Skip to main content

Full text of "Portugal antigo e moderno; diccionario ... de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias"

See other formats


Google 


This  is  a  digital  copy  of  a  book  that  was  prcscrvod  for  gcncrations  on  library  shclvcs  bcforc  it  was  carcfully  scannod  by  Google  as  part  of  a  projcct 

to  make  the  world's  books  discoverablc  online. 

It  has  survived  long  enough  for  the  copyright  to  expire  and  the  book  to  enter  the  public  domain.  A  public  domain  book  is  one  that  was  never  subject 

to  copyright  or  whose  legal  copyright  term  has  expired.  Whether  a  book  is  in  the  public  domain  may  vary  country  to  country.  Public  domain  books 

are  our  gateways  to  the  past,  representing  a  wealth  of  history,  cultuie  and  knowledge  that's  often  difficult  to  discover. 

Marks,  notations  and  other  maiginalia  present  in  the  original  volume  will  appear  in  this  file  -  a  reminder  of  this  book's  long  journcy  from  the 

publisher  to  a  library  and  finally  to  you. 

Usage  guidelines 

Google  is  proud  to  partner  with  libraries  to  digitize  public  domain  materiais  and  make  them  widely  accessible.  Public  domain  books  belong  to  the 
public  and  we  are  merely  their  custodians.  Nevertheless,  this  work  is  expensive,  so  in  order  to  keep  providing  this  resource,  we  have  taken  steps  to 
prcvcnt  abuse  by  commercial  parties,  including  placing  lechnical  restrictions  on  automated  querying. 
We  also  ask  that  you: 

+  Make  non-commercial  use  of  the  files  We  designed  Google  Book  Search  for  use  by  individuais,  and  we  request  that  you  use  these  files  for 
personal,  non-commercial  purposes. 

+  Refrainfivm  automated  querying  Do  nol  send  automated  queries  of  any  sort  to  Google's  system:  If  you  are  conducting  research  on  machinc 
translation,  optical  character  recognition  or  other  áreas  where  access  to  a  laige  amount  of  text  is  helpful,  please  contact  us.  We  encouragc  the 
use  of  public  domain  materiais  for  these  purposes  and  may  be  able  to  help. 

+  Maintain  attributionTht  GoogXt  "watermark"  you  see  on  each  file  is essential  for  informingpcoplcabout  this  projcct  and  hclping  them  find 
additional  materiais  through  Google  Book  Search.  Please  do  not  remove  it. 

+  Keep  it  legal  Whatever  your  use,  remember  that  you  are  lesponsible  for  ensuring  that  what  you  are  doing  is  legal.  Do  not  assume  that  just 
because  we  believe  a  book  is  in  the  public  domain  for  users  in  the  United  States,  that  the  work  is  also  in  the  public  domain  for  users  in  other 
countiies.  Whether  a  book  is  still  in  copyright  varies  from  country  to  country,  and  we  can'l  offer  guidance  on  whether  any  specific  use  of 
any  specific  book  is  allowed.  Please  do  not  assume  that  a  book's  appearance  in  Google  Book  Search  mcans  it  can  bc  used  in  any  manner 
anywhere  in  the  world.  Copyright  infringement  liabili^  can  be  quite  severe. 

About  Google  Book  Search 

Googlc's  mission  is  to  organize  the  world's  information  and  to  make  it  univcrsally  accessible  and  uscful.   Google  Book  Search  hclps  rcadcrs 
discover  the  world's  books  while  hclping  authors  and  publishers  rcach  ncw  audicnccs.  You  can  search  through  the  full  icxi  of  this  book  on  the  web 

at|http: //books.  google  .com/l 


Google 


Esta  é  uma  cópia  digital  de  um  livro  que  foi  preservado  por  gerações  em  prateleiras  de  bibliotecas  até  ser  cuidadosamente  digitalizado 

pelo  Google,  como  parte  de  um  projeto  que  visa  disponibilizar  livros  do  mundo  todo  na  Internet. 

O  livro  sobreviveu  tempo  suficiente  para  que  os  direitos  autorais  expirassem  e  ele  se  tornasse  então  parte  do  domínio  público.  Um  livro 

de  domínio  público  é  aquele  que  nunca  esteve  sujeito  a  direitos  autorais  ou  cujos  direitos  autorais  expiraram.  A  condição  de  domínio 

público  de  um  livro  pode  variar  de  país  para  país.  Os  livros  de  domínio  público  são  as  nossas  portas  de  acesso  ao  passado  e  representam 

uma  grande  riqueza  histórica,  cultural  e  de  conhecimentos,  normalmente  difíceis  de  serem  descobertos. 

As  marcas,  observações  e  outras  notas  nas  margens  do  volume  original  aparecerão  neste  arquivo  um  reflexo  da  longa  jornada  pela  qual 

o  livro  passou:  do  editor  à  biblioteca,  e  finalmente  até  você. 


Diretrizes  de  uso 

O  Google  se  orgulha  de  realizar  parcerias  com  bibliotecas  para  digitalizar  materiais  de  domínio  púbUco  e  torná-los  amplamente  acessíveis. 
Os  livros  de  domínio  público  pertencem  ao  público,  e  nós  meramente  os  preservamos.    No  entanto,  esse  trabalho  é  dispendioso;  sendo 
assim,  para  continuar  a  oferecer  este  recurso,  formulamos  algumas  etapas  visando  evitar  o  abuso  por  partes  comerciais,  incluindo  o 
estabelecimento  de  restrições  técnicas  nas  consultas  automatizadas. 
Pedimos  que  você: 

•  Faça  somente  uso  não  comercial  dos  arquivos. 

A  Pesquisa  de  Livros  do  Google  foi  projetada  p;ira  o  uso  individuíil,  e  nós  solicitamos  que  você  use  estes  arquivos  para  fins 
pessoais  e  não  comerciais. 

•  Evite  consultas  automatizadas. 

Não  envie  consultas  automatizadas  de  qualquer  espécie  ao  sistema  do  Google.  Se  você  estiver  realizando  pesquisas  sobre  tradução 
automática,  reconhecimento  ótico  de  caracteres  ou  outras  áreas  para  as  quEus  o  acesso  a  uma  grande  quantidade  de  texto  for  útil, 
entre  em  contato  conosco.  Incentivamos  o  uso  de  materiais  de  domínio  público  para  esses  fins  e  talvez  possamos  ajudar. 

•  Mantenha  a  atribuição. 

A  "marca  dágua"  que  você  vê  em  cada  um  dos  arquivos  6  essencial  para  informar  aa  pessoas  sobre  este  projoto  c  ajudá-las  a 
encontrar  outros  materiais  através  da  Pesquisa  de  Livros  do  Google.  Não  a  remova. 

•  Mantenha  os  padrões  legais. 

Independentemente  do  que  você  usar,  tenha  em  mente  que  é  responsável  por  garantir  que  o  que  está  fazendo  esteja  dentro  da  lei. 
Não  presuma  que,  só  porque  acreditamos  que  um  livro  é  de  domínio  público  para  os  usuários  dos  Estados  Unidos,  a  obra  será  de 
domínio  público  para  usuários  de  outros  países.  A  condição  dos  direitos  autorais  de  um  livro  varia  de  país  para  pais,  e  nós  não 
podemos  oferecer  orientação  sobre  a  permissão  ou  não  de  determinado  uso  de  um  livro  em  específico.  Lembramos  que  o  fato  de 
o  livro  aparecer  na  Pesquisa  de  Livros  do  Google  não  significa  que  ele  pode  ser  usado  de  qualquer  maneira  em  qualquer  lugar  do 
mundo.    As  consequências  pela  violação  de  direitos  autorais  podem  ser  graves. 

Sobre  a  Pesquisa  de  Livros  do  Google 

A  missão  do  Google  é  organizar  as  informações  de  todo  o  mundo  c  torná-las  úteis  e  acessíveis.  A  Pesquisa  de  Livros  do  Google  ajuda 
os  leitores  a  descobrir  livros  do  mundo  todo  ao  mesmo  tempo  em  que  ajuda  os  autores  e  editores  a  alcançar  novos  públicos.  Você  pode 
pesquisar  o  texto  integral  deste  livro  na  web,  em |http :  //books . google .  com/| 


»    -^    >. 


•v 


V, 


J> 


PORTUGAL 


ANTIGO  E  MODERNO 


VOLUME  SEXTO 


PORTUGAL 

ANTIGO  E  MODERNO 
DICCrÒNARIO 

Oeoyrapliico,  XZ^tattetloo,  Oboi>oa:ra.pbloo,  XXei-aldioo 
Ulcitorioo,  Slos^aplilot»  e  ^Itymologloo 

M  TODAS  AS  CIDADES,  VILIAS  E  FBEGliEZIAS  DE  P0RTD6AI 

DE  GRANDE  NUMERO  DE  ALDEIAS 

Be  estae  afio  notavelo,  por  serem  pátria  d.'homeafl  oAlebreB. 

por  batallias  ou  outroe  faotca  importaatsa  que  D'elIaH  UTar«m  loBnr, 

por  Beroni  solares  de  faóiillas  nobres. 

ou  por  monumentos  de  qualquer  natureza,  alllexisteutss 


Nlicil  B£  ■UITU.CIDIDEI  C  OITTIIU   rDWlÇtEt  M  LMITUIl 

m  QUI  IPIIUS  USMI  nSIIGlOS  ou  SOUIIll  TUDItiO 

FOR 

iigiuto  Sureg  d'AieTedo  BirUu  de  Pinhú  Lul 


LISBOA 

Lmuku  EMToaA  m  Katkm  1Ioui&&  h  CaMPAiau 

es— Ma«a  da  D.  Pedro—es 

187It 


• 


HAIIVAflP00LLE6E  UtlIMV 

COUNT  OF  SANTA  EUUUA 

COLLECTION 

6IFT0F 

JOHR  I.  STETWIi  Jft 

MAY  2Z  1924 


A  propriedade  d'este  DICaONARIO,  pertence  a  Henrique  d^Araujo 
Godinho  Tavares,  súbdito  brazileiro. 


I4ISBOÀ 

TYCOQRAraU  BUnORA  OS  «ATTOS  MOWHRÀ  h  €. 

W  —Praça  de  D.  Podro-^e? 
1875 


PORTUGAL  MTIGO 1  NODIMO 


N 

4 


N 


NAB 


N— letra  numerai  do  antigo  portugaez.— 
Valia  900  e  t^  valia  9:000. 

Era  nas  antigas  sentenças,  pospondolhe 
um  L,  uma  forma  que  queria  dizer  non  li- 
çtttd—isto  é—não  está  plenamente  provado. 

Desde  o  VIU  século,  se  principiou  o  N  a 
escrever,  em  logar  do  nome  próprio  da  pes- 
soa, ille  ou  tl/a— como  se  se  dissesse— 
•aquelle  ou  aquelia,  cujo  nome  se  ignora, 
ou  que,  por  certas  razões,  se  nào  declara,  t 

Ainda  hoje,  nos  processos  crimes  em  qu6 
ha  mais  de  um  réu,  quando  se  passa  mandado 
de  prisão  contra  um  oumais,  mas  não  contra 
todos,  quando  se  pratica  outro  qualquer  acto 
que  pôde  prejudicar  os  segredos  da  justiça 
— ^ou  quando  teem  de  separar  se  os  processos 
crimes  de  alguns  des  co-reus,  só  se  nomeia 
aqueile  a  quem  pertence  o  acto  ou  atUos  su- 
primindo-se  o  nome  dos  outros  pelo  termo 
fitãOf  6,  se  são  mais  de  um— dix-se— /iião  e 
fuãOy  etc. 

No  Pacto  da  lei  salka  (tit.  53j  se  usa— 
Nestigantio  ou  Nestigantitts,  em  logar  do  N, 
pela  mesma  razão. 

Depois  uson-se  do  termo  Fuão  ou  1^- 
lano. 

Fulano  é  a  palavra  árabe 
—Fo/ano— que  quer  dizer— 
tiffi  tal—vm  sugeiKh-um  indi- 
viduo—áe  quem  se  não  sabe  o 
nome,  ou  que  se  não  quer  de- 
clarar. 


Os  hebreus  diziam  floni^  que 
significa  o  mesmo. 

Alguns  dizem  que  o  N  assim  empregado, 
é  abreviatura  de  En  ou  Na,  que  na  lingua 
vasconça,  significava  Senhor  ou  Senhora, 

Hoje  (sobre  tudo,  nos  cartazes  dos  thea- 
tros)  e  com  o  mesmo  fim,  se  costuma  es- 
crever NN. 

NABAES— fireguezia.  Beira  Baixa,  comar- 
ca e  concelho  de  Gouveia,  95  kil.  a  N.  E.  de 
Coimbra,  295  ao  E.  de  Lisboa,  130  fogos. 

Em  1757  tinha  110  fogos. 

Orago  S.  Gosme,  martyr. 

Bispado  e  districto  administrativo  da 
Guarda. 

(O  Port,  Sacr,  e  Pref.  diz  que  ó  do  bispa- 
do de  Coimbra,  mas  é  erro.) 

A  casa  de  Mello,  apresentava  o  prior,  que 
tinha  200^000  réis  de  rendimento. 

Produz  muito  centeio,  algum  trigo  e  milho, 
muita  hortaliça  e  do  mais  medeania.  Cria 
bastante  gado,  sobre  tudo  cabras  e  ovelhas. 
Tem  muita  caça.  Vem  lhe  o  nome,  de  ser 
abundante  de  nabos. 

NABAES-  freguezia,  Douro,  comarca  de 
Villa  do  Conde,  concelho  da  Povoa  de  Var- 
zim, 35  kilometros  a  O.  de  Braga,,  330  ao 
N.  de  Lisboa,  250  fogos. 

Em  1757,  tinha  120  fogos. 

Orago,  o  Salvador. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis* 
trativo  do  Porto. 


6 


NÁB 


NAB 


As  religiosas  de  santa  Clara,  de  Viila  do 
Conde,  apresentavam  o  vigário,  collado,  qne 
tinha  âOO imo  réis  de  rendimento. 

A  mesma  etymologia. 

É  terra  fértil,  cria  muito  gado,  e  é  abun- 
dante em  peixe  do  mar,  que  lhe  fica  pró- 
ximo. 

O  Dic.  Chor,  de  PorL,  do  sr. 
E.  A.  de  Bettencourt,  não  traz 
(por  esquecimento)  esta  fre- 
guezia. 

NABAES  —  aldeia,  Douro,  na  freguezia 
d^Escariz,  no  extincto  concelho  de  Fermé- 
do,  hoje  comarca  e  concelho  d'Arouca,  30 
kilometros  ao  S.  do  Porto,  20  ao  O.  de 
Arouca,  3  ao  S.  E.  de  Fermedo,  15  ao  S.  do 
Douro,  e  280  ao  N.  de  Lisboa,  20  fogos. 

Bispado  do  Porto,  distrícto  administrativo 
de  Aveiro. 

Ha  aqui  uma  antiquíssima  capella,  dedi- 
cada a  S.  Pedro,  apostolo,  ao  qual  se  faz  uma 
boa  romaria,  a  29  de  junho. 

É  terra  fértil  em  milho,  linho  e  hortali- 
ças :  produz  algum  vinho  (pouco  e  máu)  e 
cria  bastante  gado. 

É  cercada  de  montes,  onde  ha  muita  caça 
miúda. 

Fica  próximo  da  antiga  estrada  do  Porto 
a  Viseu. 

NABAlNHOS— freguezia,  Beira  Baixa  con- 
celho e  comarca  de  Gouveia,  95  kilometros 
a  N.  E.  de  oCimbra,  985  ao  E.  de  Lisboa, 
100  fogos.  Em  1757,  tinha  75  fogos. 

Orago  S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  e  distrícto  administrativo  da 
Guarda. 

Os  senhoresdeMello,  apresentavam  o  prior 
qne  tinha  200ií000  reis  de  rendimento. 

Esta  freguezia  está  ha  muitos  annos  annexa, 
â  de  Nabáes. 

NABAM — portuguez  antigo — direito  que 
pagavam  os  pescadores,  nos  portos  alheios. 
Era  um  peixe  por  cada  barco,  qualquer  que 
íosse  a  sua  lotação. 

O  rei  D.  Manuel,  isentou  os  pescadores 
do  Porto,  d*este  tributo,  quando  deu  foral 
novo  à  cidade.  Era  muito  antigo  aqui 
este  tributo  (com  o  nome  de  nábulo  prova- 
velmente alatinisaçao  de  naban)  pois  consta 
da  doaçiio  que  em  922,  fez  D.  Ordenho  11, 


ao  bispo  resignatarío,  de  Coimbra.  D.  Go- 
mado, e  ao  mosteiro  da  Crestuma  (onde  o 
bispo  estava  recolhido)  Dedit  ipse  ReXy  et 
ipsi  Comités,  Nabulumy  et  Portalicum  de 
Dorio,  in  die  Sàbbati,  de  Portu  de  Aljuvirio, 
et  per  totós  illos  postus,  usque  in  illa  foce  de 
Dorio,  ubi  caâit  in  maré. 

Na  carta  em  que  D.  Affonso  Y  fez  conde 
de  Vianna  de  Caminha,  ao  capitão  e  gover* 
nador  de  Alcácer  (Africa)  D.  Duarte  de  Me* 
nezes  em  1460  diz  — E  lhe  fazemos  mercê 
do  nosso  Direita  do  Nabão,  e  Malatosta,  que 
os  barcos  de  fora  pagam,  quando  vem  pescar 
aos  mares  e  rio  do  dita  villa,  —  (Vianna.) 
j  ^  NABANCIA  —  Ao  E.  do  no  Nabão,  em 
frente  da  moderna  cidade  de  Thomar,  havia 
antigamente  umafforescente  cidade,  chamada 
Nabancia  (segundo  uns,  nome  derivado  do 
rio  Nabão  que  então  se  chamava  Naban  e 
queria  dizer  Cidade  de  Naban,  Segundo  ou- 
tros foi  o  rio  que  se  chamou  Nabão  por  pas- 
sar em  Nabancia.) 

Atríbue-se  a  fundação  d*esta  cidade,  aos 
túrdulos.  480  annos  antes  de  Jesus  Christo, 
que  vem  a  ser  o  anno  3524  do  mundo,  ou 
1868  depois  do  diluvio.  Ha  porem  escripto- 
res  que  sustentan  ser  esta  cidade  fundação 
romana,  do  anno  110  de  Jesus  Çhristo,  im- 
perando Trajano.  A  favor  d*esta  opinião  ha 
o  nome  da  cidade,  que  mais  parece  romano^ 
do  que  túrdulo  ou  celta. 

Quasquer  que  sejam  os  seus  fundadores, 
e  seja  qual  for  a  data  da  sua  fundação,  é 
indisputável  ser  uma  povoação  antiquís- 
sima. 

Não  se  lhe  conhece  outro  nome  senão  o 
de  Nabancia:  se  foi  fundada  pelos  túrdulos» 
e  teve  outro,  perdeu-se,  só  se  sabe  do  de 
Nabancia,  que  os  romanos  por  ventura  lhe 
deram. 

Nada  se  sabe  d'esta  cidade,  até  ao  anno 
631  ou  632  de  Jesus  Christo,  em  que  estava 
occupada  pelos  godos,  de  que  era  então  rei 
Sisinando,  que  occnpàra  o  throno  gothico^ 
pela  deposição  de  Flávio  Swintila,  íilho  de 
Flávio  Ricaredo  L 

É  d'esse  anno  que  o  romance  popular 
data  a  formosa  lenda  de  Santa  Eyria,  Eria, 
Iria,  ou  Irene;  (de  todos  esles  modos  se  vé 
escripta  nos  auctores  antigos.) 


NAB 


NAB 


Era  conde,  ou  governador,  de  Nabaneia*^ 
^b  as  ordens  de  Becesvindo,  am  senhor 
todo,  chamado  Castinaldo. 

Havia  então  aqui  dois  conventos,  ambos 
da  ordem  de  S.  Bento,  fundados  em  640,  por 
S.  Frnctuoso,  que  depois  foi  arcebispo  de 
Braga. 

Um  era  de  frades,  onde  então  viviam  44 
religiosos,  com  seu  abbade,  chamado  Célio, 
tio  de  Santa  Iria,  e  estava  fundado  no  logar 
onde  hoje  é  a  egreja  matriz,  de  Nossa  Se- 
.  nhora  dos  Olivaes,  que  se  diz  ser  a  mesma 
do  mosteiro,  no  tempo  de  Nabancia. 

O  outro,  era  de  freiras,  e  n*eile  vivia  Santa 
Iria,  (filha  de  Ermigio  e  Eugenia,  nobres  se- 
nhores godos)  com  suas  tias  Casta  e  /ti/ta, 
e  aqui  esteve  até  ao  tempo  do  seu  martyrio. 
Diz  se  que  este  convento  era  no  mesmo  lo- 
gàr  onde  hoje  está  o  mosteiro  de  Santa  Clara 
(franciscanas)  junto  ao  rio  Nabão, 

Lenda  de  Santa  Iria 

Iria  éra  uma  donzella  casta  e  formosíssi- 
ma: geralmente  estimada  pela  sua  honesti- 
dade e  pelo  conjuncto  de  todas  as  virtudes 
que  lhe  davam  realce  á  sua  angélica  formo- 
sura. 

De  pequenina  tinha  hido  para  o  convento 
onde  estavam  suas  tias,  para  ser  por  ellas 
educada. 

Um  nobre  godo,  chamado  Britaldo,  viu  a 
santa  menina  e  perdidamente  se  enamorou 
d'ella.  Pediu-a  em  casamento,  porem  a  don- 
zella, que  se  tinha  votado  ao  serviço  de 
Deus,  resistiu  a  todas  as  razões  e  promes- 
sas de  Britaldo,  o  que  ainda  mais  lhe  infla- 
mau  o  amor. 

Vendo  que  todas  as  diligencias  eram  bal- 
dadas, comprou  um  monge,  chamado  Be- 
migio,  mestre  da  santa,  e  o  tornou  cúmplice 
do  seu  amor  sacrílego. 

A  desditosa  menina  foi  victima  de  uma  in- 
fame cilada,  pois  que  o  tal  frade,  ministran- 
do lhe  certo  narcótico,  a  entregou,  adorme- 
cida, ao  seu  malvado  seduetor,  que  fugiu 
com  ella  para  um  sitio,  próximo  do  Nabão; 
porem,  apenas  alli  chegados,  ou  porque  ces- 
sasse o  efeito  do  narcótico,  ou  por  vontade 
divina,  a  virgem  acordou,  desenganando 


Britaldo  de  que  não  podia  ser  sua  esposa, 
visto  que  já  o  era  de  Jesus  Ghristo. 

Vendo  o  seduetor  que  nada  conseguia  da 
sua  victima,  a  degolou,  arremecando  ao  rio 
o  cadáver  truncado  da  sua  victima,  no  dia 
20  de  outubro  do  anuo  632.  (outros  dizem, 
663.) 

A  corrente  do  rio  a  levou  ao  Tejo,  depon- 
do-a  em  úrente  da  cidade  de  ScalcAis^  ou 
ScalabicastrOy  onde  os  anjos  lhe  construí- 
ram um  formosíssimo  tumulo  de  alabastro. 

Em  breve  se  espalhou  pela  Lusitânia  a  fa- 
ma d'este  martyrío  e  do  milagre  que  Hie 
succedeu,  e  de  toda  a  parte  correu  gente  a 
ver  o  tumulo  da  santa  virgem. 

Iria  é  proclamada  santa  e  martyr,  e  Sca- 
labis  em  breve  muda  o  seu  nome  para  o  de 
Santa  Irene,  que  se  corrompeu  em  Santa- 
Tem. 

i*  variante  da  lenda 

O  tal  frei  Bemigio,  também  se  namorou 
de  santa  Iria,  e  como  não  podesse  conseguir 
os  seus  damnados  fins,  vingou-se,  propinan- 
do á  santa  uma  beberagem,  que  produzia 
uma  inchação,  similhante  á  gravidez.  Bri- 
taldo, julgando  Iria  deshonrada,  enfureceu- 
se  por  tal  modo,  que  convidou  um  malvado 
per  nome  Banão,  para  a  assassinar.  Banão 
a  degolou,  precipitaodo-a  depois  no  rio. 
etc. 

2.*  variante, 

D.  Britaldo,  vendo  perdidas  todas  as  espe- 
ranças de  desposar  Iria.  adoece  de  pezar,  e 
chega  ás  portas  da  morte. 

Iria,  sabendo  isto,  o  foi  visitar,  dizendo- 
Ihe  que  se  não  correspondia  ao  seu  amor, 
não  era  porque  desconhecesse  que  era  di- 
gno d'elle;  nem  por  ter  o  d'ella  empregado 
em  outro  homem.  Que  por  multo  honrada, 
e  feliz  se  dana  em  ser  sua  esposa,  se  isso 
não  fosse  um  sacrilégio,  visto  ter  já  feito 
voto  solemne  de  morrer  freira. 

Tanta  graça,  tanta  virtude  e  nobreza  im- 
primia a  virgem  em  suas  palavras,  que  Bri- 
taldo ficou  resignado,  e  ibeihorou. 

Tendo  depois  logar  a  propinação  da  tal 
bebida  que  fazia  semelhar  a  gravidez,  como 
fica  dito  na  1."  variante,  Brítaldo  aeeéso  em 


« 


VáB 


6dio»  angAriou  oas  assassinos»  que  foram 
ler  oom  Iris^  a  um  logar  solitário»  onde  cos** 
tomava  hir  íázer  as  suas  orações»  e  achan- 
^-a  ajoelhada»  a  degolaram,  despiram  e  lan- 
çaram o  cadáver  ao  rio,  etc. 

Na  HhUnia  de  Santarém  edificada^  pelo 
padre  (loyo)  Ignacio  da  Piedade  e  Vascon- 
eellos  (i.>  parte,  L.  1%  cap.  21,  pag.  365) 
aecreseenta  mais  a  esta  segunda  variante,  o 
seguinte  — 

Ainda  depois  de  Britaldo  julgar  a  santa 
virgem,  culpada,  lhe  mandou  por  certa  mu- 
lher, offerecer  a  sua  mão,  com  o  esqueci- 
mento do  passado,  e  mandaudo-lhe  varias  e 
ricas  jóias,  ameaçando-a  com  a  morte,  se 
nao  annuisse.  Ma  tudo  desprezou. 

Britaldo,  industriou  um  seu  domestico, 
chamado  Banam,  para  o  assassinato,  desi- 
gnandelhe  a  hora  em  que  a  santa  costu- 
mava orar,  que  era  depois  das  matinas,  e  o 
ailio,  que  era  uma  iapa,  ao  fundo  da  cerca 
Ho  mosteiro,  junto  ao  rio,  em  frente  do  si- 
tio desde  então  até  hoje  chamado  Pego  de 
Santa  Ina.  etc. 

Continua  a  lenda 

Para  que  se  não  perdesse  da  memoria  o 
logar  do  martyrio  da  santa— quando  se  re- 
edificou e  accrescentou  o  novo  mosteiro,  des- 
tinado então  para  a  regra  de  Santa  Clara 
(franciscana)  alteando-se  o  terreno  da  lapa, 
fechou- se  esta  com  uma  abobada  de  pedra, 
cercada  de  assentos,  e  sobre  o  edifício,  do 
lado  do  rio  se  collooou  uma  imagem  de 
Santa  Iria. 

A  abobada  está  hoje  reduzida  a  uma  es- 
pécie de  cisterna,  e  por  isso  se  lhe  dá  o  no- 
me de  Pego  de  Santa  Iria. 

Grôem  as  pessoas  devotas,  de  Thomar  e 
circnmsferencias,  que  a  agua  do  pego  da 
Santa,  cura  todas  as  enfermidades,  e  quando 
em  1599,  a  peste  devorou  muita  gente  does- 
tes sítios,  o  remédio  mais  efficaz  que  julga- 
vam para  a  cura  dos  atacados,  era  a  agua 
doeste  pego. 

É  crença  popular»  que  todas  as  vezes,  que 
se  enchuga  este  pego,  se  acha  o  sangue  de 
Santa  Iria,  tão  fresco,  como  na  hora  em  qoe 
Jbi  derramado,  e  que  as  pedras  que  estão  i 


NA3 

f  no  funde»  teem  todas  manchas  de  sangue. 

Iria  desappareeéra  do  mosteiro,  sem  se 
saber  para  ende.  Correu  a  noticia  de  terfu* 
gido  com  o  auctor  da  sua  supposta  affron* 
ta.  Os  parentes  ficaram  tristissimos,  sobre 
tudo,  seu  tio,  o  abbade  Célío,  qae,  recorren- 
do ás  mais  instantes  e  contínuas  orações» 
conseguiu  que  tudo  lhe  fosse  revelado. 

Reuniu  então  o  povo  de  Nabancia  e  lhe 
narrou  o  martyrio»  com  todas  as  suas  cir- 
cumstancias.  Para  se  certificarem  da  ver- 
dade, se  dirigiram  todos  os  frades  do  mos* 
teiro  e  toda  a  gente  da  cidade  e  sua  comar- 
ca, ao  logar  da  sepultura  de  Iria,  e  apenas 
chegados,  as  aguas  do  Tejo  se  abriram,  dei- 
xando ver  o  angélico  monumento,  que  foi 
aberto  pelo  abbade  Célio,  e  todos  viram  en- 
tão o  corpo  formosíssimo  da  santa  virgem, 
apenas  envolto  na  túnica  interior.  (Porque 
Bauão,  lhe  roubara  os  vestidos  externos). 

Sendo  evidenciada  a.  todos,  a  innocencia 
da  santa,  quizeram  leval-a  para  Nabancia» 
mas  foram  baldadas  todas  as  diligencias  que 
fizeram  para  tirar  o  cadáver  do  ataú- 
de. Contentaram-se  em  levar  algumas  relí- 
quias do  cabello  e  da  túnica.  CoUocada  a 
tampa  na  sepultura,  principiou  a  agua  do 
Tejo  a  unir,  pelo  que  todos  se  retiraram 
d*este  logar  e  se  íoram  para  Nabancia. 

Remigio  e  Banão,  temendo  a  vingança  dos 
homens  e  o  castigo  de  Deus»  se  íoram  a  Ro- 
ma pedir  perdão  dos  seus  monstruosos  pec- 
cados»  ao  papa  Honório  I,  que  lhes  impoa 
pesadíssimas  penitencias,  que  elles,  não  só 
cumpriram  humildemente,  mas  ainda  fize- 
ram outras,  levados  pelo  seu  profundo  e 
sincero  arrependimento. 

De  Britaldo,  dizem  uns,  que  fora  curtir 
acerbas  saudades,  ainda  mais  entranhada 
amor,  e  cruciantes  remorsos,  para  um  de- 
serto de  Hespanba,  onde  mandara  construir 
uma  ermida  a  Santa  Iria,  da  qual  se  fezeri- 
mitão,  e  alli  terminou  seus  dias  amargura* 
dos. 

Qutros  dizem  que  não  se  soube  mais  de 
Britaldo,  e  que  não  constava  que  elle  dósse 
satisfação  a  Deus  nem  ao  mundo. 

£m  1295»  estando  a  corte  em  SantaraOi 


NAB 


NAB    . 


oirria  Santa  Isabel,  mulher  do  rei  D.  DiniSy 
cantar  a  lenda  de  Santa  Iria. 

Desejou  ardentemente  ver  o  sepulchro 
da  Santa  e,  depois  de  muitos  dias  de  ora- 
ção e  penitencia,  se  dirigiu  com  o  rei  e 
muitos  senhores  da  corte,  ás  praias  do  Tejo, 
dizendo  que  se  hia  divertir;  mas  chegando 
à  beira  do  rio,  ajoelhou,  em  profunda  ora- 
ção, finda  a  qual  as  aguas  se  se  pararam,  co- 
mo o  tinham  feito  havia  663  annos,  e  todos 
viram  com  a  maior  admiração,  o  tumulo  de 
alabastro,  de  tão  formosa  architectura,  que 
só  anjos  o  poderiam  ter  construído. 

Pez  a  santa  rainha  altas  diligencias  para 
o  abrir,  mas  todas  foram  baldadas.  D.  Di- 
niz, pára  o  mesmo  fim,  mandou  vir  muitos 
pedreiros,  porém  as  suas  ferramentas  pa- 
reciam de  branda  c^ra  e  o  tumulo  de  duro 
aço. 

Desistiu  o  rei  do  seu  propósito,  mas,  pa- 
ra que  se  não  perdesse  da  memoria  o  logar 
da  sepultura,  mandou  a  toda  a  pressa  col- 
locar  alli  um  pedestal  de  pedra,  o  qual,  ape- 
nas coneluido,  se  tornaram  a  unir  as  aguas. 

Era  este  pedestal  de  tôáca  alvenaria  (por 
não  haver  tempo  de  ser  construído  com  ma- 
gnificência, como  o  rei  desejava),  muitos 
annos  existiu,  pouco  superior  ao  nível  da 
agua. 

Em  1644,  a  camará  de  Santarém,  a  pedi- 
do do  povo,  mandou  guarnecer  o  pedestal, 
de  cantaria  lavrada,  dando-lhe  mais  altura, 
ooliocando  se  no  remate  a  imagem  de  Santa 
Iria,  feita  de  mármore,  com  1^32  de  altura, 
defendida  das  chuvas  por  uoia  bandeja,  ou 
cúpula,  de  metal  lavrado,  firmada  sobre 
quatro  columnas  de  ferro.  N'esta  nova  py- 
ramide  se  poz  a  seguinte  inscripção: 

HIC  TA6US  leUfAS  SACRO  LBGIT  06SA  tlPULCUIO 

QOAB  UT  VIBGO  lURTYB  FCLGST  1»  ARGEPOLI 

UAKC  PÁTRIAS!  LINQUENS  N03TRAI  DAT  CORPORB  NOMBN, 

BPnOIBM  CUJUS  ISTA  GOLPaA  TBNBT. 

O  romance  (ou  rimance)  de  Santa  Iria, 
também  tem  algumas  variantes,  segundo  as 
províncias  em  que  é  cantado.  Para  não  fa- 
zer este  artigo  mais  extenso,  darei  unica- 
mente o  da  Beif  a-Baixa,  por  ser  o  que  mais 
déstôa  da  lenda:  dando  assim,  ainda  outra 
variafU$  á  poética  morte  de  Santa  Iria,  tão 


celebrada  dos  antigos  vates  lusitanos  e  por- 
tuguezes. 

Romsmce  de  Santa  Iria 

«Estando  a  coser  na  minha  almofada, 
Com  agulha  de  ouro  e  dedal  de  prata; 

Veiu  o  cavalleiro,  pedindo  pousada; 
Se  lh*a  meu  pae  dera,  estava  bem  dada. 

Deu  lh*a  minha  mãe,  que  mui  me  custava, 
Fui  fazer  a  cama  no  meio  da  sala. 

Era  meia  noite,  a  casa  roubada; 
De  três  que  nós  éramos,  só  a  mim  levava. 

Eram  sete  legoas,  nem  falia  me  dava. 
Lá  para  as  oito,  é  que  perguntava: 

—Lá  na  tua  terra  como  te  chamavam? 
—Lá  na  minha  terra  era  eu  morgada. 

€á  n*estas  montanhas  serei  desgraçada» 
—Por  essa  palavra  serás  degullada, 

Ao  pé  de  um  penedo  será^  enterrada 
Coberta  de  rama  bem  enramalhada. 

No  fim  de  sete  annos,  por  alli  passava, 
E  a  todos  que  via  elle  perguntava: 

—Dizei  me,  pastores,  que  guardaes  o  gado? 
Que  ermida é  aquella  que  além  branquejava? 

— É  de  Santa  Iria  bemaventurada. 
Que  ae  pé  d*um  penedo  morreu*  degollada. 

— Oh!  minha  Iria,  meu  amor  primeiro. 
Perdoa- me  a  morte,  serei  teu  romeiro. 

—Eu  não  te  perdoo,  ladrão  carniceiro, 
Que  me  degolaste  que  nem  um  carneiro, 

—Veste- te  d*azul,  que  é  a  côr  do  ceu 
Se  elle  te  perdoar,  perdoo  te  eu.» 

Parece  que  os  habitantes  de  Nabancia  re^ 
sistiram  aos  mouros,  em  716,  porque  estes 
a  arrasaram,  não  ficando  pedra  sobre  pe- 
dra, e  assim  esteve,  deserta  e  abandonada 
por  espaço  de  443  annos,  até  que,  em  feve- 
reiro do  1159,  D.  Aílonso  Henriques  fez  d'el- 
la  doação  ao  famoso  mestre  do  Templo,  D. 
Gualdim  Paes,  e  aos  seus  cavalleiros,  que  a 
vieram  povoar. 

Bra  o  quartel,  ou  mosteiro  dos  templa- 


10 


NÂB 


NAÇ 


rios,  distante  12  kilometros  ao  N.  de  Na- 
baDcía,  em  am  castello  chamado  Cera,  e  de- 
pois Ceras.  (Vide  vol.  2.*,  pag.  341,  col 

Não  agradava  aos  templários  o  castello 
de  CérOy  não  só  porque  estava  mnito  arral- 
nado — apesar  dos  concertos  que  lhe  tinham 
feito*-mas  também  porque  o  sitio  não  era 
do  seu  gosto.  Buscaram  pois  outro,  e  exa- 
minando as  ruínas  de  Nabancia,  se  conten- 
taram d*este  logar,  e  no  monte  que  ficava 
na  margem  opposta  do  rio,  a  O ,  principia- 
ram  a  edificar  o  castello,  no  i.''  de  março 
de  1460;  o  que  consta  de  uma  insciipção, 
em  latim,  que  está  na  parede  a  que  encos- 
tam as  escadas  que  sobem  para  o  adro  da 
egreja  do  castello.  (A  inscripção  diz  que  es* 
ta  obra  teve  principio  na  era  de  1198,  que 
vem  a  ser  o  anno  de  Jesus  Ghrísto,  1160). 

A  historia  de  Nabancia  es- 
tá de  tal  modo  ligada  com  a 
de  Thomar,  que  não  pôde  se- 
parar-se  desde  1160  em  dian- 
te, sem  grandes  repetições,  sob 
pena  de  ficar  imperfeita  e 
obscura.  Na  descripção  de 
Thomar  serei  pois  mais  expli- 
cito, hindo  ahi  tudo  o  mais 
que  respeita  a  Nabancia. 


NABlO— rio,  Extremadura.  Nasce  ao  E. 
d*  Alvaiázere,  de  um  grande  olho  d*agua  que 
rebenta  na  serra  de  Ancião,  ou  monte  Ta- 
pego,  e  do  qual  se  forma  o  rio  Formigões; 
porém  esta  agua  só  de  inverno  chega  ao  Na- 
bão—pelo que,  pôde  dizer- se  que  nasce  na 
fonte  do  Agroal,  no  sitio  chamado  Pena  de 
Águia,  ou  Penha  d^ Águia,  junto  á  foz  da  ri- 
beira de  Pias,  Tem  uma  boa  ponte  de  pe- 
dra, de  um  só  arco,  na  Granja  dos  Frades, 
próximo  a  Thomar— a  das  Ferrarias,  ao  S. 
(feita  por  Ayres  do  Quental,  cuja  estatua  se 
vé  junto  á  ermida  de  S.  Lourenço)  e  a  lin- 
da ponte  da  Cidade,  próximo  á  antiga  Na- 
bancia. 

São  seus  confluentes,  os  rios  Ceyçu^  Mur- 
ta, Ceras  (que  vem  de  Pias),  Barqueiro, 
Louzan  e  Bezélga.  Jnnta-se  ao  rio  Zêzere 
(margem  direita)  e  vão  ambos  reunidos  des- 


aguar ao  Tejo,  junto  da  vílla  de  Cânstan- 
cia 

Os  escriptores  variam  um  pouco  no  modo 
de  escrever  o  nome  antigo  d'este  rio,  cha« 
mandolbe  Nabam,  Nabancio  eNabano.  Os 
romanos  lhe  diamavam  Nabanus.  Os  ara* 
bes  lhe  deram  o  nome  de  Tamarmá,  que 
significa — agua  que  tem  o  gosto  de  tama- 
ras— agua  dôce.  (Vide  Atamarma,  a  pag. 
251,  col.  2.»  do  1.*  vol.) 

Este  nome  —  corrompido  em  Thomar-^ 
passou  depois  para  a  actual  cidade  assim 
chamada,  e  o  rio  tomou  o  seu  antigo  nome, 
que  conserva. 

NABO  —  freguesia,  Traz-os-Montes,  con- 
celho de  Villa-Flôr,  comarca  de  Mirandella, 
135  kilometros  a  N.  E.  de  Braga,  380  ao  N. 
de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  1757  tinha  40  fogos. 

Orago,  S.  Gens,  ou  S.  Genesio. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

O  reitor  de  S.  Bartholomeu,  de  Villa-Flôr, 
apresentava  o  cura,  que  tinha  6^000  réis  de 
côngrua  e  o  pé  d'altar. 

Nabo,  no  poriuguez  antigo  —  é  o  mesmo 
que  Nábam.  (Vide  esta  palavra.)  Mas,  como 
aqui  não  ha  barcos  de  pesca,  é  provável  qne 
o  nome  lhe  venha  de  Nábulo,  portuguez  an- 
tigo, que  significa  o  frete  ou  paga  que  se  dá 
nas  barcas  de  passagem  de  qualquer  rio. 

NABRU— antiga  cidade  da  Lusitânia,  na 
actuai  província  do  Douro,  situada  na  falda 
N.  O.  da  serra  de  If idões,  e  perto  da  villa 
assim  chamada  Não  se  sabe  se  já  tinha  este 
nome,  no  tempo  da  sua  existência ;  mas  é 
mais  provável  que  se  perdesse  da  memoria, 
e  que  o  povo  lhe  desse  o  de  NahriL 

Tem-se  alli  achado  cippos  com  inscripções 
romanas. 

Junto  ao  sitio  onde  consta  ter  sido  o  as- 
sento d'esta  cidade,  está  o  logar  da  Pávoa 
de  Midões,  e  próximo  a  elle,  existiu  uma 
ponte  romana.  Vide  Midões. 

NAÇARÃES  ou  VEIGA  DE  NAÇARÍES— 
Vide  Faniêllo  (o  l.«),  a  pag.  209,  col.  2.«,  m 
fine,  do  3.«  vol.  Naçarães  é  corrupção  da  pa- 
lavra árabe  nasrani,  que  os  mouros  pronun- 
ciavam nacerani,  nazaséno — Isto  é,  chri8<< 
tio.  Deriva-se  de  Nacarion  -^Nazareth. 


NAD 

Nazarenos  foram  chamados  os  primeiros 
«hristios  do  Oriente.  A  outra  vigia,  quando 
conheceu  que  eram  Christãos,  começou  a 
bradar  — Nasaranil  Nasaranil  fChristão! 
Ckristão !J  —  ChTO\^.  de  D.  Affonso  Henri- 
ques, da  descrípçâo  da  tomada  de  Santarém. 

Já  se  vô  qae  veiga  de  NaçarãeSy  quer  di- 
ler  —  Veiga  dos  Christãos. 

NAÇÕES  (de  legumes)  —  portuguez  anti- 
go— significava— fo(ia  a  casta  de  legumes — 
v.gr.— feijões,  favas,  liervilhas,  xíxaros,  len- 
tilhas, grâos-de-bico,  etc. 

NÁCOHBA--Vide  Aldeia  de  Nacômbo. 

NAOÁES— aldeia,  Douro,  na  freguezia  de 
Escapães,  comarca,  concelho  e  4  kilometros 
a  E.  da  Feira,  30  ao  S.  do  Porto,  12  ao  N.O. 
d'0]iveira  d' Azeméis,  280  ao  N.  de  Lisboa. 
(3.«  vol.,  pag.  54,  col  !.•) 

Fica  esta  aldeia  na  encosta  oriental  do 
monte  da  Meia^-Légua,  tendo  pela  parte  in- 
terior, v^istos  campos  de  milho  e  outros  fru- 
ctos,  e  correndo-lhe  ao  sopé,  o  rio,  aqui  cha- 
mado de  Nadaes,  que  toma  os  nomes  dos  lo- 
gares  por  onde  passa,  e  desagua  na  esquer- 
da do  Douro,  no  logar  de  Grestuma,  com  o 
nome  de  Uíma, 

Ao  O.  do  logar,  e  sobranceira  a  elle,  a  uns 
200  metros  de  distancia,  está  a  ermida  de 
Nossa  Senhora  das  Necessidades,  ediflcio  an- 
liquissimo,  que  consta  ter  sido  feito  pelos 
frades  crusios  de  Gríjó,  no  século  XIV.  Tem 
na  frente  uma  galilé,  ou  alpendre,  que  amea- 
ça mina,  pelo  que  tem  as  suas  columnas  es- 
coradas com  grossos  esteios  de  pedra. 

Faz-se-lhe  todos  os  annos  uma  festa,  bas- 
tante concorrida. 

Pouco  acima  doesta  ermida,  e  ao  O.  d'ella, 
«stà  uma  edícnla,  chamada  Alminhas  da 
Meia-Legua,  sobre  a  estrada  real  de  1."  clas- 
ne,  de  Lisboa  ao  Porto,  e  ao  E.  d'ella. 

Gomo  esta  edicula  ficasse  em  um  ôrmo, 
foi  por  muitas  vezes  roubada,  até  que  por 
^m  se  abandonou  e  está  em  ruinas. 

Antigamente  era  este  sitio  perigosíssimo, 
principalmente  de  noite,  por  causa  dos  la- 
-drões  que  aqui  sabiam  aos  transeuntes,  com 
o  maior  descaramento,  por  ser  o  sitio  deser- 
to e  cercado  de  pinhaes. 

Desde  que  se  fez  a  estrada  nova,  e,  prin- 
cipalmente, desde  que  as  justiças  da  Feira 


NAG 


11 


e  Oliveira  d* Azeméis  se  desenganaram  a  cas* 
tigar  os  ladrões,  cessou  aqui  o  perigo;  mas 
não  deixa  de  ser  um  sitio  medonho,  em  noi- 
tes escuras,  por  se  nào  verem  de  todos  os 
lados  senào  pinheiros. 

Até  1844,  a  palavra  Meia  Légua,  incutia 
terror  em  quantos  a  ouviam  pronunciar! 

NADÍVA  —  portuguez  antigo  —  nascida» 
natural — pedra  nadiva,  a  que  nasceu  n'aquel- 
le  mesmo  logar. — Como  voe  ferir  em  uma  pe- 
dra nadiva,  que  está  áquemdo  rioBalsamam. 
(Tombo  do  Aro,  de  Lamego,  de  1346,  fl.  51.) 

NAGOSA  —  Villa,  Beira-AIla,  comarca, 
concelho  e  7  kilometros  de  Moimenta  da 
Beira,  24  kilometros  de  Lamego,  360  ao  N. 
de  Lisboa,  100  fogos. 

Em  1757  tinha  75  fogos. 

Orago,  S.  Miguel,  archanjo. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Viseu. 

O  vigário  do  Gastello,  apresentava  o  cura, 
confirmado,  que  tinha  30i|000  réis  de  côn- 
grua e  o  pé  d'altar.     - 

O  antigo  nome  d'esta  freguezia  era  Nogo- 
sa  (terra  das  nozes). 

Está  esta  freguezia  em  terreno  montanho- 
so, e  em  partes  tão  alcantilado  que  é  quasi 
inaccessivel. 

A  S.O.  lhe  fica  o  monte  de  Cabeça  Gorda, 
alto  e  escabroso.  Ao  sopé  alguns  campos, 
que  produzem  pão,  vinho,  azeite  e  castanha; 
e  muitas  arvores  silvestres. 

No  cume  do  monte,  está  um  marco  geo- 
désico, ou  trigonométrico,  e  uns  500  metros 
distante  d'elle,  no  sitio  do  Boucal,  rebenta 
por  um  buraco,  que  tem  0°',15  de  diâmetro, 
no  centro  de  um  rochedo,  um  olho  de  ópti- 
ma agua  potável.  No  interior  da  rocha  ha 
um  grande  reservatório  ou  tanque  natural 
—  e  fora  d'elia,  ha  uma  presa  artificial,  de 
10",6  de  comprido,  4»,8  do  largo  e  1"  5  de 
profundidade,  que  se  enche  completamente 
em  24  horas. 

Pelo  som  que  se  ouve  do  interior,  suppõe- 
se,  com  fundamento,  que  o  reservatório  é 
composto  de  varias  grutas  ou  cavernas,  que 
levam  oito  dias  a  encher. 

Ha  ainda  n*e3ta  freguezia  outros  montes 
de  menor  grandeza,  ficando  um  d^elles  de 


12 


NAG 


NAM[ 


S.  91  N.  E.,  cQJas  encostas  estào  cobertas  de 
frondosos  e  prodactivos  castanheiros. 

Ao  N.  da  freguezía  corre,  de  £.  a  0.,  um 
ribeiro,  que  quasi  sempre  sécca  nas  estia- 
gens. É  orlado  de  arvores  fructiferas. 

Âo  O.  passa  uma  ribeira,  que  nasce  nos 
Arcozélios,  e  que,  junta  com  outras,  desagua 
no  Thédo.  Corre  do  S.  para  o  N.,  e  em  oc- 
casioes  de  grandes  chuvas  de  trovoada,  tem 
causado  grandes  prejuízos,  com  as  suas  en- 
chentes rápidas  e  inopinadas.  Em  ^  de  ju- 
nho de  1868,  trasbordando  fora  do  seu  lei- 
to, destruiu  uns  bons  lameiros  (prados)  que 
havia  nas  suas  margens,  e  que  nunca  mais 
se  poderam  cultivar,  por  ficarem  completa- 
mente descarnados. 

A  S.  0.  da  povoação,  ha  uma  nascente  de 
agua  sulphurea,  chamada  Fonte- Santa,  que 
ainda  não  foi  analysada,  mas  diz-se  que  é 
das  melhores  aguas  do  reino,  na  sua  espé- 
cie. Nas  vésperas  de  S.  João  e  de  S.  Pedro, 
enos  d.''"  domingos  de  cada  mez,  ha  grande 
concorrência  de  gente  a  buscar  d*esta  agua, 
para  a  cura  de  rheumatismo  e  moléstias  cu- 
tâneas: e,  effectivamente,  muitas  pessoas 
teem  achado  alivio  nos  seus  padecimentos, 
com  o  uso  d'ella;  a  ponto  de  já  aqui  virem 
doentes,  de  40  kilomeiros  de  distancia. 

0 

É  esta  freguezia  fértil  em  milho,  centeio, 
trigo,  vinho,  azeite,  castanha,  hortaliças,  fru- 
ctas  de  espinho  e  caroço,  e  legumes;  expor- 
tando alguns  doestes  géneros. 

N*esta  freguezia  reside  o  sr.  João  Bernar- 
do Cabral  Coutinho  Pinto  Mergulhão  Ban- 
deira, de  quem  fallei,  no  artigo  Moimenta  da 
Beira,  Rectifico  aqui  um  pequeno  engano. 
Disse  então,  que  D.  Thereza  Marceliína  Pin- 
to Cabral  Mergulhão,  era  filha  do  doutor 
Paulo  Luiz  da  Silva,  quando  ella  era  filha 
de  D.  Angela  Joanna  Mergulhão  e  de  seu 
marido,  Manuel  Pereira  de  Macedo,  e  por- 
tanto, irman  do  frade  crusio,  D.  João  de  Je- 
8Us-Maria  Mergulhão.  Também  disse  que  do 
mesmo  doutor  Paulo,  foram  filhas,  D.  Maria 
Magdalena  Mergulhão  de  Macedo,  D.  Josefa 
Emilia  Pinto  Cabral  Mergulhão,  e  D.  Anna 
Amália  Pinto  Cabral  Mergulhão;  quando  es- 
tas eram  filhas  de  D.  Thereza  Marcellina  Pin- 


to Cabral  Mergulhão  e  de  sen  marido,  Joio 
Gomes  de  Carvalho;  e  portanto,  irmana  do 
doutor  em  leis  e  cânones,  João  Bernarda 
Pinto  Mergulhão. 


Ao  joven  e  illustrado  eeclesiastico,  o  R.""^ 
sr.  Bellarmíno  da  Fonceca  Madeira  Merga- 
Ihão  Cabral,  devo  a  maior  parte  dos  apon- 
tamentos doesta  freguezia,  peio  que  lhe  doa 
os  meus  sinceros  agradecimentos 

NAGOSÉLLA— Vide  Monte-Lafão, 

NAGOSÊLLO  —  freguezia,  Beira-Alta,  co- 
marca e  concelho  de  S.  João  da  Pesqueira, 
45  kílometros  de  Lamego,  960  ao  N.  de  Lis^ 
boa,  150  fogos. 

Em  1757  tinha  59  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  Magdalena. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra* 
livo  do  Viseu. 

O  abbade  de  S.  João  da  Pesqueira  apre- 
sentava o  cura,  que  tinha  50^000  réis  de 
côngrua  e  o  pé  d*altar. 

NAMORADO— portugoez  antigo— affavel, 
engraçado,  benévolo,  condescendente,  sym- 
palhico,  etc. — Do  rei  D.  Fernando  I,  diz  Aze- 
nheiro— £ra  muito  despostOf  e  mui  formoso, 
e  manfioso,  e  muito  namorado,  e  mui  agasa-- 
Ihador. 

NAMORADOS  (Ála  dos)  -—  corpo  militar,, 
composto  de  populares  e  fidalgos  portugue- 
zes,  ajuramentados  para  vencerem  ou  mor- 
rerem, à  maneira  dos  antigos  lusitanos. — 
Levautou-se  esta  brilhante  legião,  quanda 
estava  para  dar-se  a  batalha  de  Aljubarro- 
ta, onde  obraram  prodígios,  não  só  de  valor, 
mas  de  temeridade.  Tomaram  por  dislincti- 
vo,  uma  bandeira  verde,  symbolo  dos  seus 
annos,  e  dos  seus  pensamentos,  cheios  d& 
esperanças.  Era  dos  seus  estatutos,  defende- 
rem até  á  morte,  o  posto  que  lhes  fosse  con- 
fiado. Erà  composta  de  200  lanças  e  100  bes- 
teiros, commandados  pelos  valorosissimos 
irmãos,  Ruy  Mendes  de  Vasconcellos  e  Mem 
Rodrigues  de  Vasconcellos. 

Também  então  se  levantou  a  legião  ou 
companhia  da  Madre-Silva,  composta  tam- 
bém de  mancebos,  não  menos  bravos,  e  deci^ 
didos  do  que  os  namorados,  e  do  mesmo  nu- 
mero de  soldados^  em  que  entravam  algona 


NAN 

estrangeiros.  Estes  eram  commandados  pelo 
intrépido  Antão  Vasques  d'Almada. 

Na  vanguarda  do  exercito  portagnez  avan- 
çou o  ifflmortai  D.  Nano  Alvares  Pereira, 
eom  as  saas  tropas,  levando  ao  sen  flanco 
direito  a  Ala  dos  Namorados,  e  ao  esquerdo, 
A  da  Madre-Silva,  qne  eram  a  flor  das  nos- 
sas tropas. 

Todos  sabem  as  consequências  da  glorio- 
sa batalha  d* Aljubarrota,  no  sempre  memo- 
rado dia  14  de  agosto  de  1385,  e  as  duas  le- 
{Kiões  (dos  Namorados  e  da  HadreSiiva)  ti- 
veram uma  brilhante  parte  na  batalha  e  na 
gloria  do  triumpho,  enmpriodo  os  seus  vo- 
tos, pois,  ficando  quasi  todos  feridos,  nem 
assim  deixavam  de  combater  heroicamente, 
em  defesa  de  Deus,  do  rei  e  da  pátria. 

Estas  duas  legiões  (a  que  alguns  escrípto- 
res,  erradamente,  dio  o  tituio  de  ordens  mi- 
litares) terminaram  com  os  seus  gentis  in- 
stituidores. 

NANDIM—antigo  nome  da  actual  villa  de 
Landim.  (4.''  vol.,  pag.  4),  col.  d.*,  no  fim.) 

Darei  aqui  mais  alguns  esclarecimentos 
sobre  esta  povoação  e  o  seu  mosteiro. 

Santa  Maria  de  fiandm  (hoje  Landim)  fi- 
ca próximo  (ao  O.)  do  rio  Áve,  e  pouco  dis* 
4ante  de  Santo  Thyrso. 

O  seu  mosteiro,  de  cónegos  regrantes  de 
Santo  Agostinho  (crusios),  foi  fandado  por 
D.  Rodrigo  Forjaz  de  TraBtamara  (filho  de 
D.  Proyas  Yermuiz,  conde  de  Trastamara), 
que,  vindo  a  Portugal,  no  tempo  do  conde 
D.  Henrique,  o  ajudou  nas  snas  guerras  e 
conquistas,  tendo*  o  logar  de  rico-homem. 

Casou  com  D.  Moninba  Mendes,  filha  de 
Gonçalo  Mendes  da  Mata  —  o  lÀdaáor. 

Não  se  sabe  ao  certo  o  anno  da  fondação 
•d*«ste  mosttíro,  mas  foi  pouco  depois  de 
1093,  e  já  em  1096  existia^,  com  a  denomi- 
nação de  mosteiro  de  Santa  Maria  dos  An- 
jos^ de  Nandkn^  e  era  sei  prior,  D.  Pedro 
Rodrigues. 

D.  GoDçák)  Rodrigues  Pereira,  deu  ao  mos- 
teiro orna  propriedade,  que  tinha  junto  ao 
conio  de  Pãimeíra,  o  os  frades  a  deram  a  D. 
Elvira,  em  tróea  de  uma  outra  propriedade 
<]ue  est^  tinha  Junto -ao  mosteiro;  isto  Iam- 
èem  no  dito  anno  de  1096. 


NAN 


*3 


Era  por  aquelles  tempos  o  anUo  de  Pai- 
meira,  muito  importante,  e  tão  vasto  e  rico 
como  um  condado  (d*aqueUe  tempo),  e  com 
o  nome  de  condado  antigo  da  Pabneira,  se 
acha  confirmado  ao  mosteiro  de  Nandim, 
por  D.  AfTonso  IV,  em  1346,  e  por  D.  João  I, 
em  1385. 

Tinham  os  religiosos—até  1834— as  ditai 
jurisdicçdes  n*este  couto;  por  isso  recebiam 
certos  tributos,  que  se  pagavam  na  feira  que 
então  se  fazia  na  Palmeira,  a  24  de  agosto. 

Nandim  também  era  couto  dos  frades. 

Na  claustra  do  mosteiro,  se  vô  ums^  sepul- 
tura raza,  eom  a  seguinte  ínscripção: 

VIR  BÓNUS  FT  RECTUS,  JÀCBT  HIC 

SUB  LAPIDE  TECTUS. 

OBIJT.  KALEND.  MAHTfJ,  D.  PRTRUS 

GARCIA,  PRIOR.  ERA  MCGXXXV: 

(Aqui  jaz,  eoberto  com  esta  pedra,  D.  Pe» 
dro  Garcia,  prior  e  varão  justo,  que  falleceu 
no  l.^"  de  março  de  1236  ~  1198  de  J.-C.) 

Os  priores  d'eete  mosteiro,  foram  perpé- 
tuos, até  5  de  agosto  de  1526:  e  n'este  anno 
foi  o  convento  unido  ao  de  Santa  Grux  de 
Coimbra,  lendo  tomado  posse,  n^esse  dia,  e 
primeiro  prior  trienal,  D.  Phitippe  d*Slva«. 

O  conde  D.  Pedro,  no  sen  Nobiliário,  e 
quasi  todos  os  escriptores  antigos,  dão  a 
esta  povoação  o  nome  de  Ncmdim,  mas  é 
mais  conhecida  por  Landim,  (Vide  esta  ulti- 
ma palavra,  no  logaí*  já  citado  do  4.*  vol.) 

NANDOFE-— freguexia.  Beira  Alta,  comar- 
ca e  concelho  de  Tondella,  18  kíiometros  de 
Viseu,  260  ao  N.  de  Lisboa,  140  fogos. 

Em  1757  tinha  76  fogos. 

Orago,  S.  João  Baptista. 

Bispado  e  distrido  aidministrativo  de  Yí- 
eeu. 

O  abbade  de  Cannas  de  Sabugosa,  apie*- 
sentava  o  cura,  que  tinha  8M00  réis  de  eon* 
grua  e  o  pé  d'altar. 

£  terra,  muito  fértil  em  todas  as  produe- 
ções  agrícolas  do  nosso  paiz;  cria  muilog»- 
do,  de  toda  a  qualidade,  e  noa  seus  montes 
ha  nmita  caça  miada. 

Aqui  nasceu,  em  9  de  novembro  de  1818^ 
o  sr.  António  Caetano  Rodrigues.  È  Èíbo  éae 
srs.  Manuel  Caetano  Rodrigues  e  Ama  Hm- 


14 


NAR 


NàR 


ríqnes  Pinto,  proprietários  da  mesma  fre- 
gaezia. 

Foi  para  a  cidade  do  Porto,  em  1838,  e 
alli  casou,  em  28  de  outubro  de  1843,  com 
a  sr.*  D.  Felícia  Felicidade  Víauna  (filha  dos 
srs.  Joaquim  Martins  Viauna  e  D.  Felicia  Ha- 
thilde  Yianna)  que  falleceu  em  22  de  fere- 
reiro  de  1851. 

Principiou  a  exercer  a  profissão  commer- 
ciai,  na  praça  do  Porto,  em  1845,  e  é  actual- 
mente um  dos  primeiros  e  mais  acreditados 
negociantes  de  vinhos  d'aquella  cidade. 

Foi  eleito  vereador  da  camará  municipal, 
do  Porto,  em  Í865,  e  sempre  reeleito  nos  se- 
guintes até  hoje  (1875). 

Foi  eleito  vice-presidente  da  mesma  ca- 
mará, nos  dois  biénios,  de  72  e  73~e  74  e  75. 

Do  sea  casamento  teve  apenas  dois  filhos 
—  o  sr.  António  Caetano  Rodrigues  Júnior, 
ainda  solteiro— e  a  8r.*  D.  Felismina,  casa- 
da com  o  sr.  Joaqaim  Fructuoso  Ayres  de 
Gouveia,  irmão  do  sr.  dr.  D.  António  Ayres 
de  Gouveia,  lente  da  universidade  de  Coim- 
bra e  bispo  eleito  do  Algarve. 

O  sr.  António  Caetano  Rodrigues  (que  mo- 
ra na  rua  da  Restauração,  n.«  263)  ó  um  ci- 
dadão honesto,  prestante  e  laborioso;  e  para 
se  saber  o  bom  conceito  que  merece  aos  por- 
taenses,  e  as  jusias  sympathias  de  que  gosa 
na  segunda  capital  do  reino,  basta  vér-se  a 
preseverança  com  que  ha  dez  annos  tem  si- 
do escolhido  para  a  edilidade. 

NARAGHARtA  —  portngnez  antigo  —  la- 
ranjal, pomar  de  laranjeiras.  Os  hespanhoes 
ainda  dizem  naranja,  ^ 

Viterbo  diz  que  quando  para  Portugal  vie- 
ram as  laranjeiras  da  China,  já  cá  havia  la- 
ranjaes  ha  muitos  centos  de  annos. 

O  sr.  J.  P.  Ribeiro,  em  ama  nota  a  esta  pa- 
lavra de  Viterbo,  diz  que  só  as  laranjas  azê" 
das  podiam  ser  mais  antigas  em  Portugal  do 
fU£  as  doces  da  China.  Salvo  o  devido  res- 
peito aos  vastos  conhecimentos  do  sr.  J.  P. 
Ribeiro,  não  me  conformo  com  a  soa  opi- 
nião, 

Em  um  documento  que  existe  na  univer- 
sidade de  Coimbra,  datado  de  1261^  se  diz 
-*  Unam  leiram  haereditatis  juxta  vattum 
aurtinae  ipsius  Ecdesiae^  et  juxta  KÀBÀCaA* 

MM,  QUJUB  JfiBT  IBI  PLAMTATA* 


Não  se  acredita  facilmente  que  no  seca- 
lo  XIII  se  plantassem  laranjaes  só  de  larat^ 
jas  a^fêdas;  pois  que  n*esses  tempos  para 
muito  pouco  serviam,  visto  que  se  lhe  não 
davam  as  diversas  applicações  que  boja 
teem,  na  tinturaria,  e  nas  conservarias. 

É  mais  provável  que  da  China  nos  vies- 
sem desde  o  século  XVI,  outras  espécies  de 
laranjas,  porventura  mais  doces  do  que  as 
portuguezas,  e  que  por  essa  qualidade  fossa* 
geralmente  adoptada  a  sua  plantação. 

NARBASSOS  — antigos  povos  da  Lnsita^ 
nia.  Julga-se  habitarem  nas  Immediações  da 
actual  vilia  de  Freíxo-de-Espadaá-Cinta». 
em  Traz-os-Montes.  Ptolomeu  diz  que  eram 
visinhos  dos  vaeceos  (Horum  nUeriora  tenent 
VaccaeiJ,  e  estes  habitavam  em  Terras  de 
Miranda. 

Ptolomeu  trata  dos  narbassoSy  na  2.*  Tá- 
bua  da  Europa,  cap.  6.*,  na  descripção  da 
chancellaria  de  Rraga,  e  os  situa  em  kf9  da 
latitude  e  8*  de  longitude. 

NARIZ  —  fregnezia.  Douro,  concelho,  co- 
marca, bispado,  districto  administrativo  a  9- 
kilometros  ao  S.  de  Aveiro  (foi  do  extincto 
concelho  d*Eixo— depois,  passou  para  o  de 
Oliveira  do  Bairro,  e  em  18  de  dezembro  de 
1872,  passou  para  o  de  Aveiro),  245  kilo^ 
metros  ao  N.  de  Lisboa,  200  fogos. 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

É  terra  fértil.  Bom  vinho. 

Esta  flreguezia  não  vem  no  Port.  Sacr.  e 
Prof, 

NASGENÇAS— portugnez  antigo— amda 
usado  nas  provindas  do  N.— escrófulas  (ai" 
porcas),  leicenços,  carbúnculos,  tumores,  etc 
Também  se  diz  —  nascidas. 

NASCER,  e  NAGER— portuguez  antigo— 
sahhr,  apparecer,  apresentar-se  inopinada- 
mente, surdir,  etc 

NATIVIDADE  —Vide  Machêde. 

NATURA,  NATDRANÇA  e  NATUREZA^ 
portuguez  antigo — o  direito  que  algum  in- 
dividuo tinha,  de  !ter  naturai  (herdeiro)  de 
uma  egrejs,  mosteiro,  ou  oatro  qualquer  lo- 
gar  pio.  Também  a  ração,  alimentos  ou  di- 
nhein»,  que  por  este  direito  pertencia  ao  na- 
twaL 

Em  1311,  mandou  o  rei  D.  Diniz,  que  ri- 
coft-homens  e  ricas-donas»  infançSes»  etc. 


NAV 


NAV 


15 


não  fossem  desmesuradamente  comer  as  Na* 
turaSy  e  albergar  tio  Mosteiro  de  Vairao.  (Doe. 
do  mesmo  mosteiro.) 

De  um  documento  do  mosteiro  de  S.  Ben- 
to da  Ave-Maria,  da  cidade  do  Porto  (1337), 
consta  que  Martm  Femandez  da  Coynha^ 
renunciou  a  Natura,  Comedoria,  Casamento^ 
Cavalaria^  e  outro  qualquer  Direito^  que  po» 
desse  ter  no  mosteiro  de  Tarouquella. 

Outros  muitos  documentos  nos  provam  a 
existência  do  direito  de  natura. 

NATURAL  —  portuguez  antigo— filiio  ou 
descendente  dos  padroeiros  das  egrejas  ou 
mosteiros,  que,  como  taes,  se  aproveitavam 
dos  bens  que  seus  ascendentes  tinham  dei- 
xado aos  mosteiros  e  egrejas.  Por  esta  cir- 
cumstancia,  tinham  alli  Comedoria  certa^  ou 
raçiç  determinada.-^^  o  dito  Lourenço  An- 
nes  dissey  que  elle  era  Natural  do  dito  Uoes- 
teiro,  e  que  estava  em  posse  de  Comer;  e  que 
a  ellas  (fireíras)  nom  qufiría  fazer^  nem  fize- 
ray  força  nenhua^  mais  que  porque  lhe  nom 
queriom  dar  de  Comer;  pêro  lho  antepedira^ 
que  el  viera  ao  dito  Moesteiro:  e  que  tomara 
Vianda  pêra  st,  e  pêra  sa  gente^  assi  como 
El-Rey  mandava.  E  que  se  lhe  dizião^  que  el 
nom  era  Natural,  que  el  se  faria  Natural,  por 
El-Rey^  ou  pelo  Meirinho,  quando  Ihi  mister 
fosse :  e  que  de  todo  estava  em  posse^  e  que 
assi  o  provaria.  Porém  as  Donas  protesta- 
vão  que  lhes  fazia  força,  per  que  nom  era 
Natural,  nem  Herdeiro,  nem  estava  em  Pos- 
se. (Doe.  do  mosteiro  de  Ferreira  d' Aves,  do 
l.«  de  dezembro  de  1315.) 

NATUREZA— portuguez  antigo— natura- 
lidade—terra  onde  alguém  nasceu. 

NAUMAN— Vide  Nnmão. 

NAVAES— Vide  Nabaes. 

NAVAGEM—portuguez  antigo — também 
se  áitisL-^navegagem-^áfá  nave^  navio)— fre- 
te da  embarcação,  e  o  que  se  dá  nas  barcas 
de  passagem. 

De  um  arrendamento  da  camará  de  Mem- 
Corvo,  feito  em  1380,  consta  que  o  arrenda- 
tário devia  ter  a  Navagem  do  Porto  do  Poci- 
nho (Barca  do  Pocinho).  Da  mesma  palavra 
usa  o  rei  D.  Diniz,  em  uma  carta  para  a  mes- 
ma camará,  datada  de  1289,  (aliando  nV 
quella  barca. 

Em  1396^  D.  ioao  I,  doddia  que  a$  Bar- 


cos,  e  Navegajens  do  Douro,  desde  o  Porto- 
Velho  té  defronte  do  Prédo  (Perédo)  perten^ 
ceri^o  ao  concelho  de  Mem-Cârvo:  não  ob- 
stante a  Petição  do  Procurador  da  sua  BeeU 
Fazenda.  (Doe  da  camará  de  Moncorvo). 

NAVALHO  —  freguezia ,  Traz-os-Montes, 
comarca  e  concelho  de  Mirandeila  (era  da 
mesma  comarca,  mas  do  concelho  de  Lamas 
de  Orelhão,  que  foi  supprimido),  120  kílo- 
metros  a  N.  £.  de  Braga,  390  ao  N.  de  Lis- 
boa, 60  fogos. 

Em  1757  tinha  ÇO  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Purificação. 

Arcebispado  de  Braga,  distrtcto  admims- 
trativo  de  Bragança. 

O  commendador  de  Malta,  de  Poyares» 
apresentava  o  vigário,  coilado^  que  tinha 
3OM0O  réis  de  côngrua  e  o  pó  de  altar. 

NAVALHOS— serra.  Douro,  na  freguezia 
de  S.  Pedro  do  Paraizo,  concelho  do  Gastei- 
lo  de  Paiva.  £*  bastante  alta  e  do  seu  cume 
se  disfructa  um  formoso  e  vasto  panorama, 
vendo-se  serras,  bosques,  penedias,  valles, 
povoações,  e  a  cidade  do  Porto,  que  lhe  fica 
a  30  kilometros  ao  ONO. 

Ao  sopé  d*esta  serra,  passa  a  grande  zo- 
na carbonífera  de  Paiva,  e  a  estrada  de 
Arouca  para  o  Douro  (que  fica  5  iúlometros 
a  N.  O.)  assim  como  a  estrada  (crusando  a 
antecedente)  que  vae  de  Gabeçaes  para  So« 
brado  de  Paiva. 

Esta  serra  é  despida  de  arvores,  e  ap»* 
nas  produz  earqueija  e  uma  espécie  de  ur- 
ze, muito  enfezada,  a  que  chamam  queirosL 
Tem  muitas  pedreiras  de  quartzo  (seixo)  a 
algumas  de  schisto,  muito  friável  Ek  aqui 
muitos  afloramentos  de  ferro. 

NAVARRA— freguezia,  Minho.  Bslá  anne* 
xa  á  freguezia  de  Cráf|n».-*Vide  esta  pala- 
vra. 

NAVAS— portuguez  antigo— Campos  pla- 
nos, cercados  de  bosques. 

As  Navas  de  T<dosa,  são  celebres  pela  ba- 
taRia  que  n'eUas  deu,  e  grande  victoria  qaa 
alcançou  contra  os  mouros  (de  Mahomet 
IV)  D.  Affonso  VIU  de  GasteUa,  em  1212. 
Esta  victoria  foi  attribuida  a  intercessão  da 
Santíssima  Virgem,  cujo  retrato  sa  via  nas 
bandeiras  dos  christãos^  que,  emagraded* 
mento^  Iba  consagraram  aib$tinenciada.oar^ 


16 


NAV 


NIV. 


ne^  nos  sabbados^  a  qual  se  tinb^  deixado  de 
usar  em  toda  a  Hespa&ha. 

Fallo  n'esta  famosa  tatalha  por([ae  n*eUa 
se  distingaiu,  peio  sea  arrojo  e  disciplina,  a 
divisão  portugaeza  que  o  nosso  D.  Affonso 
II  mandou  em  anxilio  dos  castdhanos. 

NAVE— portaguez  antigo— termo  ainda 
hoje  usado  em  poesia— navio. 

NAVE— freguesia,  Beira-Baixa,  comarca 
e  concelho  do  Sabugal,  no  Riba-Còa,  120  kí- 
lometros  a  S.  £.  de  Lamego,  300  a  E.  de 
Lisboa,  200  fogos. 

Em  i757  tinha  1S8  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

Bispado  de  Pinhel  (foi  do  bispado  de  La- 
mego), districto  administrativo  da  Guarda. 

A  mitra  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
40i|;000  réis  e  o  pó  d»  altar. 

Para  ae  dííTerençar  das  outras  Naves,  se 
dá  a  enta  o  nome  de  Nave  do  Sabugal, 

A  esta  freguesia  está  annexa  a  de  Ruvi- 
noy  que  linha  em  1757, 41  fogee. 

Era  orago  d*esta  fregnezia,  o  Espirito 
Santo. 

O  reitor  da  freguezia  da  Nave  do  Sabugal, 
apresentava  o  cura,  que  tinha  60^000  réis 
de  rendimento. 

Na  freguezia  da  Nave  houve  um  convento 
de  fretras-terceirasfraiieiscanaa,  as  quaes 
eom  as  guerras  de  1476  a  1479,  .contra  os 
castelhanos,  fugiram  paraavilla  d* Almeida, 
enée  fundaram  o  convento  da  tua  ordem. 
IKestftmoslelro  (de  Almeida)  sahiram  as  fun- 
dadoras dos  mosteiros  de  S.  Ykente  da  Bei- 
ra, e  da  Madre  de  Deus,  em  Aveiro. 

NAl/Z  BE  HAVER— freguesia.  Beira  Bai- 
xa, no  Riba-Côa,  comarca  e  eooeelho  de  Sa- 
bugal (foi  do  extincto  concelho  de  Villar- 
Maior),  100  kflometros  a  S.  E.  de  Lamego^ 
320  ao  E.  de  Lisboa,  290  fogos. 

fim  1757  tinha  180  fogos. 

Orago  S.  Bartholomeu,  apostolo. 

Bispado  de  Pinhel  (foi  do  bispado  de  La- 
mego), districto  administrativo  da  Guanda. 

O  reitor  de  Viiiar  Maior  apresentava  o 
csDra,  que  tinha  iOifíOO  réis  de  côngrua  e  o 
pé  de  altar. 

A  esta  freguezia  está  annexa  a  do  Poço- 
VMêf  que  tinha  em  1757,  35  fogos. 
*  .0  rekor  dç  Yillar-Maior  apresentava  tam- 


bem  o  cura  d'esta  freguezia,  que  tinha  da 
côngrua  4il800  réis  e  o  pé  d'a]tar. 

Tinha  por  orago.  Nossa  Senhora  da  Cou- 
ceiçSo. 

Também  como  a  antecedente,  foi  do  bis* 
pado  de  Lamego  e  pertence  agora  ao  de  Pi* 
nhel. 

NAVE-REDONDA— freguezia,  BeiraBai- 
xa,  comarca  de  Pinhel,  concelho  da  Figuei- 
ra de  GastelioRodrigo,  18  kiiometros  a  N. 
E.  de  Pinhel,  15  ao  N.  de  Almeida,  348  ao 
E.  de  Lisboa. 

Em  1757  tinha  40  fogos. 

Orago  S.  Thiago,  apostolo. 

Bispado  de  Pinhel  (foi  também  do  bispa- 
do de  Lamego),  districto  administrativo  da 
Guarda. 

O  reitor  de  Castello  Rodrigo  apresentava 
o  cura,  que  tinha  40^000  réis  e  o  pé  de  al- 
tar. 

Esta  freguezia  está  ha  muitos  annos  an« 
nexa  á  de  GastelioRodrigo. 

Em  junho  de  1875  cahíu  uma  praga  de* 
vastadora  de  gafanhotos  sobre  as  povoações 
de  Nave-Redonda,  Matta  de  Lobos  e  AlmO' 
fallOj  chegando  a  invadir  as  aldeias,  .depois 
de  terem  devorado,  dos  campos,  as  batatas, 
trigos  tremezes  e  hortaliças.  Causaram  mui- 
tos e  grandes  pr^inízos. 

NAVES-^fi^guezia,  Beira-Baixa,  comarca 
de  Pinhel,  concelho  d' Almeida,  105  kiiome- 
tros a  S.  É-  de  Lamego,  360  ao  O.  de  Lisboa, 
65  fogos.  Em  1757  tinha  62  fogos. 

Orago  S.  Thiago  Maior,  apostolo. 

Bispado  de  Pinhel  (foi  do  bispado  de  La- 
mego), districto  administrativo  da  Guairda. 

O  vigário  de  GasielloBom  a[Nresentava  o 
cura,  que  tinha  7!fí07O  réis  e  o  pé  de  al- 
tar. 

NAVIO- freguezia,  Minho,  comarca  e  oon« 
eelho  de  Ponte  de  Lima,  24  kiiometros  a  O. 
de  Braga,  370  ao  N.  de  Lisboa,  70  fogos. 

Em  1757  tinha  39  fogos. 

Orago  o  Salvador. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

A  mitra  e  o  mosteiro  benedictino  de  Car- 
voeiro, apresentavam  alternativamente  o  ah< 
bade,  que  tinha  150^000  réis  de  rendimento 
e  o  pé  de.  altar ^ 


NAZ 


NAZ 


17 


NAZARETH,  NAZARETH  DA  RIBEIRA  oa 
RIBEIRA  DE  FRADES— fregaezia,  Doaro, 
concelho,  comarca,  bispado  e  districto  admi- 
nistrativo de  Coimbra,  200  kiiometros  ao  N. 
de  Lisboa,  i60  fogos. 

Orago  S.  Migael,  anchanjo. 

Esta  freguezia  não  yem  no  Port.  Sacr.  e 
Profano. 

É  terra  muito  fértil  em  todos  os  géneros 
agrícolas^  cria  bastante'  gado,  de  toda  a  qoa- 
Mdade,  e  é  abundante  de  peixe  do  rio  Mon- 
dego, e  do  mar,  que  lhe  vem  pelo  mesmo 
rio. 

NAZARETH-^(Nos3a  Senhora  de)— fieira- 
Alta.  Yi^e  Lourosa  (a  nltima)  a  pag.  466, 
i.*  col.,  no  fim,  e  seguintes,  do  4.«  vol. 

NAZARETH— (Nossa  Senhora  de)— Alem- 
tejo.  Extra-muros  da  cidade  de  Elvas,  ao  O. 
d'ella,  está  a  ermida  de  Nossa  Senhora  de 
Nazaretb,  construída  no  principio  do  século 
XVI.  É  redonda,  com  6",6  de  diâmetro,  ten- 
do só  um  altar  (recolhido  em  um  arco,  no 
corpo  da  parede)  onde  está  a  Padroeira.  A 
sacristia  foi  feita  em  1690;  o  que  cc^nsta  de 
uma  inseripçao  que  está  sobre  a  porta  prin- 
cipal. 

Faz-se-lhe  a  festa,  na  segunda  feira  depois 
de  domingo  da  Paschoella,  e  como  fica  per- 
to da  cidade,  é  muito  concorrida. 

(Vide  Ekas). 

NAZARETH-T  (Nossa  Senhora  de)  — po- 
voação, Extremadnra,  freguezia  da  Peder- 
neira, comarca  e  concelho  de  Alcobaça  (foi 
do  concelho  da  Pederneira,  até  á  sua  sup* 
pressão,  e  da  mesma  comarca). 

i05  kilometrosaoN.deLisboaenoseupa- 
triarchado,  districto  administrativo  de  Leiria. 

Situada  perto  da  Foz  do  Alcôa,  na  costa 
do  Oceano  Atlântico,  em  Z^  36*  de  lat.  N., 
e  40  de  long.  Oec. 

O  orago  da  freguezia  é  Nossa  Senhora  das 
Areias,  e  o  da  povoação  de  Nazaretb,  ó  Nos- 
sa Senhora  d*este  titulo. 

A  lenda  de  Nossa  Senhora  de  Nazaretb,  é 
uma  das  mais  poéticas  do  reino;  e  ha  seis 
séculos  serve  de  thema  para  formosíssimos 
rimances,  canções^  dramas  sacros,  e  soláos. 

Um  dos  mais  bellos  rimances  doesta  San- 
tíssima Virgem,  é  sem  contestação  o  do  nos- 
so chorado  e  mimosiâsimo  poeta  e  elegantis- 

YOLUMBYI 


simo  prosador,  visconde  de  Castilho,  faileci* 
do  em  Lisboa,  a  17  de  junho  de  1875. 
Principia  elle: 

A  fama  famosa  d'aque]le  milagre. 
Herança  que  herdamos  de  padres  e  avós, 
Á  gloria  do  alcaide  de  Porto  de  Mós 
Por  filhos  e  netos,  bem  é  se  consagre. 

Hoje  que  as  santas  crenças  dos  nossos  pães 
estão  tão  abaladas,  e  até  escarnecidas,  pelos 
Uvres  pensadores;  como  é  doce,  como  nos 
alegra  a  alma,  vermos  essas  crenças  sempre 
vivas  e  sempro  inabaláveis  no  coração  do 
nosso  povol 

Gomo  ó  consolador,  n'este  século  de  cor- 
rupção e  iniquidade,  chamado,  poi  iro- 
nia, secuio  das  luzes,  vermos,  não  só  con- 
servada, mas  ainda  progredindo  entre  os 
verdadeiros  portuguezes,  a  devoção  e  a  pie- 
dade! Debalde  Ob  antros  ignóbeis,  onde  se 
gera  e  pretende  propagar  o  scepticismo,  vo- 
mitam sobre  a  face  da  terra  toda  a  cast^  de 
sophismas^  calumnias  e  ignominias.  As  por- 
tas do  inferno  não  prevalecerão  contra  a 
egreja  de  Deus,  e  a  religião  catholica  está 
tão  arreigada  entre  a  maior  parte  dos  por- 
tuguezes, como  no  tempo  dos  nossos  passa- 
dos. 

Se  o  camartelh  cmlisador  derroca  e  ani- 
quilla  os  templos  vetustos  que  recordam  a 
fé  e  a  piedade  de  nossos  antepassados;  sem 
attençlo  á  sua  poética  architectura,  e  sem 
respeito  aos  factos  gloriosos  que  muitos  d'el- 
les  nos  recordam— vemos  com  prazer,  com 
a  mais  doce  consolação,  o  povo  levantar  no- 
vos templos,  erigir  novos  altares;  e  os  mo- 
numentos religiosos,  em  que  péze  aos  t7/u- 
mmadoSy  progredirem  e  multiplicar-se. 

Em  Braga,  vemos  o  grau  de  esplendor  a 
que  em  nossos  dias  tem  chegado  o  famosís- 
simo Sanctuario  do  Bom- Jesus;  e  a  erecção 
da  estatua  colossal  de  Nossa  Senhora  do  mon- 
te  Sameiro.  — Em  Guimarães,  os  modernos 
afermoseamentos  do  Sanctuario  de  Nossa  Se- 
nhora da  Penéda,  e  a  reedificação  da  históri- 
ca egreja  de  S.  Miguel.^Em  Lamego,  o  des- 
envolvimento hodierno,  do  Sanctuario  de 
Nossa  Senhora  dos  Remédios.— No  Alto-lfi- 
nho,  a  construcção  de  novas  ermidas.— Na 

2 


18 


NAZ 


NAZ 


dd&de  do  Porto,  a  fandaçao  de  três  novas  e 
formosíssimas  capellas  ( Agramonle,  Boa-Vís- 
ta,  e  Aguardente).— FinalmeiHe  por  todo  o 
rei  no  se  observa  com  prazer,  qae  a  devoção 
aos  templos  e  ás  santas  imagens  qne  os  ador- 
nam, longe  de  enfraquecer,  reverdece. 

Um  dos  mais  consoladores  testemunhos 
da  piedade  do  nosso  povo,  é  a  constante  e 
indelével  devoção  a  Nossa  Senhora  de  Na- 
za^eth,  e  as  ampliações  e  aformoseamentos 
que  n'estes  ultimes  annos  se  teem  feito  n^es 
te  templo  monumental. 

Deixando  digressões  com  que  alguns  dos 
leitores  talvez  não  sympathísem,  narremos 
SDOintameote  a  lenda  poetici  de  Nossa  Se- 
nhora de  Nazareth,  tendo  em  vista  o  que 
disse  o  nosso  sempre  chorado  padre  Malhie, 
em  um  sermão  doesta  Santíssima  Virgem. 

cN*esta  grandiosa  Legenda, 
não  ha  nada  que  não  esteja 
em  perfeita  harmonia  com  as 
crenças  do  género  humano, 
com  os  ensinos  d^  religião,  e 
com  a  historia  do  culto  da 
Virgem.  • 

O  sangue  dos  martyres  correra  por  três 
séculos,  em  todos  os  paizes  do  vasto  impé- 
rio romano,  até  que  Constantino,  filho  de 
Constâncio  Chioro  e  de  Santa  Helena,  foi 
proclamado  imperador,  pelas  legiões  da  Bre- 
tanha, depois  da  morte  de  seu  pae,  no  anno 
307  de  J.-C. — mas  não  gosou  em  paz  os  pri- 
meiros annos  do  seu  império. 

Maximiano  Hercules,  que  tinha  abdicado, 
retoma  o  titulo  de  imperador.  —  Maxencio, 
seu  filho,  é  proclamado  em  Roma.  —  Gale 
rio,  faz  dar  a  púrpura  a  Licínio,  e  seis  im- 
peradores reinam  simultaneamente. 

Constantino,  colligado  com  Lieinio,  trium- 
pha  de  Maximiano,  de  Maxencio,  e  de  Gale- 
rio,  e  fiea,  com  Lieinio,  senhores  de  todo  o 
império,  em  313. 

Os  christãos,  protegidos  por  Constantino, 
respiram  por  algum  tempo;  mas  as  divisões 
não  tardam  a  apparecer  entre  os  dois  impe- 
radores, e  Lieinio,  por  ódio  ao  seu  rival,  ae 
toma  perseguidor  implacável  dos  christãos. 
A  guerra  se  declara  entre  os  dois  impera- 


dores, e  Constantino  aniqnilla  o  exercito  do 
seu  contrario,  em  323,  junto  á  cidade  4e 
Adrianopoles,  e  manda  pouco  depois  estran* 
guUr  Lieinio. 

Constantino,  tornado  senhor  de  todo  o  ioi- 
perio,  abraça  o  christianismo,  abolindo»  por 
um  decreto,  o  culto  dos  falsos  deuses. 

Depois  de  30  annos  de  reinado,  Coatanti- 
no  Magno  morre  em  Nicomedia  (Ásia),  no 
auo  1090  da  ftandação  de  Roma.  (337  de 
Jesas-Christo.)  ^ 

Poucos  annos  de  paz  teve  a  egreja  chria- 
tan.  Ainda  em  vida  de  Constantino,  o  here* 
siarcha  Ario,  fundou  a  seita  dos  arianM^  que 
odiavam  tanto  os  catholieos,  como  os  prt- 
prios  idolatras.  Outras  heresias  rabeniarav 
entre  os  christãos»  mas  o  que  sobretudo  con- 
correu mais  para  novas  perseguições,  foi  a 
apostasia  do  ímpio  e  cruel  imperador  Jtt- 
liano. 

Á  Península  hispânica,  distante  como  es- 
tava de  Roma,  chegaram  menos  as  ultimas 
perseguições,  e  os  christãos  tinham  aqai 
mais  seguro  abrigo;  por  isso,  para  cá  fugi- 
ram muitos  christãos  do  Oriente,  no  4.*  sé- 
culo. 

Foi  por  este  tempo,  segundo  a  lenda»  que 
o  monge  grego,  Cyriaco,  fugindo  para  Be- 
thlem  de  Judà,  levou  eomsigo  a  imagem  dâ 
Virgem  de  Nazareth,  e  a  deu  a  S.  Jeronymo» 
que  a  mandou  a  Santo  Agostinho,  bispo  de 
Hypponia,  qne  estava  na  Africa;  e  este  a 
mandou  para  o  mosteiro  hispânico  de  Caa- 
liniana  (a  i2  kilometros  de  Merida),  e  foi 
aqui  qne  lhe  deram  o  titulo  de  Nazarethy 
por  ter  vindo  da  terra  natal  da  Senhora. 

«Cavar  peias  minas  de  fundas  verdades, 

É  nobre  fadiga; 
Mas  contos,  contados  de  edades  a  edades» 
Tem  força  de  encanto,  que  a  todos  obriga.» 

(Castilho— N.  Sr.*  de  Nazareth.) 

Vamos  pois  saber  como  a  imagem  da  Vir- 
gem de  Nazareth,  veio  ter  ás  praias  da  La- 
sitania. 


I     1  Jesus-Christo  nasceu  no  anuo  7^  da 
!  fundação  de  Roma. 


NAZ 


NAZ 


14 


«Em  campos  de  Gnâdaleta 
Aeabadò  se  «ra  o  dia, 
Co'o  dia  a  grande  batalha, 
Go*a  batalha  a  monardiia.» 

(Idem.) 

Egíea,  sobrinho  do  santo  rei  Wamba,  e 
genro  de  Ervigio»  sen  antecessor,  snbia  ao 
throno  dos  godos,  em  ^7. 

Yitnlo,  eondò  de  GalJjza,  ambicionando  o 
thiooo,  revoiíou-se,  mas  foi  aníguiilado.  O 
lei  nomeia  seu  filho  Witiza,  soberano  das 
terras  rebeladas,  ficando  elle  com  o  resto 
da  Hespanha  e  com  a  Gallia  Narboneza.  Por 
sna  morte  (701)  fieon  Wulaa  senhor  de  todo 
o  império  gothieo,  e  foi  o  Nero  das  Hespa- 
Bhas.  Permitiia  a  polygamia,  negon  a  obe- 
diência espiritual  ao  f^pa,  arrazoa  as  forta- 
lezas do  reino,  t  e  foi  nm  poço  de  tícíos  e 
um  compendio  de  iniquidades. 

Em  707,  D.  Rodrigo  e  seu  irmão,  Acosta, 
filhos  do  príncipe  Theodofredo,  expulsaram 
Witiza  do  throno,  e  o  primeiro  foi  gostosa- 
mente acclamado  rei,  pelo  povo,  mas,  bem 
de  pressa  egualou  o  seu  antecessor,  nos  ví- 
cios mars  escandalosos. 

A  nação,  desmoralisada,  desunida  e  debi- 
litada por  dois  suecessivos  reinados  de  igno- 
minias, forjada  traição  do  conde  Jalião  e  de 
seu  irmào  Oppaa,  bispo  de  Hispalis,  e  des- 
truídas a3  fortalezas  do  reino,  é  este  inva- 
dido, em  713,  por  Tarik,  (ou  Tari/)  Aben- 
Zarca,  á  frente  de  um  exercito  de  12:000 
homens  —  grande  parte,  de  cavallaria. 

D.  Rodrigo,  manda  à  pressa  armar  os  po- 
vos^ e  deu  o  commando  dos  cbrístaos  a  seu 
sobrinho,  o  prindpe  D.  Affonso;  mas  este  é 
morto,  logo  no  principio  da  batalha,  e  os 
godos  são  completamente  desbaratados. 

D.  Rodrigo  vae  de  Toledo  accudir  ás  suas 
tropas,  roas  quando  chegou.  Já  os  mouros, 
com  os  dois  traidores  e  os  seu9,  tinham  pas- 
sado o  Estreito,  carregados  de  ricos  des- 
pojos. 

0  rei  manda  reparar  as  fortalezas  e  levan- 
tar tropas;  mas  Tarik  e  Julião  não  dão  tempo 
a  estes  preparativos,  e  tomam  a  invadir  a 

1  Por  conselho  do  seu  grande  valido,  o 
traidor  conde  Julião  (vide  Covilhcm)  talvez 
já  «mão,  aliíado  secreto  dos  mouros. 


Hespanha,  com  um  numerosissimo  exercito* 

D.  Rodrigo  foi  ao  seu  encontro  (nos  cam- 
pos de  Guadaleter)  com  ym  exercito  ainda 
mais  numeroso,  mas  composto  de  gente  bi- 
sonha, mal  armada  e  sem  disciplina  nem 
pratica  da  guerra. 

Nunca  na  Península  se  deu  tamanha  e  (ao 
cruento  batalha,  nem  antes  nem  depois.  Du- 
rou oito  dias,  e  o  rei  é  os  seus  obraram  pro- 
dígios de  valor  e  heroicidade;  porem  a  dia* 
dplina  e  a  superioridade  das  armas  deram 
a  vietoría  aos  mouros,  e  a  monarehia  gochica 
deixou  de  existir. 

D.  Rodrigo,  vendo  a  batalha  e  o  reino  per- 
didos, foge  para  Merida,  vestido  de  pastor,  • 
esconde-se  no  mosteiro  de  Cautiniana,  dan- 
do-se  só  a  conhecer  ao  seu  abbade.  Ro- 
mano. 

Chegara  aqui  só  e  a  pé,  porque  o  seu  ca- 
vallo  de  batalha,  Orelia,  eahíra  morto  de 
cansaço. 

f  Onde  te  vá?,  D.  Rodrigo. 
Tao  só,  com  tanta  agonia? 


Já  váe  a  pé,  do  ginete 
Que  mais  correr  não  podia: 
Go*o  saial  de  um  pegureiro 
Trocou  galas  que  trazia.» 
(Castilho  — Nossa  Senhora  de  Nazareth.) 

Não  se  Julgando  ainda  seguro  no  mostei- 
ro, foge  com  o  abbade  Romano,  em  directo 
ao  0„  e  só  param  na  costa  do  Occeano,  onde 
hoje  é  a  villa  da  Pederneira. 

Deserto  fica  o  mosteiro 
Mosteiro  de  Cauiiana; 
Peregrinos,  rei  e  monge 
Hão  passado  o  Guadiana. 


Encommendaram-se  á  Virgem, 
Sna  guia  soberana, 
E  vãose  embrenhando  ás  cegas 
Pela  terra  lusitana.» 

(ídkm). 

Romano  trazia  uma  caixa  com  relíquias 
que  Santo  Agostinho  mandara  de  Africa» 


20 


NAZ 


NÂZ 


IMura  o  mosteiro,  e  D.  Rodrigo  trazia  a  san- 
ta imagem  da  Senhora  de  Nazareth. 

Daroa  esta  jornada  26  dias,  porqne  eaoii- 
nhavam  por  brejos,  bosques  e  penedias,  pa- 
ra se  livrarem  de  encontros  e  de  povoações, 
e  chegaram  aqui  a  2  de  novembro  de  713. 

Viram  um  monte,  alto  e  escabroso,  e  subi- 
ram a  elle.  Chegando  ao  sen  vértice,  acha- 
ram ama  sepultura  com  o  symbolo  da  re- 
dempção,  o  que  tiveram  por  bom  agouro.  ^ 

Era  o  sitio  asado  para  a  penitencia  e  para 
a  contemplação  das  cousas  celestes;  e  pela 
sua  aridez,  não  convidava  a  visitas  de  estra- 
nhos; pelo  que  resolveram  viver  n'este  de- 
serto. 

Janto  à  cruz,  collocaram  a  imagem  da  Se- 
nhora e  o  caixão  das  relíquias. 

O  leito  dos  dois  anachorétas  era  a  ierra 
pedregosa  do  monte,  luio  tendo  por  eobertu- 
la  mais  do  que  as  estrellas.  Sustentavam  se 
de  raizes,  hervas  e  íructos  silvestres,  que  vi- 
nham procurar  ao  sopé  do  monte,  e  de 
quatro  pães  de  cevada,  que  um  pastor  lhes 
trazia  todas  as  semanas;  e  a  sua  única  be- 
bida era  agua  de  uma  pequena  fonte  que  alli 
aeharam. 

Passados  alguns  dias,  desejou  D.  Rodrigo 
viver  só,  em  vista  do  que  Romano  se  foi  ha- 
bitar outro  monte  que  ficava  fronteiro  e  qua- 
si  nas  mesmas  condições;  e  para  lá  levou  a 
santa  Imagem  e  as  relíquias,  deixando  só  o 
crucifixo  que  tinham  achado  junto  da  sepul- 
tura. 

Romano,  na  sua  nova  habitação,  achou 
uma  lapa  entre  rochedos,  e  alli,  em  um  altar 
improvisado,  collocou  os  objectos  sagrados, 
mettendo  dentro  do  caixão,  um  pergaminho 
com  a  historia  da  imagem,  e  da  sua  peregri- 
nação desde  a  Grécia  até  alli. 

Tínhamos  dois,  certos  signaes  convencio- 
nados, pelos  quaes  se  correspondiam,  d*um 
para  o  outro  monte.  Poucos  dias  depois  da 
separação,  vendo  D.  Rodrigo  que  seu  com- 
panheiro não  correspondia  aos  signaes  que 


1  Esta  cruz  e  crucifixo,  ainda  se  conser- 
vam na  sacristia  da  egreja  de  S.  Bartholo- 
meu,  que  depois  foi  edificada  no  cume  do 
monte  que  da  egreja  tomou  o  nome,  e  é  on- 
de vieram  ter  os  peregrinos.  Ghamava-se 
então  monte  Siano. 


lhe  fazia,  se  foi  ao  monte  Siano,  e  achou  õ 
abbade  morto  (23  de  março  de  7i6.) 

D.  Rodrigo  o  enterrou  junto  da  lapa  onde 
estava  a  Senhora. 

A  completa  solidão  d*este  deserto,  atterroa 
o  infeliz  monarcha,  qae  fugiu  d'este  sitio;  e 
a  darmos  credito  á  tradição  e  a  alguns  es- 
criptores,  foi  terminar  os  seus  dias  a  10  lé- 
guas de  Yizeu,  em  um  sitio  chamado  então 
Fetal  (3.«  vol,  pag.  161,  eol.  2.*),  sendo  se- 
pultado na  egreja  de  S.  Miguel.  Gonsta  qu» 
na  campa  se  poz  esta  inscrlpção: 

UC  EIQinMCIT  lODBUCDS,  QLTIHM  MX  OOTIUMUni 

Consta  que,  passados  alguns  séculos,  foran» 
seus  ossos  transportados  para  Casteila. 

Co'as  mãos  em  vão  sobre  o  abysmo, 
Trepidar  e  descahir,  . 
Ennovelar-se  erriçado. 
Pular  a  traz,  reftigir. 
Um  cavallol  e  o  bom  Dom  Puas, 
Que  o  arremeçára  até  alli, 
Saltar  por  terra—clamando — 
—«Por  ll.  Senhora— é  por  til»— 

«  (Idem.) 

Quatrocentos  e  sessenta  e  três  annos  eram 
passados,  desde  que  D.  Rodrigo  havia  dei- 
xado o  monte  Siano,  e  que  a  imagem  da  Vir- 
gem jazia  ignorada  e  só  no  seu  asylo  de  ro- 
chedos. 

Os  sequazes  de  Mafoma  jà  não  domina- 
vam ovantes  e  despóticos  em  toda  a  Penín- 
sula; que  os  descendentes  do  immortal  Pe- 
lalo  e  de  seus  valorosos  capitães,  desde  as 
cavernas  Inaecessiveis  de  Covadonga,  ti- 
nham levado  trinmphante  o  lábaro  sagrado 
da  cruz,  até  aos  confins  das  Hespanhas,  e 
palmo  a  palmo,  á  custa  de  sanguinolentas 
batalhas,  tinham  resgatado  do  poder  dos  in- 
fiéis a  maior  parte  da  terra  querida  da  pá- 
tria. 

Corria  o  anno  1179— o  nosso  primeiro  rei, 
jà  septuagenário,  mas  com  toda  a  bravura, 
com  toda  a  robustez  da  juventude,  traçava 
com  o  seu  longo  e  pesado  montante,  novos 


NÂ2 


NâZ 


21 


limites  a  Portngal,  e  havia  arremeçado  os  fi- 
lhos do  Islam  para  as  margens  extremas  do 
Gaadiana,  vendo-se  circamseriptos  ao  sea 
reino  do  Al-Gharb, 

Ainda  assim,  não  era  em  paz  qae  os  por* 
tngaezes  se  achavam  senhores  da  terra  res- 
gatada da  pátria.  Por  muitas  vezes,  os  ka- 
lifas  de  Córdova,  os  imperadores  de  Marro- 
cos, e  os  reis  de  Sevilha,  Badajoz,  Silves  e 
outros,  invadiam  o  território  christao,  que 
só  abandonavam  depois  de  repetidas  o  obsti- 
nadas batalhas. 

Foi  por  este  tempo  que  uns  pastores  ehris- 
tSos,  subindo  ao  alto  do  monte  Siano,  desco- 
briram a  imagem  de  Nossa  Senhora  de  Na- 
zareth,  escondida  na  sua  lapinha,  e  em  breve 
esta  noticia  se  divulgou  por  todos  aquelles 
contornos. 

Um  dos  mais  queridos,  dos  mais  extre- 
mados e  dos  mais  destemidos  cavalleiros  de 
D.  Affonso  Henriques,  era  seu  irmão  natu- 
ral, D.  Fuás  Roupinho,  aleaide-mór  de  Por- 
to de  Mós.  (Vide  Porto  de  Mós.) 

Teve  elle  também  noticia  do  apparecimen- 
to,  e,  como  então  estavam  os  mouros  encur- 
ralados nos  seus  domyiios,  costumava  D. 
Fuás  sahir  muitas  vezes  á  caça,  pelas  gan- 
darás  e  mattos  do  Camarçõo  (vol.  4.%  pag. 
19,  col.  i.*)  que  fica  entre  Porto  de  Mós  e  o 
Oceano,  e  que  eram  muito  abundantes  de 
«aça. 

Instigado  pela  curiosidade,  subiu  ao  alto 
úo  monte  Siano,  e  viu  então,  entre  dois  gran- 
des penedos,  uma  casinha  ou  cella,  tosca- 
mente feita  de  pedra  sécca,  e  quA  denotava 
grande  antiguidade.  Descendo  pela  quebra- 
da que  se  fazia  entre  os  dois  penedos,  en- 
trou na  humilde  lapa,  onde  viu,  sobre  um 
pequeno  altar,  a  santa  imagem  da  Virgem, 
que  depois  muitas  vezes  foi  visitar. 

£m  118i,  Gamir,  rei  mouro  de  Merida 
{Extremadura  hespanhola),  vem  pôr  céroo 
a  Porto  de  Mós.  Não  «consentia  o  animo  do 
aksaide  e  asua  intrepidez  legendaria,  vér^se 
encurralado  pelas  hostes  agarenas;  pelo  que, 
uma  noite,  sie  do  castello,  e  dà  inopinada- 
mente sobre  os  mouros,  com  tal  valentia, 


que  os  pôz  na  maior  confusão,  julgando  que 
todo  o  poder  dos  chrlstãos  vinha  sobre  elles^ 
e  se  pozeram  em  fuga  desordenada.  Os  por- 
tugueses os  perseguem  e  exterminam.  Ga- 
mir, e  alguns  chefes  principaes,  são  feitos 
prisioneiros,  e  os  seus  thesouros,  e  as  gran- 
des riquezas  que  haviam  roubado  aos  chris- 
tãos  na  sua  passagem,  cabem  em  poder  do 
intrépido  alcaide,  que  tudo  vae  a  Coimbra 
depor  aos  pés  do  rei;  que  o  abraçou  reco- 
nhecido, e  lhe  deu,  para  elle  e  seus  solda- 
dos, grande  parte  dos  despojos. 

Corria  o  anno  de  1181,  e  a  14  de  setem- 
bro (dia  em  que  a  egreja  celebra  a  exalta- 
ção da  Santa  Cruz),  andava  D.  Fuás  no  seu 
exwcicio  favorito,  da  caça.  Estava  a  manhan 
de  nevoeiro  cerrado,  e  o  alcaide  galopava  ver- 
tiginosamente em  seguimento  de  um  grande 
veado,  que  se  encaminhava  para  o  mar.  Sem 
vér  o  imminente  perigo,  D.  Fuás  se  achou 
na  ultima  ponta  de  um  rochedo,  de  mais  de 
200  braças  de  altura,  perpendicular  sobre  o 
Oceano. 

Em  tão  terrífico  perigo,  e  apenas  a  dois 
palmos  da  extremidade  da  rocha,  e  quasi 
dependurado  sobre  o  abysmo,  o  cavalleiro 
invoca  a  protecção  de  Nossa  Senhora  de  Na- 
zareth,  e  o  cavallo  pára  de  repente,  ficando 
tão  firme  como  se  fosse  uma  peça  da  mes- 
ma rocha,  e  assim  salvou  a  Senhora,  de  uàia 
morte  horrível,  o  cavalleiro  christao. 

As  ferraduras  dos  pés  do  cavallo,  ficaram 
impressas  na  rocha,  e  ainda  lá  se  conserva 
este  signal  do  milagre. 

D.  Fuás  se  dirígiu  á  capellinha  do  monte, 
a  dar  graças  á  Santíssima  Virgem,  por  se  ttr 
dignado  obrar  tamanho  prodígio  em  seu  fa- 
vor, e  lhe  fez  solemne  promessa  de  edgir- 
Ihe  um  templo. 

Ficou  n'este  monte  alguns  dias,  mandan- 
do vir  de  Leiria  e  de  Porto  de  Mós,  os  pe* 
dreiros  sufficientes  para  construírem  a  ca- 
pella;  á  qual  logo  se  deu  principio. 

Quando  se  demolia  a  antiga,  acharam  met- 
tida  entre  as  pedras  do  altar,  uma  caixinha, 
ou  cofre,  de  madeira  delgada,  forrada  de  se- 
da, de  um  palmo  de  comprido,  e  dentro  d*ei- 
la,  relíquias  de  S.  Bartholomeu»  de  S.  Braz  a 


MZ 


NAZ 


dt  outros  santos---  e  um  pergamiDfao  em  que 
se  dava  rela^  de  como  e  em  que  tempo 
fiíeram  alti  ter  aqaellas  relíquias  e  a  íom^ 
fom  da  Senkora;  que  é  como  já  fiea  refe* 
rido. 

Fez»se  brevemente  uma  eapella  de  aboba* 
da,  segundo  a  arcbitectura  d'aqQelle  tempo. 
B»  sobre  o  mesmo  logar  em  que  a  senhora 
estivera,  e  para  ser  vista  de  todas  as  partes» 
a  deixaram  aberta,  com  quatro  arcos,  que, 
com  o  andar  dos  tempos,  se  fecharam,  para 
evitar  os  damnos  que  as  chuvas  e  tempes- 
tades  faziam  dentro  do  templo. 

A  esta  ermida  se  dá  lioje  o  nome  de  ca- 
peUa  da  mtmoria. 

Sobre  os  quatro  arcos  já  referidos  tem 
imagens,  ou  estatuas,  de  pedra. -«-No  pri- 
meiro, a  da  Virgem  ^  no  segundo,  a  de  S. 
Bartholomeu  e  &  firaz  —  no  terceiro,  a  do 
rei  D.  Rodrigo,  com  a  imagem  da  Senhora 
noa  braços  —  e  no  quarto,  a  de  um  frade^ 
€om  um  eofre  nas  mãos.  É  o  saAto  fi^i  Ao« 


Debaixo  doestes  arcos,  estava  a  lapa,  ou 
gruta  onde  frei  Romano  eoilocou  a  santa 
imagem,  e  porque  estava  entulhada,  desde 
quando  se  fez  o  pavimento  da  capella,  o  dou- 
tor frei  Bernardo  de  Brito  e  outros  devotos, 
a  mandaram  desentulhar,  em  1600^  fabrican- 
do lá  em  baixo,  outra  capellinha»  figurando 
a  lapa,  onde  a  Senhora  estivera  perto  de  cin- 
co séculos.  Desce-se  para  esta  eapella  sub- 
terrânea, por  uma  escada,  que  está  á  direi- 
ta de  quem  entra  na  egr«*ja. 

Suppõe-se  que  também  n'esta  lapa,  en- 
terrou D.  Rudrigo  a  frei  Romano,  pois  que 
se  tem  n'este  logar  achado  alguns  ossos  hu- 


No  arco  que  fica  á  direita,  ao  descer  a  re- 
liMida  escada,  está  uma  inseripçâo  gravada 
em  uma  pedra,  composta  (a  inscripçào)  por 
frei  Bernardo  de  Brito,  segundo  consta  da 
sua  Monarchia  LutUãníL  Foi  nundada  abrir, 
em  mármore,  pelo  doutor  Ruy  Lourenço,  en- 
tão provedor  da  comarca  de  Leiria»  e  super- 
luiendente  ou  visitador  d'esta  capella.  Diz 


SACBÀ  VmcmiS  MARIAB  VEtnANDA.  IMAGO, 
▲  mUfASTIRIO  CAUUHUIIO  PftOPBB  BHBUTAU, 


QBO  GOTUORUM  TUfPOAX  (Á  NAláREra  TAANfrf 
lata)  MIBACULIS  GLAKBRAT  Uf  GSMKaAU  HlSh 
PAMAB  GLADB  AMNO  BNI.  71^  Á  ROMAKa  M0« 
NACHO,  GOlirfE,  I3T  FBRTOK,  ROOnRIGO  RBIQ» 
ADHANC  BXTRBIiAlf  0RBI8  PARTBII  ADDl CrVOB^ 
IM  Q\Sá  dum  UNUS  MDRITUR,  ALTBR  PR0FiSG10l<^ 
TUR  PER  469.  AMÍ«0S  IMTBR  DUO  BABC  PRA»* 
RUPTA  SAXA  SUB  PARVO  DELITUIT  TUOURIO: 
DBINDB  Á  FUA  ROPINIO,  P0RTU8  MOLARUM  DIM> 
GB,  ANNO  DHL  1182,  {JiT  IPSB  iff  DONATiOlfS 
TBSTATUR)  inventa,  dum  INCAUTB  AGITATO 
BQUO  FUGAGEM,  FITUMQUE  FORTE  INSEQUITUB 
GERVUàl,  AD  ULTIMUMQUE  IMMANIS  HUJUS  PRAE» 

gipitt  cuneum,  jam  jam  ruiturus  acgedit, 
nominb  virginis  invocato,  á  ruína,  et  mor* 
tis  faugibus  breptus,  hog  el  prius  deoigat 
sacellum:  tandem  á  ferdinando  portugal- 
liae  rege,  ad  maius  aliud  templum,  quodi 
pse  á  fundamentis  erexerat,  tran6fertdr, 
anno  dni  i377.  v1r6ini,  et  perpetuitate,  d. 
o.  fr.  b.  d.  b.  £x  voto. 

Em  frente  doesta,  estáoutraioscripçãoi,  em 
portuguez,  que  ó  a  traducçao  da  aateoedenr 
te,  mas  augmentada  pelos  irmàos.-~Diz  as* 
sim: 

A  sagrada  e  veneranda  imagem  da  Virgem 
Maria^  sendo  trazida  da  cidade  de  Naza* 
relhy  resplandeceu  em  tempo  dos  godos,  ceen 
milagres,  no  mosteiro  de  Cauliniana^  junto 
á  cidade  de  Meeida.  Foi  trazida  a  esta  uUi'' 
ma  parte  do  mundo,  pelo  monge  Romano^ 
sendo-lhe  companhia^  el-rei  D.  Rodrigo^  no 
anno  de  Christo  7Í4,  em  que  aconteceu  a 
perda  geral  de  Hespanka.  E,  como  o  monge 
morresse,  e  el-rei  se  partisse,  ficou  aqui  es* 
condida,  em  uma  pequena  choça,  poeta  entre 
estes  dois  escabrosos  penedos,  por  espaço  de 
468  annos.  E  sendo  depois  achada  por  Ik 
Fuás  Roupinha,  capitão  de  Porto  de  Mós,  fif 
anno  de  ÍÍ82,  como  elle  próprio  testefica  em 
sua  doação,  suocedeu  que  arremeçando  m** 
consideradamente  o  caioallo,  no  alcance  d'um 
veado,  que  lhe  fugia,  e  por  ventura  era  /In- 
gido,  e  hindo  já  para  ceàir,  na  ultitna  poMr 
ta  doeste  despenkaddro,  invocando  o  nome  da 
Virgem,  foi  livre  da  queda  e  mais  da  merêe^ 
e  lhe  dedicou  esta  primeira  ermida.  Fmeâ* 
mente,  foi  trasladada,  por  el-rei  D.  Femau'^ 
dOf  de  Portugal  a  esse  outro  templo  meâorf 


NAZ 


NAZ 


33 


que  elU  mandou  levant<m\  desde  os  primei- 
m  fundamenêos.  no  anno  deíS77.  E  o  dou- 
tor,  frei  Bernardo  de  Brito,  dedicou  esta 
ekra  á  Virgem  e  á  eterna  lembrança^  por 
voto  que  tinha  feito. 

Até  aqui  ó  a  tradacçao  da  inscripçao  la* 
lina — e  diz  mais: 

Como  consta  da  Monarchia  Lositana,  do 
mesmo  frei  Bernardo  de  Brito,  2*  parte,  fi. 
39Í,  e  se  acha  conforme  as  tradições  anti^ 
gas,  ser  esta  sacrosanta  imagem  da  Virgem 
de  Nazareth,  olnrada  pelas  m&os  de  S.  José, 
na  própria  presença  da  mãe  de  Deus,  e  en- 
carnada por  S.  Lucas;  e  que  de  Nazareth  a 
trouxera  Cyriaco,  monge,  a  S.  Jeronymo,  a 
Belém,  donde  o  dito  santo  a  entiára  a  Santo 
Agostinho,  a  Africa,  sendo  bispo  de  HippO' 
nia,  e  d'áki,  este  santo  bispo  a  enviou  ao 
mosteiro  cauUniano,  do  qual  a  trouae  Ro- 
mano, na  companhia  de  el-rei  D,  Rodrigo, 
uHimo  dos  godos,  aié  áqueile  monte  de  S,  Bar- 
tholomeu,  até  então  monte  Sião,  onde  acha* 
ram  aquelle  milagroso  crucifixo,  que  está  na 
sacristia,  e  d^ahi  a  dias,  para  este  togar,  em 
que  ficou  debaixo  da  terra,  os  ditos  468  on- 
nos,  em  que  appareceu  ao  tal  cavalleiro,  D. 
Fuás,  no  dito  anno  de  1182.  O  devoto  que  o 
letreiro  traduziu,  pede  u^na  Ave  Maria  a  es- 
ta Senhora  de  Nazareth.  Anno  de  1623. 

Colloeada  a  Senhora  Da  saa  nova  eapeUa, 
teve  logo  grande  oooeorreneia  dos  Úm,  sen- 
do dos  primeiros,  o  rei  O.  Affunso  Menríqaes, 
a  quem  D.  Puas  tinha  contado  todo  o  aeon* 
tecido.  O  rei,  acompanhado  de  seu  Qiho  D. 
Sancho  (depois  I),  e  dos  prlncipaes  da  soa 
c6rte,  vieram  visitar  a  Senhora. 

Com  aactorisação  do  rei,  fez  D.  Faas  ama 
doação  à  Senhora,  de  certa  extensio  de  terra, 
qne  é  o  sitio  e  limites  em  qae  a  eapeila  está 
Ãindada,  e  qae  então  eram  mattos  bravos,  e 
hoje  areaes  de  somenos  prodacção. 

N'esta  doação,  qae  por  extensa  não  copio, 
diK  D.  Faas,  ser  governador  de  Porto  de  Mós 
e  da  terra  de  Aloardos  até  Leiria  e  Torres- 
Yedras  ^  e  termina  assim: 

iPara  que  nenhum  homem  de.  nossa  nem 
de  estranha  geração  eontravenha  a  isto  que 

*  Os  que  qulzerem  ler  esta  doação  na 
sua  integra,  vpjam  Sanctuario  Maríanno, 
looL  2.%  pag.  169. 


fazemos,  a  qaal  cousa  intentar,  pague  ao 
senher  da  terra  trezentos  maravidis,  e  a 
carta  todavia  permaneça  em  seu  vigo]>— e 
além  á'isso,  seja  exeommungado  e  em  com- 
panhia do  falso  Judas  experimeaie  as  penas 
ialema«8. 

Foi  feito  o  processo  d'eate  testamento,  aos 
10  de  dezembro  da  era  de  Gesar,  de  1220, 
que  é  do  nascimento  de  Ghrlsto  de  1182.» 

A  imagem  esteve  na  eapeila  que  lhe  edifi- 
cou D.  Fuás  Roupioho,  até  1377;  sendo  então 
trasladada  para  a  sua  actuai  egreja.  Estalei 
reedificada  e  ampliada  pela  rainha  D.  Leo- 
nor, mulher  de  D.  João  II,  irman  do  rei  D. 
Maauel  e  filha  do  infante  D.  Fernando.  O 
rei  D.  Manuel  a  cercou  de  alpendres.  No 
anno  de  1600  se  lhe  fez  o  pórtico  com  as 
eseadas.  No  tempo  de  D.  Affonso  VI,  se  lhe 
fez  uma  capella-mór,  de  boa  e  custosa  fa* 
brica,  e  com  um  retábulo  de  elegante  es- 
culpiura,  tudo  feito  á  custa  dosrendioientos 
da  sua  confraria,  e  esmolas  dos  fieis, 

No  dia  3  de  junho  de  1873,  cahíu  aobre 
a  Nazareth  uma  chuva  torrencial  (que  du* 
rou -desde  as  11  horas  da  manhã,  até  ás  3 
da  tarde)  acompanhada  de,  uma  horrorosa 
trovoada,  que  atterrou  todos  os  habitantes 
de  Nazareth,  e  causou  enormes  prejuízos. 

A  agaa  arrebatou  dos  montes  proxlmoe 
enorme  quantidade  de  areia,  pek  estrada  ha 
poueo  construída,  a  qual  destruiu  quantaa 
casas  encontrou  na  sua  impetuosa  corren- 
te;—algumas  casas  ficaram  enterradas  até 
aos  telhados,  pelos  quaee  só  poderam  sair 
os  desgraçados  que  as  habitavam.  A  casa  da 
escola  ficou  bastante  damnificada  e  lanua" 
dada. 

Uma  pobre  mulher  ficou  ferida  n'am  bra- 
ço, por  uma  faisca  eleelrica. 

Até  ao  dia  5  ainda  ali  não  tinha  appare- 
eido  auctoridade  alguma  do  concelho. 

Á  infeliz  povoação  da  praia  da  Nazareth 
não  ha  desgraça  que  lhe  não  tenha  sobre-r 
vindo  n*estes  últimos  annos  e  parece  amea- 
çada de  completa  destruição. 

A  parte  do  caminho  de  ferro  americano, 
próximo  á  Martingança,  também  foi  destruir 


24 


NAZ 


NAZ 


da,  a  tal  ponto,  que  não  ponde  fanceionar 
por  muito  tempo. 

Havia  aqui  uma  praça  de  touros,  velha  e 
mal  construída. 

Durante  as  festas  do  anno  de  1874,  hou- 
ve aqui  duas  touradas;  a  1.*  a  8  de  setem- 
bro e  a  2.*  a  10,  ambas  coneorrídissimas. 

Á  meia  hora  do  dia  11,  poucas  horas  de- 
pois da  tourada,  se  manifestou  um  pavoroso 
incêndio  na  praça.  Apesar  de  todos  os  es- 
forços e  soeeorros,  das  auetoridades  civis  e 
administraitivas  e  de  um  concurso  inúmera* 
vel  de  povo,  ás  duas  horas,  estava  toda  a 
praça  reduzida  a  cinzas. 

Disse-se  que  o  fogo  foi  lançado  de  propó- 
sito; mas  parece  mais  provável  que  fosse  ca- 
sual. 

Um  correspondente  do  Diário  Rlustrado, 
descreve  assim  este  incêndio: 

Leiria,  14  (de  setembro  de  1874). — Posso 
hoje  dar  alguns  pormenores  acerca  do  in- 
cêndio da  praça  dos  touros  do  sitio  da  Na- 
zareth,  de  que  já  mandei  a  noticia. 

O  fogo  manifestou-se  com  grande  intensi- 
dade meia  hora  depois  da  meia  noite  de  sex» 
ta  para  sabbado  ultimo:  ao  local  do  sinis- 
tro correu,  logo  que  d'elle  soube,  o  sr.  gover- 
nador civil  d'este  districto,  Peito  de  Carva- 
lho, com  aquella  assiduidade  e  dedicação 
que  lhe  são  próprias,  bem  como  as  auetori- 
dades que  alli  se  achavam,  a  força  de  caça- 
dores 6  e  lanceiros,  e  os  policias  civis  que 
alli  estavam  destacados. 

O  incêndio  apresentava  um  aspecto  impo- 
nente e  atterradort  as  chammas  azuladas, 
lambendo  rapidamente  o  taboado,  o  estalido 
da  madeira  candente,  o  estrondo  das  vigas  e 
barrotes  que  desabavam,  as  faulhas  ímpelli- 
das  pelo  rijo  vento  norte  que  soprava  caiam 
sobre  os  telhados  das  casas,  chegando  algu- 
mas a  ir  parar  ao  largo  da  madeira  na  praia, 
o  immenso  clarão  que  alumiava  esta  e  o  mar, 
produziam,  a  ponto  de  parecer  de  dia,  era 
um  espectáculo  tao.terrivel  e  assustador,  que 
fazia  trepidar  os  mais  corajosos. 

Ás  acertadas,  enérgicas  e  promptas  provi- 
dencias mandadas  adoptar  pelo  sr.  governa- 
dor civil,  se  deve  com  certeza  não  ter  sido 
pasto  das  chammas  a  maior  parte,  se  não  to- 


dos os  prédios  do  sitio  da  Nazareth,  •  cuja 
população,  pusilânime  e  cheia  de  panieo^ 
não  trabalhava  para  atalhar  o  incêndio,  ou 
para  obstar  a  que  elle  8e'communicas8e  aos 
prédios,  desabafando  apenas  em  gritos  des- 
entoados, os  seus  reeeios  e  os  seus  sus- 
tos. 

Por  outro  lado  a  maior  parte  dos  romei- 
ros fugiam  atterrorisados  e  em  tropel  para 
a  praia,  levando  comsigo  o  que  podiam. 

Sem  agua,  á  mingua  de  todos  os  recur- 
sos, impossível  seria  atalhar  o  fogo  se  se 
communicasse  aos  edificios,  os  quaes  fica- 
riam reduzidos  a  cinzas,  assim  como  ficou  a 
praça  de  touros.  > 

O  sr.  governador  dvil  no  dia  seguinte 
mandou  dar  uma  ração  de  vinho  a  toda.  a 
força  armada  e  aos  policias,  que  presta- 
ram relevantes  serviços  na  occasião  do  in- 
cêndio. 

Diz-se  que  o  ar.  governador  civil  vae  man- 
dar reedificar  a  praça  dos  touros^  mas  com 
mais  segurança,  fazendo<se  toda  de  pedra  e 
cal,  pois  que  só  o  era  até  á  altura  dos  ca- 
marotes:—assim  deve  ser,  porque  as  toura- 
das são  motivo  de  maior  concorrência  àquel- 
le  grande  arraial. 

Parece  que  os  arrematantes  da  praça  re- 
quereram, ou  vão  requerer  ao  sr.  governa- 
dor civil  para  se  lhes  fazer  o  abatimento  da 
terça  parte  no  preço  da  arrematação;  o  que 
é  de  equidade,  porque  tendu  arrematado  a 
praça  por  três  tardes,  ficaram  prejudicados» 
não  tendo  dado  a  corrida  de  sabbado,  por 
causa  do  incêndio. 

Diz-se  que  o  fogo  não  foi  casual,  mas  lan- 
çado de  propósito. 

As  festas  correram  plácidas  e  animadas, 
não  havendo  a  minima  desordem,  nem  um 
roubo,  apesar  de  ser  a  concorrência  tão 
grande,  que  não  ha  memoria  ha  muitos  an- 
nos^de  se  ver  alli  tanta  gente. 

A  tourada  do  dia  10  foi  magnifica  e  a  en- 
chente a  deitar  fora. 

A  companhia  que  representou  no  theatro 
era  muito  rasoavel,  e  desempenhou  a  Mor- 
gadinha de  Vai  Flor,  com  agrado  do  publi- 
co, tendo  também  boas  enchentes,  e  reinan- 
do alli  boa  ordem,  o  que  ha  muitos  annos 
se  não  vé. 


NÂZ 

A  força  de  hnceiros  e  caçadores  6,  e  os 
policias  civis  prestaram  excellente  serviço.» 

Em  novembro  de  1874,  subia  â  analyse  e 
approvaçao  da  janta  consaltiva  de  obras  pa- 
blicas  os  desenhos,  projectos  e  orçamentos 
do  hospital  qne  vae  íandar-se  no  sitio  da 
Nazareth  e  qne  acabam  de  ser  remettidos  ao 
governo  pelo  sr.  governador  civil  de  Leiria, 
e  foram  elaborados  pelo  l.«  engenheiro  o  sr. 
Jayme  Augnsto  da  Silva.  O  orçamento  d'esta 
útil  e  humanitária  obra  ó  de  d:800M00  róis. 
O  edlflcío  terá  40  metros  de  extensão  por 
10,60  metros  de  largo,  além  de  daas  casas 
nas  faces  posteriores  dos  topos.  Terá  8  ja- 
Bellas  de  frente  e  ama  porta  ao  centro.  For- 
mar-se-hio  duas  grandes  enfermarias  de 
9*,S0  de  comprido  por  8",40  de  largo,  e 
duas  mais  pequenas  de  5*  por  4'*  de  largo. 
Haverá  também  quartos  particulares  e  casas 
para  banco,  cozinha,  lavanderia,  banhos,  ar- 
recadações e  habitação  de  empregados.  Se- 
rão attendidas  todas  as  condições  de  salu- 
bridade e  commodidade  para  enfermos. 

Desde  janeiro  até  abril  de  1875,  construi- 
ram-se  na  praia  da  Nazareth,  mais  de  vinte 
prédios,  para  residência  dos  banhistas,  e  es- 
tão já  outros  ccmcluidos  (agosto)  e  alguns 
ainda  em  constnieção. 

Em  agosto  de  i875,  concluiu-se  a  con* 
ilmcção  da  nova  praça  de  touros,  em  me- 
lhores condições  do  que  a  antiga. 

Na  Correspondência  de  Combra^  n.«  %  do 
4.*  anuo  (16  de  maio  de  1875),  se  lé  o  se- 
guinte: 

Antigos  6  modernos  impostos 
do  pesoado 

Os  pescadores  da  praia  da  Nazareth  pa- 
gavam até  1833  os  seguintes  impostos : 

Aos  frades  bernardos,  do  convento  de  San- 
ta Maria  de  Alcobaça,  1  peixe  de  cada  20  que 
eoUiiam,  ou  UOOO  réis  por  cada  SOJIOOO  rs. 
^  sen  produeto;  ao  estado,  1  peixe  por  ca- 
da n,  ou  lifOOO  róis  por  cada  321000  réis; 
à  coliegiada  da  villa  da  Pederneira,  1  peixe 


NAZ 


25 


por  cada  15  que  colhessem,  ou  1^000  réis 
por  cada  15^000  réis  do  seu  produeto;  e  á 
Misericórdia,  em  virtude  de  um  contracto 
feito  entre  elles  e  os  vogaes  d'esta  corpora- 
ção, a  terça  parte  do  peixe  (ou  do  seu  pro- 
dueto) que  colhiam  aos  domingos  e  dias  san- 
tos, e  nos  dias  de  semana  200  réis  por  cada 
4M00  réis  do  produeto  do  peixe,  e  d*ahi  para 
cima  sempre  k  mesma  quantia  de  200  réis;  - 
não  chegando,  porém,  o  produeto  a  4^000 
réis,  não  pagavam.  A  Misericórdia  dava  par- 
te d*esses  lucros,  isto  é,  somente  metade  do 
terço  das  pescarias  colhidas  aos  domingos  e 
dias  santos,  á  confraria  do  Santíssimo. 

Actualmente  pagam  os  pescadores  para  o 
thesouro  puMico  o  módico  imposto  de  6  % 
sobre  o  produeto  de  áuas  pescarias,  líquido 
de  10  Vo«  <]Q6  ^  Icí  manda  deduzir  para  cal- 
deiradas e  comedorías;  e  sobre  os  6%  ^ 
lançados  mais  5  Vo  addicionaes,  e  5  %  para 
viação.  Estes  impostos  são  lançados  sobre  o 
produeto  do  peixe  vendido  diariamente  até 
ao  fim  do  mez,  e  pagos  pontualmente  no  mez 
immediato  áquelle  a  que  dizem  respeito. 

Em  o  n.?  124  do  semanário  lisbonense — 
O  Catholico — vem  o  seguinte 

GOMMUmCADO 

A  natureza,  que  é  pródiga  ordinariamen- 
te para  com  todas  as  povoações,  parece  ser 
mesquinha  para  com  a  pobre  povoação  da 
Praia  da  Nazareth;  esta  conserva-se  sempre 
no  estado  de  abatimento,  apathíca  e  triste;  e 
e  se  em  agosto,  setembro  e  outubro,  se  apre- 
senta risonha  e  alegre,  revestíndo-se  de  to- 
das as  commodidades,  para  as  oíferecerem 
aos  banhistas,  que  em  numerosa  quantida- 
de afflaem  áqnella  Praia,  passados  alguns 
dias,  ella  volta  ao  seu  antigo  estado.  A  praia 
é  vietima  periodicamente  de  vendavaes,  tem* 
pestades  e  cyclones. 

Foi  este  ultimo,  que  nos  dias  22  e  23  de 
maio  (1875)  se  observou  espantoso  e  terrível, 
não  só  no  mar,  mas  também  na  terra;  o  mar 
encapeliado parecia  querer  submergirem  seu 
selo  a  povoação  inteira;  na  terra  não  era  me- 
nos o  susto  e  pavor  que  se  patenteava,  mor- 
mente na  classe  dos  pescadores,  que  consti- 
tuem a  maioria  d'aquella  população.  Etc. 


26 


»BG 


N£BIS— antigo  nomo  do  rio  Neiva.  (Vide 
Neiva.) 

NECESSIDADES  (Nossa  Senhora  das)  — 
Tires  kilometros  ao  E.  da  villa  de  Abrantes 
(Vol.  i.%  pag.  i5,  col.  2.")  está  o  Sanctuario 
de  Nossa  Senhora  das  Necessidades,  funda- 
do em  i620,  por  João  Pereira  de  Bettencourt, 
que  também  então  instituiu  junto  ao  San- 
ctuario, um  vinculo,  em  uma  quinta  de  re- 
creio, vasta  e  rendosa  que  aqui  possuía. 

É  esta  ermida  de  muito  linda  architectu- 
ra,  quadrada,  com  quatro  arcos  sobre  que 
assenta  uma  abobada  em  meia  laranja.  Tem 
um  bonito  alpendre,  e  casas  para  aposento 
dos  romeiros.  Estas  casas  ficam  sobre  a  egre- 
ja  e  sacbristia,  com  umas  escadas  de  pedra 
que  dão  serventia  para  a  egreja;  e  para  fo- 
ra, sobre  as  casas,  uma  torre  com  janelias 
para  todas  as  partes,  e  das  quaes  se  gosa 
am  formoso  panorama. 

  uns  150  metros  da  capella,  ha  um  bo- 
nito cruzeiro,  onde  principiam  as  novenas 
dos  romeiros. 

Teve  por  200  annos  um  eremitão,  que  cui 
dava  do  aceio  da  capella  e  das  imagens,  mas 
Já  ha  muitus  annos  que  deixou  de  o  ter. 

A  um  kilumetrOy  lambem  a  E.  d* Abrantes, 
eno  caminho  que  vae  para  o  Sanctuario  an- 
tecedente, esià  o  logar  de  Alferrára  de  Ci- 
ma, 1  e  n'elle  se  vé  a  capella  de  Nossa  Se* 
nhora  do  Bom-snccesso,  sanctuario  de  gran- 
de devoção  e  concorrência  da  villa. 

Está  esta  capella  no  pateo  de  uma  quinta, 
e  naida  ás  casas  d'ella,  e  é  de  bonita  archi- 
tèetnra,  e  de  abobada. 

Da  fundação  d*e8ta  ermida,  só  se  sabe  que 
nm  cavalheiro  d'Abrante9,  chamado  Miguel 
â'Almeida,  instituiu  um  vinculo,  fazendo  es- 
ta quinta  cabeça  do  mesmo,  pelos  anhos  de 
1610. 

Por  morte  do  instituidor,  lhe  suceedeu  sea 
filho,  João  d' Almeida,  e  a  este,  o  desembar- 
gador Gaspar  d'Almeid.i,  que  a  possuía  em 
1720.  Hoje  é  dos  seus  successores. 

NEGROPOLIS  (palavra  grega,  composta, 
qae  significa  cidade  dos  morto»)—- A  pag.  91, 

^  ilZ/W^raraé  corrupção  da  palavra  árabe 
Alfarase,  que  significa  cavalleiro,  derivado 
de  /oTâs— cavalio. 


NEC 

do  ô."*  Boletim,  da  Reai  Associação  dos  arcM- 
tectos  civis  e  archeologos  portugtiêzeSy  vem 
um  artigo  do  digno  presidente  da  mesma 
Real  Associação,  o  sr.  Joaquim  Possidonio 
Narcizo  da  Silva,  que,  por  curiosíssimo  pas- 
so a  transcrever — é  o  segninter 

tNão  se  ignora  o  costume  dos  antigos  ro- 
manos, com  respeito  ás  sepulturas  dos  sêoa 
finados— já  sendo  os  cadáveres  enterrados 
no  seu  estado  natural,  como  no  tempo  ia 
republica — já  reduzidos  a  cinzas,  comio  do 
tempo  do  império:  assim  como  a  veneraçaa 
que  elles  como  os  povos  da  mais  remota  an- 
tiguidade consagravam  aos  mortos;  cona^ 
mando  os  romanos  sepnltal-os  fora  das  cor- 
tas das  suas  cidades,  em  magníficos  lúma- 
los,  com  que  ornavam  as  sabidas  das  eslra^ 
das,  e  entre  ellas  a  Via  ÂppkSy  em  Roma,  na 
extensão  de  quinze  milhas,  annunciando  es- 
ses sepulchros,  a  grandeza  da  cidade  mais  po« 
derosa  do  mundo — Indicando  as  inscríp^íes 
d*esses  monumentos  a  serie  de  heroes  qae 
a  haviam  illustrado,  e  grangeado  a  admira- 
ção  dos  outros  povos,  seus  contemporâneos; 
pois  que,  quer  d*um  modo,  quer  d'outro,  sem- 
pre estavam  juntos  aos  despojos  mortaes  que 
ellas  encerravam,  diíTerentes^objectos  que  ha- 
viam pertencido  ao  failecido,  e  que  elle  tinha 
estimado  mais,  durante  a  sua  existência* 

Também  os  romanos  escolhiam,  nos  paí-^ 
zes  onde  dominaram,  para  os  seus  cemité- 
rios, legares  que  ficassem  situados  nas  ver- 
tentes das  collina?,  do  lado  do  poente;  ten< 
do-se  confirmado  esta  disposição,  pelas  des-» 
cobertas  feitas  nas  necrópolis  da  Allemanha, 
França,  Hespanha,  e  agora,  no  nosso  solo. 

Em  Portugal  aind)  não  se  tinha  achado 
necrópolis  pertencente  a  uma  grande  povoa- 
ção, muito  embora  se  tivessem  f^^ito  em  di- 
versas localidades  descobertas  pardaes  de 
sepulturas  romanas,  e  nas  quaes  se  encon* 
travam  egualmente  objectos  que  caracteri- 
sam  a  sua  origem  e  praticas  do  sen  rito; 
porém,  no  mez  de  maio,  do  anno  findo  (IS74) 
em  Alcácer  do  Sal  (antiga  Salacia)  na  pro- 
priedade do  sr.  António  de  Faria  Oentil^ 
querendo-se  nivelar  um  terreno,  occupaéo 
por  um  olival,  afim  de  se  estabelecer  um  cal- 
çadouro  para  uma  eira,  removendo  se  a  ter- 
ra necessária,  para  tomar  a  saperficie  horl* 


NBG 


NEC 


n 


MMUI  Beieacobrio,  n»  proAindidade  de  tá 
oe&Umetros»  freios  4e  ferro  e  íoiba»  de  e»* 
padas,  oairas  com  puahos  ád  bronie,  cioze* 
lados,  fibalas  de  bronze,  vaaos  Ucrimato- 
rios,  laoipadas  mortuárias  de  barro,  moe- 
da^ etc,  e(e.  Mas,  o  que  eaasoa  bastante 
surpreza,  e  muito  mais  augm«ntou  a  admi* 
ração,  I6i  encontrar- se  entre  esses  objectos, 
am  retrato,  em  argiHa,  coberto  de  estuque 
eolorido,  de  toda  a  perfeição,  além  de  quatro 
anuas»  de  diversas  grandezas,  no  estyio  etrus- 
co, contendo  cinzas. 

Serviam  se  os  romanos  de  varias  matérias 
para  a  fabricação  das  huas  umas — de  erys- 
tal,  de  mármore,  de  barro  e  mesmo  de  me* 
tal,  conforme  a  oalhegoria  e  a  fortuna  do 
fattecido;  mas  não  se  havia  ainda  descober- 
to, em  parte  alguma,  nas  suas  necrópolis, 
orna  de  semelhante  qualidade,  d'aqati]as 
que  foram  acbadas  em  Alcácer  do  Sal,  e  da 
época  de  Cláudio,  conforme  indica  a  moeda 
gae  encontraram  jnnto  d'ellas. 

O  achado  de  uma  mascara  e  a  execução 
dVsae  trabalho,  eram  casos  raros  e  também 
dignos  de  oceupar  a  séria  attenção  dos  ar« 
cheologos  de  todos  os  paizes. 

£'  verdade  terem  os  romanos  a  particula- 
ridade de  mandar  tirar  masearas  em  cera, 
dos  Qnados,  para  estarem  patentes  no  pe- 
ryslilo  de  soas  habiuções,  na  oecasiãodos 
enterrauientos,  para  serem  depois  conserva* 
das  pelos  parentes  dos  finados;  e,  não  ob« 
stame  esse  costume,  todavia,  são  raríssimas 
as  que  se  tem  descoberto  na  ftaiia.  D'esse 
facto  se  comprehende  qual  será  a  importan* 
cia  de  semelhante  achado,  feito  no  nosso 
paiz:  portanto,  tivemos  sem  demora  o  cui- 
dado de  participar  aos  sábios  estrangeiros, 
08  mais  notavBs  éa  soieneía,  pedindo-Hies 
a  soa  opinião  a  este  respeito,  para  se  expli* 
enr  este  singular  descobrimento. 

Ini^lizinente,  os  trabalhadores,  quebraram 
énas  d'estas  urnas;  porém  a  maior,  a  mais 
bem  conservada,  da  qual  a  estampa  n.*  10 
do  presente  numero,  dá  perfeita  ideia  das 
plouiras  que  a  ornam,  na  grandeza  do  orí- 
fpxaày  mostrando^se  na  eompesição  doas^ 
«Énpio,  o  destino  da  uma»  conforme  o  que 
an  praticava  nas  eeremonias  fúnebres^  na 
Etruria.  £sta  orna  tem  O-,  W  d'allo^  e  a  wa^ 


torno  eom  0*,5I.  Na  face  principal,  está  re- 
presentada ucíka  mulher,  segurando  um  bra- 
seiro,  havendo  dois  mancebos,  um  de  cada 
lado,  munidos  de  grandes  espetos,  na  acção 
de  asaaremcarne— alludindo  á  derradeirare- 
feição.  Por  detraz  d*elles,  um  ancião,  cob  a 
mão  esquerda  sobre  o  coração,  indicando, 
com  o  braço  direito  estendido,  uma  arvore 
que  fica  em  laced*elle,  a  que  um  homem,  no 
vigor  da  vida,  arranca  uma  folha— evidente 
representação  da  immeosa  dôr  que  causa  a 
perda  de  am  meovbro  da  família,  que  está 
symbolisado  na  fulha  arrancada  da  arvore« 
A  represeQt.'i(;ão  da  scena,  do  lado  opposto 
d'esta  urna,  posto  que  a  côr  enegrecida  do 
fundo  desappareoesse,  por  causa  da  humi- 
dade do  terreno,  todavia,  ainda  se  descobre 
um  pouco  o  contorno  de  três  figuras  de 
que  se  companha  a  pintura — constando  de 
dois  guerreiros  nus—um  d*elles,  tem  sobre 
a  cabeça  una  capuz,  com  duas  paias,  cabidas 
sobre  os  hombros — o  ontro,  com  a  cabeça 
descoberta,  mas  apresentando  uma  cauda 
de  cavallo,  na  extremidade  da  espinha  dor- 
sal.— Entre  elles  ha  uma  mnlher,  sostendo 
na  mão  esquerda  um  escudo  oval,  e  parece 
proteger  com  ello  o  guerreiro  que  tem  o 
capuz,  em  quanto  com  o  braço  direito  le* 
vantado,  quer  evitar  que  o  outro  combaten- 
te ataque  com  a  lança  o  seu  adversário. 

Nota-se  a  differença  entre  os  dois  athle- 
tas,  para  indicar,  serem  de  raças  diversas— 
sendo  as  scenas  d*esta  natureza  representa* 
das  nas  urnas  etrusca^,  de  encineração,  para 
significar  que  a  nossa  existência  é  sempre 
uma  lacta  constante,  e  somente  a  morte  lhe 
p$e  termo;  como  mostra  a  interrupção  do 
combate,  pela  attiinde  da  figura  que  faz  ees* 
sar  a  contenda,  porque  se  finou  um  ser. 

Os  romanos  serviam«se  de  artistas  gregos» 
para  lhes  fabricarem  urnas;  porém,  as  snais 
pintaras,  representavam  scenas  menos  san* 
goinolentas,  enquanto  que  as  pertencentes 
aos  etrusees,  eram  sempre  compostas  de 
combates,  alem  de  que  a  época  em  que  o 
fundo  das  pintaras  não  era  a  própria  eôr 
da  argilbt,  mas  sim  preto,  corresponde  ao 
maior  desenvolvimento  da  arte  grega:  toda^ 
via,  será  mais  diflicil  explicar,  como  no  tem* 
po  do  imperador  Cláudio  se  teriam  servido 


28 


NE6 


NE6 


d*esta  qualidade  de  urnas,  nas  oeremonias 
funería?,  e  isso  na  antiga  Lnsitania. 

Os  archeologos  mais  felizes  e  mais  com- 
petentes, resolverão  esta  singularidade,  elu- 
cidando com  o  seu  saber,  tão  extraordiná- 
rio descobrimento.» 

NEGRA  e  NEGRAS— *  eram  appellidos  no- 
bres em  Portugal.  Estas  famílias  tinham  por 
armas  —  em  campo  de  prata,  três  flores  de 
liz,  azuen,  em  roquéte  —  cbefe  de  púrpura, 
carregado  de  quatro  girSes  de  prata.  Elmo 
d'aço  aberto,  e  por  timbre  uma  das  flores  de 
liz  das  armas.  Estes  appellidos  estão  hoje 
extinctos. 

NEGRÊDA-— freguezia,  Traz-os-Montes,  co- 
marca e  concelho  de  Yinhaes,  60  kilometros 
de  Miranda,  480  ao  N.  de  Lisboa. 

E:n  1757  tinha  31  fogo». 

Orago,  S.  Bartholomeu,  apostolo. 

Bispado  e  distríeto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

O  abbade  de  Cellas  apresentava  o  cura, 
que  tinha  6^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

Esta  freguezia  está  ha  muitos  annos  an- 
nexa  á  de  Cellas. 

NEGREIROS— freguezia,  Minho,  comarca 
e  concelho  de  Barcellos,  24  kilometros  a  O. 
de  Braga,  340  ao  N.  de  Lisboa,  140  fogos. 

Em  1757  tinha  101  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

fi  terra  fértil.  Muito  gado. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
360^000  réis  de  rendimento. 

Vive  n*esta  freguezia  (agosto  de  1875)  JoSo 
NevoeirOf  que  nasceu  em  1752 !— Sua  mulher 
tem  mais  de  80  annos.  Estão  ambos  no  goso 
de  todas  as  suas  faculdades  intellectuaes,  e 
percorrem  a  freguezia,  esmolando  o  susten- 
to diário. 

Negreiras  é  appellido  nobre  d'este  reino. 
Traz  por  armas  escudo  esquartellado — no 
i.*  e  4.*,  cotieado  em  palia  d*ouro  e  azul,  de 
seis  peças— no  %""  e  3.*,  escaquellado  de  ou- 
ro e  azul,  de  seis  peças  em  faxa  e  seis  em 
palia.  Elmo  d'aço  aberto,  e  por  timbre,  meio 
leão,  azul,  carregado  de  trez  palias  d'ouro. 

NBGRÍLLOS  ^  freguezia.  Douro,  comar- 


ca e  concelho  de  Santo  Thyrso,  14  kfloiae* 
tros  a  S.  O.  de  Braga,  315  ao  N.  de  Uaboa, 
150  fogos. 

Em  1757  tinha  147  fogos. 

Orago,  S.  Mamede. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo do  Porto. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
60O4Í0O0  réis  de  rendimento. 

É  terra  muito  fértil  em  todos  os  géneros 
agrícolas  e  cria  muito  gado,  sobretudo  bo* 
vino,  que  exporta.  (Vide  a  freg.*  seguinte.) 

Á  parte  E.  doesta  freguezia  se  dá  vulgar- 
mente o  nome  de  Negrellos;  e  á  O.  o  de  Bat' 
retro, 

A  egreja  matriz,  está  no  alto  de  uma  col- 
lina,  avistando-se  d'aqui  quasi  toda  a  fre- 
guezia. 

Em  frente  d'ella,  a  pequena  distancia,  está 
a  capella  de  S.  Roque,  que  serve  de  cruzeiro, 
onde  vão  as  procissões  da  freguezia.  Véem- 
se  d'este  sitio  as  fregnezias  de  Roriz,  S.  Mar- 
tinho do  Campo,  S.  Salvador  do  Campo,  Mo- 
reira, Lórdéllo,  e  outras — e  os  montes  da  Fal- 
perra  e  Sameiro,  Junto  á  ddade  de  Braga, 
além  de  outros  menores. 

Ha  n'esta  freguezia  mais  duas  capellas  par- 
ticulares—uma na  casa  da  Lage,  e  outra  na 
chamada  mesmo  da  Capella. 

Havia  outra,  capella,  junto  á  quinta  de 
Bougado,  mas  está  abandonada,  tendo  só  as 
paredes  e  o  tecto. 

Na  quinta  de  Bougado,  ha  um  bonito  pa- 
lacete, mandado  edificar  por  Manuel  de  Mel- 
relles,  que  o  não  chegou  a  conduhr.  Hcje 
está  bastante  arruinado. 

Em  um  quarto  d'este  ediflcio,  estão  as  mú- 
mias que  se  diz  serem  de  S.  Theodoro  e  de 
S.  Vicente.  Estão  em  mán  estado  de  conser- 
vação, por  falta  de  cuidado.  Consta  que  fo- 
ram mandadas  de  Roma  ao  tal  Manuel  da 
Meirelles,  por  um  alto  personagem  romano, 
para  uma  capella  que  elie  tencionava  alU 
edificar,  e  que  apenas  ficou  em  projecto. 

Na  parte  da  freguezia  denominada  iVifflfr^/- 
íos,  ha  três  principaes  nascentes  d'agua— 
duas  das  quaes  vem  do  monte  das  Bêgaáoê 
—  e  todas  juntas  formam  um  ribeiro,  que 
régaemóe. 


NEG 


NEG 


29 


.  Pela  parte  da  fregaesia  denominada  Bar- 
reòra^  passa  am  ribeiro,  qae  Dasce  na  fre- 
gaezia  de  Codêços.  Rega  e  móe. 

Jantam-se  ambos  na  fregaezia  de  S.  Mar- 
tinho do  Campo,  e  Tão  desaguar  na  mar- 
gem direita  do  ViséllOj  com  o  nome  de  ri- 
beiro de  Fondéiho. 

Perto  da  casa  da  residência  do  parocho, 
ba  am  bellp  cbafoFíz,  mandado  fazer,  em 
1820,  peio  abbade  Domingos  José  Gibrao. 
Lança  agaa,  por  três  bicas,  em  um  bom  tan- 
que; tendo  em  frente  outra  bica  qae  lança 
agaa  em  am  tanqae  peqaeno.  Cada  am  dos 
tanqaes,  tem  dos  lados  dois  assentos  de  pe- 
dra. 

É  muito  bem  construído  e  pintado,  e  tem 
em  um  nicho  envidraçado,  uma  linda  ima- 
gem de  S.  Domingos. 

A  E.  da  fregaezia  (na  parte  de  NegróUbs» 
propriamente  dita)  ha  um  logar  chamado 
Santo-Sidro  (corrupção  de  SatUo  Isidro  ou 
Isidoro),  e  díz-se  que  era  aqui  o  aosento  da 
primitiva  egreja  matriz,  ci^^o  orago  era  San- 
to Isidoro.  Ainda  aqui  se  vé,  próximo  a  um 
olival,  uma  pedra  levantada,  ci^a  Cace  supe- 
rior tem  uma  pequena  cavidade  quadrangu- 
lar, que  se  diz  ter  sido  o  pé  da  pia  baptis- 
mal. 

Junto  a  uma  casa  que  aqui  ha,  está  ser- 
vindo de  capa  a  um  cano  de  esgoto,  uma  pe- 
quena pia,  que  dizem  ter  sido  a  pia  da  agua 
benta.  N'esta  mesma  casa,  ha  uma  imagem 
antiga,  de  Santo  Isidoro,  toscamente  escul- 
pida em  gôsso.  Tem  uma  grande  cavidade 
nas  costas,  porque  o  povo  lhe  tira  o  gesso 
para  beber  misturado  com  vinho,  crendo 
ser  um  effieaz  remédio  para  a  cura  das  ma- 
leitas, 

GonsU  que  Negréllos  foi  villa,  e  que  d'el- 
la  tomara  o  nome,  a  ponte  de  Negréllos^  so- 
bre o  Visélla,  por  ser  o  caminho  para  esta 
freguezia. 

NE6RÊLL0S  — freguezia,  Doaro,  comar- 
ca e  concelho  de  Santo  Thyrso,  immediata  á 
antecedente,  e  ás  mesmas  distancias  de  Bra- 
ga e  de  Lisboa,  220  fogos. 

£m  1757  tinha  i50  fogos. 


Orago,  S.  Thomó,  apostolo. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo do  Porto. 

O  real  padroado  apresentava  o  cura,  que 
tinha  40^000  róis  de  congroa  e  o  pó  de  al- 

UT. 

Foi  villa  e  couto.  Foi  do  antigo  julgado 
de  Refojos  de  Riba  d' Ave :  depois  formou 
concelho  próprio,  com  as  freguezias  de  S. 
Martinho,  S.  Salvador  do  Campo,  S.  Miguel 
do  Couto,  Monte  Córdova,  S.  Mamede  de  Ne« 
gréllos,  Rebordaos,  Refojos  de  Riba  d'Ave, 
Roriz,  e  Yillarinho.  Foi  supprímido  em  24 
de  outubro  de  i855,  passando  todas  estas 
dez  freguezias  para  o  concelho  de  Santo 
Thyrso. 

Também  então  foram  sup« 
primidos  os  julgados  de  Bou- 
ças, Gondomar,  Maia,  Vallont 
go,  e  Villa  Nova  de  Gaia,  que 
foram  formar  parte  das  co- 
marcas do  Porto. 

As  mesmas  producções  da  freguezia  ante« 
cedente. 

É  visconde  de  Negréllos,  o  sr.  Manuel  Ma- 
ria da  Gosta  Alpoim,  filho  do  sr.  Francisco 
Manuel  da  Costa,  visconde  de  Montariol. 

Alpoim  é  um  appellido  nobre  d*este  rei* 
no,  e  o  brazão  d'armas  d'esta  familiar  é — em 
campo  de  prata,  cinco  flores  de  liz,  d'ouro, 
em  aspa.  Cerca  o  escudo  a  fegenda— notre 
UAMB  DB  PUY—  Timbre  —  uma  aden  da  sua 
côr,  com  os  pés  de  púrpura  e  bico  d'ouro. 

O  desembargador  do  paço,  Diogo  Lopes 
de  Carvalho,  instituiu  o  morgado  d'esta  fre- 
guezia e  couto,  e  do  couto  de  Abbadim. 
Seu  sobrinho,  o  doutor  Gaspar  de  Carvalho^ 
chaneeller-mór  do  reino,  testamenteiro  de 
D.  João  III,  edificou,  com  soberbas  madei- 
ras de  ébano,  que  aquelle  rei  lhe  deu,  os 
seus  famosos  paços,  com  grande  torre  orna- 
da de  ameias,  na  cidade  de  Guimarães. 

D*esta  lámilia  foi  um  dos  illastres  proge- 
nitores, Afiíonso  Lourenço  de  Carvalho,  ca- 
valleiro,  que  fez  com  qoe  D.  João  I  conquis- 
tasse Guimarães,  quando  estava  em  poder 
dos  castelbanos,  em  1385. 

Não  menos  illustre  foi  o  doutor  Diogo  Af^ 
fonso  de  Carvalho,  corregedor  das  províncias 
d'£ntre Doaro  e  Minho,  e Traz-osMontes, e 


so 


ma 


NEG 


desembargador  do  paço,  no  reinado  de  D.  Af- 
fonío  V. 

Ha  a(fni  uma  magnifica  fabrica  de  fiação 
d*a1goâão,  na  margem  eaqnerda  do  rio  Vi- 
sélla,  cuja  agua  lhe  serve  de  motor. 

PasBi  peia  freguezia  o  ribeiro  do  Fojo,  que 
rega,  móe  e  faz  mover  um  lagar  de  azeite. 
Nasce  em  um  monte  d*esta  freguezia,  junto 
á  dcTHonte-Córdova,  e  desagua  .na  esquerda 
do  VisélU. 

Passa  por  aqui  a  estrada  à  mae-adam,  que 
do  Porto  vae  a  Guimarães,  assim  como  a 
muoicipal,  em  construcção  (agosto  de  1875), 
que  vae  ao  concelho  de  Paços  de  Ferreira. 

No  monte  do  Crasto,  ao  S.  da  fregnezía, 
ha  vestígios  de  fortificações  antiquíssimas. 

Ha  n'€»ta  freguezia  duas  oapellas  particu- 
lares— uma  na  casa  de  8eqneiros — outra  na 
do  Outeiro — e  uma  publica,  junto  k  ponte 
velha. 

Em  um  cabeço,  diamado  Atto  de  Santa 
Margarida,  consta  que  houve  outra  capella, 
cuja  padroeira  deu  o  nome  ao  monte. 

No  corpo  da  egreja  matriz,  do  lado  da 
Epistola,  está  a  capella  do  Santíssimo  Sa- 
cramento. É  ioda  de  abobada  de  pedra,  bem 
lavrada,  tendo  exteriormente  um  pórtico, 
aa  alpendre,  sustentado  por  sele  columnas, 
com  seus  capiteis  lavrados. 

Na  frente  tem  um  escudo  d'armas,  com 
tres'  torres,  sendo  a  do  melo  mais  elevada, 
6  tendo  de  cada  lado  uma  serpe  enrolada 
tm  uma  arvore. 

Tem  esta  capella  duas  alampadas  —  uma 
sustentada  pela  confraria  do  Santíssimo  Sa- 
cramento—outra pela  casa  do  Pãço  (dos  srs. 
condes  de  Cavalleiros,  que  tem  bastantel 
propriedades  n*esta  freguezia). 

NEGRÊLLOS  -*-  freguezia,  Douro,  comar- 
ca e  concelho  de  Santo  Thyrso,  24  kilome* 
tros  ao  N.  do  Porto,  335  ao  N.  de  Lisboa, 
45  fogos. 

Drago,  S^nta  Maria. 

Arcebispado  de  Braga,  di^ríeto  adminis- 
trativo do  Porto. 

Esta  freguezia  foi  supprimída,  no  tempo 
dos  jhsuítas,  e  annexada  á  de  Roriz;  menos 
alguns  fiigos,  que  ficaram  pertencendo  à  fre- 


guezia da  S.  llamede  de  Nsfrélloa.  Ainda 
dois  fogos  d*esta  ultima  fregaezia,  6  que  fo- 
ram da  de  Santa  Maria  de  NegréUos,  pagam 
a  o/^a  ao  parocho  de  Rórti  e  nio  ao  de 
S.  Mamede,  que  é  o  seu  verdadeiro  parooiw. 

Na  egreja  que  foi  matriz,  hA  uma  linda 
imagem  (de  roca)  da  Santissima  Virgem,  e 
á  qual  se  faz  uma  boa  festa  ç  remaria,  a  15 
d'agosto. 

Ainda  conserva  a  pia  baptismal,  e  n'eUa 
a  seguinte  inscripçâo: 

i565. 

A.  ALZ. 
CYEA. 

NEGRILHOS  —  freguesia,  Alemtejo.  Vide 
S,  Jêão  dos  Nepilhas,  a  pag.  4I&,  eol.  1:*,  de 
3.°  vol. 

Negrilhos  é  appelido  nobre  em  Portugal, 
vindo  de  Hespanha.  Não  se  sabe  quem  o 
trouxe  a  este  reino.  Os  Negrilhos  teem  por 
armas — em  campo  azul,  banda  de  púrpura, 
filetada  de  ouro,  carregada  de  seis  cruzetas 
do  mesmo,  entre  quatro  flores  de  liz,  de  ou- 
ro, duas  de  cada  lado. 

NEGRINHA— A  negrinha  é  uma  insígnia 
do  mordomo-mór  da  casa  real  poriugueza, 
com  a  qual  assiste  a  todos  os  actos  públicos 
da  corte. 

No  reinado  de  D.  AfTonso  V,  pelos  annos 
de  Í44i2,  vieram  os  primeiros  negros  trazi- 
dos de  Guiné  a  Portugal,  por  Antão  Gonçal- 
ves, criado  do  infante  D.  Henrique;  e  pelos 
annos  de  1448  também  víejam  a  Portugal, 
da  costa  do  sul  de  Cabo  Verde,  os  primeiros 
dentes  de  elephante. 

Desde  então,  Affonso  V  ordenou  a  Álvaro 
de  Souza,  senhor  de  Miranda,  e  seu  mordo- 
mo-mór, que  usasse  de  uma  bengaila  de 
marfim,  tendo  por  castão  uma  cabeça  negra, 
em  todos  os  actos  públicos  da  corte,  como 
para  indicar  o  seu  novo  domínio  n'aquella9 
partes  do  mundo. 

NEGRÕES— freguezia,  Trazos-Montes,  co- 
marca e  concelho  de  Mont'Aiegre,  70  kilo- 
metros  a  N.  £.  de  Braga,  430  ao  N.  de  Lis- 
boa, 130  fogos. 

Em  1757  tinha  ^5  fogos. 

Orago  Santa  Maria  Magdaleoa. 


NEI 


NEI 


31 


Arcebispado  de  Braga,  districto  admiois- 
trativo  de  Yilla-ReaL 

O  reitor  de  S.  Vicente  da  Chan,  apresen- 
Uya  o  vigário,  eoliado,  que  tinha  i20  jOOO 
réis  de  rendimento. 

Esta  fregaezia,  assim  como  Morgade,  e  o 
logar  de  Godeçoso  (fregnezia  de  Meixido) 
era  antigamente  apnexa  á  de  S.  Vicente  da 
Chan,  e  formava  tudo  uma  commenda,  que 
foi  primeiro  dos  templários,  e  depois,  das 
freiras  de  Santa  Clara  (franciscanas)  de  Vil 
la  do  Conde.  Rendia  esta  commenda  réis 
1:400^000. 

(Vide  CAan— S.  Vicente  da). 

Negrão,  é  appellido  nobre  em  Portugal. 
Vide  Ancêde,  yoI.  1.%  pag.  %3&,  col.  i.' 

NEGROS  ou  A  DOS  NEGROS— (antiga- 
mente— Dados-Neffros^  que  é  como  está  no 
Poff .  Sacr.  e  Prof,}  fregueiia,  Extremadura, 
concelho  de  Óbidos,  comarca  das  Caldas  da 
Bainha,  80  kiiometros  ao  N.  de  Lbboa,  i80 
fogos.  ' 

Em  1757,  tínha  m  fogos. 

OragD,  Santa  Maria  Magdalena. 

Patriarchado,  districto  administrativo  de 
Leiria. 

O  povo  apresentava  o  cura,  que  tinha  90 
alqueires  de  trigo,  30  de^  cevada  e  duas  pi- 
pas de  vinho. 

Negro  é  appellido  nobre  n'este  reino. 
Consu  que  procede  de  CeciUio  Nêgro^  in- 
trépido capitão  lusitano,  que  viveu  entre  os 
annos  do  mundo  3944  e  3984,  isto  é,  entre 
60  e  20  antes  de  Jesus  Christo. 

Os  Negros  trazem  por  armas— as  mesmas 
dos  Negreiros^  com  a  differença  no  timbre, 
que  o  dos  Negros  é  um  braço  de  negro,  pe- 
gando em  uma  palia  ou  bastão  de  ouro. 

Havia  também  em  Portugal  o  appellido  no- 
bre da  NegrônaeN^grôno,  procedente  de  Gé- 
nova, sem  se  faber  qu^m  o  trouxe  a  este  rei- 
no. Traziam  por  armas— em  campo  de  pra- 
ta, três  palias  de  negro — e  outros  do  mesmo 
appellido  usavam  das  mesmas  armas,  mas  o 
campo,  em  vez  de  ser  de  prata,  era  de  ou- 
ro. Elmo  de  aço,  aberto,  e  por  timbre  meio 
leão  de  ouro,  carregado  das  três  palias  de 
negro,  das  armas. 

NEIVA— rio,  Minho,  (o  Nebis  dos  roma- 


nos). Nasce  no  termo  da  villa  da  Barca,  e, 
tendo  atravessado  parte  da  província  do  Mi- 
nho, desagua  no  Oceano,  na  freguezía  de 
Castello  de  Neiva  (vol.  2%  pag.  182,  col.  1.* 
in  fine),  12  kiiometros  ao  N.  de  Fão  e  Espó- 
zende,  e  próximo  do  mosteiro  benedíctino 
de  S.  Romão  de  Neiva. 

Rezende  (Antiquitatibus  LusUaniae,  Livro 
2.%  §.  de  fivminj  fundado  no  que  escreve- 
ram Pomponio  Mella  e  Ptolomeu,  diz  que 
este  rio  deu  o  nome  á  cidade  de  Nébis,  e  a 
uma  ponte,  que  o  Itinerário  de  Antonino 
Pio  situa  sobre  a  via  militar  romana,  que 
de  Braga  hia  para  Astorga,  pelo  litoral.  Nao 
ha  o  minimo  vestígio  doesta  ponte,  e  pare- 
ce que  Rezende  se  enganou  com  a  indicação 
Ad  pontem  Neviae,  que  é  na  Galliza,  a  uns 
2  kiiometros  ao  N.  de  Lugo. 

Junto  à  ponte  de  Anhel,  que  atravessa  o 
Neiva,  se  levanta  o  alto  monte  de  Lousada. 
No  seu  cume,  houve  uma  povoação,  que  se 
diz  ter  sido  uma  cidade  romana  (a  tal  Ne- 
bis?)  Ainda  d'ella  ha  vestígios,  e  muitos  mais 
haveria,  se  o  povo  não  tivesse  tirado  d*aquf 
a  pedra,  para  varias  construcções. 

Fortificavam  esta  cidade,  dois  muros,  cu- 
jos alicerces  ainda  se  divisam.  O  1."^  tinha 
i  kilometro  de  circumferencia,  e  o  2.*,  que 
era  o  interior,  tinha  de  circumferencia  uns 
300  metro9. 

No  archivo  da  Sé  de  Braga,  existe  um 
documento,  contando  a  divisão  que  se  fez 
da  província  de  Entre  Douro  e  Minho,  em 
doze  condados,  no  reinado  de  D.  Fernando 
Magno  (de  1036  a  1067)  e  falia  d'esta  cida- 
de, mas  não  a  nomeia  —  diz  —  Ad  radices 
montis  Pandi,  et  Lupatis  ad  frigidam  [on- 
tem juxta  Civitatem  magnam,  quae  ibi  des- 
tructa  jacet  á  Mauris.  ^ 

Na  fregupzia  de  Aguiar,  comarca  e  con- 
celho de  Barcellos  (vol.  1.»,  pag.  37,  col.  l.«) 
fallei  na  celebre  torre  ou  castello  de  Aguiar 
do  Neiva. 

Darei  aqui  mais  al(nins  esclarecimentos 
com  respeito  a  esta  fortaleza,  que  eslava 
edificada  eatre  o  rio  Neiva  e  o  Lima,  8  ki- 
iometros ao  S.  de  Vianna. 

Consta  que  este  castello  foi  fundado  pe- 
los gregos,  que  lhe  deram  o  nome  de  Nevis, 


32 


NEÍ 


no  anão  do  mondo  2632—1372  antes  de  Je* 
sus  Ghristo  (I) 

O  rei  D.  Fernando,  fez  conde  de  Neiva 
(S.  Romão  de)  a  sen  cnnbado,  D.  Gonçalo 
Tello  de  Menezes.  D.  João  I  lhe  tiroa  o  con- 
dado, encorporando  aâ  suas  rendas  ao  con- 
dado de  Barcellos,  qae  depois  passou  a  ser 
da  casa  de  Bragança. 

Em  nm  penhasco  sobranceiro  ao  mar, 
perto  da  foz  do  Neiva,  estão  as  rninas  do 
tal  castello  grego,  que  foi  uma  fortaleza 
inexpugnável  na  antiguidade. 

A  foz  doeste  rio  é  tão  estreita  e  tão  errt- 
çada  de  rochedos,  de  ambos  os  lados,  que 
n*ella  só  entram  barcos  pequenos.  Entram 
porém  muitas  lampreias,  relhos^  trutas,  bo- 
gas, escalos,  etc.  Também  aqui  se  pescam 
bastantes  lagostas,  navalheiras  e  outros  ma- 
riscos. 

Ha  n'este  rio  muitas  azenhas. 

Em  uma  doação,  feita  por  Âffonso  Nantes 
MirU  á  Sé  de  Braga,  na  era  lill  (1073  de 
Jesus  Ghristo)  e  que  existe  no  livro  Fidti-- 
entre  outras  propriedades,  deixa  umas  her- 
dades na  margem  do  rio  Neivola^  com  o  seu 
Lavigal—^Cxim  suo  Lavigale.»  ^ 

Isto  leva  nos  a  suppor  que  também  anti- 
gamente se  deu  ao  rio  Neiva  o  nome  de  Nei- 
vola. 

NEIVA  — freguezia,  Minho,  concelho,  co- 
marca, districto  admnistrativo,  e  próximo 
a  Yianna,  30  kilometros  a  O.  de  Braga,  365 
ao  N.  de  Lisboa,  145  fogos. 

Em  1757  tinha  lOi  fogos. 

Orago  S.  Romão.  Arcebispado  de  Braga. 

O  abbade  do  mosteiro  benedíctíno  do  mos- 
teiro de  S.  Romão,  d'esta  freguezia,  apresen- 
tava o  vigário  triennal,  que  era  um  monge 
do  mesmo  mosteiro,  que  tinha  30^000  reis 
e  o  pé  d'altar. 


1  Não  sei  o  que  é  Lavigal  Talvez  seja 
erro  de  cópia,  em  logar  de  navegagem  (vide 
Navagem).  E'  provavebque  no  século  XI 
existisse  n'este  sitio  do  Neiva,  alguma  bar- 
ca de  passagem,  cnjo  rendimento  pertences- 
se á  herdade  doada. 

O  nome  do  doador  não  me  parece  portu- 
{[uez  nem  castelhano.  laclino-me  a  que  se- 
ja normando  ou  gascão. 


Ml 

Para  o  condado  de  Neiva  (dos  Tellos  de 
Menezes)  vide  Netva,  rio. 

Esta  freguezia  está  situada  em  uma  espa- 
çosa planície,  nas  margens  do  rio  que  lhe 
dá  o  nome. 

Diz-se  que  esta  povoação  foi  fundada  pe- 
los gregos,  quando  edificaram  o  castello  do 
Neiva.  (Artigo  antecedente.) 

É  terra  fértil  em  todos  os  géneros  do  paiz, 
e  abundante  de  peixe  do  mar  e  do  rio;  e  nos 
seus  montes  ha  muita  caça,  do  chão  e  do 
ar. 

É  natural  d'esta  freguezia,  o  beato  frei 
João  da  Ascenção,  vulgarmente  — jpadre> 
mestre  frei  João  de  Neiva.  (Vide  Braga,  a. 
pag.  473  e  seguintes,  do  vol.  l.*" 

Foi  conde  de  Neiva,  de  Ourem,  de  Bar- 
cellos, de  Arrayolos  e  de  Penafiel — mar^ 
quez  de  Vílla  Viçosa  —  duque  de  Bragança 
(o  3."*)  e  de  Guimarães,  e  senhor  de  trinta 
villasy  D.  Fernando,  o  II  do  nome  no  ducado 
de  Bragança.  Era  o  maior  senhor  das  Hes- 
panhas,  depois  dos  reis. 

Ás  suas  immensas  riquezas,  e  ao  seu  no- 
bilíssimo nascimento,  juntava  todas  as  qua- 
lidades de  um  cavalheiro  perfeito,  de  um 
esmerado  cortezão  e  de  um  guerreiro  intré- 
pido. 

Serviu  com  grande  valor  ao  nosso  D.  Affòn- 
so  V,  e  foi  d*eile  tão  extremosamente  amado, 
que  era  o  arbitro  do  reino;  o  que  desagra- 
dava ao  soberbo  e  irascivel  príncipe  D.  João 
(depois  n)  pelo  que,  morto  seu  pae,  inten- 
tou D.  João  revogar  os  privilégios  dos  dona- 
tários, atirando,  com  esse  intento  em  pri- 
meiro logar  ao  duque,  como  ao  principal  e 
chefe  da  aristocracia  portugueza.  Princiqiou 
pelo  tratar  com  extremo  desagpMlo,  em  mui- 
tas occasiões,  tanto  em  particular,  como 
em  publico. 

Doestes  factos  nasceram  as  queixas  (e  tal- 
vez impaciências)  do  duque;  palavras  im- 
prudentes contra  o  rei;  reuniões  e  conciiía- 
belos  com  seus  irmãos,  para  procurarem  o 
remédio  ás  vexações  que  o  rei  fazia,  não  s6 
ao  duque,  como  a  sems  irmãos  e  a  vários 
fidalgos;  cartas  ao  rei  de  Gastella,  queixan- 
do-se  amargamente  do  rei  portuguez;  suges- 


V. 


\ 


NEI 

iSès  á09  procDraAores  fias  cortes,  cjtie  étião 
fld  celebraratn  (1481—1482)  para  qne  se  op- 
IM^seséèm  obstinadamente  ás  projectadas  e  uti- 
lídimas  reformas  do  úionárcha,  qne  todas 
téli(iiam  a  diminnfr  o  poder  Ilimitado  dos 
grandes,  os  seus  absurdos  e  intoleráveis 
pVívílegios,  a  sua  desmedida  ambiçlo  de 
dòinínar,  e  o  abuso  que  fciziam  das  regalias 
6  direitas  que  a  cirrumstatícia  do  nascei- 
metato,  e  as  leià  barbaras  do  paíz,  até  então 
lhes  cencediam. 

D.  João  n,  manda  prender  (1483)  ò  duque, 
^sposto  a  principiar  o  tèrrivel  castigt)  qúe 
tencionava  dar  à  aristocracia  portugueza, 
])do  seu  chefe  natural. 

O  promotor  fiscal  deu  principio  ao  pro- 
eesão.  O  duque  protestou  contra  este  aeto, 
qúe  lulgava  incompetentíssimo,  pretendendo 
^er  julgado  por  príncipes  e  senhores  da  sua 
eatbegoria,  segundo  os  usos  do  templo,  etn 
quasi  todas  as  nações  ctiltais  da  Earot)?i;  e 
nlo  por  ministros  totalmente  dependentes 
dk  Vontade  do  rei;  más  não  foi  ouvido,  e 
este  indeferimento  deu-lhe  o  desengano  de 
que  a  sua  sorte  estava  decidida,  e  a  sua 
morte  de  antemão  decretada. 

Mandou  chamar  o  virtuoso  padre  Paulo, 
loyo,  seu  cx)nfessor,  que  leve  sempre  junte 
a  si,  para  o  preparar  para  a  sua  ultima  via- 
gem. 

O  rei,  ardendo  em  desejos  de  vingança, 
tinha  marcado  para  o  processo  o  prazo  fa- 
la! de  25  dias.  No  fim  dVlIes,  mandou  ar- 
mar a  sala  grande  das  paços  d*Evora,  com 
panos  de  raz,  onde  se  viam  representados 
\U\09  factos  da  vida  do  imperador  Trajano. 

D.  António  Pinheiro  (que  depois  foi  bispo 
do  Funchal),  procurad(»r  do  duque,  requereu 
ab  rei  que  não  assi^^tisse  ao  acto  da  publí 
cação  da  sentença;  porem  o  rei  índer^riu. 

£ram  21  juizes,  no  numero  dos  quaes  en- 
travam alguns  fidalgos,  escolhidos  pelo  rei, 
qtie  a  todos  fez  uma  pratica,  em  que  decla- 
rava ser  sua  vontad»>  que  se  fizesse  jusriça, 
e  que  votasse  cada  um  com  inteira  liberdade; 
o  que  todo  o  mundo  traduziu  por  ordem 
terminante  de  condemnaçao.  Esta  sessão  te- 
ve li)gar  no  dia  21  de  junho,  do  dito  anno 
de  1483:  o  duqut)  foi  condennado  á  morte, 
e  executado  na  praça  d^Evora,  logo  no  dia 

YOLDm  VI 


NÈI 


3è 


se'guintiB;  não  se  lhe  concedendo  nem  ao  de- 
nos  ds  três  dias  á^oratoiio,  que  «arcava  à 
lei,  coth  receio  de  alguma  tentativa  dos  fi- 
dalgos, parciaes  do  reu,  que  era  a  maioria 
da  nobreza. 

É  certo  que  o  duque  tramava  contra  o 
seu  rei,  e  mesmo  contra  a  sua  pátria,  pre- 
tendendo attrahir  contra  ella  um  monárcha 
estrangeiro  e  ambicioso,  e  não  receando  sér 
a  causa  de  que  os  castelhanos  satisfizesseiti 
o  seu  desejo  de  todos  os  tempos,  o  seu  so- 
nho de  todos  os  dias  a—absorpção  de  Portu- 
tugal.  Mas  o  duque  tinha  feito  uma  figura 
importantissima  no  reino,  e  era  muito  sym- 
páthíco,  pelo  que  a  sua  morte  causou  uma 
tristeza  geral  no  povo,  e  nos  fidalgos  umà 
grande  sanha  contra  o  rei,  que  acoimavam 
de  Nero  portugnez. 

D.  João  II  tudo  supplantou,  destruiu  e 
castigou,  chegando  a  um  excesso  de  ferdx  co- 
bardia, assassinando  com  uma  punhalada, 
seu  primo,  duque  de  Viseu,  no  dia  23  de 
agosto  de  1484,  ho  paço  do  Setúbal,  aonde 
o  tinha  mandado  chamar  â  traição.  Nódoâ 
indenevel,  que  todos  as  boas  obras  do  prik' 
cipe  perfeito  jamais  poderão  purificar. 

Depois,  manda  formar  processo  ao  duque 
assassinado  (!)  e  aos  seus  cúmplices,  que  fo- 
ram declarados  réos  d^alta  traição,  e  execu- 
udos. 

Neiva,  é  appellido  nobre  em  Portugal.— 
Trazem  os  Neivas  por  armas  —  escudo  es- 
quartellado— no  l.*»e  4.»,  de  púrpura,  cinco 
chaves  azues,  perfiladas  d'ouro,  em  aspa  — 
no  2.%  esquartellado,  tendo  no  l.*"  e  4.''  as 
armas  d' Aragão— no  2.*  e  3.»,  as  de  Navar- 
ra.—No  S.*"  quartel,  as  armas,  modernas,  dos 
Farias,  que  são— um  campo  de  púrpura,  um 
castello  de  prata,  com  portas  e  frestas  de  ne- 
gro, entre  cinco  flores  de  liz,  de  prata,  3  em 
chefe  e  uma  de  cada  lado.  Elmo  de  prata, 
aberto,  e  por  timbre,  duas  das  chaves  azues 
do  escudo,  em  aspa,  atadas  com  uma  fita  de 
púrpura. 

Ha  n*esta  fireguezia  o  mosteiro  benedieti- 
no,  de  S.  Romão  de  Neiva,  fundado  em  540 
(reinando  o  rei  suevo  Theodomiro),  por  & 
Romão. 


NEI 


NEL 


O  correr  de  560  annos  tinha  damnifieado 
maito  este  convento,  que,  em  iiOO  estava 
bastante  arruinado.  Então,  o  poderoso  con- 
de, D.  Payo  Soares  (o  que  o  conde  D.  Pedro, 
no  seu  Livro  de  linhagens,  chama  Payo  Paes- 
Caminhão),  o  reedificou  e  lhe  fez  grandes 
doações.  Era  este  conde,  senhor  de  Neiva  e 
de  outras  muitas  terras  do  Minho. 

D.  Monso  Henriques  (1133)  lhe  deu  o  re- 
guengo, e  grandes  esmolas. 

Este  mosteiro,  está  à  vista  e  a  pouca  dis- 
tancia de  Palme  e  de  Carvoeiro. 

Era  desde  os  seus  principies,  asylo  com- 
modo  e  gratuito  de  todos  os  viandantes,  fa- 
zia avultadas  esmolas  aos  indigentes  das  vi- 
sinhanças,  e  educava  na  religião  cathoiica 
as  creanças  dos  arredores. 

Pelos  annos  de  1470,  no  pontificado  de 
Paulo  II,  passou  a  commendatarios;  porém, 
em  1561,  sendo  pontifico  Pio  lY,  voltou  aos 
monges  benedictinos,  com  a  obrigação  de 
darem  a  terça  a  D.  Álvaro  de  Castro,  filho 
de  D.  João  de  Castro  (o  célebre  4.''  vice-rei 
da  índia,  que  fallecéra  em  Gôa,  em  1548). 

Sendo  arcebispo  de  Braga  o  cardeal  D. 
Henrique  (depois  rei),  cessou  para  o  mos- 
teiro, o  pagamento  da  terça,  que  pouco  tem- 
po se  chegou  a  pagar. 

O  D.  abbade  de  S.  Romão  apresentava  as 
egrejas  de  S.  Paio  d' Antas,  Villã-Fria,  e  Sou- 
to de  Rebordòes. 

Neiva  já  era  julgado,  no  tempo  do  rei  D. 
Diniz,  pois  das  ín^irições  a  que  mandou 
proceder,  em  1290,  consta,  que  na  fregue- 
zia  de  S.  Miguel  de  Cepães,  do  julgado  de 
Neiva,  havia  a  herdade  de  Rio  de  Moinhos, 
que  foi  do  abbade  de  Pachacos,  parochia 
que  já  exidtia  antes  do  conde  D.  Henrique 
Yir  para  Portugal  (1093),  e  d'ende  se  pre- 
sume que  os  Pachacos  tomaram  o  appellido. 

Em  agosto  de  1875,  vários  sacerdotes  da 
província  do  Micho,  se  teem  reunido  no  edi- 
ficio  do  mosteiro  de  S.  Romão,  empregando 
o  tempo  em  exercidos  espirituaes;  em  pré- 
dicas ao  povo  que  alli  tem  hido  (e  entre  elle, 
pessoas  catholicas,  de  familias  aristocráti- 
cas), e  em  outros  actos,  próprios  de  minis- 
tros da  religião  chriatan. 


Infelizmente,  chegámos  a  um  tempo  em. 
que  é  preciso  escondermo-nos  para  orar  a  . 
amar  a  Deus,  e  para  exercer  a  religião  ca- 
thoiica apostólica  romana  (que  de  mais  & 
mais,  é  a  religião  do  estado),  ^  e  nem  escon- 
didos deixam  de  ser  acoimados  pelos  ímpios,., 
de  ultramontanos,  reaccionários  e  conspira" 
dores  I— De  modo  que,  o  que  seguir  a  reli- 
gião de  nossos  pães  e  avós,  conspira,  e  é  de*  ' 
nunciado,  urbi  et  orbi,  como  inimigo  da  pá- 
tria! 

«Alteri  tempi,  alteri  pensiôrel» 

NEIXENÇA— portuguez  antigo— produc* 
ções  e  renovos,  assim  das  terras,  como  dos 
animaes.  Em  1153,  contratou  um  individuo 
com  sua  mãe,  viuva,  de  partirem  tudo  que 
chegasse  a  ganhar  e  adquirir— «ic  de  pane^ 
quomodo  vino;  sic  de  neixencia,  que  ibi  nas- . 
cer,  etc. — (Doe.  das  freiras  benedictinas,  do 

Porto.)^ 

NfiLLAS— villa,  Reira- Alta,  cabeça  do  con- 
celho do  seu  nome,  da  comarca  de  Mangual- , 
de,  18  kilometros  de  Yizeu,  270  ao  N.  da 
Lisboa,  500  fogos. 

Em  1757  tinha  247  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

Rispado  e  districto  administrativo  de  Yi- 
zeu. "* 

O  vigário  de  Santa  Marinha,  de  Senhorim^ 
apresentava  o  cura,  que  tinha  6^800  réis  de 
côngrua  e  o  pé  de  altar. 

É  o  antigo  concelho  de  Senhorim,  que  foi 
para  aqui  transferido. 

O  concelho  de  Néllas  é  composto  de  6  fre- 
guezias,  todas  no  bispado  de  Yizeu— são — 
Cannas  de  Senhorim,  Carvalhal-Redondo,. 
Néllas,  Santar,  Senhorim,  e  YiUar-Sôcco — 
todas  com  2:530  fogos. 

O  foral  que  compete  a  este  concelho,  é  o 
de  Senhorim,  dado  por  D.  Manuel,  em  Lis- , 
boa,  a  30  de  março  de  1514.  (Livro  dos  fo- 
raes  novos  da  Beira,  fl.  114,  col.  1.*) 

No  mesmo  dia,  mez  e  anuo,  mas  antes 

^  c  A  Religião  Cathoiica,  Apostólica  Roma-  . 
na,  coutmuará  a  ser  a  Religião  do  Reino.  To- 
das as  outras  Religiões  serão  permitlidas  aos 
Estrangeiros,  com  seu  culto  domestico,  oa 
particular,  em  casas  para  isso  destinadas, 
sem  forma  alguma  exterior  de  Templo.»  , 
(Carta  Constitucional,  artigo  6.**) 


NES- 


NES 


35: 


d*eflt6,  dea  o  rei,  também  em  Lisboa,  foral  á 
villa  de  Canoas  de  Senhorim.  (lÀvro  de  fo- 
raes  novos  da  Beira,  fi.  liO  v.,  col.  i.') 

Ha  n*esU  fragaezia  a  aldeia  do  Toladaly 
sitnada  em  um  monte,  a  1:200  metros  do 
lio  Mondego,  e  3  kilometros  de  Gannas  de 
^nhorim. 

No  eentro  d'esta  aldeia,  está  a  capella  de 
Nossa  Senhora  da  Tosse,  fundada  pelo  povo 
d'este  logar,  no  meio  de  am  grande  ter- 
reiro, onde  se  vé  ama  frondosa  amoreira. 

É  tradição  que  a  primittiva  ermida  da 
Senhora  da  Tosse,  era  janto  á  margem  di- 
reita do  Mondego,  e  que  foi  madada  para 
aqai,  por  caasa  das  enchentes  do  rio,  qae  a 
damnifleavam. 

Faz-se  a  festa  d*esta  Senhora,  na  2.*  oita- 
va da  Pasehoa,  e  é  muito  concorrida. 

N'este  dia  costumavam  vir  aqai  em  pro- 
cissão, os  povos  das  freguezias  de  Gannas  de 
Senhorim,  VillarSécco,  Senhorim  e  Néllas, 
eom  seus  respectivos  parochos. 

Como  a  antiga  imagem  da  Padroeira  es- 
tava em  mau  estado,  o  visitador  a  mandou 
substituir  por  outra  nova,  e  a  primittiva  foi 
recolhida  na  sacristia,  em  um  cofre  de  ma- 
deira, em  i708. 

É  barão  de  Nellas,  o  sr.  José  Bernardo 
dos  Anjos  e  Brito. 

NÊLLO— portuguez  antigo— n'isso--a  tal 
respeito— n'essa  cousa,  etc. 

NEMBRAR— portuguez  antigo— lembrar, 
recordar,  etc 

NEMBRO— portugufiz  antigo— membro. 

NEIGIIDADE — poriugaez  antigo  —  igno- 
rância, inseíenda,  imperícia,  etc. 

NEMETANOS— antigos  povos  da  Lusitâ- 
nia, na  chancellariade  Braga,  dosquaesera 
capital,  a  cidade  de  Yolobriga.  Ignorase  a 
situação  d'esta  cidade  eseu  districto,  e  ape- 
nas se  sabe  que  era  ao  N.  O.  de  Braga.  & 
provável  que  Yolobriga  fosse  alguma  d*es- 
sas  povoações,  cujos  vestígios  apparecem 
nas  serras  d^Arga  e  Coura. 

NEMÚ— portugnez  antigo— no  mesmo  ins- 
tante, immediatamente, 

KESPERAL— freguezia,  Beira-Baixa,  co- 
marca e  concelho  da  Certan,  70  kilometros 
do  Crato,  i65  a  B.  de  Lisboa,  iOO  fogos. 


Em  1757  tinha  93  fogos. 

Orago  S.  Simão,  apostolo. 

Ê  do  grão-priorado  do  Crato,  hoje  anne- 
xa  ao  patriarchado,  districto  administrativa 
de  Castello- Branco. 

Os  grãos  priores  do  Crato,  apresentavam 
o  reitor,  que  tinha  120  alqueires  de  trigo, 
20  almudes  de  vinho  mosto  e  2M00  réis  em. 
dinheiro. 

É  terra  muito  fértil  em  cereaes. 

HESPEREIRA— fireguezia,  Bfinho,  comar* 
ca  e  concelho  de  Guimarães,  18  kilometros 
a  N.  E.  de  Braga,  360  ao  N.  de  Lisboa,  130 
fogos. 

Em  1757  tinha  114  fogos. 

Orago  Santa  Eulália. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

O  thesoureiro-mór  da  collegiada  de  Nos> 
sa  Senhora  da  Oliveira,  de  Guimarães,  apre- 
sentava o  vigário,  que  tinha  50M0O  réis  de 
côngrua  e  o  pé  de  ãdtar. 

É  terra  fértil.  Muito  gado  de  toda  a  qua- 
lidade. 

É  n^esta  freguezia  a  nobre  casa  do  Paço, 
solar  dos  Amaraes,  que  era  vinculada.  Foi 
instituidor  d'este  morgado,  Pedro  Cardozo 
do  Amaral,  oontadormór  do  reino,  ao  qual 
D.  João  III  deu  carta  de  brazão  de  armas, 
em  1538,  por  provar  ser  descendente  dos 
Car dozos,  fomiiia  que  sempre  teve  em  Por- 
tugal grandes  privilégios  e  foi  de  esclareci- 
da nobreza» 

Pedro  Cardozo  do  Amaral  e  Menezes,  d'es- 
ta  casa,  foi  o  prímeiao  que  na  índia  levan- 
tou o  grito  de  independência,  em  1640. 

É  hoje  representante  d*esta  familia,  e  se- 
nhor da  casa  do.  Paço  de  Nespereira,  o  sr. 
João  Lobo  Machado  Cardozo  do  Amaral  e 
Menezes,  neto  do  sr.  João  Machado  Pinhei- 
ro, l.^"  visconde  de  Pindella,  por  ser  filho  da 
filha  d'este,  a  sr.«  D.  Maria  Amélia  Cardozo 
Pinheiro  de  Menezes. 

Brasões  à'aarmas  dos  divensos 
appellidos  d'6sta  familia 

Amaral— Em  campo  de  ouro,  seis  cres- 
centes de  azul,  em  duas  palas.  Elmo  d^aço, 
aberto— e  por  timbre,  um  leão  de  ouro,  com 


u 


NES 


NES 


uma  aeha  de  armas  nas  mios,  e  oaada 
azul. 

Cantoo  — fim  campo  de  púrpcora,  dois 
eardos,  de  verde,  florídos,  cora  a  flor  e  a  raiz, 
de  prata,  eDtre  dois  leões  de  ouí^o,  i>atalhan- 
M,  armados  de  [Púrpura.  TímlM*e,  ama^tsa- 
beça  de  leão,  de  ouro,  sahindò-lbe  dn  boc* 
ca  Tim  bardo  verde,  <mm»o  <m  àò  «sendo. 

Loôo— Vide  vol.  3  %  pag.  84,  col.  1.* 

Machaâõ'-'prÍiiC\}^oíí  etAeiveère  appeHi 
de,  na  pessoa  de  D.  Mrado  ItAiik^  rko^-ho- 
mm)y  «e  Senhêr  de  Gondares,  ao  ^oal  D.  Af- 
kftí^o  Hetrriqaes  mandovi  asar  (a  efte  «  sefas 
desceodentes)  do  appeliido  Machado,  por 
qne,  com  um  maiehadio,  arrombou  nma  das 
portas  de  Santarém,  em  8  de  maio  delt47, 
para  dar  entrada  ao  exercito  portagoez, 
commaDdado  pelo  rei,  que  n'e8te  dia  tomott 
aos  moaros  o  castello  de  Santarém,  um  dos 
mafis  fortes  qae  os  mouros  tinham  em  Porta- 
gai.  (Vide  Santiirem), 

O  principal  solar  dos  Machados,  é  a  torre 
da  Penairate,  na  provineia  do  Minho,  faoda- 
da  em  1200,  por  Fernão  Machado. 

Os  Machados  trazem  por  armas^^m  cam- 
po de  púrpura,  três  machados  de  prata,  com 
cabos  de  ouro,  em  roquéte,  e  nove  torres  de 
ouro,  na  orla.  Elmo  de  aço,  aberto— timbre— 
dois  dos  machados  das  armas,  em  aspa,  ata- 
dos com  ama  fita  de  purpura. 

Outros  do  mesmo  appeliido,  osam  —  em 
campo  de  púrpara,  cinco  machados  de  pra- 
ta, com  cabos  de  ouro,  em  aspa.  BImo  de 
aço  aberto,  e  o  timbre  antecedente. 

A  Álvaro  Ma<^hado  Pinto,  e  a  sea  prim^o, 
loão  Machado  Moniz,  e  a  seu  filho,  Francts- 
eo  Fernandes  Machado,  todos  portugopzes, 
deu  Fernando  II,  imperador  da  Allemanha, 
em  1637,  as  at^as  segoiintes  —  escodo  es- 
qoartellado— DO  l.*"  quart#l,  de  verde,  três 
machados  de  prata,  com  cabos  de  ouro,  em 
roquéte— DO  2.^  de  negro,  uma  espada  de 
prata,  com  um  bastão,  de  ouro,  em  aspa,  en- 
tre estas  quatro  letras— F.  J.  L.  F.— que  que- 
rem dizer — FariíMndns  hnpfrator  Liben- 
ter  factício  imperador  Fernando  as  deu  de 
boa  vonude).— No  3.*  quartel,  de  azul,  um 
eoração  de  púrpura>  perfilado  de  ouro,  en 
Ire  om  letreiro  do  mesmo,  qae  dtz-^5^« 


fUea  til  Dsô  mt  (a  mtnba  esperança  está  em 
Deus). — No  k.*"  quartel,  de  ouro,  um  gadio, 
de  oôr  cinzenta,  com  algumas  peniias^ 
gro.  Elmo  e  timbre  como  os  antecedentes. 

]llBnêiseS'-Y\áQCant<mhêiey  Ericeira^ 
riçoA,  MmiaJttu^  Penalva,  Tarouca  e  FoMít* 

áWTH. 

PínA?íros— Vide  Barcellos, 

NfiSPBRBníA  ^  freguecia,  Beira  Baixa, 
comarca  e  concelho  de  Gouveia,  90  kilooM^ 
troa  a  G.  N.  B.  de  Coimbra,  290  ao  B.  de 
Lisboa,  170  fogos. 

Em  1757  tinha  90  fogos. 

Orago  Nossa  Senhora  da  Graça. 

fifspado  edistricto  administrativo  da  Guar- 
da. 

O  prior  de  Gouveia,  apresentava  o  cura, 
que  tinha  8M00  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

O  seu  clima  é  excessivo,  mas  saudável. 
Produz  eereaes,  legumes,  fructas  e  hortali* 
ças.  Tem  multo  gado  miúdo,  e  faz-se  aqoi 
muito  bom  quei}o  de  ovelha,  que  se  ex- 
porta. 

Em  junho  de  1874,  aconteceu  n'e9ta  fre- 
guezia  uma  serie  de  desgraças,  a  que  jutgo 
dever  dar  cabimento  n'e3ta  obra. 

Tinham  ficado  só  em  casa,  dois  filhos  de 
uma  pobre  gente,  um  de  dnco  e  outro  èe 
três  annos.  O  mais  velho,  vendo  cascar  um 
porco,  fez  a  mesma  operado  ao  seu  irmão 
(d'elte  rapas),  do  que  lhe  resultou  a  morte 
immedíata.  Chega  a  mãe  (qne  andava  gra- 
vida) e,  n*um  momento  de  allut;inação,  cra- 
va um  sacho,  que  truzia,  na  cabeça  do  pe- 
queno assassino,  que  ficou  logo  morto. 

Foi  presa.  Quando  a  InfeKc  mãe,  no  meio 
da  escolta  que  a  levava  para  a  prisão  de  Gea, 
seguia  o  seu  calvário  de  amarguras,  saiu  lhe 
ao  encontro  o  marido,  que  do  trabalho  re- 
colhia com  uma  foice  aos  hombros.  Espan- 
tado e  ffltonito  por  ver  a  mulher  em  tal 
companhia,  perguntou  a  razão,  e  sabendo-a, 
fora  de  si,  com  o  juízo  penlido,  rompeu  em 
taes  excessos  que,  atropellando  uns  e  fedu- 
do  outros,  chegou  perto  da  mulher,  sobre 
quem  desisarregou  tarpauha  Ibiçada,  que  a 
deixei  rherta  logo  alíi. 

Em  seguida,  soltado  gr^os  furiosos,  cor- 


lendo  como  louco  pelas  rna^,  M  acommet- 
liilo  âe  tal  aeoeseo  de  doidice,  qodBÍDgueiB, 
sem  pprteo  da  vida,  se  podia  aprowi^^r  d'çd- 
le.  O  profurio  eijicesso  da  saa  dôr  fea  cofo  qae 
sereoasse  algooi  taDto;  pofóm,  raooidaQd^ 
ae  k^  do  qjeie  se  havia  pausado,  caninbou 
desesperado  para  o  nio  Alva»  e<a'ella'  se  prsr 
eipitou,  ejatoflceu  afogade. 
•  """" 

N£8PBB£IHA— fregoezia,  Douro,  eoauu^ 
ca  6  aooeeiifto  de  Lonaada,  35  lúloioetfoa  a 
V.  E.  do  Porto,  aaOi  ao  N.  da  Usboe,  90  fo- 
fos. 

fim  1757  tinha  51  fogos. 

Orag o  S.  Jcáo  fivaageliala^ 

Bispado  ediatrioto  aduiníatrativodo  Pof- 

10. 

O  papa,  o  bt»po  do  Ponto,  os  moag es  ba- 
aedietíDos  do  BiiísiéUo  (Pttoaftei)  a  oa  eone- 
gos  regcaates  da  Sanlo  Agoslioho  (eraieios) 
4a  Sem  do  Pilar  (Gaia)  apvaseatavi^a  al- 
lemativameDie  o  ahbad&--a  sabedr^-eoi  ja- 
neiro, o  papa-r-em  fevereiro^  o  biaporr^ani 
Buarço,  os  fradies  bentos  e  es  crasioa  {i)  Sa- 
Ift  ahhadia  waéia  400jí00(>  réis  amwaasv 

NfiSFfiREIBfi— fregq/etía,  Beira  Alta,  eor 
narea  e  coacellio  de  Siofães,  40  kilometroa 
ao  O.  da  Laiaego,  310  ao  N.  de  Lisboa,  QliO 

Orago  Saata  Marinha. 

Bispado  de  Lamego,  dislriota  adottOiStra- 
l&va  de  Vftzeo. 

Até  ao  lira  do  seaudo  XYIU,  havia  doas 
iKgiieaias  distinctas,  d»  mesmo*  nome,  e 
aoMiguas,  qud  hoje  formam  uma  só^  firam^ 

S^nia  MarmhOy  apresentada  pelo  real  pa- 
Aoado. 

O  abbade  tinha  6504000  réía  de  rendi- 
mnta  annoal. 

Tinha  em  1757,  152  fogos. 

Santo  Ericio  (ou  Eurico)  apresentada  ab- 
laniativameato  pelo  papa  e  pelo  bispa  de 
Lamaipa. 

O  reitoff  tinha  tôOtflOOO  róis  de  rendimenlo. 

Vinha  em  47£^7,  tôO  fogoa 

Ha  n'eMft  fireguezia.  dois  grandes  meoca- 
ias  mensaes,  a  4  e  a  18  de  eada  mez. 

A  povoação  de  Nespereira  (onda  eaiâ  a 
ap«^  matría,,  e  onda  sa  fézemasmarcBâos) 


NES 


a? 


é  mni^  antiga,  e  (oí  villa,  eapital  de  WDMr 
lho,  que  foi  sappFinaída,  passando  a  formar 
parte  do  ooncelho  de  Sãa  Fin$^  oomarea  da 
Ré^eade.  Este  ^xmeelho  foi  sapprimido^  eaa 
24  de  outubro  de  1855,  passeado  as  fregue- 
zias  que  o  compunham,  para  o  concelho  e 
U9V9Í  eoQ^rea  de  Sinígâs. 

O  ael  D»  Manueli  dau  foral  á  wUa  da  Nea- 
pereira,  em  Lisboa,  a  W  de  ahriik  da  AMA. 
fkmrOi  do$  fmaes  nwçe  da  títma,  fi^  120, 
col.  !.•) 

Trata-se  n'este  fgra^  d^s  terras  segoin- 
tes: 

Alxnargam,  Alvellos^  Aviojos^  Carpe^él- 
la>  Gs^l,  Ermida,  FermantéUos,  Folgarosa, 
Giitfh^nte,  Lsfeosa,  Montão,  Noadaw^  Pa- 
ço^ l^voa,  Póvoa  do  €q«sul,  Pó^oa  de  Vir 
Rai,  SangnÀnhédo»  Soure  da  li^gdaleaa.  Sou- 
to, Travações,  Várzea,  Viila-GhaD.  Vilto-NíOr 
¥a-do^Caa»po,  e  Vittar- da  Monte.  (Na  gaveta 
80^  maço  U,  n,<^  11,  está  a  processo  Qua  se 
fez  pava  este  foral). 

Teve  aàé  1834  dua»  oompaahias  da  ovda- 
nanças.  Foi  seu  idtimo  capitão  moi:,  o  se. 
Luiz  do  Amaral  SeaAbiaao,  400  «lonren  aa- 
saasinadOí  dauraata  a  gnaira  eivijt  Ae  1846 
a  1842. 

NBS»BSmA  ALX4-  aldaia.  Beira- Alta, 
IA  fireipaeaia  de  Villa-lfaiaf,  eoncekho  de  8. 
Pedro  do  Sai,  comarca  de  Vouzeiia^  bispada* 
distneto  admiiiistaativo  e  18.  kUomeinífi  AP 
N.  de  ViMM. 

Passa  aqui  a  nova  aslracls^  a  machdaoi, 
que  vaa  para  Laasego. 

Era  n'asta  aUlsia  a  aasa  a  resídaaeia  dos 
sr.  Yalemioi  d* Almeida  Novaes,  a  Joaquina 
d^AlmaUa  Díovaes,  ambos  offioiaaa  da  exar- 
Gtio realista, eoaavencMnadíO em  EvoraUoor 
te;  a  ambos  garalmealeastimitoiíaapfilaftSQfla 
vistades,  tanta  doa  legjitimftstiaa,  oomo  doa 
UberaeSL 

O  ar.  ValenlMu.  d* Almeida  Novaes»  l»lleoaa 
n*esta  sua  oaaa,  de  um  ataque  apopletieo, 
no  dia  16  dis  aAiril  de  1^4. 

Sentai^a  pna^  da  eadate»  em  1810 —  Foi 
feito  alferes,  em  11  de  fsaeceii»  de  1811 -^ 
tenente,  em  28  de  novembro  de  1817  —  ca- 
pitapv  i¥>  Ji-*'  da  dezem)i)ro  de  1820— major, 
a  22  de  outubro  de  1832  — .teaania  catonal. 


38 


NES 


NES 


a  3  de  outabro  de  1833  —  e.  fiòalmeate,  co- 
inonel  no  i.»  de  janeiro  de  1834.  Na  oecasião 
da  coDTeDçâo,  commandaya  o  bravo  regi- 
mento de  infanteria  de  Gaseaes  (n.«  19.) 
Não  deixon  filhos. 

«  

Eis  o  artigo  necrologico,  que  no  Carreio 
tfa  Tarde,  n'«  543,  publicou  um  cavalheiro, 
intimo  amigo  do  illustre  finado. 

«Mais  um  dos  valentes  soldados  de  Evo- 
ra-Monte  baixou  à  sepultura. 

-  Curvemos  os  joelhos,  e  elevemos  ao  céo 
uma  prece  pelo  seu  eterno  descanço. 

-  Já  não  é  doeste  mundo  o  ill."*  ex.m*'  sr. 
Valentim  d'Almeida  Novaes,  de  Nespreira. 

Um  violento  ataque  apopletico,  que  ape- 
nas lhe  concedeu  24  horas  de  vida,  o  roubou 
aos  seus  amigos,  que  tanto  o  respeitavam  e 
amavam. 

Munido  com  os  sacramentos  da  religião 
santa,  encarou  a  morte  com  a  resignação  e 
coragem,  que  nunca  desamparam  aquelles, 
que  n'ella  pensam  a  miúdo,  e  que  para  ella 
se  preparam  com  uma  longa  pratica  de  vir- 
tudes no  decurso  da  vida. 
'  Nascido  em  1791,  em  tempo  que  existi- 
am ainda  restos  d'esse  génio  cavalheiroso 
português,  que  tantas  glorias  nos  valeu,  que 
tanto  inflammava  o  coração  da  nossa  juven- 
tude, lançou-se  na  carreira  das  armas,  assen- 
tando praça  em  cadete  em  1810.  Por  se  tor- 
nar distincto,  foi  despachado  alferes  no  mes- 
mo anno  ^  e  já  tenente  acompanhou  a  expe- 
dição para  o  Brazil  em  1817,  d'oQde  voltou 
capitão. 

Emigrou  para  a  Hespanha  em  1826,  onde 
se  conservou  até  1828,  e  depois  na  patente 
tio  coronel  do  regimento  de  infanteria  n.* 
il,  fez  toda  a  campanha  do  cerco  do  Porto 
•até  á  Convenção  de  Évora  Monte,  onde  se 
«viu  obrigado  a  depor  a  espada,  que  nunca 
havia  descançado  na  bainha,  quando  a  pá- 
tria chamava  seus  filhos  ás  armas,  e  de  que 
âiera  sempre  uso  com  a  valentia  e  coragem 
â*um  verdadeiro  soldado  portnguez,  sendo 
condecorado  com  as  ordens  de  Torre  Espa- 
da, Conceição  e  Aviz. 

'    1  Engana-se  o  sr.  Araújo,  foi  em  1811  co- 
/no  86  via  atraz. 


Mas  se  é  de  admirar  a  sua  valentia  e  bra- 
vura como  soldado,  muito  mais  o  são  as  vir- 
tudes, que  deixou  ver  na  vida  privada. 

Fez  o  que  fazela  as  almas  grandes:  quando 
viu  perdida  a  causa  que  tanto  amava  e  amoa 
sempre,  a  causa,  porque  jogara  as  armas,  e 
tantas  vezes  expozera  a  vida,  retirou-se  das 
scenas  do  mundo;  e  no  exercício  da  mais 
santa  caridade,  da  caridade  que  esconde  a 
mão  com  que  mata  a  fome  ao  pobre,  e  en- 
xuga as  lagrimas  ao  desgraçado;  passou  no 
retiro  da  sua  aldeia  o  espaço  de  tempo  de- 
corrido de  1834  a  16  d'abril  de  1874,  em 
que  se  finou. 

Affavel  sempre  para  com  todos,  também 
mereceu  sempre  a  estima  dos  homens  ho- 
nestos de  todos  os  partidos:  o  que  mais 
uma  vez  se  deixou  ver  bem  daro  no  acto 
solemne  do  acompanhamento  dos  seus  res- 
tos mortaes  á  sepultura,  onde  se  viam  todos 
os  representantes  das  prieipaes  familias  de 
Lafôes e  immenso  povo:  e*se  isto  nos  impres- 
sionou e  nos  deixou  ver  a  con<>ideração  que 
todos  lhe  ligavam,  os  gemidos  e  lagrimas 
dos  muitos  desgraçados,  a  quem  matava  dia- 
riamente a  fome,  e  que  não  queriam  acredi- 
tar que  a  morte  cmel  lhes  roubasse  um 
protector  tão  caritativo,  mais  nos  impressio- 
naram ainda,  porque  eram  o  apparato  mais 
eloquente  da  sua  pompa  ftinebre. 

No  eeu,  creio,  que  estará  gozando  o  pre- 
mio de  tantas  virtudes»  e  sirva  esta  lem- 
brança de  consolação  a  seus  ex.*^*  sobri- 
nhos, a  quem  acompanho  do  corado  no  sen 
tão  justo  soffrimento,  porque  também  perdi 
um  amigo  verdadeiro,  em  cuja  campa  ve- 
nho depor  esta  lagrima  de  saudade,  pedindo 
ao  mesmo  tempo  a  todos  os  leitores  um  P. 
N.  e  uma  A.  M.  pelo  seu  eterno  descanço. 

S.  Pedro  do  Sul  20d*abrílde  1874  — An- 
tomo  Corrêa  d* Araújo.* 

A  morte  de  um  irmão  querido,  de  tal  mo- 
do contristou  o  sr.  Joaquim  d' Almeida  No- 
vaes, que  apenas  lhe  sobreviveu  14  mezes  e 
10  dias,  pois  falleceu  a  27  de  junho  de  1875. 

Deixou  filhos,  cavalheiros  de  tanta  honra- 
dez e  probidade,  como  sempre  o  foram  seu 
pae  e  tio,  cujos  bons  exemplos  seguem  reli- 
giosamente. 

O  testemunho  do  iUustrado  jornal  Atolam, 


NEV 


NEV 


39 


que  86  publica  em  Viseu,  é  de  todo  o  ponto 
insuspeito  (visto  ser  liberal),  b  por  isso  do 
seu  n.*  70,  extrahi  o  seguinte: 

«Falleceu  na  sua  casa  de  Nespereira,  fre- 
guezia  de  Yilia-Maior,  concelho  de  S.  Pedro 
do  Sul,  o  ex."*""  sr.  Joaquim  d* Almeida  No- 
vaes, no  dia  27  de  junho. 

Era  um  cavalheiro.  A  probidade  e  a  hon- 
ra, foram  sempre  característicos  que  o  en- 
nobreceram. 

Brioso  soldado  nas  fileiras  da  legitimida- 
de, nunca  esqueceu  os  seus  deveres,  nem 
deixou  perder  um  só  dos  seus  princípios. 

A  sua  morte,  enluta-nos  e  a  todo  o  parti- 
do legitimísta.» 

NEVES — portuguez  ant. — nome  de  mu- 
lher. 

NEVES  ou  NOSSA  SENHORA  DAS  NE- 
VES— freguezia,  Alemtejo,  concelho,  comar- 
ca, districto  administrativo,  bispado  e  próxi- 
mo de  Beja,  90  kilometros  a  O.  d*Evora,  120 
ao  S.  de  Lisboa,  230  fogos. 

£m  i757  tinha  85  fogos. 

Orago,  a  mesma  Senhora. 

Foi  do  arcebispado  de  Évora. 
^     É  terra  muito  fértil. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha 
330  alqueires  de  pâo  terçado,  e  o  pé  d*altar. 

NEVES  (Nossa  Senhora  das)  —  Sanctua- 
rio,  Beira-Alta,  na  freguezia  de  Lobélhe  do 
Hatto,  comarca  e  concelho  de  Mangualde, 
bispado  e  districto  administrativo  de  Viseu. 
(Vol.  4.%  pag.  432,  col.  2.«) 

Esta  freguezia,  é  no  arciprestado  do  Aro, 
e  foi  annexa  à  abbadia  de  S.  Miguel  de  For- 
nos. 

No  logar  da  Cerveira,  está  o  Sanctuario 
de  Noêsa  Senhora  das  Neves,  também  cha- 
mado de  Nossa  Senhora  da  Cerveira. 

É  templo  multo  antigo  e  serviu  por  mui- 
tos annos  de  egreja  matriz  da  freguezia,  em 
quanto  se  não  edificou  a  actual. 

Fica  o  Sanctuario  em  um  alto,  defronte  e 
áo  E.  da  povoação  de  Lobélhe,  situada  em 
iun  valle,  tendo  ao  S.  terreno  montuoso,  mas 
6m  partes  cultivado.  Para  o  N.  e  O.,  é  o  ter- 
reno povoado  de  vinhas  e  olivaes. 

É  um  templo  vasto  (para  ermida)  com  três 
altares,  e  a  sua  fundação  é  de  data  multo  an- 
tiga. 


Em  1620  se  lhe  instituiu  uma  irmandade» 
com  150  irmãos.  Os  estatutos  foram  appro- 
vados,  a  28  de  janeiro  de  1625,  pelo  gover- 
nador do  bispado,  o  doutor  Balthazar  Fagun- 
des; e  segunda  vez,  sede  vacante,  em  29  de 
julho  de  1656.  O  bispo  D.  João  de  Mello,  con- 
firmou depois  estas  approvaçoes.  Tem  esta 
irmandade  indulgência  perpétua,  por  breve 
do  papa  Urbano  VIII,  de  1641.  Os  irmãos 
eram  d'esta  freguezia  e  das  de  Fomos,  Al- 
cafache, Moimenta  de  Frades,  e  Espinho. 

Era  a  imagem  da  Padroeira  d'esta  egreja» 
objecto  de  muita  devoção,  dos  povos  d*estes 
arredores,  que  lhe  deixaram  vários  legados» 
em  campos,  olivaes  e  dinheiro. 

Faz-se-lhe  a  sua  festa  a  5  d'agosto.  É  uma 
grande  romaria,  onde  vem  gente  de  muito 
longe.  Ha  sempre  a  representação  de  um 
combate,  entre  o  imperador  Carlos-Magno  e 
os  seus  doze  pares,  contra  o  Almirante  Ba- 
Ião.  Por  fim,  os  francezes  (jà  se  sabe)  der- 
rotam os  mvwros,  e  termina  tudo  em  come- 
dias, danças  e  folias. . .  e  muitas  vezes  tam- 
bém em  murros,  facadas  e  pancadaria. 

NEVES  (Nossa  Senhora  das)  —  Sanctua- 
rio, na  freguezia  de  Argoncilhe,  no  concelho 
da  Feira.  (Vol.  1%  pag.  238  Q,  col.  2.») 

A  capelia  de  Nossa  Senhora  das  Neves  é 
antiquíssima,  e  não  consta  a  data  da  sua  fun- 
dação; só  se  sabe  que  os  crusios  do  mostei- 
ro de  Grijó,  achando  o  templo  muito  arrui- 
nado, o  mandaram  demolir,  construindo,  no 
mesmo  logar,  outro,  de  abobada,  em  1581. 
Parece  que  esta  abobada  era  mal  construí- 
da, porque,  poucos  annos  depois,  se  desfez, 
construindo-se-lhe  o  tecto  de  madeira,  que 
é  o  existente. 

Ha  duas  imagens  da  padroeira,  ambas  de 
pedra  —  a  antiga,  de  grosseira  esculptura» 
tem  0",66  d'aUo  —  e  a  moderna,  feita  em 
1581,  com  1",10  de  alto,  e  é  de  boa  escul- 
ptura.  Ambas  teem  o  Menino  Jesus  nos  bra- 
ços. 

É  tradição  que  se  fez  a  nova  imagem,  por 
ter  desapparecido  a  primeira,  sem  por  espa- 
ço de  muitos  annos  se  saber  o  que  era  feito 
d*ella,  até  que,  sendo  encontrada  em  uma 
freguezia  do  termo  de  Aveiro,  e  provado  o 
roubo,  a  tomaram  a  trazer  para  a  sua  ca- 
pelia. 


40 


my 


A  sua  festa  faz  se-lhe  do  dia  próprio,  que 
é  a  5  d*agosto.  Vem  então  aqai  em  procis- 
são, as  fregu^zias  de  Lobão,  Mósélloíi,  Caldel- 
las  (S.  Jorge),  Sanguôdo  (Terreiro)  do  mes- 
mo concelho  da  Feira;  e.Sandím,  e  Olival, 
do  concelho  de  Yilla  Nova  de  Gaia,  comarca 
do  Porto.  Os  seis  paroehos  d'estas  freguezias, 
aahem  d^ellas  em  procissão,  com  palio,  mu- 
sica, assim  como  o  de  S.  Martinho  d^Ârgon- 
cilhe,  que  é  o  da  capella,  e  cuja  procissão  é 
sempre  a  mais  brilhante. 

Tem  havido  annos  em  que  se  juptam  aqui 
dez  e  mais  musicas.  No  anno  de  i874,  jun- 
tara^^se,  por  despique,  trinta  e  duas! 

O  concurso  de  romeiros,  é  sempre  iu^men- 
30,  Nas  festas  d'este  anno  (5  d*agosto  de  1875) 
ca]culou-s6  em  mais  de  vinte  mil,  o  numero 
dp  almas  que  se  acharam  Ateste  vasto  ar- 
raial. 

É  a.  festa  religiosa  maior,  e  de  mais  fama 
que  se  faz  em  toda  a  Terra  da  Feira. 

Quasi  todios  os  annos  ha  aqui  grandes  des 
ordens,  m^aí?,  n'este  ultimo  anno,  graças  à  so- 
licitude e  acertadas  providencias  do  sr.  José 
Correia  Leite  Barl)osa,  digno  e  illustrado  ad- 
miuistrador  do  concelho  da  Feira^  tudo  se 
passou  na  melhor  boa  ordem. 

Também  n'esta  freguezia  está  a  em[)ida 
de  Nossa  Senhora  do  Campo,  ou  da  Appare- 
oida,  como  se  denonriina  vulgarmente;  mas 
a  sua  invocação  verdadeira  é  Nossa  Senhora 
d^  Assumpção.  É  grande*  e  tem  capeila-ojór, 
corpo  da  egreja  e  sachristia.  Foi  a  primitiva 
egfeja  parochial  da  freguezia,  até  ao  anno 
de,  i686,  em  que  se  construiu  a  actual  ma- 
triz. 

Teve  esta  Senhora^  duas. grandes  iroian- 
d^dçs.— uma  de  clçrigos  e  ou^ra  de  secula 
res.  A  primeira  comprehendia  |[^aade  nu- 
mero de  padres,  das  muitas  freguezias.  que 
esianceíaq)  entre  os  rios  Douro  e  Voug;a  -^ 
a  outra  tinha  irmãos  nas  freguezias  que  es- 
tão entre  o  Douro  e  o  mar^  e  d*ella  foram 
muitas  vezes  juizes,  os  condes  da  Feira. 

Com.  as  diíTerenças  e  demandas  que  hou- 
ve entre  os  bisp(»s  do  Porto,  e  o  isento  áfi 
Grijó  (o  mosteiro  dos  crusios.  e  seu  couto), 
do  q^e  resultaram  vários  interdictos  e  éx- 
cbmmunhões^  acabaram  estas  duas  irman- 


dades^  e  cooi  ella^  a  grande  devoção  e  ;^ 
esplendidas  festas  à  Senhora. 

NE VOGILDE^ freguezia,  Minho,  comarcjt 
e  concelho  de  VUla- Verde  (foi  do  concelho- 
de  Villa-Chai\,  comarca  do  Pioo  de  Rega^- 
dos),  1^  kilometros  ao  N,  de  Braga,  370  ap 
N.  de  Lisboa,  75  fogosi. 

Em  i757  tinha  59  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  dp 
Braga. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  ti^tjjk 
280:^000  réis  de  rendimentp. 

É  ttrra  ferii).  Muito  gado  e  colmeias,  6 
grande  abundância  de  caça  grossa  e  uúud^. 

Nevoçilde  é  corrupção  de  Novegildo,  no- 
me próprio  d'homem. 

NEVOGIliDE— freguezia,  Douro,  comarca 
e  concelho  de  Lousada,  24  kilometros  ao  S.K- 
de  Braga,  30  a.o  N.  do  Porto,  330  ao  N.  ^e 
Lisboa,  2:^0  fogos. 

Em  1757  tinha  i 40  fqgps. 

Orago,  S.  Veríssimo. 

Bispado  e  districto  administrativo  do  Ppr- 
to. 

A  mesma  etymologia. 

O  bispo  e  o  mosteiro  de  Pombeiro  (bene- 
dictíno)  apresentava  o  abbade,  que  ti,iUa 
400)^000  réis  de  rendimento. 

É  terra  fertilissima  em  todo^  09  gQnerp^ 
do  paiz,  e  cria  n^uito  gado  bovino,  qiie  ei:* 
porta. 

NEVÕGILDE—fr^gjuezia,  Douro,  concel^^ 
de  Bouças,  comarca  e  6  kilometros  ao  N.  do 
Porto,  315  ao.N.  de  Lisboa,  40  fogos. 

Em  1757  tinha  41  fogos. 

Orago,  S.  Miguel,  archanjo. 

Bispado  e  di^itrjcU)  administrativo  do  Po^* 
lo. 

A  mesma  etymologia. 

A  mitra  apresentava  o  abbade^  que  (iql^^ 
200^000  réi^  d«H  rendimento  annual. 

É  terra  muito  fértil.  Faz  grande  ne^QfCio 
com  a  cidade  do  Porto,  para  onde  expprfi^ 
muito  gado  bovino  (que  vae  para  a  In^js^- 
terra)  e  muitos  generps  a^içplas. 

É  baroneza  4©  Nevogilde,  a  sr."  D.  Car)^- 
ta  Ricca  Borges  de  Moraes  e  Castro. 

Esta  senhora  era  a  proprietária  do  célf;: 
bre  palácio,  da  rua  do  Triumpho,  na  cid^ 


m 

^0  Porto,  chamado— jza/ocio  dos  Cq/rrqr^as.  | 
(Yide  líiranala^  íregaezia,  4o  Porto. 

J^íca  esta  fregaezía  situada  emi;e  S.  João 
4a  Foz  e  MatiusiuhoSy  em  sitio  fprmoâissi- 
mo,  na  custa  do  Oceano,  a  com  arredores 
sobre-modo  piíturesços,  e  ares  muito  sau 
dáveis. 

▲  torre  da  e£;reja  matriz,  e  as  casas  da  po- 
voaçàp,  alvejai^)  ao  longe,  por  entre  formo- 
sos maciços  de  verdura,  e  bastos  e  vastos  pi- 
i^haes  abri^im  a  terra,  dos  ventos  do  qua- 
drante de  £.  e  N.  E. 

Gordeiheiras  cultivadas,  ao  N.  e  S.  da  po- 
^paçãp,  vestein  o  sóio  de  uma  perpeiua  ver- 
dura. Ao  O.  se  estende  a  vasta  superfície  do 
Oceano  Atlântico,  vendo-í>e  sulcado  por  na- 
vios e  barcos  de  todos  os  tamanhos,  tonela- 
gens e  denominações;  e  ouve  se  o  mar,  jà 
trovejando  fremente  e  ameaçador,  debaten- 
do*se  couira  os  rochedos  da  costa,  jà  man- 
so, deslisandose  com  leve*  miirmurio,  nos 
brancos  areaes  da  praia. 

No  5.<>  volume,  z,  pag.  89,  do  primorosis- 
3imo  semanário  Archivo  PUtoresco,  vem  uma 
tocante  narração,  um  bello  remancesinho, 
intitulado  Os  velhps  de,  Nevogilde^  escripto 
pelo  sr.  Leonel  de  Saiupajo,  Não  o  copio, 
{^  ser  extenso  para  um  diccionai  io;  e  nâç 
o  dou  em  resumo,  porque  tirar  Ibe-hia  to- 
das as  g^Ias  com  que  o  seu  esclarecido  auc- 
Ipr  o  soube  enfeitar.  R^etto  os  leitores  cu- 
riosos para  o  livro  e  logar  citado. 

NÉXE— Vide  Barbara  de  Néxe  (Santa). 
Yol.  !.•,  pag.  321,  col.  2.* 

NICOLAU  (São)— Vide  Fomos  t  S.  Nico- 
lau, vol.  3.^  pag.  2i8,  coi.  1.%  no  fim— e 
vol.  5°,  pag,  6?,  col.l*— S-  Nicolau. 

NICOLAU  (Sàu)>-freguezia  da  capital  dp 
r^o.  Vide  lÀshoq. 

NICOLAU  (São)  freguezia,  Douro,  na  cida- 
de do  Porto,  biairro  occidt^ntal,  310  kilome- 
tos  ap  N.  de  Lisboa,  i:4QQ  fogos,  6:000  ai- 
npia». 

Sm  1707  tipha  99Ã  fogps; 

Qragq  o  mesmo  sapto. 

l^ispiado  e  districto  administratiro  do  Cor- 
\^ 

A.  ifiUra  aj^re^Qntays^  o  a^^de,  e  em  se^ 


NIÇ 


il 


íiaeante^  era  feito  por  concurso  synodal.  Ti- 
nha 90DJ()00  réis  de  rendimento  annual. 

A  rua  da  Nova  Alfandega  absorveu  cer^ 
de  200  casas,  e  de  225  fogos  que  constituiaqn 
um  povoadii^  compacto  desde  a  igreja  m^c 
triz  até  à  antiga  Porta  Nova,  e  desde  a  igre- 
ja e  rua  de  S.  Francisco  até  á  rua  de  Subia 
o  Mufo.  Perdeu  pois  grande  numero  de  ha- 
bitantes esta  freguezia  com  a  nova  rua,  qu^ 
Q*esta  dc^a  principia  a.  vesiir-se  de  prédios 
ahás  muito  elegantes  e  sólidos,  em  boas  con- 
dições d^  luz  e  ar,  e  que  contrastam  sensir 
vélmente  coma  maior  parte  dos  prédios  qu^ 
foram  demolidos,  e  que  eram  immundps, 
de  formas  irregulares,  em  razão  da  sua  ajo^ 
tiguidade  e  do  acanhamento  próprio  dasru^ 
e  edificações  dentro  de  uma  terra  murada, 
como  era  o  Por.to. 

A  nova  rua  tçm  apenas,  ainda  um  priedip 
acabado  e  j^  habiiado,  que  é  o  que  conOn^ 
coip  as  Escadai)  do  Caminho  Novo,  do  lado 
E.,  ponto  extremo  d'esta  freguçzia  de  S.  Ni^ 
colau.  Foi  esta  casa  mandada  fazer  pelo  bar- 
beiro e  exportador  de  fructa  o  sr.  Manuel  do9 
Santos  Preguiça,  que  n*ella  vive  com  a  s^t 
fan^ilia.  Á  esquerda  d-esta  casa,  e  a  seguir 
cQm  ella,  ha  duas,  uma  já  com  telhado  e  di^ 
visoes  interiores,  e  outra  que  ainda  nem  esr 
tá  concluída  de  paredes;  e  ma^is  ao  nasceor 
te,  á  entrada  da  rua  da  Ferraria  (lado  E.)  se 
vé  taçnhem  já  com  telhado,  e  quasi  concluí- 
da» uma  casa  destinada  para  a  intendência 
da  marinha,  e  contigua  a  esta  anda  outra 
em  construcçao,  mas  ainda  não  passa  do9 
alicerces* 

Também  ha  n*esta  rua  já  outra  casa  presf 
tes  a  ser  habitada,  mas  na  circumscripçao 
da  freguezia  lemitrophe  de  Miragaya,  confi- 
nando com  as  Escadas  do  Caminho  Nov^ 
(lado  O.)  Foi  mandf^da  fazer  por  Francisco 
José  de  Curvalhp- 

Eis  o  estado  actual  d'esta  caríssima  t  e 
interessante  rua  (1875). 

Perdeu,  tamisem  bastante  em  populaçSQ 

1  Como  dissemps  no  artigo  Mitvgaych  j^ 
feita  pela  camará  municipal,  que  só  oom  as 
exprui^riaçòes  gastou  cerca  de  300:000^000 
réis;  afora  o  que  dtspeodeu  com  as  mura- 
lhas dA  stippotfe,  movimentos  de  terra,  ete. 


42 


IVIC 


NIC 


esta  fregnezia  com  as  expropriações  (qnasi 
todo  o  lado  O.)  feitas  na  antiquíssima  raa 
das  Congostâs  para  a  abertura  da  rua  Nova 
de  S.  Domingos;  mas  em  compensação  já 
n^esta  rua  se  vêem  nove  magníficos  prédios 
a  seguir  do  largo  de  S.  Domingos  para  a  rua 
dos  loglezes,  quatro  do  lado  E.,  já  acabados, 
e  dois  em  construcção,  e  5  de  O.  (incluindo 
a  caixa  filial  do  Banco  dn  Portugal).  E  a  rua 
Ferreira  Borges  também  já  principia  a  ves- 
tir-se  de  soberbos  prédios.  Já  n'ellasevéem 
^ineo  do  lado  E.,  descendo  de  Belmonte, 
contando  a  casa  em  que  está  a  caixa  filial 
do  Banco  de  Portugal,  nnica  parte  que  se 
salvou  do  incêndio  que  devorou  o  convento 
de  S.  Domingos. 

Do  lado  O.,  descendo,  tem  quatro  prédios 
antigos  entre  Belmonte  e  a  Ferraria,  e  da 
Ferraria  até  á  rua  dos  Inglezes,  outros 
quatro,  além  da  casa  do  Banco  Gommercial, 
e  a  do  magestoso  palácio  da  Bolsa,  de  que 
tavemos  de  fallar  detidamente. 

São  consideráveis  as  casas  construídas  e 
em  construcção  nas  três  novas  ruas  d*esta 
freguezia,  mas  tarde,  e  só  muito  tarde,  en- 
contrará nas  novas  ruas  a  compensação  do 
que  perdeu  em  fogos  com  as  expropriações 
para  eilas,  e  pouco  menos  perderá  logo  que 
se  abram  as  novas  ruas  que  a  camará  pro- 
jecta, e  a  que  promette  dar  principio  breve- 
viente—uma  em  continuação  da  dos  Ingle- 
zes até  à  ponte  pênsil,  e  outra  das  proximi- 
dades d'esta  ponte  a  entroncar  com  a  nova, 
já  principiada— Mousinho  da  Silveira,  no  al- 
to da  de  S.  João — ruas  de  primeiranecessi- 
dade  para  o  serviço  publico,  e  para  fazerem 
desapparecer  a  immundicie  do  nojento  Bar- 
redo,  o  maior  foco  de  infecção  que  ha  hoje 
no  Porto. 

Este  beneficio  foi  sempre  abbadia  da  apre- 
sentação da  mitra  in  solidum^  em  qualquer 
tempo  que  vagasse,  e  foi  esta  freguezia  erea- 
da  com  a  de  Nossa  Senhora  da  Victoria  e  a 
extincta  de  S.  João  de  Belmonte,  pelo  bispo 
D.  fr.  Marcos  de  Lisboa,  no  anno  de  i583. 

Até  áquella  d9ta  havia  na  cidade  do  Por- 
to uma  única  freguezia^  a  da  Sé,  comprehen- 
dendo  toda  a  população  intra-muros^  o  que 
dificultava  consideravelmente  o  serviço  jia- 
rocbial,  e~por  isso  aquelle  prelado  resolveu 


dividil-a  e  crear  aqnellas  três  freguezías. 
Oppozeram-se  logo  o  senado  da  camará  e  ^o 
povo  coni  a  altanería  e  isenção  próprias 
dos  bons  burguezes  da  velha  behetria  por- 
tuense, allegando  que  as  novas  erectaa  tra- 
riam comsigo  despezas  e  ónus  consideráveis 
para  a  grande  parte  da  cidade,  comprehen- 
didanas  respectivas  circumscripções  das  no- 
vas parochias,  o  que  sería  um  tributo  novo 
imposto  à  cidade,  e  contra  o  qual  protesta- 
vam, pois  continuando  a  ser,  como  eram,  e 
sempre  foram,  todos  os  habitantes  da  cidade 
freguezes  da  parochia  da  Sé,  não  pesariam 
aobre  elles  os  encargos  das  novas  fabricas» 
etc.  etc.  E  com  tal  aprumo  se  houveram,  que 
o  prelado  para  os  accommodar  fez  uma  com- 
posição com  elles,  obrigando -se  a  toda  a 
despeza  com  a  fabrica  e  mais  encargos  das 
novas  parochias,  isto  por  si  e  seus  succes- 
sores,  com  a  condição  de  que  no  memento 
em  que  elle  ou  algum  dos  seus  successores 
não  satisfizesse  áo  estipulado,  poderiam,  sem 
se  expor  a  censuras,  os  freguezes  das  novas 
erectas  volver  ipso  facto  immediatamente 
para  a  freguezia  da  Sé;  e  de  tudo  isto  se  la- 
vrou escriptura,  que  por  ser  curiosa  e  inte* 
ressante  aqui  a  transcrevemos  do  archivo  da 
confraria  do  Santíssimo  d'esta  freguezia  de 
S.  Nicolau,  a  fl.  68  e  segg.  do  L.  de  Inven- 
tario, que  comprehende  o  período  de  i727 
até  i769. 

Foi  escripta  pelo  tabellião  Ruy  de  Cou- 
ros, com  data  de  16  de  julho  de  1583,  a  fl. 
168  do  seu  livro  de  notas,  donde,  a  requeri- 
mento da  confraria,  foi  tirada  pelo  tabellião 
J.  Alberto  de  Moraes,  em  24  de  julho  de  1740. 
A  copia  é  do  theor  seguinte: 

•Em  nome  de  Deus  Amen.  Saybão  os  que 
este  instrumento  de  concerto  e  transacção 
amigável  virem  que  no  anno  do  nascimen- 
to de  Nosso  Senhor  Jesus  Ghristo  de  mil 
quinhentos  e  oitenta  e  três  annos,  aos 
dezeseis  dias  do  mez  de  julho,  nas  casas 
episcopaes  do  iilustrissimo  senhor  D.  Fr. 
Marcos  de  Lisboa,  Bispo  d'esta  cidade  e  do 
conselho  de  Sua  Magestade,  por  elle,  estan- 
do presente  foi  dito  que  querendo  elle  de 
seu  próprio  mottu  fazer  hora  três  parochiaa 
novas  na  dita  cidade,  a  saber:  de  S.  João  de 
Belmonte,  da  Victoria  e  de  S.  Nicolau,  a 


NIC 


NIC 


43 


cidade  e  povo  d*el]a  lhe  impedia  a  erecção 
>das  ditas  Igrejas,  embargando  a  obra  d*el- 
las  por  se  temer  qae  em  algum  tempo  os 
geriam  obrigar  à  fabrica  d'elias  e  aos  mais 
encargos  de  que  eram  exemplos  como  são 
^eguezes  da  Sé  d'esta  cidade,  sobre  o  que 
Tecrescião  duvidas  e  dííferenças  que  não 
-convinhão  entre  Prelados  e  súbditos,  pelo 
i|ne  atalhando  .as  ditas  duvidas,  differenças 
«  demandas,  e  desejando  de  effectuar  a  dita 
obra  disse  o  dito  Senhor  Bispo  e  Confessor 
^e  a  obrigação  de  fabricar  a  Séé  a  que  o 
povo  d'esta  cidade  é  obrigado  a  acudir  co- 
mo a  sua  própria  Parochia,  e  assim  a  ad- 
ministrar os  sacramentos,  como  os  mais  of- 
ícios divinos,  e  alimentar  e  sustentar  os  sa- 
cerdotes que  tem  o  cargo  de  curar  das  almas 
tiue  pertencem  á  fabrica  da  dita  Séé  e  ao 
Bispo  d'ella,  e  que  assim  da  maneira  que  se 
fabricou  e  ornamentou  a  dita  Séé  athé  hora 
o  dito  Senhor  Bispo  se  obriga,  como  se  obri- 
gou, a  fabricar  e  ornamentar  as  ditas  Paro- 
chias,  e  hora  novamente  manda  dirigil-as  e 
fazel-as  à  sua  custa  de  todo  o  necessário 
para  o  espiritual  e  temporal,  e  que  sendo 
•caso  que  os  freguezes  por  tempo  venhão  a 
4ao  grande  crecimento  que  seja  necessário 
fazerem-se  mais,  ou  aconteça  arruinarem- 
«e,  o  que  Deus  não  permitta,  elle  Senhor 
Bispo  ou  seus  snccessores  as  facão  e  reedi- 
fiquem às  suas  próprias  castas,  e  das  suas 
rendas,  obrigando-se  mais  com  a  obrigação 
t]ue  em  tempo  algum  o  povo  da  dita  cida- 
de não  contribuirá  para  a  fabrica  das  ditas 
Igrejas,  nem  para  ornamentos,  visitações,  e 
divinos  offlcios,  nem  para  os  Ministros  das 
Igrejas,  nem  para  outra  cousa  alguma  d'el- 
ias,  e  de  tudo  ficão  exemptos  e  livres  como 
ftão,  e  forão  sempre,  senda  freguezes  da  Séé, 
antes  elle  Senhor  Bispo  e  seus  snccessores 
terão  o  direito  e  obrigação  de  fabricar  e  or- 
namentar as  ditas  Parochias,  e  sustentarem 
os  Ministros  d'ellas,  cumprirem  visitações 
ás  custas  das  rendas  do  Bispado,  e  cumpri- 
rem tudo  o  mais  necessário,  de  maneira  que 
o  dito  povo  não  fique  com  obrigação  algu- 
ma de  que  o  que  dito  he,  declarando  mais 
«que  elle  tomava  sobre  si  esta  obrigação,  as- 
sim por  ser  obrigado  a  isso,  como  por  eon- 
traeto  que  tem  feito  com  o  Rev.«  Cabido  da 


Séé,  e  a  cumprir  todo  o  sobredito,  e  todas  as 
mais  liberdades  e  prerogativas  que  o  povo 
d*esta  cidade  tem,  disse  elle  Senhor  Bispo  que 
elle  em  seu  nome  e  doesta  Santa  Séé,  e  seus 
snccessores  se  obrigava,  como  logo  de  feito 
se  obrigou,  obrigando  a  tudo  as  rendas  does- 
te Bispado,  renunciando  todo  o  costume  in- 
troduzido em  favor  dos  Prelados  e  dos  mais 
obrigados  a  curar  das  almas,  leis,  cânones, 
estatutos,  constituições  synodaes  e  episco- 
paes  que  em  seu  favor  facão,  não  cumprin- 
do este  contrato,  ou  querendo  elle  Senhor 
Bispo  ou  seus  snccessores  hir  contra,  ou 
querendo  obrigar  o  povo  da  dita  cidade  a 
qualquer  das  ditas  cousas,  que  o  dito  povo 
ou  qualquer  pessoa  d'e]]e  não  sejão  obriga- 
dos a  guardalo  nem  estar  por  elle,  antes 
sem  mais  outra  causa  tornem  a  ficar  fre- 
guezes da  dita  Séé,  como  forão  e  são  athé 
hora,  sem  por  isso  ficarem  incorrendo  em 
desobediência,  censuras,  nem  outra  pena 
alguma,  nem  procederem  contra  elle,  por 
que  desde  agora  elle  Senhor  Bispo  hé  d'isto 
contente,  e  porque  assim  seja  e  se  cumpra 
por  esta  ser  sua  tenção,  e  vontade,  e  doesta 
maneira  estando  presentes  o  Ld.""  Manuel 
Alz.  da  dita  cidade  com  procuração  e  com- 
missão  bastante  para  o  caso  dos  Senhores 
Vereadores  e  dos  Procuradores  da  cidade  e 
povo,  cujo  trellado  he  o  seguinte— (segue- 
se  o  texto  da  procuração)— é  disse  o  dito 
Ld.<»  Manuel  Alz.  que  desistia  de  todos  os 
embargos  e  letigios  que  havia  e  podia  ha- 
ver em  nome  da  dita  cidade  e  dos  Vereado- 
res e  povo  d*ella  sobre  a  creação  das  ditas 
Parochias,  e  que  aceitava  este  contracto,  co- 
mo aceitou,  com  as  ditas  obrigações  e  con- 
dições, e  consentia  que  se  fizesse,  e  para  mais 
segurança  disserão  e  forão  contentes  qué  es- 
te contracto  se  julgasse  por  sentença,  decla- 
rando mais  que  se  em  algum  tempo  alguma 
pessoa  d*esta  cidade  por  inadvertência  ou 
por  algum  respeito  acentar  de  contribuir  pa- 
ra qualquer  das  ditas  cousas,  por  isso  nio 
prejudique  a  este  povo  e  contracto,  e  nem 
por  isso  fique  obrigação  alguma  ao  dito  povo 
nem  ação  aos  Prelados  ou  Ministros  das  Igre- 
jas para  o  poderem  compellir  a  pagar 
para  as  ditas  cousas,  e  assim  quizerík)  e  ou- 
torgarão 6  aceitarão  e  estipularão  huns  e  ou- 


44 


£({C 


tros,  6  eu  Tab''llíao  como  pesaoa  publica  es- 
Upulante  e  aceitante  o  estypuUei  e  aceytey 
por  parte  áné  pessoas  oa  pessoa  en  cujo  fa* 
vor  faz  e  fizer  a  isto  anseotes^  quanto  com 
direito  posso  e  devo,  e  d'esta  notta  pedirão 
08  insiromeutos  e  os  que  ipaís  Ibe  cumpri- 
rem de  hurna  parte  e  outra  outorgou.  Tes- 
muuob^  que  presente  esiavâo  o  Ld."»  Pau- 
tailiào  dos  Santos,  Provizor  da  dita  cidade, 
Damião  de  Magalhães,  Capi^Uão  de  S.  Senho- 
ria, Bento  marques  e  Christovão  Bebelio, 
criados  do  Senhor  Bispo,  na  dita  cidade  mo- 
radores, e  eu  Ruy  de  Couros,  Tabeliião  que 
o  escrevi,  e  não  haja  duvida  na  entrelinha 
que  diz— e  foram  contentes.  Fr.  Marcos,  Bis 
po  do  Porto— Manuel  Alz.— Paataliião  dos 
Santos— Daojião  de  Magalhãas— Beuto  Mar- 
quies— Christovão  Rebello. 

•E  não  se  continha  mais  no  dito  contra- 
cto, que  eu  tabeilião  João  Alberto  de  Moraes 
fiz  trasladar  do  meu  livro  de  notas  na  ver- 
dade, a  que  me  reporto.  Porto  2i  de  julho 
de  i740  annos.  E  eu  Joàio  Alberto  de  Moraes 
tajbeiliáo  que  a  íiz  escrever,  subscrevi,  e  as- 
aígney.  £m  t.'  de  verdade.  João  Alberto  de 
Moraes.» 

£ra  pois  a  mitra  fabriqueira  d-esta  paro- 
ehía  e  obrigada  a  todas  as  de£4)ez%s  com  o 
culto,  etc;  mas  ha  muito  q)Ue  todos  esses 
eipicargos  pezam  sobre  a  confraria  di^  Sautis- 
aimo. 

A  egreja  matriz  é  hoje  um  t^n^plo  regular, 
i|aíAito  limpo  e  decente;  n^eUe  se  íazem  festas 
pon^posas,  e  tem  moitas  e  boas  ^Ifai^,  gra- 
ças ao  zelo  e  devoção  da  confraria  e  dos  pa- 
i;ocb^ano8,  sempre  generosos  em  auxiliar  a 
confraria,  mas  resente-se  ainda  do  seu  pri- 
ipiíívo  acanhamento,  apezar  de  ter  sido  re- 
ed4fica4a  e  alargada  varia.'^  vezes. 

A  extei^ão  e  população  d*esta  freguezia 
ba  muito  que  demanda  um  templo  mais  vas- 
tp,  e  quando  em  iS34  foram  extíQctas  em 
Sortugal  as  ordens  religiosas,  e  ficou  devor 
lAtp  a  magnifica  egreja  dos  firadea  francisca- 
9P^,  fallou-se  em  arvoraUa  em  malf  i«,  com 
o  qi^e  muito  lucTava  a  parochia  e  aqu^e 
venerando  templo,  mas  iaff^Uimente  a  yi^U 
|i\a.o  viqgoa;  ó  porém  possível  que  a  troca 
j^da  sa  effsciue,  princip^lmentie  se  a  ru^^ 
^rreíra  Bor4i[e$  proseguip  em  linha  cecia»  I 


NIC 

segundo  o  projecto  primitivo,  até  á  margear 
do  Douro,  porque  a  matriz  actual  está  oo 
alinhamento  d'aqueUa  rua,  com  a  frente  voir 
tada  para  ella,  ao  sul  da  dos  laglezes,  da 
qual  se  acha  aJEastada  por  um  pequeno  adio 
ou  átrio,  resguardado  com  grades  de  ferro; 
confina  ao  nasceaie  com  a  travessa  de  S.  Nir 
oolau,  e  ao  poente  eom  a  casa  das  Mscholait 
que  a  confraria  admifiislra;  .pt eode  pela  r«r 
ctaguarda  com  casas  da  rua  da  Reboleira,  e 
pelo  poente  com  uma  viella  40  servidão  pM» 
a  sachristia  e  as  novas  casas  da  esohola,  e  com 
casas  da  antiga  rua  da  Ourivesaria,  e  hoj» 
de  S.  Nicolau,  prestes  a  sumir-se,  porque 
estas  casas  devem  crescer  para  o  norte  até 
ao  alinhamento  da  nova  rua  da  AJfandegi^ 
como  a  escIv^U-  e  outro  prédio  que  lá  ae^ 
vêem— os  únicos  que  ainda  tomaram  o  mr 
vo  alinhanae^Ao. 

Não  podemos  bem  averiguar  se  quando  ^ 
bispo  D.  Fr.  Marcos  creou  esta  Creguezia»  jíâ 
no  local  da  egreja  matriz  havia  algum  tem* 
pio,  ou  se  foi  eUe  que  o  mandou  co«sU'Uir;. 
é  certo  porém  que  a  primitiva  matriz  devia 
ser  um  templo  bem  pequeno,  pais  da  Cama- 
rá Ecolesiastica  (maço  único  de  Breves  de 
Oratórios  e  outros  documenXon)  consta  que^ 
em  1661^,  o  prelado  comprou  duas  moradaa^ 
de  casas,  contíguas  â  egreja  de  S.  NicolaUí 
para  sobre  o  chão  4'elias  acreacentiar  a  à\^ 
egreja  •que  tí^a  imito  pequ^na,^ 

Fr.  Manuel  da  Esperança  (ua  sua  Cbrmr 
ca  dos  frades  menores  dfi  S,  Francisco^  tpr 
mo  i.%  liv.  4.^  pag.  W6),  diz  que  no  k)e|l 
d*esta  egreja  ovilríz  de  S.  Nicolau  existia 
desde  tempos  remotos  uma  capelia  da  mesr 
ma  invocação,  e  cita  uma  esoriptura  de  veu^ 
da,  datada  de  junho  de  i247,  d;i  qual  cons^ 
tava  que  os  leprosos  venderam  a  João  Pirea 
uma  cortinha  (campo)  na  RM^eira,  junio  dd 
caminho  que  hia  para  S^  Nicolau— per^a«^ 
vemunt  ad  Sancíum  Nioolatm, 

Foi  esta  egreja  reedificada  (e  com  centaza 
melhorada  e  alargada)  pelo  bispo  D.  Nico- 
lau Monteiíro,  aproximadameule  em  IfiTI^ 
que  mandou  também  reedificair  a  matcii&  d# 
Muragaya;  e  quando  logo  em  se^uiida  ap  dfir 
sastrosQ  incêndio  que  a  devorou  toda  (fem  i^ 
d'agosU)  de  1758)  a  coufraria  e  os  parqchiir 
nos  a  restauraram»  consui  do  acchivo  da  «oftr 


NIC 

frarU  que  foram  eonstraldas  de  doto  as  pa- 
redes da  capetU-mór,  com  a  qual  a  confra- 
ria ainda  recentemente  havia  dispendido  som- 
me»  fortes.  > 

Se  pois  esto  egreja  arada  hoje  é  ponoo  es- 
paçosa, teDdo  sido,  qm  dós  saibamos,  re- 
«OBstrnida  e  aeoreSeentada  três  vetíes,o  que 
^ria  a  primeira  l^ndeçâo? 

£  na  restaaraçào  d'esta  egreja,  em  segaf  • 
da  ao  desasiToso  iuè«toFd<o  <yae  a  detot^oa  na 
Boiie  és  li  d'agi09to  de  17198,  perdeodo^se 
tudo  o  q<te  a  egreja  thihâ  dè  toais  precioso, 
por^e  Bo  dfto  dia  IS  D'elfa  se  celebrara 
uma  pomposa  fes(fvid<rde,  não  só  se  fizeram 
úe  novo  as  paredes  da  capella*mér,  mas  par- 
le do  pano  da  frtítiid,  qoe  flcàra  em  raínas, 
e  Da  reeoDstracção  da  frente  se  aftf  ron  o  ris- 
co amerior,  minteodo-se-lhe  o  ocnio  que 
hoje  tem,  dando  para  esta  obra  o  pr^hdo 
SOOi^lOOO  rs.,  ^e  a  confraria  acceitoti,  man 
^aDdo  esta  prosegoír  com  as  obras  da  res- 
lanraçâo,  decoraçdtf^,  etc.,  por  conta  própria, 
naii  declarando  que  mnito  espontaneamente 
lotoára  si>bre  sii  lai  encargo,  pois  qne  toda  a 
despeza  com  a  reetaara^o  devia  ser  feita 
pc]ft  mitra,  como  fribriqàfnra,  em  harmonia 
eom  o  estipulado  pelo  bispe  D  ¥t.  Mar 
«08  na  escríptura  que  acima  transcreve- 
mos. 

E  não  podemos  deixar  de  consignar  aqui 
um  voto  de  louvor  ás  meias  que  represen- 
taram aconfr^iha  em  tão  anormaes  circnm- 
stancías,  pois  que  sendo  por  essa  época  mtii 
to  hmUadas  as  r€'nda8  da  confraria,  tal  des- 
entvoivimento  deram  ás  obras,  que  tendo  ar- 
dido a  egreja,  como  dissemos,  na  noite  de  12 
d*agosto  de  1738,  sendo  removido  no  dia  13 
o SantisMímo  para  a capella deNossa Senho- 
ra, ao  Terreiro  da  Alfandega  (a  velha),  já  em 
1763  a  egreja  se  achava  restaurada,  e  no  dia 

1  Foi  em  sessão  de  7  de  janeiro  de  1751, 
^que  a  confraria  (como  se  yé  de  um  dos  shur 
livrits  útí  Termos  e  Eleições),  para  melhor 
poder  armnr-se  o  throno  em  dias  de  f^-^ta  e 
nas  exposições  do  Siniissimo,  e  para  obviar 
ao  derramamento  da  cera  e  ao  risco  d'algum 
iocendio,  resolveu  «crescentar  ã  capella- 
mór,  fazeodo-a  recuar  alguns  metros  sobre 
o  sagoão  dan  casas  que  a  confraria  possue 
â  s^RUir  com  a  egr«ja,  e  voltadas  para  a  rua 
da  Reboleira. 


me 


45 


19  de  setemi)ro  d'aquet!e  anno  i  foi  para  éha 
tramsferido  o  Santíssimo,  da  capelHatia  <fé 
Terreiro,  com  grande  pompa  em  procissão 
imponente,  formada  por  mx^icos  a^dotes  e 
ángftíbos,  grande  numero  de  clérigos  secu- 
lares e  regulares,  eelebrando-se  em  seguida 
na  egre)a  restaurada  e  ricamente  armada, 
mfssa  ^oleome,  a  grande  instrumental,  na 
segunda,  terça  e  quarta  feira  immediataii 
co^iuindo  por  um  solemne  Te  Levm. 

B  a  confraria,  honra  lhe  seja,  nâo  se  pou- 
pou a  despesas  para  que  as  obras  da  restau* 
ração  ficassem  perfeitas,  quanto  possível,  e 
tanto  que  havendo  mandado  fazer  o  retabu« 
lo  da  ca-pella-mór,  e  vendo  que  o  artista  a 
quem  o  encarregara  fora  pouco  primoroso, 
resolveu  mandar  faz^r  outro  retábulo,  inutí- 
lisando  o  }á  feito.  Escolheu  entre  diversos 
desenhos  um  do  revd.<^  ft.  Manuel  de  h^m 
M»ria,  do  mosteiro  da  Si^rra,  dos  cónegos 
regrantes  de  S^nto  Agostinho,  por  ser  aquel- 
le  desenho  julgado  por  ppritos  superior  a 
todos  os  outros,  e  animnciada  a  obra  e  pos- 
ta a  lanço,  houve  um  artista  que  se  obriga- 
va a  fa2cl-a  por  9MÍ>000  rs.  Foi  este  o  lan- 
ço maf»  favorável;  mas  doi«(  beneméritos 
mordoíTOs  —  Joào  Martins  d* Araújo  e  José 
Vieira  d'Aíevedo  —  disseram  que  queriam 
que  a  obra  se  fizesse,  não  de  empreitada, 
mas  a  jornatl,  para  que  fiea^tse  perfeita  quan- 
to possível,  e  que  se  a  confraria  desse  por 
ella  os  9991000  réis,  elles  se  obrigavam  (co- 
mo obrigaram  por  uma  escríptura)  a  tudo 
o  mais  em  que  a  obra  importasse,  o  que  a 
meza  agradecida  acceitou,  em  sessão  de  !i3 
de  fevereiro  de  1760,  *  e  o  r^tabnlo  se  con- 
cluiu sob  a  direcção  do  mesmo  auctor  do 
risco,  quP!  foi  o  mesmo  que  deu  também  o 
risoo  para  a  restauração  da  frente  da  egreja. 

