpendurada do i37Si)
omiÇAL-^-fonugnaz aotf go^ qne ti«
•nha á sèn carga nSiiiiantimentn% despsnsas
e èosinhá és nma grande casa, on oorpo*
raçio. t •
Corresponde, pouco mais^ menoa^n des*
penseiro, provimr» osr ^véésv^ deitido que
pertence i ucharin. • : > '^ - 4.11
Ma.qneizaa^qneme referi na palàvinan*
tecedente, diziam também ;os'lpfnladas*i-
KmiMMt jfoislairs», e^^oi^ #Mf(iiit<que
aVA;
iffi») «s porUi JÍMIm^ # dãs rtu toy € doã
aâêfoi,. e meítm òê cemaUosem «U(mv ^mM
(•ftlra)iai €ii6as id» vàiAtft^ « Mim» 4m âN
fN^Ttiu dos Preladoê^Bdoê Odêmitçêe$f ernfm
têem 0$ 9àantyme9is6oêi per que 9ê àamide
da, de i371 ;.i'
OQZILSiO 00 OUSIUÃa-* frefOtfia,
Tni*o8'IIoDte8, «iMBarai^ eoncelho d» Yi*
nliMs (loi do ooneelho de Viotuiee» mu da
t»marea de firagançi^ 60 UlMnetresie Mi»
TJMda, 465 ao N. de Uiboa.
Teoi 110 fogos.
fiBhl757^ tioha^T fogos. i
Ongo, Saolo André^ apostolo.
Bispado e dístridoadiiiloistniIlfodeBra»
OcaUdo da Sé do Bragasça, aproasBla"
irao niion que tinha M#OQD réi» do eott*^
graa e o pé de altar.
OVADAS— fregaezra, Beira-Alta, comarca
o coficelbo de Ilóaeode'(loidoeoMollio^de
Aregos, comarca de Lamego) 18 tilMnotroè
• O. do Uniego».3ãe>aoN. do Lisboa. ^
^ Tma2$0 fogos. • t
Em i757j tinha 143 togos.
' 4)rago^ Sc Felafio. ^ <
Bispado de Lamego, dMrieto admbiiMra»
tf^oOéVidett > '
R* torra muito feMII. BomftohOi^Godoo
caf&) Peixe do Dowo. >
^lA mitra apresoBUTa o reftoTy \qtio tiolia
46a«00a réis do relidlme«to. / .-
'^ OVAIA (Santo>-«tegiie2Ía,<])oiir(veoBOi»»
ikO' do- Oliveira do Hospital, «emavoa de Tè-
tiia (foi do coneelèo d^Av^; comarca do^M^
dSes) 54 kilometros de Goimbfs, i40«ao K.
40* Lisboa. Tem (K) fogos.
' Bmi 1757, tinha T» 1800»^' ^iw ,^ .'
erago^ Nossa SeMKM da EspecUfio^'
Bispado edistri<fto«dmiDl8tvatiTode GsÉ»-
hnU'-i ... 1 ,•
OHMbido da Sé^o Ooía^ra/ jpresdoUiia
o cara, qae tinha 9^000 réis do coagraai^
opé4ò4]itar, , , .
. Qwii^ i . #onaga(ãa aotígo ^, oorrespondo
ao nome próprio de mulher— Et^JcONi.
GVk
S63
BDtrei' ttla froguèila e a. Aiêeia das DeXt
usàMfjHmêê das Tm EMradaSy Ba eotiíkien*
te da Ribeira d*Aiva com a da Lariga»
£* de cantaria, e mnito antiga.
>OViàIA <Sttita) oa ÍMMO DE SANTA
OVAIA—antiqoiniiiio mootoiro de oremitini
BO! israso de Bouças o janto a LórdéUa do
Oiiro;(IlHPto.)
£m i444» o rai D. Affonso I, dooaao ah**
bade io2o< £ivlta^ o^ârmaideSanu Oraia»
para o» sorvos de DeiiB,-<|iiB Yhtam em Ta-
rouca, o ofigniâm a ordem do S. Ber-
nardo.
OVAIA (Saata) ^ aldeia, Dooro^ ^ ^f»*
goezia de S. Vicente do Lomredo^ oomarea o
OBiicelhsi.do-Arottoa (até iâ55, concelho de
Fermedo, comarca d' Arouca.)
.^uadaeem lemno pouco acoidoitado,
sobre a esquordai do .rio Inha, que divide
aqui os oon^lhoo da Feira e Anmca.
Sobre a margem direiu está o logar da
Eutíe dê.Smsia Oomo» da fsegoezia do Vai*
Is^Mia eoomita e «oncelho da Feira.
Bntre estas dnasisMoiao^está a ponte dopar
dia, qheáâ passagem iaiiliga estrada militais
és BorlQ ài yiseii,-Jioie eemplttKamente amui^
nada^pela iâcmnadaft camarás por onde pae*
sa; tendo por isso, quem qBor ir do. INoito a
VisejB,oavtce*.iisrsa (quaponosiaestradasao
ai Ulometroa) do íaur jornada pela;estrap
da das Talhadas á liaalbad% doscrovaedo
um iriangolsi eoa^piait. de AS5 kilometros do
oatloDMo; seip outra .vâiitegem* mais do que
aprúiroilM4>>oaniiefao de^l^rro do uprte do
Psnoelfcâliftalhada.
Dâ-se aqui outra circumstancia.
O logar da ponte de Santa Ovala, fica ao
S.^. do SsntatOvdia/ no csminho jiO'An>u-
CS, e por oonsoquenda maisi.pevtadísot»
víMvAot 400 A freguesia do touvedo, que ó
dOfiAnouca^ o lem do atravessar parte dao
IrsgQosias do ¥aUe f Romana^quo sao 4o
conoelbo do Fsérs^ m>Q.» pari^ hbrem p^ra a
o^^ecf dâ.sMiioaMrca. í .. -
' B' )a« SieUa dirâap do «94 de outubro do
iW5l*«í» .'•',» i #... •
N^oi-se qofi Bsalo Ovaiad dentro do dis-
tffictO) donomlpado Terra da Foíre*
A situação d'esta aldeia é muito formosa,
ficando-lhe ao §*u povoação de Toseiroe, e
i3m
OVk
OVA)
a H & rica ó èelia aldeU ie GcAofeila) Jliln-
ÚD todas 10 torras d*e8tci «itiáH^^svMvidM
e muito íerteili i. .
1 ' i»
' I '
A
' Ba :eai Po^t^ mnáuis akfos *í AMtiUs
<KHno'Duli6'd6SaataO«at& ••-» a?/ o
OVAR^-tilia, fiQiinv mbaça da eoBBraa
e do concelho do seu nome, 3$ kiMmfltooi
ao S. do Porit)» perto- d&costadoOéáaiiQy 24
kilometros ao J^, d'AveiroviftOkao& ia Mr
ra» tô ao O.N.O. dmvdk*ai*Ani»eiB, 73 ao
li de 'Coèaibra/275 ao K^deLiaboa. • .
Tem 3:900 fogos. i >.
JEm 1757, titaha i:ft5l (êgbê. / '. < .
Orares S. Christovio; ' . i
Bispado do Fotto» distrtot04iddiiaMratna
d' Aveiro.
fiscá eoi.23* de btitade) e a«,8'ideJoiigi-
tUide^ do merodlatto de LíalNMu *
O cabido* da flé do Forto^^apraoentafa o
•ligisio» eollado (hoje abtnde) iqae tinha
^OOi^OOO róis dé rendimento anDuai,^a«ira
08 benesses, 4]ie eram mailoi rendosos. Aa^*
dava todo por iOe^eOOróis: '
A f regdezia da Ovar é aexlisiiidade má*'
yidioiiai <da Tsrna 4a Feka^ aèíada ■« sé^
«lo XVIfl era una -firegoeiia éa eoiicslbo<e
tMMtt9íàaíFélm ' '.'>..'. >
DspolB, iòi^élevadaia eomeltio, aompeato
itnieamêoio da - soía ' íregaM^ « nmma as-
ÃB aio «ra fê^aend^ ^ .. ».' .
Hofe « sea «l»ao^liOy qm é tambein ia ena
«Nualroa, é oompoiao de 4 iregoeziae» todas
no blspad# do Porto, goaiao' Awda^Onr,
Pereira-Jasan, e YàUefa^*4edJÉ '«em «iriOD
fogos.
,r
^í
li
Nanoa tOTefiiral, TeUioaom^note^ pdo
laenesi Proi^Nm aiaosaMneioinu'.
Otonl da Feira, meneioilaAda faÍMaafre-
Ifoezias do eoaeeHio,iiaol!illa em Otaraem
em Cabauões^ e das perteiieeale»ao actual
tofleelbo de Ofat,atieiias»tnMB Aiadai •
Pereira Josan nao vem intiBidá^ porfiie
éra villa « tiabâ fotfal <proprto^ 4adot^po# D.
Manoel, em Lisboa, a S de Janho dd MM.
NoicseporómrqiVB; «Ma ique topiegaí de
Cabanões ^ (oádi» está à estafia dkA> ddáa-
* Vol. t.% pag, «e^ Cd. I>
ailkilio.d0 feipo d6 BQP«e>fèja aniilo mMt attt
tigoido>qtte' «i-oscoda-vyia^^sta canta* lai»»
tem/ èastaste aoiifttidadè, «omo o pooram
militas doe seus edificios» •
^' Barece porém^^mseidlaofve)' fallando as
oossoa^aoAigos geoas^pèoare tristomdiwe
de teaOu tUivoações antigas par esieaaitio»
a^aaasl.tedaa mais kwlgaitioantes do^aa
Oiait^iiiMMla, toa ^lasi aAda digam d^^eaia
villa. .1
. Qnanis a iaim> asft.silepoioióBPiiicen^
trs es habitaaies de 0wiar;«,'áqnelle6 eacrl-
iaoreaaiioateeôQ4bes provavalmeDteeoQia
a^mim^foia eatto tamoa cavalheiros ilhia<*
trados d*e8ta poioa^ nãolioavíe UM«aHiC0
(!) que me desse o mínimo apontamealoipa-
ra a historia da «na tetra» apezar deaattoa
reiterados pedidos: iem^Uúlhares -de preepe-
atoa Síceoteede airtalarsSi - ; *
Tive pois de recorrer aos apontameatoa
qoo por^racías v^ea aUi M kmscar, o âa va-
Dita aetieías qae« «eom Jnsaaa trabaib% poda
coUigir.
• '. Nlngoisoa a4>a qoal^é^a et) mologtadapa*^
iayfa:OiMBr« • •*
Aopljúiadejqoaeaia p^lavra^é derivada
de virem aqni pôr os seus (wof a» ates aquá-
ticas, não passa» na mlnba opioiàq. daiuD
disparate; porqae então devei?-se-bia> diMr
40ieaar^ a. naoiflivifir» . i i
Náo pretendo impor uma oova.eliiaioia^
'gia a ieata^falavDs; Ma :a mioba opinQk) é
qae— ou pela semelbaa^ .das localidade^
/oa por;f^iios anarítimQe. feaafszes qaa aaai
se viessem estabelaauvderam a estapavai^
^. #. Qomai ú^ ¥qt^ qaa á «ma cidado^t um
lú»,^ luaMAAomiSosia mari4ima.da Bna^
van^ (Franca) que^jiodia .miúto bom ser a
soa»patrliu,/^ :.. »-.■.. r. i
Dizeado-se a povoaiia dai^ar, íácilmett^
te se corrompia iMkpa d^Oofl^s poiasiaawa
igQfiiaiO'eo^aoié doesMigoarqna jaidawuaa
ipret a prepoeicioi ao nome profriortfigr.
OmeUoã^ (áziam i>orfitf/((u— de to fir^
do^ abKiffda*^de.dbs.fiRiH'o(W^ Mcrmifos^
< Na Itália Septentrional, batáihbemiiía
itaebaY&iidD Kor, qaépittSáiJaiito á «Idade
de Nice.
OVA
AiQdá t€íiilio a ftvordamiiiAaetyiti^logia;
ontra razão de muito peso.
' 6s taàliHâQtes-d*^^^, bIO' (p)raliMiit»€o-
Dbeeidos ^a dADmofinítío de varému^ ei
ainda mais valgaménte de tartirvt. >
Já 96 vé que^ procede deFsrr e nio dê
(hmr; porqae;^n^este nltitea cséò^ flevense^
bía áizer-^-õfxAinês-e «nkrrirps. > • '
'• im t)adadèstrDe--ftmeiieorrobéhi*^ii ali-
nha opinião, o di2er*d* que 09 vwrnMs tfes^
cMidem de umk colónia *depeIis|fios. •' '
* S^gande algfons eMriJiyfores, -pelds «mas
do itiUDdo t!tô9 1^379 ames -de Jeiue GbrI»)
io)Baccho, filho de Semeie, acorapaaliàâo^dé
amitos gregos, íoVidiQ a La^taniveoi loa
pás, mm oflènd^rèm or indigeoai, oaolio»
rífffuee; que éoao haria logai^ para iodes;
não oppozeram a minima resisteacia, » atè
aedeitaram para set rei, ou eluefe, o grego
Lysias. ••■-!. j
• Esles invaBOree qne perteDeiam á formo-
sa raça pelafiglaiia'**^ darmos erediío áquel-
les escriptores-— fandaram v^irias pofvoaçõeli
DO nosso litoral, e faltei; fossem os reedlQ-
eadores da velha Talalnfga— 'poaco mai» ott
menés, a aótual Avefro<
Mas, nada DOS proTa qae se estabeleeee^
serl] em CabaifOes, 'e Ovar é incontestável -
meikte Uma povoação mais moderna. ' • *
O viver cosmopolita' dos vareiros; o-sen
modo Vagaroso e cmitado de fallar; o sen
trajo, o seu typo característico; o seu costU"
me de andarem descalços; o sen modo>de
yáái frugal, eeempre eom-a maibr índiflii-'
rença, expostos ao rigor das estações 0 a to«
da a korte de privares; a sUa proverbial <in-
doíencia para tndo quànio nlo fòr peèciíoa
navegações^ dão-nosa i6onHecer Àmt'toda a
sua primitiva 'slmj^tMdadé, o marinhetre^Q
o pescador proVeftçAl, desceBdbiil€l da rica
pelaegiatia, qtle apertoti ás costas da Frò*
vença, mnitd^ antes dè iflvadir as niyssas. >
O pescador provençal, como o vareiror^
com aá siias>c^l^s largas e durlas;' 0OM a
í Não é preciso dizer queme refiro niâiea»
mente à classe marítima onde se conservaoi
q^asi sem alteração sensível, os antiygos^usos
e costumes; e nao ás familías illusíradas^
que teem, em tudo e por tudo, o viver das
outras grandes familías portuguetas.*
OVA
0Od
MS fãCMf' eom a sna grande can^^nça, re-
eorAank»qoi « sna prooedeneia, 0 a pasmo*
sa semelbança cooio.pesoaâor das ilhas Ió-
nicas, no modo de vestir e viver; devemos
pbiétt ooBlMear, que o crusamBnêo oom as
diíTerentes raças peninsulares, fei; em gran-
de ^te^rperder ao vareiro» ^.jua primiti-
va belleea d» fófmas, qaetem degenerado
BMBO» entre o ihratWQ^
• <)6ralinente, dàiss o 9OB10 de t^nr^o a
tok> 0'habitanas dp litoral,; desde a costada
S. Jacintho, atéEspinlia;iDa9^«iin-r-varel-
ro'^é «6 oihabitante de Orar,
• ^inda' Ha ' ontta opiíriãoi, qne nio é 4e to**
dò em.toda inadmissível.
t A gente daclasse baixa do Porto, e ainda
mais, a doa eeoi anredores, e M graadaa
distancias, trocam «as frabde namero de pa-
lawrae e rporr*«*-pitreKeB^>lo-*-ealdo^oar-
AH^gatomi or^iietii-^mn, artura, etc
. Sabeofaos qvw o ' sitio* primeirameme a<]pii
povoado, líòi Gabanões» qne fica em posição
nm poudò-mais elevada d6 qne o resto da
villa.
Os pescadores, para ficareim mais proxi-
moa dos seus bareos» se foram pouco a pou-
co estabelecendo na aotnal vilia;, qne 6 em
Os de Cabanões diziam— hir ao valle, foi
ao. valle,:eter-Hma8 como trocavam o l por
r— diziam— Air ao vèr-^-^fm ao var, etc
Aqui temos, muito eimplesmente como de
o tMiUeisopodia^facer 0. v^f-aipor fim Oaar.
' Sis três 'Opimões* seomptotunente diver-
sas^ iobre a etimologia da palavra Ovar: ca-
da nm \escolba a qne lhe parecer mais ad-
missireL > — .
A fiotieia mais antiga que lemos de Ovar
(q»eea saiba) dataáa atuo de JesnsGhría-
to 922.
' Wess» anoo,> Dr Grdonhe H, de Leão, os
eéndeeiD.Lnòidio ..Yiiaarães, e* D. Rodrigo
Lncidiov>'e*ouin»s :fídálgo8 da corte< d^aqnel-
ie mocarrhai doaram- aè mosteiro de Castro^
mire (vide Crestuma) grande numero de ren-
da», propriedades- e egrejas; e, entre estas^
as de SIo DonaTo e Sao Joao, wo porto dr
OvAR.t
^ Notemos que houve aqui uma aldeia»
3G6
OVA
A eapella de 8. Joio» de GabaaSes, dis^se
qod foi k matris primitiva d*eita parodua;
e 406 aqaella doaçio parece oonfirmar. •
Jâ disse (pie a viila d*Ovar está edificada
em un yalte.
A saa sitoaçao é iiaixa, pelo qae^ d'aqiii
se nio descobrem oatras povoações, muito
mais, porqae está rodeada de bastos e vas-'
los pinheiraes, ea)a plantação Ibi ama ópti-
ma providencia, para impedir a invasio das
areias pela terra dentro.
£* benigno e saadavel o clima doeste ler-
rítorio, qne é fèrtilísslmo em todos os ge-
neros agrícolas do pais, por ser em grande
parto regado por abandante<i mananciaes de
agua. (Esta porém, 'posto nao ser insalubre,
é ponco agradável ao paladar.)
Nas mesmas terras de se(|aeiro, se o ve-
rão é quente e alguma cousa húmido, se ad-
miram formosos e robustíssimos mittiaraes,
cujas espigas ou maçarocas egualãm em vo-
kune e riqueza de semente, ás melbores do
paiz*
A industria da creação e engorda de ga-
do bovino, para exportação, está muito des-
envolvida por estes sitios, e fáz entrar no
concelho uma bôa porção de contos de réis»
annualmente.
Também já se vae adoptando com bons re-
sultados, a fabricação da manteiga.
O pequeno rio de Nossa Senhora da Gra-
ça, divide a vilIa em duas partes desiguaes,
ficando uma a E., outra o 0.*-a este rio se
junta aqui o ribevo da Senhora da Luz,
As aguas do rio, fazem mover, durante o
seu curso, muitos moinhos de cereaes, e re-
gam e fertiiisam grande numero de cam-
pos.
Nasce de dois ribeiros — um, que tem a
sua origem nos montes de S. Pedro Fins da
Feira, passa á villa da Feira (onde se lhe
junta a nascente da Velha), a Travanca, So-
chamada São Silvestre^ que já não exís*
te, e que logo abaixo do sitio onde existia
esta aldeia, na outra denominada Porio da
Egreja,
Também ha uma aldeia denominada São
Donato.
bral, e Reada, e termina no açude dos tel-
lames.
Tem oito pontes e.pont5es darante o seu
pequeno cnrso—-qae são aa da— Laraiufeí*
ra (á entrada E. da Feifa)--Ft7/a (próximo
aò moBteiroy-^FiJó (ao ftmdo do Rodo^ da
Fmny^BaUeiro, TrmjOÊU^a, Bouças, Beada^
e a de Ovar, paraUela á via ferrea.
Alem d*estaa tem varias pontes de madei-
ra, publicas e particulares,
A melhor das pontes de pedra, é a de Roa*
ças» no logar do SolmJ a 3 « meio kilome-
tros a N.E. de Ovar, na caminho do iíonDs
daê Mâmoas.
. Tem %'^7 de pé dineito^ 9* de abertura
e l,»{fi de flexa, sobre 5,H)I de elevação. As
teeias, são de cantaria lavrada e o interior
do arco, é de beton.
Tem de comprimento lotai, 27,"48, e cus-
tou ás obras publicas, 2:852^650 réis*
Foi principiada em S6 de maio de iMQ;
e é a primeira obra d*este género, construi-
da em Portugal.
Foi sen oonstructor, o distincto e illustra<-
do engenheiro e escriptor. publico, o sr. Ti-
to Augusto Duarte de Noronha, natnral dos
Olivaes, junto a Lisboa.
O outro ribeiro que forma o rio da Se-
nhora da Graça, tem a origem em duas fon-
tes—uma, no logar das Laceiras, entre Es-
capães e Arrifana <— outra no de Guilha-
dães.
Passa a Fomos, Mosteiro, Souto, Travan-
ca, e vem terminar também no açude de Pel-
lames.
Tem sete pontes de pedra— a da— At^t-
ra d* Água, do Balo, do Junto, do Moinho N<h
90, de 8. João, Ponie-Nova, e Pellames. Esta
pertence ao caminho de lerro.
Tem também varias pontes de madeira
(S. Gião, Morgado, BarreUa, Penisca, Loba,
e Caibro.) Recebe os regatos de Rarrella e
Amieiros.
Depois de passar a Ovar, ainda o rio per-
corre 4 kilometros, por uma fértil veiga, e
vae terminar o sou curso plácido e sereno,
na (ámosa Béa d" Aveiro.
Tem n'esta parte, quatro excellentes pon-
tes de cantaria, que são — PelIames^^Graça,
Casal, e Ilha.
OVA
OVA
367
O ribeiro da Lv, nasce áe dnas foates, na
fregaezia de Coco jães— ama no logar de Per^
milhe e outra no Fojo, abaixo da eapella de
Sftnta Lnxia; jantam-se na Arribada» • pas-
sando por entre Sio Vicente de. Pereira^
Sonto^ Porto da fgreja, sitio onde foi a al-
deia de São Silvestre, e, fiAafanentey Ovar.
A este ribeiro se Jantam os regatoa do Mor-
tal e oatros, anonymos.
£* este ribeiro atravessado por sele pon-
tes de pedra: sao asde—- Portod'Egreja,
Porto de Freire, Sande, Grai^a^ Ovar de
Cima, Goilhoyaiy e Madria«
Esta ultima ó da via férrea. Tem trez pon»
tes de madeira— Fonte Figueira, EsporâOi e
Lazes. .
Na Ribeira de Ovar, t kilomeCros ao S*
da villa, principia a formosa Bia á*ABewf
de que ]à fallei no artigo «orrespondente a
esta ddade.
O primeiro abbade d'esta freguetia» é o
actnal» o sr. Uanuel Barbosa Duarte Gamos-
sa, digníssimo e illustrado eccleslastico, ge-
ralmente respeitado pelo sen comportamen-
to exemplar.
Foi íamiUo do bispo do Porto, o fallecido
D. Jeronymo José da Costa Rebello, e collou-
se em 7 de fevereiro de 1854.
Tem dois coadjuctores, nomeados aá ni»-
tumy aos quaes dà uns 80j;000 réis an-
nuaes.
O termo d'esta villa é formado pelas po-
voações seguintes:
Ponte Nova, Ponte Derreada (ou de Rea-
ãa) Sobral, S. João, Barreiro, Gabaní^ies, Ci-
mo da Yilla, Arrabalde, Salgueiral de Bai-
xo, Salgueiral de Cima, Fonte da Cabrita^
Beira-Monte, Assoes, Guilbovai, Granja, Saú-
de, S. Donato, Lagoa, Brejo, Uarinba^ e ou-
tros logarejos.
A maior parte da população d'Ovar, vive
de pesca, se incluirmos os que teem parte
nas companhas; mas ha também muitos pro-
prietários e lavradores.
A villa é grande e alegre.
Tem uma boa praça ebamada do eommer'^
eto, onde se laco mercado, e onde está a ca-
sa da camará, cadeia, e a eapella de Santo
António; e cinco outras mais pequenas, cka-
jnadas largos.
A soa nu principal é extensa, oestá com
o pavimento a mac-adam.
Tem mais algumas ruas de pouca exten-
çSo^ contando-se 60, entre mas, travessas e
béccoa, todas com anus 2:000 casas, na
maior parle, de am só pavimento, como acon*
tece eói todas as povoações^ onde, como em
Ovar, nao ha pedra própria para edidear.
Em março de i863, a camará de OVar
mandoa plantar na praça principal algu-
mas arvores, em uma fileira^ inlervalladas
com seis bancos de ferro, que foram assen-
tes em 21 de dezembro do mesmo anno.
Esta praça era muito mais acanhada, mas,
em 1774 foi ampliada e conserva ainda as
dimensões que enlao se lhe deram.
No centro havia o pelourinho, emblema
da cathegoria e da autonomia da villa; po-
rém os senhores vereadores que swviam
em 1863; entenderam que aquillo era sym-
bolo de oppressao (II t) e foramse ao pobre
pelourinho e destruiram-o.
As povoações que tiveram
cathegoria de villa, e que fo-
ram cabeças de couto ou do
concelho, e que agora o nSo
são, conservam com todo o
cuidado os seus pelourinhos,
como um padrão commemo-
rativo do que foram: os edis
de Ovar querem fazer apagar
esta memoria.
O largo de S. Uigud^ é triangular, e em
declive para o O., e por calçar.
£' um souto de sobreiros. No centro está
a eapella que lhe dá o nome.
Faz-se aqui (desde 17 il) uma feira de ga-
do, a 29 de cada mez. O largo da Poça, é
também triangular, e não está calçado.
Tem no centro um antigo cruzeiro.
Perto d*este cruzeiro havia outro, que a
camará mandou derrubar em a noite de 12
de junho de 1867.
No seu logar fez plantar algumas arvores»
mas o povo fez a estas como os vereadores
haviam feito ao crozeiro*
3d8
f)YA
o Uirgo do Hospital, é hasanoiiò irré-
golsr.
Iam larga yidU «obreLa frarte O. d» vâtf
la, a Ria e a praia da Torreira.
E* aqui o (^afoario.. E^áarboriaado des-
de 1861 Houve aquium emzeira^ que tap*
hmi já Bio exisfte ha muitos aoBoa*. . i
Certo devoto, príBcipioti aqui ami eapel*
la, para reoolber a imagem do Cbcisto Gra-
xíflcado, que estava do tal ctUMinç maa,
eom a.merte do íoodador, pagaram aaobraa
em meio» e eDii798|0-^iiitadormaiidoQde-
molír a ca|ieUa«. . ; '
O largo de $, 3%om^,:é muito pequeno^
quadrado e ^também sem ser calçado.
Haida aqui dois bons ediAoioa, mas um
d'elles está boje em ruiosis.
Havi^aqui a eapeila que Ihe.deu ouome,
o templo mais antigo da yitta, peia já exis*
tia anDes da. fnodaçãO'd'ella:^
Não lhe valeu a sua veneratida; antiguida-
de, e a camará o mandou arrazar em 4844,
mandando para aqai o mereado das galli-
nhãs, loiça vermelha, e preta (grossa) eaíxiB
de pioh^ro, ferragens e eanastrasL Foi uma
judiciosa subsiituiçàol : '
O largo (ou lagôá^ do$ Campos, é o maior
de todos, e de forma rectangular, tendo na
face do O., a capella das Almas.
Foi arborisado em. 1860. •
£' o mercado do pdxe. Ha aqui uma fei-
]:a de porcos, muito antiga, em todos os
sabbados e domingps ée novembro.
A praça do peixie, léi antigamente na Ri-
beira.
Depois, mudou-se para aqui, por ordem
da camará; porém, DtmiogosFerreira Bran-
dão, contratador do eoudado da Feira, quei«
i0U*se d*esta mudança, eom^ o fundamento
de que era prejudicial aos peixeiros, e aos
interesses da casa do infantado, e o infante
D. Pedfo. 1 a fez tornar, para a Ribebca^ em
1754..
Depois, foi mudado para trax dai-capena
f D. João V, teve de saà mulher,. D; Ma-
rianna d*Austria, filha do imperador Leo»
poldo I, sei3 filhos — peia ordem das eda-
des :
D. Maria, que casou com o príncipe das
Astúrias— D. Pedro, príncipe do Brazii, que
áe SMto António, e, finalnâiite, pttra o làr*
go*dof' Qaippo&i
-.' • , "^
Hoove B*ê6t& irilia e suas immediaçSea,
mais de 20 fabricas de louça vcnnelfa^, gros*
sa: hqlet ha' apenas U, qae prodoiem ao'
nuaimente: una 7 contos de róis/ seudo a
Httitt* parte dos seus productoa exiportados
para differentes terras.
/A nufteria prima, vem da aldeia do Bóeo,
e o aea eusto, com o carreio, anda p<»;
Í*J600«000 léjs.
Ha n*esta villa bons ourives fabrican-
tes.
Os bordados de Ovar, tanto de almofada
(bilros) como de crochet, crivo (petit point)
e ponto cheio, são famosos em todo o reino;
er oe de atanefada nSLo tem superior em: data-
ção « belleza de desenho^ senão nas decan-
tadas rendas de Peniche.
Hoje, esta qualidade de renda tem já pou-
cas operarias, por ser de mais vagarosa cons -
trucçã(X.
A fabricação das esteiras áe junco (espe«
cie- de tabúa) posto ser insignificante, ainda
prodQse i:SOOM0O réis aproximadamente.
Houve aqui Misericórdia, fiindada pelo
melado do 3.* quartel do século XYIL
Deixou de existir por falta de rendi-
mentos (mas ha uma nova.)
Houve também uma albergaria (a que da-
vam aqui o nome de casa de jurêçrinos) fun-
dada junto ao curral do concelho, pela famí-
lia Pereira de Campos, em 1700. Hoje faz
parte de .um armazém do sr. António Mar-
ques da Silva Biscaia, não sei por que titulo.
A villa não tem edifício aSgum notável;
mas tem algumas casas de boa ap[iareBcia
e bem oonstruidas; e a egreja matriz é um
bom templo. A casa da camará, é um edificia
vasta, tendo a sua fachada principal assenta
em uma arcaria de pedra; o interior, porém,.
está mal dividido, e precisa de grandes con-
<
morreu de 2 apnos e 10 dias— D. José, prin-
eipe do Brazil, e depois rei, 1." do nome—
D. Carlos—D. Pedro (de que irata o texto)
que foi depois 3.« do nome, por casar com-
sua sobrinha, D. Maria I — eD. Alexandre,
que falleceu de dnco apaof menos £3 diis.
OVA
OVA
369
cértod. A» cadelas esffio^— -eomo quadr tóáA%
9ié% Portugal ^reelamattddeom ttr|f0Mte'
aHeiiélvèis moâifieaç^ès. * . .< •<'. ^
Tinha esta viUa nm theatro provisoito^^M-
taMeéitfa em um «asarão, sem eo&di^s
ne&htimas^de aceioe eommedidadai^AlgieNi»
catalfteiros' da terra, deeMtram 'consinitr
BOiaeasá de eépeetaenlos, decente e pro«-
pria d^eeta viHa. Levaram a eflefio^osea in-^'
tento, e um bonito tbeatro foi inaugurado^'
nor dia i> âencfvembro da 1878. ' ' >
Ao N.O; da vHla^ e próximo da esfeçãu-do»
eamiobo* <de ferro, esiá o- cemit^o, oens-
tmider pelos annos de 1860.
• Avaslo (para a pop«»laç30) e ikmicò bemt
situado. Sobre a verga da ponaiem e0ta in«
«
•á, * *. • .. ,
MÀGNUS ET PÀRVirLUS mc SUNT. • i
-Ha ná freguesia sete eampamhas 4e pesca**
dores, com o material e bancoa competentes
para a ttia Industria. • > <
O peUte d'esta«osta é de multo boa qaa**
lidade, mas pouco variado. A sua sardioba,
como a famosa de Espinbo^ é de exoetíeate^
qualidade.
A vilia está em glande parte cercada ^de
vastos pinheiraes, alternando com terras cul-
tivadas e muito produetivas. A vista que se
gosa, descendo da estação do caminho de
ferro para a povoação, é esplendida e pitto-
rascai'
A ^tação do caminho de ferro,- denoml*
nada offlcialmente, de Ovar, é em Gabandes^
que fica próximo e a N.O. da vilia. Está si-
tuada entre bastos pinhaes, sem vista para
outras partes. •
Aqui desembocam duas bdlas estradas i
mac-adam, uma que vem da vilia, e outn,i
éo ramal que cemmunica a Feira» OUvelra
de Azeméis, e outras muitas povoações» Com
o caminho de ferro.
A architeetura da casa da estação ó no
gosto das eoítopiís bollandezas.
É formada de três corpos», tendo o do meio
a necessária elevação para formar dois paviv
mentos. ' .>.: .
Bm frente^ ao E.» e do outro ladada via,
a dlsuinda sufflciente para não iiqpodlr a
VOLUMB VI
cif eulaçã4*dos tao^oiu, e do servifo dos em-
pregados ida Unha, ha uma vasta easo, com
offieinas ido reparação^ e arreeada(6e».
Próximo áestafão, ao a.K.O. d'elli^ está
um bom «^ghmde prédio^ do sr..Bfannel Fèr*
nándes Ribeiro Gosta; Tem hospedaria eaL-
lugB ípem e^eavaigaduras/ Tetm tanAtem easAr
de commiasõei» para as meitadorias transa
portadas pelo^camiafao de ferro. •
'^^No togar 4a Torre, fregnezia de S. Vteea*^
te^de^Pereira»! 6stá> a óptima cbapellaria a
vapor» dos-srs. Santos e Irmão^ uma. das me*
Ihores de Pòrtugak
D*ella tratarei mais* do espaço^ na palavra
Torre. ^
As dtfférentés Industrias d'este coneeHio^
vio nas ff^eztas correspondentes.
• HoQve ii*esta vllla uma casa acastellada»
perteneonte aa infantado. Bra provavelmen*
\B o edlftcio :mats antigo da vilia, e estava
bastante arruinado.
jM demolida em 1868^ e com os seus mate*
rlaes, e no logar que occupava, se construiu»'
em 1869» ^elegante cáaa da escola d*instnie*
ção primaria, com o legado do benemérito
conde de Perrelra.
O padroado da egre|a de S. Christovão de
CabanOes (Ovar) veio ao poder da Sé do Por*
to^ sendo biepo, D. Vicente» por e8caffll)o, fel*
to>entre o mesmo bispo e seu cabido, e orei
D. AfTonso III, em agosto de 19IK). P(Mr este
escambo, o rei larga ao bispo e cabido a
egreja de Ovar, recebendo em troca, o pa-
droado da egreja decanta Harla do Lame*
gal.
Bm virtude â*esta troca» cessaram as pen-
dências qve até então havia entre o rei e a
egreja do Porto. Depois» o rei D. Diniz, con-
firmou este contrato, por carta regia de 20
de Junho de 1330. (9 de Junho de iMt de
Jeaos^Cbristo.)
£m 1446, o bispoy D. João de Azevedo, pvo-
poiao cabido, que-^sendo as egr^ de S.
Ghristovão» de Ovar» e SanU Maria» de Gam-
panhan» ambas da apresentação da mitra ♦
cabido» acontecia que» quando alguma va-
gava» e o prelado se não conformava com o
eibido» na nomeação do parocho» se davaoi
34
370
OVA
oãflosdbsagndi^ei». Goneordaram em no^
metr uma eaBunissao, que se eempto jàm
conegoe^ Mem Bodrigaes, AfiioAsa Vieente, e
Esteves Annes, para iodiear o aelbor modo
de M eTitarem davidas fará e loUifo. Vie-
ram por fim a nma eoooordata, feita em 12
da aelemdbro de 1466, oonfirmada pela me-
trapoUtano de Braga^ pela qual* as «grejat
de Campanhan, e S. Vleetito de Gaimad^ia
(que já Dão existe) ficaram m solidum para
o bispo e seus sacoessores» e.a de Ovar pára
a mesa eapiínlar» porém o reitor seria don-
flrmado pelo ordinário. O pomifieaPa^do 0,
confirmoa esta concordata, pela kmUàJPaito-
r(úi$ ofioiit de jonbo de iè66.
A egreja matriz tem o altar-mór e seis la*
teraesi. Tem nm bom orgio, dado á egreja pelo
negociante da praça de P(Nr», o ar. António
Ferreira de Menezes, natural d'Ovar. Tinha
um grande orgio antigo, que se desíea em
i8fc4, quando se reformou a egreja, para Uie.
dar maior altura. O templo é de ires nayes^
ficando-lhe em (rente o antigo eenileno.
Ha na villa seis fontes, todas pouco atou-
dantes.
O noTO hospital á^ Misericórdia^ é peque-
no e de poucos rendimentos.
Espalhadas pela villa estio varias eup^-
las com os Pc»9&ã da paizão de Jesus^Ghris-
to. A ultima estação — o Calvário^ (ua ea-
pelk de S. Pedro) está em sitio eletado, e as
figuras que o ornam sao de boa esculptura
e quasi de tamanho natural.
Capellas da vllla
1.* — iVoasa Senhora da Gtaça. fi.giaftde
e bonita. Está tnteríoiménte revesiída de íòr t
mosos azulejos, e o tecto forrado 4e painéis,
representando varias scenas do obristiani8f>
mo, pintadas a oléo. Tem trestaltares. Está
ao meio da ponte, entre os dois rios, cujas
margens sao férteis e bonitas.
2.«— Samio Antmio, na praça, fem tam^
bem três altares e ó grande. Tem alguns ren-
dimentos.
3.*^ Santa Ca^^rina.— Na Ribeira*
k^-^Ahnas. Espaçosa» ne Largo dos Cam-
pos.
OVA
I &•— ^. PedKo, É gnmde; tem trea altares»-
estaodp no principal o Calvário; óda inauK
dade do Senhor doa Passos. £ unajoapeiia^
magesiiosa.
t.*^S.SebaitiSo. Es\Á aunsiO ou 12ma*
irea da linha férrea do norta^ e a uns ifiO me«
tros a O. da estação: de Gaban9es;^offlBiaK
menf e denominada d'0 var. Tanto a eslaçao*
como a capella» ficam ido lado esquerdo (Oi)
da Tía.
7.*— S. João BapHsía. Em CabanSee. Gons^
ta que foi a primitiva m^riz da povoação.
(Vide Cokm^s.) É em um bonito largo, or-
lado de casas, e com. alguns antigas carvar
lhos. N'esie largo, ou alameda» se ias uma
feira mensal.
8.*— S. Miguel, archanjo. Está em um lar-
go, no qual se faz m^isaUnente a feira de
gado bovino e cavallar.
9.«— S. Donato. No logar do mesmo nome..
Consta ter sido a egreja de um mosteiro de
monges benedictinos, qm ha mais de 909^
annos se encorporou ao.de Caatromira (Yi**
de Crestuma.) Nâo ha vesligioa de semelhaa-
te mosteiro, se é que existiu. Parece que toi
também egreja parocbial de uma antiga er
pequena freguezia.
10/— S. Domingús, Na aldeia do Sobral.
ii.*^Ncssa Senhora da Piedade (antiga*^
mente Bom Jeetu da Piedade). Está edifica-
da no vasto areal do i4/br(i<íat»ro (vulgo, Ai*
rocbmro), bonita e concorridissima estaçia-
de banhos, na costa, a 4 kíiometros a O.S.O.
da vitta. Tem apenas 3 metros; de comprido,
por outros tantos de largo. Apezar da soa-
pequenez (apenas podem caber dentro, i8 a
20 pessoas), tt'eiia se diz missa para perto
de 5:000 almas I— Foi fundada peio melada
do secuke passado, mas está já quasi enter-
rada-na areia
Deade a estação do cajrâho de ferro alé
ao Afçradouro^ ha uma beila' estrada á mac*
adam, construída ha poucos annoa
.Em vista do grande numero de catholicos
. que aqui residem no tempo das pescarias^ o
de amda maior na estação dos banhos» cus-
ta a acreditar, como ainda nao houvesse noa
que tomasse a iniciativa, para que alli ae
consimisse uma nova capella, eom capaci-
dade para os christãos n*ella ouvirem missa;.
OVA
OVE
371
pois que, com a aetual, a maior parto da
gente flca sem ella.
Pescam aqui 5 oa 6 companhas, qoasi Uh
das ricas» compostas, no gersl, debons chris-
tios. Gastam todos os annos uma grossa
quantia de dinheiro na festa qne faãem i pa-
droeira da edicnla, e à qôal concorrem al-
guns miihares de pessoas. Nao fariam maior
serviço a Deos e á religião, se em 4 ou 5 ân-
uos deixassem de fazer* a festa, e applicas"
sem o dinheiro gasto em tanta coisa que lo-
go desapparece para sempre, em construí I roohiaL
lem (com ajuda dos romeiros e do povo da
irilla) um bom templo, que ílea?
Sei qne o Re v.-^» Abbade d*Ovar, cedeu pu-
blica e solemnemente, durante a sna vida,
as offerendas, promessas e mais direitos pa-
rochiaes, qne lhe pertenciam d'esta capella,
nio só na occasião da festa, mas em todo o
anno, para serem appiicados á coustrucçlo
de uma nova e vasta capella e seus orna-
mentos. Nomeou uma commissio para re-
ceber estes direitos, e o mais que puder ob-
ter, para se dar principio á obra, no fogar
onde as auctoridãdes locaes julgarem mais
conveniente a collocação da capella, para a
população da costa.
Além d*aquella cedência, o Sr. Abbade of-
fereeeu 4JUS0O réis, logo qne estejam feitos
08 alicerces da capella — 4^500 réis, quan-
do se eobrir de telha ^ e ainda 4W00 réis,
no fim da obra.
Yé-se que este digno parocho, por conhe-
cer a urgência d*esta obra, tem summo em-
penho em a vér concluída, e é muito louvá-
vel o seu zelo nas coisas espirituaes da sua
fregnezfa.
A tenção de se construir esta capella, é
muito antiga, e todo o povo a deseja arden-
temente, sobre tudo, os habitantes da costa.
É digna de louvor a camará d'Ovar, pelo
empenho que tem mostrado no desenvolvi-
mento dos melhoramentos materiaes do mu-
nicipio em geral, e da villa em particular;
mas deve curar também dos interesses mo-
raes dos seus munícipes, não se limitando
somente a mandar construir pontes, thea-
tros, fontes, assentos, etc, mas a que o povo
tenha também legares próprios para a ora-
çio.
Também devia lançar os olhos para a nu«
dez, pobreza e desmazéUo em que está a
egreja parochial, pois sendo um templo ma-
gestoso, pela sua magnifica e solida archite-
ctura, está envergonhando a freguezia (aliás
rica) pelo abandono--senão desprezo— em
que se vé mterioraente.
Além das eapellas mencionadas, ha mais
algumas, particulares 'é publicas, de menos
importância, todas sujeitas á jurisdição pa-
Ha também sete bonitas estações (Passos
da Paixão).— -O 1.% é na egreja matriz, do
lado da Epistola -<-o 2.% junto á aula do con-
de de Ferreira (ao principio da rna da Fon*
te)— o 3.% na mesma ma — o 4.% na rua da
Praça — o 5.*, na Praça da Villa — o 6.% no
bairro de S. Thomé (onde houve uma anti-
ga capella, que foi da casa do infantado)—
e o 7.^ fiaalmente» é o Ca/ratio, na excel-
lente capella de & Pedro.
Ovar, como quasi toda a circumscripção
denominada Terras de Santa Maria, era do
senhorio dos condes da Feira, e constituía
o seu vasto condado. No reinado de D. lia-
ria I, pela extineção do ramo primogénito
dos Pereiras Forjazes, condes da Feira, pas-
saram a maior parte das propriedades, ren-
das e foros que formavam este apanágio,
para a casa do infantado, que actualmente
as possue.
•
Foi feito barão, em 20 de novembro de
1840, e visconde, em 25 de julho de 1849
(em duas vidas), António da Gosta e Silva;
e, em 19 de agosto de 1856, seu filho, An-
tónio Maria Pereira da Gosta, foi feito vis-
conde.
OVELHA DO MARiO ou ABOADELLA —
freguezia, Douro, comarca, concelho e 9
kilometros ao N. d'Amarante, 54 ao N.E. de
Braga, 360 ao N. de Lisboa.
Tem 210 fogos.
Em 1757 tinha 189 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Aboadella.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo do Porto.
372
OVA
Foi Tilla e coúlo, e era uma das def bee-
trios d*e&te reino.
O D, abbade do mosteiro beDadictino de
Pombeiro, apresentara o reitor, que tinha
350A000 réis de rendimento,
£sia freguezia ó a mesma de Abo^delfa,
que já fica descripta a pag. 14, col. 1.% do
l.o volume.
Está situada ao fundo da vertente oeci-
dentai da serra de Marão*
D. Sancho I deu foral a Hermêllo 6 Ove»
Ihinha (Ovelha do Marão) em Guimarães, no
mez d*abril de ii96.
D. Affonso II o confirmou, em Santmm,
em março de i2i 2.
D. Manuellbes deu foral novo^ em Lisboa»
a 3 defonho de 1514. {lÀvrodasforaes novos
de TraZ'OS'Montês, fl. 28, col. 1.*)
No foral de D. Sancho I, se determina que
cada casal deve pagar seis ferros por anno^
para a coroa.
Não se sabe hoje com certeza o que eram
estes ferros: dizem uns, que era uma barra
de ferro; outros que era uma ferradura.
O que é verdade é que esta renda só se
pagava na terras onde havia minas de ferro
em lavra, e em varias partes do Marão se
exploravam minas d'este metal, do que ain-
da ha muitos vestígios, e vários documentos.
Ovelha, ó (e parece que foi sempre) uma
povoação pequena e pobre, não tendo nada
notável, senão a sua muita antiguidade.
Produz poucos fructos o território d*esta
freguezia.
Cria porém muito, gado, de toda a quali-
dade, produz bastante mel e cera, e é abun-
dante de caça, grossa e miúda.
O seu clima, posto ser excessivoi é muito
saudável
.Em 9 dç maio de 1809, houve aqui uioa
combate, entre as tropas portuguesas e fran-
cecas.
Trea corpos de cavallaria pórtúguez^' fi-
zeram grande desboco nos inimigos dà nos-
sa pátria.
Os francezes retiraram para Hespanhã on-
de entraram logo a 17 d*esse mez«
OVIL— freguezia, Douro, comarca e con-
celho de Bayão (foi do concelho de BfiyãiQb
comarca deSoalbães) 60kilometrosaE.Nj:.
do Porto, 340 ao N. de Lisboa.
Tem 320 fogos.
Em 1757^ tinha 249 fogos.
Orjigo, S. João Baptista.
Bispado e districto administrativo do
Porto.
O cabido da Sé do Porto, e o senhor do
Bayão^ apresentavam alternativamente o rei-
tor, que tinha 150^000 réis dç rendimento.
E* terra fértil. Bom vinho, gado e caça-
Peixe do rio Douro, que lhe fica ao S.
. ÕVOA— freguezia, Beira-Alta, comarca e
concelho de Santa Comba-Dão, 35 kilome*
tros de Viseu, 250 ao N. de Lisboa.
Tem 24P fogos.
Em' 1757, tinha 128 fogos.
Orago,,S. Martinho, bispo.
Bispado e districto administrativo de Vi-
seu.
O real padroado apresentava o prior, que
tinha 300/000 réis de rendimento,
£* terra fértil.
OTAN— vide Oian.
0T9 DA RIBEIRA— vide Ois, da.
GTS DO BAIRRO— vide Ois, do.
OZÊZAR— antigo nome do rio Zêzere. Vi-
de . esta palavra.
PAG
PAG
373
P
; F-^na urit]imeileâ'do8aDUgo8,Talia40(>;
ma«> com um til por cima, valia 400:000.
PÁCEIRO-HÕft-^(»iDab aotígo^JRkitfeet-
ro-mór) inteiidéate;'vèador (oa «éOoi^ ca-
ndor, inspector das obras qacsa^fasiam nos
pa{o« ocL casas do rèi, oaiK>r soa oo&la. .
Depbis 86 denomiróa Veadar-mór dm
ábras^ e por fim, Provedêr das obras. ■
Bue einprecó aíndávi na casa* dos confles
de* Sove. (Em oda^áiací» ham nmpitt
€iir«) '
. O prkMro paoeiro-mór de qoa íallam as
noasat hifltorias, é Loarenço Eseola« no rei*
nado de D. Diniz.
' fira também EkhSô^mâr, e alnaide-mór
Eichaomér, vinha a serôdia*
penseiro. ^ i i . r ,
Tinhaaaett car^o apromptar
a tempo- e liorasi-tmbi o.qne
pertencia á real ucbaria* Vide
Vcha,
' No reinada de D. João I> |â Aflòoao Oon-
çaltee, tem o titulo dio neadar-már das
Habitava nos paços reaes do casteUo^ de
Lisboa. (Alcáçovas.) >
. Gontinnon este offlelo no9 seguintes rei*
liados iM quaee se lhe Jorn^am varias
prehemineneias, que depois se lhe tomaram
adcuMexar.
D. PhiMppe U, foi o primeiro qae lhes dea
regimento, em 12 de novembro de i58Sr
Desde esta data se madon a designação
de ««odor para a de provedor ias obroã.
. (Andou sampre esta cargo em fidaigjM de
linhajMn, a atí em membros da /sjníUa ra^
pais vemoa qna o infante D* Henrique, filho
da Ol Ma ^ foi fronteiro e vea^or-már*-
i-Desaa Cf reinado de D. Dinia, até aa de
D, Manuel, foram eates paços a niftdeaaia
ordinária Aes nossos reis.
das obras dos castellos, villae e logares, da
camarca da Beira, no reinado de D AiTonso Y*
D. João III, fez sen veador-mór das obras,
af Pedro de Carvalho^ seu grande valido, pa-
ra elle e seus descendentes conservarem este
emprego.
No reinado de D. Sebastião^ lhe succeden
s«u fiibo^ Jopo de Carvalho, que morreu ua
batalha de Alcácer Quibífi ezp & de agosto
de 1578.
• .Por m<^ ^e João de Carvalho, se seguiu
no emprego, seu segundo irmão, Gopçale Pi*
ms4e Carvalho.
O filho primogénito d'este, não chegou a
exercer. lO emprego» per í^ilecer na vida de
seu pae, pelo que passou o lògar ao neto
d*e9^' (filho 4*aqnelle) Gíonçalo Pires de Car-
valho, que morreu solteiro.
. 9iJbQce4eu-lhQs^u irmão^ Henrique de Car-
valho, que morreu desgraçadamente ^m{iis-
bQ% em 1678; aaccedendo-lhe. no emprego,
seu filho, Gonçalo José ^íres 4^ .Carvalho,
qpl^ aâo leve filhos; pelo que passou o offl-
elo a D. João da Costa, 3.'* conde de Soure,
por ter casado. com D. Luiza Francisca de
Távora (dama da rainha D. Maria Sophia
babel .de Nçobouf-g, pa de Philippe Wl-
Ihelmo^ conde palatino, e 2/ mulher de D.
Pedro II) irman do fallecido Gonçalo José
Pires de Carvalho, e herdeira da sua casa*
Seu filho, D. Henrique da Costa Carvalhc»
4.^ con4e de Soure, continuou na posse do
emprego de seu pae; mas, como á morte
d'esta ainda era menor, serviu interinamen-
te, Diogo de Mendonça C!orte-Real, secreta-
rio da eslavo e mercês de D. João Y.
Exerceram este emprego, desde o reina-
do de D. Diniz até ao de D. João V, os se-
guintes individuo^.
U^^Áffonso Gonçalves f reinado de D. João I*
t^^í-^Bartholomeu de Paiva^ reinado de D.
ManneL
374
PAO
3.<«— Dio^o de Mendonça Corte-Real, reinado
de D. João V.
ktJ^^Diogo da Silveira^ reinado de D. Áffon-
so V.
5.»— FfmSo Pereira^ reinado de D. Aflfon-
so V.
6.«— Gonçaio José Pires de Carvalho, reina-
do de D. Pedro 11.
l.^^^Gcnçalo Pires de Carvalho^ reinado de
D. Henriqae I.
S^^Gonçalo Pires de Carvalho^ reinado de
D. PbíUppe n.
d.^^—GcnçaU) Vaz de Castello-Brancõ^rsiãà''
do de D. AffonsoY.
ÍQ.*— Heitor Homem, reinado de D. AAonso Y.
ii.^^^Henrique (D.) infante de Poritêffaly rei-
nado de D. Âffonso Y.
i±''— Henrique de CarvalkOy reinado de D.
Pedro II.
i^.^^—Henriqme (D.) da Costa, reinado de Bi
JoaoY.
U.^-^Henrique (fi.) da Silmita, réiíssAo é»
D. João II.
15.*— João de CarvalhOi rdnado de D. Se*
bastião.
16.*-— Jodo (D.) da Costa, reinado 4e IX Pe-
dro II.
il^^^oão (D.) Gahão, bispo de Ci^mbra^
reinado de D. Affonso Y. .
i8.«— lotirm^ Escola, reinado de I>. BI-
nizl.
19.*— lottffn^ Pires de Carvalho, i^ádé
de B. Pedro II.
iO^-^Luiz da Silveira, reinado dê D. 3otk> Hí'
iL^—Uartinho (D.) de Casfello Brànco,Tei^
nado de D. Mannd I.
22.*— i^Ttitto Martins da Silveira, Reinado de
' D. João ni.
23.*— P^dro de Carvalho, reitoado dei D.
João IIL
24.*— P^o Esteves Cogominhó,'rt^SLã6 de
D. AffoDSO Y.
25.*— Simão da Silveira, * reinado de D.
João III.
No reinado de D. AffonsO Y/veitios sete
veadores-mores, porqae havia os de pro<
vineia.
PACHACOS^Ras InquiríçÕes do rei D. Di^
niz, feitas em 1290, se acham no Julgado de
Neiva, na íregaezia de S. Minfuel deCepfcs»
1,
PAÇ
a herdade de Rio de Moinhos, que fára do
abbade de Pachacos, freguezia que existiu
antes do governo do conde D. Henrique.
Snppòem alguns que foi d'esta extineta
ÍTreguezia, que provém o appellido Pacheco;
mas ó mais provável que venha de Vivia
Padeço, varãe illustre da Andalusia. (Yide
Yitta Real de Traz*oa^Hootes.) Yide.tamheiii
Possacos.
FACnniOS— vide Beiíhe.
PACraOS-^vide Vaia Cakiz.
PAGO—portagoez antigo— joln-M qii«ai*
gniAcava oarneiro de b6a raça» doa qoe ao
criavam no campo de Beja (a Paca dõs an-
tigos.)
£0 um docmnento de 1270, se diz qoê —
quando oe bispos d'|:vora (è^pois aroebia*
pos) forem visitar as egrejas de Portel^ eo*
tre as mais cousas» se lhes 4^ pèU pr$nh
ração qikú detiam resebèr, tmuiiijMHitwi^itft
diocrem.
Na America da Sal, ha uns grandes car-
neirosi que servem de bestas de caif% jms
caminhos impraticáveis pira outras aval-
gadoras, a que se dá o nome de paços.
Na Hespaoha, Paço, é palavra de mimo,
com que se designa o nome próprio de
Praficisoê; por ísb«, em ves de Francisqui-
nho, dizem Paquito. •
PÀQO«-portogtiea antlge«-Dava-se anti»
gamente esle nome ao^ortorio^do talMNiiQ
publico, porque escrevia nos paços do eon*
eelho«
Em Lisboa, Porto, Braga, Bvora e Coiin«^
bra, havia uma casa pubhca, distiaíada para
os^tabelUães de notas, que se destfngulam
dos^scrivães-tabelliães Jadieiaes, pelo imhm
de tabelliães do paço; e á casa oída eslei
trabalhavam, se ohamaiva paca éos iúèei*
liaes, •
PAÇ0--.Yid(» Ptfláctò.
pAçO — €Ni noumof^ *e»erlpiiMres
^tttpregaai iBadi«tiaM9tam«toito as
palavra» Paço « Passo^ na acMSiiiisa
çfia lia» i^aidaai p«v«»af*M
P^raagal. Buteiml^ <iae na aiaal<
parie «l^ellas» é imprópria m
n#i>iptsM>Ç|ffcq *^ PA3»W pela «ppi^pa-
atfÉa ^wawi to^aa eim PAto> ♦ ^
PAÇO— aldeia, Dotâ>o, f^egueiia e êklbh
PàÇ
metros ao O. d*E8gaeira, proodlm à ptala
4a I^MlA da Gândara de ViUarinhOy a 9 ki«
tiomatros da eosla éo OfieaQo. I^im tí^ íopg.
-(Para a mais, vida Siçmiim,) f- . ^..
N'eata aldeia ha ama poqoeta e âitita
«ermida. Sobre a Oapelia-Biér se'ié^m altt)
'Zimbório pyransidft^ eAniad^ dé aneiaB. É
este templosinUo dedicado a Nossa SenlRiía
?AÇ
375
SefMido a lenda-^tlndo maBavic^ét TW«
-rà^Nova, no seeiílo X VI, os senKrtpolaii*.
aUnaram do mar, «sia saaia imaffsiii; ai a^
trtthauxersm i»ai^a a aldeia, onde lofgo Ittei
>eoÉ8trtiirain uma eapelUw a llie ))riacii^-
lim a fater a s«a ftosta a 15 de agosiq ^
eada anno.
' A' Imáge» da< padroeira, é de pedr^' de
Hb>oa eseulptara, e de um metro d^altou
.Vambttm va mesma «apella Im ailiiiafem
4eMosad Senbora ^e Fsço, ipae oonstii tér
"SideãeHada nasi immediaQ&es d^em IdgarJ
Está no^hari lateral, do lado do' Bvaagelhe.
Msteja-se a « de afosto, diai Ae NeasàrSe-'
nhora das Neves. Na^sitlo òndeiiappamm,'
-se eoHoeoo, peará memoria, um anieiró de'
pedra.
ftQfy t<iniiitardo)-»^B]ttreiDadiu«;^l^e0Qe-'
aia de Barbacêna. (Vide esta paMinra, tt-paft. '
119, oeil. 1.% do t.» ^ol.)
' pelos aDDoIs éfl iB4l, ^eomproa Diogéès
^€aeiré de Rie (per M:Oa^erQzada8-^IO eoi-
um^êe réis») às terras e logar de^fiutàeAia, '
« qm emdo se da^ o nome de flardad^fm '
D. Jorge Henriques, herdeiro de D. ÁMÍbo
fléartqter; iihb de D; Faiando fiflitf i^es,
-sMlfor da« Aleá$o>nw; e de D. fira&eii db
Mello, filha de Martim Affonso de Mello, ^at
«alde«mdr dè>Ever4^ OHveaçã,, e daHálcí de
Vlicv e iparda^mófide D. Jois L
II. Jbáo UI deu logo ao comprador, «o 'Bèi-
«hevi» d*etus terras, codI o litila de ififtia,
4a qnal Teio a ser i.« ele^ènde. •
A pouea disuncla da yfAiã^ está^a-qibta
4a Herdade, qae4sii o fMnelroIridAieiéles-
ta povoação, «è^o^ quinta Ie4e«)di^is
^riMM'4e fuMãiúa-léffÇê^ qnk atn^kition-
aerva. . .• / .t» t,;i
- 'P0f idim nm peoedo. âfeMa psefitodÉde^
*^'a|lpaieeeii a ima^sm de íVMcr aNiAeAi
d^lHafa (títvk) mmada de nom da ^taáÉta),
i qual, 10 pfoj^rio aitio da appariçio^ cea*
stroiram os moradores do logar, maa peque-
na map lionita eapella.
« : Te«e oiNi irBiandade> qne a serria-kreo-
rosamente, com jniz e roórdomea^ e lhe fa*
<iiam aíeirta ne d.** donringo de Setembro.
FitíO (Pd^)i-*Tina, Trai*os4|eiites, eo-
fldarea e eoacelho de Vinhaes (foi da eomarea
de Bragança, eoncelbo ée^ínhans), 60 kila-
áaettos de Miranda, 465 ao N. de Lisboa, 140
fegba.
Em i757 tinha. 74 lagos.
Orago^ 8L JnyBo.t
Bispado e di^ricto adminiatrativa 4e Bra*
«aiça, ' ■ ' '
• A wákz 'afutaentira o reitor, qtte thriía
i50MdO léjs de rendimema^ .
Páte a distlngQiir das ootteis poroaçOes do
nasdiottoine^ se dár a esta vílla é nome da
Poçâ*áe^¥iwk9e$. . , .i
É povoaçia antiga^ D-. Dhib lhe deu oarln
de feral, «ora mdoa aa^ pvíTilegipe do de Vi-
nhaes, emiisboa, 4 9 de aeiembro de iSliL
.(L.« ã^ d9 ikfaçOBãda rH D.DMsí, ft. 73 v.»
ml. ft.*)
D. MameHhe deo fond kieTOy em Lisboa»
a 4 de maio de Í5i2. (L.* dê foraes neees de
<Ê¥ãThm4Êim§ê;, fl. dO» oeL 1.*)
Oeeorides d^Aleognia eram senhores d'ea-
(aviila*
Paçét é poilognea antigD«**-slga(âca.|i»-
(fama p«fá -^ jMicáHáb. '
O clima d*esta terra é excessàro, maa saa-
dà^.- Mãò é BHritO'nbmsiB&te de cereaes 6
lrQetas;'ma9 produz mníUMleguaesy t>amot
e imhb. Cria mnile gado de^teda a qiisliia^
de/eteOfssivaraatBs ha miita^oaça^
PAÇff (Ai(i$)--{regneiia, Minho, oetiaroa
e eerieelha doe Arooa /de Valle de Vei, ao ki-
lometros ao O.N.O. de Braga, âOO ao ILda
íMmí IftO íbgos. ' .
i Km 1700^ tinha 90 léges^ e em 1757, 51
Orogo, Neesar Penhora do Socofiivo^on ie
ibíMiíspa4o4e finga, dlUtHold admihis-
«ntlvq áe VíttiiMu •
O reitor da eommeftdá de isere aprese*-
' '^^ ifaò^ sé flmdem 00 grandes com assento
drcifníflexo, por l^sò se ret>eC6m bsiti^
em itálico. • •>
ISlt
Vkç
Ml O Tigario^ 4a*}tiBfaá.Me#OQ0 léta &
É terra maito fértil e».lodot«ft iPBoeios
do II6M0 ettouy e eriti nHuto gado da ioda
1 qoalídadeu : * • . n-^i?-'
É uma das.mai* antigas^ paroeMaa^ vm §6
de Ponagalv mas também da Lusitaljilay pois
Já existia eomo tal^.no meiado éo 61* seiÂlo,
eoiAo adiaste. «elrettio& • • j : > )
. XeaBsa de se dar ápadreellA (ltitiib:de'
Nossa Senhora de Pa0, é porqae a suaisia-
gem foi achada -em lusía la^ ebatuada-uPa'
çô d'El'ReÍ9 oa Paço Velho;. dãnomiiiaçao
qae dere,: attfiservído den^uarcel;* D. ar-
mado II (o gotoso)^ rei de Navarra, quaado,
em. 998| Jonto comros oonde^iELiierjaz da
Vermais e D. Qarda Femandee^ denrotaram
iqai^ Bo^^icío á» Morilhõeafí^iefQzMataJí',
çoVf rei de Córdevi* D*e8te looMm tambenao
nome, nm grande penedo .eate^noAté^ qUe
fieamp^ dmatda. egrcja^ «í|m obamaitf Pi-
€0 dlá/nuMfOfv fMV tãÊ» uqol o sen acaiii*
pÊMetíU^'^ à'imáe eseapqs» íngiodo..- i.iir >
O aifio em ^ki&iapparèceaa saila; imagem, .
é am alto, cercado de muitos penedoi^fAr
entre, oefqoaes.liaii» fimudoiàl asiatfbalsii-'
•- 1
Tenresf >
É imagenr de. moita deveçio doe iiet^s
4*eata terra, qneilhftlueBa. doas Aelaa an-
imaes (liavendo então doas feiras f^aneaa),
«maaWdemarcOíOQtffi a iSd'àgQtto» da-
rando cada ama três diu: aia-daa meáei^
daprovineia^
Igiiora-ee -o iam» mn>}qM a image» foi
«Éada; maa sQppõe«ae qa^-foiagniescon-
dftia pfioa clirisliog, na Inirasãe. dos tarèa*
roa dOiOerte, qoe ctamiiaiiaiMn^emiOS; e
qae ibi acliada bo fim do seeulo Y». eobs-
imindo-se-lhe logo wa templo» qoe deveis
Ibi egr^a matris.
O réi soevo Theodemira<fim sead^aaia»-
aõse eònvertea álé atliòUea,.emSM) adoa
já a egreja da-SenlmraMíDstitBidi^em sede
parochial, em 568, e a deo ao bispo de To}.
A rainha D« Thereia^è sèaflili^IKAflon-
80 Henriqoes, confirmaram eeta dei^ em
3l de setembro de ilStL> - .
Mais tarde íqí estj^ frftgqesij^ f4i9f ^a^t á
ei;reja. de & Cesme e, S. pamiaic^.d^A,'sere
(n*este concelho.)
i.íV sagrada. -f • •• ■ • v- '■ .. -.i?.-.
1 Il*e8ta ii-egoezia ha um silio chamado, ea
44or<% mune qoe tooeu de «na qoe< se le-
vantaram alli^ piara.diter miseas ás íropm
tiêílk Aíteso:l^nciqoeai qoanido deo a ba-
iMbaiohftaaadaida-Fa^daJllíUattca. 00 dea
-ArcQê^ ée Valk átxVez, a seo pfimo D. A(-
iftmao VU^de Leão, «aa liMI^
Os leonezes oram derrotados, daissodo
wHcanpo moÂiee milharea de mortea* <
•i.^E*'. 'tradição qoe n*«j|ta'batalhai om aoldt-
.do <JaittQbro teolUados Abwosi de^Mstofs»
tam^ta om leonea a reMqoia dafii«tpLe-
al^j.de-pndey e.qtieprímesrameiíte .eatem
! depeaitadaiia.egreja.Bialw da viUn doa Ar-
cos. t-Mi .'..fi
. Oiáreebiapo de^firaga^D. frei Agoetiubo
de GaetnOytiroo metade: d*esU reliqoia, qoe
.m^doo cellocar.oa egreja do seo:oeúegio
de Mossa. Ssahoj» do Fopoio^ em Braga, r
. .. Ai imagens da ipadro6ica.ié de,:pedraijle
Ma*eicolpiQra»iei.está,opialiar-mí6r« ,
• < '. Vam» aqiri miií tosc/amofi^^de diversas ftn-
.C«etia^{em.todo<o amio. -
. . Weata-fresaedateetáa H»fe ilê Bêmim-
zOf de Francisco Manoel da Gosta.
• ^^ottBtaíqoei . foi sotar dD&^4i:«r«fr appriii-
dO',eKUnciaL * •--•{ ..
Ha também a torreio OuMre,«qae se diz
mi Jè dntig^iselar dos likiaaáar» e na qoal
«andao pôr/ o eea brjfão..d'armaa» iiaaga-
TQte fiáaaiAiianbs^ abbade qoe foi áe QUvei-
jrasdoa Ances^ fiUm de Diiogo Annea<Aes|iba
.abbada d*Alserat
. ^Mambem n'astai liregaeiiâ a oaiae fulii*
to de:Gafa|?os, ^e paasoo depoia aoa Axan-
.. FâÇO (JPác^il-TrvilIa^ Beira-Alia,ieomanaB
concelho de MoimeatadaBaisa ^foidoceaaa*
Hm^eatiaeto, de Leomil, comarca' de .Moí-
ateou daiBeira) At kiktiDelres de.Laaeia»
3S0 ao N. de LisbeSi r v- t
/ i2)einil9(^'fogoa.. . '• . • > . . «>.
flni(AUK7i tinha W fefes. ; t 1
.x4kni»,.84 fhiago, a^eelolo>. •
. Bispado da LaonegOi diatriolo administra'
tivo de Yiseo.
t>0> Mffa».io bispo,, a )as.fonegoateg«Hitea
ida fianK^ Agostinho (ei»aios):daimieleira.4n
VittarMai apaeseniavam aâtemstiwmienlao
:PAÍ
«7Í7
i' ' fc
' ( fi^iMracèitJifcu-t . i .
ÍNo dia Si de agosto da i87B^'«srv4»iafi0
d0i bstme^aM (9ell««i'.ft'aaiar.iMMiii%;a nve-
infidoipajina l«tò lAotofriar 4«» Aa»l»B(ai%
digníssimo 6 illnstrado ecclesiasUcò, m.lMér^
Toroso no campjrinafttotáQfifMiftdmmes.
E' um dos esclarecidos redactores da Aíã"
itnytfyijmaímOifílm qatf>s«*palliea(««fri-
Wii-^Hmm do^difttoie NliMraido^prepiiilr
iavío<{dft nana^foUiayO sn 4 2^/d0S.fieii
1 ?•.(*
fji'
'i
-ff M
Leitão.
renga (voi. i.^ pag. i74, eoL 1*)
>*IMii.«iiièT»wn' AiiiÍ4«iaaíiM'pakfli<) iom
<dBa$ 4DrpSft enVfUBàlk: ^^ i: ir^i r :'
• fi' indico. que !.pertenttQ.iL ntwdon,
«títM^t^^èãM^ le «Bleilo, 'e^daftoliilMl-
ma (ámilia. -" t.i - «} r r"j/i*.'i
• M Bra ti<i^4!rael< (» tièfHkwi) fiu^ quando
«s iMoas. doa Ié? radorac ealansiii ptiií|làrir«
as fazia* J*tt»,'palraí/iàeie(iiier«S'TíMte
- !i6na' noIhD» 4^aqiii^f<a qnen «^seftliDra
•òbvigotuftffliatiirwMí-tMiayiai-f^ii.à Uabte
•qneinrr.ae ifei^f ipie -maiidoft' praeederra
•aMIgnáçtay «Tonando qo» aanfofteiis enidi
verdadeiras, tiroa o senhorio á tal dona^^r^
astafffoiítlâaàde' íó.hojs > dd/ ar«: Bqrnardo
IMnto^d» lliian*a> Mstsiiegwit mtMaiiêi ia
«iiaá» éo^ PoMoi e.aabiinlii} dailali«Mo*g»r
lurai- Pampimia» >iFUfiOBdttde Aeink* • n *
• .itoagae^4ate«M%jcpinoiiirteipa d»ea»ir
4i^B6rnda Alirarei^^ia CabfU^/FrMoiíoo
Pereira de Vasconeelios, falieeido em lK*d0
««MO<de>áOUl >f -.1' ' r....1 ,/. ;^!..; .' .'^
' f^asaaiOobilisstaiilMiilia^^teaMoiMift*
Netnitei vMe^^^Ma^Vista^ tena^iHaai^ ShM^
4Sa^lMv SiAfiea» ^^Mm.y! r- <
PÁQO— aideia» Beira-Alta, fregnexiavda
Pemj^«taiaMilrQaMelke>><« ÍI]|ilMMiros
« OJÍ.O11 èíitLaMig% «M)a diMMa peiMir
ee, distrietOiadBuaistraliTQfdBiYèBeiH #ipnir
xió» áaimaigiaaa «iqiimAi^ dofiio^ íNiiim
óHa B'ealA aMsÉa^^saidi díilíDelafuBir
iifti8átMdra4>> f>' :'<- '•!<(; /^r* .. <•, -^
l> Yiviaiii B*«lfo oft lefefentefadriaftaft-
eiseo e Joaquim, já decrépitos» de um eamt
ptariaftisMMtaiimpQilaffltttto^e AnHu^uátà-
litros; ." ■» '>\ -^
•» "<
1)(Al)a)b^m. nas sjfi^s^errts içoqio simples
op^F^ios; Qaa9,im À,a avisurezf ou ambição
qae os move, pois, tndo quanto ppi^eip apa-
rar* .«iOr^pobres. . ,
Também é n*esta aldeia, a não mepos dis^
tim^a^c^ dos )iifi«'Táar0irAS»*?6||r^|^tada
#^.^§34, ÍMM:.twp.capii5o-m6r dêf^lfalia, que
ainda vive (i876.)
^ yp9f9^ df^ompuff^a ll^e, Arrnii^ram. v^ito
'^.^Cf,^;^fnas, ain^ a^lin, .çousfjgulu q^dar
j^ Mief .Albfis» fit^ f evec^ndissU^Qs AQtonio^
Sebastião,^ ^oaé Gtrips^ quito dignos çcclo-
sias^iqo^ . .- ^ r ^ ,. j. .; , :^ . ■,
. .0 t^efrá^ d'esta «Ideiív epiuo o de toda
Aflrigqe^a»ié /eirtillifsimp. Vide Peoaí^a..
PAçO— freguesia, Bfctrc^^or^, cornar*
«as ^ «fiiHi#« dia Torres HoitasiiilOl^itofne-
troa -^^ I^.fil^wde Usboa«
Tem S50 fogos^
rrEfflíiU7rliP)ba«f68i fogos^i ..
: 0ngAN09iiatS69l^ra,4DP|antQ4 , í...
Pa(|Ãi(r^do,4istEicio idmliústratívo de
Santarent:' .\ .; /u rr:'.*)
. A ?9i#ra«i4pres^nU¥a o cQra, quo^inha
i30#000 rto «^ojé :A*aHar* ^: . , .. r, ,
' : E! rif rra.ieitiL Boni' Tiabq, . ,
?àíiQiP4£é)r-tnffífiii»i ]fiQbo,.coi^arça e
jCoacelliodeyiâU V«tde <foi4larcoi|avfi(e epn-
j|el|lft<«*r«lli9((tt>a-:Tde Pico de Regaladoii) 15
Ukm^f0^iu^^JS(r. de Bragsi^ 3A(^fao ^ do
Em 1757, tinha 56 fogos.
^ Off«go^ 8^ Migiiol, «rcbaaio. :
* -«(Âçcebispfid^ie distrido administralivo de
Snw^ •'.•.' ^f
. f!0 iMiMor 4eSaa4a Maria da Adaúfe,.apre-
ÊíMMr$> ofigw^cqlliido, que- tinha 50 j;000
réis e o pé d'aitar.
Teara^peneolsctiL JlBiio.tgMloi «a* qaça
grossa eipind»*
8A60-^v^ Hiolio-^ide Paços, (S. Ju-
lião.) .^) 'íu • . t • . 1 • . - .: . •
V «ÁÇO^regi»aiia, Trax-oa-Hoptes,; M ào
extineta concelho doOuteiío» o bflteé.do
'eoneslbo»- eomare^ 4ÍstrMo «adniialslfativo
«fbi4iad0>dOfBriga»^ 36kllometroa de Mi-
raiida,MV ao N» de LísIhmu
tinha em 1757, 63 fogos*
Ofig<V' & VicsAiei nariyr.
« «^
■* r
BV«
PAÇ
' O cábídò da Sé 'Aé Vr^gáiiça ai^resetttaya
o cara, qtièíhlha 64000 réis dé tonjfrtia d
o pé d'âliâr. '•
Esta fregnezia está atínèxa hâ ihiiitos âti*
ga easa sblai', ha Teiga de IVnso/protfmd a
Braga. "'-^ ♦■;*•••
Affonso ^a Cb^ta, càv^lhn' Aé S.IMiígo,
iréiil i^hir Braga/ éom'séi]t tio, oireèVkfpê,
l>. 'Jorge da^ Ct^stà (ihftU dó famoso 9. hf-
ge da Costa, eardtía) d'AI()6dthAa.> '
Foi feito aleaidemór de Braga, éta 949B,
Casou com D. Brite» AobeS Véllèto^ filha
de D. Jòié Gomes Pereira; ê hcita^ da aHsé-
bispo; D. Loàrttiçfe Pereira. ' ' - *
Affimsadtf Coáta fòi 9 ftHidador dl i^tfsà
dos Vasconcellos, das Cai^alheilras fBrargã),
senhores do Paço d^Ançarh. '
AfiTonso da Costa, era também sehbof^ da '
Vinha de Santa Eofámia (CMnpó dà VMha,
onde está i^mosfeir^ èf qnart^Hi^Mimll»—
hoje chamado Campo de D. Lmit!)'^" ^'"''^
ftóean â tal Yinhá dé Bà&tá 'ftffeAiia,
com o arcebispo; V. Bíogo dê Stfttzaí, <ém i ^
de dezembro de 1808, ire^sebeAéb*^ FaçOde;
JíúitÊth e os cásftes #ií T«igb dé P^.-
9tkiÉ min; B. UMà úk Cosrla; eatfòtt (tom
Aaattb Mendes Ide Váseonoelld^ ifeícefid^
té dé Mániffl MbUik \o ^mè onírrèli^ Mkvéê-
sado na porta do castello de Lisboa, '«m 81
^oa 25— de ontnbro de il47;d íllM^ áe Sgas
Moniz.) ' • *', ' n . I í
A actnal reptésebOrtitèMÉlk eásá; 40 ter*
dadeifos e le^tiifl^ YaltoAMeMs; é a; "er.* \
D. Angélica Augusta da €osta VascoMUMb j
de Brito Roby, oa^a^à eòtlo èr:- J)Mn)ftoio
di Canha Piíttèntel Homem fie TÉaèM*'
cellos. --.,.... ^ .-.^
Para as armaé*4ò6 6etitiiB,'VlieíJMlnii?
. As armas d*estes YasconeiMM, s9ai" *
Em cantpo preito, tM ísMá, retàúàA e
eontrareiradas de púrpura e prata. ' ^i'
' Timbre, um leão pitta, kaaà(^<xm4êfreB
finas 'iad armafl. -^í -'♦•♦
'FflÇO 'D'Ml668^1èrm«iA :àMeia|!Btli»
Éiildurt^ 8obrea*maivm4iréitAM^I^,}Da
fireguezia e coneetho de òeifas. <Yiie a pig.
2!3, col. 1», d'estie yoI.) .
£* uma coneo^idfaslÉM eáta^'4s ba-^
pâç
vkm, qm 9Sb ê/(fÊÍ optiitM; lOft «6 |mIé
limpidez das aguas, como por seren^^pasl
tio Midai como as da eoM>i» ttair, que
fkft^xkba* 'i • ' ■ •
Ba aqof mm lértlBH4eaoiiittaá<^ de & Pd*
dfO) cOMMit9d«nait»« IfMrrada ifmms*
' Tem a «lieiílSO logOBw
4ii|o ádta«te ■dO'Ca»tof^ ^«ti'4i ilono de
Mma Sé^Uiótm ão Farto Sq3^, mistmld»
«^MftAdé êè Tk Pedm'II,'ilBd» Mm eoi^
sarado, mas sem artilhería.
^tkm um» pofoMa guaraffiè de Yfllera*
nos. ' - .1 . ,i . .% . : . ,
- A p<méa'jitaiMeUi;#elle, pam Oi,fiiríiei-
piam a orlar a estrada fel» lado >dà iei«&
'(IW<) Tirtis tatás: 'de «ampo, aiguaiás «om
M«i qutotlniB fomwaoa ^te^ ^^pevio^
centes a Paço d^Aroos. > -.
A itoals! ftdttfélfpela- soa MteM, é a do
AT IbOBMi Marta BessohefMio viaeoBâeéB
Bessone, «m il de éiiiabvp.de éi7a)\ . -
> iW este «»Mdh6iroH<fde éiiiMiirie#iiie|(o-
49kiBlé daifk^aça de'lils]M«w^qii6anaiidaii;edi>-
4eiF «M cjsft de eampo, fel<» aioos de
M0e,fflfotvf8M • iob «*direc$d« do^ar. €i-
tio 9tÍDtipi0'â« iéeulo^XVIiI|fl|«eoitM-
«i pé«ob{ia aeiOTJHpaidli >det.ag«'lJgftsçtm>a
Jitjedito «4tti> luMa mat pitau!iot«)ii4aí8
torreões^^toitiè <deaim«dMea4utiinUi%a -tti-
M«dflç^B«9ieiNMii<imr'ti0»fraftde§j«noi, e
é por isto, q«^ M aidUa^ a^den « noam fde
Este palácio tem soffrido «MásiMNAQa*
Í9èÊ, Sém/^fcdDtdi^ièillièeétiaimeaDB^lem
sMMí «Éoiénmiaf*itt:mòitO'âferaKiBeada, •
B' propriedade toi? ira. 4oiuiBff.dMrAtoâ^
' ffaimi ila^M^iMidslegatie dé BMulè
piMi m ^«siMidoe mi^úm^^^m^WÊVÊúL. á ba»-
wa^iviMybétaioaetdeicateaitlaj ' >
Ha latábém* «fOi^iiiflíraKiiiimaaMdhíi
<iiii'<etti^>dnÉdridji tair^pèb martiiiift: de
Pombal, e que, pelo seu grandsittabaBieE e
pwMfio/^QIuMi ODV fooM» d« CMto^ de
,M
Mili
>»' » " .
t «
' «tf fornida por 'groi8J»i|iorailas4» «Ba-
taria, de grande solidez, e com capacidade
PAÇ
para receber e dar segnro abrigo, a navios
de grande lota(^«
Tem sido tâo inqoaliieavel o desmazéllo
dos nossos governos^ desde a reinada dr D.
Maria I» ^m esta BMgoiôea obra está ob-
struída com as areias do rio, einmil.
A parte superior das muralhas é ainda tim
passeio agradável.
Em frente da pavoação, forma o Tejo ttma
bella enseada onde a jeeal assodatão navali
costoma fazer as soas regaias: festas pom-
posas a fne csFoeorre graade numero de ha-
bitantes de Lisboa, e o rei, como presidente
da associação.
Na estação de banhos ha aqni varias cor-
ridas de touros.
A' sabida de Paço df Arcos, jonto á estra-
da que vae para Oeiras, estão as importan-
tes pedreiras, íío» fornecem a maior parte
da excellente cantaria, que se emprega nas
obras de Lisboa, e que • dio a esie logar,
grande movimento industrial e aommer»
ciai.
Proxitto doestas fieirelras; para o lado do
Tejo,, está um tumulo de pedra, com uma
inscripçao etii iogleB.
Está n*elie sepultado o cadáver do ]o*
ven eommandante de um navio de guerra
britannico, que fi>í venddo e merto- pelos
francezes, em um combata naval, dado nas
proximidades da barra de Lisboai
Eis a traducçao do epitaphio. que é um
modelo de insi^lpçSes sepnlèhraes. '
cBste mémimentò, é consagrado á tía-
moria^eavaHeiro Gourray Sbiphy, dá eda^
de de 25 annos.- Foi capitão do navio de S.
If. B., a Nvmpha.' Poimorto no ataque de
ama embarcação de-gnerra inimiga, perlo
do Tejo, no dia 22 de abril de i808. Aca-
éds que a sabedoria humana nad pôde^t^re-
yer, nem qnalqner esforço €FVitar,lnallogni^
ranr o ataque, a termlnaranv a «ntta, mas
dlsthicca^ carreira do iseu eommandante.fiia
quanto porém existir o seu Home nos ihíi>'
naes ; da ÍSama, 0 na lettibrança da sua^pa-
tria, è de^asf^rar que 00 hosaens boné o^a»
ientes, de qtiaíqtier nação, acatam as suas
cinzas, o contemplem respeitosos a ultima
morando noa hèroe.»
PAÇ
87S
Deiaando a estrada qnectmduz de Paço
d*Anoa a Oeiras, afastando^se um poueo da
beirarniar^ e segnindo pela mesma direcção^
se aeha o pUtoreaco sitio das F<mktt»ha$.
<Ylde vol. 3.% pag. 206, ooL 2.*) e depois^ a
foz do rio d*Oeiras.
Está edificada em Paço d*Arcos, a formo-
síssima cqwlla do Bom Jesus dos Navegam'
tes, ao qual os povos d*estes sitios dedicam
uma fervorosa dervoção. O nosso querido po»
trãa Joaquim Lopes, secundado pela fd e pie*
dade de outros cavalheiros, edos povos^cir-
bnmvlstnhos, fundaram esta capellá, i}ue foi
beílzfda em 8 de setembro de 1873. Foram
dois dias de summo regdsijo ede pomposas
festas para e^ebom povo. Houve de tarde
uma esplendida procissio e concorrido ar-
raial, onde torcou a banda de infanteria n."» L
Na véspera, houTÀ uma Mnda illumiaação e
tnagalfico fogo de artificio.
Também foi inicíader â*e8ta lesu o legen-
dário Joaquim Lopes, que^ confiando na sua
coragem, e fé no divhio protector dos nave-
gantes, tantas' vMaS tem aitanoado á tnorte»
ftaS revoltas ondas do Oceano. '
Além da msíge&tosã fo^ttlridade ao Bom Je-
sus dos Navegantes^ também aresta capella
se faz outra, nmito còncoirida, ao invicto
martyr S. SebásHfto, corh proi^sSo, seraiio,
musica, fogo preso, grande arraial, ele.
Desde o dia 8 dt Membro de 1873, prin-
cipiou também n'está capelbi a harf^r missa
em todos os domingos e dias saaetlttcadoa.
No tempo db» banhos, poréea, tia missa
em todos os dias de semana.
Cinco dias- depois da magestosa festa ao
Setihof Jésusj séTeaíisott um fmportatitlssi-
ino melhoramento ii'esta notável povoação.
Na noite do dia i3, principiou a haver aqui
illumi^a^ publipa, melhoramento devido
á camiara d*OtíraSb
^ ^ coL L* df i^g. |37 d*estexVolum^ pro-
metti dar jsiais iofbrf^açoe^ c^ respeito ao
venerando pcUrão Joaquim Lopes; e, como
estou «ooveacidh de que todés «se kiteretsam
por quanto lhe pçrtçnc^ darei aqni uma re-
lação da sua já numerosa descendência.
Já disse (pagi 282; ool; 2f ) de qaem e on-
de naseoQ Joaquiin Lopes. 1
^
880
PAQ
Càsm a <0 dè aorço de 1823 {#eeebeiido-
lè íxt egrejft ««triz, de Nossa Seokora<álb
PnrifieâçãOy d'OeiTas)» eom.María do Rosa*
rio; filha de José d'Oii¥Bira Aaposo e d»Ma*
ria da Rosarfó» todos Msciidps e bsptisedes
na vilia de Olhao.
FiUiae d6vJoa4tdJii Lopes».. -
111' • '•' :. ' . .'-:.■ (.;
ija^lAúza Roia^ Lopes, cHief nasceu a i8 de
. ' j^airo de i82& FaUeoida. *
X^^-^QHiriPoAnUmiò léOp^s, hqje palrao da
falua do Bagú). Jissceu a i3 de outubro
r de Í828L Casou oppi liaria 4^ Gra^a Lq^
. pes» uatural da Trafaria <recebeudo*se |ia
...egreja da Misericórdia» de Usboa^ llesi:
detio^P^ço d'Ai^s*
3^*— íkirlo$ ^Auguslo Lopes^ Nasceu em ii
de i^aio; de i834. Casou com ^p^ Faus-
ta da Conceição Ateixo» natural de Oei?
• ras. residentes em £^ ^'Áxeof^ É tripu-
, lante da falua do Bugio^ ,
&.«-r Joaq%im Lopes funiar. Nasce^. eqi,i9
. de feveiieira de 1836. Caso;a» em Iihapeva
da Faxina, província de 8. Paulq (Bra^il^
. iqHuAnna;.da;^yeira« Êoegoci^utD.em
ItliapeTa, onde refiide«
Ik^T-.Smlia Avgusta Lopse. Nasceu a 1^9 de
, B^embro de i^ Casou e reside em Pa^
çod'Areqa. i
Q«?— Lnic Fvandsco Lopes, Nasceu a 7f de
joi^io de i839. Qasou toifí Anoa Luiza de
.Oliveira (iopes» natural 4e Carnide^ % em-
pregado ao commercío,,.e re^idespte.em
Lisboa. ...^ . ! . .
l.^^-^José de ileUo Lopef. I^asceu.a 29 de
de fl^rço de i84i. % carpinteiro de mar
chadOy e tripulante d^ foiúa do Bugio.
Sokeiro, residente eifi P^qo d^Arcos,
Todos estes sete filhos nasceram em Paço
d'Arcos, e foram baptisados em iOeiras.
Até hoje (fevereiro de itFiéi tem Joaquim
Lopes tiNTÉ B NovB netos, a saber:
FUlUMi de Quirlno AAtonio Lopee
(POtt ÒRDBIf 0àS XbADSS)
i *-* loaqolm Penreira Lepes.
S —Ermelinda Maria Mágdalena Lopes.
f «
* m
• I
1 »
PAÇ
3^ Maria da.Graça Lopes.
4 — Emília das Dores Lopes. . . . .
5 —- Joio Baptista Lopes. •> i
^«-^CaiioitoadaGDnpei^Lopes.^ -
T^^Lnáaa da Bnoamaçío Lopes. '
8 ^ Gertrudes da Conceição Lopes.
9 -^ Elvira Adelaide Lepes. :
10 — José Elysio Lopes*
ái — Quirine Antónia L^pes Jnniort
li^— JesephiBa AdekúteLopM^
' ' Filhos de laaizB, fU»8a X<opes
. . • . ■ ' • . '
1 — Maria do Rosário Lopes.
5 -^ Fraucifeo Lopes*
3 — António Lopes.
4-^ Joaquim Lopefti
FUboa de Joaquim I^opea júnior
L*--Olinda. Lopes.
l^rr^Eiidia Lopes.
Filhoe de Gaelqe A^>tf™^ '^P^
■ • '.- .
i.«— Constança de Jesus Lopeai
Iv^arios: de Jesus Lopes»
3,«^^ranoisoo Rapbael Lopes..
4.*-«:Maria do Ro^o Lopes.
&«^Jefl6 ^ Jeaus Lopea
6.*— Racbel de Jesus. Lopes.
... . t
Filhos de EittiUa Augusta Iiopea
L^^Edusrdo doSiAnjos Lop^ Q^ilesa.. .
a.^--Maria Clepientina Lopes Bellesa*
S-^-^Adelino Lopes Belleia»
4.*'— fidewiges Lopes Bellesa.
li.*— Angélica Lopes Bellesa.
Ha em Paço d*Arco8 um bonito tbeatio^
oeda se teem representado escolhidas peçaa
portuguexas e fraeeeiM» por distinctos tfãr
riesos; assim como bellisaimos grapoe de
qitadroe^vwos.
Ne dia 9 desetembro.de i87i^ fpi .aberto
o élub de Paço d'ArooS| sob a prenideupia
de sr« marques de Proataira e mifis diree»
^, dando o seu baile de inauguração, que
foi pomposo e variadíssimo; e oonoorrido
PAÇ
por grande numero de damas e catallieiros,
dâa ^riaeipaes íaiáiliâs qoe estavam a ba^^
nhos por estes sítios, e vindo ató alguibas dè
Lisboa. .
' f^çè d'Arcos, progride a olhos vistos» e
antes de muito {Roubos annos» será uma das
mais bonitas villas das margens do Tejo.
Tem -se reedificado muitos prédios, econs-
tríiido novos, em óptimas condições de eom*
modidáde e elegância.
O sr. Osborné Sampaio, eomprot» um grau-
de predto (1878) que vae renovar luxno-
saknemte/ e melhorar âs terras próximas.
E* uma vistosacoliina, onde projecta coos*
Iftiir um formoso chalet, no golto suisso.
Vae também arborisar a praia da Catéêi-
1% que fica ao sopé da mesma coUina, eòn-
Tertendo um árido areal, em formoso par-
que e passeio agradável.
Alguns íDíluentes de Paço d*Âreo8, secun-
dados por cavalheiros que para aqui costu-
mam vir passar a estação dos banhos, teem
esperanças de constituir d'esta poveaçio
uma freguezia independente.
PAÇO BE CALHEIROS ou Paço Yelho^ou
Ante-Paço de Baixo— nobre e antiquíssima
casa e quinta, Minho, na freguezia de Santa
Eufemia de Galheiros, comarca, concelho e
próximo a Ponte de Lima.
AnUgâimente^ pertenceu esta casa e toda
a parocbia, á antiga freguezia de Santa Ma-
rinha d*Aircozôllo, em frente da viila de Pon-
le dé Lima. (Vol. 1.% pag. 237, col. !.•— ilr-
cozêllo de Idma,)
£' esta casa o solar dos Galheiros; pa^
droeiros da egreja matriz.
Jà a pag. 47, col. 2.*, do 2.<» volume, tra-
tei rapidamente d*esta famlHa e suas armas,
reservando-me para em artigo especial (es-
te) dar mais alguns esclarecimentos.
Ignora se o primeiro nome d'esta proprie-
dade'.
O mais antigo que se lhe conhece, é Aaiie
Paço de Baixo.
Quando já tinha muitos séculos de exis-
tência, se denominou Paço Velho, e, desde o
século XVIII se principiou a dar-Ihe o no-
me de Paço de Calheiros.
Procedem os Galheiros, por vâronia, de D.
Álvaro de Luoa, abbade de Rendufe.
MQ
381
Esta fámilia lígou-se, por easameatos»
com as principaes da proviacia. •
No melado do século passado, em sentrar
d'esta casã, Dlegu Lopes Gaih^os (avô do
sr. António Lopes Galheiros de llepetes^^
bisavô dosr: Sebastião Lopes Galheiros de
Ifeneses^dos quaes adiante trato.) Filha de
João Barbosa Galheiros^ senhor da. casa, e
ajudante do regimento de dragões do parti-
do-da fieira, e de soa nuÉher^ D. Joa^a'de
Amaral Gabral, filha de Manuel de Ports?-
gàl MehdoQça Furtafio, O; de D.' Maria do
Amaral Cabral, da caia de BijiQ-Pequeno^
na fjrisguezia do Pinheiro d*Ázere.
Era neto de Diogo Lopes Galheiros, e de
sua mulher, D. Lourença Paeheoo, filha na»
tural de Francisco de Brito, dá easa d^ JJ)o-
bereira~e bisaeto de Payo Gomes de Brito
(^Iheiros^ senhor da casa de Sahadao, e de
sua mulher D. Natália Barbosa Pacheco, se*
nhora da casa de Lamas, em Yictoríno das
Donas.
Pertence a esta esclarecida familia, o nos-
so distiBcto engenheiyo, o sr. Sebastião Lo-
pes Galheiros de Menezes.
N'esta casa nasceu, a IS de maio de 17S^
António Lopes Galheiros de Menezes» filhe de
Francisco Lopes Galheiros de Menezes, eiàe
D. Maria Thereza de Barbosa Falcão Sotto-
Maior.
Foi para a universidade de Goimbra, em
ISOly cursando, com distinção, as aulas de
direito civil e canónico, graduando-se em
leis, no anno de 1807.
Habilitado com a leitura do desembargo
do paço, foi despachado juiz de fora da vii-
la de Ponte de Líitaa, exercendo sempre com
a maior intelligencia e justiça, este logar,
até 1817.
N*este anno foi para o Rio de Janeiro (on-
de então estava a familia real portugueza) e
D. João VI o nomeou juiz de fora d*aquelia
cidade; emprego que serviu, com iant^ hon-
radez e probidade, como tinha exercido o
antecedente.
Em 1821. foi nomeado desembargador da
easa de Suppltcação e Aggravos de Lisboa.
D. João VI estimava muito este digno ma-
gistrado, pelas suas virtudes, e o consulta-
va e ouvia com a maior attenção.
)8S
PAÇ
Era um dos homens mais respeitáveis de
Portugal ii'este secolo; honrando a magia*
traimra pela soa austera probidade; sendo
ao mesmo tempo affabilissimono trato, t do
Em espirito cidtivadissimo.
Seguindo sempre com dedicação e siDeer
rldade as ideas poUticas da legítimidaáe,
era, pela soa tolerância e espirito concilia-
dor^ estimado pelos seos próprios inimigos
politieos (que omros nunca teve ném me-
Moea)
Falleceu no dia i5 Oe détembro de i87S^
aa provecta edade de 92 annos» 7 mezesie
10 dias; deixando por seu universal herdei-
ro, seu sobrinho, o dito sr. Sebastião Lopes
Gaiheíros e Menezes.
FAÇO D'EIRAS— «Minho, nobre e antiga
easft solar, em Terras de Basto.
B* repr^entante doesta caai, e sua possui-
dora, a sr/ D. Francisca Xatier Ifechado
d*Àzevedo Barbosa.
PAÇO DE 6IELLA-~(Yol. 3.», pag. 980 co-
lumna 1.*)
Ha n*esta freguezia de Gtella a easa do Paço
de que já se fallou no logar próprio, e que,
sendo ultimamente dos marquezes de Ponte
de Lima, foi comprado pelo sr. Nai'císo Mar-
çal Durães de Faria (sobrinho do actual sr,
visconde de Porto Covo.)
O sr. Faria reformou exteriormente eele
Paço e torre, e fez melhorias grandes na
quinta, tornando esta propriedade umá for-
mosa vivenda.
PAÇO DE LANHÊZ£S*^solar, e casa no-
bre do Minho, freguezia, concelho, comarca
« districto administrativo de Yianna. Arce-
bispado de Braga. (Vide Vianna do Minho.)
Abreus Pereiras Oimes
(condes D*ALlfADA)
Pedro Nunes Cerveira, sn do Paço de La-
nhézes, foi l"" marido de D. Suzana de Bar-
bosa e Almeida, que tiveram:
Francisco d'Abreu Pereira, coronel de in-
fanteria e governador de Paraiba do Norte,
e este a José Pereira de Brito e Abreu, mes-
tre de campo e governador do castello da
Yianna, etc.
PAÇ
Casou com D. Isabel Josepfaa Cyrne Pei*
xoto, filha herdeira de Joio Ribeiro Cyrne
Peixoto.
O dito José Pereira foi pae de Francisca
d*Abreu Pereira Cyrne, ^caide-mór de Fsr-
reira, etc, casado cem D, Maria Vicloria de
Menezes, da casa das Covas; e avô Sebastião
Pereira Cyrne d' Abreu, senhor do Prestimo-
nio de Gontinhães^ etc., que esposou D.Ha*^
ria José de Lencastro e Menezes, filha de
Gonçalo Pereira da Silva,- L" morgado de
Bretiandos^ etc., e de D. Ignez César de Leo-
castre, filha de Sebastião Corrêa de Sá, t^
neate general, e d."" visconde d*Asseca.
De Sebastião Pereira e D. Maria José, nas-
ceram:
B. Maria Francisca d* Abreu Pereira Cyr-
ne Peixoto, 2.* condessa d* Almada pelosea
casamento com D. Antão d*Almada, 2.<» con-
de d* Almada e i4.« d' Abranches, mestre de
sala ajudante d*elrei e capitão de cavalla-
ria, que tiveram, D. Lourenço que segue, D.
Antão, casado com successão e D. Maria Vi*
ctoria, solteira.
D. Lourenço José Maria d'AImada Perei-
ra Cyrne Peixoto, que foi 3.« conde d'Akns-
da e 15.'' d*Abranches, e casou com D. Ma-
ria Rita Machado Oroseo Castello Branco, fi-
lha de D. José de Castello Branco, l.« conde
da Figueira e embaixador em Madrid, bri-
gadeiro, grãocruz da Conceição e Torre Es-
pada, etc., e senhor da casa d'entre Hoaen
e Cavado pelo %.*" casamento com D. Maria
Amália Machado Mendonça Castro e Vascon-
cellos, senhora da dita casa, e i.* condeça
da Figueira, pelo seu casamento.
Tiveram os terceiros condes d'Almada:
D. JosÂ, demente; i D. Maria Amália, qu»
casou com seu primo, Sebastião Pereira da
Cunha, e vivem no castello de Portozéllo, ena
Santa Martha (vide Portozéllo); D. Maria
Francisca; D, Miguel; D. Luiz e D. Marta
Anna.
1 Depois do fallecimento do ultime conde^
o governo não concedeu o titulo ao primo-
génito ou ao seguinte, conforme a praxe usa-
da mas deixou no esquecimento família tão
distincta.
Piíaenta da G«nia
«Domingos Babosa da Cost^ leoent^ eo-
«ronel 4'iii(4Q(ena pagai qw senruv W ^^
tda a gaerra de Carlos III, âdalgo da casa
«real, cavalleiro de UhrisU),. casado com D.
< « Joaana Baptista Roquelha, filtia herdeira do
«grande praso de Balthaaares, a .de to4a a
«casa de seas pães, coifi trítNW para a ca-
«pelia de Santa* Clara, teve. , . maia 3 filbas
«doBzellasem casa.» ManosíSfiple de it7S^
qne eiiistia no Archiyo do íaUficido oom*
mendador Félix d*Aodrade {UU)y- Forto-P^
drozo.
. Esta D. Joan^a Baptista foi & iV fl^bo-
ra do dito prazo de Baltbazaresc
Saccedea*lhe D. Ignacia Maipiai/Iaaqiiina
(uma. das 3 donzeilas) qoe casoo eip tp de
janeiro de 1768 com Ãoioni^ Pimenta da
Gama Barreto, filbo segundo de Balttiaiar da
CQnba Pedra Palácio, fidalgo da casarei|i, e
de soa mniber D. Jpanna Lniza Pimenti^ da
Gama.
£' actualmente representante d*esta fami-
lio e i6.<* saccessor do praso de Baltbazares»
o sr. António Pimenta da Gam^, casado com
a sr.* D. Maria Pbilomena do Carmo d' Aranio
d* Azevedo, dos antigos condes da Barca, com
jBUccessão.
Casa da Font^ dos Gtatos
(Coelhos Villas^Boas)
Manoel Coelho Leitão^ dos Coelhos senho-
res de Felgueiras e Vieira, teve como filho
a Gonçalo Coelho d'Araajo, senhor da Fobh
te dos Gatos, e como neto» Manoel Coelho de
Araújo, qae militou na campanlia da aoela-
* mação como auditor*
Este foi avô de José Coelho de Castro e
Araújo que casou com D. Josepha Jeronima
de Sá Sotto-Maior, senhora do morgado d;|i
Abelheira, e tiveram, Manuel Coelho de Cas-
tro, casado com D. Anna Margarida de Vil*
las Boas, da casa de Leiras, em Caminha,
de cujo consorcio nasceu D. Maria Clara
Ceelho, que casou com o capitão Fernando
Lobo de Mello Leite, que morreu na bata*
lha do Yictoria, e foi pae do ocíuiU so-
PAÇ
3«a
nhor dos morgados de S. Bento, Fonte dos
fiatoji Capella do Agditor, e S. João.d*Abe-
Ihein^.
£* bacharel em leis, e casado com D. Ma-
ria José 49 Conrod e ya&coacellos, tendo mui-
tas filhas casadas, e % filhos.
I .'
VMeoaoql^Qfi MourSo
Victorino iqsi Monteiro.de VascoaceUoa
Mourão, senhor da^» casas d^Foibadeila, G|ir-
jaens, Gouvinhase Ribabòa, ff^nente d^ cavai-
laria, e fidalgo da casa feal» efa neto pater-
no de Heitor de Vasconcellps da Silva.e Bar-
ros, casado com D. Felícia Angélica Fericaz,
bem como de João Monteiro de Vascoqcellos
Plr^s llourão, seQbor da casa de LordeUo^
pelo sen casamento, com D. Clara Rosa de
Magalhães,, senh^a df casa de Quintão, 4|na
tiveram a João Monteiro de Vasconcelos
Mourão, senhor das casas de Siníães, Cana-
veses, Quebrada, Lucim, Vilia Cova, e Tra-
vassos, casado com D. Brigida José Mariade
V^eoncello9,
E' actual representante d*este nome o ca-
pitão- de inCsnt^ria José Monteiro de Vas-
concellos Mourão, que casou em Vianna do
Castelio, cem D. liaõria da Conceição de Fi-
gueiredo da Guerra, que já falíamos. .
. ^£' filho de Victorino Monteiro e de D. Bfa-
ria Preciosa de Magalhães^ descendente de
Francisco Alyes de Magalhães de Carvalho,
senhor das casas de Foltiadella, Gurjães e
Gouvinhas, casj^o com D. Anna Joaquina
de Figpeiredo.
Heitor 46 Vasconcellos da Silva era filho
de João da Silva Vasconcellos e Mello. .
PAÇO DO LUMIAR— (vide Lumiar.)
Em 30 d*abril de Í8â2, os srs. Antonip
Leopoldo da Costa Bueno e Níeto Cavalios
e Moscoso— e José Maria da Costa Bueno e
Nieto Cevallos de VillaLobos Hidalgo e Hos-
coso, foram feitos viscondes do Paço de Lu-
PAÇO DE SÔRT£S — ffeguezia, Traz-osi^
Montes, bispado, districto administrativo, co-
marca, concelho e próximo de Bragança, 4K
kilometros de Micanda, 480 ao N. de Lis-
boa.
Em i757 tinha 36 fogos.
m
m
PAO
Òra^,^. Nicolau.'
O rfdilor de Bortes ap^esentáta (^éét$, t(M
tinha 6^000 réis de côngrua e o pé dè af ^
tar. ^' •'• ' :»:-... »
Estafregnezia está ha utiites amio^ ani^
da á de Sortes, • < - • - -í» •
PAÇO DE SOUZA— fregnezia, Douro, eo«
marea, concelho, e 5 kiidmetrbs ao S.O. de
Penaflel, 10 ao N. do rio Douro, 30 ao E.N.E.
do Porto, 330 ?^d If. do Lisboa. ^ '•'
Tem «00 fogos.'
Em l?5?, tíntía 465 fogos. '^ '
Oragoi O Salvadoh
Bispado e districto administrativo dò
Porto.
I -1
O D. abbade benedictino dò mosteih) dé
Paço de Souza, apresentavaí o Tigarlo^trie*
nal (era um monge d'este mosrteiro) que
tmha 60^000 rérs de rendimento:
£' uma vasta, bonita: e riéa freguezia*, &!•
tuada em terreno leremeuté iiceMebtado,'SO'«
bre as margens do rio Souza, que tètn inor-
rer nk margem direita ido -rio Douro-, nos^
tio da foz do Souza (onde se d!z qtrè fòi a
primitiva 'Penafiel.)
ET terra muito fértil em iMa a quãtlldade
de géneros do paiz.
Cria t^\xi\o gado, de toda a qtiãif dade-^uoè
seus campos ha abundância de caça miúdas
do chSò e do ar*— o rio Souzalhe fornece al-
gum peixe, 6 o Douto muito e óptimo.
E' esta parochia uma dás mais antigas dè
Portugal, fundada HÒ tempo dos gbdòs.
Tem um sumptuoso mosteiro^ que fbi dos
monges benedictinos, fundado na era de
998 (960 de Xesus Ghi-lsto), por D.^Troyco-
zendú (ou Trotoxendo, ou Troíoxindôy Õfie-
desy neto de D. Arnaldo de Bayla, tronco dos
Azevedos e de grande numero de famiHas
nobres d'este reino.
Junto' ao mosteiro, tioha Tf oycozendo o
aeu Paço (que deu o nome á freguezSa.)
Roeste paço nasceu, {(elos annos iO&O, o
legendário Egas Moniz, filho de Muninho fier*
migues, filho de Troycozendo Guedes. -
A egreja foi sagrada p^o arcebispo de
Braga, D. Pedro, antecessor de S. Geraldo,
em 39 de septembro de 1088.
O grande Egas Moniz, neto de Troycozen-
do Guedes, deu aos monges, ein 1130, o pa-
ço em que tiviá.^e íBrã dê seu avô, com
otit^as muitas propriedades, e lhes amplioa
o édifieiò dotnosfefro; que está «i!ní'\ith' de-
liciou ^I1é,p#'bnaé eorre oriò-Sdu^a.
J •' • 1:1.
Bgras Honlãs
i i . i
• • • «
• Nobilíssimo' eehfrepido èavailleiroportit-
gtíe!^; modelo' dè lealdade' àò seu rei e i sua
páfHB,''dédi<$ado- aintgo e companheiro do
con^ B^. HenKque, aio, mestre e consefhei-
ródíè D.''Xflrbiiso Henriques, ao qndl de^
eou sèmi^re xm amor paternal e^ltt^mosls*'
simo; catholico sincero e fervoroso: descen*
i&i de Qika das mais nebres ftoiiias néo-
gothicas dasHebpahhas. *
Gombktètí^taleiiosamente ao lado db con-
de D. Peái^iquVe depois^ até umá èdáAa
pirotéèta, em^ loAá» 9A' campanha!^, áo lado
do Éteu pupilo, D. Affonso Henrique». '
T9o bravo nas batalhas, como* prudent»
fi6»^ttSelhos, foi o nàaior vulto dolseuiem^
po, e nenhum outro o excedeu nas virtudes
que são o apanágio 'o olmattiento détim per-
iltifo «avtllèiro.
* D. AlTonsoHenriqties nascera a S5 de )u*
lho- de liOO/Dseusiifaes, que conheciam a
honra, a fidelidade e a imeHigencia de Egas
Moniz, lhe confiaram a educação de seu uni*
CO filho, penhor da independência e autono-
mia de Portugal; e Jamais tiveram de arre-
penderse da escolha; porque o joven prin*
eipe, recebeu de Beu orno (ayo) uma educa--
ção esmeradíssima, da qual deu em toda a
sua vida provas evidentes.
E a santo ayo, nSo só curou do espirito
do seu c^^a^ (educando) mas também do
corpo, pois nascendo o príncipe aleijado das
pefúas, Egas Morriz, empregou todos os meiòs^
tanto da medicina, como de oraçSes e pro-
meásas aos santos da sua particular devo-
ção, e teve a ventura de ver o printípe» f^t^
fèitamente curado.
Finalmente, D. Affonso Henriques -coteplé-
ta 18 annos de edade (1128) eterna «otíta 4Jk»
governo de P(H'tugaI, e n'es9e mesmo anuo
derrota, em batalha campal, em São Mame*
de, junto a Guimarães, o insolente e ambicio^
so gallegOi Fernão Peres de Travai conde dè
Trastatnara. ^'
PAÇ
Ainda em 1128, o rei de Leão (AffoDso YU,
ma primo) invade a provinda do Minho com
um numeroso exercito; mas D. Aflònso Hen-
riques o desbarata e pde em faga, na Veiga
de Yalle de Vex.
Egas Moniz foi sempre inseparável com-
panheiro do príncipe, batalhando intrépida-
mente a sen lado.
D. Aflònso VII, refeito das perdas da nl*
tima batalha, e reunindo novas tropas, vem
cercar seu primo, que estava em Guima-
rães, reduzindo*o a grande aperto. Era a
eonjunctura de se patentear em toda a sua
inimitável dedicação, a alma de Egas Mo-
niz. Só um acto da mais sublime abnegação,
poderia salvar o príncipe portuguez (e a in-
dependência da pátria)-— e Egas não trepida
ante o terrível sacrificio.
Conhecendo o génio indomável do seu
príncipe; sabendo que elle jamais se 8!:úei-
taria á dominação estrangeira, sae occulta-
mente da villa, e apresentando-se na tenda
do soberbo monarcha leonez, lhe promette
obediência em nome de I>. Affonso Henrí-
quês, e que este hiria ás cortes de Leão.
Toda a Hespanha conhecia a nobreza de
caracter, e a lealdade proverbial de Egas Mo-
niz. O rei levanta o cerco e vae para Leão;
mas D. Affonso Henriques não annue ao pa-
cto feito pelo seu aio, nem este o aconselha
a isto; porém deu a sua palavra, e por pe-
nhor d'ella a sua vida e a dos seus— -e hade
cumpríl-a. Marcha para Toledo com sua mu-
lher e filhos, entregar-se ao rei de Leão;
Deixemos fallar o nosso Gamões:
Não passa muito tempo, quando o forte
Príncipe, em Guimarães está cercado
De infinito poder; que d*esta sorte
Foi refazer-se o imígo magoado:
Mas, com se offerecer à dura morte
O fiel Egas, amo foi livrado;
Que de outra arte, podéra ser perdido,
Segundo estava mal apercebido.
Mas o leal vassallo, conhecendo
Que seu senhor não tinha resistência,
Se vae ao castelhano, promettendo
Que elle faria dar-lhe obediência.
xwsmyí
PAÇ
385
Levanta o inimigo o cerco horrendo.
Fiado na promessa e consciência
De Egas Moniz. Mas não consente o peito
Do moço illustre, a outrem ser sujeito.
Chegado tinha o praso promettido,
Em que o rei castelhano já aguardava,
Que o príncipe a seu mando submeUido,
Lhe desse a obediência que esperava.
Vendo Egas, que ficava fementido,
O que d*elle Castella não cuidava.
Determina de dar a doce vida,
A troco da palavra mal cumprida.
E com seus filhos e mulher se parte
A levantar com elles a fiança;
Descalços e despidos, de tal arte
Que mais move a piedade que a vingança.
-^ Se pretendes, rei alto, de vingar- te
De minha temerária confiança.
Dizia, eis aqui venho offerecido
A te pagar com a vida, o promettido.
Vés, aqui trago as vidas innocentes
Dos filhos sem peccado, e da consorte;
Se a peitos generosos e excellentes.
Dos fracos satisfaz a fera morte.
Vés aqui as mãos e a língua delinquente;
N'ellas sós experimenta toda a sorte
De tormentos, de mortes, pelo estylo
De Scinis, e do touro de Perillo.
Qual diante do algoz o condemnado.
Que já na vida, a morte tem bebido,
Põe no cepo a garganta, e já entregado
Espera pelo golpe, tão temido;
Tál diante do príncipe indignado,
Egas estava, a tudo offerecido;
Mas o rei, vendo a estraaha lealdade.
Mais pôde em fim que a ira, a piedade.
Para mais conhecimento so-
bre este facto, e para evitar-
mos repetições, é preciS3 vér
a nota, a pag. 355 do 3.<> vo-
lume.
É certo que alguns escriptores negam este
acto de abnegação e lealdade, do nosso Egas
Moniz; porém uma grosseira escalptura, se-
gundo toda» as probabilidades, contempora^
25
3S6
PAÇ
nea, layrada na pedra do tamalo do beroe, |
nos levam a acredital-o.
O Sr. Alexandre Herculano (que certamen-
te ninguém alcunhará de crmdeiro)^ na soa
Historia de Portugal^iomo 1.% pag. 287, e
na nota correspondente, a pag. 468 (i/ edi-
ção, de 1846)^ adduz provas, que nos levam
a acreditar o facto contestado.. Mas, o que
i quizer deliciar-se cqm a lenda poetáca àe
Egas Moniz, leia os Quadros Históricos do
fallecido visconde de Gastilbo, no logar coni-
petente. . .
O Sr. M. Pinheiro Chagas (Part^gmzes U-
lustres, pag. 7) chama a Egas Moniz Coelho
(sobrmho do outro — vide Arcuce) poeta do
amor, e a seu tio, poeta da lealdade.
Segundo o Anno Histórico, tomo lA pag.
499, Egas Moniz falleceu em 21 de abril de
il46 (o sr. Pinheiro Chagas diz que foi em
1144)— e, finalmente o sr. Carreira de Mello,
diz que elle falleceu em li39, logo no pri-
meiro dia de jornada (de Coimbra para Ou-
rique) em que acompanhava D. Afifonso Hen-
riques.
Deixo á apreciação do leitçr instruído, a
verificação doestas datas. Só direi, qu9, a dar
credito á inscripção sepulcbral, só o sr. Pi-
nheiro Chagas acertou.
Foi Egas Moniz sepultado em uma capai-
la particular do seu mosteir», de Paço de
Souza; mas, no auno de 1605, foi o seu tu-
mulo removido para a capella-mór, e em
1784 para o corpo da egreja. (Ha também
quem diga, que o monumentQ esteve primei'*
ro no adro, depois foi mudado para uma e^i*
pella, feita de proposit» para elle, e por fim
para a egreja.) .
Este venerando monumento é de granito,
e, como já disse, mui grosseiramente cinze-
lado. De mais a mais, nas remoções que sof-
freu, pedreiros ignorantes, collocaram as
suas diversas peças despropositadamente fo-
ra 4o seu logar, o que evidenceia a inscri-
pção, que sendo em duas linhas, e em pe«
dras diíferentes, ficou a superior eom o de*
baixo para cima.
Não havendo na nossa typo-
graphia caracteres semdlhan*
PAÇ
*
tes aos da inscripção, vã» os
actualmente usados, que lhe
. . eorreJ>pondem.
Na 1.* linha (na que está ás avessas) se lé:
fflC; REQVIESCIT} FYS} dei 3 egas; M0NI2-
VIR- INCLI-n^S-'
E na 2.«, que está ás direitas, éh:
era} mUJSSIMA; CEin'ESIUA} 2XXXn;
(Nole-se que o 2, vale 80. — O D, entio^
valiar, como hoje, 500, e tendo sobre elle um
risco horisonial, valia 8:000.)'
Quer dizer:
tAqui descança o servo (ou filho) de Dmt^
Vgas títmiZf tarão inclitó. Era (falleoeti na)
íí82>—qae é exactamente o anno 1144 de
Jesus-Christo, como diz o sr. Pinheiro Cha-
gas.' (Veja-se adiante.)
O canteiro pretendeu representar n'est6
monumento o facto mais grave da vida de
Egas Moniz. O primeiro baixo relevo consta
de três pedras^ coUocadas horisontalmente
umas sobre as outras, formando todas três
um só lado. Na pedra superior, s^ vêem ires
cavalleiros, mootados em cavallos sem ador-
nos; levando, aquelles, as cabeças descober*
tas e os braços manietados, levando o da
frente (provavelmente Egas Moniz) uma cor-
dial em volta do pescoço, e levando atrax de
si, e entre os dois cavalleiros da rectagoar-
da, um peão ou criado. Ás figuras que estão
nos dois lados, parecem ser mulheres do po-
vo, vepdo passar a triste cavalgata.
Na segunda pedra, yae o resto da carava-^
na,. çpmposta de quatro creanças a cavallo
em um. cavallo, seguidas de uma mulher (a
de Egas Moniz?) também montada, levando
á sua direita, a pé, uma mulher, e atrax de
si, um homem e uma mulher— segue-se uma
espécie de camilha, com quatro creanças^ e
atraz d'ellas, três mulheres.
A segunda parle do monumento, é com-
posta de quatro pedras (a 2.* de cima é a que
fti coUocada de pernas para o ar).
Na primeira se voem dois homenS;, deitan-
do na sepultura um corpo—um bispo, de bá-
culo na mão direita e um livro na esquerda»
PAÇ
em aeçlo de encommendar o def aDcto, e duas
mulheres lamentandose (talvez choradei-
ras).
Do outro lado, mas no mesmo plano, está
úm homem morto^ deitado, e quatro carpi-
deiras. Uma figura, representando a alma
do def anoto, dentro de tím circulo, que se-
guram dois anjos, figura ter sahído da boc-
ca do morto, e no acto de subir ao céu.
Os ornatos do tumulo, sâo, como elle, sin-
gelos 6 toscos.
Note-se que a data que se lé actualmente
no tumulo, nâo concorda com a que se lô
no Nobiliariê do conde D. Pedro (pag. 187 da
edição de Roma); pois ahi, traduzindo a in-
scripçao, se diz — era de 1184, que vem a
ser o anno 1146 de Jesus-Christo, que mar-
ca o Anno Histórico. Talvez que, com as re-
moções se destruíssem as duas ultimas le-
tras da lapide.
Não podemos dizer com certeza quantas
foram as mulheres de Egas Moniz. Fr. Fran-
cisco de Santa Maria {Anno Histórico^ tomo
1.% pag. 499) dá-lhe apenas duas — 1.", D.
Wár Paez, filha de D. Payo Guterres da Sil-
Ta— 2.", D. Thareja Affanso, filha do conde
D. Affonso, das Astúrias; tendo de ambas
descendentes.
Outros escriptores lhe dao quatro mulhe-
res, e até alguns cinco I
Entre as doações do mosteiro de Salzô-
das» sé achavam muitos titulos de compras,
feitas por Egas Moniz e suas quatro succes-
mas mulheres.
Em 1099, Egas Moniz, e sua mulher Z>.
Dordia^ compraram a Joâb, e sua mulher
Júlia, uma herdade, em Paredes de S. Mar-
tinho de Mouros.
Em 1105, Egas Moniz, e sua mulher, â
mesma D. Dordia, compraram outra herda-
de, no mesmo logar, a Joào Sonilo, e sua
mulher Elvira.
Parece que esta D. Dordia, falleceu antes
de 1116.
Em 1120, Egas Moniz, e sua mulher, D.
Dorotheia, eompraram a D. Ejeuva Prolix
Guedas, um casal em Esmoriz, junto ao cas-
tello de BaySo.
Em 1130, comprou Egas Moniz, e sua mu-
PAÇ
387
Iher, Maria Onoriquiz, a Mendo Moniz, e sua
mulher, Goína Mendes (por uma muUa, ava-
liada em 306 bragaes) ^ uma herdade em
Lourêdò Jusano (Lourédo de Baixo).
Em 1134, compraram Egas Moniz, e sua
mulher, D. Thereza Affonso^ varias proprie-
dades, que, como as antecedentes, deram ao
mosteiro de Salzédas.
Em 1142, Egas Moniz, e sua mulher, Gon-
tina Ramires, doaram a villa de Savarigones
(hoje aldeia de Sarabigões, na fréguezia da
Espiunea), metade a S. Martinho da Espiun-
ca e metade ao de S. João da Alpendurada.
No mesmo anno>, os mesmos cônjuges fize-
ram uma carta demeiação, de todos os seus
bens, no caso que nenhum d*elles se tornas-
se a casar, depois de viuvo.
Os mesmos fizeram o seu testamento, de
mõo commum, em 1143, no qual libertaram,
por sua morte, todos os seus escravos mou-
ros, que então fossem baptisados.
Se este Egas Moniz fosse o nosso legen-
dário Egas Moniz, vinha elle a ter sido ca-
sado cinco vezes, com as seguintes mulhe-
res—l.», D. Dordia— 2.*, D. Dorotheia— 3.*,
Maria Onofi^uiz— 4.% D. Thereza Afl^onso—
e 5.% Gontina Ramires. Mas, com toda a cer-
teza, esta ultima foi mulher de um outro
Egas Moniz, pois estes consortes ainda vi-
viam em 1174, e vemos que o nosso heroe
tinha então fallecido havia, pelo menos, 28
annos. Mesmo que esta data fosse a era de
Gesar (que não é) — vinha a ser o anno de
Jestís-Christo 1136, quando elle tinha por
mulher D. Thereza Affonso.
Est*outro Egas Moniz e a tal sua mulher
Gontina Ramires, doaram os seus bens (no
dito anno de 1174) a Pedro Uoniz, ao qual
tinham creado, e elle os tinha servido <pro
criancia, et pro servido.»
^ Um braçal, slo 7 varas de um pano de
linho grosseiro, usado nos pmmeiros séculos
da nossa monarchia. Era este pano atraves-
sado com muitos cordões. — Ainda hoje se
fabrica nas províncias do norte, para toa-
lhas.
Na Terra da Feira e outras do N., ainda
se dá o nome de ^ra^o/.á roupa branca que
a noiva leva com o dote— á que acha na casa
dolnoivo, e também a que tem uma casa.
388
PAÇ
Jalgo pois que Egas Moniz só teve quatro
mulheres.
Egas Moniz, de todos estes casamentos te-
Te Yarios fillios, de ambos os sexos» que sâo
progenitores das principaes (Samilias d'estes
reinos.
Os monges benedictinos de Paço de Són-
ia, tinham obrigação de dar aos bispos do
Porto, um jantar (parada) todas as Tezes
que allí fossem. O bispo, Domfiugo, renun-
ciou a este direito* em 1116.
No tom. 3.% pag. 672 da dÁ-
. lecçSo de Cortes^ que existe ma-
nuscripta na academia real das
sciencias, de Lisboa» se encon-
tra a copia (em latim) d*esta
renuncia, que nâo copio, pòr
ser muito extensa e pouco im-
portante.
No livro de Doa^^ de Paço da Souza, a
fl. 32, se achava uma nota, de como o mei-
rinho do conde D. Henrique, na cidade do
Porto (Âffonso Spasandiz), fez prender um
moço que tinha furtado umas ovelhas, e por
Isso lhe queria arrancaros olhos, e que sen
pae as pagasse. Os monges d*este mosteiro,
intercederam por elle, e conseguiram que
fosse livre e solto, pagando somente a mão-
posta (prisão) e carceragem.
O pae do culpado, em agradecimento aos
frades, doou ao mosteiro certos bens que
tinha perto d'elle.
Em 1386, achando-se D. João I no seu ar-
raial, sobre Chaves^ recompensou os bons
serviços do seu vassallo, João Rodrigues Pe-
reira, dando -lhe Baltar, Paço de Souza e Pe-
nafiel, de juro e herdade^ com a jwisdicção
eivei e crime, e mero e mixto império; reser-
vando somente a correição e alçada. (Doe da
Camará do Porto.)
Esta freguezia formava • couto do seu no-
me, com justiças próprias, e com foral, sem
data, tudo por D. Âffonso Henriques. Por al-
iará de 28 de junho de 1777, foi o couto an-
nexado a Penafiel. O povo de Paço de Souza,
e os monges, oppozeram-se a esta annexa-
00 ; mas, uma provisão regia do príncipe
PAÇ
regente (depois D. João VI), de 23 de agosto
de 1794, extinguiu^ couto.
A e greja do mosteiro, e matriz da paro-
chia, é um curioso specimen de architectnra
gothíca.
Teve este mosteiro, por muitos annos, ab^
hades commendatarios, que só cuidavam de
devorar os rendimentos do mosteiro, e naa
lhes importava dos seus reparos; dando ape-
nas aos pobres monges o rigorosamente in-
dispensável para o seu sustento e vestuário»
e para as despezas do culto divino. Tendo
fallecido o ultimo commendatario, descen-
dente em linha recta dos antigos, os monges
pediram, e o cardeal rei lhes concedeu, em
1580, que fossem extinclos os commendata-
rios. Principiou então a serie dos abbades
triennaes, que tomaram a peito todos os re-
paros do templo e do mosteiro, e este foi
melhorado e ampliado.
Ainda que este sitio seja baixo, é muito
aprazível e sàdíò, e cercado de frondosos e
gigantescos castanheiros e carvalhos, que
lhe dão fresca sombra no verão. O mosteiro
e a sua cerca, foram vendidos depois de 18á4^
e são hoje propriedade particular. <
Fallecendo no Rio de Janeiro, Francisco
José Ferraz, natural de Paço de Souza, dei-
xou o remanescente da sua terça, para com
elle se construir aqui uma casa-pia.
O governo auctorisou esta fundação, no
principio d'outubre de 1875, e nomeou uma
commissão administrativa, composta dQ9 srs.
José Joaquim Ribeiro Taborda, João Torres
de Andrade, padre José Carlos Moreira, Fran-
cisco Ferreira Ferraz, e Joaquim Ferreira.
Poucos dias depois, e no mesmo mez da
outubro, o governo expede a seguinte por-
taria:
tMinisterio do reino:
«Direcção geral de administração politica*
e civil:
«Tendo Francisco José Ferraz, fallecido no
Rio de Janeiro, disposto no seu testamento
que o remanescente da sua terça fosse ap-
plicado á construcção de uma casa pia na
freguezia de Paço de Souza, onde tinha sido
baptisado, sendo l:OOOitOOO réis destinado
PAÇ
pan â coDstraeçSo do edifleio e o restante
do legado convertido em inscrípções de di-
vida pablíca portagaeza, para com o rendi-
mento d'ellad se prover á conservação do
edifieio, pagamento aos professores e profes-
soras e sustentação dos alamnos dos dois
sexos; achando-se liqnidada a inportan-
da de tâo valioso legado nas quantias de
69:3004000 rs., moeda brazileira, e 16:500jt
réis, moeda nacional, qae se acham devida-
mente arrecadadas; é auctorisada a funda-
ção de uma casa pia na fregaezia de Pare-
des, sendo admittidas n*es8e estabelecimen-
to as creanças pobres dos dois sexos, natu-
raes da freguezia de Paço de Sonza, poden-
do ser também admittidas as das outras fre-
gaezias do concelho de Paredes, quando os
rendimentos o permittirem.
cAcommissao administrativa da casa -pia,
<le aecordo com o testamenteiro de Francis-
co José Ferraz, tratará de fazer construir o
edificio e promoverá a conversão dos capi-
tães depositados em inscrípções para cons-
tituir o fundo permanente do estabelecimen-
to, propondo ao governo o projecto do regu-
lamento, e estabelecendo n'elle as condições
de admissão eda sabida dos menores, a qua-
lidade de ensino, o numero desempregados,
professores e outras disposições, etc, etc.»
Parece que o governo não podia (não de-
via) ordenar semelhante transferencia.
O caridoso doador, determinou expressa-
mente que a casa-pia se fundasse na fregue-
zia de Paço de Souza— devia ser alli, e não
em outra qualquer parte.
Nem a faculdade de poderem ser admitti-
das na casa-pia, construída em Paredes, as
creanças de Paço de Souza, attenúa em coisa
alguma esta inqualificável arbitrariedade»
excesso de }urisdicção e abuso do poder.
Perto do mosteiro está a bella casa e gran-
de e magnifica quinta do sr. Diogo Leite Pe-
reira, um dos mais nobres cavalheiros da
província, tanto por seus illnstres ascenden-
tes, como pelas apreciáveis qualidades que
o distinguem. Para a familia dos Pereiras,
vide Feir(í. Leite é um appellido nobre em
Portugal, tomado da alcunha imposu a Ál-
varo Pires, no tempo de D. Aflfonso lY.Tra-
PAÇ
389
zem por armas— em campo verde, 3 flores
de liz, de ouro, em roquete. Elmo de aço»
aberto, e por timbre, uma das flores de lia
das armas.
Outros do mesmo appellido, usam-^-em
campo azul, 3 flores de liz, d'ouro, em ro-
quete— elmo d'aço, aberto, e por timbre uma
pomba branca, em acto de querer voar, com
um ramo d'ouro no bico.
Porém o ramo a que pertence o sr. Dio*
go Leite Pereira, é o seguinte:
Da familia dos Leites, passou um indivi-
duo para a cidade do Porto, aparentando*
se, por casamento, com os Pereiras, e for-
mando o appellido de Leite Pereira.
Suas armas, são— escudo esquartelado —
no 1.* e 4.% as armas dos Leites (as antece-
dentes) e no 1* e 3.*, de púrpura, uma em
de prata floreada e vazia do campo (como
as de Calatrava.)
Elmo d*aço aberto, e por timbre— a emx
das armas, entre duas flores de Hz, ver*
des.
Outros Leites Pereiras, usam— escudo es-
quartellado— no 1.* e 4.* as armas primei-
ras dos Leites— e no 2.* e 3.*, de verde»
cruz potentea, de púrpura e vazia de prata.
Êhnod'aço, aberto— e timbre— a cruz das
airmas^ entre duas flores de liz, de ouro.
O paço qfie tinham aqui os ascendentes de
Egas Moniz, e onde este nasceu, é que se
julga ter dadq o nome á povoação, e i
provável; mas o que se não sabe com cer-
teza é se o seu sobrenome procede do rio
Souza, ou do appellido dos senhores da ter-
ra—como se ignora se o appellido Souza foi
tomado do rio, ou o nome d'este provém do
appellido.
E* esta, na verdade, uma questão de pou-
co momento, mas não de todo destituída de
curiosidade.
Estou convencido que Souza ou Sousa 4
um substantivo da antiga língua portugue-
za; porque temos Souza, Sôza (ou Sóza)^
Souzel, Souzella, Souzellas, e Souzêllo (psXaA
quatro evidentemente diminutivo de Sou"
za) o que nos leva a crer que aquelle sub-
stantivo tinha alguma significação.
A minha humilissima opinião, é que.sote*
390
PAÇ
za era synonymo de herança^ herdade^ etc;
porqaa no antigo portuguez— «ou^o^or— era
o mesmo qae successor.
Ha documentos do reinado de D. Diniz,
que "ainda empregam com frequência esta
palavra.
O rio Souza, nasce perto da
egreja de Moure, entre Pom-
beiro e Caramõs, e com um
curso de 43 kilometros, desa-
gua na direita do Douro, pela
Foz do Souza, 12 kilometros
a E.N.E. da eidade do Porto,
em frente da l)onita povoação
d\imellas.
Suas margens são, pela maior
parte, cultivadas, férteis e
formosas.
Perto de Paço de Souza estão os solares^
dos BratMes, da Torre de Coreixas — dos
Aíhaides Azevedos, de Barbosa — e dos Pei-
xotos da Silva, do Reguengo--à\em dos Lei-
tes Pereiras, de quem já íallei.
Egas Moniz, teve os filhos seguintes, das
esposas abaixo declaradas.
De D. Maior Paes—L. Lourenço Viegas^ o
Espadeiro,
Doeste precedem os Coelhos, os Frades, os
Magros, os Viegas^ os Aboins» noutros.
D'este8 Aboins, ó João de
Aboim, casado com D. Maria
AíTonso, filha de Aífonso Pires
d* Arganil.
Este João d*Aboim, foi o
que trouxe para Coimbra, a»
cabeças dos cinco martyres de
Marrocos.
De D. Thereza Âffonso — (fundadora do
mosteiro de Salzédas) teve cinco filhos e três
filhas.
D'estes procedem os Athaides, Soverosas,
Reimondos, Alvarengas, Peixotes, e outros
appellidos nobres.
De todas as suas quatro mulheres teve
descendência. Vai declarada nas povoações
onde fizeram os seus solares.
Em frente da porta principal da egreja,
ha um vetusto e corpolento carvalho, ao
qnaly uns chamam carvalho d*Egas, e ou«
PAÇ
tros (por abreviatura, ou contracção de Egas
Moniz) Égamós.
Já disse que aos monges deu Egas Moniz
o paço em que nasceu, e, á sua custa, o
transformou em vastos dormitórios.
Unida ao paço estava uma robusta e bella
torre, que também deu áos religiosos.
Frei Leão de S. Thomaz {Benedicíina Lu-
sitana) diz que no seu tempo ainda existia
esta torre, servindo de hospedaria.
O conde D. Pedro, diz no seu Nchiltario,
que Truictosendo Guedes (o fundador da
mosteiro) mandou construir para sen jazi-
go e dos seuâ descendentes, uma egrf ja, de-
nominada Corporal de Paço de Souza, que
ficava contigua ao mosteiro. ^
E' esta a capella em que eu disse qae
primeiramente foi sepultado Egas Moniz-^
depois, alguns de seus filhos.
Esta capella, estando a ameaçar ruina, foi
demolida em Í605, e os ossos do Ínclito va-
rão removidos para a capella mór da egre-
ja do mosteiro, assim como os outros que
lá estavam.
O abbade que era em* 1741, querendo dar
mais elevação á capella-mór, entendeu qjit
ficava mais commodo e barato rebaixai a, o
que fez.
Com esta obra, já o tumulo d*£gas Monia
soffreu mutilações; e, quando em 1784 se
tornou a mudar o monumento para o cor-
po da egreja, sofírcu o ultimo desarranjo e
deslocação, ficando metade da inscripçao
com o debaixo para cima, como já con-
tei.
Tem o mosteiro uma fonte d*agua peren-
ne, no centro do claustro, e varias nas suas
officinas, refeitórios, claustras baixas, etc.
Do que fica dito, vemos que o mosteiro de
Paço de Souza, é um dos mais antigos e ve-
nerandos monumentos christãos de Porta*
gal.
Em 1145, D. Dordía, filha d'Egas Moniz e
1 N'aquelle tempo, não se enterravam
culares nas egrejas nem mosteiros de rega
lares.
PAÇ
de D: TbereziÂíTòDso, deu á egreja dô mos-
teiro—fina cappa creziscOy et una siola de
^0 panOy it tma ocí/ara— (uma capa d*aê-
perges, uma estola do mesmo pano e uma
alcatifa.) ^
Em 1112, tinha D.' Uniseo Eri2 f^íto doa-
çao a este mosteiro, de mnitos dos seus bens
patrfmoniaes, accrescentando — Do omniú
mea rem tnovilem lectorixm: Çozoãras, et
plamazoSf tapedes et almozalás, simulet àli-
fafes, manteleSj et savanas linulas, et íen-
zos, palium, et (jrezisco^ pellesy et pèlliceas^
íMintus superiores^ etc,
fim 994, o abbade, Randalío, dfooa ta-
rías rendas a este mosteiro (em reconheci-
mento de que, sendo elle de outra terra^
Tractezindo Galindize sna mulher, Arísmia,
o recolheram no úiosteiro de PalacioU ^ad
wtorandum per Regula Canomca usque ad
obitum meum.)
Com a condição do mosteiro o sustentar,
▼estir e lhe fazer o enterro.
Em 12Õ5, D. Sancha Vermades, mulher
de Saelro Yiegas, fez, o seu testamento, no
qnal diz qne tem uma herdade á pmte do
Douro, 3 da qual se podem fazer trez cà*
soes.
Em 1216, doou ao mosteiro do Paço de
Souza tudo o gu^ tinha em Ban^, Junto á
ponte do Douro.
Em um documento d*efite mosteiro, de
1 Os nossos antigos davam o nome de
acitara, tanto a um tapete ou alcatifo, to*
mo aos reposteiros, pannos de raz, manto
im capa^ se eram de preciesa teUa e rica*
miente bordados.
^ PalacioU era o antigo nome de Paço dê
Souza, o que nos leva a acreditar que nós
primeiros tempos, não se dizia em portugoez
Paço de Souza, mas Paço de Souza.
Paço corresponde a Palaciólo—pacinho,
pequeno paço ou palácio.
• Estes documentos slo mais uma prova
de que, nào só existiu (á*isso não ha duvi-
da) mas se coneluia e serviu a famosa p(m*
te sobre o Douro, que está próxima ao Ber-
nardo, (Vol. 1.% pag. 336^ col. l»; 341, col.
1% no fim, a pág. 390, col. 2.*, no fim.
PAÇ
391
1929, se vd que lhe pagavam, entre outros
tributos — o serviço {ofíerii) do Pasquoêllo,
pela Paschoa— o serviço do Penticoste, pelo
Espirito Santo — E treze homeens sabudos
(certos) pêra qualquer serviço que os nós
quizermos. . . (aqui, serviço entende se por
o trabalho de um dia.) E os serviços do Pas-
quoêth, que he fogaça (pão) de alqueyre e
meyo de trigo, e hum cabrito^ e oito bilhas, E
os serviços do Penticoste, que he fogaça de
algueyre e meyo de trigo.
Pedro Moniz Bachfcho, cavalleiro de La-
fões, e sua mulher Maria Cides, doaram ao
. mosteiro de Paço de Souza, metade da egre-
ja de S. Thiago de Garvalhaes, em terra de
Laf5es.
Esta egreja era dos doadores, in soli-
dumJ
Por morte dos doadores, seu filho. Mar-
tim Peres Buchicho, impugnou esta doação;
mas vefu a um accordo com os monges, em
7 de julho de 1228, para que a egreja fosse
apresentada simultaneamente pelos frades e
pelos Buchichos, e assim se praticou d'ahi
em diante.
Ainda pude colligir mais apontamentos,
com respeito a este convento monumental,
porém, como são de menor importância, e
o artigo já vae bastante longo, fiquemos por
aquL
PAÇO TEDRO DE MAGALHÃES-fregue-
zia, lUQnho, concelho e próximo da Ponte da
Barca, comarca dos Arcos de Valie de Vez,
18 kiiometros ao O.N.O. de Braga, 375 ao
N. de Lisboa.
Tem 95 fogos.
Èm 1757 tinha 85 fogos.
OragOv S. Martinho, bispo.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
O conde-almlrante (conde de Bézende)
apresentava o abbade, que tinha 35OjíO0O
réis de rendimento.
Esta freguezia se denominava primeira-
mente Magalhães. Depais, por causa do so-
lar doa Magalhães (que tomaram o appelli-
do d*esta freguezia) se denominou Paço-Ve-
dro-de-Magalhães (Paço-Velho-de.)
39S
PAÇ
Magalhães é um appeUido nobre em Por-
tuga], tomado da torre e quinta de Maga-
lhães.
O l."" que sç encontra com este appellido
ó Affonso Rodrigues de Magalhães, no reina-
do de D. Diniz.
Foi senhor d*esta quinta por ter casado
com D. Sancha de Novaes, ^ herdeira da
mesma quinta.
Foi creado de D. Affonso lY.
Tem brazão d*armas completo— que é —
em campe de prata, 3 faxas xadrezadas de
piirpura e prata, de três peças, em palia.
Elmo d*aço aberto— timbre, um abutre,
de prata, biecado e armado d'ouro.
Outros do mesmo appellido trazem por ar-
mas—escudo esquartellado— no i.* e 4.*, de
prata, um pinheiro Terde-nno %.• e 3.*, de
asai, cruz d'ouro floreada e vasia do cam-
po—elmo d*aço, aberto— timbre, o pinheiro
das armas.
Outros Magalhães, usam — em campo de
prata, 3 bondas enxequetadas de púrpura e
prata, de 3 peças, em palia.
0 mesmo elmo e timbre.
Outros, finalmente, trazem— escudo enxe-
quetado de púrpura e prata, de 3 peças em
faxa e 3 em palia.
Elmo e timbre^ como os primeiros Maga-
lhães.
Antigamente também se escrevia Manga-
Ihães,
E' actualmente possuidor e representante
d*esta casa, o sr. João Gomes d'Abreu de Li-
ma Magalhães e Menezes.
A fundação do praso de Paço-Yedro, ó
de 1596.
Longa e nobilíssima é a serie dos fidalgos
d'esta família, que é um ramo legitimo dos
Abreus de Merufe e de Regalados (ao qual
também pertencem os senhores condes de
Fornos d^Algodres.)
1 Outros dizem que esta senhora se cha-
mava D. Aldara (ou Aldonça) Martins de
Gastellões, filha de João Martins, de Gastei-
Iões.
Foi seu filho (de Affonso Rodrigues e mu-
lher) Diogo Affonso de Magalhães, casado
com D. Ipnez Torres, de quem nasceu Aílon-
so Rodriraes de Magalhães» senhw do eas-
tello de Nóbrega.
PAÇ
Os Abreoa de Paço*Yedre, fotam ^rnlMB
senhores da casa de Anquião; e o sao ainda
da casa da Portagem, em Coimbra, e a do
Outeiro, em Ponte de Lima.
Doesta casa foram os dois briosos e valen-
tes cavalleiros de Malta — l^ei Gonçalo de
Abreu, commendador da Corcât^Vft— efirei
António de Abreu, tenente general das ar-
mas da siía ordem, e commendador de diffe-
rentas eommendas. .
A egreja d*esta freguezia, foi matriz da vfl-
la da ^onte da Barca.
E* sagrada, e pôde n'ella dizer-se missa
sem pedra d*ara.
E' um templo antiquíssimo.
Tem relíquias de S. Martinho, seu 9»-
droeiro.
Nete-se que o sr. António
Yieira de Magalhães, natural
de S. João d' Alpendurada, não
pertence a esu família*
Foi feito barão de Maga-
lhães^ em i3 de maio de 1854»
6 conde do mesmo titulo^ a 24
de maio de 1870.
PAÇOS— aldeia, Minho^ junto a Braga» e
da freguesia de S. Yictor, doesta cidade.
Ha n*esta povoação a casa nehre e muito
antiga, da qual foi senhora D. Maria Cândi-
da de Araújo e Antas Da Mesquita, que, ca-
sando eom, António d'Aratdo e Yasconoellos
Pereira Leite de Souza e Alvim, se uniu es*
ta casa à de Lamas, em Cabeceiras do
Basto.
(Para as suas armas, vide Paço de SowuL)
Está aqui a ermida de Nossa Senhora dao
Mercês, que fica a uns 1:200 metros de
Braga.
Foi construída pelos ascendentes da illus-
tre casa do Laço, da mesma cidade, nniiinia
quinta que depois foi de António Pereira do
La^o.
S* um bonito passeio das famihas de Brm-
ga, no verão.
No dia da padroeira se lhe costuma fk*
zer uma bonita festividade, sempre mâito
concorrida.
A primeira imagem da Seidiora, era de
roca.
O arcebispo, D. Rodrigo de Moura Tellea^
PAÇ
prohibitt na sua archidioeese as imagois de
roca, para se evitarem índecencias^ quando
ae despiam e vestiam; pelo que ae fez ,entao
uma imagem esculpida em madelrs^ e é a
que ainda existe.
Aa armas dos Lagos, senhores d*esta quin-
ta-*são~em campo de púrpura, uma torre
de prata, sobre um lago, com três peixes,
nascentes, e sobre a torre, uma donzella ves-
tida d*azQl, acompanhada de três flores de
Hz, d'ouro.
Timbre, a donzella das armas, com uma
das flores de tiz d*ellas, na mão direita.
PAÇOS— fregnezía, Minho, comarca e con-
celho de Melgaço (foi do mesmo concelho,
nmts da comarca de Monção) 70 kilometros
ao N.O. de Braga, 425 ao N. de Lisboa.
. Tem 160 fogos.
Em 1757 tinha 180 fogos.
Orago, Santa Maria (Nossa Senhora da As-
sumpçãoO
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yianna.
A mitra apresentava o reitor, collado, que
Unha 1804000 réis de rendimento.
Clima excessivo, mas saudável.
£ pouco fértil em cereaes, mas cria mui-
to gado, e DOS seus montes ha grande abun*
dancia de caça.
PAÇOS —freguezia, Minho, concelho, co-
marca, districto administrativo, arcebispade
e 5 kilometros de Braga, 365 ao N. de Lis-
boa, 100 fogos.
Em 1757 tinha 79 fogos.
Orago, S. Julião.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
^iOjfiOOO réis de rendimento.
£ uma das mais antigas fireguezias do Mi-
nho.—Foi villa. Fica abaixo do monte anti-
gamente chamado Bastucio, ou Bastuço, na
encosta, para o lado do rio Laviorto dos an-
tigos.
Aqui teve diversas fazendas, Affonso Nan-
tes Mires, das quaes deixou uma á Sé de
Braga, em 1073.
D. Adozinda, mulher de Mendo Sijiniz, op-
pôz-se a esta doação e teve demanda com S.
Geraldo, então arcebispo: por fim, compote-
ram-se, em 1106.
É terra muito fértil. Vide Braga.
PAÇ
s^
PAÇOS —- freguezia, Minho, comarca de
Celorice de Basto, concelho de Cabeceiras
de Basto, 40 kilometros a N.E. de Braga,
365 ao N. de Lisboa, 90 fogos.
Em 1757 tinha 77 fogos.
Orago, S. Sebastião, martyr.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
0 abbade de S. Clemente, de Basto, apre-
sentava o vigário, que tinha 60^000 réis de
côngrua e o pé de altar.
É terra fértil. Cria muito gado, e nos seus
montei ha muita caça.
PAÇOS-— freguezia, Minho, comarca e con-
celho de Fafe, 18 kilometros ao N.E. de Bra-
ga, 360 ao N. de Lisboa, 120 fogos.
Em 1757 tinha 79 fogos.
Orago, S. Vicente, martyr.
Arcebispado e districto administrativa do
Braga. ^
A mitra apresentava o abbade^ que tinha
430^000 réis de rendimento.
i terra fertiL Muito gado.
•
N*esta freguezia está a tasa do Ertno,
N*esta casa nasceram António Manuel Lo*
pes Vieira de Castro, ministro em 1836. i—
José Lopes Vieira de Castro, tenente de vo-
luntários liberaea, durante o cerco do Porto
(1832 a 1834). Foi um militar valente.— Luiz
Lopes Vieira de Castro, desembargador da
relação do Porto. Era também libera], e foi
do batalhão académico durante a guerra ci-
vil, que terminou pela convenção d*Evora-
Monte. D*este era filho primogénito, o ba-
charel José Cardozo Vieira de Castro, o in-
feliz mancebo de que fallo a pag. 132, col.
1.» e 2.% do 3.' volume.
Da casa do J^rmo, foi fundador Rozen-
do Lopes, proprietário abastado e de uma
respeitável familia. Era capitão de Malta, o
pae de António, José e Luiz Lopes Vieira de
Castro.
A freguezia tem sido ha muitos amos pa-
rochiada por parentes consangaineos d*esta
familia.
PAÇOS — freguezia, Trazos-Montes^ co-
■
1 O visconde d' Almeida Garrett, escreveu
a biographia d*este homem de estado.
394
PAÇ
marca e concelho de Mirandella (foi da mes-
ma comarca, mas do extSncto concelh# de
Lamas d*Orelhão), 120 kilometros aN.E. de
Braga, 395 ao N. de Lisboa, iiO fogos.
Em 1757 tinha 94 fegos.
Orago, Nossa Senhora da Graça.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Bragança.
O vigário, collado, da villa de Lamas de
OreMo, apresentava o vigário, ad nutum^
que tinha 40if 000 réis de côngrua e o pé de
altar.
A esta fregaezia está, ha mais de 80 an-
nos, annexa a de Eixes, (Yol. 3.% pag. 10,
coL 1.*)
Pouco fértil em cereaes, mas abundante
de linho, fructos e legumes. Cria muito ga-
do, e tem muita caça, grossa e. miúda.
PAÇOS— freguezia, Trazos-Montes, con-
celho de Sabrosa, comarca e districto admi-
nistrativo de Yilla-Real, 80 kilometros ao
N.E. de Braga, 430 ao N. de Lisboa, 320 fo-
gos.
Em 1757, tinha 200 fogos.
Orago, Santa Maria (Nossa Senhora da
Conceição).
Arcebispado de Braga.
O prior do Salvador, do mosteiro dos có-
negos regrantes (cruzíos) de Paderne, apre-
sentava o vigário, que tinha 20^000 réis d^
côngrua e o pé d*altar.
PAÇOS— freguezia extincta, Traz-os-Mon-
tes; está unida á de Víllar-Sécco, na comar-
ca e concelho de Vinhaes.
PAÇOS DE BRANDiO— freguezia, Douro
(no foral da Feira e em outros livros anti-
gos, diz-se Paço de Brandão), comarca, con-
celho e 7 kilometros ao O. da Feira, 15 ao
S. do Porto, 300 ao N. de Lisboa, 220 fogos.
Em 1757 tinha 69 fogos.
Orago, S. Cypriano.
Bispado do Porto, districto administrati-
vo d'Aveiro.
4
A mitra apresentava o abbade, que tinha
300^000 rs. de rendimento. (Em 1623, ape-
nas tinha 60^000 réis.)
É uma freguezia rica, fértil e bonita, a
partir cem a de S. Martinho d* Anta, onde
está a formosa povoação de Espinho, uma
das melhores estações de banhos de Portugal.
PAÇ
É abundante de todos os géneros agríco-
las do paiz, e cria muito gado bovino, que
exporta para a Inglaterra. O mar, que lhe
fica a 9 kilometros ao O.,. lhe fornece multo
e óptimo peixe.
A egreja parochia), rc(*onstrttfda no prín*
cipio do século XVIII, fica no centro da fre*
guezía, e o povo mais distante d*ella, fica
apenas a um kilemetro. A capella-mór, foi
construída no fim do mesmo século, á custa
do abbade que então era da freguezia.
Tem ricas pinturas a óleo. O altar-m^r é
muito elegante e rico, o tem 5 altares late-
raes. Ê de uma só nave, mas vasta e mages*
tosa.
Em frente da egrèja se faz em todos os
domingos, um importante mercado.
Frei António de Figueiredo {Nova Malta
Portuffueza, tomo 1.-, § 205, pag. 363) diz:
A freguezia de Palácio Blandõ (Paços de
Brandão) i tinha nove casacs, pertencentes á
ordem de Malta, e metade da egreja. O mos-
teiro de Grijó, tinha a outra metade, e dez
casaes (talvez por legado de algum dos dois
primeiros Brandões que allí viveram, depois
de terem vindo com o Sr. conde Henrique»
e jazem sepultados na egreja d'aquelie mos-
teiro).
Yése pois que esta parochia é antiquis*
sima, pois já existia no século XI, e que se
chamava então Palácio Blandon, nome que
lhe deu um cavalleiro de appeliido Brandão,
companheiro do conde D. Henrique.
Ha n*esta freguezia boas quintas, e cabias
de pessoas muito distínctas.
A Quinta de Baixo, foi de um inglez (que
depois casou com a sr.* condessa da Rega-
leira).
A casa dos Pintos d* Almeida, d'onde pro-
cedem os Moraes Pintos d'Al[neida, lentes
de Coimbra — Correias Leaes — Azevedos
Brandões. (Um d'estes possue hoje a quinta
da Torre da Capella,^ ou Paços de Brandão^
que deu o nome á freguezia.)
A mais antiga fabrica de papel d'esta fire-
1 O nome mais antigo que se conhece d*e8-
te logar, é Paiaciálo Blandom, o que nos ia*
duz a crer que, antes de se chamar Paços se
chamava Paços, que é o correspondente ao
latino Palactâlo.
PAÇ
guezia, é a âo sr. João d^Âzeyedo d*AKniar
Brandão, fundada pelo padre José Pinto d* Al-
meida.
O sr. Manuel Pinto d^Almeida, tem duas
— o sr. Francisco d' Azevedo, uma — o sr.
João Pereira de Souza, uma-— o sr. José Cae-
tano, uma — ò sr. José de Carvalho, uma —
e finalmente, o sr. José da Costa, outra.
Além das fabricas de papel d*estã flregue-
zia, ha varias outras pelas freguezias imme-
diatas— Rio-Meão, Parámos, Silvalde, e Olei-
ros.
A serraria a vapor, está fundada na ex-
tremidade da freguezia, entre ella e a de
Oleiros.
O seu território é bastante accidentado,
porém os seus montes são de pouca eleva-
ção.
Tem muitos arvoredos silvestres, sobre
tudo, pinheiros. É muito saudável, pela pu-
reza dos seus ares e óptima qualidade de
suas aguas potáveis.
A egrejá matriz é um templ« muito anti-
go, mas vasto e mmito decente. É no centro
da freguezia. A capella-mór é magnifica, e
foi feita á custa de um piedoso parocho, que
n^ella jaz sepultado. Tem uma elegante tor-
re, de cantaria, com seu relógio.
Paços de Brandão, tem correio diário, e
uma boa escola d'instrucçao primaria.
Tem um bello cemitério (ao lado da egre-
já) com alguns mausoléus de subido valor.
Na frente da egreja matriz, ha um espaço-
so largo, circumdado de algumas casas e
barracas, onde se faz todos os domingos o
mercado ou feira.
Ha n*esta freguezia e no fim do largo do
mercado, uma eapella, pertencente á antiga
quinta do Paço (3.* voL, pag. i60), proprie-
dade do sr. João d'Azevedo Aguiar Brandão,
^Iho do bem conhecido, distineto a caritati-
vo cirurgião e deputado ás cortes, já falleci-
do, sr. João José d' Azevedo. A casa que está
junto á eapella, mostra ter sido palácio em
outro tempo. Supponho que d'este palácio,
ou paço, veio o nomo a esta flreguezia.
É aqui a bella casa e óptima quinta da
Portélla, onde vive, com sua familia, o sr.
Manuel Pinto d^Almeida, cavalheiro respei-
PAÇ
395
»
tável e estimade. Esta bonita vivenda tem
saias extensas, um magnifico oratório, va-
rias e grandes officinas e abegoarias; boni-
tos jardins e bella estufa. A família da casa
da Portella, é uma das mais exemplares d*es-
tes sitios, e cuja dedicada e sincera hospi-
talidade é bem conhecida. Morreu aqui, o
capitão de milícias, Manuel Pinto d'Almei-
da, pae do actual proprietário. Tomaram lu-
cto, por occasião do seu fallecimento, to-
dos os moradores d*e9ta freguezia; tal era a
estima que lhe consagravam. Um creado,.
preto, tão dedicado lhe era, que, figurando-
se-lhe vér a todo o momento seu amo, dizia
que o seu sinhor o chamava, e um mez de-
pois, morreu de saudade.
A esta famjlta pertence a do sr. José de Mo-
raes Pinto d* Almeida, deputado em differen-
tes legislaturas. Houve também um bispo na
Guarda e um lente na universidade de Coim-
bra, que eram doesta familia.
O sr. dr. Joaquim d* Almeida Correia Leal,
juiz de direito, também aqui tem uma boa
propriedade, chamada a quinta de Baixo, qaò
foi solar dos barSes da Regaleira.
Ha n*esta freguezia varias fabricas de pa-
pel, sendo a mais notável a do logar do En-
genho Novo, do sr. João d* Azevedo Aguiar
Brandão, por ser a mais importante, no seu
género, em todo o concelho. O sr. Augusto
d'Azevedo Pinto d* Almeida, sobrinho d'aquel-
le senhor, acaba de montar alli uma machi-
na de sua invenção, pelo systema contínuo,
accommodada a papeis ordinários e grossos,
de toda a qualidade. N'este logar ha, em
uma casa do mesmo senhor, um estabeleci-
mento importante de serração de madeiras»
montado a vapor.
Esta freguezia tem uma estrada que liga
o largo do mercado com a estrada de Esmo-
riz ao Picâtto, cruzando no logar do Enge-
nho Novo. O sr. Manuel Pinto d* Almeida fez
á sua custa outra estrada á mac-adam, da
sua casa da Portella ao largo do merca-
do, que da melhor vontade offereceu ao pu-
blico.
É uma bonita fl*eguezia e tem alguns le-
gares maiores e eom ruas mais bonitas que
muitas villas do reino.
396
PAG
No logar da Barraca^ e no tempo da guer-
ra fratricida (1834), estava o brigadeiro Pau-
It Maurity, cominandando as forças Itgiti-
mistas, estacionadas em Oliveira d' Azeméis.
Era sea ajudante d'ordens, José Joaquim Soa-
res Ferreira (natural de Angeja), que inter-
rompera os seus estudos, para tomar as ar-
mas a favor da causa do Sr. D. Miguel I. Era
um mancebo de familia distincta e de fina
educação. Passando este infeliz acavallo, por
aquelle sitie (da Barroca), e encontrando-se
de súbito com alguns soldados liberaes, estes
Ike atiraram dois tiros de espingarda; po-
rém como nao o matassem logo, pediu um
sacerdote para se confessar, ao que Ibe res-
pondeu um dos soldados com um tiro n*um
ouvido, íázendo-lhe saltar os miolos^ O povo
fez-lhe n*aquelle local uma ermidasinha (ál-
minhas), alumiada de dia e de noite por uma
alampada, e é voz geral que a sua alma é
santa. Tantas offertas e esmolas de promes-
sas Ibe teem dado, que com o seu producto
lhe construíram Já uma bonita capella onde
se pôde dizer missa por sua alma. Um pin-
tor distinctOy estrangeiro residente em Lis-
boa, fez para aquella capella um beUo qua-
dro, representando esta morte, e o offereceu
da melhor vontade á Capella do Soares.
O sr. Manuel Pinto d'Almeida, é qne lhe
mandou construir a nova capella, no mes-
mo sitio onde o infeliz mancebo foi tão bar-
bara e tão cobardemente assassinado. Hoje
(fevereiro de i876) está a capella quasi con-
cluída, e em breve serio n'illa recolhidos
os restos mortaes doeste martyr, objecto de
respeito e devoção, de todo o povo da fire-
guezia e immediatas.
É n*esta freguezia, e na aldeia de Gati-
nho, a antiga e nobre casa do Souto, que foi
de Joaquim José de Sá Mourão Cardoso, des-
cendente de uma illustre familia. Foi coro-
nel do regimento de milicias da Feira, e por
varias vezes presidente da villa d*este nome.
Era um cavalheiro digno e honradíssimo, e
de muita illustração. Teve duas filhas — D.
Rosa Emilia de Sá Mourão Cardozo, que
morreu solteira — e a Sr.* D. Maria Emilia
de Sá Mourão Cardozo, que ainda vive. É
viuva de Domingos Teixeira de Menezes da
PAÇ
Silva Canédo, da villa da Feira; cavalheiro
que deixou no concelho gratas recordações^
pela sua honradez e nobreza de caracter,
verdadeiros titules de nobreza para os seus
descendentes. Deixou seis filhos — os srs.
Luiz, José, Domingos, Jullo, D. Maria, e D.
Maria Luiza. A primeira das filhas, est&
casada com o ar. dr. Joaquim Tavares de
Araújo e Silva, medico e distíncto opera-
dor, residente em Vousella— e a segunda,
casou com seu primo, o sr. Joaquim Eduar-
do Pinto d*Almeída Teixeira, da Feira.
Domingos Teixeira de Menezes da Silva Ca-
nédo, é descendente, por sua mãe, da nobre
c^a dos Teixeiras de Menezes, de Cabanei-
los, na fjreguezía de Borba da Montanha.
(Vol. I.% pag. 419, col. !.•)
Esta familia traz por armas— escudo es-
quartellado— no i.* e 4.*, d*azul, uma cruz
potentea, de ouro — no 2.* e 3.% de prata,
um leão, de púrpura, armado de azul, so-
breposto de um pequeno escudo de ouro,
com um annel do mesmo, perfilado de púr-
pura. Elmo de aço, aberto — timbre, o leão
das armas.
Os Sás Mturões, trazem por armas— es-
cudo esquartellado — no l.« e 4.% enxeque-
tado de azul e prata, de seis peças em faxa
e sete em palia— no S.* é 3.% de verde, um
cabtello de prata, entre duas faxas de ouro.
Elmo de aço aberto, e por timbre o castello
do escudo.
Para a genealogia dos Sás Mourões, vide
pag. 5S, col. 2.*, d*este volume.
PAÇOS DE FERREIRA— villa, Douro, ca*
beça do coneelho do seu nome, na comarca
da Lousada, 25 kilometros a N.E. do Porto,
320 ao N. de Lisboa, 200 fogos.
Em i757, tinha 145 fogos.
Orago, Santa Eulália, virgem e martyr.
Bispado edistricto administrat.* do Porto.
O abbade da Yandoma apresentava o cura,
que tinha 40^000 réis de côngrua e o pé de
altar.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, a 13
de setembro de 1514. (L.* de foraes novos
do Uinho, fl. 58, col. 2.*) Era então couto,
mas a sua capital, era a villa de Ferreira.
(Vol. 3.«, pag. 171, ool. 5.*)— Ê pois á villa
de Ferreira, que o rei D. Manuel deu foraL
PAÇ
O concelho de Paços de Ferreiri, é com*
posto das il6 freguezias segnintes— no arce-
bispado de Braga, 7» que sao— Carvalhosa,
Codôços, Eiriz, Ferreira, Figueiró, Lamoso,
e Raymonda. E no bispado do Porto, 9, qae
sao— Arreigada, Frazão, Freamunde, Meixo-
Bil, Modéllos, Paços de Ferreira, Pena-líaior,
Sâo Pedro Fins de Ferreira, e Seroia. Todas
com 3:i00 fogos.
O território doeste concelho é muito fér-
til em toda a qualidade de fructos agrícolas
do nosso paiz, e nos seus montes ha muita
caça. Cria muito gado de toda a qualidade,
principalmente bovino.
A villa é pequena e bonita; mas não tem
edificio algum digno de menção especial. A
egreja matriz, é antiga e de boa fabrica, e o
melhor edificio da villa.
O couto de Paços de Ferreira, era depen-
dente da villa de Ferreira; porém, como
aquelle progredisse mais do que esta, foi o
coulo annexado ao concelho, que por isso
tomou o nome de Paços de Ferreira.
PAÇOS DE 6AI0L0 — freguezia, Douro,
comarca e concelho do Marco de Canavezes
(foi da comarca de Soalhães, concelho de
Bem- Viver), 48 kilometros a E.N.E. do Por-
to, 330 ao N. de Lisboa, 250 fogos.
Orago, S. Clemente.
Bispado e districto administrat.^" do Porto.
(Esta freguezia não vem no Port. Sacro e
Profano,)
Foi abbadia dos marquezes de Marialva.
Está situada próximo da margem direita
do rio Douro, em terreno muito accidenta-
do, mas fértil em todos os fructos do paiz.
O seu vinho, denominado do Baixo-Douro,
é de eptima qualidade.
Diz-se que o nome d*esta freguezia lhe
provém de uma casa e torre que aqui teve,
6 onde viveu um príncipe mouro, appelll-
dado Gaiôlo; o qual, segundo alguns, era
pae ou irmão da formosa e famosa Gaia.
(Vide Ancora^ rio.)— Gaiôlo, parece ser pa-
lavra árabe, diminutivo de Gaio, que signi-
fica pequeno --vindo portanto a dizer— P^-
quenino. Paços de Gaiôlo, era uma das dez
beétrias d'este reino.
PAÇOS DE PENALVA-Vide Penalva, Se-
pulchro e liancozêtlo.
PAÇ
397
PAÇOS DE VILHARIGUES (ou de Villarí-
gas)— freguezia, Beira-Alta, comarca e con-
celho de Vousella, 18 kilometros ao N. de
Viseu, 280 ao N. de Lisboa, i90 fogos.
Em 1757 tinha 131 fogos.
Orago, Santa Mariíha, virgem e martyr.
Bispado e districto administrativo de Vi-
sed.
O vigário de Santa Maria de Vousella,
apresentava o cura, que tinha 8M00 réis de
côngrua, e o pé d*altar.
É terra fértil. Muito gada e caça. Peixe
do Vouga.
Na aldeia de Vílharigues ha um castello
antiquíssimo, em ruinas. Próximo a elle,
está a capella de Santo Amaro, da casa dos
srs. marquezes de Penalva, e ao padroeiro se
faz uma grande festa no seu dia.
É povoação muito antiga. Em 1290, nas
Inquirições do rei D. Diniz, se menciona,
já como antiga, a herdade de Paços de VUla-
rigas. Diz-se alli, que — o Casal do Covêllo,
na Ventosa, k msÂor parte da herdade de Pa-
ços de Villarigas, em Vousella, e a aldeia de
Pindêllo, de Alafões (só um casal) eram fO'
ramontãos da ordem do Hospital. (Vide Fo»
ramontdos.)
Mais uma vez (e de certo não será a ulti-
ma) me vou aproveitar das preserverantes
investigações archeologicas do nosso incan-
çavel escriptor, e meu generoso amigo, o sr.
Camillo Castello-Branco. É das suas obras
(Noites de Insomnia) que resumi o que se
segue:
0 vetusto castello arruinado de que já
fallef, e que está na aldeia de Vilharigues,
é notável, e digno do respeito dos portugue*
zes, por n*elle ter nascido e falieeido um dos
mais bravos batalhadores de D. AfTonso V,
o nosso immortal Duarte d'Almeida— o D^-
c<pada— alferes-mór do rei de Portugal, na
batalha de Toro. ^
lá disse, a pag. 309, col. 2.*, no fim, e sé-
1 Não sei como o nosso Camões, qué nas
suas Lusíadas immortalísou tantos feitos he-
róicos dos portuguezes, fallando na batalha
de Toro, se esqueceu de mencionar o nosso
bravíssimo Decepado I — Aliquando bónus
dormitai Homerus.
400
PAD
villa d*Âlbafeira, no monte chamado tam-
bém Paderne, que, provavelmente den ó no-
me à vilIa, OQ d*ella o tomou.
i O monte é muito alto, e ao sopé corre a
ribeira da Quarteira, do lado da qual, faz o
cabeço um medonho despenhadeiro, tão per-
pendicular, que horrorisa, e ninguém pôde
subir á fortificação, por este lado.
O monte ó quasi uma península, por es-
tar cercado pelo Quarteiro, na margem do
qual, os condes de Yalle de Réis (hoje du-
ques de Loulé) teem uma quinta, que em
tempos antigos foi das mais ricas e formo-
sas do Algarve, pelos seus 9^^^^ pomares
de espinho, hortas, campos e jardins; e hoje
está em total abandono e ruina a sua gran-
de casa, e os pomares convertidos em terras
de lavoura; mas, muito férteis.
Chama- se mesmo, quinta da Quarteira,
No tope d*este monte, ou penhasco, é que
Qs árabes edificaram o castello, quadrado,
que occupa todo o plató do c;ú[>eço, tendo
cada lado uns 40 metros.
Durante a dominação musulmana, e ain-
da nos princípios da nossa .mon2à*chia, era
esta fortaleza uma das mais terríveis do Al-
garve, não só pela sua alcantilada posição,
como porque as suag paredes eram forma-
das de formigão, tão forte e tenaz, que ex-
cedia em dureza as muralhas de pedra.
Era exteriormente cercada de torres, da
mesma matéria.
A porta principal, fica ao £., e é defendi-
da por duas torres.
A ermida da Senhora da Assumpção, vul-
garmente chamada, do Castello, fica no cen-
tro do recinto d'este.
E' pequena e o tecto da capella-mór é de
^bobada.
Além do altar-mór, tem dois lateraes.
Foi a matriz primitiva da povoação de Pa-
derne; mas depois, se fundou uma nova e
mais vasta egreja, dentro da povoação, e é
a que existe.
Parece que esta egreja foi construída pe-
los annos de 1500.
Era da ordem de Aviz, e um dos seus
freires era obrigado aos concertos e para-
mentos da capella do castello.
Antigameate se fazia á Senhora do Cas-
PAD
tello, uma grande romaria, pela festa da As-
sumpção, vindo gente de Loulé, Albufeira e
outras muitas terras.
Também se lhe fazia outra festa a % de
março, dia da sua Annunciação.
Os povos doestes sitios tinham grande de-^
voção com esta Senhora.
A egreja matriz da freguezia é um bom e
antigo templo, de três naves, com altar-mór
e oito lateraes.
O parocho é administrador de uma pe-
quena albergaria, para viandantes pobres,
que tem de renda, i6 alqueires de trig«, e
4J(600 réis em dinheiro.
Parece que o nome lhe provém de Pater^
na, nome próprio de mulher. Vide o Pader-
ne seguinte.
Próximo à povoação, passa a ribeira ão
Algibre, nome corrupto do árabe Al-jabál-'^
o monte— vem a ser— ribeira do monte.
Nasce ho sitio também chamado Algi-
bre.
Junto a Pademe, se lhe junta o ribeira
d*Alte, e vão desaguar na praia da Quar-
teira.
Esta ribeira é perenne no verão, e muita
caudalosa no inverno. Rega, moe, e traz
peixe.
Suas margens são bonitas em algumas
partes, e muito férteis.
Esta povoação fica a pouca distancia da
famosa capella de Nossa Senhora da Orada.
Entre esta povoação e a de Alte, existe
um manancial de agua puríssima, chamada.
Fonte Santa.
Supp5e-se que se refere a esta fente a.
bonita lenda que se canta no Algarve, e é a
seguinte:
A fonte das almas
Em uma tarde de maio.
De taes flores perfumada.
Que a Virgem Mãe do Rosário,
De tanto encanto enlevada.
Junto á margem de um ribeiro
Geu e terra contemplava.
Nas aguas que alli corriam
Yia-selUa retratada^
PAD
PAD
401
E do» myrlos e roseiras
Que o ribeiro refrescaTft,
Uma câpella tecófA
PfeirA ar Virgem da Orada.
Tecida que era a eapeRa,
Logo â*alli se ausentara,
Levando no seu regaço
O Filho que tanto amara.
Hindo em meio do cannnbo.
Grande calor apertava:
Agua o Menino pedia,
Mas sua Mãe não Ília dava,
Que d*entre aquellas estevas
Nenhuma agua brotava.
Gresda a sede, crescia,
£ então a Virgem parava.
Lança olhos à ventura, '
Vé uma rocha escarpada.
Onde o sol dava de chapa,
Com tal ardor, que queimava.
Palavra que a Virgem disse
Logo pelo Ceu entrara,
E o rochedo que a ouvira,
Em fonte se transformara,
£ logo da penha sécca
Pura e fresca agua jorrava.
Que aos pés da Virgem corria
Como que os pés lhe beijava.
Tendo o Menino bebido,'
Logo a fonte se cercara
D^alecrins e mangeronas.
Que regava a agua clara.
Desde então foi esta fonte
Chamada a Fonte Fadada.
i)éra«lhe a Virgem três chaves
Uma d'ouro e as mais de prata;
Uma, para ser aberta;
Outra, para ser fechada;
E outra, para alli guardar
Almas puras como a agua.
Das almas qae a Santa Virgem
Muitas vdzes lá guardara,
Ficou-lhe o povo chamando
A fonte santa das Almas.
VOLUAffi VI
FABERNE OU PAOERNA— dregu^sia,
nho, eomarca, concelho e 3 kilometros do
Melgaço, 70 kilometros ao B.N.E. de Braga»
420 ao N. de Lisboa.
Tem 470 fogos.
Em 1757, tinha 654 fogos.
Orago, o Salvador.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trátivo de Vianna.
Foi eouto.
Fica sobre a margem esquerda do rio Mi*
nho.
O geral de Sapta Cruz de Coimbra, apre-
sentava o vigário, trienal (que ora um co*
nego regrante de Santo Agostinho — cruzio.)
Tinha 170^000 réis de rendimento.
Houve aqui um mosteiro dt eonegos re-
grantes de Santo Agostinho, fundado pela
condessa D. Paterna, viuva de D. Hermene-
gildo, eoindd de Tuy, em uma sua grandio*
sa quinta, que, com outras propriedades e
aldeias, aqui possuía. •
Fez esta fundação, para aqui se recolher»
com suas quatro filhas e outras nobres don-
zellas do Tuy, que as quizeram acompa-
nhar.
Em 6 de agosto de 1130, estando todas as
obras terminadas, foi sagrada a egreja, e o
mosteiro, por D. Payo, bispo de Tuy, que,
também no mesmo dia o dedicou ao Salva-
dor, e lançou á condessa, suas filhas e com-
panheiras, o habito das eonegas da Santo
Agostinho.
Mandou par^ confessores e capellães das
oonegas, sete derigos de bòa vida; os quaes,
em 1138, se fizeram regulares» sob a mes^
ma regra^ de Santo Agostinho, vivendo em
communidade.
A condessa lhes mandou fazer claustros,
dormitórios, eellas e mais ofScinas, do lado
do sul da egreja, que os dividia das freiras,
que ficavam ao norte.
A fundadora, foi a l.« prioreza das flreiras,
e D. Ramiro Paes, o primeiro prior dos re<
ligíosos.
A povoação tomou ò nome de Paterna
(que dep3is ae corrompeu em Padéme) por-
que ao convento se dava o nome de nmtei^
ro da Paterna,
' A Qoadessa falleees a 6 de janeiro de li40,
S6
403
PAP:
ao lado .4o 'l^ogoUi^ Aa capeUi^Biór .(a
qual» depoiB ntv&ii: «Í6.M^eturi3^U'aoft ogM^
gos) com a sua figura. aobrQ a Uippi^ «n
meio relevo.
Jaato a ella,Q»l4,Uiptem4e ip^iojeliQTO,
a estatua de um gaerr^tp, qae^ é prqvnvel-
m^Wte o QopidfiJD^ Heriwnegildo.
Tem ama inscripçáo, que» por gasta é.ib^
givel. 1
SaGeed0q^eiqapníor^, soa filba, D,f 1*
Tira, á qaal D. Âffonso Henriques, dooiíiit
couto dof «iepiM^ fl(iDii,iifcili,ooDi a iuciídi-
çâo eiyjel^ein^Ufi.Mpba.' .
N^oatadonQ^o ^i o xnodaicha, qae lha fi-^
zéra pelçis bomi s^i^vífos : qiie aa fiaras Ibf
Uobam fcíuvíiqwindo ^l|#i íBsiaya sitiando
Cas^o-JUt)Qreirot.<naa4aDdQTtt0 oiautimet-
tos e alguns caivallo^ seodio um d'eUe8 mui*»
to formosa 0 rMAoieiHd ajaatado» paf a o ser*
viço do íWfmq rei<
U. I
Nem o próprio chronista dos crozios, pô*
de ssJber, j^aar.d^ todas as ^uas investiga*
çõesy quando deixaram de baver freiraa
]i'estd moataín».
Sabe se a|)Ma^..qao em. 1348 já aqui a6
haviam ijrados, tendo ^ettao por prior,- O.
João Piíes, granule pairUdamo de D. Affonso
UI; peio qjM eater**ei /etao convento grauh
des doa^S^ ^ilho dea grandes privilégios^
n*esse anno.
Este me^mopnor, D/ Joào Pires, semM a
^eja vellia muito peqqdna, a ifez demolir
em 1264, coqstrulndO' a actual, que foi sa-
grada por D. Ettigáio/ bispo de Tu); em 6
de agosto do mesmo anno.
O conto de Pademe, estava entre o tettpo
das viila^ de Hélgaiço, e da de Valladares, do
AUo-Minbo.
Havendo duvid^ sobrei a jurisdição civti^
dos cónegos no seu i^oato, D. Manuel Abe
coQfíraioii «^jmrJHiitSoiPemill de.^oeio<
de 1517.
O .prior. 4o>moAteir(v enatcapitiovm^rydo
conto, ei^^DMUM as* suas jusii^s^ eiforivifla
e officiaea^ ' ni fi o I r • : - . ".
Em 1594, foi este convento unido ao de
Saola (]nu dtt Goimbrab deixando oa pilo«
PiJD
res de ser perpétuos, como «i4rW<|o, para
serem triena/es« 1
Em 1640, e durante toda ajgowrai da res-
tauração, f^aD prior de Padem^n J| Simão
da Paixão, grandes serviços à pátria, como
capitao-mór • do sou couto^ f , . >. t : . \
r >
ii
l
linba este nipst^iro passado* atffon^penda-
tarios, no socòlot XV« e o forais, nus fidal*
gos gallegos, chamados Mogueimas Fajar-
dos, que deixaram muita sussaçiU n*e8te
reino. ^
Fundaram a quinta de (PonteieUes, qae
depois foi do eapítão, Pedro Padoid,^ casado
com a filba de Diogo Orti2 de Távoíti, filho
de Gregório Mogneima Fajardo* ' ^-
Por morte do ultimo commeadataMo, quo
foi, Diogo de^Alarcdo, é cjue 0'rtf Dl Sebas-
tião mandou untr o mosteiro, 'Siiriiè Santa
Cruz de CoitifbFa; o que só vefn a effectuar-
se já durante a Usurpação de D. Philíppe H,
por bulia de Clemente Yin, dei lOQk
Os crusios venderam depois o mosteiro, a
cerca e o senhorio do couto, aos Caldas, de
Badim.
A egreja do mosteiro, foi sempre a ma^
triz da fregdezia, e do padroado <& Santa
Cruz, de Coimbra.
PADIIIDAGRAÇA— fregaezía,Minbo, oon-
celbo, comarca, districto administrativo, ar-
cebispado e 6 hilometros de Braga, 360 ao
N. de Lisboa.
Tem 160 fogps.
Em 1757, tíntia iÒ6 fogos.
Orago, Santo Adrião.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
i550 alqueires de pão, e cinco pipaf de vi-
nbo. ^
E' terra muito fértil. Muito gado e caça.
PADIMfiADAMENTE -^ e mais adtigo —
Paa(ímtoíani^0^ por tuguez antigo — da«
ramente, manifeatamente, etc.
PADORNÊLLO ouPSDORNÊLLO— fregue-
zia. Douro, comarca, conceiho e 7 kilflmetros
ao N. d*Amarante, 48 kilometros À E. de
Braga, 48 a N.E. do Porto, 345 ao N. de
Lisboa.!
Tem 170 fogos.
Em 1757, tinha 93 fogos.
Orago, Santo André^ apostolo.
<• .*'
PAD
Arcebispado de Braga, átstriet6 adainis»
trativo do Porto. * n :>7
' O'prior do convento dbmínicd de S. Gòn-
çi\& d'Ainàrante, apresentava o^ni^ (Jdéftf^'
nha 30^000 réis de coogfna è ò )^ de
altar. * ^•
£* ntna poVoa^o rica, fértil e bonita, si-
tuada nas margens aò Rio Mendo e, qnò em
grande parte, deve asQaprbsperÍdá(ísi«eit-^
eeltente fábrica de lanificfos, alii fnndada^èm
IMO, e qne é bofe uma dáá principaes, â*es«
te género, em Portugal.
Está aqui uma torre, a qual, segundo
coi^sta, foi residência de D. Loba Mende^/fl*
Iba de Itfem de Gondar, e mulher de Diogo
Bravo, de Riba-Minbo. ' "
Esta senhora era muito rica e caridosa, é
deixou certas rendas e propriedades ao con-
vento de S. Gonçalo d* Amarante, coth W obri-
gação de darem em todos os dídS do afaíio
esmolas a todos os pobres que se apreseh-
tassem à portaria.
Este legado cumpríu-se religiosamente até
i834.|)epois consolidaram-se as rendas e pro-
priedades destinadas a esta grande obra dé
caridade, e lá se foram as esmolas t
Esta frêguezia está nos confins da provin-
da do Minho (segundo a divisão que exis-^
tiu até i834) e próximo á de Trazos-Mon-
tes, que lhe fica a N.E.
Pica a povoação escondida entre as penei-
dias qne limitam o estreito valle por bède
corre o dito ribeiro Mendo, ou Ruy Mendes,
que aqui perto morre no Tâmega.
Padornéllo era uma pobre aldeia, cnjos
habitantes apenas viviam da agricultura, e
de criarem algum gado.
Viviam quasi ignorados, quando veiu o
principio da associação, em cemeços de
1889, estender-lhes a mão, dando-lhes alen-
to e uma nova vida; e conseguindo que es-
ta povoação fosse conhecida em todo o rei-
no, como uma das príncipaes terras indus-
triosas de Portugal.
Orna empreza, composta de quatro sócios^
sob a firma commeroial de Garcia Ribeiro
h G.*, fundou junto á povoaãção, umagvaftf
de fabrica de lanificíos, cujo motor é a agua
do ribeiro de Rio Mendo.
PAD
403
A sociedade Qardã Ribeiro é C.% foi dis-
solvida, por escriptura publica, de Í5 d'ágos*
to db M68.
Pertence hoje eslef estabelecimento^ ao ku
attlig^ sócio; o sr. Mknoei Pereira da SHva,
dfttidade do Porto, e ao sr. António José da
Gostai de Amarante; pôr twntracto celebra*
do em=9'de fevereift^ de 1869; com o fondo
social de 60 contos de réis.
Os ijbfis resultados da empreza, pela prom-
pta venda dos seus acreditados productos,
teiÀ' klitmado os sócios a varia» ampliações
cníélhofálíhentes,- b Itoje está ntn óptimo es*
tàbèfecíiÀento imMisIrfàl, empregando gran-
de numero de braços, dé anfbos os'sexos.
O edificio da fabrica, é n6vo, construído
expressamente para este fim; tendo, alem
da paite. pridcfpal, variOs corpos aoeesso-
rios.
Eftá edificado na falda dé um monte, jun-
to á ribeira cujas aguas lhe servem de pro-
pulsor, e que traz quasi sempre bastante vo-
lume de flTgna, e uma correnie bastante rá-
pida, erii rasló do seu declivôsd leito, onde
se admiram muttos salto» ou catadupas, al-
gàmas de um effeito pittoresd); e suas mar-
gens sao «m parte cultivadas e bonitas, e
sempre âiferessantes peta éna alpestre bel-
íéza. '-
Ê'' atravessado pdr uma boa ponte de ma*'
deira, que dá pássa^m à estrada que tor-
nèhi em lújcêtés uma coliiáa alcantilada.
Os montes que, por todos os lados domi-
nam a aldeia, são mais ou menos povoados
de ai^oredo silvestre, sobre tudo, pinheiros
castanheiros e carvalhos.
No dia 29 de agosto de 1674 (um sabbado)
na estrada que conduz d^Amarante a Mezão-
Frio, no sitio de Roboréda, logo acima de
Padornéllo; cabiu tão enorme porção de chu-
va, que as aguas cavaram a estrada, em al-
guns sítios, até á profundidade de 20 me-
tro9, interrompenda a {Massagem dos trens e
cavalgaSitiras."
Foi tão violenta a tempestade, que arriS"
iòu para a estrada tio grandes penedos, que
mesmo depois de quebrados, a fogo, houve
grande diíficuldade em removelos.
N
404
PAD
PAD
SappSe-se ter sido uma tromba marinha
qae foi alii relentar,
O nome d'eata fregaezia e das segaioteSi
é diminailiYo de Padrão, .
Os nossos antigos dyvam o nome de pa**
drão, aos marcos núlliares dos romanos, e
nas três freguezias denominadas Padornéllo
6 Padornéilos, passavam vias militares ro-
manas.
Era mais etymologico esci:ever-se Padro-
nêllo,
PADORNÊLLO oa P£D0RN£U0— fregua-
zia, Minho, conceibo de Coara, comarca de
Vallença, 48 kilometros ao. N.O. de Braga,
405 ao N. de Lásboa.
Tem 180 fogos.
Em i757, tinha 146 fogos.
Orago, Santa Marinha, virgem e mar-
tyr.
Os viscondes de Yilla Nova da Cerveira,
apresentavam o abbade que tinha 1304000
réis de rendimento.
Tinha mais, uma abbadia simples, de apre-
sentação da casa de Bragança, qae rendia
85il000 réis annibaes.
Esta segonda abbadja, tin^a sido dos mar-
quezes de Villa-Reai, que a perderam (com
a vida) em 1641, por traidores à pátria.
Ha n*esta fregaezia a capeila do Senhor
Ecce-Homo, priqcipiada em 1779, e ainda
nâo está completamentei acabada.
£* terra fértil e cria moito gado de toda
a qualidade.
£' abundantíssima de caça, grossa e mea-
da, e tem algum peixe do rio Coara, que
lhe fica perto.
Também recebe peixe do rio Minho, que
lhe fica ao N.
PADORNÊLl^OS ou P£DORN£LLOS— fre-
gaezia, Traz-os-MonteSy comarca, concelho e
6 kilometros a N.O. de Montalegre, 76 kilo-r
metros ao N J!. da Braga, 430 aa N. de Lis-
boa.
Tem 58 fogos.
£m 1757, tinha 71 fogos.
Orago, Santa Maria (Nossa Senhora da En-
carnação.)
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Yilla Real.
O reitor de Montalegre, apresentava o vi-
gário, collado, qae tinha lOOjSOpo réis de
rendimento.
£* povoação moito anttga, e cabeça da
honra do seu nome, com juiz ordinário, para
as causas eiveis.
D. Àffonso III lhe deu foral, em Coimbra»
a 5 de outubro de 1365. (L.'* i.° de doações
de D. Affonso III, fl. 8, col. 2.% e gav. 15*.,
oaaço 10, n.« 15.)
Esta fregaezia está situada nas Alturas de
Barroso, na falda Occidental da serra deXa-
rowso, onde tem a sua origem o rio Cá-
vado, é composta de dnas povoações— Pa-
domêllos, sede da paro^chia, e Sendim.
Tem duas capellas publicas, a de S. Ro*
que, em PadornôUos — e a de Santa Senho-
rinha, em Sendim.
Pelo N. confina esta fregaezia de com a
raia da Galliza.
O seu território, apezar da sua exposição
ao S., con^o a sua situação é elevada, époa-
CO fértil, produzindo apenas centeio, trigo^
batatas e alguma hortaliça.
Cria muito e opiimo gado vaccum, qoa
no verão pasce na Yesseira, na serra deLa-
rouco.
£' abundante de caça, grossa c miúda.
Ao N. da fregaezia, existiu o antigo cas*
tello de Portêllo; e entre PadornôUos e Sen-
dim, ha vestígios de uma povoação qae aHi
existiu, como nome de Santa Cruz. Era ca-
sai cerrado. *
Ainda no principio doeste século, pagava
a fregaezia» por esta exiincta povoação, rs.
6J(300.
Existe na secretaria da egreja parochial,
um livro dos capítulos das visitas, np qual
se manda d,iemolir a capella de Santa Craz,
do logar do mesmo nome, por este se ter
despovoado.
Vide Terras de Barroso.
O castello de Portéllo, existiu no sitio hoje
chamado Côíto de Sendim.
£* um morro, entre as serras de Larouco
^ Casal cerrado, ou encabeçado, era o
nome que os antigos davam ao casal ou pra-
80 fateusim, que dividido por alguns, oa por
■mitos eolonos. am só (o cabecel) era obri-
gado a responder pela pensão de todoa^ qne
recebia e entregava ao directo senhorio.
PAD
PAD
405
e Arandella, ficando um kitometro ao N. da
aldeia de Sendim, e 6 a N.E. da villa de Hon-
talegre.
Ainda alli se divisam vestígios da sua exis*
tencia, por entre pedras soltas e matt»-
gaes.
Em 1802, fazendo-se aqai escavações, se
acliaram, caveiras, ossos, e algumas moe-
das.
Eram encarregados da guarda d'este eas-
teUo, os povos de Yiilar de Perdizes, Solvei-
ra, Santo André, Gralhas, Meixédo, Pador-
néllos, Sendim e Padroso.
Eram também obrigados à guarda e de-
leza de outros castellos, que todos foram ar-
razados pelos castelhanos e leonezes, nos sé-
culos xn e XIII.
o sitio onde existiu o eastello de Por-
téllo, 6 um dos da demarcado da raia da
Galliza.
PADRÃO— portuguez antigo^-mafco fftt7-
liar^ que os romanos coflbcavam nas suas
^as militares, para indicar o espaço de uma
milha (dois kflometros aproximadamente) e
é d*aqui que Ifae vem o nome.
Ainda existem em Portugal, principalmeir*
td nas provindas do Minho e Traz'OS-Hon-
tes, mais ou liienos bem conservados, mui-
tos d'estes padrões, e foi a sua existência
«m vários legares, que deti a estes o nome
de Padrão ou PadrUes.
Em varioB legares d*esta obra, tenho liien-
eionado muitos marcos mlHiarios que exis-
tem ou esistiram; aqui menclouaroi os que
tSò foram nos legares competentes.
Na via militar que de Braga vlnht a Cha-
ves 6 d'aqui a Astorga, havia muitos; mas
«6 temos noUda dos seguintes— além dos Já
mencionados.
Junto ao lugar das Botfess, a dois kllome^
tros de Rnivães, na estrada actual, que, com
pooea differença, é sobre o leito da romana»
ao pé do rio Cãnhua, estão dois padrSes, ie*
vantados d6 lado do O.— um não tora letras
—o outro, era dedicado ao Imperador Tti-
jano, e diz que d*iyili a Af^Mê-Flaviaê (Cha-
ves) sio to léguas e três quartos.
No outro ramal da mesma estirada, que
w divide nas Botieas, perto da aldeia de
Campos, ha ontrQ,'em um ribeiro; mas mk
quasi submergido: era dedicado ao impera-
dor Cláudio, e diz que d'aHi a Braga eram
cineo léguas (15 milhas) mas este padrão
consta que estava no alto do monte chama-
do PorteUa deRebordêth.
Na mesma direcção, ao O., está outro, que-
brado, na parede de um campo.
' Tem cinco palmos de alto, e 8 de grosso.
Só se pôde lei^XXXY.
Também esteve primeiramente na Portei-
la de Rebordélk).
No logar de Villaiinho dos Padrões^ na
mesma estrada estão três — um sem inscri-
pção, outro foi dedicado ao imperador Ti-
bério, e diz que â'alli a Braga são cinco lé-
guas.
Ambos estão deitados no chão, e teem ii
palmos de comprido, e 8 de grosso.
O 3.* está levantado d*wtro de um cam*
po, perto dos outros.
Da sua inscripção apenas hoje se pôde
ler:
(Quarenta e dois mil passos.)
Fora da mesma estrada, mas próximo a
ella, se acham mais os seguintes pâdròes:
No Zebral, perto de Esphiio, junto á ea-
péHa de S. Martinho, estão dois — um que*
brado e com letras, mas ilegiveis — o ouu*o
díE que toí mandado coHocar por César Au-
gusto.
No logar de SSo^^nkêdo, freguezia de
GMeçoBO do Areo, está um, dedicado ao im-
peradoo Cláudio, e diz que d*alil a Braga,
são 8 léguas e 3 quartos.
Perto d*eetes, estão òiKros dois^ iservrndo
de hoaobreiíms de um forno.
Ambos teem insoripções; mas só desfazen-
do otòmo se podem Mr.
No sitio chamado Lama do Carvaiko, per-
W*êsf Porto de Game, no eampa de Boirra-
geii^ a uns 300 metros da entrada, está
outro, de^cado a Tiberla. Não se pôde ler
mais nada.
Né siMo àk Poiêoria, 6 kllometros ao O.
de Chaves, existiu outro, deitteado a IVaja-
no, e diria que faW a Chaves, era uma lé-
gua.
406
PAÍ)
impecador Maxioiitno.^
Em FifiAadf»«xulia(HitrQ«SÓ9ej^dto|fr
—XXV legais.
Em Codeçoso do ArcQ^ bqn^.uai» diriíca-
do a Trajaao, e diii^ ^ne dlalU a CMfes,
eram 10 leguaa e iqaiiu . i
A poufiardUtaicia damwno logar».M^ia
oatro, collocado ip9T' ^rdam do imperador
Adriaso, e dizia que d*aiti a^ Chaves eram iO
legaas e 3 quartos.
Km Cwraes, adiante dq Lamar.do. Gair^*
ttie, ba entro, jsem ijiscrípçSQ. ^ . .
Hetá eeryiado.de pedestal Ab uma. xsrni.
Foi para aqui ira^dQ de sitíp dqs FaAròet
que fica jaato á estrada. ., „ ..
Na Qruz de JMrMpa.Mtá um do ii pal-
mos d'aUo e Q de gro^Oiifqrrôdofdeped^sr
ulá mesma friu^. ,. ,
Consta qae foi trazido pupsa 4ipu«,4eiiiiPf
tiUa chamada ifei, qoe já. nào. ffí^. .. i
Perto e adiante de Chaves, está OQtro,-8fQp
inseaípçao, na logar de S, Lourenço.
Em Paçacoi, ka oatro»4edicado ao impe-
rador Macrino.
Vide Bra§at.E0tmíafirMmm9^JB«ira,.
Padnós^uPoríâUíkJo M(nm^4 YtfiMÚêar
PAD
, Fei esta Senh^a muito visitada de4P^ipsa-
liasf por ser da partioular devo^ dos po-
vos circnmferentes.
. i£j^ aoMí^ 4:ei«a capellSr,
^tfi^yianaaldeia de Carragozellf um lavra*-
dor» chamado Jeronymo Fraocisco, y^uràa
dagcmde simpUcidade e muito virtooso^ea-
htH^a corar variaz enfecpúdades^ e princi-
palmente a hydrophobia, tanto em hoov|^
j^íQsipot em.anioMas.
. ^fitjony^fo .^iiSi pQ)>re; ipas^ co|PQ,^a mfiii*
to.devoux da; ^niissima Virgem» pnojéctoi^
construir-lhe uma ermida» japtq á entrada
qiffi y^^ para . Vjseo, c^)a obra de pedreiro
jn^^k^ á^m m^ oiestre chamado CQnst^tiu(v
4o Mat de Quiriga.
Concluiuse a obra, de boa çapi^i^da
<pitq ha. abpadaocia por. estes 9itíoa,;e,feUas
ai WKM f^ras^ (oi alU cqUocada 4. i«HNIwa
da padroeira, que mandou fazer durante ^
^bi:aada çapeUa.
..,;Polí#opelos aa^ips de I63p.
, ,P/iít<í4pioaJ(^go o povo a fer im)i^.^yv)f
^ a esta Ç^orf^ o jbra^ lautas .as offerp
tas, que em br^eee.oroamsiftoiísa «na íca-
qi^f^^^Qasuifirami o^^IHÚ^ e a e^a^ da
í^ewútao.. .i' ;
.0: ,aWM44 .d^oÇa^im^f^ W^iVJaiO grasr
PABSAp-nventa». Beira AU(^, na fregm^tia ^eiVaW da^mi^itaf o^ertae ef^smoli^ |adaf
de €9(9emai$^ a .6 UlU^wm^W, & deViflei^
(».? vol.,4>ag,'a47i eel»)2.*). .. .,. > , , ._ ,
Junu) a CfljpéHTO^- ha uow.ai^Mítql^infr
da Carragozélla jy ..;
Fieto q»eio dVsle^Jciíaii^»^!!» miat ribeira
de:ba^laate»a09ay»«Qa'Ai:«g4/9 fmUHx^mt
do.deppiA ioutarnse aojrif^i&iM^ PMMp
logar de Santos ipwí.v. . i. 1 'hn- .1 >í u/;>
. Ifo^fue^eidresub atdeig,. para^ja^f^^nritei-
pia uma serra, abepadai d«s;}ifmn.Mr %
vem bMI haviAsi algittfi4*0Aiqsi'iw>iiMiRfi|tos
celtas. A esu; segiwsAipijpj| fi^MUra^so^
]ia«jfl<NMniQada>da»v?ailni4Ui ) i-.»./,
KiWaifaHa f(fiiMs.iifrjRaiwnMiPHè«lM»Qi^
|isUa.i^;ArMtai$spiA#s»d4iti^^
Carragozélla. r. un -i..:
>e; upa taiqp|osli^.kQ«tto^;miiiMr^^
peadre^de «Maaía. ", , í^im/h ,-•,..•:;.) ^h
iJmio a elK flslt iWjQa^^iMK f^^rçeir
denoia do ermitão da Senhora.
áipw^la» qu^^vadc^ da,aua^amhi^a|pr
derar-se d^ellas, para^1«w^ fÀjn^,%fi^ãm
4/^ porila, 4a ormMíS l* a.ln^0|i4kw.awk|5a-
j||>.^q)iaod0i^i4iibmof rpwe^í^ n^» vi-
^jf^m, mapdal^ti|b9^ a ||0^;gpf.j9eaYa
«»*>^dafe*íi i^ê^^ian-^ -davíítflfi^^ foa^
%il#ltf4fti Míaif f^vft ^»dp^n^Q v^ |M> i^r,
^^ S» jí, i^nbiQao .d*este .má|f.paiP0bfk,9Pli
causou o abandono da Senhor%,.i9.4l^j4#Wr
jm»Appim^ cQfia.fa.,^ii^i^94t«iwnaia
ilki; ,i^,Aua8r4spipl^á citella^ #)ftfP^.a^
JTAÍliinf «d^ JiW3.a«inaÍs,,c^9M^fi.j|;y%4'/^
4A .fifiMfcf .J(.:kilqiaetKa# A^^wd»»^^^
iSPll^sq,#inauUQY^erDada)Prira!^>Mr ii^
4^a,fi^ve,: íMnSj^ paw^ a:flpftcí><wfrwat-
49^ ^ iWei;por fif». açabfAtf^ 4^y(M;^o^ .,
Esteve a^iCM^ aNQ^«ida 4) ir)|SBd»n|d^
a)(pi«aapBos,.^4u^r^i|[^ m7fi,,ft(p^u^/à^
l|0tqff4ft*C«fei9|^ a jjecmMTSMrai^ia^BW'
irm PA^ jMTimu^daae, comi ^ilIfO irpiaoa a 15
iMn«ÉS(l> da idiK^^o 49 iSMAsiiw^ Boka-
1^ ^i^%ttêiiBtdo')be desde enAo^itiMè grande
lMI^'<a*IS>â« agòstddé caèa^aMo:^ ^^s íí í
'1M ' à imatidade doIsfllMiil^Mí» iiiw
dMi;«iíc}a > t>lMiii^'^i>ttf ísA> fà^Háo tfíai4i
itíáéoifiB ííúiê dia, mn''amii¥èitolD.|;ÉNl^
pma''Éftnas de todos ssIritt&iMkn^eídoéi
O aluré ]^ííTH€gÍado<em íéá^WÈAbâ*
âoNi WjMSittK^/ 'é noÉ da qua^éMia,» IM Mb*
l^^sJMij' Girafa pelos" iriíííoií/ "' > ' ' ^ -
^*A''pàtt6a dMátíçfa daca^éHa, <0»fÉilffil
fMrfedvéIribtálItta ajttla, •pârá^tofHgetlé «loi
PAD
«07
j ;•.)*■
:- ]. :!;:,; •- , ") - ^nií Éí'.i III- • ...«..'lu
àò^ &' 9bl 'eápeDa; a uD^m^^iMtircis dir áii^
táflMá,^ áéáèffé éa serira ffè Mf f«(^, «òn^u
Qèél^elifif âma*poyoa%36'ti]tètíríséa,' ratÉM
abi <í^<tèM:i rol aas ile easais'/ é'nMMMél dé pe'*'
flA'láwkda.' -' •'• t »■ •.•! ••
^^^(^^^'«iquf MíMLi«éc9d»'^âHà^iilMliái dè
«oRhej ttH^ t&è'^xída^, aie^^ íA^ftêA
-^Vto^ft*^«as<hifflás e Jbileò á-tfHi^lir^èâM
B^^^tst lámbenl kbhàd» fáHeêsà tMeobrél
>»MlVy«el^^^'tfòl á<d S^.',*ináfraft»>de^diítèi
il/àS(íé*títà>%ikík^ÍÊÍA^\ dé^aiftfáV ife^ãaÉtfiM^
me, '^tÉè-r^gà varias pf<^)]fHddâae8!í'^^^^ ^'^ ' '
«'^ntiMò,»é >aiii' ^|ppeM«è'tieiT«"éÉr9bAtfi
tttttà m^'Met&téi<]l/ceÈQáh^W)éyÉoelli%'M
fllidièvkn' èi««a'4iHa'«é n^MS^iíà^^^
ítíÈÊfimf^è f/Tí^to qbtfloénoil^e^tfâr MèliM
n*C9te reino, é DHilgfèí PtídMEA^» ' '•* ^^^ ^^ ^-
'^MiNdll^tèa «MMm-p^i^ ' ">" <
^^ài''iâllipt»'t#ii,^M»itMfti!É^«è' «Éi^
dM^#4loÍíf% «tdár>Attl éViUe^ji^à^MÉiltfÉ;
»t:^')^liib,o«ípt^a«, ^«MMiflia^tíNtt -íéM,^
Elmo d*aço aberto e por4kfiMfll^'4á>llaÉI
*^mMB»0<>^gtt(iria; Mim?«<s^MrM e
eoDcelhenaoi^'}IÍl«i^'de Tato Ofe^^ MUI
\maSM ao 0. «e Braga, J95 ao N; de Lis-
boa. ''./<••. ,^
• Tém^^MTfogoãi .:^' ^l " •^' i '
!'Bit|'i7IKri4kilia7nbg0Si:>: . !•/
^ Orago; aaiMtMstIftfeu <i •! V
Arcebispado de Braga, districto admiab^
ttatlvo â0yiaMãC'r!aí..o ')l OGaO «. .:S
.OilaUMide ilRk^Salvadoiiida^adcelioaqDè»
BktiH«& o vigarlOyMfaé tMw:SW60e:rdlBèa
E* tem nuiHo tattt. Ibiltb fadoidit^tte
«' qjBftllâMe^lcaçi.^ Belyr «dorf i» «Liwuf < r . :
f AlRtBlO-rkMgawAa^lltalM', eanaresj
eoneeH^^osikareelPdetValib dil» Vet^ aa JBt>
Maietro» aé» a)i dst Hnigav^QOiiâa ffi^Ueíiâ^
i)éa;TenívlOQIé8osL"' '. ,:.'n'jíi • •• .M-^-.jr.j.
Em 1757, tinba 7d^llfòsi!i) ,< ^ i' ' ^
''-Oh%e^'-<íJSsl^ador^i' • '• ''i •<! •{..!] •-
Areébispado^cl Wa«a, éiiVret» Mmtiiífr
IMMIvo< de ViattMV' - • ^mí í,h .^r.t ,r
A mitra apresentaaa o abbade, qne Itadia
* '8' tcri^^áMlt^^f^ilidMiK^i^adoi^^sripiL
WiM^éo^liiíik^' j .1 Miii«'i» I i» 10-/1.1 K oí..."
' Nb 'd»st#i0ièiAsih 4rif|Bécia(ri9widigii»
i ImigllMla^^tftttfDMjliM^tMI * kllDMitK»
d» 'vMip '^^YMv íiia»idtiftaMb«iBSf do^ita
iJloiar^aaeem -éafls^peqaeiiat fi^iiiba A jgvi
lAtaetk^sfUfílMM^ 4Ms,i«)MMi»erii'«adai]Mrv
geh9eiettttflo>«MftlhMiM.^P*'( ''.< • />'U
A i.*, ehama-8eFeiilii^íiia0a,<ie^<i|ináii'
dhmíy^i*t«a<èMM«teiU|DiLflilti'^i ' :h <1
' A *3:^ sleid^iuíUi^^emfflriba^iHtendi»-
' 'iBia agiUfxé:4ilf«e»ákM|i»lltoí|lM«att«g«l
gèMo^eMM^MpMMtii afúaè«l|í|pNci^
depondo, por onde oemytftdMAaai» Aesalr
aMuefliá,^ «É^^MiifimMw «tMiglaêA
«Itfemtf wlii«iátttiíililè;«ÍMttiiifegii «Wáiift
fiitaitk tilitttaa/^tpiíiytsmas^Mtoiti^ «li^
-: ^ VlMtat A^IN|IM1I,< ^MliMtdkiia»
de Monte-Negro) 95 kilometros d^lftlMlH,
"^ BdMW.IiiM^iBftgMiJi* ^a is/i. ^m
Orago, S. Pedro, apostolo. -^«^ '
108
PAD
Areebiftptdo de Bragt, díatriolo «doúiiis''
irativo de Víllâ-Real.
O reitor de S. NiooUn, de Carrazedo de
Honte-NegrOy apresentava o vigado, qoa ti-
nha tôjOOO réis de eoagrai, e o pé de
altar.
PADROADO DO ORIENTB--0 padroado do
Orinte procede como o do eominenlc» da ge-
Bcrosidade da Santa Sé para com os reta de
Portagal* aos qoaes loi. concedido opnv^-
glo exclusivo de proteger os interesses ca-
tholicoB nos paiaea por eUes descobertoi^ on
^le hoavessem de descobrir, deade acosta
ooddeotal da. Africa, até «os confins da
Ásia. E nuas tarde eomprebendea o vasto
império do Brasil, descoberto por Pedro Al*
vares Cabral, em 10OO«
O primeiro papa que concedea ao reis de
Vortogal a icf alia áo Padroado, foi Leão X
em i5ii, pela baila — Dwm fúei consCan*
Itoni.
Antes d*eUe, Ifartinte V, Bngenie lY, Ni*
coAan V e Alexandre YI, se tinbam pronnn-
dado a favor do dominio temperai sómenti^
tecenlMeendô 4 corte de Piortngal o^ direito
«x»lasivo de peasnir e goiftmar as regiies
4ae tivesse dseeoherto e houvesse de desqo-
Mr« desde o ubo, nao paca o oijentc^ de
mesmo modo qoe o.reeonbececam á He^pa*
nhacom respeito ás Américas^ os do cabo,
aio para o oceidenteu
0'ahi resnlioa qoepreteadeiide Bdnardp
IV, deli^^rra^fandari.estabelecfime^tos
oommerciaes na Goiné, desistia d*esse inMr
is^ápenuBortQgallke notiOcoa qo/a o papa
naloiviEa á eteoa pcMiilQeii^ a posse exela-
alva d*aqoeUas regides.
Islci pleitoe interaaeieMeeiíe^lviam-se
assim n'aqasli0 tempe,ponpie asilardes da
Bnrepa qôaai todaa cath^iicas, viam na pes-
soa do papa o represe«Unte de Christo na
tenra; e por isso o considemvaia o árbitro
mais aadorisMlo o competente pala decidir
com acerto e inieireiatoduaaqaestdee^naâ
aó de dogma e AK^rsl, mas de Joatiça jaiiwal^
• pecitlfa.
Hoje essas nações /AertonMi-sfdaJafo
do papa e entenderam qae mnilo melhor é
resolver as questões iodas á capada « â
PAD
Portngal deve poss aospootificeadjiBoBiit
a posse das regides que descobria; cem a9
bnllsf . dos papam respeitadas pelea reis da
Eoropa, tomo foi pelo de Ingiaiem* nnnca
os nossos monarcbas se poderiam Jactar de
nnir ao titolo de nei de Ponagai • dos Ai-
garves, os pomposos timios de Senhor de
Goiné, de Aqnem e de Além-Uar em Afri-
ca, da Comqnista, Navegação e Commercio
da Etbiopia, Arábia, Pérsia e índia»
Embora Portugal sacrificasse o ooro e o
saogae de seos filhos, se as entras naçõaa
Bio ouvissem a voz do papa, e seguissem
a voz e o ímpalso do próprio interesse, taes
conquistas não podiam ser conservadas» umd
garantidas em um tempo em que a conqnia-
ta gamntia dlrailos e dominação politica.
Como o fim prioeipal da Egreja n'estas
concessões é aempre o esplendor da reUgiio
e a propagação da fé, accresceu mais tarde
o privilegio do padroado, outorgada ao rei
dp Portugaif por ser o íandador e protector
nat0[ das. christandades que se formaram A
voz dos missionários, nas extensaa regjõM
conqaiatadas ou por conquistar, descob^r-
taa ou por descobrir, na linha divisaria il*
xada por Alexandre VI, e por Leio X.
Ijodavia eo^vem advertir que a d^a^ do
padroado apf reis de Portugal, foi na^oalif
dado de Grão-l|eatre da ordem de Christo^ e
afljn de (pe. 9 rei de Portugal pfotegseaa
com o maior cuidado a Egreja no Qrienla^
e em todos os paiaes sujeitos a PortugeL
O rei de Portugal tinha o dever de dotar
e cd^neervar <» templos, prover á sllste^ta•
çio do clero» necessário para manter e4flA-
lar a fé, anbministrando todo^ os meios maia
dQoasccjifim de qpie o Eva&gfdho fosse pre-
gado em toda a .parte, onde se estemicsse o
seu dominio o.uioflaencML
N*uma palavra, a base essencial ff unicado
dissim do padroado^ da parte do pipa, é mn
simpies privilegio; da parte do f^ de Fsr*
tugal, consiste. fli'Kuna proteoçio..iiMrite a
forte á EgrcJa, até onde se estende Cr conoai^
siot do Padroado* «
. O dinsito do Padroado exige pnQlecf^ #
exdne a aggressão, e o desamparo.
O padroetao qne não pôde «MO^ier
proteger a Egreja^ não é padroeico.
PAD
PAD
409
Orao padroeiro de Portagftl nSú pôde nem
quer proteger a Egreja no Ultramar e no
Oriente; logo nlo mereeeo nome nem a ti-
tisdo de padroeiro. De tado <pianto avança*
mos podemos produir provas de solejo.
A historia ó a mestra da vida e incorra-
ptivel testemnnlia doe tempos, tanto para
os individnos como para as naçSes.
Sabe«ie poftanio qoe à misuki^ evangeli-
ca, exercida por homens repassados de ab*
negaçSo da vida e de lodos os interesses
terrefeios, se deve a fiondaçao da Egreja Ca*
tholica, e o estabelecimento do Cfairlstta-
nfsmo.
Sem os apóstolos e sem martyres ou tes*
temonhas da íó, alé darem per dia a vida»
o mondo nSo moáaria de fae^ eomo madon,
ha i8 seenlos: sem esse estrondoso míkgre
de abnegação e saerifleio votamltrlo» ainda
hoje o mondo inteiro estaria sepultado nas
trevas e superstições hediondas do poly*
theismo e da idolatria.
A Egreja eatholioa, mestra infidiível dâ
verdade, assistida do Espirito Santo, pira
dirigir todos os povos pelo caminho traça*
do por Deus atravez do deserto da vida, em
ordem á salvaç^, repetia em todos oa tem*
pos e ensina boje» que sem apóstolos nao ha
missões» e sem missões» não é possível pro*
pagar a fé e dilatar o reino de Dens.
O padroeiro <|ne antes de ser rei, é pri*
meiramente, ondevasél-o, lllho obediente e
exemplar, do chefe visível da Egreja, devia
concordar com o papa nos meios por elie
propostos para sustentar o Padroado e com*
prir os deveres que lhe sao inherentes.
Todos sabem qno o piqiM» • oi potes* sn-
jeitos ao Padroado, sio coneories em pedir
oeetabeleefníenlo das ordens reMgMMS» cft»
mo o nnico melo de snstatfar o Padroado
no Ultramar.
PodsMe-ba dhivldardaeflteaeiad'eslere*
corsoaopremot Nio,porqoienlgr^oen*
fina e a Usierfat do expleodor da reUgiio
no Oriente, nio se pédesepiíarMttiò mo*
hiento da florescência das ordens regnlans
em todos os dominies de Portogal^do mes-
mo modo 4oe a deeadenela do Padroado da*
ta da exiineçio das sobreditas Instituições
religiosas, desde 1894 até ao presente*
Portanto o restabelecimento das ordena ,
regulares» é a condição, sine çtia non, da
existência» orií^sm e . conservação do Pa-
droado*
O papa e os povos da índia, querem fra* -
des oa missionários, como elles foram: s6 o
padfoeúm nSo quer frades» e por isso se vae
extingniiida a pouco e pouco nas regiões do
Oriente, a lembrança de Portugal, que fAra
sempre tão grata aos povos de tao vastos ter-
ritórios.
Os catboUeos devem saber a razão porque
o paAroeiro nao allende ás representações
dos povos, qno; pedem unanimes as ordens
religiosas para nuiater o Padroado.
. Sn o rei de Portugal ainda ó conhecido no
Oriente, é porque foi um rei portnguez quem
lhe mandoa 8. Francisco Xavier.
(Catholico^ de Lisboa.)
PAUROBIRO ^ portuguez anUgo^-palrtf-
no — assim se chamava em direito, ao que
dava carta (Valfmria e fasia liberto, algum
ou alguns seus servos, ou escravos.
(God.Alf.,L.«i.%tit.70,8 7.)
PADAOEIEOS DAS BttREJAS £ MOSTBI-
RM r* eiam os seus ftivdadores, on lhes
faziam algnmaa obras on4oações^ e todos os
sens. herdekosw
Isto dajira em resultado terem alguns mos-
teiros, centos de padroeiros^ com o ditetio
do aposentadoria e oâwdoríes.
li nitea convénios se esiiaguiram, porqoe
oi seos rendimentos nao chegavam para o
sostento d^tas haipiasy e os frades m^i*
smvi ns MMN«
Pana e^^tarmos repetições^ vide d/* voL» a
pafi.aiS» coL L^ *
MnOCS^ 00 (SâllIA KARldUA IH»)-**
Iregosila, Atemlcjo, «omarca de Almodévar,
eqneelho de Gasuro*Verde— <foi da oomama
de Mértok, «oneelho d*Abnodóvar, U5 kilo*
inetree a O. d*Bvora» iõ5 ao S. As LisbíN^
300 fogos.
Bm 1757 linha IM fogos.
Orago, Santa Barbara^ virgem e martyr.
Bispado e districto admíoistrailvo de Beja.
A mesa da consciência^ apresentava o ea-
peiSo, eondo» qoe Unha ii8 alqoeirea de
trigo, e 180 de cevada.
O nome de Padrões lhe provém doa mar-
4id
?m
fm
dl» àè Hirfilis (Mériola) pftsiafa potiMU^tg^i
gofezU, por B^Ja; M., atá^ilirfdau' ' i - / '
É terra fertílissíDa em cereaes. Tefll>boib
motitadò^ oiid« séoi4a moitDgad^^Qa^t-
PAmÕSS -^ víBie, A\em^f'ixim»t9t-k
eoAeeibo tÍ6t Aliii<»dÓ¥a#,itiia kilèflietrM(>a9
O. d'By^a, í^«oS^de^Li4)eai^!iaDA|fdBi
Bm 17^ tifeifta iid^fogMi > ' <> *> •> .-^i ^' •• '
Orago» Nodsn SeiíiNtra da^GMç»^ •:í:*<^
Bispado 6 dístricto adminÍ8tratiToá*<lé|tt
O tillm&al da meayida iDttaolèttiia/a^e*
mmava o eapeMiov 4itt»ado« qii9iiiiife|80
aiqtidireã de trHr<^, 9^ de «ev8da,^ e'80J!e00
réis em dinlielí^o.' ' i "i^- i — ' • '
'É terra fértil em cemaéivCria «ttiU^t^*
do4ètod»á*qttaUââiÍè^ • •> t' r' -' ''•' •'
A origem dós^iixioffiey ^a úMám*^ uúl
tecedeme. ■ '« *'
Sra coatÉtfeiida ék kíftdm iffiSífiláéifi
£en*e pot eeta> fregMiriá o rio Al¥«ear4i^
910 inorre nó OMâlanau Régn) ftióâ; e^lME
algum peixe- ttiHdOj ' '^' - -.i-^i..--^
Teve íorai; dádò^ ^io nÉesti^e i|é A-^Ma-
Hlòfsétí^ data; !fiag P#aâMtettU4>'1Mé to-
rno dio trali to<MAwm4d8 ^leí^iam-díAi
peh»dlflier8iiwMlei»íiBliNWliMfiii«: i'^-'^"'-
É uma povoação muito aMUãi^ttdarf^
quéila, « se» coúsialgtneAiiitgftA^eiBén-
PADROM ^fkntttguec âtttlgd^Ui|MAmM
•^íDielar^ do Santo ^leHar^MpaiMid^ de
qatii9ti0regnjitoa«aptií«ij e^di^^lMimt*^^
tlMà o âMiM da apffeiiMi(a9Í&^^ ittIffMiM
ou beueflciados. — Da qual Ifnfà tb «Mt
« ^ posse de presentar CJ^oiíTif Jtá<-(lMt
d*AlptedU}Mf|4H A90t4M^I«9â«Mh>.
' '?AtDM]lAl^IM«»^p4)rtQè«ic>MtJ|f94ad^
ovAMrímçà <}de viiUiai ()elii|ai#tal|>attta%)a
(]iiy óétiltio»*èom:lntiita:k«pii0D«aMa^ié
6l»|^alDdllè afili«|ão- ^^odlaiti^ ifofàtíÊemíkm
de at^oenj^a. .í<'^.>i (v:?;
PADROOM -^fM|«ti^«^>jW|gS.;^iadbo,
deipMrastitta%a*eQ^iiUiiittbflHNa (gi^iIKi-
dia# m eoilioê9èa«to^4r«aiicUli<n^4(aiBai-
M' tetliiid«de ^4islatf^lpiiAQ0iiái> eifuaroà^s.
VliilHu a sifiiifiitak^^^dr^tiaiide^^^lM^
drSo. * > <i 19 .» •
«âBMÓS, eu PAimúS.«^deik, MUov na
frefuéiiai dè Gtwiolti). :(YoL 9>, pag. 166»
• i f IfeiDlMiii O v>m»-jH» pnwém' doa; iMunsn
aillíM«9 fon^oé^ doUòcado» n* l^mdaa «•
traâii'dlv^dlra;iqii0 passai ppr esta: Ik^^gne^
.Qa fkN^teleaiiittos^gÉaDdi^aiHierfl dTestei
marcos, .iMípfliWe^^^ maiur parte d^ellea
dèsp0daQadM^:>0 poaops-eoBseryam asin-
8diíp^eSiI«iai»iom menos legiyei^ •
' -É dtiaiippôr i|ii9 alates 4le podeoa^yRVMi
tf JefietçiÃriioaieá.dbiieknpo %!» ^wapdaHwmfl
dos^botiieiul^ fetiliam •côniplelameitte.apagá»
do D&o 8ó os vestigios, mas até a menana
d^e^tea pMirtaas monafueritos dfiíHnsmpo
iUB-^aniliiftâsrpSidoÉiiiÉâou •
j ||frporiMr>^ia^pci{««ao8uueu8 leifonMir a
feiíÉiiialftdaiiaeiícéeBaiíiaqm júgnas -d^es^
léaipadaOBil' ^' aiiidà'»KBeoulo.|M|HaAD m
WMáukM^- ímwík militar . Ntaana, deoiN
a|ln4di»fvidglkiniéDtè*^>(SMr«ii;i< -■"• *
Áquelles a quem eêisil^èsbavdfõês avoheo-
tagleasi laboi mtíiatm, , • Boypito ipa-t^sáem
«íturM êátt IffbMMs hM altb é 19 Vi* âe efar*
cAàfíiiMfaH éofi^^èsfà f!»eiiH^^6:' >' ''''-'
-ííq Ò J-T T»** lk^^jai5;*a|^ i»lK> l''.'fj V
*.i*'-iIj .»;;•. ^'.i k^ liimmtÒ'àú'J ot, ií;i í.i
•f^flMlBiA» ao ja|p^«(lav(Casa#illanio Au-
liiM^ Qaro^#r»Sdl&i*4^óeoaMv'*tMlitiâBe]&a«
íúmi/íêmindÈsUnAúàb ntupadaa iittmi*
«h&i>IBa^ a^Unfe^^isib MStdOCbpofliosi) vji
."1
^aMte«Ml^ owIlHgp^^dit: déitflBpmea;j»
aife|iliiiaèiHÉiiei<pDm<A3H^alaBâd dfailQiiitt
wy^dfariraaB4ÍMM% ^iiíào /'i.i^^no :t
'.dijila^-*! ^i^bio í-fcí) >>.*in «•.'!/. 1 r? fib víir»^
PAD
BIVI. TJIAIANI. PAR ET DIVL
NKRVAK. ÀDNIP.
M. ATRKLIO. AMTQNIIfO tIO lU. FSL. AVO.
PABT. IffAX. BaiTiMAZ.
GERMÂNICO. MAX.
PONTIFICI. MAX.
TRIB. POT. XVII IMP. líl.
C0S.1III. P. P. PROÒO^*
(Dedieáâo ao imperador G«sAr!MHWD^Atl»
relio, AmoBitio, pio, felia, Augoaun parM*
CO, máximo ; britânico máximo, getmiriea
máximo, pontiflce máximo, 17 vezes invés-
UdD.eom a.podQr tribuoifiio, ifl^emdor^'1—
4mdQl^4-«^pa0.da pátria,. proMMUlnrfttM)
4ivo.âBvéM, pio, felii— «nei» dp ^ja Ifamo
António— bisneto do divo Antonina RkHtiS*'*
neto do divo Adriano— 4.* neto do divo Tra-
Jano, parthieo, e do divo Nerva.)
■■■■
Na mesma fregaezía, no sitio chamado
Valle de Fojos, abaixo da al,deia de Nazareth,
esteve um marco» ciya.part« superior da in-
scripçâo estava apagadu. Só podia lér-se:
f^
Ml
. 'i r
q. CA^PETAlfO. RANTIO
'. • • qvirinaIi. valbriô Fíííro. ' ' *
•' » • LE6. AVO. PR0PR.'tTA. **i"> * í
' i . . ' .JXf^NA. M. PwX/nq. "vs-)^ '<;' ...
0j 'III I ■'!
(O sentido a'esta ínscrinçao
só fícarA.claro, quando adian-
te produzir outras semelban-
' ' lés. Cada uttiit^effás Tio^dá
['[ " a noticia de"íifaef éstt- vb mli
..f" ' • lilaf íoiabeha e cdflsinrfito;
■'^'•'' ' " * por ordfem- dolbpfepàéTof Wo
'•*/' ' Véspastaiíb.)^/ i ; '■"' v '
*• - • ' ■ .»•'■' _^* ''•«. Lo» .,.;», .1'!..:
No Sitio dos Lagêdos; ihika '1ip'\ti^t áè
Sótm, ethtiYatú qttatró liíaí^odí: Ò» ii^
res d*ès(eidgãrrVde8pe/dk^rtAa[^(iai.ei^)ta)X»
ram outro, deixando apenas doiaf, cviirldí
Bcripçóes.
Uma d'estas, estava tio apagada, que as
poucas letras qpe se podíap^^^jj^r, nao faziam
sentido. O outro, rdUía^ ^"
DlVt. VESPASUm.
SnSSPASIAIIO AVA.
PONT. MAX. TRIB. POT.
viin. iMP. XV. p. p. COS.
VIII. CABSARB BIVI
PAÍfTAf i
COS vn '.....
G. CALPSTANO. RAKTIO.
.- . ; ^QyiWNALl. VALÉRIO.
FESTO. LEG. AUG.
A BRAGARA^ M. P. XIX.
*'jttiedlcâdo ao imperadoV CeáarTito Ves-
i^asiáno Augfu^to, pontiflce máximo, nove ve-
zes ftiVestído do poder tribanício, quinze ve*
les imperador, pae da patrfa, colisul oito
vezes. Filho do DivoTespasiano — sendo le-
gados dò imperador,^ Cáio Calpetano Rancio
QUiriDal, e Valério féstH. D*àqui aBraga,
áao' 19^000 passok) ' •
» ft «
'Abáfstedò' fogar''d6 Ttavasm, Junto ao
ribeiro do seu noitae, 'que atráVessa á estra-
da, éiifttu uib marcd, pahido em dois. Df-
ita: ' '"'' " ' '•* ' • ' •
' ' ' ' IM?: CAES.* ÍÚfrVl.' SETllíIt
SSVfiRI. NEPOTl. èni;
ANTONUfl. PII. BLiGNI. FIUO.
M. AVRELIO. A^T^^iro. PIO. FEL. AUG.
PONT. HJ^i, TPIB. PÒT. II
XOS. FROCOS. P. P.
FORTI^^yp, FBUAISÇIMO. QUE
PRINGIPI.
A BRAC. AV6....
. \ .
M. P. XXI.
' (Dekfcádâ ííoidipdrador César Ifa^co Ati-
relio Antonino Pio, Feliz, Augusto; "pomiflce
máximo, S.* vez investido do poder ti:ibu-
blctá,' MM, t^rbcbnsú!,' t)ae da plátrta, Ibr-
ti^sKfiò V^fénfissímò príncipe, tilb^ do di-
vino Anteli6i\)Tió'll»/nò, e ú^tò áo divlnoSe-
ptimo Severo. P'aquT~a Braga, sao 21:000
páàíibsr-*'-*^'-'"-"'' •' "'^'■''•. •
^ •'J^^ M'j1í.iíJ . \'l' t ^4^ . .• .«-A» *} ■
'«*."*. , i '.J Jl*íJ í ' * '-" li l'-' ' ' ' •
Abaiio do logar de Feigtieifas^i\^^tef;a^
zia de Ghan^oim, próximo ao ribeiro dé Fel-
gueiras, que atravessa a estrada, e no sitio
chamado a H^t7()j,a,',e}^i^^lram.duas colum-
uas.
Uma tinha a imcnpçio completamente
apagada— da t)bM ^^eikHRa ler:
BBACARA. AV6
412
«ÂD
PAD
A BRAG. AVO
M. P. XXII.
(Braga Aogosta. A Braga AogasU 22:000
passos.)
PONT. MAX- T. P.
PR0C09. lUI.
O06. U. P. P.
A BBAG* MIL.
P. XXY.
(l>edicada ao imperador, César Çayo Mes-
8io Quinto Trajaao Decio, Invicto, Pio, Fo-
No mesmo sitio existiu um grande mar- 1^^ Augusto Pontíflcc-maximo do poder
CO. Os moradores do logar em i760, o leva-
ram para o adro da egreja matriz, e d'elle
fizeram um cruzeiro.
Perto da aldeia de Padrós^ no sitio cha-
mado Esporões (ou Âsperões) ^ se achou ou-
tra columna, com a inscripção jà apagada.
A distancia de i;500 passos de Padrós, no
sitio onde principia um atalho que vae pa-
ra as aldeias de Cabaninhas e Pergoim, se
acharam dois padrões — um com a inscri-
pção totalmente apagada— e do outro, ape-
nas podia lér-se:
D. G. N. K. tAL.
LiaNlANO.
TJCINIO. N. N.
..1 OBI
(Parece que foi dedicada ao imperador
Cayo Valério Lecinio e a seu filho. Flávio
Valério Liciniano.)
Alem d'estas duas columnas ou marooii
havia por aqui mais outros, que o povo le-
vou, e empregou em varias obras.
Na aldeia de Sá, em (>ovide, se achou en-
terrado em uma horta» outro marco, que o
povo pôz na estrada, servindo de pedestal
de uma cruz. Diz:
IM. GAES.
G. MSS. Qviirro
TRAIAMO. DSaO.
INVICTO. PIO. ISL. AVO.
PONT. MAX. TIL P.
^ Nas províncias do norte, chamam êspo-
rdes (coruuçao de âsperões) a certa quali-
dade ae pedras de amolar, que sao muito áS'
peras, ou grosseiras.
tríbuaicio. Quatro vezes procônsul, duas
eonsuL Pae da pátria. D^aqoí a Braga» 25:00(^
passos.)
Em uma pequena volta que faz a via mi»
Uur da Geira, entre as fregaezias de Govi*
de e Campo, está um padrão, servindo ds
cruseiro. Diz:
IM. CAB9.
G. MISSO. TBA.
DBG. INYTO.
PIO. FEL. AVG.
PC. im. C. It.
P. P. A BRAa
M. P.
XXVII
(Dedicado ao imperador Gesar Cayo Ueâ-
sio Traiano Decio, Invicto, Pio, Feliz, Augus-
to, Pontifiee-^Hnaximo do poder trlbnnlcio^
quatro vezes procônsul, e duas cônsul. Pie
da pátria. D*aqni a Braga, são 27:000 pas-
sos.)
No sitio denominado Leira das Padrões,
pelo grande numero d'eiles que alii houvi^
entre outros, havia dois cylindricos, muito
grossos^ que foram empregados na reedift-
caQao da egreja de S; João, onde os quadra-
ram, apagando-lhe as inscrípções, sem deixa-
rem memoria d*ellas.
Ao pé á'este9 estava outro, de i4 pah&os
de altOy e 12 de clrcumíerencia. eom esta
ittscriptio:
P. N.
...G...I OBI.
nraw AT.
SEMPffift. AV.
MÁXIMO.
MAGNENTI
TEBRA. MAN.
VICTOHl. p. Rav.
PAD
PAI>
443
DRDICVVIT.
Q. MORI.
(Quinto Morio (?) dedicou esta eolcnnna a
nosso senhor. . . . senapre Augusto Máximo
Magnenclo, vencedor por mar e terra. Do po-
vo romano.)
Receaudo que a alguns dos leitores abor*
reça a leitura de outras muitas inscripçOes
romanas que se encontram por estes sítios,
e ao longo da Geira; mas, não querendo pri«
var os curiosos d*archeologla, de taes noti-
eiaSy resolvi dar aqui só a tradncçao em
portuguez das inscripçÕes, indicando os toga-
res onde foram achadas.
Junto â Casa da Guarda^ que era um pe-
queno edificio onde os povos das Terras de
Bouro taziam guarda, em tempo de guerra,
ená um sitio chamado Padrões da Calle (vul-
go Padrões de Cal) está o resto de um, que
Dedicado ao imperador Maximiano.. «
D*aqui a Braga, sao 29:000 passos.
' Consta que havia n*este sitio grande có-
pia de padrões, e entre elles, um de 24 pal-
mos d*alto, e grossura correspondente; o
que nos faz acreditar terem sido para aqui
trazidos pelos romanos, ou aqui lavrados,
para se distribuirem pelos logares compe-
tentes.
Também no sitio chamado Camfo de Lu
nhares, havia grande numero. Eis as ins-
cripçOes de alguns d'elles:
Dedicado ao imperador César Marco Au-
rélio, Augusto. . . do povo romano.
■
Dedicado ao imperador, César Trajàno
Adriano Augusto, pontífice máximo, 18 ve^
aes investido do poder tribaniclo, três vezes
cônsul, pae da pátria. D'aqni a Braga, são
31:000 passos.
Dedicado ao imperador, César Cayo Mas-
sio Quinto Trajano Decio Pio Feliz Augus-
to, pontífice máximo, do poder tribunicio, 2.*
vez cônsul; pae da pátria. D*aqui a Braga,
sao 31:000 passos.
Dedicado ao nosso senhor. Magno Decen-
'cio, nobilíssimo, florentissimo César, nasci-
do para felicidade da republica. D*aqui a
Braga, sSo 32:000 passos.
O imperador César Cayo Júlio Vero, má-
ximo, pio, augusto, germânico, máximo, da*
cio máximo, pontífice maiimo, imperador a
6.* vez, pae da pátria, cônsul e procônsul—
e Cayo Júlio Vero Maximino César, germâ-
nico máximo, sarmatico máximo, príncipe
da mocidade; filho do nosso senhor, o impe-
rador Cayo Júlio Vero Maximino Pio, feliz e
augusto— reedificaram as estradas e pontes^
arruinadas pelo tempo, sendo superinten-
dente das obras. Quinto Decio, legado do im-
perador, e prefeito do pretorir. D*aqui a Bra-
ga, sao 32:000 passos.
Ne sitio onde houve uma albergaria para
peregrinos pobres, e ao qual, por isso ain-
da se dá o nome de Albergaria, appareceu
o resto de um marco, no qual se lia:
Dedicado ao imperador César Marco Au-
rélio Carino Pio.
Junto d*este, outro que dizia:
Dedicado ao imperador César Gaio Messio
Quinto Trajano Decio Pio, feliz, augusto, pon-
tifice máximo, do poder tribunicio, 4 vezea
procônsul, e 2 cônsul. D*aquí a Braga, sao
33:000 passos.
No sitio da Portella do Homem, ha tam-
bém algcms padrões. La darei noticia d'elles«
PADROSO— freguezía (foi villa), Traz-os-
Montes, comafrea, concelho, e 5 kilometros
ao N.E. de Montalegre, 77 ao N.E. de Bra-
ga, 420 ao N. de Lisboa.
Tem 55 fogos. ^
Em 1757. tinha 61 fogos.
Orago, S. Martinho, bispo.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Villa-Real.
A mitral apresentava o abbade, que tinha
250^000 réis de rendimento annual.
Esta freguezia é unicamente composta da
aldeia que lhe dá o nome.
Está situada na parte meridional do Pi-
coito de Sendim, onde existiu o casiello io
' i
tl4
\iâ
»/
Portêllo^ na origôm do rio CáyadQ,, çpâ^*
Dando pelo K eom a Galliuu . , ' i
O seu solo, exposto ao $^ e ,abaadaoia da
aguas, produz centeio^ batatas, algum trigo,
feijão, miJlio 6 hortaliça. .
Cria. muito gado vaccup\6 t^m muita, pa;
ça, grosai e miúda.
Tem uma capella publjca, pêgueaa e pó«
bre» dedicada a &^iç Ant^ji^^.o-,
Foi boura, com qamara, juiz e ^scriyão.dQ
civeL
' 1(1»
No crine e orpbaes, estava sujei^ a Mou-
talegre, cujo corregedor nomeava os «verea-
dores.
PADROSO^-fregaezia, JMiQbò, cQmarca e
ooocelho dos Arcos de Valle 4ê Vez, 30 ki-
lometros ao N.O. de Braga,, 390 ab N. de
Lisboa.
Tem 110 fogos.
Em 1757, tinha 98 fogos. -
Orago, Santa Maria (Noçsa Senhora daa
Neves.) . t. .
Arcebispado de Braga^ d^^ricte adminis-
trativo de Yianna.
Os viscondes de Villa Nova da Cerveira
apresentavam o abbade, que tinha 33QJK000
réis*
£' terra muito fértil em lodos 09 géneros
agrícolas, e cria muito gado de toda a qua*
lidade.
PADROSO— freguezia, Douro.
N*esta freguezia e na de Margarlde (an-
nexas) está a villa» capital do concelho de
Felgueiras, onde já fica descripta. (Vide vol
3.», pag. 163, col. 1.*, no fim,) ,
PAE DA PATRIA^titulo que os romanos
davam aos seus imperadores, como se vé
na immensidade de ínscripçoes que chega-
ram á nossa edade.
Quasi sempre escreviam est^ titule «m bre-
ve, ou pelas iniciaes PP.
PAE DOS VELHACOS— portognez antigo
— era um magistrado de Lisboa, que M^ha
por obrigação, vigiar os rapazes vadios ^ue
alli hiam ter, e aos quaes devia arranjar amo^
ou qualquer officio.
Em lo35, reinando D. João III, se creou
também na cidade do Porto, um pae dos «e-
Ikacos^ eom as mesmas attribuiçoe&
PAE PENELLA — freguezia» Beira Baixa,
comarca de Villa Nova de Foz Côa, conce-
lho de Moda, 5i kilometros de Lamego, 345
^N*.4JLs^i^boa. ., <
Tew/6g fggof* . . ...
£m|17l|7^ tinha 56 fogos.
õrago, S. Silvestre, papa.
Bispado de Lamego, districto administra*
tivo da Guarda.,
^ . Foi dai comarca de Meda, concelho de Bla-
rjaiva. Em 24 de outubro de 1855, passou
para p po.ncelho de Villa Nova de Foz-CÒa,
e,em 18 dç dezembro de i873, para o con-
celho da Meda. ,
O reitor de Vallê de Ladrões, apresentava
o vigário, coilado, que tinha 40^000 réis e
o pé d*altar.
É tçm fqr^l.
Í^AIÂI^O ou PAYALVO— freguezia, Èx-
trapp^dura, coms^rca, concelho e próximo die
thomar, idO kilometros ao N. de Lisboa.
, Orfigo, Nossa Senhora da Egreja Nova.
É da prelasía de Thomar, hoje annexaao
patríardiado; — DJÂtricto administrativo de
Santarém.
{! Irag^ezâ moderqa, e terra muito feriil.
6 aqui a iS.* estação do caminho de fer-
ro do norte, ofiOcialmeute denominada esta-
ção de Tkomar.
. PAIiO o« PAYAO—freguezia, Douro, co*
marca e concelho da Figueira da Foz (foi da
comarca de Soure, concelho de Lavos), 35
kilocaetros a O. de Coimbra, 204 ao N. de
Lisboa, 4'^ fogos.
Em 1757 tinha 75 fogos.
Orago, Nossa Senhora do Ó.
, Bispado e,disiricto administrat" de Coim*
bra.
As religiosas de Sanla Clara, de Coimbra,
apresentavam o vigário, que tinha ifífOOOrs^
de côngrua e o pé d*altar.
As duas freguezias (Paião e Lavos) qae
formavam o aotigo concelho de Lavos, sup*
primido em i853, pertenceram aatígamente
ao concelho de Monte-Mór-Velho, por mui-
tos anãos.
Esta freguezia está próxima á costa do
mar, e os seus habitantes empregam se, qua*
si todoa^ na cultura do vinho, e na pesca, nos
viveiros das marinhas, e nas três costas, de
Cova, Lavos, e Leirosa.
.INae éil^nil «njpeodooiosiacrkolM^ 1099
produz iMima -. toah^ b «padeirnstí i (ftft ns^
poriam í* '.•'».' «•;. •!* !'• Ml!.
de Celorico de Bastks cfníóribo .d0<G|ib0Gei^
ns de Basto, 40 kilofBetroaja^if^JBi: d» Bniv
ga^ 37ai;io N. de LlalMtt^ WQ i»0(>9v vH^nc)
' £éa lí7S7 tintta i30 fogo^ . : ; ;;•;(•
€nigo;'SaBto André» tapp6C«l0i m*^ i^í! !
• ATCoiiispduci iO RUpirioni. HmíBHiatMHwv ato
Bilaiga. - • ■ •' : '■' i *l ' •' í*'"
' O^bbade de Santa SaotnrfQba, ^ffltoto^
afrefleatâta o vjgavie, coUajik)/ ^oe lâdia
iOOkoOO réis de rendimento. «i . " :
É terf a moito! ferlil, Ot»tkDO;fi&jiMf.MKito
gado escacai- -» r >ii- < '
PAiOi(São>*^'fregitflzta, Tuazroa-Mmito^
comaroa e caobelbo do M()ygadoora,'3âlJci)oh
metros de Miranda, 4^ ao N. de Li^boa^
90 fogos* . -V. ..: r. ^ T *1
Orago; Santa Maria Magdaleoa^ .; :
Bispaúo odi^riatoadmiDJstrarifodafinan
gaDça. '• >^ •'
Kio Tem no Pi)rii Saaro e FTof\ -
É terra poneo fértil; cria p.oréiv'mtLilâ
gado,, de toda a qualidade. Caça* ' • .
FAIO (São) --Yide €<MÍáa90^
PAIO (São) ^ viila, Traz^os*H0Kit48, fí/òf-
marca de Miraadetla, eoneelbD de Viils^í^Flô^
133 kilometros a N.E. de Bcaga» ^80 «o N*
do Lisboa, 70 íegos. . '' .
Oiíago, Santo Andró» apostolo^.
Arcebispado de Braga, distrieto admíni9-
traiivo de BragançAw
Tíão vem no Portugal Sacro é Profiínp»
Foi honra. : »
$ n'esia vlUa o solar doA fS^o-P4td«, <|ae
foram seoliorâs dn hoora, e e^am lambem
senhores do Viltarfiôp. . >
O abtade deVUlarFlÔi^ api^s^ntava. o onra.
Metade dos disimos eram para.oieommen^
dador de Adeganha, e a Outrft para õ/aMia-
de de Villa-Flôr.
Sampaio é nm appellido nobre em Porta-
gal; veio de fiespaaba. O príAiaíoo ^pae se
acha em Portugal; é um filho de B* Pedro
do Souto, ou Pedro Alvares Osório, i.'' mar^
quez d'Astorga, na Gallixa; o qual, por^ma**
tar em desafio, a um fidalgo poderoso d'a-
quelle reino, fugiu para Portugal, no reina«
PAI
41$
è».doii9ssp jQ>iASonso IV» e eá ficou. Foi
seu filho, D. Vasco Pires de Sampaio, que
Mi eipigiqMipot^KW tottou este appellido.' Ifão
se sabe $%.!o tpmariar do nom^ <i''o9ta freguo^
xiili</u>fie'4b*QidAra. :
1 DAVaseOífea grandes serviços a P^;Fter*
nando \ ^i^ sen iroogo D^ João h pelo qu»
llM|<dorainbmttltas'ierras^ e os senborioo de
%Íla»Blõr« GkMítaiLMQSi Asacioes, VilM^^
nb(V. eUt* H* Foi grande yaHda de D. João í
'"Nódiàfô^ãeJretereiro de 1876, fklfóteu
ho sett ií»a!abio^ a S! Vicente de Fora (Lis-
bbá)j' d sr.^anuel António de Sampaio d'Al-
buquerque Mendonça F^urtadò Mello e Gas«
tro Moniz borres de Lusiguano, que nasté-
ra eriííS de^ junho de 1813. Fo! 4.'' conde de
8. faio, feito no 1.* de dezembro de 1834—
L" marqúez do Inesmo titulo, etn 17 de fe-
vereiro de 1866. Era í^"* senhor de Villa-
P16r, e alcaide^mórdos eastellos de Miran-
da do Douro, e torre de Moncorvo.
Foi coronel dé um batalhão de voluntá-
rios nacionáes, em 1846; era par do reino,
e cómmendàdor de várias ordens.
Deixou viuva e descendência.
Era aparentado com muitas famílias illus*
três d'este reino; pelo que, no momento em
que estou escrevendo, muitos fidalgos se
acham de lucto.
Suas armas, s^ — escudo esquartellado,
lio 1.* e 4.% d^oúife, agnia de púrpura, ar-
itíada de negro— no 2."* e 3.«, escaquietádo
d'ouro e azul, de quatro peças em faxa e
^uairo em pallà— orla de púrpura, carrega-
da dé oito SS, de prata. Elmo d'aço aberto,
é por timbre, à águia do escudo, comum
dos SS no perto.
OutroSL^do mesmo appellido, trazem pok*
armas, escudo tadrezado de duas águias
negras, ém pátla.
O sr. Alexandre Teixeira de Sampaio, foi
feito barão de São Paio, em 8 de maio de
1858. , ■ .
f • • ' ■
Tambenaha visconde de S. Paio dos Ax"
co^— leito em 11 de julho de 1853— é o en
Gaspar d'AaeYedo d'Araujo e Gama.
4Í6
PAI
Mas este S. Paio, é no Minho, e nao
Traz-os-Montes.
PAIO (Sâo)— fregnetfâ, Minho, na viUa da
Melgaço. Vol. 5.«, pag: i67, eol. 1*
PAIO (Sao)— fregaezía, Minho. Vide VilKi-
Verde, cabeça de concelho e comarca. (A an-
tiga comarca de Pico de Regalados.)
PAIO (S.) — antigo mosteiro de monges
benedíctinos, Minho, 12 kilemetros a O. de
Vallença do Minho, 6 do convento de Mos-
teiro, e 6 ao E. de Yilla Nova da Cerveira.
Fondaram os religiosos este ermitério, ou
hospício, em um sitio tão áspero, que só o
ascetismo dos fundadores, lhes dava cora-
gem para aqui viver.
Teve legar esta fundação, em 1392.
Era porém tão insapportavel o díma, e
eram tantas as necessidades, incommodos e
soffrimentos dos religiosos^ que em ilCO^
abandonaram o eremitério.
Pouco depois, vieram aqui residir os pa-
dres conventuaes, e aqui estiveram até asna
extincçào, que foi em 1568.
Tornaram' a povoar o hospício, os obser-
vantes, que 8Ó aqui estiveram até 1570. En-
tão, abandonaram para sempre esta casa,
despojando -a de todos os objectos que alli
tinham.
Os povos das visinhanças, vendo o mos-
teirinho abandonado, principiaram por lhe
roubar a telba, portas, janellas e toda a ma-
deira, e por fim, demolindo tudo, para com
08 materiaes fazerem outras obras; não dei-
xando pedra sobre pedra.
I<ía côrca havia uma grande matta, que o
povo também totalmente destruiu e roubou.
Quando se deu esta occorrencia, estava
em Roma o padre fr. António Bravo; o qual,
pelo amor que tinha áquelie ermo, alcan-
çou do papa Gregório XIII, uma bulia,,
para viver alli, com dois ou três compa-
nheiros.
Chegande ao siiio onde fora o eremitério,
em 1573, e vendo-o tranformado em lasti-
mosas ruinas, perdeu as esperanças de o
poder restaurar, e se foi para Braga, sua
pátria. Alli, achando-sd perigosamente en-
íèrmo, prometteu a S. Paio, de lhe restau-
rar a casa do ermo, se obtivesse saúde.
Achando se melhor, tratou de dar com-
PAI
primonto ao sen voto, e á sua costa, e oom
esmolai do povo^ principiaram logo as obras
da reediflcação. Gonstmiu, quasi desde os
alicerces, a egreja, coro e mais officinas. Em
breve porém ee arrependeu de ter para aqui
vindo; não só pela aspereza do silio, mas
porque o seo provincial lhe não quíz dar
nenhum companheiro. Decidiu então^ aban-
donar este ihliospito ermo; mas, como em
dU de S« Paio se fazia aqui uma grande ro-
maria, esperou para esse dia (26 de juidio
de 1977), BO qual se despediu das pessoas
priocipaes d*aquelles sities, que aiti concor-
reram.
Ao despedir-se do povo de Villa Nova da
Cerveira, foram tantas as lagrimas de» toda
a gente, que l^ei António Bravo, commovi*
do^ decedia ficar, e alli residiu em quanto
▼Ivo.
Por sua morte, tomou a ordem posse da
casa, que foi vigariaria até 16â3, tomando
no anno seguinte, o titula da guardiões, os
seus superiores.
N*esse mesmo anno (de 1624) uma senho-
ra de Braga, dera aos religiosos uma ima-
gem de Nossa Senhora da Bôa^Nova, que
foi conduzida para a egreja matriz de Yilla
Nova da Cerveira, e d*allí, em pomposa pro-
cissão, no dia 13 d'abril d*esse anno, para a
sua nova casa do ermo.
Desde então se dá a este mosteiro (boje
deserto e abandonado) ora o nome de S.
Poio, ora o da Báa-Nova.
PAIO DE GOUVEIA (Sãô) ou S. PAIO DA
SERRA--vide Gouveia (S. Paio de) vol. 3.''
pag. 312, col. 1.*, no fim. Foi villa.
A rainha D. Thereza e seu filho, D. Affòii-
so Henriques» deram, em 1123, aos cavallei-
ros da ordem militar e canónica do santo se-
pulchro, ou de Jerusalém, a villa de & Paio
pe Gouveia.
D. Afonso Henriques coutou a villa, e a
deu aos mesmos cavalleiros, em 1130. (Vi-
de Penalva.
Junto a poaoação de S. Paio de Gouveia,
que é em um valle, em sitio ameno e visto-
so, e ao E., se vé a capella de Nassa Senhora
4a EstrêÚa, de construcção muito antiga.
Dá*se-lhe o nome, por ficar nas abas da
8«rra da Estreita.
marca e i5 kilometros ao SJB. de 1lidini\
«MilhDi de ¥Ula Jfdia da BHr(|iiiiiha (foi
jè^nasam «Mueibo» nuiB da oomaiea^db Smt^
jMlions) 190 kilomètrasao lf.£; da LisbDá.
. TmMQfogoa.
Mm A7Ò7, iMia 180 fogoa. • n-v
Omfo^ Ifoaia Saniiora da 6ottoaiçã(». .'
'K< 9apreitfi&. de Tliooiar, aimeiaiao^fia)-
MarduAOb. Bistrieta adaamíi&alllro ^ Sair
taiMI. ' • • «i 'i:J
A tteaft da eeftanietiGia e «rd^ns» apoeaen-
4e!nMi o vigário^ qde liaha IfiOaàqveiíwde
^rifo, -60 da ee^a^ ana pipa datmlio^B
a meio fcantaroa d'attite, e 48 analeia éd
FAI
417
<0'iaaie:aiitigo name que ae eooliaea a
U Tília» 6 Pay Pelle^ e é o qae Itie dá o
teaL •• . • :. .. •/■
SÍ poToaçao.Muíto antiga.
D. Hamiel ilie deu foral em Eiora,'a>Stt
da decenbro de ilii9. (£>.• de fmnuê^upm
da SxtrBmadura, fl. 944 Terso, aoi^ S.^!-(Ba-
•tá ittimaso na voa. S.% parte 1% pagi «iS)0,
4êíB léiimriaB da academia.*) i • *<
Foi cabaça de eoDoeilio» oom. aunara, juix
ordinário e mata eiapregados.
£* aa dittricto d^eata -fregoaBia, n famoso
€aaieli0 d'AlmoaraL (VoL i.% pag. IM,
cot. 1*>
Dia-sa q&e o name d*eata Tiiia Ik^ Tem do
faiBoaissimo oapitao» e grão meatre doi tem-
plários, D. Goaldim Paes. No foral co-
iaa já disse, se lhe dá o mime de Pay énão
de Poio; maa é proTaTel qae seja oontiHe-
fio de Paio*
Támbem se denomiiiaTa, Santa Maria do
Zêzere,
Esta fregaezia foi commenda da ordem
do templo, aló 1314, e, desde 1319 até 1834,
da ordem de Ghristo. . /
Foi D. Affoaso Heariques que fes doação
d^eata Tillaá ordem, pela moita amisade que
tiidia a D. Gualdim Paes, e pelos grandes
senriços que fiie deTla.
Entre a Tilla e a egreja matris, se Toem as
1 O seu l.*" foral lhe foi dado por D. Gnal-
dini Paee, grao-mestre da ardem do Templo,
pelos aonos de 1180.
TOLUMITI
ifninaa do TOtaste^ eaatello^ eenstmido per D.
^teaidlm ffael, ^tiándo deu IbM' á Tilla.
^Tam o ednaíD qie foi meateira de reli-
(loaoa aapkieliòlB antoninos, boas habátaçSea,
«om linda Tista sdbrs o Tefo— denominaTa-
se, conêoeMo de Nossa Senhora do Lorêto. ^
Foi alcaide-mór e senhor do eastello de
Paio de Pelle, D. FYádeiseo IfaseareDhas,
por casar com D. Joanna GontíBho de Noto-
Hfttt, deseendente de Gonçalo Vaz Coutinho,
tronco da família dos condes de MarialTa
(depois marqnetes.)
" I^ ' fkita de snceessio, os bens e rendas
da casa MarialTa. passaram para a casa dos
(jondés de GantanhMe, pelo casamento de
D. eaVhlrinl Coutinho, com D. António Luiz
de Menezes.
• «
wmmm
' está a fifiegnezia situada junto ao Tejo, fl-
candolhe ao S. a ribeira de Tancos.
' PIcá entre o casteHo de Zêzere (cujas ruí-
nas se Teem amda, na Foz do Zêzere) e o de
Almouròl;
Vide tonxtanciay Átmouroiy Castello do
Zêzere e l%om<ir.
« ' I A egreja matriz é muito antiga (proTaTel-
mente, construída em 1180, per a Gualdim,
qúandolúndou o eastello.)
A Tifia é pequena, e nada tem de no-
taToL
0 território da fireguezia é muito fértil eta
todos os géneros agrícolas.
€iia nmilo gado, e os doia rios qae alli
correia, fomeaem bastante peixe aos seos
mòradorea.
' PAIO OB MEUELIM <São)— TideJMef e/tm,
TUI. «.•, pag. 181, col. !:•
B' n'esta f^guezia a exeellente fabricado
papel, do logar de Rnães. Vide esta palaTra.
PAIO D£ RIBA TUA (Sao) — freguezia,
Traz-os«Mantes, que existiu na comarca de
AHjó.
Foi suprimida no século XiV. Foi aqui
ábbade, S. Gonçalo de Amarante.
PAIO DE VISELLA (São) — Tíde Vtsella
(S. Paio de,)
1 Está edificada entre o eastello de Al-
mouMl e a Tilla, em sitio imminente ao Te-
jo, que cerre junto da sua cerca.
27
413
FAl
PM
MIO MEKBGBtt^reivexte^iteroiQaitra,
« »« '
J
1 •
N. d8 Lisboa^ > . . /
EiQ 171^7 Aiaba áálilogap. . . l <
Ongo, S. Yteeit^,ia«rtjr.: >
Bispado, d? Gowtoa,4istlrttQ.a4i^
A mesa da coDscienqia^iNsefl^Dl^ya.iO ti-
gaoTÂq, qae4ioba 50^000 r^is ; 6; Qpé^eial-
Ffilandada.jaQ,96a4pa^{|,.po9 P.;P,aip.
Mendes^ mestrp4o Teayp^i qii#41^9,{d^ fi^- .
ral, e de quem tomou O nome. . ^ ..
Foi até 1311, commenda dos Templa-|
rioâ^ e deade 1319 -até li83iir 4li <^4m do!
Ghristo. 'I .'..,: »., • j , ■ ..
, £! situad^. em sitio» .dQ¥a^4<V;apraai.fel e:
PAIO PELLE— vide Pato de Pel^,
PAIO P|R|;$-yide Aldm4çi ¥mfivre$.'
Vol. 1.», coi. 1.*, de pag. 8i9,. . v . * . '
iUklYArHTi^^fiAiia^AtoiO EKmip^TT^
.seu naacimeiup Baa«i»aié$.NfW8ft>SdaliQra
da Lapa (Beira. illui>e» dejMV-de-saeebçr;
differeniaB litkeftnw • dP^tos,.e de.p9$sar,
por varias povoações (ou por suas proximida-
des) aeadoias niflisí«QiltV6í%M)v«iks^d0 Frá-
goas, Castro Dairee lAiFiurenga, entra Bai«s-
queida do Dearo,'^.kièMt«««) B. da PartO;
^Qtre a aldeia de Yaisea^>fragQfaia.é0»SoQ-
zôllo, na Beira Alta, e a aldeia.do Gaalettol
de Paiva, na freguezlA/deniiiaB^^ cmmlhoi
de Paiva, na provino&adè-DoufDi ootti «a
curso de 70 kiiometros.
E' na soa mador parte, de oorso arreba-
tado e furioso, 8eryiildb/i)!'e8Be8 silfais» ape-
nas para fazer movei moinlios 4a pão.
Divide a comarca de Arouca da de Sm-
fSes, e, pdr consequeaeia, a proriíiDia do
Douro da da Beira Alta; maa só desde a fre-
guezia d' Alvarenga parat baiio^^pooqne até
afai, corre sempre em território da Beira
Alta.
Suas margens, são, pa maior parte forma-
das de penhascos, ou montes alcantilados,
e corre em leito tio protando, que em pou-
cas partea seai^isdtráliiu^tffllfetMiaeiir-
< Una :indttrttítk»s tfr^uittiãf-ãea ftMéMWH
mák 'ildiriu;^e'pa|nl,'a,3idloiiiaiiwda:8rta
Ju^flrtM ablflela^.Viieflá #:àáa€áráil,
no sitio da Boieira (assim ^dianlMc^ pordia-
ver aqui uma baosa âttlpaMagei^t^ofáÉi a
impetnosidade da oorMBte, dMCniliiD^he
p^viiass^rezea iLiiMtatta.'d»iendi^'o4fez
deiislfar > dá ^ oopif eia^ a lataaoibiMÉem; a li^
brica, a os terrenos que lhe pertencimi
Em 18êO, ma aoeiedadia da U» MM-
doai) eaoii>roit oeiifidQtQòs temnoii r»-
coDdtniiBAm o ,ediisio âaiibríaa;* e tém-
Ham Taatabelecal «; mas, desavlndo-ae una
com os outros, abandonaram de novo % *«»-
•peenla^^ e cata ontni^ves and» ateado-
«nado. • •«.♦<,>•'.
Note-se porém, que um hçmem ou iooia*
dada intelligente, . e* que asnbeneoDonslAiir
m^caftOmiorie séiido,.quepode8S0ai|neiitar
41 pèM daa. eheias do frio, «ta qaarfiteaae
«m ^eonstiuclor hábil; liroiía oertasMaie
optimoa' reaoltados de quiqHBr^estabeleel-
mento industrialv^ loadaâo n'eelè aitio^ e <a-
jb amante propulsor foasera agua do^río; por-
que, além de . uáHt-vai^i^oea *qmda''ã0§mí^
é o logar abn&dantísflbno de exeefleoie gra-
nito, próprio para robntasiobiatnicQdeo;
mas era preciso dinheiro, e coragem -para o
gailaF, pévque a- obr» seria ^diapeiidiésa;
multo inais, tendo deconatmir «ma Ma. es-
trada até á margoib do Dovo.
-Fui em 1865^ eom ear. eoBde doUósenáa
(Dl:Luizy ha pauco íáilecído) e^sr« DeJâDte,
examinar o local e este senhor oevtffleou qoa
âUi ao podia fomdar luna au^ciosa fabrica
de papel.
* •
O rio produz mbíto e saborosíssimo p<9-
xe^ sobre tudo trutas, 4}ue são famosas^ pe-
lo aeu gosto especialíssimo. Assuaseiroses»
são também grandes e óptimas. '
Os aaveis e as lampreias do Douro, cte-
gam também até peuco adma da Batein,
e são ainda mais saborosas do que as do
Douro.
Em f renta da foz do Paiva, ha um môaro,
a que chamam castello. (Vide Casklla de
Paiva, aldeia.)
t •
PÂI
. Mi.fdt» áf&;()aBln|DiqeHUB dM locilUBdii}
4Mae 4«m, QfnriBiduo» Jào8ii(yuoiaBKriM
IMiMOfeiíaiE; fl oatm^ D8 énrot^aáiofof^
BM^iqiM MaebpaoiHro fl^aivcikhíff eiii
;fii p9^b(iLè^0A, támbini ás ' veiet-eilil
DOS mesmos erros.
Smuriad» ocmlessàlvos e reeUfloai^oB; a
dèíMar os meus Mtorw enfanaios^-iíot^
sempre que posso, faMiâo as feetíftBbçÒev
MaMeanisi . -. - ; ^
> . âaigQâkdarpois^eita règnt .oonfpiMaeafvi
te 01 aegiUateSipsekureGimeiítiiB: '
A pag. 175, coL l.% do 1."» voL— lalbfliò
Bai<9álebr^j»oitf« d^JU^arenfiai.qadfíÉnét—
dls9ei()Qeéf»o]i^âroáiaiMU!Naoéi> •■ <
Houve, é verdade, sobre este rio, iUna sew
herlMk i)Qnlo,' de^om aó-anOà oosatmídaiio
tempo do imperador Trajano (^les dum
it^. 4e JbsDS' Gfatiato) ,e^ 4M|niiid» 4 tmáic-
^,|Mio*iMin» mc0tre qiji&ftea ImaoBt
poma d'A)ean(ará; na Eztremadcira bespa*'
obala;! porto sesta ponte, isl áeMruida po^
uma enchent» do Paiva» no século XIII òu
X|T, deial iqoád que nemvesligíoA d^élla
eslstém; igQ0râtido<<ie ttiesmo o logdr oadq
existiu. ^ " . ' .
-ilalga*M qoeioi no no^me eiiiodaiaclnal,
OQI nna pooeo mais abaixo; mas nao ba se^
■ão probabilidades... .« *.: i • ;
• ; AfMMitaAotiial, diqta da po^rtiaçaade .ailraii-
coso (cabeça do extíocto concetto'd*Alvãreilt
ga) ^kílometrosaoSJ!* .
T«m, deràfr a extremidade auparior das
guardas até á flor da agua, H metros.^
O arca principal tem 7 metros de vao.
Tem mai» doia arcos pequenos^ ambos do
lado direito do rio. (Do lado da Alv»penga.).
Um d*estes arcos menores, ebamado dos
peêcadm-est está acima do nível das maiores
enchentes.
jServlQ durante a construoçâo da poate^ pa-
ra dar passagem aos op^arios, e ho)&só
seEve para 08 pescadores que seguem a mar^
gem direita do rio, única que (e ainda «om
bastante diíficuldade) é accessivel n*este si-
tio; porque, da outra margem, são tão altas
6 iavias as massas de granito, que é ii^pos-
siTol poder-se chegar á agua.
AH
m
IfeMriaiMMr Uld^ 1ia'inMrfoeha,''tàfh<«/
dará ptoM/ 80bl% é m;&t 7^ a M meih>sr
é -alMirs; ^èontlMláaáo^i^élà^ èMosUdo" mòii>'
ti^ M diMMfelv^^W à im'ib«ii»os, hiia
M»n^ MèàteMarpiáda, ió aobèMvèl is
cabida» 6' á9feraâ.
k «•• <
• j
O outro arco pequeno, é por onde o rf o
ãi3#M'd§sabfia' ao f>âihb.
Ka» s6: o loeal oadè éstâ oMèUda esta
poftte^^Mtfí UliMm lÉ dda^margMisdòTió,
d^a»! ptti^Miiio, 4f M grande dbtâneia, ^o
irrli(ádo#^db tftès omedoiíhos tocbedos,d0
ttm^aepéeto^lerrtvel. ■ •• i . . . *
Abaixo da KHHite; 'ha um^o pi^fttndfs-
simo, ftoMf toorvedburoá, oá i^^demoiíibos; on-
de éimafe •MMttaá^dòr, coiVé* o péiiioSé
aflgav-sék' >'' ^"1 - "** •• • "• •'•
-£sia pòafe m ifeoasInHda i^fos tiniM 9é^
1770. ...
Wúcú aeinui d*eAa;>bàTfaiana barba de
passagem. PoiMo aàfès d^LqueBa data, um
bistifo de Lainega,<Mmiidõ D. JoSo, e liatu-
tú êk Villá dè Castro^Daire^ da cása do ac-
tual barão d'esta villa, esteva aqui ett Jrèri^:
goMle métfsi^arogádoj^
Decediu então que se constrúfisseuitia^-»'
te^ qi<e dès^ iMlsáagerh áo poro, e panieáta
ebiB,. deu 4004000 réi& .i
•MU com quò as canaratda Alnranga,
^oiíea e Paiva lançassem «noa derrama, e
obterá alem'd'JBso, da vários eavtalbeiros de
CaaHlo-Daire» valiosas bfferta^i
..Uanfoutres eoatos de-rais^^^oloi.o cus-'
IO'daoè];ai(qp6.hoJe>ifflpof(airia no tripleroú
mais) e fez-se a ponte;, mas o mestre que a
arrsmatoo, perdeu mnito dinheiro. .
O bíspo^ íallflteeitraQtes dever a otaraton^
cluida.
PAI¥A-Hloãie qaevaigarmeate se dá ao
coQcelbo do.(]asteUo de. Paiva, ciya oapMal
ó a pefuena^ aatiga viUa de Sobitdo. Vide
Sobrado,
Paka, é um appellído nobre em Portugal,
tomado, segundo uns, do rio Paivar-rsegm-.
do. outros, do concelho do mesmo nomel
O primeiro >qua com elie se acha, é D. Pe-
dro Trocozendo de Paiva, descendente dos.
fundadores do Castdlo de Pawoy que o edifi-
caram para seu solar. '
KotQ-se porém que nao ha em todo o eon^^
\
Á
m
PAí:
««lho dp , CumU» 49 PajiTa.- v^migUm^i tn-
dicoão alOTinfl de SMwlhaold castdlo t- 4
apenas na fr^foe^ de Forpoi^ e coesmano
4ec(i^i(a^ ena f^nto. da grande poYOMfâ^
da mesma fregaeiia, cbamad9t também Ça#^
leito.
1 .1
• ■ V • ■ *'
Isto fazsappor^4iiiP:ewMiljK>c.^Múi
tios» em tmiio^ .reiqotíssimos, algama tor-
re Qi]| caiiello; maa im mie pennudo qae
tM0e iu).taíipon'o^ I)<>r<|ae^ al^m de eer mui-
to peqjDieva»^^^ ^n vestigiosb maa apeiiaa
a apparenda de castello, como eu mesmo
ppr maiede ai^a vez ▼erifiqueL
As armaa dós: jPai?aê». sío.t- «W eampo
anil, trea flores de lu, 4'ic^r0j,.em bi^d^^^
elmo de aço, aberto— e por timbre», .upa
aspa ^a^ jcoa^ um« 4as flores 4eJU do es*
cado, no centro.
Outros 4*este.appellj4o,-tra^9epi.por firmas
— ^as ^tecedeptess e o, .mesmo 4°P^0r-^ per
tímbf e — uma ^sp^da j^ prata com gu^pi-
çpes d^ouro, ^ enj^^ n'j^ uo^ flor de lU
Os Paívas d'Andrade.usam daaaro^rs.dos
4oía appellidçs.
ftíZ VIipATEmO OABAIRRADA—CQm-
prebende' o territorie das freguezias deCa-
ifil ComUia, TBmem§oi^ Vaccorica^ a Veido-
a« 4ú BaitrOy no eoncelbo da Mealhada -^
Áreas e Mc^ofáres^ no concelho da Anadia—
Óis do Baírn^ villa de & Lourenço do Bair^
t(^ e mais algumas poYoações, ao & e £.
de S. Lourenço; If ui;téde, e Sepinv uo cbn*:
eelho de Cantanhede.
Para qão haverem repetiç5es-r.Tide a eoL
S.* e seguintes, de pag. ilSO d'^te vo-
lume.
PAIZ YINSATfimO DO DOURO— Trá2-QS-
Montos^Dá*se este nome, ao território que
86 estende sobre ambaii as margens do
Douro.
Ifa margem esquerda (Beira Alta) desde
Lamego^ até á Pesqueira— e na direita (Traz*
os-Montes) desde o rio Corgo (um kilome-
tro acima da Régua) até ao rio Túa (junto
a S. Mamede de Riba-Tua.)
£ste paiz é alcantilado e plttoresco.
A terra^ é, na sua maior parte, composta
de cascalho sdiistoso, íriaveJ, solto, e> alem
PáJ
do vinho, é «iieBflfl própria pari a
do centeio^ eefadaypoueo trigo, iwiàtai^
taneias, e fnnta, sabre tudo laiaajas^ qtte
sao dideisaímas; todavia tem aigun» siMi
de boa terra vegetal, qoe produzem tedos es
fructos agrícolas do nosso climar^princilvai'>
m»nte nos vaUesqoede vezenifiumdoiiiàr*
ginam o Douro.
P vinho d*esta regiac^ é espedíaliBsSiM, e
fMnoso em todo o mundo, sob a denomina*
çáoátviniko doFortXK
Tem uns 40 kilometros de comprimeolo,
pspr 20 de lai?9o; seoâo aparte doí Ni. (Triz-
os Montes) maiseitensa que a do -8. (Beiía
Antes da invasão do otdiíi» ttàm% pnh
dúzia anmialmente, de 60 a iCO mit pipa»
de vinbo*
Ha quiataa qu^ produziam 300 a (00 pi^
pas de vinho.
A melhef de todas, e a|pd08 os #espeito^
é a qumtadas Figueiras^ ou do Fasliaic^ da
sr.* D. Antónia Adelaide Ferreira; viuva de
António Bernardo Ferreira (o F«n)eirinhit)
6 bofe casada com' o sr. Torres*
. No Penkão, ha um tonnel que lerva dO pi-
pas, e iiouve outro de 60; (Vide Pêsõ da Rá*
giM, Porto e Régua.)
induindo n'este paiz, ha um traio de ter*
ra, qoe se estende sobre a marpm- toeiíu
do Douro, desde Canellas dõ Dowro até á
^tfito áú Zimbro^ que produz o meUKHTVi*
nhe do mundo..
O vinho húngaro. Chamado Tokaiy — e o»
franoezes. chamados Chaimpagi^, Chateou-
Lafite, Chateau-Tierry^ ChamberHm, ete.»
mais merecem o nome de licores, do quede
vihhos; porque não são estremes e genuínos
de uvas; mas submettidos a differentes pro-
cessos, misturas e transformares.
Este terreno abençoado, tem uns SO kilo*
metros de comprido, seguindo a margem do
rio, e de 2 a 5 de largura.
Ha a notar, qne^ n'esta zona em que o
vinho é o mais especial, a agua, é, no ge-
ral péssima.
Hoje, os vinhos do Douro, não teem o cre*
dito, nem por consequência a extracção, que
tiTjflriuai antii^eme; semqne a sua quali-
dade por modo algum tenha peiorado.
A amMçãa malentendlda, e mesmo a má
fé» de muitos Tínícnitores, sao a cansa do
deseradito dfeste género^ qoB podia e devia
s^K uma f^nte perenne de prosperidade pa**
ra os poros do Alto^DoiirD; mas élles pre*
(«ma adulterar e eorromper os seus yinllos
com asquerosas mistaras de baga de sakiH
gneiro.<o^tf de kmpeim!)tattpecbe, e ou-
tros iDgredi«aiei para o aiigmeiitarem---do
que vendel-o puro, em menor porçio.
Ainda mais— alem dasíadiriteratSes que
ji traz do Douro/ ebega ao Porto, e soffre
eotiras^ ain4a peiores.
Os TínbQS da Bairrada .(ou Anadia) ou são
mift margj^q do P(tf to e YiUa Nova de Gaia,
Ifdadas Gom os do Alto^Douro, ou mesme
¥epdida8 wm d*e8ta procedência; o que
laiAl^m não tem eontribaido pouco para o
Aaseredite do genert.
Qs prodiiirtore#fi eiporiadores de vinhos
da suldp -yeiao^ eonh^cem melhor os seus
íMNvis^s » te«n mais conaciencia: longe
d0 aduttcorein os seus vinhos, fazem todas
a«4.dilÍg6QOias para o melhorar e aperfei-
q99f, le.teem tido o premio da sua soUiei-
fiõd^^il da tua pfobidade agrleola e commer-
^ab4>qiftaav«nboa4a:Braemadura e Alem-
t^o^i(Dhaaiiidoa no estrangeiro vinhos de
ãSkçiiúí^si^w vendpndo lá fora, mais ca-
|9oe«do, que t^s d» Porto, sendo, pela sua na*
m»m, pniUh i»ferioreíi aos do Douro, tan-
t^ ifn alcQOliaaçio, iso^no nas outras quali-
dades.-■:,. ''
iiOa- .viflboa .da Bairrada, também ultima-
mente se teem apsifèiçoado. muito, e uma
gnode «sdBpanhia se cedstituiu em 1875,
pan^.CBàtiira: do vinÉMB, e eompra e ven-
daida vitihdi,» qneijá leUf tbíMo auspiciosos
maitadee^i» i .
Vide Mealhada, a pag^tM^ col. 2.* e se-
guintes.
iftU
4ii
« 1
I w
Os vinhos da B^o, também ^ ttiiiito
bons, e tanto se tem melhorado^ «áèuiiiftri-
00, que^ pelo menos desde* prineipiet' de
1875, teem sido muito procurados para ex-
pevui^ ^^
JtoAlgirt» bb poBiA) vinhos A, aiada^qif \ lonv SSi^i^fl^SM*^
de boa qualidade^ pree^ser judiciosa-
mente ênnèficiado,. para poder àsguéntar as
osenia^Ses do trádsportey-ftitt sé' estra-
gar. •■* ' '•••: •
. As pessoas quíe desejarem' olMer amplfssi«
mos conhecimentos do Paiz vibhatèin^ do
Alto-Douro, devem cotsultar ais dbras do
benemérito barão de Porster, sobf« a ma«
teria.
No momento- em que éetou esersvendd
(iereretro de i8M) se eetè puttidando uma
formosa e sapientieiíhna obra, do sr. viseon-
detde ViMa-Maior, intitulada DonroIUus-
tradú^ quo tÉata maglMralflieBte do Alta-»
Douro. '''-•'
PâLA-vide Pènto;
- MlJUm ou PALLACOO^^portugáez au-^
tigo^Vitm do moftte'Palatind (Ron») ondft
o imperador Augusto possuia um sumptoo*
so palácio. (Paginai 133 d'ebte^votame.)i
'Em qiíasi todos oa nossos -foraes 86 vd
empregada a palavra palácio, por ca8á(4a
caflura, mi paçor do eoÔMlho. '^'
Oosavam dasbonrás eprarogativásdei^
lacie^ real.
Também ao mosteiro; Iwepteío, ou outra
qualquer easâi nligiosa, idavaid e^ilMos^
avós o nome de palácio. o '
ffmott^^IMbl^tMaiibHJZ&J^^Ms)
nonpMMnt /tesr^tinim PalaUuminLoÊiái
A),'ftiod4rompftM|lá$J9^0irticikoJPVra
fÍBod puitmlieis fhlatiiin: et èceipiat'pto
$^ eerfWfff w * (lestaai^to do. Di. AMánv MIq
em 4l7S^^paM «.iu^sçiò de un jmtnteivp
da fi«dis lieMnp^amtUtB^goi^^DoeBmeft*
t4*dé(raÍK)Qfai>) ■ I . :■ i/^- • . . , ■'.■; '••• i
Também já antigamente secava lil nome
d9i)íalaele, iJ casa de ffiaiifM ^aliin^^lde
naMiásééndenoia.- f- :> v: -i y.
O ittdiuMQol 4M anÉftdb du Sáfemado^
entrasse no palasi^ia-Miialiido^íldbre^lao
era punido, sa : wda titass^;/ nkaa paífàva
pêlo dbbtfo d #m «drinisse* Si hmiaÈãln-
tans in haeriditate S. Salvatoris. . . C$mústt
mis má «ímk diMaltffífMnf m-Mt^UHm
Ssgki 'Vil JNj íPalaiimm^átíevífs Aompm^ àm
in VUlam sifÊtaiámi seúmtíiníkmkcwân
te qno tígiílmfí fiigriB^ppií^mn. (Hes.
<7
• 1
:r
HL
•(
m
T^ d^ Ualt^ Ror/fe«i AMltaioto de Figtei-
redo, tomo 1.% pag. 451)
PALADINA— portogftez antlgo-^do latino
IMJ^aiir^igMAe»-*^ <;lar4, 'ff^tenk^pnbUca,
e?i<tott^-Qtef •' i .f V- • i-'" ' ' • '-"i
rJBM.Uoibemrimia-pwrii» ^itr^mlbcv
Gocre^poNii^ ^hm» Ctor«; t - •- i
Yé-se pois, qae o nome da sublime artís^
It (tmoiaticaf itiaiaiia«;ià(h<elekrada «m<ilos-
808 4iâft^*^(iftf iMníB i^^dMN^A pfltftugneB
vem a Mr-^Cel^tioft Ctarti < . «^ .
Fâtadlno ( Mibtm^ naRM^^aúffie^rof-
pf i(y de ^hoiBeift-4:iatt ai aeir Cfen9«
PALADINO— portuguez antigo— conmmid
familiar, comesinho, ttta4e\ ttttgai^.liaro,
garne^piía: (B* mais. hMpaabold#4Ua por-
Táoib€m.«ê?4atara;deiioqriiiaçStdii pa«^
ladíAD,^ ae afoiliueiro «t ea^Fdfirai' *n-
PALAME --frtHogiieKatttigor-^fellaflMh^
MÉfridi de^tnmnetiriir e pnqiamr.taims.
Tanibem se denominavam eoia cfti IvfMrfcl
MUJICIâ^^lntiee ncine da «MU Yide
esta palavra. • -^ ■ ": •►
^MAdJUmO, en MLâKnrffiaB i^ân-
ÚqplAittia firegottia^ pimiM á llnga;^^
Aa^&a^fteiflMreioiadtf 'ettk algMe eoseâioe. e
eHi(ttit»tdoinmeBtOi.llD]»4giiffftHf^ deni^
plètaoMitt Al iftatítoa^^-aienaeseieabe
q«» «ra periD ^e toagii f amhMt. sâttb lin
!»« anod-eBi foadtliíettppiMMa; itoepm
rece qae já nâo existia no tenj^delD^^AI*
lon8«Heari4aea.^*r« -^ !.«''«- f\ '-'-'.' '^
' LPAUá^AI^4mí|pegliâtta,^Bxffttiadiinb
eomarca e concelho d*Aleif(|iiefv^4ft-kilQriMr
lrta«ill.B.rde]Uata^M91ògÉi^<' ('
' Bm'i7ll7v liilMilMfoiíML: -.]<.'! - ^ • . .
Ong oç & MigMl^aniMiJOkr >• r,
Mtitortiaao •'díMrietoeilminielr^
" O pMr e líeneaelades^dr SmíId Bsttfi^
4*álMíi4«ei^> appeeéntacvMlíi b ligMri^fqileit^
riutaiK)#OIIDféi»d»reirtiMi«(fc t ^
''Jti;>ovo«iQaa'ifeil9irÉBiiD^,>fe1k ji eiistía
em 1164^ anno em qae D. Alòfeisé H^uriquei
\ 1
"í » '
PM'
e^lea doop 'aaveetfiio «de-^. Mto-de nroa<»
ca. ' • ' • •• ' : . ■ .•. ■••.-'.'
Cbam»ra*«e eilio «^ JSktfttd^ dá^Mha*
>'Dfa;8eii}M a(egre)a'matrit1bi eMlMda
em* yétútxsfí» partdnceme''>ao tmào dè Al«
deia-6tíDe£^ da atoeeàiia. ^ • •
' Ssta freguezia mooprefaeiíâ^asiiiitvtaM
pcHfeaçOe»: ' • -' ^» >-■ ■ ■■^•*
' iisediVt «^ Tiflfia em 4798, iO Ibgok. '
• ' SiUí9ita:^é»'PiMo^^tíilk M. • ' '"
Jfatto'— W: •. • f " "' . ••• ■'■■/•'
mki-FrUt^^. í •" ' - ■' '■•■'• >'♦'•' ' •
• Riki^Fina é tftn «i^peBidO
nobre ensrRirtagaK ã>ja CMIff^
lia prolede dè <SsMpat'Rodri-
' ' goes' de Iiiba4^ria, BMtdral
• d'ei^ po^oaçlo, dsíqne tòmbu
o appelHdo. D. Mãfiaêll b'f»
seuportelfí) da^camarai' {Mes
serviços fae^lfe» téL D. SoK» K
-(o^lefz CHvaltAfO' da Wdèdrf »de
Chrtscb; e atealdê-mdi' dé€iih
'fra-^dendo-Hie» so^r^Ba^etea
lerra^' e ícarta de braiSe Var*
mas^ a 16 de âetemiiM 4e IMI
'^são^em cariipcférde^llírf
fe^de pl*afo,'ltffradi is Be|(ve^
abefiate' azai' e ettfo*, adbie
"am 'eetitraebe((» ^ Mdas* de
)&sBl ^e i^retâ, entier dua^^à^
tMtae de òarb,^de Spdkiei^
« aeadtdfiadêe. Elmédruto^ «tw^
te«<-e»licír limlnv; aiii4€Wpar«
do azai, armado d'oarO| dom
«ma 'das eetRUai Ao^eeMldo
na'esp9dtm; ^ -
' *Éd'esu (ániriia oietwHiOoa*
de de^etamadòif • tu. Mn^
!]iio Haila der Saldaiilia êBM^
qaerqae Castro Ribe^Ffià Pio
feihuc' ♦• ' * -\' •. /
Ot^M'ro do Fítw^í— iO. ??• 'i-
?a/aiof — 16.
•i-íJWwKWndoí-^ádi I" .':■ " • .''•
• ?. Ar«|rD*rtdOí ^ -' :••::: < ' "] "'T' ••'
É n*esta íjregaezia o cmwetUo âB jMIM^
pioxttMi A jddaic do Matte. Seriís 20 Aeo^io-
» «
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Plli
423
BH^id«'tti»graiid»ii«tt»46.«irTaihot qnè
iMtfià a'èstto «iofARd^ Krs uda orden dú» J6í<m
Dymoi, e foi fandâdo .em ídMIkr poi; finàVíM!'
Ml -àkànõo^B^ t prfaafira t«iv ^ raedifilia-
do.|MtjD.ioioJ; 0Bi.l389.'Gjàia-8depMlfc
vn (fekL Aatneexa. dii^iók), 411a lía liftliK «M
lidei) • fDi rMáiflMdi» par (D, MiiHtBil» «•
IA8aM|i^lftHí48tt.^aria» privilégios^, e cm
se recoUiea maltas Tezes «'eiteoKMleiiOyè
lemoiiiio cdrò oem eslrid^ ceasaqú-
qii0r4'elliiiM ...... ■! í:í .•
-.0 mosleixDrestá Bdlfloftdo «m ami entoo»*
ti^iaslldft^^fDKsitíofno e váUf^^- i-
1hni9 o moMÉra cesM a ecr^â^ /sio |^«>
91BBOS» eila loii impiadft pdoí teratÉuMo
de^iTU^ e DHU» mais M* csefiâeingteeisn
braadQ et ieiigiMoa» m edMoe divinot en
orna casa, qae para isso diwiÉiiitim;
'fiiúDBfteá egr^nmii imagem de Nos*
sa SenhAr^ >da.Eiieannçio, da particular
d0V)Qão.iloip0fpS'd*esièsisitlo8. Em 1700^
ettwa jw^cspIfiAr más aosigamente tinha
eslÉdo<eiii'im/iifçlMi| adbre» alpendre da
egi(e|&i ■ ' ;»v:.. ri- í- .v
' iftei JLnÊmtOf' i«]igie8<r d*e8te mosteiro,
6ieesiasB0P*4a' rainha- «p. Leonor, Tiava de
Di^J6iriI/ quebrai iBftito.diiroto d'esta Se»
nhola, i)i/(por siui ordeiii)' enterrado em
fmH» dDJiidio.oade eauva »sanu imagem.
llijiia.tenfii;.fle«laTréQa segainte inseri-
Pfaoc .1' <
t
1-1
I> «i -.«TlliilAT MQifJ
♦ .I.'»- n ,-. • 1 K,i
0^'èomaiiêaàmmm és^iilWfo, an fdrma
dtf 9, em os folha$'''êVlê-sfiliam a$ pala*
•r«»'4i**lii íi^f''i''^i. ^•'•■. •■■•'»•
.Ho éailerio' dò áneteiro^eiiftitt amliM»
««Mi*o'<qAe1^iOilm^e^âaa0phUQ»a.4è
IM Loorençe (da |iaile;4ii eabefa) naseéà
luiieiplnlieire^e Malaia iMvtâe^oii^io-
UM ie>Nam ^ dns |vimeif«s.ttBlMa Màá^
flsr^e^ 60^ leiías perfeitamente Iflultêlb.
CossitnimairmiMs doespirtieteo 4»<er
Mrail di8<Ui ifée^^ondaver d6lM»lai«al<-
li repiOTido.
Jbefnja. h4«s swaÂ^ ifmripcSee: 7
A» csriía d*A!»Aer «Kiosto SMur, «ufa «tia mu''
Snppde-s» iper eite^Simâo Pertéira^ orá
■nlnmve^icaiiiaoi da Índia (ho rei âadé de
D<;bliina8l)l moM» por níma- bemha, nii defs^
snute^lHlrsa de fiittbl, em fttttii Fel Sèu des-
cendente, D. Rodrigeiídé^Se^oeiíra, 'qoe> eaa
ftMKTtpduaia aifci&4Qinia,^piiexiào aologar
de Palaios.
. '».- •
|.
•1 T> ^
K •
l*-— Sepultura de JacitUho de Figueireêo
deÁtféu^Udaige-deí miâavíd Sua iktgeeiíEíde^
cavatíeiro professo na mrdmn d¥Chrií$^ e
eêuknemiãdêrãeUa; ffquai-seH>iu a^^tiua
Magestade desde o anno de 1647 úté âo de
ÉêÊS^i ãe Méàd&f ^nos' pos^ã suceeêsivos,
até ao de tenente-gemral deêifUlMia e po^
vBnMet^^ma pt€f9ináa da Beira, na^^iuale
na do AlemUdOf serviu nas guéTí^as que eeíe
reiáo êé^íé&mio de CasteUa; ariluMàê^se,em
todas as batalhas do Jtíemtíío e fwée dfòn*
tês*€ka^<fO9eteumd»*oi0ríe de'^iwera
sargenUhmór; e na Beira, govemeiu Salva*
Èiálré^idáBitírÉmo^ efeipâréescpkgMçS^ffde
muitas praças castelhanas. Noãànade'íS7Q
foi áikletfg-dê^úuiné forma^umà fortaiao^
Sonde fueeem Ms$t§ú»erunieítf e eapitão ge-
red 4»êlhe^de'^. nousi, e^dnU mittê d^a^uel-
la costa. FaUeceu na dita ilha^ toM úde ja-
meièo^ 4ta- J#â9|i« eÊKmdms pie^seus ossée se
trasladassem para este logar, onde eseusavás
(ouram sefÊsHaâos^ '4 se eemp^nuse ette jazi-
gOf para seu enterro e de seus parentes, w
. ;• . .
Sepultaram aqui seus ossos, em'28>deiu^
IkodêJSã&^i
«*•'•
íBsitf moaiiirB ftA¥endiá»4epob de 1834,
e é hoje propriedade partieolâr, com 0^
mméstqmiftekdaiiÊeÊtó, 4» sr. lese
' i^nmtaÍÈi iíalCregueziá
»' . f
i(HfeMMi>J^'Mdi -^^ivpMdÉle qo0 se
snppõe ter sido, no século XVI, .do^*psriie
Maiíb%t pdmfteVMa V»4e de^ Phéíos.
Iflá i9«y 4«r4e Bimtíufin^áé IMdM.
^4Éojit4to«.'ioeé^onçiiWesiFnM9.,
->tfas0li dadtoqMfOH^^éoiiMKHl^^iSrasttlflde
%Uie^ enalelgo^idtlgc^ eraseitfiQr d'esta
henlâde^ qae áepois Is 4» iidatha dt Fi*
yaeiredo d'Abr«a» a em i7&í^sn.úB Pedn
Antoiíio de Pigaeifâdo d'AlaiÍDi»;' . ^i
QvmUí do Bawro^^éttk 1707 (flegttndoi.i
Gsrtalho, na soa Citof«frafàta) luuria:A^eii
U fregiiezia % gointi do Séúto e ^'daiGiUH
}«, dos condes do Vimioso»'
É hoje do sr. Ssbastíio FâlãO'do;Llilâ
Mello Trígoso. ,-^.\ • I i-
QuMa do Condtf— do sr. conde de Cssal-
Ribeíro. . . . :
QuitUa de Vc^ie-Verde '^ áo n.AsMoàio
Pimentel Maldonado. .
Quénia da Axedia^ do Sr AnUMiio Joa-
quim d*Azedia« . .
QuMa do Frothênqm -^âé^n. AnfOBls
José de Miranda Jonior^
OitMa da Go(«tiuh^o sr. DoBÉDfos Gobi
çalTes CbaYos»
. Qmnía do Carmo ^ do sr.iiaaiiel Jóa«i
quim QaíBtelia Emani.
QuMa de MotUakfjfrún^me^
teUaEmau.
Otimto ds iViito«CaMiar«âo sr^Júio^Ba^
ptísta Ganha.
Qmnta de Céma-— do mtsmótsenhor^
Oiintfa do^frlítrv-^sr.Maniiemaplisla.
Qmnta da ^jNitícsm-^.do ^sr. ▲•iDllo
Soares LeaL >. .\ i. > .
Casai da BmOatía -^ ás sr«.fl«isiÉio^i*sé
daBordalia. . . . • « .^ ..-.uí.ó.
Casal do^M»[mo^^vt.'hkitf^ Carioi
Casal do Duqtte — áo sr. Josó^ffstisiso^
PIchfnhos* . ,u> « . . -x« •'
Ca^o/ <7a Carras^ueira— do 8K»ldséi^«>t
reiraLeaL
Casai dos Jíattas»wdo>sniJto8é.tAntoido
Casal do Oaspat-^ doan Gssj^r Gêam.
Casal do Bispo— áo sr. Joaquim Femíca:
Casal da Bica— do sr. conde de Casal-Ri*
beiro.
Casai ida Cari»A|o--4o9. visébDèa dsi^^
wwnhi . • .1 . . i-^ r>: '•
i3asai dsXa/gcs^^4oanrittqanditsg0i,
MIAâ-¥Ali (qBlnt&de)tifiahind»dèUtf'
boa, pelas baroelraa âo& Sehastaotda:]^
taça áSic Gimuisivin^ ostâ a faiaiortBa 1^
ft^misÊÈOi dBBomiaada QnmiaéePMm Mm,
e6m'aeiiipalacisk '
liaaieesia como aqMlhi^ foram* «MiSlnii*
dos iielos. amues. de MâO^ i por^D..LaB»(iO»
ho^ 6tt?síia^'S:« eoBde da âsmédas, o an-
fmeiitaé» a- quinta* s melhorado o palado^
pof 'seulHho» Jh Aodri0o da fiiMra»<S.« ood«
de do mesmo^itido. * ^ £ • -
Jfiyto lei o qnstlha man Aa eonstrair o
grande porlao da entrada principal^*8ilm«o
qoal^stão.as arma» d*é6ta. antiga o nobiis-
sima familiSypela^eKtiiisção.da qod (toe**
cQlD.X:YlU>passanflsos neMbenspamoa
condes: da Erioeifa» ipn liepcds toam Moa
HMrqaens.do Looiigat» ia esttingaindo-siBt esp
tti'«famiiia;» pssasram oa eeos hens paiK^d
sr. condSider.Lamilares. '
. Oa condes da EiMsim,. siãm
:seDhons do LooriçaL '-.'-*'
O L^ marques d'esle titale^
: lai D. Luiz de MsMiSB^ csmie
. daBriceira^tsilOiporDi Iflin
y, em 21 de abnl de um
Sao d!Mes tisnioni, ^as ar-
snasqus.. estão noiporlia^
quinta^que vem aisefm4ea<-
. . cado esquaneUado»' io iJ^ a
4," u armu.de.PeatoialftHH»
: 1» : eii^% ires^ flama >da;li% de
ooro, em campo azai, m.ifo
cept^, .0 esimdo dos Mene-
aes^ qne é«-*»am campo de onro^
um annel do mesmo.
Timbre^ uma\deiiiatta^, les-
. tidadeiOWOv.aom.a^dMildo
\ 't
.<.'\
■ > I
't ■ < • ■ I
.%\ ..
• i
« •
(Para mais amplas noticias d*eslftfamyiab
^ndé mal. 2;% pag. 98^ ceL l/-^YoliÀ%
41, ooi.i.* e |iag. 4|S^,.Mb Av^i^^
M%>ooLl.% a psg. U% CDl. ÍJ)^ > *
•. lAinda ha ponoos anãos era iMth prapría»
dadií^séMirs, pela aapesspfa.daa^sva hasi-
qiiSa>|^ TastifiOrdMMi sens jaidiQa.ie #va^
«to8a;«oltoe{iOj4e.snaa plftnlas^ipeto^almn-
datlelaUW>aslattu» «.!WW»dajniraaof»^pi#
.»'?•. /•
1 Mas aqui havlaj/â uma casa nobre e
nma oaínta, com o mesmo nome, qne Já
drsiia» pela attrada^da Batofift^d^ lagoiftra i exMa j«»'reiliaâd -de D. M^ h comoiání
das barreiras» a 3 JciloiaelMl.ja .l^i da i^.ílm |l'Me anifo»
1 » 1 t 4
BáL
BátL
4âS
t iaooiiiam, d^ntn as qaM^algtttttéAm
notáveis pda. jva primofon» escttlplofa; ^
finalmcttley pela JMindade e tnteuniáõwaMã
atoas.
19'e8t6 palácio falleesi^ eai 7 deniliffo da
mK «• ráiDha» D. Maiia FraDciacft Isabelde
8aboyay<fillia do^ daqne de Neinoim (a tiia-
tenente Éamosa mulher de D. Affonae Vie
de D. Pedro U) tendo paca aqni innd% na
eiperasfa de eonialeseer. .
• *.M laadMBi por nmitos. annea ceaideneia
doa infantea D. Anionie, D. «Gaspar^ e JD.
iesév dMM natarae0v reeonlieeídoa, de Dl
Joãe V..
Ooao rknm para aqui nraite j4vena, o
poTo et denaminaira -^««iMiiOi dê ^ottMt
F«% designarão, qm lhes dnnm ei&idepoia
• jD. Gaspar de Bragança (o 1«) ^in a aev
arcebispo de Braga— olK iosádeiBragaÉCS»
M inipaisidoff geral de Lisboa. :: .
^ Aii.doiMle' a reaídencia .dfestps yiiMit
pei^ eoLf aliiaiYan» qoe o paiaciO(eA'>qiiift*
der'e..nainifipeocío^ ..
I ' PoB snamorte^ principíoaa deetfiir « pnâ^
psiadade....
Os firancezes também maUo^Jí>dapnliea«
ram em iS07 e i90ft; porém, dnrint^oiisâr-
nMe^Usboa» de aeieinbvnaté lOdeoitta-
bro de 1833^ eomo fteatajeDMoadoáieamt
pn^^lanto os realistas comq os libenaes^ lhe
oÉttSsram pM^niios enesmesçsf bre mdo^no
dia e noite dei^ de setembro^' em' «ovae
ds!i4iqni*om aMMtifaro eondiataí . ..
« '< 4Mdé éniãe pnfredta. a dpa^lafiiÇ' ^
qae, seus bosques, pomares e jardins foram
sabstimidos por ceaÉa^l de tdgo^^lKreitre
jt^^qiiáea ainda se cpiservam algmMtfl de
enhs dslsiÉaa gtpsnawrasj íeHaaeaiIiaiia»
fhrtè d^ellas, obra dd célebre dsonlpw Bm*
nini.
■k\
Ainda umbem existem aigmm lag^Aseo-
rados com estatuas^ . . .. i
0:siL.oonde de Lnmiarei^ .aanhordfafiro-
pnsdaá^jnandoBiir.pani LUM^aa^iMla-
toas mais pequenas, e.ae masa de marmerf^
/waandooont elles a Tarsnda.dn iartim,
cimNfoo ao seu pali^io da HMLOccidfinUi 49
Passeio Publico do Rocio. .^..»^ b u^ : ,
. O SR 4seodB.da. Aiambuja (feile^m 3 de
dM. dÉ^ IMO)' Augusto fieâro* de Menéonfa
Roiimiâs lMnmBarréli>-Altao da sereni»^
sima Uifsnta D. Anaa^d» Jeéus Maria; e do
Sb) Dirlinno José Severa de Mendonça Rolim
dn/lfottíeafiarffalo^ marques: e I;* duque de
Loulé . f veL 4.*, i^ag. hlÀi eoL' i.^) o sr. eou;*
de d* lAiambnis, digo, comprou esta piro-
prisdade aos srs. condes de Jjomiares, em
iS6i, e actualmente^ está o palaeío restaa*^
rad<v a «quinta mniio meDiorada*
" íi « r '• .
Pouco adianle(daPalha.Yan^eittre'osdoia
caminhos de Bemfica e Pinheiro, «sâô as
minas do palado dos duques de Cadatal,
onde sa «rietarasam as pomposas fastas do
eaaameiitc do 3.^ duque de Loplé, D.^ Jayme
de Mello» com ainíluitaib LtaJn, ilha na^
tncal^ reoonheoida, delK Pedro 1I«
O terramoto de 1755, destruiu este pa*>
Palha-Van» é também um appeWéS n*»
bre em Portngalii^ttanída d'egta mesma piro-
pripèeâèl da quali'íel senkor» Gomas Uu-
renço de Palha- Van, fidalgo éà camAM d6
A'SsaliiSieto,'Josie.Gomes de €anralho«
sa Palha* Van^calralteiroildalgo, daeasa d»
D. Joio III, se passou earin de brasio dte-
mas, em i540— ^sio^— em campo asul, lun
molho de trigo, eomoespitas d'ouro» atado
ceili^iiá ida pAqraia^ ^ iwsle em p^ eniro
quatro torres de prata. -* >* -^ "
iama-^do-açe» aieit»-6 por timiwe dois
«Mtea» «nnadeade puta, pegando^em um
molho de trigo, como o á» éMUcoi
Á FenADr^omèB CamiliosaiMharVhn,
se passêutam 40 tosaio, d*e8tas meèiftas
armas, «e^ amo /de>l54i;
*MíiJ[i(A ou nLLA ]io¥A K.rAyuu
ÇA-4Jregueiia, Douss^^^úôdia^^^onaelh^
bispado, distríclsi^dminlstiialivo eiO Idlo-
metroe as?«;idfAwm^ SW ao^N. del^ts-
boaf "'i-'' '• '^ *'■•••'*' >'*'"••' '• " ■*•• ' '
Tem S80 fogos.
Foi do concelh^idn 9^ fmmf^ d» Apar
dia*)»-. ■*! r.,->. ) ,: u. • '. •.••>.'
. .Rm ^V^H 0|UttbT<i de. ^85$, pasaoi^ fV»
IM
PJtL
wai
•»coqimU» di» 0Ito6im do Bâi]«D^4a mei^
•Miara; e^. aw 18 da dalemMrtf di lfti%
piooa p«fa Ji .tomaria # coooaiib €AMékói
■ 'Et* utraiferUrahdDiuiL-. <i .•••--. >k i-.
Fas-aç.actui mxA boavIéSiia Imemâo^' ent
Kidoí 08 dias 29 :4e cada mnç-lDaitD íA>bk
eorvidft de gadoedliireaifls.géiiéMi.' > i
A, fsira defaBteiiibEOL^S6'48iioi)BÍÉa-*44iiii^
MM«»4i-pefaL grindtt ^antidaâa d'allaè ^q
aqui aflofi. i «'
PALHABS -t^ liregiMia^ Beira» Baiia^bo^
marca e coDcelho de Gcrtam, 70 IdlomeUros
do Crato, tôSiao S. dei LUMt* '
«Tem 160109004 . • i . > ■ ^
£flaiVI(7»tíiib»f fogos I
Orago, Nossa Senhora da Áúãímtmf^
É do graotpcioraâD dordrato^ lMi|e
xoiiao-pàtiMcfaàdê.. - .« • ^ n . , >'■ K -t^
Districta admhlisiratiyaae QáiteHa Baan^
M t .
€014
; . ••■-!» l^^í *>
O grio-prior do Grato, apresentaTa otaft^
tòr, coUado, que tnilia 60^000 réis e o pé
-••Vdsnni fértil MB oeiMeaL ,u ' 't .. - -: '
PáUMi0,.é ^IH^lliâo.:núbns elii Pèiimalf
Vidar MeoçiOb • . •. > .; 'i <ii «.
PALHAES— fregaezia, Beira Bai];a,«MDaa^
ca ecQiicellia de TranoosovW^kikMMiroB
ásViMii,3«5aoKA daUsboa. > . k-
- IbmréOi íogesi*. ' • ••• .- c
. £m l257,.tiAha^fotoc> • M r 1 . .
Oiago^ Snta Abiodídw .
ttspsiáo de Lmege^ diBirifll% adorialMa*
livo da Goarda. . ,. •► »• ••' .' • t. i :
O eemmeiídador-detliaiu de^CeoMacé-
Bi^ (apECMBtani oicqra <|Be .tWia pOilW»
réis e o péd^aètari .. ; .
tItaco.lii»iL']fiiile:gadci.e.ea0ii4.' i /
flAUUBfi ^ íregMrfis • £itltiuiiil*i(ao
S. do Tejo), comarEik Ide (Aldeia MMiC^^do
BUttUi}», asnieUMr ^Burreirc^ ttiilMe-
tnt^ao&^4»liabQa.i:>"i c-cv x k^
IBIn 17^7, itaha 800 foges..
OragQ/NossáâaqhemAl Gfifiab ^ > r.
Patriarehado e dislricto admlolstratlTftdi
LislMa. . n 1
O poTa apresettta?c o dlit«i'<|Bft'lliha
mbOOréis e o pé dinar. ' « < " *
Esta fregnezia está á muitos annos anâg*
xk á de Qwm, (Vol; l^ pag. 11% ^c<fl; 1.*)
M&lái«eaHsiai Bom, ila.flregMiiftift
Braooa. S^%k. k% pagi* «Sli^ iCoL %•)
'fiíe ('Doesta atteia' as faioofeas .m^mw do
Falhai, de qae ja dei noticia, a pag. 51^ ooi
il>(iid<im)idò L^fDl. ''.
' ' ^biicoíeoias miiiis^ eotno«a9do Ganralkyi
sioi ídml nuvenf^di^eiu do > rio Càíma; iM
enitfaiBr pltà amrfenesqaerda/eaa terreno
da JhrèfseaatdeiiUbeim dè Prágnaa
Pertencem a ama* poderosa coiapanUa
liigteite, <K>mialgiiiis.'aocioiii9tas portagme-
até8,'eendQ'0 «oals .Interessado d'ellei, o -A*
Jdsé Ferrèint Plmo .Basto ^hoje sèoi àsr^
deiíos. (Vide Monte Ifór Velho, no Hél}*
* Me de «olnre, >eMnèo>, 4clniiidMí, algaÉia
prala,v€rteai 'peqoena peffio de õnre.
A ttiia do Hallial, foi* exploffada no 8e«>
cnlo XVIII, no tempo do ministério do mai^
^[seade Pomfeal^poF «na «oòiedada^de^ia*
dfeMaQS^ doestes sidos» i
Diz-9e que 4itÍo iahlaieiíi abaâdaaeia tal*
nerfodepratii, e ^iie, atraveosàado da mkr*
gem; dlreiía pina a asqoerda,' fòi lootodada
peláivgotis daCaloiay>èaNimâ g»aade cheia
que n*ellehoaYe, tornandoUiipoiilveialaYffa
d*él|iaai<dlaiÀe^atéaj(bnna0o daaotaafceóm-
panhia, qae possuo machinas e apparUlMa
apeírfBiQ0àdo8.s
• Emprega: diais de 600 pessoas. «
"tan taitoUieiíteamaehkias deesgOto^-ea
motora 4 da afoita de lAO oavaUòs. ^ i
94 Taea uma pralandidade de 950 jaetiae»
Bm i6d% produsiB 1 : 346 ;teoeiadM de flfld^
aeifoide cotoé».a4de gaieuL
Cada tonelada^ dá M liliraa<atediDas aa
IngbteirasoqÉevemlaeQMiiar iii:4MilOO
• f
VMa líUmyaria Vtíka. . ^
'lAiJBBiafl ^Iwgaczia, Tiaetoe^liaites^
eoÉcèlfea de Ifarça» oosttBDa d*Aiii6^ lOIUa-
leaietroai« KB. de Bfcaga, 3» aa IL.df
Lisboa.
; «todMfsgo^ •
£m 1767, tinha 60 foges^
( tn^íç ^ PanlOtnapeeKdo e evangeiistÉ.
* ' Utaresbiapádo de: Braga, diilrioto adiÉiaii^
mitVO' de VHIa>Red. - ; . - t
í'(íê cooligeá dsTicellegiada de Gnlasaries»
al^iesentankn' ♦ tava, que tioha i6M0 iiía
eo pé de altar.
E' torra poaeo*MM, ftt«li» -^iéi/ (F ia-
aos qne o Ignorem, a signiflcaçSô^ Vi%a/^
Rili, éM terteb 'd'aráátik, ÍS i^> t^
honrosa oMIteurfi, htkàtí d«€IÍRtréále mP
nintô rectas; pai^éllas, álteixátiàà ^j^iiflN
ctxhmétx\B,éo ládò-sut^ertôr^^M itbba^ á0
ehèfe, a<> hifsrMr; da Htifaá fla MbMètieiyí
do mesmo escudo. *- ' * ' ' *• ' *'*^
Nao deve ter mais largtfra^ dd q^béf^k^da
terça parte do eseliioi nem }»odiiU éi^r
n*elle mais áe áúàÈí pbvifóéy ie ibi^t^Cif^
já sè ehâiUaiftcoflbAeiíà IMllá: «^ ' • '^'^
Ha palia carregada, coticada, debmUMi
ilidrèsMl, èrpMu féiíl»tÈmÊáf,m\áéã,
goariMíéldalltsàepMMIál'^' -:• : t
Em péOfUi ISOM^ ^eMts l^l^ilietliires
-^ m /too^ ás hdritMtiel.' ''' ^' '' - '^
' Bío»^'mpám,êéTA4okMêô4B^
dido penMirtleidiriâcHIe;' eili- #ltt'i^
apaésr*'-" " • 2 'Oi^./Ji>.'i
dô^otielè^'- "• -i' •' '" '•" ■ ' i ' n ■>"
Palia erguida^ ca levantada^ é a nSe tdéá
á ttoba dé éoMMHlliéfè. ^ ' - í-' - ^' *i
- TáLlià<^f)N^{tiftziB,.^fl'a^MfXa;^eAiiàl'i
ca e eoncelho^d Pirf^ (Mdd-fioáiarea^dl
f rMftoiâO, cMMIfòide HilM^^M^^
Em 1757 tinha 8i íogei; - '^ ' ' '' ' ^ ' •
Orago, S.Sifflie; ^ • í^*'' ' -^ « •' í
Bispado de Pinliér;BliiKGtoiaábíBd«#ati-
O abbade de Valle-Boift, -ài^^ilfft#á>é
tMrs; ^ifilík^MOII^MA 'dé^rAMIbáito
E'tM^i pol^. Algtm «ftdèi; uMIa M(|k
(Para a etymologia, Tide a Palttf^MigilMi^
fàhlÀr^cftiísVl^ Bbihi4iail^''<éDilttca
déf^Saiifo* G6MMa^lll6,í0éil«M'« •'«iloíhe-
tros do Mortágua, 35 de GoifliH», UÍ^m Ú
é^U4b^ •''••" ' ''-" *í ••'■•>?•» •• '"-i
^ 'Sai'1787; «tkHa-tt H^gêi; '''-'«'' ' ^ '- -<^
OraflOi&tSeÍMk- '' •• • i:
ItAfi
llt
< feli^ifMidsroiÉíbraVMtiim ááditilstfáP
flté'iiè*Vlsèrf:-" '.^: •> í- • '.' ti
'- Os IcéDKKi^ règraUHss: da ^liiL CrWl-dè
Coimbra, apresentavam o cara, ^aê'"fftltiíl
9aí§0(rMfe'<íop«d'áltaf.'»' «íM -«.v I
*< o ttMM é^esttto -dttaé^e|lieMs"pitevéiibi
yvrea pelos fins do sedEAò IK 'a )^1rhtòlp<és
' nrálHbi €#'clfpi6õ; llMii Gtttei*f^')d inli^
IBfr'dél9aâaiti«di» pllo>«e^Er(^:) : '
ildMMto, ^e^fíFú$t^' l^Me Jim» da (Mn»
brá. ^' ' ' ' * ■ ' ''*' ' ' ' "■•*'
' Jlíscfté 4ife:,:flnto^é8l«'ft^gnexta, como
à «Éflélièlletita, sfio' pòvi>áç9es ttnifd' áM*
V^fm^ttiiito fèMíh «ftidf ê caça.
f.i
•»
i.,í
HaiJ^eini; ia<agàtfllâ'iim '^fOlef Ml tarlò/ aias
frases, pèr^eMPl^yvcMo dé tí^áêm «ftira*
rado, fmctifero e silvesore, e regado )^-dols
ÉOlDiRiaiMa^da «i^stUináf agnáé. - = ^
N*este yalie, e pelos fins do séMk» XY^
d» prlkMlfM io.iat^ti^^ adRyft iMi ^4n-
dlfiéiio. 4« ÉNTfpMia' 4ò M^al^ fpliM*
ma) que era calvo/ c na K$ca dé nm caáta»
alMIrò, UVtf" em iJUift'ca«<po iiae^aAlí «pos-
i«Aa,tima <MiaaMi itaHi(feiA< U S&aiisitttâ
ViifMtt, I á' VUil^ ddll (y *<Ulda de «m9ié
^!'OoiMilaKKi «'diartMKfetiiDf maindèrés
tê'FallÉ>a'80bttt; "• - '
- ^fViVttlIa iNgtieziá lHaiGpiiMWi adi*
lliNtf la|s^ «or{siM»iiii'ai^»ai1^^tímiiaM^
ia; mis i»iKi flaWa^ ittfasddDilb qia >niai
pertencia a imagem, por ser achada yK)tfitiki
aatt: aampirtaliItta/Ja^aflii «maMo^qbaQhe
pertencia, levaram a imagaaki^aft ò saft>l«*
IW, 'tfift aaHaaársÉi is loa égifájAj nMs^na
fÉBttlnft itgíMBi Mtà a^Mrtu^m deiappà^
recido, e se foi achar no vao ddtMtfíiitiM*
ffti;oiidtf4iiirta'Mkí'tMiada. ' '-"^
"^i liiil«'VíexaiXl»farim pilraáagKefài»
Sobral, como ella íogia para o castanhalfõ;
«pttaKda liifair da Bolia^v-a^rèfâ^ «dáMada
90f-h<Mttiatt>irmaahMf f' **-- •"
' MsIscMii aMio oi' do 'fiaferal; a aa^da
Palia erigiram logo una capelia àSéiAortii
m
PAIi
lhe uma irmandade, para coiíllkrdoealtQ^ft
«mserraçap da oaiMUa» e fazecein a feala á
Pa^Doeira. i
lostílairam tainbeoi vm bodo .para aapo?
bres (parque era eplão, tempo de (6me) pa-
ri^ o qual ooneorríam. oa.popvx^ daa ttegw*
aias circipivinoba». ....
Era distribuído no 3.« domingo de qiatQh
bro; jontaiido^se eqlao.aqiii^ a 9^:000 pi-
soas a recebsreqi e^qnoli^iiaa. eram boi
abondaQte jantar» e yi«tio^ para t^od^s* di-
TUído pelo Jak e ipordomof da Seob(wa. .
Passado o tempo da fome, terminon o bot
dp» sendo snbstitoido por uma. Mray^iu^ se
fasia no mesmo 3.* domiqgo de^iUftbrOy e
era sempre eoneorridissima, tanto de feirai?
tes, como de rometuo^ qai^ deíxaarap miAas
offertas á capella.
. Havia então mua solenoQ (petividaderCom
misMk cantada, aoi|^ aarmã^ o.prodsaiv»
íatarde. - , ■_ ,
Havia poto dpcurso do^ ao^Oà ^Mla entrai
remagens..
I A.imafem é de pedra, Ab ma W fi^r
matios de alto^ e de bte M^ilptnja,.e aiftt
peUaestá bem adornada^ a
Junto á ermida^ está «ma foQt^ .a eqift
ama ^ deveioa attribnemfliiiltaa virtAdM
Ihecap^icas, sobre tudo, .pap.^ cwifi :d^
tftda a qualiítede de lebKea. M .^ .u . i >.
Mo 1.* sabbado da quaresma^LdM aabhidp
de*Iiuar»» e.nai.voitava.daP«fle]MN^ieram
obrigados a bir visitar eilltieiptlbv Jiov»
ftBguaaias (alom. da :4j^ piila) ipj»>:flMii—
AlnaQa,€ejreoaa» Cprlegaoe^^Bapi^o, )iaf«
meHebra, Hârtágiu^ Sfitai^ TMpy,.^.yalte
Todos levavam 01 MUS p«rod¥M; a as sgas
cniaaa levantadas* . . . : .^. .)
. Bia multado oicbeiddetfmfUaquey.pef
siii ^^ por pessoAi de. sua ^eaia».deiiAra de
Qompapeeer. , . •. .,- '>..-•:.. i
Esta romaria er^emrcoiiHOKinMDto de pm
Wif^ voio, feitorâiâeiibpra.do^baoide
. < MyUbAGIpS;^(reguesia». IterOftlloBtqit
eoneelbo, comarca, diatrtetatadoMftiaifttirà^
Cbtopado 4eBiacaB(^ Mft UlpnMMao
0^9 W ^^^r<
.ti > «t j>
,-i-Á 1
. Sqi l7!C&,|tii4ia «i ífms.
Orago, S. Miguel, archanjo.
: O ^ido.di^,8é49 J9ragaiiga> apieseniava
a cnn^ufue ti|iba.^(J»IM)0 réípid^ congriM, e
RÍA^aHir.; .
Esta freguezia está ha muitos annos au?
nexa á de 8.. Joliapi. (A i,« memrionada na
o»l. i/ de pMf. 4)S 4o 3.>?^imfL)
;;PAUAiÇODLO— fragnoftia, Trasros Mon-
t^,c()BUfea,e. eonoelbo d^ Mirandj^ doDou-
Dl^ ((pi 4á (Kwnarea do Mogadpôro, eopeelho
de Mirapda^ t^ If^Upipetros de Byragança, 46S
ào N. de Lisboa.
Tfm 1.70 fpgps. : .
. ..Sffà t7M tfnha $)i IsgQS.
jQr#gOt S. Miguefl, afcbai^o. :
Bispado e (l|eMr|ctiO admipistKstiyo de Bra-
, ;A:4i9itra apmaofaya o xMtm ,fBé tíaha
424000 réis de nMmgKua ^e o^. de altar.
fi\t9i9A f^ij. Mnitii gado e çaoa.
O seu nomee-^^eanapisão dè Palaciólo, di-
minuiiiyA^d^ 9^Uk t* Vem. pois a signi-
amir foMmhfí, pu |i#{apK>iM^
PALLANQUE— portuguez antigor^temo
dft fortM^^^íoTrreaiaicada^ piriissada^ eom ^qiò
se cingia o acampamento^ ou campei d^ b4r
PALLAS — antiga fretmw9^ Xrasroa-lien-
tffdíJMie 9Winm4Uf^>..eiaiinwt á 4« Onà-
. ,{tlUIA--7Írwl04a, JS^tremadura <ao S.
do Tejo), CiW^ J çffuçeUio, d:Al9aciBr 4o
Sal, 05 kilometros a O. de.Evm^ 60 ao 9.B.
de Lisboa, i50 fQg^9# \ *^ . •
Em 1757 tinha S02 fogos,..
>; (¥Hí9^A»<Joao.9aiftifl|ta. . I
Arcebispado d*Evora, dist#(o admínla-
iraliro4^{«ísboa* .
..A mosa^^aipoos^iedieia aprmptai^ oa-
pellão, curado, que tinha 180i4A|r|^ijr^.,de
trig(^4Wial«mi!ea>de,06vada ^ I^MO^rs.
!< var»(fiPD;«iQ»dá'di qfdem da^TUaga
. ,à4Mni faPtWishaa em^ceratesj Griamui*
nartif.fw^: ' •• ' '^ '
Foi condado. D. Philippe IV fezt.eaide 49
Palma, a D. Yasce Mascappnhasi De« itho,
D. João Mascar^vtfíPi l|i »!.« «oqder de Sal-
ma» e 3.* conde do Sabugit 6ii»,A|bK'I>*
i> MBde de ÒMfloij> è trièlíili&o^MI^/^Mii
por D. Pedrou ^ ■'^ '^ -^ ' •
A eàéa doM tmâeH d*Obidéb é^JUVálaia,
paisAôtt depois para á áeé eoiâes lio^^la*
ga». (Ttí. 5.spag. iW; bòL !.•)•' ' ^^
Palma éQmappellifloiKM^aiâl^iliiCai;
t(>tnaâo'â'esta poToaçio. O priínéimqtieeèm
elle se aétia, é Joio Garieé dá FMteii,' lUffis^
ral d^OMdos,: qtieifbi-govéitiadoi' dápra^a
de Gasteno-de-yidei Os Paláíbi^ fraáeài poir
armas — em eampo d'oaro, amti' ^lâfÉaelra
verde, solyre um mdâtó^' áã Mi éêr: tímo
d^açe, aberte/ e per màbrèl ímf$sm4h
palma. '^^ *i
O moftado tfei Palma (depois «otídlild)^foi
iastitiiido (pelos a&n^s de IMO) per^D. Per«
nando Marcfos Ifáseárttiins, á i>^apltSo de
giDétes, e qae:tepois liM^téèrei dalidiat '•
Foi jnsUtaido o vhieiilò, émí uma sitá fa-
senda, e mandoa edifiear nm !)0m [^átoeio,
qae flea prokimo da egrifa mairfe. ' ' «
PALumBS (vulgarmeaiemjfáSMr^^
goezia, Douro, «dmurca ilebneeilio d'01lv^«
ra d'Azemeis (foi 4a coiMMa^de Bitttteia;
eisincto jcoueelho dol^íuhetrodabeiapoAla),
30 kiiometroe ae B.N.B. d'Amro;>50iao 61
do Porto, S7(y ao N: de Lisboa; S30 'fogos.
Orago, Santa Marluba. '
Bispado edistridto administrai.* d^Avefra.
A mitra apresentava o prior, q«^ Un^a
700^000 réis de rondimento tíimàí
' Ha por estas terras o vicfú
de não pronunciarem es Tt
das uitímas sjrlabas -^ pôr' ex.
— aifiôres, alfés^ ' "— Ulheres,
íai*^s — queres, fués,— etc,
eteJ— Assim, em vez de Pai*
""*^ máreSy dizem Palmás^^ e feí*
se o vicio inveterando, a pon-
to de vermos hoje, mesmo
em papeis offlciaes, Paimaz
(qne nada significa) em vez
de Palmares (logar planta,
do de palmas). — Vide tam.
bem a palavra seguinte.
É, n'esia freguezia a boa fábrica de pan*
nos, cujo motor é a agua do rio Gaima. Es*
FAC
m
^fdMiH tiè sHiòdó Irètíro, táas ^ettéM*
tà4t Vulgahnenie ^fabtkà 4ò (kâmá. <-
propriedade forf^srtr. Beirhardo lia Oosta PUi-'
ftl Bást^; êeufõp losé da Gosta Piâto Basto
(in&to d» anteêedente); JoSo ítai^ques (to-
do» tm d'01iveira d*Asemeis), e Ldpè^ <4a
"^ Já em Oilvefi^ d^Azdmeis dei á râiio por^
qne nada mais sei d*este estabelecimento fs^
bril.
* 'O tfo Gatma, i]ue, cemo'se vé, passa por
esta freguezia, tem aqui nma boa peúte de
cantaria, feita nés principies do s^uio XVIII
' FALItARES !- Vide Paimkó.
PALME e FEITOS— freguezia^ Minho, oo-^
marca e concelho de barccUos, 30 kiiome-
tros a O. de Braga, W^ ao N. db Lisboa,
SiOfogo^. :"•/:•
Etó f 75Í tirihaUafflftos.
Orago, Santo André, apostolo.
^ Arcebispade ê dfètricto administrativo"de
Braga. »
' O abbade benèdictino do mosteiro d'esta
fregaezia, apresentava o vigário, que tlnhá
904^000 réis de côngrua e o pé d'altar.*
Em tempos remotos, &ti e logar de Pal-
me tíma quinta do fidalgo Lovetendo, filho
de Sazi, qne em 1028 a doou à ordem^dè %.
Bento, {Mura aqui fundar um itaóstelroj dán-
do-lhes também muitas rendas e proprieda-
des.
Gom vsfiásdoâçdes de particulares, câto-
goa este mosteiro a ser um dos melhores e
itfsi^ ricos d'estés sítios.
E8t&' fondado ao pé da serra do Táméi, e
ao O. lhe fica o delicioso e feracissimo vai-
le dó fámél, por onde, em um extenso tu-
fiWf, passa o caminho de ferro do norte. -
Este mosteiro e a sua cerca, foram ven-
didos depois de Í834, e é hoje seti proprie-
tário o sr. barão de Palme.
A freguezia de Feitos, annexa a esta, fica
descripta a pag. i6i, coL 2.* do «voL 3.*
O sr. José Maria da Fonseca Moniz, foi fei-
to barão de Palme, em 2 de junho de 18S1.
— Era irmão do fallecido bispo do Porto,
Moniz. Vide Porto,
Em 18 de ferereiro de 1852, foram feitos
482
PAL
. TisliâTOtoemcòrteSf^eofiiaBanMiiolibi-
eo i3.« ...<-: • '
Tem tuna boa feira» a 8 de detombior.
- Foi cabeça de am doa Aiaia «amigai' atm*
<ítíhM de Portogalé Por nui daoNio idaje-
jeàcía de ar. D* Famindo, deSide oi]tii<>
hro de lâfiS, foram espiurimidoa iSHCoatth
Iboajro.diairieto admiaktntive^^da liáKMi;
aendo um d'elle8 o de PaliiiBUa.r^Os>aiiaros
ioram: Alcoetitra^ Aldeia Gi^ega da Meceea-
lu, AMiandra, Aie|tao, Goilarea, Erieaiiv,
Monta. Oeiras (sé o jnlíjido), Ribaldeiraj Si»
nes, e Sobral de Monte Agraço. .
Sobre o plató de um doa mais.altoa etf>é-
fOB da aenr^ iiae ae €»iaide ; entre 0'T<^ e
o Sado, e yae íbrmar o cabe do £«j^eC ^
S. da batra de Lisboa^ eâiá ediicada o ve*
tosto eaetelk) de Paimella» eetendendoHBefc
vilia pela encosta septentrienal. do ownte.'
Tem o castello, uma praça, mesmo em
flrense do mosteiro, muito. eflvaçosa^^e. com
qnatro ciatemas, ama dMtod meoaraTel»
-dantn» da (arre de menagem. . .
Do casiaUo se goaa mn vaato^ edaUeiesD
INmorama. Para o N. e KO* vé^se Lisboa, e
as serras de Cintra» Montaehíqoa^.BoQillias
« Monte* Janta. O l^jo, desde a Barca tfé
Sanearem» e grande anoiero de ]<riUaa^eal<-
deias. Ao S. e S.O., Yé*se o SadOí Setúbal* a
4M seus formosos arrabaldes» e varíoa mon-
4e8 e seiras — ao 0. se descobre uma vasta
extensão do Oceano.
Se dermos credito aos nossos antigos esr
eriptores, foi esta poToação fundada pelos
annos do mando 3694, 310 antes do nasci*
mento de Jesos-Christo, pelos celtae- e sar^
rios. Ignora-se o nome que Ibe deram.
416 annos depois (i06 de J.-C.)». Aulio
Gornelio Palma, pretor romano da Luaitar
nia, reedificou e ampliou esta povoagao,
dando-lhe o nome de PalmMa (que quer
ákier — PcUma-Pequenay para a differençar
de Paitna, cidade que elle também tinha
fundado na Andaluzia).
Como o resto da Península Hispânica, ca-
biu em poder dos árabes, em 71^
Muito soffreu Palmella, durante os rdna-
dos de D. Affonso Henriques, e de seu filbo
D. Sancho I.— Os mouros do castello d* Ai-
ffAfi
•maâa; vedio cal^iLisboa eni poder teia
poftofosaes^' renáemtse a paftidu; poiém
08 deMne^ fiados. na fortaleza dàraia
«dastUbf e hc sua ^piaai inaceessfcveliKMiiBío,
MÉislnn corâioeamiBnte; mas D. Allimso.vI
Iba dá um Idrioso ataque e a ^tema- deisqff»
preza (1147). Pouco tempo depois^ unm^ â
cahir em poder dos mouros.
£m il^ (outros dizem li66), D. AfToúsQ
Henriqa(3a^Á frente de 60 lanceiroQ, escolhi*
dos, faz um reaenhecímettte.aobre o castd*
lo de Pàlmblla, e encontrando o rel'UKfuro
de Badajoz, nos campos (^fiéflícaih próximos
a Cezimbra (para cojo castello marchava o
mòQfo; 'cem om luzido esquadeio), o alàca
édesbaraia^ no^ t3 de lOnUoi-No dialni^
mediata, a gnarniçio de Paimella^aemtpo-
der ser soccorrida, rende-se aos portUguemie
.0 rei, para fue a praça nSo toma a ca*
bir'em^d)6r dos masulmanoe, manda/re-
construir e ampliar o seu castello e mmna^
lhas, doande<-a'aos cavalleiroa de S. TI|ii>ov
pára qaeelles* a povoassem e defendessem
D. Sancha I, confirmou a doarão de eeapac^
ena ÈiSÊ-
fimil9i, leinando D. Sanabo I, soOna
Portugal os lenáveis âagellos da fome:e.pflft>
ta O feroz Minoneâim de Marrecos, invpie
•a Algarve, e noatoma quanto alU tinhammw
Soberbo com estas victorias, e sem encena
•irir quem se ^ippozesse á sua mandia,ae
dirige ao Alamt^o, roubando os povoç e-la$-
lando os campos. Gáe sobre Palmella, qflB
saqueia e arraza, deixando apenas sangue,
cinzas e minas. (Vide Àlmãda,)
Suppõe-se qua esteve abandonada e i^ua-
si despovoada, até que em 1105, D. San«Ío i
reedificou todas as obras de defeza, e maa«
dou poVbar a villa, guarnecendo o eaatelio
com bravos e nnmerosos combatentes, para
o pôr a coberto de qualquer snrpreza doa
mouros do Algarve; e nunca mais se perdeu.
Dentro do castello, está o mosteiro de frei-
res de S. Thiago, que foi cabeça da sua or-
dem (vide Ciutro-Marm), fundado por D.
Affonso Henriques, e concluído por seu fi-
lho, D. Sancho I. (D. Diniz o separou da obe-
diência de Castella, em 1290, com auctori-
dade do papa Nicolau IV.) O seu l."" grão-
mestre, foi D. João Fernandes.
PAL
PAL
43d
Foi em 5 da intio áò 1448 que M eMbe^
leeen aqni a iédê da orden ttêUfarde^flio
fUifo, sendo sen piineiro Biedtr&<eiii'Pál-
BMlIa) o tatánlè D. kàu, filào d6 D. Hm L
Goaehiiraiii-se todas as obras da egre}a, iflos^
teifi « soas of&dnas, em ilM, sendo Éntí»*
tffo o príncipe D. loio (depois rei, 2.* do wo-
me), filho de D. Affonso Y. (Vide Mértuia.) •
O prior-niAr, D. Jorge de Mello, fez gAn-
ies obras no mosteiro, em 160B, gaetaádè
mitos contos de réis.
' Também no seu recinto está a egrejade
Santa Maria (por isso denominada do Cas-
telloX antiga matriz da Villa.
A egreja matrix de 6. Fedro, a da MIséri*
«mpdia (e hospital), estão edificadas na víHs,
assim como cinco *capellas, além de outras
ennidas dos airedores.
Oa arrabaldes da vflia, posto serem bas-
tante aecidentados e pouco arborfsados, sSê
farteis e bonitos.
Nio longe da Tilla^ estio (no sitfo do At-
ferrára) o amioento quê fòi de ffaãên nrráM"
do$i ftmdado em 1383, e ampliado por D. Es-
teia da Gama, filho do conde da Vidignei^
n, em IK^S— e na ladeira do monte que sò-
lie para a serra tisinha de Setnbal, o mos^
têirú fueftdde frades pauHãtns, fundado em
IMO, por Mendo Gomes de Seabra. Este eoh-
^ento se nnio, em 1531, ao de AtferràraL Ao
sitio em qne estava esie mosteiro, se deu
primeiro o nome de Mmdoliva (Olival de
Mendo), o hoje se denomina São Braz.
O eastello de Paimella, de origem monrié*
ea, está edificado no topo de nm cabeço ín-
greme e esearpadd. É de grandes dimensdes;
mas de ponca importância (militarmente tÚ-
làndo) e diffieilmente resistiria a nm assal-
to regular, e a poderosa artiiheria moderna
em poucas horas o reduziria a nm montão
de ruínas. Mesmo assim, 6 nm dos castellois
de origem mourisca mais bem conservades
de Portugal, graças ás suas varias reedifica*
fites.
£ notável a sua torre de menagem, ou ci-
dadella, com suas ameias e seteiras, snstea-
lada per sólidos baluartes.
As fortificações exteriores, consistem em
uma cinta de muralhas, desmantelladas,
VOLUMBVI
guarnecidas de robustos revelins, defendi-
das na base por obras razas de coafra-es-
carpa.
A mais de meia ahnra da torre, está uma
casa, perfeitamente quadrada, tendo no cett"»
tto uma escada dè pedra, por onde se desee
a grande protendidade. Ha ahi um caminiio
snMsrranéo^ cfuo vem sahir á extremidade
de um dos revelins.
Antes de entrar nO subterrâneo, e ao tan«
ia da escada, está outra casa, com uma cis-
terna no centro, ffesta casa esteve preso e
n*elta morreu, D. Garcia de Menezes, bispo
d*Broi% por traidor, e conjurado contra D.
Jbãoi II; na revolta de duque de Bragança.
Foi ^.» aleaitte^mór de Paimella, o famoso
19. loão de Almada e Mello, pae do grande
t>. Praneíseo de Almada e Mendonça* (Ô.^* vo^
inme, pig; 58.)
O território de Paimella, é abundante em
todos os fkncto» agrícolas do nosso clima, e
a vinienltnra se tem aqui desenvolvido bas-
tante nos uftimos annos. Em 1875, foi de
184:906 litroe a prodticção do vinho. Cria
mnifo gado, e é farta de óptimo peixe, do
Tejo, do Sado e de mar, que lhe vem í>or
Setúbal Tem al)undancia de aguas, que re-
gam hortas, pomares, campos e jardins.
No termo de Paimella, e a 3 kilometros
de distancia da villa, está a quinta do AnjOt
que foi de D. Luiza de Mello, casada com
João de Mello Feo, governador das armas
da Beira, no fim do século XVII.— Francis-
co Coelho de Mello, senhor â'esta quinta, e
pae da dita D. Luiza, e ambos naturaes de
Paimella, edificou aqui uma formosa ermi-
da, dedicada a Nossa Senhora da Redem-
pçao, e sujeita à egreja de S. Pedro da villa.
Tinta esta Senhora duas irmandades —uma
constituída por navegantes de Setúbal, que
lhe flaziam uma grande festa, na 1* oitava
do EspiritD-Santo — - e outra formada pelos
que viviam pelos montes e herdades, e que
a festejavam a 10 d'agosto.
Brám sempre ílBStas sumptuosas, porque
as duas irmandades as faziam a despique.
Hoje tudo acabou, irmandades e festas!
28
434
PAI*
Thitgo, foi am Liaboa» no mo^teico.da Suh
tos-o- Velho— onde residiram os eavaU^as»
alé ao reioado^cto D. Aflo>ivQ H, mof}»nd«.-se
w&o f»ara AIcacer-dQ^^Sal. Orcelsb^viUI^ pa^
aaraai depois para a de BMrkfla» i)0;f,eiia49
ddD» Sancho II--ató.'qo&.«Msii4ioeQ|^,si9
eataheieeeram em Palnoeila, a iÇ .á^ m^9l»9
de 1482. .. -:
n
A ordem de S* TbUgo iav0,prÍQCÍ(úo m
Gallisa, em um nosteii^, dwomiAado Ap
Santo Eloy, pert^oeaMiaoaicQDefas *egi»i|r
Us de Santo Agostinho (cnut09>i l^*09laBK>tr
teiro apenas existem rDintf9,/noiiispG)te:de
Lugo.
Alguns auetoree attiibuein a; in^ii^icao
d'esta ordem, aQ rei D. BamiitQ.I^.p^siaah
4ÍI0S 8d0, dando o titaio àB csívaltoiro» dP S-
Tliiago, aos membros (irmâoa) dQ.aD|ia wn*-
iraria ou irmandade então instituida sob a
ittvoeaçlo do santo j^po^oto. SecAQdp= ou-
tros, pelos annos de 1030» reinaodP/envlieÃ^
D. Fernando, se aliega com umi «miptorib
a favor das commendadeira^ d^j SaUmafM»,
na qual dà o rei a esta eotnírajriíi o tiCQlq úí^
ordfim; porém alguns maream a instii«i$$o
reinando D. Aifonao VIU em CasteUa — em
Leão» seu tio D. Fernando lí— en Navarra,
D. Saneho VI~-em Aragão, D. Afion^o o Ca<-
to — e em Portugal, D, Affonso Henriques.
É certo que a )>ulla de .confirmação does-
ta ordem, foi expedida pele papa Alexanr
dre III, aos 5 de julho de 1171^ a instancias
do mestre D. Pedro Fernandes; porém, al-
guns annos antes, já a tinha approvado o
cardeal Jacíntho, quando passou a.Hespar
nha (para compor as discordiaN que har
via. entre alguns prinçipea) com poderes d0
legado á latere, da mesusQ papa.
Deve pois conslderar-rse a ordena de S.
Thidgo, legalmente inatiiuida» desde- o refe-
rido dia 5 de julho de U7($.- . n
D. Affonso Henriques, yendó que os esh
vaiieiros de S. Thiago faziam grandes^ ser-
. viços na Hespanha, guerreando es. mouros,
fundou logo em Ii7? eata ordemem Poi^u-
gal ; mas dependente do mestrado daftalUza.
Continuaram os cavalleiros portuguezes,
na sujeição a Castella, e ao sen mestre dss
PAI»
Ucl0f^ ^ ao.rQiPâila.do po^sO)!). Aip|z.po
qual idoaoQafitai nma buUa dQ pap« Ki^(^
UmlVf pani a «na separf^o e iOídependfitr
qi%,.d»tada,de 17 de 3âten^r«:dâ,i3834;ilMn
rém>a exeçuçiia4'asta hsiãsii ^ s^ effgçMQfl
am 1290| em qqjo anuo» os eavalleiros piír*
mgu^^es elegerann por. seu pviqieir^.i^e3tJD^i
D. Jp^o Fecpapdeai s • i .' .i
iPiS^aados três annopi os ipesmis 40 Uaks»
14^ pediram !e tanto inirig^am ^9».B0kq9||
que os papas Gelestinio V e; Aooffacio V|Ái
em f^9\y\ tpmars^m a. mandar «,nir«4pr-
úim de P<^r(i9g^l â 4e iCaiteJla» e^^aimn com
tínuou por algup t^ippo; até.qcb9,;failfiei(ík>
q juapa Cieipen»e V (43i6>, qqe ^mfeaw^-
YOP^ia.os mesti^es caatelbaxios^.eiegieisAiiik^
pprtpguezQs pQr s^p mestre, ao canwiwÂai^
dor-mór, D. Lourenço Anp^s. j.;
.. jFliQahqpente^ af^eaar. de tudq qii^BV). aJnda
jorram 09 mAstrea de Ucles^ iupdaAoajtp
bulias de outros papas, íicon. a prdeni; 4*
3, .T|i|a4P)i de Portugal, separada par^««n-
PKiV d^sde 1316^ do mestrado castelbMQ^ *
PepQiSj di^ separação, l^ouve i6 mestres^
4eade D; João Fernandes, até ao inisnte I^
Jorge,;dttqaedeCoipibra, filho.de D. X9ÍIP Á
jque, íai o jaJtiino; porqpe, po^ «na, j[norl4, «f
uniu o mestrado doesta ordem» na pessoa 4a
D. João MI, e nas^dos seus auoeea9pr^ci j o^op
taml)em se fez nap ordens de Cbrislo, e d#
Avjz, por breve do. papa JoUo IH, ^pedjido
em iSSá* • ■ .. j:»;
Depois ;do rei <grão*meatre), a priípwit
dignidade d'esta ordem, era a de prior-mór
de PalmeUa, que tinha juriadicQa9^.,^aasi-
episcopal, mas só com respeita ao conv^plo
d'esta vitta. O i.*» prior-m^r, foi D. Jo^.4$
Bntga, ao qqal se seguiu D. Meuda;Af[o«9%
O pati:inH)Bio da ordem de S^ Thiago^ qc^oi!-
prebendia.47 villas e legares, 4»)m 150 c^oir
mftfkdi^^ 75.p9dro4dos de egrejas e mpilps
benefieios, o qne.tçtdo, pela^ aiipiIiaiC$4»;feÍ7
m em 1^40, repdia &2O:O0Q ducados, (maii
de.3# contos de réis) por anuo. .• 1 .»
Na sua permittiva instituição, deviaoi roí»
sidir.n'eate mosteiro, 26 freires eomo^f eu
prior- mór.
1 Celestino Hl foi papa so alguns me4;e3,
em I29i.
A raildift D. Cftt^arioit, molb^r, de IX João
III» aeer€#eeotoa-lh9 paaú doi3.
Qftfreiref e c^vaUwos4'6Ma ordem» q$a-
T^ AO prlDeipM, de uma espadai peo^eiite
49 corddes vermelh^/i»
ÇALí
43^
Segando a leoda^ na batalha de Clayigio,
ganbMU aos meuroi^ por D. Ramiro I, 4e
Leio, em 8Si, foji vialo o apostola S. ThxAf
go, montado em um cavallo branco, de ea«
pada em punbo, f aif nd^ bor riyel esticago fos
tofieis. ^
Em memoria doeste sobrenatural açiiiliq^
determinou aquelie rei que os cavalleiros
ironestem por juisfgma, uma espada» ten-
do de uma parte da empuphadeira, ineia
bia e uma estrella, e da outra^ o 0olr-BÍgpí'<
ficaifedo Jesus ChristQ, verdadeiro. fi^I» po^tra
Mafom», representado pel4 lua-H> natro das
trevas.
Depois, simplificoa-se esta insígnia, reda^
ziodo se a uma erui réasa, em forma ^t, es-
pada^ com o punho em coragao» e as e:(tre«
nidades das guardas, em flores de li{;pei)^
dentes de um coUar» de três cadeias^ d*oa*
ro; insignia {habito) que os cavalleiros eram
obrigados, a traser. seqaprs, não só^ sobre 0
manto branco da or^em, nos actos públicos^
mas até nos fatos caseiros.
. Depois de 1834, Qôou o mosteiro dos frei-
res de Palmella, completamente abandona*
do^ sem haver um governo, ou aactoridíide
local, que curasse da conservação doeste, mo-
numento glorioso, 4^ fé e do valor de nos-
sos avós; e de roais a iqais, digno das maio-
res attenções, como obra d*arte.
Triste é dizélpi mas, nem s6 o desampa:
ro e o correr c|03 annqs, tambfsm as mãos
criminosas dos. vândalos do século XIX^
lêem, por muito, concorrido para a destrui-
ção d>ste edifício.
Nos seus claustros jaeem as ein^s de mui-
tos var5es iliastres i\aa armas e n^ lettras^
entre elies, o célebre doutor, Diogo de Gqu*
Teia, gue, depois de estudar em Roma, foi
nomeado por D, João III, lente de theologla,
da unifersidade de Coimbra; sendo um dos
enviados, por parte de Portugal, ao concilio
de Trento.
. ;|M^ ftapulujo.iia capella^m^r 4^ egrrja
de PahpelU, ooip ^tçjepitaphío; ; :, .
I 4
AotuJAí n: mooo dis goúVea,
PRIOR-MÓR OVOE FOI DBSTB QCWtmfO '^
E ORDEM UK SANTIIUO, B DO CONSELHO
DE E|.*|t^I,D. §^AS7t40, fiOSSO SjBNifai^.^i
^ . OUE PRIMEIRO FOI .EMBAIXADOR DE ^
fiL-HEt b. JOXo III, NO (ÍÒNCILIO t)E TRENTO.
FALLBCBU A 3 DE AMlfL DlA 1076:*
; O tumulo, do Utfapte D. Joi^gd 4*4)^aa*
tro, fllho legitimado de O, Jjpãa, }It ^. ultjau)
mestre da ordem, foi aberto e profanado,
CA, i^% &^o(|p os ossoí^ de. Wflçnçipe,
qjue esteve quasi a pQi\to de/j^iiiar, \,ex^^
postos ao escameo e às chufas .das tor*
bas. .. . . ..' \
AIgHmas pessoas de Palfn^lv f^r^iq-j^.ii
8fypi|Uura,'e leyanfok umas, d«fites> çiutrasi
uof ossinbo qua|i]ueir,;do ilustre ijefi^cto,
para os guarda^epai co^io lej;nl)rapoit..^pIs«
tes ainda n^o são dospeioresí) ^
D. Jorge de Lencastre, ou ÂÍencastrc^íi4
duque d^ Coimbra» e/oi seu fi|2»p primogé-
nito, o marquez do^ Toriies Pfova^i (}pP9J^>. i-^
dugue 4'Ayeiro, . ... \ . ,^ .f ...
Este, estevo preso, uo, casiello (}e S. Jor*
ge, de I^isboa, por se pppAr ao casamenta
da infante D. Fcfnaado, irmãQ.mais sovo
de P. João JIII, com D..6uiopifir CoiítlnbQ^
âlha do conde de Marialva; declarando e
sustentando, ^que se achava casado clandes-
tinamente, à face da Egrela, com D. Guio*
mar, que era ei^tão a menln^. mais rica de
Portugal, .....
I. II
D. João. Fernaqflea^ i^ D. pr«c\rrmár df
Palmella, era natofal. da pidade d'£vora.
Depois 4e ser ^estre.da Sé d*esta cidajie,
e D. prior mór da ordem, foi cónego secu-
lar, da copgregação de S. João Evangelista
(loyo) onde floresce^ P^ soas v^tudfs%
muitos annos.
' ^ Tdftos siifeem 4ue'D. Jòie 11, não fen*
dO' filhos legUimosi qneriii' (|fte Ib» sueee*
desse no ihroBO, seu filho Jh Joirges poréoa
os fidalgos da corte, influenciados pela vir;
tuosissima rainha, D. Leonor, mulher do i^io*
narèha, opposeramsetenaKmentf, passando
a eorfta para IK Manuet, duqve de Beja, ir-
mã^ da raiaha, e primO; do rei> a quem de
direito, pertencia.
m
PÀL
FUteeen no seu mosteiro dê i^. Joio^an-
gelista, d'Evori, em tt dò Jalho de Í9W.
£' repuudo coipç canto» na terra da soa
nataraUdade,
Bm ontobro de 1732, falleeea n'esta tí1«
la, Francisco Cordeiro, d*aqai natnral, com
104 annos de edade.
No mesmo mez e anno, no logar dos Ifon-
tèêf termo de Pabnrila, morreu António Cor-
ftía, eom 115 tnnos.
No dia ii de fevereiro do 1876 (nm do-
mingo) inaa|farõn-se n'esta viiia a lUumi-
naçaoagat.
Com|>areeea o vereador, o sr. Joio José de
Oliveira Jnnfor, iníéiador d*aqaelle melbo-
nmefito, e qne á sua ensta dea oito can-
dielros, e se premptiOcon a pagar a despe-
sa da tllnminaçio, até liaver verba anctori*
sada no orçamento do futuro anno econó-
mico.
Apeur da chnva, as daas philarmonicas
tocaram pelas mas, e depois hoave baile na
casa da reunião d'ellas, fognetes e mnita
animação da parte dos paimellenses, que
estavam satisfeitissimos com a realisaçao
ffesle progresso, qne devem ao sr. Oliveira,
o qnal por isso se toma digno de louvor.
Duques de Palmella
fi* actualmente duqneza de Palmella a sr.«
D. Marta Luiza de Souza e Holstein.
Nasceu a 4 de asosto de 1841, e casou a
15 de abril de i8tô, com o sr. António de
Sampaio de Pina Freire de Bredorede, que,
por decreto d*esse mesmo dia foi creado du-
que de Palmella.
E* capiíão tenente da armada, par do rei-
no, e condecorado com varias ordens na-
cionaes e estrangeiras.
Serviu algum 'tempo- na marinba Ingleza,
tomando parte na expedição do Báltico, em
1854 e 1855, durante à guerra cem a Rús-
sia.
Nasceu a 8. de janeiro de 1834^ e é filho
segundo do primeiro visconde da Lançada.
A^r.* duqneza, temse entregado, com mui-
to aproveitamento, à arte da esculptnra, e na
exposição da sociedade promotora dé IkU
las artes, em 1874, apresentou vários trà*
balhos seus, que mereceram geral applaúso.
G(msta*me também que tem exMltadoi^
rios trabalhos de cerâmica, modelando em
barro— pratos, vasos, etc., mui elegantemen-
te concebidos e decorados, que depois man-
da coser n'um fome^ que expressamente Ibl
levantado no jardim do seu palácio, ao Ra-»
to (Lisboa.)
E' sua filha, a sr.* D. Helena Maria de
Souza Holstein de Sampaio e Pina de Bre-
dorede.
Foi pae da actual duqueza, o segmadii^
duque, D. Domiúgos de Souza e Holstein,
marqnez do Fayal, conde de CaNiarlz, par
do reino, capitão tenente da armada, etc
Nasceu em Londres, em 28 de junho de
1818, e morreu em Lisboa a 2 de abril dd
1864.
Casara a 22 de abril de 1839, com D. Ma**»
ria Luiza de Sampaio, que nasceu a 21 dd
abril de 1827 e falleceu a 21 de mai^ço de
1861, era filha dos condes da Póvoa, Henrique
Teixeira de Sampaio, e D. Luiza Maria dé
Noronha^ e herdeira da immença fortuna
grangeada por aquelle esclarecido nego-
ciante.
Alem da actual duqneza, tiveram os se-
gundos duques de Palmella outra filha: D.
I.uiza de Souza e Holstein, que nasceu em
Lisboa a 18 de janeiro de 1845 e morreu i
a 9 de fevereiro de 1864, sendo casada cóm
o actual conde da Ribeira, o sr. D. José Gon-
çalves Zarco da Gamara.
O titulo de duque de Palmella foi confe-^
rido a D. Pedro de Souza e Holstein, por
decreto de 13 de junho de 1833, em substi-
tuição do titulo de duque do Fayal, que ti**
nha recebido por decreto de 4 de abril dO>
mesmo anno.
Era marqnez de Palmella desde julho de
1823, e conde do mesmo titulo desde dezem*
bm de 1811.
Foi também conde de Sanfré, no Piemon-
te, capitão da guarda dos archeiros, presi«
dente da camará dos pares, coDselheim de
estado, e gran-cruz das mais distinctas or*^
dens nacionaes e extrangeiras.
,Smwi por varias íY^iA» o cargo de pre-
âideoie do concelho de onoistr^a e de ni-
fii3t|ra de varia» repartiçõfaf»
. YoQ eftfrar no pefipdo para mim maU ea^
ea(>roao^ da yida d'eat6 bomem ootaveL
Não 8ó se envolveu, mas foi, por assim
dúeri aalma, de tudo quanto se faz em Por-
tugal, eoi ía^or da constiiuiçào» desde 1810^
4IÓ 1834.
... Já se vô que o que elle reputava bom^
julga eu mau; e creio ser optiaio o que eUe
reg[i9tava péssimo; mas^ o que neabum par-
tida Ib® ^ga» 4 ^03^ grande penetraçio;
i|ima,pro|BUQ^a intelligencia; longf^ pratica
4a d^Q^pacia eçropea; e um grande íuodo
-de honradez e probidade.
^ fk dícbire^ no Diam do Cotm^cio^ il*
iustrada folha do partido liberali (peoJPor-
i^gfll MiUsQ 0 Mcd0mo^ lâo, á nm. Uvro de
xombai^: i um livro ciitbolico e .poJF^&g||es
.-**4>%da menos a nada mais.
O joeu medo^ de pensar, eni politica» nada
teip gae ver cpm esta <^a.
. 8e,.iem c^d^s traços faço a biographia
4e um legítimista, com a. mesma satisfação^
«OW^afMkSma sinceridade ^ impardalida-
4e^ faço A de um liberal.
O varão que se extremar ilo vphlgo^ pe-
]4ia suas virtudes, pcda sua íMelligeucia, ou
iralqs serviço/» prestados- a r eligiãsi ou â pi^
iití9i4 owwemqcada u^ste livro^^ualqper
que seja a côr da sua baodeina;. porque
^am tQdoe /ss. pArtidoa ba mu^s iumfHã bon-
f adof »^ aisim como ta miiioa perversos*
. fias^M^SAW-se toâos--^p ,i»K^ «#ia #
m^rwnmif^ «««( tf^tna afimp dsi
jmrM» a.TerdSMle e ja e^nM^am^
(^|ss« aMVMiifif|o««« o ovgUo aspl^iOr
i»Mif €i.4i»»«me Me pa^sma 9mrm
>lmpsn>«>N. igswPcwQ. e.i»l«» idoíhh»
jne dita a mlnlia cona^emiliM
.#f9iMrti9tn^«lefeAaa 4a IsaseUMesi-
411% e M&m lia. viQmiade*
Oou est& aatiafa^» aos meus Muma^
porque alguns jorsaes teem ii^uatamente
arguido esta obra, de miguelista, apeaarde
fAi
437
. verfm «tc^ eom amesma facilidade a leal-
dade com que deaarev4> os priq^s « u Tb^
tudee doa realUtasbi dcsireiEP aa b&as a mâa
obras dps libepa^ .
Bem.seiqtteA verdadepa^ agradaald-
dos; maS| estou certa que. os bomens pror
denles e honrados de todas aa odres polti*
caSk me bão*de faser .justiça.
Não cabe nos estreites limites d'este díe*
doiiario» iom se(|uer. esboçar uma Ugeim
biqgrapbia d*este varaq inaifoe, que aa
pbrase do sr. Rebelto da Silva (01 . um doa
pnmairo% senão a primeiro poliitíca do 908*
90 século em P(NriugaL ; .
Nasceu a Sdema&o de fíiUn tomn lens
f^aes P. Alexandre de Souav^ a HolaleiA •
D. Isabel Julíanna^d^.Souaa CouUi^.
foi o duque de Eaíaselia eduqado perimi
pae, que e]cenaiu qs cafiof' de n|iniatr^4a
Portugal na Sueqia e m Baseia» e q deemr
bai^ta^pr em-ftoina. -
Sm i7P^ ^eutf>u praça uo regimeolo de
ca^vaBaria, dffii#p^jȋdo da MeckWborM
jam 4797río9. promovido ai^apÂta^e.Mmea^
do iqodante 4*íordena do 4uque de MRl^
em A80JI, foi de^paebadq ceuselheirAd«em«^
baixada de Aqma, e aUi Aeeu oueaireia-
do doa peg^os^ em 19^ quapdo seapat
(que exercia o cargo de embaixador ju«|#
da Santa 8é) (Mleoejmn^eeaacIdaASi
Em Roma, conheceu o dnqtHk e^tit OQr
traa^pefsoat^ o twao de aumbeldt,.^^ o(le-
tare /cbimieq (iay; Lusaae» « rnadama de $|aei.
$ffl caa^ d>#^ iílw/rt mciiptora» ^em
Goppet» r^sjdiípi varies imqsea o duqiie» m
anno de ISOe^teufk^POOAsiae pai^ conhecer
de perto, aIcp&os dpa .)iofiieiia.que masie-
jpinentea Jarm depqis^ na politica ou naa
letrtfis. . . I
, N^ 0jp d'este anAQ»* voltou a Partpga^
tomando a servir no exevK^
. pqrantea^«uerra.pfvúaHi|açaxí9r<ljSU«0té
ao âm de 48(Ht o logar.de aii^dante, àf^Aí^
J(|s|i9•dp.gpq^ntTw)tt, .....
. Jfoflm(d'eate.i)MR|,fo».ume^^Wini<iro
pleAÍpotepc^ir»0:fn^lieSiae|»ai o ahi pr«pr
tqu iBiik9rta«tos aeNçM cbfBavdó ^m^
ur a restituição de Olivença que, MsUHMIlr
jd se Mp* qfifectuequ; .. 4. . 1.
m
#À%
■ÉdÈ iM* foi ÉMaeàâd cmMtíAdt plirà
1k»nét«É; tiMi «O Ao 'âlfitfar állf residi» Ofrà :
occâsião para negociar eiii PISTit*» m»3 "con- •
TOD^, ((«e rêéljtbdMia' afs tioisa^ rl»la^^ .
pòliiMs tí ffomm^Díaea e^nf á Frmíç»/ '
^<il O' (M^riMiré' pleiíipotMióíârfo de fb^> !
togai DO congreaei^' d6 Ttettoa, e â!li ad»(^
gnoo, em 1815^ Dão -«ó o tratado gera), mas
nm trataído esf^ebia), eom a lDflaterra;'no
^Hal nès èiráBk'ebficédlêa8'a^ttlfadá^'4&de*
maíÈáUfSeê, |^4Ai préKas illeiáliiieftte MtAk
^elo^oòrftaVioé<iáglèMB. - ^
AlcdMiçeiè-fAiaieèm,* âfiatK>H^ doi^
de 1810, qae táo lesíím. era pái^a Pertugàl.
Hoi ádlo fittkf 4o <k>iitre69À,toi,^peiF tfili-
CeMiié ÉÀál, "MòôÉtieeidõ o Preito 4e Pofi'
tugal«i»efiie^dè€^U^exí(a>. • ' ' - ^^
Tèrftfd«dd^i4y «òDi|Mèo,' iroltrà ii I^is,
lÉuiâiidd pimb ilMOiégoeiàitOMteiMletite» i
«íigl^ da RMii^,i iftildonisiitbea t>^ll» ^«^
pexaa de gaerra, feitas dttraaUM 10& dia»,
e^peátk^Mtte é itoseo' ^ílr nloti^^sè «Dfra-
de(Wéíittfènt¥is^Éia*tett9iBba$'pèl"tilla le*
MntMo^tenpHte^ch^g^iáB ordetudo^M*»
€ipe'i(egkile, edinêi^ciltt ^> tíésaéf- plBilpo*
tenefário;' v» 'a * Pèi»ta|iai> ^(«sea dados
d:im90l^dé>Mti(^> p)slaií-d€^pèiaê4e •r*
BMoAeBto; <|o»il»flaái(M sidi^ftf^adcM á Ul*
Em 184^,^tettiott péiHíe da sttt eítíbtilá*
dk ett liôiiWès.^
.»' 1
■i I
Entro ^tttM^MrYtçoeqiie estão ptèsÊÈi^
fliertorf' estrelai' aneôçi*,'^ a eonteoção de ;
ilH7, 400 •draoitlmpeesiiefs^oaabviséii^e
«tti detrifeaenio 4» nesses eomtaoreio; firati^
cavaiA os eriízadorM ioglétes^
Aleisi^otl elm fiiijlaeeira^Mas indemnt^
ai(9ê8 fàlpíeTtaotea^ pélos afprèsameiítoa H*
legaes oae nos haviam feito, e pela paHe
das pfeías^qoe nos penéncian, io lémf o da
guerra peninsular: * '
• <•*
•fit ticMéak d^évis MDpMleKeada ttfego-
tk^ '^« ipié ibtrott ^ ^4àb eí (|fié «o
habilmente dirigia, piiai^àjlillir ai peftdeh-
d^ ^ttln^'Porftigal e Htipatfia,^ poi^ êsáiísa
é» «nttradli 4a^' ièiiiká' tr^Mii ha taaAa
OHenlal ^ iU6 4a PMtt, e'^Miiiii^ de
Jftmte^fiêtL
O daqae eonsegaia nio é6 efitar-o %(m-
PÁS,
meto, '(pie a imprévíaéhte détetiaiiiaí^ó;da
corte do Rio de lanèlro provoeoo; mas Aih
da, estipular pAtu nós, ecmoes^s Vantafo*»
sas, como era a rçstituiçâo de Olivença;
uma nova dèKmttaçilo nol terrHot^Os^ollio
da Prata, e orna talfosa indemnlsa^ pt^
^ctofliuriaJ • •
' A fttsiif^éit^iy^do.geneAI^Bíe^; éoMk-
séquenb ábaiideiío, poi* parfiè d^Hèspaisha,
das suas possessões americanas, ni9 dòixéii
^e sfo Têâilísaáíí^m ás estfpdlaçdea ednso-
gfUidÉs^por Palttielli. >
NO" óoÉièço de i«IO, safaâu éè '!a#a-
cerra, eèm èestMo áò Rio -do Janéfro;
OtíèB liiá exercer o «argo ' de ministro doa
loteies estianceh-os, para que fi^ nehiéa-
do em 1817. ■ • ^ ' '
Tendo porém de demorar-se em Lisboa,
i^bt causa dos sms tte(j^ios doméfetflBos, alU
assistia* á re^ròlu^o de 162D.
• GonViéido pelo» governadores db reiuo^
a ^qptfétà o mévimisÉfeo popular deitara- !»•
ulmente aturdíd09;"para' oom ' elléa' parti-
lÉar, ^Htt pakie, a gi^vf ssima resfUrnsablli-
dade que entaoiãÉipuâlia adltéc^o^dos^tte*
tfoclòi públicos, não sê eximiu o duqUè a
osta espinhosa tarefAf. * -
• Aésl^liuia muitos dos conselhos àtí govetlM^
o redigiu quasi todas as pròclámaçSea quo
a tegeMia assiipifou. - " * '
^ Joigava PalmeNa poder eneaminbar o mxh
«vftiènio do Porloj por lòrona a produzir eaa
Yomogid um gov«rao> eOBMittteíOttar, teiíft-
dei do de Ingktei^rar '
- Ek«' porákn tarde,- é o movianento >lniolà-
do BO Porto, âesenvolvendo*se eenrapidéi»
nã^formÃlki que foasem postos em pftiti-
0a «is Mis plaÉde'pt4idèflieie paiMileoi!'»
'(pafila* pois pararão Rio dediaaám,«^eA
ovtubro' do 1620, éoui a irmo «luleiítlo
dep povMadir^ JoSo* ¥1, a quo aeedltaisi o
•ei^i^ >eensiliaeloàal "oevitaisa' pôiam
fdnna -as «iMa^naa ditlMiMadto «qM^lo
«Mltaavuia «oodo- a observador atooetv^s
«oélaRiíM». • * • • * •■ '■>" • *•
' ' 'Na-Hio^do ^aiÉMro^éaooiHtou^nailiioiiM-
dicções do quer^èaporavac A«éon#>aio»iat»-
diOi^ra na gravidade daa.«ireiiiDsMieiaiL liem
sõ mostNLvi rueeíosa da opiniie^puUkii, ao
Brailh
PÀli t
^ÍAiL
m
¥liaM áe Pòtttil!^, è a sbbtevsflo aaBtAlitt
^ S6 W6b ' « qtkt 9; IS4 Vli âée«lNníA«^ ai
conselhos d» Pàtmelia, gè deteniftIfiML ànmfi^
dlf^ é I^Arttf^r è^pi^êtp^D; Péâfé/tiira
«»iit(^r;ii(rR(a'4é lattéih»; «má as9enM4â
iaé4Km^ei6,i«<$'tcidis ^ pr&tte«iti»;' pftf a'M
¥la<4l6'^r K» Bl^afzili - ^^
- * xy^Vflta!eH>#'pb)^êi&, gtíatf» por ibaos' coa-
líèlh«tiio^i e']á se(KrMattietite ooiitfíy6ttie'boMI
tt^4tolrigM <]fde pr«««ilefam a'ieclara{)ãadli
independência brasileira, recusoa-se à páV«
tir.
t ' 9^MÍei dt»ètiffiBaâet%»> fy. Mto VI,1bi Ibr-
tíMO^ii ti^g^tsar « Pdttngal • > '
Vinha em nm 4os n&tio$ da ésquadiá, «
tMidé'(4é'l^lmena. Ghegtido áaVf^ô, ^âo
fiíÉrtfiHtlraíiiii ai «é^tes que âé»snb«iire2ttg^
tlMhllattdiD^ne^^cM «seeffhéM pára >ana w^
4ldliiKiii^«ÍQaí ferra sHttadia' a 90 Ngoas d«
"1 M)ftm(Mfti0flfè' BMgoifd^ etm «m toliiil*
oom os inimigos do rei, retirou-se -pira
SèfM,^^õfieé « p^riMliièMti UKtiqiiilltf è intei-
ramente alheio aos negoeids )MAH^'^tté'4
TMMHrtlmfil^idtti ttaittéè IttS, lêtai <4ne
-^MOVkandMí^^Mms^, ^aM MnHW^dol
if«g##>»e«tfatfgMíòi;*' '- ••'' ' >•' *• i"- '
Goneçoa éflOb-f^ra Paimelli/tKnrifiiá
éii|Mf)hM4SM«' « ^esgoéfos. • <' ' '*
' ^¥ii Mo8'0t pèHgos éd tMeifli fMe^
iMBAotlQk fel» ar.* DJCariou' lb«|nlAa;^
{i0le( -SI». 4)7 Mi0oeb, conhMfá 9 amlaào fitd^
xo do rety qne não podia nem qneria''ftoii^
Ift7lfd¥itihfffaf lu iiflttiéMaft delordMr'i|âe
fl^ém Mtittt)-pro]tiiiib fíiiu» aBNAtaf a ia^
tflk'* *^'' . • . • .-.,." • •
•^A^Bantli A1Ha«i(9, em ftris; IttttdNÍVÉ p#
êái^iádo^Porwgal, a qne nlo^^ afft8ti9i«
dM^rtl^oio^ p^fftcftAoS d0 gvtetiK^tnfdi^
Palmella, qne entre todas as pessoas ta*
nàmbê, >rií & titffeo qne ^rfii 'ò émllMle-
éMmt&éb goverâo^stfWici^nàl; Aá«pod4i
afêáV «é^nho^ tóHí-iii ImilrMísi» dífflcvridá*
êmí ktke por fodôs os laéo^ tbé eflfcMtfgavwti
«passo. "• ** '- ^'
' Ttoha-^ô Ittetar sdm ttppoio algnm, cdiií>
tn á iitefõia;^ r^ « 'ind^fferença dos sei»
coliegas, o ódio da raiatia^do íiifante*e doa
túmpátÚêlÊrtmiii; emfii»/contrff a oppdsi-
çao dos gabinetes" e^lratogeiro», eom esce*^
PICio^imMMMtftglaferra. ' ^
- ' Pafá'<$Mié||dir ^ne o rei effeetarfsae araá
ptmeéê9f m 1a!toa-eâk*ia oonMttoeioiíal, fisi
quabW baiÉanteiebte «ra> posait^l, eh»^
gando a conseguir qne se nomeasse uma ]ud«
táf^^por dlié pMIridid», pai<a apresenur as ba-
tes "tf^sta^mtni der governo;
Depressa porém se eoDveneeu que nSo só
nãb'tfleaif(âna a rsáilisação da promessa
rekl; mas^neia sequer, o que para ellê era
lISAprei e^pbdímtò pn^visorio, o estabeleci*
&iento'f|las tfntigas eOrtes, eom os dois bto«
ços dó dero o da nobreza reunidos, e eoa-
roeádà» peribdieamenie.
"iJblgav% Palmelhi qno era do seudero*,
lílo podendo obter o que reputara melhor^
altsançai' ao menoe o qtie supponlia ex^
O teí, porám, nem-sequèr sanòeioiíoa es*
«aph^pàitadafunta.
A veiíéçãò tidlenta átLãhrHada, patenteou
o desgosto dos realistas, por nao ter^mebn*
ê6itím #«» irVMtaura^o de I8t3; ptrodu-
jjim todor m èfftiítos qu» ellef espcratam.
Gonreneido de que a pusilanimidade do
fVtf^ ido "«^rfa MAr da tíUêlltt doa rea-
Itettfl^ o afecAttelhdá á retirar-sé para bdido
dâéffr ffViidiofi4%t«f/i9. ' •
< ^indo«obc}q conlieèlda a historia d'aqn0t<>
M^fai^^baitkràTioeresoentar qse» fotdfete^-
dápor Montta/a proelamaçáo que de bor*
do d'aquelle navio o rei dirigiu aos seuâ
Nos poucos mezes que mediaram desde
âquelládata, at^ janeiro de 1825, acumulou
PftlmeHatíâ aikliio márqnez) a pasta dosei-
thifig«írdft 4dm ia do reioo;
AtJh)vfeitòb' k íwéiiidãde relafiVa d>sta
époclúi, pára promulgar a lei de 4 de junho
de 1824, restabelecendo as antigas c6r^
Esperava ' ò ' duqúé qhé n*esta assembMâ
se tlratassé com toda a sólemriidade» da ap-
pravaçak) do te()tamelâto de D. João VI, e da
importante quesfio d& luceesêio' ao^ tbfOtto.
kMH
f»AL
qvA^ já apparecia bo horlsoole eomo
t% 6 acMtelladA naTem, precursora de feni*
peiUdes e desgraças.
N2o pemiaíram as eircwnetaiMíasvi»
fosse por deaole este plano.
A Inglaterra, ciosa da inf ut noia <|ae em
Lisboa adquirira o embaixador írancezi w-
gift que o rei demittisse o «oade de Soth
Serra, principal snstentaeolo.da inítaMaoia
francesa.
D. Joio VI» ceden^ mas qnia 4sf a oom«
pensação de densilUr ao, memo te^po o
marques de PalmeHa.
Devemos confessar qaei nao {eí, estéril a
rápida passagem do marqoez pelo miniate*
rio dos negócios do reino: enoa a 1.* anla
pnUica de pbysica e cbymica, qoe ontregoii
ao sábio Luix Honsinbo da SiWwa; ereoo
o carso de cirurgião» no hospital real de &
José; fandoQ um institate para snrdos-ma-
dds; eetabeieeea amaoffieinalytlKigraphieai
abria uma escola normal (qse infi^iBOiente
não subsistiu); reformou o terreiro pabU*
00» e legislou sobre os eereaes; deu impoi-
so ás obras publicas, e is do rio Monds0»(
e or4x>rrea a outros objeotos de utilidade
pnblicn.
Vokou para > Londres, «orno eiAaixadpi;
e alli se ooeupou de varias questtea eemr
nfterciaes.
Palleeeado (nãoeem suspriUadOimoMf
«vtolenu) ofíkialmfiH ^ 0. Mo -VA m\^
de março de 1826, segntram-aè os ncpilieiiy
mentos de todos sabidoe, e que nio qwo
reiatar aqoi, para quaoenSo^igafuaiiiuiil
vei, que este dieeionario é. uma obra ^h
tica. ^ . ^ I
Limitar-me-hei a dizer, que PalmlhM
1 Ha quem assevere que o rei )á tinha
morrido naturalmente^ nos primeiros dial
de fevereiro; o que aio é tímite veroeimili
e os seus creados particulares dizem ^ueefr
lectivamente elle morrera ^ âG da março.
Outros por<^m, teimam em dizer que no
principio de março, Já no Rio de Janeiro àè
sabia da sua morte.
Diz-se que ha cartas do 1.* imperador4e
BraziJ, ape provam isto mesmo. ^•
. Entretanto, isto, por emquanto, não pas-
sa de um mysterio, que talvez se desvele
eom o tempo, e qoando as palxSes poHliOil
eslívevem menos eaaUndaa.
desde entio, acalma do partido Jibeiial ppr-
toguea, • que^ se nio foese elle^ taivas fM
a^yatenta da oaru conatitueioDal Janaia se
tivesse iiupiantado ii^este rsioa.
Finda a guerra civil, de Ifi3»a 1834» M-
mella continuou a prestar relovautisaíaot
aervifoaao partido liberal, nos altos ediia»
rentes empregoe que eieioeu, e devemoa
dtaer, em homenagem k verdade, qna^pln-
dos elles se portou com a maior iniellig«^
cia» a mais exemplar hopndsi|.aaflisfarTa-
ro desinteresse; obrando sempre ooaM wa
dos mais antigos e nobres Malgee 4*eilea
rfii)0|. _^
. . F4de aíoitamente diíer^se ^«o^ a àialivia
de Portuga], pelo que- reepeita ao sseulo
XIX, ainda esiá por escrever.
Por mais illnstrado, por maia erudito vm
sela um escrlptor; por maior queaeía«f«a
boa vontade^ pertence a uma áic^ pcMi*
ca, e^ messio inBensivelfflent^ kâdn leraa
cousas por um prisma que nio é o imènk
deiDSi MS fue o íUud% obsigando^o.afor
noa leus, só virtodes, e a& crimecaiaanArer»
airiosà
J>*aqni oaénros hisKficoa» aa menttoaa %
até as calnmnlaa.
O eiironiMa, 4sv# aer imp,ifeiaBaslm% p
aimpertialidado d absolntament» ineomp»
tivel com a sanha parlidsri* ^oe^aeMn Mr
boo^a eicripinr ooQtaespersMOi
Quando ]á nioenistérem osjieioeé'n^piet
la»<|iia tomarsa uma parte autia o« mmioa
activa naa* nossas dissenç5ea poiMeas^ piar
derrse-ba a sangue frio escrever a WMrtf
dreHae4.
'jBntiot. se boaver um homem quereum
to4oa oa documentos de todos oe partidas^
fazendo-lhes uma analyse rígor9sa— trakOf*
lha diflMihno, mai nio impossível r*-90|ie-
ri* escrever a historia hodiernst; cpmaodte
peueoa annea se. pôde escrever ^oBa usr*
dade, a historia do i.« marquei de Pleaa*
bid. 'I
awWP'^^^p ^^ 9>ff^, ^^^^^^^^^» ^y^^^B^^B^n w*a^U^^^p ^K w^^^^^^^
is» epa iDda a sua tua. Entio, e sé euHe^
poderio ser Juatamenie avaliadoa oa graur
dee bfWM4a á.« metade do aeen)o JUX^fi
as suas obras.
lfaMT4>a tratarei ainda da iUnatra q^ia
àk actuai sr.» daqaeia de Palmella.
, ÍAllPq.BQSA— freinatia, Doiura,» comrr
fia 4a^ Anadia» cooceite da Ibalhada» U kl*
iMMiroa ao O. de Coimbra, 2âS ao N. de
M«M% MO f^ftoa.
Siii.i797 tinha M fogoa.
. Orago, Seitta Marinha.
.. fiisyado de Coimbra» diatrleto adminiitra-
Uto 4*ÍTeiro«
O.qoUegio da Grafa» de Coimbra, apre-
iMaava..o cim annnai» que tinha 40M00
ifàfí e c^ p^ de altar.
È t^ra muito fértil, e produz óptimo vi-
Idu»» Oi^ bastaaie gado» e ó abundante de
pBíxe do mar*
PAMPILHOSA — YiUa, Douro, cabeça do
{Qonaelho do eeu nome» na çomarea e %k kl-
Wpetree de Arganil, 90 ao N.Q. da Guarda»
40 do Fundão» W de GaUeUo-Braneo, 804e
Xhomar» 40 da Certan» e i2 daa vittaa de Fo«
jao a Alvares (ficando Panpilhoaa m cear
miti 91^ Ulometroa ao N« de Uahoar 780
A^gea^
Em i757 tinha 376 fogoe.
* .Oiago^ Itíesaa Senhora do Pranto.
Bispado ida Guar4a» dieirieiA adgràisr
tratíTO e 50 kilometroa a B.S.E. de Coim-
nn
M
-.^ j> vaMoir do coUegio nevo» de Swta Grui
4% Ge jipbray apreseMYa o prior» 4«e tinha
^HWMDO riia de rendimento,
* & fNiroaçio muito antiga» e foi e||B¥ada á
ipMworia de Yiila, pelo j«i D. Dinn^ ei«
1308. .^ f
; A.. MMMiel lhe deu foral, envLiibee» a,20
4e outubro de i513. (L.*.da fenaai .nenea^e
4MNy4.«7^.^>Lt.*).
;. *fiata p^Toaião eatâaiiuada em um vab
intrufundg^ rodeado de aenaa agnwiaa,
nas em aiiio íreseo, por aer banhfiAe
vete -itoiCriiAnii» 4|ue. deaagta. no Zdze-
fli|^-,anteo»4A pqnte diq Cabril» Junto ao Pe^
4MgamrPefiueno. Tem uma peguepaimoaf
4Miiiiaimi -alanwiseada eooi auaa.eohw»-
o nm 9. noiu Mp anho ok 1300
FIZ ESTA TERRA VILLA. ELREI D. J.oXo I
A CONFIRMOU. ELREI D. MANOEL
A eumCNCiou ron tilla Hmro ANtisa
OOHVUA A VfUiA DA COVILHAII
fsM A nanAifOA aus TivnnAi^
MO ANNO DE 1500.
FEITA NO ANNO BB 1711.
O.concelho da Pampilhoaa é composto de
iO fregpeaiaa— Fajào^ no bispado da Goair-
da» e— Cabril, Domellas, Janeiro de Bai^
Machiai Pfimpiibpea, Pepegueiro^ Portellado
Fâijo^ Uohae8-o-VeUi(v e VÂdualde-Cima» no
bispado deCgJmbiia» tpdaa^c^ S.IOO fogoa.
Íi9ki eoQiiçeibft inteata com o extincto de
Fajâô» pelo B.-^eom o de Oleiros (distrieto
administrativo de Caatelio-Brem^f pelp ^
rrívom o ifi Aiyacea (eatincto), peh> 0.'^%
com o. de,Góea^ pa|o N.
O tarritor^. d^eale cow^ é bastante
montanhoso,, ppsto qm nâo. tantOb como o
sppprjpiidg^.de F^o (qi|e fórma hoje,p;^rte
4'eM)i 9^ serem o| seus mont^. menos
frteyad^ ^eua campos aia regados por ¥#-
ri^s jil^^s^ qiie tormam a terra fertili ain-
da que» em occasião de grandes iniveroadai^
^aaguai arrastam em aua ifnpetuoaa epT-
nanta^ o fruat^^w^p ,nào pouoaa vaaes a terra
ájoi cnangB ■**- dn laivradof.
Atnda im. navembro de 48l%t as.^ndiw-
tMi» destruindo y^s pnop riedadea» rednal-
rap â.mimíia mútoa pniprietarios d*ealea
' /
Na casa da camará municipal, e por bai-
» daai.aiinaa reae% eatá a .insMpcIp .se-
Ga montea e aerraa que «>'ea|e ^oneelho
alteramf»^» oa laMea» sio» Qgirgn«i»jar-
i|^ JSfrpadpa4ebea ler^ vegetal, qiw podii^
pelp 9A^f^ pi»doa^ grande quantidade 4e
flpedeiria e»)enha» ae ae arborieaaaem; mas
a.inoun&.dj» poYo e o deamai4Uo doa muni*
cipioa» conservam*oa despovoados de arvo-
2J9<fQP».pvodi»indo apenas nnuo e ufses^
. ^a ii'eí(tej(MineeUio Xabaiçaa de bureifi» pi-
«otÂUwa ff>penoe binneos^ indo de qualída-
4eigvoNeirai
nâ|IPX4^XrA^eRpeVid9 x^w ^m Portu-
ga; .veio de Venpapha^da cidade de Pam-
plfma» 4Wllal4o ieinn4e Havana na.pea-
noa deD..Pedr%YaK Pamptona» eo^ja filha»
P, M^ria Vaa Pamplpna» casou com. Álvaro
Affonap 9sm^ aipbqcie «Mrg adiLde4Q9i*
44i
PA}IL
re (Tol: i."*, pag. SS8, coF. '8.«}, lio fêittado de
D. Ifa&uel.
A^gnoB da 0eiis. de&pQndeotes -Ba esul^ele-
cenm d» eidad» do Poirto;/e-6oBçalo Alva-
res Pamflòtia, pas^foti á llMa Térèèira (Aço-
res), onde to o seu solar e morgado.
As armas dos Pamplonas, são — em cam-
po de púrpora, 7 coticas d*ou'o, em faxa.
Elmo de aço, aberto -^timbre; meto' Mò' de
wto^ Akado de púrpura, com dnas^axás de
duro. ^
• Ootrds do Alemò áppMIfdo, trà^m*<^éiíi
eampo deour^, dúee ^otfca^ de pilhrpóra,
em tyafidá. 'O mesm^ dlalo e «mbrb. ' '
Omtos, Qsam-^em «ampo de pdrpnra,
seis coticas d'oiiro, em banda, eomesibê
Amoe tíHibre.
"Os ^Pamplònas pregrediraái mititb mats
nos Açores do que noí cotitttiemf, é'èm (fatá^
si todas as llbaB d*a(}H»Ué arehq]lélateO'se
adurni fanftiàs d'bste apptílfflo.
A «ciM prlocipiiPidos l^itaplottás ^ Po^
tofaf, óra do Gatiipo áe Sèfiilo 0H4l0( isa th
idade do Vstky; id8B,'eonie está MÊk-i^ rtèâ
pMprtedade fdl «(» Pft^dHtas, umu-kf^^
mas d^eaMs;
•••,
O àettel tl»|»réáèiitatite'^''MaiiobfNilHiMi
raiBllía,'é^SfrD;'Mliiiliel BeHtfdièlò de Oàs^
tre Pamplona de^ttftá'HoliteiD, foliiM doii^
de úéMÊtàáef «'vbeoildb de Mire; fl^àão
ú^ 'hlleclde ar. Bl LtisBénedieia de ttàslra
Pamplona de Bmiu IfoMalo,' 'dltlfiiò 'conde
de Resende, e visconde de Beire.
VMaMsniár."-
BânWBi-^sAia dt LlÉbéa, nif Mgna-
aia de Santos. A ealçkiâbl da Piknpittbi^pM
ilpfá no fim da Una direita da ». Pnhoiseò
de Paeda (jnnio-i^traTeasa^òyBnímNi^ e^iar^
mina jnnto á 'Mr9'aa Pt^fwi^a, etrataési
ida Praia. • *
M3o pude saber d'oild6 édeTtvadàa i^á^
iavra Pimp^há. Taivea venba diypoAdgnex
aiMffo ^ Pampâíhò''^ qne 1iaj« • dizamaa ^
pimpolho— a Tara nova da vida. Pareee^^
já tiDha estef*nome^'^q|iiando-i)( Affètol^4'to-
mon LfBboá aos mòurm^ em il4^, e qn^ara
Já nmbaii^^ snbiiriMttO'<rasla'aiiaiè.*0^
é aerto^ d ter existida por mia la^ciBeoiím
seis aacnios, 49 famosa bmtnó^âã PêmpkUàif
em grande parca tampaaia de paaeadoret^a
VÁÍÍ
inaridBèih>9, è o Mis torbnlento 'dálfis-
b^g^ .1:. ;i .. . *< » ...-1 ' » J
Pelos annos 400 de Jé^^-dlfristo,^iè%e-
ràndo ' Gottstiibif ab' VsLpio, 'con^téiiirafBr oa
dirtsiâos, frabkirt^ Hk P!Mnpiilha,-iénlá dr^
teidá, dedièâda' á09 santos ratfrtyret,'^Wi9Í
simo, Máxima e Jalia, padrs^eiroà db Ki^boá
O^doútof rrelBèmárdi^^da
Brito/ dá à énretider q«e e^ta
'-' ''* ermida foi edilkada i^Rttee^de-
pois do roartyrio dTáqnélteâ
• santos; porque, seadd Liáboa
' ' * ' sitiada pelas :<lanos c sneròa
(4i3), o povo reCofTétt aoi^^
^'* ' troelnio das sáírtos WJ^riyíes,
e os • bárbaros levantei^m é
cérco, deixando^ Lisboa em
•pas. •■ ■ . ^ •'.' ».
Seles santoa tiDbam sida aiartyr issdes attl
dtO; «elido Ifbperador o crtiel DlucliOiaÉaf»
saiMb *aan pintor iias^ Hespantaas» a iarigtt*
natie> Daèiimo, e-lbgado fta Usitania, o ft^
rarTaifqartnto, qnetassAstidao^marcyHa.* (
' Os dnrfstãaa taavfim antarraéo 4iá pralá
os cadáveres dos santos, .qne depois íbnnl
removidos para asiaet^midal ■' • • '^^
(Para a^Uattodê ilBpailç3ea,'vid#1M(l. I.%
pági 196, aal. t.\ n» principia.) * ^ - *' >
Honve na Pampulha um mosteiro da diV^
waiftadiieicaiçaB, raforma da regra qna Sàn-
ia Albano daa aas-^Mrtnalicas; e ral^ittstfttt^
da por Santa TheMaadèJasusv em 15dt.'€ail»
aonren para esta rafMnataa, S. loia daCAiz.
Pai approvada pela^papa Gregaria^KIH, «li
< (lragoHa^¥ aaeparou da dasaartlielkas
cal^adoe, «tt i6tt. .. 1 > l h
O mosteiro da Pampnlha, 'fof n {i^inial^
d^a^u^rdam ><tna bouva em Forcngal; aifoi
fWMMMa eai lS8t, séb á intooBçia da«;f M*
ilppaí '. ' • » " •
I>spaiii viaranrparwasta mostaira-ds rèK^
giésaa'da>8. Jofio dd BIbus; passando «ett«
malltaa para a egr^' de S. €ifspím< »i^M*
saraRT dapais para a ttia qne^vae ès^Mitda^
o* Velho para Alcântara. '^ «'
N» PMBptttha ailá a aplima^Mrfai ii
moagens dos $rs. Bellos e FormigaL
BAN
SAN
44S
BIO iftii0iro é» lft36» 984«ipaeliii»iAi:id-)
ílDdega de LisiMa,* 30 voioaés^ vindctf 49
Havre» com machliiisaMS.no vdior» ãfUbjU-
madamente, de l:â80J000 léte; {iarn.^te
iiDporUDte eaubeleciraMM liiiÚMriíi. i *
MNAAU -^ portttgiin ait<0o *^ odl^o,
talba, ele. i ► : i
iPAiIâsSGáSa--^flregtieiil,tlUiilio^ conàar-
ca eicooeeUia>daViUa- Verde {t^i'^ oomar-
ca de Pico de Regalados» concelho d*Ali>pfaii :
da KébrefaX ia kiioButroa a» Ni dci Bjiiga,
^7^ ao fiL 46.IistK>a, 80 íbgiM^
' .fitai íism. tkiia 64 (egos. . > >.
Qnga^ SAota HariDluu
ArceliispaUo e dútriolOiadnlaiitnrtlfOiâe
A mitra apreseotaTa o aMiade, qae ttnftia
i40MdO réb e'a péd'4iltar/ ^ . ' • ^ ^ ^
É lerraíeHiL Muiu gadiva QUiUa i^è,
gn»M^ miada. < . ^^.
BâiiaM»!^ <8igolâea»^aaHKr «liei» 4'berYa
aft^atasea^ em tenra qu^ aaai» iáwa. Acl-
ta qualidade d*lierya se chamir pàmuc&^ mi
iSÀHASOOSO ^ fregoeiía, Extramadom,
comarca e coaediMide Al)iaalat| ifiOkili^
«el^oi da tâaarda, ilíO m & da liiboa»/400
£m 1757 tinha 212 ligoa.
• Orágoi, Nossa Sefthoi» 4o ^ravCOk r'i i
Bispado deiCasielk^Braneo^ diniictoiié-i
ministrativo de SantaÉSM» • * : - < . |
0/pilof dè Saaiai Maria do GaMeVo^; da.
villa d*Abraiitcs^ >apresalitava 'O twa, «que
llaèa eOiOOa téfts a o pd 4*altor^ -
Aiiwochía yiea e IsrtiL • • .. i '
• .»ANA8tl>£ikii*^«llto^ AUmejo^ M aa-
trada d^Evara^ara a yiiít dlAgataiv liaaqBi
um dolmen céltico. ' <> ^
FAMCflORRA ^ fregiiezU, llaifa*Alia,/co-
ittrca a oooaelbada ÍléMttda> (f5i4a ititt»-
cto concelho das Gáldas'd'AiéiDa)i> M kÊBh
ilMlraa ao O.^ Laoie«p^ '3ao«a R4a lis-
lMa>0aíatim. .-.-<.
finii7ft7 tiQlia7iiago%,^- • ■* * ^'^
Orago, S. Lonrenço. ^' ^>'i -
Bispado de Umegoi dlsorièto adnfeBisira* -
tltè de Visão. . ■ , - ^ ^ .i
O psitor de Ovadte apEMniava # cara» '
que iiaba 4(W0(M réia 6 d pé d^atar.' .
•' /..
' i
È asvfa feidkBom. Yiifta* MUitò gailo és
Ioda' aKiaalidade. Ahundanie 4a peixe da
DoBio, qa^ lha flea petio, e ao nertab
. f ANOIAfl-^Vslia^MeaMeío^ eomarcad^Al-
modòYan eoiicelfaa«itkilomeiroaaJK.O. de
Oariqae (foi da comarca de Beja, conedlhe
deiiiêflSB|ana qoQ ficaia If ktíemetros a SJO.),
79 kyilometros.aO; 4'Evofa, 12^. ao SiB; da
ysbòa,f»ift0 foga^ - . i*
.' £ml7IUr4íiiliail76fi)gD8. <
Orago, S. Pedro, aposiolo.r
Bispadtf edistriclaadfàiáisitalhrò da Beja.
• Bra miWBiWia 4e S> frhiagg .
Aiáesa' da comi ieacÉaiOpresenttwa oprlor,
4B04ii4i»dlK) alqvêii^aiia titfgo^ 120 dB^aa^
va4a a JM)MOÔ'féia:em. diabaimi^
É povoação muito antiga.
' OaonieM BUnsiqiia a sda-molben' a t^i-
«hkDuXlMrèsatlke deram fbrsa, ooin « 4i<
thlo da vitlit lio ihoa de i<M6. P^i caiiia-
ihado por l>. ^dfeoaa lU, «as éàrUi salii data,
pelos annos de Í2li5. (L.^0.* UèDoofiir^ée
D.Aff<msúJn,fL'»^.^ • ; 1
D; Ifáaoel lha deu'l(nral ixms' «m LtsiMa,
no i.'' de julho de iâl2. (L.« de féru$ifWv<$Ê
ioAf#fiil«/0^ftj46kieoL 2.*) ^
« Kiiha^fbttíeoDeôrles^ixmiasiaiica na bas-
co i4.% o que mostra ter sido po^açâo tau-
Tem hraaao d'arma8-- qpe é*«*«>am!«aaipo
axul, dois braços deiíomem, cruzados, com
as mãos apontando para cima, um vestido
da amarslia, oum daicak'fliiaim. Baira os
iMSitQos» astá uma etbeça dThoiiMa^/eamhir-
'haa a^aabeNaa aokbpHdov e lèoroa^iqua lé-
ifnêMMmrt^ê Jes«s>€hriato; - '
iA;aiUaideiN«elás, qua en 1700 OttlM MO
>ls|os» Jètet^áW? Mthk apensa 176^. eeuMrji
disse, e em 1820 198» «am 7T(VhãWtàiit0i^
A ^^ Uornacroa^ ao O. da utila, astá dm
tenpto aiatiqoíssláia^ dedieádii a Si RomSd,
Mtde^ iMMeii em fiiattça .a morreu ettvm
.masteiro^ pa)^ aUa Idndado; # qse M oiprl-
mataa 4«s tiaíM am ^Ponogal, de aranitia
da^SaillaAgastMio;'a4<iiiavooa|io da4.Bah
vador» do qual existem ainda alguns vestí-
gios^ M aíiia daa cJMrasaas» a li4lkáMro8
da villa de l|értola, e uma capella (a que cha-
wm.m0$àHÊt0h di^>iov49aaiçao«da & Bomio.
Na egreja matriz de Panolaa veneisMsa
A4I
PAN
«idwça d*eite aaoto, goaiidada •!■ «a reli-
ttrío de prata, e o corpo na referida capei-
la de S. Remio; onde se lhe las» no. nllliiio
dia de feTeraro^ «ma grande téala» á qnal
iseneorrem moítat romafens doe peyoi tí-
ainboi.
Oterricorio de Panoias» qaeaê estende por
grande parte do femoao Ctmpo ^Qwriq^ é
íertilissimo. Cria-se aqai noito gado^ de io-
da a qualidade^ e liaiabondandada caça,
grossa e miada.
Bm li60^ D. Áffonso I a eena filhos» afo-
raram Gelleirós dePaneias» repertindo-a em
oilo conreUae, cada nma een; o fiyro de Ires
^mrieifúi (vide eata palarra)» vbl de irigp,
iim de centeio» e um; de cevada aa núlho
(miado).
FAlfOIAS ^ ík^egoâtia» Minho» concelho,
comarca» districto admiaístralinro^ areebia-
pado» e 6 kilometrat ao li de Braga (foi do
concelho do Prado -^extínctt^-^conitiroa de
Braga)» 130 fogos.
Bm i757 tinha 58 foges,
Orago» Santa Maria. (Hoesa flsnhm da
Conceição).
A mitra e am lercoarie.da Sé de Braga»
apresenuvam o vigário» qae tinha 80 JDOO
«éis e o pé d'allar. . .
É terra maito fértil. Maito gad<v âeloda
n taalidade Caça.
Além da ddade famosa de Rsnoiai^ em
fraa-oe^Meiíles, de 400 adiante trato» e ipie
den o nome ir Terra de.ltimoiQà 4ia.miiiUe
povoações -* ha.tamheni o.paia antigmente
denominado Terra de AMMse^^na. antiga
província de Bot^ fionra e Ittnho^ ,a nas
immediaçõea de Bnga. ...
Comprehendia esia Iheigaedj^aaUeia (qae
foi vma^) de QmUamliú (oft.âmnfi^n),
átMtrêSy NemoHoe^ o moaie fiapmrMV b hja
segainde a.corrente do iio> 6dn0^ .nMei»
^irméa Cainirãi efregneaia HmÊ^ noma»
foe no tempo dos nnoanoaiSo ckADOAara-Gsr
ffMa» (CabneiffiL)
PANOIAS -r freguesia^ Bek^a^Baiza» eonr
1- ano é^Mtt dACKupav *'rigiMiimi9r
PAN
ealhi^ nomatca».diatrieto administrativo^ Us*
pado» o 6 kilometros da Guarda, 300 ao E.
de Lishoa» MO fogoe»
£m 1757 tinha 78 fogoa.
Ora^o» o Salvador.
A mitra aprasenlava o prior;. qne linha
iOOJíOOO réis de rendimento. ,
. Terra poneo. fértil em oemaes» mas eria
mniia gado» e nos sens momes ha moita
caça..
ll*mu. freguesia naace o rie Jamegal» (L*
ToL, pag. 32» eoL i/) qno temnm curso
muito sinuoso» e corre df» & ao SÍ.» hastante
arrebatado, em ratão das agnas que se lhe
Juntam» vindaada jserra da fistreUa; e, com
um curso de 50 kilometros, entra na esquer-
da do Còk^ abaixo da CorfscadiL
PANOIAS, PAMOYAS ou PAMOmáS-H^i-
dade aniiqpiis.Mroa da Lusitânia» na cbaucel-
laria de Brags, e no território actualmente
joccúpado pelas í^ngaesias de Gonstantlm e
Valle de Nogneiras^ e a 4 kilonetrasallOL
AeViiUBaaL
Foi fundada pelos celtas, trez ou qnatro
nscttlocaiitei de Jesus Christe» e foi^cUade
importantíssima dos romanos»
Ainda ekissem carne célticos, Amot (lemr
pios romanos) e outras suiias antigui^^
des, como adiante direi
Parece ^m.o eentra doesta povoai^ era
emle hf^e.está. o legar do Asero/o^ qoo se
Julga ser corrupção daMuCfu
. O povo ahida dà a.eate sitio o nome de
Fpimê.ie VaUe 4$ NogueiraM».
Antes do inAtíigav|Bl Dl Jeionymo Conia^
dor d*Argote, nenhum csecipior» antigo ou
moderno^ Mton d'esia cldade.deiaMrolTida-
menuv limtland^se apenas a tmx mençio
d*ella.
Yeen*aa ainda vanos restos de paredes
♦muralhas^ do grande retasiea» ^uo per^
lOMeeam a fmndes edificioa.
. Jepindo a irsdiçpc^ «rando quantidade
dos materiaes d*estas obras» foram oondnsir
dos a Villa Real,pai;aaconati»c^ dassuas
muralhas.
/Com jnniia. úwiimQcia api»recem por es-
tes sitios» e a pouca profundidade» pedras
lavradas» eippos^ capiteis de columnasb te-
lhas» teih0e% tiy^os» de iMrre encarnado»
PAN
PAN
44S
muito fino, en]a ijialidade le nio atha por
estes sities.
Nas paredes da egreja mitrlT de Yalledê
Nogaelris, 9e vêem empregados» eomo' al-
venaria, capiteis dB eolumaas e outros ree*
tos de pedras lavradas e esculpidas, de már-
more e jaspe, e graait) finíssimo; qualida-
des de pedra que nao ba n'esta província,
nem a mais de 300 kilometrol de distancia
para o S.
Também na residência do parocbo, se
vêem nas paredes, es mesmos objecto^ e
cippos com inscíipç5es, servindo de alve*
naria.
Nos fragmentos do concilio Lucenso, se
tracta de uma povoa^ denominada FoAo-
niaSf pertencente á Sé de Braga; mas, oomo
na provinda do Itfinbo ba diversos togares
com o nome dj PanoiaSy não se segue q«e
aquella de que tracta o concilio, seja esta
de Trax-os-Montee.
Ignora-se o nome que teve esta povoa^
antes da invasão dos romanos; o de PanO"
mas (que o povo corrompeu em Panoias) é
latino.
O território ou região a que os romauos
davam o nome de Panónia, eomprebendia
grande parte da actual Allemanba, a Hun-
gria e paites immediatos.
Nas casas da residência do reitor da fre*
guesia, se vêem três cippos com inscrípções
—uma dir—AVMOLAE— outra— MODKSTiA.—
a ultima diz— millia STipm.
Soppõe-se que esta millia nio significa
milha (2 kiiometros) más o nome de uma
antiga parocbia da diocese de Braga, que
boje não existe, nem se sabe onde exis-
tiu, t
As mais notáveis antiguidades, porém, e
certamente as mais curiosas, que existem
d'esta povoação, são, uma espécie de tan-
ques, de diversos tamanbos e de diíferentes
fermas, que se vêem, abertos a picão, em al-
guns rochedos graníticos; obras evidente-
mente romanas, em vista das inscrfpçQes
n'ellas gravadas.
A camará de YiUa Real, e o paroebo de
Yalle de Vbguéiraft, mandaram á academia
real, por ordem do rsi D. João V, um rútr
tório de todos estes monumentos, do qual
farei slquliim resumo.
Entre o logar do Assento, da referida fre-^
gueda, 6 a Aenro de GaUêgos^ fica um mon-
te pofoeo levaBlado, què, das costas da egi^<^
'^ blndo pars E., está a dlsuneia ée nn»
200 metros, no qual ba muitas fragas, com
os saes tanques ou taixas, abertos a pieia.
Bta uma d'ellaf, qtie tem 3,*30 de alta*
ra, fora da terra, com 6,"*60 de largo, de 8«
a O.— e de comprido, de N. a S., 19,-80-^
se vé aberta a pieio, do lado do N., uma es-
cada, que vae ao dmo da roeba, que é pla«
na, e lavrada tamftem a pi<áo.
N^este plano, ao O., está uma caixa, dd
0,"60 d'alto, 'H« de comprido, e V^O de
largo.
Tem na aresta, um rebaixo, de 0,"il, eo-
mo que para encaixar, uma tampa.
De fora d'este rebaixo, se vé uma faxa»
de uns 0,"04 de alto, e 0.-08 de largo, evi-
dentemente feito para que as aguas pluviaea
não possam entrar na caixa, depois de col-
locada a tampa.J
A 0,"44 d'esta, está outra, biteiramente
semelhante.
Em redor da firaga, está um rêgo, de
0^*22 de proftmdidade, e 0,"90 de largo.
Na mesma fraga, e ao lado das duas ar«
eaa referidas, está outra, alguma cousa dif-
ferente.
Tem 12 V2 melros de comprido, 1 metro
de largo, e 0,*77 de a|to.
No fando, tem um buraco redondo, de
0,"li d'alto, e o mesmo de diâmetro.
Finalmente, mais quatro doestas caixas»
quasi em tudo semelhantes, se vêem ainda
na superfiele doesta frag^L
Ao S. d'esta flragá, e a distancia de 66 me-
nos, está outra, pouco elevada solve o uivei
do terreno, com uma cafata semelhante ás
outras, porém de metade (pouco mais 00
menos) do seu tamanho.
Esta tem nas faces do S, e N., umas pe-
fuenas esvidadee, como que para encaixe
de dobradiça8«-e fera da caixa, do lado da
44d
PAN
gftdds e expostos tm yenlos, ()iie nmitts
vezes soprftiB do MaHIo e Serrft dA Birtrél*'
hj tio iiroiMr /W^o» onde se seàsd m fizes-
se experieneia eom o tlMnobinelroriio ia^
terno, se veria qoe o mereurib oit aiott-
gae, muitas vezes deseia abaixo de teroi
as margens do Douro, Baixo Plnftão, e Poz
do Toa, sao z<ma tórrida, onde o ealof no
verio sobe sem dnvida de oitenta a iio-
VMita gráns; pois ea o lenlio sentido tio
intenso, eomo o da zona tórrida própria*
mente dita, onde babltei muitos annos: 0!l
planos, as encostas^ os VMlIes, e outros st-
tios abrigados^ qa» estio entre os extre-
mos, sao zona temperada.