*  Era  domingo,  e  3 "  do  raez;  cel<?brou-se 
aírnla  na  capella  a  festividade  do  Corp?»  de 
Deus  n*aqueiie  dia,  com  mi.^sa  cantada,  ser- 
mão, etc,  e  em  seguida  sahiu  a  procissão, 
levando  a  pyxide  com  as  sagradas  formas  o 
revd."  provisor  do  bi'^pãdo.    . 

*  Foi  celerada  esta  sessão  (talvez  de  pro- 
pósito. . .)  na  própria  ca!«a  do  juiz  da  con- 

,  fraría  Pedro  Pedrossem  da  Silva,  o  celebre 
argentario  Pedro  Cem,  que  além  de  nada 
dar  nem  ^jff-írecer,  parece  que  até  fugiu  de 
casa,  pois  nem  assignou  a  acta. . . 


46 


NIC 


E  mais  deram  aqaeUes  generosos  mesa- 
rios  para  as  obras  da  restauração  da  egreja, 
pois  havendo  sido  orçada  em  SOOifOOO  réis 
a  despeza  com  as  paredes  da  capella-mór,  e 
não  podendo  no  momento  a  confraria  dispor 
d*aquè]Ia  somma,  os  seis  mordomos  que  en- 
tão serviam,  e  de  que  faziam  parte  aquelies 
dois,  logo  se  prestaram  a  pagar,  além  das  suas 
mordomias  (que  então  eram  de  lOOMOO  rs. 
cada  uma),  metade  da  verba  em  que  fora  or- 
çada a  obra;  mas  como  na  dita  obra  em  bre- 
ve se  consumissem  os  5004^000  réis  do  orça- 
mento, e  dissessem  três  dos  mordomos  que 
se  davam  por  desonerados,  e  a  confraria  não 
tivesse  recursos»  acudiram  logo  aquelies  dois 
senhores  e  mais  o  devota  Adão  José  de  Azeve- 
do e  Silva,  e  disseram  que  proseguisse  a  con- 
fraria com  as  obras  até  final  conclusão,  que 
elles  três  se  obrigaoam  a  satisfazer  (como  sa- 
tisfizeram) metade  de  toda  a  despeza,— Mm 
das  suas  mordomias.  Foi  isto  em  sessão  de 
ii  de  setembro  de  1759,  presidida  por  Pedro 
Pedrossem  da  Silva,  o  lendário  Pedro  Cem, 
que  simplesmente  assignou  a  acta. . . 

Em  sessão  de  10  de  março  de  1761,  pre- 
sidida pelo  mesmo  senhor  Pedro  Cem,  ou- 
tros três  mordomos  o  envergonharam. 

Propoz-se  n'aquella  sessão  que  estavam 
acabadas  as  quatro  imagens  (de  Santo  An- 
.tonio.  Santo  Agostinho,  Santo  Hilário  eado 
padroeiro,  S.  Nicolau)  que  anteriormente  ao 
incêndio  da  egreja  se  haviam  mandado  fazer 
em  Lisboa,  e  que  todos  asseveravam  estarem 
perfeiíissimas,  sendo  porém  para  lamentar 
que  a  confraria  no  momento  tivesse  o  seu 
cofre  esgotado,  e  não  podesse  dispor  da  avul- 
tada quantia  de  801^870  réis^  em  que  o  ar- 
tista reputava  o  seu  trabalho. . . 

Reinando  o  silencio,  foi  interrompido  pe- 
los três  mordomos— Amaro  Francisco  Gui- 
marães, Domingos  Francisco  Guimarães  e 
Bento  da  Costa  e  Silva— que,  além  das  suas 
mordomias  de  100^000  rs.,  ofifereceram  para 
ajuda  da  acquísição  das  ditas  imagens  — os 
dois  primeiros,  lOOiKXK)  rs.  cada  um,  e  o  ter- 
ceiro, 101  ^870  réis,  o  que  a  confraria  acceí- 
tou  com  reconhecimento,  resolvendo  mandar 
(como  mandou)  vir  de  Lisboa  as  imagens.  ^ 

1  São  as  quatro  magnificas  imagens  que 
se  vêem  na  capella-mór. 


NIC 

E  o  celebre  argentario,  nada  deu  nem  of- 
fereceu.  Simplesmente  assignou  a  acta. 

Também  n'este  mesmo  amio  de  1751«  a 
confraria  mandou  vir  de  Londres  280  vidros^ 
e  encarregando  a  compra  a  Manuel  Rodri- 
gues Lima,  natural  do  Porio,  mas  que  alik 
residia,  elle  em  vez  de  280  mandou  imme-^ 
diatamente  300,  —  declarando  que  os  dava. 
de  esmola  ao  Santíssimo. 

Em  1764  se  comprou  um  órgão  por  sub- 
scripção,  ^  e  deu,  o  juiz  da  confraria,  José- 
Pinto  Vieira,  124800  réis,  e  o  mordomo  Vi- 
cente Pedrossem  —  por  elle  e  por  seu  pae,  o- 
celebre  Pedro  C«m— 94600  réist . . . 

Isto  consta  da  acta  da  sessão  de  5  de  fe- 
vereiro do  dito  anno ;  e  da  acta  da  sessão 
de  20  d'abril  de  1766,  consta  que,  também 
por  subscripção,  se  obtivera  a  somma  de- 
li 151 4280  rs.,  importância  dispendida  com^ 
o  douramento  do  throno  da  capella-mór,  9& 
castiçaes  para  o  mesmo  throno,  encarnação- 
de  uma  imagem,  etc.  AUi  se  consignaram  os 
nomes  de  todos  os  subscriptores,  e  as  verbas 
que  deram,  e  entre  os  subserlptores,  que  são 
muitos,  se  vé  que  o  abbade  Silvestre  da  Gos- 
ta Lima  deu  484000  réis,— os  dois  benemé- 
ritos cidadãos  e  ex-mordomos,  aos  quaes  nos 
referimos  já  com  louvor — (ambos)  484000  rs., 
—de  Pedro  Cem  (Pedro  Pedrossem  da  Silva> 
e  António  d*  Araújo  Ribeiro— (ambos  484000 
réis,  —  e  Gaspar  Barbosa  Carneiro  e  João 
Francisco  Guimarães  (ambos)  1964000  réis. 

Vé-se  pois  que  o  desfavor  com  que  é  tra-^ 
tado  o  celebre  Pedro  Cem,  no  dramalhãoem 
que  é  protogonista,  e  no  romancesinho — A 
Vida  dfi  Pedro- Sem,  publicado  no  Porto,  em 
1873,  na  typographia  de  A.  J.  da  Silva,  tem 
tal  ou  qual  fundamento. 

Vendo  se  a  confraria  do  Santíssimo  d*e8- 
ta  freguezia  de  S.  Nicolau  a  braços  com  sé- 
rias difficuldades  para  restaurar  a  sua  egre- 
ja e  refazel-a  de  alfaias,  pois  que  tudo  fora 
reduzido  a  cinzas,  lembrou  se  de  convidar 
para  juiz  o  grande  capitalista,  imagioando 
que  elle,  impressionado  com  tão  extraordi- 
nária calamidade,  contribuiria  para  a  mino- 
rar, como  lhe  era  facílimo,  com  alguma  som- 

2  O  órgão  actual,  foi  mandado  fazer  enk 
substituição  d^aqueÚey  no  anno  de  1800.     /. 


NIG 


NIC 


47 


ma  de  volto;  mas  qué?  Acceitoa  o  cargo  e , 
foi  juiz  mais  de  seis  anãos  eonsecativos  em 
seguida  ao  incêndio,  mas  atravessou  impas- 
sível aquelle  periodo,  em  que  a  confraria 
tantos  esforços  fez  para  restaurar  o  seu 
templo,  sem  que  o  demovessem  a  offerecer 
quaesquer  sommas  os  repetidos  rasgos  de 
generosidade  de  vários  mordomos,  membros 
da  meza  em  que  elle  era  o  primeiro,  como 
juiz.  Apenas  vimos  o  seu  nome  em  duas 
subscripções,  mas  ahi  mesmo  com  desaire. 

Era  o  dito  Pe4ro  Cem  casado  com  D.  An- 
ua Michaella  Fraga,  e  moravam  na  rua  No- 
va (cremos  que  a  dos  Ingiezea),  n'esta  fre- 
guezía  de  S.  Nicolau. 

Falleceu  elle  em  9  de  fevereiro  de  1775, 
havendo  professado  na  Ordem  Terceira  de 
S.  Francisco  d'esta  cidade  do  Porto  (em  cujo 
cemitério  jaz),  no  dia  2  d*agosto  de  i717, 
com  seus  pães  Vicente  Pedro  e  D.  Brígida 
Uaria  da  Silva,  que  moraram  na  rua  da  Re- 
boleira e  íalleceram — elle  em  9  de  feverei- 
ro de  1748,  e  ella  em  30  d*agosto  de  1747. 

Pedro  Pedrossem  teve  (que  nos  conste) 
dois  filhos— Luiz  Pisser,  que  professou  tam- 
bém na  dita  ordem  3  *  em  31  de  março  de 
1719,  fallecendo  a  3  de  dezembro  de  1730, 
e  Vicente  Pedrossem  da  Silva,  que  foi  fidal- 
go cavalleiro  da  casa  real,  e  cavalleiro  pro- 
fesso  da  ordem  de  Christo.  Casou  com  D.  Ma- 
ria do  O'  de  Caminha  Ossman  (filha  legitima 
de  Arnaldo  Ossman  e  D.  Maria  Quitéria  Joa- 
quina de  Caminha)  e  professaram  ambos  na 
dita  ordem  3.*  no  dia  13^  de  fevereiro  de 
1774,  fallecendo  elle  em  18  de  março  de 
1806,  e  ella  em  9  de  novembro  de  1798^ ha- 
vendo morado  ultimamente  na  rua  Nova  ^ 

Também  cremos  que  era  filho  do  celebre 
Pedro  Cem,  o  rev.<>  João  Pedrossem  da  Sil- 
va, que  foi  cónego  e  deão  na  Sé  do  Porto,  e 
juiz  da  confraria  do  Santíssimo,  d'esta  igreja 
de  S.  Nicolau,  no  anuo  de  1757  a  1758,  co- 
mo se  vé  do  archivo  da  mesma  confraria  e 
do  archivo  do  cabido. 

Também  da  camará  ecclesiasticad'esta  dio- 


1  V.  Livro  das  admissões  da  ordem  3.* 
de  S.  Francisco  do  Porto— L.  1.%  fl.  336,  n.» 
6:803-6:806,  e  L.  4.%  fi.  65,  v.  n.»  15:700—. 
15:707. 


eese  do  Porto  ^  consta  que  Vicente  Pedros- 
sem da  Silva  soUicitàra  e  conseguira  do  nún- 
cio, breve  para  ter  oratório  particular  nas 
casas  da  sua  residência,  na  cidade  ou  no 
campo.  O  breve  é  datado  de  22  de  março  de 
1777,  e  o  régio  beneplácito,  de  22  de  julho  do 
mesmo  anno;  e  na  justificação  do  estylo  pa- 
ra poder  usar  do  dito  breve,  provou  com 
testemunhas,  que  elle  impetrante,  era  o  pró- 
prio Vicente  Pedrossem  da  Silva,  fidalgo  da 
casa  real,  cavalleiro  professo  da  ordem  de 
Christo,  e  que  vivia  à  lei  da  nobreza,  como 
viveram  os  seus  antepassados. 

Suppomos  que  as  casas  em  que  viveu  a 
familia  Pedrossem,  na  rua  da  Reboleira,  são 
a  grande  casa  ameiada  onde  esteve  o  hotel 
Mary  Castro,  e  que  hoje  são  propriedade  do 
rico  negociante  d'esta  praça,  o  sr.  Francisca 
Cardozo  Valente,  e  também  nos  dizem  que 
entre  outras  quintas  possuíram  a  qumta  áa 
Penna,  em  Villar,  na  freguezia  de  Massarel- 
los. 

Foi  Pedro  Pedrossem  da  Silva  (o  celebre 
Pedro  Cem)  pai  de  Vicente  Pedrossem,  que 
soUiciton  e  obteve  o  breve  a  que  nos  referi- 
mos acima,  e  filho  de  outro  Vicente  Pedros- 
sem 4^  Silva,  que  em  1738  sollicitou  d& 
nunciaiura  outro  breve  de  oratório  (camará 
ecclesiastica  do  Porto,  maço  único)  e  n'estes 
termos  requereu  ao  prelado: 

•Ex."'  e  Rev.»*  Sr. 

iDiz  Vicente  Pedrossem  da  Silva,  e  seu 
filho  Pedro  Pedrossem,  moradores  na  rua  da 
Reboleira,  freguezia  de  S.  Nicolau  n'esta  ci- 
dade, que  elles,  em  virtude  do  breve  junto 
pretendem  ter  oratório  nas  suas  casas,  em 
que  assistem,  e  porque  não  podem  usar  da 
dito  breve  sem  licença  de  V.  Ex.* 

•P,  a  V.  Ex.»  lhes  faça  mer- 
cê conceder  lhes  licença  para 
usarem  do  breve  junto. 

B.  R.  M.> 

E  o  dito  breve  principia  assim:  x 

tCaetano  M.  Orsini,  por  mercê  de  Deus  e 
da  Santa  Sé  Apostólica,  arcebispo  de  Tjirs<), 
prelado  domestico  e  assistente  de  Sua  San- 
tidade, núncio  apostólico  n'estes  reinos  de 

i 

2   Breves  de  oratórios,  maço  único. 


4B 


NIG 


PortQgal,  eooi  poderes  de  legado  ã  tatêre, 
ext, 

«Por  âtictorfdAde  apostólica  a  taôs  conce- 
dida, damos  licença  para  que  no  òfatorio  das 
casas  em  qae  morarem  Vicente  Pedro  e  sen 
filho  Pedro  Pedross^m,  moradores  na  cidad»; 
do  Porto,  se  diga  missa  todas  as  veses  qae 
lhes  parecer,  com  tanto  qae  etc* 

E  a  licença  do  rev.»  provisor  da  diocese 
tem  a  data  de  1^  de  oatabfo  dè  174f . 

Qae  nós  saibamos,  foi  ainda  o  celebre  Pe- 
dro Pedrossem  da  Silva,  deputado  na  2." 
janta  administradora  da  companhia  dos  vi- 
nhos, creada  pelo  grande  marquei  de  Pom- 
bal, e  Vicente  Pedrossem,  deputado  na  6* 
janta,  como  verificámos  pela  escriptura  d'a 
qvelia  companhia. 

E  de  um  dos  livros  do  registro  parochial 
doesta  freguezla  de  S.  Nicolau  coáMa  (afi. 
i8)  que  ílallecera  no  dia  1  de  né^mbro  de 
1797  Maria  Michaela,  preta,  em  casa  do  sr. 
Pedrossem,  moradora  na  Rebolefra,  e  do 
mesmo  livro  (a  H.  72  v.)  se  acha  registrado 
o  óbito  de  Jo9é,  preto,  escravo  de  Vicente 
Pedrossem  da  Silva,  cavalleiro  professo  da 
ordem  de  Ghristo,  morador  na  rua  da  Rebo- 
leira. Fallecea  a  i3  de  agosto  de  4805,  e  era 
solteiro  e  maior  de  80  annos. 

Ê  pois  indubitável  que  a  família  Pedros- 
sem vivf^u  na  rua  da  tlt*boleira,  n^esta  fre- 
guesia de  S.  Nicolau,  ainda  em  1805. 

Também  do  mesmo  livro,  íl  75,  consta 
que  aos  28  dias  de  novembro  de  1805  fatle- 
cefa  D.  M^ria  J»sé  Cárdia  Ferrão,  mulher 
do  desembargador  da  relação  dVsta  cidade 
do  Porto,  João  de  Carvalho  Martens  da  Sil 
va  Ferrão,  moradores  nas  suas  casas  da  rua 
Nova  (ou  dos  Ingl^zes)  n'esta  freguezia  de 
S.  Nicolau,  tendo  pouco  mais  de  dezesete 
annos. 


Ainda  com  r^açSo  a  esta^i^eja  de  S.  Ni- 
colau consignaremos  aqui  o  que  se  encontra 
no  Censual  da  Mitra,  feito  no  episcopado  do 
ar.  D.  Fr.  João  Rafael  de  Mendonça,  distin- 
cto  prelado  ponuense. 

•N*e9ta  freguezia  não  ha  terreno  algum 


dqne  possa  proínzir  dizimos.  >  Òs  parochoíi 
derivam  os.steus  rendimentos  dos  direitos  âe 
estola  e  pé  de  alrar,  ao  que  accresce  a  pres- 
tação de  10^000  réis  com  que  a  mitra  cou- 
tribue  para  a  dita  igrejti.  ^  Esses  direitos  fle 
estola,  entrando  em  conta  todos  os  seus  ra- 
mos, e  addiccionando-lhes  as  conhecenças, 
e  os  101000  réis  acima  declarador,  formam 
a  somma  de  4^?iS^60  réis,  e  tal  é  o  rendi- 
mento do  abbade  d'esta  freguezia,  mas  d'es- 
ses  mesmos  retidimentos  tem  de  pagar  ao 
seu  antecessor  a  pensão  vitatií*ia  de  320i^00O 
réis,  e  de  dar  um  ordenado  competente  ao 
seu  citra  coadjaior.  Da  fabrica  e  dos  concer- 
tos da  igreja  está  encarregada  a  mitra,  e  pe- 
lo que  pertence  à  fabrica  da  confraria  do 
Santíssimo  Sacramento,  aos  paramentos  pa- 
ra as  suas  fei)tividades,  á  cera  e  à  pompa 
com  que  o  Senhor  é  levado  aos  enfermo?, 
contribue  a  contVarla  para  isso  instituida, 
mas  os  seus  reditos  dependeu)  só  da  devoção 
dos  freguezes.i 

Foram  effectivatnente  e  são  ainda-  hoje 
(i875)  bastante  limitados  os  fundos,  dVrta 
confraria,  mas  os  parorhianos  for.im  sempre 
generosos  em  atixiTial-a  nas  deap<>zas  a  seu 
cargo,  e  tanto  que  sendo  muiios  annos  as 
mordomias  caras,  havia  empenhos  para  se 
obter  a  nomeação  de  mordomo  d*e?ta  con- 
fraria. Eram  poi-i  sempre  as  mesas,  formadas 
por  pessoas  importantes,  e  tanin  que,  mesmo 
na  praça  commercial.  era  tido  na  melhor 
conia—qw^n  /oí.^p  mesario  d' esta  rmfraria — 
freqt*entasse  a  Juntiiia — e  a  casa  da  Passa- 
rola, 

A  jQQtfna  era  uma  casa  da  rua  dos  logle- 
zes,  onde  os  primeiros  negociantr-s  do  Porto 
costumavam  reunir-se  e  tratar  o  que  mais 
lhes  interessava,  aoles  de  fazer-se  a  actual 
casa  da  Bolsa;  o  a  casa  da  Passarola  era  de 
uma  senhora  por  appellido  Pasaarola,  que 
morava  na  rua  de  S.  Francisco,  e  que  foi 

1  Ainda  n'aquel1a  data  a  freguezia  de 
Santo  Ildef()nso  descia  até  ao  Douro  e  com- 
prehendia  ludo  o  que  é  bojo  dVsta  fregue- 
zia de  S.  Nicolau,  desde  os  muros  dos  Guin- 
daes  até  aos  limites  de  Campanh^n. 

^  Estes  101000  réis  eram  para  o  coad- 
jutor, e  sobre  elifs  correu  o  celebre  pleito 
de  que  falíamos  no  titulo  — ParorAoj  de  5. 
Nicolatt. 


iftttiVos  aniios  a  senliora  de  mais  Importan- 
«la,  relações  e  valimento  no  Porto.  Recebia 
ibttsnas  sahs  todas  as  noites  ^mnf tas- pes- 
Éoz^^masunicarMnte pessoas  dasma^  con^ 
4iâerttãas. . . 

A  propósito  consignaremos  a<iQi  que  nma 
tfas  verbas  mais  importantes  na  receita  does- 
ta confraria  era  proveniente  do  privilegio 
^eeila  tinha  de  dar  as  rasas  para  se  medir 
o  pâo  qae  se  vendia  on  comprava  na  ci- 
dade, privilegio  qne  acabou  já  depois  de 
i834.  _ 

A  cirenmscrípçlo  d*esta  fí^egneria  d^esde 
1841,  data  do  ultimo  arredondamento  da  ci- 
dade; é  a  segninte: 

PriDcipia  no  fortim  da  Porta  Nobre,  e  se>- 
ftie  pela  margem  do  Douro  até  ao  marco  do 
antigo  limite  dis  Campanbaa;  na  Corticeira: 
volta  pelos  Gníndaes  ecomprebettdld'a'Ladd, 
Barredo,  ruas  de  S.  Francisco  de  Boija,  Mer- 
cadores, S.  loão,  largo  de  S:  Domingos  (par- 
te) ruas  de  Belmonte  e  Taipas,  até  ao  cbafa- 
riK,  e  rua  de  S.  Roque  (exclusivamente):  des- 
*  -ce  ao  largo  de  S.  João  Novo,  comprehenden- 
-do-o  todo,  e  segue  d^allí  pelo  que  ainda  res* 
ta  dos  muros  da  cidade,  quasi  que  em  linha 
recta  até  ao  Douro,  ou  até  ao  fortim  donde 
partimos,  cortando  a  rua  da  Nota  Alfandega 
no  ponto  oDde  esteve  a  Porta  Nobre.  Os  pré- 
dios das  Escadas  do  Caminho  Novo  s3o  to- 
dos (iQclQÍDdo  os  novos)  da  fregnezia  limi- 
tropbe  —  Miragaya  —  porque  todos  (iqrtelles 
prédios  estavam  extra-muros. 

Até  1841  era  muito  mais  restricta  a  cir- 
cumseripçào  dVsta  parochia,  pois  peio  arre- 
dondamento dacidadp,  feito  n*aquella  data, 
recebeu  da  fregaezia  de  Santo  Ildefonso  tu- 
do o  qae  decorre  das  Escadas  dos  Guindaes 
até  aos  limites  de  Campanhan;  e  da  fregue- 
zia  da  Sé  algamas  casas  no  alto  do  Barrédò; 
a  rua  dos  Mercadores,  da  travessa  de  S.  João 
para  cima;  toda  a  rua  das  Ctoogostas,  e  parte 
da  rua  e  largo  de  S.  Domingos;  e  da  fregue- 
zla  da  Victoria  a  rua  da  Ferraria  (antiga 
rua  das  Rosas...)  da  rua  de  D.  Fernando 
para  cima;  a  rua  e  largo  de  S.  João  Novo; 
toda  a  rua  de  B-  ilomonte,  e  aparte  que  tem 
hoje  na  das  Taipas. 

Antes  d'e8te  arredondamento  tinha  esta 

VOLUME  VI 


MC 


49 


freguesia  d»  S.  Nicolau  apenas  814  ftgM 
com  t'M9  almas;  e  antes  das  expropriações' 
para  a  rua  da  Nova  Alfandega,  contava  1:029 
fogos  com  7:430  afma»,  segundo  o  rol  da 
desobriga,  e  bo|e,  peid  mesmo  rol,  tem  1:400 
fogos  e  6:500  ahnas. 

A  fosta  do  rapaaio  e  outraB 

No  dia  5  de  dezembro-,  véspera  da  festivi- 
dade dt>  padroeiro,  S.  Nicolau,  os  afumno^ 
da  eschola  que  a  confraria  administra,  uni- 
dos a  outros  muitos,  se  separavam  em  gru- 
pos^ ao  declinar  da  tard^  e  percorriam  esta 
fregnetia-  etn  differentes  direcções'  cântaro^ 
lando  e  gritando  ao  som  de  campainhas: 

Qlkem  d&  lenha  oh  afgum  pau 
P>a  fbgneira  dé  S^  Nicolau 

e  desde  as  oficinas  de  tanoeiro,  à  Porta  Nbva 
e  n»  dosBa  ohos,  até  á  Corticeira,  faziam 
grande  coNieita  de  barricas  e  catfastras  ve- 
lhas, aparas  das  tanoarias  e  carqueija,  leva- 
vam tudo  para  a  frente  da  egreja  de  S.  Ni>* 
colaiu,  e  logo  que anouteoia Ihelançavam  o 
fogo,  dando«lhe  a  confraria  uma  por^o  éé 
castanhas  verdes,  e  o  abbade  regularmente 
um  alqueire,  lançando«lh'as  sobre  a  fogueira 
porveK<«9  do  alto  da  egreja,  desenvolvendo*se 
logo  entre  o  batalhão  de  lapazes,  qne  Já  aè 
achava  postado  em  volta  da  fogueira,  grande^ 
barulho  e  uma  algazarra  deinsurdecer,  eoai 
muitos  tombos  e  chamnscadellas  aos  díspu« 
tarem  uns  aos  outros  a  colheita  das  casta- 
nhas cruas,  assadas  e  algumas  por  fim  queí*- 
madas,  terminando  o  magusto  por  uma  se- 
menteira horrivei  de  brazas,  cinza  e  ttçSes, 
que  punha  sempre  em  alarma  os  transeuntes' 
e  vísinhos. 

Era  este  o  maior  at^grlo  dos  rapazes 
d'e8ta  freguezia,  e  duroa  d'esde  tempo  \m* 
memorial  aproximadamente  até  1855. 

No  dia  seguinte,  6  de  dezembro,  celèlrra^ 
va-se  com  grande  pompa  a  festividade  do 
padroeiro,  por  uma  confraria  própria,  que' 
ha  annos  se  extiogaiu,  e  com  ella  a  grande 
festividade. 

Hoje  n'esta  egreja  as  festas  principaes 
sào  —  Corpo  de  Deus,  -r-  Endoenças^  —  St- 

4 


90 


NIC 


nkora  da  Boa  Nova, —  Santo  Eloy — e 
S.  Vicente  — sendo  também  notável  e  im- 
ponente quasi  todos  os  annos,  a  ministraçao 
do  Santíssimo  aos  enfermos,  por  desobriga. 

Ha  também  n*esta  egreja  outras  festivida* 
des  menores,  sendo  uma  a  de  Nossa  Se- 
nhora do  Pilar,  a  15  d*agosto,  e  a  expensas 
da  família  Pacbeco  Pereira,  em  cumpri- 
mento de  um  antigo  legado. 

£m  um  altar  coUateral  d'e8ta  egreja,  do 
lado  da  Epístola,  foi  collocado  no  dia  21  de 
dezembro  de  1785  o  corpo  de  S.  Vicente 
martyr,  que  Thomaz  da  Rocha  Pinto,  caval- 
leiro  da  Ordem  de  Chrisio  e  rico  negocian- 
te, mandara  vir  de  Roma  com  grande  pom- 
pa —  á  sua  custa. 

Proolssão  do  Corpo  de  Deus  ooxn 
relação  a  esta  firegneada 

0  itinerário  da  procissão  de  Corpus  Cri^ti 
tem  variado  muito,  e  n'esta  data  reclama 
alteração  radical.  Até  1560  ia  alternadamen- 
te um  anuo  fora  da  cidade  «a  hauma  egreja 
do  Oraguo  de  Santo  Ylefonso,  que  esta  em 
huu  campo,  e  ali  collocavam  o  Santíssimo 
Sacramedto  debaixo  de  huu  carvalho,»  du- 
rante o  sermão;  outro  anno  ia  á  egreja  de 
S.  Pedro  de  M iragaya,  e  por  ser  pequena 
collocavam  o  Santis^^imo  Sacramento  á  porta, 
debaixo  de  uma  vela^  pelo  que  a  rainha  D. 
Gatharina,  ordenou  que  a  dita  procissão  se 
dirigisse  ao  convento  de  S.  Domingos  ou 
ao  de  8'  Francisco,  como  se  vé  de  uma  carta 
regia  (log.  cit.)  com  data  de  30  de  Maio  de 
i560. 

£  por  aquelle  tempo  dava  também,  não 
sabemos  que  voltas,  pela  Ribeira  (então  da 
freguezia  da  Só  e  hoje  d*esta  freguezia  de 
S.  Nicolau)  o  que  determinou  o.  bispo  D. 
Fr.  Gonçalo  de  Moraes  a  pedir  a  S.  M.  que  a 
dieta  procissão  não  descesse  á  Ribeira,  por 
ser  local  immuodo,  e  seguisse  pela  rua  Nova 
(rua  dos  loglf  zes,  n'esta  freguezia  de  S.  Ni- 
colau) áo  que  attendendo  S.  M.  (Philippe 
II,  o  Demónio  do  Meio  Dia...)  houve  por  bem 
dirigir  á  Camará  do  Porto  a  carta,  escripta 

1  Livro  l.»  de  Próprias  Provisões  da  Ca- 
mará do  Porto  l  iS7. 


NIC 

em  Aranjnez  a  15  de  maio  de  1607,  cqjíx 

theor  ó  o  seguinte: 

•  Juis  Vereiadores  e  Procurador  da  Camará 
da  Cidade  do  Porto  Eu  £1-Rey  vos  envia 
muito  saudar.  Dom  Frey  Gonçalo  de  Mo- 
raes, Bispo  dessa  Cidade,  me  enviou  dizer 
por  sua  Carta,  que  na  Procissão,  que  abi  se 
faz  pola  festa  de  Corpus  Cbristi,  se  leva  a 
Santíssimo  Sacramento  em  huma  Charola 

I 

tam  pezada,  que  com  a  levarem  sacerdotes» 
vay  com  muita  indecencia,  por  ser  necessá- 
rio irem  a  pedaços  correndo  com  ella,  e  qoe 
das  jenellas  deitão  moedas  com  que  podem 
quebrar  as  vidraças  onde  vay  o  Santíssimo 
Sacramento,  aliem  de  ser  isto  contra  o  que 
manda  o  Ceremonial  de  Sua  Santidade, 
que  he,  que  o  Santíssimo  Sacramento  se  leve 
debaixo  do  palio;  e  que  a  ditta  Procissão  vay 
pola  Ribeira^  onde  se  vende  o  pescado,  e  ha 
muitas  imundiciaSf  e  por  outras  rtuu  inde- 
centes^  podendo  ir  pola  rua  nova,  por  ser  a 
melhor  dessa  Cidade;  e  que  para  se  dançar 
às  portas  de  alguas  pessoas  particulares,  se 
faz  em  muitas  partes  deter  a  procissão,  com 
grande  indecencia,  e  que  posto  que  elle,  co- 
mo Bispo  podia  emendar  estas  couzas,  me 
pedia  mandasse  eu  ordenar  como  se  flsesae; 
é  dezejando  eu  que  nas  desta  qualidade  se 
proceda  com  o  respeito  e  decência  devida 
Hey  por  bem»  no  que  toca  o  primeiro  pon- 
to, que  se  cumpra  o  Ceremonial;  e  em  quan- 
to aos  outros  dous  pontos  «me  parecer  a 
que  o  Bispo  diz  bem  considerado,  e  com  tudo 
me  não  quiz  resolver  nisso,  sem  primeira 
vos  ouvir»  porem  terei  particular  contenta- 
mento, de  que  não  se  vos  offerecendo  sobre, 
isto  duvida  de  consideração,  vos  conforma- 
reis com  o  Bispo,  e  quando  vos  parecer  ou- 
tra cousa,  me  avisareis  logo  das  ras5es  que 
para  isso  tiverdes.  Escripta  em  Araojuez  a 
15  de  Maio  de  1607  —  Rey  —  Affonso  Fur- 
tado de  Mendonça.» 

Liv.  4.*'  de  Próprias  Provisões  da  Camará 
do  Porto  f.  194. 

Em  resposta  áquella  Provisão  regia,  a  Ca- 
mará f«tz  ver  a  S.  M.  o  grande  drtsgosto  que 
seniiríam  os  moradores  das  ruaá  por  onde 

1  Bem  indí*i'enles  são  parle  das  ruas  que 
aindri  hojtí  (1875)  percorr<^,  írie-í  ião  as  de 
S.  Crispim,  Santa  Anua  e  £âcura!... 


NIC 


NIC 


51 


costQmava  segai r  a  procissão,  se  se  alterasse 
o  antigo  itioerario;  ao  que  attendea  S.  M.  na 
Provisão  de  18  de  Maio  de  1608,  dirigida  à 
Camará,  na  qnal,  entre  oatras  eouzas  diz: 
«6  porque  se  não  receba  desconsolação  nessa 
Cidade  da  Procissão  não  passar  pelas  ruas 
costumadas^  escrevo  eu  ao  Bispo  que  nisto 
se  nlo  altere  cousa  alguma.^ 

Prevaleceu  ainda  por  então  o  respeito  ás 
telharias  e  a  procissão  continuou  a  ir  á  Ri- 
beira, mas  ha  muito  que  da  rua  dos  Mer- 
cadores segue  em  linha  obliqua  para  a  rua 
Nova  dos  loglezes,  e  d*ahi  para  a  Cathedral 
amda  pela  rua  das  Congostas  (prestes  a  des- 
apparecer,)  —  Largo  de  S.  Domingos,  rua 
das  Flores,  rua  do  Loureiro,  e  rua  Chan. 

Abbades  de  S.  Nioolan 

!.•  --Ândrê  Fernandes  —  1583. 

%•  —  Jeronymo  Fernandes  —  16(ML 

3.»  —  Diogo  Gaspar  —  1605.  Obteve  a 
permuta,  estando  n'ella  dois  an- 
noa^  e  passando  já  dos  70  de  idade,  resi- 
gnou no  immediato,  reservando  para  si  a 
pensão  annual  de  20^000  reis.  A  egreja 
rendia  por  então  90^000  reis  aproximada- 
mente. 

4,*  —  Domingos  Saraiva,  Natural  de  Fre- 
chas, concelho  de  Trancoso,  bispado  de  Vi- 
seu. Filho  de  Lourenço  de  Saraiva  e  de 
Susana  Gaspar.  Gollou-se  a  29  de  agosto 
de  4606,  sendo  provido  pelo  papa,  e  vindo 
a  bulia  com  metida  ao  prelado  da  diocese, 
que  então  era  D.  Jeronymo  da  Menezes. 
Falleceu  em  abril  de  Í6i3,  tendo  ob- 
tido por  bulia  apostólica  para  seu  sobri- 
nho Francisco  Saraiva  Aranha,  3011000  reis 
de  pensão  annual,  imposta  sobre  os  rendi- 
mento da  egreja. 

S."*  —  António  da  Fonseca  da  Cunha  — 
Provido  na  abbadia  por  concurso,  perante  o 
cabido,  sede  vacante,  e  confirmação  pontifi- 
cía.  Este  abbade  era  natural  do  bispado  de 
Coimbra.  Os  reditos  da  egreja  eram  por 
então  110^000  reis,  e  este  abbade  acceitou 
a  collação  com  o  ónus  de  20iQQ0  reis»  re- 
servado para  Francisco  Saraiva  Aranha.  De- 

*  Liv.  4.»  de  Poprias  Provisões  da  Gamara 
do  Furte  f.  198. 


pois»  reservando  para  si  a  pensão  de  6OM0O 
reis,  resignou  no  seu  successor. 

6.«  — Litór  Alvares  Soarei  —  Clérigo  in 
núnoribus,  natural  d'esta  cidade,  alho  de 
Gaspar  Alvares  e  Izabel  Antónia,  moradores 
na  rua  das  Congostas.  Collou-se,  acceitando 
a  obrigação  da  pensão  de  60JÍOOO  róis  para 
o  seu  antecessor,  e  a  de  30^000  réis  para 
Francisco  Soares  Aranha,  segundo  a  deter- 
minação de  Domingos  Saraiva.  Collou-se, 
sede  vacante,  em  18  de  novembro  de  1645. 

Appenso  aos  autos  da  collação  doeste  pa- 
roeho,  se  encontra  na  camará  ecciesiasticada 
diocese,  um  processo  curioso  a  que  elie  deu 
princípio,  em  janeiro  de  1650,  pedindo  coa- 
djutor, e  que  terminou  em  1681,  sendo  ab- 
bade d*esca  egreja  o  rev.  Manuel  Mendes 
Vieira,  que  foi  quem  pagou  as  custas. 

Em  resumo  é  o  seguinte  : 

Lembron-se  o  abbade  Luiz  Alvares,  de  pe- 
dir um  coadjutor,  e  n*este  sentido  dirigia, 
com  data  de  8  de  janeiro  de  1650,  um  reque- 
rimento ao  Cabido,  sede  votante,  allegando» 
entre  outras  coisas,  que  a  freguezia  de  S.  Ni- 
colau contava  cerca  de  3:000  almas,  popula- 
ção superiora  das  freguezias  de  Miragaya  e 
de  Villa  Nova  de  Gaya,  juntas,  e  que  tendo  coa- 
djutores os  parochos  d*estas  freguezias  e 
d'outras  d'egual  população,  justo  era  que  fos- 
se também  dado  coadjufor  a  elie  supplican- 
te,  mesmo  porque  não  podia  elie  só,  satisfa- 
zer ao  movimento  é  exigências  do  serviço 
parochial,  pois  por  vezes  se  pedia  o  Sagrado 
Viatico  para  pontos  diversos  ao  mesmo  tem- 
po, e  ainda  recentemente  em  uma  noite  sahira 
duas  vezes  a  minislaar  o  Sagrado  Viatico, 
roubando  lhe  muito  tempo  o  serviço  da 
secretaria  e  a  ministração  nos  baptismos 
casamentos,  etc.  Que  ao  Prelado  cumpria 
dar-ihe  o  ooadjutor,  por  isso  que  o  bispo 
D.  Frei  Marcos,  quando  creou  as  freguezias  da 
Victoria,  S.  João  de  Belmonte  e  esta  de  S* 
Nicolau,  por  eseriptura  lavrada  na  nota  do 
tabellião  Ruy  de  Couros,  se  obrigon  a  todos 
08  encargos  das  ditas  parochias  por  elie  ere- 
ctas, conservação,  reparação  e  mesmo  res- 
tauração das  respectivas  matrises,  etc.  de 
modo  que  das  novas  parochias  jamais  em 
tempo  algum  adviessem  novos  encargos  para 
os  seus  parochianos. 


52 


NIC 


NIC 


llandoa  o  cabido  ouvir  o  Promotor  á». 
Bispado,  e  este  se  oppoK  â  concessão,  dizen- 
do  que  estranhava  a  leratowça  do  soppli- 
eante,  pois  nanham  oatro  parocbo  d*esta 
egreja,  desde  a  sna.  ereaçao,  havia  pedido 
coadjutor,  e  que  era  aforisiso  dè  direito  — 
NihU  inovetun  8edevaeantê;-^iBáo  peffém 
oa  autos  condosos  ao  cabido»  inaiidoa<  eate^ 
com  data  de  7  de  fevereiro  dei68(H  se^  desse» 
coadjutor  ao  snpplícaute.  e  que^  na  fóraa 
requerida,  lhe  fosse  coosiguada^Basremlaa. 
da  meza  postiâcal  ooda  naítra^  a  sommaan- 
BBai  de  vinte  cruzaétos,  que  era  quanto^ 
dava  a  mitra  a  outros  coadjutores. 

Passadoe  cérea^  de  99  annoa  (em  6,  de  De- 
zembro  de  1678)  appeUou  o  procurador  da 
mitra  para  a  metrópole  braeearense—/ura«- 
do  ao  Santos  Evangelhos  que  hania  menos 
de  dez  dias  que  elle  procurador  Hvera  noti- 
cia do  despacho  do  cabido,  nomeando  o  coa- 
djutor em  questão.., 

£  logo  requereu  o  dito  procurador  ao 
prelado,  dizendo  que  pretendia  obrígarosab- 
badeft  de  S.  Nicolau  e  Nossa  Senhora  da  Vi« 
ctoría,  a  desistirem  do  pleito,  e  a  desonera- 
rem a  mitra,  e  que  sendo  n'aqueUa  data  vi- 
gado geral  do  bispado,  o  rev.  doutor  Hilário 
da  Rocha  Galheirosv  abbade  de  S.  Nicolau 
pedia  ao  prelado  nomeasse  outro  vigário  ge- 
rai no  processo;  ao  que  o  prelado  (D.  Per* 
Dando  Correia  de  Lacerda)  deferindo,  nomeou 
juiz  na  causa  o  rev.  licenciado,  Luiz  de  Mo- 
raes^ promotor  da  diocese. 

Poí  a  appellaçâo  recebida  na  metrópole 
pelo  doutor  Christovão  Pinto  Bandeira,  des- 
embargador da  relação  da  corte  de  Braga  e 
vigário  geral  nVlla  e  em  toda  a  archidíoce- 
se  DO  espiritual  e  temporal  pelo  Ex.*""  Sr.  D. 
Luiz  de  Sousa,  bispo  primaz  das  Hespanhas, 
Senhor  de  Braga,  do  conselho  de  estado  de 
eirei  e  sen  embaixador  extraordinário  na 
caria  romana. 

Correu  o  processo  seus  termos;  e  mandan- 
do o  dito  sr.  vigário  geral  passar  cartas  ci- 
tatorias  para  ser  intimado  n'esta  cidade  do 
Porto  o  rev.  Abbade  de  S.  Nicolau  (ao  tem- 
po Manuel  Mendes  Vieira)  a  fim  de  que,  pas- 
sados seis  dias  depois  da  citação,  oompase* 
oesse  n'aqtteile  Juízo,  sob  pena  de  ser  julga- 
do á  revelia»  o  dito  abbade  constituiu  em 


Braga  procurador,  e  lhe  dem  inatmeçSea  • 
anctorisaçao  para  desistir,  como  desisllii^ 
resalvando  oa  direitos  do»  seuisueoeseovee^ 
do  que  se  lavrou  termo,  que  o  dito  sr.  vi* 
gario  geral  julgou  por  sentença,  em  data  da 
5  de  julho  de  1681,  mandando  que  o  apfwl:- 
lado.  desistente  pagasse  as  custaa  nas  dnaa 
instancias  (Porto  e  Braga)-H)  que  tudo  moa* 
tou  á  importante  somma  de  quinhentos  e 
visite  e  sete  réis  fl 

O,  abbade  Luiz  Alvares  Soares,  reserva»* 
dot  para  si  a  pensio  annual  de  47  ducadoe^ 
resignou  no  seu  suecessor. 

7,^^  Martinho  Pinto  Carneira.  Obrígou- 
se  este  á  dita  pensão  de  47  ducados  para  o 
resignatario,  á  de  62  ducados  para  o  ex-ab- 
bade  António  da  Fonseca  da  Cunha,  —  e  à 
de  outros  47  ducados^  já  imposta  n'este  be- 
neficio em  favor  do  rev.  Francisco  Sarai%'a; 
e  n*este8  termos  obteve  bulia  pontiâcia  com 
data  de  7  de  Maio  de  i675. 

Falleceu  o  abbade  Martinho  PínlaC§rnêl 
ro  a  18  d*agosto  de  1675  e  lhe  succedeu: 

8*  —  O  doutor  Hilário  da  Bocha  Calhei^ 
ros,  que  jà  era  provisor  do  bispado,  e  ainda 
clérigo  in  minoribus,  natural  das  Caldas  da 
Rainha,  no  arcebispado  de  Lisboa,  filho  legi- 
timo de  António  da  Rocha  e  Beatriz  da  Fon- 
seca. 

Foi  apresentado  n*esta  abbadia,  por  pro- 
visão do  sr.  D.  Fernando  Correia  de  Lacer- 
da, bispo  da  diocese,  em  data  de  26  d'agos- 
to  de  1675,  collandose  em  30  do  mesmo 
mez  e  anno.  Reservando  para  si  a  pensão 
annual  de  65:000  réis»  resignou,  tendo  34 
annos  de  idade,  no  seu  suecessor. 

9.''  —  Manuel  Mendes  Vieira,  que  p^la 
bulia  que  impetrou  de  S.  Santidade,  se  obr^ 
gou  à  pensão  de65:000rs.parao8euanteoe8^ 
sor,  pensão  para  a  quai  foi  consignada  na 
bulia,  a  de  54  ducados  e  meio,  que  elie  Ma- 
nuel Mendes  Vieira  reservara  na  egreja  da 
Santa  Marinha  do  Zêzere,  da  qual  fora  abhar 
de,  —  mais  46  ducados  sobre  uma  bachare? 
laría  da  Sé,  o  que  tudo,  em  moeda  então  coi- 
rente,  montava  á  cifra  de  65:000  réis;  e  além 
d'isto  se  obrigou  a  pagar  ao  rev.  Francis»^ 


NIC 


NIG 


53 


Saraiva,  a  antiga  peoBão  de  30:000  réis,  com 
qoê  eslava  onerado  eaie  beneâeio. 

€oilo«-8e  a  18  de  janeiro  de  i€79.  Era 
Bftiaral  da  freguesia  de  S.  João  4e  Luzim, 
filbo  legitimo  de  Manuel  Fenreira  e  Catln- 
rina  Vieira.  Renuneioii  no  seu  «ueoessor : 

iO.«  —  Votem  Jtívo  Pereira,  que  lôra  ab- 
bade  de  S.  Mamede  de  Quisande,  oonoelho  da 
Feira,  d*este  bispado  do  Porto.  Falleceu  a 
S5  é^abrii  de  i7Í3.  ^ 

il.<'  —  O  doutor  António  de  Deus  Campoiy 
promotor  da  diocese,  foi  apresentado  n^ésta 
abbadia  pelo  cabido,  sede  veicanie,  em  19 -de 
}uttho  de  17t3,  precedendo  cooourso  e  exa- 
me. 

Da  Gamara  Eoclesiastica  nao  consta  ipian- 
do  faUeceu,  nem  quem  foi  seu  auocessor,  e 
o  primeiro  de  que  alli  se  aeba  nota  é  o  se- 
guinte : 

t'  A*"—  O  dr.  Silvestre  da  Costa  Lima,  ab- 
bade  de  S.  Nicolau,  morador  em  Cima  do 
Muro,  falleceu  em  11  de  joiho  de  1790,  e 
sticcedeu-ihe : 

i3.«— O  dr.  Theodoro  Pinto  Coelho  de 
Moura,  natural  da  freguesia  de  Santa  Mari- 
nha de  Lodares,  desembargador  da  ouria  ec* 
elesiastica  e  provisor  interino  da  diocese; 
foi  apresentado  n'esta  abbadia  pelo  bispo  D. 
Fr.  ioào  Raphaei  de  Mendonça,  por  provisão 
de  9  de  Setembro  de  1790,  e  coiiouso  em  4 
d*OutQbro  do  dito  anão. 

Era  filbo  de  António  José  Camelio  e  An- 
gela Maria  Pinto. 

Reservando  para  si  a  pensão  annual  de 
320^000  réi9,  e  por  sua  morte,  uma  de  réis 
80A)00  em  favor  de  Francisco  Coelbo  Soa- 
re^  clérigo  in  minoriòi»,  da  dita  freguesia 
de  Lodares— e  outra  de  80^000  réis  para  o 
irmão  d'este— Bernardino  Coelho  Soares  da 
Silva  e  Moura,  ambos  sobrinhos  d*elle,  abba- 
de»  Tbeodoro  Pinto  Coelho  de  Moura,  renun- 
eieu  BO  seu  8«H)ces8or.  (Vide  Lodares). 

iÃi.''^Domnffos  Luiz  Pinto  Coelho,  irinão 
do  resigoatario  doutor  Theodoro,  o  qual, 
sendo  Já  cónego  prebendado  na  Sé,  provi^ 


sor  do  bispado  e  desembargador  da  cúria, 
cedeu  ISOMOO  r^s  da  pensão  de  3SOilOOO 
réis  que  devia  dar-lhe  seu  irmão,  abbade 
actual,  ficando  asieiSí)  a  dita  peaisao  reduzida 
a  tOe#M)0  réis  eerlde. 

Colloo-se  o  rev.*"  Domingos  Luiz  Pinto  Coe* 
lho  em  4  de  maio  de  1796. 

i$,^»^FraMoiseo  Diogo  de  Souza  Souto,  cle«' 
rigo  tfi  minoribus,  natural  da  fr^guezia  de 
Santo  Ildefonso,  (Porto)  fâmulo  do  sr.  D.  Stâò 
de  Magalhães  e  Avelar,  que  o  apresentou 
n'estaabbadía  por  provisão  de  30  de  junho  de 
1831,  em  seguida  ao  faiiecimento  do  abba- 
de Domingos  Luiz  Pinto  Coelho,  com  a  te* 
serva  de  duas  pensões  de  72A00O  réis  cada 
uma,  para  dois  ecclesiaaiticos  pobres,  ^ue  s. 
ex.«  mais  tarde  nomearia. 

Goliou^se  a  SO  de  agosto  de  1831.  Bra 
filho  legitimo  de  João  Diogo  de  Souza  Soulo 
e  D.  Angélica  de  Souza  Souto. 

Per  hayer  sido  apresentado,  reinando  o 
sr.  D.  Miguel  I,  foi  suspenso  em  virtude  de 
medidas  geraes,  mas  por  alvará  de  S.  M.  a 
sr.'  D.  Maria  II,  com  data  de  4  de  maio  de 
1833,  foi  reintegrado  com  a  condição^  dè 
prestar,  eomo  prestou  (em  12  de  maio  de 
1843),  ioramento  de  fidelidade  ab  novo  go« 
verno,  perante  o  ordinário  da  diocese.  Era 
ao  tempo  governador  interino  do  bispado,  o 
dr.  António  Navat-ro  de  Andrade,  deão  da 
Sé  Gàtfaedral.  _     > 

» 

i%,*-^J§naoio  José  de  Macedo,  presbytero 
secularisado,  natural  da  freguezia  de  S.  Vi* 
cente  de  Alfena,  n-este  bispado  do  Porio.  Foi 
apresentado  n*esta. abbadia  por  decreto  de 
12  de  setembro  de  1833,  assignado  por  S.  M. 
Imperial,  o  sr.  daque  de  Bragança,  regente 
em  nome  da  rainha,  a  sr.*  D.  Maria  II,  sua 
filha,  sendo  'iMspo  aleito  de  Poito  o  sr.  D. 
Fr.  Manuel  de  Santa  Ignez,  que  dispensou  o 
exame  sTuedal  e  as  demais  formalidades  do 
estyio,  attentas  as  drcumstancias  que  se  da- 
vam no  agraciado. . .  e  o  coUou  em  22  de 
ontobro  de  1833. 

Dos  autos  das  coUaçdes  não  consta  por 
que  titulo  vagou  ou  se  deu  por  vaga  esta  ab- 
badia, para  ser  n'ella  apresantado  o  rev."^ 
Ignaeio  José  de  Macedo,  assim  como  tam- 


54 


NIC 


NIC 


bem  Dão  consta  dos  aatos  quando  este  pa- 
rocbo  falleceu,  oa  qae  destino  lhe  deram. 

i7. ^---Bentõ  da  8Uva  Leite, 

Por  decreto  de  26  de  fevereiro  de  1834,  foi 
transferido  para  esta  abbadia  de  S.  Nicolau, 
o  reitor  do  Arcozello,  D.  Theotonio  Marinho; 
mas  por  outro  decreto  de  2  de  abril  do  otes- 
mo  anno,  foi  aquelle  declarado  sem  effeito,  e 
apresentado  n'esta  egreja  o  rev.«  Bento  da 
Silva  Leite,  presbytero  secular,  que  já  estava 
servindo  como  paroeho  encommendado,  a 
mesma  igreja. 

Era  fliho  legitimo  de  Luiz  da  Silva  Leite 
e  Thomaiia  Maria  de  Jesus,  todos  d'e8ta  fre- 
guezia  de  S.  Nicolau;  e  o  decreto  que  o  apre- 
sentou n'esta  abbadia,  era  assignado  por  S. 
M.  Imperial  o  duque  de  Bragança,  como  re- 
gente, em  nome  da  rainha  a  sr.*  D.  Ma 
fia  n. 

Goilou-se  em  5  de  dezembro  do  1834,  sen- 
do bispo  eleito  o  mesmo  sr.  D.  Fr.  Manuel 
de  Santa  Ignez. 

*  18.*— Fatuftno  Gfàalberto  Lopes,  egresso 
da  já  extincta  congregado  dos  agostinhos 
reformados,  foi  por  morte  do  seu  antecessor, 
Bento  da  Silva  Leite,  transferido,  como  en- 
commendado da  egreja  de  Santa  Maria  de 
Golpílbares,  para  esta  de  S.  Nicolau,  por 
poruria  da  sr.*  D.  Maria  11,  com  data  de  i2 
de  janeiro  de  1836,  tomando  posse  em  30  de 
janeiro  do  mesmo  anno. 

Este  presbytero,  como  disse  no  requeri- 
mento que  dirigiu  a  S.  M.,  havia  pouco  an- 
tes regressado  da  ilha  do  Príncipe,  para  on- 
de havia  sido  degredado  por  adhesão  aos 
principies  líberaes,  foi  co-reo  dos  infelizes 
justiçados  na  Praça  Nova,  e  passou  no  de- 
gredo cinco  annos. 

19.*  —  D.  Francisco  da  Piedade  Silveira 
Mourão,  natural  da  vllla  de  Lalim,  junto  a 
Lamego,  foi  cónego  regrante  de  Santo  Agos- 
tinho, ^  cartorário  e  procurador  geral  do  con- 

^  Tomou  o  habito  no  convento  de  Santa 
Cruz  de  Coimbra,  em  domiogo  de  Pascboa, 
10  d*abril  de  1803.  e  no  mesmo  convento 
professou  em  12  d*abríl  de  1804;—- matri- 
culou-se  DO  curso  des  estudos  superiores  da 
Ordem,  a  20  d*Outubro  de  1804,  e  comple- 


vento  de  Gríjó,  comarca  do  Porto,  abbade  de 
S.  João  do  Monte  e  depois  abbade  de  Ganiiaa 
de  Senhorim  e  Truxéda,  na  Beira,  e  por  ulti- 
mo abbade  de  S.  Nicolau,  n'eflta  cidade  do 
Porto;  pessoa  de  moita  illostraçao,  muita  vir- 
tude e  muitas  sympathias,  sempre  estimado 
e  considerado  pelos  seus  parochianos,  e  tan- 
to que  não  ha  n*esta  fregnezia  de  S.  Nicolaa 
memoria  de  paroeho  algum  para  quem  ea 
parochianos  fossem  mais  generosos  por  oe- 
casião  do  folar.  Só  na  rua  nova  de  S.  João, 
recebia  mais  de  cem  mil  réis,  pois  os  prin- 
cipaes  negociantes  costumavam  dar-lhe  de 
folar  uma  peça  de  oito  mil  réis. 

Parece  que  «  este  digno  abbade  se  referi* 
já  o  nosso  Camões,  quando  estrevea  estes 
versos: 

•Não  nego  que  ha  comtudo  descendentes 
De  generoso  tronco  e  casa  rica. 
Que  com  costumes  altos  e  excellentes 
Sustentam  a  nobreza  que  lhes  fica.» 

tou  o,  sendo  premiado  em  todos  os  annos. 
Em  1811  passou  para  o  convénio  de  Grijó, 
da  mesma  Ordem,  e  alli  foi  mestre  de  novi- 
ços. 

Nasceu  em  Lalim,  a  27  de  março  de  1788^ 
e  foi  baptisado,  a  6  d'abril  do  mesmo  anno» 
por  seu  tio  o  revd.**  Francisco  da  Silveira 
Athaide  e  Yasconcellos,  sendo  seus  padri- 
nhos 08  seus  tios  Pedro  da  Silveira  Athaide 
e  Vasconcelios  e  D.  Maria  Xavier  Pereira  de 
Castro. 

Apresentou  o  n*esta  egreja  de  S.  Nicolau» 
a  sr.*  D.  Maria  IT,  por  decreto  de  27  de  ju- 
lho de  1848 — decreto  honrosíssimo,  no  qual 
se  mencionam  os  relevantes  serviços  por  elle 
prestados  á  Egreja  e  ao  Esudo,  de  longos 
annos,  e  no  magistério  que  exerceu  n'esta 
diocese  do  Porto,  ensinando  philosophia« 
theologia  moral,  grego,  etc. 

Temos  sob  as  mãos  dois  trabalhos  Itttera- 
rios  de  merecimento,  publicados  pelo  sr.  D. 
Francisco  da  Piedade  Silveira — uma  <Dt5- 
sertação  Canonico-Theologica  sobre  o  estado 
das  ordens  Terceiras  seculares,  depois  daeof^ 
tincção  das  Ordene  regulares  n'esie  reina^  r#- 
lativamente  á  sujeição  aos  ex.*"*'*  Ordinários  • 
(Porto,  typographia  Commercial,  1852);  — 
e  *  Reflexões  Canónicas  e  Moraes  sobre  a  res- 
posta da  commissõo  administrativa  daOrdem 
Terceira  de  S.  Francisco  da  cidade  do  Porta, 
relativamente  a  representação  que  ao  fx."* 
sr.  Bispo  doesta  diocese  dirigiu  o  abbade  da 
freguezia  de  S.  Nicolau*-^ que  era  o  mesmo 
sr.  D.  Francisco  da  Piedade  Silveira.  (Perto. 
1859.) 


NIC 

pois  era  o  sr.  D.  Francisco  da  Piedade  Sil- 
Tetra  Mourão,  filbo  legitimo  de  Francisco 
Mourão  de  Miranda  Homem  e  de  D.  Joaqui- 
na da  SílTBira  Athaide  e  YasconceUos,  fidal- 
gos distinetos,  como  mostraremos  em  bre- 
ires  traços  genealógicos. 

ASCENDÊNCIA  PATERNA  DO  SR.  D.  FRANCISCO 
DA  PIEDADE  SILVEIRA  MOURÃO 

João  Martins  Mourão,  natural  da  Tilla  de 
LordéHo  junto  a  Vllla  Real  deTraz  osMon- 
tes,  teve  entre  outros  filhos 

Martim  Mourão,  que  casou  junto  a  Lame- 
gOj  com  D.BritO!)  Nanes  Homem  d'Âlbaquer- 
qne,  senhor  da  quinta  de  Yilla  de  Rei,  e  te- 
Te  entre  outros  filhos 

• 

Lourenço  Mourão  Homem,  doutor  e  lente 
de  cânones  na  universidade  de  Coimbra, 
desembargador  do  paço,  pessoa  de  muita 
iilu^tração  e  muita  auctoridade,  de  que  deu 
prova?,  prestando  relevantes  serviços  aos 
seus  conterrâneos  quando  principiou  o  ne- 
gro periodo  da  dominação  hespanhola. 

Dotou  o  convento  de  Santa  Cruz,  de  La- 
mego (que  foi  de  frades  loyos,  e  que  é  hoje 
quartel  militar)  com  a  sua  quinta  de  Vilia 
de  Rei  e  outras  terras,— mandou  fazer  à  sua 
isusta,  na  egrpja  do  dito  convento,  a  capella- 
mór,  na  qual  foi  sepultado,  em  tumulo  que 
ainda  lá  se  vé  na  parede,  do  lado  do  Evan- 
gelho, com  a  seguinte  inserípção: 


DUM  VITA  COMES  JURA  DABUM; 

miNC  CDNDITUS  HOC  PARVO  TUMULO 

HÓRRIDA  MORTIS  JURA  FERO. 


Âssiàtiu  ao  i,*  concilio  provincial  de  Lis- 
boa, onde  falleceu  em  fevereiro  de  1608,  e 
leve  de  D.  Joanna  de  Mello,  distineta  fidalga 
da  corte,  um  filho  natural,  que  legitimou. 

Francipco  Mourão  Homem,  que  foi  senhor 
da  quinta  das  Cans,  junto  àRegoa,  magnifi- 
ca propriedade  entre  o  Salgueiral  e  a  ponte 
de  Jugueiros,  e  que  íoi  cortada  pela  estra- 
da a  fnac-adam^  dando  o  governo,  só  pela 
expropriação  da  parte  qae  o  leito  da  estra- 


NIÇ 


55 


da  tornou,^ eêrca  de  oito  conto$  de  réis! 
Casou  em  Britiande,  com  D.  Maria  de  Sá 
Taveira,  filha  única  de  Jeronymo  de  Sá  Ta- 
veira, senhor  do  morgado  de  Nossa  Senho- 
ra da  Assumpção,  de  Britiande,  e  teve 

Fransclsco  Mourão  Homem,  senhor  do  di- 
to morgado.  Vivia  em  Britiande,  onde  casou, 
na  casa  de  S.  Sebastião,  com  D.  Vicencia  de 
Miranda,  e  teve 

João  de  Sá  Miranda  Homem,  senhor  dos 
ditos  morgados. 

Casou  na  quinta  de  Ferreirim,  com  D.  Úr- 
sula de  Seixas  Cabral,  filha  única  e  herdeira 
de  António  de  Sequeira  e  de  D.  Brites  de 
Azevedo,  e  teve 

João  Mourão  de  Miranda  HoiAem,  senhor 
dos  ditos  morgados. 

Viveu  na  sua  quinta  de  Ferreirim;  casou 
com  D.  Joanna  Lobato  Pinto  de  Queiroz,  fi- 
lha de  Gaspar  Pereira  de  Castro,  da  Villa  da 
Feira,  e  de  D.  Bernarda  Guedes  de  Queiroz» 
da  casa  de  Sarnadéllo,  e  teve  entre  outros 
filhos,  António  Mourão  de  Miranda  Homem, 
que  foi  coronel  no  exercito  da  índia,  fidalgo 
cavalleiro  da  casa  real  e  cavalleiro  professo 
da  Ordem  de  Christo,  com  trezentos  mil  réis 
de  tensa  annualy  e 

José  de  Sá  Pereira  de  Castro  Mourão,  se- 
nhor dos  ditos  morgados. 

Viveu  em  Britiande,  onde  casou  com  D. 
Joanna  Clara  d* Almeida,  de  quem  teve  cinco 
filhos  que  morreram  todos  solteiros:  e  nato» 
raes  (que  legitimou)  entre  outros,  de  D.Lui- 
za  Pereira  Monteiro. 

Francisco  Mourão  de  Miranda  Homem» 
que  succedeu  na  casa  de  seus  pães. 

Viveu  em  Lalim,  e  casou  com  D.  Joaqui- 
na da  Silveira  Athaide  e  Vasconcellos,  filha 
de  Carlos  Manuel  da  Silveira  Athaide  e  Vas- 
ceneellos,  de  Armamar,  e  de  D.  Maria  José- 
pha,  de  Angerez,  em  Samodães,  e  teve  entre 
outros  filhos 

l.*»  — D.  Francisco  da  Piedade  Silveira. 
Mourão,  abbade  penúltimo  de  S.  Nicolau. 


M 


m 


&•  -^  Dl  Jaanna  Máxima  4a  Silveira  Kqa- 
xao,  qae  oasoa  em  Tazende,  janto  a  Yilla 
Beal,  com  Daoiel  Cabral  de  Moraes,  (d*eai68 
faUaremos  em  segaida.) 

3.»  —  D.  Felícia  FelisberU  de  Sá  TaTeira 
Mourão,  qae  casoa  com  Luiz  de  Mello  Pitta 
Ozorio  Freire»  doator  pela  UníTersidade  de 
Coimbra  e  fidalgo  cavalleiro  da  casa  reaJ,  e 
teve  entre  cairos  filhos  —  Laiz  de  Mello  Pit- 
ta, major  de  regimento  d'ia£smteria  a.*  14, 
um  dos  officiaes  mais  dignos  e  mais  valen- 
tes do  nosso  exercito  —  cavalleiro  de  diver- 
sas ordens  e  commendador  da  de  Nossa  Se- 
nhora da  Conceição  de  Yilla  Viçosa. 

a  Fdicia  Felísmma  de  Mello  Pitta  da 
Silveira,  qae  casoa  com  sea  primo  Joaqaim 
da  Silveira  Cabral,  de  Tozende.  Fixaram  a 
sua  residência,  ha  annos,  em  Angorez,  (fre- 
gaezia  de  Samodães)  no  casal  que,  com  ou- 
ttros,  herdaram  de  seu  tio,  Pedro  da  Silveira 
Athaide  o  Yasconcellos,  e  teem  seis  filhos, 
todos  ainda  solteiros,  — Francisco,  António 
e  Boan^e,— D.  Maria  Amélia  D.  Maria  das 
Doces  e  D.  Anaa. 

Asoendenoia  matorna  do  sr.  D.  Fcan- 
oisoo  da  Piedade  Silveira  MooTâo 

r 

Amador  Aranha  de  Yasconcellos,  natural 
do  Porto,  casoa  com  D.  Brites  de  Azevedo. 
Sendo  despachado  para  Angola,  levou  eom 
sigo  a  mulher,  e  teve  Ignacio  Rebello  de 
Yasconcellos,  que  por  morte  de  seu  pae  fi- 
cou em  Angola,  onde  estabeleceu  casa,  e 
foi  capitão-inór  de  S.  Paulo  de  LosAda,  e 

Pantaleao  Rebello,  que  foi  capitão  de  mar 
e  guerra,  governador  da  fortaleza  de  Ambaca, 
no  reino  d«  Loauda,  fidajgo  cavalleiro  da 
casa  reaJ,  e  cavalleiro  professo  do  ordem  de 
Cbrislo. 

Casou  em  Lisboa  com  D.  Marianna  da  Sil- 
veira, filha  de  Luiz  da  Silva  Carvalho,  natu- 
ral de  Armamar,  cavalleiro  professo  da  ordem 
de  Christo,  e  mestre  de  campo,  na  guerra  da 
acclamaçáo,  —  e  de  D.  Luisa  da  Silveira 
Athaide,  filha  do  capitão  de  iofanteria,  Fran- 
cisco áa  Silveira,  fidalgo  da  casa  real  e  ca- 
valleiro professo  da  ordem  de  Çhrislo,  -^  e 


NIC 

de  soa  mulher  IX  Thecesa  de  Athaide,  fitti^ 
natural  de  D.  Diogo  de  Athaide,  conde  à^ 
Castanheira. 

E  do  seu  consoreio  com  D.  Mariaona  da  Sil* 
veira,  teve  Pantaleao  Rebello— Francisco  Re- 
bello de  Yasconcelloci»  fidalgo  cavalleiro  lU 
casa  real,  cavalleiro  professo  na  ordem  de 
Christo  e  mestre  de  campo,— D.  Luisa  Antónia 
Onofre  de  Athaide  e  Yasconcellos,  que  casoa 
com  João  de  Sequeira  Yarejão,  senhor  de  Par- 
rotes,  do  morgado  de  Benafita,  eadministrador 
daeapelIadeS.  Mamede,  em  Évora,  commeof- 
dador  da  coromenda  de  S.  Domingos  de  Ma* 
recos  e  Santa  Maria  Magdalena  de  Aldeia  Ri- 
ca da  ordem  de  S.  Thiago,  na  qual  era  tam- 
bém cavalleiro  professo,  •*  e 

Luis  da  Silveira  de  Carvalho,  que  casoo 
em  Lamego,  com  D.  Maria  C.  jde  Yasconcel- 
los, de  <iuem  teve  só  uma  filha,  que  morreu 
creança,  e  viuvando,  passou  a  segundas  nn- 
pcias  com  D.  Yiolante  Garcez  da  Fonseca 
Coutinho,  da  villa  de  Castello  Rodrigo,  filba 
de  António  Garcez  da  Fonseca,  que  foi  capi- 
tão de  cavallosna  guerra  da  acclamaçáo,  e  de 
sua  muU^er  D.  Catharina  de  Gouveia  Agoi- 
lar;  — neta  paterna  de  Jorge  Garcez  da 
Fonseca  e  D.  Maria  da  Cunha  Falcão ;  — 
bisneta  paterna  de  Álvaro  da  Fonseca  (^ 
de  sua  1'  mulher  D.  Yiolante  Garcez)  ao 
qual  Philíppe  II,  de  Hespanha,  quando  tomou 
posse  de  Portugal,  fez  capitão  general  e  con- 
cedeu muitas  honras  e  mercez. 

—  3/  beta  paterna  do  grande  Diogo  da  Fon- 
seca e  de  sua  mulher,  D.  Joaona  Martina 
Guedelha,  dama  do  paço  de  elrei  D.  Joãa 
II,  que  foi  quem  appeilldou  glande  ao  dicto 
Diogo  da  Fonseca,  quando  viu  que  este  de 
um  só  golpe  cortou  a  cabeça  a  um  touro;^ 

—  4,*  neta  de  Izuro  Diniz  e  de  sua  mulher 
D.  Beatriz  da  Fonseca; 

—  $.'  neta  de  AfTonso  Yaz  da  Fonseca  e  de 
sua  mulher  Maria  Liopes  Pacheco; 

—  6.*  neta  de  Yasco  Fernandes  Coutinho,  de 
quem  foi  filho  mais  velho,  o  grande  Gonçalo 
Vaz  Coutinho^  i."*  conde  de  Marialva* 


1  Foi  Diogo  de  Sousa  militar  destineto  e 
exerceu  altos  cargos  no  Paço  4e  D.  ioão  U^ 
que  lhe  deu  vários  senhorios  e  honras. 


um 

'  Eidd Ma tMflorciocoin  D.  VMuM^fiar- 
«tt  da  FoDsecâ  Gaatiolio  4eve  -Lolz  da  Sil» 
fVâra  áè  CarivaUiQ^  entre  ouiroe  âlhes* 

Carlos  Maniiei  dft  Silveira  e-Vaec<Mle9llo^ 
4}iie  eaiOQ  em  Angoriz,  frei^iieeia  de  Samo- 
daes,  com  D.  Maria  Joeefibay  e  tieve. 

— ^FraneiaQ»daSHveirae'Yas6oiieeUoB»  que 
loi  padre;   . 

^^Carioe  da  Sii^eira  e  Voseoneelioe,  qae 
.também  ae  ordenou; 

— JPedro  da  Silveira  Athaide  e  Vaseoneel- 
los,  qae  foi  major  do  regimento  de  iofaQ- 
terian.*  iâde  Cbavea,  oavaileiroda  ordem 
de  S.  Beoto  de  Aviz,  e  pravedor  da  antiga 
compaohia  doe  viabod  do  Alto  Douro;  t 
.  --*D.  Joaquina  da  SiWeira  Atfaaide  e  Yae- 
€oiiíeelio9,  que  casou  na  vilia  de  Lalim,  con- 
oeibo  de  Tarouca,  eom  Frandaco  Mourão  de 
lOraoib  Oamm,  e  teve.  eotre  oatn»  fllboB, 
como  já  dissemos,  o  sr.  D.  Franoieeovda  Pie- 
dade da  Silveira  Mourão,  penúltimo  abbade 
d'esta  Iregaezia  de  S.  Nicolau,  que  íkliecea 
n'estafreguezia,  no  dia  4  de  agosto  de  i859. 

20.« — António  Joaqttim  Soares,  egresso  be- 
nedictino  e  abbade  de  Gondalães,  n*esle  bis- 
pado do  Porto,  foi  apresentado  n'esta  egre- 
ja  de  S.  Nicolau,  por  decreto  de  6  de  junbo 
de  1860,  e  collou-se  a  6  de  julho  do  mesmo 
anno. 

ET  o  paroctao  actual.  Nasceu  na  freguezia 
de  S.  Martinho,  na  cidade  de  Penafiel,  em 
1814,  professou  noconvento.de  Tibães,  e 
viveu  algum  tempo  no  de  Santo  Tbyrso. 

Tem  sido  um  dos  mais  fecundos  oradores 

'  Casou  em  Relvas,  freguezia  de  Parada 
de  Cunhos,  junto  a  Vilia  Real  de  Traz-os- 
MoDtes,  com  D.  M«kria  Ot^lfina  de  Azevedo 
Gardoio  €abral  Girào,  fiiha  de  Manuel  de 
Azevedo  Teixeira  e  D.  Josepha  Bernarda  de 
Azevedo  Couiiuho;-— neta  paterna  de  Antó- 
nio de  Azevedo  Neves  e  D.  Isabel  Teixeira 
Cabral,  e  máteraa  de  Bernardo  de  Azevedo 
Coutinho  A^vellar  eO.  Thomazia  TherezaOi* 
rão,  da  quinta  do  Testamento,  freguezia  de 
S.  Martinho  de  Mouros,  no  bbpado  de  La- 
mego. 

Pedro  daíSikeira  e  D.  Marta  DeMna»  vão 
Uverâoenceesaâo» 


DQG 


57 


do  nbsflo  paiz,<e  é  hoje  um  dòa  padres  mais 
ricoedbidioceae. 

Buas  d'eaila  firegfaezia 

Hoje  as  ruas  priDctpaes  doesta  freguezia 
de  S.  Nicolau  são— -a  dos  loglezes,  que  já  se 
denominou  *^  rua  iVooa — e  rua  Formosa, 
mandada  abidr  por  D.  João  I,  que  se  com^ 
praaa  em  a  denominar  a  siia  rua  Formosa, 
posto  que  foi  feita  pelo  senado  do  PortOj  qne 
eom  elia  dispendeu  cerca  de  oito  contos  de 
réis,  somma  importante  n*aquel)a  epocfaa  ^ 

Esta  rua  ainda  hoje  (1875)  é  uma  das 
mais  largas  e  mais  bonitas  do  Porto,  muito 
plana,  com  dois  renques  de  arvores,  que 
muito  a  embellesam,  e  toda  povoada  de  ma- 
|[niflcos  prédios,  com  grande  numero  de  es- 
criptorios  commerciaes  e  agencias  de  bau^ 
cos  e  companhias  nacionaes  e  estrangeiras. 
N'esla  rua  costumam  reuoir-se  diariamente 
a  maior  parte  dos  negociantes  e  correctores, 
e  n'eila  se  fazem  a  maior  parte  das  transacções 


^  Foi  aberta  esta  rua  de  1400  a  1410. 
Ainda  em  1406  não  estava  concluída,  como 
96  vé  do  aceordo  entre  el-rei  D.  João  I  e  o 
bispo  D.  Qil  Alma,  com  relação  ao  senhorio 
do  Porto,  contracto  que  foi  reduzido  a  es- 
criptura^assigoada  em  Santarém,  no  dia  13 
de  abrH  de  1406.  Por  este  contracto,  o  bispo 
cedeu  ao  rei  toda  ajurisdicção  e  direito  que 
tinteana  cidade,  pela  pensão  aonual  de  3:000 
libras  da  moeda  antif»,  que  a  36  réis  cada 
libra,  montavam  a  lOSilOOO  réis;  e  para  o 
pagamento  d*esta  quantia,  assignava  ei-rei  o 
reMimento  de  todas  as  propriedades  que 
tinha  no  Porto,  e  quando  elle  não  bastasse, 
o  da  alfandega,  até  que  se  acabassem  «aa 
fumas  casas,  qae  mandámos  faier  na  dita 
cidade,  no  logar  que  tíiamam  rua  Formúsa,* 
das  quaes,  depoi)i  de  aforadas,  se  dariam  ao 
bi»po  tantas  UlM*as  quantas  bastassem  para  o 
dito  pagamento.  S'  preciso  que  se  saiba  (Ar- 
naldo Gama,  Ultima  Dona  de  S.  Nicolau,  pag. 
415,  not.  2.«)  que,  apesar  de  elrei  chamar 
às  casas  suas,  dizer  que  as  mandara  fazer, 
e  contraclar  em  seu  nome  com  o  bispo,  a 
verdade  era,  serem  as  casas  feitas  à  custa  da 
ddade,  pela  própria  deliberação  dVlia,  e  já 
com  este  mesmo  fim;  e  que  a  rua  Formosa^ 
actualmente  rua  dos  Ingleses,  custou  á  gen- 
te do  Porio  ^:000  dobras,  pouco  mais  ou 
menos  7:500^000  réis  da  moeda  actlial,  de»- 

{»eza  para  que  etrei  não  deu  nem  miea« 
ha.» 


58 


NIC 


4o  coinmercio^portaeDfie,  peio  que  se  deno- 
mina vulgarmente  Praça  do  Cofhmercio — 
qnando  a  praça  do  Commercio  propria- 
mente dita,  ó  a  easa  ou  palácio  da  Bolsa,  de 
que  fallaremos  mais  de  espaço,  e  que  fica  á 
«ntrada  da  rua  Ferreira  Borges,  hindo  da  rua 
^os  Inglezes. 

Não  menos  importante  do  quer  esta  é  a  rua 
úe  S.  Joào,  mandada  fazer  por  D.  João  de  Al- 
mada e  Mello  1  e'  que  vae  da  Ribeira  até  ao 
iargo,  ou  ante»,  rua  de  S.  Domingos. 

Ha  n'esta  rua  de  S.  João  graode  movi- 
mento sempre,  e  muito  extraordinário  nas 
terças  feiras  e  sabbados  de  todo  o  anno. 
Todas  as  lojas  d*esta  rua  são  estabelecimen- 
tos commerciaes  de  primeira  ordem—por 
junto  e  a  retalho 

£m  quanto  a  movimento  commercial,  me- 
recem também  especial  menção  os  arcos  da 
Ribeira,  desde  a  ponte  pênsil  até  á  entrada 
^a  rua  de  S.  João,  e  a  mesma  Ribeira,  no* 


1  Este  D.  João  de  Almada  e  Mello  (pae  do 
grande  D.  Francisco  de  Almada  e  Mendon- 
ça) não  só  aformoseou  consideravelmente  a 
«ntrada  do  Porto,  pela  Ribeira,  fazendo  obras 
importantes  n*esta  e  abrmdo  a  rua  de  S. 
João,  que  d'elle  tomou  o  nome,  e  que  devia 
desembocar  na  rua  das  Flores  defronte  da 
«greja  da  Misericórdia,  em  substituição  da 
velba  e  ímmuDdissima  rua  das  Congostas, 
mas  outras  obr^s  lhe  deve  o  Forto^  como 
são  a  praça,  hoje  largo  de  S.  Roque,  no  Sou- 
to, o  muro  e  largo  da  Victoria,  e  parte  das 
ruas  dos  Inglezes,  de  Santo  António  e  Al 
mada,  que  dVlle  tomou  o  appellido;--dea 
grande  desenvolvimento  à  casa  do  tiAu- 
nal  e  cadeias  da  Relação,  e  alargou  e  indi- 
reitou  varias  ruas  da  cidade  velha. 

Foi  elle  moço  fidalgo  da  casa  real,  com- 
mendador  da  ordem  de  Christo,  conselhei- 
ro de  estado.  Q.**  senhor  de  Villa  Nova  de 
Souto  de  El  Rei,  7.*  senhor  do  morgado  dos 
01ivaes(onde  nasceu  seu  filho  D.  Francisco 
de  Almada  e  Mendonça),  {{•  seuhor  de  Al- 
bergaria da  Magdalena,  9.«  alcaida-mór  de 
Palmella,  tenente  general  dos  reaes  exérci- 
tos, governador  das  Armas  do  partido  do 
Porto,  governador  das  justiças  da  Relação  e 
casa  da  mesma  cidade,  e  n'ella  inspector  da 
casa  do  subjiidio  litterario  e  do  cofre  dos  di- 
reitos das  três  provindas,  etc. 

Por  occasiào  do  levantamento  contra  a 
companhia  dos  vinhos,  é  que  veio  como  f?o- 
vernador  das  armas  para' o  Porto,  nos  pría- 
cipios  de  1757. 


MC 

meadamente  o  cães  dos  Guindaes,  a  ti.  da 
ponte  pênsil,  por  ser  iquelle  o  ca^s  onde 
atracam  os  barcos  do  Douro,  qoe  abastecem 
o  Porto  de  muitos  artigos,  e  especialmente 
de  uvas,  castanhas,  batatas  e  fnictas  saba- 
rosissimás,  de  que  o  Porto  é  farto  e  mimo- 
so como  poucas  cidades  do  mundo. 

E  não  fallo  aqui  dos  preciosos  vinhos  do 
Alto  Douro,  orgulho  de  Portngst  e  inveja  de 
todas  as  nações,  porque  esses  vinhos,  ape- 
nas tocam  nos  Guindaes,  para  serem  regis- 
trados e  pagarem  os  impostos;  mas  seguem 
para  Villa  Nova  de  Gaya,  onde  são  armaze- 
nados, formando  alli  um  deposito  perma- 
nente de  muitas  mil  pipas,  no  valor  de  mi- 
lhares de  contos  de  réis. 

É  também  notável  na  baixa  d'esta  fregue- 
zia,  a  rua  da  Nova  Alfandega,  em  continua- 
ção da  ma  dos  Inglezes.  Tem  ainda  poucas 
casas,  mas  é  espaçosa,  muito  bonita  e  cona 
lindíssima  vista  sobre  o  Douro  e  Villa  No- 
va de  Gaya. 

Principiou-se  em  1871,  e  ainda  n'esta  da- 
ta (julho  de  1875)  andam  em  construcção  os 
passeios. 

Merecem  também  especial  menção  entre 
as  ruas  d'esta  parochia,  como  mais  impor- 
tantes, as  de  Bellomente,  Ferreira  Borges  e 
Nova  de  S.  Domingos,  ainda  por  acabar:  e 
pela  sua  antiguidade  as  da  Munhota,  Almeia, 
Banhos,  Forno  Velho,  Ourivesaria  (ou  de  S. 
Nicolau).  Reboleira,  Cima  do  Muro,  Congos- 
tas, Postigo  do  Carvão,  vièlla  da  Cruz  ou 
Calca-Frades,  rua  (ou  viella)  e  becco  das  Pa- 
nellas,  viella  do  Postigo  do  Pereira,  rua  dos 
Canastreiros,  travessa  do  Outeirinbo,  rua  do 
Postigo  da  Forca,  dita  do  Postigo  do  Peloa- 
rinho,  rua  do  Terreiro,  dita  do  Gollegio  de 
S.  Francisco  de  Borja,  dita  dos  Cobertos  dos 
Banhos,  Mercadores,  etc,  parte  das  quaes 
já  desappareceram,  e  outras  desapparece- 
rão  brevemente,  porque  o  Porto  progride  a 
olhos  vistos. 

Bm  frente  da  rua  Ferreira  Borges,  entre 
a  rua  de  Bellomonte  e  o  largo  de  S.  Domin- 
go.s,  desembocam  as  Escadas  da  Esnoga  (sy- 
nonymo  de  Sinagoga)  que  davam  entrada 
para  a  judiaria,  antes  de  se  mudar  para  Mi- 
ragaya  para  o  Largo  ainda  hoje  dito  Èkmie 


MG 

ios  Jfudeuã,  6  na  antiga  jadiaria  se  formou 
o  bairro  hoje  chamado  —  da  Yietoría. 

Tinha  esta  judiaria  duas  entradas  prínci- 
paea— uma  pelo  lado  norte  ou  rua  de  S.  Ben- 
to,  hoje,  outra  pelas  ditas  Eseadaa  da  Esno* 
ga»  e  tanto  estas  Escadas  como  aquella  rua, 
eram  de  noite  vedadas  com  portões  de  ferro. 

Vide  n'tíste  mesmo  Dieeionario  —  fregus' 
Titã  da  Vicioria  —  oode  tratamos  mais  d*es- 
l>aco  d*esta  judiaria. 

BaiTôdo 

É  assim  ainda  hoje  denominada  uma  par- 
le considerável  doesta  freguezia  de  S.  Nico- 
lau, desde  a  rua  dos  Mercadores  até  ás  Es- 
cadas do  Ck>deça],  e  desde  os  arcos  da  Ri- 
beira até  á  eôrca  do  Gollegio  dos  Grillos,  ho* 
je  seminário  episcopal,  comprehendendo  um 
labyrintho  de  ruas,  beccos,  escadas  e  viellas, 
taes  são:— as  Escadas  do  Barrado,  vielia  do 
Buraco,  rua  de  S.  Francisco  de  Borja,  Esca* 
das  de  S.  Francisco  de  Borja,  Escadas  das 
Verdades,  Largo  do  Terreirinho,  Yiella  dó 
Terreirioho,  etc. 

É  este  o  Barredo  propriamente  dito,  mas 
nio  são  menos  asquerosas  as  ruas  adjacen- 
lea— rua  dosCanastreiros  ou  dos  Tanoeiros, 
rua  de  Cima  da  Lada,  Becco  das  Panellas, 
rua  dos  Mercadores,  Escadas  do  Godeçal, 
Postigo  da  Forca  e  Postigo  do  Pelourinho. 

É  ainda  hoje  este  bairro  o  roais  immun* 
do  do  Porto,  posto  que  não  tem  sido  des- 
«curado  pela  camará  municipal,  e  tanto  que 
todo  está  illuminado  a  gaz,  como  o  resto  da 
cidade,  e  n^elle  se  projecta  abrir,  uma  rua 
em  prolongação  da  dos  Inglezes  até  á  ponte 
pênsil,  e  outra,  das  proximidades  â*esta 
ponte  para  o  alto  da  rua  de  S.  João,  a  en- 
troncar na  de  Mousinho  da  Silveira,  já  priur 
cipiada. 

Este  bairro,  bastante  populoso,  é  hoje  po« 
voado  quasi  exclusivamente  de  varelras,  re* 
gateiras,  vendilhões  e  carrejões;  mas  nos 
tempos  em  que  o  Porto  «ra  murado,  eprín- 
cipalmente  emquanto  os  muros  não  passa- 
vam da  Ribeira  e  d^alli  hiam  para  a  Porta 
do  Garro,  seguindo  pela  Batalha  e  Guindaes 
até  o  Douro,  n'est6  bairro,  trinta  vezes  mais 
immundo  do  que  hoje,  tiveram  casa  os  pa* 


NIC 


59 


dres  da- Companhia  de  Jesus,  e  viveram  Ca* 
milias  importantes. 

No  cartório  da  Gamara  do  Porto  (L.  A,  fl. 
i34)  se  encontra  uma  carta  de-el-rei  D.  Af* 
fonsQ  y,  ppla  qual  nomeia  escrivão  da  alcai- 
daría  do  Porto,  Pêro  Fernandes,  creado  dê 
D,  Maria  do  Barredo,  e  fliho  de  Fernão  Vi- 
cente, que  servira  o  mesmo  offieio,  e  que 
faileeéra  havia  pouco  tempo.  Esta  carta  é 
datada  de  Évora,  a  29  de  novembro  de  Í47S. 

Não  ha  muito  que  o  auctor  d'estas  linhas» 
com  sol  claro»  e  por  mera  curiosidade,  atra- 
vessou este  bairro,  só  para  poder  fallar  d*el* 
le;  e  creiam  os  leitores  que  nunca  vi  no  Por- 
to, nem  na  capital,  uma  serie  de  roas,  (t) 
viellas,  escadas  e  barrancos,  que  se  assome- 
Ihasse  áquillo;  tudo  transudando  agua  e  im- 
mundicie,  obrigaado-me  o  fétido  a  accele- 
rar  o  passo,  e  arhpiando-se-me  o  cabello 
ao  imaginar-me  mettido  em  similhante  la- 
byrintho, em  uma  noite  de  inverno,  mes- 
mo no  século  actual,  antes  de  montar-se  a 
illuminação  publica. 

É  este  bairro  um  montão  de  lixo,  e  um 
sorvedouro  de  vidas,  quando  pesa  a  mais  le- 
ve epidemia  sobre  a  cidade,  e  por  todas  es- 
tas considerações  façamos  votos  por  que  a 
camará  abra  sem  demora  as  ruas  em  pro- 
jecto. 

Pessoas  notayeis  qne  neusoeram 
n'esta  freguezia 

~0  infante  D.  Henrique,  filho  de  D.  João  I. 

— O  bispo  D.  Nicolau  de  Sousa  Monteiro. 

^— Balthazar  Guedes,  presbytero  secular, 
fundador  docoliegio  dos  orphãos  da  Graça. 

— Pantaleão  da  Gruz,  irmão  de  Balihasar 
Guedes;  apezar  de  ser  surdo  e  mudo  de  nas- 
cimento^ fez  repetidas  viagens  ao  Brasil,  men- 
digando meios  para  augmento  d*aquelle  col- 
legio,  e,  sempre  esmolando,  juntou  cerca  de 
doze  mil  cruzados,  percorrendo  a  pé  maia 
de  1600  léguas. 

—  António  de  Sousa  Lobo,  conhecido  pe- 
lo nome  áò—Lobo  ia  Reboleira^  onde  falleceu, 
em  iâ65,  solleiro  e  sem  succesaão,  instituin- 
do por  herdeiro  seu  primo,  o  sr.  Justino  Fer- 
reira Pinto  Basto. 

Foi  notável  pela  sua  avultada  riqueza  e 
pelo  seu  viver  excêntrico. 


60 


mG 


MB 


-^Na  mesma  raa  da  Reboleira,  vivea  miii« 
los  annos  a  família  P*)dros6eii  ca  do  legeoda* 
A)  Pedro*Ceiny  e  a  importante  fomílía  Waa- 
oUer,  boje  representada  peio  Tírtaoso  ar- 
eediago  deOliyeir«,  Ricardo  Wanaellsr,  Am- 
4ador  do  Asylo  de  Viliar,  e  sea  sobriobo 
GbristiaDO  Wanseller. 

—  Também  n^esta  fregnezia  vivea  muitos 
ânuos,  e  nltimaoiente  no  sen  lindo  palaee- 
ie  defiellomonte,  um  ramo  âan(^re  famiiia 
Paebecos  Pereiras,  que  foram  talvez  mais  de 
tem  annos  consecutivos,  joizes  da  alfandega 
do  Porto  <Vid6  n'este  mesmo  art.  Packecoê 
Fereiras) — e  também  n^esta  fregueiia  aval- 
iaram vários  membros  da  não  menos  nobre 
famiia  Leites  Pereiras,  de  S.  João  Novo. 

EdifieioB  mais  notaTels  d'eota 
firegueala 

Os  edifícios  mais  consideráveis  qae  ba  bo* 
Je  n'esta  fregaezia  são — o  palácio  da  Bolsa,  a 
Caixa  fllíal  do  Banco  de  Portugal,  montada 
■a  faebada  norte  do  convento  de  S*  Domin- 
gos, no  largo  do  mesmo  nome,  (única  par* 
te  que  pôde  salvar-se  do  incêndio  que  devo- 
roa  aqaelle  convento  por  occasião  do  cerco 
do  Porto)— o  convento  de  S.  João  Novo, — a 
casa  do  Banco  Gommercial  na  rua  Ferreira 
Borges,— o  palacete  da  família  Paebecos  Pe- 
reiras, onde  boje  se  acha  o  Banco  Altiança, 
na  rua  de  Beliomonte,— o  palacete  dos  ber- 
deiros  d' Álvaro  Leite,  no  largo  de  S.  João 
Novo,  —  a  casa  da  Feitoria  Ingleza  na  rua 
dos  loglefles,—  a  casa  qne  foi  da  íamilia 
Pedrossem,  boje  de  Francisco  Cardoso  Ya- 
iente,  na  raa  da  Reboleira,  que  (em  os 
n.«*  53  e  50,  e  que  confina  pelo  sul  com  a 
rua  de  Sobre  o  Muro,  e  peio  poente  com  a 
travessa  do  Outeirinfao,— e  o  Hospital  da 
Ordem  Terceira  de  &  Francisco,  na  rua  da 
Ferraria. 

Em  eras  remotas,  tornou-se  também  notá- 
vel, não  sabemos  porque  titulo,  a  casa  do 
Laranjo,  de  qae  boje  mai  resta  a  memoria, 
e  qae  existiu  aproximadamente  nos  Gaín- 
daes  ou  Corticeira,  perto  da  margem  do 
Douro,  nos  lemites  da  fregnezia  de  Santo 
ildefòaso,  e  desde  1841  d'e8ta  Cregoezia  de 
S.  Nicolau. 


D'esU  casa  do  Laranjo  íázemos  nen^ 
especial,  por  que  a  mereee. 

Também  foi  importante  a  casa  da  alfan* 
dêga  velha,  entre  a  roa  doe  Inglezes  e  % 
Ponto  Aurina,  hoje  Ponte  Taurina. 

Foi  está  casa  de  alfandega,  mandada  cons* 
trair  por  D.  Pedro  U,  em  1677,  sendo  ea* 
carregado  das  obrais  o  marquez  da  Fron- 
teira. 

Contíguos  a  esta  casa,  estiveiam  os  an* 
tigos  paços  dos  nossos  reis,  onde  nasceu  o 
Infante  D.  Henrique;  ainda. alli  se  vé  um  bra- 
são  com  as  armas  reaes,  junto  à  porta  prin* 
cipal  da  velha  alftmdega,  e  outro  em  uma 
porta,  boje  muito  baixa,  do  lado  da  roa  dos 
Ingleses. 

Também  por  alli  esteve  a  casa  da  Moeda, 
indicada  na  gravura  representando  o  Porto» 
e  iiue  faz  parte  da  deseripção  d^^eeta  cidade, 
publicada  por  Agostinho  Rebello  da  Costa. 
A  1.*  casa  da  Moeda  que  houve  no  Porto  — 
e  no  reino-—  foi  no  largo  dos  Loyos,  á  esqui* 
na  da  rua  de  IVaz. 

Também,  pela  sua  provada  antiguidade^ 
mencionaremos  entre  os  edifícios  d'esta  pa^ 
rochis,  as  duas  estalagesn,  qwe  houve  na 
raa  das  Congostas,  e  qae  faziam  parte  daa 
8  que  já  Indicamos  creadas  por  D.  João 
I  -*  o  hospital  ou  albergaria  de  S.  Salva^ 
dor,  em  um  becco  doesta  'mesma  raa— o 
recolhimento  das  Velhas,  na  rua  dosMerca« 
dores^-ios  dois  estabelecimentos  dehanhos» 
um  na  Ribeira  e  outro  ma  rua  dos  Banhos—* 
rua  da  Mnnhota  e  Porta  Nobre,— e  os  hospi* 
taes  de  Santa  Catharina  e  S.  Thiagona  Re* 
boHeira. 

Jl  C▲i^A  DA  FEITORIA  INGLKZA 

Esta  casa,  como  já  escreveu  Agostinho 
Rebello  da  Costa,  na  sua  de$cripção  do  Por^-- 
ta,  foi  principiada  em  Fevereiro  de  1785,  na 
rua  dos  loglezes,  onde  hoje  se  vé,  com  of 
n.*>«  2  a  i<  e  trabalhando  n'elia  mais  de  ilS^ 
homens  por  dia  (pedreiros,  carpinleirM^ 
etc.)  ainda  em  1787  se  achava  ineompleta. 
Faceia  com  a  rua  de  8.  João  e  dos  Ingleses» 
sobre  a  qual  tem  a  faebada  principal,  mth 
dindo  por  este  lado  110  palmos  e  peto  lada 
da  roa  de  s.  João  140  de  eomprímento  por 


NIC 


MC 


6f 


100  dealtara.  A  face  qne  di  |»ari  a  ma  de  i 
S.  loão^  eleva-ae  a  5  andares,  alem  do  sab« 
terraneo;  do  {,•  tem  9  portas  largas, -<- no 
%^  oQtras  tantas  jaoellas  de  peitoril,  —  no 
3.<*  ontras  9  rasgadas  com  grad^  de  ferro» 

—  no  i.""  outras  9  janellas,  —  o  o  5.*  sao 
aguas  fartadas,  com  uma  espaçosa  varanda 
de  pedra  em  redor  e  deseuberta,  com  fachas 
^  cornija  também  de  pedra. 

Sobre  a  rua  dos  Inglezes  tem.  no  iJ^ 
pavimento,  ao  nível  da.  rua,  7  arcos  for- 
mando um  passeio  coberto,  de  110  pal- 
mos de  comprimento  sobre  14  de  largura. 
No  2."  pavimento  tem  a  frente  7  janellas  de 
peitoril,  no  d."*  outras  7  janellas  rasgadas,  e 
e  no  4.*  egual  numero  de  janellas  de  peito- 
ril, e  é  rematada  esta  face  com  uma  varanda 
descoberta,  circundada  por  balaustres  de 
pedra,  com  seus  festões. 

A  porta  principal  é  decorada  com  seis 
columnas  de  ordem  toscana)  e  prende  com 

3  arcos  de  pedra,  partindo  do  arco  do  meio, 
a  escada  nobre  ou  principal,  e  dos  outros 
dois,  as  escadas  particulares  pu  de  serviço. 
Iodas  de  pedra  com  balaustres  de  ferro. 

No  interior  d'este  edificio  ha  uma  grande 
«ala  chamada  do  café^  mais  4  casas  que  já 
se  alagaram  por  duzentes  mil  reis  cada  uma 
<no  tempo  em  que  escrevia  Rebello  da  Gos- 
ta...) e  por  cima  d*estas  casas  ba  4  salas  e 

4  cosi  abas  pegadas.  Tem  mais  duas  salas 
cada  uma  com  30  palmos  e  comprimento 
por  25  de  largura,  —  outra  de  60  por  25» 

—  outra  de  82  por  41,  -—  outra  de  72  por 
t5,  — outra  de  64  por  26,  — outra  d&  60 
por  25,  —  outra  de  26  por  23  —  mais  4  — 
sendo  uma  de  20— duas  de  25  e  outra  de  26 
quadrados,  —  uma  cosinba  de  50  por  28  — 
«  uma  dispensa  de  28  por  cada  face.  Todas 
estas  salas  eccupam  os  3  andares  superiores 
•aâ  do  nivel  da  sua. 

As  aguas  furtadas  teem  uma  casa  com  82 
palmos  de  comprimento  por  42  de  largura, 
com  3  portas,  que  dão  para  a  varanda»  — 
isto  do  lado  da  rua  dos  loglezes — e  do  lado 
dia  rua  de  S.  João,  outra  casa  de  90  por 
16,  com  2  portas  para  a  varanda,  mais  ou* 
casa  de  72  por  26,  com  outras  2  portas  para 
a  mesma  varanda. 
.  É  este  sumptuoso  edificio,  da  colónia  bri 


• 


laniea  do  Porto^  destinado*  para  recepção  ô» 
viajantes  IHiistre»,  e  para  as  suas  reunidM; 
N'elle  tem  havido  festas  explendidas,  íoé* 
recendo  expeeial  meQçâO'Os  bailes  em  honra 
de  pess(»as  reaes,  em  diversas  datas. 

CASA  DO  LARANIO 

Existiu  em  tempos  remotos, na  fregueiiadt 
Santo  Ildefonso,  hoje  no»  limites  d*esta  de  S. 
Nioolau,  vnaa  casa  deuomioadar  do  Larai^ 
que  se  tornou  celebre,  nao  sabemos  por  qiN 
titttlos ;  mas,  tão  saliente  e  conbedda  era, 
que  a  elia  se  referiam^  quando  qtt^^ríam  in^ 
dicar  algum  terreno  proiimo.  Nâo  podémee 
averiguar  com  precisão  o  local  onde  esteve 
a  celebre  casa,  mas  supp6mos  seria  na  Cor- 
ticeira, e  talvez-  no  chão  onde  se  vé  hoje  uma 
grande  fabrica  de  louça  (chamada  do  Careo^ 
Uunho)  com  uma  capella^  o  que  bem  se  de* 
prehende  dos  documentos  seguintes: 
4  Faros  de  fora  dos  muro»  da  ddadê* 

«Item,  Amador  Gonçalves  filho  de  GonçiH 
lo- Annes,  luveir o,  tem  por  prazo  o  cerrado  de 
Malm'ajndas^  arriba  da  casa  do  Laran}o  com 
umpelame:  e  paga  30  réis.» 

(Censual  da  Mitra,  fl.  90,  v.) 

tltem^  Miguel  Annes,  morador  na  Lada, 
tem  per  sua  herdade  perpetua,  duae  pe»> 
queirasna  af  o»  do  Douro,  arriba  da  casado 
Laraojn,  freguezia  de  Santo  Ildefonso,  que 
chamãa  a  hua  d'ellaft  o  Cubo  e  a  outra  a 
Palheira.»  <fl.  9t.) 

tltem,  a  pesqueira^  da  Asna,  com  seu  pes* 
queirinh»  e  wkraes,  acima  da  casa  do  Lara»- 

jo...»  (fl*  92;) 

•IteoB^  o< monte  de Val*Mvlhorado,  coma 
azenha  de  Míjavelhas,  sito  na  freguesia  de 
Santo  Ildefonso,  abaixo  do  Prado  Novo,  etc» 

Yé*se  pais  que  a  dita  casa  do  Laraojo  es* 
tava  á  beira  do  Douro,  sobre  a  margem  di« 
reita,  fora  do  antigo  muro  dos  Guindada,  em 
terreno  que  f(M  da  freguezia  de  Santo  Ilde- 
fonso e  que  é  hoje>d-esta>  fraguezia  de  S.  Ki^ 
dolau. 

o  BOTBQUIM  DO  PBPilfO 

Houve  na  rua  de  Cima  do  Muro,  n*esta  fre- 
guezia de  S.  Nicolau,  um  pouco  ao  poente 


62 


MG 


NIC 


4o  Postigo  dos  Banhos,  am  boteqnioof,  qae  se 
tornou  celebre  e  conhecido  como  nenhum 
oatro  no  Porto  e  fora  do  Porto,  até  mesmo 
na  Inglaterra»  na  Russta,  na  AUemanha,  na 
França,  etc. 

Era  publico  e  notório,  que  n*aquelle  bote 
quim,  ou  casa  de  café  e  bebidas,  foram  rou- 
bados e  mortos  muitos  marinheiros  ioglezes 
•  d^outras  nações,  e  é  certo  que  aquella  casa 
esteve  muitos  annos  debaixo  da  vigilância 
das  auctoridades  locaes,  persistindo,  a  des- 
peito de  toda  a  vigilância  policial,  os  boatos 
mais  aterradores:  até  que  a  casa  foi  expro- 
priada e  demolida  pela  camará,  como  todas 
as  circumvísinhas,  para  a  abertura  da  rua  da 
Mova  Alfandega  —  sem  se  apurar  o  funda- 
mento  de  tão  sinistros  boatos. 

É  certo  que  aqoélle  ltK)tiquim,  todas  as 
noites  se  enchia  de  mulheres  perdidas,  ma- 
rujada, principalmente  estrangeira,  e  ho- 
mens de  má  nota;  que  alli  havia  musica  e 
danças  {cancan)  deshonestas,  e  um  arruido 
infernal  até  d<>shoras; —  que  alli  houve  por 
Tezes  rijo  bofetão  e  grossa  pancadaria, —  e 
que  muitos  dos  freguezes,  nomeadamente 
marítimos  russos,  inglezes  e  allemães,  lá 
pernoitavam,  estirados  no  chão,  com  o  peso 
do  vinho,  até  ao  dia  segumte,  —  dizendo  as 
más  línguas  que  eram  embriagados  artificial' 
nunte,  e  de  propósito,  pelo  dono  da  casa,  para 
os  roubar,  quando  levavam  comsfgo  dinhei- 
ro, e  que  depois  os  lançava  ao  rio,  E  acres- 
centavam — que  muitos  cadáveres  apparece- 
ram  no  Douro,  que  se  disse  serem  de  maríti- 
mos estrangeiros  que  se  afogaram  casual- 
mente, quando  a  verdade  era — que  haviam 
sido  roubados  é  assassinados  no  maldito  bo- 
tequim. . . 

Nunca  pôde  averíguar-se  bem  a  cousa, 
mas  parere  vir  a  propósito  o  aphorísmo  — 
vox  populi,  vox  diabolií. . . 

O  proprietário  d*este. . . .  botequim,  enri- 
queceu com  o  seu  ignóbil  negocio,  e  era  tão 
astuto  que  adivinhava  sempre  o  dia  e  hora 
em  que  a  policia  víuha  dar-lhe  busca 

Chamava  se  AotODio  Pereira  Porto,  por 
alcuoha  o  Pepino,  e  por  is^o  o  s^-u  botiquim 
ganhou  o  titulo  de  Botiquim  do  Pepino, 

O  tal  Pereira  Porto,  falleceu  aproxima- 
damente em  1850,  mas  a  ViUva  eoustrvoa  o 


celebre  botiquim  (mas  já  muito  decadente) 
até  1870  a  1871,  dau  da  demolição  d*aquel- 
la  rua  e  das  ruas  adjacentes. 

ESTALAGENS  HISTÓRICAS 

Na  rua  das  Coagostas,  hoje  d*esta  fregue- 
zia  de  S.  Nicolau,  houve  duas  estalagens  das 
oito  creadas  no  Porto,  no  século  XIV,  por 
ordem  de  D.  João  l^  como  se  vê  do  seguinte 
documento: 

Na  vereação  de  2  de  outubro  de  1392  — 
idom  frey  alvaro  gonçalves  camello,  prioll 
dosipital,  marjchal  da  oste  delRey,  meirinho 
moor  por  elRey,  entre  doyro  e  mynho  e  iras- 
los-montes»  apresentou  á  camará  duas  car- 
tas d*el-rei  D.  João  I,  escríptas  a  elle  prior,, 
nas  quaes  ordenava  que  se  fizessem  na  ci- 
dade oito  estalagens,  em  que  pousassem,  por 
dinheiro,  aquelles  que  a  ella  tivessem  neces- 
sidade de  vir.  A  camará  accordou  que  era 
bom  que  se  fizessem,  e  logo  as  distribuiu,  a 
lhes  marcou  as  localidades  da  maneira  se 
guiote: 

«It.  primeyramente  nas  cõgostas  duas  es- 
talages  grades  e  boas. 

ilt  no  souto  hua  estalage  grade  e  boa. 

«It.  outra  nas  casas  de  Estevão  ferreira.  ^ 

«It.  outra  na  rua  chaã  nas  casas  que  fur$ 
de  Jeruaz  da  deuesa. 

«It.  outra  grade  e  boa  á  porta  de  cima  d<y 
villa. 

«It.  em  Mlragaya  outra  estalage  grade  e 
boa.  « 

«It.  outra  em  villa  nova.» 

Cartório  da  camará  do  Porto,  Livro  das^ 
vereações  de  1392  a  1431.  fl.  30-32  das  per- 
tencentes às  vereações  de  1430. 

Artistas  distlnotos 

Antes  de  fazer-se  a  rua  nova  de  S.  Joã<v 

1  Suppomos  serem  estas  essas,  umas  que 
nVste  momento  a  camará  do  Porto  e^tá  de- 
m(»lindo,  na  autítta  rua  da  Bii^uinha,  junto  á 
cape  lia  e  hospital,  jà  deujoliduM,  de  S.  (!hris- 
pini,  para  a  abertura  da  nova  rua  de  Mousi-^ 
nho  da  Stlveira,  Revelam  grande  antiguida- 
de, e  couau  que  fi»ram  estalagem  real.  bai- 
laremos iiiai^  detidamente  dV^ta  estalagem 
real  da  Bujuiiiha,  qu;ii)do  ir^íarmos  da  fie- 
guezia  da  Sé,  a  cuja  circumscripçào  perieuce. 


NIC 


NIC 


63 


havia  no  alto  doesta  raa,  sobre  oBioéa  VUUl^ 
(que  foi  encanado  por  baixo  d*ella)  ama  pon- 
te a  ligar  a  roa  da^  Congostaa  e  largo  de  Santa 
Gatbarina  (boje  largo  de  S  Domingos)  com  a 
roa  da  tal  ponte,  qne  (depois  qae  nas  proxi 
midades  se  estabeleceram  os  frades  domlni- 
cos)  se  deoominott  de  8,  Domingos;  e  nos  fins 
do  século  XV,  moroa  janto  áqaeiia  ponte, 
um  artista  ootavnl,  por  nome  Álvaro  Gonçal- 
ves, insigne  fabricante  de  armas  brancas. 

Em  vereação  de  16  d*abríl  de  1485,  a  ca- 
mará, em  tamprimento  de  uma  carta  d*el- 
rei  D.  João  II,  a  qual  se  acba  no  livro  anti 
go  das  provires,  fl.  i%  escripta  em  Monte 
mór^  a  21  de  janeiro  de  1485,  e  dirigida  aos 
jnizes  e  vereadores  do  Porto,  mandoa  cha- 
mar Álvaro  Gonçalves,  coiraceiro,  morador 
á  ponte  de  S.  Domingos,  e  disse-lhe  que,  por 
elle  ser  bom  offlcial  do  sea  officio,  lhe  esta- 
belecia o  ordenado  de  3^000  réis  annaaes  (?) 
para  elle  fazer  as  armas  brancas  a  sea  car- 
go, com  a  condicçao  de  elle  nunca  sahtr  da 
cidade  para  hir  servir  ontros. 

Na  carta  altadida,  el  rei  ordenava  á  cama- 
ra,  qae  estabelecesse  na  cidade,  como  of- 
âciaes  d*elU,  um  armeiro  de  fazer  gibanetes 
e  outro  de  fazer  armas  brancas,  cada  um 
com  4^KXK>  réis  de  ordenado  annoal  ^?)  e  um 
alimpador  ou  guarnecedor  de  armas  com 
2^000  réis^  todos  pagos  à  casta  do  conce- 
lho. 

(L  das  vereações  de  Í485,  fL  38  v.) 

A  propósito  consignaremos  aqui  outro  ar- 
meiro di^tincto,  que  vive  também  n*esta  fre- 
guezia  de  S.  Nicolau,  na  Ferraria  de  Baixo 
n.«  iOO,  e  por  consequência  a  pequena  dis- 
tancia do  local  onde  viveu  em  i485  aquelle 
outro. 

É  o  actual  armeiro  ou  espingardeiro,  con- 
siderado o  primeiro  artista  no  seu  género 
que  ha  do  Porto  actualmente,  e  chama-se 
DomJQgos  Francisco  de  Abreu,  nascido  n'es- 
ta  mesma  rua  da  Ft-rranà,  filho  de  José 
Frani-isco  de  Abreu,  lambem  espingardeiro 
que  foi  muito  conhecido  também  n'esta  raa| 
oquemirrrea  decrépito  em  i872  —  e  nt- to 
taoibeai  d'ou(ro  espingardeiro  —  Domingos 
Francisco  de  Abreu,  uaturai  d*ehU  mesma 
rua  e  nVlla  sempre  morador. 


Na  sua  offlcina  se  fazem  rewolvers  de  di- 
versos sysiemas,  desde  1837;  armas  e  pisto- 
las trochadas;  forjam-se^  os  próprios  canos; 
e  se  apparelham,  com  perfeição,  bengalas,  que 
se  transformam  em  pistolas ;  armas  de  ca-^ 
ça>  etc. 

Tem  sido  o  dito  ariista  fornecedor  dos  ba- 
sares  do  palácio  de  crystal  e  das  casas  More 
e  Macedo,  na  praça  de  D.  Pedro,  Buísson  da 
roa  de  Santo  António,  etc,  confuudindo-se 
os  seus  ariefoctos  com  os  mais  aperfeiçoados 
das  nações  estrangeiras. 

Ha  também  n'esta  mesma  raa,  outro  artis- 
ta disuncto»  mas  em  outro  genero-H)braa 
de  talba.em  madeira. 

Habita  a  c^sa  n.«  131  a  133  ò  chama-se 
Zeferino  José  Pinto,  entalhador  da  casa  real 
e  director  da  obra  de  talha,  no  palácio  da 
B^lsa  oommercial  doesta  cidade  do  Porto» 
que  tem  sido  e  continua  a  ser,  verdadeira  o 
magnifica  eschola  de  entalhadores,  estuca- 
dores,  carpinteiros  e  pedreiros.  £'  admirado 
por  nadonaes  e  estrangeiros  o  extremo  apa- 
ro das  referidas  quatro  artes  nas  decorações 
d*aquelle  palácio,  e  tanto  que  o  grande  jury 
da  ultima  exposição  internacional  de  Vien- 
na  d* Áustria,  não  hesitou  em  conferir  o  di- 
ploma de  mérito  aos  variados  espécimens 
da  talha  que  a  associação  commercial  alli 
expoz. 

Paliaremos  em  capitulo  á  parte«  da  casa 
da  Bolsa,  qae  bem  o  merece,  accrescentan- 
dn  aqui  apenas  que  o  distinetissimo  enta- 
lhador Zeferino,  em  todas  as  exposições  do 
Purto  e  Braga,  tem  sido  premiado;  que  na- 
de  Paris,  em  1867,  lhe  foi  conferida  uma 
menção  honrosa,  com  uma  medalha  de  pra- 
ta, e  na  de  Vienna  d' Áustria,  em  1873,  foi- 
lhe  dado  o  diploma  de  mérito. 

Nasoimento  do  infante  D.  Henrique 

Com  razão  se  gloria  o  Porto,  e  nomea4|k« 
mente  esta  freguezia  de  S.  Nicolau,  de  ha- 
ver sido  o  berço  do  infante  D.  Henrique. 
Este  prioripe,  verdadt^iramente  notável,  que 
foi  o  iniciador  dos  grandes  descobrimentos 
que  nos  abriram  o  caminho  da  ladia,  pelo 
Gabo  da  Boa  Esperança,  por  onde  encarrei- 


u 


MC 


m& 


ramos  o  oomineFcio  com  a8iiiç9esdO'Ori€fn' 
te.  Nasceu  a  4  de  março  de  1394,  quarta 
feira  de  ciaza«  (Pedro  de  Maríz,  Dialogo  lY, 
4)  ii'esu  cidade  do  Porto,  na  casa  onde  es- 
teve a  alfandega,  na  rua  dos<  ingleses,  ain- 
da então  freguezia  daSé,  e  hoje  fregaezia  de 
S.  Nicolan:  casa  qae  foi  roaito  tempo  tam- 
bém^ o  paço  que  habitavam  os  nossos  reis, 
quando  vinham  ao  Porto,  e  casa  de  moeda— 
mesquinho  e  ridieulo  pardieiro,  oftmo  disse 
Arnaldo  Gama  '  que  deveraa  imo  merecia  a 
honra  de  ter  visto  nascer  d«itro  d*eile  o 
grande  infante  D.  Henrique. 

No  Gart.  da  Gam.  do  Porto,  L.  d."»  dos  Per- 
gaminhos, fl.  40,  se  encontra  um  pergami- 
nho, com  os  n^ve  recibos  originaes,  passa- 
dos pelos  operaiios  e  ptlos  menestréis  e  jo- 
graes  que  foeramo  tabladOy  e  cantaram,  e 
tangeram,  nas  festas  e  matiMida»  que  tive- 
ram logar  na  cidade,  poroeeasião  dobaptt* 
sado  de  D.  Hemíque. 

Naseeu  também  n'esta  fregneiia4e  S.  Ni- 
coilan,  omeretissimo  prelado  d -esta  diocese 
D.  Nicolau  Monteiro,  da  qnad  tomou  posse 
em  abril  de  i67L 

Foi  doutor  em  cânones  peia  universida- 
de de  Goimbra,  e  alli  também  cooego^  pro- 
visor  e  vigário  geral,  mestre  esdiola  na  col- 
legíada  de  Barcellos,  D.  prior  de  Cedofeita. 
embaixador  de  el-rei  D.  João  lY,  na  cúria 
romana,  aio  do  príncipe  D.Theedoslo  e  dos 
infantes  seus  irmãos  (D.  Affonso  VI  a  D.  Pe- 
dro U)  conselheiro  de  estado,  confessor  da 
rainha  D.  Luiza  de  Gusmão,  blepo  eleito  de 
Portalegre,  Guarda  e  Porto,  e  foi  lhe  offere- 
cida  a  mitra  primacial  de  Braga,  mas  pre- 
feriu a  do  Porto,  por  amor  á  sua  terra  na- 
tal. 

Foi  um  pastor  espiritual  exenpiarlssi- 
mo,  e  devotado  como  poucos  ao  seu  reba- 
nho. 

Ninguém  implorava  o  seu  auxilio  em  vâo, 
e  tudo  repartia  com  os  pobres,  chegando  a 
esp  'liarse  dos  seus  próprios  vestidos  para 
os  cobrir.  Os  templas,  os  hospitaes,  as  pri- 
sões, tudo  era  alvo  da  sua  piedade.  Reedi- 

*  Uli:m%  Dona  de  S.  Nicolau,  pag.  206 
e  497. 


fiMH  esm  igreja  de  Sk  Ificotau^  onde  rse»^ 
bépa  as  graças  lustraes  do  baptismo,  e  adie 
S.  Pedro  de  Miragaisra  (primitiva  Sé  do  Per» 
to,  na  opinião  4e  sr.  D.  Rodrigo  da  Gonhn» 
do  seuiannoiador  o  aoademico  Av  Gerqueint- 
Pinlo^  do  illustrado  ohronista  fr.  Luii  àm 
Anjos  e  outros.)  Paliou  muitas  veies  com  o* 
papa,  e  o  determinou,  com  as  soaainstandaA 
e  com  o  seu  mavioso  livro,  intitulado  Vasf- 
TurturiSi  a  eonveneer*se  da  justiça  de  Por- 
tugal contra  Castella,  o  que  dementou  o  em- 
baixador de  Hespanha  a  ponto  tal  que,  co- 
mo ultéma  ratiúi  mandou  disparar  dois  ti* 
roa  debacamarte,  sobre  o  nosso  embaixador, 
D.  Nioolau  Monteiro,  que  a  Proviéeneia  per- 
severou, caAmude  morto  apenas  o  seu  co* 
cheiro. 

Snconmbiu  finalmente  o  saiilD  Mspo,  ao  pe* 
so  dos  annes,  dos  trabalho^  dos  cilicies,  das 
dlsciplteas  e- outras  penitencias»  no  dia  90^ 
de  deeembro  de  1672,  contando  noventa  e^ 
um  annos  de  Idade. 

Muitos  instrumentos  das  suas  penftendaa 
e  uma  camisa  ensopada  em  sangue^  que  fex 
jorrar  com  disciplinai  e  mlicioe,  foram  guar- 
dados muito  tempo,  como  retiquian,  pelo  re« 
verendo  dr.  António  Monteiro,  cónego  de  Ce- 
dofeita» morador  na  casa  do  Pmheiro,  e  pa- 
rente do  virtuosíssimo  prelado.  ^ 

O  seu  retrato  é  exposto  todos  os  annos  ao. 
publico,  no  dia  2  de  julho,  pela  Santa  Casada 
Misericórdia  do  Porto,  á  qual  deixou  um  le- 
gado importante,  para  a  convalescença  doe 
doentes  a  cargo  doesta  Santa  Casa. 

Jomaes  que  aotualxnente  se  publicam 
n*6sta  freguezia 

Commereio  do  Porto  —  fundado  em.  4864 
por  M.  S.  Carqueja  e  o  dr.  H.  G.  de  Miran- 
da, ainda  hoje  seus  proprietários,  pessoas  de 
muito  merecimento. 

É  a  empreza  jomalistica  mais  importante 
e  mais  bem  montada  que  ha  e  tem  havido 
em  Portugal,  fora  de  Lisboa. 

Occupa  o  prédio  n.«  i08  na  rua  da  Ferra- 
ria de  Baixo,  e  alli  tem  a  redacção  e  tfpo- 

*  Vide  Descripçao  do  Porto,  por  Agosti- 
nho Rebello  da  Custa. 


NIC 


NiG 


m 


grapitia  própria,  eam  machiiia  movida  a  va- 
por. 

Nos  primeiros  annos  da  sna  publicação, 
foi  impresso  aa  typographia  Gommerdal, 
<|B«  meDoioDâiaos  no  logar  próprio. 

A  «aa  tiragem  ó  considerável,  e  só  a  sec* 
çào  dos  aonanoios  rende  contos  de  réis* 

É  diário  e  muito  bem  redigido,  tem  ma- 
gníficos eorrespondentes  em  Lisboa,  Lon- 
dres, Paris,  Madrid  e  no  Rio  de  Janeiro,  e 
são  de  muito  mefecimento  as  suas  revistas 
qninz'*Qaes. 

Priacjploa  a  puUicar  se  no  dia  1  de  ju* 
nho  de  1854. 

Advoga  este  Jornal  particularmente  os  in- 
teresses do  ooounercio,  esforçando-se  por 
corresponder  ao  seu  titulo,  o  que  brilhante- 
mente  tem  conseguido,  pois  por  intermedioda 
sua  muito  aecredttada  redacção,  costumam 
oa  amigos  da  pobreza,  nomeadamente  o  ano- 
nymo  Y,  distribuir  todos  os  annos  esmolas, 
no  valor  de  contos  de  réis. 

Jornal  do  Parto  —  &  este  jornal  também 
diário,  muito  bem  redígiido,  oj^mpre  grave, 
honasto  e  iiidependenía,  como  o  sen  proprie- 
tário, o  sr.  António  Rodrigues  da  Cruz  Cou- 
tinho, um  dos  caracteres  mais  nobres  do 
Porto,  e  campeão  denodado  da  autonomia  da 
sua  pátria,  que  ama  sinceramente. 

£  pois,  a  certos  respeitos»  o  Jornal  do 
Porto,  o  primeiro  jornal  do.  nosso  paiz,  eem 
poucos  se  encontrará  um  jornal  tão  hones- 
to, tão  independente,  tão  superior  e  estranho 
á  politica  das  facções,  e  tão  sinceramente  de- 
votado aos  interesses  públicos. 

Além  de  um  caracter  exc^cíonalmente 
isento,  modesto  e  nobre,  possuo  hoje  o  sr. 
Cruz  Coutinho  uma  das  boas  fortunas  do 
Porto,  adquirida  pelos  meios  mais  licitos, 
com  o  trabalho  de  muitos  annos,  pois  é  tam- 
bcm  o  dono  da  antiga  e  importante  iivrafia 
—  Cruz  Coutipho — aos  Caldeireiros^  e  tem 
um  deposito  de  livros  que  vale  depenas  de 
contos  de  réis,  livros  em  grande  parte  elas- 
sieos  de  merecimento,  que  não  vende^  o  que 
constituem  a  sua  livraria  particular,  uma 
das  primeiras  do  nosso  paiz. 

É  também  editor  ha  muitos  annos,  e  por 
isso,  além  da  typographia,'  em  que  imprime 
o  seu  jornal,  tem  outra  na  mesma  casa  (rua 

VOLUME  VI 


de  Ferreira  Borges,  m*  3t)  dotada  como  pou- 
cas, com  grande  variedade  de  typo  do  mais 
caro. 

Nasceu  o  sr.  A.  R.  da  Cruz  Coutinho  na 
dia  4  de  abril  de  I8i9  na  freguesia  d'Aiva* 
ções  do  Corgo,  junto  â  Régua. 

PrJneipiou  a  publicar  o  Jornal  do  Parto, 
00  dia  i  de  março  de  1859,  e  foram  seus 
proprietários  e  fundadores  os  srs.Crnz  Cou- 
tinho e  dr.  |José  Barbosa  Leão ;  mas  em  1863 
dissolveram  a  sociedade,  e  desde  esta  data 
ficou  sendo  propriedade  exclusiva  do  sr. 
Cruz  Coutinho. 

Publiea-se  também  aeinahnente  n'e6ta  fre- 
guezia  a  Parwma  lUustradOt  jornal  satyn- 
CO,  de  pequeno  formato,  e  semanal.  É  sen 
proprieurío  José  Coelho  Ferreira,  dono  de 
uma  typognq^hía  mootada  na  ma  das  Tai- 
pas, n.«  1,  e  alli  se  Imprime  o  dito  jornal 
desde  1  de  janeiro  de  i875,  data  em  que  o 
primeiro  numero  viu  a  luz  da  publicidade. 

N'esta  typograplna  se  imfHrime  também  o 
Diário  de  Nodioias,  cujo  primeiro  numero 
se  publicou  no  dia  IS  de  julho  de  1875. 

Tjpographlaa 

Ha  n*esta  freguesia  varias  typographias, 
sendo  um»  a  vapor,  na  qual  se  imprime  o 
Commereio  do  Porto^  na  rua  da  Ferraria, 
108,  desde  1870,  sendo  até  ahi  impresso  em 
typographia  própria  também,  mas  d'outro 
systema,  e  nos  primeiros  annos  da  sua  fun- 
dação, na  typographia  Gommercial. 

A  typographia  do  Jornal  do  Porto  está 
montada,  bem  como  a  redacção  do  mesmo 
periódico,  na  rua  de  Ferreira  Borges,  31,  e 
na  mesma  easa  tem  o  proprietário  d*esto 
jornal  a  soa  typographia  de  impressão  doa 
livros  de  que  é  editor. 

A  typqgrapháa  commercial  foi  ama  das 
primeiras  e  talvez  a  mais  importante  do 
Porto,  montada  por  uma  sociedade  no  pala- 
cete da  família  Álvaro  Leite),  no  Largo  da 
S.  João  Novo,  sttido  sen  primeiro  director 
D.  António  Holdesi  de  quem  vamoa  fallar. 

Passou  esta  typographia  para  a  ma  de 

5 


66 


M€ 


NIC 


Bellomonte»  24  e  26,  e  â'alli  luura  a  meàma 
nu,  19,  onde  actoalmenie  se  acha. 

A  sociedade  fundadora  dissolvea-se  e  des- 
de-então  ficou  esta  typographia  sendo  pro- 
priedade do  sr.  Francisco  J«só  Cominho  e 
hoje  da  viuva  e  filhos. 

JN'esta  typographia  ae  imprimiram  o  Com- 
mercio  do  Porto,  o  Jornal  do  Porto  e  a  Ga- 
zeta do  Norte  em  quanto  não  tiveram  typo- 
graphia própria;  o  Jornal  de  Noticias  e  ou- 
tros. 

Ha  também  outra  typographia,  proprieda- 
de de  D.  António  Moldes,  no  largo  de  S.  João 
Novo,  n.""  6 — 2.*  andar,  desde  186^  e  que 
esteve  anteriormente  no  largo  da  Batalha, 
onde  o  seu  mesmo  proprietário  actual  a 
montou  em  1843. 

É  D.  António  Moldes,  hespanhol,  o  decano 
actual  dos  typographos  portuenses;  íbí,  co- 
mo dissemos,  o  primeiro  director  da  Typo- 
graphia Gommercial  no  Porto,  e  em  Lisboa 
foi  também  o  director  da  typographia  da 
Sociedade  Propagadora  dos  Conhecimentos 
Úteis,  onde  se  imprimiu  o  primwo  Pano- 
rama. 

Na  typographia  de  D«  António  Moldes  se 
imprimiu  o  LUterario,  periódico  semanal,  e 
se  imprimem  e  teem  impresso  especialmen- 
te folhinhas  d'este  bispado  do  Porto,  e  dos 
de  Aveiro,  Pinhel  e  Algarve,  das  coilegiadas 
de  Cedofeita  e  Guimarães,— frades  bentos  e 
franciscanos,  e  do  convento  da  Ave-María, 
do  Porto. 

É  também  o  impressor  do  consulado  hes- 
panhol n*esta  cidade,  e  na  sua  typographia 
imprimiu  em  1846  o  Código  Commercial 
Portuguez,  de  José  Ferreira  Borges. 

Na  rua  de  Bellomonte,  n.«  107,  se  acha 
montada  desde  1874  a  Typographia  Artís- 
tica, e  esteve  anteriormente  no  largo  dos 
Loyos,  n.«  45,  onde  foi  fundada  pelos  srs. 
António  Pereira  Leite  e  dr.  Manuel  José  Fer- 
reira, ainda  hoje  seus  proprietários. 

Tem  um  bom  prelo  francês,  muito  elegan- 
te, decorado  por  uma  águia. 

N'esta  typographia  se  imprime  hoje  o  An- 
nunciador,  jornal  d'annuncios  bisemanal,  e 
86  imprimiram  o  Baio,  o  tampeSo  to  Re- 


lâmpago, joroaes  satyrícos  de  vida  ej^ie* 
mera. 

Na  rua  das  Taipas,  n.""  1,  está  desde  I87i 
a  typographia  de  José  Coelho  Ferreira,  que 
esteve  anteriormente  na  mesma  rua,  n.*  28, 
onde  o  dito  aentior  a  montou. 

N*esta  typographia  se  imprime  actualmen- 
te a  Parvónia  Illustrada,-^  propriedade  da 
mesmo  senhor^-e-o  Diário  de  Noticias^  a  jà 
aqui  ae  imprimiram:  O  Porto,  o  Diário  da 
Tarde  e  o  Jornal  da  Tarde,  periódicos  poli- 
\iGo%^m(»,e  o  Jornal  de  HortietUtura  Pra- 
tica, mensal. 

N*esla  mesma  rua  das  Taipas,  tt.«  62-  66» 
está  a  «Imprensa  Real»  de  Pereira  da  Silva, 
por  ell»  montada  em  1865  na  Praça  de  San* 
ta  Thereza,  d*onde  se  transferiu  para  as  Tai- 
pas em  1873. 

N*esta  typographia  se  nio  imprime  aaual- 
mente  jornal  algum,  mas  já  se  imprimiram 
a  Esperança,  o  Garrett,  a  Mocidade,  e  os  Bra- 
dos LUterarios,  periodicpB  litterarios  semai- 
naes; — o  Clamor  Militar,  o  Monitor  do  Exer» 
cito,  a  Gazeta  de  Gaya,  jomaes  seu  peiittea» 
o  Leviathan,  politico,  mensal,  e  oatroa  de 
vida  ephemera. 

Ha  ainda  n*esta  freguesia,  no  largo  de  & 
Domingos,  n.*  30,  outra  typographia,  de  Ar- 
thur  José  de  Sousa.  Foi  de  Rodrigo  José  de 
Oliveira,  e  esteve  anteriormente  na  rua  de 
S.  João. 

Não  se  imprime  aqui  actualmente  jornal 
algum,  mas  já  se  imprimiram  o  Diário  do 
Porto,  o  Jornal  de  Noticias  e  o  Purgatório, 

Pontes  sobre  o  Douro,  nos  limites 
d*esta  freguezia 

Vé-se  ainda  sobre  o  Douro  a  ponte  pênsil, 
,nm  pouco  mais  ao  nascente  do  local  onde 
esteve  anteriormente  a  paiUe  de  barcas,  de 
que  fallaremos  em  seguida.  Fica  entre  os 
Gwindaes,  do  lado  do  Porto,  e  o  sitio  deno- 
minado o  Penedo,  na  margem  fronteira.  ^  Es- 

1  Deacripçao  de  Villa  Nova  de  Gaya,  por 
J,  A.  Monteiro  d'Azevedo,  correcta  e  augmen- 
tada  por  M.  Rodrigues  dos  Santos,  3.*  edição, 
cap.  S."» 


NIC 

lá  suspensa  por  oito  grossas  eorrentes,  fei- 
.tas  de  fios  d'aranie  de  ferro  queimado»  co- 
bertas de  uma  espessa  crusta  de  verpiz,  as 
quaes,  divididas  em  dois  grupos»  asseotam 
sobre  quatro  elegantes  obeliscos  ou  colu- 
nmas  de  granito,  que  se  erguem  das  mar- 
gens do  rio  nos  dois  extremos  da  ponte, 
sendo  cada  par  de  colamnas  Jigado  entre  si 
por  pranchas  de  ferro  junto  aos  capiteis,  e 
vendo-se  nas  ditas  pranchas  a  seguinte  le- 
genda: «D.  Moiia  11-^18^.*  As  oko  cor* 
tentes  atravessam  as  quatro  columnas,  e 
descendo  aió  ao  solo,  são  chumbadas  «om 
grande  solidez  em  rocha  viva  muito  abaixo 
do  nivel  da  superficie  com  enormes  chum- 
badouros  dentados,  que  agarram  por  largo 
a  rocha.  D*estas  correntes  pendem  perpen- 
dicularmente outras  da  mesma  espécie,  mas 
muito  mais  delgadas,  em  numero  de  21  i,  fi- 
cando 108  do  lado  do  nascente,  e  103  do  la- 
do do  poente,  e  dispostas  em  eguaes  distan- 
cias seguram  pela  extremidade  inferior  as 
vigas  sobre  que  assenta  o  pavimento  da  pon- 
te, que  é  de  madeira,  variando  o  compri- 
mento d*estas  correntes  na  razão  da  curva 
que  deserevem  as  oito  correntes  principaes. 
No  centro  das  duas  columnas  do  lado  da  ci- 
dade ha  uma  casa,  cujo  pavimento  inferior 
serve  de  quartel  para  a  guarda  militar,  que 
laz  a  policia  da  ponte^  e  no  pavimento  supe- 
rior ha  uma  espécie  de  salva* vidas  com  uma 
maca,  uma  cama,  roupas  e  apparelhos  pró- 
prios para  soccovrer  as  victimas  de  qual* 
quer  naufrágio  ou  desastre;  e  do  lado  de  Yil- 
la  Nova  ha  outra  casa  egual  âqueiia,  que  ser- 
ve de  habita^  para  alguns  dos  empregados 
na  cobrança  das  passagens,  e  armazém  de 
ntensillos  da  ponte.  Ha  também  nas  extre- 
midades da  ponte  duas  casinhas,  onde  se  co- 
bra o  imposto  do  tranzito,  e  que  é,  com  pe- 
quena diíferença,  o  mesmo  que. se  pagava 
na  antiga  ponte  de  barcas. 

A  ponte  é  iliuminada  a  petróleo  nas  noi- 
tes em  que  não  ha  luar,  por  seis  candieiros, 
além  dos  da  casinha  do  lado  da  cidade,  pois 
de  noite  só  n'esta  casinha  se  paga  o  imposto 
do  tranzito. 

O  pavimento  da  ponte  tem  passeios  e  va- 
randas de  madeira,  e  d'e3tas  a  do  lado  do 
nascente  mede  desde  a  columua  do  sul  até  á 


NIC 


67 


casinha  de  arrecadação  do  lado  norte^  164», 
e  a  casinha  4",[K);  e  d*esta  casinha  até  á  co- 
lumna  que  fica  do  mesmo  lado,  8  metros  e 
dois  decimetros«~  total,  166  metros  e  70  cen- 
tímetros. A  varanda  do  lado  poente,  por  cau- 
sa da  entrada  da  cidade  para  a  ponte,  é  me- 
nos extensa,  e  mede  153  metros ;  a  altura 
d'estas  varandas  ó  de  um  metro  e  dois  deci- 
metros;  o  passeio  tem  de  largo  um  metro,  e 
a  ponte  6  metros  de  abertura.  Os  obeliscos, 
que  são  perfeitamente  eguaes,  medem  desde 
a  base  até  á  sua  extremidade  superior,  que 
é  decorada  por  um  globo  metálico,  18  me- 
tros de  altura;  cada  um  d^aquelles  globos 
tem  um  metro  de  diâmetro,  e  os  tirantes  ou 
pranchas  de  ferro  que  ligam  as  columnas, 
medem  de  comprimento  7  metros  e  dois  de- 
cimetros,  e  de  largura  5  decimetroe,  cada 
um. 

Deu-se  principio  a  esta  ponte  no  dia  2  de 
maio  de  1841,  anniversarlo  da  coroação  da 
rainha,  ao  tempo  a  senhora  D.  Maria  II.  No 
dia  1  de  fevereiro  de  1843  já  se  achavam 
completas  as  obras  principaes  e  esperava- 
se  apenas  ordem  do  governo  para  a  inau- 
guração e  abertura  da  ponte,  dispondo-se 
os  representantes  da  companhia  construeto- 
ra  para  tornarem  aqueile  acto  solemne  e 
apparatoso;  mas  sobrevindo  uma  cheia  no 
Douro^  que  obrigou  a  retirar,  na  forma  do 
costume,  a  velha  ponte  de  barcas  no  dia  17 
de  fevereiro  d'aquelle  anuo,  abriu-se  para 
o  transito  publico  a  nova  ponte  no  dia  18 
de  fevereiro  de  1843. 

Foi  feita  esta  ponte  sob  a  direcção  do  en- 
genheiro de  Claranges  Luccotte^  a  expensas 
de  uma  companhia  de  accionistas  que  a  de- 
via íjruir  por  espaço  de  30  annos,  entregan- 
do-a  no  fim  d*elles  ao  Estado,  de  quem  é 
propriedade,  e  foi  construída  na  Praia  de 
MifAg^y*»  no  mesmo  local  qu^hoje  occupa 
a  nova  alfândega;  e  para  aquelle  effeito  a 
empresa  constmctora  levantou  alli  um  am- 
plo abarraeamento  para  montar  as  forjas  e 
mais  officinas  necessárias,  precedendo  licen- 
ça da  Gamara  Municipal,  éass^ando  a  com- 
panhia um  termo  pelo  qual  se  obrigava  a  de- 
molir tudo,  -e  repor  aquelle  chão  no  estado 
em  que  o  encontrou,  apenas  terminasse  a 
obra,  clausula  que  a.  empreza  por  ultimo 


68 


mc 


nlo  qaeria  cumprir,  mas  a  Gamara  recor- 
reu ao  poder  jadicial,  offlciando  ao  joiz  elei- 
to da  frefuexía  de  Miragaya,  a  flm  de  eooi- 
peltir  (como  compellin)  a  empreza  a  satis- 
Hazer  ao  estipulado. 

Demoràmo-nos  com  a  descripçao  d'e8ta 
ponte  pênsil,  como  qae  para  a  transmittir- 
mos  em  photographia  aos  vindouros,  pois 
vae  em  breve  passar  á  bistoria,  eomo  esta 
fez  passar  a  antiga  do  barcas. 

Já  está  decretada  a  oonstrucçao  d*outray 

em  substituição  d*aquella;— diz-se  que  ba- 

de  ser  feita  de  pedra  e  ferro,  e  que  partirá 

aproximadamente  do  fundo  da  rua  de  S. 

João. 

Ponte  de  l)aroas 

.  Um  pouco  mais  ao  poente  do  local  onde  aia« 
da  hoje  (1875)  se  vé  a  ponte  pênsil,  e  junto  ao 
arco  da  Ribeira  onde  se  vé  um  grande  pai- 
nel a  óleo  representando  a  catastropbe,  de 
<que  logo  fallaremos,  existia  cerca  de  37  ân- 
uos uma  outra  ponte  sobre  barcas,  que  foi 
Qo  seu  tempo  considerada  ama  maravilha, 
e  que  marcou  uma  época  disilneta  na  viação 
de  Portugal,  ponte  única  em  todo  o  paiz  no 
seu  género.  Foi  inaugurada  para  o  transito 
publico  no  dia  14  de  agosto  de  1806;  era 
itormada  por  33  barcas^  subindo  e  descendo 
por  consequência  com  as  marés  e  as  cheiae, 
imitando  outra  ponte  análoga  que  havia  em 
Ruão  (França)  e  medindo  de  comprimento 
cerca  de  mil  palmos.  Abria-se  e  fechava  se 
para  dar  passagem  aos  barcos  que  navega- 
vam no  Douro,  e  desmanohava-se  por  oc- 
casiào  das  cheias,  restabelecendo-se  em  se- 
guida, alguns  annos  muitas  veses,  o  que  de* 
via  ser  um  interessante  divertimento,  prin- 
cipalmente em  dias  de  chuva  e  vendaval!... 
Era  }á  n'aquelie  tempo  tio  concorrida, 
principalmente  nos  primeiros  annos  em 
quanto  foram  prohibidos  nas  proximidades 
os  barcos  de  passagem,  que  rendia,  termo 
«nédio,  50^000  réis  por  dia,  sendo  a  tarifo 
das  passagens  a  seguinte: 

Cada  pessoa,  a  pé*. 5  réts 

Dita  a  cavallo 20    c 

Carro  do  uma  junta  de  bois  ^  . . .    40    • 

1  Sendo  tirada  por  mais  Juntas,  accres- 
ciam  fiO  réis  por  cada  junta  a  maior. 


NIC 

Cadeirinha  de  mãos .60  réis 

Liteira  «  120    • 

Sege iOO    • 

Dita  de  4  rodas tOO    « 

Accresoendo  40  réis  por  cada  parelha  » 
maior. 

Passados  três  quartos  de  hora  depois  d» 
sol  posto,  eram  em  dobro  aquelles  preços»  e 
volviam  á  cifra  supra  três  quartos  de  hont 
antes  do  eol  naseer,  o  que  se  annuncíavn 
com  um  sino. 

Quando  em  1809  os  franceses  entraraoi 
no  Porto  e  o  povo  fogia  em  tropel  para  o 
iado  de  YillnNbva,  sem  notar,  com  a  pred* 
pitação,  que  se  achava  aberto  um  doa  alçn* 
p9es  doesta  ponte,  submergiram  se  nas  agms 
do  Douro  com  preciosos  haveres  muitos 
centos  de  pessoas  no  dia  29  de  março  d^ 
^Hto  anno,  e  ainda  hoje  a  Irmandade  das  Al- 
mas, dita  de  S.  José  das  Taipas,  celebra  com 
officios  fúnebres  aquelle  anniversario  na  soa 
igr^a,  sita  no  alto  da  rua  do  Calvário,  s 
d*ali  vae  em  procissão  até  ao  painel  qao 
mendott&mos,  e  que  eommemora  aquelln 
tremenda  catastropbe  e  o  local  onde  estere 
aqnella  pente.  E  por  aziaga  coincidência  foi 
em  igual  dia  (29  de  marçi^  de  1892  que  nas 
aguas  d'este  nresmo  rio  Douro  naufragou  o 
vapM*  PoTfo,  da  companhia  que  então  faria 
carreira  entre  o  Porto  e  Lisboa,  perecendo 
também  grande  quantidade  de  pessoas,  moi- 
tas da  primeira  sociedade,  e  a  pouca  dis- 
tancia da  terra,  confundindo -ee  os  gritos  as* 
gnstiosos  dos  infelizes  náufragos  com  o  ala- 
rido de  milhares  de  pessoas  que  á  voz  do 
naufrágio  correram  á  praia  para  verem,  de 
braços  cruzados  e  sem  poderem  valer- ttiesi» 
as  ondas  a  engolir  aquelles  desditosos!. . . 

Depois  da  catastropbe  da  ponte  no  Forte 
não  ha  memoria  d*outra  nas  aguas  do  Doa- 
ro  igual  à  d'aquelle  naufrágio,  e  logo  por 
fatalidade  no  mesmo  dia  29  de  marçol . . . 

Que  luctuoso  dia  nos  annaes  do  Porto!... 

Nâo  longe  d'esta  ponte  }à  em  1371  ou 
1372  se  improvisou  outra,  também  de  bar- 

^  Este  meio  da  locomo^,  que  foi  aliás 
muito  caro  e  o  mais  delicwgo  no  tetnfo  dos 
nossos  avôs,  também  já  passou  á  historia 
como  as  pontes  de  barcas. 


NIC 


mc 


6§ 


«10,  para  passagem  dd  el-rei  D.  Fernando 
quando  foi  celebrar  os  seua  desposorios  em 
Leça  do  Bailio,  com  a  rainha  D.  Leonor. 

Bra  eaaa  ponte  tão  espaçosa  que  por  ella 
•nJ^iam  seis  cavallos  a  par. . . 

Cheias  do  Douro 

A  parte  baixa  d*esta  freguezia  tem  sofTri- 
do  e  sofTre  muito  com  as  iimudações  por  oc- 
casiào  das  cheias  do  Douro. 

Na  desci  ipçlio  do  Porto  por  Agostinho 
Rebeilo  da  Gosta,  e  na  de  Yilla  Nova  por 
Monteiro  de  Azevedo,  additada  por  M.  Ro- 
drigues dos  Santos,  se  mencionam  com  de- 
talhes interessantes  muitas  d^aquellas  cheias, 
e  para  alli  remettemos  o  leitor  para  nâo 
tornarmos  este  artigo  demasiadamente  lon- 
go, limitando-nos  a  consignar  aqui  as  cheias 
maiores  que  se  acham  marcadas  a  picão  no 
muro  dos  Arcos  da  Ribeira.  É  uma  tabeliã 
ou  escaia  curiosa,  e  que  bem  merecia  ser 
avivada  pela  camará  em  uma  prancha  de 
louza  embutida  na  parede,  e  no  mesmo  lo- 
eal,  comprehendendo  toda  a  altura  do  dito 
muro,  abrindo-se  de  novo  n*aqueila  pran- 
cha as  datas  que  se  acham  no  muro,  parte 
das  quaes  o  tempo  vae  tornando  iodecifra- 
veis. 

Das  cheias  alli  registradas  foi  maior  a  de 
28  de  dezembro  de  1860;  segue-se  a  esta  a 
de  8  de  fevereiro  de  1823,  que  ficou  mais 
baixa  ctrca  de  i  metro;  a  esta  a  de  20  de 
fevereiro  de  1855;  a  esta  a  de  25  de  janeiro 
do  1856;  a  esta  a  de  28  de  dezembro  de 
185o;  e  a  esta-  a  de  28  de  janeiro  de  1865. 

Alli  se  acham  registradas  ainda  outras 
cheias,  mas  toídas  inferiores  à  de  1865.  Vide 
pag.  36  do  3."»  volume. 

Painel  das  Almas 

No  mesmo  rauro,  e  um  pouco  ao  O.  d'a- 
quella  curiosa  tabeliã,  se  vô  um  grande  pai- 
nel pintado  a  óleo,  representando  a  grande 
eanstropbe  de  qae  foi  theatro  a  ponte  das 
barets  por  oocasião  da  invasão  franceza. 

Indica  ainda  aqueile  painel  o  local  da 
da  ponte,  do  lado  da  cidade. 


Senlipra  da  Misericórdia  e 
Postigo  da  Foroa 

Um  pouco  ao  O.  d*aquelle  painel  se  vé 
ainda  outro,  também  a  óleo  e  colado  no  mes- 
mo  moro,  representando  a  Senhora  da  Mí<- 
aetioordia.  Está  ainda  bem  conservado,  co- 
berto por  um  pequeno  docel  de  madeira,  e 
ao  lado  tem  pendente  um  lampião  que  os 
devotos  da  visinhança  costumam  conservar 
aeceso  dsrante  a  noite. 

Em  frente  d'este  painel  esteve,  aproxima» 
damente  ató  1830,  a  forea  da  cidade,  e  alli 
foram  jastiçadoa  muitos  malfeitores. 

Esta  forca  era  permanente,  formada  pi  r 
grossos  varões  de  ferro,  com  uma  escada  de 
pau  para  subirem  o  paciente  e  o  algoz. 

Aproximadamente  em  1822,  a  instancias 
de  uma  mulher  rica  da  localidade,  conheci^ 
da  por  Antónia  de  Coutinho^  a  forca  foi 
transferida  para  o  campo  da  Cordoaria,  ex- 
tremidade S.,  junto  a  uns  casebres  que  ha« 
via  na  frente  da  cadeia.  Ficava  ainda  ao  S. 
da  rua  que  boje  alli  se  vô,  e  que  vae  para  o 
alto  da  rua  do  Calvário. 

E  a  forca,  depois  que  para  alli  se  mudou, 
era  volante  e  de  madeira.  Armava-se  para 
as  execuções,  e  logo  se  desarmava. 

Um  pouco  ao  O.  do  mencionado  painel  da 
Senhora  da  Misericórdia, está  na  Ribeira,  um 
arco  bastante  espaçoso,  que  dà  passagem  pa- 
ra a  rua  dos  Canastreiros,  parallela  ao  mu* 
ro,  do  lado  N.;  e  onde  se  vé  hoje  aqueile 
arco  esteve  um  pequeno  postigo,  que  por 
ser  contíguo  ao  patíbulo,  se  denominava  Pos' 
ligo  da  Forca. 

Foi  em  vereação  de  11  de  agosto  de  1714, 
qne  se  resolveu  mudar  a  forca  do  sitio  cha- 
mado Mijavelhas  (fonte  do  Poço  das  Patas) 
para  o  cães  da  Ribeira;  e  em  14  de  junho 
de  1725,  se  tomou  assento  acerca  das  ruas 
por  onde  deveriam  transitar  os  padecentes, 
escolhendo-se  as  que  mais  depressa  condu- 
zissem à  Ribeira. 

Postigo  do  Pelourinho 

A  0.  do  arco  que  foi,  como  dissemos,  o 
Postigo  da  Forca,  so  vé  outro  arco  no  mes- 
mo muro  da  Ribeira,  o  primeiro  que  se  eu- 


70 


NIC 


contra,  indo  da  rua  de  S.  João,  qne  foi  tam- 
bém um  simples  postigo,  e  se  denominoa— 
Postigo  do  PelourinhOy  por  ficar  perto  o  pe- 
lourinho da  cidade,  depois  que  das  Aldas 
foi  transferido  para  a  Ribeira. 

O  pelourinho  foi  apeado  muito  antes  da 
forca,  e  por  isso  já  na  localidade  se  acha 
quasi  perdida  a  memoria  d'elle,  mesmo  na 
tradição. 

CAITAL  MAIOR,  RIO  DA  VILLA,  K  RIO  FBIO 

Rio  da  Villa  é  um  riacho  que,  vindo  do 
alto  doesta  cidade  e  passando  ao  nascen- 
te da  rua  das  Flores,  por  onde  estiveram 
os  Aloques  da  Biquinka,  ^  de  nojenta  re- 
recordação,  (principia  hoje  a  ser  canalisado 
em  linha  recta  e  abobadado  por  baixo  da  rua 
Mousinho  da  Silveira,  em  construcção)  entra 
n^esta  freguezia  no  alto  da  rua  das  Congos- 
tas .  e  S.  João,  e  descendo  canalisado  por 
baixo  d*e8ta  ultima,  desagua  no  Douro. 

Denomina-se  Rio  Frio  o  riacho  que,  pas- 
sando por  baixo  da  Praça  de  Duque  de  Beja 
e  do  hospital  real  da  Misericórdia,  corre  al- 
guns metros  ao  poente  do  chafariz  das  Vir- 
tudes e  desaguava  no  Douro  junto  á  fonte 
da  Colher,  e  hoje,  obliquando  para  se  desviar 
da  Nova  Alfandega,  desagua  ao  nascente 
d'esta,  junto  ao  sitio  onde  esteve  a  Porta 
Nobre,  na  freguezia  de  Miragaya.  São  pois 
natopographia  doesta  cidade  do  Porto,  hoje, 
e  desde  séculos,  bem  conhecidos  e  distin- 
ctos  estes  dois  riachos  —  Rio  da  Villa  e  Rio 
Frio,  ou  ribeiro  das  Virtudes:  mas  mal  ima- 
gina a  geração  presente,  as  questões  e  plei- 
tos que  houve  outr*ora  durante  séculos» 
a  ooniar  do  principio  da  monarchia,  entre 
os  bispos  e  cabido  do  Porto  de  um  lado  e 
os  reis  e  coUegiada  ou  mosteiro  de  Cedo- 
feita do  outro,  por  causa  d*estes  dois  rega- 
tosí... 

Na  doação  que  D.  Theresa,  mãe  de  D. 
Affonso  Henriques,  fez  do  couto  do  Porto,  ao 
bispo  D.  Hugo  e  seus  successores,  se  delimi- 
tou o  dicto  couto  —  1  per  a  porta  do  puaaço 
de  gracia  gonçalves,  des  y  aas  pedras  ficadas 

iQp  A/o^u^^  eram  uns  tanques  originaria- 
mente pellames,  e  depois,  até  à  sua  demoli- 
ção, reservatório  do  lixo  da  cidade. 


me 

e  des  y  per  paramos,  aa  barrosa,  e  des  y.  u 
arca  velha,  que  he  a  par  de  afoute,  e  des  y 
aa  outra  arca,  e  des  y  aa  pedra  fretada»  e 
des  y  ao  monte  que  chamam  pee  de  mua,  e 
des  y  peito  monte  de  Cativos,  e  des  y  coma 
parte  Cedofeita  com  germadi,  e  des  y  pelU 
cortina  dos  frades,  e  des  y  oa  caal  mayor, 
como  vay  entrar  no  Rio  de  doyro.*  etc 

Era  pois  limitado  o  couto  do  Porto  a  sa- 
doesie  pelo  Canal  Maior,  a  partir  com  Ce- 
dofeita; e  é  provável  que  nos  tempos  de  D. 
Hugo  e  de  D.  Theresa  aquelles  limites  fos- 
sem suffioientemente  claros,  mas  com  o  de- 
correr do  tempo  se  tornaram  duvidosos  e 
foram  causa  de  infinitas  demandas,  princi- 
palmente o  tei^nus  Canal  Maior,  Pretendi- 
am os  bispos  que  o  Canal  Maior  era  o  ri- 
beiro das  Virtudes  ou  Rio  Frio,  e  pelo  con- 
trario sustentavam  os  reis  e  o  mosteiro  de 
Cedofeita,  que  o  Rio  da  Villa  era  o  Canal  Maior 
mencionado  na  doação  de  D.  Theresa,  e  que 
os  bispos  queriam  injustamente  alargar  o 
seu  couto  até  Miragaya,  como  pretendea 
provar-se  com  a  Inquirição  sobre  o$  limitei 
do  Couto  da  Egreja  do  Porto,  mandada  fazer 
por  D.  Affonso  Hl  na  era  de  1386,  (1248  de 
J.  C.)  que  se  encontra  no  livro  grande  da 
camará  do  Porto,  fl.  i  v.  e  de  pag.  29t  a  298 
nas  Dissertações  chronologicas  e  criticas  da 
João  Pedro  Ribeiro,  livro  8.«— mas  (a pag. 
298)  acerescenta  este  judicioso  e  muito  aa- 
ctorisado  escriptor: 

cN.  R.  Os  depoimentos  das  testemunhas 
n*esta  Inquirição,  se  aonhecem  manifesta- 
mente afectados  e  até  falsos,  por  muitos  do- 
cumentos incontestáveis,  e  especialmente 
pelo  que  em  contrario  tinham  jurado  doze 
testemunhas  contestes,  noventa  annos  antes» 
nas  Inquirições  do  sr.  D.  Affonso  III,  da  era 
de  1296.  Pode  ver  se  o  seu  depoimento  no 
artigo  —  Portus  —  nas  memorias  de  loqui- 
rições,!  impressas  em  1815,  pag.  45  nota  2.» 
como  igualmente  pelo  juramento  d*outras, 
nas  mesmas  Inquiiições,  no  artigo—  S.  Cru* 
çis  Madie...^ 

Em  quanto  o  velho  burgo  do  Porto  se  eir* 
eumscrevia  ao  pequeno  povoado  em  volta 
da  Sé,  pouco  importava  que  os  limites  do 

1  São  do  mesmo  auctor  João  Pedro  Ribeiro. 


NIG 


NIC 


71 


eoato  fo896ni  até  Hingaya,  ou  nao  pusas- 

sem  da  Bíqainha,  por  qae  o  espaço  inter- 
médio eram  fojos,  mootes  e  olivaes,  —  ter- 
reno de  poueo  valor  e  quasi  deserto;  mas 
ao  passo  qae  a  população  se  desenvolvia  e 
aqueile  terreno  se  povoava,  sargiram  as 
qaestões  de  limites  e  se  agravaram  na  pro- 
porção do  desenvolvimento  da  cidade,  do 
augmento  de  valor  d*aqaelles  terrenos,  hoje 
cidade  compacta.  Eis  o  motivo  porque  nos 
séculos  13  e  i4  tanta  importância  ligaram 
08  bispos  e  reis  áquelles  dois  regatos. 

Maiores  contrn)ulnte8 

Dos  quarenta  maiores  contribuintes  re- 
censeados este  anno,  (1875)  no  bairro  Occi- 
dental d*esta  cidade  do  Porto,  couberam  a  es- 
ta  fregnezia  de  S.  Nicolau^  os  três  seguintes : 

António  Torquato  Ribeiro  Guimarães,  pro- 
prietário e  negociante.  Mora  na  rua  de  S. 
Domingos,  14. 

Joaquim  Ferreira  Monteiro  Guimaraes,  ne- 
gociante e  proprietário.  Mora  na  rua  dos  lu- 
glezes,  9. 

João  Coelho  d* Almeida,  proprietário.  Nas- 
ceu n'e8ta  freguesia  de  S.  Nicolau  em  1796, 
e  mora  na  rua  de  Sobre  o  Muro,  na  Ribeira, 
ainda  alegre  e  folgasão,  como  sempre. 

Foi  um  dos  iniciadores  e  dos  maiores  ac- 
cionistas da  empresa  que*fez  a  ponte  pênsil, 
e  tem  sido  o  arrendatário  das  portagens  que 
n'ella  se  pagam,  desde  que  a  dita  ponte  se 
inaugurou.  É  por  isso  cognominado  o  Coelho 
4a  Ponte. 

Por  iniciativa  sua,  aem  grande  parte  com 
o  seu  dinheiro,  se  abriu  a  estrada  marginal 
desde  a  calçada  da  Serra  até  Qnebrantões,  e 
foi  elle  quem  fez  a  bonita  quinta  que  possue 
sobreestaestrada na  extremidade  da  cerca  do 
convento  da  Serra,  que  foi  de  frades  crozios. 

É  commendador  das  ordens  de  Cbristo  e 
Nossa  Senhora  da  Copeeiçao  de  Villa  Viço- 
sa, e  pae  do  nosso  ministro  plenipotenciário 
em  VIenna  d'Aa8Uia,  João  Coelho  d'Alroei- 
da  Júnior,  commendador  e  grã-cmz  de  di- 
versas ordens. 

Cambistas 

Ha  n*esta  parochia  actualmente  os  se- 
guintes : 


Ricardo  Soares  Duarte,  Rua  de  S.  João,  95. 

Luiz  Ferreira  Alves,  na  mesma  rua,  109. 

Domingos  José  de  Macedo,  na  mesma  rua, 
13i. 

Manuel  António  Duarte  e  Sousa,  Largo  de 
S.  Domingos  e  esquina  da  Rua  Nova  de  S. 
Domingos. 

Intendenoia  da  Marinha  (hoje  departa- 
mento maritimo  do  Norte,  no  Porto) 

Acha-se  a  sua  repartição  n'esta  freguesia 
na  rua  de  S.  João  Novo,  n."  9;  mas  provisoria- 
mente, porque  no  próximo  S.  Miguel  d'este 
anno  de  1875,  deve  instalar-se  em  casa  pró- 
pria que  o  governo  mandou  fazer  na  rua  da 
Nova  Alfandega,  e  que  está  quasi  ultimada. 

O  pessoal  doesta  repartição  é  actualmente 
o  seguinte : 

Cltefe  do  departamento  —  Ayres  Pacheco 
Lamare,  capitão  de  fragata. 

Escrivão-^Auiomo  Gonçalves  Pinto,  capi- 
tão tenente  graduado. 

Escrivão  graduado-^Anlanio  José  de  Soa- 
sa  Mello. 

Pa^rão-ffk^r— Agostinho  José  da  Costa. 

Cabo  do  mar^João  Bernardo  da  Silva. 

fi  três  amanuenses. 

Banoos 

Ha  n'esta  freguezia  os  seguintes : 

Banco  União  e  Banco  Mercantil,  no  pri- 
meiro pavimento  do  palácio  da  Bolsa,  na 
rua  de  Ferreira  Borges. 

Banco  Commercial,  rua  de  Ferreira  Bor- 
ges, em  casa  própria. 

Banco  do  Porto,  ruadeFerreiraBorges,  20. 

Banco  AlUança,  rua  de  Bellomonte,  no  pa- 
lacete da  (amiiia  Pachecos  Pereiras. 

Banco  Industrial  do  Porto,. na  rua  Nova 
de  S.  Domingos. 

A  Nova  Companhia  Utilidade  Publica,  na 
rua  dos  Inglezes,  87. 

Oaizas  filiaes  de  Banoos  e  Companhias 

Ha  n*esta  freguezia  as  seguintes : 
Caixa  Filial  do  Ranoo  de  Portugal,  Largo 
de  S.  Drmingos,  occupando  a  fachada  norle 


72 


m: 


me 


tSõ  convento  qae  foi  dos  frades  dominieos, 
QQica  parte  que  as  chammas  pouparam. 

Caixa  Filial  do  The  New  London  &  Bra- 
zillian  Bank,  ma  dos  loglezes,  73. 

Caixa  Filial  do  Banco  Lusitano,  roa  de 
Ferreira  Borges. 

Caixa  Filiai  do  Banco  da  Régua,  rua  dos 
loglezes. 

Agencia  do  Banco  Nacional  tJUramarino^ 
na  Bateria  do  Terreiro,  n.»  3. 

Delegação  da  Companhia  Geral  de  Credito 
Predial  Portoguez,  na  roa  dos  Ingleses,  n.*87. 

f*estas  xnemoraveis 

Commemoraremos  tàmbem  aqni  algumas 
das  festas  publicas  mais  notáveis  que  tive- 
ram logarno  Porto,  e  nas  qnaes  a  esta  fre- 
guesia de  S.  Nicolau  coube  largo  quinhão; 
taes  foram,  as  do  casamento  d*el-rei  D.  João  I 
no  anno  de  1387;  as  do  nascimento  do  in- 
fante D.  Henrique;  as  da  passagem  de  D. 
Fernando  em  1371-1372,  quando  foi  celebrar 
<ys  ^eus  desposorios  no  mosteiro  de  Leça  do 
Bailio,  com  D.  Leonor  Telles,  pois  por  essa 
occasião  se  formou  para  a  passagem  do  real 
préstito,  uma  espaçosa  ponte  de  barcas  so- 
bre o  Douro,  entre  a  Ribeira  e  Vílla  Nova 
de  Gaya,  tão  espaçosa  que  por  ella  cabiam 
a  par  seis  cavalleiros. 

Foram  também  dias  de  extraordinário  re- 
gosijo  para  esta  fregueda  os  da  recepção  do 
biiipo  D.  Fr.  José  de  Affouseca  e  Évora,  em 
5  de  maio  de  1743,  e  do  seu  successor  D.  An- 
tónio do  Sousa  e  Távora,  cm  4  de  junho  de 
1757;  porque  nunca  o  Porto  recebeu  com 
tão  grande  apparato  bispo  algum,  e  ambos 
fizeram  a  sna  entrada  sohmne,  pela  Porta 
Nobre,  seguindo  pela  rua  dos  Banhos,  Fonte 
da  Rata,  Ourivesaria,  S.  Nicolau,  Congostas, 
Praça  de  Santa  Catharina,  (hoje  Largo  de  S. 
Domingos),  ele. 

Com  apparato  ainda  superior,  mas  todo 
oílicial  e  obrigatório,  fez  a  sua  entrada  pela 
mesma  Porta  Nobre  e  seguiu  o  mesmo  iti- 
nerário, na  passagem  para  a  sua  archi-dío- 
cese,  o  sereníssimo  senhor  D.  Gaspar,  primaz 
das  Hespanhas  e  arcebispo  de  Braga,  filho 
bastardo  de  D.  João  V,  no  dia  1  de  outubro  de 
1709,  era  uma  segunda  feira  de  tarde,  pre- 


cedido do  provisõr  d'6sta  diooese  do  Porto» 
vários  cónegos  e  dignidades  do  eabído,  se- 
nado e  auctoridades  civis,  judiciaea  e  mili- 
tares do  Port^,  e  grande  numero  áa  pessoas 
das  mais  dístinetas  d*esu  cidade,  da  de  Bra- 
ga e  de  outras  terras  do  paiz,  formando  wm^ 
luzida  e  numerosa  cavalgada,  além  de  setenta 
e  tantas  earruagensv  islo^fóra  a  equipagem 
do  soa  alteza,  que  «atre  muitos  oflQciaes  éa. 
sua  casa,  capellães,  moços  da  camâra,  cria- 
dos de  fâro,  etc.,  passava  de  cem  pessoas,  e 
muitos  e  excelientes  eavallos  de  reipeito 
preciosamente  ajaezados,  muitas  bestas  de 
carga,  cobertas  com  reposteiros,  todos  com 
armas  reaes,  quarenta  e  tantas  oarruigiens 
differentes  e  eérea  de  130  cavalgaduras. 

Sua  alteza  hia  em  uma  magniflca  éstufit^ 
(diz  o  chronista  Manuel  Ferreira  da  Costa  e 
Saboya)  tirada  por  seis  frizQes  soberbos,  ma- 
lhados de  branco  e  baio  claro,  ricamente 
ajaezados.  Seguia-se  a  berlinda  de  viageoi, 
tirada  por  seis  valentes  machos,  nraitas  c^> 
leças^  e  grande  numero  de  criados  aea- 
valio,  por  .complemento.  Ia  à  frente  da  car- 
ruagem de  sua  alteza,  o  seu  capellao,  mon- 
tado em  om  soberbo  palafirem,  oom  a  emz 
primacial  arvorada. 

Hospedou-se  n^esse  dia  nas  casas  de  Ma- 
nuel Eieutherio  Monteiro  Moreira  Salazar, 
então  os  Paços  da  Relação,  na  Praça  das  Hor^ 
tas  (hoje  Praça  de  D.  Pedro)  e  no  dia  seguia- 
te  se  foi  eom  a  mesma  pompa  para  Braga. 

Durante  a  demora  de  sua  alteza  no  Porto, 
houve  luminárias,  salvaram  com  a  respecti- 
va artiiheria  vários  navios  de  guerra  anco- 
rados no  Douro,  e  as  fortalezas  da  cidade  e 
da  barra;  repicaram  os  sitos  em  todas  as 
torres  e  campanários  do  Porto,  todas  as  rnas 
do  transito  se  revestiram  com  precAoees  bra 
cados,  na  forma  das  reaes  ordem. 

O  escaler  em  que  soa  altesa  atravessou  o 
rio,  foi  mandado  preparar  pelo  saperinten- 
dente  da  Ribeira  das  Naus*  do  Douro»  e  era 
decorado  comprimor^isa  talha  dourada,  a 
taifa,  atéao  lamèd'agQa,  era  de  velfodoea- 
carnado,  o  toldo  do  camarim  era  também  de 
velludo  lavrado  da  mesma  cor,  com  bandas  e 
bambolin^  de  terciopello  carmezim,  com  cor- 
tinas de  seda  côr  de  canna  com  ramos  de 
prata,  e  oito  vidraças  com  caixilhos  dourar 


MG 

éos.  O  paTteento^en  todo  alcalifado  de  yth 
Indo  oom  ramos  verdes  em  eampo  de  prata; 
4q8  lados  das  vidraças  caiam  oito  cortinas 
de  seda  côr  de  pérola,  com  £k)res  de  prata,  e 
assaneteeram  de  seda  branca  franjada  e  aga- 
loada de  ouro,  e  o  tecto  era  forrado  de  se- 
da igual  á  das  cortinas. 

Na  parte  saperior  se  erguia  um  docel  da 
mesma  seda  das  sanefasi  com  espaldar  de 
outra  de  matises  em  campo  de  prata,  e  de- 
baixo d'este  docel  estava  a  cadeira  de  sna 
alteta,  coberta  de  seda  e  com  um  coxim  de 
velludo  nos  pés. 

£ra  este  escaler  tripulada  por  8  falueiree 
oa  rem^os  com  calças,  albornoEes  e  cara- 
paças da  seda  amarelia  e  enearnada,  e  com 
plumas,  um  mestte  ao  leme  e  o  patrao*mór 
â  popa,  soateatando  uma  bandeira  de  seda 
com  as  armas  reaes. 

I<iao  nos  consta  qte  em  tempo  algnm  sul- 
casse as  aguas  do  Douro  escaler  mais  lu- 
xuoso. 

N'elle  embarcou  sua  alteza  na  praia  de 
Yilla  Nova,  e  ao  som  dos  repiques  de  todos 
os  sinos  da  cidade  e  Yilla  Nova,  de  clarins 
e  outros  instrumentos  e  salvas  de  artilheria, 
seguiu  com  o  seu  numeroso  cortejo  forman- 
do uma  vasta  flotilha.  Ioda  empivesada  e  do- 
nairosa,  aió  às  proximidades  da  quinta  da 
Gblna,  pela  margem  direita  do  Douro,  d'aHi 
passou  á  margem  esquerda  junto  a  Qaebran- 
tões^  e*  seguiu  aié  jamo  de  Valle  da  Piedade, 
passando  outra  vez  para  a  margem  direita, 
9  deseoibarcando  em  uma  larga  prancba  de 
madeira,  na  praia  de  llyragaia,  onde  já  se 
achava  formado  um  regimento  de  tropa  da 
guarnição  da  cidade,  que  deu  três  salvas,  e 
fea  a  continência  do  esiylo  â  passagem  de 
aoaaliexa. 

GRAUnES  MOTINS  14*JBSTA  FREGOUIA 

■ 

Em  i474  houve  um  graade  motim  E*esta 
cidade,  nos  limites  actnaesd*esta  freguezla  de 
&  Nieolatt,  e  por  Iseo  daremos  d'elle  aqui 
resumida  noticia.  ^ 

^  Quem  quizer  saber  roais  por  miúdo  co- 
roo as  coisas  se  passaram,  leia  o  iaieresante 
romance  histórico  d*Arnaldo  Gama — Aulli- 
Dana  de  S.  Nicolau  e  consulte  o  Ârck. 


me 


73 


Ein  1474  era  Rny  Pereira,  senllor  das  Tep- 
ras  da  Santa  Maria  (Feira)  âdalgo  distinoto 
(neto  doutro  Roy  Pereira,  tio  do  condesta- 
vel  D.  Nuno  Alvares  Pereira)  um  dos  ho- 
mens mais  ricos  da  província,  dono  de  mui- 
tos navios  e  commerciante  rico,  pelo  que 
^nha  muitas  vezes  ao  Porto  tractar  dos  seus 
negócios  e  assistir  ao  despacho  e  dizimaria 
das  suas  fazendas,  pois  em  frente  do  ffrão- 
senhor  os  empregados  da  alfandega  mal 
attentavam  nas  tabeliãs  e  regulamentos.  Cos- 
tumava pois  vir  ao  Porto  Ruy  Pereira,  mul- 
tas vezes,  sempre  bem  escoltado  por  gente 
sua,  altaneira  e  turbulenta,  demorando-se 
o  tempo  qne  lhe  aprazia,  sem  se  importar 
com  os  foraes  da  cidade,  que  nio  perroitti- 
am  a  fiãalgOy  nem  poderoso,  nem  abbade  bento, 
o  poisar  n'eUa  mais  que  três  dias. 

Estava  pois  a  cidade  já  Indisposta  contra 
Ruy  Pereira,  quando  n'ella  entrou  com  uma 
porção  de  peões  e  cavalleiros  armados,  no 
dia  26  de  Maio  de  1474,  sexta  feira,  dois  dias 
antes  do  domingo  de  Pentecostes,  e  foi  pou- 
sar na  ruá  Nova  (depois  rua  Formosa,  e  hoje 
rua  dos  Ingleses)  nas  casas  de  Leonor  Vaz, 
dona  viuva,  sua  coUaça,  mulher  que  fora 
de  um  almoxarife  da  sua  casa  da  Feira. 
Despediu  parte  dos  seus  acontiados,  e  ficou 
para  assistir  ao  despacho  e  dizimação  das 
fazendas,  mas  sem  pressa  alguma,  nem  at- 
tenç5es  para  com  a  camâra  e  juizes  da  ci- 
dade, nem  para  com  os  seus  foraes.  Vendo 
os  portuenses  Ruy  Pereira  tão  descançado, 
principiaram  a  amotinar-se  contra  o  des- 
presador  dos  seus  foros,  e  a  irritação  jà  su- 
bia de  ponto  quando  a  camará,  no  dia  4  de 
junho,  a  requerimento  do  procurador  da  ci- 
dade, se  reuniu  no  convento  de  S.  Domin- 
gos, segundo  o  costume  d'aquella  epocha, 
para  accordarem  no  que  deveria  fazer-se, 
afim  de  terminar  o  escândalo  que  estava 
dando  Ruy  Pereira,  por  se  conservar  na  ci- 
dade, desde  26  de  maio,  quando  não  podia 
demorar- se  mais  de  3  dias. 

Eram  juízes  Vasco  Leite  e  Álvaro  Leiíe, 
irmãos,  —  vereadores  Fernão  Alvares  Bal- 
daia,  Vasco  Gil,  Luiz  Alvares  de  Madureira 

,  da  Camará  do  Porto,  nomeadamente  o  livro 
I  B.  fl.  131  a  141. 


74 


NIC 


e  Diogo.  Martíos,  e  procurador  da  cidade 
Gomes  Fernandes. 

Todos  estes  se  achavam  reunidos  em  ses- 
são com  vários  homens  bons,  e  os  procura- 
dores privativos  dos  mesteres,  quando  Gomes 
Fernandes^  como  procurador  da  cidade,  le- 
vantou a  questão,  excluindo  por  propor 
ou  requerer»  que  fosse  iniiaado  Ruy  Pereira» 
para  sahir  da  cidade  immediatameute — 
e  acordaram  todos  gue  assim  se  fizesse. 
E  o  juiz  Vasco  Leite,  com  dois  tabeUiàes  e 
o  procurador  da  cidade,  se  dirigiu  para  a 
alfandega,  onde  no  çiomeufio  se  achava  Buy 
Pereira,  e  pouco  depois  de  defrontarem,  com 
elle,  Vasco  Leite  lhe  disse,  com  pequena  dif- 
ferença  o  seguinte:^ 

«Ruy  Pereira,  senhor,  vós  bem  sabeis  que 
os  antigos  fundaram  sua  povoação,  aqui 
nesta  cidade,  somente  por  viverem  pelo  tra- 
fego das  mercadorias,  e  as  juntarem  nella: 
por  quanto  desde  Lisboa  até  Galliza,  não 
acharam  outro  porto  de  mar  mais  seguro 
do  que  este;  e  não  o  âzeram  por  lavrar,  nem 
criar,  por  quanto  a  terra  o  não  leva  de  si, 
nem  é  de  tal  género.  Peio  que,  senhor,  para 
a  terra  se  melhor  povoar,  e  faier  mais  no- 
brecida, trabalharam  de  lhe  achegar  aquel- 
las  cousas,  que  melhor  âzessom  a  vir  ahi 
morar  grande  numero  de  gente;  e  tanto  omis- 
so se  trabalharam,  e  tão  boas  cousas  lhe  adre- 
garam, que  vós  bem  sabeis  quantos  homens, 
em  razão  delias,  correm  para  aqui,  onde  tras- 
fegam com  suas  mercadorias  a  muitas  par- 
tes do  mundo,  demoraendo-se,  como  demoram^ 
allà  muitos  tempos,  trasfegando  por  terra  e 
por  mar,  sem  fazerem  grande  estimação  de 
virem  tão  cedo  a  suas  casas,  porque  sabem 
que  suas  mulheres  e  seus  haveres  estão  em 
logar  isempto  e  seguro. 

«Ora,  senhor,  por  estas  e  outras  cousas 
legitimas,  que  escusarei  referir,  (pois  que 
tão  de  afogadilho,  má  hora,  vos  vimos  achar) 
poderá  haver  cento  e  cincoenta  ou  duzentos 
annos,  sendo  esta  cidade  mal  habílada  com 
os  poderosos  e  fidalgos,  que  a  ella  vinham 
morar  e  pousar,  os  regedores,  offlciaes  e  po- 

»  Cart.  da  Cam.  do  Porto,  L.  B,  fl.  250— 
e  no  L.  grande,  fl.  54. 

Dissert.  de  João  Pedro  Ribeiro,  L.  i.\  pag. 
318. — Arnaldo  Gama,  livro  cit.,  pag.  303. 


NIG 

vo,  que  então  eram,  ordenaram  e  fizeram 
suas  posturas  e  vereações— que  nenhum  fi- 
dalgo nem  pessoa  poderosa,  não  fossem  re- 
cebidos por  vislnhos,  nem  morassem  na  dita 
cidade,  nem  fizessem  ahi  vivenda  nem  esta^ 
da  prolongada. 

«Desde  esse  tempo  foram  os  moradores 
do  Porto  de  posse  das  ditas  posturas,  e  as 
usaram  e  costumaram,  confirmadas  petas 
carus  d'£l  Rei  D.  Diniz  e  d'El  Rei  D.  Áffoa- 
so,  sen  filho,  ed'£l-Rei  D.  Pedro,  queacban- 
do-as  bôas^  as  houveram  por  bem  e  d'ellas 
nos  deram  suas  cartas  patentes.  Assim  as 
usaram  e  costumaram,  e  d*ellas  estiveram 
de  posse  até  o  tempo  d'fil*Rei  D.  Fernando, 
em  que,  sendo  roeirínho-mór  um  João  Fer- 
nandes Buval,  justiça  maior  na  de  Entre 
Douro  e  Minho,  havida  sobre  isto  inquiri- 
ção, a  confirmou  por  sua  carta  patente,  ac* 
crescentando,  sobre  as  dos  reis  passados,  que 
os  ditos  fidalgos  e  poderosos  não  pousassana 
nem  estivessem  na  cidade  mais  que  três  dias^ 
posio  que  fosse  na  casa  de  algum  seu  ami- 
go. E  deu  logo  poder  e  auctor idade  aos  juí- 
zes da  cidade,  para  que,  tanto  que  os  ditos 
fidalgos  e  pessoas  poderosas  fossem  reque- 
ridos que  se  sahissem,  não  se  querendo  sa- 
hir logo,  todos  ou  cada  um  dos  ditos  juízes^ 
oom  os  moradores,  os  tirassem  e  pozessem 
fora  da  cidade. 

«Estes  privilégios,  senhor,  foram  confir- 
mados depois  e  outorgados  por  el-rel  D.  João^ 
cuja  alma  Deus  haja,  e  o  mesmo  mandou 
el  rei  D.  Duarte,  e  el-rei  D.  Aflfonso,  que  ao 
presente  nos  governa. 

«E  assim  tanto  que  algum  fidalgo  ou  pes- 
soa poderosa  quer  ahi  ir  pousar  a  casa  de 
algum  seu  amigo,  na  cidade  ou  nos  arrabal- 
des, o  hospede,  antes  de  o  agasalhar,  vae  pe- 
dir licença  aos  regedores,  dizendo-lhe  o  dia 
em  que  hade  entrar,  para  se  saber  se  está 
ahi  mais  dos  três  dias,  e,  se  a  não  pede,  man- 
damol-o  penhorar  por  dez  marcos  de  prata 
para  a  cidade. 

«E  com  a  dita  licença,  quando  algum  fi- 
dalgo ou  poderoso  vem  pousar  ás  estalagens, 
podem  estar  três  dias  na  cidade,  os  quaes 
acabados,  os  requeremos  com  um  tabelllao, 
que  se  vam  fora,  e  se  logo  o  não  querem  fa- 
zer, nós  os  juizes  com  os  moradores  os  bo* 


NIC 


NIC 


75 


tamos  e  lançamos  logo  fóra,  como  aconteceu 
ao  conde  D.  Gonçalo,  ao  conde  D.  Pedro,  ao 
arcebispo  D.  Lourenço  (e  mais  era  fronteiro) 
a  João  Altares  Pereira,  voiso  senkar  avô,  a 
<jomes  Ferreira,  o  Telho,  e  a  outros;  os  quaes 
os  nossos  antecessores;  por  força  de  armas  e 
de  fogo,  eotno  melhor  poderam,  lançaram 
fora  da  cidade.  y 

«E  vós,  senhor,  chegastes  sexta  feira,  <}ue 
foi,  á  cidade;  assim  a  vossa  estada  n^ella  já 
é  britamento  e  deshonra  dos  privilégios  que 
vos  notifiquei ;  pelo  que  vos  requeiro  da  par- 
te d*e1  rei,  que  vos  saihaes  logo  d*ena,  pois 
que  09  três  dias  ]à  são  passados,  e  mai8.t 

O  rico  homem  das  terras  de  Santa  Maria, 
ouviu  a  mensagem  muito  contrariado,  e,  de* 
pois  de  soltar  algumas  phrases  inconvenien- 
tes, concluiu  com  soberano  aprumo  — que 
estava  ainda  na  cidade,  porque  as  festas  e 
oitavas  do  Pentecostes  haviam  interrompido 
o  serviço  da  alfandega,  e  que  não  se  ausen- 
tava sem  despachar  as  suas  mercadorias. 

Retirouse  Vasco  Leite,  depois  de  ordenar 
aos  tabelltães  que  de  tudo  tomassem  nota,  e 
voltando  ao  refeitório  de  S.  Domingos,  parti- 
cipou à  camará  o  que  passara  com  Ruy  Pe- 
reira. Levaniaram-se  logo  brados  de  indi- 
gnação, e  não  faltou  quem  appellàsse  para 
a  ultima  razão  dOs  povos;  nms  resolveu  a 
camará  mandar  por  quatro  ofRetaea  seus, 
nova  mensagem  a  Ruy  Pereira,  que  com 
maior  arrogância  os  recebeu  e  despediu,  re- 
petindo-lhes  o  que  havia  dito  a  Vasco  Leite. 
Regressando  os  quatro  offlcíaes  com  tal  re- 
cado, subiu  de  ponto  a  Indignação  da  cama- 
rae  do  povo,  e?alguns  mais  insoffrldos,  sahi- 
ram  logo  bradando,  e  concitando  a  populaça. 

Accordott  ainda  a  eamara  que  fossem  dois 
vereadores  com  quatro  tabelNães  convidar 
pela  terceira  vez  Ruy  Pereira  a  deixar  im- 
mediatamente  a  cidade  ou  a  ir  veros  privi- 
légios, quando  sobre  elles  tivesse  duvida. 

Partiram  effectivamente  com  esta  missão 
Diogo  Martins,  Fernão  Alvares  Baldaia  e  os 
quatro  tabelliães;  mas  Ruy  Pereira,  que  já 
se  achava  em  casa  da  sua  collaça  D.  Leonor, 
de  todo  dementado,  com  mais  aspereza  os  re- 
cebeu e  despediu,  ameaçando-os,  e  repetindo 
que  não  sahiria  da  cidade  em  quanto  não  di- 
zimasse as  suas  fazendas. 


Quando  os  camaristas  e  tabelliães  se  reti- 
ravam pela  roa  das  Congostas  para  o  con- 
vite de  S.  Domingos,  já  o  povo  crescia  em 
massa,  armado  com  toda  a  qualidade  de 
armas,  sobre  a  casa  de  D.  Leonor;  e  ape- 
nas chegaram  a  S.  Domingos  e  deram  conta 
da  sua  missão,  levantou-se  um  borborinho 
medonho  na  grande  assembléa,  bradando 
todos: 

Morra  o  mencõol  (lascivo,  deshonesto,ete.) 

Morra  o  falso! 

Morra  o  tredo  t 

Houve  atnda  assim,  quem  propozesse  que 
seguisse  a  camará  e  povo  para  a  casa  de  Ruy 
Pereira,  com  os  pergaminhos,  para  que  elle 
os  visse,  mas  que  fossem  todos  armados,  a 
que  se  elle  não  qúizesse  deixar  a  cidade  por 
bem,  fosse  constrangido  a  ferro  e  fogo. 

B  accordaram  todos  a  hua  vós  q^assyfos- 
sê—VomovL  Lopo  de  Rezende  a  escrever  na 
ementa  da  acta  d'aquella  tumultuosa  verea- 
ção. 

Os  sinos  tocaram  a  rebate,  um  alarido  in- 
fernal se  ouvia  por  todas  as  ruas  e  viellas; 
e  homens  e  mulheres,  novos  e  velhos,  todos 
armados  de  mil  formas,  se  reuniram  no  Lar- 
go de  S.  Domingos,  e  seguiram  com  os^e* 
readores  para  a  casa  de  Ruy  Pereira;  mas 
ao  chegarem  à  Rua  Nova  (hoje  Rua  dos  In- 
glezes)  surgiu  de  frente  o  bispo  D.  João  de 
Azevedo,  que  tendo  notida  do  eonflicto  cor- 
rera a  ver  se  evitava  maiores  desgraças. 

O  préstito  logo  parou,  e  todos  se  curvaram 
revereates-^pediu  então  o  bispo  á  camará 
que  Ibe  confiasse  os  pergaminhos  e  aguar* 
dasse  um  pouco,  que  elle  esperava  conven- 
cer Ruy  Pereira  da  sua  sem -razão.  . 

A  camará  do  bom  grado  annuiu,^  D.  João 
de  Azevedo  se  encaminhou  para  a  casa  do 
teimoso  fidalgo,  crescendo  a  anciedade  de 
momento  para  momento,  até  que  assomou  á 
porta  de  Ruy  Pereira,  o  bispo  D.  João,  dizendo 
que  infelizmente  nada  conseguira;  e  logo 
das  janellaa  de  Ruy  Pereira  se  disparou  um 
tiro  de  espingarda  sobre  a  turba  apinhada 
Da  rua,  e  o  povo  logo  investiu  com  a  casa, 
disparando  sobre  ella  um  chuveiro  de  balas 
e  projectb  de  toda  a  ordem.  Mas  Ruy  Perei- 
ra já  se  havia  prevenido  para  a  resistência, 
e  elle  e  os  seus  criados  se  defendiam  como 


76 


NIC 


loucos.  Àppareeèram  logo  homens  com  ma- 
chados e  trataram  de  despedaçar  as  portas, 
mas  como  estas  não  quízessem  ceder,  trata* 
ram  de  amontoar  contra  ellas  grande  qaan* 
iidade  de  lenha  e  laoçaram-lhe  o  fogo.  Pas- 
sados algons  minutos  a  casa  foi  devorada 
pelas  chammas^  salvando -se  a  custo  Rny  Pe- 
reira com  os  seus  criados,  precipitandose 
das  janellas  e  expondo-se  a  serem  trucida- 
dos pelo  povo ;  mas  vaieram-lhes  os  juízes 
e  vereadores  que  se  achavam  presentes, 
acompanhando-03  até  á  heira  do  Douro  e 
d*ahi  em  barcos  até  á  margem  opposta,  onde 
es  deixaram. 

Tudo  isto  consta  dos  arehivos  da  camará 
do  Porto,  na  querelia  de  Ruy  Pereira,  e  da 
carta  d*el-reí  D.  Affòaso  Y,  datada  de  Évora 
(aos  11  de  abril  de  147d)  na  qual  encommeu' 
da  á  camará  do  Porto  que  tenha  maneira 
como  as  ditas  casas  de  lianor  vaaz,  molker 
viuvOy  moradora  na  rua  novo,  d'cssa  cidade^ 
as  quaes  foram  queimadas  por  occasião  do 
levantamento  contra  Ruy  Pereira,  que  n*el- 
las  se  fora  aposentar,  fossem  corregidas  á 
custa  da  cidade,  porque  voos  vedes  bem  que 
eUa  demanda  rrazom,  e  que  voos  fostes  o  que 
o  dito  dano  fizestes. 

Esta  carta  se  encontra  no  livro  antigo  das 
provisões,  fl.  90. 

Da  sentença  na  querelia  de  Ruy  Pereira,  se 
vé  o  grande  commercio  que  elle  fazia  no 
Porto.  EUe  próprio  diz  que  viera  á  cidade 
para  tomar  suas  contas  aos  mestres  de  seus 
navios,  dos  fretes  d'eltes,  e  para  fazer  dizi- 
mar e  arrecadar  certa  mercadoria  que  esta- 
va na  alfandega  da  dita  cidade,  que  lhe 
viera,,,  etc. 

Na  sua  querelia  contra  os  habitantes  do 
Porto,  pedia  Ruy  Pereira  que,  além  de  outras 
penas,  lhe  foése  imposta  a  indemnisaçâo  de 
vinte  mil  dobras;  mas  a  final  foi  elle  obri- 
gado a  segurar  os  portuenses,  e  a  respeitar 
os  seus  foros  e  privilégios,  como  se  vé  da 
sentença  que  se  encontra  no  arcbivo  da  ca^ 
raara,  liv.  B,  íl.  131  a  141.  Foi  aquella  sen- 
tença dada  por  el-rei  D.  AíTonso  V,  e  é  um 
documento  importantíssimo  para  a  historia 
do  pfivilegio  que  o  Porto  gosou  até  aos  prin- 
elpioa  do  século  XVI  de  não  ter  fidalgos  den* 
tro  dos  seus  muros,  nem  nos  seus  arrabaldes. 


NIC 

O  motim  das  Hagarocas 

Em  quanto  Portugal  gemeu  sob  a  domi* 
nação  dos  bespanboes,  nào  cessavam  estea 
de  o  vexar  com  tributos  e  exacções  de  toda 
a  ordem,  a  despeito  das  suas  pomposas  pro* 
messas  de  protecção  e  liberalidade;  e  por  co- 
roa das  maiores  violências,  no  anuo  de  1628, 
reinando  Philippe  IV,  de  execranda  memo- 
ria, foi  mandado  a  esta  cidade  do  Porto,  por 
ordem  do  real  conselho  de  estado,  Francis- 
co de  Lucena,  residente  em  Madrid  e  se- 
cretario do  mesmo  conselho,  para  impôr 
n'esta  cidade  o  extravagante  tributo  das 
Maçarocas!  Apenas  elle  apresentou  ao  se- 
nado portuense  a  sua  coromissão,  logo  este 
a  approvou — como  ordem  do  seu  rei,.»  mas 
as  regateiras  e  outras  mulheres,  vendo  que 
o  exótico  tributo  tendia  directamente  a  de- 
fraudar o  pequeno  lucro  que  tiravam  das 
suas  rocas,  exasperadas  correram  em  mo- 
tim ao  terreiro  de  S.  Domingos  (hoje  doesta 
freguezia)  e  apenas  defrontaram  com  o  po- 
bre do  ul  Francisco  Lucena,  descarregaram 
sobre  elle  uma  nuvem  de  pedradas,  e  do 
certo  o  trucidavam,  se  elle  se  nào  metesse 
logo  no  convento;  mas  crescendo  o  motim 
com  grande  reforço  de  marujos  e  garotos» 
trataram  de  assaliar  o  convento,  com  uma 
formidável  bateria  de  pedras,  e  nào  sabe- 
mos até  onde  hiriaro,  se  não  echoasse  no 
espaço  uma  voz  de  estentor,  dizendo  que  o 
Lucena  havia  fugido  pela  eérca  de  S-Do- 
roiogos  para  o  convénio  de  S.  Franeisoo,  e 
doeste,  pelo  postigo  do  Pereira,  para  o  coa- 
vento  da  Serra,  onde  se  refugiara,  através* 
sando  o  Douro. 

Serenaram  então  um  pouco  mais  os  âni- 
mos, e  se  desvaneceu  o  motÂBi. 

Receando  as  consequências,  foram  o  bis- 
po (D.  Joio  de  Valladares)  e  o  senado,  pro- 
tesur  ao  Lucena,  quanto  a  nobreza  e  povo 
da  cidade  sentiram  aquelle  insulto,  termi- 
dando  por  lhe  pedirem  eflícazmente  se  di- 
gnasse regressar  ao  Porto,  certificando-o  de 
que  nada  podia  recear,  porque  as  ordenan- 
ças e  justiças  estavam  a  postos  para  conte- 
rem os  amotinados;  mas  não  houve  instan- 
cias que  determinassem  o  bom  do  Lucena 
a  expor- se  a  segunda  bateria,  e  logo  partia 


NIC 


NIC 


77 


para  Madrid,  onde  pinton  com  vívaB  eôi^s 
o  modo  gracioso  como  ii*esta  cidade  o  rece- 
beram. Faaestas  seriam  por  certo  as  conse* 
qaencias,  se  o  bispo  D.  João  de  Valladares 
não  empenhasse  seu  irmiOi  Mendo  da  Motta 
Valladares;  o  presidente  do  conselho  d*£sta- 
do,  D.  Carlos  d'Âragão;  e  o  governador  das 
justiças,  Diogo  Lopes  de  Sousa,  %•  con<}e  de 
Miranda,  para  moverem  o  tal  D.  Philippe  lY 
a  perdoar  aos  aggressores  (como  perdoou), 
«em  que  o  Porto  soffresse. 

OUTRO  MOTIM  N*BSTA  PAROCmA 

Em  1836,  os  marceneiros  do  Porto,  vendo- 
se  alTrontados  pela  mobília  vinda  d^outras 
nações,  reuniram^se  em  grande  nomero,  ar- 
mados com  martellos  e  machados,  dirigiram- 
«e  á  alfandega  velha  da  rua  dos  loglezes,  e 
fizeram  em  estilhas  toda  a  mobília  de  pro- 
cedência estrangeira,  que  encontraram  no 
«aes  e  à  porta  da  alfandega,  e  mesmo  alguns 
pianos;  retirando-se  em  seguida  para  snas 
casas,  sem  serem  presos  nem  molestados.  E 
o  nosso  governo  teve  de  pagar  o  prejaízo  ás 
sacões  que  reclamaram.  ^ 

AINDA  OUTRO  MOTIM 

Aproximadamente  em  i8S6,  porque  o  pão 
havia  attiogido  na  praça  do  Porto  preço  ex* 
horbitante,  e  porque  se  espalhou  que  a  ca- 
restia dos  cereaes  provinha  da  exportação,  a 
populaça  amotlaou-se,  e  reuniu-se  em  gran* 
de  numero  na  Ribeina,  dispondo-se  para 
invadir  e  incendiar  um  navio  aili  ancora- 
do, que  suppunham  já  carregado  da  ee- 

1  Os  marceneiros,  de[xú8  de  partirem  a 
mobília  que  encontraram  no  cães  e  proximi- 
dades da  alfandega  velha,  seguiram  para  os 
armazeus  que  a  alfandega  ainda  então  oceu- 
pava,  nos  baixos  do  convento  de  S.  DdOMn- 
gos,  invadiram-os,  despedaçaram  também  a 
mobília  estrangeira  que.alli  encontraram,  e 
recolheram-se  ás  suas  olOflcinas;  mas  em  se- 
guida formou-se  um  grande  magote  de  po- 
pulaj^a,  que  percorreu  varias  ruas  áarcldade, 
arrojando  pedras  sobre  as.iaja»dd  negocian- 
tes estrangeiros,  apupando-os  e  causando- 
Ihes  bastante  damno,  príncipalmente  nas  vi- 
trines  e  armações. 


reaes,  e  prestes  a  seguir  viagem;  mas  inter- 
vieram as  auctoridades  e  obstaram  ao  incen-» 
dio  do  navio. 

Quizeram  ainda  os  amotinados  passar  i 
Yilla  Nova  de  Gaya  para  incendiarem  x^ 
armazéns  dos  Wanzeliers,  por  constar  qnft 
n*elies  se  achava  um  grande  deposito  de  pão 
para  embarqjue;  mas  ainda  as  auctoridades 
outra  vez  os  poderam  conter.  Seguiram  de- 
pois d*alli  para  o  quartel  da  guarda  muni- 
cipal, com  grande  vozearia  bradando  como 
possessos: 

Viva  D.  Pedro  quinto! 

Vinho  a  pataco  e  milho  a  pinto! 

Immortalisou-se,  dirigindo  este  movimen- 
to popular,  um  pobre  diabo  conhecido  pela 
alcunha  de — Corcunda  dos  leilõss — por  ser 
corcovado,  e  costumar  fazer  o  papel  de  bo- 
bo ou  palhaço,  como  pregoeiro  de  leilões. 

Já  o  pobre  Cafcunda  se  achava  com  a  sua 
gente  á  porta  do  quartel  da  guarda  munici- 
pal, e  se  dispunha  para  entrar  sem  ceremo- 
nia,  quando  surgiu  o  commandante  da  mu- 
nicipal com  um  esquadrão  de  cavalleria,  e 
os  obrigou  a  fazerem-se  ao  largo.  Seguiram 
d*alii  para  a  Casa  Pia  com  a  mesma  algazar- 
ra, mas  apenas  alli  chegaram  logo  o  general 
Ferreira  (Francisco  José  Ferreira,  por  alcu- 
nha o  Trinta-Diabos),  então  governador  das 
armas  no  Porto,  os  intimou  para  que  se  afas- 
tassem e  dispersassem  (eomo  dispersaram)» 
e  assim  terminou  o  tumulto. 

Convento  de  S.  João  Novo 

Houve  nos  limites  d*esta  fregnezia,  um 
convento,  denominado  de  S.  João  Novo,  que 
era  de  eremitas  de  Santo  Agostinho,  cal- 
çados, denominados  também  gradanos,  por 
ser  o  convento  da  Graça  em  Lisboa  a  casa 
capitular  d*esta  Ordem. 

Este  convento  de  S.  Jo3o  Novo,  foi  funda- 
do, no  anno  de  1598,  por  D.  António  de  No- 
ronha, governador  de  Gochhn,  sobrinho  do 
marque2  de  Tília  Real,  sendo  bispo  do  Por- 
to, D.  Jeronymo  de  Menezes,  e  reinando  já 
em  Portugal  Philippe  il  de  Hespanha,  do 
ominosa  recordação;  sendo  ao  tempo  pro- 
vincial dos  ditos  frades,  fr.  Manuel' da  €on- 


78 


HIC 


NIC 


ceiçio,  prégador.de  soa  jnagestade.  Foi  pre- 
sidente da  nova  fondaçao  frei  Jorge  Qaelma* 
do,  depois  bispo  de  Fez,  e  primeiro  príor 
fr.  António  da  ResnrreiçãOy  tio  do  conde 
Diogo  Lopes  de  Sonsa,  qne  foi  governador 
da  jQstiça  n'esta  cidade  do'  Porto. 

O  bispo  lhes  deu,  para  sobre^ella  construi- 
rem  o  convento,  a  egreja  matriz  da  fregne* 
zia  de  &  Joio  de  Belmonte,  que  snpprimin, 
dividindo-^a  peias  outras  duas»  creadas,  como 
aqaeila,  pelo  bispo  D.  Marco^  seu  anteces* 
sor,— a  da  Victoria  e  está  de  S.  Nicolau. 

Da  primittiva  egreja,  templo  de  fabrica 
muito  bumilde,  nada  existe;  existe,  poróm, 
e  ainda  em  boas  condições,  a  egreja  dos  fra- 
des, levantada  sabre  o  chão  d*aquelJa.  É  um 
templo  dos  mais  espaçosos  que  ha  n'esta  ci« 
dade  do  Porto,  solidamente  construido,  de 
uma  só  nave  e  tecto  de  abobada  de  granito, 
com  alta  e  imponente  frontarla,  formando 
um  todo  com  duas  torres  iateraes,  e  volta- 
da ao  norte  sobre  o  largo  de  S.  João  Novo. 
Esta  (achada,  e  o  mesmo  templo,  são  cópia, 
um  pouco  mais  singela,  da  magnifica  egre- 
ja que  foi  dos  jesuius,  e  ultimamente  dos 
agostinhos  descalços»  e  que  ainda  hoje  se 
admira  no  largo  do  GoUegio  dos  Grllios, 
Junto  ao  paço  episcopal  d'esta  cidade. 

Quando  chegarmos  á  fregnezia  da  Sé,  fal- 
taremos d*aquelie  templo  e  d'aqttelie  coile- 
gio,  hoje  o  Seminário  da  diocese. 

Além  do  altar-mór,  tem  a  egreja  de  S.  João 
Novo,  quatro  altares  lateraes,  em  capellas, 
e  dois  no  cruzeiro,  voltados  para  o  corpo  do 
templo;  e  deveram  os  frades  d*e8ta  casa 
grande  parte  das  suas  rendas  e  do  seu 
clanstrp,  um  dormitório,  muitas  preciosi- 
dades 6  o  retábulo  do  altarmór  da  sua  egre- 
ja, ao  bispo  D.  fr.  António  de  Sousa,  que  le- 
ra religioso  da  sua  Ordem. 

Em  uma  das  capellas  lateraes,  está  ainda 
um  apparatoso  camarim,  oom  a  terníssima 
imagem  do  Senhor  dos  Passos. 

No  tempo  dos  frades,  as  festas  prineipaes 
que  n'e«le  templo  se  celebravam  eram,  a  do 
seu  patriardba  Santo,  Agostinho,  no  dia  28 
d^agosto,  com  vésperas,  matinas,  missa  so- 
lemne,  Senhor  exposto,  etc. — as  da  semana 
santa  ou  endoenças— a  de  S.  Gonçalo  de  La- 
gos—a de  Santa  Riu  de  Cássia— e  a  do  Se- 


nhor dos  Passos  e  Cruz  de  Christo,  a  3  de 
maio,  a  expensas  de  irmandade  própria  com 
aquella  invocação— irmandade  a  cujo  cargo 
está  a  egreja,  diesde  a  extincção  dos  frades, 
e  qne  olha  por  ella  com  desvelo,  fazendo  ala- 
da alli  festas  das  mais  lusidas  e  mais  con- 
corridas por  fieis  de  todas  as  classes,  nomea- 
damente por  famiUas  da  primeira  sociedade 
do  Porto,  sendo  sempre  pessoas  qualifica» 
das  os  provedores  d'eflta  pia  corporação; 
assim,  foi  d*ella  provedor  muitos  annos  con- 
secutivos, até  qne  faUeceu,  Álvaro  Leite  Pe- 
reira de  Mello  e  Alvim,  ultimo  senhor  e  re- 
presentante da  nobre  casa  de  S.  João  Novo,  da 
qual  fallaremos,  e  é  seu  provedor  actual  Dio- 
go Leite  Pereira  de  Mello,  da  mesma  família. 

As  festas  prineipaes  que  hoje  n^este  vasta 
templo  se  celebram,  são  —  a  do  Senhor  dos 
Passos  e  Cruz  de  Christo  —  a  de  Nossa  Se- 
nhora do  Rosário,  por  irmandade  própria, 
transferida  para  esta  egreja  da  extincta  dos 
Terceiros  dominicos  ^  a  de  Santa  Rita,  por 
devotos— e  Lausperenne  todas  as  sextas  fei- 
ras, também  a  expensas  de  devotos. 

Também  se  celebrou  n*esta  egreja  o  anna 
ultimo  (1874)  a  fesu  da  Santa  InDancia. 

O  convento  ficava,  como  se  vé  ainda,  & 
direita,  e  na  linha  da  frente  da  egreja,  com 
a  fachada  principal  voltada  ao  norte,  sobre  a 
rua  de  S.  João  Novo,  tendo  outra  face  vol- 
tada ao  nascente  e  a  terceira  ao  sul,  com  es- 
paçosos eirados  na  extremidade  oeste,  á'onf 
de  se  gosa  um  líndiseimo  panorama  bobre  o 
Douro,  desde  a  Foz  e  Lordello  até  ao  con- 
vento e  serra  do  Pilar,  e  sobre  Yilla  Nova  de 
Gaya,  $.  Ghristovão  de  Mafamude  e  o  poéti- 
co Caudal. 

N'esta  vasta  casaria,  aliás  muito  solida  e 
muito  regular,  estão  hoje  as  varas  do  crime 
e  eivei  doesta  cidade,  com  todos  os  s«us  res- 
pectivos offlcios  e  cartórios  corresponden- 
tes, e  na  espaçosa  sacristia  dos  frades,  que 
ficava  ao  sul  da  egreja,  se  montou  a  praça 
dos  leilões t... 

A.  sacristia  actual  era  um  estreito,  escura 
e  pequeno  corredor,  e  não  pôde  snbstltuir- 
se,  porque  todo  o  convento  esiá  occapada 
com  as  repartições  indicadas.  Para  as  suas 
sessões,  cartório  e  secretaria,  mandou  a  ir- 
mandade do  Senhor  dos  Passos  e  Cruz  de 


NIC 

Ghristo,  faier,  em  1872  a  1873,  easa  própria 
ao  r'06nte  da  egreia,  encostada  á  Telha  ea« 
pellioha  de  No^sa  Senhora  da  Boperança, 
que  já  mencioDámoe  no  artigo  Miragaya^  por 
ser  d'esta  fregaezia,  e  propriedade  dos  res» 
pectivoe  abbadesy  eomo  dissemos. 

Os  fra4e8  d'este  eonvento  foram,  como  to* 
dos  os  de  Portugal,  extinotos  em  i834,  mas 
deixaram  o  eonvento  em  1832,  quando  en- 
troa  n'esta  cidade  o  exèreico  liberal  Darão* 
to  o  cépco  do  Porto,  no  convento  devoloto  lo 
moatoa  o  hospital  militar,  faiendo*se  os  en- 
terramentoo  Da'Cérea,  onde  também  por  es* 
se  tempo  se  enterraram  os  cadáveres  da  fre* 
gaezia  de  Hiragaya  e  outras. 

Consorvotr-se  sHí  o  hospital  militar  alguns 
annos,  Já  depois  do  cerco,  sendo  depois  trans* 
ferido  para  a  quinta  das  Agaas  Férreas,  e 
por  ultimo  d'alU  para  o  novo  hospital  mi- 
litar de  D.  Pedro  V,  na  rua  da  Boa  Vista, 
onde  aotualmente  se  acha. 

No  tempo  em  que  Agostinho  Rebello  da 
Gosta  escreveu  a  sua  Descripção  do  Porto 
(1740-1742)  linha  este  convento  27  religio- 
sos e  sete  mil  cruzados  de  renda;  mas  em 
1832,  quando  abandonaram  a  casa,  eram  ape- 
nas 12  08  religiosos  que  n'ella  moravam,  sen- 
^  do  seu  prior  ou  prelado  fr.  Manuel  de  Aze- 
vedo, natural  de  Guimarães,  onde  vivia  ha 
poucos  annos,  e  não  sabemos  se  vive  ainda. 
O  que  podemos  dizer  com  certeza,  é  que  aia* 
da  existe  um  d*aque]le8  12  religiosos  —  fr. 
.  Francisco  Bormão,  hoje  fr.  Francisco  Hen- 
rique Bormão.  Bsta  ordem  só  rsconhecia  os 
seus  religiosos  pelo  nome  próprio  e  um  úni- 
co appellido. 

Nasceu  em  Cedofeita,  n'esta  cidade,  em 
1799;  conta  por  consequência  Já  75  annos,  < 
e  é  filho  de  João  Henrique  Bormão,  dinamar- 
quez  catholico,  e  de  D.  Maria  Emilia  Bormão, 
portugueza.  Foi  na  ordem,  pregador,  mas  não 
mais  pregou  depois  da  extiocção;  vive  no 
largo  de  S.  João  Novo,  n.«  2,  ultimo  andar, 
e  é  ha  muitos  annos  capfllão  da  irmandade 
do  Senhor  dos  Passos  e  Cruz  de  Chrísto,  na 

1  Entrou  no  convento  da  Graça,  em  Lis- 
boa, no  dia  do  Saniissimo  noaie  de  Jesus, 
domingo  19  de  janeiro  de  1817,  e  professou 
no  mesmo  convento  no  dia  4  de  fevereiro 
de  1818 — quarta  feira  de  cinza. 


NIC 


79 


egreja  que  foi  do  seu  próprio  convento.  É 
um  venerável  ancião. 

Este  eonvento  não  possuía  quintas  nem 
propriedades.  Perteneeu-llie  em  tempos  re» 
motos  o  terreno  onde  se  formou  a  magnifica 
quinta  da  China,*  sobre  a  margem  direita  do 
Douro,  mas  os  frades  o  venderam.  Os  ren* 
dimentos  d*esta  casa  consistiam  em  dinhei- 
ros motuados,  acçdes  da  antiga  companhia 
dos  vinhos^  renda  dos  armazena  nos  baixos 
do  seu  eonvento,  alguns  foros  e  pençÕes,.e 
principalmente  nos  dizimoa  da  egreja  de 
Santo  Isidoro  de  Romariz,  que  nos  últimos 
annos  eram  orçados  em  um  conto  de  réâs^ 
aproximadamente. 

Os  frades  eram  sepultados  na  sua  egreja, 
e  n*ella  se  sepultavam  também  alguns  par- 
ticulares, flsaa  em  pequeno  numero,  sendo 
um  d*esses  Gaspar  Cardoso  (dos  Cardosos 
d'Armamar),  que  ao  tempo  morava  na  fre- 
guezia  da  Yictoría,  nas  suas  casas  da  rua  do 
S.  Bento,  um  pouco  acima  da  egreja  matriz. 
Na  egreja  dos  frades,  se  vé  amda  o  carneiro 
em  que  jaz;  e  alii  depois  se  sepultaram  mais 
algumas  pessoas  d*aquella  fandiía. 

N'e8ta  egr^'a  funccionou  algum  tempo  a 
irmandade  de  S.  José  das  Taipas,  que  hoje 
tem  templo  próprio  no  alto  da  rua  do  Cal- 
vário. Tinha  em  um  altar  da  egreja  do  con- 
vento, a  imagem  de  S.  Nicolau  Tolentino,  seu 
padroeiro;  altt  fazia  as  suas  festividades,  o 
em  sepultaras  distinctas  enterrava  seus  ir- 
mãos fallecldos,  mas,  por  desintelligencias 
com  a  communidade,  retiraram  p&ra  as  Tai- 
pas. 

Também  tinham  sepulturas  ^determinadas 
na  egreja  do  convento,  as  irmandades  do  Se- 
nhor dos  Passos  e  de  Nossa  Senhora  da  Guia, 
junto  aos  seus  altares. 

Prende  ainda  com  esta  egreja  o  facto  se- 
guinte: 

Como  ó  constante,  o  bispo,  cabido  e  cama- 
rá do  Porto,  por  oceasião  ^  ladainhas  maio- 
res de  S.  Marcos,  a  25  d'abrii,  desde  tempo 
immemorial,  costumavam  bir  em  procissão 
todos  os  annos  até  á  capella  de  S.  Marcos, 
além  do  rio  na  velha  Gaya,  mas  desde  certa 
época,  ou  porque  os  intimidou  o  rio  Douro, 
que  hia  chefio  e  turvo,  ou  para  evitarem  a 
fadiga  do  passeio,  hiam  com  a  proeisião  ape- 


8Q 


MiC 


nas  até  á  porta  á(k  capellinha  de  Nossa  Se- 
nhora da  Esperança»  junto  a  este  convento, 
no  alto  da  ma  da  Esperança  (antiga  Cordoa- 
ria), d'alii  incensavam  o  S.  Marcos,  enja  ca* 
pelia  se  avistava  na  naargeiB  fronteira  ao 
Douro,  e  seguiam  para  a  eatlMdral.  Estando 
porém  um  a&no  ineensando  no  alto  da  Espe- 
rança, sobreveio  chuva  em  quantidade,  e  o 
prior  do  c<mvento  immediatamente  mandou 
abrir  as  portas  da  aua  egreja  e  os  oonvidon 
para  entrarem,  o  que  todos  acceitaram  e 
muito  agradeceram;  e  assim,  desde  essa  da- 
ta, o  cabido  e  a  camará  continuaram  a  en- 
trar e  deseançar  na  egreja  dos  frades  quan- 
do vinham  com  aqnella  procissio  á  capelli- 
nha  da  Esperança.  E  os  frades,  per  deferên- 
cia, os  recebiam  na  sua  egr^  em  commu- 
nidade—- um  d*elles  celebrava,  durante  a  de* 
mora,  missa  resada,  em  seguida,  ontro,  subia 
ao  púlpito  e  recitava  um  sermão  próprio  do 
acto  e  do  dia,  e  depois,  quando  o  cabido  e 
a  canuira  ee  dispunham  para  retirar-se,  sa- 
bia o  prior  com  a  sua  communidade  para  o 
largo  em  frente  da  egi^eja,  e  ahi  paravam, 
formando  duas  alas,  pelo  meio  das  qnaes 
passava  o  cabido  e  camará,  e,  cortejando-se 
por  ultimo,  regressavam  os  frades  ao  seu 
convento. 

Durou  isto  muitos  annos,  e  tanto  que  aquel- 
le  sermão  ficou  sendo  para  os  frades  um  das 
sermões  denominados  da  tábua  ou  tabeliã,  e 
ao  frade  a  quem  competia  e  o  pregava  era 
dado  pela  casa,  n*esse  dia,  um  prato  de  meio 
de  gratificação. 

Á  propósito  direi  quo  uma  das  maiores 
garantias  e  vantagens  de  que  gosavam  os 
frades  d*esta  casa,  era  o  poderem  pregar  em 
quaesquer  festividades  e  receberem  o  esti- 
pendio correspondente;  sendo  porém  obri- 
gados, por  turno,  a  pregar  nas  festividades 
da  casa,  e  por  e^ses  sermões,  chamados  da 
tábua,  apenas  a  casa  lhes  dava  leves  gratifi- 
cações, V.  g.  um  prato  de  meio,  como  disse- 
mos, pelo  das  ladainhas  de  &  Marcos. 

Também  a  ^asa  lhes  permittia  celebrarem 
missas,  e  receberem  as  esmolas  correspon- 
dentes, lego  que  estivessem  cumpridos  os 
legados  do  convento,  mas  não  podiam  ter 
capellanias  certas,  e  só,  em  casos  muito  ex- 
traordinários, e  com  licença  do  prior,  hiam 


me 

celebrar,  uma  ou  outra  vez,  a  catas  nebrva. 
Era-lhes  também  permittido  o  lecdonai^n» 
por  estipendio,  e  alguns  flrades  d'e8ta  casa 
foram  professores  de  tkoologia  no  senina* 
rio  velbo. 

Outra  vantagem  de  que  gosavam  estes  re* 
ligiosos  era  o  dar-lhes  a  casa  calceaça  e  ««#• 
tiaria^  —  três  pares  de  calçado  por  aniio^  d 
sempre  alternadamente,  um  aono  um  babá* 
to  branco  e  ouiro  um  habito  preto^  ou  a  aua 
importância  em  dinheiro,  o  que  por  veaes 
acceitavam,  porque  o  habito  preto  era  caro 
e  durava  annos,  por  ser  o  seu  habito  de  gala, 
que  raras  yesea  vestiam. 

Hiam  em  commnoidade,  á  prooissao  do 
Corpo  de  Deus,  e  a  outras  do  cabido  e  ca- 
mará, como  ás  dos  anaiversarioa  da  xestatt- 
raçâo  de  Portugal,  e  da  e34>ulsao  dos  frau- 
cozes;  e  só  n*estas  procissões  e  em  quaea- 
qner  festividades  o  actos  mais  solemnes  usa* 
vam  habito  preto,— por  casa  traziam  babila 
branco,  e  am  passeio  o  mesmo  habito  bran- 
co, chapéu  triangular  e  capote. 

Esta  casa  produziu  bameas  notáveis»  co- 
mo foram  ainda  nos  últimos  annos— fr.  Joeé 
de  Lima,  pregador  régio  e  pregador  geral  da 
Ordem  —  fr.  Manuel  Botelho,  theologo  dis- 
tincto,  também  pregador  e  professor  no  ve- 
lho seminário  diocesano,  etc. 

A  cerca  doeste  convento  era  muito  pe<pie- 
na.  Reduzia-se  a  um  grande  taboleiro  (pou- 
co mais)  parallelo  á  casa,  do  lado  sul«  mas 
em  compensação,  desafrontado  e  com  vistas 
lindíssimas  sobre  o  Douro  e  Yilla  Nova  de 
Gaya. 

« 

Tribunaes  de  l.«  Instanoia 

N*este  convento  de  S.  João  Novo  se  acham, 
desde  28  d^abril  de  1864,  como  dissemos»  os 
tríbnnaes  de  primeira  instancia  dà  cidade 
do  Porto  e  seu  termo,  sendo  ires  as  varas 
do  eivei  e  duas  as  do  crime,  cujo  pessoal  e 
organismo  é  o  seguinte: 

I.*  VARA  aVEL 

Juiz  —  Dr.  José  António  Pimentel  de  Ma- 
cedo. 

Delegado  —  Dr.  António  Alberto  Torres 
Carneiro. 


8Qb-de!^gaâo  de  polida  corrêcional — Dr.» 
Antodfo  fimilío  Alves  Teixeira  de  Carvalho. 

Sollieiudor  da  Fazenda— Maimel  de  Oli- 
veira Maia  Oateiro. 

Escrivães— Gil  Alcoforado  da  Gama  e  Hél- 
io, loaqniiti  Augasto  de  Sousa  Reis,  lustiiio 
Atatonio  de  lloora  Soeiro,  João  Joaquim  4a 
Motta  e  Adelino  de  Figueiredo. 

Completam  este  quadro -^mm  contador  e 
tree  offleiaea  de  diligencias. 

2.*  VARA  GIVBL 

lufiz  —  Br.,  Lino  António  de  Sousa  Ptalo. 

Deiegado-^Dr.,  António  !Mro  Xavior  de 
Barros. 

Sub-delegado  drpoHcia  comdenil-^n- 
tonfo  €ardo8o  e  JKka*  Júnior. 

Solicitador  da  Faienda^  José  Pereira  da 
Fobeeea. 

Eacrívaee  —  Geraldo  Yaa  áX)ltvelra,  Bo- 
miDgos  loȎiri41els,  Jerett^ao*  Philippe  Si- 
mões, António  José  Pereira  Iblgado  e  Joio 
José  d' Almeida  Baflto. 

Comfplétaín  eftte^^qmdro— um  contador  e 
ms  «aeiaes  de  dU^neSas. 

^8.»  vioaA  otva 

lufe — Dr.,  (Francisco  M iria  Gaspar  Mar- 
tins. 

l>elegàdo — fir.  Luolo  Augu^  %ã^er  de 
Uma. 

Stt1i4eii»gadoio  policia 'Conredanal  «^-^r., 
Florido  Telles  de  Menezes  Vaseonceilos. 

Soliiiitádor  da  Faaenda-^Hamel  âTOlivei* 
n  Maia  Outeiro. 

EjKsrivães  —  Joaquim  d' Almeida  Moura 
Ckmtiolio,  António  Auguslo  Pereira  Baptis- 
tat  tiesaa,  losé  Joaquim  da  Silva  Pereira»  João 
Bodrifues  da  Fonseca  e  Joaquim  Joeó  da 
'Silva  «Gttimaiies. 

Compleiam  o  qnadro*^«tm«ontikâor  efres 
«IliciMÊS  de  diligendas. 

Juino  de  direftod^faniaal 

i.*  DISTOOIO 


tConprehmíd»  as^  frafueiiae  da^Jé^ 
voLuks  VI 


Si 

ndéflMiso,  Yictoria,  Bomfim,  Cámpanhatt, 
Paranhos,  Gondomar,  Maia  e  Vallongo. 

Juiz— Dr.,  António  José  Pinto  da  Costa  Re,- 
beUo. 

Escrivães —António  Domingues  dos  San- 
tos, Manuel  dos  Santos  Villa  Nova  e  António 
Fernandes  Alvares.  , 

Completam  o  quadro  — três  efficiaes  de 
diUgeooias. 

K 

l"»  niSTBICTO 

Comprebende  aa  fneguezlas  de  Cedofeita^ 
S.  Nicolau,  Miragaya,  Massarellos,  Foz,  Lor- 
delkt.  Bouças  a  Q^ 

Juiz  —  Dr.,  Francisco  Manuel  da  Fonseca 
e  Castro. 

Escrivães— Victorino  Pereira  Magro,  Bei*- 
nardino  António  de  Moura  Soeiro  e  Candiâô 
Maximiano  de  Mello  Alvim. 

Completam  o  quadro  — três  officiaes  de 
diligeneias. 

fbinbem  n'esta  meèma  casa,  e  pncisamen- 
t9  no  êalBo  qf»e  era  a  sachristiá  dos  fradeèf 
está  a  prãça  dos  leiBes  e  arrematações,  c^jò 
pessoal  é  o  seguinte: 

Juiz  —  Cottsellieiro,  António  PhiKppe  de 
^Qsa  €ami)ias8o. 

Escrivies— António  Cardoso  Pinte  deSocí- 
sa  Meneias  Montenegro  e  Manuel  Gomes  doe 
Santos  Lima. 

Completam  o  quadro  —  nm  pregoeiro  e 
um  porteiro. 

Está  tamisem  n'esta  mesma  casa  o  Dep(h 
sUo  jnélko,  e  i6  o  seu  pessoal  o  seguinte: 

Presidente— Conselheiro,  António  Ptiilippa 
de  Sousa  Gatabiasso. 

Yice-Hresldente- António  José  fo  Nasci- 
mento Mio. 

i1;besoureiro— Arnaldo  Ribeiro  Barbosa. 

Dito— António  José  Gonçalv||§raga. 

Vogal  4n9pector  —  AntoDio  José  da  Cru2 
MagalbSes. 

Escrivão  —  Manuel  d^Oliveira  Maia  Gu- 
ieiro. 

lia  n*e8ta  parochia  farias  confeitarias,  sen^ 


82 


NIC 


MC 


do  dais  de  primeira  ordem— uma  nas  Tai- 
pas, D.'  26,  propriedade  de  Joaqaim  Gui- 
lherme Gustavo  Lahman,  —  outra  de  Paulo 
da  Silva  Barbosa,  no  largo  de  S.  Domingos, 
ii.«  37. 

Como  os  tanoeiros,  fogueando  na  rua  da 
Ourivesaria  e  Banhos,  prejudicassem  os  vi- 
sinhos  e  fossem  por  isso  multados,  consegui- 
ram que  a  cidade  lhes  desse,  em  1515,  o  ter- 
reno do  Postigo  de  JoSo  Paes,  que  hia  do 
Muro  contra  a  raa  da  Ourivesaria,  e  ficaram 
foreiros  à  cidade. 

{Mosaico  de  C.  Castello  Branco.) 

Albergarias  e  hospltaes  antigos 

Desde  os  primeiros  séculos  da  nossa  mo- 
Barchia,  houve  n'e6ta  cidade  vários  bospi 
taes  e  albergarias,  mas  quasi  todos  estes  es- 
tabelecimentos caducaram  depois  da  crea- 
çâo  da  Misericórdia,  porque  montando  esta 
um  hospital  em  maior  escala,  perderam  a 
razão  de  ser,  aquelles  pequenos  hospitaes,  e 
D.  Manuel,  por  isso  mesmo,  os  uniu  quasi 
todos  á  Santa  C^^sa,  exceptuando  a  alberga- 
ria e  hospital  do  •  Santo  Spnto,  no  logo  de 
Miragaya*,  e  poucos  mais. 

Álém  doesta  albergaria  do  Espirito  Santo, 
de  que  já  falíamos  no  artigo  Miragaya^  hou- 
ve no  Porto,  que  nos  recordemos,  as  se- 
guintes: a  de  Santo  Alifon,  dita  de  S.  Do- 
mingos, dita  de  Roqpe- Amador,  dita  de  Rede- 
moinhos, dita  de  S.  Salvador,  dita  de  áanta 
Clara;  da  Thareja;  de  Vaz,  na  Bainharia;  e 
os  hospitaes  do  Cimo  de  Villa,  S.  Thiago,  e 
Lázaros:  e  uma  gafaria  no  Olival. 

Aqui,  faremos  só  especial  menção  d*al- 
guns  d*e8tes  estabelecimentos  que  estiveram 
en  terreno  hoje  pertencente  a  esta  freguesia 
de  S.  Nicolau,  taes  íòram  os  hospitaes  ou 
albergarias  de  Santa  Catharioa  e  S.  Thiago, 
que  existiram  na  rua  da  Reboleira.  Ainda 
alii  se  v^m  nicho  com  a  imagem  de  S. 
Thiago,  na  frente  das  casas  n.**  52  e  54,  do 
iado  N.,  e  que  parece  indicar  o  sitio  onde 
esteve  a  velha  albergaria,  quasi  em  frente 
das  casas  que  foram  da  familía  Pedrossem, 
e  que  hoje  são  do  rico  negociante  e  proprie- 
lario  Francisco  Cardozo  Valente. 


Aqnellas  duas  albergarias  foram  traasfe- 
ridas  da  Reboleira  para  o  largo  de  S.  Joio 
Novo,  e  mais  tarde  para  a  Ferraria  de  Ci- 
ma, hoje  dos  Caldeireiros.  Eram  estas  alber- 
garias administradas  pela  camará,  mas  esta 
passou  a  respectiva  administração  para  a 
antiquíssima  irmandade  do  Corpo  de  Deua^ 
dos  ferreiros  e  serralheiros,  ou  da  Senhora 
da  Silva,  como  consta  do  archivo  d*esta  ir- 
mandade, e  nomeadamente  do  seu  com- 
promisso com  data  de  17  de  novembro  de 
1593. 

Quando  checarmos  á  freguezia  de  Nossa 
Senhora  da  Victoria  failaremos  detidamente 
d'aquella  irmandade  e  do  seu  archivo,  que 
é  importante  e  curioso. 

A  albergaria  de  8.  Salvador  esteve  na 
rua  das  Congostas,  em  uq»  becco^  onde  ain- 
da hoje  está  ama  capella  com  a  mesma  in- 
vocação, ainda  bem  conservada,  na  qual  se 
festejou,  ainda  n'este  anno  de  1875,  o  pa- 
droeiro, com  grande  pompa,  na  forma  doa 
annos  anteriores. 

Houve  também  na  raa  dos  Mercadores, 
hoje  d'esta  freguezia  de  S.  Nicolau,  nm  hos- 
pital de  Santa  Clara,  cuja  administração  foi 
dada  à  Santa  C^sa  da  Miserí^rordia  do  Porto, 
por  alvará  régio  de  15  de  maio  de  1521. 

Em  terrenos  pertencentes  a  este  hospital, 
se  eonstruiram  varias  casas,  que  fazem  fáee 
para  a  velha  rua  dos  Mercadores  e  para  a 
nova  de  S.  Joio,  uma  das  quaes  é  hoje  pro- 
priedade do  rico  negociante  e  proprietari<^ 
José  Gaspar  da  Graça,  morador  no  largo  da 
S.  Domingos. 

D*este  hospital  faz  mea^  Rebello  da  Gos- 
ta na  sua  descrípçao  do  Porto,  e  diz  que 
era  de  velhas, 

A  casa  do  sr.  Gaspar  da  Graça,  que  ooen- 
pa  nroa  parte  do  chão  onde  esteve  na  roa 
dos  Mercadores  aquetle  recolhimento,  faz 
face  para  esta  rua,  sobre  a  qual  tem  os  n.** 
149,  15!  e  153,  e  para  a  rua  de  S.  Joáo,  so- 
bre a  qual  tem  os  n.<"  110  e  li2,  e  já  teve 
os  n.<"  72  e  73.  E  mais  alguns  dos  prédios 
contíguos  a  este  foram  também  levantados 
sobre  o  local  que  occupoa  o  mesmo  reco- 
lhimento das  Velhas. 

Um  pouca  mais  abaixo  do  sitio  onde  es- 


NIC 


•NIC 


83 


eve  aqnelle  recolhimento,  ha  na  frente  da  8  três  anos,  por  cem  livras  em  cada  haom 


casas  n.**  89  a  91,  um  nicho,  com  a  imagem 
áo  Senhor  da  Boa  Fortnoa,  festejada  com 
pompa  todos  os  annos,  por  devotos  da  visi- 
áhança  no  dia  i5  de  agosto;  e  na  frente  das 
casas  n."'  Ii7  a  1Í9,  ha  também  na  mesma 
ma  outro  nicho  com  uma  imagem  de  Nos- 
sa Senhora  da  Piedade.  Teve  também  festa 
própria  feita  por  devotos,  mas  ha  annos  que 
esta  festividade  se  não  faz. 

Ha  também  n'esta  mesma  rua,  mas  do  la- 
do opposto  (nascente),  uma  casa  antíquis- 
4iba  denominada  a  Casa  da  Torre,  que  foi 
dos  mouros  (diz  o  vulgo).  Revela  effecCi- 
vamente  grande  antiguidade,  e  suppomos 
ser  uma  relíquia  do  velho  largo  da  Sé.  Os 
l^stauradores  a  desflguraram,  e  lhe  deram 
nm  aspecto  informe  e  exótico.  E'  hoje  de 
António  Pinto  Rezende,  ha  muitos  annos 
«kchristào  d'esta  freguezia  de  S.  Nicolau,  e 
tem  os  n.<"  156  e  158. 

lia  rectaguarda  d*estas  casas,  se  voem  os 
restos  da  antiquíssima  vieila  de  S.  Lourenço, 
^e  hia  da  rua  de  Sant*Anna  para  as  proxi- 
liiidades  do  collegio  dos  jesuítas,  no  Barre- 
do,  vieila  que  foi  supprimida  ha  muito,  e  o 
ehâo  da  entrada  pela  rua  de  SanfAnna  foi 
tomado  por  umas  casas  que  allí  mandou 
construir  ha  annos  o  sr.  Joaquim  de  Souza 
Haia. 

Banhos,  banoas,  e  gamellas 

Houve  no  século  XIV  um  estabelecimen- 
to de  banhos,  na  Ribeira,  então  freguezia  da 
Séf  e  hoje  freguezia  de  S.  Nicolau,  firam 
lUropriedade  do  bispo,  ainda  então  senhor. 
da  cidade,  que  os  arrendava,  como  se  vô  da 
Inquirição  sobre  os  Diretos  que  á  Igreja  do 
torto  pertenciam  na  mesma  cidade  feita  na 
gra  de  1377,  (Cartório  do  concelho  do  Por- 
to, Livr.  Grand.,  fl.  11,  col.  1*  até  fl.  i% 
eol.  !•) 

•Item,  gomes  giraldcz,  que  teve  os  Banhos 
da  Ribeira  rendadoi>;  jurado  sobre  os  sane- 
los  evangelhos  que  dissesse  verdade,  perra* 
xom  de  que  rendiam  ou  renderam  os  dictos 
Banhos,  disse:  que  os  tevera  rendados  por 


ano.t 

•Item,  Affonso,  que  os  hora  tem  rendados, 
outro  si  jurado  sobre  os  Sanctos  Evangelhos 
que  dissesse  porquanto  tem  os  dictos  banhos 
rendados  em  este  ano  que  hora  foy,  da  Era 
deseteenta  e  seis,  disse:  que  os  tevera  ren- 
dados por  sassenta  livras  e  que  este  ano  da 
era  de  sateenta  e  seis  disse,  que  os  tevera 
rendados  por  seteenta  livras  (é  do  originai 
esta  repetição)  e  que  este  ano  da  era  de 
seteenta  e  Q^e  nom  esteveram  rendados.» 

Além  d'este  estabelecimento  de  banhos»  na 
Ribeira,  cujo  local  não  pôde  fixar  se,  hou- 
ve outro  estabelecimento  de  banhos  quasi 
na  extremidade  sudoeste  do  Porto,  junto  á 
velha  rua  da  Munhota,  e  a  um  postigo  dos 
muros,  que  por  este  facto  se  denominou 
Postigo  dos  BanhoSy  bem  como  rua  dos  Ba- 
nhos aqnella  da  Muohota. 

Esta  rua,  como  outras  muitas,  foi  absor- 
vida pela  da  Nova  Alfandega,  e  o  Postigo 
dos  Banhos  là  se  vé  ainda,  tapado  com  pe- 
dra, junto  à  liogueta  do  mesmo  nome. 

•Item,  Catharina  Alvares,  viuva,  mulher 
que  foi  do  João  dos  Banhos,  trás  por  prazo 
uas  casas  nossas,  na  rua  dos  Banhos,  que  fo» 
ram  Banhos,  a  saber  metade  são  da  cidade 
e  a  outra  metade  nossa  e  do  Cabido,  a  sa- 
ber nós  as  duas  partes,  e  o  Cabido  uma,  e 
partem  de  ua  parte  com  a  parede  da  horta 
de  S.  Francisco,  por  detraz  com  o  caminho 
que  vai  para  a  Minhota,  por  deante  rua  pu- 
blica de  longo  do  chafariz  dos  Banhos,  • 
pagão...»  (Censual  da  Mitra). 

Consta  também  das  citadas  InquiriçõM 
feitas  na  era  de  1377,  que  por  aquelle  tem- 
po vivia  na  Ribeira,  n'esta  freguezia  (hoje) 
de  S.  Nicolau,  um  tal  Pedro  Affonso»  casado 
com  Catharina  Pires,  que  foi  annos  conse- 
cutivos o  rendeiro  das  gamellas. 

«Item.  (log.  cít.)  Pêro  afonso  da  Ribeyra 
e  sa  companheira  Cathelina  pirez,  e  mar- 
garida annesmolher,  de  domingos  do  porto, 
vogado  jurados  aos  Santos  Evangelhos  disse- 
rom  que  teverom  a^  gamellas,  que  som  to- 
das do  Bispado»  rendadas  na  era.de  seteenta 
anos,  por  trinta  livras  e  nos  outros  cinquo  anos 
seguintes  por  quareonta  livras  cada  huum 


m 


KIC 


HIC 


ano  e  bora  esta  era  èm  que  iKxra  iMtt09,  de 
seteenta  e  sete  anoa^  disse  o  dicto  percrafon- 
««o  que  as  tlolia  rendadas  por  trinta  o  cin- 
'^no  Ii?ra8.» 
il^do  Geaaoai  da  Mitra  eonsta  o  seguiste: 
^Mem,  loão  Rodriipies,  criado  do  Bispo  D. 
•Sftltbffisar  Limpo,  trás  por  prazo  de  nomea- 
4{iOy  as  bancaa,  gameU(»,  cestas  e  vendagem 
4lo  peseado  da  praça  éa  Ribeira  (hoje  freçtÊe- 
Wia  ie  S.  NicíOaiiJ  qae  sdbia' trazer  Bingo 
tiirao,  ese  arreei  o^dito dínlMlrvdn ▼eB^ 
dagem  pela  vca^ba  do  foral^  em^e  est  nmi- 
40  dectarada  e  faga.» 

■ 

CASAS  IMBKBB 

N'esta  ftreguezia  predomina  o  eommerciO, 
e  <ha  hoje  apenas  doas  casas  com  brazdes 
d'armas,  e  hereditariamenle  nobres^  ama  na 
roa  defiellomonte  n.*  49,  ootrano.Largo  de 
S.  Joào  Novo.  Na  de  Beilomonte  se  acba 
montado  o  Banco  Alliança,  e  é>am  lindo  pa- 
lacete com  ama  elegante  e  costesatfroDteria 
--rbem  desenhada  e. bem  .acabada. 

Pertence  á  nebre  funilia  Paehecoe  Perei- 
ras, da  qoal  daremos  em  s^gnida  am  .esbo- 
/eo<  genealógico. 

A  outra  casa  do  Largo  de  S.  Joio  Noto  é 
também  om  -bom  palacete.  Foi  de  Álvaro 
Leite  Pereira  de  Mello  e  Alvim  (hcôe  de  seus 
h<>rdeiros)  que  n*elie  faileceu,  :e  que  era  o 
legitimo  representante  da  nobre  £miilia  Ger- 
nacheside  CampoBello  eootras^mo  adian- 
te mostraremos. 

PAiamoos  niRBffiASy  no  mrio 


iOprimcâro^que  em  PottatgsilJttsou  o  ap 
llêMdo  Pacheco,  foi  Fernão  Rodrigues  Pache 
to^ví-fjoWifte  ^Icaide-mór^fie  Ceiorioi»,  com 
quem  se  deu  o  facto  lendário  da  tructaoa 
klda«dae  garra»  de  uma  águia,  quando  o  oon 
4e  de  BOtontla,  depois  D.  Aifonso  III,  era 
•regente  pt^ta Incapacidade  do  el-rei  D. ' San 
ísho,  seniniMo;  e  «ra 'Fernão'  Rodrigues  Pa 
checo  bi)iaeto  ou  3.*  neto  de  Fernão  Jere 
«las,  wok  doâí  fidiâffsetHie  vièram-pâralPor 
toga]  «om  o  «oMief^D.  Henrique,  como  dizem 
ViWtb^  «o  seu  BlucMarf  o,  art.  Ftmn, 


ne,--o  conde  D.  Pedro  no  seu  Nobiliário;  llt. 
«0^  «te. 

De  'Fernão  Rodrigues  Pacheco,  8enhor''É» 
Ferreira  d' Aves,  nasceu  João  Feniandes  Pil- 
checo,  e  d*este  —  Lopo  Fernandes  Pacheisõ 
(filho  legitimo)  grande  privado  d*el-rei  D.  Ai- 
fonso tV,  que  o  fez  rieo^homêm.  Casou  ooda 
D.Maria Oomes  Taveira,  elteve  Diogo  LiOpe» 
Pacheco,  um  dos  conjurados  que  tiraram  » 
vida  a  D.  Ignez  de  Castro,  e  que  ponde  en- 
capar á  vingança  deB.  Pedro  I,  fugindo  pa- 
ra Castella;  d*onde  vokou  a  convite  de-el- 
rei  D.  Fernando  para  o  auxiliar  na  gueréa 
com  a  Hespanha.~^Fugiado  para  altí  seguo- 
da  vnz,  por  haver  aconselhado  ao  infante  9^ 
Diniz  que  não  beijasse  a  mão  da  rainha  D. 
Leonor.  Outra  vez  foi  «hamado  por  D.  Joio  ff^ 
e,  tMMo  já  oitenta  annos,  muito  se  distingulla 
na  batalha  d*At}aharrota,  com  seus  3  filhei^ 
D.  loão  Fernandes  Pacheoo,  If^gitimo,  e  és 
dotts^bastardofi,  Lopo  Fernandes  Pacheco  e 
Fernão  Lepes  Pacheco,  fiste  D.  João  Pernao- 
des  Pacheco,  como  ^e  queria,  desbaratoa 
completamente  a  João  Annes  de  Barbada, 
genevàl  castelhano,  que  <  na  retirada  d'AljiJh 
barrota'  qoétnyám  a  cidade  de  Víset^  pii^ 
sando  á  esfiada  os  seus  habitantes:  e  com^è 
govemador  de  Trancoso,  e  o  senhor  de  L^ 
vharee,  mataram-lhe  quatro  mil  homenSi  ò 
de  isdo  O'derr0láram  entre  Valverde  e  Tran^ 
«oso.  Depois,  vendo  que  os  seus  serviços 
não  eram  remunerados  como  elle  queria,  m 
passou  para  os  castelhanos,  com  200  ho- 
mens «de  eafUlto,  enire  par^tes,  amigos  d 
criados. 

Be  D.  João  Lopes  Pacheco  descendem  os 
dnqties'de>E9catona,  os  marquezes  de  VfHn» 
na  «outras  nõbilissimas  famílias  de  Hesp»*- 
nha;  e  de  LopoP^oandes  Pacheco,  um  dua 
celebnes  eavalleiros  da  Tabola  redonda,  qgob 
fòrMn^llesafftmtar  as  damas  a  Inglaterra^ 
proeedem  os  Pa^Sheeos  de  Portugal,  entre  os 
qnaes'  avultou  o  grande  Duarte  Pacheco  Po» 
reira,  e  os  da  Quinta  da  Ledér^ma,  de  Santo 
Estevão  de  Barrocas,  no  termo  de  Guimarães^ 
eomo  'fui  João  Pacheco  de  Ledesma,  que  ti- 
rMi  brasão  de  «sua  nobreza,  no  tempo  â'el« 
rei  D.  J^  HL  Viveu  no  Porto,  foi  casado^ 
e  teve  entre  outros  ftlhos--^lf^nupl  Pscheoo^ 
que  viveu  algum  tempo  em  Campos»  do  Li* 


me 

to^  e  te^— João  Pacheo)  Perain^»  qae  vi- 
im  no  Poito,  onde  foi  vereador  do  «uno  de 
tf78^  e  teve —  Manuel  Pacbecq,  que  foi» 
C9B0  seus  pães,  senhor  4aqpinU  de  Ledes* 
na,  fidalgo  da  casa  do  infanle  D.  DuarU»  (fi- 
Ibo  d'el-rei  D.  Manue])  —  e  vereador  da  ca- 
oiara:  do  Porto  em  i597  e  i604.  Casou  no 
Porto,  com  D.  Maria  de  Novaes  Camdn),  e 
teve—  Gonçalo  Pacheco  Pereira^  que  viveu 
DO  Porto,  onde  foi  vereador  e  superintenden- 
te das  candelárias.  Casou  com  sua  prima  D* 
Isabel  Pacheco,  filha  uoica  e  herdeira  de  Al- 
fano  Pacheco  Pereira,  juiz  dar  alfandega,  de 
pi^ppriedade,  como  Já  fora  seu  pae— no  Por- 
lo,  Aveiro  e  Buaroos,  e  fidalgo  da  casa  reaL 
Bor  sua  mulher,  succedeu  Gonçalo  Pacheco 
Peieira  na  grande  quinta  da  Pachêca,  em 
frente  da  Régua,  que  ainda  hoje  (187S)  pos- 
suo (com,  mais  seis»  só  no  Douro . . .)  o  sr. 
João  Pacheco  Pereira,  de  YíUar,  ultimo  re- 
piesentante  dos  Pacbecos  Pereiras,  do  Porto. 
Do  consorcio  com  a  dita  sua  prima  teve 
Gonçalo  Pacheco  Pereira,  entre  outros  filhos. 
-^Ignacio  Pacheco  Pereira,  que  foi  também 
juia  da  Alfandega,  como  seu  avô  e  bisavô, 
foi  fidalgo  da  sereníssima  casa  de  Bragan- 
^a.eeapitào  de  uma  companhia,  de  que  era 
^pitãomór,  o  conde  de  Mttanda,  servindo  à 
awk  custa.  Casou  com  D.  Marqueza  Nunes 
4e  Povoas,  e  teve— Manuel  Pacheco  Pereira, 
qa»  foi,  também  no  Porto,  vereador  e  juiz  da 
alfandega.  Casou  com  O.  Maria  Xacome  No- 
bre, Olha  de  Francisco  Alves,  o  qual,  sendo 
alferes  aos  17  annos,  foi  para  a  índia  com 
o  vice  rei  D.  Vasco  Mascarenhas,  conde  de 
Óbidos,  e  na  lodia  serviu  22  annos  conti' 
BOPS,  prestando  relevantes  serviços  como  ca* 
pitjla  de  Mar  e  Guerra  e  commandante  da 
galera  S.  Sebastião  e  da  nau  EstreUa  d^Alva^ 
iak>.  que  foi  feito  fidalgo  cavalleiro  da  caea 
xeal,  e  cavalleiro  da  ordem  de  Christo,  com 
SWiOOO  réis  detença  pela  Alfandega  do  Porto. 
.  FaUeceu  o  dito  Manuel  Pacheco  Pereira, 
em  ^'  de  julho  de  i713  —  foi  sepultado  em 
um.  dos  jazigos  de  seus  avós,  na  egreja  do 
eaCtínoto  convento  de  S^  Domingos,  na  Porto, 
e^leve  entre  outros  filhos  — Pedro  Pacheco 
9«reira,  que  foi  também  )uix  da  alfandega 
iJA  amios  continnos . . .)  e  vereador  no  Por- 
to, noa  annos  de  1709  e  1714. 


ISB3 


«^ 


Gasoa  com  D^  Clara  Maria  Eldres,  Qiba  e. 
herdeira  de  Pedro  Bellens,  pertencente  a  nmi|, 
das  mais  nobres  e  mais  riqij^  casas. d^. ci- 
dade de  Altona  (Dhiamatca)— filho  de  Chria^. 
tiano  Bellens  e  de  sua  mulher,  Am^  Voiir 
Santen  filha  de  Jeremias  ¥on-Santea,  unde? 
cimo  condO;  de  Goiig. 

Era  O.  dicto  Pedro  Bellens  filho  primoge-» 
nito  e  representante  d'esta  opulenta  e  nobi*^ 
lissima  casa^  e  de  pães  e  avós  catholioos  ro-- 
manos;  mas  como  na  institnçao  da  sua  casa. 
houvesse  a  clâusola  de  que  fia  succêsêão  d'êl* 
lapre feriria  o  uUimo descendente qusjseguisse 
a  seita  de  Cahino,  e  declarando-se  calvinista 
um  outro  seu  irmão,  eile.desgostoso  e  nio 
querendo  abjftfar  o.  catholiâsmo  -*  renm- 
ciou  á  casa  de  sena  pais  e  ausentou*se  para^ 
Lisboa,  passando  d'ali  para  o  Porto,  ond08a 
estabeleceu,  e  casou  com  D.  Dorotbçia  Maria 
Eldres,  filha  legitima  de  Othp  Eldres,  4e^ 
uma  das  mais  illustres  famiUaa  d^Anvers^— 
neto  de  outro  Otho  Eldres,  conde  de  Eldres, 
e  de  Cathaçiqa  Escote* 

Pedro  Bellens  falleceu  em  2  de  outubro 
de  1683  e  jaz  no  carneiro  da  capella  que 
fundou  na  egreja  matriz  de  S.  Nicolau,  cam 
o  titulo  de  nossa  Senhora  da  Assumpção, 
para  si  e  seus  descendentes,  na  anuo  iò 
1672. 

Do  seu  consorcio  com  D.  Maria  Ciara  El- 
dres teve  Pedro  Pacheco  Pereira,  entre  ou* 
trofr  filhos,*- João  Pacheco  Pereira,  fidalgo* 
da  casa  real,  cavalleiro  da  ordem  de  Chris* 
to,  juiz  da  alfandega  e  vereador  na  camará, 
do  Porto  em  1757  a  171». 

Casou  duas  vezes  -^  a  L*  com  D.  Eugenia 
de  Vasconcellos  Telles  e  Menezes,  filha  da 
Sebastião  José  de  Carvalho  e  VasconeeUos, 
senhor  da  casa  de  Yilla  Boa  de  Qoirea,  e 
de  soa  mulher  D.  Maria  Thereza  de  Sousa 
Coutinho,  cujo  consorcio  não  den  sueèea- 
são,  pêlo  quepassou  a  segundas  núpcias  oca 
D.  Isabel  Joanna  Pamplona  Rattgel  da  To- 
var,  filha  de  Joio  Alv«s  Pamplonà  Carneiro 
Rangel,  fidalgo  da  casa  real,  cavalleiro  da 
ordem  de  Christo,  senhbr  da  casa  de  Beire^ 
e  de  sua  mulher,  D.  Maria  Clara  Baldaia  de 
Tòvar,  herdeh^  da  casa  de  Canellas  e  pa* 
droeira  in  scHidum  da  egreja  de  Sobrado,  e 
tiveram  entre  outros  fiUbpa. 


86 


NIG 


NIG 


— Pedro  Pacheco  Pereira,  qae  viveu  no  sen 
lindo  palacete  de  Belmonte  n.*  49,  casoa  com 
D.  Marianna  Rita  de  Sonsa  Peixoto  de  Car- 
valho, e  tiveram  dois  filhos  —  Jerónimo  Pa- 
checo Pereira  e 

—  João  Pacheco  Pereira,  que  na  qualidade 
de  primogénito,  succedeu  na  casa  de  seus 
pais  —  Casou  em  Lisboa  com  D.  Margarida 
Telles  da  Silva,  filha  do  marquez  de  Penal- 
va, e  tiveram  entre  outros  filhos 

—  João  Pacheco  Pereira,  que  ainda  vive  no 
Porto  (em  Yillar)  e  que,  como  filho  primo- 
génito, succedeu  na  grande  casa  de  seus 
maioresi 

Casou  com  D.  Maria  Angelina  Pereira  da 
Silva,  sua  prima  (que  também  ainda  vive) 
filha  do  coode  de  Bertiandos  (GoDçalo)  e 
tiveram 

—  João  Gonçalo  Pacheco  Pereira,  ainda  sol- 
teiro e  de  i9  annos  de  idade. 

Vive  com  seus  pais. 

PALAGRTE  QUE  FOI  DE  ÁLVARO  LBrTB,  NO  LARGO 
DB  S.  JOÃO  NOVO 

No  largo  de  S.  João  Novo  (freguesia  de 
de  S.  Nocdau)  acha-se  situada  a  casa  apa- 
laçada, onde  residia  e  falleceu  seu  dono, 
o  sr.  Álvaro  Leite  Pereira  de  Mello  o  Al- 
vim, representante  n*esta  cidade  de  uma 
antiga  familia,  a  que  os  genealógicos  dão  o 
nome  de  —  familia  de  Campo  Bello  —  por 
ser  na  quinta  d'este  nome,  em  Yíila  Nova 
de  Gaya,  que  elia  tinha  o  seu  solar. 

É  um  vasto  edifieio,  de  boa  architíctura, 
tomando  toda  uma  fachada  do  largo  em  que 
86  acha  situado,  e  no  que  respeita  a  obra 
de  pedra,  uma  das  mais  ricas  edificações 
particulares  d'esta  cidade.  Sobre  a  porta  da 
entrada  tem  seus  brasões  abertos  em  grani- 
to, dos  quaes  o  escudo  é  esquartelado,  ten- 
do na  primeira  pala— Gostas,  Limas— e  na 
segunda— Mellos,  Alvins. 

Foi  mandada  construir  esta  casa  no  prin- 
cipio do  século  passado,  por  Pedro  da  Costa 
Lima,  natural  da  cidade  de  Vianna  do  Cas* 

^  O  palacete  de  Belmonte  coube  em  par- 
tilhas ao  sr.  GoQçallo  da  Cunha  Souto-Maior, 
residente  hoje  em  Lisboa,  e  primo  d'este 
João  Pacheco  Pereira. 


tello,  o  qual  foi  casado  com  D.  Marta  Theie-^ 
za  de  Mello  e  Alvim,  filha  de  Pedro  de  Mel* 
lo  e  Alvim  Pinto,  senhor,  da  Casa  da  Carrei- 
ra, na  mesma  cidade;  e  tiveram  estes  senio- 
res uma  filha  única,  D.  Anna  Casimira  d^ 
Lima  e  Mello,  a  qual  casou  com  Diogo  Fran* 
cisco  Leite  Pereira,  senhor  da  Casa  de  Cam-^ 
poBello  e  da  de  Quebrantões,  em  Vílla  No- 
va  de  Gaya,  e  representante  de  uma  das  mais* 
antigas  e  illustres  famílias  dos  arredores  do- 
Porto. 

Pedro  da  Costa  Lima,  viveu  n'esta  cidade» 
e  aqui  exerceu  o  cargo  de  administrador  e 
superintendente  das  fabricas  da  Ribeira  da 
Ouro,  prestando  serviços  *valíosos,  os  quaes 
constam  do  alvará  que  lhe  concedeu  o  ídiô^ 
de  fidalgo  cavalleiro  da  casa  real,  em  satis- 
fação dos  mesmos  serviços  e  que  tem  a  data 
de  13  de  novembro  de  Í7i0.  Eis  o  seu  con- 
theudo. 

«Houve  Sua  Magestade  por  bem,  tendo 
respeito  aos  serviços  que  o  dito  Pedro  da  Costi 
Lima,  cavalleiro  da  ordem  de  Chrísto,  tem 
feito  depois  de  despachado  pelos  seus  pri- 
meiros serviços  até  o  anno  de  seiscentos  e 
oitenta  e  seis,  continuar  a  servir  mais  nos 
cargos  de  administrador  e  superintendente 
das  fabricas  da  Ribeira  de  Ouro  da  cidade 
do  Porto,  de  quinze  de  dezembro  deseis  cen- 
tos e  noventa  até  o  presente,  sem  interpola- 
ção alguma,  e  no  decurso  do  referido  tempo 
fabricou  nove  fragatas,  cinco  da  corda  é 
quatro  da  junta  do  commercio,  com  grando 
utilidade  da  fazenda  real;  e  com  a  mesma» 
sendo  encarregado  para  correr  com  a  fá- 
brica dos  gahões  d*aquella  Ribeira,  por  lia- 
ver  muitos  annos  estar  extincta,  dando  to- 
dos os  meios  convenientes,  e  as  noticias  ne- 
cessárias para  se  continuar,  mandando  logo^ 
fazer  os  cortes  das  madeiras  e  conducções 
d'ellas  com  brevidade;  provendo  os  arma- 
zéns de  todos  os  materiaes  com  tanta  ante- 
cipação que  se  não  experimentou  falta  al- 
guma, comprando  os  e  fazendo-os  vir  do 
Norte,  em  beneficio  da  Fazenda  Real,  de- 
baixo do  seu  credito;  satisfazendo  as  letras 
de  sua  importância  com  tal  pontualidade 
que  por  não  haver  dinheiro  prompto  fias 
consgoações  applicadas  a  dita  fabrica  suprir 
com  o  seu;  e  vindo  fretada  de  Ibmbarft» 


NIC 


NIC 


87 


uma  fragata  por  conta  da  Fazenda  Real, 
com  mastros  e  outras  fabrieas,  fazer  ter  de 
utilidade  mais  de  eínco  mil  crosados,  pela 
Ikzer  logo  carregar;  e  sendo-lhe  encarregado 
para  qne  n'aqoella  cidade  se  fizesse  troco 
de  Marinheiros,  dar  tâo  boa  forma  e  expedi* 
ente,  que  se  facilitou  e  estabeleceu,  não  só 
para  aqaelia  occasião,  mas  também  para  as 
mais  que  foram  necessárias;  e  indo  àquella 
birra  duas  fragatas  de  guerra,  de  guarda 
costa,  prover-se  de  mantimentos,  em  breves 
dias  e  lh'os  fazer  promptos  como  tudo  o  mais 
que  lhe  foi  necessário,  em  occasião  que  a  fra- 
gata Santa  Clara  foi  ás  rias  de  Galliza  por  cau- 
sa do  tempo,  em  todo  que  nella  esteve,  man- 
dou assistir  com  todo  o  necessário  ao  capitão 
d'el!a,  D.  João  Diogo  de  Athaide;  e  por  repe- 
tidas vezes  lhe  ter  encarregado  pelos  vedores 
da  Fazenda  o  Provimento  dos  Armazéns  d'esta 
Cidade,  o  que  muito  particularmente  lhe  foi 
agradecido,  no  aproveitamento  da  Fazenda 
Real  e  aprestos  das  fragatas  e  matérias  para 
ellas. 

Aehando^se  a  Casa  da  Moeda,  da  cidade  do 
Porto,  falta  de  dinheiro  (para  se  poder  com- 
prar o  ouro  e  prata  que  a  eila  ia  a  trocar  e 
se  perdia  a  conveniência,  e  ser  em  proveito 
da  Fazenda  Real)  emprestar  logo  nove  mil 
cruzados  e  se  offerecer  com  o  mais  que  fos- 
se necessário;  e  da  mesma  maneira  se  haver, 
vindo  o  ouro  do  Rio  de  Janeiro;  e  para  que 
não  houvesse  descaminhos,  e  a  Fazenda  Real 
tivesse  conveniência  em  emprestar  também 
quinze  mil  cruzados  e  ordenando-se  que 
n'aquella  cidade  se  fizesse  fabrica  de  cobre, 
para  ir  para  o  reino  de  Angola,  lhe  ser  en- 
carregado a  dita  fabrica  e  que  assistisse  a 
eDa  com  todo  o  dinheiro  necessário,  ao  que 
deu  l'i?o  í»nmpr« nfifnto,  comprando  muita 
ilUditiin.j  :.  v.\...re  prio  mais  barato  pre- 
ço que  se  pdde  alcançar  e  procedido  d'elle 
mandar  entregar  a  esta  cidade;  e  conside- 
rando ser  mais  conveniente  vir  de  Hambur- 
go, para  que  a  Fazenda  Rt^al  tivesse  lucro, 
lhe  ser  também  encarregado  á  dita  commís- 
são,  no  que  obrou  com  muita  conveniência, 
assim  no  preço,  como  no  pezo,  assistindo 
com  o  seu  cabedal,  com  multa  antecipação, 
dando  de  tudo  conta  no  Conselho  Ultrama- 
rino,  com  grande  zelo  e  verdade:  e  por  Or- ' 


dem  da  Junta  Geral  do  commercio,  mandar 
vir  do  Norte  e  Biscaia  os  materiaes  e  pre- 
gadura  para  a  manufactura  das  fragatas  que 
a  dita  Junta  mandou  fazer  n'aquella  cidade* 
administrando  tudo  com  todo  o  acerto;  o  ten- 
do  noticia  o  Conselho  Ultramarino  do  seu 
préstimo  e  intelligencia,  lhe  encarregar  umas 
carregações,  para  irem  para  a  nova  Colónia, 
que  remetteu  a  esta  cidade;  como  também 
muitas  armas  que  mandou  fazer  na  provin* 
cia  do  Minho,  para  as  mais  conquistas;  fa- 
zendo juntamente  afretamento  aos  navios  que 
levaram  a  Infanteria  da  cidade  do  Porto  pa- 
ra o  Rio  de  Janeiro,  em  que  tez  particular 
serviço  a  Sua  Magestade,  assim  nos  manti- 
mentos como  na  passagem  da  gente,  e  no 
pagamento  que  lhe  fez,  em  que  teve  muito 
trabalho  e  com  o  mesmo,  sendo  encarregado 
da  compra  e  remessa  do  trigo  para  esta  ci- 
dade, pala  falta  que  n'ella  havia,  no  anuo  de 
seiscentos  sessenta  e  sete,  lhe  ser  recommeu- 
dado  pelo  Secretario  de  Estado,  para  que 
com  toda  a  eautella  e  segredo  averiguasse  a 
entrada  que  uma  cetia  franceza  tinha  feito 
n*aquelle  Porto,  examinando-se  as  suas  ope- 
rações e  movimentos,  o  que  obrou  com  tan- 
to cuidado  e  diligencia,  de  maneira  que  lhe 
foi  muito  agradecida  a  iioticia  que  deu:  co- 
mo também  do  dinheiro  com  que  tinha  as- 
sistido para  o  custo  das  armas  que  se  lhe 
havia  recommendado;  e  que  com  a  mesma 
pontualidade  assistisse  com  o  que  fosse  ne- 
cessário para  a  Companhia  que  ia  de  soccor- 
ro  a  Mombaça ;  e  no  anno  de  setecentos  e 
três,  principiando-se  a  guerra  com  Castella, 
ser-lhe  encarregado  por  muitas  e  repetidas 
ordens  da  Junta  dos  três  Estados,  o  provi* 
mento  das  províncias  da  Beira,  Minho  e  Traz* 
08-Montes,  da  compra  das  armas,  petrechos, 
munições,  mantimentos  e  tudo  o  mais  ne- 
cessário para  ellas,  porque  ^ó  de  s^aa  pessoa 
e  préstimo  se  poderia  conseguir  com  luuís 
facilidade,  fiando- se  tudo  do  seu  arbítrio;  a 
que  logo  deu  principio,  comprando  todo  o 
necessário:  e  da  mesma  maneira  se  haver, 
no  anno  de  mil  setecentos  e  quatro,  na  com- 
pra que  fez  de  mil  baionetas  para  a  infante- 
ria e  vários  materiaes  e  provimentos  para  as 
ditas  provindas  e  mais  presídios,  além  dos  • 
da  lotação  dos  assentistas;  fazendo  também 


as 


NIC 


esame  da  bondade  do  pSo  qae  remetteram 
á  cidade  do  Porto»  para  ir  para  a  praça  de 
Almeida,  prevenindo  oa  barcoe  e  carmagans 
que  o  leYaram,  tomando  tattbem  conta  do 
que  mandaram  noa  navios  áquella  cídad^ 
ramettendo-o  à  dita  provinda;  vencendo  mui* 
taa  dificoldadea^  faaendo  mnitaa  cobranças, 
ejn  qae  teve  maíto  trabalho;  como  também 
m  remessa  de  nove  mil  ferramenias  que 
mandeu  fazer;  e  no  mesmo  anno,  chegando  o 
Senhor  Rei  D.  Pedro^  qae  santa  gloria  baja^ 
á  cidade  da  Goarda,  e  voo  achando  n'aqael- 
la  província  os  terços  e  tropas  do  partido 
do  Minho,  por  falta  de  pagamento,  lha  ser 
ordenado,  da  parte  do  dito  Senhor,  acudisse 
a  tao  grande  necessidade,  pedindo-lhe  man- 
dasse logo  entregar,  por  empréstimo,  ao  Ve- 
dor geral  da  dita  província,  o  que  fosse  ne- 
cessarío,  o  qaç  promptamente  fez,  mai^dan- 
do-lhe  quatorze  mil  cruzados^  e  credito  para 
qne  na  villa  de  Vianna  se  lhe  desse  tndo  o 
mais  qae  fosse  neoessario.  Estando  servindo 
de  Vereador  mais  velho  da  cidade  do  Porto, 
servir  jantamente  de  Jaiz  de  fora  perto  de 
dnfio  meses  enr  que  procedeu  com  satísfa- 
^.  E  por  ordem  do  Marquez  das  Minas^  ge- 
neral da  província  da  Beira,  remetter  á  pra- 
ça de  Almeida,  muita  quantidade  de  lonas, 
brins,  doze  mil  ferramentas  e  mil  e  seiscen- 
tas espadas;  como  também  fazer  a  ponte  de 
barcas,  e  outras  ooisas  muito  convenientes:  e 
achaado*se  o  dito  marquez  n*aqaella  provín- 
cia, com  muita  falta  de  mantimentos  para  o 
grande  numero  de  gente  que  n*ella  estava, 
Ibe  ordenou  fizesse  quanto  fosse  possível,  para 
atndar  ao  capitão  que  mandou  a  compra  do 
l4o,  e  que  todo  o  qae  podesse  haver  o  to- 
masse por  sm  conta,  e  que  com  toda  a  bre- 
vidade o  remettesse  do  Porto  da  Brvedoza, 
a  que  obrou  com  tanto  cuidado,  de  maneira 
qjue  sd  lhe  remetteu  mais  de  dons  mil  moios. 
Cinco  mil  ferros  que  por  sua  ordem  mandou 
fabricar:  e  outras  cousas  de  importância,  e  os 
calaCates  para  as  barcas,  e  os  baviamentos 
Hjacessarios  para  ellas^  e  juntamente  os  ma- 
rinheiros. E  muiu  quantidade  de  serafinas, 
olandilhas  e  mais  aviamentos,  que  tudo  com- 
prou para  se  vestirem  os  soldados,  dando 
aempre  de  tudo  tão  boa  conta  e  expedição» 
q/kà  se  fazia  adimiravel  a  suaa  ctividade^  e  | 


NIC 

provptidaocom  que  aocudia.  E  fesasreferidaíir 
compras  e  remessas  em  matéria  tao  impor* 
tanta  e  de  tao  graves  consequências,  eoma 
era  a  operação  dos  Exércitos,  e  sustenio  do» 
soldados»  devendo-se  muito  ao  seu  grande» 
diavéllo  e  cuidado;  supaiiindo  com  o  seu  pró- 
prio cabedal,  para  qa»  se  não  faltasse  ao  Sar* 
viço  Real,  em  quanto  lhe  nâo  chegaram  os 
créditos.  B  da  mesma  maneira  se  haver,  n& 
conducção  da  equipagem  de  El  Rei  Catho* 
lieo,  para  a  mesma  província,  no  anuo  de  se* 
tecentos  e  cinco,  pelas  ordens  que  teve  da 
Juala  dos  tresE*«tados.Faaer  exame  dos  man- 
timentos que  06  assentistas  tinham  n'aquel- 
la  cidade,  para  provimento  da  província  da 
Beira»  não  consentindo  os  que  tivessem  cor- 
rupção, no  que  obrou  com  todo  o  aeerto;  ^ 
requerendo  os  procuradores  do  assento  se 
lhe  fizesse  vestoria  em  ura  armaaem  onde 
tinham  bons  mantimentos»  occultando  oamaia 
que  tinlmm  com  damno^  lhe  ser  encarregar 
do  pela  mesma  Junta,  que  com  toda  a  exae- 
ção  fizesse  a  diligencia  e  tomasse  informa- 
ção do  preço  perqie  valeu  a  cevada  no  tem- 
po em  que  se  lhe  tinha  feito  empréstimo  d'^-' 
la  e  juntamente  averiguasse  o  tempo  em  que 
tinham  remettido  o  pão  para  a  Brvedoza^ 
para  se  saber  se  era  para  o  seu  provimento 
ou  para  depois  de  introduzido  na  província» 
pedirem  se  lhe  recebesse  como  sobejos  do 
assento*  Tomando  também  noticias  com  toda 
a  cauteila  de  outro  requerimento  que  haviam 
feito  e  interpozesse  com  o  seu  parecer,  como 
fosse  mais  conveniente  no  ajuste  que  se  pre- 
tendia; no  que  tudo  obrou  com  acerto.  No  do 
sete  centos  e  seis,  lhe  ser  encarregada  a  com-' 
pra  de  quatro  mil  pares  de  sapatos,  mandan- 
do logo  remettidos  á  praça  de  Almeida,  qui- 
nhentos e  vinte,  pelos  mais  se  não  pederem 
fazer  com  a  brevidade  com  que  se  pediam. 
Procurando  também,  com  todo  o  cuidado,  pe- 
la ordem  que  se  lhe  tinha  mandado,  a  quali- 
dade dos  moios  de  cevada  e  centeio  e  arrobas 
de  farinha  e  barris  de  biscouto,  que  os  ab- 
sentistas tinham  mandado  d*esta  cArtCi  para 
se  saber  se  havia  n'elles  corrupção,  o  que 
fez  com  todo  o  cuidado.  E  com  o  mesmo^  na 
compra  que  fez  de  cento,  e  cincoenta  barris 
de  pólvora,  que  mandou  remetter  ao  Vedor 
geiãl  da  provinda  do  Minho»  com  outros 


mais  que  doesta  cidade  foram  com  outros 
petrechos,  no  anuo  de  setecentos  eaete  man- 
dar duzeotas  séllas  apparelhadas  remettidaa 
ao  dito  Vedor  geral:  — Ha  Sna  Magestade 
por  bem  fazerlhe  mercê  em  satisfação  de  to- 
dos  os  serviços  referidos  de  o  tomar  por  fi*- 
dalgo  de  sua  casa  com  mil  e  seiscentos  réis 
4e  moradia  por  mez^  de  Fidalgo  Gavalleiro, 
«  um  alqueire  de  cevada  por  dia,  paga  se^ 
KUDdo  a  ordenança  e  é  a  moradia  ordinária, 
^  o  Alvará  foi  ftíito  a  treze  de  Noveinbro  de 
setecentos  e  dez.i 

Conti  nuemoscom  a  historia  do  edificio 
4e  que  tratamos. 

Por  morte  do  sen  primeiro  proprietário, 
passou  elle  a  sua  filha  única,  já  menciona- 
da, entrando  assim  nos  bens  pertencentes  á 
casa  de  Campo  B^llo;  tendo  porém  a  dita 
aenhora,  em  seu  testamento,,  nomeado  a  re- 
ferida propriedade  no  roais  novo  de  seus 
filhos  varões,  por  nome  Diogo  Leite  Pereira 
4e  Mello,  ficaria  ella  separada  dos  restan- 
tes bens  de  que  se  compunha  a  casa  de 
Campo  Belio,  senão  se  Uvesse  realisado  o  car 
samento  doeste  Diogo  Leite  com  sna  sobri- 
nha D.  Gertrudes  Emilia  Leite  Pereira,  filha 
vnica  e  universal  herdeira  de  Francisco  Ân- 
lonio  Leite  Pereira  de  Mello,  irmáo  primo- 
Ifanito  do  mesmo  Diogo  e  representante  de 
seu  falieeido  pae. 

Teve  logar  este  casamento  nos  fias  do  sé- 
culo passado,  hindo  a  nova  família  estabe- 
lecer a  sua  residência  para  a  sua  casa  do 
lai^o  de  S.  loão  Novo,  onde  permaneceu  até 
O-  cerco  do  Porto,  ^  e  estes  foram  os  pães 
do  sr.  Álvaro  Leite,  ultimamente  falieei- 
do, e  de  seus  irmãos.  Do  casamento  does- 
te sr.  Álvaro  Leite  com  a  sr.'  D.  Maria 
Ghristina  de  Faria,  nasceu  uma  única  filha, 
a  sr.*  D.  Gertrudes  Maria  das  Dores  Lei- 
t&  Pereira  de  Faria  Gernache  de  Mello  e 
Alvim,  mas  que  faUeceu  antes  de  seu  pae; 

l  Durante  o  cerco,  abandonada  pelos  seus 
proprieurios,  que  haviam  sabido  do  Porto, 
loi  a  casa  de  S.  João  Novo  arvorada  em  hos- 
pital militar,  e  depois  foi  alugada  para  a 
typographia  Commercial  Portuense,  chama- 
da do  «largo  de  S.  João  Novo,  n.*  13;»  isto 
aió  pouco  anttís  do  casamento  do  sr.  Álvaro^ 
Leite,  qut»  teve  logar  no  anuo  de  1846. 


IflC 

sendo  hoje  as  unioaa  descendentes  â'ea- 
ta  ilhistre  família  as  duas  filhas  que  fica** 
ram  do  csaamento  do  sr.  Joaquim  Augusto 
Leiíe  Pereira  de  Mello  e  Alvim,  irmão  da 
mesmo  sr.  Álvaro  Leite,  e  que  são  a  maia 
velha  a  sr.*  D.  Gertrudes  Emilia  Leite  doi 
Outeiro  Pereira  de  Mello  e  Alvim  de  Cer-* 
nache  Noronha  e  Távora,  actual  senhora  da 
casa  de  Campo  Belio,  e  representante  da  sua 
familia;  a  qual  é  casada  com  seu  primo 
Adriano  de  Paiva  de  Faria  Leite  Brandão: 
é  a  mais  nova,  á  qual  pertence  hoje*  a  ca- 
sa de  Si  João  Novo,  ó  a  sr.*  D.  Maria  He- 
lena Leite  do  Onteiro  Pereira  de  Mello  e 
Alvim  Ferreira  Pinto  Basto,  casada  com  o 
sr.  Vasco  Ferreira  Pinto  Basto,  d'esta  ci- 
dade. 

Como  o  falieeido  sr.  Álvaro  Leite  Perei- 
ra, reuniu  a  representação  de  algumas  fa- 
mílias, das  mais  illustresna  ordem  nobi- 
liarchica,  parece-nos  aqui  logar  próprio  pa- 
ra darmos  alguns  esclarecimentos  a  seu  res- 
peito,  llmitando-nos  ás  quatro  principaes, 
que'São:»Leites  Pereiras,  Cemaches,  Noro- 
nhaa  (um  dos  ramos),  e  Tavoras  (chamados 
de  Campo  Belio). 

Leites  Pereiras 

Esta  família,  que  o  padre  Agostinho  Re- 
belio,  na  sua  DescripçãodoPoríOf  assim  co- 
mo muitos  outros  auctores,  contam  entre 
as  mais  illustres  d'esta  cidade,  é  originaria 
de  França,  onde  os  melhores  genealogistas 
a  dão  como  proximamente  aparentada  com 
a  antiga  casa  dos  seus  reis.  Em  Portugal 
aeham-se  memorias  d*ella  desde  annos  mui- 
to remotos;  mas  a^ui  começaremos  &  serie 
dos  seus  representantes  em  Álvaro  Annes 
Leite,  senhor  da  honra  de  Calvos  em  Basto» 
o  qual  serviu  a  el-rei  D.  João  I,  e  foi  o  pro- 
genitor dob  senhores  da  quinta  de  Quebrau- 
t9es,  junto  ao  Porto,  primitivo  solar  d*esta. 
familia,  onde  ainda  se  vêem,  em  mais  de  uoa 
sitio,  oa  seus  antigos  brazões.  Aehase  esta 
propriedade  aituada  na  margem  esquerda 
do  Douro,  junto  ao  logar  que  chamam  do 
Areinhú,  e  af  nda  hoje  não  ha,  mais  l>erto  da 
cidade,  outra  quinta  de  extensão  egual.  Au- 
tigamente  porém  abrangia  ella  muito  maior 


m 


NIC 


«spaço»  pois  se  estendia  maito  mais  para  o 
poente,  eomprehendendo  parte  do  terreno, 
onde  mais  tarde  se  edificou  o  convento  dos 
Gnuios,  hoje  transformado  no  For(^  da  Ser- 
ra do  Pilar^  para  a  qaal  edificação  foi  esse 
terreno  gostosamente  cedido  pelo  seu  pro- 
prietário, como  se  vé  das  dironicai  respec- 
tivas, t 

!.<'— Casou  o  referido  Álvaro  Annes  Leite 
com  D.  Ptiiiippa  Borges,  irmã  de  D.  Diogo 
Borges,  abbade  commendatario  do  mosteiro 
de  S.  Miguel  de  Refoyos,  em  Cabeceiras  de 
Basto,  os  quaes  eram  netos  de  D.  Gonçalo 
Borges,  que  foi  flibo  único  de  João  Rodri- 
gues Borges  e  de  sua  mulher  D.  Catharina 
Lopes,  senhores  da  terra  de  Algôzo  e  neto 
paterno  de  Rodrigo  Annes,  portuguez  illus- 
tre  que,  servindo  em  França  nas  guerras  de 
Pbilippe  II,  o  Augusto^  abi  se  tornou  notá- 
vel na  defeza  de  Burges,  adquirindo  o  cog 
nome  de  Cavallsiro  de  Burges,  donde  por 
corrupção  nasceu  o  appellido  Bargei.  E  ti- 
veram. 

í.»— -4/t7aro  Leite  Pm-eira,  o  qual  serviu  em 
Ceuta,  no  reinado  de  D.  Affonso  V,e  foi  se- 
nhor dos  morgados  de  Quebrantdes  e  Gaya, 
a  Pequena.  Casou  com  uma  senhora,  cujo 
nome  se  ignora,  mas  que  se  sabe  ser  natu- 
ral de  Ceuttf,  e  filha  dtí  Fernãu  Roiz,  do  con- 
selho de  el  rei,  de  quem  houve 

^j*'— Diogo  Leite  Pereira,  filho  primogénito 
dos  precedentes  e  seu  successor,  casou  com 
D.  Violante  Pereira,  filha  de  Diogo  Bran- 
dão, fidalgo  da  casa  real,  contador  do  Perto, 
e  senhor  de  Correiras  e  Peruzello,  o  qual 
foi  casado  com  D.  Brites  Fernandes  de  Vas- 
concellos,  e  d*elle  descendem  também,  en- 
tre outras,  as  faiuilias  da  casa  da  Sylva,  jun- 
to de  Barcellos,  e  da  de  ViUa  Pouca  em  Gui- 
marães. E  tiveram 

k,^^Alvaro  Leite  Pereira,  successor  de 
seu  pae,  e  fidalgo  cavalleiro  da  casa  real  com 
dois  mil  réis  por  me£  de  moradia  e  um  al- 
queire de  cevada  por  dia,  por  alvará  de  26 
de  julho  de  i582,  que  para  eile  pediu  a  im- 
peratriz, mãe  de  Pbilippe  II  de  Casteila  e 

1  Na  chronica  dos  cónegos  regrantes  de 
Santo  Ago^tiuho,  menciona-se  a  carta  que 
el  rei  D.  João  III  escreveu  para  este  fim  ao 
morgado  de  Quebrantões. 


NW 

a  qual,  como  é  sabido,  era  filha  ^a  nos^ 
so  rei  D.  Manuel,  e  havia  tido  per  am» 
nobre  uma  tia  d'e^te  Álvaro  Leite.  N'e8- 
se  alvará  menciona  se  ainda  a  circumstau* 
cia  do  mesmo  Álvaro  Leite  haver  presta- 
do serviços  importantes  na  cidade  do  Por- 
to. Casou  em  Braga  com  D.  Martha  Pe- 
reira do  Lago,  filha  de  Sebastião  Percirs  do 
Lago  e  de  sua  mulher  D.  Brites  de  Carva* 
lho,  o  qual  Sebastião  Pereira  do  Lago  er» 
fidalgo  da  casa  real  e  do  legitimo  tronco  dos 
Pereiras,  como  descendente  de  Gonçalo  Roir 
de  Palmeira,  que  egualmente  foi  ascendente 
do  condestavel  D.  Nuno  Alvares  Pereira,  e  ao 
mesmo  tempo  por  sua  irmã  D.  Francisca 
Alvares  de  Colmenar,  senhora  castelhana^ 
era  muito  próximo  parente  dos  Colmenares* 
de  Hespanha. 

5.«— SfôíMíiao  Pereira  Leite,  filho  primo- 
génito dos  precedentes  e  sei  successor,  fc^ 
fidalgo  da  casa  real  e  casou  com  D.  Luiza 
daCuoha,  de  quem  teve  Jeronymo  Leite  Pe- 
reira, que  lhe  succedeu,  e  foi  casado  com  D. 
Helena  de  Portugal,  filha  e  herdeira  de  Joio 
Rodrigues  do  Caço  e  de  sua  mulher  D.  Isa- 
bel de  Portugal,  e  viveu  este  Jeronymo  Leito 
na  villa  de  Montemór-o-Velho.  Por  sua  mor- 
te,  extincta  a  varonia  n'este  ramo,  passou  a 
casa  de  QuebrantSes  aos  descendentes  do 
Diogo  Leite  Pereira,  irmão  do  referido  Se- 
bastião Pereira  Leite.  Foi  este  Diogo,  fron- 
teiro e  commendador  em  Tanger  e  fidalgo 
da  casa  real,  com  a  mesma  moradia  de  sett 
pae,  por  alvará  de  9  de  julho  de  1600,  regis- 
tado a  28  de  fevereiro  de  1G03.  Casou  com  D. 
Antónia  de  Magalhães  Pessoa,  filha  do  des- 
embargador Gaspar  Pessoa  de  Carvalho,  o 
de  sua  mulher  D.  Francisca  de  Magalhães,  a 
qual  era  dos  Magalhães,  do  Covo,  e  elle  doo 
Pessoas  de  Montemór-o-Velho,  familía  pro- 
ximamente aparentada,  entre  muitas  oa- 
trás,  com  as  Rangeis  de  Coimbra,  os  Sás  do 
Condeixa  e  os  Mellos  da  Graciosa. 

6.*  —  Mvaro  Leite  Pereira,  filho  dos  qao 
acabamos  de  mencionar,  foi,  como  seu  pa^ 
fidalgo  da  casa  real,  por  alvará  de  18  de  ja- 
lho  de  1612,  e  foi  commendador  de  S.  João 
de  Alegrete,  na  ordem  de  Christo.  Casou  eom 
D.  Antónia  de  Vasconcellos,  filha  de  Manuel 
Mendes  de  Yasconcelias  (fidalgo  da  casa  real 


e  senhor  da  casa  de  Frontellas)  e  de  sua  mu- 
lher D.  Paula  de  Moraes.  E  tiveram 

7.*  —  Diogo  Leite  Peièira,  fidalgo  da  casa 
real  e  commendador  de  S.  João  de  Alegrete 
(Alemtejo).  Fez  importantes  serviços  na- 
guerras  du  Brasil  desde  1631  até  o  anno  de 
1635,  em  qae  foi  rendido  pelos  hollandezes 
e  lançado  nas  índias.  Serviu  nas  fronteiras 
do  Minho  e  Beira,  desde  o  principio  da  ac- 
clamação  d'el-rei  D.  Joào  IV  até  1645,  no 
posto  de  capitão  de  ínfanteria  e  no  de  capi- 
tão de  cavalios,  e  também  serviu  nas  arma- 
das em  capitão  de  mar  e  guerra,  embarcan- 
do-se  ultimamente,  por  capitão  e  cabo  das 
Báns,  para  a  índia,  em  1649,  e  n*esta  via- 
gem naufragou,  padecendo  grandes  traba- 
lhos, e  n'esse  mesmo  anno  falleceu  na  cida- 
de de  Gôa.  Foi  casado  com  D.  Helena  de  Tá- 
vora de  Noronha,  filha  de  Martim  de  Távo- 
ra de  Noronha,  <  senhor  da  casa  de  Campo 
Bello  em  Vilia  Nova  de  Gaya,  e  representan- 
te de  algumas  antigas  e  illnstres  famillas,  do 
qual  em  outro  logar  faltaremos.  D*estes  nas- 
ceu 

S.*— Álvaro  Leite  Pereira  de  Távora^  o  qual 
foi  cavalleiro  da  ordem  de  Chrlsto  e  fidalgo 
càvalleiro  da  casa  real,  por  alvará  de  12  de 
dezembro  de  1680.  Nasceu  em  Yilla  Nova  de 
Gaya,  no  paço  da  quinta  de  Campo  Bello,  e 
foi  baptisado  na  egreja  de  Santa  Marinha,  da 
mesma  vilIa,  no  día  1  de  janeiro  de  1646. 
Casou  cem  D.  Lourença  Gaetana  de  Azeve- 
do e  Mello,  filha  de  Lourenço  de  Azevedo  é 
Vasconcellos  (fidalgo  da  casa  real,  e  capitão- 
mór  de  Mezão-frio),  e  de  D.  Isabel  de  Mello, 
sua  mulher.  Por  fallecimento  de  Jeronymo 
Leite  Pereira,  de  quem  falíamos,  e  que  era 
seu  primo  terceiro,  succedeu  este  Álvaro 
Leite  na  casa  e  quinta  de  Quebrantdes,  è 
succedeu  também  a  seus  pães  na  casa  e 
quinta  de  Campo  Bello,  não  sem  haver  de 
sustentar  uma  questão  com  António  de  Tá- 
vora e  Noronha  Leme  Cernache»  seu  prino 
eo-irmão,  o  qual  pretendia  recuperar  a  dita 
propriedade  como  representante  de  Martim 
de  Távora  de  Noronha.  Esta  questão  porém 
foi  vencida  por  Álvaro  Leite,  sendo-lhe  eon- 

1  Veja-se  este  nome  na  Historia  Geneaio- 
gica  da  Casa  Real 


NIG 


91 


firmada  a  posse  em  que  se  achava  da  casa 
e  quinta  de  Campo  Bello,  e  ficando-lhe  esta 
em  paga  da  legitima  de  sua  mãe,  que  não 
lhe  havia  sido  por  outra  forma  satisfeita. 
Foi  desde  então  que  esta  propriedade,  anti* 
go  solar  dos  tCernaches,i  passou  a  selo  dos 
«Leites  Pereiras,!  que  ahí  fixaram  a  sua 
residência,  por  se  achar  em  ruinas  a  casa 
que  possuíam  em  Quebrantoes.  Succedeu- 
lhe 

9.»— Pto^ô  Francisco  Leite  Pereira,  seu  fi- 
lho e  de  sua  mulher  já  referida,  o  qual  nas- 
ceu no  dia  4  de  julho  de  1698,  e  foi  bapti- 
sado a  23,  na  parochial  egreja  de  Santa  Ma- 
rinha de  Villa  Nova  de  Gaya.  Casou  por  pro- 
curação, aos  8  de  novembro  de  1720,  na 
egreja  de  Nossa  Senhora  da  Victoria,  com 
D.  Anna  Casimira  de  Lima  e  Mello,  filha  de 
Pedro  da  Costa  Lima,  de  quem  já  falíamos. 
E  tiveram 

ÍO.»— fVaníJíwo  António  Leite  Pereira,  fi- 
dalgo da  casa  real  e  cavalleiro  da  ordem  de 
Chrísto,  o  qii9}  nasceu  no  paço  da  quinta  de 
Campo  Bello,  em  Villa  Nova  de  Ga^a,  no  dia 
9  de  junho  de  1730,  e  aos  28  do  mesmo  mez 
foi  baptisado  na  eapella  particular  da  mes- 
ma quinta.  Foi  o  successor  e  representan- 
te  da  casa  de  seu  pae,  e  fez,  no  reinado  de 
D.  Maria  I,  serviços  de  algum  valor,  que  lhe 
foram  reconhecidos  por  esta  soberana,  e  que 
não  só  consistiram  em  alistar-se  no  regimen* 
to  de  Ínfanteria  do  Porto,  onde  pessoalmente 
serviu  a  rainha,  mas  em  ter  posto  ás  ordens 
do  governador  da  mesma  cidade,  por  occa- 
sião  das  guerras  que  então  houve,  uma  com- 
panhia a  expensas  suas.  Casou  na  capella  da 
sua  casa  de  Campo  Bello,  com  D.  Anna  Amá- 
lia do  Carmo  Magalhães  e  Azevedo,  natural 
do  Porto  e  filha  de  Carlos  Luiz  de  Magalhães 
e  de  sua  mulher  D.  Michaella  Thereza  de  Ma- 
galhães, todos  da  mesma  cidade.  £  tiveram 

11."— 1>.  dertrudes  Emitia  Leite  Pereira 
de  Noronha,  filha  unicá  e  universal  herdei- 
ra de  seus  pães,  a  qual  nasceu  a  18  de  mar- 
ço de  1775.  Herdou  também  a  maior  parto 
dos  bens  que  constituíam  a  casa  de  Atães, 
próximo  do  Poirto,  e  que  era  da  família  ^ 
Homem — de  quem  foi  ultimo  representante 
Fernando  Homem  Carneiro  Pereira  de  Vas- 
concellos, que  era  seu  segundo  primo,  eomo 


fa 


?íi^ 


neto  paterno  de  D.  Anna  Feliciasima  Leite 
Pereira,  saa  tia,  o  qaal  Fernando  Homem  a 
iostiiuia  por  soa  herdeira.  Casoo  esta  se- 
nhora, a  27  de  maio  de  1793,  na  capella  par 
tienlar  da  casa  de  Campo  Beiio,  com  sen  tia 
Diogo  Leite  Pereira  de  Lima  e  Mello,  innâo 
de  sen  pae,  o  qual  havia  nascido  em  Campo 
Bello,  onde  fora  baptisado,  a  21  de  setembro 
de  1745;  e  era  fidalgo  da  casa  real,  cavallei- 
re  honorário  da  sagrada  ordem  militar  de 
3-  João  de  Malta,  tendo  sido  além  d*isso  pro- 
yedor  da  Misericórdia,  do  Porto. 
.  12.»— yíítoro  Leite  Pereira  de  Mello  e  Al- 
rim,  filho  dos  precedentes,  foi  quem  sncce- 
deu  na  casa  de  seus  pães,  por  ser  o  mais  ve- 
lho dos  varões  existentes,  por  occasião  do 
iCallecimento  de  sua  màe.  Foi  fidalgo  cavai- 
leiro  da  casa  real  e  commendador  da  ordem 
de  Christo,  e  fora  também  coronel  do  regi- 
inento  de  milícias  da  Feira.  Depois  do  falie- 
cimento  de  O.  Antónia  de  Noronha  e  Cerna- 
ehe  Leme  Cardoso  Rebello,  que  teve  logar 
00  dia  11  de  setembro  de  1857,  quinta  neU^ 
e  representante  de  Martim  de  Távora  de  No* 
ronha,  de  quem  já  falíamos,  que  era  tam- 
bém seu  quinto  avô,  habilitou-se  como  úni- 
co herdeiro  de  todos  os  seus  bens  de  natu- 
reza vincular,  e  n'elles  succedeu,  juntando 
^im  á  representação  da  sua  illustre  fami- 
lia  de  —  Leites  Pereiras  —  a  de  Cemaches, 
Jforonhas  e  Tavoras,  a  qual  desde  muitos 
annos  se  achava  separada  da  casa  de  Cam- 
po Bello,  que  havia  sido  o  seu  solar  primit- 
tivo.  Foi  casado  com  D.  Maria  Christina  de 
Faria,  natural  do  Porto,  filha  de  Bento  Ri- 
beiro de  Faria  (moço  fidalgo  da  casa  real  e 
cavalleiro  professo  da  ordem  dé  Christo)  da 
qual  houve  uma  única  filha,  de  quem  já  fal- 
íamos, que  morreu  solteira,  a  12  de  julho  de 
1868;  fallecendo  depois  seu  pae,  no  dia  19 
io  novembro  de  1869,  e  succedendo-lhe  na 
representação  de  sua  íamilia, 

13.«— Z>.  Gertrudes  Emília  Leite  do  Outei- 
ro Pereira  de  Mello  e  Alvim  deCemache  No- 
ronha e  TavorOy  sobrinha  mais  velha  do  pre- 
cedente (n.«  12),  por  ser  filha  de  seu  irmão 
Joaquim  Augusto  Leite  Pereira  de  Mello  e 
Alvim,  o  qual  seguira  primeiro  a  carreira 
djts  armas^  tendo  mais  tarde  casado  no  Por?  | 
fo  com  D.  Guilhermina  Augusta  do  Outeiro» ' 


filha  de  Manuel  Joaquim  do  Outeiro  (bacha- 
rel formão  em  direito  pela  universidade  de 
Coimbra  e  cavalleiro  da  ordem  de  Nossa  Se- 
nhora da  Conceição  de  Yilia  Viçosa)  e  de  soa 
mulher  D.  Maria  Delphina  Cândida  da  Sil- 
veira Pinto.  (Do  casamento  doeste  senhor»  o 
único  dos  irmãos  do  sr.  Álvaro  Leite,  ulti- 
mamente fallecido,  que  deixasse  successão^ 
ficaram  unicamente  duas  filhas.)  É  esta  se» 
nhora,  desde  o  fallecimento  de  seu  tio,  a 
13.*  senhora  dos  morgados  de  Quebrantoes 
e  Gaya  Pequena,  17.'  do  de  Campo  Bello,  e 
13.*  do  vinculo,  chamado  dos  Noronha»,  in- 
stituido  em  Santa  Eulália  de  Macieira  de 
Sames,  por  D.  Fernando  Vaz  Cernache  de 
Noronha,  de  quem  adiante  faltaremos.  Ca- 
sou, a  16  de  outubro  de  1871,  com  Adriano 
de  Paiva  de  Faria  Leite  Brandão,  i  seu  pa^ 
rente»  natural  de  Braga  e  filho  de  Juão  de 
Paiva  da  Costa  Leite  Brandão,  senhor  do 
morgado  do  Pomar,  na  Póvoa  de  Lanhoso» 
e  de  sua  mulher  D.  Miquelina  Emilia  Ribei- 
ro de  Faria,  da  cidade  do  Porto.  Vive  na  sua 
casa  de. Campo  Bello  em  YilIa  Nova  de  Gaya» 
e  tem  ao  presente  dois  filhos,  uma  menina 
por  nome  Maria  Luiza,  e  um  varão  chama* 
do  Diogo,  ambos  de  menor  edade. 

Oemaohes 

l.*-— Teve  principio  esta  família  em  Álva- 
ro Eannes  de  Cernache,  que  se  snppoe  ser 
um  fidalgo  da  familia  dos  Vieiras,  e  qne  ois 
genealogistas  dão  como  natural  da  villa  da 
Semache,  junto  a  Coimbra,  da  qual  tomoa 
o  nome.  Viveu  em  tempo  de  D.  João  I  e  lo- 
mou  parte  na  batalha  de  Aljubarrota,  onde 
ae  distinguiu  como  alferes  qne  foi  da  ban- 
deira na  celebre  Ala  dos  Namorados,  e 
achou-se  também  com  o  mesmo  rei  na  to- 
mada de  Ceuta,  onde  pelas  mãos  d'elle  foi 

<  È  bacharel  em  mathematica  pela  nni- 
versídade  de  Coimbra  e  doutor  em  phyloso- 
pUa  pela  mesma  universidade^  e  actiialneB- 
te  lente  da  secção  de  philoso^hia  da  acade- 
mia polytechoica  do  Porto.  Veja-'se  Port.iint, 
e  moderno,  art.  Braga;  Mem,  hist,  da  facui- 
dadê  dâpkihsophia,  pflo  sr.  Simões  de  Car- 
valho, pag.  168,  173,  189  e  267;  BibUogra- 
fkia  da  umcersidade  de  Coimbra^  por  A.  M. 
eabra  de  Albuquerque,  tô7l^  pag.  lOi, 


Nil; 

armado  cavaneiro.  (Thegon,  pelos  seaB  grim* 
desserviço?,  sl ser Anadehmór úo$ Besteiros 
de  càvallo  e  de  gamtcha  e  a^o  (veja-se  o 
Elucidário  de  Viterbo,  n^estas  palavras),  e 
él-reí  lhe  fez  doação  do  senhorio  de  Gaya 
de  juro  e  herdade,  jontamente  com  ontros 
bens.PuDdou  Álvaro  Eaniies  ttm  hospital  em 
Seroaehe.  sna  pátria,  mas  viveu  em  Gaya, 
onde  íandou  os  paços  da  qafDta  de  Campo 
Betio,  á  que  o  povo  chama— paços  ;de  Rei- 
miro,  oa  de  ei-rni  Ramiro — atttibufndo  lhe 
nma  origem  muito  mais  antiga;  é  possível 
effectivameote  que  dVlies  existisse  já  algu- 
ma cousa  qaandopassaram aeste possuidor, 
em  tempo  de  D.  JoãoL  ^  Acha  se  sepultado 
ua  egreja  do  mosteiro  das  religiosas  domi- 
vícas  de  C(/rpus-Ghristi,  em  Tilla  Ntfva  "de 
Baya,  em  tumulo  levantado,  encimàllo  pe- 
las armas  dos  Gernaches  (as  meàmas  que 
em  mais  de  um  sitio  se  teem  da  quinta  dè 
€ampo  Bello)  e  cem  uma  inscrip^  indi* 
eando  o  shu  nome  e  outras  eireumstanciasa 
elle  relativas.  >  A  quinta  de  Campo  Bello, 
onde  a  sna  família  ficou  estabelecida,  pas- 
sou successivamente  a  seus  descendentes  e 
acha-se  ainda  hoje  tm  poder  de  seus  actuaes 


1  Garrett,  fallando  d*estacasa,  diz:— ^Pas- 
sam  essa  fimte  tão -celebrada,  passam  a  an- 
tiga <)asa  que  o  povo  appelHáa  também  ^pa- 
çoa  de  ti  re^^R^mrro,!  inaa  que  visivelmen- 
te é  uma  cumarur^  do  século  decimo 
jfuarto  e  que  talvez  n'aqi]elle  tempo  fos<«e  a 
resideofia  dosciosojtrHs  de  Portugal,  quan- 
ido  alli  vinham  qu«si  oecultamente — affof' 
nu2os,  diria  umpuristarHsagispirar  com  o 
uovo  rontra  os  bis^posst^us  senhores.»  (Arco 
dê  SanCAnna—l,  cap.  XVIII).  O  que  é  cer- 
TO  é  (}ue  ]à  nVssa  época  (i^t^culo  XIV)  esta 
«asa-Kf tencia  á  femifia,  a  que  depois  per- 
tefiCf^i  sempre  e  ainda  ht^e  pertence  por 
coiuiuuadas  suixes.^^Qfs. 

2  O  tQinuln  priíriitivo  tinba  o  sf^guinte 
epitaphio:  •  Aqui  jaz  Álvaro  Annes  de  C^r- 
n&4*he,  «a^tleiro  rriado  qifce  fui  de  el  rei  D. 
luban,  eufa  alma  Dt^u^i  haja,  e  auadel  mór 
do»  besteiros  de  cavallo, »  alferes  que  foi  da 
bandeira  dos  namoradora  na  batalha  real  e 
em  todal-as  outra**  guerra^.  ^  qual  se  fiuou 
Ba  era  de  myl  et  gocg  ^\  XXXXII  anos.i  A 
pedra  efii  i|ue  ^u  iu^cripçáo  testava  aberta, 
foi  ha  pouctt  encontrada  na  quinta  de  Campo 
Bell4),  prlij  spu actu.ll  propriet:«rlo. 

O  turiiulo  ftii  reformado  em  1579,  mudàn- 
do*se  para  a  forma  porque  o  dt^creve^flr. 


M 


9^ 


representantes;  porém  o  senhorio  de  Gaya,  ^ 
dita  a  Grande,  vindo  a  quebrar-se  a  var»» 
nia,  em  sua  descendência,  reverteu  à  corOa; 
passando  mais  tarde  para  a  casa  do  marqaea 
de  Abrantes. 

2.«— A  este  Álvaro  Eannes  succedeu  Fer- 
não Alvares  de  Cernache,  seu  filho  e  de  Cia* 
ra'Eanne8,  o  qual  foi  cavailmro  do  i.«  du- 
que ide  Bragança  D.  AfTonao,  e  anadel  mór 
dos  besteiros.  El-rei  D.  Affonso  V  lh9  con- 
firmou a  casa  de  juro  e  herdade.  Casou  com 
D.  Leonor  AÍTonso  de  Alvim  e  morreu  po- 
leJAndo  na  batalha  de  Alfarrobeira.  Pol  se- 
pultado no  mosteiro  de  S.  Domingos  do 
Porto. 

d,""— Álvaro  Eannes  de  Cemache,  filho  do 
precedente  ede  sua  mulher  eseusucces- 
sor.  Foi  senhor  de  Gaya,  como  seu  pae  ô 
avô,  e  acha-se  memoria  d'elle  nos  livros  áé 
el  rei  D.  Aflonso  V.  Casou  duas  vezes,  da 
i.*  das  quaes  nlo  teve  successâo,  e  casando 
%•  vez  com'D.  Briolanja  de  Castro,  filha  do 
Gonçalo  Vaz  Pinto,  senhor  de  Ferreiros  do 
Tendaes  e  de  'D.  Vecia  do  Mello,  siu  mu« 
Iher,  teve 

i^—ffregorio  de  Vemache^  o  qual  foi  se- 
nhor de  Gaya  e  da  restante  casa  de  seu  pie 

Luiz  'de  Souza.  (Bistde  S.  Domingos,  3* ed.; 
Wl.  f .?.  liv.  6.»,  tíap.  5*— fô67,  Lisboa).     > 

<Fí«9iMiOBte  em  1706,  oonstraíndo-se  por 
causa  das  cheias  do  Douro  a  actual  e^ rvja 
de  Corpus  Christi,  foi  o  ^tumulo  de  Álvaro 
Eaunes  de  Cernache,  posto  como  se  acha 
ainda. 

1  0'tigDahda  existenoia  de  seulMirlOjDa 
casa  de  Campo  Bello  vé-8e  ainda  hoje^na  aa* 
tiga  torre,  coroada  de  ameias,  que  lhe  do« 
fenda  a  entrada.  Citaremos  a  este  resípcito 
Manuel  SWverim  4o  'Farla-^iM.  de  PoH^ 
dfíc-^a.*,  j  >.••,  «iiiée  diz:  — «A  estas  terrai 
(onHie  tinlhafa  s^fiAorto  ou  alguma  jurisdic^ 
^)  chamavam  S'/afi9«.  derivando  o  nomo 
da  palaYra  latina  soíum,  que  quer  diz^ 
terra  e  ás^oto' donde  o  hf>mem  está.  Edtfi« 
oaním  «MiolOittes Hdalgos 'Suat*  torres  e  oa« 
sfts  íorttm  onde  viviam ;  sl^x  para  se  de- 
fender«>m  dos  rebates  dos  mounts,  como  por 
Mr  esio  inodo^deiOdifi^ar  catas  furtas  ^o 
camfN),  pirop^ioiâiio  naodes  Mio  norte,  como 
ainâa'lkii|e  oe  ivé  om^oda  a  França,  >Allema« 
nha  e  IniJlUterra.  Pelo  que  nWte  reino  ao 
não  foncHfóa  licença  para  faser  ostas  torres 
e  pòr  omin*as  ii*eUa9,  senão  a  pessoas  lilus* 


94 


fflC 


NIC 


e  iaíz  da  alfandega  do  Porto,  e  casando  com 
P.  Joanna  de  Noronha,  flibannica  e  nnWer- 
aal  herdeira  de  D.  Sancho  de  Noronha  (vid. 
Moronhas)  teve  ^ 

^.•— D.  Fernando  Vaz  Cemache  de  Noro- 
nha,  que  foi  também  jaiz  da  alfandega  do 
Porto.  Foi,  além  d'isso,  senhor  de  Gaya  e  te- 
ve a  commenda  de  S.  Martinho  de  Soeiro, 
na  ordem  de  Ghristo.  Casou  com  D.  Brites 
Pereira,  filha  de  Ray  Leite,  thesonreiro  da 
moeda  em  Lisboa,  feitor  e  capitão  de  mina, 
e  de  sua  primeira  mulher  D.  Joanna  Perei- 
ra. Foi  elle  o  instituidor  do  vinculo  que 
ainda  hoje  possuem  seus  herdeiros  e  des- 
cendentes em  Santa  Eulália  de  Macieira  de 
Sarnes. 

ô."*— D.  Martitn  Vaz  de  Cemacht,  filho  do 
prjecedente  e  seu  successor  no  senhorio  de 
Gaya,  casa  e  quinta  de  Campo  Bello,  e  mais 
bens.  Concluiu  |l  reforma  do  tumulo  de  seu 
4.*  avô,  que  seu  pae  havia  começado,  oomo 
mostrava  um  letreiro  que  existiu  no  me«aio 
tumulo,  concebido  assim:  —  iD.  Fernando 
Vaz  Cernache  de  Noronha  e  D.  Brites  Perei- 
ra, sua  mulher,  reformaram  esta  sepultura, 
onde  jazem  seus  a^ós.  Acabou-a  D.  Martim 
Vaz  Cernache,  seu  filho,  sexto  herdeiro  de 
sua  casa.  Anne  1579.  •  Fez  importantes  obras 
na  sua  casa  de  Campo  Bello  sobre  o  portão 
de  entrada,  da  qual  se  vé  ainda  hoje,  por 
baixo  da  pedra  de  armas,  o  segolínte  let- 
treiro: 

«D.  Martim  Vaz  de  Cemache  sexto  ordeiro 
d'esta  casa.  1580* 

Casou  duas  vezes,  de  nenhuma  das  quaes 
teve  suecessão.  ^ 

1  D*este  foi  irmão  o  notável  D.  Pr.  Ghris- 
tovão  de  Cernache,  cavalleiro  professo  da 
ordem  dos  hospitalaríos  de  S.  João  de  Jerusa* 
lem,  Bailio  de  Beça,  grão-ehanceller  de  Rho* 
des,  preeminente  ao  priorado  do  Grato,  com- 
mendador  de  Poiares  e  da  villa  de  Freixiel, 
áo  conselho  de  ol  rei  e  fidalgo  da  sua  casa, 
que  se  acha  em  sepultura  nobre  no  mostei- 
ro de  Leça  do  Bailio. 

*  Teve  dois  irmãos  varões:— D.  Ruy  Vaz 
de  Cernache,  que  morreu  em  Roma,  sem  ge- 
ração, em  1579;  e  D.  Gregório  Cernache  de 
Móronha,  que  acompanhou  a  el-rei  D.  Se- 
bastião a  AÍeaeer-Quivir  e  ahi  morreu,  sem 
deseendeocia,  depois  de  haver  pelejado  va- 
loresamente  na  bandeira  dos  aventureiros.  ' 


7.*— D.  Genebra  de  Horonha^  irmã  do  an- 
tecedente, foi  quem  succedeu  na  casâ  de 
seu  irmão,  depois  da  sua  morte,  e  a  elU 
pertenceu  a  quinta  de  Campo  Bello,  cora 
todos  06  vínculos  dos  seus  antepassados,  fi- 
cando porém  vago  para  a  coroa  o  senhorio 
de  Gaya  grande,  que  mais  tarde  passou  pan 
a  casa  do  marquez  de  Fontes  e  Abrantes.  Foi 
casada  com  Manuel  Feio  de  Mello,  senhor  de 
Monte  Redondo  e  alcaide-mòr  da  villa  do 
Botão,  no  bispado  de  Coimbra,  e  tiveram 

S.""— jD.  Maria  de  Noronha^  filha  única  dos 
precedentes  e  sua  universal  herdeira,  a  qual 
casou  com  Domingos  de  Távora  ^  fid<ilgo  do 
legitimo  tronco  dos  Tavoras,  e  d*estes  nascea 
9^— Martim  de  Távora  de  Noronha^  o  qual 
foi  filho  único  dos  precedentes,  senhor  da 
casa  de  Campo  Bello,  onde  residiu,  e  fidal- 
go dos  mais  ricos  e  considerados  das  pro- 
víncias do  norte.  Casou  com  D.  Blaria  Leme» 
filha  e  herdeira  de  Henrique  Leme  de  Miran- 
da, senhor  do  morgado  de  Loivos  da  Ribeira 
e  padroeiro  de  Mezão-frio,  casado  com  D.  An- 
tónia do  Prado  de  Miranda,  sua  prima. 

D*este,  por  sua  filha,  D.  He- 
lena de  Távora,  segue  a  des- 
cendência em  —  Leites  Perei- 
ras— e  esta  linha  forma  o  ra- 
mo primogénito,  dos  que  hoje 
existem;  podemos  porém  dizer 
aqui,  que  d'elle  (9.*)  foi  repre- 
sentante seu  filho  varão,  1.^ — 
Jeronymo  de  Távora,  ,o  qaal 
casou  com  D.  Maria  Ignez  de 
Távora,  e  teve:  2.« — Antonie 
de  Távora  e  Noronha,  casadt 
com  D.Michaella  Antónia  Frei- 
re, de  quem  teve:  3.*— Fran- 
cisco deIÇavora  e  Noronha,  ca- 
sado com  D.  Leonor  Samudie 
Sarmento,  de  quem  teve:  4.* 
—D.  Anna  de  Távora  e  Noro- 
nha, casada  com  seu  tio  Vicen- 
te de  Távora  e  Noronha,  ^  de 
quem  teve:  S.«— D.  Antónia  de 
Noronha  Leme, '  casada  com 

1  Veja-se  este  nome  na  *HisL  Gemai,  da 
Casa  Real* 
*  Foram  senhores  da  quinta  de  Freixo. 
'  Não  pôde  U9ar  o  appellido— Távora, — 


NIC 


NIC 


»5 


Bernardo  de  Mello  Vieira  de 
Menezes,  de  qnem  teye:  6.''— 
Vicente  de  Noronha  e  Mello, 
easado  eom  D.  Maria  do  Car- 
mo Guedes  de  Carvalho,  de 
quem  foi  filha  e  herdeira:  7.* 
— D.  Antónia  de  Noronha  Le- 
me Cernaehe  Cardoso  Rebel- 
lOy  bem  conheeida,  como  ama 
das  roais  insignes  bemfeitoras 
da  santa  casa  da  MÍBerieordia, 
d'e8ta  cidade,  e  por  enjo  (álle- 
eimento,  sem  deixar  descen- 
dentes, ficou  extincta  toda  es- 
ta linha  dos  suecessores  de 
Martim  de  Távora  de  Noro- 
nha. 

Tavoras  de'  Campo -Bello 

i^-^Lourenço  Pires  de  Távora^  com  sens 
ires  filhos,  abaixo  nomeados,  sao  os  que  so- 
mente traz  o  conde  D.  Pedro  com  este  ap* 
pellido.  Alguns  lhe  tecem  a  ascendência  di- 
zendo que  foi  Lourenço  Pires  filho  de  D.  Pe 
dro  Ramires,  neto  de  D.  Ramiro  Pinhões  e 
i){sneto  de  Plnhom  Rauzendo,  irmão  de*1). 
^edon,  e  que  ambos,  antes  do  conde  D.  Hen- 
rique, fizeram  guerra  aos  mouros  pela  cò- 
narca  de  Lamego  e  margens  do  Távora  (vi- 
de Távora)  d'onde  seus  descendentes  toma- 
Tf^m  este  appeilído,  e  onde  possuíram  mui- 
tas terras,  coutos  e  senhorios.  Viveu  este 
Lourenço  Pires  de  Távora,  em  tempo  dos 
reis  D.  Affonso  IV  e  D.  Pedro  I  de  Portugal, 
6  casou  com  D.  Guiomar  Rodrigues,  de  quem 
leve,  entre  outros  filhos, 

íí^— Lourenço  Pires  de  Távora,  !.•  senhor 
lio  Mogadouro,  que  lhe  deu  el-rei  D.  Fernan- 
do com  outras  terras.  Casou  com  D.  Aldon- 
sa  Gonçalves,  de  quem  teve 

^••^Pedro  Lourenço  de  Távora,  repostei- 
To-mór  dVl-rei  D.  João  I,  com  quem  se  achou 
tm  Aljubarrota.  Foi  2 z"  senhor  do  Mogadou- 
ro e  d*outras  terras  que  lhe  deu  el-rei  D.  Fer- 
nando, e  casou  com  D.  Beatriz  Ânnes,  filha  de 
9oão  Esteves,  o  privado  d*el-rei  D.  Pedro  I, 
•  tiveram,  entre  outros  filhos, 

fue  havia  sido  abolido  pelo  marquez  de 
FombaL 


L^^Alvaro  Pires  de  Taiv&reL,  3.*  senhor  do' 
Mogadouro.  Casou,  primeira  vez,  com  D  Leo- 
nor da  Cunha,  de  quem  teve  vários  filhos,  t 
segunda  vez,  com  D.  Ignez  da  Guerra,  filha 
de  D.  Pedro  da  Guerra,  e  teve  entre  outros 

}^.''— Pedro  Lourenço  de  Távora,  4.*  senhor 
do  Mogadouro,  e  alcaide-mór  da  cidade  de 
Miranda,  por  mercê  d'el-rei  D.  Affonso.  Ca- 
sou com  D.  Ignez  de  Sousa,  fiiha  de  Pemio 
de  Sousa  Camello,  senhor  da  Honra  de  Ros- 
sas,  e  teve,  entre  outros  filhos, 

6.*— -D.  Isabel  de  Távora.  Casou  eom  Ber- 
aardim  Annes  do  Campo,  fidalgo  castelhano, 
senhor  de  Tamame,  com  quem  viveu  em  Sa- 
mora, e  teve,  entre  outros  filhos, 

iJ^^Jeronymo  de  Távora,  que  casou  e  te- 
ve, entre  outros  filhos, 

8.«— Ifar/tm  de  Távora.  Casou  com  D.  Joan- 
na  Rebello  Cardoso,  filha  de  Gil  Rebello  Car- 
doso, e  teve,  entre  outros  ilhos, 

^.""^Bominqos  de  Távora,  que  casou  eom 
D.  Maria  de  Noronha,  filha  de  Manuel  Feio, 
senhor  de  Souto  Redondo  e  aleaide-mdr  de 
Botão;  e  de  sua  primeira  mulher  D.  Genebra, 
filha  de  Femio  Vaz  Cernaehe,  senhor  de 
Gaya,  por  onde  houve  a  quinta  de  Campo 
Bello,  e  teve 

iO.o  —  ifor^tm  de  Tavimi.  Casou  eom  D. 
Maria  Leme,  filha  e  herdeira  de  Henrique 
Leme  de  Miranda,  padroeiro  de  MezSo*frí*; 
ede  sua  prima  e  mulher  D.  Antónia  do  Pra- 
do de  Miranda,  e  teve,  entre  outros  filhos, 

li.«— D.  Helena  de  Tax)ora,  que  casou  eom 
Diogo  Leite  Pereira,  e  teve,  entre  outros  fi- 
lhos, 

i2.«— Atoaro  Leite  Perena  de  Távora.  (Vi- 
de n.<"  7.*  e  8.*  da  familia  i  Leites  Pereiras» 
svpni,  com  qnem  se  incorporou  este  rame 
dos  Tavoras.) 

Koronhas 

El  rei  D.  Henrique  II,  de  Castella,  teve  por 
filho 

i.«— D.  Affonso  de  Noronha,  conde  de  Gi* 
jon,  que  foi  casado  com  a  sr.*  D.  Isabel,  fi- 
lha d'el-rei  D.  Fernando,  de  Portugal.  Does- 
te consorcio  prov6m,  porbastardias,  muitas 
casas  titulares  e  nobres  de  Portugal.  De  D. 
Affonso  foi  filho  segundo 

1«— D.  Henrique  de  Noronha,  o  qual  nie 


ms 


mSi 


itíMOUf  mas  teve  filhos  nalnraes  -^B.  Maria 
4e  Norcmha,  mulher  de  D.  Pedro  de  Melle, 
^Dde  de  Atalaya,  e 

a.*-— A  Atino  de  Noronha.  Casou  eom  D. 
àfeeia,  filha  de  Rny  Lourenço  de  Aihaden^- 
ta,  de  guem  teve  sncoessao  legitima;  teve 
|N>rém  bastardos,  e  emre  elles 

4.«--D.  Sancho  de  Norimha^  o  qual  casou 
«Md  D.  Mana  Sardinha^  filha  de  Rodrigo 
Aives  de  Carvalho,  homem  nobre  do  Porto, 
e  d'este  consorcio  nascea 

lk*^D.  ioanna  de  Noronha^  que  casou  oom 
Gregório  Cernache,  do  Porto,  juiz  da  alfan- 
dega, e  <d*este3  procedem  os  de  Campo-Bel- 
k).  (Vide  4.*  da  familia  tCemaches^t  supra.) 

DECLARAÇÃO 

Todos  .08  esolarecimentos  relativos  aesta 
freguezia  de  S.  Nicolau,  me  foram  nobre  «e 
fenerosamenie  ministrados  pelo  Bx."*Sr. 
IMr.  Pedro  Augusto  Ferreira,  digno  Abbade 
éè  Miragaya,  no  Porto. 

Psço  esta  declaração,  para  que,  quando 
mMi^^oria  da  Cidade  do  Poria,  que  o  dito 
senhor  está  esereY^ndo,  apparecer  este  ar*- 
tigo  reproduzido,  se  não  julgar  que  ó  plagia- 
lo,  o  que  é  original  do  ^.AMÕáe. 

fleitero  o  que  disse  a  pag«-3Í^tdo  5.*  vo- 
tane.' 

miiE  —  freguezia,  Minho  oomaroa  e  eon- 
eelho  de  Villa  Nova  de  Famalicão,  (t44ilo* 
■etros  a  O.  de  Braga,  390  ao  N.  de  Lisboa, 
190  fogos. 

Em  1757  tinha  108  fogos. 

Orsgo  Santa  Maria  (Nossa  seidMH^a  úxEx- 
pectaçáo.) 

Arcebispado  e  distriotoaúimnístratívo  de 
Braga. 

A  mitra  apresentava  o  rçitor,  que  tinha  de 
rendimento,  200^000  reis. 

Ferlil  em  todas  as  fruetas  do  páiz. 

É  aqui  a  6.*  estação  do  caminho  de  kfío 
do  Minho. 

NINHA  A  PASTORA  |  y..   rn.^^^^ 
NINHA  A  TOLHA      j  ^'^^  Camaandê 

No  Diário  Ulustrado  n.«  671,  de  27deju* 
lho  de  1874,  explicando  uma  bonita  gravu* 
ra,  vem  um  artigo,  que  tr^uscrevo,  por  wr 
bem  escripto  e  curioso.  É  o  st^guínte. 


Ribeira  de  Ninha  a -^Pastora 


•Pertencente  á  freguezia  de  S.  Romão  da 
Carnaxide,  e  não  muito  distante  do  legar 
deste  nome,  além  da  RibeiFa  de  Jamor,  para 
a  banda  do  poente,  está  situada  a  pequena 
povoação,  que  todos  os  nossos  escriptores 
denominam  Ninha — a  Paetora,  e  o  povo, 
por  uso  inveterado,  appellida  Idnda  a— 
Paeíora.  Tem  seu  assento  na  ladeira  ingreoie 
de  um  cerro  ou  cabeço  pedt egoso,  que  lhe 
fica  eminente  idaparte  do  norte;  as  ruas  qoe 
separam  osgnipos  de  casas,  em  desconcerta 
e  sem  alinhamento,  como  em  todos  as  nos* 
sas  aldeias,  são  escidorosas^  tortas  e  de  ruim 
serventia;  porém  esta  mesma  ciscumstancia 
concorre  para  a  belleza  do  aspecto  geral  da 
povoação,  que,  observada  da  estrada  real, 
junto  ao  Tejo,  se  descobre  em.amphithea- 
tro,  produzindo  «gracioso  eifeito,  realçada 
pelo  contraste  da  serra,  que  lhe  fica  nas  coa- 
tas,  com  a  veiga  viçosa  o  nobres  quinta^ 
que  se  estendem  no  plano  inferior  até  mai 
próximo  4a  estrada;  o  pequeno  rio  que-ve«|i 
de  Jamor,  em  partes  arborisado,  torna  maifi 
aprazível  o  sitio.  Sobre  esta  corrente,  qiia 
nuoc;a  se  estanca  de  verão,  e  .que  de  invw 
no  traz  cheias  impetuosas,  está  lançada  ^ 
ponte  de  madeira,  que  se  mostra  nagravun^. 
Não  só  lhe  aproveitam  as  aguas,  como  algOf 
mas  numerosos  lavadeiras  se  utilisam  d*elr 
para  a  lavagem  das  roupas  de  {grande  ma^ 
mero  da  famílias  de  Lisboa. 

As  vivendas  campestres  e&palbadas  por 
aquelles  contornos  são  mui  agradáveis  resi- 
dências no  esiio  e  no  outono;  as  aguas. po- 
táveis são  de  boa  qualidade;  o  ar  é  puro  ^ 
salubre;  os  fructos  que  produz  o  terreno^ 
são  tão  saborosos  quaoto  sadios;  de  muitos 
pontos  gosa-se  óptima  vista  do  Tejo  o  de 
paisagem.! 

NIHHOBO  AÇOR-fregUPzia,  Beira-Baixa^» 
concelho  de  S.  Vicente  da  Beira»  comartíi^ 
bispado  e  districto  adoiiaístrativo  de  Cartel- 
lo  Branco,  40  kilometros  da  Guarda,  255^a0 
E  de  Lisboa,  50  fogos. 

Em  1757  tinha  43  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  Archanjo. 

O  vigário  de  S.  Vicente  da  Beira  apreseju 


wz 

tatá  o  eiira,  que  tinha  fOMOO  réis  de  çim- 
gnia  e  o  pé  de  altar.   . 

Bsta  fregoezia  esteve  raaítos  anuot  anne- 
xa  á.dfi  Tmalhas. 

mZA— rio,  Alemtejo.— yii9  Niza,  villa. 

HUA— yBla,  Alemtejo,  cabeça  do  cooce- 
iho  e  da  comarca  do  sen  nome,  35  kilorne* 
tros  a  N.  O.  de  Portalegre,  i2  ao  N.  d'Alpa- 
^tiio,  18  de  Castello  de  Vide,  18  da  margem 
«guarda  de  Tejo,  i80  ao  S.  £.  de  Lisboa, 
760  fogos,  em  doas  fregaezías— (Espirito 
Santo,  490— N.  Sr.«  da  Graça,  S70.) 

Bispado  e  districto  de  Portalegre. 

A  meza  da  consciência  apresentava  o  vi- 
gário da  fregoezia  do  Espirito  Santo,  que 
tinha  i80  alqueires  de  trigo,  120  de  centeio, 
ÒS  aimndes  de  vinho  mosto  e  12M0O  réis 
em  dinheiro. 

Esta  freguezia  tinha  em  i757  34i  fogos. 

O  vigário  da  freguezia  de  Nossa  Senhora 
4a  Graça,  era  da  mesma  apresentação,  e  ti- 
nha 130  alqueires  de  trigo,  120  de  centeio, 
58  almudes  de  vinho  mosto  e  12#000  réis 
em  dinheiro. 

Esta  fregiiezia  tinha  em  1757,  212  fogos. 


wiz 


97 


O  concelho  de  Niza  comprehende  as  8 
fregaezias  seguintes :— Alpalhao,  Aréz,  Cai- 
xeiro, Montalvão,  Niza  (Espirito  Santo)  Ni- 
za (Nossa  Senhora  da  Graça).  ePéda-Serra, 
Bo  bispado  de  Portalegre;  e  Tolosa,  no  grão- 
priorado  do  Grato,  hoje  annei^  ao  patríar- 
ehado. 

Todas  estas  freguesias  teem  2:500  fogos. 

A  comarca  de  Niza  é  composta  dos  julga- 
doa  do  Crato,  com  1:300  fogos-^Gavião,  com 
i:200,  e  o  de  Niza,  com  2:500--vindo  por- 
tanto a  ter  a  comarca,  5:000  fogos. 


Hão  tinha  foral  velho.  D.  Manuel  lhe  âen 
foral  em  Lisboa,  a  15  de  novembro  de  1512 
fidvrú  de  foraa  novo$  áo  AlemtefoJ  íl.  50 
▼.  <oK  2.*  —  Veja*se  o  docomento  57,  da 
parte  2.%  maço  26,  do  C^rpo  Chtcnoloçico), 

Tinha  velo  em  ctetes^  com  assento  no  han- 
Cê7.» 

voLum  VI 


Gnmde  feira,  que  principia  a  29  de  se- 
tembro. 

A  actual  villa  de  Niza,  não  é  a  primitiva 
povoação  d'este  nome. 

São  obscuros  e  contraditórios  os  escripto- 
res  que  tratam  da  primeira  Niza.  Da  leitura 
e  confrontação  dos  livros  antigos,  pode  ra- 
soavelmente  coUígir-se  o  seguinte: 

Não  se  sabe  quando  nem  por  quem  foi 
fundada ;  mas  se  attendermon  ao  seu  nome 
— iVf2ra— pode  inferir-se  que  é  árabe,  e  no* 
me  próprio  de  homem. 

Mas  a  velha  Niza  teve  outro  nome,  por 
ventura  o  primittivo,  do  qual  hoje  não  ha 
notícia  alguma,  e  é  com  toda  a  certeza  po- 
voação anterior  ao  principio  do  8.*  século, 
pois  que  já  existia  em  716,  sendo  então  com- 
pletamente destruída  pelos  árabes. 

Talvez  mesmo  que  já  existisse  no  tampo 
dos  romanos,  pois,  em  1780,  se  achou  aqui 
uma  lapide,  com  a  seguinte  inscrípção: 

MAxniys 

TALABHI.  P. 

AlfNORUlI 
XII.  H.  S.  E. 

8.  T.  T.  L. 

Quer  dizer— Afeurmio,  talabrkense  (d' Avei- 
ro) falleddo  no  anno  decimo  segundo^  aqiti 
está  sepultado.  A  terra  lhe  seja  leve. 

É  provável  porem,  que  elles  mesmos  a 
reedificassem  e  lhe  imposessem  o  nome  de 
Niza,  que  seria  o  de  algum  chefe  mouro;  e 
que  com  as  guerras  continuas  do  tempo  dos 
nossos  primeiros  reis,  já  contra  os  mouros, 
já  contra  os  castelhanos  e  leonezes,  se  tor- 
nasse a  destruir. 

Ficava  esta  povoação  a  3  kilometros  ao 
N.  E.  da  actual,  em  terreno  alpestre  e  acci- 
dentado,  encostada  a  8. 0,  de  um  pequeno 
monte,  em  um  valle  profondo  e  pedregoso. 

Segundo  a  tradição,  foi  esta  villa  mandada 
arrazar  peio  rei  D.  Dinis,  em  castigo  de  to- 
mar partido  por  seu  irmão,  o  iníánte  D. 

AfTonso,  que  em  1287  lhe  quiz  disputar  a 
eor^t 

t  O  infante  era,  como  seu  irmão,  filho  de 
p.  Beatriz,  filha  de  D.  Affonao  X,  de  Castel- 
la.  O  priíQeiro  filho  d*esta  casamento,  foi  P. 

7 


91B 


NI2 


NIZ 


SoppcAbo  esta  tradição  menos  yerdadei- 
ro,  por  qaatro  razões  —  1.*  porque  D.  Diniz 
não  era  máo,  nem  vingativo  -—  2.*,  porque 
sua  santa  esposa,  obstaria  com  seus  rogos 
—  sempre  attendidos  —  a  esta  vingança  — 
3.%  porque,  se  por  isto  quizesse  infligir  se- 
meltiante  castigo,  tinha  também  Arronches 
e  outras  povoações,  que  tomaram  o  partido 
do  infante,  para  arrazar,  e  não  o  fez  —  4.*, 
finalmente,  porque  D.  Diniz,  fundava^reedi- 
ficava  e  ampliava  povoações  e  não  as  des- 
truia. 

O  Santuário  Mariamo  (voL  3.°,  pag.  391) 
é  que  diz  ter  sido  D.  Diniz  o  destruidor 
d'esu  villa;  porem,  quem  a  saqueou  e  in- 
cendiou foi  o  infante  D.  Aífonso,  como  adi- 
ante se  verá. 

A  opinião  mais  seguida,  e  mais  verosi- 

Branca,  abbadessa  de  Lorvão  e  das  Huelgas» 
de  Burgos— o  %""  foi  D.  Fernando,  que  mor- 
reu menino  —  o  3.*  foi  D.  Diniz.  Todos  es- 
tes nasceram  em  vida  de  Maihilde,  condessa 
de  Bolonha,  i.*  mulher  de  D.  Afionso  3.''  — 
O  primeiro  filho  d'este  monarcha,  que  nas- 
ceu depois  da  morte  da  esposa  repudiada, 
foi  o  infante  D.  Affonso  (que  casou  com  D. 
Violante,  filha  do  infante  D.  Manoel,  e  neta 
de  D.  Fernando  III,  de  Castella.) 

O  infante  D.  Affonso,  fundava  o  seu  direi- 
to á  coroa,  em  que  D.  Diniz,  segundo  o  di- 
reito canónico,  e  as  leis  do  reino,  não  podia 
herdar  por  ser  filho  adulterino ;  o  que  se 
não  dava  com  o  infante,  que  nascára  depois 
da  morte  de  Mathilde,  e  quando  o  papa  ti- 
nha ]à  validado  o  l^"  casamento  do  pae  d'el- 
les.  Na  verdade  a  justiça  estava  da  sua  par- 
te, mas  D.  Diniz  estava  senhor  do  reino  e 
de  todos  os  seus  recursos.  Cercou  o  infan- 
te, em  Arronches;  mas  a  santa  rainha  D. 
Isabel  interveio  no  pleito  e  harmonisou  os 
dois  irmãos,  desistinao  o  infante  dos  seus 
direitos,  mediante  erandes  honras  e  senho- 
rios que  o  rei  lhe  deu. 

D.  Afiònso  III  teve  ainda,  depois  de  D.  Di- 
niz, da  sua  1*  mulher  —  D.  Maria  e  D.  Vi- 
cente, que  morreram  de  tenra  edade. 

Teve  também  muitos  filhos  bastardos.  Os 
reconhecidos,  foram  — D.  Fernando,  cavai- 
ieiro  templário  —  D.  A/fonso  Diniz,  de  quem 
descendem  os  condes  de  Miranda  do  Corvo, 
e  outros  —  D.  Martim  Affonso,  de  quem  des- 
cendem os  Souzas,  condes  do  Prado,  e  ou- 
tros —  D.  Gil  Affonso  —  D.  Urraca  —  duas 
Donas  Leonores—D.  Fedro  Affonso,  cónego 
de  Santa  Cruz  de  Coimbra— e  D.  Rodrigo  Af- 
fonso, prior  do  mesmo  mosteiro  e  prior  de 
Santa  Maria  d'Aleaçova,  em  Santarém. 


mU,  é  4ue  D.  Diniz,  achando  a  velha  Niza 
mal  situada,  muito  damnificada  e  quaâ  des- 
povoada, transferiu  a  povoação  para  o  si- 
tio da  actual  Niza,  menos  áspero  e  mais  fér- 
til do  que  o  primittivo. 

Da  velha  Niza,  ainda  se  vêem  algumas 
ruinaS)  e  ainda  existem,  em  bom  estado,  doas 
egrejas,  que  são: 

Nassa  Senhora  da  Graça  ou  de  NiMa-sh 
Fip/Aa— templo  antiquíssimo,  que  foi  matrk 
de  Niza,  a  Velha.  Foi  fundado  pelos  templários 
no  principio  do  século  XII,  passando  depois 
a  ser  um  beneficio  da  ordem  de  Christo. 

Frei  Adão  Diniz,  beneficiado,  e  pessoa  no- 
bre e  rica,  da  actual  Niza,  vivendo  na  ocio- 
sidade, fue  i  mãe  de  todos  os  vidos,  e  na 
abundância,  que  concorre  poderosamente 
para  que  elles  se  desenvolvam,  se  entregoa 
a  uma  vida  de  aventuras,  orgias  e  dissipa- 
ções; e  de  degrau  em  degrau,  desceu  até  ao 
ponto  de  eommetter  um  grave  peccado  de 
sensualidade.  (A  historia  não  diz  que  casta 
de  peccado.) 

Cahiu  emsi,e  reconhecendo  a  irregulari- 
dade da  sua  vida  escandalosa,  e  o  mau  exem- 
plo que  tinha  dado  aos  seus  conterraaeoa^ 
renunciou  o  seu  beneficio  nas  mãos  do  rei, 
repartiu  grande  parte  das  suas  riquezas  pe- 
los desvalidos  da  fortuna,  e  fei  viver  ^n 
uma  cova,  na  serra  de  S.  Miguel,  a  6  ki- 
lometros  do  povoado,  resolvido  a  tecaúnar 
alli  seus  dias  na  solidão  e  penitencia. 

Vindo  em  visita  à  villa  o  famoso  D.  firei 
Amador  Aoraes»  bispo  de  Portalegre,  e  sa- 
bendo do  sincero  e  profundo  arrependimento 
de  frei  Adão,  lhe  comutou  o  voto,  em  hir  para 
Niza- Velha,  servir  o  templo  de  Nossa  Se- 
nhora da  Graça;  a  que  o  asceta  immediala- 
mente  obedeceu.  Gastou  o  resto  das  suas 
riquezas  em  adornos  do  templo,  vivendo  de 
esmolas»  não  tendo  por  vestido  mais  do  que 
uma  túnica  de  groseira  saragoça,  andando 
descalço,  e  sustentando-se  de  pão  e  agua,  e 
algumas  hervas  e  raízes,  que  achava  pelos 
montes. 

Apezar  d'esta  vida  de  rigorosas  peniten* 
cias,  gosava  perfeita  saúde  e  admirável  ro- 
bustez. Quando  vinha  pedir  esmola,  á  vilia» 
levava  para  o  seu  eremitério  apenas  o  res- 
tritamente necessário,  dando  o  mais 


NIZ 


NIZ 


99 


l^rèsDs;  Trazia  sempre  ás  costas  um  graade 
molho  de  leoha,  qae  umas  vezes  dará  aos 
presos,  oatras  ao  hospital,  oa  a  pobres. 

Não  se  limitava  a  esta  vida  de  penitencia 
e  caridade;  dizia  missas  pelas  almas^  confes- 
sava e  fazia  praticas  com  as  qoaes  trazia  ao 
redil  maltas  ovelhas  desgarradas. 

Por  saa  morte,  foi  mandado  enterrar  no 
adro  da  egreja  de  Nossa  Senhora  da  Graça, 
e  na  soa  campa  se  vô  esta  inscripçào: 

AQUI  JAZ  FRBI  ADÃO  DUCIZ. 

Um  poaco  mais  abaixo  da  egreja  de  Nos- 
sa Senhora  da  Graça,  está  a  de  Nossa  Senho- 
ra dos  Prazeres^  oa  da  Esperança,  também 
moito  antiga,  e  cajá  fundação  se  attribue 
egualmente  aos  templários,  que  eram  se- 
nhores de  Niza  a  Velha,  e  o  foram  da  actual 
Niza.  (Somente  por  ii  annos,  visto  que  a  sua 
ordem  foi  supprimida  em  i3ii.) 

A  ribeira  de  Niza,  serpenteia  ao  fundo  do 
monte  onde  foi  Niza  a  Velha,  e  vae  morrer 
ao  Tejo,  em  frente  do  FrateL 

Junto  á  egreja  de  Nossa  Senhora  da  Gra- 
ça, ha  oasas  para  aposento  dos  romeuros, 
que  aqui  concorrem  muitas  vezes,  porque 
a  Senhora  da  Graça  ô  objecto  de  grande  de- 
voção para  os  povos  d*esta  redondeza.  As 
camarás  de  Niza  teem  sido  soihcitas  na  con- 
servação e  aeeio  d'este  templo. 

Na  segunda  feira  da  Paschoa,  vae  a  ca- 
mará e  muita  gente  de  Niza  (de  todas  ou 
quasi  todas  as  casas  da  villa)  e  de  outras  po- 
voações em  redor,  em  romaria  a  Nossa  Se- 
nhora da  Graça,  e,  depois  da  festa,  se  co- 
mem alli  boas  merendas,  bolos  e  queijadas. 
O  povo,  com  o  seu  trajo  tão  pittoresco,  tão 
seu,  que  por  mais  ninguém  é  imitado,  aquel- 
le  povo,  tão  bom  e  tão  laborioso,  passa 
aquelle  dia,  como  um  sonho  agradável,  que 
.  lhe  deixa  gratas  impressões. 

Todos  os  romeiros  de  Nossa  Senhora  da 
Graça  visitam  também,  por  essa  occasião,  a 
Senhora  dos  Prazeres  ou  da  Esperança,  e  a 
famosa  imagem  de  S.  Thiago,  montado  em 
soberbo  ginete,  que  está  em  um  altar  d'esta 
egreja. 

Esta  imagem  de  S.  Thiago,  era  orago  de 


uma  egreja  ou  ermida,  que  houve  também 
em  Niza  a  Velha,  e  da  qual  não  ha  vestígios, 
ou  não  se  conhecem  entre  os  que  existem. 
Diz-se  que  era  ao  sul  da  egreja  de  Nossa 
Senhora  da  Graça,  e  que  d*este  lado  havia 
uma  porta  na  muralha,  chamada  por  isso, 
porta  de  S.  Thiago,  (Já  vemos  pois  que  a  Ve« 
lha  Niza  era  também  defendida  por  um  cas- 
tello  e  cercada  de  muros.) 

Á  porta  de  S.  Thiago  consta  que  batera  o 
infante  D.  Affonso,  em  1287,  quando  aqui 
passou  em  direcção  ao  Tejo,  e  pretendeu 
tirar  da  villa  homens  e  mantimentos,  para 
sustentar  a  guerra  civil,  contra  seu  irmão. 

Diz  a  historia,  que  o  governador  lhe  op- 
pôz  obstinada  resistência,  e  como  as  mura- 
lhas de  circumvalação  não  podiam  offere- 
cer  séria  defeza,  se  recolheu  ao  castello, 
com  o  povo  da  villa;  mas  no  fim  de  oito 
dias  d'assedio,  foi  o  castello  tomado  de  as- 
salto, morrendo  ou  ficando  prisioneiros  os 
seus  defensores.  Á  villa,  depois  de  saquea- 
da, mandou  o  infante  lançar  fogo,  que  a  des- 
truiu. 

D.  Diniz,  em  premio  do  valor  e  lealdade 
dos  habitantes  da  villa,  lhe  fundou  a  nova, 
de  que  agora  vou  tratar. 

A  Niza  actual 

Arrazada  e  deserta  a  antiga  Niza,  tratou 
D.  Diniz  da  sua  reedificação;  mas  vendo  que 
o  sitio  não  tinha  as  requeridas  condições 
para  o  seu  desenvolvimento,  decidiu  (1290) 
fundar  uma  nova  Niza,  em  um  sitio  mais 
ameno  e  feriiL 

Junto  ao  casteUo  de  Ferrou,  que  era  de 
cavalleiros  do  Templo,  havia  uma  extensa 
veiga,  chamada— Fa//«  do  ÂzambujaL  Tam- 
bém próximo  a  esta  veiga,  havia  a  famosa 
torre  de  João  Vaqueiro,  uma  das  mais  altas 
da  Península,  edificada  pelos  romanos,  no 
2."  século  da  era  christan;  e  perto  d*esta 
torre,  um  pequeno  mosteiro,  habitado  por 
quatro  monges,  da  ordem  de  Santo  Agos- 
tinho. 

Achando  o  rei  este  sitio  asado  para  a  fun- 
dação da  nova  villa,  tratou  logo  de  prÍLCi- 
piar  as  ubrâí;.  Era  então  mestre  dos  templa- 


100 


NIZ 


rios,  D.  frei  Lourenço  Martins,  «|ue  «om  os 
seus  cavalleiros  tinham  feito  grandes  servi- 
ços ao  rei,  no  cerco  de  Portalegre.  D.  Diniz 
o  encarregou  da  direcção  das  construcções, 
6  tanta  diligencia  e  sollieitude  empregou, 
que  em  pouco  tempo  a  nova  povoação  ex- 
cedia em  tudo  a  antiga. 

Os  materiaes  do  antigo  castelk»,  da  cida- 
della  e  das  muralhas,  e  de  alguns  edificios 
da  velha  povoação,  foram  empregados  na 
nova. 

A  camará  também  concorreu  para  as  des- 
pesas das  novas  construcçdes,  e  recebia  do 
rei  dinheiro  para  ellas;  mas  parece  que  fa- 
zia as  cousas  com  pouca  economia,  porque 
D.  Diniz  lhe  dirigiu  uma  carta,  reprehenden- 
'  do  03  vereadores  pelo  seu  desgoverno,  dizen- 
do-lhes— Ft  a  vossa  carta,  e  estranho  mui- 
to que  tendO'Vos  remettido  ha  pouco,  seis  mil 
réis,  para  a  edificação  dós  muros,  me  digaes 
na  vossa,  que  já  se  gastou  esse  dinheiro.  Âhi 
vão  pois,  mais  dois  mil  réis,  e  corUinuem  as 
obras  sem  cessar. 

£  continuaram;  porque,  em  1296,  seis  an- 
nos  depois  de  terem  principiado,  estavam  as 
obras  concluídas  e  em  estado  de  receberem 
a  população. 

A  egreja  do  castello  dos  templários,  ficou 
servindo  de  matriz. 

Tendo  D.  Diniz  tanto  a  peito  a  fundação 
d*esta  villa,  é  provável  que  lhe  desse  foral, 
ou,  pelo  menos,  que  auctorisasse  os  templá- 
rios, senhores  d'ella,  a  dar-lh'o.  Se  o  rei  lh*o 
dea,  Franklin  não  falia  d'elie;  e  se  foram  os 
templários,  não  se  pôde  achar  mencionado 
n'esle  escriptor,  que  só  falia  dos  foraes  da- 
dos pelos  reis. 

Foi  'a  nova  yilia  édiQcada  nas  condições 
de  praça  de  guerra,  cercada  de  muralhas, 
guarnecidas  de  torres  e  cubéllos,  %  com  seis 
portas,  e  no  centro,  um  casteilo  torreado;  o 
que  tudo  está  hoje  desmantelado,  como  as 
fortificações  das  outras  cidades  e  villas  do 
reino. 

Em  breve  o  recinto  da  praça  não  poude 
conter  a  população  da  villa,  que  progredia 
a  olhos  vistos,  e  exhorbitando  do  cinto  de 


NIZ 

suas  muralhas,  sahmdo  pela  Poria  da  VUlã, 
se  foi  progressivamente  esteadende,  a  pon- 
to de  occupar  hoje  uma  área  quatro  veses 
maior  do  que  a  primitiva  íntermuros,  e  ten- 
de a  progredir,  em  vista  do  amor  ao  tra- 
balho, que  é  a  qualidade  predominante  da 
maior  parte  dos  seus  habitantes. 

A  aleaidaria-mór  de  Niza,  andou  na  casa, 
hoje  extincta,  dos  Mascarenhas,  condes  de 
Santa  Cruz.  Foi  commenda  dos  templários 
até  i3il.  Sendo  então  supprfmida  esta  or- 
dem, passou  em  1319  a  ser  commenda  da 
ordem  de  Cfarísto,  como  todas  as  mais  qne 
eram  dos  cavalleiros  do  Templo. 

O  brazão  d'armas  doesta  villa,  é— Em  cam- 
po de  púrpura,  um  castello  de  ouro,  com  três 
torres,  no  centro  do  escudo.  Sobre  a  torre  do 
meio,  uma  cruz  da  ordem  de  Christo,  de  pra- 
ta. Á  direita  do  castello  o  escudo  das  Quinas 
portuguezes,  e  á  esquerda,  um  crescente,  de 
prata.  Nos  dois  ângulos  superiores  do  escu- 
do, uma  estrella,  de  prata,  em  cada  um. 

Ha  na  villa,  Misericórdia,  com  um  sofTri- 
vel  hospital.  Dentro  e  fora  da  vflia,  ha  va- 
rias ermidas. 

Tem  um  bom  theatro,  fundado  desde  os 
alicerces,  em  1858,  com  três  ordens  de  ca- 
marotes. 

Os  arrabaldes  da  villa,  são  povoados  dlior- 
tas,  olivaes  e  pomares,  regados  pelas  ribei- 
ras de  Niza  e  Figueiró,  cujas  margens  aio 
muito  lindas  e  férteis. 

O  seu  território  é  abundante  de  cereaes» 
azeite,  frnctas,  linho  e  algum  vinho.  Nos 
seus  montes  ha  muita  caça  e  grande  crea- 
ção  de  colmeias.  Também  cria  muito  gado» 
de  toda  a  qualidade. 

As  duas  ribeiras  criam  algum  peixe  orin- 
do,  e  do  Tejo  também  aqui  concorre,  mas 
não  em  abundância. 

A  sua  feira  do  S.  Miguel  é  uma  das  boas 
da  província,  e  dá  bons  interesses  á  villa, 
pois  aqui  concorre  muita  gente  do  Alemle- 
jo,  Beira  e  Extremadura. 

Niza  foi  elevada  a  titulo  de  mar  quezado 


NIZ 


NOB 


lai 


por  D.  Joãa  IV,  em  18  de  oatabro  de  1646, 
a  favor  de  D.  Vasco  Luiz  da  Gama,  5.<*  con- 
de da  Vidigueira,  3.<>ne(o  do  grande  D.Vasco 
da  Gama,  descobridor  da  índia. 

68  marqueses  de  Niza  teem  por  armas— 
Dez  escaques  d'ouro  e  púrpura,  3  peças  em 
faxa,  e  5  em  palia,  e  as  peças  de  púrpura 
acoticadas  com  duas  fáxas  de  prata,  e  no 
meio,  o  escudo  das  Ooinas  portuguezas.  Tim- 
•bre^  um  notre,  da  cinta  para  cima,  vestido  à 
indiana,  com  om  escudo  das  mesmas  armas, 
na  mão  direita* 

Em  agosto  de  1873,  morreu  nos  Pyreneus 
— onde  tinha  hido  procurar  alivio  aos  seus 
padecimentos— D.  Domingos  Xavir  Telles  da 
Gama  Castro  Noronha  Athaide  Silveira  e  Sou- 
za— conde  da  Vidigueira,  marquez  de  Niza, 
id.""  almirante  doe  mares  da  índia  (como  re- 
presentante, por  Unha  recta,  de  D.  Vasco  da 
Gama). 

Fica  sendo  representante  d'esta  nobiliasi- 
ma  familia,  o  sr.  D.  Thomaz  Xavier  Telles 
Castra  da  Gama  Athaide  Noronha  Silveira  e 
Souza,  conde  da  Vidigueira,  emquanto  nào 
fôr  feito  marquez  de  Niza. 

A  família  Niza,  é  aparentada  com  grande 
parte  da  alta  aristocracia  portugueza. 

Os  que  desejarem  mais  noticias  com  res- 
peito aos  descendentes  do  immortal  D.  Vas- 
co da  Gama,  vejam  o  4."»  vol.,  pag.  147, 164, 
i95  e  374. 

Mendonça  e  Pina,  na  sua  Dissertação  sch 
hre  os  monumentos  célticos^  que  existem  em 
Pcriugaly  denominadoê  aft^o^  *-- (1733)  diz 
que  vira  em  Niza  os  restos  de  um  dolmen— 
a  que  elle  chama  anta.  £ste  facto  prova  que 
o  local  da  actual  villa  já  é  habitado  desde  os 
tempos  pre-historicos. 

Em  ti  de  janeiro  de  1874,  íálleeeu  n*esta 
vilta,  o  doutor  de  capéllo,  José  Diniz  da  Gra- 
ça Motta  e  Moura. 

Deixou  uma  fortuna  de  meio  milhão  de 
cruzados  a  uma  menina,  menor  de  dez  an- 
ãos, que  tii^  em  sua  casa.  Se  esta  morrer 
«en  deixar  successão,  passará  a  herança 
para  os  parentes  do  testador,  que  vivem  na 
Beira.  Nomeou  seu  testamenteiro,  o  sr.  José 
Maria  Carv^ijaj^  um  dos  principaes  cavalhei- 


ros de  Niza,  ao  qual  nomeou  tutor  da  meni- 
na, legando-lhe  por  este  trabalho,  600iSOOO 
réis. 

Deixou  muitos  legados  a  differeates  pes- 
soas da  víiia. 

O  nome  d'este  homem  caridoso,  será  sem- 
pre lembrado  em  Niza,  com  veneração  e  sau- 
dade, pois  se  não  esqueceu  dá  educação  da 
infância,  deixando  dois  contos  de  réis  para 
a  fundação  de  duas  escolas,  uma  de  meni- 
nos» outra  de  meninas. 

Abençoada  riqueza,  quando  tão  proveito- 
samente é  dividida. 

NlO  —  portuguez  antigo  —  nenhum. 

NÕ~serra  do  Minho,  na  freguezia  -da  Cor- 
relhan  (vol.  2.«,  pag.  386,  col.  1.')  Os  roma- 
nos lhe  chamavam  Annor,  Maior  e  Nakor. 
É  tradição  que  n^este  monte  foi  edificada  a 
primittiva  Ponte  de  Lima,  que  aqui  existiu 
alguns  séculos.  Chamava- se  então  Fórum 
lAmicarum,  ou  Civitas  lÀmicorum^-ciâade 
dos  Limios,  ou  Limicos.  É  certo  que  no  cu- 
me d'este  monte  se  vêem  claros  vestigíos  de 
uma  grande  povoação:  e  ao  sitio  chamado 
ainda  Casteilo,  se  vêem  os  restos  de  uma 
antiquíssima  fortaleza. 

Os  lusitanos  chamavam  a  esu  serra  (ou 
mais  propriamente — monte)  Nór«  que  facil- 
mente degenerou  em  Nó. 

Na  vertente  O.  doeste  monte^  está  a  sump- 
tuosa egreja  de  Nossa  Senhora  da  Boa^ 
Mortey  que  já  fica  descripta  a  pag.  388,  coí. 
1»*  do  2.<»  volume. 

NÓ— ribeiro,  Minho,  nasce  no  monte  an- 
tecedente, e  perto  d'elle,  na  veiga  da  Corre' 
Ihan^  morre  na  esquerda  do  Lima. 

NOANE— portuguez  antigo— João — menos 
antigo,  Joanne.  Camões,  nos  Lusiadas,  ain- 
da emprega  algumas  vezes  Joanne  por  João. 

NOBRE— do  adjectivo  latino  nobilis.  Si- 
gnifica pessoa  qualificada;  senhor;  chefe;  ré- 
gulo; que  exercia  algum  cargo  importante 
na  republica;  ou  que  descendia  de  reis. 

Depois  da  queda  do  vasto  império  roma- 
no, os  reis  wisigodos,  ostrogodos,  suevos, 
alanos,  etc,  que  lhe  succederam  em  qaasi 
todos  os  reinos  da  Europa,  deram  titules  de 
nobreza  aos  que  se  distinguiam  pela  sua 
intrepidez  nas  batalhas,  e  estes  títulos  pas- 
savam aos  seus  descendentes. 


ÍQSt 


NÓB 


NOD 


Grande  parte  dos  fidalgos  actaaes,  des- 
cendem d'esses  nobres. 

Mas,  verdadeiramente  nobre^  foi  e  hade 
ser  sempre,  aqneile  que  se  distingue  pelo  seu 
amor  da  pátria;  pelo  seu  yalor  nos  comba- 
tes, a  favor  de  causas  justas;  pela  sua  sabe- 
doria; pelas  suas  virtudes;  ou  pelos  seus 
relevantes  serviços  em  beneficio  da  huma- 
nidade. 

Nobre,  é  também  appellido  nobre  em  Por- 
tugal. É  portuguez,  da  cidade  de  Tavira,  no 
Algarve.  O  primeiro  que  se  acha  com  este 
appellido,  é  Manuel  Martins  Nobre,*  de  Ta- 
vira. Deu-se-lhe  por  se  portar  com  gran- 
de arrojo,  na  tomada  de  uma  praça,  na 
Africa. 

O  infante  D.  Pedro  (depois  t^)  sendo  re- 
gente do  reino,  deu  brazão  de  armas,  a  Ma- 
nuel Nobre  Gan6llas  (cidadão  de  Tavira,  ne- 
to de  Manuel  Martins  Ndbre)  em  1671.  É, 
em  campo  de  púrpura,  uma  torre  de  prata, 
lavrada  de  negro,  sobre  um  contrachefe  de 
ondas  de  azul  e  prata,  e  junto  à  torre,  uma 
cabeça  de  mouro,  toucada  de  prata  e  azul. 
Elmo  de  aço,  aberto,  e  per  timbre,  um  braço 
armado  de  prata,  com  a  cabeça  de  um  mou- 
ro pendurada  pelos  cabellos. 

NÓBREGA— viUa  extíncta,  Mioho,  na  fre- 
guezia  de  Aboim  da  Nóbrega  (vol.  1.*,  pag. 
14,  col.  2.*)  Foi  esta  antiquíssima  villa  capi- 
tal de  um  grande  couto  do  seu  nome. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral)  em  Lisboa,  a  24 
de  outubro  de  1513.  (Livro  dos  foraes  no- 
vos do  Minho,  fi.  94,  col.  1.*) 

Trata- se  n'este  foral  das  terras  seguintes, 
que  constituíam  o  couto  de  Nóbrega— Boe- 
15es,  firitélio,  Crasto,  Covas,  Entrambos  os 
Rios,  Grovéllas,  Magalhães,  Paço-Védro,  Pa- 
na jeães,  Samprins,  Santa  Marinha  de  Panas- 
cães,  Santasias,  Santo  Adrião,  S.  Salvador, 
S.  Thiago  de  Villa-Chan,  S.  Thomé  do  Ab 
bade,  Yade,  Villa  Chan  de  S.  João,  e  Villa- 
Terde. 

Esta  ultima  freguezia,  que 
era  antigamente  uma  depen- 
dência da  villa  de  Nóbrega,  e 
do  seu  couto,  é  actualmente 
a  capital  do  concelho  e  da  co- 
marca. 


Fica  a  povação  de  Nóbrega  em  sitio  ame- 
no, fértil  e  aprasivel,  na  margem  direita  do 
rio  Lima,  30  kilometros  a  N.  O.  de  Braga. 

Foi  commenda  da  ordem  de  Malta,  dos 
marquezes  de  Távora,  passando  em  1759 
para  a  coroa. 

(Vide  Mosteiro  de  Nóbrega,  vol.  6.*,  pag. 
857.  col.  2.«) 

Nóbrega  é  um  appellido  nobre  d'este  rei- 
no, tomado  do  castello  de  Nóbrega,  que  exis- 
tiu na  freguezia  de  Aboim  da  Nóbrega.  O 
primeiro  que  se  acha  com  este  appellido,  é 
Domingos  Gaspar  da  Nóbrega,  que  em  1537 
justificou,  no  desembargo  do .  paço,  ser  da 
familia  d*este  appellido,  para  se  lhe  passar 
brazão  de  armas,  que  é  o  seguhite  —  Em 
campo  de  ouro,  quatro  palias  de  púrpura. 
Elmo  de  aço,  aberto— Timbre,  meio  leão  de 
ouro,  transpassado  de  púrpura,  com  uma 
das  palias  do  escudo  nas  mãos. 

Para  o  mesmo  fim  e  do  mesmo  modo  jus- 
tificou Manuel  de  Nóbrega,  da  Azinhaga  (voL 
1.%  pag.  294,  col.  1.»  tn  fine),  em  1605.  Foi- 
Ihe  dado  o  segumte  brazão  de  armas— Em 
campo  de  ouro,  quatro  palias  de  púrpura,  e 
sobre  ellas,  um  açor  negro,  armado  e  bica- 
do de  ouro.  Elmo  de  aço,  aberto— Timbre, 
o  açor  do  escudo,  sobre  um  ninho  de  raí- 
zes verdes,  e  páos,  realçados  de  prata. 

Outros  do  mesmo  appellido,  usam— Em 
campo  de  púrpura,  banda  azul,  carregada 
de  3  flores  de  liz,  de  ouro,  e  dois  carneiros 
do  mesmo,  em  cada  lado. 

Outros  trazem  —  em  campo  de  ouro,  4 
bandas  de  púrpura.  Ainda  outros  doeste  ap- 
pellido tem  as  armas  d*elle  unidas  às  de  ou- 
tras famílias,  com  quem  se  ligaram  por  ca- 
samentos. 

NODAR  ou  NOUDAR  —  antiga  villa  do 
Alemtejo,  que  foi  cabeça  de  concelho,  per- 
tencente á  comarca  de  Elvas.  Ainda  em  1740 
tinha  200  fogos,  e  hoje  conta  apenas  12,  e 
está  reduzida  a  uma  pequena  aldeia,  da  fre- 
guezia e  concelho  de  Barrancos.  (Vol.  t.% 
pag.  338,  col.  1.*,  no  principio). 

O  actual  concelho  de  Barrancos,  um  dos 
mais  pequenos  do  reino,  composto  apenas 
da  sua  freguezia,  é  o  antigo  concelho  de 
Noudar. 

O  rei  D.  Diniz,  estando  em  Beja,  dea  fo*> 


NOD 

ral  a  Nondar,  em  i6  de  dezembro  de  iS05 
e,  para  aUrahir  para  aqai  população,  lhe 
eonceden  todos  os  privilégios,  honras»  isen- 
Q5es  e  regalias  do  foral  de  ETora,  qne  eram 
muitas  e  grandes. 

•  (IJvro  â.*  ài  doares  do  rei  D.  Dmíz^  fl. 
il7,  col.  2.») 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo  (confirman- 
do em  tudo  o  antigo)  em  Lisboa,  a  i7  de 
outubro  de  Í5i3.  (làoro  do9  farae$  novos  do 
AlenUejOy  fl.  63,  col.  l.«)  , 

£*  com  certeza  povoação  antiquíssima, 
provavelmente  fundada  pelos  romanos,  que 
nao  deixariam  de  aproveitar  este  ponto,  im- 
portantissimo,  como  militar;  mas  nao  se  sa- 
be  o  nome  que  en(ào  tinha.  O  actual,  é  cor- 
rupção de  Nuadár,  e  foi  lhe  imposto  pelos 
mouros.  E'  palavra  composta  do  verbo  ára- 
be nua  (buscar,  procurar  e  também  achar), 
e  do  substantivo,  da  mesma  língua,  dár  (c^- 
sa)— significa  pois— iic/tar  a  casa.  Foi  toma- 
da aos  mouros,  em  1167,  por  Gonçalo  Men- 
des da  Maia,  o  Lidador. 

Ha  em  Portugal  mais  algu- 
mas aldeias  com  este  nome. 
Na  província  do  Douro,  ha  a 
quinta  de  Nodar,  que  em  1211 
foi  doada  ao  mosteiro  de  S. 
João  de  Alpendurada,   cum 
suas  cearas  e  suas  voontades. 
(Voontades,  e  depois  vontades, 
no  portuguez  antigo,  significa 
moveis,  alfaias,  trastes  de  ca- 
sa, etc.) 
D.  Diniz,  conhecendo  a  importância  mili- 
tar d*esta  posição,  e  desejando  que  ella  se 
povoasse  rapidamente,  a  fez  couto  do  reino, 
ou  de  homisiados.  (Vide  Couto,  a  pag.  415, 
coL  1.",  do  í.'  volume). 

.  Está  a  povoação  edificada  sobre  amar 
gem  direita  do  Guadiana,  na  raia,  a  3  kilo- 
naetros  ao  S.  de  Barrancos,  no  cume  de  um 
monte  altíssimo  e  inexpugnável,  cercado  pe- 
ksrios  Murtégae  Ardilla,  que  desaguam  no 
Guadiana.  Foi  defendida  por  um  forte  e  fa- 
moso castello,  construído  por  D.  Diniz,  em 
iS95. 


NOG 


103 


Tem  casa  de  Misericórdia,  pobre. 

Apesar  do  escabroso  do  sitio  em  que  está 
fundada  a  povoação,  os  seus  arredores  são 
bastante  férteis.  Cria  muito  gado  de  toda  a 
qualidade,  e  os  seus  três  rios  lhe  dão  muito 
e  saboroso  peixe. 


NODUM,  NOTUM,  MOCTUM  e  NOTO  — 
portuguez  antigo  — o  mesmo  que  datum, 
dante,  dado  etc.  Não  significava  sempre,  a 
data  do  documento  (dado  aos. . .),  também, 
muitas  vezes,  designava  o  dia  em  que  era 
publicado,  manifestado,  ou  dado  á  execu- 
ção. 


NOGUEIRà—Vide  Cláudio  (São)  a  pag. 
310,  col.  2.*,  no  principio,  do  2.*  volume. 

NOGUEIRA  —  freguezia,  Traz-os-Montes» 
concelho,  comarca,  districto,  bispado  e  6  ki- 
lometros  de  Bragança,  54  distante  de  Miran- 
da, 480  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  1757  tinha  101  fogos. 

Orago  S.  Pelagío,  ou  Payo. 

O  cabido  da  Só  de  Bragança  apresentava 
o  cura,  que  tinha  6M00  róis  de  côngrua  e 
o  pó  de  altar. 

Eata  egreja  foi  annexa  á  reitoria  de  Cas- 
tro de  Avellans. 

E*  n'esta  freguezia  o  famoso  sanctuarío  de 
Nosfa  Senhora  do  Cabeço,  E'  este  sanctua* 
rio  em  sitio  despovoado,  no  alto  de  um  ca- 
beço, d*onde  lhe  provóm  o  nome.  Fazem-se 
a  esta  Senhora  duas  festas  por  anuo— uma 
a  2  de  fevereiro,  dia  da  sua  Purificação^  e 
outra  na  2.*  oitava  da  Paschoa  do  Espirito 
Santo. 

E'  templo  muito  antigo,  mas  não  se  sabe 
quando  nem  por  quem  foi  edificado. 

As  mulheres  levam  â  Senhora,  nos  dias 
das  suas  festas,  cestos  de  trigo  e  estrigas  de 
Unho,  que  tudo  ó  vendido  em  leilão,  para 
ajuda  das  despezas  das  festas,  e  para  repa- 
ros da  capella. 

Os  povos  d'estes  sitios,  teem  muita  devo- 
ção com  esta  Senhora,  por  ser  advogada  con- 
tra as  dores  de  cabeça. 

NOGUEIRA —freguezia,  Minho,  concelho^ 
comarca,  districto,  arcebispado  e  próxima 


i64 


NOe 


de  Braga,  48  kilometros  ao  N.  do  Porto^  360 
ao  N.  de  Liftboa,  80  fogos. 

Em  1757  tioha  70  fogos. 

Orago  S.  Joio  Baptista. 

Os  herdeiros  de  Vasco  Xavier  Brandão 
Velho  Barreto  Sotto -Maior,  da  cidade  de 
Vlaona,  apresentavam  o  abbade,  que  tinha 
250^000  réis  de  rendimento. 

Perto  do  sitio  áuMagMena^  se  vêem  mi- 
nas de  fortificações  dos  romanos,  que  da- 
vam a  esta  povoação  o  nome  de  Nogaria. 

Fica  abaixo  do  monte  de  Santa  Mahha, 
nas  margens  do  rio  D'este  oú  Este.  E*  po- 
voação muito  antiga,  pois  já  em  90i,  tun 
clérigo,  chamado  Dividiario,  acceitoa  ama 
vinha,  que  aqai  lhe  doaram  Domno  e  sua 
mulher. 

Foi  villa,  da  condessa  D.  Toda  Duina,  mu- 
lher do  conde  Hermenegildo,  pães  da  con- 
dessa, D.  Ilduàra,  que  casou  com  e  eonde  D. 
Nono  Alvites.  Nas  partilhas  feitas  no  anuo 
iOÍ7,  coube  esta  viila  á  condessa  filha,  que 
comprou  aqui  muitas  fazendas  a  diversos 
fidalgos  e  senhores^  até  ao  anno  de  1046. 
Por  n^erte  de  D.  Ilduára,  herdou  sua  filha, 
a  condessa  D.  GofUredo,  metade  d'esta  villa 
é  a  otUra  metade  ficou  ao  conde  D.  Nuno 
Mendo,  seu  sobrinho. 

A  condessa  vendeu  metade  da  sua  parte  a 
D.*  Eitos  Gundesindo  e  a  Elvira  Gonçalves^ 
6ffl  1071,  e  a  outra  metade  a  doou  aos  mes- 
mos, estando  em  Coimbra,  o  conde  D.  Sis- 
nando  e  stia  mulher,  D.«  Lobo,  a  quem  o  rei 

D.  Afibnso  de  Leão  a  tinha  dado,  em  1074, 
por  morte  de  D.  Nuno  Mendo. 

NOGrUBIRA— freguezia.  Douro,  comarca  e 
eoncelho  de  Lousada,  45  kilometros  ao  8. 

E.  de  Braga,  25  ao  N.  E.  do  Porto,  70  fo* 
goSi  Em  1757  tinha  67  fogos. 

Orago  Santa  Ghristina. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  adminis- 
trativo do  Porto. 

A  milra  apresentava  o  vigário,  coilado, 
que  tinha  80^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

£'  terra  fértil.  Muito  gado. 

NOftUSIRA— freguezia.  Douro,  concelho 
da  Maia,  comarca,  distrieto,  bispado  e  i% 
kilometros  ao  N.  do  Porto,  ^15  ao  N.  de  Lis- 
iMM^  SOO  fogos. 


ma 

Km  1757  tialia  72  fogok. 

Orago  Santa  Maria. 

O  mestre  escola  da  eoUegiada  de  GediH 
feita  apresentava  o  cura,  que  tinha  40M0f> 
réis  de  côngrua  e  o  pé  de  altar.  « 

Terra  muito  fértil.  Cria  muito  gado  bò^* 
no,  que  exporta  para  a  Ingiaternu 

NOGUEIRA— freguezia,  Minho,  coÉceUio 
da  Ponte  da  Barca,  comarca  dos  Arcos  da 
Valle  de  Vei,  24  kilometros  ao  O.  de  Bragi^ 
380  ^0  N.  de  Lisboa,  100  fogos. 

Em  1757  tinha  85  fogos. 

Orago  S.  Romão. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  adminis- 
trativo  de  Vianna. 

A  mitra  apresentava  o  abbàde,  que  tinlui 
350^000  réis  de  rendimento. 

E*  terra  fértil. 

Aqui  está  a  torre  de  Quintella,  que  pas- 
sou aos  Pereiras,  e  d*elles,  aos  Araujos^  por 
casamento  de  D.  Ignez  Rodrigues  Pereira  (fi- 
lha de  Ruy  Vasques  Pereira,  senhor  de  Paiva 
e  de  Baltar,  e  de  sua  mulher,  D.  Maria  da 
Berrédo)  com  Rodrigo  Annes  de  Araújo  (fi- 
lho 2.<'  de  Gonçalo  Rodrigues  de  Araújo» 
senhor  da  casa  de  Araújo  e  Lobios). 

De  D.  Ignez  Rodrigues  Pereira  e  Rodrigo 
Annes  de  Araújo,  nasceu  Pedro  Annes  de 
Araújo,  senhor  da  referida  torre,  o  qual  ca- 
sou com  D.  Gatharina  Rodrigues  Pereira  da 
Lago,  e  tiveram  descendência. 

As  armas  doestes  Araujos,  são — em  cam- 
po de  prata  uma  aspa  azul,  com  cinco  be- 
santes  de  ouro  n'ella.  Elmo  de  aço,  aberto— 
Timbre,  meio  mouro,  com  braços,  vestido 
dé  azul,  com  turbante  de  ouro. 

NOGUEIRA—freguezla,  Minho,  concelho 
de  Viila-Nova  da  Cerveira,  comarca  de  Va« 
lença,  45  kilometros  a  O.  N.  O.  de  Braga» 
405  ao  N.de  Lisboa,  60  fogos. 

Em  1757  tinha  50  fogos. 

Orago  S.  Thiago,  apostolo. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  adminis- 
trativo de  Vianna. 

O  abbade  da  freguezia  de  Santa  Mariíba^ 
de  Alheira  (concelho  de  Baroellos)  apresan^ 
tava  o  vigário,  que  tinha  30M0O  réis  éê 
côngrua  e  o  pé  de  altar. 

Esta  povoação,  que  foi  villa,  é  fnadaçM 
de  D.  Affonso  Vi  (o  grande)  rei  de  CastaBi 


NOB 


N06 


105 


e  Leão,  e  sogro  do  Boal6  õooNie  D.  H6«ri- 
qnOi  petos  atinos  de  1060,  dando^a  á  egreja 
de  S.  Thiago  de  Gàliica. 

Foi  couto,  da  casa  de  Bragança,  que  re- 
cebia o  quinto  dos  íroctosi.  (Vide  Corre- 
IhanJ. 

È  n^estA  freetezia  á  tone^  solar  dos  No- 
gueiras ^  Foi  senbor  d'esta  torre  e  soa  qxáSL- 
ta,  foros  annexos  e  dependências,  João  No* 
l^eira^  e  seu  filho,  Gonçalo  Annes  Noguei- 
ra, D.  Guiomar  Gonçalves  Nogueira,  filha 
doeste,  casou  com  Gonçalo  Pires,  de  Faflão 
(GflUiza)  de  que  foi  l.""  visconde  D.  Fernan- 
do de  Valladares,  por  PbiHppe  4.*.  Bste  D. 
Fernando,  fui  feito  pelos  castelhanos  gover- 
nador Áò  Menrão,  quando  elies  nos  toma- 
ram esta  praça,  em  i663. 


Era  doesta  família,  Áffonso  Âftnes  Noguei- 
ra, casado  com  D.  Joanna  Vaz  de  Almada. 
Foi  seu  4.«  neto,  Luiz  de  Brito  Nogueira, 
que  casou  com  D.  Ignez  de  Uma,  fíiha  e 
herdeira  dê  D.  Francisco  de  Lima  e  de  IX 
Brites  de  Alcáçova,  neto  de  D.  João  de  Li- 
ma, 4.''  visconde  de  Villa  Nova  da  Cerveira, 
herdando  o  titulo»  o  dito  Luk  de  Brito  No- 
gueira. 


É  pois  Nogmira  um  appeliido  nobre  em 
PoriagaJ,  tomado  d'dsta  fregnezia. 

Os  Nogueiras,  trazem  por  armas -^  Em 
campo  de  ouro,  banda  xadresada  de  prata  e 
verde^  de  oito  ordem,  eom  mna  verguétade 
púrpura,  que  tapa  a  ordem  do  meio.  Elmo 
de  prata,  aberto-— Timbre,  uma  cabeça  e 
pescoço  de  serpe,  de  ouro,  com  um  ramo 
de  nogttdra,  verde^  com  nozes  de  ouro,  na 
boccá. 

Outros,  do  mesmo  appeUido,  usam*-*Em 
eampo  de  ouro,  duas  baidas  de  escaques 

1  D.  ÂffoDso  II,  em  1211  (1.*  anno  do  seu 
fe*e!nado)  deu  esta  casa  a  Mendo  Pa«s,  seu 
aio,  do  qual  foi  filho  o  dr.  Pedro  Nogueira, 
desembargador  do  paço,  e  do  conselho  de 
D.  João  III ;  e  é  este  o  progenitor  dos  No- 
gueiras do  Minho,  cujo  ramo  principal  veio 
Sepois  a  ser  o  da  casa  dos  viscondes  de  Villa 
Kova  da  Cerveira. 


de  pmta  e  azul.  O  mesmo  elmo  e  timbre* 

Outros*^fim  campo  de.  ouro,  banda  xa- 
dresada de  púrpura  e  verde,  de  cinco  or- 
dens, eom  uma  verguéta  de  púrpura  qua 
tapa  a  ordem  do  meio.  Elmo  e  timbre,  o 
mesmo. 

MOGUEIRA  —  f^eguezia,  Trazos-Montes» 
comarca  e  concelho  de  Chaves,  80  kilome- 
tros  a  N.  E.  de  Chaves,  430  ao  N.  de  Lis- 
boa, 240  fogos. 

fim  1707  Unha  127  fogos. 

Orago  S.  Miguel,  archanjo. 

Arcebispado  de  Braga,  districtq  adminis- 
trativo de  Vilia-Real. 

A  mitra  apresentaTa  o  reitor,  que  tinha 
ISOMOO  réis  de  rendimento. 

É  terra  fértil.  Cria  muito  gado  de  toda 
a  qualidade,  e  os  seus  montes  são  abundan- 
tíssimos de  caça. 

É  nos  limfles  d'esta  freguezia  o  celebra 
Poço  de  Freitas.  Já  foliei  d'eile  rapidamen- 
te a  pag.  123,  col.  1.*,  do  2.*  vol— e  a  pag» 
230,  col.  1.*,  do  3.<*  vol.  Accrescentarei  aqui 
mais  um  resumo  do  que  diz  D.  Jeronymo, 
contador  de  Argote,  no  tom.  2.%  pag.  498, 
n.«  811,  das  suas  Memorias  de  Braga. 

Entre  Árdões^  Nogueira  e  Sapellos,  esCão> 
os  poços  chamados  Freitas:  a  um  d'elles  imo 
se  acha  fundo.  Diz-se  que,  entrando  n*elle 
dois  búzios  (mergulhadores)  acharam  agua 
de  differentes  temperaturas — em  cima  quen- 
te, no  meio  tépida,  e  mais  abaixo  fria.  Tem- 
se  aqui  peècado  trutas,  e  de  inverno  sae 
d'e8tas  lagoas,  um  pequeno  ribeiro. 

No  mek)  do  poço  (lagôdj  ha  uma  peqoO'» 
nã  insÉa,  mais  alta  dois  metros  do  que  a 
superficie  da  agua.  O  âmbito  d*este  poço,  é 
de  uns  7IK)  metros. 

Eram  mioafl  de  ouro,  dos  romanos,  quo 
d'aUas  extrahiam  grandes  riquezas. 

Na  Vida  de  Manuel  Madiado  de  Âzeve* 
do^  senhor  de  Entre  Homem  e  CavadOí^  esw 
cripta  por  D.  Félix  flfaehado  da  Silva  e  Gas* 
tro,  marquez  de  Monte-Bello,  a  pag,  62  do 
cap.  6.«,  se  ié  o  seguine: 

tPara  este  lance  mando  hazer,  três  coUa«* 
«res  de  oro  muy  curiosos,  sacado  de  las  mi'* 
tuas  a  que  Uaman-^  fos  FrtUas  ^  que  ea 
ttierra  de  Barroso  ay,  eatre  los  lugares  de 
•Cipioens  y  ArdoenSf  que  son  dei  õaayoras- 


106 


NOG 


N06 


€go  de  Castro;  y,  presentando  Dona  Jama 
«de  Silva  a  cada  uno  de  los  Infantes  nn  ool- 
«lar  destos,  y  diziendo  ellos,  qne  aqnelio 
«era  más  enriqaecerlos  qoe  regalarlos,  res- 
«pondió,  que  ny  era  lo  ano,  ny  lo  otro,  sino 
«qnerer  su  marido,  qne  las  minas,  que  en 
«sus  princípios  haviam  sido  de  los  Roma- 
«nos,  y  de  presente  se  ballavan  en  tierras 
«de  aquella  casa,  que  sus  Altezas  venían  a 
«honrar,  les  pagassen  tributo  como  a  Prin- 
«cipes  de  aqnel  Reyno,  son  aquellas  minas, 
«unas  lagunas,  obradas,  más  por  ambieiom 
«dei  oro,  que  por  manos  de  la  naturaleza. 
«Es  capaz  la  mayor,  por  su  profundidad  de 
«nadar  en  elja,  una  nào  de  la  índia  Orien* 
«tal,  y  desta,  corre  en  el  Invierno  un  pe- 
«queno  arroyelo 

«En  el  ano  de  1638,  nos  concedió  Su  Ma- 
«gestad  una  Provision,  con  faeultad  para  be- 
«neficiar  estas  minas  por  tiempo  de  cinco 
«anos,  etc,  etc.» 


Nas  immedi^ções  da  villa  de  Chaves, 
além  d'estas,  ha  outras  muitas  escavações, 
que  foram  minas  de  ouro  e  de  prata,  dos 
romanos  e  dos  árabes. 

Yé-se  que  em  tempos  antigos  houve  aqui 
abundância  d'estes  preciosos  metaes. 


Perto  da  Portella  da  OrrMra,  junto  e  ao 
S.  da  entrada,  se  acham  vestígios  de  uma 
levada  de  agua,  que  principiava  em  Boba 
delia  (perto  de  Nogueira)  e  passando  pelo 
antigo  logar  de  Payo-ManteUa,  entrava  em 
Heixide,  que  cooOna  com  a  Galliza,  e  d'alli 
vinha  por  uma  várzea,  chamada  a  Campi- 
na, buscar  o  valle  de  Chaves.  Diz-se  que 
esta  levada  foi  mandada  fazer  pelo  impera- 
dor Trajano,  quando  se  construiu,  por  or- 
dem do  mesmo  imperador,  a  ponte  de  Cha- 
ves. 

NOGUEIRA  —  freguezia,  Traz-os-Montes, 
concelho,  comarca,  districto  e  próximo  de 
Villa  Real,  SO  kilometros  a  N.  E.  de  Braga, 
340  ao  N.  de  Lisboa,  200  fogos. 

Em  1757  tinha  180  fogos. 
'  Otí^o  S.  Pedro,  apostolo.  .     . 


Arcebispado  de  Braga. 

A  camará  ecdesiastica  de  Braga,  apre- 
sentava o  vigário,  eoUado,  que  tinha  réis 
400|;000  de  rendimento. 

É  terra  muito  fértil.  Cria  muito  gado,  de 
toda  a  qualidade,  e  tem  muita  caça. 

NOGUEIRA  ou  S.  GHRISTOViO  DE  NO- 
GUEIRA DO  DOURO— freguezia,  Beira-Altai, 
comarca  e  concelho  de  Slnfáes. 

Já  tratei  d'esta  flreguezia,  a  pag,  297,  ooL 
2.*,  do  2.»  vol. 

Aqui  accrescento  mais  o  seguinte: 

O  real  padroado  apresentava  o  reitor,  que 
tinha  120^1000  réis  de  rendimento,  aléqn  dos 
benesses.  , 

Ê  a  maior  e  uma  das  mais  ricas  fk*egae- 
zias  da  comarca.  Paz-se  aqui  uma  boa  fei* 
ra,  a  20  de  cada  mez,  no  Seixédo,  perto  da 
ponte  de  Lourôdo. 

È  povoação  muito  antiga,  e  foi  villa  e 
conto,  com  justiças  próprias. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  no 
l.«  de  setembro  de  1513.  fUvro  de  faraes 
novoê  da  Beira,  fl.  74,  col.  2.*) 

Trata-se  n*este  foral,  das  ^terras  seguin- 
tes: 

Bem-Viver,  Seixas  e  Vai -Bom,  que  ficana 
na  margem  direita  do  Douro. 

Está  esta  povoação  situada  em  terreno 
accidentado,  na  margem  esquerda  do  Douro. 

O  seu  território  é  fertOIssimo  em  todos 
os  géneros  agrícolas  do  paiz,  e  o  seu  vinho, 
posto  qoe  verde,  é  de  óptima  qualidade. 

Cría  muito  gado,  de  toda  a  qualidade, 
que  exporta,  e  faz  grande  commercio  com  a 
cidade  do  Porto,  pelo  Douro. 

O  seu  clima  ó  muito  sandaveL 

Nos  limites  doesta  freguezia,  ha  um  monte 
tão  alto,  que  d'elle  se  avista  a  cidade  do 
Porto,  que  fica  48  kilometros  a  O.,  e  uma 
grande  extensão  de  mar<  N^este  monte  está 
o  sanctuario  de  Nossa  Senkara  do  Cálix^ 
casa  de  muita  devoção  dos  povos  doestes  sí- 
tios, que  aqui  fazem  grandes  romanas,  pelo 
decurso  do  anno. 

Consta,  por  tradição,  que  este  templo  foi 
a  primeira  egreja  matriz  da  freguezia,  que 
então  comprehendía  também  a  actual,  de  S. 
Thiago  de  Piães. 


NOG 

É  por  esta  razão  qae  o  sanctuario  é  ain- 
da meieiro  das  duas  freguesias,  e  ambas, 
pelos  aDQOs  de  1700,  o  reedificaram  e  am- 
pliaram, e  lhe  coDStmiraro  uma  nova  e 
perfeita  capellamór,  e  ama  boa  saehrls- 
tia. 

.Diz  se  qne  a  imagem  da  Senhora  veio  da 
cidade  de  Gadíx  (Hespanha)  em  714,  qnando 
os  mouros  a  occaparam,  trazida  pelos  chris- 
tios  fugitivos,  qne  aqui  vieram  ter,  e  lhe 
eonstmiram  nma  capellinha  n*este  sitio,  qne 
depois  foi  substitaida  pela  qae  se  reedificou 
em  1700. 

Ficava  esta  ermida,  próxima  ao  famoso 
coitello  de  SanfinSy  edificado  sobre  um  pe- 
nhasco, e  por  arte  e  natureza,  tão  forte,  que 
èra  inexpugnável. 

Parece  que  durante  a  dominação  agare- 
Ba,  esteve  a  santa  imagem  escondida  entre 
umas  densas  brenhas  d'este  monte,  que  ho  ■ 
je  são  tudo  terrenos  cultivados. 

Consta  que  um  AnUnuo  Moreira,  d'e8ta 
freguezia,  por  alcunha  o  Semihano  (por  ter 
residido  alguns  annos  em  Sevilha),  referiu 
ao  reitor  de  Nogueira,  Sebastião  Gardozo 
Soares,  que  na  cidade  de  Sevilha  (Andalu- 
zia) C4)nstava  por  documentos  authenticos, 
que  a  imagem  de  Nossa  Senhora  de  Galix, 
viera  de  Cadix  para  estas  terras,  e  que  o 
seu  verdadeiro  nome  é  Nossa  Senhora  de 
<Iadix,  que  em  Portugal  se  corrompeu  em 
Galix. 

Ao  sitio  onde  a  imagem  esteve  muitos 
•annos  escondida,  ainda  ho}ese  chama,  Mon- 
tes de  Nossa  Senhora  do  Cálix. 

Não  se  sabe  quando  fci  achada  no  seu  es- 
conderijo, nem  o  anuo  em  que  se  construiu 
a  sua  segunda  capella. 
>  A  festa  principal  d'esta  imagem,  é  a  5  de 
agosto  (dia  da  Senhora  das  Neves)  e  é  uma 
romaria  muito  concorrida. 

Também  a  25  de  março  (dia  da  Encarna- 
ção da  Senhora)  ha  aqui  nma  outra  grande 
romagem,  onde  vem  muitas  cruzes,  de  va- 
rias freguezias,  em  cumprimento  de  um  an- 
tiquissimo  voto. 

Ainda,  além  doestes  dois  dias,  vem  aqui 
gente  de  perto  e  de  longe,  visiur  a  Senhora* 
«  trazer*]be  ofiertas;  sendo  a  maior  concor- 
irencia,  nos  sabbados  da  quaresma. 


NOG 


107 


A  imagem  é  de  pedra,  e  de  boa  escul- 
ptura. 

Eoi  frente  d*estj^  capella,  fica  o  célebre 
pego  da  Cárdia,  do  qual  tratarei  em  Fiaes. 

Já  disse  no  logar  citado,  do  2.«  volume, 
que  era  aqui  a  casa  solar  da  Granja,  do  sr. 
D.  Pedro  da  Silva  Gerveira  Ifonte-Negro  de 
Bourbon.  Para  a  sua  genealogia  e  armas, 
vide  Sobrado  de  Paiva. 

É  também  n'esta  freguezia,  a  casa  solar 
do  sr. João  da  Silveira.  Para  asna  genealo- 
gia e  armas,  vide  Torre  da  Silveira,  junto 
de  Ássumar. 

NOGUEIRA  DO  GRAVO— freguezia.  Dou- 
ro, comarca,  concelho  e  3  kilometros  ao 
E.N.E.  de  Oliveira  d'Azemeis,*35  kilome- 
;  tros  ao  S.  do  Porto,  40  ae  E.N.E.  d'Aveiro, 
'  10  a  E.  da  Feira,  280  ao  N.  de  Lisboa,  130 
fogos.  Em  1757,  tinha  73  fogos. 

Orago,  S.  Ghristo^^. 

Bispado  do  Porto,  districto  administrativo 
d'Aveiro. 

Os  marquezes  de  Marialva  apresentavam 
o  abbade,  que  tinha  300^000  réis  de  rendi- 
mento, fora  os  benesses. 

É  uma  bonita  freguezia,  situada  em  ter- 
reno elevado,  e  levemente  accidentado,  com 
bastantes  casas  boas,  e  com  duas  ermidas, 
uma  publica,  no  sitio  da  feira,  e  outra  par- 
ticular, na  aldeia  de  Nogueira. 

Passa-lbe  ao  S.  O.  o  ribeiro  de  Nogueira, 
atravessado  por  uma  boa  ponte  de  pedra,  de 
um  só  arco,  feita  pela  camará  de  Oliveira 
d' Azeméis,  em  1844. 

Tem  uma  grande  feira  de  gado,  a  27  de 
cadamez. 

É  terra  muito  fértil,  em  todos  os  géneros 
do  paiz,  e  cria  muito  gado  bovino,  que  ex- 
porta em  grande  quantidade,  para  a  Ingla- 
terra. Já  aqui  se  fabrica  muita  e  óptima  man- 
teiga de  vacca,  da  qual  vae  diariamente  para 
o  Porto  grande  quantidade. 

Tem  muita  caça  e  é  abundante  de  madei- 
ras, principalmente  de  pinheiro. 

É  terra  saudabilíssima. 

A  sua  egreja  matriz,  é  soberba,  e  uma 
das  melhores  da  comarca.  Foi  construída 
no  principio  do  século  XVIII,  e  é  de  ópti- 
ma cantaria,  com  um  magnifico  adro,  e  em 
sitio  vistoso  e  agradável 


Í08  IDOa  NOJ 

No  sitio  do  Moinho  io  Pintor,  â'e8tá  Are-       NOGUBIRÕ  e  DADUE— fregaezid,  llíiAo» 

gnezía,  ha  uma  boa  mina  de  cobre,  proptía*    concelho,  comarca,  arcebispado,  di8triet6 

dado  de  nma  grande  cogapanhia,  da  qual  é    administrativo  e  2  kilometros  a  E.  de  Bra^ 

director  technico  o  sr.  Jí^nson^  BubdiCo  bri-    ga,  360  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

tannico.  Ettas  minas  principiam  em  liadei-       Bm  1757  tinha  79  fogos. 

ra  de  Sarnes  (ou  das  Terças)  e  terminam  em       Drago,  o  Salvador. 

PíndéUo.  Também  pertencem  à  mesma  com-  ■     O  cabido  da  8ó  de  Braga,  apresenuva  .o 

panhia,  as  minas  de  cobre  do  Feirral,  oo   vigário,  collado,  que  tinha  SOMOO  réis  è» 

Ferral,  na  fregaezia  do  Couto  de  Gacnjães.    côngrua  e  o  pé  d'aitar. 

Andam  em  exploração.  Dadim,  ou  Dadem,  era  uma  pequena  íire* 

NOGUEIRA  DE  GRAVO  e  GALUEES—    guezia,  que  o  arcebispo  D.  Veríssimo  â'Aloii* 
villa,  Douro,  concelho  de  Oliveira  do  Hos-    castre  annexou  a  esta. 
pita],  comarca  da  Tábua  (extincta  comarca  '     Os  romanos,  quando  pozeram  céreo  i  ei« 
de  Midoes),  60  kilometros  de  Coimbra,  110  .,  dade  de  Braga,  eonstruiram  aqui  nma  Ibr- 
ao  N.  de  Lisboa,  460  fogos.  taleza,  da  qual  ainda  ha  vestígios. 

Em  1757  tinha  141  fogos.  A  fireguezia  de  Dadim,  linha  por  orago» 

Drago,  Nossa  Senhora  da  Expectação.       \  S.  Romão. 

Bispado  edistricto  administrativo  deCoidd' !  Em  um  alto  e  formoso  monte  d'e8ti  l^e» 
bra.  guezia,  está  á  capella  de  Nossa  Senhora  úm 

A  mitra  apresentava  o  prior,  que  tinha  i  Consolação,  templo  antiquisúmo,  e  que  se 
500^000  réis  de  rendimento.  não  sabe  quando  foi  fundado. 

É  povoação  antiga,  e  foi  cabeça  de  conce*»  {  Tem  ama  irmandade,  instituida  em  1517, 
lho,  com  justiças  próprias.  j  que  manda  aqui  dizer  missa  áoe  domingos 

D.  AiTonso  Henriques  lhe  deu  foral,  com  j  e  dias  sandificados. 
todos  os  privilégios  do  de  Avô,  em  maio  de  I     A  eua  festa  é  no  domingo  do  Bom  Pastor» 
1177.  (Uvro  11  da  Extremadura,  fl.  279,  col. ;     D  monte  em  que  está  a  capella  é  um  sitki 
1.*)  D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa,  ,  bonito,  ainda  que  solitário,  e  d'aqui  se  gosa 
a  12  de  setembro  de  1514.  (Uvro  de  foraes  ,  um  formoso  e  vasto  panorama. 
novos  da  Beira,  fl.  41  v.,  eoi  2.*)  NOJOES— ^aldeia.  Douro,  na  fregnezia  da 

Veja-se  também  SímrntUa  para  o  foral  no- ;  Real,  concelho  e  3  kilometros  ao  D.  de  Cas- 
vo,  no  Corpo  Ckronologico,  parte  1.*,  maço  1,  j  tello  de  Patva  (da  capital  do  concelho,  que 
doe.  2.  I  é  a  villa  do  Sobrado),  comarca  e  12  kiloia6<« 

Ê  terra  muito  fértil.  Gado  e  caça.  |  troe  a  N.D.  d*Arouca«  5  kilometros  ao  S.  do 

NOGUEIRA  DA  REGEDOURA— freguezia, ;  rio  Douro,  50  ao  £.  do  Porto,  310  ao  N.  da 
Douro,  comarca  e  concelho  da  Feira,  20  ki-  j  Lisboa,  40  fogoa. 

lometros  ao  S.  do  Porto,  295  ao  N.  de  Lis^  |     Foi  viUa,  e  cabeça  do  concelho  do  seu  no- 
boa,  250  fogos.  ;  me,  que  foi  supprimido  em  1834.  Ainda  con- 

Em  1757  tinha  120  fogos.  |  serva  a  sua  antiquíssima  (e  inslgnificantisaí^ 

Drago,  S.  Chrlstovão.  |  ma)  casa  da  camará  e  cadeia,  lioje  transíbr* 

mada  em  tabeAia. 
Fazem-se  aqui  dois  grandes  mercadosi  una 


Bispado  do  Porto,  districto  administrativo 
d'Aveiro. 


D  reitor  do  mosteiro  de  cónegos  seculares  ;  a  11  outro  a  26  de  cada  mez. 
de  S.  João  Evangelista  (loyos)  da  Feira,  apre-  {     D  principal  objecto  doestes  mercadoSi  é  a 
sentava  o  cura,  que  tinha  70Í00O  réis  de  |  compra  e  venda  de  gado  bovino  e  suíno, 
rendimento,  fora  os  benesses.  Ha  aqui  uma  casa^  de  que  é  aotualmento 

Fica  perto  do  Atlântico.  É  terra  maito  .  representante  (por  casamento)  o  sr.  loaqním 
fértil  e  saudável.  Cria  muito  gado  de  toda  ;  Mendes  Strech  da  Cunha.  Esta  familia,  que 
a  qualidade.  Fabricasse  aqui  grande  quan*'  1  édeappeUido  Ribeiro,  diz-se  descendente  do 
tidade  dè  telha,  de  óptima  qualidade,  talvez  grande  patriota^  o  doutor  João  Pinto  Ribeir»^ 
a  melhor  do  reino.  1  o  heroe  de  1640.--Vide  a  pag.  190  e  238  X 


MOM 


ffOM 


109 


do  l.«  Yolame,  e  a  pag.  317,  col.  2.%  no  fim, 
do  voL  4.« 
fAm  zfiw  nm^  i^Qn  p.aa^  Q  ^pitflg  jcodas» 

o  sr.  doutor  Carlos  Aranha,  da  Póvoa.  (Vide 
Pédorido.) 

,  É  provável  que  Nojdes  tivesse  foral  anti- 
go, porém  Franklim  jqâo  o  meiíeioiía. 

Entendo  qn»  teve  foral  próprio,  porque, 
Iratando  o  foral  de  Paiva,  de  varias  aldeias 
comprebendidas  n'elle^  não  falia  em  I^ojões, 
que  era  villa  e  cabeça  de  concelho,  no  i.*"  de 
dezembro  de  1513,  que  é  a  data  do  foral. 
Comprebende  porém  a  freguesia  de  Beal,  á 
qual  esta  aldeia  pertence. 
.  É  terra  fertilíssima,  como  quasi  todas  d'ee- 
ie  concelho. 

Ha  aqui  uma  capella  publica,  onde  se  áit 
tnissa  todos  os  domingos  e  dias  sanctifica- 
dos. 

O  antigo  nome  d'esta  povoação,  era  Ne- 
jãeSy  que  no  antigo  portuguez  significava— 
Uerra  das  malfmtoriag.  Vem  do  substantivo 
mcjo,  que  significava  —  damno,  perda,  mal* 
feitoria,  embaraço^,  detrimento,  prejuízo,  etc. 
•—  Com  intençom  de  lhes  fazer  nojo,  e  deS' 
^onra,  em  lhes  britarem  bôa  vezinhança,  que 
antre  elles  avia  de  assi  com  elles  montarem, 
ie  vezinharem.  (Doe.  de  Pinhel,  de  1430.)*- 
)E  se  nom  fizer  nojo  a  outras  Casões.  (Foral 
de  Mourão,  de  1512). 

É  povoação  muito  antiga,  e  aqui  próximo, 
aio  sitio  do  Fôjo^  junto  ao  ribeiro  de  Real, 
lia  vestígios  de  um  pequeno  templo  romã- 
mo,  conservando  ainda  parte  do  pavimento, 
lem  mosaico. 

Mcis  não  é  este  o  único  monumento  que 
jnos  prova  ter  este  sitio  sido  habituado  des- 
de remotos  tempos:  ha  outros  vestígios,  e 
i«m  grande  quantidade,  evidenciando  a  ha- 
bitação de  povos  pre-historicosn*estes  Ioga- 
res. 

tf 

Pouco  ao  N.  E.  de  Nojões,  alem  do  ribei- 
to  do  oiesmo  nome,  está  o  logar  da  Povoa- 
^,  onde  se  vô,  além  d'uma  fonte  antiguis- 
slma,  que  parece  construcção  romana,  vá- 
rios alicerces  de  edifieios.  N'este  logar  ha 
vários  monolithos,  aos  quaes  o  povo  ohama 
^:--penedos  da  poooação—e  quesãohicontes- 
tavelmente  antas  célticas.  Algumas  são  de 


monstruosa  grandeza,  e  não  se  comprehende 
como  homens  quasi  selvagens,  sem  a  mini- 
ma  noção  de  dynamica,  podesafím  moxer  e 
collocar  na  requerida  posição,  estas  immen- 
sas  moles  de  pedra. 

Pião  estão  todas  collocadas  na  mesma  po- 
sição, nem  teem  todas  a  mesma  forma  geo- 
métrica. 

Umas  são  esphericas,  outras  ovaes,  e  ei* 
tão  collocadas  hnrisontal  on  perpendicular- 
mente. A  maior  de  todas,  que  está  em  uma 
quebrada  do  monte,  e  ao  cimo  de  terras  cul- 
tivadas, é  oblonga  e  está  em  posição  perpen- 
dicular, fortemente  calçada  por  quatro  gra«- 
des  penedos. 

Todos  estes  monumentos  mostram  eviden- 
temente que  são  anteriores  á  edade  de  ferro^ 
não  tendo  o  mínimo  vestígio  de  obra  de 
arte. 

Devemos  também  notar,  que  na  metade 
O.  do  concelho  de  Paiva,  não  ha  umáuniea 
rocha  granítica.— Na  povoação  é  que  princi- 
pia a  ver-se,  e  em  grande  abundância,  o 
ffranUO'pcrphiroide,'q\ke  se  encontra,  sem 
interrupção,  em  quasi  toda  a  parte  E.  do  cot- 
celho  (ma9  só  nos  vertentes  septentríonaes 
das  serras  que  actualmente  dividem  este  con- 
celho do  de  Arouca,  e  que  no  tempo  do  nosio 
conde  D.  H  nrique,  eram  o  limite  do  território 
da  cidade  de  Arégia  Auregia  ou  Anegia.-^ 
Vide  ilr^/a— Vide  a  pag  238 1  col.  1.»  do  !.• 
volume,) 

Note  se  também  que  são  raríssimas  as  ro- 
chas propriamente  ditas.  Quasi  tudo  2íío  pe- 
nedos rolados,  indicando  terem  andado  por 
muitos  séculos  debatendo -se  uns  contra  os 
outros,  impellidos  por  correntes  poderosas 
submarinhas. 

NOMEADA  —  portngne;E  antigo  ^  moeda 
de  prata  que  fizeram  cunhar  D.  João  I  e  seu 
filho,  o  rei  D.  Duarte.  Era  do  tamanho  dos 
actuaes  meios  tostões.  Tinha  no  anverso  a 
cruz  de  S.  Jorge,  com  a  legenda 


DOMINUS  ADJUTOn  FOBTIS. 


Ignora-se  o  seu  justo  valor. 


110 


TSOM 


NOM 


Nomes  antigos  de  varias  cidades  e  aacoes  ^ 


Nomes  antigos 


Actium  (promontório) 
(lulia) 


Aiba 


AUobroges  ou  Gentro- 
nis 


Ambrones 
Antiom... 


Nomes  modernos 


Cabo  Figalo 


Albano  (Gampania). .. 


Delfinado,  Saboiae  Gé- 
nova   


Observações 


É  celebre  pela  batalha  qné  aqui  deu  Ao- 
gnsto  contra  António,  e  que  decidia  do 
império  do  mnndo  a  favor  de  Augusto* 

Foi  fandada  por  Ascanio  Eonileu,  300 
annos  antes  de  Roma,  e  destruída  por 
Túlio  Hodilio. 

£ram  povos  da  Gallia-Narboneza. 


Berne,  Fribnrgo  e  Bale 

Anzo-Bovinato,  40  ki-(É  a  pátria  de  Nero,  que  para  aqui  qniz 
lometros  d'Ostia . . ..  j  trazer  a  corte  de  Roma. 


Anluloles |  Nigricia,  Paiz  dos  Ne- 
gros   


I 


.„^„.  ÍTerracína  (campania, 

^^"^ jdeRoma) 


A  rv^i.  /vin\              \  A  primeira  estrada  de 
APP>*(^**) }  Roma 

I 


Apúlia 


Aquitania. 


Terra  de  Bari,  Terra 
de  Otranto  —  parte 
da  BasilicaU  (Nápo- 
les)  


Gascunha,  e  Guienna 

Traconia-  Septentrio- 
Arcadia {  nal,   na   Moréa,  ou 


Era  a  antiga  cidade  dos  voiscos,  no  La- 
do. 

Foi  calçada  em  441,  de  Roma,  por  Appio 
Cláudio  Ceco. 


£  na  Itália  Meridional,  entre  o  mar  Adriá- 
tico e  o  golpho  de  Tarento. 


França. 

Deu-lhe  o  nome.  Arcas,  que  se  dizia  fi 


I 


Argos 


Anela 


•  I 


nizza 


neso. 


^^.  ^?^r^*^^ A iK^®  Cidade  dos  latinos,  a  20  milhas  de  Ro- . 
j  So)    :.^     .  .\!    *.(  °^^*  Via^AppuL 


1  Pôde  ser  que  alguns  dos  meus  leitores  achem  este  artigo  impróprio  de  um  dicisíonra 
rio,  que  trata  só  de  cousas  portuguezas.  A  estes  dou  por  satisfação  que  —  decidi  iaclui- 
isto  na  obra,  porque  a  nossa  historia  antiga,  e  outros  muitos  documentos,  dão  noíiaes  de 
cidades  e  nações,  hoje  de  muitos  desconhecidas,  e  o  leitor  pouco  versado  em  geographja 
antiga,  não  entenderia  muitos  dos  nossos  livros,  nem  a  historia  romana,  que  tem  tantos 
pontos  de  contacto  com  a  nossa.  Gomo  n'eâte  artigo  tenho  de  fallar  muitas  vezes  do  anuo 
da  fundação  de  Roma,  noio  que  esta  cidade  teve  principio  no  anno  do  mundo  3251,  que 
vem  a  ser,  753  antes  de  Jesus  Ghristo.  — Por  esta  explicação  se  podem  acertar  as  datas 
com  facilidade. 


NOM 


NOM 


111 


Nomes  antigos 


Armenialf&ior . 
ArmeDia-M6Dor< 

Armóriea 

Adialfenor  — 


Assyría. 


Atlas  (monte) 


Attica  (na  antiga 
Achaia)  o  paiz  mais 
nobre  da  Grécia. — 


Aventino  (monte).... 


Averno  (lago) 


Babylonia  ou  Chaldeia 


Bactriana 


Baias  (Campania-Ita- 
lia) 


Batavia 


Belgae 

Beócia  (paiz) 


Bertões,  ou  Birtonios . . 


Boinnhaemiam 


Bósphoro-Cimmerío . . 


Bósphoro  da  Tliracia.. 

Britania  (a  antiga  Al- 
bioD)  —  ilha 


Nomes  modernos 


Toreomania 
Aladnli.... 
Bretanha  • . . 
Natália 


Diarbeck 


Ásia. 

Ásia. 

França. 

Turquia. 

Ásia.  Também  se  chamava  Mesopotâmia, 
Arzenun,  Chaldeia  ou  Babylonia. 


Altar  (o  mais  altói^rJi^^J^S^ii  P™lPÍ\Sf.f?S.Í" 
monte  da  Africa)  ... 


LiYadia-  Meridional,  ou 
o  ducado  de  Aihenas 


Monte  de  Santa  Sabina 


Oceano  (a  que  dá  ô  nome)  passa  a  Mai  - 
rocoSy  Fez,  Alger,  Tripoli,  etc. 

Grécia. 


É  uma  das  sete  colimas  de  Roma,  sobre 
as  margens  do  Tibre* 


Averno 


Bulk,Sabin8UneGan- 
dahar 


Utrech  e  as  ilhas  so- 
bre o  Rhin 


Paizes-Baixos  . 
Livadia-Gentral. 


Perto  de  Cumas,  nas  costas  da  Campa* 
nia.  Itália. 

Vide  Aflsyria. 
Ásia. 

Foi  totahnente  engulida  por  um  terre- 
moto, no  anno  de  1538. 

Allemanha. 


A  sua  capital  era  a  famosa  Thebas.  (Gré- 
cia). 


o^ ^  (a  parte  da  Thracia  que  fica  ao  longo  do 

^^"* golpho-persico. 

Bohemia — 1  Allemanha  do  SoL 

Estreito  de  CafiRsL  Se-  [ 
pára   a  Griméa   dal  Europa. 
Çircacia •. 


Canal  de  Constantino- 
pola 


Inglaterra,    Paiz   de 
Galles,  d  Escócia.... 


Bvsanclo 


Campama. 


Estreito  que  une  o  Mar  de  Marmora  com 
o  Mar-Kegro. 

A  parte  meridional  forma  a  Inglaterra, 
e  a  septentrional  a  Escócia. 


i 


Terra  de  Labor. 


Itália.  Produz  óptimos  vinhos. 


iie 


KOM 


Nomes  antif^s 


Campo  de  Marte 


Nomes  modernos 


Campo  de  Marte. 


mu 


Obaervaçam 


Cantábria,  ou  Hespa 
nha  Tarragoneza — 


I 


Capitólio  (fortaleza,  so- 
bre o  monte  Tarpeio) 


Càpua 


Biscaia 


Campidoglio 


Glande  terreno,  de  Roma,  entre  o  Tibre 
e  os  montes  Citorio,  Qairiaal  e  GapitA' 
lino. 

Os  cantabros,  occnpavam  com  os  astu- 
rianos e  os  vascos,  a  Biscaia,  uma  [jarfe 
da  Castella  septentrional,  as  Astunas  e 
Leão. 

N*e8te  monte  houve  60  templos.  Ainda 
se  voem  as  suas  minas,  na  Agua,  acima 
da  ponte  de  Santo  Angelo.  Depois  de 
quatro  incêndios,  o  papa  Bonifácio  m 
mandou  reedificar  o  Capito)io. 


A  actual  cidade  de  Càpua,  está  a  6  kilo- 
Santa  Maria  Maior,  ai-]  metros  a  O.  da  antiga,  edificada  sobre 
deia i  as  minas  da  cidade  de  Gasilino.  E  so- 
bre o  Vnlturno,  na  Terra  de  Labor. 


Capadócia. 


Carinas  (Bairro  de  Ro- 
ma)  


Carthago   (cidade  da 
Africa) 


Amasia,  Genecb,  e  o 
Tocat 


Asia-Menor. 


Bírsa,  aldeia. 


^íA"!'.":^."!^^-*»^*-' 


Era  dos  mais  bellos  de  Roma,  pelos  mui- 
tos patrícios  que  n'elle  habitavam. 

^Fundada  pelos  phenicios,  foi  rival  de 
Roma.  Ja  existia  antes  da  guerra  de 
Tróia.  Possuía  todas  as  costas  do  Medi- 
terrâneo, desde  a  Grande  Sirte  até  ao 
río  Ebro,  assim  como  a  Sicília  na  Sar- 
denha. Era  em  uma  península  do  golfo 
de  ^unes,  a  poucas  léguas  d'esta  cidade. 
Scipião,  o  Africano,  a  arrazou  no  anno 
608  de  Roma.  i 

Porto  de  mar  no  reino  de  Murcia,  (Hes- 
panha).  Fundada  pelos  earthaginezes. 


Carthago- Vetus,  oujyilla  Franca  de  Pana- (Catalunha,  (Hespanha).  Fundada  também 
Carthago-Velho. — (  dez j  pelos  earthaginezes. 


Cecubo 


Cefalonia 
I  Celtae . . . 


Monte  de  Gaiéta. 


Cefalonia... 
Normandia 


Itália. 

Ilha  no  archipelago  grego,  ou  do  Levante. 

França. 


1  A  primeira  guerra  de  Carthago  contra  Roma,  durou  desde  490  até  513  (de  Roma.) 
Ho  ultimo  combate  naval,  Lutacio,  eaptívou  70  navios  carlbannezes  e  metteu  a  pione  SÕ. 
N'esta  guerra,  perdeu  a  republica  earthagineza,  a  Sicília  e  a  Sardenha.  —  A  segunda,  du- 
rou desde  536,  até  553.  N'esta  guerra  ficou  Carthago,  tributada  de  Roma.  —  A  terceir», 
âurou  desde  605,  até  608,  em  que  Carthago  foi  destraida.  —  Depois,  Augusto  a  repovooa 
com  5:000  homens.  Adriano  a  reedificou  com  o  nome  de  AdrianopoUs.  Em  432  de  Jesu 
Christo,  Genserino,  rei  dos  vândalos,  a  tomou  aos  chrístàos,  e  aquelles  a  possuíram  Iw 
annos.  A  actual  torre  Almenára  é  a  praça  da  sua  amiga  fortaleza. 


NOM 


N€M 


il3 


Nomes  antigos    . 


Centrones 
Céos 


Gerites 


Chaldéa 


Nomes  modernos 


Normandia 


Observações 


O  mesmo  qne  AUobroges. 


Charibde 


Chers^eso-Cimbríeo^ 


Chipre  (ilha) 


2|q  Ilha,  em  frente  do  Gabo  Golona,  na  Líva- 
dia.   .  ... 

tGantao  da  Toscana  marítima,  entre  Gi- 
vita-Veechia  e  a  embocadura  do  rio 
Áro,  Itália. 

O  mesmo  que  Babylonía. 

Gaf^ro.  ou  Capo  dij<^^KeS?aflt"íirKcí 
^^^^^ /  IhodeSylia. 


Jathiand 


  sua  capital  é  Nicosia.  É  ao  Amdo  do 

Cobros .....{  Mediterrâneo,  e  pertence  hoje  á  Tnr- 

(  quia. 

rif^pA^  jCivita-Veecliift  -^  na  Era  no  paiz  dos  volscos.  O  cabo  de  Gir- 
j  Campania de  Roma..  (  céa,  é  hoje  Montç  Circello. 

^Era  um  vasto  terreiro,  oval,  rodeado  de 
pórticos  e  ediOcíos,  d*onde  se  viam  os 
jogos  e  os  combates.  Tinha  2:205  pés 
de  comprido  e  905  de  largo.  Viam -se 
n'elle,  3  galerias  cobertas,'  em  outros 
tantos  andares,  com  capacidade  para 
150:000  pessoas.  Ainda  existem  as  suas 
rninas,  entre  os  montes  Aventioo  e  Pa- 
latino, hoje  o  monie  de  Santa  Sabina,  e 
o  Palácio  Grande. 

.  Este  vasto,  edificlo  era  ornado  de 
grande  numero  de  estatuas  e  colum- 
nas,  e  de  dois  grândes  obeliscos. 

Havia  em  Rooía  dois  outros  circos,  o 
de  Flaminio,  perto  do  rio  Tibre,  e  o  de 
Nero,  ao  Vaticano. 


Circo*maxímo,  deRo^ 
ma 


Ciazomenas 


Ciusio 


Colchida 


Cidade,  na  península  de  Jónia,  hoje  re- 

Vourla  • . .  .* ..{  duzida  a  aldeia,  na  Natolia,  à  entrada 

da  bahia  de  Smyrna. 


Ghíusi 


Toscana.  Tem  aguas  mineraes,  frias. 


Entre  a  Cireacia,  a  Geórgia  e  o  Aladuli, 
ao  fundo  do  Mar*Negro. 
Era  um  paiz  famoso  pelos  seus  vene- 

Mingrelia  (paiz) (  nos,  e  ainda  mais,  pelo  celebre  Vellocino 

(ou  tosào)  d'ouro.  Hoje,  esta  r^^giào  só 
consta  de  duas  aldeias  e  alguns  castel- 
los,  á  beira -mar. 


Concanos |  Astúrias 

VOLUMK  VI 


«  I  •  • 


Povos  da  Hespanh^  Tarragoneza,  na  Bis- 

8 


114 


NOH 


NOH 


caU,  que  en  nma  colónia  de  message- 
Us.  Hoje  a  sna  capital  é  Santilhana. 

Dba  no  arebipelaio  Grego  oa  Jónico. 

.Cidade  do  Peloponeso  (Horía  sctual) 
fnndadã  por  Sisjptus  ou  por  Coríntho, 
filho  de  Haraihoo  (outros  dizem  qae. 
por  Haleies,  o  6.*  doa  Heraclides)  800 
annoa  antes  de  Jssus  ChrÍBlo.  Bra  si- 
tuada sobre  om  isibmo.que  unia  Achaia 
ao  Pelopooeso.  Foi  famosa  pelas  suas 
olarias,  pelo  seu  vioho,  e  pela  soa  im- 
moralidade.  Teve  primeiro  reis  e  depois 
foi  republica.  L-ncio  Mumo  a  tomou  e 
'i  aaqoeoD,  no  asno  607  de  Rom\.  Jatio 
Ce«ar  a  resubelecen,  e  era  ainda  flores- 
cente, DO  tempo  de  S.  Paulo. 

Esteve  algum  lempo  em  poder  dos 
veneiianos,  mas  os  turcos  a  retomarani 
em  1715  de  Jesus  ChrialO. 

Biti  deserta  e  desmantelada.  E  so- 
bre o  istbno  que  separa  o  golfo  d'Ea' 
genia  <a  B.)  do  de  Lepanio  (ao  0-)  Per' 
lencei  Horéa. 

Cidade  que  Já  não  eziaie.  Era  em  frente 
da  ilha  de  Chypra,  na  actual  Carama- 
nia.  Na  Jónia  havia  um  monte  lambem 
chamado  Corico. 

Era  uma  das  ilhas  Sporades,  perto  d&s 
costas  da  Asia-Henor,  á  entrada  do  golfo 
qne  separava  a  Caria  da  Dorida.  Era 
íamosa,  por  ser  pátria  do  grande  pin- 
tor Apellee,  e  de  Hippocrales,  deus  da 
medicina  —  e  pela  pdrpnra  qne  aqui  se 
pescava. 

É  a  maior  ilha  do  Uediterraneo.  Dizia-se 
que  teve  cem  cidades,  e  que  foi  aqui 
creado  Júpiter ;  o  que  ihe  deu  celebri- 
dade— assim  come  ser  governada  por 
Hinos :  pelo  seu  Minotauro ;  e  pelo  sea 
Labyrmlbo  construído  por  Dédalo. 

Boiregon-se  a  Ponpeo;  foi  durais 
sujeita  aos  imperadores  de  Constaoti* 
nopola,  até  ao  anno  833  de  Jesus  Cbrlsto. 
Os  sarracenos  a  conquistaram,  e  aqui 
fundaram  a  cidade  de  Caadia,  qne  vein 
dar  o  sen  nome  a  toda  a  ilha.  Qg  veDO* 
lianos  a  tomaram  em  1669. 

I Cidade  da  Campania.  Foi  a  primeira  Am- 
dada  na  Itália  pelas  colónias  gregas. 
Esuva  sobre  a  costa  do  mv  da  Toa- 


NOM 


NOM 


115 


Nomes  antigos 


Nomes  modernos 


.Observações 


Gomas. 


Gyelades 


Cydonia 


Cândia 


Gyelades 


Ganóa 


^K&.."".  ."':*:«*«* 


Gymus,  oa  Gorsien . . . 


Gythera 


Dácia 


Gorsega 


Gerigo 


Perto  d'esta  cidade  estava  a  caverna 
da  famosa  Sybilla  de  Cwmas,  que  pro- 
phetisou  a  vinda  e  o*martyrio  de  Jesas 
Ghrísto. 

Os  serracenos  destrairam  esta  cida- 
de, em  1207  de  Jesus  Ghristo,  e  d*el]a 
apenas  restam  vestígios. 

São  47  iihas  do  Archipelago,  situadas  em 
forma  de  circalo  (d*onde  Ibe  vem  o 
nome).  As  soas  aguas  são  perigosíssi- 
mas, pelos  muitos,  rochedos  que  aqui 
estão  espaihadosi 

Era  uma  das  príaeipaes  cidades  da  illia 
de*Gréta.  É^hoje  cidade  episcopal  e  porto, 
de  Gandia,  na  costa  septentríonal.  Deu 
o  seu  nome  a  uma  das  quatro  circums- 
crípç5es  da  ilha. 

iPaiz  da  Ásia. 


jllha  do  Mediterrâneo,  pertencente  hoje  á 
França. 

Ilha,  à  entrada  do  archipelago  grego,  en- 
tre a  Horéa  e  Gandia. 

Era  famosa  pelo  seu  templo  de  Vé- 
nus, e  pela  sua  devassidão. 


Dalmácia 


Os  dacos  (de  Dacia)  ek^am  scythas  euro- 
peus. Estaneeavam  entre  a  Sarmacia  e 

Trlnsílvania,Moldavia)  %  ^f^^^^-  ^  8ua  origem  era  gauUeza. 
  Vabonia  i  Gonfondem-se  muitas  vezes  com  os  ge 

^     '  tas.  Trajano  venceu  o  seu  ultimo  rei, 

Decebato,  e  reduziu  a  Dacia  a  provín- 
cia romana. 


(A  Dalmácia,  fazia  parte  da  antiga  lUyria- 
Occidental,  ao  longo  do  Adriático  (golfo 
de  Veneza^. 

Está  hoje  limitada  ao  N.,  pela  Bós- 
nia; ao  E.,  pela  Servia:  ao  O.,  pela 
Mortania;  e  ao  S.,  pelo  golfo  de  Veneza. 

Divide-se  em  Veneziana,  cuja  capital 
é  Spalatro  —  em  Rugusianay  de  que  é 
capital,  Raguza  — e  Tuzca,  cuja  capital 
é  Herzegovina,  região  ^uasi  toda  po- 
voada por  catholícos,  sujeitos  ao  impe- 
rador da  Turquia. 

Actualmente  (agosto  de  1875)  anda 
n'e8ta  parte  da  Dalmácia,  encarniçada 
guerra,  para  sacudir  o  jugo  dos  musul- 
manos. 


Dahnacia 


116 


NOM 


NOM 


Nomes  antigos 


DâQubio 


DauDía 


Delos 


IJ^otoes  modernos 


Ob^ervaçdM 


Dannbio 


Delphos 


Dorida 

Dumnoíi 

Edia,  Lingones,  e  Se 
qaania 


É  um  dos  principaes  rios  da  Europa- 
Principia  perlo  da  Matta-Negra^  em  To- 
nesching  (ou  Esciogen)  no  principado 
de  Fourstembérg.  Atravessa  a  Saevia, 
a  Baviera,  a  Áustria,  a  Hungria,  a  Ser- 
via, a  Bulgária,  e  a  Moldávia,  e  lança  se 
no  Mar  Negro,  por  duas  fozes.  Teve  an 
ligamento  seis,  j>orém,  a  areia  entupiu 
quatro. 

Verdadeiramente,  só  se  chama  Da- 
núbio, desde  a  sua  origem  até  abaixo 
de  Alba-Graeca :  d'ahi  até  ao  mar,  toma 
o  nome  de  Ister^ 


Pagliapiana,  ou  Capi-( Itália.  Os  seus  soldados  eram  valorosis- 
tanato |  simos. 

O  seu  primeiro  nome  foi  Ortygía. —  É 
no  arcbipelago  Jónico,  e  está  noje  de- 
serta. Diz-se  que  no  seu  principio  era 

Sdille  (ilha) {  fluctuante.  N*elia  nasceram  Apollo  e 

Diana,  filhos  de  Latona  é  de  Júpiter 
(segundo  a  Mythologia).  Ainda  aqui  se 
vêem  as  ruinas  do  um  templo  de  Apollo. 

^Foi  uma  cidade  oelebre,  na  Phocida,  ao 

Sé  do  monte  Parnaso.  Houve  n^esta  ci- 
ade  um  templo  de  Apollo,  famoso  por 

Gastri {  seus  oráculos. 

Hoje  úão  é  mslis  do  que  um  montão 
de  ruinas,  occupadas,  em  parte,  pela  pe- 
quena aldeia  de  Castri, 

Livadia-Superior; . .  Á^'^^^^^  ^'^f^  ^^  ^'^'"'  ''^  ^'*°*^* 


Cornewal,  e  Dewon 
shire . 


Borgonha,  e  Pranche- 
Conlé , 


Egypto 


Egyplo 


6ran*Bretanha.  Vastas  e  ricas  minas  de 
carvão  de  pedra. 

França. 

Região  da  Africa.  Tem  1:200  kilometros 
de  comprido,  do  N.  a  S.,  e  300  de  largo. 
É  limitada  ao  N.  pelo  Mediterrâneo,  ao 
E.,  pelo  Mar  Vermelho,  Arábia,  Pétrea 
e  Palestina;  ao  B.,  pela  Núbia  (Ethio- 
pia),  e  ao  O.  pela  Gyrenaica  e  a  Líbia, 
hoje  Barbaria. 

Divide-se  em  Alto,  JHkdio,  e  Baixo- 
Egyplo.  —  O  Alloy  comprehende  a  an- 
tiga Thebaida;  ó  Baixo,  estende  se  até 
ao  Gairo.  O  Médio,  é  desde  o  Galro  até 
á  antiga  Hermopolis,  hoje  Benesonef. 
Teve  por  muitos  séculos,  reis  próprios : 
08  persas  o  conquistaram ;  mas  Alexan  - 
dre  Magno  ih'o  tomou. 


NOM 


¥m 


H7 


Nomes  anligiur 


Egyplo. 


Elida 


Nomes  moderaos 


Observaçõesr 


Egypto. 


Moréa 


Passoa  aos  romanos,  no  tempo  de 
Cleópatra,  sua  ultima  rainha. 

Omar,  kalifa,  e  snccessor  de  Abube- 
ker,  66  assenhoreou  d*elle. 

Foi  governado  por  soldões  próprios; 
mas,  em  i5i7  de  Jesus  Christo,  Selim  l."* 
imperador  dos  turcos,  se  apossou  do 
Egypto. 

Hoje  é  governado  por  um  prínci- 
pe, suzerano  da  Porta,  intitulado  Ke- 
aiva. 

O  famoso  rio  Nylo  atravessa  esta  re- 
gião de  S.  a  N. 

O  Cairo  é  a  capital  do  Egypto. 

Grécia. 


Epheso 


Epiro 


Erix 


Esola 


Áiasalouk. 


Álbania 


\ 


Era  uma  cidade  da  Jonia,  na  Asia-Mn- 
nor,  famosa  pelo  templo  de  Diana,  uma 
das  sete  maravilhas  do  mundo^  e  que 
foi  incendiado  por  Erostrato,  no' 9inno 
385  de  Roma,  e  no  mesmo  dia  en  que 
nasceu  Alexandre  Magno. 

Em  Epheso  se  celebrou  o  3.*  concilio 
eucumeníco,  no  anuo  431  de  J.  C. 

Hoje  não  é  mais  do  que  uma  aldeia 
da  Natólia,  sobre  as  costas  do  Arebipe- 
lago  Grego,  à  embocadura  do  pequeno 
rio  Madre,  (antigo  Caistro).  Tem  um 
bom  porto,  com  uma  pequena  cidadella. 

\  Pertence  ao  imperador  da  Turquia. 


Era  uma  província  da  antiga  Grécia,  que 
se  estendia  pelo  mar  Jónico,  entre  a  BÍa- 
cedonia,  ou  Iliyria,  a  Thessalia  e  a 
Achaia. 

Hoje  ó  uma  parte  da  Albânia,  coro- 
prehendendo  os  cantões  de  Chiméra  e 
de  Arta., 

É  actualmente  dos  turcos,  e  gover 
nada  por  um  pachà,  que  está  em  Jan- 
na,  sua  capital. 


Era  uma  cidade  e  um  monte  de  Sicília, 

onde  Vénus  tinba  um  templo  celebre, 

cheio  de  mulheres,  consagradas  á  deusa, 

Honte  di  SanJuilano{  cujo  (besouro  enriqueciam  com  o  pro- 

dueto  das  suas  prostituições. 

É  hoje  um  monte,  no  vaile  de  Mas- 
sara,  perto  de  Drepano,  na  Itália. 


Colónia  do  antigo  Lacio,  a  18  kilome- 
tros  de  Roma,  da  parte  de  Tivoli.  Não 
existe. 


Í18 


NOtf 


WiNH 


Nomes  antigos 


Esqailino 


Monte  de 
ibior.. 


Ethiopia. 


Nomes  modernes 


ObaervaçOat 


Era  am  dos  sete  principaes  montes  de 
Roma.  Serrío  Tolio,  6.''  rei  de  Roma,  o 
incloía  na  cidade,  edificando  n'elle  mn 
palácio  e  jardins. 

Formava  o  5."*  bairro  de  Rema,  e  se 
denominava  Região  EsquUma,  O  nome 
vem-ihe  de  cbscuIus,  espécie  de  carva- 
lhos. 


Etna 


Abyssinia 


Etroria,  ou  Tascia 


/Grande  região  da  Africa,  que  compre- 
'  hendia  os  paizes  boje  chamados  Nnbia, 
Abyssinia,  Zang^ebar,  Monemngi,  Mo- 
nomotapa,  Cafraria,  e  Congo. 

A  actaal  Abyssinia,  é  a  Ethiopia  pró- 
pria; tem  S:400  kiiometros  de  compri- 
do, e  1:680  de  largo. 

Era  o  império  do  celebrado  Preste 
João.  O  sen  imperador  intitnla-se  ne- 
gus.  Grande  parte  do  povo  d'este  vasto 
império  segne  ama  religião  a  qne  ai- 
gons  chamam  christan,  tao  degenerada 
e  misturada  de  jadaismo,  que  nem  mes- 
mo se  podem  chamar  christâos  scisma- 
ticos. 

Desde  a  destruição  da  grande  cidade 
de  Aoíáma,  nio  ha  aqui  senão  aldeias. 
O  próprio  negus,  vive  em  uma  barraca 
da  campanha. 

Todos  os  habitantes  são  pretos. 

Celebre  volcão  da  Sicília,  na  costa  Occi- 
dental do  valie  de  Demona,  entre  os  ca- 
bos de  Pharo  e  Pássaro.  Tem  i8  kiio- 
metros de  subida,  e  iOO  de  circumfe- 
,  rencia. 

I 

Í Grande  região  da  Itália,  que  antigamente 
comprehendia  todo  o  território  cerc^ido 
pelos  Apeninos,  e  que  se  estendia  de 
E.  a  O.,  desde  o  rio  Tibre  até  Magra. 
Era  habitada  por  dois  povos  diferen- 
tes —  os  umbrões,  ao  E.  —  e  os  tuscos, 
ou  tyrrenoSy  ao  0.  Estes  por  fim  domi- 
naram todo  o  paiz. 


Monte-Gibel,  ou  Mon- 
gibello  .* , 


Eubéa 


Falemo 


Feronia 


Negroponto 


Rocea  di  MonDrago- 


Paiz  e  monte,  na  actual  Terra  de  Labor, 
entre  Sinuessa  e  Cales.  O  monte  é  na 


^aíh:L\^      costa  marilima,  entre  os  bosques  de 
ne  iiiaua; j  Garigliano  e  do  Saona.  Os  seus  vinhos 

eram  óptimos. 

Cidade,  nas  costais  do  Lacio,  no  centro 

^aint-nnMtfi   íaldeiaJ  ^^  P*^^  ^^*  faliscos,  próxima  dos  sabi- 
bamt-oneste,  (ameia)  ^  ^^^^  ^  ^^  ^^^^^^  Soracte. 

fi  hoje  uma  pequena  aldeia,  perto  do 


MOM 


NOBC 


Í19 


Nomes  anlift» 


liomes  modenios 


Feronia 


Fescennla 


Fidenas 


FlnniDgia 


Formias 


FortanaUa  ou  Âfortii» 
nadas  


SaiDtOaeste,  (aldeia) 


Obaenraíçtat 


Finlândia 


Molla. 


Canárias 


Frisii 


Gabíos 


Gaiatas  (de  Galacia).. 


I 


HoUanda  e  Frisa  ^ . . . 


Campo-Gabio 


I 


Gtiiaogare 


Tibre,  no  património  de  S.  Pedro.— 
Itália. 

Também  havia  a  fonte  e  o  templo  da 
densa  Feronia,  mas  isto  era  perto  de 
Terracina  —  Itália. 

Antiga  cidade  da  Toscana,  no  cantão  dos 
vulsimioi,  cnjas  minas  se  vêem  a  i:500 
metros  de  Galeão,  pequena  villa  dos 
Estados*Eeclesiastico8. 

A  tragedia  e  a  comedia,  devem  a  sua 
origem  aos  fascennios. 

Cidade  dos  sabinoif  no  Lacio,  entre  Crus- 
tnmena  e  Antenas,  sobre  o  Tibre,  5  ki- 
iometros  acima  da  embocadura  do  Te- 
verone.  Vêem -se  as  suas  minas,  perto 
do  castello  Ginbeleo,  a  iO  kilometros 
de  Roma. 


Antiga  cidade  do  Lacio,  na  costa  dos  au- 
rtMcos.  Hoje  está  reduzida  a  aldeia,* 
perto  de  Gaêta,  na  Terra  de  Labor.  Seus 
vinhos  eram  famosos. 

Nove  ilhas,  ao  O.  de  Africa,  ficando  a 
mais  próxima  a  S40  kilometros  da  costa 
africana,  no  Oceano  Atlântico.  As  qua- 
tro principaes  são :  Canária,  (que  dá  o 
nome  a  todas)  Teneriffe,  que  é  a  maior, 
e  onde  está  o  celebre  ^mòo  do  seu  nome 
—  Ilha-dO' Ferro,  onde  os  geographos 
franceses  estabelecem  o  seu  primeiro 
merediano-«e  Palmo.  Foram  desço* 
bertas  por  João  Bittencourt  (normando) 
em  lfti7.  São  muito  férteis.  Pertencem 
á  Hespanha.  ^ 

Paizes  Baixos. 


Antiga  cidade  do  Lacio.  As  suas  minas 
estão  28  kilometros  a  E.  de  Roma. 

Povos  da  Asia-líenor,  descendentes  dos 
gaullexes,  que  se  tinham  estabelecido  na 
Phrygia,  no  anuo  477  de  Roma,  e  que 


I 


1  Segando  muitos  escriptores,  as  Canárias,  os  Açores,  Madeira,  Porto  Santo,  e  em  Por- 
tugal, as  Berlengas,  o  Baleai  e  outros  ilhotes,  são  restos  da  grande  Ilha-Âtlantida,  tão  fa- 
mosa na  antiguidade,  cujos  valles  foram  alagados  por  uma  terrível  erupção  do  Mar-Ne- 
fro,  que,  abrindo  uma  passagem  pelo  estreito  de  Constantinopola,  invadiu  o  Mediterrâ- 
neo, rompeu  o  actual  Estreito  de  Gibraltar  (separando  a  Africa  da  Hespanha)  e  uniu  oa 
mares  de  Azof,  Negro,  Archipelago,  Mediterrâneo  e  Atlântico.  Avançam  alguns  que  a  Ame* 
rica  era  uma  parte  da  Ilha- Atlântida ;  mas  então  deixava  de  ser  ilha. 

2  Em  Frisa  se  inventaram  aa  machinas  de  guerra  obamadascat^atto^  áe  Friio. 


i^O 


NOM 


NOM 


Nomes  anfifofr 


Gaiatas  (de  Galacía) 


Nomes  modernos 


Cbiangare 


lhe  deram  o  nome  de  Gcdlo-Grecia.  Os 
gregos  lhe  chamaram  Galada. 


Galaeeia Gallua.A8lari?8e  Bis-  g^^p^^^ 

Caia  .•••«•• •"•) 


Franca,  Saboya,  AUe- 
6a] lia    (Cisalpina  e\  mantia  (parte),  Pie- 
Transalpina— áqatm<  monte,  Milão,  Man 
e  além  dos  Alpes)..../  tua  (parte),  Veneza, 

ete. 


Gallia-Narboneza 
GalUa-Tògata... 

Gargano  (monte) 


Monte  de  Santo  An 
gelo 


Germânia. 


Langnedoc. 
Lombardia: 


Era  nma  das  mais  celebres  regiões  da 
Europa.  Comprehendia  a  França  actual, 
a  Sabuya,  e  toda  a  parte  da  Aiiemanba 
e  dos  Paizes  Baixo.",  que  está  ao  O.  do 
Rbeno. 

Antes  do  império  de  César,  estavam 
os  gauUez  H  divididos  em  quasi  tantos 
estados  differi^ntes,  quantas  erauí  aís 
suas  cidades  principaes. 

Dividiam-se  em  ires  ordens — nobres, 
ou  cavalleiroSf  di-uidas,  e  povo. 

Os  primeiros,  faziam  a  guerra ;  os  se- 
gundos, exerciam  o  sacerdócio ;  os  ter 
ceiros,  cultivavam  a  terra  e  exerciam 
offlcios  medianicos.  Estes  eram  quasi 
escravos. 

Pasmaram  os  Alpes,  apossando-se  d^es- 
seâ  paizes.  a. que  os  romanos  deram  o 
nome  de  Galíia-Cisalpina;  e  desde  en 
táo  se  ficou  chamando  á  Gallia  própria 
—  Gallia-  Transalpina, 

A  Gallia  Cisalpina,  estendia  se  desde 
os  Alpes  até  ao  -rio  Pó.  É  huje  o  Pie 
monte,  Milão,  parte  do  ducado  de  Man 
tua.  Bergamo  e  Brescia,  e  Veneza. 

É  por  estas  duas  grandes  divisões 
i  (Cisalpina  e  Transalpina)  que  se  dizia 
^  Gallias,  tratando  de  Ambas. 

Na  Gallia-Transalpina. 

Idem. 

No  reino  de  Nápoles  (no  Capitanato) 
perto  de  Manfredonia  e  de  Si  ponto. 


( 


Allemanha 


Germania-Sarmata  ou  (Polónia   (russa,  aos* 
Marcomania .(  triaca  eallemã).... 


A  antiga  Germânia  era  duas  vezes  maior 
do  que  a^Alíemauha  actual  (do  Norte ^ 
do  Sul)  comprehendendo  todo  o  vasto 
território  que  está  entre  o  Visiula, 
o  Danúbio^  o  Rheno,  e  o  Oceano  do 
norte. 

Os  cimbros,  os  teutões  e  óa  sícambros, 
eram  povos  ferozes  da  Germânia.  Com- 
tMteram  tenazmente  contra  os  romanos, 
porém  Mário  os  venceu,  matando  mais 
de  300:000)  Nunca  porém  os  romanos 
poderatn  sabjngar  completamente  estas 
hordas  indómitas. 


Vide  JMar ootoiosua. 


MOM 


NOM 


iU 


kSfli 


Nomes  antigos 


Gelas  (paiz  dos) 


^Nomes  modernos 


Observações 


Gnacia 


Eram  antigos  povos  da  Scyihia  européa, 
Provindas    DanUbia-  ]  qae,  com  os  docas,  occupa vam  as  actaaes 

nas .' — )  Trandlvania,  Moldávia  e  Yaiaqaía,  trí- 

(  balarias  da  Porta. 

Gkiazl,  Nazzi,  oti  Torrei  Pequena  cidade  da  Apalia-Peucetía,  a  80 
di  Anatto.  <Terra  de]  iLiiometros  de  Bari,  sobre  a  estrada  de 
Bari) [  Brindes. 


íCabcCrio    (Vllla  da  ^^ad^  na  am^^^ 

\  NaislWa   á  nimbà  aA  ^stava  a  famusa  estatua  de  Venas,  feita 

Gnido \  n.n?nlnia  .iS  S^^^        POf  Praxitdies. 

península  de  Monte.|      ^^^.^  ^^^^^  ^.^^^^  ^^  ^^.^^^  ^^  ^^^^ 

'  de  Cbypre,  mas  de  pouca  importância. 


Gaoàso 


Grago 


Grécia 


Antiga  cidade,  capital  da  ilha  de  Greta, 

rinoasa  I  ®  ^^  '^^  Minos,  lobre  o  rio  Geraso, 

uii^uasd. Vhoje  Ginosa.  Apenas  existem  as  suas 

ruínas. 

É  um  monte,  com  oito  cabeços,  na  an- 
Monte  deGonnte. . ..{  tiga  Lycia,  celebre  pela  fabula  da  Chi- 

mera. 


A  Grécia  antiga,  comprehendia  o  paíz  si- 
tuado entre  a  Illyria ;  a  Mesia ;  o  Ponto- 
Euxino;  a  Dardania— eos  mares,  Adriá- 
tico, (golfo  de  Veneza);  Jonio,  (Arcbipe- 
lago  Grego;  Ilhas  Jouias,  ou  Mar  do  Le- 
vante) e  Egôo. 

Formava  poi.%  parte  da  Grécia,  o  Epi- 
ro ;  a  Macedónia ;  a  Thessalia  e  a  Thra- 
cia.  Mas;  a  Grécia  propriamente  dita, 
era  o  paiz  situado  enire  o  Epiro  e  o 
mar  ionio,  ao  O ,  a  Thess^alia  ao  N. ;  o 
Euripo  e  o  mar  Egôo  ao  E. ;  e  o  Medi- 
terrâneo ao  S.  * 

Hoje  está  restringida  à  antiga  Livadia. 


Grécia 


1 


Guta,  e  fielleviones...  Gothiand 


Helicon. 


/Monte  da  antiga  Beócia,  entre  a  Phocida 

e  o  Golfo  de  Goriatho.  Era  coDS^grHdo 

às  Musas.  Eram  aqui  as  fontes  de  Hip- 

Zàgara,  ou  Zagaya...{  pocrfn«e^(^am;7pe.É  na  Livadia  actual, 

entre  Thespia  e  Bossa. 

Perto  do  Helicon,  flca  o  monte  Par- 
nosso. 


Helvécia ^.iSuia^a 


Hemo 


Cumanitza 


Ainda  se  diz  Confederação  Helvética. 

Monte  da  Thracia,  onde  nasceram  Or- 
pheu, Lino,  Museu  e  outros  poeus. 

Hoje  faz  parte  do  Ballcan,  nas  fron- 
teiras da  BttJgaria. 


122 


NOM 


Nomes  antigos 


Hesperia 


Híbernia,  ou  leroe . . 

Hirri,  ou  Ecii,  oa  Os 
tiones 

Hydaspe 

Hymeto  ..'. 

Hyperboreos 


Ibéria 


Iverae 
Ida.... 


Ida  (outro)  . . 
Ilio,  oa  Troía 

jlllyria 


Nomes  modernos 


MOM 


ObMrraçSis 


mmmi 


Itália,  Hespanhas. 


Irlanda  (ilha) 


Lfvonia,  eEstionia... 


Havia  doas  Hesperías  —  a  Magna,  oa 
Próxima,  Qoe  era  a  Itália  —  e  a  UUima 
que  era  a  Peninsulalberica  (Hespa- 
nhas). 

O  nome  d'estas  regiões  vinha  do  grego 
Ueipêrus-QeàdmUe;.  porque  ficavam  a 
O.  da  fireeia. 

S^|eiu  aos  inglézes,  formando  um  dos 
Três  Reinas  britannicos. 


Rio  da  lodia,  além  do  Ganges.  Nasce  no 
monte  Ima  (fronteiras  do  Tibet)  e  lan- 

Raví,  «a  Via {  ça-^^e  no  Indo,  entre  Multan  e  Buekor. 

Foi  o  termo  das  conquistas  de  Alexan- 
dre Magno. 

Monte  da  antiga  Attica,  cnjo  mel  era  o 
melhor  da  antignidade.  È  na  actual  Li« 
MonteMeto,  ou  Lam-l  vadia,  entre  Setines  e  Cabo-Golumna. 

probani ]  Ainda  hoje  o  seu  mel  tem  fama  de 

muito  bom,  principalmente  o  da  cerca 
do  mosteiro  de  Cosbachi. 


Povos  da  antiga  Sarmania,  que  estancea- 

KnoaA»  oAvitonfi^-nftt^n.)  V*™  ^o^"*®  ^  Wolga  O  O  Mar-Brauco. 
Russos  septemncmaes       Dava-selhes  eíte  nome  por  flcarem 

(  perto  do  Boreas.  ou  polo  Artíco. 

I 

I Havia  duas  Ibérias.  Uma  era  a  Hesp»- 
nha  actual,  assim  chamada,  do  seu  rei 
Ibero,  que  Umbem  deu  o  seu  nome  ao 
rio  Ibero,  hoje  Ebro. 

I 
A  outra  Ibéria,  era  uma  região  da  Ásia, 

entre  o  Mar-Negro  e  o  MarCaspio. 

Comprehende  actualmente  os  princí- 

Parx^nin  Ai.sAn»«i         ]  P^dos  de  Cardwel  e  Kaketi.  Sobre  o  rio 
GeorgiaOriental \  ^^^  ^^  ç^^  ^^^  ^^^^^^^  ^^j.  ^  ^^.^ 

tal  d'este  paiz,  que  é  a  cidade  de  Tes 
fis,   antigamente  chamada  Acropolis- 
\  \  Ibérica. 

O  mesmo  que  Hibernia. 

A{^;„i.  (Monte  da  antiga  Troada,  hoje  Natolia* 

^^^^^^ (  Occidenul. 


Monte-Giove 


Na  ilha  de  Creta,  actual  Cândia. 
Vide  Tróia. 


Dalmácia,  Croácia  e(  Região  da  Europa,  que  se  estendia  ao 
Bósnia (  longo  da  cosu  septentrional  do  Adria- 


V(M 


NOM 


m 


Nomes  antigos 


Nomes  modernos 


IllyrU. 


[Dalmada.  Croácia  ej  í^jr^n^SÍ^^nirÍNSTa 

Víndelícia. 


loniâ 


Ithaca 


Sarchan  (N^olia) . . 


Vai  diCompari 


^J^T^.°".^!ÍPaleocori 


Lanavio 


Lapíthas. 


Lartesa 


• 


Era  primeiramente  um  paiz  da  Grécia, 
depois,  passou  a  ser  uma  região  da 
Âsía-Menor,  porque  ama  colónia  de  io- 
nios-gregos  se  foi  ali  estak>elecer.  As 
suas  principaes  cidades,  eram  —  Mileto, 
Epbeso,  Smyrna,  Golophonia,  Lebeda, 
Ery  thréa  e  Glazomenas.  Smyrna  e  Ephe* 
so,  são  ainda  cidades  muito  importan- 
tes. 

Pequena  ilha,  ao  sair  do  golfo  de  Le- 
panto,  entre  a  ilha  de  Gorfa  e  as  cos- 
tas da  Albania-Meridíonal.  Fazia  parte 
dos  estados  de  Ulysses. 

Capital  da  antiga  Laconia,  no  Pelopone- 
so,  sobre  o  rio  Euptas  (o  Yisilipotamo 
actual). 

Estendia  se  desde  o  cabo  Matapan, 
sobre  os  golfos  de  Golochina  e  de  Na- 
poli. 

As  suas  ruinas  ainda  se  vêem  a  9 
kiiometros  de  Misitra,  que  é  o  nome 
actnal  da  capital  da  Zachania,  provincia 
daMoróa. 

Os  venezianos  se  apossaram  d^ella, 
em  1687 ;  mas  os  turcos  lb*a  retoma- 
ram, com  a  Moréa,  em  1715. 

Ainda  se  cbama  Laconia,  á  parte  me* 
ridíonal  da  Zachania,  e  ao  paiz  dos  ma- 
gnetes. 


!  Antiga  cidade  da  Itália,  a  4&  kiiometros 
de  Roma,  perto  da  ViaAppia,  no  paiz 
dos  latinos. 
l 

Povos  da  Antiga  Tbessalía,  que  habita- 
vam ao  pé  de  Larissa,  e  do  monte 

Janniwrnq  )  ^^Y^PO-  Diz  se  que  foran  os  primeiros 

4<ftuui9diM9 \  q^g  domesticaram  e  domaram  os  ca- 

vallos.  É  hoje  a  provincia  de  Janna,  na 
Turquia  da  Europa. 

Era  uma  cidade  dos  pelasgios,  sobre  o 
Penes,  na  Thessalia.  Era  a  capital  dos 
estados  d'Achilles. 
Havia  na  Grécia  mais  três  cidades 
Larsa,  ou  Lariz2a,  em  /  d'este  nome. 

I  Janna \     Uma  na  Macedónia,  sobre  o  golfo 

Pelasgo. 
Outra,  perto  do  Monte  Ossa. 
Outra,  perto  de  Elea,  no  Peloponeso. 
Doestas»  apenas  restam  vestígios. 


m 


NOM 


me» 


Nomes  Mitigoft 


Latiam  (Lacio) 


Lesbos 


Lestrigoes. 


Lytxia 


Nomes  modernos 


Observa^^ 


Itália 


Metelim 


Italianos. 


Zaarab,  Negrieia,  Gui 
uó    Bileidugerid,    e 
luda  aBarberia — 


Lybia-Inferior  oa  Gfe-  Uileldugerid 


lalia 


Libornia 


Liris 


Croácia  e  Dalmacia- 
Occidental 


Garígtiano 


Lacania 


Basílica  ta ;  a  parte  me- 
ridional do  princi- 
pado, e  parte  da  Ca- 
lábria  


O  Lacio,  era  orna  regia»  da  Itália,  qne 
se  dividia  em  Antigo  e  Moderno  Lacio. 
O  Antigo  Lado  é  boje  a  Campania  de 
Roma.  Comprebendia  os  latiuos,  os 
eqaos,  os  bernicos,  os  ratnlos,  e  os 
volscos,  desde  o  Tibre  até  Terraciua. 

O  Novo-Lacio,  era  a  Terra  de  Labor, 
e  estendia-se,  desde  Terracioa  até  ao 
monte  Massico,  além  do  Liris,  e  com- 

\  prebendia  os  aurancos  e  os  ausõe?. 

liba  do  arcbipelago  Jónico,  na  actual  Na< 
tolia.  Sna  capitai  era  a  cidade  de  Mity- 
Iene,  boje  Metelin,  qne  é  também  o  no- 
me actoal  da  iiba.  E  celebre  por  ser  a 
pátria  da  famosa  poetisa,  Sapho. 

Povos  da  Sicília  que  se  estabeleceram 
na^  costas  da  Campania,  e  ali  faudaram 
a  cidade  de  Lestrigon.  Era  sen  cbefe 
Lamo.  lovadiodo  os  lacoaios  este  patz, 
pozeram  á  cidade  o  nome  de  Formas. 

Segando  os  escriptores  romanos,  a  Ly- 
bia  era  a  parte  da  Africa  septentrionãl, 
liaiitada  ao  B.  pelo  Egypto ;  ao  O.  peio 
reino  de  Tripoli;  ao  &  pela  Etbtopiae 
pela  Núbia;  e  ao  N.  pelo  mar. 

A  Lybia  fornecia  aos  romanos  40:000 
moios  de  trigo  annaalmente. 

Ao  mar  da  Lybia  se  ebama  boje,  mar 
da  Barca. 


Fazia  parte  da  lllyria,  e  estendia  se  pelo 
golpbo  de  Veneza  (mar  Adriático)  entre 
a  Istria  e  a  Dalmácia. 

Os  hbarnios  serviam-se  de  pequenas 
embarcações,  muito  ligeiras,  e^  d*isso 
veiu  o  nome  de  libumas  a  todos  os  va- 
sos da  mesma  construcção. 

Nasce  nos  Abbrazzos,  e  morre  no  mar 
da  Toscana,  à  ponta  do  golpbo  de  Gaeta. 
Atravessa  o  território  que  foi  paiz  dos 
bernicos,  dos  volscos,  e  dos  ausonios. 
Itália. 

Era  uma  região  da  Itália- Meridional  en- 
tre o  mar  da  Toscana  e  o  golpbo  de  Ta- 
rento, no  actual  reino  de  Nápoles. 


I 


Lacania 


I 


Monte  Librettí 


^  Lucretil jMarMorto 


Monte  de  Sabina,  no  cantão  de  Banda - 
sia,  perto  de  Carreso. 

Nas  costas  da  Campania,  entre  o  Cabo 


NOM 


NOM 


iâs 


Nomes  antigos 


Lncretil 


Lusitânia 


Lntecia  i 


Lycia 


Nomes  modernos 


Observações 


Mar-Morto 


I 


Portugal 


Paris 


Aldínia  (Natolia  meri< 
dional 


Lydia 


Miseno  e  as  eidadef^  de  Baias  e  Pazzoll, 
ao  fando  do  golpho  Tyrrheno.  Gommu- 
nicava  com  o  lago  A  ver  no,  por  uno  ca- 
nal que  mandou  abrir  o  imperador 
Agrippa. 

Um  terremoto  o  arrasou  totalmente 
em  1538,  e  abysmou  a  cidade  de  Baías. 
No  sitio  onde  existiu  este  monte,  se  vé 
hoje  uma  lagoa  lodosa  — o  tal  Mar- 
Morto. 

A  antiga  Lusitânia  comprehendia  o  reino 
de  Galliza,  a  província  do  Minho,  com 
os  limites  que  tinha  ató  1834,  e  a  maior 
parte  da  província  de  Traz  os  Montes; 
mas  esta  divisão  soíTreu  algumas  alte- 
rações darante  o  império  romano,  e  de- 
pois, no  tempo  dos  godos.  Para  evitar 
repetições,  vide  Braga,  no  logar  com- 
petente, e  Lusitânia  e  Portugal  no  4.* 
volume. 

Capital  da  França. 

'Rpgiao  sobre  a  costa  meridional  da  Ásia- 
Menor,  entre  a  Caria  e  a  Grande-Phry- 
gia;  a  Pisidia  e  a  Pampbilia. 

A  sua  capital  era  a  cidade  de  Patara, 
famosa  pelos  oráculos  que  ahi  dava 
Apollo,  segundo  criam  os  idolatras. 


Penigia 


Macedónia 


Roumania 


Península  de  Janna  ^ 


Era  uma  região  da  A8ia-M«*nor,  que  se 
estendia  ao  longo  do  Caístro  (hoje  o 
Pequeno  Madre) econflnava com  aPhry- 
gia.  Caria,  lonia  e  Eólia.  (Vide  Etríi- 
ria). 

>Uma  parte  da  Grécia,  que  comprehendia 
a  Thessalia,  o  Epiro  (ou  Albânia)  e  a 
Thracia. 

Todo  este  pafz  forma  a  Roumania 
actual,  codi  as  suas  quatro  províncias, 

Sue  são  (prÍDCi|)íando  ao  N.  e  terminan- 
oao  S.)  Jamboli,Macedoniapropria,  Co- 
menolitari  e  Janna. 
Este  paiz  termina  pplo  0.  com  o  Mar- 
i  Adriático  (Golfo  de  Veneza)  e  pelo  E. 
^  com  o  Mar-Egeu. 

Província  actual  da  Thessalía,  que  se  es- 


1  Lutecia,  segundo  muitos  etymologistas,  é  uma  palavra  (composta),  gaulleza««que  si- 
gnifica cidade  da  lama.  Os  romanos  lhe  chamaram  depois  Parisonim. 

2  Quasi  no  centro  da  extremidade  occidental  da  península  de  Peniche,  ha  uma  pe- 
quena abra,  chamada  Canteiro  de  Joanna.  Ê  provável  que  os  thessaiios,  que  invadiram  a 
Lusitânia  com  os  romanos,  vendo  a  similhança  d*esta  península  com  a  sua  de  Janna^ 


m 


NOM 


NOM 


Nomes  antigos 


Hagnesia 


Bfanapií,  Tongrii 


Mar  Adriático. 


Mar  Garpacio 


Nomes  modernos 


Observações 


Peninsola  de  Janna 


Barbante  Austriaeo... 


Golpho  de  Veneza  .. 


tendia  entr^os  golfos  Thermaieo  e  Pe- 
lasgieo,  desde  o  monte  Ossa  até  a  em- 
bocadura do  Ampliiso.  É  hoje  orna  pe- 
nínsula de  Janna,  entre  os  golfos  de  Sa 
lonica  e  Yolo.  A  sua  capital,  também 
chamada  Magnesia,  na  Asia-Menor,  está 
fundada  sobre  o  rio  Meandro,  e  tem 
hoje  o  nome  de  Gnzerlitza. 


A  parte  do  Mediterrâneo  que  está  entre 
a  Itália,  a  Grécia  e  a  Illyria.  O  nome 
provinha*  lhe  da  cidade  de  Adria,  que 
ainda  existe,  reduzida  a  uma  povoação 
insignificante. 


Mar  Gaspio,  ou  Hirca- 
nio 


Mar  Gaspio.  Tambeml 

èechkmsL  Mar  de  Sa- 

lOj  de  Bachu,  de  Chi- 

Icínk,  e  de  Tabaristan.i 


Marcomania 


fk  ««**^  Ar.  t««^  ««/.|É  *  P*rto  do  Mediterranio  que  l>anlia 
flPa  iStrl  n  MoHi?Jt  Scarpeuto  (Garpathus),  ilha  na  extre- 
?o^.n  i'n  x^fi^ll  midide  do  Archipelago  Grego  (Mar  Jo- 
«f?ltí  ^^^  nico,  ou  do  Levante)  entre  Rbodes  e 
«^^^^'^ f  Gandia. 

Grande  lago,  na  Aaia.  Estende-se  do  N. 
a  S.,  entre  a  Grande-Russia,  a  Tartaria, 
a  Pérsia  e  a  Turquia  asiática.  Nao  tem 
eommiUiioaçSo  alguma  (apparente)  com 
outro  qualquer  mar.  Tem  3:000  kilo- 
metros  de  N.  a  S. 

É  tempestuoso  e  nao  tem  portos  onde 
os  navios  possaM  estar  em  segurança. 

Também  se  chama  Germania-Sarmata. 

Esta  heróica  e  infeliz  naçào,  foi  por 
muitos  séculos  a  guarda-avançada  da 
Europa,  que  por  centenares  de  vezes 
livrou  das  invasões  assoladoras  das  hor- 
das barbaras  asiáticas.  Seus  generosos 
peitos,  mais  ainda  que  os  rochedos  de 
suas  montanhas,  eram  um  dique  per- 
manente contra  os  sanguinários  filhos 
d'Agar. 

Esquecidas  d'isto,  a  Rússia,  a  Áustria 
e  a  Prússia,  depois  de  muitos  annos  de 
combates  homéricos»  e  quando  as  cida- 
des polacas  estavam  reduzidas  a  mon- 
tões de  ruinas  e  seus  campos  e  bosques 
devastados,  se  apoderaram  da  Polónia, 
retalhando-a  e  dividindo-a  pelos  usar- 
padores. 

O  resto  da  Europa,  viu  com  a  maior 
ingratidão  e  de  braços  cruzados,  estas 
horríveis  partilhas. 


Polónia. 


lhe  pozessem  o  mesmo  nome»  que  facilmente  se  corrompia  (em  portuguez) 
Joanna. 


NOli 


NOM 


127 


Nomes  antitfiM 


Hareomania. 


Mar  de  Creta 


Mar  deMàrmora  e,  ain- 
da mais  antígo—Pro- 
pofUis 


Mar  deMyrtos. 


Nomes  modernos 


Polónia. 


Observações 


I 


Nem  seqaer  o  Sammo  Pontífice  se 
lembrou  de  qae  era  am  reino  catholico 
qae  ia  eair  nas  garras  de  scismaticos  e 
protestantes ! 


IEstende-se  ao  N.,  para  o  Mar  Egea  e  a 
Moréa  — ao  E.,  para  a  ilba  de  Rbodes 
—  ao  S.,  para  a  Africa  —  e  ao  O.,  para 
a  Itália. 

I Grande  golpbo  que  separa  a  Earopa  da 
Ásia,  entre  o  Estreito  de  GaUipoli  (o  an- 
tigo Hellesponto)  e  o  Mar-Negro  (antigo 
Ponto-Euxino).  Vide  Mar-Negro. 

Era  uma  parte  do  Mar-Egeo.  Tomou  o 
seu  nome,  da  pequena  ilha  de  Myrtos, 
que  está  na  ponta  meridional  de  Negre- 
Parte  do  Archipelago  I  ponto  (antiga  liha-Eubéa). 

Grego .\      A  ilba  de  Myrtos,  tomou  o  seu  nome 

de  Myrtóo  ou  MyriUo,  cocbeiro  de  Oeno- 
máo,  rei  da  Arcádia,  ao  qual  Pelops  pre- 
cipitou n'este  mar. 


I 


Mar  Egeu. 


Arebipelago  Grego  — 
Mar  do  Levante 


É  a  parte  do  Mediterrâneo  que  se  esten- 
de entre  a  Asia-Menor  (Natolía)  ao  £.; 
aThracia  (Roumania)  aoN.;  a  Macedó- 
nia, a  Grécia  e  o  Peloponeso  (Moréa)  ao 
O.;  e  a  ilha  de  Creta  (Cândia)  ao  Sul. 

É  cbeio  de  ilbas,  sendo  as  principaes, 
para  o  lado  da  Ásia— Samos,  Seio,  Les- 
bos ouMetelim,  Tenedos,  e  Cós— e  para 
o  lado  da  Europa — Eubéa  (Negreponto) 
Seyros,  as  GycliKlas^  Anèros,  Paros,  Na- 
,xos,  Delos,  ete. 

Egeum  ó  um  adjectivo  grego,  que  si- 
gnifica tempestuoso,  procelloso,  etc.  — 
porque,  ao  menor  vento,  as  suas  aguas 
se  agitam  furiosamente,  o  que  torna  a 
navegação  d'este  mar  plerigosissima. 


Mar  Icario. 


Mar  Jonio 


Mar-Negro  ou  Ponto* 
Euxino •.. 


É  a  parte  do  Mediterrâneo  que  se  esten- 
de entre  as  ilhas  de  Nícari,  Samos,  e 
Parte  do  Archipelago]  Cós,  e  o  continente  da  Natolia. 

Grego \     É  cheio  de  ilhas  e  rochedos.  Tomou 

este  nome  por  n'elle  se  afogar  ícaro,  fi- 
lho de  Dédalo. 


IdeuL 


Mar  Negro 


Estende-se  entre  o  Peloponeso,  a  Itália 
e  a  Sicilia,  tendo  o  Mar  lapygio  ao  N.; 
o  Mar-de-Creta  ao  E.;  o  Mar-das-Syrtes 
ao  Si;  e  o  Mar  da  Skília  ao  O. 

É  um  ffrande  la  go,  prolongamento  dos  ma  ■ 
res  Mediterrâneo  e  lonico.  entre  a  Tarta- 
ria  e  a  Circacia,  ao  N.;  a  Geórgia  ao  £.;  a 
Natolia  ao  S.;  e  a  Turquia  Européa  ao  O. 


I 


128 


NOM 


N(M 


Nomes  antigos 


Mar  Npgro  ou  Ponto- 
Euxioo 


Mar  Thyreno. 


Nomes  modernos 


Mar  «Negro. 


Observasses 


Mar-Yermelho, 
Eryihreu 


OQ 


Communica  com  o  Mar  ào  Mármora 
(antigo  Propontis)  pelo  estreito  de  Gons- 
tantinopola,  ao  Sui,  e  com  o  Mar  de  Za- 
bache  (Lagoa  Meotis)  pelo  estreito  de 
Gaffa  (Bosphoro  Cimmerio)  ao  Norte. 

/É  a  parte  do  Meâiterranpo  em  qne  está 
a  Toscana,  o  Estado  da  Egreja,  o  reino 
de  Nápoles,  e  as  ilhas  de  Sícilia,  Corfa 
e  Sardenha — isto  é — desde  a  emboca- 
dura do  Amo  até  áSi(*Jlía.  Chamava-se 
Tkf^,.  An  T^ai.on»  /  Mar'Inf€ri<n'^  para  o  distinguir  do  Gol- 
Mar  aa  loscana \  pho  Adriático,  que  se  chamava  JífarSti- 

perior. 

Dea-se-lhe  o  nome  de  Mar  Tyrheno, 
que  era  o  de  um  Glho  de  Aiys,  r^i  da 
Lydia,  fundador  d'uma  colónia  na  Eira- 
ria. 


•Grande  golpbo  do  Oceano  meridional. 


I 


Miréa. 


Maricá 


Mar-Vermelho,  ouGoI- 
pho  da  Arábia. 


•  • 


que  separa  a  Ásia  da  Africa,  e  se  met- 
te  em  Ormuz,  entre  as  costas  de  Abech, 
Egypto  e  Arábia.  Tem  2:400  kilometros 
de  comprido,  desde  o  estreito  de  Bab-el- 
M;indel,  até  ao  isthmo  d*".  Sué^z,  que  por 
espaço  de  300  kilometros  une  a  Asía 
com  a  Africa. 

O  seu  antigo  nome  (Erythreu)  segun- 
do uns,  vem-lhe  do  rei  Erythreu,  e  se 
gundo  outros,  é  adjectivo  grego,  que  si- 
gnifica vermelho.  Deve  a  côr  que  lhe  dà 
o  nome,  a  uma  espécie  d'alga -marinha, 
de  côr  enoaraada. 

Segundo  o  Antigo  Testamento,  os  is- 
raelitas o  passaram  a  pé  enxuto,  quan- 
do fugiram  do  Egypto. 

É  famo<<o  era  nos»os  dias,  pela  obra 
mais  gigantesca  que  se  tem  effectuado 
no  século  XIX — o  Canal  de  Suez — que 
une  o  Oceano  Atlântico  e  o  Mediterrâ- 
neo com  o  Mar  das  índias,  ou  Oceano 
Oriental.  O  isthmo  de  Suez,  é  também 
atravessado  por  um  caminho  de. ferro, 
construído  antes  do  Ganal,  e  para  ser- 
viço d'elle. 

Ha  outro  Mar- Vermelho  na  America 
Gentral,  chamado  mais  vulgarmente — 
Golpho  da  Califórnia— É  no  Mar  Paci- 
fico, ou  Grande  Oceano  do  Sul. 

Cidade  e  laçrôa  perto  de  Alexandria.  O 
Lago  di  Bachi8ra:...{  vinho  do  spu  território  era  excellente. 

A  cidade  já  não  existe,  e  só  a  lagoa. 

Circe,  a  celebre  feiticeira,  foi  rainha  dVs- 
Campania  marítima. .{  te  paiz.  Foi  esta  circumstancia  que  lhe 

deu  o  nome  (ao  paiz),  porque  a  Circe, 


MOIf 


NOM 


129 


Nomes  uiligOB 


Mâríea 


Nomes  modernos 


Campania  marilima. . 


mmr 


ObaerYaçòes 


Maraos 


Hasaagetas,  ou  Messa- 
geiaa. 


HsQfiuaiia. 


MaariUDa  Tingitana. . 


Dacado  de  Marai  • 


depois  de  morta,  cbamaram  Maricá,  Ha» 
via  outra  deusa  Marka,  mulher  de  Fhu- 
no. 

No  Novo«Laciò,  sobre  o  Líris,  e  per- 
lo de  HiotursMv  bavia  o  iago  Maricá. 

.  Os  marsos  eram  povos  italianos,  que  es- 
'  lanceavam  em  redor  do  lago  Pucino  (bo- 
je iago  Gelano)  entre  os  pelignos,  lati- 
nos, sabinos,  e  veltínos.  A  melhor  infan- 
teria  romana  era  a  d'esta  região,  que 
também  abundava  em  javalis. 

Hoje  faz  parte  dos  Abruzzos  septen- 
triooa<*Sy  no  reine  de  Nápoles. 

Os  marsos  nlo  gosavam  o  direito  de 
cidadãos  romanos^  e  estavam  muito  so- 
brecarregados de  tributos;  pelo  que,  ao 
aoQO  663  de  Roma  (90  antes  de  J. C), 
aliiando-se  com  os  seus  vi^tiuhos  (os  po- 
vos jà  ditos),  declararam  guerra  aos  ro- 
manos. Deu-se  a  esta  guerra  o  nome  de 
itálica,  ou  dos  alliados.  Nos  primeiros 
dois  annos,  os  romaoos  perderam  duas 
grandes  batalhas  e  dois  cônsules;  mas 
no  terceiro,  foram  os  alliados  derrota- 
dos por  Gabinio  e  por  Lúcio  Syila,  e  a 
guerra  terminou. 


\ 


pai>  H/M  i^&hoM  mi\^'*^^  "•  scyihas,  visínbos  e  alhados  dos 
rira«Am  "^^'  {  parthos.  EsUDceavam  entre  o  mar  Cas- 
^^*'**^*"' '  pio  e  a  Tartaria  independente. 


Sitio  da  <;osta,  entre  Mintumos  e  (]ales. 
Ifonte  de  I>ragone,  ou)  Seus  viobos  eram  muito  afamados. 


Moote  Massico 


B  na  actual  Terra  de  Labor,  na  Itália 
Meridional. 


I 


Grande  região  da  Africa,  que  comprehen- 

AAj-hprú  )  ^*^  ^^^^  ^  P^^^®  Occidental  da  Barberia, 

narneru.  ..........  .^  ^^^^  ^  j^^j^  ^^  reinos  de  Tremessem, 

Teneza,  Alger,  Bugia,  Fez,  e  Marrocos. 


Medo  (rio) 

fokmii  VI 


Marrocos Africa. 

A  antiga  Média,  era  uma  região  da  Ásia, 
limitada  ao  E.  pela  Parthia  e  a  Hyrca- 
nia  —  ao  S.  pela  Snziana  —  ao  O.  pela 
grande-Armenia  e  pela  Assyria  — e  ao 
N.  pelo  mar  Caj^pio. 
V  T  wx  *  :l\  \  (Js  Dersas  veoeeram  os  medos— e  os 
l^^Soíífk^f  *"^^  ^  ®1  partho7se  fizeram  em  fim  senhores  dos 

persas.  Assim,  no  tempo  do  imperador 
Augusto,  aos  parthos  se  dava  vulgar- 
mente o  nome  de  persas  e  medos.  (Vi- 
de Ancora.) 

Este  rio  separava  os  dois  impérios  (ro- 

8 


Shirvan,  Gílan,  uma 
parte  de  Irac-Agem 
(ou  Irac-Pe 
o  Esterabat 


Euphrales 


i30 


N(M 


mu 


Hido  (rio) . , 
Uelili 


Enphrsim . . 
H^U 


mano  e  parlho).  —  Na  aDliga  Média  ha 
Umbem  o  rio  Hédo,  qne  w  lan^a  no  la- 
go Arax«.  (Vide  Ancora.) 

Ilha  do  HediteiraBeo.  (Vide  Crato.) 

Foi-a  amiga  eapital  do  Egypto,  e  estAV^ 
edificada  sobre  a  margem  occídeaUl  do 
Nylo,  maito  acima  da  poau  onde  este 
rio  se  separa  em  dois  braços,  Tiirmando 
o  a  qQS  S6  chama  Delia.  Aa  famosaa  pj/- 
ramidei,  ficavam  próximas  a  esta  cida- 
de. Houve  n'ella  um  samptoosissimo 
templo,  dedica(|o  a  Venns. 

Uemçhis  era  nma  cidade  florescente 
e  magnifica,  o  qne  aioda  hoje  attestam 
as  suas  imponentes  ruínas  e  aigmtms 
casas,  que  se  estendam  ai^  defronte  da 
antiga  tídade  do  Cairo.  As  pyramides 
ainda  se  aJdmiram,  nmas  bem  conserva- 
das, outras  redoiidas  a  monides  de  ti- 
jolos e  entalho. 

Região  da  Ásia. 

Rio  da  Umbria  (dacado  de  Urbino).  NaS' 
ce  nas  Tronteiras  da  Toscana  para  a  víl- 
ia  de  Botgo-di-San-Sepnlchro,  e,  sabin- 
do  dos  Appenínos,  passa  peta  vUla  àn 
Urbanca,  e  recebendo  depois  o  Candi«- 
no,  corre  perlo  de  Fossombrona  e  se 
vae  lançar  no  golpbo  de  Veneza,  a  8  ki- 
lometros  de  Fano. 

Nas  margens  d'este  rio  foi  Asdrnbal 
(célebre  general  canbaginei)  desbara- 
tado e  morto  pelos  romasos,  commaa- 
dados  por  Cláudio  Nerào  e  Livio  Sali- 
nator. 

Ainda  havia  dois  rios  d'es(e  unte,  nm 

luiia— um  aa  Calábria,  e  outro  na  Sí- 

\  cilia. 

ICidade  marítima  da  lonia  asiática,  sobre 
I  o  rio  Lyco,  a  120  kilomelros  de  Smyr- 
)  na,  a  60  dEpheso,  e  a  Í8  da  embocadu- 
ra do  Heaodro  (boje  Hadre). 
Esta  cidade  era  ramosa  pela  finura  e 
1  bellas  cdres  dos  estofos  de  )an  que  aqui 
I  se  fabricavam.  Eetã  em  raioas,  reslMi' 
\  do  apenas  algumas  casas  de  pé. 

[Era  ama  cidade,  fundada  na  eitremidk' 
t  de  do  Lacio,  perto  da  Campauia.  Cré-M 
Trajello? j  qne  é  a  actual  cidade  de  Trajecto,  na  pro- 
víncia de  Labor,  a  4  kilsraetros  da  gol- 
pbe  de  fiaeta. 


Palaischia  (aldeia) . . 


N6M 


mu 


m 


Nomes  antigos 


Nomes  modernos 


Miseno  (òabo) 


Mitylene  (a  antiga  Les- 
bos)  


Mona,  ou  Monaeda-  •  • 
MoDa-Ia^ula 


Ms^&as 


Mygdonia. 


Mysia  (da  Ásia). 


Mydia  (daEnropa). 


Nápoles,  onParteiiope 


óbserya{9es 


•AM. 


Honte-Miseno 


Ifetelim 


Í Monte,  na  antiga  Campania  (Itália),  que 
termina  ao  O.  do  golpho  de  Puiczoli. 
Virgílio  deriva  este  nome,  de  Miseno 
(célebre  trombeteiro  de  £nóas),  qae  foi 
aqni  sepultado. 

Ilha  do  Archipelago  grego. 


nha.dejfai^, 


Ânglesey 


Agios-Âdríanaf*. 


■:| 


I  I 


Cidade  da  antiga  Argolida,  a  36  kilome- 
tros  d'Arg09.  £ra  consagrada  a  Juno. 
Cré-se  que  è  a  actual  AgiosAdriana. 


Era  uma  parte  da  Pbrygia,  a  que  os  myg- 
dões  (povos  da  Macedónia)  deram  o  seu 
Parte  4o  Germian,  e]  nome.  Foi  n*estepaiz  que  reinou  aquel- 

de  Sareum {  le  Midoi,  tao  famoso  pela  sua  avareza, 

como  pela  sua  opulência.  É  na  AsiaMe* 
nor. 

A  parte  occidental  da  Asia-Menor,  que 

Nainlia  irnwtÁi     l     )  ^  estendia  entre  Propontis,  Pbrygia, 
wawua  iparie>  * .  f  * . .  j  ^^^^^  ^^-^^^  ^  ^  ^^^^j^  oriental  do  mon- 
te Ida. 

Sppvia.  A  Rnlffaria      )  Região  que  se  estendia  entre  o  Danúbio, 
bervia,  e  Buigana . .  .|  p^^j^^^  ^  Thracia.  (Europa.) 

Antiga,  bella  e  grande  cidade  de  Italta, 
na  Terra  de  Labqr,  sobre  o  pequeno  rio 
•Poraetlo  (o  antigo  Sebethus)  e  sobre  um 
pequeno  golpho,  que  a  banna  pelo  Sul. 
£'  ^  capital  do  remo  de  Nápoles,  hoje 
encorporado  no  de  Itália.  Suas  egrejas 
são  sumptuosíssimas,  e  seus  ares  sem- 
pre puros;  mas  as  ruas  são  pouco  iim- 

Nápoles  ..>....  V.  i. .  •(      Tem  quatro  ciAadellas,  e  os  castelios 

— Novo,  do  Ovo  ^de  S,  Telmo;  e  a  tor- 
re dos  Carmelitaá^, 

O  seu  nome,  é  corrupção  de  Neap> 
les,  que  sigcúdca  nova  cidade  ^oa  para 
a  distinguir  da  açliga  Paleopolis,'que  é 
pouco  distante,  oi  (segundo  outros)  por- 
que ella  foi  reedlBcada  por  Hercules. 
Ainda  outros  ditem  que  foi  Phalario, 
tyranno  da  Sicil^  que  a  reedificou  e 


( 


\ 

* 


i  1  Disputando  um  piemontez  com  um  napolitano,  sobre  a  primazia  das  suas  capitães! 
diflse  aquelle: — tOh,  homem  1  não  me  falle  em  Nápoles,  onde  nãc^  ha  sitio  em  que  se  pol 
Ilha  um  pé,  sem  ser  em  immunâiele>»-*^irètrucou-lhe  o  outro:— «Sim ti  Mas  o  ^  de  ^« 
poh»,  é  eternamente  azul  e  transparente.» --Diz  o  piemontez:-*-^4Ê  verdade;  mas  é,porqac| 
wssfts  o  não  podem  sDjar^coni^^sco  %  pontas  de  cigarros.» 


139 


MOM 


NOS 


Nápoles,  onParteiMpe  Nspoles. 


Nationes-Gdrmanica. . 


Nnnridta,  ou  Aftlea- 


ABtviera.  dâtde  olnn, 
qusi  tota  «  AnsMa, 


En  o  aotigo  império  germioico,  qae  bo- 
je eslã  dividido  em  imperío  da  Aasiria 
(AUemaoha  do  Sai)  e  império  prtusu- 
DO  (AUeiBMktu  do  Norti;). 


umu  luAu  da  AbyssíDía  (Eiiiiopis  Su 
perior)  ãumtdu  Secut.  d»  ilio  do  ohid- 
leDeogia — e  em  uma  prOTiocia  do  rei- 
no de  Goyani,  chamada  Sabala  uu  Sa 
cakaia.  Os  geographos  modernos  porém 
duem  qau  a  sua  origem  é  muito  mú 
remota,  e  qae  o  engano  dos  antigos  pro 
eede  do  rio  se  submeta  ir  por  espaço  de 
mnitae  Isgoas,  «indo  surgir  oode  eslea 
(os  aniigoe)  indicavam  a  sua  origem. 
Algniu  viajantes  modernos,  teem  pre- 
lendid«  acbar  a  nascente  do  Nilo;  nus 
parece  ainda  ningaena  a  descobriu. 

Depois  de  ter  recebido  as  sguas  de 
muitos  rios,  lagos  e  ribeiros,  <l«xa  a 
Abyssinía  k  sn»  direita,  atravessa  o  Se- 
natiar  e  a  Núbia,  e  luva  a  sua  uorreuie 
poderosa  e  (eriilisadora  ao  Egypto,  que 
manda  regnlarmente,  desde  jimho  até 
setembro,  n  vem  desaguar,  por  sete  bâc- 
,  cat,  no  Uediterraneo. 

Era  o  pait  dos  gaulezes-  tauriscos.  Sn&  ca 

Sital  era  Noreia,  que  hoje  se  jnlga  ser 
eumarck.  —  Foi  multo  célebre  pelas 
soas  ricas  minas  de  óptimo  tetto. 


/Anliga  ddftde  da  Península- Ibérica,  na 
1  Hespaoba  Tarraconeu,  situada  a  B.  do 
I  rio  Douro.  Resistiu  oito  annos  aos  roma- 
L  ao$;  poréM,  no  anoo  611  de  Roma  (14 
I  annos  depois  da  destruído  de  Canliago) 
I  Toi  occapada  e  destruída  por  Scipiào 
1  Emiliano. 

f     Seas  babliantef,  quiseram  antes  ma- 
'  '\  tarem-se  reciprocamente  a  ferro,  fogo  e 
I  veneno,  do  qae  rendur-se  aos  veacedu- 
1  res. 

I  Véem-se  ainda  a»  snas ruínas,  a6  ki- 
I  lometros  de  Sória  (Castuila  Septentrio- 
I  nal)  em  ura  logar  cttamado-PumJtf-Ga- 
I  rai,  a  16  kilomelros  da^i  rronieii:'as  du 
l  An^o. 

!Br4  uma  parte  da  Libya,  sobre  a  co^u 
Mpleuriout  da  Africa.  Es^uidia-ae  de 
H.  I S,  «Ufe  «  Maariluia,  m  O. — e  a 


NOM 


mu 


133 


Nomes  antigos 


Nomes  modernos 


ObseryaçSes 


Nnmidis,  ou  Africa- ( 
Própria 


Olympía 


Olympo 


Qrfcnm. 


Tarqnia,  ete. 


Loúganico  (vitla) . . . . 


Bisacena,  ao  E.— É  hoje  uma  parte  da 
Barbaria,  qae  eomprebende,  pouco  mais 
ou  menos,  Tunes.  Alger  e  parte  dos  de- 
sertos de  Biledulgerid. 

Era  nma  cidade  da  Elida,  no  Pelopone- 
so,  famosa  pelos  jogos  que  n^lla  se  ce- 
lebravam —  por  isso  chamados  olimpi- 
COS.  1  Está  soore  o  Alphen,  na  província 
de  Belvedere,  na  Moréa. 


Orso 


03C0S. 


Palatino  (monte) 


Panonia EsdavMia 


Monte  da  Tbessalia,  á  ponta  de  Magnesia, 
que  separava  a  Tbessalia  da  Macedónia. 
pptM«  /arM*u\  J      Nole-se  que  em  geral  os  gregos  da  { 

feiras  (urecia; \  vam  t)  nome  de  Olympo  a  todos  os  altosl 

montes  da  Grécia,  da  Asía-Menor,  e  da 
Pancbaia. 

r 

Porto  do  antigo  Epiro  septoatrional,  em' 
frente  das  costas  da  Apúlia.  Foi  edifi! 
eado  pelos  colchidos,  em  uma  pequena; 
ilba,  qtte  depois  se  uniu  ao  continente/ 


Eram  povos  da  Gampania,  nos  confins, 
do  Lacio  e  de  Samnio.  Seus  costumes* 
eram  tão  corrompidos  como  a  sua  lin- 
guagem. (Itália.) 

i 
Upoa  das  sete  antiffas  coltinas  sobre  que 
Roma  estava  edificada.  Augusto  tinha 
n*elle  o  seu  palácio,  e  fez  edificar  alli 
um  lemple  a  ApoUo. 

De  Palatino  vem  chamar-se  pakUhm 
(palácio)  à  casa  de  residência  de  um 
príncipe,  e  palatinos  aos  nobres  que  ha- 
bitam nos  paços  reaes.  (Vide  Palácio^ 
no  logar  competente.) 


Palatino 


I 


1  Os  jogos  olímpicos  eelebravam-se  no  fim  de  cada  quatro  annos,  em  honra  de  Jnpitet; 
e  por  f<i^  ao  espaço  de  quatf o  annos  chamavam  os  gregos  olimpiada.  Nao  eram  mesnlo 
na  cidade,  mas  em  um  dos  seus  arrabaidíss.  Duravam  cinco  dias,  principiando  e  termi- 
nando por  solemnes  sacrificíos  aos  deuses  mythologicoa. 

N*este8  jogos  se  disiiúgniam  cínce»  espiidfes  de  combates — 1.*,  K>Carreira;  prímeiro  a 
depois  em  carros  — !•,  o  Salto — 3.\  a  Barra  •^^/',  a  Lucta,  coh>o  a  corpo  — 5.*,  o 
igilato,  ou  Esgrima,  umas  vezes  a  punho,  outras  com  as  mãos  araadas  com  uma  esp 
de  manopla  <^hamada  eéstò,  que  èra  como  uma  luva  de  couro,  arlnada  de  chumbo. 

Os  vencedores  eram  coroados  de  folhas  de  zambujeiro;  levan^avam-selhes  estatuas,  le 
(inham  o  primeiro  logar  nestas  asf^embléas,  e  toda  a  sua  vida  eram  sustentados  á  custa 
da  nacSo.  O  cavallo  das  corridas  tinha  a  sua  coroa,  como  o  cavalleiro,  e  entrava  nos  enc4- 
mios  dos  poetas. 

Estes  jogos  foram  primitivamente  institnidos  pelo  rei  Iphito;  «ias,  cahindo  em  desusk» 
foram  restabelecidos  por  Hercules,  depois -^a  derrota  de  Augias,  rei  d'Elida,  Vk  annos  ai- 
«es  da  conquista  de  Tróia.  Foram  abolidos  no  anuo  440  de  J.-G.-r- Desde  esta  ultima  data» 
nunca  mais  se  contou  por  oltmpiaêa^,  -  '  ' 


134 


wm 


NOM 


^^^■P^iP^w 


Nomes  ADligoi 


Nomes  modernos 


Observsções 


•I 


Papbos 


Pàros 


I 


PartéDope. 


Baílb 


Paro. 


Nápoles. 


Paribos. 


^0  paiz  4lo3  parthos 
(Panbia)  é  hoje  o  Co- 
ração Occidental,  o 
MaaaaderaD  (oii  Ta- 
baristan)  o  GhilaD,  e 
uma  parte  do  Irac- 
Agem.. 


Pelignos. 


Pelion. 


Pelopooeso. 


Pergamo. 


Pérsia. 


Parte  dos  Âbrtizzos 
Meridionaes 


Laca 


Horéa 


Tróia. 


Pérsia 


Era  ama  cidade  da  ilha  de  Gypre,  con- 
sagrada á  densa  Veans.  A  actuai  cida- 
de de  Baffo,  nãoé  propriamente  a  an 
tiga  Paphos,  mas  está  edificada  com  os 
sens  materiaes  e  próximo  dos  restos  da 
primitiva,  qne  ainda  se  divisam. 

Uma  das  ilhas  Çvclades,  no  Archipelago- 
Grego,  ao  O.  de  Naxía.  O  sen  bellissl- 
mo  mármore  branco  era  justamente  fa- 
moso, e  d*elle  fizeram  chefes  d'obra  os' 
escniptores  célebres  da  antiguidade. 

Cidade  da  Itália.  Vide  Nápoles. 

Povos  vindos  da  Scythia,  os  quaes,  de- 
pois de  terem  domado  os  persas,  occupa-. 
ram  nm  grande  paiz  da  Ásia,  que  com- 
prebendia  aParthia  própria,  a  Hírcanta, 
e  a  Márgiana. 

Este  pais  ficava  entre  a  Média,  a  Pér- 
sia própria^  a  Baclriana  e  o  mar  Caspio. 

O  impeno  dos  parthos  principiou  350 
annos  antes  de  J.-C,  e  durou  478  annos. 
sob  o  dominio  de  29  reis,  o  primeiro  do> 
quaes  foi  Arsaces,  e  o  ultimo,  Artatut- 
no  IV,  que  foi  vencido  por  Artaxerxe^, 
rei  da  Pérsia,  no  anno  228  de  J.-G.  Vi 
de  Pérsia. 

Tovos  de  Samnio,  habitantes  do  paiz  de 
qne  Sulmona  (pátria  do  grande  poeu 
Ovidio)  era  a  capital. 

Este  paiz,  está  entre  Pescara  e  o  San 
gro,  no  reino  de  Nápoles. 

Monjte  da  Thessalla.  Separava  a  Macedó- 
nia daPtlasgiotida.  —  Hoje  separa  Vé- 
via  de  lanna. 

Grécia. 

Era,  propriamente  fatiando,  a  fortaleza 
der  Tróia.  Dava*se  também  geralmente 
o  nome  de  PergamOy  ou  Pergama  a  to- 
Qas  as  torre:!  da  cidade  e  a  esta  mesmo. 
Vide  TroiQé 

Grande  região  da  Ásia,  dividida  antiga- 
mente em  geral  e  mrticular.  A  Pérsia 
Gera],  comprehendia  a  Média,  a  fíirca* 
nia^  a  Sasiaaa,  a  Parthia,  a  Arta,  a  Per- 
sida,  a  Carmania,  e  a  Draugiaiia.  A  saa 
capitai  era  Persepolis,  que  Alexandre 
Magoo  reduziu  a  cinzas. 

O  império  dos  amigos  perw^  auoee 
deu  aodos  modos. 


I 


I 


MOM 


DCOM 


135 


Nomes  antigos 


'••" 


it 


ri 


Pérsia^ 


Pheaeíos,  pa  pheaces.  Gorfaitas 


Nomes  modernos 


^Observações 


Pérsia  1 


i  I 


\ 


Ptàilipposi 


A  Pérsia  Panienlar  (a  própria)  era 
aqaelia  grande  região  meridional  do 
império  persa,  limitado  ao  E,,  peia  Ária 
— ao  N.,  pela  Parthia  e  pela  Média— ao 
O.,  pela  Assyria-^e  ào  S.,  pelo  mar  das 
índias  e  pelo  Golfo  Pérsico,  que  a  sepa- 
ra da  Arábia. 

Comprebeodia  três  grandes  circum 
scripções  on  provindas  —  i.%  as  duas 
Garamacias  (boje  Kirman)  ao  E.  —  2  % 
a  Snsiana  e  o  Ghusistan,  ao  O.  —  3.*,  a 
Pérsia  própria,  entre  a  1.*  e  2.',  que  é 
o  a  que  boje  cbamam  Fars,  ou  Farses- 
tan,  cuja  capital  é  agora  Scbiras. 

Mas  a  Pérsia  actual  é  entre  a  Gireas- 
sia  e  o  mar  Gaspio,  ao  N.  —  os  estados 
do  Mogol,  ao  E.—  e  a  Turqnia-Âsiatiea 
(que  vem  a  ser  a  Geórgia,  a  Tnrcoma* 
nia,  e  a  Arábia  deserta)  ao  O. — e  o  gol 
fo  Pérsico,  com  uma  narte  do  mar  das 
Indfas,  ao  S.  —  Actualmente,  a  capital 
da  Pérsia,  é  Hispaban. 

O  rei  da  Pérsia  se  denomina  ichah,  > 
Antigamente  diziase  mais  vulgarmente 
sophy  (soufi).  derivado  da  voz  persa 
sauafi^  que  sfgtiiflca  —  vestido  de  lan.  ^ 

Antes  de  se  intitularem  sopbis,  se  in- 
titulavam xeques.  O  xeque,  Ismael,  foi 
o  primeiro  soberano  da  Pérsia  que  se 
denominou  sopbi,  e  seus  descendentes 
Ibe  seguiram  o  exemplo. 

Dava-se  este  nome  antigamente  aos  ha- 
bitantes da  ilba  de  Gorfú,  perto  das  cos 
tas  da  Albânia.  Foi  seu  rei,  Alcinoo.  Pas^ 
savam  a  sua  vida  em  orgias,  sensualida- 
des, e  toda  a  casta  de  prazeres. 

Gidade  da  Phteotida  (provmcia  da  Tbes- 
salla)  sobre  o  golfo  Pelasgico,  e  perto 
de  Pfaarsalia.  Ghamou-se  primeiramente 
Thebw-Phlioticae;  mas.  tendo  a  Philip- 
pe  de  Macedónia  (pae  de  Alexandre  Ma- 
gno) feito  reedificar,  a  cbamou  do  seu 
nome,  Thebaê-PhiUppi, 
Já  nao  existe. 

Na  Macedónia  havia  outra  cidade  tam- 
bém chamada  Philippos^  da  qual  não  ha 
vestígios. 


1  O  châi  planta  aromática  bem  eoiAecida  hoje  em  quasí  todo  o  mundo,  toma  o  seu  no- 
me, do  Schah  da  Pérsia*- como  quem  diz  —  herva  do  rei,  ou  dífcna  de  um  rei;  mas  na 
Asia«  dá-se-lhe  geralmente  o  nome  de  thé,  t  assim  lhe  chamam  (mais  propriamente  do  que 
06  portnguezes)  os  he^panhoes,  fraocezes  e  outras  muitas  nações.  Só  os  portoguezes  —  que> 
efi  saiba  ^^  lhe  chamam  chá, 

2  Na  Pérsia,  veítida  de  km^  denola,  aabio,  religioso. 


i36 


mu 


NOM 


Nomes  antigos 


Phocéa. 


Nomes  modernos 


Fogía-Vecehia —  sobre 


Observasses 


Era  a  nltima  cidade  da  lonia,  para  a  p^r- 
te  da  Eólia,  sobre  n  Arebipelago  Grego. 
Os  pboedos,  desanimados  páas  ooatí 
nnas  gaerras  que  lhes  faziam  os  persas, 
abandonaram  muitos  a  sna  cidade,  no 
anno  164  de  Roma,  e  o  resto,  no  anno 
210.  Qaando  partiram  os  nltimos,  lan- 


as costas  da  Pequena    "i: J^.rr.^*^ „«.  ^^^  Áata^  Im 
Ai/)in*    />«*».  A  »i/»y  çaram  ao  mar  uma  maça  ae  ferro,  em 

dê  Kiâi  e  o  golf.  ™1  ^"^'  J"™?»  "*"  ««""r  *  «»  P»«ri?. 


Sanderli 


Phrygia 


Picennia 


Ptcenno 


PieU. 


Piodo 


I 


senão  quando  a  maça  viesse  á  flor  da 
agua. 

Os  pboeéos  se  espalharam  pela  Ea- 
ropa,  vindo  estabelecer-se  em  algnmas 
ilhas  da  Itália,  e  sobre  as  costas  da  La- 
conia,  de  Licruria,  de  Provença,  do  Lan- 
guedoc,  <lo  Rossilbào,  e  da  GataHittlia. 


/Era  uma  região  da  Asia-Menor,  chama- 
da outr^ora  Bartxarla,  que  se  dividia  em 
líatòr  e  If mor. 

A  Phrygia-Malor,  estava  entre  a  Bi- 
thynia,  a  Galacia,  a  Caria,  a  Lydia,  a 
Mysia,  e  a  Phrygia-Menor.  É  boje  uma 
parte  do  Germian. 

Germian  e  Sarenm    I      ^  Phrygia-Menor,  era  sobre  as  froD- 
uermian,  e  barcum...^  ^^^  ^^  Prepontide,  do  Hellesponto,  e 

do  mar  Egeu  (Mar  de  Márroora)  do  Es- 
treito de  Gallipoli,  e  do  Archipelago 
Grego. 

Também  se  chamava  Troada^  por  ser 
Tróia  a  sua  capital.  £  por  isto  que  tam- 
bém se  denominam  phrygios  os  troia- 
nos. 

Làeio Itália. 

Era  um  eantio  da  Itália,  a  que  ho}e  ae 
chama  Marcha-di-Ancona.  Os  pioenti- 
nos,  que  eram  uma  colónia  de  sabinos^ 
sahíram  do  seu  paiz,  e  apoderaram  se 
da  parte  da  Campania  que  é  hoje  a  par- 
te Occidental  do  principado  meridional, 
entre  o  lago  Gampanella  e  o  rio  Selo. 
ittlga-se  que  Salemo  era  a  sua  capitai. 


Lanark,  Dumbarton 


Pindo 


Pi.-- 


I 


Pó 


Monte  que  os  antigos  poetas  consagraram 
às  Musas.  Separava  o  Epíro  da  Thessa- 
lia. 

Ê  o  mais  considerável  rio  da  Itália.  Nas- 
ce no  monte  Viso  (Piemonte),  no  mar 
qoezado  de  Saluoes,  B0t>re  a  fronteira 
do  Deiphínado.  Separava  em  duas,  a 
Gallia-Gisalpína.  Corre  primeiro  do  O. 
para  E.«*-melte-8e  po«eo  depois  4ebai* 


NOM 


NOM 


137 


itaMMi 


ÉMtfBMI 


■HHtaMHI 


Nomes  antigos 


Pó 


Ponte  Pabrfeia 


Nomes  modernos 


Observa^^ 


Ponte  Céstia;. 


Ponto 


Pórticos 


Preneste, 


Regní 


Rhecia  (Rhaetia) 


xo  da  terra,  e,  passados  4  kílometros. 
toma  a  sahir,  próximo  a  Salaces.  D*aqm 
corre  para  o  N.,  e  banha  o  Piemonte, 
Milão,  Piacencia,  Mântua,  e  Ferrara,  se- 
parando-se  aqui  em  ^ois  braços,  o  maior 
dos  qaaes,  40  kilometros  acima  da  sua 

Pó — (  embocadura,  se  divide  também  em  dois, 

que  vão  morrer  no  golfo  de  Veneza. 

É  célebre  em  nossos  dias,  pelas  bata- 
lhas que  nas  suas  margen^  e  próximo 
a  ellas,  tiveram  togar  entre  os  anstria- 
cos,  e  os  italianos  colligados  com  os 
\  franceses. 

IUnia  a  ilha  do  Tibre,  à  cidade  de  Roma, 
da  parte  do  S.  e  do  monte  Tarpeio.  lF'oi 
construída  por  Fabrício. 

Ponte  de  S.  Banholo-jEstá  em  frente  da  antecedente,  do  lado 
meu (  do  Janicmlo  e  do  Campo  de  Marte. 

!'  Região  da  Asia-Menor,  ao  longo  da  cos- 
ta meridional  do  Ponto-Euxino.  Sua  ca- 
píul  era  Heracléa-Mariandynorum,  ho. 
je  Penderacbi. 


Pórticos 


Palestrina. 


Sussex,  Surry ...» 


Baviera,  etc. 


No  tempo  d' Augusto,  havia  cinco  pórti- 
cos em  Roma.  firam  galerias  publicas, 
que  serviam  de  passeios.  —  Denomina- 
vam-se — de  Pompeo,  d*Apollo-Palatino, 
de  Lívia,  de  Octaviano,  e  de  Agrippa. 

Cidade  dos  sabinos,  a  40  kilometros  de 
Roma,  entre  Làbico,  Esula,Trebla  eVit- 
telia. 

Diz-se  que  foi  fundada  por  Preneste, 
filho  de  Uilysses  e  de  Circe.  Aqui  rei- 
nou Herile,  filho  da  deusa  Feronia. 

É  na  actual  Campania  de  Roma,  e  um 
dos  bispados  que  se  dão  aos  seis  mais 
antigos  cardeaes. 


Grande  região  da  Germânia,  comprehen- 
dendo  a  Rhecia.  ou  Raetia-propria  (ho- 
je Baviera)  ao  S.,  e  a  Vindelicia,  ao  N. 
A  Rhecia  Própria  —  também  chama- 
da Rhecia  Prima,  —  occupava  a  costa 
meridional  dos  Alpes  tirolianos,  esten- 
dendo*se  entre  o  lago  de  Constança  e 
o  Lek,  e  comprehendia  o  Paiz  dos  Gri- 
sões,  o  Tirol,  a  Yaltelina  e  uma  parte 
da  Suissa. 


1  Tem  agora  este  nome,  porque,  no  fim  da  ponte,  do  lade  da  ilha,  está  uma  estatua  de 
Jaoo»  eom  quatro  eabeça». 


188 


mu 


mèi 


Nomes  antigos 


Nomes  modernos 


Bhecia  (Rbaétfa) 


Baviera,  fetc. 


Os  rhecios,  eram  originaríameote  tos- 
caDos,qae,  sendo  expnlsos  do  seu  paiz, 
pelos  gaullezes,  foram  eonduzidos  peio 
general  Rheio^  ao  Paiz  dos  Grisões,  on- 
de se  estabeleceram. 

A  Rhecia  aetoal,  nãocomprebeode  se- 
não a  parte  oecídental  da  Rbecia-Pro- 
pria,  onde  estão  os  grisões. 
A  Vindelicia,  era  a  Rhecia* Segunda. 

\  Vide  VindeUci(L 

I 

Um  dos  rios  mais  celebres  da  Europa,  e 
que  antigamente  separava  as  Gallias  da 
Germânia.  Nasce  em  dois  sitios  do  monte 
de  SaintGodart,  no  Paiz  dos  Grisões.  A 
fonte  do  lado  do  N.,  chama-se  ÂUo-Rhm^ 
ou  Vorder-Rhin  —  e  a  do  lado  do  S., 
Baixo  RMny  ou  Hinder-Bhin.  Uneoa-se 
a  pouca  distancia  das  suas  nascentes,  e 
então  o  Rbeno  coire  ao  longo  da  Saissa, 
que  elle  separa  do  Tirol  —  atravessa  o 
lago  de  Constança,  vae  à  Bosla  e  corre 
entre  a  Alsacia  e  Brisgan.  Vae  depois 
banbar   Neubourg,    Brtsach,   Philips 
bourg,  Spira,  e  Manheim  (onde  recebe 
o  Neekre)  Mayença  (onde  recebe  o  Meín) 
e  passa  depois  peio  paiz  de  Treveres. 
D'ahi.  tendo  reeebido  o  Moselle   (em 
Coblentz)  e  o  Sige  (em  Bonna)  vae  ter 
a  Colónia;  e,  atravessando  o  ducado  de 
eleves,  recebe  o  Buer  (ou  Boara)  em 
Duysboarg,  e  o  Lippe,  perto  do  Wesel. 
No  forte  de  Schenk,  em  Gueldre,  divi- 
de se  em  dois  braços  —  o  que  fica  á  es- 
querda, toma  o  nome  de  Vahal,  e,  um 
pouco  abaixo  de  Nimegue,  vae  perder-se 
no  Mora.  O  que  fica  á  direita,  vaa  alé 
Arnhem,  onde  se  separa  em  dois  bra- 
ços —  o  da  direita,  corre  com  o  nome 
ae  Novo-Issel,  e  lançase  no  Velho  Is- 
sei,  em  Doesbonrg,pelo  canal  que  Druzo 
fez  abrir  —  e  o  da  esquerda,  conserva 
o  nome  de  Rhin,  e  vae  até  Doersied, 
onde  outra  vez  se  torna  a  dividir  em 
dois  braços.  O  da  esquerda,  toma  o  no- 
me de  Leck,  e  morre  no  Merv^a,  a  12 
kilometros  de  Dordrecht.  —  O  da  di- 
reita, conserva  sempre  o  nome  de  Rhin, 
e  torna  a  divídír-se  em  dois,  nos  Fossos 
de  UtreclU.  O  braço  da  direita,  toma  o 
nome  de  Vecht,  e  vae  morfer  no  Zui- 
derzee  —  e  o  da  esquerda,  conservando 
o  nome  de  Rhin,  banha  Leyde,  e  per- 
de-se  a  pouca  distancia,  nos  areaes  de 
Carwiek. 

Bhodope |Dervent Monte»  que  principia  entre  a  Servia  e  a 


Rhéno 


Rhéno,  ou  Rhin 


troM 


MOM 


i39 


Nomes  am^n» 


RhQd(H>e. 


Rhodano, 


•  r  { 
/ 


Rhodes 


i. 


Rhodano 


Rhode8< 


Roma 


Roma 


Róstra 


Macedónia»  e  estende- se  á  Roumania, 
até  Mdrinopoli.  N*eile  nasce  o  rio  Hé- 
bro. 

Í\m  dos  quatro  principaes  rios  da  Fran- 
ça. Nasce  nas  montanhas  de  Vales  (Suis- 
sa)  passa  pelo  Jago  de  Genebra,  e,  de 
pois  de  ter  atravessado  o  estado  Leonez 
(onde  recebe  o  Saonej  Viennez,  e  Ya 
lentiner ;  o  condado  Venessino,  e  ama 
parte  da  Provença,  70  kilometros  abaixo 
d' Aries,  se  lança  no  golfo  de  Leão,  por 
doas  fozes.  (Antigamente  tinha  cinco; 
mas  actualmente  estão  três  entupidas 
com  areia). 


Ilha  do  Archípelago*Grégo,  situada  na 
costa  meridional  da  Natolia,  na  Ásia- 
Menor.  Tem  230  kilometros  de  circum- 
ferencia. 

Foi  celebre  pelo  seu  colosso,  uma  das 
sete  maravilhas  do  mundo.  Era  a  esta- 
tua do  Sei,  de  bronzp,  e  com  iG^^^SO  de 
altura.  Também  era  muito  celebrada 
dos  antigos,  pel^i  belleza  das  suas  cida- 
des,  pela  commòdidade  de  seus  portos, 
pela  amenidade  e  salubridade  do.  seu 
clima,  e  pelo  amor  dos  seus  habitantes, 
pelas  artes.       * 

Os  cavalleiroà  de  S.  João  de  Jerusa 
lem  a  tomaram  em  1309.  e  os  turcos  a 
retomaram  em  i523.  Então  os  cavallei- 
ros  christãos,  que  primeiro  se  tinham 
denominado  de  S.  João  de  Jerusalém, 
e  depois  de  Rhodes,  se  retiraram  á  ilha 
de  Malta,  e  desde  então  se  denominaram 
cavaUeiros  de  Malta. 

Foi  a  capital  do  mundo,  e  o  é  actualmente 
do  orbe  catholieo,  e  do  reino  de  Itália. 
—  Foi  edificada  por  um  chefe  de  ban 
didos,  chamado  Rómulo,  753  annos  an- 
tes de  Jesus  Christo.  Está  edificada  so 
bre  sete  montes,  nas  duas  margens  do 
Tibre. 

No  tempo  do  imperador  Augusto,  a 
cidade  e  arrabaldes,  tinham  96  kilome 
tros  de  circumferencia,  e  3.000:000  ha 
bitantes.  Hoje  tem  apenas  150:000. 


(Tribuna,  eollocada  na  cúria,  da  qual  se 
fallava  ao  povo.  Dava-se-lhe  este  nome, 
porque  era  guarnecida  de  esporões  (ros- 
trumj  dos  navios  tomados  pelos  roma- 
nos aos  anciates,  em  uma  batalha  na- 
val Estava,  a  rostra,  no  meio  da  Praça 


40 


mu 


MOM 


Nomes  antigo» 


Rôstra 


Rubi 


Sabina 


I 


Ruvo 


Romana,  onde  ordinariamente  se  reco- 
lhiam 09  ociosos  e  novelleiros.  (Era  co- 
mo o  Chiado,  de  Lisboa,  on  a  Porta  do 
Sol,  de  Madrid). 

Peqnena  cidade  da  Apnlia-Pencitía,  a  46 
kiiomAtros  de  Ganosa.  fi  a  terra  dos  vi- 
mes. Ê  na  Terra  de  Bari,  reino  de  Ná- 
poles. 


Sabina 


Região  da  Itália,  entre  o  Lacio,  a  Um- 
bria,  e  a  Etruría.  Conserva  ainda  o  sen 
antigo  nome,  e  faz  parte  dos  Estados 
do  Papa,  entrea Umbría,  AbnuzosXaTn- 
pania  de  Roma,  e  Património  de  S.  Pe- 
dro. A  snã  capital  é  Ifagliano. 

O  pais  dos  antigos  sabinos,  além  da 
actnal  Sabina,  occnpava  nma  parte  da 
Abrazza,  e  a  parte  do  dncado  de  Spo- 

\  leto,  qne  está  ao  S.  de  Néra. 


I 


Colcari. 


Salamina 


I 


Salento 


Porto  Constanzo 


Salento 


Saronites 


Era  a  capital  da  ilha  Salamina  (hoje  Co- 
lonri)  no  golpbo  Saronico,  ou  de  En- 
gía,  perto  das  costas  da  Achaia  (hoje 
Livadia). 

Tencro,  filho  de  Telamon,  rei  d*estailha, 
indo  a  Chypre,  onde  Bfdio  lhe  permit- 
tia  estabelecer- se,  edificou  ahi  outra 
Salamina,  qne  foi  a  capital  de  um  reino 
em  que  a  sua  posteridade  reinou  mni- 
tos  séculos. 

íCidade  dos  picentinos  meridionaes.  Es- 
tava edificada  sobre  uma  montanha,  a 
que  hoje  se  dá  o  nome  de  MotUe-Bvo- 
no,  onde  se  vêem  ainda  muitas  niinas 
dos  seus  antigos  e  vastos  edificios. 

A  cidade  que  actualmente  tem  o  no- 
me de  Salento,  fica  a  alguma  distancia 
da  antiga.  É  sede  de  um  bispado  do 
reino  de  Nápoles,  no  Principado  Gite- 
rior,  ou  Meridional,  de  que  ella  é  tam- 
bém capital. 

Povos  de  Samnio,  visinhos  dos  marsos. 
Estanceavam  entre  a  Campania,  os  pe- 
lignes,  os  ferentinos,  e  a  Apúlia.  Occu- 
pavam  o  território  a  que  hoje  se  chama 
Condado  de  Molisa,  com  uma  parte  dos 
Abruzzos,  do  Principado,  e  da  Terrado 
Labor.  (Reino  de  Nápoles). 

Eram  muito  bellicosos ;  mas  os  seus 
visinhos  os  alcunhavam  de  feiticeiros. 

Procediam  dos  sabinos,  e  d*elles  pro- 
cederam os  ferentanos,  os  campanezes, 
os  iucanoSy  e  osíhirpínos. 


m» 


Í4I 


Nomes  antiga* 


Nomes  modernas 


Observafòei 


Samos 


Samo 


I 


^^ÍS'^?''"^^^ 


Sardes 


Sarmania 


Satornia 


Saxonee*. 


Seamandro  oa  Xaaâo. 


SeandinaTla. 


Seio. 


Scritofini 


r 
I 


Scylla 


I 


Sardo 


I 


Rússia 


Stiorgaa 


Alta  e  fiaixa  Saxonia . . 


Ilha  do  Archi  pélago  Grego,  perto  da  costa 
da  antiga  loDia,  qae  ó  hoje  uma  parte 
da  Natolia.  Fica  acima  de  Seio  e  em 
frente  de  Epheso.  Tem  160  kilometros 
de  circnmferencía. 

Houve  aqui  aoi  templo  famoso,  dedi- 
cado á  deusa  Ju(o. 

(Grande  ilha  do  Mediterrâneo,  entre  o  mar 
da  Toscana  e  as  ilhas  Baleares  (Maior- 
ca, Mínorca,  e  Ivíça).  Era  um  dos  cel- 
leiros  de  Roma.  Hem  11  portos.  No  tem- 
po dos  romano^  chegou  a  ter  42  cida 
des  ^  hoje  apenas  tem  8. 

A  sua  capiul  é<Cagliai%  sobre  a  costa 
oriental.  Ê  dos  duques  de  Saboya,  de- 
pois reis  do  Piemonte,  e  hoje  reis  de 
Itália. 

Cidade,  capital  da  Lydia,  sobre  o  rio  Pac 
tolo,  e  perto  do  monte  Tmolo.  D*ellasó 
restam  paredes  desmanteladas,  e  uiha 
aldeia,  edificada  com  materiaes  das  suas 
ruina^  no  sitio  o^ide  existiu,  e  que,  com 
pouca  corrupção,  conserva  o  seu  nome. 

Havia,  Sarmania  Européa  e  Sarmania 
Asiática,  como  tiuje  ha  Rússia  da  Eu- 
ropa e  Rússia  da  Ásia.  Seus  habitantes 
eram  os  sarmatas. 

Uma  das  mais  antigas  cidades  da  Tos- 
cana, no  cantão  dos  rutelanos,  ao  E.  da 
Albegna.  Está  em  ruinas. 


Scamandro 


Pequeno  rio  da  Troada  (Grécia)  que  nasce 
no  monte  Ida  (boje  Kansdeck)  e  se  lança 
no  Archipelago,  em  frente  de  Ténedos. 
É  o  mesmo  que  o  Xanto  de  Troada, 

\  pois  também  se  lhe  dava  este  nome. 


Noruega 


Ilha  do.  Archipelago,  ao  O.  da  Natolia, 
Seio )  entre  Metelim  e  Samos.  Tem  240  kilo- 
metros de  circumferencia.  Produz  ópti- 
mos vinhos. 

í 


Laponia,  e  Boheaia- 
Onenlal 


Sciglio 


Corrente,  sobre  as  costas  da  Calábria- 
Meridional, .  em  frente  de  Charybde. 
Arroja  os  navios  contra  o  cabo  Sciglio, 
onde  se  jdespedaçam. 


143 


mu 


\ 


Nomes  antigás 


Nomes  modernos 


■  ■  • 


OhsBrraifflm 


if 


\ 


Si'ythas.. 


Povos  qne  estanceivam  desde  as  margens 
do  Danúbio  até  ao  pais  dos  seres,  na 
Tártaros  J  ^^remidade  da  Ásia  Oriental.  Os  scy- 
\  ^jj^g  asiáticos,  sob  differentes  nomes,  a 

Tartaria  Deserta  e  uma  parte  da  Gran- 
de Tartaria. 


Os  seytbas-europens,  chamados  também 
dacos,  e  gétasy  occupavam  todos  os  pai 
zes  que  estão  entre  o  BaixoDauubio,  a 
Lithuania,  Moscovia  (em  parte)  e  as 
costas  do  MarNtgro. 


Ifoseowitas  (roasos 


).j 


1 1 


Seqnania 


Sér^;8 


Os  scytbas  nâp  tlnbam  nem  ddados 
nem  aldeias,  mas  sim  cabanas.  Trans- 
portavam-se  com  suas  íamilías  em  car- 
ros, nas  suas  frequentes  migrações. 

Alguns  escriptéres  confundem  os  scy- 
tbas com  os  sarmittas  (russos)  e  até  com 
os  germanos  (allèmães). 

■ 

Vide  Edia. 


í 

*               <    •  « 

• 

i 

*  « 

l 
•     « 

4 

1 

■ 
■ 

Sícambfos» « ^  «».•>•« . 