«O aspoeto do paic nlo é monótono, mas
sim variado, e sempfo pHtoresoo.
«Aguçados píeos d'altas montanhas, et-
earpados rochedos, pedr^iosassetras; mtit-
tiplieadas e vistosas eollínas, eoberuis dé
rasteiras vides, copadas oliveiras, robustos
castanheiros, e skos pinheiros; espaçosos
pianos, encantadores valies, regados de
aprasiveis ribeiros, que por eiles serpen-
teiam com doce murmúrio, e tortuosas e
profundas bacias, por onde camiohsm ar*
rebatados rios, que de distancia em dis-
tancia se precipitam com fracaço, forman-
do em seus continuados e fragosos saltos,
pequenas cascatas: tal é a variada e mara-
vilhosa perspectiva, que a faustuosa natv
reza expile em um ponto magestoso na
Terra de Panoias.
«Os rios que a regam sSo o Douro, o Tua,
o PintaSo, o Corgo, e ouiroé de menos mon*
ta: sao pouco piscosos por serem muito es-
cabrosos; porém o peixe é muito gostoso
especialm^ite a lampreia, a truta, a en-
guia, a mugem, e o monstruoso Mho,
que algumas vezes se pesca no Douro dní
a 5 arrobas de pezo.
A' excepçSo das visinhattças do Douro, é
o cantão de Panoias, abundante de boas
agoas; só a grande fonte de Roalde, podia
fornecer agoa a uma grande cidade.
«Ha Caldas em Carlão, e perto da Regoa
(Molledo); agoas férreas por muitas par*
tes.
«As faldas do Marão, e as terras que oc-
«cupam a parte septentrional de Panoias,
«chamadas Montanha, criam gado vàeeuiu
e são abundantes de gado lanígero e ea«
brtim, e de oolhieias; os cordeiros, leiídes»
e tebritos, por toda a parte s9o muitobons,
as vltellas de Gaehe, e outras visinhança^
de Vflla Real, sSo muHo saborosas; o Mel
de Carva e suas immediaçSes, em tempo
IHo, parte-se eom faca eomo se fosÉse qivei-
]o, para fater uso d'elle; já n'este cantão Sd
creon muita seda, e ainda hoje se cria al^
gtuna.
«Os fhictos de Panoias todos são der gos^
to exquisito, como é notório; ha abundân-
cia dTelles, mas ainda podia haver mata
(nlo íkllo em uvas que ha déknais); o nbe^
Òio, a uta, a pêra, a maçã, a ameixa, ope4
cego e o figo são deliciosos: as laranjas^ ain^
da que em pouca abundância, são muito
boas, especialmente as da Rede, e sobretu*
do as de S. Mamede, que não cedem em
bondade &s melhores de Portugal^ as cas-
tanhas são tantas, especialmente na fnoD«
tanha, que se cevam os porcos cem ellas^
alguns castaitheiros são de tão extraordi-
nária graikdeza, e seu tronco de tal greseu*
ra, que se pode suspeitar terem mil an^
nos de existência; qoasi defronte do Mon-
dego, na estrada que vae de Favafos part
Sanfin^ houve um, que foi vendido para
lenha por 30M00 réis; o seu espaçoso ôee»
em que os viandantes se abrigavam da
chuva, me faz lembrar o que se lé do ca-
vernoso ôco de Boabab de Cabo Verde. Ha
dourado e saboroso azeite, mas em pouca
abundância.
«Todos os cereaes prosperam n'este aben-^
çoãdo paiz; porém ao presente não che«
gam para o consumo do canrão, o que de»
ve attriimhr-se não á falta de terreno, maa
sim à mania dos lavradores, que parecA
que qnerefm viver somente de vinho, pois
não só teem lançado por terra olivaes, sou*
tos ou casianhaes, e mattas, para plantar
vinhas; mas até mesmo tem enchido d'élr
las os lameiros, e outras muitas terras^
que podiam produzir muito trigo, milho e
centeio; accresce a isto muitos mil ga^^
gos, que trabalham na lavoura do vinho^
e muius cavalgaduras de luxo; pofs tudo
tsto come muito pão.
vm
. aSMwMiú, úaãà mtHãÊiu, M' aáHãn
f milito 4rigo « úm/ttíOf aoM eipéeiatidaie
•iià MoiUIttha; e:mtiito niiiliOf iià'Ga(Bi()ea,
tviiiiihitAças de 'Sibila BM(l,lS/SartiàKé ide
ciàntA, BanM, Mijô^ • oairàs-leiraê.
tAliasuitíça énDiiitoMa-e BaèDroia;iia
tfltaita esiiiBMlM ps^andesnAlm 6 repo^
•acarta» Yittft Real; a» itawmè tiOMhas M
«de penca, são de gosto delicado, e de ex-
4iriMfidiDàm grandesa, espedalmentd lios
f tampos de*Vii]t Real, ita Granja, e Alijó,
ioade se encontram algamas de 20 arra*
«teis de pezo.
«A exportação d*e»te eantltf ^o tatatas,
t^astanlias, passas dentas, i^oé e pécegos
(especialmente de Santa Engenfa, e entras
«potofl^es Yiâiáhas), carne de porco (com
«espeiiaUdadê de Mmrça), qtie nSo dede em
«bondade á chamada de Lamego, ottdeMd-'
tgaço. Paróm a soa maior exportação é de
«agoa-ardente e vinho, e por isso íiallare! com
«mais extenção do vinho, e pais qae o pro-
tduf.
• «Pcfr um cafcttlo de approxímação, todo o
«vinho que se colhe na terra de Panoias,
«chegará a 60:000 pipas, 35:000 de embar-
«qae, e 251^000 de ramo, oo^ consumo do
«paii.
«O abbade de Lobrigos em alguns annos
«apurou de 40 a 80 mil cruzados, somente
«em vinho- do lavrador, que colhe de 900 a
«300 pipas; encontram-se toneis que levam
«40 pipas.
«Por toda a parte se dá bem o Tinho, po-
«rém o melhor, é o das visinhanças do Dou-
tro, que podemos chamar por excellenda o
«paiz do vinho.
«Este paiz tem seis léguas de comprt-
•mento, e uma até duas e meia de largura;
«6 terreno sobremaneira dedinoso, talhado
«e momuose; o qual no seu total forma um
«dilatado composto de desfiladeiros e alcan-
«tiladas encostas, cujas raizeá o Douro ba-
«nha.
«Este terreno, visto em junho e julho da
«parte da Beira, de sitio proporcionado, of-
«lérece aos olhos do espectador um qoa-
«dro admirável; uma extensão a perder de
«vfota, semeada de grandes collinas,profan-
tdos valles, e empinados outeiros, tudo co-
VOLUU VI
m
vm
4iflofitoum- vMhago mui fim; mm
«»» tiMttagai, foraladi^ de ondeante» e eii^
ctrela^os pimpoUidS, e de verdejantes fo«
«lhas; gr«náe»f^o^oaç5es,«ttm^itto^9quii^
«tas cote «flitts branqueados pidacios, aíppa«'
cMranda umas è outras, como ilhoias, ntf
«toitfe^ doeste ismpoUado mar de verdura; tu*
«do é ene«ntád(»«, tudo ptttoreseo.
- «Como opafz do viniho está exposto ao
ttieio^si, per isso proáue melhores itehoff
do que a margem esquerda do Douro, ge«
^ralmimte fanando: e sendo tí vinho do men-
cionado pafz o melhor do Douro, d poriMm*
segtôâte o melhor de todo o mundo, per«
4õe o do Cabo de Bdá Esperança, da Ha^
deíra, de Ghampagné, e outros femigem*
dos, são mais tms licêres pâSra sobremeci,
do que vinhos generosos, próprios pafii ale*:
grar e roborar o coração do homem, comd
é o do Douro. Porém, no mesmo paiz do vi*
nho, ha sítios, onde o vinho tem meBior re-
putação; taes s^ •— Govettinhas, Convi-
nhas, Covas do Douro, víshihanças do Rio
Pinhão desde Cabéda até ao Douro (onde
em 1834 se rendeu algum a 140^000 réiá
a pipa), Boncão, Castedo, e outros.
«Emquaúto a metaes, temos indícios dé
que os houve em Panoias. Já disse no capi-
to i.% qUe o^Dòuro se chamou Bio dô On-
rOf e que tàWez o cantão, de que se trata»
se chamasse Terra do oure e Castellos âó
owo,
«Du Bocage, faltando da Galliza, quahdô
o Douro era o seu Hmite, diz que n'ella ha-
via minas de ouro, prata e chumbo. Em
Tres-Minas, ou Tresmines, ha grandes es-
cavações ou minas antiga^. D. Diniz, nás
regalias que concedeu a Yilla-Real, exce-
ptuou as minas de ouro, prata e cobre. Tu-
do isto nos fornece poderosos motivos para
suspeitar, que houve em Panoias, e ainda
haverá, preciosos metaes; e que talvez este
cantão seria uma d'aquellas terras das Ifós-
panhas, em que os romanos, como diz a Sa«
grada Escriptura (Machab., Uv. L; cap. S.%
se apoderaram dos metaes d*ouro e prata.
«O paiz de Panoias é muito povoado, es-
pecialmente na parte meridional, onde se
encontram grandes e ricas povoações. To-
da a população d'este cantão será de centd
29
m
9m
«de cem fr^gpda^^ Satre estas ae •«eatam
U8 YilUs de^ Abrfiro, .AUj6 (4e 900 Mtíl»-
«leaX Ç^uMUafli Faiuioa (de toU babitaoM)»
0?'oi;&(e8^ GaU^« (conea iii8igoifica«te}i Go^
«dim, GoiTãea» LQrâeUo, Murç^ (4e l;500>hi|«*
juntes), Par»<^ da f iobão, Péio da R^g^
«(de 400 ÍQgos)^ PrQvezende, S. Mafiiede da
«BibarToa. (mii e dim^Btos h^itactes), Tei-
<m^h ^ YilUrXW^ ^ae lefa i:WO fe^
«Pa na terra de Panoias muitas fai^iliiis
f ^ npbreza i^pitiga; ba titulares» generaes»
<^es e deputadps^ Socoutram-se grades
«proprietários» e algaos de milbões de cru-
«xados: admiram-se moitas casas nobres e
«apaflaçadas^ seado a ^laior de todas a de
f D. Uúi de Matbeus» boje de seu neto» o con-
f da de VUla-ReaL
. pNotai-se o excessivo luxo dos babitantes
f da paifte meridional d*este cantão ; e ao
«mesmo tempo se admira a frugalidade e
«simplicidade (eliz dps babitantes da Monta-
«nba: o attento observador muitas vezes di-
«visa em l^na íeira peralvilhos e adernados,
«trajando ao uso das grandes cidades» e.logo
«defronte d'estes admira o seu contraste—
•pobres lavradores da Montanha, vestidos
»de gros^p .burel» calça4qR,(Íp„j^]?cos,
«cbancas» ou alabarcas (calçado rústico com-
«posto de páu por baixo, e de estreitas cor-
«reias, que cruzam por cima do pé), a íaçe
«queimada 4o calor e do frio; assemelban-
«do-se em tudo aos crestados babitantes do
«desabrido Crasto-Laboreiro: mas estes ge-
«sam de saúde, robustez, e longa vida; em-
«(júanto os escravos do luxo nada d*isto pos-
«suem.»
PANQUE — fjreguezia» Hínbo, comarca e
cencelbo de Barcellos, 18 kiiometros ao O.
de Braga, 345 ao N. de Lisboa.
Tem 70 fogos.
£ffl i757, tinba 61 fogos.
Orago, Santa Eulália.
Arcebispado e districto administrativo de
Braga.
A mitra apresentava o abbabe» que tinba
300^000 reis de rendimento.
E* terra fértil. Muito gado e caça. Peixe
domar.
vm
JEiU ftegitfteieitenFe moiíos.aiuiep ame-
xa á de Me^dia^ iio.niog»e eopqelkou
PANTAK0S'r-(4;«.vaL,ipag. 4í»I^«oI» Lr)
PAKIBBONNACIOirAJtf-^Ha 40 mat
que se Ma «m Bartugai na ccAstracçio da
om adifcia. destinado a receber as cíiuaa
das varões iUnataes» i|ua palas anaaa, pata
lauras aa pelas virluáes, lanobracessan-aala
reino^
, ^gundo alguna legisladores, deveria o
edificio ser construído ip&H^ qs alicercesi^
pouco mai3 ou menos, pelp risco do ts^mO'*
so pantbeon romano.
Outros opinavam eiu que fosse aproveita-
do para isto, um dos edificios que foram
mosteiros de religiosps.
Ainda até boja se espera pelo tal pan*
tbeon; e^ provavebnenjte, nunca elle paw*
rá de prpjeçtâi ,
Em 1836» publko][iTse o decreto sa*
giiiAte:
cTomando em consideração o relatório do
secretario d*estado dos negócios do reino:
bei por bem decretar o seguinte:
Artigo l.^" Um dos edificios nacionaes de*
verá ser destinado para receber as cinzas
dos grandes bomens, mortos depois do dia
9,4 de agosto de 1820.
Àrt. l."" Só o corpo legislativo poderá de*
cretar estas bonras do Pantbeon.
Art 3.<' Nenbum cidadão poderá receber
esta bonra, senão quatro annos depois da
sua morte.
Art, 4.<' Só o corpo legislativo poderá de«
cretar as excepções a favor dos grandes bo«
mens, mortos antes do fausto dia 24 d'agos-
to de 182a
O secretario de estado dos negócios do
reino assim o tenba entendido, e faça exe-
cutar. Palácio das Necessidades, em 26 de
setembro de 1836. — Rainba.— JHanti^ ia
Silva Passos.^
Felizmente, semelhante decreto não pas-
sou de letra morta; pois, se se cumprisse^
só teriam ingresso no tal monumento as
cinzas dos grandes homens, mortos depois
de 24 de agosto de iS^— isto é — não era
um pantbeon nacionalj mas partidário, niQ
PAP
momeBdo as bovas dê serm alli dflpotl-
Udos» senão os qser màis se distiogaistam
an guerras fratriddas, qae cobriram dè la-
grimas» sangue e lueto, o reiso de Portnr
gal^ por espaço de tOannoa.
Por ma» relevantes- que fossem os serti-
fbe prestadofl h pátria ea á hnmanidaâe,
sem a condição expressa (e muito expressi-
oo) de ter fitlleddo desde o dia marcado no
âaereto» podia o portognes benemérito mor*
Mr quando qoizesse, qae aa stias cinzas ae^
riam arrojadas à vídia eommom; porque
aio tinham entrada uo edtfido exeioslva-
mente destinado a nm corrilho — que 6 o
4110 daramente se tradnx da tal eondiçio do
decreto.
Fiquemos peis sem panthêon; que nem
por isso deixarão de haver sempre por-
tnguetesy que» como Gamdts^ possam di-
Il'esta gloria sé fico eontentOf
doe a minha pátria amei e a minha gente.
Pio ou PAM— Nos prazos e foraes anti-
fOSy diz se frequentemente— pão mfiodtf **-
jififo terçado e pão quarteado.
Pão meiadOy é metade centeio metade mi-
lho miúdo— pdo terçado, é trigo, centeio e
■líHio miudo^ em umas terras; e em outras,
centeio, milho miúdo e tey^úBr^pão quar-
teado, é, trigo, cevada, centeio e milbo
isiado.
Yô-se também muitas vezes, em documen-
tos antigos, dar-se ao centeio, a denomina-
do de pão de segunda.
Pão da rua— pão alvo, de trigo.
Pios— vide Paus.
PAPA— Nos primeiros tempos do chris-
líanismo, papa e bispo, eram synonimos, e,
para se differençar o suceesaor de S. Pedro,
se dbôa— o papa romano.
A pag. 284 do 4.« volume, dei uma rela-
ção, apenas nominal, de todos os summos
pontificesi reservando-me para n'este lugar
dar uma rápida biographia de cada um d'el-
les; porém, estes e outros objectos, aliás im-
portantes, que desejava publicar n*este vo-
lume, o tornariam muito extenso; pelo que,
resolvi passar para outras letras, onde tam-
PAP
èeni toem cabimento, grande numero de
artigos curiosos.
O artigo PápaSf hirà sob a palavra Bnm-
mos PoniificeSé
PAPARIA— aldeia, Alemtejo, na freguezia
de Cemache do Bom Jardim, comarca e oon-
celbo da Gertan.
N^e&ta aldeia nasceu e foi creado, D. Ma-
DUel Joaquim da Silva, provisor e vigário
geral do grão-priorado do Crato, e arcebis-
po de Adrianopoli, m partibus.
Ainda existe a casa onde nasceu.
* Foi este virtuoso e illustradissimo prela*
éo que fundou (á custa da casa do inCantar
do) o seminário de Gernache do Bom {ar*-
dím.
Esu família era fadada para as virtu*
des, as honras e as letra&
D; Manuel teve quatro irmãos, que todos
exerceram altos cargos, com a maior honra.-
dez, illustração e dignidade.
I^, foi bispo de Macau— outro bispo de
Pekim— outro geral da ordem benediccina
-^ finalmente, outro, desembargadodT da ca-
sa da supplieação.
PAPBIi— sitio nos arrabaldes de Gmtra—
E' um lindo passeio, a magnifica estrada
d*esta villa até ao Papel, orlada de bellos
edificios, e formosos jardins.
Chegando ao logar, sevé uma quinta cui-
dadosamente tratada.
No centro d*ella está a importantíssima
fabrica de tinturaria, movida a vapor, do
intelligente e honrado industrial, o sr. Cam-
bournac, que tem este estabelecimento na
melhor ordem, aceio e bom gosto; e os seus
productos são primorosos.
Todos sabem que de um bocado de seda
velha, desbotada e inútil, faz o sr. Gambour-
nac^ uma formosa tela, que todos julgarão
nova, e sabida n*aquelle momento de uma
fabrica de tecidos.
O seu estabelecimento em Lisboa, é no
largo da Annunciada, próximo ao Pasbeío
Publico do Rocio.
PAPEL^E* impossível designar a época
em que os homens principiaram a expen*
der por meio da escriptura, os seus pensa-
mentos.
Todos os auctores conveem que a primei-
£5&
rá eseripu devera ter sido pòr figurai (hyeí-
rogliOcos.)
Uma 9ó figura, por este modo de repre-
sentar as ideas, era a imagem de moitas
cousas— por exemplo— para repreSèfitàfiem
uma eidade sitiada, desenhavam uma mu-
ralha, com uma escada encostada a etia.
Para representarem umabataltia, dese-
nhavam duas mios, uma com arcoí outra
com escudo.
Os povos inventaram depois, sueeessiva-
mente, diversos signaes, próprios parare
presentar o discurso, e exprimir o pensa-
mento: e é às investigações e multiplicadas
experiências feitas em differentes épocas,
para o conseguirem, que devemos a arte de
•escrever, propriamente dita.
Ignora-se a data da invenção dbs cara*-
cteres álphabetícos;sabe-seunicameiile'4ue
são conhecidos desde a mais remota anti-
guidade.
Os árabes já Cadam uso d*elles, no Idm-
po de Job.
Diversas nações disputaram a gloria de
haver inventado esses caracteres; porém só
ha dois povos da antiguidade a quem se
possa attribttir essa invenção— os assyrios e
os egypcios.
Cadmo, entre os gregos» passava por in-
ventor da escripta.
Ao principio, escrevia* se nas folhas de
certas arvores, ou na sua casca, sendo pre-
ferida a da faia e a da tília.
Depois, serviam-se de umas tabuinhas
muito delgadas, cobertas de uma fina ca-
mada de cera, sobre a qual escreviam com
uma espécie de punsão, chamado siylug^
Também escreviam nas folhas de uma
planta chamada papyros (d*onde procede o
nome de papeL)
Os romanos, aprenderam dos gregot e ios^-
canos a ártó de escrever.
O passo de maior progresso na arte dá
escripta, foi quando os troianos inventaram
o pergaminho (de Pergamo, que é o mesmo
que Itoia)--isto é — quando appliearam a
pelle dos animaes, para n'ella esoreverem,
e inventaram a tinta.
Os livros dos antigos, não eram como os
HÁS
áetqaès: ora «m r&lò de per|famiiflio eBruI»
Tido em um páo eyllndr^.
Ein quinto se não inventoti aimpieim
(vide lipographia) muitos milhares-de is»
dividuos viviam na Bnropa c na Asn^ pei»
óAcio de escreventes ou copistas.
Sò em Paris c Orleans, havia mais d»
40:000.
Mbitoe d*estes matiuscr^s chegaratn mm
uoisos dias, e bastantes notáveis peloprime*
roso da calUgraphia, e pela perfeição im
seus ornatos e vinhetas^
Os frades foram es mais distinctos afecta
arte.
Os maauseriptos feitosnos seonles XID,
XIV e XV, são primorosos, excedendo al^
guns embelleza as nossas edições mais
aperfeiçoadas.
08 do fim do século XV c principio do
XYI, são em geral péssimos, e apenas leigi*
veis.
Em Portugal lia manuscriptos dos seca-
los XYI e até melados do XVII, de* graadA
perfeição; porém as escripturas e outros
documentos manuscriptos, dos fins de«e-
culo XVII, e da maior parte dO XVin,.sii
quasi illegiveis, pela péssima calligrapMi^
e pelos muitos erros de orthograpMa.
Dis«se que o primeiro que Juntou livros»
foi o atheniense, Fisistrato, e, depois d*élie^
Aristóteles.
Depois, houve no Egypto e na Greda ft)^
mosas livrarias.
A bibliotheca Eumenes Ily ^ em Perga'»
mo, chegou a ter 200:000 volumes; porém
a mais famosa foi a de Constantinopla, in-
cendiada no tempo do hnperador Zeno Jsau-
TVCÚ.
ITella existiam as obras de Homero, es-
críptas em lettras d'ouro, na pelle de certo
dragão. Tinham 40 metros de comprido.
Hoje, as mais célebres livrarias do mun-
do, ^0 as de Roma e Oxford.
0 papel foito d'algodão, apparecea pela
primeira vez na Orecia, no século IX.
1 Rei de Pergamo, hoje Natolia, que prin-
cipiou a reinar 197 annos antes de Jesus
Christo.
PIB
Do seeolo XI se acham em litfMiiei^.Siol**
lia eVenesa, maitee dotamaniosB^èète ^-
pel, e no seealo seguinte se vofgafiaov xaaí-
to(veeaiu<k <
Bo seoQlo XIII àa ipi nnaweripto é»
nosso Santo António, feito n'esti 94^ •>
qae se guarda,, oemo ral^oifl predtsa, bo
kéepictoide Samto Cb$nioaa Frèfia^úÉíé à
Antem áa lapOf iw bispado^ de Viaen.
HSi^9éÍ9tí» )éom cetteia 4 datada des*^
coberta do papel de trapo: Mr* Bay^dfc qmi
em 1470, dois indiridiloscIutatdbaAnMaiío
eMignel, o levaramdnGaBiia/âBaaíieía,
èiDde se «stondea por ioda- a AMemanfea;
mas é engano, porqae existe papel da tn>.
po éiailQ maia ikutgo, e o CaíMicui >df Ja-
«ri» âslamla^ foi imprasson^estiiipafttk em
Mogoneia, em i4G0i . \ ^
Ifoavehilrodo fbispo ds Nenriíl^ kaiim
registo de teltadmutís, ifeíia d*csta-papei^
fÉ#fff(ncipk(a era 1370. . >/ - .
tfatiillDB é de ,|ttrflcer-^!]6.iâ>noMnilo
XII eneia* papel da irapo em toda á EWDêfi
pa; peitei Hontfuieon, afflrmando im^ eHft
começara no Oriente, emo^IX.^ «•eitlov.alr
tem gii0;.nèm ^em Vtaiça^ nem |ior .ted< a
UíÊm^ M acte -vesiigio algum d'elkw inte^
da 1170.
Kk inifeniiftde ide Go«iibta.i Jfãiwm do<;
ciuiiiitt0de'.AÍ88, qn&din9^£erqi^«4»»iiiai«
9imifllA0 (ie fNilpafo (pfeipeL) . .
ilíi^Be também que aignmis daa.^iH|BW*
Cptoade a Affisnso IB, ibtfàm*^ «ifioariar
BMitp escriptai' em papel daMpa. . • .
JPifSi liaBaiâT-4«a4ri9B»f^iwidteo
historíadorèaspanhol chamado Aa|euo J^a*
pida,; cítaâa mnila&veiBa par istiiigna ma
CmMÍ/tkiitãidgiGmuttdat rerera!i|«s a «and»
lSMHaa,!seii4o ieíts^péb» monnoB milsr-r
Miza de Alhimbfia,, fica» ÍUtn da< dinliejNt
pa» pagar aoa sew laMado^ ^fÊÊaptmm
piaram a mnrmarar, ^rfeta tiiid>WDem^«Mia*
pam^lttae-da^va^a naceesirioi: >
;4i'^cils<fiiicaa dwamttanaia^Q «ode»
qoa era sagas cammandafite,. eacrarfp ^kr
riaasammaa etfb ua peqoamM padf«M de
papal, fiiandoa oonirAttia propria.aaiigpai'
tura, e pára iázer valer cama padagm Im
m^ s
paHkar amaproabonaçia, ordmnadoaoa
habitantes á reeonhecel-os como mòèda efoi-
nfaim ilsoamaa ■'eltoa Inserlpta^ e amáa-
çéQ com severo castigo aos qaereaastesem,
e*pfémette&4he8 pagar pelo tempo^ em moe*^
da de oiKra e prata, em troca^ d^aíqaellas pav
pèls/
Assim este cavalheiro catholleo, por nma:
áhbtil a mf facnlosa alchlmia, í&t abnnêar o
dliiheiro.
Õ conde, pelo tempo, ctimprki a ^a pro^
'meuMi como leal cavallelro. ^ >
Este é o primeiro exemplo doesta natoM^
[ tá ^e Ét eatontra nos amaes do páf^l-
moedà, a aconteceu em 1484.
'^pktrMíido do Jornal catholícò --it Pula"
9fit,'daPohô.>
l^âFBIi ttUASO— O uso do papel* sefla*
da ém Partogal, data de 1660, em qne nao
hfevia 'scfDio papd com os selioe ãe iO, 10,
aOÍe^tWrôis.
Em cada anno os sellos eram dfffereMeÍÉ
e deviatt ser trocados, pata que taSa o sen-
do, iDteOfHkm os poísufdoris d^eRea^iilM^pa-^
naè ffde ee appReávam aoa que InfMduiAam
rtoeda fehw no rerno.
' Na Frau^ e Itália, o uso do papeí^élla-'
éii cemeçou emepoeha muftò anterior- a
16M; porqtie foi depois d'8qtièlitfs duas na^
^s o usaMB, e n*enas ter a experfedcfaid
a 'pMtfca eòBistanta demanstradiíí ^de o rN
íMda papel sellado era uma dists eòufribal'^
(Sés mafii suaves pâtt os {lovos, que Pòrtu^
gal aadc^tòu'. .
. (OFêiA)
MFiEléS (antigamenie Papfeksy^ fre-
gueala, Mt^a^Alta, comarca daíania GoaiH
I baf-Dia, oOntdho da Carregal, f4 -kilaaia*
troa aa S; de Viseu, 985 ao If . de Lisboai
30»<ég08. ' i
Em 1757 tinha tl8 íogoe.
' Oragei,'Sk Miguel, aff«haija. <
Bispado e dlsttieta> admhiUtpalívo â»'^
seu. .'■'• '*••
. A«ÉlTÍnfdade da Coimbra, par^ppeaiçik),
apreseniavia o abbai^ quatMm OOOMOts.
daieridiaittii».
firtlmca a esta ft^gueria, a alQeli daM<»
voa éTAmoza, onde está a capella de N9êê0
S9tímé Ar^iiiay ftmdada por MamaM ]Hr-
ISS
FAAi
BAH
cote XVil. 1 6 9 kilometros d» Aifiga, 300 ao M.*4e Ut*'
.^Jtoriogar do Pinhoiít), to Mfè d« oilwtro
^6mt$^ meema fregoula, ba A.ea|i6Hakd0
N^eaa Seu^ea 4a Goocei^ templo a«li«
qiii83iilio^ le qae^ aegondo a tnàkfio^ M «
primitiva paroebia da freguezia, a a sua ear
peila- vór é a eapella aeioaL .
. Kin^^^lhe a (puta no seo próprio dia^ a 8
de dezembro, vindo em procissão á eapeUii
nroMo 4ía» o parodio fO a- maior parta áon
fregaezes, assim como oatros Jiiuitoa romair.*
T^ 4^ firegaeziaa oireomvitinbaa.
!F4lfAr«Ell-MPVTS8 — p(Mrtttgiiez itBtjb
go -^ attende bem 4— repara t* r^eete^ JHfh
piara) -r-Panid«-(iMi»:m0ii<^«— atroei bfm.
PARADA— Fora de Portugal, bairia.o.<M-
rãitOí d^ faroia (uma espeeíe da (vMwKe*
Ç3x^> P^o -qual, era permittido ao ae^bor. da
ttira^ persegniro aea vasaallo^ fte# doaqpi
próprio senhorio, prendendo-o a roofndv
aíiido«o pan^eUe. i
£m Portugal) p^m^epnqaasitod^ oafo*
caepaiHigos, erapanoittidp ao po^nifor (po*.
vo^dof^ o^^eolopo, 9abir dloaeu paiz» epa«*
sar livremente ao serviço do sio^r qaobeoà
ll|9?P4tveooA$e,9em incorrer na miAirnsípcpa.
i. PjiriaafV)ssas/aBtigaa Ordemçõep»^ aind^
nHif ^'l^ivúBaBtamqDte pelas MaãmLwçtSim^
iboaa i^om livre era obrigado a aenrír.
pe«aea.aÍgomai'CODtra soa vontade, »alóm.4q
reJiiWii^aea da go^rra: o até em muitaiipor.
vpKdf s^via o privil^io de aó biiim aeoa
habitantes para a guerra, quando o lei Ipwt
em peasoa^ .
Houve porém entie née o/SraAi|i«9)i4a,
qii0i»oMiai|a em lerem os.vaaaaiip^ empU*.
temas oa eolctnoa, e mesmo oa pasochoii m*
raefl, e mosteiros (coso respeiío aos^ene bit r
pos), preparados e promptos certoa manlK
mentos (ou dinheiro panLeUe(i),e apeeMa-
doria, para os eeva^reapectivafsaokerasKe
bfype% tntando«ee de mosteires). e eoaicmn-
mitiva.
Támbepn a (sto te dava o nome dejMtlar,
oMAliiro, eomíNiepidi c^JM tf , ooMaM^Oif^v.
da. Os frades e freiras tambeniHiaielHMmh
vàm 06slÊaí^yprMiTa^kOit umo^âiMkhp9^'
-• mUAâ-^-fregoâtía» Minho» nenoeUio^^ae'
boa,'7(l Idi»: •
9m*fr7lt7 tinha 43 íbges. '
Orago^ & Paio.
O prior de S. Martinho de Dame» apr#«
Mtotaiva o vigaiio, fne linlia dQ#00O rdii e
^ pé d>altaf é I
£ tem fertiL Muito gaio.
. PtàlUli^^ fregoeiia, Minho^ eeneM^4a
Póvoa de Lanhoso» concelho de Vieir% tt
káloinenrca ao M.4e Braga, 380 no N^d^Ida-
ho9» iTOJegbs.
An 171^7 tinha 4i fofoc. « > »
. Ongo^6..Joie'Baptitfa. >
Afcd^flj^do é^strieto aOmhiistrativn 4i
Beaga^'' "•'
4 lèilor de8.Goemeet. Damião, dai»-^
M^ apieeentnvaoviga^o^ «^Uado^ 4as»tinhn
40«000 réis e o pé d*altar.
Bani aáiattoguitfiday-otitrhs^ dà^se a^eeu
firegn^^ o nowa de Poraifci ite BoairoL
Era villa, feita per a Sancho I, qnando
anoiiloni'0 iheien foral, etai feveieifo der
iMi. (JL.^ &" da ée^i ào rei DiWmt; ft
M^ col^ |.\ iDfine.):Tinhainix e jaeUfce pro-
pHu daten couttk^- . < ••••/<.•••
Fbéiahbadia dos eondee «de Unhi% qpw»
perihulihe pontifloias, disfníelÉvain^a ipin*
ta parte dos ditimos. Veio á casa de^OnliiÉ
pofc hnnanta,sdá «aoete iei^nialBb Dl 8ia-
cholden eatceootoátna amamt^r alanno*-
sa e famosa D. Maria f^aesR^ro (aíKM*»
ráahc)» ^[Mwh eNmeaeus filhos ei^eseendêu-
it^cL Ha des tihoe Jfelk (e do yèi> era D^
Constança tanche^ qne oeden a sna parla
asiia«obrinfaa Di«aBeha,lllin4l I^AMi-
se ni, a 4«a mcnen <m Sevilha^
l^dMHnáato, pMBOQ^eata ooiAopacao^
Meneies^ tandadorea do mosteiréde Yili»«i
GeBdsL' lyiaeiea pi^eoeda a Brilee de HaM^
ie% fcnhofh de Gantailhnde, qna taá^
segooiaaappeiaa ^eiie)|
4a>8iiv»^VIdeIínMe).;
Este couto er^compoele'^ treeilngna
xM^qnedepoielònnarcia nmeonoellMv 4^
M^oppitaMoiáepélaáeiéM. . -'h
Fla«i*o(iniaidoTiQ 6ávado^ sabre o-qnai;
haoMiniftae viiinaa «detuna adiÉinM penin
Mnan»! de nna arDcsi
i< ii<
II
KAB
* litorto^MdtoAMBMtedsMndâds
£«ttméo'dai8aiilá Manhftd^Bsnro.
fi tern muito íertiL Muito ga4» • eíçft. .
Itá&iilA<*-<fre0iMia, TfWiiMAMiAlefl^ eo-
«uom d» Mottcdn», «oneeMiáf' d'AUiMid^
da Fé. i60 kiàMÉetro^aoUJIw de Braga^ 3é&
«»IL-d9.Lbboai .70 lagoa* • *
Eia i757 Unha 49 fogM. . .
Orago, S. Thiago, apostolo.
if oabíipaáo da Bnga^ dMrieto adoataia-
JMlimd^ Bragan^ • . .
- Oabbado dai& ¥lMita»' de Caatro^Viea»
1^ a^eaeutapra o ligafi^ ^aatli^ 4(1000
?áis de ooagm e o p*d^aUar*
Poaeo fértil^ Mato gadaie eaça.
. 'PiSUDAr^idragQezi^Tnuí^ea-lloBteayfèn-
eeikOf.coDiarea» diBtiieto4âiaiaAstraiiitPO é
liiB^ de aragaoQa» 2» Ulèiiieiroa de Mi»
mula, 4a0iao N. de Liaèoiw
Tem 160 fogosi -i &
Em 1757, tinha 140^ fogos.
. ^ai% & fienáclej
A casa de Bragapta' (MÉim d^u ít»»
gBuie^iapveamMava/O-ieitor» ^neiíáht^jíéís
« fi' tennt fertâk €Mo roafa.
PjliRADâ^^fBgileila^ Beto Jaiia, ooioavt
ca e concelho do Sabugal (foi da comerea^de
âriNigal» lBaa^: de <eoDeeOiQ^^«siiaclo««de
<2aalello Ifendb) 80 kilonelfoa de Viaai^
320 ao B. de Lisboa» •
. flSBOk 130 logee,
Bispaío de Mvbei; diaMielo «daUamH*
w da^^Goardai . . -
£' terra fértil em eereaes, cria muito §ê^
do^-eé mane «bondaiite. de caça.
BáíBáJftà-N^egiMil^.DQiitfa^ cooaaMa e
concelbe da.¥iMa 4o Cdnde' (lol d% ttMMha
«eatBoa; mae de4Wi«rthed»M*o«deT4ur-
lám) ^ kUdmeiÉoaiao a de «mia» S8S ae
tf*'de:Iiaboa* ••( < - i- . - •-} h. .,.:
'- VsMid fogoai .
Bná7-57IMaAlfo|oBl
, Qrafa^ Sane André»* apoMJhK -
* dombiqiadoi deava«|% dlMrieli^i4a^
tratiTo do Purto. ., . ..
<)e éwaegesmgfiBaa^deiaitevAgeatliiho,
do mosteiro de S. Simâo» da JunfMifl^
fAH
Wi
e flgarfo^ 4iÊ0'iiÊÈm 43I00O
réis de congma eo^pé de aittr. ' .
Mé legar de Lamlaiee, dVst» fregwotla,
i»^ Leapeofe f^Mnaadea da^- Gtuha, «m
qoinu, a que deo^ aemedre«iftifê'daOi*'
. O aea adav (doeCmdiae) era m ll^egMk
aiadeS. Iligiiel4a GMdia:'
E' terre IttliL
MfeABA ^ ítog«eiia» Widlo, «oaafòa e
cotfceliie dos Arcos de Yitte de Yet, SOU*
loiaeiyoe ao C. de Braga^ MO aaHr^^bis*
bea;- •
Tem45fogoSi * -'
Em 1757, tinha 27 fogos.
Orago, & João-Sairtisliu
Arcebispado de Bl*ag% dtotrieie «dmfeUs*
traitve de Vianna. *
O reitor d*Ásere apresesM^âK/Tfiarieiíilè
ittbfl 4I«000 réis .de eotigfba e tépida
aliar. .• - . # ,•
Metade doeste padroado era do lei'D^Bi^
tttiv q«e 4» dea; pdr fMca, eoi 1308^ ao Us-
po de Taf, D. João Femanèif' de -BetlOt
Maior. • •■ ' " •'.-..«>
A emra laeiãde, }á era da^Sé^deTay.
B' terra fertU.
PARADA-fregnexia, Mlnio^ oèmireá de
Yallença, concelho de Coara» IBklloMelroB
ao N.O. de Braga» 410 eo 11^ deUsboiu
TemllOfogon
•Stt49«n4liito7»lbgde;
><Ws«4'S.miro, adYHenlib' -
Arcebispado de BM«a, dUlrieio idmíoie*
trátifo de Vlama:
As freiras benedieilftaa ie YUáne, efM»
eetttâfHi • Klgarfo, cáHade, que- tftibe feia
60J1000 e o pé de altar.
^ i Tem Mkli. 'Oado-e mvila ^eaçâi
" J^AMBA-^^^l^regiieala, '■faittOkQeiiiarea%
concelho de Melgaço, W kfiottwres «e It.
de iragtt, CSOmíI de^Uíl)dk •
Tem>YM'fegsM.- «
Em 17517^ finltt 180 logos.^
'•Oi8gov'Si:jndneder^ '- ^' ^'. , ■ - -^a"
Arcebispado de Braga, districUfaJaitii»
tratiTO de Vianna. * i '
O reitor de & Pedro^deiMba ãálÊÈét(K
apresentava e Tigarlo^ còriadô, que tMttr de
rendimento IdO^OOttifa.
»(«•
• • I
j /,
iSê
fAt
EàH
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i« •
. . *»
qae prodmTwneUenl^.iAii. « . ^ ..
. Sn Kyv/kife:PçM|10l^lilDilis•d'#Ata|Hro-
Em 1720, era este conto possuído pelo &*
atlo ^ ittio Pak), Hmoal d'4iii&iuQ GaUas,
de Valladares; lOMtiobaiáiperAidajaaiaiQr
parte dos seos antigos priyitagips. . .
M<ie « Cita feegoszia, para » distiAfiir
diB<m|ra9, o.iieaie.defPar<KM 4^ JfeuMi
. jPAIASA^-fregiieus,. UiidiOt ceanireae
eonceiho de Monção» ISO kilometros ao Ii40
Braga, 4S0 ao N. de Lisboa*
Tem 50 fogos.
Em 1757 tinha 50, f^igvp..
aratii,&l[actínhO| bispo.. . .
Areebispado de Braga, dislrifilo idipitoâs'
liatWte de Vianiuu
A casa da ByMu ipr^atnlavji « ibbidf^
qae tinba 120^000 réis de rendimentii ^ o
p6d*sltaf.
.ÍQOca íeftiL AliW .g|ciftí.mút»,4:^E0i»
SDM^ •mindai.
PARADA— fregaeda. Beira Alta, cMar-
ea de ."Seot^ Q^oA» Sâo» >ePMeilifl d9 S.
Joio de Areias^ 30 kilometros de .Vi0eu,.|OO
«ftM*id#Lisboi< .. .
fm 3Q01DPNU :
Eflst7K7r4iahaa2fcJt)go«« .
Orago, S. Mígael, archaiyq^ . « . i
Bispadoedistri0l»4âmi«iiliai|i;i^ywa.
A mitra apvMSitam o. alMl% <yM^ Uiha
5QOMeO réis de rt^ndwra».
£* ama freguezia rica, efwmenitodoaes
Cria moft^ gado de tod^a ^aii4»d% mal
e cera. Tem caça. .... : ,
No legar das P^Êoai,. d*«talry»fqM«« ba
ia repelia d^ Saoio Amt^ ^pie 4lMt4A#> a
i9Asiai|eirodeeadaaii90/' , .
PARADA 9E£(9f9D».-^egt6»«» Zrai*
os-Montes, concelho, comavea» diairioto .ad-
ministrativo, e } Uavem»» m VX)*:de
YiUaReal,75 aoN.&«e jRnK%9Mi<49N.
Tem SOO fogos. . . i
OiMP* & Ckriíto^ão* i
Arcebispado deJtiViíu
que tinha/ttMOOi réía de. rendiméBia » 6
pédaaitVà . i
E* eata fesgBeda.atrajvasada.pélMièfa
estrada do Iteao^ .passaadi^Miè taáihiB m
Si,.a da RógaaiMura VUla BmI^í
Tem uma fabríCM (aftffomo) âe.t^ttia|.q«a
óa melhor das pimaciasáo Norta,f aioMa a
de Braga.
. firodat dâ JQ.a Mmllbtiros por annd.
Janto da mesma, e noAm da fiatoaçin^
f«eaa>o> rio de MaahadoS^ ^na reja oaoÉn-
•pesdajniheira 4o joMsaiio nomo, que sa^iifà
com a de Gabrít^M4^aa fofBBawma íer^
til bacia, de a kitaneMa dd.exieasiii
uK n'asla -fregaszia a rasMeiHfa «da«.
Bernarda MaMeiro Cabral 4e fVascanpglo%
adaltfs eanalMro» rlCQ .pDepriafario,.q«4 M
official do exenúle neaiata, conveáciooaia
em Eyora*Monte.
Em setembro de 187ft»Jifliixe pai» entes
sMDanmahaneMtappsptada. . •:
. Si0 yjiiA. lleal»; ctbia 4ima gqmd» tm
Yoada, e foi tanta a chava, que em^-podioa
momentos se.iraBsfomaaaiiatnina^mia-
gDs^* » asMgMoa em tornmtea aandalo-
I
. O rbfiécioi 4IQ0 BiinBtas amas biaocHt*
pMameale aAÓccvappareeea da rspentanoSf'
vertido em rio candaloao e frettenia
Em Parada de Ganhos»* oaltio tm. rAio^
matando dois porcos om.aai cadacaB% e
amuiQA ama aapaUinlia ^ne alli^itaL.
Doas creanças, qae estavam iemjoma úêb
casaa ond» anlraa ^ .laiv luida aèflre-
min.
Na oatra casa^ partia nma anM ébft^
«n^lie» bpc^dm^ di^anada-aa aia/ Jttft do
dwqi»^ lem offander aonaa AlgwML .
Bo«ve gwulss pnjiiâea- na. esândAida
a^gnt itiMw«i^t^ ficando toulmeaie de»
troida, na extensão de 80 metros Oiefedir
lhe o enxarro ama escavação áo 10 monos.
Foi tão violenia a lempeatode, qtoaâro-
meçoa á esliêda»4iedraa)de laos^diawimíea»
4|«f^iirMa fMHoiiar CaUi^ M pi:ecliOi#io«
bral-as a fogo.
AliMilavaaAoiia aaA«Mi«Myi»»*r^
KAR
PAft
459
-' I
I
ta, comarca, concellM B-fi.tíkNUlMitaik
da4à|ita•.^àiB% IDf aa O. ttat Lanato^Aao
ao N. da Lisboa.
iM aio 10901^
£Bl7»7»llBha.á«ftiéfaa.
fingo» & Idio Btpliiiii ,
aísiiaili^ da Laoego^âiiliiÉfa ateioitfH^
Ilf04d VÍ8ML >
O reai padtcad» taiwaaiMttwa i^alikad^
qaa: tlD)ia MOiOOO^jBiiB.dA laDéteMo* .
.Foi tiUa^ «.'*e«naoi .acM.JiHÉçatf- 4^fB«
priaa.
dai i«Uai « Ift áe dÉMOtap^ éa dttUL (jL*" dv
/QwaM»iioao« db Bmrm^íLÊàwmm^ caLli^)
• BilfialaoibeBi'pacaJláiiMnidí>^Fáil9L
• O M« attticoMina«a£siriida^JMnf.a
4oi<pM Itedà o iiaaL
Meão, ó ama bonita poyoafio^: a niitf ^
UhNBetroa.a âi da eiFoia ■idri& . ..
bdoa laboift^QaSatbaréAaaBpiapiio
ds mpUMfw Mia pQda:8alianpQr«ia»aadaa
O ion tenttomiéflDbBflMdaMaidnlaAai
ttaatoaikaigaiifrvaiila, qfm aip motelBClflÉii»
por paasaiMa par aUaa >taiiaa lifeaina fM
OBTesipL aiartiliiaBiv.;9ala.qDV A< ata»
daota efli;iaÉn oa pMawon nçricola^daiio»
aa^aUma^- ,^ : .« a.
. Gcí&«a» omito fad<^ áalDda a^qaiídadf,
■ai » cira«.e nda aaaa «flntaa'lia»nb<wlan»
cia da.aafa ffoiaa^ Bidda*
O aaa ctima, poato ser e»iaiah% tf fauiai
aafdaaaL
Nio iMwado aifillarft^aiianaod da. talhai
aanao afraoda diataaaiaA) tadaa aa«oaa4a»
saa sao cobertas de ardoiiaaiidiMis^ au lat
geaa. da. eiaaiio^*#fii|aft .tambiB éiMUva-
nJaaanrPdgfc nio.iaaraaíkiCQai oncBta^rfaa
4áa¥eiaa aqnibaaiaiMstiolaita;
VAadifisa bana: jpiradiaa»* anaamridna 'Cte»
pdr lageaf' iianafiaiaBi' «m lardai-tar
A dgraia parasbi^ aalà. Andada an «ma
deva^y d'oBda se Yé grande parte- da ÊÊêt
fneaa* • ,'':-•<
£ aaúgi^ dai|niaa6mf%aaakettiC0i»
ifiiiday daia a boaiia*
• iQstaalpélipaiMiMovaanwtodaplMa
ns^ iepnsaottfliio aaatéa a difaraas;panDt
• o aav ialsiiQr' coBaervanae cóai gradda
aceia^^tsaa maifobanaparantontoef devida
á ioNieiliide da sea acaaal abbaès, o ar. Bevè
nanditta Aaleoio de JMva, ipieó Qai< digna
e zeloao ;pároe(MS
. FlRADiè M 6inil4m da Ginn»^*-fre.
gneiib, Minho» tomajiea e concelho de Tilla
Yarde .(M do aztineto coiioeKha do írada^
comarca de Braga) i2 kilometros ao Ni>*
da Jaragav .360 ao N. de Lisboa.
• -TaDHdOiíogDBi . . *
•IfioiâMKr.aahalMíbgoa^
. ;Odago^S. Salvadar (aatigamaniea Transa
dgva«io^
- iMsUspada a distrícia adminisarafivo da
Braga.
r A^nii*» apreasatava a aUbad% foaciiiha
agOgidQ léis de fandbnaaio.
ET iam feitU.' Moita gado « caga. -
IPAMÉAA U npVM^-Hridela, Beira Afta»
fregaezia e 3 kilometraa^da & Miguel da
Oateiro» comarca e-concelho de Tondella.
(9.* ^1^ pag lât, «oL ft.% ioo flttv)
: 1\M lOOdsgaa. (A aidate.)
• BT. povaaQla amlqaisaiaa» e aiio aa saNi
aan aaiaaaa aatyaiaiogia da pabwa 4IaniÉL
Im dooQBantoa amigos savéesleftoaia
candpla^dlvsfaoa modoa«- '
9ak waaapartaaaatd^JPanadadtfaifti^am
annas^ Mmda da Cêt^^ a^- inalmaBle^ em
otttnuK Pamdm dt OMoUl >
A 115 kMamecroa ao NJB. da Viáeo» a 9»
da ParadaidaOonta,'ba'imia potaacaacha»
«ada-CMo.
• .l\Mnariád*eUa aaaiwanoBietNioipalraae
pwvavet.
• Bea InaiS' próprio- a aebrenoae de Genlé^
porqae o foi a villa de S. Migaal do Ooiat»
fo, é mesmo pe^qae a podaria ter sMo asta
aMÉía»
iPatfta do .pdva^'.aa Ol, ba nm sMia ahat
mado ainda boje, P^dra do CmUo^ qm é a
limite entre esta poToaçao e o território de
flabogosar
. >|Ã.aa.aá.^pa'asiefaaliqlQni.Bareada
eoQto^. ao: da alceia aai da fitta..
JViwida.da êonááiw é qoa papawca asaia
46Q
PAR
. í AR
tarda Uág^) 7^ kilomettroi aa NJLide
Bi»gA».4tf «p IL de Uàb09^
Tem iSO fDgo& . i
Bn i707»tiBlall9fogoft..
OtafD, NoBflá Sentttra âa Amuhimío.
AMeMspado . ita Bnf».
O leUoc ie &. Nicotan, tpmseattm. o vík
gaiio, coHidQ, 4«§ tiBhft liOQIâOOiféis « o
Fé â'iJcar«
£* povoação . miiio «Bitig% e -foi viUa. -
D. AffoDSo III lhe deu foral^ em agottode
iS5«. (!>.« 2/ dr D»Qç9es ia D. Affnííiam,
ÍL i^ ooÍ4 i.>^
. Pcueòs.^ereaa^^JMBiTiiibOygado^eniii*'
ta taça.
PARAM ra XiáBfi A ou PABiJU TIOh
DEA— freguezia. Douro» comarca e ^ kiki*
metroaao O. do P6iiaâal,.B(taia8yM dePare-
âaa^ ti kitaiiieMa ao Jl& doPoito^ au^aa
lideLiflbfMu
Tam ilO logo&i
Em 1757, tinha 75 fr»gos.
Orago, S. Martinho, bispo.
Béspad» o id&slrkle admirâtBaiívo ^o
Por|o.
O reitor do collegio da Graça, de Coíoè*
lMra,ipreiaiiKavae«iin^ 400 tinha IIMOO
réia de eoBgnu e o pé d^altar* •• ;• ' 1
£' terrafertiL
PARADA SP .BI8M-i«la, Beira Alta,
eeflMffca, ceBeelk% biefado^e Ikitometaoe
de Lanego; 9m kiloMetme aoi li. de Ua*
boa.
Tua 60 fegei
Em:i757^ tinha S5logiM.
Orago, Saalo Audié; apoalolo.
Districto adiÉinÍBtBatin> de Vlsea» <
A camará episcopal de LanegD,apieilin*
Uva o vigário,. ^|«e tfailui 8QyiO>0 iréíeide
congma e o pé d*altar« . . *
£' povoaçio muito aniigi.' -
- D. Sancha i a,lBa^ttla e. lhe deu íèiubem
fBvoreiro de: iâM.
D. Dinix lhe confirmou o forai» ém* GoMn^
bra, ettr.M99i {L,* ^.^MOoà^a^ ^ têiiD.
JUus^ i. Mg enl. 1^ iri«ne.>
9e«P8e4M o nené de Parada io Bispa^
desde %ael>^ AlÉiaar I a deu tm^kppA-ib
Lamego, como adiante direi.
/«iMaihvieiia, «eosÉthtai, aé por/sii^ttm
eenMhe iodepenâemeé com oamara, iuiasi^
eserimea, etCL, e qaeiii:4Qprmiide depeio
de 1834^ e^onesadoAo^deTaldigein; e, len^
do este também .sappfknide, pâaaaramiaaa-i
bas as fregnezias a fazer partode oenoMío
dèLaawgo«. .■ ■* "••' ^
• Ainda «eosérai o aeu aniigo pelourítihay
como padrão de iÉeBÉoiii^4e»;tettpe deoan
autotiemia^ . 1 *. 1 •"> . < -'**--• >-* i
ivpamda detBtopeuxia povoaçSo pe4iM«
na, •masieituadaeÉi' bonita »poeltio, elUia
algumae eaiae hdaci e «ma aumptiaeta» é«
sfw;ta6 de-fiequeim Olíva^ répfesenttAtoi
d'*etSei'8eqn0iria^aalígae nobre fsinill% 9»
teitifdade á patría.inandinea de campo, %
outros ^uHneoEiítaetaVeisif 1 '
O terrílorio dá tipogueaiaié baeiante io^
til, e muito abundante^ deioptimos agoip
iMvéma.saa prlnelpai produeçio édeM^
nhoe
'.»j
A> fMãifa d^ Ba§aéite^ .<a'e0la < liregueA
zis) que foi. de Luiz Pinto deSounalW
hia, O'é4io]e"de luifliha, ííw^ ík ília*!
ria €andéda; Mnto de €ouaa VaUa^ 6
uma propriedade autifuittíma, qmWf^
pFiooi^ioem utt usostihfo do anugee-ie*
aettícilno% tondade no fL^ ou 7.'»' seeole, é
que fbi baataote rieo^ poia tmha dávenau
haixúiariai (eaaaoe com Juntas de bei»)>tani
to n'esta'1k^B[uetio^icomo oa^aifèm dleeiM
«a de Dowo, rehegndoalé ORoel>% Aei»
deme e Gididélhe.:
Na margem esqiHOda^ eompffhendiftOfl
teivMMrioe de HnntUlM. (hoto Fob e Mile
ê$ WéÊMbo^ seguido aé vô dé-um íq&ês^
menlb da Sé de Lamego, de ii5tL . ' t
'OmMeiro est»ni eéiflcado,> mesiÉo tolòii
cal ènde bofe ee vé oipalaeéle doa sraiii¥i4
Maa| poUfW^ ainda ha^peuoDeaBníM, Ihasfri
do-se aqui umas obras, para ampliar ncesn,
se achatum aHeeròei, ceoputans^^ceA^a-
sadas( denoiando tudo muita antignidada^
Ob «sODf es ahauiottaniB èstomestsiioieni
71d) foghudo is: atincidadea. Aso motiHMg •
parboe que Éte^tojMMwanr avir aqui<e8tahev
lecer-se; porque» veoM que em §1i^ aám^
PáR
PAE
tdl
éè^ (ètt» natef partB> d» qv» tiQha tMb tos
monges, 4o 4«n^ âê Diu$» oon/toor, €tifls^
la?ao, e fez d^isto dottçii » D. Primo, ibiba-
diiée.Ld9Y3».*^Sm #73, Dl Itana, OQ Mn*
títft^ mãe-âe €hristoiíiOy eonirlnsa asu 4oft^
çif y f^Ai à/»i# ée êm WMrêiOi IX Virmudo^
^ pela sua. {L.*'âoBtnMmèiMi êe,lM9ãê(,
a* 66 e 57.)
' Mos ttDDM de itIíBj 00 iiKNigOB'd(t U)r-
^Ao; dorm b mosteiro de Bagaústts n todas
«s saasdcpeiâe&^os» » D. Aflòiso Boutí-
i|feee,.reeebeiido em troika, Tariaspvoprioda-
de^T no território de Bakédas.
y. Mendov M8|>o de Lamefo^ «om o coo^
aentimetiio do seit eabido, edo aroel^ispo de
inf% D. Jodo^ na era deltOS {íli(^ de ^-
oas£hri9te»), a rogo de-Di AHònsa HenriqueB
'(porqfiie ao rei tinia f^lo este pedido, saa
«MM^ D. Tbereza, 2.« mnlber de Ik Bgaa Ito*-
niz, fandadora do mosteifo deSaliédas)«oe''
dn todo' o direito eplioopal que tinba «m
flál£éda9, aos religiosos d'este mosteiro (de
Msádse).-»^ O rei, deo ao Mspo, em satisfi>-
00 d'isto, aegreja e eonto de Bagadste (foe
tfésae mesmo anno, D. Aflonso tinha donta-
do), e a referida D. Thereza, deu também ao
Uspo, dois casaes, que tinlia em Yilla de Rei;
o que tudo consta, de «ma carta, original,
que exiete no«reliivo eapitiilar da Sé de La-
mego, da mesma era de id09. (Memeriacktt^
iMlo^ca do$ prehdos de Lamego, pelo padse
João Mendes da Fonseca.)
Ainda que algumas âa»proprledaâes que
foram do mosteiro passaram para a casa dos
srs. Montenegros, a actaal quMade BoffaúS"
ta e suas pertenças, ocenpa ainda mna vas^
la Ãrea; nasdaas margens^deDouro, e é uma
das prineipaes emaiorA^propríedades d'e8*
les sítios.
' O vinlio qne esta qninta prodnz, é de qua*
tidade especial. (Adiante menciono as oníras
qnintas que prodosem vinho de mais fama.)
A pag. 61 e 62 da citada Memoria se faz
msiiçao de uma esoríptora, em pergaminho^
eB:istenta no arebivo eapitnlar de Lamego, e
lavrada pelo tabellião Affonso Gonçalves, em
S5 de setembro de i4(N^ da qual consta qne
Nono Lopes, escndelre^ e soa mulher Clara
DemihgiMB, da cidade dè Lanbego^ doamm
ao bi^ D.Gonçallo Gon^ves,'9t^ oamç a
bdfpo, mat ecmo a QúnçtOl&õnnçúiões, mm
casal que tinliam em Parada.
• Vé^ie pois que houve n^^sta fregaeiia, e
no' iitlo ainda infe^denominado Bagaútte^
mn convénio d*este nome, qne jà no seca*
lo X (em 970) f(M doado ao convento' dé
Lorvão, por nm tal servo de Deus, Ghristo»
vlo-^e qne nos prindpios da nossa monar-
oMa en da coroa, pois o dea el*rei D. Af*
luaso Henriqaes ao bispo de Lamego, D. Men>
do, era Mca de bens qne os bispos de La*
mego possniam nas Salzédas; e pôr ser dos
biqMs de Lamego^ desde os princípios da
nossa monarchia, a egreja e conto de Ba»
gaúsie «- egreja qne foi talvez a primeira
BNílriz d'esta fregoezia de Parada-^se deno*
minou o âenomina ainda he}e esta fifegne-
úik^Parada do Bispo.
B além do «onto de Bagaústo e dos disl*
moo d'esta paroehia, tiveram aqui os prela-
dos de Lamego outras terras, como foi o ca-
sal doado ao bispo D. Gonçallo Gonçalves»
por Nmo Lopes, escndeiíV). '
D*este convento jà nem memoria existe
beje B*es(a fregnecia, mas é certo qne oc-
onpava aproKimadamente o local qne oo*
onpam as casas da qnlnca dos sn. Yahfas,
porque reformando-se a casa nobre em 184^
aiti se encontraram três sepnltnras com os*
sadas homanas; e também alli tinham appa*
recido mais sepnltnras e ossadas em iBí%
quando os donos da quinta transferiram a
sna capella para o local onde boje se vé.
Em tempos remotos, um bispo de Lame*
go emprazou esta quinta de Bagaúste a uma
S(4>rinha sna, pela quantia de quatro mil rs.
annuaes^ ficando a mitra senhoria directa,
como ainda é hoje; e tinha esta quinta grau*
des privilégios, como foram— não pagar di*
zimo — ser obrigada a freguezia a dar cada
semana um jornaleiro para trabalhar de gra-
ça na mesma qniata--der também a fregue-
zia obrigada a limpar e compor o caminho
desde a povoarão até á quinta-^não poderem
03 habitantes da paroehia cortar, de certo si*
tio para baixo, as agUas de ribeiro que dee^
ce de Fontéllo e banha pelo nascente a quin-
ta—se a barca de Bagaijiste, sempre e ahida
€64
HAH
. Irs Mo fÈÊmno te Ydledda B; HnteHa-
xinteft das Neus Pereira iaGanua, easada
ffom Uú eomo ar. doator I0SO Miritlfflrgm»
Uynr Vbwb Cabral» e miB do sr. úoun
Aeado Mergulhio Cabral llaMo e Gàiu^
qba aqoí tam ama bôa «caM e tuna Ma
qiáiila, comoijidiase. *
Em 1834, renairaai-aa para T)V6iaraii'et»
u IrefOMia, gelo imsbirterai^ d'6HaiMi»»
raes (hoje todos Mècidoe) qiaM d'«lisi
egreMOB das exilnetas ordena reUgiosaÉ^ e
todoa qnaira pregadores
. Doía 4'eUes;ii<padra Late PeníraBoipa»
e o padre António das NofOft e Carralbo^ír*
mao â'aqiiella D. Maria Maximina) foram
oradores sagrados de grande CMoa» priman-
do aqnelle p^a energia èi fâirase e ^gof
da argumentação» e este pela amènídadeido
eetylo e parara da Ungoageol e doutrina.
(Tide Fc^dt^.)
PARABA DO ounao-Já » pag. aeo,
60L l.«, ao fiai» tratei d'e8ta fregaetia» sob
o nome de Outeiro; mas» como depois d*is*
so obtive mais esclareeímeates» os dou
aquf.
E' abbadia da easa de Bragança.
Gompõe-se a flpeguezia de quatro poTOO^
çQes -- Outeiro (sede da parochia) Parãáa^
CeUa, e drhussêlh.
As duas ultimas fieam na serra de Geraz,
e na diraita éo rio Bêrêdo.
Ba na freguesia três capellas» que sio^
8Õ0 Payo, Junto á povoaçio do Outeiro-^
São Mamede, em Glrbuzéllo*-e No$9a Seniko*
ta do Amparo, em Parada.
Está a fregnezia situada na margem ech
qnerda do rio Berédo» e direiu do Cárado;
correndo este ao S.» e aquelle ao 0^ na en-
costa meridional da cordilheira de montes
que prendem com a serra do Geriz» eom a
qual confina pelo O.
A maior parte do território d*esta fregáe-
ria fiea em uma baixa, «muito abundante de
aguas» pelo que produz bastante centeio» ba«
tatás, muito milho, feiJ3o e outros legumes,
e linho.
Também aqui ha bastante eéra e mel, de
boa qualidade.
PARADA e BARNSO— freguezia» Minho,
comarca e concelho de Villa Verde (foi da
HAH
rániara de MdB4ie Bcphdoa» coonéllio
Villa Clfan-^eoasarea a oonealhe M««Blka«
€M^ ItldloaMiiraaao-li. deBragi» tMao
N. de Lisboa.
Tem 190 fogos. - ^
Ban tTirr' tinha 180 lotes.
■Orago»<» Salvador.
Areebispado é dMrieio admloísiratlra^dé
Bnaga.
A mMhk apresentara o abhade» qae tiaha
TiOiOM veie dè ff endimento.
E* terraaortiini f(snil»^m lodra oaganoran
do nosso clima.
Cria muiá gado» ÔBtoáà a qaalldadd» »
os ioor noÉles' tixy aImndaatM de eaQà»
grosM-e miúda» =0 a'^ee se cria noita cera
e mel.
PMKâDáNÇA^-Apegaeeia» Traz-^-Moolea,
cooseAè de Mondim de Basta» eomven Ae
Yma Pouca d'Aguiar (foi do mesmo eeaee*
lho» mu da eonarca de YiHa Real) 04 kl*
lometros ao N.E. de Braga» 379 ao N. de
Lisboa.
Tsm 70 foges.
Em 1767 tinha 33 fogos.
Orago» S. Jorge.
Arcebispado de Braga» districto adminis-
trativo de Yllla Real.
O D. abbade benedietino» do mostefano de
8. JoSo do Ermo d*Amoia, apresentava o
cura» que tinha iOMOO réis de côngrua e o
pé d*altar.
Terra fértil. Gada e muita caça.
Paradança» é» como Paradella, diminutivo
de Parada, no portuguez antigo.
PARADSLLA*-^regaeria» Douro, concelho
de Sever do Vouga, comarca d'Agueda, 4S
kilometros ao O. de Viseu» 255 ao N. de
Lisboa.
Tem 80 fogos.
Tinha em 1757, 61 fogos.
Orago, Nossa Senhora do Loréto.
Bispado de Viseu, distríeto administrati-
vo d' Aveiro.
O abbade de Pessegueiro do Vouga apre*
sentava o cura, que tinha 6#000 réis de «on*
grua e o pé â*altar.
E' terra ferf U. Gado e caça. Muito Was
laranfas.
Paradella» no portuguez antigo» é diminu*
ihro Ci Pindi; QO00 qmmMí^maMm^
6tl pêqaetiA Pimiik
e conéellio ée BarseHM, 18 kÉMliètlot ao
O. ^ Erâgi, 360 ao N. dè LMmmu
Tem 80 fogos.
Bm 17«7 timia 54 lb«o«.
On«o, flaâu HarkiliayVirgMBOtiiiftyy.
Arcebispado o di^icto adadáiâtratifO de
i>Ai
m
O reitor de Cboreme, apraseitova o ^
fario, ooMado^ 400 tinba 6DfOW rtia e 6fé
d'altar.
Fertfl. Gadoeeaça. ' ^
MlUIBLLA-^regaeiia, Tm iíêlÊmàes,
eomafca, eoneelho, e i2 kHoinéam^ê Hl^
randa do Donro, 480 ao N. de Uaboa.
Tem 80 fogos.
En 1797, tlliba SOfogos.
•Orãgo, Sanu Marfo Hagdtfèfta.
Bispado e distrieto administrativo de Bra-
gança.
O abbade de 8. Genezio, a|ll^eenta¥âo
«ara, confirmado, (}ae linba d#00^ rtto #e
congma e pé d'altar.
B' a povoação mais oriental d^esie nUm.
PARABELLâ— freguesia, Traz-oa^HoMê,
comarca e coneellio do Mogttdoaiio, 18ft U«
loaíetros ao N.E. de Braga» 405 a» N.'#e
Lisboa.
f eiÉ 90 fogos.
Em 1757 tinha 70 fogos.
Orago, S. Pedro, apostolo.
Arcebispado de Braga, distrlnsto iKíbnMs-
trativo de Bragança.
O prior do Mogadouro, apreseÉttáfva é v(-
gario, qne tinha 8j{000 réis dè congrna e o
pé d'altar.
PARADEUA— ribeiro, Minho, úk firegne-
zia de Santa Isabel do Monte, concelho èò
Terras do Bonro, comarca de VAla Verde.
No sitio de Pontido, jmita-se ao rio de
Nassa Senhora da Abòadia^ qne nasce na
mesma fregnezia de Santa Isabel do Monie
(vol. 5.«, pag. 457, col. !.•) e descendo aper-
tado entre alcantilados rochedos, e, depois
de atravessar a freguezia de Bonro, desagua •
na direita do Cávado.
Béga, móe e traz peixe; sendo saborosís-
simas as suas trilocas.
vounavi
I* itm véséido por dnae pontes de caiiu-
fii^ dto nm i6 arco, próximas nmadaontra,
qne ficam ao S.E. da egreja do Nossa 8o-
■àera da Abbadfa, e dão passagem para as
capeMss de 8. Miguel' e ae dos Passos de
Ghrislo; para a Pbme da Senhora (da Abba*
dia) ê para a de 5. Benltú da Paria Âbma.
UÉia oiielaj em novembro de 1868, armi-
noii estas dtias pontes; mas foram ponco
depois reedificadas» a diligendas do actmd
eapellio.
PARAUniiA-^fireguezia, Donro, comarca
e«ODcelho dé Arganil (foi do extincto con-
celho de Farinha Podre) 30 kilometres de
Gòimbra» Í10 ao N. de Lisboa.
Tém IflOtégos.
Bm 1797, tinha 80 f(^(Os.
Orago, 8; Sebasiiio, martyr.
Blspadoedtstricto administrativo deColm-
bra.
O-vIgariò de 8. Pedro, de Farinha Podre,
apresentava o cura, qne tinha 50M00 réis
e o pé d'altar.
B" terra lèrtiL
PARASBLLA^-fregnezia, Ttaz-os-Montes,
comarca e eonccAlio de Chaves, 105 ktfome-
tros ao O. de Miranda, 480 ao N. de Lis-
boa.
Tem 70 fogos.
Bm 1787, finlia 71 fogos.
Orago, Nossa Senhora das Neves.
Bispado de Bragança, distrieto adminis-
trailvo de VUIa Real.
O reitor da Castanheira, apresentava o
cura, qne tinha 6OM0O réis de rendimento.
E* terra pobre o poficO fértil.
PARABBLLA— fregnezia, Traz-os-Montes»
comarca, concelho, e 12 kllometros ao O. de
Monulegre, ^ ao N.B. de Braga, 415 ao N.
de Lisboa.
Tem 78 fogos.
Bm 1757, tinha 28 fogos.
Orago, S. João Baptista.
Arcebispado de Braga, distrieto adminis-
trativo de Yilla Real.
O reitor de Santa Maria de Viade, apre-
sentava o vigário, coUado, que tinha éOif 000
réis de rendimento.
Tanto esta freguezia como a de Ylade eram
dá' commenda de Fiães do Rio.
90
m
fAH
qjae foi ^ piii^Ú9 s^- * -' " t
, ^* (rogue^ia 68tá 9itDa4a qa A^milVàiA-
^erda 4o rte Cávado» ono e<irr^jao.M^. .. , ,
è ahiuidaiU9\d'agQa^ e. prodpi c^l^o» baM^-
tasi ^oitiv milbo^ feijàOfti abQbor«l4> «ifQdia
lafpbpm.prodazir, (omio aDtigfiQieMftpr^dAr
:|íii) aipim viubo yerde. , . ,.^
A povoação da Ponteira, pela SHttPitllí^ ,
çã^. loais ato* é j^oito poooaitatík - -
. Ha aqoi umi^ capella pablien, pa^ium^ e '
pobre, ilediçada a S.. Jo^ Baptista..
E' D'esta frç4(iiQzia« iDomaii|haqiê4a Ac^
cha da Ponteira^ de uns 8 kUogietiQf 4d cpm- ;
prido, no qaal,.eia.tai|ipoii 4^ig08 «e^ra-
biram formqaa^.AOOieibiatac^ âa« Q^afa* se
fizpram aigupa. jideree98« (yi4a J(<piiffi/«-
JK^.xxWPAte.é consumido ^ ptri^^sf^a e
aigona terra .árida; pelo que bSq éwn^-
ptivel de cnltara. .. . m
PÂRÃDELL—vilIa, Bei|>a lAltai eQn^ca
d'A^mamary Qoncelbo de Tabpfliq»^^ Úlo-
matros da Lamego, 335 ^.N. de Lis^a» ,
Em i757, tinha S6 fogos. « <
Orage, o Espirito Santo. .
Bispado de Lamego, diati^pto-«d«iiiii<ra-
tivo de.Viseia. < :
O reitor de Sendim apresentava ^ enra/
que tinha 40^^000 réis de.cojDgma ^ 4> p44e
altar.
Esta fregnezia está annexa (i^ aecl^aiis*
tico somente) á de Seodim.
£' boje uma povo^tçào insigniflcanl^ pas
foi cabeça de couto, e é muito antiga.
D. Affonso III lhe deu foral, em Pinhel, tt
3 de outubro de 1256. (L.'' í.'' ieDo^çdes
de D. Affonso III, fl. 17 verso» eqh 1« «^ e
L/" 2.» de Doações do mesmo reiy fl, <5 v^so,
in médio.
Ha na freguezia bastantes caaas rieaa, e a
sua egreja matriz, posto ser muito antiga, é
sumptuosa. ' .
Nos limites d*esta freguezia^ e na margem
asijuerda do Távora, 3 kilometros abfiixo
os célebres tastellos dos Cabris, ejustaoins
HAft
frades bernardos, denoMlMéQ da .6i*Mf49f0
.. EoíilfiiNMQ^iPfdoa MwBtoa das. M$iwr
mãos D. TMm (isrQflBBHor 4oa T«noaM>*
D. Rauzendo. \ * - •
Principiou, segvif^ a* t«adíflçaa, foiiWDa
.^(mtínta4a>«i9i9rPfWt4WP XaÂfparififiate e
Jl^Qail4al»alr4k Qjei^^^lbidicOf .
E* um logar pittoresco e solitário, fujtttip
4# iWf^Mimia Koçli^^o, a anaps^do^f luna
(if^ aiMfi Imas .p^lH^n#M»v4araa^ 4^» grafiJIp
altura. ^> * b
Está boje completaipantadasbabiteda.
40 hrtíwif^ VWiW O ha^iama, a íbiM»^
Ardin§§^m Ar4W^&^k^ da Al^Boazan, F9i
mouro da Lamego; o qual,^()ndo w^fsua
filha se fizera c)isifkt|iiv.a4m,fne9nip ih.lT^ia
aasassínarjgfSHXliaodo*^. 4apQia 4o ria Ta-
Consta que, depois de benzida a masfui-
.t% AH^fWprÂmairoaijfnii^io^iUR» m#g^^^-
m94f>^ Aelazio, qu? depois vaiu a aai l^sab-
bade do mosteiro de. Tavqra* q^a aqui ae
luii^^/a.quafai primairo.damanges.be-
fi^ctloos (iãpa qttíuis aa^dava iÇ9ii^<^,tita-
.IQ éfiwmggStf^fWSt m rãaão ^a,cdri4€|^ea
I^Mt^.a.fme (iaj^il p^stua.yiost^i^Ad
bernardos.
D. Pedro Ramires, e seu irmão^ A..loão
Ramires, filhos da P, Jlamira Pinho^esi^aine-
tos da D. Pinhon Rauzendo a da D. Çancha
ii(l!9A9ib A biSDdtos da D. Rauzendo Rami-
res» irmão de D. Thed(Hi, o l."* d*este nog»a»
fA9l^. A 4m á (f ron/a do Tédo^ e ao rio do
m^^qi^ jKmie^ e que ara neto do rei de Leão»
D. Ramiro 11, e da famosa Gaia. (Vide Anca-'
ra^ riaO IX PedrQRamiras.a sduirmio,í)4 João
RamlraSy repito, mudaram o mosteiro no
anuo/de i(065 para o sitio actual (a villa de
lEá^frora) e se.fiaou desde eutào denomiiuai*
donosteiro de S, Pedro das Águias. .0 qoa
foi cionfirmado por o conde D. Henrique a
ana migdhar, am 1101.
E' da aabar qua D. Thado a D. RauzaR*
do. Já tinham feito do^fSa doesta sfttío,.pant
o tal couves^ mas as dois bisnetos Ai D.
Rauzendo é que o fundarajoa.
SiiawiiMidQ lem^iiiiê ndkfM). Om-
^* AftMMO» cbMD AUie% que l9iNiai«^i Pi^.
di« Alwe«49^D. Tbe4aii Ram&epdf^ Dl Ib«>«
w^ n/kwmi»^ fi. PinboB-iUiuiQâa « Ih Sl^
vira Ramendo. ^ , '
.B'a9l0Si pftiteedeiQ •ftTáYoraa.
..•Pov^.eiirMecwi .iraosereTO algttii» Uttfio»
do prmíQ qua ;os dais fondadora» íteeni»
KM
Mf
,1
• if
I ■
•£01 oâme áQ'Fsíir»i da Filhote do Sipir
fvil0 âaoHfe^ amoií. OoTide Mm «i .I0d0la«>
«§(«1^9». a praza que lizerajii D* Pedro Aa*
unírea e D. Joio Ramireas» aailMa Irntaos^
«eBMwbni» por si eseoa flibw e-por toAaa
f09niçã.4kae.d'QÍlae.da8«efider, aeeim iiadoe>
«^Mio ^pêtoe^ per oeacer, eom oeíifpuie» de
tS( Mhro de Tayora. ^ . . para. ^m qaanto o
«mondo jdarar, amen^aasliii^ala. FirmaraiDs
«aa p^Ue «aos e betjarâfli^^ae^ porMio de
«bôeea^ e* os frades poseram aoas mãos Mt^.
«)»jie os ^octos. GvaAg^Uios^ elo^f
«Sotreas (^rigaçoes doa fradst^fK M'
fvee demaiidaj^siDos (os fimdadqres aosfra*.
fdea) sjuda de paOi oa de vioho^ oa d^lu-
iver, oa de boi, ou de vaceai oa de.iiâsUp
«oa de gado^ devedesiM^o^ de das» e poiende
«Y0% damos o casal em TavQi:a»^in ^lobaa
to alvores i e souios • e cem lerras e cem ií«
«nbares e com foiítes e com buaa entradas
«^.'ealMda^ e perteaças iníorauidos e como
«parte pelo souto des monges e vem oom
«Germeiios, e vem com PonteseUoa e com
«todo a território de S. Pedro assim como
«deaieeQde em Távora, e d*aqa^la parte d'a«
fiem de Paçôo e da maior parte da Erve*
«doza. £ eu Pedro Ramirez, beijei as mãos
«a eirrei D, Fernando (de Leão) pela Eapi-
tDho»a.e por Rio Torto, e pedi um portei^
<ro e elle in*o deu, e andei com elia-per-
iteúroi pondo marcos de redor da cdrea do
tmosieiro» e eu e mea irmão, fizemos a
«egreja de S. Pedro e as casas e as vinbas
*e procuramos o mosteiro com nosso hi^ver
«e eom nossa i^uda e Ibe demos livros e
«vesiimeutas» cálices, sinos, e uma biblia,
mne nos custou i50 maravedis o |be de*
ODOf meiade da ama pesqueira em Sanlioa*
%u% e em Ancianea, um casal» com vinhas
«e terras e pejr tendas,. $ fizemos todoa estea
9ÍmB^ « aMii»4WÍ|oa.qMMQi<«iio «i»4ft>
f^«ripto%,eM««
^fiomiwapm^.díieniQa havias .
. #ff nóa^ Aadeadís 3% Pedra d«i AgiHi9>
fppr 4iyte \ PQloa «019^ ^rm^mre» |k Y4a
iPffP^^iittl a Joiq lljiaAim% # a Mmí
«vo^ta-gWMacb-PPrrmws mioA o por!im^
«a|^>04^çieQff9Aao ft^ptali^uupme^rpiemq^
«Ifi QUMlVamoa^ate prAsf a(^ fK!ito ^ffmh
«^k^iAnea^ iD.sQ.oatraajfrj^eatrtnoaips^QOr
«cessores».vierem, oú viermos, qw ^^ pibi^
c^ oRpr^Uo romf^a ou contai:] quiff^m»
«sí^ap jqrtdicto# 0 epPonmwK&idos ^ ffOK
«iiiuros €i tnédore^. ^ vi^4>« Vodro R^ittlr^
«e. JX Joàia 9emiri9z» ouvosaos filbos o^, ne-
*\o^ ou Toisa geríM^o descendentej» devóa
«de gráo em. gráo^. tomem ti^do isto. que a».
ceontemi A'«#(d pmso/al^ q^piosl^femeirp 4i-
»jahW(9M 6 o Cipai d^ l!Avoi;a.a iUeirmelloa ^
< JV)pte«eUos» com todo o termo de & Pedro^.
^coi|Mi daacMida dOiPatôoi qm^4 4tem de»
«Távora e a£rvedoza e a meia pesqueira de^
«Sa^l^oei^a^ o Casal de Aoíçeaoesi e beyeia
^aa mtí$ war. rei o^ príncipe qae a terri^
«lívor, qqe noa tire todoa oa sebredUos ^na.
«qjue 9i nós vós dóstas^ e ^a bibJâa e um
«missal, a W) oftcM4, (ripanso) e um bro-
tviarkv o um evangelloria e «m psalteríq e
«epktoleiro^ a fuás .viv|tiifa^||u^ doua oaii*
«cea» um da eí|(aDbo.ç$iútrp <^ praia^ quatro
«sioosi á(m grande odo|is pe^enos, a dqu^
«mouros» e quatro bóstai^/ire^ipiiápçs a wa
«cayallar, duaa. Jiigad^ ^ bois, quatro asr
«nos e 200 maravedins^iQPMft poseram para
«refazimento da egreja. ...«•••••. .f....,
«£ vós D. Pedro Ramirez e D. João Ran^-
«rez e toda a vossa geração que depois d€|
«vós vier, sejades bentes de Deus Padre 0 de
«Santa Maria, sua madre e de seus aposto-
«los S. Pedro e S. Paulo, em este mundo e
«no outro, ca (po)rque) vós fostes os 1.*"' fun-
«dadores e governadores da casa de S. Pe*
«dro, mais de todos os homens do mundo e
•vós ambos irmãos fizestes o mosteiro de S.
«Pedro^ assim como a oleiro fa^ a da (pa«
« nella) a assim da voesoa avós do tampo dea
•mouros^ quando os mouros eram em aquel^
«le tempo acerca de Lamego e seus .avõ9 a,
«seus bisavós, per si, e D, Ibedoii e D. Rati-
wo
ftAft
«que taneharam (di8poMnin)'ainM^i«i$ « Ibi
«oUval, e tkeram OHM «greja pequena • Ik-
•daai lòge.daiitro; 0^eM9 pofètftni dlliRi*
«neífo 6 flierâiii QflMí Mbe ante t milia éo
«8<i«ia 6 mortiVMi ú\i ea (pofqv^ «fi tem-
cpe dés monriM e tinlUMii ods eadilMê ante
<a mattây e em<|iiaiito um eomla o oftttro Ma
«^ando^ enoú ambos Iiibím; e matavam
€oa mooros ]>. ThedoB i « flieoa B. Rmiat-
«d*» 6ie., ete. /
«Peito o prato de eoBfirmaçSo a 15 das ka-
«lendas de Jollie, era de Ceur 14» (M17) »
•BeinaDte em Portugal» na parte de Bragan-
«ça, D. Pemio Mendes, e aquém de Tatera
«Mem Gareia e Pemio Gareia e Mria Cupl-
«idia; Testemunhas, ete^ ete. . » •• ...»
flendo o moeniro povoado, se trasladaram
a elle os eorpos de D. Thedon e D. Ranieft-
do, e também depois alH se sepultaram D.
Mto Bimiras e B. Pedro- (on Per^ lUmif'
MoHos annos depois, Lufe Alveá def^nro-
ra, sen deseendente, lhe fét sépnknn ilova'
oa eapeUa-mór, do todo do Bvangelhè, onde
estão todos os qnalro heroes, eom uma hk-'
acripçio commemorativa, em portagnez.
Também do hdo da Bpisiola, mi ootrá se-'
imltnra, jaz Álvaro Pina de^Tsfvorae sent.*
primogénito. Pêro Lonenço de Távora, qne
merren na vffla do Vogadonro, no 1.» de no-
vembro de 1474. Na eapella^mór Jazem se-
pnltados muitos senhores de fkvora, descen-
dentes dos ftmda4or«% e padroeiros perpé^
tnos do eODvento:
t Vindo D. Thedon de ganhar ama gran-
de victoria sobre os monros, foi, por uma
ootra partida d'elles smrprebendido sobro o
rio Thedo, e morto de^is dobrava resistên-
cia. Joiga-se ser por isto que o rio tomou o
nome de Tedo.
^ Ha erro de cópia n'esta data, qoe deve
ser o anno 1103 (1065), porqoe as pessoas-
que n'ella asaram sào d^sta dMa» anterior
ao governo do conde D. Henrique em Portu-
gal, e a data da cópia (1117 de J.-C.) é pos-
terior á morte do eonde (que foi em llll de
iastia*€hriBto). Além d'i6sa, o oonás D. Ean-
rique confirmou açiaella doação ou emfro'^
zametUo dos dois irmãos, aos frades ae S.
Pddro das Agnias, no annO de J.-G. UOi; 36
amos depois de Mio.
HáR
Ett flreilo é* eonveiM ha nm idthUdo
di gnnde altiira, chamaèoPlmtoilNMireiM^
sé habitado por agaiaa, ed'esta
da proveio ao ttoeleíro a éendUáBafio
5. F^dro da$ Agmas.
O mosteiro está edificado entro doas aar*
ras de grande altora, por entro as qaaeefMia*
sa o Távora. É clima abrigado e sandai^al» e
a terra muito abnndante d'agiu e IHkIml
O conde D. Henrique e sua mulher» que
em 1103(^)68) visitaram este convenai, por
nova doação, lhe confirmaram a qnobaviana
feito OB dois irmios, e mais lhe deram <m«
iras propriedades^ eis as próprias palavras
da doação — «huma nossa herdade foe-fê*
mos no logar chamado Riba^Tavora, • Rtttt
doRio-Tono. Primeiramente coma se dM^
de por Campéllo e vae ter onde ehaaaai
P«msadonro de GalUahas e fahi peio Gahé*
ço de Paradella e d'aqni pelo Cabeça d*Att«
ra -e d*ahi como vae pela Fos de Vaneaa e
d*ahi pelo eahéço de bvilhaes e d'ahi ao Ca-
bdço da Giesu • d'ahi ao Cabeço da Fwada
e ^hi ao Paol de Darti, assim como vae
correndo a veia do rio Douro até á Pos 4o
Itivora, desoorrendo pela veia do prc^rio
rio Tivon até ao Poasadonro do fionio G^
vo 6d'aU asska comovas ao cabeço do Ppa«
mento e d*ahl aguas vertentes do Conto para
Távora até entrar em CampeHo
E se alguém de nossa geração, ou qnalqUM*
; ontra pessoa, se levantar eom oontamaeia
oontra esta nossa escriptura e a qnicer aft«
nutlar, não lhe seja licito e alem d*isso sejs
.maMicto e ei^mmungado, e como Datio e
Abirão padeça para sempre penas eternas.»
etc.^ etc
Outros reis portugnezes e muitos pari^
cnhros fizeram depois varias doações a este
convento.
Em 1145 (J.-C.) era abbade de S» PeAfO
das Águias, D. Mendo, e sendo a sua ordem
a de S. Bento (vulgarmente chamados moa-
ges*negrw)pzaaxm a ser da ordem de Cister
(bernardos). Islo a 14 de junho do dito anno.
Poi couto, e os abbades nomeavam provi*
sores, vigários geraes, escrivães, meirinhoa
e todas as mais justiças civis eeedesiastieas
proprias da dignidade episcopal e lempenJ
que exerciam nos seus coutos.
tiii.te tem. Manai do Yalle,. • Sw H^tMl
4o^ifiliHriHpi6lh da «niarwt oqmwUio
áaPaiHi« • €Ma oa ooqnupoa a foaeelho 4a
Ava«ea-^ kiloiiietroa aa & do Porta, M
aa*0« d*Armea, 15 ao B« da Fiíra» iS ao&
do no Doiiro^.!l95 ao N. de Usboa.
Tem 12 fogos.
Simado «n alto, eom teailaB tiataa para
ta4aa os lados.
Pasea B'este logar ama grande lôaa da
Mdaspalho, da quai, no prínipio da po-
v«dicio (ao &.O.) rebenta om maaaiicial.de
opliiiiia agaa pouval; a aaettar doestai ar»
rsdaiea, ooda toda ó «soatleiíle.
B* aqui o solar dos Soares de Aietedl^
4s Pasadella, de qsem procede o anetor
4'eiia obra.
' Bflia eaaa<q«e era a maior d'e8lea sltiot)
«mo aãe era irineiilada» foi diiidída pelos
herdeiros» e aeha-se hoje reduzida apeau
ao edifitío e uma peqoemi q&iala aimtta.
O sen oratório, gne era privf legiaé^ osti
fiateado e ba mBiioe amoa que ii*elte se
«ia dia missa.
O brasio d'armas doe Azeveda% gne es*
taf« sobaa o petiao da 4|iiiiit% eabiii^ e foi
smowisda (eseavando-^ pela f eetagiia»^
da) paca**« «mapiadeporaal >
Bra iim eassdo esqianellMlO' ■ ■ ao ii* e
^^Wartal, d'oara, «asa agafa-n^arealtSb»
atda m 1* e ^.% à^vml, diieo esmltaa de
ivatil» do oiacD peits, em. aspa**«oria do
púrpmra, com oito aspas d'oaro.
ÉIflM d'açQ, aberto, e por ^ipbfs, a agbia
daa armas, eom a estrela d*eMas ae p^to.
Oatros trazem só^em eaaqio d*oaro a
ajtf» iwgra^ t o mii— o éftmo e limbie. •
Sâo também Jibtrimaê, e dWea proee<»
dam eo dTesteappeliido, de Camm • da Ba*
vm
ée»
ti
o principal naao dos Aaevedos ^pa boje
eodste em Portogal, é o qoa lem o aeii solar
na lirefaesia de IL Sahrador da Laanu (ToL
4.% pag. Í8, eoi. !•} Temesueasa oafrtvi-
iegioe dP eoairi^bonrai a é nauí daaaads
«oandaaPedro, qoandaaaapnJíuiflfa
rio trau dos fidalgos, eompaahsilbaiddiaaii'»
calo Msideada mt^-^iUdUçr^m «ne
o trotei di^CMilta dea AxevadK MtX Aí-
ftXDso QomiBfssi eamtlMro vakiroso, dear
eendeito Ao fieo4iomaBs, D..Aniaida da
Bayio.
Pedro Meades d'Aasiado, foi or primsf ro
qae toiao»eale appeUldo^ 4irado do sen ao*
lar. *
Lopo Dias d^Azevedo, senber do eentoo
C94a 4'As««eda, foi armado eavi^leiro, em
Aljabarntta» por D. Joio I, ao próprio dia
da vietoria, a 14 de agosto de 1385.0 rei
Ibe dea o senhorio do ecmosilia do & loao
de Rei, peio ralor com qne ie hoave a'esta
])*esta aasa foi* (ambem o ímoo Igna^
iAsttfMâú^ eaja lama. e windea eelebna
m ebiaaicas da «ompanhi«fc de lesas, a qfm
paneaoen.' •
B* Mtailmantw^ lapraamaale prineipal
d^estae famiUa, oei*|o e iUosise Odalfe» a
sr. Franeiseo Lopes de Azeredo TaUm 4a
Boaseen, 1.^ «iscaado 4s Asepmdo^ feMo em
I» doatoi|o4a laMi & o Ip.^aeahor d'A»
vod<i».liofc0OffenipdorfiiM doBrafa-od»»
pataAa As eOvHa em MM.' í aoeio' daaear
ga^aavaieaii o nm dèa asais aobrea ea-
(Yíde Mbèf^imiê, pag. «^
mk Af, apafi aSA, eol 1 A'bo
lafaei^, do !•• vohuaab)
PARAOELLA BB GlIIlES (oa CWUl)--^
ftaiaeala« *TnnH»4laala% aanMraa deyi^
la-Beat, eaaaelha de Sabinaa:(M da messaa
eomaaea, amado aKiiaeto>eeaealho do Pro*
Teieode),.^90 tilaaienna a ftS. da Brafs^
3Wmii;.éeUsboa.
TemlNisgoa» -
Bm 171^ tiaha 51 fQ«M.
0ni9B^ Beata OMaha.
Aaenbhpado doBaav^ ^istrldo admittis-
laalítodeVBIapBeak
Otigaria de Gaiits (oa Goim> apieaei»
tara o eara, qae Ihiba 0OfOOO róis o opi
tfaHat. ''"
É isrra^irtBi Optimor irMio da eapeiiai»
Biea piaaiam da anupii AM» 4a tia
» '.'
><t
I • I
Vã
FAR
liftll
]m «'«iles JíMi«>«. e aSmHní JI>Niioa, viftlai :
em qae o geólogo e o mineiro se ef^roMhl
• eetode com proveito. .
O wm difiíaqto ei|gei4«iiro ^íxáum»^
9r, Carlo0 I^ibeiro^ yisitpu e^lei.lvxeiM te
mb de SO amo^ • iwMi«W flK>WW .iP
{oilbetoaot^Q a forma^ dM.silM fii|i»iiWi<
e9o)N*e mineraidgiai pQr6i%, sendo miiiiK»*
eo demorada a soa digDasplo a Palv9^ em
razão doa mnitoae koportaiite^effnicQfkWe
tinha de fazer em ootraa parles» PM pOdci
dar â soa obra o dea9nvolviaieii)o pceciso,
e que unto era de desejar. . . '
Ha «'eeta fregaesia a aldeia éaUBMràr,
ende está a vaau e ft>rmesa eapeila èe»Satt»
u Kolemia. (Yei. a% pag. «7, eeL l«>oiái;
po» mal ertormade> dtoee qae er» aa íiagiie^
zia de Real, quando. étt'eeia.) .
No legar de Pcjio» ba a peqaeneapilla
de .Saqta Anaa» á qoal se tu oaia^MM*
dndBaMMal, «o diaéesigBadb pelee Hor^
éemes da s«a eoafraria.
Ssiâ cettoeada em «m tisleeo ills^ á m^
Irada (ao O.) da aldeia. • '
Ba mais n'esta flpegnezia^t ae eapoHasi de
Nossa SealiOM ^aCaraun na ilMa-dtjSo^
Imiz^B de Bania Aamiê^-méê Csidwij
Também aqui redi&co 9alio.eiig«M^.4li»
¥W a pag. 83» eçd. 1^ do &• lohunkr
A aideia de JãmoÊ^or, nio4 mm a|lfcdis«
scgna^fregneaiade SaiM» Maria i^silnipd^
g% wioelbp de ▲n)iica».mne.»'eat» dn Va->
Aepiio aqní, P9f ser ^ iofir eom»e|eMv
a.qpe então dissesQtoe.áAPHmfor*i ;
Foi habitada pelos mouros» do ^pg.ha
«mitpft ^9iiiio% do lana d^AiinseimeMi*
CM igalona^i&io dí>a S^-BmyMitíO^^mfi
li Miei na patonn C^mtcmra, eonio ji^
margens do no Arda (vide ^""It) ípdaii^iii
da axislem inriAi gatavias» e tgjn^i^arfpi-
do algumas móik içpw.qna qt wibqs u o^talr
"W rneam^ poTOS^anterior^i â aia.dmita-
çaoy na Lnsitcnia— moíam o quartzo» |^ara
extrahirem d'ette as partículas d*ot|ffo q^
tontinha.
No monte de Fnlgosinhc^ loflp j|b|tMj^
»' ^
jiniii datetta loaleedaBia.
Em joQkA 4» i874 BW*»i «» Tiil>m|
basear ailL amaatcaa d*eaia ^salcedÉUKi mia*
róm, a pessoa que encumbi d*eaM eenrifo^
spàfi»(d'«ii)i»iiiumdoiwta4iiii^gnadA iwr-
m ^ 4Mim/^u«>^ wia 4e W Jd-
'Cmnoa mnsMi na sua aBaUdadei d do ma*
Uimvq^qi^ kranso que eqnbeço em fimrtm*
gak «sadai.iHia poi^ para o mnsea «r-
fN))qftaa d^ Caõqa; mandando tapikaa^
por essa occasiao» uma pedra de oaivao toa*
811, de uns 90 Idjee da fazo^^atoiíid^idaa
minas de que faltei*
referido musfiu 49 '&mNK
metros a N.E. de Bragi,. 3fiO ao N* da i>âa*
ii)ni^ & AligPAl,..areba««o.
. ft tabidft tt tmltogiadt dt Siabeni da OH*
. S'.t«m4rMt.
« w^w^a^^F"*Ti^«wai»>"aT ^'^jf 'wp^n^i tii
tàJiàtUi^ímúãtíÊí de) ■ iTlnMiadawh
^^^^^a j^ j'^^a^^^^^^^^^ ^^ ^^ m.a*a^^ ^ ^ p^p^í^^w ^ais* **^^^^^^p ^«^
li»<lNlifriimJyMlía do,Tqia'*^JhqÍa pio*
irifl^Mi ia fRíiitiO dos maiwazea d^Afmm-.
d*A Ihnáaianiaa ^^""^^^ MmnmMkÊm^mAQg j^ i»
Ulgii^ . I t
3«vjiiiiNr.df YiMa.V^fde {deieea«Ba» da
sangue regio)e de D. Leonor de Meneses» ma
MilMrtífllIia 4a iSaaealo Vaa. dt. MeU% o
GbelMyMfr . • )
J»»h4WtWPil da iMlP nOMKilvMi 4%flo-
mída«i&* senhor da Villa Veada. iljíiidamár
da âhídaa a da flnarda a^esfliâiao da-nnciH
"■^^WUPPi^í* ^PW^W^^V PÍ^P^W^^RR '^W Í^*^^S'P^
fiwMaliifl da Alhairtei aiOida^ IL ASiaaa V.
Mft
«73
|k Miro 4a Ciiiro «. da P. fiMM>r Talte 4»
. OtâltaiiMrqiMS j/Ummém te IX Aflton-
MTáttM »dd 'Itaneii aiMH nod^bontiiv
^OA poTOoa a referida tilla do Cadatat .
(Oa 4|ni pretiBBdSim aaker
iMla iDdMitaaiflieBla a ^a*
«aaiogtt. dfeate haioa paiUH
fiiea, veiana# láfn> imitiiMo
-^JMri|íati««l0fíM liai aoriea
e demúif eCA.)
. Ml AttowÊQ êtAXtKàqaHqai^ ^«mdD «oa
IMWi» da IK Affonaa V» dbida aabina 1.^
fiaipai oMiadadaida leU coi IMO, saama*^
4| panngtieia» qiM foi eaa aooaarro da ral
pa ntoafedo; da Nafatoa, eooiía aa aoroMi
4aati&giiiQdo-8e pelo aao «alor» mrhalaMu
«UYal de Otranto.
Por falledineiiia ié H. iJhMM V, foi fa-
rá AniUa (Afriea) oodrobami graadea fa-
finhaa; gagrumad» alguma iwftoidapaiaao
reiao» onde D. Joio II o fei aea eatrihairo^
immmim ealo: lei, em liJW ([mIo daaa.
jo de prosaegoir aa eoii(|alstaaiɻAlriQa>
IMIar «M noiva ?lila»iattio «itamclie^ eam
fiapaHavaa JonOIeagdai^ Êoà *e>aatfitadQ
4íaaia.miaaao^JUbnaad'Aita«Banqii^ ine
ÍNtMUli«irr4.«aívaa^ é qvi por ofdan
4o rei» poi o nome de Oraeiota.
.-iMfia Ékfaiaa im 4aa maia hra«os Ma-
Ihadorea; maa onde maia ae deatingnio/fal
» >
Foi a 1.* yex á Ufai em:UM^aan»aa«
pta^tj^niamact d'AH)»pwfqna ^=fc 1*
«n lIMÉrM oiqpiadim âi triaâft da Cm,^
ubá.
-•iW^aala aaMi irieatfil da índia» lenio,
éwraiaataa ief et a tarrot doa nm«aa a
IMM^ a o pnMMior das indiôa*
Conquiacon Gda» Malaea e Ormni, e Mia*
lABfiaiadAaiiii iMW^tWMdo os aeos soe*
aaíQBiaa omnatidaipqias piaiagiieaes, eom-
WWiain iaii4»saila> éa amaldadea contra
«»ándiQ%j Yii|hflaa.Mai.iMkar anie o aea
duMlaif fti padirHlhi^ M|siiií^^ invoondo-o
Bua: aMritavamar lopaiiflgto
vide # artiga^oan tfet Biecis,
tina, prideipia nft i.* eol^da
pag. IHHdo 4.» vdanftè.
fABMIiOS— fragneala» Tma^^-liontai,
aoamrer da lÉmaorvo»' oonaaliio da Garra»
léda da AneOesp IfOkIanMeos ao NJLda
Boacm 368 ao N. da UahDai.
Tem 140 fogo&
Em i»^, linha M fofoa.
Orafo, & 0arCMaiDeii»<apoftQlo*
Amabiapado do Braga, dislrieto admitia*
ttalivade firagança.
O reitor de & Mlgnsl» do Uniiaraa, apr^
santamo Ytgario^ giia^ tinha SfõOÚ tdU a o
pédaiaMan
Terra fnrtil. fiado o «açi>
& MMM d'eala firagaeiia^ éHpgMaulMn-
te eamptia da Fcuwnm "^do eaihpaia*
PARAUO— fregneiia, Tru*oa-]faMaai/o(^
marca, concelho^ bispado, diUriaft^aídÉMa-
tratiTo e próximo da ampanga, M kiloaie-
tros de Miranda do Boinv-tmna^Ifv dália-
Tem 160 IqpM;.
Btt trw* tintan ilO (isgan.
.iOvi|0a^ ft. Mo lapMsia»
A casa de Bragança apresentava o relior»
qoalii^iMMOOrâlidi
B* terra lirtil
(Vide ParamOf do que
gMiia é oornifCios
PARAMO-- aldeia, Doaro^ ftngnntin o
anilMSa'canôalhor:da Faramdat (Vd; «.%
pagt »^ mA.X'^) atoado am nmaMo» €m^
daso» vé 0 ismoao a fcrariashnn vaHe da
Fermédo. -r- ■
dladarfluda lena da noiafrsl» alte *'ísto o
do sen nome, qae ó anttqtMnia.
IlARMWt PAMn» olaoriNnAIMW-
QO--portQgnei antigo-^logar, poTo, qq|<i<
ta» eaaal ^n heNWa fna tinha «irpiitf o-
giíi^dia Aanro, por n^alií^ao^haffiir afiada aoa
Wr^^W^^^^^ ^^^^ * ^^^^H^^^^^^P^^ ^^^^^P^^^^n ^'^^^^^^^^^^^' ^^ ^^^^^^m •^P
giMait da «m iteo fcamw»«aB>4»lt>*^«^
Era este, nm dos grandea ahnioa qna oa
fidalana aonunaliiaBi a ona ja- annnniiam
SIM
' 80«Q*'ktniirq«8MirAertaroMaci^-
sal m híirúMèêi' tm'ítímínitàB do que pe-
álr M mst Èátí^f wataiPT telionra mdis vi-
úDhayihB^flnflemiiIfllIÉft abular, à molher,
em «aMi 4'^ila^ e^por vrâiiui^mfiMki-
ça, amparaintai' DS* pM8 d^tUlíl tfcteoiMi'^
•lAoMiMm» «*a!t0i» a i|A>viMi^k0|aè ièa»
Ta tende privilegie>»g»iÉiij|6-^8ip^ .íteenU
to de tribatos e imposiçQes^ ' " ^ > •
Estes parâinot'«o;alliadlffili,.TmÉDdèi-
tados em deva«a,?o iièrllai abolidevpor
D. Oiniv I, em ItMip pdréfai tarias^pmèa-
ções conservaram até aos noaKtt'âià9«4RPM
nsqlB<AmâiMáeíPiinmió<.'^ •: . : •
i Pilá|M>H^pQtia|[a«aiittie^d«l«irier
do latim— significa campo vasto; eánfling
lesiria, etc^ em ú0»^énÊéi * * '^i**^ * ■ ^
'MftâlIMHfrefiitf^iIMrtinH' BieidA e
eea9llli'*da Fbin, 48 lilaifcetvo&ir&f áé
Porto, 295 ao N. de Lisboa, perto da coilv
9hii^SS0*ís{mI •
--■m-'l79y, tfito4ff flgeei''
• Onfof SmD -Tlijffi^ « ' ^' " !.(
Bispado do Porto, districto administraUfé
e 30 ktlometros ao N. d*AvilMi. ' « •
O real padroiiaapiMBitiifaoVeiA>f)'<|iie
tinha iSOMOO róiií-te eongriia ^ .<» fé 4e
E^emiivMM AnlMitddes^oiiKiiàen»»
agrícolas, muito abundante de péiteido aíar
e4iPJMid%kielNi' - ^'. '«tx/.
Cria mnito gado bovioo,'fMiBxporU'pt>'
raa'Íiglmi*rB.-''" .í- r.f/^.í i
A là^ dal JinrMAê, pMtaoee-niMièqi
eilairegÉetfi; ra otaa mefatt« âdéllsiMH
fft. "Bm ilaiaai*é'dé •gani.iilgàâa. «r flea-é
poncos metros do mar. t' ^ • f
r irMaF<frágaikia »' sdiar dr«»Mho
dafsmi!ia«s>!MMr*' ' * c ^
' tlllA an«Év> keiiéllè««t': «h aMU/iMde
A<|i|]MfeMH vifM d^iMlwfta, iioiseirsi^*
t0- MWo 6riMlfr>deé«4«BièMiÇ4o<ác«MC(v
Era um dos mais respeitáveis cavalhsiiNNí
qoe Parâ$no ou AiNoi^jlio.'^ J^MH ilteW
âMIÉ UíldtttliáéB^lMI^^jfMii MlfÊt
Ml eiÍ0 |WÍM; AiifNMM}<#bliláo ^^n iftuMMI
M «Ji0^ ^(4mII <4m»' ái ^JllM# sèNSiiliMoâ^
émpomm o U^a^; pêmdk llmú**mm ftxi'
I29CI)-* L" ' • i' « .' • ! ' ■ i; !:• : { ' \
' MAAim^A^ftigapraiitigo— ainda fre-
qmnle HM fWlfièteido^-Mtte— peqneoa»
tiweeiroafMolM^^osMiWlR^e o lar, para
sdeeMrrIenlia; nM-eoi jMto eonvenient»
papa ttaeardwem D^fafiÉho. Também lli»
chamam paranhêifià. .^'-^ "*
^ fidUlIBOSMftfgoeitit MiolKi^ oeteaMá e
t MleMiroe i & dè Wlai^Verdè, mútHHÊKk
e raiometroe aiSI.Ei tf Aibata ftot^dMUiav
mo «bnesHm^' mst da' oMvavea de^neq 4è
ileealâttoi)'^»' fciioumwi aò NJ do^lMgAj
^Míào^M^da Uêboa; ' - "*f'
Tem 40 fogos. .-!• . • * • i - t
'AfBjfctBpKHr e diBiiM«^ «ÉttfiMraaMalt
O reitor de S. loio^ de Goncieiro, apna
senilrva «r vfigario^^qafl ttima dUMMliMfc e
opéiifalÉ^r.i»* if'i o- ^i. ''(.'» «M n '
Poi antiiiaàieiHe^sDiMMtie « ^vMw áiOM
llIft^leiMia^e ^v«do» «Muvéa ^ Mmmu
(«ítoada eat«er^iia mMKáolMejiMMiÉ»
nniee sefftehwtouaa fl» iÉ«ileidfia^MdMl
Ping. -: M . f- ^. 'I 111 ■ !►
^B^'a M|taaiiâ-iMliiJCriM:Mi^WÉÍ6*
Prodox os fmetos do paiz; porémipèuMi
«Mi0i-#A^«*(4aalUM> w ■ r. .<'i
' ^Ma tador idMae; A^oi M»iií6iMPlii
eàçà gáDssae.iáiaiti,«ift4«ndMiír<Íé W^
nhãs e mattoe. ««"^
' IM halif tailteá dnAta-ÍHBgMi% MimMl*
das rezes mlúMs^iectebift iMMlM peoca^MM
" ^t> ohgimiift*fÉttíid»d» ie<tiitítéhr«
-M,.. v.f .:«giinMifliakMiè^-inNlit-Mo
* iflM iir eMNlil^«llil(«Mlq
Entre ontA» <éotli8iqM»«#
BAR
lUR
<7S
' 1^
cmidêtRffnfl/ R nono Altares
•••'*' ii)»baç9 niBsMd*^ ipemíMlia
• ^ ' ' ' Am(m té lltÊífii$,p^aibiu
a vida, pizané&^ê8i$k Um )«'
?IÍRAini(NI-^fr«gtlêtta, Mira Blfeá^dofeí'
celho de Céa, comatrMi de^Gdatèfa/TS MéM
iMIWft #B €olMni, 9M à Er détiMote:
-' Orsíifo, 8Í lfirfinlK>^ Mí^. * - - ' •^"
Bispado de Coimbra, districto admMft^
trativo da Guarda. ^ Vi • t - ?
E' terra fértil ^ satrianwl,' põsid Mrde
dima e]tte«it?<>. ■ ♦ " - '* , .
' Grfaf Wiiio gado, iMMtfhdo^éitoMii^òVe-
lhas, e é maito abaodanto de caçtf-gMHIi 4
nliiéak- ' -T . . , o
' V tnhaidisi&iaiòrês fregii0iiaS'diiis«ri%dâ
Estreita. ' -'i ■•■ ' <*
Nao ve» n&PmUfãtMu^ ^^IHVfMA
' ff!iaA]IBMM*fr«'gaMa, Ds«ro^"eÍMdlho
(bairro orientiA), cMuife^, diMMio «Miidilii
tflllta, MvpidD • jHDto aaTMnó,^M041lo-
iMM«»of'llL«9'Uibeé. .- .•
Tem 800 foges. • <'
OAfO, 8; Vei4sii»0i
f •-
,< /
O' <MMo' d» Si tio' Pener, aprMiMM d
reitor que tinha 140#000- vâlf,^ ^ b fy<> de
altar. •' . i <- -^ ■ : *> • «
^ cr nh» iorlbníMS» arrabalder da^êMáde
* Pomi'fllMad« ete iHá potfcies «onn^x-
tensas vistas. «* f'-<
^ BDfmit eait9dos«»«iMwagrtsola#do
pais, e eHi. taivito p^^ímúmí ^oei^pòi^
ta ptfft v'ift|iMte|(ni; • - <« : ; :«
O «èMnenêtt^caosiMle isotraiJ^^ilIMdo
Il0ilo»!«'o te^téêêú-é^ttrãÈkl pMvkqdl.^ii
amitos filhos d*esu fregoirfa, a tblnáfll aÉHr*
ifli-yitapdK' '
fia no sea districto muitas, rieas ^êm
iniMPiMlM, tte^luniitai dftpidiiii'
ii »
' Hffé artigo M«çtflKf mai» coMiiei'
rataBMNI^KHi' IRiCEJIlIMli^efiledl^
Extremadnra, concebo, eoaiim,^strililP
aidwintisir«tl9o^1illp«do^ e'8 UlMletraetde
belrUíi/IM to^W.ite LUbta/ ' >' i «. *
"•ftlb 44a fogos. - * t . '
'■lirl957tfaíha(401ligO8.«
(0higl^,*' Mossa €eafa»ra'd<>«Rosáríd. '
^pbfò apris0dtava ^ mn, que tlMia tIO
llq^eAreS^^itó trlgoi e>.jeinia pipa de viliho
cru. • " * .!•-..
O po^KiíB#'òbrlgott a isto,' por ^ner^iptura
publica, feita em Leiria. - -
Esu fregtt^ftíáironiiaTapMé^^párodiià
és^. Pedro/^dêLefriai^ediA^iceitM^até ao
anuo- 'de 1748. •• ■ ••»• i * v
No logat' dds Pareeíroé^ M^^un* ermi-
da, dedica8á''à'llbssa^MihòM'dO'ilosiri^.
' 'Ighott*seté'8imb «m qtae^f^i««iMteáda; 9Í
àt áM-quejâtnriítia^^em^itWítÉHliTare^
ce que entid hié^tintoaimls de «int^M as-
nos deieltsMcft. ' ; «i . : -
'TéBbera'Sè<iAo}9iM.é>hnlÉo *Mrfqué fcâ
creada esUptirdehia^iKift 4s<pttp«h do at«-
0Mw d\dta; lema- a coasMi^ iqM foi em
A egreja é4«ditií/riegnsébetti>{irot^ar-
cionadi; . j* -. .r » •
A capeila«abr éi^de ab»Mâa>,'e ioda hgeaf-
dl^ ^ SB M«if pàFeâêsi«8«crve%^fídas de
bonitos azulejos. • ^ ' ' . - a.
OTÕrpiydaégreJa, tatQlbei]i^fem'tei)af^
des revestidas de azulejos, até utts llois me*
tros db ^íxtí% fomandc^ Wk ti^dapé: *
( PJreee:i|iiMi «nUg» ermidi <d^ aetoai ea»
pella-mór, e que à^|it}t-fol-%olistmida
M vergir dvsu» poiía t>Aetpâl'' ^ -
> )fi««lraNMr è diitlaiiMfti^' i*
Tem um compromisso da confraria das
«liinH^'ap^n»vado«ili'd8riieihiwbv»d«kl49,
peia proviíor, EagsiiioJB8M»^da:SMva.
tto'pairor*dlii'lagarHÍeJ#iifMÍM»>;-isMft»
mmmíitíi^^imifnt^' Aii líifiMfds «^^io se
«ál*««rdádelfUMilo qtuMo^^Htai^tMih
ias «Mli<|uNl|iisi4«edr«liasr ser aehiittjffQ»
«MHiianiWábeio »4680i
'. Ilfcpeii, a-aitroeiíftpMnlsio^smlram^ii
moraiitiSii80iií(9fi»«IM«*por Odl IM^I ^
cugulhe e os de Pareeiras.
«71
BAB
CoQMiWBtiê & ttímpwmimOf Mé 1719,
IM eu» MOipraiai«iA,r uma iMaisií;^ A-
gna de respeito, palu gtmodet oiru Aftet*
ridade qae pratieaya para tom m tiios,
pela p<mtiialidade eem iqpa fusU os iBika*
gioa doa deAuietiM^ # peia lifscoa» iMi-
dMooemqBe eraoipreetadaaas wateoiMas.
Oa eedeaiastiooa qae desde 1719 alé teje
tem parochiado esta fregaezia» aao:
í.««*«*IKmdíD9m fiodrigaea Alevallas-^-até
1722.
%• -r'Mo iUMro ^ até Í7M.
3**-^ Alberto Gaeune da Goau-«até «771^
4.* — Joáo Ribeiro Batalha — a|6- 1778.
(L*-rrloié Padr^ da SiWik^até i7Wk
«»«~ leaquim Gones-^ atf I79è.
7/ -^ UrtiaBO lese Lopea da 8ilva«--«lé 1790.
&^--r ltaiael4»GoauHiM«(pM--*at417M«
SM -^ Mawei Femiim -«^-aiA 1793.
10.* -- FraneiMo Matheos «*- al6 4W».
il.« -^ Kquo Bodriguee de Seua«^atéia09.
Ml* ^ MasHel Pereiía ^ ató 49U.
13.* -^ loíié YemiMío Cardeeo (intBripa«e>i
te) — até 1813.
tt^^-r Lufe Pedfo —Até MIA.
15.* — Lqíz José de Caria — até 1881.
l&*--AntoDieaiapea-^até 1W4.
il* -^Ftmtm» Ribeiro- Oíopano 4a FoBt
aeea— atél8S5.
Kl^-^^Awaiaeio Francieao du Nefoe^até
i8Sa.
19.* — «Mê neiMira Soavea-^alé ttõà.
aft^^-r-hameiaeo Ferem Henrfapiee d*Oli-
' voiran-até A8W.
MU* -^loaqnin Jtaeir»fieagal«e^-altl866i
SI*— Joa^tioi 4a Feonea Pontaisal^qBe
deede^ASM é parocho A*eetafniMila.
A dietaaeia 4e «na i3& «eirae» da 4Ma da
resideMiande (Mmebo» p«fa o S.O.» eHá e«
vm eneiwiUkada 4le eaniBlloa» wêê^ €rui
de pedra bnMa, do dola^neliee 4'alMi^
aokrouapodeetal do ali«Miiaft fOo aeeabo
qpvoído aqui M ooiooada, mm paroee sor
qoando se edifleoQ à Ofnia. iMto • osla
«ma 00 r»ia*o pftaMiio responso, porahna
èso MIoeldoí, q«s ^riieeer eniemdeià •
PAR
Ho nossa «tiialoiislotie^ se dava o no*»
mBéê^foruim, MMo ao qvo^ava, oomo ao
q«o fffBoMa» algMia. hordails, do meias, a
teifo, qoaMo, olo.— Monwdo algimi d*oste0
pareefrof^ jiio tioiía oocdiroTiyeikto, nem os
Ugrdeipss dodotaieto, oMgocio do mante-
rem o ooatralo do iMurá^ oioepto se a pro«-
priedade esti¥esse já lavrada o a Tinha po»
dada; porqpo ontáo ainda valia o eontrato,
por aqaeile anno.
Qoimdo porém o oonirato ora por dez oa
mais amos, valia, mesmo de|K>is da morte
do nm dos Qontratante% poia iá erajolgido
inatiMeo. (God* Ali; Ur. 4.% tit 96.)
PARCSIM8, ott MtAGBmOS^irefnssin»
Extremadara, comarca e oonoelho do Ter-
ros-Novas, 110 Ulomelroo ao N. do Lis-
boa.
Tem 180 fogos.
Bm 1787 tinha M fofos.
Orago, Nossa Senhora daa Novoe.
íalriaíwhado, -disirioto admlnlslralívo de
Santarém.
O povo apresentava o cnra, qae tinha» (O
alqpeineside trigo» 9#000réis em«nh*o»
o o pé d'altar.
É^âsira tetiL Mnito bom liinlMi*
nooiO'ie FiorasAws 40 J^r^o.
fâiaoWBKO— pormtnenoniigo ena»
plioo; parcial; qaeiem)initn om^oatfner
coisa, acto on ac^i.
PAR1IAS8— frotnmb, Alemtiio^ oonoslho
da Villa- Viçosa, comansn do Bs»emô% 45
kiloomuoo d'Bvora, 168 ao^B. do Usboa^
Vsm lt9 fofss.
Em 1757 tinha 81 fogos.
OragOi.Sania CaUurina, vii«ett omar^.
' Ansebispado o diotrklo idmJiiittativD ás
Évora.
A milm ayreseniava o onrs» qna.ttiha
990ali|nsirea4oirigo o o pé d'allar.
t terra fértil, sobro tndo oO| ttroaea.
FAUtUUS— âUsia^ Dovo^ nn togno-
sia di|llniiosade?lBiiiea. (Vidol^voU p^
aiÉ|iooLl\no..ta.) .
Todos sabem qne pardêika é nmi
intoijoiql^ qoiBg po«so mato on mono^m^
BAH
gitíilMVà-^il^f^ fM iméaie^ for tUã «1*
nhãi «te.*- i tim» cliDlloi
PIHIÉUUS— Éregtmii» Tnm)t4loiiM»
eoneelbo de Mondim de Basto, eonava dtf
Tilla Poaea éfAgtáu (foi di coonoa 4iò
YHJa-JReal, eoaoeUiD---eiliBeUh^*li«4il«»),
66 kitonelroo tr N.B« de BM|% 87i ao N.
de Lisboa.
Teai4((lDfO0.
Em 1757 linha 8t fofiot.
Orago« 8. Joio Baptista.
Arcebispado de Braga, dlstricto adolais-
traHvo de ViHa BeaL
O abbade ie Eraièllo apresenuva o tiga*
rio, qne iteba apenas o pé d'altaf .
É terra pobre e poueo feilil.
PâRIlBUâ 8--4]regoegia, Tjras-os-Montéa^
eomarea e ooneellw de Cbaves, 95 kileme*
tros eo N.B. de Braga, 440 ao R de Lisboa.
Tinha em 1757, 53 (bgos.
Orago, Nossa Senhora do Pranib.
Areebiepsdo de Braga^ distrieie admlnls*
tnttvo de Viila-Beal.
- O feitor de S. Mígnel de Nogueira apre-
seouta o onra, que linha aOMOO léis de
jendimento.
Esta fregoetia léi snpprlmlda ha anis de
iOC^annos, e está nnída à de Nogoeira, da
mesma eomarea e eoneelho.— >Yide este vo*
lome, a pag. 105, eol. 1*, no principio.
PABBÊLHAS DE MONTE:LONGO--qnin«
ta, Minho, no concelho de Fafe. ^
Jà disse qne pardélba é nm peixe peque-
no. É d'elJe qne vem o appeilido Fiixôto^
qne é o mesmo qne diaer peiak piqumo^ on
péiannha,
É Peiítoto nm appeilido nobre em Portu-
gal.
Gomes Peixoto, o Velho (qne era nm no-
bre fidalgo, do reinado de D. Affonso II), foi
filho de IK Bgas Henriques de Portocarrei-
ro. Tomen o appeilido Peixoto, da Pua qnin^
ta de Pardéttús, onde tinlia o sen solar.
Tinham os Peixotes um morgado» na. vil-
la de Pombeiro (comarca d'Arganil), Instituí-
do por €ronçalo Gonçalves Peixoto, eenago
1 Existia até 1834, o concelho de Monte-
Longo, que ó o actual de Fale. (3.* voL, pag.
i3%, eoLL»)
PAI
477
da B6 der Braga, e por sn ítwão^BtíÊBm
Gonçalvoa Mxoto.
Passou estaftaiKa á proviosla As Alsan*
isfo, e omnis» ás Ilhas doe Açnts^enniras
posscgtes «Étramarinaa;
fiois anaaa sio— escudo xadreiado d%u«
ro a aml de aeia pegas em Ihxa e sele em
paUa-->élasd d*aço, aler<o-^e por limbM»
um corvo marinho, da sua c(yr, com um pH^
jfi de prata no bieo.
Como nas provindas do N. chamam aoa
peixes pequenos— petopolos— assim ehaoai»
ram aos fidalgos de Pardéllias— PiMsotoi--^
tomando-se em appeliide^ o q«s oriíflnsriaF*
mente era alcunha.
Nos mannmsriptos da livraria dos duq«si
de Palmella, se acha este escudo estaqostt^
de de axni e dúto^ de «Ineo peças em foi
e seis em patta.
Outros do mesmo appeUldo, asmlaramo
timbre ás snas armas, para um golfinhoi
eom um peixe pefusuo na boeca, tudo éé
pmta.
Na egreja de Nossa Senhora a VêlkOf dae
frades cruzios de Vítla-Boa, no Minho, se
adiam as armas d'este appelISdo do modo
seguhite— em campo de pikrpnF», dois pei*^
xes de prata, passantes.
Peixotos Barr^oif é também um appelU^
do nobre d'este reino. O doutor Matheus Fsi-
xoto Barreto, sobrinho de Pedro Peixoto Ca«
cho, accrescentou às suas armas (as aniece-
dentes) por empreu, dois peixes, nadando,
em frente lun do outro, sobre um corvo, que
abraça os escaques prineipaes. — Os peixes
vão direitos a uma palmeira, que tem o dia*
tico de & Paulo -* san unos aggipit bravi*
PeixotoM Cachos^ appeilido nobre em Por-
tugal.—- Diogo Lopes Peixoto, passou a vivw
na cidade d'£lvas, como administrador das
fortificações d*aqueUa praça. Teve uma filha,
por nome, D. Antónia Peixoto^ qne casou
com Biogo Gomes Cacho, de enio easameu«
to, os seus descendentes vieram a unir' os
dois appeHádos, sendo o primeiro que rele-
re aCdIecçie dos tiuilosde geueaftegia (lo^
mo 5.<» da biblietheca publica, fl. lll>'Lopa
Gomes Borralho Cacho PeixotOt ascendente
%n
fAt
4HMrD à^n^Bêiwoip CaAo» ipMiiMeU
frei Manuel de Santo Antonu^/vltitto fekur.-»
bmAot 4to CMtono Aa hoIhno.
. . Ingeni pordrmaa-i-ieni eamKhnarde, ip
braço, armado de piala,* in«ixmte^ 4a Mo
eafueido^ lendo namSo, nm j^ankal-^oa a
fti^oM» paiai^baiíBeii tero de #rata eguaml^
^ d':#Qro« (YiUafrBioas, di» od^ o lii^
panlial;) -
O alUmo representaDt6'd'e8ta md)iii9eíaia
fmiltt, lei AniDÉto Peísetoi Pinto Coelbo da
Siba Padilba Seixas Har«onrt» senhor de
Fevmédo^ AKquk Yietflã, Rio-jÁeão, Quinta
d*fieAro tínuto á Aé^e^), lendo . gr^uidea
propriedades e foros, no. Porl(v* Lamgo «
Mtaraa partes» ifvft Ibft Fe»diaiA maia 4e^i8
CMMoe.de réis por anuo. Todo pordea aoijo-
go.:e ov leda a eana da eitravagtfieiai^ d<k
modo que, quando tinha apetas; 27 âues»
já «ida tinha do 400^ íagijido;(aoa erMores)
fai» o Brasil, oide ae.feaimedieo ruspaitti$-
kk e(é>do qoa trm. Sxewh> ftoi jopdocet.
Tem no reino, a esposa e dois filhos, fimei
M iodf|$eDQia.l
A mnltaer, é a sr.* D. £ertha SoareS'd'Al-
bergaria» fílim de José Sóarea d'Aibergain»
já failecido, e que í(y ooranel do ts&eroíto
francez. Era senhor da easa de Tinvano^
no extincto concelho de Sanfins, hoje eon-
callio< ^ comarca* do ^^fies»
Bara o mais que «e desejar saber d'esta
tamUta, vide tvol.:3.% a pag. i67, ooL L* e
aêgakte&
PARIOEIRO, e PABCDSIRO — » portognea
antigo '-- (o primeiro termo é ainda moiío
asado) casa derribada, .em minas, deshabi-
PARBILH6 (anUgamente Pardílhâ) *--ire-
guezia. Douro, comarca, concelho e 6 ktlo*
metroa ao S. de Estarreja, 35 ao S, do Por-
ia, 275 ao N. de Lisboa.
Tem 700 fogos.
Em i757 tinha &70 fogOA.
Orago, S. Pedro, apostolo.
Bispado do Porio, distrieto adnúnístcatftTO
d*A«eiro.
O reitor d^Avaaça apres^itaTa o eona, qna
tisba iOiíX» réis. de côngrua a o pé d'aUar.
É uma das maiores» mais populosas^ ri-
ca» aiertaia íreguf^sias da comarca. Produz
RAR
todo» o» gef eroa igrioaUs ^m.abqpditnaia^
é fértil em lenha^amadama» «am wtríi^
pain^)4a mM :e da rit 4e iaralnuiowa ilie
fiea.fMiKima,4a€l.
È A leata, freguesia # iMaift iiè.fmtâHa^
(pminaí i^^fitgtdaura^ m lrwiaiia.49
'ViUeg«)[ onde M fabríoa «mita « « melhor
telha e tijolo de Portugal. . i-
A argiila (barro) eztrahe«s^.deteisOfda
areia da costa, junioA ciyeUaide il/iDfsa $0-
nhora de Entrágunãf S kitomalroe ao Ou da
FoDteUa.
O meio que empregam panti H a%traQ{í^
d0 barro» é » segaíBte-*Af7?iW«m 4 areia,
na altura di^ doia ou tree aaatros» Mfé oncoiir*
trarem uma camada de terra aólida^sob a
qual eatá a «rgllia, am eipaotos» iifamiUm*
cia. £.tao pura^ ove nao preeida do mnima
preparo, nana so nMiuíacturar«
Sobre a crusta de terra sopertor ao bar-
ro (que é terreno $e(mniwriQ, ou de alavieío)
appapeòemGommujtafceqnancia» madeiroa»
mastros, e vários despojos -d^ nairio», o qtn
prava qna^eita crusta «formon ||or seçt^oa a
camada superficial da coata miritimau 0 ««a
a areia a invadiu posteriormente^ •
A maior paria daa maduras aqui acha-
das, iira«se em tio bom estado de oopsar*»
va^ao, que se aproveitam para vacias obras.
Ha n*esta^ tregnezia uma boa philarmoni*»
ca, creada em Í874, que já desempenha com
maestria um soílrivel reportório. No conca*
lho, ha mais três philarmonicaa. Uma d'el*
las, acompanhou o batalhão popular, ao Por«*
to, em maio de i846, na revolta da Maria
da Fonte.
Aqui nasceu, e viveu, e aqui fallecea (em
2S de maio de 1875) AÍ[ostinhOs Luiz Pereir
ra.Valente, doutor em medicina peia univer-
sidade de Coimbra, da qual foi ornamento^
sendo premiado no 3.*» a 4.^' anão. Era tam-
bém um exceliente musico.
Gaaau duas veies» ambas, com senhoras
pobres de bens da fortuna, porém ricas dos
phisicos e moraes, e de uma modéstia, reli-
giosidade e resigmtção a toda a prova.
Dos dois casamentos teve oiça fllhoa (da
Kâ»
RAR
«8»
«QkM. M.apioih' fvt 4lkMiiika fliiiiriac*
clioico dfltficl|psíiii»4 AOttauBQrtetifQ^fe»
. ..(:iaD|%t4>ililiniy er^i temr.pae, i>oiD«ipo90
a:4ÍpairapeB|« atbolmo^ sam «nMraii^
.fliKi.f)A4M9tliaqiQ[$;iam9 liaha un tícío^ qcrnioi
AMIMi Aa anasiorí&iNnwi^tQra» da mt mt
seria na vida, e a dos sen?, deiM>to>ila doa
«nmMw.Kmbabodara-flAiiQaiii miia íreqa^n-
cia, a ponto de mnitasinaíesiaahir da^tafal*
.«f)^liN«,^ii9.vi&ha.ten a^asa sem cavaUei-
ro) e passar noites dormindo petoa xoeút
Dhos !
. pafi«sa^m Acla.eímiester homcai^ <ine
Jiiòijar.bojí» fas ariipiaf.:o»«iMtMa qdâm
Jí^aS» para «i viUa d'Aroooa, a vmM
\ú\^vmt^^ «Q. fi. d0 Pardllbó|.visiur certo
dQe#|9. JSm .fireote. da (regnetia de Vatasea^
no valle d' Arouca, ha um sitio denoaúoado
Pedra Má, na encosta septentrional de ama
aenra^ Porieste^aiti^ iiassava om oaniiohe.de
PM tares «petroa de Jarifiira, cortado sn pioia
9^ xachagranttiáaa, D*aqui para baito, èo
monte eortado qnasi a promo, ficandci-Ibe
^ sep^ a m<M^ de 160 meífoa de profimdi'
4Ía<l«,. uma levada do.ifio Arda.
O doutor Valente tinha^ de passar pela .?et
dra-if á; e cemo mn irmão d*elle, que o aeom-
jORb^^ .▼ia3e qae bi n já sofirivelmente em-
briafado, inHoa para que se apeasse ; mas
elle, jQQÇà o vinhp, teimou em hir aeavallo.
Chegando ao ponto mais perigoso, cahe do
«avalW, e vae rolando por aquelie precípi*
elo, até á levada. *
Yeriâcoa-me mais uma vez o riflo -^^
merUno e ao borachOrPõe-lhes Deus a moo
par baixo^-^O ameo mri <|ue lhe aceate-
ceiQ, ioi molhar se- doa pés até á eabeça«
908f.eu a doen^ de que lálleceu (e que
durou mais de um mez) com a maior resi-
, «tiaçiò e piedade; coúbecendo então o mal
4ue se tíuha dirigíflo, na sua vida^ e pedin-
do perdão á espoza e aos filhos da miserri-
fltt.viuM 6 oi)|ihaviafei(4iir«i# jiÉriíia
orif» 9Ê4ÊtM9m;.êi laoabBodo Jedasoa-at*
)mBMlQa4l»ISpp4a»iiattili naiur.adt^Qioi
wm ÁjeiMl^U^iaeiar daiiair tta tmaiiifla
séiniplgsu. ..-''.'.'}•/•> i> .-
1mufêif>è qm asptatúNMaMkekvigos^ a m^
ate da Ifegwôa^re .graada onncro de )>ear
aias.q«aoeaiiauír«m« . <
.A mquerimento idofl- povos de Avança e
Ilandllfaá, .oreo««9e' aqui uma delegação do
edrriia(dlEstarreja) (bm te^eiro de 1876.
nHoi wn melhoramento' ha muito redama-
ds^liapaAtfUdMie publica.
IVURSCfiAOSibr-^vide àmmws.
PAREDES— serra^' Taaa^oMMontes, na fre-
0nêaía âe Mmffe^ eenuta e concelho de
¥IUARaaL
Oa t«8. condes da Yiila;Beal( Sebastião Bo-
telbe Maubado de ;QiieiRUv^ João Botelho
Mtfehado de Queámii profuôetarios, e mora-
dores na fregoeaia- de. 8« Fedro, de Yilia
Real, |»adjj;aai ao., governo, em janeiro de
iSWy lieença paraexplorarcMll as aguas d'e3-
tataarra, deade: a propriedadtfdas Fragas da
&9eorre§adiat até ao sitio da Fonte Fria e
ríteiro da Ca$€t^Keiré.
Estas, aguas sáo destinadas a abastece-
rem a. importante- peiwlaçãO; de Yilla Real,
airriípaçâodos predios^un atravessarem em
todo o eeu percurao, -e os motores indus-
trtaes; fazendo as conduatr ás fontes da
idila.
PABfiDES— vMla, Douro, cabeça do con-
celho do seu nome, na comarca e 12 kilo-
metros ao O. de Penafiel». t3| aKNJS. do
Porto, 335 ao N. de Lisboa.
Está naireguezia do Salvador, de Gastel-
lões de Cepeda, (Yol. 1% pag. i67, coL
2.*.)
0 concelho de Paredes, ceono existia até
í& • da junho de 1876, compunha*se de 23
fí»gue£ias, todas do bispado e districto ad-
ninistratiTo do Porto— são:
Aguiar de Souza, Asiromii, Bdtar, Beire,
Besteiros, Christelios, Bitaries, Gastc^aosde
1 E' cabeça de comarca, desde 16 de ju-
nhode IB?^ ptíeí nonn divísio: f " ' '
4M
FAH
Mãei, Lórtéilo, Loorêd», Mifldabtt, «M»
Til, Ptraáa 4» Tdán, BeboTéim, Kaetnl»
Bobieln, 9Dbr«U) Ymdteia, Vlll«*Gofâ ée
Canoa, e Yilléla; todas com 4:i00 logos.
Buo ooMeHio úòWíMmMam-m wtiffih'
slmo, M attaidMiBos a ^ub é o 4e AgaUr
d» Souza, a maior pane do qoal, para ai|iii
foi mndado, oa melhor, amwxado, em iMI;
mas tomoa a separar-se, em 1828.
O Julgado de Aguiar de 9»n-
ta, ]a linha aido transfeiMó
para o Porto, em IKKO^ e de-
pois, em 1770, pessoa a ser do
jalgado de Penafiel, qaanda
esta cidade foi eleirada a 46de
de bispado.
Esie eonoelho nlo Unha J«lt
ordinário .nem camará: linha
um oandor, nooMado pela ca-
mâra do Porto, com ires es-
crMtts e nm meirinho. Gmihe*
cia das exeençQes.
Tinha mais um juiz dos or-
lios, com sen escrivão, lam-
bem nomeado pela camará do
Porto, o qual, )ais, conhecia
nio só dos inventários de me-
nores e ausentes, e execuções
de fòrmaes de partillus; mas
lambem das acções respeitan-
las aos ditos inTentarioe.
Km todo o mais» pertencia
ás justiças do Porto, por estar
d'eniro das cinco léguas do
seu distrícto.
E nem só por essa rasio se deve reputar
muito antigo este concelho — lambem o 6
incontestavelmente, visto ser o antigo cou-
to de Castellàos de Cepeda, que para aqui
linha mudado a sua capital, em i770.
O benemMito regedor, provedor, e cor-
regedor perpétuo do Porto, D. Francisco de
Almada e Mendonça, que tantos e tSo assi-
gnalados serviços fes a esta cidade, e ao
então chamado Partido do PorU>, mandou
coBsiniir n'esta villa, uma óptima casa da
camará, com bóa cadeia, pelos annos de
17801
Também M este magistrado, e pelo mea-
-moleanio, qt tbtev? para n povsmfc
Pare^ a oailiegeiiadtifllla,'0^|Mfè»<
irmado pelo alsMá 4a ti de {hMiro» e<
la regia de 7'de iMersIiOi is lOM^
Em 1814, por simples ceieessio^dM pf#>*
iBilos, entSo nomeados^ se fomon « ^09é
conceHio, denominado de ParMes i á
do Goneeihe de Aguiar de Sousa, ceMl
CastellSos e honra de BiMar; maa, piHis
fregueslaa do de Aguiar, íbramlbnnar»'
vo eoneeiho^ que enifo se et«e«, de Lmi-
rédo, que era Aonni, e^ao qtul flearan |ièr^
tenoendo as freguesias de Beire, fioadnllns
eLouródOw
Bra taaolbem Julgado, eom ftíà orMmrii^
camará, eserivio, dc-
Ests ultimo concelho o jvigado peime m^
noa durou.
O nHimo juiz ordinário que teve este jul-
gado, deParedes, alé ser elevado a cornar»
ca, foi o sr. doutor, Manuel António de Car-
valho Umas (feito em §873) iUnsirMd»
simpaihico cavalheiro, natural do Pdço da«
Patas, freguesia do Bom-Fimi da cidade d»
Porlo.
0 concelho de Aguiar de BouEa qué se
udu a esle, era vaslISBlmo, pois, principiando
na ponte de Cepeda (sobre o Sousa) ae R.
B., na margem do rio, freguezia de CastcHIios,
e próximo a Penafiel, terminava a O., na
freguezia de & Martinho do Campo, hojè
concelho de Yallongo.
Contornava a honra de Baltar (da casa de
Bragança) e comprehendia o actual conce-
lho e julgado de Paços de Ferreira e varias
honras e coutos, ao lodo 48 fregueiias.
Bra portanto d*este concelho, todo o va^
e do Souza, desde a margem esquerda do
rio Souza (na direita do Douro) alé ás ser^
ras de Preamemde, Baltar e Yandóma.
Se examinarmos altentamente os At»
cios» pôde dizer-se que este concelho é ite«>
da o de Aguiar de Souza; porque^ desdo o
1 E* mais próprio dizer-se que o concelho
d'Agniar de Souza ficou subsistindo, mas
ue se lhe mudou a sua capital para Pare-
r
PAR
iífiii
poaeo' defemid» 4e diMb» • 4eâoaliiai|iD
•ooaeite á^Agviftfy panUftè úmaáêeia
«Oiro» eMiMUMW á'e8i« nfloo.
pwfciíuiiâa tMre os riot Fwnlní t Botza.
Ttiè IflipMrUDte» nareadot méiismB,eo
Md otwaercio d« «a4o8«(floèr« luA^i o fie
exporta para loglatarra) fas«iilimriDo «oo-
Mlbo «iiDUkMeBtey aiáiios «autos ds léii.
Ttaibett^oy porta maitoaaareaeb. ;
C% seoi edláoiosipatítiois» u 8iai:tua8'e
praças» tado bem alinhado e arbonsado»
coDtrtbiien para o ambellasanieiiti^ áa tí1«
lia,4ae é maa das mais rissnbas^ tem. sltiuh
daa 6 aprasiveis do disirído; • oonr um
«Uma satabevríoM».
Pesaiie am doa melbores sdiiaias. escala-
ras laodHnos, do rekio; composto de tses
casas Ottidas, mas distiiictss, a eollocadas ao
«lio de nmpavimento, todo- eemdo e l^oba-
do, por nm muro, qae, pela sim eénstmo-
çâo, realça a b^lleza e imponente aspecto
d'esle magestoso ediicío; csnstroldo por
donativos, em 186^ •
Tem QSfia estação moDlcipal, desde o mes*
mo anDO de 1868.
O concelho ó cortado pelo caminho de
toro do DoorOy tendo próximo á viUs, ama
estaçSo de S.« classe, e mais dIla^ nas fre-
gieslas de GdUe e Recareí» d'este conoe-
Iho.
Também passa pelo centro do concelho,
a estrada real, a mac*aâam« nnmero 33, do
Porto a Amarante» e d'ahi para Trai*os-
Montes.
' Ha )á constmidas duas Importantes es-
tradas municipaes, ontras em constrncçao e
algumas em estado^
TalTez vá ter ama casa pia. (Vide Paço de
Souxa^ no fim«) ^
t Depois de publicado o artigo de Paço de
Soiixa, a janta de parochiae povo d*esta fre-
gueúa» oppôz-se :;o decreto que manda fun-
dar a casa-pia em Parados, requerendo ao
governo a rovogaçào do decreto, e qne o tes-
tamento seja cauiprido. Talvez se laça jastiça.
TOLOMIVI
Mn «Mfiaâaa da Célia e ¥ilMs» dsii-
ttm dois attigoa Inosteíios; nm qoe foi da
gracianosi e outro de crazios. (Vide voil.%
paf. Vtt» coL1L% M fim^e Kitfste.) .
Em i809, na retirada do exercito francn,
M; 00 iogar de £ep44a» i|ae largaram a fo-
-gaÁ polvorA ^ encravaram a arlilheria qaa
na» pedian • coadmir.
No logar da Ponie Forreira, íregneaía da
Gândara» d*este concelho, se feriu a pri-
meira balallMu- enlffe as tropas realisUs e
liberaes, a S2 a 13 de julho de ÍB32. (Vida
Ponte Ferreira.)
Oí ■alhdr ediâclo da viila, siio os snm*
ptBOSos pacas, do cooestho» em qoè já fallei,
abiado regedor perpétuo do Porto, D. Fran-
cisoo d'AkDada e- Mendonça (vide OUvaei)
para as justiças do antigo concelho d' Aguiar
desusa» sessões da camará, cartórios dos
eserivies^ cadeias, . etc-^occupando «m dos
das lados praça, no centro da vílla, tendo ao
lado uma IvMsita oapella.
A egreja matriz, do Salvador, tem de nm
lado a residência paroòhiai, que á suOloien-
te e commoda, e do outro, a casa dos Coa-
lhos da Silva, cbaibados valgarmente, os /l-
dalgoi da Ep*eja^ cuja ultima dessendenta
foi Dw MarlaaBa Coelho da Silva de Barbo«
sa, 1/ prima, do utosso esclarecido escri»
ptor publico e íllnslre pariamenlar, o sr.
António Augusto Teixeira de Vasconeellos.
A casa passou» por diversos contractos,
para a família do abbade» D. José de Noro«>
aha Mello e Faro, e para osAlbuquerquee,
de Villa Bua de Quires, e hoje pertence, por
compra, ao sr. doutor, José Guilherme Pa-
checo, contador da relação do Porto, e depu-
tado na actual legislatura*
N'esta villa esteve, durante o cerco do
Porto^ de 1832 a i834b, a commissio mlvta,
á qual presidia o marechal de campo, vis-
conde da Aaónha, e que, quando falleceu,
fòi substitiudo pelo coronel, António das Po-
voas e Brito, irmão do tenente general, Ál-
varo Xavier da Fonseca Coutinho e Povoas*
Pertencia a esta commissão, o coronel La-
cerda, e o magistrado, José Bernardo de Fa-
ria Blanc, pae do sr. Hermenegildo Augus-
31
mà
PâR
ífÈSi
•to^áe IMfia^BlaaD ((bifei Tíicoadn de cilba-
nta^ em 85 deBiaáo-éAd870)'aidejana!tiv
Esta eomniis8ã».£ârx«Keada« farajol^ar
os suspeitos de tereoft- relações com os cer-
Gtdos* ' •• '
! Hoavi em Parades» pqr muitos aBtoa,^ pra-
liS8ar>regladftlatttD|'q«8Íoi, Joaquim l^Bl-
xoto Cabral e Castro^exeellinlft birna^ e
que foi mestre do -reíerido académico, o
ar.t AatOBÍo .Aufl[UBto Teixeira de Yaséou-
-celloa. 11..
(Bste eavaUieiro pasaoa a'eateooiioeUio.a
eua ínâmela « apdoiQseaiiciav) . <
1 1
• AO' sahir da . viUa, fiara o lado d» Porto
.(O.) tia janto á estrada, uma lont(e, d*agQft
pmrilsima e íreeoa» cbaipadá Fimie Sa(fm'
da. Ignoca-se a causa d'esta deoominaQio.
Autígamente vtaham a Paredei^ mamuJM
der peiroB licepauboes^ que eitam aqui <oom-
prados por criadores, da. villae immediar
ções, com o que faziam. booiaeffDdo.
— .
A Alisericordiaáe Fenafial, foi fundada
iielo douUNT, Amaro Moreira, abbade de
BrBiéiio, Batucai doeste eoneelho^ nascido na
casa da- Lottia^na antiga honra de Baltar,
6 Taiios genealógicos o fazem deseendente
de AffoDso Furtado de Mendonçii, anadél-
mór doa liésteiro^, remontando facilmente
d*este, aos senliores de Biscaia -**pareoenrae
.pouco provável-*- o que não sofTce duvida,
^.ser elie (doutor Amaro) o fundador .da Mi-
jericordia da Penafiel; e que de um das nxt-
merasoB irmãos que leve, descenda o ar. An*
tonio Augusto Teixeira' de YaseonceUos, e
outras famílias muito distinotas.
Do irmão a quem deixou o padroado da
Misericórdia, com cadeira de espaldar, na
aapella^mór, para se semar, quando iâ foa-
ae,' é representante o sr. Ignacto Correia
Leite d* Almada (feito conde da Asénha, em
42 de jnabo de .i8^) por sua avá ma^-
terna.
. £' de outro irmão que procede a mãe do
sr. Teixeira da Vasconoellos, a qual conser-
vou o appellido Moreira.
I^a quinta de Coura, em Bitarães, d'este
oiaa. da tlàmiiiJk ;d'talft «e^hoia» f o».
Sooiafv MoDeiras^iAedbai; ^BariMas.
Mmumí Pmapk .Çufififk^ft AvelMd»;
MejDtellBS, 4flpParfto; pe margadie da
em Penafiel; amuitas^oíatrasifaBdiiaa^
cedem doestes Moreii^ cuja descendencu^
••ita a baúM^ «QclMi a rlMra d4^ Sawa^
Mm memoriai do fandadaf da MiaarÉaor-
dia»' da Paoa6al,.limiva nlealajaauiâavi^n*
rias tioa «do .ar. Teiaatra da Yasooaecila%
aom atinDO» de Amaro. < , .
&aLd'<allaa» foi ojpadra Amara Manual^
Souza (da fioiBa) .d.^t prior da flramta^ ir*
inío da.âk» «rddorsr. Taixainr.daiYaaooa-
.oaliasi ■.!.:< . - -M . .
Aqiaella priúr.égaralmanlair«tttMa.Fflir
aania, eairaa pava da:' freguesia da ilras-
aa» e imniediaiçdek
» t « 1 »
(D'elle faço menção— assim «»ma 4a «av
aabrialMva^Qiiego regrante de fianta^ Agtsci*
fiho, do mostetoa 4^ firij ó^ D. Mannei 4a l|a-
dre da Deus de Soufii Baibasay anelhaaoa-
aadeu no priorada^i^ GaL I''.d0i4^ai. 3CB
d-eaia volume*). ,
• ^a^ I *
* I • ^^ , • J '
. f^Q. idia 3 4a janeiro de . 1875, foi* beiniia
o novo cemitério de Paredes. .
Aaaistiram ao ado,. acamara nunioipal
e as auctoridades. . •
% • • I ' «
Cumpre^me aqui fazer bonroaa
da.ar..doular, Anianio de Araqjo Pinto Ca-
bral, digníssimo admioistrador actual d*eala
concelho.
Além de ser um magistrado probo,- asela-
recido. a aoilicito, bonra^se em meslrar-aa
fraucao^ente çatholico.
Tem feito respeitares parochose (ritesedo
aeu concelho, e todos os actos religiosos aqui
praticados; e probil^ido rigorosamenta , a
representação de comedias em que a roU-
gíão do estaâo--Tque é a aathoiica apasudica
romana— seja escarnecida e ultrajada*
. Na Ábellteira e na Bouça- Velha, l^lste
concelho, ha minas de antimoiito.
Foi declarado seu descobridor l^gal, em
novembro de 1875, o sr. Alonso Gomes.
PM
MS
Ha aqvti' Mê nUMulM mniiiesv mu te
i.* de eada mH, âé telivpos ImÉwnoriâwsi da*
tro mtáétÉo 4 18.
A^f #e int^ leiBi umâ feOrt der eá^a»
VM até i634, *sai^|íeiifo*mór, eom doas
companhias de ordifiânçaa. i
lá' a estrada afitf|[a, do Pbrt^ psta Ama-
ránie, passava pelo meio da villa, e pela
freme da casa éo foral, atravessando o rki
d^Asins, d^ahi a nm ktlometro, por nma bda
penteado cantaria, de am só areo; e d^abi a
omro kilomefro, o rio Sonta, pela antiqttid*'
aima- ponte de €epêdcL
A estrada a mae-adam, passa a S.B. dá
pNOtoá^, atravessando, poaeo a baÍxo| o
lio SoQza (que divide este eoneelho do dè
Penafiel) por nma ponte novamente cons<»
tmMa.
A estrada de ferro do Donro, e na <]iial se
trabalha afanosamente, desde o 1." de ]ii«
lho de i873, também atravessa este fonee*
lho, cortando a estrada de mac-adam, e vae,
por entre o Souza e a estrada antiga, pas-
sar, a peneo mais de um kilometro, abai*
xo da ponte de Cepeda, para o que estio em
constmeçao doas pontes, nma sobre o rio
d*Asaes, e ontra sobre o Soma.
Bm nm espaço iriangalar, estão cinco
pontes, à vista umas das ontra::, dnas anti-
gas e três modernas.
(Para o sen foral, vide Agniar de Sonza
^qo» 6 o d'este concelho.)
PAREDES— fregnezia, Donro, concelho, co-
marca e próximo de Penafiel, 35 kilometros
ao N.E. do Porte, 335 ao N. de Lisboa.
Tem 70 fogos.
Em 1757 tinha 74 fogos.
Orago, S. Mlgnel, archanjo.
Bispado 6 distrlcto administrativo do
Porto.
O papa, a mitra, e os monges benedieti-
nos de Paço de Sonza, aprasentavam alter-
nativamente o abbade, que tinha 250^000
réis de rendimento.
S' terra fértil.
PAREDES—vilIa, Donro, qne existiu a 6
kilometros ao N. de Maiorca.
Foi fnodada por D. Dibiz I, que lhe deu
íàtm ' m ^MBÊHm,. a IX áéidaiMBnaAe
tl8ft. -(£.«• !.• dê Dita^iQttiB.DUâai
fl. 64 terso, col. l/-^^««tro dado pelo imíj»
mo rei, em Coimbra, a 20 daí sélenibfn dn
I28l-^L.« !.• de Dee/çêéêd^ rei D^ DMz^
fl. 176 verso, col. I.*) . * -a
"Provredki muito está yilK ^^ 4^00; Dias
emio,' as afeias do mar a foram invadindo
a arnftzandoí pelo que se diBSpovoon, hindo
os seu^ moradores fnndar, ou reedilear a;
villa da P^dmi^lro; ficando aqui, por lufaioa
memoria, a capella de Nossa Senfadraida 'VK
ctoria, a casa do eremitao s um motobo..
Era uma povoa(!i<J de 600 fogos. * • <
D. Dinis, teve eh visu^ na fandaçio d*e^
ta villa, defender este sitio da costa, ^as^ln-
vasões dos piratas africanos • é granadl^
nos. ' ' ■ •. . '-W •<•
Escolhera este legar, 12 kilometros aoiK
da Pederneira, por haver aqui um porto (qoa
as areias lambem entapiram) acommodado
para a pesca e para ú commercio.
Quando o rei estava em Loiria (que fica
18 kilometros a E.) vinha aqui multas te-
zes á caça, do que enião era itultoabaa^
dante este território.
O i."* foral, que é utna carta dê poMOfão^
é para 30 moradores^ que eram obrigados a
ter seis caravellas, ao menos, prepadadas pa^
ra a pescaria.
B, para que os novos povoadores aèom'*
tnodassem as suas casas, lhes mandou dalr
um moio de trigo a cada mn. ' •
Por mais de 200 annos, foi a villa de M*
redes uma povoa^ de bastante importans»
cia; porém os ventos, qoe aqui são foriiesi^
mos, foram arremeçando com tanta força as
areias sobre a povoação e o porto, que tu-
do ficou arrazado. *'
Jnlga-se que a capella de Nossa SetiMeri
da Yictoria, foi mandada construir pelo mes-
mo rei, para matriz da fregnezia, e^^qua a
invocação de Víctoría, fbi por alguma laqtà
alcançada contra os mouros. - • ^'
E' esta Senhora objecto de muita devoção
dos povos da redondeza, e a sua capella aín-
da bastante concorrida de romagens. »
No dia da sua Natividade (8 de seledi^^
bro) se lhe faz a sua fcsia principal. ' • ^
tti
fm
iBMiUto á'Mbl «apdU» eou a obrigação df
dntiaiú aaui orna. missa qiiotidiaiub pcK a]r-
Mi de Bv Padro l
FoMbas feita eau doação» pe)o rei D. Fert
liando» filho d*aqaelle mt nareha.
PáRBOES-^vtllat Miobo» capjuil dA fon-
celho de Coura (e poríaso, a para a distíA»
fiiir daaoatraa pov^açi^s do mefmo aeme^
ae ehama Yutgaroieikle Parede$ dê Qoura)
45 kilooietroa ao O.N«04 do Braga, 40S ao
KderUsboa.
Tett 170 fagoa.
Em i757 tíAlia áSft fogoo.
Orago, SaDta Maria (Nossa Senhora da
Atfítinipçio) «omarca do VaUeaça.
- Arcebispado da Braga» disiricto adminis-
tntíro do Viansa.
Os viscondes de Yilla Nova da Cerveirai
sSpiesentavam o labbado 4}«o tinha 350^000
réia de rendiaienlo^
(E' pf eeizo ver Coura^ no
S.* vol» pag. 4i3^ ool. 1.* ese^
gnintes.)
O coDcdhQ de Coura é eomposte do St
firQg1lezia^ lod^ no arcebisf^ado de Braga—
aão:
Agua-Longa» Bico, Castanheira» Cristéllo,
Goasoarado» Coura» Canha» Ferreir:^ For-
maria, lofdsta» losaLde» Unhares» Maielias»
Padornéllo, Parada, Paredes, Porreiras, Ró-
Uftda^ Bomarígaes, Rnbiões, e Vasçdes--*to-
iaa eosa 3:000 fogos.
(Desde 1876» é cabeça de comarca. No fim
d'eet0 diocionario hirà a nova divisão jndi-
ckiL^Vide a nou em normando» a pag. 44^
cok %\ do 4.* volume.)
r
. Tem uma bôa capella do Espirito Santo»
com uma irmandade, que ó das maiores do
S' n'esta freguezia a nobre e antiga casa
#(» sn D. António Telmo de Menezes Medi*
na da Cunha e Azevedo.
No centro d'esta povoação, e cercada de
mattas o de óptimas terras cultivadas» acha-
ae a antiga casa apalaçada, doa Pereiras da
Canha.
aeapeU|kOja^deba.â(iasÍQ9tea» .
O terreno, em que foram, |ii'o9tro teffipoi»
osjaiodKt^ •oMa.cviij^^^jmc^dade f(c|aaos
paços do concelho, cedeu-o generosanapmifl^
por muito menos do seu valor, o actual pzx>*
prHHaria» o jsr, AMoníQ Pereiía da &wM
para lá se fazer um hoifpMAl.
. Sen ^fô ajjida casou e viveu n*esta csipai»-
que era /oal^eça de um doa pr^Acipaes aaor-»
gados dA família a quai ó oriunda do eoa*
ceUio,.^ n'elie tem o aexi sinlar» pa fre^soAúa
^a Conka.. (Vide CMna^ 9^.VH' ^i» ^ ^^
doaf Cmikaii a p^ip 457, do t^"" vo|, — Vide
também — Os CutUias -^ a pag. 364», do 4.^
vel.).
Fallei já» nos logares indicados, na DaU-^
li&sima família dos Cunhaa; porém obteado
mais eaebreei/neni<oa sobre a matéria, e ea*
centrando documentos authenticos, qoa li
delidame^le, e pelos fuaea ea prova a quem
pertence incontestável e verdadeiraiuenie o
senhorio do dita solar o torre da Cunha* oa
transcrevo n*esle logar.
A torre da CnDha,.e^tá hoje reduzida a om
quasi montão de roinas, coberto de hera^
e por entro ellas muito a cnsto se descobrem
as armas dos Cunhas, e umas ipscripçòes,
que alludem á sua reedificaçào» ít^ita» pri-
meiramente pelo governador, Fr^mçisco da
Cunha» e depois por António Pereira da Cu-
nha.
Esto solar, ou poço» antiquíssimo, perten*
ceu, como disse e imprimiu, no Titulo da
Cunhas» o mais erudito genealógico coutem-
poranço, (n * 39), a Fernão Martins da Cu-
nka, filho segundo de Marlim Lourenço da
Cunha, a quem el-rei Dom Fernando o ti-
rou, a^im como as leiras de Silvares e Vi-
digal, na Beira; sendo mais tarde restituído
a Vasco Fernandes da CutiAo, filho do refe-
rido Fernão Martins da Cunha e de sua mu-
Iher D. Margarida Martins de Sou^o» o qual
é o trotkCQ dos Cunhas^ de Coura^
Sebastião Pereira da Cunha e Cas^ro^ fi-
dalgo da casa real, capiíâo de cavallos, na
província do Minho, natural da freguezia de
Parédes-H)nde teve a sua companhia-— e ca-
sado eom D. Maria Thereza Lobo de Solto-
ffAtt
fúitot; "peh qtiA) tf eram ét^pots i Httâf de»-
fiâ, (é b^iáVó do aètnál reprèseDtairttf d'éstA
familia) requereu a D. João V, em 23 de tfò-
tembfo de l?v!S(, que ffie' mátidàsse itit fos-
se 4i torre ê (!a9á soT&f dos Ctínhias, kiá frd'-
gapíiâ-da* eutrtiá, de Gôtira. '
• O íitlpplitíâíitè Jaítifieou e*próTòu lejg^al-
mente, ler filho lègiliruo, e tirtirersã! her-
deiro de AtitoWo Pereira iá Cunha, fidalgo
da tin rtaf, toesire dé campo de «ti^íRareí,
« ^ tóá thulHéfr D. Var!a de Castro Pltiá i)^
Atrdridváy,' (da éksa de Caminha); qtrelhe
perteneiam a torre e sdiair do) Cunhaii, nò*
Joj^ar dò Outeiro, da freguezia da CtiHha,
féfra por' seus ascendentes, e^add^fdh rê-
edftfcàr por seu pae.* '* '
Esta justificação, tinha ^ido feita mésnio
na f reguezia da Cunha, pelo Juiz ordinário
de Cótira, Prancfsdo ^eirá de Castro, 'em
íi dè novétnhrodo meSmò anne de 17S5Ve
tòmdu posse Judibiaf, km 24 do Horeihbi^
sêgnhite.
1^
is&
< «-
' 1 1 •. I
.}. ''; » 1 I
ti tánihett' "enfré os tíapfeís, que fcompur-
líet, 08 traslados, 'inanuades tfrír felòf dítb
Sebásttóo frertira dá Cunha è Castro,' do*
ttKStamèntos, eont^que fálieceram òà !^et(^'aii'-
ti^passados, PemSo Cònçátvés da Ciinha, k
«ctffilíio Bif Pehrandw da filinha, "paè de
Sebastião da Cunha, qtii íiiâh^ Mbdtblhá,
é^ iíh^ei 1>òm iMsmò (età Aieaóeffceèir).
' É^-ifhm vméi <Mchmeh^9,''^i<ffar)hh
<í4fWstídoiiRSi,sérettl ílêàhòféá tia torr^è hiii
'sdatenrfí d^Cutthaf e ifó pt imfelrt) (tèiia ató-
tfá tó fh^e^fi dé' (ícínha/a !« díf^júTho *e
*B«) tféket^Í\X&VMlo «onçalVfes (ía<hí^
rihi aòt seoshfertfétraSjtltie^inftctai ííf res-
gatàf i rt?fértda loire, ^è èlíe tiifha ettap*-
ahado por certa quantia a João Jac({â(^Í de
'-* bíêgiy Lò^iéS AnuífétraV, fidalgo feâflágo.
M ÍÍ«iMt6«iUlll|rMM,'4è AMÍúIIA)' Bêi^
dador do sen solar n'eatH villa, mâeeslo JS^'\J.
Ainda existe o mesmos paço que ello funda-
ra, na^raça dn Terreiro, de Caminha, l^ho-
'Pi^ítfreiímsif^ ¥má nehré t aihtígá -fami-
liar o«iiu#dilar,'ilaiiii||fif^dfl MÉDtflBftiPitíà
de Castro, par do reino; irmão do ar. José
de Menezes Pitta de Castro, coronel do exer-
ci!*, ê kAo ftQi^ dè Pròe]í$a H T€úia, no 1.*
de Julho de 1863. .v:j^/;.í. l
VsAcòfteelhM, o qy^ ftlMo êtm éneòmmêtiêíh
tety p^r ter ontigtiMadê àe tua eam^
O ttesmoeeeeotlfica, relatiVameniea Mft*
diseo da Cunha, goterftador ide^lfoioei^ Mt
Nova Granada (Aràmeâ tb ftíil), eommeií-
dador da Ordem -ô» ft. Thfagd da Vspada^ bi
earta de bratio ^armas a 4t tiobi^ia, (pke
Pilippe IV lhe Mattdou rêimnr pelo i^ei â'af-
Portugal, ett tfi áe novembro de 1636, o éo
4ual o menófoikido seu deieeudente^ Sébaa-
tilo Pefelra da Coflha e Castro, pediu se lhe
^sásse Bovò tragado, por €$(ar damut/lMi-
do o àníido, e pare sê nSo perderem as mê»
>nòriás, qÈe n*etie se cmtém.
Sra Prandseo da Cunha filho Hegitímo da
Ruy Fernandes da Cunha e de D. Vioioria da
Cunha, residentes na fregèezia do Brc6, já
então do eaècelhar de Coura, làiák «do ftílgà*
db de Fraam (FTalSo) coInafeadePottle do
Lima. (Vide êic&, a pag; â99^ioel. li^-di 4*
tol) • • : ;
' Foi néfío fiàlème de Pirfi&b'6onçat^«ê •dk
Cunha, e^ Di BrlteaAahes,r&attitaerdasíM-
guezias de Cunha e Bioé^ OUjás teffa8'^aili
comos eedeelalttèos, por iharoM, dids refs da
Pohugàr, «omo tamfcoiirx) fdk-atti artbfirás
iTAflÒnsiy Ròdrlgtiee da Maf áffiães; 9;«"ir«6
d^ Piiihciíeo dâ Cttidia> k oati^ ^§ tM-
eehlèntab pot> yaronía, ^ toãák fbrm fidal-
gos de solar, e dos verdadáíntít CuSkhúê v JAt-
galhães, famílias ilTustres e antigas doestes
rH^^, e ièfkpre' ^ l**énaÍ*<M», (mm éUé *^p-
pífett/^e (tntuefseo éà Cunha)- dò«» cêMMcà,
ôHaêès, êtmMê^,ê'mmm§&ti^i^t(mfmi(t^
qualidaêi ^'stíàP-pêMkê) $ Mh>lhiin é(m
4^ à\itè f^lMO', àn têáaê^a^ gtkrréeè oèca-
mH qUè %tUe lmií>e; e Hol ê&nftMáiê: a^
iMMà HH fmt(p9^'0tj/m $erm ém^sm^fêri-
^ fàfim éif/ofka Êrmtfíêr&'imí^}kídH;9mk
k>0Htrèf ifífaoh ntr^. È ^e^4P^i4iêdn9e^' é
^éimímHdiBkot^Uê&Mnlàidaãè úumêtí úita
e¥ítr€iíVmena'^'kUlaélk dietiittiole ê.éA-
vàllátê'áê kaHHaãi € Ikia§à, \H4kaA:^ <t
'Béle^ftradto d'árifM,'era o ^mlgo', darU-
Itfiif)(«ii9 d(Mi Oxtltm 4 «aganfiei;'»pim« í»
^iM^úmrt0lr «MMbf ift iloâ Mói tènê^m-
) « iMtf^MMèn^stlârtfka^^Mvtillilinha*
êo, é«itfa&i4> Mnèim(neii4aa«Mbm
phia) da Carta de Nobreza d*e3ta famiUL-f
m^
S»AR
le usar^ egosar (odãsai graçM^ mercês^ i^rv
rii^tm $ digni^df$i qHtgeioram 4» $e%u as-
Mímdeni€ã;epaiKi enírar com «4 ^ita9 arma$
-4m toiat 0$ Ikng^em miiiParesi asm dêpax,
mma A flu^rro» em foàof e fMssqv^ fetías
4f(ca9aUari(íJuMaã ekfmiof^ segundo f^cos-
imme dos fidalgos^ s nobres destêrstMo, assim
inas cosaSLS graves e de necjsssàMe, como nm
vohmt árias e de passaiempo^ e as poderá tror
aer. ^pin$adas, . # bôrdadaSf nas bofideiras,
^peMtíeSt estatsdstrifs » reposteiro e tror
.z$r em 4eus formões^ e bai^las^ e as poderá
pâr em seus eãificiés^ esqu,fMSy portadas^ e
Jfiwsllfus; e finalmeiUp as poderá fiiz^ abrir,
:4. iiSi39tipir sabre sua sepMfira.
. No livfQ i/ das Honras e Valias, d*A14ffir
J>o«ro,'a í|. %1X 86 lé o sefuiiM^
( :. «Dft tregueiU 4o Bioo, ^eneemar dfvas-
•^hBsijo o hcrdaaaemo de Aflbdso Bo4ri-
gaes de Magalbãe», ele.» E adiante se Yé que
JFraadueo. da Cii»bi> er» seabor d» cau e
lAm'AÒl«fMiga,v«iU'no. lofs^ do Outeiro,
(fe^egnaiMi de Cualuu >
. Ifojiinp.da JVoljnr^ía, que eetá bjl torre do
4pRil|o«.Af(|, M, TOfn M.arnMs dosGiuitiae,
.qg^^Aor^fm ouDpo d*Qiijro, nofe tmà^s
À» acoi) m três tsxèã,a por orla^ «m wn-
po de púrpnn» címo esciulélee dasitma»
fOies de Port8g«L
' . ■ ' . . ""^
O «eiittl posavidor» por varonia, da torre
y solar da ^unha^ e da aan i^PortêzéiiOy
•é<i4ioi^ iiiapira<ihr poeta e proaador diatío-
alo, o sr. AatoDlo Pereira da Gopba« *
É fiUio de Sebaatiao Pereira da ^onha,
Malgo da ea«a real, coronel de «NUçlae de
Tiaona» e qne eoamaMleii^ eon muita dia*
•iiiieçia; garante a gaenra peníasiOar^ oiq
doa iMUalbdes da Vnião^^^ 4e D* Amu dê
^oireia Penim da Minada» d» aaaa do
Paço d*Aaba (onda etteve eacoodUio^ dor
poiflda derrota da poaie ^'Akaatara (2$
4ra8(»to ^de 1580) Doi» Aatoniq, prior do
Crato, ^a}é qne epbareoft parafiapviw
^a da Dai^ae); a é aaio pateiAo de A«tor
» VPf)ipiMa<^..o».MrkoriO'da laloi, e
qm iMa o privilegio de iijk> poder lar co«-
) •
Bio Perofra da Cunha, fidalgo da casa rsaJ^
a de D. liaria Joaona 4a Kello Pereira € Sua-
paio^ da caaa de Pombeiro, janto a Gatma-
raes. < . • .
. Teve^ ainda em te»pa d*el^fei D. João. YJ»
e aendo de quatro afMioa de «dade, o flllia-
mento, que Ibe competia. Ga»oa c^ m ar.*
D. Maria Anna Macbado de Gaateilo Braaco,
ttlba doe ars. condes da Figueira,
D*e8te matrimonio naacea o sr* Sebaallio
Pereira da Gpnba. (mimoso po^ta, JA l^eai eu-
nheeido), «asado com saa prima oo-irffl«% a
sr.^ D. Maria AmaUa flAUnada Pereira. Cyr-
*ne, QUia dos sra. condes d' Almada, da qual já
tem nm fiiho^ cbamado- António, e que^veai
a ser também duodeciau>.b^tQ,.poc Taronia,
de Garcia Rodrigaes de Caldas, mencíoaaiio
pelos genealógicos.
Entre os morgados, qne adminiatraTa c
meneionado cbefe d*esta. ramílja, na ópoea
da abolição (1860)» não era o menos impor*
tante o que íòra instituído por António Perei-
ra da Cunha, do conselho de sna mageatade
el-rei D. ioào YI, seu secretario de. guerra,
e eommendadbr professo naòrdem de Chria-
to^ o qual morou em Lisboa» na travessa
a. que deu o nome, ^ e n*um palácio^ quei-
mado^ df poiSg por oçcasiãe do grande terra-
moto, e de.que ainda existem Jtesto^ jwuo
ao.tbeaUro do Gymnasio.
A casa dos Pereiras da Cl;^tbf , qofi posr
aue terras» nào só na (regqe;ia< de Cunha,
mas lamlmm em outíraa do eonoeibo de Çofi-
ra, tinha .0. seu jazigo d^ lamilía^ n'çaia po-
voação de Paredes, na egreja.do Sapirito-
Sanuv daifuai ha cenunmUeacao pafa o pa-
teo da casa.. Sobre a taau^ d*alle àstavaia
as. armaa doa Cunhas, .como as^leifo d«a*
oriptaa... • . .,..*,
Bvi 1874, m ftmâo^ n*esta TiUa um boal-
to theatro, OAde Já ao :teaa<dadp.mias ra-
presemaçSea.
íTesta (f eguaiia, e parenia daa tamilisa
€nilhat odá de MaataUies, ae hapttaon hU
• ^ : • .1
> ' i Trapeesq do Seerelaris de úuerra, á
Trindade.
fiiKR
VàR
M7
BlM) ilfcoi êí Mrtliaxiri Pereira «»i>; Mari»
dâittettlH» .dft' ciia detiisoMntt. :Bm iMl;
«obiMdo liara a indiai com D. laio Cmí*'
^hêç eciMlÉL ierlMofido, è tt'eqwH« peado
fez grandes serviços a Poriapi» eom» tstoiv
' • • ti/".
ií
fttspoiei doiaiigniado4o'iDaièo^«efnArt^
de carmelita, na cidade asiática dflWn; <ret-
mm^àb liado^4u>'4ffl|ierid tefrio^fliDiól) otti-
dMáo^HKMDê |M»i^l^i Bedenptor^daCfiis:
BHiiiiai'wi& de asilai ^*n«de««- •
• .ifoáíte^ Maiaiesbaliwlaiad riiitodkclM»
^Ihaido SiunftR) e aU Ibi nan^riniAs pt^
hmwÊÊÊèff efll-iHivéÉilíto.d« leSSiteMosfe^
aâitttraniò8,d9 «d*ie; {tfAmi^ 4^ Oarmo^
tom. 2.%liv. 6.%.cap^M:)l '' <•' ■. ■
^ M1«M»*-Ylde JM^aM/A ^
.MlBBBI>*^Villa, ^BettiAAIta, epOBarca,
cmMMoetéklMbeiro* dè A^Mlo da i^»^
joeira <(M da eomarai dvfMMsiei «aiée-
Hn^eil^Tdee,. • nnil MUgaMÉléiífiii 4a^
baçauAs vé ooneeNio/ Aimiad^ por-ena trav
gvaalB • pda ido Rib d^AdiA, 4Dells»iBa'<
iikilaiaeiíioat Xiaentio da éoauinsa dl «u
nhel.) 36 kllometrosie lAlneto; 8M<a« Nj
4m»LUbmi* ,; " •. .^ • ^ «. • • • .1
•> a»i36IUitthatM^ loffse. . < . i
jjQwipD^A.ilarimionw^iapoiMQi^ '
Bispado de Lamego^ districto admlniiMM
tfmi»de4nwD ' "" ^^<'; ^-"'•'' '
* vlBffirâ âi8iAm«fr-dai aMni pòToafiiftáo
m »ll»iáá lÉ^de^^aNitoiéa
^ At<Miwsrsi<iéi.^Coimliwti|li(issBSitié
raloi^ o0ÍBdp,iMr eoMBiao. WdI» aíUaOd
Má éè aáDdinnalaai» pé d^tan ^Bailam^
PM f ihiolK M>*mwm «imairi •pvfir.âi
• Apofaaçia antèfsiuimft. ik Altaioftot
masmiM» m* 1 — Umç^-in.^ úm làwmu.mA
\ fl- ^ ««oL tA 9: 4V' ooit M 0 %i^nmii
eoL l*--No liT. 1* de doações de D. Affon-
sem, fl.'«7¥., VJe^HV. dè féMs iiikfl^ de
teltora w).v^, fl. .49, col Í>» It 68, ,coL ÍÁ a
àriapCQUi/)
¥itÉ-ae aotiiD^ dad» a dide^i
i'.'i
» ., « *
per Dl Sanetao I,. confirmado em Gsimaiiitoa,*
por a Aflbikso U,.a4:dé jatiho de iliflL<Ma-
Qe9.^.de fsraeb amigos^ n.« i24^¥^M«>
mais JtBtrt forais daido no mea dn jnnbe de-
1997^ por Bi Aflono lli, no Maço %oi .doà
meuMB IsraeaaitigoB, s.«^.fl. Aá/e oe iijr».
d« fo^aes' antiffoi da leiluira nevlí^ fl. 107»
C0il'1t«>
D. Mairael 4he^c« foral nbvo» em Lisl»oa»
a W de desembro^ de 4(Hi. (JL« d^ farúu mh
«oa da He^a^ fl. 47 vvcoL L»)
BsCà sitliada em Ini alte,*« sen toritoviov
a 3 kilometros da mai^em direita do rio ITáM
▼org,'l^aalO'ser'etceébivo, émaitoisandavcL
M filia, e, ptiêeitiaAaNnte,- do (ogar-diama^
do Praça doê MourUf ^ae Ibe fica cobaan^»
eeito, im goaa nm fasto hoitenle/ e se véèm
moUaa. povaáfOes da Beira«>Alu:eiderV^rap-
00 MMes, sendo as: prindpaea ^-rDonéUd^
Proveceodei Olfciíds^ Vabeafo,. ParadsUaf
QlHMlee^ RiodadcsyftBndím^ Vltlv; oaa aeiw
iwdtt Maiio e^finielkui
. A filia nio tem beliezaa qno snrpselien-*
daai; miiaó nina pofoaçiett>oníta, oòm teaa
casàs^ do iamllíaa nobres e ricas^ avoUando
enttfsí aqoeHasi asdos n«. Aièvedos» • o^ann
eimrio qad lhes penence, da iQfocaçio.de
liiosa SeiÉiora da Amampçaq • dot Sadtea
llanyKa«^4im doe mais notáfeiiida»prDVin^
cii^ is^mcsmo doraina Foi laÉdado petos aib*
BOB 17«0; pelo dontor José d'Ase«6dp Visi»
nti catailelfoprotosov da ordem dafihristo^
desembargador da relação do Poito,.câpi«
tio«fBár t* suAior.daa. direitoè.féàes d'esta
«íHbj daiModadstf • VaUe de PenellS|.ida4*
gOiea«aUeiao,>«lCb.. .
Im Miada SetesOIaVieira da Silvgdfs«
ccndente de Alvavo Piras^ oorrisgadar dd oôrw
10 >ie Dt AftmsoV, e d<)^BbUimijd;dteisdo,
fiHia do «itaé dTAacevBdo^ aoMnliada JDs
áeorcisdeflaaio Agostialio^ ftindadar d^coi-r
iegi» 4a Sapieneia.em Coimbra^ o gènd.doa
cónegos regulares: era descendente dos£o»i
sas» d»c|ii»dn Batai,^«doi acBlMeesdoedn-
l^d^A^Enmdo, solar #mt§ ^PP^Iiido, ddaa
fiHafe '6 leans de Bosoo/ Rtta4IoBMm» Jal#
lBB^digBÍBrdaPeaa,ÍLJeãQdaiAef9 0teL«' .
i Km9 agosto de 1069^ caaop iooê de Aaefa%
dç, n^t» filte dp FagndeSyiooptBop ptímè.
tm
TíàR
fm
J>. Dita diOosta^ filha da FrànoiMO^ftCo»*
ta R^MIol • de D. Bibiâna da Foilièca^ úk
flwama^vUJa; 'descendainu á«i i'eaiaarid<N
Rd ilft Poroigal, qwMiiftdai9m'9»iMida<ih
Heiíriqpe e tís nossbi primèlroa) ra^ ^ aai-i
pilsMT M ttotirM, • Hmi tmarait mUat»
târfàSy viUaa e peaças, teado «ma d^ollai
eau mesma de Paredes, como se ré doaim*'
bre daá arnnas d*e^taica8a^dl(af'cJMMi--
a3r«boif sande as chaves d'e8Uí praçà^ fattà^
da per elles aoâ dioiiros, l)a»epdD^a0 dam»
heroes ao lado dos dois valentes caudilhos
doe ehristãos» aaeMdaMtea dcíS'TáToiMi—
D^ IThedoli a^D/ Banaendoí
Diá»0a4]ae «a doooa d'eslaeaaa aind^ pta^
as pn^iriàs cbaivea de Israo^* taluãdafl
â praça, aos -iDOQPatL " ^
>*lèié ^'AaaiTeéfii, depois de aieffoartHea
eaag^ls ^«mf^Iiiboa, Porte*. Gata^, UbíSOV
Bat««lidiB, VAia «>€Qi|de« ánieipo, noMbJtí^
«e »ha«a lua eaaa dè Pandtts; ^ pâa^reflMN
ta É aaacaptlU e ââaeiaari^ boda eaOecòO
os corpos inteiros doSsaiKIsiPeliKd Pioiai
eflBii mH êêtê€mUat\êâleiUmi0]uma wêlipéas,
todas dhrersàiy qoê ohtofe .do paptt Ban^
tò XIV <por iniervea0o dfrlsoiosftieavdeai
dààlpedriaha^/D.^Jonie' da-CoaiaH' aando*
8Éa dedicafaa.«el«hrada a^^idaiaetavám
da*É7lí6» eoai poiBfMi>eR(raoadi0aitia «nnasd^
rasa ospdinada ftBÍi^iObritaadi>^dil9!aM
Bhar áO' polia d'a8te ianelBarib arasaadMrta
a aiérgada^ e^oa diréitae^aeaead^ psndaaa
aati wtÊOÊl, aoBtprétiaaiiAlflffisafia^ral-ivi
Il.,loào Vw í ■> ' • ' i Ji ' ». . ' i\ *■'
I A aapalla díaisa aaadnaeib.é As fiMitA»
prtabradaoieiita.tiiiaialhadQ^ ala>4riia>qali a
decora tem ornatos de miiílD,flBSiMiaaiilQ
e>^fbijMírrÉ a:aaáia liMMlà-caèa.tfi palra^
qne^hàfoaiad&apraiillieia. .> 1. » ..!
tf«« aláo^da Uutoib» dia iihi>4pidâfeosà4ea(
AfpBèBantandíiia^sbBasptSh daJiffia>aeah64
rh; disen sanplotiHiáJefj^ifts^ èr ^labioail
daqairiíeBtoa mil>fféí9^:apRBar dp.ler>e9B|»*
■aa^diuteasíebr ' :.....- "»i.. ^.1 . ••n .
: jÉeela flHMlsaría lseQlo»da.)ifliadií|iaMi»*
ahial« eitíiléef^l» ptirhreNd de BdMsUY» da
l&â*a«aaioida;4VÍ7, as'alleu)'aiinl ardláa^
rioiía itNttuÉb fMitiftca>a ^arimniíb aná
Fartalai» da tapaiâea Hb #vaaasfatai3lo-
paúhii paia^padia^feo^ t qpMÊlofmtÊmiqb
da eaio^ fiainli Hemaa Ao W»ta)dla«iHaicaift
a salaitea a6 aapêpa; padaida. ia«liMiafi?*
nMat^vMniinov^^o jenlMspb, ^aMUrtir
e patiNoar «qnaeaqater fMças» privítefioa m
lmlal00Bdaa ^la íoMB^oaMidNs m aattf
otoáfkk
Só no primeiro anno da sua dedioa^aia
ealalivflraaialÉt anais. da>nít.ayaM% laaÉlff
47 seleameei-
ífiao eitnordiaaiftaa aa iadoigeilfllsa
cadWàa tparidWel^ ' penftiieea m asia
ctuario, e qHbfodanaàaanr a»âais.«m«isai*
laa diie da ledos ^aassaa dataiulQ^aJQdld-
geiícid .|daDaHa>a S dafevaniiav ^ «iM-te
im$^ if^ de Jolba, M d^afaaa^ ^(kmmwm
ioNMsdfaia, aaiideaslèBibtfo» daaiai^lL^
d*outnbro e 8 de deMmbra.
O alur-mór é pi^viligiader m<pftpâtímm,
e«'«lla pódataiiirvir-saiaiexpéfiwaMD-
tisibod» Â vaaiada da .p»draaira%fspilHaa
.fiasa tattbdtt esbs aaitttiiark^ aonaiMa**
cas^ (a: tinilatda pmtifmi a râoi^ aamaq»»»
Taia aa^afB^.)afaaiÃs.«NigvaiiilQi^ 4na atf
láaeiMiínaiipe.daaapeUaj ali*ala9 ahHBM
dm darwirtaai jogmanda nailbdar4eaa ai âr*
È finalmente este sanctnario, oai Intua»
mento notável da piedade^ d^osai at¥ili-
mento d'uma nobfp fandlía^ aidli]0Éiaartsl-
dade dos imaaaiwlai a dofe aaftMfeoa>#eilU-
Ha muitos annos que esta ciBpeÍlb'*aaBft
eémifaa» fiipimaÉasdan \immÊi\ud^\à!mwÊÊn),
tdaoavtasiatto amregaaaita «aaalmv paai|Ba
seu dono e penúltimo representante,. MSnail
Mirt—n *dp. badMH* . d'Aiataéa^ €aiMiUb e
aoiwrmidll ju^aaaiaa8a.p.i|taiÉybda>lit
lHtai^eiadiaii»4o«<MKiiiittuhi dè Wh
U^^$fnuá*êmem)^*epniÊÊ^ê çaélaidaaaiii
ctuario tem estado amortecido ;'riMldMM
pMTtbaÉMlià Êb mm^ítiwiéimmytlkoçyéir^
liartalki dstáfema^ ettatoaaÉjpatfteaaaiatt
8nbMkNriaHla4iénoi Amveda^^tmeiafni tiak
bila^^BBada «kam^^sMMssao^ aioiBlhataa
diatflàA pof delito) táiur'parft d aaKtliàrlb.«
nOy viUaO por Vetes oe aratãdciaf eonsTaera*
veis, pessoas e gados mordidos^r^eleá-Ãy^
di^oio^ dal&cameAff q hanaidaaMíaa
RAR
fm
km
.BiMi^ftegiMl^áíertíl:Pro4u«emaeiM8lp«&boil pudt^rya.â lactat.qae Oli^-aiAmil-
atondaDcia^ algam vinbo e ai #iiiv «^eria bas*
laiiia«aÉ».kunf ero; o. vinho porém é Mpero,
excepto o da margem tfo Távora, omta tea
tetiito»^«iAtedOi» úMM em pequeMesieoçio,
porqae a maior parte daftiiiai!gftQ9.4oTávo*
rtf^naá límtiet d'«8ta fregnteie, aio iaeoJsas
#esctlvada«^<e.am:aeervo dapenedOiwiMion
eqiaUtieiitadefronie das eaalelloa dos Cabris^
4|Be4lÉ«m mA,wauF0»m Drooleíra^ Qei.Jtmit^a
de (bègueaii^ de Seadim. (Vide (kkru « Btn^
È Qiai^Maeknft leata povoaçaiv e na emi^
BeMf«'V4»aiigQa» tiveram oi movoa^e leltez
já os godos e romanos) uma fortaleza álDpDr*
fitej és qiiài ae vdem aiâda imponiâles itti-
aas.
Esta^parte ãk protteeia da IMra-Altay é
■Niilie fenhisedea^ a acflâéeniaia,; a a e^a
passo por alll se encontram minas dáea&4
tellos e sitíos muito defensáveis, roas poucos
lia beai Mbados^aomo 'ai|naU% para obia
0PÊ9àdiiÊma^Êí^ 'B.vmo fae o anrir aâ jrei
áai4«ie^ taie< tiaba A«te maísneoasí^ira^
vei naiats dia|vk(axFoiilhe.tonladaipor.a*f
taeta>erii«rpiexa.a^umaivianhan deS^JoSo,
€Dflíia eaeravwanaírj Bemaida da Ariia^a eci«
(ros, e como é voz constante ainda^aatta oa
pofaa'4i'a^ii0yea:sltias*' . . >
• ^aada 131 f taada (ou Vbaddii^ e Dl Baa«
ceado, aMeaiontae dos Tavoraae dffsiyinaíi
teaidoa rsié leLaia^ bhtiito eaaidsnada e
«aaiagam'0»fÉioana Jio laido •de.Lataagò, e
jA1lKti1|«rtaB| maada nuiítas, terras; a :cbí4
ffltaaytlid^eDdoaKrastarcam astaipra^
aaaio banafaeraaíaca que enm^ t appeiiaraaa
IMim a-aètqciat a^sabenda cpu eilaa aa^mar*
«baa 4a 9i Múif «srríaai tadeaena^roptia
teihar-aa^ muita leilcaladaaieAtaaa etabaaik
earam, e quando.annwiwp t4»ftfpdaa^
0iCni|éiapiaaoBapaaa» a alegres, se banha-
ymmr na IBânava, eahicani^iaabre elles e os
trucidaram; e correndo.4ogO( à praça, que
iiáta»4|aaapaén g^imiçãa^a tomaram, sen*
da^al iaimaUaifa, >&o «aMa^^par onde desce-
tam *)baÉbar^a^tia f ávea% a onde so em-
rpUquiaSf ^9, havendo memoria de caso al-
gum ae nyarciptiobía pengosa, em pessoa ou
htkatí, t)úe t[fí[ feoba hider e comido o dito
pão. ./.' 'lií. ' I ". " •'■{•<
çia toai) aa coaumia .depois da balalba
«oamamortas aoa aâi^ e por isso.ae Aaaia
dãaaattnaaido MvmUòãmf^.Wiâ^de^iMii
'^'^mnm fB#|aÍBila hi^e eonsarva*
Rift com immimnU rimo. i$ eivia *^ até a
mnisirp doa eelel)res cast^Uos dos Cabria—
estive fm Parad^e da fieira -^viaiteleajmi**
aas 4a laitiga ivaça.^vl da peito o Voll^ a
ilíi/<aii.<>aiir'.4'iáf»<0« a não lenho duvUa
em affiríaar* qme todo o qaa li e op vi» e (pie
aqpi ftea narrada» ae^Mnfarma perfeitamaa-
ta ;Ooaa a lioipeúçaa loeaè.
AJám da casa e eapelto ^s Aaevedeti ba
aqui hoje dois prédios notaveis**<ia ái* é da
familia Í(oaas,iõd»fteio elegapte e vaatp, nsan-
dadolaoNrattí M2 a l8C^por o srv iosóManaa
doaA»toa«^aioo.ii09aQia|aie>b(^ i|HDD«>ria«
dadaida vifivaiefllboa> É ^unadia laeHNffia
caa^ ^'aeta-immaroai. a i.% é doirevare^da
toé Maria Aiaada de.Figiieirad<v slvê, daa
haflapis mis eaeafia^s a^trabalb^dofaa tqaa
baia'asêa:Arafimia» .
, Quaalnalaaifièos^alóaidoaaBataariodaa^
arjpb^ jD^ataca espadai mengioa egrfJatta^
ton^pela aaa aaaigpidada a pelopciíaar 4*ac4
tea ambld^pcaco^ da.capdUa*ii|ér^ ttmiaanta
daearada eoti pbca de taiha». saadp a leaia
apaiAslaáo ;e.cbeio de Agmtaa ite aaattM^ pio**
ta4^a.alaa^iN)lNieimailQÍnv obia^deiBBli^
Jalaeir^a/eia datapnseiuaiiaidasieoao
des de Marialva; depoia fdt.apceasala(uila
uaiíveiatdaí^Q^a lsi« afta 'qq6.aHindoa aan-
aattiif a'. caiiiiiaÉnair aolaai, «io^i|«iaaba
paaaM«mtfiiajai*4aoa4ai|, aiaa|pii0a<«ifqa
seria no século XVII. .Ot corpo^áa 'Sfrqa
éaaaiqBiiaíia^ia.aiíypfta aa^ieg sadacdto*
qateídeaiiafaBÉatf- r . . . 'a* .•••*. "
■'. \ i^ * ». ^.'^ '. • i«. ?r7 ) -n!-' i • ■ ;) .11" í
> ftauidabanlMi^aeLiaiiBhaaaiAfadm ^tm
abràa aaaliaaraasida amn jateisiia^ eaaom»
ti»a«ae.)iiala'É peBta.latarai^ dq iaâaáo aaa<*
da^fMdta»' )t • « ••*'>' « >' I 'i <'(i i *■ 'U -•
Também se nota, que as paredes do ctoipa
da egreja foram aceresoentadas em altura a
^^BB^^BF^aB^e^aaia^^^^^w^w fliw ^^^^^^v^^pa^HBa^^^^p ap7a^^^P4 v^'
aasaara^ipe jiagneíí^priaaH4hr4 eiaiiiisa pan
oaaaaiiqilisaiaia^i . .. .1 .|. ; ir<
«M
PJLB
lUR
kléto d& ooBfturia do Santtiatmai lioaM
B>Mà egréja doas írduodâdes-miM dw Al*
fliss e oacra do SantiMítao Saeranento» mai
o égmmtf 6 a ífaoranoia aosbann omi «ai*
las ; earacterof mais zeloso», patiéiii^ íè^
fiSH) se empenham «m as faser renirgír.
É orago d'esu |MFO€liía, S. BaHholoifleii^
e aqui se fazem fuoeçSes religíoeas esplendi-
das, sQpplaDta&do I^redes da Beira, aresta
parle, iodas as psrocliias eiremÉi?isiiihas«
'Ssle beneficio é reitoria; pdde orçar-ae o
sen rendimento em dOOMOa rlis^ e é aqui
paroeho actuai o reierendo Joio Antono de
Barros Nobre, úè Távora, pessoa de mitíto
■lerecimento.
Jfisu papoehia podia, e devia ser, nma das
■aia ricas em instiUiiçSes de pMade ebe»
BeAcBBdai SB se aptovaiiasse eonvenienle*
mettle a tef^slaçio em vigor» appiiéando*
se^para m& d*esies estaMeeimenlee ^i^pre-
doiete das rendas devastoe 'lerreBOs do
nqnieipio^ pois qoe^possne grande qiun>>
lidado d*optimo8 lameiros on prade* paMi*
ees» lesrano baidie^ oq- kgradearo eom-
Bom^ ciqa niilidade lé qassi nnlla, compa-
rada oom a qae d*ettés se podia saferir. Aia*
da'«m 1816; qoando.o governo pediv iribr*
mações para a «reaçio daa pavochtas dvis»
foi. o valor d'aqnelles lameiros esleiílado «m
pmuMOoi ds réis. flm brevetdesappa^
recerá lao vaslo eomo ferlii cbio, porque
os< proprietários vlslshoh >o('vio leeroiaádo
eseandatosameiítel 4 . 4
• 8ó em jimco^ de qneiee la^ grande uso
na empa> das vinhan 4« D^iiio, se podia
appir- a'aqiienes paaumearnds de ireaea^
sqs mil réisifvur anno t« . ^
&qMMos lerceoes semelhsBlee ba sMa
no nosso paiz, egaalmente^SMipmveiUi^l
É innegavel qoe o progresso material lem
sido emse néa asaica^scMítel moa nWaios
annes; ma» é-umbam inMfavei^qne aaossa
agricnkit a, prineipabneoisw tem sido maito
iissnwida» ireslá aináaraMuidèBStaui,' sen-
do aliás o nosso paiz— «tMncià/menlá m§r^
• ■» . ••
•'Êts^rtdeasè qaneiiss sHiaoífsiaBemteai*
poi Muges, Jnlgniss <de mníu imponaaeia
nililar, pois nada meneadnsele eaaielloa^
fortatozss^ se «ÉwoAtlrAm» a^penea^dtotanfeiau
São os segoinlesc •' . •>
Í^^CatíBUo Vetkoi aoO^pimliaÉaAoBdor
Xitora; • ■ »...'.■.
no sitio das Cdrva^. '
Zji^CBUeUo ÁtNoisa Senhora^ a £^ e o
prindpai^de lodea. O sea antigo. wnneevi^-^
CatíêUo da Fraga d'iik(irio,iseincontesl|S'
çao» arabe^ pois todos sabem qoa áim€arét^
é palavra arabe^ ^ne stgslfiea viiia^ aldeia»
povoarão. — Os árabes a tomaram do bebsaw
00 Outrio, que <em a mesma^aigai^eaçaa»
4;«-<^ CaHniaiR*a,.ae S;^ proaiaaa a F«M^
dêaMiL ...
bf^GoiUliú dillto&srMÍe, nofi4a*
da serra do mesmo nome.
ELNwfiL > - . • r
Ko sitio dás Jfoâos, limites d'èsta<irsgaO!4
zia, èa vestígios .de nmaantiqiilssiflia^dapel»
la, qae Iara dedicada aor iaartgrr 6« Sebsaii^
Pica a ttm kilomdtrbda cfr^atmstiiz..:
Gbegava ai6 aqui a primttiMa ipavoafio.
^pne, segnidè aiicodSi se.denominava CMo^
Consta que n*este siiiOastavam^M paçs^do
eoattibo, cadeia» pelouriíúio» lares, «dfais
dislteeiivds antanottieob 4'a8sbs lempcnb. -
0is*sé qne foi Dl Fernando IUi(a md^n^
de CMteUa e Leio, bisanft do D» Altoeo
Henriqaes, qnef.elevoneaiapaMiaffioèfca*
Ibegeria de.viiia, pelos annoa da il040;.eqM
por luver já eniao>por aqné: moitas miísaa
de edifisios anfigee» causadas -pebsrcona*
untes gasrras' «um ehristãoa # monraib
aquètte monareba: ibs- âera oaomeda;Mf
fárfsti' que :aiÉda. nssisiirva. : •
• Btarsedeufliedtasftéamib
' nado^^á ttdío,taMAiâiiiia|Nir
fvndiS. u
. Os antá^ss.-deslgnaiumva»
' : ' '.casai n>ste e^tnda,.pala>flafeh
staniiva }>flf«df»na^.tda.que(Béa
fizemos pardieiro.
^' provavfil que to^s tífih
, rtfdesteolyaa o Sfsa npiiie,por
esta circumstaocia.
iFbi este teMmnojneapttifl» da pod«r da*
árabes^ no-^prineipio da lAcato Jâ, per mm
fldiige9*<|tiefandantiii'0'«eQ sollvduíCMn-
ta éa varre dás Pêdta$, hoje ^mMmâ'àx9k
T9d^^qvLé D. idlbnso Yl, Hm deo^ am frè^
■Ho dos sem senri^s. ^ ' '^ ' ;- ^ .
O conde D. Heorfiq!» liei deu I5rd d» fl^
iilgeV <llo» a rei D/MaíQaeleoofiriiiaii áos
actta descendeatee/ no priíBípio do aèelM)
loXVL • . . . .V - . :
•*<^ primogénito d^cata easa^M^ até>i0Mi
a«Aor donttflNiio de Pandas, VâMa da fe-
nallAs • ftièdadss.
Nâo podia casar» sem protirtaiiÉ^teL: '
' Aioda dâé á8Í0 neatta os driretlw rUes
d*aqiiallas ares paidaçM, ia fosovatiMa
miritos privilegio^ iseaçOes « lagáHafy t|ae
nt&Q 'acabamn.
pyui
491
ÍU
Em nm campo da famiUa Aguiar Alves,
vé-se àm porco de pedra, kntiqoissimo.
^ Foi achado no 'sítio do tanque da Ceara,
iáCentradâ dá Vlllà,
' ^ provavelmente mmot^ de algam ia-
ato a(}ai acontecido em tempos remotíssi-
mos,' dé qae nao ha tiràdíçSo-yoa servia de
termo a algamá propriedade ou território.
O povo rústico,^ na soa ignorância, diz qae
m nmtdolodos fíioYfos.
Todos sabem daé qs árabes nao eram ido-
latraá.
^ £' trKdij^ qpe esta 'yilfáchegoa a ter,
em tempos antigos^ 'Í:$ÔÓ fogos, occupando
ama área milito mais vastal ^
Encontram se ainda espaih)idos pelas im-
'mediações da yiíla, vários alicerces de edi-
flcios, e a nm kflomeíro dá egrejaparo-
chia^^ha ò sitio ainda chamado Yalte de
raia. " ••=* ■'•
, Fjca asta povoaçUq ^o If. de .%eb<wrM|o^j(oa
fiobarédo) 8o|)re o dorsp4ejnma.5[aasi cauti:
i^ipuU Qor<iilhejirai^ a aind^ c^ne, comio jftdi^
se, o sea, ciimar é ,tf[o jtrígid^ no invexoc^ t^^-
mp,i^4ente no,,yerao, « WJ^^^ ba^ti^nta^r-
tiJ, sobre todo em centeio', trigo, lin^ ^ )^a*
Á agrajaipâioakialk^iMatfdmilif^fàidiF
j • «.
{ioé' aaleftir *á' nloBarobía^ 'esiábam oón«
saavaia, amTasão daa tMlifloaçÕes, a è«A
bom laàipki.' ' -^ ' i
' Oaaaoa^ialloraa apraseotai^aai i> eora de
RáodMesJ:'' * - ' - « . - - •
Tem ama bèa resideiieia-do^aHWlio» éa-
¥idá aoa* atldados do aettial; que tambett é
piatasor ' régio;
'« taM» ae altw^d^ riàssa^Sénbòra^do Ro»
8aa%da naME, M sepsllada eni 8 de ja*
neiro de 1743, D. Lniza da Costa, qae foi
aiBtiora'da axtramadaè vinoèsk*
Bra aaaêddeala da nobre, lámilía Gosta
Azevedo, e se cré qae o sea aarpo saaon^
serta^^inteiro' è íooornfpta
Era da família de D. Jorge da Gosta, o:fa«
taaéO' UÊ^àtH dê iilpedMMab a^fol casada
eooiio dOMobargàdoft loaé<d*Aae«Bda Yiel*
ra(de qaèJálUffei) desèandèata^éas Satt->
n% da HèHã; doaaaliiiofas dveastoda Aze-
vedo, jtdb^Alfavo:Pires.'.' • '>
Tenho éacMealca qaepBa-
V.} t)uii''diaoMder Mav/afliffia,
do ricò-booM», D» Aanaldada
• : r: «^ Bafão^' d: »aHa^^ealsiieeBiOS
*^ aia; lAiavedoa^ Séauo^iGaatiii
. f -*••.;■« ''iMiDoa, o-Fooaapasi -
O aattaalipriaDOvsnitodaCaw
di^qilhita deiAzavede^ é
» ;r '- '.. .o'ir. Marianiia^de^Lamoê e
* . > Atorado, inulÉiiiia oaaoaMa*
"">''> 'da ^oaaa! da- Vaia' Nova-é*!!»*
' - •* • ■ . «MO. , ■• ' ...-• */•»•• .