1 

•    í 

4 

• 

1 
1  *    •    ' 

è 

1 

■ 
■  • 

Os  antigos  seres  occupavam  uma  parte 
da  Grande  Tartaria-Oriental,  e  o  a  que 
nós  boje  chamados  China-Septentrio- 
nal. 

Tártaros,!  GbinezeS,  e  I     Havia  também  ééres,  no  Catay  de  hoje. 

Ethiopes 4 \  Estes  eram  famosos  pelos  seus  artefa- 
ctos de  seda,  qu€{  era  finíssima  e  de  co- 
res beilas  e  indeléveis. 

Na  Etbiopia  timbem  havia  uma  co- 
lónia doestes  sére^. 


1 


Occupavam  originariamente  as  margens 
do^ige^  na  extremidade  da  Westi^Ua- 
Meridional.  D*ali  se  foram  espalhando» 
pouco  a  pouco,  .'para  o  Rbeno,  Roora, 
Lippe,  e  Veser.  D*alli  lhes  veiu  o  nome 
de  Sigambri  (em  leutonieo — tiajimíe) 
que  os  romanos  mudaram  em  sicambri. 

No  anno  746  de  Roma  (7  annos  an- 
tes de  Jesus  Cbristo)  Tibério  os  trans- 
portou ás  Gallias,  entre  o  Rhenoeo 
Mosa,  paiz  que  hoje  faz  parte  do  bis- 
pado de  Panderborn,  no  condado  de 
Marck,  e  dos  ducados  de  Berg,  Gnel 
dres,  e  Cléves.    ' 

Glovis  1.*  (Gloqoveu,  ou  Ghiodowing) 
era  sicambro  e  idolatra,  como  os  outros 
sieambros.  Invadiu  as  Gallias  em  .490 
de  Jesus  Ghri8to,)e  se  fez  acclamár  sen 
rei.  1 

Gasou  com  a  ijrinceza  Glotiide  (filha 
de  Ghilperico,  rei  dos  borgonhões)  qne 
era  catholica,  e  eoncorreu  para  a  con- 
versão de  seu  maitído,  qne  se  fez  christão. 


mm 


NOM 


Í43 


Nomes  antigos 


Sjcambros 


Sícania,  ou  TricaDia . 


Sícanos 


Nomes  modernds 


ObservaçOir' 


Sicília 


Sicilianos 


Sicília,  ou  Trinacria.. 


Sicília 


/ 

j 
t 


Sidónia. 


Porto  Sayd;  ou  Sejrde. 
na  Torqaia-Asiaiiea. 


£:^te  rei  estendeu  a  sua  denomina- 
ção até  ao  Sena  (493)  —  isto  é  —  a  todo 
o  paiz  comprehendido  entre  a  Somma, 
o  Aisna  e  o  Sena. 

I 

Íllha  de  Itália,  que  pertence  ao  reino  de 
Nápoles. 

Eram  povos  naturaes  da  Sicilia,  desceu 
dentes  dos  lestrigões,  por  Sicano.  Não 
se  distinguiam  dos  siculos,  senão  pelo 
nome  e  peto  pais.  Occupavam  as  eo9>^ 
tas  S.  e  O.  da  Sicilia,  em  redor  do  cabo 
Lilybéu,  hoje,  Cabo  Cozo,  ou  Bozó. 

|A  ilha  mais  considerável  do  Mediterrâ- 
neo, entre  a  Africa  e  a  Itália,  separan- 
do se  d*esta,  apenas  por  um  pequeno 
estreito,  hoje  chamado  Pharo  dê  Mes- 
sina,  È  de  forma  triangular,  e  por  isso, 
foi  chamada  Trinacria, 

Suas  três  poDítas  ou  cabos,  são  — 
cabo  de  Peloro,  e  de  Pharo  (para  o  lado 
da  Itália)  —  e  Pachyno  (ou  de  Pássaro) 
do  lado  da  Moréa  —  e  Ulybéu,  ou  Cozo, 
ao  O. 

As  suas  principaes  cidades,  são  — 
Gatania,  Palermo,  e  M<i&sina» 

Pertisnceu  aos  reis  de  Nápoles,  d'ísde 
i736,  ató  que  Víeior  Manuel,  duque  de 
Saboya,  e  rei  do  Piemonte  e  Sardenha, 
uniu  em  um  só  todos  os  reinos  e  esta 
dos  da  Península  Itálica. 

É  n*esta  ilha  o  monte  Etna,  onde  está 
o  maior  volcão  da  Europa. 

Cidade.  6  porto  célebre  da  Pbenicia.  Os 
sidonios  e  os  tyrios,  eram  babeis  mari- 
nheiros e  inteiligentissimos  commer- 
ciantes. 

Os  phenicios  estenderam  as  suas  via- 
gens marítimas  até  áquem  das  Colum- 
nas  d'Hercules  (estreito  de  Gibraltar) 
estabelecendo-se  no  litoral  da  Penín- 
sula Ibérica  (anuo  3050  do  mundo  — 
954  antei  de  Jesus  Christo)  sendo  a 
Andaluzia  o  primeiro  ponto  em  que  se 
estabeleceram,  fundando  ahi  (em  Ga- 
diz)  uma  importante  feitoria  fortificada, 
a  qual  prosperou  tanto,  que  d'ahi  a 
pouco  tempo  já  tinham  esquadras  pró- 
prias, com  que  invadirem  o  resto  das 
costas  hispânicas. 

Nabucodonosor,  rei  de  Babylonia, 
conquistou  a  Phenicia,  no  anso  622  an- 
tes de  Jesus  Chr^to,  e  querendo  durai- 

l  nar  também  os  phenicios  das  Hispa- 


A 


m 


IfOii 


JNKW 


Sidónia. 


Porto  Sayd,  ou  Seyde, 
na  Torquia-AsiaticaJ 


SiiDoia 


Sithoníos. 


Smyroa 


Nomes  modernos 


ObserTa^ttai 


Simoente. 


I 


Sfflyroa. 


Solitndines 


Boracte 


Sorreotom 


ZaaraX^  ou  Deserto..  .\ 


nhãs,  inTadia  estas  pela  Gaulonha ;  mas 
os  seos  habitantes,  juntos  com  os  phe- 
nicios,  o  obrigaram  a  retirar  para  o 
Oriente. 

Também  foram  os  phenieios  que  fun- 
daram Garthago,  na  Africa»  e  Cartagena 
na  Andaluzia. 

Esta  cidade  pertence  hoje  â  Turquia. 

Pequeno  rio  da  Troada.  Nasce  no  monte 
Ida'  e  juDta-se  oom  o  Xanto,  perto  do 
mar,  tínáe  ambos  formam  uma  lagoa. 
Pertence  ao  império  da  Porta,  e  os  tur- 
cos lhe  chamam  Chisima. 

ToYOs  que  estanciavam  sobre  as  costas 
da  Macedónia,  entre  os  golphos  Singoi- 
tico  e  Thermaico. 

Outros  sithooios  habitavam  a  parte 
septenirional  daThracia,  sobre  as  praias 
do  Ponto  EuxinOi  entre  o  monte  Hemo 
e  o  Danúbio. 

Cidade  da  amiga  lonia,  ao  fundo  do 
grande  golpho  do  Archipelago- Grego, 
sobre  o  ribeiro  de  Meles. 

Durante  o  império  romano,  era  a 
mais  bella  cidade  da  Asia-Menor. 

B  hoje  uma  cidade  archíepiscopal  mui 
florescente  pelo  seu  commercio,  e  a  ca- 
pitai da  província  de  Sarcan,  na  Nato- 
iia. 

Vastos  e  áridos  areaes  da  Africa,  onde 
esião  as  celebres  PyranUdes  do  Effypio. 
As  viagens  por  este  deserto  são  perí- 
gosissimaa,  não  aò  por  causa  dos  árabes 
que  roubam  e  captivam  ou  assassinann 
os  transeunte^  como  por  causa  das  tem- 
pestades d'areiáy  que  muitas  vezes* se- 
pultam os  viajantes.  Vide  Syrtes. 


Monte  da  Toscana,  no  paiz  dos  antigos 
faiisco9,  entre  o  rio  Tibre  e  a  estrada 
Fiamíoia,  a  40  kiiometros  de  Roma.  Este 
MonteTresto,onMonte]  "out^  era  consagrado  a  Apollo. 
Ãi^^n^u^MtrT^     \      S-  Silvestre,  papa,  aqui  esteve  escon- 
m  san  suvesiro. . .  ..i  ^^^^^  durante  a  perseguição  do  sangui- 
nário Diocleciano,  entre  3i4  e  326.  Por 
esta  razão,  também  se   chama  hojeu 
monte  de  S.  Silvestre. 

Cidade  archiepiacopal  da  Terra  de  La- 
bor, no  golpho  de  Nápoles,  coofios  do 

Sorrento {  Principado  Citerior.  Está  situada  sobre 

a  ponta  que  se  lança  para  o  mar,  em 
frente  da  ilha  de  CaprL 


1 


um 


KOM 


ilS 


■  « 


Nomes  antigos 


Sniones 


Sabara 


Suriana 


Nomes  modernos 


Suecia-Propría 


'bbsenra;^ 


Kardístan 


Sybaris Torre-Brodogaeto?... 


Sybaritas 

Symen!,  ou  Iceni 


Syria 


Era  nm  bairro  d^  Roma,  entre  os  mon- 
'  tes  EsqQilinOyYiminal,  ^  Qairinal  N*elle 

habitavam  as  mulheres  publicas,  de 

Roma. 

Ásia. 

• 

Cidade  da  antiga  Lncania,  sobre  o  gol- 
pho  de  Tarenta  Gré-se  ser  a  actaal 
vilia  da  Calábria,  chamada  Torre  Bro* 
dogneto. 

Os  habitantes  doesta  cidade  fsybari- 
tca)  tomaram-se  celebres  pela  saa  ocio- 
sidade, e  pelo  sen  amor  a  todas  as  com  • 
modídades  e  deleites. 

Vide  a  palavra  antecedente. 


Soffolk,  e  Norfolk.... 


Syrtes. 


É  uma  região  da  Ásia,  que  se  dividia  em 
Sfffia-Geralf  e  S^a-Propria. 

A  Syria-Propna  era  entre  a  Cilicia  e 
a  Arménia,  ao  N.  —  a  Mesopotâmia  e 
a  Arabia-Deserta,  ao  E.  —  a  Palestina, 
ao  S. — e  o  mar  Mediterrâneo,  ao  O. 

A  Syria-Geral,  dividia-se  em  cinco 
províncias  —  Palestina,  Phenicia,  Antio- 
chia,  Comagena,'  e  Celesyria. 

As  três  primeiras,  eram  ao  longo  do 

Mediterrâneo— a  4.*,  ao  longo  do  rio 

Aman,  e  a  5.*,  qne  se  estendia  desde  a 

torrente  de  Jacob  até  ao  Enphrates, 

Snria,  ou  Soristati . ../  compreheodia  a  Syria  de  Damasco. 

Hoje.  é  a  Suria,  ou  Soristan,  que  se 
estepde  ao  lon^^  do  Mediterrâneo,  en- 
tre a  Caramania^  Arménia,  Diarbeck,  e 
Arábia. 

Comprehende  a  Sura-Propria,  a  Phe- 
nicia e  a  Palestina,  e  iivide-se  em  três 
governos  geraes,  com  o  nome  das  suas 
respectivas  capitães,  que  sao  —  Alepo, 
Tripoli  e  Damasco.  A  sua  antiga  capi- 
tal (de  toda  a  Syria)  era  Antiochía. 

Pertence  actualmente  ao  imperador 
dos  turcos  (Porta-OUomana  —  ou  Su- 
l  biime  Porta).     . 


I 


Seiches  (Barberia) 


VOLUMB  VI 


As  Syrtes  propriamente  díta^  são  dois 
bancos  de  areia,  muito  perigosos,,  qo 
mardaLybia:  sâo  como  dois  golphos, 
que  Todeiam  o  reino  de  Tripoli. 

A  Grande-Syrte  (hoje  golpho  de  la  Si- 
dre)  rodeava  a  Çyrenaica,  pelo  O.  —  A 
Pequena  Syrte,  «ra  perto  de  Carthago. 

10 


M§ 


um 


Nomes  antigoi 


{Vomes  moderoM 


SyrtM. 


Seiebes  (Barberia). 


Tanais 


/ 


MOH 


Obfenraçdes 


1 


Também  se  dava  o  nome  de  Syru»» 
aos  vastos  e  áridos  areaes  da  Lybía 
(boje  Arábia).  Também  vários  eserípu>- 
res,  priocípalmente  os  poetas,  tomaram 
a  palavra  Syrte  como  synonimo  de  de* 
serto  de  areia. 

N'estas  syrtes  morreram  á  fome,  à 
sôde,  asfixiados  pelo  calor,  oa  sepulta* 
dos  sob  chuva  d$  areia  ardente,  muitos 
milbares  de  cbristaos,  durante  as  guer- 
ras das  cmsadas. 

t  n*esus  borridas  e  tristes  solidões, 
qae  se  forma  o  formoso  e  enganador 
piMiomeno  meteorelogice  a  que  os  mo- 
dernos deram  o  nome  de  nUragem. 

A  vista  de  orna  cidade,  de  um  rio,  de 
uma  caravana,  de  um  bosque,  etc.  pro 
jecta-se  a  distancias  incríveis,  com  lai 
perfeição,  que  parece  a  realidade;  mas 
debalde  o  viajante,  faminto  e  sequioso, 
estuga  o  passo,  para  chegar  mais  bre> 
vemente  a  estes  legares  t  A  mais  triste, 
a  mais  atroz  desillusão  o  espera;  e  em 
vez  d*essas  belletas  que  a  luz  atmosphe- 
rica  perfidamente  formara,  só  encontra 
areia,  solidão,  sede,  e  muitas  vezes  a 
morte  com  todos  os  seus  horrores! 

A  misericórdia  Divina  coUocon  po- 
rém, de  longe  a  longe,  n*estas  solidõn^ 
não  só  as  (|[igantescas  palmeiras,  cujo 
fructo  providencial  refresca  e  sustenia 
os  homens,  mas,  e  o  que  é  mais  admi- 
rável, formosíssimos  oásis,  assombra- 
dos de  frondosas  arvore»,  regados  de 
frescas  aguas  e  tapetados  de  mimosas 
plantas,  hervas  e  flores;  onde  o  viajan- 
te, que  teve  a  ventura  de  o  encontrar, 
sacia  a  fome  e  a  sôde,  e  recupera  as 
forças,  e  quasi  a  vida. 

Alguns  d'esles  oásis  são  desertos,  e 
apenas  de  poucos  metros  de  extensão; 
mas  outros  são  mais  vastos  e  povoados 
de  aldeias,  de  árabes  hospitaleiros,  e 
até  outros  ha,  que  teem  muitos  kilome- 
tros  de  circumferencia,  e  onde  esião 
edificadas  bonitas  cidades. 


Ílio  da  antiga  Sarmacia  (heje  Grande- 
Rússia)  o  qual  vem  de  Rosan,  e,  depois 
de  um  curso  de  mais  de  i:800  kilome- 
tros,  morre  no  lago  Meotis  (hoje  mar  de 
Zabachtí)  abaixo  do  mar  de  Azofe  (ou 
Azoph). 
N*eslíe  silio^  separa  a  Europa  da  Ásia. 
Os  cossacos  do  Don,  formam  regimen- 
tos de  cavallaria  irregular  russiana.  Sao 
bárbaros  e  indisciplinados,  mas  bravos 


NOM 


Nomes  antigos 


Taiiãte 


Tarento 


Nomes  modernos 


NOM 


Observações 


147 


Tárpéia  (roeba) 


Târraoonense. 


e  aadazes.  Foram  elles  que  em  18i2 
DoB {  destruíram  grande  parte  das  hordas  fu- 
gitivas de  fiuonaparte.  * 

I 

Cidade  da  Itália  (aa  Yapigia-Messapiana 
dos  antigos).  Está  á  embocadura  do  pe- 
queno rio  Taras,  ao  fundo  de  um  gol- 
pho,  do  paiz  dos  antigos  salentinos.  Era 
consagrado  a  Nepjtttao,  ou  porque  foi 
fundada  por  seti  nlbo,  Taras,  oa  por- 

Otranto {  que  Phalaoto  (lacedemonio,  que  veio 

aqui  estabelecer -se)  n'e]ia  construiu  um 
templo,  dedicado  a  esta  divindade  my- 
tbologica. 

Foi  Tarento,  a  capital  de  uma  repu- 
blica que  fez  crua  guerra  aos  romanos. 
É  no  actual  reino  de  Nápoles. 


i 


A  rocha-Tarpéia  (ou  monte  TarpeioJ  era 
um  sitio  do  monte  Gapitolíno.  de  Roma, 
da  summidade  da  qual  se  precipitavam 
muitas  vezes  os  criminosos. 

Tomou  este  nome  de  uma  vestal,  cha- 
mada Tarpeia,  a  qual,  por  ter  entregado 
a  cidadella  romana  aos  sabinos,  alii  foi 

,  morta  e  enterrada. 

I 

Foram  os  romanos  que  assim  a  denomi- 
naram, de  Tarragôna,  sua  capital,  a  que 
elles  chamavam  Tarracona,  segundo  o 
Navarra,  e  Gatalunha{  seu  systema  de  alatinisarem  os  nomes 

próprios  dos  bárbaros^  como  elles  desi- 
gnavam os  povos  que  não  eram  roma- 
nos ou  gregos. 

f  ^  Napoleão  entrou  na  Rússia  com  um  formidável  exercito,  de  600:000  homens  aguerri* 

I      dos  e  victoriosos.  A  Rússia  não  se  oppoz  a  esta  invasão;  mas  retirou  ou  incendiou  todos 

os  seus  viveres,  e  a  fome,  o  frio,  e  os  cossacos,  deram  cabo  do  exercito  francez,  sem  perda 
I  de  um  só  russo.  Napoleão,  vendo  tudo  pendido,  foge  cobardemente  para  França,  deixando 
i  os  restos  do  seu  exercito  exposto  à  viogança  dos  moscovitas, «  de  modo  que  apenas  40:000 
I  homens,  rotos,  descalços,  esfaimados  e  doentes,  regressaram  ao  seu  paiz.  Napoleão  e  Q9 
I  seus,  tiveram  a  desaforada  basofia  de  chamar  a  isto  —  a  campainha  da  Rússia  í 
i  A  divisão  portugueza,  que  Junot  nos  tinha  roubado  em  1807,  e  que  foi  então  á  Rússia 
I      (na  fbrça  de  5:000  homens),  foi  a  que  mais  resistiu,  com  mais  valor  se  portou  e  menos 

soffreu,  n*esta  desgraçada  invasão,  e  bem  merecida  e  monumental  derrota :  o  que  foi  con< 

fossado  pelo  próprio  Buonaparte  e  por  seus  generaes. 
I         Foi  o  maior  império  e  um  dos  mais  pequenos  reinos  da  Europa  (Portugal)  que  anoi* 
I      qnillaram  para  sempre  o  poder  do  corso,  e  lhe  âzeram  murchar  todos  os  seus  louros. 
í     Podemos  ter  esse  orgulho. 

í 

*  O  sanguinário  Buonaparte,  quando  via  conpromeuido  o  seu  exercito  nas  invasSes  o 
devastações  a  que  o  incitava  a  soa  malvadez  —  abandonava-o  ao$  inimigos^e  ajusta  vin* 

(      gaoça  dos  povos  que  tinha  roubado  e  devistado. 

i  O-  que  fez  na  Russia,  havia  já  feito  eoi  S.  João  d' Acre  (Syri^)  abandonando  os  seus 
soldados  ao  furor  dos  turcos,  e,  principalmente  dos  janizaros,  e  dos  beduínos.  Aqui  teve 

>     «té  a  infame  barbaridade  de  mandar  assassinar  os  seus  doentes  e  feridos! 


148 


NOM 


MOM 


Nomes  antigos 


Téano  (Teanum-Sídi- 
ciam) < 


Nomes  moderpes 


Observações 


Téano 


Era,  depois  de  Càpaa,  a  maior  e  a  mais 
bella  cidade  da  Campania.  Os  seut^OB- 
dadores  e  primeiros  habitantes,  foram 
os  sidicinos. 

É  boje  uma  pequena  cidade  episco- 
pal, na  Terra  de  Labor  (Nápoles)  entpe 
Cassino  e  Cápua. 


''X)?'*^'^"^'*^^*''** 


Cidade  da  Apúlia  Daunia,  sobre  o 
Trento.  Só  restam  as  suas  ruínas. 


Tempé 


Thébas 


rio 


Tbébas 


Tiva  (pequena  villa).. 


Thessalia. 


Thracia 


Janna,  ou  Jannína 


•  •  «^ 


Turquia  da  Europa. 


Região  da  Thessalia,  que  se  estendia  ao 
longo  do  rio  Penou  (boje  Selâmpria) 
entre  os  montes  Olimpo  e  Ossa,  na  parte 
oriental  da  antiga  Pelasgiotida,  e  para 
o  golpho  Tbermaico  (hoje  golpho  de  Sa- 
lonica,  ou  Tsaloniea). 

fCidade,  capiul  da  Beócia,  sobre  as  mar- 
gens do  rio  Isméno.  Foi  fundada  por 
Cadmo,  iibo  de  Agenor,  rei  da  Pheni- 
cia.  É  a  pátria  de  Baccho,  Alcides  (Her* 
cules)  e  Pindaro. 

Também  lhe  davam  o  nome  de  Epía- 
pyles  (por  ter  sete  portas^  e  para  a  dis* 
tinguir  de  Thebas  Heealempyies  —  cm 
de  cem  portas  —  que  era  no  Egvpto,  a 
que  deu  o  seu  nome  á  famosa  Tkebaida). 

f  Antiga  capital  do  Egypto,  e  uma  das  mais 
famosas  cidades  da  Africa,  peia  sua 

firandeza,  magnificência  e  inexpugnabi- 
ídade. 

Hoje  apenas  restam  alguns  vestígios 
das  suas  minas. 
Vide  a  palavra  antecedente. 

Era  uma  região  da  antiga  Grécia,  gae 
fazia  parte  da  Macedónia,  e  cuja  capi- 
tal era  Larissa. 

Estava  entre  a  Achaia,  ao  S.  —  o  Epi- 
ro,  ao  O.-— a  Macedonia-Propria»  ao 
N.  —  e  o  mar  Egôu,  ao  E. 

É  hoje  uma  cidade  da  Turquia  Eoro- 
póa. 

fEra  a  parte  da  Europa,  lia\itada  ao  Su, 
pelo  mar  Egéa  —  ao  E.,  pelo  Helles- 

Konto,  Propontia  e  Ponto-Euxino  —  ao 
f.,  pela  Bulgária  — e  ao  O.,  pela  Mace- 
dónia. A  sua  capital  era  Bisancio.  fim 
razão  do  seu  clima,  dizía-se  que  era  a 
pátria  dos  ventos. 

Os  tbracios  eram  oriundos  da  Sey- 
thia.  A  antiga  Thracia,  é  hoje  a  Roa- 
mania  de  Thracia,  ou  aquella  parte  da 
Turquia  fiuropéa,  que  está  entre  o  Mar- 


MOM 


mu 


i49 


^mm 


Nomes  u&lifM 


itmm 


mm 


Nomes  modernos 


Thiaeia. 


I     / 


Tibre  (antigo  Álbola). 


Tiildr. 


'  I    • 


Tifrb 


»    r       l 


■««■ 


fmm 


IW 


Observações 


Tibre. 


Negro,  o  Mar  4a-Mármora  e  a  Bulgá- 
ria. 
As  suas  principaes  cidades,  são  Gons- 
Tmrqnia da  Europa.. <  tantinopla  (a  autiga  Bisaocio,  e  a  que 

hoje  os  turcos  chamam  StamboulJ  capi 
tal  do  império  dos  turcos— e  Âdrinopo- 
lis. 

íEste  rio  chamava-se  antigamente  Álbula, 
È  de  pequeno  curso,  e  a  sua  largura, 
na  cidade  de  Roma,  nao  excede  a  200 
metros.  Já  se  vè  que  a  sua  celebridade 
deve-a  unicamente  à  circumstancia  de 
banhar  a  capital  do  orbe  catholico  e  da 
Peninsula-Italica. 

Diz  se  que  o  seu  nome  provém  de 
ter-se  aqui  afogado  um  rei  Tiberino. 

Nasce  no  Appenino,  na  Toscana,  e 
desemboca  no  Mediterrâneo,  entre  Ós- 
tia  e  o  Porto,  24  kílometros  abaixo  de 
Roma. 

Separa  a  Cami^anía  de  Roma,  do  Pa- 
trimónio de  S.Pedro. 


f£  uma  das  mais  antigas  cidades  do  Lá- 
cio.  Foi  fundada  por  Tibumo,  que  lhe 
deu  o  seu  nome,  no  anno  do  mundo 
2491  (1513  antes  de  Jesus  Christo).  £»tà 
assente  nas  margens  do  antigo  ArUo, 
hoje  Teverone. 

roi  habitada  pelos  siculos,  que  foram 
expulsos  d'ella  pelos  pelasgos« 

£  hoje  uma  cidade  episcopal,  nos  Es- 
tados Ecclesiasticos,  a  44  kilometros  de 
Roma. 

Um  dos  maiores  rios  da  Ásia.  Nasce  na 
Grande-Armenia,  perto  do  monte  Palli 
(180  kilometros  ao  S.  do  nascimento  do 
Euphrates).  Separa  a  MesopoUmia  da 
Assyria  (^  antiga  Babylonia)  —  isto  é  — 
o  actual  Diarbekir  do  actual  Kurdistan : 
corre  no  lerac,  mistura  parte  das  suas 
affuas  com  o  Euphrates,  em  Selencio,  e 
divide  o  resto  em  muitos  canaes,  qde  * 
depois  se  tornam  a  juntar.  Perto  de 
Gorno,  junta  se  ao  Euphrates,  perdendo 
ahi,  ambos,  os  seus  nomes,  para  corre- 
rem por  espaço  de  90  kilometros  com 
o  nome  de  Ria  doi  Árabes.  Morre  no 
golpho  Pérsico,  dividido  por  duas  bôc- 
cas,  estando  entre  ellas  a  ilha  de  Gha- 
der. 

As  principais  cidades  banhadas  pelo 
Tigre,  sao  —  Caramith  (ou  Diarbekir) 
e  Bagdad. 


Tivoli 


Tigre 


i50 


HO» 


KOH 


Nomes  tntlgos 


Nomes  modernos 


Tisarini ^<^^^^^    Zarich, 


etc. 


Toscana (Toscana. 


Toxsnârí 


Attvers. 


• 


Tróia,  Teoeria,  oa 
rUon 


J 


ObservagM 


I 


E'  a  antifa  Etrúria.  Orando  profiaolà 
(ffrào-dncado)  da  Itália,  separada  da 
Umbria  e  do  Lacio,  pelo  Tibre. 

A  antiga  Toscana  (ou  Tascana)  era 
entre  a  Romania,  Bolonha,  Módena  e 
parte  do  Parmesan,  d'hoje.  ao  N.— os 
Estados  Pontíficjos  a  E.— Génova  e  La- 
ca, ao. O. — e  o  Mediterrâneo,  ao  Sal.  A 
parte  menor  é  no  património  de  S.  Pe 
dro  e  território  de  Peragia:  a  maior, 
forma  o  grão-dncado  da  Toscana,  qae 
foi  dos  imperadores  da  Aliemanba. 

Não  é  preciso  dizer  aos  meãs 
leitores,  qné  o«  reinos  de  Na 
polés,  Sieilia,  Piemonte  e  Sar- 
denha, 03  Estados  Pontificios. 
os  grão  ducados,  ducados,  mar* 
quezados*  etc,  etc,  d*esta  par- 
te da  Europa,  assim  como  os 
Estados  ^  Venezianos,  formam 
actualmente  o  reino  dltalía.  (A* 
excepção  de  Niza  e  grande  par- 
to da  Sabóia,  que  Victor  Ma- 
nuel deu  á  França,  em  paga  de 
Napoleão  (que  se  denominoQ 
III)  ajudar  os  píemontazeis  a 
conquistar  o  resto  de  Itália. 

Paizes-Baixos. 

Foi  a  capital  da  Pequena  Phrygía,  a  6 
kiiometros  do  Archi  pélago  6re||o,  e  do 
promontório  de  Sigéu— na  Grécia  anti- 
ga. Era  uma  cidade  famosa,  e  o  que  lhe 
deu  maior  nomeada,  foi  o  cerco  a  que 
resistiu  por  espaço  de  dez  annos. 

Eis,  em  poucas  palavras,  a  soa  his- 
toria. 

Dardano,  filho  de  Electra  (filha  d*A- 
tlas)  e  que  a  mie  dizia  havél  o  tido  de 
Júpiter,  foi  ás  praias  do  HellespoDto 
(Ásia)  edificar  uma  cidade  a  que  dep  o 
nome  de  Dardania. 

Casou  com  afilha deTeucer  (oa  Teu- 
ero)  rei  da  parte  da  Phrygia  que  olha 
para  o  Bosphoro  da  Thracia.  Isto  pelos 
annos  700  antes  da  fundação  de  Ronoa 
(1453  antes  de  J.  C.)  e  pouco  depois,  el- 
le  e  seu  sogro  fundaram  outra  cidade 
a  creie  deram  o  nome  de  Teucria, 

Êriehton,  filho  de  Dardano,  succedèu 
a  seu  pae,  e  áquelle  succedeu  Trái^  qoe 


Noit 


Koit 


Í5Í 


Nomes  antigoi 


MomM  modernos 


f)b9ervaç86^ 


Tróia»  TeQcria,oa/ 
riion ..•.. 


deo  ao  paii  o  nojbe  de  Troadi^  e  a  Teu 
cria  o  Qome  d9  trxHa. 

lio,  filho  de  Tjtos,  a  reedtfiooii  e  am- 
pliou, daDdo-lhe  o  nome  de  IUm,  ^ 

Laomedonte,  filbo  dllo,  mandon  cod»- 
.tmíF  em  IHod;  omatidadeUa  e  três  tc^ 
res,  obra  fortíssima,  e  ao  que  deu  o  no- 
me de  Pergamo,  (p*aqiii  procede  o  da-» 
rem  os  poetas  dpereates  nomes  a  esta 
cidade.)  J 

Priamo  saceedfcn  a  Laomedonte,  e  fez 
dellion,  amais  poderosa  cidade  daAsia. 

Heleoa^  malber  de  Meuelán,  rei  de 
Sparta,  era  a  maiior  formosura  contem- 
porânea, de  ioda 'a  Grécia. 

Paris,  filho  de-  Priamo,  Tia-a,  namo- 
roa-se  d'eila  e  rdubou-a. 

Menelàa  pedia  soccorro  aos  ontros 
róis  e  príncipes  da  Grécia,  que  todos  se 
colligaram  contra  Tróia,  bindo-a  atacar 
com  ama  armada  de  mil  navios. 

Heitor,  filbo  a e  Priamo,  era  um  jo- 
Yen  Yaloroaissinp,  e  ajudado  pelos  troia- 
nos e  por  algnni  príncipes  daAsia,  que 
▼ieram  em  ^eti  soccorro,  pôde  resfBtir 
por  dés  annos,  m  forcas  combinadas 
dos  gregos;  até  que,  finalmente  cabiu 
em  poder  d'estesi:  segundo  Yergilio^  por 
meio  de  um  esuratagema  de  guerra,  do 
modo  seguinte: 

Construíram  ps  sitiantes  um  mons- 
truoso cavallo  dé  madeira,  que  enche- 
ram de  soldadofli  e  simularam  uma  re- 
tirada. Os  troianos  cabiram  no  iaçOb  e 
arrombando  Homi  das  portas  da  cidade, 
n'ella  introduxiáam  o  cavallo.  Os  |[re- 
gos,  achando  os  terçados  desprevenidos 
sabiram  inesperadamente  do  cavallo, 
espalhando  o  terror  pela  cidade,  que 
ao  mesmo  tempo  foi  invadida  pelo  ras- 
to dos  sitiantes,  è  tomada. 

Esta  historia] do  cavallo,  nio  passa 
de  uma  ficção  pèetica. 

A  opinião  maé  commum,  é  que  a  ci- 
dade foi  entregob  pela  trai(^  de  Enéas 
e  Aoneiior. 

Tróia,  depoisr  de  saqueada,  foi  indu- 
zida a  cinzas,  'mve  isto  lugar  no  anuo 
2820  do  mundo|431  antes  da  fundação 
de  Roma,  e  ii8l  antes  de  Jesus  Gbristo. 

Antes  d'e8te  cáTco  memorável  Jà  Tróia , 
tinha  soífrido  dais  cercos,  um  feito  pe- 1 
\  las  amazonas,  o^tro  por  Hercules.        i 


>  Pof  isso,  Yirgflfo  denotoinoa  lUeida, 
dè  Tfoi». 


m 


«roM 


mu 


Nomes  anMfM 


.yomes  modernos 


ObsenraciSe». 


friía,  teucna,  pu] 


f  • 


». 


7yi^^p9 


"'r     . 


*  *   • 

.  'IS 


Da  Tróia  partugueza,  f unda- 
dapelos  gregos,fugido8  de  Tróia, 
fallarei  do  logar  competente  do 
díccionario. 


Vide  Toscana. 


INlâCQlO. 


Cidade  latina,  a  t4  kilometros  de  Roma, 
fandada  sobre  à  encosta  de  uma  ool- 
lína.  f 

Foi  fandada  por  Telefono,  filhe  de 
Ulysses  e  de  Girce.  Foi  destmida  pelo 

PraseatI  í      l  ^^P^^^^^  Uennque. 

Dos  seus  maèriaes  se  edificon  a  ci- 
dade de  Praseaf ,  a  6  kilometros  da  ao* 
tiga  Tnscuio,  na  Gampania  de  Roma. 
Frascati  é  uo^  dos  seis  bispados  assi- 

Sados  aos  seis  mais  amigos  cardeaes 
caria  romana. 


Tyro! 


I 


Cidade  e  Porto  célebre  da  Pbenicia,  fa- 
mosa pela  belleia  da  saa  púrpura  e  pe- 
io seu  vasto  commercio. 
^  Foi  depois,  ama  cidade  archieplsco- 

^Soar^.  *.....,., <  pai,  assas  considerável;  mas  hoje  não  é 

,j  J  mais  qae  ama  villa  da  Turquia  Asiáti- 

ca, na  Saria,  entre  Sidónia  e  Ptolemai- 
•da.  Está  reduzida  a  um  casteiio  oom 
umas  20  casas  em  redor. 


J 

Região  da  Itália,  qae  fazia  parte  da  an- 
tiga Tyrrenia.  Ek'a  limitada  ao  N^  pelo 
.^     |.  ...  ,  mar  Adriatico-4o  E.,  pelo  Piceno — ad 

Umbrta      '  JUrbino,   Romania,    e)  S.,  pela  Sabina  áEtruría—e  ao  O.,  pe- 


Spolélp.-r.-r- 


I 


«  .i 


ÚUca {Porto  TiliiMy(vilL) 


^  i 


Valeria^  ou  Várias* •  4**  -*í'f^* -«^ 


t»'v«.«^    •    * 


lo  Etruria  e  o  Tíbre.  É  boje  o  ducado 
de  Urbino,  a  Rèmânia  e  o  ducado  de 
Spoleto,  de  quejé  capitai  a  cidade  d 'es- 
te nome  (Spoleui) 

'Cidade  da  Africa  Foi  edificada  pelos 
pbenicios,  i48  ainos  depois  da  desirai- 
çâo  de  Tróia  (10k6  antes  de  J.  G.) 

Depois  da  deiiruícao  de  Carthago, 
velu  a  ser  a  capital  da  Africa  romana, 
e  foi  bastante  commercial. 

E'  celebre  por  n'ella  ter  vivido  e  mor- 
rido o  segundo  Catão,  por  isso  chama- 
do uticense. 

De  parte  dos  sens  materiaes,  se  edi- 
ficou a  actuai  cidade  de  Bisorto,  no  rei- 
no de  Tunes,  sobre  um  pequeno  golfo, 
em  Crente  da  Sardenha,  e  na  costa  da 
Barbaria. 

I  Antiga  cidade,  no  paiz  dos  equos.  sobre 
o  Xiveroi^  na  extremid^e  da  Sabina. 
O  seu  primeiro  nome  foi  Valéria^  por 


NOtf' 


NOM 


158 


Nomas  antigo» 


• 


■*«i 


■MMfc 


Nomes  modiéroos 


'ObtervatSas 


Valeria,  oa  Vária. 


■  s 


•  • 


I     • 


Vaticaao .., { Valipaoo 


'  I 


Veetnriones 


Edimlmrgo. 


Veipa (laolaí  —  Scn^aano? —^ 


í 


Velabro. 


in 


Telia 


ter  sido  edificada  ao  pé  da  estrada  de 
Valério. 
D*ella  apenas  existem  restos  de  rui- 
,  nas. 

I  • 

'Era  um  monte  de  Roma,  que  compre- 

hendia  o  Janiculo  a  Uidas  as  coliinaí), ' 

desde  a  ponte  Muivia,  até  á  miirgem  do 

Tibre  que  estava  em  frente  do  monte 

Aventino.  O  rio  o  separava  do  theatro 

de  Pompeu. 

N'este  monte  está  o  sumptuosíssimo 
palácio  dos  Suramos  Poniifices  (por  isso ' 
chamado  do  Vaticano)  e  o  inagestoMs- 
símo  templo  de  Sâo  Pedro,  o  mais  rico 
e  esplendido  dos  templos  christãos. 

Em  um  e  outro  editteio  se  admiram 
obras  dos  mais  eximios  pintores  e  es- 
cultores. 

Escócia. 

Antiga  cidade  de  Etrnria,  edificada  por 
Comero,  e  destruída  no  aono  358  de 
Roma,  por  Camillo,  depois  de  um  sitio 
de  dez  annos.  Segundo  os  mais  exactos 

Sographos,  era  no  logar  da  actual  ci- 
de  de  Isola,  no  território  deS.  Pedro, 
a  18  kilometros  de  Roma.  Segundo  ou- 
tros, era  no  logar  da  actual  cidade  de 
Scrosano;  mas  a  primeira  opinião,  é 
mais  justamente  seguida. 

Seu  território,  que  só  era  separado 
dos  sabinos  e  dos  latinos,  pelo  Tibre,  é 
hoje  a  Ilha  Franceza,  que  é  a  parte 
.  mais  oriental  dos  Estados  Pontificios. 

I 

^Era  um  bairro  na  raiz  do  monte  Aven- 
tino, que  se  inundava  logo  que  o  Tibre 
trasbordava,  sendo  então  preciso  an- 
■Ákt  %Bí  barcof,  por  t\W-  isto  -IbA  fei  dar 
o  nome  de  Velabrum,  diminutivo  de  Ve- 
f^ifiplabrum.  Era  contíguo  ao  bairro  dos 
toscanos;  e  na  sua  máxima  parte  povoa- 
bro^ .............  ..]^  do  de  mercadores  de  essências  e  óleos 

odorilèros.  Separava-o  em  duas  "partes 
a  pra^,'  ou  feira,  chamada  Matrcella, 

Tariíujnio,  5.^'  rei  4e  Roma,  para  ob- 
viar ás  inundações,  lhe  mandou  con- 
struir sólidos  aquedoctos  subterrâneos, 
por  onde  a  agoa  do  rio  se  escoava. 


San-Georglo  In  ^éla-^ 


1* 


■»i 


I 


PÍBCMlia. «.iv*«  »•.••< 


Era  uma  cida4e  da  Lueania,  no  golfo 
Éleate,  sobre  o  rio  Haleso  (hoje  Alun- 
té)  em  frente  das  ilba^  Oenótridasi  Cré- 
so  que  foi  edificada  pelos  pbocéos.  Tem 
aguas  mineraes  frias. 


154               NOM 

mm 

Nomes  inligM 

tetia.; 

■>  A»  ilhu  OenAtridas,  aio  dois,  boje 
ebamadu  Ponlit  e  bui». 

Cidade  e  «lonf a  Vomana,  na  Campania, 
parto  de  Valinrno.  0  sen  terríiorio  m 
eaiendla  Vé  ás  fronteim  do  Lacio  e  de 
Samoio.  Prodnt  as  melbores  axeitonaa 
de  ioda  a  lUlia. 

Ê  hoje  na  Teíra  de  Labor,  no  reino 
dd  Nápoles.       ' 

Cidade  da  lulia-Meridional,  no  paíi  dos 
saiDDÍtM,  sobre  os  conSnt  da  Apntia- 
Peocetica  e  da  Lncania. 

Hoje  é  na  Basilicata,  perto  do  Apeni- 
no, no  reJQO  de  Nápoles. 

Era  a  rua  mais  freqaeouda  de  Roma. 

Praça  Romana,  e  d'abi  sabia  ao  Capi- 
tólio 

Era  a  parte  Mpienlrional  da  Rbecia,  e 
se  cbamava  também  Bhecia  Segttnda. 
Esiendia-se  entue  o  Danobio  e  o  Ino,  o 
lago  de  Bríançco  (no  Delpbinado)  e  a 
Rhecia-PropriajFaíi»  parte  do  pau  oc- 
cnpado  pelos  g^nleíestaariscos.  Uma 
das  SDSS  prÍDcipaf^s  cidades  era  Aos- 
Iionts  (a  ATigona-Vindelicomm  «»*ro- 
manos). 

Tendo  os  vinJelleos  ousado  apreseo- 
lar  batalba  a  Drito.  este  os  desbaratou, 
pelo  que  foi  hodrado  com  a  preiara. 

B0QT8  dota  riosd*eíle  nome.  UmnaTn»- 
da,  que  também  se  cbamaTi  Scamas- 

1 

yu-Sàen. 

SoíMa,  eBívier».... 

VSndelIcia 

^ -  -'             \ 

A.OM  leitores 

Qaando  principiei  este  artigo,  não  («fieiooava  dar-lhe  tamai|ho  desenrolTimeolo;  po- 
rém, o  d«s«ja  qaa  twbo.de  dar  o  maior jinmero  de  esclaredm^nlos  possíveis,  me  levou 
a  etlende[-«  mais  do  qaa  snppifBlia.  , 

Estou  persuadido  de  qoe  nao  ó  matéria  inútil  para  os  medos  instruídos  em  geognl- 
phia  antiga,  e  que  osaaUos  não  darão  por  mal  empregados  os  l90  rtis  que  elle  Itn  euau. 

Em  todo  o  caso,  peço  perdão  aos  meus  leitores  â'eRU  diiafaçio,  qae,  se  fOr  por  al- 
guns julgada  imprópria  da  Índole  d'esls  ebra,  não  seri  pela  maior  parte  reputada  ociosa, 
visto  qnei  por  elta  fleam  bsbiliudos  a  eoiiprebender  faeihwnln  nmib»  iogares  das  hMo- 
TfB!  Sagrada,  grega,  romana  e  pOrtugUeuL 


HtalTÃOS,  llARMâllOS,  NÔnriMS,  Ml 
HÕRMANDOS  -^  pevos  dd  iatmor  4t  Alltt* 
IDanha  def^tentrional,  qtte  ftftbd  piratas,  no 
aeeok»  Vi,  iD^âéiiMi  «ê  «oMt  narillBat  4e 
diversas  provioeiat  éa'Bim)pa.'  Biirmai  ao 
Aosso* IHoraf,  no  réinsái^  de  D.Ordosbo  I, 
6  úe  seas  soeoessores;  Mmpre  com  pouca 
lorifiin,  poi9  foram  ropelídos,  ás  veces  «on 
grandes  perdas,  e  obrigados  a  largArem  as 
riqueza^  fnieto  de  mn%  rapkias. 

No  tempo  de  &.  Ramiro  III,  porém,  o  ehe- 
fe  (atgons  disem  rei)  noraMndo  Gandarédo, 
«om  uma  esquadra  de  cem  navios,  tavadiu 
as  costas  da  aelvai  pro^rineía  do  MinliO  e  as 
da  Gaiifia,  fazendo-se  seahoi^  de  todo  este 
território,  no  anão  9d7  de  J.-C,  e  ailí  per- 
maneeeti  ires  ánnos  até  qae,  em  970,  sendo 
^erroiaios,  pelo  oeiíde  D.  Gob^Id  Sanches, 
dm  orna  satigninolentalMitallMt,  ingiram  moi- 
10  poucos,  nos  po«eoe  navios  qne  poderam 
«acipar,  pois  qne  os  portogneMs  llie  qnei- 
ntfMfrqnasf  todo^  eGonderédo  morren 
flU  bataiha. 

D'álii  por  diame,  vinlam  «em  menos  força, 
rontandopor  snrpraca,  as  pevoaçSes  dar  bei- 
ta-mar;  ailé  qne,  em  lOIft,  lornaram  em 
frande  força  a  invadir  o  litoral  da  pro^n- 
cia  do  Minho,  ebegando  até  ao  caslello  de 
Vennofn,  sendo  derrotados  pelo  sen  conde, 
D.  Alvito  Nenés. 

Parece  qne  algnns  per  cá  ibram  ficando, 
e  fondaram  on  reedificara»  algnroas  povoa- 
^fOes,  qnast  tòdan  peno  do^maren  de^rios; 
llois  venioB  qne  ainda  lioje  algnmu  povoa- 
{$6s  porlngoecas  conservam  os  nomes,  qne 
eram  os  próprios  de  chefw  nérmandos.  Taes 
sào— fiaitiarem  (corrupção  de  Gunderédo), 
Cregosiln  sobre  «eequ^rda  de  rio  Minbo,  do 
deneeiío  •  3  itilometros  ao  O.  de  ¥illaNN«. 
^  da-Gerveira  "^  ontre  Genãarem,  na  firo- 
|pMMi'dft  Raiva j  concelbo  de  Paiva,  sobre  a 
esquerda  do  Donro^^^e  ontran  muHae  povoa^ 
IJSea.  Yide  Owmmrãêê,  Gmdmrwn^  ífmmão, 
^OÊiànm^  etti 

'  JfcriiMHidès,  é  cormpçio  de  mrth-mãm 
<pot09do  norte,  ou  heinene  do  norte). 

filies  invadi! am  umbem  »  Nenstria  (Pran^ 
^),  em  d&4,  e  alM  tandaram  nm  reino,  ao 
qual  deram  o  nome  de  Nàrmemdia. 


noR 


155 


HOROUHA^Vide  lonm^,  apag  440,  eol. 
L\  èo  4.*  vobme. 

IfOSGO— portagnei  amtigo— o  mesmo  qne 
comnôsce:  do  latino  nMtenm. 

NOSSA  SBmORAArBBLLA-^yide  Bêh 
la,  a  pif  .  368,  col.  1",  do  I.*  volume. 

NOSSA  SENHORA  JUL  ABBABU  —  (de 
Bouro.)--*- lá  a  pag.  430,  col.  1%  do  !.•  vo- 
lume, descrevi  rapidamente  este  lámoso  San- 
cmario.  Aqoi  direi  o  qne  depois  extrabi  do 
Sonc^tiarto  JfertonNO.  (Vol.  4.*,  pag.  33.) 

Parece  qne  o  convento  de  Santa  Maria  de^ 
Bouro,  ou  Nossa  Senbora  da  Abbadia,  foi 
originariamente  de  eremitas  descalços  de 
Santo  Agostinbo;  %  em  todo  o  caso,  bavia 
aqui  um  mosteiro  antiquíssimo  de  eremitas, 
qualquer  qne  fosse  a  sua  ordem. 

fim  716,  es  mouros  o  saquearam  e  redn* 
sinnn  a  einaae,  assassinuido  todos  os  frades. 

Picou  esie  sitie  complelamente  deserto  e 
abandonado,  até  que  passados  tempos,  aqni 
se  refugiaram  oe  arcebispos  de  Braga,  dil> 
rante  a  persegui^  agarena. 

Bm  983,  estava  o  terreno  que  fora  mos- 
teiro (a,  e  provavelmente  algum  edíflcia  coii- 
struido  para  abrigar  os  arcebispo^  unido  á 
Sé  de  Braga,  sob  o  titulo  de  Cònoinfo  dos 
ifonlonAoi.  Frei  António  Brandio,  na  sua 
Mmuareh.  Lu.^  parte  ?.',  iíb.  ii,  «ap.  iS,  dia 
que  no  cartório  arehiepisoopal  de  Braga,  no 
tombo  cbamado  «ficcàesia^tico»  qne  contem 
as  egrejas  e  beneSdos  d'aqnella  Sé,  se  lé  o 
seguinte-^i(  Sameta  Maria  dê  Bwrio  Manop- 
teria  Clumaeenee,  in  montenti,  úb  anm»  n^ 
gue  odoantemmOy  octa§esimo  tmrtia,  êoUriiur 
EcdâtiABtackatemii-^imiè  é-^do  mostei- 
ro de  Santa  Maria  de  Bouro,  da  ordem  du- 
ni»noBiise«  qne  está  nai  montanbas,  desde  o 
anandeS83,  se  paga  tudo  áegr^a  do  Braga. 

Segundo  o  dontor  frei  Bernardo  de  Brito 
{Gkrcn.  dê  Santo  Àgeêtítiho,  pag.  S.«,  liv.  4.*, 
til.  2>,  a  lenda  de  Nossa  Senbora  da  Abba* 
dia,  é  como  se  segnoi 

No  tempo  do  conde  D.  Henrique,  bavia  um 
santto^eiiemita,  descendente  da  nobre  íiunilia 
dos  CoeUios  (qne  era  a  do  grande  Bgas  Mo- 
nit)  e  por  nemOr  Pelagio,  ou  Pelaio  Amata 

Pekigio  cinba  sido  casado  com  D.  Mama» 


156 


NOR 


éa  ipial  hoavera  mn  fiilM»  ^amafWift*  ii»r- 
rendo-ihtt  a  esposa,  que  aterava,  e  foiícp 
dopeis  a  filha»  tomou  tal  desgoeto,  qne^  iban* 
doDaado  aa  pompas  e  faustos  dacòriiey  sd  foi 
Yivier  'ean  am  d^èrto,  eM»  tuilas  bieoihas, 
Totando  o  resto  dos  seos  dias  á  peaitaiicia  e 
«ração;  dèixaodo  o  filho  eatrogae^ao  coode 
D.  HeDrique,  qaa  muito  estimava  Pelagio. 

Estava  Ii'es8e  tempo  a  oôrte  em  Braga,  e 
«vaheDdo  PelagioE^  que  perto  d^-esila  cidade, 
havia,  entoe  asperíssimas  rochas,  uma  pe- 
quena ermida,  dedicada  ao  archanjo  S.  Mi- 
guel, ohde  falia  vida  feDiteuteium  virtwso 
eremita,  chamada  irei  Louren^o^  se  foi  ter 
oem  elle,  e  lhe  pediu  que  oaooeitasae.por 
discípulo  e  eompaUfaeiro,  e  lhe  «usinasse  o 
caminho  do  Céo. 

Frei  Lourenço,  vendo  um  idalgo  novc^  ri- 
camente vestido,  lhe  observou  qoe  talvea  Oseu 
proposiU)  fosse  passageiro,  e-qoe  provavel- 
mente em  breve  lhe  viria  «arrepenéimeftto; 
aas  vendo  a  firme  delibera^  do  fidaigo^  o 
êòi  despir  os  fatos  bondados*  e  «nvergar  a 
grosseira  túnica  de  eremita. 

Tomava  Pelagio  aa  privações  e  peniten- 
cias da  sua  nova  vida  com  tania  resignação, 
obediência  e  piedade»  que  até  ao  velho  asee- 
la  causava  admiração. 

Vivia  caria  um  era  sua  cella,  que  era  uma, 
triste  cabana,  construída  de  pedra  sécea,  e 
coberta  de  ramos  e  hervas. 
-  Em  uma  noite  viu  Pelagsa  uma  grande 
claridade,  em  um  pequeno  valle  que  ficava 
•ao  sopé  do  monte  onde  tinham  as  suas  ha- 
bitais. Deu  parte  d'isto  ao  companheiro, 
e  hindo  no  dia  seguinte  ver  o^ueera,  acha- 
tam^ entre  os  penedos,  uma  beUissima  ima- 
gem da  Samlssima  Virgem.  '- 

Suppõe-ae,  com  bons  fèodamenlos^  que 
esta  imagem  íôra  afli  escondida  no  piineipio 
do  B.<>  século  (pela  invasão  dos  serracenos), 
pelos  religiosos  de  uma  akbadia  (moslétro) 
que  n'e8te  logar  tinha  existhio,  eque-foi  ar- 
rasado peloB  flwuros,  de  tal  sorte»  que:d*el- 
le  não  existe  o  minimo  vestígio^ 

Alegres  com  o  achado,  resolveraa  aban- 
donar 0'alto  da^  serra,  e  se  Vieram  estabele- 
cear  n'este  valle;  qoe  é  uma  bacia  de  uns  600 
metros  de  comprido,  por  200  ée  laigo,  en- 
«aixUfaado  em  serras  altíssimas  e  alcantila- 


das  penediasi  por  imdt  totrentea  d'agii»  se 
despenham  com  fragor  m^doolio. 
'  Por :  suas  pvopr  ias  mãos,  coasiruiram  oa 
4loia  AiiMihar AiaiL  uma  nenupiíA  crmids.-  oilr 
de  eoHoeairam  a  swu  imagem* 
'  Bfft  entio  Sigifsido,  arcebispo  de  Braga» 
e  sabendo  dVsie  appareeimentOy  foi  pessoal* 
mente  visitar  a  Virgem  e  a  sua  ermidinhaL 

Tal  devoção  vojUHl  á  Senhora,  «que  lhe  deu 
logo  os  necessarioe  pacamentos  para  o  sea 
ottMo,  e  mandou  edificar  uma  egreja  de.  pe- 
dra «lavrada,  niuMe  ampla,  e  de  tãp  acàlid» 
eonstrucçào,  que  é  a  que  ainda  existe. 

À  Senhora,  principiou  logo  a  tornar-ae  ob- 
jecto de*  muita  devoção  e  coniínuaa.roma» 
gens^  e  muitas  pesaoas  da  principal  nolMreaa 
do  reinfl^  a  quem-  os  desgostos  da  vida  ha- 
viam  afligido^  se  vieram  metier  eremitãai 
da  Senhora,  tomando  das  mãos  de  frei  Loii* 
renço  o  habito  de  eremitas  descalçoii  de  San- 
to Agostinho;  de  modo  que  em  poueo,  maia 
parecia  mosteiro  do  que  solitária,  eraidn. 

Passados  annos,  e  tendo  fallecido  oa  pri- 
meiros fundadores-  d*este  eremitério»  era  aea 
preUdo,  um  varão  chamada  Nuno^  qoe  iie 
mundo  tinha  sido  nobre  cavalleiro,  e  rico  e 
poderoso  proprietário. 

O  rei  D.  Affoaso  Henriques,  loi  /por  eeae 
tempo  visitar  a  Senhora,  e  persuadiu  a».ab- 
bade  Nuno,  que  reduzisse  o  eremitério  aeeií- 
vento  regular,  debaixo  de  regra  apprevada, 
e  vivendo  os  monges  em  congregação* 

O»  .eremitas  aeeeiíaram  rgoatosos  o  eosme- 
Iha  de  rei^  e  the  pediram  que,  uma  vezque 
elle  tinha  sido. a  causa  d*esta  deliberaçãa, 
lhe*  indicasse  a  eadem  em  que  se  deviana  fi- 
liar. 

Tinha  o  rei  introdnside  em  Portafal»  n 
pedidO'  do  abbade  João  Giffita,  a  oráemi  de 
Cister  (bernardos),  que  era  a  antiga  4Mden 
benedictitta,  reformada»  e  escolheu  esU  paia 
aeradoptada  pelos  religiosos. 

lales  d'esle8  eremitas  piestarem  obediên- 
cia ao  abbade  d*Alcobaça,  lhes  fei  D,  Alfonr 
so  Henriques  muitas  mercês,  e  uma  d*eUaa 
foi  darlbes  e  senhorio  da  villa  de  Santa  Mar* 
tha  de  Bouro,  em  ái57,  e  no  anno  segninta 
lhes  deu  o  dizimo  do  aal,  da  vilU  de  Pio  (em 
frente  de  Eaposende)  com  outros  muMoa 
nhorios  e  herdadea. 


KOIS 


NOS 


157 


A  sna  profissão  como  mooges  eistureími- 
«68,  86  effectnoa  do  anno  do  il09. 

P^eo  depois,  ardondo  ó  cartório  e  tendo 
<yfo(o  destroido  aa  eserf ptvns  éi>  moaiéiro, 
lhes  fez  o  monarcha,  boa  1eda'ã*sua  fumm- 
éOj  em  ii6S.  Ego  Alfonsus  Rex  PortíÊgalHa 
unà  cum  fUijs  meie,  fadmm  tmiêiim  vobis 
Abbati  de  Burio,  Domno  Felagiô,  et  teeíta 
eremo,  vestrisffue  eueeesiorilmê^  ete. 

Com  o  andar  dos  tempos;  e  accresoenta- 
mento  da  commnnidade,  nio  tenda  os  reli- 
giosos por  onde  se  podessem  estender;'  e  sen- 
do alem  d'i99o  este  sitio  áspero  e  desalni^o, 
escolheram  ontro  melhor,  jonto  ao  rio  Cáva- 
do, onde  edificaram  o  mosteiro  em  que  tí- 
veran  até  1834. 

Porém  a  milagrosa  imagem  de  Nossa  Se- 
nhora da  Abbadía,  fieoa  na  soa  primeira  er- 
mida, onde.  ainda  hoje  continua  a  receber  o 
culto  respeitoso  dos* devotos  e  peregrinos 
^né  alli  concorrem  todo  o  anno.  * 

A  imagem  é  de  pedra,  de  boa  escnlptnra, 
attendendo  aos  tempos  remotos  em  que  foi 
leita,  e  nunca  foi  vestida  nem  pintada. 

É  notável  que  n'esta  egrefa  nunca  entram 
mòâcas. 

D^estaSenhora  e  do  seu  templo  faliam  mui- 
tos escríptores  portuguezes  e  hespanhoea.  A 
sua  festa  é  a  45  d*agosto. 

NOSSA  SENHORA  DA  ABBADIA— A  no 
bre  ermida  doesta  Senhora,  se  vé  jnoto  aos 
muros  de  circnmvalaçio  da  cidade  de  Bra- 
ga, em  uma  praça,  chamada  Terreiro  doCoê' 
íello,  na  freguesia  de  São  João  do  Souto. 

Parece  que  se  denominou  Nossa  Senhora 
da  Abbadia,  por  esur  encostada  ás  porcas 
4o  Souto,  por  onde  costumam  sahir  os  ro- 
meiros que  vão  ao  Sanctuario  antecedente. 
A  sua  festa  se  faz  também  a  15  de  agosto. 

Esta  ermida  é  quasi  quadrada;  porqne 
um  3",30  de  comprido,  por  2-,70  de  largo. 
Os  lados  são  três  arcos,  vãos,  fechados  com 
grades  de  ferro.  Do  lado  da  Epistola,  lhe  fi^ 
tík  encostada  a  porta  da  cidade,  e  do  lado  do 
Evangelho,  a  cadeia  do  castello.  Como  fica 
levantada  i*  60  do  pavimento  da  praça,  se 
sobe  para  a  ermida  por  ucna  escada  de  pe- 
dra. 

Foi  construída  pelo  arcebispo,  D.  Diogo 
de  Souza,  quando  mandou  abrir  no  muro 


da  cidade  a  referida  porta  e  a  ma  do  Souto. 

Na  mesma  capella  estão  Sfs  imagens  de  S; 
Lourenço  ^6  de  S.  Roque,  aos  quaes  também 
festejam  os  bracarenses. 

Tinha  missa  em  todos  os  domingos  e  dias 
sanetifieados,  paga  pela  confraria  da  Se- 
nhora,  que  é  objecto  de  muita  devoção  do 
povo  da  cidade. 

NOSSA  SENIORA  DE  ABORORIZ  ou  DA 
FERRARIA  — Três  kllometroe  ao  O.  da  villa 
d'Obído8,  e  a  uns  160  metros  do  logar  da 
Amoreira,  está  o  sanctnario  de  Nossa  Se- 
nhora de  Abobonz,  que  é  antiquíssimo.  Consta 
que  a  imagem  da  Tirgem  appareceu  a  uma 
pastorinha  a  quem  tinha  fugido  o  gado  para 
uma  grande  brenha,  onde  ella  o  foi  procn* 
rar.  A  santa  imagem  estava  no  tronco  caver- 
noso de  um  grande  loureiro. 

Sabido  pelo  povo  este  acontecimento,  fei 
logo  vér  e  adorar  a  Senhora,  e  immedíata- 
mente  Iheeonstrnin  uma  grande  ermida,  no 
próprio  titio  do  sen  apparecimento,  que  foi 
depois  elevada  a  matriz  da  freguezia  da 
Amoreira.  (Vol.  i.*,  pag.  201,  col.  2.',  ne 
fim). 

Variam  os  auctores  sobre  a  etymologia  da 
palavra  Áboboriz  —  dizem  nns  (e  é  a  tradi- 
ção constante)  que  durante  a  denominação 
dos  mouros,  chamavam  estes  a  todo  o  terri- 
tório d'este  sitio,  Bókriz.  —  On\ro%  preten- 
dem (e  talvez  seja  o  mais  certo)  que  ao  lo- 
gar se  dava  o  nome  de  algum  árabe  chamado 
Abi-Brix  (pae  de  Brix). 

Chamava-se  também  Sevíkora  da  Ferra- 
ria, porque,  havendo  por  aqui  mioas  de 
ferro,  se  lavraram  em  tempos  antigos,  ex- 
trahiodo  se  d*eUas  muito  ferro,  que  se  em- 
pregava em  diversos  artefactos. 

Diz  a  tradição  que  esta  'imagem  era  do 
tempo  dos  godos,  e  que  foram  elles  que  a 
esconderam  aqui,  quando  os  mouros  inva- 
diram a  Lusitânia,  em  715. . 

A  imagem  é  de  pedra,  e  de  um  metro  dê 
altura,  mostrando  a  sua  esculptura  grande 
antiguidade.  Está  dando  o  seio  ao  menino 
Jesus. 

A  egreja  está  em  um  sitio  fresco  e  alegre, 
assombrado  por  arvores  silvestres.  É  bonita» 
e  as  suas  paredes  interiores  são  revestídaa 
de  formosos  azulejos. 


Í5S 


NOS 


MOSSA  SSNIORA  DOS  AÇORES  ^  JNoU* 
Hbl  Sanetaario,  oa  villa  do»  Açoces  (voL  i.% 
pig.  %^,  eol.  i.%  00  flm)  â  qual  a  meuna  Se- 
nhora dea  o  nome. 

CoDU)  já  tratei  doeste  Sanctoario,  por  »er 
egreja  parechial»  só  aqai  aocreseentarei  o 
segninte. 

Segando  a  tradição,  foi  a  imageo)  da  Se- 
nbora  descoberta  por  ooi  Tafoelro  que  apas- 
centava o  sen  gado  peloe  campos  qae  estio 
etttre  as  vHlas  de  Liahares  e  Celorico 

Tendo  lhe  caído  nma  vacca  a  orna  grande 
a  profanda  lagoa,  foi  o  pastor  bnscal-a;  mae^ 
estando  em  risco  de  morrer  afogado,  implo- 
rou o  auxilio  da  Virgem,  que  então  lhe  appa* 
reeeu,  livraudo  o  do  perigo  e  mais  á  vac- 
ca. 

Deu  o  vaqueiro  conta  do  occorrido,  aos 
povos  d'aquelles  logares,  que  logo  alli  con- 
correram, e  acharam  uma  formosa  imagem 
de  Nossa  Senhora,  à  qual  logo,  no  mesmo 
logar  onde  foi  encontrada,  erigiram  uma  de- 
TOta  cap4;lla. 

Espalhou-se  ao  longe  a  fama  doa  milagres 
que  aitribuiam  à  Senhora,  de  modo  que  che- 
gou isto  ao  conhecimento  do  monarcha  que 
então  reinava  (não  se  sabe  qual  fosse,  mas 
era  do  tempo  dos  godos)  qoe,  não  tendo  fi- 
lhos, recorreu  a  esta  Senhora,  e  foi  ouvido; 
porém  o  iilho  nasceu-lhe  aleijado :  o  que 
Yendo  o  rei,  foi  com  a  rainha  em  romaria  á 
capella ;  mas  o  menino  morreu  no  caminho^ 
Era  tamanha  a  fé,  tanto  do  monarcha  como 
de  sua  mulher,  que,  mesmo  assim,  foram  le- 
var o  filhe  à  Senhora  —  e,  apenas  entrou  na 
sua  capella,  recuperou  não  só  a  vida,  mas 
saúde  perluita. 

Continua  a  lenda,  dizendo  que  —  quando, 
o  rei  ia  caminho  da  ermida,  um  seu  caça- 
dor, contra  a  sua  ordem,  lançou  um  açor  do 
Tti  contra  uma  ave,  e  que  o  açor  se  perdera, 
pelo  que  o  rei  lhe  mandara  cortar  a  mão. 
Quando  estava  para  se  cumprir  esta  barbara 
sentença,  appareceu  o  açor,  coUocando  se  na 
mão  do  caçador.  Ao  mesmo  tempo,  vinham 
saindo  da  capella,  a  rainha  e  as  suas  damas, 
com  o  fllho  vivo  e  são.  O  rei,  louco  de  ale- 
gria, perdoou  ao  caçador,  e  fez  logo  aiii  voto 
de  fundar  no  mesmo  sitio  um  mosteiro  de 
freiras  agostinhas,  e  uma  ampla  egreja,  que 


NOS 

é  a  qu6  ainda  exiate,  de  boa  arcbitectmta  a 
de  três  naica. 

Construiu-ae  o  mosteiro^  e  povooa-ae  de 
freira^aendo  una  d'aUa\  uma  das  IUhaad4> 
fOAdador^  que  aqui  morreu  com  faiaa  da 
Yirtttdft. 

A  prúnaira  iAvocaçao  d'esta  Senliora,  foi 
d(^  Açêr<^aUudiada  ao  milagre  referido** 
depois  se  veiu  a  chamar  4o$  Açônt. 

O  mosteiro  foi  arrasado  pelos  mouroe^  aoi 
715,  e  não  9»  sabe  se  as  freiras  fDram  aiar* 
tyrisadaa  ou  sa  puderam  iugír  á  faria  doa 
invasaree. 

Ainda  existem  alguns  vestígios  do  nas- 
teiro,  e  a  egreja  (que  foi  poupada  pelos  âra* 
bes)  ainda  é  a  permiitiva,  que  por  varíaa 
veies  tem  sido  reparada. 

No  artigo  Açdrei,  dei  a  copia  de  uma  Ia* 
scripção  que  foi  achada  n'esta  egreja.  Frei 
Agostinho  de  Santa  Maria  a  trai  com  alga- 
mas  variantes  (provavelmente  por  se  não 
poderam  já  ler  bem  os  caracteres  da  in- 
seripção).  Segando  este  escriptor,  diz : 


RaouiaviT  FamiLa  chusti,  in  pagb  sui, 

IflTlUBALA,  SUB  MENiiE  OECEMBRIS,  BRA  714. 


Mas  esta  inscrípção  está  manifeetameata 
errada  na  cópia  e  átó  na  traducção.  A  ori- 
ginal tem  w  por  uh^  menos  na  palavra  mtby 
como  era  costume  nas  legendas  e  inserí- 
pçdes^  e  a  palavra  ChrUU  em  breve  (Xpi)  a 
nao  por  extenso,  e  a  era  em  conta  romana» 
e  não  em  árabe.  Além  d'isso,  frei  Franciseo 
de  Santa  Maria,  coUocou  virgulas  onde  lhe 
pareceu,  sem  que  a  inscripção  as  tenha,  e^ 
demais  a  mais,  mal  eoliocadas^  pois,  se  ha- 
via de  pôr  uma  virgula  em  poce^  a  poz  em 
m,  fizendo  assim,  da  primeira  syliaba  do 
nome  próprio,  um  pronome,  que  alii  é  onn 
disparate.  /nltuMa,  aão  é  nome  algum  co« 
nhecido.  É  pois  como  está  na  col.  2.*  da 
pag.  24  do  i.*  vol. 

Frei  Francisco  traduz  assim : 

•Aqui  descança  em  paz  de  $eu  esposo  (!) 
Ivciídmla  nerve  de  Ciu-isto,  no  mez  de  de* 
zembro  da  era  de  7i4.» 

A  traducção  verdadeira,  é  —  Descance 
paZy  a  serva  de  Christo,  SwitUiUúba.  No 
de  dezembro  de  704. 


NOS 


159 


Foi  na  f  einadD  de  Reeesrindo^  •  lio  ao 
de  Wamba,  oomo  du  firei  Fraoeieco. 

Exp«i1(M>s  08  árabes  d'e8te  território,  se 
reedifieoa  o  mpsteiro,  meadando-se  então 
pintar  um  qaadro,  em  que  se  commemora 
a  resurreição  do  iúfante.  Representa  um 
meniDO  morto,  que  vae  ás  costas  de  três  pes- 
soas, na  companhia  de  nma  rainha  coroada. 
Yé-se  am  rei^  e  o  sen  ministro,  com  a  es- 
pada levantada,  para  cortar  a  mão  de  nm 
homem,  sobre  a  qual  poisa  nm  açâr. 

As  continuas  romarias  que  se  faziam  a 
esta  Senhora,  deram  origem  á  fundação  da 
aideía,  que  depois  foi  villa,  por  o  motivo  se* 
gnínte: 

Reinando  em  Portugal  D.  Sancho  I,  en- 
trou n*este  reino  um  poderoso  ezereito  leo* 
nez,  pek)  lado  da  Beira-Baixa  (ii96)  asso- 
lando todo  o  território  por  onde  passava, 
chegando  aos  confins  de  Pinhel  e  Trancoso, 
sem  que  os  alcaides  d'estas  vUlas  Uie  podes* 
sem  fazer  frente,  pelo  numero  diminutíssimo 
que  tinham  de  tropas. 

Os  leonezes,  depois  de  praticarem  toda 
a  casta  de  latroeinios  e  atrocidades,  se  diri- 
giram para  Celorico  (da  Beira)  com  animo 
de  alli  fazerem  o  mesnH>;  mas  o  alcaide, 
Rodrigo  Mendes,  UDÍodO'Se  á  gente  dos  eon« 
eelhos  de  Pinhel,  Trancoso,  Linhares,  Algo* 
dres  e  Guarda,  á  qual  animou,  ooas  a  pro* 
messa  da  protecção  da  Senhora  dos  Açores^ 
derrotou  completamente  o  inimigo.  (Vide 
CelorkoJ. 

Esta  batalha  principiou  qnasi  ao  êol  posto, 
mas,  estando  uma  formosa  nòute  de  Iíêú 
cheia^  via- se  como  de  dia;  o  que  deu  logar 
a  dizer-se  que  a  Senhora  tinha  feito  parar  ^9 
sol. 

No  dia  seguinte,  reealheram  os  portugue* 
zes  os  despojos,  que  eram  riquíssimos,  por 
constar  das  bagagens  dos  leonezes,  e  de  tudo 
quanto  haviam  roubado  em  Portugal.  (Vide 
Celorico  da  Beira). 

Como  aqueiles  tempos  felizes  erun  de  fé 
robusta,  todos  attribuiram  esta  viotoria  gio- 
riosa,  à  intercessão  de  Nossa  Senhora  dos 
Aç6reSrO»  Umto  ojQlciaes  como  soldados»  fo- 


ram, ea  nome  das  suas  respectivas  terras^ 
em  romaria  ao  Sanctuario,  com  suas  armas, 
cavalles,  bandeiras,  etc,  e  alli  mandaram 
dizer  muitas  missas,  e  deram  graças  á  San- 
tíssima Virgem,  pelo  feliz  sucoesso  das  ar^* 
mas  portuguesas. 

,  Os  militaras  que  entraram  na  batalha,  pro- 
meiíeram  uma  romagem  amiual  á  Senhora, 
em  nome  das  suas  terras,  e  eumpriram  este 
voto  por  espaço  de  muitos  séculos. 

Na  primeira  oitava  do  Bspiriío  Santo,  era 
a.fomaria,  em  acção  de  graças,  de  povo  da 
villa  de  Trancoso  e  seu  termo. 

O  concurso  era,  termo  médio,  de  4:000 
pessoas,  indo  os  peões  na  frente,  e  os  ca» 
valleiros  á  rectaguarda.  Havia  procissão, 
missa  cantada.  Te  Deum^  eto.,  e  no  fim  um 
jantar,  dado  pela  camará  de  Trancoso,  para 
o  qual  estavam  designados  tOfOOO  réis. 

Na  3.*  oHava  do  Espirito  Sanie,  tinha  le- 
gar o  cumprimeme  do  voto  dos  povos  da 
villa  de  Linhares,  eom  as  mesmas  solemni- 
dades  e  na  forma  da  antecedente.  Como  os 
de  Unbaresliinham  tomado  parte  mais  activa 
na  victoria,  iam  no  dia  da  Santa  Cruz  (3  de 
maio)  visitar  a  villa  de  Celorico.  D'anibas 
as  vezes,  terminava  a  feeta  por  um  banquete 
feito  á  custa  de  certa  r^da  que  para  isso 
deixou  um  infante,  que  foi  senhor  d*estas 
villas. 

Na  i.»  oitava  da  Pasohoa  de  flores,  tinha 
logar  a  proeissão  do  poeo  da  cidade  da  Guar- 
da, com  as  mesmas  formalidades.  Esta  cii 
dade  offerecia  então  á  Senhora,  meia  arroba 
de  cora  lavrada. 

Os  de  Algodres,  e  Fornos  de  Algodres, 
faziam  a  sua  procisMíe  no  mesmo  dia  da 
de  Trancoso,  e  da  mesma  forma. 

NOSSA  SENHORA  DAS  AGUAS  FERAS — 
Vide  Pedrogão-Pequeno,  ou  do  Priorado. 

NOiSSá  SENHORA  B*ACK0AS  SANTAS--* 
Vide  12to-Cõvo. 

N4}8SA  SENHORA  BA  AJUDA  —  Vide  Pe- 
fUohe. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA,  de  Gella-* 
(vol.  1«,  pag.  231,  col.  i.*,  no  fim). 

Junto  á  vHia  d'Athouguia  d'£i-rei  (hoje 
Aihouguia  da  Baleia)  entre  o  mar  e  a  serra 
da  Pescaria  (hoje  Serra  d^El-rei)  houve  em 
tempos  antigos  um  mosteiro  de  eremitas 


160 


NOS 


MOS 


desealçost  de  Santo  Agostinho,  deéleado  a 
S.  Jalião,  martyr. 

Mão  se  sabe  com  certeza  a  data  da  soa 
fundação.  Segundo  uns,  foi  f andado  por  Santo 
Ancirado,  qne  vivia  pelos  annos  de  800; 
mas  outros  sustentam  que  é  fundação  dos 
religiosos  do  mosteiro  de  Pena  Firme  (agos- 
tinhos) qne  fica  a  distaneia  4e  30  kilome- 
tros,  na  costa  do  mar,  entre  a  Ericeira  e  Pe- 
niche. 

O  padre  frei  António  d^  Purificação,  diz 
que  este  mosteiro  jà  existia  como  tal  no  an- 
uo de  800,  o  qne  parece  mais  certo. 

Segundo  a  constante  tradição,  e  o  confir- 
mam muitos  escriptores,  a  egreja  d*este  mos- 
teiro  foi  templo  romano,  dedicado  a  Neptu* 
no.  Algumas  inseripções  que  ainda  hoje  sé 
vêem  nas  paredes,  o  confirmam,  e  a  abobada, 
toda  de  pedra  lavrada,  leva  também  a  crer 
gue  com  efTeito  ó  obra  dos  romanos. 

Consta  que  foi  construído  pelo  cônsul  De- 
do lunio  Bruto,  130  annoe  antes  de  J.-C,  em 
cumprimento  de  um  voto  que  fizera  a  Ne- 
ptuno, pela  victoria  contra  os  lusitanos,  na 
eidade  de  ElntrobrUium.  (Vide  esta  palavra^ 
Alfeizirão  e  Evora-d^ Alcobaça.) 

Existiu  este  edificio  como  templo  pagão, 
até  ao. 3.*  século  de  J.-C,  no  qual,  tendo  os 
lusitanos  adoptado  a  religião  catholica,  pu- 
rificaram o  templo  e  o  converteram  em  egre- 
ja christan,  dedicada  ao  martyr  S.  Julião. 

Uma  das  inseripções  romanas  que  ainda 
alli  existem,  e  a  que  está  mais  legivel,  diz: 

NEPT.  SACR. 

fl.  SACEL.  D.  D.  D.  JDPT.  BRUT. 

COS.  OB.  BCL.  F.  GBSTUM. 

ADVEBS.  EB¥ROBRIC.  BT. 

IfONT.  AUXIUARES.  SKRVAT. 

Q.  MIL.  I.^.  ULTIMIS.  TER.  ORIS. 

Isto  ó— Consagrado  a  Neptuno.  Este  templo 
lhe  dedicou  Deoio  Jnaio  Bruto,  pela  felici- 
dade com  que  terminou  a  guerra  contra  os 
moradores  de  Eburobrieio,  e  os  montanhe- 
ses que  os  vieram  soccorrer.  E  também  por 
lhe  ficarem  «alvos  os  seus  soldados,  n^estes 
confins  últimos  da  terra. 
Se  teve  data,  foi  apagada  pelo  tempo. 

Era  este  mosteiro,  nos  seus  primitivos 
tempos,  um  sitio  deserto  e  entre  brenhas. 


Oa  riUgioaQs  maatinham-ae  dos  fruetoa  qu» 
produíia  a  soa  cérea,  que  ellea  mesmos  õil* 
tivavam,  de  fruetos  silvestres,  e  de  peixe  do 
mar. 

Assim  viveram  até  ao  anuo  de  1153. 

N'est6  anuo,  fez  D.  Affonsò  Henriques  doa^ 
çào  ao  mosteiro  d* Alcobaça,  do  vastor terri- 
tório, denominado  os  coutos,  que  os  frades 
bernardos  possuíram  até  1831. 

Quando  os  monges  bernardos,  percorre- 
ram a  terra  que  lhes  íôra  doada,  para  a  de- 
marcarem e  tomarem  posse  do  seu  novo  se- 
nhorio, acharam  nos  seus  limites,  este  e  ou- 
tros mosteiros,  egrejas  e  ermidas.  Tomaram 
posse  de  tudo;  mas  vendo  o  grande  rigor  e 
sanUdade  em  que  viviam  os  agostinhos,  lhes 
tomaram  grande  veneração,  e  os  aoccone- 
ram  de  muitas  coisas  necessárias. 

Em  1193  houve  n'este  reino  uma  furiosa 
peste,  qne  matou  muita  gente,  e  quasi  todos 
os  religiosos  d'este  mosteiro.  Os  que  ainda 
viviam,  temendo  a  mesma  sorte,  pretende- 
ram levar  uma  imagem  da  Virgem,  da  in- 
vocação da  Ajuda,  para  o  mosteiro  d*Alcofaa- 
ça,  do  qual  também  muitos  monges  tinham 
fallecido  da  peste;  mas  como  era  grande  o 
seu  numero,  escaparam  muitos. 

Foi  a  santa  imagem  levada  para  Alcobaça 
pelos  agostinianos,  ft*ei  Lourenço  e  frei  Ro- 
sendo, mal  convalescidos  do  contagio.  A  S 
kilometros  de  Alcobaça,  pararam  em  um  al- 
to, arejado  e  sadio,  onde  decidiram  estar 
alguns  dias,  até  ficarem  completamente  cu- 
rados. 

Sabendo  d'isto  cinco  frades  qne  haviam 
ficado  no  mosteiro  de  S.  Juhão,  e  vendo  que 
estavam  aqui  arriscados  a  morrerem  da  pes- 
te, se  foram  ter  com  seus  companheiros,  fi- 
cando o  sen  antigo  mosteiro  abandonado 
para  sempre. 

No  monte  construiram  cabanas,  com  aju- 
da dos  monges  d* Alcobaça;  roas  allí  mesoio 
os  foi  procurar  o  flagello,  perecendoTtodos. 
O  ultimo  que  falleeeu,  achando-se  nas  vas- 
cas da  morte,  e  não  podendo  levar  a  ima- 
gem da  Senhora  para  Alcobaça,  a  escondeu 
entre  uns  penedos,  em  uma  lapa  que  lha 
construiu,  de  pedras  soltas. 

Passados  muitos  annos,  e  quando  já  nem 
vestigios  havia  das  cabanas  em  qu^  viverana 


NOS 


NOS 


161 


OS  frades,  foi  a  imagem  achada  por  nns  ca- 
çadores, que,  daDdo  parte  aos  povos  visi- 
nhos,  logo  alli  mesmo  lhe  constrairam  uma 
formosa  ermida. 

Em  redor  d*eUa  .«e  foram  pouco  a  pouco 
ediâcaodo  casas,  que  roais  tarde  vieram  a 
eoDstítuir  a  vtila  de  Gella. 

Os  devotos  da  Senhora  lhe  ampliaram:por 
vezes  a  capella,  atè  que  chegou  a  ser  um 
templo  vasto  e  aceiado,  que  é  o  actual;  o 
qual,  com  o  augmento  da  população,  foi 
elevado  a  egreja  parochia),  da  freguezia  de 
Cella. 

M*esta  egreja  estão  sepultados  os  sele  re- 
ligiosos que  falleceram  da  peste  e  que  esta- 
vam enterrados  em  redor  da  lapa  da  Senho- 
ra. (Vol.  2ã  pag.  231,  col.  1.%  in  fine.) 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA— vide  Aju- 
da 6  Belém,  no  i.""  volume. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA— Á  entra- 
da da  villa  da  Alhandra  (vol.  1.**,  pag.  130, 
col.  2.«)  está  a  ermida  da  Santíssima  Virgem 
Nossa  Senhora  da  Ajuda.  O  templo  é  de  bas- 
tante grandeza,  para  uma  ermida.  Foi  re« 
edificada,  pelos  annos  de  1700,  à  custa  do 
povo,  pela  grande  devoção  que  tem  a  esta 
Senhora. 

Não  se  sabe  quando  nem  por  quem  foi 
feita;  só  se  sabe  que  è  antiquíssima. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA— Na  fre- 
guezia de  Arranhol  (vol.  1.%  pag.  238,00, 
col.  !•). 

^  Nos  limittes  do  logar  de  Bucellas,  entre 
elle  e  a  freguezia  de  S.  Tbiago,  mas  em  ter- 
reno da  freguezia  de  Arranhol,  está  a  er- 
mida de  Nossa  Senhora  da  Ajuda.  Segundo 
a  lenda,  eis  a  sua  origem  : 

Uma  pastorinha  d'estes  sítios,  filha  de 
Affooso  Annes,  da  freguezia  de  S.  Thiago 
dos  Velhos,  andando  a  guardar  o  seu  gado, 
lhe  appareceu  a  Virgem  e  lhe  disse  que  pe- 
disse a  seu  pae  que  n'aquelle  sítio  construísse 
uma  capella  a  Santa  Maria.  Três  dias  con- 
secutivos reiterou  a  menina  o  pedido  a  seu 
pae,  até  que,  á  3.*  vez,  lhe  respondeu  o  pae 
—  Diz,  à  Senhora,  que  o  logi^  que  ella  in- 
dica, é  árido  e  sôcco :  que  se  quer  alli  uma 
ermida,  faça  nascer  água  no  sitio. 

No  dia  seguinte,  foi  a  filha  seguida  pelo 
IMte,  e  este  viu  que  aqueila  levantou  uma 

VOLUMB  VI 


pedra,  e  debaixo  d'ella  rebentou  luna  nas- 
cente de  agua  crystalina. 

Á  vista  d*este  prodígio,  resolveu  Affonso 
Annes,  mandar  construir  o  templo,  a  uns 
80  metros  da  milagrosa  fonte.  Deu  elle  o 
chão,  e  uma  avultada  esmola,  e  os  mais  vi- 
sinhos  concorreram  Com  o  resto  das  despe- 
zas. 

Por  muito  tempo  foram  eremitães  d*esta 
eapelh,  os  descendentes  de  Àffonso  Annes. 

Não  se  sabe  a  data  do  apparecimento 
d*esta  Senhora. 

A  sua  festa  se  faz  a  8  de  setembro  (dia 
de  Nossa  Senhora  da  Natividade). 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA  — Vide 
Seixas, 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA  —  do  Cer^ 
dai  (Vol.  !•,  pag.  242,  col.  !.•). 

Ha  n*esta  freguezia,  a  capella  de  Nossa 
Senhora  da  Ajuda, cuja  origem  é  a  seguinte : 

Agostinho  da*  Rocha  e  Sousa,  e  sua  mu- 
lher, Maria  de  Sousa,  fazendo  o  seu  testa- 
mento, de  mão  commum  (não  se  sabe  quando) 
instituíram  uma  capella,  á  qual  vincularam 
as  suas  terças,  deixando-as  ao  seu  filho 
mais  novo,  Martinho  da  Rocha,  com  obri- 
gação de  doze  missas  em  cada  anno,  ditas 
em  uma  ermida  que  no  vmculo  mandaram 
os  testadores  se  fizesse. 

Martinho  da  Rocha  sobreviveu  pouco 
tempo  a  seus  pães,  fallecendo  sem  ter  dado 
principio  á  capella;  e  ficando  seus  herdei- 
ro9,  seu  irmão,  Álvaro  da  Rocha  e  Sousa,  e 
sua  mulher,  Isabel  de  Andrade,  que  logo 
construíram  a  capella,  com  a  invocação  de 
Nossa  Senhora  da  Ajuda,  á  entrada  da  sua 
quinta  (que  depois  veiu  a  ser  solar  dos  Ba- 
celares) em  um  sitio  delicioso  e  alegre,  cer- 
cado de  frondosos  carvalhos,  que  dão  fresca 
sombra  durante  a  estiagem.  Um  d'estes  car- 
valhes,  é  dos  maiores  da  província,  e  está 
junto  á  capella. 

Á  capella  é  toda  de  cantaria  lavrada,  am- 
pla e  bonita.  Na  sua  frente,  estão  duas  fon* 
tes  perennes,  d'agua  cryi^talíHa.v 

Uma  d'eilas  ó  de  bellissima  architectara, 
tendo  em  roda,  assentos  de  pedra  lavrada. 
A  fonte  está  coberta  por  uma  pedrada  mons- 
truosa grandeza,  e  assombrada  por  um  fircm- 
doso  carvalho. 

ii 


162 


NOS 


A  Senhora  da  Ajuda,  é  objecto  de  maita 
devoção  para  os  povos  da  (reguezia  do  Ger< 
dal  e  immediatos. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA—  de  Lór- 
dôllo  do  Ouro  —  (Vol.  4.%  pag.  439,  col.  1.% 
no  fim). 

N*e8ta  freguezia,  que  foi  do  concelho  da 
Haia,  e  é  hoje  do  bairro  occidental  do  Porto, 
e  próximo  á  margem  direita  do  rio  Doaro, 
está  a  capella  de  Nossa  Senhora  da  Ajuda, 
imagem  de  grande  devoção  do  povo  em  ge- 
ral, e  dos  navegantes  em  particular. 

Segundo  a  lenda,  remonta  a  antiguidade 
d*esta  imagem  e  da  sua  capella,  ao  século 
12.'';  porém  d*isso  não  ha  documenio  al- 
gum além  da  tradição;  antes  outra  tradição 
a  desmente,  pois  resa  que  esta  imagem  veiu 
da  Gran  Bretanha,  durante  o  reinado  do 
apóstata  Henrique  VIII  ~e,  sendo  assim, 
não  pode  ter  mais  de  tresentos  e  tantos  an- 

DOS. 

Aquella  é  pequena  mas  bonita,  e  tem  um 
átrio  (alpendre  ou  galilé)  de  boa  architectu- 
ra,  edificado  em  columnata.  Tem  altar-mór, 
dois  lateraes  e  sacristia. 

Quer  a  Senhora  apparecesse  no  século  XII, 
quer  no  XVI,  diz  a  lenda,  que  ella  appare- 
ceu  em  sonhos,  a  Gatharina  Fernandes,  mu- 
lher de  Pedro  de  tal,  de  Miragaia,  e  lhe  or- 
denou que  fosse  a  uma  fonte,  que  está  a 
pouca  distancia  da  ermida,  e  que  alli  veria 
uma  pomba,  e  juntamente  a  sua  imagem  (da 
Virgem). 

Contou  o  sonho  ao  marido,  que  a  dissua- 
diu da  sua  crença;  mas,  como  tornasse  a  ter 
o  mesmo  sonho,  sem  dizer  nada  ao  marido, 
foi  uma  manhan,  com  todo  o  cuidado,  ter  á 
fonte,  e  alli  viu  andar  uma  pomba  esvoaçan- 
do de  uma  para  outra  parte;  mas  não  viu  a 
imagem.  Com  muíio  pezar,  se  resolveu  a  vol- 
tar para  Miragaya,  mas  deu  com  o  marido, 
qpe  vinha  em  sua  procura.  Tanto  instou  com 
elle,  que  ambos  tornaram  á  fonte,  e  com  ef- 
feito  descobriram  a  imagem  da  Virgem,  en- 
tre ãs  silvas. 

Tiraram-a  d'alli  com  grande  alegria  e  re- 
verencia, e  resolveram  logo  construir-lhe 
ama  ermida»  um  poueo  desviada  da  fonte, 
por  Dão  spr  o  silio  do  apparecimento  asado 
para  a  ediOcagão;  e,  como  não  tinham  di- 


NOS 

nheiro  para  a  obra,  venderam  umas  casa^ 
e  com  o  producto  d'6ssa  venda  a  eoneloi- 

ram. 

Teve  este  apparecimento  logar  no  dia  da 
Expectação  de  Nossa  Senhora  (18  de  dezem- 
bro), por  isso  a  denominaram  Noisa  Senhê- 

ta  do  O. 

Passados  annos — continua  a  lenda — en- 
traram a  barra  do  Douro  nove  embarcações 
inglezas,  e  chegando  em  frente  da  capella, 
subiram  facilmente  o  rio,  as  oito  primeiras, 
mas  a  nona  parou,  sem  obedecer  á  manobra, 
e  não  passava  d'aquell6  ponto. 

A  bordo  d*este  navio  vinha  uma  imagem 
de  Jesus  Crucificado,  que  os  catholicos  ti- 
nham podido  subtrahir  aos  desacatos  dos 
herejes  inglezes;  ^  e,  assim  que  a  tiraram  do 
navio  e  a  coUocaram  na  capella  da  Senho- 
ra, principiou  elle  a  andar  desembaraçada- 
mente. 

Diz-se  que  à  imagem  de  Jesus  Christo  se 
dava  na  Gran-Bretanha  o  titulo  de  Bom  Je- 
sus da  Ajuda,  e  que  isto  foi  causa  da  Senho- 
ra perder  a  sua  primitiva  invocação  e  tomar 
a  da  Ajuda. 

Faziam-se  antigamente  duas  festas  an- 
nuaes,  uma  a  18  de  dezembro,  pelo  povo  de 
Lordéllo,  e  outra  na  dominga  infra  oitava  da 
festa  da  Natividade,  em  setembro,  pelos  ha- 
bitantes da  cidade  do  Porto. 

Esfriou  a  devoção  a  esta  Senhora,  que 
esteve  muitos  annos  esquecida  e  a  capella 
abandonada,  até  que  um  devoto  a  restaurou, 
e  obteve  uma  bulia  do  papa  Paulo  III,  em 
i540,  que  concede  muitas  graças  e  indul- 
gência perpétua  aos  fieis  que  visitarem  a 
casa  da  Senhora,  nas  suas  festividades. 

Assim  recrudesceu  a  devoção  a  esta  Se- 
nhora. 

0  bispo  do  Porto,  D.  Thomaz  d'Almeida, 
foi  muito  devoto  de  Nossa  Senhora  da  Aju- 
da, e  lhe  adornou  ricamente  a  sua  capella. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA,  na  cidade 
d'Evora. 

1  Talvez  que  por  esta  circumslanda  di- 
gam alguns  que  a  imagem  da  Virgem  tam- 
bém então  viera  de  Inglaterra. 

Já  se  vô  que  a  cap"ila  é  muito  anterior 
ao  reinado  do  ímpio  Henrique  VIII,  de  In- 
glaterra. 


NOS 


NOS 


163 


A  t.>  pom  da  cidade  d*BYora,  e  qne  fica 
ao  O.,  86  denomiDa  de  Âkonchel  Foi  esta 
porta  dedicada  a  Nossa  Senhora  da  Ajada, 
6  sobre  ella  (a  porta)  constmiram  os  devo- 
tos d'£vora  uma  capella  com  a  mesma  in- 
vocação. É  quadrada,  fechada  de  meia  laran- 
ja, que  se  estriba  sobre  quatro  arcos.  No  que 
defronta  para  E.,  fica  uma  grande  tribuna; 
6  o  que  fica  para  O.,  é  onde  está  o  retábulo 
da  Senhora.    ' 

Antigamente  diziam-se  muitas  missas  n*es- 
ta  ermida,  não  só  nos  dias  sanctifícados,  mas 
ainda  nos  mais.  Paziam-lhe  a  sua  festa  os 
fabricantes  de  telha  e  tijolo,  que  teem  ahi 
proiimo  os  seus  telhaes. 

Nao  se  sabe  quando  foi  construída  esta  ca- 
pella,  o  que  se  sabe  é  qne  já  era  antiga  em 
1484,  anuo  em  que  foram  restauradas  as  suas 
pinturas,  por  occasião  do  malfadado  casa- 
mento do  príncipe  D.  Affonso,  filho  de  D. 
João  11. 

NOSSA  SENHORA  DA  AJUDA,  DOS  FISIS 
DE  DEUS— de  Lisboa. 

No  Bairro-AUo,  outr*ora  chamado  Villa 
Nova  d^Andrade,  na  freguezia  das  Mercês, 
ha  a  rua  dos  Fieis  de  Deus,  em  razão  da  ca* 
pella  que  alli  se  edificou,  dedicada  aos  fieis 
de  Deus  (almas  do  purgatório). 

Foi  esta  capella  fundada  em  1551,  por  Af- 
fonso Braz,  em  cumprimento  de  um  voto, 
ou  pela  devoção  que  tinha  com  as  almas  do 
pturgatorio. 

Ao  entrar  a  porta  da  capella,  na  parede 
da  direita,  está  uma  lapide,  embutida,  com 
a  seguinte  inscripção: 

KO  ANNO  DB  1551  SB  EDIFICOU  BSTA  GAPBLLA 

DAS  ALMAS  DO  PURGATÓRIO,  E  O  FUNDADOR 

DELLA  FOT  AFFuNSO  BRAZ, 

0  QUAL  PROB  UMA  AVE-MARIA. 

FALLEGEU  A  29  DE  JANEIRO  DB  1569. 

O  fundador  deixou  ordenado  no  testamen- 
to que  se  dessem  annualmente  2i^dOO  réis, 
para  se  dizerem  50  missas,  pelas  almas  do 
pargatorid:  e  que,  emquanto  vivessem  umas 
suas  sobrinhas,  fossem  ellas  as  administra- 
doras, e  por  sua  morte,  fí:asse  o  padroado 
á  Misericórdia  de  Lisboa. 

No  tempo  em  que  se  edíOcou  a  capella,  to- 
do aquelle  siiio,  aié  ao  actuai  largo  de  S.  Ro- 


que, e  alameda  de  S.  Pedro  d*Alcantara,  era 
povoado  de  oliveiras. 

Assistia  em  uma  casa  contigua  á  capella, 
um  eremitão  que  tratava  d'ella,  e  tinha  mais 
a  obrigação  de  recolher  na  sua  casinha,  to- 
dos os  meninos  perdidos,  sustentando-os  e 
tratando  d'eUe8,  emquanto  não  appareciam 
os  pães  a  reclamal-os.  Estes  costumavam  dar 
ao  eremitão,  pela  acolheita  dos  filhos,  um 
vintém  para  um  alqueire  de  trigo. 

Pouco  depois  de  construída  a  capella,  se 
congregaram  vários  devotos  da  Virgem,  e 
instituíram  uma  irmandade,  com  a  invoca- 
ção de  Nossa  Senhora  da  Ajuda,  mandando 
logo  fazer  uma  formosa  imagem  e  um  altar 
na  ermida,  para  n'elle  ser  coliocada. 

Supplicaram  os  irmãos,  á  Sé  Apostólica» 
que  a  sua  irmandade  fosse  agregada  á  ar- 
chi-confraria  do  hospital  do  Espirito  Santo^ 
m  Saxia,  para  que  elles  podessem  partici- 
par das  muitas  graças  e  indulgências  que  a 
este  hospital  haviam  concedido  muitos  pon- 
tífices; o  que  lhes  concedeu  o  papa  Gregó- 
rio XIV,  por  breve  de  1590,  que  foi  aeceite 
e  executado  pelo  doutor  Diogo  Madeira,  có- 
nego da  Só  de  Lisboa,  e  juiz  conservador  da 
mesma  irmandade,  em  1591. 

Era  n'este  tempo  juiz  da  irmandade,  o  ba- 
charel Manuel  Rodrigues  Cabral,  que,  mor- 
rendo em  1632,  se  mandou  sepultar  na  mes- 
ma ermida,  á  qual  deixou  uma  morada  de 
casas,  deixava-lhe  também  alguns  cântaros 
de  azeite  e  outros  legados;  porém  houve  cu* 
rioso  (provavelmente  proprietário  de  bens 
sujeitos  ao  legado)  que  roubou  os  papeis  da 
irmandade,  e  os  legados  não  se  chegaram  a 
receber,  senão  passados  muitos  annos,  como 
adiante  direi. 

A  capella  e  terreno  circumjacente  foi  até* 
1552,  da  freguezia  de  Santa  Catharina  de 
Monte  Sinay;  mas,  creando-se  n'esse  anno 
a  freguezia  de  Nossa  Senhora  das  Mercês,  fi- 
cou pertencendo  á  nova  parochia. 

Porém  a  imagem  actual  de  Nossa  Senho- 
ra da  Ajuda,  não  é  a  primitiva,  pelo  motivo 
seguinte: 

No  principio  do  século  XVI,  Bartholomea 
Dias  Ravasco,  homem  poderoso,  irmão  me- 
I  sario  da  Misericórdia,  e  que  morava  em  fren* 


tei 


NOS 


le  da  capella,  pretendea  ser  administrador 
da  irmandade,  o  qae  conseguiu  da  Miserí* 
C(tf  dia,  sendo  demittido  o  administrador  qne 
havia,  e  que  era  muito  zeloso  e  activo.  Op- 
poEeram-se  os  irmãos  a  uma  nomeação  tão 
contra  os  estatutos;  mas,  nada  conseguindo, 
pegaram  na  imagem  da  Senhora,  e  em  tudo 
quanto  lhe  pertencia,  e  se  foram  para  a  egre- 
ja  de  Santa  Catharina,  onde  institmram  (ou 
continuaram)  a  irmandade. 

Os  visinbos  da  capella,  vendo-se  sem  a 
toa  querida  imagem,  foram  ao  convento  de 
Nossa  Senhora  do  Monte  do  Carmo,  e  os  re- 
ligiosos lhe  deram  outra,  que  foi  occupar  o 
logar  da  antecedente,  e  instituiram  uma  no* 
va  confraria. 

Pelos  annos  1690,  o  padre  Gil  Lourenço, 
8»  fez  irmão  da  confraria,  que  achou  redu* 
zida  a  dois  únicos  irmãos. 

Tomou  logo  a  peito,  o  bom  do  padre,  me* 
Ihorar  tudo.  Mandou  à  sua  custa  levan- 
tar a  capella  e  o  seu  arco,  que  era  muito 
baixo,  e  construir  um  formoso  altar,  de  ta- 
lha dourada,  adornando  as  paredes  lateraes 
dl  capeila-mór,  de  quadros  a  óleo,  pintados 
por  Bento  Coelho,  e  d'elles  até  ao  pavimento 
(dois  metres)  mandou  revestir  as  paredes  de 
formosos  azulejos,  com  sceoas  da  vida  de 
Nossa  Senhora.  As  paredes  do  corpo  da 
egreja,  furam  também  revestidas  de  lt»ellos 
azult^josi  representando  outros  passos  da 
Virgem;  de  modo  que  ficou  uma  das  mais 
formosas  e  ricas  ermidas  de  Lisboa. 

Pelos  annos  de  1696,  foi  um  irmão  da 
confraria  casualmente  a  uma  tenda,  com- 
prar senUnqas,  para  seus  filhos  aprenderem 
a  ler,  e  entre  outros  papeis  velhos,  achou  o 
breve  de  Gregório  XIV,  que  veiu  muito  ale- 
gre trazer  ao  padre  Gil  Lourenço,  que  muito 
satisfeito  fi:on  por  possuir  o  autographo 
por  (|ue  tanto  almejava. 

Pediu  ao  mesmo  irmão,  que  tomasse  à 
tenda,  a  vôr  se  encontrava  mais  alguns  pa- 
peis pertencentes  á  Senbora,  e,  com  efieito, 
achou  o  testamento  em  que  Maouel  Rodri- 
gues Cabral  deixava  á  irmandade,  as  casas 
e  os  cântaros  d'azeite.  Dos  mais  legados  não 
se  achava  documento  algum. 

A  imagem  que  os  carmelitas  tinham  dado 
paia  a  capella,  era  de  róea  (de  vestir)  e  o 


NOS 

padre  Gil,  para  evitar  irrev^reneías  das  mu- 
lheres que  a  vestiam  e  despiam,  mandou  fa- 
zer outra,  de  boa  esculptura;  mas,  quando 
qniz  tirar  do  altar  a  antiga  para  collocar  a 
nova,  houve  tamanho  choro  e  alarido  daa 
mulheres,  e  tumulto  dos  homens,  que  se  via 
obrigado  a  deixar  ficar  a  primeira,  mettendo 
a  seguada  em  um  oratório,  que  mandou  fa- 
zer na  capella-mór,  do  lado  do  Evangelho. 

Teve  esta  ermida  muito  ricos  omamea- 
tos,  bellos  eastiçaes  e  outras  muitas  alfaias 
de  prata,  tanto  na  capella,  como  na  sacris- 
tia, a  maior  parte  offerecida  á  Senhora  pelo 
padre  Gil,  e  o  resto  pelos  devotos. 

NOSSA  SENHORA  DO  AMPARO  —  no 
Rodo  de  Lisboa. 

Já  a  pagioas  161  e  379,  do  4.<»  volume, 
tratei  do  hospital  real  de  Todos  os  Santos; 
e,  como  alli  fallei  na  rua  do  Amparo^  entendo 
que  muitos  desejarão  saber  a  causa  d'essa 
denominação,  o  que  vou  explicar. 

Debaixo  do  hospital  de  Todos  os  Santos, 
destruído  por  dois  incêndios  e  acabado  de 
arrazar  pelo  terremoto  do  i.""  de  novem- 
bro de  1755  (vide  pag.  164,  do  ê.*"  volume) 
havia  uma  ermida,  dedicada  a  Nossa  Se- 
nhora do  Amparo,  imagem  de  muita  devo- 
ção dos  visinbos  da  ermida,  que  todas  as 
noites  lhe  resavam  o  terço,  a  qne  assistia  o 
capellâo,  que  dava  no  fim  a  beijar  ao  povo, 
a  coroa  da  Senhora. 

A  imagem  era  de  roca,  e  de  dVs  palmos 
d^alto  (0*,87)  e  estava  sempre  vestida  de  li- 
cas  telas  e  brocados.  Estava  em  um  nicho 
envidraçado,  no  meio  de  um  retábulo  de 
mármore  azul  e  encarnado,  de  boa  escul- 
ptura. Servia  de  peanha  á  Senhora,  um 
globo  também  de  mármore,  cercado  de  se- 
raphins,  tendo  de  cada  lado,  duis  anjos,  em 
oração. 

Não  eram  só  os  visinbos  da  ermida  que 
tinham  devoção  com  esta  Seuhora,  era  toda 
a  corte  e  as  principaes  famílias  da  cidade. 
O  cardeal  da  Cunha  visitava  esta  capella  to- 
dos os  sabbados.  Tinha  ella  um  capellâo  e 
missa  quotidiana;  cuja  capeilania  institui- 
ram, DomíDgos  de  Basto  Figueirôa,  e  sua 
mulher.  Barbara  Antunes  Brandoa,  em  i6fSk 
Ordenaram  em  seu  testamento  que  fossem 
enterrados  n'esta  ermida,  o  que  se  cumpria. 


NOS 


NOS 


165 


Também  deixaram  á  Senhora,  daas  mora- 
das de  casasy  que  rendiam  então  834448  réis 
^o  que  prova  que  eram  grandes  prédios). 
D*este  dinheiro  se  havia  de  dar  ao  capellão 
(que  deveria  ser  natural  da  villa  d^Ama 
rante)  63^000  réis,  e  o  resto  aos  entreva- 
dos do  hospital  de  Todos  os  Santos. 

Este  Domingos  de  Basto  Figueirôa,  falle- 
oea  a  2  de  maio  de  1653. 

Constava  de  documentos  que  existiam 
n'este  hospilai,  que  esta  casa  havia  sido  no 
eeu  principio  uma  albergaria,  onde  se  re- 
colhiam os  peregrinos  e  os  pobres,  aos  quaes 
se  dava  casa,  cama  e  agua.  Tinha  40  leitos, 
20  para  homens  e  20  para  mulheres,  e  dois 
hospitaleiros,  um  homem  e  uma  mulher, 
cada  um  para  tratar  oe  do  seu  sexo. 

Não  se  sabe  a  antiguidade  que  tinha  esta 
imagem  da  Senhora.  Consta  que  um  seu  de- 
voto, instituíra;  por  sua  morte,  por  herdeira 
de  toda  a  sua  fazenda,  o  hospital  de  Todos 
os  Santos,  e  que  entre  as  ricas  alfaias  e  mais 
peças  preciosas  que  testou,  se  incluía  a  Santa 
imagem,  para  a  qual  logo  os  irmãos  da  Mi- 
sericórdia mandaram  construir  a  ermida. 

O  hospital  dos  entrevados,  esteve  primei- 
ramente no  claustro  do  hospital  real,  e  fi- 
cava debaixo  da  egre^a,  onde  depois  foi  o 
celleiro  e  dispensa,  sendo  em  1583  mudado 
para  debaixo  dos  arcos  do  Rocio,  dando -lhe 
por  titular  e  padroeira,  a  Senhora  do  Am- 
paro. 

Ainda  depois  de  ser  celleiro,  se  via  em 
uma  pedra,  embutida  na  parede,  esta  inscri- 
pção. 

ESTA  ENFERMARIA  DOS  INCURÁVEIS, 

CONSERTARÃO  OS  IRMÃOS  Á  SUA  CUSTA,  B  NA 

MISERICÓRDIA  OS  PROVERÃO 

DO  NECESSÁRIO,  BM  ABRIL  DE  15^. 

O  hospital  dos  entrevados,  denominado  de 
Nossa  Senhora  do  Amparo,  tinha  duas  en- 
fermarias para  mulheres  e  uma  para  ho- 
mens. A  primeira  das  mulheres,  era  dedi- 
cada a  Nossa  Senhora  do  Amparo  e  ao  apos- 
tolo S.  Pedro.  Tinha  dez  camas.  A  segunda 
era  dedicada  a  Nossa  Senhora  da  Estrella,  e 
tinha  29  camas. 

A  dos  homens,  era  de  invocação  de  Santo 
António,  e  tinha  20  camas. 


A  Mlseríeorâía  dava  mensalmenle  a  cada 
entrevado  800  rs. 

As  senhoras  da  alta  aristocracia,  tinham 
por  obra  meritoria  (e  era)  birem  alli  tra- 
tar dos  doentes,  o  qne  faziam  com  muita  ca- 
ridade, e  lhes  davam  muitas  esmolas. 

Alem  da  missa  diaría,  dita  pelo  capellão 
da  ermida,  diziam-se  n*ella  todos  os  dias 
muitas  missas,  e  se  davam  muitas  esmolas; 
pelo  que  a  misericórdia  tinha  alli  em  todo  o 
dia  um  irmão,  para  as  receber. 

Todo  o  clérigo  qne  vinha  á  corte  a  qual- 
quer negocio,  achava  n*esta  ermida,  acolito 
e  tudo  o  mais  necessário  para  celebrar  o 
santo  sacrificio  da  missa. 

Eis  a  razão  porque  á  rua  que  ficava  pn>* 
xima  da  ermida,  se  deu  o  nome  de  rua  do 
Amparo. 

NOSSA  SENHORA  00  AVPARO  ou  dos 
MENINOS— Junto  à  cidade  de  Lamego,  no 
dístrictoda  freguesia  da  Sé,  estão  sanctna- 
rio  de  Nossa  Senhora  do  Amparo,  a  que  tam* 
bem  se  dá  o  titulo  de  Nossa  Senhora  dos 
Meninos. 

Está  situada  sobre  o  rio  Balsemão.  E*  mui- 
to antiga. 

A  sua  padroeira  esteve  primeiramente  tia 
Sé,  no  altar  que  é  actualmente  de  Nossa  Se- 
nhora do  Rosário.  Diz  a  lenda  que  foi  obra- 
da por  Nicodenos  e  pintado  por  São  Luoi» 
Evangelista.  Não  se  sabe  como,  quando  e  p<M* 
quem  foi  trazida  para  Lamego. 

D.  Manuel  de  Noronha  (filho  de  Simão 
Gonçalves  da  Gamara)  ^  bispo  d*esta  cidade, 
tirou  a  Senhora  do  seu  altar,  e  a  collocou 
na  referida  capella,  que  á  sua  custa  havia 
mandado  edificar. 

B  porque  o  altar  da  Sé  não  ficasse  sem 
imagem,  mandou  vir  uma  de  Roma,  á  qual 
deu  a  invocação  de  Nossa  Senhora  do  Ro- 
sário. 

t  Este  Gamara,  foi  cognominado  o  magni- 
fico. Foi  3."  capitão  e  governador  da  ilha  da 
Madeira,  e  era  filho  do  2.*  capitão  da  mesma 
ilha  (por  mercê  de  D.  Manuel,  em  1508). Si- 
mão Gonçalves  da  Gamara,  era  casado  com 
D.  Joanna  de  Noronha,  filha  de  D.  Gonçalo  de 
Gastello  Branco,  governador  deLi.<<boa  e  Se- 
nhor de  Villa  Nova  de  Portimão.  Foi  esta  se- 
nhora a  mãe  do  bispo  D.  Manuel  de  Noro- 
nha. 


166 


NOS 


NOS 


D.  Manuel  de  Noronha  falleoen  em  1659, 
e  portanto  a  constracção  d*eata  ermida  teve 
logar  no  meiado  do  ÍG.""  secnlo.  Está  funda- 
da em  um  sitio  alpestre,  cercado  de  roehe- 
dos  alcantilados»  por  entre  os  qoaes  passa 
uma  levada  que  faz  mover  aignns  moinhos. 
Em  cima,  janto  à  «mida,  ha  um  pequeno 
terrevo,  sem  resguardo,  sobre  um  despe- 
nhadeiro que  vae  até  ao  rio. 

Em  frente  da  capella,  fica  uma  serra  mui- 
to alta  e  pedregosa,  chamada  Tambureir<L 

E'  esta  Senhora  advogada  e  protectora  das 
crianças,  e  por  isso  lhe  deram  o  nome  de 
Nossa  Senhora  dos  Meninos;  mas  o  seu  ver- 
dadeiro titulo,  e  o  mais  antigo,  é  Nossa  Se- 
nhora do  Amparo. 

NOSSA  SENHORA  DO  AMPARO,  da  Mel- 
roeira— (Vide  Ourem). 

NOSSA  SENHORA  DO  AMPARO,  de  Per- 
radosa— 'Na  freguesia  de  S.  Miguel  da  Mar- 
melleira  (vol.  5.*,  pag.  85,  col.  i.%  no  fim) 
ha  uma  aldeia,  denominada  Ferradosa,  ^ 
a  distancia  de  9  kiJometros  da  viila  de  Mor- 
tágua. Junto  doesta  aldeia,  e  sobre  um  peque- 
no outeiro,  está  edificada  a  capella  de  Nossa 
Senhora  do  Amparo,  vasta  e  antiquíssima. 
Teve  em  tempos  remotos,  eremitao  permanen- 
te, com  habitação  própria  (junto  á  capella) 
eom  uma  pequena  cerca,  tudo  ha  mais  de 
200  annos  em  minas,  restando  apenas  leves 
vestígios  das  casas. 

Suppõe-se  que  esta  ermida,  ou  pelo  me- 
nos a  imagem  da  Senhora,  já  existia  no  tem- 
po dos  godos,  e  que  esta  foi  escondida  por 
algum  devoto,  em  7i6,  quando  o  reino  foi 
invadido  pelos  mouros,  sendo  só  achada  em 
1058,  anno  em  que  os  mouros  foram  expul- 
sos d*este  território,  por  D.  Fernamdo  III,  o< 
magno,  rei  de  Gastella,  e  então  também  de 
Portugal. 

A  festa  da  Senhora  se  faz  no  3.*  domingo 
da  outubro;  e  antigamente  juntavam  os  mor- 
domos da  Senhora,  grande  porção  de  pão 
cosido,  vinho  e  outros  comestíveis,  que  di- 
vidiam com  os  romeiros.  Este  costume  dei- 
xou de  existir  ha  mais  de  200  annos.  Cré  o 
povo  que  desde  que  se  não  dá  o  bodo,  não 

^  Portugnez  antigo,  synonimo  de  Ferre- 
gicU,  que  significa— terra  semeada  de  ferran, 
—herva— lameiro,  prado,  etc. 


produzem  as  terras  immediatas  tantos  e  tio 
bons  fructos,  como  até  alli. 

Foi  esta  romaria  concorridissima  em  tenir 
pos  antigos. 

NOSSA  SENHORA  DO  AMPARO  —  Vide 
Pena-Cóva,  cabeça  de  concelho,  na  cooiarca 
de  Coimbra. 

NOSSA  SENHORA  DAS  ANGUSTIAS  —A 
distancia  de  uns  2  kilometros  da  cidade  de 
Tavira,  no  caminho  que  vae  para  Moncara- 
pacho, está  a  ermida  de  Nossa  Senhora 
Angustias;  também  chamada  Nossa  Seahora 
do  Calvário;  porque  antigamente  n'ella  tinha 
o  seu  termo  a  procissão  dos  Passos  (qae  ho- 
je sae  da  matriz  e  vae  acabar  na  egreja  do 
convento  da  Graça.) 

A  imagem  está  aos  pés  da  cruz,  que  tem 
Jesus  Christo  crucificado.  E'  quasi  de  tama- 
nho natural,  pois  tem  i,"54  de  altura. 

Todo  o  povo  do  Algarve  tem  muita  devo- 
ção com  esta  Senhora,  e  lhe  attribaem  mui^ 
tos  milagres. 

Ha  no  Algarve  um  romance  muito  antigo*. 
intitulado  de  Nossa  Senhora  das  Angostias^ 
que  reza  assim: 

Estando  a  Virgem  Maria 
Na  sua  cella  assentada, 
Sobre  as  suas  amarguras 
A  triste  nova  chegava. 
De  que  era  morto  seu  Filho, 
Rico  penhor  da  su*alma. 
Pelas  ruas  corre  a  Virgem, 
E  a  quem  via  perguntava, 
Se  morto  era  seu  filho, 
Rico  penhor  de  su*alma. 
Diziam  uns,  que  amarrado 
A  uma  columna  estava: 
Outros,  que,  pela  cidade, 
Sob  uma  cruz  caminhava. 
Híndo  a  Virgem  mais  avante, 
Uma  mulher  encontrava: 
Vae-se  logo  a  perguntar  lhe 
Pelo  que  ella  não  achava. 
A  mulher  era  judia, 
E  assim  mesmo  a  consolava. 
—  Por  aqui  passou  um  homem 
Com  uma  cruz,  que  arrastava; 
A  cada  passo  que  dera. 
Toda  a  terra  se  abalava: 


NOS 

O  lenbo,  como  era  verde» 
Tó  o  chio  atormentava; 
Como  fosse  grande  peso, 
Cada  instante  ajoelhava: 
O  baraço  na  garganta 
Era  o  que  maia  o  magoava. 
EUe  me  pedia  um  lenço, 
Para  limpar  suas  chagas, 
En  lhe  dei  a  minha  touca 
Com  que  a  cabeça  toucava. 

Tudo  isto  ouvia  a  Virgem 
E  cada  vez  mais  chorava: 
Indo  a  volver  os  seus  olhos 
No  chão  cahía  desmaiada. 
São  João,  seu  bom  sobrinho. 
Pela  mão  a  levantava. 
—  Levante-se,  minha  tia. 
Que  o  que  ouviu  não  será  nada. — 
Indo  lá  mais  adiante 
Com  o  Senhor  se  encontrava. 
— Porque  chora,  minha  Mãe, 
Oh,  minha  Mãe  da  minh'alma  ?t— 
—Não  choro  as  almas  perdidas, 
Que  por  ti  serão  ganhadas; 
Choro  por  ver  tuas  carnes 
Tão  doridas  e  rasgadas: 
Choro  por  ver  de  teu  sangue 
As  ruas  ensanguentadas. — 
— Ai!  minha  Mãe,  minha  Mãe, 
Que  esta  gente  vae  ser  salva  ( 
Suba  alem,  áquelle  outeiro. 
Onde  a  cruz  está  cravada; 
Quando  o  meu  sangue  correr. 
Toda  a  culpa  será  paga. 

Fez  o  Senhor,  testamento, 
N^elle  a  todos  se  deixava. 
Deixou  a  São  Pedro,  a  chave. 
Para  que  o  Ceu  governara; 
A  São  Miguel,  a  balança. 
Para  que  as  almas  pesara; 
A  São  João,  o  deserto, 
Para  que  logo  o  habitara; 
O  coração  deixa  á  Virgem, 
Coração  que  tanto  a  amara. 
De  todos  já  despedido, 
Subindo  á  cruz  expirara. 

Vendo  a  Mãe,  seu  filho  morto, 


NOS 


167 


'Com  tamanha  angustia  d*alma. 
De  Angustias  lhe  deo  o  nome, 
Por  elle  fica  adorado. 
NOSSA  SENHORA  DAS  ANGUSTIAS— de 

« 

Chavões. 

Os  condes  de  Unhão,  tinham  uma  bôa 
quinta,  no  termo  de  Santarém,  denominada 
de  Chavões.  N*esta  quinta  ha  uma  formosa 
ermida,  de  bôa  architectura,  dedicada  a  Nos- 
sa Senhora  das  Angustias,  de  grande  devo- 
ção para  os  povos  visinhos.  Os  condes  lhe 
faziam  todos  os  annos  uma  soberba  festa. 

Dizem  alguns  que  esta  Senhora  foi  trazi- 
da de  Roma,  por  Fernão  Telles  de  Menezes, 
que  foi  feito  conde  de  Unhão  (o  !.•)  porPhi- 
lippe  4.%  em  7  de  junho  de  1630. 

NOSSA  SENHORA  DOS  ANJOS— da  Lou- 
rinhan. 

Na  á  villa  da  Lourinhan,  e  ao  norte 
d^ella,  em  uma  espaçosa  e  fértil  planície,  es- 
tá a  ermida  de  Nossa  Senhora  dos  Anjos. 

Eis  a  sua  lenda: 

Em  1490  estava  este  sitio  occupado  por 
um  frondoso  bosque  de  loureiros  (de  cuja 
circumstancia  pretendem  alguns,  se  derive 
o  nome  de  Lourinhan,  dado  á  villa).  Uma 
devota  mulher  que  por  alli  passou,  viu  uma 
formosa  imagem  da  Virgem,  sobre  um  dos 
loureiros,  e  foi  dar  parte  ao  parocho  da  fk«- 
guezia,  que  a  foi  logo  buscar  em  procissão 
para  a  egreja;  mas  ella  fngio,  tomando  a 
apparecer  no  loureiro— pelo  que  trataram 
de  edificar-lhe  aqui  uma  ermida,  que  é  a 
actual. 

Diz  a  lenda,  que,  pelos  annos  de  1640,  di- 
zendo missa  no  altar  da  Senhora  um  reso- 
luto franciscano,  muito  virtuoso,  do  mostei- 
ro de  S.  Sebastião  da  Piedade  (Xabreganos) 
da  mesma  villa,  chamado  frei  Sebastião  da 
Piedade;  lhe  pareceu  que  a  Senhora  estava 
viva.  Terminada  a  missa,  e  revestido  como 
estava,  subiu  ao  altar,  e  com  um  alfinete  pi- 
cou a  ponta  de  um  pé  da  santa  imagem,  do 
qual  sahiu  uma  pinga  de  sangue.  D*ahi  a 
pouco  tempo,  um  beneficiado  da  matriz, 
chamado  Miguel  Jorge,  repeliu  a  experiên- 
cia e  aconteceu  lhe  o  mesmo.  Estes  dois  clé- 
rigos pouco  tempo  sobreviveram  a  esta 
facto. 

Para  se  evitarem  estas  experiências^  man- 


16$ 


NOS 


daram  es  mordomos  recolher  a  Senhora  em 
um  nicho  envidraçado. 

A  imagem  é  de  pedra,  com  O^^^SO  de  alto 
e  de  bôa  esculptura. 

A  capella  é  annexa  à  egreja  matriz,  de 
Kossa  áeohora  da  Aanunciaçâo  da  mesma 
villa.  A  festa  de  Nossa  Senhora  dos  Anjos,  é 
a  15  de  agosto,  e  sempre  muito  concorrida. 

NOSSA  SENHORA  DE  ANUMÃO,  ou  de 
ANAMÃO  —  A  pag.  206,  col.  1.%  no  fim,  do 
2."  vol,  fiz  apenas  mensào  do  sanctuario  de 
Nossa  Senhora  de  Anumão— aqui  relatarei 
o  que  ha  a  dizer,  com  respeito  a  este  san- 
ctuario e  à  sua  padroeira. 

Dá  se-lhe  o  nome  de  Nossa  Senhora  de 
Anumõo,  porque  ao  sitio  em  que  appareceu 
se  chamava  Aíwmão.  < 

Está  a  capella  em  um  valle,  junto  á  raia 
da  Galliza,  cercado  de  altos  e  alcantilados 
montes,  e  serras  penhascosas^ 

Segundo  a  lenda,  appareceu  a  Senhora, 
no  concavo  de  um  penedo  altissimo,  e  alli 
mesmo  construíram  os  povos  a  sua  capella, 
que  é  muito  antiga ;  mas  nâo  se  sabe  a  data 
da  appariçâo  da  Senhora,  nem  da  fundação 
da  capella. 

A  entrada  para  a  ermida,  é  por  uma  veiga 
muito  plana  e  dilatada,  com  uns  30  a  35  ki- 
lometros  de  circumferencia.  Aqui  nasce  um 
regato,  onde  ha  a  ponte  chamada  Pedrinha, 
que  se  diz  ser  obra  dos  mouros.  Também 
na  mesma  veiga  corre  outro  ribeiro,  que 
passa  ao  Porto  dos  CavalleiroSf  e  dizse  que 
a  sua  agua  tem  a  virtude  de  tirar  o  lixo  da 
bocca  das  creanças,  e  de  curar  ouU'as  en- 
fermidades. 

Quando  o  arcebispo  de  Braga,  D.  frei  Bar- 
tholomeu  dos  Martyres,  por  aqui  passou,  em 
visita  á  sua  diocese,  vendo  a  aspereza  e  so- 
lidão do  sitio,  disse  —  «Tarde  por  aqui  pas- 
sará ouiro  arcebispo!»  — e  assim  foi;  por- 
que, só  pelos  annos  de  1700,  aqui  esteve  o 
cardeal  D.  Veríssimo  de  Alencastre,  quando 
«ra  arcebispo  de  Braga. 

É  este  sitio  tão  excessivamente  frio  no 

'  Talvez  corrupção  de  anno  máo — o  anuo 
4e  1124,  em  que  uma  grande  fome,  e  uma 
terrível  peste  devastou  Portugal,  e  o  qual 
anno,  por  isto,  fez  época,  e  se  chamou  anno- 
máo. 


NOS 

inverno,  que  até  geja  o  vinho,  sendo  preciso 
derretei  o  ao  lume,  para  se  poder  beber. 

Por  esta  razão,  está  a  capella  só  e  deserta» 
desde  novembro  até  abril;  mas  depois  é 
muito  concorrida  de  romeiros. 

NOSSA  SENHORA  APPARECIDA  —  na 
comarca  e  concelho  a  12  kilometros  de  Bar* 
cellos,  junto  á  estrada  que  vae  de  Braga 
para  Yianna  do  Minho,  e  no  território  da 
freguezia  de  S.  Martinho  de  Balugães  (voL 
2•^  P^-  315,  col.  2.*,  no  fim)  está  uoi  pe- 
queno monte,  e  a  capella  de  Nossa  Senhora 
Apparecida.  Eis  a  sua  origem,  segundo  a 
lenda : 

Em  1702,  havia  na  freguezia  de  Bala^m» 
um  mancebo  quasi  mentecapto,  chamada 
João  (depois  João  de  Nossa  Senhora  Appa* 
recida)  filho  de  um  pedreiro,  por  nome  An- 
dré Alves.  O  mancebo,  posto  que  pouco  aii- 
lado,  era  muito  devoto  de  Nossa  Senhora,  e 
de  boas  inclinações.  Em  certo  dia  d'aque)le 
anno  lhe  appareceu  a  Santíssima  Virgens» 
ordenando  lhe  que  dissesse  ao  pae  que  qoe- 
ria  que  sobre  o  tal  monte  lhe  erigisse  ama 
capella. 

O  moço  revelou  ao  pae  e  aos  visíobo^ 
esta  apparíção  e  esta  ordem ;  mas  ningoem 
lhe  deu  credito,  em  razão  da  sua  reconhe- 
cida simplicidade.  Tanto  porém  instou  qae 
o  pae  foi,  com  outros,  ao  monte,  e  ahi  via  a 
Senhora,  spbre  um  grande  penedo. 

Trataram  logo  de  se  colisarem  com  esmo- 
las e  alli  mesmo  construíram  uma  peqaena 
capella  a  Nossa  Senhora,  e  uma  dona  dé  Bra- 
ga deu  para  o  seu  altar,  uma  imagem,  de 
0,-50  d'altura. 

Em  breve  se  espalhou  por  aquellas  redon- 
dezas a  fama  dos  muitos  milagres  attribai- 
dos  a  esta  Senhora,  e  as  ofi'erendas  corre* 
ram  para  aqui  em  grande  quantidade. 

Uma  nobre  senhora  da  villa  de  Barcelloa^ 
chamada  D.  Antónia,  vendo  que  a  imagem 
da  padroeira  era  muito  pequena,  mandoo, 
á  sua  custa,  fazer  outra  ao  Porto,  de  exce- 
lente esculptura,  e  com  o  dobro  da  altura.  Poi 
esta  imagem  collocada  no  seu  altar,  no  i.* 
de  novembro  de  1704.  D.  Pedro  II,  offere- 
ceu  á  Virgem,  uma  rica  coroa  de  prata. 

Do  monte  onde  se  edificou  a  primitiva 
capella  se  descobre  um  bonito  e  vasta  hoii* 


NOS 


NOS 


i69 


sonte,  assim  como  a  estrada  que  vae  de  Bra- 
ga a  PoDte  do  Lima  (duende  dista  12  kilo- 
metros)  e  para  Vianoa  (d'onde  dista  16  ki- 
lometros).  Fica  esta  capelia  distante  3  kilo- 
metros  do  mosteiro  de  Carvoeiro. 

Foram  tantos  os  milagres  attribaidos  á 
Senhora  Apparecida,  tão  grande  a  concor- 
rência dos  romeiros,  e  o  numero  das  òíTeren- 
^as,  que  os  visinhos  projectaram  ediOcar- 
Ihe  um  templo  mais  vasto,  por  o  antigo  ser 
mnito  pequeno. 

Ctiegou  á  Dotíeia  do  arcebispo  de  Braga, 
D.  Rodrigo  de  Moura  Telles,  o  grande  con- 
curso de  devotos  que  hiam  visitar  esta  ca- 
pella,  e  querendo  desenganar-se  com  os  seus 
próprios  olhos,  alli  foi,  pelos  annos  de  1706. 
Nomeou  para  eremitào,  ao  tal  João,  a  quem 
aSenhora  tinha  apparecido,  e  que  já  estava 
^m  perfeito  juizo. 

Mandou  edificar  à  Senhora,  um  vasto  e 
magestoso  templo,  que  é  o  actual,  concorren- 
do os  povos  com  o  que  podiam,  e  com  mui- 
tas carradas  de  pedra.  Conclui u-se»  e  foi 
li'elle  eollocada  a  Senhora,  com  uma  grande 
lesta  em  1709. 

E'  esta  pois  a  bella  egreja  de  Nossa  Se- 
nhora Apparecida,  tão  famosa  em  toda  a 
provm^ia  do  Minho. 

NOSSA  SENHORA  DAS  AREIAS  —  Vide 
Pias,  do  concelho  de  Monção. 

NOSSA  SENHORA  DAS  AREIAS  —  Junto 
ao  logar  dos  Chãos,  freguezia,  concelho,  e  ^ 
kilometros  ao  N.  E.  d*Aljubarrota,  nos  anti- 
gos cautos  d* Alcobaça,  está  uma  grande  ca- 
pella,  dedicada  a  Nossa  Senhora  das  Areias, 
edificada  pelos  annos  de  1630,  sendo  bispo 
4e  Leiria,  D.  Diniz  de  Mello. 

O  povo  d^alli,  conta  a  sua  origem  d*esta 
maneira. 

Hindo,  no  dito  anno  de  1630,  uma  mulher, 
«ujo  nome  se  ignora,  do  logar  dos  Chãos,  ao 
■$ol  posto,  buscar  um  cântaro  d'agua,  perdeu 
so  caminho  umas  chaves  que  levava;  pelo 
que  vinha  para  casa  chorando,  com  receio 
de  ser  maltratada  por  seu  marido,  que  era 
fim  homem  muito  cruel. 

Quando  passava  ao  sitio  onde  hoje  éa 
«egreja,  viu  uma  formosissnna  mulher,  sen- 
tada sobre  um  pequeno  penedo,  a  qual  lhe 
perguntou  porque  chorava.  Depois  de  mui- 


to instada,  declarou  a  razão  do  seu  pranto, 
e  a  tal  mulher  formosa,  lhe  disse  que  fosse 
para  casa  sem  receio,  pois  que  lá  havia  de 
encontrar  as  chaves,  no  sitio  que  lhe  indi* 
cou— o  que  se  verificou. 

Tornou  a  mulher,  ja  muito  alegre,  ao  si- 
tio, dar  as  graças  á  que  a  tinha  tirado  d*es- 
te  perigo,  e  perguntoulhe  quem  era.  Então 
a  sua  salvadora  Ibe  respondeu. 

cEu  sou  Maria,  mãe  de  Deus,  e  quero  que 
vás  aos  moradores  da  villa,  e  lhes  digas  que 
quero  que  me  façam  aqui  uma  egreja,  com 
o  titulo  de  Santa  Maria  das  Areias.» 

Principiou  o  povo,  sabedor  d'esta  appa- 
rição,  a  concorrer  ao  penedo  no  qual  a  Se- 
nhora tinha  eido  vista  pela  mulher,  e  como 
n'aquelle  tempo  gras;>avam  n'aquella  villa, 
com  muita  intensidade,  febres  intermitentes, 
os  doentes  raspavam  areias  do  penedo  e  as 
bebiam  diluidas  em  agua,  na  firme  convic- 
ção de  que  cessava  a  moléstia,  e,  com  eCTei- 
to,  a  fé  quasi  sempre  operava  a  cura. 

Era  então  bispo  de  Leiria,  D.  Diniz  de  Mel- 
lo, que  tendo  noticia  da  historia  do  penedo, 
e  julgando  tudo  superstição  do  povo  e  pa- 
tranha da  mulher,  mandou  remover  d'aqui 
o  penedo,  fazendo-o  conduzir  em  um  carro 
para  Aljubarrota,  e  alli  o  mandou  collocar 
nas  lojas  das  casas  onde  elle  residia  tempo- 
rariamente. 

No  outro  dia  pela  manhã,  tinha  o  penedo 
desapparecido,  e  o  bispo  entendeu  que  os 
dos  Chãos,  o  tinham  roubado  de  noite.  (Dois 
homens,  sem  grande  difficuldade,  o  podiam 
levar  em  uma  padiola.) 

Tornou  a  mandai  o  buscar  aos  Chãos,  e 
d*essa  vez,  o  mandou  pôr  no  seu  quarto,  e 
junto  da  sua  cama;  mas  tomou  a  desappare* 
cer. 

O  bispo  então,  acreditou  no  milagre,  e 
mandou  fazer  uma  capella  à  Virgem,  fazen- 
do collocar  o  penedo  debaixo  do  seu  al- 
tar. 

O  povo  mandou  fazer  a  imagem  da  pa- 
droeira. 

A  sua  festa  é  a  8  de  setembro. 

NOSSA  SENHORA  DAS  AREIAS  —  de 
Anha,  na  província  do  Minho. 

Já  a  pag.  216,  col.  2.*  (sob  a  palavra  Anha^ 
ou  Darque)  e  a  pag.  238  G,  col.  1.*  (sob  a  pa- 


170 


NOS 


NOS 


lavra  Amo^-— Nossa  Senhora  das)  e  a  pag. 
46S,  col.  i.%  no  fim  (sob  a  palavra  Dargue) 
foliei  d*este  SaDCtuario  de  Nossa  Senhora  das 
Areias;  mas  somente  com  relação  à  inva- 
são d*areias  qae  sabmergia  qoasi  todos  os 
campos  e  logares  d'esta  fregaezia;  agora 
tratarei  unicamente  do  Sanctnario. 

Submergida  a  antiga  egreja  matriz  de  Nos- 
sa Senhora  das  Areias,  qoasi  completamente 
(pois  apenas  ficou  a  capella-mór)  pelos  an- 
nos  de  1500,  e  construída  a  nova  egreja  pa- 
rochial,  no  sitio  em  que  hoje  a  vemos,  os 
devotos  da  Senhora,  uniram  à  velha  capella- 
mór  um  pequeno  corpo  de  egreja  que  fize- 
ram, ao  qual  juntaram  um  alpendre  ou  ga- 
liló,  do  lado  do  S.,  e  uma  casinha,  com  uma 
cerca,  para  residência  do  eremitão,  que  cui- 
dava da  Senhora  e  da  eapella.  Também  lhe 
construiram  um  paredão,  com  seu  cães,  para 
resguardar  a  capeila  da  invasão  das  ondas 
do  mar. 

Antigamente,  em  testemunho  de  reveren- 
cia à  velha  matriz,  era  n*edta  ermida  que  os 
novos  abbades  d^Anha  vinham  tomar  posse 
offlcial  da  freguezia.  Também  eram  os  ab- 
bades que  apresentavam  o  eremitão  da  ca- 
peila. 

A  esta  antiga  freguezia  se  dava  indistin- 
ctamente  o  nome  de  Santa  Maria  d*Anha,  ou 
Nossa  Senhora  das  Areias. 

Os  antigos  abbades  de  Nossa  Senhora  das 
Areias,  apresentavam  os  vigários  da  actual 
freguezia  de  S.  Thiago,  d*Anha;  e  da  de  São 
Sebastião,  de  Darque,  que  antigamente  ti- 
nham sido  aldeias  da  primitiva  parochia 
d*Anha. 

A  imagem  da  Senhora  das  Areias,  posto 
ser  antiquissima,  é  de  boa  esculptura,  e  qua- 
si  de  tamanho  natural.  Está  sentada  em  uma 
cadeira,  com  o  menino  Jesus  n«s  braços. 

A  sua  festa,  a  15  de  agosto,  é  sempre 
eoncorridissíma ;  porém,  em  todo  o  anno 
aqui  concorrem  romeiros  e  clamores,  de  5, 
6  e  mais  léguas  de  distancia. 

A  25  de  março  (Annuncíação  da  Santíssi- 
ma Virgem)  vão  algumas  freguezias. 

No  dia  de  S.  Thiago,  apostolo  (25  áe  ju- 
lho) vão  sete  freguezias. 

No  L"  sabbado  de  agosto,  vão  30  fregue- 
zias. 


A  iO  d'agosto  (dia  de  S.  Lourenço)  vio 
seis  freguezias. 

A  15  d'agdsto,  dia  da  festa  principal,  vão 
nove  freguezias. 

Todos  estes  clamores  vãa  acompanha- 
dos  dos  seus  respectivos  parochos,  cruzes^ 
guiões,  bandeiras,  etc. 

Deu  origem  a  estes  clamores,  um  voto  fei- 
to  por  oceasião  de  uma  grande  sécca. 

NOSSA  SENHORA  DAS  AREIAS  —  Yide 
Vagos, 

NOSSA  SENHORA  DA  AROEIRA,  oa  do 
VALLE— Yide  Valle  do  Mosteiro. 

NOSSA  SENHORA  DA  ARRABAÇA— Tide 
Valle  da  Águia, 

NOSSA  SENHORA  DA  ARRÁBIDA— (YoL 
!.•,  pag.  238  KK,  col.  2.-) 

0  famoso  Sanctuario  de  Nossa  Senhora  da 
Arrábida,  teve  (segundo  a  lenda)  a  origem 
seguinte: 

No  anno  do  nascimento  de  Jesus- Cbruto, 
foi  vista  doesta  serra  uma  estreita  de  refnl- 
gentissima  luz,  egual  á  que  então  brilhoa 
em  toda  a  Hespanha.  (Manuel  de  Faria,  £«- 
ropa^  tomo  1.%  parte  2.«,  cap.  16.) 

Como  este  facto  coincidisse  oom  o  nasci- 
mento do  Redemptor,  os  christãos,  muitos 
annos  depois,  consagraram  esta  serra  á  San- 
tíssima Virgem. 

Pelos  annos  1215,  reinando  em  Portugal 
D.  Affbnso  ir,  se  dirigia  a  Lisboa  uma  não 
ingleza.  O  mar  estava  embravecido,  e  era 
uma  noite  escuríssima;  pelo  que  anào,  per- 
dendo o  rumo,  estava  a  ponto  de  se  despe- 
daçar contra  os  rochedos  da  serra  da  Arrá- 
bida. 

Vinha  a  bordo  um  religioso  agostiniano, 
chamado  flildebrando,  que  era  capeliãQ  da 
nào,  1  ou  de  um  fidalgo  que  vinha  de  passa- 
gem, chamado  D.  Bartholomeu. 

Trazia  o  religioso,  no  seu  beliche,  ama 
imagem  de  Nossa  Senhora,  e  vendo-se  em 
tamanho  perigo,  foi  buscal-a,  para  que  toda 
a  tripulação  a  exorasse  pedindo-lhe  o  salva- 
mento ;  mas  não  a  achou,  o  que  lhe  causou 
grande  terror,  bera  como  a  toda  a  marinha- 
gem. Ajoelharam  todos,  pedindo  entre  lagri- 

1  A  Inglaterra  era  então  toda  catholica,  a 
o  foi  aié  ao  reinado  do  impio  hereje  Henri- 
que VUI,  no  século  XVII. 


NOS 


NOS 


171 


mas,  à  Samissima  Virgem,  qae  os  livrasse 
de  tão  grande  a£Blieção. 

Viram  então  na  encosta  da  serra  que  olha 
para  o  mar  (S.)  uma  brilhante  cruz,  que  alu- 
miava tudo,  como  se  fosse  claro  dia,  poden- 
do assim  a  nào  salvar-se  do  perigo  immi- 
nente;  porque  no  mesmo  momento  applacou 
o  fáror  das  ondas. 

Fundearam  até  pela  manhan,  e  então  fo- 
ram ao  sitio  em  que  tinham  visto  brilhar  a 
milagrosa  cruz,  o  religioso  e  os  principaes 
tripulaotes  da  náo. 

Em  logar  da  cruz,  viram  a  imagem  da 
Senhora,  que  frei  Hildebrando  havia  tido 
no  seu  camarote.  Entenderam  que  a  Senhora 
queria  ser  adorada  n'6ste  sitio,  e  por  isso 
todos  subscreveram  com  esmolas  para  que, 
com  licença  do  bispo  de  Lisboa,  aqui  se  edi- 
ficasse uma  ermida,  o  que  logo  teve  effeito. 
Construíram  também  um  aposento  para  o 
religioso  e  para  D.  Bartholomen,  que  o  quiz 
acompanhar  n'aquella  aspérrima  solidão. 

Passados  alguns  annos,  instituiu  frei  Hil- 
debrando, junto  á  capella,  um  mosteiro  de 
eremitas  descaJços  de  Santo  Agostinho,  com 
auctorisação  de  D.  Soeiro  Viegas,  bispo  de 
Lisboa. 

Foi  este  mosteiro  habitado  por  mais  de 
duzentos  annos,  mas  não  podendo  os  reli- 
giosos (que  foram  sempre  poucos)  resistir 
ás  inclemências  e  asperezas  do  sitio,  o  des- 
ampararam, e  por  muito  tempo  apenas  aqui 
residia  um  devoto  eremitão,  para  cuidar  da 
ermida  da  e  Senhora. 

No  reinado  de  D.  João  III  (1539),  sendo 
duque  de  Aveiro,  D.  João  de  Lencastre,  (ir- 
mão de  D.  frei  António  de  Santa  Maria,  bis- 
po de  Leiria,  e  filho  de  D.  Jorge  d*Alenca8- 
tre,  mestre  de  S.  Thiago)  reedificou  o  mos- 
teiro e  o  deu,  como  casa  do  seu  padroado, 
ao  geral  de  S.  Francisco,  para  que  o  povoas- 
se de  religiosos  reformados  da  sua  ordem. 

O  geral  acceitou,  pondo  alli  por  primeiro 
prelado,  frei  Martinho  de  Santa  Maria,  ^  filho 
do  conde  de  Santo  Estevão,  e  natural  de  Gar- 

^  O  duque,  hindo  em  romaria  a  Nossa  Se- 
nhora de  Guadalupe,  famoso  Sanctuario  de 
Gastella,  alli  encontrou  frei  Martinho,  e  o 
trouxe  para  Portugal,  e  lhe  Aindou  este  mos- 
teiro. 


thagena  do  Levante,  varão  de  grande  santi- 
dade, e  parente  do  duque. 

A  frei  Martinho  se  uniram  logo  outros  re- 
ligiosos, de  muita  virtude,  entre  os  quaes  se 
contaram  S.  Pedro  d'Alcantara  e  frei  João  de 
Aguila,  castelhanos,  filhos  da  província  de 
S.  Gabriel.  Foram  eiles  que  deram  princi- 
pio em  Portugal  à  província  dos  francisca- 
nos arrabidos,  uma  das  mais  rigorosas  d*es- 
te  reino. 

A  imagem  da  padroeira  é  de  pedra  e  tem 
0«,20  de  altura.  Estava  sentada  em  uma  ca- 
deira e  é  de  boa  esculptura.  Tinha  ao  colo 
o  menino  Jesus,  e  este,  tinha  na  mão  esquer- 
da uma  ave,  e  com  a  direita  figurava  tirar 
um  espinho  de  um  dos  pés.  Esta  imagem 
foi  por  os  frades  removida  para  a  egreja  do 
mosteiro,  collocando  na  ermida  uma  nova 
imagem,  a  que  deram  o  titulo  de  Nossa  Se- 
nhora da  Memoria. 

Passados  tempos,  imaginaram  os  frades 
que  a  Senhora  antiga  não  estava  bem,  sen- 
tada, e  que  ficaria  melhor  se  estivesse  de 
pé,  pelo  que  a  serraram  pela  cinta,  fazendo- 
Ihe  de  madeira  a  parte  inferior  do  corpo.  A 
Senhora  tem  o  menino  Jesus  no  braço  es- 
querdo, e  como  o  direito  estava  apoiado  so- 
bre %  cadeira,  lh*o  serraram  também,  sub- 
stituindo-o  por  um  de  páu,  empunhando  um 
sceptro  de  rainha. 

O  duque,  como  fica  dito,  reedificou  o  mos- 
teiro, no  mesmo  sitio  do  antigo,  porém  de- 
pois (1544)  resolveu  mudal-o  mais  para  bai- 
xo, para  um  sitio  menos  desabrido. 

Aconteceu  por  este  tempo,  vir  a  Portuga!» 
frei  João  Calvo,  geral  de  toda  a  ordem  fran- 
ciscana, na  Hespanha,  que  também  deu  o 
seu  consentimento  para  esta  instituição. 

Próximo  à  capella  se  vô  outra  ermidinha, 
que  foi  a  cella  em  que  viveu  S.  Pedro  d' Al- 
cântara. Tem  a  imagem  d*este  santo,  e  uma 
campainha,  com  cujo  toque  elle  convocava 
os  outros  religiosos  para  a  oração. 

Este  mosteiro  era  a  cabeça  da  sua  refor- 
ma em  Portugal,  chegando  a  haver  em  todo 
o  reino  21  mosteiros  dependentes  d*elle. 

Fora  do  mosteiro,  e  antes  de  chegar  a  elle, 
se  vêem  dez  ermidas,  três  das  quaes  foram 
principiadas  pelo  duque  d* Aveiro,  D.  Alvart 
de  Lencastre,  e  concluídas  e  feitas  as  outras 


172 


NOS 


sete,  por  sua  nora,  D.  Maria  Uaorique,  mar- 
qneza  de  TorresNovas,  e  depois,  daqueza 
d*Àveiro.  Esta  senhora  gastou  nas  ermidas 
triDta  mil  crazados  (12  contos  de  réis),  mast 
retirando  se  para  Caatella,  ficaram  as  capei- 
las  completas,  mas  sem  imagens. 

Também  a  pouca  distancia  do  mosteir(^ 
está  uma  caprichosa  capella,  dedicada  ao 
Menino  Jesus,  mandada  fazer  pelo  dito  du- 
que, D.  Álvaro,  de  singular  e  engenhosa  ar- 
chitectura. 

Esta  capella  é  oitavada,  tendo  no  centro» 
nm  altar  com  quatro  faces,  cada  uma  com 
sua  frente,  ara  e  alampada,  e  em  todas  as 
quatro  se  dizia  missa.  No  meio  d*ellas,  está 
o  MeniDo  Jesus,  em  um  tabernáculo.  É  um 
templo  luxuoso,  e  o  único,  no  seu  género» 
em  Portugal.  Consta  que  importou  em  dez- 
oito mil  cruzados.  (7:2OOi0OOO  réis.) 

No  districto  do  mosteiro,  e  dentro  da  sua 
cerca,  ha  muitas  ermidas,  com  os  passos  da 
paixão  de  Jesus-Christo,  e  perto  da  egreja, 
a  capella  de  Nossa  Senhora  da  Piedade,  para 
a  qual  foi  mudada  a  imagem  do  Senhor-Mor- 
to,  de  estatura  natural  (que  primeiro  esteve 
na  egreja  do  mosteiro),  em  1715. 

Já  se  sabe  —  tudo  isto  está  muito  damni- 
ficado. 

Para  o  mais  que  se  desejar  saber,  vide 
Arrábida,  serra,  no  logar  indicado,  do  1.** 
volume. 

Todas  as  mais  capellas  que  aqui  faltam, 
devem  ser  procuradas,  ou  nas  terras  da  sua 
situação,  ou  na  palavra  Sanctuarios. 

Declaro  porém,  que,  para  não  enfadar  os 
leitores  com  a  relação  de  todas  as  capellas 
t  ediculas  que  ha  no  reino,  só  mencionarei 
as  que  julgar  mais  dignas  de  memoria,  pela 
sua  antiguidade,  pela  sua  architectura,  ou 
pelos  factos  históricos  que  nos  recordarem. 

NOSSA  SENHORA  DA  CARIDADE,  fre- 
guezia  do  Alemtejo.  Vide  Caridade,  a  pag. 
ilO,  col.  1.%  no  principio,  do  1*  volume. 

NOSSA  SENHORA  DA  CONCEIÇÃO,  fre- 
guezia  do  Algarve.— Vide  Conceição,  2.®  vol, 
pag.  366,  col.  1%  no  fim. 

NOSSA  SENHORA  DA  CONCEIÇÃO,  fire 
gnezià  do  Alemtejo.  —  Vide  Conceição,  2.* 
vol.»  pag.  366.  coL  !• 


NOS 

NOSSA  àENHORA  DA  CONCEIÇÃO  — TI- 

de  Lisboa. 
NOSSA  SENHORA  DA  CONCEIÇÃO,  fre- 

guezia  do  Algarve.— Vide  Conceição,  %•  voL, 
pag.  366,  col.  2.*,  a  ultima  mencionada. 

NOSSA  SENHORA  DA  CONSOLAÇÃO  — 
A  pag.  379,  col.  2.%  do  2.*  volume,  fallei  da 
aldeia  da  Consolação,  no  concelho  de  Peni- 
che. 

Como  depois  d*isso  (em  setembro  de  1875) 
fui  de  propósito  visitar  esta  povoação,  aecres- 
cento  n*este  logar,  mais  o  seguinte : 


Ha  aqui  uma  bonita  e  ampla  capella,  de 
Nossa  Senhora  da  Consolação  (que  deu  o 
nome  á  aldeia).  Tem  capella-mór,  toda  for- 
rada de  azulejos,  e  o  corpo  da  egreja  tam- 
bém tem  as  paredes  revestidas  de  azulejos» 
até  dois  metros  da  sua  altura. 

Todos  estes  azulejos  teem  formosas  pin- 
turas, representando  os  passos  da  vida  de 
Nossa  Senhora. 

Notei  que  todas  as  egrejas  e 
capellas  doestes  sítios  são  for- 
radas de  formosos  azulejos,  ri- 
valisando  na  perfeição  do  de- 
senho, oom  os  melhores  de  Lis- 
boa. 
A  capella  tem  a  porta  principal  virada 
para  o  mar,  que  lhe  fica  a  uns  150  metros 
ao  O.  —  É  muito  bonita  e  está  cuidadosa- 
utente  ornada  e  caiada  de  novo,  interna  e 
externamente.Tenho  visto  egrejas  parochiaes 
mais  pequenas. 

Pertence  á  freguezia  de  Athouguia  da  Ba- 
leia (e  não  á  de  Peniche,  como  por  mal  in- 
formado disse  no  2  <*  volume). 

O  Sanctuario  Marianno,  ou  não  traz  esta 
capella,  ou  é  a  que  menciona  a  paginas  130 
do  tomo  2.'' ;  mas,  se  é  esta,  vem  errada,  pois 
a  dá  na  freguezia  de  Chão  de  Parada,  paro- 
chia  que  não  existe,  e  no  termo  da  villa  da 
Óbidos,  quando  o  ó  no  de  Peniche,  e,  mais 
propriamente,  no  da  villa  de  Athouguia  da 
Baleia,  cabeça  de  um  antiquíssimo  conce- 
lho, que  foi  supprimido  depois  de  1834,  e 
eneorporado  no  de  Peniche. 

Esta  capella  é  antiquíssima,  e  não  se  sabe 
quando  nem  por  quem  foi  edificada.  O  mes- 


NOS 

mo  Sanctttario  Maríanno,  se  é  d*e8ta  qae  . 
íalla,  não  sabe  nada  da  sua  origem. 

Ao  S.  e  ao  E.  da  capella,  estào  bonitas  ca- 
sas, que  servem  de  aposento  às  pessoas  que 
Tão  para  alli  tomar  banhos,  e  aos  habitan- 
tes do  logar. 

A  viila  de  AtoQguia,  fica  a  2  kilometros 
aE. 

Mesmo  em  frente  da  capella,  ^obre  ama 
ponta  de  rochedos  calcareos  que  avança  para 
o  mar,  está  ama  fortaleza,  menos  mal  con- 
servada; mas  sem  guarnição.  Tem  ainda  al- 
gumas peças  de  ferro,  de  grosso  calibre,  mas 
completamente  inúteis,  carcomidas  de  ferru- 
gem tí  desmontadas.  Tem  ainda  de  pé  e  bem 
conservado,  parte  do  quartel  militar,  com 
tarimbas  de  madeira,  em  bom  estado :  o  resto 
do  quartel  tem  apenas  as  paredes,  desman- 
teladas. 

Ê  sólidameote  construído  sobre  os  roche- 
dos, e  com  pequeno  dispêndio  se  punha  em 
bom  estado  de  defeza.  Poi  construído  por 
D.  Affonso  VI,  pelos  annos  de  4665.  —  So- 
bre a  porta  da  fortaleza,  estão  as  armas  de 
Purtugal,  ainda  picadas  pelos  fk'ancezes,  em 
ld07,  sem  haver  uma  camará  que  as  refor- 
masse, uu  que,  ao  menos,  fizesse  como  fize- 
ram na  porta  da  cidadella  de  Peniche,  que 
lhe  pozeram  os  castellos  e  os  escudos  posti- 
ços. 

Por  baixo  das  armas,  está  uma  extensa 
inseri pção,  que  não  pude  ler,  porque,  fi- 
cando bastante  alta,  era  preciso  uma  escada, 
que  não  achei,  apezar  de  mandar  percorrer 
todas  as  casas  da  povoação. 

Teve  ponte  levadiça  sobre  o  fosso,  que  é 
bastante  fundo,  a  qual  está  hoje  substi- 
tuída por  uma  ponte  de  pedra. 

Póra  das  portas  do  forte,  entre  elle  e  a 
capella,  ha  um  não  pequeno  baluarte,  muito 
mais  antigo  do  que  o  forte,  e  de  robustas 
muralhas,  olhando  as  suas  canhoneiras  para 
Peniche,  que  lhe  fica  a  ONO.  —  Consta  que 
estas  fortittciíçde»  são  do  tempo  de  D.  Joãol. 

O  fone  da  Consolação,  a  cidadella  e  praça 
de  Peniche,  e  a  pequena  península  e  ilhéus 
do  Baleai,  formam  um  triangulo,  e  se  fossem 
bem  aproveitadas  t&Ua  posi^'Õe8  e  a  da  Ber- 
lenga,  seriam  as  mais  temíveis  de  todo  o 
nosso  iittoral.  (Vide  Peniche). 


NOS 


173 


NOSSA  SENHORA  DA  CONSOLAÇiO,  de 

Alvados,  ou  de  Âlbardos. 

A  pag.  170,  col.  2.',  do  i.""  vol,  tratei  d*esta 
freguezia;  mas  depois  obtive  mais  alguns 
esclarecimentos,  e  são  os  seguintes : 

A  parocbia  de  Nossa  Senhora  da  Conso^ 
lação,  de  Alvados,  era  filial  da  de  Nossa  Se- 
nhora dos  Murtinhos,  a  cuja  egreja  estava 
annexa  uma  ermida  que  havia  no  logar  de 
Alvados,  dedicada  a  Nossa  Senhora  da  Con- 
solação, e  a  «-Ua  hiam  os  beneficiados  da 
egreja  dos  Murtinhos,  dizer  missa,  por  tur- 
no, aos  moradores,  nos  dias  sanctíficados, 
recebendo  por  isso  certa  renda,  em  trigo; 
mas  hiam  receber  os  sacramentos  à  de  Porto 
de  Mós,  e  n'elta  se  sepultavam. 

Sendo  SuoHno  PontiOce,  Paulo  IV,  se  im* 
petrou  breve,  para  que  a  referida  ermida 
fosse  elevada  a  egreja  matriz,  o  que  o  papa 
lhe  concedeu,  por  bulia  pontiflcia,  em  15^. 

AcollegiadadeOurem,  apresentava  o  cura, 
e  lhe  pagava  duas  partes  da  ordinária,  que 
tinha  o  commendador,  que  vinha  a  ser— 80 
alqueires  de  trigo,  25  almudes  de  mosto 
e  4^000  réis  em  dinheiro. 

Eram  obrigados  á  fabrica  da  egreja,  ea- 
pella-mór  e  sacristia,  os  vigários  das  egre- 
jas  de  S.  Pedro,  S.  João,  e  da  dita  collegia- 
da;  todos  com  igual  parte. 

Também  eram  obrigados  a  dar  casas  para 
residência  do  cura;  que  além  do  que  fica 
mencionado,  tinha  algumas  amentas  — vo- 
luntárias —  de  meio  alqueire  de  trigo. 

Tinha  esta  freguezia  em  1650,  210  fogos. 

A  capella-mór  da  egreja,  é  de  abobada. 
O  altar  mór,  foi  feito  á  custa  dos  fregueses, 
ehi  1645;  castou  o  feitio,  40M00  réis.  — A 
madeira  fui  dada  pelo  povo,  assim  como  os 
carretos. 

Em  frente  da  fíreguezia,  lhe  fica  o  Patel, 
na  serra  d*Albardos. 

Não  ha  na  freghezia  fonte  alguma,  e,  ape- 
nas um  poço,  de  muito  bôa  agua>  no  campo 
que  fica  por  baixo  do  logar,  e  do  qual  poço 
todos  bebem.  Junto  d*ellti  esiá  uma  lagoa  que 
nunca  sécca,  d'onde  bebem  os  gados.  Na 
Serra  da  Pia  Carneira,  ha  pias  naturaes, 
que  levam  pipas  d*agua,  da  chuva,  qae  con- 
servam até  ao  Terão,  sendo  então  aprovei' 
tada. 


174 


NOS 


Este  campo  é  nmito  fértil ;  mas  é  poBOO  j 
extenso.  * 

Ha  no  districto  doesta  paroehiaas  ermidas 
segaintes: 

Em  Pia-Cameira,  uma»  dedicada  a  S.  Se- 
bastião, feita  por  um  particular,  em  1604. 
Os  moradores  do  logar,  e  seus  visinhos,  sao 
obrigados  à  sna  fabrica. 

No  Covão  da  Nogueira^  ontra,  dedicada  a 
S.  Bento. 

Nos  Penedos-Âltos,  outra,  da  invocação  de 
Santo  António. 

Ambas  estas  capellas  foram  construídas 
pelos  moradores  dos  respectivos  logares,  e 
são  por  elles  fabricadas. 

NOSSA  SENHORA  DA  ESPERANÇA,  fre- 
guesia do  Alemtejo.— Vide  Esperança-^Yol 
3.%  pag.  60,  col.  2.« 

NOSSA  SENHORA  DA  ESPERANÇA— Vi- 
de na  mesma  pag.  60,  a  freguesia  que  vae 
descripta  depois  da  antecedente. 

NOSSA  SENHORA  DA  ESPERANÇA,  de 
Alpedriz. 

Já  tratei  d'esta  freguesia,  a  pag.  159,  col. 
2.%  do  i.""  vol— Accrescento  agora  mais. 

O  priorado  d'esta  freguesia  é  muito  anti- 
go, e  tinha  beneflciados.  Foi  primeiramente 
da  invocação  de  Santa  Maria  Magdalena.  O 
prior  é  que  apresentava  os  beneficiados,  e 
collava,  e  mandava,  com  censura  aos  notá- 
rios que  lhes  dessem  posse. 

Extinguiram-se  os  beneficios,  e  parte  do 
priorado;  mas  não  consta  quando,  nem  por- 
que. 

Tinha  o  prior,  duas  partes  dos  fructos,  e 
o  pé  de  altar,  ofifertas,  residência,  e  pas- 
saes. ' 

Tinha  esta  freguesia,  em  1650,  150  fo- 
gos. 

O  prior  e  os  parochianos  eram  obrigados 
à  fabric  i  da  egreja. 

A'  fabrica  da  capella-mór  e  da  sacristia, 
éra  somente  obrigado  o  prior. 

Ha  na  egreja,  e  guardadas  em  um  cofre, 
umas  relíquias,  mas  não  se  sabe  de  quem. 

Capellas 


Junto  á  vilia,  e  pela  parte  de  cima,  está  a 
ermida  de  Santo  António.  ' 


NOS 

Na  Ribeira  do  Pereiro,  ha  a  de  Nossa  Se- 
nhora da  Consolação. 

Ambas  são  fabricadas  pelos  moradiures. 

No  logar  dos  Montes,  ha  a  de  São  Vicen- 
te, edificada— por  ordem  do  visitador  — em 
1652.  O  povo  é  obrigado  á  sua  fabrica. 

Teve,  quando  era  concelho,  juis,  vereado- 
res, procurador  do  concelho,  casa  da  cama- 
rá, eom  cadeia,  e  um  açougue  do  munici- 
pio. 

O  corregedor  de  Leiria  conhecia  das  can- 
sas d*esta  villa,  não  como  corregedor,  mas 
como  ouvidor  do  mestrado  de  S.  Bento  ds 
Avis. 

O  juiz  de  fora,  hia  cada  anuo,  eom  um  dos 
seus  escrivães  (por  turno)  lançar-lhe  as  si- 
sas. 

Teve  n*esta  villa,  como  em  cabeça  de  com- 
menda  d'Avis,  Ayres  de  Sousa  e  Castro,  os 
direitos  dos  oitavos  dos  linhos,  vinhos  e  ou- 
tros géneros,  que,  uns  annos  por  outros»  ren- 
diam 40  a  501000  rs.  O  resto  da  commen- 
da  era  em  Tremez  e  Rio  Maior. 

NOSSA  SENHORA  DA  FREIXA  —  Yide 
Freicha  e  Marco  de  Canavezes. 

NOSSA  SENHORA  DO  FREIX0~ó  o  no- 
me antigo,  da  actual  freguesia  do  Freixo,  ns 
Alemtejo.  E'  a  2.*  mencionada  a  pag.  233^ 
col.  2.«,  do  3.<»  vol. 

NOSSA  SENHORA  DA  GAIOLA--das  Cár- 
tes. 

Tratei  d'esta  fireguesia,  apag.  402,  col.  1.% 
do  2.«  vol.  Agora  augmente  mais  o  seguinte. 

No  anno  de  1550,  o  bispo  de  Leiria,  D. 
Brás  de  Barros,  erigiu  provisoriamente  a 
ermida  de  Nossa  Senhora  da  Gaiola,  no  lo- 
gar das  Cortes,  em  egreja  paroehial,  para 
os  moradores  d*este  logar  e  circumvisinhos^ 
em  quanto  se  não  construisse  a  egreja  da  Sé 
d'aqueila  cidade,  para  onde  tencionava  Oian- 
dal-08. 

Ficou  a  nova  freguesia,  com  80  fogos. 

Em  1582,  o  bispo,  D.  Pedro  de  Castilho, 
creou  definitivamente  esta  parochia,  fican- 
do a  mesma  ermida  servindo  de  egreja  ma- 
tris,  em  quanto  se  não  construía  a  nova. 

Em  1607,  estando  a  egreja  paroehial  con- 
cluída, para  ella  se  mudaram  as  imagens^ 
utencilíos  e  paramentos  da  capella,  que  o 
bispo  D.  Martin  AíTonso  Mexia,  mandou 


NOS 


NOS 


175 


^amolir.  O  cabido  oppôz-se  a  esta  de- 
liberação 6  hoave  letigio;  mas  a  ordem 
do  bispo  preTaleceo,  e  a  capelia  foi  demo- 
Uda. 

A  fabrica  da  Sé,  era  obrigada  á  fabrica  da 
capella-mór,  saebristia  e  meio  arco  do  eni- 
seiro,  e  os  freguezes  a  tado  o  mais. 

O  cara  tinba  de  ordinária,  60  alqueires  de 
trigo,  25  almudes  de  mosto,  e  do  bispo,  em 
dinheiro,  3^000  rs.  Tioha  mais,  o  pé  de  al- 
tar«  Regulava  isto  por  60^000  réis  de  ren- 
dimento. Tinha  residência  (por  detraz  da 
egreja)  a  cuja  fabrica  eraip  obrigados  os 
freguezes. 

Em  1650,  tinha  210  fogos. 

O  logar  das  Cortes,  é  fresco  no  verão,  e 
tem  muitas  vinhas  e  pomares  de  varias  frn* 
etas.  Tem  uma  várzea  que  dá  muito  pão. 

Ermida49 

No  logar  das  Cartes,  ha  a  capelia  de  Nos- 
«a  Senhora  do  Rozario,  que  foi  construída 
em  i576,  sendo  bispo  D.  Gaspar  do  GasaL 
São  seus  administradores,  os  Âzambnjos,  do 
mesmo  logar. 

Ao  pé  da  serra,  a  de  Nossa  Senhora  do 
Monte,  no  sitio  chamado  Pé-da-Cabeça-do- 
Bom-Dia.  Foi  edificada  em  1550-  por  um  par- 
ticular, que  a  dotou  de  rendas  para  a  sua 
fabrica.  Era  então  bispo,  D.  Braz  de  Barros. 

A  ermida  do  Calvário,  que  está  em  um 
ermo,  e  somente  serve  para  ahi  Ir  a  procis- 
são dos  Passos. 

No  logar  da  Reixida,  a  capelia  de  Santa 
Mariha.  Foi  mandada  fazer  pelo  bispo  D. 
Diniz  de  Mello,  para  administração  dos  sa- 
cramentos; epor  i.^so,  os  moradores  d*aquel- 
le  logar  e  circumvisinhos,  são  obrigados  à 
sm  fábrica. 

NOSSA  SENHORA  DA  GLORIA— fregue- 
guezia,  Alemtcjo.  E*  o  nome  da  actual  fre- 
guezia  da  Gloria,  mencionada  a  pag.  281, 
col.  1.*,  no  principio,  do  3.*  vol. 

NOSSA  SENHORA  DA  LUZ  —  freguezia, 
Alemtejo.  Vide  Luz,  a  pag.  502,  col.  2.%  do 
TOl.  4.» 

NOSSA  SENHORA  DA  LUZ— freguezia,  do 
Algarve—Vide  Luz,  a  pag  502,  col.  2.%  no 
fim»  do  4.<>  vol. 


NOSSA  SENHORA  DA  LUZ— freguezia— 
Vide  no  mesmo  4.«  vol.,  a  freguezia  imme- 
díata  á  antecedente. . 

NOSSA  SENHORA  DOS  MARTTRES,  fre- 
guezia do  Alemtejo — Vide  Martyres,  a  pag. 
114,  col.  2.%  do  5.*  vol. 

NOSSA  SENHORA  DOS  MARTTRES— fre- 
guezia— Vide  Castro-Marim,  villa  do  Algar- 
ve, e  Sanctuarios,  na  palavra  Nossa  Senho- 
ra dos  Martyres, 

NOSSA  SENHORA  DO  MONTE  —  Ha  va- 
rias freguezias  com  esta  denominação,  que 
já  estão  no  5.*  vol.,  sob  a  palavra  Monte. 

NOSSA  SENHORA  DAS  NEVES— fregue- 
zia do  Alemtejo — Vide  Neves. 

NOSSA  SENHORA  DA  ORADA— freguezia 
do  Alemtejo.  Vide  Orada. 

NOSSA  SENHORA  DA  ORADA— freguezia 
do  Douro  (bispado  de  Coimbra)  Vide  Orada. 

NOSSA  SENHORA  DA  ORADA— freguezia 
do  Alemtejo.  Vide  Orada. 

NOSSA  SENHORA  DO  PESO  —  As  3  fre- 
guezias d*esta  denominação,  vão  todas  na  pa- 
lavra Peso. 

NOSSA  SENHORA  DOS  PRAZERES-Vi- 
de  Prazeres. 

NOSSA  SENHORA  DA  PURIFICAÇÃO  — 
das  Freixiandas,  ou  Freixiendas. 

Já  está  a  pag.  232,  col.  1.*,  no  fim,  do  3.« 
vol.  Aqui  accrescento  o  seguinte. 

Havia  junto  á  villa  de  Ourem,  no  logar  de 
Freixiandas,  um  priorado,  com  boas  rendas 
e  beneficiados,  instituído  em  1445,  sendo  pa- 
pa Eugénio  IV,  e  arcebispo  de  Lisboa,  D. 
Pedro  de  Noronha  (vol.  4.*,  pag.  272,  col. 
1.*)  por  D.  AfTonso,  conde  de  Ourem  e  mar- 
quez  de  Valença.  * 

Passado  tempo,  pediu  o  marquez,  ao  ar- 
cebispo D.  Pedro  de  Noronha,  que,  para  se 
celebrarem  os  oíficios  divinos  com  mais  au- 
thoridade,  perfeição,  devoção  e  solemnida- 
de,  e  com  maior  numero  de  ministros,  lhe 
alevantasse  em  collegiada,  a  egreja  de  San- 
ta Maria,  extioguindoseas  outras  vigaria 
rias,  priorados  e  beneQcios,  quando  vagas- 
sem; para  se  crearem  as  digoidadcs  e  cóne- 
gos. Assim  se  fez,  excepto  nas  egrejas  de 
Porto  de  Moz. 

^  Era  filho  de  D.  Afi'onso,  1.*  duque  de 
Bragan!;a,  e  neto  (por  bastardia)  d^  D.  Joào  I» 


176 


NOS 


Assim,  ficoa  o  marquez  com  doas  terças 
partes  dos  disimos  de  todos  os  fructos  do  sea 
dlstricto^que  era— a  freguezia  da  cottegiada 

—  asdas^reixiaDdas,  Seí^a,  Otíval,  Fátima, 
e  Santa  Catharina  da  Serra.  A  oalra  terça 
parte,  era  do  cabido  de  Lisboa,  e  do  collegio 
(jesQita)  de  Santo  Antão,  d*esta  ultima  cida- 
de; mas  para  este  colieglo,  foi  só  emqoanto 
durassem  as  obras. 

Ainda  tinha  mais  nas  egrejas  de  S.  Pedro 
e  S.  João,  de  Porto  de  Mós,  a  terça  parte  dos 
dij(imo9. 

O  priorado  tinha,  alem  d*is80,  umas  casas 
annexas,  e  outras  propriedades. 

Extinguindo-se  o  priorado  e  benefícios 
das  Freíxiandas,  como  Úca  dito,  ficou  a  egre- 
ja,  da  invocação  de  Nossa  Senhora  da  Puri- 
^  ficação  (ou  das  Candeias)  servida  por  um 
cura  annual,  amovível,  até  1567.  Então,  sen- 
do arcebispo  de  Lisboa  o  infante  D.  Henri- 
que (irmão  de  D.  João  III,  e  que  veio  a  ser 
rei  de  Portugal),  em  consideração  a  haver 
esta  egreja  sido  priorado,  e  que,  sendo  viga- 
riaria,  ãcria  melhor  servida,  a  erigiu  em  vi- 
gariaria  perpétua,  reservando  para  si  e  seus 
successores  o  provimento  d'ella;  porém  o 
cabido  da  collegiada  de  Ourem,  oppôz-se, 
allegando  e  provando  que  lhe  pertencia  a 
apresentação,  por  ser  egreja  unida  á  colle- 
giada, e  obteve  sentença  à  seu  favor. 

Taxou  (o  cabido)  de  ordinária,  ao  vigário, 
40^000  réis  em  dinheiro,  pagos  por  elie,  e 
o  pé  de^aUar  da  dita  egreja  e  da  de  S.  Jorge, 
da  freguezia,  algumas  amentas—voluntarias 

—  de  meio  alqueire  de  trigo  cada  umá,  ne- 
nhuma perpélua :  dáva-lhe  mais  o  cabido, 
dois  almudes  de  vinho,  para  as  missas,  e 
dois  alqueires  de  trigo,  para  hóstias  —  que 
tudo  andava  por  Í20M00  réis  annuaes,  de 
renda.  Não  tem  residência. 

Pôz  encargo  ao  vigário,  das  missas  dos 
domingos  e  dias  sanctificados,  pro  pcpulo,  e 
às  segundas  feiras,  pelos  defuntos. 

O  cabido  ficou  obrigado  à  fabrica  da  egre- 
ja; mas,  no  anno  de  1639,  fez  contrato  com 
08  freguezes  d'ella,  e  lhes  dà  cada  anno  para 
a  fabrica  (que  elles  tomaram  sob  sua  respon- 
sabilidade) 6*^000  réis  e  as  covagens  —  que 
érá— de  cada  cova,  dentro  da  egreja,  cada  vez 


NOS 

qúen*e]la8e  enterrasse  algiun  defoncto,  fXfi 
réis. 

Foi  este  contracto  com  a  condição  de  que 
•— cahindo  a  egreja,  ou  arruinando-se,  oca* 
bido  a  mandaria  reedificar,  ou  reparar. 

Ermidas 

No  sitio  do  Farrêu,  a  de  Santo  António, 
construída  em  1600,  por  um  particular,  qu^ 
a  dotou  com  rendas  para  asna  fabrica.  Dis- 
se-se  aqui  a  primeira  missa,  em  1601. 

Junto  ao  logar  do  Arneiro,  a  de  S.  Jorge^ 
muito  antiga.  Tem  confraria.  Faz-se  aqui 
uma  romaria  e  feira  no  dia  do  padroeiro. 

A  de  Rio  de  Couros,  de  Nossa  Senhora  da 
Ajuda,  junto  a  uma  quinta.  Foi  construída,, 
em  1633,  por  um  particular,  que  lhe  estabe- 
leceu rendas  para  a  sua  fabrica. 

No  mesmd  sitio,  entre  um  olival,  está  a 
ermida  de  Nossa  Senhora  da  Natividade,  cu- 
jas offertas  rendiam  cada  anno,  ao  cabida 
da  collegiada,  6  a  7/000  réis.  Ê  muito  an- 
tiga, e  fazem-se  lhe  algumas  romarias.  Na 
festa  principal  (8  de  setembro)  ha  aqui  feira 
e  romaria,  muito  concorridas. 

Esta  ermida  é  actaalaiente 
egreja  matriz.  —  Não  se  sabe 
quando  para  aqui  foi  removi- 
da da  antiga,  mas  suppõe-se 
que  foi  em  1728,  por  estar  es- 
ta  data  gravado  na  pia  baptis- 
mal. 

Na  Freixianda,  que  é  por  cima  da  paro- 
chiai,  a  de  S.  Miguel. 

No  logar  do  Arneiro  (alem  da  de  S.  Jorge) 
a  de  Santa  Martha,  construída  em  1607,  por 
ordem  do  visitador.  É  fabricada  pelos  mora- 
dores do  logar  e  visiohos. 

Entre  a  Cabeça  da  Cabra  e  a  Aventeira,  a 
de  S.  Pedro,  apostolo. 

Na  Fandoeira  (ou  Fundoeira)  a  de  S.  Ro- 
mão. 

Na  Valle  de  Carvalho,  a  de  Nossa  Senho- 
ra da  Graça.  Todas  bão  fabricadas  pelo  povo. 
Ftram  mandadas  fazer  pelu  visitador,  para 
administração  dos  sacramentos. 

No  SummOf  a  de  Nossa  Senhora  da  Nati- 
vidade, feita  e  dotada  por  AfTunso  Pires  Lua- 
reiro,  vigário  que  fui  d*esta  parochia,  que 


NOir 


NOZ 


171 


deixou  administrador  e  certa  obrigação  de 
miseas. 

Na  Salguem^  a  de  Nossa  Senhora  da  Es- 
perança»  qae  tem  administrador  e  fabrica 
partiealar. 

Na  ChamécOj  a  de  Nossa  Senhora  do  Am- 
paro, feita  por  ordem  do  visitador,  para  ad- 
ministração dos  sacramentos.  Coneedea-se 
licença  para  esta  constracçao,  em  junho  de 
1657. 

NOSSA  SENHORA  DAS  RELÍQUIAS— Vi 
de  Relíquias. 

NOSSA  SENHORA  DO  ROSARIO-Ha  ires 
fregaexias  d*este  nome  — para  todas,  yide 
Rosário, 

NOUDAR— Vide  iVbdor. 

NOURA-— fregnexia, Trazos-MoBtes,  con- 
celho de  Marca,  comarca  d* Alijó,  arcebispa- 
do e  i05  iLiiometros  a  N.  E.  de  Braga,  380 
ao  N.  de  Lisboa,  160  fogos. 

Em  1757  tinha  61  fogos. 

Orago,  (fossa  Senhora  da  Annnnciação. 

Districto  administrativo  de  Villa-ReaL 

O  cabido  da  collegiada  de  Nossa  Senhora 
da  Oliveira,  de  Goimarães,  apresentava  o 
cara,  que  tinha  20^000  réis  de  côngrua  e  o 
pé  de  alur. 

Ha  n'e8ta  freguesia  três  castellos  muito 
antigos,  chamados  —  de  Noura,  de  Sobrêdo, 
e  de  Cidadonha. 

Foi  vilia,  e  é  povoação  antiquíssima.  O  seu 
nome  é  corrupção  do  árabe  Naúra,  que  si- 
gnifica nára  (macbina  hydraulica). — Vem  a 
ser — povoação  da  nora, 

D.  Sancho  II  lhe  deu  foral,  a  8  de  maio 
de  1224.  — Vem  no  L."»  d.""  dcLS  Doações 
de  D.  Âffernso  III,  a  fl.  66  v.,  e  no  !,<"  de 
foraes  velhos  de  leitura  nova,  fl.  131  v., 
col.  !.• 

D.  Affonso  III  lhe  deu  outro  foral,  confir- 
mando o  antigo,  em  Santarém,  a  10  de  janei- 
ro de  1268.  (£.<"  !•  de  Doações,  de  D,  Affon- 
so III,  fl.  86,  col.  1.') 

NOVA  CINTRA -Vide  Carriche,  vol.  2.% 
pag.  127,  coL  2.» 

Era  aqui  a  4.*  estação  do  caminho  de  fer- 
ro Larmanjat.  Pica  a  8  kilometros  a  N.O.  de 
Lisboa.  • 

NOVAES  —  fk^guezia,  Ninho,  comarca,  e 
concelho  de  Vilia  Nova  de  Famalicão,  18  ki- 

VOLUMB  VI 


lonetros  ae  a  de  Braga,  340  ao  N.  de  lis* 
boa,  tinha  em  1757,  54  fogos. 

Orago,  S.  Simão,  apostolo. 

As  religiosas  de  Santa  Clara,  de  Vilia  do 
Conde,  apresentavam  o  vigário,  collade,  que 
tinha  50^000  réis  de  rendimento. 

Esta  freguezia,  está  actualmente  annexa 
á  de  Rmoães. 

NOVÊA,  ou  NOVENA— portQguez  antigo 
—a  9.*  parte.  Acha-se  este  termo  com  mui- 
ta  frequência,  nos  livros  e  escrípturas  anti- 
gas. Ainda  nas  cortes  de  Lisboa,  de  1455,  se 
falia  em  pam  aneveado.  (Doe.  de  Lamego,  do 
secuio  XIV.) 

N0VE6ILDE,  ou  NOVOGILDE— Vide  Ne* 
vogUáe, 

NOVÊLHE-Vide  Brêa  e  Umêlhe. 

NOVELLAS  •—  freguezia.  Douro,  comarca 
e  concelho  de  Penafiel,  36  kilometros  ao  N.E* 
do  Porto,  360  ko  N.  de  Lisboa,  100  fogos. 

Em  1757  tinha  98  fogos. 

Orago,  o  Salvador. 

Bispado  e  districto  administrativo  do  Porto. 

O  abbade  beneditino,  do  mosteiro  do  Ros* 
téUo  (Penafiel)  apresentava  o  cura,  que  ti- 
nha 16^000  réis  de  côngrua,  e  o  pé  d'altar. 

É  terra  fértil. 

NOZÊDO,  ou  NUZÊDO— DE  CIMA— fire- 
guezia  (supprimida)  de  Traz- os  Montes,  co- 
marca e  concelho  de  Vinhaes,  65  kilometros 
de  Miranda,  475  ao  N.  de  Lisboa.  Tinha  em 
1757,  61  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra^ 
gança. 

Antigamente  dava-se  a  esta  freguezia  o 
nome  de  Nozêdo  Traspassante. 

O  reitor  de  Tiozêllo,  ou  Toizêllo,  apresen- 
tava o  cora,  que  tinha  SJIOOO  róis  de  côn- 
grua, e  o  pé  de  altar. 

Esta  freguezia  está  hoje  annexa  á  de  2Vá- 
zêllo. 

NOZÊDO— freguezia,  Traz-os-Montes,  co- 
marca e  concelho  du  Chaves,  105  kilometros 
a  N.E.  de  Braga,  430  ao  N.  de  Lisboa.  Tinha 
em  1757,  40  fogoíi. 

Orago,  o  S<«Ivador. 

O  parocho  era  vigário,  confirmado,  da 
apresentação  do  reitor  da  freguezia  de  San- 
ta Leocadia  de  Moreira.  (VoL  4.S  pag.  89^ 

12 


178 


MJM 


eol.  2.*)  e  tinha  de  rendimento,  55^000  réi8« 

£8ta  freguezia,  está,  desde  o  fim  do  seea* 
lo  XVÍII,  annexa  á  de  Santa  Leoeadia  de 
Moreira. 

Ambas  tinham  sido  do  extincto  eoneeiho 
de  Carrazedo  de  Monte-Negro. 

NOZÊDO  DE  SUB-GASTELLO -- fregne- 
zia,  Traz-os-Montes,  comarca  e  concelho  de 
Vinhaes,  80  kilometros  de  Miranda,  480  ao 
N.  de  Lisboa.  Tinha  em  1757,  21  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Expecta^. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Era* 
gança. 

O  abbade  de  Rebordôllo,  apresentava  o 
enra,  qae  tinha  8JIO0O  róis  de  côngrua,  e  o 
pé  d'altar. 

Esta  freguezia  está  desde  o  fim  do  secn- 
lo  XVIII  annexa  á  de  Rebordéilo^  doeste  con- 
celho. 

NUMiO— fregaezia  (e  antiquíssima  ¥ílla]^ 
Beira-Baixa,  comarca  e  concelho  de  Yílla- 
Nova  de  Foz-Gôa  (foi  antigamente  do  con- 
celho de  Freixo  deNnmão,  comarca  da  Pes- 
queira), bispado  e  50  kilometros  do  Lame- 
go, 350  ao  N.  de  Lisboa,  150  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Districto  administrativo  da  Guarda. 

Situada  em  logar  muito  alto  e  forte,  pelo 
que  também  se  chama  Monforte,  i  É  cercada 
pelo  Douro  e  Teja,  aqueile  pelo  N.  e  este  pe- 
lo K.— Vide  Teja,  rio.) 

Tem  um  castello  com  15  torres,  de  can- 
taria, tudo  arruinado,  e  uma  torre  com  seu 
relógio. 

É  uma  das  mais  antigas  povoações  da  Pe- 
ninsula,  como  adiante  direi. 

Foi  povoação  romana,  gothica  •  árabe. 
Com  as  gutTras  que  os  irmãos  D.  Thedon 
{Theudo  ou  Thedo)  Ramires  e  D.  Rauzendo 
Ramires— (íilboâ  de  D.  Hormigio  Albazar  Ra- 
mires e  de  D.  Dordia  Ozores,  e  netos  do  in- 
fante, D.  Alboazar  Ramires  (u  Cid)  e  dé  D. 
Helena  Godés — e  bisoetes  de  D.  Ramiro  II, 
rei  de  L^âo,  e  da  formosa  Zahara  (Vide  An- 
cora, Cabriz,  Calle,  Granja  do  Tedo,  Pare- 

*  No  foral  queD.Fernão  Mendes  de  Bragan- 
ça e  seus  filhos  deram  à  cidade  dt*  Noinam, 
em  1130  ((*omo  fica  dito  a  pag.  2  '>6,  col.  2.% 
do  3.<»  vol.)  âe  diz  á^tillh-^cognomento  Mon 
forte. 


NDM 

des  e  Bezendey-^om  as  guerras,  digo,  qna 

aquelles  dois  cavalleiros  fizeram  por  estas 
sitios,  desde  1030,  aos  mouros,  estes  abui- 
donaram  as  suas  povoações  da  margem  es- 
querda  do  Douro,  pelo  que,  d'ahi  a  cem  an- 
nos,  achou  D.  Affonso  Henriques  e  sua  mie^ 
esta  villa  deserta,  e  a  deram  a  D.  Femio 
Mendes  de  Bragança  e  a  seus  filhos,  que 
n*es8e  anuo  (8  de  julho  de  1130)  a  povoa- 
ram, e  lhe  deram  foral,  dando-lhe  n'eUe  o 
titulo  de  cidadã  Este  D.  Fernão  Mendes  era 
genro  de  D.  Thereza  e  cunhado  de  D.  Affoa- 
so  Henriques. 

Em  1285,  o  rei  D.  Diniz,  reedificou  e  am- 
plíou  muito  as  antigas  fortificações,  ou,  se- 
gundo outros,  mandou  construir  tudo  de 
novo,  aproveitando  os  materiaes  das  obras 
mouriscas. 

Dentro  do  castello  ha  uma  notável  cister- 
na de  cantaria,  de  óptima  agua. 

Deu-lhe  carta  de  confirmação  do  sea  an- 
tigo foral,  e  a  cathegoria  de  villa,  n*e88e  mes- 
mo anuo  de  1285. 

No  primeiro  foral  d'esta  yú 
la  (o  de  Fernão  Mendes)  depois 
de  dizer — O  homem  que  deixar 
sua  mulher,  peite  um  coelha 
ao  juiz  (IJ^continúa  —  £1  a 
aUquis  quescierU  ret^lare  af- 
ia mulier  ad  suum  mariíwm: 
quantas  noctes  Uuc  revelaice' 
rit,  tantos  CCC  (300)  sd,  (sol- 
dos) pectet  ad  suum  maritysn, 
et  ad  Patatium. 

Este  revelare,  deve  eotea- 
der-se  pelo  ajuntamento  da 
mulher  com  o  homem;  por- 
que na  Sagrada  Escríptura  se 
emprega  varias  vezes  o  termo 
—  retelare  turpitudinem,  no 
mesmo  sentido. 
Consta  que  já  no  tempo  dos  romanos  foi 
praça  de  guerra,  e  um  dos  seus  priucipaes 
'  presidies. 

A^  muitas  medalhas  romanas,  de  ouro^ 
prata  e  cobre,  que  no  seu  castello  e  Tisi- 
nhanças  se  teem  achado,  o  provam  plena- 
mente. • 

Parece  que  esta  povoação  é  mais  antiga 
do  que  o  dominio  dos  romanos  na  Lusila- 


NUM 


NUM 


179 


nia,  porqae  já  no  tempo  d*ello8  se  ehamiTa 
Naumam,  palavra  da  antiga  liogaa  hispâni- 
ca, que  significa  cidade  on  povoação  fortis- 
sima,  edificada  sobre  escarpados  rochedos. 

Nâo  erà  só  a  este  casteUo  que  se  dava  o 
nome  de  Naumam.  No  testamento  de  D.  Flâ- 
mula (Chama,  em  portngaez)  feito  em  960 
(lÀvro  {.*  de  D.  Mumadona^  de  Guimarães^ 
fl.  7)  a  varias  fortalezas  edificadas  sohre  ro- 
chedos se  dava  o  mesmo  nome,  qae  era  ge- 
nérico; porem  Nnmão,  era  assim  chamado 
por  exeeKencia,  ao  qae  parece.  N'aqaelle 
testamento,  se  designam  com  o  titolo  de 
Naumans,  os  castellos  de  Langobría  (Lon- 
grôiva)  Pena  de  Dono  (Penedòno)  Semorzel- 
U  (Gernancelhe?)  e  outros.  Vide  Langroiva. 

No  foral  de  D.  Fernão  Mendes  de  Bragan- 
f  a,  dado  aos  povoadores  de  Namão— expres- 
samente se  diz — Cititate  NomatajCognomen- 
to  Monforte— Yé'&e  pois  qae  Monforte  é  sy- 
nonimo  de  Naumam. 

Na  carta  de  confirmação  de  foral,  que  á 
villa  dea  o  rei  D.  Diniz,  lhe  conserva  o  no- 
me de  Monforte. 

Em  ii45,  o  mesmo  D.  Fernão  Mendes, 
tendo  povoado  o  castello  de  Lançroma,  en- 
tre Marialva  e  Nnmão,  o  doou  aos  cavailei- 
ros  do  Templo. 

Desde  antes  de  1130,  até  depob  de  1145, 
era  Numâo,  Penadono,  Langroiva,  Marial* 
va,  e  todas  as  mais  egrejas  d*entre  o  Côa  e 
o  Távora,  do  arcebispado,  de  Qraga.  {Mon. 
Las.,  V.,  n.  174.) 

A  falta  de  bispos  em  Viseu  e  Lamego, 
fez  com  que  se  alargassem  os  limites  do  ar- 
cebispado de  Braga,  e  do  bispado  de  Coim- 
bra, sem  attençào  ás  antigas  demarcações. 


Até  ao  fim  do  século  xni,  se  acha  sem- 
pre esta  villa  denominada  Monforte^  ou  Nu- 
mão.  Depois,  decahiDdo  esta  povoação,  e 
prosperando  o  logar  do  Freixo,  s^  começou 
este  a  chamar  Freixo  de  Numão,  tomando 
por  armas — uma  mão  estendida  ao  alto,  de- 
baixo de  uma  coroa  imperial,  entre  um  N. 
e  um  E,  que  quer  dizer  NemSo. 

Sahíndo  do  castello  para  a  villa,  pela  por- 
ta qu^  está  ao  O.,  se  vé  uma  pedra  embu- 
tida no  muro,  do  lado  direito,  que  diz: 


INCSPIT  TURRior  IN  B  iLGaxxvn 
(1189  de  J.  C.) 

Ao  entrar  pela  porta  travessa,  que  está 
ao  N.  da  egreja  matriz  da  villa  de  Numão, 
se  vé  uma  pedra  quadrada,  que  tem  ao  al- 
to uma  pia  de  agua  benta,  e  na  frente  esta 
inscripção: 

TI.  GLAUDIUS. 

8ANCIVS.  EQ. 

CHOR.  TIT.    LV 

SITÁNORVM. 

DU.  DBABVSQ. 

CONIVMBRIC. 

o.  Ij.  M. 

Parece  ser  uma  memoria,  que  Tito  Cláu- 
dio Sanches  (ou  Sancho)  cavalleiro  da  co- 
horte  Ticía,  dos  lusitanos,  consagrou  aos 
deuses  e  deusas  de  Conimbriga,  (Condeixa 
Velha.) 

No  circuito  do  vetusto  castello,  e  nos  seus 
muros,  se  vêem  muitas  inscripçSes  roma- 
nas e  milhares  de  sepultufas,  também  com 
inscripções,  nas  suas  tampas;  o  que  induz  a 
crer  que  era  aqui  a  famosa  Numanda,  ou, 
pelo  menos,  uma  cidade  importantíssima  da 
antíguidade. 

Em  1238,  deu  o  concelho  de  Numão^  a 
Dom  Abril,  uma  grande  herdade,  entre  Ce^ 
davi,  Muacagata  e  Langroivo,  ttf  faciatis  Un 
moratam,  et  pousatamr^e  o  fizeram  seu  vi* 
sinho— |)ro  adjtOorio,  et  defensione  qnam  oo- 
bi$  fttciítSy  et  promittiíis  f acere. 

Em  1242,  deu  o  mesmo  concelho,  ao  dito 
D.  Abril;  o  campo  da  TVmço,  ou  Granja  da 
Touça^  sob  a  mesma  condição. 

Vindo  depois  esta  propriedade  â  coroa,  o 
rei  D.  Diniz  a  deu  ao  mosteiiro  de  Tarouca, 
pela  terça  parte  da  villa  de  Aveiro.  Os  fra- 
des de  Tarouca,  emprazaram  depois  o  tal 
campo  da  Touca,  por  360  alqueires  de  tri- 
go, ou  36^000  réis  em  dinheiro,  que  vinha 
a  ser  a  100  réis  o  alqueire. 

No  logar  de  Amozéllo,  termo  de  Nnmão, 

mas  em  território  da  freguezia  de  Custeias 

'  (vpl.  2.*,  pag.  461,  coL  2.*)  eistá  a  capella  de 

i  Noua  Senhora  da  AíMro,  junto  a  uma  quin- 


i80 


NUM 


ta  umbem  chamada  de  Arnozéllo.  Fica  a 
uns  200  metros  da  margem  esquerda  (S.)  do 
rfo  Doaro,  em  frente  do  famoso  (e  temero- 
so) ponto  chamado  do  Cachão^  e  a  42  kilo- 
metros  de  Lamego. 

A  sua  lenda  é  a  seguinte: 

Appareceu  (em  1585)  a  um  homem  mui- 
to sinuoso,  chamado  Cypriano  Rodrigues, 
natural  e  morador  da  villa  de  Numâo,  casa- 
do com  Cattiarína  Francisca,  em  primeiras 
núpcias;  em  segundas,  com  Isabel  Affonso; 
e  em  terceiras  com  Maria  Antunes. 

A  Senhora  lhe  mandou,  que  lhe  edificas- 
se uma  ermida,  designando-lhe  ella  o  sitio. - 
Queria  o  bom  do  homem  cumprir  immedia- 
tamente  a  ordem;  porem  a  1.*  mulberseop- 
poz,  pretextando  a  grande  pobreza  em  que 
viviam,  e  que  a  appariçào  seria  alguma  ii- 
lusão  diabólica. 

K'e8sa  noite,  acordou  Cypriano,  e  viu  a 
casa  cheia  de  luzes,  e  ouviu  uma  voz  que 
faliava.  Acordou  a  mulher,  que  ouviu  dis- 
tinctamente  estas  palavras— Cypriano,  não 
temas  Jaze  a  minha  egreja,  junto  ao  lagar  de 
Amozello,  onde  te  assiffnei,  e  eu  té  serei  pro- 
picia. 

A  mulher,  à  vista  d'isto,  nào  fez  mais  op 
posição,  convindo  logo  na  edificação,  a  que 
immediatamente  se  procedeu. 

Gomo  eram  muito  pobres,  nem  todos  os 
seus  haveres  chegavam  para  construir  os 
alicerces;  mas  tanta  fortuna  lhe  deu  a  Se- 
nhora, que  pôde  concluirá  obra;  eaugmen- 
tando-se  lhe  as  felicidades  nos  seus  negó- 
cios, veiu  a  morrer  bastante  rico,  deixando 
a  seus  filhos  uma  bôa  herança. 

Quando  deu  principio  à  obra,  tinha  um 
pouco  de  pão  em  uma  dorna,  e  algum  vi- 
nho em  ama  pipa,  e  tirando  de  um  e  outro 
género,  para  a  sua  família  e  para  os  ope- 
rários da  capella,  nunca  até  ao  ttm  da  obra 
sentiu  diminuição  nas  suas  provi>Ões. 

Em  1590,  estava  a  capella  concluída,  co- 
mo se  vé  em  uma  pedra,  sobre  a  porta  prin- 
cipal (do  lado  de  fora)  que  diz: 


▲  CTPRIAO  BODRIGUBZ,  QUK 

MilfDOU  PA2KH  BSrA  OBRA,  NO  ANKO  DB  i890, 

AfTARBCKU  ROSSa  SBNHOBA,  SANTA 

mUA  n A  BIBBIBA* 


mm 

Vais  adiante  estão  três  letras,  que  se  jnl^ 
ga  serem  as  iniciaes  do  nome  do  mestre  pe* 
dreiro,  que  fez  a  obra. 

Na  cruz  do  remate  do  campanário,  que  fi- 
ca á  entrada  da  egreja,  e  no  qual  estão  dois 
sinos,  está  outra  inscripçio  que  diz: 

f  EM  1597  MB  FBZ  O  HBStRB  JOÃO 

LOUABNÇO  TBIGO 

No  retábulo  da  eapella-môr  se  lé: 

lt)I  FBITO  KM  i613 

Mandou  o  fundador  fazer  logo  a  imagen 
da  padroeira  da  sua  capella,  e  pouco  tempo 
depois  se  instituiu  uma  irmandade,  comdn» 
CO  jubileus  perpétuos,  concedidos  â  casa  da 
Senhora,  os  quaes  se  ganbam  em  vários  dte 
do  anno,  nas  festividades  da  mesma  Seniio- 
ra.  Teve  um  capellão  permanente,  com  le- 
sídencia,  cerca  e  fonte,  junto  á  egreja. 

Junto  à  capella  ha  casas  para  abrigo  de 
romeiros,  que  afflaem  aqui,  em  grande  qua»* 
tidade. 

Pelos  annos  de  1640,  estando  em  máo  es- 
tado as  paredes  do  templo,  as  mandoa  re- 
parar e  ampliar,  o  bi^ipo  de  Lamego,  D.  Mi« 
guel  de  Portugal,  da  casa  dos  condes  de  Vi- 
mioso,  e  que  foi  embaixador  extraordinário, 
por  D.  João  IV,  na  cúria  romana. 

E'  tão  ampla  esta  egreja,  que  muito  bem 
podia  servir  de  matriz  a  uma  grande  villa. 

No  retábulo  da  capella-mór,  está  o  retra- 
to do  bispo  D.  Miguel  de  Portugal. 

Cypriano  Rodrigues,  fez  o  seu  testamento 
em  1591,  que  foi  aprovado  a  19  de  maio  do 
1592.  Deixou  parte  de  seus  bens  á  egreja  do 
Nossa  Senhora,  para,  pelos  rendimeatos  se 
continuarem  as  obras,  con  reversão  para 
seus  herdeiros,  findas  ellas. 

Impôt  áos  capeilães  o  encargo  de  eíneo 
missas  annuaes  e  um  responso,  que  pouooo 
annos  se  cumpriu,  apezar  de  ser  tão  liojitak 
do,  e  de  ser  o  testador  que  lhe  deu  as 
cerca  e  fonte,  que  disfructavam. 

O  fundador,  foi  sepultado  na  egreja, 
firenta  do  altar  da  Senhora. 

B*  esta  imagem  de  muita  devoção  d* 


fXUU 

I^TOSy  6  ás  soas  romarias  eoaoorre  gente  de 
muitas  léguas  de  distancia. 

Também  no  termo  de  Namao,  está  a  ca- 
pella  de  Nossa  Senhora  do  Viso,  ediflcada 
em  tal  situação,  que  a  sua  capella-mór  fica 
ao  termo  de  Numão,  na  freguezia  de  S.  Pe- 
dro, e  o  corpo  da  mesma  egreja»  no  da  tíI- 
la  de  S.  João  da  Pesqueira. 

£'  uma  ampla  egreja,  com  altar  mór  e  dois 
lateraes. 

Já  a  pag.  461,  col.  1\  no  firo,  do  2.*  to* 
lume,  tratei  d*esta  notável  capella,  e  do  seu 
estado  actual;  mas  aqui,  accreseento  mais  o 
JMguinte: 

A  sua  antiga  torre  dos  sinos,  denotava 
uma  remotissima  antiguidade,  e  parecia  ter 
sido  origíDariamente  construída  para  torre 
,de  aimenára  oa  atalaya,  dos  antigos  luslta- 
,nos  ou  dos  romanos. 

.  Esta  capella  está  2  kilometros  ao  S.  O.  da 
freguezia  de  Custeias  (e  por  isso  a  descrevi 
alli)  mas  estava  annexa  á  freguezia  de  S. 
Pedro  de  Numão,  e  unida  ao  mestrado  da 
cathedral  de  Lamego,  mas  eneorporada  ho- 
je na  freguezia  de  Nossa  Senhora  da  Assum- 
^pçao,  da  villa  de  Numão. 

A  sua  festa  é  no  dia  da  Natividade  da  Se- 
nhora, a  8  de  setembro. 

Antigamente  pela  Paschoa  da  Resurrei- 
çâo,  hiam  visitara  casa  da  Senhora,  todas  as 
freguezias  dos  logares  cireumvisinhos,  e  os 
povos,  unidos  com  os  seus  respectivos  paro- 
chos,  ahi  entravam  de  cruzes  aiçadas.  A 
mesma  visita  faziam  nos  sabbados  da  qua- 
resma. 

Nada  se  sabe  quanto  á  origem  d*eM  ca- 
pella, senão  que  é  antiquíssima. 

De  propósito  guardei  para  o  final  d*este 
artigo,  as  noticias  sobre  a  famosíssima  ci- 
dade de  Numancía,  por  ser  a  parte  mais  im- 
portante d^elle;  e  porque  o  povo  d*estes  sí- 
tios— e  com  elle,  muitos  escriptores  — sus- 
tentam que  Numão  é  corrupção  de  Nnman- 
€M,  e  que  aquella  está  fundada  sobre  as 
ruínas  d*esta. 

Quatro  são  as  opiniões  que  ha,  com  res- 
peito á  situação  de  Nomancla«^A  i.*  diz 


NUM 


ISl 


^a  esta  cidade  «ra  onde  hqje  se  vé  o  tu* 
tello  de  Numão— a  2.*  diz  que  era  a  cidade 
hojA  chamada  Zamora— -a  3  *  diz  que  era  a 
actual  Cidade  de  Sória*-a  4.«  sustenta  que 
era  no  sitio  onde  agora  está  a  peqhena  al- 
deia chamada  Puente  dê  Garay,  pouoo  acima 
de  Sória. 

Notemos»  porem,  que  nas  Hespanhas  hou- 
ve três  cidades  com  o  nome  de  Numancía 
(provavelmente,  porque,  como  Já  disse,  era 
genérico,  e  applicado  ás  povoações  fortes, 
fundadas  em  sitio  pouco  accessivel,  e  sobre 
rochedos.) 

A  1.",  foi  a  antiquíssima  e  famosa,  pda 
resistência  que  fez  aos  romanos,  preferindo 
os  seus  ha]»itantes  nM>rrerem  (como  os  de 
Sagunto)  a  capitularem,  e  pelo  que,  conse- 
guindo o  grande  Scípião  conquistal-a,  a  ar- 
rasou pelos  fundamentos. 

Orosio,  no  Lti^ro  í5.%  cap,  7.%  dos  Âreoor 
coSy  situa  esta  cidade  na  raia  da  Geltiberia  no 
paiz  dos  arevacos»  ou  muito  próximo  d*el- 
les,  e  da  sua  mesma  raça. 

Rotogenes  Nnmantino,  dizia  a  estes  po* 
yofh—Numantiniê  consaguineis  iptorum  opem 
ferre  nom  rectuaretU-^^que  não  recusassem 
dar  soccorro  aos  numantínos  seus  páreo- 
tes.) 

Estava  perto  da  cidade  de  Termes  ou  7%^- 
tne$,  segundo  diz  Appiano,  e  confinava  com 
o  paiz  dos  lusões. 

Também  estava  próximo  dos  vacceos,  co- 
mo diz  Orosio. 

Junto  a  Numancía  passava  o  rio  Douro» 
e  a  cidade  estava  ediflcada  sobre  um  outei- 
ro; o  seu  território  era  cortado  por  dois  rios, 
e  os  numantínos  navegavam  pelo  Douro;  e 
estava  cercada  de  montanhas.  Isto  consta  dos 
escriptores  citados. 

A  2.*  Numancía,  também  era  uma  cidade 
muito  antiga,  e  já  existia  no  tempo  de  Stra- 
bão,  de  Ptolomeu,  e  do  imperador  Antonino 
Pio;  pois  todos  elles  a  mencionam;  mas  era 
mais  moderna  do  que  a  1.* — ^pois  sendo  es- 
ta arrazada  por  Scipião,  não  podia  ser  a  se- 
gunda, visto  que  este  famoso  capitão,  viveu 
muitos  annos  antes  d'aqueUe8  três  escripto- 
res. 

Plínio,  que  taoibem  falia  de  Numanda, 


18S 


NUM 


eerumenta  aUade  t  esta  t.\  pois  ttitf  dá  as 
segaÍBtes  confirontaçdes. 

Eataya  a  25  léguas  de  Zaragoça,  entre  Yo- 
laee  e  Augostobríga,  no  caminho  de  Astorga 
para  Zaragoça,  pela  Cantábria.  Assim  mesmo 
a  maream  StrabSo  e  o  Itinerário  de  Anto- 
nino. 

A  3.*  Namaneia,  é  a  actnal  cidade  de  Za- 
mora; o  qne  se  proTa  pela  díviíão  dos  bis- 
pados de  Hespanha,  feita  pelo  rei  Wamba. 

Doestas  três  confrontações»  facilmente  se 
colljge,  que  as  da  primeira  quadram  perfei- 
tamente em  tndo  com  as  da  actual  villa  de 
Nnmio;  porém  o  padre  D.  Jeronymo  Con- 
tador de  Argote,  nas  suas  Memorias  de  Braga^ 
é  de  opinião  que  seja  a  terceira;  e  esta  opi- 
nião seguem  outros  escriptores,  que  se  fun- 
dam na  circnmstancia  de  não  passar  por  es 
tes  sítios,  nem  mesmo  per  território  algum 
das  duas  Beiras,  o  rio  Tejo.  Se  fosse  só  esta 
a  objecção,  estava  destruída  pelos  funda* 
mentos;  porque  ninguém  disse,  senão  por 
ignorância,  ou  por  erro  de  cópia,  que  o  Tejo 
confluía  aqui  com  o  Douro. 

O  rio  que  passa  perto  de  Numão,  juntan- 
do-se  a  pouca  distancia  com  o  Douro,  é  o 
Teja  (ou  Terá)  que  nasce  nas  visinhanças 
de  CedaTim,  e  entra  na  esquerda  do  Douro, 
pouco  acima  de  Numão. 

Por  signal,  que  na  foz  do 
TejOj  está  a  grande  quinta  das 
Figueiras^  da  sr.*  D.  Antónia 
Adelaide  Ferreira,  Tiuva  de 
António  Bernardo  Ferreira  (o 
Perreirinha)  casada  em  segun- 
das núpcias  com  o  sr.  Torres, 
da  Régua,  e  mãe  da  sr.*  con- 
dessa da  Azambuja  e  do  sr. 
António  Bernardo  Ferreira,  do 
largo  da  Trindade,  do  Porto). 
Esta  quinta  das  Figueiras,  é 
uma  das  melhores  da  Douro 
(senão  a  melhor).  Antes  do 
Mium  tukeri,  chegou  a  pro- 
duzir 900  a  1:000  pipas  de  vi- 
nho superior,  por  anuo,  além 
de  muito  azeite,  amêndoas» 
ÍJruetas»  etc 
ITesta  quinta  trabalham  ás 


NUM 

vezes,  simultaneamente,  OM 
operários.  Tem  espalhadas  pela 
quinta,  dez  boas  moradas  de 
casas;  e  aos  domingos  e  dias 
sanctificados,  ha  aqui  missas  • 
um  bom  mercado. 

Ha  ainda  outra  objecção,  que  parece  con- 
cludente, mas  não  o  é. 

Se  Scipião  arrazon  completamente  a  ci- 
dade de  Numancia,  como  é  que  eHa  ezistet 

Responde- se — Para  se  toouir  ao  pé  da 
letra  a  palavra  arrazar,  era  preciso  que  o 
logar  em  que  estava  fimdada  a  povoagão,  fi- 
casse sem  vestígios  de  um  só  muro,  o  qoe 
raríssimas  vezes  acontecia,  nem  os  conquis- 
tadores teem  tempo  para  fazer  tanto.  Mas, 
snpponhamos  que  o  general  romano  arrm- 
xou  tudo^  sem  deixar  pedra  sobre  pedra — 
isto  foi  no  anuo  3796  do  mundo,  que  são 
208  antes  do  nascimento  de  Jesus  Ghrtate 
(e  portanto,  ha  hoje  2083  annos).  Não  podia 
depois  reediflcar-se?  Todos  sabem  qaeoa 
romanos,  os  godos  e  os  árabes,  destmiraa 
muitas  povoações  peninsulares,  que  depob 
reconstruíram. 

Já  vimos  no  principio  d'este  artigo,  qos 
em  li30,  estava  esta  povoação  abandonada 
e  que  depois,  o  rei  D.  Diniz  reedificou  o  cos- 
teáo^  ou  aproveitou  os  materíaes  das  amti- 
gas  fortificações^  para  levantar  as  máídermu. 
Concedamos  que  a  cidade  de  Numancia  foi 
UUeralmaUe  arrazada,  e  que  assim  fieou 
até  1130  de  Jesus  Christo,  em  cujo  aimo^ 
D.  Fernão  e  seus  filhos  a  povoaram. 

Também  se  diz  que  o  âmbito  do  monta 
não  podia  conter  uma  fortaleza,  com  capa- 
cidade para  uma  grande  povoação,  e  para 
uma  forte  guarnição,  como  era  preciso  para 
resistir  a  um  cerco  de  alguns  mezes  (ons 
dizem  três,  outros  cinco  e  outros  sete)  posio 
pelo  mais  bravo  general  romano  doesse  tem- 
po, com  um  exercito  aguerrido  e  discipli- 
nado. É  porque  estes  taes,  não  comprehen- 
dem  o  que  é  amor  da  pátria  e  que  prodígios 
de  heroísmo  elle  nos  leva  a  praticar. 

Noto  também,  que,  n*aquelles  tempos,  po- 
pulação e  guarnição  era  uma  e  a  mesma 
cousa;  porque  todos  os  lusitanos  eram  mA" 
dados  sempre  promptos  para  defenderam  as 
suas  terras  e  f^pím^Tr 


Não  qnero  dizer,  eom  tado  quanto  fica  pon- 
derado, qae  era  aqni  ineontesUTelmente  o 
assento  da  heróica  Nomancia;  mas  é  certo 
que  mnitas  eircamstancias  concorrem  para 
o  snppormos,  com  bons  fundamentos. 

Nem  se  diga  que,  pelo  sen  pouco  âmbito, 
não  podia  em  tempo  algnm  ter  sido  isto  con- 
siderado como  cidade.  Todos  sabem ;  e  em 
varias  partes  d*esta  obra  tenho  dito,  qae  an- 
tigamente, e  ainda  no  tempo  do  nosso  conde 
D.  Henriqae,  se  dava  o  nome  de  cidade^  a 
nma  circamserípçSo  ou  comarca  qualquer; 
e  muitas  vezes  a  um  simples  castello.  (Vide 
Areja,  a  pag.  238,  col.  1.*  do  !.<"  volume). 

Se  Numão  é  a  antiga  Nnmancia,  também 
esta  não  era  mais  para  o  N.  ou  para  o  S. — 
mais  ao  E.,  ou  ao. O.;  mas  no  mesmo  logar 
da  actual — porque  é  aqui  que  se  teem  des- 
coberto as  antiguidades  romanas  de  que  fal- 
lei,  e  a  quantidade  prodigiosa  de  sepultu- 
ras que  se  teem  encontrado  n*e8te  monte, 
induzem  a  crer  que  os  romanos  aqui  per- 
maneceram por  longo  tempo,  e  então,  6  ob- 
vio que  elles  reedificaram  a  cidade,  ao  me- 
nos em  parte. 

Finalmente,  fosse  ou  deixasse  de  ser  aqui 
anobtlissimaNumancia,  é  incontestável  que 
este  monte  foi  occupado  por  uma  importan- 
te e  antiquíssima  cidade  romana,  à  qual  se 
não  conhece  outro  nome:  mesmo  porque, 
como  fica  dito,  o  nome  de  Naumam  quadra 
va  perfeitamente  à  actual  NvmSo,  assim  co- 
mo lhe  quadra  o  de  Monforte,  por  que  tam- 
bém era  nomeada,  e  que  vinha  a  ser  a  mes- 
ma coisa. 

Em  todo  o  caso,  o  castello,  a  villa  e  os  ar- 
redores de  Numão,  mereciam  bem  ser  vis- 
tos e  estudados  por  um  dos  nossos  illustra- 
dos  archeologos. 

NUNES  —  freguezia,  Traz-os-Montes,  co- 
marca e  concelho  de  Vinhaes,  70kitometros 
4e  Miranda,  480  ao  N.  de  Lfeboa,  70  fogos. 

Bm  1757  tinha  45  fogos. 


NUN 


i83 


Orago,  S.  Cypriano. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

O  reitor  de  Ouzelhão  apresentava  o  cura, 
que  tinha  Í2|Í500  réis  de  côngrua  e  o  pó 
d'altar. 

NUZÉLLGS,  ou  NOZÊLLOS  —  freguezía, 
Traz-08-Montes,  comarca  e  concelho  de  Ma- 
cedo de  Cavalleiros,  70  kilometros  a  N.  O. 
de  Miranda,  420  ao  N.  de  Lisboa.  Tinha  em 
i757, 12  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

A  casa  de  Bragança  apresentava  o  abba- 
de,  que  tinha  300M00  réis  de  rendimento 
annual. 

Esta  freguezia  está  ha  muitos  annos  an« 
neza  à  de  Arcas,  e  por  isso  se  chama  Áreas 
e  Nuzéllos. 

Nuzéilos,  foi  villa,  cabeça  de  concelho,  e 
teve  foral.  Ainda  em  1834  se  conservava  na 
casa  da  camará  de  Nuzéllos,  um  freio,  que 
se  punha  às  mulheres  de  mà  lingua,  e  às 
calumoiadoras.  Consta  que  nunca  ganhava 
ferrugem.  (Vide  Arcas  e  Nuzéllos,  vol.  i.% 
pag.  231,  col  2  •) 

NUZÉLLOS  ~  freguezia,  Traz-osMonteS| 
comarca  e  concelho  de  Valie-Paços,  100  ki- 
lometros de  Miranda,  450  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Tinha  em  1757,  59  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Expectação. 

Bispado  de  Bragança,  districto  adminis- 
trativo de  Villa-ReaL 

O  reitor  de  Oucidres  apresentava  o  cura, 
confirmado,  que  tinha  501^000  réis  de  côn- 
grua e  parte  do  pé  de  altar. 

Esta  freguezia,  bem  como  a  de  Monforte 
do  Rio  Livre  (que  foi  villa)  estão  annexas  á 
de  Lebução,  formando  todas  três,  uma  só  e 
mesma  freguezia.  (Vide  Lebução  e  Nuzéllos^ 
a  pag.  62,  col.  2.%  no  fim  —  do  4.*  volume.) 


184 


O 


O 


O-— como  letra  numeral,  tinh^  antigamen- 
to  o  valor  de  íi— pHcado,  valia  11:000. 

O —na  musica  dos  antigos,  era  signal  para 
se  abrir  inteiramente  a  boeca,  no  canto. 
'  O— na  antiga  Hibernia,  hoje  Irlanda,  an- 
teposto ao  nome  próprio,  é  distinctivo  de  no 
bréza,  designando  um  descendente  de  famí- 
lia illustre—v.  gr.— ÓBrten,  ÓCoster,  ÓCo- 
9ieU,  ÓDonell,  etc 

(Os  íD^lezes  teem  o  seu  Son,  e  os  escoce- 
zes  o  seu  Mac,  que  corresponde  ao  Ó  irlan- 
dez.) 

6  —  (Nossa  Senhora  do)  da  Beberriqueira. 
Vide  Tfiamar. 

O  —  no  antigo  portuguez,  significava  me- 
renda, beberôte,  convite,  etc,  que  se  dava 
nas  cathedraes,  collegiadas  e  mosteiros»  em 
cada  um  dos  sete  dias  antes  do  Natal;  prin- 
cipiando nas  primeiras  vésperas  da  festa  de 
Mossa  Senhora  da  Expectação  {Nossa  Senho- 
ra do  Ó). 

A  razão  de  se  chamar  do  Ó,  ó  porque  n'es- 
tes  7  dias  se  cantam  as  7  antipkonas,  que 
todas  principiam  por  O.— Do  O  das  antipho- 
nas,  passou  o  nome  para  as  taes  merendai, 
as  quaes  se  tornaram  tao  abusivas  e  turbu- 
lentas, que  os  prelados,  a  poder  de  reitera- 
das censuras,  as  extinguiram. 

A  festa  do  O.,  foi  instituída  pelo  decimo 
concilio  de  Toledo,  em  656.  De  Toledo  pas- 
sou a  Portugal,  e,  por  fim,  a  toda  a  Egreja. 

D.  João  de  Chaves,  bispo  de  Lamego,  com- 
mutou  as  merendas  do  O,  em  1445,  em  cer 
tos  anniversarios. 

Estas  merendas  consistiam  em  vinho,  fru- 
stas, espeâes,  confeitos,  tâmaras  e  passas.  E, 
como  se  hi  juntava  muita  gente  de  desvaira- 
das maneiras,  entre  as  quaes  eram  vis  pes- 
soas, que,  depois  que  bebido,  dizião  e  fazião 
muitas  enormidades,  e  alevantavão  arruidos 
e  contendas,  que  erão  azo  de  se  seguirem  al- 
gumas violências,  etc.  —  (Doe.  da  Sé  de  La- 
mego, de  1445.) 


Em  1518,  conviaram  os  vereadores  di  ca- 
mará de  Freixo  de  Espada  à  Cinta,  com  tra 
raçoeiros  da  collegiada  d*aqueUa  villa,  qoe 

0  O,  de  vinhos  e  fructas  que  se  dava  aepo- 
vOy  se  desse  á  fabrica  da  egreja,  per  estar 
muito  pobre,  reduzindo  o  O  a  500  réis  eadi 
anno. 

OANE— portuguez  antigo«-João.  Tambea 
se  dizia  Oanes,  Joannes^  Joane,  etc. 
OB— portuguez  antigo— ot* — Que  deáes 

a  mim,  ob  áma  geraçom 

Se  vós,  ób  óbtrem  per  vós,  lavrar^  ob  monr 
essa  herdade,  e  nom  for  meu  homem,  ob  à 
meus  filhos,  ficar  a  mim  esse  herdamenlo  li- 
vre. (Doe  do  século  XIV.) 

Õ6A— sobrepeliz,  òpa,  sotaina,  vestidon 
solta  e  comprida,  que  os  eeclesiasticos  tra- 
zem sobre  os  vestidos  justos. 

OBEDEENQA  —  portuguez  antigo  —  obe- 
diência. 

OBEDIENCtA— portuguez  antigo— o  mes- 
mo que  avença,  ou  avença.  Certo  foro.— El- 
vira Mendes,  prioreza  do  mosteiro  benediotí- 
no  da  Espiúnca,  doou  uma  herdade  a  Joio 
Guilherme,  seu  abbade,  e  confessor;  e  aliar- 
tioho  Pires,  seu  sobrinho  e  afilhado;  eoya 
herdade,  por  morte  d*ambos,  ficaria  livre 
ab  Obedientia  de  Conductaria.  (Doe  d*  Alpen- 
durada, de  1189.) 

àanducteria,  são  todas  as 
eguarias  e  mantimentos  qoe 
se  comem  com  pão.  Este  ter- 
mo, eomo  se  vô,  já  era  nsado 
no  século  XII.  Ainda  boje  le 
usa  em  algumas  aldeias  do 
norte  do  reino;  porém,  mais 
geralmente,  dizem  conàudo,  e 
os  mais  velhos,  condôito. 
OBEDIÊNCIA — portuguez  antigo — pro- 
curação, sachristía,  enfermaria,  etc— eok- 
diencial,  o  que  tinha  a  seu  cargo  aigmna 
d'e8tas  coisas,  avença,  ofiicina,  etc 

1  Também  se  dava  o  nome  de  obediência,  na 


OBI 


OBI 


fSS 


ordem  dos  monges  beoedletinoa,  aos  mostei- 
ros  pequenos,  hospicios,  pequenos  priora- 
dos»  ou  granjas»  dependentes  de  qualquer 
mosteiro. 

OBEDDSNGIAL — portoguez  antigo  —  era 
lambem  o  eonego  regrante,  que  estava  fora 
4o  mosteiro,  com  licença  do  prelado. 

ÓBIDOS  — viUa,  Extremadura,  cabeça  do 
(xmcelho  do  seu  nome,  na  comarca  e  5  ki- 
lometros  ao  S.  das  Caldas  da  Rainha,  60  ki 
lometros  ao  S.O.  de  Leiria,  30  ao  S.  de  Tor- 
res Vedras,  18  ao  N.O.  de  Peniche,  i%  ao  S. 
do  Atlântico,  e€^  ao  N.O.  de  Lisboa,  790  fo 
Ifos»  em  duas  (reguezias,  Santa  Maria,  340, 
fi.  Pedro,  4S0.— É  no  patríarchado,  districto 
administrativo  de  Leiria. 

Em  i757  (e  ainda  até  ha  poucos  annos) 
tinha  quatro  freguezias,  que  eram: 

1.*— S.  Tbiago,  apostolo.  O  abbade  do  mos- 
teiro de  Valle-Bem  Feito  (de  monges  da  or- 
4em  de  S.  Jeronymo)  era  abbade  d'esta  fre* 
finezia,  e  n*ella  apresentava  um  cura,  que 
.linha  iOOi^OOO  réis  por  anno.  O  priorado 
xendta  um  conto  de  réis  annualmente.  Ti- 
nha, em  1757,  141  fogos. 

2.*— Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  As- 
rampçao).  O  Sacro  CoUegio  dos  principaes 
4a  Santa  Egreja  patriarchal,  tinha  o  prio- 
rado d'esta  freguezia;  mas  era  parochiada 
por  um  cura,  apresentado  pelos  beneficia- 
dos da  coliegiada  da  mesma  egreja,  que  ti- 
nha 100^000  réis  de  rendimento.  O  priora- 
do rendia  l:200if!000  réis  annualmente.  Ti- 
nha, em  17JS7,  108  fogos. 

d.*-*-S.  Pedro,  apostolo.— As  rainhas  apre- 
4MnUvam  o  prior,  que  tinha  um  cento  de 
léis  de  rendimento.  Tinha,  em  1757, 200  fo- 
gos. 

4.* — S.  João  do  Mocharro  (S.  João  Baptis- 
ta). A  mitra  apresentava  o  prior,  que  tinha 
5004000  réis  de  rendimento.  Tinha  em  1757, 
S25  fogos. 

O  ooneelho  d*Obido8  é  composto  de  12  fre- 
goezias^  todas  no  patriarchado.  São — Amo- 
reira, Bombarral,  Carvalhal,  A  dos  Francos, 
A  dos  Negros,  Panadia,  Landal,  Roliça,  So- 
bral da  Lagoa,  Yáu,  e  as  duas  d'Obidos.  To- 
das eom  2:000  fogos. 


A  viUa  está  edificada  na  encosta  de  um 
alto  monte,  perto  do  rio  Arnoia  (que  entra 
na  lagoa  d*Obidos  e  desagua  no  mar).  Alem 
do  Amoía,  é  o  seu  território  cortado  por 
três  ribeiros,  que  todos  entram  na  iagôa- 
Tanto  estes  ribeiros,  como  o  rio,  teem  cada 
um  uma  ponte  de  cantaria,  para  serviço  da 
gente  da  Yilla. 

O  1.**  doestes  ribeiros,  vem  das  Caldas  da 
Rainha,  e  se  chama  rio  do  Cabo  —  o  2.*,  se 
chama  do  Meio;  e  o  3.*  di?  fíeal. 

É  toda  cercada  de  muralhas  torreadas, 
que,  em  alguns  sitios,  teem  mais  de  13  me- 
tros de  altura.  As  muralhas  teem  quatro 
portas  e  dois  postigos.  Aquellas  se  denomi- 
nato  — da  Villa  (ao  S.,  e  é  a  principal),  do 
Valle  (a  E.),  da  Cerca  (0),  e  do  Telhai  (O.). 
Os  postigos  se  chamam,  dà  Cima,  e  de  Baixo. 

Tem  feira  a  20  dcoutubro,  3  dias. 

Segundo  alguns  escriptores  de  credito,  foi 
fundada  pelos  turdulos  e  celtas,  308  annos 
Antes  de  Jesus-Christo. 

Pretende-se  que  o  actual  nome  são  as  três 
palavras  latinas — Ob,  id^  o^—por  causa  da 
bócca,  ou  braço  de  mar  que  antigamente  che- 
gava a  esta  villa,  e  do  qual  ainda  ha  vesti- 
gios,  e  a  lag^  d'Obidos. 

Ha  ainda  outras  ety  mologias,  que  não  men- 
ciono, por  disparatadas.  Uma  d*ellas  é  que 
provém  de  Abides,  seu  fundador.  Sendo  as- 
sim, datava  a  fundação  d'Obidos  do  anno  do 
mundo  2640—1364  antes  de  J.-C.  (Isto  não 
merece  contradicção.) 

Na  praça  está  um  bom  chafariz,  cuja  agua 
vem  por  um  aqueducto,  sobre  grande  nume- 
ro de  arcos  de  pedra,  do  logar  da  (Hseira^  a 
3  kilometros  de  distancia. 

Poi  mandado  construir  por  D.  Catharina, 
mulher  de  D.  Joio  III,  pelos  annos  de  1550. 

Tem  mais  quatro  chafarizes,  extramuros. 
Dois  d*estes  recebem  também  a  agua  do  aque- 
ducto. 

Tinha  voto  em  cortes,  com  assento  no  ban- 
co 6.» 

Tem  Misericórdia  muito  rendosa,  e  hos- 
pital; 

Dois  kilometros  a  E.  da  villa,  está  o  mos* 
teiro  de  S.  Miguel  das  Caieiras,  de  frades 
arrabidos  (franciscanos)  fundada  peio  infaa* 


186 


OBI 


OBI 


te  D.  Henrique,  filho  do  rei  D.  llamiel,  em 
1569.  Por  ser  poueo  sadio  o  sitio  em  qae 
primeiro  se  edifleoa,  foi  mudado  pira  o 
aetoal,  laDçando-se  a  primeira  pedra  em  a 
nova  egreja,  a  20  de  ontabro  de  1602.  Este 
convento  foi  celebre  pela  festa  dos  cavaUei- 
roSy  que  n'elle  se  fazia  todos  os  annos,  na 
véspera  de  S.  João.  Contíguo  a  este  mostei* 
ro  ha  um  firondoso  bosque,  que  faz  parte  da 
tua  cerca. 

D.  Affonso  Henriques  tomou  esta  villa  aos 
mouros,  em  11  de  janeiro  de  1148,  e  por  fi- 
car muito  arruinada  a  reedificou  e  povoou, 
ampliando  então  e  reparando  o  seu  forte  cas- 
tello. 

Em  1246,  D.  Âffonso  III,  sendo  ainda  con- 
de de  Bolonha  e  regente  do  reino,  pâz  aper- 
tado cerco  â  villa,  por  ella  defender  os  di- 
reitos dn  D.  Sancho  II,  mas  nào  pôde  tomar 
o  ca»tello,  nem  a  villa,  por  seus  moradores 
se  defenderem  heroicamente. 

D.  Afifonso  III,  depois  de  rei,  premiou  a 
villa,  pela  sua  fidelidade,  com  o  titulo  de 
sempre  Ipal  (alem  do  de  notável  que  já  ti 
nha),  e  lhe  concedeu  muitos  privilégios  e 
mercês. 

O  rei  D,  Diniz,  alargou  muito  a  villa,  man- 
dando lhe  construir,  sobre  um  grande  roche- 
do, um  soberbo  castello. 

Quando  em  1282  casou  com  a  infanta  de 
Aragão  (a  rainha  Santa  Isabel)  lhe  deu  o  se- 
nhorio d'Obidos  e  de  outras  muitas  povoa- 
ções e  castellos,  e  desde  entlo  ficou  esta  vH- 
la  sendo  da  casa  das  rainhas,  até  1834. 

As  muralhas  da  villa,  foram  mandadas 
edificar  (ou  reedificar,  segundo  outros)  por 
D.  Fernando  I,  pelos  annos  de  1379,  quando 
tínhamos  guerra  com  Castella. 

A  virtuosíssima  rainha  D.  Leonor,  mulher 
de  D.  João  II,  e  irman  do  rei  D.  Manuel  (vi- 
de Caldas  da  Rainha),  residiu  algum  tempo 
n*esta  villa  (corrindo  máguas  acerbas  pela 
morte  de  seu  filho),  em  umas  casas,  junto 
ao  castello.  Foi  então  que  ella  instituiu  ein- 
co  mercieiriaSf  na  egreja  matriz  de  Santa 
Uaria. 

Esta  piedosa  rainha  falieceu  a  18  de  no- 
vembro de  1525,  com  67  annos  de  edade. 

Era  tão  protectora  dbs  pobres  que  a  maior 
parte  daa  soas  rendas  foi  gasta  com  ettes. 


Foi  esta  rainha  que  deu  principio  i  piedon 
irmandade  da  Misericórdia  de  Lisboa.  Fn- 
don  o  hospital  das  Caldas  para  enfermos 
pobres,  e  affirma  se  no  respectivo  compro- 
misso, que  vendera  as  suas  jóias  para  dotar 
aquelle  estabelecimento  de  muitas  rendai 
Também  fundou  o  mosteiro  da  Madre  ds 
Deus,  situado  no  valle  de  Xabregas,  oads 
as  senhoras  mais  illostres  de  Portugal  pro- 
fessavam a  regra  de  Santa  Clara.  Egnalmea- 
te  ftindou  o  convento  das  religiosas  de  S.  Do- 
mingos da  Annunciada.  Instituiu  as  ditas  á^ 
CO  mercieirias  na  egreja  de  Santa  Maria,  da 
villa  de  Óbidos,  e  outras  em  Nossa  Senbon 
da  Graça,  da  villa  de  Torree-Vedras.  É  d» 
mesmo  modo  obra  sua,  a  egreja  parodiial 
da 'Villa  da  Merceana,  e  também  a  capeOa 
imperfeita  da  Baulha,  fobrica  tão  magnifica 
que  fez  desmaiar  a  generosidade  dos  reis 
que  se  seguiram. 

A  rainha  D.  Leonor  foi  filha  do  inCuito 
D.  Fernando,  neta  de  el-rei  D.  Duarte,  mio 
do  príncipe  D.  Aflònso,  irman  do  el-rei  Dl 
Manuel,  prima  e  esposa  de  ^-rei  D.  João  11^ 
e  tia  de  el-rei  D.  João  Hl. 

Jaz  sepultada  no  claustro  do  convento  di 
Madre  de  Deus.  O  seu  piedoso  confessor, 
fr.  Miguel  Contreras,  concorreu  maito  pua 
que  tão  nobre  e  virtuosa  senhora  não  doi- 
zasse  um  momento  de  traduzir  em  fadOB 
os  seus  elevados  sentimentos  caritativos. 


O  l.""  foral  d*Obidos  lhe  foi  dado  pela 
das  rainhas.  D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo, 
em  Lisboa,  a  20  de  agosto  de  1513.  (L.*  ie 
foraes  novos  da  Extremoáura,  fl.  i37  Vi, 
coL  2.*) 

O  1.*  conde  de  Óbidos,  foi  D.  Vasco  Mas- 
carenhas, alcaide-mór  d*esta  villa,  feito  por 
Philippe  IV,  em  22  de  dezembro  de  1636. 

As  armas  dos  condes  d*Obidos  são — iroi 
faxas  d*onro  em  campo  de  purpura  (Masca- 
renhas) e  as  reaes,  esquartelladas,  por  dos* 
cenderem  de  D.  Diniz,  filho  do  duque  deBii- 
gança. 

O  2  •  conde  d'Obldos,  foi  D.  Femio  Mt^ 
tins  Mascarenhas,  ao  qual  D.  Pedro  II  H 
meirmho-mór  do  reino,  a  elle  e  seus  doo» 


OBI 


OBl 


187 


cendeDtes,  qne  por  isso  se  flcâram  denomi- 
nando  ccndes-meirmhoB-môreê. 

D.  Fernão  Martins  llascare- 
n^s,  era  conde  d'Obidos,  e 
também  eonde  da  Palma,  e  do 
Sabagal,  por  sua  mulher  D.  Bri- 
tes Mascarenhas,  filha  e  her- 
deira de  D.  loão  Mascarenhas, 
2.«  conde  da  Palma,  e  3.*  eon- 
de do  Sabugal. 

Estes  condados,  assim  como 
as  honras  de  meirínho-mór, 
estSo  hoje  unidos  ao  condado 
do  Sabugal,  de  que  é  actual 
representante,  e»  8.*  conde  de 
Óbidos  e  ò.""  conde  do  Sabugal 
e  da  Palma,  o  sr.  D.  Luix  d*As- 
sis  Mascarenhas.— É  filho  de 
D.  Manuel  Pedro  d*AleanUra 
d*As8is  Mascarenhas  de  Souza 
Coutinho  Gastello- Branco  da 
Ck»ta  e  Lencastre,  5**  conde 
do  Sabugal  e  de  Palma. 
Os  condes  d'Obidos,  como  os  de  Sabugal, 
e  da  Palma,  eram  da  familia  do  infeliz  D.  Jo- 
sé Mascarenhas,  ultimo  duque  d'Aveiro.  (Vi- 
âe  ChSo-Salgado.) 

O  1.*  conde  d'Obidos,  edificou  o  seu  palá- 
cio no  fundo  do  Atíerro  da  Bâa-Vista  (Lis- 
boa) no  melado  do  século  xtu,  sobre  uma 
penedia  ealcarea,  ainda  hoje  por  isso  cha- 
mada Rocha  do  Conde  d*Obidos. 

Em  1874  foi  este  palácio  arrematado  em 
praça  piíbHca,  por  um  particular,  por  It 
contos  de  réis;  o  sr.  D.  Luiz  I  obteve  do 
comprador  que  lh'o  cedesse  pelo  mesmo  pre- 
ço, e  o  deu  á  sr.*  D.  Thereza  Mascarenhas, 
irmã  do  actual  conde,  e  camarista  do  paço. 

Jimot  estava  senhor  despótico  de  Portu- 
gal; as  águias  francesas  tinham  scd)stituido  i 
as  sagradas  quinas  lusitanas,  e  as  armas 
d'este  reino  tinham  sido  picadas  em  todas  as 
nossas  fortalesas. 

O  povo«  farto  de  soffrer  o  jugo  ignóbil  do 
malvado  Junot,  tinha-se  revolucionado  con- 
tra os  francezes,  primeiro  em  Bragança,  e 
depois  em  varias  povoações  de  todas  as  pro- 
Tincias;.  e  a  19  de  junho  de  i808  se  tônok 
no  porto  a  JutOa  itêprema  do  governo  do 


mno,  que  procede  immediatamente  á  orga- 
nisaçãe  do  exercito  portuguez. 

No  principio  d^agosto,  uma  divisão  auxi^ 
liar  ingleza,  ás  ordens  dos  generaes  Dahrym'» 
pie  e  Weflesley,  desembarca  na  Figueira,  e 
unida  aos  portugueses,  marcha  sobre  Lis- 
boa. 

O  primeiro  combate  entre  os  ailiados  e  os 
jacobinos»  commandados  por  Delaborde,  te- 
ve logar  junto  a  Óbidos,  no  dia  15  de  agos- 
to. Foi  apenas  o  choque  entre  as  nossas 
avançadas  e  a  rectaguarda  do  inimigo;  e  foi 
o  preludio  da  gloriosa  batalha  da  Roliça,  6 
kilometros  ao  S.  d'Obidos»  e  que  teve  logar 
a  17.  (Vide  Boliça.) 

Consta  que  as  primeiras  armas  d*Obidos» 
foram— uma  rede  de  arrastar,  no  melado 
escudo,' dado  pela  rainha  D.  Leonor,  mulher 
de  D.  João  IL 

Esta  senhora,  depois  que  seu 
filho  único  D.  Affonso,  mor- 
reu da  queda  de  um  cavallo^ 
(1491)  tomou  por-^emblema» 
ou  em  memoria  da  sua  per-* 
petua  saudade,  a  rede  com 
que  uns  pescadores  do  Tejo 
trouxeram  para  Santarém  o 
cadáver  de  seu  filho,  desde  a 
margem  do  rio,  aié  á  villa.  Es- 
te emblema  se  gravou  ou  es- 
culpiu em  muitos  dos  senho» 
rios  da  santa  e  inconsolável 
rainha;  pelo  que  não  me  pa- 
rece que  isto  seja  o  brazão  de 
Óbidos. 
Na  torre  do  tombo,  estão  as  armas  d'esta 
villa,  do  modo  seguinte.— Em  campo  verde^ 
uma  torre  de  prata,  sobre  rochedos  da  sua 
côr;  tremulando  sobre  a  torre,  uma  bandei- 
ra branca. 

Ha  aqui  a  ermida  de  Nossa  Senhora  de 
Mo^sarrate,  pertencente  à  ordem  terceira— 
a  de  S.  Vicente,  onde  esteve  a  parochia  de 
S.  João  Baptista— e  a  de  S.  Martinho. 

Fora  da  villa,  mas  a  pouca  distancia,  ha 
outras  ermidas,  sendo  a  mais  notável  a  do 
Senhor  da  Pedra^  principiada  em  1740»  Jun- 
to á  estrada  das  Caldas  da  Rainha* 


188 


OBI 


F  «m  tamplo  saraptnoio,  mt»  aitá  aiate 
por  eonclair.  Coitou,  o  q«e  «stá  feito, 
900.000  crasados  (8O:O00MOO  réU)  todo  por 
oflértas  voloDtariM  do  povo  da  villa  e  im- 
mediações,  e  yaliosos  doaativot  ée  D.  Joio 
Yi  qoe  aqui  veio  muitas  vezes*  Ha  ii'6Sta 
egreja  nma  magestosa  solemnidade,  a  3  de 
xnaio  (dia,  da  lovenção  de  Santa  Gros.)  Tem 
um  arraial  eonoorrídissimo  e  om  graode 
mercado.  (Adiante  falio  mais  detidamente 
doesta  egreja.) 

A  villa  tem  cineo  mas  princâpaes^  e  a 
praça  onde  está  o  chafariz.  Os  ediflcios  da 
villa  (qaer  públicos,  qner  paxticalares)  na- 
da oíferecem  de  notável. 

Os  arrabaldes  d^Obidos  são  bonitos,  e 
laem  algamas  quintas  de  mnilo  valor,  sendo 
as  prindpaes,  a  das  Jan^/íos  do  sr.  Fanstino 
da  Gama,  riquíssimo  proprietário  d*estes 
titios,  a  qual  fica  a  i  kilometro  da  villa;  e  a 
das  Gaieiras^  dos  srs.  Pinbeiros,  que  tem 
ii*eUa  estabelecida,  uma  bda  e  das  mais  an- 
tigas fabricas  de  sola. 

Tem  aguas  thermaes»  como  as  das  Caldas 
da  Rainha,  e  ás  quaes  concorrem  alguns  en- 
fermos. Adiante  trato  d*ellas. 

AchandO'se  hospedado  n*esta  quinta  o  in- 
fante D.  Francisco,  irmão  de  D.  João  Y, 
aqui  falleceu  de  ufiàa  cólica,  a  21  de  julho 
de  i741  Estava  enâo  nas  Caldas  da  Rainha 
o  rei  e  a  família  real. 

A  qvitUa  da$  Flores,  tem  outra  nascente 
das  mesmas  aguas. 

A  do  Bom-SMCcesso,  é  muito  arborísada  e 
^m  sitio  muito  pittoresco,  e  de  formosas  vis- 
tas. 

A  celebre  lagoa  d^ObidoB,  dista  6  kilome- 
tros  da  villa.  (Vol.  4.%  pag.  19,  col.  i.%  no 
fim.) 

O  termo  d^Obidos  produz  muitos  cereaes, 
algum  vinho,  abundância  de  exceilentes  fru- 
ctos,  de  todas  as  qualidades,  e  cria  bastan- 
te gado. 

• 

Em  1673,  deseobriu-se  em  Óbidos  uma 
conspira^  coptra  o  príncipe  regente  (do- 


OH 

psls  D.  Pedro  n).  Dois  dos  prindpaes  edie- 
ças  (oram  enforcados. 

• 

O  aoote  em  que  a  villa  está  fundada,  é 
bastante  alto  do  lado  do  N.,  e  no  seu  cume 
está  edificado  o  sen  vetusto  castello,  prova- 
velmente de  origem  romana,  e  menos  mal 
conservado»  attenta  a  sua  antiguidade.  Tam- 
bém n,'este  monte  está  a  egreja  parochial  de 
S.  Thiago. 

A  povoação  estende-se  pela  encosta  do 
monte  que  olha  para  £.,  e  na  parte  mais 
baixa»  banha-lhe  as  muralhas,  o  rio  Ar- 
noia. 

Ainda  se  conserva,  sem  grande  ruina,  a 
velha  cinta  de  muralhas»  apresentando  a 
forma  de  um  ferro  de  engomar,  cujo  bico, 
voltado  para  o  S.,  é  defendido  por  um  tor- 
reão chamado  Urre  vedra  (torre  velha)  que 
pvooe  ser  construcção  árabe. 

O  castello  é  guarnecido  de  vários  torreões^ 
6^  apezar  de  bastante  arruinado,  mesmo  as- 
sim é,  dos  da  sua  edade,  um  dos  mais  bem 
conservados  do  reino.  D'eUe  se  disfructa  um 
vasto  e  formoso  panorama.  Para  £.,  se  vêem 
coliinas,  povoadas  de  pomares— para  o  S, 
alternam-se  aldeias  e  campos,  na  extensão 
de  ^  kilometros  aproximadamente — para  o 
0.,  se  estende  a  Varzsa  da  Rainha  (D.  Ga- 
tbarin^»  que  muito  se  comprazia  de  vir  aqui 
passear.  At^tíg^tD^i^td  chamava-se  Veiga  de 
Óbidos,) 

A  rainha  D.  Catharína,  mulher  de  D.  João 
ill,  contratou  com  a  camará  e  povo  d*Ohi- 
dos,  em  fazer  á  sua  custa  o  aqueducto  da 
Osseira,  recebendo  em  compensação  a  Veiga 
d*Obidos,  que  era  um  baldio  do  manicipio, 
e  que  desde  então  se  principiou  a  chamar 
Várzea  da  Rainha.  (Teve  isto  logar  pelos  an- 
nos  de  1550) 

Tem  3  kilometros  de  comprido,  e  ó  rega- 
da pelos  três  rios  de  que  já  falleL —  Para  o 
^.,  diiata-se  a  vista  em  um  vasto  horisonte^ 
sobre  terrenos  accidentados. 

Na  Várzea  da  Rainha,  está  a  ermida  de 
Mossa  Senhora  do  Carmo»  onde  antigamente 
esteve  a  paroehia  de  S.  João  Baptista. 

Em  um  monte,  para  o  lado  do  K,  está  a 
Ql^lla  de  Santo  Antão. 

Em  um  qateiro,  ao  E.«  a  de  S.  BeAto. 


Ofil 

Janto  ao  éámpo  em  qae  9à  hz  %  fetara  de 
outubro,  está  a  de  Santa  Iria.  B  o  sam- 
ptuoso  templo  do  Senhor  da  Pedra,  do 
qual  adiante  trato,  e  que  eseá  fundado 
Junto  á  eí>trada  que  vae  para  as  Caldas  da 
Rainlia. 

O  sr.  D.  Pedro  Y,  de  sempre  saudosa  me- 
moria, Teiu  visitar  esta  villa  em  iS60  (um 
anuo  antes  da  sua  morte)  por  oeeasiSo  de 
bir  fazer  uma  grande  pescaria  á  lagoa  de 
Óbidos. 

haú  fatio  aqui  detidamente  d'e8ta  famosa 
e  formosa  lagoa,  porque  já  fica  descripta  no 
4.*  Tol.,  a  pag.  19,  col.  1.%  no  fim. 

Próximo  á  lagoa,  está  o  sanetnario  da  Se- 
nhora do  Bom  Successo. 

£'  também  a*este  eoneelho  o  famoso  san- 
etuario  do  Bom  lesos  do  Carvalhal 

Vão  a  elle,  em  agosto  e  septembro  muitos 
cyrios  de  Peniche,  de  Yalle-Bem  Feito,  e  ou- 
tros. Tem  então  lugar  uma  grande  roma- 
ria, na  qual,  muitas  vezes  ha  graves  desor- 
dens. Ainda  em  16  de  agosto  de  1875,  hou- 
ve aqui  tão  grande  desordem,  entre  os  do 
logar  do  Olho  Marinho  e  os  do  Vau,  que 
muitos  ficaram  mais  ou  menos  gravemente 
feridos. 

Óbidos  é  sede  de  um  dos«  três  vigários- 
geraes  do  patriarchado,  estendendo-se  a  sua 
jurisdicção  ecciesiastica  sobre  13  villas  que 
foram  dos  Coutos  d^Alcóbaça^  e  sobre  as  vil- 
las, das  Caldas  da  Rainha,  Cadaval,  Atouguia 
da  Baleia,  e  Peniche. 

A  visinhança  de  dois  portos  de  mar  (Pe- 
niche e  S.  Martinho  do  Porto)--da  lag6a  de 
Obidos-Hla  concorrência  das  aguas  ther- 
maes  das  Caldas  da  Bainha^da  fertilidade 
do  seu  território— de  lhe  correr  proximoama- 
gDÍftca  estrada  a  mac-adam,  de  1.*  classe,  de 
Lisboa  ao  Porto  e  províncias  do  norte —  ape- 
ars  de  tudo  isto  não  tem  prosperado  estavilla 
como  era  de  esperar  e  desejar,  o  que  se  reali- 
sará,  se  a  estrada  de  ferro,  que  está  concedida 
de  l.i:»boa  a  Torres  Vedras,  chegar  a  Óbidos; 
e  se  se  levar  a  effeito  o  ramal  de  caminho 
de  ferro,  que  está  em  projecto,  no  minisle- 
m  da  guerra  (pois  é  militar)  que,  aahindo 


189 


da  ésta^  do  Carregado,  iMssa  pela  villa  ia» 
Caldas,  e  d*ahí  deve  hír  a  Óbidos,  S.  Marti-* 
nho  do  Porto,  e  Peniclie. 

í^etÃÁ  dezembro  de  1874,  que  a  eamtra 
concebeu  e  projecto  de  construir  um  edi* 
flcio  decente,  para  estabelecimento  de  ther-* 
mas,  aproveitando  as  ricas  nascentes  ^  qa« 
ha  aqui.  Também  projecta  ampliar  os  paços 
do  coocdho,  de  forma  que  n'elles  se  pot« 
sam  accommodar  todas  as  repartições  pu* 
blicas.  Para  occorrer  ás  despezas  a  fazer  com 
estas  obras,  dízse  que  vae  contrahír  um  em« 
préstimo  de  dez  contos  de  réis. 

Bem  merece  do  povo  d*Obidos  a  vereação 
que  effectuar  estes  melhoramentos. 

A  egreja  de  S.  Thiago  foi  da  apresenta-* 
çio  do  convento  de  Valle-Bem-Feito,  que 
também  apresentava  sete  beneficiados. 

Primeiramente  apresentava  o  conde  dfl 
Atouguia  este  priorado;  mas  trocou-o  con 
os  frades,  pelo  direito  do  pescado  das  Ber- 
lengas,  o  qual  rendia  de  3  a  4:000  crazades 
(1:200«)00  a  l:600ifOQO  rs.) 

D.  Affonso  Henriques,  deu  o  espiritiud 
d'esta  villa,  a  Santa  Cruz  de  Coimbra,  e  foi 
l.«  prior  d*0bid09,  D.  Domingos  André,  oo^ 
nego  regrante  de  Santo  Agostinho,  de  Santa 
Cruz  de  Coimbra,  e  natural  d'esta  cidade. 
Deixou  a  esta  oollegiada  d*Obidos,  um  gran- 
de olival  que  tinha  em  YMla  Franca  d0 
Xira. 

Em  1254,  D.  Joáo  Pires,  deu  a  D.  AfTon- 
so  III,  o  senhorio  secular  da  villa  de  ArroB« 
ches,  por  este  d^Obldos,  ficando  Santa  Cruz 
com  os  dois  senhorios  d'esta  villa,  até  D. 
João  III,  que  os  passou  para  sua  mulher,  % 
rainha  D.  Catharina. 

No  termo  d*Obidos  ha  abundância  de  car- 
vão fóssil.  Em  maio  de  1875,  manifestou  a 
sr.  Quintino  de  Macedo,  onze  minas  de  car- 
vão, na  camará  d'6sta  villf. 

No  artigo  Calda$  da  Bainha,  fallei  de  leva 
das  caldas  das  Gaieirai,  na  col.  2.%  da  pafi 
40,  do  1*  volume. 

A  pag.  !Í62  do  Z.^  voL,  col.  1.*,  dei  a  ana- 
lyse  feita  na  exposição  unWersal  de  1867: 
aqui  accrescento  o  que  doestas  thermas  dii 


190 


OBI 


O  dr.  Praoeisoe  T&Tares»  medico  de  D.  Há- 
ri»  I,  nas  suas  h^símcçõe$  e  emUêUas  pra- 
tieaSy  etc,  a  pag.  ii8. 

A  qaíDU  dag  Gaieira$,  á  qaal  também 
alguna  erradameote  chamam  das  JaneUaSy 
é  antiquisdima,  o  que  se  evideneeia  pela 
arehitectara  de  suas  portas  e  janellas.  O  no- 
me mais  antigo  qne  se  conhece  «  esta  pro- 
piiedade,  ó  o  ú%  quinta  das  Masqueirot:  vin- 
do depois  a  pertencer  a  Gaspar  Freire  de 
Andrade,  se  denominou  quinta  âoê  Freúret, 
e  o  brazão  d*est%  familia  ainda  existe  no 
portão  da  qninta. 

Dão-lhe  o  nome  de  qukUa  das  Guieiras, 
por  ficar  perto  (a  B.)  da  aldeia  d'este  nome. 
E'  no  sitio  de  Valle  das  Flores.  O  mesmo 
nome  de  Gaieiras  dio  ao  mosteiro  de  S.  Mi- 
fuel  (de  qoe  já  fallei)  que  fica  próximo.  Os 
visinhos  da  quinta,  em  raxao  das  janellas  flo- 
readas da  casa,  lhe  dio  também  o  nome  de 
quinta  das  Janellas. 

B'  esta  propriedade  dividida  pela  estrada 
que  vae  para  o  mosteiro  dos  arrabldos.  Ao 
O.  S.  O.  da  estrada,  a  disianda  de  nns  400 
metros,  está  ama  casa  coberta  de  abobada, 
dentro  da  qoal  ha  um  tanqne  com  um  me- 
tro d'altOy  descendo  se  paraelle  por  uma 
escada  de  pedra.  Podem  12  pessoas  tomar 
banho  simultaneamente. 

Do  fundo  d'este  tanque,  rebentam  cons- 
tantemente volumosos  bolhões  d*agua,  mi- 
neralisada  pelo  gaz  hydrogenio  sulphurado, 
da  mesma  natureza,  principies  e  maia  pro- 
priedades das  das  Caldas  da  Rainha. 

Ao  lado  d'e8te  banho  ha  duas  casas  sepa- 
radas, com  suas  tarimbas,  para  descanço  ou 
abafo  dos  doentes.  O  calor  da  agua  é  cons- 
tantemente de  92"  de  F.,  ou  2d,50  de  R.— 
As  commodidades  que  aqui  faltam  ^  fazem 
com  que  só  os  visinhos  d'esta  rica  nascente 
se  aproveitem  d'eila. 

Dentro  da  cérSa  do  mosteiro  dos  arrabl- 
dos, das  Gaieiras,  em  distancia  de  uns  200 
metros  a  E.,  das  aguas  de  que  fallei,  nasce 
uma  pequena  fonte,  talvez  de  um  annel  de 
agua,  da  mesma  natureza  da  antecedente; 

*  Note-se  que  isto  foi  escripto  em  1810,  e 
ainda  ^e  conserva  tudo  no  mesmo  estado, 
ou  peior. 


porem  menos  graduada  em  calor.  Serve  pa» 
ra  irrigação  das  terras  ii 


Ao  E.  d*Obldos,  corre  o  ribeiro  chamado 

fo-Affo/,  em  cuja  margem  do  N.,  distante 
uns  500  metros  da  ponte  por  onde  eete  rie 
vem  passar,  nasce  agua  thermal,  hydroge- 
nio«sulpharada,  em  quantidade  de  duas  ou 
três  telhas;  que,  por  onde  passa  deixa  depo- 
sito alvacento,  que  sácco  e  queimado,  ma- 
nifesta a  sua  qualidade. 