£' sea irmão S.*, e ma em
íh ' nraàes;tta<8Da.''q«íflta^'0irar.
' ' AalaÉia-da Laaaa OtiUzeveda.
>■'- Veean doaa^ifmiaa na tr.*
..{. ( .' . . -.li;. Maria» dd Biadada éa-Lat
< voa a Aaavado^ caiada eam
•'41 SP. NtDola«'l?aoeira daMen-
doaçafMeia, da qalnta^daM*
«igíiibaa iGaslra<Daiia)^/i a
>" tan^9^linriq«sia Aofosia da
» ["'•(!'• .1 IisaMW'aíiAMefado,roapMado
.^ t:- . • seu JòsA 4s tauHb AabaUoda
CosU Azevedo, da ttodadaa.
Sao todos pessoas de esda*
ir., n ..' nRída' aobrisaa, a gfeniflaÉate
' !.:.' anaidoé ateapaliadoapala ioa
' i; . • V ioaraièiBfwèiiade,
f.
V {
'I »
•« . •«
r • »« , '
PMli
Vmà0tm ée 1746, of nfndoi niif p w (
t0i ■■gfyrwi» Pdíx « Pui» (ár««a
iBortof OB Africa) eon nait 1771
E' 4a exdittiffa
pÊét0ÊÍnê (faiao 00.
f^fft^wfffiriH^ dtff
>
(Bo)« é o dilo ir. AolDob és Laom Aib«
Tido.)
£' Hwe da fentêía epiaeopilépvocUal
O albar4ii6r é qooMtaMfeeaia prppfim
• INlTitoffodo, para qttalpar altoa, por
Iten gnnda eépit ésindDlgeiídas, pleoa-
rfa% t9mm é.paríáaM.
PiaaUMMit Mor aaool9iHo, é una po-
rumo iMto 4o bodf copirinBM.
Todof estof pffMiègioro a naior parto das
rolifftiai^ foom obtidas por D. Jorgo da
Coita, eafdoÉl à'A\^MiâULr
Mo toáiplo 10 nrnm ilntnlaçadaa as armas
éid pootffcooqÉt HwotBeodèram tamanhos
prlrleilo^ ooéi aaíidoo Mis^do Portngal, o
ai dos Azetedoff, Soazas^ fioMas, Fonaocas o
^taraii
'A an^iteatar» d*oiU o^sMh, é de nm mi*
mb o dlUeadcsa 'smrptiàiirtntos.
Ta» Mi qiadro a oiei^ apenas de uns
60.e*tiiOotniái do oompTífibmo, e 40 de
lanfotO^ èsmiiilo- méroeimHlo.
lAioda ím piUflOi andoi^nm entendedor,
data por fito 4M«B0»téi& »
á ermi ^ilooora-Allraiito da espolia, é
di |f«i4to( ooMpmftli f liiBDroiiisimoi.
Ao armsa flos Lemo9<4oo«i também doas
ob»viá%!elii noaMTki do tonada d'e8U Tilia,
aoÉitMNlios» ' ^ • )
'floRlHidv O loadR^ nrAadadde monro, re-
aldieilo mibaitillo do VditoiàB Amil, era se-
nhor da.iiUli»4o)ffjrodii^>a4bal lhe pagava 1
il, com qao mama o
do não s6 com o ignominoso tributo:
oHoomi o áomlBio
fMroo dfaea ifoo o al«aiéo iâ
eom nma espada, (|aeo]o¥OBiackotno<
tono moÉríaeot)
Ilisae qm ittéocamOBloi q^atiartiin
Oflislbeii^ m arehivo ét toTv íd oomto.
BaYorá; «as -osIoh eoBtoncído q«o irto
ttio passa de nma lenda,
mIL
Teoho em meu poder as ge«
nealogias dos differentes ramos
danobilissima família da qnin-
ta d*AzeTedo, d'esta íregso-
zia.
Mão as posso pnbliear aqui,
nao 'só porque faria o artigo
mnito ex\eo9Ò; como também
porqae, sebdo as palavraá qno
teem ó P por inicial, inuiias»
o qne decêhô formara nm
grosso yolame, por t^r, fio hir
jQOto coif o N e ô O^Tejo-mo
obrigado'^ passar tado qaan-
to^ sem iDcooYeníente, poder
ser, paráoatraaletras^do que
laivisarei o leitor.
Estas geDealogias pois, hi*
rao em Seãiéllos, Serra (Loa*
rosada) o Farjs^o^.
.• • -• <y , . •
>i. '
•
*'';íírf' ate dVtlbá sérrt fio sHfò Htíkinião
Íik$téltlj'mgr,'òií tastelTodaMentanha, áò
K!'dá'ttTra, eMi «apèfla^titfqtitékimli/^-
áfíaAâ k ííossa* *ôT6ft(íf a tti '/dêgríi: "' ' "
' 9ilò ' fy iaM 4tÍaYido' Àem poi^^^aéfh fbt
fh^íailí:'* ■'"^ •''*^*- ' ••■ "'• '• ••'
D. Raozendo e B. Thedoa (irmlosfCôii'-
qnisuram esta villa o o sen castello, aos
iÉba0i8^#itft.iia«dipgada'di>ttdoJa9ba da
RAH
fáR
40t
ítíêBí.) Contasse o easo do aiQéo «foliit»:
Sabendaaqitftles doto fldiil|of| ifHb- M
BMoro« de Paiedes, cot turoavAM It liaulM^
M ao Tátdra, na nanèan de S.iâãò Bap(kM
ta, seveatiram de HManw,bem ooisoHisaeiíi
•oidados, e ee Ibriíi^ emtosear, doranlé a
noite, em sitio asado, na» pmximidadM di
pmroa^.
Sahirani os mouros ao romper da aorora^
e 08 ctiristãos, depow de Ihea daredi tampo
<la astarem a eonvealecite éisCatmla, entesa-
ram na villa, qne lioha as portas abertaB|4
matoam quantos inimigos aneontraVam,
aett resistência.
D. Tliedon, fieou com parte, doa portnga»
XM na vilta, e seu irmão foi com o resto, em
deaianda dos moaros, ás margens do Táva*
ra; ijaas estes, que e^avam bem armados, e
previntdos pelos que poderam foi^r da víi*
la, e aos quaes se tluham. reunido Mtros,
dos poYOS visinhos, se bateram oom miiita
, bravura, e teriam derrotado D. Rausendo;
ae seo irmão nào viesse da villa em seu
fioccorro.
Os mouros oppozerara também a este, bra*
vissima resistência, nào o querendo deixar
atravessar o rio, maso portuguez, mesmo so-
bre o cavalio, a nado, no meio do Tàv<>ra,
íazia nos inimigos horrorosa carnificina, pas-
aoa o rio, e unido a sen irmão, derrotou e
poz em fuga os mouros.
D'esta victorla, tomarm os dois por sp*
peilído Távora, e por arma^ irai golpbinbo
sobre a» ondas, e estas armas usaram seus
descendentes, até á extineção d'esta nobre
família, em 1759. Vide Chão-Salgado. ^
PAREDES —Vide Guardão.
PAREDES — logar, Beira-ÀlU, freguesia
de S. Martinho de Mouros. (VoL â.% pag. ilO,
coJ. 2.*)— É iogar muito antigo, que já exis-
tia em ii05, pois n'ease anno, Egas Moniz
e sna muliíer, D. Dórdia, alii compraram
orna berdade a João Sonillo e sna mulher,
£àYÍra.
PAREDES-^freguezia, Traz-os-Montes^ co-
marca e concelho de Bragança, 35 kilome*
troe de Miranda, 40â ao N. da Lisboa.
^ Peço desculpa da repetição innevitavel
d'esta tradição.
^ fWto. em «7W^ «7 lb|fos«
Orago, S. Lourenço.
^ Bispado edisiricto^administtetiivo deBra-
fÉnpu
O raitor de Parada apreaemava o eura»
qM linha 6^80» róis de^epgrta a o pé da
altar.
Bsia CrsgMila foi sapprimída, nnikido-se
à de Parâdai na- mesmo eoneelhOi comorci,
disU*icto administrativa e bispada.
PARSOBS D£ YIAOOB£S (ou Veadorêf)-^
fi^lsaMía, .Dotti^ 'Comarca e eonealho da
Marco de Ganavacee^fid da eomarta e eoa<>
eelbo^extiactos-*de Soalbaes, emaisaA*
tigo---oaiiaelte da Bên^Vivn), 49 kilema»
iros ao N.Bw do Porto, 330 ao N. de Lisboa.
ISmi 240 fogos.
Em 1757, tinha 1M íògos.
Orago, S. Romão.
Biepado a distrkto administr.* do Porto.
Os conegoaiegrantes de Santo AgostínhOp
de Villa-Boa do Bispo, apresentavam o abba*
d»f coUado» que tinha S040Ô0 réto e o pé de
aliar.
É terra fertíi. Muito gado e caça. Peixe
da Dooro.
A pouca distancia do Iogar de PareéM,
está a capeMa de JVossa Senhora do Q$re%
(ou Notsa Senhora de S, Gens) fundada so»
bre o mais levantado sitio de um monte, que
em tempos antigos se chamava de i^. Gêns^
e hoje se chama São Gerez.
Esta ermida já em 1716 estava posta em
grande esquecimento, e nem festa se lhe liazla.
Os diocDOS d'esta freguesia, eram dividi-
dos em três partes— duas para os referidoa
cónegos de Yilla-Boa do Bispo, e uma para
o parocho de Paredes.
PAREDES DO BAIRRO--víiIa exiineta, na
fregnezia de S. Lourenço do Bairro. «-Vide
esta palavra.
D. flianuel lhe deu foral, em Évora, a 20
de dezembro de Í9i9. (L.« de foi*ae$ novoê da
Ssctremadura, fl. 244 v., coL 1.')
PAREDES DO RIO — freguezia, Traz-oé-
Montes, comarca e concelho de Montalegre,
d'Qnde dista 12 kilometros ao O.-~60 ao N.E.
de Braga, 415 ao N. de Lisboa. Tem 40 fogos.
Em 1757 tinha 49 fogos.
OragOi Santo António.
404
fúR
Arcebispado d$ Sriga, 4i»tiielDiadmiii8-
trMÍYO de Villa-ReaL. -. - <•
O «tbadeide & Thomó, da PaiadAdlp.Oa-
teiro do Gerez e o reitor de Santa MaMtd«
Ybde^ apreaentaf^Bi itmnltaiManieiito o ^-
«irío, celiado^ foe tinha W#000» Déit e • |i^
de altar.
Parte dos éixiaios d'eau fr^soifi^. periea-
dam ao aMiade do Outeiro, e parto M oom»
meoda de Flães do Rio. ]>
Está situada na jnargem dlieita.do.riA Cá-
vado, «que oorre ao S. da nesDU. .e nas fúf
4a»>meridionae8y da cadeia de montes», qae
oarrem e»tre as serras de Larooco.e Geres»
GottOna pelo N. cem a raia ds Gaiiiia.
O saa terrenot, apea^ar dd eslar oxposto ao
S., em razão da sma altura é frio: apanat gro-
duz centeio, basat^s^ algum milbo e ínictas.
Cria muito gado vaccum. . : <
Esta (reguezta foi unida á de CoYolUes,
por decreto dç 1855, oonservandp & mesma
denominação.
PAR£D£8 SfiCGAS — freguezia, .Minbo»
comarca e 6 kilometros a E. de Villa V.erdí^
coneelbo e 3 kilopetros ao N. de Asaares
(foi da comarca da Póvoa de LanboBi^*eoii«
oeibo 4e SanU Martba de Bouro^, iS Idlo-
metros ao N.E. de Bragg, 370 ao M. de Lia«
boa. ,
Tem 47 fogos.
Bffl Í7W Uoba 49 fogos.
Orago, S. Miguel, arcbanjo.
Arcebispado e districto adminislrativo-.de
Braga.
A mitra apreaeniáva o abbade, que lánba
SliOdSOOO réis de rendi menta ,
Está situada esia fregueiia, em terreno
accidentado, nas faldas meridlonaes do mpn-
te de Santa Cruz, ramo do Gerez. Produz
todos 03 géneros agrícolas do paiz. Gado o
caça.
Foi villa je couto, do mosteiro de Renduf-
íe, e compuQba-se este couto, de toda a ire-
guezia de Paredes-Séccas, e dos legares do
Pomarinho, Faqniães« Portella do Yalle^ Mon-
te, e Liaharôlboi, que são da freguesia de
Villela.
Tioba juiz DO eivei e orpbãos, almotacel e
provedor (feitos por eleição do povo) os quaes
faziam correições e aforavam montados; e á .
HAR
ata.Mriem le faii|MD BMlitaria^ ás-qttain
coBSoniiim oipo^os doa cencelbo» de Aanar
ras, fií|nt» Hlutiba de.Bonnv e os^oentorde
BosicQ.o ReMUiffe;.0iaa. perderam essa le^art
lia^ por sarojtti^ Joaó. Martins, dotermiim*
do «ma montaria,, em dia de feiri oova«
. As.esofivaiaonMDi de Santa-Martha, aad»
portenelao erinie.
Até 183i, foi da comarca de Yianiia, e at4
18M, da coBVU!ea de Lanboso» /coDcnUioide
S#nta. Martiia de Bouro.
. Peio centro d*e8ta fregneiia, pasu a an-
liga asirada romana, da Geíra«
PARHAVAL, ou PBBNAYAL-iServa, Ba-
ra-Alta, ramo da Gralbeira, 30' Idlomeifoft
a O. da Lamego. (Vide Gral^ira.)
. Dix*sa vulgarmente Pamaval, mas é cer*
mpçlo deP^morFaie, Poz-se^lbaeatauMM^
em rasão da sua eseabrosidade; como qoea
di»— « Aqui só a perna mlet^-ou— «é pre«>
cisoilar boas pernas, para subir aqui.^
Sala iprande parte do anno coberta de
neve. .
PARREIRAS, ou PORREIRAS— ireguezia»
Minho, comarca de Yianna, concelho de Cott-
ra, 50 i^ilometros ao N.E. de Braga, 405 ao
N. de Lisboa.
• Tem 40 fogos.
.. Em 1757 tinha 49 fogos.
Orago, 8. Miguel, arcbanjo.
Areebispiido de Braga, districto admiaia*
trativo de Yianna.
,0 parocbo é abbade, collado. Era apre-
seBtaido a ires oojsf s, a saber-*-a casa do in^
(áatado, as freiras de Santa Anna, de Vian*
na, e a oasa de Boi-Monte^ da freguezia da
Formaríz.
É terra pouco fértil, e muito fria. Cria
bastante gado, e nos seus montes ba abun*
dancia de caça, grossa e miúda.
O verdadeiro nome d*esta freguezia, é-Por*
mruiy portuguez antigo, boje fora do usol
Por decência, deram-ihe modernamente o
nome de Parreiras^ que é impróprio; poia
cão exprime o sentido do sen antigo nome^
que signíQoava — terra semeada de porrêtas
(àUíM pârrasj de que antigamente se faila
caldo, guizado, e saltada. Outros dizem qoa
porrilas eram acelgas. O sr. J. Pedro Ribei-
ro, diz que é mais provável aerem eebôUaa.
PA«
PAS
495
.A jperftòtf ar o bomimi aUodioado.
Em -qiisif lodos os pciM fiH «mfNre» e
akadi hoje é» esie ei^ins^ moiistnioaOy easli«>
gado com as penas maiiserMts*
Sm as na^ea «u que a pettâ.^-ifiilile
«tá'abDlid% sio é^ mm p6d» éUs sar. puni-
do 009 penas nais severas-âo que as im*
postas ao crime de asaanintocoin prenedi-
4«çao*o eom otttras eiroimisuneia» afgra-
Tancos -^ degredo perpótno eom trabalhos.
• Do illistrado Jm^al da Noiíê u.^ Í5fc9,
«slrahi osegnlnle:
As leis romanas ordenavani. ^ue oiw
eondemnado pelo crime de parricidio, fos-
se lançado ao rio com: a eahefa eoherca e
o oorpo contido em nm saboo de conro.
- Algam^tempo depois da' tei das doxe ta-
boas, a pnsi^ dos parricidas foi aggra-
Tadâ, e determinou! se qae no saeeo em que
fossem lançados os réus ao rio,, se mettesse
um cãOi ama víbora e um maoaoo, com o
fim de augraenlar o snppliclo com « sanha
-O' faria d'estes animaes.
JKo tempo do imperador Adriano legis*
teii^e, que os parricidas fossem queimados
yíyos ou expostos ás feras.
No Egypto o réu era eondemnado a ser
varado cem eanasponteagudas, que lhe òra-
vavam em tolas as partas do eorpo^ e n'es-
H estado era lançado sobfe mn monte de
«spiahos a que se lançn.Ya o fogo.
fim Pfança. o parri^da era eondemnado
A penitencia publica, a ter o punho corta-
4o, a ser esquarteiado vivo, e lançado ao
fogo.
PáSCHOAL •-- aldeia, Beira Alta, na fre-
guesia diB AbroBezeêj concelho, comarca, dls-
trieto administrativo, bispado e próximo de
Viseu. (Vide Abracezes e Moinhos do Pintor.)
Fica esta aldeia a pouoa distancia— a N.O.
-^do logar de Abravezes.
A uns 150 metros de Paachoal^ no alto de
um monte, de pouca elevação, se fundou
uma ermidinha, dedicada a Nossa Senhora
4a Esperança.
Pelos annos de 1620, hindo em visita áqnel
le logar, o bi.«po de Viseu, D. João Manuel, e
aehando a ermida muito arruinada, decidiu
coadificala, e, em razão do nome da aldeia»
.fittor «festa á padMiefra,. pela Paedioa da
Besumlçao, , dando à nova padroeira a in-
vocação de Nossa Senhora 4Õs Pfaaeres. >
MaAdM dofnottr a frente da antiga ermi-
da, censmiinâ^ad um arco, eo^orpn 4a
egreia, fieanéot a. aaligà ennlda eenrindn
de capelia-mór.
N<^ altar Dór» foi eollDeada a imagem de
Noflsa Senh(Nra dos Firaseres,' e em um Iam»
ral, ada antiga Senhora da Esperança.
Passados tempos, os moradores dePas*
cbeal erigiram uma irmandade á Sonhara,
oemposla não só de pessoae da aldeia, maa
também das povoações em redor, e da cida-
de de «Viseu. Os. seus estatutos, forafi appi9r
vades em março de 1656, peto provlsor, em
Sé vacante.
Tinha cem Irmãos e dea irmana donzellas»
ou viuvas hone8ta^ e todos os clérigos qne^
por devoção, n'ella quizessem entrar.
Em 1672, foram reformados os estatutos,
e se ordenou n*6lles, que, em todos os diaa
de Nossa Senhora, se dissesse missa, e ena
dia de S. Simão; todas |ippliea<las pelos ir-
mãos vivos e defunctos.
Foi crescendo a devoção do povo para
com esta Senhora, e em 16P4 se augmenton
a irmandade» ficando formada por 160 ir-
mãos, reduzindo*se os trea officios que até
então se faziam, a 60 missas.
Para serem admittidos a esta irmandads^
se submettiam os pretendentes a rigorosa
inquirição^ para se provar que não tinham
sangue de mouro ou judeu.
Tem esta irmandade muitas indulgências,
que lhe concedeu o papa Alexandre VII, as
quaes foram publicadas era 1668.
Os seus rendimentos, são as offertas é es-
molas do povo, e os anniMMs dos irmãos, que
cada um dá annualmente 120 réis;' mas a fes»
ta da Senhora, é feita á custa do juiz e mor-
domos.
PASSADA-— portuguez antigo— primeira
permissão tacita, passe, conni vencia, disfar-
ce, consentimento, etc.
PASSADA-^ portugnez antigo— pas^o o«
possa/—- medida de longitude— eram 4 pal-
mos (0^,88).
PASSA£S ~ portuguez antigo — - recinto,
(cottchou30 ou quincfaôso) ou terra d'horta
àúA
fk%
}tiDto Ais égNi]a$ paroeMM^, qo^ttrtir pm
iKim, ponotr e^logrjuloilro, dot paroiMB
cnra» «m ^mptinies.
EMa» e^eâs» eram do Ma infnclj^ anais
pt(ÍOBH9B; 6*86 ItlM élVa* 6 80016 tfetfeX/fOt.
MoB «oDcilios 9e àtmtmtymaiUúrarim» Ee-
elesiae.
. Mo ooneiUo de Va)hadõll4 (1144) s^diz
qa» estes dextroi oa pauãei se estendiam
aló 30 passos geomeirioos em redor das«gre-
jas matrizes.
Eram tão reipeítados estes d^tros^ f|iie
tinham privitegio de covAo dô rêinò, eade
k4miiiaáo$. Bste privilegio foi ceneedido aos
psêsaes pelo ceneítio de Coyaoça-^H) queison-
•U doIlDfQ Ptéio de Coimbra, IL 209 a 100
e fl. 285.
Os passaes de 30 passos eram os das egre-
]as de 2.* ordem; porque- os das eatliedraes
eram maloresj
No eoneiiio de Oviedo (1115) se sseigna*
nm 70 passos em redor das egrejas, para se-
rem considerados asylos oa tmáos do reino.
Note^se porém que ficava so arbítrio do
povo, ou do devoto que doava ás egrejss o
l^rreno para o» passaes (e para as cêixas dos
mosteiros, que também se chamavam dex-
tros e eram contos) a maior ou menor ex-
tensão» Se excedia os 30 passos (que parece
era o mioimo do dextro) gosava tudo os
mesmos privilégios.
Na larga doação que os fundadores do
BBOSteiro de Arouca fizeram ao convento
(951) diz-se — Concedimus nos, faimulos Dei,
Ansury et Ejeuva, ad ipsum Locum Sanelum,
atque Sancto Âltario jam supra nominato
XIL^ passaUs pro corpora sepetiendo, et
2XXII'' passales pro toleraniia Fratrtim.
£ram pois 12 passaes ou passos, para ce-
milerio e 72 (ià disse em outra parte, que 2
▼alia antigamente, na conta romana, 50) pa-
ra os frades haverem pelas suas mãos vesti*
dos e mantimentos. Na mesma accepçao se
emprega nas repetidas doações que a famí-
lia Soares fez ao mosteiro de Grijó (Yoi. 3.*,
pag 322, col. 2.* e seguintes.)
Muzara e Zamora, -tendo fundado o mos-
teiro de S. Pedro de Gôtte, o dotaram, em
882, dando-lbe, além dos dextros~<{iioifetm
passalespro corpora (umulandum, et septua»
9A%
pniú, etéum aâioiêrén^bimfrathm^ àâ^iêe
indigentiufk. (Bot. original >do «ollegio ék
Graça, ée Coimbra.) Vinbára a<scv ao lodo»
84 passos em giro da egrr ja -t mosteiro. (Vi«^
de tambemf' Souselhs.)
PAMAE6^temo9 visto pelo artigo asfocft*
46ate« a origem da palavra passAf^^-qtw^PWi
a 9er ^^pasíos em redor ée egreja^ peara Mh
çretéouro éo parooko.
Quasi todos os passaes das egrejas prow»
dem, 00 dedoagdes particulares, ou— o mala
geralmente -* de compras feitas pelos paro^
cbíanos. Raríssimos são provenlenles de doa*
fies regias.
Hof^y que éstá «m afanosa exeénçao a iel
de 2i de agosto de 1869, para a rápida isfesa^
w&f ffMÇtfo' dós passaes (b caso urge) etiai-
pre-me dizer alguma eoilsa sobre o obtento.
Não tendo eonbocimeitoa sol>re o Direik>
eceiesiastieOf e tendo apenas lido superfieial*
mente os concílios, não eptou habilitado para
fallar ex catliedra^ sobre a matéria ç pordm^
mesmo que tivesse ptofundos eonheebneii-^
tos, expenderia a minba opinião eom a ma»
xima simplicidade, para que o povo iaeil*
mente me comprebendesse.
A desamoriisaçSo dos passaes, é um acto
tão iiiegai, tão arbitrário, e tãa saeríiego,
como a venda dos mosteiros, cercas, e mais
propriedades e rendas dos frades. Nenhnai
governo tem o mínimo direito sobre estas
propriedades, que, por todas as leis divinas
e humanas, são da exclusiva posse do panK
cho.
Todas as residências sao próximas ás egre*
jas a que pertencem, para que os parochos
estejam promptos, a toda a hora do dia o
da noite, para a administração dos sacra-
mentos, aos moribundos.
Expulso o paroeho da casa que o povo
lhe deu, hade sujeitar-se a residir onde
achar casa para alugar, qualquer que seja
a distancia da sua egreja.
SoíTre o paroeho, e ainda mais os fogue-
tes, que terão de andar de Herodes para Pi-
latos.
E quantas vezes morrerão os doentes sem
sacramentos, por não vir o paroeho a tem»
í
Pia
piK.f m raiiA do ter» 4« posconref im ImSPi
. . Bapponhamoa qae <» atente está motfíbtiin
dD^e mór*<aD p4 d* egni^^ «4» fiacocho a
giaDde distftocia' d'e|]i^ AaUa de vir Me,
teUia. desgraçaée doeate tempo de. morrer
uoijiepettoae dO' vezes.
Já se vé que, mesmo que se acradileiMii
pa^meaio dos inros doo^taâs tiMoêde dt-
vida patA/i^o^ ponmoilasaoaíjs <ooiitteiúa-
gaem- oré) preeisfitoi' os jnesiaoB trâDStor*
DOS» .
A hMtoría des tUnios que. sa dão -aos. pa*
roeiíos esbulhados víolentaminte daiqaeofa>
seOr Mk) passa 'de uma hiétoria; ehade
aeonteeer^lbe» nem mab nem meaos^isena/
aooMeeea aos fradea. >
A 'Otes, promoueQ-864bes-amaiiM|BsaU*
da4^ de^ Iâ4ô09. réiS|. qiNi sunea wapL . ,
Houve de{pei8 o l&iaoeQ. psailo,.em i842,'
e, quando metade. dos frades jáikibaBv mor-'
ridqde íome^ rediuiram a. mensalidade a
O^OróiSy mált pagos.
'4BnppoDhamosy.por um momento, que^o
actuãl govenM» tem tenção de pagar os ja*
ros aos parochos» eom a máxima pontoali*
dade.
Quem nos garante a e^nidade^ nem mes-
mo a diuhirnidade da governos qna quei-
ram pagar estes juros?
Bem sabemos que qpalquer govei^ioqie
nào queira pagar, não paga*
Supponhamos aiqda^ que este governor e
08 futuros desejam pagar — se bouver uma
bancarrota (para aqual.se corre a passos
do gigante) quem bade sustentar os paror
cbos?— o povo quo já lhe tinha dado lospasr
saeal'
O poTO, se quízer ttr parochos; porque o
governo, deixando de pagar a clasies de qiM
depende a «sua consenvação no poder, me*"
DOS decerto pagará ás classes de que nao
depende.
lá vêem os nossos leitores que, abstcabinf
do das leis ecciesiasticas, determinações de
conoiiios e constituições dos bispados, que
tedas impõem graves penas aos usurpedo-
res de beos da Egreja — e. guiando-nos pdn
laa leia civis de todas as nações euUas, e mes-
mo pelo direito natural, a Vionds^ obrigato-
VOLUME VI
vm
ím
ri* iooijpiisaM, .cossiittie woM^^^HkMn
enfinUaiaoM nio ai /oovwi^e 09dteQHliYife§frrt)
tugoez) mas «té me^o aoutca Jt^^HMes^
dateiaiínftiião. áíh J»iigo US^ Atp iiU'''f4lk^
Caf ta xsDOitHwioMl» «UQ,iiMr«Hki^a..tadOlJ»'»
cidadão, instugitfv #4imita. .dft>.pis(9cío^
dade. • • «».,", -'inuifo!)
ÁM. Doesos Or4ma§õ€fi .(fa.iB<^m;tft|rt)Mo
posiiitaOBoiíte' d^tonaiaavaoa qup f.mêti^mfi
foÊêi obri§ado> a. r«mí^ o >»m AontoUM/fl^ t ^\
Ooiteollente jornal eathpliFa-Mlij?4fqMiia')
-«4fim pubUeado vir-ioti at lifos «ohm ^fiim
teria, ^v^ sio if reapondiveifi. • • f .i^t «b
Do sou n.^ iMí^ •exivahi 4k «qiieíjooi^e*^
9»
1. . »'i.i
•;>
li(k ahi quem snstenta ^jMootpenaifc^MiliBi
siostioao fiolmMiadaa pela £greja>D€0itri>tOBi
da^raeta de usurpadores de -bena da fifp»a
ja não teem applicação para o caso detiílrii
rem elles sobrogados, trocados ou per-
mutados pcNT ee^es titoloe dfi (díaidaí piei*
fios sustentamos e temos susieulada ifut^
nao: aliás, bem (acil /(ira tUadJúr es^aa JeiSíidOc:
meama Egreja, que tesm por prineipAl ^We
garautbr^lhe a «pnserva^ da sua propiíe^i»
dade. ..ni-i^'/-
A-queet^ e&táaflbcta.aoiribUQal eomiiiB*
tente, ^ne bade dioer a ultima palavfa9ii|
destruir o qua aos olboa d^ qua»i:todâSioti
que podem fallar com mais ou «leno^ Mn
ctoridade e conbecimanto de^e^usa aobreia
matéria se afigura mero aophiama». > ■ \c.i
Kús entretanto .continuaremos a d«C#nr .
der, quanto em néa cabe, os .direitos 4ftr
Egreja, e apresentamos boje a nossots Mm^i
res. o seguinte ex|raeio de um opusonlo; dn;
immortal Dalmes, sobre a desameriiaaQão dei^
bens do Clero, emH«ep2|Qha, aeuja desamorr»
tisaeãè deve o mesmo C lerOf desde a revotu^ {
de i86d, estar privado de seus rendànontos^^
havido sollrido fome muitas ecetesiastiop%-
cbegando a esmolar um^ bocado de pão .nãO/
poucos, e alguns perecido quasi á miun
gua* . I
O opúsculo de Balmes foi escripio .em
i8iO, mas quasi tudo o que n'eH6 se dbí ae
pôde applicar tambam a nós, e nosservA'
para nosso intuito comoseiõra escrip(«| agDm
ras^enao vc^jfm:
&»
PA»
' iMrttor Mb, 4ir*iti«*iau^ aio «i<i%tà de
dlipttÉr to dero «su direito d# propried^
d^y reooiilMeenoi-lh'o, toiifMieiiiot*lii'o:
8Ms kem pertetteem-lhe como los oolf oe
cidtttòs peiirteieem os eena» e eom eavilta«
{IMidelosas nao tintanoi de Msentar ama
doiitrioa qae» levada de consequência em
eliiíeèfièiieia, daria por terra com todas "ae
aocMades e portanto com a sociedade ia*
leira. O BsMo nao dic ao Giero: «isso bío
é'fe« é meu, e por tanto tomo conta do (|tte
nM ferteaee-;! mas dis-ttie: «ea necessito
de teus bens, e por isso me apodero d'eUes;
o- 4ue tu podes luer é eaigir-me que to in-
demnise; assim o farei, tomo a meu cargo
toâ decente sustentação e •cobrir as despe*
ai< do culto; deste modo attendo a minbas
Mceesidádes e nao commetto injueiiça ai-
Sttiia.»
-ajamos o i|ue Tale esta replica. A Justi*
çae a equidade exigem que a expolíaçaose-
ja precedida de indemnisaçao* e Teriílcar-
804ia este requisito? a justiça e a equidade
«Élgem quo a indemnisaçãosfja equivalente,
e^ além d*isso^ certa e segura: e pode isto
Teriâcar-se?
*{)ttO vale a garantia do erário para asse-
glwaf a subsistência de uma ciasse tao nu-
lAerees, rodeada de tantas despesas e ne*
ceHsidadèsY
Que vale psra tamaniio objecto uma ga-
rantia cuja efflcacia está sujeita a todas as
eventualidades de guerras^ transtornos e ou-
tras calamidades publicas, cuja maior ou
menor amplitude depende da vontade de
um parlamento, mudável por sua natureza,
«aposto a tão diversas influencias^ e que por
Hslaes combinações poderá ser mais que
ma ve2 a expressão náo da vontade de um
povo grande e generoso, senSo d*um parti-
do mesquinho, d*uma acção turbulenta, per-
versa e irreligiosa? Que vale uma garantia
CQ)o cumprimento podem embaraçar a im-
pericia â'um ministro e ató dos empregados
inferiores de fazenda?
«Mas é uma garantia consignada na Cons-
tituição, t Embora; a Constituição não fixa,
nem pode fixar as dotaçOes; a Constituição
da vontade dos corpos coUegiB-
PIS
Mores; a Goostítn^ao não é fiança da
bidade e intelligencia do ministro da P^
da a dos seoa sobordinados; a Conslit«ií^o
não é garantia ooittn u guerras^ contra at
fome, contra aa pestes e outras calamida-
des; a Constituição não podo sempre evitar
as urgências^ os apuros^ o^esgoiameoto tio
thesouro.
Dlgamol*o e digamoi-o em alta voa: a bmo*
dida do despojar o Clero de auaa proprie-
dades, ó um taro golpe descarregado sobim
a religião. Verdade ó que um simples laaoe
d*olbos superficial, diminue sobro meda o
aspecto d*este mal, chamando a attenção |Mi •
ra a differença entre o temporal e o etenmt;
também eu invoco esta differença; desper*
ta ella no fundo de minha alma consolada-
ras esperanças; também me faz sorrir de
lastima, quando contemplo oe vãos esforçon
do homem: porém eu não tracto de pene-
trar os segredos do Aliissimo, não tracto da
limitar sua Omnipotência, nem de negar qoe
tenha em suas mãos infinitos meios de m1-
var sua obra; só falio quanto cabe nas eoa-
sideraçdes e conjecturas que podemos aven-
turar, nóe os simples mortaes.
Querer comparar o Clero com a classe da
empregados públicos, é esquecer inteira-
mente a natureza de suas funcções,ó tratar
de degradai o, é mostrar empenho em pro-
curar que eile não possa desempenhar as
altas faucções do seu santo ministério.
Não citarei a este propósito ninguém que
possa ser taxado de apaixonada pelo Clero;
s6 me valerei das mesmas palavras de Meu-
dtzabal ao apresentar ás cortes o projecto
da inteira expoliação do Clero.
«No empregado, dizia o ministro, basta
que a recompensa assignada a seu trabalho
chegue para satisfazer as suas necessidades.
No Clero deve procurarse, além d'i980,qao
não seja um mero assalariado, nem ciya
existência se ache tão subordinada e sujei"
ta ao thesouro publico, que perca aos olhos
do povo aqneila santa independência que
convém á profissão augusta de reprehender
o vicio e de dar lições de paz e confratemi-
dade desde o throno até á cabana.»
Bxtranho parecerá talvez ao leitor que si-
milbantes palavras saíssem da bocca do mi*
PA8!
làÊttoi 10 pnprio mio do toemipeiitav por
âoop^ar o Clero; ahi estio oe 4ooaoieBloe;
lèê04»; e o sr. IfendittlNd é quen kt^â^
proourar pdr^ee d*aeeor4o eouuígo aMevo.
Eor pdâ fliiiibà parte aeeeito-ttie a coiiUmao
e jigvadeço-lh*a.
. . .Poréia eomo par inaii peregrim o ri»
diimla ^toe aeja tal aèoiuaçaa (a de eero
Gli0» enbiQoso o iatereeieiro) tem ebefado
a aer por nmitoa acnedilada, e griloitaBiettte
inaileada) será bom que nos demoremoa um
potteo em acabar do diaiípál^a» lascando
iiâo d*algamas reflexões a respeito á^ na*
tareza dos bens de raiz: d*esle modo fieiFá
manifestado i|ae o CLéro, proeiffMda^ een-
aenral^osy obedeee a um MOtlmemo o maia
aaUiral^ o maia jaslo e o mais pradenie.
Um iostioeta de eoaservaçao, eommam ás
dasses, liorporações» famílias o HidíYidvos,
os induz a trabalhar para eollocar-se n^aqnet*
]e estado em que se realizem hmiís segara e
Tanbjosamente as condições do sna sofasis-
ttioia.
Um individuo, amafamilia» amaeorp<ffa''
{íd^ nma classe tem sqas necessidades; é
preciso satisfazel-as; esse áentimento é túto,
continuo, estimulante; e n'elle se encontra
a origem do tantos afans que os alormeflh
VliSi
km
Porém não oecopa somente ao homem o
eoidado de adquirir; aguilhoa-o não meãos
o feccpo de perder o adquirido; e descoafla-
do e suspeitoso em rasão das duras iições
foe do continuo lhe ofléreoem as fissicim-
des humanas, esforça-se incessantemente por
pôr suas riquezas a coberto dos azares que
ecimsigo traz o curso dos tempos. Esta a
causa porque o vemos com frequência tro-
car siias riquezas por outras menos eom-
BÉodas e até menos productoras, com tanto
que encontre na troca maior segurança, me-
nos motivos de receio: e eis aqui porque os
indivíduos e muito mais as famílias e as
corporações toem sempre uma irresistivel
tendência para a acquisição de bens de
raiz; fazendo-se sentir mais essa inclinação
nas famílias ê nas corporações, pela simples
razão de que podem prometter-se mais lar»
go praso de vida, e de que suas necessida-
des sao mais amplas e duradoras.
For poqeo quo se reflicta sobre eata.map
torisy-isi rvrà desde logo a cansa principal
d'jisie anMo peloa bens de raiz; e é sf^rem
eMi bens os quo ofléreeem mais garantias
de ímrariabilidade e duração*
Um incendi» consome em poucos instan^
tes cabedaes imtnensos; n'um motim de pou*
cas* horas um populacho feroz, reparta des-
troe, 6 desperdiça o fructo de largos suores»
e lisongeiro resultado do especulações feli*
zes; |M meio d'uma guerra, uma erupç2o
violenta do Inimigo, destroo quantiosas ri-
quezas indnslriaes o mercantis; e tanto en«
tre isimígos como entre amigos, quem tom
á mao muitas ríqoezas em dinheiro ou em
espécie de fácil cambio. Corre o perigo dOr
esilmuiar a oal)lça, ou do chamar a atten-
çâa d'uma auctoridade em apuros^ senda
victima de exacções desmedidas e violen-
tas*
. Multo se diminuem todos esses perigos,
tjnc|audo-so da propriedade territorial; es-
uveipor a sua mesma namresa, destinadoa
seue prodttctos a eubrir necessidades de si
menos variáveis e menos sejeitas a rep en«
tinas mudanças^ livre na sua maior parte
de incêndios^ rapinas e saques, satisfazendo
com suave regularidade as necessidades do
seu dono, sem apresentar aquelle cumulo
brilhante que é um incentivo para a rapaci-
dade, que di alento á crescida exaeçSo e que
mais d'ttma vez induz o proprietário ao lu-
xo e á delapidação; atravessa a propriedade
territorial as epochas mais desastrosas; o
ainda que os transtornos e guerras privem
o dono da percepção d*algnmas annualidá-
des, conseguindo abrir no capital algumas
brechas, eslas reparam- se com o tempo; e
a intelligeneia na administração, a parcimo^
nia nas despezas, tomam a levantar os pro-
prietários ao mesmo nível em que antes es-
tavam.
As revoluções o as guerras deixaram em
pé muito pouca cousa na Europa, ha três
séculos a esta parte; e não obstaute, as pro-
priedades territoriaes toem em muitas par-
tes resistido a tamanhas mudanças; não sen-
do raro encontrar algumas que ba seeulos
pertencem a uma corporação ou família.
A que voem pois, as declarações contra o
500
ftlSl
inretbadlão xpe^gd do Ctén> U setft Iftd»^-
sd^?, se; aifaéa preícíniitidti ilo^ iiâfyèrtft qill»'
Ibès ftfipoèm 08 canofte^-ée j^oebrtifo^ tMii'»
sMira^ ã6 ^Qis pfòpHedaAei^i^rai ntali'
do que obedecera T)itt instiâctbqde ái<>l^o^^
áém dèirár ' dè ter as eorporat<$es i^rtnk-
nenMs e atá O!^ fâdí^Idnoãi?. . . w • •-
TASSABH^^portnsfnez ánfl^^-^«6rla
pensão mnUô^ fr^qneme nos prtizos Ha^pro*»'
Vincia do Minho e na Terra da Feira, 4e8de-
ó secQlo XIII até ao XVI» a iinal oè efilpbt*
tentas pagaram; qaando o rei i^aisata dè
uma para a outra tnargetn do Doat^. ' -
S6 se pagava umtf-vezcadt aniio; 40al«'
quer que fèsse o DfumerodVlfôs qfte(^i^i'
passasse. • * •
* E de pa^sogffn,'^ quando E^^Iki faêstír,'
áquem Douro, vmã ffes nb <(mno,»h^^fna'
retvêdi: (Prâío dô Vafran, de 1181.») « i'
Em um prazo de Lourido, no logar de IV*
rouca, freguezia do Cerdâl (doÉnarta' « «<Ai-
eélho de Valença do MlnlM) leitor em 1187»
06 áit-Seis butiõs e mêio^^ dé^pScvi^d»^
nfnci bôa gallinha, € ires reU brinéos, fitan-
do El-Ret ftmitrr o &Owro^^' tinto áê to*
Ihêitã ou tfisitação, pata obUpé ^ C$p$»
(Cedta, AtTíc^) -em tadm um avmo. i^^ee. d6
mosteiro de Oaifel.) '
Se o infante <e depois pria«ipe>'h6ráêfror
. i
4
^ BúziOf buzêno.òugeOi tibuuOfOrrpQfUií
gaez antigo— medida desolidosi, q^e|jâexU-
tia no século X(.
No Litro velho dos ohitos, da 8é, ú6 Por-
to, e outros documentos antigos d*estaéf da*
éft» se deoÉKa qud o buaôao^^aão.dniaai?.
quieiren e meio, da medida tdha, m^ sào 4
da medida nova, do Porto, ou 5 aa de Lis-
boa.
Em i390, pagou <y mostefro^do Rio TIfiío
^02^ búzios dt tegunda, ^Os de âtwn $
qmtro de tnilho, pçla medida do celleiro do
Bispo do Por lo, procedidas das procurações
que se tinham pago. (Doe. das freiras bentas,
do Porto.)
O búzio Vêm a ser o mewo que /anpa ou
fanéga.
Com esta denominação ainda é muito vul-
gar no Algarve.
Tenho ouvido dizer que no Alto-Mínho^
ainda se dá o Home de búzio, à medida de
4 alqueires. . / .
O que é certo, é quo em lodo odíslrícto
de AvHjro só existe a denominaçSo de búzio,
lia itedida do sai. ..
áêréá «tfitã ptmkih^ pagarmipa»agjHm dâ
BUH^, JO^It^i»; » doPfmêipeB; cò^pia.(fiiHu
de<?^ d^SonM, 4êAim}^^*4}in§mk toldam
petêfsldo *BI-1tíi « 4m§ue^ dOiDoin^^-^^f
sando o Infante, herdeiro, dois soldçss.i
(Oêct «a «Kif«nidftde^ de M74> [
' BABSâCNKM ^porcugilet amigo^r- âteoitti
que pagavmi os que paBsatB»par
tem di 4vá4«6te tribmo^ se eoneodia^
O^exceeslfos-abinot que Bí'i§toaft
metiiam, deram > ealis» a que teafilliafllaB
pm^agent ifomun ánteírtineite aiialiiian. 0^
ò» Pma dê sanguâi)
MS&UIBII MITDA Poxk Semia^aãêagBmt
-««^mgttei «ntff 0K«*»As8ka ohámaran^ mmk
prinefpioft * do eeeuio XIII» á ania piadOMi
qoe pnideHteezpiedi^ que^se meditava pa-
ra restanrar* e$ Lo§ére$^ S^oi^i da^Matf-
ii> »
' (Htp» tSm qoeríam hir,i ^avam ctOMla
TelQmfaria^-aqae i^mbem-ee ebamava Smm*
ta passagem. (Doe. das freiras bentas, éa
Pono^ de 4^13.)
' PASSAiakirDE^^^iportuguez^aniicph-TtnMi*
sameÃe» ' ei» •iok «baisa, . com bro&diira» dm^
▼ag«r,*apa8so» éu.-^Esiava euiencedi 0mk
Hua anifieUa e comêfanade IhêlfaUav |mu«>
sãmente. (Chron. de D. João I, parte 1.*, aap:
X-*^PéraEe Lopes^) . • /
PA8SAlWIT0*.S»N*tagnes antigo-^aindft
nniHo usado ^^íalleeiíBeBiei, iqorle^ i^asaa^
gem'd*eeliparfl a oanravida^
> PASSAR^portuguez amigo^aiada asadto
-^moiver, fòlieeer, ete.
FASSAR^portoguea autigOH-féEero GOft-
iTarto, eoixtravir, dosebedeoer, á lei, que-
brai) tal a, ete. / ' . I
'•PASSARA -« portugaez antigo -^ psrdk.
Go»^ 'faro de um par de pásswas. (Praio da
S. Pedro das. Águias, de 144li.) >
PASSAMIRO-^-portugaez aotigOr^HBÇte
dor de perdizes. I^js^om*»^' depois «mnIw^
roÈ e htmees daadiça (ouneiros) e wuiedeiros
e saltadores êpassareiroê. (Cod. Aif^Liv*!**,
tii.69;§a/»)
PASSAVANTBS— o que eram^vide vaL
3.*, pag. 347, eol. I.* . <
- PASSO^-^nedtda antiga da Península bii-
pânica.
m$
^M
iQiipévkàêpaÊiMii «fttra ps^ «Migíi»! ^m ^^^fiêi^ 4* i vfll|a» e 4| 1/ o^p» ha. vestígios
M# **vw» j^lg^ilo im^. a ,S.^ Qstrad^ foi a
O 1068010 caso se dà çpiu aa estrâ4a3 /ei«
.|ll«40p^4oS'jro9i4fiO9,rqu^i9prx;QQvÂA|ea-
.m 4e.»tgaiWH[V)froaç^o i^iportAPte, yu pqr
4Ni|r^4ii»l<imr4|iotívQ, ae c«ta4trairaAi.(;om
.n^uMefhr<o#eio9i^ í • .
fbid^, p^ifÂaiHsipi-Te 4^poÍ8 4e poií^acios^, jo-
ri^eaiv riuío ^UMJUs, ^p^* a qaa^o^ pj^ru^d;^
aotigas medidas romi.9as.
.1 ¥4«M3BfiD.ii$0M0R'--^sUipDf^.costa
AaiPfDwauU daPepicbfv próximo 4a Coòo
. , Pel».maiaAo.d<» 8^c«Uo^ ^Y, um çoníe^pr
.da ^a^q^aiD. Leonor, Wu^ 40^4*6^ p. paa/c-
.faiiiwdoii 01^ BfTletm Gran4^ ui^mpatei*
,(m dar Qii^.da S, ier09ymq,p
, ...JVWlfiJtabmr^m os moqges qua^i uvoÍMp*
calo, até qae as persegaíções e as^alios i}ps
,€9rsaif^^eiíQ04redos. íogl^e^, qoie.por
.^ abprda|V4i^ (depois da reforips^òs ^-
Verfoioajran . a jipi^r-se par^ Ya^c-9^*
,iCeÚ9^ oade ^edíBcaraçi. ofp novo rqosmfo.
• ÓoyM^aá^ipda^ocçup^vaça q m<^tçii*o.da
Berlenga, existiam f oJ^PAoichp dois Jaoxnei^
ulipQS ^t.ofgiihosoi^ qi^ recijurocameiífç se
... AmbM er>(tn:casados.^ t^ohaiA ^Lbos; inas
iCfioa.aslQii^jtôades 4os,pae^aigumas.yç-
aea ia não iraosipitteni a^s ^rdeiro^ ajcoj^-
t^V/t^ V^^r I«efiiiqi: ffil(ut da lun, ,e Rodrigo,
4it|o.4e^ati^, se acuavam e3tremçeidamej^-
te. O pae de Rodrigo, des^ajodo pqr terno
^fjoÍMMS domados 40 fiiho^ i; «stpr vai? aoia
falÚavf^qcie muito Ibe repugnava, obrigoiH)
a , rq(;9U^rri\^ . ao xBOsi^lro da JBçirieug^ e a
^ti;firj|)o.úoviçi^ da ordeçii^
< • • I
1 1 'PaMfa-OM que se devia escrever Facos
da «n nauto a omtoi eor «le *teaMr^4A>- irfiihlMMr^ aooie pai^apropriada^ ««rvt*
tempo áospt^tmmB, «m JOiaoo8:det.q«e!Oi#ó
-«■■inçv'49g«id»*M}vdQasiw4iili^ií»4ad^ de.
dffrsfraiiAii^ per- MqraiteSy pag> 39b • ^t .
' ( f Il8i'<p6 áeapaobal; vloèa »:serir «o jost»,
a terça parte de^osoa vara joaslellMiM. m -: i
.CiA^'d*eaiee>ipés^ MêmmB^iPHSõ^-^
■pmnhéi'íUitpk99^*k%um MiiaO^dío/Tmei
.■MI>iílsèf/1atiaaa«oia lotMia.' 2 r •> «/^
AM! erii a < «bima • aedida 46«<aiMKos;,
poripa/nio' aoediam por. iecpaa». .!
r ^Pm.4ecijir«rem^a(aiiMN4ideiHn:aioi|-
mTpDot»;: «DBL- rigorosa ezaclidâa,4iiMup
— ^vgr.: « . v •. • . '
t-m LMeaa Torr#rVi4rJMU-sÍ9>«^l»tas.
ii»t7toH'taiKaa ««Míof^ isiUoa.fMss^^.^tlill-
.iii^djrtt w ' . t < '( .f
Para oompletií^ ama daa;SiQ«aiSíTÍ9fuas
(de 18 ao grào*^iii4evtia;4#nMiff^)fler»>u'
precisas maito.poaeeime«es<dexq,ft|l9A)mi-
-IhMdtoMititOf; «'qufririsrimffata j» ii< no|
Itinerário do imperador Aolwiiioi Pio, f,i
^* SHliMa eate lfinei«ría« (compiav/id^ pe-j
.H» iqjwripç9esido3r4n9re9^MoiUtfirts^
miliur romana«rr4o Pe>rto. aSrag^ mm
Mtt^iHiSiosrTHstod-^ miUi0^t em^-iuvsu-.
nm M^mUbas oii»deiiias,eAJiegfias»-4o
18 ao gráo— qfl» veni a aeiw-iwa^.diaadm-'
sas aotigas legaas, de. três milhas (de 18 aa|
•IfáilKfia eompoftia de: tgniíkmê ft7|(>pas-j
• «M» daa4Pe0iaiios» • • ^ ^ :'': •'
! Áott-seiqva^ha gjrimde^AiHtfqjaariMia.ine-^
llid« do MtQerapi#.de<AiMpol9a.9iff,rq:-»qad
fins iMscitado fiaaodei oeleQMon; mcaud
aq«aU«9 aiedidaa: rípsapM, Iiík0)er#mi«piii4
itaffeola»! «de-. BID 110140 .«rQ«tr%r,miA «^^
-■oiaoií as sioHosídades daa eatradss (sia aa^
las .|is iwhaiD). o i|wo dava Bm-xesirfiadsiiúii
Wlils loaiof JHii»erot4siciUiaado iva^fiiall
!'ilept^ hâvto de distMiQi»jS9t(0,Qq|iM «Httra
•fdwoai^.'
. D*aqij^ Ko^ulia 4lie-«<-jVlMt^qk.«l|s. jre^
^iM^traia Muada^ mala uanm eri^A^iwMida.
' iupportaBios. qae,. ssgmdq o
49 pe-j
.da.via^
iap«^
dito iiHiiM#^altas„^ ;vô 00 Ittafinina^ d^s-
iUmla #e4<^inH|M#i « ^. , •
. '■ passidqa see^dM Apisor.om.ieqi^am
•{íaiiajMiioa ioiMmnu J>\f«ipid9fl> ajiidaíqxia
Mifm do iNMsnisf , qip «it'«iX»vd;ai{Wbft*
;ia' do- que vou lallar;. emreiaato, como o
manoscripto de que me fizeram obsequio^
diz Passos^ sigo esta orthographia. E d^ahi
'látv^a^^Qesati ^ossr» ,. «tMtedo ios (Iene-
(doa-f^r o»d0 ^»a$$mia IX Mouor,^qmudo
féatik oanakL aaoía ao asar.
^2
Mfe
O mancebo ineòmoiâvéié iftfelfe, ak^ié"
een à ordem do pae, dm esperabáo que o
tempo abrandasse os õdíoé da fimflfâ/e p^
desse enUlo tinlrse á malber a qú&» m«ÍB
qaeria, procaratá véi-a 0 fUlM^-lbiA^ oeenl-
tas dos sui^eríores.' ^
Para este íkn, em noites 9e antemio eofftf-
binadas, sabia Rodrigo do convento, e em-
bairc^ndo, acompanhado dè nm Teflio^eth
cador, sea amigo e confidente, n\lm feqiiil-
no bote, propriedade dos monges, aDrates-
savá o canal que separa a Beífâng» do Ga-
bo Carvoeiro, e vkiha desembaftar em am
'peqnend i^orto, a que boje ebamam Carrel*
ro de Joatma oa de Joanne.
' Leonor comparecia sempre prknei'fo a es-
tas entrevistas, e dfrigía seas passos ataka
grata oa recôncavo, pittorescamente sitatf-
do e cavado na rocha, qne (las frente [^ara
o lado por onde Rodi*igo passaii^ Alli è es*
perava debaixo das arcadas nataráes da gra-
ta; e logo qde avistava o peqAenb- baf x^,
accendfa uma laz, para dar sf gttal di» -saa
presença.
Chegott porém Rodrigo tiina noite, e a
'ItÈe nao apparecen; gritou porLeonrfr, ínaa
s6 ò écho da própria V02 Iherèspondeti; ié
entretanto passar janto do barco um ebjecfo
flacttiante, apanha o, e Cbdo de sObfeÍÀUto
reconheceu a capa de Leonor. '
0 mais qne sé pas!soQ na almàdO pobi^é
mancebo não o sabemos nós, porqtróficoti
em segredo entre Deos e die; b' qae o^sen
coinpanheirò disse foi, qae, apenas feeo^be*
cea a capa de Leenor, sem maisreflelcSoi
se arrojara ao meio das ondas, cbaftanéo
por elfa, e qae se snbmerglira, sem ò te<
lho lhe podet valer. ' . '
' i) presembsento de RodHíítt fei^Mírá-iie,
' tíTeliímente— Lèonbr chegai^ I grtKá, è ál«
IF o agaardava, quando '\hivfatofces" qne
reconheceu ierem de ^eftf^^áó e'ii1Élo^,qtie
a procuravam.
Tentou fugir e oeeuitftr-8a$ sate 09 ro^
•dieáa em itHilhedo, nias carf<cula«do^ niàl tn
pa^so, se despenhòa tiò áb^mo* oUdè'toMi-
mia.
Ifo^ dia segtitiite, appaiieefiu o cadáver de
LeoÉdr -entalkidd enini os il0BbaifiBHt'4^e
bordam aquelle Mtb. O* de RoArlgí),' NVáBo
p^íê eOTMiiles, M wooflllrado a*éiii bHiCD
4b rochas, ao S.K. dos Reoiedto.
A tradtçio d*este drama tragleo, ma»-
mittin-se até dMSos dias, e o ibeattPo en qjlto
se passou^ ainda lioje conserva os Bomaados
dois MMiteto proregoilsiis.
A' grma lAiamMi os Pmsos d$ DíJjfO-
mor, 9 aM»roeliedos, «onde apparéeea 1» m*
daver de Rodrigo; o SHh di fMIMf^.
Dii mais u tradiçio que Loomp Mruiae-
puluda fóra^dn-capèlia de8acit*AMa, ■>
iadé direito da porta princ^jial» • i|ao Misen
tempo era a d^ozeiia maiseUielta o f»nB0>
sa de Peniche.
FANM M SlRRA^freguetft, Beiru-
Mxa, eomarca ^^coneeiho do €oiiv«ia, fS
iíiiometros de Coimbra, t75 ao B. defjiVfetÉ.
TelnWOfégo*.
Vm 1997 tihba tUO fogos.
Ortrg^; S. VifMl, avvhanjo.
MsfíadodtfCoiaabn» distrieio arinHaiurÉ-
tivo d« Ottatdá.
A mesá da faaeMi, dá uulvei^dade dê
Coimbra, apt^ettuva o- vigário, que tinUa
4H)Wi8 reis o o pé de altar. * •
' Terfaf de dlma excessivo, mas laiudáviL
PMídus a toUor ptttei dos generss do jiitL
Gado é ei^, grt)SBa 0 m!uê& - .
Aqui natwètti ia47 de ttarço d» 1790^ Aft*
tonto de Pádua da Gosta o AlMektaj Mio
viscMdo dé thviní, em 24 de Jttllio dè-IML
•'' fiht ÍHNo db' tenente-rèt ia pfaçài <M Al-
meMâ, Prmeisco BeiMfdo di -Osêlà 0 M-
meldi; tde-D. Antónia' JosMá êê Qdèsa.
' Quando as herdas sanguinaMae de liioiA-
pãirte tbvadhram este reino, ^ontralodu o dl-
reifo das gentes, em i807, 'roubando» assift-
éiiiaadd e iucendiaBdu; o povo tKMI|M;
indighado^de Mntas ati^oeldadeB^ erguei Mi
brado unisono, que echoou desde as oiaffeitt
doUrrtio ik¥%^ do Guadian*; eiqMSI Ifodoa
ni M0taèás válidos etoptmbai^tt as aiMs
"èiii 'dlifèka da pKtHa ; é; Us^qub to muM^-
èipkr foram legiSMrtudMItaariátf d^ teftiliia
guértfflieii^, em brefe té ifansMcMUtai
em disciplinados e biMirttaMIi éjilÉIWiu,
'(Idé^i^tiBf t^spêiidak voem fla«fAr«atirder
tf ten^' M^iuiiv -ceinivAMieitfie^eiíef «Mi^*
IfliMlorffmidesél^ que tiBíittm tiriiiiii)^liidê
HÁB
^/S
S»
8U.
.4o «e ftlUt#v n« regineiila éb iofantarU iL*
Bi^ âM HMíf briT4i# áo.tufdl» porlo-
•fOBiy lymli lodo oomj^tlo 4^ irAUnoataHii,
# f do MiDi»o|i a i«a oiisltiicit ^MkxoD-
«bqío d'fiRn»rà4ioot6> qao oatio otlatade
gaarAÍção na praça d*AliDeída.
No mesmo dia que senloa pra^a (18 de
■M90 do èBIO) foi íeíto atfereii
Dob meiea depeif, Mansna, á íi*OAte 4^
um nomeroso exercito, ponlia eéeeo á pra-
-fà d'AlaMÉd& Opp6z»lho x gauoição Amâ
•Míoaía miêteneia; ans uma iwrívet ei-
-ploiiA' do paiol da polf ora» a S7 èd agoêlo
<iio fite de 17 dia» de eérco^.tqraoft a-reiít-
tewiia. inpoisivel, a gnarniçio capittiloia iO
•4 i^iIttQBlo t4 ieia.prinoneifo.de fuerra.,
PídiíA, .Aio (ei eomo anilo» offieiae» pev-
«lAfiieaee,. ^uo asoeilanai as propoiUa de
• Joaéc,' Massana « oalroa, lomandA aa acmas
•piloi íAimigo» da- aua iialria; bm% gamo
bom e leal portagnez, rejeiton com digni-
dade todoa oa offareeiAieatea da Maafl^na,
pelo qne foiiaterAado eai Heapanba; nas,:
à anua de graada perigo^ fàáe regrBsair a
Portngal, e uoir-se ao éxercílA^
' Tinbam-aadado aa gloriosu baUiiukA do
Bowaeo^ a ft7e ta da aeleMbra da i8IQL
A difita» da geoeiíd inglei» Hitl^ paaiÁfía
-im a aiArfen anprarda do Xt j% e>aili' aa
Ihô mira ^tQtda ampbio). o.nurqoiihde la
ilonaha» oaviiGXm baapaidiaaa^
•tvjlaaaeaa,' ealaoiBde em fiABia daa fama-
-ím ttniaa de IToraea-Yadvai, min» amai
de novembro, tomando posições em flImiA*
•ftoa fcaifia,^ espera do tétoaçosi . .
' 'fim janeif^de tail, o maieabal Bensferd,
9aasaiUoibeiii.parA #*& da Ve^, paaaja op-
p^ ao inimigo. » .
" B|id4oA>MBde»se aoa*fniMseea»for aapi*
«iab<io» «As 11 de liavaniro^. <
.-. Missóiia faeebe wa^MLot^ dAdO:000 h»-
«Miif OAMMmiiBsIm ioma4 defaosiTa, aa*
-fsayálaAipiA 'a aoAiMliAad^ ^UéMtmtè,
4íNii# aMaado. peloafiarlapMMa» aoPd»
bal, Redinha,.Bsá d*di]^aoAikaiÍA^iiialA
II
aAliiA 4IB lenMmtaa» ^ li d*iMI^
a il ó resgatada a praga d^Alm^idl^ e, a lf(»
Bemsfard, eom oa poringoesa^ jcesgat^t^li-
«oAça^ depoia 4^ târ feito taraAâan a.adno
de Campo**lfaMiu
Oa aúados panagMB oiaioÀiQ^ amilea*
Ifassena recebe noTos reforçoibi a Alaaa aa
Bossoaam fioentesde HQW}r(3 d0a»aip) maa
é denroiadf, perdendo 4:0no haoMBs» (Ijta
aieloria oosioorAos «aaa, porqAA perdamíia
>3.D00 boméM.)
Bsffosfoid» põe sUk> a Badftjoa. .SonUgiriiA
daSevilba^ pars^ íbxer JoTanlar o 8i4io;,i«iAa
Beresford o espera am Albaera». oadii a |6
da auio, se dà ama stngnía»lmta hat|iih#»
aa qaat o íAimigo perdoa 9:000 boqoay;
mas nàa tivamoa tambsm d:000 fora de
oombatob
. Bmt7.da.sel«nbffO| Marmoal, ípia anè*
stitQíra Massena» lana a nossa .artilbarJA
am Fattta^Goiaalda, a persogos ag porta-
foflíaaatáâf aoesaa fronteiras. Sm om doA
repet&doa.ataqMi qne ae deram daraateiosln
ratiradiíí é nagatada toda a nossa artilheri».
Bila Jitirada é osnaiderada palo;i miiitarai^
eomo.na dos mais btilbantn feitfM.do ac-
InasdoisoooloXJlX.
£n M ds amobns o general SiU» deafat-
riU o gèaamlínneea fienr^iA IMêlba do
ijiia|l>'dAJeaMaUnoa. .
Em 19 de jaAtiro. da. ISIS» é aptaçacdís
Gindad^lQdBga ralpinada^ 4'asaaUe^; piloa
▲ d.d*aftril, d ralomadi, d*«Mbo^ & f^rta
pi^ és Badaita» icoiU de S:000 alUfdo^
Aiorloa.oaftridQiL - s. ,: ^
WelliagAn a;liaimDnt dii^nbif am aiMf^
si 9iittnin4a.taaiiaa miiitari.||o«tai ^ pi^
nsifo» qae»ara ana ivesdadfíttl VlMrr^Mi
éff^^naera dotadA 4o.am.saA|[aa}lri^a.t%*
da a prova, executando am moTÍAMé^^M'
volnntS(.ohrigaajacabiAO,a,aAeaíí^r41i9 a
lamosa^bataika de Salamanca (Ude jpiM
ama das male gioviosaa pattk.oa^AttMAt; .f
«a '^nal^iioa aob^boa Ti^p^edorASúdll Im^
ifiedlaAd>Aasictliig e Wagna» ^oonpliK
(tmnmtfpidentNtoii a enja yieiPMalvia a^
nosso exercito U pAitM^de Madrid nn^a AM-
i^lMI«a#iAlAK IMp.mil teWMHAA:taA
dm
^A6
^BSB
-« !<)téil«^Bgttli0toÉta bacallift foi 4> ãM^Ns
\ndu* gtàmmêíM feflldo porumâ Ma 4e
fuzil, qae lhe airavessoa ama J^ema*' *
-<i iftaaxesÉicog do'tRs«rpad«r eèraa^ fogem
por toda à parte ante as nossas bayolMIis
^^iiWlDaaAf -
'-^ -O jttOitnÉié Gtanwl, omuegóe ninir os
t^UUvemm éistreçM dos ieo4;.fioróa Wel-
fcM«(oiif atedeJtoMd,' oMgaiulD o Mml-
go a retirar para Bargos, e po«l««llve«6éf(M.
(«1i;èhèral hesflMifcol, BãlUsHráti daatbêâe-'
^'%8kâ^^m genertil lem itlielè/ dejoca alli remir
<400:a(tofra»aeie8. OraiUados, dej^sdoéá-
^vUa^ tui «MMe^ «arios assaltos; sem-rtsifl-
Mé^àio^òk^lgados a Dperav sssa haunsffica
Petíraãa^ B9ír§99, amqteossdlâadosipof-
tagaeies, pela sua disciplina, sangiie^Mo e
*éMig«tti, -èseaiMâni om f aià8rtiià.4« mais
i«6lebres leigiõea do imMo»
- Im tiii<d^«38esJ|siaUo8, isveoMMMieM*
<dès<lifii iièmbro atravessada psi^^stiUiaço
t» 'MM Rtttada, ficando, i^ segnâda jn^
tmteoftnia ferido j fâMMOiesavmài^.tocla
.^' retirada, o «itraido mi Ponngal «oa k);
iKei^iio»^ios Miados ^noTSmtas. >
Os alliados, refeitos das^aoMspenlas-sof-
Uriáiii iiaPelimdn^iteBargoSkloaÉafll.aiaBen-
«AtM^O^d^nAitdaiiaD) âilalHMdo até V1--
cloria» e obstando a 4iio.osiíxiSVtilb»llrom-
ies «visrdB^ai » iui jiiae(iAi :
ei toDéM» HéUãf apoaat. edafàlèséaots,
apresenta-se ao serviço, no seu regidiaiito.
K» mttliàMi Ae.M de )fatikO)<slo atacados
MMMíicetes^eibai lagao »g|«kloàisiiaMi^-
Mka de Victoria. Os alliariootitoranaiiOÚO
M«en»Ma do cdinliaaii^penéaiJis ftaiice-
-Ud f éPAoNin^dUlOO, 'isda a taa aitiii^ria,
<lwsuiii»-»bagagoiir> (qwtft dedo 'oomposlo
-MynMki» fwtaafiaát leito ou roflqigai e
flibpÉliii).
£ Jòbd^vonapàfii^ a^nsna iolhniar.iBiiln-
^ôáeliiMor, aMAoodtsiHMílIo.. * >-
A '-ek Munaueè^ Isgien» nas postas dassoisa»
MfOMias^^ oMtaido ent frt»^ ao i.^ 4»
Jtiko? «laa dsiuado <lQff«á»«aiU|Os»titti
liBlt^deJkisiasttto. . * -
•SI iiesA*a toicfcá, «ia^coMdador-O^
eorajosos, para darem o assalto. ' -
O tenente Pádua, ánm dos primeiros que
se offerece, e a sua inexcedivel bravura e a
dof «easiMmaradrfi^d^lswgBiA obésíM do
dia, de 9 de Sitoinbps^^ a á-svaipronsa^fe'»
aamesaso dau» de postotâsoaiiiiil^ far
Ufli^ow Mar PAdoaftMMiK jpeia HàA- «es»
da iosÍ9)gaaansidaalo iorido, qMf oisaibiite ée
4aMÍf que ihoalfiTessoa4yíéoiQr>jda.poraa
direita.
/'. i
• V
Para teroiteaf* a rápida .iiinls#D d^
gaenra dàainerí«a^ ofioniar depois ao 'sapf laa
FÉdoa, s6 dirdB . .
Boonaparta nanda Soirit sanar o
liando oflt eMè^do exeraiio iníMkãv
ior-da feninsuia, reforçado<ooii| 36:0011
nensA douit» pira^facef iewantar d ediíM-de
4^aiDpt(Mia,^ alaoa os alliados ■ nas^ aaaa-pssi
fiw desporto da Maia - o ãMCMtaUei^ « VS
do.jaibo. Os alliarios recoiloeÉiiram*s0ieoi
VlMalbaMO ffoerta, «adMindo * pra^ HoMi
logu os graadas cainbalos4etl7'088 dojm-
Hn^^qiaaoó donan^nvesiâtado» iteadosas-
iosu «■ .
'.■A>gQ^ 4â-se a /anosa batalha dos ilsm*
Mos^eo iiiiiài0a édoBovo anojado ^Msa
aftasça» depoép de ters poidido afeataiata-
lha ifíiOOO bcaMBsl^ i
' Sodlty preceodo .aiada piisar o Bidaisoa
(qad«para a fieipaaiia-da Ftença)»'ÍBtaé
•teonnefita repelitdo 4ielaâiMpas bespaibo»
kS( emqa^alo ás áoso^oagiaaMdao.ui Mit*
itel.asaallO' á' famosa . paaçai de . S. .Sslaitiiin
(Biscaia) (|ao óttipadasiSi raiostOb.á(
do :í200Q aUiadOi. Os ItaMsasi
dIaioidadBlIa ; poiáai Bsadom^daaA de<ia-
-ailBUBUL ' " -n • . •
A 7 doontobrOyiiassMoos alMadoaoB^
Jaamu I)i«oo a aieaoètateiiMtaiba daiATí-
^j9 (Aê.de f^teoÉbfo^tiifi alIiadoaiasMp
as línbas franeesas. . • j
lODBdQLtaaaaagBtnalanteoiotoá pa^g do
Bayona (9 de deaeaihro). 00 aliados osfÉk»
sam o iditiligo das snaadsndidaf eia|iosi(ík%
•eatro' oa.vlea Mim o ddonnfsnÉiaisdaiia a
MdodoteBihro^t»JMUábaáeiflvo. tarili**
•sa dbfigado a faasas paai «o morjaoi dfeiila
do Adomoaa dineiio a^fiilL
Bãí8
^ iiideioiM^ eraodamaoH it^itiiD^t^a
FraaQ^^afLaa&VIik *•<
BoMui^iiiti é do»<»i9 aii^4% abni; «99-
•téariSòril^ átteaporado ^pw riamaii 4«rro-'
tas, aíDda se obstina em resistir aos mmifm,
•teailaniat ^poéfien, imtr«»<^«caia(. â« fcan-
#DaiM} •«ilDiGaooias p.«r4oiio tx«r«ilalii-
tiD««iflé^ 4a[MÍ9 deM hMaa4d.(^.'^ddr-
(mlaí'eHiã0«acfa«a|âiOibabiil.> ' <
A 30 de maio ceíebra-se a paz giHFiA«Mf •
'•: lomMiot/a* oapUifli PAdiMt f •
^ 4ifmmêai8 ferite^ ifomci dlssa^- dw/bMxa.
•DtteapHal4fr«tt«iie^ Eu f9.d0(}iM0'4o
l8è4^¥«i«ftr«r04#pMiCí» dd &JkN|0| 4'm-
'4b«abiii a M:doMtMbrQi4* •tSil. (
< flik.M>d<^|iiUia.deriaiSifo,iimi|MTito
major, e de 1826 a 1827, foi aJudiíilaHiVv-
dens do general Claudino.
- aSmi8M^^toi»MifMMa pila VirlUa libe*
.fil(i1Ml#i4«e,i ieve 4e 4ipi|MMHaeiha|6'««p,
• em ^'de «bril de iSM»- eimiron ,pi#a #rta«
flaleir^ eoètntf» segntete pva^ilDM^Xer-'
ceira. 1 r •. 1
• Ba 8 áejnym 4e IWI,!desMbimi« em
' Araieaei de*Pâ[P9«Uidaipf 3f»m o eneroilf 11-
> «m44'#Ml de «a»k M MiQ Mml^o»*
ronel td0 MMlUtfia» e-^oNae^-.i^lO/é^jf-
-aktda^MSii <m
temador do castello de & kdilp di^BMi^
.ehâiil:da<Bowemhr«^' toiaomeide eemoian-
•dÉBle áa k* dávisio milMMr» •« depoia^da^ft*
Koi'p0om0viioiatbiiiKadpiFQ (fewval dalMl*
firiiliMiid^de JiMotde.lM«,<e'4»4aM.1»i
nomeado eommandante da 'KM dlviile^* •
".' ■m.ft^n BwemlNsetde^MMi 'foieipaire-
Bm e d« jnlbo i^m\M,pmmtíà:*
■• 4a.lí»i4^aMaa)ki»4»(tMilrMI^'li>«
PAT
m
» "• ii
■ I
4- .
Por decreto de 21 deontabro á%ÍIUp$M
iomeado membro- dniiqpiiM^MMilto de
jmill^ mflilar) d^qoal foi d^pM leUp pre-
^dei4%f Mi^ ivie eei^poH atán9 sna^^^te.
Foi condecorado com a cruz n.« 2, das três
•ampaobae da iQeira/p^niqifokr, e. cear Ta-
rife oiitn^, .como as p)/efl^h^ ^e euro do
valor militar,' bons serviços e compQrtamen-
10cmt^^\^m*^,Eí% ^m«end4flor, . e depois
grão*craz, da ordem- de S. 3eDto 4'Atíi^ e
àt^^4m díkCarii^lko, doe Paizfe^ieixfis; e
grao-crmc.datde &mto EstanietaQ, dafimsU.
k ( l)mi$;4#^)%oeiro de 1842, casou cofn a
sr.* D. Aognsta 11 atbilde de^Lesoaslre e Bar*
. ieS| Attm des er«^viseoiHlee.de Gn^elle^a n-
eo <lQ|kvda.Fpiaec» GouMDho e Castro de
lltfoyoe^^f D» AMulpafiiiiia Lencastre de
Barros Barba de Menezes— da fanvlia de Unes
notáveis generaes realistaa-«AUaro Xi|vier
da Fonseca Coatiabo oPóYCM José Cardo-
so de Gavvalhpf <e Ma<lsmã^ Oencala Car-
dona ^avbii-de Ilep^esi*rt-Yi4e Armomm-.
Tiveram qoatro flihos — Rodrigo e F^ao*
f iiepi qve-m^freiram 494ewr«edfde. D«.Àn-
mr 4PP> f^»UÕeea«solteira, com i9 a^uvoaile
•4|(|e^^ He htíU>ui9L l^ugvim de tevcastre
•e Bavr^ 4ir Costfi f^ ÀfnMiA^ ^M easando
com o sr. António Aogasto Fer^ira 4'Abqim,
«IDei^l do^exereiu^ iambem iplkçtíi. no m-
{A^irl^purilfDMtpra de todos 41)4 seiís fi-
lhos, e principalmente daa diifta £dhasy na
iNÍiÁp»ferAfda/!Mi(»-eA€bera[p d^MVvarfara
«10. lUtiot^a 4Uai á*WAU^, pae IncoosataveiíN que
M^m WlilUur v;alente» lu» porlog|9Cfc beii9-
iMrita-e om^verdad^ivo lwm^m dè bem.
PATACÃO— antiga moeda porlj^gnaia.
: |^.JfioiIU-naiMNa,ewihMrama,meeda
4f^fprau» « 4aa ee demo nomede pf tacão,
a41DM|lia4() réis. ..
De um lado^tloba uma coroa, e por bai-
4K> «elU*^b. Uír^iMa Ul^^^ í«ndo
XJUUL^i-ceBi ^ legeqda-H. nax 9ovfVGMãàM
pài^H4i^ entro- todq^ mn^ c^ui. de 6. Jorfe,
cercada pela legenda -▼ iif . hqc smuio vmr-
Otmaamo ievfe4 IKiXac9f I de cohM^ cem
o peso de cinco oitavas» cora o valor 4e
10 réis.
tiMáu le^tiittMe o «áck^rehl, cerca*
4p 1^1* Jegenda— iOAUiiB» tbatics pobtuga-
Luit BI AUAHHOMin-^do omro-rjbfi xpo
506
PATi
Vkt
centra, e em n^áòr^t^x Qvarm MeraMB.
PATâCiO— aenUgft noeêâ pmQfgwu^^
de pratft.
Foi mâDdada eanhar em Gòt (ínêUlf to
anno de 1555, pelo tiee-ref, D. Fedro Mâê-
carenhas.
Era a maior moeda de pr«lft qtie Havia
entio B^aquelle estado.
PATACO— moeda de bromte, pertiigveià»
bem eonhedda, do valor de 10 réfe.'
Foi mandada ennliar, por deerefo de 29
de outubro de 1811.
FATAIAS — fre^faetia, Extremadnra, ee-
marea e eoneelbo de AleoNça, 18 IcRòme-
troa deLeiria, llda?edeMieir»,f)OaDlf.t.
de Lisl)ot. •
Tem 450 fogos.
Bm 1757 (Inbfa 9t fogoa. ^
Orago, Nossa Senliora da Bfperança.
Bispado e districto administrativo de Lei-
ria.
A mitra apresentara o^ra» eftie tinliaM
alqneltes e três qaartas de trigo, If e meio
almnde^ de tinbo, mosto, 2 alqtieites d*aM«
te e 41000 réis em dinbeiro; Ko^lodo 00^000
réis e o pé d^altar.
O bispo D. Pedro de Castiibó teandmi
qne o cabido Ibe desse mais 91 afqaefreft •
uma quarta de trigo, 1 alqtief r# d%celte e
mii réis em diobeiro.
A i^rimeira invoca^ da^ padroeim d*es«
ta fregnezia, foi Nossa Senbôra da Coneel-
fio; depois, fsi Nossa Senbora éa Antatin-
cia^o, e por fim (a aemai) Nosia Sentaen
da Esperança, .. i
Esu nltiiiía iovòca^ M resolvida em vi-
sita, iM> anflo de 1699, mandando^se totlo
qne se Ibe flzesse a festa Hi^dia ék Ktpe-
inaçio. ■' ' ' • I .
Esteiogarde Patatas, M tlé t& «mo de
1530, da fregnezia de Paredes; e • ifo4a
d^aqní 'hta áqèellt villâ enmtilNf ^tedo» Os.
preceitos religioãtos. • ' -' * . .
Desde então, o capellio de Paredes,' H-.
zia um domingo missa em Párédei» oviro em.
Pataias. • • : • -> .
(I
^ Aaui ba loirQOwiaito eot^na 9P for-
tugal Sacro.
fim pouco mais âe cem annos, ti3e poiffa
biaver >tamaobo Migmento de popula^i- •
1» 1149, estando a viHi de Psiredes JA
despevoíada <vide pag . 489^ col. 9:* d'e0l8
volume) nao havendo alli mais do qw dois
Velhos o um moieiro^-vaiidmi 0 visitador,
4|ne a parodda fosse d*aill em diante em
Patáias, que, sendo ató entio do tfSnM de
Paredes, paeséon eer dede Alnotm^n.
Oe fiPsgMies siò obrigados i fiihrict âa
egrsfâ.'
Por otam d*esie logar (que fiet petto èn
eostii) nás areias^ está uma lagda bastme
faUdi, qoe nnnet seeeou, e se denemim
mesmo lâfôa dê Paiam^ 11*^11 as ertan
mteiMf*
Bm certa oecasiio, pelos annos de 1000,
uns pescadores tiraram «!• snas redes com*
pletamonte cheias; porém, sesdo taatai as
nlamintieas (on salamMdraiO éome «irai-
vaeos, mucs mais aqui quiseram peaear.
Fica wr districto d*esu freguesia» pavle
deOimar^ onde ha grande aháoiâncit
de coeihoe.
-Tanbené no Hmiced'esu freigneda» por
Mxsí^da egre)<i de Paredesiedenoinhe,
«ma-emila, da Invoeaçio da Nossa -Senhe-
ra do Destdrro, mandada tdifloay por •.
Gastio Coutinho.
' PAT)AUIf4--«ppeHido nobre em Portogal.
Ne annode Í9lá; vivia, Upo^RedffgUis
Patalim, casado com Mayor Pires; o» genes
InstltttlMn eiÉ morgado, naUpsgeesia.is S.
Pedfo, d»cidade deSfora» em laii. . '
Este morgado, passou depois, perhena-
fa, ae» Gai*valhos, eujo rame se appeWdoa
' MasarmaSi sie 'oseode esqearisiladi»
HK>'4.^e 4.«, de 4mns 4 cotfeae astaes^ em^lh*
n^^^io 9.«6 3.* de púrpura^ om emtoHe
#otiru-idlmot4'ato, abeite^ • perUnÉffs» o
casteHe 4è es6áde.
OoiPos PataHAs^ usando as» mesnsaa* ar-
mas, trazem por tiasMre» em bruto 4Heit|»
«erÉMde^eom «toe escada. • • 1
Mtrèa> demesmo^ppHlèdD^ árasenuiita
eudo dividido em aspa— no 1.* e 4.%>de|Mto-
pbrâi tm toivdSb ^oetreyCdns pèrtedepúr-
pura— no 9.» e 3.% de ouro, 4«otiear
pane.
aeissme dàsse e timbre.
•« I
I k
fkt
A f&nriiU d'èdte appellido, que Teia de
Angâo, traz por ârmae: £111 eâmpo dfovm,
8 eotfcâs, de púrpim, em palia.
ÊIfflo de aço, aberto, e por timbre, Qtti
braço direito armado eom uma espada— pt-
qnifes d*oaro, forrados de asnt.
PATEIRA-^portagnez antigo-— ainda umi-
do— paul, pântano, mamei, ete^ onde eo9«
tama hayer eaça palnstre, principalmente
patos. Vem pois a ser 9iH(y oé logar dos pa-
tos.
PATEIHA— portnguez antigo— padeira. '
PATEIRO— portngnez antigo— bodfgoei-
ro-^qae compra, vende, mata e eoiinha ca-
inhes (bodes.) D*aqiii bodega.'-'íkie dic se
faberneíro.
Nio se dá e nome de bodegneiro, ao qde
vende só vinhos e aguas-ardentes; mas ao
qne támbem vendeoomidaa feitas.
FA1WA— portngnez antigo— patena. "
PAttL— grande e boniu aldeis, Extrèma-
dnra, fregaezia (de S. Pedro), concelho, co*
' marca, e 3 kilomf tros a O.N.Q. de Torres-
Yedras; sitcrada èmr nm alto, em frente e a
nos t kilometros das fanosasXtnJIaf <b Ibr-
res Vedras, e< do seminário doyarat<4o^ (fse
lhe Ucam a B., S:E., e 3.
B>su aldeia se goum' atentas e boni-
tas vistá^; e ao sopé do monte em qaè esfà
tfmada, se eaftende nmagt*attde planície, co-
tsetxá de vinh^, qtie prednzdm o óptimo ti-
iihb dé^opres.
Ha aqui uma capeUa, dedicada a NesMa
'Vênhoi^à da Piedade <oo da Ribeira)^ é ao
etangeltèti 1^. Ita^eòs.
PAtL-^fregnezia, Beira Baixa, eomaréa.
« cenòetti» da Gótilban, M kilometros da.
€narda, 945 ao B. de Lisboa.
" Tem too l6p>ê.
EM 17B7 tinha «1 fogo».
Orago, Nossa'Senftora da Anntlncia^:
Blépado da Gttarda, dl^rfcto adminlAra-
livo de Castello Branco.
' O reaf pádroado^apresebfata o prier, qne
«tthá fdOlOOD Mis de rendimento.
£' terra fértil. Muito gado, de todftaíqna-
iidade, e muita caça, grossa e miúda.
" ' PAitb^qttinu do)— Extremadorar-Ylde
êothgas^
PAUL— fregudzía, Bztremidsfá, ' comarca,
PAÚ
5è7
concelho, dlstricto administrativo, e tOki-
lometros de Santarém (foi do coi^lbo án
Pernes, comarca de Torres Novas) 95 kito»
metros ao N.E. de Lisboa.
Tem 315 fogos.
Em 1757 tinha 411 fogos.
Orago, S. Vicente, martyr.
£* no patrlarehado*
O prior de Yalle de Figueira, apresenta-
va o cora, qna tinha de renda só o pé de
altar.
E* terra fértil, sobretudo em cereaea e
aceite.
Pica esta fregaezia contigua á da VaUeda
Figueira, e ao mosteiro; qne foi de padnli
arrabídoe, d*e8ta nliima freguesia.
Sobre um téáo da fre guezía de Paul, esCá
a capella de Nossa Senhora dê Alpêmpm*, a
cuja padroeira consagram muita derciçâo
os pevos â'estes sities.
E' templo mvito antigo, assim como a imâ*
gem, de -pedra, da Virgem.
Está em um ermo, e a herdade que Hm
fica mais próxima, é o Casai doê Aitares^
(iode se* guardam os «tendlíos da capelli.
Ignora-se a etymelogia d» Alpoinper,.fM
patece ser palavra árabe.
Díz-se que n*este sitio esteve o capita-lo-
mane, Pempev, do que ficou o womf ao
sitio.
Isto Éaki -passa de conto dê mA«; fior^ue,
nem Pompevi, nem seus fllboSy Cneo Pom«
peu e Sexto Pompeu, emirarau em Lisboa,
nem n'eéta> parte da Península.
Pompeu^ «tttrou em Hespanha, pelos an-
nos 39ia do xaomào (M antes de Jesiis
Christo) — vindo também per esse tempo,
Gayé Attio, RamaM Getaj Didio» Quinto Me-
lello Pio^ Lneio Domlelo» Maatlio, e oturas,
enviados suocessivamente centra os lusita-
nos, #»mmandados por Sertório, que eon-
Ira aqepelles sustentou % guerra por II aa-
nos, derrotando-os por muitas vezes, e oM-
gandis^lleielte^ Pompeu, a retirarem para
as Gallias, pelos Pyrensus»
Pompeu, ndo podendo vencer oe lusitanos»
êm tnerra leal, comprou o estrangeiro Pro*
pena, ao serviço de -Sertório^ e o traidor o
iasassisoii comH ponUaladas» no annol do
mundo 3929 (75 ante»llBJentsGfaristoi) i
3iff
PÁU
8ii|iíp564ê qae esta po?o»fio é «ntiquiif i«
mt, mas tm bâ por «qai monamenloft no*
Uveis â*es8a antigoidade.
O eiima d^esu paroebia é iniilo saEâA?fi|
maa bastante (rio e áspero. Passa aqui o
ribeiro Bestança, qae rega e fertiliia esta e
outras freguesias, e desagua no Douro, no
flilio denomipado Parto iê BeL
Tem esta freguesia bons cbios^ apezar de
ser bastante accidentada, e prodoí eom abnn-
dancia, milho, trigo, eenteio, feijão» balatas
6 castanhais tndo de boa qoalidade; cria bai^
tante gado lanígero e caça miada» e é abun*
dante d*agua e lenha.
Hoave n'esta fregueiia». emqaanto as or-
denações não foram tàe caras e difficeis,
gtnnde nomero de presbyteros, e ainda ho-
je» apenr de rarearem tanto» conta esta pn-*
pochia am namero relstivamante considera*
TOl— i6.
Nenhuma outra freguezia d*esta diocese,
e pouquissimas das freguezias ruraes do nos*
so paiz, contarão actualmente numero egual
de presbyteros; e muitos outros filhos d'eâ-
ta parochia se teem distinguido nas lettras,
nas armas e no commercio» sendo pois, por
justos títulos» esta parochia uma das mais
importantes do bispado de Lamego.
Consliioem esta freguezia, entre outras al-
deias, as seguintes:->Qaíatans— Eira Yelha
—Formigai— Origo — Lages— Moumiz-^Pó-
Yoa— Fazamoes— S. Pedro do Souto— Ferrei-
ros—Paredinhas—Valle—Foméilo—e Cór-
dova.
Diz-se que nos fins do ultimo século, nas-
ceu n*esta ultima aldeia um homem, a quem
denominavam— o Ozono. Tinha uma pequena
fortuna, mas foi muito laborioso e de san con-
sciência. Tomou de renda os foros dos jesuí-
tas de Caquere (vide Carque^^e) e períleu mui-
to nos primeiros annos, mas pagou pontual-
mente—-lucrou nos annos seguintes, e hou-
ve-se com tal probidade, que os jesuítas»
quando o marquez de Pombal os extinguiu,
em i759, significaram ao bom do seu ren-
deiro o muito que lhes merecia.
Apenas viram sobre a sua Ordem a espa-
da exterminadora, chamaram-no, e não só
lhe passaram recibos de plena paga e geral
PiU
quitação, mas revelaraflA-lhe o sitio onde ti
nban escondidas sommaa importantes, e o
auctorisaram para se utiiisar d'ellas, quaa*
do a sorte lhes não permittisse reclaustra*
rem-se. E como o fisco lançasse mãe de tu-
do o que era dos jesuítas» e.estes não maia
se congregassem» ficou o Ozorio — rico. . •
Comprou muitas terras, dotou generosa-
mente um filho (João), que foi frade cruzio,
e formou o segundo— Alexandre Rodriguea.
Ozorio, estudante distincto, depois juiz da
fora, em Alpedrinha e Leuló» e casando, te-
ve três filhas e três filhos— Justiniano, Ru*^
fino e Avelino* O Rufino completou a soa
formatara em direito na nossa uaiversida*
de» sendo um estudante distinciissimo^ e
muito promettia» mas infelizooente, tanta
estudou» que morreu phtysico aos 25 annos.
O Avelino era mais talentoso ainda. Aos
14 annos já tinha os preparatórios conclui*
dos, mas tornou-se tão fraco e doente» que
não pôde formar-se.
O terceiro — Justiniano César Ozorio— se
se não distinguiu como seus irmãos pelas
lettra«, não menos se distinguiu pelas ar-
mas.
Ainda frequentava estudos em Lamego, a
já poroccasiáo das convulsões politicas an-
teriores a 1832» se fez conhecido nas gran-
des arruaças escholasticas, collocando-se por
vexes, arvMdo de rffe, á frente dos seus nu-
merosos contemporâneos.
Três estudantes se tornaram n*aqueUa
época, em Lamego» notáveis pelo seu g^ia
turbulento e perigoso — o Justiniano, de
Córdova — Vicente Macedo» de Taboaço —
e António da Costa Tabosa» o celebre Etpa*
dagão, de Cernancelhe.
Nenhum se ordenou nem formou, mas to-
dos corresponderam ao que promettiam. . •
António da Costa Tabosa, o Espadagão (vi-
de Tabosa das Amas), assentou praça no re-
gimento de milícias do Lamego, e» como ca*
bo, o seu gosto era dar varadas e maltratar
os liberaes, emquanto nas províncias domi-
navam 03 realistas — mas apenas via que os
liberaes tríumpharam, declarou-se liberal e
foi o mais acérrimo perseguidor dos realis-
tas. Arvorado em tenente da guarda de Cer-
nancelhe» em 1835 a 1836» ninguém maia
pidnipto i^afn AesemlMiialiar iiiBa Mpaia
e■orlIl^ exercendo vinfuiçdt meiqwBh^tr
sem poupar pareDie»^ amigo» e pmoa» a
quem éeTía a maior gratidão.
Contavam-se ja 33 vicUma8.4*ei4e tigre^
iodaindo una pobre malber e doía ilbo^
qod elle maton, eiiterraiMkK>s Dane^ma coi
Ta lodot iref ainda vivos^-quaado Deva per-
miiiia qae mesmo A'este mnodo Ião graadoí
mídvaAo recebesse o premio oondigno. 4aa
snaa atrocidades.
- Por seo lorno, ama ikoite (de dia de eopi^
padres . . .) am bando invadichlhe a: easa^
prenderam-no, e depois de Ibe darem um
tiro e de o ferirem e espancarem» coAda-
ziram-o. a um aito, denominado o (hUêfri-
i^èúf deram-ihe uma descarga de 7 Uroe^ e
immediatamente aili o enterraram comsl-
gnaes de ^ida.
TalU vUa — /fnts Uai...
Vicente Macedo, de Taboaço, foi também
commandaDte da guarda nacional de laboa-
ço, em 1835 a 1836. Era valente e rico» e ti-
dIm otm génio forte; mas eontiveram*no seus
pas» e seus irmãos — todos pacificos, trata*
veia e generosos» os bem conhecidos srs. Ma*
cedos» de Taboaço (vide Taboaço) — famiUa
por Justos titulos muito considerada — tr-
mãos modelo e senhores de uma das meUuh
res casas da jprovincia,
O terceiro dos taes estnda3&tes -^Justinia-
no César Ozorio — foi mais longe, mas não y
na perversidade, como o sanguinário e tm-
mundo Espadagão.
Tomou parte activa na revolução popular
da Junta do Porto, de 1847 a 1848. Armou
os seus visinhos, e collo«ando-se á frente
d*elles, como commandante, foi um guerri-
Ibetro celebre, conheeido como— Jttfíttuano
de Córdova, que bem pôde denomioar-se o
Galamba da Beira,
A Junta do Porto o reconheceu e nomeou
tenente coronel e commandante do batalbão
de voluntários de Rezende (assim se deno*<
minava a sua guerrilha), e distinguiu-se com
vantagem em muitos recontros cem as tro-
pas da rainha, até que a intervenção da Hes-
panha e da Inglaterra determinou a conven-
ção de Gramido, e alli acabou a pairíotioi
revolução, denominada da Maria da Fonte,
PAU
lât
Com a>^a pequena guerrilha» nunca sa-
perior a WK^ praças, umas vezes unido áa
for^aa áine CQmmaadava o barão de Castro
D*i^r^ « oiHraa (qnasi iempre) só, prestou
relevantes serviços áoausa da Junta, batea*
do^^e com tropas do govemoy por veaes mui-
to auperioreei aollwho, Trazros^Monj^s o
BeintoAita— nunca ficando prisioneiro, nem
.soffrendo baixas importantes, e tendo o ar*
nnjo de eoasArvar-se aqui (S. Martipho, Paus
e Cardava) a 8 kilometroa de Lamego, em*
quanto aili esteve a divisão do Casal, forte
do cinco mil homens, entre cavallaria, inr
fanleria e caçadores — chegando p seu atre*
vimento a ponto de abeirar-se de toda a dl*
visão» em maio de 1847, quando o conde daa
Ama» foi á RéfoSi onde se achava o general
Póvoas com uma divisão: o o barão do Casal
(depois conde), temendo alguma surpreza.
retirou» por prudência, sobre Castro D*Ay-
re.- Durante a mardaa e contra-marcba do
barão, o nosao Justiniano fez fogo sobre to*
da a divisão, em vários pontos, e lhe apri-
sionou alguns soldados e cavallos, e .duas
cargas de tabaco, sem perder um único dos
seus!...
Desolando o barão v^-se livre de tão in-
commodo visinho, mandou um dia parte da
divisão dar*lhe caça, e o apanharam de sor-
preza na MesquUella; mas, rem perder o ani-
mo, deu immediatamente aos seus voluntá-
rios ordem de debandar, marcando lhes co-
mo ponto de reunião a capella da Senhora da
Guia, acerca de3 kilometros, e, apeaodo-se^
lá partiram todos em desfilada, como corças»
por barranoos e atalhos, com tanta felicidade^
que em.breve estavam todos de novo reunidos
no ponto marcado — sem faltar a discreta
e possante mula do Justiniano, que, habi-
tuada ás lides guerreiras, muito espontânea,
e livremente os seguiu — e formando logo,
fizeram vivo fogo sobre a tropa da rainha,
até Viila- Verde.
Mandando outro dia o barão, também
parte da sua divisão sobre Córdova, o Jus-
tiniano a incommodou com vivo tiroteio, dea*
de a barca do Bernardo, na extremidade E.
da freguezia de Earrô, até á Feira Nova, na
freguesia lemitrophe de S. Martinho de Mou-*
ro0^ olrí£ando«ca a bater em r<:tirada para
dlí
pjUj:
LAtBegdt'e-persegti1iid(HM até Aoll8|rfg3oAe
MêsqDiitèflla, Iheâ arprisianoii KiscMniofl.
Kc^dfi&l de ivitho de 1847» «abe»* • bi-
rSo da Gasãri que Justiniano éstata iiaB)rt(>,'
máttttou- a Gordofa «raa forfa para l0?ar'
pãò; maB npeiiae foi pre^enUda, òpoTO^Te»
picou- oír sinòe, è oaMndo* iobn^a fétffa a^
obrigou a retirar» aprieioiíando^lfae S-siilAa*^
dos. • ' • . • , . .
Em ãMaifTAl e&XsM^ ainAa'i«^Porti>'coin^
a«ua g^ttte o Justiâiaàno, M-marotar (o
Gaâal) DO d^a 92 do dlt« mei^ oQtna fOF^
maior sobre Córdova, e nio só saqaeafpanl
a povoação; mas iueendiaraái 1^ easas das
ptjfiêíípaes em Córdova, Páredlniiae o Por^'
D^lo, pHucipiâBdo pela do Justlilatto. '
Co«ibe a parte prtnel^al d*e9tè hbmé9a
feito á guerriflt&a, ou ames ^imdntfAa, aom-i
nraudada pelos celebres Márçaés de FOHda
— António « Manuel --- os ^aes faraiA' lioi
malvados eomo o EepãdâgSo de OenMàce»
Ibe; mas, também oòmo' «ile, foram aiDbos
mortos a tiro, passados annos.
Em td do mesmo mee, foi a VDlieRéaldè
Traz-os^Montes com o barão dê Gastão â'Ay'
re, e aiii se bateu valentemente contra as*for*
ças do barão Yiuhaes, iipriàlonando^i^e M a
90 homens, e perdendo apenas i sangento, i
cabo e 4 soldados. '
Tomou também parte na acção quea^fro-
pas da junta perderam em VaiiePáços, por
se bandearem com as (érças do governo dois
corpos de Itnba inteiros (o id e o 15 d'in&n-
teria); e cm Mirândeila sustentou nutrido fú*
go, unido a outras forças da Junfa, defen-
dendo a ponte contra tropas do Yiuhaes.
Os soldados que formavam o l>ataMo od
guerrilha do celebre Córdova, eram v<rfun-
tarios escolhidos e valentes^ bem eomo os
oíficiaes.
Terminada a lacta pela convenção de Gra-
mido, foi o nosso heroe repetidas vezes ad*
ministrador do concelho e presidente da ca-
mará de Rezende, havendo-se sempre com
desinteresse e dignidade, até que fálieceu no
Porto, em 25 de ]ulho do 18Si, e pouco de-
pois, sua esposa D. Leopoldina Adelaide e
Mf lio, da nobre família Mellos de Adàlvares.
Era tio do actual administrador de eoAce*
lho de Rezende, o sr. dr. Albino AuguMe
Gtte4ss e Ifello^lámbom naluMl de G^da»
va^ easad^ «om maa^âlha dom. PranctoM
QariDSí dti Feialva^cuttiNbidd dp ^r« O* Jsa-»-
quim d* Azevedo, nprosentansa da.Dobr»e^
saiki<Soenga. • •'
Peneacé' tambeni á dldela^ da. FovnélIiH
d^e•ta fregnada, o w^út. loséTeiflBeíra Bor-
ges Soeiro, aomal delegado é^ prooiuniâor'
! regia om Villa Poaca d^Aguiar. '
MOLO^ VEf FftâDSS (São) -^ frogMciA,
Douro, concelho, comarca, dtollicioi&daii«
nMradlva^ bispado <>.6]cllsmetros daC^oa-
tm^tlO ao Ni da Lisboa*
•Tett900> fogos. -
Btt 1757! linha 137 fogos. '
Ofage^, Nossa 8enhova«do> Rosário. *
(d seu primeiro ortgo^M S. Paulo, apos-
tolo.) ' J
O collegio de S. Bernardo, do Cêimbra»
apresentava o vigário^ ad Hutum, 'Vulgar-
mente chamado abbade,- que tinha '80^000
réis e o pé d*altar.
ET terra muito (ertíl. < •
tPAVÍA**-villa, Alemtejo, comarea^eUaii-
to*Mór-Novo, concelho e 15 kfloaieiros de
Mora (foi do mesmo ootocelho,mas da eo»
.maroà «e 15 kilometros ao Nt â*Arroyolos)
as kilometròs ao N.N;0. d'Evora, M ao 8.
das Galveias, iOO ao S.E. de Lisboa.
Tem 280 fogos.
Em 1757, tinha 127 Figols.
Orago, Conversão de S. Paulo, apostolo.
Arcebispado e dislricto administrativo de
Évora.
•A mitra apresentada o reitor, que tinha
fSO-alquéires de trigo-, 60 de cevada^ e
13)0000 Téls em dinheiro.
Foi enbeça de concelho, e tinba foral, da«
do por D. Manuel, em* Lisboa, a 15 de fsve*
reiro de 1516. (L.* doe fèraes wivo$ do Alefn>^
Ujo, fl. 85, col. 2.-)
Diz-se que D. Dmi7 lhe deu foral, e a lez
villa, era 1287; mas Franklim não traz este
foral.
Fabríea-se n*esta freguezia a melhor cal
do #eino, principalmente cal hydrauliea.
Está a vilia situada sobre um piató.
Tem Misericórdia^ e hospital, com 266JS00O
réis de rendimeiKo.
PAV
PÊC
Si3
Ao N., por nm fragoso valle, e jontó a
um graade rochedo, fK>r onde se âóbe para
a Yjlte, corre o rio Térãy qae nasoe na serra
d*09sa, tendo aqui noia bella ponte de can«
taria,
£* terra muito fértil.
Ha na freguezia as irmidas de S. Dioni<>
tio, S. Sebastião, e S. António.— No termo
daas—S. Miguel, archanjo— e S. Gens.
O seu termo tem 35 ki4ometro$^ de com-
prido, de E. a (X, e' IS de largo de N.
aS.
O seu território é fértil, em pão, azeite»
legumes e fructas.
Cria muito gado, o ha abundaneía de mel
6 cera. Ha muita caça.
Eram senhores donatários doesta viiia, os
condes do Redondo, que aqui teem um stim-
ptuoso palaeio.
Segundo a Nobiliarehia, o òondado do Re*
dondo, andava nos Castellos^Brancos, des-
cendentes de D. Oil Rodrigues de GasteN
Branco, senhor de Tormõ, e das fortalezas,
de Gaatiel e Adamns, no reino de Ara-
gão.
O !.• conde do Redondo, foi D.Vasco
Goulinho (que jà era conde de Borba) feito
por D. Jdão II, era 16 de março«de i486.
As armas dos condes do Redondo, sao—
escudo esquartellado, das Quinas de Portu-
gal e das armas de Leão.
Thnbre, um leão â*ouro.
Pavia é também om nobre appelUdo em
Portugal.
Procede de Roberto de Pavia, eavalleiro
da cidade de Pavia, na Itália (ducado de Mi-
lão) o quaj, vindo a Portugal, povoou e deu
o nome a esta villa (que estava abando-
nada.)
Foi sen descendente, Martim ÂfiTonso de
Pavia, cujos successores trocaram Pavia,
pela aldeia de São Mancos, onde Vasco Mar-
tins de Pavia fundou um morgado.
As armas dos Pavias, são— escudo esca-
qnetado de prata e negro, de trez peças em
faxã e cinco em palia.
Elmo de prata aberto— e por timbre, meio
leão, lampassado de purpura e eacaqueta-
do de prata.
TOLUIJQE VI
ltAXOBmO«^portugim antigo— Uno «m
que se acham escríptas ongravadai^aaiiaii
wõis 91a escreveram òs quatro evangela*
las. (Doo. de Lamego, de i4£lâf.)
PAT DOS MENINOS — portugnez an**
ligo -*« Dta*se eela nome^ por uma pro-
visão regia, de 1535, a um officiai me*
chanico, da cidade do Porto, coja obrigação
era cuidar dos engettados que appareoet-
sem no sen distrieto, levando-oa ao juiz doa
orphãoa. (Doe. da Gamara do Porto, de 153S.)
PAT DOS VELHACOS— vide Pae dos..^
PATO— vide Paio.
P£A— portuguez antigo-* pena, castigos
(Doe de 1318.)
PEADO— portuguez antigo— condemnado
a pena, ou castigo.
PEAR —portugnez antlgo—rcaatigar» obrl*
gar á pena imposta pela lei.
PEADOIRO — portagoez antigo-H) que aie*
reoeu castigo 09 pena.
PÉ DA SERRA— freguezia, Alemtejo, co*
marca e concelho de Niza, 35 kHometros Al
Portalegre, âOO ao S.E. de Lisboa.
Tem 180 fogos.
Em 1757, tinha 111 fogos.
Orago, S. Simão, apostolo.
Bispado e distrieto administrativo de Por*
talegre.
A mesa da consciência apresentava o vi»
^ario, que tinha— 120 alqueires de trígo^
120]'de cevada, e 12^000 róis em dinhei-
ro.
£' terra fértil. 6ado e caça.
PECGAR ^ portBgnez antigo— pagar, Uf^
tlsfazer, etc.
Ego peccavi pro Stephano Beymondo JMí^
kSf quinquaginta motabiUnosper unun eqim.
(Doe. da universidade de Goimbra, de i245;
que fora do príorado-mór de Santa Grua;
que havia sido annexado á universidade.)
PECEGUEIRO— freguezia, Douro, conce-
lho de Sever do Vouga, comarca â*Aga6dá^
45 kilometros ao O. de Viseu, 265 ao N. da
Lisboa.
Tem 210 fogos..
Em 1757, tinha 140 fogos,
Orago, S. Martinho, bispo.
Bispado de Viseu, distrieto administrati-
vo de Aveiro.
33
514
PEC
P8G
A mitra ipreienUTa o abbade, que tíflba
4a rendimento 340^000 réis.
£* tem mnito fértil em todos os géneros
do paíz, e as soas laranjas sao das melhores
de Portngal.
Cria muito gado, e nos seus nu)ntes ha
bastante caça.
Está esta fregaezfa sltnada sobre a mar-
gem direita do rio Vooga (o Vacca dos an*
tigos) que, nascendo na fregueiia de Qain-
tella da Lapa, a 30 ktlometros a N.E. de Vi-
seu: passa ao N. d*esta cidade, rega a S. Pe-
dro do Sal e Voasella e desagua na Ria de
Ayelro^ com i05 kilometros de carso; sendo
navegável d*esta freguezia de Pecegneiro
para baixo (24 kilometros.)
São seas conflaentes— á direita, o Sul to
Gaãfia— « á esqaerda, o Brasélla (ou Var-
ziella) Riba-Má, e Águeda.
' Seria de grande utilidade para o commer-
do, para a agricultura e para a industria,
levar a efTeito a ideia ha muito concebida,
db lomar navegável o Vouga, desde esta
freguezia até S. Pedro do Sul; porque, este
eanal, atravessando parte do centro da Bei-
ra Alta, atrahiria á barra d* Aveiro, grande
quantidade dos productos d'aqueila. fértil
província.
Em Serem, principia o Vouga a ser orla-
do de beilos campos, que se estendem até
á sua confluência com a Ria, que é o espa-
^ de i6 kilometros.
As inundações do Vouga, fazem estes
campos fertillíssimos em milho grosso, li-
niio, legumes, hortaliças, etc. Em Fróssos,
forma uma pateira, ou lagoa, navegável pa-
ra barcos pequenos.
fi' Pecegueiro uma povoação muito antt-
fa, e Já existia antes que o conde D. Hen-
rique e sua mulher, a rainha D. Thereza, to-
massem conta de Portugal.
Nas Inquirições reaes, a que mandou pro-
ceder o rei D. Diniz, em 1282, se lé que, na
aldeia de Se^êr dê Pecegueiro do Youga^ ti-
nha a ordem do Hospital, um casal que pa-
gava a terça do que matasse no rio te as
primaríças (as primeiras lampreias que se
pescavam) que á adar a el Rty, e rousso, e
cmezio, e merda en boca.* (Doe. da Torre do
Tombo.)
Vide Serem, Seioèr e Vouga,
PECEGUEIRO— (ilha do)— Alemtejo.
Na costa do Oceano, entre as villas de Si-
nes e Villa Nova de Mil Fontes, a 15 kilo*
metros de cada uma, está a ilhota denoflai-
nada IVia do Pecegueiro, com o seu forte,
mandado construir por D. Pedro II, pelos
annos de 1690, para evitar a invasão dos
africanos.
Foi seu constructor e l."" governador, o
capitão, João Rodrigues Mouro.
Foi artilhada com 5 boccas de fogo, e se
lhe poz uma guarnição de 30 soldados. Está
hoje deserto e desartilhado.
Ao E. d'esta ilhota, a 1 kilometro de dis*
tancia, na terra firme, está a ntigaa capella de
Nossa Senhora da Queimada, objecto de
grande devoção para os povos d*esta coftta.
Consta que a origem do nome da sxu
padroeira, foi o seguinte:
Pelos annos de 1660, entraram os oaK>a-
ros por este ilhoíe (o que faziam muitas ve-
zes) com as suas lanchas, a roubar e capti-
var o que podiam; porque ainda então não
havia no ilhote fortificação alguma.
Hindo. á ermida da Senhora, o eremiiao se
defendeu corajosamente, matando muitos
mouros;'mas, como não fosse soccorrido, e
só contra tantos, teve de succumbir na la«
cta, sendo morto e o templo e casa do ere*
milão saqueados.
Pegaram na imagem da Virgem e a fo-
ram lançar a uma balsa de mattagal e sil-
vado que havia aqui perto, e lhe lançaram
fogo.
Arderam o matto e as silvas até se redu-
zir tudo a cinzas; mas depois de hidos os .
mouros, velu gente das proximidades, que
achou a capella roubada, o eremitào morto,
e a imagem da padroeira desapparecida;
mas, procurando-a entre as cinzas, a acha-
ram inteira e illesa, o que tiveram por míla-
gre, e fez redobrar a sua devoção para com
a Senhora, á qual, desde então deram o ti-
tulo de Nossa Senfiora da Queimada.
Alé então tinha a invocação de Nossa Se-
nhora da Assumpção, e é no dia d*estemys-
terio (15 de agosto) que se lhe faz a soa
festa.
PECEGUEIRO— freguezia, Deuro, comarca
PEC
CArgniil» eoDedbo da Painpiyidsa, 90 tí-
lometros da Ooarda, 110 «o N.B. da Lis*
P£D
515
Tem MO fogoe.
Ka 1757, tiftba 72 fogos.
Orago, S. ^màOf JipoBtolo*
(• Porlogal Sacro, dix qoe é & Thiago»
aimtolo.)
Bispado da Guarda, districto adnlimatra*
Iíto de Coimbra.
O prior de Pampilhosa, apresentata o ea*
n, que tinha 30M00réia6 o pé de altar.
E* fértil, e cria bastante gado. E* terrf etá-
rio montanhoflo^ abandante de caça. Vide
PampithoscL
FECSNO—portugnez antigo — pequeno. —
E ep fnup gram verçunha, de que túm pêce-
na tnanda fa^; mas pero^ nom me porria
mípa quem ma fazenda soubesse. (Doe. de
Yairío, de 1989.)
PIGHiO ou PEXÃO-^-freguezía, Algarve,
coDcelbo de Olhão^ eomarea, distrietoadmi-
nistralivo • 6 kiiometros de Faro, 240 ao 8.
dflUsboa.
Tem 290 fogos.
Em 1757, tinha ifê fogos.
OiragOyS. Bártholomeu, apostolo.
Bispado do AlgarTe.
O bispo apresentava o cura, que tinha
115 alqueires de trigo, 36 de cevada e 120
arrobas de figos.
A egreja matriz está edificada em um alto
d^oBde se vd o mar.
A freguezíaé espalhada por casaes, etem
UBS 36 kiiometros quadrados.
Seu território é em grande parte occupa-
do por montes incultos; mas pos sítios cul-
tivados produz muitos cereaes, alfarrobas,
algum vinho, e grande abundância de fi-
gos.
Ha n*esta freguezia, duas óptimas fazen-
das, uma chamada Bella-Mandil e a outra
Tcrrojão. Sao muito abundantes d'aguas e
fertillissimas.
Bella-Mandilj é a palavra
árabe belad (paiz) unida á ou-
tra, também árabe ~jlfandi7
(lenço ou guardanapo) e vem
a BtT— propriedade (ou terra)
de lenço.
Os portugueses deram o no-
me de mandil, a um bocado
de saragoça, com que se lim-
pa o pó das cavalgaduras.
Torrojão é corrupção de
Tsrre de Joanne^ do que se
fez Torre João^ e por fim Tor-
rojão»
PBGHOSO— portuguez antigo— -(mais usa-
do na Hespanha do que em Portugal.)
Ou venha de pecho^ que não só significa
peito, mas também (rtòtUe— ou de pecha,
que significa faUa, defeito, senão, etc.— Ve-
mos esta palavra nos escriptores antigos, já
como individuo de grandes peitos, ou seios
^]k pelo que costuma pór diefeito ou axes,
em cousas ou pessoas— já pelo que está su-
jeito a muitos e grandes tributos.
Nada tem pechoso de commum com pu
choso.
Este ultimo adjectivo appiicavase (e ain-
da se applica) ao rabojento, impertinente,
migalheiro, etc.
PECTAR— portnguez antigo— depois, pei-
ter— pagar peita, tributo, direito, muleta,
etc.
PEDAQlES— a antiga villa de Pedaçanes,
Douro. — Vide Lamas do Mamei,
PEDERNEIRA— villa, Extremadura, co-
marca e concelho de Alcobaça, 18 kiiome-
tros ao O.N.O. de Leiria; 6 ao N. de Maior-
ca, 105 ao N. de Lisboa.
Tem 800 fogos.
Em 1757, Unha 233 fogos.
Orago, Nossa Senhora das Areias.
Patriarchado, districto administrativo de
Leiria.
£' povoação muito antiga.
O D. abbade geral d* Alcobaça, apresen-
tava o vigário, que tinha 150^000 réis de
rendimento.
Está esta freguezia situada na foz do rio
Aleôa, em 39« 36' de lat. N.— e 40' de long.
oec.
Foi por 3 séculos cabeça de um concelho,
que foi supprimido por decreto de 24 de
outubro de 1855, tendo então 900 fogos.
O mesmo decreto supprimiu
mais quatro concelhos no dis-
tricto administrativo de Lei-
516
FED
PED
ri», ftrraii — S. Martinho do
Porto, Chão do Coace, Maçans
de D. Maria, e Lonriçal.
D. Manuel lhe den foral em Lisboa, no
!.'• de outubro de 4544. {lAvro de foraes no-
vos da Extrêmadtèray fl. 43), col. 2.*)
Ao E. da yflla, a uns 4:800 metros de dis-
tancia, ha um monte de forma cónica, no
topo do qual está a eapella de S. Barthdlo-
meu e de S. Braz.
E?te monte (dU pico) avista-se do mar,
em distancia de mais de 30 kiiometros, e
serve de balisa aos navegantes e aos pes*
cadores.
Houve n'esta eapella, ainda nlo ha mui* •
tos annos, um eremltSo que o povo d'estes
sítios tinha por santo.
Está sepultado na capelia, junto ao altar
da Senhora.
D'esle pico se gosa um hello e vastíssimo
panorama. (Vide Fetal, Nazareth, Paredes e
Viseu,) —
Jà disse na villa (extincta) de Faredês^ e
na freguezia de Pataias, d*este volume, qual
foi o acontecimento que deu causa ao aban-
dono de Paredes; cujos moradores se vi»-
ram aqui estabelecer, ampliando a povoação,
e trazendo para a Pederneira todos os seus
haveres— 6 os seus foraes e privilégios, que
guardaram no archtvo da eamara, e qu^ ho-
je devem estar em Alcobaça. '
Ao S. da vílla, está a Serra da Pesbaria,
e u*el1a a ermida de S. Julião, templo »ntí-
quiâsimo, e qUe alguns escriptores dfzem
ter sido fundação do 9.» Viriato, ou edifi-
cado no seu tempo. ** (Vide EburoM^a, vol.
3.», pag. 5.)
Ha n'esta eapella umas f nscrípções em ca-
1 Se assim foi, o que é mais que duvidoso
— não era templo christào, mas gentílico, por-
que Viriato, o moderno (ou 2.'*) viveu entre
os annos 4t e 44 antes de Jesus Christo.
A vontade que teem alguns escriptores de
dar grande antiguidade aos edíGcios, obri-
ga os a cahir em tamanhos disparates co-
mo com respeito a esta eapella cahiu o pa-
dre Cavalho, na sua Chorographia, pois dá
uma egreja cathoHot construida na Lasi-
'tania, pelo menos 44 annos antes da vinda
de Christo, e, pelo menos, 50 e tantos antes
de ser pregado o chrisiianismo na Penín-
sula. I
raeteifes -dessonheèidos, que uns
•08 plwnteii^, ontrM aafefodès»
Junto à villa, está um chafariz de
ria, construído pelo rei D. Sebaatiãair e^v 1977.
Foi este mesmo sebefano, qae dfiepriadpio
á fortaleza de & Miguel, eoneluida por Ma-
nuel Gomes Pereira^* em 4§00| ao qiaJ>Mii-
lippe IH fez, n'esse mesmo anuo, i.*
nador da fortaleza.
O chafariz velho que está dentro dt vH
decorado eom as armas de Partogalf 4 #bra
do rei D. Ibuuely e foi feito pelos aomis ám
itm.
Tem a vlUa mais algumas ftmtaa; e ma ri-
beiro, denominado Enxurro.
GoBsta que o nome de Pederneira ihe ▼<
por ser aqui achado om autiquissimo mar-
co, redondo, de 4", 40 â'alto (qne aioda OiXi»-
te) feito de silex pyromieo ^ <pedevaeira).
Notemos, porém, que no português aatfgo^
pederneira significa recife ou cachopoi^ for-
mado de seixo; e oomo ha vários d*osle8 ib-
cifes por esta costa, inclino-me mais a qptt
d*isto lhe provenha o nome*
Consta a fireguesia da Pederneira, éas 4
povoações seguintes: — a villa» Naxarttk^
Praia, e Famhdes, O povo doesta oMm» po-
voação, emprega*se na agricultara; o das
outras é quasi todo pescador o iiariláaM.
Houve aqui vm estalleiro, onde ee eans-
truiram alguns navios do estado epaníctt-
lares.
PEDÕME -^ freguem, UiBh% conaarea e
eoDceiho de Villa Nova de Faoaalieao, %k ki-
Ibmelros a O. de Braga, 3tô ao N. de Ueboa.
Tem 100 fogos.
O que pôde ó ter sido um fano romano,
depois, templo catholico, que passou a ser
mesquita mourisca e por fim ermida chris-
tau.
^ Silex, é o quartzo, eompacto, de origem
concrecionada. Oá mineraes compostos de sí-
lica, mais ou menos pura, dividem-se em três
espécies— !.■ (a mais bellaj cyaíAa— 2.", (xd-
eedomar-3.\ quartzo.
O siiex, pôde dizer*se uma oalcedonia gros-
seira. A pederneira, é uma variedade de si-
lex, a que se dá o nome de silex pyrí>micò,
que, em portuguez comeslnho, vem a dizer
— - seixo que faz lume*
m? tinte leo i»808.
Aittblipadb • districlft admisístralif • 46
Braga.
OiiAaréB Santo Ekof (oonefos fle S. João
■vaagiBltola) éa eiâade do.Perio^ appèseAta**
lP»ofigai^^ que hAteiO0iM0Oréis/d« rea*
PED
517
É terra fertU. Maito gado, colmeias e ca^
MMMiB^DoarQ^-^Aiitigo Boflie do» rio
iiMlff,'e da firegoezia segniate. w
FfiDORiDO, oa PÊ-DORIDO -- fMgaezia,
]liMni)ooiieallio etS àttooietrotJi ado-Cas-
lalto da Paiw, Mman» e íb kiluanlvoi a
O.N.O. d*ArMtta» 18 ao a de LaBiegK)« 7(>ao
MJL d'âfeins aO a B. do Forto» 3tô^i|d N.
da LMécu
iMi soa Ibgot.
• iMlMy.^inba IWfegoil
Orago, Santa Eulália.
Bispado do Lamego, diitrícta adntiDialra-
O D. abbade benedlctino de Paço de Sou*
1% Wffnêên/km tu «oMiun, ovigatâo^tue
tinha KSO^OOO réis de rendimafllo.. .
Sátá aaia fÉÊ^goMltè CoroioaaiiieBae aiOiada
aobre a vartem eaqoerdi do Do vo^ e na
ih«MU da sacra dà iml iMOto^ Knâa pai li-
mim do lado d<l/0^ o ribeiro d" Areiam a^o
X.9trid«Alid%>al6 4|uaai Jinala daava.ton-
illMMÉt «ana a OoUro, andli» a leriter íd* da
Iwfiaifcl iico«pa.'«in paqaeno aapa^ a fi.
da lia; iAto> aeaa mala aaaa algnoMb
■AngKjéwatria 6 pacimoa, attiigat de ar^
«lriMtoraaiogiila,e polira^omatoi» arapa^
nii»idB.eilar adlfioadaánaáa de ISO attilroa ioi>
ère^alraèdoDoarQ» mtiiÉaevaiBs aaefaaiaa
taem chegado ao adro^ e ainda.aal dfiankoa
d« ÈÊÊOf thegon a agua da rio alé aoinlvel
4a aenpatiaBodto. Umaa graodaa oraiUs ]ia>
gueiras, plantadas a alganaoMÉroa adma da
adparfteiedo Boavo, fiflMram aatao^ nmaato-
lai,oiilraa qqaal totalmente, debaixo-da a^aa.
fiBÍfOBtè da^poYoaçao^na margem oj^
fM^flOL a bonita aldeia do BioMo <omi
ama grande, nova e bonita, aapall» da Saala
daiODio) dàtfrigpezia:da;Sdbolkdo» coace-
lho de Gondomar, «aauToj^ biapado a dia-
tricto administrativo do Porto.
I O torreno d*«ata fregneiia, ifue oeenpa
uma áraa de 5 aftlglomatros, está ^m gran-
de paria i^enlto; mas o cultivado, é fértil
en todos os geaeros agrieaias. do nosso eU*
ma. (Nunca vi abóboras tào grandea qomo
n*esta Iregaeáa.) Cf ia bastante gado, de to-
da a qualidade.
En toda a frçguaiÂa s4 ba uiea cai^Ua no
logar da Póvoa, mas é particular, do sr. àm*
tor Aranha. (Vidn í^ówm de PÁforiVio.)
Na $erra das Terr^roa^ no sitfo ehamado
Alto daPóvoa^ passa -a grande zõnacarbqni-
ftna de <|iie íallet naa paJlavras. CoêUllo^ de
Paiva (concelho) e ParaitfOi freguatia.
Parallela a esta aoaa, o a B. d'ell^ pas^
uma grande t^eia de f«rrO| da boa <|4iaiidade*
. Poucos metros abiàii^.e ea eocoaia sei^ten^
trienal d*esta serra» ha uma nascente de agoa
lieaca e clarisuaia. É agra<Uvel ao paladar,
deixando apenaa um leve gdsto a capa-roaa
(vitríolo). Poiaue a qMlidade adestringente^
em mbme grau» e deve aer utUiasíoia para
a enra de padeci menios do eetomagít Aíade
«So kk analysadai
£sta ftegutaia* pôde díeer*se qpae i com-
posta apenas deduaapovoa^õea (PédiBtrido e
P^voa), de d«as quintas (PornéUe e Gerniin-
de), e de dois casaes parada e Aré^ai): to-
davia» .o povo d'a/iui» distingue a aldeia.de
Pédorido, sob diversos nomes» como são*^
figrid^ KogíMira do Rio (qne é á beiri^ do
rio DoBTo)^ GeOa^ Gongoste, ele
O (ognr de Pédorido -*<-oom todas as saaa
dsnemíMcees^Histâ em volta da egnéa, pele
B^ S.E^ &. &0l» e 0«» e muito j^ronimo d'el*
la. O logar de Parada, fica a nnsiOO metros
ao S., na encosta da serra; e o logar da P<)*
voa^ fica em «na baiia„ aa &a doraeycri, e
« noa 2 kiiometroa da tmairia.
. À quinta de FonMllíH que foi. do sr. Ve?
rlMiaoíAlèino Vaz PiAtO|.do Biii^, d'Aroii*
«^ • é boje^ por compra, de no líraiileir0
de» Pédorido^ fica aobre a margem do Donre^
e tem nma boa easa paca babitaQío 4e ea^^
seiros—aegne-seilhe a de Germunde, que
foi do íaliecido .bário de Rendobi e é Me
do ir* dottter,Aradia, da Pójroa» É tambeni
«Moa do rio^ e.f\eam ambas e a do logar^
O casal da ArêJOf é 4úodA a O. de ^smOfr
de, na fliari0iu dhreiu de jibeíro d'Ar#l^ e
Si8
PRD
FED
slioado junto á sua eonfliitiKt com o Douro.
Etie casal, ó a ultima poroagao qoe-oliia^
pado de Lamego tem para o (K, poit qoe o
ribeira separa esta dieoese da do Peno. <¥i«
de Âràa e ilr^a.)
No sitio chamado Nogtteira do Rio, \sk mia
estalagem denominada áa UaUria àê laiú o
lAmdo. Era nma boa m«lher, natvral da Ré-
g«a, chamada liaria do Nascimento, qae,
com sen marido, veio aqni estabeleca9r*se*
8o}e pertence a uma sna neta.
É esta fregaeiia ahnndantlflsima de opti*
mo peiíè, tanio do mar, ((lie lhe vera pelo
rio, como do Arda e Dooro.
No Arda, pescam«se, até peqnena distan*
da da ena fos, lampreias e sáveis -^ e em
ledo die, harlMis, eróees, bogas, escalos^ 4
grandes e saborosíssimas tratas, rifaes na
delicadesa do gosto, ás do rio Paiva, que fl*
ca 6 a 7 kilometros mais acima.-
Ptorieneente a esta freguesia» ao N^. de
rio Arda, ha nm vasto areal (a qae aqui cha-
mam Arinho e Areinho) onde^ desde {aneiro
até fios de maio, se empregam mald de vin«
te banos, na pesca 4M lampreias^ eaveia,
tainhas, mugens, etc««— A peiearia é feita
com pedes d'arrasiar. • •
Os barcos são de proprietários de Pádori*
do e*de Rio-M &o.
As lampreias, peseam*«e lambem em «A"
baceiras (pequenos saccòsde rede) nas- pM*-
queirBSy qne sio amas giiossas paredes, que^
á semelhança de Ungoêl€», sefkimftnntninro
gens dos rloa, em sítios em qae ao inverno
a agna cbegne a metade da altura da pee»
qoeira.
Bm oeeasidei de pescaria abondante^ cem-
pra-sd aqui um bom snvel, eu uma-grande
lampreia, por 60 e 80 réis. Enlão^ os pesca-
dores^ esperando melhor occaelie de venda,
guardam as lamprei^i em viveiros^ que sio
me tanquee, fechados por uma caaa; niae»
catando mniio tempo o peíie n^tes mvei^
ros, fa»*se moHe, e 4 menos gostoso.
As lampreias e os eaveis do Donro» sio
meViores <mais gosieso^ doqueoe do Mon*
áêtikf lima eHliibo: e qnanio mais Do«m
nelma, quanto melhores sao.. j
Avmde parte do povo de Pédoríáe eIUo>> '
Máo, estio á esperaâo teftipo das
como o lavrador espeiii.pelOptmnpevda»
Ihêitas; e^ se o anno é IbIí% ihiem
negocio.
Além dos cinco mezes da pnscn dno
veia e lampreias» noa ontros aeie, petcani i—
varias qualidades dnpeÍjm,iácomlnnMSJn*
lhas, já á tarráía (a que aqui chamam «ismm*
Mn»).
O peiKo é eiporiado^ algum jiaca oBnfto»
e a maior parte para aa povoãçSss
círcumfereatea.
Oa géneros agiícoAa% apenas dio para^
aumo dapnioehia; que, alem. do peine^
nas exporta algum gado lN)nnok i • ' .
Apesar de todas estáa cond|ç5ee dapm^
peridade, a freguezia é no geral pebro^ tesi^
do poucos lavradores remeén^dúi^ t uast ná
casa rica— a dos srsr Aranhas, darMUM,
que é vinculada. »
O peivn de Pédoaidoí á, no Kccal, 4bQiii.
hospitaleiro, trabalhador, socando; f Bsifr>
gloso.
yi^MUl-^CBom Jestt^d^^^-^rièaOMei («Lf
vol, pag. 191. coL I*)
fiBKIAH^tt^r da) ^^éàé áh^pOkmns
<a pag. smi eol. 4a dO'3.*. vohune.).
f IPRA BI Mio M B01fMi-'líoJlBnán
írefueâa de Nossa Senhora de Adot fe.fEsam'
oa Ifenies^. oa^celho 4e Villa. Bial) no H^
nelma éa estradh.deL YiUa Real a €hMns^ e
enire oi legaras d^Estark, «• de BwMusm
ro, ha mi aMo, tarando Mêoéà Himm^
em fasio da estar alli um gnndi mebèdo^
neiqual esiin gsavadaa, qnaifo mico dnhn»>
mem, abertas-^iam^iatá ao eoKnidlie^nBln^
um tamo mais -cnvln; e a» dotas díus^ a4
até ao pulso. • - • .
Junto aiollu se vé gravadojiameiai p^
dffi, aberto a píeão< a leito de ma n|Utr%4a
66,"* de comprido. ... i i
Entendendo o povo que estás pMkajm
indicavam iheaouro mourisco pfuninmi tim
em diffluenieaepoebaa rqvnlridniaitemno
adjacente, sem qoe até agora tenha npim%
ddo cousn •algoma.
W a esie penedo que o povo dA o nómade
PMfra 4n Hie do.líOHMm. >i .
A uns 300 metros de distancia d'este Io-
PSD
gAT, de lado dê baixo d» «sMda, Jnvto ao
Tio Corgo, em nin poqatno noaio, qoe faa
um grande 'despeftlNideifO para o rio, se
Teem alíeerees de imiralhas e oM^oa edifl*
B' tradíçio que exfstit aqoi uma fortak»-
%a e povoação romanas; e é eério, que ao
lado do norte do monte, entre eatas ralnaa,
M leem por Tariaa Tezes, e cagando a peqae^
na profaadidade, achado moedaa romanae,
de cobre, em grande quantidade, e de inni
dl Ycraas formas; roas de tal niftdo oxidadas,
fite se Hie nSo podem eonbeeer as letras.
Bem os ennhos, e se desfazem facilmente.
PEDRA BALVIDRAR — Ifotavel penedo,
Bttremadnra, na flimosa serra dê CMrà.
Depois de nma fncommoda jornada, per
ntiíllidspèdragosos, ebega*se ao pequeno e
pdbre legar de Almoçaffêwiê (qne me pare*
ise comipçSo de Ál-Mvfa-JusenUn-^ Muça
Jssmfm— Hnça é nome próprio árabe) e
d*aiM principia a snbir-se a montanba e»-
]a encosta está coberta de Tinhas, qne pref-
dnzem os famosos Yinbos denominadee de
Cciiares,
Ghéga-se inalmenie ao enorme banco de
pedra, de asaembrosn alloni, ulbade quasi
a'pf%teo, e centra o qnat se debitem as on-
dis roTolnu do Oceano: E* a Mhra 4' AM-
Próximo a este penedo está o ab}'smo eb**
nfide F^, no fnnde do qna) ^tersem as
tuiaf^ com estampido medonbej (Vel. 1%
pag. 359, col. S.*)
. Af JPadrAd^ilMífmréaTeftenteeeciden-
ul da mobauiba foMada de h>dia TlTa, ear •
tada qttasipeipendbmlAnsnte sebreo mar;
e d>Mte eleradisaime ponto, se fsea «m ma*
gettoso panofama.
•A^' esqnerda, e n pouea Atancia, eatá o
.€ii^ da Rocíh^ k direita, as praias, éo Co-
eo//o, das afaçam, daBrk$ira^ e buíras.
A bastante distancia, pa» o O.II.Ó; se
Teem, em dias datns^ ori iiheos dasBerlen-
gas e Parilbdes. >
£^ este nm dos pontoe- da neste eosta,
qne oíTerece mais interesse ao Tiajaas^ ttt-
fioso, pein sna impeneme magesiadej
Algama Immens da leaUdiia^ e median-
te anu pequena' iniribnigae • ésacmn» flr*
PBD
510
ttando-se iom nnàns € áMrs, ia arestas da
rocha, agarrando^ee ás soas anfractnosMi-
des, e ás raizes daa plantas paraailaa, até
ao funde do POfo, d'onda tracem conebase»
seíxttthosy que os tauriites guardam pniu
lembrança.
Quaude o Baar está soeegado, Teeoi-se
passar a pouca distancia da toota, bafoou de
pesca, Tapores e naTios de vela, crusaudo
as ondas em todos oe sentidos.
PBUIA DA MtllA-^fide Smkmk do Gã-
bo*
PIDBA Dl B8CAII]IA&0^£* mui Tulitt'
usar-se d'eftta expressio quiude aa qnr
tornar mais odioso e mau procedimeuto de
qualquer, que pdu suaa aeçdea ofende n
honra e o decoro publico: pelo qne coutcb
saber n eausa que meêirára eeiA exprea*
SML
Htvià USM pedra elerada» junte do pen*
tico principal do capicelio da antiga Baaae^
na qual se aobSTs esculpida a figura de Ma
Islo.
Aquelies que faziam bamem-nóéay eu que*
bra dolosa, e qne se Tiam ja neeassiiMe
de abaudonar os beue aos seus etfédoies^
ênm obrigados: â assentarnicv mis, sobfu
esta pedra, e elamar em alta tos tcsdo Òe-
nat eu abandono os meus bens- ■iognindU'
se a cata declaração o baterem treavezsinn
dlt» pedra eom e poslerlerl
PassadK esu pratica iniaofia (^ae Ma*
Tia para elgnns estia forte moAiTo par» afe-
rem mais eserupulose% e não debpidu-
rem os bens dos outros) -ub^podisfla ser
mais inquieudes; maa acaram diluía-
dos; eram deelaradoa intestaTeis^ e alá' nie
pediam depdr em juiao cemo lesiemunhas:
tal era a maneira como corrigiam oe devfe-
dores doiesos. , <f r
FBBRA FDBABA --Sahindo de SetiMt»
e eesleende o rio Sido» para E*, eneontnt-
se preximo d^eidade, um rochedo^ tio ufi-
tarei pela sua Itana e poaiçãov eomo pela
sui mataria,: emesuirmisagrandeaa* ?
-Bri0s*ee.nA mflrgem do rio, iumo de uaaa
eelliun arenosa» de nmdo que, tem deuóB^
parte a bme banhada psie Sedo, eéa Mina,
enlenudb na aiHla da eellina. ; .
Tem d*altura, desde a superfieie da
610
FED
Mf M pomo iMii eletcdov i7«',7a^ê de
#Mnetro, nos 9 a iOméttoè.
Ná 81» foroMçâo, granítica, «ou misuiri
dtemioaral ferrufiiMMO (oxido dè ferro) aa-
«Mlha*i6«o célebre rochedo de Leíttiageii,
na Allemanha.
lém a éaperAei9 toda eareonída, e tio
^erivada de boraeoa e eavidadea» eomo ma
eipoii|a.
O aea giganleseo vttito, espeUiande^ie no
fio; á negrapa da s«a cAr; e â aoa poaição
solitária, como seotiaella perdida doa seoix*
lei eabidoe na viáiogettido paieido^ Diedão
«fll'a9peci» fantaitiee.
Dá*se-lhe o none de yeira furaia, em
raiío da asa f&rm eavemoaai
Na fuMi d« li«Miiío<n fregaezie 4a€a*
nédo, comarca e eoDcelbo da Feira— Deci*
ve) do 9r. doater MaimcliAogiale Paealfo-
feira^ ha nn penedo «netaoMiCe e em tu»
4e ilmiihante^ neooe no voUune-H}ne este,
apeoas tem nos dois metros de altora. In-
diea eer nn antigo naroo de ditiiio de
peopriedadee»
B' de notar qoe nem nVsU fregsetia de
€inedo, sem naa em vedor, a mais de l^líi-
lemetros de distancia^ ha pedra de semelhan-
-m ipiaiidade.
A noiea pedra qae aqai ha, ó aehisle,
muito friável, e algnm^-poaoo-^qdaMOL
KBRâ riniA]lâ<.-4k«g«eaia, Ifinho^ co-
■nm e eeneelho de- Bareelioa, i8 iatome-
Me a O. d6 Braga, MOiKiN.de Lisboa.
TiB 7(>ft>ges.
Em i7S7, tinha «O foget.
Orago, Sanu Leeeadia.
AiecMtpado e disirtcto admiiistnMfo
ie Bfiga.
O reitor do mosteiro de eonegos de 8.
Mb BvMgillsta, de filial* de Fndee (os
èmi$ ktmsm de ¥Uíã$) «presentaem ^ eore,
«le tinha MMOi réia e o pé de aitar.
Terra íantl. Gado e eaça.
PEDKA SâUAIIAr^Hddehi, DonrOpSatkw-
iOètia d^Avintes, ooneaibD e 5 ^iianétros
i» NJB. de TWa Nvra de Gaia, comraa,
diairiele adeiinistiettfn, bispado^ e IMoiia-
netroi a B. de ftKb, SM «o R d» Lia-
nsp
Gonatà iMe toffr/âienaa de dnaa boal
lae qointaa» e de Ow dos herdeiros de Ayres
Pinto. de Sonsa de Mendonça, qae íoí rpg^
dor daa jnsti^aade Ferio, e a de fi^ q^B ara
do general realista, José Cardoso de Cer«
valho, o qnaif morrendo solteiro e aem fi-
lhos^ deiíen a casa ^ sen iripão, o brigndei-
re, também realísta« GonçaJk) Gardose Bni>
ba de Meneaee (vide JUvunmp) e d hoie
da ene vinvn.
A primeira, é^ desde mnílos annoe, um
grande deposito de vinhos da Alto Doors^
qne aqoi ó<eee|bido<e< . . beneficiwia, aendn
di|KMa exportado para varias parlea da n^
ne e estnmgeire.
Tem nm bom caes^ pari embai qoa e de»
eepiberqnA»
Bata a PedrapSalfad» em ^m sitio doa
maia (ormoaos doa arrabaidee d6t Porto^ eo*
bre a margem esqnerda do Donro» Soando»
Ibe e distaneia de nm kiiometio a OlN.O.,
nn margem opposla, a bella e notável qpún-
la do FretíC0. (Vide Compunha e FreisBO-^
qnmta 4e) qge d'eiie legar ae vé perfeiía-
mente, assim como varias outras poveeQdea
das tof oeaiea de Cawpaehsn e YaW)em,
também na entre margem do rio..
K a Pedra Saignda» e peeeeio íaveríle de
mnítas fomiiias de Podo» e oonoorridiiahne^
sobre tudo aos domingos edias sanctíien-
4dB.
A easa da qninu do 0„ é boa, pentemaiB
própria para armaiena de f ne para wm
commoda habitação.
A entan qninta. tem uma optimn oesa,
qne, apesar de nae lev eomlnido eemie e
centro e » parte do O.» hem se IbepMe
ehamer, mna eampiniMa ease de eampe«
FEDRAça— fregnezia, IÍinho«<€emefea4e
GeleripQ de Basle^i eeoeelho de Cabaooiraa
de Basto, M iíiiemetroe* ao M.& ds Brap»
371» ae N. delisbee. '
llNB 200 fegea. .
Bm i7» linha M fegea.
Orago, Santa Marinha.
Areahispade e dietricto ndminisiviáive de
Bia^b ' - •
O reiter de eeBsgia da>Sk lenoaifmQv de
6eiinhia^ apnaeniava.o leiioie;
•«IMpaSiákeepéd^ator.
\
\
mo
' B' fen^A iBiilto faM IBOÉ Ittâto-^ gVMNi
agrícolas— 'funil» íhmb vUih»^ «ia anUtO
fadodBluÂa a^qilaHâide} itteit cera.
AboBdatata-dB^iaça» froln e aiMa-Mr
xd do fâMeia^ • de algu» ribeiíwa faefor
aqfftpatadún.
Em 1867, em nm aonte d'esta fregneaay
^raÉi eioeMIrádaa S-ímoadas tOBiasaa,^ de
prata*'
maior parto iram de^octllta.' ISnhaa
de l^lado» um taaio d» lidmeifi» aanaái
de loir^^m volta -a- legenda ^ n. gabs.
om aaoMir^aado eolro, nte èeaeniAn*
todo, 5 ftt voltth^geBda-^BMiiA Mfcxna
Em abril de 1869, ap)||receram na aMMi
4» Bmáéllm, MalA Ir^M^ alfMias ne-
4áUias rottaial; aenia a |uia âotfi0i»'4a
imperadof Migielo^ qa$ fo^ora a nbyé^
i!ÍQ nnHaBe^ ieidâ « eim asl) áo> dando
<M aàtea ds lesna 'CMilo)' Jk aa iMólk
de Jesus Ghristo.
Bram tddM de pn^é'€(Ma m tmákoB
|a|rf9itamattla oonsenr^ÚL *
llrQn«»do1fe|Hrdbr QalliáftWyiIka d» ¥a-
leriano, do 3.* secnio da era ehrista--»aâiàa
-éa MparaAv^Gelislritaitet» qoa moMiff no
anno 337 da iealla (CMsia.
Também* etcaifMBa MrléiiameBiÉ, camfer-
fim
611
1 1
Honra-aa etfa fimpmria de nm^a palvia
d» tred 1aV0aa..(MliaÉy lir.n«AIMItf t>or
asoa iilanUK% ^aMKpaiaa maa irlrtAdisi^
Joaqnim VeUoso detepieií^^MMietfaV-
«I frapriMià <l|iia< pM^oUyan .|bf MOUUos)
e n*ella naseea em 1808, e aqai faiten^ é^
pois de proleagiidaa é áalMoa»pRd«íiÉen-
toa, . sâ£Md09 «oÉI wdftdai» miigMfàa
^rlmã^aadia át^da frirenfrorid ê&IL • :
Mais de 400 parocbianos, a^nMaaHaè»
ao ée-cMgas, algUna vindos àdgfankatis-
taneias, acompanharam o féretroiaiÉalb aMi
nitimo jazigo, yendo-s^ nos rostos de todos,
signàes evidenta da saoáa(Íe qne lfa€s pun-
gia aaoaraçQaii» a-pritfi^aBda slaaeramenle
aqoeiie qsa par
aaebd ariiifita, s#a'efleia9ecida oonaalbaiiQi
e sen sincero aaUgo^ ^
Legoa os seus haveres» ^ae valiam |ins
18 contos de réis. a se« sobiíoh% o sr. pa-
dre Bento José Barro80|. dkuMsdo a aaam-
piar aaaaidote d*a8ta fraguazia.
EmKiaml»aaaaabitoho da virtuoso abba-
de, o sr. Souza e Silva, esalarecido reda?
olav^do Jovnal paUtiaOjt O Commercioi-do
O padre Mestre^ fm^BolUkêJUut VtUoío 4ê
Sfqmiira (iiaiao dia referido abbade>. tpm-
bem já falleeido, que foi professor ie thao«
lafi* aaoMl, n» aamioapio diocepano do
Poitla# '
O tte$eirefídfh m frú Jo$i 4'Ámno V^l-
k$9t4e, dtfn^ti^ aetoakaepta cpnagô da
ffBil/ aaHw^ *^ jNaaaadSenhora da Oli*
veira éd 4aíBMkra(iar-r« o 3.* doa iripaoa» e
Mpba% aslaa.BlIiqHVl^a^aio aaheravir-'
tadsfi.aomo » ptiiíeiísai
fia lambem n^la firaganciaf va»tigioa4#
WBa lorf^
N'alia aíveiK Vasao Soa^lvas Barroso^ o
atta múibm O. beonor AIAAvim, que, depois
4a VHi?a^ Oãom com o grande oondaslaval»
i^. Nima Aiaaias Pereira.
fipaau^N^ esta4onNa hk solar dos duques
de LeruML • •
WORálnO im «O^BiAHDO-^ fragnaiía,
lttakO|4l0mgMaiaoMOittio4eFafe <foi 4^o
aMig* fonaalbo da lioiílB^Longp — qaa é . o
adcutl da Ikfe^âmarea» de Guimarãaa) 30
kitomelraa aa»N.B« 4e Bnm 37S ao M. da
iLialoa.
TémMfegaa.
Bp t^C? iiniMi6fclecaa.
. era9P,.&Bejii0k
' ^Ara«l>isffaéa^ -úímhm
04lMmèa4aB;»aifSa«horjAba>do Basto,
apisaanaiva # iricviot ^4«e <bi^ 60MM
léiae^opéée-atiaBi'
foi adUa*flMBov peaienagad^as» ao moa*
minmsMolanaai éaa irelraa de Arpoaa*
> ft maig«la dalWpi^ raecftia 7Q«000 ióís
aBMmaB<diaFraariaa4l^tarte|«eiia*
PBBÍ^?JLMiSePM^AI.¥â'p^Tilla e<ra.
fÉBob^^ MiBb«^ >oonaaIho, loiterea, diairielo
m
9fiD
de Braga, 360 ao N. à& LiHboá.
Tem 190 fogos.
Em 1757 tinha IM fogos.
prago, o Salvador.
O abbade de S. FBdro d*ftste, spreeeftU*
va o vigário, coHado, qnetMM 74^1000 Mis
e o pé de altar. '
Foi coDto, que D. Sinete li deu aé' alM*
bispo de Braga, D. Silvestre Godinho» etn
n de novembro de 1136.
O motivo d'esta doafio M o segoivC*
te:
D. Affonso Henriques, sempre eai gner^
ra contra os qne lhe disputavam o seibó^
rio de Portagal, e eontra os monros» pára
alargar a área d^eeie reiáo, ^eria terdà
sua parte o areébispo de ^ga <«bI9o itwi
poteneia) e d clero da soa dioeese. Ver 1ll^
em S7 de mafo de IftSj muitas ^ grandes
mercês e desmarcado^ privilégios; entre^os^
tes— £( sicut Avus meu$ Bex Alfonsus deâit
ãdjutorhm aã S^óMatá S, JocêH fackn-
dam: $miH modo do, at que conceiú SatMit
MarUjB Btaek. ifonet^am, HndêftibricÊiuHSc- 1
desia. . . Irnuper Hiam étmo, aipiê omoedê
tn Cúria mea tahm illud, qmod ad Ckricêk
Officium pertinety tèUieeê, Gapettanianí^ sT
Scfibaniam, eè eaeíem ommia; ftmaá Pum-
tificiê curam pertinent.
Eram pois para a MMien d« Sft dè Bra-
ga, os rendimentos doesta mveda; dos ^Mfe
D. Aíisnso n a privou, «tmo sev^dorTSi.
cripto do papa,' Hoàeflo IIF, de IS de â«-
Mmbro de iSM, pMo qual» 'mtiidalm bis-
pos de Astorga e Tay, façam restUnlr &
Egreja de Braga, além d'outrNebltsaSyí}Ein-
cellariam^ Capelkmkàn^ 'Mmuêam As^ofe o
rei a tinba despojado; ms^ iada tpciíveí-
Unm as diligeaolà» <o apeeiiepg do Era-
ga e do sen cabido, até qae, no referiipdià
M de novembro és 1138» «e luÉesiilaràm,
em Gnimariês, o dil^wiMíblfpo^'D.'iihe»-
tre Godinho e seus coneifie» «oní D.- Sas-
cho n, dando>^ihes etie solwnuio «s ogre-
jas de P<»nte de lima» #Toqgtalm» emter-
ras de Varia» Kvrss •1siÉta»ddloA»»qilal-
quer dífsiMireal: ot»«iitivttfca» ssw
de Pedralva, Oo«#iiMie Adaik(k<li^ AMaf-
lé) «n tem áe Fandlaa^ as qdmÊf
ttftíOrpêr lapidei; Mml jlíml CmUam ãe
RtfKb, 4[aoáméím$im»ttítmm etl.
Entio 9 areebispb e cabido^ cMUnoiaraiB
pai^ téospre, todo # qiulq«er dlMlo que
linliaas, oa pudessem. ter supsr JfbfiMo» Ca^
pettania, et Cancellaria Domini 1)091». (D<ml
da Mitra de Braga.) «
Joi* de Barros, nas^ snas ÀMiiguidaáM ãá
Braga, diz qae S. Dâmaso, papa, naseed eim
MriralVa. (iiéê Braga, frtffôtM {Senhora
dh nedade • Sânio Aneonio) e CaiamkL
Vmre Pedralvia asjnstifu próprias éa e^n-
te» daas cempsabiás é^ erdenasças mm
seus capitães e mais-efflciaes, e um capitio*
O uIlÉiip eapHio-mél' de^èdraiva, foi Am^
lODjc daRoebvOoQie^ qae faUecsoiiacida^
de dn Viamia, em janeira éo 1875. • •
IWm Éasddo mí47S7« Ba sm dosmate
dhtiMSoft eavilliiifei d»;prMÉei» do Mi-
nho.
' ComlaiQ asna formini^ Md leis» na Uni-
versidade de CotaÉbra, esn i9UL -Foi oA*
fAal do bataUiio de VolimsarÉa» Realietas de
-YiânÉa, e eaviiieiko pnifesso da drdeaa úb
GbHsl».
iJMm â fin>priedade de estrfvio da nà-
mara ecciesiastica dt Vatteata^
9m* diiyosisi» metarnsaliria^ lei coodii»
zido de sua casa, pela real irmandade da
Misericórdia, para onemplo doe congrega»
dts^ podo Sevdpoaqmtod odteioe/
PIMAS «DE LDHUmS^^ol. 4.^ pa».
M,fM. i^)éoiiiiia|ojMiloqnai*aio ria
Douro, desde o sen nascimento até à ftani-
VMs JMteJo OsaHx
BUÍAS HE«BM--altio^ de Llstea» ba«i
Anàd^ iidftiÉ^lfiidM^aelá -junto â Sé
a i«Qatiouatio'd*fiia éa AreotdsíiUmoel-
ro, btado da nà ds» Blirlè,.a. fiada aavlia
4a Maf iaieas>> -
X' ptaiiê (dafrelaecla^da Sé^ a paMe ékÚÊL
• . I
» - - ■ . ' • ■
} Parece, qae o dinheiro mandado ca-
nnar pelos arcebispos de Braga, foi manda-
do recolher á casa da aK>eda, porque rnfo
lamasaa aá» qae ase toasta.
mx
Á traiF60ti dftfl Pedyis Nefnras, é a i.% á
esquerda, na trateaaa da Aioada» hindo do
tergo da Mafdalena (vulgo, largo do Gal«
daa) e finda umbem na roa da Magdalena,
perteDeeDdo á fregnezía d'este nome.
TrabaUiaaâo*aa am i77iv nos alieeroea do
l^lacio qae o oorreto-Diór d^eale reino, pae do
i.*" conde de Penafiel (boje do9 oarquezea
do mesmo titulo) levantava daa minas, do
iprisde terramolo de 1755, descobríram.os
fiediteiros, ao O. das obras, umas tb^r mas
oa banbos« evidentemente de eonstraecao
romana, eom gvande abundância d'agaa mi-
. A ardiitpctura d*estas tbermas era ma-
gestosa e elegante, o que prova que foram
. conslruidasfio tempo do maior esplendor dos
domiaêdores do inundo.
~ Tittbam.na frente uma inscripçio latina»
que adianta cqpio.
Constava de um grande banho em fómia
de meia laranja, servindo-lhe de cúpula e
remate o segaMinto de uma elypse ou es-
pheroide, e era eomo um nieho.
A sua altura total era de 10 metros, e ti-
nba de largura 5, e de base ou espessura
2-60.
D'esta base epaíviftento, se levantavnum
(MMiue» ei^a figura era un segmenio dt
ciifitlo.
O lado ou linha eurva, era omesme ni«
dio: e da parte exterior, se levantava, des-
éb-Q pavimento • dai soa base, una parede,
i9ue do lado opposio eerrava a bòcoa na
parte do arco, fiÃmdo assim o tanqoe com-
prehendido, entre o semíclrcnlo do nicho e
»ingede que o HMhaira em linha naota.
A elt«»^ de tanqaei ern do ís\n, n a
«M «xtonsio! a-aesma do aMio.
Mo aaeio do tanque, dn partem intaiioi^ ia»
to é, no meio do .arcodoeiBenlo» soiiam
os vestígios de um assento, e ao pé d*este,
restos do cano ou registo, por onde a agua
se eemmuttioava^o tanque: lodo labrmdo
da otíoelkQte aigamaça.
Pata entrar para este tanque, ou banho;
havia nos dois lados da parede mtefior»
dnas eácaéa^ eada uma «om 5 degraus de
pedra, e cada degrau de aluiradeO-,l(Mí^o
de 0r,44 de «omprimenio, o O-,» de large^
P^
533
No. moio do eapsiço do nicho, que reatat
va do tanque, havia una outro nicho mais
pequeno, mas da mesma figura e em tudo
semelhante ao grande.
Dentro d'este se achou a estatua de um
gaerrouro romano, de excellente marmoro
biiaooo, o óptima escnlptura, mas alguma
cousa damnifieada nofroato, em um braço, o
em uma perpa.
No peito tinha a figura do sol» e sobre o
ventret duas espbinges, ou serpentes^ ala-
das, com rosto do mulher.
Tinha os braços nús, dos eotovellòe para
diante, e as pernas, dos joelhos para baixo,
todo o mais corpo figurava vestido de ferro,
ou de armas brancas.
. Na mão esquerda seginrava um escudo,
também de mármore, onde se via esculpida
a figura de uma loba, dando de mamar a
dois meninos (Rómulo e Remo.)
Sobre este pequeno nicho, a distancia do
um metro d'eUe, embutido na parede, esta-
va um fíjoUo vermelho, de 0",66 de com-
prido, o 0°*,4i de largo, com esta inseri-
pçao:
THERMO CASSIORUM
RSNOVATiE ▲ SOLO JDXTA JUSSIONEM
NUHBRII ALRANI V. G. P. P. J.
CVRAMTR AUR. FlRBfO
NBPOTlAirO BT PACSUIOX) COlTSe.-
(Tbermas dos Cassios, reedifioadas desdo
os (ondamanlosw jBegnndo a ordem de Numa-
rio Albano, varão consular, illustre pae da
pátria; sondo inspector da obra, Aurélio
Firmo, o cônsules, Nepociano o Facundo.)
Para o tempo om que viveram estes indi*
vtduos, vido adianto.
Os tijolos doesta obra, erans de diOéreBSei
grandezas o oôres^ uns vermelhos^ eutroa
qaasi pretos» onlroa mais ou asenos Mis«
coe. Uns do comprimento de (^,66, poir
0",44 de largo, outros de 0",33 em quadreis
finalmente, outros maia pequenos.
Havia ainda sais alguns tanques pe-
quenos, oom sons nkhos, da meama confi-
guração, mas em nenhum se acharam esta-
tuas.
O aquedueto para o despejo da agua dos
524
PBD
tanques, não foi deseoKerto; somente para o
£., a distancia de 10 metros, baria um gran*
de reservatório â*agua (cisterna) que hoje
está debaixo de uma escada interior do pa*
laeio.
Tinha agua, quando se achou, e mandan-
do-se fímpar, se descobriu nm aqueducto,
que corria para os tanques.
Era em forma de fuail, com o larga pa-
Va os tanques. '
Achou-se mais outro aqueducto do lado
do N., parecendo vir do monte do castello
(de S. Jorge.) Â agua era tépida; mas não foi
analysada.
Estas thermas e toda a mais fabrica, di-
vidia-se e estava separada do publico, por
uma parede do alvenaria, que entio (fTti)
se demolitu
Via-se que as thermas ficavatn mais bai^
xas do que a rua; e entravti-se para ellas,
por uma pequena porta de coueeira, que se
achou no meio d*èsta parede.
Não se pôde averiguar a altura doesta, e
se vedava ao publico a vista das thermas,
pois se achava desmoronada na sua parto
superior.
Estes Cassíos de que reza^ a inscripção^
(Caio, LoGio e Quinto Gassio) eram três ir-
mãos, que viveram no tempo da guerra d-
ttl A Ro«a,qne foi pelos aonosTOtldasaa
fundação^ ou 48 antes de JeMii Ghrlslo.
m
' Parece que êstas thenas eonpreheo*
diam um grandi^ espaço, pois que, cor*
wtíào d'este logar. Uns ilSO metros para
o S., na rua Bella da Rateba (rua da Pha*
ta) e defronte da egreja de Santa Maria Ma-
fdaleiía, traèaâbtaada<«8 para abrir os ali-
eeroes de algumas easa?^ em i76% se des-
cobriram outros nmitos niehos e unquea,
èa^goal fabrCea, e jmlo é*dle8» a s^guinle
insotipçao:
SAoauic
AB8CULAM0
M. arttàNfiDs nDDonomsis
BT
L. FABIUS DAPHJNUS
A. V. G.
mjKicino. B. L»
VODf
(Memoria consagrada a Bsi^ulapki^
Afranio, eaboroense, e Lueio 9Mo DaflMi^
no augusto nmnicipio, dedioaram esto
drio.)
Parece-me que e^e Marco AfiiAio,
era d'Evora, mas da Ebwrúbriga. Vido
palavra, a pag. 5 do d.*» "voltimd
Parece que esta obra, renovação d» aBti*>
ga, Ibi feita no anno 335 ou 336 de Jeim
Ghilsto, 30.« do imperador Gonsumino; poi^
q^e eram então «onsulei ois Rama, Flarvio
Nepociano e Pompilio Facundo. {Hespatti^
Sagrada, de Piores, tom. 4.% pagina 616
eat5.)*
A poaea distancia d'est8s thfvnas, eou^n
um templo dedicado a BscAlapio, dens át
mediciaa, eomo se vé da aiemof ia que re-
fere Marinho, no L."* 3.% oap; 7.^ o é a ae-^
gulnte:
AlESGULAPto SACML
GULTOniBUS LABUM
IIA&IO ET MAKLIO AQUIUO COSS. IT.
JULIUS MAGIUNOS
D
(Memoria consagivia a Esculápio, pelos
voneradores dos Deuses Lares, sendo
sules, segunda vez, Mário, e Manlio
liOb fatio Macrhio dedicou.)
. Bbrio o Manlio» foram pela l^veceonss»
les, no anuo do itoa 653, que vem a ser,
eem antes de Jesus Christo.
aiatto iivooKinao d'i^site
^MUívt^ a praesi chetanuMSa do»
Canoai» do iiae UUvaa pinoveatai
o iSDmsa d raa e d Wteetwutmàm de
Bê Soãa da Pvacd*
Qnantd maii a gente vae lendo, estvdan»
do, combinando e investigando, mais lues
vae adquirindo sobre as «QtigiliBadis da
nossa «nra.
A pag. 360 do 4.« vnlnhie, e ílKidado no
quo dizem muitos escríptorès verídicos an*
Hgos, disse que, onde hoje veinos a S6
PED
PED
525
patríarçbal, hauTe um templo romano^ de-
dicado ao Sol.
0 doutor Francisco Tavares» medico de
D. Maria l, que nas suas InstmciçÕês e Cau-
MlaSy etc, tantas provas deu dos seus vas-
tos eanhecimenios em archeologia, diz, a
pag. 136, termioantemente, e como cousa
sabida e assentada, que a Praça do$ Canos,
o templo de Esculápio^ e as thermas, esta-
vam próximos, e não falia no iemplú do Sol,
que, segundo eu disse na logar citado» de-
via ficar contíguo e sobre a rua de S, João
da Praça — j9,to é — onde Tavares slida o
iemplo de Esculápio, 0U| pelo meno9, muito
próximo.
£* verdade qua podiam haver dois tem-
plos idolatras muito perto um do outro;
porém nenhum escriptor menciona dois tem-
plos aqui, mas só um: difTerem porém no
.yolo a qae era dedicado, dizendo uns que
era a Ápollo, outros a Esculápio.
A monstruosa serpente que Miguel Lei-
lão de Andrade diz estar enroscada em vol-
ta djp zimbório do templo, symbolisava — se-
gundo os que pretendem que fosse o tem-
plo dedicado ao Sol (Phebo ou Apollo)— a
serpente Python^ que Apollo matou ás se-
ladas.
- Isto, que parece desmentir o doutor Ta-
vares, na minha humilde opinião ainda mais
o confirma.
Por medianamente instruído em roytho-
logia que qualquer esteja, sabe que Epidau-
TO era uma cidade do Peloponeso, na pe-
nínsula de Argolida (hoje Sacania, sobre o
golpho Saronico ou de Enguia.) ^
Estando a cidade de Roma em risco de
idespovoarse» por causa de uína terrível
peste, enviou deputados a Epidauro, onde
Esculápio era especialmente honrado, co-
mo deus da medicina, para conseguirem a
estatua doesta divindade.
Esculápio, atravessou a cidade em figu-
ra de serpente^ saltou ao navio dos romanos,
enroscando-se na sua popa; e, chegando a
1 Havia outra cidade com o nome de Epi-
dauro, sobre o Golpho argolico, ou de Na-
poli, na Laconia, entre Li mera e Argos; mas
a êsta, para a distinguir da outra, se lhe da-
va o nome de Epidauro de Limera,
Roma, saltou para a belU ilha do Tibre, on-
de indicou que queria um templo, e, cons-
raido este, tomou a sua forma d*homem»
e a peste cessou.
Desde então, ficou a serpente sendo o em»
blema de Esculápio, e q symbolo da medi-
cina; como ainda hoje vemos em quasi todas
as boticas.
Creio pois que a tal monstruosa serpente
do grande zimbório, não era a Python, mas
a de Epidauro; e que o templo era dedica-
do a Esculápio, e não ao SoL ^
Alem d*isso era mais próprio de um gran-
de e luxuoso estabelecimento thermal, o
templo do deus da medicina, do que o do
deus do dia.
De outros monumentos achados n'este si-
tio das Pedras Negral, quando em 1749 se
edificaram as casas de Joào d*Almada, cuja
frente está para o largo da Magdalena, faz
meosão o padre D. Thomai^ na sua Caria
acerca dos monumentos romanos descobertos
no sitio das Pedras Negras: impressa em
1754.
Para náo fazer este artigo mais longo»
remetto o leitor curioso da especialidadcv
para a referida Carta.
Pode também vér-se a Moviographia da
Egreja matriz da cidade de Lisboa, pelo.
nosso esclarepido archeologo, o sr. abbade,
António Damazo de Castro e Souza (vulgo
Abbade Castro) no fascículo n."" 5, pag. 68^
do Boletim architectonico e de archeologia,
da Real Associação dos architectos eivís
6 arcbeologos portuguezes, a que tem a hon-
ra de pertencer o auctor doesta obra.
PEDRAS RUIVAS antigamente PEDRAS
RUBRAS— aldeia, Douro, freguezia de Mo-
reira da Maia, concelho da Maia, comarca,
districto administrativo, bispado e 8 kiio-
metros ao N. do Porto^ 320 ao N. de Lis-
boa.
Esta aldeia é célebre, porque, em 8 de
julho de 1832, depoh de ter desembarcado
* Nole-se porém que, pouco mais acima
da Sé, ondo existiu o templo, e passada a
egreja de Santa Luzia, existiram as portas
do Sol, e ainda ha o largo das Portas do
Sol.
526
PED
n*esse dia, o sr. D. Pedro, com o exertito
liberal, das 3 para aa 4 horas da tarde, no
sitio até então chamado Praia dos Ladro»,
em Arenosa de Pampellido, entre Paraflta e
Lavre, foi o mesmo senhor e o sen estado-
inalor, pernoitar a esta aldeia, a cask do la-
vrador, Manuel José â^ Andrade.
Ainda vive a viava de Manuel José de
Andrade, a sr.* D. Joaquina Alves d'Andra-
de, e é sen filho, o sr. José Ferreira de An*
drade, que residem na mesma casa.
Tenho em meu poder, trez certidões ori-
ginaes, devidamente reconhecidas, em pro-
va d*este facto.
A 1.*, do sr. Bernardo Moreira da Silva,
parocho do Salvador de Moreira, datada de
29 de novembro de i840.
A 2.*, da mesma data, do sr. António Do-
mingues dos Santos, reitor eleito e encom-
mendado, da freguezia do Salvador da La-
vra,
E a 3.% de 2 de dezembro, do mesmo an-
uo, do sr. Luiz Manuel Moutinho, parecho
da freguezia de S. Mamede de Paraflta.
Todas estão reconhecidas, pelo tabellião
do Porto, Mat^nel Carneiro Pinto, em 5 de
dezembro de i840.
Foi senhora das Pedras Rubras^ D. Con-
fina, fundadora do mosteiro de cruzios, do
logar de Gontao, n*esta freguezia de Morei-
ra. (Vol. 8.% pag. 343, col. 2.«, a 2.* Morei-
ra d*esta columna.)
D. Gontína viveu n'este logar (de Pedras
Bubras) até aos fins do século IX, e aqui
fundou a ermida de Nossa Senhora Mãe dos
Homens, que ainda se conserva, apezar de
ter mais de mil annos de existência!
Ha n*esta povoação um grande largo, ou
praça, onde se fazem três feiras por sema-
na, todas muito concorridas por pessoas
d*este concelho e dos immediatos.
Tiveram origem esus feiras, no anno de
1832, durante o cerco do Porto.
Os lavradores e industriaes, não poden-
do hir á cidade vender os seus géneros,
principiaram a conduzilos para o largo das
Pedras Ruivas^ onde eram comprados peio
exercito realista, e assim se foram conser-
PED
yando até os nossos dias, aftida que còm
menor variedade de géneros.
A estrada americana (rail road) do Porta
a Yllla do Conde e á Póvoa de Varzim, tem
uma estação nas Pedras Rubras, o que mai-
to concorre para o desenvolvimento do eoim-
mereio e industria doestes sitios.
E' uma povoação rica, com bdas proprie-
dades; e alguns capitalistas aqui tem fixada
a sua residência.
Já antes do caminho americano, havia
aqui uma bôa estrada a mac-adam, que p«r-
tindo de Leça da Palmeira, atravessa a Pó-
voa, e vae entroncar com a de Braga, pas-
sando pelo centro da povoação.
Foi n*e8te largo que o exercito liberal
acampou, d» 8 para 9 de julho de 1832.
Conta-se uma anecdota acontecida n*e9tâ
aldeia, no mesmo dia 8 de julho, com o Sl^
D. Pedro, do modo seguinte:
Foi o príncipe a uma locanda e pergun-
tou o que havia para comer, ao que lhe res-
pondeu o bodegueiro:--«Peixe de 3 FPP.»
— «Entãd o que ó peixe de trez efes?»— «B*
faneca, fresca, frita. O sr. D. Pedro comeu,,
e depois, disse ao locandeiro:— -«Não tenho
aqui dinheiro para lhe pagar, e então icà
sendo o peixe de 4 efes— faneca, fresca, fri--
to, fiada.*
Si non é vero, é ben trdveao.
PEDRAS SALGADAS— logar, TÉraz-os-Mon-
tes, na freguezia de S. Martinho de Bornes.
(Vol. l.«, pag. 421, col. 2.*)
Entre a povoação de Bornes e a de Rebor-
deehão, na margem esquerda do peqten».
rio dos Avellanes, junto à antiga estrada de
Vllla-Real a Chaves, está situado o estabele-
cimento d*aguas mineraes, dás Pedras Saè-
godas.
Estas aguas contéem lithlna, arsenito de
soda, ácido carbónico, carbonato de sóda^
etc.
Foram premiadas na exposição de Vien-
na d'Austria, em 1873, com o diploma de
mérito.
São geralmente conhecidas em todo o rei-
no eno estrangeiro, principalmente noBra*»
PBD
8il^ &8 BUM qiíalldaâes tíierjt^iiticàs^ kobi»<
tudOy |ân RaâeeiuKiitOB do eAtomagow éà
pelle e dji be^tifa.
Para a tal exposição, só foram agoas do
Piuêio 6 de Hebordeehío, aa nnieaa qae até
hoje sateem appiieadD interoameote. Aa on*
trás 80 teem sido ntilisadaB em banhos, e se
tem d*eUes obtido pasmoeos resultados^ com
especialidade em moléstias dUaneas.
É eonstante n'esla fregaezia» qae o distia-
eto medico da Tilla de Chaies, o doator Pia-
lo de Moraes Leite Mello, fizera applicaç2o
d*estas agoas para ama doente, d'aqui naiu»
n^ com bom resallado, já no primeiro qoar*
lei d*este eeenio; todavia, ningaem carava da
soa exploração e analyse; estavam abando-
hadas, e assim permaneceriam, talvez para
sempre, se ião fosse a recente descoberta
'das da Vidago.
Este facto despertoa o desejo da faser ex-
ploraçdes análogas. Como era sabida a ap-
pli^çâo qae d*estas agOas havia feito, em
tempo, o doator Paaio de Moraes, a camará
de Viila Poaea d*Agaiar, por parecer de seu
íácaltativo o sr.dr. Henrique Ferreira Bote*
lho, em 1870 emprehendea exploral-as, fa-
zendo entrar, para esse fim, ama verba no
orçamento; porém no concelho de distrlcto
não foi approvadall
Nâo podendo coatinnar-se, portanto^ a
obra da exploração, foram n^esse mesmo
anno cedidas, mediante a quantia em qae
haviam importado as despezaa que a cama-
rá tinha feito, que eram poucas, a uma em-
preza composta dos srs. Manuel Ignacio Pin*
to Saraiva, de Viila- Real, hoje failecido, e dr.
Henrique Ferreira Botelho, de Viila Pouca
d* Aguiar; tão somente a camará, por volo
de um de seus membros, o sr. José Leonar-
do da Costa Pinto, natural d'esta freguezia,
reservou, em favor d'este concelho, a facul-
dade de seus habitantes poderem fazer uso
d'esta agua gratuitamente, excepto dos ba-
nhos.
A empreza eomprou um terreno adjacen-
te, pela módica qoantia de eOjOOO rs., a Pbi-
lippe José da Costa Pinto, do logar de Bor-
nes, qae, apezar de estar inculto, valia mui-
to mais. I^*elle, e n^outros, que lhe tem acres-
PBD
527
cflBMdo, tem feito as obras, que tal eatabe-
lecimeato demandava.
Sào quatro as nascentes exploradas, co-
nhecidas pelos nomes de— Penedo— Beber-
dechio— Bio^a Kstr^da— -na extensão da
dozenlos metros, cujas aguas foram aaaly*
sadas pelo sr. José Júlio Rodrigues, lente de
chimíca da Eschola Polytechnica de Lisboa,
a approvadas pela sociedade das sciencias
medicas de Lisboa.
As doas primeiras são empregadas para
b,ebida e banhos; a as segundas, por emqaaa*
toi, para lianhos. — Para a sua composição
chimlca> servirme*hei das conclusões da
analyse do sr. José Júlio Rodrigues: .
Ncueente do Penêda^^ . • «Muito mais po*
bre em bicarbonatos do que a do Vida|[o,
é-lhe, todavia, muito superior quanto ao aci-
do carbónico Hvre, que n*esta corresponde
ao volume de kJè9^ e n*aquella attinge o de
6Qi'G, nas condições normaes de temperatu-
ra a de pressão, avantajando-se-lhe ainda no
ferro contido, que é mais do dobro, e do bi*
carbonato de lithina, de que apenas se no-
tam vestígios nas aguas mais notáveis do
concelho de Chaves. Nâo deve esquecer-se
também a presença dos ácidos azotico, sul-
phurico, e do arsénico e phosphorico, pela or-
dem decrescente das suas quantidades, com-
postos de. que em geral só foram encontra-
dos vesUgios nas aguas do Vidago. Compa:
rando a nascente do Penedo com as de Vi-
chy, nota-se que a sua mlneralisação é de-
vida quasi aos mesmos corpos, tendo aquei-
la mais acido csurbanico livre, do que pouco
menos de metade das i3 nascentes d'esta ce-
lebre localidade e maia ferro do que a maior
parte d*ellaa.— Lisboa, dezembro, 1870.»
nascente de Bebordecfião. — «Esta agua
possuo mais acido carbónico, mais carbona-
to de ferro e de manganez do que a nascen-
te do Penedo. Como agua mineral gazosa é
incontestavelmente hoje a primeira do nos-
so paiz; muito superior á celebre agua de
Setters, e á maior parte das afamadas nas-
centes de Vichy.»
Nascente da Aio.-— «Muito similhante à de
Rebordechão, e mais rica do que esta em
acido carbónico livre.»
Sá8
PBO
Nasemk da Estraáa.-^^k inals sioflRliB*
te á do Penedo, da qual 4têCa vpmíiÈ 17 Hiei
tros, excedendo-a em soda.»
A temperatura â>8ta» agtias §lrb.
O termo médio dos doebtes, qvm era eadfl
um dos dois últimos aunes tem O^quentado
o estabelecimento^ na estaçlo pfopná p&rt
08 banhos, tem sido de 60.
É grande a exportação que d'estaa aguasse
faz continuamente, para oque a empresa tem
depósitos, nâo só nas prlnoipaes terras do
paia, más também fora, como uo Brasil, Ldan-
da, Buenos-Ayres, Mexieo, Lima, Santiago^
Yalparafzo, e em muitos pontos da Europa.
As suas virtudes therapeutiess mais eo*
nhecidas são ^ empregarem-ee, eom boa
suecesso, para as enfermidades do estôma-
go; para as das vias uríaarias; eafermida*
des cutâneas, etc.
O estabelecimento tem casas para banhos^
e em separado, porém próximas, tem duaa
casas para habitaçlo dos doentes, com boas
accommodações, aoeadas e decentes. O su8*>
tento diário dos doentes tem regulado por
IMOO réis.
Apezar da amplidão das casas destinadas
ao alojamento dos doentes, trata««e de con-
tinuar o lanço do ediioio^ que fica Junto á
estrada.
O sitio é mui agradável e aprazível; dista
da estrada de Vilia-tleata Chaves 400 me*
tros, aproximadamente, ao N. de Villa Pou-
ca d'Aguiar, d*ende dista cerca de 7 kllo-
metros. Ha aqui delegação do correio de Vil-
la Pouc^a, e n'esta villa um grande.hotel, pro-
priedade da companhia das Pedras Salgadas.
A estrada municipal destinada a Hgar este
concelho com o de Boticas de Barroso, par-
te da estrada real na direcção d*este estabe-
lecimento, e passa junto a elle. Foi^ princi-
piada em 1874, e jà ee acha concluída até
muito adiante do estabelecimento.
Foram cedidas estas aguas, em 1874, me-
diante a quantia de 300:000^000 réis, a uma,
companhia, de que támbem- faz parte o sr.
dr. Henrique Ferreira Botelho, e consta dos
srs. João Ferreira Dias Gnimarães, Thomaz
António das Neves, João Ferreira d*Araujo
6nimarães e António Thomaz das Neves.
Esta sociedade é anonyma e de responsa-
bWdade Ihnltada, din»iíiÍÉaiadto*9«-^€k»ii«
panbl^ da» Agoaa daa Padraa Salgadas.
A sua sede é na cidade do Potfto.
Devo estas informaç5ea, ao flluitrado
bado de & Martinho de Bornes^ o fi."** «r.
Manuel Benriqnesla Silta Madiado, ao qual
doa aqui os dsvides agradedmemos.
PEDRSAMISy OQ PIDR' ANMSS — logair,
Extremadnra, freguesia, e 2 kilometros da
Marinha Grande. (9.* vol , pag. 74, eoL S.*}
Em l^d, foi aqui inaugurado um aU^*
fêmo, para fundição de ferro, pertentjente á
Gom^ankia dê ferre é earoão, da Portmgai^
iimU&da; cujos representantes eram oa so..
Jorge Croft (depois, visdonde da Graça — e
hoje seu filho, o sr. Thomaz Stoatlej d*OIi«
veina Croft, feito visconde da 6raça, «n li
ée março de 1875) e o sr. Antenie Angosto
Dias de Freitas (feito visconde da Acaraii*
uha, em It de agosto de 1970) proprietários
da fabrica de vidroe, e o duque de Saldanha.
Foi esta festa industrial feita com o maior
esplendor; e dè J^isboa e Leiria, foram al-
guns representantes da imprensa ]omalisti»
ca, altos funedonarioB pubUcos, e outros ca-
valheiros, convidados pela empreza ; e mui-
tas outras pessoas de varias localidades.
Eate cãto-fômo é construído segundo •
systema moderno mais aperfeiçoado, e uma
«bra colioisal, de tijolo e ferro, em que se
aproveitou o ar, caloriflçando-o pef meios
tnecbaninos^ elevando-se a temperatura a
7CÍ0 graus Farinhett, trabalhando com duas
«achinas, da força de 30 cavallos-*- vapor»
cada uma. Calculava -se que daria por se-
mana, 80 tonelladas de ferro:
Parece que a empreza não auferiu os lu*
eros imaginados, pois abandonou lato, pou-
co tempo depois; mae ainda alli se conser-
vam as machinas, na esperança de, mais cd-
do ou mais tarde, tomarem a funccionar.
PEDREOAES -^ freguezla, Minho, comar-
ca e concelho de Villa Verde (até 24 de ou-
tubro de 1855 — comarca de Pico de Regala-
dos, concelho de Penella), i8 kilometros ao
K. de Braga, 370 ao N. de Lisboa.
Tem 90 fogos.
Em 1757 tinha 85 fogos.
Oragp, o Salvador.
PfiD
■ ■ ANtbiaiMdo e iiftrieto admiibtnitir» de
Brag».
O» eonde8*«lminnte8 (osGattros AeBorit,
FilD
ím
boje 08 eoDdes de Réteode) apreseDUvftm o , mfda» âedicadâ »o martyp S. Sebastiio, <|ae
ablMde» que tinha 3001000 réis de rendi-
fi terra fertíL Muito gkôò e grande abiUH
diMia âe eaça grossa e miada.
É ifetta freguesia a casa dlff Santo JMàí^-
iemu É boje representante â'e)la» o sr. João
boa, e a èbamada esetrthtnuroB^ ao eoneelbo
deBelein.
Teve principio esu fregnesia em uma er-
se snppQe ftmdada nos primeiros tempos da
nossa monarebía, e na qasi estava também
a imagem de Nossa Senhora da Sande, que
ainda é venerada na adnal egreja matris.
A nltiffla vex qae o famoso patf iareha das
índias, D. Joio àermades, ^gressoa a Wt^
Feio Soares á^Atevedov filho de Joio Feio | tagal, foi em 1559, durante a regência da
Soares d*Axeyedo, bacharel formado em di- rainha D. Catbarina, viuva de D; Joio III, e
raUOi pela universidade de Coimbra, cavai- linha então o rei D. Sebastlio, seu neio, peu«
letro da ordem de Chrialo, deputado ás côr- eo mais de 5 anoos, pois tinha nascido a SO
tes em 1059, 1853, e 1855. Era fithode Pran- de janeiro de I55i, 16 dias depois da mono
eíneo Xavier Soares d' Azevedo, cavalleiro da de seu pae, que fallecéra a 9 de janeiro,
ordem de Nossa Senhora da Goneciçio de O santo patriarcha foi viver para S. Se-
Yllla- Viçosa, conselheiro da perfeftura, e de« . bastião da Pedreira, em umas casas que es^-
ptttado ás eôrtes, em 1890, e 1836. j tavam junto da velha ermida, e aqui faiíia
A mae do sr. João Feio Soares^ d* Axevedo t muitas esmolas, e passava grande parle do
(ÍMio do outro de egual nome) era a sr.* D.
Maria Joaquina Feio d'Azevedo Barbosa de
Andrade e Atbaide, a senhora e herdeira das
eaaas da Magdalena e Burgeiros.
A Camilia d'esta casa, é um ratno da de
Sfto Bento do Prado.
PEDREIRA— Yide Miguel da Pedreira
(São)^yol 5.% pag. 910, eol. 9.% no prin-
cipio.
PEDREIRA — freguezia. Douro, comarca
e eoúcelho de Felgueiras (foi da comarca de
Lousada, coocelho de Felgueiras), 30 kílo-
metros a N.E. de Braga, 335 ao N. de Lisboa.
Tbm 170 fogos.
Em 1757 tinha 130 fogos.
Orago, Santa Marinha.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo do Porto.
O papa, a mitra e o D. abbade benedieti*
no de Santo Thyrso, apresentavam alterna*
tifameiue o abbade, que tinha 590M0O réis
de rendimento annual.
: É teira muito fenil em todos os géneros
do paii, e cria muito gado» de toda a qiu*
Hdade.
PEDREIRA — monte, Minh<^ próximo a
Psoibeiro. Ha n'dle um doimen celta.
PEDREIRA (S. Sebastião da) — freguesia,
Extrenudura — a parte denominada hUra"
murçêf pertence ao bairro central de*LÍ0«
dia, orando na capella, nos 11 annos que*
aqui residiu.
D. Sebastião, ante» e depois de tomar con-
ta das rédeas do governo, hia muitas vezes
a S. Sebastião da Pedreira, conversar ou con-
sultar com D. João Bermudes, ao qual tribu*
tava grande reàpeiío, pelo sen muito saber»
e grandes virtudes.
Morreu este piedoso varão, em 1570, e se
mandou sepultar á porta da ermida de S. Se*
bastião, d'oDde depois foi trasladado para a
nova egreja, a 16 de outubro de 1653, um
anno depois da sua constmcção.
Foi esta egreja feita á custa do povo da
freguezia, dando D. João IV algumas esmo-
las, para a sua conclu^^ão.
Está esta egreja no largo de S. Sebastião
da Pedreira, e nada soffreu, pelo terrível
terramoto de 1755.
N*esta egn-ja ha um osso do martyr S. Se*
bastião, que veio de Roma.
Entre as estradas qu4 d'este largo vão
para o Campo Pequeno, e para PaHia-Van,
está o magestoso palácio, e magnifleas co-
cheiras mandadas construir peli sr. doutor
José Maria Eugénio de Aim ida, boj<5 pro-
priedade da sUa viuva e filh< s.
Na rua de S. Sebastião da Pedreira está o
mosteiro de Santa Rita, cuja data da funda-
ção se ignora, e só se sabe i|iis tomaram
Wi
n»
^ÍQ$9» d'elkib em 1743^ os nlié^n^ ^Q«tli
nhos. É hoje qaartel da 3.* compMiilUi 4¥
g«ar4« omaieipêl. < .
Também «ao a^eHa Cregoe^ia aa tmiiHMi
401 YàlU de Pereiro, dos Cájngregado^ 9kMW
M áo^duques d^Aveiro,.2í doa duíiiiftea d^jCa*
d»yal, a que foi dos mar<iiiexcs de Titvora^ #
ada^OQBdeadaSanédasi .
& Unbem n^eau flregurzia a annMade
Htoaia. Sanhora 4o Gabo» ec^ «rigeoi» 430iia-
ur aar a a^gniote:
Antoaia Qonçalvea Préeo, natural de Lia*
b(MW foi «MiUoa attnas prebendHrOiúo cardeal
IH Luía de Souaa»; are<^|)iapo de IJiboa. Er»
dead# ereapça maito devoto dè Noaaa {Se-
nhora- de Gab^ do E^piVhel» e eop» erá
mrit* rico, deddía f nadar jmb Lisboa aasa
ermida, âedicada á Senhora do Cabo. Para
esteflm, «empron n'e8ta fr^gueziaiUBa qnia-
ta e n;'eUa laandoQ faaer a< ermida, junto áa
eacjas. Teye piincipio «au fundação em 4703,
dizendo-se aqui a primeira miâaa, em i707.
Aa paredea intenorea, tanto da eapeila-
mór, como do corpo da egreja, eatâo rores
tidaa de amit^aa com paimorosos deaeahes.
Foram fabricados a pintados na Hjlianda, e
coataram «200^000 rs. o miihf*ira. Vinham
em um navio hespanhul, qae fui aprisiona*
do em 17054 durante a guerra que então tra-
zíamos com Casteila, e qpe aó terminen em-
Ui\ peia paz de Utrecht.
Foi D. Pedro U qne deu estes amlf jos a
capella d» Nossa ^nnbora do Gabe.
PEDRntlA. e PEDRINHO— portagnes an-
Hgo.-* feita» ou fèlto, de pedra. Vide Pdnfr
Pedrinlia. .
PBDRO (São)-*.Vide São Pedro.
PEDROGAM, ou PEDRÓGÃO -- fr(>vu<via.
Alemtejo, comarca de Cuba, c^onoplho da Vi*
digneira, 24 iLitometros de fivora, iâò a S:E.
de Lisboa.
T^^m 330 fogos.
Em i757 tinha 312 fogos.
•Orago, S. Pedro, apostiilo.
Biapado e diatrícto administrativo df^B^ja.
A initra apresentava o cura, que tinlia 150
alqut^ires de trigo e o pé de aitar.
larr» fértil i»m cereaes.' '• :
- JfiDROGAM (op P£drog^ay — freguezia,
Bek'a-Baixa, concelho de PeoamaeOr, oo*
m9i9ut.4s.l4i)aba«o^t M klífifmmití
Guarda, 270 a E. de Uaboa.
T«'i|i |4S feipa. < . .<;
E^ 1757 tiaba SU.fofloa»
, OragOií S. P^d|)0|,apDittq|i9«
BÍ!*pado da Guardo, districto adminiila^
tivo de Caaie|ieAraaoo« :
O prior de 3. Pedro» da viUa áe Phuhí^
cto,. apresentava o curv íQVA tíaba MWQn.
decoDgroae o^pédealiar. . ;. .i -i
IVrra fértil, multo gado oaisdo e .eaça
PSDROGAK-GRAMnSr^vilIa, Katfpmai»
ra, cabefiadp omcelha ém mw, nome» ooomp-
ca de Figp^irò dos Viuboa, 40 lciiooi(4totia
S4O. de Coimbra,, lao ao l^,d6 Uah^
Tem 800 fogos. « -
Em i757 tinha 520 lo^es.
Drago, Nosea. Senhora da Aasompc^o^
Bisp^ido de Coiqibra, 4iairiete> adiaiaislnr
tifo de Leiria.
O iQgario. do cabido da S4, de Gcinfei^
a|ta'eseatava o vigário» qae iiaba SOtOOOn
e 9 pé de altar*
O eoncelha de Pedrogam«4>raaAB, é eoa*
atiiuido da8:5.lregueziaa aegQiatea^-GuU-
nheira, Coentral, Nossa Senliora da QTaç^
PHdrdgakn<arakide,eVLUa-Facaii, todas csia
' 2:200 fogos, e do t^apa^do de Goiotèra.
•
Eduardo de Paria, no seu Diçcionario Tcf-
/tiortie2;,tem-a como umavilUt impòrtantissi*
ma; e coih razão; poi3 ^ a pátria do clássi-
co portugui^z. Miguel Lftiiâo d'ADdrade (eda-
c<do no mosteiro da Luz) e d'outros varoai
iilustres.
I»
Vejamos o que o dito Migtiet* Leitão da
Andcade dos diz na tal itfiacellanej, âoelfci
da soa origem e descendência— dViie. •
cOs LeiúSes de Pedrogam Grande, di^eaa*!
díam de Porcio Catto, menino, qon Véatir
oecultava noa roohHdos do Cabril, o qdal
seodp Já criado, .e não o podeudo oesiiKs^
por mais tempo, o enviou para He8paDha):
teudo dn. idade 6 annps; perieoabiida.d<^
à família rval, d*onde desenideiam esiste^
tea da casa de Lara, e ootraa prittd/ialM-
raas familiae de Hr^spauha.i
I (Istoé 4110 émeatir com staieertdid^)'
I"
'ffilPHW^'^. pprtBguez qaer 4iw Leilão^
e foi emâ|^çia|e q^ie Yenaslb^ Â^^UMi-
mQ» jB^« eôcfrn^da^ á cintura; • por o achar
mpi0 gordQ. 4 qa» ,^i^ 4^0 o oome da Por-
C<^0| qp^ (fue^ di^ paqpapp porco; .e t^-
mo 08 porcos são gordos, ou o andaris^
ii'68fajf|Q»p9,f por Jhmoi a eacai)tadora Ye-
nus lha deu y.j^&^ma de Porcello.» (1)
HiH^
m
» f ,
Miguel Leilão d'Â|idrj(di» escreveu. Q^
If iscellanea, sohra as. cousas de Pedrogam,
tújf^^^flo <H>nYaato da Luz, ete., que
da^içf^dji áiiadroeira io çooTeuto^ Npssa Se-
nhora da Luz, por o ter livrado ^^e nuitos
p«iç^qs,(lf^a^ fl|^ xuesma refere ao livro.
(Qua^ DOf aigful, i .o^esmo uma misoella-
. fixi^t^yS^oda hoje em Pedrogam Grande,
QS restos de um, convento (da Luz) da or-
dem da S. Domijfgçfl, o qual o camarteilo,
1^9. poupou. '
Cfs fpbre$ da terra a da muito longe^ aqui
vkàbam, todos 'os dias esperar que o reliogio
4a torre, baU^ísse mçio dia, para que os reli-
giosos Ihfi^ 4^s^Q^ ^ janur.
Estes rehgíQsqs eram muito caritativos,
«. Ale^ do jantar diário, também destribuiam
pelo dia adiante muitas esmollas. ,
Foi fundado por' uma sr.* D. Brites
I^tôa^da Pedrogam Grande, a qual JTôra
tapibem fundaidora 4o convento da Jesus, da
Aveiro,, a do de Figueiró dos Vinhos .<Car*
melitasdfscaifos.)
. Da^tia viUa saíram muitos guerreiros a
ao^mpanhar D. Sebastião para a Africa.
Um 4V11hs foi Miguel Leitão d*Aa(}ra-
4ci> que pôde escaj^r felizmente, para oon-
tiH os suriCfisos d^aqueiia inft^liz jornada,
na sua AHscellanea; o sitio onde D. Sebas*
tiao morreu, e oude se enterrou. ^
./P^ogfm Qrandd.tem dpas pontes» a do
Cabril ^ .e ^ da Pêra >, sendo muuo nuia-
Xeí a primeira.
Tem Pedrogam Grande, as seguintes pro.
Pfie4^eS| niaisj d^a^de mensào:
. IJiMKla da, Pregoeira ^;Pe(o LoIk) ^ )tem
ioanaes % Fonte do Çrt^po ^ Valle da Man-
U^% ÇaiT^ra dosip4o» .', Bibeiro Ye)h{|ja^
Èsbarradelia **, Mestras '2, e o.Ç^veqt<V de
que já fatiámos.
Tenifq lagar da Asinbaga ^\ e o da Deve-
za ^\ notáveis pela sua aotigaidade.
]^QS lagares ;de que se. compõe a. Cr^gi|e*
^ia daf edrogam Grande, se co^iprehah^leni
(^ seguintes:
Yalle do Barco «^ Yallo de Goef K Yal-
l^-l^ngq í^, Caqr^a >», e A^esiganho **.
OOrigem a «vmas dePaâEro^am Chraaide»
segrundò Miguel Leitão
■ • . I • ; '
Kos priTieiros tampos da nossa monarchfa»
eram muito visitados estes lindos, saudáveis»!
e piuorescos sítios de Pedrogam^ por diffe<
reates indivíduos, qoe concorriam, aqui M*
trahidoa pela belleza do sitio.
Os nossos primeiros rt* is, tamben\ aqui vi-
nham gosar dós ares da terra» e fazer gran-*
des caçadas, quando a. sua c^rto era em
Coimbra.
1 « .
Yarios indiyiduos de muitos legares Q
d'entre outros, uns chamados Petronios^ vie-
ram a Pedrogam, admirar a formosura 4&
prioceza Antigone Peralta, filha do rei Arun-,
ce, de Coimbra. ,
Os ciúmes já eram tantos entre elles, qpe
chegaram a haver rixas, contendas e pele-
jas, na Deveza, do Pedrogam Grande.
Os que venceram chaoiarana se Petfonios
Grandes, os outros, Petronius Pequenos.
D'aqni vem o nome, Patrono Grande e Pa*
trono Pequeno. (Já se 9abe, que ó Leil^
d'Andrade que falia.)
Os Vencedores, ou Pretroníos Grandes, ha-
bitavara. na margem direita 4o rio Zéze;^
(Pt-drugam Grande); e os vencidos, babiu*.
vam pa margem esquerda do me»mu rip (Pe*
drogam Pequeno.)
Çur isso Antigone Peralta, deu a Peái^
gam Grande por armas: uma águja, altiva
e arrogante entre áoU rochedos — differen-
çando-se estas armas das de Pedrogam Pe*
qn^no, em que n'esta, a águia nào êsti
oUiauda p^ra , o sol, pomo^ nas de Ped^
m
pm
faiH Cirande. A^diaiitè hJIiref, seriailkeiiu^
ii*é6U8 anus.
Festas antigas em Pedrogam Grande
Pedrogam Grande, dIo só hoje prima nat
suas festas de egreja, mas também antiga-
mente; hoje são feitas com todo o apparato e
esplendor, mas nos tempos antigos nâo o
eram menos: e para sentir é que aa diTln-
dades pagans se misturassem com as verda-
detarti, mas similhantes coetnmes estio hoje
em desosQ.
Antigamente as procissões em Pedro*
gam Grande, eram assim ordenadas— em
primeiro logar hiam os horoeiis do poto;
depois Tarias donzelias, <)ue representavam
personagens do paganismo: cantando e
dançando dentro do templo. Assim hiam
Euíerpe^ densa da musica, com nm papel
de solfa na mão, vestida exqnesitamente;
Estulapio, o dens da medicina, com os
potes e garrafas, e mais objectos, perten-
centes á arte medica; Therpesyccref a densa
dadança, vestida com. o fato próprio, dan-
çando e pulando, ete. Será talvez d'e8te tem-
po que data a Mourisca de Pedrogam Pe-
queno.
E' uma célebre dança, a que elles cha*
mam Mourisca (talvez por vir do tempo des
mouros), e que causa mais riso, do que res-
peito.
O parocho de Pedrogam Pequeno, Antó-
nio Martins Dias, queixou-se de tal abuzo
ao prelado, e pôde conseguir acabar com a
dança mourisca, mas não com o mais.
Os habitantes d'esta terra, por varias ve-
ies vociferavam contra o parocho, por lhes
tirar uma festa, de que elles tanto gostavam,
diaendo, que era muito antiga, e tida em
muita consideração por seus antepassados,
e que se lhes tirassem tal festa, S. João,
ae escandeiísaria. (t)
Consistia em vários rapazes, os mais ro-
bustos, bonitos e agigantados da terra, se
reunirem no dia S4 de junho de manhã, em
Óma casa, afim de se enfeitarem com os tra-
jos mais extravagantes, e depois, obedecendo
A voa de um velho, a quem elles chamavam,
6 seu ref, se ffirigirem para ò lem|i» i^ra
darem printiplo i fhne^o, e' emqnaiito nW
estivessem presentes, não principiava. '
Com etfeito, começando ella, se Airt*
giam para diante do santo, dançando 'pôr
intervallos; no fim da dança todos ajoeUia-
vam, e o rei da Mourisca, em aitá we, tf*
zia:
Tiva meu compadre B. João Baptisiaf
Ao que os outros respondiam.
Viva!
Isto ainda acontece em Pedrogam Peqfoe-
no, no dia 24 de julho.
Em Pedrogam Grande tatnbem ha uma
cousa, quasi similhaúte, ainda que éSo Ho'
escandalosa.
No primeiro de janeiro percorrem a fli^
guezia varies velhos e gaiatos d*estes sttkM^
com a bandeira do Espirito Santo em pa*
nho, enfeitada com lindas, variadas eetegan*
tes fitas de cores, e tocadores de violla, gul*
tarra e rebecca, e lá vão todos, em chnima
pelos vários logare?, afim de tirarem esmola
para o divino Espirito Santo, figurado pe-
la pintura de uma pombinha branca no cf-
mo da bandeira; improvisando cantigas i
porta d*aqu('lles a quem vão pedir esmola.
Esta prodssSo faz-se todos os annos em
varias povoações, segundo a devoção ao Ba-
pirito Santo.
Como dissemos, as donzellas representa-
vam as divindades pagans, sobresaindo a to-
das, a formosa Vénus, oom o seu Cúpido
pela mão, o qual levava os olhos vendados^
e a aljava das setas ao hombro, e assim per-
corriam as ruas que estavam, tapetadaa áe
grande quantidade de hervas aromáticas.
Chegados ao templo, que é grande e tna-
gestoso, alH depositavam a linda imagem da
Senhora d* Assumpção, orage da freguezia.
O templo era elegantemente ornado, e as
suas paredes forradas de lindos damascos.
Ordinariamente as festas dtaravam toss
dias, no fim dos quaes ainda havia no adro
da egreja, comedias e arlequi nadas. Jo-
gos, touradas, etc. A um lado, havia ca*
marotas para as donzellas, magistrados e
pessoas principies. No fim, as auctoridadeff
«%«p]gio Miiàamuwoiiièaliio^^iiOBiMr
'▼am-oseiQTásâlUyparahifeai reeeberáâs
paSfu^B das donzellas, os prémios qoe por
4it9ita {bas poruociaio,
IPfdrofUil dSo é bojo o que era antiga-
mo
m
O grande httOt qne igòra €6rma a Deve-
-^4^ era antigamente cultivado em parte, e
a outra eata?a oheia de copados carvalhos:
«oíadro da egr«}a bavia nin grania eespes*
-80 loureiro, que também ]à n2o existe.
A villa tem hoje ama linda casa da cama-
fm aUoada no logar da Deveaa, e que é vi-
fitada par todos os eatrangeiroa, a viajaiites,
^tia tiem a Peátof^m, assim como as ruínas do
cobvénto da tiâ, Egreja, Cabril, e Senbora
«aeMUagr^
"OAi HBgrila matrix é granda a. mtgnl'
ttfia^ e é pena, presentemente, n|[o ter o te-
clo pintado, a o coro acabado, o que era
díst^absolnia nafiessidad9,
i''.VaMilMMa aqot as iinagens da Seobo*
ra da Luz, Senbora do Rosário, Famtlia 8a*
íradã, os quati^o Evangelísus, & Thomas^
Santo Aoienio, Bsplrito Saoto, Senhor h-
SÉS, 'a outras, qae saâo ia sacbrisiia, a a
Jii^eak (TÁxhimpâa, orágo da firegttesia.
Òs babítanfes de Pedrogam firande, 83ô
WsiMia. oivHisailss» a as moUwas aio
liMMtás, apeinr de mgoel Luitâo da An-
éfHe nos dúzer, qtie em Pèdrogam residid
12a9iMr t>or ioffito tempo.
... Alé aqui, a layilMlagieo MIgiel Leitão
CADiraáa^
"fita títJ9t í&todob, uma buida de .mu-
sica,' cohipostá das pessoas priycipaea da
im^ qainsunvmtoa vieram da Uiboa» e
M aiM HQwlite phihrmoBieâ.
'«lUinHfõetr Ao toihpo .
i«
I :* ■•
MmUtjúãvm 4a D.;fiabaatíio VMt
Africa, eonta-BOs Miguel Leitio dAndsada
muitos prodígios acontecidos, v. g.: nasce-
ram duas meninas pegadas, e uma vaoca
com cinco pés; e na Certan, nasceu uma ni-
nhada de pmtos, que se picaram uns aos
outros, logo que sahiram do ôvo.
^ Cabril é um monte de difflcil subida, e
p seu nome vem-lhe úá grande quantidade
da rubras monteses, que por aqui havia; bo-
je nao appareee nenhuma.' Dizem que teve
aqui origem a familia dos Cabras, e que 10-
ra n*este sitio que Vénus occultâra por algum
tempo o menina Porcelio, d'oBde descende
a familia dos Leitões, de quem falíamos; é
n*estes monte na marsem direita do rio Zê-
zere, que estava erigida a linda ermidioba
da Senhora dos Milagres, boje em minas;
é um lindo pittoresco e ameno sitio de Pa*
drogam Grande, Junto ao antigo convento da
Luz, da ordem de S. Domingos, de qua Já
úJUmos. K respeito da Senbora dos Mila-
gres, conta-se o seguinte:
Antes de existir a ponte do Cabril, qu^
boje aqui vemos imponente e magestosa, da-
va passagem de um para outro lado do rio
Zêzere, apenas um pau que servia de ponte:
aconteceu a eerto indivíduo passar de noi-
te por aqoelles sítios, e julgando que havia
uma ponta de um lado a outro, e nlo um
páu, passou por este a cavallo n*uma biir-
rínba, operando-se assim o milagre de nlo
cair; i^or cuja acção o devoto da ^nbora
dos Milagres Ibe erigiu a eapetlínha.
jNenbum viajante vem a Pedrogam Gran-
da aa ao Pequeno, qoa nao vá vdr a pon*
ta do Cabril; dic-ae que é do lampo dos
PbUippes^ por haver a tradiçio de uns ídn
feiu a cusu do dinbeira de CaatelU. Coa-
la«8e qun o primaim ente que pojr alia paa-
aára lora umgaio; angaao ano se ta ao de-
mónio, que vendo que oa 6emens .ealavam
já desanimados de condiniran a ponte,
aStfeoen dinheiro e os seoa aerviços para
ae elTectuar, «am a condiçio de <aar d eUa
a primeiro que Já paaaaasa.
Havia ama ponta bda, ama o que faltava
ara uma estrada qpa qua podaasem andar
carros, desde Pedrogam Grande a Pedrofam
ffiaqueno. (O diAcièlransila que iMvia en-
in. aatas daaa vUlas ooRverteu^ao am baa
eatrada, camarada am Í86S.) .
r < Pera« a atymolagia do aau aoma é ase*
guinte:
' Ha^ amCoiariín^ quando ainda oa anus
campal da twie, eatavana aabarlaa pelo mar»
amM^Ímoiira,poraome ArttMa#quadauomK
ma ao rio Arouca (vida ilratiev.) Bstafei tinha
mna Iliba, dMvnada Antífona Paralta^^da
axtramaáa beHeo» qti» laaada peio» aiMMp*
ladana e aaódaiveia aras d*aa|ea ailiaa vaio
viver para o fed^afam Snnde, mornanda
mi f itm fue hajaaa ahama Péia* laaeimreu-
SSê
WP
Hygkio Ótto de Ooaifftz • MeUo no» a«o*
Ihea e hospedoa com a maior Mrdialidadil.
PasttBioa as boras da calor na aprasivel
l93ídepaÂa. d^ $, ex.*, a d«» larde tomámoa o
wMfo do Yalie da< Una» atravei doa ma*
(Biflcos aoutoa de caslaoheirofl do termo de
IK)nie% e â booea da noite atravearânoi o
Zétere na barca de pasaagem.
Entrámos no distrieto de Gastello-Bcaaoo.
i sobre maneira admirarei o panorama f ne
ae apresenta ao viajante até á formosa Ire-
^neiia de Seraacbe do Bom Jardim; Tastis*
aimo borisonte continuamente acidentado
por infinitas cordilbeirast qne eni tados os
aentidoa se cmtaa, formando rápidos e pro-
londoa vallea em toda a extensão que a Tis»
.ta descortina.
A estrada é :prtniiti?a« t, ufu re|iquia
4*jaqm»Uas famoaas ^r^^ epn ^ne se gasta-
Tam milbdea opn^tróindo palácios na fron-
jMni* pAn^ 9loÍ^t ^.comitiva dos prfncipes
.4Pie je deftp<mvaiiv sepa qne tâo opoieiítos
l»rtalarioa ae ^fmlv^asaem qfie snas n^Ages •
<liiea o-oaon 4^ttiM i^isíap de flcav detidos
i^^meio da joipu^a,.p^a o Caía», em con*
«^awfneia 4f> aata4c) jo^pnoi^Tei dos ^poi-
Chegam^ p<i»».aSerfucb€^ on^a diUgen-
eiámos dormir na nnica estalagem da terra.
Jf^nm PQtAqi .^iMo» 91. pp<«os esforofis» e
:iliina,bofikda mptAnv^da» te«4a perdido as
(«fpeimncna-da.iQQnciliar.ar^mnih partimo»
.para Pedregal PeqjD^ao 001» om ggi^qn»
Bompia o sol wwi4oi nos iuf^b4lDo»
d>goallee^ lofiposaa 4as0iadeii!pa« ^indea-
oripiiv^ o espeat9íi|al9 <qipa se dos ap^atan-
topl.Sfgilimm loi0.pieiaieatra4anaTa $ des-
cemos até á gigant^seiiponte» constriii4a no
j^stoado^oaPbiiippea». «m é de certo f ma
dai polcas boas jeooaaa qne nos deixaram. '
, Mrgáoiafta^aavijgadiijcase principiámos
«MUtoil o.peijgasa emprea^ de condnair jo'
^laim^o rio of jatnncilíosphotogR^cos. Oà,
4m% PfMP» baiKo nio cpplMNSianv>f vare^.'
Xra. o camjnbo^ nma ^oasi JmpraticaWi ai-
Inviáo de penedos capricbosamenito ^^ffíll^'
jinar4|doi, a deapfenfU4« ^ t^fra çom a%in- ;
Tem^% apelidos com a yioiencia da sorrejpi- 'i
m
te^ 4w^l te a$ dMaa de mnltoa- aqçnhMt Ra*
zia am calor insnpportavel, poninei s
diafio do ealefico enone aqôillaa
rochas, caras vezes deixa de annitflar &
iÇlo benéfica da brisa da noite. Pôde
se qae nas abas d^aqoelias montaabna^ te
um clima eqaatorial» quente e bamido.
Depois de se terem obtido algnns àH^lkés,
aacendemos a íngreme ladeira, e fomos mbrl-
^•nos d*aqneUe aol M^opica^ a caaa.d» at.
Sdnardo Leitão de MellQ Qaeip<|i^ wa Mia
agolbeu o. mais franca e delícadamant»iqpnn
imaginar*se pode.
Depois de nos ter oSerecido dejaDini; t.
^.* levoa a ena bondade a |)onta de noi
acompanhar aa mais adminurel siiio d'nfiMl-
lea arredores^ Bneamii^ómo^oa^todoaicr-
mida de If oasâ Senbon da ConAangis W^à
dialaFá um kilopietro de Pedrógão PeqnqMu
. Atritveasámoa o an(iqnisaimo souto td^ cnn-
tanbairos» queé propriedade de a. ax.% e^an
píncaro mais elevado da aerra deparámos
com a soUtacix ermid.% e coni sen naquilo
craaeiro. . . . ,
Junto Á ermida, ajoell^da n*nm loseo ito-
gr^n ip pedra» • cfm a olhar fito analtar»
que se via através das grades de peqpin
Janella» estava em eraçao uma rude monta-
nbexa. Kra o nnieo ser humano, qUe «ntea
da nossa chegada anhnava aquéllaa aacaivn-
das serranias» completando assim tio gran-
dioso quadro de «greste paicagem.*
Subiiatnente, e quando menos aer na|tar%
fygfresenta-ae ao viajante deslumbrado ^ es-
pectáculo mais eapantosQ qú^ ^ nossa ima-
ginaçao pôde cr^arl . , .
Nem.o panorama q)ae.se.obsei:fa :4ni an*
ruchéos mais elevados do paço acaatnUado
de Cintra, nem os vastíssimos horispntea que
se descertioain da Cruz Alta, do Bussaeo^ dsi-
.aam ao Walante n profunda Impgeaaia ^ne
nea giavon » impenema perspeeiiva4'«|i|a^
lepontow Mãe teasa» palavras pomienlaen
4esctipQio« .
nDenmlado^ o sAtyanm a^ua-nio aunh^
^ a téff o Aando; de^ ontrs^ oasapaliacMi
^ e .no hafiMMtfe^.geUÉiniflMnla
<>>sabifte<q>
dro, as cordilheiraa da aerra de Alvaj^^mns^
a da sérrt dá Bsurella e bbtrasl
brlL Unia rapina depressão do aolo, nos dei-
xa Tér o ftiodo valle em quão Zêzere ee dea-
Jisa; poréfn maia proxlnH» do leito do rio, a
n^otaoba cortada a pique, noe eicoide o seu
4or8o. Mal se ouve o long inquo mormorio
da agna, e o vago do ioaoiulavel abysoio;
imprime tal sentimento de espanto, de admi*
nçSo, que nao p<)de Jostamenta réíerir-se.
A montapKia Ãronteira» de rocha ylTa n'a-
^^lle ponto, ^ cortada perpiAdlcularmente^
.«coroada por v^ta e fértil planície^ onde al-
vejam os campanários de Pedrógão Grande.
Ahi nos diimorámos extasiados até mnito
4epoí8 do occaso, sentados nos penedos da
montapha, oiivindo attentameíue a historia
4# orna forrería do corregedor Mascarenhas
4e Tbomar, acontecida em 1833, contra o
íT^ Qneiroz, nosso hospede, qoa era onar-
xa4or* • Gomo é um Cacto histórico» nlp r9-
aistimos a tentação de o referir, pela còr>lQ*
cal AaqnQ.foi revestida a narracio. Eis o
eâao:
. Aç^va-se em Pedrógão Grande .o cerre-
fedor de Thomar, Masearenhaa, famigerado
ptlÊ^ sna cmaldade e prepotências» acompa-
nhado de. sessenta homens de eavaUo. De-
jísis de haver saqneadô e queimado algu-
mas qasas de llberaes,^ constou em Pedrógão
J^neoo que elle tencionava dirigír«se ahi
para. cortar as orelhas ao Queiroi^ de Pedro-
1^, como elle dizia, e como haviam feito ao
4efgracado eapiâo-niór da GolJegã» q/oa foi
Ifpisidado por aquelles canihaes.
. P sr. Queiroz, tinha disposto a sua gen-
te^ emboscada por entre os harrocaes e ff a,-
gai' da margem esquerda do rio, com or-
4im de nio Isaecem fogo senão quando os
<)ontrários se achassem reunidos no fundo
do valie. sobr0 a ponte.
. Os homi^ do. corregedor, desfiUavam a
um de fundo pela perigosíssima vereda que
ent|94havi;t na montanha fronteira, fuando
tm úr^ partido dp lado de Pedrogio Pequcr
nivferiiul<i^ um.sargentOy oa.bz debandar, a
lodois» que eníi fuga predpitiMiA^ dasçan:
taiMi eop^.Aliwyaier^ ,
Sn lôdo jo tempo das .noa-
.saa dasgra$adaa guerras civis»
houve iexcessos»pre{potençias
um
m^
etriases, .tantp praticados pe*
los realistas, como pelos iib^-
jjfef, que todos fizeram o /Ejue
po^íãram, para desacreditar o
seu partido. Não sei se o facto
relatado no texto é falso, ver-
dadeiro, ou alterado. Bm todo
b etao, váe á responsabilidade
do sr. E. L.
Com arfrstas recordares de tSò teorea-
tifa Jornada, eonservamos outra nio menos
grata, como é a lembrança immorredoura
do affavel acolhimento que recebemos dos
srs. Hjfglno Otto de Queiroz e MHlo, e
Eduardo Leitão de Metlo Queiroz; a quem,
etú nome de todos os nossos amigos que nos
acompanharam, d*aqui dirigimos os mais
coriiaes e sinceros agradecimentos.
Teve até 1835, juix de (óra, que o era
também de Figueiró dos Vinhos.
Houve aqiú tmia grande fabrica de ópti-
mo ferro, extrahido de uma mina próxi-
ma.
No aHDStelro da lux, da ordem doa pre-
gadores (iominieos) fbi oowvedttial, e ooern-
veu a maior parte das s«a» obvasi o sahiae
vtrmoeo frei Luís de €lranada. |i.*VQl^i>af.
301; dol. 1.^)
Para esta èeeupação, eseollléra utn riUa
no fim da eérea, ao sopé da um grande pe-
nedo, kuttineiite aos lleiís4losy qm aqui
mesmo se )uttiam, perdei*) o Pêra ^ aeu
nome.
Ainda a esta sítio se dá o nomadgiPMi^-
do 4o €^WMia.
H» penedo w ««hou a isguime ^inseri*
pçlo:
tnmnoimstA^
UfWVA CMilf , .
nONA CiBLBSTIA.
Supponho que n'este mesmg ailio» /PH A
ponea distaqc^a» hopve wi. mosteiro hepe-
dietiBo antiqq^n^nio, pois no forjfd dç Fi-
gpeiri A^ Vinhos, de U7% (Mlapdo.dasdi-
irisSiosi pelo )ado^pe coi^flna.pomPç^rqgam
m
mi
thhakíriõÃê Águia, ètMêiU ás cabeças de
Itttàatis, ele. •"'"'*
Vése tfOiè hottte ál^iif * Yib mosteiro da
Affuia, qae úeá&tíin liibKjltdf menciona.
. Vamos agoi*;». ^plic^r. ji jjjàfr^DDba do bom
Jiigael m(^.(jia Ai|4ra^dy^£om respeito aos
Petramos. ■ .\» r.
. . Q^^^ á divina gf nealogl^, 4* ^upelle ce-
lebr^iiComne^df^clor-^mór^ é mel)ipr,4fiúalo
^ »
1 . .
Pedjegam Grande» é cojn e^t)|to QBia mi-
?aafiào ami^Usím^ ^ cfm çer^za baUUar
d;^pe|os ronupgs» qpe approveiUtram a aua
amipeote. poaiçã0|, por ser de lajeil defeza;
visto estar íaodada no come da alt^ wra
do sen nome, correndo-lhe ao sopé os rios;
Zêzere e Pêra-j^ e j^of ter a N.p., e apenas a |
4!t kiiometros dè dislanèia, a eidade de
Thomar— antiga' Nabancla, onde' os roma-
nos tínbám também am'forte'castenD.
< • •
»
4^fiiiido o i»d«to Ca0raUiQ,'Mt pttrieios
fowmos^ dâ UmtàsL Petrmám loitia o« Inn-
^Mikres d*efliá vitt% â qiMil4lei«m • ji«aa
ét Pãremàk <6io- eitet oa laM PilmiiiM
Grandes e Petrainios Pequenos; te Aodn-
éi^ dtadidarea^oa doia- Fedrifies») .
'PatMDlerAuáament» eattapinuiff^ por
•er UD» afaifi,' •fbraiio.d''MviM;4a ^rUii^
eiodoiMbem fetoaroMim» tteham p«r
insignia ama agoia, que escnlpiam em to*
de^.^aiaew «MoiipMNita^ ^ çiuísmm oa
bordavam em todas as saas bfcidejraa*
taKiapWfiMilas tcMi Mmp^dA Ifaiailia,
entre christãos e monros, soffrea tão lepe*
tidos saqaes e rniias, que se despovoou, &•
eando deserta mHAUÍ, mv que. eomo Já
disse, D. Affons^HeHKiqMi (& den a ^en fi-
Ibo natoral. D.* PeOto Áífeitto (4.* voU pag.
363, eol. i.*) qâe a^povood entio.
Ha na villa sete ermidas, entre piblleas e
Mtleotttek. • ^^' ';
i)r setis àrràbaMês VSà Mrnmo^e tMd^
reècbíi, -pêlos TrbndoiKis arvtfrtlàoÉ b riiMff»
hídaâí pebédtás qcnr le èsttndeM ^ «Acot-
h Va téiti; petiMí difliélMM vaflM ^e oi
dois rttfs bimbam e Ibtttlbam; e i|iela*grait<'
Pm
de qAabtldadé dé fònteb <àiba^ IMO)* qne tm
á freseurii de ^mas cfyscalfaas afgua^' anièí-
nftam estes iíilleíV ' ' ^ "
òWstefro (k ÍKttsa Sbfilíora aa luz; da
ordem dè 8. fioínfngos, a ihis l:£lDO metfto
dávillâ, está' edilteâda na parte mkiá íngre-
me e dickbrtfsàdá sertã, éfatrd abrãptas^-
neáãs, perpendicidares, ao llézere, sobre r^
qual parécénk [iroxifflas a áésjiènhâT^Be, as-
sim eomo 03 nmbrolios ifvoíreâoâ qaé o% al-
ternam; rogíndp me^dbnbòmeDtd ao fafado,^
rfo fremente, correndo arrebatado pof ixdrt
penhascos. ' , • '• » •
Xáaqni bavia uma ermida anfiqtdssi-
iiía, de Nosto Senhora da Xnz. ToÍ fándâdo
(o morteiro) por D. Brites LeitOa, natnrad
aVsta villa è a instancias âe mn tr^de do-
mlnléo, sen paretite; pelo qúÁ os Léi(8és 3e
Pedrdgkm Grande, ficaram setido p&ídroéirt»
àà 'mosteiro. Consthiiaso enirè 'iín i
' A 'antiga capetia flcoa aenAo 0itr4^.^
mobteiro, até qne em 1860, sendo vigâAo
frei âidiSò de Satifa Iforiá, se cón^frmb a
eitrejo acina!. '"' ... . f ; . -
nra esta obra èoncòn^ea l(aptfaUi|^
de Andrade (dafeimllfa: dafrindadoí^a^Wn^
do-lbe boas prépriedades; e a rainha^ lyH^
tbarina, vinva de D. João Ití, a rogo"de1|^
Lniz de firanada, den uma esmola dè j!^
erozados, e ontres devotos da vfRa^tátxMM
deram Ws esmolas: ■ ' i
' 'Bntto se ami^Hou o editlcio '^do-^ttH
qne passos a ser i»tlòrado, sendo nèk m*
riièfro brfor, o padre* frei Antonfó tfexia»
ria. - "' • ' '*■'•' *^'
•r ' . ' : .VMM* .: ,"í. 1. hl* ^''.'í
Otmltorio d'éáte'oMe(ffio,'«'no ffiinb
abiifadami&shnò ek todo^ dl itenei^^ sjfli'
colas do nosso clima, e tfále iqb criá |[f sHt-
de abundância de gadb de ítíài' M^'^*
dade; -* ' ''^ "•"'
' M dTssé qútf, inf (tàabtoòslK)^^ iiiWéH
roíi^l^fs tinham k suá cOrté eth t!òiin«i^,#
bham ' iqtil còm ibulra V^p^úiXi, Mt
^destiác^dai • •' ••• "; ''^^^ •'•'•';"^
Hoje, qne tem desapflafeêfdb^taAíRcfffíi^
4bès éWtks,' fratifbriWatbdose em cam-
pos, Jl úlò batàmsl^ rii^leonio antiga-
mente; efatfitanto, ainda 6 1) "ierritorio mito
dw.Vdè hékt qualidade; Mto do i^M'
mo do ehao. * * ^
Os dois rios também lhe foraeeem sabo*
tiêá ^it^y kihdá Cfâé poneo. " • ^
A(^ O. d^ \illa; €f próximo a Àlé, é^tãí^ttm
ítíòítíè pyrámidal, Mrêádo da niiiatiifúMlha
tfUvienaría, lio tado Ú6 B.;e tendia poi^ for
tisaima defeza, do 0^ altos roobejiAs ii prn-
ttto^ WMre t) Zéèere^ ^e aeeéssd tmpptfssi-
' A^léto dé eeHo os rdstot desama íbrtale^-
A ' ttiiííitel, de tempos reinèthi^lddÉ. ' '
' 'O 'tíMite é (brmado de aléantiHite |lé-
tteíHás; pofém tooM è-bkstuitè trtuntda, p<yf
éMi^ os fn^édos iMeem e prõspãràái ar-
vores frohdosá^, giéslSar (bnmea^^e anuirei^
!as)^^MMes6as, lofirè!r(M, azei^éim^ttti^ta,
IdebAdl, 'ttmnâttiBho, Mètiksi tri^feluaes* is
feíratid^vátfMàde dé Horéssirveáti^ o qúò
lèiteá \M(e títbèifò sobremidolbrttfeso e pit^
ÚtéÉèo: -' ' • -' ,- - '«^-^ ^
^ I^to>pd9ootitèfrò;eBtiédffleáaaá!j[>oetieà
htefdht'(em mioad) àeí^í:^^ SÍmhffrdúôs Mi-
lagres, de cujo sitie se desfraeta om TaSt&hfmo
€|déliciôso paiioràdia,'éaiiiJédonhaproAuidi
dade dò 'Zécsref^seadò a ^atra margem for*
ttiàdaí líkitibâÉíipofiia ttc^te^alpestre, qua-
m^Sb aKò eomo o da Genitora dos Mila-
' iKldmdo W címTas átlgméátam o Tolame
das aguas do rio, o sen Cefrifico fragor, de-
MleAdo^se èotíih t»k r(>6faÍ»dos que eneon-
trif dá stiâ fmpetitdsã 'edr^BAtè, ouve-se a ai-
gbmas légtiia dé diMadeU y
Irafbb^tt d*aqtti sé têf k^ákosa ponte do
Oifiril;'q|Wè ihe tkà ii& sopé; ■% qae com um
Í6 Ú^Mie iS maAros Ub 4l(H--abraiige to-
tó'o 44ô^'teiidò Ae eádà fedbr^m areomai»
pequeno, pòr ottdêf Éò 'èm'fóÉnpo de cbeias
tbMáúkg^ , ^^* '"'^
' Cbdsiá ^t ttadteçlè que^èsái èájtekií Un-
dt'é'*teiis iMéa db xmt 9ii«tíii^i% dâ
IM;'è W 4idafiM ' W^pÂi^líái I; títno
a^dnla^ de Má eáfíií^ciM|*b "TO* UMurnoiiB.
Apesar' dírHerHti^l ésMftolldidé dò M^
mb,^fBè áMiáfr ^Mots iiHúit i^Ulíáàsk'
wikêk WftrtwdbNòsiiB^Dhòrá dnlIíiWíMI!
14»
4M
mí9
I M \ * * \
páá tiluile dóto^i» «de MeeihuagMi.
^ Piara á «íiiglt éfVfiflío ^rè es terinès^ dè
Pedrógão Grande e Figueiró dos Vlíihos; vf^
de Toí 3>; frsf i IW, eol: «.* • ' ' '
níimoCKftÉ RQUEMO (áutlfámetitê, ffi.
DáOMUi È(y GlliTO, òtt PEBMGáll M
PRIORADO — viila, Beira-Bitx^ éomatea %
eoocsibo da Certan, d^onde dista i2 kilome-
ti^os-aòN., toWCbUnbi^à, iWáô^RlKtf. de
Lb^bòèu ' * '''..'..•
"Tfem-380 tegoi; '^ ' ' ' ^
'BÉi-1757(ldlia(IWM§:'
Orá|íÒ4 S: Ji^ê Bflffktíèia.
' DfáMbltf àdibfehftr^.» de Gasfelle^Bi^aie».
È dò g^oí^^prioh^do^ràce. adn»io áo
pafribrtMdòL > ' *
' O l^i/ríúfidQ^ Chíto, §èiilk)r dodafáí^ié
d*esu villa, bpftssébfaVa ò ^IgaVlo, qtíe iibhH
i20 alqueires de trigo, 60 almudes de vinbo,
fímk earga~déf<uva^r^ doi§"càntBh>^ de
ailertb e «ISM^réfs eni' didbeífà.
S poVeá^MíClqdisâiâia. <
MSb tdé eoDòta q«re UVesse fcfrkí tellio. '
D. IkautfcH Ibé deti tòf^l, ^fmLhboa, a A
dé èíOébtô ilá48Í3: (£;« di» /bi^^ «odos" Víe^
Betro, fl. 94 y^ eol. !•)
f r .► • j
feáítà a tflia situada túk um pHitd, j^rò^Amò
da esitiHtda do Zésere, é da íatnòsa }MH^^ do
CóMI, ^oa^i má lh»ntè de Pefdreiíam^Gran*
d< e é titti das mais bonitas er íodUftríaéb
da profiodi, e^mà dbs i2'tfll^ do gHld-
priorado áf^QhM. -'^ ' ^
Òbnsta que fbKftmdada pelo«6èsiil írobu-
no,' Aule GuHelt», fOO-aanei átitrt de hma»-
CUfisto. Ds ársbes a lomiram, a 4'd^agii^sta
Am f i^, e 9. Mdnst^ IVU fèsgâteh do ifedéÉ*
d^^ei, étà 19'de ttiarço de IMd.
Apeur de peqteni^ tein «villá'* sgMas^
ásndè a mAl^ á ttafr Is; S. Mft' Baptliu.
As outras sSo •^'Scnifetdradà Cònflati^, tte«
nbo^a êHMUatàcíà; & Patfttudo, Bktite AUi^
tonio, e S. Sebastião. " '*
l^tre^eM tittá è^ <è^dh>gknr^éde,
S(*rè' f^MléÉêh^* k*k lançada à ftniòsa
e adtita>MÍI tfi^VdMff; ioda de éattt*ta ik
eéift frái itfòdá TetaVi^l dé fltferi,^ êM
muito bem eonserrada. *'' '*
O governo mandou faier» em 1800, uma
eilrM^' da fUtílt eka poble, pMs d^dtes
1 tMIlièpcfélivel ttstt*^ èsié itijéetoi ád»
/l
m
iw
tcavaUb.
Foi esu villa eabega de vm ^kiniMiinp
eoteelbo, s^pprimido iefoH dAÍ83k^Tfaiha
gamara, Jiijs ordínarkv f açoa ^jíaifitífM,
a reapecUvoa aserivaei»
A Misfrioprdia-e aeu hoafjul, tem «vai*
Udoa fandos e capitães mntaados; poróia
as péssimas administrações t|iie qoasi sem-
pre tem tído, team ^iesip^io a niai^r parte
d'isto; e o que resta, luía tem a appficacâo
«00 reiigioaamente dam ter« em beoeflcio
4a pobreza» coaao mandoo o benemérito
bemfeitor qne lhe legoa essas mulas^ Havia
naito qae diaer a este respeito; mas naò
aio causas próprias d'esu obra
A distancia de uns iMO metros ao If * V*
4a Tiila, no p^nto maia alto fia aerra flae ibe
fica sobranceira^se Té a eii|pella da Noua Se-
nhora da QmfiançOf qoe serre de CalvmriOy
9at isso também Iba chamam «(^a/to 4o Gol-
wrio, e aqai termina a f pqeiasia ioíi.Paa*
$os, na quaresma.
Fica esta ermida imminente ao Zêzere, e
está eercad^ de firondopo irvored^^ f ili^esire,
^ue H^am o sitio (reicp e delicioaq no xf^
iao,.D*àqui ae descobrem apoitas Tiílaa, c<h
ma aio — Pedropm Grande, Figueiró dos
yjnbos, Avegai^ Certap, Alraro» Alvar^
Dornes, Yilla de Rei, e OQ]^.poToaç5ttk
. A çapelb ó muila bopiía i| taoi traa aUa-
xes. No alur-m6iv está o $enliorisfàcificado»
O íqndador da çapella» foi um vigstfiQ
4*esta tills, cbamad^. Joio 4a QosU; maa
não se sabe. finando a mandoa. ^di0car, a t6
ae aaboi «ua f muito aptifa.
. Ji'esia ennida 4ia .«pa prui Ae. jralíquia^
eittre eilas, uma do SofUalMko, que ae ei^
põe âadoraçio pubiica, no diidp SanU^Crai
(3 de maio).
4 faata. da Seoboni da Confiança, é Isitâ
a 8 de ^tembro, dia da aua Na;i|^4id^ a i
4m JD^om romariaa d*eatas aitios;. for^
Ifr^iíiia .guasi sempre por grandes ^e^or^
4ens. . .
. Uta&-ae esta tí1|s, 4e ser ia patroa d§ ^n*
Gnforio Iieitio^ |avea e w^^f^f^
nheeido.
Ha aqui uma antiga ^^Mf^, qasb q^ m
a^mitice, 4e?e aer uo^n. Ê a a«sgninta:
Mo dia de S. Joio BapUau, orago da pi-
rochia, ba.uqu pompesa /Ti^ta no Santo fn-
Cfirs9ry |]^ egnga matrii;.
j Antes da missa, ^irigequ-ae ao altar-mór
sete labregos, ridiculamente Teatidos: oa
d*elles tem umi^ eorO^ na cal>eca, na fia
direita uif» espada íerru^^e^ta, e nf esq^sr-
d#i ^m broquel— é o rei. Duia tocam riéU;
dois, pandeiro; a dois levam thjrrsos etifei-
tados .de craTos, Cbâmarse n eau farça iiiir-
lesea ^ ou grutesca.7^ a Mouriãca.
Dançam oírca damfia^hora^ umm com
que allea lá entendem; e, çuand^ o m já
está farta de ae dar eop esp^kct^cialf^ ís^iubi
piriuét^ dá. uma pancada jçom o espad^
no escudo, o que quer dizer — Cest jbiilii
ç<mlrei0níf-^p diz, em ^toa berros— Ftsi
omeu*cimpad^ S.Wot-^D"^ Tão piras
taberna.
Ti)inos ainda baatantei d'ei-
p taa naapfas antigas, sokreaip-
dp ridiqUfa (^aljgumaa alé ift*
cbos e as anctondades» moitas
teçm feito acabai^iiiai^ 4^ io-
das- ■
Os e^traogaín^ poçi^^v ffi*
4^ ^ semtlbante fesp«i(o 901
teeqi a^laofar eo^ roatQ-<ai
. B^pa«M»Vlft.Fransv,paIft-
^ glaterra,n|iiaiiiv4)}^.A|ki;a'
, . ^. dH íto, ate, ããt^ tanben
. . Iva ipi|itM d'estaa ,aniigii •
grnteac^ Ufanças.
PEDROIÇOS— formosa efkl^(á9'd^. bsab9^
sobre a direita d^i Ttj«^. oâ íreguezja a M-
çelba de^Beleoi, aqjt^ivbias e ao^ p^fi^ f^i^
. A fuf d^(a 4a P^roff()i^i p pniloiiP'
m^^.dania do^ l|ofl9h$accesso, %f^^
i»l^^ 4%T<jo» €liw-ae ml^^Jtf^
dro\g(CM^ booita ijovoa^i^ we ocia Afatia-
da, aituada em terreuo plane, e pareedado
I < :L'
i.
9^
doa iailhoa é eonèo^ridtssíaa, nló aé ^r
fátoiliaa de Lisboa, eedso uníbem daa pro*
viDciaa, e dos seus arredores ba boas e fòr-
moaaa qníDtaa.
É também notaTel éata poYoaçSo, poram
esbelto e rico roonamento» eoDStmido no
prfDfipío do seeQlo XVI -^ a torra de & ti
eeate de Betem, formoso e^peeSiínen da ar-
cbiteetara militar gothÍeo*fIorída.
Còfiéorrem para o aformoseamênto dePe-
Arôlços, o el<»gante ehafaria, modeniamedte
construído/ e as <)tiiotas dós srs. manfoezes
da Ribeira-Graode, e a dos srs. dnquea do^
Gadatal.' A primeira é petinetta, mas mni-
to betii arborlsada, eom nmá fiHá bobre no^
ifàeèMtro do Jardim. Foi fundada pela piih
ceiái O. Haf ia Bèoedicta, irman de D. Ha-
ria I, e yxnrk do prineipè D. José. fot soa
morte, doen-a esta senhora, á eoíidessa da
BiBeira-Orandé, avó do aetuai eoadé dò mes^
mò licnlo. A si^gUDda, era a priflcfpal resi-
dência da nobilíssima famiffa dtieal, do Ca-
daval, depois qae o terramoto tfa 17S5 lhe
arruiivoa' o sen pelado, da ealçada do da*
gné, Junto àiiRiièio, e do qual ainda existe
parte, dentro de am pateo, á entrada N. da
roa do Priueip<^, onde esta a Reai Associa^
ção deAgricíêltura Pòrtugueza. A quiiita (de
Pedroiços) é grande e beila, pelos frondosos
arvoredos que a ^rtiarnecem, e pelas exten-
sas e largas ruas qoe a eortam.' Bsti em^fór-'
mosa situação, pois, principiando na extre-'
midade occidental de Pedroiços, se esteoée
em terreno plano, até terminar na margem
esquerda do rio, ou ribeira, d'Algé8. < (Vide
toí. I \ pag. H7, col. !.•, no principio.)
O palacfo, oa casa de campo, pertencente
a esta quinta, não é de grande magniOcen'
< Bn 3a de março de 1874, foi an^msila*
da^ eai irila<i judiejal, a muM 4a Fri/mno^
em Pt-droiço^. Esiav;! ^Áyaliadaem 9 eimtos
de réM, mas o sr. Guimarães, director da
•ouipanbia dos camiu1ir»!i d*^ ferro amtirica-
nos; deu |ior elU, 16:«eQiM09 réis. He «mv-
m^ dia, UA arri^matadu ;^>c^mui1 eomigoo a
esu quinta. Es^tava avaliada jem 3 conios dA
réis, e a casa Cadaval Héoa eom elie por 6
eontoa.
M
541
cia, ou exlristnada grandeza, ape^r de ser
melhorado, pelos annos de 1740, por oeeá*
síSo do casamento do duque, D. Luix de Mel-
lo,, com V. Luirâ, Ilha Té^tnada de D. Pe-
dro II.— EMi o palach) (iercado de bosques,
que quaai o escondem inteiramente, menoa
para O.
D. loao V, veio passar a primavera do an-
no de I71S n'esta linda residência.
No principio db século XVni, ainda em
Pedroiços nio havia sen2o 23 casas, e todas
de humilde fabrica. A tírcumstancia de ter^
módã y\t tomar banhos para aqui, deve a
povoaçSo todo o íeu desinvohimento e tne-
Iboramentos.
De Pedroiiçòè continua a estrada para S.
José de Biba-Miar, qtiasi sempre guarnecida
de quintas e éasas de campo.
As mais povdações que estaneeiam n'es-
teá sitios, sobre a margem direita do Tejo,
vão nos logares competentes.
No dia 18 de dezembro de i80S, convidou
Pedro José da Silva, rico negociante da pra-
ça de Lisboa, ao nosso famoso pintor, Do<*
mingos António de Sequeira (4.* vol., pag.
ddd, col. 2."); para hir jantar com o marques
de Marialva, na quhUa da Praia, em Pedroi-
ços. Pelas 7 ou 8 horas da noite, retlrando-
80 Sequeira para a sua casa de Belém, foi
itacado por três soldados de cavallaria 4,
4ue o espancaram e prenderam á ordem do
peneirai, sendo conduzido ao corpo da guar-
da d*Squene regimento,^ d'a]Ii mandado para
'o'quarlei da Luz, onde esteve até 18 de ja-
rieiródé 1809, sendo b^esse dia transferida
para o Limoeiro. Foi julgado pelo tribunal
ou juízo da inconfidência, e por elle absol-
vido; e o soldado que o maltratara, foi cas-
tigado.
Atiribuiram«lhe 5 crimes:— i.*, de fatiar
com inãêcencia, do príncipe regente — de-
pois, D. Juao VI;— !•, de prntar uma alle^
{foria dfUcada a Junot, deprimindo a nação
portvgufza;— 3.*, ter feito casa de pintura,
da tala do docel do paUuio da Ajuda;— ht.\
ter consentiéo que entrasse um cavallo em
uma casa dó mesmo pakusio; -— e 6.% Mal-
meiie^ -^ str jacobino.
FowB te«(eim»ba9 cof fn. (d^ irat toi*
liMme)) ^, Co«t4, aiifhiiaeu), plptor e n^-.
chi«iiUk-^ Arcluuif^cila P^ebiiú, oiBS(re da
pIoUKa flOfiafifKeJp.. Pedro CafkH|-Te Bar-
tkolumea AiMonio Galâ(«, pjuyor te oaa^
real. . , ^ ,
To4o^ M crimes iitrilmidot it^Seqweira,
liDham ua94> tal pa qual appjarenqi^ 4e ver*
dade.
l.««i-BUe,yfx>na oNútoe s^a^ portQ(0()ses
verdadeiros paitiotaa, murmaravaoi por D^
João piv fugido com a íSamilia real para o
Braaili abaodonaiulo a nação á voracidade
e ao jugo 010Í0090 de Jonot e dost eeos.
1« — £ verdade ^ne Sequeira eataJraiu).
Porto, qjDandoJttOot entrou eiu UhIioi^ a 30
4e noveo)bro de i8Q7, e quer.«e velo apre<
sentar a elia, logo efp 16 de jai^lro de I808|
mas dii Sequeira qv^|oi ebfigadp. Confessa
«Ue profirio^ poréui» que logo na^primeiraen*
4reviêta pedira a Jti^not dois nunfes ,de or4$-
fUído que se lhe deviam»
Dif Sequeira, que imuti llie viflndou pin*
tar um quadro aU^goríco do estado- actnali
(d'eiitàu) de Li^a» para o qual o nes|iv>
Junot d^u o assumpto escripto peloéeu pro»
prio putflio, e teve a modéstia- de eredígír
nos it^rwos segi^iijiea— 145^0, n9o teme\/B a
tua sorte^ um heroefl) te protege; tj^ndo te
en9ia este guerreiro iniçicto^ piMídenle e jus-
to^ííll), Lembra-te suas vuUoria^f pqr toda
a parte conseguidas, os perigos e trabalbos
que leve para a tu» felicidade. E o seugo*
vemo, soiio e prudenfe, do qual já tens r^-
periencia^ cuidadoso da tua ventura, prepq-,
ra^ para aqueUes que o merecereni prémios
dísqueo heroe lhe cpnfum a distribuição. Já
IVeptano tresne ao jospeeto do Marte fuim-
mante^ (Nepinno era a Inglaterra t)
diade ir-a^iafir.CeDip e Mjiaann^ ayma.
doosaiif^ieyiidireGs^ aa «mp^ •asfecs-
dei^te. .Â^ :l«^ge^ M«rtt» despedindo rm
coiura N6Rtun^:,Na pMHUsbra, aalteta
d§.iuiiql,i i> fCej^> a WLyioe* çom toadeín
ruasap
«SiiciUiraAanliat*
í'
.#i»>S€Kq|ie Sequeira/nistaroQ oat tiata^
eerta^iPffi^ corrosiva, qj^% fazU desapjmw-
cer a pintuirai piasado poaeo leoEupe.
9^tr9s disem que o piotor, asaim qne es
f^ancetes retiraram, apagara aa flgnraaqai
offendiam a honra da familia real e doi
portogneaes.
Poese eon)o foase^ o tal quadro d^sappa*
r€|ceiv e n|aguqfn. sabe como, nen» i^asoda.
■O, sr. n^arquea de Sousa teip um quadrft
Qshaç^do por Sequeirai eoa 'louyor ^ /A-
npt(que aqueUe denomíoamcr^n^d* A^rtia-
tes) mas é n^qito differente dQ outro, a ai-
ida temi de criminoso, sonao pra^oderin-
mort^lísar im^ chefe de bandido^ que taa-
tasdfsgraçaa cansaram a eale reino.
d.«--8eqpeira d^ffnden-se a eete.arlin
disiindo qpe pedira para que IbecedfSieu
una quart Ji^ ao pago do Pclfp das Vateu;
porém o intruso intendente (o Jacobino &r-
man) o mandou trabalhar na aala do docel»
por ultraje «ao rei de Portugal a aos sem
súbditos. '
. Sequeira allegou qiie pedira para se ti-
rar d>llt o.docelt nas que o guarda nao
consentiu.
. 4.*-^Defendeu-se o reu, alt^^gando qn^ s
jaopbino Constant, ma)or de um ^egimeoto
de cavallaria (ranceza,.quiz queel)e4) re*
tratasse encostado ao cavallo, e» comp as
vestíbulo bavia muito sol, o i;òri§ofk a sa-
(Tamanha enfiada de eharlataniees,.AeiQ'}'trar para um dos quartos do paço
sa com menta)
. Sequeira pintou o quadro (ou, pelo me-
nos, esbiȍ<m*(i) e vMhiu uma pintura: tao
pedani^acai láo ca^ríí^u como «o assum-
pta
Ifisboa, estava s^^ptada, eim altitude tri^-
te^ it^pamda p la Rt-iigiao e /o Génio de \ Attoni6 Maria do3 Santos Agard.
Portugal. Junot, pegava^lbe na mao, em ac*
5.*— Pinalmente, allegou que fui stjmprs
leal paiBíota, e a quetni «m ieévoc drt K'
cdtfhkM, ;A)Í «oàgiék) por elt^s,'0 tovà iw0
de erueis toffrimentus, etcj etc.
I
<fift «a PediMiçae, ama óptima fabrirn
dè ^rttirnes; da qual é )iro|^nf tart(H o '«;
hjypdrQCDOí; çwdQ se taem effeotaado. hxi\
ihaotes^ corridas de cavalloi. -
rCD|l0S0-7(re|a9zU, DourO|. concebo e
iO kiiometroi a» E^.E. da Vilk Kov^ de
Gai^y çomarcai 4^8t9cta ado\iQÍ8traUvo, bis-
pado, e iO kílometros ao S.E. do Porto, 300
90^ K de Lisboa.
Tem i;iOO fogos^
Em 1757 lífbf 429 fogos.
<)r^go, &.Pie4rOp apostolo.
O real padro^i^Q ^jesentava o reitor, qae
tinha 40^000 réis e o pó de alt^i. •
}$' oma das mais autigas paioefaias de
{^oriogal, e ío\ . yiJla a couto do mosteiro^
eQfí[i,caipar^ q jostiças próprias.
Pai D. AfiToQflo Henriques qqe o coutou, em
li28, por 700 libfas, que o mosteiro Ibe
E' n'esta freguesia a grande a b^ni^i po-
v()a(^ dos Carvalhos. (VoL 2.% pag. i37,
à>k 2.% 00 fiof.)
A,egreja matriz, de arcbiteetnra gotbica»
é aoUquissima e foi a egreja do mos-
teíTQr
fm
m
>s
o território doesta tregnezia, posto que
bastante accidentado, é íertiL em todos os
géneros agrícolas do pai^ o sen clima mui-
to ^odaveiyr e tem sities muito formo-
sos.
Àl<^m de ser muito populosa, oecnpa uma
âreia muito vasta, chegando pelo N. até per-
to da margem esquerda do 0ouro*-pelo S.
até alem da estrada real, de Lisboa ao Por-
to. Parte do E., com a freguezia do Olival,
e pelo O. coin a de Ganellas,
Opiosteíro, duplex, benedictino, de Pe-
droso» um dos roais ricos e, (arnosos de Por-
tuga, f(M fundado nos fiçs do secnlo IX, por
£ro e sua mulher, Adosinda, pães 4o (arno-
so eapitào Gondosindo <ou Gundeziado) Soei-
ro| avós de Adooorigo GooçaWes do Maniel,
e bisavós de Adooorigo Gondoindes, e de
soa mqlher e prima, D.. Adosinda Bris.
Os fàfidaèjres, alem deGdndezkido Soef-*
ro, tiveraqi três; filhas;— D. Ermezinda» D.
Adozinda, e D. Frol (Flor.)
^Iia|K^^a, |)r Frol aMJada. Sfpts^ paes^ 1^
testamento, dividiam as suas .gr4ndefliri*
qneziis, em ciocó partes eguaea^dfrao»diMa
partes a Gondezigdo, a as ires ^ividir^m
egualmeote pelas filhas; porém ,a 8^* pi^rlei^
qujB pertencia a D^ Prol, a daarâm ao most
teiro que haviam fundado^ com a condição
*de sustentarem, vestirem e tratarem, çpm.
Tespejto e cariodio, esta senhora» em (quan-
to viva; e lhe fazerem os bei(s.d*alma e en-
terro, segunda .a,saa fsra^hia^, qu^indo fal-
leçesae; o que foi religíu»samenle cumpri-
do,, tanto .pelos iQonges, coAtQ peias frei-
ras..:
Acceitaram a doação e obrigaram-se ao
cumprimento d'a^qi^llas obrigações» o abl>AT
d^ D. De^rigo^e a^ahba4eesa, D« Elvira^ ,
Eram á;e8ta fámilia, p« Tbereza Feman-
des^ filha de D. Fernando Gonçalves do
Mamei e de D. Urraca GonçMves; e< prima
'germanf da D. Flâmula Honorígue^ filha,
dos ditoa A<j(onorigo Gondoindes a(D. Ado«
sinda Eris.
Anuella D. Thareza Fernandes, c^sou oom
D. Mendo Viegas de Souza, S."" senhor da
casa da Soo^a, e são os progenitores das
famílias dos legítimos Saua^y o mais nobre
appellido de Portugal^ procedente dosreia
godos de Hespauha, e que teve priucipioem,
Portugal, na pessoa d^D. Faiao Soares, (yi?
de Artifanm d4 Souza a PmafieL)
D. Mendo Viegas de Souza, ^ra filho da D.
Egas Gomes de Souza, um do^ princjpaes
fidalgos que acompanharam a eôrle de Dl.
Afl^nso VI àfi Leão, e depois, a do conda
D. Henrique, seu genro, e pae de D. AfTon-
80 Henríqjoes^ Foi o primeira, qvie tomou o
appellido- dOiSpuza.
Era fliho dç D. Gomes Echiguiz, adianta-
do de Portugal, nos reinados de D. Affun-
so iV e de seu filbo^ D. B^^.rmudo III, e— sa-
ígundo nos^de D. Godiuba Gooçalv''^ filha
^de D. Gopç^lo Mendes da Ma^a, o là^ai^^
,e, 4^ . sua miilher, D. Leonor Viegas iihii
;4o4{r;inde Egas Moniz— e segnndo ouiros*-^.
de D. Flâmula Gentina, filha de D. Gonçalo^
'Trastamires da Maia, avô do Lidador (o
Iqpa é 11^; ^ravaTel» segwtfa ^ ehnuqiio-
á
3M
m^
gto> 6 de D: Hêcis Rodrigaeê ((At (Sodinhes)
iltia <& tf Rodrig» Vermok.
D. Mendo Viegas de Soma, suecedea a
sen pae, nos prlneipios do gOTérno de D.
Affaiáo Heorfqnes, qae o nomeoa governa-
dor de todo o distrícU) de Santa Cmz da Vil-
laríça e do sen, entlo, importantissimo eas-
tello.
Foi companheiro corajoso e inseparável
do nosso 1.* rei
l^ve dois flthos e três filliaár
!.*— D. Gonçalo Mendes de Sonta, que lhe
snccedett— cognominado o Bom, 9.* senhor
da casa de Souza, valoroso capitão de D.
Aflòoso Henriques, que assistiu na batalha
de Ourique e outras muitas.
Casou com D. Urraca Sanches, filha;;de D.
Sancho Nunes de Barbosa, e da infanta, D.
Tbereza Affonso, condes de Cella-Nova, e
tiveram D. Mendo de Souza, cognominado
ê Souzõo.
2."-^D. Soeiro Mendes de Souza (que to*
mou o n^me de SoHro, em memoria de seu
7.* avô, D Soeiro Belfaguer, I.* senhor da
casa de Souza.)
Morreu solipiro; mas teve Uma íllha bas-
tarda, por nome, D. Maria Soares, que ca-
sou coro João Fernandes, de Riba-Vísella.
d.o^D. Oroanna Mendes de Souza, que
casou com D. Mendo Motíiz de Riba-Douro,
descendente e suecessor do famoso D. Egas
Moniz de Riba-Douro.
4/— D. Flâmula Mendes de Souza, que
casou com D. Gomes Mendes Gnedaon (ou
Guedas) troncos de nobilíssimas famílias, de
Portugal e Gastplla.
5.*— D. Urraca Mendes de Souza, que ca*
sou com D. Fafes Luz, um dos heroes qu^,
com o conde D. Henrique, vieram a Portu-
gal, em 1093, e foi seu alferes-mór.
Era rico homem, e trenco de multas fa-
mílias dos app^llidos Fafes e Godmbos, ho-
je qnasi extinctas umas, outras degenera-
das.
D. Mendo Viegas de Souza, faliecen em
1190, no mesmo anuo em que falleceQ a
rainha D. Thereza, mãe do nosso primeiro
rei.
OoBdezfaido (ou 6ondeieiido)SoeirO| filho
PÈB-
deBro edoAdozinda, MndaAiresdoiBoi»
teiro de Piedroso, easoa eom D. filidiBrqniai
Pala, filha do capitão Meodo GaCM-rrez, ali
sua esposa, D. Hermezioda, imno da rai-
nha D. Elvira, mulher de D. Ordcmbo H, de
Leão, e mãe de D. Ramiro II: (Vide Âmemi,
Caiu, Gaia, Lamas do M/amei e Mama.)
Entre os documentos qae existfraiD aié
1834 no cartório de Pedroso, se achava uoi
rd ou uwentario, feito em 1017.
Constava dos bens qite am parcfeolar ad«
quirio, quando D. Affosso lY, de \jíA%, le-
sidiu em Monte-Mór.
Este individuo, venden lego estes bens» a
D. Gonçalo, fiiho do conde, D. Meodo Loe^
que então era governador da Terra da Pd»
ra, e tinha do dito rei — regalen^o, et am-
dadu, $t mandamento tu rripa^Ãgata*
N*este rol vem também, ^metade do mes-
teiro de Cedarm (Cedrlm.)
Em outro inventario do nnesmo cartoi^
feito em 1050, se declaravam os b^ns que
adquiriu D. Gonçalo e sua mulher, D. Flâ-
mula, e entre estes bens e rendas, vem os
mosteiros de Sala, e de S. Julião, mtta-
de (de certo a outra) do mosteiro de Ceda-
rím—e metade da egreja de Recard3e$.
Em 1084 (documento de Pedroso) dee-
ram Trnctezindo Truetezindiz e seu fitln»
Pelagio Trueteziodiz, ao mosteiro de Fedro*
so, o togar de São Mamede.
Em I0S5 (documento de PMroso>dooo
Flâmula, filha de Honorigo, a este mosteiro^'
tudo o que tinha na viila de Atquoravim
(Alcorobim.)
Nas InqoifiqJks reaes, de D. Diniz I (II97>
se U—Disse, que o Casal de Soutêito, (fn
est de Pedroso, que est Èkmiaria d' SI iW»'
E hiraá entroviseada, e fazer msÊr
taria a El*Rn, quando os dumutrem. (Doe»
de Grí}ó.)
Vimos DO 5.* vol., pag. 442, col. i.*, que
1 Casal da Moaíaria, era aquelle cujos oo*
lonos pagavam foro de caça do monte: e
também os que eram obrigado.H a hir ss
monurlas, quando à ordem do rei fosM
bamados.
RBD
545
ds^iiQÍMigM 4e Lòhioíáa mèMA orâen) f<M
nm ttfNiM» do mq ono&fei^o» em -24 te
de Pedroso.
* OiíMOCIM, ipieiícaram^M» ao pipi Hòtto-
ritr HI^ d'é«u «xpnllio arlntrim, e alie a
anBQUoiv por %n feU» sêm seu beneplieit»;
nas esta annaliação em aâda melhorava a
flom ÉmyieiMOsos, aem ptejudlcata ^ eom»
primealo das ordeas de Di> Sanehe 1 «-^ fei
V» terdftdeirolaço^ armado aos frades, per*
qvli-^eoaliefteiido o maa eomponaflcieDilo
dTertesi anodoQ os tomar poese do moetci-
fo de Lorv2o. sob condição de— tomada el*
1% por asctorídade apesiolica—pela BMsma
toraariam a ser expulsos, e dislriboídos
pelos diversos mosteiros, benedictlnos do
Mino.
Bem sabia o peatiflee, ^e o sea breve,
era mais um castigo, do «lae om deferi*
Mento; pavém os frades, para etitarem se-
mellniito vergoii^ desístiiam da reecen-
pafiov e se deixaram distribair aates d^a**
quella bumilhante formalidade.
itesrãm pois em Pedroso somente as frei-
11% tom dois religiosos velboe ede boa vi^
da, para seus confessores e capellâes.
Em I30S, aigomas religiosas do mostenro
de Cemide, da mesma ordem (vol. l^ pag.
S37, coL i.*)^oao se sabe porqoe^sepala-
ram-se das saas companheiras, por benepla«
eito do papaBonifiscio VIII, e vieram viver
para o mosteiro de Pedroso, trazendo os ea-
saos e rendas qoe o mosteiro de Cemide ti*
nba na Terra da Feira.
Algnns escriptores, disem
qoe, sendo os frades distríbni'
dos por ontroe mosteiros» fi*
coa este abandonado pelo es-
paço de i02 annoe, ató qoe
em 130i o vieram liabitar al-
gumas das freiras de Ce*
mide.
A primeira versio paieee
mais plansivel.
Foi abbade commendalario doeste mostei-»
f% frei Pedro Julião, depois i84.* pontífice,
louniB VI
eon o nome de Joio XXL (Tol..l.% pnf.
m^ eol. %f)
Pelos amm de iS67, D. Hemriqne (depois
cardeal-rei) sendo regente, dnrante a mé^
neridade de sea sobrinho^ D. Sebaslilo I,
tendo fi^leddo o nltimo eommendatario de
PMlroso,!e pretendendo mnítos indivídnos ser
os legítimos herdeiros doesta commend»,
achoQ a occasião propicia (o cardeal) e sup-
primia o convento, ficando a egreja a ser
matriz da fregnezia, como sempre o ftra;
o mosteiro para resideneu do parocho, e a
eérca para passaes-^e todas as rendas e fó*
ros, para o collegio dos {esníCis de Coim-
bra.
Pela soppressão d'esta' ordem, em 1750, .
passaram aqaellas rendas para a coroa.
O infante D. Affonso (filho de D. Affon-
so U, e da rainha D. Urraca, filha de D. Af-
fonso VIU, de Castelia) havia casado em
França, eom Uathilde, condessa de Bolo-
nha.
Todos sabem os acontecimentos qae se
deram em 1246, com o infelia D. Sancho II
(o capéllo) e eom sua mnlher, D. Mecia Lo-
pes d*Baro (viava de D. Álvaro Peres da
Castro, e filha de Lopo Dias d'Haro, senhor
de Biscaia, e de D. Toda.) Vide Ourem,
Ò infante D. Affónso, frmão do rei, cha-
mado pelo clero, nobreza e por algum povo
de Portogal, vem para este reino* de qual
toma a regência, e, fallecendo o rei, em To-
ledo, a 4 de juDho de 1848, toma o titnlo
de rei, e foi o nosso D. Affonso III (o BoUh
nhex.)
Havia casado em França, com Máthildê,
condessa de Bolonha, da qoal nio houve fi-
lhos.
Foi um monarcha guerreiro e victorioso,
e cj^mlsâra os mouros, do Algarve, ajuda-
do do immortal D. Paio Peres Correia, mes-
tre da ordem de S. Thiago.
Nâo satisfeito de estar pacifico senhor de
Portugal, desde o Minho até ao Guadiana,
entra pela Andaluzia, conquistando aos
mouros, um vasto terfiirrio e algumas pra-
ças.
D. Affonso X, de Castelia, invejoso dos
33
S46
BfiD
im^9 trlotopbod, opp98-fl6 át^QnqnífU» r
(1253) porém esta contenda terminou pel*
casamento do rei portQgnez, com a prinee-
tt Di Britei llàa do monucha dafte-
UMhio«
Eite- oâsàmêbto .originou graveai.dèMf*^
dòos DO tmnOt que tedrminaratt avesse mes-
mo anuo da 1253, pela moEta <kMatbi^
de* ^".
• D* Fernão Inígo Lopes^ 3.* fiilio do ooi-i
de D. lãigo Lopesy veia para Boittagal, n»
séquito do spa parenta, a rainha D. Beatriz,
e D. AffonsQ III ih» deu, logo^oni i253, o se«^
DboriD de PedropOt '
Casou D. lõigo, com D. Guiomar Áffonso
da nézendei, o.aão o tronco da oobiliaaima
família de appetlido Mendonçai ,
(Para evitarmos repetições, vide vol. 4.%
pag. 44^ oel. 1/ eaegoi&teff— ^e Valli4e
Beis^ oade birá nina resumida biegrapftiift
do. penúltimo duque de* LouM^ oáMáo^ 6
de novembro de 1804, e faQeeido a. 24 de
junho de 1875.)
PEDROSO— vide €ammês e Eagtieita&,
; Pfimaso^tide Ave, rio, ' i . .
ÍSBROSO—- aldeia, TraaKM-MoDtes» co«
marca d ooncelbo de- Yilla Pouoa <f Aguiar
^ D. AfTonao III, teve mni<tps filhos. De
sua 2.* mulher, foram (por ordem das eda-
des):
D. Braneãy que foi ahbaãeasa' de Lorvão,
6 das buelgas, de Burgos.
D. Fernando, que morreu menino.
JD. DimZy que lhe succedeu no throno.
D. Afíonso, que casou com D. Vlolatiie, fi-
lha do infante D. Manuel, e neta de D. Fer
uando III, de Castellã.
D. Sonego, />. Maria e D. VicefUe, que
morreram meninos.
Teve QOMO filhos bastardos:
. D. Fernando, Cftvalleiro do Templo.
D. Affonso DimíSi ascendente dos Soazas,
condes de Miranda,
D. Mariim Affonso, ascendente dos Souzas^
condes do Prado.
D. OU Affmsò^ D. Leonor, D. Vfraea, e
ontral>. leinor.
D. Pedro Affonso, conexo de Sauta Cru^
de Coimbra.
' t>, Roihigà Affonso, também conexo de
Santa Cruz, e depois, prior de Santa Maria
deAlcáçova, de Santarém. I
ii.ii
(ektiiuio «eoBMltao Ae laiittl) tíde^vabé^
pàg. 114, ceL> %^,Mfw^ila:da^ JMt$kh .« .
MAo4'iA]eita posDÉçio .0;Mlaffi/dM£ttiit>
SOS. 'l .
£' Pedroso «m «ppeltído jn^brejaBal^em-
§ú, cuia lamiMa. t!^d'«Ma Tfiima, Maá(H n m
origem aresta aUmaf qao foi h^iif a«
. Ha memoria 4'«sAafaittiliB» iteade e fé>
BAdo de D. Jd«) i«:aeBdo isaaiM aiphetilii-
taihodray.Riiy-.GfinQalvai da Pedro»4 .
.0^ PeâreBos xnum por atmas^-tm ea»
po d'oan>» aete labos, da .purpura, emn
duas faxaa da «Msma oèr> 3 fida tàm^^ Zmt
tie âft duas faxa^, e um no -eoalia^ckaft-^
todos andantes. Êimo d*açD» .aberfa;.tiflikiií^
nm dos kbos das aha^, cimb ama âfuà
ouro, na espádua.- *: . i ■ • ^
Albergaria, a pag. 158, diz que o.tfdbr
d*esta fanilia, é a moaleâro da fiadiMMi(o
i.* 4tte íifia m^cittiado. A*estei Uvm;)..
OHlras.BedjrosoFS cpàseai por nn^ash-im
campa da-^prati^ ô.etèsoeatea^ aenes^Mf^aa
pa, seajdaada meio maior/ a aobre^elle^w
pássaro de prau....
' Ainda onlroa •aam-v^nt eattf» daiMa,
^ cotíeaa de púf pnra, a etitrie ailaa Aiotai
negros*.
Todos o mesmo elmo e escudo; mas n'69-
tea nltiffl^a^ o tímbre-é uaaMio aegfOt
*
Por ft>aixo do logar-da Gádad^hewda Ac^
guesia d*All^reUa, sobre o rio Tinhtella^ qai
ttia paesa uns 400 metroe ao If ., aq aJbaéi
um monte, sobranceiro ao oiesmo riO).eMM
aaroiBM de unr forte e vasto eaatello, ooi-
servando-se ainda de pá, l^arledoe paoesde
suas muralhas, construídas decantaria mui-
to beta lavrada. a
AinJk no príaoipio d'eflta século, haTíi
lanças da corliaa eom ipais de 3 metros
d'altiiray e com vestigios de portas, d'arto,
pai^st o ládo^o mesfbo toie^ e'!OUtras para o
lado do &, assim conda íbasoe para o lado
do O., a restos de iburos^ q^e deviam ser
08 mais altos, pois é a unixtaparte por oa-
de a. fortaleza podia ser atacada, e úãòpelê
E. e N., qae estava- defendida com o rio, e
com a altura e inacoesslbilidade das pene-
dia» qae a limitavam.
TuiÊo índuã a acreditar que é eoiistM'
PEB:
^ «ou mAiam, fm él^iàiilatnM e'éiáfti-
hêê; foliam «3 mW fortiicaPQõeB' mai^ I09>^
eiBiéDle. •
' Bh-MT que '«o leUa do rio, e en flrente
d*este castello, ha uma inseri pçãofotnáDa
lurada em uma pedra; mas eatá a naibr
parte do adno eobôrta d^agua, p^lo qn% lô
BJM gfaMA «etiagei» se pôde ler, e se y»«
éeiSo eoHieor algmaas lodicaçoes.
A 9 kiloitietros de dfitancia d'esta fof ta-
lesa, desde as Tinhas qae estio no sitio de
P9étroêo, nas faldas dá serra da Prêzú^ limi-
tos do logâr do Campo, no mesmo termo de
Alftrella, $e vé uma grande e oontíimada
valia, e em algumas partes, trez parallelas
e próximas amas das ootras, e que através*'
aim 0' ribeiro das Axmhas^ e sobinéo um
nifmte ^ por onde passa a estrada de
Chaves -* o descem, na parte opposta, atra*
vessando o rHfêirè Cato. 8óhe o monte da
Coêttèa, até deseer jaoío do rio Tinbélla.
Dio estas valias indícios de terem sido
antigas minas metálicas.
Yoem-se n'eila8, varias cevas, alga-
mas de bastante profundidade, feitas a
picão na rocha,- e assemelhando^se a eis*
temas.
Uma d*ellas, tem mais de 40 metros de
ftmdd, aleni do ^ab eefá enInpSdo.
Ao fando, ao O., se' vé' nm ^ande bara-
CO, feito também a picão, na rocha, e é tra-
diçlo qae era a entrada de nm tnnell, on
estrada subterrânea, por baixo do rio fi-
nhella e de outros menores, que hia ter ao
iogar da Ribeirinha.
O povo d'aqai, dá a estes poços a deno-
minação de garalheiras. — Vide Trez Mi-
nm.
rtGA— freguezia, Beira Baixa, comarca,
concelho, distrlcto administrativo, bispado,
e 15 kilometros da Guarda, 3i0 ao E. de
Lisboa.
Tem 160 fogos.
Em 1757, tinha I2i fogos.
Orago, Nossa Senhora da Conceição.
O prior da freguesia da Faia apresenta*
va o cura, que tinha 6il06§ réis decongroa
e o pé de altar.
E' terra fértil: Gado, e abandaneia decaça.
HEOl
9iír
íégas^ é appettido nobre de ^r>nagíH, ^ ds
origem portagileií. • . ' >
Tem a mesma ascendência 'fae* a dod tt§-
jas, )poirafKbab ^obedem de ioãolMilb-
gaes de Béjà, escrivão da paHdade^do réi^
D. Diniz.
Poi chefie doesta taáiilia, Gaspar Ixipès
Ltmça P^soBéja, ^dminisU^ador dos mor-*
gados das doaà casas. <
O rei D. Sebastião, deu, en I9M; armas
a esta familía, e são: ' ' '
Em campo de prata, 3 pSgás,'da8aac6r
(pfretas com malhas braneas na catida) ékn
roquéte, e entre ellaa, uma cabeça de lobo»*
de ptirpura, cortada em sangae*-TimMte>
uma das pegas, voando.
O v^r^ mais célebre d*esta familia, fof-
Manuel Alves (ou Alvares) Pegas, nastddoí
em Extremoz, em 4 de dezembro da lOSB^
e failecido em Lisboa, a IV de noveníbro de
169^, e foi sepultado ho claustro do eon*
vento do Carmo (hoje quartel da guarda
municipal) de Lisboa. ^
Poi o mais sábio jorisconsulto do ieu
tempo, e um clássico notável.
Além dos seus famosos artícij^ados, em
vários t^rocessos, publicou duls grandeS'
obra3*-os Comméntarioê ás Ordenações do'
reino->^ as Resoluções forenses.
Ambas Atas obras foram e são muiio es»
timadas, e estão escriptaís em portufoez ver^^
naculo.' •>' '
A primeira, principalmente (a qae os do*
tares dão quasi sempre o titulo de Pêfiasás
Ordenações) ainda ho]o eao consultadas.
' (Vide vol. 3.«, pag. 63, coL 23) :
PEGAR— SENTENÇA — portugucz anlí9^*««
heje diz-se publicar sentença^
PE6ARINH0S ^ freguezia, Trazes^MoB-
tes, comarca e concelho de AHjó (foi dt
mesma comarca, mas do concelho de Mnv*
ça) 105 kilometros ao N.E. de Braga, 370 ao
N. de Lisboa.
Tem 210 fogos.
Em 1757 tinha 13i fogos.
Orago, Santa Maria (Nossa Senhora da As«
snmpção).
Arcebispado de Braga, districto adminis*
trativo de Yilla-ReaL
A collegiada de Nossa Senhora da 01i?ei«
1
540
FEO.
n» de GttimarSeâ, aprefiabUtra o tan^ que
lioha 60^000 réis e o pé d'alUr.
1 terra fértil.
rtaASr— antiga cidade da LasiUnia. Vide
Mmie Qriitêlio, a pag. 473» col. 1% da 5.*
Tolame.
fffíQO— fregaezfa, Extremadara, eomarta
e eoncellio d'Abrãotefl» 180 kflometros a O,
da Gaarda, e 135 ao S.B. de Lisboa.
Tem 280 fogos.
Em i757 tinha 145 fífgos.
Orago, Santa Lntia.
Bispado de Castello-Branco, distríelo ad«
miaistrativo de Santarém.
Os vigários de S. Juao e de S. Yieeote»
d'AbraQtes, apresenuVam, aiteraatiTimea*
te^ o cara, qoe tinha 24^000 réis de rendi-
mento.
1 terra fértil em eereaes.— Vide Pélago.
F£SO D^ALMAHCOR— Yide Almançar^
lag6a-^AlgarTe*-voL 1.% pag. 144, cot. S."
PfiOO OB S. D0MIN608-lagôa, Algarre.
Fica a 6 Idlometros da foz do Guadiana, ao
B. d'6Ua; a egual distancia do rio Chança^ e
a 3 líilometros da Cérte do Pmto, Tomou o
nome de S. Domingos, porque está na raiz
de um monte onde ha uma capella do San*
to, a qual fica a uns 300 metros a £. do pego.
Tem uns 30 metros de comprido, por 7 de
largara e dois de profundidade, i formado
por graade numero de mananciaes, que des<
eém das ribanceiras circomferentes. Ha por
estes sitios abundância de pyrites de ferro
granuladas. No monte onde está a capeiia,
se TáedI grandes escavações» indicio de la-
vra de minas, do tempo dos romanos ou dos
árabes.
A agua do pego, é firigidíssima e tâo pura,
qve deixa perfeitamente vér o fkindò.d^eile.
Mio eria peixe de qualidade alguma, nem
mesmo vermes ou insectos. É inodora, mas
bebida, deixa um leve sabor a capa-roza (vi-
tríolo).
A analyse mostra que a agua é férrea.
Applíca-se, com bom resultado, em banhos,
pai^ & cura de moléstias cutâneas. O seu
eífeito interno, deve ser adstringente em
sammo grau, pois tem as mesmas qualida-
des mineraes das da terra dos Terrebos. Yl-
éòPídmdo.
PKL
FttO DO VmAMO**Ala0âsL, Algarve, m
sopé das serras dis S. Bamabé^ e do Jis*
Mâo, ramos da serra do Algarve, noa liai*
tes da freguem d'Alte, conaaroa e eoneelte
de Loulé.
A uma vasta alagôa, o«de vem predirt*
tar-se a ribeira d*Alie, onbindo de nm dii*
penbadeiro, que tem uns 44 melros d'alft*
ra, e o mesmo de profundidade. Foi a ríbsi*
ra encaminhada para este sitio, por Doam
de Mello R^adanelra Gdrte-Real (admioís*
trador do morgado dos Monites Telles d' An*
glo) que, pelos annos de i690 e tantos, m-
dou o curso da ribeira, para; regar o seups-
mar da Mina e para outrot osos; para o qoe
lhe foi preciso furar um rochedo de li me-
tros d*altara e 40 de eomprímento ; ceie-
traindo um magnifico tonell de cantarit,
com passeios d*ambos os lados, com ahan
suffieiente, e occuhs, de espaço a espaçt^
para luz e ventilação do tanell.
Do lado da montanha, tem ama grossa ma-
ralha, para sustentar o peso das terras, oln
de grande custo, mas de maíta ntilidad»
pois, além de regar o tai pomar e outras
propriedades, faa mover os moinhos qne es-
tão próximos da povoação de Alte.
PEGÕES— aldeia, Aiemtejo, entre o Pmm-
rdo e as Vendas-Nevas, 4t kilometros ao &
de Lisboa e 14 de Setúbal. É a 10.* esta^
do caminho de ferro do S. e S.E.
FEGURAR ^ portuguez antigo — jworor,
pòr-se em peer estado. (Doe. das treins to-
nedietioas, do Porto, de 1389.)
PEOinAL — o mesmo que Pegulhai,
PEGULHAL— portuguez antigo— pastor,
ou pegureiro, que guarda ovelhas. Em noa
inquirição que se tirou em Braga, se dia
D, João Peculiar o nome de D. João Pefh
IhaL Em outros docnmf*ntos se dá ao mes-
mo individuo o nome de D. João Ovelheiro.
Foi frade cruzio do mosteiro de Grijó, bispo
do Porto e arcebispo de Braga. Na baixa b-
tinidade, se dizia Peculiali$. Vem dfi pee^
gado.
Hoje muda a significação da palavra ^-
guViol^ pois se toma por grande agglomera-
ção, recova ou rebanho.
PEIA, ou PÈA — portuguei antigo — o
mesmo que búraza ou hairraza (baraça)- i^
PBfi
ra&
549
iÉàâlUilid0lloi,itt Ufoi^ o&m qoB weaçaTMÉ
ommamMM feroM^ No faral de Côa, delida
se dix— o qae vaMm algum reado— «m ma*
dvtro» «III tu barrãza^ ékt 1 hanlmm miíal.
Vm de Ferreira d'Atêai de IIM^ se ié *-- i>v
9€tta^, ^iit m(»*íiio fuerit in ptMi úuí m bã*
m^y «no ifofiba: d^ parco IV*' coitai: de
uriOf MM manu.
IHÒoMoza ¥eii o.yerbe embaraçar, aòbar-
M «neaibaraçii^ pimoporqoaifBe^otalat
«liio» plnfiee oa motal; eDleiado, elo.
FBlQlMá» oa PITOIHIA— ponoftus aH"
tl9Q*-pé.de perioo, ctope; B'aqiii Tem a
fftlavra plúga»
PEITA— portofiiir <Bttco-*-ftlé ao aieci*
ie XIV» BifêifleaTa pagamento d»^^(|4íiaiqQer
mnka 00 tribnto. Dqpoiv applieon^se ao
Que ae.dá pj»a eorromperqaalqoor magia*
trado, escrivão oa empregado pobUoo.
As nossas Ordenações (U« ((.% tít 71, f 2)
dizem— • Peita promdltlâa, aeèilada, e não
recebida, basta para UOér perder o oí&iio,
6 pagar o Areadobro para a ecnrOa. Ji o jái*
gador qoe a receber, perde para a dila eo*
rta, iMlea os seua beíu^ e ô offlèío qnn d'Bl-
Rei tiver. £.passandD n peita deenttâdoí, «a
nna velia, alta das iobreéitas penas, be «on-
dffiaado a perpétoo degredo para oi BraiíL
B, sendo a pèlta, de fnim de» doas miipeds
de praia, tem pena à^mfíHfij^
PEITORIL— portogSM aoligo^obra de
fsrtifleaçi^ militar, pMaforpia» parapeito,
■wi»-iia,»oa qoalqaer eerpo «vaiiçado f5rá
daa corttana demaralbas^ pnra defen dos
aMadoa. Nns eôrtes da Gnarda ^14611) pèd^
mm oa mohtdoiea do Yáasu, ao #ei^D« Al*
flmaor Y^ «qus^ .ao m«ioSr Ibo ammidasao 4a^
isr bnas frt^onif, dèntrof da oéroa» per» am^
faiô da oídbde,^ ^ne i^ daao .oa:ireoiroiBft
tinba sido qwigiada, pelof oorvedoMO^do
fiattolÉa.tf><Ooe. da «amaga d» Yieii]*>
. BBiSdffA^ pmtigUBZianiigo -^.pescada
(peixe). A duas pescadas obamanna «héi
«rtnsria ée peáMCOA Bm 136i^ naiprizen o
oonfenie de fareoa^ rnsme^o da Çapaéã,
ong otttode qnili^ omoig cdtr«fci^daij»l^
IfiLAM-** portognsE oBilgo ««-«iqnalfamr
IteiBP^ jiOf. oóiyo^ i^egato^ "li^te, i^|iida^.i»r
go, poço, tanque, ou qnalqaer ajanuutteiio
o«lTog»ée«gCHL I>8sde o aeerib XI» iMo*
mon pélago n'este seniidé, em todos oa wm^
SOS doconentos^ at6 aos flnado aecnio %%
em qae se prMiplon a dizer pigo, cem %,
mesma significação.
• No foral de Ifdi, de ildSI, se marcam oo
limites d*aqaeHo coneelbo e do de ifonr^o
-^Fer la porto da Figueira.. ...et inde of
pdato doCuiUt et imâe emma eerra do Ouhm,
aquas vertentes contra SUadi,
Gom M mesma -signiteação se yé no foral
de Saqu Croa de Vitlariça, para ondo «iolm-
via madado a viiia de Mem^Gârto, em IMI^
poia doa limites se ^-^Per ad Lagomà de
Molae^ etperPriaffo de Cucho. Poidilt^ em
1471, tomando a vilIa de llòneôrro parti o
een primeiro logar ^ actoal) o èifingttida
1 do Santa Grnsf altercaram os dois mncsi*
lhos <W» o l^Bcôrvo) sobre a divino 4oo
limite^ e levadla o feto a D. AíToAsq V, oOb
deeedia, por sentença, qne os taeslimitns osÊh
riam-^ Por sàugáMèmóói e dámpiloPego
db €tioi^ e dalli peke serra de Gowoêa^
Cem a asesma Éignideaçio se aeba no fo-
ral de Agoiar da Beira eoitfoaaMÚtos; paio
^PM ao Yé ilaay páiop» ao eorrooipcii em ]Mgo
pov eoameçio on afaiwtta|imL
PBLABiOá, JEIAARteâ, ouPILABlOA^
freguesia, fittromadn^ comarca o coaao
Ibo do Pombal, 35 kilometroa aoB. doGolBl»
bra,.á65ao;i..do4dstea.
Tem 170 fogost
Ong(v 8« if ao Baplistai
Dbtrlcto adaripistraisvo do Leiria, bispa*
do de doimbra. •
9sta. frufunio |éi creada a 10 de março
de 1847, a insUncias de Joio Pedro de Mi-
goei^ CartaBioè Brito, barib^da FmM da
fima, aldeia d'esia CregiieBia. Eélo binio,. eam
bnsbarel» formado em «latbemalica, oftliop
cea em Roma, sendo al|i Dosla einbabmiloe.
Nasceo, o barão, na Fimde ãa OPaz^
qpo: se i^oasa^a, odi ijU% VHààdo
JNoH nomo: esAstat dè Bma eaorip^^m do
reafuramento, da ^ntnf a da MtamipKM|iioilÍ|
Mdba*itaed'e**n04 fcaoetededOrOM-
leiio^aBMff^ Lma ám Valooneollea e âoMO
8 a PIdlíppa do Ifofoes, tiiifa dè^Msmaá
Dsrdeo BidéUlD, moradoia al^meimá folto»
ta-'da Faiariga- - • t - 'b -i»^ ; b- :-
569
PEL
oygimiitohò tíflha zqoMm lÉUttmmtwàméè
sappiicio, Dão |t haTia.
OoDio eati^ ttSo tsMioDavt tiar MlJNiho
daseoTolvimeiíto a esta obra, nao vêfiiiivéi
Mist» «a ondeiíava de ter rec» gerll; o
qm feeij .e)é Teriade, é qae» de leoipoa re*
motissimos davam aos pelonrinlioi tamlw
anooiédk picé(a% e em Tiamia e< oal^aa
lerl*a8^ ainda ha^^rva da Pkéêm, pf^oç^ dte
iPifidto, ett.
Talvez qaè ae deaae o neiBe de pteóta aot
lidoiiiWiei qn% tlvêseem ea ^qnãtro gàn-
ehoa, 1 é de pelonriíiltaH e«> ^e oa oio tí^
vease.
' Aioèa nisde-^eoi nmitat poToaçlee ^ne
tinham fôrea; ha tradiçia de n^Urier aide
'«ReeatadD alfum erimittoee; «ie anita aos
peléiHliilioa^ pela á exeepçio d» de Llabe%
eu que foi exeeatado nm^adete^ per erine
de íraurmidio, AneiiliàBaioiiiro meceiíata,
qae tiwwejervfdo de paUbolo.
Tlaerbo dif ^mpioóíã épfkmrkikê mm
aMoê 0 0tNfoimj'€ihé$ m eHmmo9m erffin
'MpofM tôtarfpiiibff^^-e que partee «oito-
'borar • taMlia asppoei^e.
Diaer* >e maaiM eaeriptet) ^ne « jmMbj^
ftqmd de juri$dicçõO'Wk nada me conlradii;
-perqaiii^taiiibefli a foTeaerà signal de^M^-
dd^ éé^Mnilo dê tidm imar^ dm «ná-
-aolA»!, b qn& ledo o> ««Mie o «abei .. >
Umà ph-diilio de D. ioid 11, trti»llendi» en
14%, DMBida^» a ^mk de IfUto degradas
(Tramesi-lfoBlba) feaba fmm, páaoAa afl^-
a»; teia -por fseo i>fUar a ^Mkoflmr t >^-
-tfo)-villi^di Bragança^ ' <-'-: ■ i >' • •'
AfeiUMio Belialh^ida Giaala^?!» anli^dai-
crti)ç*»lape^apMa tf àtUMpi^ dtf^oMed^
'drFai««^'<dii apaf.ia9:. ; - '\ - • i
'' --ilfeBtaiicaiisaacrlBies, ee ie« •aie^cmi-
«enMladM, lá' propor^ daa laineidelfeiea,
chefafldoiiiiiAovpelaMslMrotidad^ mfk-
déQip{«fMia «Mfflia^Mni a «niiexeÍMifia^
'^ de o peloarMdio>«iwiaae pau pAtílfeilo,'
'jtfle lei^ ^eediaa dÉMT^cftna.-efelQarf-
nho.»— Nem é provável gne para nm^in-
' " ^ Mm tinhan 4 farSea de í^rm, tarai-
*4aado'eaiféma de^ gaaehoi entreaUnhaati
na extremidade ama argola moveL •• • ' •
aniiaMHiariMasppiivii% jiD
lHeêa lanoao% :oaniQ
jQlgo pois qae está qoeslãa Jiiiidâ, pmmi^
q«aalo»i4aa pqr4a9Éi#«.* . ^
lO GM. AV- (i>.^ <A «U..W> sMua^a
jMBdatrnti <padeihif ) cmnéimrom f^am
râ|o»dacdnt^ioa^.aigoaéo m»WF,ãs
beiro, fabrleantes de tMam é^ jiáte>
Mpos, tvfaMHft;éte4 ^raiff iMte &« tti99a-
tettem 00 |iImv /bf dpw jM^fine
Nio havia a mínlaa&tiBillori
tniecio àoe yeioÉffiahoe^ «rodo
dava fater os aeas, jm
•.habAidide do pbdnfano, tomim
{Mia kao era applia^di
Maitos peloarinbos^ em Jogar doa
obeaide iiito^ainbaa n* tdfio,
uieaaa^ eailàtBs dp ftuitvto, iiiiadi<ia
dèa de fMrr% e nurito piMeléâ oaaiMi
ipaWa, dode oa dejjqawiite^ .oram <apflaMi<
•vergoábaeiriMo pnUieik'
BV por lato fae oiadn hoje .mgmM$é
wpÊ9mmú âêprê».
Koe* petouÉihOi qab aia* linhav a Êi
jaioi^ draaaoa eriauooaM oníaffradif «^
le— e^ ae^oajttiaei erantowi^ «atdaiMh
08 suspendèf panbaiao doo-fataoao'áailp-
tey. içando alfiiiia psimoa adiMa áoioÉlb
. ▲ oaaw« o o^ eaÉida^d*iS^«*r^Mii>
estabeleceram ^aa.ÉWèi» wÊmtmtmdfmm
jMWm^imtú^éê «raiao mUJ^nÊiêm^^
rottbavaa»<a«i-pdaoainnedÉdii - f
AáaialgiamadWlMnt '••*'• •
■ <ttnftOb£kMiioeéfliadMa ojwaibiá»»»
;e^io^dooaa»lf»» pétipemi dinhtlaa^d!^
-artaisi>df aiílharotioai por dottandMiM
e da pelor, por trea mealhas; e o airauMi
-poaea. o<é>idvéiha»ipor;tièa^ MoÍaiansf»t<
«pMyttoi domttMr^ifariiei.potTaoftidi^Miis
*-e qae^. leáÉir^eanicotto»4iMrtanr4diP
pemn^^qab i^ejio. aaaopnto ooidaa» «ipeiM^
no na picota. E qae aqoel qae tÍNfAor.#t'
■IO.' Veii<oainta(OftffiM/iM| peseaipip Mirt
IdrOsiadMaoiaoaaeaoaat 0êm9$mmm^
de vento os animaes e a^^ea.qaei
. 'Sv^àÍal't)ai^'We'bãfe%Mflrinf(
.i:
■ 1 >
J
m
TeE áÊÇÊÈtmtÊOç.qmtptpBmmÊnUÊiÉáúê,
e azoutem-no pela vila. . . wj.^ .«r. ««^ k».*.v.
B taià a piaMfet.qoè ^wr tMi^ <|Dft tt>m
Mfa. áB> f eift ts|» J^õiL MAImoifleèei ott»-
do Porto: /
•Qo6 eoifiualo-^lalftleHfedelttlonMlet-
M ft EK^rai», éfliieB ai fiaétirai o pam^de
.4 ifU/ailg flOldlafl^.iMti ftotena gaahar
4Ètét»0m taigi^fpaforéodpt oa gaalaa. K
qm o de centeio o degaem a Mí^ealdoa:* p^
«•dé9%»ipelai prhwiffa nn^ pafaiiieiSO
Jitaaa^pala npiaáa» AOOi-^.pciat tereelm»
-êênm mpiú$iaitíÊ.p Hbt. da oMaMú 4»
■ I * ■• "^ » "^ ) .. ■ i)
Disse na peimMiflià aufetifa^-tanda pe»
la«ruriHii>tanÉ>aD% lO é veBiade4 ^
O OHia MIo: da todei»} ^ «Bt eeliteeimSas
o adul, di LiafaMi <4l* ^^ pii« «Ml, aal.
Aiad»a«iaieat waiiat» noa^ ia ni» fri^
aaMliiddKi peMM fadaa» aio da aNhitttstB^
-fft g«ilia%itt«iDina «lafenadaa do oorioaaa
€wl|Haiaa<« it a i; .» '.•- ) ':•* ■; .'!.:
Oi de Gastello Mendo, Mogadoaro, iM»
Bi)Mia.8ab«gal;artliKdèiÉMai. • v m
Bnwbtda iaai;*HnyMi idndallii,^lgaft-
do tef aM pBMoHiilieaf Mi^i9S»Qla dttfp-
fMMis«.daif»Éiiinat<^paHlo«flia ena^eMo
«MasMidft «i^-aaifeoD padrin aonHMf
BMiratiTO da aotononua da^iBfia)»
4mipÉleitiafcai^*aii'imliiiwni. . > .•.<
u A»nMiorpiiiapaidai^'^artipilaieat;i>H|
•«•a-aattipidar.^afaalpfip^i^láiíea».
▼am erfnidoa, wHÉrdaadmaw paiiMdnddr
pjnèwiinrdaatelaÉBlidiia ri n o-.A
/. alapada a«Miea aadaaeaidDi;»
•tilll^^MBiÉda «drtr
da^pakynifipalovpÉBlM^iaataMa i^a» da»
mi1iaiapdmdHii>ai. •'. > > ..< . i ■.« .
•Oe vocábulos pàoría^ jOorhmíy ipUmmm
-fáUríÊim^ji^pi^ármim mnMmÊHm bos
oaliafa «daar aaaahis Xtt eiJUli, taai^pa
f rança «ono «na Inglataria*
Saaval» 4h' qiMj.ADi ama. esarí^ni»^
iiMí^M naiaiaMvaí «ai .p^^^ na.pra«ft da
9um oBda. aa yaf iaai.M/.eieeii|$es. >
Davam a este poço qnMia de;|Ni^é|Mi 4%-
dus Lory, d'onde se.e^Mlne avUM>iwA»irí-
nbaWaKmo nani^-A) laLpAgo, quOhPflMn-
aaaa.iai psvWansaakainado lõry. .
OM'aa dfrtf am -apajavra» da pila, o» pí^
loriUwm, etymologia que psrfoeions vara-
símil; todavia parece-me nMâa.prqdafilf a
opinião de certo lr|d^#«a«parBate&idQiqpal
pos»uo nm manuspiípto, qoa basian^a-PM
tem servido n'asU ok/Uk. i .^ , . . a
.« iUa.>alte -qiai A.pataira^paUoiirifiAt^^não
ai .éiciiv;aida .klioi ma. da |ia[iaaa;.PH|i
fpa épaHiigmtt a amita portigpmai adir
minativo áôfellcuro (bala.) . ,.
..Fmda-sasklMaft do^fiRada^ aii«iia a^nviior
•doa palamnibaii .sio ii^inauidoí mt
bala da pedra» axaMaMUta da fftmafi
da. uni palaiuaiíi^ivi^ 4*aala aJwnmitanri»
iha.piofamíaMma» .
JUH aft MUni^pfil;in».oantabi9e% 4»
^pial^ioa baapanhaaa ãmnm »m^ 0«4i—
pemha^ e todos os seus derivados.
IflNA-frtegBaai^fistraaBJ^nrai paMpn-
cente ao bairro oriental de Lisboa. , ,
t ji'aai» toiMiin a PMilainikiiiaaMde
«iPM*aa>(if«i.i^.iiMi^ J|i7i,íQaL 4.)) a o .da
freiras de SamaiAnpMi (&•* foJU Mi- %)9>S^
h\ Qail0i^>iBo baipiíat da 9- Lmi^.f dpú-
uJk:$imi%*itífm^xrim dalarpc^aa frapaipp
fdsaajMSi da4sila Ami, (fohd^sda. i«7p mv
<ri«4alaiimBdadaVefi9; maa bd^viegdfíxdafr
laiadigdicisa <HMn»^i«i«rd«inoi do^S^p-
aittoriía aa «ali|iiaa% «P^ipqipío dq saai|-
toXYUI» aAconíhiriaa a.aMv<^ e4i4pa(W
QHKmaiqilaa. tm^9i% .vim^fm^xW^f^
Miâ9& ^lOTaAo|aida.4i7«Si dMWfroa
aitaill^^flisa» aHaijau^ », «m»/#m*A7$9 Já
i . |IV»iaiAwiPfiai iaeiMiii,.(fto.»ra^^
d» jw « daa Jr(tiip(4 ^ imipi
aM|^Vv{ st) .Au • .< >■,> ,» ,; /^ »„
'«•
664
tm
no dia de NossaMaiioftt (dá Jtanmfttio, H
'^ Mn «âiAltom tf eMár llra|«MbH«^ «uipa é
Jardim -te dama Anâ^e a praçu^ 4t tanvoa
^^eaia iiftnoÉitiiiitic»> * • ''i
' fOIA-^Via« CMra. - > - t .•• >
-•'fmáL^fregiMafi% fras-o^^Moitaa^ba^
lho, coAiaraa e étittfcMMateiMaffifliifoi ia -
¥illi<^Bèal, M litlMlatmMi^ N.«^ éa-»aga,
969 aor Ni de Uftlknk . '• -•' '- ••'* ^
í Itotn 180 fogoiiL •■• ^•' » •»■ ' "ííi*
« Sm 1757 ciaka no IbsoiB. ^ i
Arcebispado de BfVfi. ' ' ' i' <' '
^•falfgfoaaa do>tioaièiiio ii;S.1íé»oiyiDo,
t9>Bâl0iki, apreaemanDi » i^igafriê,- ooHaèi^
ittié» tiélia*IO|«)0 iM «0 «Mgraa' e* oipá
d'altar. v * ' "
> nià ena^ficegiieflla MMaia saabnmido
Vário, pelo quoMsó proéoa 0MAete»,i:eeMiit
1^^ tHg»; HaaaiÉi, toiittk >8i^iitÉa<è km
iMttí».^È abdodanfe 4«iakilu^ ^aandiiiiiaia
de lobos^ rapozas, eoel^ labnsiepofdiaak
ètíM Haaimne gsuio, «priíwi^AiittBaia Mftts.
O fiíea alfiBia, q^aaio^ker «áaartfo; êvMm
sandaTel. •' • •' ^ *" '• - *• «^'^ .
'^Yèaa mtaM de farK -yie-M «ié^lUo-
ram. ' • m- . - .•
PMa, <i«e' «MfiiMeaia ia «ibMffiâ T^ãui,
ateiiifioa peéÊ^ ^kxÊâmn toma cifMmta
litikiadí^ ¥léB.á Fêféa NgiAiM ^ '-^ i)
•4lM^(Nííçiè iittitd'«flllti,<e<f<il'«lll«i Fel-
iam donataHas WMk,'Uê9tòmim*é^^Ê»'
IttgM (aMMffèalerf* «a 'Mtiiáa^ iS^^Cáda-
^ que làe demita fiiH ilft 1Miii|al^ a47
^ aeieiíiliro de 1391; IfGM^/M^ iiH»i8;iL»
ií*y^I». Minttel iiiê<dèir iWii 'hd»a» a»'»»'
ftei, fr 46 de «uílo delMH \Èfi Mà fóka^
mtí»bit'dé IfíÊt-Mimilk^ a; » <r./ aali' )ir>
9lia«a^ tt^eeilb llfralJMiiMrtriíi aetiAdm
^Aciia4i«vii*; e oa êaiaaMeu^ttdlM^
Boamillo, dólMiMdcil, ^do MéMto;' êMOn^ í nha. (por cuja t^ae paaaa o rio Mondego) pa*
•jraaa aegalrtaani Bnoai^ SÊB^iw^nmUií^ B»
JfáítiBlMrâiato^ia^UB*' Soafearito-^tfiK^
Valia 4e Volléda. .- <: :
«ÉnçaHdotdooMho da<9NiJioaMf iiairfaDM^
«i,<«i»lBlo*»diiridíÉaaaÉli»V' hispsfàm o^iW
iometroa a N.E. de (Ma»r^ W»m Maito
da, 18 da Lonsan, 18 de liortáguaL, 12 úeFê-
Mihía#0in;'^ géÊkmb ÊeaAré^tú^^émti,
e SSO ao N. de Liaboa. <- ^- t "t ivj
Tem 680 fofos. I
i ilrafa^ Nauiflanhoiv^dB^Asaimp^ «^
^ OiioataM-ilv tei|ta^€lfcm^a«OoifÉhHi
ipraaaMata 9'|Mai^apB«Uadh»4fiMÍIttilè
4ar raadiflwift)^ i-^ • *•' ^ ' ^ »
€^iaaaaeliio' 4e fanv^^&iraf^ < MlMoadé pa
JiB'»frègÉe«i»-e(f|(Éía*a^ tiydastm» Mapaii
* Qoiiirfn-*4Garitthoi..FMMi«rMdff9;f^
gueira de Lonrio, Friames, LorTão, Olh#
ra do Canhédo, Pena-Cóva, S&zes, e TrãWh
oi:--é^aodà9F«9m/SoiOifft}|fMo •<. >. f **- •
Até (1855 ttÉki a<ft ai9»<Ara«Éoafd%p»
aniBf«^^GarfallM^BIgMi«hdo lidr^
iia, fMaitt4va!«<Sa:riia, ««Éa. J: iM «Vou
D. Sancho I lhe dea foral, em deniiM
É» ttMÍL CÉr^<K^MM«ftev invaadk^*»*
firmou, em Gofaabra, a 6 de DtftatfWrdi
D. MannaMlMi dliií«ai«lte«0^ é» MM
iPM«ÍB.^déaÉmiffyá0<itI.: fÊjMoHÊÊífêtm
(••r
êò flarièo,^e€laM«a Vill«i«Mmn«i«á^il.
ia dePtoytt^ da lJÉée,<<dlk)^^ ikMiift^
1%, d»èrM'n^«énwiM,<Ai'PIMad*l».
mrtf, êâ qttiiM^ifliMn^ d<^ltiMI^*
Rny vai, da Serra, da Sobreira, da Tattpfi>
rai^ d»9<èaiide •'VWa, dn^TuMau^^^i^lo-
:f«( dèfUii oi tiaÉiwatiiêa fM«|Bd)dii-
É ama diatmàJaralligaaywinfcaiiP»
«Ca^fTtalMBidahp^adÉNlirMa^ oAioa
m^MUft da aaa(|Í!Byatoafcaiè>aJlai »»#
Eatà a TUIa.éliMMainÉrttafli
Mitefio a^Aia^iHfeM taiMiea iÉa<«iiUâ
ffrtito>flia<faaâ>><»»ièrileititwdW»g^
Ma^Qai^ eMÉMianor tlnpai«tfí«^HM>*
300 fogoa, está hoje vainaièii «'
FEV
6fi5
Haiiafct^lMf-^witocm) -^ lo-â^ ecMKMde
9o9Cf et^é-m» o da Q»iiB|)ra»v»iO'é,ftMi
bMv «MD«><âe<€oiiiiira^ » oob (xétiMait»
ihada.'--'" l- k-
GoaMft fi9^€ittlMQpoB<reiiolinta«s»l6i«
um eaatello, cdjos ve9tí9io»*MiiéviiMii ok
QOv «Mflii|iâdft.4MiÉe^ êJ»S. da irilla, oDde
]M}»4ilá*M||;i«}ftWrtn|.(£fÍi monte ó qoa-
0l*<«lhJte'«i[>féaid< aokre^» ifondego» mas^
mpêãm ^mê^ ^mà cUteiHo: éê oliveiras.
O^IMrtn itacvalhrteCDaÉi, na sua Cho-
V0§mpkíky*^Mam9^qm^ 4>iimeira noticia
4r«ala.iil|a'<latt dat (coatenias qae os seos
WMÉD^^cmram^ cesèos iionges de Lor-
Tão, ein*HlM^;'aaqfMH»icoHioz o eonde D.
livirlQaote-dlsfitte Du a— ha'»tá aadion
' Aiiida^ttlttem itaia-^ai j«b ifàçm ém
éoqaiiaACadaM ^|t»fKliBiíi»ifositat«éúè
•Mtoi da*4)4Miira.,
M.jl^iiitftiçifcjdè í^eÊM*Qémt><^Tmm^à9peá*
é«ite&«da« wfídar daTMitÉgal, v éBfim»^ 4i
«Biregi#or4eGolatHte.i.' ■'•(• • •-•
À«i«a 4pB«i8S0oi^:a(fanrBiiá rtla biémi
lho, de E. aOi-H-eder«Mnii»«NtfOf iTiM»
< OilMiaeio^ieQit»-aiÉMÍMi^ paaaifcrdeg-
IVD da^peiPteroM^ aaTAbeiíad ^á» rata^dr
6oMlM%4«'ii«iÍAroAg^ /que «látt^iMÉtrift
n'e8te coneelho: e a i2« Po^Êmá, ^ «afira-
veasa.— Tambea nfelM âuaipiíftoaingAtos
de JJem dú BiofAèmftiêim^nyèlU^^im.
^ àè^êamnématúà nao-ífedri&aarMHo.)
Aiprl9BipililidMrtaérei«teltai;'i itaa-
tegaçao do lfoMiogv»> t*%mii 'Êéi0Êtnpi>à
maior paMs-^dot gfeÉs^nojKwyvettntiÉiiÉdo
d*fRttio-topniiiiisí«, fftftiarfigiMiliSda
PoB/M^4)Mi»faim tqu^Ne^iil/iilliio^^l-
Jriie^aNÍti^4tiliai« Miro^tiMAflit *. . n
l9eiMc#/t*«ifte eeaiKàaqi^—liqwinÉaa
povoação de tíondolim. (yi«i:FMirf%rJÉc^
I* Jlé'fiitwf«'d9LogiiiO!; eÊMk «Mfelèri-
ptnra, de liM, qlM «rtiunift^ttoaçi^, Mia
per WitfiÍ<;.ÍqÉifc.toMHel»41 iilàtio.
A*a É9CMB|Mi«lli4»liii»tZdw^'rinMb
sustetUo dos mançêê qu^mUiétiui^M. (n
iiiMiririè>írdh íorfiÉ oiiaíB aigitiil oMior-
mii*Aeairi|Mt:âM Mai, e d»4«p-r^o we
Iftr ctoQliaeesindoaf ãfr^^tuja ttcoouniogàr
do por Dens Padre, por Jesns-Chrialov e pa»>
< ' A ignià tetiiri é am limplo,vai0^ e nmi<-
airdoceM?) eito«att âltaves (selftáoPiíaM»
tãa éidicadottâ Hoesj^Ãenhora, mm tensidi^
imptes ■yaTJaaL *-
<•'■*• • " '■^' * . .■•'.•»#. .
Na ambUo oatr^ora oecapado pelo castelo
K «íflil^^umtigafMpeUa. d* iNbstAj SaftbDra
da (Ma; Ik «n tf^^ptoiittboiptqiMna • pi>*
M»,' aAò «OBlott âlcar* ií ttraditão qie «tta
«rnidft Ai^a pffnitHr^tfliifejaiparMlttai láa
viMtl ^Mm^fcemó «iaipeqncna» ewK ailio
incomniBéi^eeidQWlNliii^ BO^feeMiki KVi, a
BiiiiiB tCwtirtalwAtMMiwn ctBladoiw
ta Senhora da Gma, aqníaittandarilba
maiif dta^iaftAeaple) paién^i #««# Mie-
M«Hiaiilarétir*aikar e saa dMôo^ AeÉKM
pB«'le8lLiÉMMo^ à^Aeihora da<^M% «n^
luMMjfMt^g» liftha n^etia vUia» pan' que
«noa 9 Mi nnâíflMninÀ ée imtiiHffttiwe a
enH^ áandft^Uià aaiar liipilitwdpv •
t<'fCM«4:toáEk^Atglmia,i)iUQ» «mom^
e»é «oaeiikn ,irJMfttiMi»^|oè dttMUffV
-cá^èá Ima^iílni iqwíím da FalgMiiviâX ^
klio«eMi»adL ^ifinim iSQO^mN. da
«•'
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■*» .... <
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dSniiiPttahatiiafi^OB.
€i«g<n«. Mirtfhhiviíía^
ApaetiipidO' d» BMga, étotnieln adMinéa-
Ponibelro, apwtiuiai» » vigarto,^ qae inba
i t airMrMtiU €^ jMlia «aio èovinà. .
MlláiD»Mi»-^<«M» #fAn *i Jíter.
iMgiPfgftÉMWi piiHiifcieca#i»>4»>
•l»t»Élii9 db «I i|Aaâl Moa «oa iéamn^ m
aeMàestaifana 'Ars a' iiih|iwnyíÍi,<toQHa
IMÊÊli
ms
S56
«iiids que 9ãò eomsM laofei»^ teiia ot
protoríMH pilatft» torfiet, «bteiu» 4«ili»*
nesu»; o« iojiirioM» e eakmiiiòsts, etvirà
qualquer pMSfA— cmii «f fnoM Ihê fmiam
vir o Mingue à$ faces»
No fiirtl que o rei D. MttUitl èna á villt
d» llofsáotro, 6» ISli, t»4la qna, a Mlâ
peaa «e dea priiiietn>.a boim da «um» •
COIMAS, e depois, de iNDizi»%i6v«Dicus.<Bap
tio já se dif ia pena de sangue, ou pena á'aT^
ma')
Em tt5i, foram «soqtosida npr áÉdímá,
«8 etcadflirof de BragaofA, qns Vttem&m tt-
mas • «avalio, • moraasem diatfo da iriiia,
0a no sea arrabaMe^ jvlvf te (êzerem ae
tau inái%iai$eitomnmntêy ênttfmeiim caem,
$10$ quase a igreja Ite «am veioHeki
No foral de Bragança, de lilè^^ao di áa
inákUue Bome àa^enaçaêarae^ è eaeegm —
^ dadara qse ae tftodwsM lavar d*aNi por
diante, n<aqiieUa serra.
No latal novo de FMaa deEitiada i Gte^
la, dado emiSli, se di>-*»il P$$u$ée tmgiaê,
fue 4<nuêa»a'io #Mii meUgaiaéêí^ Aflua-
t» Hetriques^ $efnkib§ú)$$te; gotmfia «os
««piwiiía» mwii Q gsftfSHnnr^.flM «oíor o asii
viiifiAo, <oiraiio amdii à^eUti, $ diflluMao
Ml SIM -Mai^' fKiyani- fiiifiAaMbs náis^ »#imi-
viv wM^ aif$ie f§f9F pMiiMi', aMs 0M fllaeia.
«^ ^ ifiiMi «dter MMSM». o» £M^ dÉiQrv )
sbiusMrtfi, pagtirêAnaoecetiiâe réiÊ.*^Bo
juiz que os julgar, levará a $eptima parti,
-—E por todalas ouiras pe«aa *êsr aangUe,
contkeudas no .dil0 f)eMf .m.Mê.patfará
mais que duzenêoe vtò, érfiÊêlquer-mumei'
ra q$m sangue 4irar. K tHúi sm rspàÉrnuv-
OUB, SE NAO PA6ABÁ NADA. (fi)}ái atmU$$,a$h
mãopesraaMz, Êá$iaaa$$bq$Êemiom$mno
$ttrmiêOie.de$uira$orte.$sãai . .• . ;; i
Já por «Una santeB^B 4» èBÊB, Jiafia éapla-
rado ovei là Hanaei qua Di Uààla-áê Meh
lo, náo <iMa df^eéto algillKf»ikê»^íM.14M*
«a dsAoafrtM^ <0 «tttfoa dlliMfta^i^i* Aiixo
4e ispria á Giola^ o tttiUttiD^fQtpMto,
• mevoáiqae a M DiNáfroasoil» »aile>nsil-
.fllo.p. Manasi^riieranamjeB Hiirida^Vaa-
-OD ArMidee<d«4a^paiOf-*eBi^tao aéoseBte
MSN
ptor SOB 'vidá. o 80 aio eglamdltm á viaa
Jaraeo ql» eika vã» ohadwBfSi a eauyb
aaséra MUeata; patíft» foi prwiso eafei^
do iBeama MaBarca^ és IKBt ooBta a ■»
ma víava, qae, nio tendo foral, para Jsnr
oe «amasloos IríMoa, os exigia por m
£su seafc>ira,«íágia-4)s»
da o paaaafairo q/aa alsaw*
aaasa a villa ésFieiaot, ain
iaroNH 4ft ráia-i-doia aàqpuíia
de cavada^ da cada
. a I jpfMtda.aBUfii^. <k
gehroe ravals em iMfar, ena
\prmdea daatavaa
/
O rei, détarmíaá na oiitma 8anteiiçs,qa
— €a Eé nio leve Passagem,* mam fiorêeg^
$$ÊÍ9ú èsa qoe paasavaoa de Partagal pm
Casleila» ob da Gaiteiia para Forta^àl^ soe
algamas mereandss. oãa Me kvè a hsi
dis aoB^MM^ -poia aio tem Ticole. ft qas «
4sia alqiisirea da cevada, ae ^esMlsia, ey»
nba o dinheiro em.dapaaito» eié f«^ p^lt
Imíbib da Névoa Farae% aet^a aa»tiM
fliaáida8 Ihaf^artsBaam ee aiat
PENÂ-FBRRU -^ fregnezia» ExiaMSde
na, eamaaaaf aaBeeiba ejBato e Cíêêi$, 36
JtíleaMraaao Ka daiialiaav a e^iapalri»
ehaéee diataioio adadaiatrativok pasteasa
Xem dV Is^sa^
flmii75liiB|m»lloiD8Lf
Orato^ ft.Padro^ apaatolo,.
Maneado, Baa &r doBiíBgaa deeada aai.
h mita spíaaaetatB o* prios^ ^laa tíihi
i(ÚQ#IM».rdk de.feBdifl«Msu
ÍM. BdlagM% isam -4 Iraadeiada^
Rahk.amaia igqs paaieBaa.a aeia U$t0^
aia» vidaCfalre; e pifa eaJi^taítpaii^fi'
na e daJ%BiB>e,.iqaaaae ifeaulmfQflril
iVide^eq JBBNBO dMéfa^- l2Mi4n% pe» A
cai. d^» eo dai. .
. Oaaam d^aaia fregoecla»' é eonapQii ^
MIUi^tfwnlku^^BenkeHftrrem^
JiiramBdarai Ma8ala do.OepaB% etfncáito
a it UiOBMifes Ba SA da IMuMsniiAi»
aKa do VaratoK Mm & deFeaishc^ 7<^
aa Ni), deltislisa.
fliaa-:pf<pM^ar âhaa .qietíi8:A«tt^
PEN
vm
557
ntir, e do lado dolS. d'«lli, Má ò mmmA
nosieire de ^na Víraia, d» fnde» àgoili*
nhos, a 1:600 metros do OoMtao.
Sfr» dà iiwocaçio do nosáà léáMoim da
Graça, o, segando algrios ooÉrlpiòrM, M
HÉidado por Saoto Anoiraâo, religioso agos-
tiniano, allemão, pelos aimof de 640, a* pot»
eo* depois.
O fttadador, Tlveu aigUM
aanos HVsie moetairo^ e lila«
da á Icalia, M roartyrisado
pekM piraus aMcanos, a 4 de
fevereiro do |mio 99SO de Je-
snsChristo.
' Foi o primeiro convento d*esu ordem,
qne hoave em Poriiigal, tendo principio em
vma espetla de Nossa Senhora da Gnfça,
qne ]á então era antiga, e moito venerada
n'este8 sitios.
O sitio onde está o mosteiro, é dos mais
solitários e próprios para o reeolliiaiento e
meditação des qae se dedicam â vida da
oração e penfteada.
Frei Jeronymo Romano, nas íuas CmAi-
rias da ordem agostinian<í, e oaifos escri*
piores, aí&rmam que, vindo S. Wfll^elmo»
dnque de Aquitania, em peregrinação a S.
Ttiiago de Gompostella (il40), e passando
por este mosteiro, tanto lhe agrjdoa o so^
cego e isolamento dVlle, qne se deison fteur
por algnns annos, mandando reeonstrair os
danstros e alganas olBcinas.
A imagem antiquíssima da padroeira, é de
mármore, de boa escniptora, com 1",I0 de
s^, e a sna fesia principal se fazia no dia
da sna Assumpção (iò d*agosto) sendo con-
oorridíssima, principalmente pelos morado-
res dos legares de Rendido, Alda-Gavlnha, e
Mereeana, e da vlUa de Aida^GaUéga daifer*
eeaaa (on Aldeia Galtdga da Mereeana). Á
excepção de Rendido, todos os mais povos
ficam a distancia de ons 24 kilomeuros do
mosteiro.
Vmham na véspera da festa, dois hrilban<
círios, nm de Rendido e ontro da Mer-
ana; cada nm dos quaes deitava à'8enho«>
ra 5S arráteis de cera.
Refere a Ckroma dw agoitiniãíMf que
no dia 30tde*jiifeto de I6«H desemteresMm
n'esta praia, Mifirataada gnartição danm
ehaveeo de mouros afriemoê, ene dirigia
ao moflêifo. Oi Mdes, wfa liveram tempo
senão de ftigir para Torres- Vedras^ ievando
o Santissimei^ é ak ptaia» d» eonvenlo^ e A«
eiado só n*éM(B,am diácono, eliamadoiral
Roque da Gama, mancsbo de muita cora*
gem e grandes forças, aeompiohado de qua*
HO lavradores^ tãaaaimoios tomo eUe. Mão
espeiarato qne òs mooros atacassem o mos*
teiro; mal deram ]fe'elles de improviso»
eom tal faria, qne, ferindo una e agarrando
ootros, os captivaram a mdos 14, manísian-
do-os eom ia nmsmaa cordas qtie elles ura*
ziam para prender oschrisâos que pedea*
sem haver áa nãos.
Regressaram oa religiosos^ e o sen prior
fez presente dos captivos a D. Philippe lU
(que estava então no penúltimo amio da sua
vida), que os mandou empregar em rema*
dores daa gaHéa do estado.
Como o prior expeeesse n!esta occaslão
ao rei, o perigo qne corria eom ao seus re-
Hgioeoe» pelaa Requentes invasões dos pira-
tas maliriunos, e em um sitio isolado e dea*
protegido; mande» D» Philippe que no mos-
tetaro houvesse uma •espécie de praça. d'ar-
mas^lpara que os frades» por si e por seus
noviços, caseiros e creados, se podessem de-
fender.
Deu*HieB certo nimaio de mosquetes e
hmças, nm tambor, e frascos eom pólvora;
ordenando que de Lisboa lhe mandassem
annnahnente certa quantidade de pólvora e
bala. D'islo procedeu ebamarem es povos
da yistebança, ao superior do convénio^ c#-
pUSo-pri&r,
Foi feito odhde de: Penha-Firme, em i9
dè afoslo de 1653, Jorge Rosa Sartoriua^
que )á era, desd« i03^ visconde da Pie-
dade,
FENá 0âRCU ou PINHA OARCtA-vlUa
Reira Raiaa, comarca e coooelho déldaaha
Nova (íoi ató 1850, da mesma comarca, mas
do eonoeiho de Monsanto) 65 liilometros da
Guarda, 285 a E. de Lisboa.
Tem 170 fogos.
Im 1757 tinha 91 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Gonoeição.
sss:
9^
' Bfspa46,dMriet^'t<Uilaiiili!|tiio<8.tt.<JMÍf
kMetros a E. â« QaatêUor^ntiçft. . i
- Q HibsDil .éx «891 da conaeieieiA apsii*
seQtftya » pruxr^ ^ae tMu? l60|4Ma9élti dft
Miâinènteniiiû]!. . :.<...'
-íO mMr« d» oidtn áa S« ThMfo^ibedeu
lorâl) 601 Proença Velho», a aLée mitthia
d0 12M. (L.'' i^* da Aooçd^ d#>DL il/JÍÍDpMa
Bi ManiMl lha deu fond nov<e; «i Saatar
reni^ «d I.* ée janto de 15ML {L^âe #k
E* poioaçâo aiDllo antiga» e esiá feitoâda
em tim alta^ degraa da serra 4a Gflrdaiila>
ramo da EÓreMa» e ehamaè» valfpaimastfl^
Foi couto do reino, ou d«ili»flBÍ9Íad#% qtm
]>. 'Marta I extíBgsia^eaiiifrtodoftfisoBitrès)
por «ma lei dé 1790.
KtíM Berra ba asafiiaBiniaaraesdaeha^
mada Fen/tfâoftfa.
Já vão descriptat ««• JAm/lM*<nito.
Foi eereada: de BMiralbas, dii qaiM.ahi-
da existem alguns lanços, e sebre um pe*
Bfaasce ihe maadeu o rei DiDiiiiz,pakMa»*
nos id(X>, eenstroir Tm forte easielle, <qae
afndaee eonserra deimànleUado*
fim i^d, e mesme rei, o deaaos tenn
planos, passando em 1319 para a^ocdpm^
Gliristo. '1
D. AÍTonso II tinha dado a yilla aostalral^'
leiros de 3. TMago, yelos annosde-ino,
com a coodlção* de fundarem oitastelioie
Kmraihas da df eumyalaçSo; porte, oomo'
não cumpriraolesta eoodiçio, D^^Dmiflini.
tirou ptra, a dar aos caindlelios do Templo,
pássáttdo-pela Mp^ressio d'esta ordem, pa*
ra a de Cbristo.
O nome da víiladèríTa-se da pMáâ sobre
que está eáifleedo o castello. e, antee da
sua eoQstrucçio, Já tintai o mesmo'nom^
por allí haverem muitos ninhos de garfos.
Os avtlgos eseroTíam Peia^IaHia.
Foi povoação de alguma importanda, por
ser coDOelho, por estar forflQoada, e por
ser a pouca distaneia da' Bttremadnra hes-
panhola.
Hoje, que já naáa dMsto existe (senaé a
ultima cireumstaoeia)' perdeu muito* da áia
valia^ e é uma povoação decadente.
4kMi 4€tiftDrf0 df00|il4a>»dtfeafts,«l0|t*
UM» «fir«eli0^>caia bASNioie c«<o^^ 4 abn-
donte de eaça^jfCA^SA^o-nitaiiiiJ'
jpiiiA:ftâXB4Mx:T0iiiis í»^K!U am
•^olar-idei MmíkQáHt
Vide no «affligo NiêpêrHrm^-m eot. L\h
pag.ia^ d^tff.fohmiew
PENA GUIiO^A pag. 99, eoL ij^« de A*
y^ seh o palavm»- JAMtAa fBanta) de Pena-
j^«ido,deflarevi«stfl'»viHa; naa como depoii
adhei nuHi apMIamsiiMs de ^oe nio qnero
privai o leitor^ o» dou »'e6l» Jogar.
.PrilDtiMmQnt| danei ombí algumas no-
ticias com respeito ae^ Í\P «onde de Pem-
guiie)<o famoso João.Redrigttvde Sà-*-o
dM Qtiléâ. .
> Nascen «ataeaelarecido hevoo portuguei^
«II HèàB. Apptisando se ao estudo âeaé
tenra edade, com o maior fervor» aioda jo*
vem^ 4Mmbecui «"laàiavas.eoiB faeítídsdeas
liQgQas4as prineipae^ nafõee ida Earopa.
ifai veisaiísstlno nas letras huSMUNU^s
decidido protector de todo» os que- se dis*
tiaguíam pela acieoeia, piâla Tínadst wpe*
lopatrioiamo.
De 21 ânuos de* edade^ fèa a aeoiaiii^io
de D. João IV^ seade um dos fuarvata f*
da^KKs qpie ae arrojaram áçneiHa empreo,
que teie tanta de'fel« e patriotíoaipOOBods
taoisraria»
Foi «te que MSUbou o .malvado Migmléi
Vãsconcellos, príAeipal e- truel ínstrumeato
dis-eitorçães .e atroeidadas 0xereidii'acv
pórtnguèzes, por ordem de Pliíllppe lY.
..D. Jòao IV o (te Iog0( sea eamareiro-iiiár
e.ofoi laDd)em de D. Affonso VI. '
f ead9 apenas 23 anãos, tania eordnn
mosttava.em lodosos seus actos» qae o id
o nttnaon do seu conselho de gmerra,epoii*
00 depois; òbuselheiro doestado, sendo s
seu voto eoneiderado sempre de graade pe-
so, pela sua prodeacia, rectidão eimparm-
lidade.
Foi liosso embaixador extraordioárío i
GiisBretanfea, para os negócios de m&it
palpitante interesse do tenopo^ e^qoe, pe-
la sua intelligencia cenclaiu eom felici-
dade.
Fez esta viagem, e a sua estada emLoa-
dres, ^xmrt pompa^Jusioento e gnadtf»
wm
galboç aaapaw homr a jm paldm.
. iOt éeiii «it«i «B|PN#>s Aò pAçd nul, »m
» imiíeélaii 4fl ouid» jta» gcmrra^
Sete^ Tezes .'paaèoA mà tAJeolci»;- ^ ett vva^
nM;oaoftbi9«i,aiK)rdD.áft nmoi de 0MCf
v^- portando*^ «ip teâissaB.omcúQnctilatfiy
€om k^ío 6iB9flai^ arútiMBatiM háuuma» •
¥âkir6Ktremidi^i -::í. ^ .,i.< .. > •••/..!
Na expugnaçao do forte de S,<Mliilll, a
BO flkiadaBaàijo^tOinaiidailofar aa Ttn-
cmrda» dando^pda^flul^MaADi^ftBimo^.con
pifeiq aos oonpanh^rut^ . . t
Os assaltos a Badajoz, foram infrucUfe»
ros; |K)r<tuey esiasi^ a {fotoídavei pcaça já
rfldvtída a gnmdiss.apBnM, e.prestds.a eo<^
tfagaF^sB) Tera'0m liettpsoeoiioro d daqne de
&. Gerntàno.
'. 'Batu^aipda kA derpotado. e posio em foga
pteeipitada pdlaa>pQiac(giifiZ^ aomttaadar
^.8 pelqs igatieraeB Albo^neoiiie^ .Vaacoii/-.
cellos, e o nosso JcSb Bodf iguls de Sá. . .
' 'O cârcò danava batia 4^ taezes, qsanâD o
i.*" ministro de Philippe 4.% O. Lmtâe fia^
ro^eon wn. gvaoda ei^eilrilo, intaemaéc-
cerro da^praça.
't»
As tropas portogneies, alem de muito in-
fèiiovesiem Domerc^ealaTam tendo desiiia-
das pèlatpeste^ pelo qae tWeram da retirar
sdbre fiivas, qmé a-^^de oattobiro- do mes*
maanno flo 4058,. loi aiiiaâa. peles eaate-
Ihatioa»'
• *
} '
^0 eende de Penag^nfSo; ataeado da peste,
e àffllcto por sè ôio toiriar Badajoz, retira
dtJeiíie,hindo parti o convento de S. Fran^
eisco (Junto âs murelha? d^filvas) e estando
jà' ofbiitii^o em volta da cidade^ e senbor
do mosteiro, faltèeen n^esse mesmo dia n
deoninbro. * •
Confessemos que D. )[>,aiz d'Haro, se por*
toa com a bizarria própria de um verdadei-
ro fidalgo, que era, restituindo logo no dia
seguinte, o cadever do nosso conde, com a
pompa 6. honras n^ilitares próprias de vim
general; sendo recebido na praça com sin-
eeras lagrimas de pesar^ pela perda irrepa-
rável do tão bece:^erito çortijfguez.
PoUces mezes defK)íey foitratts^férido para
o»eenveiik) dé' & FtaiicCm da cidade^ de
PoM^MldaSMiM 9 amjaaigo os notam
aeifaaDea.da Seoag«iaOi y :
• iSequpra Aitei -goe lO «Dftte4e Ganlai^bede^
general do Àlemtejo, veia ma soecorro d»
tMM^ eqiM aU^#ii «overoador^ IX Sancho
Maonel, fizeram pagar aos eaeteúiaaoe a ooh
•adij^ pm aia0aa(ie{«o« :€Qm o maior arro*
fo, e sendo ferido »fleo ^general em ebefe^
foi o MoM ge jòlp e posto- em debandada, a
iÀida-íanelro de MSè^ depois de i me^ea
nanai oUo 4iaade-«iiHÉ. <Yide EIvomí)
> .
Para a^ agnaa IhcruMaa, ebamadaa por
algonn de PenOf^fMBkti Ykhr MoUêdo.
Veja^le Vi$ô, paraat^anmaarioa de Sf^s-
SA Setikom do Viso (que fet egreja mátrjit
da fresMiia de Fentea) e da Nosm Senhor
radaJdtfiaémro.
.PENA J^^írepieaia, Beira. AHa^.co^
maffea^. coneelbo* bispajào» « |9 Ulonaetre & aa
N.O. de Lamego, dielrieto^adminietrativoda
yia<u,»51lliaMetroaaaN.deLbbaa. .
Tem eoo. fofaa. . .
fiB&.1757 tinha 4d9 foffoe.
Onago, e -Salvadon . /
As religíDiaa de Santa: Qara, dad Portu$
do Sol (Porto) apresentava o vigário, que
tinha 170^000 Téis de rendimento.
E' poveaçto muita* antiga, e lol vi Ha •
conto, cora jdeiiçaa pfoprint.
D.' Manoel lhe dett foral,' em Lisboa, a 15
de julho de Il^i4. (£.« de farae^ nof>â9 da
Beira, fl'. »»,• cok !.•)
Ser^ taMbem para Lã§ôasy Portella, Vai-
le^Cluro, e VUla^Chan-^^ínútí hoje povoa-
ções d'esta frégnezia.
Formosamente situada, sobre a 'margeai
esqoerda .do Douro, estendendo-sepelo dor-
so éo monte do seu nome, é unfa das maie^
res e miAs rieas firegn^ziat do bispado de
Lamego.
Gomprehendé as ^IdeDis seguintes: •
Godemeiro/.Grojaes, Gorvaeeira, Mollies;
Mollôdp, Paço, Pinheiro, Pousada, Ribeira»
São Payo, São Gião, Sdbre-Egreja, Torre,
yalle-Çlaro, Yaliê-Verde, e YHla-Ghan.
Alem doestas aldeias, ha alguns casMano*
s^
PEN
Uve9«, sendo oi priacipaMi, o'fl«'Alfti0Íir, I
formosa propriedade, do «r. aibide da In*
gtiezia de 11 irftgala (Porto) o domior, Pedro
Augusto Ferreira.
Tem XÈtíM 400 oitvelraa, e }á proáotia
d pipas de optifoo vintio.
Bstá situado em um degrau do iMtte, em
posição aiegre e visiosa;
Atem do seuuome^^eom pouea eortupçio
árabe, mostra' se que foi habitação (oom to«
da a provabilidade aoMmriéea) pois que, em
uma aotiquissima terra d'e5te sitio, tem ap-
pareeido fragmentos de grosf os tijoioe, car-
Yáo, e escumalha de lérreiro*
Foi senhor donatário ta Tiihi de Pena-
Jéis, e da de Oestaço, o famoso Tristão âa
Cunha, do conselho dos reis D. Manoel e D.
João lil, nomeado embaixador a Roms, ga-»
neral da Uga Catholica, fieio papa Lcao X,
e o !.<" eapitio pertuguex, que tomou eida^
de a mouros, no Oriente.
Era uaturai de OthultOi coneeltaode Alem«
quer. (Vide 6.« yoI., pag. !SM, col. 1 «)
Viterbo, no seu Elnoidario^ cita vários do-
cumentos do secuio XJI^ em que semeneio-
ua esta Aréguetia, com o nome do Peua Ju
ééa,
O cónego, João Uendeada Foosaea» na sua
Memoria chronohgica dos bispos de Lame-
fo» faljando do bispo IX João U (duodécimo
do seu catalogo) diz^ a pag. 37.
«Em i& de outubro do dito anuo do 1292,
assistitt o mesmo bispo, D. João, á doação
que fizeram (vonçalo Pires, reitor de Cida*
déibe, o Cronçalo Martins, e Domingos Mar
tios, de Penajóia, testamenteiros de Martim
Annes, reitor de Pendiihe, de certa quantia
de dinheiro, para as obras da Sé, de La-
mego.»
O mesmo escriptor^ diz que, estando o rei
D. Diniz na cidade do Porto, passara uma
carta, a 20 de agosto do 1292, cujo traslado
anthentico se acha no arctúvo capitular» fir<
nuda eom o séllo real, o com o do referido
biapo, e o do seu cabido» no ^ual se lô o se-
gointe paragrapho;
t Corrupçâ) do árabe -*;l/-í?i«n!ar (o
quintal.)
• «Qm 0'liisp» d esÉids^ dbvaa -por
a demanda epntra elv0% Oigas^ en
nçio, D: DiUa Ibea dsnii n «ffcia é» VaUí-
gem, com a ie« padroado^ o lo|^ da
dê Bispo^ e 4edaa aa iMrdades que poi
aaien da deeaYeoQa, o qne o rei Uns ii
tendo. Pemíttiu^lbea qqe podasaen
açougue ao aou ooolo; nan 4paa o biapa
masse a seu cargo a aibeifbffia e %
do MoUdAe.
Prosa eaie doemiMtfto, que {á ii»
k» XUI exislia ao Mettéd» (iogar á\
roehia) uma albergaria, e abarca de
gem.
D. Aff^aio V, deu o padroado da ccfifa
de Penajóia, ás Mras de flauta Clara (I
ciseanas) da eidade do Porto — por
orações que somos certos que por os
sados^ e por nás^ fazem ãtda dia, (Chronka
da ordem seraphioa» doe frades menorts de
S. Francisco^ por frei Maaaei da Esperança,
tom. 1.*, li¥. 5.«, pag. 578.)
As freiras reeelieraai oa disiosos d'aala dw*
gnazia até 1833.
fim quanto fei da corda, tra abbadia. e
depois que passou ás freiras, toi Yigariana*
Ha n'esta freguezia óptimas quintae^ es*
tremaado-se entre ellas, aa doas de Paitni
--uma do «r. Ferreira, da C»rvaeei»'ã (vida
esta palavra) irano do sr. doutor Pedro Au-
gusto Ferreira, abbade de Miragaia, da For*
to, meu g^ieroso e iaíatigavel coUaborador,
n'esta obra*-e outra do ar. Julião Sarmemo
de Vasconcelios e (^tro, barão de Moimeu*
u da Beira, feito em 17 de fevereiro de 18GQL
Ficam junto ao rio Douro, e em frente da
bonita casa do sr. António Botelho Teixeira»
barão do Graajão, dt^sde 7 de maio de 1867.
O vinho d*estas quintas, é o melhor de
Penajóia, onde todo é bom.
Também são boas propriedades, as quin-
tas ádi—Ribeira de Fomos, Lagoas^ Pombai,
Fontainfias, Lodeiro, Egreja; e excedendo a
todas, em riqueza e producção, a do Extre-
madouro, do sr. António Joaquim Guedes,
irmão do faUecido visconde de Vaimôr, José
Isidoro Guedes, que obteve o titulo, em dnaa
vidas, a 11 do março de 1867. Era tio do
actiutl Tisconde do naesmo titulo» o ar.>Faua%
vm
Mr dtt . Jfto/riro da 4B1Q.
■ — • .'
Aê mldeiasmíafê kiotâveifi d'eftCa fregnetla,
-áio «^ 8. -(rtãto, por ter i8e logos -^ MòMâê,
IwIa' «lá «fltigtiMade, pela sua albeiv^rte,
pela soa antiquissima barca de passagem (a
Iwrea éefor^Oeus) e pelas snas calda9*-^Yi-
éèMétUdó.
Ainda outro docamento da antiguidade
^'esla frejuezia, e que prova jà existir no,
principio do il<> $ecalo — é uma carta de
^(Mkç^Oy feita em ii33, por D. AÍJTonso fíen-
riqat^s, a Hendo Viegas, ^o qual dá Samo-
4àc^ ((íuião Çamudaens)^ jUQto a. Lamego,
com todos os seus locares e termos, aisim co-
Vio partia com Pena-Judéa (Pena-Jóía) Avôes,
Paço, ele.
.'.ÈBtOÈriM Baia dasiparochitt de mais
vasta éi^Mj mais pQpulosas, íeiteis e rieas
4b Bi4rA*Alta. Para se fazer maa ideia da
roa ttqueca^ bastará djter que tem tfOO elei-
tores, Í9to é, quasi metade da ena popul^o;
a^e dá sete doe fion^^er ceaírièuM^I do
aoDceMMk .
fmàm esta frègnezla, emabttodaiMia, te^
tea^nalidade de oerea^s^ e óptima» Ifoetae,
ailReialeíieoie leranje^ fi^es^magene, pécús^
iaBasaoe,:p4eefOfs e ama jeneme porção de
m掤m,^ptiu^vt9'^he etemaai Tnr^ 4qs rs*
. W/ils« Ê taaibeai fertU em cartaoba^, bata-
ta^,» feijões; etCr-Prodoaliifie de4uae atrea
taíà#pa» de víoImi. « aaies do oiá^imiít pro-
iOiiatSHÂi aaetemil.
' liemmte do Bo^ que é baldio, semeoa-
lM,.ba aonoe, centeio, que produzia M se-
mentes. Os pinheiros tainbem aqui se dão
e crescem maravílbosameàte; porém as ve-.
nsí^ teem-se desmaxellado do aproneita-
meptoidos t«rreoee»a&iclpaep^ de que po-
dia Sttferir opiimiss reoditneiítos»
t u krritorio da freguesia aboodaBUsiti*
ma.é'«|iiB| lanto potavei, como para irrigt-
(bj servindo esta de motor a prrto de 100
Boiolios de pao. Cria bastante gado, boTlao
ehaigaro; e sobra todas estas beilaa eon-
digilM de prosperidade^ tem a ioapraeiavel
feuMS VI
m»
ím
veamc^A de/poder l^ar os seoe prodncte^
agrícolas, com muita facilidade e poaeo Ae^
pendio, aos a^rwdos do Porto e.R^iia, pe-
lo rio i)owrQ — <a por terra, a Laaiego, Cai-
daa de MoUMe, Mi^aâa-Prio^ e eutres locali-
dadea a ,
Temimaitos loumiros (prados) que^ produ-
zem abandaatieajma e boa berva, que expor-
ia em grande quantidade, (Só no logfir ò^
8. Gião, perlo dia .40 mulheres se empregam
exolttsivnmeote em sefar- berva, e hireat
veodtl-a á Bégoa,)
Êda «ilima saluberrimo, e nao ba aqui
memoria de grandea moléstias epidemicaf.
h ogreja matriz, é sumptuosa. Tem um
altar-móii a s^^is iateraes,. coo» beMas im^l-
fens. Uma optina sachristía, e boa eaee ^
Htbnlca — - iam vasto coro, ^ um bom orga9i>
com: 4ei«^ permanente para o orgi^oieta.
A torre tem quatro sinos.
Possoe: eplinses paramentos a alfaias, e
armaçio aompleia para aegreja. liaUssdas
alfaias são de prata, .e tem dois lindos lus-
tres de epystal.
A resídeoaia do parocbo^ ó boa^ e os pay-
saes soffriveís; ma» já fori^ muHo maiores,
«piando também ibe.perteocia a grande gtiia-
ta 4a Egreja^ que é hoje dos herdeiros de
D. Diogo, de Cidadélbe^
Tem quatro irmandades^ com estatutos
approvados, com bastantes rendimentos, e
rioaa alfaias.
Ha na freguezia seis cape lias publicas*—
sendo três á*eUas, melhores do q^oo muitas
egrejas parochiaes — e todas com tresati^i-
MS, sachrtstia.e coro; e adeSamo Antooio,
oem bom orgam^ a dotação permanente para
o organista.
São treze as capellas particulares, e dois
oratórios, isentos da jurisdição parochial;
aepdo um d'e)(ee de muito pireço a mereci-
mento.
Ha actualmente' na freguezia, 15. clérigos
seculares (e Já. houve maitus mais simulai-
iieamente).--4Jm doe mais aotaveie clérigos
da Pena*J«i>a, foi o doutor iosó Ernesto de
Carvalho H^, lente jubibKUk, de thedogia,
eavalleiro da 4>rdem de Nossa Senhora da
GuDceifão de Vilia- Viçosa; da ordem da Ro-
sa^ DO Brasil'; conselheiro e vice-reitor da
36
&«2
pm
vnirmidade d» Coimbra; do ipíA adfuite
(rato imfs detidamente.
Dos 15 que bojB existem, (]«atro si» pa-
ro€liò!i eoUados^am, mestno ii'eata fregae-
tia^ontro na de Frende*^ outro «ái 8. Joio
de Fontoura — e o 4.^ o sr. Pedro Augusto
Ferreira, é Imcbarel, formado em th«oiogía,
foi examinador synodal, Tigarto-geval inte-
rino, é pt\)fe9sor do seminário dioeesano,
em Lamego, abbade de Távora, e hoje, ab-
l^ade da fregaezia de S. Pedro de Miragaia,
na cidade do Porto— tantas veaes menelona-
do n^-esta ofbra, pelos grandes eerviçss qae
lhe tem prestado, e à sua pátria, oom gran-
de (|tlantidade de etsriosissimos apoBtaiben-
tos, e ^ganles descri pç9es, que com a sol-
'iicitade de um sincero amig», e o zelo de
«m Verdadeiro patriota, me tem prodigaii-
Sado» para enrijecer e adornar este diceio-
nario.
' Ontro ecdesiastice d'e8ta fregueila, é es-
criTio da camará ecciesiastica de Lamego,
e sub-secretário dó prelado diocesano— on-
tro é professor de latim, grego efranoez, e
sabendd lambam italiano e iogler.
Ha na freguezia dois bacharéis, um que
lem sido deputado, e outro, é offlctal da at-
eretaria dos negócios do reino, e chefe da
repartição da io^trueção publica.
' Há* nove ediOeios com brazSes d^armâs. ;
Vimos que poucas fregnezias mraesd^-
te reino, terSo por filhos, tio grande nume-
ro de varões notáveis. 'Além dos qhe ficam
mencionados nVste artigo, e dos que vão
• sol) o notne de verias aldeias da paroehia
' ]algo-me n^ dever de commemorar aqui um
dos que mais honrou a terra qie lhe deu o
• ser. ■ . . '
Na noite de fB para-^ de novembro da
1875, expirou na sua casa, da rua 4a Ale-
gria, em Coimbra, o reverendíssimo sr. drJ
'lo9é Crnesto de Carvalho' ell^o,l^te ju-
bilado da faruKiade de theologia, commem-
dador das ordeos 'de Nosso *8ehhor iesu:)
• Chrísto, Nossa Setíhora da Omceiçâòde Vil-
• h^Vieosa, eda kn|lerfal òrdetíi d*R«»sa,dq
«Br/tsii; fidalg(^ isa Vallein) da câsá rea(, do eònt
seiho de Sua MagestadeFidelissimae vice-
rsitor 4a nossa Univerftidade, àstde
sempre idolatrado pela ícademin, m
merecer a confiança dos diversos
que presidiram j|os destinos 4a iinçSQw'^^*
rante o loag^ periqdp de U a St fiiiAO^ o
que é muito caro nos annaas da Uai vcm-
dade.
Por vezes surgiram grandes teptpoatadwf»
no governo académico, e vários reiuiree
ram exauctorados, por não poderem
tar-se á frente da academia, como epn
em seguida à memorável revolução da
naval; mas logo que o sr. dr. Ernesto
mia o poder, sem a mínima violência, a
demia entrava na ordem, como que levada
por uma vara magica.
fi* que s. ex.*, alem de saber, como pou-
cos, allíar a equidade com a justiça, c^uá-
prehendendo o que são moços, sempre ge-
nerosos, quando levados por bem, mate pe*
dia como amigo e pae, do que ordenava
mo snperior< B, fiesmo por iadole, M
pre affavel e generoso; para com loÃa8,i«
ceramente amigo da academia, e par
todos o amavam. Fallaeea sem cootar om
unico' inimigo.
' Còm a saa morte •perdeu e aho fana-
cionalismo um modello de recUdioie Joalí-
' {a, de equidade e aAibilidade--o mm# (múz
mm dos seiu.mais beneméritos ooiaeMadiM
•*^a nossa ttti;rienidadÍB, um dosacoa mais
distlnetos emamcmaa' o esta rr^9iieBáa> ia
Peoajóta, nm doa Mbos qne maba «Mhn-
ceram, pois «asem na povoa^ dâMoUSea»
ao» 17 de fevereiro dè 4799. Gontatapér
consequência 77 annos iMomptetoa quanda
falieceu. Foram seus pães, José dá Gubm-
00 de Garvalhe e Rego; propríeCaffiDei>n>-
fessor de musica, e D. Anna Joaqipord'Jl-
meida. '
Foi monge beaedíetino, oom o nome da ir.
José Ernesto de Si B^nto, e entrou pacata
«Énígivgaçao a 14 de março de 1816' «'giMa-
U feira, dia de 8. Jof o de 'Dens, cooftsiir.
'Aocèitott-o fr< Bento de Santo Antohio
tá, geral da eongregaçio, e fbi lev
de novt^ ^. Aniònfo «doOiíraçiodelti-
rfa. \ ■ • . ' • -í ' ' • • •
Tomou o habite no convento deTiMiei^e
lan^4b'e o enperioride dlto^ meateirc^ Ir.
PEN
PEN
562
Joflé dè S. Loorenço JdstiniaoQ, a 14 de máor*
ço de t8i6, pelas< quatro facral eimeiá da
tarde, e proíessoa no meMBO cofavu&to a 16
4ê'ilia«ço de 1B17, Da pnesBOt^a do prior, fr.
FraneiBco. dai Esperanfii, àènSo 'geral da
«oiigrègaçao. Ir.. JoãoJtio Rosário e Castro.
' A<I8''Í3.. de 80táiDbrQ de 1818, loi para o
mosteiro de Rendafe, frequentar o eollegio
dè phiib9ophia,!8e>do aiti D. abbade, fr. An-
loifiade Nosaá Seobera^ e geral da fidngre4
gaçao» o mesmo Ir. João do tosarioie Gasiro;
eao6 SO deeetembrodd J 819, passou de Ren-
daíb parao eollegio df Coimbra, opdê eomple^
tou o curso de pbilosopbía, sendo alli D^abbft-
4b, fr« Manuel da Graça, e geral da congrega-
ção, o )iadre mestra jubHado, fr. Francisco
de S. João Baptista Moura, da nobre casa de
Telbd^em Celorico de Basio, Irmão do pe-
nUUimoi bispo de Lamego, o sr. D. José de
Voura Coutinho, de • saudosíssima, meoot
xia.
Aos i7 de dezembro de ISSO, tomou or-
dens menores, conferidas pelo abbade do
mesmo eollegio de CoilBbfa--aoa 2d.de de-
■embno do mesmo awMi^ foi^he conferida a
ordem de subdia^sono, pelo bispo da G^ar*
da, resid^^nte em Mf>llo — aos 7 de abril de
itti confHríu^lbe o bispo éd Ceimbra a or-
dem da diaeoiiio-^e a 10 de fevereiro do
nesmo anuo, o bispo de Lamego, lhe eonfe^
riu a «rdem de presbyteroy no mosteiro de
Sasta Cruz, em Coimbra.
Em outubro de iS2l, matrículou-se no
i.* anno de theologia, pa UQiTersidad9> e
foi premíaedo in'esse aouo e no seguinte, e
nao nos outros por serem prohibidos.ps pre-
jnids -per uma earta regia.
- Em maio de i8i$.iomou o grau de ba-
diarel«^let a soa formatura em maio de
4836-^m outubro <l*esse mesmo anno ma«
IcfaBliloa-se mx 6.* anuo (beolngíco— d«*ft»nr
dem eoneluiõ-íS magoas em 39.de março de
MI8— fe& exame ^privado a 8 de paaio do
jnâsmo dnnor-re a 18 do* mesmo m^ tomou
o grau áà jduuior.
. . A 4 de jui^o. de. 4895, Meleifo superior
do )eoHtgíQ:dd. Gniibca, sendo D. abbade, fr.
Atttçoio éí $tuu Ri-a»e g^raA dacqngrega*
00, Ir. I^9t» dv M a^ &a)k)ra— eqi ontUf
bro de 1829 foi abrir o eollegio de thMd*
gia aRettdnfé, e regressou em dis^deiSM
ao ooUegio de Coimbra, do qual íol^iia
pdor a 7 de agnsto do mesmo knoo, seaiii
D. abbade, fr. Fnanciaco .do Loráto, e geral
da congregação, fr. Agostinho dos Braaorái
~re a 9 de jnaho de 1831191 segunda/Vez
eleito prior d'este cottegio, eendp D. abbadoí
fr« llaniiel da Graça,. e geral da eongrefai
çao; fr. Bsnlo.do Pilar**
A 20 de. fenrereiro de 1837„foi nomMdtt
tente aobslikilo extraordinário do iheologiai
eéeeretario da dita (aculdade**t.a«5 dcipaft^
ço de 1840, lente substituto ordi&ariQ-rJeitf»
te . cathedrad«o, por decreto de 4 da nutfço
de i846; e por decreto 4e 27 do mesmo oss
e anno, Jente proprit^tario da 6/ .eadoiít
theolpgiea, havendo sido uore amaoakMlo
substituto, e regido seis anoos conaecativoi
4^ cadeira de iheologiamoraL ^u
Por decreto de 19 de abril de 1854, foi BO*
meado vice-reliar interino da univeraidade^
em seguida á demissio dada ao reitor; quo
foi bispo de Bragança, de Viseu e do CoMto
bra, D* José Manuel de Lemes; o pordecMc*
to- de 26 de julho do mesmo anno, ri^erei^
lor proiprietario e vitalició, regendo ^^jonk
versidads com geral apraaimento, atd qaa
Isi nomeado reitor, o conselheiro Basilki Al*
berto de Souza Pinto, bóie visconde, de .&
leronymo. Sendo estQ senhor denoettido con»
linuou a r^ger a uoiversi«bide«. o ar. dr, Jbr
só Ernesto, até que fdi nomeado roíVnr # «^
conselheiro, Vioent4^ Ferrer Kett<>4etíaiw
egLoneradoesie, assumiu Duitra vez. o ar. o^gt
seiheiro José Ernesto, o goverjioda uipvaih
sidade» ati ser nomeado reitor» 9 ^r. Aoi^
nio Loiz de Seabra» hoje niscondoi de Asar
bra, e em seguida á eaonoraçâo. d*jeste& w
24 de julho d« 1868, «optifiuou m regw a
universidade» o sr^ conselheiro José Eam^
até que em 9 de. jolhe de i869, foL qom^ad»
o actual reitor, o sr. visconde de- ViU^y
Maior. ' 1. I >
Durante a sua vic^reiteria, .fl^ram-Jt
muitas o «importante» «t:(oci»as,iioa(eatatMir
lecimentos da universidade^ nomeadapií%
le, na saladoseapt^llos, mu^p.ei»rdini bo-
tanieq; e lik aatea do at^r qqw^p f if}o.rfiit
lOTft havia o sr. hí9i Brv^èn^ fti^Q.f^éJ$k
QQDfitissao .nimeada poc. »ofiam[>4e Adf
lòí
¥m
Élbif èiBlira àt .á8(Sd, encarregftda 4e ffofor
as.Bedi4as-ipai8 cdurenieDtas ptra «reor*
fMUMça» da typogrâpbà da Uiliv^rtiilaéag
iasio na parte aduiDisiraUva oomo na me«
ditiiica*
A «au cofnmisbão 86 deveem giunde^par-
liio aotavêl lirogr^BQ d'aqiieUa.typocf apliia,
fmçaiá sekoaâ 0 ittellígenta direcção do ar.
commeudador, Olympio fíieolaa Huy F«rr
aiHideik -que, pór taieialiTa e deligéDda9.da
Híbrida fcotuaiiâaao, foi ooawado director
iUqaeUaJAporUQteestabeledioeiítOyem 16
éi mar^o de tô54«
'\Bai M de janeiro dè t8ISI,eelebroaaaDi-
"versliada, exéquias soleniQes, pela alma da
SMilloitt D. Maria U, faileeida a 15 de no-
fsMttbro4e 1803, <e iDCumbiado-se do pane*
lyride, o ar. cooMlbeiro, JoeéBrneeto. A ena
oração qae eorra impreaia» foi brilfaaatia»
aima.
Ito d6<freto de »niaio de I8S2 foifyex.^ao»
meadia eommeodader da ordem do Nossa Se«
flÉarar da Goaeei^o de Vilia Viçosa— por de«
«•to d» i d'abril de 1855, íoi.tbe oeneedido
o lltolodo conselho de soa magfestadefideiie»
itma^for decreto Imperial; deS de feirefro^
ItO^ fiii ttomeado eoannendador da ordem
àá ilosa j do Brasil, e por portaria de 8 de
mM do aieemo anoo^ o governo portnguet
liio permittiK aeceítar a dlu eommenda è
«aar -as respectivas iosignias--;por decreto
a» i do O0o8to do I8ê6v foi agraciado com a
Moimeikda da ordem de Nosso Senhor Je*
st» Gliristo*-per deereio de 19 de julho de
1807» ibiliomeado fidalgo cavalieiro da casa
ysai^^por decreto de 6 de laaio de 1857, fui
«meado leme de prima, decano e direotor
ia fíMsuKdade de theologia, pela jubilaçio
êolMedlila ao dr. «Luiz Manuel Soares» e ju-
Mott-se ftnalmente o ar. conséllieiro José
SriMMin* por decMo de ê de- julho de 1860,
eam i3 aiiuua de serviço, como if^nto.
Foi taiubrm provedor da Misericórdia o
•xamiaador synodal, o peia sua nimia mo*
dcitia, retmaom a mitra do Aigarro e outras
fUO^pop vezea lhe furara oíTepecidas.
ffiNânEL <e 8UB*AR]UFA1IA)-H^idade,
Doiroi Cabeça 4a comarca o do concelho do
Ml cioiib,'lNiipado; dtau^kto administrativo,
#•31 liioiÉetrM ao ILN.B. do Porie^ 4S ao
PEN
S^ do Bilaga^ ÍA ao 8.E. de Goânáriès» U-
ao N.O. de Laoiego,. á5,ao N. do tio
31Q ao N. de liai»oa.
Tem 4:000 fi>gos, &:000 âltoaa^
fregneaias (8. Matlisho e S. Thiaga.)
A frfegãeria do S.!Martihfao^ bispo^ ée Aw^
TipuMk 4ô êonía {Pedafieil-tiiiha «m 1757»
802 fogoe.
A mitra, dou meateirorbenedíetiaoo ám
Bostéllo (a 5 kilometros da dâade)'e o doFft-
ço de Soau, apresentavam lâltematimnaenta
o reitor, que linha .3U0#0(!)0 réis do renAi*
mento. Ddpoisy foi eommenda da ordum
de Chrieto.
A Cregueiia de S. Thiago, ^^oatqlo» àB
S^'Arrifana de Souza, tiotaa em 1757, 3&
fogos.
O reitor da freguesia antecedeote, apre^
sentava o cnrâ, que tinha 20^000 léia d0
oongraa o o pé d'ai(ar.
Hoje é abbade, e tem 400^000 réis. Paga
a um cur 80#00O réis.
£' quartel geaeiíat>da 3.«divisio nalMua;
e quartel do regimento de tníanteriaii.* i
(Hoje sé aqui êstà a aia direita, o resto está
em GuimarSe».) .
Desde 1814 aié 4834^ foi quartel do bata-
lhão do caçadores n.* 6«-*denomiDadoso»
cametrioSf por ter^m golas 0 canhões ona*
rellos.
Tem estação telegraphica.
O concelho de Penafiel, comprehende ^
freguetias, todas ttoèispado4oPortQ^e.coa
7:300 fogos--^ão;
Abragào, Bôa-Vista> Bedibe o Pacinho^
Bui^télio, Cabeça Sauia, Ganeilas, Capella,
CSastell^s de Receziohos,€róca, Duas Egre-
jas e Rande, Eja e Entren^s-Rios (com par»
te de Santa Ciara do Torrãol Figueira, Pn*
te Arcada, GaHégos, Oollhulè, Irivo • €0-
reixas. Lagares, Lmim, Marcoo^ Milhuadoi^
NovellaS) OldrSes, Paço de Suoaa, ParedeSi.
Penafiel (S. Martinho), Peaafler(S. Thiago),
PtTOzétIo, Pinheiro, Ponteia, Rans e Canas»
R^cezinhos (8. Mamede), Receainhos (8. Mar*
tioh<i), Ria dè Moinhos, Santa Martha, Soo
hollido, Urr«» Valpôdre, í ViilaCoTaée Va
a'Afis.
. •▲ staiNNÉflifCft «râ r— poiiiáe dais Jal||[a-
-^M^ o de fftenaM e o dePmMes;. tims«4ca^
de» i6Td^ 'qna estte foi> elevstlb m a>marca^ fl»
Já a pag, 238 S.S., col i.* ç seguiatesy do
!.• yoL, sob â palavra Àrrifma de Sòú^o,
disâe alguma cousa com respeito a esta po«
yoaçío: fqui âccresceoto o roais que julgo
a propósito, pedindo (|e3cuipa de alguma
repejí^ào ineviuvel. . .
i >.
Bata a: bcAit» ddade <d* Peaifiel ianàãàa
Jbjto dâ:«n liioftle potieo elevado, en-
tre 08 rios Souza (ao &>9 GamUiim{ao N.)
^.se é Bodena úoili e aotouil Dome, conta
B)iiB;do.Ae9: séculos deiexialeiícia, com o dò
iàKmfama, » da oua: fuaiação já fallei ii'ésià
palavra.
Ifio tem fond uâifp ou moderno.
- Rn S5 de fevereird pe i741, D. João Y,
eleto««Bti poveação ioaibeeona' de titta,
cdbefftide ooneeibe; tende seu primeiee
juiz de fóra, o bacharel, FrancHoo Teiseirj(
fiL fú6é i«.a»taxidadei m sede. de Mapa*
de^^em â de mirço «de 4930^ e Hm mudo» e
aoB lÉlipírome ÚB.Árrífmm do Sawm^ m
émBemafkL .
Foi e papa Clemente XIY, que, a rogoéo»
BOMnha (ouiik) manquei de Pombal) ecdon
eMeiMapBidov «ndo d primeiro e naice bis^
po^lK feei Igneeio de S. 4]aetaM, da ordeoi
-des earmeiítas âesoalçes e eoofeiMer dar
ntínlia J>. Maria I, então prioceaa d*Bra»
ii^.è dae seneni8simea'ili(nitfs sdusirroãos;
por cujo, Btoetivo aunda residim em Pene*
Ballfeendo D. José I (a li de^vereiro de
1777) lhe siuooedett soa 1111», D. Maria I,
que instigada por seus ministros e conse-
llHitosyMo sé depõe éeuodos ee seus em-
pr^^oii o mar^iêz de PtuDba); mas aamillo»
gvaidB {terte dos ajles, icil e decrete^ do
snminísteno. /
liO^o lio %.' anuo de %&il nhiddo (Í77B>.
oMeve do bispe de Peoaiel * ranuacii ée
Vúlfkéú; ede pftpa.Páo VI, que esta diõce*
elBUMie a sace&satperudà a& dp Porto,
sss
dWBdBikilift eaUdo; àto es» deanrtiio do
mesmo anno. .t , ^ :
Este bispado chegava até ao principio dn
eÍdadQ'4e Porlb; i)oiB ^iMa qttpnie de Rra-
de^ 4ioje eranimo d6 Bif9UB% perteasià e
eate bfepadei .i - *
A;rua|iiiJndpaldacid4Qd«^ éaesliadai^ni^
HsedernaanntenMcadamisada,e qiiaéeetradi
real de l.^ciastfe, que vae de Portei aPeM«
fiel, Amaiante, Réguay ViU& Eeal, Gtevn%
Bragança^ ele.
▲ esteada antiga, era peU ma Diíeiti^
feitoaon-ae ouura estrada Dacadamísada,'
kiToa doCalvnrío^ e esta 6 boje a S.^ rua.d#
cidade.
Tem algttmas praças seffr&vtii^ aendei m
rnelboT' a das Ckans (aonde vae 4ev a estean
âa.mae-adaml8ada), omáda d» tfmboa oede»
doi^ de casaria de bella appareneiâ.
Penafiel, pria falta de vias^de coaMsnnseaip»
qIih eAeve maitos-aaaos etlaeieaaijyr) li^
porém, ligada por boas estradas, com o faia
viabadeiro de Douro, e cem a el4ade do Pbr-
to, e,prtiitipaHnente,emeómaíBaitaçaeaea*
kaa4ã oocn o veeto da naçãe^ pelo eaoHiba
de ferre do Douro, eecá em via de pvd^ieit
ridade, e antes de poucos annos, attenta a
dediea^iei dòe eens babitantee pelo^tnbaDKV
que nebiUta e eat iqaeee^ será mna eidad^
prdspera e importantíasiaia^
A ptlaMúra pqrfte da via^svea daDogaÉ^
eúmpnhetidida entre aa esla^frde Riuef
siade e Peoafiel) foi inaugurada tie ááa SI
de julho áeièl^ eom' justo ^geialf regoa|flq
O primeiro óombDyosahili do Porti»
00 df peia da maio dia» levando e sr<
tro da marinha, vereadores, governador, cii
vil, general da divisão e outros Ainccienr*
rios» jonmiistas d vatioe oavalheiDea impér-
tantes dè corpo commerelaL
Na estação eatava reunido baataáte f(ff%
que saudou entbusiaslicamente a partida da
locomotiva, a qpal^ fel rbeebendo pele 'Cami-
abo ae camarae de milroe eonoelboa.
Todas así eetaç$ea per oode paaeaea o ceaa*
boyo estavam. HaUda^ ée fala, e a ooaaqt^
rencia.4e genlte ^a extraordinária.
Em Novellas, onde é a esla^o^ serviurM
um hmgk dO' idO lalhetfea, d'Btt pavilbia;
«M
FBII
FlnroiB^te wrios èrioflei. €oiltentfmeiH
to geral.
.t
»Ai «greja paroehial és S. MutEafeo»' é de
•robittemrik fotbica, de três náves^ e biub«
ptuosft. Está no centro da cidade^ a loi eoii*
struida em 1570. Tem 7 altares, nos qoaes
enerani a» duas eapellas cõilateraea^^ar do
SàcrameDtfl^ e a de Nossa Senhora do Aosa^
Tkk N'elia ba a capel^a do Senhor dos Pas-
W09y que é umòem da arehiteetnra gethiea^
A egreja da Misericórdia, é de uma nave^
e 46 4keha reformadi^, e maito aoeada e na-
gnlfica.FòiíeoDstniida, no Rocio das Ckanê^
pelo^báde de ErméUe» Amaro Moreira» da
casa da Loti^o, na antiga honra de Baltar,
aeeéndente eollateral de -esciareeido aeade-
fllioe,^ SE. Anionio Augusto Teixeira de Yat-
eebeellos; (Vide col. L\ pag. 489 d'este vo^
lume.) ^ t actual representante doíundadoiv
erer/CMiie de Asenha* que tetn.uàia cadei*
ra, Bà 09^elia*iiiór, onde está a jazigo do teu-
éadpr. • ■ ■
Este templo. serviu de Sé catbedral, em
^lanlo existiu o bispado de PeAaficl.
Teve prineipí» a misercoerdia, na capeUa
ét^Jiono Senhor óo Uospited, em i509.
Tinha dob con^entos.<— um d4 frades ca^
ptichos (oadobofe é e hospital da.llieeríeaarh
dia) fundado em l€A6*^e ou^o de. raaiAt-
Aa^ dos l4uaaa«^ tratei, a pag^ idaTT/do
i:^ «vHume. O. segundo está. no bairro da
Fledadev e pertence hoje á camará musioi*
pai. Na sua cérea sis. anda eonstrnindo a
^pactel militaír.'Fiioxiflios^ estio espaços do
eeneelho, fue sio umbem tribunal .}ndi«
ebl,* e -oontéem as. repartições admimitra^
tiíiua*
•lilpis. kilometroff ao N. da cidade, está a
antigo mosteiro de S. Miguei» do Bustôllo;
que ft)i de Bionjes beBediciltto&
Ko^oeneelho se fatarieam ipauos de linbo,
muito fiaoa^ artefaetoe de fsrro,. airreioa paia
ewaigfadurà8y ^ outros variça objectos^ que
espeataiaeDXigfiqdb qualidade. .
» O fundador dei^Côu' á Misericórdia nina
Mtada de 8:000 medidas de pio, annuaes,
(Vidtt adiante.) I «.
rjtk BaicidaAi^fSMi
OBde se. Calirlcam muito bens courae» e
neisas^euma Isbriea de. cal. Ireimbor 4*4
ta, Simão Rodrigues Ferreira, ei4'aqmeUa ^
admioistrador, Bernardino JosA de Mello m
Souza.
A feira do S. Martinho, uma das niaiores
e melhores do reino, que se faz em noTen—
bro, e dura três dias (10, ii e i2) offitíal*
mente, mas que, verdadeiramente dura mais
de oito dias, tem também coD'corrido 'pam a.
prosperidade d'esta terra, pelo seu espantoso
movimento commerciat, principalmeute peU
venda de cávalgadêraSy em geimdeeaoab.
Nos dias lO^il, p 11 de afatil,. ha
feita de eavalgaduraíi.- > > •
Os arrabaldes 'da cidade sãotmoáte
daveift e bem. cultivados^ prineipaloMHil» o
delicioso vaUf 4q Sousa. . O rseu lerriíofie
produz em abundância, milho grosso embi*
do, trigo, centeio, cavada^ àzaíley^togiiiiies^
linho, vinho (rerde)^ hortaliças, >e todtt^ as
friictas dO' nosauiCltroa.' Criaf(ade de âedbi a
qualidade, le aos seus montes aboiqoea, ha
bastante caça, e coltneiaà.
As armas do concelho de Penafiel (dadms»
segundo tblgmu^ peleisen fundador, ]d.Fafâo
Soarea), sao^^-^scnde eòroado^e dentro d'jel*
liv(unia> águia negia, .taBU)em<>eeP9adn^ eB«
tre duas espadas nuas, com as poutat para
í !
• L ' • I ■ « j
além de outnse
.• Tambem..se.?deB testas atnias« eòi
das doimodo seguinte (sãòiaa armapíia ei^
dadto) — escudo eacímado aom unoa eowya
de marquei^ e em'.4taBopo braaee, uma enta
da urdEini.de Chrísto,. em logat da águia* . Aa
duas. espadas parallelas' (uma ide caia laáu
de habilày OiO escudo, ovlado.pela parte ao^
perior, com uma fita, com a legenda — avi^
TA FinBus--^e:t€tadedèumladO'iunapalau,
6tdo oditra^ um ramo de^oUveiaa. i
.0 L« oonde de Penafiel, foi Manoel loa6
da Maita. Souza €oniiiifal^, * leilo por Ik Jía*
na If «m i7i^S. fira,eQrreio*inér'd9 deâno.
É hoje representante d*esta iliostre família,
a ar.* D. Maria, da Aattimp^o da Matta.de
Seua GouUnlao, laita^itfofMleeaa de Peuaâil,
dêiutx);ekerda4e,iffttk 7id»^(ealbradei900
— re marqtieca do mesmo titulo, taoibeBiée
BEN!
<2tfMn!Cdflr o ar* Abiquío JosA^Aa tem Go^
iBM^ niMfal áoí Brasil, iiatiraMsiido iMrliir
Caez, •iMfcreoildè de FmmM^ em i4 4e lét
Yeniro. di» ifiôl, e dieptía, marqf eg dft.iois-
ia»4ítnk>/.na;Bielani<lAla emqftdeuiniiT
lkirlDifeiitÉ*r(|iidZA. .
f0 tea falado^ em- lií abei, tíálift a firetie
pnCÉ ama ú^sPédraíhNignUf ea reetafitf*
da í^ata » Jargo oade iexietMi a e§r^ paro-
ehía} de<S. Mamede^ 400 o tarramolo de Í7IW^
BS»^
WT
■ok 1865, «ena aetaafs ^asaidoffea^ Ui*
irHwrifli a freote, do S. iMurao^iN^ ioande a
estrada priadfial para o antigD krgo de Sw
Mamede,' oode i]oje;se^ »iaieialarwijay de*
VOúiiiiULÚi^laripiúCoirekhmór,
• #fll^paiacks lestâ oeHkplelatieiile deaKgaf
áode bMrae prédios, fosaandocUie ike & •
calçada do Correio-Velho; ao O. a do C0t$dô
de Penafiel; ao N. a rua nova de S. Mamede
(niii^nHi áoB Entulhoe de^ S^ Mameê0i\ e
aotS^a^rM* do^ P«éíKl»-t^i9rtt<»
- *M<i :ritiD eooQpada boje fMUr esle palaeiey
«xistiram umas tbermas «romaim. {Yié^Pe^
^fíatÊ^Mefins^ ii'esl6 ToittOM.)
•Fei a k*" ooiide de Peoai^l que eonatcwa
eM;]ratlo elmagaidco pahiíeMiv Q^e a aeUMd
marqnsa^toniea un doa* maia aimipiiKMaa
diiiiebeai e ri<|aíâ6iflaaoiQB(è'inobikdo;.9o-
féiDi eone reside en Paris, ioí Ioda. 1^ wa
esplendida motHHa veadíds eas kílaq^ em
dsasrifcfn dé I67S.
• VpBdsnamuaDbem a md profurieiario de
Lema, 'aíma^aiOfa qimta 4e<Lofu«s, pef
iKtiaiMeo.TéiSi
r>
Passando a ponte qne está sobre o rio Sonsa»
para a veiga da Avelléda, atraz d*ama capei*
iMfaa^ dedieadà «6. itoqne, está oin iwmdo,
esm a ínacrip^o qiiasi apagada pelo «empo.
Opadre loi^eiGanloso, ne saa ÁiíitíoiflúlMf
miam, db que è aeepaltomde Arei Manuel
daiBssniteição, confQnloai . do ^mastelr'»' da
Geneelgis^ de li attosínbes» aeiqaal a elaustt*
li BiaTiseoa da abna as virtudes seeiaes,
aaqdo^aerimesmo tempoi am reèigiesoieietni
phflMliiia Era éasnialfâa Anifsna de Soa-
làrVeado seos patrícios diaíuaadoa -pela p^s-
ti('Mise feio aendir eom seeeerros para os
oerposff pana .artlaiaa, Morren (qj9siido<«
peele «stami • j^ teminar) em «2$ de. fevenuao
de Iff79.'
TOsmoradpms 4'estea sàèios; Ibe sr^ata
ama bamilde sepaUura, em sigoai de gra-
tidio.' ' • >
: A^Qscrlpflãe; que bojis^qnasi se não péda
Idr, dália:
COBRE ESTA PEDRA OS OSSOS
DO VENERÁVEL PADRE, FREI MANUEL
D^A liBêtottRlKlQKO; l»AimK D8 8. FRANCISCO^
QuaiMQBiiiie Gen a«i»iivAÇÃx)iaB'SiM«Q,
CONF^S^A^OODA. PESTE,, N*£STE I^OOAR^
NO ANNO DE 1579.
Bm 6 4e le^fereiro de 1306, eatando D;
Joio I, no arraiai: omACaiepameato de sobi^
Charles, recompeasea m boae /serviços dl»
sea vasaailQ, loioRodrigaes. Perora, dan-
dotlhe a honra de BaltM; e*Pa^; e.iogo a
8 do mesmo mez a an^o» lhe deo o Julgado
de Penafiely luda d%.jwo.e h^Mle^- e«m a
juriídiçae dvel» ertme e mire e imorío f«9^-
ria, seaervando só'a cormçào ealçada, (Boe*
daiCaanarado^ Perto,)
Pelo ramo dos Pereiras^ passapam osPeí*^
aotoa, daeasa da Oai^ada Xe qoe eram ad^*
máms} a ser sealiores doBalarios*de Airrifa^
na de Sonza. > t < *
» ' ■• , í """ . • /*
A «apeHa de A^osia Sei^Mtra da Fiedade,
está landada joate áa easae. qne foram apo-
ssaêadoraa dos eorregedoí^ do PoMo^ qnan-
de aqai vinham em .eorreiçãQ. Consta ^lae
foi fundada poriua4adividi20, por appelli*
do'€aminha» qae^ eoriqmeoen na Brasil. Toi
ae« piíimeiro erea&itàa^^llaniiei daPiedadaf»^
4
' No dia 7 de Janeiro de 1876^ t^ve*;logar a
inangaraçào da enfermaria dos eat^revades»
do hospital da Santa Qssa da Misefi<9ordia
d*q8&a cidade» ereada pela aoMU|l mesa da
mesma Sanfta.€saa« eoadynvada. por om de .
sepa venerandos irmaoa» <► sr.fAptqpáo Jlosé
Leakf qcie aift^rev^ para tão titíi institui'
ção com 120J»000 réis aonuaos, iànas decen-
tíssimas camas apparelbadas e am vestído
osmpleto A Ml 4i«brfi> '
Gomo n*ef ladia íqi o aaniversarioidamor-
te^voa rci»p€itavelmae,.^ ar^* P. GisrVf^
m^
mw
vm
éte9'AMia Leal, «eu p44(idM iUvl ttiD^iM
&Êefám aMU ois8a rdiada-m ogfeji; db ímmn
pitai, à qual assistiram a mesa comtBQitos
JÊtáíim údi If lseric(»rdia • um frattde eooetír-
soifepOTa. > '
Finda a missa, os srs. Simão Rodrígato
Pdftelra e Bernardiíio Joié de M«Ho e 6òa*
sa, recKaram dois brilhantes dis€iii80s>''qii«
commoveram o auditório, que os escaton
respeitoso. ,
Terffiiaado este aelo^ foram eovioudoa i
enfermaria OB dois ppiQMirw>eMrevados, pe-
los btaços dò provedor da Santa Casa e do
piedoso irmão bemfeitor.
SegttiQ-se logo nm solemne Te-Deum Lau-
âumus, «brilbafotádo^com vMKrtaodesta mas
ddifteanie oração, reeliaia pelo yév.<^ padre
Hagalbaês, eapeUio daftavta Gasa, oeaiitá-
do pela capella dè múeioa de Villà«Boa.
Subiram ao ár algnmtt giriodolat de ío*
gftileê^e búufe rèpiqneft de sittosuas egfe»
jas do hoipHal e da MÍ89HeorAlaj ^ ' <
Foram em seguida, a messk e ledes es 'tr-^
mSeis qee assistiram ao aete, bem oome io«
das as pessoas presentes,* assistir a élêtri«
bu{(3e de jtitttar aes entrevaies «enfevmbs.
* O bòspMftl eetava deeáitèiiieBte armado e
ovttále ebm Oores^ e udahHe loeafvá wsa
banda de musica. .>..'-. i )
A concorrência era^mmensa a visitar o
bostttuY^ sahtado todos satisfedos eot»e ^ue
vfftim edbiertfAfatm, e algvMi doé vfsitsmes,
te^Bides de fao'edfOeaute>espeetaet1o» <eei»'
devrei^m com eeus denatfvee para o tonde
da neta e ptiedeea ideiitsM^o.
Deus os compensará, assftt e<MAO aiodoe
^ue-tteéta' oootribaldo e eoutribuinsm para
tao justo e caritativo fim.
'• Spsfra qtL9 as alegrias Immana» iiae^e-
}Mt completas, foi no meio d'e9tes tm'^fim
tep eebovpHal «m tnfeHrtrabalhidèt: do ca-
irtinko deféitO', com as^ pernas «McturádaÉ
• por*itke teit passado por erma \m dos earree
detrab^illto do lanço da estrada de OàíMde.
Féf logd saefamenlado, per líejMgár empine-'
rigo de tkfe.
• •' "~^ • . ^
Ao E. e a pouca disiaiíeia^a éídádé^ «n
termio moetafnhose, existe um^ penedo eèm
ma riflcoe qtie pareeem earaetere» úàito-
Bbeeidei} Oh(ntts*èe4lié « PfiiMir
renáMi • Parece -eéra. ata dos
relIgMo *fg«otiadi) poibifoli ãâ^ámm
teem leQtra'M0OBttg«niitiio;}¥idB
tombem ^ri»'de l^nafiel,! oilds
piava» es mareos d» sealenl, nuui já
território da freguezia' ée Oliriee,
ena ntoaunMiito drdidico na stiio aánds
jetetamadD^ Oarvetlhô 4as Sae
uDíi dolaiea eeliéee. O lame aetiiai
qúé ^mêêà assentava sebjre seis|^e
pendiculares. Ha séculos que d*este
nia resta troais éo^e a memoria et»
IQsiesiQoiluffieBKis, doe tempos p
rices, eo tome de AtiUidtiy dado »
gar proRimb a ^aailel, pmtam exhobMa»
temente que estes sities foram
deide tempes^TemetiSiinios, per pevt^s
ioj^ «a (áita de entre, se dá o Bemerda pn-
' Oecupador estes aitios ^eids
principio do secmlo Vifl,^ eito Hw
oome de ArraMtna (hortti) queBóiioerroia*
peaoee em Amifan»,
Consta que os legares áe^AoeHêdm, CaiN
Ourela^ eCbéfle,liii:ottdeosi árabes^ ae^
beheeramipriíMiravsnié^eieade
eipie a p0f«açio'da'Aivirana ilo
"filetemiM poréla, qym oserieniaee b» èv»
pttoiam ^uaai eeit|»re por tennoe ttgan-
dei; pele que*^á«rNMidn«, nfio sigbliea lil»
teralmente a horta actual^ ptiodiaiaii ly»
nas bortal^a «i legume^ porém, emáia pto-
prtamente, «mia fHmjfii, eni^^aalçuer trHld
de terra bem cultivada, comarvbreaflNKií»
feras, diversas plantações, flores, aguas de
rega^^te.
'('.•
Hifreé qoe es romanestnaiaraiti é noM
deArrffáaa em AvtUêddj o qae,iiia minh»
episiiio. Bio passa de eohtede velha; per-
foesè fandatamiumaieiymelogia fêrçmÊm^
kíroida. FreteMdéi^se que Ad€ííM9% «r «kiae
das irbs palarrraa latiiiae AM^vh^^é^im
é-^Sêké, eàriiM2a/-^iiitergeiçao
pelos TOflsaBes>(diBeHi os taef> tempre
viam imMt»temu£oimeatf sàeai;ttltivada)>
HosetrriptoeeaaB^goe^eaeeDtaaBNBlIiii^
taa id'eetas disparatadas ety«logla^ íbIIb»*
tmàm^pat 4tiMi mb 4«erfo qtkéhKOÊ 9ãpm-
Uioa?, lendo e estudaid») e;qiM Uttiioi4#«
OMBtradoMMVifarm parlBfr4*ieaia obra* '
Já vimos Da eol. 1* de pèíg^ft3T,àQ I.* vor
lame, qne Avellêda, nao ó oaira «tasa se-
não veUêda, palavra germaníea, que signíQ-
cai/ f^aelff dotlsa (da relígiftO' dmidlea). - -
'Bé^^^essé ê^ latint At^^HoA-Md/^MiM
querem os sonhadores-— com^nfdiioÉtidafn*
tÊòi teriam os 'rematíos dado este noiíe ás
BmrgeM diyLima, dd'Mfoiio^ dti^lloaAego^.
ést Kl* ^'Aveiro, e éutroe Hioitos e i&ttitti»'
«itíos da Lusitânia; multi^ iMis* formosev èi
sqpfbKiv«fci> áõ qtie oè^ue^ teMn o noniè Ide
At^llida. ' '
PEH^
iB9!
'I. ■
AsiséditeiMbs pofe-qde os oettM eHanaMU^
Mò Wg^r fmèò t^sldltt «iKaina d'aqiieH«s «k
<itt4íiitaíí-^€agá'úís[po0òáçio im Wiêáa; e
d^f^ 8egtLiás9(fi«ar o irUfio d «fiKoant w^
mé pn^rlo (como o'«# a#abe) # dlamnos
Avellêda,
••
b. t
,1
Í-..1 í
No mesmo caso estamos eom a eMi
tftytáclk^ (}Q6 os mesmo» sortadoNS' dão
á fiúíuni: AMfèmã; È^nnáb os qiiMs» vem
de auriflama, a f àmoiá baiMleiíra eéi^ dednfsi
que Deus deu a Meroven, rei dos francoe^ oM
fMHcsi ' •*- :í
' ' Notemos (loré», ^ émná*
'l(r dniFf dosai' a ^lateioto dos
primeiros cinco reis de PVaD^
ça^—quafièo muito, este^lodi-
« . • vSdaos,' eoneedeédo qae «n»
tfosiem, não foram mais do que
etlèfes^ Mililares^ Sio elles^
fhwaÊtmâís qM* w4lz. irei-
nar desde 4^ alá êSadiv Jat-
ms*&ttliií(y^€lodiên ia Caê^
kêdê^&è 4W ^4A»^ãÊémmá,
de 448 a 458.J^Attfshò* í,áe
hm a 4ii-^e âlo«<«.JK6A/o-
^roi«^Jtr)<d»48iattdl ^^
MeroiM, qM se 8«pp9#.ÍÍH
lho ou parente de Clodion'(i|nq
tora^ IUhe> de^PtaiamuMle). ai-
Heúi^se' ao» romanasy eoam
Attila, rei dos Aimos (que ti-
ttl|a iiivadftdi» 99 Gfi^U$9 em
451} e o derrotou em Chatasí
) I
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•J ^ í 1
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1 JMa'egt»iHifcfc>' tm^ reNiwa
. . A>i Menareu) o Inddadarda
dynastia merot>kl$ial^u,f « fals
ítpaido 011.41», daiaott |«>ic
HKOeaaar, ■eoriflUiO) Càiftdeiiq
e»Iv
t ClsCmiiC)eass«tt2o,DO.fiosliH
.na;d»pojMar BS/S«lie de mm
reis, 08 cinco iJldtvidMlstlle•1^
oi9iia4oa^ petto iis teahan^ |ior
UlMeaéSi > Já./» vé 4116 Mn*'
Jo» étiaalbeM a viotariate
C&akmli» é por aoaseqteAciftft
diiriaa da lal.aiictfl^«ià»
Mu, s«ppoiido que todo se-
ja vardaMn^ 4iada< alisoliiU*
tem auitflama2.com.âff«
rlfi»a«^
fj
■ii
» »
t * •■ I
. 'I li
.iili»«e qiBlum&afiii «iBieaaleUo JtandAr
da, aegnadiiiiBt^ pekw^nmMUos, ar""ÍW>fa'
0ttiMa^.|kaffiK Fayií^ SiMMa, iraiioodàbh
nlili» 4o0 âouias, . É AmdadMT .da povoaçiofr
pel» 411a aa^dattomins/nit tomtàUfé^Súmmi
í^ooata que jíiU:lartalam faàdeatauAa por
Ai llmor.Tii dtCóRdova^ em ^^ti^Uxa-:
de-se que a torre dos sinos da egrijiiidfl Sk
Martinho; sâo restos dcrcastelio, e que a mes*
a»!e|ieia. ki «áBaflnmlaKMn o» BMMteea
d'eUe. .r :<, ■ •.' - '' • í; . ,t .;"-.
ifiia n^etfta ootttelhft a eai» dd Birbsia,. «m
é laokâr das. MaiaíUaa, .e bn^ propeiedadftvéft
siv4). Fi)fMBisooi¥aa 6aadeer>de Alèaida Ma*^
lattia. fiÍia.jdattataBi» <dft) homs de ilariHM,i
qoa tioèa uAjWitaMMiado pelo^toMtaffiíi4
FíCA a S kilonaiDiB da eaittript para SMia»
os-Rios. t ' •
Ha a casa de BslMttao^ qa»ifiaa:a I.UIo-
metros, na estrada papa Paço de Souza.
lia ar«asa daalagei» qtteJMi«femdef«hao
sr. ZeCMtea Gaboal de Mesqaíca, feito baiit
dl0 La^aa, a ftQ<éi^iilbo da â8M>^ o-flea pir-
(oâaeidade*
ao eoivenlo dePa^ deflosiir a
casa do sr. BtofoLeíai Fefeint de<M«Mi «M
desaendo^ poBip«Máai»iiaBao,>aati«DklMi
to da aovaeilMnrira Alcolérado,>idafGMpar
Teixeira deMagalhaes el4aâQid»|A(#MRV«r«
970
PEN
ImpMT 9IA4HÉH o- «Ti «DDde de ViUa
PoiíM,' em Ganiiriei-Mi^^rseQ pae, José
AttgQMo Leite Peranfttâe Uello— dos Leites
Pèf^hraa ée Mello.
i'Ha m essa áo Baneiro» hoje representada
pelo viseènde do nemo tit«io, o sr. Fran-
cisco da Silva Mello Soares áe Freitas, feito
(tlàeAide) a 90 4e Jnotio de i870, e siu na
tofttetia de AteagSei,' qaé dieta d*esta cida-
de» ^OkiloMetros. • :
' Ha a-eaea d'A?eUôda^ vei^resentada pelo
9t* Manoel Peâro4raeéeiiial6ilva, da cída-
éê do Peno, 'fillK>'iá& sr* eandessa de Pan-
gim (kiéia) e do^sr* Matael Gãedes, da casa
da Bataikm, na.nesftaeidaddi
'A eidade tem as adptíntes egrejas oa ca*
pellae**^a matris de S. ManWie— a da Mi«
sericordia — a da Senhora ^*AjQda— a dos
Terceiroz, franciscaoee, qae é nm bom tem-
plo,<d^Qma eóBave, «9as muito *Mlo>e-bám
«tevie-^a da Piedade^a daanM»eonfra*
ria iú Gora^ ^ Marte, que- âniigamaMe
era a egreja 4as rebolMâas «^a do 'iiòepílaiy
qne^é ne exteeto coofteato dosoapnfllioe^
ado^Carmo, dee Teteeipos do Qaroie»' que
éonnaboa egrefa» estneada^<--6 a oaptila de
Skr Roque,
Mim» oá ternda adade, cn OoioAim,
H( de Janeiro de Í9IX
Soa pae; é xm dfsftinetOTCirwvião, ét'
ddade^dePenaflak
«. «
■I •
' AdidaetdoaiMJi^aiiiplaiiaformjgdeaicoB
respeito a estes templos. * ^ *
«ddía IS dé jollm, da 1790; fisHceeiítio
fUeoNiIflRento vde Motsa fienhoràf àt^cáim*
çáei, d^esiaeidMe <alada«ál«>'Viih|de Aiw
rMmadé 8em^eòm»j|anK.daeínta,'€alba<'
riaa do Ispiriío iSama^naiBrai d^eita te*
gtfMda^ e a ptíintíra» regttnte da recolbi-'
m^to.
^Viíiha>ii88CidD;em íML
< I
' Aqoi naaceo, a SI de-«uiio dei 1^ «dr.
Aaioaio da Ganha Vieira-de MeieeUee.
lira tome de medieina, na aalversidadedè
Coimbra, e anetor do applaadido li? ro*-4Bpi^
WBmuHSíK PoaiPucnratA, exeellente' trabiHio
hUtorMb^ritieo^' qaiá lhe de« grande e me^
meSdaf fama, entre «a hemena ida ecianeiai
'" 9ra mancebo de nau Inieèllgenali^ e4ra«-
bgnadOfrMàtiiaYel.
A nohiliseima famiiia dqs Sonsas
lâa de Penafiel^ dividia-ee en^ doía
ueaeislP(9Uy.
O primogénita, está hoje represesytaAo pe-
loa «a. duquen de t(a(9es..(4.« >vok, pM- ^
lUkDeUa^ Yidfr esta paiaTr^-
lEalea doâs^^sao oi ramos prineipaea e
nainos dos Souzas: ha porém multoa
dteta.lamilía( ues são ^sdos coadei^ 4i>.B0-
danda«*-antigos marqnezet de Miaa»'-^ali-
9DS condes de iftórba^condee de S, Tbàaf»
(4e Bedtiído)»HmtigQS condes de Miraada —
eonlMiimuiM litoiar/es a fidalgos nobUia-
simos.
Para a nobre e antiga famiiia e armaa dos
Lagos, d*esta cidade, vide 4.« voL, pag. i7,
Ha^em PieAafiel o morgado denop^iaado da
FlMa, soiar de uma daa jnais nobfaa h»i«
lias tfM^«idiid«r da appfkUidP Yj». Pi»u> da
Veiga*' ..•
B' sen actual administrador, o ar. João
asmard»>Yaa^Pittto Barbosa da Yeiga.
' Para a genealegia e^arm^ dos Pintos, vi-
da Fein* ^
'Ya& é «m appeMído nobre em Portugal»
onda ha moilas famílias eqq» elle, sem pa-
renteaso.enti>a si« pno^imo^o» remoto.
Ek patrommico do piome próprio Foseo. <
Na vltta da Cena» (AI(9m^jo) é o solar
de ama faonlia 4'eflte appeilido, qne, em
ISíl8,*pesMiia uma capetia na mesma villa,
da qnálierav^mão administrador, Jorge Yaz,
ftlho de Imo Vaz. <
As aimae d*este appemd% » ao:
Em campo de púrpura, um castello de
paaAa» aobn a«a laaa>de ondas d*azale
pr^ta.' . •
Jisaia ae Mham eseilpta», no registre do
braaio dtemaa qne a. Joâp lY deu a Pe-
'^ Yali é Yasqdéé, lâo itttronimicos de
vm
iU
M&fik >• .
> BTotie anuído lòi Martíoi Y^:UÊMê
da rei JK iUnoeL
í #oi iDâoâ«do»'por 0it8;fl6ieraii»<iia tom»
putfiMr do rei á'ariDa9 Purtmgàl^-r^^ bkdbgní
António Rodrigues) . â» corles .da Europa»
pan io inatmirem maaioMgaçõea de aens
Qfflcíci9;^parâ qneesbraaoea dfeate reino se
^trleifDesnni. * .
:x Chegando á corte do ioipeeftdapi4'iUisr
ivia; Maximiiiano I; dea este» em Yieimay4
Martitt .Yaa, por armasx-HMcodoulivMidD tm
^1»«-Ba>i.% de ooro, meia agoia de fár-
pynrait^na 1^, d'asttly três pomiws, de pnta^
em .pai!»,' armadas, memUiadaAe bicadas áa
pilrpara — timbre» uma cabeça de leão^
púrpura, sobre duas penas de pavio de
l*m adiaà) de D. Sdbadtiio, ^mesidir pay
ra Liibba»;iâwpiaiÉíiii ea bens^ae afulyé^
• Ha.oaaparamil!ad'eflieappeHida,qnefpiOp
6iáe.áe aay VaM, ao qoal IX Affonaa Vém
pog armaSy^emi ti de maio d* ?l477''-i'em
eampò és aonv -imi-4fDitta ideiurvore com
esgalhos^' di^ sua côi; sahindô ésom^leio
anVafnMdo de púfpara-.e-^^timbl^HO
ntssmo teio das amu.
.*OMro» doeste appeUldo» itasemi ptt-ari'
mas^^esoado eem %» Quina» reata d%ala
Fiitiov'«om des beaaoM em eáda éacèdi*-
nlw, e»i «a orla^nm eonlie fMdo^eamí^oè
nós; etÉD* ea éaa llidea friMÉsomms. *
/ Ha- ainda os Vaz ¥Moê^ cnjo solar é na
fireguexia* da Gonceitae;' no Algarve. Ylde
TMrtra^
• PMa o appeUto e asmas doa Vngt» vida
fi^ dé &Mla JtfarAi.
, (
i r mo l^ doesta fkmilia (dos morgkdoi
da Félba) o sr« doutor/ Jeaé PeBcisino Var
PlMa da Teiga, ^oe era aadiíar nar iNm Tér^
oeira, e foi, em abril de l876^4eepaebado Jnia
de direito da coasafcu de 4tabogali
Ostmpigados daFòHn» ilnltam «n tín*
calo em Lisboa, instituído em liena sitaa^
dos às Portas da Crtiz, em Ghellas, e em
Tfa4íoaga. > '
"IFel inaiittiide fpr jumê» seua aÉtepaisa*
doi^ nb flm d» seealoi XVI» 4^ ^oal, pode«^
do escapbr còm ¥ldae Uberdade, da deagra^
cada taataiha ée Alcaserkibir» onde tearilMi>-
t !
Segando algims aatiguarios, a erigem
maiaiirevaivel do ndme d» J^aafk]» é a se^
gaiato:
iieaveaiial dois caaieUiie, um-ae N., ou*
tvo ao & de tf io Seaaak
O do N., por ficar .mais perlo do xio, ae
denominava, casieUo d*Âgui>ír do Souza, e
dea o atfm» a lodo-o .eoaeelbe*
• O do .8s qae-flcafa.BMis distante do lio^
e.eaiaya ediOeado sobre am alto monte/ Ism
madode ptenhaaeos^ se elidma«a;oafteífoáa
Pena; c^ eoaio aadea aevendeu aos moultn^
apetar de faiiosea o •repetidos ataqaes^Jhe
deram depoía-n-aènterde^aiAffto^dirJ^dki^
flf^ e deu a séBneDse. a'todo o^mteria
dO;8« do rio (Soaia) o qoe Teia a loertdivi^
dido eei. daa8)oa¥idenaSh-itoaA% no logarsdo
C^nneálíAflfiiat .Ssdr feéroã^^e oairanoda
ilm/otia -— ambas sujeitas áa- JUstí^aa.áo
Mrto; assim^oemD 'O era a da AgaM^ > •
. Consta jitm' já mu iisiapo doa f[edps baila
nVsaier território tiea égr^aav que, amdian*
te oeito triMito# foram^cHusorTadas áorante
o dodibito árabOrf
Uma era em Lourêda^ dedicada a 8. Bar*
tbolomeu— outra na ÁFrifana, da iuToeação
doApIrito Saato— 4iOiUim em líoittom^da
qoal eia enigo,S;Jlartiobo, bispo^
A da LoQiéddi é aâaidt a :aetual, e'4»tá
eonsmiida tom tal aoUdes, que promette
dirar mailiM seealosL
0a agnia da Arrifua, ainda exisleaea*
pella-mór, que é um monumento veneian-
do da aatipildade^
fi* da afetntectiira: gotbiea, abobadada^
eom^ reloToi' e friaas^ doirajdes, gnaraeeidâ
da aaieias, o? em 'forma de-easteiio/eame a
Sé Yetta^^daGoioibra) teado maia a fiàrmà
da nosa torrBiat%<do,<iue'a de um templo.
Da;-ée .Moaaefas,' só mLíste* a eapeHa*
Onde era o corpo da egreja,aaii. hfljftnma
gaiiió, ou alpendre, armado sobre celum;
n«s^ ti am f silpilo lia eàniaiiab
W aps^da iaifacayto db aaauLaeia. .
Todaa balas aresagreísa^eram ouaadai por
972
wm iá parodu) (abbaic^, 4«» 'larfdift on
Mnpoffai ♦itioiíii f9jaiÍM«:{M0|priedéèai «
rendas; poréoi, qaando no fim do seoato:
XV, 6 por todo o Xyi, veia a praga dos
QOBnMndataríos^ isiirain'i.>é'«êta ImnieBsa
paroebiai«aa ^onenda) •4eFanr«o|)MKi»i
eho o titulo de reitor. •' i>'i.
- O lí^ >oommeQáátapioy afotoli tOi fMsaâès,
recebia os dízimos e iíBOMf^e dafà ac panar,
ehoum&ténnepeoflio. - • «. <
Resgatadas «atastienrasido poder das mane;
roa^ pbr IX^Payae âsatas^ #0(M1 eslè, gb^r-
mnàat doadoia caatallo^^e da toid a tarai*'
taría^ oonaprehanâido naa lreaieCqriAaa|WH
rodiia^e festí^seB aoko* aa dovilaaa. ..
LieaaKooB a maior parto daa seoa tald^»
doa, ifuv 86 favam «statMiaQar aaa duasisaa*'
Í6M da estrada da Portai 4>ankTraK0S5MkNin
tai, foranando (naa aspa» 4e' nia^ a<^«a
danm o noma de Aag^i-iaé'ahi> para oi^i
ma, até Joido da^gréjbt do'£aplril»>aaiilo,^
CêmÊh^Villeu - ' i •. > ^i
Tamiam lia» doat niafiaBSudfriestnidai
fiie d'aqlií vae ptíhEúin^mtBia^ãè^tasáXú
eonatnalndo oasa8»>e.fomntidoioaikQfaMa4«
Váiieâê Tifêirs^ Pwioa^ieilMbÉiioilfMiíA;
Esta estrada, entroncava^ ipia*rdiihatd»
Porto, na JIbii^i^ db ft0o« \ >"».:.«»:, )
,i]
»' «U •'
iQnonda, «■§> IMO» Ik Alaoio IlliBidiii»
doa estabeèscer Mrattt Mietoadoa^ «ndb dadp
eauriesse,' o» moraiaaoa da ilarp|fhnaf4nAti-
talraiD logai pena feira da4ma diaa^ )iiaio á
egreja do Espirito SanMi, M*pMpié«jdiaida
PcBleoaaCBS, dfasae aMO^ a^naa difis liiaa^ie*
gojotaa^-
L» •
'ti
Passados poucos annoa^-ae- canfm. atitm
falrav fana» à.egnfft.dft& BartMoaiau^ de
Loiirdil»,9o díaidíeite-aaMb <24de*a0oaaa.)>
Depois^ «11 meiliado am.todaaiiadiaB K^
de.ejid»flaeipe<«aia taida^ otltni>aiSÍ;»/
0.'aBtaiiâisoiBasBCof4feala»^laÉaaia bbbpc»l
daa» (ai desetvolver.e pnapcMr diuíld a
industria, cammercio, agricultura e popiila»«
^d^Arrilanu'
• I
j
« r
1 •
Estabelecid».iaflb»RoBÉa^ Pdlapapa BbmJíOí
111,'awiifrariÉ; db teniaaMiorAaBiaipeulo,
no ^ aaoo úa aaii pauliAaate^lSaA) foi
»Aitftlaw# tk 9m tmáffliÊb . dêêi^úU ii éê
Roma— em todo o orbe cathoHco, luna âem*
(§ÈÊÊkãsíá!9qte)ÈB^ ialtoaafãaç .€»ipf 'ealalaloi
foram confirmados por bretraiaqpiibtaliarids
mauBapipa^ a Id ^la^íulto \dm iSM^ «ó aio
amiaà dopais da approvadoa os de BaBiai^ qoi
Coi.a a(^da.iianmayM-Oide itt39.
j .(PaAlalM^.g(miniea.a Egr^
.1 .'4iDeaaydead«ii«3&alèiS5(K)
Esta confraria foi estabeleoié» «^«egni^
daiAs^iiàtÒjSaotii» então a nwioÉ^ie mallior
da^leara.. Eci» dailaea áapea^ saodo ob areai
4M<aa4i«idiamt^'attsl6iiiidD» por férteaca*
kHMíaa daifranitov qoe ainda èxislea n
aetaal e^reja^ juap aaerMaamadâa aom^aih
Iria 4dBt» «ItBBa 4lo qva tinluiai aa pnoiilf-
éi
/.
Qaando na Inglaterra prínciploa o scinu^
pfaçlaiqada>iw<0atfiqiia^íiItt, calada aV
tfíMé nuÈú^ AsidsolaftaQ» Joio Cooraía, «a*
'tiiaal-di'vAtrilÉaa».4pae logld: pttKL«aiiapa»
inay traaaidotidalái nmfclByipam «to teai»
GbfiaiaucrtlciAaidar qii6%h(]je «alá naffvya
da^ilÉMBriewNtíft^AiNrtm^dft NoiaafiaDiMn
da Piedade, que eollooaa^miUaa capellaéa
S4ieteftiiiig\f«9 emial^viav fára doimr;
aaad'lndai^sa jpor ím<^a invocajtio da ené*
daido& gèhastM», pwiA 4b SaÉsbonadaMa*
dadaQO^quàadp itiaiidQa-aQftra eapeila d^ai*
u piaai»aiâttyaa|iD<aarfiaaa<iia»% 4»Jfm^
Ml antena 4^'Pigdaiéi, da baiceot A-iLoatti,
làn0a êifÊkmfa da Béaifirií^^b cabãi
O mesmo João Correia, mandoa á soa^w*
taineparaff ie)^adQnuiv..a.egK|a(]4a Eapifito
Santo, dando-lhe ricos«pavftlDatitui^ aidatU'
doa de boas rendas^ para a aua fabrica.
lte«piiiW4aiF|iiidns ume beHaJMagio
da Maaaa aaQtidBai do Bottrit» qoa< já«*
un atfUnat Mtsaa flovo^.aluir^ EHà im^
8ao},4«a44a>»ódai tem i*^iO de alta. .
Tudo istb fodaiadto noa aitaatado^da im*
ManiaÍ2fittigel»d*Attui^ efitioparacho
daimguoaià. -' <■.. .i
tendo-se desenvolvido muito apopoi^
da pafaoida^i a^adadarpaqfedaaiayaja 4^
Maaaeiy8i,»iaata»d<»naiai4terttdada da í^
g««|ía».aaí^ 9i«a.9Msi daafiit(^idaciái|a^^
vtttiMadar a TaaidflBaid 4d piradtoittrt^
978
feigir êmhPtihWf etonfimir aqui nmlio- ,
ira Mairis» túm os-nuiteriaesda lotitaniiit»'
Í9r df> Eapirito Santo^ apnwitn4»< fara^oa
sinos, Qzna antiga torre qoe alli hàTia^e ti»
tíuk pertencido. áeiMi é9ê adolMy raalava
«Mão abaflidojM4aL
• OfipfM-aea Hlt^ Gonfalb Gurveia^ ttto àf>
b8fiiibttQr Joto €orreiâ« <MDDPofoii4«iMiie
de que— seaiiM re^dÃBeàra<tt4ilellareffeía,
« a|M ftUi imlia a sna «efHiHliffa.
T^nntnoa a contenda poMoaascOTdo-an-
Im AS parM» legatiaado* pof esiwlplim fAr
bllca, feita nas nelas do.talMJ]fio Rfiy:4e
Cwros,' ^A eMadd' do Porl^i «eiii'7>d(f »ja-
ftko4e t«59.
Pore»ta escriptara se obrigaram aémar
a capelia-mór da egreja do Espirito Santo,'
com o arco cruteiro aberto para a egreja
noYA; 6 assiffi, m fes« .
Também se oppoienaoa.ia esta mudança,
08 povos de Moascres, Aperrella e Avellôda;,
iVas, por âo^ «oevieraoiy a lea^se ^ aot a e
nagoittca' egr^ja omicíl
{Un i569y abundo a pen^iegieja «rn-^sia-
4o 4e se celebrarem n'nUa os oflcioa úm-
nos, e admiDistrarem os ««oraoMaloa, vttio
|Mra a%iii, em aolomae proeisaae^ a^ deaio
TemJiro, a. imagem doS. IbrUnho^ da^afitÂ-
ga egreja, e é a qOe ainda boje está no atar-
mór.
€ comroeodador, eomprea a 1>« Manoel
de Nurouba- orna morada de easaa qqe-U
nba perlo da egreja nova, para Kosideii^
4o reitor, « o tem eido até b^e^ :
ISm 1579 -se eopclaia o froaiispécío .da
tgreja, e se ílieram as capellaa do-Samisai-
mo e ^ Senbura do Rosário*; ma», nem* es-
tai^ nem a ca,p**ila«mór» flcaraq» .tomo^gora
s3p^ ;K6 em 1491 ó qae se «ompraram ternas
aiaas.fae fiavam eacestadaa ji egreja^- para
se demolirem, e em seo iogar a» aoeresava
.tai;eia as obcas.. .
A<Al^a da eapeUa-mór, fei feiu eaUSM»
a a,4^ ^aniiaalmQ, a(B«Uii9.
,A ordem 3.* de Su Frandscò, loi ínaiitoi-.
4a a'^ta egreja (ooaiur qQii>éii(4o«d«kff.
> Bate Buy, de C9ttroS| era da família doi
isuparâe CJuros, o qde, em 1536, mandou
laier a' primeira casa, na ^oe d«poi9 M iAm
An Mrai, da cidad» ^ íoftOfr
Mn^pdnso ttapoid de?taiiÉiMWéaa:ai ateu;
ibaiK 'eU^-IOMi aa-Éladoifiraa^egiwsa doa
Irades capadioa: Vendo até antio^ a asa sa-
^étavk afakriea^ em omaaeasaa <}qe bavia
eoBprado aídomallodríguea, viwaide Náe^
iao d# SêíÈtãf wm Ml; áffoif «da B«danQa,
veádta.flrtacaaa (eaa Édâ5).
h Aaoofraria-doiSeabor dosPaaeoa, qaaba
aleaia «p^a^ cespnm em i^OA mnaa-ear
aas, qne-fleavam ceatigttae ás da íbbrtca éa
«ftáDtànlilio,'e ambas aa eonCrariaa izeram
um bello^eiWUio,qne'se»€OBclaiafm AM3,
imponaÉdaaB.maia 4b doía eonloa da réis.
> ifimáantsi iiMilÉiii oÉMiconíinarfa eoala-
eía»líra,,na aâtiga efre|a áoi8eplriio SaaSii
-^«e* ftd tomado ipor padroalro 'd*«llai Gam a
madaoça da velba para a nova egieja, se
•ottidòi>'paracèla'aitái:oonfrailaç mas^ iem
IWI, seaMiadpdra^oaMilbftBBBiDdBlfoa*
sarârBhora da€b<iieifio ; tamaada a mft-
dat-aa para a n^drii, «m?l6€5.
-Ha.ii^eala egvefa «-a iiaunáadadas almas»
«da qoal é padrofliio:& BiieolaB*l\iltBiiaa*
' dfoidiaide Garpo^-Obristlv vem a esta egre-
lii^ nm doni^, dafregnuA de S. Pedro Fins
-é^Toma, der octtealbo dè iioasada, no arce-
bf epãéa él Bragai '
■- 'd aitar.de Sw Joio Baplisca, foi mandado
fazer di^ bovo, pet> raitot^-Jabé Mendes, pe-
'loèaiii»ffé»ii66;iaureimrj António Men-
des, a rnaBéau dovar> ipaioaannos de 1817.