Houve  tempo  em  que  brotaram  na  base 
de  um  outeiro,  formado  de  mármore,  e  ifue 
fica  a  E.  na  direcção  da  egrcja  do  Senhor 
da  Pedra,  um  pouco  mais  abaixo  do  sitio 
onde  hoje  rebentam. 

Esta  agua  é,  por  todas  as  razões,  da  mes- 
ma natureza  da  das  Caldas  da  Rainha;  po- 
rem menos  estreme,  e  do  calor  de  74*  F.,  ou 
18,80  de  R.--Póde  ser  applicada  interna- 
mente. 

Julgo  importante  dar  aqui  o  resultado  da 
analyse  official  das  aguas  thermaes  d'Obi- 
dos,  feito  na  exposição  universal  de  Paris, 
em  1867,  que  é  a  segujnte.  (Traducçao.) 

Agruan  thermaes  d'Obido8 

A  um  kilemetro,  aproximadamente,  do  an- 
tigo  mosteiro  de  arrabidos  das  Gaeiras»  e  a 
600  metros  da  villa  d*Obidos,  rebenum  agaas 
mineraes  sulphorosas  e  salinas,  em  tal  abun- 
dância, que  formam,  no  mesmo  logar  onde 
sabem,  uma  profunda  bacia,  que  pennittiria 
construir-se  ahi  um  estabelecimento  de  na- 
tação. 

Sua  còr  é  ligeiramente  láctea,  e  exhalaoi, 
ao  sahir,  uma  grande  quantidade  de  gaz. 

Estas  aguas  estão  hoje  compl**taaiente 
abandonadas  e  se  vão  lançar  em  nom  pe- 
quena ribeira  visínba,  deixando  na  soa  pas- 
sagem, um  deposito  de  enxofre  assas  coaai- 
deravel. 

A  pouca  distancia  d'este  sitio,  se  lança  na 
mesma  ribeira,  a  agua  de  um  outro  manan- 
cial sulphurosô,  egualmente  abundante  e 
límpido,  o  qual,  s-^gundo  toda  a  probabi- 
lidade, parece  ter  a  mesma  origem;  todavia, 
estas  duas  nascentes  apresentam  uma  pe- 


OBI 

qiiena  differença,  com  relação  ás  suas  pro- 
priedades e  á  sua  composição  chimica. 

Os  dois  mananciaes  qae  acabamos  de  men- 
cionar, nao  tendo  alguma  denominação  que 
06  distingiu  entre  si,  os  chamaremos,  atten? 
dendo  ás  soas  situações  relativas— >a  nm — 
nascente  thermal  d^Obidos — ao  outro=nas- 
cente  thermal  dos  arralndos. 

NASCENTE  THBBMAL  D'0Bn)0S 

Esta  nascente  rebenta  na  margem  da  mes* 
ma  pequena  ribeira,  onde  se  lança,  a  uns 
IStíO  metros  da  viUa  d'Obido8.  Sua  agua  é 
límpida,  ligeiramente  anilada,  apresentando 
um  gosto  salgado  e  hepático. 

Sua  temperatura,  no  momento  das  nossas 
experiências,  era  de  27^  4  c. ;  e  a  do  ar  ex- 
terior, de  23%  c. — Contém  por  kílogramma, 
2  gr.  6320  de  residuo  fixo,  composto  de  chio* 
rureto  de  sodium;  sulphatos  de  soda,  de  po- 
tassa,  de  cal,  e  de  magaesia:  carbonatos  de 
cal  e  de  magnesía  —  acido  silieo  —  e  O,  gr. 
004465  de  acido  sulpbydrico. 

NASCENTE  TBSRllAL  DOS  ARBABIDOS 

A  amostra  da  agua  desta  nascente,  que 
foi  exposta  em  a  nossa  coUecção,  foi  tomada 
perto  do  ponto  onde  se  lança  na  ribeira  men- 
cionada. 

£sta  agua  apresenta  as  mesmas  proprie- 
dades e  a  mesma  composição  do  manancial 
precedente.  Contém  por  kilugramma  2,  gr. 
664  de  residuo  fixo,  formado  dos  mesmos 
elementos.  A  snlphuração  é  de  0, 004169,  e 
a  sua  temperatura,  de  29»,  ^c. 

Lafeta,  Lafetal,  ou  Lafetat 

Appellido  nobre  em  Portugal.  Veio  do  du- 
cado de  Milão  (Itália)  d*onde  passou  a  este 
reino,  no  tempo  do  rei  D.  Manud,  na  pessoa 
de  Jorge  Francisco  Lafetal.  Pez  o  seu  solar 
Hâ  freguesia  de  S.  Pedro  do  Carvalhal,  ter- 
mo d'Obídos.  O  brazão  d*armas  dos  Lafetaes, 
^  —  em  campo  azul,  castelio  de  ouro.  Elmo 
d^aço  aberto,  e  timbre  o  castelio  das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido,  U:<aro— escu- 
do terceado,  em  palia;  na  i.%  de  azul,  torre 


OBI 


m 


de  ouro— na  2.*,  de  prata,  leão,  «norodo— na 
3*%  da  azul,  semeado  de  onze  flores  de  liz, 
de  ouro.  Elmo  d*aço,  aberto— timbre,  o  leão 
das  armas,  com  uma  flor  de  líz,  de  ouro,  na 
garra  direita. 

Pó 

Appellid»  nobre  n'este  reino.  Veio  da  Al* 
lemanha  —  parece  que  tomado  do  rio  Pó, 
Passou  a  Portugal,  na  pessoa  de  Affonso  do 
Pó,  no  tempo  do  rei  D.  Fernando  I.-— Foi  ai- 
caide-mór  da  villa  d'Obídos  (que  então  era 
da  comarca  d*Aiemquer)  e  vassallo  do  rei. 
Junto  d'esta  villa  ha  um  logar,  denominado 
Fô,  no  qual  ainda  se  voem  ruinas  de  gran- 
des ediâcios,  e  onde  seu  filho,  João  Annes 
do  Pó,  também  aleaide-mór  d'Obidos,  fun- 
dou o  seu  solar,  vinculado,  e  capella,  pelos 
annos  de  Í4i9. 

Um  bisneto  d'este,  chamado  André  da  Sil- 
veira do  Pó,  tirou  brazão  de  suas  armaa^ 
concedidas  por  D.  João  III,  em  i532,  e  são — 
em  campo  de  prata,  leão  de  purpura,  aga- 
chado, como  que  está  deseançando,  com  a 
cauda  entre  as  pernas.  Orla  de  purpura, 
carregada  de  oito  aspas  de  prata.  Timbre, 
o  leão  das  armas,  na  mesma  postura,  com 
uma  das  aspas  da  orla,  na  espádua. 

Templo  do  Senhor  da  Pedra 

No  meio  de  uma  risonha  planície,  cercada 
de  viçosa  vegetação,  e  de  collinas  cobertas  de 
frondoso  arvoredo,  ou  semeadas  de  penedos 
alcantUados,  se  ergue  soberbo  e  imponente, 
o  magestoso  Sanciuario  do  Sanher  da  Pedra. 

A  600  metros  da  villa,  no  centro  de  um 
quadrilongo,  cercado  de  casas  e  muros,  está 
edificado  este  famoso  templo,  em  um  sitio 
antigamente  chamado  os  Areeiros,  e  também 
Casal  da  Pedra,  por  aqui  ter  havido  uma  vi- 
venda assim  denominada;  e  por  isso  se  deu 
ao  padroeiro  da  egreja  o  titulo  de  Senhor 
da  Pedra.  Outros  porém  pretendem  que  o 
chamar-8e  Senhor  da  Pedra,  é  porque  a  ima- 
gem é  feita  d'esta  matéria. 

Este  sitio  é  atravessado  por  uma  extensa 
ponte,  que  augmenta  a  belieza  do  edifício. 

É  tão.robusta  a  conslrut*çào  do  templo,  ao 
qual  servem  de  gigantes  as  suas  duas  torres 


192 


OK 


(que  ficaram  só  da  altura  da  cimalha  da  efn- 
ja),  qae  nenham  abalo  soffreo,  no  fatal  ter- 
ramoto do  dia  1.*  de  novembro  de  i75&  qae 
tantos  estragos  cansou  porestes  sítios,  como 
por  todo  o  reino. 

A  cúpula  é  de  forma  exagona,  e  está  re- 
yestída  exteriormente  de  telhas  esverdeadas 
e  refulgentes.  Sobre  o  seu  vértice,  se  vé  um 
grande  globo,  sustentando  uma  alta  cruz  de 
ferro,  que  remata  o  fastígio  do  templo,  que 
mede  uns  35  metros  d'altnra.  Da  parte  op- 
posta  á  fachada  principal,  olhando  á  direita, 
vóem-se  oe  outeiros  de  Santo  Antão,  em  um 
dos  quaes  está  a  sua  capella,  edificada  entre 
alterosas  e  esbranquiçadas  penedias.. Á  es< 
.  querda,  se  vêem  três  grandes  montes,  que 
se  cortam  convergentes,  no  formoso  sitio  do 
Pi§o.  Em  frente,  se  vêem  esses  vetustos  cas* 
teUos  da  vílla,  erguidos  no  tdpe  de  uma  alta 
e  escarpada  penedia,  e  que  teem  resistido  in- 
eolume?,  ao  poder  destruidor  dos  homens,  e 
â  acção  corrosiva  dos  secnlos,  ostentando 
ainda  na  sua  caducidade,  a  poesia  das  con- 
strueções  árabes. 

Próximo  aos  casteilos,  e  da  mesma  altura, 
se  vê  um  cnbêUo,  edificado  sobre  penedos 
enormes,  que  parecem  prestes  a  cabir.  Hais 
alem,  a  Unre  vedra,  cujos  torreões  formam 
três  ângulos,  ligados  por  uma  alia  muralha 
ameiada,  sobre  as  quaes  se  elevam  as  torres 
da  egreja  matriz  de  Santa  Maria,  de  S.  Pe- 
dro, e  do  relógio  publico.  Mais  distante,  se 
vé  a  "egn^ja  de  S.  João  Baptista,  e  os  arcos 
do  aqueducto. 

Devemos  confessar  que  a  ordem  archite- 
ctonica  da  egreja  do  Senhor  da  Pedra,  não 
prima  por  a  sua  regularidade,  formando  um 
exemplar  único  no  seu  género,  n'este  reino, 
não  tendo  outro  edificio  que  a  emite,  senão 
o  Senhor  da  Barroca^  junto  a  Esgueira;  que 
todavia  ó  de  mais  acanhadas  proporções,  e 
de  muito  menos  riqueia.  A  architecturaios- 
eanay  romana  e  compósita  aqui  se  misturam 
com  a  iialicoclassica,  em  resultado  da  con- 
cepção hybrida  do  architecto.  Apezar  d*isto, 
não  se  lhe  pôde  negar  belleza  e  magestade. 
As  suas  paredes,  tanto  interior  como  elte- 
riormente,  ^ão  revestidas  de  pedras  quadra- 
das, o  que  lhes  dá  uma  apparencia  bastante 
pesada. 


OBI 

Pela  saa  lõrma  circular,  assemelba^ie  ao 
famoso  pantheon  de  Roma,  edificado  por  o 
eonsal  Marco  Vipsanio  Agrippa  (genre  do 
imperador  Augusto),  e  dedicado  a  todos  os 
deuses  da  mythologia,  principalmente  a  Ja« 
piter  Vingador,  t 

Com  o  decurso  dos  annos,  foi  o  mar  abaih 
donando  este  siiio  (segundo  a  tradição)  dei- 
xando um  formoso  valle,  de  3  kilometres  de 
comprido,  chegando  até  ao  logar  do  Aré!ào 
e  á  lagoa. 

Com  a  povoação  e  circumvalação  da  viBa, 
se  vieram  recolhendo  a  ella  os  moradores 
que  por  lá  viviam,  vindo  aquelle  sitio  a  fi* 
car  deserto.  Ainda  hoje  se  vêem  aili  veati- 
gíos  de  casas  e  outros  edificios. 

Os  beneficiados  da  egreja  de  S.  João, 
os  que  mais  aborreciam  o  sitio,  por  lhe 
penoso  de  hir  alli  todos  os  dias,  e  priQcipial^ 
do  a  arruinar-se  a  egreja,  que  ainda  eotãò 
com  pouca  despeza  se  concertava,  não  qni« 
zeram  os  padres  curar  da  conservação  d*el* 
la,  e,  aproveitando-se  d'esta  circumstancia, 
para  procurar  egreja  dentro  da  villa,  oa  jun- 
to a  ella. 

Tinha  a  irmandade  da  Misericórdia  a  ad- 
ministração de  ama  grande  capella,  coai  sen 
coro,  'dedicada  a  S.  Vicente,  martyr,  e  pró- 
xima á  porta  principal  da  villa.  O  prior  e 
cónegos  de  S.  João  a  pediram  aos  irmãos^ 
que  lh*a  concederam,  com  certos  eneargos^ 
e  para  ella  se  mudou  a  antiga  parochia  da 
S.  João,  no  anno  de  1640;  abandonando  a 
primitiva  egreja,  qae  ainda  se  conservoa  ái 
pó,  mais  de  20  annos;  mas,  porque  lhe 
quizeram  acudir,  foram  apodrecendo  as 
deiras,  e  pouco  a  pouco  se  foi  desmoronan- 
do uma  egreja  sagrada,  e  a  mais  antiga  da 
villa.  Como  a  capella- mór  era  de  abobada» 
ficou  de  pé,  mas  aberta,  e  assim  esteve  mui- 
tos annos. 

António  de  Mendonça,  benficiado  da 


1  O  pantheon  foi  construído  depois  da  faa- 
talha  naval  em  que  Octaviano  vencea  a  Mar* 
CO  António  e  á  famosa  Cleópatra,  ficando  ao- 
nhor  de  todo  o  império  romano.  £m  607,  o 
papa  Bonifácio  IV  o  purificou,  consagras- 
do-o  a  Nossa  Senhora  dos  Martyres,  vulgar- 
mente, a  Rotonda, 


Qfil 

ja  4e  Saota  Maria,  vendiO  gae  a  eapeUa^roór 
^tava  reduzida  a  cnrral  de  gado,  tentou  a 
sua  reparação,  ajudado  por  unia  valioaa  eo- 
iDola  que  para  isto  lha  áen  xh^sl  devota  do- 
na, da  viiU. 

Principiou  o  padre  António  a  juntar  logo 
materiaea  para  fazer  a  obra,  que  se  ooocluin 
em  i7il. 

Havia  na  egreja  de  S.  Vicente  uma  devota 
imagem  de  Nossa  Senhora  do  Carmo,  que 
pertencera  á  velha  egreja  de  ,S.  João,  e  que 
o  padre  conseguiu  que  fosse  restituída  ao 
ao  seu  antigo  templo. 

No  dia  21  de  novembro  do  me^mo  apno 
de  i7ii  (dia  da  Apresentação  da  Santa  Vir- 
gem) foi  a  Senhora  para  a  sua  antiga  casa, 
em  uma  esplendida  procissão,  acompanhada 
pela  camará  da  villa,  todos  os  ecclesiasticos, 
6  qua3i  todo  o  povo,  assim  como  os  frades 
do  mosteiro  das  Caieiras. 

Jlía  a  Senhora  do  Carmo  e  o  Santo  Lenho, 
debaixo  do  pálio.  Concorreu  aestasolemni- 
dade  grande  numero  de  povo  dos  Jogares 
circumvisinhos.         , 

O  padre  Mendonça  instituiu  também  uma 
grande  irmandade,  para  cuidar  da  conserva- 
ção da  capella. 

A  senhora  tem  um  metro  de  altura,  e  é 
de  boa  esculptura  em  madeira.  Consta  que 
íôra  mandada  fazer  por  o  i.*  conde  e  alçai- 
de-mór  d*Obido8,  D.  Vasco  Mascarenhas,  e 
por  sua  mulher,  que  era  muito  devota  de 
^ossa  Senhora  do  Carmo  e  de  Santa  Tbere- 
za  de  Jesus,  cuja  imagem  também  mandou 
fazer  e  coilocar  n'esta  egreja. 

A  condessa,  depois  de  viu- 
va, foi  ser  freira  de  Santa  The- 
reza,  no  seu  mosteiro  d' Alva 
(onde  morreu  a  santa  e  fei  se- 
pultada), e  tendo  apenas  um 
anuo  de  professa  (a  condessa) 
falleceu  n*este  mosteiro. 


Ao8  LEiTORRS  —  Por  êrro  dê  paginação ^  se 
publicou  fora  do  seu  lognr  o  ultimo  perío- 
do da  col.  2.',  da  pagina  í92.  Rogo  pois  aos 
meus  leitores  que^  querendo  hr  em  seguida 
a  descripção  do  templo  de  Senhor  da  Pedra, 
passem  dt)  primeiro  peiiodo  da  referida  2." 

VULUMK  VI 


OBl 


193 


columna  d^pag.  íâS^para  o  que  agora  sb- 
gue. 

Apezar  da  sua  architeetura,  pôde  dizer  «e 
extravagante,  se  se  coneiuisae,  seria  um  dos 
templos  noais  notáveis,  não  só  de  Portugirf, 
mas  da  Europa. 

As  torres»  que,  seguado  o  risco  que  se 
conserva  ua  egreja,  subiriam  a  grande  al- 
tura, Acaram  (como  já  disse)  apenas  á  al- 
tura da  eimalha  da  egreja;  veodo-se  em  tor- 
no do  ten&plo  grande  quantidade  da  cantaria 
lavrada,  destinada  para  eilas. 

O  risco  d'esta  obra  ft)i  feito  por  o  capitão 
Bodrigo  F>*aneo,  architecto  da  mitra  patriar- 
chaL 

Sobre  a  cornija  da  cimalba  exterior,  cor- 
re uma  varanda  (que  devia  cercar  todo  o 
edificio)  d'onde  se  goza  uma  formosíssima 
visla.  TefD  quatro  sinos  de  díflerentes  Uma* 
nhos« 

A  constrneção  da  egreja,  daa  casas  para 
aposentos  dos  romeiros,  uma  vasta  eavalla- 
riça,  um  chafariz,  e  um  profundo  poço  de 
cantaria,  tudo  foi  feito  á  costa  de  esnK)llas 
dos  fieis,  e  de  generosos  donativos,  feitos  ao 
Senhor  da  Pedra,  por  D;  João  V,  que  visi- 
tou este  templo  sete  annos  successivos. 

A  morte  d*tiste  soberano  foi  provavelmen- 
te a  causa  de  se  não  concluir  este  monu- 
mento religioso,  que  daria  credito  á  nação 
portugueza. 

Segundo  alguns  escriptores,  antigamente 
chegava  o  mar  até  á  villa,  e  é  tradição  cons- 
tante que,  junto  á  egreja  de  S.  João  Baptis- 
ta (onde  foi  a  primitiva  povoação,  que  era 
vasta)  existiram  grandes  argolas  de  metal, 
nas  quaes  se  amarravam  os  barcos.  O  mar 
chegava  até  á  lagoa  do  Arelho,  nome  antigo 
da  famosa  lagoa  d'Obidos. 

Esu  rlla  fica  em  33*^4*. 

Ainda  ha  vestígios  do  paço  das  rainhas^ 
construído  pcir  D.  Leonor,  mulher  de  D. 
João  II.  E;<tão  janto  ao  castello,  tendo  ao 
sopé  um  profundo  valle 

Diz  se  que  a  parochia  de  S.  Juão  Baptis- 
ta é  a  mais  antiga  da  villa,  ffita  no  tempo 
dos  godos.  Quando  o  rei  D.  Díoiz  deu  a  vil- 
la a  sua  mulher,  deu  esta  a  egreja  de  S.  João 


194 


QBI 


João,  ao  cabido  da  Só  dd  Lisboa,  fican^  es- 
te prior,  e  ponha  aqai  um  vigário. 

A  2.*,  pela  ordem  da  antiguidade,  ó  a  de 
S.  Thiago.  O  usurpador  Phiiippe  II,  a  deu 
aos  religiosos  Jerónimos,  do  mosteiro  de  Vai- 
EemFeito.  TinbaXsete  beneficiados. 

As  matrizes  de  Santa  Maria  e  S.  Pedro, 
eram  do  padroado  das  rainhas.  A  3.*,  ó  sa- 
grada e  tinha  sete  beneficiados. 

A  egreja  de  Santa  Maria  (Nossa  Senliora 
da  Assumpção)  é  um  formosc»  templo,  de 
três  naves.  Teve  sempre  por  priores,  ho- 
mens muito  qualificados,  e  Algnns  com  ca- 
racter de  bispos. 

Consta  que  esta  egreja  foi  fundada  por  D. 
AíTonso  Henriques,  que  a  deu  a  S.  Theoto- 
nio,  1.»  prior  de  Santa  Cruz  de  Coimbra.  D. 
Affonso  III  confirmou  esta  doação. 

Santa  Cruz  de  Coimbra  continuou  na  pos- 
se d'e8ta  egreja,  até  que  D.  João  111,  enten- 
dendo ser  melhor  que  os  clérigos  fos- 
sem também  priores,  como  eram  os  benefi- 
ciados, restituiu  o  padroado  a  sua  mulher, 
D.  Catharina,  ficando,  desde  então,  da  casa 
das  rainhas,  até  1834. 

Foi  seu  primeiro  prior,  feito  por  esta  rai- 
nha, Rodrigo  Sanches,  varão  insigne  em  let- 
tras  e  virtudes,  que  tinha  sido  capellão  do 
imperador  Carlos  Y,  que  o  deu  a  sua  irmã 
a  dita  D.  Càtharina,  quando  veiu  para  Por- 
tugal. Foi  também  esmoUer  de  D.  João  III, 
que  o  escolheu  para  mestre  de  sua  irmã,  a 
infanta  D.  Maria,  e  de  sua  filha  a  infanta 
lambem  chamada  Maria,  que  depois  foi  mu- 
lher de  Phiiippe  II. 

Foi  por  varias  vezes  instado  para  acceitar 
um  bit^pado,  ao  que  sempre  se  recusou.  Ac- 
ceitou  o  priorado  d'Obidos,  porque  não  ti- 
nha obrigação  de  curar  almas,  visto  estarem 
as  funcções  parochiaes  entregues  aos  bene- 
ficiados. 

Era  muito  caritativo,  gastando  todos  os 
seus  grandes  rendimentos  em  esmollas  aos 
deavalldoí»,  e  em  aformosear  a  sua  egreja, 
que  reedificou,  pois  estava  ameaçando  rui- 
na.  Lançou  a  1.*  pedra  n'esta  nova  egr»'ja,  a 
i5  de  agosto  de  1571.  Se  não  morresse  d'ahi 
a  pouco,  deixaria  este  templo  no  maior  gráo 
de  expleDdor;  mas,  felizmente  teve  um  sue- 
cessor  tão  soUicito  como  eUe;  pois  estando 


OBI 

o  templo  ainda  apenas  em  armação,  d'ahi  a 
100  annos,  o  novo  prior,  o  doutor  Frandsco 
de  Azevedo  Caminha  (feito  pela  rainha  D. 
Maria  Izabel  de  Soboya)  mandou  fomr  a 
sua  custa  os  tectos  da  egreja,  e  sobre  a  oor* 
nija  que  corre  sobre  os  arcos  da  nave  gran- 
de, coliocon  dois  lanços'  de  quadros,  cem 
scenas  da  vida  da  S.  S.  Virgem:  mandou  pin- 
tar os  tectos,  e  revestir  de  bellissimos  azu- 
las, as  paredes' interiores  da  egreja,  e  fk- 
zer  outras  obras.  Mandou  fazer  na  sachrís- 
tia  uma  capeliinha,  para  seu  jazigo,  e  aSi 
está  sepultado. 

Era  também  de  muita  caridade,  vi^ends 
parcamente,  e  tendo  apenas  um  veatido  mui- 
to ordinário,  para  dar  aos  pobres  o  qiielhs 
obrava  das  despezas  com  as  obras  da 
egreja. 

Passados  annos,  entrou  n'este  priorado,  o 
bizpo  D.  frei  António  Botado,  que  o  preten- 
deu fazer  beneficio  simples;  mas,  oppoodo- 
se  os  beneficiados,  protegidos  pela  rainha 
D.  Maria  Sophía  Isabel  de  Neuburg,  filha  ds 
Phiiippe  Wilhelmo,  conde  palatino,  e  mu- 
lher (2.*)  de  D.  Pedro  II,  obtiveraai  despa- 
cho contra  as  pretenções  do  bispo.  Em  tes- 
temunho de  gratidão,  mandaram  os  bene- 
ficiados collocar  na  sachristia,  o  retrato 
d'esta  rainha,  e  lhe  rosavam  todos  os  dias 
em  communidade,  um  responso,  a  qae  todos 
voluntariamente  se  comprometterara. 

Em  4  de  outubro  de  1604  principíaraa 
os  beneficiados  a  cantar  n*esta  egreja,  de  ina- 
nhan  e  de  tarde  a  antiphona  Stella  CaU. 

Pelos  annos  de  1640,  o  prior  ei>enefieiados 
da  egreja  matriz  de  S.  João  Baptista,  mudaram 
para  a  ermida  de  S.  Vicente,  que  fica  ao 
entrar  da  villa,  do  lado  do  Sul.  Esta  parodúa 
foi  a  primeíaa  que  houve  na  viila,  e  por  al- 
guns séculos  a  única. 

Durante  a  dominação  agarena,  sempre 
n'ella  se  fizeram  osofficios  divinos,  mediaois 
certo  tributo  pago  aos  mouros;  e  aqui  vi- 
nham os  christãos  das  redondezas  satisfazer 
os  preceitos  da  religião  eaiholíca,  e  comprir 
as  suas  promessas. 

Chamava-  se  ao  sitio  aonde  está  es  ta  egre- 
ja, a  ponta  do  Mocairo. 

Na  íreguezia  Doi  Negros  (ou  ÁdosNe^rw), 


OBI 


OBI 


195 


lenno  â'Obido9,  nasceu  o  padre  Francisco 
Gomes,  da  congregação  do  Oratório,  na  ci- 
dade de  Lisboa.  Foi  cara  da  egreja  de  San- 
ta Maria  Magdalena,  dos  Negros,  qaasi  doze 
annos.  Era  tio  rígido  observante  dos  manda- 
mentos da  Egreja,  que  chegoa  acondemnar 
seu  próprio  pae,  por  matar  ama  rei  em  dia 
sanctificado.  Em  toda  a  sua  fregaezia  bavia 
só  três  bomens  qoe  sonbessem  ler.  O  bom 
ecclesiastico,  abria  na  saa  residência,  escola 
poblica,  on^  ensinava  primeiras  letras,  com 
a  maior  sollicítude:  diama  para  os  desocca- 
pados,  e  nociarna  para  e?  operários  e  pas- 
tores, aos  qnaes  ainda  dava  de  cear. 

Ensinava  lhes  a  doatrina  christan,  e,  com 
virtuosos  exemplos  e  eloquentes  palavras, 
Ibes  ensinava  a  serem  homens  de  bem  e  ca- 
tbolicos  fervorosos. 

Dormia  vestido  e  a  saa  cama  era  ama  cor- 
tiça. Fogia  de  todo  o  trato  e  conversação 
eom  malheres.  Jejuava  quasi  todos  os  dias, 
comendo  de  24  em  24  horas,  pouco,  e  ali- 
mentos grosseiros. 

Foi  cura  da  egreja  da  Conceição  de  Lis- 
boa, e  aqui  mandava  fazer  am  bom  jantar; 
nas,  sem  lhe  tocar,  o  mandava  a  alguma  fa- 
mília de  pobres  envergonhados — sustentan- 
do-se  apenas  com  legumes,  que  mandava  co- 
ser no  principio  da  semana,  e  lhe  duravam 
para  toda  ella.  Era  summamenie  caritativo, 
dando  aos  pobres  tudo  quanto  adquiria.  Elle 
mesmo  sabia  de  noite  a  fazer  a  repartição 
das  esmolas,  para  encobrir  a  sua  caridade. 

Antes  de  ser  padre,  íòra  obrigado  a  ser- 
vir um  anno  na  guerra  da  independência,  e, 
mesmo  na  vida  militar,  foi  sempre  um  sol- 
dado virtuoso. 

Fallecen  em  Lisboa,  a  25  de  janeiro  de 
1676. 

Assim  que  se  divulgou  a  sua  morte,  cor- 
reu logo  a  veneral-o,  cono  santo,  toda  a  ci- 
dade, tocando  o  seu  cadáver  com  contas,  e 
guardando,  com  grande  fé,  as  relíquias  do 
sea  habito,  que  podiam  haver.  Foi  tão  nume- 
roso o  concurso,  que  não  deu  logar  a  poder 
enterrar-se,  senão  no  terceiro  dia. 


A  villa  d*Obido3  é  pátria  do  espirituoso  e 
distincto  poeta,  o  doutor  Francisco  Manuel 


Gomes  da  Silveira  Malhão,  pae  do  grande 
padre  Malhão. 

Joseíia  Ayala  (Josefa  d'Obldo8) 

Bailhazar  Gomes  Figueira,  natural  doesta 
villa,  e  pintor  de  pouca  fama,  residia  em  Se- 
vilha (Andaluzia)  no  tempo  do  usurpador 
Philippe  IV.  Casou  n'aquella  cidade  com 
uma  nobre  senhora,  chamada  D.  Caiharina 
de  Ayala  y  Cabrera,  e  d'eBte  casamento  ti- 
veram uma  filha,  nascida  em  Sevilha,  em 
1634. 1 

Sacudido  o  ominoso  jugo  castelhano,  e  ac- 
clamado  rei  de  Portugal  o  duque  de  Bragan- 
ça, regressou  Figueira  à  sua  pátria,  trazen- 
do a  saa  familia,  e  foi  habitar  a  quinta  da 
CapelleirOj  extramuros  d*Obidos,  e  a  una  3 
kiiometros  das  caldas  das  Gaieiras. 

Josefa  Ayala  (mais  conhecida  por  Josefa 
d*Obidos)  falleceu  n'esta  villa,  em  22  de  ju- 
lho de  i684.  Foi  sepultada  na  egreja  paro- 
chial  de  S.  Pedro,  para  a  qual  havia  pinta- 
do vários  quadros,  que  ainda  existem. 

Foi  uma  pintora  famosíssima  do  sécu- 
lo XVII,  e,  apezar  de  terminar  seus  dias  na 
edade  ainda  florescente  de  50  annos,  traba- 
lhou muito,  pois  vôem-se  ainda  hoje  quadros 
seus,  em  muitas  egrejas  e  casas  particulares. 
Eu  vi-os  na  egreja  e  na  sachrisiia  do  semi- 
nário do  Varatojo;  na  egreja  da  Misericór- 
dia, e  na  da  Conceição,  de  Peniche,  e  tam- 
bém me  pareceram  do  seu  pincel,  dois  qua- 
dros de  milagres  que  estão  na  notável  capei- 
la  de  Nossa  Senhora  dos  Remédios,  d'esta 
mesma  villa. 

Ha- 03  também  na  egreja  do  convento  de 
Torres  Vedras,  e  em  outras  muitas  egrejas 
e  capellas. 

As  suas  pinturas  revelam  um  grande  ge- 

1  AlguQs  escriptores  sustentam  que  ella 
nasceu  em  Óbidos,  o  que  não  é  adcuissivel. 
Todos  concordam  em  que  ella  falleceu  em 
1684,  com  50  annos  de  edade;  as^im  como 
concordam  eriit]ue  sen  pae  regressou  a  Por- 
tugal depois  da  acclaí nação  de  D.  Joào  IV. 
Já  se  vé  que  ella  nasceu  em  1634,  e  portan- 
to tinha  6  aonos  quando  veio  para  Óbidos. 
Coutente-se  pois  esta  villa  em  que  seja  oriun- 
da d'elia,  Josefa  Ayala»  em  que  passa.^se  aqui 
toda  a  sua  vida  desde  a  edade  dn  seis  ânuos, 
e  em  possuir  os  seus  restos  mortaes. 


196 


0B[ 


nio,  muito  TÍYacídade  de  expressão^  e,  sobre* 
tado,  moila  verdade;  aíoda  que  algima  lhe 
notam  uma  tal  oa  qual  dureza  de  pincel.  Fo- 
ioexeedivel  em  pintar  flores  e  frnetos.  Em 
uma  casa  particular  da  aldeia  do  Varatojo, 
Ti  um  quadro  seu  n*e9te  geoero  (provavel- 
mente dos  que  foram  tirados  do  convento) 
que  me  maravilhou. 

O  anctor  do  Theatro  heroina^  diz,  a  pag. 
194,  que  na  egreja  do  mosteiro  jeronymo  de 
Yalle-Bem-feito,  se  admiram  bellíssimos  qua- 
dros da  babil  roâo  de  Josefa  d'Obidos;  e  que, 
em  casa  de  José  Gomes  d*Avellar,  qae  era 
parente  d*eUa,  ha  também  alguns,  pintados 
em  tela  e  em  laminas  de  cobre  e  de  prata. 

Era  também  insigne  retratisU,  e  tanto  que 
— pintando  o  retrato  da  princeu  D.  Isabel, 
filha  de  D.  Pedro  II  e  da  rainha  D.  Mana 
Francisca  Isabel  de  Sabóia,  ^  sahiu  tão  per- 
feito e  semelhante,  que,  entre  outros,  de  pin- 
tores de  fama,  foi  preferido  para  ser  manda- 
do a  Victor  Amadeu,  duque  de  Sabóia,  que 
desposou  aquelta  princeza. 

Parece  que  Joseíá  d*Obido8  foi  também 
gravadora,  porque  na  edição  dos  Estatutos 
da  universidade  de  Coimbra  (i654)  se  acha 
uma  esUmpa  com  a  assignatura  de  Josefa 
Ayala,  Óbidos^  1653.  Tinha  então  ella,  19  an- 
nos. 

No  coro  da  egreja  do  Yaratojo,  está  uma 
pintura  do  Menino  Jesus,  com  uma  túnica 
transparente,  de  uma  correcção  de  desenho 
perfeitíssima,  obra  d*esta  mulher  famosa.  Na 
capella  do  noviciado,  está  um  béllo  quadro 
de  Nossa  Senhora  das  Dôres,  que  também  se 
lhe  attribue.  Na  egreja  do  mosteiro  d'Alco- 
baça,  ha  quadros  que  consto  serem  também 
obra  sua;  assim  como  na  egreja  do  real  mos- 
teiro da  Batalha. 

O  moi-gado  de  Setúbal  (José  António  Bene- 
dicto  de  Faria  Barros),  grande  curioso  em 
pintura,  fez  o  retrato  de  Josefa  d*Obidos,  que 
é  reputado  a  melhor  obra  d*este  pintor. 

Fioalraenie.  Josefa  d'Obidos,  pelos  seus  to- 
lentos,  foi  estimada  de  todas  as  prineípaes 
pessoas  d*estes  leinos,  muitas  das  quaes  a 

^  A  tristemente  Cf  lebre  mulher  de  D.  Af- 
fonso  VI,  que,  ainda  em  vida  d**.  st*u  mari- 
do, rasuu  rorn  seu  cunhado,  o  eotàu  infante 
D.  Pedro,  e  fui  sua  primeira  esposa. 


OBI 

visitar  á  sua  quioto  d*0bido8;  eerti 
vil&a  se  uCana»  com  justiça,  d'eato  sua  Ma- 
bilissima  patrícia. 

Sm  Óbidos  nasceu»  a  16  de  março  de  ITN» 
o  verdadeiramente  poético  e  inspirado  on- 
dor  sagrado,  padre  Francisco  Eaphael  di 
Silveira  Malhão. 

Era  filho  do  baelutrel  F.  G.  da  S.  Malbio 
(acima  mencionado)  e  deD.  Josefa  Maria  Ri- 
beiro da  Gama,  e  sobrinho  dos  poetas  da  ár' 
eadia^  João  Monteiro  e  António  Gomes. 

Por  influencia  do  padre  Barros,  vígaris- 
geral,  em  Óbidos,  se  dedicou  á  vida  ecde- 
siasiica.  Frequentpa  o  seminário  de  SsbU- 
rem,  onde  estudou  nove  annos,  Uiim,  legi- 
ca,  rethorica,  theologia,  canto  e  musica. 

Tomando  ordens,  aos  33  annos  (1817)  eom 
despensa,  regressou  para  Óbidos,  a  viver  eom 
seus  irmãos  (porque  seos  pães  já  tinham  íú- 
leeido),  estando  sempre  na  sua  companhii. 
e  não  08  desamparando  nunca.  Ainda  m 
uma.  sua  irman. 

Teve  grande  devoção  com  Nossa  Senbon 
da  Nazareth,  a  cuja  festa  hia  pregar  todm 
os  annos;  assim  como  ao  Immaeulado  (Mon- 
ção de  Maria,  a  quem  erigiu  uma  bonita  er- 
mida, no  logar  do  (Hho-Mmnko, 

Pregava  muitos  veses  por  devoção,  pría- 
cípalmiente  sermões  da  Santíssima  Vif^eoL 
Escrevia  bymnos  e  loas  para  serem  canu- 
dos em  honra  de  Nossa  Seniiora« 

(voatova  muito  de  conversar  com  os  bs- 
mens  do  campo,  dando-lhee  bons  conceiliai, 
e  muitas  veses  aproveitando  os  d'elles  ess 
seus  pensamentos. 

Os  seus  costumes  respiravam  todos  asyn- 
pathica  singeleza  da  sua  alma. 

Foi  um  dos  mais  eloquentes  e  dos  nuis 
poéticos  oradores  sagrados  do  século  XIX 
em  Portugal;  oommovendo  e  arrebatondD 
muitos  vezes  o  seu  auditório  eom  as  pais- 
vras  angélicas  de  seus  sermdes  brilhantís- 
simos. 

A  sua  modéstia  eguatova  os  seus  apreciá- 
veis dotes  hiterarios,  e  jamais  quis  passar 
de  um  simples  clérigo;  limitando-se  apsoas 
a  acceitor  o  logar  de  sócio  correspondeote, 
do  Instituto  de  Coimbra. 

Era  virtuoso  e  honradíssimo,  sem  qoe  & 


ÕBI 


OBL 


197 


mafs  pequeiiA  nódoa  do  Tieio  manchasse  a 
soa  vida  inHDaealada;  mas  não  era  d'08se8 
ascetas  tétricos  e  cadavéricos,  pelo  contra- 
rio, o  ?ea  ro«to  era  sempre  alegre  e  prasen- 
tetro,  e  o  sea  beilo  caracter,  ás  veies  mesmo 
Jocoso. 

PofoiieoQ  varias  poesia»,  CBtre  ellas  a  Áh 
ám  Christan  e  os  Serdes  da  Aldeêa^  e  mui- 
tos dos  seus  formosfs  sermões. 

Ainda  n*este  anno  de  i87S^  a  casa  editora 
lisbonense,  de  Mattos  Moreira  ét  C*  está  pa- 
blicando  ama  serie  de  sermSes  seas,  dos 
qnaes  já  estão  impressos  16,  qne  são  afano- 
saoíente  procurados  pelos  ecclesiaslicos;  es* 
tandó  o  resto  em  via  de  publicação. 

Yào  umbem  em  breve  ser  pnblicadas  as 
snas  poesias. 

Fallecea  em  Óbidos,  a  10  de  novembro  de 
i860,  e  jaz  sepultado,  era  nma  campa  rasa, 
á  entrada  da  egreja  de  S.  Pedro,  â*esta  villa, 
sem  uma  simples  inscripção,  que  diga  áos 
vindouros  que  B'esta  sepultura  dorme  o 
eterno  somno  o  Lacordaire  portuguei. 


A  pag.  494,  col.  1*,  do  1*  vol.,  faltei  na 
aldeia  de  Dumtíoos,  da  freguezia  doCarva- 
Ihat  e  conoelbo  d'Obidos.  Aqui  accrescento 
mais: 

No  dia  30  de  setembro  de  1876,  os  sinos 
d'Obidos,  faziam  eccoar  o  seu  dobre  plan- 
gente, nos  alcantis  dos  arredores.  Era  a  al- 
ma de  um  ente,  qne,  despindo  o  envolucro 
de  barro,  e  tomando  as  suas  azas  d'anjOj  voa- 
ra á  mansão  dos  justos.  Pallecéra  nos  braços 
de  seu  filho  extremoso,  a  sr.*  D.  Maria  Igna- 
eia  Machado,  natural  doesta  aldeia,  viuva  do 
sr.  Luiz  Maria  Cesário  da  Gosta  Machado,  na- 
tural de  Lisboa,  e  mãe  do  nosso  tão  sympa- 
tblco  como  espirituoso  e  distinctissimo  es- 
criptor,  •  sr.  Júlio  Gesar  Machado. 

A  sr.*  D.  Maria  Ignacia,  havia  nascido  em 
1804.  Era  uma  senhora  virtuosíssima  e  de 
uma  bondade  ineffavel,  deixando  por  isso 
uma  indelével  saudade. 

Sen  fUho,  apenas  teve  noticia  da  moléstia 
que  levou  á  sepultara  sua  extreuiecida  mãe, 
deixou  immediatamente  os  seus  queridos  li- 


vros, as  suas  famosas  publicações,  e  todos  os 
prazeres  da  capita],  e  correu  pressuroso  para 
junto  do  leito  materno,  e  alli,  sellicito  enfer- 
meiro, e  perpetuo  companheiro,  passou  mui- 
tas  semanas,  até  vér  expirar  recostada  ao 
seu  corado  angustiado,  aquella  que  tanto 
amara  na  vida. 

Este  raro  procedimento,  honra  tanto  — 
honra  talvez  mais — o  sr.  Júlio  Gesar  Macha- 
do, como  todas  as  suas  bellas  producções 
litterarfas. 

O  sr.  Luiz  Maria  Gesario  da  Gosta  Macha- 
do, fallecea  a  tt  de  maio  de  1851,  na  cida- 
de de  Lisboa.  Fora  um  dos  grandes  elegjin- 
tes  do  seu  tempo  —  e  como  sua  mãe,  a  sr.* 
D.  Gertrudes  Prophiria  da  Purificação  da 
Gosta  Machado,  tinha  fama  de  ser  muito 
rica,  lhe  chamavam  (a  elle)  o  filho  da 
tHn>a, 

Era  um  perfeito  cavalheiro,  e  de  solida  e 
vasta  instmcção  e  máxima  probidade.  A  sua 
franqueza,  sinceridade,  bondade,  largueza 
de  animo  e  amável  confiança,  o  fftziam  o 
melhor  dos  homens;  mas  de  todas  estas 

qualidades,  apenas  tirou  por  fructo a 

pobreza. 

Os  que  se  haviam  aproveitado  das  snas 
liberalidades  (talvez  excessivas)  o  alcanha- 
vam  depois,  de  gastador  excêntrico;  mas  os 
seus  verdadeiros  amigos  o  denominavam — 
àoração  étouro, 

Gusta  a  comprehender  como  um  homem 
de  extraordinário  talento,  e  incontestável 
agodeza,  não  quizesse  conhecer  mais  ce- 
do a  falaz  hypocrisla  dos  outros,  e  previ- 
nir-se. 

Mas,  se  não  deixou  a  seu  filho  as  riquezaa 
transitórias  do  mundo,  deixou-lhe  um  nome 
honrado  e  impoluto,  e  uma  educação  esme- 
radíssima: a  mais  solida  das  heranças,  por- 
que Júlio  Gesar  Machado  não  é  só  o  escri- 
ptor  elegante  que  nos  delicia  com  os  seus 
despretenciosos  chistes  e  finos  conceitos,  é 
também  o  moçç  agradável,  urbano,  o  ami- 
go dedicado,  a  alma  pura  e  franca,  sem  uma 
sombra,  sem  uma  mancha. 

OBLATOS,  I^OVOTOS  e  FAMILIARES^ 
certas  dadivas  que  antigamente  se  faziam  ás 
egrejas  e  mosteiros.  Goosistiam  não  só  em 
dinheiro  e  generosi  mas  em  bens  de  raiz,  a 


198 


OBO 


OGE 


até  pop  muitas  vezes  nas  próprias  pessoas 
6  famiiias  dos  doadores. 

Antes  do  4.*  concilio  lateranense  (Í2i5) 
não  havia  regalarídade  na  recepção  dos 
oblatos.  Uns  se  votavam  á  egreja,  com  saas 
mulheres  e  filhos»  para  serem  admittidos  á 
profissão  monaehal,  prometteodo  estabilida- 
de, conversão  e  obediência— outros  ficavam 
no  secnlo,  com  liberdade  porém  de  profes- 
sarem o  monaehato  que  bem  lhes  pareces-  i 
se;  mas  todos  eram  reputados  familiares  d'a- 
qnelle  mosteiro,  a  cujo  abbade  obedeciam, 
e  d'elle  recebiam  vestido  e  sustento. 

Havia  outros  doadores,  mesmo  sem  pro- 
fissão monaehal  de  casta  alguma,  e  vestidos 
differentemente  dos  monges. 

Outros,  se  faziam  escravos,  com  suas  mu- 
lheres e  filhos,  dos  mosteiros  ou  egrejas,  a 
que  haviam  dado  seus  bens;  tendo  por  no- 
breza verdadeira,  o  titulo  de  escravos  de  Je- 
sus Ghristo.  Estes»  ou  punham  sobre  a  ca- 
beça uma  moeda  de  quatro  dinheiros,  e  a 
lançavam  logo  sobre  o  altar,  e  com  isto  se 
confessavam  escraioos  do  Senhor^  ficando  a 
denominar-se  servos  de  quatro  dinheiros  — 
ou  prendiam  ao  pescoço  a  corda  do  sino,  e 
d*este  modo  protestavam  ser  servos  dê  gleba, 
e  sem  liberdade  alguma. 

Outros  em  fim,  pagavam  ao  mosteiro  cer- 
to censo  annual,  que  voluntariamente  ti- 
nham imposto  nas  suas  fazendas,  das  quaes 
muitos  ficavam  meros  usufructoarios^ 

Os  mosteiros  que  tinham  maior  numero 
d*estes  familiares,  servos  e  escravos,  eram 
os  de  Alpendurada,  Arouca,  LofVão,  Macei - 
ra-Dão,  Tarouca,  e  Salzôdas.  Não  se  con- 
funda oblatos,  com  obladagens  ou  oblatas. 

Bstas  eram  offertas  que  os  fieis  levavam  ás 
egrejas,  em  certos  dias  do  anno,  para  utili- 
dade dos  seus  ministros.  Consistiam  em  pão, 
viuho  e  outros  géneros.  Em  algumas  fregne-\ 
zias  de  Portugal  ainda  se  pagam  oblatas,  pe- 
las almas  dos  defnnctos. 

0B0BRI6A— cidade  antiquisslma  da  Lusi- 
tânia, que,  segwnáooÂgtoloffii  Lusitano  {tom. 
2.%  pag.  547,  col.  2.*)  estava  assente  em  um 
logar  Junto  a  Rio-Caldo,  no  sitio  em  que  es- 
ta povoação  parte  com  Manim.  Foi  martyri- 
sada  n'esta  cidade,  Santa  Eufemia,  virgem, 
que  alguns  pretendem  ter  sido  natural  d'es- 


ta  fireguesia;  que  é  no  concelho  de  Terras 
de  Bouro  (Minho)  comarca  de  Yilla  Yer4a. 
Vide  Rio  Caldo. 

OBRA— portngnez  antigo— significava,  eté 
pouco  mais  ou  menos,  ou  ajfr&xsmadoKUê' 
te,  quando  se  falia  de  um  numero  que  ean 
exactidão  se  não  pôde  determinar.  V.  gr.— 
Obra  de  í2  kHometros.--Obra  de  SO  kUo- 
grammas,  etc.  Ainda  é  fpoito  usado  este  ter- 
mo em  Portugal 

OBRAÇOM  —  portuguaz  antigo  —  imiis, 
oblação. 

OBRAÇOM  —  portuguez  antigo—  offená- 
mento  de  alguma  cousa  profana.— Os  deve- 
dores  sejam  theudos  de  pagar  esso  que  dete- 
rem como  se  essas  obraçooenseconsinaçoott 
nom  fossem  feitas.  {Cod.  Alf.,  L.*  4.%  tit  1.', 
§Í3.) 

OBRADAÇOM— português  antigo— o  mes- 
mo que  oblata  (ou  oòrtula.)  Vide  Oblatat, 
no  fim. 

OBRABAR— portuguez  antigo— o/f^r^cir. 
Obradar  nm  defunto,  era  offerecer  algnou 
cousa  ao  altar  ou  aos  seus  ministros,  para 
que  orassem  pela  alma  do  offerente. 

OBRIDAR— portuguez  antigo— oòrt^^of. 

OBSIA,  OSEA,  OSSnA,  OUSSIDA,  e  OU- 
SnA— portuguez  antigo— dava-se  este  nome 
à  capella-mórdequ^lqueregr^a^e»  ás  veies^ 
mesmo  a  outro  qualquer  altar  ou  capella. 

OBTRO— portuguez  antigo— oiiíro. 

0BT0R6AR  —  portuguez  antigo — outer- 
gar,  conceder. 

OGEM,  08SE1I,  e  GSM- appellido  nobre 
em  Portugal— suas  armas  são  — em  campo 
d*ouro,  leão  de  púrpura;  orla  azul,  carrega- 
da de  oito  vieiras  de  prata— elmo  d*a{s 
aberto— 4imbre,  o  leão  das  armas»  com  am 
das  vieiras  sobre  a  cabeça. 

E*  famoso  na  historia  da  cidade  do  Por- 
to, Pedro  Ossem,  Pedro  Ocem,  ou  Pedro  Cm 
(por  todos  estes  nomes  o  tenho  visto  eserí* 
pto.)  E*  tradieção  que  a  torre  ameiada  qna 
ainda  existe  bem  conservada  (servindo  par- 
te d'ella  de  cosinha)  nas  trazeiras  do  palacis 
dos  srs.  Brandões,  da  Torre  da  Marca,  do  Por- 
to, hoje  dos  srs.  marquezes  de  Monfalim,  foi 
construída  pelo  legendário  Pedro  Cem,  Ti* 
de  Nicolau  (São)  freguesia  da  cidade  ds 
Porto. 


ocu 


ODE 


199 


OCIAVA-— portngaez  antigo  *—  a  oitava 
parte  de  qaalquer  consa,  de  péao,  oa  medi- 
da. Os  hespaohoes  ainda  dizem  cohavOf  pela 
oitava  parte  de  ojzi  real.  G(»TeqH>iide  a  2  e 
meio  reifl  da  nossa  moeda. 

OCBAVILA--portQgaez  antigo--o  meemo 
qae  ocheva. 

OGIENTE^portagaez  antigo— Desde  o  se- 
calo  XII  até  ao  xiv,  sàcvúnnnmeraveis  os  do* 
comentos  qae,  designando  os  qaatro  pontos 
cardeaes  do  globo,  lhe  dão  00  segnintes  no 
mes— Levanto,  on  Soão  (Esi^)^ Abrego^  Vm- 
dawU^  oa  Alamço  (Sol)-*il||Mtom,  on  Aqui- 
lom  (Norte)  Travusia^  on  Ociente  (Oeste.) 

Nas  provineias  do  norte, 
ainda  muita  gente  ehama  Soôo, 
oa  VetUo  da  Serra^  ao  vento 
\e$xe—VendavcU,  ao  vento  sul 
-^-^AffmSOy  &o  ventonorte.  (D*a- 
qai  aguiárra  on  guiarra^  ao 
nevoeiro  frigidissimoqaevem 
do  norte.) 

Os  navegantes,  também  ain- 
da empregam  com  frequência 
os  termos  áé--^levant$,  venda- 
val, e  traioessia,  no  mesmo 
sentido. 
OCISIA--Vide  EudHa. 
OCRATOj  on  OCRATE^nonie  antigo  da 
actual  viUa  do  Grato,  cabeça  do  grão*prio- 
rado  do  Grato,  da  ordem  de  Ifalta. 

OGULIS  (em  portugnez OLHOS)— anti- 
quíssima parochia  da  fregnezia  do  Minho, 
pois  já  existia  no  século  vii,  qnando  o  rei 
Wamba  fez  a  divisão  dos  bispados  da  Losi- 
tanta  (($75.) — O  seu  nome  provinha  de  nns 
Ol?MS  é^agua  thermsl  que-  aqni  nascem. 

Consta  isto  de  «uma  sentença  que  den  D. 
AíTonso  Y  de  Leão,  qnando  esteve  n'esta  fre- 
guezía,  6  que  existe  no  arehivo  da  collegia- 
da  de  Goimaraes.  Na  sua  data  diz — Hie  in 
Ecclegia  Sancti  MichaeHs  m  Ocuiis  Conda- 
rum.  (Aqui,  na  egreja  de  S.  Miguel,  nos 
OJh09  das  Galdas.) 

£'  a  actnal  fregnezia  de  S.  Miguel  das 
Caldas  de  Yizella  ().•  vol.,  pag.  41,  col.  1.*) 
na  comarca  e  concelho  de  Guimarães. 

Depois  de  se  denominar  S.  Miguel  dos 
Olhes,  se  chamou  de  Caldellas,  e  por  fim  das 
CcUdas. 


ODECSnX  on  0DE38EDLE -^  freguesia, 
Algarve,  comarca  de  Lagos,  concelho  de  Al- 
jezur, 105  kilometros  de  Faro,  180  ao  S.  de 
Lisboa. 

Tem  180  fogos. 

Em  1757  tinha  83  fogos. 

Drago  Nossa  Senhora  da  Piedade. 

Bispado  do  Algarve,  distrícto  administra- 
tivo de  Faro. 

Esteve  mnitos  annos  unida  á  freguezia  de 
Aljezur. 

E*  parochia  muito  antiga. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  ca- 
pellão  curado  (vulgo,  prior)  que  tinha  1)0 
alqueires  de  trigo,  e  60  de  cevada. 

O  seu  antigo  nome  era  Seixe.  Quando  os 
árabes  se  apossaram  do  Algarve,  em  716^ 
chamaram  ao  rio  (em  cuja  margem  S.,  está 
situado  este  logar)  Wad-Seixe  (Rio  de  Sei* 
xe)  passando  depois  este  nome  á  povoa- 
ção, o  qual  ainda  conserva,  pouco  corrom- 
pido. 

Pica  a  freguezia  entre  dois  serros. 

O  rio  foi  navegável,  em  tempos  remotos, 
mas  já  o  não  ó. 

No  dia  1.0  de  novembro  de  1755,  sahin  o 
rio  mais  de  6  kilometros  do  sen  leito,  ala- 
gando todas  as  várzeas,  e  deixando  n'ella 
muito  peixe,  de  varias  qualidades. 

Rebentaram  então  copiosas  fontes. 

A  povoação,  que  tinha  cem  casas,  foi  arra- 
zada.  A  egrsja  matriz  era  da  ordem  de  8. 
Th«ago. 

Tem  esta  freguezia  12  kilometros  de  com- 
prido e  6  de  largo.  E'  fértil,  mas  doentia» 
por  causa  das  suas  aguas  estagnadas. 

E*  a  ultima  povoação  do  Algarve,  por  es- 
te lado,  servindo  o  seu  rio  de  divisão  entre 
o  Algarve  e  o  Alemtejo. 

Tem  uma  albergaria  muito  antiga,  que  ti- 
nha 701^000  réis  de  renda. 

Tem  egreja  da  Misericórdia,  e  contigua 
a  ella,  uma  casa  para  acolheita  de  peregri* 
nos. 

ODE  ABE—Víde  Dejébe. 

ODELEITE— freguezia,  Algarve,  comarca 
de  Tavira,  concelho  de  Castro-Marim,  60  ki- 
lometros de  Faro,  210  ao  S.  de  Lisboa,  5M 

fOgOSj 

Em  1757  tinha  410  fogos. 


<.   I 


aoo 


ODE 


Orago  Nossa  Senborji  d&  YisiUçSo. 
Bispado  do  Algarve,  distmto  adfliimstra* 
tivo  ée  Fáre* 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  ea 
pellào,  curado,  qae  tíntia  i20  alqueires  de 
trigo. 

Esta  fregoezia,  está  situada  na  falda  de 
um  monte,  entre  quatro  altos  serros,  próxi- 
mo à  ribeira  do  sen  nome. 

Gomo  a  fregu^zia  anleeedente,  e  iodas  as 
mais  que  principiam  por  Ode  e  Gítad,  tem 
a  mesma  etymologia. 

Tem  feira  a  99  de  junho,  muito  cenconri- 
da  de  portugueses  e  hespanboes. 

A  egreja  matriz  ó  de  três  naves  e  muito 
linda  e  magestosa. 

A  capella-mór  e  os  altares  lateraes,  são 
devidos  ao  zeloso  prior,  José  Martins  Paliei» 
ro,  que  legou  lodos  os  seus  bens  á  paroehia, 
para  esta  obra. 

Tem  a  freguezia  i%  kilometpo»  de  com- 
prido, desde  o  Guadiana  até  AUamór  —  e  6 
kilometfoa  de  krgo,  desde  a  ribeira  da  Fou- 
pana  (que  a  separa  do  coneelho  d^Alooutlm) 
até  à  Portella^AUa. 

£'  uma  das  melhores  e  maiores  freguesias 
ruraes  do  Algarve. 
£*  terra  fercH.  Vide  OdOeite,  tio. 
ODEL£ITE->rie,  Algarve^Nasosnosval- 
les  de  Maria  Dias»  próximo  ao  Serro  da$  Zê- 
broê  (freguezia  de  Salir)  engrossando  com 
outros  ribeiros.  Morre  no  Guadiana,  3  kilo- 
metros  a  E.  da  aldeia  do  seu  nome;  pouco 
acima  do  qual,  chega  a  niaró,  e  é  navegável 
por  barcos  pequenos. 
Tem  S4  kilomeiros  de  curso. 
Passa  ás  freguesias  de  &ilii\  Cachopo,  Va- 
queiros,  e  esta,  qua  lhe  dá,  oa^e  quem  re- 
cebe o  nome. 
Rega,  mée  e  traz  moilo  peixe. 
No  sitio  da  Pernada^  recebe  a  ribeira  Foti- 
jNiiui,  que  nasce  no  sitio  do  VaUê  da  Grua, 
freguezia  do  Cachopo,  concelho  de  Faro.  Re- 
cebe vários  ribeiros,  até  próximo  da  FonU 
do  Zambujo,  e  vem  metter-se  no  Odeleite, 
no  tal  aitío  das  PemadaSt  abaixo  do  àknnho 
do  Carvão^  d  kilometros  a  E.  da  povoação 
4»  Odeleite,  com  50  kilometros  de  curso. 
Suas  margens  são  cultivadas  e  férteis. 
ODBLOUGA— rio»  Algarve— Segundo  uma 


eapcoie  de  itinerário^  eserípto  por  nm  do6 
crttsaáos  que  ajudaram  ti  tomar  Silves  aoi 
mouros,  em  lld9***o  qual  foi  impresMaa 
Itália,  em  1840,  pela  academia  realdas  seien- 
cias  de  Turim— os  mouros  da  cidade  deSil* 
vcs  vinham  buscar  agua  ao  lio  Wiároà$^' 
je  Aráde.)  Diz  que  outro  rio  eom  pan 
aquelie,  chamado  Wyâelouca^  e  que  sobre 
este  cammko  da  a^fua  tinham  os  ttonni 
quatro  torresi  para  lhes  defenderem  a  mar- 
cha, ás  quaes  chamavam  a  Cairaça, 

Julgo  que  era  ingtez  o  cruzado  que  escre- 
veu o  tal  itinerário,  ou  roteiro,  e  que  Mt»r 
nisou  a  palavra  Wadeiouea,  para  a  pro&OB- 
cíar  con»  os  peninsalares,  visto  queoffin- 
glez  vaie  o  e  m;  poia  que  em  mais  neabos 
eseriptcr  se  acha  o  |/  em  vez  do  a  Ja  ssvé 
que  o  nome  doeste  rio  sem  corrupção,  é  1W 
al'Íjoôq^qn&  significa— uyua  doce.  * 

Alguns  suppõem  que  o  seu  verdadeiro  no- 
me árabe»  era  Wad^l-Oeca-^-aguapesaiê 
(occa  ó  um  peso  que  se  usava  na  Gredit 
em  todo  o  Oriente.  Troha  40  onças  do  noS' 
so  antigo  peso,  ou  i  kílo  e  147  gramimsà} 
accual.)  Pareoe-mcmais  própria  a  primeín 
opinião. 

O  rio  Odelouca,  nasce  na  serra  da  fregue- 
zia de  S.  fiarnabé,  coooeUio  d*Aknod6nr,s) 
sitio  chamado  Qymiada  dos  Oançadoi.  De- 
pois de  receber  as  aguas  de  vários  nbeii^ 
desagua  no  Oceano^  em  Yilla-Nova  de-FV' 
tintão. 

Como  passa  por  junto  da  cidade  de  Sil- 
ves, também  se  lhe  dá  o  nomedoitto^ 
Silve». 

ODBMIRA— Vide  Mira,  a  pag.  til,  eiL 
1.*,  do  5.»  vol. 

ODKMIRA— villa,  Alemtejo^  cabeça  doe» 
celho  do  seu  nome,  comarca,  disfríeto  air 
ministratívo,  e  bispado  de  Beja;  100  Id- 
lometros  ao  O.  d*Evora,  24  a  £.  de  ^ 
la  Nova  de  Mil  Fontes,  e  135  ao  S.  de  là' 
boa. 

Tem  duas  freguezias — Santa  Maria  (NaS" 
sa  Senhora  da  Assumpção)  oom  400  fogoi 
O  Salvador  com  350  fegos. 

'  Loôq^  na  accppçao  rigorosa  da  pahTn, 
é  xarepo  ou  larubedor,  e  deriva-se  do  veriíe 
laáca,  lamber;  mas  toma-se  lambem  pot 
cousa  doce. 


ODE 

O  real  padroado^  apreseotava  o  reitor  de 
Santa  Maria  ^Tolgarmen^  chaiaado  prior) 
que  túyia  2SM00O  réis  de  rendimento^ 

Tinha  era  1757, 13)  fogos. 

Vambem  o  reai  padroado  apjresenUTa  o 
reitor  do  Salvador,  f  ae  tinila  200#0(X>  réis 
de  rendimento. 

Tiofaa  em  1757, 150  fogos. 

Estes  paroehos  reoeiíeram  alé  á71i,  dois 
terços  dos  dízimos,  que  então  passaram  to- 
dos para  a  Sé  patriarebal,  sendo  aos  dois 
paroeèofi  aissignada  a  eoogma  referida. 


O eonoelhodn  Odemira  é  composto  de 
12  Awguesias,' todas  doarcebiiipa  dod'Bvo* 
ra,  até  1770,  e  desde  então,  do  restau- 
rado bispado  de  Beja;  imo  ^Amoreiras, 
Ck>lios,  Odamira  (daas)  Relíquias^  Sabóia, 
Santa  Clara  a  Velha,  Sanu  Lnzia,  S.  Lniz, 
S.  Theolonio,  Valie  de  S.  Thiago,  Yitia  No- 
va de  Mil  Fontes.  —  Todas  oom  4:000  fo> 
gos. 

Tinha  mais  a  firegoezia  de  Geroal,  qae 
passov  A  formar  parte  do  oonceibo  de  S. 
Thiago  do  Cacem,  em  septembro  de  AS75. 

Foi  da  comarca  de  Onríqoe. 

Eslá  a>Tina  fhndada  em  nma  plaftkie,  so- 
bre s  margens  do  rio  que  lhe  dea  o  mime  ^ 
-^en»  d^  30'  de  It.  N.--e  23^  de  Jg.  Occ, 
entre  a  serra  de  Cabeças  Gâvda»  e  o  serro 
dos  Pinheiros,  próximo  da  lioha  divisória 

4  Odemira  é  corrtipç9o  do  árabe  Wad- 
Emir  (agua  oa  rio  do  Emir.) 

Os  poriugaezes,  nos  nomes  de  maitos 
rios,  trocaram  o  Wad  ou  Wed  em  Oá^— E 
n'outros  logares,  a  palavra  ESnir,  por  Jtfír, 
e  assim  se  oerroimpeu  o  nome  que  os  ára- 
bes deram  a  este  rio~ÍFad-f  mtr— «m  Ode- 
tnir  e  por  flm  em  Odemira.  O  povo  d*esta 
villa  dá  uma  etymología  muito  diversa  ao 
sea  nome;  mas  que  náo  passa  de  vm  dispa- 
rate. Dixem  que,  qaando  oe  ohrí^táos  ata* 
caram  o  castello^era  alcaide  d'elle  um  mou* 
ro  chamado  Ode;  e  que  vendo  a  mulher  vir 
o  exercítp  de  D.  Am inso  Heuriques,  entrou 
a  gritar-^de,  mm»T— e  qúe  eaie  nome  lhe 
ficou. 

Ckiê,  nunca  lòi  nome  próprio  árabe,  e  no 
mesmo  caso  está  mira,  que  é  um  verbo  da 
lingua  hespanhoia,  e  do  antigo  portuguez. 
Em  vista  d'isto,  não  são  precizas  mais  ob- 
jocçoos* 


cm 


201 


entre  o  Atent»^  e  «  Algarve,  e  24  kilome- 
troa  a  E.  do  mar. 

O  sen  território  prodnz  cereaes,  frnctas» 
e*  vinho,  e  é  abnhdante  em  cera,  mel,  gado 
eeaça. 


Ainda  que  Odemira  oão  seja  a  Medobtiga 
dos  gaMos  celtas,  e  Medobrica  dos  romanos^ 
como  alguns  eaeriptores  pr^endem  (outros 
sustentam  que  Medobriga  é  a  actual  viilade 
S.  Thiago  do  Cacem)  é  incontestavelmente 
«ma  povoação  aatiqnissima,  com  toda  a  pro* 
habilidade,  do  tempo  dos  romanos,  e  com 
certeza  do  tempo  dos  árabes. 

D.  Affonso  Henriques  a  tomou  aos  mouros 
em  11€6.  Consla  que  os  portnguezes,  entran* 
do  pela  barra  do  ríode  Odemira,  em  Villa  No- 
va de  lláil  Pontes,  se  devidiram  por  pequenos 
barcos,  e  á  sombra  dos  eanavlaes,  vieram 
mansamente  pelo  rio  acima,  atacando  de 
improviso  o  seu  forte  oastellos  e  achando  os 
mouros  desprevenidos,  lh*o  tomaram  com 
pequena  resistência. 

Yé-se  pois  que  já  então  era  uma  vMla  im- 
portante, com  seu  casteilo  (que  hoje  está 
transformado  em  cemitério  publico). 

Se  esta  villa  fosse  a  Merobriga  dos  anti- 
gos, tinha  hoje  (1875)  nada  menos  de  2859 
anoos  de  existência,  pois  diz-se  que  aquella 
cidade  foi  fundada  pelos  annos  do  mundo 
3020—984  antes  de  J.-C. 

O  1.*  foral  doesta  villa,  foí-*lhe  dado  por 
D.  Affonso  III,  em  Lfeboa,  a  28  de  março  de 
1256— (L.*  !.•  de  Doaçíes  de  D.  Aff&Mú  III, 
fl.  14  V.,  eol.  1.*)— Tinha  os  mesmos  privi- 
légios do  foral  de  Beja. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Santa- 
rém, a  5  de  setembro  de,  15tO  (L.*  de  f&raes 
novos  do  Akmt^  fl.  40,  col.  2.«) 

Diz-se  que  esta  villa  foi  povoada  por  D.  Af- 
fonso  III,  em  1256,  mas  como  os  nossos  es- 
criptores  antigos  chamavam  povoar  ao  acto 
de  dar  foral,  é  de  suppôr  que  esta  villa  lá 
tivesse  povoação  ehristan  antes  do  dito  an« 
no  de  1256;  porque^  D.  Afonso  Henriques 
e  seu  filho  e  neto  não  quereriam  de  certo 
deixar  desamparada  e  sem  guarnição,  esta 
villa  e  o  seu,  então,  forte  easleUo. 

No  foral  antigo,  declara  D. 


202 


ODE 


DEO 


Affonso  III,  qae  povoou  esta 
villa  por  ordem  do  Ceu, 

Tem  o  edifieio  do  mosteiro  de  frades  fran- 
ciseanos  (xabreganos),  foodado  pelo  i.*  con- 
de de  Odemira,  pelos  annos  de  i560:  O  car- 
neiro dos  ditos  condes  era  n'este  mosteiro. 
(Adiante  digo  o  qae  é  feito  d*este  ediQeio.) 

O  rei  D.  Duarte  deu  as  villas  de  Mortágua 
e  Pena-CoYa,  a  D.  Sancho  de  Noronha  ^  e 
sua  mulher,  D.  Mecia  de  Souza  (l.""  condes 
de  Odemira).  Esta  mercê  foi  confirmada  por 
D.  Affonso  Y,  em  i54i,  quando  deu  o  titulo 
e  condado  ao  referido  D.  Sancho— por  o  rei 
D.  Manuel,  em  8  de  janeiro  de  1504— ^r  D. 
João  III,  em  28  d*agosto  de  i597. 

Na  casa  d'estes  condes  se  conservou  até 
ao  reinado  de  D.  Joào  IV,  que  confirmou  a 
mesma  mercê,  ao  conde  D.  Francisco  de  Fa- 
ro; epor  sua  morte,  fez  d'ella  mercê,  D.  Af- 
fonso VI,  á  única  filha  e  herdeira  de  D.  Fran- 
cisco,  D.  Maria  de  Faro.  Por  morte  d'e8ta  se- 
nhora, fez  D.  Pedro  II  mercê  das  villas  de 
Odemira,  Mortágua  e  Pena-Gova,  a  D.  Nuno 
Alvares  Pereira  (i.*  duque  do  Cadaval,  con- 
de de  Tentúgal  e  roarquez  de  Ferreira),  em 
18  de  dezembro  de  i671;  com  todas  as  ju- 
risdicções,  direitos,  rendas,  padroados  de 
egrejas,  officios  (assim  da  guerra  como  da 
republica)  e  o  oitavo  de  todos  os  frucios.  É 
actual  conde  de  Odemira,  o  sr.  D.Manuel  de 
Mello.  (Vide  Alvito  e  Lonmha.) 

Assenta  a  villa  na  falda  e  encosta  de  três 
serros,  e  está  cercada,  de  N.  a  S^  e  E.  a  O. 
por  uma  serrania,  que  termina  a  um  kilo- 
metro  a  O.,  onde  principia  uma  charneca, 
mais  ou  menos  povoada,  a  qual  se  estende 
até  á  costa  do  mar.  Esta  charneca  tem  uns 
35  kilometros  de  extensão,  e  tem  terrenos 
cultivados  e  incultos,  sendo  estes  susceptí- 
veis de  arborísação,  e  muito  próprios  para 
vinhas. 

^  D.  Sancho  de  Noronha,  era  Z.""  filho  de 
D.  Affonso,  conde  de  Gijon,  neto  paterno  de 
D.  Henrique  11  de  Castella,  e  materno  de  D. 
Fernando  I,  de  Portugal.  Este  condado  ter- 
minou em  i66i,  por  (allecimento  de  D.  Ma- 
ria de  Faro  e  Noronha,  única  filha  e  herdei- 
ra do  7.*  conde,  D.  Francisco  de  Faro  e  No- 
ronha, por  morrer  aquella  senhora  sem  des* 
cendentes. 


Em  1^  foi  o  castello  de  Odemira  dst- 
do  ao  bispo  do  Porto,  e  confirmada  eita  doa- 
ção por  uma  bulia  de  Alexandre  lY,  qoe  cot- 
cedeu  indulgências  aos  que  viessem  povoír 
estes  legares,  e  defendei  os  dos  mouros.  (Do 
easlello  e  da  egreja  da  Trindade,  que  esti- 
veram sobranceiros  ao  rio,  não  existem  vei- 
tigios,  e  apenas  se  conservam  os  boomb,  nos 
sítios  onde  estiveram.) 

Em  i540  (no  foral)  privilegíen  o  rei  IXlb* 
nuel,  os  moradores  d*esta  viMa,  esonsando^ 
do  pagamento  dos  montados,  dando-lbes  li- 
berdade para  cortarem  a  madeira  de  qoe  ea- 
recessem,  na  área  de  6  kilometros  em  redor 
da  villa,  na  conformidade  das  posturas  f« 
a  camará  fizesse. 

Pelo  amigo  foral,  de  D.  Affonso  IQ,  en 
também  concedido  aos  visinlios  de  Odemin, 
mediante  o  pagamento  de  certa  quatia,  por 
finta  entre  si,  o  uso  livre  das  aguas  e  pasta- 
gens do  concelho. 

Tem  easa  de  Misericórdia,  erecta  emVXd, 
na  ermida  do  Espirito  Sant«v  que  serve  bojo 
de  hospital.  D*aqui  passou  para  a  sua  noia 
egreja  (a  actual)  em  1576. 

Por  provisão  de  4  de  março  de  16ii,  ob- 
teve a  irmandade  da  Misericórdia,  os  pm- 
legios  da  de  Lisboa.  O  seu  rendiaioBto  ao- 
nual,  anda  por  2OOM0O  réis. 

A  egreja  matriz  do  Salvador,  é  um  ten- 
pio  vasto,  com  quatro  altares.  Tem  ama  con- 
fraria. 

A  de  Nossa  Senhora  da  Assumpção,  foi 
profanada  e  demolida,  em  1835,  e  a  paro- 
chia  pasMU  para  a  egreja  do  mostmro  de 
Santo  António  (franciscano). 

O  edifieio  do  mosteiro,  menos  a  egreja  e 
sachristia,  foi  vendido  em  hasta  publica,  per- 
ante a  junta  do  credito  publico,  pa  dia  90 
de  outubro  de  1841,  e  comprado  por  Antó- 
nio d' Almeida,  por  480if500  rs.  O  seu  acnial 
proprietário,  é  o  sr.  José  Maria  Lopes  FúâfK 
d*esta  villa. 

A  egreja  do  mosteiro  está  bastante  arrui- 
nada. 

O  rio  Mira,  ou  OdenUra,  nasce  na  sena  da 


ODE 

líu,  (omlo)  oa  Caldeirão,  no  sitio  ehamado 
Carvalhêtes,  ao  S.  de  Álmodóvar,  em  territó- 
rio da  freguesia  de  Santa  Clara  a  Nova,  do 
mesmo  eoncelbo  d*AlmodoYar.  O  sen  curso  é 
•de  85  kilometros.  Recebe  o  Ato-  Torto,  e  yarios 
ribeiros,  do  seu  curso  bastante  síduoso.  £m 
um  livro  da  camará  d*esta  villa,  onde  se  yé 
uma  rápida  desçrípçao  d'eUa,  se  dá  a  este 
rio  nm  curso  de  mais  cinco  kikiQietros,  pois 
diz  que  tem  i5  léguas,  que  corresponde  a  90 
kilometros. — ^As  antigas  léguas  portugoezas, 
eram  de  18  ao  grau,  ou  três  milhas;  e  cada 
milha  tinha,  com  uma  differença  insignifi- 
cante, dois  kilometros,  o  que  dava  em  re- 
>   sultado  45  milhas,  ou  90  kilometros. 

O  seu  curso  sujeito  ás  marés  (ou  de  agua 
salgada)  ó  de  30  kilometros,  e  navegável  para 
embarcações  de  i80  a  200  moios  de  trigo. 
Desde  a  sua  nascente  até  ao  sitio  da  Tarri- 
■nha,  se  denomina  rtMro,  e  só  d*ahi  para 
díanto  se  lhe  dá  o.  nome  de  rio.  É  perenne 
.  (o  rio)  na  estiagem,  e  de  curso  muito  arre- 
batado no  inverno.  É  muito  fértil  em  peixe, 
e  na  primavera  abunda  em  oorvlnas  {coroei- 
nus  magnusy  de  Lineu). 

Até  á  Torrinha,  seocam  as  nascentes  da  ri- 
òeira,  ficando  a  agua  estagnada  nos  pegos, 
o  quetsorrompe  a  vegetação  fluvial,  que  pro- 
duz exhalações  miasmatícas,  origem  de  fe- 
bres intermitentes  e  paludosas. 

Á  sabida  da  viila,  na  direcção  da  estrada 
que  vae  para  S.  Theotonio  e  outros  pontos, 
lia  ama  barca,  em  f^ma  de  estrado,  que  of- 
ferece  passagem  livre  e  gratuita,  a  todos  os 
passageiros,  cargas  e  gados,  de  dentro  e  de 
lóra  áo  concelho,  a  todas  as  horas  do  dia  e 
da  noite;  mas  os  passageiros  teem  obrigação 
de  rezar  um  Padre  Noêio  e  uma  Ave  Ma$iay 
por  alma  da  bemfeitora  que  legou  rendas 
para  costear  a  albergaria  d*esta  barca. 

Na  frente  do  arco  d'aivenaría,  onde  está 
o  cabrestante  (ou  sarilho)  que  enrola  a  ma- 
romã  da  barca,  ha  uma  lapide  com  esta  in- 
seripção: 

HUM  PADBK  NOSSO  B  BUIU  AVE  MARIA, 

PELA  ALMA  DE  QUEM  DEIXOU  ESTA  BARCA. 

HANDOU    FAZER  ESTB  PADRÃO,  O  DOUTOR  JOÃO 

X>A  BOGHi^  PIN70,  PROVEDOR  DA  COMARCA 

BE  BBIA^  BM  1671 


ODE 


203 


É  a  camará  municipal  da  villa,  quem,  na 
conformidade  do  regulamento  da  dita  alber- 
garia, administra  os  seus  rendimentos. 

Na  beira  da  mesma  estrada,  e  próximo  à 
barca,  está  a  capella  de  Nossa  Senhora  da 
Piedade.  É  vasta,  com  um  bello  retábulo,  de 
excellente  talha,  onde  está  a  padroeira;  com 
a  qual  todos  os  povos  das  visinhanças,  e  ain* 
da  de  longe,  teem  particular  devoção. 

A  capella  está  bastante  damnificada,  em 
razão  do  pouco  zelo  do  seu  administrador, 
que  é  o  paroeho  da  freguezia  de  Nossa  Se- 
nhora da  Assumpção,  da  villa,  pois,  sendo 
em  alguns  annos  o  produeto  das  esmolas  á 
Senhora,  de  i50#000  réis  (sem  que  esse  ren- 
dimento s^a  incluido  na  côngrua  do  paro- 
eho), e  tendo  a  imagem  algumas  jóias  de 
ouro,  se  podia  muito  bem  restaurar  a  ca- 
pella. O  paroeho  límitase  apenas,  a  fazer 
uma  festa  insignificante,  á  Senhora,  em  8 
de  setembro,  para  receber  as  esmolas  dos 
devotos. 

Sq^ndo  a  tradição  é  um  sanetuario  an- 
tiquíssimo; mas  não  se  sabe  mais  nada,  nem 
o  ^oit^ítiarío  Marianino  o  menciona. 


Possue  Odemira  alguns  prédios  bons;  me- 
recendo especial  menção  espaços  do  conce- 
lho, que  são  os  melhores  do  districto  admi- 
nistrativo, e  com  capacidade  para  acommo- 
dar  todas  as  repartições  publicas.  Foram  res* 
taurados  e  ampliados,  em  1865. 

Também  é  bonita  a  casa  da  escola  de  in- 
strucçao  primaria,  construída  em  1870,  pela 
camará,  e  com  o  subsidio  do  legado  do  t)e- 
nemerito  conde  de  Ferreira.  Tem  uma  gale- 
ria de  retratos  de  vardes  insignes  nas  lettras, 
nas  armas  ou  nas  virtudes,  e  uma  bibliothe- 
ca  popular,  já  de  mais  de  i200  volumes. 

As  casas  onde  reside  e  de  que  é  proprie- 
tária a  sr.*  D.  Marianna  Lúcia  Beja  Falcão; 
as  do  sr.  Jorge  José  Serrão;  e  as  do  sr.  José 
Rodrigues  Furtado  Nobre,  são  também  ópti- 
mos edificios. 

Ha  na  villa  um  theatro,  fundado  em  1863, 
pela  sociedade  recreativa  odemirense,  cujo 
scenario  (graças  aos  esforços,  engenho  e  des- 
interesse do  illustre  facultativo,  o  sr.  doutor 


^04 


ODE 


Abel  da  Silva  Ribeiro,  ^  pôde  eompetir-com 
oà  melhores  <la  provioeia  do  Algarve,  exoe- 
pciODando  o  theatro  Lethes.  Levon-se  à  sce- 
na,  para  a  sua  toauguração,  o  drama  do  sr. 
J.  da  S.  MeDdes  Leal,  os  Dois  Renegados. 
Tem-se  aqui  representado  —  O  homem  da 
mascara  negra  —  a  Polfre  das  minas  —  o 
Gkigiy  e  oníros  de  incontestável  mereci- 
mento. 

Ao  incançavel  e  bamanitario  zôllo  do  sr. 
António  Vicente  da  Silva»  mancebo  pobre, 
porém  amante  decidido  do  progresso,  deve 
Odemira  a  posseçao  de  am  monte-pio,  fun- 
dado em  2  d'abril  de  1871,  e  cujos  estatu- 
tos foram  approvados,  por  decreto  de  26  de 
fevereiro  de  1872,  sendo  já  de  76,  o  numero 
dos  seus  sócios  (1875). 

O  território  d'este  concelho  é  abundante 
em  trigo,  milho,  centeio,  cevada,  tremoços, 
legumes,  frucca!>,  montados  de  sobro  (que 
dão  exceileote  cortiça),  ditos  de  azinho,  ce- 
pa d^urze,  mel,  cora,  etc;  exportando  mui* 
tos  d'estes  géneros* 

O  principal  ramo  de  commercio  d'este 
concelho,  é  a  exportação  de  cortiça.  Só  uma 
das  cinco  fabricas  do  concelho,  da  qual  ó 
proprietário  o  sr.  José  Francisco  de  Souza 
Prado,  exportou  desde  julho  de  1873,  a  ju- 
lho de  1874,  vinte  hiates  carregados  de  cor- 
tiça, pVeparada  —  tanto  em  prancha^  como 
em  rolhas. 

Faz-se  também  n'este  concelho  oreação  de 
gado  de  todas  as  espécies;  mas  ha  bastante 
desleixo  no  apuramento  das  raças. 

Havia  aqui  antigamente  javalis,  corças  e 
veados;  mas  actualmente  já  se  não  encon- 
tram n'estes  montados;  e  mesmo  a  caça  miú- 
da tem  rareado  bastante.  Pelo  inverno,  ap- 
parecem  alguns  lobos,  e  em  todo  o  anno, 
rapozas. 

Não  vejo  na  torre  do  tombo  brazão  de  ar- 
mas d'esta  víila;  mas  os  seus  habitantes  sus- 
tentam que  as  armas  de  Odemira  são,  des- 
de tempos  remotos,  e  sem  alteração,  um  cas- 

i  O  sr.  doutor  Abel  da  Silva  Ribeiro,  é  fi- 
lho de  uma  nobre  familia,  da  villa  do  Pinhei- 
ro da  Benrjposta,  no  concelho  de  Oliveira  de 
Azeméis,  e  está  aqui  estabelecido.  Vide  Pt- 
nheiro  da  Bemposta. 


ODB 

tello,  com  três  torres  da  sua  côr,  sobre  on- 
das verdes. 

Minas 

É  o  território  d'e8te  concelho  multo  abon- 
dante  de  minas  de  diversos  melaes;  muitas 
d*ellas,  com  evidentes  vestígios  de  explora* 
ção  desde  tempos  remotíssimos. 

Actualmente  estão  em  lavra  as  míBas  de 
ferro,  da  freguesia  de  S.  Luiz-— a  tf  Va  tí- 
lometros  da  viita,  e  já  se  teem  exporlado  al- 
gumas carregações  de  mineHo; 

Em  julho  de  1874  foram  definitlvamail^ 
concedidas  ao  sr.  Jamés  LIoyd,  maia  »et6  mi- 
nas de  ferro  e  manganez. 

Em  julho  de  1875,  foram  eoncedidtia  deS- 
nitlvamenle,  ao  sr.  Thomaz  Haffeftden,  as 
duas  minas  de  ferro  e  manganez,  do  Oóne- 
go  das  Peátas^  e  da  herdade  das  Segmatias, 

Em  agosto  de  1875,  foram  concedidas  ao 
sr.  Alfredo  Anduze,  cinco  minas  de  ferro  e 
manganez,  dos  serros  do  Moinho  da  Tojaria, 
e  Curral  Velho  e  da  Fonte  Ferrenha. 

Em  agosto  de  1875,  obteve  o  mesmo  sr. 
Alfredo  Anduze,  a  concessão  defisItíTa  de 
mais  duas  minas,  de  manganez  e  ferro,  ia 
serro  da  Azambujeira  e  no  sirro  do  Bufori, 

Em  outubro  de  1875,  obteve  ainda  o  mes- 
mo sr.  Anduze,  a  couces^  provisória,  da 
mina  de  ferro  e  manganez,  do  Córrego  das 
Batatas, 

Todas  no  concelho  de  Odemira. 

Em  outubro  de  1875,  obteve  o  sr.  James 
LIoyd  a  concessão  provifioria,  das  mkias  da 
ferro  e  manganez,  do  $êrro  das  Bedias,  e  da 
Courella  dos  Santos,  A  1.*  no  cottceliio  da 
Odemira,  e  a  2.«  no  de  S.  Thiago  do  Cacem. 

Em  outubro  de  1S75,  foi  o  sr.  Thomaz  Haf- 
fenden  considerado  descobridor  legal,  da  mi- 
na de  manganez,  da  herdade  de  Aguas  de 
Peixe,  n*este  concelho  de  Odemira. 

Devo  à  benevolência  do  sr.  José  de  Mattos 
Reis  Júnior^  dlstineto  professor  de  instme- 
ção  primaria,  na  escola  do  conde  de  Perra* 
ra,  d*esta  villa,  grande  parte  dos  esclareci- 
mentos que  se  acabam  de  ler;  pelo  qae  Uie 
dou  os  mais  cordoes  agradenimeiítoa. 


ODI 

0KS8EIZE— Víd8  Oâéiceixe. 

ODIÁXERE— Vide  Diáxere. 

ODIVELLAS  —  fregoezía,  Atoortejo,  eoD- 
celho  d'Aivho,  comarca  de  Cuba^  SOkílome- 
troa  ao  O.N.O.  d^fivora,  iOO  ao  S.  de  Lis- 
boa. 

Tem  4311  fogos. 

Em  i7$7,  tiulia  91  (0909. 

"Orago  Santo  Estevão,  proto-marlyr. 

Bispado  e  dietricto  administrativo  de  Beja. 

O  real  padroado  apresentava  o  cara,  que 
tinha  i80  alqueires  de  trigo^  e  90  de  ce- 
vada* . 

£*  terra  fértil,  sobre  tudo  em  cereaes 
Cria  muito  gado  de  tod4  a  qualidade,  prin- 
cipalmento  suino,  que  exporta. 

OBIVELI.AS  —  fregoezia,  Extremadara, 
ooneelbo.  de  iielem,  comarca»  patriarchado, 
dístrioto  administárativo  e  10  kilometros  ao 
K  O.  de  Lisboa. 

Tem  tôO  fogos. 

Em  i757,  tmha  333  fogos. 

Orage  o  Santíssimo  nome  de  Jesus. 

O  pow  apresentava  o  cura,  que  tinha  50 
alqupíre^  de  irigo,  uma  pipa  de  vinho, 
7^000  réis  em  diob^iro,  e  o  pó  d'aLtar.  Ho- 
je rende  uns  450i|000  réis.  E'  actual  prior 
d'esta  íreguezía*  o  reverendíssimo  sr.  Her- 
menegildo José  Perrt^ira,  ao  qual  devo  alguns 
dos  esclarecimentos  d'ella,  que  agradeço. 

Esiá  esta  fregnezia  em  formosa  posição, 
^Gom  boas  communi cações,  para  Lisboa,  Be- 
lém e  «mtras  partes. 

A  egreja  matriz  é  um  templo  vasto,  rico 
e  niag^stoso,  e  a  sua  capeila-mór  toda  re- 
vestida de  mármore,  de  differentes  cdres, 
tanto  nas  paredes  como  no  tecto,  que  é  de 
abobada  de  pedra.  O  tecto  do  corpo  da 
egreja,  é  de  formoso  estuque,  em  rele- 
vo. Admiram-se  aqui  ricos  painéis.  Tem 
três  irmandades — a  do  Santíssimo  Nome  de 
Jesus  (padroeiro) ~a  do  Santíssimo  (que  tem 
18:000^000  réis,  <^m  inscripções  do  credito 
publico)— e  a  de  No^sa  Senhora  do  Rosário, 
(As  confrarias  do  Sauiissimo  Nome  de  Je- 
sus e  a  da  Senht  ra  do  Rosário^  também 
teem  algums  rendimentos ) 

Tem  a  egreja  ricas  alfaias  de  prata,  sendo 
aa  princtpaes  —  sete  alampadas  muito  anti- 
gas e  de  muito  pé20— nove  grandes  cruzes 


om 


205 


—um  rico  cofre,  com'  emblemas  do  Antigo 
Testamento,  em  alto  relevo— alaoternas,  ce- 
reaes, varas  do  palio  e  dos  mesarioa — gran- 
de custodia,  e  outio  muitos  objectos,  tudo  de 
fina  prata. 

Tem  um  bom  carrilhão  de  sinos,  aflnados 
por  musica. 

Tem  sete  altares,  todos  de  talha  dourado. 
Finalmente  é  um  dos  templos  mais  sum- 
ptuosos do  termo  de  Lisboa. 

Ha  n*esta  freguezia  muitas,  bellas  e  ricas 
quintas,  sendo  as  priocipaes,  as  seguin- 
tes: 

Quinta  da  Memoria  -^  logo  á  entrada  da 
fregnezia,  tendo  na  porta  principal,  as  armas 
de  um  arcebispo  de  Lisboa. 

Junto  a  esta,  à  entrada  da  rua  principal 
da  povoação,  está  a  memoria  (que  deu  o  no- 
oie  á  quinta)  da  qual  adiante  tratarei 

Quinta  do  Caldas-^com  grandes  pomares 
de  laranja  e  vastos  parreiraes. 

Quinta  dos  Padilhas. 

Quinta  do  marquez  das  Minas,  condes  de 
Redondo. 

Quinta  das  Pelles —  com  grande  extenção 
de  terreno,  de  oliveiras,  pomares  e  terra  la- 
vradia. 

O  território  d'estafreguezia,é  fértil  em  to- 
da a  qualidade  de  géneros  agrícolas,  do  nos^o 
paiz,  sendo  os  príncipaes,  laranja  e  sebôla, 
^ue  se  exportam  em  grande  quantidade. 

O  oirio  do  oabo 

De  tempos  immemofiaes  vae  o  famoso  ei* 
rio  do  Gabo,  de  25  em  25  annos,  á  egre- 
ja de  Odivellas.  Darei  uma  resumida  rela- 
ção do  que  é  esta  solemnidade  (aos  que  o 
não  souberem)  descrevendo  o  ultimo  que 
teve  logar  no  domingo,  6  de  junho  de  1875. 

Sahítt  da  ermida  de  Nossa  Senhora  das 
Dores,  em  Belém. 

A  concorrência  (oi  numerosa.  Dois  eram 
os  attraciivos  que  convidavam  a  affluencla 
do  povo  áqueile  aprazível  sítio.  O  cirio  e  a 
festa  na  casa  pia. 

Odivellas  era  a  freguezia  que  recebia  o 
cirio,  e  entre  as  do  roteiro,  qu»*  elle  percor- 
re no  período  de  25  annos,  uão  é  aqiielia  a 


206 


ODI 


que  mais  se  ponpa  para  faier-lhe  o  acolhi-  | 
mento  devido. 

A  ceremonia  effectnoa-se  assim. 

Aehando-se  presente  na  ermida  das  Do- 
res a  camará  municipal  do  concelho  de  Be- 
lém, foi  a  imagem  conduzida  debaixo  do  pai- 
lio  até  à  berlinda  que  a  esperava  à  porta  do 
adro. 

O  cirio,  que  seguiu  pela  rua  do  Embaixa- 
dor, Junqueira,  praça  de  D.  Pemamdo  (do 
lado  da  praia)  calçada  da  Ajuda,  terras  de 
Monsanto,  BemQea,  Carnide,  até  Odivellas, 
hia  ordenado  d'este  modo: 

Uma  carroça  da  casa  real,  com  foguetes; 
um  carro,  armado  em  forma  de  coreto,  pu- 
xado por  duas  juntas  de  bois,  conduzindo 
uma  philarmonica;  quarenta  festeiros  mon- 
tados em  bons  e  bem  ajaetados  cavallos;  um 
carro  puxado  a  três  juntas  de  bois,  cobertos 
eom  rendas  de  croehet,  conduzindo  outra 
musica;  um  carro,  puxado  por  uma  junta  de 
bois,  conduzindo  três  anjos;  o  juiz  e  dois 
festeiros,  montados  em  cavallos  com  xairéis 
de  vellttdo  encarnado  agaloados  de  ouro;  o 
juiz  levava  a  bandeira  da  Senhora,  e  tanto 
elle  como  os  dois  companheiros  iam  de  ca- 
saca, chapéu  armado,  calção  e  bota  de  mon- 
tar; berlinda  da  casa  real,  a  duas  parelhas, 
conduzindo  a  imagem  e  ladeada  por  criados 
da  ca^a,  com  brandões;  charanga  de  lancai- 
ros  e  um  piquete  do  mesmo -corpo,  todos  de 
grande  uniforme;  traquitana  da  casa  real, 
com  o  parocho  de  Odivelias,  que  distribuía 
loas  impressas;  três  pagens  a  cavallo;  cento 
e  cincoenta  cavalleiros;  cincoenta  trens  con- 
duzindo as  principaes  pessoas  da  freguezia 
que  festeja,  e  das  circumvisínhas,  todas  ves- 
tidas com  as  suas  galas  mais  louçans. 

O  préstito  offerecia  um  quadro  deslum- 
brante pela  calçada  da  :Ajuda  e  terras  de 
Monsanto. 

Esta  festa  remonta  a  longa  data.  Parece 
ser  coeva  do  reinado  de  D.  Duarte.  Tem  si- 
do sempre  muito  querida  dos  nossos  mo- 
narchas. 

A  Senhora  possue  ricas  jóias  que  por  el- 
les  lhe  tem  sido  offerecidas.  Em  1828,  po- 
rém, foram-lhe  roubadas  duas  córuas  de 
brilhantes,  de  subido  preço,  fabricadas  em 
Hespanha.  Em  1833  foi-lhe  também  rouba- 


ODI 

do  um  relicário  ou  maquineta,  de  grand^ 
merecimento  artístico,  que  fora  prenda  é» 
D.  Pedro  III. 

Attribuemse  á  Virgem  do  Gabo,  aasigna- 
lados  milagres.  Conta-se,  entre  oolros  raoi- 
tos,  que  estando  uma  mulherzinha  â  beira 
do  precipício,  que  se  cava  em  frente  4a  er- 
mida do  Cabo,  se  despenhara  n*aqiielle  abp- 
mo;  e  que,  acudindo  a  irmandade  eom  o  es- 
tandarte da  Senhora,  para  ir  bosear  o  sop- 
posto  cadáver,  quando  chegaram  ao  fbiido  da 
despenhadeiro  a  encontraram  mnlfo  ben 
sentada  a  compores  cabellos,  sane  escorrei- 
ta. Isto  passouse  em  1807. 

A  ermida  actual  já  é  a  terceira.  As  outras 
cairam  em  minas. 

O  cirio,  atravessa  três  freguezias:  Betou, 
Bemfica  e  Odivelias.  N'esta  ultima  estavam 
preparados  grandes  festejos,  que  bão  de 
prolongar-se  darante  a  estada  da  Senhon 
n*aqueiie  sitio.  Houve  bodo,  arraial,  fogo  de 
artificio,  etc. 

Este  círio  é  como  que  o  marco  mflliario 

para  a  vida  de  muitos.  Ha  paroehiano  qae 

o  tem  visto  quatro  vezes.  Quebra  Deus  qos 

nào  fosse  ainda  este  anuo  a  ultima  vez  qos 

o  vejam. 

(Extrahido  do  IHarí&  lUugiraéã, 
o  que  diz  respeito  ao  drio,} 


A  freguezia  de  Odivelias  é  antiqaiaaina, 
mas  não  se  sabe  a  data  da  sua  creaçio,  uca 
quando  e  por  quem  foi  fundada  a  egr^ 
Sabe- se  somente,  que  estando  em  máo  esta- 
do, e  sendo  muito  pequena,  para  a  fregoe- 
zia,  foi  demolida,  sendo  no  seu  togar  edii- 
cada  a  actual,  por  D.  Pedro  II,  pelos  aimos 
de  1700;  porem,  na  sachrisiia,  se  vé,  no  de- 
posito do  lavatório,  a  data  de  1573 — prova- 
velmente, era  peça  que  pertenceu  á  anlifi 
egreja. 

Havia  aqui  um  hospício  de  frades  ber 
nardos,  que  foi  vendido  depois  de  iSdi,  e  é 
hoje  propriedade  particular. 

Do  desacato  praticado  n'esta  egreja,  per 
António  Ferreira,  na  noite  de  domingo  pa- 
ra segunda  feira,  11  de  maio  de  1671,  já 
tratei  a  pag.  128,  col.  1.*,  do  2.*  volume. 


ODi 


ODI 


207 


A.  memoria 

Sobre  um  oateíro,  próximo  «o  eontento 
de  Odivellts,  por  cuja  eneosu  se  estende  a 
poYoaçào  d*este  nome,  se  ergue  um  areo  de 
pedra»  de  arcbitectara  gotbiea,  ebamado  ge- 
ralmeota,  montim^iito  àt  D.  Dimz^  e  o  yul* 
go  Ibe  dá  o  nome  de  Memoria. 

Segttodo  a  tradição,  aqai  descaosoii  o  cor- 
po do  eaposo  da  raíDba  Santa  I^bel,  qoan- 
do  o  cooduziram  para  o  aea  jazigo,  do  YhA* 
nbo  moateiro,  que  elle  bavia  fandadow 

Se  .a  tradição  é  rerdadeira,  é  provável 
que  esta  coostraeçio  seja  obra  de  D.  Affon- 
80  IV,  filbo  d'aqoeUd  monarcha.  fintrelanto, 
o  cbronista  frei  Praneiseo  Brandão,  descre- 
vendo o  enterro  do  rei  D.  Diniz,  accrescen- 
ta  o  seguinte: 

t  Alguns  querem  dizer  que  onde  agora  es- 
tá um  srco  de  pedraria,  parou  a  Uteira,  e 
se  fizeram  as  costumadas  oeremonias;  mas 
aquelle  arco,  que  responde  a  outro  que  es- 
tá á  sabida  de  Lisboa,  para  aquella  parte 
(no  Caffipo  da  Forca)  se  poseram  por  des- 
cançar  n'aqttelles  legares  o  féretro  de  D, 
João  I,  quando  de  Lisboa  veíu  trasladado  ao 
seu  jazigo  real,  do  convento  da  Batalba.» 

Já  não  existe  outro  monumento  designado 
por  Brandão,  e  qoe  estava  no  Campo  da 
Forca,  que  é  o  actual  Campo  de  Santa  Cla- 
ra {%.•  vol.,  pag.  i68,  col.  i.") 

O  arco  de  Odivellas,  pela  cruz  floreada 
que  Ibe  orna  a  cúpula,  distinciivo  da  ordem 
de  Aviz,  da  qual,  como  todos  sabem,  foi 
grão-mestre,  D.  João  I,  parece  dar  razão  a 
frei  Francisco  Brandão* 

GoQ^iâte  o  monumento  em  um  arco  ogi- 
val,  de  cantaria,  tendo  no  fecbo,  o  brazão 
das  armas  de  Portugal,  com  treze  castelios 
na  ária.  O  centro  do  arco,  até  metade  da  sua 
altura,  é  occupado  por  três  pequenos  arcos, 
sustentados  por  oito  columnetas,  tendo  sobre 
ellas  uma  mesa. 

A  architectura  d'este8  arcos  é  meio  go* 
Ihica,  nieiu  árabe,  e  denuncia  uma  época 
anterior  a  D.  João  I,  em  cujo  reinado,  a  ar- 
chitectura gothica  ebegott  á  maior  perfei- 
ção e  pureza,  n'este  reino. 

Moâtra  ter  sido  concertado  em  diversas 
épocas,  e  talvez  Ibe  accrescentassem,  na  oc- 


casiSo  d'este8  reparos,  alguma  peça  de  no- 
vo; como  a  cruz  floreada  que  o  coroa. 

Não  tem  inscripção  alguma  antiga;  ape- 
nas se  vé  gravada,  junto  da  base,  na  frente 
que  olba  para  Lisboa,  a  seguinte  inscri- 
p^: 

17íi— B.T.  p. 

E'  talvez  a  dau  do  ultimo  concerto  que  se 
Ibe  fez. 

Real  mottteiro  de  Oâlvellas 

Segundo  a  lenda,  a  causa  da  fundação 
d*este  mosteiro,  (bi  a  seguinte. 

Estava  o  rei  D.  Diniz,  na  cidade  de  Beja, 
e,  sabindo  um  dia  á  caça,  encontron-se  com 
um  urso  monstruoso,  que  era  o  terror  de 
todo  aquelle  território.  Perseguíu-o  o  rei 
por  algum  tempo;  porém  a  fera,  investindo 
com  o  cavallo,  lançou  por  terra  o  cavalleiro, 
que,  vendo-se  sob  as  garras  de  tão  feroz  e 
terrível  animal,  invocou  a  S.  Luiz,  bispo  de 
Tolósa,  cora  cf  qual  tinba  particular  devo- 
ção. Appareceu-ihe  o  santo,  e  o  animou  a 
desembaiobar  a  sua  faca  de  matto,  e  a  cra- 
val-a  no  Urso,  o  que  o  rei  logo  fez,  matan- 
do-o  instantaneamente. 

Salvo  o  rei,  por  este  modo  milagroso,  re- 
solveu logo  edificar  um  mosteiro,  em  signal 
de  reconbecimento  para  com  o  Geu. 

Até  aqui  a  lenda. 

Pouco  tempo  depois  que  o  soberano  re- 
gressou de  Beja  á  capital,  partiu  com  a  cor- 
te e  com  o  bispo  de  Lisboa,  D.  João  Martins 
de  Soalhães — (o  i9.*  prelado  d*essa  diocese 
—4.*  vol,  pag.  269,  no  fim)  para  uma  quin- 
ta que  o  rei  tinba  em  Odivellas,  e  nVlla  lan- 
çou solemnemente  a  1.*  pedra  do  templo  e 
do  mosteiro,  a  27  de  fevereiro  de  1295. 

A  egreja,  que  é  de  três  naves,  foi  consa- 
grada a  Nossa  Senhora,  a  São  Diniz  (ou 
DIonizio)  e  a  São  Bernardo:  mas  o  segundo 
é  que  ficou  sendo  o  verdadeiro  patrono,  por 
ser  do  nome  do  fundador. 

Foi  architecto  d'esta  obra  Affonso  Mar- 
tins, que  a  concluiu  em  1305. 

O  rei  fez  doação  do  mosteiro,  às  religio- 
sas cistercienses.  Passava  então  por  ser  o 


^08 


ODI 


ODI 


mais  grsmdioso  edificio4d  Portugal.  O  tem* 
pio  era  vasUssimo,  eiiomoateiro«  accomma- 
daram-se»  logo  que  $e  ooaeluJu,  80  ífems; 
iqas  esta  numero  se  elevoanosecato  XVlli, 
a  260. 

Com  o  tempo,  e  com  es  terramotos»  tanto 
o  templo  como  o  ediflcio  do  mosteiro,  sof- 
freram  maltas  raiDad,o  que  deu  causa  a  di- 
versas recoDStracções,  qae  lhes  alteraram, 
na  máxima  parte,  as  soas  feições  primiti 
vas. 

O  mosteiro  foi  rocon&traido  completamen- 
te, DO  reinado  de  D.  JoàoIV»pelo  riaoo  e  direc- 
ção de  frei  Joào  Turreano,  architecto  e  mon- 
ge benedictino.  ^ 

Pouco  ou  nada  conserva  da  primeira  fa* 
brica;  apenas  a  egreja  mostra  ainda,  em  di- 
versas partes,  alguns  specitnen»  da  soa  an- 
tiga arcbitectura;  taes  como^'-o  vestíbulo  e 
algumas  capellas.  No  vestíbulo  véseuma 
memoria  antiga  de  muito  interesse  históri- 
co. £'  uma  bala  de  pedra,  com  i",iO  de 
eircumferencia,  embebida  na  parede,  tendo 
por  baixo  a  seguinte  inscripção: 

ESTE  PELOURO  MANDOU  AQUI  OFPBRSCBR 

A  SAN  BERNARDO,  DON  ALVA  110  DB  NuRuNHA, 

POR  SUA  DBVAÇÃO,  QUB  HB  DOS  QUOM  QUB 

LHE  os  TURCOS  COMBATERAM  A  PiiKTALEZA 

DURMUZ,  SENDO  ELB  CAPITAM  DELA,  NA 

ERA  DS  1557. 

(A  data,  é  a  da  coUocaçào  da  bala^  na  pa- 
rede; pois  que  o  cerco  e  combate  d*Ormuz, 
a  que  se  refere  a  iascripçào,  succedeu  em 
1552.) 

O  templo  nâo  tem  beliezas  architectonicas, 
nem  de  esculptura.  Extf^riormt^uif,  é  muito 
singelo  e  irregular;  pode  mesmo  dízer-se — 
de  fabrica  mesquioba.  A  capella-mór  é  de 
forma  circular,  e  é  a  primitiva;  mas  era  flan- 
queada por  duas  elevadas  torres,  e  como  que 
coroada  por  um  corpo,  do  feitio  de  um  fron- 
tão, adornado  de  lavores,  que  se  erguia  so- 
bre o  arco  cruzeiro.  Era  esta  a  fachada  no- 
bre da  egreja;  porque  a  porta  da  entrada, 

*  Foi  também  o  architecto  da  ultima  ree- 
dlOcaçào  do  mosteiro  d'^  Santo  Thyrso,  do 
convento  novo  de  Santa  Clara  de  Cuimbra, 
e  do  da  i^strella,  em  Lisboa  — -  buje  iMispital 
militar,  vulgo  Estrellinha. 


como  acontece  em  todos  os  OK)steiros  de  frei- 
ras, era  em  um  des  lados. 

ioleriormente,  também  nio  tem  mofoifi- 
eeocia.  Goota  df  z  rapellas  na  egreja  e  vfaiilB 
no  oôro,.  qoe  se  pôde  considerar  o  pn^e»* 
gamento,  oo  contínasçao  da  egrrja,  dando 
assim  a  esta,  om  comprimeolo  extraordiná- 
rio; porque  só  o  eôro,  ó  como  om  grande 
templo.  1 

lU  capella-mór,  ha  qoatro  painéis,  repre- 
aeniaado  imagens  de  santas,  em  corpo  i&tií- 
ro,  attríboidos  ao  Grão  Vaico. 

O  coro,  não  é  só  notável  pela  sua  grande 
za  —  é-o  também  peia  soa  moita  loz,  qoae 
ju  snmmamente  claro  o  alegre,  e  peio  laxe 
e  ornamentação  dos  seos  altares.  Tem  trci 
ordena  de  ricas  cadeiras,  para  20Q  freiras. 

Em  uma  capella  ao  lado  da  eapelia-OMi; 
está  o  tumulo  do  fundador,  com  a  eotatna 
do  monarcha  deitada  aobre  a  tampa»  con 
oft  pés  para  o  lado  do  coro,  armado»  e  ée 
vestes  reaes^  porém  muito  mutilado  e  dis^ 
forme,  mormente  o  rosto,  o  coiio  e  a»  mãoi^ 
que  estão  meio  decepadas.  Tudo  isto  tem  si- 
do restaurado  torpemente,  com  argamaçal 
Fizeram  mais  (e  peorl)  o  ladu  do  frontal  do 
moonmento,  e:nã  completamente  estacada^ 
de  angulo  a  angulo,  e  ao  do  lado  oppoato  ss 
pôde  vér  o  que  isto  fui. 

Ao  lado  esquerdo  da  estatua  do  rei,  se 
vêem  ainda  restos  de  outra  figura,  q«e  pro^ 
vavelmenle  era  a  de  S.  Luiz,  segundo  reto 
Brandão. 

Do  lado  direito  também  parece  ter  havida 
outra  figura  humana,  pelo  que  denunciamos 
restos  inferiores,  que  ainda  se 
Os  troncos  de  todos  estfs  fragmentos, 
boje  substitnidos  por  uns  enfeites,  á  lata  de 
remate  de  chaminé,  feitos  de  cal  e  areia! 

Todas  as  quatro  faces  foram  primorosir 
mente  lavradas  e  ornadas  deescudétea  e  la- 


1  O  mesmo  se  pód<^  ôher  da  egreja  e  oôro 
do  real  mosteiro  de  Arouca,  que  é  da  mes- 
ma ordem.  Aqui,  alem  do  i-ôru  tnr  a  mesma 
largura  e  altura,  e  quasi  tautu  c<Mnprimenta 
como  a  egreja,  pôde.  dizf r-se  que  o  coro  é 
ainda  vnuU  sumptuoso,  estando  adornado 
com  bellis>imos  quadrosi  a  ol»'*),  de  grande 
merecimento,  riquisisimas  cadeiras,  e  HA 
dos  melhores  órgãos  do  reino. 


ODI 


ODI 


209 


carias»  segando  &  arehitectura  gotbka,  da 
éfioea. 

A  fhnite  do  monamento  tem  qiutro  areos, 
ia  arebiteetiira  árabe»  e  em  cada  am  d*elle9 
un  nicho,  com  dois  frades  bernardos — ao 
todo,  oito  em  cada  face,  todos  em  Yolto,  e 
CM>m  livros  fechados,  nas  mios. 

Na  face  opposta,  o  mesmo  numero  de  ar- 
cos e  de  (jrades. — Na  face  qae  está  por  bai- 
xo da  cabeceira  do  rei,  está  uma  estatueta, 
também  em  vulto,  que  parece  de  rei,  de  joe* 
lhos,  e  com  as  mãos  postas,  aos  pés  de  um 
prelado,  lendo  em  om  livro.  Na  face  do  lado 
èds  pés  do  rei,  ha  outro  arco,  também  com 
dois  frades  bernardos,  tendo  cada  um  nas 
mãos,  um  cofre  com  sua  fechadura.  Vindo 
a  ser  ao  todo,  20  figuras  —  i8  de  frades,  e 
as  duas  do  lado  da  cabeceira— a  fora  as  duas 
figuras  da  tampa. 

O  monumento  descança  sobre  seis  figuras 
do  animaes,  de  dífferente  espécie,  três  de  qa- 
da  lado,  mas  estão  de  tal.  modo  mutiladas, 
qae  mal  se  podem  designar. 

Uma  das  doímeio,  assemelba-se  a  um  grande 
tto.  Parece  que  a  que  lhe  fica  á  esquerda,  re- 
presentava ocaso  do  urso;  mas  o  que  resta  é 
Ião  pouco  e  tão  desfeito,  que  não  se  pôde 
eonhecer.  A  figura  da  direita,  pelas  garras, 
parece  se**  leão. 

O  monumento  tem  t^fi%  de  comprido  e 
i-,42  d'alto. 

Este  mausoléu,  tem  o  merecimento  de  mos- 
trar o  estado  da  esculptura  em  Portugal,  no 
flm  do  13.0  século. 

Foi  o  próprio  rei  D.  Diniz  que  o  mandou 
laaer,  poucos  annos  depois  de  concluídas  as 
obras  do  mosteiro. 

A  maior  parte  das  suas  mutilações  foi  cau- 
sada pela  mudança  do  monumento,  da  anti* 
fa  egreja,  onde  originariamente  esteve,  para 
a  acanhada  capella  onde  hoje  está;  accres- 
cendo  o  vandalismo  de  barrarem  com  arga- 
maça  e  besuntarem  com  estuque,  muitos  dos 
Beus  primorosos  ornatos.  Também  alguns  vi- 
sitantes bárbaros,  teem  damníflcado  estupi- 
damente este  monumento,  quebrando  e  le- 
gando as  peças  de  mais  fácil  deslocação  e 
transporte. 

Na  capella-mór  estão  sepultados,  o  infán- 

TOLUMB  VI 


te  D.  João,  filho  de  D.  Aflonso  IV;  ^  e  D.  Ma- 
ria, filha  natural  do  fundador,  e  freira  d'e8t6 
mosteiro. 

Na  saclíristia  está  a  sepultura  de  D.  Phi- 
lippa  de  Lencastre,  filha  legitima  do  infante 
D.  Pedro,  duque  de  Coimbra  (Vide  AlfarrO' 
beira)  e  da  infanta,  D.  Isabel,  de  Aragão,  e 
neta  de  D.  João  I  e  da  rainha  D.  Philippa. 

D.  Philippa  escreveu  um  manuscripto,  e 
adornou-o  com  lindas  figuras  illnminadas, 
obra  de  grande  merecimento,  que  deu  ao 
mosteiro,  em  1480.  Ainda  existe. 

A  rainha  D.  Philippa  fallereu 
no  mosteiro  d*Odivellas,  e  n*el- 
le  esteve  o  seu  cadáver  15  me- 
zes,  sendo  depois  removido  pa- 
ra a  egreja  da  Batalha. 
Também  aqui  ha  uma  sepultura  com  uma 
grande  pedra  de  mármore,  onde  estão  escul- 
pidas as  armas  reaes  de  Gastella.  Diz- se  que 
está  allí  sepultado  um  príncipe  hespanhol, 
que  vindo  visitar  D.  Diniz,  morreu  em  Odi- 
vellas. 

Ha  n*este  templo,  alfaias  e  vasos  sagrados 
de  bastante  antiguidade,  e  de  muito  valor, 
tanto  intrínseco  como  artístico,  sobretudo, 
uma  riquíssima  custodia. 

0  mosteiro  e  as  suas  varias  ofiScInas,  for- 
mam um  vastíssimo  edificio,  composto  de 
muitos  corpos,  construídos  ou  reedificados 
em  dífferentes  épocas,  e  sem  conservarem 
entre  si  espécie  alguma  de  symetria  ou  re- 
gularidade. Tem  vários  dormitórios  e  claus- 
tros, e  uma  boa  cerca,  regada  por  um  ribei- 
ro, e  na  qual  ha  um  jardim,  que  ainda  con- 
serva o  nome  de  Valle  de  Flores,  que  tinha 
quando  era  quinta  real.  Tem  um  grande  la- 
go e  vários  tanques. 

Ha  ainda  no  mosteiro  grande  numero  de 
habitadoras,  mas  só  oito  (1875)  são  freiras. 

Os  reis  e  os  pontiQci^s,  concederam  a  este 
mosteiro  muitos  e  grandes  privilégios  e  re- 
galias, e  teve  muita  celebridade,  principal- 
mente no  reinado  de  D.  João  V,  que  aqui  vi- 
nha com  muita  frequência.  Pouco  depois,  no 
tempo  da  Arcádia^  eram  famosos  os  outeiros 

1  Nasceu  a  22  de  setembro  de  1326,  e  mor- 
reu na  infância. 

i4 


210 


0DI 


ODI 


(abbadessados)  deOáivellM,  aoaqoaes  eoa« 
corriam,  exbibÍDdo  os  seas  hnprowisoif  «t 
mais  celebrados  poetas  de  Lisboa  e  de  toda 
a  Extremadara.  ^ 

Já  acabaram  os  bellos  e  famosos  outeiroi 
de  Odivellas;  mas  aioda  a  8  de  setembro  se 
faz  alli  uma  pomposa  festa  de  egreja,  a  Nos- 
sa Senhora,  havendo  então  feira  e  arraial, 
muito  concorridos,  no  espaçoso  terreiro  que 
se  estende  ^em  frente  do  mosteiro. 

N*este  convento  se  ereoa  a  infanta  D.  Joan* 
na,  filha  de  D.  ÁÍTonso  V.  (Vide  Aveiro.) 


O  corpo  da  egrfja  ficou  arroioado  com  o 
terramoto  do  l.""  de  novembro  de  1755,  mas 
foi  logo  reconstruído.  O  terramoto  de  i758 
também  o  arruinou  muito. 

Junto  á  egreja  ha  um  grande  alpendre,  fei- 
to em  1573.  As  suas  paredes  foram  revesti- 
das de  bellos  azulejos,  em  167 L 


Eram  famosas  em  todo  o  reino,  as  func- 
coes  religiosas  que  se  faziam  n*esta  egreja ; 
não  só  pela  sua  magnificência  e  sumptuosi- 
dade, como  pelas  óptimas  organistas  e  pri- 
morosas cantoras  que  sempre  tinha:  de  mo- 
do que  se  despovoava  Lisboa,  quando  havia 
festa  de  egreja  em  Odivellas. 

D.  Diniz  fez  valiosas  doações,  a  este  mos* 
teiro,  sob  condição  de  guardarem  as  religio- 
sas, clausura  perpetua,  que  até  então  não 
eram  obrigadas  a  guardar. 

Consta  que  a  egreja  do  mosteiro  foi  a  pri- 
meira egreja  parochial  da  freguezia  de  Odi- 
vellas. 

As  rendas  doeste  mosteiro,  até  i83i,  regu- 
lavam por  8  a  9  contos  de  réis. 

Como  fallei  na  princeza  D.  Phiiippa  de 
Lencastre  (filha  do  infante  D.  Pedro,  e  ir- 
Doan  da  rainha  D.  Isabel,  mulher  do  D.  Af- 
fonso  V)  *  julgo  próprio  este  logar,  para  dar 

1  D.  AlTunso  V  esteve  primeiro  esposado 


a  sen  respeito  mais  algans  esclareeimeBioi. 

Nunca  quíz  aeeeitar  esposo,  e  preferiidft 
a  vida  clanstral,  interpostalicença  do  Samio 
Padre  Nicolau  V,  foi  para  o  n^sieiro  de  Odi- 
vellas, onde  dirlgifi  a  educação  de  sua  n- 
f  usta  sobrinha  a  infanta  D.  Joanna,  a  cujo 
fallecimento  assistia  em  Aveiro  no  mostein 
de  S.  Domingos. 

Pol  depois  em  peregrinação  a  S.  Thia- 
go  de  GalUza,  e  voltando,  fez  outras  romi- 
gens,  sempre  a  pé,  veio  acabar  seus  dias  n 
seu  querido  mosteiro  de  Odivellas. 

Ninguém  ignora  as  desigraças  do  íafaols 
D.  Pedro,  sen  pae,  mortij  na  batadha  d*Al- 
farrobeira:  o  mesma  infoft||pio  perseguis 
sempre  seus  filhos  e  fiHias 

O  typo  do  infante  D.  Pedro  é  porém  sa 
dos  mais  perfeitos,  que  nos  apresenta  a  his- 
toria; militar  denodado,  cavalheiro  perfeito^ 
litterato  distincto,  catholico  cpnipleio. 

Sua  filha,  a  infanta,  D.  Philippa  de  Ln* 
castre,  foi  senhora  de  grandes  virtudes,  c^ 
dirigida  na  sua  educação  pur  seu  pae,  es- 
nheceu  a  fundo  a  iiugua  latina  e  a  fnn- 
ceza,  deixando  obras  escriptas  por  seu  po- 
nho, alguns  manuscriptos  dos  qaaes  exis- 
tia part  no  cartorit)  d*bdivellas,  da  ordem  da 
Cister,  um  dos  condema^dus  â^voracídadi 
do  mtnotauro  expoliador  da  Egreja  dasn» 
SOS  tempos. 

A  actual  abbadessa,  é  a  sr.*  D.  Igoez  Mar- 

garida  do  Nascimento  e  Souza,  que  ha  mui- 
tos annos  era  prioreza.  Foi  eleita  em  setem- 
bro de  1874. 

Como  são  só  oito  religiosas,  quasi  todas 
occupâm  logares  da  commuuidade. 


O  distincto  escriptor  bracarense,  o  sr.Pi* 
nheiro  Caldas,  publica  no  Brado  Uberat,  fo* 
lha  d*aquella  cidade,  a  seguinte  poesia,  ex- 
plicando nas  linhas  que  se  lhe  seguem  a  soa 
procedência.  ' 

com  a  princeza  D.  Joanna,  filha  de  O.  Hen- 
rique IV  de  CaAieiia;  mas  couio  era  sua  so- 
briuhu,  e  casou  berii  despeusa,  aunulloa-se  o 
casamento,  e  a  iuftliz  senhora  nem  conser- 
vou o  tíLulo  de  princeza,  pois  morreu  como 
de  Excellcnte  Senhora. 


ODI 


ODI 


m 


rAMt  MSM 

Qm  resaram  as  religiosas  d'Odivellas^  no  í$r* 
mo  de  Lisboa,  q  el-rei  D.  José  1,  recolhidas 
alli  d' outros  conventos  da  Ordem  como  cas- 
tigo, por  determinação  do  Geral  dos  Ber- 
nardos, em  1176. 

A  vós,  augusto  monarcba, 
'         Pedimos  com  hattiitdadd 
Nos  tiâo  deixeis  o  Abbade, 
Fadre  Nosso, 

Yaiha*iiofl  o  iM)der  yosm».    . 
Que  tão  afiliAias  nos  veaoa: 
Ptflo  qoei.toda»  diremo»» 
Que  estaes  nos  eeus» 

Rogaremos  sempre  a  Deus 
— Se  tal  Padre  castigaes  — 
Qae  desde  logo  sejaes 
Sanclificado. 

Seja  logo  externiDa^o, 
Por  íDMleBte,  e  atrevido, 
Sem  qae  nunca  maia  ouvido 

Seja. 

Se  vemos  da  nossa  egreja 
Os  Frades  Bernardos  íóra, 
Louvaremos  toda  a  hora 
O  vosso  nome. 

Para  que  o  bruto  se  dome, 
Castigae-o  com  rigor, 
Antes  que  outro  mal  maior 
Vetúia  a  nós. 

Pelas  penas  que  nos  poz 
Aquelle  animal  damnado, 
Fez  que  fosse  amotinado 
O  vosso  reino. 

Senhor:  em  vosso  terreno, 
tJm  Bernardo,  com  doudice, 
Quer  que  toda  a  parvoíce 
Seja  feita. 

Fazei  justiça  direita. 
Sem  respeito  a  hierarchia: 
Sf  ja  lei,  e  seja  guia, 
A  vossa  vontade. 

Se  Deus  a  summa  piedade 
Nos  céus  com  seus  servos  tem; 


Ftf  ei  vós.  Senhor,  também 
Assim  net  tetra. 

Applacae-nos  esta  guerra^ 
Que  traz  o  moateiro  em  fogo; 
,  fiímm  âçaf  omos  logo 
Como  no  Ceu. 

Lograremos  o  trophéo, 
Se  isto  fôr  attendido: 
Porque  bem  nos  tem  comido 
O  pão  nosso. 

É  tao  stupendo  o  destroço. 
Que  elie  fez  n*este  convento; 
Que  para  nós  ó  tormento 
De  cada  dia. 

Nenhuma  de  nós  podia 
Soffrer  jà  tanto  tormento. 
Por  isso,  deíTerimenlo 
Nos  dae  hoje. 

Nossa  paciência  foge. 
Com  tanto  ultraje  no  rosto: 
Mas  nao  sendo  vosso  gosto, 
Ferdoae-nos. 

Como  bom  Pae  despachae-noe, 
Como  todas  pretendemos: 
Assim  melhor  pag;iremo8 
As  nossas  dividas., 

Se  nao  formos  attendidas 
N'esta  nossa  pretençào; 
Algum  dia  outras  farão 
Assim  como  nós. 

A  injuria  extrema,  atroz, 
De  nos  hir  qut^brar  as  portas, 
Nem  até  depois  de  mortas 
Perdoamos. 

NVsta  afflícção  imploramos, 
O  mandeis  vós  retirar. 
Para  podermos  failar 
Aos  nossos. 

De  cubica  são  uns  poços 
Peio  muito  que  desejam: 
Querem  que  os  mais  lhe  sejam 
Devedores. 

São  mui  fortes  comedores 
Do  que  nos  podem  colher: 


3i2  001 

Por  iB30  no  aeo  poder 
Não  not  á/^xeis. 


Yós  liTrar-nos  bem  podeis: 
Assim  nós  o  esperamos; 
Porque  nas  mãos  lhe  nao  vimos 
Cahir. 

8e  chegam  a  conseguir 
Contra  nós  o  sen  intento, 
Ficamos  n*este  convento 
Em  tentarão, 

É  isto  contra  a  razão: 
Senhor,*  vôde  o  qae  fazeis: 
Somos  vassallas  fieis, 
Ma$  Hvrae-nos. 

Yós  n*este  aperto  amparae-nos. 
Antes  que  a  mais  se  reduzam: 
Porque  estes  Bernardos  usam 
De  todo  o  tnaL 

Deos  defenda  a  Portugal 
Por  todas  eternidades 
Doesta  tal  ralé  de  Frades: 
Amen  Jesus. 

Transcrevemos  este  Padre  Nosso  faceto, 
d*am  manuscripto  em  4.%  a  que  o  seu  au- 
etor  M.  L.  A.,  natural  d'esu  cidade  de  Bra- 
ga, dera  em  1778  este  titulo  integral : 

Desabafo  dos  portuguezeSt  depois  do  folie- 
ebnetUo  do  seu  fidelissimo  monarcha,  o  se- 
nhor rei  D.  José  /,  na  decadência  do  seu 
grande  vaUdo  e  primeiro  miinistro,  Sebastião 
José  de  Carvalho^e  Mello,  marquez  do  Pom- 
bal 

Comprei  aqui  estes  dias  este  manuscripto^ 
eom  outros  volumes  curiosos  e  alguns  d'el- 
los  muito  raro9,  na  Livraria  loternacional 
do  meu  amigo  Eugénio  Chardron :  e  devo  a 
posse  d'elles,  à  sua  honradez  de  caracter,  por 
lhe  serem  sollícitados  alguns  volumes  com 
importunidade,  a  troeo  de  preços  excessivos, 
depois  de  eseolhidos  e  separados  por  mim 
na  sua  loja. 

Pertenceu  este  manuscripto^  com  os  ou- 
tros demais  volumes,  á  livraria  selecta  do 
antiquário  bracarense,  Valério  Pinto  de  Sá, 


OEI 

morador  OQtr*on  «a  na  do  Campo  d'esta 
cidade:— a  quem  D.  Jeronymo  Contador 
d'Argote,  nas  suas  Memorias  para  a  hiOcfia 
eeclesiastica  do  arcebispado  de  Braga^  no 
tom.  III  pag.  n,  qualifica  de  —  «pessoa  ea 
riosa,  e  com  muita  noticia  das  antigalda* 
des  da  sua  pátria.* 

Ha  no  concelho  de  Amares,  Alto  Míalio^ 
uma  aldeia,  chamada  também  Oditeiía^ 

ODIYOR  ou  DIVOR  —Já tratei  d*esU  fre- 
gnezia,  a  pag.  470  do  2.*  vol.,  col.  2.*  —  aqui 
accrescentarei  mais  o  seguinte : 

Está  esta  fregueeia  situada  no  CBntro  ds 
formosas  veigas,  e  tão  aprasivi^iii,  que  os  ro- 
manos  (segundo  alguns  eseriptot^s)  lhe  diar 
maram  Campos  ElisioSy  ou  Campi  Divorum 
— Campo  dos  Deuses).  0e  Divorum  —  diz-se 
—  provém  Divâr. 

OEIRAS  —^Yilla,  Extremadara,  cabeça  do 
concelho  do  seu  nome,  comarca,  distrieio, 
patriarehado,  e  i8  iLitometros  ao  O.  de  Us- 
boa,  li  kilomelros  ao  O.  de  Belém,  e  1:S0& 
metros  ao  E.  da  torre  de  S.  Julião  da  Barra. 
700  fogos,  e  em  1757  tinhn  798. 
Qrago  Nossa  Senhora  da  Purificação  (Can- 
deias). 

O  prior  e  beneficiados  de  S.  Lourenço,  de 
Lisboa,  apresentavam  o  cura,  que  tinha  30ai- 
queires  de  trigo,  uma  pipa  de  vinho  e  o  pé 
de  altar. 

O  concelho  de  Oeiras  é  composto  de  cio» 
freguezias,  todas  no  patriarcbado  —  são— 
Barcarena,  S.  Julião  da  Barra,  CarcavelK 
Carnaxide,  e  a  da  viila  — todas  Gom  2:0(10 
fogos. 

Está  esta  bonita  viila  «ituada  em  terreia 
suavemente  accidentado,  sobre  a  margeia 
direita  do  magestoso  rio  Tt  jf>,  e  qua^^i  em 
frente  da  torre  de  S.  Lourenço  du  Bt»|tia.^ 
É  regada  pela  ribeira  do  seunomn,  qneé 
aqui  atravessada  por  uma  boa  punto  de  pe- 
dra, de  um  só  arco.  E:^ta  nbf  ira  rega  Tarias 
propriedades,  e  faz  mover  varias  azenhas. 
Aqui  mesmo,  com  pequeno  curdo,  desagôi 
no  Tejo. 

É  povoação  antiga,  mas  não  se  sabe  Cfnand» 
nem  por  quem  foi  fundada,  nem  quandu  lai 
elevada  a  parochía.  Sabe-se  apeua;!  qoea 
sua  egreja  matriz  era  bastante  antiga  e  U 


OiX 

destruída  pelo  terranota  do  1.*  de  novêm- 
hrode  i745,  mas  foi  logo reedifleida,  o é  a 
actual. 

Era  Oeiras  nma  aldeia,  grande  e  muito 
bem  situada.  Sm  6  de  juuho  de  t759,  D. 
José  I,  elevando  o  seu  i.*  ministro,  Sebas- 
tião José  de  Carvalho  e  Mello,  a  conde  de 
Oeiras,  de  juro  e  herdade,  (e  seus  irmãos  a 
seeretarios  de  estado)  deu  a  esta  povoado 
a  cathegoria  de  villa,  logo  no  dia  seguinte 
<7  de  junho  de  1759). 

Desde  então  prineipiou  para  a  nova  villa 
uma  época  de  esplendor  e  desenvolvimento; 
mas  por  morte  do  seu  primeiro  conde,  ficou 
estacionaria. 

Adiante  fallarei  mais  detidamente  dasum* 
ptposissima  e  principesca  residência  dos  cod* 
des  de  Oeiras  (marquezes  do  Pombal)  para 
onde  o  rei  D.  José  e  a  sua  corte  vieram  pas- 
sar  os  verões  de  4775  e  1776,  paraâ*aqui 
irem  todos  os  dias  tomar  os  banhos  do  £5- 
iarilj  que  sao  entre  Oeiras  e  Gascaes. 

Ufana-se  Oeiras,  com  razão,  por  ser  a  pri- 
meira terra  de  Portugal  onde  se  efleotuou 
ama  exposição  agrícola  e  mdmtfial,  e,  com 
toda  a  probabilidade,  a  primeira  festa  d'este 
género,  em  toda  a  Europa. 

O  conde  de  Oeiras  (jÁ  marquez  do  Pom- 
bal, desde  1770)  aproveitando-se  da  estada 
do  nei  n*esta  víila,  e  no  palácio  do  marquez, 
resolveu  dar  lhe  um  espectáculo,  que  ao 
DDesmo  tempo  que  lisonjeava  o  soberano,  fa- 
zeiMlo-lhe  vér  em  verdadeiro  e  minucioso 
quadro,  os  resultados  práticos  das  sabias  re« 
lolrnQaa  pelo  ministro  emprehendidas  e  leva- 
das a  effeito;  demonstrava  a  nacionaes  e  es- 
trangeiros, os  progressos  que  tinha  feito  Por- 
tugal, e  os  recursos  que  lhe  permittia  a  sua 
industria.  Também  assim,  respondia  o  mar- 
quez ás  accusações  e  calumnias  dos  seus 
inimigos,  com  factos  que  provavam  incoa- 
feslavelmente  a  prosperidade  publica. 

Delerminou  pois  que  se  fizesse  n'e8ta  villa 
ama  grande  feira,  â  qual  concorresse  todo 
o  género  de  productos  da  Industria  fabril 
portagueza.  Expediramse  circulares  ás  au- 
ctoridades,  para  todas  as  províncias,  orde- 
nando-lhes  que  fizessem  intimar  todos  os  do- 
nos de  fabricas,  para  que  viessem  armar 
barracas  no  logar  que  lhes  fosse  designado, 


OH 


213 


e  n'ellã  expozessem  á  venda  os  diversos  pro- 
ductos da  sua  industria. 

Ninguém  faltou  ao  chamamento,  e  por- 
tanto, esta  feira,  foi  uma  verdadeira  exposi- 
ção industrial^  de  todos  os  artefactos  porta- 
guezes. 

A  corte,  o  corpo  diplomático,  os  cônsules; 
e  os  fnnccionarios  públicos,  convidados  pelo  ' 
ministro,  e  Lisboa  em  peso,  levada  da  cu- 
riosidade, foram  vér  e  admirar  o  prodigioso 
desenvolvimento  das  nossas  industrias,  na 
immensa  variedade  de  producçSes,  e  no  sin- 
gular aperfeiçoamento  de  muitas  d'ellas. 

Os  esforços  do  ministro,  animando  e  au- 
xiliando as  fabricas  antigas;  creando  novas; 
mandando  vir  do  estrangeiro  mestres  e  ope- 
rários imelligentes;  e  concebendo  e  fazendo 
promulgar  leis  adequadas  ás  necessidades 
da  mesma  industria,  tiveram  n*esta  occasiào 
o  premio  moral,  conferido  por  todos  quan- 
tos presencearam  esta  verdadeira  festa  na- 
cional. 

Ha  em  Oeiras  varias  e  boas  quintas  de  re- 
galo, sendo  as  melhores,  as  duas  dos  sra. 
marquezes  do  Pombal. 

Percorrendo  a  margem  direita  do  Tejo, 
desde  Oeiras  até  S.  Julião  da  Barra,  encén- 
tram-se  dois  fortes  —  o  de  S.  João  das  Maia» 
e  o  de  Santo  Amaro — construídos  (como 
quasi  todos  das  margens  do  Ti»jo)  por  D. 
João  IV,  e  seus  dois  filhos,  D.  Affonso  VI  a 
D.  Pedro  11. 

Hindo  pela  estrada  real,  de  Oeiras,  para 
o  O.,  chega-se  a  um  sitio  onde  a  estrada  st 
bifurca,  hindo  um  braço  para  a  torre  de  S. 
Julião,  e  outro,  para  o  logar  de  Garcavellos 
ambos  a  1500  metros  a  O.  de  Oeiras. 

Também  én*esta  fregnezia  o  bonito  logar 
e  o  forte  de  Paço  d^ Arcas.  (Vide  esta  pala- 
vra.) 

N'este  concelho,  está  também  a  povoado 
de  Laveiras;  com  o  sen  forte^  e  o  seu  mos- 
teiro de  S.  Bruno  (vql.  4.*,  pag.  56,  col.  2.*,) 
banhada  pelo  rio  do  sen  nome,  atravessada 
por  uma  ponte  de  pedra,  de  um  só  arco. 

A  praia  de  Oeiras,  é  bastante  concorrida  na 


214 


OIE 


oei 


fisuçio  dos  bAnboB  do  mar*  por  fumiliti  de 

Lisboa  e  de  outras  partes. 

A  todos  os  banhisras  está  franca  a  eiKra. 
da«  a  qualquer  hora  do  dia,  nas  duas  ma- 
gnificas quintas  dos  sr».  marqnezes  do  Pom- 
ba), uma  das  quaes  está  muito  embelleaada< 
com  lindos  jardins,  devidos  ao  gosto  da  sr. 
marqueza. 

Também  está  franea  a  todos,  a  belia  quin- 
ta  dos  srs.  marquezes  de  Penalva. 

Para  a  entrada  das  quintas  da  Arriaga  e 
do  Egypto,  é  preciso  licença. 

Ha  aqui  m<*rcado  no  3.*  domingo  de  cada 
mea,  e  íeira  a  4  de  outubro. 

N*esta  faeguezia  ha  varias  capellas»  sendo 
MS  principaes: 

Nassa  Senhora  da  Conceição,  e  Santo  Ama- 
ro— templo  histórico  e  antiquissimo.  Está 
sendo  reparado  (1875)  o  edificio  annexo  a 
esta  capeila,  para  n'elle  se  estabelecer  um 
clbergne  de  inválidos  do  trabalho. 

Assim  se  realisam  os  fins  para  que  se  eri- 
giu n'esta  ermida  a  irmandade  da  Concei- 
to, e  se  dá  principio  ao  cumprimento  dos 
desejos  do  sr.  Luiz  Pereira  da  Motta,  que 
por  seu  fallecimento,  lega  uma  boa  parte 
dós  seus  haveres  a  este  albergue. 

Esta  capeila  e  edificio  annexo,  é  em  nm 
dos  mais  bellos  pontos  d*esto  localidade. 

O  edificio  que  agora  se  reedifica,  foi  nm 
hospício  de  frades  eaetanos,  fundado  per  D. 
Siolôa,  que  também  fundou  o  nesleiro  de  &  J 
Bruno,  em  Laveiras.  Esta  senhora  foi  sepul- 
tada na  egreja  da  Misericórdia^  de  Lis 
boa. 

Nossa  Senhora  do  Porto  Salto — ^E*  muito 
antiga;  não  se  sabe  ao  certo  quando  esta 
formosa  ermida  foi  edificada;  mas  parece 
f6ra  dd  toda  a  duvida,  que  tem  mais  de  300 
anãos  de  existência.  S^^gundo  a  lenda— vin- 
do um  navio  em  viagem,  da  índia  para  Por- 
togai,  se  formou  uma  terriTtel  tempestade,  e 
os  afflictos  navegantes,  Julgando-se  perdi- 
dos, flieram  voto  de  edificar  no  primeiro  ca- 
l»eço  que  encontrassem  á  entrada  do  porto 
de  Lisboa,  uma  ermida  consagrada  a  Nossa 
Senhora,  á  qual  dariam  a  invocação  de  Por- 
lo  Salvo. 


Chegoa  •  natio  m  aahrameilto,  e  %%  naia- 
gantes  trataran  de  cumprir  o  ^oto,  erigíi- 
do  a  ermida  actual,  próximo  a  Oeiraa^ 

Desde  então,  todas  as  embarcações  qnan- 
do  partiam  para  a  lodia,  ou  quando  de  li 
voltavam,  salvavam  ao  avistar  a  ermida; 

A  ermida  tem  s6  o  alur  da  Senhora. 

Foi  reedificada,  pelo  capellão  da  eapeOi 
real»  Manuel  Carvalho  Rodrigues  Baealhão, 
no  meiado  do  século  XVilL 

Todos  os  marítimos  lêem  muita  deveção 
eon  esta  imagem,  e  ó  espantosa  a  fuaa  A» 
seus  numerosos  milagres. 

Desde  1833,  qoe  a  ermida  ten  hído  m 
decadência,  e  está  actualmente  multo  del^ 
riorada;  pelo  que  a  irmandade  resoWeaR- 
oorrer  ás  pessoas  devotas,  que  queiram  eqa* 
tríbuir  com  as  suas  esmolas,  para  qiae» 
conserve  com  a  dignidade  própria  de  na 
tempéo  cfarislão. 

A'  costa  pois  dos  devotos  se  teem  já  feit» 
muitos  reparos. 

A  irmandade  (que  é  multo  iiaai#rosai 
composta,  na  soa  maior  parte,  de  marM- 
mos)  faz  uma  grande  festa  á  Senhora,  aodii 
i5  de  agosto  de  cada  anno^  que  é  seapR 
muito  concorrida. 

As  duas  -quintas  dos  srs.  marqaeies  h 
Pombal,  estio  situadas  junto  da  vilia,  saliÉB* 
do  em  direcção  a  Carcavellos.  Separa^^i 
uma  da  outra,  a  estrada  real,  <^  por  targ» 
espa^  vae  correndo,  assombrada  pelo  eopi^ 
do  arvoredo  de  ambas. 

A  primeira,  que  se  prolonga  do  N.  paia« 
8.---ÍSI0  é---da  estrada,  para  o  lado  do  1^ 
— é  á  principal,  pela  sna  grandexa,  e  pdi 
nobreaa  do  edificio. 

6  n'ella  que  está  o  palácio. 

Fundaram  esta  quinta,  e  constroiran  o 
palácio,  Francisco  Xavier  de  Mendonça  e 
Paulo  de  Carvalho  de  Mend«»nça  (irmãos  ds 
i.*  marqnez  de  Pombal)  ambos  secreUlíoi 
de  estado,  e  o  2.<»  D.  prior  de  Nossa  Seahe- 
ra  da  Oliveira,  de  Guimarães,  presidente  é» 
senado,  e  que  (alleeeu  quando  foi  elevados 
cardeal. 

A  amisade  que  ania  estes  três  inoio^ 
que  sempre  viveram  juntos,  fez  com  qae  es 
dois  mais  novos  (Francisco  e  Paulo)  appfir 


OEI 


QEI 


315 


tãmtm  os  rendimentos  áè  lens  bens  patri- 
aonlaes»  e  os  grandes  yeneimeotos  que  re- 
eebiam  áú  estado,  pelos  diversos  cargos  que 
esereiam  (qae  tudo  sabia  á  enorme  quantia 
de  S2:a€04000réi9  annaaesl)  a  bemfeiteri- 
sar  e  augmentar  as  propriedades  qae  per« 
tenoiam  ao  mais  veibo  (o  marquee)  par  be« 
nnça  de  seas  paès;  por  dote  de  saa  l.«  mu- 
iber,  D.  Tbereza  de  Noronlia,  sobrinba  do 
ooode  dos  Arcos;  t  e  por  saecessào  nos  vin* 
eulos  de  sea  tio,  Paulo  de  Carvalho  e  Athat- 
de^  arcipreste  da  Santa  Bgreja  patriarchal, 
que  falleoea  em  1737. 

Os  dois  referidos  irmios,  vincularam  e 
uniram  ao  morgado  de  Oeiras  todos  os  bens 
que  abi  compraram,  e  as  importantíssimas 
bemfeiíorias  que  nVlies  izeram. 

Ainda,  por  morte  de  seus  irmãos,  o  mar 
quez,  á  custa  dos  rendimentos  da  sua  já 
grande  casa,  e  dos  seus  imneosos  ordena- 
dos, ampliou  e  embelleaeu  a  obra  de  seus 
irmãos. 

Os  morgados  do  marquei,  não  constam  só 
das'  duas  quintas  (que  foram  formadas  de 
diversas  propriedades,  de  diíTerentes  do- 
nos) nas  também  de  vários  e  grandes  ca- 
saes,  de  terras  de  lavoira,  de  olivaes,  e  de  vi- 
nhas^ que  chegaram  a  produzir  400  pipas 
d'aqaeAke  precioso  vinho,  conhecido  e  apre- 
ciado sob  o  nome  de  Carcaveilos. 

O  palácio  tem  quatro  fachadas  —  uma,  a 
éa  entrada  principal,  que  é  flanqueada  por 
dois  pavilhões,  deita  para  um  grande  pateo 
—duas,  cabem  sobre  dois  Jardins-— e  a  ulti- 
ma, sobre  a  rua  publica. 

As  cavallariças,  e  cocheiras,  ficam  sepa- 
radas do  corpo  central. 

Pez  a  planta  e  dirigiu  as  obras  do  palácio» 
o  architecto  Carlos  Mardel,  natural  da  Hun- 
gria, que  veiu  para  Lisboa  em  4733,  e  aqui 
morreu,  em  1763.  Foi  architecto  do  acque- 
dttdo  das  Àguias  livres;  da  easa  da$  obras 
(ebras  publicas);  do  almoxarifado  do  sal,  de 
Sétuba);  e  de  outras  construcçoea 

<  Esta  senhora  morreu  sem  deíiar  suc- 
ee^são;  mas  empregou  os  20  contos  de  reis, 
em  dinheiro,  que  trouxe  de  dote,  na  compra 
de  bens  de  raiz,  que  viòcalou  e  uniu  ao  mor- 
gado de  seu  marido.  Parte  d*estes  bens  eram 
«m  Oeiras. 


O  palácio  tem  ricas  decorações  exterio- 
res, nas  duas  frontarias  que  olham  para  os 
jardins.  Interiormente  encerra  bellas  salas; 
uma  capella,  bem  ornada;  varias  obras  de 
arte,  de  muito  merecimento;  e  alguns  obje* 
ctos  históricos;  sendo  os  mais  notáveis — um 
painel  de  S.  Francisco,  pintado  por  Ticiano 
— vários  quadros  originaes  de  Yanloo-— os 
painéis  da  capella,  feitos  por  André  Gonçal- 
ves, um  dos  .melhore^  pintores  portuguezes» 
e  que  floresceu  no  ultimo  quartel  do  século 
XVif,  e  no  1.»  quartel  do  XVlII--um  pai- 
nel de  Santo  António,  copiado  do  original  que 
está  em  Roma,  e  é  o  retrato  do  tbaumaturgo 
—um  quadro,  com  os  retratos  do  !.<>  mar- 
quez  de  Pombal,  e  de  seus  doiá  irmãos,  Fran- 
cisco e  PauIo«  de  màos  dadas,  e  cercados  da 
letra  concórdia  fratrum  quo  se  julga  s^ 
producção  de  D.  ioanna  Ignacia  Monteiro 
de  Carvalho,  natural  de  Lisboa,  onde  adqui- 
riu bem  merecida  fama  de  retratista  insi- 
gne, e  chamada  vulgarmente,  Joanna  do  5a- 
liire,  por  morar  ahi — o  primeiro  modelo,  em 
cera,  do  retracto  de  D.  José  I,  obra  do  cele- 
bre Joaquim  Machado  de  Castro— um  lindo 
presépio,  de  marfim  e  madrepérola — duas 
estatuas  de  mármore,  repreàentando  Alpheu 
e  Arethusa,  desenhadas  pelo  mesmo  Macha- 
do, e  esculpidas  por  João  José  Elveni,  e 
Francisco  Leal  Garcia,  disci  pulos  do  famoso 
estatuário  romano,  Alexandre  Giusti— dois 
baixos  relevos,  em  pr^a,  alJegorias  do  rei- 
nado de  D.  José  I — um  retrato  em  miniatu- 
ra, do  pontifico  Clemente  XIV  (Ganganelli) 
offerecido  por  elie,  ao  marquez  de  Pombal 
— ^um  aunei,  de  camafeu,  que  estava  vincu- 
lado, representando  o  mesmo  poutiUce  —  a 
escrivaninha  de  que  se  servia  D.  José  I, 
quando  habitou  n'este  palácio,  nos  dois  ân- 
uos já  referidos — e,  finalmente,  diversos  mo- 
veis de  uso,  de  Sebastião  José  de  Carvalho 
e  Mello. 

Ha  também  aqui  uma  boa  livraria,  que 
encerra  alguns  manuscriptos  raros. 

Pelas  duas  frontarias  mais  nobres  do  pa* 
lacio,  correm  os  jardins,  plantados  no  gosto 
antigo,  mas,  ainda  assim,  belios,  e  adorna- 
dos com  boas  estatuas  de  mármore. 

Os  objectos  mais  notáveis  doesta  quinta^ 
são  —  a  cascata  dos  poetas  —  e  a  adega,  e 


216 


OEI 


OEI 


horta  ajardioada.  A  cascata,  apresenta  am 
lindo  eíTãito,  pela  sua  coQSlracção  original, 
pelas  obras  de  arte  qae  a  decoram,  e  pelo 
docel  de  verdura  com  que  a  cobrem  arvo- 
res gigantescas,  mui  formosas.  £  construída 
de  diversas  qualidades  de  pedras,  brilhando 
entre  a  cantaria  e  a  pedra,  tostada  e  carco- 
mida,  os  spatbos-calcareos,  com  suas  faces 
lustrosas  e  espelhentas,  uns  brancos  outros 
avermelhados.  £  composta  de^tres  corpos, 
cada  um  com  sua  gruta,  seu  lago  e  sen  ter* 
rado.  O  corpo  do  centro,  tem  a  gruta  mais 
ampla,  e  o  lago  muito  mais  vasto.  Do  terrado 
que  a  coroa,  disfructa-se  uma  agradável 
vista,  de  ruas  e  bosques ;  pois  sào  muitas 
que  vem  como  raios  de  uma  e«trella,  re- 
matar no  terreiro  circular  em  que  se  ergue 
a  cascata. 

Os  terrados  dos  corpos  lateraes,  são  guar- 
necidos com  quatro  bustos  collossaes,  de 
mármore  de  Cerrara,  representando  os  qua* 
tro  grandes  poetas  épicos  —  Homero  —  Vir* 
gilio — Gamões  —  e  Tasso:  todos  obra  do 
mesmo  Joaquim  Machado  de  Castro.  Duas 
escadarias  conduzem^aos  terrados,  cujas  en- 
tradas, em  forma  de  gruta,  se  abrem  aos  la- 
dos do  lago  do  centro. 

A  adega,  ó  a  mais  sumptuosa  offlcUia 
d'este  género,  que  ha  no  paiz.  £  um  grande 
edificio  de  dois  andares  —  o  l.<»  ó  a  adega— 
o  2.''  o  celleiro.  A  fachada  principal,  é  como 
a  de  um  palácio,  adornada  com  doze  bustos, 
de  imperadores  romanos,  maiores  que  o  na* 
lurai,  esculpidos  em  mármore  de  Garrara,  e 
coliocados  sobre  altos  pedestaes,  aos  quaes 
se  encostam,  vestiodo-os  em  quasi  toda  a 
altura,  arbustos  sempre  verdes. 

A  adega  ó  de  três  naves,  por  duas  ordens 
de  arcadas,  compostas  de  15  arcos  cada  uma. 
Nas  duas  naves  lateraes,  estão  os  toneis,  que 
sào  de  vinhatico,  e  14  dos  quaes  levam  cada 
um  30  pipas  de  vinho. 

Contíguo  á  adega,  no  lado  posterior,  está 
a  casa  dos  lagares,  que  são  sete,  construídos 
em  elevação  suffieiente,  para  d'elles  correr 
directamente  o  vinho  para  os  toneis,  poren^ 
canamentos  de  cantaria,  que  giram  em  volta 
das  paredes  da  adega.  Esta  está  construída 
entre  dois  pateos  arborisados,  um  com  com- 
municação  para  a  quinta,  e  o  outro,  com 


saida  para  a  estrada  psbliea,  por  um 
portão  de  ferro.  N'este  ultimo  pateo,  a*  aá* 
mira  uma  bèUa  arvcure,  originaria  da  Afinca. 
£  am  dragoeire  fdracoena  dracei,  de  LiMii| 
mais  gigantesco  do  que  os  do  jardim  bola* 
nico,  da  Ajuda,  e  que  os  da  quinta  do  Piça 
do  Lumiar,  dos  srs.  duques  de  Paknella. 

A  frente  príndpal  da  adega,  deiu  para 
um  jardim,  em  que  ha  dois  lagos  quadrai* 
gulaces,  de  mármore^  gnameeidos  noa  as* 
gulos  com  vasos  da  mesma  ottleria. 

Este  jardim  cae  sobre  uma  extensa  hartk 
ajardinada,  com  a  qual  se  eommuaáea  per 
três  escadas  de  pedra,  de  sete  degrmu%  aa- 
paradas  por  balaustradas  de  mannore. 

No  meio  da  horta  levanta-se  um  formoia 
tanque  de  mármore,  com  on  gnipo  éa  i- 
guras  de  mármore  de  Garrara,  feito  em 
Roma. 

O  terreno  em  que  está  a  adega  e  mnis  ott- 
cinas,  com  seu  pateos»  jardim  e  horta»  era 
uma  quinta  dos  viscondes  de  Barbaoéna.  qm 
foi  comprada  com  o  dinheiro  do  dota  da  L* 
mulher  do  marqaez. 

D.  José  I  deu  foral,  a  Oeiras,  no  palacie 
da  Ajuda,  a  S5  de  setembro  de  1760.  (Ma^s 
um,  áeforaes  novíssimos,  n.*  i.) 

O  aviso  que  mandou  gnar» 
dar  este  foral,  no  real  areliH 
vo  da  Torre  do  Tombo,  é  da* 
tado  de  4  de  dezemturo,  dl 
de  i760. 

Está  registado  no  L.*  X.*  d# 
do  Registo,  a  fi.  323  t. 


Oeiras  é  das  poucas  povoações  do 
nente  portuguez,  que  tem  foral 
isto  é— foral  dado  pelos  sucoessores  do  rei 
D.  Manuel. 

A  outra  quinta,  situada  ao  N.  da  estrada 
real,  foi  feita  também  pelos  ues  dois  ii 
do  marques.  E*  cortada  por  extenaaa 
de  bosque,  e  um  rio,  que  desagua  no  Tejo, 
próximo  á  vílla. 

Ao  atravessar  a  quinta,  corre  encanado^  • 
por  um  e  outro  lado,  acompanham  o  larfas 
ruas»  assombradas  por  frondoso  arvoredo^ 
e  adornado  de  grandes  vasos  de  mamumt 


OPE 


ÓIS 


217 


fM»  a  €iípaço§»  eoroim  a  mnralht  tfo  enea* 
DMMito,  o  qual  é  c^nameeido  de  alegretes 
eassénlM.  Diversas  pontes  de  pedra  dão  pas- 
sagem de  orna  para  a  outra  margem  do 
rio. 

Ha  na  quinta  doas  easeatas— «  da  Taeei- 
ra  e  a  da  Mina  dê  ouro,  A  primeira  está 
eonstrotda  no  gosto  eomnmm  d*este  género 
de  ediíieaçdes,  e  é  adornada  com  dois  saty  • 
ros,  de  mármore,  e  tem  na  frente  nm  Jardim 
eom  dois  tanques. 

A  segniída  é  mnito  mais  iòrmosa  e  pitto- 
resea,  posto  qne  nua  de  ornatos  artistteos. 
A  sua  fabriea  tem  mais  novidade,  e  o  effei 
to  das  agaas  despenliando-se,  é  mages- 
toso. 

EJeya-se  a  cascata  a  mnita  altnra,  encos' 
tada  a  uma  celtina,  por  onde  sobe  em  de- 
graus semicircQlares,  que  vao  diminuindo 
no  comprimento,  até  rematarem  em  nm  ter- 
rado, ondA  está  o  resereatorío.  De  um  e  ou- 
tro lado  da  escada,  a  acompanham  altas  e 
copadas  arvores.  Em  frente  da  cascata  e  do 
lago  que  Ibe  recebe  as  aguas,  ha  um  terre^ 
no  circular,  ao  qual  fazem  abobada,  com  sua 
fjíHmdosa'  ramagem,  arvores  annosas  que  a 
cercam. 

£su  bella  cascata  está  bastante  deteriora- 
da, e  se  ibe  oào  acudirem  promptamente, 
eflv  pancos  annos,  será  dispsndíosissima  a 
8oa  restaiH^ção.  Em  todo  o  resto  da  quinta 
86  vêem  signaes  evidentes  do  pouro  cuidado 
que  com  ella  tem  os  seus  proprietários,  os 
qoaes  prestam  mais  atten^  á  quinta  pri- 
meiramente descripta. 

tf^ERÇOM  ou  OFFREÇOM— português 
antigo —peita,  luoaSy  serviços,  presentes,  re- 
galos, jantares,  comedorias,  etc,  que,  para 
remissão  de  algum  vexame,  se  offerecia  ao 
alcaide,  ou  senhor  da  terra,  ou  aos  seus  mi- 
nistros e  offl«iaes.  É  por  isto  que  em  algon^ 
foraes  se  chama  —  alcaidaria. 

No  foral  dado  a  Thomar,  pelos  cavalleiros 
do  templo^  om  ii62,  traduzido  no  priDcipio 
do  século  i4.%  se  diz  —  O  Juiz  e  o  Alcaide 
se^tn  a  vo$  postos,  sm  ofreçom. . .  En  nhãs 
oMenhas  non  dedes  mais  ca  de  XIII  partes, 
huma^  sen  ofreçom. . .  En  Lagaridiga  ^ 

1  Lagaridiga»  ou  lagaradiga,  portuguez  an- 


OFFRENDAR— portuguez  antigo— o  mes- 
mo que  obradas  —  vem  do  latim  ofTero. 
Mando  que  offrendem  hum  anno  XVIII  di' 
nheiros  cada  dia,  e  candêas  da  minha  casa. 
(Doe.  de  Lamego,  de  1316). 

OGANO  —  portuguez  antigo— o  anno  pas- 
sado. 

Vem  do  latim  hoc  anno.  E  que  quando  hi 
chegarão  Ogano,  queimar  e  roubar  a  dita 
aldeia,  as  Campanhas  de  D.  fíennque  ^  de 
Castella.  (Doe.  de  Moncorvo,  de  1370). 

Nas  provioclas  do  norte,  ainda  se  diz 
Oroanno,  para  sigoiflcarem  o  annoj)as8ado. 

OIAN  ou  OTAN  —  freguezía.  Douro, 
concelho  de  OlíTeira  do  Bairro,  comarca  da 
Anadia,  bispado,  distrieto  administrativo  e 
9  kilometros  ao  sul  de  Aveiro,  40  ao  NO. 
de  Coimbra,  t%ti  ao  N.  de  Lisboa,  640  fogos» 
em  4757,  102.  —  Orago  S.  Simão,  apostolo. 

0  vigário  de  Espinhei  apresentava  o  cura, 
qne  tinha  200X000  réis. 

É  terra  fértil  em  todos  os  géneros  agríco- 
las do  paiz,  sobre  tudo  em  óptimo  vinho» 
qne  exporta.  Cria  muito  gado  de  toda  a  qua- 
lidade. 

ÓIS  (ou  GTS)  DA  RIBEIRA  —  villa.  Dou- 
ro, comarca  e  concelho  d^Agueda,  12  ki- 
lometros ao  sul  d' Aveiro,  40  ao  NO.  de  Coim- 
bra, 240  ao  N.  de  Lisboa,  140  fogos.  Em  1757 
28.  —  Orago  Santo  Adrião.  Bispado  e  dis- 
d'Aveiro. 

A  casa  de  Bragança  (donatária  da  fregue- 
zía) apresentava  o  prior,  que  tinha  270Í000 
réis. 

Tem  foral,  dado  por  D.  Manuel,  em  Lis- 
boa, a  2  de  junho  de  1516.  {Livro  de  foraes 
novos  da  Extremadura,  foi.  220,  col.  1.") 

Yejase  também  a  minuta 
parae  ste  foral,  T.  T.,  gav.  2., 
maço  12,  n.*  12.  —  No  foral  se 
lhe  dá  o  nome  de  óes  —  e  an- 
tigamente Oées. 

tigo  —  era  o  tributo  que  se  pagava  pelo  vi- 
nho colhido.  —  En  lagaradiga  de  vino  de 
cinquo  moyos  a  fundo,  deu  huum  almude : 
e  S0  mais  lôr,  dé  huuma  quarta,  sen  ofre- 
çom, e  sen  jantar.  (Citada  traducção). 

1  Henrique  II,  pae  de  D.  Jcão  I,  de  Cas- 
tella :  o  que  expulsou  os  judeus,  da  Hespa- 
nha. 


8i6 


ÓiS 


Os  primeiros  donatários,  ftynim  o  conde 
D.  Mendo  de  Sonsa  e  sna  mnlher.  Depois,  a 
condessa,  D.  Leonor,  TiHTa  do  conde,  D. 
Gonçalo  Garcia  dooa  á  ordem  de  Malta, 
Ois,  Eixo  e  Rcqueixo  etc,  e  passaram,  por 
troca  (i324)  para  o  3.*  conde  4e  Baroellos, 
D.  Pedro  (o  do  Litro  da$  Linhagens),  i 

Por  morte  de  D.  Pedro,  passaram  estes 
senhorios  para  D«  Martin  Aífonso  de  Sonsa, 
4.*  conde  de  Barcellos;  menos  os  coutos 
â'Eixo  e  Reqaeixo,  qne  D.  Pedro  doou  ao 
mosteiro  de  Santo  Thyrso. 

É  ÓÍ9  nma  povoação  mnito  antiga,  pois 
vemos  unuk  escriptura  de  doação,  feita  por 
D.  Flâmula,  ao  mosteiro  de  Pedroso  (conce- 
lho de  Gaia)  em  1079,  na  qual  se  diz  que 
metade  d'Eizo  e  Óis,  eram  de  D.  Thereza 
Fernandes,  mulher  do  conde  D.  Mem  Vie- 
gas de  Sousa.  A  outra  metade  (da  vilia  e 
egreja  d*Ois)  era  da  coroa.  Depois  ficou  sendo 
metade,  do  rei,  e  a  outra  metade,  dos  filhos 
do  conde  D.  Mendo  de  Sousa  (o  Souzão)  e 
do  mosteiro  de  Santo  Thyrso. 

D.  Fernando  I,  deu  ao  conde  D.  João  Af- 
fonso  de  Souza — toda  a  parte  e  direito  e 
quinham  que  avia  na  aldeã  doões  da  rribey- 
ra,  e  na  aldeã  do  rrequeixo  de  rriba  do  vou- 
ga,  com  todos  sexis  termos  e  jurdiçodeSy  como 
es  o  dito  comde  avia  em  eixo. 

A  carta  de  doação,  foi  dada  em  Coimbra, 
a  %%  de  setembro  da  era  de  César  i407  (li 
de  setembro  de  1369  de  Jehus  Christo). 

D.  AÍTonso  V,  fez  mercê  a  D.  Aílonso,  fi- 
lho do  duque  de  Bragança  da  alcaidaria,  ca- 
deia e  rendas,  da  vilIa  de  Extreoioz  e  seu 
termo ;  e  das  terras  de  Riba- Vouga,  a  sa- 
ber—julgado d*Eixo,  Oees,  Páos  e  Villari- 
nho,  com  todos  os  outros  logares  e  reguen- 
gos, como  trazia  o  conde  de  Guimarães,  com 
todos  os  seus  direitos  e  jurisdicçõps.  (Vide 
em  Ourem^  a  carta  de  doação  de  Philippe  \h 
a  D.  Sancho  de  Noronha,  conde  de  Ode- 
mira). 

>  Note  se  porém  que  o  conde  Já  era  se- 
nhor do  couto  de  Eixo  em  1323,  o  que  in- 
duz a  crer,  que  a  fHmilía  Souza  já  tioha  pro- 
priedades e  senhorios  por  este^  sítios,  e  que 
a  troca  foi  para  unir  mais  rendimentos. 


AiS  (on  Oys)  DO  BAIRRâ"— fregonh, 
Doiro,  comarca  e  coocelbo  da  AMdía— 
Vide  Bairre  (Ois  do)  a  pag.  306,  eoL  l%do 

OIT  AVEIRO— portnguez  antigo -- o  qm 
era  obrigado  a  pagar  o  oitavo  dos  scvs  fra* 
ctos. 

OITEIRO  —  Vide  (hOeíro^ 

OITUBRO  —  portngaea  amigo.  Bra  wm 
frequente  al6  ao  secolo  i3.*,  e  ainda  nsaáo 
até  ao  16.*,  pôr-se  ás  crean^as,»!  baptismo, 
o  nome  doa  mesas  do  anno.  Vemos  em  in- 
mensos  documentos,  Janeiro,  •  Jawmríê 
(que  é  o  mesmo) ;  Fevereiro  e  PeTreiío; 
Março,  e  Marçal^  e  Marçallo ;  AMl;  Mm; 
Junho,  e  Junio;  Julho,  e  Júlio ;  Agosto,  As- 
gasta,  o  ÂgasH^ho  ;  e  Otf  «oro.  Não  me  co»U 
que  se  tomasse  o  nome  dos  mezes  de  seM- 
bro,  novembro  e 'dezembro. 

Em  1301,  comprou  D.  Egas,  bispo  deTi* 
zen,  mnitas  propríe<dades  no  termo  de  Pi- 
nhel, as  qnaes  constam  do  Umho  velko  dV 
quella  cathedral.  N*e11e,  a  fl.  fi,  se  acha,  «i- 
tre  as  mais  testemunhas-* O«ftiftro  Beét 

—  isto  é  —  Oitubro,  filho  de  Beito  (Beato). 
ÕLA -- portuguez  antigo --do  latim  ota 

—  panella. 

OLAIA  —  fregnezia,  Extremadura,  co- 
marca e  concelho  de  Torres  Novas,  110  ki- 
lometros  ao  N.  de  Lisboa,  hSO  fogos.  Ba 
1757,  330^Orago  Nossa  Senhorn  da  Expe- 
ctação (Nossa  Senhora  do  Ó)  —  Pat^ia^ 
chado— districto  de  Santarém. 

O  prior  de  S.  Thiago,  de  TorrftS*Ncfn 
apresentava  o  cura,  que  tinha  1(0^000 1 éisdB 
côngrua,  um  alqueire  de  trigo,  de  eada  k^ 
e  o  pé  d'altar. 

OLALHA  e  OLEALHA  —  portogtiez  aatifi 

—  nome  de  mulher — EmloNa. 
0LALHA8  — -  fregnezía,  Extremadnn,  co- 
marca, concelho,  e  12  kilometros  de  Co- 
roar, 140  ao  N.  de  Lisboa,  S30  fogos; « 
1787,  440.  —  Orago  Nossa  Senhora  da  Cm* 
ceiçâo. 

Ú  da  prelazia  d<)  Thomar,  hoje  annexi » 
pairiarchado.— Distrlclo  de  Santarém. 

O  rei  (pela  mesa  da  consciência)  apres» 
tava  o  vigário,  que  tinha  120  alqueires  è 
trigo,  60  de  cevada,  6  de  azeite,  26  almoáes 
de  vinho  e  20M00  réis  em  dinheiro. 


OLE 


OLE 


219 


.  HoBve  aqui  hivfa  éé  seto  nrioaB  á^oaro, 
qneideram  aHfama  porção  doeste  metal.  Es- 
<li«:ahàBdoDidas. 

Segando  ods,  o  aea  nome  é  o  de  «olher 
n^O/o/Ao^  porém,  segundo  outros,  Tem  de 
,€iãia,  arvore  ben  eonhedâa. 

Foi  vilia.  D.  Ifanae)  Ibe  dea  foral  em  Lis- 
boa, a  14  de  neveoibra  de  1514.  (L.«  tfof  fo- 
ntes fimotia  Ewhtemaduru^  fL  í4Sà  v., 
co/.  2.*) 

E'  terra  fértil 

:  Teve,  em  tempos  nemocos^  am  ccstelle  ou 
lorre^  de  que  não 'ha  vestigíoa. 

No  logar  de  Álqaetdão,  d'este  freguezia, 
-fitá  &  cepelia  de  Nossa  Senhora  da  Sande. 
fif^moilo  antiga,  e  de  muita  deToção  dea  po- 
•Yos  éa  redondeza;  mas  nào  se  sabe  quasdo 
nem  por  quem  foi  construída. 

OLDROES  —  freguezia»  [>oaro,  eomar- 
ea,  eonceiho,  e  <6  kiloneiros  a  S.  0. 4e  Pe- 
nafiel, 30  kilometros  ao  N.  E.  do  Porto^  320 
ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  135fog084 

Em  1757,  tinha  91  fogos. 

Orago  Santo  Estevão,  protomartyr. 

Bispadoedistrictoadminiâtrativo  do  Porto. 

A  mitra  e  o  real  padroado  apresentavam 
altemalivamente  o  reitor,  que  tinha  7O#600 
féis  e  o  pó  de  altar. 
•i£'  terra  fmil. 

Está  n'esta  freguezia  a  casa  da  Calçada 
que  foi  dos  Peixotes  da  Silva. 

OIitiX)-*fregaezia,  Beira  Baixa,  eomarca 
e  ooneelho  de  Manha  a  Nova,  65  kilometros 
da  Gfuarda,  240  ao  E.  de  Lisboa. 

Tem  220  fogos. 

Em  1757,  tinha  103  fogos. 

Orago  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  e  distrieto administrativo deCae- 
teilo  Braoeo. 

A  mesa  da  eonsciencia  apresentava  a  vi- 
gário, que  tinha  401000  réis  de  CMgrua  e 
o  pé  d'aUar. 

E'  terra  f^rtiL  Cria  muito  gado^  de  toda  a 
^pialidade. 

OLEIROS  •— freguezia^  Douro,  comarca 
e  eonceiho  da  Feira,  20  kilometros  ao  S«  do 
Porto,  12  ao  fi.  do  Oceano,  290  ao  N.  de  LlS' 
boa. 


Tem  200  fogos. 

Em  1757,  tinha  98  fogos. 

Orsfo  S.  Piafo. 

Bispado  do  Porto,  districto  administrati- 
vo de  Aveiro. 

O  reitor  d'Arcozéllo  apresentava  o  cura, 
que  tinha  80^^000  réis  e  o  pé  d*altar. 

E'  terra  muito  fértil.  Cria  multo  gado  bo- 
vino, que  exporta  para  Inglaterra. 

Antigamente  havia  aqui  muitos  oleiros, 
«tte  deram  ò  nome  à  freguezia.  Ha  ainda 
abundância  de  barro,  mas  f So  ordinário  que 
apenas  serve  para  fazer  telha  e  tijolo. 

No  logar  do  Gandal,  d'este  freguezia,  ha 
uma  grande  fabrica  de  óptimo  papel,  funda- 
da em  ISll,  propriedade  do  sr.  Joaquim  de 
Sá  Couto. 

Os  preductos  d*esta  fabrica  teem  sido  pre« 
miados jem  varias  exposições  portufru^zas,  e 
nas  itttemaeíonaes  de  Londres  (1862)  e  Pa- 
ris (1867).  foi  destruída  por  um  incêndio 
em  1854,  e  reediicada  em  1859.  O  seu  mo- 
tor é  hydranlíco.  Emprega  já  madeira  para 
matéria  prima,  e  prodnz  anooalmente  uns 
i6  contos  de  réis  de  papel.  Emprega  65 
operários. 

Ha  também  aqui  uma  fabrica  de  flaçlo  de 
algodão,  fundada  em  1855;  que  emprega  130 
pessoas.  Foi  premiada  nas  exposições  de  Lis- 
boa e  Porto,  e  na  de  Londres,  em  1862. 

OLEIROS  —  fireguezia,  Minho,  comarca  e 
concelho  deOuimaràes,  12  kilometros  aoN. 
E.  de  Braga,  50  ao  N.  do  Porto,  360  ao  N. 
de  Lisboa. 

Tem  90  fogos. 

Bm  1757,  tinha  75  fogos. 

Orago  S.  Vicente. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
300^000  réis  de  rendimento. 

E'  terra  muito  fértil.  Cria  muito  gado,  de 
toda  a  qualidade; 

Ha  n*esta  freguezia,  vestígios  de  fortifica- 
ções romanas  ou  árabes. 

OLEIROS—  fregufzia,  Minho,  comarca  e 
concelho  de  Yilla  Verde  (foi  do  concelho  do 
Prado,  comarca  de  Braga),  9  kilometros  de 
Braga,  368  ao  N.  de  Lisboa. 
I     Tem  130  fogos. 


220 


OLE 


Em  I7$7,  tinha  81  fogos. 

Orago  Santa  Marinha. 

Arcebispado  e  dístricco  admlDiatratiTO  de 
Braga. 

O  abbade  de  Cabanellas  apreaenUva  o  vi- 
gário, que  tinha  iOOMOO  ré^  de  rendi- 
mento. 

Terra  fértil.  Maito  gado  e  eaça. 

OLEIROS— fregaezia,  Minho^  eoneellio  da 
Ponte  da  Barca,  comarca  dos  Áreos-de-Val- 
de- Vez,  24  kilometros  ao  N.  O.  de  Braga, 
380  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  ilO  fogos. 

Em  1757,  tinha  67  fogos. 

Orago  Santo  Adrião. 

Arcebispado  e  districto  administratiTO  de 
Draga. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  qee  tinha 
400M00  réis  de  rendimento. 

E'  t<;rra  muito  fertiJ,  era  todos  os  géneros 
de  agricultura,  e  cria  muito  e  bom  gado,  de 
toda  a  qualidade,  exportando  o  bovino^  pa- 
ra a  Inglaterra,  esi  grande  quantidade. 

Vide  Cratto  no  2.*  vol,  a  pag.  437»  «oL 
%*f  no  fim,  e  coL  1.*  da  pag.  438. 

OLEIROS  —  villa,  Beira  Baixa,  eabeça  do 
concelho  do  seu  nome,  na  comarca  e  24  ki- 
lometros  da  Gertan,  75  kilometros  ao  N.  do 
Grato,  180  ao  S.  E.  de  Lisboa, 

Tem  550  fogos. 

Em  1757,  tinha  119  fogos. 

£*  do  grâo-príorado  do  Grato,  hoje  anne- 
xo  ao  patriarchado. 

Districto  administrativo  deCastelloBranco. 

Orago  Nossa  Senhera  da  Conceição. 

O  grãoprior  do  Crato,  apresentava  o  vi- 
gário, que  tinha  150  alqueires  de  trígsi,  30 
de  centeio,  40  almudes  de  vinho,  3  cântaros 
de  azeite  e  12^000  réis  em  dinheiro. 

A  villa  está  situada  em  um  alto,  corren- 
do-lhe  ao  sopé  o  rio  do  seu  nome  (onde  tem 
apparecído  areias  d*ouro.) 

O  melhor  edificio  da  viUa,  é  a  sua  egr^a 
matriz,  magestoso  templo  de  3  naves,  obra 
do  rei  D.  Manuel.  Diz-se  que  as  oolumnas 
que  sustentam  os  arcos  das  naves  são  da 
antiga  egreja  que  os  templários  fundaram  no 
logar  do  Mosteiro,  5  kilometros  ao  O.  da 
villa. 

Mandou  a  povoar  o  prior,  D.  Mem  Gon- 


OLE 

çalvea,  eonmciidador  da  ordem  do  floipí- 
tal,  e  lhe  den  foral,  por  beneplácito  4e  1* 
grão-mestre,  D.  AíTonso,  pelos  annosde  IM 
D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  conflmmdft 
o  antigo,  em  Lisboa,  a  20  de  onmbro  és 
1513.  (L*  dos  foram  «oves  ia  Beira,  fl.  IH 
coL  2.*,  in  fine.^Vaja-se  a  Gaveta  %\  ma- 
ço i,  n.*  226,  onde  se  menciona  este  fonL) 
Era  uma  das  12  villas  do  grio-priondo 
do  Crato,  da  ordem  de  Malta. 

O  eoneelho  de  Oleiros  é  composto  ds  U 
freguezias— nove  no  patnarchado,  por  sff 
isento  do  Crato,  e  três  do  bispado  la 
Guarda. 

As  qne  hof  e  estão  annexas  ao  patnarcha- 
do, são— Al  varo.  Amieira,  Estreito,  Isna,  Ib 
deiran.  Mosteiro,  Oleiros,  Siraadas  e  Ss- 
bral. 

As  do  bispado  da  Gnarda,  são — Cambas^ 
Orvalho^  e  Villar  Barroso.  Todas  eona  1:801 
fogos. 


O  nome  doesta  villa,  não  vem  de 
fabricantes  de  louça  de  barru;  mas  de  d- 
leiras,  palavra  castelhana  e  portagoeia  an- 
tiga, na.  qual  se  molham  os  U,  prononciu- 
úú^se  alheiros.  Deu  causa  a  este  nome  a  cir- 
cumstancia  de  haver  alguns  olhos,  ou  ott» 
ros  (nascentes)  de  agua  no  sitio  em  qne  a 
villa  está  fundada.  Diz-se  também  que  exis- 
tiu um  tanque,  no  sitio  onde  hoje  está  er- 
guido o  pelourinho.  O  brazão  das  armas  da 
esta  villa  (segundo  dizem  os  seus  halntanles, 
pois  não  me  consta  que  o  haja  na  torre  éi 
tombo)  são  quatro  chafarizes  da  soa  edr,  ea 
campo  verde.  Isto  parece  confirmar  a  tradi- 
ção dos  olheiros, 

O  monte  sobre  que  está  a  villa,  é  de  pott- 
ca  elevação  e  corre  de  E.  a  O.  A  maior  par- 
te da  povoação  estende-se  pela  eneoata  ds 
monte,  para  o  norte. 

Tem  a  villa  trez  praças  ou  terreiros,  cha* 
mados — Largo  do  Adro,  Largo  da  Dewesta  s 
o  pleonasmaUeo^Largo  da  Praça, 

Tem  trez  fontes— a  das  Fteiras^  a  éo  Ckor 
faris,  a  a  Fonte  Nova. 

A  villa  é  cercada,  do  N.  a  S.,  por  qua- 
tro collinas,  sobre  as  quaes  alvejam  outras 
tantas  capellas— a  do  Esi)irito  Santo — a  ds 


OLE 


OLE 


221 


São  Sebastilo-^a  é»  Snt»  Mirgarid»— «  a 
de  Nossa  Senhora  das  Candeias. 

A  primitiva  eapella  de  Santa  Margarida, 
existiu  no  sitio  aíoda  por  isso  obaoiado  JETor- 
ia  da  SaníOí  onde  lia  .vestígios  da  antiga. 
Esiaudo  árniinada,  se  constrnin  a  segnnda 
em  logar  mais  apropriado. 

Em  1809  tinha  vindo  de  Gasteilo  Branco 
noa  grando  porção  de  pólvora,  qne  se  re- 
eolbea  n'eeta  eapella.  Os  ípaneezes,  passan* 
do  por  aqni  n'aqQelle  anno,  lhe  laúçaram  o 
fogo,  por  meio  de  um  rastilho.  O  edifieio 
fieott  completaosente  arruinado  oom  a  ex- 
plosão, 6  a  imagem  da  padroeira  foi  pelos 
ares. 

Passados  tempos  appareeeu  a  Santa  ineó- 
hime,  no  sitio  das  Lameiras,  Foi  isto  toma- 
do  por  milagre,  e  o  povo,  que  sempre  leve 
particular  devoção  com  Santa  Margarida, 
tratott-logo  de  erigirlhe  nova  eapella,  no  si- 
tio da  segunda,  e  ó  a  aotual. 

A  capHlIa  de  Kossa  Senhora  das  Candeias, 
é  particular,  e  pertence  ao  er.  Marcos  Tor- 
resi,  da  cidade  d'fivora. 

A  egreja  matriz  está  edificada  no  tope  do 
monte,  dominando  toda  a  viUa.  Em  i639 
ainda  estava  por  concluir  e  já  estava  bas- 
tante arruinada.  Entào  se  reedificou  e  eon* 
eluiu. 

A  capella-mór,  foi  feita  pela  commenda  de 
Malta,  e  o  corpo  da  egreja  pôr  offertas  vo- 
luntárias dos  parochianos. 

A  capt-lla-mór,  tem  li  metros  de  compri- 
do  e  6,"6  de  largo,  com  a  altura  correspon- 
dente. Tem  uma  bella  tribuna,  throno  e  sa- 
crário, tudo  de  boa  tatha  dourada.  O  forro 
é  apaíoellado,  dividido  em  24  quadros,  re- 
presentando as  principaes  seenas  da  vida  de 
Jesus  Christo,  todos  primorosamente  pinta- 
dos; mas  já  bastante  damnificados  pela  ac- 
ção do  tempo. 

Asi  paredes  estão  revestidas  de  aiulejos  até 
ás  cimalhas,  e  n'elles  se  admiram  differentes 
figuras  bíblicas ,  deum  desenho  corretissimo. 
Sobre  o  altar-mór,  e  ao  fundo  do  throno,  se 
Té  a  graciosa  imagem  de  Nossa  Senhora  da 
Conceiçáo,  padroeira  da  freguezia. 

O  corpo  da  egreja,  mede  22  metros  de 
comprido,  desde  a  porta  principal  até  ao  ar- 


co cruzeiro— 12  metros  de  largura  e  outros 
12  de  alto,  no  centro. 

Téni  duas  saehrístias-— uma  da  eoníirana 
do  Santíssimo  Sacramento  e  outra  para  o  ser- 
viço dos  eccleslastieos.  O  forro  d'esta  é  pin- 
tado a  óleo,  apresentando  no  centro,  sobre 
caknpo  preto,  uma  cruz  branca,  com  oito  pon« 
tas,  symbolisando  asoitobem-aventnranças. 
É  a  divisa  dos  cavalleiros  de  Malta. 
-  Já  disse  qoe  a  ^grefa  é  de  três  naves.  As 
ei^amnas  que  as  sustentam,  são  de  ordem 
corynthia,  e  assentam  sobre  plinthos  qua- 
drangulares. 

O  forro  da  nave  eentrat,  é  dividido  em  27 
quadros,  pintados  a  óleo,  representando  va- 
rias seenas  do  antigo  testamento.  As  naves 
lateraes  teem  pinturas  de  ornato. 

Tem  quatro  altares  lateraes.  A  porta  prin- 
cipal é  do  lado  do  oeste.  Tem  duas  portas 
lateraes,  uma  ao  N.  outra  ao  S.--Ná  primei- 
ra d'estas  se  vêem  duas  sepulturas,  muito 
antigas,  ambas  com  brazões  d*ármas  grava- 
dos nas  tampas;  mas,  com  a  continuação  da 
passagem  sobre  ellas,  estão  tão  gastas  que 
mal  se  conhecem.  Uma  é  de  mármore,  e  está 
partida  em  três  pedaços;  mas  coliocados  por 
forma  tal,  que  é  muito  para  duvidar  que  alli 
esteja  sepultada  a  senhora  de  que  reza  o  epi- 
taphio,  do  qual  apenas  se  pôde  ler: 

AQUI  JAZ  IZABEL  DA  GOSTA, 

MULHER  DE  SALVADOR  LEITÃO, 

CUJAS  ESTAS  ARMAS  SÃO. 

FALLBCEU  A JULHO  D....  O  ANNOS 

Este  Salvador  Leitão,  ainda  vivia  em  1690. 

A  outra  é  de  granito,  e  se  teve  inscrlpção, 
já  se  não  conhece. 

Em  frente  da  egreja  matriz,  e  com  a  por- 
ta principal  voltada  para  o  N.,  está  a  egreja 
da  Misericórdia,  que  é  um  templo  antiquís- 
simo; mas  perfeitamente  conservado.  Foi  re- 
parado em  1714,  como  consta  de  uma  inscri- 
pção  que  está  no  arco  da  capella-mór,  na  pe- 
dra que  serve  de  fecho.  Ignora- se  a  época 
da  sua  fundação;  mas  existe  no  cartório  da 
Santa  Casa,  uma  escriptura  de  emprasamen- 
to,  feita  em  1506. 

Ao  N.  da  egreja  da  Misericórdia,  e  conti- 


222 


OLE 


OLD 


1 


gua  â  elU,  está  t  eapelU  do  Senhor  dot  Pa»* 
809,  imagem  perfeiíissima  e  veneranda. 

Deniro  da  vilia,  ha  mais  trea  ea^^las, 
perieneentes  a  parlicalares — luna»  fandada 
pelo  padre  João  Rebello  Pinto  d' Azevedo 
(am  dos  asceodeqtes  do^r.  visconde  da  Otei- 
ros,  e  ao  qual  boje  pertence).  É  da  invoea- 
çao  de  Nossa  Senhora  de  Goadalnpe.^-Oa* 
tra,  foi  fandada  por  Pedro  Dias.  Pertença 
hoje  ao  sr.  Joaquim  Xavier  Farinha,  do  Pe* 
drogam  Grande.  É  da  invocação  da  S.  Joaé. 
A  3.%  é  do  reverendo  vif  ario,  o  sn  José  Ri- 
beiro de  Andrade,  e  da  sr.*  Maria  Josefa. 
Foi  fandada  por  Manuel  Pereira,  e  é  dedi- 
cada a  Nossa  Senhora  Mae  dos  Homens.  To- 
das três.  foram  feitas  com  magnifioencia,  pe- 
lo meiado  do  século  XVIII. 

Alem  doestas,  ha  no  termo  da  villa  mais 
oito  capellas.  Ao  S.  da.  egreja  pai|»chial»  e 
medeando  són^ente  a  rna,  estão  as  casas  que 
foram  residência  dos  commendadores  de 
Malta.  Foram  julgadas  bens  nacianúes,  e  venr 
didas  depois  de  1834. 

No  largo  da  Praça,  que  é  de  forma  trian< 
guiar,  e  como  formando  a  base  do  triangaio« 
estão  os  paços  do  concelho^  edificio  muito 
antigo;  e  no  centro  da  praça  sa  ergue  o  pe- 
lourinho, no  topo  do  qual  se  vdem  as  armaa 
da  villa. 

Ha  duas  escolas  de  instrucçao  primaria — 
nma  de  cada  sexo,  e  ambas  em  edilicios  pa- 
gos pelo  município. 

Havia  também  uma  aula  de  grammatica 
latina,  que  fui  supprimida  depois  de  1834. 


Ufana-se  Oleiros  de  contar  entre  seus  fi- 
lhos, homens  muito  distinctos  pelo  seu  sa- 
ber, virtudes  e  serviços  feitos  á  pátria. 

Di:(tinguemse  entre  elies: 

O  padre  António  d' Andrade^  da  Companhia 
de  Jeãus,  em  cuja  ordem  se  filiou  em  15  de 
dez^^mbro  de  1596.  Partiu  para  o  Oriente, 
em  1600,  e  lá  descobriu  os  remotíssimos  pai- 
zes  do  Grão-Cathayo  e  do  Tibet.  Entrando 
na  capital  dV$te  ultimo  reino,  fundou  alli 
miv^^ão,  em  162^.  Existe  um  retrato  doeste 
grande  homem,  em  poder  do  sr.  visconde 
d*01riros,  ao  lado  do  qual  (retrato)  se  vó  a 
seguinte  inscrípçào: 


SOaBTATIS  JBSUS»  PBOViNCUK 

GOANNAK,  ZMI  PROVINCIALIS 

MISSIONES  THEUlTENSIS  PRIMCS 

BXnOBATOR  KT  FUNOATOR. 

OeUT  AHVO  DOMINI  1634» 

14  KALEMDAa  APERIUS.  ABTATB 

SUAK  83. 


Jo$é  PkUippe  JVim^s.— Florescen  no  piia* 
eipio  do  século  XlX.*^Foi  caiulleíro  da  ral 
e  distincu  ordem  hespanhola  de  Carlos  lii, 
cônsul  da  nação  .portuguesa,  noa  portos  éa 
Corunha  e  Ferrol,  e  em  lodos  ob  bmís  é» 
de  o  Cabo  de  Finis-Tema,  até  ao  prindfs* 
do  das  Astúrias.  Foi  sargento  mór  das  nii« 
tias  da  ordem  de  Malta,  na  eomnenda  4s 
Oliveira  do  Hospital,  paio  então  priaeipen* 
gente,  e  depois  D.  Joio  YI,  e  pelo  mesas 
senhor  premiado  cooa  o  soldo  de  eapiás  de 
fragata,  da  sua  real  armada.  A  earurpatea* 
te  de  D.  João,  que  o  nomeia  aargemo-oér, 
foi  passada  em  13  de  maio  de  1804. 

Jaciniho  Domingues  —  eavalleiro  profes» 
na  ordem  de  Christo,  e  capitão  de  mar  e 
guerra,  da  armada  real.  Em  premio  dos  seus 
serviços  á  pátria,  o  mesmo  príncipe  regente 
Hie  fez  mercd  da  aldeia  de  Hagbará,  junto  i 
praça  de  Damão  (índia)  por  três  vidas;  mai; 
como  falleceu  sem  descendentes,  passos 
aquella  aldeia  a  um  seu  afilhado,  ao  qual  i 
legou  por  testamento.  Falleceu  em  Lbboi, 
em  novembro  de  18 LO. 


Padre  João  Pereira  Botelho  do  Amaral  Pi- 
menUL — Este  vulto  venerando,  maito  hoa- 
ra  a  pátria  que  lhe  deu  o  s?r.  Nos  seus  prin- 
cipios,  serviu  o  emprego  da  secretario  da  ca« 
mara  municipal  de  Oleiros.  Passou  depois 
a  amanuense  do  governo  civil  de  Coiml^a, 
onde  se  formou  cm  direito,  e  principiou  a 
sua  ordenação,  que  foi  concluir  em  Bragan- 
ça, sendo  depois  nomeado  vigário  geral  d*es- 
te  bispado.  Passados  alguns  annos,  foi  ele- 
vado á  dignidade  de  deão  da  Sé  de  Leiria, 
e  é  hoje  bispo  eleito  da  diocese  de  Macan. 

É  um  varão  de  extremada  virtude,  varia- 
da instrucçao,  e  um  dos  mais  elegantes  ora- 
dores sagrados  da  actualidade:  sobresahin* 


ÓLG 

do  a  todas  estas  bellas  qualidades,  a  exces» 
siva  modéstia,  própria  de  todos  os  horaeiís 
grandes.  A  soa  SciENax  da  Gitiusacão,  e 
os  seas  Sbiiií5bs,  tem  feito  o  seu  nome  eo- 
niiee&do  e  popular. 

A6 kilometros  ao S.  d'estaYilla,e  mesmo  no 
alto  da  serra  do  Femão-Poreo,  ha  ama  gran- 
de cavidade,  chamada  Cova  da  Mcura,  por 
se  diter  feita  no  tempo  da  dominação  árabe. 
Tem  mais  de  90  metros  de  comprimento,  e 
oatros  tantos  de  largo,  e  nma  profundidade 
de  6  metros.  Dentro  da  mesma  cova,  na  ram- 
pa do  E.,  existia  ainda  em  1S45  uma  peque- 
na piH^ta,  praticada  na  rocha,  dando  entrada 
para  um  subterrâneo.  Está  hoje  completa- 
mente obsiraida,  e  sob  a  terra  que  as  aguas 
pluviaes  para  alii  tem  acarretado,  sem  ha- 
ver um  curioso  que  mandasse  desentulhar 
isto,  e  examinar  o  subterrâneo. 

A  Ceva  4a  Moura  não  podia  deixar  de  ter 
uma  lenda  popular,  e  com  effeito,  cré  o  po- 
vo d*estes  sitios,  que,  na  manhan  de  S.  João, 
aqoi  apparece  uma  formosíssima  donzella 
moura,  encantada,  assoalhando  riquíssimos 
vestidos,  e  uma  eirada  de  moedas  d'ouro. 
Alguns  se  gabam  mesmo  de  a  terem  visto. 

Ha  n'este  concelho  algumas  minas  metá- 
licas (e  talvez  que  a  tal  Cova  da  Moura^  seja 
a  entrada  de  alguma  antiga  galeria,  explora- 
da no  tempo  dos  romanos  ou  dos  árabes). 

Em  maio  de  1874,  foi  registrada  na  cama- 
rá municipal  d*Oieiros,  uma  mina  de  galena. 

É  visconde  de  Oleiros,  o  sr.  Francisco 
d'Albttquerque  Pinto  Castro  e  Nápoles,  sym- 
paihico  e  iilustrado  cavalheiro,  que  honra  e 
enobrece  a  terra  que  lhe  dá  o  titulo. 

OLFORTÚH  —  português  antigo  —  chei- 
ro forto  e  desagradável.  Hoje  dizemos  far- 
tum, 

OLGA  —  portuguez  antigo  —  leira,  belga, 
coireiia,  gleba,  etc. — Ainda  se  usa  nas  pro- 
víncias do  norte.  A  ólga  6  terra  cultivada  e 
cercada  de  sebes  ou  valtados,  e  que  em  um 
dia  se  pôde  cavar,  lavrar,  e  semear.  Na  bai- 
xa latinidade,  dizia-se  —  holca^  ólca,  ólqua^ 
óchiãi  ókhOy  élchiaj  óschiay  ósca^  ééka^  hóchia, 


OLH 


223 


e  ouchio.  É  tudo  derivado  de  cceo  oceas^  gra- 
dar,  desterroar,  semear,  cultivar. 

OLHALVO  —  freguezia,  Extremadura,  co- 
marea,  concelho,  e  6  kilometros  de  Alen- 
quer. 

t20  fogos.  Em  1757,  i06--0rago,  Nossa 
Senhora  da  Encarnação -^  Patriarchado  o 
distrieto  de  Lisboa. 

O  povo  apresentava  o  cura,  que  tinha  iO() 
alqueires  de  trigo,  60  almudes  de  vinho  e  4 
cântaros  de  azeite. 

Foi  curato,  annexo  á  egreja  da  Magdale-» 
na,  de  Aldeia- Gavinha.  Ha  aqui  um  mosteiro 
que  foi  de  frades  carmelitas  descalços ;  e 
um  reeolhimentor  de  donzellas. 

Esta  freguezia  compõe-se  dos  logares  da 
Olhai vo,  Pucariça,  e  Pena*  Firme ;  e  de  algu- 
mas quintas  e  casaes,  das  quaes  as  mais  no- 
táveis são  as  quintas  da  Lagem,  Margem  dê- 
Arada,  da  tíamalheira,  e  ú^Bôa-Vista.  Al6 
16i2  era  tudo  isto  da  freguezia  de  Aldeia- 
Gavinha.  Então,  creando-se  esta  freguezia» 
ficou  sendo  curato  dependente  da  antiga  ma- 
triz, até  1834.  Serviu  de  egreja  párochial, 
até  1840,  a  capella  de  Nossa  Senhora  da  En- 
carnação e  S.  Sebaiitião,  de  Olhalvo,  ficando 
a  mesma  Senhora  a  ser  padroeira  da  nova 
freguezia,  até  1840,  em  que  se  mudou  a  sede 
da  parochia  com  a  mesma  invocação,  para 
a  espaçosa  egreja  do  mosteiro  dos  carmeli- 
tas, a  requerimento  do  povo  da  freguezia, 
que  pôde  conseguir  que  o  governo  não  ven- 
desse a  egreja,  como  fez  ao  mosteiro,  cerca 
e  officiaas.  ^ 

O  logar  de  Olhalvo  é  uma  das  freguesias 
mais  ricas  e  aceiadas  do  concelho  de  Alem- 
quer,  para  cuja  vilia  tem  duas  boas  entra- 
das; uma  é  a  antiga  calçada,  que  passa  pe- 
las quintas  da  Lagem,  Ramalheira,  e  Gatem 
—  a  outra  é  a  estrada  districtal  da  Mercea- 
na,  que  passa  a  600  metros  da  povoação, 
mas  está  ligada  a  eila  por  um  ramal,  con- 
struído em  1873. 

Olhalvo  é  uma  bonita  aldeia,  com  ruas  lim- 
pas e  loDgâs,  e  quasi  todas  bem  calçadas,  e 
adornadas  de  bons  prédios,  muitos  d'elies 

^  A  egreja  do  mosteiro,  foi  concedida  para 
matriz  da  freguezia,  por  portaria  de  âO  de 
abril  de  1836. 


224 


GLH 


OLH 


novos  6  elegantes.  Tem  algumas  fontes 
de  boa  constracção  e  abundantes  de  boa 
agoa. 

Tem  prosperado  mnito,  o  qoe  prova  o  an 
gmento  progressivo  da  sua  população. 

Em  1707,  tinha  apenas  60  fogits,  em  1757, 
tinha  106,  e  tem  sempre  au^meotado. 

A  antiga  ermida  de  Nossa  Senhora  da  En- 
carnação, qne  foi  matriz  por  espaço  de  228 
annos,  está  no  centro  do  logar,  e  é  hoje  pro- 
priedade particular.  Próximo  â  capella,  e  so- 
bre uma  pequena  elevação,  está  a  actuai  ma 
triz  (Nossa  Senhora  da  Eocarnavão)  que,  co- 
mo já  disse,  pertenceu  ao  mosteiro  do**  fra* 
des  carmelitas  descalços,  fundado  em  1648, 
por  Dom  Manuel  da  Cunha,  bispo  d*Elvas, 
arcebispo  eleito  de  Lisboa,  e  capt^iláomór 
de  D.  João  lY.  Sobre  a  porta  principal  da 
egreja  se  vé  ainda  o  brazão  dos  Cunhas^  es- 
culpido em  uma  pedra. 

Foi  prior  de  Olhalvo,  frei  Melchior  de 
Santa  Auna,  natural  do  Garrejal,  no  bispado 
de  Lamego.  Nasceu  em  1602,  e  falleceu  no 
coUegio  da  sua  ordem,  em  Coimbra,  em  9  de 
novembro  de  1664.  Escreveu  a  1.*  parte  da 
Chronica  da  ordem  carmelitanaf  que  depois 
concluíram,  frei  João  do  Sacramento^  e  frei 
José  de  Jesus  Maria. 

O  terremoto  do  l.^"  de  novembro  de  1755, 
deixou  a  egreja  quasi  arrasada,  pdo  que 
teve  de  ser  reconstruída  pelos  fundiTmentos, 
terminando  as  obras  em  1782,  quasi  todas 
feitas  coro  esmolas  dos  fiéis ;  porque  o  con 
vento  era  pobre. 

Em  183i,  fízeram  mão  baixa  nas  alfaias  e 
param»  ntos  d'esta  egreja,  e  cada  um  levou 
as  que  pôde.  Ainda  hoje  existem  algnn:*,  em 
ermidas  particulares.  A  rica  biblioiheca  du 
bispo  fubdador,  já  então  eslava  muito  redu 
zida,  porque  elle  e  sua  irmã,  D.  Mariann^ 
de  M^^ndoDça,  tinham  dado  licença  aos  fra 
des,  para  vende r^^m  os  livros  que  lhes  não 
fossem  necessário».  Em  1834,  o  resto  dos  li- 
vros, que  ainda  eram  muitos  e  bons,  tive- 
ram a  mesma  sorte  dos  paramentos,  e  por 
aqui  existem  ainda  bastantes  em  poder  de 
particulares.  O  edífirio  e  offit^nas  do  mos 
leiro,  foram  vendidos  ao  sr.  visconde  de  Pau 
te-Arcada,  «lue  depois  trocou  com  o  sr.  Ré 
zende,  oilicial  do  exercito,  e  sâo  hoje  do  sr. 


Manuel  Joaquim  d'Alffleida,  bário  d'i 
quer. 

A  egreja,  que  pôde  escapar  do  leilão,  é 
ura  sumptuoso  templo,  em  forma  de  cra^ 
com  cinco  alures,  todos  de  abobada  dep* 
dra,  e  tem  um  sol>erbo  coro. 

Todos  08  altares  são  de  rica  talha  dooiads, 
e  de  grande  belleza;  mas  estão  bastaateda* 
teriorados  pelo  tempo,  e  ainda  mais,  pelo 
desleixo.  As  paredes  são  adornadas  de  difv- 
SOS  quadros  a  óleo,  em  riquíssimas  oioUi- 
ras,  dadiva  do  fundador,  que  era  grands 
amadur  das  bellas-artes.  Excedem  em  per- 
feição, segundo  os  entendedores,  um  gnnèa 
reubulo,  representando  S.  Pedro,  na  grata, 
chorando  de  arrependimento,  por  ter  nexads 
ires  vezes  a  Jesus  Christo — outro  retábulo. 
lambem  de  grandes  dimensões,  representai* 
do  a  Santa  Família. 

Debaixo  do  arco  do  coro,  ha  duas  lápides 
juntas,  que  vieram  da  capella-mór,  cada  uma 
com  sua  inscripção  —  diz  uma  : 

Pelo  exemplo  e  religião  dos  padres  cartÊh 
litas  dencalçoSf  e  devoção  que  o  bispo  lhes  ti- 
nha, Ikes  doou  este  mosleU^o  e  egreja^  com  i 
obrigação  de  quatro  missas  quotidianas  per- 
pétuas e  exéquias  cada  atino,  como  conslã 
das  escripturas,  que  estão  em  poder  do  te- 
dfiro  e  successor  do  morgado,  queinstiíuirem 
seus  pães;  ao  qual  deixou  pór  padroeiro  per* 
pétuo  do  mosteiro  e  egi'eja,  para  que  a  famí- 
lia dos  Cunhas,  que  n^ella,  por  varonia  legi- 
tima, se  conseiDa,  na  vida  e  na  morte,  esti- 
vesse debaixo  da  protecção  da  Senhora,  Pis 
na  capetla-mór,  as  sepulturas  de  seus  pães  i 
avós. 

No  carneiro  que  está  debaixo  d'eUa,  se  mo 
podesse  enterrar  senão  os  descendentes  dm 
mesmos  pães.  D,  Marianna  de  Mendonça,  sm 
irmã  e  testamenteira,  condessa  de  ViUar- 
maior,  mandou  abrir  em  pedra,  esta  nsemú- 
ria,  para  que  sempre  dure;  porque  o  béspe, 
por  sua  modéstia  e  singulares  virtudes,  o  mê» 
quiz  fazer,  em  sua  vida. 

A  2.*  inscripção,  diz : 

Debaixo  do  altar -mór,  aos  pés  da  &itàon^ 
que  n'elle  está,  se  mandou  enterrar,  £>.  Jfis- 
nuel  da  Cunha,  bispo  dElvas^  que  fundam  é 


OLH 


OLH 


225 


iweusta^  e  dtdou  esta  eçreja  e  mosteiro :  fi' 
lho  ie  Simão  da  CutAa  e  de  sua  mulher^  D. 
Luiza  d'Álmêíáa,  copeiro-môr  dos  reis  d'este 
reino.  Foi  MspoJ  do  conselho  geral  do  santo 
officiOf  eommissàrio  da  Cruzada,  capellão  már 
dos  reis  D,  João  IV  e  D.  Affonso  VI,  nomeado 
por  elles,  arcebispo  de  Évora  e  de  Ldsboa,  e 
inquisidor  geral. 

lúdo  que  teve,  conheceu  ser  mercê  da  Vir* 
gem  Maria,  Mãe  de  Deus,  de  quem  foi  devo* 
lissimo,  tomando-a  sempre  por  advogada  em 
tudo;  e  assim^  tudo  lhe  vetu,  em  dias  dedica- 
dos á  Senhora,  que  deixou  por  herdeira  doeste 
mosteiro  e  egreja,  e  tudo  o  que  podia.  No  dia 
do  nascimento  da  Senhora,  disse  a  ultima 
missa.  Morreu  em  sabbado,  aos  BO  de  novem* 
bro  de  165Sy  da  edade  de  64  annos  e  dois  me- 
zes  e  meio. 

Este  D.  Manuel  da  Cunha,  era  nalaral  de 
Lisboa,  e  filho  (como  jà  disse)  de  Simão  da 
Canha  e  D.  Lniza  d'Almeida.  Foi  irmão  de 
Pedro  da  Canha,  qae  suecedea  a  sea  pae, 
no  òíScio  hereditário  de  trinchante-mór,  e 
tere  por  neto  oatro  Pedro  da  Cunha,  do  qual 
foi  ftlha  e  herdeira,  D.  Brites  Josefa  da  Cu- 
nha, casada  com  D.  Carlos  José  Bento  de  Me- 
nezes, dos  quaes  descende,  por  varonia,  a  fa- 
mília dos  marquezes  de  Olhão,  ultimamente 
Vepresentados  por  o  sr.  D.  José  de  Menezes, 
conde  de  Castro-Marim.  Simão  da  Cunha, 
descendia  do  grande  D.  Payo  Guterres  da 
Silva,  rico-homem  de  Portugal,  e  um  dos 
niais  fUustres  capitães  de  D.  AfTonso  Henri* 
quês. 

D.  Manuel  da  Cunha  (o  futuro  bispo)  en- 
trou DO  collegio  de  S.  Pedro,  da  universi- 
dade de  Coimbra,  na  idade  de  22  annos.  Se- 
guia o  curso  de  direito  canónico,  em  que 
tomou  grau  de  bacharel.  Em  27  de  maio  de 
1620,  foi  nomeado  deputado  da  inquisição 
de  Coimbra  — em  1622,  da  de  Lisboa— e 
em  1623,  inquisidor.  Em  12  de  novembro 
d'este  mesmo  anno,  obteve  o  logar  de  depu- 
tado do  conselho-geral ;  é  em  1633,  foi  no* 
'meado  eommissàrio  geriil  da  bulia  da  Santa 
Cruzada.  Em  1637,  sendo  eleito  bispo  d'E- 
vora,  recebeu  a  sagrada  uncção,  em  10  de 
oatubrn  de  1638. 

Tomou  parte  activa  na  gloriosa  conspira* 
jqSo  do  1.*  de  dezembro  de  1640,  por  con- 

VOLUMB  VI 


víCe  do  duque  de  Bragança,  depois  D* 
João  IV. 

Orou  no  acto  do  juramento  do  novo  rei, 
em  28  de  janeiro  de  1641,  e  no  dia  seguia- 
te  fez  a  proposição  ás  cortes. 

Novamente  orou  e  fez  a  proposição,  em 
28  de  dezembro  de  16i5,  nas  cortes  que  en- 
tão tiveram  logar— e  nas  de  1653;  orou  em 
22  de  outubro,  e  fez  a  proposição  no  dia  se* 
guinte. 

D.  João  lY  o  nomeou  seu  capellão-mór, 
em  1647,  o  fez  conselheiro  de  estado;  e^ 
finalmente,  o  elegeu  arcebispo  de  Lisboa; 
mas  não  chegou  a  ser  confirmado,  pela  ro- 
ptura  que  então  havia  com  a  Santa  Sé.  Bín 
1648,  fandou  D.  Manuel  da  Cunha  o  mos- 
teiro, onde  jaz  sepultado. 

Deixou  por  memoria  do  seu  saber,  a  obra 
que  publicou,  intitulada  Lusitana  Vindica'^ 
ta;  e  das  suas  virtudes  e  piedade,  no  amor 
da  sua  familía;  e  na  fandação  do  referido 
mosteiro. 

Na  bibliotheca  nacional,  existe  um  retra* 
to,  de  corpo  iateiro,  d'este  varão  illustre. 
Pertenceu  ao  convento  d*01halvo,  mas  Ibi 
requisitado  depois  da  extinção  das  ordena 
religiosas,  e  pôde  ser  salvo.    . 

Na  capellamór,  se  vêem  embutidas  na 
parede,  quatro  lapides,  de  pedra  fina,  cada 
uma  cora  a  sua  inscripção,  que  dizefbi: 

l.«INSGMFÇÂO 

Sepultura  de  Smão  da  Cunha,  trinchante- 
mór  de  El-Rei  D.  João  III,  genei^al  do  mar 
da  índia.  Falleceu  no  anno  de  1529 -^e  de 
sua  mulher  D.  Isabel  de  Menezes. 

Este  Simão  da  Cunha,  era  filho  do  céle* 
bre  Tristão  da  Cunha.  Em  1521,  o  rei  D. 
Manuel  deu  áquelle  a  capitania  de  uma  ar* 
mada,  destinada  a  guard^  o  estreito  de  6í* 
braltar,  e  a  levar  a  paga  aos  moradores  dos 
logares  que  tinha  n*aquelhs  partes  d' Afri- 
ca, como  costumava  fazer  todos  os  annos. 

N*esta  viagem  deixou  aquelles  mares  liiA* 
pos  dos  piratas  que  infestavam  as  nossas 
costas. 

Em  1528,  tendo  sido  seu  irmão,  Nuno  da 
Cunha,  nomeado  governador  da  .índia,  ái- 

15 


226 


OLH 


OLH 


mâo  da  Cunha  foi  mandado,  á  frento  de  uma 
expedição,  auxiliar  o  rei  de  Ormuz»  a  sub- 
Jogar  um  seu  va^allo,  que  ^  Jcebellára»  di^ 
ilha  áè  Babrein^,  pp  Ba^j^jp..^  mRfeza, 
íoi  infeliz.  Úm^  moÍe8tia,£Qqt^g^95^  atf (^u 
os  pormguezes»  dlsima^do-.os^.e  caç^a^^o  4 
i^oriç  de  Simào^  (^mo  se  lé  ,no  ^leio^  (újçauio. 


.>  4X         I», 


j'  »«?C»ttfiÃO. 


(I     ) 


1    •>!   (I.  1 


•.-»"I 


lescente,  foi  militar  na  Afriea,  lob  m  oita 
de  Nuno  Fernan4e|4tA(baide«.]>S9oi«iiii. 

^^  (^]  AAP(»eiA^;  \f^^  r^iiS^hfítmhmV' 
p^do.  c^Tíll^irQ,  pelQ  igwaiMto  jA&9imiif At 
.^QftVQUe-.  ••  ■  •.     .';    .  .^4  „..M  •>>.. 

jEjm,  1^8,  f(H  ^<vnead(^«9vem4or4ftIar 
idl^ti  <iP>)>Â9«fir  e^^^ioeiv  pjif  .dall«lmJi^ 
^^^  ^  Ai^Mp^«,daJ)Ki«aial)e^a^)9ia 
Conseguiu  firmar  eo^  taçedt^saifiiriMtt  Mi- 
,p^ ,  9<^iugA^ ,  DO  ÓfieBte.  ^rWiiuP^ 


Sé^tura  ^  ffratí^Tri$tão  da  Cunha^  $e* 
nhorde,Ge&ta^Q$Pewij(mydoc^^  ...,.,_. 

El;Bei  D.  Manuel  eD.  João  pinon^^o^mr  I  )^mi'gra»(4^  mf  e  d^iiHfrwei.^^»ten 
bàiaiador  q  Rmai  general  4a  liçm  çc^pliçoy    raro  n*aqu^U9<»*  íemppfi,  /»m-A9^M  «WP* 
Nom^atiô  pelo  papa  Leão  X,  pofUrOiP  turcd^  0 , 
p\prime^o  capitão  gup^  por,  cfffnbaUt^  impvk 
ciiaãe  a  tâouros,  no  Oriente.  F^alleofu^  qrmo 
iòQO—e  de  sm  mulher.,  P.  Antónia  d^Albu- 

Vterm- .  '      .  .  .  ,v  ...  Al    .  ,  • 


3.*  INSCRIPÇÃO 


Sepultura  de  Ruy  da  Çunha^  eopeiro-mór 
dos  reis  D.  JoãoilII  è  D.  ^pasliqo,  ^alle^eu 
no  nnno  de  f6^9—c  de  sua  tnu/Af<r>  ift  ioan- 
mMUevâwM.  ,    ...... 


UM  ■!].. 


4.*  wscBiecÃo  I 


doi^s ,  m4avain  «^  do^  teofl  mmní^  A) 
;ime  d^s  4(9,,69tado^:  ,  .1 1. .;  .j  .ijm  .^^e^ 

Oa;  ca]iwwadpresi  .^  ÂfttrigacwojiMilL 
Jpao  UI,  que  msmdoQi  um  coriRg^r  m 

bo^^  JSpi9Ldd^;j(;^|À4|  im.9e«;íi)egqB3ii 
:|q4l^  UÔrrou  |K)r4m'«a  vÂm^m^  A^d^ipr- 
gi),  4a:  i$39i  9  aAaim./)Q,iíYr(M^4a  «{Fi^ 
:8eiPMÍo.>  #ua^.|^cçcirèa^FopUld^#(e> 
Oioe^o  90ff8«puUwrat)«^ét:e9t«i»(ir9ài|v 
qi^  se^Dào  :aoli»  sa  f^gr^  /tetX)iliPli%;(^ 
ir^^Q^^iuSi  ..1- .,,';..  ..i.  <í  ,111  i.itib 


•    .  >     .    -  ..I.    j 

BeguUMra  de  Simão  da  Cunha,  cop^o* 

már  de  Sl-BH  D,  Sebastião,  depois^  trinchqn- 
te  dos  reis  de  Portugal.  Falleceu  no  annode. 
J624'~e  de  sua  mulher,  D.  Luiza  ét Almeida; 
pães  de  Pedro  da  Cunha,  trinchante  dos  i^ii 
doesta  coihôa,  i>eaãor  dá  daiada  rufnha,  D.* 
Luiia,  è  àlcáide-mât  de  Aldeia-Gúllêga:  ça-. 
^àdò  eofh  D:  Betíènadt UeMom^,  actuas 
filhos  e  herdeiros,  fica  ò  pudhtido'  d^e^t<n , 
tasa,  ,    '   -  •'   «»■■         ■•  j 

p*e^tes  illustres  flnadoj/  apenai^  boje  r^s-, 
tam  alguns  ossos,  nos  cahióiros.  > 

Em  quanto  failò  d'esta  nobíllssiniâ  fiuni* 
Sa  dps  Gutihíis,  e  antes  de  continuar  eota  at 
descripçio  do  lempib,  direi  mais:        '  ; 

liuuu  da  Cunha,  tllho  db  Tristão  da' Oa* 
aba,  e  de  sua  mulher,  D.  Antónia  d'Alba-i 
qm^rqne,  e  irmão  de  Simão  df  Cnnba  (o  da 
i^  ioseriptao)  aa8c«ii  em  1497.  Aiaàa  ado* 


A  sai^4$^,d^,^gj;çj.^^9  fljpsteiro,  éa 
salão  yast^.  e  .maj(e|tmOf.,U)(Jf)  de  ab(M 
tendo  de  um  lado  um  immenso  guardai* 

a  óleo,  que  foram  boo9,  mas  q9p,^,f^a^ 
cííi.do  retocador  desfiguro^. .:,,.;,.: 

^3,.iií4o  awívidadfí  uam^  111151^3^  líTÍ?!?** 
,max|f^.a|Qei(^  'i^^k^i^M^^Sn^^^ 
ppl;ia,f?ojtisaai,  de  D*?<fís  p  <^m^^^í^ 
eido  sr.  João  da  Cunba  Costa  e  Silva^Jf* 

;  jlá  dià^e  que  desdei  iSaV^ié^,  \p%^ 
^'oubíav  as.aUáíaí\ep«^SU|t;ujos  d^'^* 
ja;  agora,  graças  ao  zôlo  religioso  do^w 
ta  ^.Silva,  tem  tado.9qaiitw,^,|\feci40Í!« 
.qoíe/afi.  flU|,q(^í;Õ9s,dõ  ,^i|fíg/div^jj*o^^^^ 
aqui  com  o  devido  esplendor.  Ainm^J||í^ 

*»i48iO,.er^  afxjnasjdrJ^/ífífiaíéí^^^í^t 
ffienío^mfJfíeftcou^aiappfjj,/pa|pi!!í 

80;(K)0réu^  ootaudo-t^j^  qiie,  ^ps^  ^f 

Ta  aqui  se  mudúo  a  vpxm  (a'aqQell«  ^ 


OLH 


OLH 


227 


(te  1840)  tem-se  gasto  em  obras  da  egr^a, 
DBS  eioeo  contos  de  reis. 

Uaida  á  sackrislia  está  a  casa  do  lavató- 
rio^ toda  de  abobada.  Saciado  da  sachristia, 
lia- um  exieftso  eorrédof,  qde  vaé  ter  á  por- 
taria«  taiâbem''  todo  de  abobada.  No  centro 
se  vé  uma  grande  campa,  com  a  segninte 
ÈíiOflpf^íO^Sub  títMH  pi'èitdiúmi  Sepultura 
de  iri9  tmiõ/is,  FYaneiieo^  António^  e  Bernar- 
do, que  forúnlii  e  éão  irmõoê  da  ordem.  P.  N. 
A.  Jtfn  ^nnoáe  1791.    • 

Otosca  cpie  estes  tr^  irmiòs,  fòvam  po%- 
SQidores  da  qaiota  da  Bòa- Vista,  qae  está  á 
beint  da  estrada  da  Merceana.  - 

Ao  sahir  da  portaria,  á  direita,  ba  nma 
casa,  onde  os  frades  davaoi  ania  gratuita  de 
ÍDitrarçfo  primaria  e  de  látínidade. 

Ao  Áwão  esqaerdo  ha  um  óptimo  ceihite- 
tíú;  omadõi  eomamptás  mas  deboxo,.e  ten- 
do Jâ  ana  ciaeo  efegantei  Jazigos  de  fami- 
Ma,  leiloa  pelos  des^nbos  ^o  sr.  Ganba,  a 
qat^tú  se  deve  a  acquitiiçio  e  conservação  do 
eemiterioi  As  s^nlturas  ratas,  estão  dividi- 
das e  ftomeradâs^  oom  muito  bôa  ordem.  So- 
bre a  porta  ba  uma  crus  de  ferro,  eom  os 
emblemas  da  morte,  a  data  de  1743  o  a  se- 
goíAte  inseripçâo: 

juNTXR-kós  hA  A  mortb; 

'  T0  TERÁS  À  MESMA  SOBTS. 


IfCsta  mesdoa  inscrípçSo  está  no  cemitério 
deL^^iria.) 

Também  bavia  nologar  déOlhálvó,  um 
recolhimento  de  mulheres  donzellas,  que  foi 
originariamente  fundado  (16^)  em  uma  «r 
mida  de  Nossa  Senhora  da  Conceição,  que 
existia  iias  proximidades  de  Aidéia-Gavl 
nba:  '  '''"■ 

Foram  suas  ftmdadòrai^  Márfa  Ferreira, 
viuva,  e  moradora  nó  dfto  togar  de  Aldeía- 
Gavinha,  Violante  da  Guerra,  é  Helena  da 
Crbr. 

A  primeira  foi  regente  até  ao  seu  YaUeei 
roeu  to,  que  teve  logár  a  17  de  outdbro  de 
1660. 

Saccédéu-lhê  Isabel  da»  Chagai  qué  sén- 
éo  protegida  da  rainha,  D/Luíta,  mulhéír  def 
J>.  Í>ao  iV,  obteve  íicençai  para  mudar  o  re- 
colhimento para  Olthdvo,  comprando  iima 


II 


grande  morada  de  casas,  em  16  de  julho  de 
1663,  onde  edificou  a  ermida,  adaptando  o 
resto  para  o  recolhimento, .  e,  em  dezembro 
d*esse  mesmo  anuo,  sé  mudaram  as  recolhi- 
das  (eram  então  Í4)  para  a  sua  nova  mora- 
da, por  otdem  especial  da  rainha,  còm  grau* 
de  decência,  sendo  acompanhadas  por  todas- 
as  auctoridades  de  Alemquer. 

Em  16  de  maio  de  1667,  compraram  as 
recolhidas  uma  outra  morada  de  casas  coq« 
tignas)  f^fà  ampliarem  o  recolhimento. 

Isabel  das  Chagas,  com  sua  irman,  Anua 
da  AssuQQpçao,  também  aqui  recplhida,  fo- 
ram, por  ordem  da  rainha,  mandadas  fundar 
o  convento  de  Santa  Drisida,  no  sitio  de 
Marviila,  próximo  a  Lisboa,  (vol.  5  %  pag.  ii9, 
col.  í.«) 

íàábel  das  ctiagas  foi  a  1."  prioreza  do  no- 
vo mosteiro,  e  n'este  cargo  se  conservou  até 
á  sua  morte. 

Este  recoltihnenio  esteve  sob  a  protecção 
das  rainhas  de  Portugal,  desde  D.  Luiza  de 
Gusoâd,  aié  B.  Èartota  Joaquina,  mulher 
de  b.  João  VI. 

d:  Luiza  deu  aò  recolhimento,  a  peásão 
annual  de  240  alqueires  de  trigo,  tirádoK  das 
jugadas  que  ^e  pagavam  ás  rainhas,  que  eram 
senhoras  d*Àlemquer  e  seu  termo. 

Já  se  vô  que  esta  pendão  deixou  de  exis- 
tir, com  ásjugádaíi,'  em  )[83Í.  N'éS9é  tempo 
havia  só  cinco  recolhidas.  Em  i862,  apenas 
existia  útba. 


\S 


A  quinta  iia  marquem  d'4radq,  d'esta;fre- 
guezia,  ^  uma  pri^^riedaci^ç  antiquissima»  que 
já  existia  Qo^te^gpo  da  flonúnaçào  rornima; 
i]gá.%  a  jpiòfiçi^  mais  antiga^  ^  que  existe  es- 
cripta  a  seu  respeito,  é  do.  anuo  de  1334, 
segundo  a  qual,  Lopo  Fernandes  Pacheco  ^ 
(dono  doesta  quinfa^jpor  compra  feita  a  sua 
cunhada,  Maria  Lomnça,  viuvs^  de  ]ifartim 
Gomes  Taveira)  a  trocou,  com  o  mosteiro 
da  Santos-o-Yelho/(sendo  então  çommenda- 
de^ra^  D.  Joanna  Lourenço  de  Val|adares) 
pt^laqojata  d|^  Beijas.  ^Vide  pag;.  372/coL 
lAdo  l.^vol.)     . 


,r  I 


.     ,    l.     f       ■•  •     .'  r       ^      »'    i.    '•'  ■  • 

>  *  |leirinbo-mór  e  valido  de  P.  Affonso  lY» 
ts  pae  de  Piogo  Lop^s  Pkfheco,  urn  dos  co- 
bardes assasniâóii  de  D.  Ignez  de  Castro. 


228 


OLH 


OLH 


Effl  1640  era  de  Jorge  Ârraes  de  Mendon- 
ça, qne  alli  fallecea  no  l^  de  maio  do  dito 
anno.  Foi  sepultado  na  entào  egreja  paro- 
chiai;  o  qae  consta  do  hvfo  dos  óbitos:  fl- 
cando  seti  filho,  Diogo  de  Mendonça  Ârraéà, 
casado  com  D.  Isabel  de  Sá  Macedo,  filha 
de  Miguel  de  Quevedo,  e  de  sua  mulher,  D. 
Brites  de  Sá.  '     ' 

Em  1750,  estava  esta  quifita  âfbraída  a 
Diogo  Marchão  Themudo,  desembargador  do 
paço. 

E'  hoje  do  sr.  D:  Thomaz  de  f^apoles,  li* 
viseonde  de  Âlemquer,  filho  do  sr.  Mantiél 
Joaquim  d'Âhneida,  1.*  barão  de  'Alem- 
quer. 

Por  muitas  vezes  se  tem  encontrado  n^es- 
ta  quinta,  antiguidades  romanas;  emre  ou- 
tras uma  lapide  com  esta  inscrípçSo.       ' 

D.  If. 

ANTONIAE. 
MÁXIMAS. 
AIW.  XXXtl 
CABStAB  AMOEKA  ' 

MATSn  FILIAB 
PlENTISSkMAÊ  '       ' 

If.  8.  «.'  *■    ■'  '  ■    " 


.    >■  I 


(Aos  deuses  mànés.  Aqui  está  sepultada 
Antónia  Máxima,  fallecidana  edade  de  trin- 
ta e  dois  annos.  Cesia  Amena,  sua  mâe,  lhe 
dedicou  esta  piedosíssima  memoria.) 

Também  é  n^sta  freguezla  a  quintn  ãa  Rà- 
malheiro:,  Poi  de  Francisco  de  Figueiredo 
Alarcão,  il^mao  de  Rodrigo  âe  Figueiredo  de 
Alarcão,  governador  da't)rovincía  deTraz- 
os-Montes,  na  guerra  da  restáufraíã^o;  eíálíi- 
bos  descendentes  de  Jorge  de  Figueiredo,  fi- 
dalgo da  casa  real  e  escrivão  da  fazenda  de 
D.  João  III. 

Esta  propriedade  é  actualmente  do  sr. 
João  da  Conct^ição  Bravo,  que  a  comprou  ao 
sr,  Francisco  Ferrari. 

Alem  dVstas,  ha  ainda  na  freguezia  as  se- 
guintes quintas.  •       '  '  í'  ^ 

De  S.  Jnsé  da  fjigem,  do  sr.  Jos^  JòaquíÉi 
Ferreira  d' Abreu.  '  ^■ 

Da Bóa-Vista,  do  sr.  Francisco  daCunhía 
Mendes. 


Alem  d'esta3  quintas,  ha  na  freguezia  um 
bom  numero  de  proprietários  ricos/  que  se 
não  possuem  qtriofar  propriamente  *âitM^ 
sãoseDíhdres  de  vastas  e  iica(st)TdpNedivie% 
disiinguindo  se  éntfe  esies,^^  'sèittora— 
Polydoro  dos  Santo»  Beis,  e  Jc®o  dosf  Sn* 
tos  Beis. 

Uoi^ado  de'  Gôsáf       ' 

A  pag.  97,  CO).  2.»,  do  !.•  vol.,  1M  ólmf fa- 
pÍda"noticia  do  nosso  famoso  escriptdr.  Da* 
mláo  de  Góes*.  Como  utna  giiande  parte  das 
propriedades»  que  oonstiinehi  ò^morgodo^ 
Góes,  é  em  Olhai vo;  ]ulgo'a  profMfio  dar 
aqui  a  genealogia  abreviada  do  inimigo  ^ 
ribundo  de  D.  António  de  Athaide»  i.^  «oi- 
de  da  Castanheira.  (Vol.  1.%  {^if.  10^,  ool.  i\ 
iío'flãi,e  seguintes.)   > 

tJm  dos  maiores  prOpHeiarioír  d^eau  Ura- 
guezia,  é  o  sr.  Francisco  de  Góes  Solt«>-IUr 
du  Bocage,  representante  de  um  ranoo  dab- 
mília  de  Damião  de  Gòesk  Bis  «  sa»  saaêa- 
logla:  '.         \ 

Adtonia  de  Góes  (irmab  d^ikoaso  ehroâi- 
ta)  caisou  ttítú  Nun«  Alves  Pereira,  (e  ^renm 
por  filho  (ou  nefo)lieitov  d^Almetda^de  Gte 
Sotto^  Maior,  do  qual  foi  neto,  ADtDDÍO'd'il' 
meida  deGóes,  nascidè  iiabgar<âa Om^ 
nadot.X^isúVi  (iom  D.:  Maria  Jb^eOi  de  Sa» 
paio,  natural  de  Cabanas-dt-Torna^-^oíM 
filho,  António  de  Góes  Sotto-Maior,  tambei 
Mvseidd  )em  Cabanas  de  fV}rnesv''B^cp|bí  ca- 
pitào-mór  d*AI<emquerv  d  lal}e<í»a  em  êM 
Havia  casado,  em  Olhalvo,  eom  D.MaríaoH 
Josefa  Barreto.  Foi  seu  filho,  Francisco  è 
Góes  Sotto-Maior,  herdeiro  4d!liioi>gftdéái 
06es,  que -morreu  soHeirov  emiOttiahfo,  oi 
162t^  com  87  annos  de  edadéi^ttocíBd^a-fti 
do  Morgado,  yiceoté*de'Panlâi  dè  Pigixci» 
do  Góes  Sotio-^Máior»  nisitural  da  villa  é^AI- 
mada  (em  frente  de  Li8Uoa),(S«8adie  eoml. 
Mal-íaAgostinba  Barbosa  du'B«eiigé,  tuto- 
rai d  Sétttbaí.  Vieste  ãdl^aUlia,'naorr6QCA 
Olhalvo,  enU  18917.  - Farseu^dibtft ia  iierdeái% 
Fratíclsco  José  ^de  Gées  Sotto^Malardti^ 
cage,  nascido  em  Séíuba^i  «tcaáoii,'em  IStt 
em  Olhalvo,  i!0ni  D:  Bo^f^ofirtar 6esar  G^ 
neiro  de  Faro  eVàsconcetlo»;' nascida  m 
Torres-Yedras.  Francidco  José,  faneeeii  ém 


oLh 

I8Í6,  deitando  dois  filhos.  O  1.*,  Franci3eo 
deGóies  SoUo-Maior  du  Bocage,  que  herdou 
o  tídcqIo,  eisas^u  em  1851  com  D.  Rjud^ 
Ca^Ma  yíc^im  Goireia  de  Sà  e  Castro»  nata» 
ral  da  Iilereeaiia,>  filha  de  Fraoci9co.de  Mo- 
raes Correia  .do  Sá  e  Ca»irp,  e  de,  D.  Aana 
Perpetua  Xavier  do  Ceu  Boacinha.  0  2.''  fi* 
lho,  José  Gesar  Carneiro  de  Góes  e  Vascon- 
eellos,  casoH  na  Gorte^àaa»v  fiom  D.  Maria 
Cândida  Franco  Monteiro. 

Da  Francisco  de  Góes  (o  mor|;ado)  o  de 
sua  mulher,  só  houve  um  filho,  cbanoado 
Fcaneisco  de  Góes  Sotto-Maior  de  Moraes, 
nascido  em  íSq%  e  ó  o  actual  representante 
d*este  rajBo  da  íamilia  Góes. 

Onde  agora  se  vé  o  cemitério  paroehial» 
foi  o  quintal  da  botica  do  mosteiro,  e  está 
contíguo  áegreja.  Foi  para  isto,  dado  ájun* 
ta  de  parochia,  por  decreto  de  6  de  janeiro 
dei84a.. 

Oihalv»-.  já  em  1780  tinha  duas  aulas  ré- 
gias. Uma  de  primeiras  lettras,  que  ainda 
existe,  e  é  regida,  desde  1655,  pelo  sr.  padre 
Joaquim  I^ourenço  Serrano-^outra  de  gram* 
matlca  latina,  que  Bão  existe,  desde  o  falle- 
cimento  do  ultimo  professor,  o  padre.  Ma- 
nuel iosó  Pimenta  d^Ohveira,  natural  de  Bar 
ceilos,  o  que  teve  logar  em  1834,  e  não  tor- 
hqu  a  ser  provida, 

O  território  de  Olhalvo  é  muito  fértil  em 
todoB  os  géneros  agrícolas  do  paiz,  produ- 
xindo  muito  e  óptimo  vinho. 

Kfêijm  ulttmos  annos  tem  melhorado  con- 
sideravelmente a  viação  publica  doeste  lo- 
gar. Está  ligado  com  o  caminho  de  ferro, 
peia  estrada  real,  da  Merceana  para  o  Car- 
rejgado^  com  duas  diligencias  diárias.  Tem 
um  ramal  para  a  Aialaya,  que  liga  Olhalvo 
cc^  A  fregueiia  de  Villa-Verde,  e  mais  tar- 
de eonD  a  vUla  do  Cadaval.  Isto,  alem  das 
daas  estradas  que  atraz  mencionei. 

Pelos  annos  de  1854  ou  1855,  appar^eeu 
Janto  á  quinta  da  BoarYista,  em  umas  esça- 
-VAS^es,  uma  amphora  de  barro,,  provável- 
SMute  romana.  Existe  hoje  em  poder  do  sr. 
João  da  Cunha,  d*este  logar. 


OLH 


229 


I 


No  9itio  do  LombOy  pouco  mais  ou  menos 
pelo  mesmo  tempo,  foi  achada  uma  porção 
de  tijolo,  assente  em  argamaça,  indicando 
ser  o  resto  de  uma  sepultura  antiquíssima. 
Perto  do  Lombo,  se  acharam  também  fra« 
gmentos  de  grandes  telhas,  tijolos,  e  outros 
objectos  antigos. 

Na  quinta  da  Margem  de  Arada,  no  sitio 
d*ella  chamado  Alto  do  Cartaxêno,  em  uma 
occasião  em  que  se  andava  alli  plantando 
bacéllo,  se  achou  um  sepulcbro,  contendo 
três  Oi$6i|das  humanas,  mostrando  também 
uma  grande  antignidade.  Era  formado  de 
pedras  toscas,  postai  em  fileira»  e  coberto 
de  lagens.  Tinha  4  metros  de  comprido,  um 
de  largo,  e  Q*  $0  d'alto.  Tinha  mais  ^p^ren- 
cia  de  uma  m&oioa  céltica,  do  que  áp  aeipul* 
tura  romana. 

O  sr.  visconde  de  Alemquer,  um  dos  só- 
cios da  Real  Associação  dos  architectos  e  ar- 
oheologos  portuguezec^  mandou  para  o  seu 
museu  archeologico  do  Carmo,  em  Lisboa, 
um  dos  cippos  achados  em  Olhalvo. 

Cumpre  notar  que  a  coisa  de  800  metros 
d*este  logar,  ha  um  caminho  a  que  o  vulgo 
chama,  de  tempos  immemoriaes  —  caminho 
da  villa.  Nem  tradição  ha,  da  existência  de 
villa  ou  outra  qualquer  povoação,  para  este 
lado,  e  apenas  se  tem  por  estes  sítios  encon- 
trado alicerces  de  pequenas  construcçoes. 

Também  próximo  a  Olhalvo,  mas  já  na 
freguezia  de  Aldeia  Gavinha  (Vol.  1.^  pag. 
86,  col.  2.*),  appareceu  um  cippo,  com  uma 
inscrípção  latina,  que  não  posso  produzir, 
por  se  Dão  fqndirem  huje  typos  que  repre- 
sentem caracteres  gothicos  com  duas  e  três 
letras^  unidas,  ou  mettidas  umas  dentro  das 
outras.  Por  extenso  vem  a  ser: 

FLAVIANiL 

FAMULB  DET. 

lUSQUlBSCIT  IN 

PAGS  XIU 

KALm  MIY. 

ERA  DLXX. 

Flaviana.  .erva  de  Deu?,  aqui  descança 
en^,paz«  Falleceu  a  13  das  kalendas  de  maio, 
da  era  de  570— (2  de  maio  do  anuo  532  de 
Jesus  Christo.) 

Não  é  preciso  dizer  que  foi  a  sepultura 


23ãt 


OLE 


lOi  da  Cuaba^Vendonçae  Henezes^  S."*  moft- 
tejro-mór  do  reino. 

£ffl  21  de  dezembro  de  1808,  foi  a  villa  de 
Oibao  elevada  ao  tiluto  de  marquezado,  pelo 
mesmo  priacipe  regente,  a  favor  do  dito  i.* 
coado  de  Castro-Marim.  0  acinal  represea^ 
Unte  d'eata  Qobilbsimo  família,  é  o  sr.  D.  4o-. 
sé  de  Mendopça  da  Cuiiha  e  Meuez£S^  conde 
de  Castro-Marim. 

Tendo  fallado  em  Untoa  lo  - 

garea  doesta  x)hra».  da  genealo- 

.  ;giaearmaad*esiíâs.appelUdQs» 

para.là  cemetta  oa  meua  Jeiio* 

rea.  ,        , 

Nq  palaeio  doa  marqaexeSi.da.CUbão^em 

Lisboa,  está  actualmente  estabelecido  jo  ^or^. 

reio-geral  (YideacoL  1.%  pag..22d,.d*e9ta 

volíime- 

Em, novembro  de  1853  bouve.emOMoi 
e  arredores,  uma  horrorosa  tempestade.  A 
chuva  foi  torrencial.  Cabiram.  pedras  d^sa* 
raiva,  tendo  algama3  mais  de  400  grammas 
de  peiso,  Àcandp  esmigalhadas  quasi  todaa 
as  vidraças.  Os  raios  sarpeQt^YaQd  em  to.- 
das  as  direcções.  Çs^usoa  grandes  (Pr^juixos^ 

Taoabem.  sofirau  bastantes. prf^uij^ps  esta 
villa,  dprante  a  guerra  fratricida  4e  1833.  ^ 
1834.  Depois  da  invasão  do  Algarve  pelo  du-. 
que  da.Terceira,.  Oibào  d|aclaro^-8^  pelo  par- 
tido liberal,  e  cops^r^uii^  â  prf  sja,yarias  trij^', 
cheiras.  Cercados  pelos  realistas,  e  por  ellea 
varias  vez^  açommetiido^  cau^arapK  mui- 
tas mQjTtes,  e,fe|rimentos  aos  ;(dyersarios}.  iças 
taq[^t)em  muitos  paorr^^m  e  focam  ieridqs^ 
sendo  ao  mesmo  t^n^pq  4çsims^do8  pelQ.c^- 
lera-morJbus,  que^eintaq  gra^avA.^m,quasi 
todo  o  fj^íno. 

Posto  q^e  as  casas  d^.yiUa  scy^ip  /em  goy 
ral  bonitas,  nào.tem  predip  algu^. digno  de 
nota.  O  melhor  edifiçio  áí^  villa». é  ft  egreja 
parochial.  A  casa  da  alfandega  taj^»!:^  é.uip 
bom  e^ilçiQ^ 


i .  I  •  t  •> 


•..I  'I 


Se  é  digno  de  encómios  o  varão  que,  em- 
pregando a  maior  parte  da  sua  vida  no  es- 
tudo, deixa  em  livros  úteis  á  humanidade, 
imiportalisado  o.  seu  npine  —  se  o  confessor 
da  fé  Gatholiqi,  c^^rramando  o  seu  saogue 
em  defeza  do  dogma  sagrado  que  na  tem 


,  OLH 

plantou  o  Divino.  mart|fr  do  Golgetha»  «^ 
rece  a  nossa  justa  eonsideraçào^-^-se^^- 
tao  destemido,  deapreaando  a  vida^èiMâ 
batalhas,  «lefonde  «heroleameaie.  a-  ssa.ta*^ 
deira,  e  firma*  a  antonemia  ^  iadei^^Bdoái 
dasuapaitria,  e  se  toma  por  isso^  juatanee- 
te  venerando  -—  que  preito^  ^e-  respetton 
veneraçS^sedeve  ao  homem,  que  passa  toda 
a  sua  vida,  arriscand^se  exelusifsnieAta  m 
salvar  a- do  seu  semelhaste? 

Com  ^e  satisliaçio  vou  deseiever ,  •emn- 
pidoe  traços^  a  biographia  de  um-élholD 
povo,  de  um  natural  de  Olhão  l<-^liriod« 
sabemquevou  fallar  do  nosso  synpadiitt 
e  querido  jM^W' 

Joaquim  Lopest ' 

Este  marinheiro  intrépido,  este  teknitánl 
nadador,  este.  dedicado  anúgo  da  baman- 
dade,  -que  tem  arraneado  das  garrai  da  IBO^ 
te,  tanto  marido  a  sua  esposa;  tanto  pait 
seus  âihoe;  tantos  iihos^aeeaspaid^^naMeD 
B'esta  villa,  em  19  de  agosto  de  4800.  W^ 
lho  de  um  pesoadeiv  ohama^eFrâfictfleote 
peSf e de» Rosa Mai>ia,  n^alher d*eetè,  >• 

Na  edade  de  6  annosenirou  na  *oieela  k 
pvimeipas- letitasi'  de  Olbão^  onde^apreÉdn 
a  ler-  eeacreter,  até  aos  10  aBtt09;'^aàtaiiili 
então,  para,  na  ooqipanhía^  de  sefQ  pidj « 
entregar  á  industria  da  peeoa.     -    ' 

Chegado- á  adolescência,  Joaqulfii  Lope» 
deaejeu  pessulF  um  eahiqoe  própria^  é  •■* 

bicion<»u  uma  vida  livre  dátmiserias.- 

•  Entendendo  que  nio  realisaria  o  sen-ia* 
nbo^eta  quanto  se^mpregasse  na-pescn^ 
las-  costas  do  Algapve,íòi'0xereer  a  siinpie- 
flssao;para  ^Gibraltar,  depois  de  oblidta  a  li* 
eença^faiemai 

Ontetteses  depois»  nfio  lhe  sénrifldsi 
fortuna^  regressen  a  Olbie^  polNr(K«É«N»4l* 
ra,  mas  rico  de  esperança  e  de^eengeaii' 

A  sna  estreita  o  fec  abandonar  a'iertaM- 
tal;  e  vein  trabalhar  paraas  eànetM-^pM^ 
ca,  de  Paço-d'Àrcos.  Alli  se  dedieos,  eona 
maior  perseverança,  ao  estudoi^a  tarra^da 
Lisljos^  ^e  em  pouco  temp#  conbeeift  lodti 
os]n1xes'e  cafehopos  d*estes'  9iiie&  ' 

fíobrado^-  i^cero^  affavel  e  leal  pâea  soa 
tedos,  em  breve  se  tomou  o  idoio  dnc  setf 


OlM 

eauo^itd^,  aqs  qna^.  a  soa  «w^dmo  li* 
ziappiTespeiiay^L 

Sm.iS^O^  aoseiton  olc^gar  4e.remador  da 
£al99  dOr  Bogio;  e  i  deade  «ata  daUí qaaa 
bráY.«fa>  Ufúda  aos  sen»  coDbeaíioeQios  |ira<' 
tíoos  d9  to4oi  oa  pprif  os  d^eate  rio,  Jbe  der 
nuftA./celebci^d^,.    .     .     ^ 

O.sieu  p,r(aiçi|-,Q  »eto  de  dedicagão^  leira 
log^jc  010.29  d^Julho  de  .1823.  .      . 

Assistia  a  uma  (naeçuo  religiosa,  na  quin-» 
ta.dp  AreeirQ  .(pori^oe  Joaquim  Lo^pes  tem 
sido  tâda  a  vida  um  fervoroso  catholico.)  f  i-, 
caftsta.quinia  proxímp  á  foi  do  rio  de  Oeiras» 
quç.n'esse4ia,  estando  obstruída  a  barra  com 
as  areias,  formava  pela  terra,  denuo  uma 
larga  e  funda  lagoa,  caudalosa  em  alguns 
sitio«.  De  repente  .Quve  um  grande  alarido 
entre  o  povo.  Um  homem  pretendeu  atraves- 
sar a  lagda»  com  um  irmão,  que  levava  às 
costfSi  n\^  v^];m1o  se,  em  perigo,  abandonou 
a  creançd,  tratando,  somente  da  sua  salva- 
ção. .    . 

Yer  isto  Joaqakn  Lepee,  e  Jaiigac*s6  á 
aga%  vealido»  e-  calçado^  como  «etava^  foè 
I  obqa.d^'  nm  HMmeiaiQ.  Soa  Jbreve  ganha. a 
distancia  de  ma»  .triflia  pasaos  quft  a8eparft<* 
I  va  ^o-ipoalo  oiida  .ae  havia  submevgido  o 
I  iaMlJi*  wauinc^;,  neirgulba^  n»  jneio  do  alJeo/i 
^  cio.pijWNroa9i.4os  espectadojrea«rr-pafl#aB*8e 
,     alg^va  íiístaDM  dei  geral  eonstema^  doía 


OLH 


238 


Tuitos  assomam  á  flor  da  agua— é  Joaqtni 
Lope^»  (que;  eem  a  oiao  esqoecda.  sefUEa  o 
íxmmm^f  e.  oo^i  a  direita jpada  para. ternr, 
'    radiante  de  alegria.  .      ,^  .  ...i  ... 

lias  não  era  tudo.  O  irmão  nuia  velho  da 
crqajiçayi  também  enava  jurestes  a.afofar^^e* 
Joaquim  Loi»ea  entregi^.o.  seu  fardo,  e  v4a 
aq  ÍQ0àjD..(lo  jperiio*^  memo *enchi|raadOi 
precipita- se  de  novo  na  lagoa»  ■  et saiya  ^o  aa^ 
gUPdà nauOr^go.  Jania  g^erosidadef  taoia- 
nha  ewageom(oflainove4Qdoaoe  roqeiroiie 
d'abi  ar/aiitina minul^rloaquim Lopea^ .de 
íatO/.nudadow:r0(H;be(  aa  saudaçdeeJirenati* 
€aa^.os4^M»tadois.abraQQtada  multidàa  ph 
tlwiawada'-. 

Pjouea  tempo. depoía,  estava  Lopâi,na4Ari 
rodo  BQ#íf^''e  uqm^md^  eB,vQÍve  nqpL  cabo 
áe  eaquadca^  de<ariyberia«.4|Be{i«iaavia  de 
iiHia  Âabeça  da  areia  para  a  lõttaleia.  Todos 
08  presentes  bradaram  a  um  tempo— /oo" 


^m  Lopesl  Jwqum^  f^pesS  -como  se  íato- 
càssem  a  Divina  Providepcia;  mas  aao  era 
preaíso:  Lopes  tinha  visu>.  tudo»  e  já  iêiná« 
ra  Bift  cabo,  e  entregando  uma  das  eatremi- 
dadeaaoa  companheiros,  atira  ae  ao  abys* 
mo.  Ata  a  corda  em  redor  da  cintura  do  ca- 
bQf  Bkaada  aoa  da  fortaleza  qoe  o  col/^m,è 
eUe^  nadando  e  a«|>ara^do>o,  chegam  sãos  e 
saivoe. 

(Em  1826^  caeou.) 

Qo  meêmo  modo  livrou  da  morte,  em 
ISiSv  a  Franclscadeâalles,  sargento  de  vete* 
rano%  da  guarnição  da  torre* 

O  patrão  da  falua  de  Joaquina  Lopes,  fal« 
lecen.  em  48  de  mala  de  tôd3.  O  seu  logar 
pertencia  ao  reiaador  mais  antigo,  e  Lopes 
era  omaieinodemob  Ogoveraador  ohama  to* 
dos  os  remadores,  para  elegerem  nora  pa* 
trão,  e  todos  a  uma  voz  e  com  o  maior  trans- 
porte,  elegera  Joaquim  Lopes,  qoe  no  seu 
novo  emiHrego,  eoatiaaa  a  praticar  actos  de 
ver4adeiro  heroísmo.  . 

Bbi  l§  de  fevereiro  de  i856,  pelaa*3'V2 
horas  da  manha,  encaiba  no*  baixa  de  iif- 
psidãOf  a  eeeufia  ingleza  Haward  PriíMro* 
$e,  O  manastavabraviseime;  mas,  quando  fts 
tonrei dav«m->o signal  de- so^corre^, jào-en- 
trepida  Joaquim  Lopes  ^ -gritava  aos  «eus 
reeaadores**^! Vamos-  salvar  x)%  nossos  ir* 
maosi  O  mar  é  muitoj'  mas'  os  honlens  a 
quem  Deus  dá  ooragem,  teem  tania  força 
eomo  eMefi 

De  Paço  d^Arcos,  larga' incontinente  a  siu 
r^dua,  que  vôa  em  soecorro  dos  'náufragos. 
Maa,'  oh  éeedital  Ha  uma  inteneiveiíxiiiÉttv* 
riedadej  A  falua  imo  pôde  navegarsobre  o 
baíte,  -6  portamo,  nlO'póde  salraf  os  InMi* 
i^ea,  que,  subidoa  ás  enxárcia^  viam  a  teus 
pés,  o  navio  despedaçar^see  absorver^sé  ca* 
da  Vec  maie «nas  ondos  emtiraveeidas;  ca 
pouea  distancia;  rstirar-^se  t>or  impbtente,  a 
falua  eilvadenk.     ' 

Mas  Joaquim  Lopes,  nao  retirártper^co* 
bardl^  porque  Jamais  temeu  a  mortti,  nem 

.1  Joaquim  Lepes  está  qwisicenstaivtemeii* 

íe...qual  /leifttioeUa  jjgilaqt^  4*oculo  fim  pu- 
nho, olhando  de  sua  casa  (d  onde  se  desco- 
bre toda  a  barra)  psira  b  ihar,  invesiiffan* 
do^"a  verae  ha  algum  nauta  perdido,  a 
quem  aalvar. 