As Imagens de Jesos Maria-Jusé, S. Joa-
4feim» S. Maptiaba eftanta Annsv foram «n-
eanmdaa da do«ov for ardam ào reitor aettiai
--^an AMaaialoaéifiaitbbaai Oailatdaa ai«
mas fsl-dbnradav aasimagaia piaudaa^ de
mO% i9H. A.egni)a ídi envidraça, fem
rada e yiatada, lemilAM^ e^comjBigada, de
a81B a^lBMw .ii'ieaw aUimuanau^ sa &zo
ginria-fHito.-^A saebiâitia do SaniiasibM»
foi iiMttaaada ob IMB.^ A eapcMa d^Se-
oboik: dftifiosafiQ, M wâirmada» em 1869.
•^Itaovo arpla^ iMbaa priaseira. ve4,a 99
•ée aetemim datÍ07.lCastou i'M(kMmtê^
e ó da confraria do Santíssimo, assim como
a^BopiiacapeAlaebdaSeubora doftosarfo.)
-«e^iptiBeto aaasata 4a Miaerieardia, lai
em ItoBla da e|niaaMMac iáaaia?a iaatl-
574
vm
ÍKááà en.iMt. B» Mli;.teillo olMeneeáp
dO| Aonro Marmtà âg-MewellM^ abbade de
BraiáUo, maDdade^GonsliiQíry á mi ctisl% a
nom egreJA» com casas parai aierelam, bo-
#ca,' eimaMsoffioiDaa, nb moio ââa €toia,
■mdMhie para aqoi a Mteaneorâía^ icanio
todavia a existir a aitlga egreja, ama cliler-
Maria^ e^^ieaíli para ouservenlss: vaneMii-
do>ie.iia egMia, a inafcii •á^hsmíCMp'
t* cniaiflcado^.qaa Jtiia GovreU Ironxe-da
6raa<»Br8taDba, e a de Nossa Saahora das
Dòrés, qoe fòra da' antiga .matrb.
O abbadei, Amaro Moreím, atén da aafiilr
Ite edideio, e da dotaçi» das t:000 aiedidas
iMiiiaeS) adenioii a ef reja ds riqafssimos
paraoieitos e alfaias, e lhe deixou ainda nr
itoalefadoe.
ImpAs á Míserieorâia a obriga^ de ler
sen4>rs u eapélU*inór, dor lada^de Bva^e-
làe; amaeadeífay para-n^«lla se sentar cqae
losse senhor da ^ioi&dbi^Bmel) na ftnegôè-
aia de Bilaraes, todas as veaes qiieqalassse
vir assistir/ ás soleaiDfdades. que se fluesem
B'este templo.
- O aetoal aenbor da qnfnta
do Marnel^ é o sr. Ignaeio Gor-
' rela Leite d* Almada, Isito een-
de da Atenha, eiis It dè}«nho
da Í8IML Vindo aqui este osrva-
. Iteifo, em 1M3 (ou (lafll)e es-
' tandoia cadeira ireiía, mandou
• íazernmaaova^iqteéaactaal.
. O mosteiro de religiosos eapnchos» de San-
to Adtonio, dnprotrncia da Soledade, era am
bom«dificia Os iibeikes lhe quriMrara» es
aínesiia martello, em Janeiro de MSS; mas
4>s frades es. maodarapi r»fÉndir> \o^ qite
ehegMi o sr. D. llignel ateste reia^. •
flm i8 dn julho de iSdS/nnaíerça: libe-
ral, qne tinha sabido dn nDno<(aBlea do cAr-
ee) ianQenio-fagaao moÉtsÉfo, rednsindo 4n-
dor-a fiíoxa% meUMí a^greja (ediâsada dm
1666), qne «seapeu, por estar .sepacadn do
reste do ediSoio, e ter as patedea mais lú-
taStf
•tts religiosos; ião desanapicaran: eilas
ruínas, e se abrigaram em ama casa da cdr-!
.oa, quetaiéi eniiuIbHe servia de «ailah«iro
» teataraasidi^ rasdiitra|te » mostbiio.
'I
!
QoaBdo, enr Ml, loram expidsoe, )â tit-
Bham' feito qnatro celIa» e algumas efiei^
nas.. AMttte trato midueiosament^ d*e8te
mosteiro.
A- irmandade da Misericórdia toAon oon*-
ta d'este8 pardieiros, e, depois de gastarem
lAstantes comos de réis pára o adaptarem
4 èespíbl da Santa Casa, mudaram este pai*
ra lá» em 1936, e é o que existe.
A uma parte do «diflc io, estA támben e
^oepital militar, pertentiente ao regimento
de ioliAlêria n.* 6, mediante uma penaicl^
que i^ága á Misérieordia.
O antigo hospital da Miserieordia, foi aIoL
rado a uma sociedade, que alli edifleon um
tfeea#o.
Kais egrcjas ou oai^Uan, dentro '
da oidade
Ef/^ dà úPdiM iêreê&ã áõ 'Carmo, M
fundada no principfo^dofieeale XiX, sobre
as minas de uma antiga c ápella, de Santo
Aiitonio, epor isso se chama ao siiio--8ail^
to AfUovnio Velho,
ftepois qãé 08 írad<^.s edifibaran a Mà
égfeja, se denominou esta— -Seinio Anionfb
Pf&90.
CãpeM de Nòsm Senh&rá ia Piedoês^
que fbí 'S antiga capella de S. SebasHio, de
que Já fatiei: »
Nos degraus do altar mór, do làdò da
Epi8t<»!à, está gravada trma data, que é —
ou 1300, ou Í80Q (a 2." letra está ilegível.)
E* provarei que st^a a primeira data;
porque, quando, em 1S09, Joio CorMa
aqui eoilDcou a Imagem da Btfnhora,'qiie ha-
via* trasido da logíaterra, já a capeHrdelS.
Sebasiild era aiaígá.
Foi reedificada e ampliada, èm ÍSI!(9; ins*
tKdfaid<af-ie éntáb^uma irmandade, denomi-
nada—«^(Tavor^rfa' cadeia ^ fM^sa SèíM-
ra da Piedade, énja ièsiituiçâo foi confli^ia*
da,* por - bulia do^ paipa Aièxaíidre Vti, etti
1660. i
^ Em Volta dá cipellá, havia dm (^Ih^. prfk-
príedadè da St)i^al . I . . !
A camará o tbmen de afilramMitê,*eift
tKXS
I70(H pelo »co ^i 44ie0 leis alinMCiye
n'éúeUz9kBttiaái Praça da- Ab^na- >
GoiísU Í9la4a inscrlpçio ^« Mfnmida
em oma èolnmiia, oolloeida aa cimlialdell.
•qmdfo:
PSàÇA BA ALBO&IA
1790.
Por desooido dos admfnitlradoreft da iv-
mandada, passanin niiiiios annoa semfeps
se pedisse o fôro, e quando se lembcaf am de
^ pedir, ]à astava p^ãBOrífftOf ^ st per-
deu.
O mesmo* asonteasu' a ooiras rendas iqne
a irasamladd. tinha adquirido; demodoiqve,
bcie^ os iana rendioMDtos, nml ehec^am- pa-
ra cumprir os legados impostos pelos doa-.
4orea.
Egr^a de Nassa Senhora da C(mceição —
foi um f eeoUiinebto d*ess6 titiUo.
Cinco teMM, oompl-araim em. praça pn*
èlica, um -lAuío, que fdra de Gonçalo Ferrei-
ra da Costa, onde jiá bavía prineipio da edi-
floaçâo de um mosteiro para ireiraa.
Mandarameoastrair o «iiflcíov ^e nfella.ae
reeoiharam.
D. Thomaz d*Almêida, M8po'do Porto,
lluf appro^oa o instituio, Impondo^lbes o
habito dé Nossa Senho» da GoMPi^a^qiie
é^inaioa hranca, oam eseapulario asai-
elaro^)
Mandou-lhes o mesmo prelado, do mwa-
ihimmío da rainha Sanfa IsoM (vnlgo, re i
coUasimUa do Anja ita finonfor-^ ho)e, pra-
ftt 42o i4i|^, junto àíiarte.'dQs elmigosy qua-
tro recolhidas, pato aa regerem elnétnri-
rem na r<^ra da «rdem.
Entraram estas quatro rNígiosas-no re-
colhimento daPenaftei, a IB denofamhvo
de f7â6;< Tiudo. acompanhadas peft». padre
António dos Reis de Oliveira, entSa promb-
tor do bispado do Porto.
Chegou a tpr as^ reoulhidas.
. Aqui se «doearam senhoaas das familiaa
.BHiisdistiiKiis da cidadão arredores.
Desde aianuriâo iranceaas foi este recolhi-
«mnso em : progreási va decadência.
. O padre AuioQtodo 9. i ¥. e Castro, pro-
taator do Kscalhimonto^ .maaioa Um^inm
noTo claustro, paraaaédiicaudaa.pahi|saL :
Já{ tinha 4 a obra fri«6ifiaria^>e arogreja
conclnida de obra de pedreiro, quando, da-
not invadiu Portugal, á falsa fé, em 1807.
Maiftloti-a ^ubriF de. telha, para poder
servir imerinamente, mas, fofiDdo para Lis-
boa, em 1809, wlnoa fhais.mltott; porém
aontuMMHi: a avuidar . paa presta^ mensal,
para as recolhidas iiobres; knaa nutica «ala
eoidoirdaaohfas.^
Foram^se dasencaaiáDhaBda aa aifiiasb;Me
os ftandea. perderaaa asaitoi-com o rebaUé^
papel-moeda; de nMdoqne as vaoolhldas
passamm privações e a isgoejaiosiav» iflde-
eentissimai^
Uns deroto^iy tinhhm estabelecido aa egre-
ja do Calvário, •aariBhi**confraria<do€ora{igo
de MifiM,. euL 1851; nias^:dessírihdei>se(eom
OBi flsrteiras, passaram iantinameoie^ uma
notts^as' inoageas da.^Senhora e de Santo Af-
fonso de Lígorio, que lá tinham, parada
ãgrifaido reeolhimeaio, ereatio^actoalniènte
de posser d'-ella.
Fizeram uma ilinda taaa para afabuica»
saehiistia, e residjsndia para o seu capelão
euehristíuK
bella tribuna; o fronti»picio da egreja, co-
re^ torre iles.ainee# eanda^ae conehiindo o
corpo da egPdja. r.
O govenifl^ por morlerda. ultima* r^ilgie-
sa, deu á camará o edíflcio do recolhimen-
to e a respectiva cérc^,. p^a alíi se cons-
truir um quartel militar; e nVsta obra se
anda traballiaodo core* grande htêu^ desde o
dia 8 de abril de 1871 e já está muito adian-
tada, graças ao xaIo do Sr» presidestè^dá ca-
mará aotu^ly^qw^ém^is ^JltrJto «m'ptoai6-
ver 08 melhoramentos do itMiDicipio, doqtie
fflUltost os seus. próprios^
Te« chegadoa iraasr maísde iO!pedr«l-
ros, e a ebra vae magniftfa:*porqitH o meà-
tre alem de trabalhador . infatigável, é um
óptimo artista.
E' bella a cantaria eaq^regad» na een-
^ifué^o, aqui Mesmcf aiVanebda, <p«Mo que,
além da economíav em carféu)s, ha a vanti-
gemde ae.pQderem>eu»fvntgar |ia «obra, ape-
dras defraude iPi9hiiiKP(i|«s^riamde4lf-
VB^ifm^oirmm a obra MlidissfaML
lyéste edifW»» gtsaiitm fioratiM prtDo-
•nokâi
't (
. I r
■' 'B§re§m ■ifo.*C«l9aHo-*e temas dariíMfca,
4a'onleiii«lei6eíra,'iB S. Pfaaoisetv, enià ao
<BKmte obamado-^s IVmfto* •
• Havia aqai 1119a «capelia aatlcpiiBriBUi^ âe
ímis OtiriBto^Gmdfloatfo.
A ordem terceira de S. Ft^aelso», rqae,
.em itti ae tétliaiiDsdsdo para ae^pe^a dos
InBém «Bipaciíosy poMaà» 'lèaia de :«ii; se-
ntia, qo» fazev mnaeifreja prafiria.
Brioelpiov a obra em 1804, e» em 1^^,
86 disse âlti a !.* missa; mas só a eapelto-
mér cata^ akida forrada^ 0 o oorpo<la egre-
)a> apeiam eoberta de ásHiada
D»^4â94'para i88fi/ aa P6i aforra dtoil-
>aoB» a^mmtrairaÉi una beila oasa da IbbPi-
bà,' iBo^eibria, '■ e laéidèociaa âa*eapellio 6
-aactarisiia
•flolivo en tempos aacigos, moa oápella do
Salvador, edificada Janto do rio ClavaHaai.
. Wl d^aqal madnlB^ codi amasom levo-
caçãp, 'para <• togar, de Qaerfeas; e aittoa-'
meote com a invocação de S. Maiiéda, para
<• laiva éãí^Okamif hoje deDaiiiiiiada**-«iPra-
faMfvmoipiíL
•Fai aeformada peloa esmdaal^-eaiaoaò
lia eoí ama ioscripção, em lottns douradas^
•aabte la^ porta piiDeipak, qaa diiia:
OPUS EXPENSIS SÇ0LA8TIC0RUM , .
BXTRliCTrà. AÍÍNO MCCLXVII. *
M demolida em 1S39, e com os seus ma-
»
^ No» tÉjfWáira 'k^mpe^ do ebscutraUúmo^
,P«j^attei, aalas publicas da priísfiFa»
itiraá, laiim e latinidade, rhetbòrica. iheo-
jia, philosopliía e gretro. Além das de pri-
m«'iras lettra!^, as set^uodarlas eram fre^aen-
tada»pi>r maia de iOO cstadlmiea, oam ati-
lidado da aociedj^iie em gerais eda cidade,
em pariiouian
Aqttí xe preparavam para a noíversidade,
para ciei igos, seruiares oq regulares, dtt pafa
aii|iregu0, pnMieoei
. £u(ãpy HBire^Qbam-se oa. eatodantea.am(
reediticár capt- lias, e fazerem faoeç$6s reli-
giosái*: boje divertem se em fazer arruaças
a^d««(i#d«aa a a lei^m orgdllio de aerém dea
•veiMíba,^ Qiana^aa a lata^-^jMtrmaal
teiiaai 4éz a «ráeaa leniiira. a aoavf aihrta-
tia, obrigaod0*se aoslfigadoa da capella.
Gèalíaiiarmi aa qbraa^.ooto a auxilio doa
deifbttisj exuéBtíiàú^ lodoar o ar: Maonel i^«
reira da Silva (feito J)arao do Calvària^. em
22 de agosto de 1872), e qaal, além de oa*
tros maitos donativoa vatioaosi por si e seas
amigos, coDsegaia estabelecer um fundo,
cajo rendimento tem sido suffirJente para
aiístear aa despiezas de usú kuaperenaa,>em
' ladoa os domingos do aiiiio,i e em qoiíAa fe»-
f a aaaia*
Hoíe, eatâ oonchiída uma bellíssima agra-
ja, forrada de primorosos estuques.
Tem ahar^Bftór, já doirado,. e (quatro: eol*
iaaeratoa, m* d^eOea lambetn Jà doinada.
« Tem ritos paraoMBiat» èrtibaatea iualraa»
adptimaf alfaias; pelo* 4|ift«, aa fthiffõea ra*
ligiosas d*esta egreja, são feitas com grania
esplendor e magnificência.
Capella do Senhor doã PoêSús.y-^A confra-
ria do Senhor dos Passos, ooatama (atar a
sua procissão, no 3.° domingo da quaresma.
As iibagens d*esta eapella aao de uma escul*
ptura primaroaíaaima^ e qaasi todaa laitfta
por aPtisfas de Penafiel. Algumas tèo obra
do insigne esculptor e pintor penafifianae»
Antonid Tatxeífa (vulgo, AtUonio do TetMo).
Eiâta^oaiifirariay temnatuay hoíaobamada
da Âacrameoto, uom hella eaaa da fabrica»
aeereiaría e arrecadação, ande ae guardam
os riquíssimos ornamentos que lhe pevtaii*
cem.
Sw propriedade soa, ascap«4linbas(Paa*
ioá) que aa abham no giro que faz a procía-
aia doa Passos; e, na roaFurmoaa, 2L4»apH*
ia\da Encontra, quaódeifibobada^ ede iDaa-
taria, lavrada primorosamente.. Está «boos-
tada à casai, que foi aatigamente residência
daa^oarregadares, cotta^Qal.eommnoieava
ponimeoréta, d'0Qda' «lUa ouviam miaaa.
fiate ooréto está boja tapado, a a«asaó<|iiar*
tel militar provisório.
Á actual Rua Formosa, ae
dava amigamebie o nome de
Bua ida Brm,- por aqui aaaar
nm cruaelro denamánado (Ini2:
daBBnOk Dea*<se«lba aato aa-
mb, ipoiqiie, petoa ^ooa da
lOM « UMM» im wal/riÊú de
Citto <ft YUb, iMUMi «Ba M^
çiú de iBjttriá» i»aM «a tri^
«Mm, «00 M ooBâi«MHiia em
aauí jMM poraiilaiia, « qnil
O ^oistoMeo eppiMmi pam a
eentttraefio i'eiitt etoieins
qae eollocon Janto da estrada
91» paaaava n^ta «Rio, eaiSo
Oliaiiaéa FoUr ii 7(^iMÍu
NaMOhMídodMkildei^
tambre de 4857, oa làeiarios
da eMÍfana do Seabar doa
Paasoi^ apeavam aaia anvi jwr
e$tar muito chegada á iua mh
pôHa. Foi m» fMteilo Mtela»
per^M» dapolv d^iata, fanm
demolidas todaa h enuMo f«e
haivto pcte eidade« .m . a6 por*
O^ «mn aniiea.
Ck^Mn da Mmm Sênkofa da Lapa.^Kê
pitaDipio do seoilo X Vlll, a|f pareeett ao ca-
iilial exterior da eaptUa-iiór da egi^a da
Míierleordia, ptetada» orna imagem de Mos-
aa Benhora da Lapa. Nao se sabe por qae ra*
aãb a nao qaeriam aHi; pele qse a mandar
ram latar» maa eomo nio aabisse a pinturay
a Hiandaram raspar. Foi o mesaiie que na*
da: a pintura, cada vez appareeia- maia viva,
« ainda he)e assim se eoaset va, oemo se fos-
se acabada de pintar!
O poto» princípioo a ter esta Senhora em
grande devoção, e resolveu faser-lbe uma
eapella, no k^ar da pintara, e qae ainda
iKje exista Gom aa ofertas dos devotos, fl-
seram ama grande ebra, e ama boa torre,
a par da fichada da egrcija da Misericórdia,
colloeando nVila Ift bons sinos, as sinetas
da Misericórdia, e nm óptimo relógio.
€om o tempo foi afh»ixando a devoçie dos
ieis^ e, por consequência^ rareando as esmo-
ba para contionar a» obriis; ficando apenas
orendiflsento ín^pensaTel para o coito di-
vino.
A egnja da Misericórdia-^ que, eomo Jà
disse em Paredes e D'este artigo, foi (dita por
devoção e á ca^ta do Mce nceado Amaro Mo-
teint de Meirelles, abbade de Erméil% e ir-
mão do 3.* avA do nosso esclarecido aoade-
founa VI
eoncelioa — 6 am -Kanpin veniaisi
maffwttfsow AeapeliaHvdfé daakebatoda
pedr% laviada com o maior pviaMr» Oall«>r
mdn qM em todo detalha deorada» no gea*
to lahariaso d'aqnsiisa lempoa, foi, aitiin
IMi a ftdM^ aahaiiiaiidn por ooMo, de at^
fhiêeeinr» e eseaiptnia moderna^, 4b amiU
perfeitto* -Qaemal Mvam d'esta egrcja^M
da do mosisifo doi Mâgieaoa^ Boaidlfo^
dhont
Poacas egvcjna d*esta reino, a nin asr
algoma eilhedni, tsens tanioa etinrkoa
paramemaa eome esia; peiqna, atóaadii
moiíM qae )4* Itaiha, peaina 4adoa aa '«M
eram do moateivo de Pa(D da 8om% mdia
estes, om eempleta e riqniasinm ponUflaÉl
As ohras feitaa n*esie tempia «anai dar
pendanciaa» daada W^aié h«ija^ aia imiMi^
tantissimas, e n*elias se teem gastado miiitoa
comas da léia. A agr^a amá eom pleMMmte
reslaarada, aa caacariaa limpaSi o laeio pi^
moroaMnente escdeado^ e lem aUn danada
todo foanto a poda e devo ser.
O benemérito Aindador da Miaarieaidte
(o al^hide ds £rméllo> emuaiarat de Ul^
daLaaaa, na Irsgaeiia da & Migael dndtam^
dra; a ainda axiaia aaaaa amia naacen: faa
ao te da serra de Baltar, híndadaPeonM
para o Port<>, àesqaerda da cairada. A ad^
ficio antigo, e está deolra de nm aaaspa, a
asm ao pé om grande eypfesie.
Capella da Senhora da Ajuda — era oma
ermidinha maito antif[af com algans rendi*
mentos, em foros e diabeiro matuado, copi
o que, e com esmolas, foi restaurada, e é ho*
je um beiiissimo templo, todo de abobada»
com altar mór e dois lateraes. Os mordo-
mos, achando acanhada a capella-mór, com-
praram, em 1875, um terreno conUguo, para
a ampliarem. Tem uma óptima sachristia e
boa casa da fabrica, e torre com muito bons
sinos. Possuo muitos e bons paramentos, an*
tigos e modernos, e as imagens que ador-
nam os seus altares, sio bWUssimas.
OeiMlfa de & BaríiMem0M.*-*Ratal»aleaida
a parochia, no logar da ArriCuia de*Sana%
STS
PBH
]nM(i« 4Mi Uiitft<tapiâ«i, q«SH»'leitwoi
Htam 4|iiA8i Mm «rroteadoa, por senin mui r
«ft iMns e fsrtetf. A eollani, foi iniícadihda o
tWrMio da 'feira, dé ttiódo qo» M pmèfeb
aiwlil^a' para a illòiir# 40 Povo o^ Vdnhtkdo
Itefr, aahi^eonsotiíimiiitHiiaisapeUâ, (fiie
iMiea» feafeanim a 8w Barthalottiev, eeil^
canéo n'elia uma nova imagem do sanlft, iel-
xndo a felha na aittigfc egv^
* Bita «a^elia iitata ediâeada sabre o aqta-
dMcU» 8«bUMTaiM0 (aUna) por onde pasia*
mm M aguai pnUlsas; e, alaiado^se este no
intoeiplo do séealo XIX» flaoii acapeilades-
ánlda; porém, «m ^^isinho a neonstraiiL É
irtlhhM|iie aetoalmetite se baptiMn os ex-
fMloii^ por filiar próxima aeasa da sevlios^
picfo.'
A Mn de S. Bar Hioloméa, era da gado, e
4s».'mtiisâ qualidade de mereadorfas; mas,
«ipeoitflDSeiite dei ceMas, qne â^i affioiam
em grande eépia, sdndo a maior qaaatidade
aveaáa am-CattavecM.
" *M Atadas oapQClios, editleando aq«i jo seu
«oíiiaira^ priacipiaram a eultf ^r, na cérea,
axèdlas, wi glaÂda qaantMade, para fendé»
kèm na Mra^ 0O6 lavradores, vendo <]•$ isio
-JÉvabotiirMAilMdo, taiobem enltivÁram este
^^eiMiii» am grande escala, para expartaçao,
Dão só para a» ditersas tetras daV.'e S* de
Penafiel, como para a Porto, e para embar-
que.
Os lavradores das immeâiaç5es, e princi-
palmente os de São Cosme, Campanhan, e
Talle-Bom (arrabaldes do Porto) com as suas
vastas plantações de cebolas, fizeram deca-
bir muito este commercio em Penafiel, que
boje está mais limitado.
Gapellas fora da cidade
S. Ckristovam, de Ixyureào.
Santa Luzia, de Moascres.
Nossa Senhora da firtiia— na quinta que
boje é do sr. João Bernardo, residente na '
quinta da Vinha. j
- 0. Roque, janto á estrada aatifea, 4o« Porto '
^ara Penafiel
' Jttiito a «ita capaHa «ità k sepultara de
fM AmoMi» da RessQiref^, de que já fál-
lel,« dsEi o epilapbio.
A «AS W melros a Sf.O. élnta capella, ba-
rria um* soatò de corpolenfAS castanheiros^
bo)e tedOEldo a oanpa, « propriedade áo
an ftifaafdo Moram da 'Silva, de Pena-
«el.
Im 1069', estífQTMD aq«t acampados al-
guns dias,voa franòezáa de Soult, a concer-
tar m eévs armamenlos.
Abandonado por elles o sHio, viu-se que
na oasea de aigmia «aitanhoiros, tinham
gravado, com ferro em bráza, varias let-
tras.
Omesmoflaerauí na- Campo do Ouro, ací-
«Nt de Santa MarAM; nas ^aqui fui a ciniel,
eia nma rocha.
Toda a genta jolgon qm isso fóra feita
por passatempo; mas, no verio de Í8i6, che-
garam à hospedaria dos Gasaes, ao anoite-
cer, una almocreves, e alguns eavaHelros, e,
depois de cearem, sahh^am, df sendo qne tafaa
jornadear de no^, per eaoea da calor.
No dia seguinte, appareceram no Canspo
do Ouro, duas covas quadradas,' indicando
terem aHi estado enterrados eal^ões, e tan»-
bem appareceram- as taboa» d^llee.
No sosfo de S. Roque, âoaramabettaa seis
eovas eguaes.
Cré o povo d'aful, que os taes abnoere*
ves e cavalleiros, guiados pelas leuras das
easeas dos castanheiros e da roôha, leva-
ram d'aqul seie cargas de âtnbeiíD, q» oa
franaeies, vendo que a «lo pediam oonta-
sir, deixaram, para virem buscar em oce»-
sião opportuna. •
(Mãa me parece lêta: lá mni-
lò crivei; mas relato aqaealM
se diz.)
Em dezan^NTO de 1867, anditndi) uns ope-
rários a compor a estrada qse vieda Qaúi-
ta da Avelieda <do sr. MamMl Pedro 6iia-
des, fitho da sr.* condessa de Paagim, de
quem já fallei n*este artigo) que é a anllga
estrada, ito Porto a TraE4!ls*liaDt6B> aaba-
ram a pouca profundidade, 'varios puoaraa
e outras peças de louça.
Supp9e-se ter sido dos em[Astados da
«mm; ' ztfÊéi&aMb pelfc Mm '^ • Mm-
fiel. ' '
: 6^e«Mf,|]lAaoMflfSW*dryè•MVl^esta
cidade, e eoad}iilitir 101 nflof. ' '
t DMa;iâl&,«iiji''ea<eettrail#eiicdrpérado
•».' •! .J »•
^QiHnêà éo eispú
(5759
E' ama boa propriedade^ 'edM 'VMIDe
'lkNir< yiilaefo, e toda «MiclKla ile mn «Itigo
^nmrol • '
Foi cofli^da'para os k>i«pe9 dePeoaiel
I '
/ »
í;.
» •!
«k- fra|aètki' de PeriMel^ fliaiiiiiiitta tm- (tols^f^^aiiii^fifoèboaveiiiiik^
wnnê fn fiantlastlaa nd-seti ««tf|9 «aintilob 'po»q|ite' esle^tts' sempre eti LhrtMfa.)-
€ear.j«1k da'49ta, pirtv4MiiM, 0 lA*«sai igreja l^oi' revfdéaeitf An p^ovísor, em<iitaiMi^ o
^É«âiikristmn(iB^entáiem<ii.aátflteg*e- ^ h^ e dep^s^ t9 viffarfò gepai, até
m^9* i " ' ■ .'1 ■• V • t- :i" i 1^969%, . ' •
' Tnnbem 'm páliciê-^emi qoafito 00 ifio
( fHoaha roa; 'aaligadieMe ehavada, ¥ua
*'íÀfeitúi '6' a«dra (por eansa d^eate ediMo)
^fikx áo Fâçè. ^
O eéilleid' eflti aep«trado da <niMa por um
taMiM, maé eonAnmloa^sè ptrr vai bom
arco de eantarta. •
'Eêtií tièa prapriisd&de, ^eta impressão
i4DdMtalít|iif BoiíM^im^ Vaile^eíD^fáao) 1 do bi6p«dia d» Feiíáôel, paâso* para o do-
Qouliitas
I '• iSaivn Pfintfcih & arredems^ as fftinlaa
iBgniiM:
1
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. Mf .. /
■ • ' .;t.
• €ai»afw
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do sr. barão do Calvário,
' 'wMb doa M^peft do Portos.
« •• •
Tem ama boa caea, mas, abriadose pel|iJ v Mtòfiio 'Feiwira deQaeifOz (400 fallectea
frente da qainta ama raa a que deram o i^lO^de^iiMirtb àé 1^74) a eompreu ao bfs-
nome de rtÈá^áuiBMaitéã^Ctfna (hoje mh po, D. António Bernardo da Ponseea Moiiz
Formosa) flcoa esta magnifica casa, nas traf- . -(ft-fiBlií di^general, bftrãe de Palme) por oito
«ÉraftHoa^UMiaatfdlaiiQrii lèik i.-- H ^ -tdritos de réis— lalwa menos do qne boje
, ^• ii^a»fl[i^'idb «HM M;«lft qiia»oft|prgpti6|- importaria o murol— e tendo a saa casa (Wn-
larios d'esta qnvaU^nibtbabiltfiraiil. : < ingai, l^setmAflIiioarás-dnaspnVriedades^
i .!• m. Ma»irti*areiBa4» sanada tocorod, F^^tna Ib bf^ M grtndee meiborementòs,
.«^raooKft ctnv^ta atd>aot}itoana77fec aèiAmi lahto^M edíÉdlo, «ema nà (Tninta, qde ^ago-
.. aaae4ifioQípaia«aifH.ef Qibiaid eèfttauaiiliu- .rtk v«ie malls de 80 centos de réis.
k) de bAf€ktiiúiCah:i$no;íiMQ aáiteèemjie- . _
J^dién lleloa aertiçes qna tm preslido à | 1 oninfa e castf do^ La^a
».Bi»afleK eomo 'flea relerldo antae^dante-
Ml i'08le paiadeti> qoB o sr. D. Loiz Ise
-haspodDili inando veia a esta cidade, em dlO
de jnlho de 1871
. Qer. kam, tem melhorado noitlasimo
•«na qaiula, maraado-a toda em rolta, aòrm-
ddiba 'piinas d^agua, eonstroindd taQqot»;
fazendo grandes parreíraes, de eastaa sa^
peiialifa% suspensas em belloa esteies de
pedta (<pie rieram da fragnezia de 6aoto
, âdriioi de Gaiinas de Doas figrejas) ^ que
já prodttaen^moitaa pipaa á» eseeUente yi-
afete*
Domr. ZeferíBp. Deízeira Cabral de Mes-
qnitA, folio 'Jba^rão.dàs Laeçs:(l«) am 10 de
^bo de I8fi0. 1 o . .
E' filho do sr. José TeiíeiTa de Mesqliita,
feito barão 4o meilno titolo (o L") emlOde
novembro de I8M1
Supposto qne eala isasa, e a maior parte
da quinta ficam na fragaezia de JáHboodos,
a sna entrada principal, ó pele largo de 8.
Bartholomeu, na fregaezia de Penafiel, por
isso a mencKitoo »quf. v^
E' uma propriedade de grande valor, qua-
si toda regada pelo rio Gavalium, que lhe
passa pelo ceoiro.
S90
fW
A famillt i*atti t$9K 4 <• Mias poaeas
de f ençÒM, conhecida, pela sua probidade^
e viMuki elirisuni8<
Os aeshores d*eata ^linta e ee 4» BirbD*
sa, foram os príncipaes fandadores do moa*
Uíro dee eapochoa d*eslA oíded#*
O eapitiQ, Ignaolo d*AiidnMlef que, petos
annos 1680 e tsAlos, ^a senhor da oas^d^s 1 ino dos pmiiíQiaiiosdo Hálito 4os
f«9
^p4Ii'<eiii» pidcooira 490-0 ftQdiHiii DO-
MO á firopriedade) o «nas Imm cmmm-
ligas. I
Sen» aaiicD» propiisisvi^ te toM» d»iini
seeolo qae alH aio leaidim»
O er. PrattMoo 4s .Seua Aleotoêdn. da
casa da Silrn^ da ttth de BaneUsfi # qM-
Lates, Mebthia n'eUa os Folig iseos de Talle
de Piedade (Gaia, em drente do Perlo) e os
inflala para qae fundassem mosteiff ^em
FenaíM; e» oem effellQ, em IMS, escf lhe
nm «m Mrono. iimto á Priga dmffUfi
mêif qae era f6ra (ao N.) do logar da Anrl
Ana, e penen<4a a Gonfilo da SHva» eieri
Tio dos erphaoe, e a umas nmlheres» aica
Bhadas o» Cantadeiras, qae-HMÉn ello nem
elli»*H|iiiieram eeder as propriedaiie^mas
os firudes, aleaoQaram provásio do rei» A
Affonso VI, para a expropriaçio.
EsisAdo 08 frades do posse doe temnoa^
os mesnrios da Samia Case da lisefioordia,
lhes deram licença para residirem. Mii#o^
rariamome, na capella de Nossil Senhona das
Mres, e casa do hospital, para d*aqai da-
rem principio ás enes ohnuL
Foi lançada « l.« pedra de mostoiro» com
grande sotemnidade, a 17 de Janeiro de
i«6d.
9. Fraaeisco d'Aiteido, senhor donatmrlo
da honra de Barbosa, e qneenA) era fpio-
ral das arma% da provinda do IMiOé fes |i
soa cui^ta, a capella^mór, dotando«>a eom
30M00 réis de renda annaal (qae então era
ama avaliada qaanlla) para a sna fabrica
e <» necessário azeite para a alampada.
Estas fendas foramlmpostas em uma ab>
badia do sea padroado, no arcebispado de
Braga; e eojas rf^ndas os frade^ sempre re-
oeberaài ató 1834.
Os descendentes de D. Pranclsco d' Aliiâi-
de, tinham o sea jazigo n*esta oapella-méiv
e maitos d*elles lá fEiram sepaltados.
No ano crazeiro estio as armasdos se-
«horas de Barbosa.
Quinta da 8mh»ra da Qviã
Aatigameote, duMa da$ QuitiKm.
E* propriedade de mailo ¥ilor, o tem orna
senhoras da qotota, a irendeOf peloe
és IMQ^ ao ar. áoAo Bemardn Itaa
de Barbosa e Veiga, por 9:9001000 réii^ pa-
ra satisfazer a legitima a sen irmão. Angus*
to de Sonza Alcoforado, qae está casado em
França.
O sea altimo (aetQai> possaidor, tem coa-
sideravelmente mdhorado esta qninta, qne^
de asais a mais, está- fnrtiágni à qoirilh da
Vinha, onde o sr. Veiga actaalmeatt^rasièe;
e lambem próxima a outra saa qolnta, no
logar de 8. Thiago; e á fiqoissima quinta da
Folha; que tem ama hôa casa antiga, com
aapella, a era tua dos vlaoator dMa^tebra
e antiga família. -"- «^
«. \
Çainsa as juwflíasa'
Besidensia da neiiNsshMi família
dse^ qne iam* ao» bdhi f alacK aolaiVofla
Baulha, aa cidade da fiorlo.
Aqui -vinte passar a Hilo, Vosd Anas-
tácio, com a eaa lámitta: 4ap0ii^ wm^iOlbo,
Ibaosl Géeden da Ponseen, a «oi espas% a
«sr.» eendossa de Paagém— alèda vteu -
Hi9}ed ssa pnoprlotarlnio sr. Manad fte-
dia Oaedes, flMie da sr.* condessa; ot|tlal
tem aqui feito grandes bemfeitorias, a am-
pliado nfàito a propriedade, uaiadodlíl oa-
tras, de moito valor, qae para Isso thmeem-
prado.
flstt pae he n^niou fózaronmradéean-
laria lavrada, em uma pares d*ella; mas pea-
snem an tenrfiorfto Ha vario, que nift é
possível murar tudo.
Passa-fte pi»la freme (9.)/a esiradaaelte
do PortOt e pelo N., a haate o rio Sotea.
Pelo ceatro d'esta fmmeasa pfopriedale^
passa a estrada de furo doDoaveC
Está sendo hoje ama das- mais riear e
grandes propriedades da província.
0fiKi
MSN
aei
ar alMi «SI Misiél • ími «troMi nvtii. pMâerio, rteolHha Md taa casa, qoaiitaa
«MtaeaHi, 4a iMUiMat aoirek e aaUgaa^ «iMafMB c« H» aavuran. \
^ManoMi, vSú «MBíieioM, |Mr ido oMêr d'al«
laa énlamctaMaloi^ «torai^ IMitiQe vio-iat
firegoezias onde estão situadas.
• Ira natnnd tfeèla cidade, iMfo Gênúez
HÊêi^dêM^êmrMOi teMsta faseral da es^
ercito ponoiMi, ijiid aervM duraila a goer»
ra peniDSQlar, e foi o !.• barão da Yanea
#» ]lé«ra''(4ÍlM adta n ttiargeardlpéíu
da rio d'est6 nome, po«8i»akaíM'daGu*
tello de Paiva, e a 3Ír kilometros ao E.N.B.
*FotlOi lÉlMgas* da ¥ahiéa dò Dbdfo,
m mÊtú0Oi^wsméM^ 4afiaBft«ar,4 i»te«
dMi «aaanade 8oaâlãe8»<-»liot0€aanniie
dblfMia.ládnl»isiHiilfo dOiFoico.) •
41iaartf '-aiiiÉi' an^eailMb da áaliga In^
Mdo de «É^adona ait 4, M padrWio^da
bapUsalii) io jnotoi' «d^eaia obra ^ Sdda
MVMlwádb ISdD.) .. t •
ETMMl^jt) birito da. WiMi.d»BolHrti^
fana «É I» datttilio^deliid^saafliho^d
sd. Jaid<<Ma« Mulo de IfaÉDrein.
O f.* èntn dfáautiiQl^MidBeB eoaraK
aalBi a'«daiMl»dsi8d» (VidaFarsMid^
Sú> tambeiii natnraes d*esta cidade :
.#vdM*r JM WMm di» toiady cMie-
ghte è. fiswslisf da aelafia e aasa* ds^
WêMí-WKúÈÊ% A. ^HMá^M «a Pqsla da
Cêneeição Grelho e Souza, foi a fandadon
ê^\9molkímmmá$Maéa taiAdm dos Ho-
têês ÊL'fo$éíáã$ mmimm éetampãrúdoê^ ú»
Kntfga^lD Mr«»aldaiftdo toi«ai
-Qolaéa» ^di M da oaifo ide MOd, So«tt
#i'aav|«aailMiiiMi baoMfsfiiakai^ eátMidria
ld:Maio^ eaawfÉdi^ » laanaa; Mia daikOM
paHaaa^ ia^aaibaa ot aeaaá' a d^ lodad aè
êÊtk», •canal abaudonadaa fMl|a'fiiaa e
fMçal yiMIsait «aíM eewadwas da inMi^
les, naltas meninas, qae aqaeila bofitvel
mortandade tinba deitado sem pães, irmãos
\ \
Wíâm<%ê>kinÊèm^imMm, «olredabia ai 4ê
Obteve, por esmols, oma casa damarqu»'
u drábtaMos; ao tm da ma da Cimo de
VHIa, • patnoi^ da ma Gbaii, enfrenle do
olMfliHa » atde reeoNieD, vesfia é alimentoa
diede logo, a á sva cssta, dd meninas.
ifaa a eaiidade doesto santa aenbofa, cm
mtiico supartof a* spaa rindaf , ^ paasadop
tempos, não podia oecorrer ás grandea dea^
peàks qm demandava, nm tal estabeled-
nMMto.
-A grande alma de D. Pimudaca, não tie*
pida ante este terrifel obatacnlo^ a as que-
ríttaa fllliasdoseii eora^ não bio da sof-
lirer a mínima íalla.
• Yaa da poria em pérta. Implorando a ca-
rUndá pbbtlea, a coo m esmoMaa» e com aa
snaa reodmi pôde' oecorrer a todas as ne^
' Pleanda^vinva^ vaia ptrafo racolbimenio^
tmlaâd* asBpia> » sana yracegldasv eamo
idCaideávcllada e carlnbosa^ a aqui falleeea
a r de abrU de 1832.
Foi am dia da tacto genal para oa per-
tnenses.
Pèlr ptovMaa re|fias^ de 8 e S5 de ontu-
bro de lêl% D. Jei» VI» sa decbiroci pro-
tector d*este recolbimento, coneedendo-lbe
aaacoÉlaa^ para. nd^olrir bana éa falu
For deCMo ds> tida julbo do IdQS^deov
o mesmo soberano, a este eslabelecimeslOt
i2 contos de réis, em apólices de novos em-
pMiloia%. para sta Mnd4s e que k^as*
tâ^ oonaerttdaa em ioaorlpf dm-de 3^ por tm*
lo, da fiam da cradUo pnUiao.
Por ama portaila de iO da )albo do mm*
mo anno de 1821, ficaa o estabelecimento a
aar govamada fidr nancomniiasão, nomeia-
da pelo rei; aamposladetreamembroayaca-
daipraaidanta nato^ a prelado da diaeese^
1 A esta casa„ indii.boje Sf cbama Fqço da
MarfUiza.
Esteve depois alli, ò eollegio dos meni-
nt>s otfbãbs, qae ho)e e^á no Ibgar do Pi*
nlialiia, da fragnéiia de Campanfaan. -
M^ «oe ui não estamos nos iablixea
tempos 00 oBscoraotismo, tepi esta casa
mnito msfis mil appfícaçãoino andar térreo,
está «tta taberna, e no andar debre^ ama
ebsa A Mv^<r
9Mr
mm
jsm
trado «por «díoatos, «ic 4imt«ri piHiMMii ifVDUMi fm^ qp« MMmMi fvi jmlfri#s
fiscal, e um thesoiifeiro, qa«4Qi6iofia«lifta|!J ;3Qqa«(itoii!ad#i«e« •,maètmÚntii»»iM§nt^
Por «laria* ragia^ide 90 át xãmúã ifS^ .
drti & Joa» Vi a* ro«olbtiaeiilOi mipa.eM9^
oam ^fllaL e «gna, que era.pi«ffi«dad0)dtr
coroa, 'Bft^ boje chamada m^ (20 I^d^oMo^i^m^
fiMBt» e â9 8.B: d0 Podtigo An Stti, qiM»(^e
anda & ^QB)olif>^i^ra .peituemainjiideiiiía
-0«ie$utot(t9.eiirfi8Dry foram ap|^9vad0t>
pelo mesmo rei, a 22 de dezembro úeáSàSfi
W proprí«dadi»-^o refiolbtibeolQi a,ca»a
da rssideBcia' do capellM. > • ■ ' -v ^
Nào paMue «mn}» bens defratsiaetodL'
mente. : . i ..
lio fim do a^M dft 1830,, «pi)iKiptotf a
eonalracãao darforaioaa capaUa d^ Niièai
Senhora da»fiores-e S« Jol^^ uiHda<oiaa&
do edificio do recolhimenfto;- poróiBi .4íMí9'>
ei^aMta áonta dawpiolat, asfontuaaiiJilan
as jaèra» lagioM^Miia, epaiarm éèiad^iJ
d«railla*a «nalfadada tiierra4Sifflvd6!áUÍ]
a 1834. > "f: ,
• S^ sa Qpm^ofa^ tfa iMl > ' i i
iáiiloiitb tfe ikllá, a tfmroiMliiio 4i| Jfelto
(ímiiQs); faram miiilstf06'dafe8lMl. •
O riM»é(if9iB«or f ioIM^ ias
Ans'*-^pMaiiient6 da uiçada, dú^^Mlo^ am
(8ii« .' . '
- ■• • • -^ • ;• .;
- jAnisáso Fteim di Mrir^ies <do qaal já Iri*
leáj^doncpT em medicina, ekmta d7aslaike«l*
dade, na universidade da Coinfena, 4|aifal*
leD0adè34.aiuMe'd6 6âada .
• •••• I ., • > • »
gaikkn Sàraimh que nasaanMa idOt^ e^^a^
da^^va^ É um tiotra' confio^ adi ahfifè
exemplarísslmo, e muito curioso investiga-
dor dftsrsfifígtiidadeâ&astta. terra. '
_ • V 'f
■ • t ■
mo santo, hq)a anUetti a-Fanaftèl, «âsoaMía
morreti, o pádtB Otíetôdio MoHira; poeta A3-
tfncijsdlpQo. Escreveu muito, mas, pouco an-
t^..do sett,íí4)eevuôiitp, qp^imau todas as
suas obras, escapando apenas^aáplaadaai.^
sa disirabiefn^ danaia as bMaa datnbaiti
ilho. 1 ■ . i j ii
/Qstf Aío0K^ « saa ariÉriPbOj^ vCartasírfa^aMjaH
/MMTtf fovsMUtfieiaa^fBai di^iiMiaa^ . 1 • « : *
Tambaas . sardisliattia, jfalia» BUM taaUsíft
paaslastiimááSpaMa. i . . .1 «: t, • : *.
. í*. í ■'■■•.• ■ . . /í . j .. .. I O ,
>i}id(i4l4r 8te<a¥iatf*álfiisifb« toqiado'»»
madíoiiia,ifli»ittattual étf fiaiailioi^Miéat
esaeoBAiaas^ drtaamlPeaadèl, ipareaaés d»
gPiinmlJ a; aqaá láHedso. fiia<èonBBt4ft
grande inatmoisÉoii gtiaidar iiunMigiilard»
aali0waadeft^alíld|a una bfiÉ/iiaraCiai;«Vi'-
máékk, áai aatly<»i.a» Ihuriai; dairio^lip^
bem valiosos donativos a qaali flidaaiaa.aafi
taMadmanan dV bduaioadcia da nasaslii-
dadarltaada j&dttdaa^ailtadad>aâaotea4Kf 1
ferentes cdnfntiai ée^ MMal> lâriiai^alp-
maitet á «rddiai tatfoiir&*dò:»Qatai. 'Titau
sáDpiv* tàm a/matMri#oBiiai aècion^ribii
para empregar o remanescente dascsÉHâ
I rendas, em obras de ciridade.
- -Mauíar^Péuià 6aMlé«^.iiaMEaUaéMW-
kbiaoLiAlimiéaa^ da AregiMaíai-dla BenaiA/
Era formado em direito e seguiu a miiM
tfktiHa» lealo «af MH^ coilre|aiDinraaHa-
Bra* hm vhaasam de^Uea^ a>«ailioaN9rot>
piiQtaria. T^wa só^aaa iilias»«ta%:4]tt bmt»
reu solteJia« iobMpí4«e«|lM dani04fl
Uw^PaoHèoPafaifa i&m tfAUaMdft^da
aÉWftiA» Jf«0i0%. Iptoea nlii8ali>aa«uart»
êaOMalDr Ba:firagMaiai{di>ilaira» ataajlW
da eiataltahda 9mêt qoejáaHmíft 4m4Mí9
HQttipniiiiíf tadoardft odipelfeai. tai|u^4itta
ri^ttiaíiiilpf potraar o wáãê ImvMí^ ^M^
iagm. <
,1 • I
.ii »aí: ; n
• »
"» !
' iinfonio Teixeira (o (2o P^têd^MM^^NIt
Ufdaíqda ^Mitpe^ >Uiaia^çil|iaMVi«Nr
irtsiciia«: & ataa.aw 4.<iaa<ywid»gtÉlar
dasiVMM 4i* YM'i>^MM^imaiMfl««tft*
ms
rm
6»
lite a^4)bfa prl— wsmi gonero» Tua-
loi matitt 4éb ioMif ei» qne adarnatti vum
egrejas e capellas, da cidade e ^rradorea;
MiitotrqoadMt degranda OBreoiflient*^ dis-
tingaindo-se o relabaio de altar do SuotlM-
timo Saeianento, da .«i^ja ntttrix «-- o da
iMbofada ConoaifMv lut «grega que foi 4m
AH^aehOH^fi QB da Fé^ fis^erasQa e Caiida*
de, da Misericórdia. Também evifitira Mia»
o de NoMa Se&bora 4a Ajuda ; porém, ha
ppiíoos vaa^h sendo rHícada pbr nm i^tor
da 4aii€6tlaa, âc»a perdido.
: t pfodnc^ d'06la notttirel artiita, a lun*
tnra do tecto» e o retabalo do altar*mór, 4a
4il«ja dft'Maraaa, representando xCeia —
ieiD é— ainatilaiçào do âaniiaaioio Saontr
.0 tâciodaGap€{la«n6r, é obra decoitro
ffitoi; qne^ ap«car do nào ser ignniaate na
arte, era jmilo inferior a JMKeira.
HAprèn-
4m^ âtarapavo QfiloÉo de alfaiate^e depoit
de frade, fez-se torneiro, faienden^ráa da
fianè» Bieraeiaiemo.ariiaiíQOi As flautas ^or
^» ol|rada% eram Jão perfeitas a tio l»em
afinadas, qae se vendiam no Porto, por in*
tfezaa.
aqui UB indifidoo, qoa parecia
id*lla, .e ae oooapava em fazet • presepioi^
Ooaaa>lilior perfeição^ esietindo ainda mui*
laq. 4*eUea em poder 4a paiticnlam^ e nm
na egreja de Bitaraes.
. BajenaPetaflot dtlefejiee iodualriasy sen-
do a pnaeipal, a fiteicafão áb leUfl^ oellins»
dbai^,'6 ma» arreios par j^ oaraiiadwas,
qoe se exporum eaitfraiidb qnaotidadei
. MãHt jk MMflii qoB liiais tefeMsou a
terra, foi a fabritqçao de naideiw 4« l<irvt»»
estanhadas, sahiado d'esta cidade, annaal-
«oníe, aMâtpi centos do mUMros d'eHa8>
que invadiam todos os mercados 4o reiíip,
klnáe «indat abaslscsv oa esirangeiros. .
» riisgmm .a hvrér perto4e 30 lèiiás^oasa
Mr:iMgDnia%tq«s4a«am que (ater a 4 pes-
soas, cada bigorna— tudo a fater eandsiaol
.Oè d8IO.por 4iaÉM^ algwtqaoiasi (ooti-
dãmwê)' m §anm eslabokber e# Fareási
de Aguiar de. âoaza^ ao. Pitf to e alé em lis-
Com a .dasoqberta do pelroline, deoaWs
o^uito Ma industnac mesmo aasim,em ift74^
só> um negotíantA d*aqni, exporton^ de. taosa
VBS, para o sstrmofBird 200:00(1 cati4siM^
por nào ter mais n^aqueliaoofaaiãoj
. Outra iadnslría 4'esta oidad^ é a íaolfera
de aóeoos (tamancos^)
iipeiar 4e jfL haver mnilos .odioiadi 4'«s»
tofiflleiopela piniisiDoia e immediafâas^liiilr
da se exportam muitos tamancos, que síd
Jaatamettte repatados os maia bomiafitfta-
doadoj^no* .
Eu comprei aqui, na feira, em 1860« im
par, por meia libra; mas tem- se vendido
mttíM^ 4«R(»«iéto «ftda pari
Também aqui se fabricam, parnA lernae
pa<a.òx0ortdQao (para o Porto, Usboa e Kra*
sil> muilas itiilheiroa dd pnres d« botas e sa-
patos. . li ,
Tanto este género como o antecedente (ta*
mancos) tsom sldO} peta sna ppaMçaOi gro»
miados, na ssi^osicao iadnstiM.dq PonkM»
da Fari^ na 4e Londres ena de Vienna; de
Áustria*
/ i
Ifesta cidade e em iodas as freguesa qiia
lhe fiòMn ao 8., até ao Tâmega, se fàbrioa
óptima iibha e finíssimas teas • 4e llnlM^ o
melhor que se conhece, egnalando em flnv-
ra, brancura e qualidade, o de Paiva e
Artmea. • ^"^
Do território de Penaflel—prínctpalmentb
das ribeiras (campos) dos rfO!> Souza, Mcsio,
e Gavallnm, se exporta pára o Porto e ou-
tras localidades, grande quantidade, de iar-
radas de milho.
Até á invasão do oidinm tukerl,>ra mn^*
to abundante a colheita do vinho— to4o, ver-
de, mas algum excellente,
Com esta moléstia das vides, e cocp a dos
castanheiros» em que ellas se apoiavam, d|^-
minuiu muitissinio esta prodacçao. ! , ^
. .—
rO eènéslbo.4e Benafiel» crii|.o.f^Ntit
Stt
16 «nntidide d» gaio, 46 toda a qna-
ttiââ0---eBp6cialiiiêiila boiáno.
A fábrica de cortames em que já falleí,
MiabelecMa em Í&ÍS9/ foi preniada ia ex-
foif^ índoiírial do Porto, em 4861.
ifa uma (itlMioa de «abio» daa priaelrae
jMtoliitcldaa etá Portogai» desde a extine*
çao do moBopotte«
. 0e leoa prodactoi sio eoteelleBlm, for-
que o seu proprietário^ o >ar. Slmlo Rodrl*
fÊtk Parreira, lAaiidou vir opteoa aniaus
de EsipMihs, para enaiMrMi ea Pertogue»
Ba poaooa sudm se estakeleeeiaiii aqui
algumas fabricas de cotias, cujo género já
iè exporta.
A egreja uMrk de BUatiaB» é uma daa
mais liadas da proTiaeia.
■bf nuuidada fster por nm abbadedaire*
fMil% qoa eslaMeceii uai legado» para
haver uma missão, de 7 em 7 annos.
VNÉho alada em meu poder muítoa apeu»
«tteutes peiameeMea aeHaiMadiv qseoia
pubUeo, por oa Julgar -de itaeioa imporias*
eia» e eom receio de fittigar o leitor» eoii
um artigo^ que Já rae summamente exten-
ip« Kaa palavras Pewmços^ Bomartz^ São fe-
âro 4$ Fãrmr^ São Thiago do$ Ifátagrdi e
Fítto Bum, m^eioDarei ainda mais algu-
wm^ QUooaMades que podiam bir eo^ P^na*
fleJL
PENALVA D*ALVA-vina, Douro, eonce-
Dio d'01iveira do Hospital, comarca da Tá-
)»m^ (foi cabeça do «oQcalbo do aeu nome, da
epnwca de Gouveia) 48 kilometros de Coim-
ai» 280 a N.E. de Lisboa*
, Tem 350 fogos.
Em 1757, tiDha 32i fogos,
Orago, S. Tbomé, apostolo.
Bispado e dístricto ftdministrativo de
'Colmara.
.0 real padroado apresentava o vígarlô,
que tinba 801000 réis e o pé deitar.
D. Itaouel Ibe deu foral, em Lisboa, a^iO
èe fevereiro de 15i4. (L* de foraes nwos
4a Beira, íl. 8 verso, col. 1")
Bsiá a vllla situada na margem direita do
flagra» qpia Ibe dâonaase (vok i;* p%^
188, eoL i.«) ett ma pnlBftdo MK eaMi
arrabaldes sio teleia em todae oa IHMloa
do paia. .
Cria auito gado, a aot saoa nM»tea ta
moila caça, grosa a niudai
É povoaçi» bastante anilga; Maa uaa aa
aabe quande nem por quem M fbadada; MM
sKisiem moaomeulos que attestem Ur hêl
aatígoidade.
Não tom edUbôes dignos denota.
Mãe «BODliirei em livro algaOi ontiia
noticias doesta tem; e, Mdeaa pedida m
reverendo parocbo, ba mais de um anuo,
ainda aié boje ae não dignou napondor*
4He«
Provairelmeiite aeopieeea o masmaaoiia^
dre Carvalho» quando eecaavau a sua (Ha»
rograpMa, com o vigário de então^ vislofna
tão laeonica foi na deaeripçik» d*e8la vUla.
Foi cabaça da eancelbe por maia de Md
ânuos, sendo snppaimido am 1888.
¥oí n*esla vimaasolar doa Yalasquos^ ap<
peilido nobre em Portugal, ci^a fkmlia valia
És fiespanhn.
. Panmte a carta ninado da D. dsbaatiia^
leiu para eate nipo D. João Yaleaques da
Alarcão.
Foram seus descendentes, D. Uannel Gae^
tano Velasques Sarmento de Vasepncelloa,
que fti|idou>o seu solar na Espinhai, tellno
da <^íâade ds Ck>hnbra-*-« D. José de Akr*
cão da Castro Sarmento, que estataaleeen o
aan solar n*astâ «ftlla de Penalva d'Alvj^ qnè
era então da comarca da Viseu.
As armas dos Velasques, são:
Bm eanpo de praia^ i8 radellaB^ aaoea»
em trea pallaa<5.na centra, e 4 naahde^
«H)gbi dapikrpara, eamofadade Sai^aa da
oura (eama oa Aaandoa.)
Âlmo d'aça, aberto^ e par tinhra^ vm leão
de púrpuia, aanutdo da prcto«
Mãe se deve eonfundir o apptiMdo Vaian»
qneaoon) o de ValaaaOb
Este veia daa Aatnrias» na pessoa da Bi
Ann^Veiasea» ^ne eni iiOi eanna aeii D.
Thfodoaio U, dnqpiade JÉiginga» e isl aÉb
daD. ioãtlV.
Aieaade apfsNiAa VMaaao,. víada a Pir«
«igar dim Mtti MAora» Mtrti ¥ilHOit ^*
n eá TienaçpoKii, Ènk Mmwl éi liiil»
António náo dii qaen;
At iwirt privaMiwm» dâ taUmnKá de
BMgiiçi, Oot
iMHi^ «MâqQéUé» é» ooro^ e «idiroidé
|Mtá o anil, de tf«8 iietfts em fhu e 5 «m
INdUk
Timbre, um leio de oaro, Teirtdo êM
mesmas eftres, lampassado dAféPpnra.
Os ontros Velasoos, trazem por armas:
Isendo xadresade de verde e pfati, erla
do mestno, eaivegada de easteOes á\mé, e
léSee de púrfinrt, allehUliee.
O tMnyre aercceoMiM»
«BRAttA M eAMULO-lemNIiiia^
lefaine mi ouueeiíio, peivneeMe • eomar*
ea de Mangualde, no Msptdò, dleMne wê^
minifítndivo e likilMneiroi «> N. i« Vi-
fieia Tma, eoasniam mm pe^oen' ipho^
Ma, 4tte MnM tKir etalio, B.OÍl0'(S. Hr^
liio) porém ha mais de NtaÉMipirléne*
á ft%|ll^ltf êH OMfèÍMM MlalVa ^L 1%
pft#. 48d^ fel. i.»y
VMte llnidM» Ca«miI^ Ao^^eeiÉo ¥4^ i
pag. 199, eoL 1* no flm.
O MMeme de Mtthi do CAMilli^ é eom*
posto de It firegoexias, todiSdbMspftdode
fllett^^ slo;
•Antfls d» Mnln, Qaetelle de J^enalva,
VuMí^ emàll iMin de Feiaiea, Lati»'
dè^ Mifdee, Nidè, Reil« SsMral» iDraiiee*
»Hos^ e TMla ISen Ao Gdvfllh>-Mdaa MÉ
JlaWV lOgOS*
S- |Mi«o*çié nNdfd antiga.
IK Minneii Itie deu ft>rai; em lislflsa, a 14
ie AM1I de IM» iL* i^^brwt imeot iM
JMiro, fl. ISt, eel. I.«)
O padre GafvaMio Ato que D. AanelMrlI
Hie deu ftiral em MMh, perMi mmUim nlt
• menelena.
Feriei esièn eHIds yotendoe desde temi^M
fdUdNlfllBM^ pne inMs fvAliMOTietoey o
qne se prota, nio só pelo nome de AMiae,
dMoi a «nn A«|ieÉb pi^ilma da «ma. (An-
Iw ék PeàêÊm L^ ^ Wf- Mi ^l 1.^
ftoa aiMn per avri eiíitem mitpoa mewH
nMrtM pre^celM.
O mais nnuteldWe^ 4 nm dalmen»Janh
te do legar datAéalasifne Hsodoaça e Pfc*
na dia ser mníe» meierAo gqeodefinl-
Ihafonse^ jMlo daoidMie da (Snarda.
O padre José Gaspar StaOes, dia qoe em
IN», ynde As }egar de 6ebrêl«PioMfi^
para Vieea, ftM d^Anlaa de PenaKat vMi i^
dMia da eairnds, .n Aoiwa AisianiDid d'elli^
nm Aliar iefaniaAi^ eem ena mdsa em eit
ma-^eom * wmmm farma. do de Ftra t$
mvk e qpMPia d» Gaiyalhal» Undo AaiOvair
da para Pinhel.
t preeiso vér a palmre Siptitehrv^ ondd
s» dâo meia ilgu«i neticiae d'esia feiff%
lamhem fci pewoasie romana, «qna oemiT
^v^nv^^^^w^ ^^P^p^wg W^^WgPn^^r^^g ^^^^ »íP^^^ m^»*^^^
de finíssimo mármore, e em camUerea helr
Ulsimee^ fiit enisliA Aií«ginlal deaaNMes
de Peiilfa. IMa mim:
• * ■ ' . ^ » •
nvro^ rvsci. F. A- .
MNORVH. XXV.
WSCV8. ALBmr.
mio. tfo. ni. siBf.
(Fnseo, MW de AIMno, de f5 asnos db
edaA^ Mi eeiMrvír eeta támnle para sl^ e
pata eea Alis^ qtnmevma de tt«s annea,)
Hs«sé fae o nen» A*èsm vHla profém As
nln tntiqiiissime easiillo, fnndado sagre
nna penia, imarioeuie ao ife O» (ho|e
Ddo). yUe ètpMkf^
Oath» diaem qne este caaielle eslmnedl*
fieadê aaiM wbb^ penha, na margem do ri^
Alva; o que é mais verosímil, ee atiender*
mos a#nanse Aé temi Bm todo ncaae, dfés*
le eaeteUn nio eldMe e asenor vealigie.
Conota que nasceu n*e8ta vlUat o padit
frei Rodrigo detenalta, eoBpaáhegmdé S.
leipAnlMta, e ímsdndor do cbnnMo dh
O legna do fiaeni AÉfteM», gmnde^ for-
moso e salatifei% eaiAsimade tm mna apim»
sm
vm
prestado de Pena- Verde. JÊà tqni 4 eftpilta
d» »lkiMt SèolMr» áa €(iiiMtH«> {^olgar-
menite^ úò^oééU) ^aééttèta ser héIsabU-;
ga dor <|iie a ftoafa miMirebia. *
É ampK è «'«ItallahHm-aepWtnra os^^iia
morriam no refertdo lagir.
• Pieapr(]fXiiiiaèaoa^t>(npaa^,4tntiiiiá
plSDleii feriif^ e tdoroada dè MOèrBiites ar^
wns^ lèaBdo4tia «o N^a ata iani^daa A»«
tas, que aJ»rígiiii4<i>i«mp6nM^«niiMa e o
mte.flio á Ma padrotirt «muI^b o nona
d^Amèara^d GdiMM,^[MHr ealar -pfOKlma aà
logar d*e8te nome. • * >
Esta ermida era pequena no seu princi-
pio; e IfBhatm ereofiÀi/ApMseiilttdo p4os
é0baiL9ê da írtgtteitiL iQ0t i«lM)liâB, e readl«
ficada e ampliada, péea^iMisdetiM)^ »é
de boa architectura, tom capella-mór, divi-
dMa do. corpo da egrefa por* «» femoso
aMo ie «atitaria; teid» do cada Mo ama
Bditfia %apeMK. Tém^ott-ftom-polpito» ♦opclu
ma-saeliHêiía.
A friíagom da padff«e(M| é«d*'|^6dvaj>4«
boa escnlptnra e com |M,tÍ do^aMahKr
Tem ama irmandade, que lhe faz a festa,
no dia da AssitbpçSo da Saàtlssima Virgem,
6 qae é sempre concorrídiaspa.
Além d'estaaolemnidade^ fae é a princi-
pal, se lhe fazem ontras, por voto, em acção
Hb graças, pelo deewrii>.dd;aMa
• A if mapdida de Noasa tatefa da Cifefò*
]agiQ^:iuto tcmsMKto eeiao ^Inoioa. Foi
erecta em 1670, e confirmados os seus esta-
tiWaa, pela biapo Ao Vises, Di Ifanpeidaial-
dailM. Fai iostitolOa com atwMtidade da
papa Gèemeote X^ por taaia de iUS, ^ppnap
vado pelo doutor Duarte Padiico dn Alba^
cfier^iwt goTeraadot-apfpviiar;d'«atft bis-
pado;' 6 defXHa, QonanlMdiBinla bi#a, a Jan
ron^moSoarek
Óê Iraúoa laam miitatiiadA]gaMíaa».oon«
cedidu . par/ brama apoaottcoa»! aai iparioa
diaadoaiiÉO»
.' Tem (tinha): a Senhara Hariaa piapffeda-
dfes^ éBíxadaa pot daMoi, e aâBÉiHlr«laa
pela mesa da irmandade, cujos rendimemaa
eram applicados para* a fabrica da capella.
• A if imu i| Ada *aaaapalnia»ae dd;aa|adofe8
4*aaia •tefuaaia.a da daAeaL..
»AmipiiMHa liairi»«4iir-iniaaai6aata4íM
Qa.dÉtníÉgtia «udba adnaiifaadoa».
• &oft}M[a0aiafda,lafam díifil«íiiMW»Kio^
o solar da nobiiissima familia-Albiiqvar^f»
Mello Parejr;k« Gâaarca» daif^^idan^amn*
ta laaiei aoi 5.« vékwm^ a -pii- WU <pl «a<
gunda e seguintes, para onde remetto Qt:MÍq
. . ||fH;q|ieaa9-i0-Penal?»- .. >
' O snFaivaiMo TaMea.da Sib» CaoNsiba
a Sfanecas, 3.^ e aatoal iQaH<MadePaiMlf%
ó o herdeiro e. anaiwaiWa W daafiabiUsai*
mas famílias dos seua^kUpeUM^^-^-iaM) ér~
daa ismim 4e Tteam» idp^icpvd^a .^da ^Vii-
k«Nliaiqr, -doa Mmiiezai' da Atoft^tai a 4oí
m»Wf¥» de.Pía^alifa,
•'A p«gij||ts.JiO,.Qflk.l^Íiq!M V«49JPM, aUk
se que D. ioão IV fez conde de Alegrótç^ ,a
MalÂiiaa^^l^aini9r<m« m preoí^ da aaa
bMv«ia.iH(t>a|alba 4q WQp4J#>iffaBtiada.a«
«6.id#.ayio49ÍfM. . ..-
i)..i?9dr« lU,§i^ e«rt4 ragia d« i9 da agos*
to de i687, fez marquez á^^J^eg^tB,-^ Ito-
iuet.raliia »áBK f^^m l^^.t?al»da. da m^-
Maior. ,,.••.' 2 !»'• í .
SUva éum dos mai&Jiobres appellidos de
BaMifai ppa aanqarfta.Silvaii âapMiHlpffea
dis.;i!aiad0*lMit. , ..< .f -
D*esta familía fallareí maiSf4#ti4ai|iaaufea
m ¥iii§r4lai0ir:i$íifiijii dM «le^àoca-
naof Aa mmmi afcbyraatds^ pipi;ade9«ia of
qaM*ia«i dai^JMrqiiMis da ftoQi^ira» marn
waaaa. d0 Vittas» iWiirnsa .4? Béia^Aa
(Brasil), marquezes de Gouveia, €9iidaa:dt
Goeulim (villa, 4a'4toiaraa«d« SaiaalMia
Mia)f «lAANiid^Avaimtieoiidap da & Laa«
Miço«i«anda» i(» £. -TliiaiP JdatiBp4litf oj^
condes de Sarzedas, ^idfa<4ef i]iphdo,i«aii*
daa>da Ttrogea» ;CMlaa.49^'9^ João da Faa-
«•aiWiJJliiMidaaii^ VHIi Npi^iU Carvaí^
ra, e outros muitas casas titularqi^ <a ilPtlMWi
famílias das principaea d'e8te reino.
V F«UaaMaiagata,aitMiiaiaifntíi^«d^aaaai^
«onona tégiAir 4ft(7.4a iapanoiiaidati7<W^
fec ta Jaàai Y, iiarqii» te PaMli» (p i^") *
AiJliiamai dftMiMMi^«^Midai4a tafM!^
dos mdjqjjmm'Jí9i^^^9fiUi$mm^^wim úi^
4iMi(to.w4^ ArilUr<*||aiaiv ;p#pa^9fmtniifc» da
«asa dos marquezes d'Alegrdte, o sr. MaORAL
TelleMitSi)i%: n da. 91^^^ l^ £«i«ite '41 Me-
n«Wft iiw4a^ d%«iiasviilsa4io 4^ Boaaiva.
•r iR^ivdsiA «aMn^Aiía j» aiMnv «ns oasas ^
>iAk«MáriiA 4n hnp^ aa frAgUMia/dA/JK^mr*
lfr4íiÃw(o^.aQiiQilte A» Xan^a-y«dw,.iici|\
pmdade áo»\m«inMitf|)iaMa d^Jí^a^lw» ^r4l
WifiiUmdíB^ite <wa 4ch Mogr^B. Vida>3^it
ma iDtelligencia, e iivi4m;íoir mm^'^-^FiÂ
áà fiBdA<4a QQSkAcioieAtiMib # daoiáído aaor
ás ideias moDarçkiffif^.i^Mna d'#Mi»;OlMM
deixoa uma colieeção de obras ascéticas, re-
piainfaB ^ «MtimMPi piadoia^ d|i:iiai
linroMiMtk«li0R»^e #iiolando mvi^ osíiH
do e er adição nas sagradas lettras. «.1 \
vtmi
59S:
1 ' . Ȓ -^ .
.!<
HMMlTiillai te gihia,, 6,|iM> do, ^MiUi ^
«^ teia Mto» to^Hxiw Mrwm «'AlegiMii
QSfIgaittta vidai «ÍMIM :|| olmon )a«,p<|it9
it toMit0tg»4f»U foi MrmMdoR AMi:c«^
pUmíii ÍIWiSM>dM pfoiiMMS^daii^ BaRr.
lo, e Rio*Grande,iM|l|a4ÍI;.a^MMo o se^
rai< e A sua mU'jía eaw a4mipr4hpiHia4e<»
i6Uê a dasiMiASM^ 9o| imbIMb #pp«ilbth
T9^.^'0Bn»0^'tmainmt9 9^ lÀria I (||
depois, de D. Joio Vli >. ^.» ^ « « . » <'n
tagaes, e um miliur.4ifMirUllriBM4 f. ' .
O 4.* maovwt^iBMiljra-A aM^alK^rfl*
lÍNi}4»ai|acãdMle« &g«iA ^.vid^ aHlltor,
senundo pn|^ MP««ilia«i». K# fito aii
feres d'esta arma, em i^iéaiomoimide
lâMb 0 tapanlp 4^Mmá» majoF 4o iSi^reiífi
to^.Ma Í3„4eii#«ç4» .de i834i. Gomo b^riósa-
militar portagaes, seguia neiâpi^ a Jipid^
ra que jaràra defender, acompanhando o
sn. A«)6gll^l hP ff %m4^M^9íi^í^ li4 Sin>-
Nascendo (em Heabacb, a 5 de agepto de.
1852) a serenissima ptinceza, a sr.» D. Ma-
ria das Neves, íilba do sr. D. Migael I, e da
si^^DwA4f 1M4a 9f^9tm^9m^m 4» boeweq-
stpíi-IWieclkeiq di iMMíbergf ^ toi a.sf^
mmfum 4e Benalvavriíiur «seu lai á;>Al«<
l^Niabliaf «a darrihe<4s j^rabi^DS.
Sfla iâ díhfeoml)|iQ de 18^^ easo« ow^ím
«r.^ IV Siagania â*4gfi4âC.e Ala»iida liqpreflB
ôrlleitor|AwnMA;4M%n^e0h iS^ 9e|a Qf«K;
presenlante do beroe iegsyidarioi PniMrte dii
m VAtawftB) e.díikiawilia de %ntia frei Gil} dfi
Voasella, cajM^l||]4qlMaa^ poss^e e ^reo^ri^
na capella da saa casa, na roa dos Lagares
Vaw «inalMiQ; 4«s «arqpeiaii d:JUegi#B»
em Lisboa, .vUiiM V4I.» piigi.MQ» coitai.*: ^
' • .. . j . • • «
PBSa^Má» M G404 «^AHH^IA DOS Mâi»OiBXWiM|
PE^^LVA^ QU^, HQNBABAM A MTBIA S A . •
FAMILtÁ, fÒR VIRTUDES B LETRAS
■ ^Í4
Josó Telles da Silva, lente de Direito na'
universidade dé Coipobra— dotado de uma
prodigiosa memória, e do côVat^o indls bem-
fàze|o.^ ' '. . !
As Madres, Varianna de Menezes, e The-
reza de Menezes — religiosas de eminente'
virtude, no convento dèbarmelilai de tíàr-
I j
nide*.
A M,^ Isabel Telles — - religiosa de grande
virtude no convento da Hifadre de Deus, de
Lisboa, onde entrouj pôr impulso do céo«
na edade de 7 ânuos, insistindo na sua eú-
irada, e dizendo a seu^ pães,, que Nossa Se-
nhora a chamava.
A te.' Mariaoi^a iosefá Telles -p- religiosa,
no conveoto^dás Sallecias, de grandes virtV
^* Â sr* D. Maria ãil Neves, casou, em 25
de abril de 1871, com o sereníssimo Sr. ltt«^
Mlè B.4Afei«|o1fii4i 4t Bn^ston ^#n#in-
ç«^.i«f«aj^4)4irH^i(iaria»Vib da/Kw^pbi»
jm
im
iitttrae^o, maUft graçft, e d ntt> ntoi» «nan
AlattfliA Pniilfi lèlii « tao&m ie dêièett''
der da rainha ianta teM, eée 8. Mttei»*
codeBolja.
O sr. MhitfesêéfMnitt; é'7.«ii6(o vrét
IppetèDiâiite por vítobí», iH Pcmandío M^
Mdft 8flv«, conde (te yiltar Màfior, «Ml ioi
40 fidalgos ^ fevohiçlo Ío 'l> de d»MÉ*
lír# d« Md; o qoftl, còili seu írttio, Atilo-
rilo TMcw éà «lv% M ftribido fxhi âlr
gMTkM ^m^^n, por àm hoMoA* niSo, D
Ibrlâ dé LoiitMti%4
BèBf ODáotaáfteiètNMr tMWlij do'ÍMMé
B. iHiâfte dé^MettéaM, o kéitoteo dètMUíor
áè Goma e AteMbf, OÉ AMA.
< >
Bb 8 de ftbifl dtf Ittfl^ IMIm^q oníU»-
boa» o ar. António Tellea da SiWa Camililiia
• Melietoa, natifiiéi de MzMidé (bé^ BraMl)
e tto^do ar. i^rfttei ée PonittoL
Era filho de Fernando Telles da Silva Ga-
riMta HeiHSltef , 3* táw<fiè9 éé Fenalva, e
7.* èoiide de tarouca» e da nurqdeza D. lia-
ria Rosa d* Almeida, da casa de Lavradio; e
nascera a ti de setembro de i7tt).
Põra,para o Rio de Jan^irQ com a corte
de el-rei ò sr. D. JoSo VI; e o sr. D. Pedro»
depois de tomar o Brasil independente do
PorlfEigal, o fex margaez de Hóseodc^ tilla
do império.
O sr. marqaez de Recende, servindo na
carreira diplomática, representoa o Brasil
em differentes cftrtes.
^ Quando o sr. D. Pedro abdicou a coroa do
Brazi^ o sr, marquez deixou o serVI^ pu-
blico e se recolheu a Portugal»
Aqui foi camarista de sua mágestade a
imperatriz do Brasil, ha pouco faUecida.
Tinha as grao-cnues das ordens da Torre
6 Sspada, da de Christo do Brasil e da coroa
de ferro na Áustria; e era sócio correspoiã-
dente da academia real dwi^ scíencias, de
Ijsboa.
pitir
bett tettpiv $iB tDMrêdpfHiMi il «obaM^
liifi» dn fiuiMir real pirtMgfMtL
iQnÊÈàá tíXt&im M MÉpMPMrti vint to
Brasil, o sr. D. Portando etetosétUba apo*
senHoii %o «eu palacíow E iMaibiieMi» ei«i
o sr. D. Luiz, sabendo que adoecera» ^{iit'
que fosso feeonido ao pa^ dd A^ote.
OriiiV(m as iottmi desde os múá «NMdr
anboft. ','••••
Beiía ilg»s eèeiípcoe. BoIMi dulhii:
Blêffiá mmtko dê 9Uã mnfeélàêk iÊÊpê^
fklêàp.B. Péêfú, êitfÊêêi^BMgmiiçaifhh
bètt,em sêêèã» ordtMrâl Ai' J^ áè j^ãkaà$
põriM> ão BfWAi o:m B:'Mf^i¥^MÊm
rei de Pmingal e dnque de BragêHí^ ^M^
tddd' pMo if. onkMipú Miúdi Làóàâeàkh^
«Al? JMtít9pftÈà'è rm^âaç9é$ mikiémM
A^iiÉibiiksálbidtiDé^pfMo^iiris Mnim-
portantissimas do sr. rta^fMt>4lMsMlid»
pdos érr/fMfésd o ARMm^ .....
' Bhiiím áMl8e miiiMrmspeitiVVl^pnÉii^
db édibeeedor da VkSfíâk \Mm; tt«ito^«»^
dMM, ntdio^esdMèv • niAiid^eMiúiii» Ab
tdf«ÉqiMM#<#MlhMail. •*
*É pffwdpM i dijw Ma^lfoiMdv^ ♦ fêoii
' ¥ídb PMMwiMon flbe<titflliis 4édor piri»
PWI^^W, è qtld' B. Jdld ff «tMMil^^o
TaroM^a. **
PEMABAGOR— vilh, Beira Baixa, cabeça
dkf Mtliidiisiiíio eoáoélhè dé MM néme^ na
eoaniNi)» e e^MlomOHièi aé B. do IthMm^
Bétà, IdktMHsMi m 8. dd^Marda^ ii w
N.B. de Qulello irabêo, ^ à E.' de^ Hsdii»
at-a ii da CdtMbaía,^d »B. «a^ Pdidlo, li
ao & ^ BdbogtíF, #d ao" O^ia TUte de H4**
pasbà, MO'! B. de Idsbiu^ >
tem 8boa!gos,liKije'e«i «Baf«6iregiie<*
tia; do qiie<« eragoi âaiHa MM db flaiM^
lo, 'oti NbsMi BênNbrb fti PébBltMMi S«^
nhora da Assumpção.) * < ^ «^ *
««spadb «l>'«tulrda, dlÉffelo adBMMTa-
Uvo de Oambib BrtMoo;
<'aiii'i989i taibAiBwtffrdtiBiMt <:'«'•
'A^Mdrb^ apoiloli^adllliNi«|íl«sifet«<li
t^mt\ qué tMM
TI«biB-f(f#NL. n.
889
qae tinha 80#000 réi». . , /
Tinha 85 fogos.
5. Tkia^o, a|Mêtol(HHif mitra apresratata
Tinha 695 Ibgof..
. Vinha Ma jW» » lar^^efii 1757» «i(5 fo-
fos: , maif 265 4o qas aetnalmenta. /
0 concelho de Penamacor é composto de
IS fr6([|ifzMs»*eoii S:dOQ bf^s.
JfovetpcMílepfein im> ^i^pado da Giugrd»*^
sao:.
A(m«k. AMote 4o Bispo, Ar^has, Bm-
goerença» Mt^ioMo, Meim&s, P^drog^ou, Fe*
^^BMcar, e Valle de Í4o1)o. .
Três no bispado d^ C^teUo Br^co —
sio:
Aldeia de Joio Pires, Bemposta e SalTa-
dor.
Vem feira, a tè áé agosto, ti de seteMro,
e 30 de noremlrro. > . .
V uma das náts atitigas pot«aç9es do
reino, pois se attrlbne a súa fttnda^, aos
tturdalos, ida ti secnlos antes da efa chrfis.
tan. . .
No tempo dos romanos, dos godos e dos
árabeè, íói iima pòvoatãb importante, mas
soffrea moito com as diutnmas gnerras da
edade media.
Tem nm ^Mello anttqiitseímO) ^nei se-
gnnde» nns, foi codétmido peloi romanos, e
aegnndo onlros, p(lòstne«#o^porMneliatt'
do-se mnitii damoifieado pelo tempo e pelas
goerrasy o giãO' mestre da ordem dos tem-
plários, O. GoaUim Paes, reediflooa e am*
plioa muito os aens grossos mnroa, e cons-
imin a torre de menagem, em 1180.
D. Sancho I também le% algnmas obras de
4efeia. em 1(89. >
E* tâo ampla esta fortaleza, qne a fregne*
aia de Santa Karla <por isso ch^imada do
1 Vit^lrtMdiK qw iNam 1199 Vide Bar-
Térm^ m L* vol^ pi«. 338, eol. 1.% no
fim.
Algsns esorlptoaes dizem qne as fortiftea-
çQes d'esta praça foram feitas em^rUa de
lhas.
Crescendo rapidamente a população, sê
estendeu e» r^dor 4p €gst#Uei ^ o eoi D.
tiBiSft peteeaMoa 1300, «ernoii «inava po«
fonQfta emn «ptnotra linha és muraltaf
com soas toares n Awrhaiaiis»
Bsjii está mdA dasniajaMMo; r^ia«do
apenas algona langos dn qmraHias» o (^fla
imfk á tasa >da fssmurai cinco bal«iMs>
naite da torra 4e OMMgsm^ • «nsa porta
da circumvalação exterior, chamada do Jíen-
Hira 4u Negrm*:
.•.Sancha I Hm deu orai eov o MlnlP da
villa, e cora grandes privilégios, honrsan
isenções, em Coimbra, em 1199, o qual ra*
tiBcou e ampliou por omro, daiadòda niea-
ttia cidade, em março de 1109;
Seu filho, D. Affonso fl, o eofifermon, tani-
bem em Ó^imbra, no mez de novemlm de
»17.
(Ifsço It de fcrtm anfifoêy n/ 1, S. 7»
col. 1.*-^ no livra de fàraes antitos â$ M«
tura nova, fl. 36 t., col. S.*— Está impresso
no tomo 3.* das Disêertações $knmoloiiicai,
a pag. 156.)
Já antes d'estes foraes, tinha outro» dado
for D. Gnaldlm Paes» em 1180— ao qnaUha-
mavam Uor^ 4a$ fortagvns, e qne esti na
Torre do Ton^bgi, llyro 46 de lombosi armá-
rio f 7, fl. 8& T.
D. Manuel lhe deu foral novo, ratiflcando
e confirmando em tudo os antigos, em San-
tarém, no 1.* de juuho de 1510. (L.« de fo-
raes novoe da Beira, fl Si t., col. 1*)
Este foral senue lambam para Aranhas o
Cabias de Rei.
Alguns escriptores dizem qne nasceu
n*e8ta vílla o famoso rei godu, Wamba, qne
governou a Península desde 672 até 681^ e
adoptando Erngo, o faaeclamar soberano»
mettendo-se Wamba em um mosteiro, onde
professou.
D. Gualdim Paes; mas por ordem de D. San-
cho I.
Ba todo n ea«o,,datam do fim do XII ae-
euto, as antigas; porque as OKMlemas fvtam
fittai paios innos 1680.
<990
^nC9r
Wamba aasceu em Idanha a Velha. -^ '
<' A9arttia8-iM'FêDafea>elr,'%9B^* ' - ' '
" l}Mealb{k)dêrfUVp!]t'a,cMitfnÍMB]il0l#e
ma, e o iDferí<»f,<é9 (KHibft pafaH^tlM. f '
' ' M lâd» é¥km, tímà éripàUa '(datnM^di-
letti um alAmij^' eéni <u <db|Nii dTdur»,' ê-a
poBlâ virada panfvtaift; « do lato esnj^MT-
«d» uma elíàvé iiTMrd,' eèmiif a«áerfiani
Bahio. .,.*,..•...
Os crescentes são mais ama prova de ^e
foi povoação mourisca. '
' ' itíbsL vmoemdôrms/coti ásMntvfloftan-
A vili^-6^ fu^da4^ em ,aqis^ elevação, em*
redor do seu- Bfb^^ ^ y^HstP caatellfi, e^i-
ftoad^ sobre um .aUo.of^n^scos^ monte,;
d'Q9de ae gòsam formosa e.di)a|^a§,yji9-
tas.
• p. Sancho I, aphando esta^^ilb^ al)aD4oDa-
.d^,.a deu aos templari^os, qu^ a povoaram
' D, JoSo III fez conde íé PenaiAacof, em
1529, a D. Luiz da Silveira, máseste tfldlo
'não se 'verificou. ' '
D. Philippe IV, deu o mesmo tltttfo a 6.
Jbío da Sílverra,nieto d'aqttette D. Luir; po-
rém, D. Mo IV, annulou este titfiIo,'por
ser conferido depois do glorioso dia i.* de
' dezembro de' ítiO,
Peta mesma razão, anDUlloii aquettemo-
narcha, mais os titulos seguintes:
De Abrantes— dos Banhos (filho ty dos
duques dos Arcos e Aveiro) — de Caminha — '
de Estremoz (filho d.** dos marguezes de Fer-
reira)—Linhares— e Ciudad-Real (Hespa-
nha.)
Karquezes '
De Basto (conde de Pernambuoo)«— GoUa-*
res— Penalva (conde de Tarouca i)— Sardoal
i • t • • • i
1 O Z,*" conde de Tarouca, D. Duarte Ltiis
* de llenezt^, foi nomeado por D. JOâè iV, go-i
ver nador d^ Tanger (Africa. ) •
Esquecido do seu notne e dst sa% nobr^*
«M^vnuiiiift (Hmiiii)! Dii*amoi«(c#a-
de de Atougnia.) t . - • :•
* ' • ■ . •;• .
De Alcanede— d*Ancil^—<rAradaii-drÁ%.
sentar— de Moura— de Óbidos (pelallnfalt de
6nàdaleste)*-»d(!?Re^ladf)« fAbren)^aêtor-
res Vedniá (Siíares Alarcioj-i-de Va^s f8Í-
va.) ^
'1
ii
Depois, o mesmo re<,*.*Jdio'lV, e sêAa
Olhos, D. Àffooso Ví^e D: Pèdfo H e "seus
successores, em premio de serviços preífsta-
dos á pattia, na guerra 'úcfs ÍÍÍLXJíoéy rèsti-
ttíiraéíi aói mesmos, (k aoíí'h€Ír4e!pos, t» tí-
tulos dados por Di PhíHppeTV, qúandi^Já
flao era Vei dê Prfringal.'"
Penamacor foi por mais de 600 annos m^
forte praça de guerra^ e ainda antea de 1834,
ecikçc^ao. lai cooaidera^ i^f^o ^vfíjff» de
guarnição^ um corpo de jCf^^oj^es, artilhei-
ros e veteranos.
As suas íortififs^isõôa s^ m(iítp,,jfrdf;)ila-
res, por caup^ dos acçi dentas dQ terreno» .e
a que. dVUas, ae .conserva ^, molhor estado,
foi mandada construir ou reparar, durante
a guerra da restaur;^çfu>*. \. ,
São cinco baluartes e tj^ea meios baluar-
^^ . -..ir'. -11, n / ■'
Vem MíaeríMPdM^ iMi9#ílal. .
EKtrftFmuroai a* ap^HShl^Q* da níita^^ealá
o mosteira dw lrad<VB^oapfiflM%
Penamacor foi praça do batalhio de ca-
çadores n.» 4 (íepoi?, regimento de caçado*
res da Beira Alta) até Wlf."
Havendo porém seriai desintetllgencfas
entre os oâiciaes do batsdhio e os ffàdes
capui^hos, o ministro da guerra mandou
ra, atraiçoou o seu ret e á sua patrfà, baa-
deando-se com os castelhanos.
I>. Joio IV hê tiMi •Mla8:at ko&liM, ti-
CQlos^ e bena que tMtia èm Pul-tafal; maa D.
Philippe iV o fez marquez de Penalva-^ae
foi o mesmo que se o nao fizesse oaiiá ne-
nbdma. . '}-■.''
ma
^i
âqiiMtor parati' pmta 4a GatftR^lbffii^ «hi-
io ^m Mtt lòfftr, p«rt wa^- rkRtaÉUuxdB
caçadores n.<» 8 (di^mit re^ouiato.da oiq»-
dofeU ia 'Bfein flaixa.)
Ambos estea eofpcm iMlDhifTCílb a -tm
Mlatêneia ata 'Bfom^MòntB;- mas ^eoam»
eor atada hoje é praça 4o batalWo éaeaQft-
d^ra» II.* 8, créado^epoir da diaaainçfoáo
aMigtd/
Devo aqui maiM^Dar um (aeia de triste
raccnrdaçio; mas fM tava bom Tesnliado,
por dar ovigama tuna lat baoeflea» par to-
dos nr^antenant» raehaoGMia. ^ ^ -:
Eor ii48, foram aqui 6o bartara a i2o
àtaozmet\ta ehlbatidai «laco aoMadoaáâ ca-
çadores n."" 8; quê dois morraram' tt» qi»
df^do, atm m hospital, aosdoii festaikes,
ficaram inMltsadas para icida a Tida.
-Todos os periadiòos, asmdlatiiieçao dec^
polltka, tiorrorísâdoa par<lSo bhitai eãÉlibt^
lísmo, bradaram miisoaos cdáM eata degra-
dluite 6 borrtvel éasiigo! a, d^sta^ea a vos
da imprensa, «pie eri a de lodM oa poin»
faetes, foi oa^idapelo gOTònao, qaepro-
asnlgou ama lei, prolitbMo ia vkntdas, m
'4»rainmiê. ' •
Poi maito, mas iSo foi tiidi»; pèrqvB os
soMiêos da marinha e d(j\iltfsmar, também
8Ío portugueses; e dariam ser comempla-
dos.
Nenhuma vHla da Beira Baixa, a muitD
poocaa da Portugal tem tao gloriosas tradi-
^s e nma historia tio aobr&eiDteresaaii
te, coma Penamacor.
A sua remotíssima antiguidade, es setts
tandes, as suas numerosas fámiMas de aoMi-
ga nobreza, o sen yetuato caatello, ter sido
-a sede do antigo bispado de idanha (a. Va
lha) e o grande nuBMro de homens célebres
aqui nascidos, tsf nam esta Yilia digna de
«ma menção muito especial
D. Affonso Y, fei conda d^ Pemmiaeory a
D. Lopo d'Albuquerque, em uma vida.
Em 17 He dezdmiro de t8i4, 4oi eáte» ti-
tulo reúovado na pessoa do sr. AâtònK>''8^
Saldanha d*AU)u4uerqa0 e Castro Ribafm
Pereira, descendente por varonia, do i."" co^"
éa, D. Upo-dUnaivaaiqiieh a do faipoqo^ D.
João de 4aairQ«:4.« wiee^ai da Mi^ .
Ora o^conda daPa»amacor^oasaâoepm
a ar.* 9. liaria Laemr da Mella^ 4a aahilJs«
aína lnmli» á» ara epadaa )}e 6. b^aveor
iça^Hà ailia4a>lo3a Maria ttapbatel é^StíHnfr
nha e de D. Maria Thereza BraapiaaiAPt tia
paterna do sr. conselheiro e ex^ ministro, An-
sataio Jasd.Srsameamp^ e 3»* filba do i.^^^ba-
râa da Sobrai - -
B' aatoalrcaade daPeiimaaori o «p^ A|^
ioBi^ttínmét Saldanha Albaqaarqo/^Cíaa-
tro Ribafria Pereira (Qiho-do antacedante^
faiíto* am ê da jonho da I86i, . , ./
Os condes de Peiaoyaopr, as(^^||a4Q#
po^ parentascoí -aoca aa fynilias dos mar-
queses de Niza, do Lavradio e de Alvito;
condia dó Sobralí dasfGaWeias. de S. Lon-
reAço, e daAóiende; viscondes da Assaca,
Rraameampos, e oatraa noAUas e nobilíssi-
mas fomiliaa d'es(a reino.
De todos os appeUidosd^esta familia, te-
nha tratada nfeata obra, manos do de Riba-
fria. - V
Ribafria« ó appeilído no^a em Portugal,
praoedeote'de Gaspar Goaçaives (ou Rodri-
.giies> ftiMria» na^al do iogar de Riba-
fria, termo da Cintra» a do qual tomou o ap-
patUda.
O rei D. Ifaomal^.o fifiseaporteiro da ca-
^lara^ paloa sarvi^nq^e ihía«havia feito.
D. João IIIi o fea cavjJleifp da ordem de
Gbriata e akaida*m6r da Cintra; dando-lhe
aalaram RibaCriaf e carta de brazâo d'ar-
mas, a id da setembro da» i6&l— e são— em
campo verde, ama torrada prata, lavrada de
negro, aberta de azulejos de ouro e azul,
sobre ttip /contraobeíe» de oi)d^ da %aiil e
pratas entra duas estrellas de ouro» de ^
pontas aaankmadaa. ...
Elmo de prata^ aberto; e por tiaabre, lyn
leopardo azul, armado d'ouro, com uma daa
aatraito do escudo, na espádua* •
. JM
As senhoras, D. Theresa, e D. Maria da
Assumpção^ filhas dos sra. condas de Pena»-
macor, foram até 22 de abril de ^i^Sfê, en^
pregadas do paço da sereoia^ma ipfanta,
O. Isabal Maria de Bourbon e Bradiiu»QI> Via
m
ma
4èfl4» to de nm^ «ê MM iMMd^f«v»
reíro dé IM8, foi reg«Ate do nUtiê.
3 V2 l^niê ^ Mrdè d^âi^fiella dia (tt d'abrii
iS6 M7d) deiíoQ âqueNii dita» damas, réis
<IQ0#OO#, a eada* Qma, em sígttal da sHima
^ aaisade.
A ^sg. 360, eel. f />, d« 9.* wiame,
Já, qae Penamacor foi sede do Mspado «ff •
lAAeifse, desde 719 (jpnmteltneiité) al6 tiOS
-íNsIo itoénoè -^ senlndo de eatlMdril, a
egreja dto 9. I^iágo.
Fará evitarmos ref^tiQSMy rmeCCo o M-
tof para o log af eilado.
€ampi%«me áqai ftaf «ma
raetiMiçio.
Ma i.« «ol. da pag. 991, do
dko 9> ?oi., oseapoQ um erro
lypégrapliieo, qae todos folga-
rão coteo ta!-^fei (irataodo-se
do bispado de Idanha) nomear-
se D. Sadeho in (ref que sna-
ea existia em Portngal) em lo-
' gi^ de D. SaDeho I.
Da data de 1190, qae allt se
▼é, é ílaoilfímo eateader-se qoe
se tratava do rei FsooéNfor, qo^
reinou desde 6 de deaembfo
de Íl8b,ai6i7 de março de
ifli. B também se dá do é^
iti, por se faltar do poocffice
ftMoeeneio IH, qae govenioa
a egi^ de Deas, desito 1198
itid, aiiDo em qae 9^ aaoee-
dea Honório fH.
Ha n^ssta tilla moitas famiKas noInM^ eo-
mo sSo, Pinas, Ganhas, Taboidas, Palbas,
Pignatelli, e oatras, exeedendo a todas à ea-
sa vinealada, solar dos Pinas Maebados, ex-
tramofos.
B' sea aeloa! representante, o sr. Phtt-
eiseo de Pina Machado Ferraz Gasmio d*Or-
Bellas^ cavalheiro qae a ama nobilíssima
estirpe, reane ama esmeradíssima edaca-
^, e todas as boas qnalidades qae ador-
nam Ml verdadeiro fidalgo, portogaec
O sr. Pina Machado tomoa*se notável por
ser aeeoiado de fcotor de «ma tmmro$9,
«€■ aaifif dft Mn^ do fnr Iba fMQllM iS-
tàf aeia meie» piese^ aãhíbdp ateai absol-
^MQ( pbp Mia de ptovBC
É fllho do sr. José da Moa Mhtiwidor da
Moraes BaryaJsaraa, qoo fai tanealo «aro-
■si oammaDdaQto da bataMiiadi viohiiilafise
ioaHeias da Caatelo-Ilniiiao o PeoaaMcòr,
danveneAottada em Bviara^Monte. O aniUr
d*esta obra, teve a honra de servir ás ordena
d*oste bavalbeâra^ e-éleskfMoba da aoa co-
ragMD opmrkaisaQ, aepodaa soaa, alodas
•a rsqMiioa, teapfofeiavfia qaaUdadt a.
Fallecea est5 aympaibioD cftvilMfo, am
Alpadrinia, no im de joobo do MFOi
Plaa 6 om appeltído nabra em Portogri,
proeadenle do.rstao da Aragão.
fíãm é ama vitta qan alU tendas umaaa
ascendatif, o da qaai foi aeabor o toamio
appellído: aeado asia vIMa asoAar ongioario
doa Pina. Passoa a Partagal osco appolttdo
■a pessoa do D. FerMO Fernandes de Piia»
embaixador do 0i Pedro III, d'AFagio (q«s
soMa ao ihreno om 1976) acoBipaaha«do a
rainha Sania Isabel^ mplber do nosso D. Di-
liz, em 1989. Foi sea dlho, Joào Púrea do
Pina, ao qaal o nosso rei D. Femondo isi
I mercê da ateaidatia-mte do Gasiello de Hde.
As armas dos Pinas, sào«-em campo de
púrpura, am torreão do praia, oom teoto»
porta e frestas, de oaro, lavrado de negps^
sobre am monte verde. Elmo de prata, aber-
to, o tknbre, O loineão das armaa.
a Jeao Alvares de PiaMambeai da aMa<
BM foaMap veio de Aragio para esto reino,
e foi valido do nosso D. iua# L Sena desooB-
destes tratam por aroMU-H-Bm oampo do
pifcrpttra, banda da ouro, carregada do mi
loao anil, armado do n^ gro, lampaasado do
pdrpnra, ensfe dois pinheiros verdes, oom
raisee de prata o piahaa^ de oaro. Elmo da
prata, aberto^ e por iimbre, oomi cabeça do
leão, d'oaro, aahindo-lbe da bocca am ra-
mo de pinheiro.
No mannscrípto da livraria antiga, do
do marqoot do Palmolla» se acham oatraa
^ Pina é oorrop^o éa h<«psoh<il plílo. O
jtadadur da villa d'este aouio, dfii-lh'0 pa-
la soa sem^ihMnça com estt^ fructo. í por
Isso qae os Pinas tras«m pinhas nas suas ar-
^m
m
campo de púrpura, baoda azai, ^ fileUdá^te i
ui iMMltiioilh)! MnMiraieiílfwmiM—
-o^k^cYiHiMia; e» urniM Mb^MUII^ OWUrt «
fig. 195, col. 2.* d'eate volume: e d4À •«-
«MH4tMb9*^iCe 'èitT»lbteifd^'4ni4flfo-|
•d*w«a'«bim« '•*"••» ^•■•tí/! i»-
3tf.^rM0Ífcid#iMilaff ^ft.1|igi«eini0Tálb|t-j
Passou a Itona^l^iw flmÉb àèiDottártfo
•Nrfíg»!» «aborda^ fMtto Jda MAowInte
^éiUferi^iDi M»>iiei«aiiii8.'AiiMni^iiéMB|
AuOqioíiJ Wk «Icao^ão^^eilr; i^Tel1>.^F«i^-
OMi* 4t^^ Mi piitoo a afilai déliacio de
Jlíl^eeiau^aMiriaanór de Lè«iiái'^aléfli»*i
aiHÉièivABrethlí-De^IkiâeTdaj felDMfe (dni
«M)m«D^ iVtl «ikRNRia/i4o ipal piMe-l
-Anè^iMbwMtetrofc Váb«*s ^%«i» iliae.l
Suas armas ^ — em campo de púiflÉn,
^é|BA»'4Adenilli ^evmiicealtarè^iibã» lenSlas-
)pl o4ÉiaiMb'aw>ebdrta (frainMiOKthíieBlde
fpl4 iHi«»iisniÉÉp aka dfí^úi^uife,Mei^it-
WiHi ■iiéiiiabie iiúifti»â«1l»li) prt#;eò-
-tilrtaaiiiiiiias' i^mm dadaai«|iDr)i);*JâÍpd,
«ieid» iDdrif oaH TatKirla, . iimiilil{^|> jp^
1^, tepite ea)»i6ei4è iimisMãl dê gnerra,
ii igfwaiya'[loiitugm»j aefiilriqu tem gno-
lietMIuA,' mitonadai òe iieata^ aiáfc de
J9Mtori*àreflae'àmioi} I^eaid bnvo manhM-
erq^lailiHnir)niCte)aica:i(ie'P> JoiaLi
^ Enad diâço, «abe^ter, e%or
4iiMlré tttna da» MiMrà9 (euipiie&rolO das
armas. -' i ,. .
( !■
i^l%iM.-ttpp^H(flo íKíáté em Pottftgál' Yt<
itfè !«Mí 1{.M^g. Mj; eol. 2.^ ne flm. <- -
Ctmfta— ^Vfde CtmUa, de-Coura.-
Machado ---yfàê Llàbóá.'
« *
.<!
U
• »4
UL.> .' t
i<
M
<' Bitarint,' detii o eotaoêffNo >Ae Penamaeôr,
àíDilòiè Ktnfn^, tAnã grande tierdhde, 4iie
é^tsH* éntré esta vHlá, a Ae Sortelha; e a áa
•Gévflhatt.: . ■ : ■ i ■ - • » '* '
'Wéi esto vjflà^^lgutnas praças; sendo a
tH*ittctpaf,' por mkis vasta, a do Buma§^(à,
onde ie fázem ae fefrak fem iftlgdiiiiiLéi rún
boas, muitas casas át Bba'appâ^eÍRia, ftf^
laudo algumas muita antiguidade. Seus ha-
bitantes são, no geral, de bons costumes^
ihéKo^eíipitaleito^, é amigos 'do trabalho.
A otAicft im^é, vive da agricuUetra; \^f^e
<í térthe 4 muito fbrttl em todos os geberes
éy t^áfe, erta muitof táãò de toda' aijtialida-
de, enos seus n^ontesf^Ri bastantes cotmelaís
^eá<*à, Uroiíatf ^rtftidâl' i ' • '» '
O kéa'cHma,^sio sêr exeessivd^élMitto
9áiièAVei,>havéiido'àiuftas -pessoas de 80; M>
6 tfaãtisanobs^ed^e.
1 1
Na^uiAla do LáravíiaK extt-amuros, 'fóra
dHa^ ()òrus d<^ M<mtnro:4oà Neçros, aol^.O.
iá-villa; e ^rexlmb Á\fihiU da Babaca; pas-
sou o auctor d'csia obra e» pritihfh-os abnos
*4a lua infeneia. 'Eira èfttSo eetá ptoprieda-
hI^, ie éma' sefAora, da vilfai cognomfiíiida,
a JSonA Vtráei ■ • • t • * '
^ A pouca èistaneia dè Penatna^r,' bai a àl^
tiquissíina ea pella de S.» BMiIngès. -
i- Begttftdo a lenda, âm homem da vlHa, É)AI-
PignaUUi^ é um appeliido nobre d*estej
lAÉÍiid,feef origem itffliaiaa. FVeS llanttel 4e |^ 10 «levotd 44 SDombgow/ estava «aptivo,
jHJ^fit^ Í(n;oqiOy nâo diz qu^m o trçu^iei ai 4m terra áe mouros, e faiia teda^ ns diK^
JKfmi^^oOa PigQMUts,,.irajteip ^v VA^
ji^tanoarapo dd ouro, tfea'amt>ÍMira8:ne»
iitwêi ett Iro^aété, 'ttm uma l|ò a^,' e ^ bo*
, >è Écootrasls regras da armariay'q«e hão
jpliiiiUinl Qôr sobrertòr,; eu melai íoi^rt ve^
Y(»«UUB VI
geneias^pafa tegir; 'o'qii<^*pereeMdo pele
>ett eenhor^ Nte mandou pdr fornis gtlltii^
e de noite^ memo íioorrenttfdo: o faiía mer-
ter em umaeaixa, fttehadâirom fortes cadea-
dof , e fazia sobre etla á 4ama em que doi^
fnta> para goátdai^ o oápMYo.
38
fm
fm
da eapélU de S. Domingos.
Pasmado o moaro,-4e tamanha maravilha,
^^'teat, qkm<P<^ ^ #í^>^ ^ WP «9»tiviv4Mi-
caram.f^.ffeilp d^s aeua dias ap serviço 4^
ermida.
Na cap^ ^aifie. mn^ flanilm a«^gai98i-
mo, recordando ene milagrai
Nâj diz a lenda, em qae anno teve logar!
^f^ aG()iH|pe«pe«m« ma M». c^n (Certfza,^
an^er|oii4Q«AllMÍ(»^ de a Dinif; .foriqe» m
Í2M, veio afi^i deprqp^ita yisiiac a«rmi-
da, a rainha Santa Isabel, e sapp$M^f4 q90
foi esta soberana qoe mandou fazer o qna-
4rQ, FuriesAa ocfin^^^ demoirQtl^ad.i^ns;
<ii^ pa viilm .refilo HQ €íwfellp-f»ííwla'
jSffl^^;<ll^íf9.t6a^Mal^4>ovoa(^^l^ fa-
s^, floS: aic;|i(^?ip6res.
'iseb' •! '• '.'^ •••,'• o*. '»" '
iKif Jtfguas Mif ed«f «eenv oim 4<mç»aflMll-
ticalaii«Hliai «eicio«fMPei <fs qyri»>»HIHÍi
. No/9ií^i»*4p4mBi».dii7M hMmem
todo «o it^iM nifi4|pirt»s te«|>eiaM4 lO!^ 4ir
são busAiraitaiktm» |if rsí a «subíí. tf»4k
TWw)» f ilPia^tt>«s8ao dia cmmi«.p49b-
-porats • : . ^ . .'i .\$q
Mpt tíi^»' «bovido ii'«9sa ittfW^ â«
lavradores estava»- en moo deiff ntanw
as soas sementeiras. Iteeorreram á Senhorib
4«e attfda Mftiflra M ogrejftijdé SkiHMigc», •
a kniwu^n proeiiea». paraia^feacitell^
a 17 iãámv^k Ufp^ ii*eisa mMna iiÉls rht
te«k «nftdè ataidiiniia d*a|iuu .. n M
«te MMy ftm flcMado caatelbaB^ Mi
atitaria» MlMm^Maaow lÉoatado^^na
Ifl^ <psra renhir- as .joiiS' da Attterfti
«hecMtflo âoftdegráasidOiakM-, nfe^oAona
^saan adjtaicv e fagioam ími !(aa:o»sfMi-
do dhMtilasso &ratilMlsaerils|o. AániidM^i
80 «i4^ bafreiíiafdAiiillpeiraiAa.pMiMíia-
4ft4a oapi^lb, olnadâs lèmttMrat dsiUÉii^
Trás kilQPoetrçf a 0. da vilii», em «ma for-
Q^pia planiçiOf e^tá.a|>o«ita agrando cap^*
pIo.^UquifsipH»» maa n^ se aaiM <i|BMtn4P
^eip.por qa^m íui (p^da^Qk.
A imagem da padfQeira,.é de pedra, d^i
jesm^ é fià madoirat ^rjiu»da.a.ira4i^,
era também dn pedra^.i^ias iiHn ddvoto pffir-*
too, deixando ficar a actual.) \
O auiy»^.príipitiv.o 4'^s(a imagen^era Nos-]
I^.SfUAora 4<a iV4^«, # asiím se yé em^ f^-
ciifttar^s ^tigas^. 4e propriedades copQna»- :
t^ com A capada. .
JDiz a top4|í» qii3 4^ modança do jPra^ par^
9 /iici0ii«o, foi porqae oatMido am J^ispo da
Guarda em perigo de vida, inivocoi^a pr<>-.
tecçào doesta Senhora, e em breve se achott|
cpm perfeita saude^ Sm.aoção de graças, foíj
em romaria á sua capeMa, («vaodo.Moa os^
4Híi«f anitiv/M joc^ atli dizer miaaa d«í|M>oti-
04:aá. Cheg^ a occ^iaíào, via que lhe esqueK
i^ra o íBceusci, o que muito o coatrariííHi,
por ficar a vt^la a, oH^ia legiia de ^ú^Uucía; ,
ma^, legando na napêté^ ainda tavU pouco :
vazia^ a acharam cheia de úmusp. i
Dizem outros qae esta ermida esteve ori- .
gioariapioute em um sitio obamado Valb do \
Incendo, a 6 Mlvmeiros da actual, e .qjoe é se lhe deu o uomelie EstU^.
n'. • i.i. '
^rto daèinida,«oife a ribdrtuée ftii^,
érlnnVJIa oor prafittdo pego, thamtidoi^
Ittfow JiiiQ 4u 4Mieida,
da praça iftPemmaoât^ «v» ImiI
cessivamente melancoMeo. Bto «a 4oo
toiMs iasuppoiícaveis ataques hypoMftWa-
00% d^MhXiSUicténr^se. BtauiMrtftitalÉBi
peslnqsa^ BíidEiett.fiB Maas 4» cÉl^its.
mçÊtctt, de pedriM,- pam maiis
ao Ihodo, 6 aè asíedu ao p^o.^fiMM^
tardes na OBOtidofl, a, quando «sÉMihBp^
achdu^ae' á parta da eapella< jyiasahahy
perdeu a mania do suicídio.
^ KoteoM^s qpe EtíUlo, pao «em ief^i^p
(que tambeiq 80 escrevia-r^sm/o-Ttpena 4j^
t rro (ím punçSn] com gae ejicreviiln ò« aí-
tiffi»: vViUi 'd<^ Wit/> aíthm, tstim o» rsNT^
foiím osltl€ ou hasttíef, BTa qma nadidu
a«rariA dos aiitigp% q|ie^inh»^MMÍ9>9^#
comprido (5«,50).
Era uma vara ou haste. ProvaniAieÉCe^
por • pego ter tS pulmos de profiiAdiáni^
PEN
. . o valle «Q qoa wA a^Aptlto áimiico tle*
Kiv^ 8 povoai» ds Tiirim oearAft^e jmmtm.
A egreja é de três navea, e as sius panAis
estão revestidas de muitos milagres^ em re«
^oqnlieeimepto dos feoetoidiMt Bra aBoesa á
«xliiHita fc^gaexia dft S^ Pedro, da TiUa> e
J^ojOiparteneo á da SaotaM^rta.
. J^i»(igaf9eQte Mvia M>eapalia» doas roio^
sas quotidianas» maiida4iis diser |Kur FenMo
de Souza G^Bltolio ^irn^^ do SO.* arceM»po
de Lisboa, D. João de Souza— voL 4.% pag.
S75, col. 2.*) da Camilia dos senhores de Gou-
veia, de Riba-Tâmega, origem da familia dos
condqn do Jle4oodOi< ^sjque o nnesmo Fer-
,nâa do Souza CoQtinl^ loi eonde do Redon-
do, por ser herdeiro do I»* eonde d'este ti-
tulo, D. Vasco Coutinho, (eito por D. João II,
em 16 de março de 1436. (Vide iMondo.)
Pelai insiiliiiçeo de um morgado d'esta
casa, eram os seus administradores obriga-
dos a mandarem 4izer uma missa quotidia-
na; mas 08 cos4ea do Jiedondo, levados da
am, piedade, mancaram dizer doas. Tinham
.4ois tsapellães» que rcsidiaip na villa.
Além das missas» os condes deram por var
rias vezes, ricos paramootos e alfaias a testa
eapelU.
• Consta que esto morgado foi instituído
por IX Jorge de Meneai (ascendsnt^ 49 Fer-
não de Suuza e do^ referido, {uroebispo), «m
cumprimento de um voto leito á Senhora
dgi Ino^hsp, por o ii^ar de perece em um
leinpofal, quando hia p^a a índia.
Sm todo o anop eaneorse grande nume-
ro de romeiros a esta eapelia. O senado da
camará de Penamacor, por voto antigo, ^f^
IsZp lem<>brigaçào de hir em procissão « I*íos-
aa^hora.do loosnso, pa i.« oitava 4a P^s-
eboa da Resorreifiào, acompanhado do prior
e clérigos da Iregoozia, e havendo então mis-
sa ca#tads, sermão e grande romaria.
. Ainda em setembro de I87£s houve aqui
ima espittndida festividade á padroeira. Foi
o cumprimento de um voto, feito p^^ia sr*«
p. Catbariua Augusta Taborda Pignatelii (es-
posa do sr. Florêncio Ferreira Galhardo, da
villa de Penamacor), a qual, estando peri-
gosamente enferma, recorreu á protecção da
Senhora» obieudo um pfompto restabeleci-
mento.
HCV
89S
Assístiiam •? asu> Hésninidil w» as prtimi-
ftei possoan da iriUa^ e grande ccneavto ie
povo. Foi orador, o padre Domingoa-iamn
Leiítto, qtie: em um briiàsnt* diseurasv de-
mosMtron quinloéttâi ntsiaéversidadsián
vida, recorfonnos ao patPicÉiio daRaiMa
dos JUíos^.sdk qpalqner ímom^ por qois ^
seja eonheeidn^
Nofim4alest»fol4ísti:ibniiei)iMftie^eBh ,
lente bôdOv pehmreUgíosQaplNimoterâi.dfeft»
ta esplendida festividade, que ni
eerá aotxftfe aoUa assislirall.
i A esU metmaisr.* |D> Calhhrkia^iAgBtla
Taborda FignntelU) fimm «>ii6edida% eH
janeini ée 1876, as dnaa minas do thnmèe^
4haaadas-*do MeiOf e do Jferãíb, i'«ile cam-
celho.
■~
A 6 kilometpes de Penamacor, haa aldtfat
das A^iMU, do uns 36 moradMpes.
A aue melroe d'esta aldeia, nasee debaiio
de um rochedo, um manancáal do agua, cte-
ra, com cheiro foepatieo, nn tem|>eratom dn
67 graus F., ou 15 V2 R-
Deixa, por onde psssa, om deposito de 16-
do cinzento-escoro. São aguas snlpbursai^
que se appUcam, cem Jhom fesiihado^ ^Mura
varias meieslias.
Não ha aqui estaheleeimenlo algott iMer*
mal: os banhos tomam-ae em ama p6çn do
um mono de altnns, sem ofera algiMlit de
irto!
JastameDte se ufsoa Penam^edr,.' pof ser
a pátria de varões que inobreceram, feka
soas obras, a villa ^^lt lhes deu o ser, « o
Mino de PoriogaL Citarei os ptHelpana. -
Doutor Anlsttio Hunet HMr$ ginrtes^^
Nasceu a 7 de março de 1699 (Mgondo^d^
o »r, Manoel PlnhHro Chagai^ «as seus fdr-
tuguezêi Uhu$re$; M ar7 de mètçi^é^iWSt.
Sra filho de Hirio Mooee é de Anti M-
nes Ribeiro^ ascendente doe manqoaiet lo
Muno, que no seenle KVtfl riwbmi eai Bo-
Matriculoo-se em medidKa, ju univeni-
dade de Coiqibrs; m»% aesido ptsrsegnídn e
a sua família, por serem cArMãku-noeoi, to*
$aí
PEMi
lMiiita)BHDSÍ«fB08Ío MH iM»ria«ltío iier«
▼^•o^upor^iM BiDgiiBin AS calça qáe as na»
ewlímlfeiei a^:^n(uiMB]Ucé naa âeaa livre de
esteiMKaAi oHgíoat 4õ pobre mando; mat
t«d# ten xámBék)^ ae vosaometé me quiser
fuer.jfM aa •enftKM^i» qiie aisda que poa-
cas são fataesy e ep (cartes fracas. Bà pago
aa Aesfttaas iiue fizer cem ellas, traAait^».6D-
tiadai e aakla «oolr» xei para essa.
4(1 mao^ cate, o qtiadro em grsaiide V».
raprtBeoU-o qiefi r^eebimcpito dom a lUos*
ipe dsApDUi a núBba mtilhef » e por éomco*
aítaas» tamhem Jniu é^ fera d'esla vilía,
é rica peça, tudo alll ó.taie,*e creia voese*
Bcpétipia o réèabrei PíamiMha, P&raími^ Ca-
witimi Cktimêhmèê^ e Moearrêkit pintores
de grande fundo e vulto» do século passa*
do» dariam um olho ao demo, se tivessem o
seu colorido, e escorido.
«Mas tornando á emenda, bade ser feita
no vesiídD da inmlvelanâobadcfania aspo-
ia, qttft anda lá pet oíma, sabe Dens como.
«No tal vestido câr.de goivo, como Ibe or-
denei, fez vo«semecé um tal sombriado, ou
4 <#»!
^«li^V i « • » ft • il^i ••• » «• • •' « • kiV «L'« •••«•••«•••i
« -« • «.« te* 4 %•» Wi * • I k
i«>.
'«Maná» .^ eont^ ^Oitaio qUe stoipre pa«
im bmoaira da *aa ánimà^ irá mais nna de
8^ llatoora|nBn|io4hè i|iie «se Caça a eoilec»^
çin tedà;(por<|ae etlea camarislas do infer-
no, querem ver se em grande quadro poslo
à tsryn^n de todos» vftto elles nao tersm
\>
ÁAãfÊÁ ieo esperando a sna palínodia, e
aptaMHws, parb n emenéa do qne nunca
fsà tmtadadew
éA, caina Ja eatá fsita,para 0 squ descan^
ço( a nip sè demot»! pnrqne • tdnpo é opU- .
no, .ivnbakm eam^ És poece^ e>HB:choa>
rifev pana ol aniffee» eomosuitriaBenla patia*
prío, para puxar a pinga, eom aqnaiâoo
no elkn dn çafâ^ aandasopelo moioensa de-
HE»'
sef ado, em qne noa men^ braçèe tenba • in*»
signe fabricante de lantas creatnras esèri*
pias, e escarradas no granis quadro, qn^
deixa a am canto o painel da Mi^erfoorttb.
«Por ttliioio lembro-lbe que sou homem
branco^ e qne tenho dinheiro, qne o qneao
gastar nas artes, mas is6 nàs naturaeè; á^oa«=
traa que nunca eá viessem^ nio ae pesdta '-
nada; de qne serre «m gaiíeif o, um or^«^
nisia» um trombeieiro, enm timbaleiro» ae«
não de atormentar aa nosAaa cabeçal
«Todos estes belmdrioi ditem qnesiuar-
tistqs; liois qoe leve a^ todos a hreca, e a
vM4emeeé^ a quem venera tu pelo $í 4xn*;
Isto é iulianb, e qner diser qne a ae« rsa-
peiío tenbo o coração lodo preto» a é a^atm;
perqne sendo prelo edr fixa, en ♦ soa dei
vossemecê» amigo fixo» esem tarfixa.*^JÍ.>
&. Caldeira.*
#
Havia em taiaaanor <e hão sei se ainda
ha— pelo menos, em 1818— anuo em qne lá
passei 0 entrudo» ainda lAVia> o antiga cos-
tume de oAornr a embrwio.
Uns poucos de individttot^peia aàíor
pmte ocinsn4 toBMnsm desde tunaté^iliro
entrado» aponMdienlos de lodos es llicleit
qne julgavam digaos d» nela» e qne ftdic««
lisavam os quq n'elles 'imnriam lDi|ado.paÍP*
te. (Muitas vezes HMwno fáctoe escândalo^
ses oaio}nrioso9| seea otomdor^seiiam gres«
seirsa an gostavam do escândalo.)
Em nmp naii^ éa enimd^segfninte, jân^
tav|im*se ona 10 on 42 d*estes jekorêMnH^
trepando a nin isliude» mnro <a qnsiumr
innnineiieia» fronseira á casa do cAorada^^t^
zia nm d'ellea, com voa lastimosae plati*
gentp->-^«Oli fnlpnof lembras- led'aqaeltodin
(on d^aninUa nonse; pelaa untas horas, qme
fiieste. . . . Isto^on aqniiti on-r-qne. ta ian*
ram— isto on aqniilo?».nlt.— feipondiainna
oatne»em oftro:
•B' verdadet E' wdadef B' vnrdade!
D*aqni pasaasamn onlr» paiee^ arepetít:
a mesma lamuria» eom nq^iio a nntroa
factos.
K a isto qnniCbamafam diorar o .én-
fmda
6s cAeroderes» hían^ aeoapre armado^
porque nem sempre or «leradoí temavanl
>• . ' '
Í1
ttMRÉA'%f}il(!iA#oiTiy éliolMdi$*m á H llNli^-
mos; mas» bem enteilâid^y; ii>it0 éáá), ikir
^iml|iÉl «aèM ^« fizevsetn rf^' t' ^f^oíalba
aqnelles que os ridíéuli9as§bitt OQ áfesaícK-
«HMW ' '' ■ • ' ' • : í 'M :
VBNAS JUNTAS M miK&S JlllffM<^
ftíefmaík, tVaií-òéLMbDtlíá, èottaM «céttée-
ani éè Vftrhm (ateamos, <»sbár(*'irDlt<'
MlÉMidá, im iò N. éte LiftMa. - - '
• iMeO; S. FMr«, a^pSiMiòto.
-^^«áfliéo^e «strfcti» aainfkiiêmltido áéfem-
A MU fregoezía estão aonetiup m ie*-^
BfitOy Eiras-Maiores t Felgueiras.
.t.l Vil ': ^ ^ -y.
' H^llrénteçã 46 ténk fwPànha^ é porque
ÊÊÊH^Êakm se esorsVii JMki, e nns pro-
mÊMÊIÊÊÍÍ9áiakl9ttim*nkha; mas, am-
tát' «i «bisas veni a èi^MBbar o mesmo;
aMir^qiidè mal» ètyasolo^ dizer-se Pe-
fk, Jv èaitUiliIricMi FM oaPinn.
^ ' B^H^iMlçiò anciqtflsiMI, e já existia eo-
M >Kroetila^ eqi tWèi pota que no foral
^fSe^D: Diniz úe», a 5 dè }»llio d'esse anoo,
Ir fMa ^« KrvedoW (wrti >9w«, pag. 49, col.
H^* I* llíb) Si trattf Já aa/flraigaezia de Pe-
aAÍniuRis; eMi» tofAnam» d'aqnella villa.
' ^MMao io taKsr de MmI' Jantas, ha um
ÉlhOt^-ftmMaéo 4e Mrttds fúchedos (o que
it*>A iMoe á fovoa^h»^ i^ode, seguido a
tradieçlo, existia um castiUo, em tempos
' ^W 'fcelrlo lMv«r aUi veiligios de muros,
«al^iltAi taaqtés, t onto giiería subterra-
■ea, ç|ue tem mais de 6 kilometros de com-
fírtíb; iuas èsti mtHW etttilte^ ' ^
ifilte: haAtavte gadcr de Ma, a? ftBrii4%dej
4b é abundanli^ oaça, gRMia % mMa.
HÊN
59<7
iVos^filid de Jtillio de 1874, uma terrifle»
trovoada atravessou if <H|ileMbo de^Tf ulcM.
A endbeilte dò rid Lomba, dtoíxou i«ii-
gnahda Vsua ^a^agem, com a lestrút^Bo
completa de uas poucos dê moinhos.
* Pn>:Mmo da povoHçSo de VMUdémMro
(a <ll kiloMêlros dé Yfehaès) uma desoaiiga
eléctrica fed^ziu a um mobtik) de cinzas, a
ermida de Nossa Senhora da Saúde, situada
no cume do sêrr&4$ PênhM Ainléís.'
Nada escapou á- >tfnigem das chamttàs,
séilio hs pahide» bafelni^àB.
1'
.Fe! abhade á*eMa firtgueaiai D. JôKsélIarfa
Alvares Feijó, que nasceu em FreiíB» ê'E8^
pMd áCifltti. '
Em ilhb dd pafls -poiMres,
Foi para o convento da ordem terceira dê
& Vrauelseb, de MiraMda do^IMt^ oilde
E2(pkillKf'om 4U4; fdí ^ara «uniVe^sMa-
d«'de Coimbra, i^m ehtrdè recunos lÉais
ió '^«'a pmãiy de égi^s», que o goirenio
RtcpagaVa kRermMentádiíRite.
Formadd' e» dlreiui^ retlrou-ee para casa
dDdêtià faes^ e <lli W entregou to lides do
fsn»«dupii)jplto. '^ *' ■
Foi difittiáfiit<V[Mtfiserdo.aeaiinar1òéB
BtagVBéa, 6 Miff abiadd de fenas-Junías;
Miisrenuiioioa aitasilibadb^ipor seraprn*
sehiado eimet(o da llè- da mesma eidtd^ •
pieiicd depofi vi|;ario capitulai!, e dqppis; vi*
girtoferal^ eâe^uiado às cdriaa, e por fim
Aattiré da mesina 6é.
* Fòrnomeadbiiiffié de Máoau (Clima) mas
iKo aerealíeouasiibt' cohfirmaçlo, por ser,
antes d'i9so, transferido para a lUocèae dê
Gabd Verde {kft\^) p3i« nade, depoft de
sagrado, partiu, a Id dê deaembro de tM6;
pdtd» daado-s» mH cem o elima doetitio
df^iqueUai paragnié, lís acho« gravemeu*
té dlfeuté, pêlo qàt, depoiádeâmezetdê
pl^aium aM, regreísêu a Portugal, em
•gdBtt»de'iai7.
Huiiea dkata tet» #aqde; wáus, apesar d'i»*
s«, lòi-aisistir He eoueUl^ecumenUMl d^Tjh
ticano, em 1869; è, t«gi^aiaBd6 aêreiws
sf aclM» apfesedtaile Map^dus Açêves; ínas
taibbumr«e ttão e#BOtaot êdte despddko^ ptk
m».
FBN
ser poato depois npreteniiDlq Mspoidt ftra-
gMiçâi>mM|o coAÍlfipadof ' •' ii
copalrÂs lie ires qnafU» úfi 901 Vb ifi 7,<l»
novembro do liB74, . j
eonwroi o cooa«lha da^Mafadçiuri^, 35 Ul(^'
metro» de Miraada, 43{( ao N. da .Li»iioa. ..
Tem 90 logoi, ' / . « ■ .
Em 17C7« liDha 68 fogesu i
Orag04 S. loâo Baptittai • . . "^
Bbpado e diãtriet04daiiQifttratívio.daBi««
gançâ.
O prior do Mogadouro, apresentava o ea-
ra, qae libha UOQO réi» da líongnia q oipé
de altw { ' - V
E* povoação aDtíqaissima, e 'foipof «QMq
tos aonos cabeça- -d» f(Nie^h» do. Re»; 10-
'Bc AffiMtfo Hl lha d0a foraii^mftwta^
rem, a 27 de dezembro de 1271 {li,*á^io%\
çiHdfiD. Afomêo fn,H^ MS v., ool» l)«^)^
O meano r^i iher deoioatri^fdral» tamkeii
em: Saotaretn» à i8 de ftoviAièr^ da: tf 7%
confírmaoda e anpUaAdo e*|tfifilefki^40
primeiraj <€íav.48»*[0iatoi% i.« 9.f ... • \
D. MiMieLifae dou. foral Bovo^Mp Uab(N(
a 4 de maio de 1512. (I.^ if^/afaii «HM
Tem as psiiaa d4. .iM oaaMlIa asUiisf sib
mfyc^í». ftiB^aiciai^ftfâlliibinmaoa-iiiMi
f q^ «attlroii^e é^nutfí^irivtiivel) ww témpisff
ríesf qfe eraoa seqhoNta .d(V nMM.]ft6)íai(
Pefai^itiMfSo á*esla«i4eii tm 13M» #1»*
sou para a coroa, e em 43IB<4r féí D» DiaiVi
deu a eeiumeiídil^da ^foasdloyas» ei t«do
í|aanio'6ra dos; temptorioa^ a ordan dt
Õbrielo, entio erofidtf^ * t
* (Paisa.)evllaffin0s repetifGai, vidA' Alm-*
quifri Mogaiúurp è 1%o#far. i ' m
O terno dePeoasftayaa«€M|ilrekifedi4
aaia paroofoi W) 1» todas fon»tvâin «M «raft^
dbsa* eoiDttielida dii> ovd^m ido Cliidsld^ d«
qoal eram canmettdad^resiosmarfwiefrdq
Távora, qoe a possuíram até'IM9rlm*m4t
anflD, caaaa vida, nd puibalaem Betom^fer-
dieifai* lodos os soiuiboiíi) ^ígoidftdesi |im<i'
looo.privil«gío6. (YMe CAío^ííkn^oí) •; • «t
..Aasaotf # coMoaiida pam « eoffòn- oii»
do.osMo até M34^a9iid»aiaiô»^omdftiH
4«a .«$.al^ra^ ^n^pii^idit :)pnií JWfm
pois qoe os coro:nenÃl4í^m4lilqA-A«MlÍHM
tjkH yi.Wi»y4W7tiMaa»4ga>"rMf»ái Wf
c#mfp?ii4^-Tpoiii jM^r tfiitraTt4wíf>if«WIHi*l
aigoiAfA Qt^ii^drf pi nada iDaif. »^ >M.n
^ Qripiice)hp rde. PenaaiRoiMia^ f#fffPI<í»
pof 0. 4ia|H$lw^ L
*: it
ílHUpC
Em 1285, a quinta de Azinhoso <M'AiaÍfb
peiM9Ífi3^«jl»fa«feUio; -«^ ■ u py^r^
I úlm* S«iiía IsaM, «-«ftu filtei. m\ji4|DMf|
Cl Atraio ((depois ^tí, 4»* dp, OMe>.%]|l)|
Constança, 4|iia:.4oafram det^fvc^Ml.lmb
piarios, 08 padroados das egiMjjisi A| S^.|Pa*
mede, do MogadonJEO» q*e Jílw^:i^l^^^K^do
Penas Royas, cqm $úd$0 wtm^^fwHkR ^
iiztnAoso) direitat 0 pertenças; por coiifH^
Cètffiirado/Dgillai«^h0i.ar^9MlPí9»4»
(.isH^»fficagta;yfgto<Jil>d»:4ft,Co)ifihi»
am^V 4b mfc> .d<i.i»»7. (V«do ;44M*a«p.)
Os templários, só 13 annos possainmfcoii
ta e<&nmiBidaMri' 1* •• .. .ir. it .:r*« A
. .> ■ . >\ \-^* .'• '.. .A .'^ '1
Notemos que, em 1197, fes
ti V ] . .. J>iSoiioli0i^M^meatiy>.d^f|ii*
. . .'un ,1) atifSoido MaoMYilIlWMe
M - o ir.MW^lha doou a. ^nMttaSI
-{ t' . A.r AMeiíio i4^o/a.!Í(tBiaf^l|iétiê
.^viHarjo 4amio^.diP)iodait» Ji
ambas .4a roargena doTe}a)
■HaAiMio; io»Ml%f4iatf
ip jialq Mvr rf^f Orna .ft -fMdlt
: |l'«od«i''j4r*t^.<fliriofiíS|0)9
maê ianitwnv' «muMOM <fo»
. Ií9«tpof>jdo 4fapidou;vm JlnMt
I JR9|n#t fKrm fii?.oi oowAnfw
iBiifo$íemfC9mf iem4k$$famb
Os templários, JÀkoviiMMtf
iifdo á eorà%v0i oanMloHdo
f liagadoarft ^*ArpMt pioiraaM
capellanias. , , , , .- ^
Eram as seis pèt|tr'ébas t^áWicHll/ Aio
0(MnM8llltn><> ^ÉHnioí dal 'f lla^' «^^ oMUr-
quezoa 40(ff«rof»«preeeiita««i47 : . U%>
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tes, comarca e concell|(^..df Mpg^úWfÇ* ^
tW^-.MW!?iií?íi4«4ft1»W^ « p4 # aí'.
Esta freguezia está desde o princtpU^ do^
flffVVjlQfXmi^Aftiwita. À .anweçfdaifte. (o|r|9}|n-
^<«f Bra«a, ÔS^ |K> Jf, 4^. Pftrlp,^7â^,I^HÍft
.. ()|»gajS^ni5t.M|rinl)a. , .,.,^ .. . ,.
Esta freguezia Dâo vem n^jPf ir(i^ ^i^f^^
E* terra fértil, ronito gado, e c^riWKft
Traz-o8.Monii>fi,.«)igM»»Mt f{ cojjfçpUp.íftiVií-
U Jí(Uíca,.4Ugwr, 6«, Wlofl^^lrpíi J^^.ílE.
de Braga, 380 ao N. de Lisboa. , .,,^ ,,. .
:!Í)W«<H §ai^a'E«lf^li«i M r - ^ • - •: y.. >;;
irTAf<H*HSRml9i4e ^#«1,. diflttjU?U?f «SnOpi^:
A mitra apresentava o jj0^r>'ffllft<)í#^
«W«»r«B.#>.p44'aMaf.^ . . • -• /.
gfAf*My^:9i «OPPl^^l^ Caça-:.., ,. , ,;
PEHCÊLLO ouPEN»ft(*prTrjregÇfl7Jíb Bi»::
iatai9eUH#.:ao^N,.4e %^ ?W;fqS.>4f.
Lisboa. . ; j, V -:. 'i*. •! = .t/. •■.!
v.ffewWfegQii, r.i .:i. ^.. . ..;;.• . í
.JKm.Mlf7.tíi4ia,'iM^|^gPJV
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O real padroado apresentava o íkMtK
£* ^t^cni. feriH^ «.cóa nmiioi igrí») bon
vtfM«t ,' -«ii' ■»/ 4 . ••i».- • ij J ú
.Os.AQMfoe.Bifravi^ift sMh
Ihoiidfi. Fmfiaa, ^nmarca ida Caatio JDatft
tfifc>atéjai»v 4^ n0aiDo.eo|iQaBi«w cqiatiraÉ»
diulMinrnia^ Aeira^ MJcikmdtroB ^Lkn
mmk 90^ MiMviéaiii3lNia. . . < > ^
^ta|iAMIofDai '. .'..*.. , v-'>>
Em l757.tMMiM.fo|^9«j . -
^fiqraio, Jtoaaa^SeBkQraiáa^A^MnBpçiOí i
r Biaffifla.dfl Ubmm dúfU-iotaadaialairaM
tknoudo lKiaei|. i -•... .«lu* «i;^ . ^ . ^ '•• 4
iiArnitm tiirafeontava o 4ètalfl);.qiifl.ti0te
aBOIOee^rêéaitofffjpdíMnto. . >.. .t
E' povoação malli^;AttÍ9l^ M' «tila««4â^
< R*aMn ftfti). llQfita!g»do a eiça. / ;*
Em agosto de 1873, hoita na -loirar. '*ia
tnita-.njn9AiiÃ4s. 4a.ea«J¥i/.Tadnria4a .«
intoflriai>flraito84as(faf94a(wa|laraa . « {
^wmtDA 4»Ma;S«#aia daM^iote^iM
tefiMiajlaSabrailpr da Qaviiira;r-^Ya|. t\
' pag. 261, col. 2.\ no fim. .;
i ao kUamatixipkib ;^ida Paai» de IdhM» B
aA.8 0. áiLpàK iaiiiataQd«a.aaiT2i.4a taai»
(«fprnido/liaraa) otm o^Mfía. tmwo. nk» ém
Gaviarra, e as soas difrereDtet<<faflMtak*i
..M fecnia^4a Reaedlii3 aliiatiliMla9i^4ifiik
da^> liré}M«itaacRefriivei9;>braa%a^ OH^Mm
teitnan aan^^mf iaa.imp<Nift(ravaia» aobacta»
daiVata^iavftariMM^^as^QfM)!^ ^^
fíi\ aiii^.ião.i|yifii « fr«mBa»vqa^. amda:«^
priiaipiaL da ^$ÊC9^^ 3Lv;u, nor mura aataa
penhascos abriij|t9at.vwa«í^.M:ilHiismM4^
ViMM«n9eaa.^i^nffiar.#. |yBickN^4a4^9^ a
v<ilttfliR^bMe..MÍa% Vt /NMi *tfJbHM9>,liiiMè
garem anonalmente aik:,xai»^!fm^|<)ÍÍ9IMIi\
Fittrv
mo 18 SOIS brenhas, e bravioa^ como aáWêiM
Aludi iMj^, m íqttàlqilêr MitbMto* tKMI^
tied (ebuo AéotriecMi en» itet)' sé ospoitos
de Snajo sabem dos seas penhascos, arro*'
]«do-ie aes^fiNes apofroá{5es, sao nns ai-
Madoa lèninlii eomm a anoiírídade esube-
l0tHk, ka*oainnt0<a6iredlMrna imposição
de noTos tributos, ou angmenio dos antigos.
iMfo él logar ida Gmneita (IMt^tfilélIte
êmákyf^ d o do C^Mo^ j MikHoiuatroÉ^
éâ^-imk d* Bnfo (00 8oi]o) estar um aHè
BioàH lBnBtd#.de aMUfrrtserpeMMo»;
parecendo park alli<ail*eáie^dii 'pár 9ám
de gigantes, e ameaçando dom à «na queda
immineote, o sopé da méntaélNL ' '* > '<
Emre esms i^nédes, B«iMem três, Mrpos-
lov;de mdoelniy 411a l«mam; ofaia lapai òn
grata; porque sobre dois perpiNidfcalaree^-
díitiiÉttfSfalgdM^dMresQméfqntM,' assen-
ta ontro, de tàoelmmé fraaieta, qtie » ^
X f tilometros da âlatatfda.
Foft n*esla Ikpa 4beftp^afit«a.a>t«iagi«i
de No$s9 SimAor* dor JWá^j; ou' Ar MnAa.
^i» asna linda: -> -''<•' -í» ''»»-'• "i-í
4ba » de alRisMid^tnop timn ]otdtt%ii«
nna^pMtorea^ o aealréliàaiog 'dè calvas;*
por entf» aiioeliea* iiMiedks, ^ínndrtNMP
pèblii príM^ion m eAr^iaçafrCdifKMIIg^Ba
pegnreira. Era a Saniissima Vii)^* -qoi
aaailRd d l»rmá 'dTaqitolIa lerda ¥AMIm
atdv tM^ra Um dtzir ^làB^^aMtw^^^m^WÊL
templo. f*':
I «
ftdaaRlb è láiid^ a; r<t>síH|a^^M*fM^M«<t
éÉtto aaa rebanhd, eMumaavpads frqmr
Mb Unha aMrteeldo, «as Me»ifio^UMíai»
No dia segninte, estando a pastora junto
álaj^ 4(ifiiréllb, tXk t podMl mas' ndia
iéifim da ^nhbra, qne ttiè<ÍIS8«^<lt fàk
m iMí^ âcnHUÊhum, mM^ )IM^ Mi«aM> to^
ffor de Bouêêta (da^ntdMatlMfMla' darOa^
mififf^dMiaêmmMmti, (^iiMglÊm aqui
máêntMMêt ^ 09tá dum^ia Mi íSwmWt
' it iDátfina «èedeoelii é'o>)f%*trdMi'a
diftill,^ttti, atteMs vier asknU'1iiUigiu,1>a
céidMftiMsifélta-sanrite. ' ■ <" ''*'-'
por tal maraTilha, decidlnii
iDgd ebnstrdir nW 'út» 1 BIntfssima Tlr^
Ifétti, tnas, eêmò aQWlIe 4tlè bra em dema-
slá' agreste ê aleaotlIáSo, pKncipiaram a
obra, em sitio ml^nAslasptfro; distante nns
400 iaètròs da lát^a,'! JUntô dé «nba V^lra
(pie déiaiiúa éb Ihiia:
GbllÀcada a ibagem do sèn altar, ^ Me'
achado sem ella, no dia seguinte, por ter ta*
gido para a lapa. fSibtàs Veiês se 1'e^Q
isto, quantas a imagedi' IM pòMT bío aKár;
pelbqtie r^áòNei^tOf-éridíi' wk Ho^ eapèl-
ia, no logar do apparecimento, aplariálfii^'
(tttáhtotol possive! as ftnáiedis0es ta l^a,
6 fi2iJòdo nma vaM ermMa, cbM sna cá|Íii-
la*mór, e com capacidade para mais de 3W
pé^^oa«.
Viu ê a ledihí mtiff gèraWenfb ãdvimi-
da; porém o fzSéh Onrall^o, traz otttfa ái
gna C9koro^a;)IKa'-^ é a sêgitfiMe:
Vta crimtuoia, dátiiral de ^odte tfoXfwa:
pátra escapar á acçl^ dk Jlistiça, % ao )èsto>
castigo dos seus crimes, ftigira para eMad
brenhas, ealli, arrependido d'ellés, n90 cnbs-
sava de pedírperdlô a IJea^, e Invod^ n.
pfotecçSo' ã^ Ttfgem ; *qúe, côtoattOi1dà'da
seu arrependimento e penitencia, lhe appSK
recétfBatârinM'.'' '* '' '""■ ''*''■'
Em tudo o mais, concorda coiÉ álelâl^
antecedente.' ' ' ' ' '* " V .'
A imagem da Senhora, é de pedra, déBbà
esèhli^tura, nãò táféb tilais dé v*,M%'ÍÍtOy
ecòinVtfètiinoXèraaiílOclòKo:" - *
'^^'é pintada, mas TeslfdA, èchnó ákttia-
gens de roca. ^ . '
As fesus da Senhora da>èarèda jts<^^r»
concorridissimas) principiai» aS*d*á^(#td —
dia de Nossa Senhorim dMs NellB< e dttMm
até ao 6. Lonrdn^, a Itf^èia «tt 4*1^ bqul
vem grande numero dd ròíneHiHià dk QIIIIeé
eéé'btlrti1islètWI.'* •.■'"■ " ^
N*esse mez, perde é slllò glande palAê dk
stiifas^é^taá, por ei^râssMMpadó dêUrén*
dosos arvoredos; re|adbs dè nttibel*osas1èiB-
tés, dé alíua pmsisstaia. " ' ViS
'A'tH>iraia^ Mié )^rt)it1ma ddleaiifilb, é'*
Al GlTvMi^, « od|á f^glDÍezia peiteUeèl, « qllé
flca a 6 kilometros de distancia.
Por detraz da capella havil, «mM71*, àm
grande castanheiro (codi 4",^ de eMtMIs*
rencia); e junto ás poiífli^ um Mxá tíM%*
FBW
vm
003"
O togoadario & frei-Pedn 6oiiqdv«B.^ttaH
Tilia an auitekiMi^-^ IiIWbiiImi IM),
painMfro da dAide deTB% m GtlUza****-
en tema da nossa ina^ de Vallaiiça -^ti-
nta» gMide de«o0o^ «ena «iU âenlion, • «l«
nàa a^tti deacançar daa suas fad%aa alitos^*
taàíeai^ e- esoaumiendalr-aa ao aeavaUpao
palrittiÉiò.
jQDto á eapella ha uma oaaa, com asa
horta, onde por maia de 400 anãos residin
nau aroBMiap» uno (Nridavà da ^eotiara #io
11 ft
Sappde^aa-^pia esu imageUi Isi^aaDoadlBu
na fnito, peloa annoa 716 eai^èH, iMa^a»»
ca^àr aoa nltrajea do» awhofc . ' -4
O povo d*ttMaa aiiiofl^. eié qta-niúdm^
lapa eaisle, inviaíTO]^ o hiato en ^ona Vir*
gam èsíièvA o MeaUioiadqriBfréÉi, h ^pas^'
em nma lagem perto da grata,, aatendia^a
anK jroQpa: fialaa trddifda%. aio aaiia é^-
pniiaçao dès aliòíea; au»;^aèaiiani oa cntaH
fiUea «hrif tãoa/ pela atfa doca '^mMi
.1 > •
ifT' t..
I -.
a*)
Ha fbt aqoi agnias» bofiita, gttlÉcboa, a
OQtras aves, com sens monstruosos ninhiat
porenife as roebedèa, en astrer aa alpinUs.
Deada a^Paseb^ ai^aeletthvo;iaiB|ia aaa
qoa a naro deaappawoe^ dn xanslaatB» an
romarias á Senhora da Penddiy ddiínndaa
Hm gtauleaiunaraí de affttiUÉn n almJla-
daa eattolaa (qne tadon aa anões éxdsdns»
um eonto de rs.) o qoe teto coneorrida pàra^
alNiÉosear e enrftqâneer o templd,* Wo ^Hs-
aanda aa obÉa^, que já competem mm a#da
Bom ieens» da Braga
iernm aniígsiBOBttiaR, fMreadn mi#sa
cantada^ ^e sa disseasenTesu ca^eBa^ tinhal
otttedede 8mi}oe0féiB. GaaK> ettii aléná
d'isto, qnfsene presídio ds missas^ 'auma^
an contonda entre eHe ^ a iraiaadade da Se-
nhora, pelos annos de 1818.
Frandsca YiekmMaaháda, da adsa & Gii»-
toda, na íregoeah do fiiaa, ãbbadif da Kaa^
eiOB^ emoii^ dèiM dèJll8lái:ãMaiMd9a
Penéda, tomon eonta da drinanda, e nte^
den nas :re(j(ieriiawcb« tnatmido aom 'os
Mpmnívoa estttatoaj » DJJoia Yl, mlGàM
Mo dn Jaaate; è» obtaidò aUi^ona etapO''
nUes» «odaeiílii&qne niei, niosóiapptotaa**.
se os estatutos, mas que se dedarasse^phiN
tector da irmandade. Assim terminou a de-
manda, lecefesaè. a pratiMgSo 4o abbade ie
Snajn.:
•j ' I
8a<nii^jfoaae.aíasp0i«za dn^aitín aiea pès«
sinMs âiainhea nqe |ura «lie eondnaen, m* .
ríK o leoiplofde 9raBBn.Senbohi Mia Benéda^ o •
paisceaoorrido dalcada arprovmdn do Mi^
^ho, e de grande parte da fiallfea.
. As luzes do século XIX, longe de fazerem
bl?idar ou enfraqueq^ry^ sentimentos reli-
giosos do bom pova<ponngnez, em geral, e
em especial o da província do Minho^ o teem
augmentado— senão é Yér o deseavolvimen*.
to que em nossos 4iaf Mitam tomado as obras
dos sanctuarios de BiMBa^.Senhora da Pené«
da, da Senhora do Porto d' Ave, da Senhora
4o Castro, a d*AafliMro^..e «aatfaalnniAai;
reaUsaaéa^jiá asdkn a>^fliecivd# qos
1 1 '
!A8 PORTAS DO INFERNO JAMAIS PRBVALBCERAO
. C0(9TBA A KOREIA DE DBUS. ..
, JVmo: VÈMtiKBUkk^ Ttaa^s^liMSn
tea^^^d» dl/iw«l*i dn JoIAm, ^oli fcvpN^
lf4;%al.iS.f^* '
N^ilmb n ào VMa da.^vtttn « AUtavetta^
eatd «101 fmtedo de< furma eapliirtea^ <Mii
3",30 d'alto^' assente sobcn nmalagvn iM^
tiva. •• p
Teaa bnnicoa^ aAeiías n f teda^ ladf caddo
tdt Biêa a sim dacvnlirencia ooberu :eoni>
«» «eMieim, entdmpDs remoiee. ' '>
C^lratti^^qtnhnntiicMMite lariadi «^
audieneia» da Jntaai <éí lerra; e ^oacambenr
servia de eaia^lvcamárai: . . *
Bftin pedra,'^feni ladaaids^indéeíod dieaip
dma aitè inltka; «as^ o pbvo dtt ^nelòi
uma arâ remàiMU ' » .* ' <
fi* bemipie por MM litlos ha aaaílaa in-
UgúMMal « fnnerlp{5eaâee lioaaanea» oqaè
dd-Andftnedtn »^sta cronfa) mas; anai^
provável^ é^i^ne «dllaii ^q^rateitasaèm» o m^
nnmento pre-historico, cotf«énaiid0'0 -eoi
/iNMrTOrnrai MMatra.
0 Vd«> 'dWfmMi «ii eaia 'peiMe aai
tamaaÉn èeilnfa^, ^he^ pretendendo qte*
bralOi em 1593, um tal loào^ Lonrelice, n
^k
>4jf
tt^Í»
, » lU i 1/ ' "t' . ; *»** i'
ra a lavrar, no sitio do Gesta!^ proxioMiiaor^
logar de Moreira, d'esta fregaezia de Alfa-.
nUaj acboaijaatb 4viiiBM''rafaiy'f)or.DBâe
pasea. o eateánho 'ât ,0Mff% que: taa. de M»*
raraiiMTAt Cidadéttie, udmi liapUle; fie í^^^lúi
d^eoiDprtd
seripçào aagtttelt:.
BCVt
JWlii 4Mai má^liph(M»titeniraiM*<
te gravada&«.âaM^ipaiÍi»40K.c4OfaJe«t«
llialM^-potiqiBB êniiàfisvQi ttniCD Imq»> -
;aq«i tUa: oBunera InaiefoAinoiíDV d» nA*^ .
fi^OM e6Wdaa'(aápi)iiv|9^ ^àiêÉtiée.htfvim
tnnii» iein0a arrattáiê pefó po^, é» bQseá
ide- ifiefúÊmài mumUaios; ti qat Úeíçà^ M
[itmpú d« domlDte iob:*rainam, foi í91d§»
Ae nm ramo da familia Reburro, é^éhittlfis
pdiOP"^ da.iai^,.oofli a^Bft^ faiiilLit romana^
I.:
.'I *
M
ft
• »'..
NIBV#. RCO
PLACILII
' MOKSASO
8tl nUO'Bfi- '
i' 1 L<ig»allai3fiO<doif»fardoC|daMI«a, a^e»'
Ita mesma fregnezia de Alfarella, por^^lat
do rio Tínhóila, qne lhe passa a nns 300 oa
I. 4 i4flÍ^Decpoiiaè If., bo «to d» «nt^irmnf^yÃ-
bnnc^vp ié teMnlèrHí^MãD «»risiMtde
nm vasto e forlB<ÉArMo« ocntatroldodelidi
í| aJ^víiaJaradJicaiitarla, lendo^AinAa^fmipar-
li tei| lDai»Jí^'tree nclnisdê aliara, nm voa*
ifàm. deusas min^^t^^Bialéè fe^ atU lath tigíipB de ftortard^ «rM^fHdteo ladd do rio^
' .1 »
pnltaa^ ^m sA| i^, Beo; Mobéma Bei
burro, fallecido na edade de 27 annos.
' I
l> < . •
José Ferreira a partia— peta 4/ Unha—
paiA* a «Biptefattiai!Íl|Uâ>alDimMs,
istqniok d* gqsaâi PialD, iiAcia;\ai aíMamiat
real de historia portagaeza, coa DrAnn, Ai
QUnpMr d* Aleittrte,!* p» 4uf3lQrUMt4iili
màr ompcN|i I a lanriAdob a èatnf afi a p»^
quez.
fiorMàaeei^io^iaiJtoiaMrtD âoBi-
tio^ 4a(!Mhador/*4Ílii.ar)tlic(iairan #M4ft
quantidade HAt(eaFT5o%;.(tlflQBatift •IMaaost
MB6 ilnÉM^s^;9iwdft'i|flaot{da4(tlltiirai-
doa «4$it>aai|s pxno% à$ kmtoi aAgiMuiaili^^
êogras (quicios) taB^MBl doif^n») eomoilD»
imo^i.^ («aarias* laniiMo^if iu^tM|Qi)^<
tcâs ofieta» dalfnrariiarvSes miadfta,^ e adii
pó branco, qae parecia cíiuaiCofl«)a.if« . tt
:iBaiBttoai a« aoliira«'BmUpa:qaim'4€r'Yí-
dro bTíiMO .6 4a^; de ^i^er^iíea laMnbqi:
e jgmaaoraa} \êmá» haftiaa. da^haaroi é^nnub
ea]|feirs^«:d•'finbf% ip^qMfta, ofiavm^aaa»]
do fDeSQttlittfiab ■ /.: . : >Tq l::^;/
A maior parte d'est«9 fiUUTlM. eitaiMl
dtBtis64» i|rcas^rM9a4b»wr (|Oiitn^bif|fl»s,
a««(io6fto:df0i'^tf kSfi, 80. iMlKbQttMioM?:
iroaatNtúWLldú^Ml^- . i .. .:» .i- o %\\i
ilr laoÉkam-vistigf q« da invM; f .^ qnirallui
eslBfkiv •tasét.paniesteládo <&•) qo^pra-^
cisava ds^sMiJono •iKu «ifarte^ fMiit «cr q
janlco ponto em qa» as fortiflcações não ea*
tavaor* ddfai^didttilebt teiotenflnlldida do
<dtafi|M«t«e>iftoe' ;li(a é^ottiatromatt; ptla^
pHfeipio daitdntafia, poia «ide tiaisQtiftaa Ja*
M^jQjsMi^ IlUin. H síÉansft j^^oa anfaen '06MWMIII toseameato
iatlHMufdrtaMat»*: .'
' .A.i3 IqíImMvm :d*6Étaf*riiinas,*hiad4 M
. tenm d» Alíêmila# ealij.ajgnipdê.talte, *qam
í Jèidqaikeffi «oa PadiriMiu :
i KMEDdiQKilÓEt^éosra^moiilejieaa*
tilida ^fm^ neUiqn, penhafpo^tkrradásalflM»
|ao sol da villa de Gòea» dvióoqa^pytawU
;djáMiiqtífi^ae^4 ^"Miite dia|p8eca;ifieaB4»-
Meu, pÉde^sMetnaa^iiratíraM (#ó^«iâds
isagMcda a. mffe^feaitfnal^ ^ué'amloilo.o'va*
Iria: labastaoen • aa^ prioaipaaa . cMaéia ú^
i reino. ri : f p' . • >■ .
•xsta VLuàm ;é\lK'ÈH^w ^stnt do FstirKi) e
' atiJi. a. de. Onla/iif • : ViAs -.ládf «4 > <. :
. .PBKUO^lM^IIEDCrAÇlQf-^DaBOO^^ vm^
^baUaa'dMiateMft-i> '' i ^ a^ >
: htJ<i*8Qe»6ipaaÉ[ifel.A0iv.4*i)I)0*«nyi;imate
Mla-áMciip^ dai ftiauibtAa aviángoal»
Hffil
MmtfeB 6tviè»4e Qtmé, no $eu G^(4 hH-
tofieo do viÊ^catn âm Goirmèni, ê mm m^
•H»«as ^ro»iittidida» dê Cr/lci^, (r pari k
direcção dê Goiélha*, &ai «íHo, êui extrenfo
lilaoteifo d aSMi e<»k)bradil pêlos foelaê: 6
o Penedo da MedUafãú^ . '
Como o da Mudodji; Mhâl^òf Penedo éh
Mediuçao desprovido dos adornos da arte,
ma^^oiQ bi^llif ua iiaiurae^i é4Jinbc»i potm>
aquello, um miiBOfo « AbuttdaAtê^. . /
A jfmm^mr Ywi>4a «if pctoMora #«9
86 dila u Ml fr^nie do iPAseda dai IMiinçSíO,
é qae (azi»priecàtitt;i a^lAiiljQ^tilkf» Hâijai-
ta,«tkè2i44ade, CompreteiidÂdo pif diteftido
bori^wK lliviatín d^Ni ^ o^cfa, # maia dO-
leitoso nttadíCOki
Aviíitain-se, era bi^liissimo coDjuncto, ser-
ras agigapiaffi^ çollio^,e^QOAeirQiB|Xo}K»i|-
com a f^jlJaa(íf.VAJ^de-pac^ça^Ofal dou-
tos olii^qoâ; ,ca9^<)t^a aiv4jia[D^^.agJi)w^
zeas mimj>flaív, Pfífloa do J^mBrlf^ yifg^^
çào; e ^3 pés da Ql>$tvrVador^. iff^ {úu4í> ^
escarpjkd^ ^QC(^3l^ ufxi,a«ieoQ xaii^ ^ividíi-
do por um pequeno ribeiro, que realça im-
uendo, os enc^ptos da p^isagçfD. ^ .
Este uo delii'io8o logar, ó mqito fregueu-
tado prios académicos^ que s^ eompjrasigifi
em hir contemplar aouelle formoso pa^o;;^-
ma, e em p'ass4r alli alguma^ horas de.spcá-
gado si^i^mar.» ^ , ' . /, , . *
PENEDO Í)A ákVBXpt — vide pf^g! 39^,
col. 1>, do 5 • voljime.. , , , .
PENEDO DO' PADRÃO— vide ' Ayre, 'ser-
ra.
PENEDÔNES— vide Jf(m/a/V^, " ^
PENEDÔNa— villa, Beira Alta, câbéçà do
concelho do'séu nome, na comafca de ^.
João dk Pesqueira* (foi da comarca de Héda)
40 ktíomelros ao O. Jrf Çíáb^C-iO tfe Lanié.
go,3Wab?í.dê'Úâboa. ' '" ' ' '"
Tem imtoioÈ. í '..".. . .1
E(n 175), ííhha Út fogos tetn duas tíri-
guezias, como adiante direi.)
arago^^. P*ídh),"ati(Vrtoto. ^ '^^ ' *
Bispado doXikffi^gOy^disirtelá^adiiifDbirâl-
UvodeTbretii * •' ' '" ' • ■ ' ^
>:2né ao-(friflc^fo'd'(olé Jecido, tífiliaaiírât
PM
^5
I
1
I
g^^etíâ 'dê S: >^(f»^, àpomiè':(£ ifúê ^xfsli)
cujo abbade tinha de rendimento ^70^1)00
féis, ê efa*' apres^áitâdopelo tvádròadô real.
" inihk ^ta pai<oèhfa em 17^57, 50 fogos.
• O Sdirode^r— Bi^á taiftbeitt o pádfêado real
(^e' apreáettbvl' o abbad^ o qual tinha
190^660 i>A'a 4le readfniento. '
TJnha esta freguezia em 1797, 70 íbgaé\
' ^fistâ kimeita â áhtecedente. '
'^ d cbneelhb d^ Péned^o, é composto do
9'ifh^ueziá^, todas no ftlép^dó M Laiàégo
Antas, Bezelg»; (iamíB^; Gtxnj^. ô^ri-
sinho, Penedono, Penella, Póvoa, e Souto —
todas no bispado de Lamego, e com i:70O
íbgdiL* -p •• «^ . •-
I .Ojáigadí» de PiMdooiyiaí avpprâníáo
(ficando só a existir o conceèlio)'||Bf daon^
tO'«» ta áréeUiiit)Pè 0111873;. í! » 1 •
D. Sancho i Mitdettfoiál» €Ik id9(S,i» qmá
átt «onAfoiadi^fOr D. Atbiitso'lIy edl Tfan-
«oaov n* acndeioatabro dê iâl7. (Ma^I
de 0mcs antigoir it* 4^-Maço. i2 doa iMe*^
moi>, n.« 3y fl. 4, col. Ii*w0/|i^ >!,.• ie jfinmiB
antigos de leitura nooa, fl. 50, col. ).*)
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
^ -27 ^e novembro da ^512. (ÍA^4e Carões
iQ m-iaieiro 9^0 qpa /Sa conhece aê«ta
,yil|^, ^ o de PenaM Dono,,e é comoei-
tà escripto em todos os documentos an-
tigos.
Diz-se aue o seu nome é contracção de
Peha-Úonosa (Penha donalrosaf, alegro, etc.)
E' maia provável que seja meàmo Pend âe
D^no— isto é-^ Penha do Senhor.
Está a villa cdífieadaspbre hiíi alto mon-
te, e è, cdm toda a C(?)rteza, povoaí;3b multo
mais anti^^f do quo i nossa mònarchla/pòis
que, em 06f^, eram oá casielíos* de Penáde-
dono, Trancoso, ]ilo)eird,yacinata,Langnh
bia, AlcóbriOy Scmorzelliy Naumam, e outros,
proprí(/dàde <!eD. t^latèulà, como consfá do
seu testamento, íl^Ho rfesse anno. (titro-/.*
de D, Mutnadona, âe &ntkiiarSF9, (1. 7.) Vide
Numão. (WiáeCdfik (aía>), LanfftoitOy é à
2.- PenêM.) ' í » ? ' * ■ -..
Tem ufh casll^llo, que^ foi mnltò forte êfH
outra tèiflpo, ê^e^á hoje em rufnas. ;
DMto dof castello éxiM uma torre, ain*
w
rm
. Eoi seaaUai46«niór, P«>dr» AJf^r^ C«r
bral 4e Lacerda^ d^tc^ndevte de D. Fernan-
do Affooa» Correia, aenlior de Parellaea e de
Vallad|U'ea; come ae vd qo Jfeyú^ de D.
João I. TeTe u» ^o natvii dUmado Aq-
lonio Correia.
Foi filho d*esie9^ayo Corr9ia;iieto, Afto-
Hío Correia (casado oobi IK Maria da Von-
aeca) o qfiaJ, aeirto eoireg^or de Yiaiiiia
do Alemtejo, fandon o convento de tenta
49W^ d'M|L viHa, e« 1666. .;
O território doeste concelho é abundante
ena eereaea, produz nnlto boní iMo, Ara-
uto a leptinea.
Cria maitè ftado^ de aada 4 qttalldaèe] e
Ma seos tttoalea Ini omita dal^
A villa nada tem de< notairii» aenio • soa
Matéria a taadiçõe^ é aa minaa de alpina
edlAciee, que noft rèvefaus a antiga impor*
landa doesta pn?oaçaé.
Gdtt justiça «e iiftma eeia vllla de aer m
pátria do iegendario Altaro GoofaheaGon-
tinho (o MàifHço) immortiliâado por Luiz
de Gamões, nos seus lMsiada$, e do qnai
diz:
• .
No tempo que do reióo a rédea teve
ioão, fiilio de Pedro^ moderava;
Depois que socegado e livre o teve
Do visinho poder que o molestava;
Lá na grande Inglaterra, que da neve
Boreal sempre abaeda, semeava
A fér» Erinnys, dura e mà cizânia,
Que lustre fosse â nossa I^usitánia.
* 1
Bntre as damas gentis» da corte l^ikza^
B nobres eortezàos, acaso um dia
Bejevantuu Discórdia, em ira accesa,
Ou foi opinião, ou foi porfia. . . .«. |
Os cortezaos, a quem tão pouco pesa *< |
Soltar palavras graves de ousadia, ,
Dizem, que provarão» que houraa e Canui?, !
Em ues dama^ nao ha para ser damaa. *
ifque 10 bottver alg«em» oam lançai eap^a,
Quiliq«eira suskntar aparto ana«
Que elles^ eu) campo raso, ou estaeada»
l^be 4^ãó feia iqfomia^o» morle cioa^.
A feimeoii ira4iaca,.poQeo usada»
Ou nni^ a ppprobrioa laes^ vanda-aanuii
De forças naturaes conveniente^
Sooaorn» pede a amigos e parentes.
Mas, oomò Ibesem grandes e possantes
No reino oi Inimigos, nSo se atrevem ^ -
ifem paroMes, nem lervidos amanM^
A auslealar as damas «orno devem.
Com laffimaa formosas « bastantea,
A Mar qne em soGcorro otf deuses fevem
Dó todo o Ge«, em rostos de alabastt^
Se vao todas ao duque de Aieneaiiro.
tra esie ingler pbfente, e militara
Comos portugueses jà, Contra CasteHa,
Onde as lòrças níagnanlmas provirá
Dos éompaiAieiros, e lienigna estréila:
Kò menos n^su terra esp^rimeoiára
Namoradoi ailMtos, quando n*elta
A flttia viu, que tanto 'o peito doma.
Do forte ref, que por mulher a toma.
Este, que s^ccorrer lhe nio queria»
^or nao cadsar discórdias intestinas^
Lhe diz— «Quando o direito pretendia,
Dó reino lá das terras Iberíhi\9»
Nos lusiunos vi tanta ousadia.
Tanto primor, e partes tão divinas^
Que elles sós poderiam, se na» erro»
Sustentar vossa parte a Togo é ferro.
B se, agravadas damas, sois
Por vós lhe mandarei embáixadorea»'
Que por cartas discretas e polidas,
^Do vosso agravo os façam sabedofea^.
tamisem por voasa ppte, encarfàcidaSi
Com palavraa d'aífagos e de amores^
Lhe sejam vossas lagrimas, e eu creío^
Que alii tereis soccorro e forte est^o.t-^
D*est*arte as aconspUta o duqf|e)ssperto^
C logo ibe nomeia doze toflesj
E porque cada dama um lenha cefto»
Lbe mjmda que aobre elles lanoem sorMs;
PM
M9
><i
Qae ellM aft.^o» éio&t.dNqobeila .
Qaal a cnial.ldiD eabUo dts oooiprlis» .-«
Cada ama eMQBf ft ^ a^l» jv&r varHMíiiQdaa^
£ Unias ao sem rf^ d o do^oe  todoftn i
Ji ehegi a fMtogal o BMaaiCefro; *
Toda a émé atvòroça »> noiridade:
Qaitera o rei iOMtiiiê «er iRteeifo,
Maa não lho soffre a regia mageatade
Qualqwr dàa eoriaiãoi^ avMMireiro
Deseja ser» eom fórvMa vonlade; .
E só fica p«r heo-aiveot^^sado
Qaem ]i Vêm ftía duque nooMado
ft
•1
U^ fea feil eidade d^^nde leve
Orfgvm (eoitiD é tema) o nené elerae
De Portugali amÉaif madeiro leve
Manda o que tem o leme do governo.
Apercebem se os doze, em tempo breve,
H^artnas e fonpas, de tiso mais moderno*
De elmos, ctmefras, letras, « primores,
Carallos é concertos ãé tnil oòres.
Já do rei, tomado tem licença,
I^ara partir do Douro celebrado,
Aqueiles, que escolhidos por sentença^
f^ofam do dnqne ioglez expriment^db.
TVão Tia na companhia differença
De cavalleiro, destro oa exforçado;
Mas um sò, que Magriço se dizia.
D*est'arte falia ^ (br^ companhia:
♦
<!•
•Fartissimo» coosocips» ça desejo»
Ea n^iiUa já» de andac terra3 e^traobaai
|V>r ver íaais afoas, que as do Douro e Tej|]|,
yafíati gen^ a leis, e varias manhas.
Agora, que apparélho c^to vejo
(P^Ms que do mundo as cousas »ao tamaahfis)
Quero, se me deixaes, bir a6 por teira,
IS»rque eu serei cqqvosico eqi l[oglate^^
l' . 4
9,4aanéoiaaa»í6r^qiiaeaimpedttdo, .
Por quem das cousas é ultima linha,* .1. i
Mão tsr e9»v«acov ao piwo inaiítiídD^
Jlovea laiu vdè lai a falta mUtpu
Todos por mim fareis o que é devido;
Mas, se a verdade o espirito me adivinha»
fUos» momes» Ipf tona, 09 ^lia inveja, ,
Nâo tãíia qtie ea eofflttoço lá nio jeja.* i
AssiqpLidivie,4ÍNMiCados^ «^amifOf, >
E tomada a Ijeonça, e«t ftoiae.paffa: i
PanaM^CM^Ua^/wiidojiaiigpa.* -^ i
Logares,. %t ganhara» aj>alfto»Martíg v. .1
N;ivarra, com os altíssimos perigos
Do Pyren^q» qçLt Hespanl^r 9 Gallja parff :
Vistas» em flm,.d|f Fn^Qji as cousas fratiÂqn»
No gran^. |iftf>erio foi pacar ^ Jfr^f^iifih. t
♦II- V "
t<
Alll ohi9id<viui fosM JMait^ o« oMnhaw
Sena iMaittv /»• datevo maâ^dias^ . . i
Mas 4I0Í àòWk « illnsnistim^ campanha a
Corun» dp.iB^r.do Hoite JMflndM iria% A
Chegados da Inglaterra á costa estranha»
Para Londres já fazem todos yias: #,
Do (Avqpe su^^.cpm fes^i agasalhados» .
E. daf dap^» aervi^o^ p ajw9^^ < .>
Chegitse o.piiBO, a diAaaaígnAiado, .
De entratfflatampo já» ^on oadoEeiafka^
Qaejiwhi «eicjé^tlnhan segurado:
Armam-8* é'élms^ grevas e de arnécaa: .
Já as damas tem, por si, fulgente e armad»»
O Mavortcleroz fios portugueses:
Vestem*se ellas de côrea, e de sedas» |
De ouro b de jóias mil» ricas e ledas. 1 .
ff
Mas, aqoillà a qnaoi fânt eoa MHe dada *
Maiírtço^qia nia viÉbar**cQmtrislaca «')
Sa vflM» pdr ndoler» quemoomaada . • t
%f\è^ sau aavalletro a'eaOt empreia: . •)
Bem que os onze apregoam que, acabado
Será a aegoc}q assiin^ n^ c^(e n^glef^ .
Que fs d^unas VQncedorae se conheçam» 1
Posto iqqe ^ois ou trez dos^s^fu^ f^c^aiavi
1 •
«I ji
Já n*uoi anUime e pihlico tbeatro, - » . .
Se assama axai inglês, xon toáa • $it^'j
Esuvan três e teez, quatra a.qualro,^. -. 1
Bem camo â cadAt|aai.ea^b4caI8&aolaabi
Nio sao vistos do Sol, do T^^jo ao Bactro»
De forta^ exforço, d*anima mai4 f^rts^ \
Outros doze sahir como os inglezeSi. .. t
No camjpo, contra os onze portuguezei.
Mastigam aa aavahps» oi^Miaiutr)
Os áureos Irekis» com feruc seaAffiite;
EsMNQi a Sol| iias armas nsciilando» - )
Comoi^em jKV^tal» QU rígida diaaumè
NM
jj'
Eiè éttitá Hiár carárfktrò qud irázlk '
Armas, cavalk), ao bélico serviço.
AoaU>«áf'da«MUi'éiMi,'eiOfO'èé4iíà^ i* ^
Para oa»«áie(' i^ieslf-^rè o*gri»'Jtf|ro«q^
Abr«fà(a9'MmpaifMrbS| «oíDtf «Ibifds '( '^
A fyeiA MO* falta, iMrco Di^s^perigòai ' i' '
A dama, <íótóo*eíttréfea(iirtllè "^ * ^ • "J^"
Que VltlhH «I d^feiíd^f Éèt nome « farMa. '^
8e akgrtf ffveiite^ álll, dó átflnral tf^Ilefte*''
Qae a gente bruta mais qae a virtude ama. |
Já dâo sil^okl^^^Hk^oui^da tElnríiiipeto <' > 1
ita^RllçOSOè«llÍOII}8,rt|a0llálaMdd&*'i::«'' '
Picam de elpons, largilai^niieií lá^f '>
Abaisnnla»tas^ fere U' têrfBtfb||<w^ r:' I "t/
Dos cavallos & èslW^ito '^árècíi * ' ' '
Que fiiz ()ue d chão debâijTo (òdd It^oÂ^, - '
O coraçâtt lio líátò; (Jué estíiAmèeè,'^' ' ' .
De os olhar, se alvoroça e teme. \
ttatíf 4o eawiler ^ (inenãê dásee;
Qosiy com er 0avaUo> ém terra díodo; genlè; :
Qaal, vbnoHltias agarmustejilstbrteaaa^
Quai,coan»9peBa(ibes Aoétm^VaQuitiatajMas. >
• ^ Das dubai a f0fm«sa eom^fiialila,
Que querem dar aos seus libertadores
' I BaDquetQsnQÂl, mim borià «,iqaA^;dif^
^ Em quaQHbifiidMm ^embiflaMii, .
' I Até torqwiidoof ««ántieiiva. I a. »vmci.>
i.{
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m.f I ^11 «if I. " 'i t
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AJgbM' df^nf 'totnnh ^t^Mftdd^tíottAof, '
S kt da vidk io1f&, t)f6V0 int^Valfeí;
Gcfrfebdo *argiim'eávaHd Vae 'seíb ddàò,
£ ii*outra parte o doDO sem cavallo:
Cáe a sobetta Inglézti do sea^tlvoufl^.
Qtt^jlDia &m Ires já <6^ yàat^ vaUv. -
Os qtM lie «^pida vem íaa^r baialtia^ ^ ' f
llÀlnaebam já ip» ahrniSz, dsoido e sallnu^
/»•••■ * . "^ .^ -^ ' '. ' ' í •■
Gastar pala vrasf em coiá^f éxâ'emòs ^ •
De golpes ft*f0«, cruas estocadas,' "
£* d^^it^ieti gastadores, que sabemdâ^
Mãos do itmpo, com fabulas soahadas.
BcftSta por ttifi^ dot^aso que enteadamos,
Qu^eM» lltteuia alftia 6 atama^r.
Com os'iliis8ta tai.a.palnukda*vielDii%
£ as étmni^DA^Táa, e c(Hqr*gÍ0ria^ •
,•1
Mas diMn'i|4ie, eom tod», o^AaiiAti^^
Desf^joso de 4g#'tt» Qnms» ^gnasú^,
Lá se deixou^Seiir, aade-iitnJstf^ifO i
NotaveV á* eaid»SMt.feá dd HrlAdêA
E como quem não era Já noviço
Em todo o trMC^.oAdA m,. llarl»,A|i)a(|ida^
Um íraiKeMttM» f qi campc^ quo o. <|aiMHi«
Lá teve á^^ VarquatQ e din GâcviíM,: ^ M ^ '
0: 4iiP^AceAdo. U^pn^l Qorreia» 9P ,^Har
mêní^}:io.,aXai»0^ dU rómeate, quf» A(f^
j^ní^ e tQdoa.qsdo^fe caval^^osde logfAr
terra, eram da serra da Estrelia, e logares
situados pelas suas fald2\s.
Porém, segundo uma carta "de Cmfif^
mação, do livro S."" ^da chancellaria de Ç-
Joào I,, que traz frei ^ahuel dos S^atos^ na
8.* parle da Síonofcfúa Lusilanal a pag. èsÇ,
passada eip £vo;'a, no dia 6 de outubro de
1415, a favor de Gonçalo Vaz (ou Yasqu^)
Coutinho, phe do Majri^o; em.cuja carta.se
diz, que elíe era natural de Pénedono, e qaa
.1 sempre seus avós alii viveram.
Gonçalo Vaz Coutinho, efa 7.« senhor ÍRi
couto dèr Cèóbitf, de Fònte-Ai^cdd^,e'd'é òtr-
^/dktiltàs Urras, del'qfie Iftr) f^t mercifí>.
João I, nas cortes d^Co)mÍ)rii,"déii 1400: tea-
rechal do 1*erdo,'à>ca1d'é-ii1òr -dê Tráncoflio
e Lufaega, e copeíro-raór da raltiha D. Pbt-
líppa; ihillhief (faqtrélíe tnort»reha.
Btst IfilHô dte Váseo Fernandes Còutiiibo, 6 .•
senhor do couto de Leomil, e meirioho-mór
de PorCà^^^oa Beira» tíoftímsiiaf4ê'D*€p^
nando, .'• < . *, . -.
Mofitai^ilo prloQipky da«g«erra,.4ae'lL
João I (seoâo mstéBí)marè #i4vái).lBve
/.
* ^Se'gUQdo 4 irâdíçlò, este brilhante féV
to d^artá&s tqt'^ hiúium escriptorei» tf^nt p<«
íabuleto) t«ve(109Mr/iio'a&&o d^ 1390.
PBIf
Câsldlft-^ dê D V BeatHx. G^açakes dejloa!-
rs» fliha de Q* Gcniçula : Vasquas da Moara^
• JMíl^ gtttrdft-mór de D, Affoa^o IV; e em-
kiiixâdor a OaeleUe, par» tratar dag pazaa»
«ooi Dl Aífonso XI, 6 para i^ndotir i^ P0^
tagaly a iataatajD. Conatança^ filha 4o ipían*
te^ J>. Joio Mannel, primeira molher do íq-
lántô D. Pedro, depois rei, i.* do nome.
Er», neto de Peroào Martins da Fonseca
Gominbo, 5.* senhor do conto de Leomili (p
primeiro qnò usou 4o appeUido Coutinho)
e de D. Thereza Pires Palha,, fiiha de Pedro
EanaesPaiba*
vm
m
1 1
Foi irmão de Álvaro Gonçalves GooUnhOi,
úMapiço^ D. Vasco Fernandes Cootiaho, 8.*
aenfaor do conto de Leomil, marechal dp rei-
no, e meiriobo-^mór. .
Bra um dos fidalgos de maior riqnesa e
respeito, do sen- tempo, ao gnal foi dado o
pronome de Dom, e o senhorio da villa de
Marialva, com o tftulo 4e ootnde, por D. Af*
fonso V, em 12 de ontnbro de 1440.
Também era irmão do Magriço, Fernão
Gouiioho, senhor da Pena-Guiao, casado
com Dw Maria da Ganha, filha e herdeira de
Fernão Vaz da Gnnba, senhor de Celorico
de fiaeio; por cnjo casamento, passon este
senhorio para os C^^tiol^s.
jPQo foi bastante, tão qualificada nobreza,
qae procedendo (desde o tempo daDr AíTqq-
so Henriques) de Garcia RodrígneSp rico*ho .
mem; e do tronco d*snde descendem as no-
Joilissimaa casas dos* condes do Redondo,
marqnezes de Marialva, e outras das mais
antifas e distinctas doeste reino; para que^
assim como fiaeram tão celebre o nome do
Magriço^ relatassem todas as soas brilhan-
tes façashas.
Msúto poneo lhes devemos n'esta parte, .e
a antiguidade gastou a maior parte d'ellas*
O qne nos resta da biographia d'este por tu-
gnea heróico, ó bastante duvidoso.
Foi Mçgriçoi, o chefe dois famosos doze de
JnffUUêrra, e o que lá foram fazer, já fica
ídito pelo nosso immortal Gamões.
J[>iz*S0' que, depois do combate e victqria
contra os 12 cavalieiros.iBgiezjBs — em casa
do difqn^de Aieocastvo, eao ten^ dos nos-
VOUJMB VI
SOS cavalMros se sentarem á mesa, as da»
mas qfiizeriim, deitar açraa ás mãos dos sens
respectivos campeões. Onze acceitaram cor-
t^menle esta delicadeza; porém Magriço o
não consentira á ^ua, porque, tinha elle tão
basto esbelto nas mãos, que se lhe não viam
as nohas. lõstado pela dama, lhe respondea
-«-«Sabei, penhora, qae as minhas mãos, se-
gondo as tei^ho, tão grosseiras e cabelludaiv
pqderão sôr-vos molestas, o temo que voe
cansem desgosto,!— ao que a dama respon-
deu— «Antes, quanto eilas assim são maia
fortes e valentes, devo eu laval-as com maior
j^catamenfo, pois me salvaram da deshonra
e ioíamia, que, sem duvida, me era de maior
desgosto.» — Então o cavalleiro consentiu
que ella lhe deitasse a agua» .
Esta formosa lenda, dos tempos cavalhei-
rescos, não tem oi^tra prova da sua veraci-
dade, senão uma simples tradição, que o
príncipe dos nossos poetas aproveitou para
um bellissimo episodio do sen poema, e que
vários escriptores, eepiando-se uns aos- ou-
tros, deram por verdadeira.
Jorge Ferreira de Vasconoellos, na 2.*Ta-
vola Redonda, lembrando-se d*este feito, dii,
a pag. S13 V., que eram 13 portnguezes, que
D. João I mandou a Londres, para conÁate-
rem contra outros tantos inglezes.
S.Fernando de Menezes, conde da Ericei-
ra, tem o facto como piovavel.
Manoel de Paria e Souza, sustenta-o como
Vftrdadeiro, e diz que consta de um papel ou*
Hgo, e ie muUa fé^ cujo auctor não declara»
i^em copia o documento. Acho-o parecido
eom o desafio dos dez poriuguezes de Soei^
TO de Qwnkonei, (Não lhe lembrou o dos
doze contra 13, que vem no capitulo 163,
da 2,* parte da CAroni^ de Palmeirim de
Jnglat^rra^)
Referem alguns escriptores, que Magriço
teve um outro desafio, em Dunquerque, on-
de Aiatou um allemão, chamado RaiiíiAfo^ de
Colónia, para viogar a condessa, D. Leonor,
de uma caloijopia.
Outro em Qr4Hans, matando em desafio a
Mr. de Lancay, na presença do rei de Fran-
ça, tirandorlhe um collar depuro qu^f razia
3»
m
pm
^ pescoço, e lançando-b ao sêU, pottn^ilM'-
Ha de ter por este feito livrado Flaiidl^s da
sQjeiçâo á França, por fazer serviço á ioffan*
ta D. Isabel (a famosa ITaihiMe, eondé^sà de
Flandres) filha do nosso D. João I, casada,
em primeiras nupcfa<>, eom Philippe IH, coli^
de de Flandres e daque de Borgonba.
Se este facto foi verdadeiro, on não teve
iogar em favor de D. Isabel, ou era )à Ma-
gfiço nonUo velbo; porqae, se o combate dos
âoze dê Jngtaterra é verdadeiro, teve lògar
em i390; e, aidda qae Magriço não tivesse
então mais de SS annos, tinha mais dé 64 •
qnando foi o desafio contra Mr. de Lancay; ',
pois qae D. Isabel casou em 1429.
Para evitarmos repetições, os que deseja-
rem saber os nomes dos doze de Inglaterra,
vejam o ã."" .volume, pag. 223, col. 2.*
Terminarei este artigo, com a estancia XII,
do canto 1.* dos nossos Lu$iadà$,
Por estes t vos darei um Nuim> fero»
Que fea ao rei e ao reino tal serviço I
Um Egas, e um D. Fuás, que de Homero
A cithara para elles só cubico.
Pois pelos doze pares, dar- vos quero
Os doze de Inglaterra e o seu Magriço:
Doa«vo8 também aquelle illustre Gama,
Que para si, de Eoeas toma a Cama.
PEHÉDOS DE FAJiO -^ Douro.— A pag.
134, col. 2 ■ do S."" volume, fallei da villa e
extinòto concelho deFajâo: aqui darei mais
algumas noticias, que recebi depoja, e das
quaes não quero privar o leitor.
O território do supprimtdo ooncelbo de
F!a]ão,' é formado, na sua maior parte, de
estobrosas serranias, sobre outras serranias
linda mais escabrosas; apenas amenisam
estas montanhas alpestres e escalvada», pe-
quenos vailes, e pequenas aldeias, na maidr
parte humildes e pobres, entalladas nos al-
cantis das montanhas, ou junto aos seus bre-
jos e barrancos.
A villa de Fajão, que foi capital do conce-
lho, fica a E.9 6. de Coimbra, e está edifica-
da em um pequeno valb, na parte superior
da encosta de uma ramificação da serra da
> CMando, Rogeiro e Rodamonte.
HdeHM;' que aqui tt>ttfa o nome de $erro4è
Fajão, e dist» de Viseu GO kíiemetree; fiea
a egual distancia de Gàstelto-Braneo, e 4§ dt
Govilhan e de fMndão-^24 de Góes, e â& 4s
ArgttÉii, de €ója e de Av(^e 15 de Psaapi^
lhosa\ A villa tem apenas 60 fogesj
È certo qoe já em 1500 ^a villa, lias a
povoaçãe é antlquissiuta^ eom o mesaao ao*
me qué boje t<>m, e que é o que oi antigos
davam ao fais9ô, ave gallinacia bem eoshe»
eida. (Se nàe vem de Fáfo, cova de apanhar
lobos; ou olheira de agua.)
Foi antigamente da proved(Nria da Guarda.
Ha no seu termo, algumas fontes de aguas
mineraes, taes sfio as de Vali* de Colwuias^
junto a GavaHeiros de Baixo— a das Vanl^
las, perto da Castanheira «^e a do CavaUê^
na margem direita do Zêzere.
Era o concelho mais nortNitaiilioeo de todo
o dísirícco de Coimbra, e pôde dizer-se que
d seu terrftoHo se reduz a uma serie uie in^
terrompida de attosmontes e profundos vai*-
les.
As principaes das alcaniilaâissimaa seiras
que o atravessam, ou limitam, sao*-adalk^
chá (e tatnbem diamada da Cebâlla, e Serrm
Ankírella), que principiando no sino Ag¥aê
dê €eira, eegue quasi sempre na direcção de
S.O.. pelos concelhos de Góes, PamplllM»%
Alvares e outros, até próximo de Pigaeiró
dos Vinhos, na extensão de 60 kilometros^
pouco mais ouieaenos. O seu ponto maieeuK
mlnanve, é o Fkôho, próximo á povoaçio
d'este mesmo nome. Esta serra, divide-se e
sub divide-se em diversos braços, que W*
mam differenies nomes e direcções, sendo os
principaes, o da Lo(ietra, ao B., que correu*
de, coroado de rochedos até ao AmieinU,
abate aqui de repente, para dar passagem
ao Zêzere; apparecende da mesma aHun,
na itaargem opposta. • •
Os penedos de Fajão, ao O., montanha iio*>
tavel, pelas grandes maças de rochas 4e
mármore, nuas e escarpadas, que vae pre-
clpitar-se repentinamente sobre o rio Ceira.
A Cordilheira, de enormes rochedos cal-
careos, elevados e inacoessiveis, qile sepa-
ram este concelho do da Pampilhosa pela &
--•Atravessa o Zêzere, e os concelhos de Olei*
ros^ Sarzedas e VlHa* Velha; e6rta o IkifOb ••-
gae pelo Alemtejo e vm entrar nt Hespanba.
A ierra do Açor, que se éesttci da EMrel-
h, no mesiDO sitio que a da Rocha, e eom a
qliái eorre panillela, na dírec^ de N.E. e
S.O., e na extensão de 36 kílometros, atéCel
laviza: entra pelos coDceUios d* Avô, Cója, Ar-
ganil e Góes, dos quaes, eoi partes, separa o
de Pafao, e toma os nomes de— s^rro da De-
ffuimhra, do Boiando, e outros. Lança n*esle
eoneelho, os braços ou ramos da-— «frra éa
€étstafiiheiTa, Pmtêdo das Águias, Cabeço do
Soutinho, e Cabeço Vermelho.
A temperatura d'estas serras, particnlar-
mente as mais elevadas, é sommamente fria,
e os seus cum«s se vêem multas vezes co-
bertos de neve, durante o inverno. O vento
N.O., sopra com demasiada frequência n'es-
tas alturas, algumas vezes com grande vio-
lência e frígídi^simo, segnindo-ee-ihe ordi-
liariamenf^ copiosa chuva. Ha dias, mesmo
no estio, em que se experimentam, a 4 ou 5
kilometros, calores intensos, emquaoto na
serra se estão soffrendo os rigores de um
áesabrido inverno. Esta temperatura, e a
Miureza do terreno, extremamente desfavo-
rável & vegeta^, tem estas montanhas eon-
demnadas a uma perpetua esterilidade, e só
á força de grande trabalho e despesas, se pó-
4e, em partes, colher algum firucto.
Os seus cumes são, na maior parte, des-
providos de arvoredo, e apenas alli medram
mattos agrestes.
Nos seus profundos e estreitos valles e
nas encostas menos desabridas, se eneon-
Iram alguns castanheiros, pinheiros, medro-
idieiros, e outras arvores silvestres.
É a agricultura pois em pequena escala,
erhi-se pouco gado, ha poucas colmeias; e
Bwsmo são estas serras quasl desprovidas
de caça miúda ; mas, em desforra, ha por
aqui bastantes lobos, rapozas» e mesmo ja-
Wéos, ou porcos moniezes.
Os produetos agrícolas, são — milho, ba-
tatas, feijão (pouco), alguma castanha, e pes-
irimo vinho, a não ser o das margens do Zê-
zere e Gera, onde ha também algum azeite.
Ha B'este concelho diversas escavações, a
qoe o povo chama buracos dos motmos^al-
gomas, feitas a picão na rocha, que talvez
fMuem minas metálicas em lavra» pelos ro-
PEN
6ii
manos ou árabes. Taes são a6 de Semalhoso,
ao pé de Ceiróco, a do Valle do Ouro (de
chumbo e ouro) na serra da Ponte, já ex-
plorada pelos phenicíos, o que se prova por
algumas inscripções em caracteres púnicos,
gravadas nas rochas.
Os valles profundos que alternam estas
montanhas, são regados por grande numero
de fontes, córregos e ribeiros, e alguns pelo
Zêzere; mas, se em geral fertílísam os cam-
pos, também, não poucas vezes, as suas tor-
rentes, caudalosas e arrebatadas, arrastam
na. sua carreira vertiginosa, as terras, vege-
taes, reduzindo á miséria os seus proprie-
tários.
PENELLA — villa. Douro, cabeça do con-
celho do seu nome, na comarca e 2i kilo-
metros da Louzan, 24 kilometros ao S. de
Coimbra, 2 1/2 do Rabaçal, 9 de Miranda do
Corvo, 15 de Condeixa, i5 de Ancião, i8 de
Figueiró dos Vinhos, 24 de Soure, 24 dos
Pedrogãos (Grande e Pequenos), 190 ao N
de Lisboa.
Tem 1000 fogos, em duas freguesias (San-
ta Eufemia e S. Miguel, archanjo, cada uma
com 500 fogos).
Bispado e dlstricto administr.* de Coim-
bra.
O real padroado apresenuva o prior de
S. Miguel, que tinha 700jil000 réis de rendi-
mento. Tinha esta parochia, em 1757, 220
fogos.
A mesa da consciência apresentava o
prior de Santa Eufemia, que tinha iOifOOO
réis e o pé de alur. Tinha a freguezia» em
1757, 150 fogos.
Vé-se pois que a população doestas duas
freguezías tem augmentado em um século,
630 famílias; porém a da villa tem diminui'
do consideravelmente, pois, chepando a ter
600 fogos, hoje não chega a ter 200.
O concelho de Penella é composto de sei3
fireguezlas, todas com 2:000 fogos, e todas
do bispado de Coimbra — - são — Cumieira,
Espinhal, Penella (Sanu Eufemia), Penella
(S. Miguel), Podentes, e Rabaçah
É povoação muito antiga, como adiante
direi.
D. Affonso Henriques lhe deu nm íoral,
sem data; mas, provavelmente em li3L*-«
612
PEN
Bm julho de ti37 Ibe deu oatro (no oval
JÁ SK INTITULA RBI Dl PORTUGAL. VídO OtlTt-
que, DO fiai).
D. Sancho I lhe deu outro foral, em Goiín-
bra, a 6 de abril de ii98.
D. Âffonso II confirmoa estes fones» em
Trancoso, no mez de oaiabro de 1217.
Yeja-se zprovidencia^ dada por D. João I,
em Évora» a 6 de julho de 1388» e conârma-
da em Coimbra, a 21 de setembro de 1444,*
por D. Pedro, infante regente, na menorida-
de de sen sobrinho, D. Affonso Y. (L.« X da
Estremadura, fl. 7 v., col. 2.*)
O foral dado em julho de
1137, está traduzido em vul-
gar, no maço 3.<' dos tembos e
demarcações^ n."" 1.
E o que nÍo tem data (o l.^")
está impresso na Memoria das
Conf. Reg., a pag. 101.
D. Manuel lhe deu foral novo, em Lisboa,
a 15 de dezembro de 1512. (L.*" de faraes no-
vos da Beira, fl. 48, col. 1.*)
Yeja*se também a sentença de 24 de maio
de 1540, no L.* das sentenças em faoer da
carôoy fl. 83, col. 2.*
O nome doesta povoação, cem a eathego-
ria de villa, e cabeça de concelho, é, pelo
menos, tão antigo como a monarchia. Penei-
la é diminutivo de Pena ou Pena, que, co-
mo já^dtdse, é termo cantabrico, que signi-
fica monte penhascoso, ou também penha,
penhasco, etc.
P^a baixa latinidade. Pena, significava ca-
beço, outeiro, monte, ou rochedo. Não se sa-
be se os antigos gallos a tomaram dos ean-
tabros, se estes d'aquelies. Yinha a signifi-
Cftr o mesmo, n*esta iingua, isto ó — cume,
Bummidade, altura, etc, onde se pôde edi-
ficar um casteJlo.^É d*esta palavra que vem
"^p^ntno. Se estes cabeços eram pequraes, e
n*ellès só se podia fundar um forte de pouco
âmbito, davam lhe o nome de Penella, assim
como ao pequeno castello que n^elles se con-
struía. (Yide na 2.' Penella, o testamento de
D. Flâmula e a su) nota.)
Está ediGcada sobre uma collioa, em voi-
4a do s^^u vetusto e desmanteliado castello.
^ ^pjiõe-se que as suas primeiras fortifica-
PBN
çSee dalam do tempo dos romaoos, pob é
tradi^, e 80 lé em alguns livros» qoe os
árabes as destruíram do prin'eipio do aeca-
lo Yill, 6 que o famoso conde D. Sisnando»
as reedificou em 1060.
Se este conde n&o foi o reedifieador» eon
certeaa foi o edificador^ e os mouros o tor-
naram adestruir, em 1129 (qoando o reiiam-
be, Enjtme, velo pôr côreo a Coimbra» com
um grande exercito, que os escriptorea aa-
tigos avaliam em 300:000 homens — - o qo6
me parece muita gente.)
Bsleve em minas, por espaço de 58 aa*
nos, até que D. Sancho I as reconatruiu 6
ampliou, em 1187.
D. Diniz |U reparou» pelos annos de 1300^
e, apezar de bastante desmantelladaa, ainda
teem lanços de cortinas e algumas torres en
soffrivel estado de conservação.
Dentro do castello^ está a egreja matriz;
de 8. Miguel» a casa da confraria do Santia*
simo Sacramento, a residência do parociíft»
diversos quintaes, e o cemitério: além da
fortaleza, que a tudo fica sobranceira» e 4a
qual, provavelmente» a villa tocnou o
Desde os primeiros tempos da noesa
narchia, teve Penella voto em cortes» cooa
assento no banco 16.*
Suas armas são—em campo azul» trea tor-
res de prata» duas em cima» e uma em baixo:
. Foi cabeça de condado» que D. Affoiíso T
deu a seu sobrinho, D. Affonso de Yaacoa-
cellos e Menezes» bisneto do infante D. Joio
(filho de D. Pedro I e de D. Ignez de Castro)
e da infeliz D. Maria Telles de Menezes— {ir-
man da tristemente celebre, D. Leonor Tel-
les de Menezes» mulher de D. Fernando I) —
casada em primeiras núpcias» com D. Álva-
ro Dias de Souza» do qual teve a D. Lopo
Dias de Souza, 8.« mestre da ordem de Ghrts-
to, 6 um dos principaes cavalleiroa d'aquel-
le tempo — e em segundas eom o infaota D.
João, que a assassinou em Coimbra» a S8 de
novembro de 1377. (Yulume 2.% p^g. 31^
col. l.»>
Este titulo, só existiu durante a «vida de
D. Affonso de Yasconoelios e M^^nez^ e de
seu filho, D. João de Yasconoelloa e Mene-
zes; extinguittdo-se n'este» por f^lta de 4e6-
-eendebcia.
PEN
PEN
W
I4.« senhor de Penella» o sr. eonde de
Rezende. Vide Rezende.
Honve na villa, um mo6te|ro de frades ea-
pUAlios, da provineia de Santo António, que
é hq|e propriedade do sr. eonde de Forno»
d^Algodres.
' Pol donatário de Penella^ o dnqae d^Avel-
10, alé 1789, em eiifo anno perdea todos os
sens bens e honras, e a vida no patibnlo, em
Belém, ficando para a corda o qae lhe per*
tenela.
O duque d'Atelro herdara este senhorio^
dos marqnezes de Gouveia, qoe tinham aqui
edificado nm palácio, que ainda existe, e é
actualmente propriedade da camará nani-
eipal.
Confina este eoncelho-^lo N., cora o de
Miranda do Genro— pelo E., com os deCon«
deixa, Soure, e Andào (este, do districto ad-
nrfnisiratlvo de Leiria)— peio S., com o snp*
primido, de Cbào-de*Coaee (bo|e Figaelfó
dos Vinhos— -tãmbem do districto adminis-
tmiva de Leiria) — E, com os de Figneiró
dos Vinhos e Pedrogam Grande (districto de
Ldria) e o da Lenzan (districto administra^
lho 4e Coimbra).
A ena maior extensio, de N. a &, é de i8
Mometros, e largara, de E. a O., 15 kilo-
Ao E. da villa, está a serra de S. João de
áhouckel^ prolongamento da serra da Loa-
xan. O nome doesta serra, ó corrnpçao do
árabe— il/Catfçon — o arco.
O monte nuis notável, porém, é o Moftíe
é$ VeZj onde esteve o telegrapho do systema
antifo, qoe se correspondia com o da Volia
éoMimtet e com o de Aívaiázere^ ao Snl. Ao
••pó do Monte de Vez, ha pedreiras de opti«
no mármore.
O território d*este concelho, prodaz com
nimndancia — pão, vinho, azeite, horUliça,
Imctas» e gado de ioda a qualidade. Nos seos
montes ha moita caça. É todavia mnito ac-
eidentado e penhascoso, mormente para a
{MTtd occideatal.
Moeste coneeibo nascem — o rio Éça^ ou
Doeça, e a ribeira do Espmkal^ qoe se onem,
no Campo do Pastor^ no sitio de Entr^aguas,
èanhaàdo era sen carso, o ooaeettio do Mi-
randa do Corvo, • lúado unirse ao Arouce^
oa Ceira, entre a aldeia d'este nome e as
Vendai de CeireL
Ás povoações mais consideráveis d'este
concelho (além da capital) são as villas do
Espinhal, e de Podentes — aqaella, distante
de Peneila 2 Vx kílometros para E., e tem o
sca assento nas faldas da serra á^Alcouchel,
sobre recba e terrenos marnosos— e Poden-
tes, qoe tem apenas 42 fogos, fica a 4 Icilo-
metros ao N. de Peaelia, e está maito deca-
dente.
Qaando D. Affonso Henríqoes, foi dar a
glori3sa batalha de Oariqoe (1139) já Lei-
ria, Ourem, E^, Redinha, Soure, Pombal^
Zêzere, Cardiga, Almourol, Cera e Pentfla^
eram dominadas pelos portagaezea.
Em ootabro de 1169, estando D. Aflbn*
so I em Lafões, com seu filho, D. Sancho
(depois, rei, l.^" do nome) e soas filhas, D.