23i 


OLH 


OLH 


trepida  um  vomeiílQ  nm^  airiíeai^  aivid*  èí  éstãêálH 1 4^f!tf)'M4  Aindt maftJ .^fUiliDi- 
beiQsâii  homuiídadei:  Yôi^  «Ra^id^AnaoSt^  itítl  do  mesmo  iCorf*^t»«^hiido  admo  us^ 
tra^  umaisna  fMH|«ieQa*JaD|^han4e'4>ei9ea«í  (^(^fla^^e^jlIfresêatOT 


Quanâp  Gheg^a^u>  jBitio  do  aifii^ff  ^  iâofticaa^ 
frag<^  boiaTam  i  mei ef  to  vagiii  (ark>a»% 
agarrados  aos  fragmenloa  do  «aní^^  •> 

Os  remadores  besitam  e  empallidecera,  à 
vista,  de- tamaabo  p?n>>;' mas  .fcopesrllies 
brada ;  -^  «Qao  é  isto  ?  Não  è  «ste  man  nem 
eom  o  dobro  da  sua  feroeidadcv  ^o^HOf  bade 
metiert  f  piqoe»  Oode  est^  ^  p^rlgA  4  aUi 
(apontaQdo  <para  >o  logai*  Jbtal)r<É  allr  que 
estS^  i2  boras  de  agouia^edenirei  4a  por- 
cos miniitos  a  morte.  ÁYaote^rapMes  ( Mossa 
Senhora  da  ^aia.eitá  olbando^piura  uós^  ia 
soa  capellinba  bemdita;  oamoireremoa^toi* 
dos  e-^Ua  aos  d^i  o  premio  na  bem^v^en-: 
tarapça,  oa  saivanmos  aqasUes  desgraça 
dosi» 

A  wôz  potaate  e  as  saiiM9  palavra»  4e 
e  eaiidade,  do  bero^  sao  fogo  de  eoragem- 
que  se  commoxHca,  e  o  fragii  barqpmbt^^vda 
em  demanda  de  uma  morte  ^quàsi  xierta^  (>e 
balde  as  ondas  o  arremessam  ao  eume  do  sen 
dorso  fremeQta,  ou  às  su^9  c^ldadea.cispn- 
mosas,  que  a  Saçtissiofii^  Virgens  Nossa  Se- 
ubora  da  Guia,  a  Parissima  Estrella  do  Mar» 
é  petor/airojaáos  iiavegnites^qii^/eoiiiaiof  t 
na  soapnrteeçao  /diVéaa^  nétahama  wprea«' 
são  jáÍheB'cauaa*opemgii«    .  'tn        :<h 

£  a  Senhora  premeia^  os  aMníiesfarçaB/ 
pemitfindo-ihéBS  que  elkes  salvem  lòdáa  íêím 
pnla^  dor^HofPordy^  qae4era,.o<o«pHao^ie 
eineaomoiíihelros.'  >'     '>-  í-a-'  -- .  ;  i.  ^.sa  a 

OigDvsnHft^iiIglM  oondeodroQ  o;patfaoiLo<K< 
pes  e 'todos  os^seQ9'»en«d(íres;>oèai  uma 
medattiadet prata; iâe>iifslib(ipfei4'*m4i,<hlqQim  Lopes  s^do-' YMIq»'  do^«eOf»iiroit 


béròtoslár  àc0ei,'è  formai  ambosneqAdeebUt* 
d(is  eem  ar  médaHnr  da;9bfVePdSisp«db  vfdw^ 

*-biíritd7"  •••>''f"''»  .  ."•'í:í!5'"'H  f  ^rr^-rtOiC" 
S6  <  passados  dea  fnraesv  é*  (fÊfr  o  igfmm 
$é  lembrou' do  loai)nnn  4>èpeb;^man9aaio» 
Hié  (embrulhado  em  ilin  pedaçet  dsípspd 
oMtaaridl)  Intt  desgracíorio'  medalhão  di 
prata,  sem  nem  se^ner  ae^  méoDS  ^tec  |iBit 
argota  para  ar  fitai  -  '*  /•''>'t)  r-f-^rjn!?- 
^Deixal-o.  Para  que  o  BôòQens^FrvpÉythlce-dé 
Joiaquim  Lopes  se  lmmorta1ísèsíe,Dão'pre* 
eíhava  de  fitas,  nem- eoudeeonçSMií  bitt^ 
^âm^lhe  ds  seus  Teitosi;io*riotos;eo' seu 

'    •  *  •        '•'  o---"    .''"'  í\:y  .iib  iv^^V'] 

^.  •»..*  amor.dapatrisv  não.rpoyjdo  ^,^- 

I^'-»'"!!-         j^g  premio  yiV;  roas  alto,  e  àuasi  élíímòi 
Qáa  nao  é  premíòvH  i/err.ofitferfd8^^^^^ 
PorUfm  preg^  do  ninho  ^euipâtJmd.i 

Note  se  qa^  daran^ei.?i^,]Í9)^afi,49|i(p|r 
p#nte  perigo,  passou  4)6^19  ,^p^«f^ 
bm.  vapor  .de.fOfirrAr-  |*.pf)rf^gpçc^v4^. 

nbaié  dií^a.-rPWf^  ^^TJ^^^jm^^^. 
o  menor  auiiiiò  aos  infelizes  ip|^^f  \^y: 

IA  trípula(ãQ<  do  ITo^affí.iíní^fWtí* 
um  documento  ^(j^^j^issf  n^a^paan  ifÂ^HW 
Lopes,  dedaroii  qiDi^  s^  jaíp  ffi^  ^%^!^ 
f  eus,  aquelia  gente  morreria  toda,  iQ|a}Í|)jãt« 

•  Mm  jdocumentos.  e^  muit^  muij^ ,  Pf ^d^ 

.|i|nda  mais  extenso.  .mjV)  kI  <: 

Em  «sarça  doimeemoirunq  flWfi^iiifrlff*' 


a  Beai  iócMMeãiuBÊÊmiMriã^  do^ihDCí<^|B^ 
miou  Joaquim  Lopes  com  a  grande  medalber^ 
d*oiiro,iiomeandeHo  soòio>he«oranot  ««ídieUf 
aos  MBaadeses  ai  medalhais  Si"  «ll80eu):.H) 

Foram  esta»  as  primeiras  .«ondeiéraiçim 
que  attofuÉram  o^peiío  geneiioa»<de  ieaifttitt. 
hofmi  SB  .mais  bsdi 'inernoidsa\d8  ^amUaa; 
em  nossos  diaS  seteem  eoAfendo.    t;    :<«' 

O  'govèmo'  penoguei^  condecetoir*  um 
anspeçada^,ariilberia,.^uedaalio  das  mui 
ralhas  da  torre  do  Bogío  estava .  ai  ter<a  isan 
peetaenki,  só  pot  dicer  aoamnadtrai,  ^uaa^ 
4o  passavam  na  sua  frente -^ esíãõ  Mi^-^ 


bumanitarto,  tirando.  dfj^t|(0  de<«niaif«A^ 
<que'4B  ,Tífeurna  :ír0i%4^[SimiM^,M 
PãQO  d^Arcas)  rumrbeimem  tiiie.<aHt1inhftfi< 
eido»  o  q«aV  nas'  agoniasnéaffttbaif raãN^  » 
Agarro»  per  tal-modaao  sra.Mil9lMiMrf  qtt^ 
lhe  lelbfa  cempletameiiieos  movicmii^-s 
teriani-amboa  peneeiAo^risa  ives.^tftiraeii» 
lhe  não  acadtseemtoio^  arraueantiMiMitW 
mofW^eertajf^nMnigloríosajl  r  urhii>>m  ^  r 
1  I^rastajMsto-fda  veifdal»iiai{d|idiQ^s^t 
premiou  notamente  a  Real  Sociedade  E«mt 
^litana,^:úa'P9n0'i^íJk^  ■ia4iiH{apde4' 
classe*      ■•   ••   ^ 


OLH 

Em  ti  fie  ftftepcirb^  44)98;  pehft  %'\k^* 
m  a  mmardtt  nfiriíSy  ««eaMioa'  ama  «senhai 

ii/potfâoõriápenaras*  lorreá  éâft>0'8igolahdè 
8occ€fii09  dbJtqtiftar  Lo^tasboottvidv^os 
companheiros  a  seguil-o,  e,  embareailâd 
sna  prdvkleooial  (ãtoaiMDhs  ileptfAcn,  cpr- 
tem'4aL  flemaada 4oli  aanfragòsJD^está  vet 
I    a  softfiaridade  d&o  fot  pienasnente  satisfeita ; 
t    ponfne  o  'tOvia  submergia^-ie  lodo;  dd^am 
I    só  )ieto,-^^iianda  os  ousados  ranadores  se 
i    approxímayam  d*dl6,  pela  8.*  tec :  apeias 
I    pôde^aeráai«0!ocapítiot  ^{  ..  ;  .    <r 

I       CeiBpO',  estado  do  nanfrago  reelamsra 
í    promptos  çoeepnrosj  fès^se/cooi  grsítísàimos 
I    riscos,  nimopare  attírra  do  fiogie.-Chega» 
'   do  porém  ahi,  um  valto  negro  se  descobre 
:   lU)  logar  ,dp  simstto.  'ífoMm  (lúe^ie  tífôga  t 
\  —  gritam  ioda^.  'É.  tom  caò  r^  diz.  alguâca  ^ 
I    «É,  é  <dii  J*  Lopes) ;  idaà  também  tem  tM^  o' 
4  o  mais  leal  amigo  do  homem»  —  e  lançan- 
i   do-fÍ6  def  áóvó^o  áb/smo,  bò'  meio  do  i5erf fcò 
I  mafshôrrfréi/sáváòífeò!    '  '  '  ''^   *  ' 
I      Ak'nscàr  a  vida  pára  salvar  ftnl  ^ao  -^  sá' 
I  a  áltha  (jettiérosa^  éii' dódféádò  c^rá^Jto  dé 
:  Joaquim  Lopes  1/;  /  ,      ''      ^   '   ■' 

i  O  ^ovethò  ãe^sua  magestkdèCfarftãAtilica;* 
)  coidfeòòrbti  f.^'  vek  íoac(aitft  Lótíifs, 'corrf  * 
i  iiiedÍLltiá"dè  btiro,  e  bs  sèus'l*emadòi4's;  côííi' 

Eram  estes  —  Carlos,  e  Qnirfoo,  seusfi- 
I  lhos ;  José  Lopes ;  Manoel  d^^OiiVern ,'  Bèiitèr 
i  Lntífl  KosAlb  L^fe^  i  fcktíéitko  á^  ÍIíOíl^, 
Xoão  da  Crur.  •    ^    "'*  ^  ' ' 

Além  doestes  bravoslllhos  do  povo,  ou- 
tro^ tila(r«ki]Aéj^  ^  pe$oàdon^V^A)i^tit"^AIi^ 
liair '  O0liail6ès,'  <toiHpáblréir<fc'^^  ¥»^(^dl) 
âa«gloriar4e*toft()tiMbl.ot)0SL'<ír  ^n  ''i*  ' 
PcAa  OMHSo^d#1liafffrâííia  do  brligtiel^atii 
^cez  AiA^dMiif,  fialvou^^Joalqutt&^b^p^kos 
«eu»,  4IVS1  maHnbélrosi  Uo»  dféttesí^m  o  Ga<- 
pitSa/qttftti^fieilaí^moprertiiiKrMiirao  m^M 
deiieotf{Mi«l6>db«^aMktiQrJ1}«sHfta,'^  rè^ 
hWÊM*  eí'  ièoi>a)oM  fittio'  ilb'tM*do,  iir^amm*' 
co««^ttUiHH  -áVenngti'^^  gvrâiMrMheei^  wa-' 
feria  e  mandou  a  JoiHl«iDi'Ii<98s,i:á'?niedl^ 
llia>  do^fmta^t^prHíltfiâQ^^âdbraiyMiM^ 

AtjpiiMfJUrftaes  portQga«il»;r'1eidbran«i 
«alio  ao  nosso  governo,  um  distlnctifo  mais 


OLH 


235 


honfoiso,  para  galirdmr  os  serviços  d*este 
hQi»em fofiiAtateL' Qu«)  ánadbroni^oíDéui 
permtttHbe'  l)u«  a  IfiJmbraÉifa  «otttiâaa^àe  á 
doar^fsd  tíOs  papMfmbfteos,  para  que  ò  pef- 
to  gmefòÈÓ  (^  lòaqtAá  LopeS  áe  nSò  cott- 
ftiDdisse  COIBI  ttée  tamás tíunfidàdeá. ' 

n  •.         ,     •  ■        ,  •         •  ,  ,  •  -         • 

Tanths  o  iBo  nobiffsslirias  fteçS^s  dev^m 
èrichér^def  verlfadeira^at^^a  o  coVaçlo  do 
heroé,  Q  na  verdadet,  apetòr  dos  seus  ânuos, 
das  toa»  ^úgá^;  e  dásr  súascam,  Joaquim 
topeíd,  è  Om  homeiB  inuito  tilegne  e  prázeu- 
te{ro¥'4  'Várib  pretilé{(iad6  pòr  Deus,' tem 
na  ftotáê  esrimpadálas  iirtt!ide»'dd^  co- 
raúçS^  ê  á'  historia  lègéndáfnai  dè'Um'a  vida 
de  deaf«aç9dãí'd  léaridade.' 

'A^àf^cta  t^t  i  alva,  como  a^ua  alma,iâ  ted- 
ta'  é  ^espa^a,  seus  lablo»  delgados,  e  Mia 
olhos,  asues,  sao  penetrantes,  revelando  logo 
á  j;)rltíiMfáfláta,ohbmem  q\tò  pâsséuatida 
eih<»«$9èsde^VehfaJlefi^á  dkridiide'éyâfugén- 
ca.  'PTifafmetite,  o  retrato  de  lòá^illm'  Lo- 
pes, 'èeédúhasé'ehi' làenos  pálaVrais: ' 


{" 


'    •»! 


ff    / 


'  fi  À  rtRjVlbfiyélÁ  1>ÒS  iTAttPIlAébS  fíX 
"'"'''    "^  tíJltmA  DÉ  tiSfiÒÀ   '    ^        i 


r  t.   •• 


I    r  * 


'  A  Umx  do  ioaquim  Lopes  èstam  para 
'ãamproostabelaòida;  e  tedds  os.seuf  aotos 
dé  abnegação  ecoragenrreram  logO'ptiMlo^  • 
'dos«  juslfloneate  avaHadoa. -^ 

Bm  ll^'dè'levèreir«i<de'l6êÍ;'entoannio 
t)erda«ao<Ba'COsta;'âoâp  dâ  lofre^do^BaghH 
'o  bergantim  hespanhol  AcJ^fVte.doaqÉinaLo^* 
p^v^atam^^sDoeorrofdoy  Babfragw^oal»' 
và-osialidosl<u4)taiarostava'tio  enflreavo-' 
!cfdo,<i4sr<ioaqiiim  ii^es^éh^oa'  a  kornfbs* 
rbirniiuo  nmlea^  8a«Tira-6ni<Viío'gtaBdope* 

•  rujOi .'  '■•  f!'  ■*!  ■'•  ^"  1  * '  ■  p*  •,  ■.*  ''  •*  ^í  '  • 
I  <^>f)DoernottospaálioV>eonfel«{ii;  ao  pátria 
6 ;mandon^Hra*d6Hôcsr)nbpeiio,  viMbdha 
dè Kmraév dÉstinoçao  humanitaría','  '^  ' 

A^St  idé  fltesm^mes  oannOfise^despéia* 
^ntMitim  or^JMfr  do  €ttaft4*>,'0»  faíaia  por«> 

•  iuguez  AfmtHtiinr,'^  praça'do  PoAop.    ^ 
\  Joil]iitar<Lo^o  os*  seastlsfavos^ilbos  o* 
remadoreá^  silvadiiodaiatrfptlaçiai^  i   • 

'  Bttlio,^  o  sr.  O/  \m\i>%  'Chaiha-  o  paMk>  á 
stunpfNMop,  prigBOidotHieí  por  %aaií  pró- 
prias nios,  na  grosseira  Jaqueta  OMritima, 


236 


OLH 


OLH 


O  habito  de  Torre  e  Espada,  e  apertoa  com- 
movído,  a  mâo  caliosa  do  iotrepido  mari- 
nheiro, fazendo  ò  merecido  elogio  áos  seus 
actos  de  coragem  e  aboegaçao. 

A  imprensa  portagaeza,  de  todas  as  par- 
cialidades» loavoa  esta  acção  nobre  do  chefe 
do  Estado. 

Também  o  imperador  do  Bradl,  na  sua 
visita  a  Portugal,  quiz  ver  o  legendário  pa- 
trão Lope9,  e  lhe  deu  um  cordeál  abraço. 

Os  encómios  feitos  a  este  verdadeiro  por- 
tuguez  por  ^oda  a  imprensa  d'este  reino,  e 
por  muitos  jornaes  britannicos,  hespanhoes 
e  francezes,  davam  matéria  para  um  grosso 
volume. 

A  Beal  Sociedade  Humanitária  do  Porto. 
a  Sociedade  Beneficente  do  Pará,  e  o  Centro 
Promotor  das  Classes  Laboriosas  de  Lisboa^ 
lhe  mandaram  o  diploma  de  sócio  honova* 
rio.  Esta  ultima  associação,  tàmbem,  como 
Joaquim  Lopes,  âlha  do  povo,  mandou  col- 
locar  o  retrato  do  heroe,  no  logar  principal 
do  seu  salào,  entre  os  dos  iliustres  pátrio» 
tas  Manuel  da  Silva  Passos,  e  José  Estevão 
GoeiUio  de  Magalhães, 

Desde  1859,  que  Joaquim  Lopes  se  não 
servia  já,  nem  da  pesada  e  ronceira  falua, 
nem  da  frágil  can6a  de  pesca,  para  salvar  os 
seus  simiihantes.  O  governo  poriogoez,  á 
força  de  continuas  reclamações  da  impren* 
sa,.dera^he  um  <a/va-C)úto,  que  mandou 
construir,  segundo  os  últimos  aperfeiçoa- 
mentos introduzidos  n*esta  espécie  de  vasos» 
Mas  ainda  pão  lhe  augmentaram  o  ridiculo 
saltaria  de  remador-— 240  réis  diários,  Só 
mais  tarde,  sendo  núnistro  da  marinha  o  sr. 
José  da  Silva  Mendes  Leal  Juuior,  é  que  lhe 
foi  concedida  a  graduação  de  mestre  da  ar* 
madOf  e  uma  pequena  gratiâcaçãoi. 

Q  goveono  entendia  que  oon  isso  pre- 
miava os  prodigiosos  serviços  de  Joaquim 
Lopes,  e  apenas  lhe  regateava  a  justissima 
recompensa;  pelo  que  os  jornaes  coatinna- 
ram  a  advogar  a  causa  da  justiça  e  da  hu- 
manidade; mas,  vendo  que  #  governo  a  na- 
da Attendia,  proposeram  que  se  abrisse  uma 


subscripção  nacional,  a  íávor  do  home»  qo» 
o  governo  parecia»  ter  em  pouca  consídsn* 
çào.  » 

Joaquim  Lopes,  apenas  teve  notícia.  d'isto, 
declarou  no  Jornal  do  Gommerdê^  de  Us" 
boa,  que  -—  quem,  bèm^  ou  mal,  we  4o  i» 
trabalho,  não  estende  a  mâo  á  umóUa  das 
multidões;  e  que  os  peitos  onde  se  abriça  o 
amor  do  próximo,  são  graindês  dê  fiutis*,  para 
albergarem  sentimerUos  mesquinho».  Que 
competia  ao  governo,  moâ  nunca  aêpwo^  ^a* 
vergonhal-o^  lançãndo-ike  o  manto  do  pdbn 
mendigo. 

Muitas  vezes  aconteceu  mandaren^-lhe  di- 
nheiro, depois  de  praticar  algomaa  das  nas 
façanhas.  Recebia-o  e  o  repartia  p^os  sen 
camaradas. 

Foram-lhe  levar  em  certa  occasno,  uai. 
rica  salva  de  pl-ata,  com  as  iniciaes  do  ses 
nome  (presente— segundo  se  diz  de  amass- 
nhora  de  aha  cath^oria)  e  lima  porção  de 
libras,  para  dividir  pek>s  seus  remadores,  o 
que  elle  logo  íéz. 

A  salva  é  o  presente  que  elle  entre  toda 
mais  estima. 

Fmalmente,  o  paiz  deceãiQ-se  «  naosff 
tão  avaro  com  o  patrão^  e  nas  eamafas  W 
gislativts  lhe  foi  votada  uma  pen^o  anaual 
de  HMOOO  réis,  oom  supervíveneia^para  so 
mulher  ou  filhas» 

Passado  algum  tempo,  o  governo  lhe  dm 
a  graduação  de  segundo  tenente  da  ar* 
mada. 

O  ministro  que  referendou  o  decreta,  si 
honrou  o  patrão,  honra-se  mai^  a  si  mes- 
mo, por  comprir  um  dever  a  que  os 
predecessores  não  attenderam. 

Eis  o  decreto: 


«Tendo  attenção  aos  relevantissiniM 
viços,  prestados  pelo  mestre  da  armada,  ^ 
ra  do  quadro,  Joaqaim  Lppes,  pairao'  do  tai^ 
CO  saivo-vidas,  da  barra  de  Usfaoa,  o  qaa^ 
com  extremada  abnegação  da  própria  v^ 
é  inexcedivel  coragemt  tem  arrancado  do  Di- 
ror  das  vagas,  e  restituído  á  sociedade»  grah 
de  numero  de  io.dividilos:  cooaidenuiás 
quanto  cumpre  galardoar  feitos  espomanesi 


OLH 

da  síDgalar  intreplpez,  excepcionaes,  em  qae 
se  alliam  ao  Talor»  os  mais  decididos  senti- 
mentos de  humanidade;  hei  por  bem,  con- 
redef  ao  dito  Joaquim ,  Lopes,  a  graduação 
do  posto  de  segniH^  tenente  da  armada,  ete. 
Paço,  era  23  de  agosto  de  i866.  -—  Rei  — 
Visconde  da  Praia-Grande.» 

•  *  _  _ 

Apetar  das  suas  cans,  das  suas  rugas,  e 
dor  seus  75  anuo?,  Joaquim  Lopes,  ainda 
conserva  todo  o  vigor  da  mocidade,  toda 
á  coragem  da  juventude,  e  nào  perde  occa- 
siao  de  ser  útil  à  humanidade. 

Yive  com  a  sua  família  (mulher  e  seis  fi- 
lhos), no  Jogar  de  Paço  d^ Arcos,  próximo  a 
Ceifas;;  gozando,  senão  a  abundância  e  a 
sumptuosíidade,  pelo  menos  uma  modesta  e 
sufficiente  medeania,  e  as  doçuras  do  lar 
donesiico. 

Em  Paço  d" Arcos,  direi  ain- 
da alguma  cousa,  com  respei- 
<  lo  ao  nosso  venerando  Joa- 
t    .   . .    quim  Lopes. 

OLHO— ribeiro.  Douro,  freguezia  da  Ca* 
dimai       . 

Nas  suas  margens  ha  arrozaes.  O  Olho,  o 
Lagôa-Sêcca,  o  Rodêlfos,  o  Moita,  e  o  Alju» 
rica,  todos  d*eata  freguezia,  juotam-se  à  k*i- 
beir&Ffnvttça.  Vide  esta  ultima  palavra. 

OhSO  DA  MHIA— Entre  os  logares  de 
Jimd^  e  Mira  {^J"  voL,  pag.  S33,  col.  2.*— e 
pag.  242,  coL  I.*)  medeia  um  dilatado  cam- 
p»v  QQ6  tem  quatro  kilometros  de  comprido 
e  i  dB  largOk  B'  quasi  todo  roto,  em  algà« 
res,  pela  maior  parte,  cercados  de  penedias, 
def^a  providencial,  para  gados  e  gente.  Pro- 
cedo este  grande  numero  de  algares,  de  es- 
lar.a  oaoBf)^  muito  baixa,  entre  as  serraa, 
6,  como  a  agua  da  ehuxa  não  tem  por  onde 
se  escoar,  sumindo-se  por  canaea  subterra 
neos,  feivepara  cima,  por  aquelles  boquei- 
rões, até  encàer  todo  o  x;ampo,  em  maior  ou 
oa^mof  idtqrs^isegniido  a  abundância  d'aguA 
qoe^tetn  ebo^do».  d*onde  resulta  transfoc- 
|iiarrS6r*o»GatBpD  mn'lagôa,.em  qUe  já  andou 
oma^  batiiira.;  i 

'HaioebaslãesienL  que  a  agua  d*eâta  lagoa, 
levanta  ondas  como  as  domar-<-0[Uproúedi- 
do  do  Vento/  oo^  dst  força,  com  que  á  agua 
rebenta  pelos  boqueirões. 


OLH 


237 


Em  dois  sítios  rebentam  maior  cópia  de 
aguas— um  no  chamado  Pena  do  Poyo,  que 
é  um  alto  e  concavo  penhasco,  à  tnaoeira 
de  alpendre,  à  raiz  da  serra.  Nascem  mur- 
murando brandamente,  mas  em  tamanha 
quantidade,  que  fazem  logo  mover  moinhos 
de  pão  e  lagares  de  azeite. 

O  outro  siiio,  onde  as  aguas  nascem  aln* 
da  em  maior  quantidade,  chama-se  Olho  da 
Mira,  em  cujo  logar  se  sente  nascer  a  agua 
em  jactos  alternados,  e  como. aos  soluços^ 
impellida  de  dentro  de  uma  grande  cavida- 
de subterrânea,  formada  pela  natureza,  e  sa- 
híndo  por  um  buraco  redondo  de  i",50  de 
diâmetro,  a  maneira  de  um  occulo,  e  por  isso 
se  chama  Olho  da  Mira.  Corre  em  grande 
abundância,  fazendo  mover  também  moi- 
nhos e  lagares,  alem  da  agua  que  verte  pe- 
los assudes,  que  é  bastante.  Corre  Impetuo- 
so ao  nascer,  e  com  tanta  força  ezpelle  a 
agua,  como  a  torna  a  enguNr.  Juntamente 
com  a  agua,  sabe  grande  numero  de  gros* 
sas  e  saborosas  inguias  e  eirozes,  que  s»o 
objecto  de  uma  divertida  pesca,  quasi  toda 
feita  em  caneiros.  Na  primavera,  sócca  este 
campo,  que  seus  proprietários  cultivam,  e  6 
feradi^mo. ' 

As  cavernas  por  onde  sahem  as  aguas, 
apresentam  à  vista  do  visitador,  maravilha- 
do, as  formas  mais  bizarras.  Véem-se  abo- 
badas, tectos,  pavimentos,  e  paredes,  tudo 
obra  da  natureza,  mas  tão  primorosamente 
fabricados,  como  se  fossem  obra  de  peritos 
canteiros.  Tem  mais  de  600  metros  de  exten* 
são,  por  baixo  do^sòlo.  O  pavimento  ó  obli- 
quo, descendo  desde  st  emboceadura  até  ao 
seu  termo.  Em  frente  flca^lhe  o  outeiro  cha- 
mado, das  Sete  Villas,  Toda  esta  caverna  é 
de  rocha  viva,  sem  que  se  veja  a  menor  por- 
ção de  terra.  A  sua  agua,  que  conserva  em 
todas  as  estações  egual  temperatura  (o  que 
faz  dizer  que  é  quente  de  inverno  e  fresca 
^  de  verão)  d  de  óptima  qualidade.  Tem-se  no- 
tado, que,  por  mais  continuadas  que  sejam 
as  chuvas,  nunca  a  agua  passa  de  uma  cer- 
ta, medida.  . 

Ainda  que.este$  antros  nao  conservem  em 
toda  a>  sua  extensão  a  mesma  altura  e  lar- 
gura^  porque  ova  abatem,  ora  se  elevam  seus 
tectos;  e  of  a  alargam  ora  estreitam  suas  ga- 


240 


OLH 


O  doutor  Bygino  Teixeira  Guedes^  profes* 
sor  em  Lisboa. 

O  doutor  Joaquim  Rodrigues  Etíevães* 

João  Rodrigues  Ferreira,  hábil  cinir|;iSo^ 
qae  foi  assassíDa^o  em  Pernes. 

O  beneficiado  João  Rodrigues  Martins  da 
Silm. 

Ptei  Francisco  de  Jesus  Maria  José,  qae 
fallecen  em  Mafra. 

Padre  Manuel  Bento  EsUvães,  ondor  dis^ 
tinetíssimo,  e  um  dos  melhores  morilistaf 
d'esta  diocese,  e  ultimo  parocho  d'esta  fre- 
gaezia. 

Alem  de  muitos  outros,  cuja  relação  seri^ 
loDga. 

Os  mindericos  (povos  de  Minde)  tío  a  qua» 
si  todas  as  feiras  do  reino.  Teem  uma  espe^ 
cie  de  dialecto  (mais  propriamente  gíria)  qu^ 
faNam  quando  andam  por  terras  alheias,  e 
que  só  elles  entendem. 

A  povoação  de  Minde  é  cercada  de  lindes 
quintaes,  povoados  de  frondosas  arvòresi 
D.  Manuel  d'Aguiar,  bispo  dé  Leiria,  muho 
gostava  d*estes  sítios,  a  que  chamava— /ar* 
dim  da  serra. 

O  território  d'esta  fregueiia  é  fértil  em 
todos  os  fructos  do  paiz,  e  muito  abundante 
de  azeite. 

A  um  kilometro  ao  N.  de  Minde,  existe 
uma  caverna  ou  lapa,  chamada  o  Regatinho, 
Durante  as  chuvas  do  inverno,  vomita  mui? 
ta  agua;  mas,  de  verão  sécea. 

Durante  as  invasões  napoleónicas,  servia 
esta  caverna  de  asylo  a  muitas  famílias  que 
aqui  escaparam  à  morte,  á  desbonra  e  a  to» 
das  as  atrocidades  que  as  hordas  francetas 
perpetravam  na  sua  passagem  devastadora. 

Também  aqui  se  esconderam  varias  ri» 
quezas,  muitas  das  quaes  não  tornaram  a 
apparecer. 

Foi  por  muitos  annos  crença  arraigada 
em  Minde,  que  próximo  ao  Regatinho  ha* 
viam  os  mouros  enterrado  uma  capa  d'oa* 
ro,*  para  fazer  a  qual  se  empenharam  cinco 
villas— e  um  jogo.de  bola,  também  d^ouro. 

£m  umas  escavações  feitas  ha  poucos  an- 
nos junto  d*esta  caverna,  se  aòháram  aiicer- 


OLH 

ces  de  uns  paços  liíettríscos.  A  pouca  dii- 
taneía  d*«ste  achado, >'iiaí  uma  esean^ 
châudaCortfdolfeffn).  TeififtmaMi. 
Era '  a  habitação  de  mnar  «svcbosa  ffilia  Is 
Agar,  que  na  manhan  do  S.  Mb^/bt  Mfiki 
tezes  tistá,  assoalhaBdo  os^seus  thesoMi^ 
e  eamanêo  tsà  h^l*monioBa  toada,  dHMí- 
tea  cantigas,  seado  tima  â^ell&ls  a  ^egittlr 

4}ÍAÍi  yn\e  Si  Pena  do  Poyo^^ 
Só,  com  os  seus  penedaes, 
<       Que  Santarém  e  Lisboa, 

Com  iodos  seus'cabedaes.»  '  '  ' 

Caminhando  mais  para  o  nortd,^  ebeonh* 
se  a  fregaezia  de  Mira,  e  próximo  a  iha^  to 
uma  grande  caverna,  em  cuja  afarobadi  M 
admiram  bellas  stalaetttes,  e  cujo  pavfott- 
to  está  erriçado  de  não  menos  formol  s&- 
lagmilesi  que^  sobre  ttido  á  luz  doir^iM»- 
tes,  apreeenum  uma  vfsu  biiarra  e  fam* 
sissima. 

A  Alagóa  de  Minde,  se  émagestosi^ 
rante  a  estaçlo  pluvial,  ainda  tem  mats*!*- 
gestade  durante  a  estiagem:  cada  arvore,  o- 
da  barreira,^  éBm  formoso  ramithete.  Gm* 
de  quantidade  de  lindas  flores,  de  diversa 
qualidades;  lhe  alcatifam  o  solo,  q^eèíi 
abençoado  ede  tão  poderosa  vegetabilidài^ 
que  tem  creadò  uvas  em  50  dias ! 

Da  serra  de  Minde,  que  tem  uns  dois  li* 
lomecros  de  comprido,  se  goza  onakiilMii 
panorama.  Ao  N.  se  vé  a  villa  d*Oureffl,  tii 
celebre  na  nossahistoria— avetíeráhdaSkè- 
tarem— a  rica  Torres  Novas—a  bdhita  Gli- 
musca— a  fertilíssima  "Gollegan  —  a  vetHti 
Abrantes — os  castellos  mouriscos  d*Akta^ 
âe--^  formosíssimo  e  magestoso  Te}o-^»- 
ras,  valles,  bosques,  coliinas  e  várzeas. 

No  alto  da  stsrra  ha  vastos  milharaes,  eqi 
fructo  se  cria  em  abundância,  sem  ser  ^ 
cisa  regado. 

A  freguezía  de  Minde,  é  composta  dosl^ 
gares  seguintes -— S^rra  de  Santo  ÃíM^ 
Bajouco,  Cotão-do-CoelhOy  e  VeUle-Alta, 

A  serra  de  Santo  António,  é  uma  das  i^ 

1  Adiante  direi  a  qae  é  a  Pena  iú  A|& 


OLH 


OLH 


24i 


deias  mú$  celebres  de  Portugal,  por  cansa 
do  aea  famoso  coUegío  (oa  seminário)  onde 
mailos  eenteoares  de  maDeebos  Tão  beber 
a  iaitracção  litieraria»  »prend«r  a  ser  bens 
filbes,  bons  pães,  bons  cidadãos,  alei3  á  pá- 
tria, e  eatholicos  terdadetros. 

Em  Í6  de  março  de  1875,  laile^a  n'este 
eoUegio,  frei  Manuel  da  Goaoeiçao,  orador 
sublime,  e  consummado  moralista:  um  dos 
bomens  do  século  XIX  a  quem  Poitngai  de- 
Te  os  maiores  serviços. 

É  para  lamentar  que  as  ciatas  Teneran- 
das  d*este  yarão  respeitável,  se  achem  no 
pobre  cemitério  da  Serra,  misturadas  com 
as  mais,  sem  uma  inscripção  que  diga  â  pos- 
teri(|ade  —  «aqui  jaz  um  portugoez,  sanio  e 
sabio.i— Seria  louvável— -seria  mesmo  o  pa- 
gamento de  uma  dívida  sagrada — que,  to- 
I   dos  os  jovens  que  «He  tornou  homens,  e  que 
I  iMscnpam  hoje  altos  togares  nos  diferentes 
í  raoios  da  administração  publica»  se  qaoti- 
aassem  para  lhe  erigir  um  singelo  ownu» 
mento,  testemunho  do  respeito  e  gratidão 
I  dos  seus  discípulos. 

,      Tamb^  n*esta  aldeia  nasceu  o  virtuoso 
I  e  illustrado  frei  Joêé  da  Conceição,  a  quem 
a  nação  deve  xelevantissimos  serviçoe. 

I  O  Cooão  do  Coelho^  ó  rodeado  de  frondo- 
1  sas  arvores,  que  o  fazem  fresco  e  ameno  na 
estiagem.  É  pátria  do  sr.  doutor  José  Pran- 
I  cisco  de  Santa  Martha,  vigário  geral  do  bis- 
I  fado  de  Leiria,  e  cónego  da  Só  cathodral. 

!  " 

I  Antes  da  invasão  franceza,  de  iSlQ,  per- 
tencia á  freguezia  de  Minde  a  capella  de 
Santa  Hartha,  que  os  minderícos  mandaram 
construir  em  1613.  No  principio  do  sécu- 
lo XIX,  passou  para  a  freguezia  de  Alca- 
nena. Houve  por  sua  causa,  desordens  em 
^Jfinde,  chegando  até  a  haver  mortes;  sendo 
ainda  hoje  caso  de  affronta  para  as  duas  fre* 
f^aezias,  perguntar-se  a  qualquer  individuo 
d*ellas  —  «Santa  Martha  é  de  Minde,  ou  de 
Alcanena?» 

Pia  Carneira^  tem  uma  capella  de  Santa 
Agaeda.  Toi  da  freguezia  de  Minde,  mas 
acloalasente  pertence  a  Albardes. 

Também  foi  doesta  freguezia  de  Minde,  o 
logar  do  Covão  da  Carvalha,  Junto  a  este  lo- 

TOLUUKTI 


gar  existem  ainda  uns  paredões  antiquíssi- 
mos, e,  segundo  a  tradição,  era  o  casal  do 
tal  velho  a  quem  o  conde  d*Onrem,  D.  Nuno 
Alvares  Pereira,  foi  pedir  pousada,  e  que  já 
0ca  relatado  n'efite  artigo.  Diz-se  qui'  até  en- 
tão, não  estava  esta  casa  sujeita  a  justiça  al- 
guma, e  que  o  ancião  pedira  a  D.  Nuno,  que 
o  seu  casal  fosse  livre  dás  justiças  de  Porto 
de  Mós,  o  que  o  conde  também  lho  conce- 
deu, é  d'ahi  em  diante  se  ficou  chamando 
Uoraêa. 

Faz  parte  d*esta  freguezia,  a  aldeia  de  Ved' 
le-AUOt  situada  nas  abas  da  serra  de  Minde. 
Ha  aqui  optiola  cantaria. 

N'e8ta  aldeia  nasceu  Maria  do  Sacramen- 
to, que  falleceu  no  recolhimento  de  Leiria, 
com  fama  de  santa,  justamente  adequirida 
pelas  suas  preclaras  virtudes. 

A  freguezia  de  Minde,  apezar  de  se  achar 
situada  entre  serranias  ásperas,  áridas  e  al- 
cantiladas, não  tendo  por  vias  de  eommuni" 
cação  com  as  outras  terras,  senão  atalhos, 
córregos  e  precipícios,  não  escapou  à  rapa- 
cidade e  ás  atrocidades  das  hordas  france- 
zas;  que  aqui  entraram,  pela  primeira  vez, 
a  46  de  novembro  de  1810.  Um  individuo 
do  povo,  deu,  com  um  foguete,  signal  aos 
seus  conterrâneos,  da  chegada  d*estes  vân- 
dalos do  século  XIX,  e  a  maior  parte  cor- 
reu a  embrenhar-se  nos  medonhos  alcantis 
e  tétricas  cavernas  da  serra.  Aqui  se  demo- 
raram os  franeezes,  até  6  de  março  de  1811, 
praticando  as  mesmas  atrocidades  que  pra- 
ticaram nas  outras  terras  da  Península,  dei- 
xando tudo  roubado  e  destruído. 

Na  estação  calmosa,  é  esta  freguezia  mui- 
to falia  de  agua  potável,  e,  se  não  fosse  o 
capitão  Manuel  Cansado,  que  á  sua  custa  > 
mandou  fazer  uma  grande  cisterna  e  a  poz 
à  disposição  do  publico,  vér-se-hiam  estes 
povos  obrigados  a  hirem  prover-se  d'agua  a 
uma-distancia  de  mais  de  cinco  kilometros 

As  cinzas  d*este  cidadão  benemérito,  es- 
tão guardadas  religiosamente,  em  uma  se- 
pultura, à  entrada  da  egreja  matriz.  Foi 
aberta  no  dia  30  de  setembro  de  1866,  para 
n*ella  se  depositarem  os  restos  mortaes  do 

16 


â42 


OLH 


OLH 


padre  Manoel  Bento  Estevães,  que  eom  in- 
exeedível  zéllo  paroohioa  esta  freguesia  por 
mais  de  qaarenta  annos. 

Minde  é  uma  das  antigas  fregtieílas  do 
reino^  e  teve  vários  privilégios:  hoje,  por 
falta  de  estradas,  e  porque  os  artefactos  de 
lan  que  aqui  se  fabricam,  são  de  matéria 
prima  mal  escolhida,  e  de  não  ser  perfeito 
o  seu  acabamento,  perdeu  bastante  da  sua 
antiga  importância;  concorrendo  também 
para  a  sua  decadência,  a  extincção  das  or- 
dens religiosas,  pois  no  hospício  dos  arra- 
bidos,  d*esta  fTeguexia,  trabalhavam  muitas 
pessoas,  sendo  por  Isso  este  estabelecimen- 
to religioso  considerado  também  como  uma 
boa  fabrica  de  lanifleios,  cont  sabida  certa, 
para  todos  os  mosteiros  da  provinda,  como 
já  fica  dito. 

Não  era  só  o  pão  do  corpo,  que  os  min- 
derieos  encontravam  n'este  hospício:  era 
também  o  pão  do  espirito,  e  muitos  d'aqui 
sabiam  para  se  espalhar  por  todos  os  mos- 
teiros da  Extremadura;  não  havendo  um  só 
convento  onde  não  houvesse  firades  natu- 
raes  doesta  freguesia. 

Os  reis  D.  Joio  V  e  D.  João  VI,  honravam 
sobremaneira  os  frades  de  Minde,  que  por 
vezes  receberam  d*aquelles  monarchas  assi- 
gnalados  beneficies.  D.  João  VI,  a  rogos  do 
um  frade  minderico,  commutou  uma  sen- 
tença de  morte,  a  frei  António  de  S.  Boa- 
ventura (por  dizer  três  missas  em  um  dia, 
sem  a  devida  auetorisação)  em  reclusão  tem- 
porária. 

Consta  que  D.  João  VI  estimava  muito  o 
tal  religioso  (o  que  pediu)  por  ser  o  melhor 
canbr  de  Mafra. 


Este  monarcha  (que,  como  todos  sabem, 
era  excessivamente  guloso)  delíciava-se  com 
as  eirozes  de  Minde;  e  dizia  que,  uem  em 
Portugal,  nem  no  Brazil,  comera  peixe  tão 
saboroso. 

Foi  D.  João  VI,  que  mandou  ao  guardião 
do  hospício,  construir  o  canWropara  a  pes- 
ca das  enguias  e  eirozes,  e  queria  que  todos 
08  annos,  no  tempo  da  pesca,  lhe  mandas- 
sem uma  porção  escolhida  doeste  peixe. 


Este  caneiro  ainda  existe,  e  ainda  coiso- 
va  o  nome  de  caneiro  dos  frades. 

Do  sagrado  edificio  em  que  até  i83l  n 
elevavam  constantemente  o  incenso  e  as  on- 
ções  ao  Todo  Poderoso,  só  resta  a  capelli, 
em  minas,  e  a  cisterna;  e  isto  mesmo  fá 
vendido  em  hasta  publica  por  uma  quantia 
insignificantisàima  (nem,  materialmente  Tí- 
lia mais)  sem  haver  uma  auctoridade  loa! 
que  pedisse  a  sua  conservação,  para  ficar  i 
capellaparao  publico,  e  o  edificio  do  mosttt% 
rínho  para  habitação  do  professor,  e  pana- 
la  da  escola  t 

Já  disse  que  a  freguezia  está  por  todai 
parte  cercada  de  penedias  alcantiladas,  qa 
a  rodeiam  como  um  cinto  de  muralln^ 
obradas  pela  natureza.  E*  porem  âeliciw 
ver  da  planicie,  durante  a  primavera,  esta 
rochedos  abrutos,  adornados  das  mais  bá- 
las  e  variadas  florinhas  de  cores  diversa^ 
entre  ellas,  e  em  inaior  quantidade,  obii- 
dico  alecrim;  o  rosmaninho  aromático;! 
formosa  pimenteira;  a  salva  medicinal;  atai- 
la  rosa  albardeira;2L  cândida  assucena;  oè- 
noso  lirío;  e  os  goivos  emblematícoâ. 

At)ezar  de  se  conservarem  na  alagoii 
gumas  aguas  estagnadas,  a  terra,  em  geni 
é  saudável;  porem  ha  aqui  uma  moléstia» 
demica  e  horrorosa— a  lepra—que  talfczi 
podesse  evitar,  ou  pelo  menos  atenuar,  a( 
governo  portaguez  lhe  mandasse  estoif 
conscienciosamente  as  causas. 

Em  1855,  foi  esta  freguezia  invadida  p 
um  monstruoso  numero  de  saramantíf^ 
que  a  não  serem  devoradas  pelos  porcos,' 
queimadas  em  grandes  fogueiras,  ver-» 
hiam  os  mindericos  obrigados  a  abandoí; 
os  seus  lares. 

Attribuiu-se  esta  nojenta  praga,  a 
servarem-se  a  aguas  na  lagoa  até  ao  ma 
julho. 

Ao  O.  do  logar  de  Minde,  corre  orna 
e  Íngreme  s^^rrania,  que  vindo  á\ 
termina  em  Santa  Martfaa. 

Esta  serra,  rae  tomando  yarios  ncmes»! 


OLH 


OLH 


UZ 


gnodo  os  sítios  por  onde  passa,  v.  gr.— 
MindmkOy  Barreiro,  Prilhôa,  Âbelureira,  e 
Picota. 

Tem  n'este  nUimo  ponto,  as  ruioas  d*aii| 
casteno  romano  construído  sobre  rochedos, 
e  rodeado  por  três  ordens  de  muralhas,  tudo 
reduzido  a  montões  de  pedras  e  entalho; 
mas  eoDhecendò^se  ainda  o  seu  âmbito.  As 
segundas  muralhas  eram  de  uma  pasmosa 
espessara. 

O  castello  tinha  30  metros  de  eireumfe- 
^ncia.  A  sua  posição  era  temível,  por  ser 
no  pinearo  do  monte.  Supp5e-se  ter  sido 
construído  para  defesa  da  via  militar  que 
de  Porto  de  Mós  hia  a  Torres -Novas  e  d'aqui 
a  Alcanede. 

Ao  sopé,  está  o  ValU  da  Oliveirinha,  que 
é  uma  garganta  que  dá  entrada  á  estra* 
da  que  liga  entre  si  estas  antiquíssimas  vil* 
las. 

Dos  lados  do  £.  e  S.  nâo  tinha  muralhas, 

mas  altíssimas  penedias  perpendiculares, 

por  onde  só  as  aves  do  ceu  poderiam  che* 

^r  á  fortaleza.  Chamavam-ihe  o  castello  do 

picoto. 

Ha  annos  prioeipiou-se  aqui  a  construir 
um  moinho  de  vento;  mas  desístiu-se  da  em* 
preza,  pela  excessiva  violência  do  motor. 

O  povo  diz  que  era  a  habitação  de  um 
rei  mouro.  Ainda  pelo  monte  se  vêem  espa- 
lhados fragmentos  de  telhas  e  tijolos,  e  ves- 
tígios de  casas,  próximas  ao  castello. 

£'  certo  que  por  aqui  teem  apparecido 
algumas  moedas  antiquíssimas  (não  me  sou- 
>eram  dizer  se  eram  romanas  ou  árabes)  e 
if  vulgo  diz  que  ha  aqui  muitos  tíutiouros 
ncatUados,  o  que  tem  dado  causa  amuita% 
aas  inúteis  escavações. 

O  sitio  onde  existiu  o  castello,  é  dos  mais 
ellos  do  reino,  pela  vastidão  e  contrastes 
o  seu  formoso  panorama. 

A  pouca  distancia  d'esta  antígualha,  es* 
i  a.  capella  de  Santa  Martha,  edificada,  co- 
so um  ninho  d'aguía,  sobre  os  alcantis  da 


Abaixo  da  capella  está  uma  abundante 
aiscente  d'agua,  chamada  Fonte  Santa, 

O  JPoyo  ou  Penedo  do  Poyo,  é  um  olho  de 
pia,  a  2  kilometros  ao  N.  de  Minde.  A  agua 


sahe  por  entre  cascalho,  fazendo  logo  moer 
um  moinho  de  pão,  com  quatro  pedras,  .6 
um  lagar  de  azeite*  C'^rre  com  grande.  Ím- 
peto, formando  com  o  Olho  da  Ifiraagran* 
de  lagoa  dê  liinde,  de  que  já  tratei. 

Também  o  povo  cré  que  ha  aqui  uma 
grande  riqueza  encantada,  que  os  mouros 
deixaram  no  século  XII,  quando  foram  ex* 
pulsos  d*estas  terras. 

OLHO  BB  MOURELLOS— grande  nascen- 
te d*agua.  Douro,  concelho  d'Ançan. 

Nasce  junto  ao  logar  da  Ferraria,  e  Jiui* 
ta  com  as  nascentes  da  Fonte  de  Ánçan, 
Gruta  de  Portunhos,  Olhos  da  Loureira^  e 
Valle  Travesso  (ou  valia  dos  Cavalleiros) 
formam  uma  ribeira,  abaixo  da  Mascarenha 
no  Paiisol,  a  qual,  correndo  do  N*  aS.,  Taa 
desaguar  na  valia  chamada  dos  Fomos,  ahSíU 
xodó  logar  de  Láva-Bábos,  no  sitio  do  Caí* 
deirão. 

Quando  esta  ribeira  (denominada  de  An- 
çan)  leva  muita  agua,  chegam  os  barcos 
carregados  de  sal,  que  vem  da  Figueira, 
pelo  Mondego,  até  á  quinta  do  Bál  (dos  si^. 
Pinto  Bastos,  da  Yista-Alegre)  que  é  na  vár- 
zea d"Ançan,  Aqui,  por  muitas  vezes  se  teem 
carregado  barcos,  com  8  pipas  de  vinho  da 
Bairrada,  para  a  Figueira. 

A  ribeira  produz  enguias,  solhos,  truta^ 
barbos  e  um  peixe  miúdo  chamado  ruivas 
cos,  que  são  do  tamanho  de  camarões.  Na 
valia  dos  Cavalleiros,  se  pescam,  ás  vezes^ 
amêijoas. 

OLHO  MARINHO— aldeia,  Extremadara» 
termo,  e  concelho  d*Obidoe,  já  mencionada 
quando  tratei  d*esta  villa. 

Ha  na  aldeia  de  Olho  Marinho,  uma  ca- 
pella, dedicada  ao  S.S.  Coração  de  Maria, 
feita  pelo  sympathíco  padre  Francisco  Ra- 
phael  da  Silveira  Malhão,  &  custa  dos  seus 
primeiros  sermões,  que  fez  publicar.  £'  um 
templosinho,  tão  formoso  e  poético  como  a 
alma  do  seu  fundador. 

OLHOS— fireguezia,  Minho,  comarca  e  con- 
celho  de  Guimarães. 

E*  a  actual  freguezia  de  S.  Miguel  de  Cal- 
delias. 

Vide  Oculis,  apag.  i99,  col.  l.*,  d'esle  vo- 
lume. 

OLHOS  DA  LOUREIKA— Nascente  d*agaa. 


244 


OLI 


OIJÍ 


Douro.  Rebeolar  juto  iwiUa  4'A9çaD.TI4« 
Olkê  di  MatmreUoi. 

OLIllA-^aDtigt  oidadd  da^Jliuitaiua»  cnjo 
sitio  hoje  fleigooni, 

£'  uives  um»  4ia-q«e  jeMneea/raiii  na  f^ 
iDOsa  «erra  de  Arga  (o  Afetfutfo.d<iefOiQa- 

Ptolomea aeoUoea em .8y«a0' 4e  loogitii- 
ée-~e  45/30'  de  latitade. 

Perteneta  á  ckiDaeUaria  4e  hngfip.^  era 
portanto  ao  N«  de  Braga»  e  alem  é>  Lima, 
eotre  eate  rio  eo  Miobo. 

Fei  deatraida  peloi  aue?!»,  oa.  pelos. ára- 
lies.'  '       • 

OLtVJ^porttti^z  tsúàiQt-^azeUona,  fru- 
elo 'da  olifein. 

.  Qaando  é  em  quaotidade  aaffiQieole  para 
taaer  azeite,  díeemo»  eaetíonoy  et  qo^Ão  se 
destina  a  ser  eortida,  diz-se  0XtU<mos,  , 

Em  xxm  docomefito,  de  S.  Ghristovão,  de 
Goiffllira,  de  i362^  se.lé:  — £fu^catf#des, 
(caveis)  e  Qbradtê,  (abraes)  $  awo^iis  i  a$ 
dtíoê  olwiàrasé  *  * .  $  que  sa€^dâ$  e  faça- 
dei  as  olíTas»  que  Dim  hi  der  m ôh»acm,  • . 
E  qu£  áídei  a  mim  atncuiíade  d(M  dito  oH^ 
«01,  4  que  wi$  deé^siiecada  çaxam ^  kw^ 
^Jqueire  dazeite  ffèUo  no  lagar  4e  m^^horia, 

(Hiva,  é  também  um  appe^lido  nobffi  em 
Bovtttgal.  E'  de  Hespaotba^  tomado  da  vjlla 
de  Oliva  (Navarra)»  d'eade  paa#Qa  a  Perta- 
fal,  na  pessoa  de  Loorenco  d*Oiiva,  ao  qoal 
o  rei  D.  SekNkstião  deu  armas  próprias»  pa- 
ra elle  e  seus  descendentes,  em  1565»  da 
nple  a  regência  da  cardeal  D.  Henuique  — 
depais,  cardeal«pei.> 

1  4.Tnotar,  pòrlnguéz  antigo—  significa  — 
taíer  moitas,  valias,  mi  tapumes,  pafa  res- 
gaardo  de  qualquer  fazenda. 

^  Çazom,  saçom,  saz^m^  sazão,  e  sezão-- 
porlagaez  anijge.  —  Urnas  vezes  se  tomava 
por  occasião,  tempo  próprio  e  oppoftuno  — 
e  outras  pelo  tempo  de  um  ânnointeiro.  De- 
vees  podar,  amurgulhar,  cavar,  e  enpaar  a 
vinha;  e  o  olival,  lavrallo,  e  abrillo,  e  amo- 
tallo,  e  stercalla  de  deus  em  dous  annos;  se- 
gundo husso,  e  costume  da  dita  cidade,  e  nos 
tempos,  e  saçSes  convinhavees,  DocdeS. 
€bristovão,  de  Coimbra»  de  1392.— De  çazom 
Tem  sasonar. 

Vem  do  gallo-celta  saison — estação  pró- 
pria, quadra,  tempo  próprio,  etc— Também 
se  dizia  gram-çazom,  que  significava  muito 
lempo. 


Sâo-^em  campo  verde»  leâa  d'piurQ,  la» 
paiaado  de»  púrpora,  aiimado  4e  ^uíspo,  • 
atravessado  peio  peito»  ppr  .ai»f  laoç^  k 
pfttU,<eom  fspa  de púrpanL,,xipe  Ihesie 
pelas  /eoetae,  e  lançando  ^ngup  pela  ferida 
O  leão  eaiá  aobre  um  coniraebeíe  esueito, 
dexNodasda «zi^l  a  prat^  Elmo  de  aço abv- 
iCK-tlmbie,^  meio  bomjBm»  de  írenle»  vestia» 
de  ptkpara,  tom  iiaetade^dabastea  da.liB- 
ça  na  mão. 

Jaaqnin  joa^  de  Oliva»  justipcqa,  ser  ia- 
eendeate  d*esia  Camilia»  a  a^  Iba  p^^ssoacv- 
ta  áe  bratae^oi^esias  meamas.arf|U|^  eip  li 
d0deiembrot4e  17^  :,...  .    f,.... 

Outros  do  mesmo  appellido»  iiaam— «i 
HUimpo  de  púrpura»  um  esquadros  Je>air 
pioteirOy  de-  prata»  semeado  de  ^pas  é 
purpura.  O  elmo  e  timtbra  4oa  aputeced» 
tea.  '•.,...,, 

OLIVáJBS  *—  freguezía,  Extrei^adura,  et- 
lisça  de^coaeelbo  de  sea:m)me^  c^^oiarca^P' 
triarfihado,  distric^o  admirnstcaiUv^),  lenme 
6  kMometras  -a  ^<B.  de  JLisboa»  7ÔP  fògoa 

Orago»  Santa  Maria»  QU.Nospa.^iibQi]|è 
Rosário,  dos  Olitvaes.*-^.'  estação  do.eii» 
sbo  delevro  do  norte.  eJeste«,(Afi.*  é  noFi' 
ço  do  fiiâpe»  d'e&to  .ceneetlio.)  i . . . .    . . 

OPori.  S$crQ.€  Pi^of,,  nào  trazesul»' 
guezia,  por  esquecimento,  pfMaiâ^xtstíal»' 
via  mais  de  30i&  annos^. qnaado,  mq^BUa^ oln 
foi  pabiioada.  *->  O  aelual  príoc»  lem,  ék^p 
de  altar  e  mais  rendirneptoa  .paroqliiA 
1714300  réís-T- derrama^  3»8«8QO  rota 
taL  5001000  réis. 

-Efte  concelho  (ereado. por^deereto  dei 
de  Mlembro>de  iÂ5l>  ó.  «ompofte  ,de^9i  fi» 
gatzias»  iodas  no  patriareliador-aaa-nAaB 
xoeira,  Appellação»  Arrpyos{exUaaHirosf 
Lisboa),  Beato-AplOBio»  QuoelU^  Cacnanfc 
Gamfoti&rande»  Cbarneoa»  Fanbõea»  FúM 
Loures,  Lousa»  Lumiar»  Qlivaeay  Povoai 
Santo  Adrâo,  Sacavém»  Tadiha^  T^ial  (S^ 
Antão),  Tojaltntko  (ou  S.  iulião  da  1(^ 
Unàos,  e  Via-Looga  —  todas  com  6:^001^ 
gos.  Teve  no  seu  principio,  a  freguezia  * 
Santo  Eátevio  das  Galiée»  qup  paaaou 
para  o  concelho  de  llafra« 


A  povoação  dos  Olivaes»  está  siinadi  tf 
terreno  levemente  accidentado»  porém 


ou 


OLI 


245 


toptrior  ao  Direi  do  Tejo,  e  aponcâ  distan- 
da  da  sua  margem  direita.  O  sea  território, 
alternado  da  frondoaos  arvoredos,  bonitas 
casas  der  eampo/eõm^snal  (fointas,  e  alguns 
togares,  tornara'  o  srtio  sobremaneira  agra- 
dável, ferfll  0  aprazirel.  Tem  esta  povoação 
apenas  uas  50  fogos,  com  200  almas. 

A  egreja  paroeliial  (Santa  Maria  dos  Oli- 
vaes)  ó  anttqoissima,  não  se  sabendo  per 
qnem  nein  gnando  foi  fnndada.  O  que  se  sa* 
be  é  qoe  }á  existia  em  1420. 

Segundo  a  tradição,  a  Imagem  da  padroei- 
ra appareceu  em  um  oNval,  dentro  da  cavi- 
dade do*  tronco  de  tima  oliveira,  e  d*aqui 
veio  o  nome  â  Senbera^^e  depoia  á  írsfgme* 
aia. 

Refere  o  Sãmctuario  Marianno  (vol.  L% 
pag.  420)  que  a  «ongregação  dos  cónegos  de 
S.  João  EvangeHsia,  de  Portugal,  teveprm* 
Gípk)  pelos  annos  de  i420,  reinando  D.  João  I» 
e  que  a  primeira  ^asa  qtle  tiveram  foi  esta 
egreja,  quelbes  foi  offeroeida  peio  prior,  qne 
«itao  era  d^«sta  freguesia  «^«qna  era  paro* 
diia,  e  a  mais  amfga  que  se  sabe;  a  qual  le- 
ria tido  atA  atli,  muitos  priores  antes  4'ttste.i 

Os  cónegos  (loyos)  aqni  resiéNram  algum 
tempo,  porém--n9o  se  sabe  porque— o  prior 
da  fregueaia,  arrependeu-se  da  doação  qne 
Voluntariamente  Ibes  tinlia  leito»  e  annul- 
loa^a,  expulsattdo^s. 

Em  1403,  o  cardeal,  D.  Jorge  da-  Gosta, 
uniu  esu  egreja  à  capella  da  Mossa  Senbora 
da  Assumpção^  do  convento  de  Santo  £ki^,  ^ 
ao  qual  d'afai  em  diante,  até  1034,  ficamm 
pertencendo  os  dízimos  da  fregoezia,  e  o  seu 
feitor,  apresentava  o  vigário  dos  Olivaes. 

Na  saohrisUa  da  egreja  matriz,  ainda  em 
1700  se  conservava  o  tfoneo  daioliveifa  em 
que  a  Senbora  appareceu,  e  o  vigário  de  en- 
tiOy  o  mâttdou  arrancar. 

É  formosa  a^sltuaçào  da  egreja  raatrli,  a 
<|nal,  com  algumas  casas  que  a  cirenmdam, 
eatá  oereadn  de  frondoso  arvoredo,  vendo-se 
a  bonita  povoação  de  Sacavém,  a  Póvoa  de 
Sanu  Iria  (edlQcada  a  beira  do  caminho  de 

*  Onde  o  mesmo  cardeal  mandou  sepuiur 
os  cadáveres  da  infanta  D.  Catharina,  filha 
do  rei  D.  Duarte  —  e  de  D.  Leonor,  saa  ir- 
man,  que  nasceu  a  25  de  novembro  de  1436, 
e  falleceu  em  1463. 


ferro  do  N.  e  L.,  qne  tem  aqui  a  sua  4.*  es* 
tacão,  e  doa  próximo  da  margem  direita  da 
Teje).  Depois  segue-se  a  cordilheira  de  maih 
tos,' em  cujaa  íálda»  estão  aavillas  dr Alver- 
ca, Alhandra  e  Yilla  Franca  de  Xira.  O  Tejo 
magesloiso,  remata  ao  S.  este  formoso  e  vas- 
to panorama. 

A  estrada  que  de  Lisboa  conduz  aos  (M» 
vaes,  passa  jonto  do  arvoredo  que  cérea  a 
egreja. 

O»  paços  do  eoneelbo  dos  Ollvaea  estive- 
ram muitos  aanos  no  Gampe^Grande»  a  8  ki- 
lometros  da  egreja  do»Olivaest  ^ 

No  logar  de  MarvHla,  d*esta  freguezia  ^oL 
5.^  psg.  118,  col.  1.*)  está  o  celebre  palácio 
e  ^nia  ia  àlUrm^  do  qual  alli  faUel ;  e  de* 
pois  a  pag.  344,  col.  2.*,  do  mesmo  voluma. 
Aqui  accrescentarei  ainda  o  seguinte: 

Esta  sumptuosa  propriedade,  foi  vendida 
em  1864,  em  praça,  no  tribunal  do  thesowo 
publico,  ao  sr.  D^  Joaó  Oalamanca  (ddpois 
marquez  de  Salamanca)  por  pouco  mais  da 
dez  contos  de  réis.  Fez-so  esta  venda,  para 
que  o  producto  d*ella  fosse  empregado  na 
compra  do  palácio  dofolleeido  conde  de  Ear* 
baeena,  no  campo  de  Savia  Clara,  em  Lis- 
boa^ para  ficar  eerviado  de  residência  aoa 
patriarchas. 

Para  este  palaeio  veio,  em  busca  de  me- 
lhoras, D.  fref  Francisco  de  S.  Lúis  Saraiva 
(2.*  do  nome,  na  serie  dos  pattiarehas  de 
Lisboa),  mas  aqui  faileceu,  em  7  de  maio» 
de  1816. 

É  n*esta  fregueiia  a  potoa^  do  Foço  do 
Bispe;  onde  está  a  1.*  estação  do  eaminlMi 
de  ferro  de  Norte  e  Leste.  Também  são  d*ea» 
ta  freguezia,  os  legares  de  Braço  de  Prata 
(vol.  1.*,  pag.  432;  coL  1.*)— Caôo  Rmvo  (voL 
2.»,  pag.  16,  col.  ÍA) 

No  sitio  do  Poço  do  BitpOf  se  afasia  da 
Tejo  a  estrada  marginal,  e  internando-se 

2  Actualmente  está  na  parte  da  frec[aezia 
de  S.  Jorge  (Arroyos)  extramuros  de  Lisboa» 
em  um  prédio  do  sr.  conde  de  Magalhães,  no 
largo  do  Leão,  n*  12.  No  pavimento  ioferior» 
é  a  afferição  dos  pesos  e  medidas— no  L""  aa* 
dar,  a  camará— e  no  2.%  a  administração  do 
concelho,  a  repartição  da  fazenda  e  a  recebe- 
doria.—No  3.»  andar  é  um  hospício,  do  mu- 
nieipio,  que  tem  a  seu  cargo  21  creança?. 


246 


OLI 


OLI 


«B  tanto,  vae  díretu  «o  logar  dos  OAiTâes,  i 
«  d*ithi  a  Saeayem.  .    . 

Antes  porón  de  chegar  losOlmes,  passa 
por  Su  Garoelio^  motieiro  do  religiosos' arra- 
bidos,  sitaado  eas  «ma  plaoiet^y.eeroada  de 
bastos  arvoredos^  -que  lacem  .esfa»3iti0' mui- 
to aprazível.  Foi  este  mosteiro  fiindade  pelo 
aargealo-móri  Joio  Borges  de  Horaei,  «m 
uma  ermida  que  aqui.  existia^  éedieada  a 
Nossa  Senhora  da  Estreita,  em  1674.  Nos 
seus  princípios»  íei  apenas  un  hos^oiív  oa 
casa  de  convalescença*  doareligiosoa  d*esta 
ordem;  mas»  em  1718^  UA  ampUaáo  o  edifi« 
eio,  sendo  então  eonstitoido  em  mosteiro  re- 
galar. É  edíiicio  pequeno  e  de  medvsta  fa- 
brica,  e  em  harmonia  com  a  egreja,  qae  é 
tamhem  de  acanhadas  dimensões,  e  de  maita 
simplicidade. 

Foi  notável  este  templo^  pebcoaeovteo- 
cia  de  romarias  qae. vinham  aqni  festejar  o 
lea  orago,  e  ainda  mai«^  por  ama  asança 
tingaiar  do  povo,  n'estas  occasiões — era  a 
seguinte— ofTereciam  a  S.  Cprneljo,  uns  cor- 
nos de  prata,  ou  de  cera  (segando  o  voto  oa 
promessa  que  lhe  haviam  foito).      vi 

Jnlga-se  qae  isto  provinha  do  próprio  noi 
me  do  santo,  e  de  eJle  ser  advogado  contra 
as  mokstias  do  gado  bovino. 

expulsos  os  relfiMMOSy  nm  4834»  flcDu  o 
vosteiro  «asna  córca  serviodode  residnn* 
da  6  passal,  do  parocbo  da  (f^sioecía*. 

Um  decreto  de  S5  de  Julho  de  IMO^  eour 
fexiu  aos  Olivaes,  o  seu  braeao  d*arroas,  que 
é — escudo  divididoí  em  palia»  lendo  na  i.% 
as  armas  de  Portugal  j  w  S.%  dividida  en^ 
dois  quartéis,  no  superior,  em  cMapaiazni 
a  rainha  Santa  Isabel,  kodo  á  direita,  o  rd 
p.  Diniz,  seu  marido-*e  á esquai^^,-  sea  fi- 
lho, o  infante  D.  Aífonso,  .depoi&IV-r  todas 
as  três  figuras,  ds  prata,  com  C9râas>e  espa- 
das d'ouro.  No  inferior, ^em  campado  ouro, 
duas  oliveiras,  da  sua  cor,  tudo  encimado 
com  a  coroa  reaL 

Symbolisam  estas  armas,  as  pazes  que  fez 
Sanu  Isabel  entce  ,seu.  marido  «  seu  Uho, 
«m  Alvalade,  no  anuo  1323.  Ç^iáibAhaMie, 
€ampo*Grande  e  CampoPequeno ) 

Note-se  que  aqaelle  decre- 
to (que  custou  ao  município 


*       1 


f.  ' 


SOâ^OOO  ráis,  á^  dirmiú^à 
mercê !)  só  mandava  ter  « 
dois  Qlttrooi  iqnartein  âo  o- 
cudott* depois,. asada  prol* 
dentei  eamaca  ver.  vise» 
dn  ÓD  fÉçd  úo  Ltamiar  (Gotfi 
Bonao)  é  que  o  encado  nain- 
gflMDtou  com.  as  armas  de 
PortDgal  a  com  a  coroa. 
.*..  As  oliveiras,  altadem 
bem  ao  nome  da 


^    i 


Tem  1  este  «Mceiho:  .  . 

Fabbicàs  --^d*alvaiade,  i ;  agnarâema;  t; 
bolaeha  <a  vapor)^  i ;  cortiça^  %7  ^esnaaq» 
d*arroz  (a  vapor),  i;  tinturaria  a-emaapsp 
ria,* 7;  lanifloto,  t;  loiça- dé' barro,  4;  Ma 
fina,  I;  massas,  i;  moagom  de  tarkília  (asi- 
poiV^  papel  pàm  esenipia  (avapar)^  I;  pip 
pel  pardo  a  papelão^  2;  sábio,  (H^flebo»  7;  tt 
baços,  %  tecidos  -d^algodío^  t.  •  i 

Ha  n*estBnDoneettao  171  éarres  de  boi%i 
466  carroças,  tiradas  por  bois  otL 
BoSaoaveoi  ha  uma  piaça  deloonM^ 
gorada  em  16  de  maio  de  1872^,  poroceant 
da-  feirar  do-  Espírito  Santo.  .Bslà 
na  margem  direita^  do  :río,  janto 
^aB  condia  â  éstafão  do»  caminha  4a  iiárfit 
epnncimo  relta.  <i 

Ha  no  concelho  (Í67IQ 10  trena*  ér*aÍQga«. 
.  Aindostiâi  ifahrit  é*  quast  exoliiaiTi  é 
Beato  e  Olivaes.    >  •  -^       t 

',  Vem  as  seguíiites^asyles:  na  Beatas  diil- 
gido  pelo  governo,  o  de  tMaria  Pia,»  pas 
nNBdigos  e  io(hnclaabandoaadav*'^aialMB 
os  sexos. —^  Oampo43rande^  a  espessas  ii 
partleutarei»  lnfeBeia.4e8vaMa  ^  sbxo  fe> 
minino.-^Lamiaiv  iniancia  desvaiidaJ(leia 
.léminino)*eipobresafiEitá<4aafnipiiaBMo4>  edi- 
flcio  para  recolher  os  asylados,  qae  sôilofem 
edaBaçdo,-  cáutida-  e  .vestuaria  >  '^ 
^  No:Bdifieie;dQiextiaolo^èoaivcnto«âe-NMa 
Senhora  .djii^«0>neelficx,. de  Marnllo/  wá  • 
asyla'de>  D.  imifl  I,  que  esteve-  em  fiileia. 

'Na>púvoafàs-dosDlivãiiBa  ha  nana  asooia 
de  meninas,  mantida  peia  sr.*  viscondessa 
dos  OiWaes;  a  na  do  ileato,  oalra  soheiiia- 
da  pelo  sr.  conde  do  Casal  Rílieiro^  e  aozí- 
liada  pela  Associação  Humanitária,  do  Beaso. 

Irmandades  e  confrarias,  22,  com  o 


ou 


ou 


247 


diflMBto  ânnoal  (médio)  «a  4:4i8M00  ráis. 

Albergarias,  i. 

Escolas  pabiiea%  noa  Olivaes^  a  Normal 
prímarúide.Lifibofiy  e  maia  15  4o  sexo  mas- 
coIído,  3  do  íéminino,  e  2  míxtas.  Tratasse 
da  creaçao  de  mais  t  para  a  femioino. 

Escolas  particulares,  pagas  pelas  famílias 
dos  ahinnoa:  i  de  pilotagem,  em  Braço  de 
Prata  (dia-se  qae  irá  para  Belém),  e  de  in- 
stracção  primaria,  do  sexomasculiQO,  3;  fé- 
minino»  12b  . 

Escolas  gratuitas :  Para  os  asylados»  no 
Maria  Pia,  uma  .para  cada  sexo;  e  uma  para 
o  feminiiM.em  cada  um  dos  oatros  asylos.— 
%  uma  para  cadasexo,  a  expensas  do  aiv  Av- 
cbibald  Turocrr. 

Associação  de  soccorros  motoos,  filial  da 
Bomaniiaria,  i  no  Beato. 
,  Estação»  do  canúoho  de  ferro  de  lesta,  3: 
Poço  .do  Bispo  -—  Olivaes — a  Sac&Tam^ 

Mioas :  em  Looza,  do  sr.  Jayme  António 
Sobral,  i  de.  cobre,  ferro  e  carvão;  1  detco- 
iire  a  enxofre. 

Direitos  de  portagem,  na  ponta  de  Saca- 
Tem:  J^  e«ft  1873  rendeu  6fc7M85  réis;  abati- 
dos J08  ordeiiados  e  mais  despezas^  eniroa 
no  cofre,  33S|;825  réis. 

MEittABQs:  Gado.-*<  l.^"  domingo,  da  cada 
mez,  no  Campo-Grande  — ^ S.V  Sacavam-^ 
3.%  Charneca  ^4.%  Loures. 

FuifeÁS  — l^.dommgo  d*ontnbn> . até  ao 
fim  do  mez,  Campo-Grande;  bijoaterias,ianS| 
lii^os^  frttcUs,  ate.  (os  3  dias  primeiros»  ga* 
do«)  <      '  *  i 

Domingo  4'Espirito-Santo.  -^  Sacavam,  3 
dias-*^  gado.e  .diversos,  géneros» 

Ida  fevereiro  —i gado •—  Lumiar» 

S4k   .    »      >    .  Idem      idem. 

34  áa^.  agosto —- Idem  (3  dias) -i- Ghar- 


Nomaro  da  propriedades  nrbanas  (actual- 
mente),  2:977,  com  o  rendimento  coUeetavel 
de  106:3944194  réis.*- Rústicas,  7:254,  ren- 
dimenlo  eolleotatel,  293:8054697  réis. 

A  fabrica  de  Janiâeios  éa  Ghellas— fiação 
a  tecidos»  em  Xabregas--e  a  do  Campo  Gran- 
de—  em  1872,  produziram  a  valor  de-- 
196:1294000  réis,  trabalhando  80  bomens, 
74  mulheres,  108  rapazes,  a  32  raparigas. 

Pedreira8Âd*alvenaria,  em  exploração,  6—* 
produzindo,  em  1872,  11:620^  metros  cubi- 
cas, nio  contando*  com  a  do  sr.  duque  da 
Loulé,  ena  Vialonga,  na  ^Censào  de  600  me- 
tros, pois  que  a  explora  gratuitamente  qual- 
quer pessoa  que  Itoo  peça. 

MOVIIIENTO  OA  »<»e&AÇÍM>  EM  1874 

Nascímenlos:  filhos  iegitimos,  varSes...  440 
•       '  t  fêmeas..  358 

i         ditos illegitimos^vardes...  84 
t  ■  •   t  fsneavi.   51 


Total...  933 

Óbitos :  masonllDos. . . « « • . . .  365 

:•      fntnlnós..^ ......335 


Sexta-feira  de  Paixão— gado-^Loocas. 
.  i.*  Oitava  da  Pascho— gado-^Ganeçàs. 

t¥  de  junho  -^  gado  -^  Canecas. 

t9  de  junho  --* gado—-  Loures  (4  dias). 

Domingo  de  Pascboa — gado  (3  dias)  — 
Santo  Antão  do.TojaL 

iO  d'ago8to,*^gaxlo  (3  dias)*—  Póvoa  de 
Santo  Adrião. 

1  FeiU  em  184L 


Total...  700 

D'astes^  50  fellaeeram  nos  asylos.  (A  maior 
morulidada  M  nos  mezes  de  julho  e  agosto.) 
Casamentos 182 

Os  mosteiros  d*e8te  coneelho  ande  ainda 
hk  rallgfosas  professas,  são  os  seguintes: 
l.«--Nossa  Senhora  da  Conoeiçâo,  da  Luz- 
am Arroyos,  freguesia  de  S.  Jorge,  extra- 
moroa. 
2.*^Noftsa  dos  Ifartyres  e  Conceição  —  em 

^cavem.         '         ' 
3.^--Fr0iras  agostinhas  (grillas)— no  Beato. 
4.«»Genegas^  regrantes  de  Santo  Agostinho 
(cruzias)— em  Cbellas. 

RecolhimetUas  na  c&ncêtho 
Rêgo— Campo-Orande— Amparo  (no  Bea- 
ta)--a  Nosto  Senhora  do  Monta  do  Carmo, 
nos  Olivaes. 

Está  aactorisada  a  ereação  de  quatro  par« 
tidos  médicos,  n*este  concelho. 


348 


OU 


OU 


Yae  constrnir-se  nm.aatidoiiro  mnnici- 
pal,  no  sítio  do  Senhor  Roubado  (Aineixoei- 
ra),  o  qaal,  segundo  a  planta»  já  appro^ada» 
deve  ficar  magestoso,  e  com  as  precisasjcon- 
dições  de  aceío  e  salubridade. 

O  governe  auctorisou  esta  construc^o^em 
junho  de  1875. 

Em  1859  foi  creada  uma  medalha  com* 
memorativa,  pelos  serviços  prestados  ao  po- 
vo, pela  occasiao  da  febre  amarella  (1857); 
com  esta  medalha  foram  condecorados  vá- 
rios facultativos  e  empregados  públicos. 

Ha  duas  estações  de  guardas  municipais— 
uma  no  asylo  Maria  Pia^  outra  na  lábriea  de 
tabacos,  em  Xabregas. 

Na  manban  do  dia  26  d*outubro  de  1874, 
86  suicidou  com  um  tiro— no  olival  do  con- 
de de  Vailadares,  freguezia  dos  Olivaes  — 
Lourenço  Marques.  O  vicio  intáme  do  jogo 
é  que  o  levou  a  este  acto  de  desesperação. 
Se  ao  menos  este  exemplo  (e  outros  muitos) 
aproveitasse  aos  jogadores,  ainda  ocaso  nao 
era  tanto  para  lamentar;  mas,  infeliunente, 
nào  approveita,  e  o  jogador,  depois  de  per* 
der  a  sua  fortuna  e  a  sua  consideração  na 
sociedade;  e  depois  de  deixar  a  sua  família 
(se  A  tem)  na  miséria,  e  muitas  vexes  na  des* 
honra»  acaba  por  ser  ladrão  ou  suicida. 

Em  outubro  de  1874,  foram  mamfoatadas 
na  camará  dos  Olivaes,  uma  mina  de  earvie- 
(linhite)  e  outra  de  enxofre. 

En)  uma  terça-feira,  11  de  maio  de  187^, 
teve  logar  a  ceremonia  da  benção  da  nova 
capella  que  o  sr.  conde  da  Redinha  mandou 
edificar  na  sua  quinu  de  Montalvão,  fregue- 
zia dos  Olivaes;  a  qual  capeJla  foi  dedicada 
a  Nossa  Senhora  da  Conceição  de  Lourdes. 

£'  o  primeiro  templo  doesta  invocação^  no 
patriarchado  e  o  segundo  em  Portugal. 

Foi  escolhido  esse  dia,  por  sex  o  aoniver- 
sario  da  senhora  condessa,  e  do  seu  casa- 
mento. .     . 

Foi  esta  ceremonia  feita  com  todo  o  es- 
plendor, havendo  missa  solemne,  a  sermão, 
em  honra  da  milagrosa  padroeira. 


Foram  couvidadoa  para  as^Mfr  a  eHate- 
U7)religi09a»  os  próximos  pi^ifle)  àm^t 
condes  e  os  seus  amigos  nai&iitioiMlk- 
vendo  no  fim  um  esplendido  |anli»v 

Os{nossos  amigos  fidalgos,  aJoafi  imiv- 
gonham  de  ser  fervoroso»  câthol^os, « Ira 
eonfassarem  publicameoto, 

A  quinta  de  Ifontalvão,  pertenceu  ao  «• 
tigo  morgado  de  Montalvão  (revendícat^pir 
Sebastião  José  de  Carvalho  ^  Melia,  dqÍÉ 
l.«  oiarquezde  Pombal,  antês  ^  eeug^^' 
no,  como  se  vé  do  processo  de  revenéUocM 
arehivado  na  Torre  do  Tom^Pj-e  no  caiu- 
rio  da  casa  do  Pombal)  foi  ao)>rogada  por 
bens  da  marqueza  de  Cascaes,  pornadeà 
qual  passou  para  a  coroa. 

£1-Rei  D.  José  I,  fez  doação  dVlla  a  M 
Francisco  de  (orvalho  Daun  (que  foi  oi* 
conde  da  Redinha)  por  alvará  de  l^deji' 
lho  de  1776,  e  carta  régia  de  Í9  de 
do  mesmo  anno;  para  a  lograr  por  si  e 
suceessores  (dispensada  a  Lei  JMnifal)  çm 
a  natureza  de  vinculo,  com  que  »  poisiii 
seupaeo  1.'  marquez  do  Poeilial,  antes  à 
sobrogação  que  d'eila  fez,  pela  sua  fíealBt- 
solução^  de  12  de  setembro  de  I76(K  coflut 
marqueza  de  Caac9^  por  cujo  oèilo.Aaii 
nos  Próprios  da  Real  Fazenda,  em  qoe^ealfe 
estava. 

Por  morte  do  dito  José  Franeísea-^o  Car 
valho  e  Daun,  1.*  conde  da  Bedlolia,  e4^ 
pois  3.*  marquez  do  Pombal,  por  ler  MM* 
do  seu  irmão  primogeuito  o  â.*aiarqii€i  (Bei' 
rique)  succedeu  na  posse  da  casa  da  RedMi; 
e  por  tanto,  da  quinta  mencionada,  o  sevi* 
lho  segundo,  Nuno  Gaspar  de  CarvalhoilMai 
e  Lorena,  conde  da  Rediahai  qa^  láttesA 
em  14  de  maio  de  1865.  .>  . ' 

Partilhada  a  casa  da  Redinha,  peia  M  à 
desvinculação  existente,  coeb#  esta  qoMi 
ao  filho  primogénito  do  ultimo  eoii4^.Afli»' 
nio  Maria  da  Luz  de  Carvalho  Deiim  e  U» 
na,  que  hoje  a  possue,  sendo  notáveis  u 
bemfeitorías  que  o  antigo  prédio  urbano  di 
mesma  quinta  tem  recebido  e  nava3  estt* 
tracções  que  se  teem  feito  de.«de0iiiio. : 

Consta  a  propriedade,  de  prédio  uita^ 
oommodo  e  luxuoso,  a  nova  e  feroiott  ca- 
pella, de  Nossa  Senhora-  da  Concei^  à 


ou 

tioiinfe»;  biàk  pkfà  ttúáklro  e  offieínas  pre- 
cfefirj  A  livítiitA  é  tnvLTUàn,  e  eòtttpSd-se  de 
•v(idM(%'ft^vorès  (9é  f^tlcf(^»  d  iteni'  ánnéxas, 
duas  ietY^éd'éemt^íiékiTâ;toúimÈCllh^e^ 
WâeflèmfÉnd^  Wallè  ãéJndh,  vtilgt)— os 
VAiS^-^^-M  fttmuMro  á  qnfDtá  d'est<^  ho- 
me, e  que  fica  náinífrádâ  ({tie^Tae  dó  Poço 
do  Bispo  para  os  ONyaes  por  S.  Cornelíb)  e 
Oi^otttrè— O  Copífw— nò  «amlolio  qtie  vae 
do  fe^^  ^dá  Lage  para  tMM^  fronteiro  á 
qnlMa^Céra. 

'  B^  aetoalmefite  representante  e  admínls- 
indor  '4a  n^bníssittia  casa  e  condado  da  fte- 
álfllia,<  o  sr/ António' Maria  dá  Lnr  deCar- 
valMDatía  e  Lorena,  3.<»  netodò  i.*mar- 
quwdèPodilml,  caTalUeir o  sympathfeo,  qae 
todos  respeitam  pehs  snas  beRaá  qtialfdades; 
eiipézar  d^ peftencer  ao  partido  legitimfsta 
lA)f ttfgtiez,  codtà  amigos  sincero^  em  todas 
as  itâPèlaMades  politicas,  em  qcte,  fnfétiz- 
Aeõie,  «stSb  dWididcfs  es  poftngaeíes. 

I  'Tnila'*se'de^  eontràtaf  eom  a  Companhia 
40'pí%  Ha  fllaminaçãò  em  di0^rentFá  pon- 
l^dO^ConeeRio.'  Nisto  se-^mpebha  caloro- 
sáhiente,'<^ácttiàl  dfgno  pi^sldenie  da  carna- 
is «í  sr.  tàCM  da  8ifva  Azeredo  Gotltinho 
Cníieib  €a»tl>no;  porMi'i^' poucos  òsren- 
«dfneiittts  dd  oiunieiplo,  pelo  qáe  não  é  íkeil 
o  eamprimento  dos  desejos  d*este  benemerí* 
Wé  pi*e«tatite  eavatheifo. 

'A  estrada  dos  Oiivaes,  desde  is  portas  da 
«Idáda  aié  tiv Pòçdéo  Bispo,  Já  príoeipion 
â'  áér  f  nMUnáâa  agaz,  em  neremlfro  de 

r»,  li  ,•  ( 


ÒLI 


249 


:  i    I 


<  'Hk»<-a  fre(^i1i  dos  Oliváés  a  dístfncu 
llMrft  de'«ar  patHa  do  grafidè  D.  Fhneisco 
4*Almeida  e  Mendonça,  qtle  nMcétt  em  90 
4fc  ifévereire  tie'  1957,'  e^  raHeeéú  bs  cidade 
tfb'  PértiS  em  tft  de  àgostd  de  tôM.  Jaz  ilo 
oeMlterf»  êo  Fraâo  êo  Rip&ttto  (Porto)  em 
ttdi  bttfliilde  mansolea  (f)  èu  frente  da  ca* 
pèllft.' 

'  Foi  I.*  senhor  donatário  da  vifla  da  Pon« 
t»^<«la  9area;  corregedor  e  provedor  da  ci- 
dade dé  Perto;  e  alcaldemór  de  Marialva. 
D.  João  d* Almada  Qàadres  e  Sonsa  Len- 
eiatre^  sen  fifho  (nnico  varito)  foi  i.«  bai^o 
de  Tavardde  (Figueira)  feito  pelo  prineipe 


regente— depois,  B.  João  VI— cm  !8Ò4,  e  i.* 
conde  do  mesmo  titnio,  em  Í848. 

Sua  tinica  filha  (de  D.  Francisco  d' Alma* 
da)  easoQ  com  o  morgado  da  Rolfça. 

D.  Francisco  d*Almada  e  Mendonça,  era  fi- 
lho de  D.  João  d'Almada  e  Mello,  9.*  senhor 
de  Villa  Nova  do  Sonto  d'EI-Hei;  7.*  senhor 
do  morgado  dos  Oiivaes  (onde  nasceu  D. 
Francisco  d*Almada  e  Mendonça);  li.*  se* 
nhor  de  Albergaria  da  Magdalena;  9^  alçai* 
de-mór'  de  Palmella,  etc 

Yide,  para  a  sha  biographía^  o  5.<*  vol.  a 
pag.  300— e  o  6.%  a  pag.  58. 

Ao  sr.  Camará  Leme,  digníssimo  e  íltns- 
trado  empregado  publico  do  concelho  dos 
Oiivaes,  devo  ama  grande  parte  dos  esclare* 
cimentos  que  ficam  mencionados;  pelo  que 
lhe  don  os  meus  mats  cordlaes  agradeci- 
mentos. 

B*  visconde  dos  Oiivaes,  o  sr.  António  Theo- 
pbito  d'AraQjo. 

OLIVAES— Vide  o  !.•  Olival 

0L1TAES  —  fregnezia,  Douro,  concelho» 
comarca,  distrícto  adihini«irativo,  bispado  e 
protímo  a  Coimbra,  i05  kllometrôs  ao  S. 
do  Porto,  204  ao  N.  de  Liáboa. 

I^m  SOO  fogos. 

Oi^gó  Santo  António  de  Ltsbóa. 

No  Casal  do  Maia^  d'esta  freguetia,  tive 
uma  mulher  chamada  Jacintha,  qae  naseen 
em  1767  (no  mesmo  anno  em  que  nascea 
D.  Joio  Vf  f)  Anda  pois  em  108  annos. 

Não  se  entrega  a  grandes  trabalhos,  por- 
que vive  na  companhia  de  nm  filho,  já  ve- 
lho, que  a  sustenta;  mas,  assim  mesmo,  ain- 
da faz  alguns  serviços.  Tem  filhos,  netos^ 
bisnetos  e  trinetos. 

O  mais  qae  ha  a  dizer  d'esta  fregnezia» 
está  a  pag.  38S,  eol.  1.*  é  seguintes,  do  S.^ 
volume. 

OfLIVAl  ou  SANTA  MABIA  90  OLITAL 
—  e  também,  dos  Oiivaes.  Actualmente  a 
anica  freguezia  da  cidade  de  Thomar.  B*  pola 
eõmarca,  concelho,  e  prelazia  d'esta  cidade^ 
no  distrícto  administrativo  de  Santarém,  • 
esti  annelca,  no  ecciesiastieo,  ao  patriarcha- 
do.  Dista  de  Lisboa  190  kilometros  ao  N. 

Tem  1000  fogos. 


950 


OU 


Em  1757  já  tinka  nma  eò  íregaezta,  mas 
eom  daas  egrejas  matrizes,, cada  uma  cora- 
da por  seu  parocho.  e  com  9ÕH  fogos.    - 

Era  até  1834  nullius  dicecesis*. 

Uma  das  ein*ejas  é  dedicada  a  Nossa  Sc- 
shorj^  da  Assumpção^  vulgarmente,  Nossa 
Senhora  do  Olival,  ou  dos  Olivaes^ 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o»  vi- 
gário, qae  tinha  200^000  réis,  derendimen* 
lo  annaai.  1 

A  outra,  é  da  invocação  de  S.  loSo  Bap- 
tista. O, cura  eracollado.  e  da  mesma  apre* 
sentação.  tinha  de  rudimento  anMal  réia 
200^000. 

.  Pertenciam  a  esta  9greíi|,TtQdos  esfregue- 
zes  que  viviam  intra  muras  àa  viiia  (hoje 
cidade)  e  á  de  Sanu  liaria,  os  que  habiu- 
vam  nos  subúrbios  da  povoação^  e  os  que 
viviam  ^palh^dos  pelos  mmks  (granjas  oa 
casaes.)  Ambas  são  coUegiadas. 

A  egreja  de  Santa  Mana  do  Olival,  está 
fora  da  cidade,  e  na  margem  oppostado  Na- 
bão, e  foi  cabeça  da  ordem  dós  templá- 
rios, primeiro,  e  desde  Í3I9,  da  ordem  de 
Clirism» 

O  templo  é  de  arcbifesetum  gotbica,  was 
de  singela  constrttdçad.    •  •<    -' 

Alli  estão  sepultados  oe  mestres  das  dikas 
ordens  acima  referidas^  em  umA  eapella  dé 
eorpo  da  egreja.  Atáiaos  reinados  de  D.  M a* 
onei  e  IX  João  III,  caAa  um  dos  sepultados 
tinha  tumulo  espocial^  sendo  alguns  #e  boa 
eonstnicção,  mas>com  o  pretexto  de  desob^ 
stiruir  a  egreja  de  tanios  mausoléus,  prati^ 
eouise  o  vaadalíenío.de  os  desmoronar,  fti^ 
lendose  a  trasiadae^  p«iva  *  uma  9ò  eápélla 
coffl04isseraos.<  ....    .• 

Perderamse assim  os ê|)itapliiios  que es^ 
tavam  gravados  nos  seputcfaros  de  làfulos 
mortas  ^Ilustres,  ficando  apeiíass  t)S  de  6u^i^ 
dim  Paes  e  Lourenço  Martins.  ' 

.  Na  capeila^már  ainda  se^vd  à  lUsctlpção 
sepulchral  de  D.  Gil  Marttna,  ptiroeiromes^ 
tre  da  ordem  de  Chrisio. 

O  mais  que  pertence  a  *esta  freguesia,  vaé 
em  Tkamar.  .   »  :^   ;  ^ 

OLIVAIr-^(No8sa-  Senhora  do)  Beira  Bai- 
la, freguecta,  conceitio,  comarca  e  1  kilo* 
metro  da  villa  da  Certan,  distrícto  adminis- 


OU 

t**ativo  de  Castello-Braneo;  no  patriarehaèh 
por  ser  do  grão-priõrado  do  Cnalo. 

Fora  da  viilaCda  €eftan,  a  i^itêmelre  k 
distaneia^está  o  sanetuario  de  NêêSf^Saàth 
ra  do  Olival,  assim  denominada»  por  m 
ediftcada^^entre  olivaes;  mas, «seu verdadei- 
ro titulo,  é  Nossa  Senbera  da  Gra^ 

Tcem  muita  devoção  eom  esta  eanta  ima- 
gem, ua  só  OS'  povos  da  viiia  4a  €erai^ 
mas  todos  os  dos  arredores,  ipie  abi  eoa- 
conrem  frequentemente  a  faier  romanas  á 
padroeira. 

A  sua  fesu  principal,  é  a  IK  de  agosto^  dia 
da  sua  Assumpção»  e  se  costuma  fazer  eea 
gnande  esplendor  e  multa  concorreneia. 

Tioha  o  templo  um  capellão,  ao  qttalelBp 
mavam  prior»  eom  uma  ooognia  safOcisata 
para  a  sua  sustentação,  appeseilada  peita 
grãos-priores  do  Grato,  até  1834«    ' 

A  egreja  é  grende^e  bonita,  eom  «resal* 
unrea-*^endo  ser  egreja  matriz  de.  naia 
grande  freguezfa.  Junto  d'ella  ha  boa»  easa^ 
e  ttma  quinta,  pertenoenie  aos  priores 

O  sitio  em' que  «stá  a  egr^a  é  algum  ta» 
to  elevado  do  terreno  drouorfísreiíte^-^ó-iui 
legaralegre^  ameno  e  mnito  fémosob  - 

lianto'  ao  altar  de  Santa  Gatharitin,  'víivni 
e^mnrW, 'ha  um  nicho^  onde  esteve  merisée 
tOO(  aunos  uma  estatua  ^o  santo  eoudesla* 
vel,  D.  Nuno  Alvares  Pereira.  Um  prier  a 
de^ez,  e  eotloeott  em  aeu  logar  amaina- 
gêm  éoB.  Braz.  ' 

*■  lorgé  Cardoso,  no  seu  À^oiogio  <P.  3^ 
pag.  Si7)  refere  o  caso  "da  maimra  ie« 
gnlutè:  •  '^  i  * 

«ilabém  poucos  annos,  tfue  Unha^omeS' 
«rao^^sndesiávei',  imagem  de  inlt(]i,'ii*egre- 
«]a  dè  NéssaBenhora  do  Òlivai,  na  Geita^i 
como  nos  a£Qrmaram  pessoas  tidedlgnaSie 
d'alH  ufltnraes:  Era  eifa  de  cera,  «Mum 
kimana,'k  quai  recorríamos  íebHeiíanlH 
dê  todò^aquetleeoointomcK  e tinudoFon 
migalha  de!  oera,  d*ella,  trazida  íaoT^scop^ 
cm  ttomina,  por  rellqtiia,  cobravam  per- 
feita saúde.» 

«Considerando  um  prior  d'estaegr^aqoe 
em  breve  levariam  a  estatua*  aos  pedaço^ 
tratou,  amblíaoso,  de  seaproveitar  dõ  qoe 
pesava,  e  assim  á  desfez,  e  derreteu,  paia 
seu  uso,  ou  para  vender.  E'  fama  constaB« 


ou 


ou 


251 


^tê^h^ntn  êijúM,  iine  padeesv  por  esit  eon* 
«sa,  o  tal  prior,  e  todos  os  soas  parente^ 
«lawsi  mtaalhos.  •'  miseiits. » 
Oli^.so/aaí,G6rtaQ  quo^ôto  aeonteeiíi  pe» 

Soppõe-sfr  4ae  ícâ  fundador  d'e$lâ«grQÍa 
o  próprio  .eoilideaiavel.  '  >  * 
;  ÂUyÂJi-7r4re|^etia^  Dom»^  eoocellio  e  13 
bjlonBtrci  ao  S<  E.  da  Qata^  oonarea,  h\^ 
padoKdJstrieto^adoiQífilratíiro^.e  i^kilomo* 
trpBMi&E»  da  Pontas  dOd  ao  R  de  Lis* 

boa.  }     : 

.  i  T(9Bi  3S0  fagaa< 
JSoi  i7{^7:iiiaba  227  fogot . . 
Ocago  Saou  Maria  (Mosaa  gÉHlyira  da  la» 

0^'ffabida  da:iSá,  do  Pacto^  apraaonUTa  o 
ahb^.  jgí^  liiiJ»a  <  4004M0  réia  de  rendi» 
maato  aoniut»^ 

.  Afgr^a^éantbilttisrivaa^efoffstaqiaaboa- 
Tft  aioi  a».4i»08laira  de  (rairaa  to^oedioli» 
nas,  qae  Do.Qmdo  seeuloXV,  se  aii«ao.da 
S.  Baii^i4^  Aye*lburjia»  4a;ci<Me  do  fior- 
i^0.qii«ia  ^aoljKui  r^sidlaBiHa  do  paroelio  ó 
l»9a.pafjia4*-0A90.io^(eira. 

E8U..fiwgii^a».|ikar4e  pel<>  N.  eama^fi• 
V)9dr]i9ao^^liqlH»^B%  ppsaa  hiaima  aniifa  pe- 
la aan,  íampap  mosteiro  .  d^  monges^  kai»r 
toii,  Vkm  4o9  príQcipaes  que  bonve  em  Por* 
tiMEal» 


^     Ml 


*.  I 


.  Pelo.  M.  O.  e  N.  parla  eom  a  grande  Ire* 
gueiiade  Avintes,  ficando  a.^axtrevida^aN» 
d4  fraga#aii(  d<^.01|val,  próximo  da  awMPgem 
eaaiiftf4a(i4«iDaarow  .  » 

E*  terra  muito  fértil  em  todos  os  geneioa 
jmr^QUA.4«i  ^Q96ap}|t?«  e  ignito,  abundante 
4^f  oaa^^af^  pi;iuaíiu4ffl«ntft  49  piqhairowi  > 

,  Cci4  mi^itA:  gi4o.  j^^mti^m  «w^m  pir 

?a^4Praiiflle  4)oqmer^Q)  epQi>a  eirada  ika 
Poriaii4fmia  p^l^  rj(^  .Dofiff^  ooohi,  pela^air 
«Vf^.i;<^li  .âe  1^*  c|a8Aab.de,|iiaboai4ii^Dofk^ 
^pae  pa«padPJr Aiúp^  4:«na  (ragoefí^:. 

, S*  4aA»)^  abpn^Au^e ^ p^»  quelhe 

^ona  da  eosta,  do  Porto  e  do  Doarq,. 

Vide ,P^<(roio«  t  .   .  :  »    ., 

0U7AIr-fref  s^ezia^  ExUemadoray  eonee* 

IbQtde  Viila  Nova  d*Ou^m»  eomarcai  da  Xbo- 

xpar,  24  kjlometros  de  Leiria»  i30  ao  N.  de 

J^latXML 


'  Tem  900  Ibgos. 

Sm  I7S7  tinha  fMX>  fogos. 

Oragty  Nossa  Senhora  da  Purificação  (vul- 
go Candeias.) 

Bispado  de  Leiria.    ' 

Distríeto  administrativo  de  Santarém. 

Esta  fregueera  era  filiai  da  collegiada  de 
Ourem.  Tem  etira  e  coadjutor,  que  até  1834 
eram  apresentados  pêlo  cabido  da  dita  col- 
legiada, que  ihes  pagava,  e  fabricava  a  egre- 
ja*  O  enra,tinlta  de  ordinária,  80  alqueires 
de  trigor30  almudea  de  vinho,  em  mosto;  5 
slqoeives  de  azeite;  e  as  oíTertas  da  egreja 
e  ermidas. 

O  ooadjntor  tinha  lOjOOO  réfs.  Nio  tem 
restdeoeía  própria.' 

•  Haaqal  nma  ribeira  (vafsea)  muito fires^ 
ea.e^e  muita  mitidade,  com  muitas  vinhas, 
pomares,  quintas,  olivaes,  fontes,  e  um  rio^ 
que  corre  ao  longo  d'ella,  e  a  rega  e  ferti- 
liza, e  faz  mover  muitos  moinhos  de  pâo. 

Traz  algum  peixe^ 

■ 

Oapella,  f^hergaria,  e  hospital  do  Po- 
b£tal,  n*esta  froj^ezia 

Martim  Annes,  clérigo  e  beneficiado,  que 
foi  na  egreja  de  Santa  liaria  d*Oorem,  ins- 
tituía, em  137 i,  n'esta  freguesia  4o  Olival, 
uma  eapella^  eom  missa  qnotodiana,  e  o  ca- 
pellâo  obrigado  a  reear  n'ellaaa  koras  ca^ 
timiaas;  nainHiDdo  administrador  para  fa- 
aer  enmprir  estas  e  mais  obrigações. 

Goai  a  eapella,  institois  uma  albergaria, 
com- 4  leitos,  eom>saaa  camas  —  dms  para 
casados  e  duas  para  solteiros — separados 
uns  doa  otttrosr-e^  mandoH,  q»e  aos  pobres, 
emqaanto  aMi  ealivessem  doentes,  que  nào 
podessam  sahirdo  hospital,  se  ééssefogo, 
lenha,  sal,  larinlM^  vinagre,  azeita  e  frangos; 
A  Oiqpe,  sobejasse  4aa  rendas  dos  bens,  que 
conaignou  a  esta  ^a:de  caridade,  se  repara 
tisse  peles  pobrea.< 

.  Ibadou  maist  qne  dois  beneficiadas  da 
egr^a  d*Ourem^  visitasaem  todos  os  annos 
esta  albergaria  e  bens  eojeitos  a  eila,  pagaa- 
do-se-lhes  o  trabalho,  â  costa  das  rendas  da 
albergaria. 

Tudo  lato  consta  da  instituição,  que  está 
na  oapeUa,.o  ao  cartório  da  mesa  episcopal, 
do  bispado  de  Leiria. 


252 


OU 


OU 


Gomo  não  limitoa  o  qae  se  iMiTla  de  dar 
aos  dois  vísiudores,  o  bfspo,  D.  Mártioi  Âf- 
fODso  Mexia,  per  visUação^  em  1614,  arbi- 
trou 400  réis. 

O  edificio  da  albergaria  está  peijto  da 
egreja. 

A  sua  visitaçSo  e  a  da  capelia,  é  prirati- 
Ta  do  prelado  da  diocese,  oa  do  seu  visita- 
dor. E  assim,  pretendeu  o  bispo,  D.  Pedro 
de  Castilho,  que  a  tomada  das  oontas  da 
coDfraria  e  a  visitação  dos  hospitaese  alber^ 
garias  dos  dístríctos  d'Oureiii  e  Porto  -  de 
Mós,  fossem  privativamente  da  sua  Jofísdie- 
çâo,  como  era  nas  mais  partes  do  bispado;  po- 
rem o  rei  lhe  indeferiu,  mandando  que  nos 
ditos  dois  dlstrictos,  e  nos  de  Aljttbartoia 
e  Alpedriz,  tomasse  as  eooias  das  confrarias, 
o  visitador  ou  provedor  da  contarea,  o  que 
fosse  primeiro. 

Ha  n'esta  freguezia,  as  ermidas  segninlee: 

Nossa  Sefíkora  da  Guia^  na*  síldela  de 
Maçomodia.  Foi  construída  em  Í601,'  o  do- 
tada por  um  particular. 

Nossa  Senhora  da  Graça  —  no  logar  da 
Gondomaria.  Foi  feita  por  visitação  em  i603. 
E'  fabricada  pela  sua  confraria  e  pelos  mo- 
radores do  logar.  * 

S.  Sebastião,  fnartyr-^èwi  ^"€«10  dia  ea« 
sas  que  foram  de  Thomaz  Pedroso. 

Foi  construída  e  dotada  por  elle,  em 
1604.  Consta  do  L.«  2.*,  do  registo,  a  fl.  90$ 
mas  alli  diz-se  que  é  da  invoea^o  de  S. 
Domingos.  A  escriptura  da  fabrica,  está  no 
cartório  da  camará  eccfosiastica  do  bispado 
de  Leiria. 

S,  Martinho,  bispo^xnm  limttes  do  logar 
da  Soutaria.  Foi  fefta  por  devotos. 

S:  Sebastião,  martyr  (8.«)  —  no  logar  do 
Rosouro.  Tem  fabrica  particular. 

Nossa  Senhora  da  Piedaéh^no  logirda 
l^rgueira.  E'  fabricada  pelos  devotos. 

Santa  Barbara,  virgem  martifr^^nsa^n- 
la  que  foi  de  Paulino  Mendes.  E'  fabricada 
pelo  proprietário  da  quinta. 

Santo  André,  apostolo  —  na  TentaMiaria. 
Tem  fabrica  particular. 

Nossa  Senhora  da  Esperança—jm  Ribeira, 
junto  às  casas  que  foram  de  Gaspar  Vicente 
Martins;  mandada  fazer  por  ^h^  e  a  dotou 
com  rendas  para  a  sua  fabrica. 


Natêm  íSmkÊra.da  Camteiçiê*  na 
Ribeira.'         ''•.'•..> 

B^  anilqnisaima,  o» foi  nedUleadait 
1578.  Tèm  confraria  a.eQmprMaêeio»1eofll^ 
mado  peio  cardenl^rei,  !>.•  RenriqM^^m 


«'  -. 


Tem  «sta  eapella,  om  auto  do  aá/W.  4i 
6(1  a  70  aiqaelnoB^dÉaaeitB.  Tem  umat  vurii^ 
que  4ÍL,  teumo  oédio,  400  almuéee  dev^ 
nlNi  Sete  alqueire  do  trigo  de  Nlr>*^«Hl 
§  tantas 'réis  em  dinheiro»  d»  oatn  iih 
zenda. 

Tem  obriga^  de  ceHo  numera  4enii- 
sas,  pelas  almas  dos  que  deixaram  eniaafi- 
zoAdsSyiopoloe  cabidos.  .^ 

Tom  obrigação  de  ter  oito  toebas  Mn  0|- 
rem,  oHo  em€ei^io  oito  na  EgvciarJfoia, 
em  MifiU  fechadas;^  dois  mordomo^omia- 
da  orna  d'estas  partee,  e  o  neoeaeario  pan 
emerrir  os  irmioe  do  oada  nmti^  4i*t^%  e 
de  mandar  diaer  uma  missa  poln  alma  ds 
cada  m.    - 

Ita»  também  obrigaçio  de  «nlonar  «s 
pobres  ffaitliitaaMnio»  e  mandar^lhea^dlnf 
uma  missa  a  ead»  om^  por  soas  alomsi  Vm 
Ikespitil,  qoe  instituiu  Diogo  da  Praçoi  e  Ihi 
doMi  40  aiftteires  de  trigo,  o  4oi»  di 
atoite.  '    * 


Tem  uma  grande  feira,  a  8  de 
brd. 

No  Bêíreito,  aMeia  d*esta  fregttem^  m 
extremidade  por  onde  confina  oom-n  de  Frei* 
xianda,  umbem  do  concelbo  d*0Qr6n^  eiii 
a  eaj^tta,  deneminada  de  Nassa  Semkêra  á» 
TMfteAo,  á  qnai  anda  ligada  uma  traditit 
poptlari'qiioiem^>dosos  vizoa  deeeimi 
Hieto  Mstorioo;  é- o  seguinte: 

O  conde  de  Gastelio  Melhor,  D.  I^Ete  di 
Souza  e  Vasoonceiloa,  ascendente  doa  amr 
queeès  do  nseemo  titulo,  sendo  pervegoíii 
pelos  fidalgos  da  eôrie  de  Dt  Fedro  II  i^ 
fora  aceiamado  rei,  em  itdoaeientoodB 
Id83,  no  próprio  dia  em  que  láUeoera»  pn* 
so  nos  pa^os  reates  de  Cintra,  oeu  Infètta  i^ 
mão,  D.  AÍTottso  Yl)  sendo  pers^nlda,  dígis 
logo  n*esse  mesmo  anuo,  por  ser  amigo  o  va- 
Hdo  do  monarcha  Callecido,  ftigiu  de  Lisboi^ 
e  veia  asylar-se  n'esta  aldeia  do  Eatreín 
(que  é  cercada  por  uma  vasta  ebanaem)  • 


OLI 


OU 


253 


qtte  Mj  dMtf^do  em  tnios  de  toviidor, 
pMsára  alguns  mezes,  vivendo  na  eaaa  ét 

xi^^rnébêéí^tmmpo..'.:         ...  r    .-i 

Jttl|«v4Lié^o  'éoado  àiaiina  «itoheFlo  da 
vindicta  dos  seos  inimigos;  ponm^  aaonlir» 
ttoên  tMMar  pM^  ai|«i  irer<eavalWnw  vin- 
dos de*  Uítoot  (ul  vee  dei  'prq^íta  a  piocii- 
fal-i6)  '«Éi>oocaálãò  qne.enciMiée  eegiiia«in 
lavrador  qá»eondiiiía  ubm  earead»  de  aaí- 
le;  4$i<ifende>  quer  cfdavaUeireeirepaffavam 
muito  n'elle,  se  foi,  disfarçadamente  esoon- 
der  tta'«m  vaile;  pebr  onde  mrre  ima 
ÊésOél     ' 

Os  cavalleiros  inetanun  eomoo^JaifAder» 
pártf  que  lhes  díeseaie  be  aqneiie  et»  com 
eífelto^o  OQBíde^ie  lhe»  iodieasaft^)  útío  para 
oiêsrelie  haviahido^att  qdSi  o  tavrador  nee* 
ponden^  *i|iie:^  nem.uiiietie^era  eonde»  mas 
nm^táviPadordo  legary  nem.  aabía  para  4mde 
liiriía  bldOH^  fezendo  camiÉlio  pUB'  o  si- 
tie onde  sabia  qae  o  conde  estava,  esoonidi- 
'  4o;  «dsiéairegen  sobrr  elle  ledà  A.camda  de 
mátto;'fni0tRaaio^  assimas  peafoiaae  dos 
c^t^ãos^  qmeilfeeBpevaB^adoa  de  ai^hacem 
4^  teonde^  âe  fomm  por :  onde  Ihibam  vindo; 

O  dende,  «ahiudií  entío  4i^aea;  esceiuderii 
jo,  declaroa  qae  tinha  escapado,  por  mlla^ 
gre  de  Nossa  Senhora  do  Testíoho,  de  enja 
ittM^mtaitd»ra-8Bmpre«€0inpftDbado;«  lo- 
go alli  fez  voto  de  lhe  erigir  ama  capeUa» 
iii'a(qfiell»  meemo  sitão^ie^  de  a  dotar  eom  os 
meios  neoessarioi^  paimnWUar.ae4iier>mi8* 
sa  âos  domingos  e  dias  samsliâcadoft 
*  O  t«Qde  6afA[M!ia.  i  proneeea,  «arigipdo  a 
eap«lla(  ia*  sebs vdeaceiídeoA^  leeja  oimipri- 
Ho  tei^iesamence  at  promesaa;  4o  nm  «as- 
cendente, Guidandofia- sfta  fabrica^  e eoítò 
divino,'  e  aiadK  aeluaknenle  alU.ee  dizem 
mlseaé  nM  éias  d*eUa. 
•  José  Dias  Antunes,  iHOMlOfâo  lavrador 
qné  encobria  o  ednde,  ^6  qne>  aáminíMa  os 
'- reaêlâaeios  da  cafclla,  e.<esida dasnalá- 
briea  e'eátio. 

Para  eorro^mr  eitta  tradição^  eslâi.  en- 
iradal  da  eapella  a  seguinte  ioscripçaa: . 


AQUÍ  ESTEVE  '     "     ' 
LUIZ  D£  SOUZA  S  VASGONCBLLeS, 
OONDS  PE  CASTELLO  IIELBOB,  POR  MUiTAS 


»i  » 


SmANAS;  o  OUAL,  INVOCANDO 

O  SANTÍSSIMO  NOME  DE 

NOSSA   SENIIORA    DO    TSSTINHO, 

'  ^       TEVE  &tJA  DEFXSA. 

1683 


' '  Còdsta  que  exfster  no  cartório  da  familia 
Castello  Melhor,  am  documento  que  prova  a 
tradl§5o.   ^      ^     :' 

Aegreja parochiai da freguezia,  está  fora 
da  povoação,  nositio  chamado  Adro  de  San» 
ia  Maria.  Tem  nove  degraas,  que  se  descem 
para  a  poeta  principal,  e  d'esta  para  o  corpo 
da  egreja,  ainda  roais  oito. 

OUVAL  — ^  aldeia»  Deira-Baixa,  comarca» 
eonoelbo,  freguezia,  e  termo  do  Sabugal.  To* 
moa  este  nome,  por  causa  de  um  grande  oli- 
val que  havia  aqui,  e  que  foi  de  D.  Álvaro 
4o  Oiival,  no  reinado  de  D.  Pedro  I— É  does- 
te cavalleiro  que  procede  o  appeliido  nobre 
de  alguns  dos  IHivaes. 
'  As  armas  doestes  Òlivaes,  sap :  em  campo  de 
prata»  doas  oUydras  verdes,  em  faxa,  cora 
azeitonas  d'ouro.  Elmo  d'aço,  aberto;  e  tim- 
bK^  uma  das  oliveiras  do  escudo. 
.  OLIVEIRA-- antiga  villa  da  Lusitânia,  na 
aeiual  província  do  Minho,  concelho  de  Fa< 
fe.  Estava  fundada  junto,  ao  rio  Cêlho.  Yé* 
ae  mencionada  po  livro  da  condessa  Muma* 
dona.  »  . 

Não  ha  bo|e  vestígios  de  semelhante  po* 
voa^,  ou  mudou  de  nome»  e  não  se  sabe 
qual  das  actuaes  povoações  d'estes  sities  te« 
ve  aqueUe, 

OUYXIiUl  (Paço  da)— antiga  casa,  do  Mi- 
nho, unida  á  nobre  casa  do  Tanque.  É  da  fa- 
mília dos  melhores  Yasconcellos»  da  provín- 
cia. Trami  por  armas  —  em  campo  preto^ 
ili^B  toxaa»  veiradas  econtraveiradas  de  pra- 
ta e  purpura.  Timbre,  um  leão  preto,  faia- 
da das  três  taxas  das  armas. 

OUY£IRA  <Santa  Maria  de)  —  e  também 
OuvBiRA  DO  Mosteiro  —  freguezia,  Minho» 
comarca' e  concelho  de  Yilia  Nova  de  Fama- 
licão, i8  kilometros  ao  0.  de  Braga»  360  ao 
N^idekLisbQa,  i601bgos. 

Em  1757  tinha  i30  íogos. 

Omgfl^  Sania  Maria  (Nossa  Senhora  da  As- 
sumpto).    . 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 


254 


OU 


OU 


Foi  do  antigo  julgado  de  Vennuim.  Foi 
villa. 

O  prior  do  convento  de  S.  Vicente  de  Fó- 
ra,  de  Lisboa,  apresentava  o  vigário,  qne  ti- 
nha 140^000  réiâ  de  côngrua  e  o  pó  d*altjur. 

Estiveram  annexas  a  esta,  as  freguezias 
de  S.  Thiago  de  Figueiredo,  e  de  S.  Marti- 
nho dos  Leitões. 

É  terra  fértil,  e  cria  muito  gado. 

Teve  um  mosteiro  de  cónegos  regrantes 
de  Santo  Agostinho  (cruzios)  edificado  junto 
ao  rio  Ave.  Foi  seu  fundador  Árias  de  Bri* 
to,  avô  de  D.  Soeiro,  em  1033,  i>ondo-lh6  cle« 
rígos.  Foi  seu  primeiro  prior,  D.  Antão.  O 
fundador  lhe  deu  todas  as  herdades  que  ti- 
nha na  villa  de  Oliveira,  em  Garrazôdo^  • 
em  Subílháes. 

Seu  neto,  o  dito  D.  Soeiro  de  Brito,  reedi* 
ficou  e  ampliou  a  egreja  e  o  edifício  do  mos* 
teiro,  e  lhe  augmentou  as  rendas,  entre  el* 
las,  a  das  pesqueiras  do  rio  Ave,  pelos  an* 
nos  de  i200. 

Pedro  Aunes  Coelho  (irmão  do  prior  does- 
te mosteiro,  D.  Fernando  Pires  Coelho)  e  sua 
mulher,  D.  Margarida  Paes  (outros  dizem, 
Margarida  Esteves  Tdxeira)  doaram  a  este 
convento,  três  casaes,  na  terra  de  Vieira; 
com  obrigação  de  missa  quotidiana,  e  de 
terem  os  frades  sempre  acceza  a  alampada 
da  padroeira. 

Domingos  Martin^  abbade  de  Castelloes, 
lhe  doou  a  sua  qwnta  de  VUla-Pouca^  e  o 
campo  de  Real,  pelos  annos  de  1340. 

Este  convento  foi  unido  ao  de  Santa  Cruz 
de  Coimbra,  em  1599,  e  para  lá  passaram  to- 
das as  rendas;  porém  depois,  algumas  d*es* 
ias  e  o  padroado  da  egreja,  passou  para  o 
mosteiro  da  mesma  ordem,  de  S.  Vicente  de 
Fora,  de  Lisboa. 

OLIVEIRA— aldeia,  Beira-Alta,  freguezía 
de  Lourosa.  (Vol.  4.%  pag.  466,  coL  1.%  no 
fim.) 

No  logar  de  Oliveira,  está  a  ermida  de 
Nossa  Senhora  da  Expectação,  ou  Nossa  Se- 
nhora do  Ó,  vulgarmente  denominada  Nos- 
sa Senhora  de  Oliveira. 

A  aldeia  d'Oiiveira,  fica  5  kilometros  a  E. 

de  Viseu,  e  800  metros  ao  O.  do  rio  Dãow 

A  capella  fica  ao  £.  do  logar,  ficando-lhe 
o  O.,  uma  grande  extensão  de  vinhas  e  po- 


mares, que  íazem  o  sitío  formoso  e  de  moi' 
U  aaienidade*  Ao  E.,  ha  também  vastos  oli« 
vaas,  terminuido  em  uma  serra  d'ondê  m 
descobre  um  extenso  e  variado  hõrisonte. 

A  capella  é  ampla,  o  tem  o  altaivmár  e 
doii  laleraea. 

A  festa  da  Senhora^  é  a  18  de  dezenhro^ 
qae  é  o  dia  do  seu  orago. 

T«n  uma  irmandade  muito  antiga,  cajos 
estatutos  foram  approvados  em  sede  vacaa- 
ta,  DO  anno  de  I67Í(  (muitos  annos  depois  ái 
existência  da  irmandade)  pelo  doutor  bio- 
visor  do  inspade,  Duarte  Pacheeo  â*A]lNh 
querque.  Suppde-se  que  é  a  reforma  deon* 
troB  antigos  estatutos. 

O  papa,  Urbano  VIII,  por  breve  de  1619^ 
concedeu  a  esta  irmandade,  muitas  graças  e 
iadulgeodasi.  Constava  ella  de  iOO  imãos 
seculares  e  nove  ecelesiasticos;  alem  dos  ia* 
pranumerarios. 

Podem  ser  admittidas  á  irmandade,  todas 
as  mulheres  honestas  e  virtuosas  que  opf^ 
tenderem;  mas  dão  de  entrada  4Jtô00  réu. 
(Os  homens  dão  só^VOO  réis.) 

Os  nove  sacerdotes  de  numero,  «ão  obri- 
gados a  cantar  os  officios  dos  irmãos  qoe 
fallecem,  os  anniversarios,  e  a  missa  prind- 
pai,  do  dia  da  festa  da  Senhora. 

Os  irmãos  são  também  obrigados  a  assi^ 
tir  aos  ofiQjsios  dos  seus  confrades  que  mor* 
rem»  e  aos  anniversarios,  com  obrigação  di 
rezarem  n'eatasoecasiòes,  umrozarío  a  Nos- 
sa Senhofa,  pelas  almas  dos  defunetos  por 
quem  se  fazem  os  officios. 

O  districto  da  irmandade  ó  toda  a  fregtiê- 
zia  de  Lourosa,  toda  a  de  Vilka-Chan-de*8á 
e  a  de  Silgueiros. 

Governa-se  pelos  offlciaes  da  mesa  de  ea- 
da  anno,  que  sáo,  o  reitor,  um  secretario^ 
um  thesoureiro,  dois  mordomos,  dois  depa- 
tados,  e  três  chamadores. 

A  irmandade  não  tem  outros  rendímenios 
alem  das  entradas,  ou  jóias;  iOO  réis  por  an- 
no, de  cada  irmão;  as  esmolas  do  azeite,  para 
a  alampada  da  Senhora;  as  oíTerias  dos  de- 
votos; e  algumas  doações  testamentariaSi  ' 
Nunca  teve  eremitão;  mas  consta  queto- 
ve  antigamente  eremitôas. 

A  capella  primitiva  era  muito  antiga;  po- 
rém, sendo  pequena  e  estando  arruinada»  foi 


OLI 

reconstruída  bo  prineipio  do  secnlo  XVIL  ( 

OLIVEUUl  (Santa  Maria  da)  -^íreguezia, 
Uinho,  na  cidade  de  Gaimaràes. 

A  pag.  3M  do  3.*  yo]^  disse  algama  coisa 
coro  respeito  â  insigne  collegiada  de  Nossa 
Senhof^a  da  Oliveira  de  Guimarães,  reservan* 
do  para  esie  logar  (por  não  fazer  o  artigo 
d'aqaella  cidade  mais  extenso)  mais  algumas 
noticias  que  julgo  de  muito  interesse  histó- 
rico. 

Foi  instituída  esta  collegiada,  com  as  ren- 
das do  mosteiro  mais  opulento,  da  ordem 
.  benedictina,  que  entào  bavia  em  Portugal. 

O  mosteiro  havia  sido  fundado,  em  9^,  ^ 
pela  condessa  Mumadona,  viuYa  de  Herme« 
nígildo  Gonçalves  Mendes,  conde  de  Tny  e 
do  Porto,  e  governador  da  província  de  £n- 
tre-Douro-e-Minho,  e  que  vivia  e  morreu 
em  Guimarães. 

A  egreja  do  mosteiro,  foi  dedicada  ao  Sal- 
vador do  Mundo  e  a  Nossa  Senhora  da  Oli- 
veira; e  no  mosteiro,  que  era  duplex,  se 
recolheu  e  passou  o  resto  de  seus  dias,  a 
fundadora,  que  era  tia  (e  alguns  dizem  que 
também  colaça)  do  rei  de  Leão,  D.  Rami- 
ro IL  (Vide  Ancora,  rio.) 

Do  casamento  de  Muma  Dona,  ficaram  seis 
filhos,  e  procedendo-se  a  partilhas,  por  mor- 
te do  conde,  tocou  á  viuva,  uma  quinta  em 
Creixomil,  próxima  a  Guimarães,  ea  sua  fi- 
lha, D.  Onega,  uma  outra  quinta,  denomina* 
da  Vimaranes.  Gomo  esta  fosse  julgada  mais 
própria  para  a  fundação  do  mosteiro,  deu  a 
condessa  a  sua  filha  a  primeira  e  recebeu  a 
segunda. 

Este  mosteiro  era  riquíssimo,  tendo  gran^ 
des  rendas  em  Portugal,  Leão  e  Galliza. 

Tinha  também  grandes  privilégios,  conce- 
didos pelos  reis  de  Leão,  D.  Ramuro  II,  D.  Or* 
donho  IH  e  outros;  e  depois,  pelos  reis  de 
Portugal. 

Consta  do  cartono  da  collegiada,  que  no 
tempo  de  D.  Fernando  Magno,  rei  de  Gastei- 
la  e  Leão  (1037  a  i060)  não  havia  parochia, 
viHa  ou  logar,  desde  Ponte-Vedra  (Galliza) 
até  á  margem  direita  do  Vouga,  em  Portu- 

*  Frei  António  Brandão,  diz  que  foi  em 
900;  mas  ainda  n'este  anno  não  havia  nas- 
cido a  reforma  ciuniacense,  que  só  princi« 
piou  em  910. 


OLI 


255 


gal  (240  kilometros !)  que  não  fosse  foreiro 
a  este  nobilíssimo  convento,  do  qual  foi  pri- 
meira prelada,  a  condessa  fundadora;  o  que 
se  prova  pela  doação  que  em  951,  fez  D.  Ra- 
miro II,  da  villa  de  Milhares,  junto  ao  Dou- 
ro, a  este  mosteiro,  na  qual  se  lé-^  Concedo 
vobis  illam  (a  villa  de  Milhares)  ad  tuitionem 
ipsorum  fratrumy  et  sororum,  quae  sub  ves^ 
tro  militanty  etc. 

Dotara  também,  a  condessa,  esta  casa,  com 
riquíssimos  moveis,  muitas  peças  de  prata, 
de  grande  valer;  porque  era  a  senhora  mais 
rica  do  seu  tempo.  Foi  freira  professa  mais 
de  setenta  annos,  servindo  de  exemplo  às 
outras  religiosas,  pela  sua  humildade,  cari- 
dade e  penitencias,  falleeendo,  com  fama  de 
santa,  no  anno  mil  de  Jesus-Ghristo. 

Consta  que  os  primeiros  monges  que  po- 
voaram este  mosteiro,  vieram  do  convento 
de  Tollões  (ou  Tellões)  freguezia,  Douro,  ho- 
je da  comarca  e  concelho  d' Amarante,  e  que 
foi  do  concelho  de  Celorico  de  Basto. 

Estando  n'este  mosteiro,  D.  Fernando  III 
(o  Magno)  pelos  annos  de  1050,  lhe  confir<^ 
mou  todos  os  seus  antigos  privilégios  e  con- 
cedeu aos  abbades  d'elle,  jurisdicção  civil  e 
criminal,  em  todo  o  território  que  se  esten- 
de entre  os  dois  rios.  Ave,  e  Visella,  e  no  de 
San  Torcade  (S.  Torquato). 

Vários  mosteiros  (mosteiros)  foram  sup- 
primidos  por  pequenos,  eencorporados  n'es- 
te,  o  que  também  lhe  augmentou  as  rendas. 
Villa  do  Conde,  Fão  e  outras  villas,  também 
pagavam  rendas  a  este  mosteiro. 

Tomando  posse  de  Portugal,  o  conde  D. 
Henrique  (1093)  estabeleceu  a  sua  corte  em 
Guimarães,  dando-lhe  então  foral,  com  a  ca- 
thegoria  de  villa. 

N*este  tempo,  já  o  mosteiro  tinha  perdido 
grande  parte  das  rendas  que  tinha  em  Leão 
e  na  Galliza;  e  os  fidalgos  da  corte  de  D.  Hen- 
rique, principiaram  por  lhe  pedir  logo  mui- 
tas das  possessões,  herdades  e  terras  do  mos- 
teiro, que  o  conde  lhes  deu,  e  assim  se  alie- 
naram muitos  dos  seus  bens,  applicando-se 
a  usos  seculares  um  património  ecclesiasti- 
co,  contra  as  expressas  e  positivas  cláusulas 
das  doações  de  Mumadona,  e  apezar  das  ter- 
ríficas penas  espirítuaes  por  ella  impostas 
aos  usurpadores. 


256 


OU 


OU 


Os  monges,  nao  tendo  já  rendas  para  o 
sen  sustento,  e  para  as  despesas  do  coito  dl- 
Tino,  abandonaram  o  mosteiro.  ^  Foi  depois 
disto,  qne  a  egreja  de  Nossa  Senhora  da  Oli- 
veira se  erigiu  em  collegiada,  sob  o  Ululo 
de  Santa  Maria  da  Olíveira,^  perdendo  o  do 
Salvador,  porque  era  mais  conhecida  em- 
quanto  foi  mosteiro.  Foi  também  elevada  â 
dignidade  de  capella  real,  até  1139. 

Quando  D.  Henrique  erigiu  a  collegiada, 
lhe  nomeou  clérigos  seculares  para  capei- 
lães,  e  por  prior,  D.  Pedro  Amarello,  seu 
pbisico-mór. 

Quando  D.  AíTonso  Henriques  voltou  vi- 
etorioso  da  gloriosa  batalha  d*Ourique  (25 
de  julho  de  1139},  deu  a  ultima  perfeição  a 
esta  instituição,  dando-lhe  a  forma  de  col- 
legiada real,  com  prior»  dignidades,  cónegos 
emais  ministros,  tanto  em  honra  da  Santis- 
sima  Virgem,  à  qual  dcvia  a  sua  coroa  de 
rei,  como  por  engrandecer  a  terra  onde  nas- 
cera. 

Deu  então  â  collegiada  muitas  honras  e 
privilégios,  tomando  o  titulo  de  seu  pa- 
droeiro, o  que  confirmaram  todos  os  reis, 
seus  descendentes;  que,  atem  de  ser  esta 
casa,  por  muitos  d*elles  visitada,  todos  a 
consideraram  e  respeitaram,  como  a  pri- 
meira do  seu  padroado. 

Quanto  à  origem  da  imagem  de  Nossa  Se- 
nhora da  Oliveira,  segundo  a  lenda,  foi  do 
modo  seguinte: 

S.  Thiago  veio  á  Hespanha,  pelos  annos  42 
a  46  de  Jesus-Christo,  entrando  por  Galllza.  ^ 
Yeio  a  Braga,  e  ahi  juntou  nove  discípulos, 
uaturaes  da  actual  província  do  Minho,  e 
d'alli  os  repartiu  para  diCTerentcs  pontos,  a 
pregar  a  religião  christan,  e  converter  os 
idólatras.  Depois  doesta  repartição  e  de  le- 

*  Outros  dizem  que  foi  o  conde  D.  Henri- 
que, que  supprimiu  o  convento,  porque  os 
monges  já  nao  viviam  com  a  primitiva  aus- 
teridade e  bons  exemplos. 

^  Não  quer  \&io  dizer  que  elle  veio  desem- 
barcar em  qualquer  ponto  daGalliza  actual; 
mas  em  qualquer  dos  portos  da  costa,  desde 
o  Douro,  até  aos  confins  septentrionaes  do 
antigo  reino  de  Galliza,  que,  como  tenho  di- 
to em  varias  partes,  chegava  eutãe  pelo  sol, 
até  à  margem  direita  do  rio  Douro. 


vantar  em  Braga,  um  altar  á  Santíssima  Vir» 
gem,  no  qual  collocou  uma  imagem  que  trou- 
xe do  Oriente,  nomeou  p«r  bispo  primaz,  a 
S.  Pedro  de  Rates.  D*aqui  foi  para  Saragoça» 
onde  levantou  outro  altar  á  mesma  Senhora, 
no  qual  collocou  outra  imagem  d'ella,  que 
também  trouxera  da  Syria,  e  á  qual  deno» 
minou  Nossa  Senhora  do  Pilar, 

Havia  por  esse  tempo,  em  Vimaranes,  um 
templo  dedicado  à  deusa  Geres.  Voltando  S, 
Thiago  a  Braga,  e  passando  por  Vimaranes» 
purificou  e  benzeu  o  templo  idólatra,  e  n'el* 
le  collocou  uma  outra  imagem  de  Nossa  Se* 
nhora,  com  o  titulo  de  Santa  Maria  da  Oli- 
veira. 

Os  padres,  frei  Bernardo  de  Braga,  firei 
João  do  Apocalypse,  e  frei  Gil  de  S.  Bento, 
mencionam  uma  inssripção  gothica  que  exis- 
tiu no  antigo  templo  de  Ceres.  O  ultimo  d'e8- 
tes  escriptores,  diz: 

tXo  Rocio  ou  praça  de  Guimarães,  está 
cum  templo,  que  foi  da  gentilidade.  £'  de 
cobra  mosaica,  magestoso  e  antiquis9imo,.e 
«as  noticias  que  ienho,  é  que  foi  dedicado 
«a  Ceres.  A  este,  destruiu  S.  Thiago,  vindo 
«a  esta  terra,  onde  baptisou  S.  Torquato:  e» 
«lançando  por  terra  os  falsos  Ídolos,  collo- 
«cou  no  altar  a  Virgem  Senhora  Nossa,  cu* 
«ja  imagem  é  hoje  a  Senhora  da  Oliveira,  e 
tbem  se  colhe  de  um  letreiro  que  vi  e  se 
«achou  no  interior  da  parede,  junto  à  torre» 
«quando  esta  se  começou  a  arruinar,  pelos 
«annos  do  Senhor,  de  1559. 

«Cahiu  uma  pedra,  e  porque  se  partiu,  so 
fez  ajuntar,  para  se  lerem  as  letras,  que  di«^ 
ziam: 


IN  HOC  SIUULAGRO  GERIS, 

COLLOCAvrr  jacobus  fiuus 

ZEBEDAEI,  GERIíANUS  JOANMS, 
IIIAGINEM  SANCTAE  MARIAB. 

IH.  C.  ISX. 


tEra  o  letreiro  gothico  e  em  breves;  mas 
ta  substancia  era  esta;  e  também  se  acha- 
«ram  medalhas,  por  onde  alguns  escriptores 
«tomaram  o  motivo  de  dizer,  que  o  templo 
«fora  de  Minerva.» 

Contínua  dizendo,  que,  no  cartório  do  ea- 
bido  da  real  collegiada,  achara  claras  noti- 


ÒLI 


V     I 


OLI 


257 


cias,  d'onde  se  infaFa-eata  Terfade^^-e  coà- 
tiMir.  .         ' 

.  «Pei  estaiecnija  dedieada  n  N99i>a  Senha*^ 
«n»  ^  'depoi3«  dedioouop&vé,.a'S.TÉ»a• 
«gD,  porellé.8er  o  priípeiro^qae  a^^Ial^^ 
«vantou  aliar.  Teve  esta  egreja  raoioneyros,' 
«eomo  codsia  Ao§  i^eiíos  que  eom  a  reai 
«eoUegiada  elles  tiveran):  o  que  se  vé  dos 
«papeis  qae  se  guardam  em  o  sea  ea- 
cbjdo. 

«Não  se  aeka  notiòia  do  tempo  em  qoe 
«se  desannexaram,  só  se  jsabe  que  a  digai- 
«dade  de  mestrerescóla  se  intítaia,  abbade' 
«de  S*  Tlriago,  e. recolhe  os  f^ros  qoe  a  es- 
tia epe|a  se  pagam. 

«A  imagem  4a  Senhora,  se  eonservoa  até 
«ao  anno  do  Senhor,  de  ^17,  em  queeàtra- 
«ram  alanos  e  suevos  em  Galliza,  e  outras 
«na^es  barbaras»  que  queimáramos  cor- 
«pos  e  imagens  dos  Santos. 

«O  arcebispo  de  Braga,  .Pancraeie,  man* 
«dou  esoonder  esta,  conforme  uma  memoria 
«confusa,  que  achei  no  archivo  bracei- 
«rense. 

«O  logar  onde  foi  deportada,  foi  poucos' 
«passos  fora  de  Guimarães,  em  um  peque* 
«no  monte,  que  se  chamava  Latito.» 

Este  monte  tem  hoje  dois  nomea—JUon^^ 
àe  Santa  Maria,  devido  â  eircumstancía  d*el* 
la  aqui  ter  sido  escondida,  e  ó>  a  parte  mais 
próxima  da  stu  egreja--e  MMeLargo^  de- 
rivado do  seu  i;<*  nome — Latiío. 

O  mesmo  arcebispo,  Pancrado  (successor 
de  S.  Paterno,  é  antecessor  de  Balconio) 
convocou  alguns  bispos,  que  andavam  au- 
sentas das  suas  egrejas»  para  um  concilio 
provincial,  em  Braga;  e  n'elle  se  ordenou, 
que,  cada  um  na  sua  diocese,  âsesse  occal- 
tar  as  sagradas  imagens  em  logares  dos 
quaes  ficasse  memoria,  para  serem  encon* 
tradas  em  tempo  opportuno. 

Os  prelados  que  assistiram  a  este  cone^io,^ 
e  o  assignaram,  foram—  Gelasio, d^Águeda; 
Eiipando,  de  Coimbra;  Pamerio,  de  Idanha; 
Arisberto,  do  Porto;  Deus-Dedit,  de  Lugo; 
Potameo,  de  Merida;  Tiburcio,  de  Lamego; 
Agatio,  de  Ma;  e  Pedro,  de  Numancia, 

(Faria  e  Souza,  tom.  i.%  parte  3.%  cap. 
10,  e  outros.) 

Permaneceu  este  templo  muitos  séculos, 

VOLUM»  VI 


primeir»  eom^  o  titulo  de  Gérea»  •  depois» 
oon  ainvooafãode^S.  Thiago^  ate  que^  em- 
1607,  foi demoUdo por amea^imoHQeiiila 
mina,  reediflcandose logo^  no meslno  silio» 
(a  que  hoje  chamam  Praça  do  Peia0}Bm 
menores  dimensões.  Sobre  a  porta  prineipal» 
se  esculpiu  em  uma  pedra,  a  segaiate  ias- 
crípção.    .     > 

• "  *      .  • 

Uxask  Boifus  iímvúku  PBNíTua 
,    -         SUBMERSA  nscims 

sunotTOPus. 

í  •  ^ 

0  * 

D'este  templo  foi  trasladada  a  imagem  da 
Virgem,  para  a  egi^eja  do  mostelrei  de  Ifi»* 
madona,  que  ficava  em  distancia  de  80  paa* 
SOS,  ao  N.  E.     : 

Até  então  se  chamava  meetelro  do  Salva* 
dor,  e  .desde  que  para  lá  foi  a  imagem  da 
Senhora,  é  que  s^  principiou  a  dencmUaar 
de  Santa  Maria,  a:  deixou  de  existir  o  mos-^ 
teiro,  principiando  a  eollegíada;  que  mua 
teiv-D. prior,  seisdigni^des (chantre,  lèe* ' 
soureiro-mór,  dois  arcediagos,  mestreescò» 
la,  e  arcipreste)  i4  cónegos  prebendados,  S 
meios  prebendados,  IS^capellães,  alem  d*oa- 
tros  muitos  ministros;  músicos,  e  moçoi  de 
saekristia  (meninos  do  curo.) 

Viviam  todos  em  clausura,  sob  a  regra 
de  Santo  Agostinho,  como  todas  as  outras 
cathedraes  do  reino. 

Foi  no  altar  d*esta  Senhora,  que  D.  Aflbn*> 
so  Henriques  recebeu  as  armas  com  que  foi 
combater  no  Aiemtejo  contra  os  mouros,  em 
ii39. 

Os  D.  priores  de  Guimarães,  foram  sem* 
pre  escolhidos  entre  as  pessoas  mais  quali* 
ficadas  do  reino,  e  gosavam  de  grande  con- 
sideração e  muitos  privilégios  e  rendas;  sa- 
hindo  muitos  d'eUes  para  bispos  de  diffèrea- 
tes  dioceses. 

Durou  o  nome  de  Santa  Maria  de  Guima- 
rães, até  ao  reinado  de  D.  AiTunso  IV,  se- 
gundo diz  Estaco,  nas  suas  Antiguidad$s. 
Então,  um  devoto  da  Senhora,  chamado  Gon- 
çalo Esteves,  foi  a  Normandia,  e  alii  maa- 
dou  fazer  uma  cruz ;  e  a  assentou  na  alvn'^ 
caria  de  Guimarães. 

i7 


258 


OU 


Ó  padre  frei  Rapb&el  de  Jeaua»  conta  o 
c^so  €«111  algiuiia,  alteração.  Dia  qoA  Pedro 
Bateyea»  mercador  e  contratador,  aasiatente 
em  Liaboa,  mandou  dizer  a  sea  irmão»  o  lai 
Gonçalo  Bs^eves»  onde  acharia  mna  eruz  de 
pedra,  com  a  imagem  de  Christo,  e  que,  a 
todo  o  eoato,  a  condnzísae  a  Gaimarie^  e 
A  eoUoeasie  no  logar  onde  hoje  eat^u 

Oa  fosse  de  ama,  ou  de  outra  maneira,  foi 
A  cruz  assentada,  a  8  de  setembro  (dia  da 
natividade  de  Nossa  Senhora)  de  i3U. 

Este  padrão,  vem  a.  ser  uma  cruz  de  pe- 
dra, e  n'ella,  a  imagem  de  Jesus  Cluri|to,  de 
Tolto,  cruxifieado.leyantada. sobre  uma  co- 
lomna;  e  sobre  quatro  pedestaes,  revestidos 
de  cqlumnas,  se  levanta  uma  cdpnla  de  abo- 
bada de  pedra,  que  o  cobre. 

.  Dentro  da  mesma  cúpula,  sobre  o  arco 
principal,  está  a  imagem  da  Virgem,  disr 
tineta  da  Senhora  da  Oliveira,  á  qual  dão  o 
noine  de  Nossa  Senhora  da  Victoria;  imagem 
de  grande  devoção  em  toda  a  piroviacia,  e.i 
qual  se  attribuem  muitos  milagres. 

Está  este  padrão  assente  na  prafa  da 
Senhora  da  Oliveira,  em  frente  da  sua 
egreja. 

Diz  a  lenda,  que  no  sitio  onde  se  collocou 
o  padrão^  estava  uma  oliveira  sécca,  que 
desde  então  reverdeceu,  cobrindo-se  de  fo- 
lhas e  frueto,  pelo  que  principiaram  a  dar* 
lhe  o  nome  de  Santa  Maria  da  Oliveira. 

A.  este  padrão,  desde  e  principio  do  mila- 
gre, hía  o  cabido  em  procissão,  todas  as  sex- 
tas feiras  e  sabbados  do  anno,  orar  pelas 
almas  dos  reis  de  Portugal  e  de  todos  os 
bemfeitores  da  egreja^e  na  véspera  do  dia 
de  Nossa  Senhora  da  Assumpção,  desde  13S6, 
em  commemoração  da  victoria  de  Aljubar- 
rota, em  14  de  agosto  de  i385,  havendo 
&*este  dia  procissão  solemne,  á  qual  assis. 
tiam  as  communidades  e  a  camará,  haven- 
do depois  missa  cantada,  sermão  e  grande 
festividade;  pondo-se  n'esse  dia  em  um  logar 
alto,  para  ser  vista  de  todos  os  assistentes,  a 
lança  e  a  vestidura  com  que  D.  João  I  en- 
trou n*aquella  gloriosa  batalha,  que  nos  li- 
vrou, por  então,  de  sermos  vassallos  dos  reis 
de  Castella. 

Alcançada  a  victoria,  foi  o  rei  a  pé,  desde 
Aljubarrota  até  Guimarães,  a  dar  graças  á 


ou 

» 
Virgem  Santíssima.  Segundo  Estaco,  D.  João 

I  ftdloa  á  Senhora  n*esies  termos. 

«Senhora,  eu  confesso,  e  quero  que  todoa 
«saibam,  qoé  p<tf  vossa  virtude  somente, 
«venii  esta  batalha,  e  que  no  ponto  e  horai 
«em  quA  estava  para  n'elia  entrar,  dei 
«um  grande  espirro,  o  que  tive  em  mau 
«agouro,  pelo  qual  cessei  por  então  um  pou- 
«co,  de  me  mover  para  ella;  no  qual  espaço 
«me  deitei  de  bruçof,  e,  não  sei  se  dormin« 
«do  se  acordado,  porem  em  um  grande  pen« 
«samento  e  agonia,  vi,  em  visão,  esta  vossa 
«casa,  tal  qual  agora  a  vejo,  com  aquesta 
«oliveira,  e  veiu-me  ao  entendimento,  que 
«eu,  por  exemplo  do  primeiro  rei,  me  devia 
«encommendar  a  vos,  e  haver  por  tomadas 
«as  minhas  armas  da  vossa  mão,  pelo  qual 
«eu  logo  votei  e  prometti  de  fazer  o  que 
«agora  faço,  dizendo-vos  em  minha  oração 
«-*eu  vos  peço.  Senhora,  de  grande  mercê, 
«assim  como  vós  ao  dito  rei,  D.  ÁíTonso  ft- 
«zesie,  ,no  principio  d'e8te  reino,  façaes  a 
«mim,  vosso  devoto,  defensor  d*elle.» 

Depois,  mandou  o  devoto  rei,  pôr  as  suas 
armas  sobre  o  altar  da  Senhora,  dizendo  — 
Fòf,  Senhora  m*as  dêtíe^  vós  as  tomae  e 
guariae. 

Em  acção  de  graças  á  Senhora,  se  man* 
dou  o  rei  pesar  a  prata,  armado  de  todas  as 
armas  e  a  cavallo,  (1)  e  a  offereceu  á  San- 
tissima  Virgem. 

Com  esta  prata  se  fez  o  retábulo  do  pre- 
sépio, que  nos  dias  solemnes  se  poe  no  al- 
tar-mór,  em  que  estão  as  armas  do  rei.  Fi- 
zeram mais  12  imagens,  dos  12  apóstolos, 
4  anjos,  4  maças,  caldeira  de  agua  benta, 
hyssópe,  thuribulo  e  naveta,  tudo  de  pra- 
U. 

O  templo  estava,  por  antigo,  muito  arrui- 
nado, e  era  muito  pequeno  pelo  que,  tratou 
logo  o  rei  de  o  reedificar,  e  é  o  actual  Foi 
principiada  a  obra  em  1387,  e  depois  de  con- 
cluída a  adornou  e  enriqueceu  com  sump- 
tuosos ornamentos  e  peças  de  prata;  dando- 
Ihe  então,  um  anjo,  também  de  prata,  dou- 
rado, grande  e  posto  de  joelhos,  que  perten- 
cera á  capella  de  D.  João  I,  de  Castella,  e 
íôra  tomado  em  Aljubarrota,  e  que  serviu 
por  muitos  annos  de  levar  o  Santíssimo  Sa- 
cramento, nas  procissões  solemnes,  e  depois 


ou 

W  do  aajo  eastodio  do  reinoi  na  3.*  domin* 
(a  de  Jolbo. 

.  Também  deu  á  egreja  e  eoUegiada  graa-^ 
des  príyilegios  e  isençdds,  taoto  para  osco- 
Qfsgoa  6  maia  derigosi  como  para  oa  família* 
re%  sQbditos  e  caseiros. 

Tinlia  D.  João  I  tanta  deroçao  com  esta 
Senhora,  qae  nenhuma  empreza  sérU  tea* 
taya,  sem  implorar  a  sua  prelecção;  e  quan- 
do emprehendía  alguma  batalha,  ponha  aa 
armas  que  havia  de  levar  a  elb,  aos  pés  da 
Senhora»  e  depois  lhe  pedia  licença  para 
d*aUi  as  tomar,  e  sahír  a  combater  os  inimi-. 
gos  da  pátria  que  tanto  amou,  e  da  qual  foi 
com  tanto  extremo  amado. 

Depois  das  suas  victoriosas  batalhas,  vol- 
tava sempre,  a  pó  (por  maior  que  fosse  a 
jornada)  desde  qua  entrava  em  Portugal,  a 
dar  graças  à  Senhora  da  Oliveira.  Assim  o 
fez  de  Castella,  de  Ceuta  e  de  Toy. 

Quando  regressou  de  Gastelia  (outubro  de 
1385)  apenas  chegou  a  Valte-de-la-Mulla^  se 
apeou,  e  assim,  a  pé,  fez  a  jornada  alé  Guir 
maraes,  por  espaço  de  180  kilometros. 


Antes  de  se  acabar  a  egreja,  tratou  o  rei 
de  sagrar  o  seu  altar-mór;  cuja  ceremonia  foi 
feita  pelo  bispo  de  Coimbra,  D.  João  da  Azam- 
buja, a  23  de  janeiro  de  1400,  com  licença 
de  D.  Martinho,  arcebispo  de  Braga. 

Assistiram  à  sagraçao,  D.  João  Hanrlque, 
arcebispo  de  Compostella,  e  D.  frei  Rodrigo, 
bispo  de  Ciudad  Rodrigo. 

Esteve  presente  o  rei,  e  sua  mulher,  D. 
Philippa  de  Lencastre  (filha  do  duque  de 
Alemcastre,  e  neta  de  Duarte  III,  rei  de  In- 
glaterra) e  seus  filhos,  D.  Duarte  (depois  I)  D. 
Pedro  (o  da  Alfarrobeira)  D.  Henrique  (o  de 
Sagres)  D.  João,  e  D.  Isabel. 

No  dia  23  de  janeiro  de  1401,  foi  sagra- 
da a  egreja,  pelo  mesmo  D.  João  da  Azam- 
buja, sendo  já  bispo  do  Porto. 

£'  esta  egreja  de  três  naves,  de  archite- 
ctura  toscana.  Muitos  dos  nossos  reis  lhe 
teem  offerecido  ricas  alfaias  e  jóias,  e  ha 
xi*ella  muitas  relíquias,  entre  as  quaes,  um 
bocado  do  Santo  Lenho;  duas  ambulas  con- 
tendo leite  da  Santíssima  Virgem,  e  uma 
maçaroca,  fiada  por  suas  sacratíssimas  mãos , 


ou 


259 


como  afflrma  o  inventario  que  se  fez  em 
iW. 

Pelos  achar  muito  curiosos,  e  de  grande 
interesse  para  a  nossa  historia,  copiei  do 
cartório  dds  srs.  condes  de  Rezende,  os  dois 
documentos  que  se  seguem: 

Pro¥l8fi0  de  n.  Pedro  11^ 
MiAteBteBdo  oft  priTllegloft  e 
Isenções  eomf eridas  pelaslTm- 
buas-Verinelhas,  ao  eabido  e 
seus  easelros,  servidores  e 
ffamillarea,  da  eolleglada  de 
Saata  Maria  da  Oliveira,  de 
Ctulmaraes.  En  ft  de  dezem* 
l>ro  de  de  ttt5fl. 

Seguida  d'iima 

Certidão  d^alvarâ  de  privi- 
legio do  Hiesino  rei,  de  41  de 
março  de  Ã9f9. 

IV.B.  ]M'este  alvarJl  dSo-se 
os  mlotlvos  por  qne  taina* 
nlios  privilégios  foram  eon- 
eedldos. 

«Aos  qne  a  presente  minha  certidão 
«virem,  certifico  eu,  Alexandre  do  Rego 
«Carneiro,  tabelllão  do  publico  judicial  e 
«notas  6  do  real  convento  de  Santa  Clara  e 
«seus  direitos  reaes,  em  esta  villa  de  Yílla 
«do  Conde  e  teu  termo,  por  Sua  Magestade 
«que  Deus  Guarde,  etc,  em  como  no  livro 
«oitavo  do  registos  da  camará  doesta  villa  de 
«Villa  do  Conde,  a  folhas  vinte  e  seis  se  acha 
«o  registo  da  provisão,  do  theor  seguinte: 

«Dom  Pedro,  por  Graça  de  Deus,  Rei  de 
«Portugal  e  dos  Algarves,  d*áquem  e  d'álem 
«mar  em  Africa,  senhor  de  Guiné,  etc,  faço 
«saber  a  vós,  corregedor  da  camará  de  Gui- 
«maraes,  que  havendo  respeito  ao  que  por 
«sua  petição  e  mais  documentos  me  re- 
«presentaram,  o  D.  Prior  e  cabido  da  colle- 
«giada  de  Nossa  Senhora  da  Oliveira,  d'essa 
«villa  de  Guimarães,  sobre  os  haver  por 
« escusos,  e  seus  caseiros,  servidores  e  familia- 
«res,  de  pagarem  a  contribuição  de  quatro  e 
«meio  por  cento  que  lançasteis  ás  suas  fa- 
«zendas,  e  menos  pêra  os  seis  centos  mil 
«cruzados  offerecidos  em  cortes,  com  o  fun- 
«damento  de  que  os  seus  previlegios  das 


f60 


01^ 


«Taboâs  Vermelhas  da  dita  eofl^ifláda  os 
«izentavam  de  qnaesqaer  contribuições,  ítU 
«liiitose  Antas,  assim  deconé^ibo  como  reaès, 
«offèreeidas  etn  cortes,  comfaiKo  ^ub  alé  no 
Hettpo  de  gnerra  eram  especialmente  ízen- 
ctos  de  darem  palhft,  0  snas  carruagens;  e 
«sens  filhos  e  criados  não  eram  obrigados 
«a'  ftmilhadtoiS  lcrtfi|os,  e  dt  ibeíni  a^àAei- 
fva-  foram  *9eni^e'  iientêiid»  edÉmiM^ 
•do^suaf,  e  JamçàièfMKI  idn  >ef oa»  f  ftr»  a' 
«•ria^âò-  âos«aTallo«;0  ífcMilOfèsKsoQíí  mM 
•«arfM'pdblieoi'B^paMioQlireSy '€in  étnêf^ 
<?íÍBcia  dos  prtfle^osKfbe  olhreeiaA  trdn- 
tDdmeDtos  qne  iJUtitsfam:  i  ví»f&  o.  sét*  m' 
•qoerímerilo  e  ioArnaçIo  <fne'n>9tl»>dHfecr 
€  sobre  o  que  foi  oavMs  a  %dDtarderia'  g^ril  da* 
«gtierra  e  o  {irorarador  B jsalda  Mzenda  dos 
< ttes «estados,*  lieiípor  bem,'porvfa  8c(gr2^a, 
cde^  itentar  ads^«tseiroi  do  aumero,  tf  esta* 
icollegiada  de  6Qi(flanfíB[èis,Me'cóntrtba!reiÉ' 
«patÀ  os  seis  eeiB08*mil  cfiuados  pfmnétii- 
«doaiem  \;orte6;  stmpodtr  f9aar  exuxKjfib  es- 
«Ur  graça  aos  nais  prariiegiadòí  pdaisitigli*' 
«laridade  dos  previiegios  dos  supfrtleantês,^' 
«liberal  piedade  com  que  os  senhores  reis 
«â'este  reino  lh09  conoederam  em  gralifioa- 
«çao  dosespeciaes  beneíeios  recebidos  por 
«entrecessão  de  Nossa  Senhora  da  Oliveira; 
«e  a  quantia  que  lhes  estava  lançada  senSo 
«repartirá  por  outros  concelhos,  por  assim 
«o  resolver,  em  dez  de  dezembro  próximo 
«passado,  em  consultada  junta  do?  três  es- 
«tados,  pelo  que  vos  ordeno,  que,  em  cum- 
«prímento  da  minha  resolução,  não  cobreis 
«a  contribuição  dos  quatro  e  meio  por  cen- 
«to  que  se  lanç<uam  aos  caseiros  do  nume- 
«ro,  da  dita  collBgiada,  e  tendo-se  cobrado 
«algum  dinheiro  doesta  natureza,  o  fareis  res* 
«titnir  a  seus  donos,  e  quando  do  tal  di- 
«nheiro  se  tenha  feito  carga  ao  thesoureiro 
«geral  da  dita  contribuição,  no  livro  geral 
«de  sua  receita,  por  onde  se  hade  tomar  con- 
«ta  na  contadoria  geral  da  guerra,  se  darão 
«às  partes  r-^cibos,  nos  mesmos  Iíxtos,  feitos 
«pelo  escrivão  e  assignados  por  elles,  e  man- 
«darão  trasladar  n'elle  esta  provirão,  para  ao 
«tomar  da  conta  se  saber  a  causa  por  que 
«86  fez  a  dita  restituição,  e  ajuntareis  o  cum- 
«puto,  com  a  quebra  do  que  emportava  o  que  ; 


«se  tinha  lançado  aos  ditos  caseiros  e  os  mais 


que  houvessem,  séhdò  verificadas,  flazendo-' 
se  de  tudo  termo  no  mesmo  Ifvro  cohi^i 
ie!areza' necessária,' 6  Vestal  formk  o  tei^is 
entendido  e  dareis  cumprimento  a  esta  pro* 
visão  como  tt^ttta  se  conVem;  da  qna!  se  lo*! 
marà  a  razão  na  dita  contadoria  geral.  BI- 
Bei  Nosso  Senhor  o  mandou  pelo  báraò  con- 
der^do  seu  conselho  e  por  António  Pereira 
da  Silvai  cónego  magistral  dá  Sé  d*Evora  e 
deptttadê  do  santo  dfBeio,  ambòsdèfnlta'^ 
dos  da  junta  dos  três  estados,  João  de^^u-:* 
sa  Sotto^Maior,  a  fez  em  Lislioa,  a  ciiibo  de 
dezembro  de  mir  seiscentos  noventa  e  no* 
ve,  José  Correia  de  Souza,  que  sèrvé  Sé  se* 
cretario  a  fez  escrever.  Barão' Conllíf;'Ai- 
t^nio  Pereira  da  Silva,  registada  a  félhas 
€úzenta§  e  sessenta  e  duas  verso.  ll\^ste*' 
^e  e  noté*se  a  resposta.  Lisboa  quinze  de 
dezembro  de  seis  cen\os  noventa  e  nove. 
Gregório  Moreira,  Luiz  ttònteiro.  A  fôhias 
trezentas  vinte  e  nove  do  livro  oitavo,  que 
s^rve  n^esta  contadoria  gerai  da  gnefra  e 
reitíb,  do  regtstodos  avisais  das  éomaycHs  li** 
ca  registada  esta  provisão,  e  notada  a  rès«^ 
posta.  Lisboa  dezesete  de  dezembro  de  mil 
seiscentos  noventa  e  nove.  Francisco  de  Mi- 
randa Soares.  €nmpt^a-se  e'  reglste-se 
no  livro  do  lançamento  e  registo,  e  se  en- 
tregue o  dinheiro  depositado,  na  forma  or- 
denada. Guimarães  vinte  e  sete  de  feverei- 
ro de  mil  e  setecentos— Ferraz.  EnSo  <^n* 
tinha  mais  a  dita  provisão,  inserta  no  dfto 
precatório,  passado,  e  assígnado  pelo  dito 
corregedor  e  subscripto  por  Simão  Cara- 
lho, que  aqui  registei  bem,  fielmente  ena 
verdade,  e  em  fé  d'eila  me  assigno  de  mea 
sigoal  costumado,  e  também  assignou  o  dito 
cónego,  de  como  recebeu.  E  eu,  Manuel  Vi- 
eira Bouças,  escrivão  proprieiário,  por  El- 
Rei  Nosso  Senhor,  dos  offlcios  de  escrivão 
da  camará  almotaçaría,  castello,  armazém 
e  mais  annexos,  que  a  escrevi  e  assignei, 
aos  quinze  dias  do  mez  de  março  de  mil 
setecettlob  e  doi?,  Manuel  Vi«*ira  Bouças^ 
Agostinho  da  Cunha  Sotto -Maior.  E  não  se 
continha  mais  em  a  dita  provirão,  que  eu 
tâbellião  aqui  bem  e  fielmente  trasladei  do 
livro  da  camará,  onde  fica  traslado,  ao  qual 
em  tudo  e  por  tudo  me  reporto,  em  fé  do  que 
assigno,  aos  quatorze  de  dezembro  de  mil 


m 

«zen^a^  eptjrelio)^a#  e,£(^lb^.trfi«.4e  gueij^iri^ 
«.^iipfiif  E  eqi  sobredito  p  ^«C|rexi  0  a8«ig«fii 
«ep)L  publico  er^s^  ]Çqíi  te^leqoqohp.d^.Tcr- 
•áj^áBi^Uív^ndre 4o  Jiego  Carneiro-  Gonce^- 
tadP  (Cpoíi.  o  pi;o|>âo,.por  jaya)  Ut^IiiãQ-^ 
Alexandre  dç  nego,  fiart^ro^-r  e  OQiUigp  *r- 
jff/nu^.  de  So^a  f{epeí^   /     ......' 

,1/ 


Oil 


S6i 


â.ó  doouxnenio 


•       4.    ij    1<     «. 


.  t 


l     « 


ÍW»,,  pqrtífico  60,  Alfiwpd^  dp  R«gP  Cur- 
nçjilP,,  iab^li^  .40  p9)>lioQ  judicial ..«  ^p• 
}f^.^  40  re^  ^dvfi^ia  ,4^  ,SaoMt. Clara  e 
^ifs  d|r^i.to^  rç;^»  .e^  eaU  yiUade  yiUa 
do.Cpnd^  ^^^^MífiQf  J^H  SiMt.M9g^Ud« 
qop  1)608  guarde»  eto^  em:  (90|no)^o.li]rro 
pitayfí  dos.regis^.da.eamara.d^l»  dMa 
yiU^  ^  foil^^  ^t^Mi  ^  oitp  o  M(€Ím,  •  ^• 
v%  8^  ^lUL  legialAdo  lyn  alvará.  4o  M^apr 

«Bv  J)l-|^iV  fago  aaber  aoa  qo^  eate  aW^^r 

r|i  Tir^^iQqeJiay^pdorevBpeito  ao^^oa  p«r 

a^a  peMfi$o  mpireprezeaiaoi,  JkMié  4^  Plir 

vei|r%  e  <»  maÍA  privilegífdfi#  4^  nnii^vo, 

áfí^  ifbf^s^  y&çmn^  d»  ic^llmiiada  .4e  NáMir 

a^  Seohora  4l  QUvciini,  4a  viUa  d0,G.iiii«#* 

|i|ã^,^.9ijrazâo  d^qjae eu f^ca lenrido^por 

âl^i4e  doie  4e  agpato  4a  0)i4  tme^M^ 

M&ot^  e:oUQ^  A  Fe<|fierimeolo<dQa.(M#|iegoi 

ibk  diia  coDegiada,  fa^fir-lbaa  m^noé  á»  4>s 

iieiiur  d»  pagarem  a  qçumiia.  de  M^iMQO 

It^  em  4iie  (pram  fintados  na  repartiçio 

fiap  aai  fe^.  de  septo  e  vima  mil  (voaados, 

^0^  pa  iM'etodo6  d-eate  rmo  proaieiiesa«i 

em  tfytids,  paraaiada  daM^^pejtas  qm^t» 

«fiíeTiam  eom  »  armada  qfx^UA  a  Saboyi^.e 

«m  aamelhantea  ea8p«,Uiqs  fizeram  »er<4os 

^SfMiilN>m  Re}9iiJ)om  ioâo^  e  primairq^  0  D«» 

«jkffofpao»  o  q^VÊtfh  da  .oa  ixaniar  4aclo4a(a 

«aofMKibiiíçàQ,  nem  embargo  de-odutrilmbrem 

%çn  eedaaiaatieos^  atlaod^iidA  AoaipriyUegios 

«qm/9a  Sttpplieaiataa.  a^mpra  goaafam(Aiial< 

«nray^lmeot^por^  Ui*aa  |kavni»iyi  «pneadÍT 

«4(v  peloa  diipa  SeoNt^  Aaytw  et^oi  io|a  to* 

«kmiií»«  .pr4>mettímeDlq  a  Deiia  ei  âímeMiaa 

«Sanliorai  4a  o»  guardarem  e  fuerem  ^tear* 

«var  em  agradecimento  das  moltaa  e  graa* 


•4aa  viatoriaii  qj^sm  aea  «orne  aleangaram, 
«<)qmo,.ttt4A.aoBitava,i4pa  docomaptoa  q9B 
•offaraaíam;  a  poripia  oa  SuppUoaaiea  aaiao 
^agEalo^iKa  apmi^r^iididoa  aas  ditos  pii- 
^yitagio%(pqr  aesemido  aumero  das  Taboaa 
fVermalUa9»  me  pediam  lhes  fizesse  meccé 
.«4a  coQfirma]>lbe.os  4i{Qs  privilégios,  iaeor 
c(apdp-P9c49  pagarem  a  comribaiçao  daida- 
«cima  m  d^oatro  /tuaaJ^^eyr^irJbiaio.  JL  viato 
faaijL,  ^emBsimaaiCii  aaifra  quif  foi  reunida  a 
fÇfmUdoria  geral.da  guerra  a. o4)n)carador 
«iiscalsdafaaeada  dos  traa  Eaudoa;  ilay  ppr 
4))pia»  B  m  apisaz»  ii;ta  os  privilagiadoada 
^Nossa  Senbpra  ita.OUvtiraaejam  izM»^ 
/f4a  Ipdof  oa&rib(i|os,iaUitoa,  a  iasollitos  em 
I4fa.^  qpmprcihefididaft  as  d^ipKis;  pâo 
«sÀ.a  ratpa^,.4a^/aseudas  que  forem  forai- 
*§m  áquaila  Kgraja,  xQaa  ainda  da  todajskaa 
tmiia,4ua  p^r-qualquar  iituio  fwra.pno^ 
«priaa  dos  dilaft-pri^legíados,  a  epmi^  a  pa- 
«Jia  fiima  .^m:  qtt%  foram  coiica4^oa»  aa** 
«j^  irravagavais;  a  taoiq  que  sa  aàp  adr 
«mitta  Miaçrjpaii^^  algpia  ppr  que  aa  par* 
*ieodA  ffMKifar/aaiicoairv  a  aua  obsar* 
«4(^cfa,.  a^quai  iiuara';  que  seja  ÂuvioU- 
<n4f  A*aqaeUea  privii^giadoa  «ómaota  qoa 
^antMraflaw.no.  numero. declarada  ua  Car* 
Ata  ÚQ  Seubfir  Rey,  DomAOoBao,  o  qiiinr 
«tq,  poi»:<  assim. casu^  é  joato  quicastes 
«priviiegioa  a»,  guardam,  é  lambem  icazao 
laa  uào  augmeatemi  em  tanto  pr^niio 
fj^nUitfK  e  ainda,  dos  masmos  prlviieglLo^ 
4p<Nr  evitai  lodOt  a  qualquer  abuso  qua 
«paasa  ba^(9r.ià>sta  matarja.  OrdacHií  ao 
«Dom  Pciar,  admitta  aómao&a  par  servidoras 
i4!aqaella  Kgr^v  pea^oaa  acommqdadas  ao 
faorviço  4*alla,  4iua  par  si  :a^àq  por  puirem 
«a  sicvan^tUio  pomeaudo  para  miniatarios 
«bumiUesu  p^9aas  rteas  a  da  quaUdade. 
•Paio.  que,  mando  a  lAdos  09  miuistros»  asi 
cain  .aoclesiaatieaa  oamo  seeularas».  déam 
f aumpfbuautp  e;/açam  observar  estp  alva^ 
«râ,  apqmtO^Ue  saceontAm,  aem  limÂtaçao  da 
«tamffCttsaoda  primeiro  regiitada  na  couia^ 
«daiíaiíaialtda  guerra,  a  i'ayi»Ow  £pagou  4e 
«uarpa4iraUaa,  cioaa  mil  a Aaatroeentoa  rsV 
«qua  loiam  oarsegadoe  ao  tbaaoureíro  d*eli 
«lai»  fiaucalptSoarqs  MoiHeirOf  a  folbas  dn« 
«aeotaa.  aisamaMa^  wrso,  da  livru  prímeim 
«da  sua  recatta»  o  que  eanstau  por  aonbaoi^ 


262 


OU 


OU 


mento  em  fórma,  pêlo  eBcrivão  do  sen  cir* 
go  assignado,  o  qaal  foi  ndgtetado  a  folbas 
dmentas  tinte  e  oito  do  Ihrro  primeiro  tio 
registo  g«ral  doe  ditee  sotoa  dírêHoa.  Gon- 
çalo de  Gouvéa  Pereira  o  fez  em  Lisboa»  a 
qnalro  de  março  de  mil  seteaentos  e»  sete 
aoAos;  Gaspar  Salgado,  qae  senre  de  seerv- 
tario,  o  foz  esererer — Rey*^Gonde  de^Sal- 
Mda&  —  Alvará  por  que  Vétsa  Mageetade 
ha  por  bem,  qw  os  prírilegf  ades  das  Tabona 
Vermelltae  de  Nossa  Senhora  da  OKveira 
da  viNa  de  Gnimariè^  sejam  iientes  de  to* 
doa  os  tribntes  sollitoii  e  fnaeililos  em  qnè 
sio  eomprehendldas  as  deeimas,  nao  só  a 
respeito  das  fazendas  qae  ferem  foreiras 
áqaella  Bgreja^  roas  ainda  de  todas  que  por 
qoalqner  titolo  forem  próprias  dos  4itos 
privilegiados,'  com  a  limita^  e  o  mais 
deelarado  n'este  alvará  **Pm  Vossa  Ma- 
gestade  vér,"  A  folhas  sessenta  e  oito  do 
livro  que  serve  n'esta  eeoMaria  da  jon* 
la  dos  três  estados,  dos  registos  de  pre^ 
vis9es  e  alvavás.  Plea  este  rsglSMdo.  Lis- 
boa, cineo  de  mar$o  49  mil  setecentos  e  se- 
le.^<Gonçalo  de  Goufda  Pereira. -^Regis^ 
te,  e  note-se  a  resotoçio  e  resposta. >^Lis* 
boa,  qnatro  de  março  de  mil  seieeentos  e 
>eeie.  A  folhas  duentas  oitenta  rdoas «do 
Hvro  nndeeimo  do  registo  das  ordens  qae 
serfe  tt'esta  contadoria  geral  de  guerra  e 
reyno,«  fica  registado  este  alvará  e  notada 
esta  resoln^  e  resposta» -^Lisboa,  quatio 
de^maito  de  nul  setecentos  ^  ssie.-^losé 
Pinheiro  de  Ffaiio^D.  F.  Bispo  de  Lame- 
go.--Pagou  eineo  mil «  qoatroeeniós  réis, 
e  aos  oifioiaes  dois  miareis.  Uibéa,  eIneo 
de  março  de  mil  eeteeentos  eseie.^^  Dom 
Praneiseo  Maldoiiado.-^Regisiado>na  etaan* 
eelMriá-mór  da  cOrte  e  reyno^  no  livro  de 
oficial,  a  folhas  trinta  o  Mto.  -^  Lisboa, 
seis  de  março  de  mH  seiseeniose  seis.^ 
Thoroas  Freire  Barreia  A  folhas  dnseanas 
e  dezeneve,  verso;  dolivro  da  parta  da-ea^ 
mara  d*e8tà  vllk  de  Gvlmaráes^  fica  negis- 
tado  este  alvartL  Gulmaries^  atrase  4e  mar** 
ço  de  mil  seieeentos  a  sele^^^-ilemingeB  M« 
xoto  do  Amaral.  O  qaali  alvará  vhiha  in^ 
lerto  MU  mna  oertfdio  passada  e»  pnbliea 
forma,  pdo  ubelliáo  iliáansl  de  Magslhte; 
da  villa  de  Gnimarães»  passada  por  despa^' 


<  cho  do  donlof  Joio  Barbosa  Teixeira  Mayer» 
tjttiz  da  ffrrada  dita  vfUa,  passada  aos 
«deeeseis  de  Jnirtio,  e  concertada  pelo  Udwf- 
cliio  António  da  Silva,  em  que  rec^ebèra  a 
«próprio  alvará  o  chantre  Manoel  de  Moraes^ 
ipassada  a  dita  certidio  por  peti(^  dO  re- 
cverendo  cónego,  Agostinho  da  Gnidia  Sofia 
«liayor,  como  administrador  de  seu  pae^  Ha* 
«nael  da  Canha  Sotto  Mayor:  a  qiul  certidaa 
«e  alvará  vinha  já  registada  na  camará  da 
«Monte  Longo,  pelo  escrivão  d^ella,  Franda* 
«CO  Gollias;  e  pelo  de  Braga,  Hyeronimo  da 
«Silva  Oliveira;  e  pelo  da  villa  dos  Areos^ 
«Balthazar  Pereira  Pinto.O  dito  traslado  de 
«idvará  e  cerildio  traaladei,  bem  e  na  verda- 
«de^  sem  eonsa  qne  duvida  faça,  e  me  íe|lor- 
»to  a  elle,  qUe  lomef  a  entregar  ao  reveMn* 
tdo  Agostinho  da  Costa  Sotto  Mayor,  conegò 
«da  Sé  do  Porto,  qne  assignon  de  como  â 
«recebeu,  commigo  escrivio  da  camMra,  de 
«qne  den  fé^^  e  me  assignei  em  esta  vilht  da 
«VMa  do-Conde,  aos  chico  dias  do  meit  de 
«agosto  de  mil  setecentos  e  sete.  E  en.  Ma* 
«nael  Tieifla  Bonça,  escrívSo  da  canmra  e 
«mais  offlcios  annexos,  n^esta  Tilb  do  Conda 
«e  sen  termo,  por  BI*Hey  nosso  senhor,  qae 
«cesorsvi  e  assignei.— Mannel  Vieira  Boa- 
«ça.— 4  nao  ee  continha  mais  em  o  dito  re- 
«flsto,-qae  éu*  Alexandre  do  Rego  Camehro, 
«tabelliio  do  pabUco  Jadieial  e  notas,,  e  dO 
«real  oonvento  de  Santa  Qara  e  seus  dhnei* 
«toe  feaes»  em  esta  villa  de  Villa  do  Conde  o 
•sen  termo,  por  Soa  Ifagestade  qne  Deva 
«gnardé,  aqni  bem  e  fielmente  fiz  tresladar 
«do  dito  registo,  com  o  qtkal  esta  concertei 
te  ceaferi,  e  com  o  oficial  ao  concerto  assl- 
«gnado  oa  eUe  em  tudo  epor  todo  nos  reper- 
«•tanms.  B  em  fo  o  testeoHmhe  de  verdade; 
«meassigno  de  mens  costumados  slgnaes^pei- 
«blico  e  raso,  deqne  uso,  e  costumo  fazer  nea^ 
«sa^dUavlUa  da  Villa  do  Conde  eseil  terafo» 
«que  laes  sao  abaixo  efteriploa<edeelafadeB: 
4Sm  os  qnatorze  dlas^  do  mez  ée  sepiettbro 
«de^mít  satecenfes  e  vinte  e  seis  annoi;  dit 
«o  emendado  folhas  primeira,  veiio^  nitolo** 
«a as  entreHhlias»  e  a^qne  sal  fora  das  vé* 
«gras^  folhas  daas--^da  janta  dos  três  esta*> 
«dss  "da  registo  de  provisões  e  altarás;  a»« 
«sinado:  Veroíelhas.  £  en,  Alexandre  do  Re- 
«ge  Carneiro,  o  escrevi  e  sabsemvi  'O  assi* 


OLI 


OU 


263 


«gaii  In  iMtamulio  de  YMdâte^-tilteM- 
•ére  êo  hí§o  CwnmríL-^CmcnUM  ton^o 
tHYT^,  pormia  uMliio,  ÀkSÊmiân dêiãb- 
•go  CnfiMíro-^i  eonlga,  Mqiimfl.êÊSimMa 

0UYSIR4->flr«giieii%  MlalM,  eomm  • 
«•neellio  de  DaroeilMy  ISkilottetrosaCés 
Bnga,  45  ao  N.  do  Porlo,  360  ao  N.  de 
LMnmu 

Têm  iJM)  fiigoflL 

Ea  i757,  tinha  105  fogos. 

Arcebispado  e  dlstrfeto  adnioialrati»o  de 
Braga. 

O  D.  abbade  do  noateiro  beoedietiio»»  de 
TIbães,  apresentava  o  Tigarie»  q«e  tinka 
MMOO  réis  de  congnia,  e  o  pé  de  allnri 

£'  n^esu  freguesia  o  sqlar  dos  OUyeícafl^ 
«Kia  mgem  e  arosast  fieam  deaeriplas  m^  1.* 
Olívisira. 

OUVBIIU--fregQetía»  Minlio,  eoMre% 
concelho,  distrioto  admúNstraiivo,  ar^bis^ 
pndo^  e  6  kUonelroede  Biiaga»  3g0  ao  N^de 
Lisboa. 

Tem  90  fogos*  .        r* 

Km  1757,  tinha  05  fogos. 

Orago,  S.  Pedfo»  apostolo. 

A-mitra  apresenUTa  o  ligario»  ipie  tlnba 
dOA)00  réis  de  «Nigraa  e  o  pé  de  aliar.  * 
.  Kstá  anida  a  esu,  a  antiga  iregaesia^do 
aM8mo.nome,  da  inToeaçio  de  &  Matheno, 
erangelísta,  e  que  adiante  Tae^díMeriiKUw 

OUVEmA^-freguezia,  Minho,  comarca  e 
ceneeUw  da  P ji^m  de  LantaHQ^  i5  kilòriíe- 
tmi  a  N.  E.  de  Braga,  369  ao  N.  dç  Lis* 
boa. 

.Tem  150  fogos.  .  i .  i 

£m  1757,  tinha  97  fogos. 

Orage,  S.  Tbiago,  apostolo.  ' 

Ai^cebispado  e  districto  administrativo  d^ 
Bcaga.  } 

Á  mifra  apresemava  41  abbade^  q«e  itaba 
f90M00  réis  de  rendimento.  '  ' ' 

B*  terra  multo  tertili 

■ 

Crta  mnito  gado^  de  toda  a  qoálidade. 

)  Na  agvaja  matria,  ha  uma  eapeftte  de  bto»- 
ze,  mnito  bem  esimlplda,  dedicada'  á  8tmà^ 
Cttiz. 

OLIVEIRA— fregoesia,  Donro,  ccAiareae 
concelho  de  Amaranli^  45  iúlDniBtiiss*«>  K: 
E.  de  Braga,  350  ao  N.  de  Lisboa. 


'l%m  70  fogos. 

Em  175^,  tinha  05  fogos. 

Orago,  S.  Peie. 

Arcebispado  de  Braga^  districto  ailmiBis«> 
tmivo  de  PortOw 

Foi  do  antii^  concelho  de  Santa  Gms  de 
Biba  Tâmega. 

As  regiosas  de  Sant*AnDa,'da  eídadé  de 
Vlaona,  «apresentavam  o  vfgirfo,  iqne  tlnlià 
tOMK)  réis  dé  cengraa  e  o  pé  d^altar. 

OUfBiBA^-HMela,  Douro,  «as^regneiiaa 
de  Smita  Xarfa  do  Yali^  e  de  Santo  bidoro 
do  Bomariz,  na  comarca  e  eoneelho  de  Pei» 
ras»  d'onde  disla  10  kilometroB  a  B.,  30  ao 
&  do  Pono,  19  a  S.  O.  do  rio  Douro^  15  a 
El  do  Occeano^  S8S  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  SO  foges. 

Está  sitoada  em  terreno  aocidentado,  eo* 
bro'  a  margem  tfrelta  do  rio  JMéi,  qfie  lhe 
rega  e  fertiliza  os  campos,  trás  algnm  peK 
as  mindoy  o  -foa  nMyver  mailos  moinhos  do 
pio.    »  ' 

< '  Na  ezltemldade  S.  dé  logar  ésfár  a  ^peNa 
de  S.  Themé»  apostolo,  ao^  qnsl  se  fat  ntea 
fesla  no  4.*>domfogo  de  malOi 

A  capeHa  é  pequena  e  está  emmao  cata- 
da pofi|iie,  lendo  «m  grande  campo  cnm 
asatio^-eonsIgttadosaoseoicertosd^eHa,  ofa* 
vrador  qne  está  de  posse  d'estas  proprlein- 
dos  (qne  ião  sao  snas,  mas  pstrimsnio  ex- 
dnsi^  dn  ermida)  só  eafdà  do  lhe  colher 
ei»lirnctoe,  sefo  qne,  ha  mnltos  abnos,  qnét^ 
ra  eaber  do  templo,  o  sem  -qneo  abbade  do 
Valle^^m  enjo  distrioto  elle  está,  ponha  e5^ 

biv  »%sta  asmrpaffao. 

«tiOUVBOIA-^relfnezia,  Mfnbe,  comarca  o 
concelho  dos  Arcos  de  Valle  de  Vei,*  35  M» 
hMÉMMS  ao  e.  ff.  O.  de  Braga,  395  ao  N.'de 
Li'9boa.  ' 

Vara  a  destingiilrdaeOQma4*e8i«l  nome; 
se  denoastaSH-^Ouvinu  000  Ancoa. 

TemOOfogos. 
>■  Bm  ITif,  tinha  55  fogos. 

€rago,  Santo  Maria  êe  Oliteirai 

'AnebfSpado  4e  Braga,  districto  admfaii»* 
trativo  de*¥iánna. 

A  mura,  o*o*|[sral  de  Santa  Grtt  de  Golta* 
brat  apresentada  altemattnmeÉte  o  abbiíie, 
qneitakaiMOMOO  réiodetettditnenia. 

Foi  antigamente  da  apresentação  do  con- 


264 


OLI 


VèiiTo  de  Mahía,  com  reserva  do  ordinário. 
Metade  era  beneficio  simpk^  ^^leilkdo 
pelos  frégnezes;  mi^  por  .desavenças  tom 
om  beneficiado,  o  doaran»  ao  viscoodode 
ViUa  (ipva  4a  Ciorveira,       .  ' 

Teve  annexas,  as  freguesiaa  dos  Cabafos^ 
4»  FQÍp*UobaJís  4|ae  origiBari^ente  fonna- 
ram  uma  só  parochia.  >    i  »     : 

.  SslÁ  Acosta  ír^fineata^opofo  <i0.(ytff#ira, 
âtiqnai íoi aeftbar,  Ruy JUriim d*QAIveira, 
eaud^>  com  Sancha :  Anp^  filtia  de^Iteoia 
Paefi  d»  Riba  ViseUa,.im  dos  pisimetmaLpo- . 
in9;i4orQ&  .4*fi8U.  província,  .ei  progooter  én 
hmm  P-  Jd^ría.  Paes  Rib^flo  (a  JZíAliri- 
iiA«í  amante 4e  I).  SanolioX 

Bram,iOsX)liveiras  d*eit^paco^fldar)goi  de 
muita  iD0iporlan9ia»'e  notvsisa»  pois  desceu» 
diam  dos  reis  do  Gastelia  e  Leão.  :  ... 

D*.4ld»  Oliveiras  sio  descendentes, u)s  pa- 
droeiros dn hospiul de  S.  Usar^dnoidadie 
éb,  Pií^Qpia  (Hdspanba.>    .  «^    .  • 

Um  d!esies  padf oc^rt»  foi  D.  ASouso  Mar* 
Uns  d*01iveira,  commeodador  de  S.  Thiagfl^ 
sar^o  de  iieao,.e  Fis4K>.4'OUireíffa,  caitdo 
com  D.  Elvira  Ámejá  >  Pestana»,  paei  de  IX 
Martinho  d^Oliveirs^iircebiapo  daBcaga. 

fist^  4^  muitas  jiropriedadas  que  pos- 
aria» soas  .próprias  (^9m  psatencerem  á  mk^ 
ira>  ipatituitt  o* morgado  .da  íMimKao 
AJsmíítfo^.  •  I' 

A  origem 4'^sterViiM«rio, .foi  aaspiiptei  •' 

Qoeraodo  a*  Sanebo  U.^eo  D.  Affom» 
IU)povoajr.a.'prpiriacia  4o  AkmleK  Jen 
o.aitio  da.  Vidígn^r^  ao  mescn  Tbomó^  úm 
aowreíro  d^Sé  d^  Bragat  o  qual»  á  aua  «u^ 
ta,  íúndou  aquella  vilia  (Vidigueira)  doi  qaa 
foi  SQuhor;  pro^wdo-â  4e  imouáÓM^q^B 
tevoQ  do  llíãho^ . 

PMT.ana  morte^  4eij|ou  estis  aenhoriot  fliiPe^ 
dro  Femamdes,  cónego  da  Só  de  Braga,*  a 
Padr^  Pafla»raceQiradaiueem»S(;^êlfar- 
Um  Aanea  e  Vaaea  Agues»  seus.asèriulMa» 

Todos  estes,  doaram  a  vilia  da  Vidigueira 
ao  arcebispo  D.  M4riÍQbo.dX)liva|ra,  que  a 
cedeu  ao  w  O.  Dinis,  ^em  trocstite  herdade 
daAvelkira»  na.;q9ai«iostilaiao  ditom^r- 
fado  da  Oliveira,  no  anno  4e  i30&*      .  1. 1 

O  pafg  4*0Uri»ift  (4*eií^iregaeria.4'0U' 
▼aipk).qofnogiio  era  ,yiu8ttlado^.passog  per 
compraib  ou  gasanentos»  aga.  Cerquaini^  t 


OU 

depois»  aos  Aranhas,  e  estes  o  venderam  a 
B.  ftdro  M  MelM  d0<i4m^}«MniendC(li!r 
da  Refojos  éo  Lima^^filhè  M  B.  Ro- 
drigo deVMeUo  da  Litoa;*  filto  de  D.  Leonel 
de  lima,  i.-^vtecoBdade  Vitta  Nova  dá  Cer- 
veira. Foi  condado.^  ,...•. 

»0'  uitimaMpré^enunio  da  casa4o9^  èoèdea 
de  OUveira  doe  AMbs,  foi;  B.  Aidonio  â'AI- 
ibeída,  filho  dOrD.^JÒao  Pranclsco-dè  Paula  » 
Almeida,  e  de  D.  Francisca  Isabel  Gouliolld, 
da  casa  dos  srs.  viscondes-da  fiáhih."  * 

D.  AntoDio  d'Aloieidss  fálleeeu  eiá  Lisboa. 
«>8  deddnmbro  4e  1173/  'V 

E'  terra  muito  ferlil.  '  •  **'*' 

•O  vinho  branco  doesta  freguesia;  é 4e'  lu- 
perièrqualidade» 

Em  um  monte  t^roKtmo,  há  uma  lapa  ou 
gruta^  chamadlr- Poços  <do  Haf. 
'  t  Goosca .  que  'este  Aotti»  lhe** provêtoi,  póf 
n'eila  se  recolher  Bermudo  II  (o-CTofctto) 
quaoáo  deuabataittt  a  Almançor,  Ireféu^ka- 

lifá^dtfCordõvvMtt^^oe.  ^  ' 

' '  Hk  ttittrbém  aqdi  Mtro^pei^o,  èhamado 

do  Garcia.  ' 

Segundo  a  tradícçao,  deve  este  nome  a' ter 
junto  a  elle  a  sna'Miâá*(no  Msmo  kúúéj  o 
general,  chrisião,  D.-GgrciaL  '  •  ' 
^  fámbem  consta,  que-  Amónio  «é  jKrátoJo 
de-Aflêvedo,  e  outnMtIMargds  porttíguètbs, 
ilVetim  eseèiMdo  pdr  eites  «irios,  a  B;  An- 
tonto,  ftM  ék  Oralo,  em  1880,  antes  d*élto 
'ugippaiUMPPiítnçai 


I  • 


*    t  • 


p  1'^ 


'  4i£m  WS4  Almançoti  cora  um  nuaMiuao 

e^efciío  invadiu  Porlogal,  tpmfndp  Coim« 
bra,  Braga,  Lamego,  Viseu,  e  outras  muit^^ 
povoaçõâ  e  fortalezas  importantes,  deixan- 
do tudo  assolado  e  reduzido  a  tim  lago' de 
sangue,  ^     * 

Em  998,  o  mesmo  Alma^mr.  invade^  de 
novo  Portugal,  entrando  por  Oaliiz^,  onde 
se  lhe  òppoz'0  conde,  D.  Forjàz  Vérmulz. 

Os  príncipes  cbristaos,  andavam  em  coir^ 
talida;  porem^a  perígueDmnum  os  Issunir. 

D.  Bermudo  JI,  t^ d^IUvarca, aa^audt 
D.  Garcia  Fernandes,  deram  a.  Alnian^r 
uma  sanguinolenta  bafania,  nos  campos  de 
AlefthtanMot',  prèkimo  a  Osma,  onde  0^  mo^- 
roa  iarainieeipletameutB.éeabariíta<ki%  •  Ai- 

rancor  morMlw^i^.ímdo^ .  ;,•        ^     .  • 

Foi  provavelmente,  antes  d  esta  bataljj^ 
que  teve  logar  a  d'esta  freguezia,,  qi^e  nao 
devli  s«)r  do  grande  ifAportancia,  pois  d^eiia 
niD  leaam  aa  hisUMaik 


ou 

OLIVEIRA  —  freguezia,  Trazos-Montes, 
QMicélho  db  iienb-FriD,('€(raiareâ' e  ttltf- 
kNttetcos  m  0/da Pèc<rdâ  lêgnaç  78  ao S. 
N;  B«  do  Podto^  ^35^910  M.  de  Lisboa.^  » ' 

Tem  160  fogos.  ''  =   "•  ''•  ^' 

•  EfB  1757»  MbIu  i23  fDgoSi  '^     '    » 

teago^  Santa  Maria  de^OtlTelh;       ' 

Bispado  io<  Porto,  dialrfclòadaitttstml^ 
deVillaReaL 


.ft    • '    '.   .;« 


A' mitra  aprweiitava  o  âftèaie^  i^liiha 
600M00rébdolmâiffleatoaha«ai:'  " 
B.  lerla^èrtiL  i  -  - 
.OUVSIRA--ft«giiezh^  1IMh<  «omardi, 
oonefllho^  didlHeto  adiíMMrativt»;  areebi9* 
pado  «4  kilometrosida^Sraga;  300  ao  Ni^de 
liaboa.     .  •    •»  . ►;(' 

Tteba  om  IH;?,.^!  fogos. 
Drago;  S.nMailieQ8;  evangelim.    '        ' 
O  prior  dot  mosteiro' do  ftwTieolite  doPó^ 
ra,  do  Uaboa,  apresotiuva  o  vigário;  qd» 
Unlia  50^000  réis  de  côngrua  o  o  pé  dcf  ai* 

Ssla^lreeQOKiÉeitá» ha  maitoa iíàúi  Éai- 
da  á.lreguezia  ^  S.  Bedh)  dXMtdra;  qné 
Já  fiea  descripta. 

'  OUTORA  B^áffilfEiS-^Vflt^  Doaro,'^- 
beça:  do  ooncaihoie  davòtnareaÁ)  séu  noiHo; 
40  kikaMtros  ao  Ni  B;  d*At<9Ír(i,  «ao  í^. 
do  Porto,  i8  «o  S:  B.  da^Poirt^-iSno  B.  dò 
Oceatao,  S3aoo  N;  do  Ufibòa.      > 

Tem  600  fogosi  I    ^      

Bm  1757,  tinha  334'mgOs. 

(Mffo^  S.  Miguêi,  arehMiJo. 

Bispado  do  Porto,  districto  adminiltráfi- 
voè^Aveiro.  *»  »»       '  * ' 

A  i&llra  o  a  abbade^sa  dò  eouiMõlo  do  B; 
Boiíto^ldft  Av<#  Maria,^  4à  cidade'  dO  PòHo- 
apresentavam  aitenAltWkfneõfe  o^itof,  iKtie 
tinha  «eOMOO  réis  de  eotígraa  è  eípó  d'atair. 

O  coaselào  deOlivoin  d*A^èk,  é  cdm^ 

pom^ieiO  íregoeiia9,-«eDdo  14 'éo^ 'bispado 

•do  Porto,  e  6  DO  d'AvWfD.       '      *      r  ' 

As  do  bispado  do  Pdrto.'fe5d:-^e8ár;Ca- 
cQjios  (oa  Como  dè  GaeiiJàè9);'Fáj9es,  Gân^ 
dira,  Loureiro,  Xaèiérá'  de  Barbes  (ò«i  dáH 
Tenjas)r1Miil,  Noí^ndra  úò  GHitò,^0ifV6i^ 
ra  d'Azemeis,  Píndèlló;  ftibk  dip;'  SL  JèUi 
da  Madeira,  Vílla-Chaç,  e  Ul. 

As  do  bispado  d*Av^í]^  ifioi-^Cacregoaâ, 
Macinhau  da  Geiça  (oa  da'  Seita),  Ostella, 


íti»,*» 


« t 


'•  .t. 


( I 


Palmares,  Pinheiro  da  Bemposta,  e  Travaca. 
T&dias  Í0om  6:10ãí  fogos. 
•  'A  eòmaréa  ê  com^oMa  do  seu  julgado  e 
do  da'lfáieiri*  ié  Cambra,  cem  2*400  fogos. 

Total,  8:500  fogos.     • 

'Incididas  nasi  freguezias  do  Julgado  "d*bu« 
vWfá  d' Azeméis,  vSo  as  do  ántígd  julgado  do 
Pinheiro  dk  Bemposta;  supprimido  [e  uiais 
o  éOnèeHiò)  p^jo  decreto  da  regência,  dè  2i 
de  otitiíbro  de  Í898. 


«  .  f 


V  • 


•  ErS  éâtá'v1lla,  commehda  da  ordem' de 

Em  18  éle^maio  dè  17^9,  fez  D.  jtfaríá  (» 
méireè  d&  'comhiebdli  de  SIò  Miguel,  ifóli- 
veira  d'AzemeiS^'  &  *José  éd  Seabra  da  8f Ivà. 

Dirli  carta  fegiat-^cTendo  cónsiScraçao 
ad  bom^eirviço  ))úè  lòsé  de  Seabra  me  fez, 
nos  muitos  legares  de  lettras  que  exerditon, 
e,^uVtimáménté,  no  emprego  de  secretaHo  de 
estado,*  ádjuhfo  ao  áiárquez  de  Poiúbat,  è 
por  outros  motivos,  dignos  da  minha  real  at- 
letl^,:ètfc.» 


t  '  4  ,   , 


•  ) 


Esta  VfnaTestá  situada  na 'chapada  debma 
serrí,  còátboa  visu  para  o  S.,  0.  e' Norte. 

Foi  elevada  à  cathegoria  de  villa  e  éabeçá 
dd'concMh'0,  ^eló  príncipe  regente  (depois 
B.  Jéâtt  VI)*  emiSOO;  .. 

'  NIo  tem  foral  próprio,  regía-se  pelo  foral 
da  Fefni,  onde  vem  incTutda. 

E^  t^adieijàò  que  o  home  lhe  provem  do 
seKtífMe.      • 

Havia  em  tempos  amigos,  por  estes  sitíos^ 
à^enks  uma  tàbef  ná  sòlitái^fa.  Os  donatós  dos 
mosteiros  ^áos  ))uaeé  se*  dava  também  o  home 
ééàíeméii)  quando  andavam  uo  peditório, 
costuihíVam  descançar  debaixo  dé  uiha  oli» 
telra,  que  eslava  em  f^ehte  da  taberna,  e  que, 
por  isso  se  vein  a  denomíitar 'OfítWra'(2at 

ÂàtÚeii. _ 

'  Na'mfhh'ã  oplh1ao,1^to  ií3b  passa  dè  umai 
d*âqiie11ás  etybtolo^iaí  inventadas  por  quem 
nlb-  quetia^tòtudar' a  holssa  antiga  língua 
porttígueka.  ^    * 

^Etíiendó'  qàè  'o  tiooié  doesta  viTIa  provem 
do  árabe  —  algeme  —  que  significa  arraial^ 
ajuiitktaáítd;  ébn^égaçãò,  etc—palatra  !ain- 
dia.  usada  no  século  XVf  -^  {fãandw,  Nuno 
Anmudei,  a  Lopo  Barriga,  qne  fo$te  úo  aze* 


266 


OU 


OLI 


mel  de  Ábida,  onde  o$  cafUãet  Am  CabUdm 
e  Muares,  tinham  as  suas  tendas^  ate.— Da- 
mião da  Góas»  Cbron.  4'KI  Rai  D.  Manual, 
pirta  3.%  eap.  3i,  pag.  3270 

A  egraja  matrlis,  qaa  é  be lia  a  anmptoosa, 
é  o  melhor  ediâcio  da  villa.  Foi  raédiBaada 
á  custa  daa  Obras  Publicas»  em  1W4« 

O  ar.  António  Ferreira  da  Silva  Júnior» 
natural  doesta  Tilla,  e  fallaeifo  na  BaUa 
(Brasil)  em  22  de  novembro  de  1875  —  le- 
gou,, em  seu  testamento,  4O(WQ0a  féi%  á 
egreja  de  S.  Miguel,  d'01iveira  d'Aieiiiais»a 
lOOJiOOO  réis  Aoa  pobres  d'asu  Ireguesia; 

Também  deixou  tSQOiOQO  réis  á  SanU  Ca* 
aa  dia  Misericórdia  do  Porto* 

O  Omnipotente  o  premiará  na  Gloria»  pe- 
tos actos  de  caridade  que  praticou  cá  na 
terra. 

O  cemitério  publico,  feito  em  Í8d3»  foi 
lambem  á  custa  du  Obras  PiU^icas,  •  do 
do  povo. 

A  casa  da  camará,  que  é  também  tribunal 
do  juízo  de  direita,  e-  contem  as  repartições 
da  administração  e  fazenda,  e  a  cadeia  pu- 
blica, é  um  magestoso  e  vasto  adificlo,  cons* 
truido  em  1840. 

0  sr.  José  da  Costa  e  9ouca  Pinto  Bastqi 
tem  um  bonito  palacete^  edificado  em  1869; 
Ha  ainda  n'esta  villa  mais  alguns  ediflaios 
particulares,  bons  e  bem  eonslíruidos;  maa 
que  nlo  teem  o  valor  que  deviam  tar«  se^  as 
influencias  do  campanário,  nao  actuassem, 
para  que  o  ministro  das  Obras  PuUicas  oium- 
dasse  fazer  a  estirada  a  mac-adam,  da  l.« 
classe,  pelo  centro  da  villa,  a  pela  ma,  cha« 
mada  (por  irouiai)  Rua  DireUa,  que  é  uma 
bitésga  tortuosa,  tendo  sitias  onde  com  di(« 
Acuidade  (e  perigo  dos  peoos)  podam  caber 
dois  carros  a  par. 

Se  a  estrada  se  construísse  por  onde  (òi 
prio^eiramente  estudada,  que  ara  ao  E^^la 
villa,  pela  capelia  da  Santo  António^  estaria^ 
boja  transformada  em  umafonnozisslmaes- 
irada-rua,  a  a  povoação  teria  attingido  o  des« 
envolvimento  próprio  4a  sua  prosperida- 
de. > 

Junto  á  villa,  ao  E.  d'elUy  sa  té  o  tbaatro, 

1  Os  de  Villa  Nova  de  Pamalicio,  tivei^att 
mais  jttizo.  Não  se  opposeram  a  que  a  eslra* 
da  seguisse  a  directriz  que  Ibe  deram  os 


eonstruido  por  aobscripçlo,  em  18S8.  E'  sin- 
tsla^  uns  boaUo,  e  da  sufflef  ente  tamanlia 
para  a  popula^  da  vilfa  a  airedores,  que 
o  frequenta. 

Ha  aqui  um  asylo  dá  inffincia  desvalida, 
fundado  peio  sr.  Pinto  Qà  faUeddó)  natural 
d'aata  villa»  eidadia  benemet-Ko^  qna  enri- 
quecera no  Brazll. 

.Bm  abril  de  Í87K^  a  ammymo  Y,  da  cida- 
de do  Parto,  bem  conbeeido  em  todo  o  rei- 
no pelos  seus  innnmeraveisactos  de  carida- 
de, vardad^ramente  evangélica,  deii  a  este 
asylo*  uma  esmola  de  90M00  réis.  Nio  se 
sabe  com  certeu  quem  seja  o  anonyma  Y; 
mas  supp9e-se  que  é  o  sr.  Eduardo  da 
Costa  Correia  Leita.  Qtiem  qtier  que  alia  se- 
ja. Deus  o  pramiarána  bemav«nturança  por 
taptu  a  tio  reiteradas  desventuras  a  que 
tem  valido,  epor  lantu  fomes  a  misérias  que 
tem  aliviado. 

Tem  Misericórdia;  e  estação  telegraphiea. 

A  1:800  metros  a  N.  E«  da  Tilla,  astà  a  fa- 
brica da  vMros,  do  Gôvo.  <YoL  ±%  pag.  436» 
coí.  2.*) 

A  3  kilomelros  ao  S.  &,  ettá  a  faMaa  de 
lanifl^os^  do  sr.  Bernardo  da  Gosta  Pinto 
Baslo-  Pedi  bimlldemente  a  esteeavattieiro, 
infoipaçSas  aatee  asta  fiibrica,  psrafaaer 
aqui  uma  mais  aalisfataria  e  cabal  deaerip'* 
ção  d*ella;  porem  o  sr.  Pinto  Basto^  nao  se 
dignou  respondar-ma. 

0  motor  d*asta  fibriea,  é«  aguada  rio 

N*este  concelbo  ha  muitas  fabricas  da  óp- 
timos db^pw^  da  lan«H)s  mais  finan  que  se 
fabrioam»  em  Portugal— no  qna  sa.iaz.nm 
importaulissima  oammareio. 

Ha  também  Abricas  do  papei,  da  muito 
boa  qualidade, 'O  duas  fabricas  de  séit.  Vão 
meiícionaij^  <todas  .aa  fabrieas)  nas  fragua* 
zias  onda  estão  siuiadaa. 

Na  praga  da  villa»  ba  um  mercado  em  to- 
dos os  domipgos»  qoa  é  omaior  a  malhar  da 
província,  a  talvei  da  todo  •  reino;  tão  graa^ 
de^  e  de  tanto  movimento  commaneialy  coma 
qualquer  grande  feira.  > 

engenheiros,  pelo  que  é  boje  a  rua  príoci- 
pai  a  tntis  bonita  da  "villa,  dmo  se  verá 
quando  tratar 'd'«sta  povoado. 

1  No  domingo,  4  de  julho  de  i875,  se  es- 


ou 

OliTein  d'AiemeiS|  é  uma  povoação  mui- 
to moderna:  aioda  em  1780  era  uma  aldeia 
de  poaea  importância;  porem  a  energia  e 
amor  ao  trabalho  dos  seus  habitantes,  tem 
poderosamente  eoneorf  ido  para  o  sen  actual 
estado  de  prosperidade. 

lá  vimos  que  a  ereaçio  do  seu  concelho» 
dau  de  1800.  Até  1834,  pertenceu  á  cornar- 
ea  da  Feira— porque  o  território  d'6starre- 
fuezia  ainda  pertence  á  vasta  circumseri- 
pçiOy  denominada  Terras  dê  Sanía  Maria^  ou 
Terra  da  Feira^  que  terminava,  pelo  S.,  no 
rio  Caima. 

Esta  comarca,  a  de  Ovar,  a 
da  Feira,  parte  da  de  Estarre- 
ja, parte  da  de  Arouca,  e  o 
concelho  de  ViOa  Nova  de  Gaia, 
formavam  as  terras  de  Santa 
Maria,  que  comprehendiam  107 
das  actuaes  freguezias— a  sa- 
ber—Pdra,  37;  Villa  Nova  de 
Gaia,  t3;  Oliveira,  SO;  Cam- 
bra, 9;  ^tarreja,  9;  Arouca  (a 
parte  que  é  na  Terra  da  Fei- 
ra), 0;  e  Ovar,  4. 


O  território  doeste  concelho  é  muito  fér- 
til em  todos  os  géneros  agrícolas  do  nosso 
€lima. 

O  seu  vinho  é  todo  do  denominado  verde, 
mas,  em  quasi  todas  as  freguezias^  de  boa 
qualidade:  em  1874,  produziu  umas  9:000 
pipas. 

Ha  também  uma  grande  área  d'este  con- 
celho povoada  de  arvores  silvestres,  sendo 
em  maior  cópia  òs  pinheiros;  pelo  que,  não 
aó  tem  lenhas  e  madeiras  para  o  consumo; 
mas  exporta  d*este8  géneros  para  diíferentes 
localidades»  e  até  para  a  cidade  do  Porto. 
*  Com  a  exportação  do  gado  bovino  para  a 
Inglaterra,  se  tem  desenvolvido  aqui  a  erea- 
çio e  engorda  de  bois»  em  grande  escala,  re- 
sultando entrarem  no  concelho  annualmente» 

tabeleceu  n'este  mercado,  a  medição  e  peso 
dos  géneros,  pelo  systema  métrico.  Espera- 
va-se  que  o  povo  se  opposesst  a  estainoira- 
ção»  e  tinhara-sa  tomado  providencias;  po* 
rem,  ainda  que  de  má  vontade,  náo  houve 
desordem  alguma;  nem  mesmo  tumultos. 


OU 


267 


•entoe  de  .contos  de  réi9,  provenientes  d'ea- 
ta  exportação. 

Também  hoje  i  importantissi  mo  B*este  con- 
celho o  fabrico  da  manteiga  de  vacca,  a  me- 
lhor que  se  fax  em  Portugal,  e  que  se  ex- 
poria em  grande  quantidade. 

Ha  também.  n'este  concelho  grande  nome- 
ro  de  minas  metallicas;  mas  poucas  em  la- 
vra. (Vão  nas  fregueziaa  onde  estão  situar 
das.) 

Em  fevereira  de  1876,  foram  registadas 
n*e8ta  camará  municipal,  ama  mina  de  en- 
xofre, e  outra  de  ferro  e  enxofre. 

Era  Oliveira  d*Azemeis,  do  districto  da 
capitania-mór  da  Feira.,  Sendo  eapitáo-mór, 
João  de  Castro  Cor^e-Real,  da  villa  da  Fei^ 
(avô  do  sr.  José  Luciano  de  Castro)  por  tn- 
flaencia  de  João  d*01iveira  Camossa  (avô 
dos  srs.  doutores  Saldanhas,  de  Mançores) 
natural  d* Aveiro,  e  casado  na  casa  de  flun- 
dõee  (vol.  3,%  pag.  242,  col.  !•— e  vol.  S.% 
pag.  22^  cfíl.  1.*)  foi  Oliveira  separada  capi- 
tania-mór da  Feira,  sendo  seu  i.*  capitão- 
mór,  o  mesmo  João  d*01iveira  Camossa^  pe- 
los annos  de  1804.  Era  este  Camossa,  moço* 
fidalgo  da  casa  real  e  cavalleiro  da  ordem  de 
Chrlsto. 

Estava  na  cidade  do  Porto^  commandan- 
do  as  milícias  e  ordenanças  d*01iveira  de 
Azeméis,  quando  alli  entrou  o  general  fran- 
cês Sonlt,  em  29  de  março  de  1809,  dia  de 
perpetuo  lacto  e  horror  para  aquella  cidade, 
pela  cruelissima  mortandade,  de  4  a  5:006 
pessoas,  afogadas  no  rio  Douro. 

Camossa,  retirou  com  a  sua  gente,  pela 
margem  esquerda  do  rio,  e  os  milicianos  e 
ordenanças,  fugiram  em  debandada,  para 
suas  cas;^.  O  capitão-mór,  foi  ter  a  Arouca 
(48  kilometros  ao  E.  .do  Porto)  e  se  hospe- 
dou èm  casa  de  un^  individuo  que  reputava 
seu  amigo;  mas  que  o  atraiçoou,  fazendo 
acreditar  ao  povo  amotinado,  qne  era  jacoT 
bino,  pelo  que  foi  vil  e  cobardemente  assas- 
sinado. 

Camossa,  tencionava  dirlgir-se  d*Arouca 
para  a  Figueira  da  Foz,  e  d*alli  emigrar  pa« 
ra  a  Gran-Bretanha;  e  tinha  mandado  já  pa- 
ra a  Figueira,  sua  esposa  e  filhos. 

Era  casado  com  D.  Anna  Karia  de  Rézen- 


268 


m 


de  Camossa,  da  casa  de  Faodões^  e  tinha 
|>or  filhos,  Diogo  Camossa,  7oSo  Cámossa  e 
D.  Anna  Camossa  Nanes  de  Saldanl^a. 

JoSo  Camossa,'  qnè  herdou  a^k*anâe  easa 
de  Fundeies,  morren  solteiro,  deitando  qoan- 
1b  tinha  (qàe  se  diz  ser  mais  de  200  contos 
de  réis)  aos  filhos  de  «ua  irmanl'         .  '  * 

Esta  cason  na  também,  rfquiàsima'  ca- 
tt  da  Tefçat  nafreguezia  deMançores  (con- 
éethò  e  comarca  d* Arouca)  còin  o  dr.  Jo^é 
António  Nunes  de  Saldanha,  que  foi  juiz  de 
ftíra,  no  frtnado  do  st.  D.  Mfgulíl  I.      * 

D*es(6S'dois  cODjuges  houveram  quatro  fi- 
lhos e  tros  filhas,  e  s2o  os  srs.: ' 

Doutor  Manuel  Baptista  Camossa  Nunes 
úe  Saidanha,  residente  na  ca$a  da  Terça,  e 
actual  presidente  dá  camará  municipal  de 
Arouca,  em  enjo  cargo  tèip  feito 'relevantís- 
simos serviços  ao  concelho;  e  pelo  que,  e 
pelas  suashellas  qualidades  e  cavalheirismp, 
é  geralmente  estimado  e  respeitado;  o  que 
prova  a  escolha  que  d*elíe  se  tem  feito  para 
a  edilidade,  desde  o  annô  de  1870,.^  sen- 
do ultimamente  reeleito,  até  ao  biénio  se- 
guinte. 

Douior^  João  Camossa  Nunes  de  Saldanha^ 
Tèreadòr  e  administrador  substituto  do  con- 
eelho  d^Agueda,  onde  reside  e  tem  uma  gran- 
de casa. 

Josi  Camossa  Nunes  de  SatdanhOy  soltei- 
ro—  e  duas  senhoras. 

Morreu  um  filho  e  uma  filha. 


A  paginas  419,  col.  I.«,  do  l*»  volume,  fal- 
lei  do  mosteiro  benedíctino  do  Couto  de  Cu- 
ci^es,  n'este  concelho.  Como  depois  cTisso 
se  desse  tima  importante  mudança  n*êste  edi- 
ficlo,  e  uma  nova  e  interessantíssima  appli- 
caçao,  e  nao  pôde  hjr  n*aqúella  fréguezía, 
resolvi,  para  nSo  privar  os  leitores  d*esta 
noticia,  transcrever  n*este  logar,  por  ser  do 
concelho,  um  commuDicado  que  se^  lé  em  o 
n.*"  264  do  Commerch  do  Minho,  de  24  dê 
outubro  de  1874,  e  é  o  que  se  segue: 

Acaba  de  abrir-se  um  novo  estabelecimen- 
to de  instrueçlo  na  freguezia  de  Couto  de 
Ciicújaes,  concelho  de  Oliveira  dje  Azepieís» 
distritto  de  Aveiro.  Este  estabelecimento  nao 
lem  só  por  fim  instruir  nas  sciencias^  mas 


ou 

I .  t 

tem  o  de  instruir  nos  princípios  dai;'eligiSo. 
O  estabelecimento  4o  que  fallo,  é  o  .Coliegio 
dos  SS.  Corações  de  ks^  e  Maria,  (unda,^ 
no  antigo  mosteiro  da  orden^  de  S.  Bento,  o 
dirigido  por  o  sr.  fr^Joao  de  Santa  Gertra* 
des,  monge  da  mesma  ordem  no  iooperio  do 
Brazil.  O  ediflçio  perece  hoje  ao  sr.^Ma* 
nuel  Joaquim  da  Fonseca»  abastado  ^  ^our 
radissimo  proprietário  .4!eata  freguezi^,  (> 
qual  de  bom  grado  e,£ratuítamente  o  cedeu 
para  o  çollegio,  ç  além  d*i8S0  fez  á  suf  cuata 
as  necessárias  obras.  iÇste.ediflcia  nao, só 
tem  as  necessárias  commodldades  para  alli 
estar  o  cpllegio  esfabjeleçido^  mas  tem  as  van- 
tagens doestar  em  sitio  aprazível  e  hygieni- 
CO,  e  de  poderem  os  alumnos  assistir  ã  mis* 
«a  e  mais  ofikios  divÂQOsna  êgreja  parochial, 
antigamente  a  do  moateiro,  3em  ser  necessá- 
rio sahir,  pois  que  tem  com  ejUa  communica- 
çao  interior.  .     , 

No  domingo  ii  da  corrente  teve  logar  a 
solemoe  abertura  das.Mila^i.  fiavendo  por  es- 
fSL  occasião  Santissinao  Sacramento  exposto 
e  missa  cantada.  (A^  Evangelho  subiu  ao  púl- 
pito o  sr.  padre  CaAtan<^  do  ^ioho  e  Silva» 
que  pronunciou  um  discurso  singello,  maa 
muito  doutrinal  e  que  muito  agradou  aos 
ouvintes,  tendo  de  mais  a  notabilidade  de 
ter  hldo  pregar  quasí  de  improviso.  No  fim 
da  missa  houve  o  hymno  à  Santo  António  o 
Santo  Agostinho,  que  foi  executado  com  grau 
de  maestria,  bem  como  toda  a  festividade.  Of- 
ficiou  o  muito  revd.«*parocho  doesta  fregue* 
zia  é  assistiu  um  granáe  numero  de  cléri- 
gos. No  fim  do  hymno  foi  cantado  o  «Geai- 
tóri»  e  foi  encerrado  o  Santíssimo  Sacramen- 
to. A  egreja  estava  adornada  com  simplici- 
dade, mas  com  gosto,  notando  se  que  ó  tbro- 
no  tinha  um  grande  numero  de  luzes^e  4^ 
Jarras  de  floras. 

A  filarmónica  foi  á  de  Oliveira  de  Azemos, 
que  n'este  dia  executou  uma  knissa  novj^ 
composta  por  o  sr.  Pinho  i[onior,  digno  con- 
tra-mestre  da  mesura  filarmónica.  Agradou 
muito,  tanto  na  maneira  e  bom  gosto  com 
que  desempenhou  a  mis^a»  como  pelo  gostp^ 
com  qm^  exeoitoa  variadas  pe^ 

A  ooneorreneU  foi  pouito  grande. 

Com  esta  festividade  quií  o  muito  digno 
director  mostrar  que  lògo  no  começo  doesta 


òíi 

institaiçao,  desejava  tífiir  o  etemcnto  religio- 
so dbvtt  ò  èlemehto  itístructivo. 

Tfofiai  da  festividade  líol  servido,  ení  casa 
do  sr.  FODseea,  nm  )atito  jantar,  ao  qoal  as- 
slstiram  os  clérigos  qixé  tomaram  pari^  na 
fUficçãb,  08  dignos  professores  do  collegio  e 
mnítos  convidados,  entre  os  quaes  figurava 
o  sr.  António  Bernardo  da  Costa  Pinto  e  sna 
éx."«  filha.  Honve  alguns  brindes.  Sahírano 
penhoradissimos  pelas  maneiras  afTàveis  e 
délieadas  do  sr.  Fohsecà  e  sua  ex.*"*  esposa, 
<]ue  prodígalisaram  Immensos  obséquios  a 
todos  os  que  n'ess6'  dia  tiveram  a  hçnra  è 
prazer  de  seram  por  elles  convidados. 

Honra,  pois,  ao  sf .  Manuel  Joaquim  da  Fon- 
seca, que  nâo  se  tém  poupado  i  esforços 
nem  a  despezas  para  se  levar  a  effeito  a  fun- 
dação d'este  collegio.— Honra  ao  sr.  fr.  João 
de  Santa  Gertrudes,  que  tem  sabido,  com  ani- 
mo forte,  arrostar  com  tantas  dífficuldades  e 
sacrificios,  para  o  bom  êxito  d'esta  tâo  ulil 
empresa.— Honra  finalmente  ao  digno  paro- 
ch6  d*eãta  freguezia  e  aos  clérigos,  que  to- 
dos de  bom  grado  vieram  gratuitamente  as- 
sistir á  festividade. 

O  dia  i2  foi  de  feriado  geral.  No  dia  13 
começaram  as  aulas,  cujo  serviço  foi  distri- 
buído pelss  professores,  da  forma  seguinte: 
O  sr.  fr.  João  de  Santa  Gertrudes,  director 
do  collegio  —  latim  e  latinidade,  e  desenho 
linear. 

O  sr.  fr.  Francisco  do  Lado  de  Chríslo,  1.» 
sub-directòr  do  collegio  —  francez,  italiano 
e  mathematica  elementar. 

O  sr.  padre  José  António  da  Rocha,  pre- 
feito do  collegio — instrucção  primaria  (pri- 
meira parte)  e  grammatica  portugueza. 
•  O  sr.  padre  Caetano  de  Pinho  e  Silva,  2.*» 
silb-director  do  collegio  —  oratória,  poética 
elitteratura;  substituição  de  francez;  e  de 
latim  e  latinidade,  coadjuvando  na  aula  de 
instrucção  primaria  (primeira  e  segunda 
parte). 

O  sr.  José  Reynaldo  Bangel  de  Quadros 
Oudinot— philosofia,  geografia,  chronologia  e 
historia,  instrucção  primaria  (segunda  par- 
te) e  substituição  de  oratória. 

O  sr.  Manuel  José  de  Oliveira  Heitor  — 
princípios  de  phisica  e  chimica  e  introducção 
á  historia  natural. 


òií 


26? 


Abrlr-se-h^  uma  ^ul^,  de  ^nsioa,  logQ. 
que  para  ella  haja  numero,  sufficien^e  da 
alumnos.    t     .    < 

Oj^là  que  tão  útil  estabelecimento  se  con* 
serve  e  progrida.  .    ^ 

Bom  local,  agradável  vista  d^  campo,  opti« 
ma  eérca  para  recreio,  (aeei^  viai»  de  com- 
muniicação,  sitio  hygienicQ,  terra  de  recor- 
soSy  ampla  ca^s.a,  professores  bons,  já  pelos 
seus  conheciipen.to9,  já  peU  sqa  morigera* 
ção,  eis  em  resumo  as  causas  que  levam  a 
crer  que  este  estabelecimento  será  em  bre-* 
ve  um  dos  primeiros  no  seu  género. 

Couto  de  Cucujães,  (4  de  outubro  de  1874. 

OLIVEIRA  D  ARDA  (ou  do  irda)— aldeia. 
Douro,  freguezia  de  S.  João  Baptista  da  Bai- 
va,  concelho  de  Paiva,  cpmarca  e  15  kilome- 
tros  ao  N.  0.  d*Arouca,  i:500  mètroa  ao  S. 
do  Douro,  30  kilometroa  ao  E.  do  Porto,  300 
ao  N.  de  Lisboa,  40  fogos. 

Situada  no  degrau  da  serra  de  S.  Domina 
gos  (assim  chamada,  por  lhe  ficar  no  aça 
'plató  oma  ermida  d*esta  invocação— voL  %,% 
pag.  477,  col.  2  *)  —  O  logar  está  a  meia  al<« 
tura  d'esta  serra,  que  tem  mais  de  300  me- 
tros acima  do  nivel  do  rio  Qouro.  Mesmo 
assim,  é  o  logar  muito  abundante  d*agaa% 
que  regam  alguns  campos.  £  terra  pobre, 
pois  só  tem  uns  quatro  lavradores;  o  resta 
feminino  da  povoação,  occupa-se  em  apa- 
nhar carqueija,  que  vae  para  o  Porto,  pelas 
Fontainhas— e  o  masculino»  na  profissão  de 
almocreves,  ou  jornaleiros. 

0  que  faz  notável  esjta  aldeia,  é  a  sua  fa« 
mosa  capella  de  Nossa  Senhwa  das  Amoras: 
tanto  que,  por  longe,  não  se  dá  á  povoação 
o  seu  nome,  mas  o  de  Senhora  das  Amoras^ 

Junto  ao  logar.  (ao  N.E.)  ao  sitio  onde  bo- 
je se  vé  a  ermida,  se  dava  o  nome  de  Portel' 
la,  e  era  um  sobreiral.  Be;5a  a  lenda,  que, 
pelos  annos  de  1450,  appaieceu  um  dos  so- 
breiros carregado  do  amoras  ^  e  entre  oa 

1  Cumpre-me  notar,  aos  meus  leitores  — > 
que  o  não  saibam  —  que  os  sobreiros  (ou 
sovereiros)  quando  são  muito  velhos,  não 
dão  bolotas ;  mas  em  seu  logar  um  fruelo 
muito  semelhante  à%  amoras  brancas  (de 
amoreira)  e  de  um  gosto  ácido  e  pouco  agra- 
dável pela  sua  aspereza.  Tenhoas  visto  e  já 
as  provei.  Faço  esta  declaração,  para  que  se 


270 


OU 


seus  ramos»  uma  formosa  imagem  âa  San- 
tíssima Virgem;  qúe  foi  achada  por  um  la- 
mdoir  d*esta  aldeia. 

No  livro  da  confraria,  que 
è  do  princípio  do  século  XVI, 
se  menciona  o  apparecimento, 
sem  se  designar  o  nome  do  la- 
Trador  qne  prim.iro  via  a  san- 
ta imagem. 
Á  noticia  d*este  achado,  corren  todo  o  lo- 
gar  ao  sitio  da  PorteHa,  vér  a  Senhora,  hin* 
do  também  algnns  clérigos  que  então  aqui 
havia.  Levaram  todos  logo  a  Senhora,  em 
procissão,  para  â  egreja  matriz,  que  fica  a 
ans  1:500  metros  a  N.E.— porém  na  manhan 
do  dia  seguinte,  tomou  a  imagem  a  appare- 
eer  no  mesmo  sobreiro.  Resolveu  o  povo  cor- 
tar a  arvore,  para  com  a  sua  madeira  faze- 
rem na  egreja  um  altar  à  Senhora;  porém, 
o  que  pretendeu  dar  o  primeiro  golpe,  em 
legar  de  cortar  a  arvore,  deu  com  o  macha- 
do um  golpe  em  uma  das  pernas. 

Então,  entenderam  que  a  Senhora  queria 
aer  alli  mesmo  venerada,  e  resolveram  fazer- 
Ibe  uma  edieula,  a  poucos  passos  do  sobrei- 
ro, deixando  n'elle  a  imagem,  emquanto  du- 
rava a  obra.  Concluída  ella,  fizeram  uma 
grande  festa  á  Senhora,  e  a  levaram  em  pro- 
cissão, para  a  nova  ertaidinha;  mas,  na  ma- 
nhan seguinte,  tomou  a  Senhora  a  appare- 
eer  no  seu  sobreiro. 

O  povo  então  decidiu  que  a  pequena  er- 
mida ficasse  sendo  capella-mór,  e  que  se  fi- 
zesse, para  o  O.,  o  corpo  da  ermida,  pois 
abrangia  o  sobreiro,  que  ficou  no  sitio  de 
um  dos  altares  lateraes,  e  foi  serrado,  para 
ficar  servindo  de  peanha  á  Senhora;  que, 
desde  então,  não  tornou  a  fagir. 

Ficou  a  imagem  denominando-se.  Nossa 
Senhora  das  Amoras,  em  memoria  das  que 
tinha  o  sobreiro;  e  tantos  foram  os  milagres 
que  logo  lhe  attribuiram,  que  os  romeiros 
principiaram  a  concorrer  á  nova  capella, 
não  só  das  immeáiações,  mas  até  de  algu- 
mas léguas  de  distancia. 

N*esta  capella  ha  missa  em  todos  os  do- 
mingos e  dias  santificados. 

não  riam  os  incrédulos,  e  para  aue  me  não 
chamem  milagreiro^  por  causa  das  amoras 
de  sobreiro. 


eu 

Nos  primeiros  tempos,  fazlam-lhe  a  soJt 
festa,  a  Sõ  de  março  (dia  da  Annunciaçao 
da  Virgem);  mas,  passados  alguns  annos» 
se  lhe  principiou  a  fazer  uma  outra,  aindJL 
maior  festividade,  a  8  de  setembro  (dia  da. 
sua  Natividade).  Com  o  tempo,  foi  esque- 
cendo a  primeira  festa,  ficando  a  prevalecer 
somente  a  segunda,  que  ainda  hoje  é  uma. 
das  maiores  romarias  d*estas  terras,  acu- 
dindo aqui  romeiros  de  muitas  léguas  em 
circumferencia«  e  até  da  cidade  do  Porto; 
de  modo  que,  sendo  o  arraiai  muito  peque- 
no (ainda  é  um  souto  de  sobreiros,  todos 
muito  velhos),  se  espalha  o  povo  pela  serra^ 
e  enche  as  casas  da  aldeia. 

Antigamente,  n^este  arraial — que  princi- 
pia no  dia  6— havia  todos  os  annos  grandes 
desordens,  e  por  vezes  mortes;  porém,  des- 
de que  o  vinho  encareceu  e  se  tomou  mais 
raro,  e  as  policias-correccionaes  e  as  querei* 
las^  se  tornaram  mais  bastas,  se  faz  a  roma- 
ria com  muito  mais  ordem  e  socego. 

A  imagem  da  Senhora,  é  de  pedra  de  Am* 
çan^  tendo  apenas  0",44  de  alto;  mas  é  for- 
mosa e  de  boa  esculptura. 

A  capella  não  tem  luxo  de  cantaria  *  nem 
é  grande,  e  denota  mais  antiguidade  do  quft 
lhe  dá  a  tradição.  Tem  sido  varias  vezes  con- 
certada, e  fizeramlhe  uma  pequena  torre  de 
sinos;  mas  não  se  lhe  alterou  a  sua  primiti- 
va architectura. 

0  seu  adro  foi  cercado  de  um  muro,  de 
um  metro  d*altura,  para  nivelamento  do  ter- 
reno. 

Tem  ainda  algumas  alfaias  soffriveis;  po- 
rém antigamente,  teve-as  riquíssimas;  prin- 
cipalmente, uns  paramentos  da  China,  que 
de  Gôa  (lodia)  lhe  mandou  um  navegante, 
natural  d*este  legar,  em  acção  de  graças,  e 
em  cumprimento  de  um  voto  que  fizera,  por 
se  livrar  da  morte,  em  um  naufrágio  nos 
mares  do  Oriente. 

OLIVEIRA  DE  GUNHEDO—f^eguezia,  Dou- 
ro, concelho  de  Pena-Cóva,  comarca,  distri- 
cto  administrativo,  bispado  e  30  kilometros 
de  Coimbra,  240  ao  N.  de  Lisboa,  220  fogos. 

1  Por  estes  sities  não  ha  outra  qualidade 
de  pedra  mais  do  que  schisto,  quartzo  e  al- 
gum basalt(»:  o  granito  vem  de  muito  longe, 
pelo  que  fica  muito  caro. 


ou 

Em  i757  tinha  9i  fogos. 

Orago»  Sinta  MarinluL 

Foi  antigamente  da  comarea  d*Ar9aoil, 
concelho  de  Fariaha*Podre;  depois,  passou 
para  o  concelho  da  Tábua,  comarca  de  Ml* 
ddea,  até  qne  passou  para  o  eeocelho  de  Pe« 
na-Cóva,  da  comarca  de  Coimbra. 

O  prior  de  Pena-Cóva,  apresentava  aã* 
nualmente  o  cura,  qne  tinha  SOMOO  réis  de 
côngrua  e  o  pé  de  altar. 

É  terra  fértil. 

OLIVEIRA-D£-FAZE-]fiO  —  freguesia, 
Douro,  concelho  e  comarca  da  Tábua  (era 
do  concelho  da  Tábua,  comarea  de  Mlddes) 
48  kilometros  de  Coimbra,  t40  ao  N.  de  Lis» 
boa,  200  fogos. 

Em  i757  tinha  i74  fogos. 

Orago,  S.  ioáo  da  Boa-Vista. 

Bispado  e  districto  administrativo  de 
Coimbra. 

O  Portugal  Sacro  e  Profano^  nâo  traz  esta 
freguezia. 

É  terra  fértil. 

OUYEIRA  DE  FRADES— YiUa,  Deira-AI- 
ta,  cabeça  do  concelho  do  seu  nome,  na  co- 
marea de  Vousella,  24  kilometros  ao  N.  O. 
de  Viseu,  275  ao  N.  de  Lisboa,  200  fogos. 

£m  1757  tinha  81  fogos. 

Orago,  S.  Pelagio. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
seu. 

A  universidade  de  Coimbra,  poropposição, 
apresentava  o  vigário,  que  tinha  100iM)OOrs. 
de  côngrua  e  o  pé  de  altar. 

O  concelho  d'01iveira  de  Frades,  é  compos- 
to de  i2  freguezias,  todas  no  bispado  de  Vi- 
seu *— são —Arca,  Arcozéllo  das  Maias,  Des- 
triz,  Oliveira  de  Frades,  Pinheiro,  Reigoso, 
Ribeiradío,  S.  João  da  Serra,  S.  Vicente,  Se- 
Jães,  Souto,  e  Varziellas. 

Tinha  mais  as  freguezias  de  Campia,  Cam- 
bra, Carvalhal  deVermilhas  e  Alcofra,  todas 
com  1:109  fogos,  que  passaram  para  o  con- 
celho de  Vousella. 

Tioha  o  concelho,  quando  era  formado  de 
16  freguezias,  2:1K)0  fogos^  hoje  apenas  tem 
uns  1:800. 

O  território  d*este  concelho,  é  fértil  em 
todos  os  géneros  do  paiz. 

Não  pude  obter  mais  esclarecimentos  com 


w 


271 


respeito  a  esta  freguezia,  porque,  tendo*os 
pedido  ao  seu  reverendo  parocho,  láo  se 
dignou  re»ponder-me. 

OLIVEIRA  D6  ARDA  —  Vide  Olwêira 
d^Arda. 

OLIVEIRA  DO  BAIRRO— Villa,  Douro, 
cabeça  do  eoneelho  do  seu  nome,  na  comar- 
ca d'ADadia,  12  kilometros  ao  S.  d*Aveíro, 
35  ao  N.  O.  de  Coimbra,  245  ao  N.  de  Lis- 
boa, 460  fogos. 

Em  1757  tinha  126  fogos. 

Orago,  S.  Miguel,  archanjo. 

Bispado  e  districto  administrativo  d'Avei« 
ro.  (Foi  do  bispado  de  Coimbra.) 

A  casa  de  Bragança  apresentava  o  prior, 
que  tinha  500^000  réis  de  rendimento  au- 
nutl. 

É  a  31.*  estação  do  caminho  de  ferro  do 
norte. 

O  concelho  de  Oliveira  do  Bairro,  é  com* 
posto  de  cinco  freguezi%s,  todas  no  bispado 
d* Aveiro — são — Fermentéllos,  Mamarrosa, 
Oliveira  do  Bairro,  Oian  (ou  Oyan)  e  Tro- 
viscal. 

Teve  mais  duas  freguezias.  Nariz,  com 
225  fogos;  e  Palhaça,  com  272,  que  passa- 
ram para  o  concelho  e  comarca  d'Avelro. 
Quando  era  composto  de  7  freguezias,  tinha 
o  concelho  2:897  fogos— hoje  tem  2:400. 

Esta  villa  foi  dos  marquezes  d' Arronches, 
condes  de  Miranda,  senhores  e,  desde  5  de 
novembro  de  1718,  duques  de  Laí5es— que 
eram  também  senhores  donatários  das  vil- 
las  de  Mhranda  do  Corvo,  JarméUo,  Folgosi- 
nho,  Sósa,  Podentes,  e  Vou(ra.  (Para  se  evi- 
tarem repetições,  vide  voL  4.%  pag.  12,  col. 
1.»  e  seguintes.) 

Ê  terra  fértil,  sendo  muito  e  excellente  o 
seu  vinho,  que  é  do  denominado  da  Bair- 
rada. 

Tinha  foral,  dado  por  D.  Manuel,  em  Lis- 
boa, a  6  d*abril  de  1514.  (L*  dos  Foraes  no* 
vos  da  Extremadnra,  fl.  85  v.,  eoL  1.*) 

Trata-se  n*este  foral,  das  terras  seguhi- 
tes  —  Bairro  do  Móguo,  Lavandeira,  MofUe 
Longo^  Padêllay  e  Bepelam. 

Em  março  de  1874,  se  concluiu  o  edificlo 
dos  paços  d*este  concelho,  e  ]á  n*elle  estio 
estabelecidas  todas  as  repartições  publicas 
do  concelho. 


ên 


I  •  I  > 


ÓÍA 


I    .  •    .  . 


•  • '  I 


Também,  p^Ia  iqeiHii^  Ttm^  jW0j4qí  am 
Oliveira  de  Frades,  nào  posso  dar  mais  no* 
tici;^  d*esta.  yilla.  \    r   r    .     .    ) 

OLIYEIRA  PO  COND$— yiUa,  Beira-Ait», 
coacelho  do  Carregal,  comarca  de  Santa  jC«ia- 
ba-Dào,  30  kilometros  de  Yizeo,  iS^  ao  N. 
de  Lisboa. 

Tem  1:000  fogoa.  ; 

Em  1757,  tiaba  557  fogos» 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo^  ... 

Bispado,  e  districlo  a4miai3UrativQ  de  Yi* 
zen. 

O  conde  de  Yi)]a  NoYa  (de  Portimão)  apre*^ 
sentava  o  vigário,  que  tinha  200  jOOO  réis  de 
rend)mento. 

£'  povoação  muito  antiga.  O  rei  D.  DUiiz, 
lhe  deu  foral  em  1286.  (Franklin  nae  tra^  es- 
te foral.)  D.  Manuel  Ibe  deu  for^  noyo,  em 
Lisboa,  a  20  de  dezembro  de  1516.  (L^  de 
foraes  novos,  jda  Beira^  ÍL.  IW  Yif^^,  col. 
i/).' 

Trata-se  B*este  foral,  das.  terras. segoin- 
tes:~Bem-.  Ja^r,  Fonte  do  Frade,  Oliveii  inba^ 
Travanca,  e  YillaMean. 

£*  barão  d*01iveíra  do  Conde  o  sr.  Migoei 
Borges  do  Castro  Tavares  e  Azevedo— feijto 
eiQ  21  de  novembro  de  1866, 

Oliveira,  é  um  appellido  nobrjB  em  Porta* 
gal.  O  ramo  principal  dos  Oliveiras^  foi  to» 
mado  d'esta  villa. 

O  l.*"  que  com  elle  se  acba,  é  Pedro  d'01i« 
veira;  pae  de  D.  Martim  Pires  d*Oiiveira,  ar- 
cebispo de  Braga,  de  Pedro  Fernandes  d*Oii- 
veira,  e  de  Mem  Pires  d'01iyeira. 

Suas  armas,  são— em  campo  de  púrpura, 
uma  oliveira  verde,  com  azeitonas,  e  perfila- 
da d^ouro,  e  com  raízes  de  prata. 

Elmo  d*aço,  cerrado— timbre,  a  oliveira 
das  armas. 

António  Marques  d^Oliveira,  sendo  cônsul 
em  Flandres,  e  servindo  valorosamente  a 
Carlos  Y,  no  cerco  da  cidade  de  Anvers,  lhe 
deu  este  imp«:'rador  novas  armas,  em  4  de 
abril  de  1545— aão — escudo  dividido  em  fa- 
xa,  na  1.*,  d'onro,  uma  aguía  negra— na  2.*, 
de  púrpura,  uma  cidade,  de  prata,  com  suas 


OU 

torres  e  muros— elmo  d* aço^  aberto— e  tim- 
bCM  agtf  a  du  armas. 

Os  deseendantea  de*  Btmokúo  d'OHvein, 
tmsen  por  armas*-H»8<nidb  esquartellado — 
no  l.f  ^e  V  quartel,  d*oaro,  três  montes  de 
terra,  em  JêSJ^  de  cada  odi  dos  lados  s&s 
asa  rimo  ds  ortigas  verdes,  ^que  se  cmzam 
em  aspa-Mio  %•  e  3^*,  d^azol,  duas  caldeiras» 
d*ouro,  carregadas  de  três  toas  de  zidreE> 
de  mesmo  e  purpura,  com  aeis  cabeças  de 
8<»pe»  d'euro,  em  eada.  pegado  das  aaas  (trez 
para  fora,  e  trea  para  d^eotro.)  Orla  de  ar- 
minho^ carregada  de  8  mosquôtas  negras.  O 
mesmo  efano  e  timbre  dos  antecedentes. 

Nossa  SezAora  dos  Milanês 

,Mo.  tarmo  d*esta  villa,  mas  já  no  distrieto 
da  fregnezia  de  S.  Christovão  de  Cabanas 
(yoL  2.^  pag*  6,  col.  2.*)  junto  ao  logar  de 
Lanceiras  (ou  Laceiras)  está  a  famosa  capei* 
la  de  Nossa  Senliora  dos  Milagres^  edificada 
em. um  teso,  a  que  chamam  Lamba  de  S. 
Thiago,  por  que  aqui  houve,  em  tenipos  an- 
tigos, uma  pequena  ermida,  dedicada  àquel- 
le  santo  apostolo. 

Sobre  as  suas  ruittas,  se  edificou  a  vasta 
capella  actual,  a  cuja  padroeira  attribue  o 
povo  d'estas  terras^  innumeraveis  prodígios 
e  por  isso  lhe  deram  o  titulo  de  Nossa  Se» 
nhora  dos  Milagres. 

Um  devoto  eoelesiastico,  do  logar  das  Lan- 
ceiras, chamado  Bomingos  Gomes,  para  se 
entregar  a  uma  vida  contemplativa,  e  de 
oração  e  mortificação,  se  fez  eremita,  da  ca- 
pella de  Nossa  Senhora  do  Castello,  d' Azu- 
rara (Mangualde  d' Azurara)  onde  assistia 
alguns  annos,  melhorando  muito  a  ermida. 

Fallsceu  n'esse  tempo  sen  pae,  flcando-lhe 
a  mãe,  já  muito  velha,  que  vivia  em  Lancei- 
ras, onde  o  filho  a  vinha  visitar  muitas  ve- 
zes, dandolhe  aquillo  de  que  etla  carecia. 

O  amor  que  tinha  a  sua  mãe  o  movia  a 
desejar  assistir  mais  perto  d*eila. 

Em  uma  doestas  visitas  foi  o  padre,  ao 
sitio  da  Lomba  de  S.  Thiago,  onde  tinha 
umas  terras,  e,  vendo  os  vestigios  da  ermi- 
dlnha  de  S.  Tbiago.  decidiu  fundar  alli  uma 
capella  á  Santi:)sima  Yirgem,  para  n*ella  vi- 
ver em  solidão,  como  havia  feito  em  Azuri- 


ou 


OBI 


373 


ra»  i  pam  estar  maia  pêito  dê. soa  odiê»  e 
mato  proaaptaiMiile  a  poder  ai^ccorrer  em 
soas  uaeesaiâaâea  e  doeoças. 

Covámuiiieoa  oa  aeoa  loteiUòs  a  algans 
amigos  d*este3  sítios,  que  o  gaizaram  des« 
persuadir,  fondando^se  nas  grandes  despe- 
zas  que  era  pnsdso  fazer,  e  ás  qnaesera 
mcdio  diildi  oceorrer;  porem  o  virtaoso  oie- 
rigo,  foi  per  deame  no  ttm  piano,  e  pediu,  e 
obteTe  finaimente,  licença  do  bispo  respecti- 
iíO|  dando  logo  principio  à  edificação,  o  qne 
tevéiogar pelos annos de  1680,  e em poneo 
tempo  esta?a  oonelnida  a  eapeila^  qoe  é  ama 
das  melliores  d'eatee  siiios. 

Bstátoda,  interiormente,  revestida  de  am* 
lejos»  com  differentes  sceaas  da  vida  de  Nos* 
saSenliora;  ecom  boan  pintoras  nos  tectos. 
Tem  uma  lM>a  saebrístia,  e  amplas  casas,  pa- 
i^  hospedaria  dos  romeiros,  qae  concorrem 
aqni  em  grande  numero,  em  vários  dias  do 
anuo;  e  residência  de  um  cspeiiao. 

Gom  as  esmolas  dos  romeiros,  se  foi  ador- 
BaBdo  a  capelia»  e  comprando  óptimos  pa< 
ramentos  e  alfaias. 

Passados  algona  ^mnos,  alli  assenton  a  or- 
dem terceira  o  seu  consistório  e  casa  de 
despacho^  e  a  ella  vem  assistir  os  ministros 
da  ordem;  por  nao  haver  aqui  perto,  con- 
TNito.  de  8.  Francisco,  n'aqudle  tempo. 

A  festa  principal  da  Senhora,  se  faz  a  i5 
d*agosto  (dia  da  sua  Assumpção)  e  é  sem- 
pre eoncorridissima  por  gente  de  muitas 
léguas  em  redor:  havendo  então  jubileu  ge- 
raly  para  todoa  os  que  visitarem  esta  casa. 

Mas,  alem  d*e8te  dia,  em  todo  o  anno  se 
fazem  aqui  romarias. 

Ha  uma  vêasacra^  não  de  cruzes,  mas 
de  13  bonitas  ermidas,  tendo  cada  uma, 
a  imagem,  de  vulto,  de  Jesus  Christo,  de 
muito  boa  esculptura,  representando  os  dif- 
ferentes passos  da  sua  paixão. 

Foram  todas  construídas  pelo  fbndador  da 
capella,  à  custa  das  offertas  e  esmolas  dos 
romeiros,  e  estavam  concluídas  em  1706,  an- 
no em  que  ainda  vivia  o  padre  Domingos 
Gomes. 

Koasa  Senhora  dos  Garralhaes 

Também  no  termo  d'esra  villa,  junto  a 
YOLmaTi 


uma  ribeira  clamada  Catanmhaij  pnudmo 
ao  logar  de  ^varéllos,  está  a  eapella  da  Noa* 
sa  SoBliora  dos  Garvalhaes»  onéa  tanriíeili  se 
fasem,  pelo  decurso  do  aano^grandea  roma« 
rias,  pela  fama  dos  mnicos  milagres  qoe  le 
attribttem  i  padroeira,  que  é  de  pedra,  de 
boa  eaeulptura,  de  um  metro  dialtara,  «n* 
camada,  pintadare  dourada.' 

Está  no  altarmór,  qne  ó  muito  rico  e  per* 
feitoi  Tem  mais  dois  altaires  lateraes. 

O  sitio  onde  está  a  capella  (que  é  bonito 
e  vasto)  é  mnito  fresco  e  amene^  e  em  ra« 
dor  do  templo  ha  bastantes  casas,  para  boa* 
pedagem  dos  romeiros^  e  para  a  resídenda 
do  ermitio  •  e  dá  sua  família. 

Ha  também  <  uma  via»êacra,  formada  de 
cruzes  de  pedra,  todas  eguaes,  que  chegam 
até  ao  logar  de  Alvarellosw 

Tem  a  Senhora  uma  irmandade,  que  a 
serve  e  lhe  faz  a  festa,  no  dia  da  sua  Nati- 
vidade (8  dé  septembro). 

Na  quaresma,  Tem  a  esta  capella  o  paro- 
cho  d*01iveíra  do  Conde,  com  os  sens  paro- 
chianos,  em  prodssao,  nos  sabbados  de  to- 
das as  semanas. 

Segundo  a  lenda,  havia  n'este  sitio,  em 
tempos  antigos,  um  souto  ou  deveza  de  car- 
valhos cerquinhos,  e  no  tronco  de  um  d'el- 
les  appareceu  a  imagem  da  Virgem,  pelo 
que  alH  se  lhe  erigira  logo  uma  capella. 

Sabe-se  que  este  templo  é  antiquíssimo; 
mas  ignora-se  o  anno  da  appariçlo  e  da  fun- 
dação da  capella;  porem  na  pianha  da  Se- 
nhora (que  é  feita  da  mesma  pedra  de  qne 
se  fabricou  a  imagem,  e  provavelmente  do 
mesmo  tempo)  se  vé,  em  algarismo^  a  data 
de  1001,  qne  se  auppSe  ser  a  era  903  de 
Gesar,  porque  então  geralmente  se  contavimi 
os  annos. 

Sendo  assim,  foi  esta  imagem  feita  duran- 
te o  reinado  de  D.  Ramiro  II,  de  Leão,  que 
era  senhor  de  Portugal,  que  já  então  com- 
prehendia  os  territórios  de  Coimbra,  Viseu, 
Lamego,  Aronca^  e  outros  mais  ao  S.  do  Dou- 
ro, e  todos  as  que  ficavam  Entre  Douro  e 
Minho. 

E'  provável  que  esta  imagem  pertencesse 
a  outro  templo,  e  que  os  christãi)S  a  escon- 
dessem n'este  carvalho»  18  annos  depois  de 
feita,  para  a  livrarem  das  profanações  diMf 

18 


37lk 


OU 


Dcoroi.  ^a  era  de  1019  (981  de  letae  Gteii 
te).  Atateoçor,  rei  de  Ctedova,  Uivadiu  Pop-^ 
tagal  em  uÉi  grande  exercitOi  redoiiodo 
tQd»>»  feltro  e  foge^  nao  escapando  um  eó 
lenplQi  naa  terras  por  onde  passou. 
•  Srani  eutãò— bispo  de  Coimbra,  Veiitifo; 
de  Virai»  f<|uilki;  e  de  Lamego^  Jacobo.     . 

Estiveram  estaK  terras,  aob  a  eniel  do- 
nln^çSo  agarena,  alé  30  a&ao  de  1058  áe 
Jesus  Ghrlsto,  no  qual,  o  rei  D.  Fernando,  o 
Magno^  de  Gastella,  se  tornou  senhor  abso- 
luto éePoriugal,  expulsando  os  mouros»  pa- 
ra sempre. 

£'  pois  de  suppor  que  a  capella  fosse  cons- 
truida  pelos  fins.  do  seouloXI;  porem  4em 
stfffrído  tantas  reparações  que  já  nada  se  vô 
que  nos  reiíeie  tão  grande  antiguidade. 

OLIVEIRA  DO  DOURO^freguaaia,  Daira^ 
Alta,"eomâroa  e  concelho  de  Síníães  (foi  da 
«omaroa  de  Resende,  ccmcelho  de  Ferreiros 
de  Tcndaes)  24  kilometros  ao  N.  0«  de  La* 
mego,  350  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  dOO  fogos.    . 

£m  1757,  tinha  357  fogos. 

Orago,  S.  Miguel,  archanjo. 

Bispado  de  Lamego,  diatrioto  administra- 
tivo de  Viseu. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
50MOO  réis  dè  côngrua  e  o  pé  d'altar,  que 
era  muito  rendoso. 

Gomo  se  vô  da  sua  população,  é-  uma  das 
maiores  freguezias  ruraes,  do  bispado  de  Lar 
mego,  e  também  uma  das  mais  férteis  e  ri- 
cas^ 

Está  situada  em  terreno  bastante  acciden^ 
tade,  sr  bre  a  margem  esquerda  4o«  Douro,  e 
atravessada  por  alguns  ribeiros,  qitis  a  re- 
gam, fertiiisam,  e  fazem  mover  vários  moi- 
nhos de  pão. 

Produz  esta  freguesia,  em  grande  abun- 
dância, todos  os  fruetos  do  nosso  paiz,  e  to- 
dos de  qualidade  ezcellente.  O  seu  azeite^  é 
do  melhor  do  reino;  e  o  seu  vinho,  chama- 
do  do  Baixo-DaurOy  posto  ser  verde,  é  de  óp- 
tima qustidade. 

Faz  grande  commercio  (pelo  Douro)  com 
a  cidade  do  Porro,  para  onde  exporta  04  seus 
productos  agrícolas,  e  muita  e  óptima  ma- 
deira. 

S'  n'esta  freguezia  o  grande  e  rice  logar  j 


de  Amíços,  que  foi  vUla  e  cabeia  de  ^foutoi 
ao  qual  D.  Aifonflo  III  deu  forais  am  unta- 
rem, a  i5  de  março  de  i253  {fé.*  i«*  di  Doa* 
ç$ti^  do  rei  D.  Áffimso  IH  fl.  li  eoL<ft«\in 
principio). 

Bstá  ^tuado  sobre  a  margem  esquerda  do 
Douro,  e  tem  muitas  e  boas  casas« 

A  fjpeguezia  de  S.  Mignel  de  Oliveira  do. 
Doure,  é  muito  mais  antiga  do  4|i|e  a  mo* 
narehia  portugueza,  e  já  existia  em  912  de 
Jesus  Cluristo,  no  reinado  de  D.  Ordenho  II, 
primeiro  rei  de  Lcâo^  sendo  então  sotihor* 
d*esta  freguezia,  o  conde  Rodrigo  Lucidio^ 
que  a  doou,  com  outras  propriedades  e  ren- 
das, ao  mosteiro  de  Catiremire.  (Vidi^  vel. 
2.«,  pag.  4&a,  col.  i.«) 

I  Annexa  a  esta,  está  a  freguezia,.  tambent. 
antiquíssima,  da  ErmMa  doDouròfXSiaitàk'^ 
badia  passou  para  Oliveira.  <Vol.  3«v  PHÍ«  48f 
od.  1.-) 

Próximo  ao  logar  de  Boaças,  na  estrada' 
que  vae  para  Oliveira,  está  luna  anta»,  cal- 
tica,  a  que  chamam  Pedra  que  bóU  (penedo; 
oscilante.) 

Qualquer  pessoa,  e,  ás  veze^  até  o  venlD» 
a  faz  mover  em  sentido  herisontal. 

Ha  também  aqui  próximo  a  esta  anta,  uma 
gruta  ou  caverna,  chamada  lapu  da  Cham, 
que  pôde  abrigar  12  pessoas..  Já  aqui  se. 
teem  agarrado  ladroes,  que  se  acharam  acOU* 
tados  na  lapa. 

N^esta  freguezia,  e  na  da  Brmída  existi* 
ram  n'outros  tempos,  muitas  famílias  no- 
bres, e  ainda  aqui  ha  descendentes  d'elias» 
e  casas  de  ricos  proprietários. 

OLIVEIRA  DO  DOURO— freguezia.  Douro, 
concelho  de  Villa  Nova  de  Gaia,  comarca, 
districto  administrativo,  bispado  e  3  kilome- 
tros ao  E.  do  Porto,  310  an  N^  de  Lis-, 
boa. 

Tem  800  fogos. 

Em  1757,  tinha  292  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

O  arcediago  d*Oiiveira,  da.  Sé  de  Porto, 
apresentava  o  vigário,  que  tinha  lOOilOOO  réis 
ide  côngrua  e  o  pé  d*altar. 

O  nome  mais  antigo  que  se  conhece  a  es- 
ta freguezia,  é  Ulveira^  e  é  assim  que  tem 
designada  no  foral  que  D.  Manuel  deu  a  Vil- 
la Nòva  de  Gaia»  em  20  de  janeiro  de  1875. 


OM 


Oli 


275 


'  Be  Ulttíre^  Cáeílmeàte  degenerou  em  Olú 
veira. 

HèpoiSf  em  riiio  do  moMeiro  de  cónegos 
dr  S:  João  BrângeliMá,  doesta  frogaezia,  se 
diÉmon  tambein  OdriAfíra  dog- Cónegos. 

"Bala  ^arodiift  está  formoM  e  pittoresea. 
HRnte  situada;  sobre  a  margem  esquerda  do 
rk)  Douro,  na  vertente  septeatrional  de  uma 
«ordHhefra  que  corre  parftllela  com  o  rio, 
tede  que  elle  entra  em  Poirtugal,  e  vai  ter- 
minar em^São  Payo,  junto>  á  foz  do  Douro. 
Esta  serra  -lem  yarios  nom^s,  segundo  as 
terras  por  onde  passa,  e  os  rios  ou  ribeiros 
qué' a  cortam. 

Fica  em  frente  das  freguesias  de  Campa- 
shan,  e  Vai  Bom  (na  margem  direita  do  Dou- 
ro) e  do  antigo  seminário  episcopal  do  Por- 
to. PeioN.  E.,  está  dividida  da  grande  ffe- 
gneiia  d*Avintes,  pelo  ribeifo  Febros, 
qa»  morre  no  Douro,  com  o  nome  de  Es- 
teiro. 

■O  seu  território  ó  fertillissimo  em  todos  os 
goaeroe  agrícolas  do  palz»  a  abundante  de 
óptimo  peixe  do  Douro  e  do  mar. 

.€ria.moSto  gado  bovino  para  exportação  e 
tu  grande  oommercio  diário  com  a  cidade 
éoi  Porto,  por  terra  e  pelo  rio. 

£'  ft*esU  freguezia  o  celebrado  Areinho, 
phnicie  cultivada,  junto  á  margem  do  ri^ 


S6  ensaiavam  e  ensinavam  os  novos  systemas 
da  agiicnUura. 

E'  hoje  do  sr.  loaquim  Correia  Moreira. 

A  quinta  de  Santo  Aleixo,  bonita  vivenda 
do  sr.  Caetano  de  Mello  Lemos  de  Menezes, 
da  antiga  casa  de  Fataunços,  irmão  do  sr. 
;  AntODÍo  de  Mello  Lemos  de  Menezes,  e  pri- 
mo da  sr.*  D.  Marias  Hellena  de  Castro  Pam- 
piona  de  Sousa  Hollestein,  condessa  da  Ribei- 
ra^ residente  no  seu  palácio  da  Junqueira, 
em  Belemi 

Alem  d'e8ta9,  que  sâo  mais  notáveis,  por 
ficarem  á  beira  do  rio,  e  serem  também  pas- 
seio favorito  de  algumas  famílias  do  Porto, 
ba  na  freguesia  outras  muitas  e  importantes 
quintas. 

E*  n'e8ta  freguezia  o  mosteiro  de  Nossa 
Senhora  da  Conceição,  de  Oliveira,  de  cóne- 
gos regrantes  de  S.  João  Evangelista  (loyos) 
fundado  em  1679. 

A  egreja  era  vasta  e  sumptuosa,  e  o  edí* 
fieio  do  mosteiro,  amplo  e  formosíssima- 
mente  situado. 

A  sua  cerca,  de  uma  grande  extensão,  che- 
gando pelo  N.  ao  Douro,  pelo  N.  E.  e  E.  ao 
Esteiro  d' A  vintes,  e  pelo  S.  O.  ató  junto  da 
egreja  matriz  da  freguezia,  era  uma  das 
mais  formosas,  ricas  e  pittorescas  d*este  rei- 


passeio  favorito,  aos  domingos,  segundas- 1  no,  e  não  conheço  nenhuma  que  se  lhe  po< 


loiras  e  dias  sanctificados,  de  certas  classes 

de  ge&re  da  cidade,  principalmente  actrizes 

eactorea. 

•  2l'este  areal^  se  pescam  muitos  sáveis  e 

lampreias,  desde  dezembro  até  junho. 

l^tão' também  n*esta  freguezia  as  dnas 
cintas  da  Pedra-Salgada,  uma  dos  herdei- 
ras de  Ayres  Pinto,  que  foi  regedor  das  jus- 
tiças, do  Porto;  e  outra,  dos  herdeiros  do 
general  realista,  José  Cardoso  de  Carvalho. 
(Vide  Armamar,) 

A  quinta  da  Lavandeira,  perto  da  que  foi 
cerca  do  mosteiro;  notável  pela  sua  belleza, 
e  pelas  suas  plantas  exóticas,  sobre  tudo  ar- 
Tores  e  arbustos,  e  por  um  grande  lago, 
aíòrmoseado  com  uma  ilha,  povoada  de  ca- 
mélias, grande  variedade  de  cedros,  araucá- 
rias, etc.  Foi  de  Joaquim  da  Cunha  Lima  Oli- 
Teira  Leal,  que  n*ella  estabeleceu  uma  gran- 
ja-modello^  com  subsidio  do  governoi  onde 


desse  comparar  em  belleza  de  situação,  e  em 
formosura  de  disposição,  em  quanto  foi  dos 
cónegos^  que  aproveitaram  todas  as  ondula- 
ções e  accidentes  de  terreno,  para  a  trans- 
formarem em  uma  encantadora  estancia  de 
fadas. 

Aguas  crystalinas,  de  óptima  qualidade, 
e  habilmente  aproveitadas,  rebentam  em  vá- 
rios sities  d*esta  quinta,  tanto  ao  sopé  do 
monte,  como  no  ponto  culminante  (o  pom- 
bal) e  conduzidas  em  todas  as  direcções,  por 
encanamentos  de  pedra,  hiam  regar  e  ferti- 
lizar as  diversas  terras  da  cerca. 

Grande  numero  de  tanques,  de  formosa 
cantaria,  recebiam  estas  aguas,  que  d*aili  se 
repartiam  convenientemente.  Magestosas  ar- 
vores seculares,  formando  uma  abobada  im- 
penetrável aos  raios  do  sol  do  estio,  offere- 
ciam  aos  passeantesum  retiro  fresco  e  agra* 
davel. 