Urraca e D. Thereza, doaram aos templários
oa eastellos da Cardiga^ Thomar e Zêzere,
cojas demarcações eram-— «In primis per fa-
zem Beselga; et inde per ípsam stratam»
quae vocator de Peneila, osque ad Alfeige-
doe; (Alfarallos?) et inde pícr mediam cacu-
men de monte Tancoe, qoomodo vertuntur
aqoae contra Oze^r; (Zêzere) et inde qao-
modo ferit in pélago de Almeirol; et inde,
per mediam Tagum (Tejo) osqne ad fozeaa
de Ozezar; (ViiiaMova de Constância) et per
metílum Ozezar osque ad fozem die JAomor;
et indo per Thomar, quomodo vadit ad fo-
zem de Beselga, unde primo fecimus inchoa-
tionem.» -^ Esta doação foi confirmada, por
D. João, arcebispo de Braga, D. Pedro, bispo
do Porto, e D. Gonçalo, bispo de Viseu. (Vi-
de Zêzere.)
O conde D. Sisnando, a quem D. Fernan-
do Magno (3.'') ao relhrar-se para LeGk», dei-
xou o governo de Coimbra e sen vasto ter-
ritório^ cora poder absoluto, doou terras e
egrejas aos que o ajadaram nas guerras «ou-
tna os mouros, como foram as viUas de Tm-
iugal, Arouee, Peneila, Cantanhede, e ou-
tras. (L.« preto de Coimbra, liv. 7, parte i.%
pag; 197, do tom. 3.*, da 1* edição*)
Proiimo á Portella de Peneila, ha nm lo-
M
vm
gâr, a qo6 chamam Cova dos Mouros, e aa
raiDas de um pequeno casteHoy eHiflcadò ao*
bre um rochedo enorme, pelo conde D. Sis-
nando, provavelmente quando fez o da villa.
Em 1860, appareceram no mesmo logar
da Portella, grande numero de moedas de
cobre (do tamanho e grossura dos actuaes
patacos) dos árabes; distínguindo-se ainda,
de um lado, um guerreiro, armado de lança,
e do outro a palavra Marrocos. ^
A egreja de S. Miguel, de Penella, foi edi*
ficada pelo infante D. Pedro (o da Alfarro-
beira) filho de D. João I, pelos annos de i420,
em cumprimento de um voto, por occasião
de uma grande doença; que teve em Aveiro:
fondando também então a egreja da mesma
invocação, n*e8ta cidade — então villa.
Fat se n'eate concelho mttito e óptimo
queijo de ovelha, que se exporia em gran-
de quantidade, para Lisboa, Porto e outras
terras do reino.
Nas proximidades da villa, houve muitas
quintas, assim como na área do seU' conce-
lho. Na actualidade, as prineipaes são:
!.* QuiiUa do Pinheiro-^áo sr. loão Maria
Baptista Calixto.
2* Quinia da Bouça ^ do sr. Ayres 6ue*
des Cominho Garrido — com óptimo e anti-
go palácio, e com vasto e fértil terreno.
3." Quinta da Bouça de Cima— do sr. João
de Magalhães Coliaço Velaaquês Sarmento
Moniz» foito vfeconde de Condeixa (!•) a S5
de outubro de 1871— cuja quinta tffi parte
do vinculo, da antiga e nobilíssima família
dos Collaços.
4." Qwuta das Pon^a— do sr. Joio Eduar-
do d*Ahiieida e Albuquerque, casado com a
^> D. Francisca Antónia TodeUa de Mace-
do: sendo e^a quinta notável, por ser o ber-
ço da familia Coliaço, i qual fTerienoe a no-
iN*o fiunWa doe sn. Magalhães^ da Lonsan.
' A sr.* D. Francisca, era viuva do si'. José
Téllo de Magalhães CoNaço.
5.* Quml^ da VouseUa-^úú sf. Franciseo
de Mendonça Almeida Barbarino.
• d.« QukUa do Bnffenho-^o sr. doulor Vi-
PEN
eente Joeé de Ceiça Almeida e Silva, qiraaqu:
costuma vir passar o verão.
7.* Quinta de^S, Frafiásco—áo sr. ooBde
de Fornos de Algodres. (A que foi mosteiro
de frades franciscanos, da província de San*
to António.)
8.« Quinta de Valle á*iinnto— do en D. Jo-
sé Casimiro de Mascarenfaas. EsU preiwie*
dade foi da nobre familia Alarcão.
9.* Quinia dos Freixos--^ sr.* D. Joam»
Maximina Peres FurUdo Galvão, viuva do
sr. doutor Florêncio Peres Furtado Gálvio.
iO.« Quinta da Chaquêda^ás^ sr.* DwMt*
ria Joanna de Serpa Faria Chambel, viuva
do sr. dr. Francisco Augusto Quaresma •
Silva.
11.* Quinta do yallê-Louro — do desem-
bargador Joaquim Manuel de Moraes deMee-
quita Pimentel, e de sua esposa , a sr.* D. Ma«
ria Engenia de Magalhães Gemes Goilaço ¥»-
laaqnes Sarmento.
No Espinhal, próximo á villa, ba um
cado semanal, e tem boas lojas de emiaar*
úo\ sendo a principal d*e8tas, a do sr. Ayra*
Augusto Quaresma d' Almeida, negociante
matriculado, e rico proprietário. É um dos
mais beneméritos e dignos cavalheiroa éo
concelho, ao qual tem prestado relevanltai^
mos serviços.
Em 1874, estabeleceu uma óptima fabri-
ca de papel e de laniflcios, no Espinhal, a %
kilometros da viHa de PenelU.
Em janeiro de 1876, chegaram da AHe-
manha, 119 volumes, com macbinas e os-
tros uiencilios para esta fabrica, montaán
em wn vasto e excellente edtfleio, am dos
melhores â*e8le género, no distrícto deCoipH
bra, e emprega um grande numero de bra^
Ç08.
Pelas suas bellas qualidades, é o sr. Qosh»
resma, geralmente estimado e respeitarei
por todos qnanios teem a homra de o eo-
nhecer.
Ha ainda no concelho outra fabHca de im-
pei, do sr. Luciano Fernandes Falcão, da Ri-
beira de Podentes.
Penella, ealá ligada por bdas estradas^ jf^
ra as^pevoaçífes de aalor imporiancilL
vm
Nfte vill» ba doj8 e^íQMl pobUcosi .m ^x-
«eilentes condições—- um é a cadeia, coiq /^
pcisôes^ boas e seguras» e resicleiiQia d(x oar-
Mreiro^T— o ou^-Q, destiimulo ás repartí$Òf)f
jndiciaes, admioídirativas e de (azepda.
O tribunal jadicial, óJtK>iu, e tem duas sa-
las contíguas, p^ra joraAos e tes(eq:M»ohas.
, PetulkL, é também um appellido nobre
4'esiextino» tpmado d^eata.villa.
, Kã0 se sabe qiiem d'e|le usou primeiro.
Ktt 17P0, vivia eíock Tavira (Algarve) âM'
tonio Rodrigues Penella.
.• Sinas armas eram-t*em. campo de (luryú-
ta» AiPinbas d*ouro^ eo» 4Qas palla9.
Outros Penellas usau^-rea^ado esquartel-»
lado— no i.*" e 4.^ «is armas d» Portugal; no
Jk%ras.dos VasQonceUo» Yit^s boboa, e.no
S." as dos condes de Vailença— elmo de aço
ahertoj e timbre um. }«bo» dnsarma^^os
YUkis-Loboe.
Hí^foies, é um appellido nobre ai^ Por-
tOgaU ipmado da cidade « reinq de JK^poles^
na lialía...
. fassou^a estie nsino, na pessoa de IX £s-
itovam de Nápoles (Qlho do infanta. D. Joa^
de MaiK>les) no reioadf do n^sso D. Affen-
aoiy*
AchoQtse jga batalhado Selado (30 de ou-
tubro de i340.) I /
. Foi #w filbo, hetms^ fisgam A^ Ná-
poles, que, o jnesmo eoberai^o l^a h^ v^
sallo, e lhe deu o senhorio das, Tílias de Cêc^,
i^cn^Mu o da cidade de Qjdmtnni ^ de t^da
a Yêigtk 4$ Sunla Maria; p^o qpe». miUtm
fkmBm^ dweendentfia iomfcmi o ^^pf^*
4» de Veiga. .,.t, .
Leonardo Estevam deNapoles^oaspocoipi
D* Marprida Amies« 0|ha ^ CQRd^ D. ^eâo
M^W> TeUo de MMnejufttt,.B leve da^eep-
Suas armas sao-T^eecudQ ^^Qart^l|ador'
00 L\^ 4*% do purpurai águia d'oiu'o~rno
%f a 3«% d'asal| 3 iBores de liz, de purc^ ep
KHffí^U^T^lim 4'aç9»aberU)i-tímbrei a agpia
VaêconcelloSf de P^ft«//a--appeHi4o nobre
d'este reino.— S9a^ ^tWk 9^7:Tf^ ím9m
?m
m
do^ fenellêis, potts im ?i mesn^a pro^den-
oia e nobres^.
P£N£LLl«-ylUa, 3eira Alta, comarca de
S. João. da Pesqueira, concelho de Penedo-
no (foi da comarca de Taboaço, concelho de
Trovões^ supprimido em 33 de outubro de
1855) 40 kilometros de Lamego, 340 ao N.
de Lisboa. .
. Tem 270 fogos,
OragOi Nosfs Sfnhura do Pranto.
Bispado de Lamego, districto administra*
tivo de Viseu.
É povoação muito antiga, e parece que já
existia como parochia em 960, como Repro-
va pelo testamento ípiíQ n'esse anao« per D.
Fiaipvla, sobrinha da condessa MsmadKNia»
de Guimarães, no qual deixa a sua alma por
herdeira da sua muita fazenda, que toda
mandou repartir em obias pias— «El iniair
cale nihil transferre»» (I)— e continua— tOr-
dinamus nostros Gastellos esse Trancoso, M(h
raria, Latiffrovia, Naumám, Vacinakif Ánnn^-^
dti/a. Pena de Dono, Alcobria, Semonelli»
Caria, cum alias Penellas, t et populatMra^
qoae sunt in ipsa Stremadura: omnia ven-
dere, et pro remédio animae meae, captivoi^
el per^inos, et monasteria distribuere. ia
ipsa Terra.» (Doe, de Guimarães, de 960.)
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, no I.*
de jnnho de 1514. (L.* dos jforaes novos^ dm
JSa^r^<2iira,.íl 98, coL 1*)
fi terra fer^til.
,Foi senhorio dos marqueses de Marialva.
JPENfiUA— Minho, titulo legal de um eqa*
ae^ho, que existiu na extincta comarca de
Pico de Beg^ladoiv ^^ndo supprimido o
pQQQpiba, pfW()u i^fçirãtaff pi^ta do.de Pi*
CO de Regalados, e, sendo ^ste concelhio e
«onHiroa lambem aapprimiiios, pfisspua ser
ca|ieça..d<)^ Bovo concelho e comarca ape^
Vfaçâo de Villa* Verde, np arcebispado edia»
tricte administrativo de Braga»
' ^ Aqa% daratMBite ae vé que os nossas á»-
Mgos davam o nome de Penella^ não só ap
cabeço, como a qualquer pequeno ca&tello,
ou castellêjo. Alias Penellas, na minha opl^
ftilo, quer 4}feer--eiiNt)f ciurWM âè fnenos
^MfMTíiificM^f «|io jque-êó mmmk eaptbip
eipaes.
6i6
ÍEN
Ti. ttanoel, dea foral a PédeRi tm tis*
boa, a 6 de outubro de I$i4. (L* áas faroti
novos do Minho, fl. 4iv., eol. 1*)-
Senre esie foral, para— PenelU, AreokéN
lo, Ihias-Egrejas, 6ai9, Oodiubaçof, Marau^
cos, Portella das Gabtad, Régoím, Rio-Máti,
e S&titò Thyrso.
PENELLA DE DOM JOÃO DE GASTRO—
Hinho, conto, que existiu na antiga comar-
ca de Barcellos, ao qual D. Manuel deu fo-
M, em Lisboa, a 20 de junho de i6i4. (£.<>
ie foraes novos do MinhOy fl. 43 y., col. %*)
SerVe também para— Asnaes, Duas^Egre-
Jás, e Foméllo!!. ^
PENBLLAS— Vide Ma(fueijú.
mXEJL D'AGIIiA— freguesia. Beira Daixa,
eoacelbo de Figueira de Gasteilo Rodrigo,
comarca e bispado de Pinhel (foi do mesmo
eoncelho, más da comarca de Trancoso) 78
Icflometros de Lamego, 360 ao IC.B. d^Lisboa.
Tem 90 fogos.
Em 1757 tinha 64 fogos.
Orago, Nossa Senboral'da Pnriíicaçio (das
Candeias.)
Distrleto administrativo da Guarda. (Foi
4a bispado de Lamego.)
O papa e o bispo apresentavam alteraa-
tlvamtnte o reitor, que tinha 401000 réis t
o pé de altar.
^ Entre esta freguezia e a dé S. Miguel do
Colmeal, mas em território d*esta nilíiiià^{qub
era annexa áqu^Ha) eètA a èapella de Nossn
Senhora de Monforte.
Está este templo a uns 300 metros ao> O.
Ho rio Cda, e é vasto e antlquissimé, o está
em logar ermo e solitário, ficando-ihe a 6
Ulometros a povoação mais pyoxima. '
Nlo se sabe por qtiem, nem quaád^foi
Timdáda.
Ao' 8. dta capeffá, se vé^eiA ttÉo tesojias
Tflliia^ de um forte castello "dé caníarfa, que
ee diz cfaamar*se Mofíforte, 6 que deu ô ti^-
tnloá Senhora. . ■
Nio só 08 povos imnediatos, mas também
« de i^InheV Castello Redrifd; e :oitA)s,
leem grande devoçio eom estH Senhoraj e
Iba Caaem muitas romarias.
A sua festa principali. se foeluipa faier i^
•tak de iMeveívo^-e-é aempreumiteeoaoor*
lida.
Penha^ é tàmbeto appellido nobre tMò
relho. .
Yein de Hespanha— -da cidade de Saia-
nanca (Léào)-^mas Albergaria nfte êiM
quem o trouxe a Portugal
' Begistou suas artbas, confirmadas por D.
João Hl, a t! de maio de 1527---eio:
Em campo verde, águia negra, bicada e
armada d'õuro, senftada sobre uma penha^
com um besanCe de ouro no peito, canega*
do de uma cruz de Calatrava-^mo ^'aço»
aberto, guarnecido d'ouro; e por timbre^ a
águia do escudo.
m Cáceres (Hespanfaa) veiu para Portu-
gal, D. Álvaro da Penha, que casando n^eM
reino, leve suecessio.
Usava das mesmas armas.
PCNfiA DE TRANÇA— tide 4.« vol^ pa«.
Ml, col. !.•
PKHHA DE FRAMÇA-^Douro, antigo siu^
ctuario. Junto à villa dllhavo (3.* voL, mg.
386, col. i.*)
O Mspo de Miranda, D. Manuel de MObra
(que fatleeeu no flm do seeulo XVII) tau-
dou em uma seu quinta, cliamada dajBIr-
tniãa, um templo que dedicou á SantisslBi^
Virgem, denominado da Penha de Ffim^
E' hoje a vasta, formosa e rica proprie-
dade e grande fabrica de porceliana» 4a
Vista AUffre, dos srs. Pintos Bastos.
Vide Vista Alegre.
tEÍlHâ DB ntiíNÇA-^iogar da f^gOetía,
e a 3 kilometrõs da viita da Crrandola (loL
3.«, pag. 317, t5òl. !;•)
Esti aqUf a capella de Nossa Senhora da
Péràú' de- Pran(a (que dá o nome ao filio)
Mífleada D6 legar onde os romanos faaviana
construido um castello ou ataiaya; lio què
ba vestígios.
Qoiiêta 4ué 4aí Indivíduo da <l»ânSloIh,
que estava na Indlé, mkndára de tá a Santa
imagem, e parece que também dinheM pa*
ra se lhe taèir a eránida.
Ha fcequt um grande rúlanaèeial (Ou Álhó^
^ agui« éhamaèo BèrbolegãOf que togo b»
aeu prinblplef Um • moer vários moléliék» e
forma o rio Arção^ que vae morrer iio Sã»
do, acima de Alcácer do Sal. (Yd. I.% pag.
419,«oLÍ.>)
•^de também DnM^orAa
mu
vm
617
Os prior«8 ée Pilmélto (Ai ordem db S.
Thiãgo) fbteroiaiii na freguezia da Grattdola,
Atea^r dó 8al, e Ifertola, oh poderes qiiasi-
elkiieofnes: caiiio ò fatiam os prforas mò-
res da ordem de A^fs, nas Tílias de Itoa-
dar, e Barraiieos— sendo pois a Grândola,
' fEMHá 7BIA--fJregQeJE!a( snpiH^imida, Eei'
tâ Baixa, no bispado da isoarda.
Em I7ST Hnha 65 fogos.
Era seu orago, Nossa Senhora da AssaU"
pçSo.
A mitra apresentava o prior, qne tínha de
rendimento, 4 aOffOOréts.
Mu da Goarida 6 liilometros e de Lis«
boa (aò E.) 3t5.
nilSA PIBIr— vide o !.• Bastuço.
' nNHA F011VB--Tide Lamegal, a pag: 33,
eol. !.*, do «.• tòl
A fk«i[iiiezia de Lamegal, é mnito an-
tiga.
Era do padroado dos bispos do Porte, e
M para a eoiKto; por troea, feita em 1350,
entre ò rei D. Aflbnso m e o bispo do F6r*
tò, D. Vicente, e o séa cabido, qne ree^be-
ram a egref a de S. Ghristo^ de CabanSes
(Orar.)
PElfHA BáRGIA-^lá eslà em PêM €ar*
ela.
FSNHA LOIWA ^ fi^egnesia, Donn>, eo-
marca e coucelho do Marco de Ctnateses
(antiga comarca de SoalhSes e concelho de
Bem Viver, ambos sapprimidos) 54 ttiloése-
tros ao N.B. do Porto, 330 èó N. de Lis*
boa.
Tem 310 togoí.
Em 1757 tihha fM fogofr.
Orago, Santa Varia (Nossa ' Sénbelra da
Assumpção.)
Bispado e districto administrativo do
Porto.
1 t
O mosteiro benediciino de Paço de SM-
za, apresentava o abbàdt, eolliído, qne linha
1 : 100^000 réis de TenditaeMOi
' SoQve a<n<i a ^asaé torre, onde Vlvetf B.
Pedro de Castro, l.« senhor de Bem Vl^^
. .£' terra 'levtiiem todoa os géneros do
DOise pailE, # o se» vinho (eeifeb>o da fre*
guexia immediata-*Po(o« de G<tí6h) péâlO
ser verde^ é de óptima qualidade, e mnito
snperior ao melhor do Rkm (Rheno) que
tão ItoMio se tornos em toda a Europa.
Pica esta freguetia situada sobre a mar*
gem direita do Bouro, em terreno bastante
aceidentado, e em frente daeomarca de Sln-
fães, que lhe fica ao S. e S.E., na margem
oppesta*
PEMEâ L01ltlA*-(BxCPsmadura-^m^ra)
Vide voi t.% n pag. 302, coL l.«
P£NHiO e PllfHiO--Como Cevêllo e Cu*
bêlUh-^Paçoe e Pa$ies--^PeHh(U e PínAo/—- e
ontffos mais nomes de povoações, montes e
rios-^aeham*9e cenfondídos em todos os
nossos dleeionarlos, historias e outros li-
vres; de maneira qne, só com a inspecção
das localidades se poderá saber o nome, se*
não de todos, da maior parte.
Fetí^ãa^ vem de penha; de qne é augmen-
Utlvo-^islo é-^-peiha grande.
Piákãú^ tedoe sabem que é o fmcto do
pioheiro.
Como não sei em qual das duas palavras
heide eoUocar estes nomes, e como, peia sua
eitençâo, este volume tem de partir-se no
fim de PB^remetto o leitor para as pala-
vras ramAO -^ ainda que estou persuadido,
que, na maior parte dos .caso», se devia es-
crever penhâo em vez de pinhão.
Pélas mesmas razões, passa Penhançoi pa-
Wm flWUiJIÇlWk
PBMHA vniDE-^vide Ctnini.
PENHAS (mosteiro das)-«vide MaUeei-
nhoe, a pag. 144, coi. 1^
PBNlCm-^vilh^ Extremadura» praça de
armas, cabeça do concelho do seu nome, na
comarca daa Caldas da Raioha, d'onde dis-
ta 30 kilometros ao O.» 10 ao M. d'Obidos,
70 a B.O. de Leiria, 43 ao O. de Rio-lÍaien
t» ao O.N.(X da Lourinhan, 36 ao aN.O.
dè Torres Yedras, 03 ao O.N.O. de Lis*
boa.'
Tem' «10 fogoe» em 3 freguesias (Nosa
Senhora da Ajuda, 350— Nossa Senhora da
Goneèifão, f4IM». Pedro, »0.)
Em f757 INlba êõK fogos.
Patriarchado, districto admioistralivo de
Leina/ ' ' *••
Bétâ em' 3#p t4' de hi N.-^ 1* de long
€18
PEN
wm
O geral dos cone^pos secalarei* te & Joio
STAogelifltA (loyos) como friw áô oonvevla
de Sào Leonardo, da TiUa d'Atottgiiia da. Ba*
kk, apre^rentava o cura, que tinha IQ&JíOOO
iiéia de reodimento.
TSDba esta paroebia, e»' 1757, S64 fo*
gos.
O psesmo geral, e pela mesma razão,
apresentava o cara, da fregttenia de 8. Pe-
dro, apostolo, que tiiiba também IQDMW
réis da rendimento.
£m 4757, tinha )07 fogos.
O mesmo geral, e pela mesma razão, apre-
sentava o cura da freguezia de Ifossa &9*
nhora da Conceição (que tok primeiro da
invocação de & Sebastião) o qual tinba
7OM0O réis.
Em 1757 tioha I8i fogea^
• Todas esta^ trez fregueziaS' estão aetivtl-
mente sendo parocbiadaa por um «ó prior,
o. reverendíssimo sr. Luciano Pinto Barata
Mendes. <
O concelho de Peniche, .oomprebende eia*
ee freguezias, todas no patnarchado — São
ae três da vii|a, a de Atougo/à da Baleia (que
feí cabeça de concelho) e Serra d'SI«AeL-^
Todas com 1:650 íogos.
' Está a villa situada .sobre uma península
fortiflcada, na cosu do occeano ettamice^
com um porto, chamado de GaboMê, para
émbareaçdes de pequeno lole.
Tem estação seraapheríca, no cabe Cor*
vmro, que é a ponta mais oecidMtnt d» pe-
ninsula*
D isthmo que une Peniche á terra firme
(coro um perímetro de 7 kilomeiros de n*
tenção, e n área corre8poiidefte).é formado
de areia, que as aguas do ioar cobremyquar
ai totalmente nas aifwu rtooy; e de todo
nas grandes marés, ficando por algumas Mf
ras a praça transformada em venliid^ira
ilha.
Tem e isthmo^ dois kilomeUM de eomprii
do, de E. a 0.—^ uns iOOmeires 4e laii^o,
ée N« a Sul.
A península tem uns 8 kilometnoia. de
wcnmf<»7Bnciar ^ á excepção da iMite dftE.,
por onde Intcsta com o isthmo (que aii^
apenas 4M metros) em tqdaa ei^psão 910
kMmha o ecee^no, é. a sua oosjta formada de
rochedos, em qnasi toda a.parte ooriadosa
prumo^ iendo apeo^ umaa pequenas qae«
bradas^ a que chamam potrioi^ ou camei*
ras.
Principiando pela enceada do N., em Pe*
nidie de Ci$nay mencionarei os pontoe que
formam esta enreUa de rochedos (calcários
e pheldâpathieos) que cireumda ^.pr^ç^ e a
povoado.
Encontra-se primeiro, o baluarte desman*
tellado, de S. Vicente^ a Fôze((^ o hainarte
da Cambóa e o forte da ImZp ao of^te— o
pontal da Pafdd, ao 0. i(.0. tr-^sefue-
se, ao O., Porto da Areia do Nowte^ Po9í^
ta do Tro9àOf Se/rro 4o Cão^ e o..peniUil
do Cabo Carvoeiro, em f^^eda^^i^-
gas (que ficam li kilomfirpaa OO Estrel'
laSf e Farilhões, que ficaqi ^ O. daa Ber-
lengas.
Ao S.p. e S., ficam— o Carreiro 4o Cabo,
Carreiro da Freirmha^ Carreiro de Jaumê
(eu de Joatme, ou de Jafma\ Porta fia Areia
do Sul^ Carreiro dos Cortiçaeíi^ e o fiarrei-
ro Fedorento, que é projLimo à cidadell^
Em seguida, roas já ao S.E. (porque aa*
damos eo^ volta da peninsmia, qne tem uma
forma mais ou menos elíptica i) fica o for-
te de Cabofuu (jonio â ci^aiieWa) e o fforto
lio mesme nome.
A ville tem algtimaa ruas largia e eapa*
cosas, gparn^toidas de b^a^ casa^ algumaa
de apparencia muito elegante.
A egreja de S. Pedro, é om teouplo vasto
e sumptuoso, e o melhoii d^.villa.
(Adiante 4r4M d*elle wi^ circsunataQAia-
damente.)
Gomo a povoação está toda d*entro> 4m
raui^dhas, produz apenas algiAnas— poucas
-'-hortaliçaste pouco niais.
Tem porém firandee vinhas^ que proda-
sem optíme vinho branco» e ^m muita ab^-
4^eia» . , . . ,
1 Esta península tem a configuração de
xm eorai^,H0Q|a parte superior ^e ntbáno)
oiha-paea Mi*-^ a infeaier ^laho Carvaeiffa)
t Se oê proprietários de tí-
shaede Peniche, tivessem mais
cuidado Das viodíiDas e esco-
lha das uvas, o seu viaho, se-
ria um dos melhores (seuào
o melhor) do sul do reino, e
mesmo, muito superior ao da
Bairrada, pois tem maior grau
de alcoolisaçâo, e ó mais odo-
rífero.
Não produz vinho tinto.
Gompram*fle todavia aqui todos os géne-
ros agricolae por baixos preços, poiá vem
de muitas povoações, todas férteis^ qae lhe
ficam próximas.
No verão, , ha aqui abundância de bom
peixe, do mar, que se vende baratíssimo,
No inverno, porém, ou quando ha tempo-
ral ha só peix^ salgado^ popco, máo e
çaro.^
. E' celebre esU villa, pelas primorosissi-
mas rendas que as mulheres d'aqui íabri-
eam^ e que se exportam em grande escala
para» Lisboa e outras terras, e ainda mais
para o Brasil, onde muitas são vendidas co-
mo rendas de Âknçon.
E* incontesuvel que Peniche e as Ber-
lengas, são habitadas desde os tempos pre-
historicos.
Pomponio Hella (geographo e historiador
bespanhol) diz que na Lusitânia havia uma
ilha chamada Carteia ou Erythia^ que foi
liabitada por GériOè, e que a esta Carteia
#e mudou o nome para Berlenga.
Já disse a pag. 132, eol. 2.', do 2.» vol.—
que» em rasão de.se acharem tantas Car-
Mas, desde o Estreito de Gibraltar, até á
nossa actual Bxtremadura, e todas no Hto-
jral, me parecia esia palavra, mais nome ge-
aerico, do que próprio de uma povoa*
(ao.
lolgo que carteia significava cidade mari-
Uma,
O mesma Pomponio llella,r Ptolomeu e ou-
4rM eseriptores antigos— que alguns moder-
nos seguiram— sustentam qtie o nosso con-
tinen^ se prolongava até às ilhas da Madei-
ra e Porto-Santo.
fm
m
Alguns; hindo mais longe» dizem que era
unido à Americal
Outros sustentam que a famosa Ilha Mlan^
tida era primeiro uma península, com a lar;
gura que medeia entre o Cabo da Roca e Pe*
niche (ou mesmo até Óbidos) chegando até
á Madeira.
Que um catacUsmo, em eras remoti^-
mas, separou esta península do continente,
e mais tarde, outro cataclismo, ou um me-
donho pheoomeno plutonico, subverteu to-
da esta immensa ilha, deixando apenas as
Berlengas, Porto-Sai^to, e Madeira, por. se-
rem formadas de rochedos mais sólidos,
que poderam resistir ás convulsões do
solo.
Dois fundamentos aprese«ntam 0$ doesta
opinião — o primeiro é o corte perpendicu-
lar das rochas do litoral, que, na verdade^
parecem ter sido divididas por uma podero-
sa acção plutonica— -2.% é a identidade da
natureza das rochas, da terra, e das -plantas
da costa portugueza, com as d*aquellas duas
ilhas.
A geologia, que tantos e tão grandes ser*
viços tem prestado ás outras scieocias em
nossos dias, e só ella, poderá verificar oi|
negar a existenôa d*esta terrível depressão,
ou submersão, talvez antediluviana.
Deixarei pois esta questão a pessoas mais
eompelentea. (Vide Península,)
Deixando os tempos pre-historicos, os
Geryões, as Carteias e ErythiaSf tratemos
de Peniche, desde que ha memorias escrl*
ptas.
Notemos porém que no Carreiro da Fnr*
ninha^i beiramar— assim ebainado, eoi
rasão de ter uma oayerna ou gruta — teffi
ayparecido» mesmo denuro da furna, ins-
trumentos de pedra, da edade primitiva
{ãdade de peara) que provam ter estes sí-
tios sido haUiadoa por povos p re-celtas.
Os nossos antiquários dão a esta viUa
a origem segnini^:
Pelos annes do mundo 3d4i (63 antes de
Jesus Christo) varias famílias lusitanas» fii-
gindo ás craeldadea de Júlio Gesar Augusto
(que então veia ás Hespapbasi como iqtusi*
tor de Tuberon, e que commetteu as ntaiCN
6S0
PEN
PfiN
reft atroddades contra os lusitanos» no in-
terior do paiz; cm quanto as suas fròlas
invadiam o litoral)— se aeolheram a este si-
tio, por ser escabroso e de fácil defensão e
resistência; porque entlo-^segundo estes
escriptores, e o que nada tem de inverosi-
mil— Peniche era uma verdadeira ilba, nao
existiodo a lingua de areia que tioje a une
ao continente.
Os lusitanos fundaram aqui uma povoa»
çb, e aproveitaram as defezas naturaes da
Ilha, obstruindo com grandes penedotf os
pontos acoessiveis da costa.
Tinha a povoação 20 annos de existência,
quando Júlio Gesar tornou â Lusitânia; po-
rém Já nao era o feroz inimigo d*este povo
semi-barbaro, mas valente e brioso.
O tigre, transformara-se em cordeiro, pro-
curando com blandícias captar a amisade
dos lusitanos, e fazer- lhes esquecer as pas-
sadas crueldades que contra élles havia
exercido.
Deu* lhes foros e privilégios, entre elle9,e
de direito de cidadãos romanos; pelo que
lhe foi &cil adquirir a amisade e gratidão
tfestes povos ingénuos, que até lhe erigi-
ram estatuas.
Foi assim que a povoado de Peniche, nio
sé se conservou, mas ainda augmentou e
prosperou.
8nppõe-se, com bons fundamentos, que o
seu primeiro nome é o que ainda conserva,
sem a minima alteração.
Peniche^ na lingua lusitana, e mesmo no
portuguez antigo (e ainda hoje em Hespa*
nha) significa— ^arco pequeno.
' A simiihança do nome com a palavra la-
tina penmsHÍa <quasi ilha) e o ser actual-
mente uma verdadeira península, faz acre-
ditar a muitos que Peniche é corfupçio de
península.
Contra esta opinião oíTerecem^se trez con-
tradlcções— i.*, é que península é nome ge*
Mrico e não próprio — ^ quando muito de-
via preceder o nome da povoa^— enmo
ainda hoje dizemos— -Penhwota de Penièhe
-*4'enioÀila Ibérica— Peninsniá Itálica, eto.
^-0 devia portanto ter wà outro nome que
lhe fosse pivprio, o qtte ainda ningoem
1*— E' que qtiando te ftindou a povoa^
não era península, mas ilha. ^
3.*— E' que, de certo os lusitanos não ado»
piariam um nome romano, para a sua nova
povoação.
Também não acho protabllidade á opi«
niao que pretende derivar-se Peniche das
duas palavras pen-iMuta-^Uha de rochedos:
porque— pm é cantabrico, e não é verosímil
que juntassem esta palavra á de intuía, que
é latina.
Devemos porém confetsar que o nome ó
apropriadíssimo, porque Peniclie éra uma
ilha de rochedos.
Yi e examinei minuciosamenie este tracto
de terra, e a não ser um poço chamado ho*
Je fmie do Roiario, que tem todos os íodí-
cios de ser construcção mourisca, nada achei
que nos certifique, ou faça suppor que oa
árabes aqui habitassem.
Também não achei o mais insignificante
monumento que me parecesse gothieo.
1 Estudando e conferindo os antigos geo-
graphos e historiadores, Strabao, Ptolomeu
e Pompooio Meila, vé-se que o litoral da Lu-
sitânia tem passado por alterações muito
sensíveis— por exemplo — Tavira (a antiga
Balsa) era na costa meridional, e hoje está
a 4 kilomelros do Occeano.
CaceUa, que era a um kilometro da praia,
está hoje quasi toda submergida pela»
areias.
Mais ao O., desde a actual Q^eaieira até
AlbnfdíFar o OBAr* destruindo os areaea da
coí^ta, foi cavando uma espécie de encead^
de uns 14 kilometros de comprimento, e de
unS 500 metros de largura no centro — o suf*
ficiente para submergir Uma cidade anti^
qotssima, a que também vulgarmente se dá
o neme de Carleia. (Yol. l%.pag. 132, coL
l.M
O Vkus Spachorum, dos romanos (Yòz do
rio Ancora) era junto da ponte de Abnadina
— prbximo à egreja matriz d' Ancora— o mar
entuplu-a com areia, e o rio abriu uma no*
va sabida, junto ao actual fo)iedoۋo: pas-
sados annos (talvez séculos) ot»truiu-se ain-
da este eanal, e o rio abriu outfo, próximo
smà: forte da t^^farteira^ e a aomal foc fica a
qoasi um Ulopaetro alem da antiga.
O mesmo, com pouca dilTerença, aconte-
ceu á famosa Létobríga (Tróia) na foz do Sa-
do, etc (Vide ainda Peninsula.}
;
PEN
OoardâDdo a deseripçio das fortifieaçSes
d*e»ta praça para o fim, tratarei 3Ó das ou-
tras matarias que dizem respeito a esta po-
Toaçâoy tao mal eoohecida, e tao poaeo pro*
legida pelos dosíos gotemos. .
Os primeiros (e onicos) aicaides-móresde
Peniche, foram os senhores— depois condes
•—de Atoogaia da Baleia, que eram tam-
bém senhores donatários de Peniche: e a
camará d*e$ta villa, tinha antigamente obri-
gação de dar todos os annos um jantar—
que importava em 200if000 réis, e mais^
ao seu donatário; qoe alem d*isso, tinha o
disimo do pescado, dos fractos, e das car-
gas dos navios qne sabiam do seu porto. <
Os condes e senhores de Âtonguia, alçai-
des-móres e senhores* donatários de Peni-
che, eram da nobre família dos Atbaides.
O 1.* conde d*Atbonguia, foi Álvaro Gon-
çalves de Athaide, feito por D. Affonso V,
em 17 de dezembro de 1448.
O mais celebre donatário de Peniche^ foi
D. Luiz d*Athaide, conde de Atouguia e se-
nhor e alcaide-mór de Peniche, duas vezes
vice-rei da índia.
Este esclarecido varão portugnez, em
logar de vir da Ásia carregado de ri-
quezas, como faziam os seus antecessores e
fizeram os seus successores, só quiz trazer
agua dos quatro principaes rios d*aquella
região— Indo, Ganges, Tigre, e Eaphrates.
Por muitos annos foram vistas no cas-
tello de Peniche, quatro pipaè, cheias d*a-
quelias aguas.
Foi este homem benemérito, que em 1552
flandeu n*esta villa, perto da costa, entre a
Ponta do Trovão e o Serrodo Cão, o mostbi-
Bo (ou hospicio) DO BOH JESUS (uo dístricto
da fregneaia da Ajuda) de religiosos fran-
ciscanos^ onde quiz eer sepultado.
Pela soppressão das ordens religiosas,
em 1834, foi a egreja profanada, e está ser-
vindo de arrecadação do refugo dos uten-
cilios militares da praça.
O ediflcio do mosteiro está desmantelado
o em breve não será mais do que um mon-
tão do entulho.
A sua pequena eérca, ainda não foi ven<
PM
6SÍ
dida... porque assim convém a certos in-
divíduos.
O tumulo venerando do grande D« Luiz
d* Athaide, foi também profanado, e não sei
que caminho^levou: houve porém uma alma
caridosa, que lhe mandou recolheres ossos
em um caixão de tábuas de pinheiro, que
se guarda, já podre, em um buraco da egre*
ja da Ajuda, sem que, no espaço de qua-
renta annos em que teve logar esta proík-
nação, houvesse uma camará qne desse a
estes desgraçados oss<^ uma sepultura de-
cente!
O escudo d'armas d*este8 Athaides, era:
Em campo asul, quatro bandas de prata, e
por timbre, uma onça, asul, banhada de prata.
O mais infeliz dos Athaides, ultimo conde
de Atouguia, e ultimo aleaide-môr, e senhor
donatário de Peniche, foi D. Jeronymo de
Athaide; que, accusado de regicida, pelo
attentado contra D José I, na calçada do
Galvão (Belém) na noite de 3 de setembro
de 1768, foi prezo em dezembro e morreu
entre os mais atrozes tormentos, com o du-
que de Aveiro, marquez e marqueza de Tá-
vora, os filhos d'estes, Luiz Bernardo de Tá-
vora e José Maria de Távora — José Braas
Bomeiro, João Miguel, Manuel Alves e An-
tónio Alves; no cadafalço de Belém; a 16
de janeiro de 1759, ficando extincto este ti-
tulo, como o dos seus cúmplices. Vide ChSo
Salgaào,
Os bens de todos, foram confiscados para
acor6a.
Era a família dos Athaides, uma das mais
nobres d'estes reinos, ppis descendia de D.
Affonso, conde de GIgon e Noronha, filho de
D. Henrique II de Castella, e de sua mulher
(do conde) D. Isabel, filha de D. Pernando
I, de Portugal e de D. Leonor Telles de Me-
nezes—irman da rainha D. Brites (ou Bea-
triz) mulher de D. João I de Castella, e so-
brinha de D. João I de Portugal.
Foram o tronco dos Noronha*, e progeni-
tores dos duques de Caminha* dos marque-
zes de Angeja, de Cascaes, Mcirialva e Vili^t
Boal; dos condes de Aveira», Castaohsira,
Castro Daíre, Monsanto, Peniche, Vianna,
Vimioso, e optros das principaes famílias 4a
Portugal. I
èlâ
pm
vm
' Passon a alc&Iâaria-inór e o senhorio
d'e6ta villa, para um OQlro ramo dos Athai-
dea Noronha?, que depois foram feitos cod-
des de Peniche.
4) actual representante doeste noblltssimo
ramo dos Nbronhas, e actual conde de Pe-
niche, é o sr. D. Caetano d* Almeida è No-
ronha Portugal Gamões d* Albuquerque Mo-
niz e Souza, feito marques d*Angeja, em
doas vidas (por herança) em 21 de maio de
1870.
O 1."» marquez d*Angeja, foi
D. Pedro António de Noronha,
que efá, conde de Vilia Verde.
Esta familia procede tam-
bém do nosso grande Luiz de
Camões. (Vide Angeja.)
O braz3o d'armas do sr. conde de Peni-
che e marquez d*Angeja, é:
Bscudo esquarteilado, no l."» e 4.% as ar-
mas de Portuga], e no %• e 3.*, as armas
de Castella— -mantellados de prata, com dois
leões rompentes, de purpura, e uma borda-
dura, composta d*ouro e veiros, de asul.
Timbre, um dos leões do escudo.
E' o sr. conde de Peniche, descendente de
D. Manuel José de Castro Noronha Athaidé
6 Souza (que nasceu a 25 de dezembro de
Poi-^3.* marquez de Cascaes, 6.* conde
de Monsanto, senhor das villas de Oeiras
com todas as suas jnrisdicções; da Lourr
nban; do castello e viíla de Castello Mendo;
do reguengo da Povoa d'£lRei, Bouça-Co-
va, e Vilia Franca; das villas d'Ançan, S.
Lourenço do Bairro, e seus padroados e ju-
risdieções; da vilia e reguengo de Medelim
— e no Brasil da capitania de Itamaracá;
das ilhas de Itaparica e Tamarandúra; e da
Ilha Pequena, na ribeira do Rio Verme-
lho.
Era ainda, frontelro-mór, couteiro-mór,
e coudél-mór da cidade de Lisboa e seu ter-
mo, e alraide-mór do seu castello, e das
Tillas de Torres Vedras; Lourinhan; Óbidos,
t seu almoxarifado; Cadaval, com todos os
aens termes; senhor dos morgados, de Ma-
Iheus e Santo Eutropio, e da casa da Casta-
nheira; morgado da Foz^ e seu padroado, do
Paul de Boquilobo.
Commendador das cemmendas de S. Mar-
tinho ie Bornes, no arcipresfado de Braga;
de Santa Maria de Vilia de Ref, e Santa Ma-
ria de Segura, no bispado da Giiarda, e de
Santa Maria do Pereiro, no de Viseu, todas
da ordem de Christo.
Foi do conselho de guerra de D. Joio V»
e seu gentil homem da camará; mestre de
campo, de infanteria e general de batalha,
postos que serviu com honra e bravura, na
campanha de 1704.
Foi governador e eapitão general do rei-
no do Algarve, e governador da Torre de &
Vicente, de Belém.
Morreu em 29 de agosto de 1742.
Tinha casado, em 13 de dezembro de
1699, com D. Luiza de Noronha (dama dà
rainha D. Maria Sophia Isabel de Neubur-
go, 2* mulher de D. Pedro I!) filha de D.
Pedro António de Noronha, l.« marquez de
Angeja e de sua mulher, D. Isabel Maria
Antónia de Mendonça.
Estiveram 14 annos casados, sem terem
filhos, e, quando já os nao esperavam, nas-
ceu D. José Maria Leonardo de Castro, que
morreu de i3 mezes de edade.
Depois nasceu D. Luiz, em quem se per^
petuou a familia— e D. Maria José da Gra-
ça e Noronha, que casou com D. Francisco
de Menezes, conde da Ericeira.
Teve duas filhas bastardas, D. Marianna de i
Noronha e D. Antónia de Noronha, que mor'-
reram freiras no convento da Casunheinu
D. Luiz José Thomaz de Castro Noronha
Athaide e Souza, seu filho e successor, naa^
ceu a 18 de setembro de 1717.
Foi 10.* conde de Monsanto, e senhor de
toda a casa de sen pae.
O 1.* conde de Monsanto»
foi D. Álvaro de Castro, se»
nhor de Cascaes, feito por D.
Afionso V, em 21 de março de
1460.
Era camareiro -mór do me^
mo rei, e do sen conselho.
D'este D. Luiz procederam os marqueses
de Cascaes (hoje representados pela casa de
Niza; e os condes de Peniche, hoje represen-
tados pelo sr. marquez d* Angeja.
PBN
^és4é o ^^ seelilo da era chrtouii $Xè lo
fitti 4o X, nada acHei eon rdltoreBci» á p<ft*
voiiçio 4e Mikftie;
De oêfto, oMitas vezes lo?adkla, per ter*-
n e per oiar, pelo» monres afrlcaiioe, e
^Itflstios, alternatlvameiíte; lomada, perdi*
• da e retomada frequentes vvtesy durante as
guerras dos alanos e godos, e depois, dos
árabe»; fieon apotosçio tio destmida, qae,
pelos annos der 990, estava, senão eomplela-
mente deserts, tfpenès tiaMlada por pobres
pe8cadore«^ vivendo em hnmlMes ehonpa-
das, eneostadas aos muros armínados dos
velhos e desmant«Nados edifloios.
/ Foi por esse lempo, qne os moradores da
visioha viila de Atonguta, attrabldos peia
Commodidade do sitio, para as soas pesea*
rias, alli foram eonstmindo varias cabanas,
para seu abrigo, o para armasens de peixe,
e, com o tempo estas cabanas se foram poa-
CO e pouco transformando em casas de pe-
dra e cal, e a antiga povoaçSo renaseen das
snas cinzas.
D. Aifonso Henriques,, dando aos cresa-
dos que o ajudaram a conquistar Lisboa,
muitas terras na Estremadura e Alemtejo,
dooB aos trmios, D. Roberté Lacome e D.
GuHhêrme Lacame, os territórios de Atou-
guia da BaKeia e Peniche.
Aestes doiseavalleiros deve esta víHágraa-
J de parte do seu desenvolvimento e povoação.
^ O emprego quasi exclusivo dos morado-
res de Peniche^ ató ao fim do século XV, era
a pesca, que lhes deixava grandes proven-
tos, pela grande abundância e variedade de
peixe, que affluia ás suas costas; mas; des*
de que D. Vasco da Gama, dobrando fem
SO de novembro de 1497; o Cab& das fbr-
mentas {chrísmado pelo rei D. Manuel, em
Cabo da Boa Esperança) descnbriu o cami-
nho da índia, por mar; e desde qne Pedro
Alvares Cabral, descobria o Brasil^ em 15 de
abril de ISOO-Hw moradonade Peniche (co-
mo os do Algarve e de oncros muitos pon^
tos da nossa costa) desprezaram o sen an-
tigo emprego de pescadores^ adoptando o
de navegantes, e armando natlos do alte-
rnar; fdram procurar fortuna a esses sl-do-
radús que se chamavam IiUm OrísnOaês
<Asia) e Enáutt ikcUint90s (America.)
PEN
633
E a sorie foi*lhes íbvoravel, pois grande
parte detestes intrépidos aventureiros, regrea^
saram á pátria, carregados d'ouro e ríeaa
mercadorias, de modo que no fim do XVI sé-
culo, a humilde povoação de Penícbe, estava
já transformada em uma formosa povoação^
com mais de mil fogos, e perto de 5:000 ai*
Foi durante estas longas viagens (em St
de abril de 1575) que o mar arrojou á praia
d'esta villa, um peixe morto, de forma nun-
ca vista. Tinha â6-\60 de comprido, 2-50
d*alto, e9 metros de circumferencia no cen»
tro. Tinha a pelle preta pelo dorso, e bran*
ca pelo ventre, e n*elle a bocca. A cabeça es-
tava 3-,66 levantada do corpo. Os olhos ti-
nham 0*,66 de cirtumferencia. Tinha 16 deu*
tes em cada mandíbula, cada um com 0",33
em redondo. Nunca se chegou a verificar a
que cUusê pertencia este verdadeiro mona»
tro marinho.
Em 2) de maio de 1589, desembarcou n'es»
te porto e no da Ericeira, um exercito in-
glez, na força de 13:000 homens, cooiman-
dados por João Norris, a favor do infeliz è
mal aconselludo D. António, prior do Crato,
com o fim de sustentar os seus direitos á cor
rôa de Portugal, contra o usurpador Philip-
pe II, de Castella; porém, como já todo o rei;-
no sabia do vergonhoso tratado, feito com a
rainha Isabel, de loglaterra (filha de Henri*
qne Vill) segundo o qual, ficava Portugal
sendo uma colónia britannica, o povo, nao
só se não uniu aos invasores, mas aié lhe
resistiu tenazmente, e, apezar de então só
aqui haver um forte, mandado construir por
D. João III, em 1557, era elle tão formidável,
pela siu posição, que os inglezes não o po-
deram tomar, e retiraram com bastantes per<-
das.
Peniche nunca teve foral, vdho ou novo:
regeu-se sempre pelo de Atouguia, e como
o supprlmido concelho d*esta villa está unt
do ao de Peniche, teem ambas o mesmo fo-
ral, (Vol. 1.*, pag. 254, cot: 2.*)
D. Philippe III, por carta regia de 25 de
agosto de 1611, mandou adoptar em Peni-
6S4
PEN
che (que o mesmo usurpador tinht feito Til-
la, em 20 de ontabro de 1609) o foni de
AtoQgaia. N'este foral ae manda pagar adt-
zimd telha, que era de SO peixes, om^e a
ditima «ovo, qae era de 10 peixes^ «m, per-
leoeía aòs condes d'Athoagaia.
D. João Gonçalves de Athaide, conde e se*
nhor d'Atougaia, e aleaide-mór e donatário
de Peniche, e o povo, pediram a D. Philip-
pe III de Gasiella, qae então governava Por-
tugal, desse á povoação o foro de villa, o qae
elle lhes eoncedeo, em 1609, dando-lhe por
armas, ama csravella, com S. Pedro e S. Paa-
lo, am à proa, outro á ré, sobre um mar, com
ondas de prata.
B. Pedro 11, om I67Í, mandou fa<er al-
guns melhoramentos, de pouca importância,
/ÈO porto de Cabanas, Junto á cidadalla; mas
está hoje urgentemente reclamando obras
d'arte que o tomem um verdadeiro abrigo,
Dão SÓ dos barcos de pesca, mas também de
híates, palhabotes, escunas e outras embar-
cações, que não demandem muito fandOb
I
D. João V veio. visitar as fortiflcaçdes e a
villa de Peniche, em 17 i7, por oecasião de
vir a Mafra, lançar a primeira pedra A sua
iKisilica.
D. Joio VI, sendo ainda príncipe regenta,
aqui passou oito dias, em ISO^y^residiíido
no palácio dos governadores da praça^ que
era dentro da oidadella, e hoje está só em
paredes. (Foi devorado por um incêndio, e
nunca mais se reconstruiu. É o anieo edift-
elo da fortaleia, que está em mán estado.)
O sr. D. Pedro V, também esteve n*8sta
praça, em 30 de agosto de 1860. Foírlhe da-
da hospedagem em casa da mãe do sr. Hen-
rique d*AraDjo Tavares, sócio da firma edi-
tora doesta obra. O tr. D. Pedro V prasoateou
a virtuosa senhora com uma elegante caixa
de prata, que sen filho conserva como recor-
dação-por extremo agradável.
Sua magestade visitou :a ddadelia eitodas
^as suas dependenrias, e pelo sen afihbilissi*
mo trato deixou penhorados todos que tive-
ram a honra de lhe fallar. . '
^ Tedos sabem as razões porque O'eonmer-- ^
PBtf
eio português foi deeaUnd* do san esplpn-
dor dos seonlof XVI o XVII, aepdp & prin*
cipal, o abandono em qusiAS.itris Pbilippon
deixaram esta reioo» que aá tratavam de «x-
plorar, por todoa oamodoa possiveif^ deixais
do ^e as nações eom qneae traziam gtier«>
ra-— prífielpaknente hollandeaes e íraneeien
^-r.noi roubassem as nossas colónias^ a la^
qnaassem a apresassem. lOa nossos naivios
meroantas, impunemente^ pois qn^e todo o
seu avpaabo era reduiirinos ao estado da
mais atroa miaria, para evitarem um 1* da
dezembro de. 1640.
É pois do tampo da usuipação dos Pbi-
tippes,. qua data também a decadência do
eommereio, a, por eonsaquencia, da impor-
tância d'esta villa, que tomou a ficar reda-
sida aos recursos da pesca» aos limitados da
sua industiria agrícola a manníactoreira, a
ao commerck) de cabotagem.
liasmo assim, o que ainda èoje maia lha
aproveita, é a pesca, que emprega muitas
braços, sustenta muitas famílias — qoa vi-
vam ^oasi exclusivamente d*asia mister —
não só d'esta vUia, como das immediaçõag.
Também são muitos os almocreves que
para aqiíi eandnsem — ^para consumo da tara-
ra a para aart^arqua-^ivarsos géneros agri-
coiaa, levando em retorna, peixe frasco, oo
salgada...'
Bsta..paninsula,. f6rma duas aneaadas —
a do Norte (Panieha de Cima) tem poooo
fendo;, mas a do S., tem e jafiQLoienta para
navios da pequena late, a é bastante abriga-
da do apuido.
O termo da Peniche^ que se redux m
istbmo, é todo da anelai árido e impnadv-
Qtivo.
O morro da Pop^^v am ancbopo^ am for-
ma da pyRamlde tríangulMr, que lhe fica í|m>
NX).,eoatrosi manares que arriçam e parta
O.N.O. da penioaula, tornam perigosissimn
a navegação d'estas paragens, e muitos na-
vios aqui. tcAm soçobrado. Ainda em feve-
reiro de 1^26^ eom «ma grande een^ação,
uma náe-da marinha de guenra britannkey
perdendo. o ruma, e imauando-se no canal
qae(aa|i«s.e.pçnjasfria dDs Uboias d^sBer-
t
PEN
PEN
625
taDgáa, se despêdaçaa eoocra estes temiiieU
rarliedts não e^eapaDdo um só 4of seus
liipnboiles. oq da gaaraiçâo e passageiros.
Em todo o fasto espaço em qú» bb desea»
^▼e a praça, sao ioauMros os algnaes de
Mofragios» e oao ha ponto d'esu eosU, qae
Bio recorde um oa vários d'estfa sinlstroi.
■ Ifeaii sio menos temerosos ds roehedos,
qm elemiio as soas negras cabeças aeima
da igoa» forniam o ilhen da BeriengOj o os
cacbopoa da Velha^ Bstrellas e Farílhões, ao
O. da terra firme: onde roaitoo Baylos se
teoi despedaçado, apeiar dbf phaioet do
Cite Cal^voeiPo e da Berlenga.
Ao N. da vilia, existem dois monamentos,
atsrstan<fc> dois desaslrosos acontecimentos,
oMoirtdos em i786.— Um, dentro da praça,
eoBiBeouMra o naufrágio do galeão eastettia-
IMV £. PidrQ d*ilfeatt<ar«, que, vindo de Gal«
la» de Lima (capital do Perd) pira Cadíx,
eom mu canegamepto, de valor excedente
â srmfTA B.D0I8 ioLâõcs sb cruzados, em
BMtda, iMrras e-bafixeilas, de ouro e praia,
alam de ontros objectos^ e eom 470 pessoas
de^tripokaçio, guamiçati e passageiros, den
eoBtra o niôrro calcàroo da Papóa^ pelas 11
horas da noiíe de dois de fevereiro (com tem-
PQ semiUH mar quieto, e três pUotM a bâr»
dei) pferdendO"Se o navio^ morrendo 300 pee<
soaa afogadas, e saivando»se da carga, ape*
Bae 1:749M40 réis, em pesos fortes^ de ou-
ro— ft'/433t9oO réii, em pesos de prata, 71
Uxas d'oQro, e 57 barras de prata -« varias
BMreadoriaa, mastros, veUas e outras mia-
ieus-A arlillieria, perdeB*se toda.
Os 4ue escaparam, mandaram erigir, na
egreja matria, de S. Pedro, da vilia, uma ca<
pella, dedicada a Nossa Senhora das Dores,
tendo a imagem de Jesus-Christo crucifica
do e a de S. Pedro d*Alcantara, de primo-
rosiasima esculptura. Estabeleceram culto
perpétuo e missas de reginem, peias aJasas
dos que morreram Q'éste naufrágio: deram
de gratificação ao governador da praça, um
eonto e duzentos mil réis; ao tenente-rei,
um conto; eao ajudante da^ praça, duzentos
e cineoenta mil réis. Aos outros emprega-
dos» civis e militarei também gratificaram,
em premio do muiu) que fizeram, para sal-
tar gente e riquezas.
TOLUMB VI
Além d'ialo, dotaram iS donzelhs, com
iSOMOO réis cada uma.
Desde este dia, de sempre triste recorda-
ção, até hoje lem continuado a extracção do
diaheiro, e ninguém sabe qtiando terminará
esta mina inexgotavel.
(No mesmo tempo tinha sahido de Gallau
de Ltana, o galeão Hermumât com uma car«
ga, avaliada em dez milhões de cruaados^
que eahiu no poder dos ioglezes.) *
. Em 28 d'abril, do mesmo anno de 1786,
vindo a balandra hespanhola— £/ Venecto —
a Peniche, para levar para Cadíx, os obje-
ctos salvados da S. Pedro d^Alcantara, que
se at-havam depositados na fortaleza, e estan-
do fundeada ao S. da cidadella, lhe cabiu um
furioso temporal. O 2.'* commandaute, man-
dou dizer para o commandante, qae estava
em terra, que era urgente abicar, O com-
mandante, cem verdadeiro rompante hespa-
fiholf respondeu que — embarcação de el rei
de Hespanha, nao abicava. — A balandra, des*
pedaçott-se contra as rochas, e de 99 pessoas
que estavam a bordo, só 7 escaparam I O se*
gundo, foi do numero das victimas, morren-
do no seu posto.
Os dois monumentos de que lallei, e que
recordam estas duas desgraças, sào duan
cruzes, semelhantes ás da ordem de S. Thia-
go, tendo no pedestal, inscripções com as
datas dos naufrágios, e a relação das pes«
soas principacs que então falleceram u^eiles.
O sempre memorável dia 22 de fevereiro
de 1828^ appareeéra escuro e carregado, fu-
zilavam os relâmpagos, e os trovões atroa-
vaoros mares e a costa.
0 oceano, enfurecido, levantava ondas co-
mo montanhas, que se arremeçavam contra
os rochedos, onde se despedaçavam com fra-
gor medonho, cobrindo de erpaoia, oe fra*
goedos da costa, e os edificios e muralhas
da praça.
•.
1 Os que desejarem* uma noticia circum-
stanciada d*este naofragio, v<>jam, a pag. 74,
do %• volume da« lllu$traqào PMuçueza, o
artigo do sr. Pedro Cervantes.
40
626
PEN
PEN
Ao meio dia, já seis navios se tcbavam
esmigalhados contra a eosta, ou estendidos
nas praias do-8. e N. de Peniche.
Ás 3 horas da tarde, uma magnifica em-
bareaçio de 3 mastros, lactando contra as
vagas embravecidas, e não podendo vencer
a faria do mar e do vento, qne lhe inntili-
savam todas as nunobras, lançou ferro no
canal que s^ara o Cabo Carvoeiro da Ber«
lenga, e alli se conservou até á noite, na es-
perança de que, rebentando as amarras, va-
raria em terra, no areai do S., entre a praça
e a Consolação; mas, infelizmente, apenas
estalou o ultinro cabo, foi bater contra os
altos e perpendiculares rochedos do Cabo
Carvoeiro, onde se despedaçou, pelas duas
horas da noite, perdendo-se o navio, a car-
ga e os desgraçados que vinham a bordo,
sem escapar um só, que viesse dizer a ter-
ra, o nome, a procedência e a nacionalidade
do navio, e qual era a sua carga e destino.
Soube-se depois, que era uma fragata in-
gleza, que hiá reunir-se à esquadra britan-
nica do Mediterrâneo.
Ainda muitos annes depois, se via sobre
um rochedo que a baixa-mar descobria', uma
grossa corrente de ferro pertencente àquel-
le navio.
Estes e outros muitos sinistros marítimos
aqui suecedidos, ainda nio poderam dísper-
tar nos nossos governos a urgentíssima còn-
strucçao de um barco salva-vidas, de um
mbrteiro porta-amarra, ou outro qualquer
meio que podesse salvar tanto infeliz que
tem aqui morrido afegado, eu esmigalhado
contra as arestas das rochas; apezar da de-
dicação e abnegação dos pescadores de Pe-
niche, qne por muitas vezes teem arrisca-
do a vida, para salvar a dos seus semelhan-
tes, sem ontro recurso mais do que os seus
frágeis bateis e a sua coragem.
iá disse que, mesmo dentro do recinto das
muralhas exteriores da praça, ha bastantes
^e algumas grandes— vinhas, que produ-
zem eicceUente vinho branco. Antes da in-
vasão do otdium-fuAr^ri, produziam, termo
médio, mil pipas de vinho: a moléstia, re-
duziu a colheita a uma ff.* parte; porém ho-
je, felizmeote, vão as vides recuperando ã
sua antiga força prodoctiva, e eu vi^ ea
1875» extensas vinhas^ cujas vides eslavMi
carregadas de formosos eaehos.
A indu^tria vinicula é muito antiga «b-
Peniche, pois em uma provisão da Philip-
pe UI, daUda de 20 de dezembro de im^
diz— «E o dito logar (Peniche) tem 900 a
i:000 visinhos, e entre elles, quatro eon^
panhias, eom seus captiãesi, de boa geoto^
com uma fortaleza e bom porto de mst; o»*
de ha sempre navios, assim da terra* como
de fora; e rende o dito logar, da sica •
posição, alfandega e siffãò, oito mil
dos.»
O alvará régio de 6 de agosto de 1665 (èa^
D. Affonso VI) diz •— <No tempo em q«e •»•
fez a lotação do encabeçamènto das sisas
qne Peniche devia pagar, eifarom %ê^ «io*
raiarei nniifo optilimlos t frequentádoõ iõ
n«^KM^«**-d'onde se vé qus ha nais de^dois
séculos, se distinguia Peaáche» pela soa ri-
queza, e vastidão, e Importsnoia do aeu cdm» •
mercio. Mesmo assim, ainda no anno da.
i87ft, entraram em Peniche» 182 navios da
vela, e três vapores. 173 eram portuguesas^
10 bespanhoes, e 3 ioglezes.
Até 1834, tevê Peniche, juiz ordinário.
Juiz da alfandega, e juiz dos (Hrphãos» lodoa
de nomeação régia. Tinha quatro oom^*
nhias de ordenanças, cada uma eom seu ca*
pitão e mais of&ciaes, e todos, com seo ea* >
pitão mór.
Desde 1814 até 1834, foi quartel da aa* .
gimento de Infanteria n/ 13, por isso^doBO*
minado ée Fenkhe, Tinha gtumição de ar*
tilheria, para aerviço das peças» e uma oam* .
panhia de veteranos.
Em 1858, foi descoberto pelo sr. Pedro Cm*«
vantes de Carvalho Figueira, cavalheiro mal*
to lido e curioso, d*esta viUa, nos alioeroas *
do muro de um quintal, um oippo
com a seguinte inscripção:
POMPEIA c
B. PAGAT. H. B....»,
L. TBBBNTIVS FVB-
NVS. MIBT. I TB-
nBNTIVS RUFVS. • •'.
B.0 «••
PEN
^ provável qpe, assim como varias letras
desapparecdram coqi o tempo, teoha des-
apparecído também parte das que existem.
£ de s^ppôr cjue fis ultimas (etras da ^.* li-
nha, fossem — R. s. K*-r(Aic «sfjMií^t^ wíhr .
e qne a 6." linha— a altipua ~ seja — ; p. &
(fecerynt). . .
É talvez impossível tradazírse exapta^
mente esta inscripçao. Sapponhamos.qoe
qqer dizer:
Aqui está sepultada, Pampeia^ (Ul^a ie
Caio. Seu marido, Lúcio Terêncio Fumo, e
/unto Terêncio Bufo, mandaram levauUir
este monumento á sua memoria.
O sr. Cervantes, maD4oa esta lapide para
Lisboa, á iega(^ fraaceza, p|U'a ser xemet-
tida ao duqae de Beliune.
■ ■ •
.0 primeiro assento da poveaçlo foi onde
antigamente se chamava Peniche a Velha, e
hoje Peniche de Cima. Onde agora é a villa
principal, cbamava-se sin^a no secnlo XVU,
a Ribeira.
As mi^heres de PenichQ de Cima, vãe á
íottle^ Uvam roupa, carregam e fazem on*
tros trabalhos. As da antiga Ribeira, sào co-
mo as algarvias, occnpam-se em í^zer hor^
d^dos,' costura e i'endas, e em mais nada. .
. Varias mulheres de Peniche» ainda usam
os. celebres cabotes de retmço, como os das
algarvias^ o que leva a. suppór, que em tem-
pos de que nao ha memoria escripta, se ^-
tabekeeu aqui alguma colónia de gente do
Algarve. As mulheres eqbrulham«se nos taes
capotes, ficando a ponta direita mais com-
prida qne a esquerda, e dando áqneUa certa
VQUa, formam un^ canudo, por onde véen^
tudo, sem serem conhecidas. As algaryiaSj
porém, sabem rebuçar-se muito melhor, e
com mais elegância.
Em toda a p^ninsula, nao ha uma única
fople; cirnam fontes aos poços. O a que cha-
mim F^nte-Boa^ na ^««guezia da Luz, tem
lM^i,agua, a doa mais e a das cister^as^ pos-
to não ser prejudicial i^ s;(^df j é mal gosto*
sa, As pt*s9oas r^as, mandam buscar agni,
para beber* á CoiMo/a(^Q,.qpa é óptima.
Ha na villa tSO cir^ternas particulanes, com
capacidade para 4:000 pipas d*agna. A ds- 1
PteN
627
♦ -í
tefi^L^aiufe;,. da cíjdadella» leva 7'j6Wpi»ai^.
e ai|»f9mft<i, ifiQ* Mesmo assip, nas estia^.
gens, ha aqui pouca agua para o cpnsmM^.
«écara.e.pesaima. ,
Um poça (oa.pôça) qioe ba no eestro da
villa, 6 ao .qual ,dao o^moé^sto nome de.cAii-
fariís (!) te^ esbi inscripçio:
i »
o MABQVBZ DB FRÕT.*
1IB6T. DB CAPO 6.^ MA-
' DÒV rAZBÀ B!{TA fQ-
TE A OVSTA »A VOA-
nricAçÃo.
A. 1676.
' Foi restaurada em i8&9, segundo se coI«
lige d*esta.data, qpe se vé gravada em oma
pedra, narectaguarda d*esta fon(e — (g|^ é
um tanque ^oje obstruído com pedras e im*
mundicies) cober^ por um arco de pedra.
Tem Peflicbe um cemitério» cnnstruido hi
poucos annos;- perto e ao N. da eidadella. li
tem alguns mausoléus iKwitos.
Anda em conatrueçào um ontro cemitorio,
mais distante da povoaçio^ aoM.O., perlada
ermida d» SauU Anna.
As camarás de Peniche teem B*estea uMl*
mos annos prestado relevantes aerviços «a
oouni^péo, ourando com aolUcknde^ noa tevs
melhoramentos^ Um dosprindpaes^ foi aan--.
menteira dp penispp, em nma área da^^rea.*
milh$es d^ metros quadrados; evitando .pet'
este modo, a invasão dai areias, eloraandOM
prod^ctiTo um lerr^no^ aié hioje completa-
mente inútil.
Delia tan^m tratar da «ementeira, e j
planiaíQi^, em grande escala, do precicio
eucalipto» da espécie que se dá e ^fospéia
nas areias da costa; o que seria, naaaó ama
fonte da receita para o mnnii^ipio, nuia^al*
trahiria as chuvas, e melhoraria as condi*
çÕes de aalubridadis da terra» e^ está prova-
do qne lolha a acção destruidora do oídrimi
e do phikxera noilafniv.
Teem também as camarás promovido a
venda, Mn e dentro do paia» das famosaa
rmáléis A PmUchê, em «4* fabricação se
empregam quasi todas as malheres, deede
ereanças; e as teem apresentado em exposi- j
fSes lAdtistnae^, etta qtie teem sido prtmffá-
dii — sendo^ò ultimamente na úh Vieina^
d'Ati8tria.
Tem tomado ama parte mntto afctrra e
nnifto df^a delonvor, n*eBta expoi^ta^,
o digno' seeretaríoda camará, o Já mendo*
nado sr. Pedro Cerrantes de Garralho Fi-
gueira.
' ' . ' ■
Delegação da Alfandega em
PanKfliè
O sen rendimento nos nltimos quatro ân-
uos económicos, foi:
I ' ■
Í87t a Í872 2:8i!3|38i réis.
!872 a 1873 2:922íí53 réià. "
1873 a 1874 Í:739^f8f réis.
1874 a Í87IS 3:102^332 réis.
8omma.<^< Il!li87il4if riis. •
m^m
A 9§reia ds Ifèéfã Senhora da Ajuday em
FMiehe 4e Oma, é a mais àntlg» e a naiea
IMTOchia que antigamente aqttl Mvia.* '
Mão é muito grandr, mas é um templo
daro, alegre e bonito*
fareeè que a primitiva parocbial, era
a «gr^ade 5.* Vicente^ ab pé doiUloarfè
4*este ncbe e da aetual egrèja da AJatfa, e
da 4in^ ainda existem mlifa^ de paredes
bMHo ^Sèfts, e éonímiis dé dois metros
4e'iflctfra efti panes.
Wúí a pfimeií^a egrefa ch^isian de Petri-
ehe, e consta que foi mesquita mobi^ísdaCde*
p6isd0ser femplo gotbied) e que D. Affori-
fld iièiiflt|uea a mandou pyrífioa)^; eáti IfSO.
ISsiantl mQlto aituinada, m(id(Mf-se o
cráiiaiaeapella) pelos aDoò»'ã0't8dd«
' Pana não ter de repetir, era
ledafea^ ei^ejas cf capéllas d^es*
U* pètílnsula, sem)>rA àieMaa
cousa, direi a^ui:
Todos os templos de Peni-
ih$f édPõêpto o dê S. Pedro,
t€êm áÉ pàtHáes inêiri»^
rrv^Hdâ» dt formem aèu-
mi
UjoSy com desenhos muicorr^
ctos,ey7ÍeTííem'ÍÀsboa,^emem>
otUra quafjjuei' parte, iè eneon^
trem maii primorosos.
A egrèja de S. Pedro, fbl a primeira pa-
rochlal que houve na BSbeira.
E* a mais vasta e sumptuosa da villa.
' As magnificas cadeiras do cruzeriro»
eram do mosteiro do Bom lesuis, de ATades^
frimòiseattos d*esta villa.- '
A egreja de Nossa Senhora da ConcèiçSóy^
é um templo magoifico.
A egreja da Misericórdia, é notável pela
magnificência do setx tecto, onde se admi-
iram 1$ quadros a óleo, pintados em pano^
e representando os príntipaes successos do
ffovo Testamento.
Conhece-sd facilmente que são obra de
três pintores differentes— muitos são do piu-
àel dá fkmosa Josefa d^Ayala, {fosefa de Obi-
dos— vide Cbidos)
Outros são de um pintor cujo nome se
Ignora, e, ainda que de escola diversa, as
seus quadros são de titntò merecimento^
eoiúo os de Josefa d*Ayala-H> resfo (uns 10
ou !2) são de nib pintor obscuro, e pinta-
ra muito ordinária.
Tanto a egreja, como obom hospital, an-
fiexo, são obra do mefadô do século XVI;
porém o tempk) foi restaurado em 1796,
pois tem esta data sobre a verga da porta
prlntipal. '' •
, Alem d*e8te estabelecimento de éarídade,.
|iaVia outro deaominado, Cásu, ou Capella
$0 Corpo Santo, fundado em 1808, pefos
Eairitrmòs, que o adminíáthivatn, e era des-
sadó a soccòrrer os seus otphaos e viu*
tas. •
SaMIèsHif» pard a da Ajuda (que atéentão^ . E' hoje o monte-pío CofT^o Santo, de que
^rata adiante.
Ettt 1829, o padre Md Martins Goisade,
éob es ahspiffios e )|>roteaíão do sr. D. Ht-
|uel J, fundou n'esCa viffa um tísyio pata
Itaparijfas desamparadas.
, JBsVe estabelecittiento, deixou de existir
0m 1834, t 6 edifielo é b0|ef prépfledado
faftlcular.
t>EN
A ioscripçao da (a^da^ §fe dizia quno
rei f^deçl^r^va yr^iacitor do aaylo, fai ^feí-
^jifi) i^t> e 6atjL aeir ¥ÍAdo de ass^olo o|i
PEN
m
Os cónegos seculares 4e & João Evang^r
li^ta, (^W) âo CQOveiuo ,>de S. Bernardíao
4b AtottgfMa, reç()biafn os disimos da ire-
*OWi^ 44 $t Pedro, 'Çoofi a olurigaçio de re-
il^i;^r^ a, cgrej^; ma^ e^les» cuidavam mais
«q^ receber íqs disipas,, do que nos concer-
táMí ;Ct^fga#do «^ ponto f|e,etiiar destelhada,
pelo que o pQvg Uie clamava S. Pedro dos
^ardues.
, £iq iSld, o pov/]^ teBd9 á sua frente um
idio^, cbaoa^o o 4^onio Doido, oppdz-se
ao pagamento dos disimçs, em quanto os
«onegos nâo «on^poze^sem o templí^. , ,
Este9 ^qiàot j^ysiram a co^a em 19^ pr|-
•cho, e , r^di^caram a egreja com gnande
«unptOQsidadey jgastando nas>.o))rav 24 ^
£ra^ad^.(9;6(K)^00a i^s) maia tfilve^. 4i9
que valiam tqdoe o» disimos ^e alé eptip
baviam rec^JMdo^ .,
. A pai^4e 4«^. Nt fV^sia 4gjríu'a, %M^é a
Mrede dii^ ^ de.uma.oiilra grande «fNil
Wa,agflijM)ií.v^ dfidicit4ajio ]SspinUt$fm;
^^m^ (G|ldeniolj4i^,d«rai|(e a usor^^pe
de PM>Iipp0 ly. . ^
. I I
Bas oap«Uiiçi a^j^i^tP» 4^^ cmlqlia .^ da#
. • (
. , i,v-^o<4f| Senhor^ 4oê fhmfdieM-VÊT^
fip In^ispptav^iQeoie a prioiaiia» n|o,s6 ei^-
in ^ (Ç9|Hà)a4 a<» f QPicbe» m#a ^ 4mí^4e9
maia vaafM fi o^^Vli^B^ d^ proviae M»^ 4m
mais notáveis do^tf^^ mef^n^o o kVt
Mí>544f Senlu>i'a da Pp^d^» fípssã:%enh^r§
do Port^ ^'^4^ Kf/f^ S^iMmrff 4^ 9m^
4ií^ de JUm^, < ,^af^. Sfiito*a da A^
zareth. . .
Está esu formqH,êdeveti4«ímieape(la,
ti/Mc;^^ A<^e yoa rocl^ed^a opheMisfftiiii-
Cii d» çoí#a. a Í:ppO metr«i»;a fiSK iMl *
dadella, e um kilometro ao N. do phaiy)) l|i
Cabo Í^Yoelríe. .. .^ .,^ ...»
E' de boa architeetura, posto ser muito
j|Qtjga, e esiá coostroida em fórma de çroi»
coi^;eapeJIa-mór^ 9iachrj^tia e mais offici-
^ ^'ão ha memoria da data da su^ (unda-
çaoy nem de quem fonse o fundador; ape-
nas, tr^iciqo^énte consta, que. appife-
qau ap mesmo teçipo em que f^i achada» a
foq)os^,juaiagef)9 de Nossa Senhora d^I^aia.-
reth, da Pederneif a — i^tp ó — pelos annoe
4i79 da er;^ çhrislan, /; ^
Segundo a lenda, invadido este território
pelos árabes, ein 715, ui^ c)iriâtHOs da Atoor
gf^i^, ou ^mmediações, adoravam em uma
erfuidinh^i^ a imagem da Samissima Virgem»
com a qual tiobam particular devoção» %
reçeiosqs dos iosultos e sacrilégios dos rmu-
ros^ 4 fori^m esconder em uma caverna suk*
I terrauea^^ue as ondas hav^m formado copa
o seu debater incessante.
..Por mfiis de qi^atro séculos, esteve ^s^n-
ta imagem escondida e ignoradai na suabi-
pa, até que, peiQS fios do século XIÍ, -u^
criminoso, fugido V.^cç^o 4a Justiça» pro-
CMrouabrigoe refugio nos i^tros caverno-
mks.da co^ta da pef^in^uja.
. Foi^ep^ fiueacb^u^ uipa d*es^f ra-
ta^ uma ia)ageip da Santíssima Virgens de
0"',33,de.altô (palmo e meio) com o M^*
po Jc^. noa braçosi e da perfeita eacul*
1^ J<i^o se atrevendo ^ a bic i ppvoaglúv ^a
parte da sua descobe^)4 g«upaf|cr^9í^9lt
ae.i^tttretinl^Pifi ayíanhar çq^cf^^,. , , •,
fst^. correram «,4^^ j^ar^ ^f:«^ pt-
rj»tes» f. o povo vpgja 4:0raj^ « ^iQ V^*
éfi alegria trouserai^ a úfiageqíí paf a § eyrp*
ja de S. Vicente; porém na segip,lfitp oift?
ph^Bi .^rn^ ^ a^. eKcantradâ n^ sct^.ea*
Pozerain-se logo alli vella^-par^ ^ 4fKPÍA-
Kei^ ^4r^t#ram f)^i^b^^Big^3i§ki(i, lui^rts*
taá j9Q^s aaUepfes do roebedq» e d*el)e4iw^<
iniq consiruli^ aq^ al(v^ qo pM$mo ipgar
em q^ a.Se^hioir^ foi^ act^da. ...
,, ^notici;! d'este apparecim^dn^q em brew
se divulgou, por todos os arredores, e a p9*
19 correi^ a adorair a Virfen|« ^ ^ iavoe«l-a
^as s|m aiai$dea, . . ...
As esmolas e oÇefi^idj^ forrara^ saifi a
gruta, e com ellas se principiou a edificar
m
PEN
^W
uma ermidlnha i Senhora, junto da gnita«
Creseeodo e ampUaúdo-se a devoção a eé-
ta imagem, qae denominaram dos Remé-
dios, decidiram os povos constrair lhe nima
mais tasta eapelta, Ocando a antiga, qoe :dQ-
da eiiste, servindo de capellamór.
Esta nova constmçao, parebeo-me obra
do século XV, oa princípios do XYI; mas
idh> me consta que haja memoria oa apon^
tamentò da data da constracçao.
Fez-se ama nova e formosíssima imagem
de nossa Senhora dos Bemedios, qhe foi eol-
locada no alur môr.
A grata da* appariçio, íiea no corpo da
egreja, á esqaerda de qaem entra, furman-
do uma capelia.
Tem sobre o altar ama imagem, de pe-
dra, de Nossa Senhora, com ans 0",70 d'al-
to, e qae, pela sus escaiptara, parece mai-
lo antiga.
Por baixo da Senhora, está am niclio, oa
orna, também cavado na rocha, é dentro
dTelle uma imagem do Senhor morto.
B* corrente entre este povo religf osb, quê
qoando aUi foi depositada a imagem, era
tio corto o nicho, qae o Senhor tícou cota
as pernas encolhidas (maitos mofadòres'de
Penfehe, dos mais velhos, dizem qoe ainda
aafembram d'esta circamstancia) e o ikicho,
alargando-se milagrosamente, foi dahdò to-
gar amplo á imagem, qae agora se vé com^
plétameiite estendida, e na posição nattiral
èe om homem Mecldo.
O pavimento dá capina, fica ons dois mé-
th» inferior ao soío, pelo que se déísoe pa-
n 6lb, nio sd pot idgtms degraus do twrft*
tilo, oa alpendre, maa d'este por outros pa-
ra t> templo.
Consu qoe as madeiraurem[Hnegadasn'eS'
tas constracçòes, foram arrojadas pela mar,
a estas paragens.
O sUío onde está edificado este temt^ 1
plano, ê forma uma praça em hrente, òriá-
da de bèuitas casas, para secretaria, cásá
dos mordomos, reridencia do erèmfúEo» e
abrigo dos romeirois, e cavallariças parit o
gado.
áiiida am IWII se conslruhi uttia outra
casa para abrigar as bestas de caVdltrf^ è
<is tóiè 4ne levam os carros.
"i
Tem esta casa, uns 50 metros de compri-
do, por uns W der largo.
Tuito a egreja, como todos os edtteios
das suas dependMicias, estio perieitamtate
conservados, e são caiados com multa fre-
quência, o qoe dá a tado isto, um aspeeia
draito alegre e vistoso.
'Notei ua gente de fMehíb
uma devo(^ sincera, e o maior
cuidado e sollidtude na eon»
servação e aéeio de todas as
suas egrpjas e éapeltas;* (|Q6
, ' iíSo maltas, attendeihdo ao ta*
manho da terra.
O mesmo cuidado e aeeio
se nota na maior parte dos
templos dos arredores d*e0tâ
villa.
E* a milagrosa imagem de Nossa Senhora
dós Remédios, obfecto da maior devoçio, uao
sô do povo de Peniche, como dé todas as
freguesias em redor, até grande distancia;
e eiÉ todo o anno, mas, principalmente, des^
de i5 de agosto, até fins de novembro, sio
aqui frequentíssimas as romarias.
A maior parte dos romeiros se demoram
a^di xréê dfas, ádibirando a fof mosun Ibip»
ponente do logar, e véádo o oceèano a és-
bater-ee soberbè, fouiiii a ooMa, formada
aqui de penedias cortadas a prumo, deuttà
5 a 6 metros de altura.
A reeuguarda da capelia, dista apenas
fUM 12 du 18 metros áff preclpldo.
A descrença do seeakratiida niô invadia»
felizmente, senão uma parte muito dímina-
u de bom povo português, que, ^eguiádo
af consoladora teilgíio de seus piéè, %fbtò
píAeif dé Deus; e o valor na tntéfvençlb dos
sètts ^smitM,' á elles Morre em todois os^aso*
meitos de pisrlgd ou i^çio.
Para se toer ittiiíidêa veidadèiri doqua«
déiio dito, basia' siibér^se que, áleái âk
líMide^multidio de 'if^inneiros qòe tSô vem
éteruz oIçtÊâA, ahida1ic]e áqtri^etetcoifíiii
os seguintes cirias:
Amssrãd, FamaKcio, S. Martiiihò do Pois
tò, Mkzareth,' PMáias, Vallado, e Vimeiro de
Meifffaçai-
Do ecmelko da$ Caldas dá
i. tt
EEN
PEN
631
Fome Gnda, Foz do àféUmuf.
ih^ctmeMo i^Oòidos:
Mlmtín^Qúeint, Óbidos.
sOo concêiko da Lominktm:
Atâkíis, MoUédo» R<!gMngo <vniide, Re-
gneogo Peqaeno, Vimieiro.
B^^eoneélho ée Torres Vedroi:
Carvoeira, Ganlkados (oa A dos Cnnha-
4ot) EMaroaçao, PaDasqnéira, Rendido.
S)o ooMelhú de Peniche:
Peuohe« Sem d'Bl-Ref .
Ao todo 24 eirioi.
GoBsta que antigaoMiite eram mais de
trinta.
A camâra maoícipal de Peniche, com a
ápprovãção da Janta geral do districto de
Leirja, estabeleceu no sitio de Nossa Senho-
ra dos Remédios, em 1874, uma feira an-
nual, no 3.*» domingo de outabro de cada
anno.
E* esta feira maito concorrida, não só por
cansa das transacções commerciaes então
aqui effectnadas, como também para ver os
círios da Serra d*E]-Rfíi, e do Reguengo,
que costumam vir em visita â Senhora n*es-
sedia.
»
iArf-CãpOía dt S. VkenUy martyr^ 9M'
qnissíma, e em minas.
Jèláll6id'ella.
3.* — iSisericordkL Ueik
r. 4.*-«^ap0Í/a áe Santa Aortem^^-oragd da
goamição da praça.
K flmito IbciDOia, e está dentro da cllla-
Acha-ie aetoaUwnite prdflmada, e senrin-
do de arrecadaçio de objectos milhares; mas
te iSiperançaa de em breve aer restltoida ao
«■ko dWino.
^.•^Capella de Nassa S^nAora da Vkiíh
tío.-^MjuíIò aotign.
A jmUa do eommerdo a reediftcoo, pelos
«linoe de 1780^ mas ficou sqiMnBs em pare-
des.
E* de jíttgela jnas elegante awhileetilra,
6 esti encostada (ao E.) ^o pbaipl do Cabo
p^rvoeiro» também então mandado cons-
miripeb mesnin juatá iío eoamereia
(L^-^apella dê Nossa Senkota do Abalú,
Já não existe.
Picava perto do convento dos franci8ca«
nos, no sitio do novo cemitério, em cons-
trncçiò.
7.*— Cape/M ée 8. José (particniar.)
Deixou também de existir ha muitos
annos.
S^—Capella da Calvario-^náe termina
a procissão doá Passos. '*
Pelas mas do transiu» d*e8-
ta procissão, se vêem varias ^
capelias a que damos o nmne
de Passos, onde se fazem as
estações da mesma procis-
são.
Pica perto da egreja de Nossa Senhora;
é bonita, e está muito bem conservada.
9.*—Capella de SaniUnna— fica k O.N.O.
do paiol, e está em bom estado de conser-
vação.
iO.^^Capella da Santa Crti^r— flea ao S.O. ^
da antecedente, e perto do cemitério an-
tigo.
Está também bem conservada.
ii^-^Capella da Espirito Santo, da qual
já tratei, e que deixou de existir.
i%*--Capella de 8. Marcos, evangelista,
perto do oemtterio antigo.
Foi proAtnada, e serve de hoipHal e qoar-
tel militar, e de arrecadação de objectos
pertencentes á guarnição.
i^.^-^Capèlla de Santo Antoítiò.-i^O regi-
mento de infinteria' de Peniche (depois n>
13) qoasi todo composto de gente d'esto
concelho e dos limitrophes,<tomoa Santo An-
tónio de Lisboa por sen padroeiro, e man-
dou á sda custa eriglr-Hie próximo e ao
B.N.E. da cidadella, tuna formosa e rica er-
mida, com seu altar de riquíssima talha dou-
rada, e tendo sobre a CiMshada do templo as
armas reaes portugueias» •
(E* no districto da parochía de Nossa Se-
nhora da Conceição.)
Orâsnoo-iè por vma provisão regiaí; de
D. Pedro II, e por sdpplica do regimento,
para a fabrica d'esta capella, que o seu pa-
dioeiro itvesse o posto e o soldo de alferes
que, idgundo a tarílli d*aquello tempo, eram
âKMOréis mensaes.
«3â
PEN
FEN
Em qnaflto este regimento se eonsenroa
na soa praça de Peníehe, fez todos os aa-
Bos uma pomposa festa ao sen padroeiro.
Este regineato, foi mandado erear, eon
o titulo de regimento de infanieria de Pemi-
ehe, por proTísao regia, de D. Joio Ifi,' pe-
los asnos de 1555, e assim se oonservoa até
á nova organisação do exercito, feita pelo
nareehal Beresford, em 180&, daQáose'^lhe
então o titulo dq i-egimento de mfamíeria
«.• 13.
Durante o governo do sr. D. Miguel I, e
al6 á coDfençao d'Efora Monte, se tornou
a denominar, regimetUo de infanieria de Pe*
niche; mas não perdeu a numeração de 13.
— Tioba golfa, canhões e tíyos brancos.
Foi sempre um oorpo brava, disciplinado
e fidelissimo ás soas bandeiras, morrendo
comellas.
Cumpriu sempre as ordenados seus su-
periores, tomando a defeza do partido por
elles indicado.
Em ISSO o I8S5, sendo os seos coaman-
dantes liberaes, seguiu e defendeu o parti-
do líberaL
Em I8M, o sen commandante segàlu o
partido legttimiste, e o regimento cumpriu
o seu dever, seguifideo.
Durante a infelit guerra dhrftl de 1^32 a
1834» eenria com bravura e leaMade o par-
tido do sr. D. Miguel, até eonvenfeionar em
Évora Monte.
Em 1570, o papa, S. Pio V, o o rei de
Heapanba, Philippe II, eoovMon o nosio rei
D. Sebastião a entmr em uma liga on confe-
deração «entra os tnrcos.
O rei portnguez seeeita, e manda uma di-
visão coUoear-se ás ordens de D. João de
Áustria, ilbo natural do monareha eaàt»-
Biatto*
O regiroemo de Feniohe, fazia parte d'e8»
ta divisão, e se dislingniu pelo seu valor»
na famosa baralha de Lepanto, em que os
turcos foram derrotados. *
Aoboi-se também nas batalhaa-^das Li-
nhas d^Blvaãi em ^4 de Janeiro iè i660-^do
Amêisnai^ «m 6 do jnnbo de ld63-*-de €as*
ÈêHo BoOrigú^ em 7 de Julho de M67 *- db
. Moniei^ CtaroB, em 17 de Julho éa IM5;
Em todas estas batalhas, gloriosas para as
armas portognean, se pertoa o
de Peniche com o valore
tropa dÍ!9CiplHiada,.e eom a lealdaéBén^er-
dadeiros portugoeies, ajudando comjnsm"
mente a sacudir oe pesados grihdaaàaimBr-
paçao bespanbolsL
Foi um dos seis regimentos deinfaUteria
portuguesa, tonunandadea pelo lenenin-^-
neral» João Forbes Skelater, qi» naa<Hlini-
ram a divisão auxiliar na Hespanba, e4|iift
obrou prodígios dè valor, na gloríosn cama-
ponha do Rotíssilhn, em 1795 e 179€i, ra-
grassando da Catalunha a Portngal, eoterta
de honras e lauréis.
Todos estes 6 regimentos» o
por ordem do prindpe re-
gente (depois D. João YI) !!•
veram bandeiras de distine-
ção^ pela ordem real, de 17 dn
dezembro de i796» com a le-
genda— ^AO VALOR DO BKGWBH-
TO DE. . .
Durante a guerra peninsular, distinguia*
se do mesmo modo, o bravo regioiento de
Peniche, nas seguintes batalhas:
Á9 ordens do marechal Beresford, contrm
Soult, em Âlbaera, a lô de maio de i8ll.
Sob o commando do general Hlll, contra
o general francez, Gerard, em Arroyo do
loa Molinos, em M de onlnbro do «esmo
anuo, de 1811.
No assalto e tomada de Cindaê Mthga,
em 19 de janeiro 4» IBIi.
Morassalio e tomada de ftada]o% bn d de
abril do mesmo anno. -
Sob as t>r4êna do marechal 8lr WeBea-
ley (lord Wellington) contra Marmon^ eii
Salamanca^ a 8i ile junbo de 18 19.
Na de J>taoa, a de agosto.
Sob o mesmo general, entra trinmpiuHK
te em Madrid, a 18 de 4 agosto do
auttoi
Ainda sob as ordens da WeHingtò»,
Arsptlw, a 15 de novembro d*esse annoL
tfa àangttinolenu o decisiva batalha dn
Victoria, em 24 de junho de 1813. ^
Na dos Pymiaiv, a 80:da juilM.
< A verdade histórica, obrlgame á cou*
fessar, 4ue os éorpos ponui^^es «jaó útaM
heroioamenls sd portaram na bata(M dá
Pm
fio assaho e tomada èe 9. Sebastião de
Biícma, êoi 31 de agosto.
Na de Nfuelk Qi em território franeez) a
iO de novembro.
Na ád Nice, a 13 de detembro.
Na de HasUngueSy em f 3 de foTereiro de
WI4.
Na de Orthez,' a t7 do mesiAo mez e
ánoo.'
Na entEada triamphante em Bordéus, em
It de março.
Hote^sè 4ne o actual regimento n.^ 13,
Mia tem de eomatim eóm o ant^.
Aqnèlle é de ereaçSo posterior a 1834, e
desde ^ae deixon de existir o regmento de
Peniche,
Como mtiitáa fimiKas d'eata Tifla e das
terras adjacentes, descendem d'e8te3 he-
Téieils mW tares porlngiiezes, que pelos
tens assignaiados serviços, tanto illastraram
a naç9o, em geral, e Feniche, em particu-
lar, eonsigiílei estes factos, ot perpetuam rei
fMmerlatn^-^^ÈSL certeza^ de que tKl mtrraçft)
será grata aos penichenses.
Também julgo a propósito, mencionar aqui
•um fiicto, occorrído na primeira Invaslo
franceza.
No dia 8 de dezembro de 1607, entraram
■*esta praça, dof^ regimentos de infanteria
bttonàpartfstas, commandados por Toniieres^
Tiara a protegerem ^!) contra os ingtezes.
Bra governador da praça, t> brigadeiro, ,
Vdá Antobio CasteUo- Branco, que (sabeBeus
i0om que Yontadef...) com o seu estado-
Yiptp^i^ fpra^ri os ^ i\.%í e 23 de iqbn-
teíía — e os 7 e li ae caçadores.
Pela ordem do dia de 13 dé março de
ISli;* ffveram estes oorpos novas bandeiras
^com k^cudas, em tetru d'oaro.
As de iúfauteria, diziam:
ICTLGARKfS QUAL i MAIS BtCKLLfilfTfe,
SK Sta DO MUNDO BSl, Ot DU TAL OtlCTe.
■
Aa d^ caça^o^es^ diziam:
DIStntCTOS vós SOIS KA LUSA msTOiUA, '
COM ^ liOUB(«S tlOLmUOS NA ^CTOIHA.
MSÍÍ
«33
maior, foi comprimeiífar o brigadeiro ffan-
ccí. • • " • . .
Dos ^sffieiaea portuguesas, só udi capfHo
de artilheria sabia Ibllar franeei, e servia
disIfngMu
Na conversa, disse Gastello Branco, que ti-
ftha feito a oanpanba-de Itt)U9s?Iíon, na ifua-
Mttdede eeronètedmmandante do re^men-
lo de Pènicbé.
Tt)mieres-dif»9B que se admirava de qtie
;e«do estado eiti França, nSò faifásse frau-
oez.
Foi isto dito com certo- ar de desoonsíd^*
raçio, que chocou of^Mseral poriuguez, que
disse ao interprete: * -
— «Diga a esse senbor, que mais adml\ra-
do estou «tt, tPeHe Tir a Pof ttígal, sem qtfe
ttfbguem de eá o «hamasse^ e sem saber f al-
iar porfuguez.»
Pot a seu ebapeute eábeçft,'e reftrou-se.
Teve logar n^esla víRa^ um boirroroso ca-
sio de oathalepsia.
FaUeeetido D. Clara da Aoi^ta, fdi sépuhá-
da no carneiro da sua ftranríHá.
lyalii a eineo hnàoe, tie aèlo de deposl-
lar-so èutfò deftincto no mèMío carneiro»
achouse à infelic seobora ao cimo da esca-
da, tendo cortado com os dentes as fitas quD
lhe {Iresfdiam pés e -nilos.
Que fmmteàa, longa e Mrrivel ino setlt
a agéniá dTesta desgraçMa!
Pefttlo&e mitfUr
' tepaiudo, fnrokmtarfamente, 'do fariiso
exercito porttigefea, ha qtiarenta e doit aú-
né9, e lendo sfpenas 17 «o dbltar o aerriçò
iMilitat*, poucas noções Conservo da ahe âk
guerra; mas, HoérHdentessiO ashinutriena
cireumstandas que eéiicorrem para se tM-
der fazer d*éaie local um ponto idconqtrta-
tàvel, qtte qmdquei^ piitano as tonlietd f^
cilmente.
A dtspoM^topdgrapMca de Petlldie,4liN
fere essoneiMitoeiíiè da do Gibraltar, et^ptt
bateifils ilubtefraneas lâio coflStHtidas uA
edebsfà de nn» nMitaih*; que 6111a ^pnií ií
BalMlo.
mi'
^^m
Póçle porém set compmda com s^ terii-
Tel cidade rossa de Cronstady tendo muitos
fipitoA de semelbaoca (g«)trapbica e mili-
tarmeute lállf^ido) cpm eUa, e podendo Pe-
niche, ser ao O. da Europa, o que Crons-
tiá ó ao N.
Osgoveroospoqtagaeces, AOQca prestaram
^ devida atteoçâoa estap^lo importiatM-
simo da nossa costa, fazendo de Peniche nao
jBÓ uma praça de guerra- da« raaii li»ft6B do
moado; mas uma esQoUt ipratiea dos nos-
sos architectos militares, engenheiros e Offi-
ce» de artilb«^ia.
A peniDsote, forma um triangulo cem a
pequena península do BaUoft ^ ^om o pon-
lai da Consolaç^o; tendo ainda por. temero-
sa sentineila av^nfa^U^a li kíj. a O.N-D.
e ilhe^ da Beruinga 0 ps grupos de caciío-
pos, da Velha, Estrellas e FarUJ^Seíii^
FortiQeadaa conyeQienteiBian)(9» as praças
de Peniche e suas dependências; e foriifi-
çaDdp-«e também», qwifwlo o» mais aper-
feiçoados sy^Htemas modeim#»-«- Abrantes,
Santareip, Alma^ Cascaes, á. Jnliaoe^u-
gio, ficaria Lif^j^ a coliert^ do inva^des,
for terra e.pç^ mar; jptorqne nefilinm' ex-
er.eito iuimlgn se atreveria a ata«9r a ca^
Xjút ficando cercado por tantas praçaa fer-
ias,
Tem ainda PeniGbn ^ yaatattimâe .poder
«Qnier.çommod^ante* aíem.da.snagpar-
niçao, um bom oofpo de tropas di9 terra» na
sua ampla cerca oà, recinto fortificado; o
^ue lhe augmenta a importância militar.
A magistral d^ fgrtifiçaçaorjQioterrompi-
da d'esta praça, mede 2250 metros, sendo
^ P^rie que deíe94a o istb^, nmf ponra
^ 140. metros de fl^çj^a» i^ç^ a parle ^boi^-
yiesKA para o intarior^eas extremidades dos
ápis maffâ r- do &. e do Kr-^ateangondo
imia extenção de. 12^ nie(nis. . .
Oqs ^tremps da eorva» sesue a fortiÇca-
^,para o. N^em volta da peniasula, em
imaa e:ftan^ de SQO Bsetrosy e do mesmo
modo, para o S^ 400,
. ^ ; ^ciÍa4iUa ^ o fefta 4a8 Cabana^ qite lhe
%^ immadiafo<e,ao 8»» eatão perfeijtamente
fftn»erYa4os» assUn cçmo todo. o lanfio.da
corOi^a a sen» baliiftftea, qn^pa^tinda^a
principal fortaleza— a cidadella— ySo pcfiM
der ao forte daLuz<em minas) emPeniebe
de Cima. Isto e q seu competente foaso e
Gontra-escarpa, d a defeza da praça^ pelo £.
— isto é — pele lado do istl^mo.
A artilberia da Con^plaçâii» defendia n
parte S. da península; a do Baleai, a parte
N., e ambas, cruzando seus fogos, varrinm
todo o isthmo, secundadas, além d*iss(^ pe-
los fogos convergentes dos baluartes do E.
da pra^a.
A cídadella, uma bateria no CaiQ Cairffos'-
ro, e baluartes no Serro do Cão, na Ponta
ép Trovão^ na Papóa (que ó lun pontal^ oa
pequena península) ena, Ltu, i^rreriam li»*
da a eosta, jamais^ teo^o ^ alcance da me-
tralha, e de artilheria, ainda de pequeno
alcance, o ilhéu rochoso da Berlenga, qoê
náo deixaria conservar no canal muitos mi-
nutos embarcações, ainda que miúdas.
A todas estas temerosas defezas^ lantodn
arte como natnraes, accresco que o mar é
quasi sempre perigosíssimo. n*esta8 para-
gens^ o que attestam os frequentes nauiri-
gios occorridoa n*estas aguas, semeadaa de
recifes» e quasi sempre revoltas c^Jrenenlcc
Parece que a própria natureza reimia ca-
prichosamente uma multidão de círcumstan-
cias, para que qs homens as aproveiiassem,
fazendo d*este ponto uqia fortaleza, temivel
e inconquistavel.
Os nesses goven^os, porém» em tempo al-
gum curaram de aproveitar eieta posição Lm-
porlantiesima, límitando-seb 4uaiado, n^oito^
a maxularem construir alguna revelins, cor*
tinaa. e bak^urtes, m^ia i^Oi menos' solidoe, ne-
Abnm dos quaes, nepi m^mo a cidadelln
pé4e bojj» resistir muitas hqras á aççào ler-
rivel da poderosa artilheria moderna.
Nem uma estrada militar, liga Peniche
eom a capital, nem*eom otiun qualquer po-
voação!—Mais— hoje, que lauto se tem cuí-
da4b da viação pubJioa» esta praça avoda fup
possue uma uniea estrada, nem mesmo éò
3.* classe I
Em i5 de QuMíbro de 1875, o general,
commandante da i.? diy|s^. militar» (bi eoa
os capitães* de estado-maior e sub-chefe do
mesmo, e majores das duas brígadat de in--
strucçao e manobras, entregar ao piinistro
da guerra» oar. António Jdaría de Fontes Pe.
m
reira de Melto, o primeiro itinerário, feito
por luitteilel^ dMiDdoè oí&tíiLts; eom refe-
renda á estrada de Lisboa a Peniche, hittdo
pela Alhandra, Arrud^ » Torres-Vedras e
liourinhan.
Este itinerário desorete a estrada, com
toda» as povt)aç5es HmitropUe^, seus recor-
SOS, e accidentes do terreno; abrangendo uma
aona lateral de algnns kiiõnetros. Soa im-
parta cia, sob o ponto de Tista militar; e re-
fereneía» á historia das gnsnas.de pate
Como t9f^ tencionam oa m<WMia ^va-
Iheiros fazer outros itinerários, relativos ás
estradas comprehendidas na área da 1.* di-
visão militar; mas, provavelmente, nada pas-
sará do papel, na Çórma do nosso louvável
costume, e esta praça, com o Jogo de forta-
lezas caducas (Consolação, Berlengas e Ba-
leai) que formam um triangulo agudo, no
centro ' do qhal estio as íortiOcaçoes prínei-
paes (Peniche), continuarão no despreso e.
olvido, como até aquf; dando aos estrangei- ;
ros um testemunho vergonhoso do nosso
desmazélk) e da nossa incúria.
Fortifloaçoes de i^exiiòke'
A primeira fortaleza d'esta península, dé
que ha noticia^ foi a actual /cidad^lla, bas^n-
te forte, prlocipiada por orilem dé D. JÒao' III^
no começo do anno de 1557^ ó a cortina do
lado do M.&., quê olha para o Baleai; porèn^
a morte d*esta moharcha, occorrida a ií de
junho d'esse anno, interrompeu as obras,
que só se incluíram no reinado dei D. Se-
bastião, pelos annos de ÚiiÚ.
Poi ti: Luiz d'A(haide, coude ê senhor ^ de
Athouguia, alcaide-mór e senhor dè Peni-
che^ gne requereu estas obras, e que deftois
as dirigiu.
Biram feitas com tanianha solidez, que o
mar, debatendo-se contra a cortiúa do N.B.,
e minando-lhe os alicerces, fez cahír lanços
iàteiros, qáe ainda^se conservam deitados^
mas unidos, epmo se fosse ^a sô pedra;
tal era à leuacidade da argaihaça.
Òs Philippes, a qúemjpuoca importou a
ventura ou de^raçi dós tM>rtuguezes, e que
86 cuidavam em lhes tirar o^icoiro e a pelle,
pouco se tteá dávà ^e ^be 'od éstrangeiroi
invadissem as nossas costas e nos saqueas-
sekn as povoações; porém, coroo traziam
gtierra com a França, Catalunha, 6ran-Bre-
tanha^ Hollanda e Paizes-Baixos,' e as suas
depredaç5es'0B prejudicavam, mais ou me-
nos directamente, Philippe III mandou dar
Srincipio a algumas fortificações na cgsta
6 If.,' desde o baluarte da Gamboa até aos
rochedos da Papôa.
Parece que estas obras andavam muito
vagarosamente, porque só depois da queda^
de Phinppe IV, seu filho, e em i64K, é que
Sè èoncluiram, reinando Já D. João IV— que
fez de Peniche uma praça de guerra de pri-
meira ordem, construindo lhe varias forti-
ficaçSes.' Estas obras foram dirigidas pelo
conde d*Atoúguia, D.' Jerohymo d'Athaide,
álcaide-mór de Peniche.
A pouca ariilheria que até então tinham
as fortificações, erk ioda de ferro. As mais
antigas peças de bronze, que se voem na ci-
dSadeila, foram ftmdldas no reinado de D.
João IV, o que consta das legendas grava-
das nas tnesmas' peças. Também aqui ha bas-
tánlès, dò tempo de D. AfTonso VI e de D. Pe-
dro II (como regente, e depois cokho rei), e
esUTo ihuito pouco deterfojadaè; porém, a
maior parte da attilheria de bronze, foi con-
struída por oi^dfem do marquez da Pombal,
nó reinadd de D: José T; e estas estão em
tão bello estado», e as suasinscçipções e or-
natos, em relevo» tio primorosM e tão bem
conservados, como se aicabasêem de sahir
do arsenal.' '
Junot, imaginandQ ,que. o seti senhor ti- .
nha lançado as garras a Portugal, por toda
a eternidade, tamlMUi mandou fazer alguns
reparos ás fortificações, em 1808.
Q imrechál pyare&íord, mandou fazer alr
gomas okraa nAiCiáadella, e restaurar ou-
tras, em IMO e 1810.
'O ^. D. Miguel I, também mandou fazer
ligaras obras de ideíeza» /sm vo)ta da <osta
deàde a forte da Lni atéa Papóa, ao^N^
e de0de- !èslè ultimo ponto até ao Cabo Car-
vocdro, ao R. e 9.0.
A . ddJ|deUa< (exeeplo a paço. ov .quartel
dt» gtiverttadòr, que ardeu em 1886; e nunea
Âials fbi reconstruído), d fbrte de tíibaiM^
636
PEN
PBl^
e os baluartes que defeodem i pcninsnJa pe-
to parte de terra, estão em perfeito estado
de eonserraçio; lado o mais está eei minas.
A primeira (a ddadelU) é das (oruieaçoes
poriDgnezas a qne sa aclia em melhor esta-
do de eoosenraçao, depois dElvas.
Esta praça ainda possoe i4fc boeeas de
fogo — e sao:
De broote~6 de ealibre 21—10 de 18—
iO de 12—7 de 7—2 de campaoba, e qua-
tro obazes. E de ferro, 105, todas comple-
tamente iooteis. Eâtas saoi qoasí todas de
grosso calibre.
Os francesas^ apossando-se da praça de
Peniche, no fim do anno de 1807, manda-
ram picar as armas poringuezas qne esta-
Tara sobre a porta principal do eastello. De-
pois da restauração, mandaran-se» Mbre o
escudo, embutir os sete castellos e os cinco
escudôtes^ postiços; mas, parte d'eUe8, fican-
do mal seguros^ sahiram*
Esta porta e^tá no baluarte da entrada da
eidadella, e ao qual, p^U sua forma, se dá
o nome de Redondo,
Por baixo das aro^ reaes estão dnas tn-
icripções— 00, para melhor dfter— orna in-
scripção, dividida em duas partes. Princípio
do lado esqnefdo de qnen^ entra, ,e dix; ^
ABcmi RAifc i^r^g^ sk-
nnosbuii «Boiá iffknm
m IB IffViCTISMIlO OOliilh
K LVDOVICO BIS ÍNDIAS ^
PBO BBGB IN CHOATAM
irr oBASSANin cAsitt.-
LA TTBAlffll M PtR LV9^
TBA W UrTSMMeSAll.^ .,
1 A inseripçao esfá com muitas ahrevta-
Hird^-^-isto é— f«il«odo uma letra por duas
e ires; mas, como nia es fiautear i»Je eiia
letras duplas e triplas* f^-iào eenuandafev
fazer de propósito, o que seria <|i9ppndioaÍ8-
slmó, ponho-^s aqui por extenso.
^ ^ Segundo esta htserijpçio, ínfertDmpe*
mir-se as obras dnranta. a doiodáafâo éel
PbiUppee, mas nào é verdade 4i ^\m, ^fm
Phiiippe III, ou, pelo menoii qo seu reinado^
ée fizeram algumas obrás & defeza.
O Justificadíssimo ódio aos usurpadores
nesial|»aBQs, ainda miito veria sqdaod^- se
grav^Mi a kispripçio (461^ fei f» wfHn dn
se nao mencionar n*ella o que mandi^ uzeir
PhiltppeUt
Do lado díreiío^ contipúa do modo
foifile:
SfB ATGTSTI^SDId
' JOANNK im BEGNI ASSKB-
TORB A oojrrB msBora-
HO ffiMHnsmAiwM
MINAaTBR ABSOUJTAIf
LÁPIS mC POSTBRITATl
COmíBNOAT. ANNO
Ha pofln eUtoffer do vêirelfan vé ee,
yHÊÊL ens tmi pedra, essa f «sctffl^e^
" 16i5
A guarnição actual doesta praça, 'coDsta.
de um destacamento de 60 praças de preC
(quasi sempre de caçadores n.* 6, vindos de
Leiria) e os competentes officiaes, que sio
rendidos, de dois em dois mezes — 30 pra-
ças de artílheria, e alguns sapadores.
Todos os governadores da praça, até ao
sr. Francisco Maria Melcbiades da Cruz So-
bral, antecessor do actual, eram generaes de
brigada, O 1.* ^om o posto de coronel, é o
sr. Augusto César Nunes, que serve actual-
mente.
«As múralnas de circnmyalâçao (que sao
as q^e oíbam para o Isihmoj têem quatro
portas, contando da cidadella, para o N. —
SSo — Portão ia$ Cabanas —^ Porta Nova
(aberta na murálba, em 167^— Portão da
Pontf (a principal, e em serviço)— e Por-
tão dê Peniche dá. (^inui,
Ha dois posjiígos — o iíJi.E$cadAj^as e o
da tUia da Palha. .
Tem a pra^ as seguintes obras dê âefeza
(principiando na cidi|della, e and^^ido f9n
o"nòfte^em vpltà do, península, até terminar
no pon(o da partida):
Cidaàilla, Ffirte das babanas (quê éy, ver-
dadeirainente, um balwirte)^^ Balu(;írtê dà
Vkerkordiq^ dito da Ponte^ dito da Caiçada^
dito 4^ S. Vicente, e dito da Catnhôa ((úie sSo
meiosbatuàrtes), tudo fsto i artUfaiado ees*
tá perfeitamente conservado. Estes meios ba*
liurteé» sao a líobia de iiíni da parie da
terra» ou do isthmò. ô fosso que separava
PEN.
» k
PEN,
637
e»t6 das muralhas, foi ha muitos ânuos ob-
stMiido pdás arétas.
ÍSm l6M, eoAst^fu-se boda forte eoulra*
esèaf pá, desêè » p^rto ãas Cahanãê, até ao
baiHaiH& êa PúhU; mas paroá-^e ahi, sem
se seguir até ao forte da Luz, o que, eom
o devido Ibysteiha de eomporUs, cortaria o
isthmo^qae é todo de aréla, Heatido a pra-
ça eompktameute defendida -peh parte ^a
terra. ' •
D*aqtti pant dRiutp, eiUToIta da costa, se-
g:ue-fle o fi>rti^ da luis, que está desmante)-
lado, e até á Papão, o sitio da Dêrrtibaâcí,
assito éhslmado por tei* slUWístido um lan-
ço^de eivrtiDa, do qual apenas ha Testigies.
(É a tal de que já fallti, e que tinha uma
fortissima a^gaitoaça.) • '• i
A Deméada, defehdia uma linha de S80'
metros de exteií^S^o. Era uma tnuralba de
escarpa, de três metros de espessura, con-
struída no reinado de D. JoSò IV. Fdi-se dei-
xando eàhtr pouco a (^ouco; e os reparos,
que no principio doeste destroço, apenas
cOttsístfaà em algumas pedras, é poueás,
carfádas de cal hydranlica, tapando a base
da cortina que o mar hia minando; com o
desroaréiio, sé tbhnou irreparável, porque'
tudb àíhiu, e hoje só com dispendb de iO
ou if conto^de réis sê faria obra em ter-
mos. B notem que 'esta parte da eostá, é a
mais acéessivel da' pentnsuia*, é aluda, mes*
ma assim, é6 para barcos «pequenos, e coiA
mar bom. '• - ^
Poi na Deiiiibaià, ef dlssde o desmantel-
lado forte da Lu2, até áo Sérto dò tíao. que
o sr. D. Miguel f mandou eonstruir èm i8)i
e 1832, uma linha de terraplenagem e al-
gumas baterias ligeiras, do que apenas res-
tad vestígios, e as plataformas, porque eram
de hgens. ^ •
Ainda varfas peça9 àè ferTò, de grosfso ca-
libre, eardcmidas pela ferrugem de 40 an-
nos, se vêem por aquf èstVnttidassobre a
terra e em total desprero; seni haver quetn
as maiide para o arsenal real do exercito,
para se faíprem balas, ou terem dutra qual-
queir applieaçào: e assim se vSo deixando
destruff e intttYlIxar muitas tondlladasde
ferrot
No GaboXarvoeiro, ^ n'oatro8 pontos da
cesta, houve também uns pequenos re-
dtretos, dos quaes apenas restam vestígios;
mas tòíb lato pouco se perdeu, porque, pou-
co deviam ter custado, e de pouco servi-
ram, em caso de perigo.
(Ao fòrtioí do Cabe, se dava o pomposo
nome de forte da Victoria. Gonserva-se em
bom estado, porque está atli o mastro dos
sifinaes. Tem uma peça de ferro, desmonta-
da, de calibre 48.)
tombem durante o reinado do sr. D. Mi-
guei, se èonstruiu o nducto de S. Miguel, do
qual hoje apenas existem restos.
Ficava em' frente do Baleai.
Havia mais—o fortim dó Carreiro do Cabo,
p^o da Vletorla (Cabo Carvoeiro)— e o for-
tim do Porto ãa Areia do SuU ambos desman-
telladoS: do segundo apenas existe em bom
estado a casa do guarda.
Pór baixo d'eUe, ha restos de antigas for-
tificações.
As casamatas da cidadella, posto ficarem
alguns metros abaixo do nível do mar, sio
muito pouco hnmidâS, e tão claras que a to-
da a hora do dia se pode alll escrever e ler
facilmente.
Recordam -nos estas casamatas, scenas
bem tristes das nossas desgraçadas guerras
<5ÍVÍS.
Desde 1826 até 22 de fevereiro de 1828,
aqui estiveram os prisioneiros feitos aa
marqup2 de Chaves (general Silveira) aos
quaes obrigavam a trabalhar nas fordflca-
(ões, limpeia dos quartéis e mais serviços,
como se tivessem sido condemnados a tra-
balhos públicos por um conselho de guerra;
pão ^eluindo doestes humilhantes serviços»
os offlcíaes inferiores e os cadetes!
Depois, desde agosto ^e 1832 até maio
de 1834, também ós prisioneiros Teitos aos
liberaesj estiveram enterrados n*estas casa<
matas.
t •
; A cidadella tem qnatro frentes, regular-
mente balnartadas, uma das quaes, que olha
pára o Campo da forre, tem um revelim,
^ne dá entrada para a cidadella.
Ibta frente, e as duas que estio viradas
638
PEN
ao O., teepi fosso, e ramaes de estrada <^ober^
<a, com as oomj^etentes praças (TufiiMiJ^ ia-
M^tes eTçeQtraptes- . . . .
A rõstante linha ma^íral da cidadeUay.4
epmmum â da praça, e irregular, porque se-
gue às ondulações das alcantiladas rpc)^
que coDstitaem a sapata, ou base das mura-
lhas.
Na eídadella ha dois cavaHeiro$^ um. de
forma circular— por isso, chamado o Bedon-
do (em que Já íallei e é onde estão as iqs*
cripções que Ôçam copiadas) e outro ha*
luartado.
O isth&o— único ponto.ppr o^de a praça
pôde ser. atacada pelo lado da terra, es|á
perfeitamente defendido (pelo systema.ap.-
tigo) porque as faces e flancos dos meios-
bfila^rtes, e as cortinas que os li|[amy for-
mam uma linha angular, muito reentrante»
que, por assim dizer, obraça todo o isthmo:
e a direcção dos seus fogos está tão hábil:
mante combinada, e tão convergente para o
logar que tem a bater, que não apreseuta
um só pontp indefezo; estando também as
obras de fortificação tão reciprocamente
flanqueadas, que não ha upi único angulo
morfo— isto é— sem defeza.
Uma guarnição de 8:500 homens, de af-
tilhería, sapadores e infanteria, tendo as
competentes munições de guerra e bocoa,.
defendem com facilidade a praça de Peni-
che,
O paiol da pólvora é completamente iso-
kdo« e fica a 500 metros, ao O. da cida-
della.
Tem esta praça o grande defeito de ser
pobre de quartéis» pois apepas tem accoo|-
modações para uns 400 ou 500 homens.
São, dentro da cidadella, um grupo de
quartéis antigos— divididos por es^dras^
chamados— (ío Ncrte^ do Sul^ e do Oeíte-^
um barracão adjacente ao ultimo.
No recinto da praça, ha o quartel do Bar-
racão^ na qola do baluarte da Ifisericor-
dia.
Também, desde tempos remotos,, serve de
quartel, a antiga egreja de S. Mareosi d|| q^^
Também ba na pra{» uma sensível fitte
de armazéns e arrecadações.
PEN"
Na cidadella ha um PMiq^ ^fv^^gm^
004^36. guardam di^rersoi^ ol^toei.da ma-
nojbra dQ.artU(ieria^ uma casa que fpi di^lor- .
ja^e.hoje é airee^açSo de frqíectís, da vir
r}as pspecies.
Dentro do Bedomâo, ha trez p^qtfenos
paires provisoriçs, ou de bateria.
liebalxo 4e um dos reparos» oo tarftple-
nos da cidadella, ha um grande arinaam
occupado coip viaturas e repjM^os dfs artilhe-
rio, e com material e ferramentas», paru m
obras da praçf , . , .
A capella da^ÍQFUleza (^anta Barbar»)
também serye actualmente de arrecadar
ção. .
Por baixo do terrapleno do revjelíaii, ba
dnie arn)ace&s,um perieQce|it0 i commis-
são de engenheiros militares^ outro ao eoA-
mando do material d'artilheria.
No recinlo da praça« além dq paiol, M a
Casão^ onde estão os uteocilios do extincto
arsenal das obras nilitares,
Ha ppupos annos, a egre|a dp mostairú
do Bom JdBUs, foi tombem transforipadi feo-
mo já disse) em armazém pai;a
ntenclUos e reparos da artílhería.
As muralhas da praça (nao.faJlando
Derrubada^ que se foi pela agua afcaixo) apre-
sentam algnop^s. ruinju» pao sá pela sipa an*
tíguidade— poi3 é obra do tempo de D. loio
ill— mas, e principaUneote, pe)a descuido
e desmazello que lem havido nos seos; Ca-
ceis reparos; e, te não fosse feito governa-
dor , da prsf^» o ar, Adrião Acácio da Sil-
veira pinto» n^to mais arruinadiM ^U-
riam,,
Èqtre ;y obras de urgente ocKSesaidade»
Qian^adas fazer por este cavalheiro» avul-
iam ps reparos em uma das muraihaa 4o ba-
luarte da CamMa» e um arop, qjae atraves-
sa uma das cortinas da cida^^Ua» por onde
a maré eqtra pKa os fossos.
Também mandou eoncertajr U4^ as gua-
ritas 4os aognfos flanqueadjss e as das es-,
paidas dos baMiaites.flacidad(;Ua— os quar*
tofi p casa^, chamada Salào, restos, 4o anU-
09^ e beUopal|ycet0 dos governadores, q qual
ardeu» ém consequência de uma explosão^
O salão 6 os quartos reparados, servem
.1
FEK
hoje de secretaria da prâça e sala para as
sessões do conselho admioistrativo.
Ttombem mandoa concertar os artnazens,
as arrecadações, os qnarteis e as prisões; e,
certamente, ninguém, com tio poucos meios,
seria capaz de faxer tanto como fez o sr. Sit-
iara Pinto.
As vistas qae se gosam da ctdadeHa íSio
magestosas e foitnesissimas.
Para o O., vése uma imponente vastidSo
do oceeane, debatendo*se constantemente,
contra os rochedos piHpendicalards qne lhe
constituem a soHda base. '
Mais alem (a il metros de distancia) vô-
se o itheae posto semaphorico das Berlen-
gas, e os cachopos seus risinhos, da Velha,
BêtreUas e FarUh9es.
' Ao N., o Baleai, e um grande espaço da
costa, até Óbidos— ao E. e S.E., diversos
montes e aldeias da antiga tilla d*Athougaia
-^ finalmente, ao S., o forte, e a bonita
aldeia da Consolação, com a stia alva, for-
mosa e vasta capella.
Também é bonita a vista do extenso e pla-
no areal, que forma o isthmo, constante-
mente sulcado de carros, cavallelros, peões,
e bestas de carga, que vio e vem, levando
e trazeodt» mercadorias, e para dlíferentes
misteres.
€om razão se ufana a villa de Peniche,
por ser a pátria de varões famosos, que a
iUasirarâm^ e de uma heroina, que, qual
outra Brites d*Almeida (a fomosa padeira
S^Âifubarfota) mostrou em varias occasiões,
a sua coragem, a sua força, o seu patriotis-
mo, e o ódio enIranhaVel e justificado, que
sempre nutnu contra os oppressores caste-
lhanos.
Principiarei por edta— é:
Joanna da Ã/tHi — que nasceu em Peni-
cke, pelos ahnos de !C^.
Vinha as forças de cnn Alcides, e a cora-
gem de um leio.
Ouçamos o que diz Diogo Manuel Ayres
d*Azevedo, no opúsculo que em 1831 Inipri-
min, com o titulo de Ptírtugal Uluslrado peh
éoto feminina:
«Possuindo estes reinos PiUppe 11 de Ca2i<
PÉN
639'
tella (e nSo o nomeamos 1.* de Portugal»,
pois nao é justo que por tal reconheçamos
a quem pura, e simplesmente, e só na força
das armas, cifrou ò direito para o possuir)
vivia na IHustre villa de Peniche, uma das
mais deliciosas de Portugal, certa mulher, já
de edade de^ eincoenta auúos, mas nas for-
ças tão vigorosa, como se estivesse no vi-
gor d-elles4
«Juntamente com as forças^ era dotada is
um animo tio alentado, que o mais varoiiA'
lhe cedia, sem controversa, a primazia
toda.
fBftterCouhiava^se de pelejar com um «6
inimigo, e ainda com dois não admittia pa-
ralell^ o seu brio.
«Goakbalef com quatro e cinco, aspirava
o seu animoso espirito, e todavia, para mal-
to maia mostrava tanto valor como aniiio.
- «Tendo um choque eom três casteUunos :
(a quem muito aborreda) maètratoa.os de
manei»,, que foram necessários muitos teoh
pes para se recobrarem.
aA outro que intentou off«>nder a sua hou*
ra, deshonrou com uma grande bofetada* s
porqtie este . se quiz viogar da insoleoda»
ella o tratou de so>te, que esteve arriscadia- ^
simo a perder a vida.
•Outras muitas acções notáveis obrou es*
ta illnstre guerreira» que omittimes por as*
rem quasi idenUcas.i
Nã<i pude saber quando faf^u.
D. Imíz de Atkaide^ conde d'Atougt|ia, .
alcaide^mór e senhor dopatario de Pemcbe.
—militou nos estados da índia, na sua prí«
meira qiocjdadf, e voltandad*abi a Psrtu-..
gaU passou a servir n;^ pi^yas fronteiras de
Africa. ,
Nomeado embaixador ao iipperador Car«
los V, partiu para a AUemanha, onde ea« ,
tão o imperador andava em guerra eom os
protestantes.
Quando D. L^iz chegou, estava Carlos T ,
para dar uma batalha ao eleitor de Saxonia,
e o eUibalxaddr poruivu^z, immedia^amentu
entrou n'^nai como soldado, tendo entio os-
casião de salvar o estandarte impeiiaV IC
m
m»
Ti^Ua d'iB3lfa i)}i$8|o, íoi nomeado vice-rei da
lodia. . )
Foi aqui oi^d^ elle immortaljsoa o aeaiio-
loe, restiiuindo o anti|;o expiân^or aa iin-
perfó poriQguez lU) Orieote, o qi;^! já peo-
dia para a sua ruína.
M^o só defeodeu o aoligo terrUorío que
possuíamos, mas accrescentou-o.
Sustentou vários cercos, dos qm^, um
d^ Piaíd nol^yeif I fú o de G^ eomra o
I#leâo»
Aca)M^o (^ s^a goyerno, voUoa a Porta*
gal, onde tal ruído tinham íeito as suas ia-
canhas^ q^a foá rec«bi4o com poniipa amca
via(a.
Nomeado segunda vez vice-rei da Ilidia»
o seu nome bastou para conter a awadia
do» raia d^aqueUaa partes.
Morreu D. Luiz, em Gôa, antes de ter oom^
pklado o tempo do seu segundo viee-reína-
do» dispondo^Museo testamento, que queria
qoi os seusTesiDs mortaesfoseeoitraaiqpor''
tados para Portugal e depoeitados no c»»-
vewto' do Bom Jesux, dê Peniche que eUe
mandara edificar.
•Na egrcja díò dito contento, se eonserva-
rani em paz, e em decente maúâuleu os res*
tos d*este heroe portuguez, atA 1834, épo-
cha em que alguns ex^rangeiros engajados,
e que por esses tempos fizeram guarnição
n*esta praça, possuídos de um furor vanda-
Iko, sacrílego e cubiçoso, contra tudo o que
pertencera a frMfies e mosteiros, e cheirasse
a aotígualha, arrombaram o tumulo de D.
Luiz d'Aihaide, julgando encontrar n'elle
alguma cousa de valor; póréro, enganaram-
se; porque só encontraram póe ossos; estes,
ent iB36, foram removidos para a parochiai
egreja de Nossa Senhora da Ajuàa, otiáe se
eonservam gnardi^os n*um corredor escn-
8O9 em um armário indecentíssimo e carun-
ebòso, dVntro d^um caitão ainda mais inde-
cente!
Eis o ultimo Jazigo de um esclarecido he-
apque tanto honrou s sua pátria, e a quem
niche tantos serviços devei .
Se o nobre conde sou^sse ^ triste.sorte
qu^, estava reservada aos seus reeto^ mor-
lay, di(ia como ó poeta:
^ngt^iUa palria, nan poísidêbU oMa m^o/»
As camarás de Peniche, qnei pelo menos
a algoos annos a esta parte» tào sollkíus
teem aido na promos^âo dos D^elhoraioeiír
tos do 83U município, ainjda não MverMi
oceasiâo de incluir no orçamenta, UflUi
pequena verba, para ser eonsuruido ao «x-
celso D. Luiz d*Atbaide, om. humilde nua-
soleu, em um dos seus oemiíerios; e lyM
servisse de monumeuio Aíngello, da gratidão
do povo d*esta villa, ao ^aobilissiao porta-
goez que tanto a enobreceuf
Jacob, Bodg-igues Ptfr«iira.-^Nd#ceii a Ai de
abril de 1715. Era fiill>o de Abrabao Rodrl-
guês Pereira e de sua muttier, Abigail Eibâa
Rodrigues. Já se vé pelo seu nome e de seus
pães» qoe era israeHta. Sendo os judeus ex*
puisos (eetupidan^ente) de Portugal, foi Ja-
cob para Paris, e abi, dando^se ao eosioa
doç surdos-mudos» inventou o aiphabeto ma-
nual, que o abbade de L*£pée depois aper-
feiçoou.
Choveram as recompei^ua sobro.oiUus-
tre portuguez,. Os rei;» de ISrança, Polónia»
Suécia e Dinamarca,.ihe fizeram muitas mer-
cês^ e as academias o cobriram de appUa-
SOS.
Gondamtne, Bnfifon, Diderot, d'Aiembert
e Rousseau, commemoraram. os sçns talen-
tos, com os maiores elogios.
Principiara os seus estudos em 173^ cv
em 91 de novembro de i74i apresentoa â
real academia das scieneias de Cáen, Jim
surdo mudoí de 16 annos de edade, que rea-
pondeu,}por escripto, com rapidez e judicio-
lantente, a quanto lhe perguntaram.
Outros muitos discípulos, egualmente in-
struídos, exhibiu, pelo que «e tornou verda-
deiramente benemérito da humanidadsi
Luiz XV, de França, lha concedeu onaa
pensão annual de SOO libras» em 23 de ot-
tubro de i7al, e em 1764 o nomeou seu Jui#»
fua, para o porU»gues e hespanhol. Foi fat-
io socio da sociedade real de Londres^ em
1771.
Morreu em Paris, em 1774, e jaz no cemi-
tério de VUlette. Segundo ouu^os esrriptorea^
morreu em 15 de setembro de 1280.. O qoe
t>EÍí
é cèno; é qae morreíi cheioi â^Uonms^^ de
ríqaezas. Sao sens deseenã^btéà direélo^ èa
etlebres ntníjoi' Pereiire, tSú> c(yiílíèéi4ò8 lio
mundo argentario e politico da EoroiifaJ' ' '
I
D. António Ferreira Wfbío— Wspo deni<j
ríabna (capital ida protfàeta dotlfinài^Ge-l
raes, no império do Brasil) t cdndlô da* Oôli-
celção. ' *
' Nasceu na fregaezia déltossa Sén1k)ii da
Ajiída, d'eíta vilia, etn 1787. Eh Éllio'lè|(i-
timo de Jaeintho Perreffa Viçoso e dé Di
Maria Gertrudes, honradisáimos e virtuosos
proprieitariOB de Peniche, que edncarauí
cbristanmente' sete filhos, qn«ii tiveram dó
sen casamento.
O mais uòvo d*el1e^ d Beijamiti da ÍÈmU
lia, foi o futuro bispo de Varlanna.
De tenta edade, o mandarad séUs pães
estudar no convento de carmelitas desfcal*
Ç09, de Olhalvo, concelho d'Aleinquer, a 30
kilometros aE. de Peniche, onde Já era um
estudante distincto, seu irmão ihais vcdho.
w:n
«4i
o padre José António Ferreira Viçoso, que ' fos; que taóto o honraram sempre, espeeial-
veio a ser um iilustrado b virtuoso parocho.
Depois de ter estudado o portuguez e* 6
latim, n'este convento, passoti para 0 ieftii-
nario patriarchal de Santarém; ondeestadoú
humanidades, èom geral applausô deíi^èus
mestres e condiscipulos, edificando a tódos
pelos deus óptimos costumes, é dand6-lhes
bons exemplos, pela compostura e affabfli-
dade de suas maneiras. ' ^
€k>mpletos os seus estudos do seminário,
entrou na congregaçlo dos padres da^ misp
sSes, no convento de Rilhafolles, emLisooa,
onde estudou philosophia e theologia^ e to-
mou ordens de presbytere.
Tal era o bom conceito em que era tido,
que, apenas ordenado, o seu superior o man-
dou leccionar philosophia, no collegio que
aquelles padres tinham na cidade d'Eyora;
ood# esteve apenas dois annos» partindo, por
ordem dos seus superiores, para a missão do
Brasil, na companhia do padre frei Leandro
Bebello Peixoto e Castro— a fim de míssio-
jurem nos sertões da capitania de Matto-
Grosso; passando depois para a missão dp
Ifíoas-Geraes, por ordem de D. João VI, qup
estava entSor n'aqueUe império.
IQiLCMZ TI
Taès serviçoií prestou este eminente mfo-
iíiDtaario. no Brasil, à Rélíg^ é á soel«Ía-
dè— á» letras eà Ihstrucçio publica, que foi,
em premio, nomeado sup«ttor das missões
no império, e pouco depeis, bispo de Ma-
rianna e conde da Conceição.
Foi sagrado bispo, em 5 de maio de 1844,
no !lio'de Jáhéfro, assistindo ao acto da sa-
graçie, cotti tochas aceesas, TOpersena^eits,
letitre elles, ministros, desembargadores, se-
nadores, deputados e outros altos funecio-
narios"pÉblieÒ9« ifikè haviam sido seus dis-
cípulos.
Este santo prelado, foi no Brasil, no sé-
culo XíX, o que D. frei Bartholomeu dos
Martyres foi em Portugal, no século XVI.
Modesto no saber; activo e bom; humilde
e grave; alegre na penitencia, eram as suas
mais apreelavéis qualidades.
/ Falleeeu este exempiarissimo prelado e
portnguez benemérito, que tanto honreu>es-
ta vHla, por ter n^ella o seu berço, em julho
de ÍS75, eem feraè sentimento dod brasilei-
'mente, èos seus diocesanos, que choraram
lagrimas sinceras de pesar, pelo passamen-
to de seu querido e santo bispo.
* '
Eram uaturaes de Peniche, os pães do
célebre actor Epiphanio Aniceto Gonçalves,
que falleeeu em Lisboa, da fehre amarella,
em 18^.
São oriundos d'68ta villa, por 6erem ne-
tos do famoso Jacob Rpdri§%te$ Pereira, do
qual já fallei, os dois ricos capitalistas pa-
tisienses, Jsac Pereire e Emiie Pereire, ha
pouco fallecidos— e que para que os fran-
cezes lhes não chamassem Pere^ afrance-
zaram o nome, mudando o a em e-^-Perewe.
António Leal Moreira-^ Eleutherio Fran-
co Leal — distinctos maestros, compositores
de musica sacra, na capella real, de Lisboa*
' António Leal Moreira, não nasceu mesmo
n*esta villa, mas em uma aldeia próxima,
pertencente à freguezia de S. Leonardo da
Atougaia. '
O padre mestre íoamim da Horta e Foyes,
4i
:6ig
Jím
jm
ordem da la^waaeaâBmi^ o*.
f
,-. i-j
Fauêtino da GavM — rify^ .i^goeia»^, ^f4
, iogla^orra, e<regre88ao4oay8fat9a»iioiBigNai«
dea capitaea, foi dej^oU^O: i^itôctaf^ a fpojr-
reu par do rehio.
Era filbD de Joaé Veiilara.da<}away nego*
ciante em Peniche.
Honte-pio Corpo-Santo
it
A corporação wmiiit^ ji^íicapeUn da Cor-
po-Sanio, rege-se por um compromii^i fei*-
to. em 31 de março de. 150$, quifò foi amplia-
do, em 3 de agosto de 1587, ^ f^on^^iado.
por D. Philippe II, de G^tellaiiem 20 ie fiò*
tembro do mesmo anão; fnor Ç. João Y, ^nd
#Mi9 cm^ a parto dai cmitqi^i: coiopa-
nhçJSw.. • , , , .,.
O dono, ou donos» e a companha, de cada
.^;)04(n»p,,,ftu.4<wwí3, § a companha, de cf-
4r batei de (^qlofa^j tr^ quartos de qài-
nhao.
' iQ dono» ou donos, e a companha, d^ ea-
dai bátf^ fif^ remoB, tripulado por maia de
0049 pessoas, dois qu^urtoado quinhão.
, O 4pD0, ou donos, e a companha, .d^ ea-
da.ba^l de remQs^ tripulado por duas pet-
§ofí^ uqs «quarto de quinhão. .
Cada trabalhador que pertencer â cjasse
:marit|ina« paga .oa 480 réis q^epafaVa ã
corporação ij^aritima.
Alem dUstO'— os donos e €ompanha#| das
9r/^, de pesca, dos barcos, bateis e facta-
Tae,'de q^iiialquer natureza, deduzem mab
im por cento, dos. seus interes^ea^ applica-
dt>.ás solemnidãdes religiosas, expresaas no
artíjgo i^^ dos estatutos -^ que são — as da
15 de maio de 1712; por D. José JL em 5 4^ Ifoeef^/Senl^f^a da Boa Viagem, S. Pedro
maio de 175^; e pe^opriu^ipe .regente (de- , Gonçaívea ,!Í'eUno,' eS.. Vicente Ferrer, i»-
pois, D. João VI) emlidofevf^ei^o^^ 18Q2. ^qno» d'esta aociçdade.
Esta corporação ^sava de muitos privi^ n : Ç|a 01)ios é, muiberear.^Qs.assoeiadoe, co-
légios, que a Carta, aboliu, ^m. 18^ , ],^am ^ta^ garantias e soccorros, quo seria
Os eatatutoa do monte-pio^ ioram apiuo- ,
vados por decreto^ do 21 de fevere^CQ d^
1866, e por alvará régio, de 15 de maf QO dò
mesmo anuo.
Tem per fim, dar. aoefiorioa 4e botka^^e
lácultatíTO, a todoa oa asspcíad^ p s]^a lá- ,
milias.
Dar ás suas viuvas e orpbaps, as gai^-
tias dos dois primeiros soooqrros* E^les^ sod-
corros são também 4a4p8 pelo monte-pio,.á8
viavaa e^rphãos de maritimos e outras pes-
soas, que, por decrépitas ou doentes, já os
gosavam antes da ereaçao d*esle estabeleci-
mento*
Fazer empréstimos adiasse marítima, me-
diante seguras abonaçoet, da^ qviantias ne-
cessárias para a reparação dos seus barcos
6 rddes.
Os sócios não marítimos, pagaia de joiía,
500 réis, e uma quota semanal de 40 réis.
Os marítimos pagam:
If^^ ^Bum/^rar,
,.0'a#i» rendimento annnal, tomon^pdio,
(^.{deapresan^o as fracgoes de milhar, iioieit
1870:
•ii.» • • • '. '
Pifoducto dos quinhões dos
barcos de viagem 430^000 tf».
Dos Vi de quinhão, das ar-
tes maiores da pesca, e
' sua pefcenugem 550M0D réis.
Das fracções de quinhão,
dos batéis é artes meno-
res, em Penifche do Bai-
i[:ò(Ríberíra)..: 365|9W r&
Da mesmaproveniehcí a, em
' Peniche de Cima ...... Í56M00 rlís.
Quotas semanaes, dos só-
cios da terra 286(^600 réis.
Somcaa
1:787«0(» léis.
PíPB
DHpeza
■'••••
Of dei^do/i a facultatiyos e
oiiQÍ8traiite ,., . . .460ÍOOO róis.
KodieaiBeritos 680A)00 réis.
.^sidío . ao9 sócios, foen-
teí . Í50Í000 rék
Ofdenadçis a em^reg^dos ,
. meares ^.'...- 53^Clpa.réis.
Oatras despezas . .^.». 57^000 ré^.
f esUyidades religiof^ ... tBMQfXi, réis.
Somnaa:..'. l:780jsôOD Mís:
i I Ih hIi .
U^, qae este n^oatô-pio ttm ^jagmenta-
do muito, tanto em iTeceita coou) em despe -
za— itfida. gnalquer â*ellasy lermo médio, por
2:300MQ0 réis.
SiW 4ig02tf de elogios todas as direcções,
i|0a se teem portado com o maior desinte-
resse, soUicUode, iionradez e probidade; e
é a essas cir^mnstancias que se deve o es-
tado prospero da institaiçâo.
m
m
paspavam os pesoadore;i e soas familiai,
flj^fídina^ h^viia pesca» e para ver se os
Í^QO;»tfifPf^YÀ ^oxxlT^ <)a^l(|uer oçcupaçao, da-
rai^^Q e^tas ^P.9S^ criíUcâs, oíTereceu xxm
saçsco de mil|iQ e uma e;ixada, a todo o gue
quisesse jUr, aprenderia trabalhar, nos cam*
pos. ,
, ,$(!; niB. f(<H)eiM)^^ e estf^ levou a ènxajía
esjeondida deljajxo 4o, capote, envergonha-
d9 dé.d^ um^asso que julgava indigno da
^i^f cUsse!).'/. .'j.'.. ...
Hoje^ d|irantè o inverno,. quando o mar
B^o.permitte a jpesca, já a^uns, raros, pes-
cadores se emptregam em trabalhos do cam-
po, ffJX outros quaesquer;, mas é sempre
cop^. repugnância» e só instigados pela sua
fome,,e, ainda jfnai3||jpela dos entes que lhe
sâo caros. ' . * ,
I ' I
O viver das mnlheres» sobremodo aristo-
crático, para familia de pescadores e mari-
nheiros, occupando-se quasi exclusivamen*
te das suas alçsofadas e dos seus bilros; é
até o uso dos capotes de rebuço, ' e certo tom
de Toz, tudo ^nunum á gente do lítpral
algarvio» dao muita probabilidade a esta mi-
nha presumpçao, pois tudp isto é commnm
aos antigos cuneos.
Nao se pôde po)^ fixar uma épocha para
a ^ntroducçao d^ industria das. rendas njes-
ta villa; más é. certo ser antiquíssima, poSa
que as m^is velhas pessoas d^aqui^ contam
que as suas avós fazia^i rendas^ o que ti-
^ham aprendido Íq suas mães e antepassa*
das.
É* provável que qos primeiros tempois
este fabrico nao attinglsse o acitnal graa
* » . •
,' Também ainda ha poucos annos, as, n(a-
iheres d^aqui usavam de mantoÁi tr^ò ^•
quisitò, de 4né só usavam as algarvias e
estas; e de qpa ainda ha alguns speciqiens»
nas velhas do Algarve. (Sao do misu tçmpò,
fipmo os r^iicojf.)
Wmúnto dmf re da masnWiha (do Porto a
Coimbra) em não ser talar.
Termina na cintura, opde é franzi^o^ e
d*ahi para baixo, até qnasi aos pés, tem nifi
Portugal, sendo governador de Pemdie, em Era o trijo ^ semauí santa, d» cJ|rtte~
1812, compadecido das priTa;9es porqae \ são, das viavas e das parteiras.
Bandas 44 i^enii^e
A indoatria das rendas d^ almofada, que '
lem em nossos dias ^r^ado tão famosa esta
praça, é o emprego da maior parte das mu-
lheres das povfliaçjjqs, da^ costa marítima do
Algarve, desde tempos cen^tissimos, mas
jienhum docpaento nos. prova quando teve
principio esta industria.
Já disse n*este artigo^ qa^.me parecia que
ein tempos de que nâo ha memoria, se es-
tabelecera n*estapeniQfula.(no sitio da Bi-
beira) alguma colónia de algarvios.
Algui^ft usos e costumes de Peniche de '
Baixo, j^rinçipaimeote a indolência dos seus .
moradores,, que em gsande parte só se que-
rem dedicar á vida perigosa e pouco pro-
.d^ctiva da pesca, e da navegação, recusan-
do^ee a .outro qualquer serviço, por maio-
res qoe sejam as suas privações, e por mais,
tristes que sejan^ as suas circumstancias. *
èi4
PEiíi
de perfeição; pois qae alguttia renáíá anti*
pL qae ainda existe nas èasas de Penieúd,
é íoferíor, tanto em desenho, como no bém
asabadQ, ás qae se fazem modernamente.
São estas rendas no género Ronitóti, imi-
tação do Gitípure, e da renda preta denomi-
nada CAanfif/y. t
Noto moita iáenttdade ' no
, viver dos dois sexos, tantQ nas
*' ' povoações marítimas do Al-
garve com Peniche, coino laos
de ÒVar, com aqaelles. -
' Também as mulheres de
Ovar se empregam, a maior
p»arte, em fazer' rendas de ál
mofada, e crocheí; mas deve-
mos confessar qae as rendas
de Ovar, e Setabal, e mesmo
as do Algarve, nào teem a per-
feição áas d'esta praça.
Pôde calcalar-se em 900 as malheres (lue
80 empregam exclosivamentè no fabrico das
rendas, cajo offlcio aprendem desde crian-
ças—aígamas principiam da edade de 4 an-
JIOS I ^
iSm todas as oito escolas do sexo femini-
no, da praça, se ensina a fazer renda.
Principiam pela trocãy qae ó uma fita fei-
ta só com qaatro bilros; passando depois ao
Ukó, que é com 12, até 16.
E^ d*este modo, qae as malheres de Pe-
niche, qaahdo chegam aos 15 oa 18 annos,
execatam os mais complicados desenhos,
com tanta facilidade^ que é para ellás um
trabalho maqainai, conversando e prestan-
do attenj^o a tudo quanto se passa e se
dizl
1 Denoi^ina-se BimUan e também VçtUu'
tíenf^ff Méchlin, 'Buckingham, toda o géne-
ro de rendas feitas sobre 'modelo, em uma
almofada, emprégando-se bilros, e até fusos,
para tecer a Ihiha, de maUeira a produzir o
desenho que se pretende.
Guipure é a renda feita com agulha de
crochet.
Blonde é a renda de seda branca— CAan-
t^y (ou Puy, e Gramont) é a de seda preta,
9. leiia á mSo, com bilros. |
As renda^ feitas no tear, cem bordados
i.mão, denominam-se de Bruxellas.
As rendas lisas feitas no tear chamam-
ae, de Dublin, tulles e caff^aias.
PEIÍ
São porém estas rendeiras,' na sua maior
parte, victimas da usura; porque certos ho-
mens e mulheres, lhes pagam as rendas
adiantadamente, em dinheiro, géneros ali-
mentícios ou vestuário, tudo por preços ex-
orbitantes, e recebendo as rendas por me-
tade do preço porque depois as vendem; de
modo que estes usurários, vivem á ensta
do suor e das lagrimas das infelizes rendei-
ras: áe ^So; é attender a que uma das mais
babeis e desembaraçadas, apenas pode ga-
nlor em um dia, 80 réis» termo médio.
Trabalha nm mez, para ganhar 3^000
réis, mas hade dar a linha.
Anda por 20 contos de réis que annnat-
mente se fabrica de renda n'esta praça.
Parece-me que havendo aqu
tantos cavalheiros de reconhe-
cida probidade, e Cârilativoa^
era facílimo formarem noa
sociedade ou eommissáo, qoe
comprasse as rendas ás pro-
ductorâs, pelo seu justo valor,
nao reservando para si» senão
o Juro do empate e as despe-
zas das conducçSes.
Assim tornar-se-hiaa vidadas
rendeiras menos desgraçada,
e acabariam com esta especio
de harpias ou vampiros, qoe
só medram com a misena
alheia.
Seria o meio ínais effieaz pa-
ra tornar este producto ainda
\ mais perfeito; porque a pro-
técçio d'aqttella sociedade» se-
na-*0 favor com qne mais te
accende o engenho^e ás pro-
dnctoras poderia a mesma so-
ciedade Ãéilitar novos e bei-
los desenhos, feitos por pes-
> soas competentes, abandotian-
do os antigos; que pelas re-
petidas vezes que teem sido
copiadoá (à vidraça) estio mni-
to degenerados; e não appare-
ce um só novo, pela falta de
meios para as rendeiras os
comprarem.
As rendas de Peniche, concorreram is
FEN
•cxpo8iç5e/$--de Londres, em I85i— deP^*
ris, em 1855— do Porto,.eiD 1857 e 1861.
Nâ de Londres, mereceram este elogio;
« Tkê exhibltion ofltice i$ limite^^ aUhough
tJiere are some articles deservingnoiicefram
th^eir richness, and afU'quity.»
(A exposição da renda, é limitada; ha
ii'ella todavia, algnns artigos^ dignos de men-
sio» pela sna ríqaeza e ^intiguidade.)
Em ambas exposições do Porto, obtiveram
medalhas de prata«
Na de 1857, disse o jary qae «rivalisavam
com 08 prodaetos estrangeiros.!
Com respeito a esta industria» termina-
rei por dizer — ha em Peniche muitas rendei-
ras, cnja malba em nada i inferior á da fa-
mosa renda de Âlençon; e se tivessem boni-
tos e elegantes desenhos modernos, e Unha
da meihDr qualidade, ooBsegoiríaoi que o
sea trabalho^ lhe desse pura as despezas ur-
gentes, e que os' seus arlefaetos fossem elas-i
sifieados como os primeiros da Baropa; co-r
mo ^m Portugal são oonsiAerados os pri-
meiros d*este género, aqui fabricados»
Os que dese^irem mais. amplas notieias
sobre esta matéria, e sobre entras produ«
ç8es d*esta praça^ eoasultem na BibUoiheca
das fabrioast publicada pda Associação pro*
motora de industria nacional, o beUe livro
iatitniado— ^ mdm$iriat de Femeke, pelo sr.
Pedro Cortantes de Carvalha F4^ueíra;iRns«
trado Qlbo d*està praça, curioso investiga-
rei das; cousas 4a sua. terra, .^ ao qual soct
devedor de bastantes esclareetesotói . da
mesmaí, )pelo qm lhe *doii os meus «ordlaes
apràdecltóentos. .\ .-,
P^N
645t
E* certo que a pos}çaò topògrapM^^. d^
Peniche^ parece appropriada para. a indns*
tria da peséa, pois que o peixe nas suas re^
petidas mIgraçSés dó N. para o S., e yite-
versa, naturalmente devia aíBuir ás das vas?
(as enceadas, de Peniche de^Gima, e da Con*
soUçao. V
Também é certo que ainda no princípio
do nosso século, as costas de Portugal eram
muito mais piscosas do qpe ò sao hoje.
Causas ignoradas, porém, afugentaram em
grande parte, o peixe do nosso lUçral, e ho-
je este género tem diminuído bastante, tor*
nando a vida dçs nossos pescadores sobre-
modo sQiargurada, em qqapto por umaoa*
tra (jualquer çircijimstancia, fora do alças*
ce dos cálculos humanos, o peixe não tor-
nar a aífluir em f bundancia às nossas cos-
tas.. •'.,'*'
Os pescadores crêem qnè a
invenção dos . barcos movidoa
! a vapor, que principiaram a
sulcar os nossos mares em
18 i6, foi a causa do peixe fu-
gir espandado, para o interior
dos mares.
Fundam-se em que a appa-
riçao dos barcos a vapor Qoin*
cidiu com a abandono da maiolr
parte do peixe; o que é erro;
porque elle abunda em outros
mares muito mais frequenta-
dos por vapores do qíie o
' nosso.
SardtnAa—Trez meios difTerentes sioaqui
empregados para ^sta pesca— Arf^s, ou ísr-
mações estántès—^cos volantes--^ surdir
nhevras.
Ha actualmente em Peniche, 10 artes, pre*
çlT^do cada uma d*um barco grande a pe-
rnos, chamado lancha ou calão, e de quatro
bate\$^ também a remos, para o transporte
do peixe pa^ji terra; alem de Í2 ancoras' è
6itei^a9, cordas, etc.j,,o gue tudo custa^ppa-
CO mais oú ínenos, 1:5004000 réis,
Pri^ipia a pfsça (chamada costeira) a Íl
je janeiro èteriÓDÍná a K*dt agoj^q, empre-
gando cada arte 1ÍÒ homens.^
Posto que a sardinha seja a principal fas-
earia, cie has.^riei támbem, cafáj;>ati, ^•
lha (grande e peqi^eoo) badeio,' bopUo, a|ikt
quique (paiaivnb<irab^i:qB0 significa j^eti»-
padre) espada (trichurus, L.) Minha (M«
Bm òn gottbho comnium) ^ cá^ ^ lixa
^ If divertido ver às toninhas, correndo
em rebanhos, jà do S. para oT^.iá no sen*
tido opposto. brincando e saltando sqbre aè
ondas; e niufto prox|mo dás nossas eostaa.
6i8
mjn
Peoiebe, para o estado, por 4ois contos de
réis.
.Iimo.*-As algas e oatras pYanUs ma^-
nhasi^ que o codUquo marulhar das ondas
arraneam dos rocliedo», e arr(4aai á praia»
nas aguas-vivas, on depois das tormentas,
sai» apanhadas aqui (como em to^s asnos*
sas costas) para serem empregadas em ada-
ba das lerrasi e é óptimo.
Ha aqai grande quantidade d*este Uma;,
mas deve cotfessar-se que os habitantes de
Peniche não são tão sollicitos em o eolh^>
como os povoa ^as costas d'Ave|ro «>(ó f^o
Porto, e do Porto até Caminha,
M*estes sítios, nao só os habitante^ da
costa, mas até os das povoaçÇeii iatejriores—
ás .vezfts dot grandes distaqcias.-r vem
aproveitar este adubo precioso, po com-
pral-o, a 2, 3 e 41^000 réis a carrada; mas.
em Peniche, vi eu grandes porções de limo
estendido peia praia do Por^o da Aretoido
Norte^na vasante, que o mar tornava a lev/ui>
na enchente^ *
No Minbo, nem esperam que elle arreie
à praia; coma agua até á cinta, e servindo-
se de grandes eneínhos de con^ridos cabos,
o ^vão buscar até onde acham pé, taa|o ho*
mens como mulheres. ^
-Mesmo assim, já em Peniche i^e apanham^
alluas milhares de carradas, çujo.prei^
regula — depois de bem seeco— por S4000
réis cada uma. [
Uma carrada de limo verde^ re4uz«Be á
deeiflia parte tio seu peso e volume, depoii^
áef seceo^ pelo.^e se veade a SOO,rtis. .
Se aa mulheres de Peniche 4e Mio nei
quizess^m sujeitar a apanhar liffia— como
fazem as do J)ouroe Minho— ganhavam mais
4o 4llplo Ao que a fawr' reiiia;.maf« por
coQsaimmhaflu ATesto mundo, ellas quei^
riam empregar-se n'estetrabaiho, qw$ rsQu*
tam degradante; sem se lembrarem flpe^tor
do o trabalho licito, honra e enobrece^
.Ca todo a caso» é esia (mesnai^ mal apro*
vriíada) uma fonte de riqueza. pai^.Pei
nicho.
t • . I
• 1
Os pefciêdons ie Pernil, mosAraram^
em Iodas asoot^unoturas» leaeapiMviotasH h
Quando^ em 22 ide maio de i589,aqid dl^*
embarcou parte do exercito ioglez, cammaA-
dadp por Í9ão Norri#, ^ a favor do mal
iselhado e infeliz priai^ do Crato, seria
bido com alegria e cordealidade, e.se
fo^se o vergun^íoso. tratado, feito com a rai-
nha-I^ol, de Ipglaterra, de o^rto. cadaj^e*
nichense válido, seria um soldado de 9* Aa-
tonjo,
;Ç9f^m sempre dedicados s|os seus alea|*.,
de^^ipóres • .commendat|ar;os, os condes dia
|A)ouguia; f quando no seij^pre m^moraimL
:e gIoriosK> fii^ i/" ip dez«imbro de 1640» a
jlegendfiria P^ PlMfippa de Vilhena, qonilfss-
'sa j4*A|opguj% armava^ por sçasprapría^
mS(Q^ ^ seu/i dáús. &|ho9^ aipda adolescMitss»
sD. Jeronymo d*Athaide, e D. Francisco Goa-
tinho^';^. anip)4n4p<i)s a combater pelo 9«i
irei.y^tural e pela sua patrja; os peniehoa--
iae^i ftecjupdafam i^nediatamente a revela-.
íção de Lisboa.
! Sim :1S08; estava o feroz e orgulbçso Ja«
> notdomimmdo despoticamente Portugal^ eaa
nqipe do seu.senhor.
; A bandeira sagrada das Quinas^ tjnha U'
dp arriada em iodas as fortalezas e jedifidoa
publico?^ p a§ armas de J^ortugai haviam li-
do picadas em quasi ioda a parte.
. Qa franca w tinhao^ uqia. forte guaral^
em Peniche; mas nada d*isto aterrou os^bn^
voa pescadores 4'ef ta praça, qoeprompie-
ram a emigração para a Berlenga. (occp-
pada pelos jpglezea) conduzindo para alU
os emigram^;, hindo depoisi com tod(^ oa.
seus barcos, auxiliar o desembarqiia, 4q%
ufiMos alliados^ em PorM Hovot, fr^imé^
Vinutro, : r .. ■
tr
"I
' .Çmfii.9L Carta ÇmiUitucmal deitava. mr
tenra iodoa.^ff privilepioA que esta .v^.«k
sava, uns^ desde o tempo do impecadof Ãlr
lio Gesar, e outros, desde o tempo de D. Af*
fooso Heufiqwes, .nao adaôra que^fifjpqfi*
chenses tomassem o 9 partido do sr. Ú^ Wi
pwAilj petoqu^/iem 18I8| esu /pila. a arde
1 Eram 11:000 l^omens. Desembarcaram
em Peniche e na Briieira. Vide Ericeira.' '
' * Omestto b no mesmè dta, lérVy. 'Ha*
riaQim Ha: Aleneastra, ass jeaa4ais ttliai^
Peruando Telles^ e António Telles. >-
i
BEN
OWAos^ fiMiiiaraa um batalhão de TOiaota-
lios realistas, qae deixou do existir em
i634.
Em 1833, Migael Peroira Marinho, com
úgtíoB portagneze», belgas, fraacezes e in-
giezos, do partido liberal, se apoderaram do
peqtwBo forte e ilhéu da Berleuga, que esta*
▼a abandonado, e protegidos pela esquadra,
do Sertório, artilharam o íorte^ e se pozeram
em pi de ffuerra.
Na maDhaii.de 26 de julho de 1833, soube*
se em Peniche, que o oende de Villa Flor
tinha entrado em Lisboa, á frente de uma
4triiSo' liberai (l:60Dhomensl)
:Bra governador da. praça de Peniche, pelo
sr. D. iligiielf o mareôhal de fampo, Ânto*
iiio Feliciano Teites de Castro Apparício, e
tinha debaixo das suas ordens» a ala esquer-
da de iolaQterl& n."" 4— um destacamento de
artilheria n.<» l—um destacamento, de artí-
fices engettheiros-*-uma companhia de ve*
teranos-K» balaihões de voluntários rea-
listas de Peniche e Óbidos, o de Torres Ve-
dras^ e duas companhias do do Castro Dai-
ro--os regimentos de melicias de Leiria,
Soure e Coimbra, e um dos quatro regimen-
tos de miHeias de Lisboa (o de D.Jarge)'—
4M^ todo mais ds 2:000 homens.
.íl praça eslava sufflcientemeote artilhada,
« 08 paioes cheioa de pólvora e bala.
- Pois com tudo isto, foi tal ojerror pani-
eo que se incutiu n'esta gente^ que fugiram
cobardemente, abaudomipdo. na sua fuga
desordenada,; armas, petrechos de guerra, e
até artiihecia. volaniel
Os liberaes.^pie estaiism Jlft BerlQQga, sou-
beram logo iflto^ o. vierMu immediataiDeDte
MSQpara praça; ma^ «a sua entrada, pra-
Ueása» toda a sorte do atrocidades.
Alem de mutilarem os altares ^ imagens
sagradas, da egreja.do mosteiro, e despoda-
caiem e pmtoare» o tumulo de D. Luizd^
Mhaidci oomo Já di3se, ^«pancaram quanta
gente efiQoi|tr»Fam..na viUa, e, aganrandp
dois desgiaçadee realistas--^ um. chamado
Mifrímko o ouiro.Fiç/ar>ú»o^H)s amarraram
és boceas de duas. peças, e disparando^as
morreram despedaçados!
Isto em uma praça que se lhes bavia aban-
vm
640.
donado sem a mínima resistência; sem ser
preciso irder uma escorva^!
A única consolação que temos, é que es-
tas scenas de ignóbil canibali3mò, foram pra-
ticadas por poucos portuguezes, pois a
maior parte d*estes malvados, eram como
]á di3se, flrancezes^ inglezes e belgas.
Marinho oobriu-se de eterna ignominia^
por auctorisar tão repugnantes barbari-
dades..
Não recordo estas scenas de
horror, para fazer recrudescer
ódios mal extinctos pelo de«
curso de 43 annos; mas ape-
nas como um facto histórico.
* ' Se fossem praticados pelos
realistas, menciouava-os do
mesmo modo, icomo fiz em A/-.
bufeira, EstremoZy ete.
Jus suum cuique tribuens.
Tencionava dar uma planta topographica
da praça de Peniche e suas dependências
(Berlenga, Consolação, e Baleai); mas, para
não fazer uma excepção, que Elvas, S. Julião
da Barra, S. João da Foz do Dauro^ Yalleu-*
ça do Minho, e outras praças me levariam &
mal, limitar-me-hei a menciona as distan-
cias relativas, dos differentes fortes, que jo-
gam (podem jogar) a sua artiibería, combi-
nada, protegendo-se mutuamente.
ÍAo Forte da Luz — .
Peniche ...kil. IS
à Capella dos Re-
Ao CatMi CaiVoVirò l 10 Vs
ÁCidadella > i2V;i
Á Consolação [Atou-
guia)' • 10
A CIdadélla — Pe-
niche • SVa
ua Lonsoiaçao/^^ ^^^^ ^ ^uz. . » 5
Ao Baleai (Atou-
gtiia) » evi
Ao Forte da Luz—
DoB»ieâi..T.j^aS;::::::::H«|
Á Cidadella ......>' 4
650
PEN
Da ComolaçSo, jà trale! á pag. 379, «61.
2.* do %• YoC e a pag. 172, coi. 2." <r^md,
6 nada maíd tento t acereacentár aqoL '•
Do Balealy tratei apatr. 31t, eoL 2.«'4o l.«
volame; mas, eomo do vivo ao pintado ha
malta diíTerença, e en, em setem)»ro de 1#75
examinei eom toda a toimieiosldad» estes di-
tfòs, acerescento fui mais o segninlec'
O Baleai, é am grnpo, fonnado pornioá
peqoena péAtnsaia,^ formada de rochas cal-
careas, separado do coAtbéátei por ama lia-
gaá de areia (fsthmo) Ae tmsiOO metros de
lai%o, è 200 de eomprtáo^} e <^ie é o Baleai
próprio; e por deis ilbétrs, dateesma forma-
^ -- ttm, deoomfnado IM de Fóra^ 60 oa
TOmetròs ao OJN.O. dofisdeal-^e peio Ilhéu,
a nns 14^ metro» á O.N.O. dá Ilha de Fora.
Tado isto é no dtstricto dà fregaezia de
Atoagaia da Baleia, conetífto de Peniche.
Este gropo está em linha recta, de E.S.E.
a O.N.O.
Na extremidade N. do Baleai, eitistem r^s*
tos de mm^alhas, e as platafonhai de lagens,
de orna bateria, mandada eonstrilírpor Im*
not, em 1886. Janto a isto, se Téém as raf *
nas de um moinho de vento.
Disseram«me qne na Ilha de Põra, ha tam*
bem vestígios de íbrlificâíçdes, de tempos re-
motissimos; mas, c«mo o mar estará bastan-
te inquieto, quando aqui estive, e o abscesso
ao ilhote é maito perigoso, não me atrevi a
\^ verificar isio; O que úósso dizer, é qne,
do Baleai, nào se 4ivlsa o 9i|^nor indicio de
abras d'arte.
Iteto o- Baleai, -ooaio m dois ilhéus, sSo
formados de óptimo marníor^calcareo, alter-
nado com algum, pouco, ^Idespatho; ficando
a uma altura sobre o nivel do mar, que va-
ria entre 4i9 7 metros,- (efriyando-lhes as ex-
^ tremidades, rochedos roÀifoiJios, cortados a
' j^wno*, cMmtmrusquaes^oiiòar^e d^at^ ft^j
Hoso, quasí «ohstantemente, cobrindo de es-
pima fodà a superficie dòs ilhéus. Só do la*
do de terra (E.) ó que o morro abate, danda
menos difficil entrada. « '
« As nochas estão dispostas èm camadas de
1 ' Èra mais próprio chamar-se ilhen, pois
só na baixa-mar é que commanica com a
terra. I
córift éblf faoy variando ^ssansponu»»»*
tmO^^Saai-^W).
Ao N., fica-lhe a aldeia do Ferrei — oftda
também houve um forte— e ainda mais aléoi,
ai praias de M)ida& f
k Cenioiação, fiea ao &; e o fona daíiiitt.
e o mMio da Papda,em IhBnidic^ fieám a O.
«Do Baleai,, gocaib-sd extensas e macM^o*
su flstai», 4anto de terra comoida omc. .
' Ylfdi jiqui «slabeketTtse, noa mecta de in-t
vemo, algumas compaohas depescadères á»
sardMíilfeíá^ áeapera dossaMoaiea de tir-^
dfnba qoedeècein da eosta. . '
Ainda que, todos 09 preliofe q#i. hoje 9b
vêem tio Baleai,' sejam dd oonstme^ Afli-
to m^evfia (« otaii^atotrgD^extoBptMndo %
capelta^talves tiio tenkat iO átioos) M feila
aggldmtsrado de r^edés, povaado de tem^
pos'ifaimemoriaee;iâe que ha vestígios;
seus habrtantes (ph)Vav«ltoeÉte, todos
cádoris) viviam èm eontiniio nbate^ por
calosa das entrada dos maifroe, ^ue oa cib-
privavam i levavam para a ACirlea:
A capéHa' de Nessa Setfliora dia Mercáa e
Santo Èstevam, é tambAn muito aatiga^ pol&
jà éxi^iá havia nniitoa annos;' quando tcnre
logar ô milagre do resgate d^ Imagam da pa*
droeira, que jà eontei, na ii* eoL de petf«
3i& de' 1."» votume^ « qu« o^ SfiM«am Ma-
rianno (vol.l*, pa^. Ii7) diater aeonteoído
pelos annos de l5D0j (N*éste togarv «dix o (la-
dre fr. Ag<>étinbo de Santa Mavla^que aJma^
gem' da4eAliora,-tipeiia».fiEive^ naAfricay o
^èê& de uma paiacA ein ^rata.).' :
Note-se que esta imagem* é<ia-]X)ea^ t-M^
tadetatíalaadefr&:muitii>to«e. <■ • ^
'A'Miá'feSta,é'aKdârdesetebfa"< . .
fé eMida é^ |yeq«eft)tfa, t^a^ieatá
bem conservada. Tt^Bm^eapelia^mófr'
báda diá Hj€^è, de (órtMeoblei, eoaspldta-
métttèr Investida de azliiejo, asslm^eèno o
rèstò' do^fettplo. Tm \m alpsèdn ouicaii<^
lé/«'ti'efle xSttík liasinba, bnd^ st«a Mi «to»
niitsrd, tfne ^ stfiténta^diíesiKlItoy poia aia
tdth (ttilé^ ffise elle) oimInIttibottaiuMosiJi
tthi*hòte^m dos Seus 6Ot0tàntoaatoDOs»*iè
áen^ dlèClMtiVD^atgttn^ctttè o Mçreoiriíkar
como eremitao. *' -í' * ^ -
rfksèèu no Baleei^ o paA% LomMço^án-
nes» reíbiínador do 'tíéro' áeoolíur/ do sea
tempo, fallecído em i460, e do qual falia o
áúétor ioH Afiélogiàs, noHofiio i>; pagi 809.
tratei úsa Beríengas; ti pag. ^, <$ol. 1'
é seguintes, do 1> volQtae; mas, pekj hms-
IDD moti^ qtxe h'éãté artigo 4d cotn itspel*
fó âo Baleai, accreàcénto mais o aegdiDte: '
frei Bernardo de BritOy q\ie, dfga-^se a
verdatle, ii3o'é sempre digno de grande cre^
dito, diz na Monarch. Lus. (P. ).*, L-> 5.^
cap. 36, pai^. íiV) ' sabef-se, por tfadí^o,
que as Berlèngoi,' ilhaí' e rocheãoê, frorãei-
ros ás tostas de Poringàl, foiçam terra firme
doeste reino; é que algufh terrèmbtOj occorri*
do em' tempos ie que nao há memoria, sub-
verteu tudo o que era terra, deixando á su»
perfibie das aguas, apenas' os rochedos/
Ba mesma opinião é ò capitão, Lúíz Má*
rfnbo (FuHdação, aniigiHdadeè e grandezas
de Lisboa -f-- L> 1>, cap. íí, pâg. 135), pre-
tendendo até provai^, qae estanceatám pòf
estas paragens os fàmòsoA Campos EttfHô^í.
Diz elle, no logar clVadô^'
' cConhí^ma-se, eotn as sitnâtç5és e auetdri
«Bades dos auctorés allegados (Ifomero, Lniz
«Vives, O. S6bástito*CuvarrabÍks, Abrâíhão
«Ortelio, iModoro, Pom^õrilor MclHâ, flolfeò,
«ele.) serem sA nossas Beriéngaft, ai àntfgas
t Fortunadas, ^ e nas rninas e ífrágtUèntds
«que d*ellas permaneeèti), \iiòin o océaho con-
«^ervado a ktta Énemoria; pafa qae'^ todo
«se não perdesse; oistentandô la irértll?áaie'ê
«frescara antiga, náSloDtes e caça qne se
lacba n^aqnelles '^daços de lerfâ, tJÒttb&ti-
«Vos dás faríosas ondas fébndò 1 úMrior féK*
«tas Bèriéngás; a JryMfet, èâebre na^tt^
tgurdadé.- ' ■ ' .^ - í I "
« Outras ilhias ' mUis, ' qúè as nokká fòrta^
«nadas, se inuúAaradi na tíost^da Lustlâr»
«nia, das qnaes só dura a memória, èffl ^0^
«nem do CampS, no padre Jtáríunna, é^btí-
<tros, tratando dos descobrimentos quèfcM
«eat)tâes dé! CàMago íirerám,' das costas dê
«Hespánba e AfHda, pelos annbs M7 daftiii^
«da^o de Ronià (t4d aiites dé J.-C.)r èònfer*
> IMas of gaographos db(a|oriêdoieajBio»
d^mo» jço&cordam em qpe a3 ^ntijps ilhas
Fortauadas, são as hespanholas^ hoje conhe-
cidas sob o nome de CaiúLrlas.
PEIÍ
651
ime a Ainio, e Feito AVieno : e accresMi-
ctam,' qúe descobriu Hamiicon, grandes
«ilhas^ n*esta costa de Portugal, das qiiaea
«agòra'ti3b banõtièia. Ete.» (Vide SMnta.)
— E côntioilar
'^t)é''tddas estas libas, não restam mais
«qúe aé 'Mú^ das Bteflengas.*
Pliúlo (fl&f. nat., l. XI, cap. 67— e Oebgr.,
t.«*i.*, cap: ^•) descréVendb a •viagem que
^of ordèíndo senado cartbáginez fez Ha*
nriliíoir, para examinar as (ioslas occidentaes
da Eurçpa, diz que este chefe e seus côm-
paaheiro^ tendo sidb tnaltratâdos peids mo-
radores'd(f Cif bo do Espichel, ingiram para
lJsb(^a, onde fbram benignamente recebidos;
e ahi, toníando pilotos, conhecedoreis da cos-
ia, natéj^radi até' ao Promontoi-io dd Lua
(Cabo da Roca) e deicâbfiram às Berlengas,
entoo púvoadas por pescadores, t que n'esta
costa viviam o^Íufiiif/o$.'(Robert8on, Intr.'Ã
Hbt. ant., vul. t*, pag. 13.)
O mesmo Robertson (Ac. dos Hntnt e Ign.
vbl. f.; pag. 197) diz que— cónsultande es-
criptos múUo curiosos, d^eiles consta, que^
pon'do liílio Ciesaf «éreo aosbertninios, ha*
bluntes doesta península (Peniélie), alguns
homens e mulheres se esconderam com
sèusUlhosr has cavernas dos rochedos (jun-
to It egrvja de Nossa 'Senhora do Livmmen^
to, boje, dos Bemedio^' é MSitiím tMdátt-
Hòj pòtico á pouce, dé éòstumes e aliiteéntos;
sustehtândo-se de polvos, carangnêijos e 6a>
this bariscos, crias. Tornaram-se depois tio
hábeis' nadádofks; qtte passavam no niaf n
maior parte dos dias e das noites, agarran-
do 08 peixes com as mãos e com os dentes;
mas, fogindo das emb«rcftQ9i% MlUd-fW fei-
xes; de modo que os gentios os considera-
vam^deuies domar, «lhes offerecigoi sacri-
ficios, para se livrarem dos temporaes.
' bit aiúdá o mesmo escriptor, que no an-
uo íí da etm chrisiàát (èra éntáô proeohsul
da Lusiunia, Vlblo Sereno) um doestes ho-
inedspekès, sendo }á Velho, quaindb tinha
ibmè, tocava nm búzio, para que seus filhos,
úetos e bisnetos, qbe andavam no mar, pèá-
bando, lhe (^uxessem pefxe para seu 'sus-
tento.
Di-se o nome de Sérlèngas, não só á Ber-
Q55Í
PEJí
I
ienifa propriamente dieta (à qual também
chamam Berlenga Grande), mas ao9 vários
cachopos que lhe ficam ao E. e O*
Aos primeiros, qae distam apenas 400 me-
tros, chamam O da Velha -^-^^ um gmpo de
13 oa 14 penhascos, que mostram as suas
negras e limosas cristas fora da agna* a 800
metros ao 0^ dão o nome de Esirellas — e,
finalmente, a upi agglomerado d^ rochas, e
4 ou 5 cachopos, que lhe ficam a t kilome-
iros ainda ao 0^^ chamam os FarUhdes. Vide
Península,
Tanto a Berlenga, como os rochedos que
ficam descriptos, o Baleai, e todos os alean-
tis da costa de Peniche, são habitados por
muitos milhares de gaivotas a outras aves
inaicitiiQa^, que aqui vem fazer seus ninhos
em todas as primaveras.
É na apanha dos ovos d*estas aves, que
já bastantes pescadores teem morrido des-
pedaçados, como disse no k)g^ citado, do
l.*Yol^me.
Os mezes de maio e Junho, sâo ospro«
prios para a colheita dos ópos, que se v^n-
deip nas tabernas da praça^ cosidos^ a 10 rs.
cada um. Os ovos de airo sao muito lindos,
iiprocRradpa para. ornamento á% jardim^-
rfks; mas a sua apanha, sendo j^ioda em si-
ty)s mais perigosos do que os das gaivotas,
UfD c^stada muitas vidas.
Também nas Berleogas apparecem,, ^'m
abundância, pedras roladas, de mármore
preto e vermelho» con^ que se (azem bonii
tos .pavimentos, formando, uma espécie de
! .' » ^ ,"» j '. .;•
' 9 omMDos a Pesldie.
O'- • » > . '
Effnia áe NonaSevI^uarnSa J^juda ..
3ogunAa o ^ancmario Marianno (Tom. %%
lirl.*, Ul a|) a oyrigem doesta ej^eja,* é a se?
ígoAnle: .
Aq PI* da viila, no sitio ^ Pajpoa, oQde a
"Cpíita é formada por altissiqios rochedos, ha
umas caverna;?, õbamsdj^ liinho dos Cárvos^
eem jupa d*ellas appareceu uma imagem, da
Santíssima Virgem.
Os que primeiro a viram, foram os tripu-
lantes de um ba;rcp que passava juutç dos
rochedos, e quQ vienam. dar parte á pov«ia-
çâo.
Acudiram logo ao sitio, e com uma eorda
atada á cadeira em que se sentava aSenlio-
ra, a guindaram para o alto dos rochedos»
estando outros em um barco, para com páos
desviarem a corda, das arestas das pedns»
para se não prejudicar a imagem. Foi col-
locada na egreja de S. Vicente (de que Já fal-
tei) e junto á casada saúde, que então alli
havia.
Teve o poyp de^de logo tanta devoção com
esta Senhora, a qu^ deram o titulo de Ajuda^
que, sem perda de tespo, lhe construíram
uma capella, tap ampla^ que mais tarde, foi
elevada a egreja matriz, da freguezia de Pe-
niche de Cima.
Parece que esta apt^arição tevç logar an-
tes de 1580, pois diz fr. Agostinho da SaoU
Maria, que o venerável padre, fi*. Francis-
co Farão, da familia dos Arraes, do Algarve
e.religioso da ordem dos menores, hindo as-
sistir aos empestados de Peniche,, na diu
casa da saúde, tomou grande devoção cora
a Senhor^ da Ajpda, e .açimon os doeotas^
dJzendo-lhes que logo que elle morresse da
peste, fossaria o contido— e assim aconte-
ce^:, pedindo á hora da morte, que o sepul-
tassem á vista da, Senhora da^ Ajuda, o qoa
se^i^mprin. ' ,
. Toda a gente ^a praça tem grande devo-
ção cçm esta santa imagem, particularmen-
te os pescadoras e navegantes.
. Temoç visto, quantas e quão vantajosas aio
as.co^diçSes .dç desenvolvipae^to e proape-
ri^f^e que 30. reúnem Q,*estavlUa; peróoi,
só deve o que é, aos seus próprios recurso^
e 4 ei^rgiai. actividade e amor ao trabalho
dos lens bjjbitantei^ e nada absc^utameoie
Aprqt^^o.do^.nossos governos,, que^desde '
o falleciíppnto do ultimo dos seus dionatario^
q ultimo colide de Àtouguia, no cadaíal9o 4o
Beleip, nunca mais quizeram saber dá for-
tpna ou adversidade dos penichenaes.
. . Ainda em ÍÇ75, com ? creaçio de trinU
comarcas no continente, debalde requerea
a eamara » o povo, «o governo portngaet —
que elevasse este ooncelho á caihegoria de
comarca, como era dcj Justiça, visto que po-
PÉN
Toaçdes muito menos importantes, conse-
gairam esta elasifieaçao.
Foi ainda de balde qae allegaram — que
— Peniche era cabeça de um dos mais an-
tigos concelhos da provinda'; praça 'd^ãir-
mas, de primeira ordem; com grande tráfe|-
go de commercio; uma das mais importan-
tes povoações do districto; porto de mar,
frequentado por embarcações nacionaes e
estrangeiras, de todos os iotes; ter posto 'se-
maphorico; estação te^egraphica; delegação
da alfandega; vice-consulados de diversas
nações ; agências de bancos,' e de compa-
nhias de seguros; edificlos públicos^ com
capacidade pára acommodar todas as repar-
tições concernentes a uma comarca, e casas
particulares para residência dos magistra-
dos 6 empregados públicos de fora da ter-
ra; cadeias pubh*cas muito seguras; pessoal
illustrado sul&eiente para os differentes car-
gos; grande aífiuencia de gente de varias
terras, qife aqui vem comprar e vender as
suas mercadorias; grande movimento de im-
portação e exportação.
Qae teve antigamentó ouvidor, e depois,
ató i834, juiz de fora; que foi muito consi-
derada por D. Philippe III, que a elevou á
eáthegoria de vilia, em 20 de outubro de
1600 ; e por D. AfTònso VI, que lhe conce-
deu grandes privilégios, fóros e regalias,
por alvará de 6 de agosto de 1665; e pelo
próprio governo liberal, que elevou a vilIa»
a cabeça de distrícto marítimo, pela carta
de ler, de 8 de julho de 1867.
Que distava 33 kitometros das Caldas da
Rainha (actual cabeça de comarca) e 38 de
Torres- Vedras, seiÉi tuna estrada pára qual-
quer d'estas (ou de outras) povoações.'.
Que a máxima parte da população de Pe-
niche, vive da industria e commercio das
pescarias; não podendo por isso, abandonar
o litoral; que nada teem os habitantes de
Peniche que hir comprar ou vender áquel-
las duas villas, porque são os moradores
d'ellas que vão a Peniche eoniprar e ven-
der; que é mais populosa, rica e importante
do que as villas das Caldas da Rainha» Tor-
les- Vedras e Óbidos, povoações que U^e fi-
cam mais próximas..
Que era de toda a justiça crear-se aqui I
fBN
6ãd
tkma comarca, composta dos julgados de Pe-
niche, da Amoreira (creado em 1875) e da
Lourinhan; pois sd davam todas as circum-
staucíà» exigidas no artigo 2.% e excepção
dô g 2.« do mesino, da carta de lei, de 16* de
abril de 1874.
Finalmeiíte, o requerimento que a camâ-
ra municipal dirigiu ao sr: D. Luiz I, em 29
de setembro de 1875, termin)» por um brado
de judtissima queixa, contra a desconside-
ração dê que I^eniche tem sido victíma. É
concebido n'estes lermos:
«É pois manifesta a injustiça, commettl-
dá para com este concelho, e principalmen-
te para com esta vilIa, mas esta camará es-
tá de ha muito habituada a vér com magua
que os legítimos interesses dos seus muní-
cipes são quasi totalmente descurados pe-
los poderes públicos.
«Aqui não ha um melhoramento unieo
concluído á custa do cofre geral do Estado,
se exceptuarmos a estação telegraphica, e
insignificantissipios reparos feitos na forti-
ficação, sufficientes todavia para attestar
que nem por este lado o governo oiba com
attenção para esta localidade, considerada
militarmente, como um posto avançado da
defeza de Lisboa 1
«Podiam, sequer, ter-nos dado uma es-
trada das que ha votadas; mas ellas teem
sido apenas, um pretexto para dar prospe-
ridade a outras povoações, aliás menoís re-
commendaveis do que esta, pela sua impor-
tância eivil e militar; por isso que tendo
sido começadas com o nome de^estradas
de Peniche— ainda não houve uma que aqui
chegasse, e todas teem parado nas Iqcalida-
des aonde as fés chegar qualquer iofluen-
eia mais ou menos justamente attendida:
emquanto que nós, que a ellas temos direi-
to, estamos quasi inhibidos de sahir d'aquí
para não hirmos expôr-nos ás fataes con-
sequências a que podem levar-nos os cofis-
tantes precipícios, que constituem as nos-
sas únicas vias de communicação exterior!
«A falta d'uma boa estrada, tem sido e
continuará a ser, emquanto a não tivermos,
um dos grandes males que affectam esta
povoação. A sua praia, uma das melhores
das nossas costas, deixa de ser bastante fra-
«54
?m
f foenUda, pela grave falia 4d boas cpma^O;
«pícações» O D0S6Q merqado» posto fUQ sem-
<pre aboDdante e eoncorrído, podia ael-p
«naif 66 boQvesâe uma estrada sempre traiv-
f sUavdi. A proprja força militar que aq«i
«destaca, tem uma marcha incoflwoda e até
«perigosa para^ e veia(9ria para .06 poyos,
to,Qqedeix2^va.d^.saccçfler se houvesse um
«tMua camioho^ , . - -
«FiDalmaute, Seubor. Penipbe t^of direito
' «incontestável a uiq cçrto numero de npielt^^-
«ramentos materiae^,, que tão iDjustamente
«Ibis teem sido negais. »
Mas, já láyão quasi oito mezes, e a camará
6 povo de Peniche ainda naa obtiver j^m des-
pacho favor^y^l; mm o conseguirão^ porque
en Portugal actuam mais ai? iofl^ençia3 do
campi^narlo, do que a razao^ a Justiça e a
commodidade e prosperidade do .povo, ape-
sar de se dizer que ó em at(enção a estas
dnaa toosas, que sp fai^m tanto^ decretos,
alvarás, leis e portarias, que as. estão çons-
laotemente disaUeniendot
É p^na^; porque, Peniche elevada a sede
de eoaurea, com o conjunto de circwnstaq-
das que se dão n*esta importantissima villa,
. «m poucos annos seria uma das p^iJACipa^s
da Extremadura.
Ha em Peniche seis cqnfrariâ^ todas ri-
cas. A. Misericórdia tem um rendimento an-
imal de 3:000^000 réis.
Uma associação de soccorres psutiaos^ que
rende cada anuo mais de dois contos de réi^.
Teem vices-conáuiles em Penicl^e-— |à Fraa-
ca» Gran-Breunba, Hespai^ba, Hollanda, Bàh
g|cs» Grécia e o Qrasíi.
. p valor annual ^zs suas pescarias, ^a
por 60 contos de réis.
Além do mosteiro do Çxun-Jesus, de r^li-
gjpsos franciscanos,. proi^mo, 9f> Cabo,Car-
voei|>o, e de que já triitét, ha também no di9-
tricto doeste concelho (mt freguesia d'Aton-
guia da Baleia) o morteiro que foi de cpoe-
gps seculares de S. Joào EvangelisU (loyos)
4e S. Peroardioo.
Ffta a 3 iLUometros ao O. da villa d*Atoa-
ypfisí, 4 ao S.B. de Peniche, e próximo da al-
deia e forte da Consolação, e do mar.
96^
Foi Yçndiâa depois de 1834. -r A ^freK
está profanada, e pertence ao sjr. Silvério
Bosa, do Ferrei,
O.ediflcio. do. mosteiro e a cerca sãq do
sn. Yçrissimo. Joaquim Ferreira Souto, de
Peniche* Àquelle está .ameaçando ímminen-
tç ruipa; e esta .está lu^je transformada em
vioba. terra Ifivra^a^^^matU)..
. O rio d*AtougDía,. que morre i) este con-
celho, vem desaguar ao oceai^o, 1:500 jpaa-
tros ao S. dQ Peniche, e outros tantos ao N.
da Copsol.aç^» no silio do tleião-Grande. '
(Vide Balea!, Berlmgas^ Passos de D. Lea-
»0f, jS«T<i d*Bl'M, e Valle-Bem-Ftdto.
. , ' ■-" - . . •
Ko dia 10 de maio de ^876, appafreceujuu-
to da ^orlengii, uma garrafa, arrolhada, con»
tendo um papel, que parece ser pedaço de
alguma folha, arrancada de um livro em mo-
mento de grande, angustia.
Este papel tinha escripto a lápis, e em lín-
gua inglesa, algumas palavras pouco legí-
veis. A tradueção possível é esta: — %Âgosto
7 àfi íSTp—ÁUura (hs ilhas Scylli-^Escima
ImcCf cdpUão Bcetshy; foi abalroada jpelo
vapor (palavra confusa) Beul, hindo api/piks
iui^ ás rochas /l. . . (illegivel o resto da^K^a-
lavra); perdida tOjAa atripuiação, excito o
despensfiiro Barler» (Estç nome também con-
fuso),
.Andou pois esta jg^rrafa sobre as ondas,
quasi quatro annos.
O papel que aigarrafa^^comiaba, foi re-
mettido ^o oonsujado inglez, para se lho dar
f devido destino.
PENINHA— Vide o vol. 1*, pag. 303, coL
1.* no fiu^
península ibérica— é a grande re-
gião que estaaceia ao occidente da Europa»
e da qtial fa;.p2|r(e.
E' dividida da l^rança (que ihe fica ao 1^.)
pela cordilheira dos Pyreneos, ^ e^ em parte,
: S O lenitorio francês^ comprebendido en-
tra. Narbona (a E.) na costa do Mediterrâ-
neo, até Bordeaux (ao O.) na costa do Atlân-
tico-^^ desde o Cabo Crenx (B.) até Bayon-
na (p.), é o isthmo ^ue separa a peniosalA
do continente.
E' quasi um paraUelogr^mo, formado a
PEN
■p«Io ria BldatBda, e per todas astmlrafl par-
tesy é cercada pelo mar; • :
' A costa do N., qaaií efia linha rtcUi' foin-
^pta Ofl ftàhia de S. 'Sebastião de ^eaia,i6
seinundcl pdr Bílbào-, SantMider, G^cm, Bí-
toadeo», Cabo Onegal^ e €ioi)anba« Y^e íerm-
wkr uo' Gabo da Finisterra; d*âhi plrÍB<^ina
acoste dè <X, tiae vae terminar ao Gaba de
8. Vicente; porém o território he^panhol
doesta eoacs, fioda na margem dioaiia do rio
Wiibo^ e d'afai para o &, é o litoral povtni-
IfQez,
No cabo de S. Vicente volta a peninanla
para o S., terminando o reino de Portngal
na margem direita do Gaadiana, e princi-
piando onlra vez o território heapanhoi até
ao estreito de Gibraltar.
Toda esta costa do N., como as do O. e 8.,
é banhada pelo Oeceano Atlântico.
Desde o estreito (eietaindo a praça de Gi-
braltar) até ao Gabo Grenx, é a costa orien-
tai -faespanhola banhada pelo ' Medíterra-
ceo. (
O clima da Península Ibérica (oa Hispâ-
nica) 1 varia muito, segundo está, mais pró-
ximo ou remoto da costa marítima, ou das
tiltas montanhas que accidentam esta vasta
região; porém onde se gosa o dimamais
benéfico, é desde o centro da Hespanha, até
às costas portuguesas.
O clima das províncias do N. hespanho*
^as, é excessivo, e o dos Pyreneos, IHgidis-
símo.
Excluindo a maior parte da Península
Itálica, ò clima da nossa, é, no geral, o mtfif
» •
H., pêlo Golfo denominado de Lei», no Me*
' diíerraneQ-*^ ao 0.^ pelaGotfo chsnado de
Gaacopha» e também de Biscaia.
^ Ê conservando ainda a mesma Hntia até
á extremidade E. dos Pyreneos, que pára o
O., já em terra de Héipanba, cMtinaam com
diversos nomes, desde S. Sebastião de Bis*
•caia, até Lngo, íoroaando uma só cocdiihei-
ra; que príneipia no Gabo Grenx e vae ter-
minar perto do Cabo 4b Fioialerra, conser-
vando sempre orna ííiiImi qucsi r^ta» desde
• Mediterrâneo até ao Oceano. *
t Os romanos, e depois d'elleB| oagonose
árabes, davam a esta Península o nome de
Hetpaihaê.
Ainda muitos escriptores modernos lhe
dào astaalmente esta denaminaçio.
mi
665
benigúo da Soropa, e dog mais salubres de
todi9 o mqpdo»
Alem d*i9sa, é esta região (ertilissima em
todasr as. ptoduioçaies agrieoiaa da Europa,
abundante em todoa os géneros necessários
fi vida..do9 hon)ens e do^ aoimaes^ etem
grande numero de opinas da toda a qualida-
de» do -metaes e metaloidés. muitas d*e]las
« • • • *
em lavra activa, e não poucas esgotadas» pa-
ios irabalbos mineralogicoa e metellurgicoa
dos,p.h^Qifíios» carthagiQeseSy romanos j» ára-
bes.
Por todas estas circuiQStancias» desde eras
remotíssimas, tem este pais sido o el-dora-
do de uma multidão de aventureiros de to-
das «a nacoes, invadindo*o< por terra e por
mar, a carregaudo muitos milhares de na-
vios com o fructo das suas explorações». e
não poucas vezes, das suas rapinas.
Também é em razão d'esaas invasSes es-
trangeiras, que nós, os penipsulares, não
formamos uma raça diatincia e genuína, co-
mo os scandinavos, os mongólicos, os ára-
bes, 08 gregos «antigos, os indios, os chinas,
ets.,. etc; porque, grande numero dos inv|k-
sores, fixando aqui a sua residência, crtia^-
mm as raçaa, vindo os actuaes hespanhoes
e portuguezes a descender dos iboros,d os
gaitou, dQ9 francos, dps gr^os, dos syrios,
doa godos, dos vândalos, dos turdcdopi dos
alanos, doa seliogos» dos árabes» e de mui*
tas outras raçai^ que com o coDrer dos se^
cnlos vieram a formar novas raças, ocja
origem é hoje impossível descriminar ou
distinguir.
A mesma confusão ha, quanto aos aborí-
genes.
. fiuíim foram e d'onde vieram os primei-
ros habiiadoros da Península Ibérica?— Mys-
teríot
• Ibveria aqui uma raça de homens» mais
00 menos eivilísada, que depois, por alguma
grande catastrophe phisica do globo— sub-
mersões, dilúvios, terramotos, etc— ou por
alguma grande revolução social (espécie de
edadê petroleira^ antidiiuviana) que, faaendo
perder aos homens o sentimento do £om e
4o boUo, os embrutecesse?
sempre selvogens o antropopha-
•656
PEN
FEN
gos, 09 primitivos peníDsolares, denomina-
dos homens das cavernas, on da primeira
edade da ^eárs^-HircheoUthicaf
Qtiando principiaria esta regiio a ser ha-
bitada pela raça hamana?
Ontro mysterio, qae, provavelmelite, já
iiiab deixará de o ser.
Qaal seria a soa conflgoração physica pri-
mitiva?
Quando se formariam essas immensas cor-
dilheiras, essas alterosas montanhas, . esses
elevados picos?
O qae seria mar?
O qae seria terra firme?
Ainda mystériol
£' certo qne tem passado por grandes al-
terações pbysicas, por grandes convulsões,
por medonhos cataclismos, o nosso solo.
Ha em Portugal vestígios qne provam com
a, mais indiscutível evidencia, que, onde ho-
je se vêem formosos vailes, e veigas feracis-
simas, foram mares outrora.
Em alguns pontos, a 5, 6 e mais kilome-
tros longe da? praias, se encontram seixos
rolados, peixes, conchas e plantas mari-
nhas fosseis.
Mas não ó só junto ao litoral, que se en-
contram estes seres, cuja raça t» extinguia.
No valle de Arouca, 36 kilometros a £. do
Atlântico, vôem-se, em partes, camadas de
bivalves antediluvianos; e ao abrlrem-se os
alicerces para a ponte da nova estrada, pró-
ximo á viMa, se viu que todo o solo era for^
mado por camadas de seixos rolados, indi-
cando a permanência muitas vezes secular
das aguas n'aquellas paragens. Os próprios
penedos semeados pelas serras doestes sítios,
não são senão pedras, a que o mar, impel-
lindò por muitos séculos, umas contra as
outras, nas suas correntes submarinhas, deu
a forma espheriea.
Na própria serra da Eslrella, se teem en-
contrado eamadas de condias fosseis, e pei-
xes antidiluvianos, o que nos faz acreditar,
que esta serra, apezar da sua altura, es-
teve por muitos séculos submergida pelas
aguas.
fim outros muitos logares d'e8te reino, ae
teem encontrado vestígios da diatunia per-
manência das aguas do mar onde nos custa
a conceber como ellas chegassem, a nao'
isto tudo Oceano!^
A darmos èredito aos geogra|^bos e histo-
riadores gregos 6 romanos^ o Atlântico tem
invadido as nossas «ostas, já desde os tem-
pos históricos; pois que florescentes e graa-
des cidades do litoral jazem heje sepultadas
nas ondas, como Carteia (ou as Cart0ia$y e
outras.
Em outras partes, tem-se o Oceano retra-
hido, deixando a alguns kilometros da praia»
cidades cujos muros .eram açoitados pelas
ondas, como aconteceu a Tavira.
Um diluvio parcial, ou outro qualquer
phenomeno platónico submariaho da edade
media, fez mudar a superficie do mar, em
uma vasta extensão, deixando a descoberto
as ilhas de Tessel, Eyerland e outras. Já
n*este século, temos visto, abandonarem as
costas em umas partes, e invadindo-as em
outras: rebentarem vulcões; apparecerem
e desapparecerem ilhas; subverterem-se {No-
zes; sumirem-se rios; e sepultarem-se moa-
tanhas.
Longe me levaria a imaginação, discor-
rendo sobre este ponto; e, nem os limites de
um diccionario geographico o peraiittem»
nem a minha carência de estudos geológi-
cos poderia dar á matéria scqetta a forma
scientlfica, que prende e inslrue.
Do mesmo modo ignoramos a duração da
edade da pedra, que, segundo alguns, efan-
dando-ee em recentes deseobmas paleou-
thologieas, foi de 7:000 e mais séculos!
Á primeira edade da pedra, seguiu-se a
mo/t^iUca— isto ó— a segunda edade da pê'
dra (e também do csso e do barro cosido} —
É a época dos dolmens, das antas, e, talvea
dos cams; denominados monumentos mega^
litíkicQS^ de que Portugal tanto abunda, cooia
t Voltaire, guiado pela sua vaidade, pela
seu atheismo, e pela soa incrednlidade cega»
Sroferiu o maior disparate que podia sahir
a bocca de um phiiosopho!— Disse que as
c^has fosseis colUffidas nos Alpes e em ms'
iras partes do interior de diversos paizeg,
proeáiam do Oriente^ e tinham eahido dos
díapeus dos peregrinos que refpressaoam da
Syriattl {Principies ofGeology, by Charles
Lyell, pag. 97, da 5.* edição.)
PfiN
PEN
657
o ittlio provado em mnitos iogares d'aau
obnu
Á MÊÊà$ da pedra, sAgaki-ae a do ferro e
do hnmu* A esu e às anicoedeptes» se dá o
iMine 4e edades archeologica^ *
Mas quem foram os bomens qae coostroi-
sam esses dclfmmy que revelam já uma eí-
▼ilisaçao ainda que elementar, ou embriena*
ria; e com qae apparelhos dyoamícos eleva-
ram aa soas antas monstmosas?
Os «scriptores antigos lhe chamavam cd-
Um; os modernos, na falta do sen verdadei-
ra nome, lhes ehamanf pre^ceUas.
É eerto que os povos de que ha mais re-
motas noticias, coià mais apparencia de ver-
dade^ sao os celtas; mas jõlga-se qae nao
loram elJes os constractores dos monumen"
$oi mê§alithicos.
Sem a mínima pretenção a
singnlarisar-me, e sem o me-
nor orgalho pelo mea achado,
que não foi mais do qae om
acaso (como sào a maior par-
te das descobertas ardieoiogi-
eas) e eom licença dos homens
da sciencia, direi qae desco-
bri na margem esquerda do
Dooro, em Castello de Baixo,
wn dolmen^ de eonstrncçáo
muito mais moderna do que
todos 08 outros de Portugal,
pois data da edade de ferro^ o
que facilmente se prava pelo
corte das Juntas dos seus pi-
lares, qae evidenoeiam o em-
prego de insirumentos de fer-
ro. Não me oonsta que ha)a
outro egual, n'e8te reino.
(Vide vol. 1% pag. 18^ col.
t.\ no fim.)
Quande os romanos iavadiram as Hespa-
nhaSy acharam aqui os iberos (ou babilónios)
os ceUês, ot §aUos-eettaSi os fusos, os iwásh
loS| OBpesureSy os ctmeoSy Qsgrávios^ osom*
fli(0etO5,.e outros, de nomes exdruxulos, cu-
ja aborrecida nomenclatura poupe ao leitor.
Mm quem sabe se essa aomendatora foi da-
da ao» povos hispânicos, pelos phenicios, oa
pitoê romanos?
vouna ti
Os geólogos» designain iuna época remo-
tíssima (a dos grandea cataclismos «— talvez
a de dilueio imiv^rsa/) com o nome de pe-
riodo plioceno.
Foi então— -segundo elles — que a Ameri-
ca se separou da Europa, e esta da Africa.
Que a parte occidental da Europa, por um
jmmeaso cataclismo plutonico, foi pouco a
pouco submergindo-se sob as ondas do Ocea^
no, que, augmentando de volume por esta«
circumstancia, foi invadindo a parte septen-
trional da Germânia, até ao centro da Rús-
sia, insulou a Inglaterra e a Irlanda, a Ma-
deira, Porlo-Santo e as Canárias; a Sarde-
nha, a Córsega e a Sicília, e transformando
a parte occidental da Grécia no archipelago.
Jónico. (Vide Berlengas e Peniche.)
I<l*estas immensas inundações, mnitos mi-
lhões de seres, espécies inteiras de animaes
e plantas, deixaram de existir. Os fosseis en-
contrados na maior parte do globo, o estio
provando.
A geologia, posto ser a mais moderna das
sciencias» tem já prestado relevantíssimos
serviços, com as soas investigações hodier-
nas, 6 derramado muita luz, sobre os tem-
pos antediluvianos; mas o seu maior servi-
ço, foi de certo o que fez á religião chris-
tan.
Os philosophos e os espíritos fortes do sé-
culo XVIII, consideravam a Bíblia— sobre
tudo o Gf^neni— como um livro absurdo, e
Moysés como um visionário; porém as re-
centes descobertas geologicasi, teem plena-
mente confirmado as Santas Eseripturas —
se ellas precisassem de confirmação para se-
rem acreditadas. ^
^ Confhnde-se a imaginação do homem
dos nossos dias, quando pensa no grau a
que tinham chegado os conhecimentos hu-
manos ha 40 seei^oe, e o quanto depois vie-
ram a decahirt Com effeito, foi certamente
preciso que uma longa serie de desgraças
immensas, oahisee sobre ahimianidade,para
que ella tanio retrogradasse.