276 


0£I 


Bancos  de  pedra,  desaiminados  pelo  bos- 
que; formosíssimas  gmtas,  com  eml)rexa- 
dos,  todas  adornadas  de  fontes  d'agna  purís- 
sima; estatuas,  casas  de  ftresco,  caraman- 
chões e  mirantes  cobertos  de  lindas  trepa* 
deiras,  faziam  d'esta  cerca  um  verdadeiro 
paraizo. 

>  Junto  ao  mosteiro,  era  o  ampto  jardim, 
elevado  alguns  metros  do  solo  adjacente,  e 
cercado  por  uma  belhi  balaustrada  de  pedra, 
contendo  lindos  arbustos  e  formosíssimas 
flores.  Finalmente,  na  cerca  d*edte  mosteiro, 
tudo  eram  maravilhas  da  arte,  e  da  na- 
tureza. 

Os  frades  a  franqueavam  aos  visitadores, 
é  tinham  mesmo  orgulho  de  que  ella  fosse 
vista  e  admirada. 

Mas  o  Destino,  tinha  marcado  no  seu  fa- 
tídico livro,  a  hora  fatal,  o  termo  desgraça- 
do de  tantas  formosuras!  A  illusiração,  pa- 
lavra bombástica,  que  tem  servido  de  mas- 
cara a  tanta  miséria,  decretara  a  expulsão 
dos  frades,  dos  seus  mosteiros— pelo  crnM 
atroz  de  orarem  ao  Omnipotente;  de  conser* 
varem  a  religião  do  Gruxiflcado  em  toda  a 
sua  pureza;  de  pregarem  o  Evangelho,  nos 
selváticos  palmeiraes  da  Am^iea,  nas  peri* 
gosas  cidades  e  aldeias  da  Ásia,  e  nos  ar* 
dentes  sertões  da  Africa. 

Sobre  estes  crimeiy  commettiam  outros 
também  dignos  de  severo  castigo— r^artiam 
o  pao  do  espirito  e  o  pao  do  corpo  a  todos 
aquelies  que  tinham  fome  de  p2o  ou  de  ins- 
tracção;  e  semeavam  por  toda  a  parte  be- 
neficios,  e.. .  quasi  sempre, colhiam  ingrati- 
dões! 

O  mosteiro  de  Oliveira,  entrou  na  lista 
dos  bens  nacionaes. 

Marcellino  Máximo  d'Azevedo  e  Mello,  ha- 
via fornecido  as  forragens  ao  exercito  libe- 
ral: e,  como  depois  da  guerra  dvll,  o  the- 
souro  não  tinha  dinheiro  para  lhe  pagar, 
satisfez-lhe  a  divida,  com  o  edíflcio  do  mos- 
teiro, a  cerca  e  varias  terras  de  fora  d*ella, 
que  também  pertenciam  aos  congregados 
lòyos. 

Depois  deu-se  ao  mesmo  Marcellino  Má- 
ximo de  Azevedo  e  Mello,  o  titulo  de 
visconde  d'OIiveira  (em  iO  de  março  de 


0£JD 

Ainda  Tive  a  senhora  vis- 

condessa  viuva. 

Teve  três  filhos— os  om.  Ber- 
nardo, Joio  e  AnVonio,  'á*An^ 
vedo  e  Mello.  Bste  ultimo  íd^ 
teeen,  em  novembao  '4b  i^TS^ 
no  estrangeiro.  Os  outros  iíb«! 
da  vivem. 

No  fim  do  artigo^  daM  ra^ 
pidas  noticias  sobre  a  famiHa 
do  i."*  visconde  de  Oliveira.*-^ 
A  u.*  viscondessa,  é  irmã  do 
sr.  Joaquim  Correia  Moreiía, 
da  quinta  da  Lavandeira,  d*a»- 
ta  fregnesia. 


Para  conservar  a  cerca  no  esplendor,  bel^ 
leza  e  magaiflceDcia  em  que  a  tinham  osrs» 
liglosos,  era  preciso  uma  grande  despeia 
annual,  a  que  o  sr.  visconde  não  estava  re- 
solvido; pelo  que  foi  deixando  pouco  a  pou- 
co deteriorar  tudo,  e  actualmente  cenílraiH 
ge-se  o  coração  ao  ver  tanto  destroço. 

Os  encanamentos  estão  destruídos,  os  tan« 
quês,  inúteis,  desmantellados,  ou  entupidos; 
a  maior  parte  do  firondoso  arvoredo,  fòf  ar- 
rançada  e  vendida,  não  escapando  mésAio 
as  arvores  fructiferas  —  finalmente,  tudo 
hoje  n'esta  propriedade  ó  devastação,  silen» 
cio  e  desgraça!  Para  cumulo  da  infelicida- 
de, até  o,  outr'ora  vasto  campo  da  RWeira, 
dentro  da  cerca,  vae  desâpparecendo  poa* 
CO  a  pouco,  levado  pelas  enchentes  do  Es- 
teiro! 

A  grande  livraria  do  mosteiro,  foi  hiva- 
dida  em  1834,  e  d'ella  roubados  os  melho- 
res livros,  ficando  apenas  os  de  menos  va- 
lor. 

Ainda  ha  5  ou  6  annos,  alli  existiam  al- 
guns centos  d*elles,  esquecidos  e  despreza- 
dos, em  montões  sobre  o  pavimento,  cheios 
de  pó,  cobertos  de  téas  d'aranha,  traçados  e 
podres. 

A  egreja,  que  não  foi  vendida,  e  portanto 
ainda  pertence  á  fazenda  publica^  nunca 
mais,  desde  1834,  foi  reparada,  e  está  a 
desmoronar-se. 

Eis  tudo  quanto  resta  d'esta  que  Ibi  for- 
i  mosissima  e  magnifica  vivenda  dos  cónegos 


Dfi 


OU 


277 


dlt-«éi«|íe|ii0o  das.  Joio  HTiÉ0e)ill%4'Oli<' 
i«ilta  do  DMff o. 

Aura'  se:  fknr  iâcia:do  fM  foi^e  do  qw 
idndftr  pódé  vir  a  s«f  Héta-to  qiiftMdodaott 
-11870  ft»l  b&veclda  á  sp^  viseoiidflMti  i^ 
«Msipfopliedade^  auioantíâ  de' 
ftk. 


•i< 


A  égnja  Buttrk  da  f reguem,  é  aii  lam- 
flo  i?aMo^  de  íarmoea  màilecian^etaadi' 
mim^ite  déoondo  nd  ímarior»  ^  ^  ' 
-{''BiU  edíAcadoiti^uil  «Ho,  d'flAâe  >M  fa- 
Jtàmetíênwn  e  fòrmonsBiÉnas  -iMaifiei»  le- 
des aa  dWeçõei^  Teodo^ie  raeibaa^  %(k  N. 
0.9  parte  da  cidade  do  Porto. 
3  fflia-feferanMra.aapo&òaâi0laBeia«ao 
•O.^to^qoe.fol  meiíeire'; 
-  Biá  fteftte»  e  aò  N^.  d'eáta,  Ipe|vida»iia 
'aiai9eoi:efpoita  do  Dçpanvfiaaloilfaofta 
quinta*  de  Fnk6o^  que  íbi)  doa  Yiíeoadeft 
d^Aiorfára  (TaVdraa)  e  lie)e  é  dse  wté.  ik- 
tceadea.  do  Freixoi.  (YoL  avpag.  13S»  eol. 

'•4li^  TiMoade  d*01hrelray  é  deMeadeale 
^<el0i  Araaldo  deBaySo,  alho  de  Wilielno  I, 
'4iiq«i' dè  dmelra^  eleilor  doiíaperio  roma- 
no, a  proakDo  pareniedoB  impeiadoree.  Flo- 
Meea  noa  •aôilo»  X,  eXL    ' 
'   iXAinaldoi  peitaideaflBalnNtlba.-aQMra 
Blldo»  eoikto  dia  Aries,  sa  deUériMi  Tolua- 
^táritfflliiledasiia-falria,  no liiiiBta.de  tir 
^tttwtiM^  eemaiBroa  na  pènlasitla-liiepaaiea. 
OeMiaiNirdeiiiiioPofto,  eomelgiuíiafeBie 
400  mota,  e'  oliréaea  oa  leitt  ennòços 
ao  rei  D.  Bermodo  H,  de  MaTar A  «(fllbo  de 
D.  Ordonho  lY,  e  acolMaado  tei  em  tM.) 
•'  (D.iBonnado  Os  dea  lropal»^èom  as4Qae8 
^«Mqsifttea  aoe  aoociros  mais âs ^OlapuiA 
qoadradas  de  tenrUbtflo,*  naa  daae-ttargete 
délfoairo.  ^     • 

'  Pte  áeii  asBeolo  em  Bã^(voL  ái»,  fág. 
Mi}  eúh'  t.«)  e  d^dita  «riUa  toamm^o  apfieifi- 
do.  Pelo  mesmo  motivo  se  denomhisnmos 

"iOâOQipor  armas»  a  sgota  iégfi  ^do^^lm- 
perio  allêmSo;  come  deseendenie  tes  impe- 
radom^  b  estas  armas  ooaservwi  aMaVeos 
èeseeiídeliiss.  *  •«  •     i.  :■ 

^  D.  AltaBO  Pfi  fiilioáelK  Bennaio  O/x) 


isx  rlco*liottem,  de  pendSo  e  ealdein,  pelee 
«moa  de  i^iO. 

&ra  easadp  eom  D.  UCs,  filha  do  conde  D- 
Gozendo  (on  Gozkido)  Ataafes,  e  de  sua  ma- 
Jinr,  D.  Ufa  UIbs  (outros  dizem— íífa  Soares 
iBêlgúzor)  filha  do  conde  D.  Ufo  Hafes,  go' 
veraador  de  Yiseo,  e  irman  de  8anla  Se- 
nhorinte» 

D*este  essamento^  tiveram— 
1  D*  Quida  Amalíêi  it  Bai^ão^  progenitor 
dbsBerrelos. 

'  Ih  ÚQsmdo  Amaldês  de  Bayao^  rico-ho- 
mem  de  pendão  e  caldeira,  que  também  foi 
mn  esforçado  eapliio.  Casoa  eom  D.  áMob- 
ta  Gulfones;!  filha  do  conde  IX  Alonço  Gn- 
tierres,  e  de  D.  Velasqoinha  Egas,  amhos 
parentes  de  Santa  Aldara,  e  descendentes 
do  rei  Wamba.  0*esle  casamento  naseen— 

J>.  E^iu  Qoxendeêy  rico-liomem,  de  el-rei 
I>.  Affonso  VI,  e  do  sen  oonaelfao,  e  mordo- 
me^oíórda  rainha  D.  Thereza,  fiiha  d'aqQel- 
le  monareha,  emie  de  D.  Affonso  I,  de  Por- 
toga).  Patadon  a  vila  de  Cemaheelhe,  e  llie 
den  foral,  em  M  de  ontobre  de  I12&.  Era 
casado  com  D.  Dia  Viegas,  filha  de  Egas  Hen- 
Mqnes  e  de  i>«  Gentinha  Biriz,  iloindadores 
de^niosteins  dcFrdxo. 

Dlsste  casamento,  naseen  D.  Henoigaes 
Viegas  de  Dayio,  qne  saecedea  nos  senho* 
riosdeBayao  —  e  — 

A  Úei^nho  Vietae^  rido*homem,  qne  ker- 
doa  as  tetras  qne  sen  pae  haVia  fossado  aos 
ttoaros;  è  ftmdoc  e  lameao  mosteiro  de  Vil- 
lar  de  Fsades  <d0S  b<m  homem  de  VUlar). 
Gason  eeaa  D.  Maria  Sdares,  filha  de  D.  Soei- 
ffo^oedes^  rico^bomem,  e  fundador  do  mos- 
teiro-da  Várzea.  Bor  einmes,  assassinoa  soa 
mnlber  ft^ostamente,  e,  em  dneUo,  foi  mor- 
to por  fi.  Payo  Gntierres-da^ilva.  D'este  ca- 
samento tMMre—- 

D.  P0^  Crodjns,  rko-homeoi,  casado  com 
D.  liaria  Annes»  filha  de  lartim  .Annes»  se- 
nhor do  Avinhai.  D*eslo  casamento,  nas- 
cei*- • 

D*  Mem  Pasa  RM(Mko  (en  Roofom),  rico- 
homem,  i.*  senhor  da  quinta  d* Azevedo,  na 
qttalfet  solar,  e  d*e)&  tomon  o  appellldo. 
Foi 'senhor  de  Castro  (qne  desde  então  se 
denomiDoo  ^  VUia  to  QofNU)  o  que  consta 
do  cartório  qne  foi  do  mosteiro  de  Tibaes. 


COÂ 


ou 


Foi  lamboB  senhor  diivillaide  teau  Máriá 
de  Eslella.— Foi  casado  com  Bi  Sanebi  Paat 
Gojhro,  filba de  D. PayoGnnFOy  Kieohomsai 
de  GaJlísa.  Foi  sen  flUio-*<> 

D.  Pêro  ãknda  d^AMiVidúf.neê-lkéfmÊà, 
de  D,  Sancho  I,  e  senhor  d^Aie^edo.  Gasoti 
cem  D.  Yelasqnila  Redtigoei,  filha  de  Fero 
Forjaz,  o  Bom,  rico*homem  (desceBáenle  do 
conde  D.  Mendo,  irmio  de  Desideráo»  ulti- 
mo rei  dos  longobivdoe)  e  de  soa  inolher, 
D.  Isabel  Romaes,  filha  do  inCuile.e.eond», 
D.  Romão  (filho  de  D«  Fruella  li,  .primeiro 
rei  de  Leão.  ]>*e8teia8amenta<na^ea-r«    • 

J9L  Sêêif^  Pa0ã  d^ÀxeiBêiOfi  rieo*iiomem,ie 
3.*  senhor  d'AxeTedo.  Casou  çom:  D.  Cons- . 
tança  Afifonso  Gato»  e  teve  por  filho-^  i  •  t 

Ãiyo  Soares  d^Àxmtáo^  rlco^homea^  V 
senhor  dos  eoatoe.e  tenlMi  d'Aieinsdo,  o  em- 
baixador de Portogal  a  Castella,  por  elrei 
Di  Diniz.  Gaaoa  eona  D.  Ihereu  Gomes  Cot  • 
reia^  sobrinha  do  grlo^mesire  ã0l&.  Tàiafo, 
o  famosíssimo  D.  Payo  Pems  Correia,  eon- 
quistador  do  AICBrTe«.Fm  sen  fllhp*— 

VoiCê  Pmi  dlÁímôdio^  rtoo-iiomein,  H.*  m- 
ihor  doa  contos  e  terraê  .d*AzeTodo.  Caeraa 
com  D.  Maria' de  VaecwMeUoe,  descendente 
do  intrépido  Martim:  Metia»»  que*  morno 
atruTessado  114  poita  do  N««  do  ícaatetto  do 
Lishoa^  emJU  de  jiaUmi  de  ii47» '  J)*esle«  «a- 
samento  nascen—     -  l.lM    !. 

€hmçal0\VaÊ^fiêeê.id^A»^iio^  lico^vem, 
%j  senhor  d*AieiredPi'hrairQ  capttio,  4110  se 
dièiingnin  na  batalhando  Saltadek  Caeoarcopk 
]>.  Bereogaria  (00  fierengfiUa)  )eamoos  da,' 
Gnnho,  aenhQira4a.F9VQa.  *b.  Ywaim.  eau- 
Iras  ternas»'  Asoendento.dos  oondesrdePo»-' 
tevd  o  Pomláde,  «m  PoMgali.OiÂoadimBes 
do  Ossnna,  e  Bscalloiía,  naariniew  do  «Una, 
e  Vilhena,  .o  eondestda  Tábua. » i|li9oi|diay 
em  Hespanha.  Honve  d*este  caaomento^i  > 

.Didi»  eot»çtUv0$4'Jaewíd^  (o  da^QasUo); 

rico-bomem»  o  h*  eenhor  de.iáievedo:.^  do! 

solar  de  Castro»  Sate  honiemiro|.a4esbomia 

da  soa  família,  toda  composta  de  leaea  por* 

.  tagaeaea.iOi.feraAndoi.da  Fomigal,  dispn- 

^  JO^ei^te  Marthi»  Mow»,desc^pdW|{afn- 
bem  ôs  marquezes  de  Casteno-Mêihor.'  hs 
éondes  de  Piguéfró  (qne  |á  mb  ba)  e  todds 
os  «saia  VasooMeliba  ^effiíaios  do^fwntpa 


toiiáiQMiâ  fl;]kfléná4liáIiaoCM«IIMtMV 
pelo  qne  boaye  uma  guerra  entre  su  Amo 
■aQõeh,  qneiteopiDOibpOfe  tiaMdo^^daiara» 
Ésko.a  ai  demaito-é'osse^aniiã<  ttOfO/fioBÉ* 
fsÍpreB^-bindeáro-9e  <5om  da  eaetilbsoD^ipsh 
ffém.tef  e  o  devido  castigo^  mOiMld(^áSiaio• 
dos  portugueses,  no  cerco  que  os  castelhn^ 
nos  pozeram  aGuimaries.  Tinha  casado  com 
il.  Â)êm^  Coelho  da  SilTa,  filha  ds  fcao 
SflBBsa  ÍVaalho  (o>|MRhnoieo  ^no  topsoa  o  ê$r 
pellido  Coelho^  filho:  de  Soeiro  Viegas»  bio- 
«Ho^doifhmoso  DilfS&Moiii^  Oiprogattltor 
4aa  oasaa.^  Felgueiraey. Vieira».  Rermedo^ 
Bom)ardiBfiMoaitalvao,:e  outros.  Hoave.d>'ea* 
te  casamento-:*'  .   c' 

'  LapoMái  áiAeupedê,  senhor  ést  coMs  e 
terras  d'AzeYedo.  EssoiveenperoliAhoahajin 
snarfHnahi;  pob aua fidelidade  a^D.  Mb  I, 
de.Fortugaif.qne  pelas. joanpiwriisinioe 
OLâimon  oavaUeiro,.  om  AUiilttriiota^;antos 
da  gkffioah batalha  de  Udaa|ostoi4e.l38S; 
na  4aal.eo:poitoii'  cçm*  Moobha' bmumia» 
qne  o  rei  lhe  deu  os  senhorios  de  S.  Jo|o*de 
Rei,  Pena,  Aguiar,  Parada,  Jales»  e  os  dir^t- 
imirmuê  4a  bonca  do  FiaÁa^notfnesasonn- 
oordOiáSIB.  FoL  lUtnbem: sonhar  dal^lershs 
dmfitonni']  Casou  tcom  D.  tasnm  flnw<|si4a 
fifhra^ «iliba  do.Gontftl^Gmnoatda  Si)va^  al- 
caide-mór  de  M(»iierMór<^VelhO/oienhor  da 
I.  Vn«aB,iaidodMilna  lÉrr«s;i  et  dn  Mmididher 
it  Leonsn-Oenfalvea  CouUnho^fiDfBiiHfHHi 
dos  mavqnoaee  de  Va^ap,  o  do  Mariahibi  doa 
eandeo  4o«Bodondo,  lOi  d^onlfia  •ohlBssiawi* 
têN^.à'Êm  neiao^  Tambeou^leUdaipcooede 
o  nosso  k^ndnrio^MithWo  Goo^jabios  Gofi- 
-linbo^io  JCográpO.  •.>  ..í  oia'  ux^h  d  4'»i  .••. 

Bonw  d!osle  oaaamento: ,  / :    i  louv)  .o 
rnilorÈmiafiê  d'iMMdh,  aoi.qnnl.ípor 
>iMfSld'de  B.  AlisiiBO!  V»  paasoutj^jSwMiãrio 
>4aaloiran,OiicQiiio9*  díAseredow   ^  •  :    • 

Foi  armado  cavalleiro,  pelo  infaMiIt  Si- 
dDf,  .no  lo^adh/ále  iGeotaii  (Ik  i'^osA  do 
A4A$4)i-r(Hnho  sidornm  dosi  £amoioft«)zi;.  w 
Jimfaanonii,í(A390.) '  ]  n  ..  >  .1  ...  «j  .oi. 

Foi,  em  dua^  apitio4e)Mi9i4oa«âii4P 
-htfanls  A^Iienriwo,^qno.ídorafA|Pirii|4pio 

■áainosatfi  doscoberias  no  UUramar;.     .1^.: 
V  MonnmienataAosQtombcodedW^    .< 

Era  casado  com  sua  prima,  U^AJHm9  40 
AMTol^aft  dl  oípcogenUpr/doadMlior^  do 


iOLI 

tMlaaiiliafn.  ftiaciioo  Lo|m» 4' AtoriéD 
¥4110  tePoMoft/  féftvivtoeondB  d^AMvaêd 
«É -19:  Ae  ligosto^ito  4816. 

'  '^cãê^rkopm ' d*A»&^4&  {màny  ào  antM^- 
•âliiC0)<iii^«aliNr  âo.&.M»}d6'IM,  P0111, 
Actilu^  Aimd%  fS&nU'  âe  BMro,.  ftemo, 
.•tom  âatFjraaàáv  ^  Beroira.^ 

Foi  vedor  dar  IMlidá  do  D.  Affoifto.(Vir  t 

'  Ga«Miic(MaO.  Loanor  Leitioy  4ptedo  Vas' ] 
00  :|laffttaBiIiíaMlMi«  aaiihtir  de  Òttar^  a  tefo: 

i)Sâo§»'ij(fft$jé\A9êp€àÊ,  a.«  oenhor  de-5. 
•Mmk^éB-.fiú  tt^éM-fltaU  aaBlM>riaa4oMii' 

Ctíam  eani >I>»'OaÉharíiia  do  CanFalbal,  ft- ; 
Ifaa^tte^liBBtíOi  Gittçaáves  do  CarralM/i— ' 

Dta^fo  d*i4saMlav  4«  aanhar.:  da.toáM  4M 
-donifeíoi  dOí  idtt  paok  •  , 
'  •  Gaao«*toiii<D.  HÉuria  Ctootiaba^d^CnUlia' 
-•'¥ilkeB%  flllUM4e  Fenio  Comioii^  soiklmr 
tAaCáloiia»  doflmo,  e?lio«to*LDi||j^*da€M- 
aa  do  Marialva.  TiveradiD  >i.  •(  1  <  >.  >;  ! 
:  *  i^iniiioifi^ipft  dbis]0|MKo^>l^j*aoBbap  daa  tin-^ 
cnloa^dilao*  paaç^oaaado  oon»  Di  MuiailH-l 
b6i«%.illha  d^Dtefa  d^enuodea;  aaerMMdos! 
'MMÉOtdfttynçaitt^AniUa^  (AÊtiei^  alíve- 

L>  éiÉn aiji  I  /ite"  ■  jAKttdo  (3óflMo,f(fk^JaDhor 
do  S.  João  do  Rei,  oto.  —  eommendador  da, 
-4|BdeiD  dO'€hiiata^  da' oonMaenda  do  iLJoao, 
do  Coneieiro.  .•  fi'**-. -m*  >-  i>:.:^-j 
h  €IMHI»  oana  Ife  Major  Gotitiifto*d»€«lha, 
rillM  éiiDi.flLiiio^dttrGoiiha,  da  0aMi4ldi  coi- 
'4|a.dOiMy|ieirA.wJiivfinaBi'  •-<. -i  'i<':fi;'' 
<  liiTtaioO' J^dnMiimíf  Arpado  CaMhwJlay  ?>• 
^aaiilior.d».S.,loi»4o<Rèí^<pt04.  *  ••! 

GaaottdoBl  D.ilooiíifii  Goitmi^ifilia^de 
,iiMNiaadoitlfi|nei^  canlloiro  da(>ordenh  de, 
,CMBtavi|yiyaic^aaóf«  dos  fek^íí,  MoiiH, 
«nD.i8obHtiBa>f^ivwafli-^     • 

f  .fiaoaa  loint  l»i  jM(otIMflMl4iiaUM^  dior- 
doird  dacaia^.dafflViiMrdcj  Aba  db-Fkanoia- 
.ta>do:M*OiiMtÉ6iOB,'  fooliot  da«aMi<#a  Ta- 
pada. TiToranj^iJ.  •.{• ./..-..    -i  1  '.u 

1  GasoQ  ^m  aegqndjL9 .  núpcias,  com  D.* 
Iinjez  Prféírá^mà  ae'(fínçaló*lRodh^s  de 
AIM%fl)1M^  c«^*  0ta9)»Mo  IMQ^^  8À  liflia  i- 


IOLI 


yKd 


'U  »l 


>'•    f 


Vá$c^ii^*ÉÊênêê  Ooittímkõ^  9*  senhor,  ote.» 
•é>dai^iMd'da  Tapada,  uMlre  de  campo  do 
•idteilBffia/  i\ 

Casou  com  D.  Luiza  Igtaa^a  Coutinho,  fl- 
Jhftio^faoiMraaiBiBtttfàiio  CaUaiSè/^^vo- 
•fiafiiK    »    '.i'«"i  .•.•.-      '*  •  ■.'■^••ii.     ..» 

JMrtgw  #iiMtfda<rfafti€tolM^,  10/00- 
nhofr dos^éonánioi  do: sen  paè.  i'    :  ^  m* * 

liCaaou  cbm  Di  Marift^Manlielbt  M09<|neiiia 
Sotto*Maior,  filha  de  D.  Luiz  de  Mosquoiím 
Sotto-Maior,  fidalgo  gallego^  astibor  da  tfilla 
de  Payo-Moniz.«i*4!ffViBram; .      . '  • '  (  >ti  • 

Lttiz  Mmíàduá^àíêvêãõ  ãè  Sá  Gmtíáko^ 
èi.*.  leiíhor,  ^oie^^^^da  ^afaitftida  AppiL 

Casou  com  D.  Barbara  Miehaella  de  Athai- 
4o  jo  Mshezoii  ftH^íao  lik^lÈatíaÊàiàii^iúmé-^ 
jiD'r«Alhaido.^^<Ili«ra^3  ../»i:- . 

D.  iMh^'4rd0MMfr>df  M&i 

.  -  ff0lttM0/iiS.«' 86ÉllOl(  Oto.— 

'  eatado.eoai'D,  AiigHlioa  da^fli)- 
V»  O'  {ALi9èMk).-*«TiT0iimt> .  • 
^Jli  LâU  .à'JtmiMo^-éã\  Sá 

i    é:aiitíWto^cdmnÉOÉdadofdaor- 

:  dela  do  €fedsm(oa|)iila  dOica- 

'•M  ifadpfái,K«o«riMt>da^  casar  da 

1-  •VbpodaJ  '    .    '    i'    •.    « 

.!.    fiQdioa  eom  DjMaHJiidfrLi- 

mst  Avanjoi  0^  iúi^adè,dilh4ido 

«bbaás  daLoh0ftgos<iraik>do 

'  oondodarBjptfo^)  ^IJníleiwt: . 

Gtmtíàha;'  <|de  fé  (y  aotilal  ao- 
«nhor  do  oasa  daTai^daj  ^   * 

Do  Luiz  ManMl/d'iAaavod6^do*Sd^Go!iti- 

nho,  o  de  sua  ■oMHr^Di^BarhooodMpbiella 

Âe^máiá  oMffMaasy^.^.atrtHrMidb  S. 

^Joioido  4M,  Tapada,  .diíst,']ta4O0UrTloadMÉi 

•RodrtgoiManeMt  SâiGoutlnl^i  oít     ^  "^ 

Bemai^  d' Azevedo  Carvalha  4  dWià)  pas 

dd  4.t^«iMÉdo<de^  OUmiia,.  ei.iM4kkÍlho 

poinofaÉiio^d^com'  •«i;*BoiMBdodrtAi|- 

vedo  Mello  o  CarMho^^icfíiat  yptboaPtMiie 

idftfcaisHgoJviooOQdoodè  OIMnu  >•  •:> 

:òi;^(ai    •,   I  «Psiro^MisflBi^dioMiioittéa 


ri.  '  taV 


*   I 


•  -  /■      .1; 


;.{.    .  , 


. ,  .,.^._,r  da^.i9##rik  Taj^.  M  mq- 

Jor  do3  yi9c0n4o8  de  Oliveira  e  de  Aze- 
,  è  dos  ^tná^á  l^òtioi^és^  8a'Taiiáéi,  o 

Jítraoda.  &.uàL 


ou 


ou 


t««    • 


.1 


ii»d»deBaiÊrô,Cútí«mMrg^{úú 
Riba-Tejo)  FUcal,  Lamt^e  IVi- 

de  ooneelho  do  sen  nome»  comarca  da  iÃ> 
bufoi^dá  eolUfea4e  Mideteã)  «O  ktteme- 
tros  a  E.  de  €i»abra,  6  de  ]Bdai8»lid'iUP- 
fláBil  ir  de  ^oamk^  980<(ao  Rtde  Lis- 

Em  1757,  tinha  73l80tM. 

Oi^igo;Sftallafiadft  Sinta  Cm.   . 

Biepaâoí  •'dtotaâeie  adminiaMtinHf  deCeiíÉ- 
tea.''         •     -í' .   •'•».    '» «n  •    •  .  'í 

a  «dminendaáop  ÚeOlEiiU,  da  villi»  ap96- 
senuya o  vigário, qÊê  tmtta 70fOOO r6isde 
oODgnúi  6  o*'^  d^aAaft    >  < 

O  eosedlM  deíMiteiBÉtdo  Hospital,  é  com- 
péstò  deiil^  Mglleaas,.  todas  no  bis[Mtdo  de 
Coioriva,  e  loom^í^QB^ogot/ 

SiB-«AMifta  iar  Dél,  AItòco  das  Várzeas» 
Avôç'  fi«lMlMla^'firvedal,- Lagares,  Lagiosa, 
Lagos  da'M|«^i«iiroêa,  Mèmje,  Nogaeira 
èo.  Gravo,  CHiiciffa  do  Hoqiital,  Penalva  d'AI- 
va,  Sanu  Ovaia,  S.  Pa)F0  dé  Godéço,  S.  Se- 
bistOaidalff' elra^'Seiio>éi>{ErTedal,  Travan- 
ca/ é^ iVjll»taie»  da  Beira.  • 

AMif  amenta;  tUa  dsle  ftaneelho  apenas 
S:IS0.^o0os^  ponine  ienL:€»mposto  só  de 
nove  ihipietiap,«tâdemn\  Bobadella,  Laga- 
res, Lagoa  da  *  fieira^<  Laglosa,  Men^e,  Ne- 
gneira.  d^  Ci«vo,  OlilPeira  do  Hospital,  S. 
Piqrd  d*  Gedé(e^  a  tfivlmeak: ' 

£*  ptfraafie  moilovtfcai 

A  MiníMl4heJtei>lMrai»;éns  Listoa,  a  17 
d^imriiio» -de  JiH^  (£«5^ foram  fama  da 
Beira,  fl.  IA»  %%  M^  L*^  f Sim»  limbMiipa- 

fnlihi.  do  í  ^MM^  •  taalMni  iiÉlMai<  taaaa  oo- 
voa,  dadae fof' Ih  ManlMl^      

Gonsu  iiiie.iK  IMnii^  )á  teria  iada  foeal 
>'Dstedsiis^  #i>^gedra  j|  a  Lagos  da  Beira; 
■Éi*mnkBmnfcioa>lraa; 

Todas  estu  qnatro  povoações  qne  tinham 
Ibral  Apèèld,  ferátttiibéças  diiedheelho. 

Oliveira  do  Hospital  tinha  grandes  ptivl- 
lagioii  por  ser  dOi  mnai  daa  coaaBBMdaa  da 
Mdta. 


«    * 


*  Esta  .iflBa,  BobadaUa  ^  Lagavia,  eM»Tip 
ttwiade  do  seeido  paisade  ida  piovadaiia  At 
Guarda,  e  da  eoasarande  ¥imrdipois^pttÉ- 
saram  para  a  correcçii^  dfiAi^anil,  épor  Êm, 
para  a*  oomania  d»  MidOes;  ^  atonia  \ssta 
sQpprinida,  par  eaitta4oa  iriaiMnantftiflto- 
bnH  BrawIM,  «io-aetnilmeniadànoiace- 
marca  de  Táboa,  paraiend^-MitninainMit 
a  sáderda  còmdMda^liíddeai»  •  '  '      -^ 

Ba  na  egr4aMd*A8laii«IUà,'daÉB>n«oÍBsa 
de  architeatora  gothioa,  ondeednamaaiareai 
sepnltadot  dois  paetogóecèa,^  Allaeli^ía- 
«iHia  dos  Aaa8nflMt,4rl\Mrtji^  oa4Qflas|  liA- 
jando  pela  França,  obtiveram  alii,  pelas-aaia 
fiçàidias/eUtdlodrcfMisIdoiis:  t  -^^ 

O  lerrei»  d'eat^  eonçsite  éiiMite  Jairtil 
em  todos  os  géneros  agrícolas  do  pais^qna 
expecta' oriignaidai<ialintldndai^  ^ 

(Em  1873,  no  termo*  da  vHIa'  o  •»€affvn> 
ffol  do  Sol,  foi  âe  abmlflaate  a  eoiísHH  do 
vWio^,  ^paanão  honae  vasOhaa  para  o  «oeo- 

Nien  eh^anOo  a  ¥êndeiHWtaKÍQtr  Mfl^  ^^ 
a 400  réis  o  almnda!)     i    >'  •  n>  >  m.  .-. 
Teo^  eataçia  tél^grapliM;  que  )>iiaefpioo 
«iffeoidlonàr  «n  llfdeaigosiai  dbHilm*' 
.Batáealabelaeida.nà<iaa'dt>aaaBaaBb  i 
-átraveaaany  esté>earieaih»  •nvM  riMne 
e  regatos,  qne  regam,  lázem  mover  diflsna- 
tea  BKyiihos  de  ^,  e  tvaiim  ^peliia  nindo. 

OlhêiM  éêtabÊpiíÊà,  é  tanflbm»  ina«|K 
pellido  nobre  n'e8te  reino.  -  ^ 

'  9rdeeio  da  Bonilngair  SMarav  dfOttvnim 
do*  fldftpUai,'  pae  de  'Ittrtiii  AoâHpMatfo 
Amaral,  e  avô  da  inai^AMrádoilIflianll,^» 
Aitdo  ooMeihodoMDiliaMMi^aaaiiclan- 
celler-mór;  aoqatl:se  faaaon  dafla'dailnk 
âo  «arrisa%iani  M^d^ábcil  da  iffUl^^sio 
-%-eni  «anpo  anil,  aspa  de^pf^ta^lamndà» 
ttltra 4 lloraa delia^ droorau^^Ehao»  élacê, 
aberto,  timbre,  a  «prdâa  anaaa»  dom  úam 
das  tansa  de  lii  no  eetttra.      t       ^ 

OLnnDUIBA-^fregneKiai  Douro,  eainar- 
ea,  ooncelha»  distHòtoadminiatratifé^  bispa- 
dê  a  paaxknê  d'AMro,*d^  kiMaelroa  na  S. 
do  Porto,  VSO  ao  N.  de  Lisbanii  '  i       •  i 
.  T»m  450  fogos. 

Otago»  Santo  AúiQhiò^dè  Lisboa.. 
^.  Em  lcegii9aia,.#4MA^<^stiare|n47S7; 
formava  parte  da  freguesia  d'Eixo^  qia  4 


Obl 


Olil 


m 


rcM^  ete.,  a  ti  dd-^ada  me^  das  maioresi 

io^iHÊÊiáiÊ^  y  ^    í."  1-  -  f    •(-  *   r/    . 

!RMimfelitilíHína«ii.todqi  iM.eeimesi 
dot»iiy  aaboirtiiita-éa  páÉ%  lanlai  dt  Ym-i 
ga* cama  ido 'naPrf  >:  <  "*•-! ''     •  > 

>  (No  arliga  £teiv  tokiSA'  Va0k  10i<aoki9w% 
ba  nsita  leaaaa  ^da  íaoÉUBMi.i»afcaHi,ÍP« 

<  JUa  ttdsiosidiai^^  tau  prihatada  hartaete» 
asiaoadiçdaa  ite^nliparidadè  tfaafli  Jtao»-. 
ila^  4aviéo'áiaaiiaidaÉa  aiaaarao.trahidtoi 
dpa  seiiaparoahia&Qa<i.'!iJi  • '-  - 1  -m*  ..!:•  .<.  • 
Em  mimbra  dertiMÍ^«aafilÉia  a  aamaaa 
dlá/reiaa^  «aaa-alira/qBa.aoaaortamiiodèro- 
aammita  para  ridaMnrolvImafplQ  da  apiald- 
lBia«  lBéí|ilria>«faoiiBMicia4aa  pavoa  d'ai* 

Foi  a  aairada,  d^Avaitoifr^  Aguada*' Pjiaa 

^BlavpalÉdtai'i)infíM>(Bip^fBaipal)^  'tilU 
.éra»,i  qna  aténeiiiia;  Éo^-^amna^iaia  wm 

pailrfia  iiifaeâfo»maMiaia«dart#U4i>faysio 
-  86a:cuMMiwlidadiii  daarpawi^-^miíiiMiètaB' 

ia»  coMH^  4^  sitaiBridadei  da  aeM^i  pfrn 


'  da.'inm(id'flHnifa4BaiaiBta^idDtaÉia«8a 
eate  melhoramento  (l^fo^  M^mIíi  a  tacha- 
ra da ISfOfa) ainda-aslao  SntranaitaTeis no 

M .  >  fala>fw«d*  MaMia^  tatP»  ÉiCito  armoml» 
fiailuiia  iigarnquaiiai^eaMDiadam.ailipa- 
foatfaiauifMya^daOftlivairittliai 

E' ama  Tia  de  eommnnicafiD'ífdqaàBMl• 
dlaiiatt^'^ioa«p6voa^'aaval  e  mitnà§MTêB 
doa  'lo9uaa  4'Afa0daa  ^mana  j|ipia>}iaii 
■iaaavirgeadáa-yèlifái'»  u  !•  •  •  .i't  .) 
.  .)Eita^afllrádaédaipimeo>díipandto|ipai  aa 
aahar,  na  maior  infern^^adiallada;"  "  >    r 

1  Em  Si  de  abril  de  Í878,  vendeu  n'esta 
feira;  a'sr.'  ifiGoada  dé  Béttéheèoriy^aosr. 
%át9lòiiio  'BemaMir  i^teiralfa  4o  Mit-aMiAa) 

'do  Portos  naM^paaeHia  ée-vaaaUca.ptM'» 
mil  léislHH^)  fiaoo  da  -fado<l)ovia0  e  catai- 
lar  ii'éfta  feira,  a  qnaM  a  regulador,  •pamas 

e¥dt  dentas  UmA;  6oBM>'aoonleaaiBntf'M- 
a  eteivaaciBaiimfemiiBa)  eoÉiofMÍaq«e 
80  tende  na  liiBaáatilalfelaai'       t  -.  m>  .k 


S'<aaiaAraiWAia.eatá  a  aaea  (91a  foi  via- 
colada  al^ao  4a  jaate: da  IMO)  dq  hknw 
•da  ida  QMmrMUk    .      .    :  •.    i 

foi  aea«itíaw>  adaiidilwdor»  par.eaaa» 
awQKMfelMdB^  PjranoiaiP  iaaqpúim  4a  $!«- 
tro  Gorte*Real,  pae  dos  srs.  drs.  José  LmMW 
ida  ÁJMg0  Ctoia-Raalif  director  dflfjmnviyios- 
«MiOBaaiMa  q«0'>â  JoiamtiiAiror^FiraiifiBfso 
iJoa^poiía  da  Caairo  *GQite<^Qid,  jai^.daijdí- 
aaiui»  oasaiàQ^cpiiiA.sr.fP.  Henrii]pa||k.j|a 
Silva  «vaira»/  filta  4»  ^  íoMiiiia  d^W- 

ya  Pereira,  que  foi  general  de  brigada,  !#• 
iMwa^kHrHirtMbriniia  4f  ÍKmm^  X«rier 
da^fiiferaiVfniaa^  A/  «lidadiis.  Atm*  , .  * 

Ha  ainda«:BiaK>  ttboa  (dos  dois  seioi>i4o 
Mrgadaida  Miyajrâkai  wm  vm  M w  os 
aaussy-.tT-  ■  •  i.  .•  *'''...» 

Esiea  Gaairoi  aiQ  aHoariias  daf  eira;  por- 
qoe  o  tal  QlMmíPcmQiiadOt  asa  naiai^  i^m- 
la  nillaf  afllha  da  9aptia»-aste^ioia  de<Ças- 
.|iai(»r|a^lUaLi(Vida.F4Kr«K>  .  .  .   r. 

Foi  prior  da  OliviMniÚ»,:^^  s^.^QiiMrft  D. 
Jofléiiitotoirfo  Rei(«ÍDk.JBi^ 
'fiMssjaw»  araaMipo  4'£«wat  Vidfuva).iV> 

sOfciy|imii>  -rtt^ymiãé  DayrQ^  noipar- 

.aa  ahcaai9idb«>4a  Tia»ia.^tiia  d^Midííaií, 

54  kilometroa  de  Coimbra,  S40  aaN<  deJ^f- 

Bispado  a  districto  administrativia  .(|a 

€oiiil>aa»)    . '        '•  / 

A  jariíaa.aj^iasaaiairatO  paitr,.  qna 
rliSOJOOd-Báia  da-raadúnanto  annoaL- 

tfayaaiip.roiito  antíga^to  foifvO^^  c^- 

ea&  |4Sbqa^% li  te maip  4a  i5U.  £.''  Af  #P- 
(«latLaailof .4a  ;Aím%  4.  M  v^  qoL  i.«) . 

.  tNTaaiaKwiUraa  lha  di  q  aoiaa  da.  OMi^'- 
.ajhi 4ÍOw|Nrad0« ,«  •   .    V  ••!.>.. 

É  n*esta  iregaesia  o  solar  dos  C^ta$. 
^^  Ao  ^tl^  ^VÍHK  PHonriai,  na  siuirqpia- 
.u4oaCavfalÚ09%  €aiioel^;daToa4aUaiO 
•aanhor  4*eau  antiga  ie  Mtoa  aaaa,  o  st/An- 
ioiiior  di|  CòllaBraodio  Brito  MesqnlU  Gas- 
ji^«*Branco.  Fpl,  eoroo^^  do  batalhão  de  to- 
liuMaiMil^irealíMá' dai  Arganil..  Era  csaado 
abm  a  V.»  iK  Aaaa  Ifourailpa  Gardoasiiqie 


• .  I 


i> 


JSMS 


!0m 


Era  um  perfeito  caYall»lro/<MA.'  sj/Éipi- 

'ffMBD  «'Imlitô  dMiálIffS  ^q«è  MK<w  Adble- 

yét  fàaátiéB*  a  qttafitos  o^  emiiíeéêt'*!»  «im- 

'd^ántiaí;  14  UlMiiMrDk  «o  S«'d^BttM^  >a4o 

(taiAiáDâ,  ff  t  B;  de  IttnmiMha^  170  a 

•  IB.  4de*Lfeboa.  Tlofaa'  en  17S7, 4:995  fdgiM, 

'^'éaàA  fltêftfezfai^  m  Mè|^adoidVAri^*^«j 

StáUaMaNa  ão  0toMto.>Anitra#l^wÉ-| 

uva  oíditer,  qiie  XMsk  MOJiÔOiVit  drNÉ-i 

'Attemo^.  GofisUftVá  de'ii91ògo&f        -'i     i 

po  d*£lTas,  apresentaTam  alteniatiniimu. 
è  reifdf,  <]ae  tfMi  9t2«900  rif»  ^  if«àdí« 
néni».  GeiítâVd  eBiaa,'7661bveik  ' '  »  ^f .. 

'  4>  iktdfoádó  da  naiffie;  db  fiititaf  Marta  Jde. 
Olivença,  foi  dado  pèl«i^  D:Wà\M{9i0^m9i- 
iralo'da'(M<defti  #A«to:'^>>"  «'"  <  »  ;    '•« 

'  B»tA'e«ti  prlf^w,  «tii«M»;f1l4' dd«]Mfk^^ 
e  14*  IIKdé  imifRàde.^-^^MtiMda  «M^HMa 
planície,  regada  pelo  rio  ikhdéÊTiMík.  ^-\, 
^  Dit^-se  que  9ê  9Múê  tlaáimtlà^  f^ffó^de-: 
901»  #B9tai»,  p«4o»  antt09'490(>»UM'«  9^-^ 

No  centro  da  Tilla  está  nm  «ritMM,  ^- 
drado,  que  se  iit  sèi^óbrs^doriíilbMpdb,  eí 
que  depois  foiireoAieadi^  ttftaé  adla«lé  so 

Era  uma  Tilla  e  praça,  de  poo^ÍMpor- 
tklièiâ,*  td» '«iMnidiM  «lièV^aMMilL  9e\o, 
traUdo^dè  pftz;  *éB^miMe9k  DÉffckftoOo^ 
19  de  setembro  de  1297  (pAòtfltaiVf^.^er-i 
liando IVde^GUiántf,  M'l4ti9«ivtiMlrtom; 
ahifaflta  Di  OottMaiiçé,limMi<  lio  M  RMMk, 
4e^ollbgal,  è  ék  palfibt,'  M«u4aÉiMÍ,'«iO; 
filho  «d*èsles-  -^déj^,  Vi'  AVèèM^fVt^cttth: 
D.  Béairiir,  Imin  do*  ftt'MiMIMM^a^  de- 
ddin  que  as  Tílias  e  praças-MÍ  ^Éeis^ieMktaí 


'»  '  • 


ílNkl 

icaMnLÉ^i#i'<m4diaÍBilrf4  ramtHamii^  4e 

D.  Dinis,  tomou  em  tanta 
eiu<iiU%  ^  lif»  ifMoiido^nndifliSÉr  o 
-mà  ?eilMiità8lalio}BiociiitiiD,ié46soteinifai 
e  amplioQ  o  sen  fosso;  poTMndo%  «fUaconi 
1*rlii|i|íiiei..9ea4hè>l(tfai;.\Bm  bWMMí;  a  4 
di^)aiii0»<deá99i^«on  tudaf  litains^prl* 
Tilegios,  regalias  e  isenções  do  fond  d*&vo- 
Iv^dLiodf  ils^iiM^dOTMHDk  Dinli,  11.  « 
T.;mL  â^^i  tJ^^^Dj^lfiiiM  llM.tfMiaafo 
Isnd^  eDBârDodo  sÉbUidâo^antigBiy^cai  S«i- 
tarem,  no  1.*  de  ianhoi^>dê>iM9i>(k^  4ôff  fb* 

oOanpvsiMentfieai' vér  iwiannieoeUhds 

dtdsm^Tiil^wqQasi  li»*ffaM»  eOo^/éeáiaa- 

deà  á emprtri»  9omo>  xm(âê^€ã§kmían*á» 

Numanda^  snjeitos,  por  meio  de  usi  fMffl« 

'idia;iaê>}ag9'teaateliaii6r  .ii  ■   ^«  #.  :>.--! 

.  ^B  iriki  i4ér>olMtiiDlíMav4wdb  to4«lM»- 
iar  A.fQêaBia(-»étaÉdmii)<o  aoior^io  Mi 

èao».  adta  r J  Bni  «■»  #9f9«^  liqpilKttiAdaile 


«•I  todi  4  ika  -ia^Haimia  e  pítmpaMiàt, 

Aft^rtenalifaTera»  tii  nia  pMiintiii,sM|>  > 

e  por  iiÉo>\4^iÉaxima;TfÉno^>doi  bUvMlMÉ- 

Mi^  aÉidwlM|aiÍillmii  a  nnaad  Hng»^  nàbe- 

O  sen  braiio  d'armas,  é  i<>s»tsanipobisn* 
im9mmmik>  4aiiiv«5i) «  HbmoUé^tma 
loloi,  «■dObMM^oiíapianiiie^teriioide  ca- 
da lado  umtiiaiíMMí)¥MK.  àUnéindo  io 
mMM'da)Tiilí^! "  "  f 

!Nn,«M  ^m  smetgr  «Ipmi.  dnelarado  jo 


«  1  Talvez  qn^  àlgÚk$'íi6rQtí;  tivm  ett^as 

po¥o«ç0e9  porta'(^eaiii,  «liá^^qWéflflA  se^b 

éaminio  eaalelliiiMi  De|flmre»4a^  ^ondHMé 

.nma,f€ff*-- .-7—. 

ramente  r<  , 

ganha  tiver  _...  „ ^ , „ 
adeí^fd^siiMealii^  r«étiiii«r,'i«,  ifiMlnMKe, 


ponho  qae  foi  D.  jQÍoiii,'eib  lèSff, 
'«Qi«f Qldèiiloiati»  «Mt#lki<niaÉâa»«oa8lhilr 
lima  sótidaín  llMÉaiiimiÉnnnK.t  :     .  - 
D.  Diniz  a  haTia  cingido  de  muralhas,  com 

^  ^Qoaado  D;J)iDiÉiteÉmi  oontjiida  praça, 
Apenaa-iia^a  o  raUia  dàstoHo/voti  oaifomos 
«naiipi0gB^iò.aliiMÉaa  Aaaasi  dsMrod»  fbrtt* 
laa^^  6  nmiàapmmt  é  inégilAsadiiBeiíim, 
-tatfãtfaíum^qfiê  enjiim  vasto  (Aisnà  (dhHl- 
MlbapiMÉm  QkDoat).  Fd  D\esteolirai^  que 
«f  d  l«rnáon  fiudon  ávmnr&povtaçío,  >qtÉB 
seus  saccessowÉ.atii>iair«M>.mA  «.     /  m. 


OLI 


mi 


«83 


^<ro páttís, pélM kmios  dèlNOr iMrtm, 
^táiiâò'  ijrrttiíia<hi«,  o  rei  D.  MâbUel  «s  re- 
éj^fltooii,  e  ò  eMéno,  p«tos  annot  46  I5ie. 
l^iià  èm^tomrálfaitt  três  pom»^*HldOei/M- 
nòy  dê  S.  ^rantísco,  e  Por/a»iVÍ9va^é*^tti 

'  MoUéÉnfiloV|MD|M>;  èomesiim  rol,  B.fl*- 
ikttèVmtadda  tèòdBMif  êdtfréb  ifò;  titmi  for- 
món  ikMè,  ediloádâ  iobhB  roeMòà,  ^emii 
lÈáài  àite  Wfè  ú^  'éiMtn)  (qfi«  DréaileMlIh 
fM>ikrrittariiii;tétirM4fl).  ^   *>   x; 


Tinha  att'iíMMkefro  àê  MiiicKNM^fràaeii- 
ftuidiao'i^ld  p<m),  jtuito  à0  bàlnirte 
éè^.  Fráodaléb;  «lii  iM6.  TmkamlMmiiiii 

iado  pelo  mesmo  tempo^  e  do  ttéflOH)  ttod«, 
-l^òrta  âò  l^oJ '  .  ^  -  - 
'  Bi^ilMiMiT/féí;  élh  Í4f6»  eOndé  è^OH- 
veà^  i^iMy  Í«1lè]li>/(lllio  do  igfmndvlitr- 
tim AffooaairlMlb);  pmréÊO&tí di  eiea 
da  iafanu  D.  JoanDa"  (filha  do  rei),  foarda* 
mfr  d^  ptQo,  49tpHlo  de*TiiDf6r(AÍrt^)  e 
"iMNft^Ari^atttf/AilAOlfo^   ' 

-"^^  lermos  dWnteiM^  é  jfWRtKPim^  em  td- 

doa  08  géneros  agrieofft^dò-pàh^ieii^l^toie 

-éMt^ieda  á^diRdádd'^  gadá.ÉUiitbem 

áMÉiidiblo'^«a^.%âet)eiáé;'dò  séotié, 

4  M  AiádMMi.'  ^  '    • '  -' 

*^''A*v1IIé  -ê  téMdftf  vorMIlaf 'feferfaá,"pé- 

mares  e  eampos»  r^adospoii*  llrfseM  e^nml- 

tas  a^uas.  Criam- se  aqui  óptimos  eavallos. 

^^  Aliérr&as^^iaô^dilatiidas;  e  guanlMldas  de 

tlMllto^tk>fi8 fírMKoéi* '  "*•  *  '  •  "'^  ••♦    "  •  * 

<^'^  IÍ>vriiK»  (fuièii  r<A*stt^  osTefii  -que  mie- 

*M#a«)l  áadblés  éd  déftei  é^eitaf^giraçaf/oti 

re4dtteliriiÉ>M%illiga9rNo(o>Í4iii'  H»,  s«- 

bre  a  porta  do  castetto,  chamado  da  Graça, 

tditi  èrifbdtido  ^flÉ^pwrede  an  esetlddidi^^pe- 

dra»  tendo  escaJpida  a  figura  de  uma  ma- 

4Ílii^tiiDad%>iè«)ipuirtiaodií>fMíiisee^  len- 

•ê§  i»dMitá  m  9¥Ê6íiê  dè'Portâ«ki;  é  al-de 

'Iti^ti  ê  tesiaétãi  tma  )i|f;^^i^.  Sà  f i$'Vè, 

taiA»Ara^a('#/imlhw:doi»fiiftdiidor>ia«4Bt-  >  Utaik;¥eid4  íoiííiiíí  MdMta  «iif^aeqi-iif- 


edJOofdor  do*  eistellã  Talfez  qQoieatas  lò$- 
•em  as^pffmeiras  irmãs  da  Vllla,  dtdas  f9t 
D.  Dittii^  qvtaado  lhe  eonoedea  feral. 
•  llirbidtfr^das  armas,  eétá  esta  InMriptitf: 

▲  tumnrBA  fhdaa  dssts  .cástblld, 

FOI  POSTA  EM  DIA  PB  S.  MIGUE^ 
E  A  POZ  AQUI,  nCDRO  LOURENÇO  DÓ 
"'  HEfiO,  Èll  TKUFO  DEL  EET  D.  DINIZ. ' 
- '      •    Mib  I^VOUl  lÉi  ANHO  D«  1300. 

■■■•■,'■•,' 

A  cinude  mmidhei,  Bio^.se  ebegea  a  eètt* 
««inlr  edMpletimeAM,  ^p&t  iàUeeer  o  réi  D. 
^llÉiMiel* i  t .'  ' 

't.   V-'.    ,•  i      \       •     i  ^ .  1 1     I  '      /     ■   .  .     ' 

Im  W4e  }aibo  dei6li«  um  eierelto  cai^ 
ielhaM^,  46^:000  infantes  e  fsOOO  oatralkie, 
ataca  eeta  pMtfef$  maa-sio  ftariosamentert- 
p^lidoa  pélai  gsMt^  ^  ««etiram. . 

Bm:i7  dsi  setemhiK),  do  mesmo  amÉo^-  de 
•leilv  ottUo  éfierelse  eaetelhane,  deiegual  ati- 
mépa  de  tafantee  ^e  eanUee,  fsi  do  mesmo 
modo,  ▼atatememe^TH^eUldo.   < 

Dea  dias  depois  (27  deiseietthfo),  mnft- 
ram  á  carga,  com  o  mesmo  glorioso  resul- 
tado yai%  aa^anns  portagiiesas: 

Im  MA»  «oe  ^caMlhaBQ»  f  Hneiphm  af  fa- 
ler  correrias  pelas  nossas  fronteiras  do  S.E., 
•aiaeania  VUla^VHosa^  e  OUnen^a;  mxi  as 
.i«ami|9e».d'0Stas'prafa9  se  defsndéA  bi- 
-safmn<nm»>esihiado'aiicommetier  «M- 
'mAgo^o^desbaMaitf  .#.'»«  ->(> 
>>'  AÉseBmaaBrt0:#tperimartaiiÉi»BellMi» 
.ifíBh#  élipaMS^MoÉtes.   •  .      . 

.  •  Bl  ioi»  4 Yy  .«m-deiAirra,.  mamda  ai  divi- 
aSee  ipepm^aeiíM  inudir,  a  JSiMmadQra 
(hespanbola),  as  Castellas  e  Gailiza,  atacaa- 
-dò(¥aM[bvde^.e:pottdtf  aâlre#  a  BadÍQ'ea;!po- 
'féai|thremea.âaidesfctir»40i'>empreza»  ^ 
.  fiaàJAide^abi;tt.de4057(seDdo.reii»teiie 
Portugal  a  raiDbajd)9Í4litt'4^^tumie^  vla- 
va  de  D.  Joào  IV),  D.  Francisco  de  Tatavila» 
dri4iBft'4Éuai';GB|íilanOf  .oonlwniexercitê  de 
«leinmliif.uatQfl  áafi|nlaei*A>iaii|il  a  4|iii- 
ahflBtql/câvalloi}  fm  déreo  ajOtiTepça^t^e 
aya.^r9ç^ieEi^íforenador^lf4^iièl.áe  M* 
dinhm  iL>pmrBpi;ií>  iera*.oi»mpMl^f  ^na» 
maior  parte,  de  soldados  biaentai 
éoté^àk  vMIv^MMi  delmdiaBi^iiaiotesa- 
medt^  mÊ»  aèmi^alplfQaiiiMttís<i0nQi4Jttt- 


m 


fida^  qm  os  mkppito^  Ibd  q|o  ii\ismfm 
604n  a  promptídjp  41^  dâflejav^ii^  ootr^ga- 
ram  a  pra{^  aKM  caattkibaapf^.ao  dia  90  4e 
svúo  da  ^l^fimQ  aono,  a^b  boiWfyf^.  <^FÍta- 
lação.  Manuel  de  Saldanha,  sahia  da  praça 
com  2:300  infantes  e'iima  companhia  de  ea- 
Tallariá.  ' 

Os  caistelhapos  entram  n^  práçii»  no  dia 
seguinte  (V  íeira»  31,  dia  de.Cosp^srChris- 
tl)»  e  lhe  põem  guarnição,  tendo  por  gover- 

M*esu  .«nnjinioinva  bmlbQU  o  f^Wioúmo 
acrisolado  dos  habitantes  da  villa,  .1^  Q.Sfiii 
horror  ao  domínio  castelhano;  pois,  sendo- 
rogadps  peia  duqna  âaiSaa.Cpraantv.para 
.40^  não  abandonassem  asrsnas  U9Aa.«li|- 
.WMte^ftOdabamtaiinittn»  Afada  maís-r-T«- 
UTila,  pQbii€M«  ttu^ontaa^  paia  400». la^ 
4Ufi  fiMsaem»  se  lhes  dmiíism.  aa^proprieda- 
â«s  dos  que  sahissemi  ma»  Ma.ten^^.Q  ^nr 
im  8^  q«e  ia4ceiufl8»e.a  ofTavU;  prelerlnÃo  a 
pobreza,  entro.  poriugusMs»  éo  «os  «  riquA- 
lajSntrocasieibanQs.  i.  .    h.  .'. 


I    r 


ta .    '  "  «*    1' 


«Digno  (sita  d^  ser  fi«jnnda  siarf o; 
QTêoi^.m  t^po  aotífo  «  fto.tto4em.» 


.» 


»•    (á 


a«evmo  pwtafuaii.prisaitott  aiéetida- 
de,  l)Fay«ra  e  esnatancia  dúsptpulartt,?  com 
todosDs  reeiirsoi4)f eoiasc^  «mqaMilo  sttiYS- 
ram  fora  de  suas  casas.  Sddaàlia^e<]i  s^wf 
.  oflBolsMi,  ilkffumm  o  fsafttige.  d»  sna-esèardia 
— aquelle,  depois  dealsttitMiff  deftisid, 
foi  degradado,  poritoéat  a  vida^  pana  h  lidia 
-reasiss,  fi»ram,.ans  presas,* oBftmdesler- 
Fados*  •  '>  '  m ,  \'i\ii 

,fim  jfOMira  de  i660;  o^^nde  da  Gaiialihft- 
de  (depois,  marqfeiea  és  Maiialva)  etpiÚBA 
tê  easteUumoa,  de  01Kenç&,  iestUiiifaà>:^su 
praça  á  coroa  pofttiglieita.         ^  .         i 


- 1  >i»  I 


I  i» 


Sm  iflOI,  a  Fiança»  coliíga^isecam  &ilsa- 
panha,  pava  fuerem  gacrait  IngláternL^O 
prineípe  i^cnia^. depois  D*  Jóia  Vi»  ^SMSio 
MiTidado.pSn  cliiisr«*sata  liga»  leoiis»; 
i9áa  qmv  «vnHss  duas  pounitíi*  ooéitáb- 
tiatanifMmi;- 


♦-1 


0s  hsspafiàoei^  íiranmaes^  so  mando  4e 
G&doifi  (o  ridleoloí  prkieipe  dê  PautV^^favm- 
dctt'»^  Atemtijs^' «  noa  lomui  OiUraÉçaii ' 


iCtti 

JiijQL  &4^ful|ho  i^  jq^sfQO  ««pp,,de^§0|, 
assignaip-i^.oa  tutado4,df^.pf^,.ctM^qf)^dos 
d^MadfíjQZf,  por  juu/dos  iqna^s»  PortiM^l  4f»L- 

i:a>^I|aspaiÃa»...E;M'iB^pj(if^.M^^  4.'Pli* 

£m  1808,  Buonaparie,  prende,  á  tir^íç^ 
a  (faqfúlia  r^l  hosp^nhoú,.  qy^  nQrfidamentè 
tinha  cbaniadaiFxanGaw\AáeApa^  reijojij- 
.(»i9e  jí^qntt^  císiranwp^.H,»  ge^^^j  çaa^- 
J|fHa^(V  J^^^OO)  (qp^tinb»,0GcpM4a  1 9i4?r 
de  do  Porto,  com  f  si|a4fyM^  ^  M  # 
4ei^efpbc(^,<)6.«^7}*  .wv/QÍrt;s^,coirtr4,#io. 
naparte  (6  de  junho  de  1808)  e  marcha  p^ 

S^^panh^.cqo%|J8aas^U^pag.t»  ..  .i 

.A  Kespanha  entra,  na  Uga^  IWl^^^uP/^ 
.ft-^Qf^aa^A  Mm-.ífifmm  TW«9.praçji»>.  é  fmre 

ím^  Jfassima.  .... ;  ,,{,<.;  .    *..í* 

Em  15  de  abril  de  1811,.^  jaaaii»^  gt* 
Bsral»  B^4$for4r  fm  H  ii»PM.p^»tu#M- 
a^  ]B9(mp«r|i.O)ji.YiWÇji4.qjick*Aç9^;i4f  fifç/^j^ 
áwíte pfJrt^(»ç<^ a,fpi|l!agnU  . .   '•:\i^, 

.  PS>^biMA(^.d'Qliyfiiç^já,i^.m«u*J^Httf 
e  trincheira^  4a  piffçj^  ji  pas  'ip^eM,4c^ 
Guadiana,  já  sobrada  ponte  da  sua  villa, 

49)o^ai:a9i  i9«i«re^  VM,9imJ94as  ^l^ra- 
niôasimpa^portagp^^^  ,,^  ..  . ,  .  . ., ;, 
. :  04efiÇ)dio|ipd(winiq.c^iHeUi|np»  Mmr 
ni(eeia  ^  tâ4§i|.as  iH>pji)Actiu|^i,pripfi^ 
mente,  em  novembro  e  dezMQitm.:^  MNl» 
palas  crmis.iaprdsaiiv  qpia  (oin^i^ 
(ra  oa  easta]lia^o%    « 


•  » i 


i  iȒ  'j 


-•«•, 


!•     I> 


•'         .1  I    »■ 


.  A  f^miui, »  l#ya4A  por  iiint.4(»pnlfi>,  da 
mal  entendida  lealdade)^  ^/f^a^ .%  0^r0§f^, 
em  reféns  (como  se  tinha  estipulado  pek> 

trauda  deiQ«diyaz,-mas  ^a^tt^Bta^»  Já  tom 
tinha  razão  de  ser)  aos  castelhanos,  a  praça 
Al  OUv4ng4,  x^Mt^  a  ieeiVi^nswTadii  no 
seçtdoaMq^  fjLesdeaptàA  at^  llP)^  r#eww- 
do-saa  rsatitoU-ar ao  seu |s^itiinp,doMUt 


I    • 


•  •  » 


%  '  «; 


^ .  Os  bespanhMk  4ân4A  iMéagi^itaiii  coptni 

"t  N^asta  tMadiH'.l6nas9teaÍpolaBciailte 
«h-por  Poptngal^  Lq^z^mhp  do  INiwi  CoiMl- 

*^i?^^l>«í*  1&»P¥*^  fiW»03íT-n^^Relifr|»- 
ça,  Luciano,  Búonapàite.  -    ^  ' 

-»  m  nomb  de"D.  Maíia  i^^  dò  prliâjltib 
nga&t^  ied  flliio^  ^|Q!ft  «saram  00  BMU>: 


òu 

os  Infelizes,  por  lhe  roubarem  a  praça  de  Oi* 
bnyiar,  ^  •  stutentando»  eom  toda  a  joatiça, 

^06»  mmn  tmifãÊ^  íMm  9k  mmtpaifãOf  cos* 

aitaèm^nHo  dê  ionquista;  è  qjM  a  praça 

d«  Gibraltar,  é  inúiwmvrd  e  le^inaaiente 

um  parto  da  na^  heapanbola.   ■> 

Poi8'08'portiig«a2e8  teem  oi  moslnoa  (se* 
Bio  metliôres  e  aiaia  iquptfeaeriptiyeís)  dl- 
ipeftoa  A  praça  de^OKvença^  também  perada. 
eMegalmeota  ihanrpàd%  ^  oanserrada  ca 
poder  de  Qaatetla. 

Para  os  bespaiihoes  «e  opporem  i  asor^ 
paçSo  ffilííeza,  dOriam  primeiro  restitoir  o 
qao  DOS  nsiirparanh— a  praça  de  Olivença  o 
o  heu  território.  * 

E'  verdade  qoe  no  tratado  de  paa  de  Ba- 
djjoz,  se  diz^tSua  Mãgestade  Catholiea^  res- 
tituirá a  Soa  AU0za  Beal,  ãs  praças  spo- 
voaçlks  dê  Jurcmenha,  Arronches,  PeirtaU* 
ffMy  Castéttú-ãe-Viáêy  Barhwènas  Campo* 
JMblbr,  e  (hêguella^  com  iodas  os  seus  terri^ 
i&riés,  até'  agora  eoàqmstadoe  pelas  suas  ar^ 
lAiU)  ou  que  se  possawivir  a  conquisiar;  e 
toda  a  artUheriOy  espingardas^  e  fuaesquer 
outras  tnúni^s  de  guerra,  que  se  acharem 
nas  sobreditas  praças^  cidades,  vUlas  e  Ioga- 
reé,  serão  egualmmte  restituídas,  seguia  o 
estado  em  que  estacam  no  tempo  em  que  fo-. 
ram  rendidas:  e  Sua  dita  Magestade,  con* 
serrará  em  qualidade  de  conquista,  para  a 
mdr  perpéfuamente  aos  dominfos  e  vassal- 
lOfl^ia-  praça  de  Olivença,  sen  território,  e  po* 
VDS  ^esde  o  Guadiana;  de  sorte  que  este  rio 
seía  o  limite  dos  respectitos  reinos,  n*aquella 
parte  que  unicamente  toca  ao  sobredito  ter* 
ritorio  de  Olivença.^ 

Note-se  porem,  que  os  tratados  de  6  de 
jtmbo'  de  i801,  foram  dois,  ambos  feitos  e 
assignados  em  Badajoi&-*um  celebrado  en- 
tre l^ertugal  è  Hespanba;  outro,  entre  Por- 
ttigaA  e  França.  No  preambulo  doestes  trata- 
dos, 80  lé: 

«Havendo-se  concordado  entre  si.  os  pie* 
ttipoteneiarios  das  potencias  belligerantes, 
cottvíeram  em  formar  dois  tratados; 


om 


38& 


1  Foi  o  almirante  da  esquadra  britannica, 
Bpoke,  que  lhes  tomou  e  occupou  eata  pra- 
ça, em  Dome  da  rainha,  Aima,  d'Inglaterra, 
em  1804. 


4ne  nm  l^mn^  ^mm^meUúL  mcim 
nkMtíiÊo  méÊtí  mu*  ]ioi»  «ne  m,  8«- 
irtmtia'  4riteefpros!mf  e  táíbo  Itave- 
rã  tralMade  etti  ttlimiia  dM  dplii* 
«loando'  Ve#lia.  a  TerincaiHie  a 
tnflra^cICô  em  qnalqaer  do»  ar- 
figôar  4tke'ii'cMfes  se  exprcflMiiit*t 

No  artigo  a%  ditée: 

tToda  ar  infracçlo,  serfi  considerada  pelo 
prins^^éonsuT,  como  nmai  infrac^o  do  tra« 
tado  actual,  t 

H  se  vê  que  o  tratado  celebrado  eniSo, 
entre'  Poirtugal  e  Hespanba  (pelo  qual,  D. 
Carlos  IV^se  arrogou  a  posse  de  Olivença, 
e  seu  território,  alem  ^  Guadiana)  depen* 
áh  mcontestavelmente,  das  clausulas  do 
tratado  com  Portugal  oFhmça. 

Todo  o  mundo  sabe  que,  não  só  houve  tn- 
fracção  em  um  ou  outro,  dos  artigos  destes 
tratados,  nas  em  quasi  todos. 

Para  o  provar  plenamente,  basta  ler-se  o 
artigo  l.«  do  tratado  entre  Portugal  e  Fran* 
ça,  que  estabelece  como  còrigação  recipro* 
ca,  entre  as  tre»  partes  contractantes,  ha- 
ver^ipaz,  amlsade  e  boa  intelligencia,  en- 
tre a  naçlo  portugueza  e  o  poto  francez! 
Osssaçao  das  hostilidades,  restituição  das 
presas  que  tivessem  sido  feitos  de  parte  a 
parte,  e  o  restabdecfiàentò  dás  relaçdes  po- 
liticas, como  antes  da  gtierra.» 

Uma  vez  que  nada*  dMsto  M  observado,  fi- 
caram nòllos,  IrrHos  e  de  nenhum  effeito 
aquelles  dois  traudos. 

Temos  mais— No  i.*  de  maio  de  1808,  o 
princfpe  regato,  publicou  no  Rio  de  Janei- 
ro, um  manifesto,  no  qual  se  diz  —  Sua  AI* 
tna  Beal,  declara  nullos  e  de  nenhum  vigor , 
todos  es  tratados  que  o  imperador  dos  fran- 
cezes'  o  compellia  a  eoíaclalr»  e 
paiMciilaniÉeiit^  ws  deVadaJos» 
e  de  VadiMMI*  de  Í9ei»  e  o  de 
TVetftriilldade»  de  1  ft04it  peis  elle 
os  tem  Tiolado»  e  Jamais  os  res* 
pettoa.i 

'Em  90  de  maio  de  18Í4,  se  celebrou  en- 
tre Portugal  e  França,  o  tratado  de  Paris  (na 
oceasiSo  da  paz  geraiy^  no  artigo  addicio- 
nal,  n.*  3,  *  se  diz—  <Gom  quanto  os  trata- 

*  Foi  confirmado  pelo  artigo  ii.*  do  tra- 
tado de  S8  â'ag08to  de  1817. 


38Ct 


OW 


da%  oenwftçSes-^  Mios  e#94lHdQ0  ^^i^^H 
ôm»  pateneiâs^M<tag»l  4  F(%i»0a)  4P  V^mr^^ 
oMoto  4  guerra,  e«ji<d«iii  «twwUMiHik 
il^.tecato*  p«ío  eslMo  âa  gmíí^^  ^^ 

Q&mreaieBletfeclmrarejKjur»— ijipnfi^wr 

gnados  em  BadAj^as  0  Madrid» 
em  ISOI»  e  a  co|gnreiiiç&^».  awit- 
S9i|id)a  en^  £<f»lioa»  em  XII04*  Jl- 
€sam  nnllott  e  de  nenliam  €^|Ilçito« 
pela  nae  dioem  reapeAta  a  Par^ 
tv^al  e  4  França*  e  q[«e  aa  duaa 
epr4^a«  renunciam  mntvamenie. 
a.  tedo  o  dlrettOf  e  se  deidlgAm 
de  €i«al€|aer  abrli^açãa  fine  d^el* 
le«  podesse  reraltar* 

JNo  ^cto  6aal  do  congresso  de  Yieima  de 
Anstria,  celebrado  eotre  a  AUemanba^  Fran- 
ça» logiaterra,  Portuga],  Prassia,  Bussi»  e 
SaecU;  feito  e  assigoado  em  Vieima,!  a  9  de 
jn&ho  de  IBilí,  ^  o  artigo  105;  .    . 

.  t^  po/«fiaa<»  reconhecendo  a  justiça  das 
reclamações,  formadas  por  sua  AUeza  RmI 
o  Príncipe  Regente  de  fortugal  edo  Brasil, 
•abre  a  vfilla  de  Olivença*  e  aa 
oaf  ran  tervltorlas  cedidoa  á  He»* 
panl|a#  pela  tratado  dé  Badalaa 
de  ISCII9  e  considerando  a  re0«> 
tttnlç^io  d*e«te»  ^lijectos*  como 
uma  das  medidas*  próprias  pa- 
ra asseirnrar  entre  os  dois  rei- 
nos da  Península»  aquella  liaa 
liarmonla»  completa  e  pernaa- 
nente»  cqlaconservaçãOf  em  to» 
das  as  partes  daRuropa  t<MSi  slr 
do  o  flm  constante  de  aeus  aiv 
saiUAmentos»  obrlaamHpe.  Cn^ 
naaluftente»  a  empresar* :  90W, 
n»eia  de  oansUiaçfiki»  os  seusiesn 
Cpdrços  mais  «ncases»  a- Hat  de 
^ne  se  elfectue  a  retroeessão 
dos  ditos  territórios,  em  favor 
de  Portugral*  B  as  potencias  re- 
canliecem  gue  este  arranjamen* 
to  deve  ter  loffar  o  mais  breve* 
mente  possível.  1 

Em  Yista  do  geie  fica  apontado,  e  das  po^ 


Old 

sitirai  e  terminante»  damnlas  dQs.doeQ- 
mentes  qaeraeabaram  detersèréeriAm* 
tinimo,  é  inooniettifid,  4pt6  at«Dflefira(ipi 
d»  praça  e  Tilia  de  OHvençaie  sKi<  inritaria 
ad  8.'  áo^nadiana,  euf  poder  datgervenu»  (kt» 
Gastella,  conilhúe  aiHkifltgianMiisnrpiatiiiir 
qne  nenhum  Iholo  nen^ritto  joftiAc^  *^ 
-*Se  n  ua^o-  faetpánllolt  qaerqae  tode.^ 
mondo*  lhe  «dé  raão^  nisisolta  reeKamaçdeec 
oontnia  detenção  dé>Gftealtar,  pela  6na< 
Bretanha,  entreguenos  piámeliO/  por  nm. 
acto- formal  n  legat,  dtreliíinição,  semeen- 
diçiíes,  a  nossa  praça  e  ^la  de  Olírenta  e 
sen  termo;  e*  assim  pratka  nmieto-de  nOf 
breza,  fidalguia  e  jastiça,  atá  agor»  debMdQ 
redamado  pdosportngnezesi    í-     •  .  "A 

fim  li  de  fè^mrcíro  del768^nasQeQnn 
víHa  de  Olmnça,  Francisco  da'  Gama  Lobo» 
qoe  fallecéu  em  23  de  setembro  de484& 
Foi  Libarão  dé  Argamassa,  tencnte-fen«f 
ral,  eomraendador  d*A^li,  eavaUeiroda-Tl^p-' 
reBspada,  e  tinha  acroz  das  campanhas  d* 
i  gaerra  da  Peninsnta.     ^ 

Gasba  em  ít  de  fevereiro  'de  1820,  eom 
D;  Abna  Maria  Correi^  46  Proença. 

O  barão  de  Argamassa,. era  da  nma  ft^ 
milia  illttstre,  deecendeniedos  condes  da  Yi- 
digneira.  ^  '  •  v. 

i  Tendo  no  reinado.  4e  PilippeLlY»  o  alçais 
de  de  Xerex  imposta  n  D.  Joio  da  jSâQU^i 
Lobo  nm  tribato  do  qual-  eram  isentos  oe- 
homens  fidalgos,  tere  o  lesado  de  apresea* 
tar  uma  justificação  da  sua  nohreza,  em  via*, 
ta  da  qual  se  lhe  passou  a  seguinte. sen^ 
tença:  ^ 

.  •  Declaramos  ao  dito  IX.  Joio  da  Gama 
Lobo  ser  homem  filho  d'«lgo,  em  posse. /O: 
propriedade  de  si  e  de  aeupaee  av6.  Bipo- 
mos  perpetuo  ^leneio  aps^itos  Fiscaee  á»j 
Sua  Magestade  e  ao  dito  conselho  da. 
dita  cidade  de  Xerez  dos  Gavalleiros,  e  ao 
seu  procurador  em  sen  nome,  e  a.  to-t 
dos  os  demasis  coneeUios  de  todas  as<  de-^ 
mais  cidades,  villas  e  legares  d'estes  reinos 
e  senhorios  de  Sua  Magestade,  para  que  em 
razão  da  díta  fidalguia  do  dito' D.  Joãfolla 
Gama  Lobo,  nao  o  liiquietem,  nem  perlu^-. 
bem  agora  nem  em^  tempo  alguns:  e  jbooi 


ou. 

AsftiB  d.  pirQiuuieiiiiq&  e  vánáiMMb  Ueen* 
ciado  D.  AloDso  Ramires  do  Prado^  X)octttr^ 
D.  Hoáricoi  Sfirrâaoi  Liceaeiada  D*.4aan 
Golfia  dd  (Qariraijâkr^A  qual!M»tMiçpk.loi 
dada  e  pronunciada  pelos  ditos  nossos  poctt 
sidentes  e.oavidoKs  6sUmd»'Itteado  w* 
disiMía  pvbliea  w  cidade  dft  fijeanitdSiíMS 

ii  d6  8»t«nl)0rod»i64a»  . 

-  - 

.0, llvo  iqnA^eoAlem  «sAeiípioeessoé  d«v 
petiamiBilOi  Na  á.»  pagina  iam  >om  fleUo,4M 
lado  do  qual  se  lé:  «Sello  segando,,  sessen- 
ta eoito  marajvedis^íaAno  t6M.i! 
^  Bfif>ois  wok  BBia  pagina  onde  se  yd  nma^ 
Nossa  Senhora^  peiíeilanieiMe  folpnd^  lanr 
do  por  baixo— D.  Felipe.  ■  . 

Na  pagina,  seguinte  repres^ta  un  ewrgl- 
leiro  de  espada  desnudgp  lendo  ffiftkHi. pa- 
us do  eavaUo  um  BioDi;e-r*e  per  taiaor- 
For  la  Grada. 

A  3.»  pagina  representa  as  «raias  dos.  Ga- 
na» Lobos~tlettdo<se  sel>  «Uas-^Dr J9f0f.. 

No  principio  de  cada  capitulo  ha  amii.  le- 
tra a  odres  e  dourada,  perreiUioenteoelD- 
rida  6  avtisúeamenie  deaenbada» 

Um  dos  descendentes  do^  Gamas  Lobo%. 
foi  Lope  de  Gama^  a  qfãmk  D»  Sebastião 
couTidon  para  o  acompanhar  na  sua  iWA* 
àã:  a  Afriea;  loi  eommendador  dq  Habito  de 
Christo  e  provedor  da  Misericórdia  deOU* 
Yença^ 

Este  iivro^  anmmamente  curioso»,  perlenee- 
hoje  ao  sobrinhQ  do  bário  de  Argamaasa, 
o  ar.  José  Fraociseo.de  AieTedo  Coutinho  da. 
Gama  Lobo,  capitàa  de  regimento  de  ioXan- 
teri^  n."*  9. 

Para  a»  suas  armas»  Tide  Niza^  nos  seus 
marquezes,  e  Vidigueira,  nos  seus  coo* 
ues» 

Foi  aleaide  mór  d*01iTença»  Pedro  Rodri- 
gues da  Fonseca;  iUuatfB  eavalleiro  portu- 
goez,  no  reinado  de  D.  Fernando. 

Por  morte  d*este  monarcha»  seguiu  o  par*» 
tido  da  iníánta  l)^  Beatriz^  rainha  de  Gastei- 
la^  mulher  de  D.  Joao;  l  (filho  de  D.  Henrl*' 
que  li)  de  GasteUa. 

Fugiu  para  a  Hespanhaitom  teus  filhos^ 
um  dos  qnaea  era  IX  Pedro  da  Rmseca»  va- 


QU< 


$ML 


rio  44  gfimde  intalUgenda  e  grandafimi- 

Escreveu  e  pabUcou  alguoM  iknt^  det 
bastante  merecimento.  :.-..  i<  : 

O  antipapa  Benedicto  XJU,  o  jiomeefi;wr- 
disâl»  do  titulQ  de  Sauio  Aiigeto^i     , 
.  .  Depois^  s«ieiiou<*se  â  phdieiícia  do  ]#gUi*|> 
mo  papa,  Martinho  Y»  que  govenioa  aisgr^*- 
ia4e  Dett«..deete  i417,  alá  i43i.  0:paia 
lhe  eonfirmeu  «.neneaçao  e  titulo  que  tir . 
nha,  e  o  nomeou  por  seu  legado  à  latíBre^  t^f 
GenelaniíQopb^  *pava  a.  Auiao  das  «grojas 
gcoga.a  latina,  qne  o  imperador  do  Orienta 
Manitel  Paleologo^  pretendia*  sNao  secoa- 
eluiu  per  .eulao;  mas»  ficou  o  negoeio  em 
tâo  boa  via» iqne  pouco  .depoisas cçnseguía 
a^uqiao  das duea .egrejae;  que^  ioíeliznenr 
te^  peuco  tempo  durou»  peia  natural  inooas* 
tancia  dos  gregos^ 

Veiu  depois»  D.  Pedro  da  Fonsees»  por 
legado»  a  Hespanha,  para  aeatinffio  do 
scisma»  que  ainda  durava»  do  antipapa  Be- 
nedtdlo. 

Foi  a  Napolee»  com  o  mesmo  emprego^  da 
legado  pontiâcjo»  para  aplanar  as  difflcuida* 
das»  sobre  saiscessão  da  eorea  d'este  reino. 

Não.  seguindo  as  pisadas  de  seu  pae,  foi 
um  portoguez  .fidelissimo,  amigo  dedicado 
do  nosso  Dk  João  I,  qne  muito  o  estimava» 
e  um  varão  de  pande  honradez  e.proUda* 
de»  geralmente  respeitado»  por  todos  os  rei* 
,nos  onde  exerceu  os  seus  .altos  empregais    , 

Morreu  em  Roma»  de:  uma  qoesda»  em  SO 
de  agosto  de  i422.  Jaz  na  Basilica  do  Vali* 
cano»  na  eapelia  do  apoatele  S«  Tbomé»  em 
nobre  sepultura. 

aiLAS^vide  Thêmar. 

OUlÀFt^portuguez  antigo— 4narâm« 

OLMOS  ^íreguezia,  Trazros-MonUs»  co- 
marca e  concelho  de  Macedo  de  Gavalleiros 
(foi  da  extincta  oomarca»  e  supprimido  con- 
celbo  de  Ghacim)  QO  kilometr.os.de  Miranda» 
490  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  iOO  fogos.  Em  1757  tinha  71  fogos. 

Drago,  Santo  Antão»  abbade.. 

Bispado  e  disuricto  administrativo  de  Bra- 
gança^ 

O  abbade  de  Ghacim  apresentava  o  cura» 
que  tinha  6M00  róis  de  côngrua  e  o  pó  de 
altar.         *.  * 


â&s^ 


ÔIO 


«LOR — fr^ueria  ortlneu,  Mmmlo%  no 
bispado  de  Elvas,  d'0Dde  dista  30  Idbmetn» 
d^Blfas,  195 á'E.  de  Lisboa.'      (    ' 

Em  1757  tiDha  84  fogt>s.  •     t 

Orago»  S.  Jorge. 

A  mitra  apresMtUTa  o  cura,  eòdfirmaidc^ 
gae  liBbá  de  renda,  300  alqfiidres  de  trigo, 
e  74deeevaâa. 

OKE2lO--poniigDee  iamifo^bomicidio, 
morte  Tiolenta  de  boaiett  oa  milber,  seoi 
aaoloridade  de  justiça. 

Rm  todos  os  nossos  foraes  antifos,  em  o 
oM«f)íottiDadaseòlaias  que  mmease  omiitía. 

No  Aro  (termo)  de  Lamego,  éra  costome 
que,  aichando-se  alguma  pessoa  morta,  s«m 
se  saber  qaem  fôra  o  agressor,  o  Jtogar  mais 
visinbo  era  obrigado  a  pagar  de  eftima,  ao 
mordomo,  30  maravedis;  ou  protarqoem 
a  matoa  oa  do  que  morreu. 

D.  AffoDso  IV  abolliu  este  eostilme,  nas 
suas  primeiras  cortes;  o  que  cousta  do 
Tombo  dó  Asro,  de  1346,  fl.  3  verso. 

No  foral  de  Bragança,  de  1187,  se  diz-< 
(tradueçao  do  século  XIV)— S^  o  morador 
da  vossa  Villa  matar  a  outro^  qm  nom  for 
dê  vossa  Ft7to,  nompsyte  porei  iíêmiyalla: 
4  Sê  matar  •  de  fóraao  da  vossa-  ViUa,  psy- 
Uporti-eeciSOOJssoldos...*  ARomo,ois 
a  Omesio,  e  a  F^rto^  vaya  SlRey-^nlío  é^ 
sao  do  rei  estas  trez  coimas. 

OHIClDIO— o  mesmo  que  omezíe. 

OMIGtO^o  mesmo. 

GHILDMO  -^  português  aaligo  —  bn- 
milde. 

OMIZIiO— português  antigo^-adversario, 
inimigo,  etc. 

Elrei  D.  Diniz,  mandou  que**  tse  algum, 
a  fim  de  matar,  desbonrar  ou  fazer  mal^  en- 
trasse na  casa  d'algU6m,  ou  o  aecomettdsse 
no  eaminbo,  e  o  agressor  fosse  morto,  eba. 
gade  ou  desbonrado,  ou  qualquer  dos  que 
com  elle  foram,  não  seja  aquelle  que  se  de« 
fender,  nem  aquelles  que  com  ^le  estive- 
remi  Omizião  (julgado  assassino)  daquelles 
que  o  cometteram,  nem  dos  que  com  eUe  fo* 
rem,  nem  de  sua  linkagem  SeUes.  E  todo  o 
homem  que  contra  esto  veer^  pêra  acoomar^ 
ou  fazer  vindita^  que  moira  poreUo.  (Código 
Alf.,  Ilv.  4.«,  tit.  73,  §  l.«) 

Mui^o  mais  significado  tínba  a  palavra 


ORA 

oiiiMQ'e  «mteMn»,  qve  «Uy  perbMYldadft 
omitto,' e  q«e  Mb  Ma  pidsvni  se  ptdem  vep 
em  VUevbo.  •  •  <. 

Ac^sitlé  oadeseeoiÉmettiaumaisasfténátOt 
se  Beata  «mitaa  veaee-cbamaiidè— togf  do 
Omitio. 

AlguÉs  4'esles  nomes  se  cooserraram  às 
leealidades;  é  é  pov  isso  que  a  vários  Ioga* 
res  ainda  se  cbamar  #m«R;lsI«  ámusio* 

OMNIA— português  «itigo— todas  as  cou- 
sas, todar  um» bet^de  iMi  feseoda^ uaqnal 
se  semeiam  e  produzem  todos^os  flmetos»: 

Vide  Tarouca. 

ONCO— pormgues  antigo-*-logir  tsenroiy 
retirado,  escuse;  augia  detondlda  por  altos 
montes^  e  por  isso  encoberta  ás<  vistas  do 
inimigo. 

01IRRA'*--portugues  antigo««bonra. 

ONBNáil-*pDMttgues  aniigo^-^eommer- 
ciar,  negoeiaor  ou  contratar  com  lucro  ex* 
borbltante. 

Ainda  6  usados 

OOTfE-^portugues  antigo^noite.  (Doe. 
de  14780 

OPARLAM0A  ou  OPALANSâ^-porCui^es 
antigo— espécie  decbambre-^vesCldo>latar  de 
andar  por  casa, 

ORA  —  ponugues  antigo— e  mesma  que 
Oxalá,  Vide  esta  palavra. 

ORAÇOEIRO-^  português  «ntigo-s^  livro 
que  só  coilem  oraçSes. 

ORÁCULO— portuguez  antigo— oratório^ 
capelfa,  pequena  egreja,  ou  outro  qualquer 
legar  de  oraçio.  Em  1203^  vendeu  o  mos- 
teiro de  Santa  Marinba,  da  Gosta,  de  Gui- 
marSes,  o  oracuHo  de  S.  Joio. 

D'estas  vendas  de  oráculos,  ba  muitos 
exemplos  ua  nossa  bistoria,  desde  o  século 
IX  Até  ao  XIII. 

ORADA— portnguez  antigo — o  mesmo  que 
oráculo. 

ORADA— (Nossa  Senbora  da)— A  uns  4 
kilometros  da  villa  d' Albufeira  (Vd.  1.%  pag . 
62,  col.  1.')  em  fk*ente  da  Torre  da  Vigia 
ebamada  Bedeeira^  em  um  logar  ermo  e  de- 
serto, cercado  de  uma  alta  serra»  pelo  N., 
E.  e  O.,  e  sobre  uma  rocba,  na  costa  meri* 
dional  do  Algarve,  está  o  antiquíssimo  tem- 
plo de  Nossa  Senhora  da  Orada,  c^j^  ori- 
gem se  perde  na  noite  dos  tempos. 


'  Ségtíiido  a  trâdiçio,foi  n*estêlot*radi»* 
da  por  tins  pescadores,  bibt.  liada  inagefii 
ia  S.S.  Vingem,  a  qúál  eondoziram  logo, 
eòiki  grande  regotfjo,  para  a  egreja  mairic; 
ún  no  òútro  dia,  tòraòn  á  appáreeer  so? 
Bre  a  rocha. 

O  mesmo  aconteceu  todas  as  teses  qne 
d*aUi  foi  removida— até  que  o  povo  resbiVen 
Itedaroflia  eapetta  no  sitio  do  appareci* 
nelito,  e,  trabalhando  com  grandç  rigor, 
em  poQCo  tempo  estavam  (soncluidas  ah 
obras  prihcipaes  da  fttoosa  ermida,  que  idn- 
da  é  a  actoal. 

£*  esta  Senhora  da  particular  devoção  de 
todos  os  navegantes  e  pescadores  da  costa 
algarvia,  que  sempre  a  invocam  nos  peri* 
gós  do  mar,  e  em  todas  as  soas  aflições. 

O  povo  da  maior  parte  do  Algarve;  con« 
corre  a  esta  cape  fia  em  constante  romslriíí, 
qoasi  todo  o  anno;  mas,  sobre  indo,  no  ve- 
rao. 

A  sua  festa  principal,  é  a  tô  d'àgosto,' ha- 
vendo então  nma  extraordinária  còncôrren* 
cia  de  povo,  á  romaria,  e  á  boa  leira,  que 
então  alii  se  az. 

Maitos  milagres  se  attribnem  a  esta  sanfk 
imagem.  Pr.  Agostinho  de  Santa  Maria  {Sani. 
Mar.,  tom.  6.%  pag.  435),  entre  outros,  rela- 
ta o  seguinte: 

No  i.*  d'agosto  de  1699,  o  marquez  de ' 
Fronteira,  governador  e  capitão-general  do 
Algarve,  mandou  em  um  pequeno  barco,  de 
Lagos  para  Albufeira,  uma  companhia  de  sol- 
jflados  pagos,  da  qual  era  capitão  Manuel  Al- 
ves Pereira. 

Chegando  o  barco  á  vista  de  Nossa  Senho- 
ra da  Rocha,  foi  atacado  por  quatro  naus  de 
turcos,  que  lhe  foram  dando  caça  até  á  pon- 
ta da  Baleeira,  cahludo  sobre  o  barco,  uma 
chuva  de  metralha  •  ^go  de  mosquetaria, 
aem  que  fosse  ferido  nem  só  um  dos  portu- 
gueses, que  todos  se  escaparam,  sãos  e  sal- 
vos, d'aqneUe  grande  perigo,  pelo  patrocí- 
nio da  Senhora  da  Orada,  que  elles,  durante 
o  eonflido,  não  cessaram  de  invocar;  e,  ape- 
nas desembarcaram,  furam  todos  descalços 
eapé^  dar  graças  ácapéUa  de  Nossa  Senho- 
ra da  Orada. 

Depois,  lhe  mandaram  cantar  uma  missa, 
e  ofereceram  um  quadro,  no  qual  ainda  ho« 

VOLUME  XI 


ORA 

}e  se  vé  o  bareo  cercado  e  metralhado  pelas 
naus  turcas. 

Tamhem  d^ssta  Senhora,  se  canta  no  Al- 
garve  a  lenda  seguinte: 

Má  sentença  um  homem  teve,  » 
£m  hora  triste  e  minguada: 
Por  ella  andava  perdido, 
.  Sua  mulher  desterrada. 
SenudQ,  estava  chorando 
Sua  vida  tão  atirada. 
Quando  seu  pranto  em  torrentee 
A  falia  lhe  já  tomava. 
Uma  voz  ao  longe  ouvira. 
Que  mui  alto  lhe  bradava: 

—  Caminha,  vae  a  Lisboa, 
Não  temas  essa  jornada, 
Que  a  sentença  que  tiveste. 
Foi  por  bèm  que  te  foi  dada. 

—  Como  pode  assim  ter  sido. 
Se  contra  mtm  foi  lavrada  ? 

—  Corre  a  casa  do  notário. 
Acharás  que  não  é  nada. 
Yae-te  a  casa  do  jnis. 
Onde  se  fez  a  junuda, 
Depois,  volta  á  escrivania. 
Verás  a  letra  mudada. 

Seguindo  vae  té  Lisboa, 
Como  quem  bem  caminhava. 
Chega  a  casa  do  notário, 
E  viu  que  nào  era  nada. 
Chega  a  casa  do  juiz. 
Onde  se  fez  a  juntada, 
£,  procurando  a  sentença 
Achou-a  toda  riscada. 

—  Homem,  quem  aqui  te  trouxe, 
A  seguir  esta  jornada? 

—  Mandou-me  o  Senhor  da  Pedra, 
E  mais  a  Virgem  Mãe,  da  Orada, 
Que  a  consolar-me  vieras, 
Quando  eu  os  invocara. 

Oh,  quem  ul  dita  tivera. 
Que  para  traz  já  voltara ! 
Bu  por  minx  sim,  voltaria. 
Mas  não  mais  os  encontrara. 

Hfaido  pelo  seu  caminho, 

Com  a  sentença  mudada, 

:   Uma  mulher  vira  morta, 

19 


A  mulher  logo  se  erg oéra,  ,     , 

Qo»  A  fida  wúú  fficolbrái»,.  i 

Yeodo  passar  sen  mtfidQ^ 

Pelo  nome  lhe  bradara: 

—  Homem,  ae  estás  «m  peceado, ' 

CoDfldsio  le  seja  âad»; 

Já  que  ea  morri  ii'iest6  mundo, 

Sem  vér  hostta  eonsagnufau 

Depois  da  le  confessares^ 

Tua  alma  será  ganhada. 

Chega  pois  á  confissão,  i 

Qoe  não  precisas  mais  nada. 

—Também  to»  oh  molher  miidia»: 

Que  ora  eaiás  resuscitada» 

Antes  qoe  recaias  ttorta, 

Faze  por  ser  confessada. 

A  Dens  pede  que  te  salre         .  j 

£  mais  á  Virgem  Mac^  da  Orada.  • 

Em  oração  de  poaeranv 
Anjos  á  lerra  baixaram: 
Depois  de  oraç2o  facerem. 
Ambos  para  o  Céa  voaram. 

ONÇA—  qntata,  contigua  e  ao  N.  d'AYei- 
ro.  Soror  Brites  Leitio^  senhora  nobre,  e  frei- 
ra dominiea,  foi  casada  com  Diogo  de  Athai- 
de,  e  serviu  na. corte  da  Infanta  D.  Isabel, 
mulher  do  inbnte  D.  Pedro,  duque  de  Goim- 
bra,  e  tio  e  sogro  de  D.  Affonso  Y  (Ê  o  infe- 
liz D.  PfHilro,  que  m(Mrreu  na  alfarrobeira) . 

Foi  aquella  senhora  <D.  Brites)  a  fundado- 
ta  do  convento  de  Jesus,  de  Aveiro^  de  reli- 
giosas da  ordem  dominicana. 

Tendo  perdido  sen  marido,  retiro«*se  com 
suas  filhas  á  sifa  quinu  da  Oaça,  próxima 
d* Aveiro,  hindo  depois  com  ellas  e  ama  ve- 
lha senhora  habitar  n*esta^  hoje  cidade  e  en- 
tão vílla,  uma  pequena  casa,  onde  se  deu  á 
mais  rigorosa  penitencia  e  mais  severa  aus- 
teridade. 

Jejuava  todo  o  anne,  nonca  comia  carne, 
e  vestia  burel  aspérrimo. 

A  fama  do  feqneno  recolhimento  derra- 
mou-se  por  toda  a  parte,  e  muitas  senhoras 
de  primeira  nobreza  pediram  para  se  reco- 
lherem ao  nascente  mosteiro,  que  aisanta 
.fundadora  só  logrou  estabelecer  alguns  an- 
nos  mais  tarde,  tendo  tido  previamente  que 


defsfideir  nnt  dei^anda  pclia  spa 
Onta*  que  a  fin^  fdoára  a9  convento. 

£(*rei  D.  Affonsp  V  ftjz-lbe  a.h^nra  ie  vir 
lanfair  a^primeira  pedra  do  aliQerce  da  egrar 
ja;  e  depois  st^a  jiroprja .  Hihv  <f  JQf^pta  JDL 
Joanna,  veiu  procurar  o  habito,  ^e  ^oooinir 
cana»  dentro  dosimoros  do  mosteiro  de  Jq^us. 
.  A  peste,  que  assolava  e  r^ino  ^.  a  villj^ 
foi  causa  de  el-rei  ordenar  que  su;^  filha  $^ 
hisse,  d*alli,  bin^o  em  (compajibia  d^  prin<{Â- 
isa>  Brites  Lei|ao. . 

.Çom  effeíto  foram paraÀyíZi  e d*abí jtara 
Abrantes,  d'onde  Deus  chamou  a.  sj[  fk  í^lO^ 
4e  Brites,  a.3  d*agosto  de  t48Q.  i.;  , 

>  Do  viveiro  das  religioaas  de  Je^us  d*Avei- 
rq,  sahirafnas  reform^^as  ^  i^osteiroii 
de  Cpirpus-Christi,  de  ViUa  Nov^  de  Gaya; 
daa  Donas^  d^  Santarém;  da,A^wpciada«  dê 
ysboa;  e  de  8.  João»  de  SejUÍbaL  . 

floje  a  gloriosa  família  de  3-  Domingos» 
está  prestes  a  extioguir-se. 

Dizem  que  a  liberdade  ae  pppõe  á,perfei* 
gaoi  evangelic^.,  opponL        .^ 

ORADA  <rfe||sa  Senhora  da),-7- freguezia» 
Alemtejo,  comarca  de  Extremoz,  cqiice(ho  de 
Borba,  48  kUometros  d*£voray  1^3  ao  ^  £. 
.d^  Lisboa,  170  fegos.  , 

£m  1767  tinha  160  fogo&,     ;. 

Orago,  a  mesma  Seohgfa.' 

.  Arcebispado  e  districto  admini^tr^tivi^  de 
Évora. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinlha 
|M)7  alflueires  de  trigo  e  P6  de  ceyada. 

ORADA  (Nossa  Senhora^  daj— Vide  a  pag^ 
170,  col.  2.«,  do  6.»  voL 

ORADA  (Noasa&eol)orad^— Vide  Zêzere. 

ORADA  (Nossa  St^ora  d») -^  fregpiQzJ^» 
Douro,  a  30  kilometros  dé  Guimb^  e  180  40 
K.  de  Lisboa.  , 
.    Tinha  em  1767^  71  Cogos. 

Orago,  No^sa  Senhora  da  Expectação. 

Bispado  e  disurieto  administrat.^  de  Coii^ 
bra.  / 

O  real  padroado  .aprasent^^va  o  cura,,  que 
iinha  14/000  réis  de  .côngrua  e  o  pyá  d*aitar» 

Já  não  existe  esta  í)reguetía. , ,         ,      . 

ORADA  (Nossa  'Seehora  da)  —  freguezia 
suppimida,  Alemtejo,  comarca  e  coAcelbP 
de  Muura,  65  kilometros  d^fivera,  150.  ao 
S.&  de  Lisboa. 


<m 

Tinha  aqa  -1757, 1?  fogps, 
^  Oçifcv  »  pnesiqâ  Seubora, 
Arcei^ispado  e  ^^air^cto  admjjpiafraUTo  de 

O  arcebispp  apveaenuva  o  cora*,  «jae  ti- 
nha 180  tífimit/n  é^  pão  terf  ado,  ê  o.  pó 
d'aitar 

OBAOA— ,Pa  varias  fregaeaia»  n^ate  rei- 
nOy  que  teem  por  padroeira  Nossa  Senhora 
da  OraiçL  Vão  sob  o  nome  da  (regaezia  res- 

ORAL^portuguez  antigo-^eapecto  deveu, 
pretOy  eojD.  que  as  ipulberea  honradas  ^.  si 
SQdas  eobríam  o  rosto,  qaaado  sabiam,  de 
casa.. 

OllBACÇM — frpfpetía,  Mínbo^  oopeelbo 
de  Camilha,.. comarca  edi^tricto  adminia- 
tratÍTO  d6  Yianqa,  d*onde  dista  20  kíiome* 
tros,  ao  N.0^  arcebispado  e  40.  kilomet)roa 
ao  O.X.O.  4e  Braga,  395  ao  N.  4^  Lisboa, 
140  fogos. .  . 

£m  1757  tioba  125  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

O  papa  e  a  miira  apresentavam  alterna- 
tivamente o  abl^ade,  qae  tinha  3004000  réis 
de  rendimento. 

É  terra  fenil. 

ORGÂ-;*fr^gu^zia,  Beira-Baixa,  comarca 
e  concelho  du  Fundão  (f«â  do  concelho  d'Àl 
pedrinha  -*  eitíocto  —  mas  da  comarca  do 
Fondào),  60  Icilometros  da  Goarda,  240  ao 
E.  de  Lisboa,  250  fnKOs. 

Em  1757  linha  ItjO  fogos. 

Orago,  S.  Francisco  de  Assis. 

Bispado  e  distrícto  administrativo  de  Cas- 
teUo-Braneo.  (Foi  antigamente  do  termo  da 
villa  de  Ca^tello-Novo.) 

Os  condes  de  Povulide  apresentavam  o 
cura,  qne  tinha  8J1000  réis  de  congrna  e  o 
pé  d*altar. 

É  ii*esta  fregaezia  o  famoso  sanetaarío  de 
l^pssa  Senhora  da  Oliveira,  assim  denomi- 
nada, por  ter  apparecido  no  tronco  caver- 
noso de  orna  olivr-ira.  Fica  esta  capellafóra 
do  logar  da  Orca,  a  um  kilomeiro  de  distan- 
cia d'elle,  em  logar  solitário,  entre,  uns  oli- 
vaes. 

É  templo  muito  antigo;  mas  nada  se  sabe 
ao  certo,  quanui  á  data  do  apparecimento 
da  Senhora  e  da  faadação  da  ermida. 


m 


m 


^Qgiuido  a  lepd^  conservada  ppr  tradi- 
(jao-— teve  a  seguinte  origem: 
.  ^0  t(9ippo  do  domínio  árabe,  se  deu  D*e|^ 
ta  logar  uma  sanguinolenta  hataíba,  na  qni^ 
era  gçç^ral  pertuguez,  Simão  de  Oliveira^ 
da  ddade  de  Bragança.  Vendo-se  este  em 
grande  perigo,  e  aos  seas,  invocou  a  pro* 
tecçi|o  de  Nossa  Penhora  da  Oliyeira,  que  sa 
vêiierava  na  sua  terra,  è  ella  lhe  apparece^ 
qo  tronco  de  uma  oliveira,  e  o  animou  ã 
ct^ntinuar  a  batalha,  que  dep  em  resultado 
o  desbarate  dos  mouros. 

Em  reconhecimento  d*este  milagre,  man* 
dou  logo  Simão  d*Ólíveira  edificar,  no  sítio 
do.  apparecimento,  a  ermida  primitiva. 

Àttribpem-se  muitos  milagres  a  esta  Sa- 
nhora»  que  é  visitada  em  qvasi  todo  o  anno 
poriprande  concurso  de  romriiros.  Na  1/  oi- 
tava da  Paschoa  da  ResnrreiçãQ,  vem  todos 
os  moradores  do  logar  da  Póvoa  em  roma- 
ria á  Senhora»  com  soa  procissão;  havendo 
então  plissa  cantada,  sermão,  etc.  Faz-se  fl^« 
ta  romagem  em  cumprimento  de  um  voto. 

Os  moradores  do  logar  de  S.  Miguel  d' A^ha, 
vem  na  segunda  feira,  depois  da  dominica  u(í 
albiSf  ou  dia  de  Nos^a  Senhora  dos  Prazeres» 
com  a  sua  prociss^ão;  havendo  do  mesmo  mo- 
do, missa'e  sermão.  É  também  em  cumpri* 
mento  de  um  antigo  voto. 

Tinha  eremitao. 

ORDEM  ^  freguezia,  Douro,  comarca  é 
concelho  de  Lousada,  35  kilometros  a  E.  da 
Braga,  335  ao  N.  dn  Lisboa,'  iÒO  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  admipjii- 
tràtivo  do  Porto. 

0  PorL  Sacro  e  Profano  não  traz  esta  fre- 
guezia. — Consta  qÚH  foi  dos  templariosi 

Ha  em  Portugal  varias  aldeias  e  sities  de« 
nominados  da  Ordem.  p(ir  terem  sido  das 
differentes  ordens  militares  de  Portugal. 

É  terra  fértil. 

ORBENAMENTO  -^  portnguez  antigo  — 
mandado,  ordem,  léi,  etc. 

ORDENANÇA— portuguez  antigo— o  mes- 
mo quH  ordenamento. 

ORDENANÇAS  >  —  corpos  irregulares  (fr- 

1  Dava- se  a  estes  corpos  vultrarm^nte  o 
titulo  de  companhias  da  Birha  Tambt^m  os 
denominavam  TaJbarins,  aiiuamdo  iaoia  ia- 


m 


m 


mf 


^da$  armas»  siò--eiii  campo  de  prata  ein* 
eo  lobos  pretos^em  a^p^  armados  de  púr* 
pttrâ,  e'  na  orla,  8  a^pas  de  prata,  èui  éam- 
pbWefrmélho.' 

timbre,  akn  dos  lobos  das  artnas. 

Lobo  é  xxm  appeltido  ttobre  em  Portugal. 
'  'Veia  de  Hespanha,  oa  pessoa  de  b.  9e» 
dro  Paes  Lobo,  am  fidalgo  da  comitiva  dè 
sua  prima,  a  rainha  D. Mecia LòpeSdèHa- 
ro,  9.*  filha  do  conde,  D.  Lopo  Dias  dllaro» 
aeiihor  de  Biscaia,  e  mulher  de  D.  Sancho 
1^' de  Portugal 

Doeste  D.  Pedro  Paes  Lobo,  proceAéU  òs 
Lojbos  d*Evora,  de  Extremoz,  d*E1vas,  de 
Lisboa,  d* Alvito,  dé  prioUa,  etc. 

Estes  Lobos  trazem  por  armas— eitt  cam- 
po de  prata,  cinco  lobos  negros^  possantes, 
em  aspa,  armados  de  ouro,  lampassaáos  de 
jfúrpura;  elmo'  d^aço  aberto,  e'  por  timbre 
um  dos  Idbos  das  armas.  (Vé-se  que  as  ar* 
mas .  dos  Lobos  soffreram  alguma  altera- 
çSo.) 

p'este  appellido  foi  também  D.  Maria  dè 
Sodsa  Lobo,  bisneta  de  Diogo  de  Sousa  Lo- 
lio»  um  dos  clncj  irmãos,  que  no  reinado 
de  D.  João  1,  passaram  de  GatHza  a  Poftti- 
giflf  com  eslé  appellido,  e  ídi  senhor  db  Al* 
Tito. 

Foi  2*  mulher  de  D,  Jo3o  Fernandes  da 
Silveira,  regedor  das  justiças  e  chameelier- 
mór  de  D.  Affòúso  Y,  e  sett  escrivão  dà  pu- 
ridade, o  qual  por  este  casamento  foi  se- 
nhor d^Alvito,  e  o  1  •  barão  d*esté  titulo,  fei- 
to pelo  mesmo  moharchaC,  em  1478.    •  '  ^' 

A  varonia  d*esta  casa  segué-se  perseu  fi- 
Uio,  Diogo  de  Sousa  Lobo  da  Silveira.  Este 
adoptou,  as  arinás  antecedentes,  mas  aècres- 
centou-lhé  uma  orla  azul,  carregada  de  è 
aspas  d'ouro,  e  o  lobo  do  timbre,  tom  utba 
Aas  aspas  na  espádua. 

Foi  do  mesmo  appellido,  D.  João  Lobo, 
bispo  de  Tanger,  na  Africa,  ao  qual  o  rei 
D.  Mainuel  deu  por  armas,  em  1S06— escu* 
áo  de  purpura,  e  no  eentro  ttma  ddade,  de 
pirata,  e  uma  grande  brica  (que  oceopaa 
4.«  parte  do  lescado)  carregada  dft  primei* 
pi$  ãrçM^  àqfi  «Lobos., ^ÍAO  ál9^i^H»fto, 
e  timbro,  am  dos  lobos  daaarma,  eom  luia 
a4M'4'éuro  ná  espádua. 

Quaresma.  Para  este  appellido,  vide  vok 


5:*,  pag.  367,  ^1.  i:*-^  para  ò  appellido 
séiHra^  Tide  Torre  dà  SHeeira.  ' .        ' 

Para  o  mais  ^he  se  pretender  sábè^  eo- 
bre  está  fádríliá,  vide  vol .  l.^  pá|^.  i«^  col. 
!•,  e  Árchivò' Filíor9$co,^'^(A:  W.%'pag.  J», 
coí.  1*»  '  •'" 

ORIVAL— portuguez  antigo— olival. 

ORIZ->portnguez  antigo— oflrii^s  (dW 
ro  e  prata.) 

pRIZ— freguezia,  Minho,  comáteà  e  eon- 
ceiho  de  Yllla  Verde  (foi  da  comaf oS  è  con- 
celho de  Pico  de  Regalados)  18  kilometros 
áo  N.^e  ftraga,  370  ao  N.  de  Lisbok. 

Tem  90  fogos.  ' 

Em  ift7,  tinha  86  fogos. 

Orago,  S.  Ifigile!,  archanJoJ 

Arcebispado  e  districto  admiuiStratiTO  de 
Braga. 

O  abbade  de  Santa  Hârinha  d*Oriz,  apre- 
sentava o  vigário,  que  tinha  20^000  rfis  de 
côngrua  e  o  pé  d*altar. 

Era  uma  aldeia  da  flreguezia  de  Santa 
Harinha  d'Oriz,  da  qual  foi  desmembrada, 
e  feita  freguetia  independente,  no  século 

xvn. 

'  E*  por  isso  que  o  paroeho  foi  da  apresen- 
tação do  abbadè  da  freguezia  segttbte. 

ORIZ— freguezia,  Minho,  comaTòa  e  con- 
celho de  Yilla  Verde  (e  fbi  tambbm  da  éo- 
marca  e  concelho  de  Pico  de  Recatados)  as 
mesmas  distattcias  de  L&boa  e  mga,  e  60 
kilometros  ao'IÍ.  do  Porto. 

Tem  iiO  fogos.  Em  IW  tinha  té  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha,  virgem  è  martyr. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

O  papa  e  a  mitra,  api'ésentavanki  Alterna- 
tivamente o  abbade,  còTIádo,  quê  tinha  de 
rendio^nto,  40OM0O  réíi 

O  nome  d*estas  duas  fregueziàs;  dlrivarse 
do  primeiro  Orâ  — Vem  a  ser  — terra  btt 
povoação  dos  ourives. 

ORJASS— 0MEN8,  MtJiSS,  elTIlJASS 
—  freguezia.  Beira  Baixa,  comarca  e  conce- 
lho da  Govithan,  30  kitometros  da  iSuarda, 
fkO  ao  B.  dê  Lisboa,  220  fogos.         ' 

Em  1757  Unha  ili  fogos.  -,      *;  . 

Orago,  S.  t^edro,  apostolo. 

Bispado  da  Guarda,  di^rittò  tdmtnfstra- 
tlvo  dê  Castelio-Branco.  ' 


ta  da  Serra,  e  os  de  Manuel  Bordallo,- Al  ht» 
)(áir  dé  Ò(mtà\6\  ^"féHèÈUníA  6  priW^/  tae 
dnftil  Vnsèutí  rkfe  dé  fêndlmétilé.     ' 
'  èrfaes ón OrJSès^  sigiítflbalogaírêii aetiM- 
Aos  4e  èévada  —  c^fléfiu^t. 

Afft9O0itte(r<»'de  (hjlké^!  }i  M  tetnítf  dá 
Govílhan,  está,  entre  nos  espessos  matiagaes 
e  grandes  breiíhasi  a  espellà  de  líosêa  Ee* 
lihfhra  tRfS't:M(oi,  zifntà'  dènòtiiinada^  por 
estar  èfrth)''tres  tébe^s,  qné  foirmam  nm 
tríanfmio  em  volta  da  cst)eUa.    "  " 

Onti^os^lbe  efiaoiatt)  Nàéia  Senhora  da  Ca- 
beçOf  ftmdâdos  em  qtie  é  advogada  á)ntrá  as 
dores  de  cabeia.       '  '' 

A  imagem  dá  SeflMra,  é  de'pedni,  e  l^os- 
'Seírissiii^amèhtê  elnzelada,  mostrando  nma 
Temota  antignidade.  Consta  qne  api^arclclfti 
em  iim  campo,  e  é  tio  Imperfeita,  qtie  è  lá* 
vrador  qtie  a  aehon,  a  levou  eni  nm  eáirro 
para  easa,  pondo^a  a  servir  de  eanteítvút 
tiáa  prpa,  e  só  depois  é  ^n^  sé  Hie  desee- 
trin  uma  l^emíelhatça  de  braços  é  cabeça. 
£slâ  Téstfâa',  e  tiveram  que  fazeisRie  tins 
braços  de  madeira,  porque  os  de  pedra  es- 
tavam unidos  ao  corpo. 

Os  povos  das  visfaibança^,  attrtbudm  a  esta 
Sénfaorà  muitos  tiillagres.  '' 


Seia  íáhàr  ao  respeito  devido  ánoisá  San- 
ta tieligflb;  tuas  micáiiiente  t^iiadò  pelè^' de- 
sejo dá  Yerdáde,  'estou  persuadldér  que'  esfa 
finai^eni  (seassini  ée  IHè  j>dde  cfaamaír>bm- 
eá  tòl  a  dé  àmia  Vlrgeim,  lòtem  fcnfesinn  de  éfbal- 
quei' sijàíh,*porim tmt màrcóú^  ff^  òê^túr- 
mânAs  Se  'áerftam'^ára  dWidff  as  suas  iM- 
priedades  rústicas,  é  áo  4<tírAávjim'onefbe 
dé  TêHho.  Era  âs' viezes  um  tronco  d^  «rvo- 
rs,  porém,  mais  coiktiininiiiientcf  umá  'peArá. 
muitos  lhe  dáVatn  uttia  fllgíiftl Humana,  sèm 
ftrâçoiJ*Aem  068^  óú  com  elles  apénás  tèiti- 
nhéciveis. 


ORN 


899 


*  *  Nsriidi  d»  fsffifaka  se  celebravam  a»  ias* 
tas  do  deus  Termo  (ás  ifBaes  se  d|tva  ovo* 
me  de  TermnuUii^.  Nê  principio 'da  Huti* 
tuição  d'estas  festa%  se  Ibe  âedieaMtt>  popas 
de  farinlia  e  fructea  ao  tal  detn^deiMfls^  Itai- 
maláva-se-lbe  um  cordeiro  «qu  um  teitSa» 

No  livro  tk*  daanosSaa  Mknmçõfê^iqoB 
ffgoraram  at6  à  publica^  êo  míUMGM- 
fúP^iM  (dezembmdel8IIS),  umbemseimt 
pttnfaam  grades  oasMgos  aos  ^e  arraiíeaa* 
Mm  du  nftiâassein  qualqner  marco,  enUoeado 
por  ordem  da  Justiça,  ou  ha  certonomcro 
de  aunos*'  *    i 

Os  pov«s  d*estni  sítios,  na  sua  siaeeni  on^ 
dulidade,  acharam  Otilgo  «u)  que  esiei^ 
mo  era  tuna  imagem  daSantlMma 
e  como  tal  a  veneraram.  A  sua  simplicMMe^ 
e  as  suas  «crençair  religiosas,  os  absolvem  pie- 
namente  d*eête  engano  saerilego  (se-o  é). 
Quanto  mais,  a  Imagem  Im  bencida  eamé^da 
Eentiora.  TuatMon  os  templos  idc^ttM^  da» 
pois  de  purificados  e  benzidos,  se  tomanai 
em  egrp}ás  chriauns.  ' 

MNBLLAS-^nflgo  nome  das  âctuaes  Ir»- 
gueziás  de  DomêllaSf  descríptas  no  v^.  1^ 
desde  a col.  L*  de  pag. 479,  até  àeoL  1.**^ 
pag.  480.  <      1 

De  se  dizer--/V'tfj)fii«ztâ  cTOnieAu,  se  pas- 
SQftt  a  tímdf-^fre^zia  DcfneWu;  porquê  os 
nossos  antigos  qnasi  sempre  lUiíam*  à  pr# 
posiçio  ao  subsfaniivo.  O  mesmo  loouteeeu 
eom  os  appettidos. 

Omellas,  ou  de  Omellas,  é  também  «p 
áobrS  applílKdo  ém  Fortugal,  loffladb!da%*e- 
Ifttdzlk  ^tf  dmelias  (a  «Mnn  mettelnnaiaf  m 
voL  2.*)-^  conde  D.  Pedro,  íkz  mençio  ie 
Pé8^'  nhumãi»  4*6rM0?léa,'  pae  dé  Jbio 
d'drflellai^  e  ouuroi  As  atoas  Ceste  appel- 
Hdò,  líio^^em  campo  azul,  banda  de  euro^ 
carregada  de  três  flores  de  lia,  de  pufpiird^ 
eiftréduás  sereiaèdásoaedr,  com  caudaidde 
praia,  com  Yim  espelho,  de  caIxHbo  d'ouBO^ 
na  mâo  direita;  «na  esquerda,  un  pents^ 


Òs  Hiofatios;  pan  isvitârém  d  roubo*  que 
ébú iteqáMííiii  f$!ám  i$  vtslnhòs  recfj^  1  Aô^ésmo. Elttod*aço, aberto-4tmbre, 
eaihente,  de  tima  parte  das  prôi^riedadeè  con- '  das  sereias  do  escudo, 
filantes,  divinharam  os  termos,' qUe  éoMd- 
èavam  com  grande  iserèmonia^e  (serttis  íòr- 
m^aíldades.  O  que'òuhssé  múHiPo,  ehí  en- 
tregue is  Fúrias,  e  qualquer  o  podi^  matar 
lAipunemente.  '  ' 


Álvaro  d'Orttellas  Sá^vedra,  filho  de  otitro 
do  mesmo  nome,  teve  carta  de-bnzio  d'ar* 
mte,  dado  pelo  rei  D.  Manuel;  em  ISfl^e 
d-^ém  campo  azul,  banda  de  purpvira,  per^ 
flhtda  (TowrOy  carregada  de  três floresde y% 


396 


esp 


io  mesmo,  elitre  doas  aertias  da.8im  cAr.  O 
mesma  elmo  e  timbre. 

OEOANO— Vide  Ogano. 

OBOêíA^inâe  Monção. 

ÓRRA— ponngliez  «ntíco — hora. 

ORBÊTÂ-^portagneas  antigo*— valleprot 
ítindo  e  estreito^  entre  montes. 

ORTA,  on  HORTA  *-  appellido  nobre  em 
PortDgal.  Foi  tomado  da  tiUa  de  Oriet^  n|t 
Catalunha.  As  armas  dos  Orías^  sâo  —  em 
campe  de  prata,  leopardo,  rompente^  da  soa 
oftr,  Tirado  para  a  esquerda,  e  lampassadf 
de  purpara.  Orla  verde,  carregada  de  qoa- 
Iro  mios  humanas,  eortadas  em  sangue, 
pegande  cada  uma  em  duas  chaves  d'puiH;^ 
com  as  guardas  para  cima  e  as  argolas  para 
húx%. 

Foi  feito  vi8Conde;;de;Orta,  em  l(  de  Julh^ 
de  1854,  o  sr.  António  José  d'Orta. 

ORTAR  e  HORTAR-— português  antigo-^ 
cultivar  com  methodo  e  diiigeocia,  analqm»r 
campo,  eomo  se  fosse  uma  horta» 

ORVALHO  —  freguesia,  Beíra-Baiaa,  co- 
marca da  Gertan,  concelho  de  Oleiros»  79  kí- 
lometros  da  Guarda,  245  ao  S.E.  de  Lisboa, 
ItO  fogos. 

Em  1757  tinha  105  fogos. 

Orago,  S.  Bartholomeu,  apostolo. 

Bispado  da  Guarda,  distrícto  administra- 
tivo de  €astello*Braneo. 

O  vigário  do  Janeiro  de  Baixo,  apresenia- 
va  o  cura,  que  tinha  9^000  réis  de  côngrua, 
ecpéd'attar. 

OSMAR— português  antigo-— somar,  cai- 
CBlar,  orçar,  persuadirrse,  suppôryJer  para 

OSA— OIA,  OÇA,  «  OaSA^^Umbem  ^ 
escreviíh-âòsa,  Ho8$a^  Honda^  Meage^A  Sor- 
mMa.)-- português  amigo-- calçado  que  eçr 
brta  os  pés  ou  as  penas.  .,{  , 

Era  também  uma  espeeie  de  tributo  ^que 
job 'maridos  davam  a  suas  mulheres,  como 
preço  da.tnrifmdadê;  e  que  as  viuvas  paga- 
vam aos  seus  segundos  maridos.  (Vide  ?«• 
redês,  da  Pesqueira.) 

OSPEBADIGO  e  H08P£DAJ)E00— portu- 
gua  anti^  —  hospedagem.  ^. 

Otf  ITAÇOM  -—  português  amigo  *-  davar 
•e  este'nome  á  obrigaçij  de  dar  pousada  jou 
aposentadoria,  aos  fidalgos»  ministros  ou 


«SP 

pessea9,p9blieaf^  fue.  andivim  w  fpcvisa 


dorei.. 


M 


..í.r< 


/i 


.OSSA-T  Se^ra,  Ai^m^,  a  30  Mfoiaetfiai 
d'É  vora,  e  U  de  Qorba,  <b  il^dft  fixinemiu^  Ã 
composta  d'aItDs  montei  e  férteis  yaltea.  Tem 
40  kílometros  de  comprido  e  i5  na  sua  maior 
largura.  Foi  a  Thebaida .dos  religipaos^ i|an- 
listas.. 

Principia  esta  serra^  proaimo  á  irUla  de 
Teféna,  e  finda  Junto  a  Évora  Monte,  cor- 
rendo de  E.  a  S.-^  &  muito  abundante  ide 
boas  aguas  potayef^  x< 

Está  sitnãda  quasi  na  centro  da  provin* 
di^  do  Alemtejo,  no  arcebispado  de  Évora, 
termo  da  villa  do  Redondo,  d'onâe  d'i8ta  6 
kilometro^.  O  ponto  mais  alto  doesta  perra, 
éo.pnonte  de  S^.Gens,  d*onâe  em  dias  claros, 
ee  vé  quasi  tod'>  -o  Alemtf  Jo  e  grande  parte 
da  Extremadura  hespanhoia. 

Também  seva,  a  distancia  de  mais  de 
cem  kilpmetrosy  ao  0«  os  eastellos  de  PaL- 
mella  e  Qeiimbra,  e  a  sema  d*Arrabida.  Vô|- 
se  da  omra  parte^  a  serra  d^  Ifonte-Junto. 

É  tradição^  que  na  serra  de  S.  Gens;  este- 
ve çoUoeado  o  sumptuoso  templo,  dodicadp 
a  Vénus,  do  qual  nao  ha  o  minimo  vesligio. 

Diz-se. também,  que  aqui  ae  fes  j^rte  e 
aqui  fez  por  muito  tempo  o  ^.quarf^o 
grande  Viriato,  da  Beira-Baixa. 

Os  antigos  esprípjt^res  dizem  que  Viriato, 
o  antigo,  se  fortificou  no  monte  de  Yenui,^  jpe 
éeste;  e  que  de  lidesceu  a  de8ba|ratar»p  pre- 
tor Cayo  Plaucio,  nós  campos  d*£;yora.  Cons- 
ta que  Gayo  tsA  o  único  romano  que  escapou 
com  vida»  (}'esta  batalha  9anguiiiodljfnta,.qne 
teye  lft§ki  peloi^  annos  iq  mundo  $W  (180 
antes  áp  Je^^Christo). 

Lueip  Sylo  Sabino,  soldado  romano,  mor- 
talmente ferido  n'e8ta  batalha,  mandou,  poií- 
.ço  antes  de  expirar,  que  se  escrevesse  oo^ 
tumulo  a  nairaçao  do  combate;  ^ndandp 
que  seus  ossos  fossem  levados  i^-^alia,  se 
ellea  ficassem  Uvres  4<>  poder  dps  ln9itano8. 
Este  tumulo  foi  acjiado  no  seqiloXVIU^no 
logiu*  de  S,  Beni0  do$  Pomofree^  próximo  a 
Evora-Monte.  (Vi^e  Pomaree). 

No  ponto  maia  elevado  da  serra»  ainda  ho* 
Je  existe  uiioa  torre,  A  qual  chamam  de  Fi- 
çiOf  que  se  dia,  ter  servido  d»  «atalaia  aos 
dois  Vlriatos  e  a  Sertório.  Junto  da  torre 


âSff 

ttNt.  I  WPfHf  de  S*  iSfOS^  Wwo  de  Lisboi, 
C|.40t<m»l,f(  s^m  topvon  o  oome.  (Vide  o  4.« 
▼ol.,  pug.  228,  eol.  i.*) 
. .  A  e$u  «eirA,$6  iaii)am  as  d^  Pêro-CrUpo^ 
1 0.'r-<(7^a  fi',Âffufa^  9iO  i.-^ Malhada  Al* 
!#,  4  &-rTCa</e//o:F^(ào,  ao  N.— (^quí  edl; 
|l^il«^  .q9  ^a9iiaD08f,iim  çastello,  ci^aa  rui; 
naa  kioda  sq  diatíiiò^âint  em  um  titio  tao 
iniiqeesaively  quê  só  ocp  grande  arroja.è  á 
cnata,  de  rios  de  sapgue,  poderia  ser  çon* 
q|aístado.)r-3lúiM«- Fir^m»  S,  Comelio,  Cór- 
iâi  e  Cariux^ir a^í^i^  olUina  á  a  mais  áspe- 
ra de  todas:  sãor  penhascos,  sem  TegetaçaOi 
ag^me^ados  uns  sobre  os  oatros« 

^s.pi;incijipaes.yalles  que  ha  n'esta  3«rra, 
aao  —  Valle  do  InfaiUe^  ValU  dê  Ábrakõo^ 
Valle  do  Cónego^,  Vaile  do  Pereiro;  alem  de 
iliQitq%CJ|mp,os»  povoados  de  quintas  e  arvo- 
redos^ tudo  regado^por  moitas  fontes.  (Sò  a 
íffí^i  das  ÇÓKUig  ^-SQ  que  tem  tantas  fon- 
tes» cg^o  Oj^annot^m  de.diasl)  Todas  estas 
dTjf^msljSociíâ^.íázem  a  serra  d'Ossa  mnito 
agradaTel  e  pittoresca. 

Mo  ipais  beUo  sitio  d*e8ta  serra,  está  o  Hio^ 
lefa^o.dA  &  Paolc^  tão  antigo,  que  se  não  sa- 
be quando  foi  edificado:  só  se  sabe  que  Jâ 
.fxi«ia^,Q9  a^pp  de  393. 

<k  yaUes  e^ca^apos  d'e8ta  serra,  s2o  abun- 
danMss/limçia  de  cer^çaes»  Tinbo,  azeite,  fru- 
cUn^  fl^i;e%  ptotas,  ipedicinaes,  gado  de  to- 
^  f  ./l^a^dade,  çaça^  mel  e  cera. 
.  B^miSerr/?rfts^^iUasdeKTora-lfonte,Te- 
rôna  ^lé^ifiijr^  ^tt  e  a  aldeja  de  Pomares. 
Aqoi.existiiik  tan^be^i  ijilla  do  Conifl/,  da 
qiiill  ii|ada,nMÍs  i^fa  boje  do  que  o  peitou* 

J^f>i  .^*ç4(a  yii^  e  nas  proximidade^  do 
tApeiífaJ,  qi]^>b  grande  D.  Sancbo  Manuel 
da  yi|h(a%  •oen/ta  de  YiUa-Flor,  derrotou  o 
genera)^  castelhano^  D.  João  d'Austria,  em  8 
d^ÍO|lh|ft  de.i663..(Vide.dm^iaa^,  apag.  i98^ 
fioL4.'rdoJU*  VQl.)     , 

^.npme.  d'Qss<t,  nao/ve^a,  como  alguns  di- 
zeiD,  4'ossos,  nea(i  ti^  pouco  dVm;  mas 
aim  4^  hm^^^  .hf$^o$  o,  ^osíto^  qu^  na 
rigorosa  ^c^o  da  palaTra,  ^  o  juesmoi  que 


a  45,  de  Jesus-Chrlsto,  i  quando  os  primei- 
ros ehristãos  para  aqui  se  acolheram,  das 
perseguições  dos  romanos,  é  que  se  princi- 
piou a  chamar  Serra  do$  hessenos^  ou  do; 

hoÚiOty  ou  055105.  ' 

Consta  que  a  habitação  dos  christãos  n*e8- 
tá  serra,  teve  principio  dó  modo  seguinte: 

No  anno  35  de  J.-C.,  S.  Mancos,  ou  Man- 
eio, liíh  dos  72  diâcipulos  do  Salvador,  fu- 
ginào  em  companhia  de  alguns  prosélitos 
lusitanos  (que  voltavam  de  Jerusalém  para 
a  Península)  á  perseguição  que  na  ludéa  se 
fazia  aos  christãos,  vieram  habitar  esta  ser- 
ra.»  •     .    • 

Diz-se  que  S.  Mançòs  aportou  à  Oísoncba 
(Paro)  e  que  tendolhe  alguns  dos  seus  com- 
panheiros e  alguns  hebreus,  residentes  em 
Ossonoba,  affirmado  queEvorá  eraaprinci* 
pai  cidade  da  Lusitânia,  e  que  alli  estava  a 
synagoga  maior,  para  lá  foi  pregar  e  bapti- 
zar. 

Tendo  já  um  grande  número  de  proséli- 
tos, no  anno  de  36,  e  já  ordenado  clérigos^ 
coadjutores  e  confessores,  se  dirigiu  a  Coim- 
bra, onde  recebeu  a  noticia  da  grande  per- 
seguição que  os  chrfstãos  soffriam  em  Évo- 
ra, no  anno  91,  correu  a  esta  cidade  a  cen- 
fortal-os  e  mandal-os  para  a  serra  d*Ossá, 
para  onde  já  tinha  mandado  alguns,  que 
queriam  viver  no  retiro.  If  esse  mestno  an- 
no de  91,  sendo  Imperador  Domlciano,  foi 
o  santo  martyiisado.  Os  christãos  que  esca- 
param á  crueldade  dos  romanos,  continua- 
ram a  viver  na  serra,  em  grutas,  ecavema^, 
como  eremitas. 

t  NSo  está  sàttsiktoriameÉte  prosada  a 
époea.  da  introdueçao  do  cbrialiaoismo  aa 
Lusitânia.  Querem  alguns  que  fosse  em  36, 
outros  em  42»  outros  em  45;  mas,  não  ha 
dados  positivos  para  se  lhe  dar  tão  grande 
antiguidade. 

.  ^  Ouafaioerqiie  foase^a.oapaa  da  pni^ei- ' 
ra  babitaQaQ.dos  ebristaos  nia  serra  d  Osssg 
nunca  aeredítaret  que  fosse  esta;  pois^  custa 
a  erér  que  a  religião  de  Christo  fosse  aqui 
pregada,  apenas  éolsannoaincMiipleloa, 'de- 
pois da- sua  moicto.  Auetorí^df»  «scripiores 
asseveram, qpe  a  nova  religião  só  aqui  foi 
introdu2Ídá  pelos  annos  69  de  Jesus  Cbris- 


Ante%  dos  eremitas  de  S.  Paulo  habitarem   ^:  ín?P«r»»*^  ^^"^í  ^.'ÍS.P^SÍ^?  P**"*  \  ^?* 
I.  «.^:....«w.  #^..Tr L  ^r^   rr!  1     I  eiumaosèu procônsul OíAoSiíwo^Oí qual liê 


esta  montanha,  foisefi)pr^/deiM>fflinàda&r 
m  dê  Ywu$;  e  só  depois^  peloa  anuiu  de  40 


perseguiu  os  chrisiãosi  durante  o  seu  gDi> 
vemo.  . 


S!Ò8 


ÒSP 


Aqoi  fonm  martyrisados  pelos  moúfoi 
em  ii  de  março  de  715,  os  santos,  Fausti- 
no^ arcebispo  de  Braga;  Âscencio,  bispo  áé 
Évora;  Theodofredo,  bispo  de  Viseu;  Pio- 
nio^  bispo  de  Lamego,  e  outros  prelados^  e 
grande  numero  de  christaos;  o  que  nos  faz 
aere4itar,  que  na  ipvasão  dos  árabes,  *chris- 
tâes  de  todas  as  províncias  da  Lusitáiiia  yí- 
nham  procurar  abrigo  nas  brenhas  à*ésta 
ferra;  mas  que  nem  assim  conseguiram  es- 
•apar  ao  furor  dos  serracenos. 

Em  1182,  D.  Fernão  Annes,  capitão  d*Evo- 
ra,  se  féz  eremita,  foi  par^  4  serra»  e  per- 
suadiu aos  seus  anachoritas  que  se  congre- 
gassem e  vivessem  mais  perto  uns  dos  ou- 
tros; no  que  alguns  concordaram,  escolhen- 
do o  sitio  chamado  VàUad^ra^  onde  fizeram 
1UD  ofatorio  e  pequenas  cellas,  tendo  um  sa- 
eerdote  que  lhes  dissesse  missa. 

Os  que  ficaram  espalhados  pela  serra,  vi- 
viam aos  quatro  e  quatro,  e  os  da  Valladei- 
ra  aos  oito. 

No  reinado  de  D.  João  I,  crescendo  o  nu- 
mero dos  eremitas,  foi  preciso  ampliarem  á 
•asa»  e,  para  isso,  escolheram  um  sitio  mais 
alto,  onde  edificaram  um  mosteiro, '  cujas 
obras  ainda  continuavam  em  143i,  no  rei- 
nado de  D.  Duarte,  sendo  um  dos  príncípaes 
fundadores,  o  eremita  Gonçalo  Yasques,  que 
lhe  fez  doação  de  tudo  quanto  possuia,  que 
era  muito. 

O  papa  Gregório  XII,  que  goverúou  á 
Egreja  de  Deus,  desde  1406  até  1409,  ap- 
provou  esta  congregação,  dando-Ihe  a  regra 
ie4/Pairio^*á.*  e^emitt.  Deiemiasiianise 
èsiíéA  rciNgiosos  ^  dmfrepiçSú  4o%  tnongH 
fobreSy  de  Jesut^Chtisio,  ãa  serra  (f Ot^a-^ 
depeis^  ia  ordem  de,  S.  Pati/Q,  prinièiro  ere- 
wUta. 

Yefrido-se  céiístilaidôft  ein  teírdadeira  com- 
tnunfdade,  trataram  de  efigfr  mais  atmplo  é 
sumptuoso  mosieíro.  ^ 

l^a  medMMT'  parte  <por  maia  fresca,  apra* 
zivel  e  vtstosa);d'esta  serra,  estáltandado  9 
actual  mosteiro  de  S.  Paulo,  quasi  a  Dàeia 
ladeira,  na  falda  da  serra  de  S.  Comelio,  com 
â  firenie  para  ò  lado  de  Évora  (0.)#  tendo,  uma 
espaçosa  cerca,  formosos  e  vaatos  Jaréta% 
boas  e  extensas  hortas  e  férteis  campos. 


1^ 

r  A  egreja  é  Hràsta,  tendo  aiirn  ládof  á  dáiê 
do  noviciado,  e  áo  otitn)  o  Is&lficio-^IÉÀ^ 
teiro.  ^  *      ''     *^"' 

*,  Tem  muiták  foniés  pel6s  dortúitorfòst 
claustros  é  officínâi&;  repartidas  tòJlas  ipo/t 
canos^  vindo  a  ajpda  de  únfa  grande  nafneeti^ 
té^  que  éstà  na  encosià:'di  serra.  Eâtâá'ifgte^^ 
depois  de' sètvtrènl  dei  utilidade  e  rèciH^o^M 
ediâcio  (e  actúàhneínte  de  ruína!.:.),  éakài 
para  os  jardins,  e  sé  lançam,  a'maief  pane; 
por  uit  grande  leSo,  de  pedra,  em  úm  ftr^ 
inosò  láifo,  de  (S3  palmos  de  comprido  e  40 
de  largo.     '      '  •  / 

Tem  casas  e  áde^s  subterrâneas,  HofíÍM^ 
cas^  que  em  tiiha  (para  a  qual  se  déèce^^r 
uma  esóadá  de'^ó  degt-àus  de  pedra)  nasce 
tima  fonte  d*água  fhgidissima.  ^     ' 

Este  edlficio,  úm  dos  melhores  da  i^VM^ 
cia,  pelo  seu  mei4to  artisticò,  e  pél^'p<Hfií2é 
em  que  está  sftúado,  tem  sido  completiktíteii^ 
te  esquecido  é'despresádo,'e  antes '4é'p<^^ 
cos  ahnos,  nSo  *serà'mais  de  que  úiú  mdà^ 
tão  de  ruinas.  *     ./ 

vide  Alandroal,  Cemaehe  ão  Boin-JarSim^ 
é  Terêna.  Vide  também  a  palavra  f(Hnptf,'à 
jE^ag:  I4ft  doeste  volume.      '  •'  '  i'  ' 

As  pessoas  (ttké  dèsejInMAi 

amptas  noticias  da  Seír^á  d^Os- 

sa  e  do  seu'  mosteifo,  'át5hd-*as<' 
hãb  na  thebaiéa  Poftigúeiiê, 
^  por  frei  Manuel  de  S:  <3a€fUiíi6 
Damásio,  ex-rdtDr-gèi4  dáW- 
'   •  'dehiç  íublfcailà  em  *^S8.' '■ 
''OSSA^Serra,Dburo,  has  fk-egtnftítí^ílb 
Sí&mo  Antá^lò  da  iiduftia  (boàeelbo  Èé  BéU^ 
djomar),  Valle  e  Ganedo  (concelho  da  fiáH% 
Pica'  ^òVre  á  máigetn  é^herda  do  ífio  Dba- 
ro,  iti^kiloioíietros  a  E.'N.E.  db  Poitd,  e  9fé 
ao  N.  de  Lisboa.  1S  umáranófncaçSof  ak'sèi^ 
Ira  tfe  íiabêçò  de  Sobreiro,  que  Se  ]^tò)èètà 
tiafa  o*  N.t>.  tta  n^esta  serra  a  aldeia  de 'iií^ 
frorde^/o  (freguezia  de  Ganédo)  comtLok  KáL 
pella,  dedicada  a  Santa  Luz!a,  virgem  é^oAir- 
tyr,  á  qual  se  faf  nina  rfifinàtía,  na  í.^  cita* 
Ya  do  Espirito  Sahtb.  IS  uma  ermida  pèqtiè* 
na,  de  pobre  ítonstmcçãa  é  semfehaKhêa^  ' 
tos.  O  logar  é  habitado  quasi  exclusivatnMh*^ 
te  por  poíbres,  qúe  vivem  de  apáfnlUáf  ear- 
queija,  patu  hir  para  b' Porto.        ' 
I     É  também  n^ésta  serrk  a  afdeiã  de  Lavei*- 


6SS 

0O8y  dA*  fr«|iiefi&  da  Lomba,  t  ndw  po^a* 
(to  grMidá,  fom  algum  laVradoíra»  riem^  a 
êkffa  lè1t«iio  é  mttito  feMit  Fíea  ka  ehapik 
da  ito  8«rra>  eoif^flido-lha 'ao  «opé  (no  lôgat 
Í9Pé  d^lftmttè)  o  rto  Doort,  qoo  lhe  fi€á 
ao  Norte;  lém  extensas  distas. 

Ha  ii'este  logar  um  bonita  eapella,  dedi- 
cada A  Santa' Eàfemta,  e  onfra,  da  uMna 
faitoeaçSò,  em  Pé  de  Honra.  ' 
'  A<^  N.  O.,  lórma  a  «erra  nma  penibralii 
eèr^da  pflò  rio  Inhâ,  onde  eiiAid  nma  pe* 
Táàção  e  tm  peqaenó  mosleíAv  de  freiraa  be^ 
Aedfetinasw  Ainda  ao  sitid,  que  é  hoje  nma 
màtla,  80  dá  o^nome  de  Mõêieirâ  do  Mêirú. 
(Vide  esta  palam.)  ^   ' 

Esta  serra  tem  alguAs  olítae^^  e  pooeu 
aurores  lilTestres :  o  resto  estl  eobôrto  dê 
ittâtto^^ttasi  tudo,  HTse  e  ean|ml}a. 

•Ê  abundante  de^gnas,  petas  soas  quebra^ 
das  e  peqiiènOB'Tane8,  e  em  grande  parte 
composta  de  terra  végMí^  de  óptima  qnait* 
diade,  qne  eetá  qnasi  geralmente  Qesaphs^ei- 
tada ;  guando  podia  dar  eereaes  em  abnh* 
daneis,  e  ser  povoada  de  bosques  epftnhaes^ 
^ne  dbrfam  nín  grande  rendimento,  pela 
proximidade  do  rio  Douto  e  da  cidade  do 
Porto. 

Riesta  serra  não  ha  granito,  nem  pedra 
oAkaria:  As  suas  rochas  são,  no  geral,  de 
scbisto,  quasi  todo  muito  friarel,  e  sAgom 
quarta).* 

Seus  ares  são  puríssimos. 

t^odia  aqui  esubelecer-se  uia  eokmia^ 
qoe^  pretegida  peto  governo,  em  poubea  ao* 
nos  se  tornaria  florescente.  < 

'Mn  minasdeferiro,  que  nm^albràm:  ex- 
ploradas. 

MStUtAi-^Vide  6MIm.     ' 

OSbBLLA  •—  freguezia^  Douro,  comarca  e 
eoncdfao'  e  próximo  Vié  01iveifa>  d'Azèmeíi, 
46  Idlometros  ao  S.  do  Porto^  4t  ao  NJB.  de 
AVeiri^  4U(  ao  N.  de  Coimbra,  170  ao  Ni  tfe 
Lisboa,  340  fogos. 

Em  I7CÍ&  tinha  166  Ibgoi. 

Orago^  ê*  Pedro»  apostolo  (aMigameBf^ 
8.  Pelagio). 
;  ^^tspado  p  (Ustr.*  administr^ttivo  ^'Asreiro. 

O IK  abbade  do  mosteiro  benédiotino  4i^ 
Paçoí  de  Soona,  apreeemafa  o  vf^at lo,  que 
era  lun  monge  do  mesmo  mosteiro,  'de*no^ 


ess 


&08 


iflMclo  M«D«I.  «IfiUi  ÍSMOO  réU  4e  «M' 
gnu  «  o  p^  d'altar.  >.  .  '  . 


)• 


:i- 


^  É  uma  dáS  mais  amigas  freguesias  de  Por« 
tugal,  e  Já^raparoehia  no  tempo  dos  godos^ 
Htt  mesmo  quem  assevere  que  foi^nmacida* 
d^  eom  o  itoihe  dé  Osíík,  dado  pehoê  grego% 
seiís  fandadores  (peia  tal  ou  qual  semelhan* 
ça  que  tinha  com  o  monte  O^a^vide  T^m* 
ffi;  a  pág.  I4S  â*esie  volume).  Sendo  assim, 
tMia  esu  ddade  sido  fundada  pelos  anneá 
2700  do  mundo,  »ou  1304  antes  de  L-^C^^ís- ' 
toé-^hi3180  ahnos  !•— Devemos  porém  con- 
fessar que  nada  aqui  nbs  recorda  sem^im^ 
te  antiguidade.  Fareoe-me  que  o  nome  lhe 
provém  de  ter  eido  habitada  pòr  alguns  ana^ 
choretay  chrisâos,  noe  primeiros  séculos  dA 
l%re])i,  e  viidos  da  serra  á^Chsú,  no  Alem^ 
leje,  eque  Ihé  deram  este  nome,  qae^no  w 
dgo  ÍMntdgues  significa  Peptêtup  Oitãt  Al^ 
guns  escriptores,  porém,  di2em  que  e  nome 
Ihcprovém  de  que— facetido-se  a^  forteê 
os  Insfianoe  comria  os  romanos,  pelos-  annoe 
160  antes  de  l.-C,  houve  enâo.aqui  uma 
grande  batalha,  ficando  o  terreno  juncado 
de  cadàVeres,  qtie  os  agentes  álmospherieoe 
deeompoteram,  ficando  só  os  (mMs;  mas  eU^ 
tio  deveria  ser  Oêseirdon  OiMl,e  não  0$* 

O  que  parece  certo,  e,  pelo  menos,  é  flini^ 
10  verosímil,  é  ter  aqui  havido,  no  abdo^QM 
de  !.-€,  ^«iio  reinado  de  D.  Bermndoll  (O 
GMiõ),  uma  ghmde  batalha,  entre  christãoá^ 
eémfnandàdos  |Mo  conde  D.  FoTTas  fVrwiiâ; 
(ou  #Voi/ajs— progenitor  dos  condes*  da«Pei^ 
ra),*  e  os  mouros,  ccmmandados  pelo  feroi 
Almanfor,  ref  de€6rdovJS.  Cns  e  outros  se 
bateram  com  tanto  foror,  que  o  campo  floou 
jubcadò  de  cadaVel^,  e  a  povoarão  foi  pelos 
taonrôb  reduslda  a  etaae.  Baia  batalha  fóí 


t  Dizem  outros  qqe  esta  batalha  foi  dada 
em  985,  durante  o  mesmo  reinado  e  ^los 
mesmos  chefes.  t   .  - 1 

A  raaio  d^esu^dUvMa  é  porque  Almançer 
invadiu  a  Lusitânia  (já  4»ntao  ctwMoaada  tMOr 
bem  Portugal)  n*e9ia!4  duas  datas. 

*  A  freguezía  de  Os^élla,  é  a  ulcipíia  da 
1>rni  dà  fèirá,  pára  a  parte  do  E:,  è  foi  dos 
Forjazes  Pereiras,  condes  da  Feira. 


800 


0S8 


daáit  n»  Terteite  maridioiml  da  «em,  a  p«is 
to  das  margeDS  do  Calma» 

Diz-se  qae  o  conde  D.  Poijaz  Yermaiz  dea 
O  860  nome  ao  monte  onde  acamparam  os 
christiof.  É  eerto  que  ao  E.  d*OueUa»  e  a 
poBea  distancia,  ha  uma  aldeia  e  um  moQ' 
te,  chattados  Vermuiwk  Ista  parece  proTar 
a  tradiç|u>  da  batalha,  e  todo  leva  a  acredi* 
tar  que  effeclíf amante  ella  sa  dea  n*Me  lo* 
gar. 

i^lgans  pretendem  que  o  nome  lhe  pro* 
Yém  dos  o$$a$  que  fiearam  d*esta  hatalhai 
Já  disse  o  qoe  penso  d'6ata  etymologia*  • 

Faria  e  Sousa  (Bpitome  de  la  iiist.  Port^ 
a^pag.  100)  dis  que  Ossella  ji  tinha  este  no- 
jm  uo  século  XIV.— Já  o  linha,  pelo  menos^ 
DO  principio  do  X  saeulo;  porqoetr-estando 
m  Porto  o  prim^ro  rei  de  Leio,  D,  Ordo* 
nho  II,  com  a  sua  eôrt^  se  foi  Ylsitaur  a  ^. 
Gomado,  bispo  resignatarío  de  Coimbra^  e 
monge  benedictino  em  Castromr$  (toI.  1«, 
pig.  M7,  coL  2.*),  e  tanto  o  mooarcèa  como 
06  seus  fidalgos  flseram  entXo  grandes  doa* 
ções  a  este  mosteiro*  Entre  estas  te  Téem 
ineluidas  os  padroades  das  egrejas  de  VUla^ 
Gum  (hoje  &  Roque,  fregueila,  a  partir  com 
Ossella)— o  antigo  masteiro  de  Santa  Marinha 
(aa  margem  ^esquerda  do  Aniuan,  lambem  a 
pouca  disuneia)  t-  S.  Thiago  (facja  8.  João) 
de  Vêr^  a  uns  8  ou  9  kílometros  ao  N.  ^  as 
da  8.  Joio  e  8.  Donato,  no  pçrio  4^(hm\  a 
i<(  lúiomeuros  ao  0.-^S.  Pedro  (hcje  8«nU 
Marinha)  é\AíoaMa,  a  egual  diiMneia-t-  8. 
Miguéil  ^Qtí9eira  (OliTcira  d*A«emeis)  que 
pane  com  esu  fregoaiia-^  Cb  ^nahnentf^  8. 
PiLieio  nn  OssKLUL* 

Consta  que  S.  Martinho,  prior  de  Sonre^ 
eoniemporaneo  de  D.  ASonso  Henriques,  era 
natural  do  monte  Àunmekêp  acima  do  logar 
da  Ossélla  (antigamente  Oãêáha).  >  V^a-a» 
o  que  com  respeito  a  este  santo,  digo  na  col. 
i.*  de  pag.  90,  do  5.*  toL 

Peia  parte  do  8.,  termina  esta  fregnezia 
(a  aa  antigas  Terras  d»  San$a  MoríOf  ou  da 
FtfA^a)  no  rio  CdMia. 

1  Também  tenho  Tlsto  em  livros  antigos 


oss 

An  um  onteiro  d'asta  frepieii^  axiatiu  • 
easMla  anda  aa  fortificou  Santo  Heisenigil* 
do  (filhado  rei  gftdo  Leovegildo,  airmia  da 
rei  Pla?io  iUearedo)  em  g85  da  Jeaus<>Chria- 
ta^  na  guerra  que  houTe  contra  oa  arianos^^ 
Não  ha  d*e8te  castello  Yestiglo  algum, 

ê 

&  OregorVTwnmensi  (na  sua  obra  Dê  QUh 
ria  Canfessorum^  li?.  L«,  eap.  Si  e  59)  e  Iiid- 
prmiio  {fragnunto  n.*  3)--diiem  que  baria 
em  Oasella  uma  lonte,  unque  ou  piselIU^  da 
o^fiia  bapUsmal^  que  estava  sócca  toda  o  an* 
no,  e  fomenta  no  triduo  da  Paiiâo,  se  enchia 
da  agua  pura,  até  ao  bocal  Entio,  o  bispa 
(de  Coimbra,  a  cuja  diocese  pertenceu  antf  • 
gemente  esta  fregueaia,  e  todo  o  território  ao 
N^  aié  à  margem  esquerda  do  Douro— vida 
Grijó)  saniiftcava  esu  agua,  em  sabbado  ma^ 
to»  cpm  o  chrisma  sagrado,  e  era  levada  para 
varias  ftregnesiaa,  a  distribuída  aas  doantei^ 
como  remédio  para  (odas  as  enfennidadea. 
.  Jjitonio.Tavares  de  Távora,  ascravau  a  pii* 
Uicon  um  livro,  que  trata. unicamente  d*e8* 
fe  milagre^  que  pretende  provar.    • 

Hoje  ninguém  sabe  do  sitio  onde. existia 
esu  limta  milagrosa. 

Ainda  por  esta  -fregueaia  se  vdeni  alguns 
aycerce%  que  se  dia  aeram  os  restos  da  an? 
tigaOsM. 

É  terra  fértil  em  todos  os  géneros  do  pais, 
cria  muito  gado  bovino,  para  aipartacao^  a 
noa  seus  montes  ha  muita  caça,  iniuda.  Toa 
bastantas  firvorea- silvestres,  sobretudp,  pi- 
nheiros. 

Ha  lambem  no  seu  larritorio,  minaa  do 
ferro  e  de  cobre,  que  se  nlo  expiaram.   / 

08S0N0BA— antiga  cidade  da  l^uaitittia, 
no  pali  dos  cúmms-^  hoje  Algarve.  Jà  em 
Esày,  a  pag.  71,  cal  S.*.do  3.*  voL«-*-a  aa 
Fará,  a  pag.  140,  do  mesmo  vol^  faUei  rapi^ 
damente  de  OManota.  Aqui  darei  mais  am- 
plas informações  d'esta  povoafiOL  » 

Também,  Já  depois  de  publioadoa  3.*  vo- 
lume, tiveram  logar  alguns  factos  acontad* 

1  8.  Hermenfgildo  foi  msortyr.  Seu  paet 
que  era  ariano,  o  mandou  degolar,  por  elle 
Híf  cathoUeo,  no  mesmo  annada ood^  um 
anfM  antes  da  morte  do  pae. 


osd 

4o8  em  Faro»  dos  qaaes,  nio  qaerftiMk^  frt- 
t»r  01  loitorefli  lárei  meo^  ao  fim  d^oste 

AltlgO. 

-  O  nome  doesta  poToaçio  esereTia-sa  de  dií* 
ferentes  modo9,  segundo  a  pátria  dos  oseri*- 
ptores  que  d'elia  trataram*  Ghamaram-llie— 
Ossonobaf  Ussonoba,  OJcsonobãj-  OMonábá, ' 
Ewonaòa,  Oxonoba,  Ossem^^  OsãonõbonOf] 
QMba-Lmturia  (on  lÀsturia),  Ombu,  Bsiwh 
ria,  Utanobaal,  Hasanobcu^^  E<euba,  ExiUm^ 
iM^  ete^  ete. 

Todos  os  antigos  dâo  esta  ddade  lut  eosU 
da  TOrdetaoia. 

Ainda  era  muito  floteseente  no  tempo  dos 
godos.  Estava  situada  junto  ao  cabo  Cuneo. 
-Gaspar  Barroíros,  PerpenhSo»  Padflha,  Pe- 
dro Fayon  e  outros,  pretendem  que  Osson^- , 
ba  era  a  actual  povoação  de  Estombar  (ym- 
to  a  Silves).— Outros  dizem  que  é  Estoy  (es- 
tes saOy  Ambrósio  de  Morales,  Bingham,  M. 
Haximo,  Flores,  André  de  Rezende,  Aguir- 
76^  Yasoo.  ete.) 

Os  inglezes,  incendiando  a 
cidade  de  Faro,  em  Julho  de 
Í596,  destruíram  preciosos  li- 
vros e  documentos  para  a  his- 
toria do  Algarve,  que  estavam 
na  bibliotheea  do  sábio  bispo. 
Dom  Jeronymo  Osório.  Diz-se, 
porém,  que  os  inglezes,  antes 
do  fogo,  roubaram  estes  livros, 
e  que  os  levaram  para  a  uni- 
versidade de  Oxford,  onde  ain- 
da existem. 
A  sua  terminação  em  oba  mostra  que  era 
no  litoral,  e  segundo  Plínio,  Pomponio  Hei- 
la  e  outros  escriptores  romanos,  pertencia 
ao  Cabo  Cuneo,  hoje  Cabo  de  Santa  Maria^ 
em  frente  de  Faro  (vol.  1%  pag.  16,  col.  1.*) 
— e  não  ao  Promontório  Sacro  (actual  Cabo 
ie  8.  Vicente,  no  mesmo  vol.  epag.,  na  coL 

A  este  pertencia  Laeobriga  (Lagos  ou  La- 
g0a)  e  Poritti  AmiibuUê  (Villa  Nova  de  Por- 
timão). 

André  de  Resende  (Ant.  da  Iau.)  copian- 
do o  sábio  ipedico,  Rasis,  ou  Rhases,  que 
Meceu  pelos  annos  de  Wò,  diz  que  Ossona- 
ba  era  fértil  e  abundante;  plana^  e  cheia  de 


688 


SOft 


111111119  bórtasy  f«|^das  por  copíosai  aguas; 
tendo  montes  que  produziam  muitos  pástoa 
para  os  gados — e  visinha  ao  mar;  com  seus 
estdrosi  por  onde  navisgavam  barcos  e  na- 
vios. 

£fit  uma  ddade,  egual  eas  grandeza  ás 
melhores  do  mundo,  tendo  conservado  com 
pouca  differença^  o  nome  que  tinha  na  Hn* 
gua  púnica,  e  á  qual  os  árabes  chamai^m 
Eecubana.  Tudo  isto  concorre  em  Estoy,  % 
b8o  pôde  quadrar  a  Estombar. 

Rasii^  era  um  famoso  medico  ârabe^  e  o 
seu  nome  próprio  era  Atmbeker. 

Foi  traduzido  por  Mahamet  fbu  Mestre 
Uafameáe)  e  pelo  padre  Gil  Peres,  no  rei* 
nado  de  D.  Dinis. 

£*  tradição  constante  em  Estoy,  q^-o 
dois  mouros  principaes,  um  de  Eâtoy,  outro 
de  Alferce,  competiam  em  pretenções  ao  ca* 
samento  com  uma  filha  herdeira  de  certo 
rei  de  Faro;  e  que  tinha  sido  pror4>sto  para 
noivo,  aquelle  que  mais  depressa  fizesse  uma 
torre,  d'onde  se  visse  Faro;  ou  levasse  a 
agua  a  esta  cidade,  e  que  ganhou  o  premio 
ò  que  iez-  o  aqueducto. 

Ha  em  Estoy  restos  de  nobres  e  antiquis* 
simos  edificios;  um  tsmplo,  oonstruido  de 
grandes  tijolos  e  revestido  de  mosaico;  ba- 
nhos (^ihermas);  aqueductos;  canos;  sepul- 
turas; columnas;  e  uma  torre  antiquíssima, 
mas  ainda  softrivelmente  conservada. 

Sahindo  da  porta  falsa,  do  eastello  deFa* 
ro,  em  um  baluarte  que  está  a  pouca  dis- 
tancia, chamado  mexa  dos  mouros,  em  i784^ 
se  descubriu  uma  lapide,  de  2,"^  de  com- 
prido, e  um  metro  de  largo,  com  ar  seguinte 
inscripçao: 

mP.  GASS.  P.  LI- 
CÍNIO VALKRI 
AKO.  P.  r.  AVO   FONT. 
MAX.  P.  P.  T.  R.  POT.  IIL 
COS.  R£SP.  OSSOIf. 
BX  DRCRBTU  ORD. 
DEVOTÍSSIMA  NYMINI 
MAIBSTATIS  SIVS. 
D. 

D*esta  lapide  se  vé,  que  a  republica  osso- 
nobense,  dedicou  os  seus  votos,  aii  impera- 
dor Yaleriano  (Publio  Licínio  Vaii^riano— 
pae)  três  vezes  cônsul,  quando  se  lhe  dedi- 


304 


OSS 


moDicaram  o  seu  terror,  e  todos  trataram 
Iof;o  de  fagir  para  a  Lusitânia;  largando  à 
l|í^iojr  jpaite  das  suas  presas  é  tratando  só 
de  salvar  às  Tidas. 

Foi  esta  derrota  considerada  de  tanta  Im- 
portância, e  de  tamanha  gloria  para  as  ar- 
mas romanas,  que,  segundo  Êutropio,  Lú- 
cio liumio  recebeu  por  ella  ás  honras  de 
triumphador,  na  cidade  do  Roma. 

Mâo  teve  melhor  resultado  a  parte  do  ex- 
ercito lusitano  que  passou  a  AfHca.'  ' 

Tomaram»  é  verdade,  por  capitulação  a. 
cidade  de  Tanger;  mas,  como  em  Hespanha, 
'SÓ  se  occuparam  em  roubar  e  assolar  o  pai?, 
e  com  as  prosas  que  poderam  haver  (qúe 
não  (oram  de  grande  valor,  porque  a  ter^a 
era  pobre)  se  tornaram  a  Hespanha;  mas, . 
com  tanta  infelicidade,  que  f(»ram  desembar- 
car perto  do  lugar  onde  o  cônsul  Licíano  Lu- 
cullo  estava  com  as  suas  tropas,  e  et  mo  hiam 
em  desordem,  foram  degollados  1 :  600,  e  mui- 
tos prisioneiros. 

Os  que  escaparam,  se  fizeram  fortes  em 
um  monte  alcantilado  e  quasi  inacçessíveL 

O  cônsul,  vendo  que  só  a  custo  de  rios  de; 
sangue  hispânico  e  romano  poderia  vencer, 
os  lusitanos,  resolveu  vencel-os  pela  fome,  e 
os  cercou. 

Em  uma  noite,  porém,  os  lisbonenses  irom- 
peram  inopinadamente  por  entre  as  fileiras 
compactas  dos  cercadores,  matando  quantos 
se  oppunham  á  sua  passagem;  e  ainda  que 
maitos  morreram  ou  ficaram  prisioneiros, 
a  maior  parte  escapou,  regressando  á  Lusi- 
tânia. Assim  terminou  esta  campanha,  que 
seria  ft^liz,  se  não  fosse  a  ambição  e  temeri- 
dade dos  olissiponenses. 

Os  romanos,  seguiram  os  restos  do  exerci- 
to derrotado,  pondo  a  ferro  e  fogo  as  actuaes 
provindas  do  Alemtejo  e  Estremadura. 

Quinze  annos- depois  (149  antes  de  J.-C.) 
o  pretor  Sérvio  Sulpicio  Galha,  invadiu  a  Lu- 
sitânia, e  em  uma  batalha  derrotou  os  lusi- 
tanos; porém  estes,  sendo  reforçados  duran- 
te a  noite,  saltaram  no  dia  imediato  sobre  os 
romanos,  nus  quaes  fizeram  tão  horrorosa 
mortandade,  que  apenas  o  cônsul  e  alguns 
de  cavallo,  poderam  escapar  a  toda  a  brida, 
hlndo  metter-se  em  Carmtwx  (que  se  Julga 
aer  a  actual  (^môna). 


Poaco  depois  apparéée  6  nòájo  j^^áítlèTh 
ríato  (o  beiílk)),  que  táò  eat^ó  fek  ph^f 'áoft 
romanos  as  suas  auteridlrès  ViètiKíás^ti  jèr^ 

fidias. "  -í ';'  ••'"'■  "• 

Termino  este  artigo,  èmtttiúdo  á' minfiâ 
humilde  opinião,  e  é  que  Ossònò^a  ei^  biha 
cidade  distincta  de  CSónistprgis.  À^ueila  éifá» 
com  toda  a  probabilidade,  nò  toèa!  ;ócctittadò 
pela  actual  Ezto^\  a  6  kilotnètHos  dèíVa^ò; 
e  esta  era  mais  ao  ^.  (e  2|]nda  ao,^'  ãé'01fa& 
e  de  Tavira)  e  pr6xfmb  a  foz  d'é  tíuadTanáy 
talvez  onde  hoje  é  CaceUa;  ou  Villa  Real  de 
Santo  Aclonio.  —  Vide  o  qúe  á  este  res* 
peito  digo  em  CaceUOy  a  pa^.  43,  cbl.  1/ do 
!•  vol.  —  Cunisteríih^  no  fim  dk  col.'  íM^^ãe 
pag.  460  do  mesmo  volume— e  Èstoi^  ia  cot 
2.*  de  pag.  71  do  3.«  volume.  *     /      ;; 

OTA-^portuguez  antigo -^páftictiladjmi- 
nutiva  de  nomes  fèminibos:  y.  gn  —  caíça, 
co/çoía— Maria,  lfano/a~ríso,  nWa—etc 

OTC— portuguez  antigo— partícula  dimi- 
nutiva de  nome  masculino:  'v.gfi^pequeno, 
pequenôte — velho,  i>elhote — ralpaz,  tapazih 
fe  — ele.*  *    '•  ' 

ÓTTA — freguezia»  Extremadura,  cornar- 
ei^ concelho  e  5  kilome^ros  d'Alemquer|  60 
ao  N.E.  de  Lisbo^  80  fogosa  '     ' 

Em  1757  tinha  23  fògòs.  ' ' 

Orago,  o  Espirito  Santo. 

Patrlarehado  e  districto  administrativo  de 
Lisboa. 

0  povo  apresentava  o  cura,  que  tíÀhalOS 
alqueires  de  trigo,  uma  pfpa  de  viúbo  e  três 
canuros  d*azeite. 

É  povoação  antiquissiina.  O  seu  nome,  é 
corrupção  da  palavra  árabe  uata,  que  signi- 
fica baixos,  ou  coUa  baiâca. 

Esta  fireguezia,  amenos  populosa  do  con- 
celho de  Alemquer,  é  composta  da  antiga 
freguezia  de  Otta  (què  éra  a  que  em  Í787 
tinha  23  fogos)  e  parte  da  do  Paúí^  que  foi 
supprimida,  e  tinha  em  1757  apenas  nove 
fogos,  e  em  1800,  cinco  t  (Vide  Paul  â^Otta.) 

A  egreja  matria  da  freguezia  está  no  logar 

t 

t 

1  Esu  regra  não  era  invariável;  muitas 
vezes  se  pospunlia  cíê  a*  ndmes  feminmos» 
somo  sella,  selhtê  (mM  em  cella,  mudava- 
se  para  CêUala)  etc. 

E»\e$  dois  diminutivos  ainda  se  usam  em 
Portugal,  sobretudo,  nas  províncias  do  norte. 


ia  Ottâ»  que  'é  uma  pequena  p<maçlo  nas 
éiâsiDargeiísâá  esfCrada  real  qtfe  de  IJsboa 
'^e  á 'irilla  das  Gáklaà  éa  RafiAia,  e  que  tem 
HBs^lOlbgoa. 

0.  Saneho  I  deu  esta  freguezia  ao  mostei- 
ro d' Alcobaça,  em  1193.  O  papa  Gelesiiw)  III 
(qae  goveirnoa  a  Egreja  oatholica,  desde  1  iOl 
iló  1496)  eouflrmeu  esta  doaçS6,  em  1Í95. 

AbtfgailMnie  hatia  aqoi  uma  Ixiia  feira,  no 
'iODÍiíigo  do  Bsplrito  Santo.' 

Consta  qne  esta  aldeia  era  mnito  riea  an- 
tea  da  invasão  hraneeca,  en jas  hordas  fizeram 
um»  acampamento  aqu!  perto,  e  eom  o  van- 
'èftHsmo  qne  os  distinguia,  nSo  só  saquea- 
ram a  povoação,  mas  a  itieendfaram,  èítie 
desiruiram  os  seus  arvorééoe. 
■  Odtno  andar  dos  annos,  a  aldeia  lecupe- 
rou  á  suarantiga  importância,  e  as  suas  ^n- 
diçdes  de  prosperidade;  e  a  sua  população 
tem  progredi doi 

A  egreja  matriz  está  no  centro  do  poTo.É 
um  templo  nbuito  pequeno  e  de  constsucção 
tosca;  mas  está  itaterlormente  com  muito 
aceio,  porque  o  seu  actual  parocho  é  multo 
aollicito  na  ornamentação  da  sua  egreja.  Pa- 
rece serde  constrncçao  moderna;  provavel- 
mente, reedifieaç&o  da  antfga. 

A  entrada  da  capelia-mór  ha  umaeampa^ 
que  consta  ser  á  sepultura  de  certo  clérigo, 
que  deixou  um  legado  a  esta  egreja.  NSo  se 
pôde  ler  o  nome,  por  estar  coberto  oom  ti- 
jolos: só  se  vé  a  data,  que  é  de  I5&7. 

Fora  da  porta,  está  outra  campa,  onde  se 
lé — S*  (sepultura)  de  José  Francisco  do  Re* 
^—1691. 

É  esta  povoação  de  triste  nomeada,  por 
eausa  das  constante^  febres  intermitentes 
que  aqui  se  soffrem,  procedidas  das  maté- 
rias animaes  e  vegetaes  em  decomposição, 
nas  aguas  estagnadas  da  lagoa  do  Butihal. 
(Esta  lagdã  e  as  terras  adjacentes,  são  da  co- 
roa, e  pertenciam  ao  almoxariíádo  da  Azam- 
buja; hoje  são  seus  emphiteutas  os  condes 
de  Mesquitelia.) 

Também  causam  a  mesma  moléstia  endé- 
mica, as  aguas  estagnadas'  dos  campos  do 
PaA  (Vide  Paul  d^OUa.) 

Todas  estas  terras  tiveram  por  muitos  ân- 
uos o  privilegio  de  couto^  e  ningem  podia 
]i'ella8  caçar,  sem  licença  do  almoxarife. 

TOLUUVI 


ÓTt 


305 


Doeste  privilegio  resultava  que  os  ladrSefe 
le  malfeitores  se  refugiavam  n'e8ta8  mattaa 
afoitamente,  sem  temor  de  serem  persegui- 
dos pela  Justiça. 

A  abertura  da  antiga  estrada  real,  no  rei- 
nado de  D.  Maria  I,  e  que  passava  por  estes 
sitios,  augmentóu  esse  mal,  e  ainda  no  prin- 
cípio doeste  século  ninguém  se  atrevia  a  pas- 
sar pelo  sitio  da  grande  capela  de  Nossa  Sâ' 
nhora  da  Ameixoeira^  sem  levar  bea  compa- 
nhia, ou  uma  forte  escolta. 

Nas  cortes  de  1498,  alguns  povos  pediram 
ao  rei  D.  Manuel,  para  que  descontasse  vá- 
rias mattas  do  reino,  ao  que  o  monarcba  an- 
ntiiu;  mas  deixdu  o  Paúld'(Hta  continuan- 
do a  ser  coutado. 

'  Em  1W4,  D.  Phillppe  II,  também  descon- 
tou muitas  das  mattas  que  ficaram  coutadas 
em  1498;  mas  não  descontou  o  Paúi,  que  fi- 
cou coutado  até  1820. 

' '  Estas  terras,  pela  sua  vastidão  e  falta  de 
cultura,  são  o  refugio  de  grande  quantidade 
de  lobos,  rapozas  e  outros  bixos,  aos  quaes 
se  fazem  montarias  para  seu  extermínio^  ou 
pelo  menos  para  os  afugentar.  A  esta  mon- 
taria concorre  gente  de  todas  as  povoaçde» 
vidinhas,  que  em  cordão  vem  batendo  o  mat* 
to,  até  fechar  o  drcnlo  em  volta  do  Monte- 
Bedondo. 

Alludindo  á  insalubridade  d'esta  fregue- 
zia,  ha  um  antigo  rifão,  que  diz: 

Deus  nos  livre  das  sesoes  de  Otta; 
£  da  justiça  d'Alemquer, 
Guarde  Deus  a  nossa  porta. 

São  d'esta  freguezia,  as  povoaçóes  de — 
Aldeia  e  Paços:  ambas  pequenas,  e  sem 
cousa  notável. 

As  principaes  propriedades  d*esta  fregue- 
zia, são: 

Quinta  da  Vassalla  —  propriedade  anti- 
quíssima, e  sem  duvida  aquella  a  que  o  SatU. 
Mar.  dá  o  nome  de  quinta  da  Ameixoeira^  e 
que  em  1217  pertencia  ao  vassallo  Nuno 
Gonçalves.  (Vide  vol.  1.%  pag.  197,  col.  l.*) 

Em  1707,  já  tinha  o  nome  de  quinta  do 
Vassallo,  e  era  seu  proprietário,  Francisco 

SO 


306 


ÓTT 


•6areei  ée  Brito,  sargenlo-oiór  doft.aoaitki- 
res.  Pafinndo  ôa dono  emdoBo^  foi  ató.ha 
poucos  annoB  do  opoleolwiiQa.  la,YJ?»dMr, 
Raphael  José  da  Gaoba;  e  pelo  tsí\\mxpwiU> 
é'elle,  800*  b^rdekoa  a  Yendevan  ao.sr^v  Jo- 
8ó  Maria  GamUlo  do  Mendonça  foito.Tiseon- 
4e  da  Abrigada,  em  27  de  jaiMÔro  de  iS70; 
6  é.  este  hoje  o-aea  proprietário.  £sta  ea^a- 
Ihetro,  maadou  oonstroir^  a  pooea  distuneia 
ék  egreja  de.^<wsa  Senhora  da  Ameixoeic^ 
uma  beila  casa  de  residência. . 

Quinta  da  Torr^-^actaalmente  do  sr.  João 
Peixoto  da  Silva  Almeida,  àt  Haeedo,  íeito 
Tiseonde  do  Undoso,  em  ti  de  ouiiabro.de 
I86â. 

Qumta  d^OUa-^ò  nina  grande  e  jbella  pro- 
priedade, com  boa  casa  de  residência,  e  mais 
ofBeinaa,  jiinto  ao  logar  do. sen  nome.  Oiseu 
terreno  ó,  na  maior  parte^  regado  pelo  rio 
d'Olta,  e  tao  íeriil,  qoe  produz  três  nqvid^- 
des  no  anno. 

Em  1707,  era  esta  quinta  de  Pedro  d^  Fi- 
gueiredo, c)]|jo  nome  ainda  se  lé  em  todos  os 
marcos  da  quinta. 

Parece  que,  por  herança  ou  c^amento, 
passou  esta  propriedade  para  a, caia  dos 
eondea  de  Belmonte  (que  também  âào  Fi- 
gueiredos), 

Hoje  é  seu  proprietário»  o  sr.  D.  Vasco  de 
Figueiredo  Cabral  da  Gamara,  4.''  conde  de 
Belmonte,  feito  em  iò  de  junho  de  1847.  É 
o  13.*  senhor  do  morgado  de  OUa.  É  41ho 
da  sr.*  D.  Maria  de  Mendonça  Rólim  de  Mou- 
ra Barreto,  âlha  dos  fallecidos  marquezes  de 
Loulé.  (Vide  yoL  1.%  pag.  d74»  coL  2.') 

A  mâe  do  sr.  cende  (viuYa  do  3.»  conde  de 
Belmonte,  D.  Vasco  António  de  Figueiredo 
Cabral  da  Gamara)  costuma  Yir  passar  gran- 
des temporadas  a  esta  quinta,  sendo  então, 
pela  sua  adorável  caridade,  a  providencia 
dos  pobres  d'e'stes  sitios,  que  todos  a  respei- 
tam e  adoram  como  o  seu  aojo  bom. 

Tanto  n'esta  quinta». como 
na  antecedente  (a  da  Torre)  se 
experimentou,  em  grande  es- 
cala, e  com  óptimo  resultado, 
a  cultura  do  arroz;  porém  eee- 
sou  com  a  lei  que  a  probibiu, 
por  ser  prejudicial  â  saudei  pu- 
blica* 


tm 

•  f  oteeoiíof  4'PtMW  i^o  rej^aado  de  IK  Afr(W- 
SQ  V«  Vasc^.Ma^i;tiQ9  UÍí4(k.,imcmiM^  ip 
fiQpde>2)*.Pe4rq  iTeií^aiei,  ppY04i4of  49;  Bwr- 
gos,  e  famoso  varão  castelhano^ de. qi|^fif|)- 
H  o  fiopdo  D.  P#d|:a^  no  AmNobiUariOi  #f0U- 
lroi( genealógico^ '       ,  .  .  o«^ 

, .  O.  beoncr  Leitão,  filha  d'aqaeUeaenhar  de 
Ott^  C4#ou  jcom  João  Lopes  de  Azev^dp,  se- 
nhor d«  S.  JQâo  de  Rei,  Pena^  Aguiar,  {toa- 
da, Bouro^  Souto,  Honra  4»  ilrai^  e  Xen^ 
da  Pereira*.  Esta  senhor^  o  sevi  marido tsao 
pr^enitorea  dos  yiscofid^  de  Azevedo»  o  de 
Olii^eica  do  Dourou  d^s  seoboj?^  d^  Tapada 
aii^  ParadéUa»  e  de  outras  nobilíssimas  ii- 
iniliaa.4*e»lfirei4p. 

OU— portuga^  antiga— ao --^ZVt^  giiofs 
tma  diy  ós  i^ixelt^  e  ou  Cw^ela^  e  çivifica  4ey 
ouPr<aado«-T-j[Poc.  de  Satzedas»  de  12734 

OO  7-  portuguez  antigo  —  (do  gallo-ceHg) 
—  onde.  (Doe.  das  freiras  beQiasi  dq  Pojrto, 
de  1305.) 

QKClDRES -7  (regueua,  Traz-os-Mpatas» 
com^irca  e  concelho  de  Chaves  (to\  da  mea« 
ma  comarca»  mas  âi>.  extincto  cçii^etho  ,de 
Mouforte  do  Rio -Livre),  80  kilo9)etros  a 
O.N.O.  de  Miranda,  440  ao  N.  d^  Lisboe, 
100  fogos.  Em  .1757  tinha  65  i;^^ 

Orago»  Santo  André,  aposiohx         / 

Bispado  de  Bragança»  diúricte  adminis* 
tÉativo  de  Villa-Beal. 

O  papa  ea ^^tca apresentavam  al^emati- 
vamei^t^  o  reitor,  que  tinha  SSOfOOOréii  de 
rendimento. 

.  Foi  comi^enda  de  Cbristo. 

Havia  outra  freguezia  do  meamoinoma 
tendo  por  Ojrago,  Santa  Maria,  a  qual,  por 
ser  pequena  (tinha  apenas  35  fogos)  foi  uni- 
da a  esia,  no.  principio  doeste  século.— fira 
apresentada,  pelo  reitor  de  Santo  André  ^e 
Oucidres»  e  curato  dependente  da  naesma. 

No  monte  das  Arcas,  d*esta  freguezia,  ha 
vestígios  de  edifícios  romanos. 

O  seu  nome  ó  corrup^  do  antigo  portp- 
guez  oussida  —  altar-mór  ou  capdlla..i(Vide 
Obm»  a  pag.  198,  col.  1«,  doeste  voiamf .) 

DUClSIA— Vide^ticí^a. 

OUGUELLA— villa,  Alemtejp,  oomDpIlift  i|6 
kilome^ros  ao  N.  £.  de  CampoiMaioi^'  co- 
marca d'£lvas»  d'onde  disu  SO  kilâmeicot 
ao  N.»  190  ao  £.  de  Lisboa. 


Tem  70  fogos.  l^Bi  Í7K7,  Ufíb»  U  fqgos.^. 

Qr^go»  W>fm  SeDboxa  da  Gr^ça., 

Bispado  4!filv«ir  didt^i^ta  adqiiaÂfltrfttura 
d9Pdrta4w:e.  ^  ,» 

Q  papa  e  amUra,  apieaentaY^n  aUeraatli 
yf^Wl#.o  pFior,  qo^  tiniu  IdOifOPO  réi»4a 

*  £*  palavra  céltica,' ccyasigpi- 

.  .  „  ficaçao  boje  se  Ignora. 

^  HeepaQha  baltambem  alr 
, ,  fuma?  pofoaçoe&cQQi  este  no- 
me (QagueUa)  sendo aprinei-. 
pai,  a  villa  de  OuQuelat  porto 

de  mi|r.naBi8cai.a.u  ^       -  < 

E*  povoação  muito  antiga,  e,  segando  .^a- 

i:ipa  escrip^ores^  foi  çid^e  romana,  cooi  o 

nome  de  Budua^  e  no  tempo  dos  godos,  Ni- 

guella.  £  situada  no  alto  de  vl^l  escarpado 

Fica.  em  frente  da  villa  hísspaipjiiola  ^'Al^ 
)l>Qqa6rqiie. 

Veia  á  çorôa  portogaeza,  em  1297,  com 
Oliyença.e  Campa-Haior,  no  reinada  40:I>« 
Diniz  (vide  Olivença.) 

Já  entãQ  .era  cercada  de  muralhas  a  de- 
fendida por  um  ea8teUo;<  mas  como  estayajm 
arrQinajdoSi.D.  Diniz  mandou  reedificar  tu- 
do, pelos  annos  de,  1299,  ou  1300. 

Este  m^mo  rei  lhe  deii  foral,  com  todos 
os  privilégios  do  de  Évora,  ^r  parta  ezper 
didade  |43boa,  a  |{^  de  janeiro  de  1298.  (L/" 
2.^  de  Doa(^s  do  rei  D.  Diniz,  ÍL  6  verso, 
COL2.M3.*)  , 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa^ 
BO  l.*"  de  junho  de  1^12.  fX.«  de  formes  no- 
vos do  Alemtejo,  fl.  65  verso,  coL  2.*) 

Tem  ainda  uma  sei^Uença  de  /brof,  dada 
por  ip.  Joào  IIÍ,  em  Lisboa^  a  10  de  novem- 
bro de  1536.  (L.^  das  sentenças  a  favor  da 
cor^  fL  24,  coL  2.«) 

Tem  misericórdia  e  hospital. 

Próximo  á  villa  passam  os  rios  Séver^^ 
(oa  XévoraJ  e  Abrilomgo.  > 

£'  terra  muito  fértil  em  todos  os  géneros 
agrícolas,  principalmente  vinho  e  azeite. 

Cria  muito  gado,  sobretudo  suíno,  e  é 
abnndai^  de  caça. 

Tpm  uma  lonte,  cujas  aguas,  segunda  o 
padre  Carvalho,  tem  duas  propriedades  no* 
taveis: 


QiQjQi 


m 


'^  L%  qfifi  tedor*  animM  vm  ^oepto  no\ 
morre  immediatamènte  apenaa^:;abi9.d^nKnt 

djUffal  toàip..  •:.'.  »  .•-  í 

.  %U  ó  paa  tm^  (jtrne  ou  leg\ime8,-dfi  qoal^ 
quer  q\}ftlidade'  qua  seja,4iior  mai»  <Vie  A*ei|; 

,  (($ào  aS/Célebff^sj^gua^  miodraes,acid(4ir^ 
das,  de  qu^  adiante  trato^)  ...*..,.. 

Junto  ao  ifo  Séy ws,,  está  a  egr^adQtS^* 
vador^  q«e  foi  mosteiro  dO)  templários.  AàJUfn 
da  dà  lêm  as.ruinas  dp  ediJM<)  do  jnos(|iijec|, 

JN'esta  jsgrcja  está  a  imagem  de  Noma  S^t 
nhofta4aJBníeárat.\qjBL%  «segundo  ,a  }mi^ 
appareceu  a  uma  menin^.:  .  • . .    . » . 

A  ostu.Seahefa^o  attr.ibaçfn  ^nuMtop  w- 
lagresi 


1         ••  c      ■  I 


•       Ml  < 


Q  ».  Carlos  Ramires  Coutinho,  ^adaracir 
do  ^B0criptor',publioo,  foi  feito  barão  de  ^aJPr 
of^Hinhos,  eov  3  de  fev^eirq  de  186&-rQ-yiar 
condo.  4^  OugueUa»  em  2ÍB  da  m^ca  do 

1868*  7 

â 

Foi  natural  d'esta  viU^^  Q.  Jo^o  de  Jtewf^ 
zes  da  Silva  (o  beato  Amadeu)  filho  4e  Kuff 
Gomes  da  Silva,  alcaide*mór  de  Ougnelfa  o 
Campo-Maior,  o  do  D»  Isabel  de  Menezes,  Ar 
lha  de  D.  Pedro  de  Menezes,  conde  do  Yiai^- 
na,  e  l.«  capitão  de  Ceuta* 
.  «Foram  seu»  irmãos,  D.  Diogo  daSilyi(,i.'* 
conde  de  Portalegre;  e  D.  Beatriz  da  Silvai 
da  qual  adiante  se  trata. 

D.  Joáo  de. Menezes- foi  dotado  de  rara 
gentileza  é  vastíssima  intelligencia;  prendas 
qne  realçavam  a  esclarecida  nobreza  do  ^en 
sangue. 

Diz-se  qjie  amou  perdidamente  uma  inr 
Canta  de*  Portugal;  mas  vendo  que  o- seu 
amor  só  produziria  desgostos,  impossíbili», 
dades  e  sérios  perigos,  deixou  a  sua  pátria 
e  se  foi  para  Castella,  onde,  ho  mosteiro'  de 
Guadalupe^  vi^eu  alguns  annos,  desconbo^ 
^0,  sendo  o  mais  humilde,  fervoroso  eaaa- 
to  dos  seus  companheiros.  .    . 

Passou  depois  á  Itália,  onde  pedíu.o  ha- 
bito franciscano»  no  convento  de  Assis,  o  ao^ 
tao  tomou  o  nome  dê  Amador  (que  emilia^: 
liano  é  Amadeu,) 

Na  lulia  instituía  uma  nova  congregação, 
que,  do  seu  nome,  se  chamou  dos  ama^ptiai 


m 


ODG 


a  qiial  foi  coilfii'mftda  por  Xisto  lY^  pdlos 
aiiiM»'d«  1480. 

Bsta  congregação  se  dilatou  péla'  Itália, 
osde  flòreséea  por  muitos  annos,  ehegaádo 
a*  ték*  IB  mosteiros  fefbmiadissiinos.     * 

Foi  cliamado  a  Roma,  e  o  mesovo  ponti- 
llee  the  concedea  grandes  privilégios  para  a 
aua  ordem,  e  o  fes  seu  eoDfeesor. 

Em  Roma,  teve  por  amigo,  D.  Gareia  de 
Meneses,  bispo  d*B^ra,  sea  primo  eo-innio, 
quando  este  preiado  foi  por  general  de  uma 
aitoikda,  que  D.  AfTonso  Y  mandoa  a  Itália, 
em  socoorro  da  cidade  de  Otranto,  occopa- 
da  enâo  pelos  tareos. 

O  beatí^Amadea,  reeolbea-se  ao  mais  so- 
litário mosteiro  da  ordem  que  havia  ftmda*^ 
do,  onde  escreveu  um  livro  de  revelações 
^  profecias,  sobre  o  estado  da  egreja  roma- 
nri,  com  o  qual  (livro)  se  mandou  enterrar, 
cicrevendo-llie  por  fora— ilpmf(i«r  tu  tem» 
jMre.— Escrefveu  e  publicou  mais  alguns  li- 
vros místicos. 

Falleceu  em  iO  de  agosto  de  1482,  e  jaz 
em  MiBk),  no  convento  de  Santa  Maria  da 
Faz,  da  sua  congregação. 

O  seu  livro  prophetico,  foi  achado  intacto, 
flmitos  annos  depois  da  sua  morte,  e  impres- 
my  e  publicado,  e  ainda  hoje  é  muito  estt- 
mado  pelos  crentes. 

Grande  parte  das  suas  prophecias  se  teem 
lealiiado. 

Aguas  miueraea  de  Ouguella 

Estas  aguas  foram  apresentadas  na  expo- 
siçSo  universal  de  Paris,  de  1867,  e  o  seu 
r^torio  official,  é  o  seguinte.  (Traduoçao.) 

•Nãsemte  mineral  (fOtipwí^a— Esta  nas- 
cente está  situada  perto  do  forte  e  da  egre- 
ja de  tffTia  pequena  aldeia  do  seu  nome. 

A  agua  que 'nos  foi  enviada,  para  nosso 
estudo,  não  apresenta  gosto  nem  cheiro  di- 
gnos de  nota,  e  era  de  uma  limpidez  per- 
fèiu. 

fi'  a  Única  agua  mineral,  entre  as  do  con- 
tinente de  Portugal,  que  examinámos,  que 
possuo  uma  quantidade  considerável  de  ni- 
tratos. 

Um  kilogramma  d'agua,  evaporada  a  séc- 
€0,  deu  O  gr.  7849  de  residuo  fixo,  formado 


de  chlorureto  dd  sôdiám;  deni ) '  '  so- 
da; de  nitrato  de  sodaê  do  cal;  dlecarboiia- 
tos  de  soda  e  déibagtiesia,  e  de  sílica.»' 

O  doutor  Francisco  Tavares,  medico  dè 
D.  Maria  I,  iras  suas  Tnsimc^es  e  cauteUas 
ftraticaê,  etc,  publicadas  £m  1810,  trata  cir^ 
cumstanciadamente  d*estas  aguas^  à  pag.  1€(X 
— D'esia  obra  extrahi  o  seguinte: 

Caminhando  para  If.  E.  de  Campo-Maior, 
uma  légua,  na  comarca  d*Elvas,  é  o  forte  ou 
praça  e  vilh*  d'Ouguella,  cujo  terreno  dr- 
cumvísinho  é  descobertd  e  pouco  montuoso« 

As  aguas  mineraes  d'esu  villa,  sao  as  uni- 
eas  do  seu-  género  em  Portugal. 

Segundo  a  tradíçlo,  a  sua  primitiva  oiri- 
gen^,  é  a  distancia  de  una  300  passos  da 
Atedaia  de  S.  Pedro,  d'onde  corre  para  o 
forte  contíguo  á  egreja,  e  por  baixo  desta  e 
da  muralha,  sàe,  e  continua  por  10  ou  12 
passos,  por  um  aqueducto.  Junto  á  fonte. 
N'esta  corre  por  duas  bicas,  de  ferro,  nas 
quaes,  a  somma  total  da  agua,  anda  por 
dois  anneis,  no  inverno;  sendo  ibetade  (e  ás 
vezes  menos)  no  verão. 

Os  canos  das  bicas  estão  carcomidos  e 
rotos,  pela  passagem  da  agua. 

£*  esta,  fria  e  crystalina,  sem  cheiro  al« 
gum,  mas  o  seu  sabor,  na  fonte  é  áspero  e 
acido,  e  custa  a  soffrer;  porém  perde-o  passa- 
do algum  tempo  depois  de  estar  em  vasoá 
de  barro,  tornando -se  então  própria  para  o 
uso  commum;  mas  quasi  ninguém  a  bebe^ 
porque  dizem  que  faz  abalar  os  dentes  e  se- 
pararem^se  as  gengivas. 

Emprega-se  para  amaçar  o  pão,  que  fica 
alvo,  leve  e  saboroso. 

Não  cose  legumes  nem  carne,  que,  ain- 
da que  fervam  muito  tempo,  ficam  duros, 
negros  e  incapazes  de  comer-se. 

Recolhida  em  vasos  de  vidro,  vd  se  sobre- 
nadar uma  substancia  oleosa,  que,  demo- 
rando-se,  engordura  o  vidro. 

Em  vasos  de  barro  porém,  não  deixa  no 
ftmdo  ou  paredes  internas,  deposito  algum; 
mas  exteriormente  ficam  cobertos  de  uma 
matéria  branca,  e  como  caiados. 

O  aqueducto  que  conduz  esta  agua  para 
6  chafariz  e  os  que  são  prpximos  ás  bica?» 
tem  de  romper-se,  e  com  muita  difficuldade, 
de  dois  em  dois,  ou,  quando  muito,  de  trea 


epn  trez  aanos;  001  rasao  das  doriAsimas 
eniaus  lapidosaa  que  i»'e)le8  se  formam,  mia- 
taradas  com  Umos  e  bienras  adbereotes — (ao 
qo^  dao  aqui  o  nome  46  raposos.) 

P^rio  d*asta  fonte,  ou  chafariz,  ^a  outra 
dentro  de  uma  horta^  onde  é  aproyeitada 
para  irrigação,  e  faz  ^^sperar  notavelmen 
te  08  seus  fraetos,  qne  sap  muito  mais'sa 
l^rosos,  do  que.  os  creados  nos  outros  si 
tips, próximos,  que  nãosa^  regados  com  es 
ta  agua. 

O  dr.  Fonseca  Henriques,  diz  (no  seu  ^^t 
l^ò^  pag.  19  i)  fuo4andose  no  padre  Car< 
Talbo,  que  nas  Constituições  Synodaes  do  bis 
2>ado  d*£iva^, .  impressas  em  i634,  fallaiiido 
se  da  villa  de  Ouguella— se  reforeque— pro 
curando  verifícar-se  se  ás  suas  aguas  mi 
peraes  consentiam,  eqi  si,  yítos,  peixes  ou 
jbisêctos,  PU  vermes  aquáticos  ou  ampbibio^ 
fie  Tiu  semprp  que,  tanto,  os  insectos,  san- 
|;uesugas,  e  vermes,  morrem  apenas  se  dei- 
taiu  na  agua— e  os  peixes^  em  seu  vigor, 
morrem  em  menos  de  meia  hora. 

Viv^  porém  n*elia  rans;  mas  pequenas 
e  qagras;  talvez  porque  refiram  com  fk*e- 
q^epeia  o  ar  atmospherico. 

Julga  o  doutor  Tavares,  que  esta  agua  é 
gazozj^  pelo  gaz  acido  carbónico,  em  exr 
cesso;,  com  alguma  porção  diminuta  de 
carbonato  e  sulphato  cálcareo. 

As  incrustações  duríssimas  formadas  nos 
canos,  provam  a  presença  de  carbonatos  e 
^pliato9  calcareos  (selenites)  e  talvei  sílicf 

misturada* 

£'  próprio  de  todas  as  aguas  que  abun- 
dam em  gaz  carbónico»  não  crearem  peixes 
n^m  os  consentir  vivos;  nem  os  insectos  e 
vermes,  mesmo  que  sejam  aquáticos. , 

A  substancia  oleosa  que  se  vé  nos  vidros, 
pode  vir  d*outros  depósitos  de  mineraea^ 
mas  tainliem  pôde  ser  resultado  da  combi- 
nação do  bydrogenio  com  o  acido  carbóni- 
co, «  o  oxigénio,  que  forma  uma  matéria 
oleosa— a  naphtcL  .    . 

,  O  gosto  acre  e  acido,  prova  a  existência 
do  gaz  carbono  e  da  napbta;  que,  como  9S0 
jextreoiaimeote  voláteis,  se  evaporam,  fora  da 
iiasceqte,  deixando  a  agiia  potável. 
,  A  crusta,  branca  que  apparece  no  exte- 
jrior.  dÒ3  vasos  de  barrOj  não  ó  mais  do  que 


OUG 


m 


eaibonato:  «  «ofphaio  de  eal^  flltradoa  p^ 
mataria  porosa  do  vaeo. 

Estas  aguas  são  applicadas  c^m  laiUagtfli 
na»  debilidades  de  estômago;  vómitos  pert^ 
qazes  4*ellas  procedidos;  bydropisias;  ep!»- 
ra  a  expulsão  de  vermes  intestinaes^loclolia* 
A  A^  iteiia  ou  solitária^ 

Apecar.da  fertilidade  de  seus.eampoi^^ 
das  suas  aguas mineraes,  Ouguella  tejpd^ 
adido  muílo  da  soa  antiga  imporlaDdn»  e 
giwde  porte  dos  seus  prédios  estio  em  rol- 
uas. 

Bm  ura  d*estea  ediieios.  desmanteHajtefc 
foi  eneoutriAa  uma  pedra  de  fónna  eyliotri- 
ca  (o  pedestal  de  uma  oroa)  oonn  a-seguita4o 
ínacripçio:  . 

Na  era*  de  14^7^,  durante  a  oélehra  •: 
batalha  entre  Portugal  e  Castelb^  • 
'  «0  encontraram  n*este  logar,  Mto  .  * 
da  Mlva,  camareiro-m6r  do  príncipe 
D.  loio^  o  Segundo^  e  Joio  Pemandfa 
GaUado,  o  Terceiro  mestre  d*Aiamtafi^ 
sendo  ambos  capitães.  B  do  enwMiW| 
r    morreram  ambos;  o  Mertre,  .  > 

Joga,  e  Joio  da  Silva,  aoa  XXYIII,  t 
áíaa:  e  Diogo  da  iittva,  bieneto  dft  • 
'  leio  4a  Silva,  passando  por  •mk-,     , 
Embaixador  ao  GoooiUo  Tridentinn^  * 
mandou  fuer  esla  cruz. 

Era  de  iMil  annof.         •  1  - 
ti  •    ^^  » • .  . 

:  Datei  atgomaa^eaqiklieacSea  apbie  %  matn- 
ria  d*eata  inscrip^^o. 

Dw  Aflbnso  y,  casara  com  sna^prlna,  D. 
Isabel,  nata  de  fi.  Joio  I^  e  filha,  do  infante 
Ik  Pedro,  âaque.de  Coimbra  (e  quQnN^rveó 
em  AIflirrobeica)  da  qual  leve-^  Joio,  ifi^e 
morrea  mentae;  P.  loanna  (a  prineeniipa#» 
ta)  fdiglosn  no  convento  d^Josns»  d*A|TeiaQb 
e  D*  João,  depois  o  2.*  ,  » 

Fallecida  a  rainba,  pretende  D.  Aili^nao  Y 
ser  também  rei  de  Gastella,  e  eontrata  asiut 
casamento  com  a  princeza  D.  Joanna,  fllba 
e  berdeira  de  D.  Henrique  lY  de  Gastella. 
'  À  maior  pane  4òs  casteRianoá  opp^ém- 
se  a  este  casamento,  e  para  crearem  maia 
úm  obslacíulo  ao  ambicioso  moDarcbá  ^r- 
I  túguez,  caéam  á  i>  irman.  Be  p^  Jqanna;— a 


Sli 


am 


o» 


Maumel  S^vetim  de  Firi%  aobotf  em  ip<h 
der  do  prior  d*Oiiréga  ( Astonie  Mendes)  noi 
antiquíssimo  pergaminho»  no  ^«al  se  oon- 
u  a  bífioria.  resaiiiâa,  d^eet^a  il8  Jiaily- 

Ma  matrir  doesta  iragoezia  esteve-  nmalri 
tar,  sustentado  sobre  quatro  eolumnetaa,  e 
resava  a  tradição  ser  o  tmnlo  de  Si.  Viá- 
rio, bispo. 

O  mármore  d'eate  altar,  lôn  o- sepnlebro 
de  Quinto  Júlio  Máximo,  mandado  eonstniir 
por  sua  mulher,  Caipuroiai  Sabina,  notem* 
po  «m  que  Qninto  Jalio  Claro,  e  Quinto  Jú- 
lio NepoeianOf  eram  prefeitos  da  eonservât 
çao  6  fabrica  das  estradas  publicae-^-^  kA 
isto  a  eansado  engamo^-^porque  ar  eete»  em- 
pregados naa  estradas. denominatam  os  ro^ 
nanos-^  Firo  Yiãrum  Curanâarum^  e  o  bom 
do  referido  prior,  lia^Ftarto  CuroêCupa^ 
mm— site  Epiicopo^-^  assim,  di£ia  que  era 
a  sepultura  de  S.  Viário,  bispo. 

Em  1540,  o  cardeai-bispo,  D^  Affonser 
mandou  André  de  Réxeode  a  Onrtga,  eia- 
minar  que  santo  bispo  Viário  era  este.' 

Resende,  declaroa  que  nio-  haiáa  illi'tal 
santo  e  mandou  entupir  o  altar.  (Adiante 
darei  mair  algumas  notieias  4M>bre  eeieant 
tiquissimo  monumenlo.)         ^     .  i  .        i 


Pouèo  tempo  depois  de  padecerem  mar- 
tyrio  aqoeUes  19  confessores  da  Fé  Catbo- 
lícá,  foi  Onréga  o  theatro  de  novas  oníeldar 
des,  sendo  também  aqui  degoladas^  por  at- 
dem  do  mesmo  Daciano,  as  duas  saitaa  ir- 
mana, Camba  e  àmmffnuL  < 

Segundo  a  crença  de  povo,  onde  cabia  a 
oaèeça  de  Santa  Anonyma,  brotou  logo  uma 
naseente  d*agua  orystallina,  i  qual  ainda 
hoje  se  dá  o  nome  de  Fonte  Santa^  e  a^tt- 
ix  agua  se  attribuem  grandes  tinadestbe!- 
rapeuticas,  sobre  tudo  para  as  difereBleB 
moléstias  ophialmicas.  .   i 

A  pouca  dlstanela  d'esta  fonte^  está  a  er- 

^  Anonyma^  como  se  sabe,  e  como  apro- 
pria palavra  indica,  nâo  ó  aon^e  de  pessoa 
alf;uma;  porém,  como  os  nossos  antigos  es- 
criptores  bão  poderain  adur  o  bome  da*  ir- 
man  der  Santa  €omba,  a  designavam  por 
Anonyma,  e  assim  AoML  •     .    i 


midi^<  leivnmadaípflQa  JMa  â^ixtm  ^mvh 
\Tft  Santa^.GosBte.-  ^    •  -.v.        n-j 

Estasjdoia  nautas  eram  innawif4e,S..jgct 
dão,  bispo  d'Evora,  que  fugindo  ás  crwMiv 
des  de  Daciano,  se  esoonde»  aajgipm  .4^  Ss- 
pinheira;  mas»  sendo  deseoji^arle^  fei-oariy" 
risado.  ft  6<d«^agoslo  de  305yM  sitia  onda 
boje  está  a  egreja  matrii».  ^psJbe  lei,dndi* 
eadi^  qo0  ^a da  (ineguasia  de.&  Joritfd^  n 
9  ^ilometisoi  <VBvDra.  <VeL  M/PMP*  41% 
coL  â.»)  ••-    ♦ 

A  S.  Jordão  suoceden,  ni^^miur»  dVvofs^ 
&  Bríasoe.  Vide  MórtoU.       < 


'.'I 


rt»/ 


» * 


•l.lt 


f  • 


:r 


No  iogar  de  AiiToonf,  firegmsU  â*Oiuréga» 
dascobríu  ba poucos  annos,  ♦bdbso 4ist|n<* 
tio  escriptor,  Joaquim  Phiiipp»»dei8ew% 
m  dolmen  oelia;.0  queiprovit^iiie  gstarsi* 
tioajá^^nam  babitadoe<em  epocatiqiMlowi*' 
teriores  á  iiivas|o  Aos  romanos.  •  na.  BenUip 
snla«     ■  •  "  »  '  .  '  I  . ' ' . '  j ' '  i 

■  . .    ■      '1'  ••'.   ■  .  «  * 

Em  volta  da  ^trcja  paroebinl  aipda  «lisr 
tem  as  magestosas  ruínas  4^  sol^bsis  caiai 
de  banbos,  (tberQiai).iAotaveâs;|M|Qddac(Q|^ 
gatorias,  oasas  snbterraneae,  pom  pfivjmen- 
to  de  formosos  JB0Bato08,.e«id^ntenl9nle 
obra  romana:  pela  sna  eitensio,  nio  PilPOf 
ce  aer  sámente  os  restps  â<èjiatoAÍ9  de  ()ar 
dano;  mas  os  de  uma  povoação  ou  pas^ 
Iro.  I . 

Devia  ser  de, mnita  Importância  esta  po- 
voa^ãfl^.  porque  aqiú  dewnbocavam  três  vias 
militares  roman^is,  aa  da  Jtferida,  Badajoz  a 
Aleaoer  do  Sal  .r 

Igoora-se  a  data  da  itmdatão  d'e8ta  egre- 
ja; mas  é  uma  das  maia^ntigas  do  arcebis- 
pado ft^Evora,  epratenda-sa «nesmo  que  se- 
jn  mais  antiga  do  que  ji  Sé  é'esta  cidade.  É 
de  abobada,  e  de.  boa  arsbilectura  antiga, 
mu  .não  tanto  .oomo.ae-príitenáe;  devido 
piovnvelmenta  ie  reediSoagtaa  4|iie.4fin(Sof- 
f^ido  -em^tanas  épocas.,  i  porém, «u&Imi 
templo»  .A'padr«(eira,  é  oksjecto  4e;gcaD4p 
devoção  dos  povos  circumfereotflSi^qiia*!^ 
fasnmta  sua/esu  a  IS  daiagc)sts^.*ié  aipdn 
muita  tconeornda;  porém  .puiltOT«iienQft4o 
q^a^:  antigamente,  quando  ,inaito«>  dei^iMi^ 
em  acção  da.  graga^s  por  hsnsflcios  m^aibi- 
dos  da  8eiiMc%  ou  em  çumpiÃncntoi  da  va- 


peteDtes  balanças  e  arcas.  A  casa  al^dji.f  ^T 
te,  más  Jà  nao  |6ai4r(yp  pw  N^Ç^i  P<^r* 

Id^  jQlia  Maxiffip,  -     .»> 

O  primeiro  qae  me  consta  ter  ac^iidOj^m 
pprq^if>«a  aiiitigi^im  XQí,]0iioi9)oiitfatig^yel 
IMrci]i^lago«  Aiàâró.A^  fiésende,  qae  4'ella 
MP^lií^iipsea  Mvrç  (4^  4filiVi4iyali^  ^t«si^a: 
fum^  iJ*>  i*^ro  ?f*  iÍ*^«fA  e^ia,  /d«.  qi^e  ida 
MdeJiAd^  ITopr^gi^^fajU  (miito.exteosi^nente 
g^^^  foUíqnej^  dizendo^  eatre  oni^as.  <noir 
tiA.f^i$|s  —  (ir^^ogaq^ — ilAi  (oa  ^eja) 

^A-mft  «M^^  4^  iviírii  ,MtK7^  ffvif^  ipor 
W^tueUedogaTi  jHira  i^^MAro  dtf  feif  mor»- 
4iVi  QfAÇP^i»  /i^io  lí^iiH),  Cix^tfnma  Sabiníi; 
em  cuja  sepultura,  fotrqm  tombiii^  í:ecQ/hidp$ 
f^^mt^l  tt^rtoêf  d4  $^  doii  filhoif  fu^]ii' 
$é^m^.cuidado  d^Qq^UoM^fkui  t  na  caamj^qf 
u  lia  esta  inscrfpção;  ^\ 


fHm 


m 


M         ••  ff 

ti  . 


I  I 


D.  M.  s: 
•7..'i . íi  •    ooABSToaiêftonvtiA fiia- 

LIAE.  fBIB..  P|<|Si.  LBO.       ,  • .  . .  ,     , 

dW  AMNÕ  XLIII.  ''    ' 

•''>''     '    '  dAlffVHNlA.  eÁBiNA  JÍA«I^  ' 

TO  OPTQIOi  •   .    •  -•  .  !    ' 

•lijl  ■(  •  '  i.j  .  .."rr  ,.  ..•>»,  j 

Q.  JYL.  CLARO  C.  V.  DU  YI^O 

VIÀRTlf  CVftAin)ABYU  ' 

,,,^     ^  ,    ,        .  èARVM.  ANNO  XX       . 
'"      ''     CALPVlàNiA  SABINA  I^ÍLIIS.  >  ' 

MQLvçm  esta  inscrípçãOnmasjerráda.  e  imj 
jberfeifa  — provavelmente  por  érro  de  còpiá 
-^áb  Sendo  também  ekacta  alraducçJo  qtiè 
alli  se fai.  £is  aqtito#'^mHiv^A;  altima  !«• 
iivtà  da  4bf  iiob^ié  IbG-^qaejBiifr  i^ipWca 


^09:)  qde  collo«»ti!na  (íoIm  immediata^.  fi^ 
ímà»  ^mm  ma  lrad«oo«o  fKiaaivdL^.JBpi 

jlqd9iil)  Wcripçao  est^.uu^  qu^ando  sa  ori- 
ginai nao  ha  senão  vy, 
■^ltest>ondd  pela  TcrAWrfde 'dá  inseri fi^ 
ilÊ$m  ^d  M  imus,  pdii  não  a  copiei  de  eór 
pia,  mas  do  próprio  sepalcbrOi  qae  vi  e  eaa^ 


r^  lVM)ff^^  ^e$tA  ipicrip^  i  a  segnfQ- 

.  .Dedicado  i^os  despem  magoes;  ,.    ^  i 

.:;A  Qi^íBto  Jglío  jtt»3^imp«!var^  esc^a|eci<r 
do  (oq  daríssjiqio)  qaeetor  da  pr^tviocia  da 
Sicília,  tribano  da  plebe,  legado  da  provin- 
da Narboneza,  prefeito  designado  (oa  no- 
meado, oa  eleito)  da  Gallia ;  de  ^aarenta  e 
oito  annos  de  edade.  $aa  mulher,  GalponMa 
Sabina,  a  seu  óptimo  ínarida  (Dedica  este 
monumento.) 


<  .<■  • 


..f 


A  Quinto  JqUo  Claro,  vario  esclareddo^ 
quadpiQvira  da  inspecção  das  estradas»  de 
viotè  e  um  aonos  de  edade— 

A  ^líinto  Ja)io  Nepociapo,  mancebo  escla- 
recido, quadrumvirò  da  inspecção  das  estra- 
das, dê  vinte  annos  de  edade*  ,     . 

paipurnia  S^^bina,  a  seus  filhos.  (Dedica 
esta  mòmoria.) 

. «      •  '  ■      .     '   -'  '■ 

No.  logar  citado  ào  Santuário  Mariano 

veio  uma  tradaeçao  que  pouco  diffwe^'ea« 

ta;  má^  /eita  como  ^e  nao  se  lhe  tivesse 

supprimido.  a  ^^  linh^  Traduz ^  deuses  ma* 

ximoSf  por  deuses  numes  —  seu  grande  lya- 

ridOy  (K>r  marido  óptimo --ò  pretor  de  Praxk' 

(O,  ^or  prefei^ç.  da  Gallia.  ^. 

'  Como  o  bom  dd  prior  vfssé  que  tinlia  na 
eáa  egm)a,  emVet  da  sepulittra  de  udi  bfa- 
po  ebfistão,  o  tKmulo  de  três  |»gãos,  mau* 
dou-o  logo  pôr  (ólfa  do  templo:  .  u 
•  Tem  esti  lapide,  §"',84'  de  eemj[Nrido;  e 
0";60  de''largÀ;  e  é  cercada  dè  ornatos  em 
raiéfo,'  de  boa  ^toculptafá.         . 

mjoei  eomitoda  ^  atteuQao  e  mínuciosidade. 
(Bem  ouizera  eU  poder  dizer  o  toesmo  de 
tildo  (fàanto  tenho  escripto  n*esta  dbrtíiy 

1  Todo  o  mundo  sabe  que  até  ao  atiQOi395 
wo  existiu  nação  alguma  diamada  França. 
Só  pôr  esse  tempo,  os  bárbaros  dó  Norte  (bor- 
goi^hõ^s,  wisigodos,  ostrogodos,  sicampros, 
míDo^,  ff'ancos,  ete.)  invadiram  o  império  ro- 
msno  e  89afiossárÃm'das  Galiias,  a  parte  das 
qjiaes^  os  frafícoe  deram  o  sei)i4iome-^Fra&' 
ça.  As  Galjias  era  uma  região  qiais  vasta  do 
que  a  França  actual.  Comprehendia  todo  o 
território  que  ficava  entre  os  Pyreneus,  o 
H^iterraneo,  o»  Alpes,  o  Rhia  (Rbepo)  e  o 
Oceano  Atlântico.  Os  gaulexes  andavam  sem- 
pre em  guerra  xms  copa  os  ouurqs-r  parque 


m 


úm 


EMeve  ésu  Ia{)]d6^«9^e0ldà  e  ábsnfiolkâ- 
da  mai8  de  200  aonos,  até  que  o  8r.  Rivanl 
teve  noticia  d*etlaí,  tm  i%Ê%,  e«  fezeonda- 
zii*  j^ara  ommèu  GèifaéáKr,  dê  Bforá,  4ae 
éMâ  ac(Qa!áteDl3  <ro'fhtiiòso  UHnpl&dê  Diana. 


í  '•  •    I 


« 


'  ffetenSem'  algims'ê^criptores,'qae  a  an- 
tTga  cidaádrotúáná  de  Toiírépía  (oritarè- 
gla,  <;oiitd  támf)éifi  oxítros  Ifae  dbàmam)  fosse 
nas  immediações  da  acttul  villa  de  Bégaèn- 
gos,  no  sitio  onde  agora  está  a  ^deia  do  Mon- 
te dà  Azinheira  e  setis  eontoj^nos--^  ^aetião 
sò  pdde  ád(nitt)h  Timos  (ltte'toàrégÍ;si  flcatá 
sobre  a  via  militar  romana  d'Alcacer  do  Sal 
{Salacià  dos  romanos)  para  Badajoz.  t)*^ta 
tldade  t)ara  Alcácer/ ^ááâandò-se  nma  líntiá 
recta,  vem-sç  pôr  entre  b  Alandroal  e  Yltli 
^{osa,  pelo  Hérfoncíb,  'Svora,  Ourega:,  Ri- 
beira das  Alcáçovas,  e  Alcacef-^quândo  llè- 
gnengos  fica  ao  S.O.  4^  Badajoz^  e  mnito  a 
El  da' Imlia  réctá.  Aláín  d'ísso,  sabe-se  que 
f  oiirégla  era  perto  d*ES[vas,  éítegaengós  flba- 
the  35  kiloteetros  a  S.t!.,  ^nandd  Oorégà  ape- 
nas ésiâ  a  ro  kílometíós  j^ari  O'. '       ^    • ' 

fi  poféõl-  incontestável  que  onde  hoje  se 
vé  a  aldefa  do Wonfe  da  Azinheira!,'  e  pelak 
soas  immediaç5eâ^  houve  tima  Importante 
povoação  romana,  o  qne  nos  é  attestado  pò- 
idB  «lliaintBV^  é0'Tariori9diiQÍM'de  ^|ii6>or 
aqiliiia  vèetígioby  b  pot  táriM^tomiilos,  d# 
loamore,  hraneo'e|iret»,  fn  seteem  acha» 
do  nos  arredc#esi^Videi}^íu8taDf(i».) ' 

0^niai8!Betatel  deites  tiurink»,  é  o- une 
M  eicontradò  (éte  nn  eorraJ  4e  bois  ()  em 
Í8i0,  no  iogar  do  Jfeniterdfràziíiheílra, «  que 
a  camará  municipal  do  Porto  comprou,  e  fez 
conduzir  pòíko  seu.tnuseh,  èta  lâtt.T.  '(t)*él- 
le  trato  maie  drcornstan^iàdamente  ao  artir 
gtv  Pmio.)    '  '       ' 

OORÊLba-^portttgueK  amigo  ^margáti 
(ífo  rio), 

OUBSM  (em  latim  ^iiur^m)  ^  villa«  Êxr 
trèmadara,  concelho  de>  Villa  Nova  •de  Oo* 
llém,'  iS  kfloMètrois  ao  S.  de  Tbrrés  Nova^ 
comarca  e  ibkilometros  a  0.  deThomáf^ 


«I 


.) 


formá^hm  varias  naçdes  independehtes;  mài, 
em  eásò  de  guerra  com  'outros  pofos;  éolll^ 
gavánd-se,  e  baMam-se  coih  valor.  > 


M  an  ftCk  d^é»i(á,4  bispate^  e  K  kilM 
metfoè  a  E.  dé  Leiria,. MO  à6  K.  de  LilbCM^I 

TWtdgdè.   '•'  '  ^  •:.'.:; 

-i«ln  i787  Mhtth  iWllbg^s;   <  •  ^ .  ' .  '  ,  ; 
Orago,  Nossa  SeÉlioni  da  ¥Ml«{9bi^tt^ 

gamente,  Nossa  Senhora  da  Misericórdia). 
Díatrieto  adHiiDistnMvo  éé  S^bUftfai*^' 
Está  em  39«,42'  de  latitude --é'9«,Íl^M 

longitude.'"  '•:;>■    .:..»,'! 

'  A  líask  de  Briigailça  ápi^éá«i(iM  Hf  pHori 
qtie  tinhá>675W0Q  féií^úé  MdioMito,' ^6'tt 
dos  beWses,  Ntende  tudo  ba!»  ^fíOffíWHÍ 

O  iiKmi&ire^ft>íràl'd'èstá  vúrn;  melai  dadb 
péla  ttíma  D.  thereui,  flha-de  D.^Aftiáid 
Wsoitftd^,  etn- ttetf^  de  IM,  é  eânfimaãik 
por  mi  liòbrloího  («te  D.  théreza)  •^;Áfí6á- 
áo  it,  eth  Goihibra,  M  mei  de  iMfrett%h>  \iè 
ni7.  (láçò  iil  dè  F(rf(n^i  dMIgóê,  n:«  3;  fl.  % 
cdl.  l*--bnò lÁtíro  de  fàraes  áiififii»,áè  M^ 
Itera  Wtt,fl.  19, 1*1:  l^J    '  •  \ 

'D.  Manuel  Ihie  deu^M  novò,  <«nií  tiMdi^ 
a  e  de^  maid  de  15i9.  fX.^  dê  féaeê  ¥ím^^ 
Extremadura,  n.  l&S  t.;  coL  1**)         '  ^^ 

Tem  também  un^  ^mença,  dada  sobre  o 
foral  novo,  em  U df  ieaíerwQde  1530,  lan« 
cada  no  mesmo  Ihro  ^fome^novoa  da  Ex« 
tremadura,*a  ft.  186,'  còl.  1.» 

D.  Pedro  II.I|ia  cojD^àejfi  /fjral  notiuima, 
dado  em  Liij^*,  Á  G  de  jnibo^df  ^If  95.  (6av. 
3,  maço  4.*,  n.*  i.)>(  <   í^í 

É  das  poucas,  terras  do  continente  porta- 
guez,  que  t^  fj^^rál  nóyifsim/iu/  " 

Tem  por  braziex  4*41  foas  —  em  campa 
branco,  uma  agitia  negra,  entra  dois  eseui* 
dos  das  Quinas  ^rttigueías,  e  sobre  estes» 
de  um  lado  jqma,  estf^I^t,  è  doqutro,  um 
crescente.  Mas  as  armas  que  lhe  deu  Dl  The- 
Maa  (bque^aítída^ae  tMm  na  torre  dé^^.O.) 
sSò— Uma  agttía,''oom  as  azas  abertas;  t^ttdo 
ama  coroa  o9^cd|o^ye  fijusteoui^^  nas  gar^* 
raa  aa  Quinas  ponogMaii^   ^.  i   ..:      ..i.; 

Kaa  porias  4á  SaiOà^em^  wiV^  ainda 4d^ 
QUtrJ  escudo  d'arthas,  iptp  sip-^tí^  kjá^V 
eèctti^s  áfs  Qv^inaa  (eip  cruz»,  coipo  nas  ^ 
dias.reaes)DO  camo  aopevíar  da  di|reita«.iipi 
i^féscentcr-^e  ne  da  >eeqiierd»)  «sia  «stfislia^ 
e  poi^  baixo  das  Otttnas/tres  torr0fl;  se^ dá  A 
do  n^íQ  i9V9^haAx|L,.Rstas  arofa^  /fao.^iFO- 
príáis  é^  viila^  e  aa  prÂiueúii»  m  de  MMf^ 


mm 


m 


ttinb  feãtí^  ém  IftftcffpÇSot 


;,•■'■•••'•••     í    •     •  '•    «•       ■      ;    .'i"„'í  -'     -l 
ÀETERNIT.    SÀCR.    UIMACCLÀTISSIIIAS  COM» 

QNA  CUM,  GENERAL.  COlflTIIS  3E.,ET  REG^A,  , 

'  OTA  SUB  ■  'Almo  àthv  •rtíiBurAra a  puiticK' 

YOYIT:  AtQUB  DtSÍI>lAlt  AM  íff  iM^J^átl*  Tf^Tft- 
LASEM  Ú^liCVàli  A  ttimVrOBIfilKâU  PBaS<* 

«ERVATÃ  ^EBPKTVO  PEFEN^U^UM  lU^-*!;  * 
BIENTO  JFip^líAV^T.  VIVEREI  OT  FIETAS 
'  LUSITAK.  ÍBOC  VIVO  tAÍ>IDE  ilEMORI- 

ALE  PERENNE  EXARARI  KJ^t*  MM^.'  •  •  '* 

D.  João  IV  man^9u.0;am,'^t^ix)SkffU|^ 


I  f 


-fw  ,1  1   'i'»  ••.■U:t 


»i" 


'A  ímhÈ  D.  MaCllda,'  Bft]|]leFd^IX.  Âflétt 

«èM; ibpfflllhá 4é  AftèRléU 911,  cOfiflefdé^ 
MyjH'd6'HMiaUa,  é#»l>lMoèieitè,<'A1l0iiii!è 
em  lítW.  ¥hté  pifãc^  imu  t)OrtáiMlli, 
ttíb«'è$(iltt  èoÉi  áá  ated  <^tÍ)iMiaM;'«  é^ii^es- 
ti  cmiiMMhi^la^  4ft€f>i8ifl"ttéla  M^iHoti  % 
ifgttlàf  ]^  <o;'l)MfliK)  dtt  lftia*¥iffiif  d^Oafmft^. 
^MiM  i}tiê't>.TbctféMlti^a  ádMttdlaAffor^ 
ttid9á'6  dlseréta  dè  Pa)*ttigrt,  tib^ièètíle^  KII. 
tVíde  adiante;  úU  ^kfMIMicm^tmèmJ^ 

Depois  da  80iP)èfV)d«rs'  éindefe 
'      - '    :  á*l)tirêtti,'-ÍiArei  maia  alguns 

'"  '  ebdfireèiâletin^  com  respeito 

'   .  Maò^brazSòF'd'lírtiias  d'esta  viUa. 
Tinha  voto  em  côrtesj*  (sóm^ssento  no  ban- 

A  tillá  a'Otíi'etn  èsti  assente  sobf» ode^ 
sof  M  mt  alio  montei  |[)triittMkV  dè  áííB^ 
aecesso,  no  centro  de nm  extenstf  'bpfMkl^ 
dó  válie,  'séâ  oiinrá  al^iíéà  ^èl^ta^  pt^jí- 
ma;  o  qno  fáxejsia  po▼oâÇàé'9db^smáttefrà 
sánditel.  '•'  •    "  •»  <.    .■  •  ^■■-  .  '■  • 

'  !)^a(idi  M'a^istátòrA3»  M^tefrHoMés^tM^ 
tos  d*e9ta  província,  como  da  Beira  èAMti^ 
te]»;Téèm*sè  teip^áííldè  ti<èii  Msj^ddé,  ^ae 
sSor  jj  Gbidrbía,  Gnarda  «  #(MiIe«tiy«^«o 
^fiârtfaaâò,  e  (fa  pi^elAUaMAe^TitoMifar^ò 
t^,  á)s  serras  dá  Ati^11à'baii  IM^ó;  èj 
mitrae  mniUs  ãè  Énébéi^^ffMpòtiáftcftii    . 

Nèm  tim  sd  dod  eÉéKpf6^^*k|tíé  tMMhi 
a^edu  tilUr,  j^cdeMtm  BteedWir  k  ttali^^ 


'iMI«'ÍlltrdáftÍtei^crctom  Ibr^ili  i^s  seus  fnnda- 
^ere^/^BIèlfMliliWa  flllsél*'<)ite  era  nma  po- 
YOtt^  'i-IÉI^oHátfW  Kld'  ieálpo  dos  godos» 
«èoid  (>  útííàê^êtí  JàO^,  e'^êí^M^  èM  t)o-' 
«¥'«bsmol«f08,«iiíM«.íi'' »•*  "»'•"•' 
'''H90  d«i«<ío;«  é^tteátiM)  i^rtí^ave),  litte  )á 
inristítoe  nd  feoipo  dòs-([Odòi ;  nbs  \àe  cém 
JhMl'  otttrò^âM^,  pdi»  o  de  Ahdega»  é^hif- 
õMtíméúVé  arà[be--Abâ'-8|tii9'(pa«  dTEgáí) 
aitéi;  tomado  de  ált^iti  (fddd  qnèffósidáe^ 
AoMiá')^dvèá(ã9,  aé'át)tti'Vealdi8se. 
-  -'Nâflf 'sé  lèhcdblfàm  'knàis  iiotitsiasde  On^r 
Kmjftié  ho')iMiíò^idè'JÒ37;'s0tí0^lAQab>tô- 
mada  ao^ttfMtM^^t»^^!).'  mMiiMef  MagM. 
Tomoa  a  cahtr  em  poder  dos  mouros  até  ao 
ifthM  a^il^,  A6  4ti«íl,1^.  Affbttsd  l{0tort(|áes, 
Undof  ^  tèmildtt  L^l»*nò^ttflia^titeced«á- 
«^;'tOfMfeâ  èsfk^l^flílá^ad^^mdatod,  tínAk  dott 

o  nome  de  Âbdéóiíí9:'ÊmAÍ^9;Wo  W^i^do 
ilb«2r2:á7(l(a6a^l-^110  kitief  dé  £d^<!»>^i- 
t)a;b<irem,  bt^á,  ltèéi6Ra;<  Sôtit«è/mtí^«l, 

m^^  ein^^^érldflfe  pbrftíttieteá;  tbádo 
^l!Íâ  tottíMftk <àdi  1t)cftih)^;'<ifttiisí  todas  é«vaa 
pbi^óai^eÍ,^(flo  táAse»fs8Ímo  mbnke  dbs  tom* 
ÍíHt4ds,'D:'«ifiildfmPá;è8:  • '•  '  ^'-• 
'^  rà  X>ilt^iá''a't>iime(rá  tei¥à  ^oft^tugneta 
que  os  nossos  reis  deram  a  seus  filho»;  pofs 
qaè  0.  AffiímsoUetíriqtie»  a  doou;  pélòs'an- 
toos'deil88;k  Itia  flllfa,  araftt^if^òMo  en- 
tão se  denominavaih^oVa^  ás  Éhhs  d<Arr6i^) 

D.  fbereza;  cpie,  éomo'}â  idisse;  lhe  dett^fo* 
tal,  M  um  .<  'w-   '••...-.    , 

Sstá  sèíihorá  éasoú  émrt  I8ft, 
'^'^  conk  PMn^pie  d'A1»ábiá,'^>^(ftide 
'-'  '  '  deF%ín8res;  mas  ábiés^d*!»^ 
'    tinha  dado  asenhoHúdVsài 
.Tr.ft.i/  tíUa^^còttio  «Me  fleHsàáattfetf- 
te/á  ftmósá  Otlk^iflM^  de  (|ue 
idiattte  áe  trá^.  'Dépolrt,  por 
ahk  de  deecendeht4«,  tòltôQ 
á  coroa,  no  reinado  deD.  Sw* 
Hi<rf,  pelòs  annos  de  ISOO.  €a- 
sande«D:4àtfcbò  Or,'com  B.  Me- 
da Lofpes  dtlaf  ò,  flltta  de  D. 
lòpo  DfáH  tt%irb,  aenhor  de 
'    Bficaiii,  dèii  a  éua  dulher  (pe- 

\  No  final  d>ste  artigo  lér-se-hà  mats  ai- 
gitína  toite  à  este  iKi^Biter.  • 


« t-ii 


/... 


!i  «i*;  «.  1. 


m 


mtk 


. ,  d'Oi}reai.  OTid^iDAnof  inptí^ 

d^QufWKpg^  4(0  ál^tifi  wrtigoy) 

o  fundador  do  8ea.c#ft«Uo,  lorreffi^.moMr 
Iha^.m^s  pareee  nulisA^lT4Tel,qq^.Q8..ía'a• 
Iwi^aUeodendp  á  impfurunoto  wítWu.  d*iOftr 
t»  ponto*- já  o  tíYemm  forúflei|4Pi  ft  4m  f>' 
Aftmo  I>  86ii|on|e  o  f  efidiQ({4|Mi  aniitoEir 
4p  Mjqoroa  da  cirof^fHiq^Iaii^Q:  .iqesipo  port 
que,  daodo  aa  bU^puif^,  baatai^td  imfpFtapr 
cia>á  tomada  d'6ata,pqvxM|^,  {^)r  D.  or- 
nando JfagQO,.DÍo  1^'a  da^fUm, 4e jçprtoaf 
fosae  noMk  t«qr»atwrfA«i«4af6iiu  .. 

Marav;i  ii'08til.viUa  um  ftdatgdk:etuo»4p 
JieriDigio  GoBçaWos,  que,  pfl^  an^  (orgaf 
j|M?r^al^a9»  e  pelo  aeu  .arniy>  noa  ç^QjinUatof^ 
«ra  cognominado  o  ,/u^fa^«  i,  , .., 
.  l^ate  ctvalleirp,  deppis  d^  mj|. acedei. d^ 
bravurfi,  morrea  i^a  glorioaar^atalb^de  3^ 
do  jolho  d^  ii39»  noa.  campos  dlQvnqaê,  , 

f icqa-lbe  nm  fiJhp^  ^  fi^^e.  t ,  tjú)  corar 
Joaocomo  seu  pae»  por  nome^/r^fi^/o  ^; 
miguup  e  por  autononuaU— :0  Í)r(V4-lf/m- 
n»  —  cavalleíro  tmjdarj^  o  iiinfdQ8  4naif 
bdlo^  e  elefan^.  Adatgf^ .  ^n  foijlf  dá,  D. 

A  eaus  qui^lidadea  juoti|Ta  tan^^epii  i^.^ 
aer  nip,  do^  melhoreaí  poetai  d*aqiieUe  tem.- 
porrapexar  da  aer  wgp-  / 

.^t^va  em  Liibp^  com^oil,rp8  caT^Mroa 
joTona,  que  resolveram  fa£er'iHÍMt^sv|f preza 
fPf  imvxfifk  A*  Alcácer,  do.  |^. 

Atf aveasaudp  o  Jlfjf)^  jdi^ye^barcaram  em 
Almadi»  UA  noite  qp(;,pp^codía  o  dia  de  S. 
ÍM/o  Qaptiat^  dp  anpo,  áfi  l\ÍSS,  e  se  foram 
.ejoaboacai*  prof  ifpo  4?»  TiUa  ,4* Alcácer. 
.  Pela  i9^^g|tda^  s^iúra^  ^s  mouros,  sem 
arfna^;  e  as  moqra^  sçjm  o.  mínimo  receio, 
em  (prmosa  e  alegre  cavalgou,  por  aqueUea 

Então  os  christSes,  ^ii)do  inopinada- 

ja^njíe  do  sei^  escoi^deTijP»  dap  sobre  os  aga- 

rpní^fiy,  nos  quaef  fM/àO/í  \\rs\2^  horrorosa  car- 

.qíacina,  e  pa  que  e9Cfy[>araif  ao  montante 

^4os  templarioa»  .ficaram,  çaptiros. 

As  doDzellas  cabiram  todas  em  poder  dos 
cbrislaos.   .  , .  ^        <   . ,    /  i 

Entre  todas,  se  d^tíoguU  pela  su^.d^- 


InaOypante  fprmoinrat  ^  pda  Jifi)f»za  dos 
seus  vestidos,  a  Jom  í^^^ma  (im  ^rtu; 
guez  —  Fátima)  filha  de  um  nobre  alcaide 


Qtiando  óS  portnguezes  tralairam  de  em* 
barcar  ps  captivos^  para  os  conduzir,  a  Lis- 
boa, aáe  da  praça  an^  Jnsido  esquadrão  de 
meoros,  que  atacaram*  os  christios,  e  ape- 
zar'da  desesperada  resfsteneía  d*este9,  con- 
seguem libertar  todos  os  seus  que  estavam 
aind^  em  Âecm 

Gonçalo  Hennigues,  que  apenas  vira  Fa- 
tíma,  fleára  perdido  de  amores  por  ella, 
viu-a  fugir  a  toda  a  brida  na  garupa  do  ca- 
TalHii  de  um  jòren  mouro. 

Gonçalo,  cego  dè  furor,  mette  esporas  a« 
cavallo,  cabe  no  meio  dos  mouros,  mata  o 
qnu^  levava  Fatlpiar  ronba  «atai  e  ga^l|ai»do 
aipraiei  dA  ordem.  dQ  vetírada»  atrA^esia  9 
lEfjo».  6  v4a .  cem  a  aua  pr^a.  para  SaM- 
repK  ondeentào  ps^va.D,  AlTonso.I,.  que 
awio  Ibe  louvoo  este  ^0  de.  bravjuiai 

moaccéitoo  dasdiespojos  docpmbaít^.ae- 
nâo.aaoa  fomsosa  moura» 0  epm  tanlo ex- 
uremp,  a  avipn, .^e  copsegaiu  meram^ 
4'elli^  a  pputo  de  ^Í9U'a^  a.reUgiio  4e  M^- 
IpQBi^  e  regenerar-se  na^  aguas  do  baptíamo; 
no.qoal  tomou  (xnoqia  4^  úurpofia  (o]^  Ort^- 

.  tJfpa  ampstni  de  yersos  fei- 
toa  PPT  Gonçalo  a  sua  esposa, 

.Mm  PO  xol  3.vpag.  «67,  d'e8. 

{  ,..  .  ..,ta.abra^ 

Poucos  annos,  porém,  durou  a  feliç;|4^ 
dos  dois  esposos.  Onriana  adoece  perigosa* 
jfmVe,  e  nem .  todos  ps  cariobps  e  extremos 
4e  :Traga-MowrOAi<»  livr^ain  de  om:^  mprte 
prepoatnra.  •  •  . 

.  F^  i^  profundo  e  tao  «lipçero  o  pesar  do 
çil^udleirp^.qne^  rejOOftúíandp  ao  mundo,  ibo 
metteu  frade,  no  mosteiro  d^AlcohiW^  ,ao 
Wal  legou  ia  ptaipr,  parte  4AjBaa  avultada 
jlíflieza. 

; ,  J^ntra  as.  propried^^oa  que  doou  aoe  mon« 
a^V  iu)Ma  uin%  Q  l^ilometroi  a  0.  de  Ou- 
rem <para  onfeell^  ç^i^duslra  Fátima)  em 
pm  sítio êolitanOffCblOiqiadp  BiMrA.da  Qm» 
uiçâo^fi  ;a*el(a  m^n^oa  q  D.  abba4e  fundar 
Wll  mo^ro  -àt  sna  ord^qiÇíater)  ipan- 
.daiado  para  alU  o.  ly oprip  frei.  Gpnçflo  lier; 


em 

migues,'  eom  flÉáte  tinto  h^Q^/  qoe  prihet- 
piaram  á  fiitiiai{Ío  a  S3^  Jtilho  dè  ÍI7f, 
dando  ao  iiiosteiro  ai  ioVoeaçSo  de  Sanêa  Ha- 
Ha  dos  Tamarães,  e  ao  sitio  o  nome  de  Ft(^ 
ima.  ( Vol.  !•,  pag.  I?5í,  col.  f  .■) 
'  D.  Aflbnso  Henriques  deu  grandes  -estaoo- 
las  para  ajada  da  obra,  pela  grande  áínísar- 
de  qae  tinha  a  frei  Gonçalo,  e  coaton  todas 
as  terras  do  mosteiro,  com  grandes  prlt^e- 
gios. 

Este  rnosteiro  existia  eomo  commnnida* 
de  religiosa  até  ao  prlnei^lio  do  secnlo  XYII, 
sendo  então  nnído  ao  eoliegiõ  de  S.  Bernar* 
do,  de  Coimbra,  eom  todas  as  suas  rendas, 
deixando  aií  apenas  nm  frade  enm  leigo, 
aqaelle  para  dizer  missa  ao  povo  e  este  'pa* 
ra  cuidai'  da  egreja  e  ajudar  á  missa. 

ITelle  foi  enterrado  frei  Gonçalo  e  yarios 
tnobges  que  aqu^  viteram  e  morreram.' 

Ainda  a>sie  sitio' se  dá  o  nome  de  Casaei 
da  Ahbádia,  e  ainda  existe  a  egreja  e  casas 
que  foram  eelléiros  dé  Aleoba^a. 

Houve  por  mnllos  aníios  aqui  nmki  foirâ, ' 
a  4  de  agosto,  qnp,  em  i759  se  mndoti  pa- 
ra o  logar  de  Santo  Antmiú  das  Caixarias^ 
(que  é  nm  ponco  mais  abaixo)  em  razio  de 
se  apertar  o  terreno  da  antiga  feira,  eom  a 
cultivação  que  n*elle  se  tét, 

E'  n*este  logar  das  Caixarias,  a  20.*  esta* 
'ção  do  caminlio  de  ferro  do  N.  (Vide  Cacha- 
ria, vol.  t,\  pag.  t5,  col.  i.«) 

O  padre  Carvalho,  na  soa 
Chorographia  Portuguezaf  c<Mh 
ta  o  caso  de  diverso  modo. 

Diz  que  Ouriana,  vfndo  a 
ficar  viuva,  se  fez  freira  ber- 
narda,  fundando  um  mosteiro 
de  monjas  da  sua  ordem,  no 
termo  de  Ourem,  e  no  sitio 
dos  Tamarães,  do  qual  oao 
existem  outros  vestígios  mais 
do  que  uma  quinta  d'este  !!•- 
me. 

A  1."  opinião  é  a  mais  se- 
guida, e  supponho  que  a  ver- 
dadeira. 
£'  tradição  que  D.  Thereza,  i.*  senhora 
donatária  d*Ourem,  por  ser  muito  amiga  de 
Oureana,  é  que  mudou  o  nome  de  Abdegaa, 
impondo-lhe  o  de  Ourem;  mas  isto  oflfere» 


otm 


sir 


(A  siial  dbvMM,  pol^qoé,  enfio  podeffUehâ* 
mar- lhe  mesmo  Omroȇ!la. 

Ha  porém  qtSím  diga  que^  Ourém  é  ama 
esj^iede  dMttnrfUvo  eáríáhoso  deOorea* 
na,'eòmò^J^f,pcif  Manuel-^J^éò^,  por  2sa« 
bM^JWitei,  por  Emitia,  tste. 
'  O  que  è  eehd  é  èhàtaa^9e  Abdegas  wíiU 
giLtttéiitè.  'D.nereta;  t.«  sebtiora  d'etta  Víl- 
la,  dif  na  dòfl0o  dóespiHtcúilâ*eUa,  que  fes 
a  Santa  Cruz  de  Goiinbra-*><fo  ecelesiastko 
dè  Aareh,  jtií  ^hds  ASbdegas  vocaJbaítar. 


*  k  villa  èstà  toda  eereada  de  muralhas,  e 
tinha  um  postigo  ao  N.,  chamado  da  Sé  (pôr 
estar  protirào  i  íkèhada  denm  templo  as- 
sim denominado)  do  qual  (postigo)  ha  mui* 
tosannos  não  existem  vestigios*-e  duas  por- 
tas príneipaes—uma  a  E.,  chamada  da  Ftf- 
íh,  eom  dois  arcos,  próximos  um  de  «utro, 
mas  o  exterior  já  não  existe  &  —  outra  ao 
S.O.,  denominada  de  Stntarem.  Abaixo  d'es^ 
ta  porta,  havia  outra,  encostada  a  um  re- 
velím. 

A  cavalieiro  da  povoação,  se  erguia  o  ma- 
gêstoso  e  outrora  célebre  castellQ,  ficando- 
lhe  aoS.  uma  formosa  esplanada,  que  ser- 
viu de  praça  doarmos,  no  alto  oume  do 
monte,  cercada  de  muralhas,  com  uma  por- 
ta ao  te.,  defendida  por  um  revellm,  o  que 
tudo  ainda  existe;  mas  em  ruínas. 

Fica-lhe  em  frente  uma  torre,  e  para  o 
lado  direito,  uma  vasta  planicie,  cercando  o 
monte,  que  também  fbi  cercado  de  nraOra* 
lhas,  das  qúaes  ainda  ha  restos. 

Edtficou-se  depois  aqui  uma  egteja,  dedi- 
cada a  S.  Thiago,  que  foi  matriz  de  uma  fre- 
guezia. 

D'e8ta  egréja  não  existe  hoje  senão  o  no- 
íne  de  largo  de  S.  Thiago,  imposto  ao  sitio 
onde  ella  esteve. 

A  arte  e  a  natureza,  fizeram  de  Ourem 

*  Foi  demolida  durante  a  guerra  civil  de 
i832  a  1834,  para  se  fazerem  novas  forilA- 
caçdes;  mas  já  então  não  existia  senio  uma 
hombreira,  encostada  à  muralha»  junto  do 
reveiim. 

No  fim  da  ffuerra,  arrazaram-se  todas  as 
recentes  fortificações,  mas  não  se  repararam 
aé  antigas. 


9ia 


fm 


po8  da  nossa  mom^rçJUfif.  •    • ;    .. 

Jfêo  foi  fi^  P^  Affonpp  QaqríiivieSi.fQi  tfm- 
]Qiimr8»01ha».  );^  Ttiemii^  ^9i.  94)e9iiM4far 
rai»  ^m  tomar  q^u  pi^^  tni^BQnqoMtay^tl 
de  modo  que,  de840  M^»  ^^  fP^  ^^  ^^* 
gllAda  do;poder4o8iQ(MiiV)9»  WDçaR)»^ 
twDoa  i^  pterdffrxopo  ^coftí^wk  4*i9QitrM 
niui^8,.que  por  muitas  yi^zes  .9a:i^i^9(ran 
aperdUm altarnati¥9iB^te^  [    ;..'>. 

O9  mourçs  teoiiam  (j^ito  #«ta  fortalmi  quB 
o  Miramolím,  imperador  de  Marrocos,  aja> 
dado  por  Albujaque  e  outros  emires,  vindo 
eo.m  UQk  t^m^r/09Q  exeir^ito  sotoe  Portugal, 
eu^  lt85,  vadepu  ^  Tçjo»  ,çahii)LSo|)|*/9  ToKr^ 
N«vas,.que  34^qiieoi]^.e  destruiu»  :arr4zando- 
Ihe.p  eastello  -*< e»  ftem  80  AMeyer  a  atacar 
Ourem,  vae  pôr  cerco  ^  SaplArem,  op4e.i^ 
aiel^ava  oprinpipe  D.:Sauçho.(depo)s.i.'')-r 
Ddfks  aUi  eacputrçu  a  sua.  tptal  ri^ina;  por^ 
<me  D^  AÍToQso  Heoriques  ms^ou  logo  49 
Coimbra  091  defeza  de  seu  filho,  e  tãofario^ 
flo  ataque  deram  aps  couros,  a  iO  de  Julho 
à*esse  anno,  que  o  Miramolim  morreu  no 
fiomhal^e  e  <>  seu  exercito  ficpfi  ;^fiquiIado, 
deixando  em  >pqder  doa  veoced^^es,  riquUr ' 
aimos  d/BspojoSj  fructo  das  suas  rapinas. 

Tem -seis  tçrre^  que.  tpdas  se  cominuni< 
ofoik  por  gjderias  subterrâneas/  temjio  a  xú, 
tjma  destas  torres,  que  fica  no  ponto,  mais 
baixo  das  fortificações,  do  ladq  do  E^  mpa 
esmd^ria  de  içiu^erosos  degrajus  (hoje  entu- 
lhados) que,  eip  caso  de  perigo,  dava  saida 
piMta  p  sitio  de  VaUe-Bimi  que  fica  ao  so- 
pé do  monte,  para  o  lado  do  Sul 

D*este  mesmo  lado,  entre  aa  duas  ultimas 
4oixes,  aiuda  existei  a  porta  da  traição. 

Em  i384,  era  alcaide-mór  de  Ourem,  ò 
oonde  de  BarceJlos,  D.  Affonso  TeUes  de  Me- ' 
nezes  (irmão  de  D.  Leonor,  viuva  de  D.  Fer- 
nando I)  que  tomou  q  partido  de  D.  João  I,' 
de  Gastella,  contra  o  Mestre  éPAviz. 

D.  Lopo  Pias  4e  Souza,  S.^"  mestre  da  or-' 
âemi  de  Chrísto  (primo  de  D.  Beatriz,  rainha^e 
Gastelia,  e  mulher  de  D.  João  I)  que  seguia. 
o  partido  nacional,  veiu  com  os  âeús  caval- 
leíTOU  /|  Ourem,  na  intenção  de  persuadir  o 
alpaide  (que  erpt  seu  tio)  a  abandonar  o  par- 
tido de  Gastella;  porém  D.  Affoaso  lhe  fo- 


Mm 

cbxm^p  portaa„KiM|o^  D»  DiçgOi  indignadai 
epeiV>u>s  mi^rattii»  a.enfroni  nii  vjllji^ 
.  Q  alcaide,  fôgin,  e  foi.  nnip-se  aos  ea»ter 
lh3pa%  deixando;  dois  filhos  em  pofer  de  D* 
Lopo,  e  este  reduzi]pi»  o  povo  e  guamiçãq 
aA.partido  do.  Bleatre-- iato  é— ao  partido 

.Ao  qopé  domonte,  se  eaíende um  exten- 
so e  fértil  valle,  correndo  per  elle,  de  N«.pa- 
ra  B.,  a  ribeira  de  Ourem,  que  nasce  exjà  trez 
pequenos  valias,  e  em  uma  grande  fonte» 
qu^  ^^  no  logar  de  Azambujal  (oQde  nas- 
oeu  e  SQ  creou  a  ditosa  serva  de  Deus,  The- 
resa»  de  <eae  adiante  »^  trata)  4  9  kilometroe 
zfi\0.  da  villa. 

Em  uma  vasta  planície  que  ha  n'este  si- 
tio,. jCibamada,  Mtej^en,  acampou,  em  uma 
6.*  foifa,  ii  de  ago^  de  138^  D.  João  I  de 
P4)rtufa]>  e  ofii^nto  eondestavel,  D.  Nuno  Al- 
varez Pereira,  çom  o  seu  exercito,  vindo  de 
Thomar,  par^  darem  a  gloriosa  batalha  de 
Attubarrota»  tr^a  diaa  deppis. 

Jtfisa  a  tradição,  que  --quando  o  exerci'» 
to  portuguaz  aqui  estava  acampado,  sahia 
4aa  nattas  visnibas  (hoje  cultiv^uJLas)  que 
estavam  próximas  a  Alvejar^,  ao  pé  da  egre- 
ja  de  Nossa  Seiíbora  do  Amparo,  do  logar 
da  Mêlr$eira  (do  sitio  ainda  hoje  chamado 
Moita  do  Oime)  um  grande  veado,  a  correr 
por  entre  os  soldados,*  que  o  perseguiam, 
sem  iqueo  podeasem  matar,  e  se  foi  metter 
M  barraea.do  rei,  que  o  nae  deixou  offen- 

^  D.  Lopo  Dias  de  Souza^  8.«  mestre  da  or- 
dem de  Cpristo,  era  filho  de  D.  Álvaro  Diaa 
de  Souza,  i.*  marido  da  infeliz  D.  Maria 
Telles  de  Menezes,  assassinada  em  Coimbra, 
no  dia  Jt8  de  novembro  de  1377,  por  sen  2.« 
marido,  o  infante.  D.  João,  filho  de  D.  Pe- 
dro I  e  de  D.  Ignez  de  Castro.  (VoL  2.%  pag* 
322,  coL  !.•) 

O  povo  d'Oarem  era  pelo  Mestre  d'Avíz, 
4t  secundou  a.empceza  de  D.  Lopo;  mas 
nem  por  isso  deixa  de  ser  glorioso  o  feito 
d*6ste  cavalleiro,  que  antepoz  aos  laços  de 
sangue,  os  fnteresses  da  pátria. 

Gomo  n'esse  .tempo  ainda  estavam  por 
Gastella  as  praças  de  Leiria;  Torres  Novas 
è  Santarém,  o  Mestre  d*Aviz  exultou  com  a 
posse  d'Ourem,  então  inexpugnável.  Também 
era  importantíssimo  o  ter  atrahido  á  sua 
eausa,  o  mestre  de  Ghristo,  um  dos  maio* 
«es  fidalgos  do  reino. 


0m 

Depois  da  Tíctoria  de  Aljabarrou  '  vol- 
Xòn  áqQi'o'eondes(Àvdl,  logo  no  dialSfi^ex- 
~fisi  feira),  a  dar  grà(as  a  Rossa  Senhora  da 
Paríficaçao^  de  Gélça,  qne  6  qnasi  no  fim  dk 
ribeira  de  Onrem,  (T  kilometros  a  E.  d*eáia 
yilla,  onde  consta  ]^or  tradição,  ter  sido  b 
aasento  da  cidade  de  Célio  (vol.  1^  pâg.'226, 
■|>  eol.,  no  flnji)  dos  romanos,  e  éceriò  te- 
rem«sé  aqui  abh^do^nitos  vestígios  de  uma 
^ande  povo2^^^ 

A  jornada  do  ccfndéstavel  a  eMa  egré)a 
íoi,  jpara  culh[^rir  o  Voto  que  havia  feito  à 
Santíssima  Virgem  (quando  aqui  passou 
con^  o  exercito)  de  vif  em*^oIémne']N)ma'ffa, 
(Sar-lhe  graças  pela  victoria,  se  a  alcan- 


IW 


m 


Também^  pelo  mesmo  motivo,  ia  a  esta 
ègreja,  tbdós  os  ánnosj  o  senado  da  camará, 

'  com  o  cabido  da  real  e  insigne  collegiada, 
e  povo  d*Oarem,  na  ).*  oitava  da  Paschoa 
da  Ressurreição,  ou  na  do  Espirito  Santo  (se| 
no  i*  dia  havia  embaraço)  tributar  as  mesh 
ma?  graças  áquella  Senhora,  em  procissão; 

*  havendo  então  missa  cantada,  sermão  e  ou- 
tras sòlemnidades. 
.  Quando  D.  Nuno,  na  jornada  de  Aljnbar- 

.  rota  para  Ceiça,  passou  pelos  valles  de  Cal^ 

'  ca- Terra— caminho  fragoso,  por  entre  ele- 
vados montes,  cobertos  de  mattos,  a  6  kilo- 
mètros  d'Ourem^ouviu  uns  tristíssimos  ge- 
midos, por  entre  umas  brenhas. 
'  Dirigiu-se  ao  sitio,  e  foi  achar  um  caste- 
lhano (que  escapara  perigosamente  ferido 
jía  batalha  d^Âljubarrota)  nos  braços  de  sua 
mulher. 

Mandou  desmontar  um  dos  seus  creados, 
e  coUocár  o  ferido,  com  as  maiores  precau- 

.  1  N'estQ  acampamento  estava  também  o 
grande  doutor,  João  das  Regras  (que  tinha 
então  61  annos  de  idade)  militando  nas  filei- 
ras populares. 

Sua  filha,  D.  Branca,  era  mulher  de  D. 
AffoDso  de  Òascaes,  filho  bastardo  do  infan- 
te D.  João,  filho  de  D.  Pedro  I  e  de  D.  Ignes 
de  Castro. 

^'Pretendem  algtms  que  Aljubarrota  erat 
«mtxidad»  romana  eom  o  nome  de  Dmju; 
porém  ^  maia  provável,  aoe  (osae  Ammcm. 
Vide  Runa. 