Temos monumentos dos chaldeus» dos as-
syrlos, dos persas e dos egypcios, que nos
demonstram um alto grau de dvilísação^ n'es-
sas gerações tieje chamadas pfv-Aâtonoas, 6
que depois vieram a cahir na mais lamentá-
vel ignorância, eno barbtfismo mais atroz t
42
658
PEN
vm
Os hierogiificos eDcoatrados no oenlro
d'e8sa& moles iinmensts-denomiiiadab p^ra*
fní4es do Egypto-^q\i% se são um monumaB-
to do orgulho dos Faraós, o sao também do
seu poder omnipotente, e' da remotíssima an-
tiguidade da soa illastraçào — esses bierogli-
flcos, digo, até boje íniDleUigiveis, teem sido
tenaz e cooscieDCiosamente estudados, por
sábios aliemães, francezes e ioglezes, e é ad-'
miravel como elles coaeordam com as Sa-
gradas Leltras.
Na leitura da Bíblia, como na interpetra-
çào dos hieroglificos, só ha a attender a que
os «írientaes fallavam e esoreTiam sempre
em seotido m»tapborioOy symbolico e eai-
gmaticp.
AUi se vêem os sete dias da creação^ que
não sãd maia do que osymbolo das sete eãa-
dei do mundo.
MO MA PRIM&IRO CRSOO DEUS A LUZ. ^
N'estas poucas palavras se resume a craa*
ção d'essas myriades de astros, d^esses mi-
Ibares (talvez milhões de milhões!) de sys-
temas planetários, com que o Omnipotente
esmaltou o firmamento; submettendo-os a
leis eoDcordes e bannonícaSy que o correr
de tantos milhares de sacuios^ em nada j[k)«
deram alterar. ^
MO DIA SBOUNDO FBZ O FlRMAMBIfTO £ SEPA-
ROU AS AGUAS SUPERIORES DAS INFERIORES.
Isto é — formou a atmosphera.
IfO TERCEIRO bU SEPAROU AS AOUAS, DA TER-
RA, CHAMANDO A^UELLAB — MARES — B DANDO
A BBTA A FORÇA B A VRQPRIBDADB DC PRODU-
ZIR ARVORES, PLANTAS B USRTAS.
' Notese qtíe a palavra hebralca~yon—
tanto pôde significar dia, como anno, sécu-
lo, ou milhares de séculos-— significa mais
propriamente — época, tempo. — tVerum dies
ibi pro tempere vel i^patie simpliciter snmi-
tur: sive pro diebos, ut plertsque 'plaoet4
JSam siiignlarís pro pluraii saepe in Scd-
Stura ponitur.» — • (De Opi^cio sex dierutnf
e Petairius, L;« i.% cap. 6, g 4.«)
* Os aMigos geographos^ aranographos,
sustentavam que o nosse aystema planetá-
rio tinha sofTrido um transtorno immenao«
talvez prx>duzído peio choque de algum cor-
po celeste que sahisse da ena orbita, e que
es pelos do mundo, até então norísontaes^
ficaram obliqaqe. Hoje está pleoam^lapn)-
vado que a abliquidade é a posição gerai
dos astros e planetas.
Quer dizer— A aaperfloie do uo^ fMa
solidificada, pela cinza e outros corpos
pellidos do centre em combustão,
os accidentes da periphería e a. sua
primaria. A água, obedecendo ás leis da
vidado, impostas pelo Greader^ procoroa o
seu iazígo nos valles mais protoudo% a a
terra começou a produzir as plantas.
NO QUARTO DIA^ CREOU OS ASTROS.
Isto é— estabeleceu as duas forças da na-
tureza, e imprimiu no nosso satélite — a Loa
— os dois movimentos eternos, adnsifayel-
mente combinados com os do globo da ler-
ra, e com todos os mais astros e fdaan-
tas.
NO QUINTO DIA FEZ os PEIXES £ AS AVK&
Todas as descobertas modernas indaxeia
também a acreditar que os primeiros aérea
da creação, dotados de vida e sentimento^
foram os peixes» e os segundos, as aves.
NO SEXTO DIA FBZ OS ANIMABS TBRBESTBBS
B O HOMEM.
£8tá pleaamente provado quo os animaes
quadrúpedes e os reptis, são de uma crea-
ção posterior aos peixes e ás aves, e ante-
rior ao bomem.
Os fosseis até boje encontrados nos ter*
renos secundários, pertencem unicamente
áquellas espécie— peixes, aves, quadupedea
e repiís^e não ao homeia; o que prova ex-
btiberantemente que, iia época em que om
(primeiro?) e medonho cataclismo transtor-
n0u a superficie do globo, convertendo em
lagOas e mares o que era tbrra, e em vallea
e montanhas o que foram mares, ainda a es-
pécie humana não existia no mundo: é por
isso que o Génesis menciona a sua creaçao
em ultimo logar. '
Finalmente^ Deus, depois 4p crear o ho-
mem, á sua imagem e semelhança (espiíi*
tual, se entende) para rei da creação, nada
mais teve de erear, e
NO SÉTIMO DU AfBSCANQOU—
isto é— oreado o uqiverso, estabelecidas to-
das as suas irrevogáveis leis, e dado o mo*
vimento regularissimo e harmonioo doaaa-^
UH)s, para toda a eternidade, estava eomple-
ta a obra admiravelmente perfeita do Omni*
potente-— e asscançou— quer dizer, /leixoft
o universo entregue ás leis que Ibe havia na*
vm
BBJKl
\
9m
Ub^eeiéo, e ao i
lhe haTfà da^o. '
• moviímnlo que
"Eto vaflos pafzes âaEar^a, Asía^iÂfri-
ea— e atndA mais na Amerfca-^aé tMOkétí^
tsonXHáo restos dè moDttoMtit^ qtíe nôãf re-
Tí^attf a exfèteneia de poVôs etvHl^dos, eWQ
^^âs descònbdtiidas pela soa reiWHssitfta
AtKlgtiíéNtde: o q^ nos lèl^ a a^ oéitar, tpie
a fdolaçSaê oterrcvr eansado pelas tíi«d<mhas
éoii^UOes da solo, etDitruteeeraíiii 6^ povos
ijMpèêéraRi eseapar sbbfe aselevadas^eor-
dlAelras já èimSo formadas sobre r sopeia*
doélògWbò.
Mas em Portagal, Denbnm Tesifgioi ãlélio-
je se tem eneontnido d^essa' remofta cWHrsa-
çlo; re5iimlDdo-àe ^s modernas descoberus,
ao achado de cavernas habitadas por tribos
balearas e selvagens, ca}os imleos instra-
mem^s ^i^m toscamente feitos de nlex, è
nada mais se tem encontrado do qtsre Isto,
ossoe e cinzas.
(O apparecimento de obje-
ctos'de barro, cosido ao fogo,
> ocí apenas sécco ad tol, é de
tima época mais moderna.)
O qtLe* deixou mais evidentes sigtfaee da
sua passagem devastadora; fòi ^dihn)4o: es-
te cataclismo, qòe os philosophos do séea*
lo XVIII, e omros, também negaram, está
)K)}e pfèeamente provado, bío'96 pela Bi-
blia/paraos crentes;' como pelas tradições
de todos os povos do globo; pela bistorf a áa
antiga Grécia, ^ e por todos os vestigios, nns
ptftéli(!eMtK)S8a'Vistfr, ontroè cpie «dtftftiàa-
illetfté -éSlâO^ desoObHndd'oft ffivestlgàdVM
dOirvoâiofSHilás/
f > /
Bstft plenamoate pft)vado, nie só' peloê
LWro» Ssfgrados,' mas também por-tetmio-
raiSin^i^igaçdes e descobertas gécMgfws^
qae « Homem exista mtes éo dilotro de tpH
ttoffMla Moysés.
Tmemos aifora do ponto- principal d^ste
MtP ^ OS' âborigenes da nossa p^ikiHisiifa.
A dar credito a algnns èMfiptore^^^á «fá
1 i^ffundo os antigos historiadores gre-
gos, devé-se ao dilavio a formação da Mo-
réa, 'do HKAte* Ténaro/è dae IHos loohm.
poiíoada pelos komen^ aulea do dítavio;^^
foram d^aqui as primairas trttma <|ue «a ea*
taAvleeeran na GaUia nemdional,) na Itália*.
e na Sioilia, ainda, então unida áPaninsnla
ItaUca e À ACrica»
Ditem também, qve os .»Vm2o« e os liçuveMy
eram orioadós da Libya» e fonim da Betica.'
Sustentam outros (talvez com mais funda**
mento) que varias uribua de ligures pia9^-
ram directamente da Africa â Itália, pela Si*
cHia» que era «mão um isiboi^, «nindo a
Africa á Europa— e outras tribU3 sa vieram
estabelecer nas Heepanhae» pelo istkmod^A^
bffla, que uma coavubão do «lobo aubveiPT;
teo^ formando o EsU-eiio de Gibraltar» com*
mmiicando o Atlantieo com o Mediterrânea^
e oeparando também aqui a A/rioa da Su^
Fopa, como fisera (essa ou úván convulsão),
desappareoer os iflthmo» qae ligavam a Airi*
c» com a Sicília, • «ata twoà-o resto da mo*^
dertta lialía. •
• Moamo que os primeiros babitaale^ d^
B^Moa viessem da Africa (da yb^>a ou dfi
outro qualquer ponto) teve esta emigraç4Ú>
lagar em eraa remoiisaifpai-r-isto ó--an^8|»
ou duraalte a «dodr ia pttra; e muito aecu*
los antes dasprímeiínis navegações; visto
qnie iitliaiq passagem franca pelo istt^aok
(bqjò estreito) que ligava CMpê oou) Ahy^a
--as famosas C(Àmima$ d'HercuUit da an-
tiguidade, e ecyo rompimento os my thol^goi^
attribnem áquelle remedem.
Em todo o caso, eram J*açaa ou povoa di*
versoa, os primeiros povoadores da Beliea
e da Lusitânia, o que ae prova, não só p^
las suas varias denominações, como pelas
suas diffensntes' linguaa, e pelas coatintua
guerras qno entre si traaiam* Mas o que aa
não pôde pegar é a.existenQta.do homem
aresta parte da Europa, desde a mais rejB|o-
ta antiguidade, e provavelmente desde a ópn^
ca secundaria.
O ar. Carlos Ribeiro^ iliustrado geqlpci»
t Entretanto, tendo-80 descoberto nas Hes*
panhae, fosseis de djver^s animaes anlldh
iQvianos, ainda ae não deacohriDi um s44%
uo^ espécie. . ,
2 Stranão diz que os siculos e ligured,
eram o mesmo que Ib^To» é celtas, ou fpi»
se tinham ligado oom esiM. . ' <:
r
»•
MO
PfiN
«•iMeiíifiorâAeo, tré aa «xtotencU do kc*
mem na LusiUiDia, já na épooa tereiaria ;
p«t8 que em uma eseafaçao, nas camadas
«iMKMUia di^ Valia do Tejo, a nas 40 kilome-
troa ao N.E. de Lisboa, eDOontiron instrn*
mentos de pedra, e algumas pedras deno-
tando obra d'arte» ainda qoe muito imper-
fftita.
-Depois d'este8, vieram os ãUã$UeSy tam*
bem africanos, habitantes do monte Atlas,
diz^se qne, traeendo por cbeíe, Héspero^ ir-
mio do rei Atlas.
Não se pôde dixer os séculos que decor-
reram desde estas primeiras migrações, sem
q«e á Lusitânia chegassem noTos adventi-
eies, oa se eHas continaaram/ O que se jul-
ga proirafel, é<iae^ pelos anoos 1793, a i960
do mmido (100 depois do dilQTio— ^oa MOQ
antes de Jesns-Chrisio) se veia aqui estabe-
lecer msia grande colónia asiática (cujo che-
fe knuitos crôem ser Tubal^ 6."* neto de Noé)
composta de homens, se nao mnito civilisa-
dos» com certesa mntto menoe bárbaros do
que os aborígenes.
É provável que sejam do tempo d'eetes
orientaes (obaldeus) os moBumenios pre-
hfetoricos— mâmoas, antas, dohnens, carns,
men-fairs, penlvens, cromlechs, noraghís,
etc; porque se feem encontrado muitos d>es-
tei monumentos na Ásia, na Africa e na Sn-
ropa; o que faz acreéiiar que o Oriente loi
o berço da espécie humana, e que eatta aUi
se desenvolvia com espantosa fecundidaie,
pois deu colónias para todas ae partes do
mtmdo — parece mesmo que para a Ame*
rica.
É a estes povos que se dá a denomina^
ie megúlHhicot — isto é — oonstructores de
monumentos de pedra.
Depois dTestes, vieram os eeUaSf qucv nnin-
d(Me aos ibercêj formaram es ceUiberúê; que,
pela maior parte, ainda viviam em cavernas.
t doesta raça e s&o doesta época as ossadas
humanas que se teem achado n'essas caver-
saa (vide vol. i.^ pag. 47, coL 1.% a descri-
rda gruta do Cabeço de Truqml}^ e^ se
se tem encontrado um grande nnmero
de ossadas,, é porque, as dos inimigos ersm
ahandona4a0 ás aves oaroivoras, e desfeijtas
pelo tempo; e pofqw muitas tribus quaíma*
PEN
vam os cadaveies dos seoa, o que se fiKma^
pelas cinzas achadas em muitas d*es4a»Ga*
vernas, e nas arcas das mâmoas.
depois dos povos megaUtèieotf
nnutos séculos dopeis (1370 antes de
Cbristo) vieram os gregos; os gaUoa osHos
Gâ misturadoa com os iberos e outros pevos^
que tinham fugido da Betiea para as GaUías
^pelos annos 3000 do mundo — em naão
de ama grande esteriUdada causada por luaa
sécca diutarna); e após elles os phinicioe oa
tyrios (950 antes de lesus-(lhristoX • peueo
depois os caribaginezes (590 antes do Jesas-
Cbristo) como os antecedentes, também da
raça púnica.
Atfaz dos carthagioezes (phenicios dn Afri-
ca) vieram os romanos (310 antes de iesnt-
Cbristo),
A invasão dos harbaras do norte (v^isiflo*
dos, alanos, vândalos, selingos, snevo% -etc^
eto.) teve iogar 4esde o anuo 400 da era
chrisian; e finalmente, a dos árabes^ em
714«
Todos estes povos^ e ainda os normandos
e gascões^ nos séculos IX e X, se Yoram mis*
turando eom os indígenas e aborigeoas; e é
do ioextrinoave} cruzamento de todas eslas
raças heterogéneas^ que procedem os porto*
guems actti4es« e grande parte dos hes^-
nhoes.
Podemos pois diaer qu^ somos una ptfto
modernOi tomado de todas estas varíadisoi-
mas raças.
€i^aiae,«etAolira iôeecriptm
mas laosneiia 4o ||e»wOf( e pars^ m
povo («ano on sábios nao prect*
sana das llcAes de tão immiii-
de e oftiscavo escriptor) evftiei
mailwSo me t^i posslwel» emaiíspei
gar termos #eleptill€MMs» om. e]
9Alvae|-os» «na^do ase wl
i^ado a esaprcgal-os (se J4
deeaiHM» da olara não tlnUha dsatfo
a saa dlOsUção) para «ue Amae
por todo» eaSesidldOo
Terminarei disendo tfsie emn
PorSug^alf a arclieologia pre-Ms^
foriea^ a paleonUsologia* a
Siarppologia» a. ãlnff nisllca»
.hn
vm
061
muito descuradas e detprategi-
#aa pelos aossos vovomoa» O o
-woao tea» Jailo» ^; naâaaãiaate
devido a exforç os de jK^rNoiíla-
vas# «a» pelo alaior do osiadd se
tmBwa dedioado a eataa Mtad-
oias»
9E1IMA LOBO <oq jP^mmi Xoto) ^-^^rigie-
2ia» Beira BaUâ, eaaarca e CDaceilM>d^ St*
lMqí[al <lo da eomarca da GoviUiaii, caMlho
— «OiDoiD •-- de Sortálba) W kilonitMft da
Guarda, 300 a E. de Lisboa.
Tem áOD fogoa.
Sm 1757, Unha 87 fogos.
Orago, S. NieolaiL
Bísfado e distrioto adoanístraánK da
Claarda.
O iNTíor do Salvador^ 4e Pooza Foiles,
apnaestava o enra, que tinka lOOMQO réis
deiBadioMitto.
Fértil em eeraes, maíto gado atodo e
eaça.
PEMITA LOMftà <oa Pêm Lou^a) m IS-
HBà iOMGA -^ vide Cintra.
KiniA MAIOR (eu Ptm MaÍQr)-^l0Ê%at'
zia. Douro, comarca de LiQtt8ada,'eaneelho
daiPa^a de 'Ferreira (foi da-eomarea de S.
Thyrsa, eoiicelhO'*-'eillDeti>^-^4e Negréttee)
Í4 kilometroa ao N. do Ptorto, 3M^ Jie-flL de
hkêMOL
Tem Íi(V fefes* i >
Em 1757 tinha i€G ÍO0QS. . . .
Orago, o Salvador. . . . ^
BiaiMdo e distriete admiaâliativi»' do
Bafto«
O papa ^t o blspo^ apneentavatn^ altdr-
aaUfvamiMte, a reáior, ^pie tinha llfOiOOO
Hm
1 IVAT um d^aquellea múa^TM^ mttifo
toqnduet -na oouipesifa^, jpHlâiildttante
em ohf aa extensas, e compiiéadas» dè«-ae 091
salto, de duas paginas, na 564~pas8ando-
se do Pena-Joia, a Penafiel e Sub-Arrifana,
lâo se pa0aàaéo éeeée Péná Loibó; até á
priMira PenafkL
ítào |ive outro necurjo,; senio^ escrever
estas (reguezias com dela an.
Peço desculpa aos meus leitores» d'esta
Irreinlaridade, a que são M: a mkwsa
cansa.
B' terra larllL Ifoilo gado be^víBO, qpa
exporta.
PENHA VERDE (eu Pena Verde) — villa.
Beira Baixa, edmarca de Tk^ncoso, conoelho
d'Aguiar dá Bbiva; 35 IcMometros a fi. de Vi-
seu, 320 ao N.E. de Lisboa.
Tem SIO lòfoei
Sm 1757, tinha 50 fogos.
Orago, Neasa Senhora das Gaudeka (da
Parificaçio.y
Bispade de Viseu, districto administrai-
vo da Guarda.
A mitm apnsemava o reitor, que thiha
4M000 léis e o pé d*alur.
E* terra fevtil, é povoação muito antiga.
O padre Garvalho, dia qae D. flaittio I
lhe deu loral, em 1195; mas Rranklia Ho
falia n'este* foral.
D. Sancho II; lhe deu foral em Gnardao^
a 12 de )i]^o de 1Í40. (Maço 7 dos fortiea
antigos, n.* 5.)
D. -Manuel lhe deu foral nevo, em^Lia*
boa, a 17 dn {ilhe 4e 1514. (Utro de far^g
«orna da Bmrm^ flw 61 v.,. ceL L* in fine.)
Tinha ttex egrejaa annaxaaf^S« SabKStiia,
de Domettaa; Santo Agoeda; de Qtteiflii; e
Sanu Marinha, de Fomishos.
A padroeira da fregseaia, tem uma iraMB-
èade, cQjde estatsiee team approvadoa.pe-
lo.bí^po, D. Joio de Mallo^
InstiloiQse ean ISO irmãos, 30 inoaa»
a 18 elerigoArf
A eadà um dos irmios faa faUaeeaaegs,
mandava a irmandade fazer irea otteiíia
anotados, de 9 liçdae— e cada um diog ir-
mios vi¥oa, era obeigado a reaar um rott-
Tkrpctofdafimeto^
Tadoa «a amios se tala um anniveranrío
geral, por todos as irmioa.*
ioBseeoaio X, eanaedeo^ em 1659^ OMiitaa
indulgências aresta irmandade, anqpaaa ae
ganham Ma diaa das fsatas da Sanhara^qua
lào^' a S de fayeninó» e a 15 da agista. t
fieiiatapor ttadiçâaqtia a priMeiaa dgra-
)a BBftríz d'eetalnípieaia» aeieve.paâítio de
a. Pedro, ailrtyr, fera da viMat asas» aeado
peqneaa;^ a esNaido bastante 4aamiflead$ pe-
la ianpo^ ea Hajaeie! <en6lfttiramraaclãa>t
662
vm
tlOntro Aft^piToa^t^tião se sabe quaiído,
mas ba mais de 300 aanos.
. 1
Sejs kilometros a« N. ^ePeoe^Verda, es
tá a vUlA de Matança. (Yol. 5>, pag. iM,
col. i.*)
Segando a tradição, tem este nome, por
que, em 985, hoate aqui- ama gráade bata
' ttia coflilra os mouros, «ommawhdos pelo íe
roa Al-Mançor, m de GórdoTa,'e qae, por
flea^o eaóipo jaoeado de^oadâveres, se eha
moa valle da Matança.
Ocpois, faDdoa*se aq«i ama pevoaçio, á
qoal, em memoria d'esca' batalha; se-dieu
sambem o nome de Matança.
ifimiA VOIKA (oa Pina Vangá) oa PE-
MA .VOIJaA---legar, Bdra Alta, fregoeiia
de Ferreira d' Aves concelbo de Satan» éo-
marea, districto adaniaiitnuivci, bispado e
94 kikiÉietros de Viseu. (Yol. 3.% ftag. 174,
col. !•)
Méi limices doe bispados dè Visea e( La-
mego, a 3 kilomelros daeeirsdii Lapa (vai
4.*, pag. 49, col. !•) le levanu da margem
fào Voogaf am .monstraoso penliaseo, com
nwls d«i'200 metfoa^d^dimirayieadordo lado
do O. amas (pwbradaís perpeadIccUares, e
ae fendo, am abymie. vertiginosa.
'ú tame d'e9Ca penliaeeo,é plano,. icBéo
ons 100 metrosde diâmetro, O' beUeadifl-
aso a piedade cln-ístan^sama grande eami-
da consagrada a JVossa SfiUora do Bom
JacMisa— vulgarmenie— iíosm: SênkotÈi de
Bmã V&uga. - . ;.
' Pata ta sabir a esta ermida, ba nmaia-
Iho em'Cifiietagaè%. da. perigoso «ocessov e
que nem todos se atrevem a iranspar; par-
que,, saaom as vertigens qoa eaoaa a pro*
tondidade do daspenlmde^, faltar tok pé
aò eamínhanta^ ealilrá no abysoK^ despèda*
'i(ado pelas aletas dae loehedos.
Gomo a saa^aMi»^Noasaflenlio0a dá
Lapsr^ a padroeira d'estftagreja objecta de
grande devoção para os povos d*estas ter*
ras.
Iteganda a tradiçia, é este tent^íonda-
(ia da prlodpio da»8seala VIII, e qoando
aa moana iatadlram eslei^rritsrio^ em 7 IS,
eadirMlio% t^araaabcrahireBi aSaaia|ma'
gati-aas oltraJesdee^aiaNMe» a vieiasaai-
«eMto avalias énutepettedias^^coaslfimia
-Itartam^adieMa» ^ '::.«! n»*»-»!» «»* ? »- •■•
Mdatpiiiéii'!»)^'»*^ * piMKIr»' aas-
'etrvafiD(4Év*eanfeqoeaaftt tdosiei
RftidíiiiPçtaL
,v« |^t«•^ f/»'; » ■» |« ftlvt ^ •!•
*.♦
V^agbrsr Mi tsnspla dd«isa«a«eai/>eom
It^^de aMlprtdor« g^gideilirgis, om^
altares, afora a capella*mór, com o
pvlaolpa], aonde está a'padíoeira/ i(afe3« de
BlarÉne9^ aom am mmo d*altara.
ttia tem reodlmemo própria; aostasnaa-
do*te'a folto com as •offertàse esmola» dos
romeiros.
O abbade da coUeglada de Farraiim de
Aves, apresentava aqai -om eremiião aa*
naal.
aqal 'antígamenue, em prociaaaoe
romaria, por voto immemorial, as fi^gnenas
^•"-áe Santo André, de Ferreira d*Av«e-^ do
Bspírllo^^Santa, d*Agaas Bõaa -(aaabaa 4o
bispado de Vista); e a deNossaiSeatan
das CaadeiaSi do Gfajal fon Gr»jál)ilo bis-
pado de Lamego; pois, como já disser oate
íMoiioaiia divisão dos daitfMpadaa. ^
Também emtodoe-ossablMds-da^qiii-
rasma, era moita vlsitadai eetà^Agr^a, pêlos
-flèis' doe arredores.
Janto aa temple se Aavaala aiada» éiHra
glUBda*0ealM^ de dlfflciiima- sabida^ eqias
b afirigados. temportiesr d0'O.< :
Ao sopé, do lado do S., a aos 60Q>>mMttes
de distancia, fica am fresao valie, regado
por am maoandal de agaa ei^stállns^ cha-
mado Fonte do Mouroj • • ' ^ . .' •'
»
Ha • aqni ^wsligios da aabas-da imbáiaçio,
antiqnisslmas, qae parece terem sido ^naas
d0«banttoe; pfevavaloMaitd monnwie. * >
"•Oflb Voaga, posto nascer paMa:d^aale si*
tio (na fpnte de Nossa Senhora da Lapa) Já
aqai iras saboroso peixe, priacípalaiente
traAiM»qoasao de gosto esp^ialissíma.
•PniKáraM.^(oB i^Nii^/hH3idada.ama-
ipilssitoa dá Lúskania, nà áeinal provinda
' « O eonhal da egr^a.telada do N., as-
senta em ama lagem, onda .estie easolptdas
dosa. erasst^ termo dos dois bispad<M; de
modo qae, podem estar es dois prelados^
dando ts mios, cada um na eda diotese;
mas a templo está em terreno da^^de Vi*
sea.
9M
PEN
663
do 'Dooro, ediAeajda na ibz do rio SauKã.
<Vdl 3.% pftg. »4y tol. I«) TMe a l.« P«-
miSAIIBMTOÍ^portiiiniac &nticfo«-^r-
reeadas, com filagrana do oan>*
POram moita ti8ada»«in Fort^gfil, ainda
até^ào prínoipié doeste seenlo. '
' 'PBNAâR-^pòrHigaezantifio-^ler cuidado
^m algnem, vestir, sustentar, oarar, fayore-
ee^ 0t<& ^Doeamento de Alpendurada, de
•Ainda se nsa.
FEmnO^yU» Stmtãika.
raNBO^portngoes aniigo, do século XV
— pnnsamènto*
mst^^^egneila, Miiilio, coneelhoico-
marea, disníeto administrativo, areeblspa-
do o d Icilonetros de Braga, 3M ao N. de
Lisboa.
*Y)Mi 70 lògos.
Em • 1757^ tinlia 67 lògds,
OvQ^ov 8* Vicente» manyr.
O papa e a mitra, apresentavam altcma-
tinmente oal)foade, que tiolia MO^OOOreis
dnteodimenlo.'
B' terra ferliL Mnito gado e caça. Vide
Bêcudeiroê.
' Tem nma escola de ilistrae^ primária,
tadadapelosr. commendador Ferreira Vei-
ga, para ambos os sexos, com 4 prémios de
IWÍM néis cada un^ por anno, para daas
meninas e dois meninos, que mais se dislin-
fnlMn-n^^eile anno.
^HSH-^freguecia, MíbIk>, eonealho, eo-
■areá, iisirícto adminlstniivo, arcebispa-
do e « kMamotros de ftrtga, 36aao N. de
lisbts^
9te W^fogoc
Em 1757 tinha 63 fogos. >
6rsgo, 6«nto Bstevam, proto^mirtyr*
A mitie apresentava o vigário oollado
tfdlRo, rèiior) ipie tlnbaiM)|000 réis e o pé
B' lerra fértil. Bniio gado' e caça.
ISMO^fr^gnesía^ Minkio^ comarca e con-
téÊK^ àe Melgiço ifin da comarca de Mon-
tão, extincto concelho de Vailádares) 65 lei-
lemelres a- 2f.& de Braga,: W ao iN. de
Usboa»
Tem S55 fogos.
Em 1757, tinha 309 fogos.
Orago, S. Tbiago, apostolo.
O prior dos cónegos regrantes de Santo
Agostinho (cnisies) do Pademe, apresen-
tava o vigário, que tinha 130^000 réis de
rendimento.
O mosteiro vendeu isto aos Caldss, de
Badim, qué,- desde então Mé 1831, ficaram
com o padroado doesta e^eja; passfindo os
seus vigários- a denominaretn-se reitores.
E* n*esta fregaezía a quinta dâ 8, Cybrão,
do sr. Pbflippe d* Araújo Galdas.
Segmldo alfadicçio, no àitio onde está a
eafyella d'esta quinta, houve um templo ro-
mano dedicado a lapiter.
SoppOe-se que a existência
do tal templo, foi uMa fabula
inventada para eno1)re<^r esta
propriedade; que, mesoho sehi
aquella circnriMlancia,' é no-
uve), pela antiguidade o no-
breza dos seus proprietários;
e também por que produz of»-
tindo vinho. >
E* terra fértil, gado, peixe do riollinho
(que lhe passa próximo, ao Pf.) e caça.
PENSO — ^fregneziá. Beira Alta, comarca
de llolmemada Beira, concelho de Oeman-
cdlhé (foi do extincto concelho de Cana e
Roo, roas da mesma eotnara) 35 kitome-
tros de Làmago, 310 ao> N. de Disboa.
Tem 110 fogos.
Em 1757, tinha 140 fogos.
Orago, S. Sebastião, martyr.
O reitor da vilta da Rua, apresentava o
cura, que tinha 401^000 réis e ó p4 de al-
tar.
E' terra ferti).
PENBMO-^portnguez antigo-^tacíturno,
pensativo, melatcolico, etc.
PENTIEIROS— freguezia, Minho, comar-
ca, concelho e 5 kilometros ao N.B. deCrui-
marãBft, arcebispado, districto administra-
tivo e ti kilometros ao NE. de Braga, 355
ao N. d^ Lisboa.
Tem 40 fogos.
. Em 1757, tinha t3 fogos.
Orago, Santa Eulália.
A mitra apresentava o abbade, que tinha
lOOiOOO réis e o pé de altar.
664
PER
7BR
, E* terra fértil.
PENÚDE— fregnezia, Beira Alta, comarea,
concelho, bispado e 3 kilometros ao N. de
LftHiego, 330 ao K de Lisboa.
Tem 370 fogos.
Em i757, 169 fogos.
Orago, 6. Pedro, apostola •
Díatricto admíDistratívo dê Yíeea.
Os marqaezes de Marialva» apresentavam
o abbade, qae tinha 800M0D réis de rendi-
.mento annnai.
Esta fregaezia está «itoada em nm alio
iiuonte (ramo da serra de Mnro) d'onde se
v4 a cidade de Lamego, e grande extensão
de território, tanto da Beira Alta, eomo de
.Traz*OB-Montes, inelaindo muitas povoações,
serras, montes e valles.
i O rio Doaro, fiea-lbe a 5 kilometros ao
Norte.
. E' uma das mais ricas fregaezias, e das
.mais populosas da comarca.
£* muito fértil, e produz muito e bom vi-
nho de exportação.
Cria também muito gado, de toda a qua-
lidade.
O rio Balsemão, lhe dá algum peixe miú-
do, e o Douro, bastante e óptimo.
Nos eeus montes ha abundância de caça.
£' atravessada pela estrada real, de. La-
mego á Régoa, pela qual faz o sen gran-
de cQmmereio com a cidade do Porto, em-
barcando os seus géneros de exportação, no
cães da Barosa, em firadte da Régua.
PEPIM— freguezia. Beira Alia, comarca
e concelbo de Gaatro Dâftne, 80 kilometros
ao N.K. de Viseu, 305 ao N. de Lisboa.
Tem 100 fogos.
Em 1757, tinha 71 fogos.
, On^o» Nossa Senhora da AnooMf «Çil.
Bispado e díslricto administrativo de
' Os condes d*Alva, apresentavam o abba-
de, que tinha 200iH)00 réis de randifflonto.
E' tem fMTtiL Muito gado, de toda a va-
lidade, e grande abundância de onça.
PÊRA — ribeiro, Extremadufa, comfrca
de Figueiró dos Vinhos, co&eelho dé Fedro-
gam Grande. (Vide esta palavra e Piárogam
JPeqneno,)
N'esta ribeira, em território da fKôgiieflia
da CástaàhHra (f oL S.% pag. I€f^ téL t."
a 3.* CaMihflila, d*es9a colomin^.
magni6ca fabrica de lanifieios, do sr.
Elo Alves BibiMM^ ama dn málÈêÊm^íúi
género, em Portnfal.
Está silnda ena-lriírka in muw&ut di-
reita do rio denoninadè Wliem da Pên;
tom boas afuas, nagnifleo - local; navte pi-
toresco, o ozcdAettlea campns de niillan.
A primeira casa é de^iim só andar e
o comprimento de sessenta e tantos
e largura proporcionada.
Ha aqui duas rodas ^draaicâs^
dás no Porto, e de força do 36 a 4D âmral-
los aproximadamente, e appUcada a moitas
e diffierentesmafAinas de cardar e fiar;
chás, pisõc^ cynndeicos, lavadaima,
aas, escova^ aveludadeira^ cnearririadein,
torcedor, etc, tudo pelo systona
demo e aperfeiçoado, assim «omo ui
do de cardar, produzindo iOO mediifl, e
fiação. fixa, cajo trabalho ó.muHo
veL
Alem dos motores hydranlicos, tem
bonita machina franceza, a vaporada fongoi
de S5 eavalloe, para supprir no veiio a fal-
ta d*agua.
Em setembro de IB74, monton-nn vma
rambdUa meebaoica, para endttigo da-
nos, no iapiêrno^ dirigindo o4rahnllan o i
md «ngenhoiro francai qoo monioa n aa-
cfeanà a vapor*-
Fronteira á primeira enaa ^ imebin»
dasoFiptaa) ha ttKi oulra de egual nnmiri-
meoiò^ 910 fcrvo da caca de haMtaçii^ m-
mazene da lis, eeofiptorio, preatas o aeif»-
Iheria, com um grande e espaçoso Mffain»
no centro, e próximo uma boadMi iiaimnn-
chugodelãs.
Em tuna ontra casa, suparior n «las^
eonanmidft ha pouco, ha «ma roda bordian-
kea, ífitft em Liaboa^da foatadê t» a MNa-
vallos, com a vantagem de que a agaa qm
d'ella sae, vao tooaraaodlras que to Ibaise-
gn«n: esta roda asKe do nwmr fiM^ZHres
meeanlcoei oiqa regaUrídado e trabali» é
mkktto perífSilOL ^
Pára aupprir no verão a falia ^'•goa» te
o sr.lBibiano acquisição d'uma locomovei» A
força de 12 cavallos. *
PER
Bflie senhor tem eido e é ineaiifavd no
angoMUo e boa organiei^ da soa fabrica;
por isso, e sen exagero, se lhe pode dar o
priseiro logar na iadostria portngneza de
lanifieios, pcMrqqe os seos prodaotos sao lio-
)e eonslderaéús os ipelborea do nosso pais.
. Fabrica paanos pretos, casimiras e xavio-
tes, de bom gosto e niDíto bem acabados.
As apreciáveis e ezoellentes qualidades
de qse é dotado o sr. Bibiaoo, sao conheci-
éas, e os seos actos caritativos, para com os
infelizes qae a elle se dirigem, o prompto
auxilio qae presto aos pequenos industríaes
da saa terra, aaimando-os a aogmentar e
. melhorar as soas industria^ coadiavando«QS
com. dinheiro^ e ultimando na sna bbrioa as
manofi^taras» acçdes ponco vulgares e qne
só por si elevam o seu honrado caracter
6 nobreaa do sentimentos.
A* soa iniciativa é também devido o gran-
de progresso d*esla terra (ainda ha pooeo
desconhecida) toado já mas regakarmenie
calçadas, bons edifleios e outros em cons-
tmcçao.
Conta mais esta povoação (da Castanhei-
ra) sete Mrieas que se empregam só em
cardar e fiar, em c^)o numero entra uma do
ar. Btbiane^ a qual está a distancia de 2 ki-
lometros.
- AdoSiqrniro, q«epeneDQ»áça0ado$o/-
lo, está tni um looal lindissfcno, temlboip
motor e boas machinas, e eMre e^ea ima
4he0o«im iengitndtaial e uma percha.
■
Havendo n'esta terra algumas fortimai n^
guiares, podiam em poncqsi^mos fizer 4^'el-
la imia segunda GovittuL
I aqui um mal, devido aoa nossos go*
peaskna e intransílavel Serra da
Lonií; é digna da maior censura a pqnaa
consideração que tem dado a esta terrai tão
•Mommeiídaitsl. pela sna industria e vqrba
de contribuição ^ que paga para ci thesoure.
A todos admirft como podaram ser con*
dnsidaa peles caireiros d^aqqella serra, tan-
tas machínas, èom mnitos esforços o risco
de vldas.O sr. Bíbiano te. a.c#ndueção das
««oiUeiías i4a maebina de vapor, locomovei e
outras de grande voiume, sendo preciso vir
por differentea veses^ e por cada uma, qua-
PER
H^
torze juntas de bois e cíncoenta e tantos ho-
mens.
Ninguém imagida com que difficuldado
ae faz o continuado enovimenilo de transpor-
tes de lãs n*ama escala superior a 300 con-
tos de réíB por apmo^ e bem assim ouu^os ob-
jectos próprios para esta industria.
£' notável o desenvolvimento sempre pro-
gressivo que vae tomando a fabrica de la-
nificios do sr. António Alves Biblano, que
sem duvida é boje uma das mais notáveis
do paiz» não só pela sua importância, pelo
grapde numero de operários que emprega
diariamente, mas também, pela exoellendit
das manufacturas.
Com destino a tão importante estabeleci-
mento chegaram á estação de Coimbra trea
vragons com machínas^ procedentes da Bél-
gica, em janeiro de 1876.
M'esta mesma freguezia, e tendo também
por motor a agua da ribeira de Pêra, se
construíram em 1874» mais duas fabricas de
laniBcios.
PÊRA— freguesia, Algarve^ comarca e con*
celho de Silves, 40 kilometros ao O. de Fa-
ro, 240 ao 8. dis Lisboa.
Tem 450 foges.
Em 1757, tinha 331 fogos.
Oragp, o Espirito Santo.
BispaÁ) do Algarve, distrieto administra-
tivo de Paro.
Dá-se-lhe vulgarmente o no-
me de Pêra 4e Cma^ para a
distinguir 4e Póra de Bai^o»
ou Armação.
O iHspo apresentava o cura, que tinha 390
alqueires de trigQ« e 50 da invada.
Está a freguezia situada aobre a estradn
da Lagoa para faro^ e d'ella se vé o mar.
Tem poucas mas e mal distribuídas» .e a
egreja parochial é pequena e pobre.
Foi desmembrada da de Alcantarilha, em
1683, pelo bispo, D. José de Menezes^
Passados annos» annexou-se áqaeih^ m^ia
hqje está outra vez independente.
Ha n*esta fregueaia excellentes várzeas 4e
pão, regadas pela ribeira^ formada pelas
aguas vertentes» da lagte de Porçhei^ que
6M
PBB
Os pems, foram m íitTétiloni 4o0 cor-
reios, postas e postílbdes, e a estes ohaaa-
rua angéros^ e sqppde-sa qae foi d'aqiii que
08 gallos-eeltas tooiaraai a pdam Mangar.
Os peninsulares» ebamavam kangaria» e
cngueiraSf ás estações das mndas (pivnvcl-
mente, por serem aipewtres, cobertos» en
telheiros).
Também se chamaTa angneira, ao preço
da eondneção de qtulqoer pessoa oa mer-
cadoria.
PÊRAS-ALTAS — TÍde Bivéleê.
PERCALÇAII-^portagtieK antigo— alean-
çar algnem em contas — conseguir algnm
emolomento — - e umbem luvas. — Àiá fue
ihii pagoãtemos ako mil etamtas UbraSf que
nas perealçarom mo$ C<nita$, que Uie iramos
devedor. (Gôrtes de Lisboa, de IMO.— Doe.
da eamara do Porto.)
f ERGALÇAR DIREITO -^ portugnes anti-
go— conseguir qoe se Ibe Inça Jnetiça, eem
êgnaldade e rectidão. E os senprezes nom
podem percalçar direito, comõãgmmaiíi en-
tendem. (Cortes de Santarém, de i4aa)
PERCALÇO «-*- portngnez antigo — emdo-
menio, e também peita oa /«rós, qne se ti-
ravam do offlcio on emprego.
Ainda é nsado este termo oem s^ mesma
signiflcação— Prós e percalços, qSo os lacros,
ganbos, rendimentos, proventos e emola-
mentos que se anforem de qiiaiqaer em-
prego.
PERDÚDO — portoguez antigo —perdido,
gastador, pródigo, iteipador.
PEREGiMEIfTO— penngnec antigo— fal-
ta, ansençia, extincção^ ^^^De que $e se-
gue, grande perecimento, de Justiça e dapno
(demno) ao vosso Povoo. (Gôitea de. Lisboa,
delUO.)
Hoje, perecimenio, toma*se geralmente por
follecimento. Com a saa verdadeira significa-
ção é pouco usado.
aos reos de grandes i»imss-^-<er»-**lwnirem
ás oostaa-*o8 nobres» um eão<*-*e osfifobeas,
a sella de um €avattQ,e assim andavam per*
eerrendo diversas terras (seaunáo a senten-
ça) expostos á vergonha pnbííea e ás vaias
aos exoectadores. Os francos ievaram para
as Gallias a palavra e a pena; pelo «pede-
poi% em França^ continnoa^este oaatijf o ex-
traveganie, oorn a mesma denominação.
PBRÈiO— Hrvigneali^
marca e cooceiliQ 4e MaeAèo
{antiga comarca e coneelbe de Chnoím) 35
kilomeiroe de Miranda, 430 eo H. 4e Liitea.
Tem ISO fogos.
Em 1757 tinha 108 fogos.
Orago^ Sania Catbarina, virgem e aiavtyr .
Arcebispado da Braga, distríclo
tratíTo de Bmgança^
O abbade de Chacím, apresentava, a
rio, qne tinha 6#000 réis de eongma e# pé
de aliar.
Tem fértil em cereaes, gada o ceçn.
FBRtDO M8 GASTEUIASOS— fregma-
xia, Trac-ee^Mentes, eeniarca e^oaeeltao de
Moncorvo, ISO kilometros ao N.E. de Mn-
ga, 375 ao N. de Lisboa.
Tem ilO fogoe.
Em i757 tinha 87 logoa,
Orago, S. inlido (antígamenle, & 8dm«-
liao, martyr).
Arcebispado de Braga, distrieto admlBi»-
trativo de Braganfab
A camam arehi-^iscopai de Braga, apre-
sentava o abbade, que tinha ilfOKM iréíB e
o pé d*altar. (Vida adiantei .
OqfÊBw seges, foi coUigíde do L* Uvre
doe baptisados, escnpto pelo primeiíe ahta-
de d*e5ta freguexia, João Caldeira; e de nm
outro maaesoripto ciMm.
Diz o referido abbade: --««Segnndo iniw-
mafOes qee.tceseL de algumas conaae
gaS) que as quia eaerever, para qne as
bessem os que depois .vierem.»
iAcko que ceta^terR» foi já .povoada des-
de muito tempo ; e, segundo as meitie. e
grandes montanl^ qee n*eHa liairie, nie
me parece qoe podia serv senão aeiea de
destruição do Hespanha; porque ainda hoie
ha vestígios delPe&.kigaieK a safeer.-^ este
úoFerêdo, os CaeaesJUíPovâa.^^ de Keí-
le-Verde»9
Do mesmo maousoripto ne dipnhflDde,
qne no eitio onde se coostnún a eci^a me-
tris^ em.tedo o adro se aoharam mnitM ee-
pulturas, com cabeceiras de pedra,. e ee^iM-
sos e caveiras carcomidos pelo tempo» elgoal
evidente da sua^nmltt amigiii^edeÃ
Parece que já n'()m^ ípmiB» «oatfpmairam
laegac cal nas eepiilterai; ppiâ ea itaoi em
I6R
iio OS «tios ^tt» í^^iam sido oeeiípados p6-
loB eads^res, e t lerrâ próxima Mbranqai^
cada. Dão poraqni a estas sepaltoras» OHo»
me de encampanadas.
GoDsiraiQdo-se orna oaaa» ao foBdo d'e§te
logar, na nia, ancigameme ehaaada DimtOj
se adiaram duas eóvaa grandes, uma eiíeia
de trigo, e ontra de centeio— tado queima*
do; o qae iodleava ter sido destruído^ por
algana invasores.
Moltoft seealoa esteve esta povoação de-
serta e abandonada; pois sabe-se qae s6 tor-
noa a ser- povoada, em 1530, sendo os seus
primeiros moradores, oito castelhanos^ que
da viUa de Fnxei^iia (Gastella) vieram en-
tão povoar este logar, que por isso se eba**
moa Perêdo dos CatteUumoB*
Constai com-algam fluidamente^ que os
moradores do iogar de Urras (qae nfesse
tempo era viila e jolgode) deram estas ter-
t^a a Córnea Borges de Castro, para aqui
estabelecer am solar ou morgadio, e que a
eate-fidaigo 6 que os oito castelhanos afora-
ram, por Í6M0O réis annuaes, e por três
vidas, as terras de Peréde, qae repartiram
entre si, em oito sortes^ ficando cada casal
com saa.
Foi tão. grande em um dos primeiros an*
nofl^ a colheita do trigo, centeio o cevada
(onicoa íractoe que então aqui bavia) que
os moradores do logar não se atreveram a
pagar ao morgado, a^ os Í6JMX)0 Mis^ o fi-
zeram nova eseripinra, ficando desde catão
a pagar-lhe cada anoo, de fdro bteosim per-
pétuo, mil e quinhentos alqueires do pão*—
a saber — l:#QO alqueires de trigo, IfOO de
cevada e 49 gaUinhaa.
Os offisiaes de justíga eram postos pela
camará de MoncCrvo. Os pastos o baldios,
eram vendidos, em prtaça publica, todos os
anoos) sendo duis partes do produeto d'es-
u venda <ou, mais propriamente, arrenda*
mento) para os gastos do eoncslbo, e o terço
restante^ para a coroa.
Assim foi resolvido por seotençada rela-
ção do Porto, na questão intentada contra
Simão Boif ea de Cislro, que pretendeu au-
gmentar 04 féroa impostos nos oito caaaes,
já eniao mBitavubdivididos.
A egreja mairis, foi construída em ISSS^
PER
669
e édo a^chitectnra singela. É bastante eom*
prida, mas pouco larga. Tem três altares--
o mór, t dois lateraes, todos de talha dou-
rada, e no gosto moderno.
Ha B'esta freguesia as capellas da Sehka^
ra da Gloria^ e Senhor da Sania Cruz.
A primeira, está situada em uma eleva*
ção, sobranceira ao logar, e com extensas
vistas, descobrindo-se as serras da Esupolla
e do MarãiH outras menores, e muitos mon-
tes, valles e algumas povoações.
A segunda, está mesmo no centro da po*
voação, e foi restaurada luxuosamente, om
1873. Tem formosos quadros, allustvos á
paixão do Redemptor.
Devem-se estes melhoramentos, aos gene^
rosos esforços e iacançavel zelo dos sen»
beneméritos mezarios, tomando-se dignos
de especial menção, os srs. Joaquim Basilio
Thomaz, e António Caetano Fernandes, ca-
valheiros prestantes e religiosos de Petédo.
Este logar teve muito maior população^
o que se prova por muitas casas» hoje des-
habiudas e em ruinas. *
É o território d*esta freguezia muito ac«
eidentado e falto d*agaas ; mas é das mais
bem situadas povoações da província, pela
disposição das casas e das ruas, em uma
eminência, sobranceira á margem direita
do Douro.
Ha na freguezia grande abundância de
amêndoas, exportando-se alguns milhares
de arrobas annualmente. Além disto, pro-
duz bastantes cereaes, o algum vinho é
azeUe.
Os homens d'e8ta fireguezia, são trabalha^
dores, muito inclinados ao commercio, e
bons;'por6m u mulheres, são, em geral»
desordeiras o ihsofflidas; e pelo motivo mais
insignificante» armam um grande barulho; o
que deu origem (e razão) ao adagio— Otm»
tem máu geniOt f>aê casar ao Ferido:
. Aqui i^sceu o si. António Joaquim Rodri-
gues EierPBlra Pontes, por vezes, deputado
ás cortes, e governador civil do districto de
Bragança. É um nobilissíiào caracter, esti-
mado e respeitado èm toda a provinda, lioje
vite retirado da polMca, na sua bdia e furan-
do quinta de Cristéllos^ Junto ao rio Sabâr«
laia egreja, a de M^iíSrts e A do Urfés,
670^
PER
eram. todas de dm ió abbada; mas, kâvendo
duvidas sobre o éiceito da apresentação d- el-
ka (ae do .real padroado, se do oréiBarío) ae
concertoa o legeadarto arcebispo de Braga,
D. frei BanboloiQea dos Martyres, oom o tiei,
para qae se fizeasem ires abbadias; e que a
de Urros, ficasse, in êolidum^ do real padroa-
do, e as do Perédo e Maçares, fieaaaem do or«
dinark). .
Fez-se esta concordata, poreacriptnra pu-
blica, Das notas de Jerónyin» Luk, tabelliio
de Lisboa, em 3 de julho de 1566«
Ha na residência parochialid*esta fregue-
zia, uma relíquia da pé^iada de NoaseíSeabot
Jesus-Christo, à qual o povo eoafeagra mui-
to particular devoção, sob o Utulo de Sãgm-
ds BeUqtda, e Jhe aitriboo a vktude de afa-^
lientar as trovoadas e tempestades, i eerto^
que não ha memoria de que no termo d'es^«
ta fregueaia, tenham havido éesgraças, eauí
sadas por qualquer phencaneBO meteorolo^
gieo, oomo por muitas vezes lem acontecido
sas íreguezias ioHuediatas.
O penúltimo abbade de PerMo, levoíreata
relíquia para a sua casa, da Atswreira; mas
o poj^o, tanto gritou, que elJe nao teve te*
médio seiâo restituil-a á freguezia.
Sstá bem conservada, destro de umcaixí-
Ibe envidraçado» eom a inscripçlo seguinte:
VKSTlGIUlf D. N. J. CHRIST.
m MONTE OLITETI.
Ao actual abbade doesta freguesia, o sr.
Manuel Maria Caníjo, devo grande parte
d'estas informações ; pelo que lhe doa os
meus mais sinceros agradecimeatos.
PERfiOO DOS CAVALLfimOS — f regue-
aia, Trae-os*Montes^ comarca^ concebo e <t
Ulemetros do Mogadouro, IM ao N.E. de
Braga, 36 de Miranda, 410 ao N. da Lisboa.
Tem 110 fogos.
£m 17^7 liDha 61 fogos.
■ Oragoi, S. Joio Baptista.
Bispado • ditf rtete administralifo de Bra-
O real padroado apresentava o eura, que
tinha lOlOOO réis, e o pó de altar.
Vide Bitnpo$$a (do Mogadouro), 'voi 4.%
pag; 380« coL L*
PJEIBOU ou PBR£IRAS--lirsgaezia^ Mi-
nhf , eemarea, obneeHio « 3 kitooetroe^ S.O.
de BareéHosy 18" ao' O. de Braga,- 300 se 9.
de Lisboa.
Tem 90 fogos.
Bm ilS^ tinha 8} fogos.
Oragb, ò Salvador.
Areebívpado e dtstrícto administrativo de
Braga.
O real padroado apresentava o eura, ^«
tinha 60)9000 réis de côngrua e o pé d^altsr.
É terra muito ferlil. Gado, ée toda aqoâ-
lidade, e caça. '
If esta freguesia, e a uns i:900i roetres as
S.O. da villa de Barcelios, está o edffleio f»
foi mosteiro (e 3.«) do Bom Jesus, dos pa-
dres, primeiramente da prorvfnm daPieda*
de, e depois, pela divisão que se fez àa er-
dem, flcofi pertencfndo á pròvinciáda 8o«
ledade. Eãstà situado' em uma enTfneDcia,e
M íMU fundador, o duque de Bragança, D.
Gomes, que, t>ela s«a muita piedade, qaí!
que nas suas terras ae fundassem osprimaf*
ros conventos dVsta fámilial É o moMáro
da Franqueira. (Vol. S.\ pag. 139, col. P)
Junto da eèrea d*este mosteiro, se iem*
ta o mente onde estio as ruínas veneranàii
do nobilíssimo castello de Faria, e onde se
admiram ainds, a robustez de suas mon-
Ihas, outr'ora Inexpugnáveis, e as suas am-
plas praças d^armoi, dos séculos i]ne ptf*
saram.
Não foi só o cerrerde ttuitoa ânuos 4«e
destruíram este monumento das glorias por-
tugueaas; foi também o referido duque, (pie
o mandou deniolir, para com os mus mate-
rlaes construir e mosteiro da Franqueira.
Junto a este monte, ha outro, multo mH
alto, chamado Serra da FYanqueira, e pre*
tende-se que este nome lhe venha pof(|Be
08 francos alli construíram uim castello, em
eras remotas. É um doe mais bellos postei
de visu da pro^vlnela \A> Minho, p^a "^^
dão, variedade e belleza do paaeraoéa ^
d'aqui se descobre, vendi^se a O., uma am-
pla extenrik) do Oeeann.
No cume' 4*0010 monte, avnUfc o aatife
e magestoêo' ten^o de ^má Sêi^m é»
FranqueUta, saUMMsrio muito «eiébre €íá
toda a antiga prt^Hnela de «itíe-DWí^ •*
PER
Ignara-se a daita da sua fandaçao ; mat
algiina eachptorea a aUriba^m ap «Kfaiísa.
D. Egas MoDia, aio«da D. Afibns^ H«Driqu/efl.
O qoe acerto^ ó^r já noa sancmario de
grande faímai no reiaado de D. João I^ poi»
que, quaado em 1&15 foi á conqDisla de Cea-
ta (Africa) com seus filbes le^j^itímos, e seu
filho natura], D. Affonso, 1.* dnque de Bar-
oelloa, este, ei|tre ouiraa pedras qoe de pa-
lácio do cei mouro, CoUa-Ben-Gayla, man«
dou arrancar, foi uma meza, qna joí^andou
pôr, por memoria, na egreja de Nossa Se-
nhora da Fraaqueira; o que consta de ura
livro (que existe no archivo da mesma egre-
ja) no qual se lé o seguinte:
«Este Duque Dom Affonso, filho bastardo
«dei-Rey D. JoSo o Primeyro, foy na toma-
«da de Ceuta, e no despojo mandou arran-
«car quinhentas columnas de mármore, dos
«paços de Coilubencayla, e trouxe de lá uma
«mesa, de mármore muito fino, onde o dito
«Colinbeocayla comia, o a mandotí pôr em
«hna Igreja de Barcellos. no altar de Santa
«Maria da Franqueira, Ermida de grande
«romagem. £ o Conde de Benavente, o ve*
«lho, pay do que era no anno de i825, dava
«a Dom Diogo Plnheyro, Bispo do Punchat,
«Primas das índias, e Prior de SÍo Salvador
«de Pereyra, hum pontiflcal de borcado ri*
«CO, porque iHa desse, e elle mandou dizer,
«que lha não daria pelo seu Condado. •
O bispo, D. Diogo Pinheiro, eleito em 1514,
restaurou este templo; por isso o seu braaao
d'araas ainda existe no corpo da egreja.
A meza não é de mármore, maa de jaspe
braneo, muito floo, de i",76 de comprido^
por 0",04 de espessura. Está no altar da Se*
ahora, e não ae pôde vôr a largura, porque,
sobre ella assenta o reubulo da capella da
padroeira.
_, Ha no templo duas imag^is d*eata Senho-^
n; a antiga, está no aliar lateral, do lado^
do Evangelho» e é de bella eseulptnra, eok
madeira» com i-,10 d'alto. A nova,, está no
aiiar-mór*
Antigamente se festejava a Senhora da
Franqueira» no dia da Senhora das Nev^s
(IS de agosto) e ainda boje D'esse'dia;Aqiti
Yeo multa gente em romaria», bavendp. cia-,
more$ e alvoraias, de treguezias próximas»
mfi
wi
e mesmo, de alguqíias a i8.e 20 UloJiSf^Urpi
de distancia.
Depois» passou a f^sti^ar-se na A.* pilayai
da. Pa^boa da Re6varreiça<>ii á. çual^ 4oa nmt^
domos.
O sermão era sempre pregado por um j^
suita» até i7^, porque D. João III havia ^^
do ao coilegio de S. Paulo, da Companhia dot
Jesus, de Braga, o padroado d'esta egreja, e
da matriz da freguezia, assim como os dizi-
mqs, que o poUegio recebeu até á extincçi^
da ordem; tomando depois. pai:a. o padroadq
real, d'onde havia sabido.
A egreja é vasta, e, ainda que antiga» d^
boa architectura. É de cantaria, è a capella*
mér de abobada.
Autigamente^ tinha esta Senhora uma çon»
traria com moitas indulgências, concedida^
pelos pontifiet&
Em 1429, dois cônjuges, naturaes da cin
dade do Porto, se decidiram a fazer vida ei^e-
milica, dedioando-se ao serviço d'esta Se^^
nhora, e fizeram junto do templo, «asas pa^^a
sua residência» e para os mais anachoretaa
que se qpis^sepi dedicar á vida contempla?
tiva, «que, com eííeito» em breve aqi^^ con-
correram. «
Os nomes dos dois portuenses^, consta de,
uma pedra, ,qu9 (oi muitos annos (an^dai
soa sepultura, e que depois se meltev na pa«
rede da egreja. Diz:
AQUI JAZ VICENTE, O POBRE,
B SUA MULHSR, CATHBRÍKA AFFONSO,
QUE SE PARTIRA» DA CIDADE DO PORfO, '
SBA. DE 1429 — FUHDARAal BSTEUJGàBi)
Quando nó l.^" de junho de 1476, D. At^pBh
so V concedeu licença p^ra so; mandar ge-
dir eamola para a fabrica d'este templo, jfot
dois homens bons, tanto. pcJo arcebispado da
Braga» comp pelos bispajdos do Porto eTijiy,
ainda eram vivos os taes Vicente pobre e soa
mulher.
Depois da m(^te d'estes» fundaram n'a*
quelle mesmo si^io» os padres daustraes» da
ordem dos menores, um mosteiro» e parece
que foi isto (segt^dQ diz o padre Fernando
da Soledade-rflifit. &$ra^ parte 3.*» Uv.,4.%
cap. 24) no anno de 1497; mas entregaram-o
em ISOB^ aos fondaflores da província da
072
PER
PE91
Piedade, quó «qai residiram, até 1863. Bu-
tão, intervindo o eommendatario do montei*
ro de ReÀdQfe, mudaram aeasa para o sitio
onde se éonaervaram até 1834, junto á vUIa
de Bareellos; dando ao novo mosteiro, o ti*
mio de Bom Jesus, de Bareellos, parase df f-
ferençar do titulo de outra erttiida, no dia-
trieto da mesma vilia, da i&vocaçSo de Bom''
XesuS'do*Monte.
Paz-se a descripção d*este templo, na £%•
repa, áé Faria, tom. 3 °, parte 3.*, cap. i2.
Padre Carvalho da Costa, Ckarogr. Port,, H*
vro !.•, trat. 5.% cap. 3> — e outros eserl-
ptorès.
Na Galliza, junto á vill«a de R^Midáma, ha
também um templo, dedicado a Nossa Se-
nhora da Franqueira, com quem os galle-
gos teem grande devoção, e lhe fazem mui-
tas romarias.
PEREIRA (quinta de) — Minho, sobre as
margens do Ave, em terras de Vermuim;
solar da nefoilissima familía dos Pereàras,
(que d*esta quinta tomaram o appdiido). —
Vide 3.« vol, pag. 159, coL i.", no fim.
PEREIRA— vilIa, Douro, oemarca, conce-
lho Êtí kilometros a E. de Monte-Mór- Velho,
(foi da comarca de Soure, concelho de San-
to Vario) 16 kilometros ao O. de Coimbra,
23 à R. da Figueira da Foz, 130 ao S. do Po^
íOf 18 ao N. ae Soure, 4 de Tentúgal, e 905
ao N. de Lisboa.
Teip 450 fogos (com 1530 almas.)
Em 1757, tinha 423 ídlgos.
Orago, Santo Estevam, prolo-martyr.
Bispado e districto administrativo de
Coimbra.
O real padroado apresentava o prior, que
tinlia de rendimento annual, 300if000 réi^.
(Foi dos duques d'Avelro, até 1750-h) ren-
deu antigamente, mais de um conto de
réis)
E* povoação antiquíssima, e entre ella e
Coimbra, passava a estrada mourisca.
(Vide A§ueda, Condeixa Velha, São FeUx
da Marinha e Mourisca,)
Está situada sobre a margem esquerda
do plácido e formoso Mbndega
Tem egreja matriz, muito espaçosa, oom
duas naves, em arcos de boa caataria, tem
capeUas ^'entro e fora da mesma egreja,
casa da M Iserleoréia bem patrimoniada, oona
nma ezcetleate eapella; teve uma coU^fada
na eapella de Noesa Senhora do Pranto; e
teve collegio ide educação (Ur8iilina8)q«e foi
transferido para Coimbra, aonde se coo-
sefva.
Trataremos da origem e posição aeoiai
d'estes estabelaoimetttoe; porém, em primei-
ro logar, da
Origem da Villa de Pereira
Não existam documentos authentioos, que
esclareçam e legalizem esta narrativa; quaii-
to ae pode diz^ é de constante tradição:
transcrevemos porém com a devida vénia»
o que a este respeito publicou o sr. conse-
lheiro dr. António Luiz de Souza Henriques
Secco, na sua memoria descriptiva, das prin-
cipaes povooções do districto de Coimbra»
quando foi governador civil do mesmo dis-
tricto; para ci^a descripção teve s. ex.* a
bondade de aproveitar informes, apontamen-
tos, que lhe forneceu a pessoa da meama
villa, que agora nos deu estes esclareci-
mentos.
Eis o que extrahimos da memoria indi-
cada.
Com effeUo dés-se que reduzidos ao demi-
nio^^ristSây os ca^ellès de Coimbra, e JMmi-
temór-o-Velho; os mouros, arrojados, já pa^
ra o sul do Mondego, não devúcavam aindm na
tem^ do conde D. Henrique, de ineuUar a
cada passo no outro lado do rio, os mandem-^
tee, Ai'Minde, porém, um dos seus chefes, que
se intrincheirou, em um dos pontos mais éU^
vades, sobre a margem esquerda do rio (que
ainda hoje conserta d'etle o nome, e fica aa
sul da ^illa, e pertence é quinta do sr. FWm»
dsco Barreto Chichorro) fez4he d*aUi tasUo
mal, que os cUliadosdè Coimbrã e Montemár,
moveram conira elle suas armas; morto o
chefe e afiigentados os companheiros, estata^
leeeram àlli os christãos uma aUúaia, que
guarneceram de boa gente, e a entregaram
00$ cuidados do capitão Pereiro; afimdeqne.
guemiros^ attrahiáoi pela bellczd^o silio,
cwnfçoroyn iodos p<n' desbravar as aveniijia^^
cortan^ arvoras .e azbtiksto^, e çuUIwjidi^ q
terra, já para que lhe desse subsistenciaijá
par^ Wlhor poderem varfjaf o teir09^, sem
rmode inimiip} e darem oHiywi a tima p(h
vo^ã(l qaejentãp se chatnava 7^'a/, dos gros-
soe matlos qup alli havia, nome que ainda
hoje conserva um dos bairros da viilã* \ ..
Ck$ma4o depqis o capitão Pereiro, ^a-
ra acpmpanliar Z>. Affánso Henriques, a
Santarém; aonde foi.4ocõoirer seu filho •/}.
Sasiwha, a quem os mi^uros pimham duro si-
tio/JIÍ84J fez ahi taes pro^za^, qu^ o r4f
agradecido, lhe deu o senhorio da atalaia f
terí^as cultvoadas e pQr c^llivar. .
A.povoQção em s^tk hof^ra, iomou enlã^.ç
nome de Pereira;* etaiiiU4>prospfyov>,j^sí^'
receu d^el-fei D. Diniz, o titulo de viUa;
e porá seus, moradores a graça de muUof
privilégios; e do rei jD, Manuel o cm-
firmar^lhe o primeiro 'faraL .
*
. Doesta 6xpoaiçâ<> se depsebende^ que Pe*
reir» na saa origem era uma povoação
de agrícuUores,. tão 8oUícit03 e, cuida-
dosos, qud receberam muitos privilegiof
dos ruis anteriores a D. Diniz, e a D. Ma-
nuel, e successi vãmente d*outro3 monar*-
chas^ do que offerecem prova^ antigo^
pergaminlio$9 dos quaes ainda existem al-
guns, que escaparam ao vandalismo do ex-
ercito francez» con^mandado por Masseoa, e
queasaolou estas povoações em outubro d9
1810.
Conservaram sempre os pereifenses con)
orgulho, a denominação de lavradores: sem
que entre elles houvesse disUncçoes de
nobreza; e era esse o seu único brazão.
Porém logo que vieram residir em Perei-
ra, rendiÂros arrei^atfkotes dos denomina-
dos direitos reaes, e outros impostos, come-
çou a xilla em decadência, sendo seus ha-
bitantes victimas, dos excessivos vexames^
d^esses. ambiciosos, que medrados com o
aaugna de suas victimas, se coUocaram em
elevada poaiçãoi com tao^^nlio orgulho, que
TOUJHE TI
vm
au
um d'e90e9 publieAQosb <q|na viera. admiiiis^i
trar a renda (em corpo gentil...) tanto eii<<
groâsou em oabedam».^d obteve ligar*se
em matKicaoniOy com uma filha dag melbo*'
res fao^Uias dd Pereira«
1 Ballici4Qu.pel9 3ea dinheiro» sem outro
n)N^QDent(\ qua sf ests^^lecesse em f^
reira wna eapitania-mor, sendo elle o prií9
meiro qua exerceu (es^e eiopregot '
Como es^, outros muitos et4acea, vie-
ram misfiçar as famílias dos honrados la*
Viradores de Pereira; e ha hoje uma uiseel^
lenia inoomprtheasivfei! ...
Todavia tem havido hearpeas ex^ep^ei^
e .pereira actualnaeiíte compreheode fanir
Lias honestas, de reootibecklo merecimento;
pessoas boadoaas, tãa amáveis e 4)aritaims^
que íazem a ventura dos seus habitantes.
Ilonroaas jexcepgdes repetimos; pois pe*
io andar dos t0mpQ»,aenem estabelecida «n
Pereir4i,attrahida9 pela beile&a da localida^
de, famílias de elevada cathegoria; pre$fia?
éimos^ de. cofioprovar eâte í^cto,^om exem-
plos; por que seria uma. longa narrativa;
bastafrâ eij^or omoointeoido Qom a qohibi 4e
Alminde ou S, Lxxhy vinda boje do sr. Bar^
reto Chichorro; porque figuram n'este epi-
sodio, as principaes fomiiias a que nos re-
ferimos.
Consta d'^tigos ejegaes documentos, que
a sobredita quinta dos srs. Barretes, foi doa-
da, com ,0 nome de quinta d'Álminde, por
Affun^o poejbo^ cavalheiro distinçto^ da fre-
guçzia de S. Martinho d'Arvore, e por sua
muit^er D. Mâgdalena Amado da Cunha Yas»
concellos Yarelia do Cazo, que vivia^i nas
casas, hoje do sr. Barreto Chichorrp; a sua
filha p. Margarida Coelho, para casar com
o cavalbeiro, Luiz de Supza Pimentel, q|ie
também não era de Pereira; de cujo ceu*
sorcio, nasceu D. Maria Coelho, que casou
com outro cavalheiro da casa de S. Marti-
pho de Arvore, Antónia de Castanheira e
Moura, de quem era filha D. Luiza de Mott*»
ra, a quem seu avô, o dít^ Luiz de Souza
Pimentel, dotou com parte da mesma quin^
ta, vinoulaudo-a com ^ denominação, 4^
quinta de S. Luiz (por ser o santo do seu
nome) doação qua f^z para dote de casa-
meAlo,4a referida ^ua^e^, com D. NuQQí
43
674
PER
PER
Botelho, filho do primeiro eonde de S. Mi-
gnel.
For este acontecimento fleou fendo quin-
ta de S. Lqíz, nanca esquecendo a denomi-
nação primiiiya de qninta d'Almiode.
D*eâte coudorcio nascen D. Francisco Bo-
telho, qae cason com D. Catharioa Barreto,
da casa dos fidalgos de Góes, dos qnaes era
filho, D. Naoo Xavier Butelho, que cason
eom sna prima, D. Maria Yictoría Barreto,
d*aquf lia casa, não tiveram filhos; por idso
IHMSOQ o viocalo de Luix de Souza Pimen-
tel para Francisco Barreto, irmão d'esta D.
Maria Vicioría, ficando assim reunidos na
meêma bmilia os vínculos de Barretes e Bo*
telhos; e n*e8te anno de 1876 está de
poese o representante doesta família, o sr.
Francisco Barreto, ainda menor, casado n'es*
te anno, com a sr.* D. Maria Isabel Gon-
ttga, filha do sr. António Maria de M«^llo
Gonzaga, da quinta d*ArreKa^, subúrbios
de Coimbra.
A sobredita D. Catharina Barreto, com
suas filhas, D. Luiza e D. Maria da Naza-
reth, furam as fundadoras do coll^gio Uivu
lino, como referiremos, quando d'elie fizer?
moa menção.
A villa de Pereira, é situada, como fi-
ca dito, na margem esquerda do plácido
Mondego, em posição deliciosa, cercada de
variados arvoredos, frondosos olivaes, es-
perançosos pfnhaes, vistosos pomares, hor-
tas e ajardioadus quintaes; que tudo pren-
de as attenções dos viandante!»; e é um mi-
mo que recreia os habitantes da villa (em
compensação de tantas faltas de melhora -
menu s materiaes, por incúria ou írouza
influencia das pessoas competentes )
Seus t»rfenos adjacentes, são ubérri-
mos, produzem abundância de cereaes e
legumes, muito liuho, batatas, azeite, vinho,
mel, boas hurtahça^ saborosas e variadas
fructa-o, especialmente melões, qu» são os
melhores cunheeidos; muita caça de varia-
das esp<>cies, endémica e de arribação; abun-
da outroMm em gados bovino, cav;illar, va-
cum, lanígero, cabrum, e suino; lan^ leit»
de ovelhas^, de que se fazf^m quf iju:*, que
exportam em grande esealla; e do qual
lambem se fazem mimoeas qoeíjadai^ie
que ha grande extracção, e bem assim èa
melões, não só para as povoações vlsiolns,
como para Coimbra, Montenoór-o -Velho, Sob-
re. Figueira, etc: mas também para UsImi,
Porto, e outras localidades^ e até para fón
reino.
£' povoação pobre, apezar do moviam-
fo de seus habitantes, que aão assíduos bm
serviços agrícolas, mas pelas vlciasitode
dos tempos, ha poucos lavradores indepen-
do dentes.
Esta povoação ó hoje uma qaasi celoiHi;
porque as propriedades qae agrículUmUa
parte dos seus habitantes, são de senhorios
de fora da terra, a quem pagam avnltadis
pensões, de milho, feijão, e oalros feiM-
ros.
Ha grande movimento nas classes mea»
favorecidas, de sorte que negoceiam (potío
que em pequena esealla) em carnes fres-
cas de porco e carneiro, assim como m
peixe fresco do Mondego e do mar; viad»-
ihe este das praias de Buarcos, Quiaíos^ To-
cha, Cova e Costa de Lavos; e d'outn»poo- |
tos; também peixe salgado, bacalhao, ani-
la, sardinha, e outras espécies, cujos gtt^
ros aproveitam aos moradores da villa; e
os exportam para as povoações visinhai^M
perímetro de mais de duas léguas.
Ha grande falta de combustível; assioeo-
mo de madeiras, cantaria e alvenaria, pi-
ra oteas; que importam das maltas a pe
dreiras do Norte do Campo, e das serraníis
da B»'lra.
Ha uma feira annnal no dia 21 de cota-
bri), e mercado nos dias 6 de cada om do^
pouco concorridas e qnasi sempre de oe-
nhum valor.
Ha o valioso recurso para os pobres, qw
são soccorrldos pelos rendimentos da Mi-
sericórdia.
Sgreja Matriz ^
Não hafdocumentos que indiquem a ori-
gem da egreja matrlL
Pessoas intelligenies e eropenhato f
descobrir antiguidades da villa de Pero-
ra, vasculhando, no século passadio 09 c^
PER
PER
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torioê da eaonra, da pardcbia, e dâs -eoii-
Ittr&as^ nada poderam cottsegair. B apenas
^eélsrarafli, qae a mesma egreja foi coda-
trUda a expensas do povo, firmando esta
eoBvieçao, em varias oonjecioras; e priaei*
faltneote, porque por oceaslfia d'Qm terra-
■lOtOy demoliodo>»s6 o cuQiiat do primeiro
aroo da nave do Norte, jnnto á eapelia^mór,
appareeea nma pedra, redonda; oomo as dos
moinhos; tendo em relevo d*Qm lado nm h"
«rrador, curvado sobre o arado, pelo qoal
ynxava orna junta de bois; e ao pé um* sae-
t^ ebeio, atado pela bocea; e am rapaz a
desatal-o; do outro lado tinha um carro,
uma6 grades, um rodeiro, uma canga, soi-
las» cordas» etc., tudo bem pronunciado; e
de volta em claro typo, este letreiro:
os LAVRADORES, OS GEAB«1R>9, B MAIS
DO POVU, ÁS NOSSAS CUSTAS
Foi tal o desleixo, que esta pedra desap-
(areceul
Oapella-Mór
Foi reedificada à sua custa, no anno de
iS9$, pelo dr. Francisco Rodrigues Froes,
capellào d'el-rei; como consta d'um letreiro
em pedra, collocado na parede da mesma
eapella, ao lado do evangelho.
Esta capella nada tem de smgular; é
acanhada, sem proporções para uma egre-
jft tào vasta.
IgQora-se o motivo que teve o dito cava-
lheiro para fazer esta obra, d*onde era, e
porque veiu a Pereira.
Gapella do Santíssimo
Por antigos documentos, que ainda exis-
tiam nos fins do século passado; se com-
provava que havia na egrrja matriz, fo-
ra da cap^'lia mór, duis altares c<i)lateraes,
im da parte do evangelho, denominado do
Senhor Jesus (hoje Santa Maria) e do outro
lado havia o altar aonde estava o sacrário;
que este porém fora sub.^itituido pela capel-
k aàtnaL sendo esta construída a expen-
sas do puvo; o que parece incnvel, pur ser
obra tio gigantesca, que só braço real po-
deria raeental-a.
lias nao admira; porque tinham os avul-
tados rendimentos do legado do Santa Ma*
ria; e o grande zelo, que se desenvolvia nos
amigos 'tempos, para obras do culto di-
vino.
£* na verdade a dita capeila uma obra
maravilhosa, tão primorosamente detalha-
da, tudo empedra de cantaria, que surprer
bende nacionaes e estrangeiros que a tem
observado detidamente; sendo o seu maior
assombro, como um simples arco de pedra
sustenta o enorme pezo d'aquella obra gran-
diosa.
Tem no centro, cem muita elegância, o
ahar e sacrário, o throno para exposição do
Saniissiffo, tudo de madeira obrada com
singular e magistral architectnra.
Esta capella é um monumento, de que
mnito se ufanam os habitantes da villa de
Pereira.
£' fabricada pelos rendimentos d*nma con-
fraria, denominada do Santíssimo, que pos-
suo beos de raiz sufficientes para essa des-
peza, « para auxiliar os encargos da fabri-
ca da matriz, como t<*m acontecido; talvez
apure uns annos por outros— cem mii róis;
rendimento que vae crescer pela lei dadea-
amortisaçao.
Altar de Jesus, hoje altear e legado de
Santa Maria
£' tradição constante e nunca desmenti-
da, que por ocoasião de serem expulsos de
Portugal 08 mouros que o avassalavam, foi
permittido firarem, no goso dos bens que
tinham adquirido, aquelles que professas-
sem a religião de Je&us Ghristo; um d*es-
tes vriu estabelecer<>se em Pereira, ainda
aldeia, onde comprou terra, deixando por
sua morte grande riqueza, e ordenou em
t estamento que no altar de Jesus se col-
locasse uma imagem de Santa Maria; e que
todos os aunoB^ no dia de Nossa Sruhora do
O*, a 18 tte dezembro, s^ cantasse uma mis-
sa no mesmo alur, por sua intenção >; e se
rezass»> um responso s>>bre a sua sepu ura
na noite de Natal^ e cu ro no dia dos fina-
676
PER
dos k % úe novembro, e por eBtes serríçog re-
ceberia o parocho tres alqíQeire& do. irigOi
seis pães, e dois fraseos de víaho; eolioeân-
âo*se estes objectos, sobre a snasepnUara;
qne dedaiida esta despesa, se enpregasss
todo d sea rendimento, em cafne, pio e iri*
nho, para no indicado dia 18 de dezemJHro;
se la^^nm bodo, sobre a sua sepuilnra^ao
qual fosse admktfdo todo o pavo .da villa
de Pereira; estas disposições í^ran ctunprit
das por muitos annos, roas já o» sècnto
passapdo nào exisiiam os documeolas «om*
pélentes, eonforme a opinião de quem quiz
profundar a origem doestas exlraTagaotías,
aliás radicadas em constante tradiçãOi-
Havia porém alguns papeis pelos qoaes
«e provava que o lai boda era do grande
Inquietação para o povo: porque os exoes-
SOS da comida e bebida produziaaa serias
desordens, que reclamavam a intervenção
*das auctoridades, noas nem assim se evita*
va perigosos coníliclos. <
Aoonteeeu porém que achaudo^se em Pe-
reira, um anno, nesse dia, o provedoí da
oomarea em correição, e observando esta
desordem, obteve proviaio regia para eK-
tineção do bodo, e applicação d*esse avalia
do rendimento para obras, de* que a egrcj^a
•matriz muito carecia, e para dólar otpús
pobres; esta dotação nunca se verifieoiivpor
que ninguém se queria aparentar com o
B»ouro, apesar de se faier constar, que não
era essa qualidade que habHitava para o do- '
te, mas sim orphandade, pobreza e bomí
comportamento. Continuou, portanto, a ser
'flpplieado este rendimemo pai\a<obr4s da-
mairic, e hoje se acha. eneorporado nosi^tt^
dimentos-da fabrica da raeana, sendo ad-
minisirado pela junta de parocbia^ eumprin-
do-se^ pias disposições do inâtit«der,tp9r
enjo serviço recebe o parocho^ tr«s nil cen-
io e vinte réis em dinheiro, e lião o trigo,
pão e vinho.
' ignorasse o motivo, por qa$ »^tal owu»
ro não foi septiltado na egrcrja oialri«, uni
eo cemitério da fregueaia n't)sse tempo, mas
^ 10 adro d'eiia, entre tenrenofbettzidp e
Jião benzido.
Talvez por não haver certeza da sua eon»
versão ao Chrístianismo, sempre se desi-
PBB
g«oii a^eUe Jogwr epmí» sepultura dodooQr
ro^ e em ool^ta eom amfL . pedra ^019
leiteiro quâsi apagado^ esta pedra, M ^
talQiieata.a|>plicada,.por umparoebo est^i^
do, para âíversa obra« e muitos anno» ai
oon^ervou a mesma ic}>ol(ura| sem esif
resguardo, p6rém o dr. Bernardo Antoois
Amado iê V»s6oneellos» zeloso e inimitaid
propngaidor» pelas regalias de Perelra« e ao
qual iodas as repartições e estabeleoimea*
&Q0 OQBlesíastieos e seculares merecsiw
sempre, séria attenção, maiadou caUpcar.ai|
outra pedra liza» sobre a i&dicaáa a^iri*
tura.
E hoje por inicíalivik do. parocho ha-pM-
eo falleetdOy se «ouserva mais decente, coa
uma espficte de pequenino e improrisate
mausoléu, e com este simples letreiro: Se-
puUuira do lâmro*
Altar das almas
Quando» a requisição d*el rei se ob-
teve bulia pontidda para erigir altares
e activar o culto ao glorioso mariyr S.
Sebastião, o qual era e;itão venerado, tm
especial devoção, por ser de fé qae tiaha
cessado, pela valiosa intercessão do meaiso
santo, a peste que grassava em muitos pa-
zes; foi então que o povo da fregueiia &
villa de Pereira, rompendo a parede daegre-
ja matriz, erigiu a S. Sebastião o altar em
que existe ainda â sua imagem.
Porém, muitos anãos depois, o paroc^
Francisco José de Madureira, instituindo t
confraria das aUnas^ destinou o mesmo al-
tar para ser d'esia confraria, conocandouB
painel das almas, por uma» das tribunas do
santo, e ficando a imagem *d*este em posi-
ção inferior, aonde hoje se conserva; ti0
crescida foi a devoção, inculcada poraquel-
le parocho, pelas almas do purgatório, qw
a denominação d^altar de S. Sebastias, foi
substituída pela de altar das almas^ eom
umàconfraria, que se conserva, com o sim-
p!es rendimento dos annuaes, que pagam os
confrades, tj com esmoHas dos Beis-
Capella doâ Gòuc6i)ros
t
. Simão Gduoeiro, casado com JoanniFráar
cisca» (ez testamento enp Í6i9» ioetitaindoiâ
k
PER
PER
67.7
*j
'Né lo6al em qu« se aebâ esu eapella, nk
«m^etoiidade poente davilla, havia nmerar
télrfò em qae s6 (Mbfa a imaifem do Saote
€bf?dto, eom frente sempre aberta, para ve-
Iteração dos fiei», setido por Isso a rcta de*
EdminildH (e ainda e é) rna do Cbristo.
Tíoba este oratório, qae era de pedra, em
ftfiáa (h liibho^' uds degráas, tambeni de
(Midrá, para snblr a eUe, em eujos degraus
«itáíl» dos bens do eaaal (porque nio^ tl^
tfia^lierdêlros necessários) uma eapeHa, úo^
ii«aaid priíàeira admhrisiradora d'«lla, a
dM êhA mtttber,' com a declaração de qoe
fM* iboHe d*eeta passaria a^en soturínhi^
'A dfla Joâttna Prancisoa, tintía doifittioa,
do primeiro matrimonio, qae erant o padre
lAmliof Ferefra, e António Fernandes Penei-
ra, «meado» d'aqaeHe Sinaão Gottceiro; e
iniícos berdeinDs de 'Stia mãe; fizeram* ettes
seu testamento em 3 de'deeembro dé iG¥),
e n*elle instituíram nma eapelta, doe^bens
qae lierdarsm da dita stia mãe^ diamando
para .administrador o nvesmo João Goacei-
ro, sobrinho de seU padrasto.
B assim foi vinculada em doas institui-
ções a casa toda de Sknão Goueefre e de sua
mulher Joanna Francisca, que ficou gosan-
do o indleado Jdâo Couceiro; passaodb a
sett^ herdeiros oomo vi&cuio, até hoje.
Em M37, reqn^rea António Fernan-
des Pereira, ao cnhldo-^ Sede Vacante-^x
eempetenle licença, para construir orna ca-
pella na egi>eja matriz; fòi*lhé eonoedida,
precedendo informação favorável, do prior,
qner então era D. Ant<mio dci Silveira, do
que «9 lavrou escriptara publica, em Sft de
3aniodel637.
' £' nma capelia magnifica, de esmerada
aréhHectura, que teve seus eclipses peta
IHeza e pouco zelo d^alfuns administrado^
tes dd vfêtoulo, porétn bo}e est& muito bem
dens^ftrvada, com aparado aeeie», peki ao-
¥tílA a^ifiistrador do men&o vinenle, o irr.
Afttbnio Pbdro Pimentel Pereira GeaceirO'.
Cà|»éDa0 fOrft da egreja matrle
Nossa Senhora do BfM Smceàsô
te sentavam aos seroes. no verão, os lavra*
dores vleialios^ a conversar, ao» seus ne^o*
ciosagriootaiS.
Pòrénv vendo o tal improvisado» nicho em
raikia, reaotveram mandar construir oma
cfe^peltínha fechada, e decente, para n'eUa
coHoeárem a imagem do Santo Christo.
Logo sa oomeçoa a eonstroirt e em breve
tempo estava concluída a capellioba qua-
drada coia een al^ndre por íóra, en'eUa8e
di2la missa.
€utro8im concordaram emcollocar (e col-
locaram) na mesma capelki, uma imagem
de Nossa Seoftorâ, com a invocação do B019
Saccesso, ficando a eapeUa, por isso, com
esta denominação.
Fm oreseeido a devoção dos fieis, e todos
oe aan» festejariam -Nossa Senhora com
gi^ande pompa* •
Mas, as' varias fazes dos tempos, e as in-
constancias doa homens, tem produzido taes
aiternativas, que fossam annos sem se fa*
zereai asfestas eesminadas; coneerva-^sepo*
nta a mesma devoção.
Oapella de S. Thíaero
r
Bsta oapeNa, situada no monte frontei*
lafáíregnezta de Figueiró. do Gampo, ao
snl de Pereira, fdi ediOrada pelos nora*
dores doesta vHla, f^ara honrarem os dssos
doa seus ptee, fiarentes e vfèiiftios^ qoe fo-
ram enterradas nlaqaelle sitio na tempo
da peste, que invadia Portugal no século
Aeeimo qoarto*
Bra aqaelle sitio deserto e abandaate^da
mattos, pot> ÉBsa nandavaím pkíra lá as pest
soas aíTeetadas do terrível fia^sllo, e os que
morriaia lá b» eatemvam; eessoa o eobta*
gte, edifioaranuma capella no mesma sitio^
edUoeando n'eUa a imagem de S. Tfaiago^
apostolo, que ainda existe.
Tnnpoe depois da edificação da capella, a
camará maaÃiki repartir o terreno baldio
adjaeence a elta^ pelo poro da viila; cat)eB-
do a cada 'fttmif lia qtatro agoilbadas, e qua-
tro lovadoa da terra; por isso se ficou deno-
minando, aqaelle pevimetro-— Mio das Da^
das — titulo que ainda conserva.
' Quando graasoa em Pereira o colma-mor^
678
PER
PER
busi em 1833, forAm sepultadas, no peqnene
espaço de terra, fronteiro á porta d*esta ca*
pella, mais de cem pessoas d*ambos os se*
xos e de todas as edades, sem excepção de
posições sociaes e que morreram desde o
dia 15 de junho até egual dia do mes de
julbo do mesmo anno. £ dentro da dita
eapella foram sepultadas, e lá se conser-
vam suas cinzas — D. Maria Yictoria Pi-
nheiro Galvão — o dr. António Rodrigues
Cardozo — António Xavier Tavares da Pai-
xão. Estas três pessoas, foram progenitores
de famiiias que se conservam em brilhante
posição, em Monie nór-o-Vetho, Pereira, e
no Espinhal, povoação próxima a Penelia e
Louzan.
O Santo Apostolo era venerano com es-
pecial devoção, e visitado com grande fer*
vor, por todas as classes da povoação, cele-
brando annualmente grandes festas, no dia
25 de julho, não só missa cantada e sermão
na eapella, mas também festejos de praça,
com notável alvoroça e frenético entlm^ías-
mo. laventavam-se danças exqoisitas, cari*
caturas engraçadas. . . Emfim, todas as clas-
ses se fascinavam com os festejos de S. Thía-
go. — Este enthusiasmo, darou séculos.—
Quando chegaram à edade de tomarem par-
te n'estes brinquedos, eram os primeiros ío*
fluentes, pelo seu génio folgazão, a dr. Ber-
nardo António Amado de Vasooncellos, e Jo-
sé Tavares da Paixão, amig«s desde a inlin-
da; ambos, ^qual de melbor feição, para fo-
lias. Sendo aliás também oe primeiros a ze-
lar os objectos do culto divino, e a pugnar
pelo seu esplendor; assim como pelos inte-
resses e regalias da sua terra natal.
Estes amigos inseparáveis» entre as v^
riádas invenções para taes folguedos» fize<-
ram, ée papelão, uma cabeça d^urso, vesti»
ram com pelles d'ovelha um rapazola, pU"
zeram-lhe a tal cabeça, mandaram cons-
truir, na praça dos festejos, um* matta
improvisada, e n'esta occoMaram o tirso;
íkseiido constar que este bicho seria saeri-
floado em honra de S. Thiago: correu o po*
vo em chusma. . • appareeeram caçadores a
oarrallo e de pé, fizeram -se varias partidas^
e o urso foi morto!
O leitor pôde imaginar (pois não é fácil
descrever) o alvoroço que produrin
vidadel ... o eerto é que, nos aanos
ros, sempre qne se festejava & Tbiago^
parecia a brincadeira do urso; e ainda h^
se repete, mas com muiu simplicidade;
de dizer-se um arremedo do que foi:
mesmo é a parte da festa a que o povo dá
maior valor.
Porém todos estes festejos em geral» da
tanto enthusiasmo, teem declinado a ponia
que tempos houve, em que a capeUa enleve
mais de uma vez próxima a desabar.
Hoje conserva-se em soffrível estado. Lá
se diz missa, repetem-se os festejos, no dia
35 de julho, com multa simplicidade; . e em
alguns annos nada se faz.
Capella de S. Franolaoo
Por oecasião da epidemia, qne assolon a
villa de Pereira, e que deu motivo para ne
erigir a eapella de S. Thiago das Dadaa, co-
mo fica dito, aconteceu o facto, que origi-
nou a consirucção da eapella de S. Praaeia-
00, na rua da Torre» ao &0. da mesma tú^
la. — EU-o:
Francisco Lourenço Canaes, um doa la-
vradores, e proprietário dos mais abistadoo
da villa, tinha um único filho, que oMíla
amava, especialmente por ser o herdeiro da
avultada fortuna, em propriedades e abun-
dância de gados de todas as espécies: féí
este filho atacado da peste. O pae, para #
não mandar aonde eram conduzidas
etimas da epidemia, eseoadeu-o em
carte, ou curral de gado, e lá o tratou
muito segredo; mas teve a desventura de
morrer o rapaz. O pae^ para ocqultar o aea
crime, e afastar a pena, que era cruel, o nn-
terrou na tal corte.
Cessou a peste; e então, Francisco Loa*
renço declarou a morte 4o filho; mas m, pe-
na lhe foi relevada. Mandou então lacar
eapella, no mesmo sitio onde se achava a
pultura do filho, e a dedicou a S. Fraactepe
por ser o santo do seu nome; ficando a a»-
pultura no meio^ coberta eom unui pedra e
competente letreiro.
A ermida era de bom aspaoto^tinlut ea^
pella-mór, akar, púlpito, e uma sineta; e a
m\{
PER
&79
imtgeoi do santo (qne aiada ezbte) em lri«
bana decente. E o institaidor a eoDservoíi
emqoaiito vivo, e a saa familia; todos os ân-
uos era o santo festejado, no mes d^oatnbro,
com missa eanlada, sermão, e arraial; devo-
ção qne eontioaou secnlos
Pelo andar dos tempos, enfraqaecea essa
devoção, a ponto qne a eapella foi despre-
sada, e suspensa por ordem episcopal. A
final, um paroclio encommendado,, afez de-
molir, em 1822, vendendo os materiaes, a
pretexto d*applícar sen producto para obras
daegreja matriz; porém praticoa o escânda-
lo de o converter em míUdade própria.
Assim acaboQ aqaelle monamento histó-
rico, servindo hoje o terreno para cnrral de
gado, e outros usos profanos.
Se Franeiíco Lourenço Canaes patrimo-
niasse a eapella, com obrigação de algum
suffragio annual, pela alma do seu filho que-
rido, qne n*ella estava sepultado, ainda hoje
existiria.
CapaUa do Santo António
Esta eapella foi edificada, no anno de 1601,
por Jeronymo Tavares, da Villa de Perei-
ra; era de construcçao simples» mas mui-
to decente: tinha uma sineta» e a imagem
de Santo António, em altar, ou tribuna de
pedra. Apezar da particular devoção com
que Jeronymo Tavareâ mandou edificar es-
ta eapella, e dos guizamentos com que a en-
feitou, não lhe fez património, fi passados
poQoos annos, depois da sna morte, a ea-
pella chegou a tal abandono, que ameaçava
mina; e era apenas varrida por uma pobre
velha, muito devota de Santo António.
Porém, um tal Bernardo Tavares Pimentel,
irmão da mãe d'Anna Maria Couceiro, mu-
lher do capitão Antooio Pinheiro Pimentel,
resolveu cbamar-lhe sua, por se diaer paren*
te d'aqueUe instituidor: mandou reedifical-a
e adornal-a com decenda; e là dizia missa
o padre António Mourão, á familia do capi-
tao-mór, Félix de Carvalho Pimentel, de
qoem era capellão.
Porém o dr. em cânones, José António Ta-
vares Esteves, chantre da eollegiada de S. Pe^
dro, em Coimbra, propoi acção judicialf e
provou que a mesma eapella lhe pertencia
por ser terceiro neto do instituidor Jerony-
mo Tavares. Começou por abrilhantal-a, fen-
tejando annualmente Santo António, com
missa cantada e sermão; e assim se conaer*
vou.
Propondo*se, annos depois, reedificai-a
com paredes novas, foi a obra suspensa por
influencia do bispo-conde, D. Francisco de
Lemos; porquanto a mesma eapella, por fi-
car próxima (na frente), estorvava o briUia
do palacete, que eUe bispo pretendia cone-
trnir nas casas do referido capitão-mór, de
quem era neta e única herdeira D. Maria do
Cardai, casad^com seu irmão, o desembar-
gador João Pereira Ramos.
£ assim ficou a eapella de Santo António
reduzida a um montão de minas, pois o
chantre, por caturrice, não acceilou vantajo-
sas propostas que o generoso bispo lhe of-
fereeeu, nem se defendeu.
O terreno era profanado com as maiores
indecencias. E a final, em 1846 foram demo-
lidas as paredes, por ordem da camará; o
terreno secularis^do, e hoje é Ic^radouro
publico.
Oapella de Nossa Senhora do Pranto
O líoenoeado Manuel Soares de Oliveira,
natural da villa de Pereira, homem mnilo
illustrado, e abalisado jurisconsulto, vexado
por factos vergonhosos, praticados por iia-
rentes seus, ausentou-se da sua terra natal»
para a Hespanha, fix%ndo sua residência eai
Salamanca, no anno de 1625. Abi florescen
em letras; e com tanta probidade, honradea
e cavalheirismo se comportou sempre, qne
era respeludo, merecendo qne o governa-
dor capitào-general das ilhas Philippinas, o
escolhesse para sen accessor, conferindo-lhe
o cargo d*andilor geral, na cidade de Mam-
lha. Ahi enviuvou duas vezes, ficando se-
nhor de grandiosas heranças, que lho doa-
ram suas mulheres; e assim, não tendo her-
deiros necessários, fez seu testamento, e^i
30 de novembro de 1674, na cidade de Mn-
nilha, dispondo de avoludas sommas pam
diversas applieações; sendo as principaee<-«
qne fosse dotada annualmente com quatro-
eso
mií
PBR
tento» mil réis. ama ma parenta, a mais
proxioia-^qne se compra^sein cada nm an-
ão, (M) foQgas 4e nillio, para ser repartido
pelos pobres da sua freguezia natal, no dia
SO d*a()rii — mais 50 fongas de trrgo e ou-
tras tantas de linhaça, que se distribuíssem
pelos lavradores e ceareiros da mesma fre-
gaeeia, para snás sementes, com o juro da
éiuva parte, a fim de se nlo extingoir este
beneficio— -mais 60 cruzadas, para serem
aoecorridos anunalmente os pobres da mes-
ma fregaezia-*e egual quantia, também an<
noal, aos pobres, presos lia cadeia da Por-
tagem, eiD Coimbra.
Ordenou mais, que se construísse n^esta
cidade (Coimbra) um collegio para ednca-
çio d^orphãs pobres sendo dirigido pela
meza da Santa Casa da Misericórdia d'ella;
eollegio que foi edificado na rua de Coruche
(hoje no collegio Novo), e ainda fttncdona,
fornecido pelos fundos que aquelle bemfdi-
lor appKeou, para tão philantropica insii-
lttiçao.-**Mai3, que se comprassem três agui-
Ibaidas de terra, na costa do monte frontei-
ro á ermida de Nossa Senhora do Pranto,
que se achava desprezada entre as vinhas
no terreno próximo ao Mondego (hoje de-
nominada Ermida Velha), e se construísse
ii*este terreno comprado, ao pé da estrada
que vem de Coimbra, uma capetia magestosa
«elegattte, para a qunl fosse transferida a dita
magem deNossa Senhora do Pranto; que pa-
ra eiia se fizessem os paramentos necessários
aoetlto divino, sendo de veljudo para todas
19 e6res que recommenda o ritual romano;
bem assim, um sino e uma alampada de pra
ta, que estaria sempre aocezs. £ «destinou
para estes e mais guizamentos necessários,
ã qitanlia de quatrocentos mil réis annuaes.
Qne se estabelecesse uma^cdiegiada de seis
eapellies, sendo o mais antigo, eapellão-mór,
daiido'Se a cada nm quarenta mil réis an-
fiuaes, e sessenta mH réis ao capellão-mór;
mais vinte mil réis para dizerem missa da
esmola de cento e sessenta réis cada nma,
por alma d*e]le testador, de suas duas mu-
lheres, de seu pae e de sua mãe: com estas
^rígaç$eè mais— -aoempanharem o Sagrado
Tiaiieo aos enfermos, assistindo a estes com
caridade — coadjuvar o parocho, especial-
noênte na desobriga da quaresma — assistir
ás f^noções da Semana Santa, gratufianmi-
te— dizer missa cada um alternadsinettte^
.todos os sabbadoSi^ na capella respectiva —
cantarem completas na capelia da Misericór-
dia da mesma vitla, todas as tardes dos dias,
vésperas d'aquelles que fossem da invoca-
ção de Nossa Senhora.
Estas e outras muitas dispozições d*aqu«l-
)e generoso bemfeitor, eram cumpridas rn-
ligiosamenle ; mas porque estes avultados
capitães, entrassem no erário régio, à pro-
pori^o que houve irregularidade no paga-
mento dos juros, foi diminuindo o zelo dos
capellãés, porque lhe faltavam também os
seus rendimentos regularmente, e, a fioal»
ninguém se habilitava para capeliâe: mui*
tos annos, especialmente nos tempos da re-
volução franceza, nào se pagaram os dotes
ás parentas a quem se eouferíam, nem se
cumpriam outros legados; eaté acapeila
chegou a tal estado de ruína, que foi mister
fazer-lhe reparos, com grande dispêndio,
quanto ao material somente; pois quano a
paramentos, servem hoje os velhos da ca-
pelia da Mesericordia de Coimbra (ptiT^ne
a respectiva meza é a testamenteira); não
tem uma banqueta, nem cera, vinho, hós-
tias, para a missa que 14 vae dizer aos sab-
bados {e leva estes objectos seus) un eleri-
go, encarregado dás missas respectivas a
uma capelia; porque nenhum capelllo exis-
te, depois do ultimo que monreu no dia 14
de setembro de 1849.
Agora somente é dotada uma parenta, an-
nualmente; mas com pouco mais de cem mH
réis. Gosteiam-se as despezas, no collegio
das orphis. em Coimbra; paga-se ao padre
que diz as cento e Vinte missas, sendo nma
aos sabbados, na capelia.
Bis a sorte das ptas e tao meritórias in-
tenções do generoso cavalheiro, e benfeitor
de seus patrícios — liceneeado Manuel* Soa-
res d^Olfveira.
A Santa Oasa da Xiserioordia
Por antigos assentos existentes no car-
tório da Santa Casa da Misericórdia, de
Pereira, consta qne havÈa uma capelli-
PER
PER
êU
Dbft (sHmídà âonâe éager» a easâ êo !&•
vatofio, próximo à sâcMfttfa); e n^èllá
96 «ehava eoHocadt a tmagem dei Nòaaa Se-
nhora da Ptediíde (a iqesma 4tte aittda é ve-
nerada oa eapella de bofe); tinba uma «èo-
llraria governada por púz, escrmo, e aefs
mordomos, am procurador, am thesoorei-
ro, para recolher as esmolas : quatro pedi-
dores, um albergaeiro para receber e tra-
tar os passageiros, e ter cuidado dos mfise-
Tavels da fregneria, que eram visitados e
aoccorrídos, por todas as famillas; porque
Bio havia rixas nem distincções... to-
^9 se amavam como irmãos. . . ífue san$o
tempo t
Tinham ama casa para sessões da me-
sa de governo (aonde hoje é o celeiro) á
qnal chamavam— torre do despacho; ao pé
oatra casa para receber os passageiros, de-
nominada albergaria.
Unha nm capellão que dizia missa quo-
tidiana, ea qnem pagavam dezeseis mil réis
annuaes, com obrigação de dar cerB,^vinhe,
6 hóstias.
Consta que algans annos houve conten-
da entre os padres da freguezia, por qne
lodos ambicionavam este grande benefi-
cio f
Esta irmandade tinha hábitos brances,
com marcas roxas, tinham um esquife, pa*
ra conduzir os mortos á sepultura, é o «eu
Compromisso era o «ecordo que tomuvam
reunidos, lançado no sen litvo d*aclas.
Festejavam Nossa Senhofe, p«Aa paséhoa
do Bspirito Santo, cem pomposas featanças,
não só de egreja, d*accordo com o paroeho»
mas na praça com grande bulício e entbu-
siasmo.
Nada se tem podido averiguar sobre a
origem e antiguidade d'esta capeNa e Con-
fraria; ha apenas uma conjectura para acre-
ditar que a fUndaçio-da dita eapella é anti-
quisshna.
A saber: a sineta' que ainda hoje se eon-
eerva na torre, tem o metal gasto, na volta
de cima um letreiro, com caracfereres des-
conhecidas: no bojo, outro letrehrii, com ca-
racteres que mal se conhecem; tem um re-
levo no centro, representando a imagem de
Nossa Senhora da Piedade, signal de que foi
undida para a eapelllnha; o lado oppesto»
outro relevo, representando o Eecê Homo.
Apenas se pnbfioou a resolução da rainha
D.Leonor, viuva deD.JoãoIT,noannode 1498,
que instituiu 9^ corporações das Misericór-
dias, em todo o rBiao,Iogoojaíeemais mem-
bros da dita confraria, pediram a lua ma-
gestade lhe concedesse privilegio de Mise-
ricerdÍ9, euj» mercê facilmente obtiveram,
como consta da provifão e compromisso que
então lhe foi concedido, documentos que
sermfh-e foram conservados com religioso
càidado no cartório da santa casa.
Mndou portanto o nome de confraria em
Misericórdia, de juiz em provedor, de cruz
em bandeira.
E começaram a praticar com fervor e ze-
lo inimitáveis, os preceitos do ^eu novo com-
promisso, oonservando a capellinha as hon-
ras de eapella real.
Assim viveram em paz, séculos,- lactando
muitas vezes com graves difQculdades, mas
trinmphando sempre, com tanta coragem,
qoe a Santa Casa nunca perdea as suas ro-
galias!
Todavia sopposto o tivessem talvee, nun-
ca verificaram o pensamento de transformar
a mesma capellinha em egreja mais apro-
priada, para uma corpovàção tão respei-
tável.
Gliegou finalmente esse momemo, por*
quanto oito cavalheiros generoeos, descen-
dência perra Aos fundadores da villa de Pe-
reira, e vigorosos mantenedores das snas re-
galias, dos seus privilégios; conservavam
por timbre o^lhema dos antigos homens —
ãe ant€9 quebrar que torcer; sentindo-se ex-
citados de zelo, pelas recordações do valor
e patriotismo dos seus antepassados, toma-
ram a grandiosa resolnção, e projecto gigan-
te, de promoverem a construcçSo d*um tem-
plo magestoso.
Eis os seus nomes:
O capellão-mór, Bento Amado da Cunha
Vaseottceflos.
O caphão-mór, Félix de Carvalho Pimen*
tel.
O dr., Bernardo António Amado da Ca-
nha Vasconcellos.
O capitão, António Pinheiro Pimentel.
msí
PER
PBB
O fMkdre, António de Meneses.
O padre, António Girão.
Manuel Tavares da Paixão.
O dr., Franciseo Marqaes G<Nrdeiro.
Estes corajosos varões, íoraoà os iniciado-
res da grande obra que denominamos gi
gaste projecto, porque os rendimentos da
nova Misericórdia, eram tão dlmiputosi que
se faziam as despezas ordinárias, com es-
molas dos bemfeitores.
Todavia isto não fez esmorecer sua cora-
gem. Logo se fintaram com grandes «quan-
tias cada um, chamaram o architecto Gas-
par Ferreira, para fazer o risco, mudaram
a imagem da Senhora para o celeiro, man-
darara demolir a capellinha, e apenas co-
meçou a abertura dos alicerces, o povo cor-
reu profladamente, cada um com o que po-
dia, para continuação das obras; os lavra-
dores carreando materiaes; os trabalhado;-
res a dar dias sem receberem jornal.
Houve muitas offertas de cantaria, e
alvenaria, fornadas de cal, de telha» tijollos,
ladrilho, e muitas madeiras; todas as pes-
soas, de todas as classes, sexos, e edades,
corriam com afam, a prestar serviços a Nos-'
ea Senhora, como afflrmam avultadas som-
mas de dinheiro, que eram repetidas quan-
do a necessidade urgia, até pequenas es-
mollas das pessoas pobres, e muitas de fó
ra ^a freguezia, porque os povos eircumvi-
sinhos também tinham particular devoção
com Nossa Senhora da Piedade da villa de
Pereira.
Vinham em romaria, visitar a sua ima-
gem, trazendo offertas, algumas de valor,
e tudo avultava, para que os trabalhos pro-
gredissem com rapidez.
Bmfim concluiu-se a obra, ficando come
ainda h« je é, um templo brilhante^ priípo-
roso, de esmerada arcbitectura.
E logo começou o engrandecimento da
Santa Casa, por valiosas doações, com
que foi patrimoniada; não. só poios so-
breditos iniciadores e incansáveis fisca-
UsadcHres effectivos da obra da egreja, es-
pecialmente pelo padre António de Mene-
ies, que lhe doou a sua valiosa hennpça,
mas também por outros muitos bemfeitores,
como foram João Pereira Medina (talvez o
maior, e se acha sepultado, por gratidão^ na
capella da Sania Casa) bem aasHin o padre
Manuel dos Reis, e sua irmã Anna Maria
Soares Ferreira^-Aotonio Loia Cabral— He-
lena Francisca Tavares» e muito» outros;
mas são estes os que maiores doajções fize-
ram.
Por muitos annos florescea este grandio-
so estabelecimento, perque era efflcaz o si-
lo de seus administradores» os qnaes i por-
fia se esmeravam não só no asseio da ca-
pella e seus guízamentos; mas na conserva-
ção e. melhoramento das propriedades» e re-
gular movimento, nos diversos rendimen-
tos que applicavam com caridade e lonra-
vel limpeza de mãos»
Ainda se conservam trastes muito deco-
tes d'es8es antigos tempos, e ama imagem
do Senhor dos Passos, outra da Senhora da
Soledade, talvez das mais perfeitas» que le
conhecem nas principaes cidades, vilias e
outras povoações de Portugal.
Porém este santo estabeledooento de cari-
dade, que devia excitar o zelo de todas as clas-
ses, especialmente dos homens mais cítíJí-
sados elndependentes, tem sido victima ée
intrigas, de ambições vergonhosas, mas de
tão péssimas administrações, que moitas
vezes eeus rendimentos, tem sido converti-
dos em utilidade própria.
Posteriormente tem havido melhores le-
ladores, com pequenas alternativas. Hoje ha
regular administração.
Nada mais diremos a este respeito para
não offendermos a modéstia dos jactuaas ad-
ministradores.
CtoUegio Ursulino
Vide Ur9uii$uu.
' Todos os esclarecimentos até aqui eseri-
ptos» com respeito a esta viila, os devo â ge-
nerosa amisade de umillustre filho d'ella,
o reverendo sr. José Lourenço Tavares da
Paixão e Sousa, prior, eollado, d*esta (re-
guezia, desde iSSS, e areipreste da respecti-
va eamara eeciesiastiea.
Parece que não quiz abandonar este DQB-
PER
PfiR
683
do, sem Mxar amplas noticias da terra onde
aaseea; pois que, muito poucos dias depois
de receber o seu curioso mauuscripto, re-
cebi a tristisssima noticia do sen f^llecimen-
4o« que teve legar, a 11 de novembro de
1875.
Nasceu n^esta villa, em 10 de agosto de
1794.
Era bacharel formado em cânones, pela
universidade de Coimbra, cavalleiro das or«
deus de Nossa Senhora da Ck)nceiçao, de
Villa Viçosa, pregador régio, desembarga-
dor honorário da relação ecclesiastica do
arcebispado de Braga, arcipreste e prior,
<ioliado, na fregneiia de Santo Estevani, d'e8-
la villa, examinador synodal nos bispados
de Coimbra e Leiria, e associado provincial
da academia real das scieneias de Lisboa.
Soccnmbin a uma longa e doloroeissíma
doença, que «off^eu com verdadeira resi-
gnação christan; sem que os seus acerbos
padecimentos podessem jamais quebrantar-
Ihe o espirito recto e illustrado.
Foi um eodosiastico esdarer ido, parocho
zelloso, amigo prestante e dedicado, e um
utHissifflo cidadão.
Sirva esia rápida comnemoração de tio
virtuoso e esclarecido sacerdote^ de testemu-
nho da minha gratidão pelos serviços que
d*elle recebi, no seu ultimo quartel da vi-
da, e de alivio à dor e á saudade que ain-
da pungem os coraç5es de seus sympathi-
cos e dignos sobrinhos» que, pela sua hon-
ra e dignidade, são tão geralmente estima-
dos, por todos quantos os conhecem, e os
voem seguk, com o maior cuidado, a vida
exemplarissima de sen virtuoso tio.
O rei D. Diniz, e soa mulher, Santa Isa-
bel, deram foral a esta vilia, em Coimbra,
â i2 de Dowmbro de 1982 (L.° i.« de doa-
res do rei D. Diniz, fl. 58, col. 2.«)
0. Manuel I, lhe deu novo foral, em Lis-
boa, no i.*'de dezembro de 1513. {Uvro de
fmiee novas da Extremadura, fl. 75 v., col.
!.•)
Ha também uma sentença, de D. João III,
publicada a^ 18 de Janeiro de 1538. {Uvro
ia$ eentençãs a favor da corôa^ H 33 v.,
coL 1/)
Vide, Coimbra, Estrada Mourisca^ Monte-
Mór-VelhOy e Ursulinas.
Apezar da fertilidade do seu território»
da proximidade do Mondego, e de outras
condições de prosperidade que se dão n'e8-
ta villa, está ella em lamentável decadência;
porque, grande parte das famílias ricas que
otttr'ora a habitaram, se foram estabelecer
em Coimbra, Lisboa e outras partes, levan-
do para. lá annualmente os seus avultados
rendimentos, que antigamente eram aqui
espalhados*
As casas d*estas famílias, entregues a ca-
seiros, que não teem obrigação de as repa-
rar, cahem em ruinas; pelo qae se vêem ho-
je muitos edifícios desmantellados, que n*ou-
trás eras, foram vivendas luxuosas.
Já disse que a maior e melhor parte doa
vastos e ubérrimos camf^s que circundana
Pereira, são de proprietários de fora da ter-
ra (pela razão que adma relatei) e por isso»
a máxima parte dos habitantes d'esta £re*
guezia, não são mais do que meros colo-
nos ou caseiros, e é esta a causa da triatn
decadência da povoação, digna de melhor
sorte; e que hoje pouco mais possuo
do que a memoria das suas glorias e ventu-
ras passadas, e as suas honrosas tradi-
ções.
Para os pântanos e arrozaes insalubres
d'estes sítios, vide Villa Nova d'Anços.
Para o instituto das Ursulinas de Pereira
(que são as actuaes de Coimbra), vide a pa-
lavra Ursulinas,
PEREIRA (S. Vicente de)— Vide S. Vicen-
te dê Pereira.
PEREIRA- JUSAN ^ villa. Douro, na fre-
goezia de Yállega (vulgarmente— Válga) co-
marca, concelho e 2 Vz kilometros ao E.N.B.
d'Ovar.
Foi até 1850, cabeça de um antiquíssimo
concelho, na comarca da Feira, que foi en-
tão snpprimido, passando a formar parte do
concelho d*Ovar, comarca d*Oliveira d'Aze-
méis. Creada a comarca d*Ovar, passou a
formar parte d*ella e do concelho.
D. Manuel lhe deu foral, em Lisboa, a 2
de junho de 1614. (N'elle se lhe dá o nome
1564
I^ER
de Pereira-Tusám.) Litro dos foraes novos
da Extremadura, íl. 75, col. !.•— Ainda exis-
te no archivo da camará d'Ovar.
Os senhores donatários da Feira (que o
eram também d'esta vilia, da fregaeíia de
Vállega, e da de S. Vicente de Pereira, que
é contigua a esta) crearam este concelho, nâo
se sabe quando ; mas sabe-se que foi ante«
da crcaçâo dos concelhos de Estarreja, Ovar,
Oltveira d*Asemeis e Angeja.
Foi antigamente da eomarcisi de Esgueira,
e depois, da de Aveiro.
Esta povoação c aniiquissima, provavel-
mente do tempo dos godos; mas o único ino*
nnmento que attesta actualmente a sua an-
tiguidade, é uma fonte, chamada Mina dos
Mouros^ da qual adiante traio.
Do foral d'esta vitla consta, que Ovar era
porto de mar, no principio do século XVI,
nao só para barcos, como hoje (pela ria),
mas psra vasos de maior lotação; porque-*
quando trata das portagens, dii:
«Não se levarão os direitos das aneora-
«gens dos navio?, segundo fbi determinado
«por nós, em Ovar; e pagarão das cousas
«que carregarem ou trouxerem, segtiádo se
«manda pagar de portagem, por este foral.»
Os edificioã da vf lia, estão, pela maior par-
te, arruinados; além da cadeia, casa da ca-
mará e tribunal das audiências (quando as
havia), e pouco mai.^ que ainda se acham
em bom estado, tudo o mais são casas «des-
mantelladbs.
A casa da eamara serve hoje de escola de
instrucçâo primaria, do sexo feminino.
Também ainda existe o pelourinho.
Próximo a esta vilia está a tal KM dòs
Mmiros, que é uma íouié, na boeca iie «ma
mina, tendo uns quatro metros de compri-
do, e i"',dO de largo. É feita de pedra e
eal, e ao E., tem um banco, feito a pidão, na
pedira nativa, com capacidade para 4 ou 5
pessoas se sentarem. Está Htgnma cousa en-
talhada e ccibeHa de silvai; mas ainda dei-
ta agua, que se apph^veita para irrigia^b.
Ao sitfio em que está a fonte, se dã o no-
me de Mesquita, o que faz suppOr, ter aqui
havido algum templo árabe.
Uns cem metros ao O. da Mina doi$*9Iotí-
rbs, hâ um sitro chamado Paça^ «egèndo vm,
ô Pa$so, segundo oatnôe. Os primeiros di-
zem que tem e0le nome, por aqui ter haii-
db um paço, dos senhores éooataríoB da Fei-
ra (depois eondes^, que o eram tamèem de
Ovar, S. Vicente de Pereira, Vállega, e ou-
tras terra?. Os si^nndos dis^m que o nome
de Passo lhe provém, de virem para aqui pa$-
sear os mouros> a pó e^a cavailo, quando do-
míimvam estas terras. A primeira versão é
maiB verosiniil.
Em uma escavação, feita ha poucos ia-
nos, n'este sHio, se acharam aigomas sepil-
turas, constniidas de tijolo, contendo da-
tro algumas ampboros, temeltiaDtes a gu-
rafas. {Vasos lacrématonos, cu urnas cine-
rarias.)
A Mina dos Mouro» (que nimca teve mais
comprimento do que o actual, o que se evi-
denceta pelo seu emparedamento) é objecto
de grafndes cuidados para a gente do sitio,
tsrendo firmemente que lá deocro existe ama
moura encantada, guardando grandes the-
souros. Teem*lhe feito em reéor algamis es-
cavações, mas dizem que chegando a coto
sitio, não ha picão que enire com a roeta.
Já se vé què ó resultado do encanto^ Veado
que o penédd se não movia, tentaram o id-
Uma re£«r«o— aspergiram- o com agna bea-
ta e fizjeram-lh^ rezas; mas (bi o mesmo qne
nadat o thesoaro conUnuou a ficar eacaa-
tado !
Uma mulher da vflla de Pereira-ittsan, re»
solveu desencantar isto, em uma manlian d»
8. João, por m^io de reoas» feitas em fórotti
por um padre; ma^s^ 'cotn« se esqueceu de
que o scffredo é á «fnia donêfúcio, dlvulgeo
o seu plano, e muita gente concorreu á Mi-'
7ta dós tíbutm, na tk\ manhan. Ao api^i*
iharótti-se, ouviram ladrar dois«ães, e to-
mando iàlo por bom ag oorb( voaram pw*
a mina.
Átii, emiofcar da ttonra, eclairaoil^dprie-
lario dò terreno, é os dois cies. Aqheile die-
se ao povo, mullo séria e muito termiffWi*'
mente, que — visto a mina encantada estar
na sua pMpriedadft, químtos theworoe ^
appaVecessám, eram lodos dTclle, e só d*ellô.
Hodve Atas e altercações, de parte a part^
e, por fim, ninguém cavou na terra, ném se
fioMniD as reza^ e lá eonlínQoa a ficar ludp
encantado.
. Ató iKíe, siagiieiB mai^ ae lornou a li-
brar da deêenwntar a monra.
En todoa oa dícciaaarios geographicos de
PortUQal (e até no P<n^ugal Sacro e Profa-
no — e DO Mappa das côngruas, que ó offi-
elaàl) vem «onfciQdida^ Pereira-J^san, cpm
8. Vieenie de\Pereira, como se fosse iuma e
iuiiea,(r6guazia* Eu mesmo» apezar de ter a
minha easa a 15 kilometros ao N.E. doesta
vllla, estava no mesmo erro;, e n^elie conti-
nuaria, se nâo fosse a obsequiosa advertên-
cia^ do Br» Joào Valente da Costa, residente
em Vállega, ao qual devo tudo quanto se lé
com r^apeibo aPâreiraoJusaD» e pelo que lhe
dou os mais sinceros agradecimentos.
Xá vemos que, S. Vicente de Pereira, é up:ia
paroctaia, cuja c^eji^^ matriz, djsta da de
Yáliega, 4 kílometroa, a que Pereira^Jusan,
é uma poqaeya viUa da freguezia de Yálie-
ga, distando apenas uns. 500 metros da sua
egr«ja paroeliial.
Aniigameate baviaoa duas freguezias con-
CiguaSy ambas com o novte de Pereira, e para
as distinguir uma daqutn, se dava à actual
freguezia de S. Vicente de Pereira, o nome
de Pereira- SiÁsaa (Pereiíça deCima)--e á ou-
tra— o de Pereira-JussUa (Pereira de Baij^o.)
ffltA freguezia» que apenas constava da
villa e do seu pequeno termo, foi no sécu-
lo XVI, supprimida, nniQdo*8e á de Vj^ile-
ga. Eis. o que tem causado os erros dos geo-
graphos.
' 1^0 antigo portnguez — ju5-
sãa, jussan, juean, e jusam,
quer dizer— ^ baixo — e fu-
sãa, ou «145011, ou susam, quer
dizer — de cima,
J^S60 ou dejusso, o que es-
tava por baixo (sob) — e suso,
.0 que estava por cima (sobre).
Estou persuadido que her«
damos isto dos gaUoe-celtas,
pois ainda- em França se diz
— S9US, sob — e sta, sobre«
• O amigo eoneelbo de Pereíra-Ji:^saa, era
primeiramente formado, por uma parte ^
Ireguezia de Vállega (o. que tinha sido fre- f
ppffc
$s§
gOAzIa de Pereira-Jusan) metade da fregue-
z^ dÒvar, e metade da freguezia de S. Vi-
cente de Pereira. (A outra metade^, era do
coo^bo de Oliveira d'Azemeis.)
Depois, quando se creou o concelho de
Ovar, fícou-lhe pertencendo toda a fregue-
zia de Ovar, eaq concelho. de Pereira-Ju^fui
as doas freguezias, de Váliega e S. Vicente
de Pereira, na sua totalidade.
Ha provas de que estas terras foram ha*
bitadás desde ps tempps pre-historicos, pois
que, ainda em nossos dias existiram por
aqui monumentos pre-celtas. Em S. Marti-
nho da Gandara, e no Couto de Gucujães
(freguezias próximas) ainda ha poucos an-
nos se vi^m mânwas. (Vide volume 2.% pag.
m, coL !.•)
PEREIRAS— Vide Pereira.
PEREIRO— freguezia, Deira-Baixa, bispa-
do, comarca, concelho e i5 kilometros de
Pinhel (foi do concelho de Pinhel, comarca
de Trancoso), 75 kilometros ao S.E. de Vi-
seu, i2 d* Almeida, 360 ao E. de Lisboa.
Tem 150 fogos.
Em 1757 tinha 72 fogos.
Orago, O Santo Nome de Jesus.
Disiricto administrativo da Guarda.
O reitor da freguezia de S. Pedro, de Pi-
nbel« apresentava o cura, que tinha 7M00
réis, e o pé d*altar.
Ha muitos annos que a esta freguezia está
annêxa a de Gamellas, a qual linha por ora-
go, S. Sebastião, martyr. Era também da
apresentação do reitor de S. Pedro, de Pi-
nhel, e o^parocho (cura) tinha lOilOOO réis
de côngrua, e o pé d*altar.
Tinha em 1757, 60 fogos.
Por esta annexaçao, se dá vnlgarmente a
esta freguezia o nome de Pereiro e GameUas.
Pica entre o rio Côa e a Ribeira das Ca-
bras, e é atravessada pela estrada militar do
Almeida a Pinhel.
* •
A egreja matriz é pequena e singela, mas
muito antiga.
Não ha nenhuma eapelia ou ermida em
toda a parochia,
. O seu clima é excessivo» e o seu territó-
rio, bastante penhascoso, só produz em abun-
dância trigo e centeiOy do mais pouco. Tem
6«6
pEla
mníta caça miada, e cria idqHo gado, prín-
eipalmeDte carDeiros e ovelhas, pelo qae, ha
muita lao, que se exporta.
Entre esta fregaezfia e a de Yalle-Verde,
limítrophe, ha uma eolumna, oa marco, geo-
désico, sobre um plató, de cujo sitio se go
sam bellas e extensas vistas.
PEREIRO — vide Sartía Maria do Pe-
reiro.
PEREIRO— vide São Julião do Pereiro.
PEREIRO— freguezia, Algarve, coneelho
d*Alcouiim, comaròa de Tavira, 70 kilume-
tros a E. de Faro, 195 ao S. de Lisboa.
Tem 290 fogos.
Em 1757, tinha 242 fogos.
Orago, S. Marcos, evangelista (o s,ea pri-
meiro orago, foi o Espirito Santo.)
Bispado do Algarve, districto administra-
tivo de Faro.
A mitra apresentava o cura, que tinha 360
alqueires de trigo, e 70 de cevada.
A povoação principal está na encosta da
serra do Algarve, entre as duas ribeiras,
Vascão, que lhe fica ao' N.; e Foupana,
ao S.
E' falta d'agna potável, e a que ha é só
de poços.
A egreja matriz é pequena, velha e po-
bre.
Tem uma bôa feira, e romaria, no dia do
padroeiro (25 d'abrilj muito concorrida de
gente, não só da província, mas também do
Alemtejo e Hespanha.
Vende se n*ella muito gado, tecidos de lã,
aqui mesmo fabricados, que são — surianoSf
frizas, estamenhas (a que chamam merino)
e meias, também de lã.
No território da freguezia ha poucas ar-
vores, mas é fértil em cereaes; cria muito
gado, e fazem-se aqui muito bons queijos.
£' abundante de peixe do mar, qu^) lhe
vem pelo Guadiana (que fica próximo— ao
S.) e também muito bum peixe d*este rio.
Era couto para pessoas falidas ou indi-
vidadas, ás qnaes bastava hirem assignar
termo na camará d'Alcuuiim (a cujo aeto
chamava o povo, sentar praça de burlão)
para não poderem mais ser citados nem de-
mandados por dividas anteriores á sua do-
uiciliação n'tstaíre|^oezia; mas nio lhes va-
PER
lia o privilegio, pára as que oontralôsm
depois.
Também tinha esta freguezia o privilegio
de não darem recrutas; mas eram obrígadM
todos os homens válidos, a defenderem os
pontos militares do Guadiana, fronteirot á
freguezia, em tempo de guerra com oseas*
telhanos.
PEREIRO— freguezia, Beira-Alta, comar-
ca e concelho de S. João da Pesqueira, 36
kilometros de Lamego, 360 ao N. de Lis-
boa.
Tem 70 fogos.
Orago, S. Sebastião.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo de Viseu.
O Portugal Sacro e Profano^ não trazês*
ta freguezia.
E' terra fértil. Bom vinho. Gado e caça.
Peixe do rio Douro, que lhe fica ao N.
Foi viila, e o rei D. ManuW lhe deu foral,
em Évora, aU5de novembro de 1519. {L*de
foraes mvos da Beira, fl. 187, col. 1 *)
PEREIROS — freguezia, Traz-os^MoDies^
concelho d0 Carrazeda de Anciães, comar-
ca de Moncorvo, 130 kilometros ao N.B.de
Braga, 420 ao N. de Lisboa.
Tem 150 fogos.
Em 1757, tinha 112 fogos.
Orago, Santo Amaro.
Arcebispado de Braga, districto adminis-
trativo de Bragança.
O commeodador da ordem de fifalta, da
vilIa de Poyares, apresentava o vigário, qoa
tinha 80^000 réis e o pé d*alur.
E* terra fertlL Muito gado. Muita caça,
grossai e miúda.
Esta fregU''Zia gosava dos grandes pri-
vilégios dos caseiros de Malta, por ser com-
mt- nda da ordem.
PEREIROS— freguezia, Beira Alta, coosar-
ca e concelho de S. João da PeSijUfira, 45
kilometros de Lamego, 355 ao N, de Li3*
boa.
T«*m 90 fogcís.
Em 1757, tinha 78 fogos.
Ora<o, o Salvador.
Bispado de Lamego, districto administra*
tivo dtt Viseu.
Os quatro abbades da villa da Peiqaeir^
PER
PBR
687
apr^ íedUvám simiiUaneaineiite o cara, que
tinha tSOSOOO réis e o pé d'altar.
£' terra fertH. Bom vinho, gado, eaçã, e
pef xe do rio Donro, qae lhe fica ao N.
PEREIROS — fregaezia, Traz^osMontea,
eoneelho comarca, distrieto admiai^trativo,
bispado e próximo de Bragança, 70 kilome»
tros ao N. de Miranda, 450 ao N. de Lis
boa.
Tem 20 fogos.
Em 1757, tinha 17 fogos.
Orago, Santo Amaro.
O bispo, apresentavo o abbade^ que tinha
iSlOOO réis e o pé d*altar.
Aqui ha forçosamente en*
gano no Portugal Sacro e Pro-
fano.
Ou o parocho nlo era abba-
de, ou tinha mais de IMOOO
TéAr, porqae o pé de altar era
ln:!tigoiâcantissimo, vista a pe*
qaenez da freguesia.
Esta parochia foi ha muitos annos sup*
primida, e está annexa à de Bragança.
PERELHAL — freguezia, Minho, comarca
e concelho de Barcellos, 24 kilometros ao O.
de Braga, 335 ao M. de Lisboa.
Tem 150 fogos.
Em 1757, linha 112 fogos.
Orago, S. Payo.
Arcebispado e distrieto administrativo de
Braga.
0 parocho, era vigário, collado, da opção
do cabido da Sé de Braga, e tinha 112^000
réi4 de rendimento.
E' terra muito fértil. Muito gado e caça.
PERENCIA — fui o nome que deram a
Vallença do Douro^ em um aforamento, fei-
to pelo mosteiro de S. Pedro das AgUlas,
em 1269. povoando-a de novo, e repartiu-
do-a em 24 casiafs ou courellas.
A horrível epidemia e grande mortanda-
de que tinha devorado os seus habitantes,
lhe giaageuu aquelie nome fatal e de mau
agiiuro, > que ainda hoje lhe Dâ# era im-
dr«prio, attendendo a pouca salubridade do
seu clima.
1 Perencia, no antigo portuguez, sfgoifl-
eava mortandade.
Sô por antifrasi lhe convém o de Val-
lença.
Vine Vallença do Douro,
PERES (qoinu do) — Extremadura, na
fregut^zia de Bemíica, concelho de Belém,
comarca, distrieto administrativo, patriar-
chado e 6 kilometros ao N. de Lisboa*
Nào se sabe quial foi o antigo nome d*es-
ta propriedade; hoje chama-se quinta do
Peres, porque foi um negociante d'este ap-
pellido, que a restaurou, no primeiro quar-
tel do século XIX.
£* uma rica propriedade, tanto pela no-
bresa dos edificios, posição e ornatos dos
jardins e corpolencia das arvores silvestres
que a assombram, como pela sua extensão,
e pela abundância e variedade das suas pro«
ducçdes.
Pertenceu ao fallecido barão do Río-Tíu-
to, que lhe fez grandes melhoramentos; ho-
je é do sr. José Iglezias, rico negociante e
capitalista de Lí:*boa.
O palácio d'esta quinta, serviu de resi-
dência à sr.* infknta, D. Anna de Jesus Ma-
ria, e a seu marido, o sr. duque de Loulé
(então marquez) desde o seu casamento, em
novembro de 1827, até 3 de fevereiro de
1828, dia em que fagiram para Ingla-
terra.
Peres^ é um appellido nobre em Portu-
gal.
Vide vol. 5.% pag. 164, col. 1.*, no fim.
PERNES— villa, Extremadara, concelho»
comarca, distrieto administrativo, e 18 ki-
lometros ao N. de Santarém, 24 ao N. do
Tejo, 12 de Alcanede, 15 ao S. de Torres No-
vas, 100 ao N.E. de Lisboa.
Tem 210 fogos.
Em 1757, tinha 247 fogos.
Orago, Nossa Senhora da Purificação (ou
das Candeias.)
E* no patriarchado.
A mitra apresentava o vigário, que tinha
40^009 réis de côngrua eo pé d'altar*
Tinha coadjuctor, dois beneficiados, e the-
soureiro.
E' povoação muito antiga. D. Manoel I»
lhe deu foral, em Lisboa, a 2 de dezembro
de 1514. (LiVro de {oran novos di Exlre^
maé/m-a, ft 104, col. 2.*)
688
PSR
Foi cabeça de um antigo co^eelho (com
1:030 fogos) sapprimido por decreto da 34
de outubro de 1855. Pertencia entio à co-
marca de Torres-Novas.
Tem feira a 8 de dezembro, trez dias.
Foi povoação moorisca.
Aqui eflteTB (vindo de Coimbra)lD. Affon-
so Henriques com as suas tropas, em 6 de
soaio de 1147, qoando hia tomar Santarém,
e ló n*esta povoação descubríu aos cbefes a
empreza que meditava.
Acamparam na matía de P#mfa.
Situada (a villa) na encosta da um monte
arborisado, em sitio fresco, e muito abun-
dante de aguas.
£* atravessada por dois rios-^o de Per-
nes^ de pouca agua, e que muitas vezes sec-
ca durante a estiagem. Também lhe dlo-o
nome de Porto de Centeio — e o ÀlrieUa, es-
te produz muito bom peixe, e enira bo Te-
jo, a 24 kilometros ao S. da viHa, jnnlo à
Ponte d*Alviella.
Nasce em uns olhos d'agua, onde tem um
sorvedouro, que engole quanto lhe lançam
e logo o despedaça contra nns penhas*
eos.
E' cale rio que se anda a eanalisar, pa-
ra o abaitecimento das aguas de Lbboa, por
conta da Companhia das aguas, (Vide vol.
1.% pag. 179, col. l.*)
£* terra muito fértil em todos os géne-
ros agrícolas do nosso paiz, e cria muito
gado.
Tem Misericórdia e hospital, para passai,
geiros pobres.
Na aldeia da Chan de Baicco^ dVsla fre*
guezia, ha um poço, chamado do RmdeirOi
cuja agua, bebida por qualquer animal que
tenha sanguessugas nas goeilas, logo estas
lhe cabem.
A ribeira de Pernes, é abundantíssima de
aguas, muito aprasivel no verão, íertílissí-
ma, e povoada de muitos engenhos, hortas,
pomares e arvoredos.
No ponto mais elevado da povoação eetà
a egreja matriz, templo antíqnissioio e vas-
to, fundado no tempo dos nossos primeiros
reis.
Tem allar-niór e seis capellafi hteriM.
o altar^mór ó de rica talha dourada»
dado fazer pelo capilàomór de Pernes^
çal da Silva Botelho.
D'eate sítio se descobre um vasto e deli-
cioso panorama, e o formoso Tejo.
Ao lado esquerdo da egreja, está a eapel-
la de Nessa Senhora do Rosário, i^ande^ bo-
nita, e de abobada de pedra.
£' também muito antiga.
A frente que olha para a porta travessa
da egreja, é de bella architectura, e assen-
ta em 4 columnas de finíssima pedra, pri-
morosamente lavradas.
Tem a Senhora dos Remédios uma gran-
de e antiga irmandade, cnm o titulo de con-
fraria do Rosal, que jà existia no tempo do
rei D. Kanuel.
Os sea^ rendimeipitos, que eram bastan-
tes, se empregavam na conservação e ador-
nes da capella, e diante do seu altar, haria
uma grande alampada de^ prata, constante-
mente accesa, em honra da Virgem, e do
patriarcha S. Domingos, que está no mes-
mo aliar.
£* esta Senhora objecto* de grande devo-
ção da gente de Pernes e seu termo.
A sua festa se fazia jio !.<" domingo de ou-
tubro, e a chamada da Rosa, em um dos do-
mingos de maio, distribiindose n'esta« fe-
ios devotos, rosas bentas, que se teem como
preservativo de muitos males.
Antigamente havia n'esta capella, ladai*
nba em todos os sabbados da quaresma» e
em todos os domingos do anno, missa, pelo
parocho, distribuindo se rosários aos ir-
mãos.
A pouca distancia d*esta villa, mas já no
diatríclo da freguecia de S. Vicente do PaUl
(vide este voL, a pag. 007» çol. 1.*, na ulti-
ma linha) sobre um monte sobranceiro a
um formoso vaile, regado pelo Alviella, está
a bonita capella de Ifossa Senhora dos Be-
nuéios.
Foi mandada construir por um reiigioso
da ordem da Santíssima Trindade, d9 con^
vento de Santarém, pelos annos de 1600l
Este religioso vinha no verão residir, por
ordem dos médicos, para uma quinta que o
seu mosteiro aqui possuía, e, para ter per-
mi
to de easa, onde dizer niÍ8sa,^ á qaè mandem
fazer esta obra.
' N^o tem k Séntíorá dos Remédios, {rmáb-
dade eánonicamente erecta; mas úma eon-
firária electiva, que cuida dos reparos do
templOy e da festa que se faz á sua padroel*
tti, em um dos domingos de setembro, e
qae amlgameate foi muito concorrida.
' Em freute da viUa de Pernes, sobre úm
formoso monte, povoado de frondoso arvo-
redo, e ao sopé do qual, se espraia por en-
tre veigas de eterna verdura, o pittoresco
Alviella, está a ermida de Nossa Senhora do
Livramento, construída pelos antíos de 1550,
por um Individuo d'a(fuí, que militou na
índia, d*onde consta que trouxe a imagein
da padroeira.
Póra da porta principal da ermida, ha
um alpendreou galilé, de abóbada, suspen-
sa em' «eis eolomnas de pedia.
B'e5te sitio se gosa um fòrmosissfmo e
vasto paflorama.
D^aquf se véorio Aivièllá» que mesmo
em frenre do templosinlio, se despeuha ra-
pMo e furioso, de uns ahos rochedos, for-
niãndo umá das suas mais beUas catadu-
pas. , . > ... V
* B'' este 'sitio muito frequentado, niò tó
pelos devotos que vSò em romaria á Sé*
nbora, mas também por muitas pessoas que
vio gosar a frescura, amenidade e formosas
vfstas d'èste monte.
PiSA
m
I •
Durante a (guerra fratrídda de IB38 a'
1691, fof esta villa por dna^ vezes theatrò
def seenàs bem tristes.
Em novembro de 1833, estava o exereMo
rlMlisCa em ÍSantarem, e os moinhos dos
rios de Pernes, é que lhes forneciam as fa-'
rinhas.
Receando os realistas alguma surpresa,
ooDservavam aqui um destacamento; po-
rém, a li d*aqiii-lle mez, o general Salda-
nha,'o' burprebende, obrígando-o a fugir em
debandada, e manda destruir todos os moi-
nhos, e inatllisar as faríidiás.
Félizmentei, d'esta vez, correu pouco san-
goe. '
Bm 30 de Janeiro de 1894^ houve porém
v«una n
aqiíi uma sanguinolenta batalha,* dada peMi
mesmo general Saldanha, contra o marechal
> de èampo Canavarro. ' •'
Como eu assisti a párté d*ella, e sei mui*
tas antecedencias e consequências, dou aqui
os esclarecimentos, eom toda a verdade e
exactidão, para ficarem em lembrança; Ilmi*
t^tído- me simplesmente a narrar ios foctos»
sem lhes fazer o mínimo commentario, pára
se não dizer que faç& pbntiea.
Em outubro de 1816, estaitab regimento
dè infanteria n.*» 11, na snn finca de Ai-»
meida, e era seu coronel, Caetano Alberfò
de Souza Cánaviarto.
António Tavares Maggessy, então briga-
deiro, fez a revòltA na Reira Baixa è Alékn-
tejo, em fovor do si<. iy. itigneL ' '
Canavarro era HbéM; mas como todddòt
ol&claes e praçaè de j)ret do^^seu regimento^
eram realistas; temendo alguma fatalidade^
anntiiu, eontra vontade, ao numímènitOy é
contra vontade^ teve que emigrar pata á
Hespahha em 7 de ma^çe de 1827, com ás
tropas do general mkrquez de Chaves.
Begressandé a Portugal, foi feito briga-
deiro, e por fim marechài de campo.
Durante atíuerra civil que principiou em
1832, deixtfu se sempre bater pelos Hberàes,
todas as vezes que se 'lhe confiaram' tfé*
pas. • ,'''"'
Depois da ác{io de Pernes, 'de que r^
thitar, foi mandado petv sr. B'; Viguei, fNH*
ra governador da praça de Miranda, enlf^
gando!-se aos Uberaes, antes da' convenclla
de Evora^Monte; '» ' • ^ - ' - --'-r.
Dbu estas éxplicàçSes jirevias, para qilft
86 possa avaliar bein o 'resiúfodo da ac-
ção.-
Os realistas, tíáham reeònêtniido o»Hol-
nhos de Pernes, e os guardavam com dtths
brtgadás.
Saldanha estava ttííh -a sna divMo ett
Torres-Novas, apenas 15 kilometrcs ao R
de Pernes-^to é— Jornada de t ou 3 ho-
ras. •.!..•'
Canavarro, foi mandado de Santarém at-
Cacar iSaldanha, mas, em vez ^isso, foi acjMU- ^
par em Torre do Bispo; oconpando a t-* bri-
gada (do eommándo ao tirígadeáro Bemarf
«ino Coelho Soares de Mour^a^ a altora da
44
m
fm
!|^^--^ çomnaDâo do.coroiie) íraQcez, Brás*
saget — ficou postada na soa frente, a no»
t;MO metros, tepdo d^ permeio ;0 ric^ cid-
âa/caa4alafo.
A cayallaria estava DarecUgoai^ da Lr
brteada*
O yegimeato de infanterian." 17, do cpm-
QiaiHÍo, 00 eoiiio, tenente ooroçe], Victoi^
José da Silva Tavares, de FagíÚoi ara doada
9,*.brigadf^<6 ^ae, portaato^ estava aleoji do
off^ teivei IMS maQJIiaii d'efl$e ^^ 30 de janejr
n^ rmstq, de ^rmamnto^ e utqioa com o$
fecho$ fíã mão, quando foi imopioadamPiUa
attaçadol • ..,
^Vlaiil^iiPonJ^^ce^Q^i n^o ró. 4as naUsr
colhidas posigôea 4#.ii|ia>igo» como da todas
naua circoiostaocias, 4âifr kifípr^iso sobre
9 r^giifienlQ i7, que pa^ podendo dar u^
lilf»^ a. ii«it^> aeaeomi^ançlaQte» major e
ajudaiM^ tagiDsm a u/nkasi^ cç^^qflã, trata de
^Bb^dar^ procurando lambei^ na fngf >
qQa saWaQào; mas,, ignorando que q rio ti^
nha um yán, e que mfM i^ma hayia um^
PfH9t^de madeira, atir^sfs 90 no,.ond6ixnú-
u gente morreu i^fffisda»
O vesfo 4a ^f gaá;^ q()kec<^ava naJbra-
TQra^^iéalti iDUnca dasmeuiida,4o2.«* d;£l-
^E«% ^ y/H^prp ;fug4r tão dnsoraisn^dameitte,'
faz o mesmo; de modo que os realistas tive-
mm al0m do rioi, peií^o de íjOO baj^tasi. a
noAiíoi! partffi 4ft>gad9«» e o ree^to monos ou
prisioneiros ; ,. . ,• uv
«u04 q^e .pAí^eran^ atravessar o rio^ íoram
reunirse â 1* brigada, que, em breve,, foi
alacailf .pela9 . trepas Uberaes; mas Soaiws
de,.AbiiiriSfe nqo ^ra a Çaiia,Yar^9r ^ cus 1^^-
listas pederam executar, muito vagarosa e,
o^flnadaipept% a si^a x^^áA a(^. Sa^^-
Quem n*esta retirada se eobriu^^^i;
na^aimrifi],e demoj^u-ou aoi mundo, 1^
ople. pede. i^iegar.^ egragem e 0 sangue-
frjQ do soliadA pQrtug^ez,. f^i 9 Inrav^síma
regimento de infanteria de Bragança (n.*
i. .1- • * • • ^ .
> In/Inferia «.• 5, ^r,^ o {• d^Elv^, je,í7,
o z. .
'AmMs eram éNi idRirttf o do Stfv^ira> e ti-
ntan eslaéo)fmigraÉos om.Haspanba, doi-
demwrQp d^ ^M(7, até agosto de 18X8/
Si)j ^ Áh ^^ beroieo tenepte. corond, ^Th
cente Thomaz de Vellasco.
O l)rioso dA, que tioba 1:300 praças, inr*
m^u em quadrado^ e, apoiado por Ues ei*
quadrõea de cavailaria (dos regimeotoso.*
4« 6 ^ 7) eommaodadoa pelo .tenente eon-
nel, Jacinlho Venâncio ,de Menezes, nio ló
repelliu com admirável galhardia os atih
quês do inimigo, mas .até zombou de todai
as suas inúteis investidas, chegando a pn-
so ordinário a Santarém, com perdas iDii<
gnificaotes.
A' bravura e rigorosa disciplina á'm
regipiento, deveram Ds,]reali3tas a salvaçk
dos fpgiiivos 4a 2.* bngftda# fi bôaordemn
remirada da i.% e a oooservaç^ de todai
a^a arUlberia e bagageps.
Sainte Pardeux^ diz que esta. gloriosa n*
tirada s^ deve á bôa direoçao do coroiel
Brassaget, o que é puramente mentira
Este ofiicial francea (queíoí morto 4^'ii
depois» na batalha 4* Almoster) obedeoerio
ás ordens de Canavarro, deix^Urse mW
< em um fidjo (01^ ratoeira) ese não é 1^ í.'ki-
) g^da» li deixava to^aa as suas ii}opia .
Devemos porém, confessar ,qu#^ pn m,
bravo o^Sc&aJ^ e qu^ protegido peJUs W^
de Soares de Moura, poude organisar osne^
. t|ds fia sua^g^iatsi; e, tendo poc (i^luarts inv-
pogn^vei o qoa4rado. do 24| operou a fitt
retirada» do outro lado .do ^rif^ na meliMr
ordem. .
) A retirada de Pernes, foi um dos oiit
Ibellos feitos militares d*e3ta guerra— egu*
' l^ndo ^. gal)u^rdia, a, reUfodçL ie SoutaU^-
dondo, opera-la pelo- coiK>pel Pacheeo^ <<
;Seu heróico regimento, liberalf 9^* 10 ^'^
' fiftutar j|i» a^ fgj^ se ^ti^e a salvação do i«-
to da divisão^ n'esta l^falba tao desastfott
p^ra as armas liheraea. . ,
j (Vide SotttO' Redondo,) t •
I . Em t^oda a g^r;*a peninsular, nio sepp-
tiçaf-am dois reUos nws briilbaiM^
i JMsip^ como o gem^al, Alv> V ^^^^ ^*
Fonseca Coutinho e PóvAitf^te^ogioafCMl
justiça, a a^gj^ao e hravnra do p^^
fPacheco, e do s^p^regimento; tao^^ P|^
j . . , ../•..• ••;»
I » Foi feito coronel de infanteria d.* i (**
^ lisboa) por lUstíncçio.
t >
V •
PBft
nwd Mteibafet os dovidos ^Dcomio» ao
eoroDel VeUaaco» e ao regimealo 21, apon^
taado«08 aos seus ajúdantea d*ordaxi8, como
exemplo de coragem e dísciplma^
Ifaa; quanlo maior aâoaaria a gloria á^ea-
tetAiia teavoa eoroaeis, e dos mm brio9Ds
soldados» se o seu valor se empregasse cod«
tçaosvlnimlgoa da pátria, e não em deira*
?m
69i
i •
«Sangae d^irmàos, em guerra fratricida li
i&*iiaiiva|. de Pernes, o padre Autpoia dos
Reis, da eongcegaçao do oratório, de^. Pbi^
lippe Nery, na qual professou, em 1797; qua-
lificador do santo officio^ coosaltor da bulia
én. Santa Crnsada. mesuro de iheolpgia mo-
ral, na sua ordem, examinador synodal do
P4triarcliada de Lisboa, e das três ordens
militares, cbronista-mór do reino, na lia-
gMriatiBa, académico o censor da academia
nal àa bistoiia portugueza, e fundador de
varias escolas. . .
:Voi' iHi. varão do grandes virtudes e de
i|Mltoima ermài^ nea letua» sagradas q
pnrfáiai^ Q^crevf ttdo e publicando varioali-
vros, de sermões, muito elegantes, pois «era
ai»'e8<larecidO'K^<i<u' ^'i^^^^ico.
#Qiíitakibo«à*BlegamíSBimo^pdeta latipo,
eminente nos epigrammas, como provamos
cmce llieroa do sen i.* tomo, reimpresiaiog
eml730.
•Vtt «'Haddouitoprtmir, a eottecção de
teto* Qir peetaft^portogtie^es, (itte8ereim<^
piiwiu.
Morreu de 48 annos de edade (poia ti<*
nha nascido em 1690) em iddeaoaio-de
1738.
Kegeitou a mitra de P^kJm^/Cbina) e o
goívénio dH arcebispado de* Braga.
. .. »
Já a pag. d79, eoL 1.^ do 1/ volume, dis*
fle'<|ue:ia tsoinpanbia das agftas do Lisboa
intMífa deícaiaiiaàr o AlviellavpaQraeabaa*
teèineaaydé Lisboa;'
Gomo depois d*isso^ as obras teem pro-
gfedidè rapidanenle, pelo grando numero
deo^erarioa<empregados ik*el&as,}uigo a pro-
posUo diíer aqui o estado em que se acha^
esta gigantesca en^preza, em junho de 18^6
. £' o seguinte:
Está quasi concluído o reservatório da
chegada das aguas e terminação do canal do
Alvieila, construído na antiga côrea dos fra-
des Bar badínbos, a Santa Apoiopia.
O canal começou a construir- se de List^oa
e não do Aiviella, afim de se poder lançar
logo na distnboição, toda a/ ajeoA ^esefos-
se encontrando*
^ Os trabadbos continuam em grande esda*
la, e á proporção que se obteem amigável,-
.mente expropriações de terrenos, abrem*se
immediatamente trincheiras e tUBDeis,e maior
impulso teriam se não fosse a dependência
da resK^laçàoda algii^ns processos de esp|ro«
príaçõôs que dífiíicuUam o progressivo aa-
gjpaento do caaal.
Este é composto de obras de arte, trin-
cheiras, túneis, e syphõesde ferro (para os
vaUes) do k metro de circumíerencia.
Na constvupçao das trinchticas emprega-
seoeimentoopo2y:o)ana,ena pei;furação do
tunneis, tem-se encontrado grandes pedrei-
Tas que são destruída? a fogo, empregando-
se para isso a pólvora e.a dynamite.
As obras em execução são actualmente nos
Olivaes, Alverca, Alhandra, Alemquer, Qtta
'(onde ha agu% abundante quo<podm cor-
:rer em ,Lisboa d'aqui a 2 annos) e Pernes,
ie brevemente vae começar-se o grapde t^p-
nel em Rio Maior. \
A quantidade de agua dividida pela po-
pulação de Lisboa, calculada em âOQ:000
habitantes, íoi até 1862, de 5 litros por ha-
bitante, em cada 24 horas; de 1863 ató 1867»
jde 10 litros; em 1868, de 11 litros; em 1869
; por diante, de 20 litros.
Uma das peças principia^ do processo ar-
' bitral, a fim de comparar a quantidade de
agua >qu0( teern* outras cidade9 com a qixe
item Lisboa, diz que Roma, tem 94& litros
por habitante; Neva York 568; Londres 150;
1 Génova 120$. Glasgow lOÒ; Paris 90, estan-
do*se a construir n'esta cidade o canal Va-
ne, que deve trazer-lhe mais 100:000 me-
tros cúbicos, com o que ficará, tendo céiy^a
de UO litros por habitante; mas fíoará em
melhores condições Lisboa, quando forem
I
introduzidas as novas aguas, porque os
692
PÊR
PER
4:IOO^metro9 cnbicos qae boje ba, eom os
30:000 qae vêem do Alviella, dariU) 170 li-
tros por babftaote.
PERlflDÊLLO — serra, HInbo. Vide toI.
3.*, pa^r. 183, col. 2.% a ullima lioba.
PÊROFIMS—Tíde Romão (monte de São)
e São Pedro Fins, no coneelbo de Paços de
Ferr#*íra.
PÍR0-6UARDA— fregneda, Alentejo, eon*
celbo de Ferreira, comarca, dístricto admi-
nistrativo e bispado de Beja, 54 kilometros
ao O. d'Evora, 100 ao S. de Lisboa.
Tem 130 fogos.
Em 1757, tioba 78 fogos.
Orago, Santa Margarida.
A mitra apresentava o cora, qae tinba 180
alqaeíres de trigo.
E* terra maíto fértil em cereaes, e cria
muito gado, de toda a qualidade.
Nos Aeus montes ha muita eaça.
PÊRO-MONIZ — fregoezia, Extremadura,
eonceiho do Cadaval, comarca d'Alemquer,
60 kilometros ao N.B. de Lisboa.
Tem 100 fogos.
Em 1757, tinba 35 fogos.
Orago, S. João Baptisla.
Patriarebado e districto administrativo de
Lisboa.
O povo apresentava o cura, que tinha
lOOMOO réis de rendimento.
E' terra fértil, muito bom vinho. Gado e
caça.
PÊRO-SOARES ^ freguesia, Beira Baila,
concelho, comarca, districto administrativo,
bispado e 6 kilometros da Guarda, 300 ao
E. de Lisboa.
Tem 75 fogos.'
Em 1757, tinha 46 fogos.
Orago, Santa Marinha. (Poi antigamente,
S. Julião.)
O real padroado apresentava e prior, que
tinha ISOifOOO réi» de rendimento.
E' terra muito ter til.
Cria muito gado de tbda a qualidade, e
nos seus montes ha muita caça, grossa e
miúda.
Está esta freguezia situada sobre a mar*
gem do Mondego, que Uie fornece bom
peixe.
FÍRO-VISEU -^ freguezia, Beira Baixa,
comarca e concelho do Fonffio, 10 kflooi*
tros da Guarda, 190 ao E. de Lllboa.
Tem S70 fogos.
Em 1757, tinha 184 fogoe.
Orago, Nossa Senhora da GonaolaçiOb
Bispado da Guarda, districto adminislii*
tivo de Gastelio- Branco.
Os herdeiros do morgado de Féro-Yliei^
Diogo Dias Machado e Cunha, apresentava!
o cura, que tinha 150#000 réis de rudi-
mento.
Terra fértil. Muito gado e muita caça.
PEROZÈLLO— freguezia, Douro, eomara
e concelho de Penafiel, 45 kihHMtres aoR
E. do Porto, 330 ao N. de Lisboa.
Tem 135 fogos.
Em 1757, tinha 97 fogos.
Orago, Santa Maria (Nossa Senhsra h
Visitação.)
Bispado e districto admlnistrativs 4»
Porto.
O morgado da Torre de Goreixas, api«>
sentava o reitor, collado, que tínlia IWW
réis de côngrua e o pé d*altar.
(Vide pag. 90, eol. I.«, d*e8te volviae; oo-
de trato da Camllla de Diogo Leite Pereira4
Beetífico aqui nm erro ty^graphieaqoi
então escapou.
Onde está n*este 3.* paragnplio— SfaAir
dê Correirai, deve lér-se— «SMAor êeCdré-
xa$»
E' terra fértil. €ría muito gado, de lodi
a qualidade.
PERaznHa ou PfiBOSmsa^-IrsgQelii»
Douro, concelho e 13 kilometros ao 5. *
Villa Nova de Gaia, e do Porto, 300 a» K>
de Lisbsa.
T^m 350 fogos.
Em 1757, tinha 235 fogos.
Drago, o Salvador.
Comarca (S.« vara), districts admloiitt*'
tivo e bispado do Porto.
O prior e o mosteiro de contos nV^'
tes de Santo Agostinho (onísioe) de M
mosteiro de Gríjò— que é limitroph^pi^
sentavam o cura, que tinha 50100^ ráíi i^
côngrua e o pé d'altar. *
(Foi até 1834, isenio, do couto de 'CMI^<I
Esu freguezia posto ser em tern^o hi»*
taate accideotado, é formosa, vasta e rica,
PER
PER
693
canipvbeadeiida optiiiMS'propried«des, sen-
do a melhor, a qumta da Pena, da sr.* vis-,
ooodewa do mesmo tUulo.
O regresso do Prasil» de algaos filbos
d^eeU.lerra, que foram á AmeriGa em bus-
ca de fortana, e qoe realisaram os seus de-
flejoiB; o constante commercio qae faz com
a. «idade da Porto, para onde exporta gran-
de qaantidade dos géneros agrícolas que
lhe. sobram do consumo; a exportação, era
grande escala, de bois gordos, para a In-
glaterra; e finalmente a grande fertilidade
do seu solo, tornam esta fregnezia ama das
mais ricas do concelho (talvez a i.* depois
de^tViUa Nova de Gaia.)
Ha aqni uma grande romaria a 16 de ja-
lho (se é dia santificado — e não o sendo, no
domingo immediato) a Nossa Senhora do
Carmo, qqe se venera em uma capella da
egreja matriz, do lado do Evangelho, onde
C6lA em ama rica tribuna, de talha doa-
rade.
Dea a santa imagem a esta egreja, em
17l(^ o padre João de Barros Nogueira,
Batval de PerosinbOé
A egreja, .é um templo vasto e aceiado.
Ha aqui um alto cabeço, que antigamente
ae chamava ManU Pedroso, onde em tempos
nmotos existia uma grande atalaia ou cas-
tello, que esteve de pé, e soffrivelmente con-
servado, até que os monges benedíctinos
foFan «xpolsoa do mosteiro de Lorvão, em
1200. (Vide 5.« voU pag. 442, coL i.% e Pe-
droso.)
Então, algans dos religiosos, mandaram
demolir grande parte d>ste oastello ou ata-
laia, para com os seus materíaes reedifica-
rem o convento de Pedroso, que lhe fica a
pouca disuncia, ao N.E.
D*e8te castello fazem menção muitas doa-
ções do mosteiro de Grijé, tratando das con-
frontações das propriedades adjacentes, di-
zendo em umas — subtus Castro Petrozo, e
<im outras — subtus Castrvm Pelrosum.
Pretendem algans que este monta deu o
nome á freguezia, que primeiro se denomi-
nou Peiro^w»^ oorrompendo-sa depois em
Peroxmho,
Hoje dá- se a este monte, e a uma aldeia
que lhe fica ao sopé, o nome de Crasto.
Entre frondosos arvoredos silvestres, e na
falda d'e8te monte, se vé ;i capella de Nossa
Senhora da Assumpção, vulgarmente deno-
minada do Castello, ou do Crasto, É templo
muito antigo, e não ha memoria de quando
se construiu, ca do seu fundador.
Fica a uns 400 metros a E. da egreja ma-
triz. É grande, e tem capella-mór. A ima-
gem da padroeira, é de pedra, de boa escul-
ptura, e de i",10 d*alto.
A sua festa é a 15 de agosto.
Antigamente vinha aqui dizer missa ao
povo, o parocho da freguezia, em todos os
sabbados da quaresma.
Com razão se ufana esta fregnezia, por
ser pátria de João Ferreira da Silva Oli'
veira.
Nasceu a 13 de dezembro de 1815. Era
filho de João Ferreira da Silva (mestre car-
piateiro, no Porto) e de sua mulher, Maria
Custodia.
Foi de tenra edade estudar para a cidade
do Porto, distioguindo-se logo pela sua pro-
coce iotellígencia.
Passados alguns annos, matricuIou«se nas
escolas ecclesiasticas, onde deu provas de
grande applicação.
Quando os liberaes entraram no Porto,
em 1832, fugiu para a sua aldeia, e ahi viveu
com sua mãe e dois irmãos, durante a guer-
ra civil. Seu pae, que era liberal, ficou no
Porto, ao serviço do sr. D. Pedro, chegando
a tenente do batalhão áe provisórios, deVil-
la-Nova-de-Gaia.
Com a vida dos quartéis, o pae de João ^
Ferreira, perdeu os desejos que havia tido
de seu filho adoptar a vida ecclesiastica, e
o mandou estudar cirurgia, na escola do
Porto, onde se matriculou, em outubro de
1835, sendo alguns annos premiado.
Concluídos os seus estudos, foi exercer a
clinica na sua terra natal; mas, poucos me-
zes depois, instado por alguns amigos da ci-
dade, mudou para o Porto.
Em 1841, publicou a traducção das Lições ,
de physiologia^ do professor Lordat ~ e em
694
PER
1842, a do Diccionario de therapeitíicaf de
Lad. A. Szeríecki.
O traductor não segara exactamente o tra-
duzido : fez-lhe sensíveis alleraçôes, anota-
ções e raelhoramentos, cortando-o nos !oga-
res mais insignificantes; de modo que— co-
mo diz o traductor — o original apenas lhe
serviu de casco para o seu livro.
Foi redactor da Revista Litterana, do
Porto.
Em 1842, appareceu á luz, a Gazeia me-
àica, do Porto, que elle fundou, e da qual
foi o redactor principal, tendo por collegas,
dois distinctos meJícos d*aquel{a cidade; que
DO fim de um anno, al)ândonaram a empre-
za, ficando João Ferreira unico redactor, d'a-
quelle jorna] scientifíco, por muitos annos:
sendo sempre muito bem recebida esta pu-
blicação, por médicos e pharmaceuticos, tan-
to nacionaes; como estrangeiros.
Traduziu alguns bons romances france-
zes, que foram lidos com prazer.
Em 1848, publicou um livrinho, intitula*
do — Instrucçdes populares ác^ca- do colêra-
worbus, ou conselhos ao povo, sobti o qne
deve fazer ^ para se defender d*esta epide
mia, ctc.
Foi redactor politico áoNaóionalj do Cos-
mopolita, e da Concórdia; e, quando falieceu,
era-o do Bras-Tizana.
Em 1851, foi feito cavalleiro da ordem de
Nossa Senhora da Conceição, de Villa VIço;
sa, em premio dos seus seniçôs, por occa-
sião da febre amarelta, apparecida n'esse
anno.
* Ena 1852, concorreu ao logar de denions-
trâdor de cirurgia, na escola medíeo-clrnr-
glca, do Porto, não tendo mn único compe-
tidor, sendo approvado por lodos oí mem-
bros do Jury, quanto a merecimento abso-
luto e a capacidade comparativa, com M M
e B B.
Em dezembro d*e83e mesmo anno, foi pro-
movido a lente substituto, e em 1853, no-
m^^ado secretario da escola.
Foi encarregado de varias commissCfes
philantropicas e scientiflcas, das quaes se
desempenhou sempre com merecidos lou-
vores.
Foi desde 1852 alé á sua morte, faculta--
tivo gratuito da Sodeiade dos soec^/rtúi At
typographos portuenses; pelo que, logo àê-
ppis do seu fallccimento, se reuniu a assêiB-
bléa, e resolveu unanimemente, maniar*lhe
dizer todos os annos, in perpetuo, otna
sa; no anuiversario da sua morte.
Em 12 d'agosto de 1855, hindo visitar
doente, atacado de colora -morbus» «e Hm
communicou a moléstia; e, apezar do cofl-
curso de todos os seus collegas e amigoi^
falieceu logo no dia 14, pelas 4 horas 4a
tarde, rodeado de médicos, de sua esposa,
e de seu irmão, José Joaquim Ferreira én
Silva, que falieceu ha poucos mezes, no em-
prego de guarda-menor, da relação do Par-
to; e que também foi um homem boorade,
de bastante inlelligencia, e redactor do B^
00 Popular, do Porto, iVindado por José Lou-
renço de Souza. (Vol. 3.% pag. 151, eol. %\
uHíma linha.)
O fallccimento de Joio Ferreira d& SRn
Oliveira, causou geral sentimento na «Mâ-
de do Porto, e os jomaes do dia segDhite
sabiram todos tarjadoH dé preto, dedieaiido
o seu artigo principal ao necrológio doeste
homem notável, an>igo prestante e porta-
guez benemérito.
Deixou um unico filho (então ainda criaii-
çn), o sr. Alberto Ferreira da Silva Olivaíra,
qne, frequentando os estudos mititftres;, tom.
muita d4siíncção, é actualmente capitSo is
estado-maior do engenheiros.
PÊRBE^fregueziá, Minho, concelho, co-
marca odistrvctoadmfnistralivo do YHêsim,
35 kilometfos a O. de Braga, 390 ao N. da
Lisboa.
Tem 310 fogos.
EA) 1757 tinha 2G3 fogos.
Orago; S/Migiielv arehanjo. '•
Arcebispado de Braga. ^
Os monges benedictinos, de S. Joio da
Neiva— os Velhos— os'Barrôtos— Jácomeo—
e Lobos, apresentavam alteraativamoate o
^bbade, que titiha 700|M)0D réis do
mento.
Os monges tinham a terça parte, o as
trás, eram dos padroeiros- seeolares.
N'esta fregnezia está a lorre o easa éo
São Gil de Pérre, que foi dos frades de Oia^
e trocaram com Nuno Gonçalves Hoidm,
PÉR
irmlo dd Fernando Gonçalves Paredes Be*
zérra, casado com D, Isabel de Barros, da
casa dos Barros, da Ponte-Nova, em Por-
néllo9, de Ponte de Lima.
Sabia d'e3ta casa, D. Anoa Nanes Bezer-
ra, fnnHier da Fernio Velho de Araújo, se-
nbor da casa d* Araújo, na Galliza; e foram
senhores da torre de Fousada, na Barca, e
da torre de 8. Gil, em Pérre.
Andou em seus descendente», sté qae, por
doação, t)a8soa a Gaspar Pelreira, iíenhor de
Magarefes e Parádélla.
Na capella-mór da egreja matriz, estão
as armas dòs Abreus. (Vide Badim, Meru-
fê e Pico dê Regalados.) São daas serpen-
tes enlaçadas no escudo.
A torre de 5. €il de ?ii*re, é o solar dos
legítimos Correias (de Fareláes) e é viseon-
dado.
O primeiro visconde de S. Gil de Pérre,
foi Sebastião Correia de Sá (por sua mulher,
como adiante direi) e primeiro marquez de
Teréna, reitor da universidade de Coimbra;
varão de muito saber e grandes virtudes, e
caju nome ainda hoje ó ouvido com respei-
to em todo o reino, e particularmente no
Porto e em Coimbra.
B' actual possuidora d'es(a casa, a sr.* D.
Eugenia tfarfa Filomena Brandão de Mello
Cogomiobo Carreia de Sà Pereira dé Lacer-
da e Figueiròa (da casa da 'Torre da Marca,
no Porco) '1 caàada nom o sr. D. Phiiippe
de Souza Holstein (Olho do penúltimo du-
que de Palmella) feito marqaez de Moofa-
lim, em 9 de agosto de i86i.
O sr. D. Phiiippe e a sr.*' D. Eugenia,
foram feitos viscondes de !5. Gil de Pérre,
condes e marquezes de Teréna, em 17 de
maio de 1869.
(Vídô T<ff<?na, onde serei mais explici-
to com respeito a esta nobilíssima famí-
lia.)
Também foram feitos viscondes de São
Gil de Pérre, em 15 de outubro de 1839,
a sr.* D. Maria Emilia Correia de Sá e o sr.
José Maria Brandão de Mello Cogomioho.
Paliando na casa dos Ctmeias, de Tare-
ISeg, ascendentes á^ sr." marqueza de Te-
» Vide vol. 5.% pag. 11», coL t.*
mi
mh
rena 6 MoAfaRm, e viscondessa de S. 811
de Pérre^ cumpre-me éár aqui uma rápi-
da noticia d'esta esclarecida familia.
Foi honrA (Farelães) e é a mais antiga
casa do Minho.
Foi senhor da honra de Farelães, D. Payo
Soares Correia, brioso cavalleiro, q\» se
achou na conquista èò Sevilha (1181.)
Foi seu fliho, D. Pedro Paes (ou Ptffb
Paes) Correia, pae (segundo diz o codde»
B. Pedro, tlt. 61.«) de D. Payo Peres Cor-
reia, tronco dos Correias portnguezes. '
Foi D. Payo Peres Correia, mestre daor-
dem de S. Thiago, o legendário fronVeilW-
mór do Algarve, e que tantos e tão valiosos
serviços prestou a Portugal, nos reinados âé
D. Sancho n e B. AfTonso IH. (VqI. 3.% ^g.
112, col.1-)
rilustre e mimerosissima é a familia doa
Correias, em Portugal.
D*ella faliam com louvor, o conde D. Pe<^
dro, Duarte Nunes dé Leão, frei António
Brandão, e outros muitos oseriptores.
A marqueza, velha (isto é, a 1.*) de Teré*
na, B. Francisca Jaoome do Lago Bezerra»
era viuva do 1.* visconde de S. Gil de Pét-
rCy 1.* marquez de Terétfa,' par do reino, Se-
bastião Correia de Sà, senhor de Pare-
des.
Aqaella senhora, erá íNha e herdeira âè
Balthazar Jacome do Lago Bttzérra (BètAu>r
do coulo de Paredes, é das casas de S. Gil
de Pérre e da Torre do Paço) e de sua mu-
lher, D. Angela Moscos# Bàála Omaztlr e
Angcdo.
A primeira msirqQeta de l^eréna, «ar^eeli
em 28 de outubro de 1777-^caSoa eâi:3 €^
agosto de 1791, e falleceu na cidade de HMl-
na, em neveáabro de imrd, cottf 96 'aúnoB
eoftipleios, de edide: - '-
Foram feitos viscondes de S.^dW de Felt-
re, poi' D. João VI, em 1824, e nat^quézes
de Teréna, €An 90 do Setembro de iSBl ' '
O L* marqaez de Teréna, mor^eti & 4^ de
}anh(», de 1849.
São nobilíssimos os appetlidos da casa4e
S, Gil de Pénre^ qae está iigada por paràh
tesco com àS casa» prineipaes do Miiiti^j «
e^
i^Pf
b9j^ pelo eaAameDU) da sr.* ivArqueu de |
Ter^na eoan o 8r« marquaz de MonCa)iiD« com
as casaa mais nobres do reino. ,
J^is a rápida descripçao das armas dos
principaes appellidos, da ca^ de S. Gil de
P^FTe.'
. B^síérrar-^in .eampo; .Terde, duas bezer-
ras d'oiiro. Timbre, «ma bezerra, sem cor-
Cogominho — cinco chaves mooríscas, 4b
firata, assentadas em aspa, em campo de
púrpnra.
..Timbre, daas cbaves, em aspa, atadas com
Wk torçal de púrpura.
Correia-^m campo d*oaro, correias de
púrpura, tecidas.
.Timbre, dois braços armados, em aspa,
atados com ama fivella de púrpura.
. i Os viscondes 4a Asseca, des-
cendentes do I.'' visconde d'es-
• te Ululo, o valoroso . Martim
Correia de Sá (l."* vol, pag.
244,. col. 2.% 00 fim) trazem
escudo esquartellado — no l.""
as armas dos Correias— no 2.<*,
as dos VeUasGOfrr-no 3..*, as
dos Benevides ^^e no 4.% a^
dosSás^
Os senhores de Farellies, trazem este es-
cudo no peito de uma agula de negro, es-
lendida, em campo 4^ púrpura.
Timbre,, a i^ia do.fseudo.
F^^irda-r-vide Fiff^mia dça Donas, e
Figueiró dos Vinhos. , .
Jáoífnuh^ íT que se acbg oom este ap-
peliído, é Rodrigo Jàcome Baymundo de Njs-
ranha» Adalgp áa easa real, ei mestra de
oaiDP^ de auxiliaresi da então yilla de Tbo-
«wr.
, JPoi iroiici> doesta família, Pedro Jaeome,
tavalleiro francez, qu^ fe^ 4> seu seUr n'a*
quvlla vitfa,
Segundo Yiiias-I^sj foi aio do principie
D. Aflunso, 1 filho de D* |<|io 11.
Rn pae de Aiidré Jácoipe^ no qial se
perpetuou a descendência dos láoomesy.-os
. ^ O qqe morreu na Ribeira de Santarém,
da queda de am cavallo, em 1491, e, sendo
iiho uoieo.' BucâedH» no tbrmo» seu iío,<t) I
4lu4m áe B^ qii# M O. Maimri Jv ^ '
quaes trazem per armas ;— escudo diviáfe
em palla*-na 1.*, d'asul, torre de prata,»
berta, com porta e frestas lavradas de B^
gro— na 2.*, d*ourp, meia águia uegra, la-
tada de ouro, e, armada de púrpura.
ÊLmo d'aço, aberto; e por timbre, a tom
das armas,
/ácom^-7-outra família do mesmo appdfi-
do, procede de Jacobo de Hollauda, que veii
para PorMigal, no reinado de D. Manoel, e
casou com uma ereada (allemã) da raiala
D. Leonor, 3.* mulher do rei
D'este procede Francisco Jàoome^aoqoal
o rei D. Sebastião confirmou aa armas d»
Jácomes de Hollanda, por carta de 20 ds
agosto de 1561; do u^o,do seguinte:
Eicudo dividido em palia— aa L\ d'oa«
ro, três III de negro, em roquete— na 1*,
de prata, quatro asnas, de púrpura, élo»
d*aço, aberto, e por timbre, meia asna do
escudo.
Jácome-r^.^ família d'esteappellido— pro-
cede de Diogo Velho Jácome, flamengo, qa«
vindo para este reino, no tempo do rei D.
Manuel, trouxe brazao d*armas, queD./olo
III lhe confirmou.
E' o seguinte — em campo de púipon^
um le?io d^ouro» lampassadode prata, eani
brica de verde, filetada de prata, carregi-
da de uma cruz do mesmo m^tal, firmadi,
e sobre ella, uma palmeira, verde.
Éimo de aço, aberto, e por timbre, olõo
das armas, ^
Lacerda (ou la-Qerda) ^ vide CoiAn
Daire.
Laffo^yiúe i.*» vol., pag. 17, col. 2.»
Mello — vide Guimarães.
Moscoso^yiã^ Brejoeira. .
Píretror— vide Feira.
.. P^^s~vide«.« yol^ pag. i6i, ^eol. í.',w
fim.
Sá— A família d*este appellido, proeeáB
de Payo Rodrigues . de Sá, que vivia ^
1300, no concelho de Lafões, e foi pae de
D. João Affonso de Sá, vasaaUo de 1^. AffoQ*
so IV e de D, Pedro L
Foi senhor da guitUa de 5á, no teriDO de
Guimarães, e na me^ma; quinta tinha o s^
solar.
Estes Sis,; U'aaea por armaa— estalou*
Aresado de prMai • astd» de eeie petas em
íáxa, 6 sete em palia.
Túohre» am balaio aegM^ judfeeado de
prata e asnl^ armtda da meano, eom uma
argola d'oiiro nas ventas. ,
HSp
mi
Da íamilia do sn marques de Monfilim,
ji tratei era PalnMa.
P£R8IQAL -- português antigo-^-^^odlga,
eortélbo de porcos, 0 lambem» vara d'elles.
D'aqai persiga <(hoíe. ferzigo) came^ áe
porooy eosidê^ Crita 00 assada (em termos
de se comer.)
Hoje dá-se o aoma á^pirxigo^ a qualquer
cousa que se oome* oom pão, seja carne,
peixe» oTosy queijo^ frueta, eCc.
Comeudo-se sé .pao, aiada que seja cosi-
do d'aqaelle instante, dis^ee pão sêcco.
Na Beira AUs» dá*se a isto o wima de
apeguilho.
Nas províncias do norte, se dix condtic/o,
e na Terra da Feira, eonduito e étmdôito.
PBRXI6AL e P£RnCHJE]ilO--portuguez
antigo— vide propósito.
PERVENCER — português antigo — que-
brar, desordenar, destruir, annular, ele.
PfiRTINCOí ou PROT]NQO>— ponugnez
antig<>*--o parente auiia próximo» <
Ese fumhwnerdêsfíUo^y/ifiêeAhmumvoê'
so pervm^* <^Mze de Satoedas» de 1293.)
Na Itarra da Feira, p«r«Niâ) onjM^oviince,
é synonimo de uraqqsnsL .
Pfi8-«-porluguas antigo^peixe.
Os; hespanboes dicem pez^ eom a mesma
signiâca^.
PÊSárr^-portaguez autig(H-péso. -. .
Máha livra ét cárOf ptía pcaa napo. (Doe.
de Alpendurada, áa-l86a) ilkida aaeaeeQ-
tra este termo, no século XY. ^ • .
. PEaT1100CA-.Vtde Benmwofl.
raSANXE •*- ponnguez amigo ^ lambem
se diiia jpêso. Moeda de qMe se faimançlo
nas eacripturas mais antigas d*este reiao.
IHreee qaaera de prata, »e>do lanaubo dos
têOO^ vflftes, eqqa aos Heeu daten^Hi doe
mouros ; mas, não ha certeza: do rseu fdtie,
péso^ valor, nem do mettd. doique «ta Càito.
PBSAMTBf-^per^piiuea a■ti«e^-^|mare80,
triste, affiicto, etc.
PB8CADQ-REAL^portQgueK attlifO-4)a*
va-se este nome ao sólho^ não tanto pela^ex-
cellencia d'este corpulento peixe, coma por-
que, em todas as jtrs^tinrtfs qae perteoàam
áeerôa, do Tefo eDearo^ sempre eiie^ra
reservado para a mesa do jrei.
BewvoÊido.patamóg^ peãcada heal^ aain-
io ms pisoad»rittãiflf)oc. d'Alpeiidurada,
de 1329.)
. PBSCSARIà (serra)— Ylde u'e8te vol., ^g.
159, eoL 3.% no floL .
PESGOTA, PESSOf A, PBIXHOTA, PIS-
GE8-GANE, e MSCBS-KAIIE — portognez
antigo (dos séculos XIii e XIY) -- pesoada.
PESO (ou Nossa Senhoba do Peso)— íire-;
gnezia, Extremadura (ao S. do TVjo), conce-
lho e 30 kilometroe de Coruche, comarea de
Benavente, 35 kilometros a O. d'£Yora, 4 da
Senhdra daa BMi^ i8 de Monte Mór Nèvo,
100 a S.E. de Lisboa.
Tem280fogo& .
£ml757Unba74^íégoe.
Orágo, Nossa Senhora do Poso.
Areebispado d'Evnra, disUieto adminis-
iraUvo de Santarém*!
A mitra apresentava o cura, que linha
120 akiueires de ttrigo^ e 120 de cevada.
A egreja matria é muito antiga, aseiínsco-
-moa imagem da padioebra, e nem de uma
nem de outra ha memoria da sua origem.
(k)nsta que se lhe 4leu o titulo de Senho-
ra do Pêêa, ou pelo pese de trigo que os de-
votos lhe davam, em satiiCaçào de qualqaer
promessa, eu pela balança em que elle se
pesava.
^A palavra Í1Â0O, 3rem do substanávo lati-
no ^ peada <r-d*aqai, ponderável^ jo que é
susceptível de ser pesado; e impoodelrawl o
qm ena p6de ser, còmoe gaa^ o vapor, etc*
Também se chamava antigamente páse^ á
baianqa em que. se pesava.- ^
!< Eguafaientethaiia uoiaieBrta medidacfaa-
madápéso^ que^ em umas partes era o ar-
raial; em :ouiras^ a lilura, e em outras, mais.
Nà Hespianha^ e em todas as republicas
americanas de origem hespanhola, ha uma
moeda, bem conhecida, denominada féíú.
Yide Pesante.
PESO — freguezia, Beira^Báixa, comarca
e QoneeMie da Govilban, èSkUeÉietrea da
Guarda, 270 ao £. de Lisbea*..
698
PÊS
Tem: )dO fogos.
JSin i757 tíDha 43 fogos.
Ongo, Sailpt Mâri» Mtgdalena. . ^
. Bispado da Goar^ distríeto admiiiistrap i
tivo de Gastello-^&jnnflOw
O prior de Saata Biaria Magdaleiíat da€o-
Tilban; apresentava o cora, que tinha 8M00
réis de coogroa e o pé d'aUar.
& terra arnito fértil, cria muito gado; de
toda a qaalidade, e tem grande abandattcla
de caça, grossa e minda.
FiSO •*- fregneíia. Beira Baixa, dolieélbo
de Yiila de Rei, comarca da Gertan, 270 ki-
kM&ekros âa Guarda, i80 ao E. de Lisboa.
Tem 100 fogos.
Em Í7ft7 tinha 23 íògos.
Orago, S. João Baptista.
Bispado edistrícto admini8trativo.de Gaa-
tello-Branco.
O vigário de Yiila de Bei, apvesentata o
cara, que tinha .84000 réis. de ^ngroaie o
pé d'altar. •• f
É tenra mnil» fertIL sobro todo em ce-
reaes; cria mnito gado^ d» Ioda •; ipudid»-
de, é \À nos tens montes e mattas, mnlia oaça.
líÈSO'^Yiá^Jiartinkod»Fêi9 {Sãa^
PASO*— Ireguezia^ Tnas-oa^llontes, eomar-
ea e concelho do Magadonro, 30 kiloms-
tros de Miranda^ 430 ao Kj de Lisboa.
Tinha em i767, 3i fogos. .
O sen primeiro orago, foi S. Pedro, e de-
9ÊÍãt S* Bariholomea (ambos apóstolos).
Bispado e distríeto admin^atrat^ve de Bra-
gança.
O benefioiade de S. Martinho, apresenta-
vancnra, qnn linlu ô#000 rél»46 epngraa
e n pé d'ritiir.
Estaftogoesia está ha orailos ânnes sap-
primida.
PESO DA RÉODA-^yilia, Vru-wMoiVtol,
«dMfâ d» oonccttio e da comarca do sen;
nomeysobrer a, margem direita do Douro,
d6 iLilnmetroa a EJS.E. do Vort*, 7 aoH.
4e Lamego, 18 ao 8.E. de TiUa Real, 360
ao.N; de Lisboa.
Ttm 700 fogos.
Em 1757, tinha 248 fogos.
Orago, S. Faustino. ^ '
Bispada doftirto, dislricto adminiatnitt-
vo de Yiila Reai. ^ . .> ^ •
Bis
; O ^tigo nome d^n MgQezia^ era^Mo
Faustino da Régua.
O areedlago 4a Régua, apresenlava o cu-
ra, qne tinha 200M0O: léíb de roaéi-
mento.
O concelho d'este nome, comprehende as
10 fregttezias segointes:
Galafúra, Godim, CoveHinhaa, Pontêllas»
Lonrelre, Mom^a-Morta,' Poyares, Peso da
Régua, Sediéllos (oa Gediéilos) e YiUaiinho
dos Freires, todas cem 3:810 fogos.
GalsAirs, QoveUtnhas, Poya-
res, e Yiliarínhó dos Fr^rat,
são do areeWspado* de Braga.
FonteUa% Godim, Lonrslro,
Monra-MoFta, Féso da Régua,
6 Sediélios, sao do bispado do
Porto*
A sna comarca, é òomposta de Ires jul-
gados.
. O do Peso da Régaa, com 3:650 Ibgoi
Mezâo FriOj com 2:100 fbgos.
Banta Jáaivliilk. de Peoagniàn» coml:S50
fogos.
TotaK 8:380 fogos.
Tom estação telegrapAiíca.
BslA a: boifiUi d rica Irilla <IbMss da Bé-
goa (ou mala. propriameme^^^hAp^iki) situa-
do em planid^ nd tais do mònie do P^,
una 300 oaèOOtbetronaiúinodocoDftiêB-
te do G^rgD oom o- Douro; eem frente da
foz do Barosa, na Bobni Alta.
E* povonçMiffiniio antiga^ e, segniidoai-
gnnA.;eaoríptQre8| já eaistia no atempo dos
romanos, e ha até quem avance qae a egre-
ja de S. FaoBtino (mairtz) foi mandada eáos-
tmlr peio «iof orador Constantino Magno,
pelos «MIOS ÂR) de Jèsnb Ghristo.
O que é ceVtd, é. ler «ido construída |ie-
lo mesao^tempadmiqláe o^íortím-a^db^-
ta 8enhofinl)a,de Boaiow^ 8. Sálvàdàr; de
Tabuado, > as W9às wantiyaa de 8obre*TI-
li
-filsla egMifa, foi pFftniUvaaoDtoi/affdadS»,
nd logartioje oeenpadopeinemtdadelfoe-
aaâénboraido Gmseiít).
. AoiPe}%iqnédsQvfnmaitoarniibads,por
amisa^loidesmidaoempteiaawnli, ptfritma
cheia, em 1734.
O owi» a Henrique è Mii. ÉAdHèr, D.
ÍE8
Thereza, tomando p«8s» de Portugal, .em
1013, elegeram a D. Hugo, bispo io P^rto,
.6 lhe doaram as. terras da. Régua (que eou-
taraiB) e metade do refidímeoto da barea de
.l^aseagem qae alli havia. ^
• Diz-se que D. Afionao .Henriques dera Jé-
ral à Régoa, em II3S; mas é provaTel que
fosse o sen donatário— o bispo do Porto—
como era costume n'es8es tempos.
Franklim nSo traz semelhante foral, e é
mais uma razão para se snppor que foi con-
cedido pelo prelado; porque aquelle escri-
ptor^ s6. menciona os foraes dados pdos mo-
narchas.
A Régua, nunca teve foral próprio, regia-
80 pelo de Penaguião, que comprebendia ca-
ta poYoa^, e foi dado pela rei D« Manoel,
em ETora, a 15 de dezembro 4e 1519.
Os bispos do Porto, tinham jurisdição es-
piritual e teBq>oral 4iia Régua, maa a segun-
da .terminou pelos annos de 1789, por uma
carta regia de D. Maria I, e por aec<yrdo en-
tre o sen governo e o bispo; sendo então
supprimido o couto, dando-se-lhe a deão-
mínação de eapitania-mór, que conservou
atél834<
. Sm 183S, foi fáta cabeça de julgado ede
eomarcai.
' Se: esta povoação .é tão aoUga como al-
guns pretendem, é cefto queneoa umi9ó
.eéififciò.ou monumento conserva da sua an-
tiguidade.
' As reedificaçSes 6 as novaa eoAStnicçSes,
fizeram desapparecer tudo quanto havia de
antigo.
Advirto aos meus kríMres, que — Peso
da Ségua 6 úmapQvoação dffférente ãuRê-
^^ posto que nà mesnoa freguesia, e que
não acredito na antiguidade da Régua, e
^m naOoPáKr.*
■
' 1 Os moradores da R^gua, tinham passa-
gem gratuita n*esta barca; e só tinham obri-
gação de pagar anntiai mente, um cântaro
de b^>erwg€my para os que concertassem a
limrca;
Esta isenção vigorou até 1780. •
> E^m iodas as partes"em queosnospsos
^scriptorès antigos, e muitos moderaos, fal-
iam em Régua, referindo-se a factos q^ ll-
PES
«99
Com d deaenyolvimento e prosperidade
que n*e9te século teem tido estas duas po-
voações, o Peso foi estendendo os seus edi-
ficios pela encosta meridional da serra^ 6 a
Régua, crescendo para o a|to, de modo qn0
iuje, podem considerai se uma só povoa-
ção.
Koteise, porém, que a antiga egréja, de
S. Faustino, era na bai», e parece que era
o único edifie4o que havia n'este sitio.
A historia certa da Régua, começa, no
principio do século XYIII, entre os annos
1700 o 1710, em cuja época, um peseaidor,
construiu aqui uma choupana, e por isso
foi alcunhado o Cabana.
. Perto de meio seonlo, se conservou a^po^
voação estacionaria, ou talvez composta 4e
mais algumas cabanas de gutros pencadores.
fi' ao marques de. Pombal, que a Régua
deve todo o seu engrandecimento e prospe-
ridade.
Este grande ministro, instituiu, em 1757,
a Companhia geral da açriouUura ewm
mereiô 4oè viiihoz éo Mtò-Dmno^ que «n
poucos annos foi uma da» príncípaes (se-
não a prineipal) do seu género, na Eu-
ropa.
Pelos annos de 1770, fundou esta compa-
nhia, vastos armazéns pare os seus vinhos,
■á beira do Douro, e o sitio se foi pouco a
pouco povoando^ de casas de empregados,
tabernas, estalagens, eiCL
No flm do século XVm, é na feira de vi-
iiAk)r qne se fatia aqui em fevereiro, de ca-
da anno, montava já <» vai«r das vendas de
vinho; aguardeiíte e geropiga, de 6 a 8 mi-
Ih^ltes de crasados;
Jà êe tô, que assim; era Impossível dei-
xar de crescer e prosperar, a nova povoa-
ção.
' (Veja-se Faíz Vinhateiro do Douro:)'
A actual matriz da freguezia, foi construí-
da pelos annos de 175Q a 1760; e, para a
collocarem ao abrigo das frequentes e imr
pétuosas enchentes' do Douro, a constroi-
íato nà antiga pomçiò do Wèo, 50» a OOO
metros ao N. e sobranceiro i I^i^gua.
v«iram togar antes de ITOOi» deve eittendér-
Hè Peso da Régva
700
PfiS
FE8
£' Qm templo vasto, elegante, claro e bem
adornado, e o seti altar-mór é de prímoro-
tsa talha dourada.
O sen ihrano é fecbado por um bellissi-
mo retabule, representando a Cêa dê Jezm
Christo, devido ao pincel do famoso pintor,
portnguez, Pedro Alexandrino; e é incon-
testavelmente, uma dâs suas obras mais pri •
morosas, e qae tem sido examinado e admi-
rado, por entendedores nacíonaes e estran-
geiros.
0 Peso da Begaa foi elevado a visconda-
do, em fsivor de Gaspnr Teixeira, feito ma-
rechal de campo, em 13 da ontnbro de 1815;
e tenente-general, em 28 de dezembro de
1826.
Foi elle, qtie, sendo governador das ar-
mas da corte e província da Bxtremadnra ^
em snbstitnição do visconde de Yeirt>s, aban-
donou desordcDadamente Lisboa, com todos
08 léus arsenaes,paioes, fortaiezas^munições
de guerra, e uma lusida divisão de 12 mil e
tantos homens,' ao general, conde de Vilia-
Fiôr (que commandava uma columna^ com-
pleta de 1:600 homensl . . .) fugindo na ma-
drugada do dia 24 de ]uiho de 1833, sem
ver o rosto ao inimigo. *
Por necessidade de pagina-
ção, e para terminar o 6.« vo-
lume (que já é o maior de to-
dos) nas letras PfiZ— 'Uio po&*
80 desenvolver mais este ar-
' tígo,-do qoe peço desculpa 4oe
•meus leitores.
.Todo o mais que aqui fica
XK)r dizer, eaoenirai-o haona
palavra MéçtêOf do volume se-
•guime,
1 O visconde de Veiros foi exonerado, em
razoa da sua aoançada Hade^ em 26 de,ou-
tubro de 1832.
Os realistas não ganharam na troca...
Gaspar Teixeira foi na mesma data exone-
rado do eoramando do «exercito de oppera-
çdes mt frente das linbas 4o Porto, em vis-
ta da poufvi confiança que merecia ao exer-
cito, e pelo que ja tinha havido sérios tu-
multos.
^ O terror panko (flogtdo ou verdadeiro)
incutido no general realista, em vista de do«-
PISQUBIRA— Vide 8. João da PesqueirtL
PES9ÚA-^portuguez antigo —dignidade
ou prebendado, de uma dathedral, que tem
alguma preeminência no coro, ou capítulo
— como, deão, mestre^eseola, tbeeoareire^
chantre,' et^— A qualquer doestes legares se
chamava, por consequeneia, personato.
Em geral, dava^se este nome ao emprego
ecclesiastico que não podia ser exercido se-
não pessoalmente pelo beneficiado.
Pessoa, é também um appellido nobre em
Portugal. Veiu da Allemauba ; mas nio nos
diz fÉ'ei Manuel de Snnto Anionio, quem o
trouxe a este reino.
Traxem os Pessoas, por armas — em cam-
po aíul, sen crescentes, de buro, em duas
pallas-*orla de negro, flietada d*ouro e car-
regada de sete est^Hae, de prata, de tíncs
pontas, ficando 3 em chefe: elmo d'aço, aber-
to; e por timbre, um cometa, de prata, de
cinco pontas, ficando com a cauda sobre o
elmo.
Outros do mesmo appellido, trazem por
armas — em campo azul, seis creséentes de
ouro, em duas palias— orla azai, carregada
de oito estrellas; de prata, de seis pontas. O
mesmo elmo e timbre.
P£880AIIfi«d, ou PESSOADIGQ— porm-
guez antigo — direito que qualquer indivi-
duo tinha de s^ pessoeiro ou cabecel de um
praso.
PSSSOARlA — portuguez antigo — todas
I
tos attfn^adores (que elle devia saber que
eram falsos) e o abandono da capital de um
reino, onde a sua causa tinha tantos parti-
dários e tantos e tamanhos recursos— ó um
d*aque]Ies mystenos históricos que ainda ho-
je anda envolvido em Uma quasi transpa-
rente obscuridade.
£* provável que o tempo a veidia a dis-
sipar completameote.
. O visconde de Peso da Régua, tendo per-
dido a batalha de 29 de setembro de 1832,
em frente das linhas do Porto, tornou -se an-
tipático ao. exercito realista, que nuo^a mais
teve confiança (com razão ou sem ella) em
semelhante general.
O que ó o^to, é que elle se entregou aos
liberaes^ antes, da convenção de ISvora
Monte.
PBT.
PET
701
Aft aec$es <iiie o eabe^ de lun easal ezerei-
U, por lorça do direito íHIíI ifiie n*eUe teoi*
PESSOEIRO — porlagn«; antígo ^«ioda
usado — cabeça de um pnaeo oa casal *-«ca-
baoei^qaejrecebe aa rendas e pocçdes, dos
aeas cooiortes» para aa amr^ar por Junto e
inteiramente ao senhorio.
PE8TENCIA, FESTEH9A, FESTEMENOA
— poftopies antigo— peaio, epidemia, mor-
tandade.
PESTRUMEIRO, PRESTUMBIRO, PRÓS*
TmEIRO, e PUSTUMEIRO— portogaez an-
tito--«o nltioM^ o qno ficar para o fim.
É freqnentissima esta palavra, desde o se«
calo XIII aló 40 XVL-<-Hoje dia se solnTeti-
tetUe.
PE8TIII.EIR0 ^ portogoea antigo — Htro
q^e.eontévi as Episiplas do missal» e qne o
snbdiároQo deve eantar per annum.
PEStnHE— portuguez antígo^péso, car-
ga, etc
PESURES ~ Vide Estrella (serra da) no
3.* vol, pag. 77, col. I.*
PETEGAR — portngoez antigo ^ cortar
com f<irça com um machado.
PÊ-TERRA— portuguez antigo— moeda,
d*ouro, do rei D. Fernando, qae valia 6 li-
bras, que^ sendo de 36 réis, vinha a ser^SM
réis.
PETINTAL— portnguez antigo— carpin-
teiro da ribeira, calafate, constructor naval.
Mo foral que D. Proila Brmignes deu aos
moradores de Villa Franca de Xira, no se-
cnlo XIII, diz-— JSfttiim peUnUU, e dom$ spiia-
leiroSy e dou$ floeiroi^ numdo que hajam fa-
ro de cavaUeiro,
Depois» petintal era mais propriamente
offlcial de marinha, segundo se collige de
vários docum<>ntos dos séculos XV e XVI.
PETISQUEnUL— freguezia, Traz-os Mon-'
les, eoncelho, comarca, dístricto administra-
tivo, bispado e próximo de Bragança, 48 ki-
lometros de Miranda, 480 ao N. de Lisboa.
Tinha em 1757, i5 fogos.
Orago, S. Lourenço, nurtyr.
O reitor de Rabal apresentava o cura, que
tinha 8^500 réis e o pé d'altar.
Esta fri>guezia foi supprimida, no fim do
século XVIII, e unida á de Rabal, d*onde
tinha sido desmembrada.
PETISQUEIRA ^ aldeia, Traz-oa-Montes,
fregnezía e Junto á villa de Chaves—- pelo
que antigamente se chamava — Petiiqueira
a par de Chaves — (também para se distin-
guir da anlbecedente).
Existia aqui um cippo romano, que men-
cion|Lva a familia dos Lúcios Maturos -^ài-
zia:
LUa lUTUBI F. CALADUNA
JD 8AQCA. A. L. H. S. IFFCMA
XVMINVS STTL.
A pessoa que deu esta inscripçao a Argo-
le, eopiou«a errada; por isso eile diz que a
nio entende, .
Devia estar assim:
LVCI MATVBI F. GALADVNA
X. AgVA. A. H. S. EST. MA-
XIMINV^S. 8. T. T. L.
(Aqui jaz Lúcio Maduro, filho de Caladu-
na e Maximino— do 10 aonos de edade, na-
tural d*Aqua8 Plavias— CAavfx— A terra lhe
seja leve.)
Perto da Petisqueira, no logar de S. Pe-
dro de Argeriz, ha outro cippo, que diz:
LARnus cu-
SIG FLBNSBVS
' . Q. NIVIVS PLAGI-
ni F. RNVINS
V. S. L. M.
(Em cumprimento de voto que havia fei-
to. Quinto Nivio, filho de Piaeido, volunta-
riamente, dedicou esta memoria aos deuses
lares, de Agoas Flavias.)
No logar da» Àvelians, havia a tampa de
uma sepultura, com uma inscripçao, da qual
apenas se podia lér:
poirri
CAprro-
mvscB-
LRRO L. APP.
É provável que fosse originariamente d'ea-
tanumeira:
B. M.
poirrivs
CAPITO-
NIUS 01-
LSRO. L. AJPP.
F. H. O. B .
S. T. T. L.
702:
PEV
(Dedicado aos deuses maneli.' A<|Ui }áz tái-
oio Appk), ilho de Potkcio Capilonio Getoro^
qne lhe consagrou este moaomemo. A ter-
ra lhe seija leve.)
PETRONÊTO— antiga fregoezia^ no termo
e « ponea distaoeia de Braga. Igaom-se hoje
a sua verdadeira situação.
PETTAR — portugnez antigo — o mesmo
que peitar. Vide esta palavra,
PEVA — freguezia, Beira^Baixa, concelho
d'Almeida, comarca de Pinhel, > 75 kilome-
tfoê Ae Viseu, 3i5 ao N. de Lisboa.
Tem 90 fogos. Em 1757 tinha SI fogod.
Orago, Santa Maria Magdalena.
Bispado de Pinhel, districto ádministràU-
vo da Guarda.
' Era do antigo conòelho de Castello-Men-
do, que foi suppritnido, e encorporado no
concelho do Sabugal. Em dezembro de 1970,
passou para o concelho d*Âlmeida.
(Viáe Castello-Meniíb.)
FEZ
o vigário deS. Vicente, de GaMUo
áúi áptíesentaíTa ò «ura, qde Unha 6^900
de côngrua ei» pé d'altar.
PÊVAwf^egaeiiB^ Belra^AlCa, comarea e
concettio d» Meíméota da Beira, ttôlóloais-
tros de Lamego^ ^0 ao N. Ae.Uaboa.
Tem 220 fogos.
Em 1787 llnha^lO fogos;
Oragu, Néesa Senhera da AssoApçio.
Bispado de Lamego, districto administra-
tivo dd Viseu.
O abbadede S:lligtt«], de Pêra^ ap reben-
tava ú aira, que thiha 6#U0t^ réit de côn-
grua e o pé d^altar. ' '
Vide Pêra 4 Peva, e Péra-YdkOy ool. i.*,
pag. 667, d'este volume.
FKXAO —-Vide PêcHQú, e O^iféss.
PBTOTOA-^or^uguei aaiigiMN de por-
'CO, chispo ou chispe.* Pi^^a do enjoado ^-^
pô do cevido.
PÊZO —Vide Peso.
't
• I
FIM DO SEXfO VOLUME
»• !■
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