4^  «ai^d^  e  a  l#vjpu  »tíi  á  peqneqa 
Jlldeia  ^0  PédjéUa,^uiidepoif /MfChi|i||oa  Ak 
deia  4a  Cruz  (hoje  Villa  Nova  d^Qurm)  na 
xíNnt  (Qgo.a]^x9,fdo  «Donte  d*Onrem; 
j9undai)4Q«f  M,  corac.  i 
.  ReiCQperçiu  a  a^uda  q  caata)hano,  e  D.  Nu-^ 
;II9  lhe  maiMlAa  aU  fazer  caaas  para  habitar 
com  sua  mulher,  junto  do  mesmo  logar,  a 
£.,  4*aqui^a. ainda  1^^  v^sligios»  e  j4fda 
ao  ffitio  Qn4e  ^Uaa  eiciatiram  aa  dá  o  nome 
de  GaseUa,  e  seaa  filhos  toof^r^m  o  appel* 
lido  de  Castelhanos. 

Também, consta  por  tradição,  ipie  ii*esta 
jornada  do  condestavel,  chegando  a  om  aitjo 
boje  cha^^do  Beffoto^  entre  Oorem  e  Aldeia 
da  Cruz,  e  próximo  ao  rio  ^pj^  oorre  peio 
meio  da  ribeira--no sitia  ondaae dividem 
as  estradas  para  a  Charneca  e  a  vi^la-*-teve 
a  noticia  de  estar  mortalonente  ferido^  aea 
irmão,  Pedra  Alvares  Pereira»  que  tinha  to* 
QOado  o  partido  de  D<  João.I  de  Castella.  , 

Confirmada  depoiii  esta  noticia»  mandou 
faser  suffragios  por  alma  do  irmão  que  em 
vida^  linha  combatido;  e  determinou  quf  no 
Mtio  do  Regato,  onde  tivera  a  i.*  noticia,  se 
^^caase,  para  memoria,  umd  orux.   .     i 

JBsta  cruz,  por  varias  vezes  cahiu  e  foi,ra- 
conatruida»  porém  d'ella  só  bcje  existe  o  pa- 
dental, 

D'esta  cruz  provem  o  nome  de  AMeia  da 
Cruz  a  actual  villa  de  ViU^i  Nova  de  Gi- 
rem. 

Junto  ao  pedestal,  existem  as  minas  de 
uma  easa,  que  consta  ler  en^  uma  estala- 
gem,  onde  pousou  D.  Nuno,  e  onde  lhe  de- 
ram a  noticia  de  seu  irmão. 

Era  coatnme  arvorar-«6  aqui  a  craz  da  col- 
tegiada,  pôr-ae.  o  cabido,  da  .mesma  em  há- 
bitos canonicaes»  6  caator  um  reepoaso  pela 
alma  do  tal  Pedro  Alvares  Pereira,  com  as- 
sistência da  camará  e  po^,  que  vão  cum- 
prir o  voto  á 'Senhora  da  Ceiça. 

Voliando  o  condestaval  da  romarta,  no 
mesmo  dia  tomou  posse  do  senhorio  d*Oa- 
rein«  de  que  D.  João  I  lhe  tinha  feito  mercê. 
.No  dia  seguinte  (i9  d*agosto)  se  foi. para  o 
sitio  hqfe  chamado  SSo  Jor(ji0^:  em  .cujo  togar 
esteve  a  bandeira  real,  no  dia  da  batalha»  e 
alli  mandou  edificar  uma  capelia  com  a  in- 
vocação de  Nossa  Senhora  dà  Victoria,  e  de 


m 


ÓlSft 


8.  Xorge^  por  ser  este  éaifto  tomaâo  eomd  p%* 
làroétro  de  Portogal,  dedde  a  baUlha  âe  Ah 
}Qbarrota.  '' 

'     Até  ahl/  erá  nOMÒ  padtocf- 

ro,  o  apostola  9.  Tbiago;  mas 

como  o  era  támbem  dos  easte- 

'^  Rianos,  os  nossos  aeelamaratíi 

S.  Jorge. 

Depois  de  feito  o  mosteiro  de  Nossa  Se- 
nhora da  Yietoria^  da  Batalha,  sá  se  dá  a  es- 
ta eapella  otVtnlo  do  sea  2.*  padroeira. 

A  eavallaria  dos  castelhanos  qne  poadé 
escapar  de  Aljubarrota,  retirou  sobre  Oa- 
retn,  onde  moitos  foram  mortos  òti  prisio- 
neiros,  bíodo  acabar  o  resto  ao  já  referido 
logfàr  de  Pédéila. 

No  dia  20  do  mesmo  mez  de  agosto,  fbi 
D.  João  f  e  o  condestayel  para  Santarém,  on- 
de o  rei  logo  lhe  deu  o  litnlo  de  teonde  de 
Ourem,  em  premio  da  sua  íideTidsde,  e  da 
sua  bravura  em  Aljubarrota  ^continuando 
este  titula  em  seus  successores  (á'  casa  de 
Bragança)  até  hoje. 

Tere  também  o  mesmo  titulo,  D/ Pedro, 
5.*  condéstavel,  filho  do  infante  regente,  D. 
Pedro  (o  d' Alfarrobeira),  por  carta  de  7  de 
Janeiro  de  1413.  Foi  este  D.  Pedro  (o  5:''  con- 
déstavel) que  mandou,  por  o  sen  ouvidor, 
fazer  a  fonte  chamada  dos  Cavallos,  na  cal- 
çada que  fica  por  baixo  das  portas  daiVilla. 
ITeste  chafariz  havia  a  inscripçlo^seguiote 
(que  já  não  existe). 

BSTA  OBBA  MANDOU  FAZBR,  FJSRnIo  BOIS, 

OUVIOOB  DO  CX)NDESTÀV£L,  NO  ANNO  D£ 

1459.  A  QUAL  FEZ  POB  SEO  MANDADO. 

Abaixo  â'e8te  chafariz  está  o  mosteiro  de 
Santo  António,  que  foi  de  capuchinhos^  da 
provincia  da  Sotodade,  cuja  fundação  prin- 
cipiou em  1600^  pelos  irmãos  da  conAraría 
de  Santo  António,  de  Ourem,  concorrendo 
também  com  avultadas  esmolas,  D.  Theodo- 
sio,  7.«  duque  de  Bragança,  que  fieoU  sendo 
sen  padroeiro;  passando  este  padroado  para 
a  cor6a,  desde  o  l.«  de  dezembro  de  1640. 

D.  João  y,  mandou  em  1749  reconstruir 
OGÔro  e  frontispicio  da  egreja,  no  qual  está 
a  seguinte  inscripção: 

MIRARE^  TAM  DIVES  OPUS  DUM  SUSPICIS,  ET 
QUO  PAUPEHTAS  TAM  DIUTURNA  VIGETI 


í 


Ttíàk  kirdm;  Qúmrf  iiA\à«iT&è  cEt:sA  i^ktiki 

DIVES,  AUGU8TUM  GOHDmiT  I8TUD  O^JS^  '1 

Isto  é— Gausar-te-ba  a,dmiração,  vet  mnfk 
obra  lao  rica,  ondç  se  profeâs^  pobreza  pec* 
petua ;  porépa  nap  é  p^ra  ^dmirar^  sabenda 
quo^a  excelsa  mag^stade  j^e  D.  João  Y,  man- 
dou fazer  esta  ríc^  é.primorosa  obra. 

Tem  este  mosteiro  uma  excellente  arco, 
com  abundância  d^agyas.  Unida  á  egreja  ha 
outra,  mandada  construijr  pela  3.*  ordem  qa 
penitencia,  cuja  primeira  pedra  foi  lançada 
no  dia  11  de  ouio^ro  de  17o3,  pelo  sar^en- 
to-mór  Luiz  Leit^  Pereira  Homem  de  Ma* 
ÇiAlhaes,  da  quinta  de  S,  Gens^  como  minU* 
ixçf  da  piesma  ordem. 

.  £ste  ca;vàlhelro  (que  íinlu 
uma  formósissíma  caliigra* 
phia)  escri^veu  um  livra, cu- 
riosíssimo da  historia  de  'Ou- 

rem  —  intitulado  —  Memorias 

•» 

da  antiquíssima  villa  d*Ourem 
—  que  ainda  esta  inédita'  , 

Á  generosidade  e  benevolên- 
cia do  digno  e  iliuslrado  prior 
de  Bucellas,  o  R."'<'  Sr.  Josá 
Cipriano  de  Qorga  (natural 
de  Ourem)j  devo  o  ineâiimavei 
obzequio  de  me  emprestar  este 
precioso  manuscripto,  do  qual 
extrahi  quasi  tudo  quanto  digo 
d*Ourem.  Receba  o  sr.  Prior  ss 
meus  cordiajissimos  agrá^eci- 
.  mentos;  pois  que — se  não  ^os- 
so o  seo^  cavai heiriámo,  hiria 
muito  imperfeito  este  artigo. 
Assistiu  á  ceremonia  (do  lançamento 'da 
1.*  pedra)  o  padre-mestre-commissarip  da 
ordem,  frei  Thomaz  de  Coimbra,  que  fez  as 
rezas  do  estylo  e  lhe  lançou  a  benção,  asais* 
tido  dos  religiosos  do  moiíteiro  e  dus  Irmãos 
da  mesa  e  communidade.  Tem,  nà  fachada, 
esta  iiscripção: 

TE&TIUS  HOC  TEMPLUM  FRANaSCO  CaNSECAiT 

ORDO;  TERTIUS;  AST  PRIMUS  FULGET 

AkO^lE  PATRIS. 

Isto  é  —  É  este  templo  consagrado  a  Sao 
Frasciseo,  pela  ordem  terceira;  sendo  po- 
rém a  terceira,  no  amor  para  com  este  pa» 
triarcha  é  a  prlmeinu 


OUB 

Bstâ  osdem  tinha  sido  «reota  boi  t  dTâgos- 
to.  d»<i684,  pelo  pnoieiro  eommiflsam^  o  3ir* 
taoao  patro,  fm  José  de  GoimlNra»  rdfgtOM 
d%Blo  mosteiro;:  que  depoU  foi  para  o  Vara* 
tojo,  6  vindo  de  lá  em  missão  a  esta  villa^  fai* 
leeeir  Do.aeu  mosteiro  d*Ourem^  eotaii  fama 
do  nato,  em  17  de  setembro  de  Í684L 
•  fiallecendo  o  referido  sansento^mór,'  sem 
deaoendentae,  acabou  também  esta  ordem 
terceira. 

Lo0O  abaixo  d'este  mosteiro,  ila  estrada 
que  desce  para  a  ponte  daComícIottra,  es- 
tore «até  i800,  a  fimte  éo$  Namorados,  fora 
do  portão  da  qainu*  também  chamada  dos 
Namorados,  qae  depois  foi  do  capitao-m6r, 
António  Gastellino,  tendo  sobre  a  bica,  esta 
inscripçao: 

ISTA^OBXa  MANDOU  TASBR,  VIDAL  HOlffiM,  •• 
Á'  COSTA.  DO  POVO,  NO  ANNO  DE  1571. 

]>'esta  fonte  )á  nem  vestígios  existem;  por 
qne  o  tal  capitãomór  a  ronboa  ao  povo; 
apropriando-se  da  sua  agua,  para  a  qninta 
eontigaa. 

Na  extensa  platoicie  áosAlv^'áre8,  de  que 
já  fallei,  existia  a  antiga  capelia  do  martyr 
S.  Sebastião,  entre  a  corrente  dos  dois  rios, 
um  que  vem  da  Silveira,  trazendo  as  aguas 
da  fonte  do  Azambtijal,  de  que  também  já 
fallei,  e  que  fica  ao  S.-^utro,  dos  vaiiés  de 
Galea-I^rra,  que  fica  a  O.;  os  quaes  se  jun» 
tam  passada  a  capelia. 

Esta  foi  demolida,  para  no  mesmo  local 
se  edificar  a  egreja  matriz  da  fregnezia.  ^ 

Distante  d'esta  egreja,  uns  800  metros  ao 
S.,  ha  uma  elevação  hoje  chamada  Mangar- 
reira,  e  antigamente  Má-Carreira. 

DeU'Se-lhe  este  nome,  porque  toda  a  caça 
que  n*elle  embocava,  era  perdida  para  os 
caçaderes,  por  se  esconder  entre  a  matta  de 
aroeiras  e  os  brejos  que  então  aqui  ha- 
via. 

N*este  sitio  havia  uma  qualidade  prodi- 
giosa de  pedras,  singularissimas  pelo  seu 
feitio,  cores  e  brilho,  compostas  provável* 

^  Os  francezes  incendiaram  esta  capelia 
em  1810.  Depois  é  que  se  acabou  de  demo- 
lir, para  se  edificar  a  egreja. 

VOLUMH  VI 


0UB 


sat 


I  mettlf^^o-eafbonatp  /lo.  cal,  pois  quase  dia^ 
solvem  em  qualquer  ácido.  .    i 

Ainda  hoje  ali  se-  encontram  bastante. 
SaoiaspetasioomO  pellq  de^iixa;á  superfieie» 
pardas  por  fora  e  amareiladas  portdeulFo: 
umas  do  tamanho  e  configuração  de  uma 
boiou  de* aEiakeirQ,. outras  do  comprimen- 
to de  uma  até  Irea  polegadas,  e  ainda  algu- 
mas.  do  maís^  / 

Outras  em  forma  de  borrachas,  muito 
bem  torneadas  e  com  uma  espécie  de  gar- 
gallo,  poat  ori&eio;.taido  .vários  fileteaem 
redor. 

Quando  se  cortam,  apresentam  uma  su- 
perficie  lisa  e.bnlhanto  como  vidro.  São  da* 
rissúnas.  Ghamamlhe  peármkos  de  S,  St- 
bãitiSa, 

Algumas  pessoas  a&  Miem  ao  pescoço  00- 
mo  preservativo  contra  as  sesões,  ou  para  a 
emrfrd^ellas^ 
•  Jolga-se  serem  aerolithes. 

Ao  lado  da  egreja  eslá  ama  ponie  de  pe* 
dra,  sobre  o  rio  antígamente  chamado  da 
Silvmrã,  e  deppis^  de  S.  Sebasíião*-^QlbTt  a 
qual  passam  as  estradas  que  vem  de  Leiria 
e  Porto  de  Ifós,  e  se  unem  pouco  antes  de 
chegar  á  egreja,  dirigindo*se  d*alli  para  Ou^» 
rem.  Barquinha,  etc. 

Logo  mais  abaixo,  no  sitio  antigamente 
chamado  Porto  da  Villa,  se  junta  a  corrente 
do  3.»  valle,  que,  como  os  outros,  fica  a  O., 
e  unidas^  formam  o  rio  d'Purem,  que  rega 
e  fertilisa  a  formosa  ribeira  d'Ourem,  até 
passarem  a  ponte  de  pedra,  antigamente 
chamada  de  Ourem,  e  hoje  da  Corredoura 
(depois  que  foi  reformada  pelo  já  referido 
sargento-mór,  Luiz  Leite  Pereira,  da  quinta 
de  S.  Gens^  sendo  vereador  daeamara,e 
juiz  pela  Ordenação,  á  custa  do  munieipio.) 

Foi  adornada  com  uma  cruz  de  pedra  so- 
bre o  talhamary  com  a  seguinte  inseri* 
pção. 

CVaSX.  IN  PONTB,  QUm  BST?  AIIBO  SONT, 

CaSDITE  PONTBS; 
ISTA  VIAM  COBLI,  FLUMINIS  ILLB  PARAT 

(Que  quer  dizer  uma  cruz  em  uma  pon* 
te?  podeis  crer  que  são  duas  pontes;  por 

ai 


3M 


OUB 


OUR 


aqteUa  «e  ta«  ao  GeOt  por  Miá  b».|»m»  o 

rio.) 

Janto  â'e8ta  inseripçãk]^  ha  oatea  em  wba 
târjir-*dli: 

SUTATOB,   AG  PRAFICTUS  LI1D0VICU8  IJBn% 
DOCTOR  MàXUUt, 
FAH1LURI8QUB  A  NUMBRO  SANGTI  OFFlCn 
fOPULO  nSBI  JUMIT. 

Na  hase  da  craz,  «slá  esta  inscripçao: 

QVAMDO  DBCm  FtlBRAKT»  BT  SBFTBI 

SOBGULA  SALVTtty 

TRIOINTA  ANNODC»^  TRB8  SVKR  ADDASOIOL, 

SBPTBM  BIS  IfêTIBS  SOUS  NUMBRAVBBAT  OBTUS 

B9C  BBr»BIIATUICBBT  2I0BILS  PONTIS  OTUSi. 

(Aos  17  séculos  da  Redempçâo,  aecrescm* 
U  mais  33  (i733);  oonuvan-se  126  dias  (a 
6  de  maio)  quando  ae  reformon  a  famosa 
fabrica  d'e8|a  poite.) 

GcíDligoa  e  ao  N.  d'esta  ponte,  âslão  as 
micias  da  eapelia  de  Nossa  Senhora  de  Mon- 
te Calvário,  pertencente  ao  morgado  de  Tíl- 
ias Boas,  que  os  firaneeaes  também  destrui- 
ram  em  Í8i0. 

Ainda  sobre  a  porta  se  lé  esta  inseri- 
pçio: 

CALVARIAE  MONTIS  TITULO  DOMtJS  I8TA 

VOCATUR, 

SUB  OUO  THBSAURUM  MOMTB 

FATOBBS  HABE^ 

(Tem  por  titulo  esta  casa,  Senhora  do 
Honte  Calvário,  em  cujo  mente  acharás  o 
thesouro  da  graça.) 

A  celebrada  ribeira  d*Onrem  está  povoa- 
da  de  quiatas,  com  bons  pomares  e  hortas, 
que  a  fazem  muito  amena,  espalhando-se  por 
eila  vários  logares,  tão  contíguos,  que  for- 
mam qoasi  uma  povoação  continuada. 

Ha  também  muitos  moinhos  e  lagares  de 
azeite,  género  que  muito  abunda  por  aqui, 
assim  como  outros  mais  prodnetos  agriee- 


Todo  o  terrltoiie  de  Ourem  estàen^le» 
▼ida  pesi^»  e  tanto  qua^  nascendo  nVille 
sete  ribeiros,  todas  as  agnu  corfem  j^sim 
fora,  nio  entrando  n*dle  nem  luiisó  ét€i> 
tèrtor. 

A  ribeira  d'Oiirein,  caminhando  em  dt* 
reeção  á  fonte  da  Aldeia  da  CniXi  fhsmdi 
dos  Címegês  (por  estar  próxima  ao  logar  e 
moinhos  dos  Conf  ^--depois,  prazo,  dOMN 
minado  de  Alberto  Homem)  vae  passar  A 
ponte  de  Chão  de  Maçans,  6  kilomeln»  ão 
N.,  no  fim  do  termo  d'Oarem,  e  vae  JulHr* 
se  ao  Nabão,  que  desagua  no  Zétere^  e  ett« 
tra  no  Tejo,  junto  a  Villa  Nova  de  Constân- 
cia» 

Tão  agradável  acharam  os  portogneass  dsn 
primeiros  tempos  da  nossa  monarehia  o  si- 
tio e  termo  d'Oureoi«  qoe  em  itSO,  já  a  Tíl- 
ia contava  quatro  paroohias,  pertencentes 
ao  convento  scalabifano  (de  Santarém)  —eram 
—Santa  Maria,  S.  Fedro,  S.  Thiago  e  S.  Joãa 
Baptista. 

Actualmente,  só  existe  a  nova  egreja,  eom 
o  titulo  de  real  e  insigne  colUffiada  de  Nes- 
sa Senhora  das  Misericórdias^  boje  Nossa 
Senhora  da  Visitação,  íimdada  (a  primitiva) 
por  D.  Aífonso,  como  adiante  direL 

Em  1434,  sendo  conde  de  Ourem,  o  dita 
D.  AÍTonso,  neto  de  D.  João  I,  e  fllbo  primo* 
genito  de  D.  Affònso,  1.*  duque  de  Bragan- 
ça e  conde-  de  Barcellos»  e  de  D.  Beatriz  Pe- 
reira—mandou, o  dito  D.  Affonso,  fazer»  na 
estrada  da  villa  d'Onrem,  logo  da  parte  de 
dentro  das  portas  do  E.,  a  singular  fonte  (que 
ainda  existe,  em  frente  da  única  porta  tra- 
vessa da  collegiada)  com  as  suas  armas  aber- 
tas na  cantaria,  e  por  baixo  esta  inscripçãa 
em  letra  gothica. 

ESTA  FONTE  MANDOU  FAZER  D.  AFFONSO,  NB- 
TO  DO  MUITO  NOBRE  RET  D.  JOÃO,  E  CONDE  D'B8TA 
VILLA,  A  QUAL  FOI  ARVORADA  B  ACABADA  NO 
ANNO  DA  ERA  DO  NASCIMENTO  DE  N.  S.  OSUS 
CHRISTO,  DE  MCC3CXXXIV. 

Em  1445,  o  mesmo  D.  Affonso,  impetroa 
e  obteve  do  papa  Eugénio  IV  (que  governen 
a  egreja  de  Deus»  desde  1431  até  i447)  bnUa 


oma 


ÔUB 


323 


pmt:  miir  todos  «s  ieoelleloi  "úm  qiultro 
^ÉMèhiis  doesta  Tilfti,ieiida  atatèn,  cada  tM% 
Wtí  pHor  6  seis  benèfidádés^-r^  o  ^pirtMrdb 
dás  Fireixiaiidas  (toI.  3.*  pag.  SSS;  «ot  ti*^ 
«ii*<e8t»  tol.,  a  pag.  175,  éol.  Sjv)  qilisloQli 
tigariaria  e  foi  depois  curato. 

Mearam  a  ser,  por  todas,  Í9  tem AsHii. 
BdMeoa  io|or  D.  Aflbaso  a  egr^aOè  Mosáa 
Senhora  das  Misericórdias,  sampUnsa  leat- 
filo, «  fléde  da  roal  e  dosigne  ebllegfàdá  do 
mitltulo,  o  hoje  «niea  matriz  da  tilia«  .  < 

VeM  ó  cAro  tia  feapeila*mdr,  çii'cll^  se  oé- 
UÉNnavam  todos  as  dias  os  offieitoB  di¥íno^  pe«- 
Io  prior,  chantre,  thesouréiro-mór,  der  cd^ 
iiegoa^  dois  capetiãea  do. cabido,  e  mais  ein- 
00  iastítnidos  pelo  coin%o  ipie  foi  d'esta  col- 
k^iada,  Aatonio  Hènriqdes,  pelos  annos  de 
Í6SS.  Tinha  seis  menènoz  do  toro. 

ttuatidoí  se  (eomtmhi  a  agM|a,  snbia-se  pa- 
jaa poru pri^oipal  d'«)la, pár  sete  degraus; 
Maa,  por  canáa  dos  eatnlhea  cansados  pelo 
lorramaio  de  I7S5,  só  tretf  'ficaram  desco- 
lMrto%  e  são  os  que  ho]e  ha« 

Ho  corpo  da  egreja  para  a  capella-mór,  ha 
<iDCo  degraos. 

fto  pavimento  do  coro,  por  duas  portas 
que  Unha  aos  lados  das  escadas  d'elle,  se 
desciam  15  degraus  para  uma  sumptuosa 
capella,  que  debaixo  do  mesmo  coro  e  ca- 
pena-mór,  para  seu  Jaaigo  destinou  o  funda- 
dor; sustentando  a  abobada  â'esta  capeiia, 
aeis  grandes  columoas,  entra*  as  quaes  uma 
levantada  a  magnifica  urna  de  mármore 
branco,  primorosamente  lavifada,  guarda  as 
^ntasdo  iUnstre  D.  Affonso,  cuja  effigié,  em 
TOlto  magestoso,  está  deitada  sobre  dUa. 

Em  volta  da  urna,  em  uma  faxa  que  fica 
pôr  iMiixo  da  cimalha,  se  lé,  em  formosos 
caracteres  gothicos,  esta  inscripçio: 

AQUI  lAZ  o  ILLUSTBE  PBINCIPB  D.  APPONSO,  M AR- 
(}U]IX  UE  VILLBNÇA,  CONBK  DK  OURÍafi;'PHIHO' 
OBKÍTO  nS  D.  AFFONSO,  DUQIJB  DB  BRAUAKÇA'^ 
CONDS  nS  BABCELLOS;  E  NETO  BS  £L  BEI  9. 
lOÃO,  DE  GLORIOSA  MKIIORIA,  fi  00  VIRTUOSO  E 
BE  GRANDES  VIRTUDE9,  D.  NUNO  ALVARES  PbREI- 
BA,  GONDESTAVEL  DE  PORTUGAL,  QUE  FALLE- 
«BO  *  Eli  VIDA  DE  SEU  PAE,  ANTES  DE  XHB  DAB 

^  O  Amdador— o  que  está  na  tuoaulo. 


i 


A  nrcA  nBAliçA,  de  que  era  hebdkiho,  o 

QUAL  FOI  FUNO ADOt  d'bSTA  BGBEJA,  EM  QUE  JAZ; 
ilUJA  rA8A  E  FEITOS,  HOIE  E  BSTE  DIA  FLORES» 
HKtL  FINOU  SE  A  i9  DIAS  DO  MCZ  DE  AGOSTO^ 
«O  AraiO  DE  N.  SR.  JESUS  CHRI8T0  DE  i&64. 

Todos  os  mezes  vinha  o  cabido  a  esta  ca* 
pella,  cantar  nma  missa,  por  alma  do  funda- 
dorl* 

O  templo  soffreu  grandes  prejuízos,  com 
o:  terramoto  de  1755. 

Vieram  de  Lisboa  oíflclaes,  aos  qnaes  o 
rei  D.  Joaé  I  (como  administrador  da  oasa  e 
estadoí  de  Bragança)  ordenou  a  reedifleaçâo, 
a  qnal,  principiando  em  }anek*o  de  1758, 
teiutaièQ  em  Janeiro  de  1750. 

A  viUsi  ficou  em  tal  estado,  que  os  opera- 
rioá,'aate6  de  principiarem  a  reediflcaçito  da 
egreja,  tíva*am  que  reedificar  casas  para  sua 
habita^! 

Em  i7  da  novembro  de  1810,  foi  Ourem 
•invadida  pelas  hordas  napoleónicas,  que  sa- 
quearam a  tilla  e  praticaram  todas  as  atro- 
cidades do  seu  costume. 

Ibdoa  os  moradores  d*Onrem  fugiram,  an* 
dand^  escondidos  pelos  montes,  em  quanto 
ésteè  vândalos  e  canibaes  do  século  XIX  oe* 
coparam  Ourem. 

Estas  guardas  avançadas  da  UlustraçãOf 
fiitf  ws  fiíMiam  trazer  a  luz,  um  Camões  pa- 
ra cada  província,  e  um  verdadeiro  El-Do- 
rodo,  foram-se  ao  mausoléu  de  D.  Âffonso  e 
lhe  despedaçaram  grande  parte  dos  orna^ 
tos,  e  espalharam  sacrilegamente  as  cinzas 
venerandas  que  ali  Jaziam. 

Finalmente,  o  bravo  exercito  anglo-luso, 
expulsa  de  Portugal  as  hordas  de  Massena, 
que  entrara  foragidas  e  em  desordem  naHes- 
paoha,  a  15  de  abril  de  1811. 

Os  habitantes  de  Ourem  regressam  a  suas 
casas,  que  acham  saqueadas,  e  algumas  des- 
tmidas. 

Q  cooego,  Joaquim  Honório  Henriques  de 
Oliveira,  varão  illustre  pelas  suas  virtudes 
e  sabedoria,  apenas  se  recolheu,  fez,  á  sua 
custa,  concertar  a  urna  funerária,  como  foi 
possível,  e,  ajudado  pelos  cónegos  M;4Buel 
Honório  d'Oliveira  e  Cario»  Joaquim  de  Sou- 
za, recolheram  as  cinzas  que  lhes  foi  possí- 
vel encontrar,  do  augusto  fundador  doesta 


32S 


OUR 


SOR 


collegiada,  que  foram  godrâaáas^n  um  pe- 
queno cofre,  6  este  na.  iirDa>  já  repaiad^ 
mandando  lhe  alii  gn^ar  uma  iaseripçáo  la»- 
tina,  que  omitto  para  nSt>  laser  maior  «ate 
já  longo  artigo,  limitando  me  adar  a  aaa  tra^ 
dacção,  que  é  a  seguinte:  | 

*    "  I 

«N'e8te  tumulo  de  marmoro»  eativerani  inj- 
ctactas,  as  cinzas  do  augusto  fundador  d^eata 
treal  e  insigne  collegiada,  D.  AffonsDí  mar^uez 
•de  Vallença  e  conde  de  Oarem,de9d6  o  aa* 
«no  da  redempçao,  1487,  èm  cujo  teVipo 
«foram  trasladadas  da  notável  YiUa.fle  Thoe 
«mar,  por  ordem  do  fidelíssimo  reívàeíPor- 
«tUgai,  D.  João  II,  ató  ao  amiod^  i8i€t  no 
«qual  os  franee^es,  invadindo^  roíúnado  e 
«destruindo  este  reino,  nao  só  deepojaraim  e 
tassolaram  esta  collegiada,  ma»  também 
«quebraram  este  tumulo^  espaibaram  aè  oipr 
«zas  iilustres  que  cUe  continha,  pardeedei- 
«se  a  maior  parte  d'ellas.  As  poucaaiquces- 
•caparam  ás  suas  mâoà,  foram  ^pò^fladaB 
«em  um  cofre  de  madeira,  dentro  d*es(e 
«mesmo  tumulo;  reparado  por  dispasii$ão, 
«cuidado  e  à  custa  de  Joaquim  HonoriD  Hbn- 
«riques  de  Oliveira,  cónego  decano  d*esta 
•collegiada:  no  anna.do  Seabor,  de  lâilft; 
«por  zélo,  amor  e  gratidão^*  ^   . 

A  urna  de  que  temos  tratado^  foi  mand^ 
da  construir  por  D.  Fernando  II,  duque  de 
Bragança,  sobrinho  do  fundador  do  teiripla; 
mas  fallecendo  antes  de  estar  prom^Ka,  h 
mandou  concluir  o  rei,  D.  João  II,  mandan- 
do trasladar  para  ella  o  cadavel^  de  uma 
capella  da  egreja  de  Santa  Maria,  de  Tho- 
mar,  onde  tinha  sido  sepultado,  quando  íál- 
leceu  n*esta  villa— hoje  cidade; 

Foi  esta  trasladação  feita  a  8  de^junho  4e 
1487,  assistindo  D.  AfTonso,  bispo  d'Evora  (fi- 
lho do  conde);  Lourenço  Rodrigues,  chantre 
da  Sé  da  mesma  cidade;  e  o  licenciado  João 
Ganes  e  Estevão  Nogueira,  capellães  do  rei. 
Houve  então  na  collegiada  solemnes  offlcios, 
com  missa  e  sermão,  assjstindo  todos  os  có- 
negos, muitos  priores  dos  arredores,  e  gran- 
de concurso  de  povo.  Foi  o  ataúde  levado  ao 
mausoléu,  por  quatro  fidalgose  duas  dignida- 
des, acompanhados  por  24  gentis-homens  do 
rei  _ 


r'!irbi)Bh;^AffDÉiá>  o  ft.«  narqlMK  fBathMWf 
am  Portugal;  fakè  pm*  D.  Afléniio  ¥,<  «o»  di 
êt^.wÊtatxú  de^lilL  *fira«  já  ocad»  da  Oo^ 
reni  ffM-KKfrdado  o  dttilo  (admárqiMadill 
da  irattQntt.do  Mlohoi  Q  nei  Ibe  im  oíeroê 
d*este  titulo,  parahir  cqndmfr « áaliMa^D;. 
iiabtfQt)  4daiidff  «aaau  eamalmpenadaaflra- 
derióo^fil,  partindo  parar  a  Aualria  a  W^d» 
ditoBMaiaiaaiio. '.  'f  -  '.  >-t   '•    ' 

bAasiliiiiâepoia  (oimaiffufz^is^aôfftea  qna 
o  rei  tislebron  am  Liabaa,  €tm!l455l.piB*aaa 
jmrar  pHóeipe  herd0irQ,'i)4Í(»oo< 
aepdo^e  que  eonaenrotina  mão  fa- 
do pribcipe;'    ^  •'.  1  •'-•• 

Tinha  bidoi  em  14311^  poroih 

:  dqm  doirei  D.  DfufrU,  á  dda» 

do  dfl|  Bolittha^ifior  embaiué- 

.  ^.dor deJ^riugal^aapâlparViíb 

'  )   '  j:  ).      gaiia.iy,  ila>  qual  .akaaçoa 

'    1.  '        ^taaiNm A  pata  poáerem  casar, 

!     oa  .eaaaUeiroa  daa  ordapa  bé- 

iitares;  más  ainda  par  estia 

não  teta  effeito  esta  conaessão. 

:./  '  GoBacguin  também  do  pon» 

tifice,  que  os  reis*  de  Poringal 

"lessem  ungidos  eomo  os  alais 

reis  da  chrf athndade^  o  quo  a|é 

então  80  não  pntieava.  .  < 

Também  obteve  «a  BuUa  âa 

8â»Uq  Cruzada^  que  só  prfai- 

dpioa  a  ter  uso,  em  i4S7,  sen- 

do  papa  Calixto  III— qua  foi 

elevado  ao  papado  em  1465  e 

falléceu  em  1488.'  ^.< 

:  Foi  mandado  aasiatir  ab  ooncftio  de  Bali- 

leia,  â'onde  passou  a  Jerusalém  a  tisitar.oa 

Logares  Santos. 

Recolhendo  ao  reinK  o  enca^egouD.  Af- 
fonso  y,  do  commando  da  armada  d'AIJriea» 
que  se  aprestou  na  cidade  do  Porto,  em  1458- 
Voltando  d'asta  commissão,  veio  a  Ourem, 
onde  residiu  algum  tempo;  até  que  hiado  a 
Tbomar,  ahi  fallecen,  a29  d'ago6to  de  1464; 
não  chegando  a  ser  duque  de  Bragança,  por 
morrer  em  vida  de  seu  pae. 

O  antiquíssimo  priorado  das  Ft^eixiandMf 
estava  na  extremidade  do  território  perten- 
cente aos  cavalleiros  templários  de  Thomar» 
como  declara  D.  Gilberto,  bispo  de  Leiria, 


im:; 


OUR 


3S5 


umnâf  «MripUi  fÊá  fntfrfiro  te  UM,  ^nstanoiâ'  «Itittne  o  po?a  a  de  que  --  db- 
4iisadOâiftila4*--,«fi<ti»fcuFreiiriaBda^  qoadè-  sbiun  homem  <|se  lente  estado  preeo  D*eeU 
«pois  paseoamMTivifaiiaKia» «ioje.ócanir  eadtia;  e  yi^depois >para  a  do  Limoeiro»  de 
^ími  wm  MBié  da  4iiki  do  Ourem;  à  tpal  ti-  J  LíbMí,  tenlia  padoeíâo:  morte  alfroiitosa'» 
•feMint  a^apreia^deiM»,  ieiCwrm^  laiendo  fiatibàíbi  por  maióF  que*  seja  o  seu  crime.  * 
■>MrfWiiiB«a,fj  qoe  n^lempa  *dqs  .fmnaaí^  Podea  oa  iaei^edntos.  oão  darem  credito  a 
•fo^ia^piiiiOi|!otiathpa.Qidadaid6  Ji(|(piei^iii0  «dh^«v  n^ni  á j^nefim  íoflaeDcia  da  santa 
«08  mesmos  destruíram,  ficando  o  sítio  de- ;  inr0emi.Tbèrfiu;  mas  nao  podem  desmentir 


«HllOtiiHiiBa  faiada  tMjaae  coaserr a^sàHom  j 
ja  ftipni<in«T<ilfaf mente  dtanadajJVíMva  Set- 
^ntem  de  Bio  déàkmim.  Víé  aano  4e i^êfc 
«ia  aahmíi  aqai  ufna  .pedrai,  Y«rmdlÍMi^  ,íéi 
^naiajttigtt  atteeree.iaofÀ  da^grcíá^da  dojs 
«palmos  em  quadro  e  seiâ  a  selaáeciiaai)!»- 
-«áe^  cMi  a  segviaieiaMCipfia:'  '^ 

■t»"».'  1  »      í  •      U.i.  •  .  ..      ,    .•:  •;.'• 

xuv  ...FABníqo  FR^NDow  Ayis.xxyi..  i  .,,. 

FABRICIUS  CAELI  PATER  ET 
ALBUBA  MATER  Ã  FILIO  PIENTISSUIO. 

fl^fcaft  dciMiatmaoee..  ▲^..eiÉá.aepiittado, 
,IMi|i€iiii  AronâMíO»  de  afi^aiufos  da  edadt. 
A  SM  <|aeBido:fiUu)|  Ffbm6iaiGe)iog.aNipBe, 

tenraiito  ti^lúvéi^ 


I»  I 


.'.T.'. 


A-«6a«A  Thvr 


.IM  •   (1 


i  <  >' 


96los  annos/de  jIM  aaftoea  a  Tirtodsiçsi- 
Jlkai|p%<iio  Jogais  doiiteamhtfia^  iarmo{e| 
tregneaia  de  Oomo.  ^VaifunQ  L%  M^:XÍ7, 

r.|SraiHiiii4ajrdo.priQr  da  fregae^a  darSao 
Jmú  Bapttaia^qoa»  apadido  4*eUà|  Iho-mmir 
-do»<laiarfi|iB4  eariaba,  dentro,  ida  lorraí  lia 
^IMii0»aOO;6itaie  do  moate  jiO(%,  emilofsr 
aamptetiJsettte  asUtariai  AUi  se*  j^aoUnu^ 
santa,  por  ficar,  então,  irlainha  da^epcja^vi»- 
iriaáatSj.niMico,  qneieetaya  ^p^taiveíit  ao 
Ji^  laali  viveu»  ^inpitRaiido  eioiíisitaaéhie 
o  ieaiempo  oa  aiaçio,  (^enitentoia iaiiobrae 
•da«piBdada»  ali  ao>día  do  sanifaltoaiBifiato, 
480  loi  a.<9  de  sileartim^a  JUfiu 

O  povo  d'Onrem  e  immediaç5ait 
<  beau  Tliereu  muitos  milagres,  feitos  em 
JBaitida ••depois dasoanone*;.   t  n-^V 

Gaaioaempii,  veio  a4eiaoilii^s^eâ4alM-' 
,dg<et|a'fenDiiiáia:acas  díaik  A  p«diaiiaèll^' 

JhMM^m  entildita^.  vieniB^asa(Nrif;tiM^ 
i^aadflia  da  valia.  A^ealaitiff-i 


Lti 


^fatíoá^  qheiísãa  pubficos,  notórios,  ein- 
eoiÉtestaveia^  £0«ús: 

1'  'i.<-^F^i  veeolhida  a  esta  cadeia,  em  16891, 
Diogia  d*Abreii,  1  escrivão  do  airaoxariCadé, 
pala  crima^gm^vlssimo  de  cortar  (cercear) 
«dttíd/a.remettido  ao  Umoeiro,  falleceu  na 
anteraiasiíí  d^sta  prísio. 

^«  2j'-^3cilda^  presos  na  mesma  cadeia,  Si- 
mão Gomes  e  seu  aobnoho  Manuel  Pereira, 
de  Alburitêl,  por  terem  commettído  um  as« 
sasaiBato^  jBQloiãb  lagar  de  Peraha,  termo 
dSiíPoKfea^Novas,  em  %%  de  outubro  de  169<^ 
4iittdD..g9t' cúmplice,  Manuel  Gomes,  primo 
de  Maon^  Bereira,  foi  Manoel  (Somes,  prèeo 
.najifidbiada  Ulme  (Alemlejo).  Foram  todos 
troa  remdltidos»  papa  o  .Limoeiro.         * 

>Mapuei.fiomes,<loi  enforcado,  vindo  a  sua 
eabèçacpara  iec  epttocad^  em  um  poste,  no 
iogar  do  delicto. 

•Blmao:<3ianies  aiaiaandl  Pereira,  sabiram 
daiimeeiro,i  aoUos  e  iivBes,  tendo  apenâa 
por  castigo,  uma  leveiCondemDação  peõuiia» 
(XÊHi^m  degreda  no  .ttino. 
<  à/^v^Simàa  U>pea,  da  Carvoeira,  doeste 
MBDy^asaassiaando  Joaijuim  Lopei,  seu  if- 
imio^  em  «97  d'a^ril  ,de  1725,  e  ooafessando 
.a.tfime,;  alem  das  pMvas,  foi  preso  n*esta 
•aâdaisi.  d^dfeila  pi^a  a  do  Limoeiro,  onde 
morreu  de  doença,  na  enfermaria» 
^.  V  -n*  Hemâque  Femaudes,  do  Iogar  da 
CAartMCfV  târmo  d'eata  villa,  preso  na  ca- 
deia d*ella,  por  assassinar  Antónia  Vieira, 
.aiiailQiilberi.a^'6  d^  agosto  de  1731;  Meceu 
•n%  cadeia,  ile  doença. 
!h54^HÚo,Fen:eíra»doeFtí/ô«a,  preso«i*es- 
dft4[«df  iat(por  afsaasinar  ^a  malhar,  Marian- 
.«aidariSilita)  aflspmgroeaos  griiboes  aos  pés. 
^foitfesAoa  Icff  perpetrado  o  crime,  em  S3 
de  julbo  de  1750,  alem  das  provas.  Fugiu  na 
|Uállad/u^àd4í:.i3o  dia  11  dè  agosto  do  mesmo 
.aâço^  peloi  ^çapSo  da  enxovia  e  pela  cba- 
min^  em  construcçao,  do  l.*"  andar;  tendo 


336 


ODH 


gutfáas  Tifp[laiitei»  conuModadis  iMlriai- 
cMe^  qae  lenria  de  oaroareíro.  Ningooni 
mato  leTa  noiicias  d'e|lt:  só  ai^pareeenflii, 
pelt  miBliaD,  os  grilhões,  á  poiU  ée  MsMidi 
d'OliTdra  Gatvào»  escrWàa  4as  orpUios'^ 
Cbaroeca,  a  3  kilomelroi  dd  Ooieak      i 

6.*  —  Sendo  veresdor  e  jus  pels  ordAu^- 
00,  Luiz  Leite,  asrgemo-xDór»  biid»  fnar 
enune  e  corpo^  deUcto,  em  17  de  setes»- 
bro  de  i770,  no  cadáver  de  MsmeldDftfiaBr 
toi^  do  Valle  du  Cruiella^  assassinado  por 
Msiiofil  da  Silva»  do  Jogar  da.BaiYdr«yAm- 
Imm  d'este  termo-^maodoa  firepder  o  asáa^ 
eioo  a  35  do  dito  méx  e  anuo;  o  qh^  além 
das  provas,  confessou  o  crime*  •  Mio  ki  Jnlr 
gado,  porqae  fsUeoea  n*esla  eadeia,  a  2&  de ; 
noiveiiibro  do  messso  anno. 

Antes  do  terramoto  de  1768^  ^  consera^ ' 
va  em  uma  urna  de  prata,  em  um  saeSario 
que  estava  no  aitar-mór  da  eoltegiada  da, 
TiUa,  a  eabeça  de  Santa  Theresa,  qnaeea  I6-| 
dos  os  ânuos  exposta,  á  veneraçaa  do  povo, 
no  dia  3  de  setembro,  ue  altar  daa  almas; 
sob  o  qual,  em  moa  ar«a.depedray.iJaiiaoi 
seu  eorpOf  vindo  paraáqnl  da  egieja  de  S.  j 
Thiago.  .i.    . 

'  N^esse  mesme  dia  se  lhe  teia  imia  l6SU. 
Tinhain^a  por  advogada  do»  presos,  «.te»- 
'tca  as  dores  de  ealieça. 

Arruinada  a  collegiada  com  o  letramolo 
de  1753,  se  fes  dov^  saenrio,  ÍM^dtar  dê  S.  | 
Jesá,  onde  se deposilon  a eabeça dasanti, 
e  o  precioso  relicário  que  o^  fundador  demá 
eoUegiada,  enriquecido  de  varias  relíquias, 
da  maior  venera^ioi,  e^que  ainda  ho)e'lsila- 
mente  existe. 

Ainda  bi^e,  em  dia  de  todet  m^tantoê^  se 
eanu  uma  missa,  pela  alma  da  Imta  fE&#- 
lesa*  •*■     i.   .:  . 

Consta  per  itudi^,  que  vkido  um  bispo 
em  visita  a  esta  coUegtiida,  por  rSJdPsr  que 
Thersia  não  estava  eanoolsada,  lie  prohi- 
bitt  o  culto,  mandaBde  tirar  do  alur  a  sua 
imagem,  eon»  mandava  o  eoneifio  det^rea- 
le;  <•  mas  foi  log^-aecoSMUettido^de  tio^^rie^ 

1  O  concilio  triden|ino  foi  conyocaiio^^ 
15&5  (ft  de  maio),  havendo  já  STUánDÓs  que 
tania  Tkereza,  era  aqfui  veneradai  *nos  altà- 


Smà»  aofmr-dtf  cftbefi^  !qtie  e6  Hwi 
4spoi8»ds  jwnpfar  a.erd6m, « 
ta  a  ser  eottocada  ao  seo  ukar. 
.  Itasde.  eotitv  mais  nenhum  biepei  es 
udor  se  atreveu  a  prehibir»9entoâaSanla 
U0m%  que  eom  esie  ituiiicciwMmiii  laJÉéa 
miif  se  ph>pagoii,  e  ainda  hiqe  contiHda»  • 

Bisem  algou,  mas  é  ém^  queamitalli^ 
fsta  nasceu  nas  easaa  qua  sie  hs|e 
Oqbeá  eersa  é  Cernia  naseido,  e  sido 
â»,  má  ílogar  da  Aiambujal,  •ni'  umas 
que  aimla  he}e  existem,  e  é  «s  caea^  fima^ 
fo  0uestar«oilegiada«* 

Sempre  viveu  comieew  paes,.e  àdlapl»- 
Ihe  estes,  pediu  ao  prior  que  a  recolhesse 
em  sua  casa,  como  creada,  até  que  este  lhe 
mandou  taser  a  casa,  na  torre  da  cisterna. 

■ 

O  terramoto  de  1758^  causou  grandes  pre^ 
Juízos  nos  edificios  sagrados  e  profanos  d'ee« 
xá  viila^  priÉdpalmente  no  mesisive  deCu- 
16' António,  desmintelando*lhe  o  Ironsispirie, 
ea(ms<ory»te:daegi^adomoeieiw*  - 

fiahin  per  Mnraio  magniloo  iemplo4aáol> 
legiada,  ficando  as  santas  imagens  debaixo 
do  entulho  4sa  isoes  mim^  .«endo  depois 
desenterradas  pelos  devotos.  António  Perei- 
ra, doisitiadoB ¥Mn  (presimo  á «rill^,  é 
que  dnsenierm  4  imagem  de  Ssnsa  Hmm- 
.isçraJii^tdofCponiuerera  multe  vhlhe  •oem» 
tulho  tmha  grande  altura)  por  alpms  ho» 
iméná^a  qusui^^apezar  da  suapoèHBVwiHt- 
^mrndlaitai  dobnidos.  Aaantâ-Minhaia 
«em  a  miníma  Mão,  e  levada  pele  niusnhi 
Pqpreimeporsuna  defeSaypantaiGapeUàde 
SaiBlsi  Amaie,  ao  pé  da  !Villa;a»A^:4«eiee- 
*eapoir)ie  teiramoioy  '  u 

^  f  assadds  poucos  annos,  mandéu^  iMhsh 
M  lesé.6omes<e4:Ai»aK  naiwai  èlOnreil, 
«  ghanda  devoto  4a  Santa,  lizer^umaneva 
idisgsm de fThereia,  qUeeoMnanuyi-e^ial- 
la  das  almav  dai  collegíadi,  depoia  toif- 
^MHdtfda.   '  •  •    . 

Yerificou«ée  na  eeeasiae  do  desenlalheda 
^legtada^^aíiradftfie  de  esisreiÉ  ok  ossos 
4è4teisa(!R|eitemp^emiim  eafatio^  da  pedm, 
Jdehatce'  ^  capeliada»  ahhas^*  peti  «ili^M 
aehadn  peloaepesirisa  gnesbshaBiasmmmn 


OUB 


OVR 


3S7 


JMMUoHm,  em  {iiMiro  da  1788.  SilKva  ia- 
tãtílo ;  núã»  A  igioraiicta  dot  tnMhfttar6% 
e  o  deseaido  reprtèKuitel  doi  eod«dat^ 
Ifteoi^  fai  <con  ^m  oti  mios  da  santa  loa* 
•Mi'CODfa]ididoa  mm  os  «vtros»  e  assim  m 
foi  perdendo  pouso  a  poiíoo^  até  se  extin* 
cair»  o  eostttflie  de  lesteíarem  esta  santa. 

A  eoUegiada  Itot  prindpáada  a  reeonstrnir 
no  dito  mes  de  Janeiro  de  i7dB,  oondolndo 
as  oteaa  em  novembro  de  1770^  em  eQ)o  Sn* 
ím  se  trasladou  para  «11%  da  ermida  de  & 
Josá^  a  Santíssimo  fiacramento  e  o  cabido, 
esB  assistenôa  da  esBurs,  nohreta  e  povo; 
àavendo  proeissãs^  misss^  semao^  ete. 

Espavorido  o  povo  d^Ooiem,  eom  o  hor* 
revQso  terramoto^  ftigiu  da  viUs,  hindo  pro- 
eorar  abrifo  pelas  povoações  visinlias. 

Oaeonegoefsnim  para  a  Mkia  da  Cruz^ 
B  fiBKsram  eoro,  na  capeMa  d'eate  logar,  na 
^nal,  diunnte  seis  metes  celebraram  os  ef* 


]>apoia  se  levantoa  nm  core»  de  madeira, 
nac^ielia  mór  ia  Misericórdia,  e  se  muda- 
ram psra  ella,  até  ao  complemento  da  rso'» 
diieaçSo  da  sna  eoNegiada. 

O  &S.  Sacramento  esteve  na  capelladeS. 
Josá^  qne  servia  provisoriamente  de  paro- 
cbial,  menos  para  os  baptismos,  qne  esnm 
fetos  na  Miseríeordia. 

Tinba  a  primitiva  coUegiada,  anies  do  ler* 
wmo»  «ma  sé  peru  principal,  com  ama 
inimerosa  licbsda,  sendo  as  púredss  inte* 
itoef  vefsestidas  de  fbellíssimos  acolefos. 

Iliba  para- o  S.,  orna  porta  travessa,  qne 
eia'  a  prineipai  da  frefomia  de  Ssnto  Ma- 
ria, qnsttdo  ii'esu  vlii«  bavia  qnatro  paro* 


Issapoo  das  rnioas,  a  capellado  Ainéa* 
dor,  qne  estava  debaixo  do  altar'mór,'0  cò» 
ro,  a  iamfsm  da  padroeira,  o  sserarie^  o 
grande  seUeario  de  qne  já  fattei,  e  a  cabe* 
ça  de  Santa  Tberesa,  e  o  &  S.  Sacramenta 
pois  cabíDdo  todo  o  tecto,  só  ficou  de  pé  o 
qne  estava  sobre  estes  objectos. 

Em  iSIO,  ficaram  apenas  as  pandes  e  te- 
cto d*esta  egreia,  despojada  de  todas  as  al- 
fbias  psloa  íhneeses;  mas.  pouco  a  pouco, 
tenra  este  ismplo  ao  sen  aufice  esplendor. 


Bm  M  da  abrii  de  I63ÍV  foi  Cita  viili  00^ 
eupada  por  700  homens  do  exerciío  realiel% 
4pttndo)â  Leiria  estava,  em  poder  dos  libe^ 
raes,  a  principiaram  a  reedificar  parte  daa 
antigu  fortificações,  e  a  consimifem  aigi^ 
mas  trincbeiras. 

No  largo  cbamado  vulgaranate  Fustigada 
^  unde^  em  gnnde  extençio  não  havia  fá 
nmralha,  ser  formou  um  grosso  parapeito  de 
terra,  cem  fosso^  assestando.  aUi  uon  peça 
de  calibre  3,  e  outra  na  praça. 

Em  vários  sltiosonde  a  jnuralhajuie  era 
tio  alta,  se  fiseram  tambena  alguns  fosaos^ 
escavando-se  os  aticeresa  de  tal  modo,  jq/m 
no  ánvenso  seguinte,  cabiram  por  terra.al- 
guns  lanços  da  anciga  maralha. 

Fecbâram^se  as  portas  dotdBL  e  S.O.,  com 
grossas  portas  de  madihra.  Do  lado  de  fora 
da potu  da  S.O.  (portado Sianisrem)  havia 

bem^oram  arrancados. 

Ainda  esta  imperfeita  reiírnla  das  lortt* 
fisaçõee  estava  bastante  airaiada  qnando,  n 
U  de  maio  d'e6se  anno  de  1834,  appareon 
uma  celunma  liberal^  em  frente  da..villa.-  • 

Os  reaiistaa  çornÉBs  às.tsinfliisiras^  •  dia- 
param  vários  tiros  inúteis. 

Os  #heraes.  vendo  n  difteuliadado  i» 
grosso  .0  a  attinsfie  dos  dsienaores  da  vflla» 
rsunindo<«  a  mais  alguns  batalhões,  qne  es» 
tavam  no  logar  da  JPrticbcv  retiram  nma 
pastesofare  Ttaemar^  e  ne  dia  16  vie  dar  a 
batalha  da  Asseieein,  a  ultima  d*esu  de»- 
graçada  campnha;  ficando  o«tn  parte  de 
observação  a  Onram,  fa»ndn  todas  as  dili* 
genciaa  para  eonsegnir  que.oa  realistas  Ob 
pitnlassem,  o  que,  nao  conseguindo,  seaprsl- 
ximam,  occupando  o- mosteiro  de  Santo  An- 
tónio «e  ooiros.  pontos  .mais  distantes^  e  as- 
sim se  conservaram  até  ao  dia  17,  no.qoaV 
flhegnndo  a  noticia  da  dvieta  sofffidapeloa 
realistas»  e julgando^inmil  e.temerarihare^ 
sisteneiaycapitataram, sob  a  condiçlo  deita- 
bitem  limramentts  sem  arotasu 

tivesse  mesmo  dia:  á^  tardOr  iremnlawa,  na 
mals,altalorre  doeaetdK  atendeirarldoa» 
lor,  depois  da  eva^ua^  d»  pnça  peles  rei^ 
Hstas;    •- 

Quiém  é  oceup^da:  por  um  halalhaade 
1  voluntários  liberaes,  denominado,  de  '•orla 


OilR 


ODII 


ésmti  qm  BtlbiMá  bò  úímM,  dliattdo, 
me  oaoros,  os  habitantes  da  ¥illa4in  pax 
esicego,  e- livras do84istBrfaíeA,ii(iotaei4S 
e  ^eiâQdes  ^pie  ide  ambos  os  ^partidos  bai^ani 


Dois  dias  depois  da  entrada  dos  liberaes 
^9  de  maio)  e  qoandoaáiiii  esta^ani>os  yo* 
MinlariDS  Ubwaesde  Porto. de.  Mósy  Ibi  «sia 
?itta  tbeatro^de iiiaa.de8graga qoo a  todos 
contriston.  .  < .  i .. 
i  'OareaiistastMihaiii  o  seu  deposito  de  pol- 
^nm  M2t  ttim  do  easisllo^  if  «e  flca«m  ireiíle 
Asi  larfo- de  S.  Tbíago,  ao  O. 

Depois  idci  tonada  a  praça,  jiiataran  ^os 
liberaes  todaosta'polfQfa  ê  afmaipedto  dos 
wncídoí;  em^uoMi  oasa;  prosima.  da  eòlle- 
giada-e  no  cealro  daf ilia.  ^  . ;  .]  ^. 
*  ff ^ésse<  iKa;!  «striíido  oTessa  taáay  úak  yn* 
loiílarioe»  ^aasi  todos  offleioes^^;  obi  paiaa» 
no»  amigo  do  capitão- otamaiidaiitei(eiqiie 
o  tnofba  Vindo  Tísitar  B*aqmelie  4lia)  eòmsça- 
tani  ««mminar  IS  annas»  edisparnadoona» 
porioadYorteacíay  pe0oao"fe|oa>4Bmttota* 
lio  dècartuxDS  que. estava  no^meid  da^oa* 
sa^^aosaiido  nma  grande:  explosiau  \ « 

O  tecto  da  casarei  .arreBeçado-^aescaiesi 
0.aa  4^a«edM  fioatem  dssconjanelndaB.^' : 
.  Os  oÉae  qno  éstavaos  dentso:(a  que-paia 
paior  desgraça,  tinham  a  povta  Jsohada)  fr» 
camnkAhrasadosu 

Nentam  "meiren  loge^HMa  poneos  diai 
^fhunnn  eito  d'elles»  eseapando^  maatarri* 
iMltteme  queimados,  apenastreb 

.ffeiiiaMàia  nio*  lionve  nuds  peida  de  iA« 
4as,eoeediioiosimnuoeâiatosfoaiQO  sof* 
irecamfc  >  i 

TsraiiBada  a  «oerr%  foi  suspenso  o  ptior 
/ISeslaeollegiada^  e  qnasi  todos  os  conefs^ 
fleaqdo  çAt  oonsoqnensia.aepsia  fiobadi^ 
idrlndo-oe  apenas  noa  dias  sançtifleadea,  ' 
.  Um  <  prí6r;  encommendado»  ^a  pernr* 
dem  de  João  de  Dens^  ontao<vigario  capitai 
lar  de  Leúria»  meroer  as  fnneçõea  ptto« 
«Uao^  .masfltança  iranAia  n  eabido,  apesar 
áe  hararioípco^snnegos^jqno  não  Hnbam  si» 
do  suspensos;  e  passados  alguns  msse^ 
atendonoa  a.Yílla  e  foiparoeliiaff  a  fregne- 
iiadefleiça*. 


O  aitfgo  pHor  foi  reioítegrado;  maifaa 
eenioo  antecedente;  peio  qne,.ooom  amer» 
16  de  alguns  dosoonesMnaosnspenaee^  dei* 
seu  de.  hamr  coro^  fleané»  aeollegiada^eo^ 
mo  outra  qualquer  simpleS'  egreja  paro» 
ehial,  somente  oeu  o  seu  prior* 

Ho  tempo  do  prior  eneõmmendado,  foraoa 
expulsos  alguns  frades  que  ainda  habitaram 
o  convento  de  Santo  Amontoa 
.  (koson  verdadeira^  ^eompaitaD»  ver  eetea 
mligiosos  na  sua  retirada^- e  áe  todos  os 
pontos  d- onde  ^podiamaWstar  o  sou  tom* 
.Tdnto,  despedirem*se  onmsemidas  hgrimani 
a  de  ioeihos,  da  casa  qne  por  iantos  annas 
lhes  servirado  santo  Mtiro» 

Seus  bens  foram  vendidos  ao  desbarato 
(codio  aconteceu  eom  os  jnais.>  • 

As  alfaias^  ornamentos  da  egreja,  a  ladoo 
mais  fne  ora  do  mosteiro,  foi^  parto  stiaMdo^ 
e  parte,' distribuído  por  .aiguínas  egrcyas. 
.  .fiiajaneiro  de  âsáif,  por  ordem  anperloi^ 
M  removido  o  antiga  hospital  que  Jiavianp 
centro  da  villa,  para  o  ediflciodo  mostMvow 

Gomo  a  Misericórdia  ao  achava  aanosaao 
hospitaL'  também  soi  mudo»  pana  a  egr^a  do 
mosteiro* 

A  cérea  era  excellenti^  o  shundinfo^a^l» 
ptimaagna.  -  ^  .  • 

Feá  vendida  O'  é  hoje  propriedade  parti- 
euiar.  - 

O  hospiul  tem  una  SO^HHim  Péis  doren* 
dimeato  aanual*.  <    / 

Desoonfiando^sdiguo  se  projoela^a  damo» 
Ur. a  antiga;  Miserioovdia,  as  inntaram  ai* 
guns  habitantes  da  villa  oacomipnraiaroo^ 
tinuando  portanto  a  oaistiiv  o  a.consennr  as 
imagens  santaaque  serviAm  naprocissiodo 
Senhpr  dos  Passosg  porque^a&Aovecintoda 
villa  existiam  as  cinco  estações  ou  onata* 
ries\a  que  .vulgarmente  se  44  o  uomado 
posses. 

A  procissão  sabia  da  IHserioordiae  jeoo» 
Ihia  na  «grq|a*  da  eollegíada;  aoto  a  #m 
sempre  eoncorrla  grande  mnbidão  de  povo* 


sio  TnAii6aaT'eifeniA  ummi 


r     '  I  • 


Afiabou  de  lér«se^  era  rapidoa  traçoSi;0 
ina  lòi  00 fino  éi:aantiquiasima o hisieii-' 


cia  dB  mât»  d«  14  seeniof,  nem  á>v»tatwrte 
fln  «itttaiiQ  ?0ii6rtii4o»' ttom  anolbnw^di 
soas  toriM^e  miralliifl,  nem  aMelMâde  é» 
seu» MblUnM  «  podenm  wbtrahir  'aos 
gaipeti-ia  devrannira-e  aos  Tae^wiir<áa 
sorte.  ' 

^tfrden^a  s«a  aatoaomla,  «lia  a  povoá^ 
legendaria,  a  {Mitriaide  taatos  tarOes  lili»^ 
ftmi  M  SttMaia  ai^goHkisa.  dee  setts  fasiei^ 
dos-sens  brasOes  d^anoaSy^da  sua  oorda'dft 
Mumore^  farnutéadeiforras^  cnbéHos  e  ba- 
liittrte»i«4a  paiiiiu  toraett-ee  esera^e  ho- 
je mira-se  plangente,  e  saudosa  d»  fraseado 
eáplendôr/no  sea  fwaioBa  valle»  milea  cèii- 
aa  çQe  lhe  olo  ipoderaaa-  oéorpar  as  4somer 
nténow  politioaa»  ou,  lahrei,  ae  ânflaeneias 
Ad9  peÉsmosI 

litfiâia  5  dttdeieiDbre4e  1841  ateado  Ja 
mezes  antes  aleançadoa  iiiereé)'fti-a  AIMa 
da  ijfUB  elefada  a  eatiegdiria  de  tiNa,  èbm 
adenoarinaçiede  ViUa-VéiM^â^úmmii^^ 
isabeçadeooneelhd;  mudando^se  para  ella^ 
trlbimaeS)  jostiça^  aneioridadèa  e  empre- 
gado» pobtiioB  da  tralha  Oorem. 

Confrangese  o  coraçio  ao  Tisitarfaojev»^ 
ta  que  i5ra  ovtr^ara  uma  povoa^  taupor- 
tantissima. 

•Qoast  apenas  -se  vêem  meátdei^  rohlas, 
nos  sítios  ionde  em-iempoelsliaessetriaa 
alterosos  edifícios:  paredes  e  muralhas  ca- 
bidas; ruas  ddeerusi  casas  abaiideoadas^ra- 
Mi  habitantes^  e  a  herlra,  as  plteias  panfêi* 
taa-e  e  iiuigo,  invadindo  oa  seoe  akafarea 
dhsBiantelladQi. 

Por  serem  breves,  e  os  achat  niliitO'ettt 
riosoeç.  deu  aqui  a  eopla de  umalvarâ, e 
«nadaria  do  duque  de8raga»|a.    " 

Bda  os  sefointes: 


O0R 


dso 


que;  porqoHOto  Bn  «toMermado-que  n'es- 
sa  Yllla  não  ha  Casa  de  Misericórdia,  como 
a  ia^envtédas  do  ]leiK»;^néò  eo«sa  clo^ne- 
iMMiria,  e  deí^  aâmè  sérviíQO  deNoseoiSe^ 
nlMt:  H  parque  D*eae»'¥illa  ha  uÉi^Hospt^ 
tal,  que  tem  renda,  annexando-se  com  a  MU 
sericordia,  seria  grande  bem,  para  o  soccor- 
i^  dda  fiebree  e  necessitados,  e  nlssot^^se  fa- 
ria-iMito' serviço  a  Deus— 'for  eate^faeii 
Alvará,  Hei  por  bem,  que  n'essa  Ylila  i»  or»- 
dener^Gaaa  ide  Misericórdia,  éa^annejfe  e 
junte^k  Miaria  dllo' Hospital  e  n^ndÉe^d^eile, 
e  se  terá  n'e]la  o  Regimento  que  se  tem  nato 
outras  Misericórdias  ^as  Yillas  e  legares 
Vestir IMno:  «vositrandoqucassimf  ufa- 
çaes  cumprir.  Anlonio^dé  ^GeQWBiao  Ime,  ebi 
AtoMfrftn»'  a  18  de  faiíeirade  49li><aniios. 
Su- 4^  buque."   -    m        .<   •! 


\ 


;••  •  » 


W(Pí^^lÊUmo^Ma  ite  «alfa  <2r  Omvim,  em 

da  Saída  ca»a.  ' 


{•>. 


'.    I 


Ru;  Duque  de  Bragança  e^de  Baréellos^ 
eta.-^Faço  saber  a  Yós,.  iulaé  Offlciaea« 
BMÉi  hoaMna.bens,  da  nUnha  ViUa4'0uiiill, 


i^.'  /•"    <j'  ♦  '*\,  •♦*  *^^  •»      '  *  ti  »     I  .  ••.'    í.I 

Eêsp&sta  que  odnque  manéhu 

■  .•^'  «o»  pí"éf>is«rí  r d/Jleto» ' '  '  -  • 

ââ  'mè$atéã'Mtsmoofáia  tkmammOê  tíeUày 

êmcumprimento 

do  alvará'  antecedenie. 

Honradbi  provedor,  (MMaes  e*  Irmãos  da 
Hiserieordia,  da  minha  YiHa  dHhiMn.i9uo 
Bnqos^  «tCi  vas -envio  lÉuito^^andar.  IPam 
tMita  vossa  msebi»  em  qa»  me  iinvelli  eo*- 
ta,  de  como  o  Hospital  era  jáannexidèaMsa- 
sa  diU^GUa  da  Mts«rÍeordia^  e  ereÍ9)á  Offl- 
oiaes d'e)la;  e usantois* do voesocargo» eo»- 
§&im»  «^ilégioieniot  que^daiVHIadelPhenar 
lèf^ mandei; a  féignei  de  ^ber  que  Iseceva 
JÉ  i^ta  ansofdeni)  e  porque  espíero^de  as- 
sim se  ordenar,  paiÉa  qúeKossoSrahorM- 
)r bem  servida;  ta  l^arai  o  tegiment&ser  eou- 
linnadO' perimem, -lieneoessario'mandaremr> 
ili>  e^asain^  tambeiè  o  traslado  do>€omprQ>- 
mimo,  |MM«TertBde^«  e  o  eeailrmar^ee 'ne- 
cessário f5r.  De  Lisboa^  a  ^  da  abril  de 
aMI iannoaii la  o< Duque.  i   •. 


>  ^-  à  •• 


i>  *  •  < 


h  •■» 


iílé  aqtf  «onaniiseripto  do  sr.  prior  de 
JI«cellá9*«^oani  oè  compelcaieeeortes,  al« 
guns  adiccioaamentos,  e  editeeçdee  emai- 
fftw '  a^iai^iirunisBwifc     ' 


'!'• 


V 


l< 


980 


DUR 


.    YfttfiM  aotl#Mi  te  Oura» 

ff 

(Pelo  €«Mtltao  d'Oiureai  pmmva  a  yu  wt- 
USir  romana,  qae  da  Liiboa  hi»  em  divaor 
^  «  GilK  ehoje  pasaao  camiilK)  de  ferro 
deraoite. 

Houve  ii'esu  Tilla  amoi  sysaiogitde  Ja* 
deafl,  eom  mestres  em  todoeos  ramos  de 
scienclas.   . 

Foitdosiriiida,  néo  seissbe  por  quem»  mas 
imimvelmettte  j^os  sucoeflrores  de  D»  Po- 
ia.]ro« 

JSm  1834»  ora  o  senhorio  o  covdadodo 
Ourem,,  da  oaaa  de  Srafaiiça. 

BalJiloKNi  oi  dtmloi  MMAorwf»  Ho  de- 
creto de  13  de  agosto  de  183SrH(  dcií^odo 
de  existir  os  podroodoí;  pelo  art.  75  da  car- 
ta, ficoa  sendo  o  condado  de  Corem  am  ti- 
tolo  meramente  honorário. 

O  sereniselmo  piinelpe  B.  Gsrlos,  daqne 
de  Bragança,  é  o  actoal  (34.«)  condede.Oa* 
rem. 

D.  Affonso  Henriques  tinha  grande  amor 
a  sna  Alba,  D,  ThMí^sa,  o  ^pumdo  ^ta*foi 
para  FiandMs,  deo-lhagrandm  rlquesae,  em 
MHiaiitaSk  ouro,  texteados  o  preciosaa  aoh 
da%  de  iine  4»  natios  flamengos  hiam  earr 
jaoadas.' 

Quando  *  esqnadrilha  qoe  fr  condniia  ebe- 
#»9  á  RocheUa  (ealio  doaingieses)  espora^ 
ira^  om  commissario  da  reáda  Grau  Biota^ 
nha  ^fienriqne  JI)  para  proporcionar  a  ]>. 
Thenstt  todas,  as  pomiveis  nemnmdidaie% 
alé  á  AoAtoira  de  Piandm. 

8e«  esposo,  Phiiippe  d'Al9aCla,  a  ^rin  ro«* 
oeber  à  entrada  -dos  seus  asUdos^/ena  prsf 
scnça  da  soa  ooite^  do  seaeieRito  ode 
grande  nmlddao  de  pato^  se  ceUtapa  lois 
a  ceremonia  nnpciaL 

jy.  Thereza  — comp.  «Ta  cosiimo  pMf€af • 
se  eom  as  esposas  dos  condes  reinantes  de 
Flandres-^4Dndoa  o  nome  paia  Mpiitfds. 
;  Esto-.óasameitío  foi  ceiobndo  em  Blugei, 
em  agoeio  de  H84.  «n 

Mnitos  escriptores  dian  qaé  a  riageqi 
d*esta  Senhora  foi  prospera  o  sem  aeciden- 


0^ 

las;  porta  o  viaesode-de  Samseem  (Oumlra 
4imnáíir  doa  r^ki^  poiUicãê  a.dôifooialí* 
ctis  de  Bmivigai^  tomo  9.^)  dis  qno  aala  Tifr» 
«sm  fW  diffioii  o  mesmo  perigosa, 

Qiie;o  nawo  em  qna  ia  D.  ThOMca^  M 
alacado  pelos  piraua  normandos»  qoo  iM* 
baram  as  jóias  mais  preciosas. 

Asaim  qae  o  conde  teve  noticia  d*m(e 
aomitedmento^  foi  partír  immediatamenie 
«ma  frola,  qoe  ponde  agarmr  os  eomaiios» 
sand^  90  d*eUe*  enforcados  em  Piandrea.  . 

Phiiippe^  deu  a  sna  esposa  o  senhorio  4a 
17  cidades  o  vilias^  das  maia  imporunies  dos 
sena  catados. 

Foi  muito  cdebrada  a^nndstsa  Mathêtíiê^ 
peia  rara  prfidencia,  diairígio  e  energia 
com  que  f  ovcrnou  os  estados  da  Flandres 
defendendo-os  contra  muitos  senlioias  qna 
lhe  fiseram  guerra,  oflsqnanm  ecu  marido 
oomhatia  no  ultramar. 

Ficando  viuva  am  Ii90^  sem  haver  fi* 
lhos  d'eats  matrimonio,  passou  a  segun- 
das nopcia^  comEodo  III,  duque  da  Bor- 
goi4ia,  em  IIM;  mai»  sendo  parentes,  o  ten- 
do casado  sem  daspensa^  se  annnlou  o  casa- 
menio<fefi.il95. 

FaUBceu  esta  heróica  portngueia,  a  d  de 
maio  de  Í2i6. 

ias  na>tfapeita  dos«oodes  de  Flandres^  no 
moetoiro  de  daravaJ^  da  Borgonha. 

D.  Meeia  Lopes  do  Hanv  %^  senhora  da 
Onrem*  muthc^r  de  D.  Sancho  U».  continuou 
a  a^  sophosa  de  Ourem,  nao  sè  depois  da 
deposição  de  seu  marido  (6  do  setemhra  da 
1245)  mas  ainda  depois  da  sua  morte  (4  de 
juahQ  da  1148.) 

.  O  Qonde  de  Bolonha,  depois  a  Aífania 
UI,  ou  confirmou  a  doação  deseulrame^au 
deixou  gozar  em  paz  esta  senhorio  a  sua 
cunhada. 

O  povo  portugnet,  axaspetada  por  tau- 
los  tributo^  e  cançsdo  do  num  gavama  da 
D.  Sancho  II  a  seus  mlnisuros;  e  dos  desa- 
tinos da  raiabig  principia  a  murmurar  em 
i240. 

A  agitação  foi  crescmdo,  a  tal  ponto,  que 
em  1148, 'iks  miidiolos  retplneionaramtse, 
a,  commandados  por  D.  Raytmiodo  Vi^aa 
Sarlo*Gami«v  aiançam  alé  Goimhra»  onda 


ow 


OUB 


381 


4iMifti»-Mne;  A.ftM,  rmudos  m  povo  dt 
diiif»  amlwtMi .  IK  Meda  •  a  levMi.ps» 
mo  eaateUfli  é*Oaffein«  (Foi  Porto  Camiro  o 
4haCada:«wolc«.  <|aa  «  oonAano.)  Pouoo  de* 
liaiii  'Mi  M»  rei.  depoato»  e  fofa  para  Caa* 
laUa. 

..  iMto  aiaoa  depoia  d^mitat  desordens  (Í2ft6) 
«Mfl  a  miaha  peaiii»aeia  em  Oorem;  pois 
«BiiMi  deaçSsa  Mtas  ppriella»  d'esie  lenpew 
.  Aaioiia  emdewmidmeia  da  Bokãikiz  pa* 
navaieonhada,  a  aiada  mais, o  facto  de 
•«r^  Smmhú  U^€om  m^êreput  qm  lk${o*^ 
mm  fkiê^que  mitm  tolanfas,  êoire  tem% 
jmra  uaiarAa  a  etpoêa^  $  $enáo  rêcMié  m 
éírÊ^debáita4Ápeêra4B^pêia(fiMímiqãoÍ9 
mtêêih^  panee  pr&tooum  qm  D.  JHeeia^  €m 
«a»  lés  ssr  vicTfifAi  pn  emnflkê  ée  D.  Aff^tir 
ao^nlaillitramto  põfpii/ar^  eoai  Isdos  0$  aí* 
ZOiiéêtpmiçãúf  qm  denk ao ^andê  a  09róoià$ 
$eu  irmõ&.  (Vida  a  Hétiêriu  de  PorluDMiíy  pe* 
4o  ai.  AleaaadnaUercnlaiia^  taiao  %•) 

•  Motemoa  porém  qua  na  Ifo*- 
^  iiafwAieiÍMftoia(L.*i7.%eapi 
i4>se]é: 
<!  •¥$»*  sac  a  vHla  d'aarem 

id'e8U>Seohora  (a  raiolia)  elaa 
tdafsQsayel  por  siHo  e  bda 
iBNnraUMs  qao,  a  ser  ifaidada 
(da  aM,  ao  madamo»  a  pada- 
iraoiMier  por  iasapogoavel, 
iffM  pamce  também  que  re$is' 
itia  ttiMls  a  Ei-Bei,  D.  A(fm- 
ISO  f/A  fHaftAnSomot*  ifasss  do 
ireino,  0  que  persistia  até  ao 
lanno  de  1249,  conservando  a 
itâs  drkt-Iiei  D.  Sttncho.9 
De  qoilqner  dos  lados  que  esteja  a  ver- 
dade, é  certo  <|iia*  B.  Affonso  Ul  eslava  em 
^OW^>ett  1^49,  pois  de  dia  Si  de  fareireí- 
rò  ^esse  anão;  e  aqu!,  datou  uma  doaçio  ao 
mosteiro  d* Alcobaça. 

D. 'Meda  rettoa  para  CaataHa,  ande  Mie- 
«ea^  «em  tornai  a^Pertanal. 

Cojpserypu-ie  ud  dòmiofc  da  coroa  o  se- 
làori^i  à^  •  Qurem^  por  espaço  de  33  aa- 


>-  f  { 


'.  I 


'•I 


.!'•  i'iV 


liii^4Mi;')»íêai<do  D.  JÂtái  I  eòm  tSaaU 
IsaMl  Itie  deu  muitas  \nisi  sendo  uma  d'el- 
iaaOiprem^    :. 

O  infante  D.  Affonso,  irmào  de  D.  Dkiia, 


fciadaDda<-se  am  que  «ata  era  filho  adntteri- 
no  (por  ter  nascido  em  vida  da  liathiid^ 
eoodeasa  da  Salanita)  diapatoa-lbe  a  eo* 
rftav 

Santa  Isabel  eongrasson  os  dois  irmios, 

Ik  Affonso^  aeabor  da  PcNrtalegre^  entire- 
tregott  ao  rei  todos  os  casielloa  e  senborioa 
da  fl'aiilairado  Alemtejo,  maebendo  entra* 
ca  os  acttharios  de  Ouron  e  Cioira. 

Morre  D.  Affonso  (1315)  e  ana  filha.  Dl 
Isabel,  pretende  aaeeeèsrno  senhorio  d^ea- 
u  viUa,  eoma  kgitiau  herdeira  tfesle  In^ 
fánie. 

Opp9e-se  orei— ha  litigio— as  parteaeom<* 
aaetieBi  a  dedsia  a  )iiizea  árbitros  (luram 
aa  bispos  de  Lisboa,  Geimbra  e  Bvora)  qna 
dio  a  acBtença  eontra  D.  Isabel,  a  Gorem 
laisna  paraaearòa. 

Por  falledmento  de  D.  Affonso  IV  (S8  da 
maio  de  1307)  Dl  Pedra  I,  que  ihe  sooeadea 
kg  doação  do  senhorio  de  Oarem,  a  sua  mSê 
a  ndBha  viova  (D.  Drites,  filha  de  D.  Sa»- 
dÉ»iy,  da  Caatella)  40a  oi  possuía  am  quan- 
to VlfML. 

OomOao  de  Ouram 

O  i%  foi  D^João^Afímio  TeUo  d$  Mme- 
aat  (lio  da  eeèBhiB  D.  Loanor  Telles  de  Mar 
nases^  por  ser  Irmão  de  0,  Manim  Aiooaa 
Tètta  de  Maaeimy  pae  d'esta  senhora)  fsito 
por  B.  Pedro  I—da  quem  era  valido.-*i-am 
tt5doai387.. 

j.  Saleieonde,.  era  casada  oom  D.  jfiuiomar 
ViUa4i#bo8^  bisneu  do  rei  D*  Senahq,  de 
XlaaSaHa. 

•O.aon  palaoiam^a  am  SanUram»  oode  ro^ 
sidia,  e  aki  landou  o  oonvenie^.  dos  ftadea 
afioalinhoe,  em  umas  easaa  apas»  em  i2|76; 
e  11'eaKO  «onvanto  M  sepultado  com  soa  ma* 
lèsf.  <0  conde. morreu  em  i38i.) . 

lra^9aoid#  D«  Affeoso^  conde  ds  Darceír 
kMHreÃs  Dl  Leonor  deMísnazes,  casada  com 
D.  Pedro  de  Ga«ra^fiihO'd*Alvaro  Peres  de 
Castro  (irmão  de  D.  ígnea  de  Castro)  con- 
de de  Arrayolos,  e  l.*condestavel  do  reino. 

Bem  Jk  Leonor  era  datada  de  tio  nura 
intenigenda,  que,  da  edado'  de  des  amios, 
sabia  pbilosophia,  muajica  e  poética,  e  escre- 
veu um  romance,  t 


38£ 


OUB 


<  F«U*fa  eometaflnulelaliiii»  frincéi  « 
htaptiiàok:  /.  ..    .  i-    n 

Foi  tAmbem  aepiilt«da>iMi«inoàt6iro  ágos- 
tinho  de  Santarém. 


». 


1 


*i  ft.*  conde «—  IM  #6^0  Dgma$èélês  AndéirOy 
fiUego  (Dalttral-da  Corwlia)  wdidê  éo  im- 
fae«itMi^.«  FtorrianiD.  I  (oa  áa«ibt;dfaer  á^âsie) 
homem  peifido  eatâilosé^-mae  de -grande 
irifliieMa  lonlre  oA  tasieUianée. 

Temindii  a  gnei oa  de  IK  FisniâodD  I,  úm^ 
in  ^.  Henríqtie  11^  éa  GaiteU%  t  pefo  ira^ 
Udo  de  Santarém,  de  19  de  março  de  AftTâ» 
publicado  •  a '24. 

Uiiii  dos  anigoff  do  tratado  tora  qie  o  ni 
éíf  Ponogal  expdâearía  d'eit6  reino,  9;.  Joio 
Kemandea  Aiidtiro»  «e  todoa.oe  Hiaí^fidal*- 
gos  castelhanos  qae  cá'e8lii9eis«iii,.:ânnffè 
ein-30diás.-.     r  ..^  .     -  1  h  m 

•<  IiiO'é  o  (ttie  oad  eonyfaiba  a  ]XLeòD0P^« 
irtígo  iiio  ae  camprin^  è  ella^'obrit9Mi  eet 
marido  acommetcer  á' kniixeM^de «iere?er 
«  flQBfi|qiie4f^"díiei4e-ltte  qaaifio'>eAa 
ter  execução,  porque  o  Andeiro  ê^tempt»- 
tridos  8ê  contratavam  e  fortificavam  no  cas' 
tello  d'0wriw^  êfi^éemúéi^mlMtim  queriam 
d^elle  eahir.  fij 

'^  D.  ^dWqfce  comenMa^qHè  alglliis 'dos 
«aateHiafii»  ficarem  edi  Ponsgai;  mas  «s- 
«itiitf  Ceata^  nkèrminio,  Aniein^  »  oiMreu' 
'  Nãa  tifèram  M^  rem«dier>fPeéÍ0'*aMr4e 
Pertngitt>  é  «  cotid«i  de  Oérem  sonbe  em 
Londres  introdazír-se  nas  boas  graças' dk> 
«onde  de  'Cambridg-^irttio-  do^  áailiíé  de 
LeHcastt^ — entretendo  aemprr  cen^Btfpdn- 
dencía  secreta  com  D.  Fernando  e  D.  Lèo>- 
iior,  antmaiido-osaMla  nas  imf  tonais  (nre- 
leliçSeâ^bre  a  eorto  dê  Caitella^  * 

DJ  Fernando  isdoece,  e  •▼afe;  por  eotieeiío 
dos  médicos  (ou,  segaÉdo'èiiitros*pa»»n3o 
estar  ao  p«  tta  innlher)  para  Atoada;  IMÉ, 
Bio  se  dâitdo' alli  bem/váe  fkn^s^piíços 
4as  Aícafòvas,  éMkm  dt»  caatelto  dè  "S.  loi^ 
ge.  (4.<'>vo},  pag.'iflS,cot.<t.«)     ^         >   < 

•'.'     '.  iPi.      ;    •   ,     ,      .  »   ..  ''L     l. 

.  y  Dapoia  dojrel  casleHiaBO^  Invadir  «eias- 
solar,  Portugal»  chegando  ató  Li^bqa,  que  ar- 
queia e  incendeia,  sem  que  D.'  Fernando— 
mettido  em  Santarém— tràtasne  de  ihhf  ii)p- 
por  a  mínima  resistência.     •>'  ih  . 


AHViritoiaflhairto  aliKo^^aof  Moa^paiilt 
menuee,  tolta  panKoaben»  púço$4e.'ÍÊ$UÊ 
No9ay  eváquIdNedea  noiídia  MH  é»*D«it»* 
bK»  de  1368»  eMa39^  aanea  iMDo»i»díAi^ês 
edada  tt  .(Nascera  .en  ^3i  dei  6iit«*r#'A 
1344.)  'í-' 

O  Andefro  ]áltlabaToliado'deiiglatdi^ 
e  estava '4iMi'Seaiípii»noa*paçoa  da  WkfÊá; 
mae^  apenas  morMCBw  Ftmáodo^e-aAe^ 
do  o  edie  qoe^  liie  «vOMVft  lodo  «npevo^  de 
Lisboa,  pelos  iseos«Beââdaloeòs  «ooreaFtom 
D4  Lèodor^H) taibbeny  pecéer  gaMegcM^r»* 
lírett^iBe  para  o  wé  easMe  d*OareiA;«iaa 
sevdo  chamadoí  como  ^armais  fidalgos;  pa^ 
ra  assiMirao  «ntano'  êa  menarcba,  sâ»da 
Ourem,  «ton  «ma^^seoltade  j^escadeirai^ 
armados  até^aoa  dentes  (apeiar  doa  aipptt» 
oas  de^  sua  mulher^  que^  preadivtnllaiida  m 
iterte  que  f>  esperava,^ fea  todas  as  dfligeii* 
cf9a'para  impedir  «áta^jornáda.)  >      ^  « 

Chegi  aLiftboav^  vaetpari  o  paço,  «omo 
aácMeir^  de  Du  beondr,  regente  em  nome 
áasita  filba,  IK  Beairli^  mnitier  de  D.  JoSo 
I,  de  Casteiia. 

^''"ffiidoe  sabem  dos  tnomltos  que  tiveraoa 
4Ògar  dbraate  o  intavsslè  rdnado  de  D.  Fer- 
nando, edo  odia  qne^os  po^nguezes  tinham 
A  ÉMMier  de  Joid  iM>tire«|a  da  Cunha,  sé- 
nior de^FooMro,  tomada  concubina  leqaH 
d*aqttalle  fafilis  monarelHU 

Bste  ódio  era  jratificado'  pelo  procedi- 
mettto  vergebhosa  de*  D.  Leonor,  que  com 
áseandab  pnbUeo^  faria  éslentaçao  dos  seus 


! 


1,  D*  Fernaiido  residia  ora  em  am»  ora  em 
outro  doestes  paços. 

'  Ao  da  Moéaa  nova  tatabem  se  daVa  6  m* 
m^ ^ foço^ de 8: MarêinkiK    ><  '  *-  M  o 

Depois^  m  reinado,  de  D,  João  I»ii^Cpfifll 
estes,  paços  destinadps  p^a  re^iíeQci^  ,d6 
seus  ulhbs,  ô  tomaram  a  depomin^çao  de  pa* 
ÇO8  dos  infantes.  "        '  "    '''^'    '• 

O  réi  D.  Manne)  oS'  traasfemen  fHi  chisa 
de  supplicação;  po  murqq^i^  d^  Poo)^l^«ii 
cadeia  publica.  $*  o  Xiiiioetro.         ^ ..  , 

2  Abdeiro,  na  vinda  pài*a  Lisboa,  liospe- 
4du«sie  em  Santarém,  eo^  casa  do  seif  alca^ 
de*mór,  Gonçalo  Vasques  d' Azevedo,  paoiin 
.AiWQ>  GogoalvM,  /qaurioi  com  «D»  iSmifha» 
filhado  cpnde  d^Õorem.  .  •   u  «. 

O  aicáide-mór,  lafaibetú  diligencioC  mas 
inutilmente,  despersuadil-o  da  MdaiíLitf- 


oua 


OUB 


388 


de  d*Oiirem.  <^  > 

\iilà^iMeêtni^4''À»ip^  m  írfiloflMm^síBise- 
Toa  amigos  am  do  omro,  e  D.  João  odicu 
oall  do  ^nei  âíntfaaili,  a  DJ  Leonor '  e  io<An- 
deiro,  mesmo  por  essa  amizade  qae.iiob^ 
ao  rei. 

•.TOeitamttlloa-  tnnsbmaram*sa  emirevo- 

iQQio  dedanida^i  deiioia  da  norte  dd  rá,  e 

fodOfliosiportogBeaee  fnioham  oe^bltlos  no 

Hesire  d^Ayliiiái  então  mpúce- popular/ eo* 

mo  O' unieo  remédio  aí  tamtoi  malte;   •  • 

'   Dl  Me,  qoe  tflogittl  adceitar  o  genofalatk» 

do  Alentejo,  passara  para  o  S.  do  rio;i>o- 

rém,  ree(m9idêrando;repsíSS9L'0,  dirige-se  aos 

1^901' >da  Moeda  (6  defdosemtoo  de  1383)  e 

«seasiina  áiidefa»,  oodi  ama  pmhalaéa.^ 

'    •  .     f    '  MTtaihaiqaofaziír, b(|fie.hoii? 

i:        >         snÊÊêi^áé  desiàidar  a  geração 

.    dosf  noMOS  fois/  em  todos  os 

soas  firequente»'  onísaawfi^oa, 

desde  o  priDcípio  da  monar- 

ehiàln*MS6^a^ta  eoDiíioetnra 

detemos  notar  o  seguinte: 

O  Mestre  d'ATii»  era  flJho  de 

TAtfftM  liOtir«noo  (rapariga  è» 

*    ^      povo^  <e  gallega  de  naseimeivto) 

.      efntteefa  em-Lid)oa,  «15  4e 

abrilde  13ò8.  Todos  sabem  que 

erafilbobastardò  de  D.  Pedro  i. 


'  *  í.»,  porque  era  muíher  de  João  Lòu- 
irenço  da  Gunba^S.*,  porque  era  mulh&  de 
D.  Fernando— 3.",  porque  Andeiro,  era  ca- 
eado. 

2  Diz^so  também  que  elle  não  ficou  logo 
morto,  e  que  foram  os  fidalgos  partidários 
do, Mestre  que  oaoabaram  ás  estocadas. 

Este  conde  da  Ourem  era  tão  eynico,  que 
«e.  apresentou  no  paço  vestido  de  gala,  quan- 
do todos  andavam  testidos  de  burel  brancq, 
4]ue  era  o  lucto  d'esse  tempo;  pelo  que  foi 
reprebendido  pelos  offlciaes  do  paço,  do  que 
elle  não  fez  caso. 

O  lacto,  até  ao  reinado  de  D.  Manuel,  era 
de  burel  branco;  sendo  até  então  o  vestido 
preto,  signal  de  gala  e  alegria.  A  primeira 
Teè  que  se  usou  iuc(0  preto,  foi  na  morte 
de  D.  Philippa,  tia  d'aqueile  monarcba.  Na 
€biOa,  o  lacto  ó  branco.  —  Na  Arménia,  na 
Syria  e  na  Turquia^  é  azul.  —  Na  Etbiopia, 
étòT  de  terra.— *  No  Egypto,  é  amarello. — 
Ha  Europa  e  na  America  é  preto.  (Yol.  5.% 
pag.  ^1,  coL  â.*) 


f  i^ '      '      -  t<-D.Hiepeaa,  filha  do  conde 

'•  r.  lAttêeiro,*  era  também  gaile§aL 

-  rt         ''F<ri  amante  de  B,  João^fillM 

éèíK  Pedroi  l'  e  de  D.  IgMK 

.  >    ,.  t  .  .  r.da  Gásiro»  Oiteive  d'elle  doii 

•    ilhof— D:Lai»4a<0tterra;€pii 

fòi  bispo  da  6aarda^-e  D.  Per^ 

>  fiando  da  Guorra,  que  foi  ar^ 

«ebispo  de  Braga  e  regédo^  das 

Justiçaft-^Bstes  dois  pr^adoe 

1  tr^m  pois*  sobrinhos  do  msos- 

sino  do  seu  avô,  o  conde  de 

u>   '  Ourem.» 

D.  João  I  eslimou  itauiloi  es- 

>  tee  dois  sobrinhos^*  e  os  eoUo^ 

I    .  j'  •  •  •  oou  na >po9ifão<  eminente* bm 

que  termiàaram  eeos  diasi  (O 

qne  éonumdoK..) 

Quando  o  -coode  foi  morto;  tinha  vestido 

amtgibão  deteatim  cainierim,  » tabsrdo  éto 

finíssimo  panno  preto,  quando  toda  a  eÔPlè 

¥eetia  de.]uoto:tigoroso.>  ' 

EMetfo^toéo^a  dia  e  pM*te  da  noite,  nomea- 
mo iltiooiíde (ôra assaSMnade,  coberto eoa 
nm  tapete  velho.  Pqlas  horas  moHa$,  D.  Leo<- 
nor  o  mandou  enterrar,'  ás  escondidas^  na 
{iroxima  egrefa  de  &  Martinho. 
•  •  O  eondo  d'Ouretti,  «ra^  pouoe  mais  ou  mo- 
noa,rida  odndeido  rei.  Tinha  uma  physiono* 
mia-agradi(VeV'erftJDUito-Mp^ririi(wo,  lalla«> 
va-  com  muita  graça,  e  tifiiha  «m  grande  ta^ 
lento  para  divertir  as  mulheres.  (Chron.  de 
D.  Fernando,  por  Fernão  Lopas.) 

D.  João  Fernandes  Andeiro  possuiu  o  con- 
dado de  Ourem,  apenas  uns  dois  annos.  • 

3.*  conde -^  D.  Nuno  Aihares  Pereira,  o 
grande  2.*  coudestaioel^^  feito  por  D.  João  I 
(ainda  oitão  defensor  e  regedor  do  reino)  por 
carta  passada  em  Lisboa,  no  1.*  de  julho  de 
1384.  Deu<4h0  também,  tudo  quanto  havia 
sido  do  conde  Andeiro,  e  os  smfaòrios  de 
Unhos  e  Villa^Yiçosa. 

Em  20  d*ag03to  de  1385  (6  dias  depois  da 
batalha  d' Aljubarrota),  estando  D.  João  I  em 
Santarém,  confirmou  e  ampliou  a  doação  que 
havia  feito  ao  oondestavel,  o  qual  a  acceitou 
sob  condição  de  que  o  rei  não  faria  outro 
conde  em  sua  vida  (de  D.  Nuno),  ao  que  o 
soberano  annuiu. 


83fi 


OUB 


OUB 


Se  D.  Nano  Atvmt  Pereira,  foi  um  dos 
maidfeft  Tultos  de  ^e  te  doda  a  nação  por* 
ttifiieza»  também  se  deve  eolifessar  que  — 
eoBira  o  um  inTetarado  dm  Monarehas  d*e8- 
te  teiBo^nenhaai  yaesaBo  ailida  recebeu  ta* 
■tnlioa  premloi  e  ehegoit  a  ião  grandes  ai- 
tvras;  D.  JeiOy  tea  amigo  e  «ompanheiro,  o 
Un-^cmUesiaiMl  áo  remo,  conde  de  Ourem, 
tende  de  Barcello^  cee^de  de  Arrayohe,  mor- 
iaeUhmÓT  do  paçò^  e  èõúhor  de  sessenta  vU- 
leu  meaeteUadttê.  (Vol.  i.*i  pag .  248,  ool.  1.-) 

4.*  eonde  —  D.  Àffonso,  úlko  bastardo  de 
D.  João  ]^  e  de  Ignez  Piles.  (Vide  Barcellos; 
^ottontoVo»  do  Riftia-ltejo;  e  Guarda.) 

'D/Nttoe  Almurea  Peraira,*  teve  de  soa  mn- 
iher,  D.  Leonor  d'Alf  ím»  dois  filhos  e  uma 
filba.  Morrendo  aqnelles^  flooa  esta  (D.  Bri- 
tes Pereira),  única  herdeira  da  rígnássima 
casa  de  seu  pae,  que  era  a  maior  de  Por^ 
togai. 

D.  João  I  qniz  casar  seu  filho  a  sneoenor, 
D.  Duarte,  com  D«  Brites;  mas  acondestaveí 
j^feríu  dal*a  áquelie  filho  baAardo  do  rei, 
para  (liodar  os  estadoe  que  hoje  constituem 
a  casa  de  Bragança. 

D.  AfluDSo,  nascera  em  1370,  e  casou  em 
4401,  sendo  feito  conde  de  Barcellos,  no  dia 
do  aeu  casamento.  Vivia  com  sua  mulher, 
em  um  palácio  que  tinha  em  Chaves^  onde 
esta  morreu  de  parto,  ainda  em  vida  de  seu 
pae. 

O  infanie  D.  Pedro,  filho  legitimo  de  D. 
João  I,  duque  de  Coimbra,  e  regente  do  rei- 
no, na  menoridade  de  sen  sobrinho  e  genro, 
D.  AfifoDso  V,  creou  em  1442,  o  ducado  de 
Bragança,  de  que  fèz  duque  a  sen  irmão 
basurdo,  D.  Affonso,  4.«  conde  de  Ourem 
(que  lhe  pagou  esta  mereé  eom  a  mais  ne- 
gra ingratiiião,  pois  foi  um  dos  que,  em 
i447,  o  malquistou  com  D.  Affonso  V,  con- 
oorrendo  para  que  seu  irmão  e  protector 
viesse  a  morrer  às  mãos  de  portugueses,  no 
desgraçado  combate  de  Alfarrobeira,  em  20 
de  ffiarço  de  1449). 

Achandose  D.  Affonso  viuvo  da  condessa 
d*Ourem,  passou  a  segundas  núpcias,  com 
B.  Constança  de  Noronha,  irman  do  triste- 
mente Cfh^bre,  D.Pedro  de  Noronha,  4.* ar- 
cebispo dtí  Lisboa.  (4.*  vol.,  pag.  272,  coL  1.*) 


Dl  Aflònso  não  teve  flAfaot  de  «llt;  Cstm» 

ça.  f    .    , '     . 

De  D.  Brites  Pereèra,  teve^siHms  seglin- 

tfs:  .r  '-  .      • 


Di  Feniando  I,  qneM  ±^ 


de 


D.  Isabel,  que  casou  com  sem  tisv  'O  inHiH 
te  D.  João,  mestre  de  S.  Thidgo^  fièlw  de  D^ 
Jtno  L  D'efete  casamento  naaciu  D*  Brites^ 
casada  com  seu  primo,  o  infante  D.^Femaáf^ 
do,  duque  de  Béfa,  filho  4o  rei  D.  Duarte» 
d»s  quaes  naseeu  D.  Manuel  1^  o  Vemuroeo 
— 0  0   • 

t  .  t 

&•  eonde  de  Oorsm — D.  AffmsOy  que  M 
feito  1.*  marques  de<¥alleBça,  por  D.  Aiètt^ 
90  V,  em  ii  de  outoiNro  díí  1451.  Morrendo 
solteiro  e  sem  filhos  legiiimoe  (em  Thomar, 
a  20  de  agosto  de  1400)^  passou  o  condado 
de  Ourem  para  seu  hrmão.  > 

6.«  conde  ^  D.  Fernanda  /,  2.*  duque  de 
Bragança.  Sendo  esto  inféNi  príncipe  dego- 
lado, por  ordem  de  D.  Jeioill,  na  praça  gran- 
de 4'fivora  (junto  àk  casas  do  José  dos  Ba- 
raçosy  e  em  frente  da  egf«|a  de  Santo  An- 
tão), no  dia  22  de  juBlro'd0i483.  Tinha  sido 
preso  a  29  de  maio,  pelo  que,  apenas  me- 
deiaram  24  diasi,  entre  a  prisão,  o  julgamen- 
to, a  sentença,  e  a  execução  1 

D.  João  II  confiscou  e  encorporòu  nos  bens 
da  coroa,  todo  o  ducado  de  Bragança--e,  por 

t  D.  Affonso  tinha  um  filho  natural  cha» 
mado  D.  Affonso  de  Portugal,  de  uma  senho- 
ra nobre,  por  nome  O.  Brites  de  Souza,  com 
a  qual  (por  ser  muito  orgulhoso)  não  quis 
casar  á  hora  da  morte,  por  mais  que  a  isso 
fosse  instado  pelos  ecdesiasticos  e  outras 
pessoas  prudentes  que  lhe  assistiram. 

D.  Affonso  de  Portugal,  turbulento  e  vai- 
doso, como  sen  pae,  quiz  mostrar  ser  filho 
legitimado,  o  que  não  poude  conseguir.   . 

D.  João  II  o  obrigou  a  ser  clérigo,  e  foi 
nomeado  bispo  de  Évora,  em  1485.  N*esta 
qualidade,  veio  assiittir  áceremenia  fuoebra 
da  transladação  dos  ossos  de  seu  pae,  de  Tho- 
mar  para  Oorem,  em  1487. 

Fundou  em  Évora  o  convento  da  Graça 
(de  frades  agostinhos),  hoje  bospital  militar, 
e  fallecendo,  em  1522,  foi  sepultado  na  ca- 
pella-mór  da  egreja  (hoj«  aula  nocturna)  do 
mosteiro  que  havia  fumdado  e  dotado.  Nt 


oim 

eoaMiineiida,  o  eomtodo  de  Oarem— e  tàh 
leeen,  em  Alvor  (Algarve),  a  Í5  de  ootabro 
de  1485;  suMoído  ao  Uiiobo,  mu  inino  •  eu- 
Bhado,  D.  Manael,  duque  de  Be}a,  iiho  do  ia* 
íiuile  IK  Fernando,  e  neto  do  reá  D.  Duarte. 
Logo  no  mesmo  anão,  de  liOS,  miMlt 
restituir  aos  filhos  de  duque  de  Bragança, 
todoa  08  aeos  bens,  honras  e  dignidades. 

Parece,  f  orem,  que  Ihesnao  restituiu  lega 
o  eondado  de  Ourem;  porque  no  meemo  an- 
no  de  Í492K,  achaoKw  o 

7.*  eonde-^^-liiirfiMSd^  Villa-Reai.  Pouco 
tempo  foi  conde  de  Ourem,  porque  o  conda* 
do  foi  logo  em  julho  de  i496,  entregue  ao 

8.»  conde  —  D.  Jaymê,  duque  de  Bragan- 
ça. Desde  então  ficou,  para  sempre,  eete  cDu- 
dado  unido  á  casa  de  Bragança. 

Para  os  que  desejarem  sa« 
ber  o  mais  que  pertenee  á  ca- 
aa  de  Bragança— veja-se  Brã» 
ffança  e  Villa- Viçosa,  na  serie 
dos  duques  de  Bragança. 

Também  em  alguns  eaeri- 
ptores  tenho  lido  que  o  rei  D. 
Duarte  fez  conde  de  Ourem,  ao 
doutor  (andaluz)  Vasco  Fer- 
nandes de  Lucena,  em  i433; 
mas  nào  vejo  semelhante  coi- 
sa nos  prindpaes  escriptores. 
Vide,  no  fim  d'este  artigo— 
Lucênã,  appellido. 

A  fidelidade  do  povo  de  Ourem  aos  seus 

ca  pierdeu  a  teima  de  se  intitular  herdeiro 
da  casa  de  Bragança,  e  aioda  na  sua  cam- 
pa mandou  gravar  esla^inscripçao: 

AQDl  JAZ  o  REV."*  MUITO  ILLUSTRE  SENHOR  D. 
AFFOnSO  DB  PORTUGAL,  PILHO  DO  MARQUEZ  DB 
VA1.LENÇA,  NETO  d'eL-REI  D.  JOÃO,  DE  BOA  ME- 
MORIA, HERDEIRO  DA  CASA  DE  BRAGANÇA,  FOI 
BISPO  d'ESTA  DIOCEííE,  porque,  ALEM  DA  SUA 
DEVOÇÃO,  QUIZ  EL- BEI,  D.  JOÂO  II,  QUE  FíiS^B 
CLÉRIGO,  FALLECENDO  EM  24  D  ABRIL  DE  i522. 

H^ve  de  D.  Phiiippa  de  Macedo,  sendo  ain- 
da secular,  dois  fiihoâ—D.  Francisco  de  Pa- 
TOy  feito  I.*  conde  de  Viiuioso,  por  D.  Ma- 
nuel ^  em  15 1 4,  e  veadnr  da  fazenda  do  mes- 
mo rei,  em  Í5i5.  -^  tt  D.  Maninho  de  Faro, 
nuQcio  aposiuiico,  e  i.^  (e  unleo)  bispo  do 
Funchal 


OUR 


$u 


reis  e  á  sm  panfia,  brilhou  sempre  em  to- 
du  aa  oceasiSés  de  perigo. 

Na  batalha  de  Alcacer-Quivir  (4  de  agos- 
to de  1878)  oe  terços  d^Ourem  acompanha- 
ram o  duque  ée  Baroeltos,  filho  do  duqun 
de  Bragança.  O  seu  èliefe,  eahiu  em  podeis 
doe  «Mres»  e  os-  ourienses,  aiorreramt  n 
maior  parte  aa  ftcçao,  ficando  caplivos  oa 
reslaaM^ 

Já  no  principto  d*este  artigo  fhUei  nas  ar- 
mas d'Ourem.  Accrescentarei  aqui  mais  o 
que  enâo  prometti,  extrahido  do  Eshofo  kií- 
toricê  éê  concelho  de  Vilia-NaiM  de  Ourem 
(que  vou  seguindo,  depois  que  terminou  o 
manuscripto  do  sr.  prior  de  Boceilas),  pre** 
oiose  e  Cttriosisaitto  livro,  escf  ipto  pelo  iV- 
Ittstrade  sr.  doutor,  juiz  de  direito,  Jhsé  doe 
Neees  Gomes  Blyãeu,  natural  d*esia  villa,  que 
o  mandou  imprimir  e  ptibllear,  em  i8i8. 

As  antigas  (as  1.*')  armas  d*Otirem,  sie  aa 
segundas  que  mencionei  no  principio  d'este 
artigo,  e  dia^se  que^  são  as  do  eoneeltío— * 
e  lhe  foram  dadas  por  D.  Thereza,  I.*  senho- 
ra d*Ourem. 

As  segundas  armas  de  Ourem,  consta  que 
lhe  foram  dadas  pela  rainha-  D.  Mecia  Lopes 
d'Haro,  mulher  de  D.  Sancho  II,  senhora  da 
Ourem,  e  diz-se  que  sao  as  próprias  dã  vil- 
la. Estão  sobre  as  portas  de  Santarém^  que 
ficam  ao  N.  ^ 

As  3.*%  sio  as  que  mencionei  em  primei* 
ro  logar  no  principio.  Quanto  a  mtm,  estas 
sio  as  officiaes^  pois  não  me  consta  que  haja 
outras  na  Torre  do  Tombo.  Também  são  ea« 
as,  as  que  estão  gravadas  no  pelourinho  da 
praça  velhãj  da  villa  (feito  em  1620);  mae, 
ahi  não  toem  os  escudetes  das  Quinas. 

Vemos  pois  que,  só  sebre  as  portas  de 
Santarém  é  que  estão  as  armas  eom  as  tor- 
res.  Não  sei  se  este  ornato  é  apenas  devido 
á  imaginação  do  canteiro,  ou  á  de  quem  alli 
as  mandou  gravar;  todavia,  ás  povoações 
acastelladas,  q^asi  todas  teem  torres  ou  cas- 
tellos  no  seu  brazão  d'armas. 

Consta  que  a  antiga  egreja  de  Santa  Ma- 

1  Em  todas  as  praças  de  guerra  se  costu« 
ma  pôr  ás  suas  portas  o  nouie  da  principal 
povoação  para  que  estão  voltadas. 


zn 


Qim 


rU,  iê  Ooren,  foi  riin4td»  por  D.  Affoim 
Henriques,  logo  que  rei gatoa  a  iriUa  do  po* 
áêr  4o«  mouros.  D'08ta  egr«ia  apenas  taoje 
existe  «na  porta»  e  pooeo  maSs.  Seodo  a8« 
sim,  íúi  a  primeira  egr^  ícathoUea  fundada 
^aJBitremadura,  desde  que  ocoDd0  D*  flen- 
rique  toiBOA  conta  de  Ponagal.  Dl  Affooso  I 
deu  o  padroado  &'esta  egreja^  ao  q osleiío 
de  Santa  Cruz  de  Coimbra,  e  sua  fittia».am« 
pliou  esta  doação,  dando  a  D.  João,  prior  do 
ni66aM>>  Qdofiteiro,  fm  maio  de  1183,  todaa  as 
lendas  doesta  egreja;  o  que.  sen  pae  confir* 
moo,  em  presença  de  D.  6<)dinhe^  arcebispo 
de  Braga-^S.  Fernando  3.%  bíapo  do  Porto 
«—D.  Gpdinboy  bispo  de  Lamego,(todos  Ures 
cónegos  de  Santa  Crus)— D.  João,  bispo  de 
Viseu,  e  D.  Vartinbo  i.%  bispo  de  Coimbra. 

Na  doação  deD.Tbereza,  lé-se— «Hoaau- 
tem  facio  m  prior  et  canonici  memores  bu- 
Jos  mei  benefici  nee  nom  et  patris  mel  nan 
cessetU  die  et  nocte  orare  pro  nobis.*  (Quem 
cumprirá  agora  esta  obrigação?) 

crâsta  que  foi  este  prior,  D.  João,  qoe, 
em  wta  do  crescimento  da  população,  ele- 
vou esta  egreja  a  eoliegiada,  mandando  edi- 
ficar claustros,  dormitórios,  refeitório  e  mais 
officínas  para  um  prior  eoito  cónegos;  e  que 
o  seu  primeiro  prior,  foi  D.  Pedro  JoSo^  na^ 
tarai  d'£vora,  em  ii93. 

Contínnou  a  coUegiada  sob  a  regra  de  San- 
to Agostinbo  (cruzios)  até  i440. 

Então,  sendo  conde  d*Ourem  o  marques  de 
Vallença,  D.  Affonso,  filho  primogénito  do 
I.*  duque  de  Bragança,  hindo  ao  concilio  de 
Ferrara  (e  d*alli  ao  de  Basilea)  ^  por  man« 
dado  de  seu  tio,  o  rei  D.  Duarte^,  alcançou 
do  pontífice  Eugénio  IV,  a  apresentação  do 
priorado  da  collegiada,  e  a  annexação  das 
outras  egrejas  a  ella— ^  que  o  prior  e  cane* 

• 

1  Durante  a  vida  d'este  conde  de  Ourem, 
só  houve  o  concilio  geral  de  Basileia,  con- 
vocado em  Florença,  em  1439,  pelo  papa 
Eugénio  IV,  para  a  união  da  egreja  grega 
com  a  latina. 

O  conde  de  Ourem,  que  era  muito  orgu- 
lhoso da  sua  nobreza,  apresentou-se  em  Itá- 
lia com  um  séquito  principesco. 

Levava  por  escolta  i20  cavallekos,  rica- 
mente vestidos. 

Hia  com  elle,  D.  António  Martins  de  Cha- 
ves, bispo  do  Porto. 


OUB 

go$  fossem eeeidares^  wmatírm ouvidot os 
eraaíos  do  Coimbra. 

D«  Mhn^é  tinha  taau  prediloeçio  ponea? 
te  sea  condado,  que,  se  não  norre  tão  mt* 
vo,  etavaria  esta  villa  a  umaRoi  grao.de 
prosperidade. 

Em.i052,  Q  cónego  António  fleariques»  a 
sua  irmão,  D.  Isabel  Henriques,  (astitoiram 
em  bens  seus,  com  Ucença .  regia,  é  confir- 
mação do  bispo  de  Leiria»  einoo  capellas  de 
missafl,  eom  vários  encargei^  f^iido  um  das 
capeUães  obriffoção  ás  ensmêt  laUm  e  mo- 
ro/, sem  faltar  ao  coro. 

Eataa  capellas,  eram  no  altar  da  Saato 
António  da  collegiada.  > 

Para  eapellães,  eram  preferidos  os  parai- 

les  dos  instituidores— se  qcázessem  acceitar. 

.  O  cabido,  a  titulo  de  administrador  d'e8- 

tas  capellas,  recebeu  um  olival,  denominado 

dos  VMe-Mouros. 

Em  1785^  creou  o  cabido  «ma  capella  de 
musica,  paga  por  elle. 

Todas  estas  capellas  estiveram  abandona- 
das, desde  1834;  menos  ama,  instituída  na 
Charneca,  que  era  património  do  padre  Joa- 
quim Eduardo  Henriques  Rosa,  parente  dos 
instituidores. 

Nas  annaxações  das  egrejas  supprimidas» 
para  a  ereação  da  collegiada,  também  .pas- 
saram a  ser  propriedade  d^esta^  as  residên- 
cias e  passaes  d'aquellas^  procedidos  de  doa- 
ções de  particulares. 

Os  rendimentos  d*essa8  egrejas,  eram 
também  provenientes  de  doações  de  particu- 
lares. ' 

A  collegiada,  tmba  também  metade  dos 
rendimentos  da  egreja  de  S.  Silvestre  d'U- 
nhos,  que  rendia,  liquido,  para  a  collegiada» 
uns  80^000  réis  annuaes. 

Toda  a  renda  da  collegiada,  excedia  a 
100:000  cruzados  (40  contos  de  réis!)  an- 
nuaes; porem,  dopeis  de  1834,  muitos  ca- 
seiros, recusaram-se  ao  pagamento  dos  fo- 
ros, e  como  não  appareceraip  títulos,  per- 
deram-se. 

O  moinho  dos  ConegoSy  veiu  à  collegiada, 
por  doação  de  D.  Fernando,  duque  de  Bra- 
gança» em  8  de  junho  de  1469,  confirmada 
por  D.  Affonso  V,  em  1470. 


onoR» 


|.  IK- 


337 


.  O  cabido  llDltt  taoribem  a  notaiaiçSo  dal 
oaní^  dè  Sêprê*Ve$itoso  ^-^  ^  Aibardos;  6  no 
eoBcdlio,  08  de  Faiima,  FrmiandaSf  Cêíça 
e  ^val,  qpe  tem  agort  priom  coUados. 

TíDha  o  cabido  dois  e6l]eiro»*T-WH  dos  di-» 
zlfflo^  oatro  dos  íóros. 

Aqaalle,  .chamado  geral,  salisfana  estas 
jiaff9S-^fábriea  âa  egre|a,  oapellies,  moços 
do  oôre,  Sé  de  Lisboa,  hospital  das  Caldaè 
da  Rainha,  seminário  de  Santarém,. patriàr* 
eh(|l,  etc. 

Ko  celleiro  dos  fóros/.denQminado  dos  an" 
niversarios,  entrava  o  cabido  a  a  egreja  pa- 
^arcbaL 

Btt  levaVa  o  terço  de  todo  qaantp  se  ro- 
cebia  nos  dois  celleiros*-^  o  mesmo  das  ^f- 
ferias  aos  santos^  e  doi  bapUsados. 

Alem  dos  celleiros  em  que  na  vUla  se  te- 
cebiam  os  disimos— haviann-um  âo  Olival^ 
outro  nas  Gaxar ias,  <)Dtro  nas  Fifeixian- 
das. 

A  maior  parte  dos  100:000  cnizados  que 
rendia  annualmenie  esta  collegiada,  inroee- 
dia  dos  dizimes  do  concelho -de  Ourem. 

A  parte  qoe  hia  para  a  Sé  cathedral  de 
Lisboa,  foi  depois  dividida  em  doas,  ficando 
Via  para  a  Só,  outra  para  o  c<^egio  de  S. 
Asfio,  de  Lisboa  (jesnitas.) 

D.  João  y,  foi  qae,  em  1738— pela  baila 
que  obteve  de  Clemente  XI— pensionou  as 
prebendas  d^Ourem,  para  a  Santa  Basiliea  Pa- 
triarchal. 

D.  liaria  I,  é  que  Ibê  impoz  a  pensão  pa- 
ra o  hospital  d|is  Caldas  da  Ratoha. 

Por  carta  regia  do  principe  regente  (1801) 
vagando  os  beneficies,  a  renda  de  um  anno, 
era  toda  para  o  estado — sendo  logo  provi- 
dos, tinha  metade  dos  rendimentos.    . 

Era  a  isto  que  se  chamava — anno  morto. 

O  prior  da  coilegiada,  tinha  de  preben- 
di»  (atem  dos  direitos  que  recaia  como  pa- 
rocho  das  qnatro  freguezias  annesas  á  soa 
egreja)  de  quatro  a  cinco  mil  cruzados. 

Cada  prebenda,  rendia  rn^is  de  500iO0O 
réis;  mas,  satisfeitos  os  ónus  e  encargos,  ren- 
diam líquidos,  cada  uma,  mais  de  300^000. 
réis. 

O  prior  tinha  dois  coadj  actores,  quei^eram 
eg  <tae  laziam  todo  e  serviço  parochial. 

VOLUMB  VI 


A'  esta  fregoeiia  pertence  a  fermeea  ev> 
mida  ãk  Meíraeirat  fdndada  pelos  annos  de 
1706,  em  bittp  sitio,  orlado  de  artpredo.  £* 
o  sanctuario  )de  Nossa  Senhora,  do  Am* 
puro.' 

Foi  seu  ftmdador^  'Gaspar  Cordeiro  de 
Mendanha,  natural  de  Santarém,  e  dono  da 
fazenda  que  ha  poucos  amioa  era  ))ropríe« 
dade  do  conègo  Manuel  Perenra  de  As*4 
vedo. 

Alem  doesta,  ha  também  a  oapella  da  Gbar* 
neca  e  outras  de  qu^  adiante  tracto. 

A  ^llegiàda  d*Oureai  foi  extincta,  inde^F* 
da  e  irregularmente,  em  1834.  Estava  «mip 
o  quadro  completo. 

Era  prior  resigniiarío,  Francisco  Caeta^ 
no  do  Amaral  Sarmento,  que,  w  1810,  foi 
cobardemente  assassinado  pelos  francexes^ 
na  residência  do  cura  de  Fátima. 

Era  fyrier,  o  doutor  Francisco  Xaviei 
Duarte  de  Sá,  natural  de  Montalegre,  isolln*' 
do  a  16,  e  que  tomou  posse  a  19  de  agosto 
de  1799. 

'  P^  suspenso  em  1834,  depois  de  39  an^ 
nos  de  bom  serviço  parochlal. 

*    Ootte^os 

■ 

José  Soares  de  Sooza  Gaio  Caldeira,  the^ 
soureiro*m6#;  natural  de  Leiria. 

Joaquim  Castellino,  chantre,  natural  da 
Ourem. 

Joaquim  Honório  Henriques  Rosa,  daChar* 
neca  d'Ourem. 

António  Joaquim  da  Silva,  d'Ourem. 

Francisco  Ferraz  da  Motta,ida  Aldeia  da 
CruZy  ho}e  Vilia  Nova  d^Qurem. 

José  Henriques  Pereira,  dos  Valles,  fre« 
guezia ,  de  Ourem.  (Por  alcunha  o  coneffa 
ferrúéor.) 

Joaquim  José  Theotonio  Pereira  Martins» 
de  Oarem. 

Joaquim  António  Flores,  de  Ourem. 

António  Manuel  Henriques  Rosa;  da  Char- 
neca. d^Onrem. 

António  Ribeiro  da  Silva,  dXkurem. 

Joaquim  da  Silva  (o  Barbeiro)  d'Ourem. 

Domingos  António  d* Almeida,  da  Aldeia 
da  Cruz  (Yilla  Nova  d'Oarem.)  Não  tendo 


33a: 


OCR* 


Unado  posse»  fleoa  em  seti  logtr,  frei  Amó- 
nio de  &.  Bernardiao.  Este,  em  Ytsis  da  reso- 
lofio  da  junta  da  casa  de  Bragança,  de  •  de 
eMíbro  de  1826,  foi  o  L*  parocho  da  Al- 
deia  da  Cruz,  tendo  por  côngrua  o  rendi- 
mento da  soa  prebenda. 

Qoando,  em  S8  de  fevereiro  de  1850,  o 
bispo  de  Leiria  (em  virtade  da  carta  de  lei 
de  16  de  junho  de  1848,  e  carta  de  lei,  de 
14  de  fevereiro  de  18S0)  exliognla  a  eoUe- 
giada  de  Ourem,  encorporando  os  ben^  ao 
seminário  de  Leiria,  já  não  havia  senão 
ires  conegos—o  prior.  Ribeiro,  e  Fiores*-4u>s 
qnaes  deixaram  as  pensões,  foros  e  iartes 
qaiò  na  sua  coUaçao  lhes  foram  designadas 
(fM  era  o  mesmo  que  deixar-lkee  cousa  ne- 
nkuma,  porque  o$  foreirot  já  não  pagavam 
desde  1683 .. .) 

Assima  cabon  a  bbal  x  insigkb  collksu- 
na  DB  Nossa  Sbmiiora  das  MisbbigoroiíiS  ns- 
OiliuDi! 

Até  ao  fatal  dia  1.*  de  novembro  de  1755, 
tinha  esta  vilia  três  grandes  ra^s^de  S. 
JoSo^  Nova^  e  da  Graça — alem  de  outras 
mais  pequenas,  e  vários  béccos  e  travessas. 

Descendo  do  Castello,  a  pouca  distancia, 
para  o  S.,  estão  as  minas  do  que  foi  solar 
dos  senhores  de  Ourem,  casa  de  primorosa 
afthitectnra,  sólida  e  com  bellas  vistas. 

Era  um  baluarte,  reforçando  os  torreões 
eonstrnidos  na  muralha  do  SuL  ^ 

Sofifiren  Ourem  dois  golpes  mortaes— o 
primeiro  foio. terramoto  de  1755,  que  como 
Já  disse,  arruinou  a  maior  parte  dos  ediâ- 
dod  da  viHa,  tanto  sagrados  como  profa- 
nos, fugindo  os  seus  habitantes  espavori- 
dos, alguns  até  muitas  léguas  de  distancia,  e 
nio  poucos  morrendo  á  fome  e  ao  frio. 

D'ahi  em  diante  ficou  a  povoação  (o  res^ 
to)  quasi  vivendo  da  vida  da  sua  collegia- 
da.  Passara  pela  villa  a  cólera  de  Deus. 

0  ultimo  golpe,  soJDÍreu-o  em  1810. 

As  hordas  de  Buonaparte^  escorraçadas  das 

1  Hoje  não  tem  a  casa  de  Bragança  um 
sô  palmo  de  terra,  uma  única  pedra  na 
villal 


ODil 

lÁuhasdê  Usboa,  vingavam^se  noa  velhoi^ 
mnlheres  e  ereanças  e  nas  soas  habitaçte. 

Depois  de  uquearem  os  tem{4os  e  as  ea- 
sas,  fimçaram  fogo  á  viib,  escapando  ape- 
nas otfUtf  $  tasUas  casasl 

Paramentos,  alfaias,  quadros  de  grande  «a* 
k)r,  tudo  roubaram  dos  templos,  bem  eotno 
um  riquíssimo  orgao  da  egreja  da  eoUegia* 
da;  convertendo  esta  em  q;uartel  dasuacoe- 
vaUariat 

Finalmente  horrorisava  a  vista  doesta  po« 
voaçâo  desgraçada,  quando  os  franceses  a 
abandonaram. 

Também  não  foi  pequeno  g(»lpe,  sobre  os 
outros  já  soffridos,  o  desmembramento  da 
Aldeia  da  Cruz,  para  constituir  Oregueiin  in« 
dependente,  em  1831. 

Deve  porém  confessar-se  que  opovade 
Onrem,  tem  poderosamente  secundado  a 
aoçao  destruidora  das  oommoçoes  do  globo^ 
da  sequencia  dos  séculos,  e  da  fúria  dosbo- 
m^s. 

Casa  que  cabe,  nao  se  levanta. 

Os  materiaes  das  derrocadas,  sabem  da 
villa,  para  construírem  com  elies  casas,  pa- 
redes e  vailados. 

Muitas  casas,  foram  arrasadas,  para  no 
seu  logar  se  semearem  hervas,  hortaliça^ 
legumes  e  batatas. 

As  obras  de  defesa,  feitas  inutiUnente  pe- 
los realistas,  quasi  no  dm  da  guerra  e  de- 
pois de  estar  lavrado  e  assignado  o  tratada 
da  quadruptUa  aíliànça^  pelo  qual  três  po- 
derosas nações  (França,  Hespanha  e,  Gran- 
Bretanha)  haviam  decretado  a  expatria^ 
do  sr.  D.  Miguei  I  —  estas  obras  de  defesa, 
digo,  também  causaram  alguns  prejuízos  aos 
edificios  da  villa. 


As  relíquias  que  estão  no  relicário  áx 
egreja  matriz,  são— uma  aspa  de  Santo  Es* 
tevão,  papa,  martyr— um  osso  de  Santa  Ga* 
tharina— ^  relíquias  de  S.  Brai— 4e  S.  Se. 
bastião,  martyr---do  apostolo  S.  Paulo — de 
S.  Martinho,  bispo— uma  cujo  letreiro  naa 
pôde  lôr-se— de  S.  Barnabé— de  S.  Grego* 
rio— de  S.  Vicente,  martyr— de  Santo  Anas- 
tácio—de  Santa  Maria  Magdalena— um  dea- 
I  te  de  S.  Tbiago,  apostole— um  osso  de  San- 


«UR 


OUR 


339 


to  A]idré*-4e  S.  Pântaleao^tima  peqaêna 
reliqaia  do  vestido  de  Jesus  Cbrislo,  etc. 

Cap6^as 

«    l.>-^Da  Mtiêncordia,  oa  villa.  Antiga. 

t.*-^Noê$a  Setdwru  da  Etperança,  no  I0- 
far  da  Cliarneea»  léila  em  i(S9l. 

2,*^Salvador,  janto  ao  lopr  dos  Touci- 
nhos. 

4.«^5.  Lutjt,  no  logir  da  Alagôa.  Foi  eons- 
Iraida  em  1603,  pelo  povo,  com  a  invocação 
de  S.6eba8tlãow 

8.*— JVoMa Senhora  da  Qraça^no iogar do 
Sobral. 

ÍL^^Sánto  AsUoniOf  no  Iogar  do  Canhar- 
do,  feita  em  1620. 

<  7«*— fi.  Bartholomeu,  no  iogar  da  Aton- 
guia. 

8.*~2V^Msa  Senhora  do  Amparo^  no  iogar 
da  Melroeira,  feita  em  i627,  por  Gaspar  Cor- 
deiro de  Mendanha,  natnral  de  Santarém,  se- 
nhor de  uma  qaiota  próxima,  que  depois  foi 
do  cónego,  Manuel  Pereira  de  Aievedo. 

Está  a  capeila  cercada  de  ollvaes,  e  de 
(juiotas,  em  sitio  aprasivel. 

9." — Nossa  Senhora  das  Mercês  ou  S,  Lou- 
miço— no  Iogar  de  Alqneidão. 

Chamava-se  antigamente  a  este  Iogar, 
Alqueidão  da  Matta  (ou  da  Mouta)  da  Vide. 

Fica  a  4  kilometros  ao  N.  de  Ourem. 

Junto  a  este  Iogar,  havia  uma  antiquíssi- 
ma ermida,  dedicada  a  S.  Lourenço. 

Pelos  annos  de  i400,  chegou  a  esta  ca- 
peila nmf  ermitão,  com  uma  imagem  de  Nos- 
sa Seohora,  e  pondo-a  no  altar  de  S.  Lou- 
renço, aqui  a  ficou  servindo  e  aqui  morreu 
sanctamente. 

Vivia  em  uma  casinha  que  elle  mesmo 
fez,  encostada  á  capeila. 

Tomou- se  esta  Senhora  de  tão  grande  de- 
voção para  os  povos,  que  vários  moradores 
da  vllia  e  dos  logares  da  Ribeira  da  Matta  de 
Vide,  Alqueiéãoi^  Pinheiro  e  Cásaes,  erigi- 
ram uoA  irmandade,  com  estatutos  e  com- 
.promisso,  que  foi  approvada  pelo  bispo  de 
Leiria,  D.  Pedro  Barbosa,  pelos  anãos  de 
1600. 

O  principal  motor  doesta  irmandade,  foi 
O  padre  Manuel  Ferreh*a  Gentil,  da  Matta  de 
Tide. 


Passados  annos»  um  mancebo  nobre,  ^»- 
mado  José  de  Chaves  Faria,  seohor  da-quii^ 
ta  das  Mercês,  e  ouiro  sen  amigo,  manda- 
ram faier  à  Senhora,  um  altar  de  talha  dou- 
rada, que  ainda  existe. 

Antigamente  fasia^  se-lhe  todos  os  annos 
òma  grande  festa  ailnual,  com  grande  mul- 
tidão de  gente  que  alli  hia  em  romaría«  no 
próprio  dia  de  Nossa  Senhora  das  Mercês. 
Já  ha  muitos  annos  que  se  não  laa  esta  ro- 
maria, nem  se  cuida  na  capeila,  que  está  em 
estado'  deplorável. 

iO.^— Nossa  Senhora  da-Luz,  no  Iogar  de 
Mouta  de  Vide,  feita  por  um  particular,  em 
1616. 

ii.^^^Nossa  Senhora  do  Rosário^  no  Io- 
gar do  Pinheiro,  feita  por  um  devoto,  em 
16dO. 

il«— S.  FagundOy  em  Monte*Real 

13.*— iVb»a  Senhora  do  Lim^jBtmento,  em 
Valle-Travesso,  feita  em  1635. 

14.*— S.  iòõo  Baptista^  na  quinta  que  foi 
do  licenciado  João  de  Mures,  na  ribeira,  fei- 
ta pelo  mesmo. 

15.**-iVo4sa  Senhora  do  Bom^Despacho^  no 
Iogar  da  Lourinha. 

16.*— Santo  Barbara,  junio  ao  Iogar  de 
Péras-Ruivas. 

17.* — Nossa  Senhora  da  EneamaçãOy  abai- 
xo da  de  S.  João  Baptista,  na  Ribeira,  den- 
tro da  quinta  que  foi  de  Pedro  Alves  Fer- 
reira, feita  e  dotada  por  este.  em  1603. 

18.*— iVo^a  Senhora  da  Caridade,  junto 
ás  casas  da  quinta  que  foi  de  Diogo  da  Cu- 
nha, na  Ribeira. 

19.*— iVossa  Senhora  do  Soccôrro,  Junto  á 
quinta  que  foi  de  Francisco  de  Faria,  em  Pi- 
nhal, na  Ribeira,  feita  e  dotada  por  um  de- 
voto. 

20.*— S.  Sebastião,  martffr,  próximo  á 
villa. 

21.*— San/o  Amaro,  também  próximo  á 
villa,  feita,  em  1636. 

22.*— San^d  Maria  Magdakna,  no  mesmo 
sitio,  e  próximo  á  antecedente. 

23.*— S.  João  Baptista,  no  Iogar  de  Vii- 
lãos,  feíu  em  1639. 

24.*— S.  João  Baptista,  no  Iogar  dos  Apa- 
niguados. 
*  25.*— iVo5sa  Senhora  do  Desterro,  no  lo- 


340 


OUR 


(«r  d«  ChrislOTSo»,  fedu  em  i6S0,  pelos  tio- 
nidore». 

3ífi.*-*-No89a  Sii^&TAda  Cruz^  ib  aldeia 
éa  Crus»  feita  pelos  moradores. 

Foi  elevada  a  egreja  paroohial,  pelo  bis- 
po» D.  Joào  Ignaelo  da  Fonseca  llii^so,  em 
1831,  com  o  oràf  o  de  Nossa  Seoliora  da  Pa- 
rtflosçao. 

S^'  a  aetnal  matiriz  da  moderna  TíUa  de 
Vílla  Nova  de  Oarem. 

Oarem  é  também  um  appellido  nobre  em 
IPoTtiigal,  procedente  d*e8ta  viila.* 

Frei  Manuel  de  Santo  António,  não  diz 
quem  foi  o  primeiro  que  d'eHe  usou. 

O  brazao  d'armas  dos  Ourens,  é«-em  cam- 
po de  prata,  águia  negra,  membrada  e  bi- 
cada de  púrpura. 

Elmo  d'aço  aberto,  e  por  timbre  a  águia  ^ 
das  armas. 

Ovrem  foi  o  solar  dos  Lucánas* 

Lucena  é  um  oppeltldo  nobre  doeste  reft- 
no.  O  primeiro  que  d*elle  usou,  foi  o  doutor, 
Vasco  Ferofandes  de  Lueôna  (por  ser  da  ci- 
dade de  Lucena,  na  Andaluzia,  Hespanba). 

Veiu  para  P<Nlugal  no  reinado  de  D.  João 
I,  que  muito  o  estimava  pelo  seu  saber. 

Foi  ouvidor  dos  reis  IX  Duarte  e  D.  Af- 
fonso  y,  e  por  ordem  d'esCe,  foi  assistir  ao 
concHio  de  Basileia.   • 

Dizem  alguns,  que  D.  Duarte  o  fet  conde 
de  Oarem,  em  1433;  mas  não  o  v^o  indui- 
do  no  catalogo  dos  condes  de  Ourem. 

Lucena  foi  também  chanceller  da  casa  do 
eivei  da  corte,  chronista->mór  do  reino,  guar- 
da-môr  da  torre  do  tombo,  e  exerceu  outros 
vários  logares  d*alta  importância,  todos  com 
zéllo,  rectidão  e  intelligencia. 

Casou  em  Lisboa,  com  D^  Violante  d'Al- 
vim,  e  d*este  casamento  procedem  os  Luoé- 
nas  de  Portugal. 

As  armas  do  ramo  principal,  dos  Lucônas, 
são— em  campe  azul,  um  sol  d'ouro*-orla 
de  prata,  carregada  de  8  cruzes  verdes»  co- 
mo as  de  Aviz. 

Elmo  de  prata,  aberto— -timbre,  uma  aspa 
-d'ouro,  com  cinco  cruzes  das  armas. 

D.  Fernão  de  Lueôna,  parente  do  antece- 
dente, veiu  também  para  Portugal,  e  fez  seu 


solar,  fa  cidade  de  Befa,  e  leve  desicear 
deada« 

Estes  Lucénas  trazem  por  armas— -escu- 
do dividido  em  contrabanda,  na  1.%  de  púr- 
pura» .  uin  cresceste  de  ouro  em  palia  (ao 
alto) .  Qom  as  pontas  viradas  para  a  dlnsita 
—  &a  2.*,  d*azal»  3  icstrellas  4*ourQ»  de.  ^ 
pontas,  em  contrabanda. 

Outros  usam  —  em  campo  azul,  um  érea- 
eentede  prata,  no  maio  de  3  coaâlas»  d'x)u- 
ro,  em  voquâte: 

Elmo  de  prata,  aberto,  timbre,  o  mesmo 
crescente  das  armas  e  um  cometa,  que  toca 
com  a  cauda  o  concavo  do  crescente.  . 
'  Alada  outEos  Lucénas  alteraram  as  suas 
armas,  por  se  ligarem  a  fomilias  de  ou- 
tros a{q)ellidos.  Juntando  as  d*esias  com  as 
suas. 

Bra  d^esla  famffia  o  hábil  e  infeliz  doutot; 
Francisco  de  Lucóna,..  ministro  de  D.  Jóia 
IV,  Justiçado  innocenlemente  emiLisboa,  % 
28  4ê  áSofil  de  1643,  pelo  crime  que  seu» 
invejosos  lhe  atlribuiram  de  traidor  à  pá- 
tria. 

Foi  logo  depois  rehabilitada  a  sua  me- 
moria; porém  o  desgraçado  tinha  pago  oom 
a  cabeça  o  preço  da  siu  fidelidade. 

Para  o  mais  que  se  desejar  aaber,  vide 
Villa  Nova  d'Ourem. 

OURENTAN— freguetia,  Dounv  comarca 
e  concelho  de  Cantanhede,  30  kilometros  a 
O.N.O.  de  Coimbra,  325  ao  N.  deLisbo% 
)S0  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Conceição. . 

Bispado  e  dístricto  administr.<>  de  Coim- 
bra. 

O  Pwt.  Sacro  não  traz  esta  fregoezia. 

É  terra  muito  £artil  em  todos  os  géneros 
agrícolas.  Muito  bom  vinho.  Ciia  gado  da 
toda  a  qualidade. 

09RILHE— freguezia,  l^fiobo,  comarca  • 
concelho  de  Celorico  de  Basto,  4Í  kilome- 
tros ao  N.E.  de  Braga,  375  ao  N.  de  Lisboa» 
120  fogos. 

Em  1757  tinha  82  fogos. 

Orago,  S.  Thiago,  apostolo. 

Arcebispado  e  distrícto  administrativo  te 
Braga. 


OUB 

o  MUbMé»  A»  fliom  «etfMiriíaH,  4b  Cabe- 
ceiras de  Basto,  apresentava  o  TigMo^qa» 
Wlia  WMOOréift  Ae  toDghn  e  apé  è^rilàr. 

È  terra  Ibrtf).  Grande  abiméaneia^^de  fado 


ooa 


a«i 


Ihai  (Inl  é  .palavra  árabe,  sifnifica-- infor* 
tonio,  adversidade,  deagrafli,  ete.  ^  ^âo  a» 
sibe-o  notB0  qae  leve  al4  esêe  dia. 
'  d  senhorio  e  comnenda  d'Ottrii|iie,  per- 


ieibda  aqiMídade.  Peixe,  dovAVànep^  •  J; teoais ^ or4eflif«áliiar 'dai&>Thíago,  cnjeft 

'  èmiQfJB— viHa,  Âlemtejo,  cabeça  dor  cNk- 
eelb<r do Mtt nome,  ná oomareade Aliaode- 
tèr,  M  kiloMtroB  d^Evera,  44  a  0.  ú»mét- 
teia;  m  do  >S.B.  de  Lisboa,  MO  fo^osi 

Bili'i767  tmiia  t3t  fogos. 

Orago,  6  Salvador. 

Bispado,  dfstrlcte  admniistrative' e-tt  li- 
looetres  a  S.O.  de  Beja. 

Feira' a  29  de  setembro,  3  dias. 

A  mesM  da  cònseienteia  e  efdens^  apreeen* 
tava  a  p^lor,  que  tinha  210  alijoeiree  de  ti  <( 
go^  120  de  cevada  e  20M00r8.  em  dinheiro. 


O  eoric€9ho  de  Ooriqne,  é  coMposto  de  5 
ftei^ias,  têdâs  no  bispado  de  Be|a-^e  sld 
— CoitceiçIO,  Gar^o,  Ooriqne,  Panotas,  e 
Santa  Atina  da  Serra;  todhs'  eotn  2!0d0  fo- 
go».    ^ 

B.  Wúli  (datros  disstai  qne  (bl  o  uestre 
4è  S.  Vhfago,  eqne  o  rei  sd o eonfl^moti) lhe 
detí  fbrál,  em  Befa^  a  8  de  janeiro  de  1290. 
(■aço  2.^  de  foraes  mUinos^'  il>  8.-^0  no 
L.*  1.»  de  fkmç^  de  M  D.  fiMIz,  ft  289, 
eoi:  l.«)— I>.  Mannel  lhe  den  fotal  novo,  oon- 
limando  e  ampliando  os  pifvtlegiòs  do>antl- 
gô,  eái  Santarém,  a  20  de  setembro  de  1810L 
(H*  ie  foraes  n(mo$  do  Alenitêfa,  ÍL  47,  col. 
»*) 

Bstá  esta  povoaclo  sitnada  na  extíemida^ 
de  S.  do  Alentejo,  edificada  sobre  nmmott" 
le^  de  i^nca  eleva^,  sobre  o  qual  letn  hm 
casteHo,  flinoso  pelas  vi ctorias  que  Viriato^ 
o"beii9o,  aqnf  aleançon  dos  romanos,  ItSO 
annos  antes  de  l.-C. 

Sabe^sd  qtte  épovoaçio  antiqoissima;  mas 
Igttorá-se  qtiándo*  e  por  quem  foi  fnndada. 
Segundo  a  Evi^  Ghríoêa,  o  sect  nome  (eo- 
liio  o  de  OnrioUa)  provém  das  mbas  de  ou* 
fo  qne^por  estes  sítios  havia.  Ainda  aqui  ha 
nmm  volga  denominada  Cátápo  d^ÒBfo.  Já 
eilsCit  no  tempo  da  dominação  arabe^  e  éiz* 
se  ^ne  foram  eties  qneedifioarahi  o  sen  eas- 
Miok  Chhttuvam^lhe  Orik^  depois  da  bau^' 


otinaileiroa  ajodamw  •■mto'  aes  reis  de  Por* 
tngal,  a  fazer  graades  conqtinlaa  no  Alem* 
tejo,  e.noi  Algarve. 

Tãm  Miaericordia  e  hospitaL 

â  «otnmendar  d*Oaríqne,  andava  na  oaaa 
dos  oondee  de  Uolno. 

Ko  seeolo  passado  (1736)  era  cabeça  dd 
eemarea,  aaas  emae  o  sen  coneelhe  tinha  s6 
MS  Éregneaias.  fim  reeidencia  de  um  ou» 
>  vidor,  provedor  e  jníz  de  fora.  Tinha  ires 
vmeadores,  prectuador  do^onceUio,  esdri- 
viea,'etc. 

innto  da  villá  se  estende  o  vasto  campo 
onda  os  piM^tngueaes,  eonunandados  por  D. 
Aátase  Henriqueí^  éeram  a  gloriosa  bata* 
lha  que  decidiu  da  nossa  autonomia,  e  que, 
poB  iaso,  é  denominada  Vidória  de  Campo 
é:  Ourique.*^ AAimtà  trato  d'esta  batalha.  ^ 

Tinha  voto  em  cortes,  com  assento  no  1K,« 
banco. 

Suas  armas,  sao — em  campo  de  sangue, 
um  goerrelro,  vestido  de  ferro,  tendo  levan- 
tado o  braço  direílo,  no  quat  empunha  uma 
espada  >  montado  em  nm  eavallo,  sobre  ter« 
ra ftraaew  Na^parte superiordo eeeodo,  tem 
uma  torre  em  cada  angulo,  tendo  sotare  mnai 
o  crescente,  e  sobre  a  outra,  uma  estrella, 
tudo  de  praia. 

.fia  no  termo  u  ermidas  de--Sw  Sebaatiio^ 
S.  Luiz,  Nossa  Senhora  do  Castello,  S.  Braz» 
S.  Lourenço,  e  Nossa  Senhora  da  Colla. 

AMO  da  viila,  está  a^erasya  de>&  Rooio, 
aMiado  (irmão  de  S.  Lufer«tee).<^Aqut  idr 
zem  oe  osees  do  mesmci  santo  (Romáo),  qoo 
sio  mailo  venerados  pelo  povo.  (Vide  Ririz,} 
De  Nossa  Senhora  da  Colla,  fallo  adianle. 

Pelos  arrabaldes  da  villa  passam  as  ribei- 
ras de  Cobres  e  Tergis,  que,  depiois  de  uni- 
das^ vio  morrer  no  Guadiana,  com  60  kilo* 
metros  do-eurso.  Soo  atravessadas  por  uma 
bella  e  nova  ponte  de  cantaria.  Ainda  no 
t»mo  d'Oarique>  nasce  o  rio  de  S.  Bomào, 

1  Ko  concelho  de  MonteMór- Velho,  h& 
uma  planície,  também  denominada  Camp^ 
drOurifue.  Fica  próxima  ao  Mondego. 


342 


ODR^ 


que  eotrâ  no  Sada»  era  ftirto*il«>Rei.  A  A 
mais  éandaloso  djM  treé. 

O  território  4o  sen  termo,  ^  fertii  en  <»» 
reaes,  fraetis,  izeito,  ▼ioho  e  oatro*  gene* 
ros  agrieolfts;  Gfia^aeiboMuite jgaâo»  iDbn*^ 
tado,  MiHio;  o  oa  Bens  montes  toem  muita 
ca^,  e  os  soas  rio»,  algum  peixe. 

O  concelho  ó  abundante  de  minas  de  me* 
taes  e  metaloides.  Só  em  abril  de  18S7  fo- 
ram  aqni  registadas  trinta  minas.  Bm  de- 
zembro  de  1872,  também  aqoi  se  regista* 
ram  cinco  minas  de  manganez;  uma  de  sol- 
pbsto  de  baryta,  prata,  e  cbambo,  e  oatroe 
metaes,  aiera  das  que  já  estavam  manifes» 
tadas. 

-  Vambem  na  quinta  de  VaU$  do  ^feanlr, 
pertencente  ao  sr.  Sebastião  José  Franco^  e 
situada  nos  arredores- da  Tilia,  ba  uma  nas- 
cente, multo  abundante  de  aguas  mineraei^ 
exeeilentes  para  a  mn  de  moléstias  cuta^ 
unas. 

Bm  maio  de  i87S^  também  aqui  fòrara  ma*^ 
nlfestadás,-  seis  minas  de  mattganei  e  uma 
dé  iBObre.  » 

Ha  também  crystal  de  rocha. 


«1 


Foi  no  sitio  chamado  Cabeço  dê  /!«<,  que 
lÉmario,  com  os  seus  quinae  régulos  e  todo  o 
exercito  agareno,  esiatam  acampados,  quaa- 
do  chegou  D.  Affòneo-Henríques-oom  oe  «eus 
pormgueses. 

Para  nlo  baverem  repetiçQes^  é  preèlsd 
vér  Caêtfú-Verãe,  a  pag;  211,  ook  t.%  doS.* 
volume. . 

No  legar  de  Jfm^ptetrM,  termo  d'Ourtque, 
no  dia  10  de  nnfo  de  17 13  e  nos  três  seguid* 
tes,  pariu  a  mulher  de  Braz  Figueira,  quatro 
creanças^uma  em  cada  dia:  todais  Horam 
baptisadas. 

Nasceu  n'esta  villa,  em  1661,  Diogo  Guer** 
reiro  Camacho  d*Aboim,  de  nobre  geração; 
Fú\  }úit  de  fora  de  Monte-Mór-TeUio;  jnis 
dos  orplíãos  de  Lisboa;  do  fltfce,  em  Évora; 
desembargador  da  relação  do  Porto;  da  eaaa 
da  snpplicação,  de.Jjisboa;  e  dos  aggra- 
vos.  Foi  um  minisiro  recto  e  incorruptível, 
affavel,  pio  e  dando  a  maior  alteaçao  ás  par- 


anu 

tes;UtigiBta%  para  iNider  Julgar  oenviistlcft 
««quidadfi  

fibcfeveeu  aeia  tomos  daa  OMj^vfdíM  4m 
JiÊie$s,Tuímm  $  Cutradêra  doa  (hrpUkm — 
iUn)  4»  Ofíkiae$/dâi  SfniUo  0^*a-riMtni 
sobre  varias  matérias  Jurídicas  —  outrO"4a 
QimUks  0  Decime  farmses-^omtio  de  Ce- 
eusaçõii  dê  Juises  e  offSeioêê  sêcntarêi^^  ecetf» 
êioêHeat  e  regiUarêi  —um  eona  a.tiinio  4o 
Escola  moraly  polUita^  christan  ê  jm^idkm, 
sobre  as  quatro  virtudes  oacdeaes;  IMoa  fo- 
ram impressos,  e  muito  ^tlmadoa. 

Falleeea  em  Ueboa,  ji  15  de  agosto  de 
1709.  Foi  sepultado  na  egreja  de  S.  Tbiago. 
Sendo  traskdado  para  mais  decente  sapid- 
tur%  aa  aiesraa  egrcja»  a  11  de  Junho  da 
1711,  foi  seu  cadáver  aebado  incorraii^K 

Batalha  d'Ourique 

Os alfofHtixaomoêf  por  ordem  d^ Isma- 
ríO'  (ou  Ismar),  poderoso  rei  de  Heapaahi» 
que  aob  ai  ordens  do  Hiramolim  de  Maoro- 
cos  dominava  vários  ooiros  reis  da  Fsnla- 
sula,  mandou  apregoar  gazúa  (incitar  ospo* 
voaâguerr^)  tanto  na  Afrioa,  comotua  lea- 
paaba  ii  PortugaL — A  Ismario  se  jantaiwa 
oe  reia  mouros  de  Silves,  lierida,  Sevilha  a 
BadaJoz^AlrAthar»  senhor  e  alcaide  de{i^ 
bei^  Ben-Adaf,  eenhor  de  Algeaira^  e  inala 
vinie  «aárvi,  coo^  ara  pod^rosiesimo  exãrfBi- 
tOt  que  alguns  hisionadores  ^tem  copatar 
de  suisceaips  mM  homens  e  outroa  fazem  su- 
bir a  iiovscfntos  mil  I  Alguns  bistoriadorea 
dizem  que  o  exercito  mourisco  constava  dfs 
120:000  Jioraens;  e  pareee-noa  q|ie  sao  baa- 

a^a^a^%^vv 

H  entio  a  Affoaso  I  tinba^ibtido  6  grau* 
des  vietorias  dos  moucos  (e  aeu.pae,  17). 

O  príacipo  tomou  o  commapdo  da  van- 
guarda, que  constava  de  300  gioetea  e  3:000 
infantes  escolhidos.  A  rectagoardi»  com  egnal 
numero  de  geqt^»  deu.a  Dt.l>oQrettço  Viegaa 
e  a  IX  ^n$alo  de  SoujuL.  Deu  a  ala  direita 
a  Ifariim  Moniz  e  a  esquerda  a  Mam  Moni^ 
tendo  cada  uma  2:000  infantes  e  200  oayal- 
Içe.  (Se  Cr.  Bernardo  de  Brito  eoutrpi  cbPo- 
nislaa  sao  eixactos  n'(|AU  distri^tti(ào4a  geu- 
te  portugum»  tmhamoa  apenas  om  campa 
10.-000  inbntes  e  mil  cavaljos;  mfiã  alguna 


OUB 


om 


143 


qmrmn  que  o  uesso  nwMro  idUbib  a  Aoia 
iiiil<  ipCftiiM  e  qoMXto  mil  eivailM;!e^.fiailfr 
moie^-oQlfoa' querem  que. faaaanao t«A> 
doze  mil  homens.  Em  lado  aeata  a  deipn^ 
pm^  estpe  mooroe  e  porUi|[tt6câ8,  era  pe- 
l^ipeDos,  de  dec  cDotra  um.) 

No  dia  S5  de  julho  de  1139,  e  antee  ide 
cao|fe9ar4i>balftUia)  oe.ehcfee  e.eaterqito.ac- 
diBiaiiaiii  per  «seti' rei  al>^'A0GflBO'Qeiirt* 
quês. 

Os  moaros  inreetlram  oe  portagnezes,  e 
Firo  Fuea,  lAfe iies'>mór,  per  ordem  do  Jei, 
ataat^  aoe  meoroa  agttaftdo  a  bandeira. 
:.  fi. JMOrooeofieiíriqsefi,  «aUaodo  aTiaeim, 
arremetteo  fó,  ao  mouro  que  vinha  nafkieii* 
te,  qae  era  o  rei  de  Silves,  homem  de  esta- 
tora  agigantada  o  de  g randea  forçaa;  mas  o 
rei  portugaez  o  varon  de  lado  a  lado  com  a 
ana  lança,  o  qne  animou  tnuito  os  portugue- 
zea  e  aterrou  os  mouros. 

A  vista  doeste  exemplo  de  bravura,  o  exer* 
eito  poruiguei  arremetteu  ao  inimigo  eom 
tal  fúria,  que  o  poz  €m  debandada;  mas  che- 
gando o  rei  de  Badajoz»  com  o  seu  exercito, 
dnde  vinha  a  flor  da  Andaluzia,  envolveu 
D.  Aflònao  o  os  aena.  Aeudiram-lbe  po^m 
logo  oa  tros  chefes  ponogUNçes  com  a  eua 
gênte^  fazendo  nos  n^nroa  horrorosa  cárna- 

f  ]^o  nifí^  furor  da, peleja,  e  depois  de.t^ 
odtkTfdo  prodígios  de  valor,  é  morto  Mem 
yojaiz ;  mM  seu  irmão  J!i0^ienço  .Vie((as 
imm  amtios  filhos  defi(^  Monia,,um  dê 
eádà  casamento),, vendo  seu  irjpoão  morto,  ^ 
atirou  aos  m^urí^s,  jpais  como  leão  f orioitis- 
aimo  do  que  como  soldado  valente,  fazçjad(( 
n*eUes  pavorosa  carnificina. 

As  mesmas  façanhas  praticou  D.  Gon^lo 
de  Souza^  v^ndo  morrer  âen  primo  D.Dioge 
Gonçalves;  finalmente,  cada  portuguez  era 
tim  heroe,  distínguindo-se  entre  todos  D.  Af- 
tonsó  Henriques. 

Era  porém  tâo  espantoso  o  numero  dos 
mouros,  que  a  batalha  esteve  indecisa  grau- 
de  parte  do  dia,  sendo  tantos  os  mortos. e 
ferido^  que  o  campo  era  um  lago  de  sal- 
gue, e  08  cavallos  mal  se  podiam  moveir  en- 
tre elles. 

Ismario  e.seu  sobrinho,  Hom^r  Atagor,  á 
ílrente.do  um  escolhido.  eaquAdri*  do  cavai* 


taia^  fuia  nos  noasoa  erael  destroço,  o  qiae 
viato  por  D.  Aflònsa  Heniiqnea»  inntoií.a 
gsBte  qne  pOde^  •  tio  gattiardamente  oa  ia* 
viMiin,  Qvè  malott  o  sobrinho  dlsmario^  o 
eito  e  OB  Mia  d^  Merida^e  Sevilha;  «de veiMi 
aa  vidas  á  velocidade  de  aens  oavaHoi* 

Of  monros^  vendo  Aigir  oa.sena  dielNi 
teataiam)  lambem  do  íbgir  por  onde  pude* 
vam?  mns  oa  noaaoe  lhe  foram |io •enoávo^ 
faaendb  «'eliea  horrenda  «mançl^  nao  eeè» 
eando  aperaegniçit^  aenio  eops  a  noite. 

Andavam  oa  portugneies  eoberloa  do  aao^ 
goe  doe  pét  ali  á  eaboça,  -oansandopanror 
a  quem  os  via,  prindpalflieale  IK  Aflàneo 
Henriques,  que  andando  montado  em  ua 
cavallo  braneo»  }á  ae  nio  conhecia  a  ana  oOr 
aatunai,  pois  tudo  era  sangue. 

Três  dias  estiveram  os  portoguezes  no 
campo  da  batalha  (aegondo  oooatnme  d*a* 
quellaa  eraa),  deseançando  das  fadigaa  d'a* 
quelle  dia,  tratando  de  enrar  oe  fartâoi  e 
obterá  00  pottugiieies  mortos.  Os  deapo* 
joa  foram  Jmmeneoa  e  riquiaaimoa,  nao  qnftf 
fendo  o  rei  para  ú  mais  do  qde  i».  handal- 
ra»  e  iomamerinol  eôpia  de  pendde»  e  ga- 
lhardetes, que  mandou  pendurar  pelaa  egnn* 
jéa. 

Querendo  o  rei  e  o  sen  exeretto  partir  do 
campo,  «ebmveío  nna  ebnva4t>rren^ial^  qnn 
laifaodojochmpo^do  tanguo^enamapio,  tin- 
gia as-aguia  do»  rios  €4rbêê  o  IW^m,.  el»* 
gando  ao  rio  titaadiatta,  onde  deeagoan  ent 
les  dois  rioa  0áiiaDnldoaB'inny.coBi  ominn 
de  Tcggea)  o  chegando  aa  aguâdiaishi»  aaah 
gtimdentâs  alé  ao  Oceano! 

¥i«i&do  Pise»  d*iteolda 

É  este  o  santo  eremita  que  a  tradiçio  dit 
tan*8e  apneentedo^a  D.  Aífonao  fienríqnea, 
ha  véspera  da  batalha  d'Onriqne»  apnnnc^ 
do4lia  a  vietoria,  qne  obteve  sobre  oa  infleis^ 
ahi  congregados  sob  o  commando  do  celebra 
Ismaa.  Todas  aa  hiBtoriaaportngneaaa  faltam 
d'Bsto  eramita,  algumas  aem;  lèe  citar  o  pH 
me^  até, que  «n  noasp  tilnsti)s  eontempora- 
noo^ovhiatoriador,  nlassifieoa  do  (ábi^ia  a  vi« 
siu  do  eremita  e  o  nAlgre  depotB^'elln  oo^ 

corrido;'""''    "    '•  - 
^ett  tqqe.dieenttmoo  oeta  íoiBio^<j4iflio 


84t 


OOB 


om 


IBfMO  debsM»,i  éhrtflw»  que  Ba  :tVidÉiiè 
6.  >VfBart6>  «e  enDaitr»iV%HdaiPir«  éUd^ 
iiiêiéJi/«aDiiio  irveiift  á«iéf evIUi  que  pfoeor 
r«fa.o  Kfide  PoiUmali  hináfn  éii(pailB^ée 
fitUB^  luBèem  nos.  iPriBlBlg6oft  úo  rem»  è» 
Portoialliv- -ae ' enecmn  a  :niéaQft  citação. 
fiiUMtoqB0r-qi0  Mjam  aâilwridis.qiiaisasci- 
leto  QoiAe  e-m^smo.fl  tet«v"8étt  que  o^cmk> 
ll^ltannoSipiaiiOiáeF^fá,  «NMÃaiwmwqoasos 
êlaaeioos  J|i<iMt0riai  pMMi'»vf«li  díkiera» 
mita  a  aailagn  aabaet«oiilQ  aiadeosaaoí* 
aMUM  qae  ae  BaBraotcaiDO  eamstaft. 
i  A  Inicio  obaoriBláma  (joa  ^■atta  raspei* 
la  saar  collsetramiaa  ehraniçff  e>  os  d^lo* 
gios  losiiaBaa»  ál(hno  oamo  fillaeido  a  17 
ia  jBliia^  aMB  dasignaçia  de  annea 
Vide  Rériz,  aocanoeibatde^Gaslrq-Bairak 


i,   i    \        !• 


(  1 


i.  :>      iXosea  fienluwa  dft  Q<lUai 


'■  '• 


{ 


AÉdré  d»Biaende^  Daaaovulttr^itofa;! 
4ê  Fert¥gal  <L.*  4^  pai^  MO)  lallaftéo  da 
aaUga  eidade  (oa  vilk^  de  Golta^  quando  am 
eoÉipiiahil  do  rèi  0.  Sobaatíio^  Icâ  ^vM  a 
easipo  d:'0iiff9q«a, jpeioa  iaBBaai.éa>'dM^fip 


i>  1 1  > 


I   í'! 


«€olla  esteve  em  a  meio  da  proviada^d^ 
aOarlqna,  wkd  maêÊoAêúíg^  áai  àN$€gma 
•(lÍQaH^Íaaa>  iDBdada  «mre  aonMai*  < 
'  Dia  tfOB  i|pier&  se*  eata.tal  •  otdadd  4íia^iúf 
ImáoamfL-^  n»iBe>  que  iKqa.aHB^idas-moft* 
ta»  antie  oa  quiaa-ee^iiavia  ftiDdadak 

•  Sra-  aaM^paroà^ ;  aapla,»  o  que  ètíle  ^aa 
vá  pafto  aBMa  dofr.8e(iaii|iiaos^  de  jqna  lia 
bastantes  vestigiôsa  aaaikn  coaM  daa  torm 
qae  defendiam  esses  muros,  tado  obra  de 
grosseira  eonslMefa«;iiifti  oMiiatente  pa- 
ra a  defeiá  de  seus  habitantes»  pela  fortale- 
aa  natural  do-sétio.  . 
,  tt  eiiaia  «Oitámpo  doaivaMaiaai  oqoe 
80*pffOva  peloB  eippoa  e  manoilu  q«a  aqni 
leaasido  eneaotradai^  a,da  gae  jdhm^  aè 

Bra  dlflleil«  perigosa  a  eaMda  paaa  ea^ 
lapovoa<io,  e  poriaao,  da  foeadeieHu-8«pi- 
p8a  RéMHide  qoe  íai  <pofoa^  iospottame 
Bo  teaipia  doa  ff^ôM^  a  que  oé  aiabea  a  d» 
irainuB^m  7l5o«7i«.       > 

Hoje  está  deserta,  e  apenas  existeidoipá^ 
•  lamplo  da  ftiBtisaiaMi  Via geai,  que  da  po- 


VI 


voátâo-eoaiono/iuBie^ e  qoa apaBaaéirtM» 
tUo  par  aègim  atiheeleçoi  ou  «pèloa  .povoa 
cha*  radaadeiis,  nosidiaa  paBotíÉeadeapafli 
fiaita  á.caaa  da  SMionL  - 

fioà  iSlcionulfoa  disttBledellesaaJi 
e  12  a  O.  d*0<ffiqiia^<  •  ^ú^o  lerme  per^ 
lènee.  .'*•'?.•••        •  ..    ' 

A  egieja  moatoniBa  veoetadèa  wíégal» 
âade^'e«8Bp|Hteiáfc  iter  8idO'parqeUai(<aBlèa 
da  invasão  dos  mooros.  ' .  • 


...   j    -:*-;    ,    j 


í»    ' 


'  ExíiKetiaind  «oa  torve- wrtio  arnUnadA; 
onde  Réaande  achoa/BmafMrmoaa^lapiflaíia 
aiarmara  blranei»^  •eataUda  aà  «paréda,  tíbm 
a  aegainia>  Inserlpçiai      • 


i*    •  •» 


••  I  I  • 


j      Lao.  'Ti,  Gw.  ny^m  w  piia«lio     • 

,     .  COI^TBA  YBÍUAXVH  VOUÇESUBV^  SOPITUM, . .  . 
IMP.  CLAYDIVS  VNIMA.'PRO 
MORTTO  DERBUQVIT.  ÉITSTIS  LTSITAnÍ  ' 
OMKA  flBaV*  i  •••#...  ^. «.. ' 

lumovBJ Visava,  fx^co^  av..« 

. .  . .  PIKS4  ]M>s:aTVS  03L        ,         , 
Q\1A.'.  . .  MERBPn*!  MOFÍE  ROMA  .... 


A!M  KOl*  BETVLl. 


I  • 


41 


'  •  (Cayò  Miilteio,  ítfro  Sé  Cayd  Eemoniá  Jú- 
bafo,  tribuno  íà  décib)k  legláo  iòhrí&i,  ao 
(fátí  da  gttethi  eontra  Viriato,  (jnasi  morto^ 
com  muitas  feridas;  o  imperador  Cayo  OÚ^ 
mânó'  deixou  peto  Jul^ái^  morto.  K6ttriò,iol- 
dkdô  Insíffàíio,  eómpadecicTo  d'é1le,  o  Yetâtt- 
ton  e  fez  twhít;  pdrém  viveti  ptmcos  diâfs,  e 
ràotreu  fHste,  poriíiie  6  nSb  tt^táraítf  aO 
modo  qtie^e  costuma  doiiii  os  roíhauos.) 
'  'Esta  latyide  fbi  para  o  museu  Osnacúto^  de 
Itfvbra.'  •  *'  '     • '     •  '  • 


<■:    •• 


A*  porta  do  templo  da  Senhora,  se  via  úm 
grande  cíppo^  entre  algumas  columnas,  lan- 
çadas no  chãb,  e  que  haviam  sido  ornato  do 
mesmo  cíppo,  o  qual  esteve  lendo  com  gran- 
de attençao  o  nosso  antiquário,  á  ver  se  po- 
dia comprehender  o  que  n*eJle  estava  escrí- 
pto,  até  que,  a  poder  dé  paciência  desçubria 
que  era  a  campa  de  tma  sepultura^  e  que 
vinha  a  diíer: 


I" 


Aos  Deuses  Manes 
'BtAià,  fUho  ãe  Surto, 


!•• 


fiUB 

\'  '  i  A»fl^ç<**  .í iM^ 

^, .     na  ^ía(k  ae,38, onnfís  eji7,  dfas., .    , ^j 

'  Ho  livro  \\pa^ú?9Í4as^tí/uí<^ 
íi4iiçn4p^  yeça  e^a  iwfprípíjã^;  copiada  (Jie- 
aeiàia(W  dq  oçipofl,; ,,.;',  j.^ ,.  .^^j,^,  ,, 

o  âiittpndBA»  itoilaaHe  tft.  Noite:8èDlnn 
da  CoUa,  doas  grandes  festas  amiáMS^  nl^ 
em<  ama  dtt  tntimif  éa  Itadmi-^a  t.Vno 
dte^  sua  Nallvidaii.  (Eram  aotíbas^eoiiaor^ 
itâitBiiDaai''  ' 

JKc^se  i(er  frè«86)''gBiiatoeale,  qneiíX  Mf 
lèiis»  Heariq«ee^  06  totaoii^o^itttoáeiní^ 
èMde-4iié  08  poKngaeze»  Ui*o  deraad  na  cailu 
po  â'Ovii|ae,  w  diar  da  batalba:  'siarié  eH» 
sa  poréiii  averdade  bl8b>riea*-erniiiiloa4(H 
ometttoBaiitérlsMB  a  eiÉedia  gknrk)S6iiol<« 
provam.  >    . 

Pela  moita  do  eonda  Bj  fi0iii<fMrOiâl9 
fieoa  sea  filho  com  3  annos  de  edade.  (IÍU4 
eéra  a  25  de  julfeo  de 4100  diiale>aj»ala- 
Bia  de  Ourique  na  dia;  emqiie  emdplattva 
M  aanoa  de  0dadB.)'  •  -    .  '  i 

A  rainiur  #. -Tiief«B8,  luamiè»  fieolitiila» 
i«i  dfeHee  go^evqadMa  da^eondiCdo  de  Poiw 
tttgaJ»  atóqae Di Affaiiso complecoa  iâMi^ 


euB 


8IS 


Em  todos  os  docamentos  d*eaae  tèknpe^  Ik 
Thereza  dá  a  sen  filho  já  o  titulo  de  eoíde, 
}á  o  de  nifanie^<B  também  multai  tèiee  Sz: 

OoíoBsefcoÉgida,;  eEfoiaevdatitailaíAeB^ 
to  (?ide  6MMtôef, «  pag.'30O,  9áUiÈ!i  e»8t« 
goiMB,  do  9i*  «voltui0>  ItllMveBaeoM^ 
gmi  o  getern^éi  Fevmgal á  sen flho^' em 

Desde  entiD,  temoe  em  lodbsbs  Atv« 
mentos  dimanados  de  D;  A0MiM>lIeDtlqnei, 
gae  este  se  intitolayay  umas  Tezee^oode^  to« 
tns  infante  e  outras  prfaelpe.  ^ 

.  No  foral  da  villa  ■  de  Pèiièlla>  (eatieça  ii 
eoncelho,  na  comarca  de  Lonzan).dido^per 
D.  Affopso  iIeaI^1lea,  eia  jnifio  dd  ild)^  e 
400  0eraehá"ila  lorrsdo  toiiibo, M^maço 3 
de  tombM  $  D9mâMifõi9->*^  dto^fe  iUu 
Jtalaia  isx,  mc^U^  et  tàbtífitorn  ciigk  i|i«- 
4ia.  De  Vi§iH4i  de  nmm  RBi(4ardia^  ete^?^ 
Té-se  pois  qoe— pelo  menos  doitaiweeriw 


pMee  àiilfistda |lBtatta^d'OQf^B^  }á  D. i6 
fitB»  ilmttidi.  tenade ,  (eu  eoMedtia  iqite '  ae 
Uiá  d«ae><0'lít|iloi  dei  itt»  mie  que  «assigna* 
yÊfOá'.  deimiidntoa  -em  '4ae  era  traiedo  ee« 


morei. 


/  -í 


i-^erpeotniDifles^  'nip  8ó<  «oneenliian^  mas 
aléi^mtjBeauaqpèfBiAiMÉfl  Henaiquea  le^ 
idaqse  éMriítiile9('pea(pie(  lendo  «oetra  ellee 
o  ambicioso  D.  Affonso  VII,  de  Leao'i(primo 
donMsoBi  AffMma)^-{toelsriam-  let  deihe 
eppervmtffeiy  em:tei  daamsimplee  conde: 
De  fnai9-T«odiBod0  oaáeo^saes^  e  aiidaiaád 
eadia  ífaàá  sempre  em-  goinm  eom  elies; 
queriam*  <Hser«^«âe  rà$  iendea  'rei^  lambem 
nós.»     i.«     ;      t      •    •  ' 

ftva  ndeiatitnlaYa^se  sempre  jainha;  per- 
qne—- como  .tento  fá  4llo  Infesta  ebra-^^s  H^ 
Ihae  doe  reis  de  élastella,  Leio^  Oviedo  e  Ara* 
gie^' ae  dedomlnavam nfobas»» eete oeeltt« 
me  pasemi  a  PMtngil^iOiíde  existia  dnnmte 
oe  primeiros  qoalro  tebwdosL 


»■.•!    \ 


•^QuaMni  de  propoMi^  pamie  fim  'd'eeto 
art%Dy#'diier«aliipiiH6es:i|oe'  ha  centra  a 
CKisianetoi^aJMttalhn  deOnriqoa. 

B'  triste  »fenle  [ief der  nma  deee  illnsae^ 
4àe  emtrin  desdet  •  bwt^  e  ¥Sr  cábk  ante 
iimx'rlgovoáa  erlliea,^*eeses  vnitoe  legenda- 
liei;  tfalamlo4le>  nm:  eodÉra  oem^e  derrotan^ 
do*ei/  iWnktó^iúitt^  féOêftie  vnpni  cmUmm 

fii#it"BáaeDd»*«»Mu4íiMfbir:  £m.,  Hvro  4.«) 
"tUsm  as '^peUtfgneáesKd^eBeee*  tempos  pre* 
clsam'de.(aQaifliae3  ■' 


M 


•  .:!' 


>    <Faattnieas/  fingidas»  meatireeas» 

pdra^^ue  sebsnuxmea  via' até  á  mais  remo- 
ta postartdade^  cercados  de  «ma  aureola  de 
^ria  laiaiDnal,  o  de  leepeito  e  aarar  de  to- 
dee  ds  ^iseolem  fto  peito  as  palpicat9ee 
de  umleentiopeviugQet. 

'  SQotdo  eà  '4W  eaeriptoras  modernos  que 
luppaein  (UMosa  a  bauiha  d'Ooriqne  2  sio 
toiíbanr^e  ioilgos.  Nio  sSe  só  ot  incrèdn* 
los»  iie>lambeBi  ea  arentea. 

Eu,  qde  seu  parto  insospeíla,  porque^  no 
decurso^  de  matodb  etoco  lengos  volumes, 
tenho  dado  provas  de  sincero  palrioia»  de 


346 


OUB 


eMhoItoo  apiptoNoo  romaiio^  e  de  fiai  seeià^ 
rio  do  trãdMmaUsmo;  «soa  abdietr-Miai 
minhas^cmiçaa  «n  aM<Be%  ip^êmh^wiáiâiã* 
cuiir;  porque  cwbegttA  waMM.iimàBMem* 
eia— mas  cttor  factos.  * 

Tambenrnio  mo  ^oro  fuiaf  por.60ori- 
ptores  qva  tenlnni.^aatlalHiianmfOH^Hdia 
pdo atheísmo» «os  eoncSett  mtriadoi-pola 
deaerença. 

VoQ  basear  nm  elerígth-^Alndâ  mais^um 
frade  f  ran^^issano,  qã%  tmntea  no  tempo  da 
laçBlsiçie^  o  cela  obra  ki  oatão»  é,  a  terá 
sempre  estimada  e  esthoarei.  B*  íí«i  Jea« 
quiaft  de  Santa  Boea  de  Viterbo.  {RlrnsUario, 
Tol.  S.%  pag.  51  da  edição  de  £865.)     • 

Apontatvi»  resumidamente;  as  ai^acgSM»  ^ 
o  modo  o(Hiie  as  desfái  Vilsrbo. 

O  letior  íttostrado  e  eonsdendoso^  Ma, 
n0éíte,  e  siga.  4  opiniio  que  Ibè  parecer 
mais  eonforine  eom  a  soa  àmélIigeMia. 

IHzemosquefèegtm^êhaiMadêQmiqm: 

Objeeçâo  l.«  — Que  esta  Unda  naotem 
mais  apeio  que  a  tfxdi^  fúnàtietíámper' 
iupttíM,  destitnida  de  toda  a  rasio  prufe»^ 
te;  e  qaeniohadooameilloaigmn».firMltis« 
noQUiiipaf, qnesmlidfsiias^;  -     i 

t.*-^ChBM-:Bao  eabeémífiiiosio,  qpeDi 
Affonso  Heutíqoes  passasse  o  f4%  PO^  ^^ 
tre  osBtouros  da.Abranleie  Torres  NoTas^ 
e  marehasae  paratettament»  a  Bfora  eBeje^ 
pnfiasraouriseasi  fonnidaesie  ii'ease  tempo. 

3.r-^B'  iaaereiÚMiYelHiueMimiarteeipe  que 
já  eoBUva  3Q  aonos-  de  edade^e  que  feio 
espaço  de  doze  aunos  tinha  dad|p  peOTia  irs 
recusáveis  de  grande  tino  e  sciencia  mili- 
ur,  oommenesse  a  iMMridadeiAdescalpaTel 
de  bir  provocar  um  ínlinigo  poderosissimo 
(eiiiee  reis,'  eom  um  ezèreilD  de  mais  .409 
mil  combatefties«-^stQ  é— vinte  vetH^**e.alf 
guns  dizem  100  l-^-eaperior  era  numera)  qHf 
linhanasc^freate^  e  estando  «arcado  4e  inl* 
migos  pelos  flaucoa  e>peb.reciajpaid«.M  - 

4.*— Que  um  capitão  com  longa  pratica 
4s  guerra,  por  muis  temerário  que  lò9S6^4ao 
se  aventurava  a  largar  o  -oniiro  daa  suas 
operardes  (Gcáaiibray  arroj^andoni»  ia  lio 
grande  distancia  (ím  eoafiua-de  AleBitcío) 
com  tao  limitado  numero  df  aoldados,  atra- 
vessando sempre  paises  Inimigos,  ODd^tttdo 
Ibe  4evia  (altar. 


1,1  ii 


0DB 

5.«— Que  oe  .iiUMâi^  ou  CArsnácon  Itisí- 
tono,  ou  dos  Godoê,  que  Btonde  citou,  e 
Brandld  fezitaiprimlr  entre  os  documentos 
do  tom.  3.*  da  sua.Mofiercftta  iMiitana,  jfio 
ét'am  obra  ddinefado  de  secnfo  XII;  mas 
úm  Chromcún  que^dèpoié  se  fot  escrevendo; 
e  augmentando,  com  varfos  fictos,  uns  ver- 
dadeiros outros  imaginários;  alguns,  sem 
mais  fundamento  que  tradífies  4eiiotaa  e 
interessadas. 

^•-^ue  aehandb^»  e  rei  D.Asbasttioino 
campo  d'Ourique,  em  iS73y  ou  pooee  antsi» 
foi  o  que  transformou  em  nobfe  tea^loi 
una  ermida  Inaiguifleante  qm  atti  bavid,  e 
fea^levaaiar  osobarbo  arco  da  memertéqua 
aIJi  existam  Que  incumbiu  André  de  Aéaea* 
de^  que  o  aeompanhaviR,  de  redigir  a  inr 
scripçio  latina  e  poptuguaia,  que  devia  ser 
gravada  nos  ladoe  do  pedestal,  o  que  Béasa^ 
de  compriu;  mas  a  inscripçãonlo.Begra* 
uou,  preífavBimente  poe  se  julgar  o  fadoía- 
biiieso. 

Sia  as  lespostaa  ds  $biéfçõe$: 
•  Rulidamrse  ellaa  em  duas  Cslpaa  anpposi* 
ç5eB.  1.*,  que  os  mouros  oeenpavam. ainda 
em,  lt89  todas  aa  lerran  que  •camientit  o 
Vsja  e  o  Mondegsh-S.%  que  Bvova  e  Jlcja^ 
podiam  t  cortar  o  pamo  ao  eiefcito.  portn« 
guez,  se  se  visse  na  necessidade  de  opemr 
uma  jratiráda*  . 

.Bespendeses 

Bm  ll3i^  Ji  todes  es  territsmea.e  pevoa« 
ç9es  delida»  Ctture»,  Bga,  Redlnba,  Sou- 
n^  PombaU^ésere,  Gardiga,.iJmonrol^  Cé- 
raK%FtfieUa,  estavio. livres  da  sujeição. aga4 
res%  e  lesmaitam  parte  doreino  dePprUigal. 

D*.  Atowè  Hdnfiqueg  iteba.  Id  leguaa  dq 
marcba  para  o  sul,  em  território  seu,  e^dos 
contes  de  Fortugal  d*entio,  pelo  meio^lia, 
aió  Ourique^  apenas  imedeiamTdO  léguas  em 
Unba  recta. 

Vemos  que  o-conde  P«  Etenrífue  e  eim  wsat 
ibsr,  |i  em  liii  itinbamiâado  foral  á  vllla 

I  Em  (illd  deu  D<  Tbensaa.aofr  templários^ 
não  sóia  villa  de  Sonrs»  nms  todaa  as  lemifi 
que  «e  estendem  deade^Coímtra  até  Leiria.^ 

'^  Notemos  porém  que  estâs'tèh*as  esta-' 
vam^eniio  dsspevioadiie,  toas  ainda  em  poder 


»>».  • 


j..  ■»» 


KtU  doação  nSo  «e-adiav^  ji  no  secolo 
j^ajmtfP»  DO  cartório  do  mosteiro  de  Tho* 
9Bar;  mas  existem  as  bulias  do  Honório  III 
(l216)--CeiestiQ0  IV  (i2&i)-AleiiaDdre  IV 
(1254)— Urbano  IV  (i262)-6  Clemente  IV 
(jK|65);  confirmado  esl^  a  ontras  doações 
^  mostein^  dos  templariosi  de  Tho^iar»  qi\9 
fridas  (a&  doações)  passaram»  em  i31i,  p^ra 
a  ordem  de  Cbristo. 

Estas  boUas  isentavam  da  jurisdicçao  epis* 
eopalt  ficando  direetamante  sujeitas  á  Sé 
Apostolu^  as  e(p'e]as  das  villas  e  castelios 
da  Sga^  Pombal  e  Redínba, 

Estas  egrejas  baviam  sido  constraidas  pe« 
loa  templários,  que  d'estas  terras  haviam  ex« 
pulsado  os  mouros. 

Leiria  tinba  cabido  em  poder  de  D.  AfToa- 
«o  Henrique^,  em  il35— Ourem,  em  il3& 
Km  li37^  deu  foral  á  vUla  de  Penella. 
.  Alem-  d*isto-Tquando  D.  Afionso  VI,  sogro 
da  oopde  D»  Henrique,  conquistou  Santarém 
em  1093,  destruiu  tpdos  os  legares  fortes 
das  suas  yislohanças;  e  quando  o  rei  árabe, 
Gyro,  reeonquislou  este  território,  em  li  li, 
^  reedificou:  as  fortalezas  arruinadas. 

Foi  o  mestre  do  templo,  D.  Gualdim.Paea, 
que  removeu  para  Thomar  o  castello  de  Ge- 
ra, a  reedificou  os  de  Almourol,  Zêzere,  e  a 
maior'  parte  dos  que  >  estavam  arruiáa- 
dos. 

Sabemos  que  no  Rêgo  da  Murta  bavia  um 
ínosteiro  de  monges  benedictinos,  em  1159, 
ftandadoi  pelas  chiistao%  qua,  estabeleddos 
em  Penella,  se  tinham  estendido  pelos  valr 
les  e  margens  do  Nabão  e  Zêzere,  até  à  mar- 
gem df  réiu  do  Tejo,  tendo  por  limite  raeH* 
dional,  o  castello  de  Almourol,  edificado  (e 
Já  por  D.  Gnaldim  reconstruido)  no  meio 
4'este  ultimo  rio. 

Sabemos  também  que  a  causa  de  Isma* 
Pio,  rei  de  Bélica  (Andaluzia)  era  commum 
aos  mouros  do  AiemtejOr  que  todos  votavam 
edio  implacável  a  lime  Errik  (D.  Affonso 
Henriques)  e  aos  portuguezes,  pelas  derro- 
tas que  lhes  haviam  dado:  e  que  Ismarío, 
nao  só  convocara  os  quatro  reis  mouros^ 
mas  taaabeo  outros  mouros  da  Hespanh»  Ui«> 
terlor  e  da  Africa. 

Os  mouros  d*Èvora  e  de  Beja,  correram 
pois  em  ajuda  de  Ismario,  não  deixando  nas 


ftim 


3^7 


sua^  fortal^9Ls  senão  a  guarnição  indispan- 
sfivel  para  a  sua  defeza. 

Tudo  isto  sabia  O.  Affonso  Hej[(ríque9»  po- 
lo9  seus  espipes,  ^  jiada  tinba  a  ^ ecear  na  s;ia 
marcha,  ^uer  para  a  frente,  qi^er  em  uma 

Concordo  em  que,  em  todo  •  caso,,  a  em- 
preza  do  nossa.  1.*  rei  era  arriscadíssima; 
porém  elle  fiava-se  na  surpreza  que  acção 
tão  arrojada  causaria  nos  mQuros,  e  ainda 
mais  na  bravura  nunca  desmentida  dos  por- 
tuguezes. 

0  que  ainda  mais  exaltou  a  coragem  do 
príncipe,  foi  a  vjsão  divina  de  Ourique. 

Bem  sei  que  os  modernos  escríptores,  ini- 
migos de  milagres,  negam  obstinadamente 
a  apparição  d'Ouriqu^  (como  negam  as  côr» 
t6$  di  Lamego  e  outros  factos  gloriosos  que 
a  tradição  constante  de  muitos  séculos  noa 
transmittiu«) 

I.i  o  que  q  sr.  Alexandre  Herculano  es- 
creveu sobre  o  milagre  d^Ourique^  na  sua 
Historia  de  Portugal  (tom.  1.%  pag.  327  a 
ZP,  e  paginas  482  a  487,  da  l.«  edição)  e 
todos  os  folhetos  do.  polemicf^-r sobre  tudo 
os  muito  notáveis  de  sr..  padre  lUcreio;  maa 
nós  não  temos  precizão  (nem  lucro  para  a 
bistoría)  de  arrancar  do  coração  do  povo 
portnguez,  esta  coçsoladora  e  inoffensiva 
crença. 

Pôde  escrever«se  a  historia  e  alludir  mes- 
mo a  efsa  crçuçan  sem  a  admittir;  mas  sem 
a  atacar. 

Não  é  potUo  de  fé;  não  acreditem  que  a 
Deuê  tudo  i  poisivel;  mas  deixem  dar-lbe 
credito  os  que  em  tudo  pretendem  ver  o  De- 
do  de  Deus.  > 

1  O  grande  D.  frei  Manuel  do  Cenáculo 
Villas  Boas,  bispo  de  Beja,  e,  depois  arce- 
bispo de  Évora,  que  nipguem  se' atreverá  a 
apodar  de  ignorante  ou  crendéiro,  escrevea 
e  mandou  imprimir  em  Lisboa,  em  1791,  oa 
seus  Cuidados  lUterarios^  e  n'elles  a  fl.  362 
e  aeguiotes,  urata  iargamente  da  milagrosa 
apparição  d*Oorique,  reproduzindo  resumi- 
damente, o  que  diz  o  incansável  padre  An- 
tónio Pereira  da  Figueiredo»  nos  seus  Novos 
testemunhos^  que  publicara  em  1786,  aceres- 
centandO'lbe  outros  testemunhos  e  muitas 
razões,  tiradas  do  próprio  local  onde  se  dea 
a  milagrosa  batalha. 

Também  até  melados  do  século  pftssado^ 


u% 


OUR 


Na  Cathedral  de  Lamego  existe  (on  ezis- 
tin)  ama  Kalenda^  ou  MartyrologiOf  copiado 
em  1262,  de  oatro  muito  mais  antigo,  pro« 
VaTelmeote  escripto  próximo  ao  tempo  da 
batalha  de  Ourique»  ou,  pelo  menos,  quan- 
do ainda  viYessçm  muitos  dos  que  ii*e!la  se 
tefiaram. 

Logo  no  principio  d*esté  documento,  se  lé 
— In  locOt  qui  dicitur  Oric^  fuit  pralium  in- 
ter Paganos,  et  Christianos,  PrcBside  Rege  Il- 
defonso Portugalensi  ex  una  parte,  et  Rege 
Paganorum  Examare  ex  altera,  qui  ibidem 

mortem  fugiendo evasit,  in  âie  Sahcti 

J0cotí  Apostou,  mensejulu.  E,  M.  G.  2  XXVIL 

No'  archivo  da  mitra  archiepiscopal  de 
Braga  (gaveta  da  primasia,  maço  1)  em  uma 
extensa  inquirição  de  testemunlias,  a  que  se 
procedeu  judicialmente  (pelos  annos  de  1182) 
para  provar  a  primazia  de  Braga,  contra  as 
pretenções  do  arcebispo  de  Toledo,  depõe 
Garcia  Liufreiz,  de  Jaraz  (Geraz)  que  disse 
ter  20  annos,  quando  se  deu  a  batalha  de 
Ourique.  {Tempore  Relli  Aurich,) 

Muitos  documentos '  d'esta  valia  se  terSo 
desencaminhado  pelo  decurso  do  tempo,  e 
talvez  que  não  poucos  nos  fossem  roubados 
pelos  Philíppes  (como  fizeram  a  grande 
quantidade  de  preciosos  manuseriptos)  e  le- 
vados para  a  torre  de  Simancas. 

Por  uma  certidão  que  exb- 
te  na  torre  do  tombo»  se  vé 
que  os  Philíppes  nos  levaram 
d*e8te  real  archivo,  nove  cofres, 
ou  caixões»  de  livros  e  papeis 
da  maior  estimação,  por  an- 
tigos raros  e  preciosas. 

ninguém  negou  a  portentosa  victeria  d*Ou- 
riqúe,  ainda  que  alguns  negassem  o  mila- 
gre* 

Hoje  nega-se  este,  e  reduz-se  aquella  san- 
guinolenta batalha  a  uma  insignificante  es* 
earamuça. 

Note-se  que  Viterbo  não  dá  credito  ao  fa- 
moso juramento  de  D.  Afonso  Henriques» 
feito  no  anuo  de  1152,  que  só  404  annos  de^- 
pois  (1S56)  se  dia  existir  no  cartório  de  San- 
ta Cruz  de  Coimbra;  e  qoe  depois  appareoeu 
no  airmMrio  das  3  chaves,  do  cartório  do 
mosteiro  d' Alcobaça,  entre  outros  docomeu- 
tos  falsos  ou  falsificados.  (Vide  Elucidário, 
vol.  1.%  pag.  225,  da  2.*  edição.) 

Viterbo  não  nega  que  houvesse  o  Jura- 


Dizem  os  que  negam  a  batalha  d^Ouri- 
4ue,  que  André  de  Rezende  ufão  mkhQM 
gravar  a  inscrlf^  na  memolrla;  talvez  lK># 
se  persuadir  que  não  passava  de  uma  pá* 
tranha  aqnillo. 

'  Não  fia^tsf.  M^iide  9A  ^e  D.  SelíàstlStd 
se  envergonhara  da  incúria  e  negligencia 
dos  seus  antecessores,  em  não  lerem  aqnf 
levantado  um  padrão,  que  perpetuasse  á 
memoria  de  tão  glorioso  fbito.  {Potuit  illum, 
incuriae,  ac  socordiae  scícuH  superioris.) 

Dizem  também  alguns,  que  a  inscrfpçió 
de  Rezende  se  gravara  no  monumento  e  iqne 
os  Philippes  a  mandaram  picar. 

Não  é  verdade.  A  inscrípção  nunca  aM 
existiu. 

Basta  aos  Philippes  e  seus  ministros,  os 
crimes  reaes  que  commetteratn  durante  6 
longo  período  de  60  annos  contra  Portugal; 
para  os  fazer  detestáveis  e  detestados:  não 
lhe  angmentemos  mais  este  críme  imagf^ 
nario. 

Expuz  as  opiniões  pr6  e  contra  a  batalha 
d'Ourique,  e  o  milagre  da  visdo  ou  appari^ 
ção.  Cada  qual  siga  a  que  mais  lhe  agradtf 
—só  direi: 

Podem  os  sábios  escrever  Uvras 
sobre  livros,  contra  estes  dois  fa^ 
ctoSí — tentem  provar,  muito  embora 
que  são  embusieiros  e  soperstieio»^ 
SOS — o  povo  portuguez  sempre  fal- 
lará  d'eUes  com  orgulho;  sempra 

mento,  só  afirma  que  o  documento  (perga* 
minho)  d' Alcobaça,  se  não  é  apoorftfiK  é  apo* 
grafo  (cópia)  e  discorda  do  de  S.  Vicente-da 
Fora. 

N*aquelle  se  nomeiam  bispos  que  existiam 
em  1151,  e  no  de  Santa  Cruz,  se  nomeiam 
Pedro,  de  Coimara  e  Estevão,  de  Braga,  aoa- 
chroDismo  evidente,  qoe  demonstra  a  sup* 
posição  e  poaco  valor  do  documento.  Vejan 
se  a  Memoria  do  laborioso  frei  Joaaaim  de 
Santo  Agostinho,  nas  Jf^in.  da  Real  Acaá.^ 
de  17d3,  ttoi.  5.«,  (L  297,  no  Coáiee  309. 

A  falsificação  (ou  invenção)  d*ealea  doea^ 
mentos^  é  que  tem  fornecido  aos  que  ne- 
gam o  milagre»  o  sen  mais  forte  cavallo  de 
batalha. 


OUR 

t^á  por  verdadeira  e  importanlissi- 
ma,  a  batalha  de  Ourique — e  por 
incoQtestavel  a  appariçao  de  Jesus 
Chhisto  a  d.  Affonso  Henriques. 


OURO^sea  pftzo  e  valor,  nas  moedas 
â*e8to  mecal»  com  curso  aactorísado  pelas 
leis  poriugnesas. 

A  todos  os  ifidWidQos  deve  interessar  sa- 
ber o  pezo  das  moedas  de  ouro  portuguesas 
de  51000  róis,  3^000  réis  e  i^OQO  réis^  e 
o  das  íDglezas  (libra  e  meia  libra  sterlmas) 
de  4)1000  réis  e  de  2^290  réis,  únicas  moe- 
das estrangeiras  que  a  legislação  permitte 
circularem  em  Portugal. 

Sabendo-se  de  côr  o  peso  das  indicadas 
moedaSy  é  fácil  dissipar  D*alguma  occasião 
qualquer  duvida  acerca  do  peso  legal  d'al- 
ipimas  d*elUs. 

Sao  o  pezo  das  moedas  de  ouro  portu- 
guezas : 

5M0O  réis  8,867  grammas;  2M00  réis, 
3,55  grammas;  li^OOO  réis,  i,77  Vz  gr. 

Confrontando  com  as  moedas  de  ouro  in- 
gieaas,  temos: 

41500  réis^  7,984  grammas;  2^250  réis, 
3,992  grammas. 

A  moeda  de  ouro  portuguesa  de  8  jOOO 
féis  (peça),  quando  apparece  hoje  no  mer- 
cado, o  que  é  raríssimo,  cansa  grande  ad- 
miração. 

O  seu  pezo  é  de  14,151  grammas. 

OUROLO  ou  HOUROI.O— portuguez  anti- 
go— áro,  ou  circumferencia  de  qualquer  de- 
marcação, que  internamente  contem  casaes 
anjeíios  a  certo  íòro,iOu[isentos  de  certos  tri- 
butos e  obrigações» 

Ainda  em  Bragança  se  diz— ouro/o  da  ci- 
dade, 

E'  termo  muito  frequente  nos  documen- 
tos do  mosteiro  de  Castro  de  Avellans,  do 
aecuk)  XV. 

Na  baixa  latinidade  dizia-se  Oreillum. 

Em  Lamego  dizse  áro^  por  termo,  ou  su- 
búrbios da  ctdadie. 

OURONDO--fr^[uezia,  Beira  Baixa,  co* 
marca  e  concelho  da  Covilban,  60  kilome- 
tros  da  Guarda,  240  a  E.  de  Lisboa. 


ous 


349 


Tem  130  fegos. 

Em  1757,  tinha  79  fogos. 

Drago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  da  Guarda,  districto  administra- 
tivo de  Gastelio  Branco. 

O  real  padroado  apresentava  o  prior,  que 
tinha  120^000  réis  de  rendimento. 

fi'  terra  pouco  fehil  em  cereaes;  mas  cria 
muito  gado  de  toda  a  qualidade,  e  nos  seus 
montes  ha  abundância  de  caça.  Fica  próxi- 
mo à  serra  da  Estrella. 

Ourondo,  é  palavra  gothica— nome  pró- 
prio de  homem. 

OUROSINHO— freguezia.  Beira  Alta,  con- 
celho de  PenedôDo,  comarca  de  S.  João  da 
Pesqueira  (foi  do  mesmo  concelho,  mas  da 
comarca  de  Meda)  45  kilometros  de  Lame- 
go, 345  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  130  fogos* 

Em  1757  tinha  72  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Assumpção. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Vizeu. 

O  admínisu*ador  da  capella  de  S.  Nicolau» 
do  claustro  da  Sé,  de  Lamego,  apresentava 
o  cura,  que  tinha  40^000  réis  e  o  pé  d'al- 
tar. 

O  seu  primeiro  nome  parece  que  foi  (hk- 
rondotínho;  depois,  por  abreviatura,  se  cha- 
mou Ourosinho. 

Terra  pouco  fértil  em  cereaes,  mas  pro- 
duz óptimo  vinho,  fructas,  legumes  e  hor- 
taliças. Gado  e  caça. 

OUS— portnguez  antigo  (do  século  XIII) 
— hoje  diz-se— aof. 

OUSAM—- portuguez  antigo — o  mesmo  que 
ousametUo. 

OUSAM— portuguez  antigo  — (do  latino 
audeo)  —  atrevimento,  insolência,  desaforo, 
etc. 

OUS  AMENTO— portuguez  antigo— ousa- 
dia, confiança,  atrevimento,  etc. 

OUSANÇA— portuguez  antigo— o  mesmo 
que  ousamento. 

OUSEGRAR— portuguez  antigo — obsecrar, 
pedir,  rogar,  supplicar,  etc— do  latim  ob- 
secro, 

OUSIA— portuguez  antigo— a  capella-mér 
de  uma  egreja.  Vem  do  grego,  osios. 

Nos  documentos  antigos  de  Lamego,  se  vd 


358 


OOT 


de  iaS4,  deixou  nm  legado  impfiruiile  para 
pelo  seu  readiaoento  'serem  socoorridof  ot 
pobres  niaie  neoenltádos  d'êBta  mesma  fre^ 
gnezia.  Este  legado  'veio  eminserfpçSes»  e 
está  a  cargo  da  jaula  de  panodiia^  qa%  èm 
esmolas  mensaes»  reparte  aos  pobres  mais 
preoisados  da  freguesia  os  respeeiHm  jnree 
que  recebe.  .    •*■   . 

S.»— ^Desde  j»  prliiofpio  do  seealo  passado 
(1706  a  1712)  existem  «reetas  na  egrejatae» 
triz  d'e0U  fregufezia,  oom  aoctortsa^^^do 
bispo-oende  de  Colólxra/  ires  inosandadee 
oa  eenírarias-^a  do  Sa&tissitno  Saeramèih 
to»  a  da  Senhoni  do  Rosário,  é  a''daB  Aknaej 
as  qnaes  leem  prosperado  sempre,  prhveii 
palmente  agora  a  das  Ahisas,  qae'6  amaiot' 
e  lioje  a  mais  floresoente  de  todas  d-^esies  air-< 
rederss;  o  (jpie  é  devido  A  exemplar  adm)<^ 
ttistraçSo,  e  coDstaete  e  ineança^I  zelo'  do 
eea  actual  juiz,  sv.  Serafim  Augusto  Pernrai 
que  serve  jà  ha  ânuos. 

4.*— Desde  longo  tempo,  tem  nos  seu!»  ctu^ 
CO  altares,  a  egreja  matriz  doesta  fregftMzia, 
primorosas  imagens  de  Santos,  ásiiuáes  ae- 
cresceu  ultimamente  uma  bellis^ima  itnagem 
do  Goraçio  de  Maria,  que  fói  oetioeada  den- 
tro â'uma  sumptuosa  vidraça,  nó  eeutro  do 
altar  do  Bspirito-SantOjUm  dos  doladodir^* 
to  da  egreja.  A  acquisi^  ê'su  nova  imagem 
foi  promovida  pelo  referido  Juiz  da  irmaa* 
dade  das  Almas,  Serafim  Augusto  Pereira, 
que  a  comprou  à  sua  custa,  e  seeibpenba 
pela  devoção  e  eulto  especial  de  Nossa  Se- 
nhora, sob  aquelia  invocação  do  Coração  de 
Maria.  B  com  o  seu  exemplo  e  impMso,  vae 
fazendo  aqui  muitos  e  rápidos  progressos 
aquelia  devoção. 

5.*— Quatorze  teem  sido  os  parochos  col* 
lados  d'esta  egrejA  de  S.  Vicente  da  Brattca, 
nos  três  séculos  quasi  decorridos  desde  1580 
até  agora  (1876).  Não  se  remonta  mais  lou* 
ge  a  memoria  d^elles,  embora  a  tradição  faça 
a  freguezia  multo  mais  antiga. 

Eis  a  serie  successiva  â*esses  paroehes: 
!.•— O  prior  Pedro  Nunes,  o  Theologo,  que 

morreu  em  24  de  fevereiro  de  1586. 
1*— Francisco  Raymundo  de  Queiroz,  que 

morreu  em  3  d'agosto  de  1617. 
d.<>— Manuel  Camello  de  Figueirôa,  que  mor- 

reu  a  27  de  novembro  de  1631*. 


L^^WmaiA  Mendes,  qoe  momu  a  13  de 
mato:  de  4657. 

8.*««-^Pi9dro  Dias  Roqn^  que  parodiiqa  só 
doir  aoBos,  porque  se  foi,  tenda  trocado 
o  beneficio  oon  o  seguiotà  -^ 

6.*-^  Sebastião  Luiâo  Fontoura,  que  mor- 
rra  em  21  de  novembro  de  1689. 

7:*-^^niardo  Torres  da  Silva,  que  tomou 
"^ posse  dl  egr^a  no  i.*  d*agosto  de  1690. 
Não  se  sabe  quando  .raerreu. 

8.*— João  de  Souza  e  Menezes,  tomou  poete 
d»  egr^a  em  2  de  fevereiro  de  1700,  e  fal* 
leeeu  em  24  de  janeiro  de  1949.  -^  Era  o 
fidalgo  das  Cavadas. 

9.*— Amaro  Manuelda  âouza^  tomou  posse 

da  egrejâ  em  24  de  novembro  de  1752,  e 

monren  em  5  de  janeiro  de  1797,  tendo 

.  renunciado  no  sobrinho,  p.  Bfanuel  da  Ma-> 

dre  de  Deus  de  Souza  B4rl>osa,  em  1788. 

.las  na .oapelia-mór  da  egreja,  com  íáma 

<  de  santo. 

10.«^D.  Manuel  da  Madre  de  Deus  de  Sou* 
za  Barbosa,  frade  cruaio  e  conventual,  pri* 
meiro  em  Mafra,  e  por  ultimo  «m  GrQó; 
tomou  posse  da  egreja  em  virtude  da  re« 
DUncía  do  tio  (o  prior  antecedente),  em 
19  de  fevereiro  de  1789,  e  morreu  em  10 
de  julho  de  1812. 

ll.^---Manuel  Bernardo  Ribeiro  de  Brito,  «!•* 
firade  loyo,  tomou  posse  da  egreja  em  12 
de  setembro  de  1813.-*  Residiu  até  1830, 
•  em  que,  obtendo  breve  de  non  residenâOp 
foi*se  embora  para  o  Porto,  d'onde  era  na- 
tural, deixando  na  egreja  por  encommen- 
dado  o  padre  Josó  Marques  dos  Santos, 
do  logar  de  Mouquim,  freguesia  de  Valle 

'  maior,  que  esteve  na  egreja  até  junho  de 
1834,  como  encommendado,  e  tomou  a 
ser  parocho  depois  do  seguinte. 

12.*-^  António  de  Mattos,  d'ao  pé  de  S.  Pe- 
d|io  do  Sul ;  foi  despachado  prior  d'edU 
egreja,  por  decreto  de  13  de  dezembro  da 
1841,  collando-se  em  Aveiro,  em  7  de  já» 
%o'  de  1843,  vdo  tomar  posse  da  egreja 
em  12  d'outubro  de  1844.— Mas  não  resi- 
diu nem  parochiou,  porque  se  foi  logo  em« 
hora,  e  morreu  poueo  depois. 

13.'^^José  Marques  dos  Saittoe,  tomou  pos- 
se da  egreja  em  10  de  fevereiro  de  1848, 
e  morreu  a  7  de  maio  de  1863.  ^  Veio 


Qur. 

transfeniâD  át  epr^a  de  Reveles,  bvipafio 

da  Coimbra;  onde  era  parooho  coUado.    : 

íL*^  o  sr^  José  Pbrein^LeiâQ,' natural  de 

,  Vi]larínho  do  Bairro,  na  Bairradai  qxm  é 

.  aqui  o  pnor  actoaL  Tomou  pom  da  egoe- 

4»  em  dia  da  S.  Yioenie,.que  é  o  pAdreei* 

ro,  a  22  de  janeiro  de  1865,  e  vae-se  des: 

en^ienbacdo  muitQlHm  dos  seus  deveres, 

com  zello.  constante  e  actividadA:  admtrat 

vel:  curando  elle  só^i  á  jalta  de  aacerdo^- 

tes  que  o  coadjuvem,  a  freguezia,  que  hce 

je  é  tao  populosa,  como  dispersa.     .   . 

£'  a  freguezia  da.praoea:        .  .  > 

i.«-rO  centro  e  a  sede  do  estab^acimen- 

to  mineiris  do  Palbal  e  Garvaibal,<iae  é  um 

dos  maibres  do  reino^  denào  o  xnaior* 

â.<f— Tem  uma  fabrica  de  .sábio  no  logaor 
daJIscQsa. 

3.<>~Tem  uma  feira  mensal  a  22  de  ca^ka. 
mez,  no  logar  da  Espinteira.  A 

4«V^A  «greja  matrk,  que  ó  um  grande, 
lindo  e  magestoso  templo,  íiea  D'nma.  emi'» 
uencia,  e  com  bellae  e  largas  vistas,  para  o 
mar. 

E'id*uma  só  uave  com  cinco  altares.  Foi 
edificada  em  1693  e  1694.  Tem  a  torre  ao 
cimo  por  detraz  da  capeíia-mór,  qu^.é  toda 
de  abobada. 

E'  tradição  que  os  sinos,  antes  de  se  fa- 
zer a  torre,  estiveram  por  alguns  annos^ 
pendurados  n'um  grjande  carvão,  que  ha- 
via ao  fundo  do  a^o,  defronte  da  porta  priu« 
cipal  da  egreja,  o  qual  se  ficou  chamando 
sempre  o  carvalho  do  sino. 

Era  uma  arvore  gigante  e.um  respeitável 
monumento  da  antiguidade. 

Tanto  bastou  para  elle  não  podeit  re« 
sistir  aos  golpes  do  moderno  machado 
devastador,  que  ha  annos  o  derrubou,  exul- 
tando ainda'  em  cima  com  a  sua  obra  de 
destruição. 

5.<'-rA  freguesia  tem  doze  eapellas,  dis- 
persas por  toda  eUa,  sendo  seia  publicas,,  e 
outras  seis  particular^,  modernamente  edi- 
ficadas. 

As  publicas  ^o  a  de  Santa  Luzia,  qae  é 
antiquissiota,  no. logar  de  Grisléllo-^a  de 
SanfAnna,  no  de  SoutéUo  —  a  da  Senhora 
áíB  Dores,  e  a  da  Senhora  da  Alegria,  Gn 
Albergar U  a.  Nova-^a  de.  S.  Marcpi^  &a. 

VOLUME  VI 


QOT. 


^a 


logarde  Rrafléitosse  a  de^SuAilião^  ap  do 
Outeiro,  a  pMie»  distancia  0fttqg«eja«.  - 

^*estas  as  •  tf  es:  ée.  £^it'Anna^  ^Senhora 
das  Dorei^e.£eiiií9rai4a  Ategría^  paAâesíliMBii 
nwilo  |^0lai<iniraMê, francesa  de!  áS^iMir 
qaeas  tPépaifao  viraia  do  FKMrto^.oAdeii^* 
traram  a  SÃ  4e.nan(o^  açamparaai  posAl^^. 
bcrgaria  a  fkxm  até  àsutéUo,  e  per  ahi  estí- 
,  veram  até  maio  legniÉUB; 
!  A»  oapelbft  panUeularts,  pertencealM  aea» 
donas  que  as  ftuidaram,!€Ídiflearamieidata«^ 
rapi»  sâo  a  da  Senhora  ido-.  Bom  Succeascv  na 
logar  das  Laginhas;  a  da  Senhora,  dai  Fe* 
bre^  em  âsauei;  a  4o  Caraça  de  Maria,  nã 
Estrada;  a.do  Senhor  doç  AfOiotos,  na.Ba* 
onza;  á  da:  Senhaca  das  Doines^  á  Ccnz  do 
Zangarinhal,  ao  poente  e  a.  pouca  distancia 
da  egreja;  e-  enfim  uma  ontia,  ainda  ena 
oanstrucçâo,  no  lagiar  âa  Barroei^  tambim 
pah)iimo.da.e9*^jaw  t  ••. 

Quanto  à  de  S.  Julião,  diz-se  que  ella.ail* 
tii^amente  esdvera  ptimeiro  no  alto  )da.  ser- 
ra praxiosa,.  que  corre  pelo  naseenle,.eha* 
mada.  per  isso  como  aináa  hoje^ó,  a  serra» 
eu.  o  manto  de.&  Julifio,  mas  que  peb  an» 
dar  do  tempo,.  a-saniOy.fui^ndo  de  DOât%  dft 
sua  capella  lá  do  adto^  apparecla  demanhaa 
sobre  um  castanheiro,  na  fs^Ldada^meema 
serra,  do  lado  do  poente,  junto  ao^  iogar 
do  Outeífo,  e  por  mais  veies  ;que:ó  levas- 
sem lá  para  cima,  sempre  teimava  a  Já^ 
gi»,  para  cima  -da  meama  .arvorsi  Aaa^ 
do  assim  a  aaber  que.  queria- residir. pao 
alli.:<}ae  por  isso  se  lhe  edificara  a  noiKaaay 
pella,  (}UB  lambem  ó  muito  antiga,. no  sítki 
oade  hoje  está;  sendo  demolida  a  outra  4a 
coroa  do  nMnHe,  ond»  até  ha  poUco  ae  yttni 
vestfgios  das  suaq  rainjas.^ 

Tal  óa^  lenda,  ou  trádiçio.    . 

6.**^Nosprincipto8  db  século  passado,  hou- 
ve n'estair8gnezta:  lum  .ho^icio  •  do  iradas 
pregadores  (denunico^  :eatabeleddo  na  qntftt 
ta  das  Cttvadas»  ao  sul,  e  a  pouca  distancia 
daegceja,  pelo  prior.  Joae^  4e  Sotisaie  He- 
neaeiy  que  >  parocàiou  laqui .  desde  2  .to 
fevereiro  de  i7âQ.  atói  l\  de  janeiro  to 
1Z491      '.-,'.•.:  .1   ^     . 

Trouxe  4)1  Irsdes  para  aqueUasuaquifití^ 
aonde  reaídla,  .ooip  o  ftn  d'ettea  o  coadjuva^ 
rem  no  ministeda  palrocblaL  Eorápoi  l^aant 

23 


354 


ODT 


dos  poaeos  lanos  teve  da  òt  ddipedlr,  por 
eUes  tão  eorresponderem  ao  sea  fioL 

O  mesmo  prior,  Tulgarmento  eenliecído 
pel&fidaílgQ  das  Cavadas»  por  mu  morte  dei- 
xou a  qulQta  «om  o  hospício  a  um  sobrínboi 
o  qnat  a  vendeu  â  Misericórdia  de  Lisboa, 
e  esta  a  alòixia  depois  a  uma  familia  do  lo» 
gar  do  Soutos  visíoba  da  mesma  quinta,  en- 
joa successores  ainda  boje  a  possuem  como 
enphiteutas,  pagando  o  respeetivo  foro  à  Mi- 
sericórdia, como  senhoria  útil,  pois  o  senho- 
rio directo  era  outr 'ora  o  marquez  d'AngeJa. 

O  hospício  tinha  um  dormitório  com  umas 
dezoito  celtas  e  uma  capelia,  e  todas  as  mais 
offieinas  d'um  pequeno  convento. 

A  quinta  era  arruada,  e  ajar^nada,  com 
fontes,  tanques,  latadas,  passeios  de  recreio, 
aodi>resaindo  s  tudo  a  fonte  de  S.  ioao. 

Jbm  o  primor  da  freguesia,  porque  abun- 
dava em  bellezas  e  mimos  da  natureza  e  da 
arte. 

Mas  hoje  nada  absolutamente  resta,  nem 
do  edifieio  do  hospício,  que  todo  cahiu 
derribado  ás  mãos  do  tempo,  e  do  camar* 
tello  destruidor,  sendo  vendidos  os  mate* 
riaes;  nem  das  antigas  bellezas  da  quinta, 
^escacha  hoje  reduzida  á  um  miserável 
liredio  rústico,  e  até  qmasi  abandonada  da 
CMltwa. 

7.«^Na  esf^anada  do  alto  da  referida  ser- 
ra de  S.  Julião,  que  é  eletadissima,  e  se  pro- 
longa quatro  a  cinco  kllometros  ae  Este  da 
fregueiia,  em  ihiha  nortesul,  ha  ainda  boje 
vestígios  de  uma  atalaya,  ou  forte  intrinchei- 
lamento,  em  toda  a  circomferencia  do  plaí- 
M,  na  extensão  d'uns  trezentos  metros  de 
comprido,  de  norte  a  sul,  e  cento  e  vinte  de 
largo,  divizande-se  ainda  parte  da  valia,  ou 
cava  exterior,  e  da  linha  do  parapeito  em 
ioda  a  valia,  e  do  lado  do  nascente  por  de- 
trás da  serra  uma  sabida  e  estrada  larga 
pela  encosta  do  monte  abaixo,  Qom  muros 
ou  cortinas  lateraes  de  pedra  e  terraço. 

E'  tradição  velha  que  os  mouros  tiv«ram 
alli  um  forte,  como  centro  em  correspon- 
dência ao  da  Feira  ao  norte,  e  ao  do  Vouga 
ao  sul,  ficando  este  ponto  da  serra  de  S. 
Julião  sobranceiro,  e  a  pouca  distancia  da 
estrada  mourisca,  que  ia  pela  pláaicte  pro- 
sima  do  poente,  do  sul  ao  norte. 


OUT 

Esta  tradição  se  avireu  ha  cousa  do 
trinta  annos,  pelo  apparechnento  n'uma  es- 
cavação, n*aquelle  sitia,  de  uma  grande  pe-^ 
ça  de  feno,  ]à  muito  carcomida  da  ferrugem, 
com  um  buraco  no  centro,  inculcando  ser 
de  roda  de  machina  de  trituração  ou  moa- 
gem. 

As  escamas  que  cabiam  do  ferro,  cortadas 
profundamente  da  ferrugem,  indicavam  que 
ellá  estava  alli  enterrada  ha  centenares  do 
annos» 

A  humidade  da  terra  e  a  acção  do  tempo 
a  tinham  reduzido  a  um  moro  esqueleto. 

8.«— No  primeiro  terço  d*este  sectilo,  vi- 
veram e  morreram  n*e8ta  freguezivem  uma 
saa  quinta,  sita  abaixo  do  logar  das  Lagi- 
nhas,  dois  irmãos  solteiros,  José  Pedro  Fer« 
reira  da  Cunha,  e  Francisco  Ferreira  da  Cu* 
nha. 

Eram  filhos  d'um  antigo  sargento  mór  ák 
comarca  d*Aveiro,  pessoa  de  grande  vulto  e 
representação  no  seu  tempo. 

Ambos  elles  eram  pessoas  de  bem  e  mxá 
destinctas  pela  8ua  nobreza  e  qualidades»    . 

José  Pedro,  que  era  o  mais  velho,  tinha  o 
foro  de  moço-fidalgo  da  casa  real. 

Por  carência  de  meios  e  de  recursos,  vi* 
veram  e  morreram  pobres,  e  nos  braços  da 
caridade,  estes  dois  notáveis  anciãos,  bem 
dignos  de  melhor  sorte. 

José  Pedro  morreu  a  29  de  agosto  de  1832,. 
e  Francisco  Ferreira  a  30  de  outubro  de 
1833. 

Por  sua  morte,  foram  demolidas  as  casas 
da  sua  vivenda,  e  os  materíaes  vendidos. 

A  quinta  foi  e  está  reduzida  a  um  matto 
e  pinhal,  ermo  e  medonho. 

Apenas  ao  longo  do  caminho  publico,  do 
lado  do  nascente  da  quinta,  restam  umaa 
poucas  de  oliveiras,  vivendo  à  parceria  com 
os  pinheiros,  os  quaes  attestam  a  quem  pas- 
sa, que  o  terreno  fora  outr*ora  cultivado,  e 
porventura  que  alli  morara  alguém. 

A  nova  capelia  particular  (a  6.*)  que  dls« 
se  andava  a  construir-se  no  logar  da  Barro- 
ca, é  dedicada  ao  Coração  de  Jesus. 

No  sitio  do  Chãozinho,  junto  ao  logar  de 
JVir(ryOi  e  ao  pé  do  caminho  publico,  ha  uma 


oin? 


OUT 


355 


nasceiíte  d'agiu  férrea,  oltímamente  desco- 
bertí.  Atada  não  foi,  nen  será  tão  cedo, 
eempetentemente  analysada;  mas»  no  pare- 
e(nr  d*tolgans  faealuulvos  d'este$  arredores, 
é  boa,  é  se  1^0  superior,  egaal  em  (jpialida* 
de^  á  d*ama  outra  fonte  já  antiga  e  mui  acre- 
ditada, que  ha  na  próxima  fregaeiia  de  M« 
mares,  no  sitio  de  Beiro,  limites  do  logar  de 
Tillarinho  de  S.  Laiz,  a  distancia  de  4  kilo- 
metros,  pouco  mais  ou  menos^  para  o  lado 
do  nordeste. 

Sobre  e  muro  da  porta  do  cemitério  dos 
ossos,  ao  cimo  do  adro  da  egreja  d'e8ta  fire* 
guezia,  junto  á  torre,  existem  levantadas  três 
lapides  de  íouza  preta,  com  as  seguintes  le- 
gendas em  letras  mayuscnlas  douradas. 

Na  do  meio,  que  está  sobre  a  porta  da  en- 
trada do  cemitério,  virada  para  o  adro^  lé* 

se  -«-  ASPICB  YUTOR. 

E  nas  outras  duas  véem-se  quatro  quar- 
tetos ou  quadras.  Os  da  lapide  da  direita, 
que  fica  á  esquerda  do  observador,  sao  es- 
tes: 

Da  morte  o  fatal  estrago  vinde  vér, 
Tinde  do  mundo  o  nada  examinar; 
É  aqui  onde  se  aprende  a  bem  viver, 
£  aqui  aonde  tudo  vem  parar. 

A  vida  é  vento  que  foge  a  correr, 
Horre-se  a  viver,  e  morre-se  ao  nascer; 
Nada  no  mundo  misero  tem  dura, 
Cahe-se  do  berço  aqui  na  sepultura. 

E  os  da  esquerda  (direita  do  leitor)  sao 
esfoutros: 

Viventes,  como  vós,  fomos  outr'ora; 
Estamos  aqui  hórridas  caveiras. 
Em  breve  sereis,  como  nós  agora, 
D*humanidade  cinzas  derradeiras. 

Eis  do  mundo  o  quadro  deshumano, 

Das  vaidades  serio  desengano: 

Tudo  na  terra  é  pura  vaidade, 

£  só  é  permanente  a  Eternidade. 

OUTEIRO— sitio  na  cidade  de  Lisboa,  an- 
tigamente assim  chamado,  pela  sua  elevada 
posição.  O  largo  de  Santa  Marinha,  a  rua  e 


travessa  do  mesmo  nome,  a  rua  de  S.  Vicen- 
te, a  rua  da  Oliveira,  a  calçada  da  Graça,  as 
Monicas;  as  Bscolas-Geraes,  acalçadinba  do 
Tijolo,  etc,  ocenpam  agora  o  logar  a  que  an- 
tigamente se  chamava  Outeiro.  (Vol.  4.o,  pag. 
til,  col.  I.«) 

Onde  hoje  se  vé  o  largo  de  Santa  Mari- 
nha^ existiu  a  egreja  matriz  da  mesma  in- 
vocação, vulgarmente  chamada  Santa  Ma* 
rinha  do  Outeiro.  Esta  parochia  está  hoje 
unida  á  de  Santo  André. 

A  egreja  de  Santa  Marinha,  era  uma  das 
mais  antigas  de  Lisboa.  Quando  os  portu- 
gueses tomaram  esta  cidade,  em  ái47,  era 
uma  mesquita  mourisca.  Foi  logo  purifica- 
da, benzida,  e  convertida  em  egreja  chria- 
tan,  sob  a  invocação  de  Santa  Marinha;  mas 
conservou  por  mais  de  cinco  séculos  a  sua 
architectura,  sem  alteração.  Era  um  templo 
escuro,  baixo,  com  a  sua  arcaria  muito  aba- 
tida; finalmente,  imprópria  de  uma  capital. 

Pelos  annos  de  1660,  foi  nomeado  prior 
d'esta  freguezia,  o  doutor  Sebastião  Diniz 
Velho  (que  depois  foi  inquisidor  da  mesa 
grande),  o  qual,  com  o  seu  zelo  e  sollicitude, 
e  mesmo  concorrendo  com  bastantes  despe- 
zas,  reedificou  este  templo,  que  ficou  sendo 
um  dos  mais  formosos  de  Lisboa.  Teve  que 
ser  demolida  a  antiga  egreja,  construindo-se 
de  novo  as  paredes,  e  fázendo-se  uma  nova 
capella-mór,  com  um  elegante  arco,  e  toda 
fechada  de  abobada,  e  uma  óptima  sachris- 
tia. 

Sobre  a  porta  principal  tinha  a  seguinte 
inscripção: 

NO  ANNO  DE  1322  *  FOT  CONSAGRADA 
S8TA  BGRBJA,  AOS  12  DK  DEZEMBRO. 

0  desembargador  João  Cabral  de  Barros, 
fez  à  sua  custa  a  capella-mór,  ou,  pelo  me- 
nos^  concorreu  por  muito  para  esta  obra» 
pois  foi  feito  seu  padroeiro. 

Tinha  mais  três  capellas— A  de  Nossa  Se* 
nhora  da  Boa  Nova,  fundada  por  frei  João 
Brandão  Pereira,  bailio  de  l>togroponto  e 
oommendador  das  commendas  de  Oliveira 
do  Hospital,  e  Aguas-Santas.  (na  Maia),  da 
ordem  de  Malta. 

1  (de  Jesus  Christo.) 


356 


OUT 


Foi  aqui  sepultado. em  um  magaffiee  mau* 
soleu,  susteniado  por  doifi  elefantes^  dentro 
d*um  arco,  que  ficava  frooteiro  aporta  priíl* 
cipal.  Este  padroado  paesoa  deppis  para  OB 
senhores  de  Panças. 

  de  Nossa  Senhora  da  ConeeíçclOy  feita 
pelo  povo  da  parochia.  ^ 

A  de  Nassa  Ssnhora  da  Natividade.  Esta* 
va  junto  ao  coro,  e  era  a.iiiaiii  autiga  das 
três.  Era  annexa  ao  pfiorado  da  egreja^  e 
era  a  que  o  tornava  am  dos  bofts  deXi$boa« 
pois,  só  a  capella  rendia  IQO&QOO  réh,  o  que 
ifaquelle  tempo  era  impoitaotissimo.. 

O  primeiro  prior  d*esta  frsguezia,  foi  João 
Ennes  Salgado,  sâgundo  se  via  dainseripçao 
gravada  no  seu  tumulo,  que  dizia: 

AQUI  JAZEU  os  ossos  DE  JANEBPTES  SALOADO^ 
PRIMEYRO  ADMINISTRADOR  QUE  T&VS 
ESTA  CAPELLA,  INSTrtUIDA  POR  PEDRO  SALGA- 
DO, NA  ERA  DB  1341.  (4303  de  h-c.) 

3HE£0UR£IE0*HÓ&  QUE  FOY  DBLBBI  DOM  DINIZ, 

A  QUAL  HE  UNIDA  AO  PADROAjD^  DOESTA* 

EGREJA.  AQUI  POSTOS,  NO  ANNO 

DB  1625. 

I 

I  ' 

Este  priorado  rendia  então,  iQais  da  oito^ 
centos  mil  réis.  Tinha  cinco  beneficiados,  ca* 
da  um  com  100^000.  róis. 

OUTEIRO— Vide  Parada  do  Outeiro. 

OUTEIRO  (S.  Migi^fíl  do)^villa,  Beíra-Âl- 
ta,  comarca  e  concelho  deíTondeila,  ete^ 

Esta  viila  já  fica'  dcecripta,  no  fim  da  2.^ 
col.  de  pag.  %i8  ena  L*  da  219  do  S.^"  vo- 
lume; mas,  como  depois  d*ísso  teve  logar  o 
íAilecimento  de  um  verdfideiro  homem  de 
bem,  dou  aqui  a  noticia  de  quem  éra, 

No  jornal  catholico,  a  «Atalaia,»  que  se 
publica  em  Viseu,  e  no  seu  numero  81,  de 
18  de  agosto  de  1875,  se  lé  o  seguinte: 

Fa//ec/m6nío.~-Na  manhan  do  dia  10, do 
corrente  noorrçu»  na  -quinta  de.  Car,valUiço3^ 
freguezia  de  S.  Miguel  d^Ooteiro,.  o  ex."** 
sr.  António  da  Costa  Bríiijdào.e^  Brito.,    .  .^ 

Era  um  cavallieiro  digno  a  todos  QS.fes- 
peitos. 

A  legitimidade  perdeu  um  aoldado  dedi^ 
cado,  que  soube  ser  sempre  fiel  á  soaibkuoh 
deira. 

Sentimos  o  passamento  do  bomeiQ»  Q^/e 
tão  prestante  foi  á  sociedade,  e  associamos* 
nos  á  dôr  dos  seus. 


OUT 

--Na  manhan  do  mesmoidia  finou^se  tain- 
bem,  em  Viaea,  a  et.r*  )r/  D.  Maria  èUr^ 
do  de  Mesquita  e  Veiga  Castello  Braneo»  tia 
doa  ex'."^"  srs.  áté  FredârJco  de  Abrsa  jG^ii* 
Viéft  e  J^s4  Bernardino  ide.Abr^  Gouvéa»- 

Em  onJ"  140€^  do  Mmai  da  NmUf  eor* 
nsf  oêdente  ao  dia  i&  dd^agpstf^  4e  1^76^  ^ 
vô  o  netrcAogio.Ao  cavalheiro  foiLeoido^  «a* 
cripio  peAo  nosaamavioio  poeta  >e  distiaeta 
escriptor,  o  sr«  Thomaz  filbeiro»  -«r^  fi  q  aa- 
guinte:  .      .  í 

«Morreu  na  sua  casa  de  Carvalhiços,  na 
Beira* Alta»  o  sru  Anio^iOida  Goata  Brauigo 
e  Alhuquer(|U9  de.  BritO;  e  Mesquita  CasteUo 
Branco,  vic^ma  da  uma  lesão  do  tMMraçâo. 

«Na  Eoiie-die  doiBiQgo^.l5  d'e8tejn64  ex^ 
balava  este  cavalheiro  o  ultimo*  alento»  noa 
braços  de  apa  extremosa  (amilia»<  que!  ficará» 
para  longo  tempo,  ineonsolavelt  oomo  todbM 
os  seus  amigos  e  visinbos  e  ifuantoa  eraaa 
sabedores  das  auas  singulares  virtodes.:; 

«Contatva  65  annos  incomplotoí^  pois  jiaa* 
cera  em,  dezembro  defiSlO.  Aa^ tradições  da 
sua  familia  levaram-no  para  o  campo  o^M* 
lutistOy  como  a  quasi  todas  as  famílias  prin* 
cipaes  de  ao  pé  da,  serra  da  Estrella,  e  por 
esta  causa,  era  eml8J2,  id^edàde:  de.  21  an- 
nos, coixmel  de  voluotarioe  realistas  de  Ar- 
ganil. Foi  sempre  «onsidarailo  como;  Yaka- 
te  e  brioso  ofQcial,  recebendo  vanos  feri- 
mentos durante.a  campanha.    - 

«Na  celebre  acção  do  dia  de  S.  Migael,  fle- 
veu  a  vida  a  ter  de  ieVautar-se  noa  astríbos 
para  melhor  vôr  o  que  se  paatova  na  dua 
frente,  porque  n*esse  momento  uma  bala  lho 
atravessava  uma  daâ  pema^-e  deixava  ;na 
assento  do  selim  o  traço  da  sua  passagem» 
entrando-lhe  na  outra  perna,  onde  ficou. 

«O  que  principalmente caracterisiva o  éea 
valor,  era  um  admirarei  saingue^frioiíasCc- 
casioes  mais  apertadas.— Na  véspera  de  nina 
acção  em  que  tinha  de  entrar,  coBtavJúóaT  os 
oíUciaes  que  serviam  com  elle  ou  às  suas 
ordens,  quando  todos,,  pensando 'na't)os8l)i- 
lidade  da  morte,  esci^evia»  ás  buas  fâmittas 
sentidas  expressões  d^  affecto  e  de  saádaidey 
elle,  o  coronel  imlerbe^  escarnecendo  Aos 
perigos,  encostaVa  a  cabeça  loira' «iatii^  uma 
.pedra  do  acampamento;  pouea  depois  vi-» 
I  nham  sorrisos  a  phrases  entrecortadas  {nto** 


N 


0111» 

^  ib»iiMíieeiip«dó&  eámttmte;  qae  aaies- 
dUi«Aaiin^'piafeiAi  ^  o  «binam  4usor* 

«fira  oiofBDaoroae)  wm  geMiliCavalMiOv 
Bffelie teoatiia  cpie,  torreAdoiatváa a firi< 
da^ '«ei-miryiira^d^icaitaUD  e  i^anhava  to 
ckã»ti»l0iM^qa<»alU'«fiUyd8Wi  . 
'  tKaí Afli8Íeeii*a*oomiiiaiidoa  mqa  i^rlfidi,  i 
«fquaadi»  na  retirada  teM^-oiii  «nf  o  Â^^gsti 
na  Atalaya,  esteve  em  risco  át^mn  apvisioBai' 
to  j^Vcn troço  dilaioeirps,  dir qoe  sé li- 
1f%alKm4esUr«Ea,'?iéto  que a<laeiaera.Hi«- 
possivel.  Segaia  para  Ehrora-Monte,  a  cuja  ca- 
pitula^ asaÍ9tiu/^pMaaVa«se.d6  ter  aiedm- 
pttikida-o  aeu  rei  atá Sines,  o  de,  já»iK)rào, 
lhe  ter  beijado  a  mão  pela  ultima  vez.  . 

«NáQiyniBi  quBpjríu  mais  toâraiacãdQte 
oa;MQi  do^etes  ée  lealdade,  «oiiigtieaí  idsr 
pois  daíi|randè'cataalrDplie^  se  reeoUtea  maia 
nobníMttoaresigQaéo  ao^aiáo  da  soa  íalni- 

«Todús-sabeDKqoè  ódios  fioaitun  aiada  do^ 
pots^de  iSaVnaofaldaa^a  samilaEstnBàia; 
todos  oonhecomia  fonga*  sois  d0'erwM8,  do 
pop«O0Bif3ès,  40  :viDf;aBçb9  Oi  Tspreealoo, 
qao  aãcr  soi  «se  já  hoi%  se^podcm  oonstderar 
de  todo  extinctas;  pois  o  morgado  de  Olmi- 
línha  (of  MOi]ire  pesp^tádo  o^u)  qnofmaAs  é, 
>OBtlaM(lo  por  toàig  os  conetimdinnW.  Qbe 
BMttior  iprowa  tfaistnbprobidado,.  da  snaeor- 
■Minia  »4q  boadaâo^fl'aqMlle^«on4i%om 
que  nunca  se  albergou  um  ódio  nem  Jitoidtt- 
«sjo^dotpenegfitfao' o«'dè  víDgànçat  NaJsua 
easa^  qh  dosnmíi  agnuUnrefò^oçairoB  do  10- 
«niio  4b  ioda  aptovinelâ^^niiâca  dialinglim 
TfMààÉciék^  oòm  qpantq  nKprrftâé*  mantetícb 
klleinil  arió  «tn^quo  steprearivéra  apekk  qnal 
dentkmòatsangtia-H^-SoBhôt  âS':difEstrentes 
morgados,  seus  irmãos,  emquanto  prarin- 
ÍVM  4tíi  floasi  mendils^  /uve^adi  oemprarem 
BaíoF  istenkbooia  do  que  elle;<  quo  todo 
aolHorapoacopara  dhoa  proitlowr  9  Mia 
odoeaçio  o  pant  oi  yér  felíces,  finindp  d*el- 
kt^a  soa  gloria  e  a  sua  maior  ventn».  Abeií- 
joou^lteDouB  os  esforços^  eros  seus. estr^ 
Aoeldoftjrmaoalttbinmi  dignas  4'6lte.i     í 

•CàsoviMníiá»  «Kiv*  ari*  iD..ABaft((:jaaÍDSD 
^  Lotirefro<  fiasiollo  .Bnnoa^  da  illnttro  fa- 
aiilla  do-lJO«nirQ,%»ácbando  na  osptisi^.aB 
Tirtudes  do^qna  ilm:dlgno,  d'eUa  bnufe  dois 


ODT 


867 


ttliosi  qnelio)e  herdam,  com  ò  seu  nome  e 
a  soa  avultada  riquesa,  o  encargo  do  conti* 
nuarem,  sem  desmeredosenlo,  as  gloriúsu 
e  honrádiU  IradiçOes  da  sna  fanriliiai;  e  €os 
próo  e  do  encargo,  as  tenho  por  mnito  di^ 

«Era  o  illustre  fiaado  fidalgo  da  caoa  real, 
oommeDdador  do  Christo  e  da  Goocelçíà,  e 
ooiidotoraâò-  oom  vários  hábitos  e  mtedaibof 
dõ:dl|tlneç2o^poFaoçÕes  de  valor  e  lealdade. 

*  «Era  adota  de  tudo  um  dos  melhores  00* 
rações  que  eu  tenho  oonhacido. ' 

•  •  <lá'  no  periodoUberal  poderia' ter  aeocí- 
lado  tàiolos  o  distincçSes  nobiliárias  que  por 
vecés  lhe' foram  offerecídas;  qéiz  morrer  com 
o  seu  nome,  visto  que  guardava  immaenla- 
da:m  soa  ík  Nao  orai  desdém  pelas  toaras 
que  ttiBoffomQiaiii  leaknoole  os  adversários^ 
era  pudor  pelas  snas  oloatrizes  e  pela  des- 
tenCUra  doa  soda  camaradas;  que  eile  era 
tolerantíssimo  em  politica,  e  estava  aempre 
prompto  a  aiudar  os  liberaesinos  eous  esfor- 
ços admioistrativos. 

4 Aqui  offeraço  a  toda  a^ua  ilkistro  íami- 
iiatraágiMi  ^jninha  proAioda  saudade. 

itLvboa,  i64'agosco  dô  1875. 

tThomaz  Ribmro,^ 

OQTKIRO-^ík^guesla,  Minho^  comacca  de 
-GtloripDde  Basto,  conedho  de  Cabeiseiras  de 
aaitov  a^  kilometros  ao  KJ&t  de  Braga,  370 
aq<]l.doLia)x)a,  .      i 

^  Xeot  (UO  ilQf  os. 

Em  1757  tinha  148  fofpos*    . 
'  Alroebjapaslo  o  districto  admínistraitivo  de 
.-Bcaga. 

Os  collegloa  do  S«  Bento  o  de  &  Jirooy- 
mo,  il^  Goisabriv  apresentavam  alternativa- 
mente o  vigário,  perpetuo,  que  tinha  1001000 
dréis  do  ireidimento'  ananaL 

£*  terra  ferlili  Muiêo  gado  o  eifa. 
; '  OQTSIRO-^Nas  foraes:  dados  por  el-rel  D. 
Manual»  onoontra-se  fcom  íkreqoencia  o  ter- 
nmèB^/a2^^ot((^^o^9(Uttea-^/a;zMryiioii- 

Nos  conventos  de  freifas^  qi^nde  se  hf- 
tia  éki^o  da  .abadossa>  havia  grande  festa 
no  mosteiro,  que  durava  alguns  dias. 

fiamavanitse  fèsM  do*  MêdeuaáB. 

Durante  «atas  íestas,  havia  todas  as  búê- 
tes  oti/nro— isto  è— os  mais  famosos  pool» 


358 


OUT 


OUV 


repmUmtoit  hiun  pari^aHíf80iUr.«s  soas 
poesias»  glowndo  os  mêtêí  <qiie  ibes  dâTam 
as-íreiras  oa  secoiâres. 

notemos  porém  que  muitos  â^eUethaTiam 
reeebido  os  motes  muitos  diasaales»  de  eomr 
bínação  com  quem  lhos  havia  de  dar  em 
certa  Boite. 

Nem  údtavam  podoi^  que  nem  eram  ca- 
pases  de  engendnur  ama  quadra;  mas.qae 
recebiam  os  motes  com  maíMk  anteeipaçao^ 
pediam  a  quem  lhos  glosasse,  deeeraTUii-os 
e  lá  os  hiam  exbibir  eomo  seus*   .  ,* 

Os  outiircs  de  maior  nomeada  em  Putvtu* 
gal,  eram  os  de  OdivellaSf  e  alli  afiloiam  os 
versejadores  de  mais  fama,  tanto  de  Lisboa» 
como  das  provineiaf . 

OUTEIRO— villa,  Traz-os^MofiCes^  conce- 
lho» comarca,  distrkto«administtaitiv(i^  bis- 
pado e  i6  kilometros  de  Bragança,  33  kilo* 
metros  ao  KO.  de  Miranda,  470  ao  N.  de 
Lisboa. 

Tem  160  fogos. 

Em  1757  tinha  90  fogos* 

Orago,  Nessa  Senhora  da  Assamp^v 

O  cabido  da  Sé  de  Bragança^  apresentava 
o  cora,  que  tinha  %tOOÚ  wéà»  de  eongrtia  e 
o  pé  de  altar. 

Tem  annexa  a  antiga  finsgneiia  de  Pcfra- 
dinka  do  Outeiro^  qae  tinha  em  1757, 81>ío- 
gos^vindo  portanto  a  ter  entio  estas  daas 
freguezias,  171  fogos;  pelo  qne  se^véqoe 
tem  havido  decrescimentodapopnldcao  d*es- 
tas  duas  paroehias. 

O  orago  de  Paradinha^  era  S.  Ifii;ii6i,  ar- 
chanjo,  e  o  cora  era  da  apresentação  de  oih 
beneâeiado  da  Sé  de  Bragança. 

Tinha  (o  cnra)  81800  réis  ide  congroa^e 
o  pé  de  altar* 

Era  am  antigo  concelho^  cem  IrSOO  fogos 
qne  foi  sapprímido  ees  i853. . 

D.  Manuel  lhe  den  foral  em  Liiboa,'a  11 
de  novembro  de  I5U.  (L*  ée  fotaéi  4umég 
áê  Traz-çè-UMles^  fL  4i,  eoL  %,^  teve 
também  para  Quintanilha  e  Veigas,  duaiff6- 
gnedas  boje  annexai. 

No  láral  se  lhe  dá  o  nome  de  (Mèiro  de 
Mirandãé 

O  nome  doesta  viUa  Ihe^proiémidáaaa' 
posiçio^  pois  está  situada  no-  aitoúe  um 
«mte. 


Cemorf  UMuiaide^  Nowa  8«h«Qa^di  tá^ 
beira,  jm  Dr^mezia^de  &.  Tbamá  de  Quinta* 
nilha,  se  prende  com  ia  d*eatAivUle»  tratami 
aqni  d'esta.  .oBtr'oii  finMMt  capeila. 
.  .Na  planieie>  ao;sopé  di^  villa,  está  j^.iter 
gnezia  de  Quintanilha,  junto. de  nma  ribefr 
ra,  que  pouco  abaixo  se  mette  m»  rio  de 
Jisfõni,  que  nascendo  em  flespanha,  divi- 
de por  algumas  kgnaa^  a  raia^  entie  est* 
reino  e  o  nessik 

BnM  na  esquerda. do  Saber,  fuasi  tm 
intúB  das  falhas.  (VoL  5>%  pag.  ^  «ei. 

Próximo  da  ribeira  está  a  capeUa  de  iVoi* 
sa  Senhora,  por  isso  denominada  da  A»» 
beira. 

&'  um  templo  vasto,  e  que  aatígamenta 
era  prodigiosamente  concorrido  pol?  peregri* 
nos  e  romeiros^  em  qnasi  todo.o  anno.- 

Diz  a  lenda,  que  a  iflMgem  daflaalissima 
Virgem  appareceu  a  uma  pastorinha  muda 
de  nascimento,  e  que  desde  entao^  ficou  lál* 
laudo  claramente,  puia  aununeiar.  esteap» 
parecimento  aoe  povoa  d'eetes.'.BÍtios;.na 
qnaes  ep  vista  d*e8te  milagre  tmlanuor  lu» 
go  de  construir  uma  ermidinhaá  santa  ima- 
genu' 

A  íáma  dos  milagres  attribnidos  à  &► 
nhora^attrahiu  lego  muitos  det)oles>  que 
as  suas  offertas  cottcorntam  para  que  o  i 
ploslnho  se  fsefo  :pouco  a; pouca iaàN> 
nàndo.  i 

Náo  se  sabe  a  data  do  apparecimelito  da 
imagem  da  padroeiraã  suppõeHmqne  foi  no 
reinado  de  .D.  Allonéo  ilj,  entre  osasmen 
'iS50  o  .1170;  porque  quaóido  IKMmm 
desposou  com  a  rainha.  Santa  isabel  (fa- 
lho de  itM)  Já  taisiia  esta  ermida  .havia 
aanos^ 

Santa  Isabel,  quando  vein  para  Portugal» 
entrou  por  estas  terças^  e  tlMgaBdo^  á  im- 
pelia^ viuallium  gnttideiCQiQenrBo.dagonte^ 
é  perguntando  a  causa  d*este  ajuntamento» 
Iheidissetam  que  nao  havia. muitos-annen 
que  n'este  mesmo  iogar  tinha  apparecido 
uma  imagem  de  Nossa  Senhora,  venerada  de 
todss^.pelas  muitas  maraviibisquo  cÉrava. 
^  ApaoaHsalogoa.saliUiminb%nentrGlEidllt 
«ip^a  a  teer  orUçaoá.paâieeisa^  3  coito* 
car-se. debaixo  do  eeu 


OUT 

MMçoMHse  Unto  à  divina  fomosiiit  da 
imagem,  que  logo  decidia  mandar -IIm  faiar 
mii  tfimpl0  waís  wp\Oi  ^tom  eayfdiade 
paraiagrafide  mmera  de  romeiros  qn^  af* 
fltdaai  aqui  n'eaaBs  lempoi*  Chegando  a  l^ii- 
boâ  eommanicon  ao  rei  a  sna  teoçao.   • 

D.  Diniz,  que  também  tinha  resolTido  edi- 
ficar nm  castelio  no  monte  sobranceiro,  pe« 
la  sna  forte  posição,  ^  por  ficar  naeilremi- 
dade  do^  seus  domínios,  annnia  aos  dese- 
jos de  sna  esposa,  e  mandou  logo  constmir 
a  lortaleia,  e  ampliar  a  capella,  qqe  ainda  é 
a  actual. 

Fbi  assim  qne  tOTO  principio  a  villa  do 
Ottteiro. 

Santa  Isabel  designou  algumas  rendas  pa- 
ra a  Mríea  doesta  egreja. 

Foram  un0  foroá  quo  em  tarios  Jogares 
da  villa  do  Outeiro,  se  pags/vam  á  torta, -e 
depois  se  fitaram  pagando  ao  cabido  Aa  Sé 
de  Mirands,t|ne  atainislraTa  esta  capella. 

Eitas  rendas  Unham  sido  primeirameite 
4os'  frades  benedictinos  de  Coêtro  ie  Ao^- 
UxMy  supprimido  em  1548,  por  D.  loSo  III, 
(vol.  t.*,  pag.  ÍOÍ.)     i    - 

Bm  IMO,  com  anctorisaçÂde*]).  Affon- 
soH,  haviam  os  monges  ifõcadoesla  abba-' 
dia,  pelas  terras  chamadas  doOuteiro,  onde 
depois  se  edificou  a  villa  i*este  nomé^  noirei- 
nado  de  D.  Dtnic. 

Bepob  passaram  aatendaa  a  perlsneer/li 
uma comuiHida  da or€em deCbiJsKi. 

Mais  tarde  D.  Jo9o  III,  e  sen  1rmio,6  ear- 
deal  (depois  rei)  D.  flenHqtte^  que  %ra  então 
arcebispo  de  Braga,  largaram  «btaa  tem^ 
com  todoa  oè  direltes  quenteHas  Unhnm,  pa- 
f»  ae  agregarem  à  âiésa^episaopál  e  eapitu* 
faur  de  Miraada;  em  enjoa  bens  é  rendas  soo* 
cedeu  o  cabido;  por  lb'os  haver  applic»le'0 
papa  Paulo  Hf,  quuido  se  creeit  a  caihedral 
4e Mirandat  tirando-os  áeiipaila  da  Vlbei- 
f«,  sua  leglthna  possuidora  poréóaçio  regia 
del>.*Dínii,'eauamuth«r«:.  ^.^ 

Este  templo  é  um  dos  melhores  do  bispa- 
^,  e  "ias  madbres  egrejas  Ttvaes  do  reino 
que  nào  s3o  matrizes  da  Iregottiai  '  - 
'  Deoomina^ise  umbem  a  padroeira  Mlf^a 
Senhcra  áoi  ^tvsvrvs; «  é^no  dia  di  fèsla 
d'esta  Senhora  que  alli  se  faz  a  festa  a  Nos* 
sa  Senhora  da  Ribeira. 


OHT 


359 


Weimesmo-diada  feela,rne  teia  aqpi  uma 
grandfi>feira  aanuil,  iqne  era  iMita  eoacer- 
ridav  por  portugueses  e  eaftelhanea. 
T  Teve  uma  irmandade^  confirmada  por  boi* 
la  pontificia,  com  jubileu.  •  < 

Snto^va  sempre  na  eleição '  «mnal  4e« 
movdomos^  um  castelbanow 
'  llevn  por  aignni  século^  om  eremiiio»  ee« 
clesiastico,  da  apresentação  do  bispo  de  Mi» 
randa  (hoje  de  B'^gança.)  >  > 

0  clima  d'eslaTÂlla émuilefrio^maa-iau* 
davei,  e  o  seu  território  muito  fertiUmaa 
apezar  d*isto,  apovoaçio^eslámuitadeca^ 
dente,  ^  seua  prédios  em  grande  parus  arrui* 
nades*. 

A  suppressao  do  seu  eenedbOi  tirou-Um 
muita  impoctaaciaii' 

Em  8  de  maiede  1866^  k\  Mie  vlaconde 
doOnteto»  o  srieronyme  Tr^eiroi  de  Ara- 

Trigueiros  é  um  appellide  nobre  em  Pet*^ 
tttgal»^  precedente  4e  Haspanha»  tomade  da 
villa  de  íTrigiieiras».  ne  condado  4eJNieUa 

(AndahiKia«> 

Passnn  a  esle  reine^  na  pessea  de  Anionio 
TrtgneiíoSy  tsinehante  da  rainha  h^  liaria» 
segnnda.  mulher  de  rei:  D.  Maanel;  t  e  eaie 
deu  a  TrignefiNMi  e  a  nsos  filhoai  o1l5ro  da 
fldatgo  da  saf%  eaaa^  •    ^ 

]>*esla  varonia^  foi  Mamiél  Triguairof  da 
Gastelln»Btfance^  anahor  de  naorgadeda  Qot^ 
•mtéiWk  lerme  de  Leida.        [     , 

1  D.  líannél  cii^ôu  em  primeira^  Intípcias, 
êom  a  filha  Ésais  vélba  dos  íeis  eattielicos» 
Fernande-e  laaMi 

Em  segund^rnnpciaSft  com  D.  Ifaiia,  fi* 
lha  seguida  áòs  mesmos  reis;  e  em  tercei* 
ras;  com  D.  Leonor,  filha  dê  Philippe  %  de 
Gastelia.  ' 

fio  ifca^Mienle,  «eve  D.  Miguel^  qne  foi 
jnmdf)  Drinct|i|e  berdeíro  de  Gasiel^a,  e.|i|H^- 
reu  no  berço. 

Do  2.%  D.  João,  depois  3.«;  D.  Isabel,  Âitf* 
Iher  do  imperador  Caríos V;  Di  Brties;  «cé- 
lebre Matbiide  detfiabeya  (per  easiar  epm  o 
dnfjue  .â'este  senhorio);  D,  LaÍLjlq,qua  de 
Beja  (pae  do  rei  D.  Manuel);  .ijLFernandq^ 
duoue  da  Guarda;  D.  Affonso  é  D.  Henrique» 
eãrdeaes  (cite  rei);  D.  línane,  dnqile  defiui* 
marães;  D.  Maria  e  D.  Antónia» qnainon^ 

/Dò  T*"mátnmqni9,  teve.íl).  CarW  oue 
morreu  tabnitio;  é  D.  ataríà,  senhora  de  Vi* 
seu  e  Torres  ¥0tea; 


/^ 


im 


ittíí 


]^  verde;  <iíicéiespr0as<i«^lktCo»^  cniro^em 
aspa— imAi^,  b^lfossftTD  <8kÉ«iã(lo"f»^aMifl>, 
àc'  mi  'lidri/i^AMâ  umaf  osfiga  d»  oarè  no 

(^omvniO  ^«h^ègUMiaí;  ^  Wnho,  eOÉedho, 
comarca  e  distrato  MÊ5k»iitrati90  de-Viaii- 
ísk^^ W&ítmkw «0'<h dn BMtgi,  tM fito N. 
dilftslMftl^  ^'^>  "'    *      •'•' '  *•'  .    '  •  >' 
Tem  íiO fogoíi  ■  •'«'*.        í  • 

'  Ora^, 'Si  MMniDlM)»  triqpkk     • 

Areeb}spa#lile^ Braga* ' 
^f Hé  'Mfta^>liei»dU3tliiáè ^0  Viantta,  as- 
sentavam o  vigário  collado,qQe  tinha  i;IO#i0O! 
rtift  do  rendifiMia  ' 

£'  terra  ferlii.  Cria  nMllt»*gado.    ' 
•  TUaliaviâò  prímeMiftlnt^ablMdla^- 
'  tJfirf  de»  íAfbacles,  denekcftegr^aridtaès 
fíreiraj,  em  sna  vida,  d'elie,  por  ama  batta 
i(riè  liDPpeinftràttf  dá  Otrii. :    -  > ; 
' '  fbr  fálIeeiMedMiAo^ábbad^  eHtt  obilv«- 
tám^mía  B«l«  bQll«;  pela'  ^xê\  inodieanam 
vigário;  porém  morto  este,  sênívaeiesâor. 
>4Ctl2'^stkpa  esta'dX)a^,^rétiiiefeM(ra'llo-| 
fiia(  4  iftegiindov  eòm  àverdadl»,  qnt  a  doá- 
^0  «ór  gé  )^dtà  áÉtoiúe^i  •  «5  {íodíii  lir  ef- ; 
dsitd^ílfirdftte  a'ffÍia^l(i^duidov;'i'«!  ^  r  '  ' 

Então  a  abbadessa,  pfMefMaflelo  àitM»- 
'tl8fi6id0'firàgk^'i);  CniM  deSoasa/tiitÉaoa 
iilgoéiait  dat  «sviaa  reMglosaB  iuMlar  M  fè- 
sideneia  parochMdo  Odlelro^pfetVffDlo^per- 
derem, fj^os^^;  m^  o  i^u^a  4eXer^  «oTe- 
qaerifMAtei  do>'^ario,  e^iieUas»  depeifi'  de 
aqui  residirem  algons  alidM^  tivetam^  qvie 
Yegf e^kr  ào  iriost^iro  de  VMna.      '     .  : 

}  qwfiíAo— viàe  í,  Jir<síii«í  ao'  oio^vo.. ' 

OUT&IRO— freguesia,  Traz-os-Moxites,  eo- 
"ÊÈMSk  •^Mincblbo'  de  HoMW^MBgre;  tO  Uilo- 
metros  to  :ír.£.  de  Brá)ga,  4t5  ad  If.  de  Ct^ 

Ten  ij90  fogoi.  v     i  . 

Ora0e,9.  Tminé/tj^toio.       '  - 
Areelilspâfld  de  Bfag^  Wstripto  admHi);i|- 
twtivo  íp  JfílIvReal^  ,.      . 
Bstà  fre^ieite  aio  ^lem  no  Pm-iugat  &i- 

E'  terra  popco  fértil  em  cerèa(É{lt<K>â^|^ 
niiiiio  giaidOp.aobra,tpKÍ»  bovinoi  iga^.é  offi- 
mo  para  os  serviços  agrâodlM.  v    • 


OUT 

^  MíorMW  YooótBi  Ito^tmta  ^êíê^  «fMa  e 
:mlQda«>  '! '  ■  '.<■;>••-  •  •  "'• 
'  -•OrCIMMfitgaéiiav  AtaMeJd,  dmeilliD 
de 'Furtei,  eomxrea;  dtetrleie  admíiiisirtttvD 
ft>ãa  kllometros  d'B«orà,  190  ao  S.B.  is  Lis- 
boa. '     "      ' 

Teltt' 9a fogos*'*  •  <■ 

Em  1797  Crnba  75«ft>gos. 

OragOj  S.  Bartboloftiéa,  apoetolo. 

Bispada  de  Beja. 

Fel  de  eoncelho  de  Moaçaraz. 

lUirase  distingoiít  dos  outros,  a»  Iho^o 
nome  de  Outeiro  d^Ouriolla.         •      ^ 

O 'arosâtego^d^vora^e  depois 'Ode  Beja, 
apresentavam  o  cura,  (fue  tinha  90  alcfCMi- 
ree  de  trigo  e  ^  de  cevada.  •'  ' 

Seu  território  é  pouco  fértil;  mavcrlltftitl- 
-td^gade,  prlneipaliaente  saíuoo  Nas  éeus 
mofltadoe 'lia  mmta  caça. 

-  OUlVEItODAGCRTIÇADA-^frBgaetíavE&c- 
iremadora;  eoieèlho  de  Rlo*Matoiv  «muar- 
e«,  dlatríeto' administrativo  «e  30  kileaiélros 
ao  fi.  de  Santaretn,  dO  kítoflwtroe  áolf.B.é& 
Itisbeai  Itom  ftOO  fogosL 

Orago,  Nossa  Senhora. '        •     *^   • 
/  fiairjiairebado.'    t  »..     í 

>  Hiovem^uo P^r^f^o/  Sacros PrfifiàiOi 
'  lK'vterrâ  fértil.  -  f         *    » 

tmCBBtO  DB  «ATOS-^^egnesia,  BitaPft- 
Baixa,  concelho  da  Meda,  eomaida  de  mH» 
^tvaída  9ói4]da4  biifado*eMlfiilo«ètros 
de  Lamego,  6(80  aadiE.  de  LMmmu 

Tem  â6Q.fefe9;  ■  * 

Bn>^17tt^7i<  liDlift  iSa  fogoe.  ^ 

€mgo,''NoiBaiiaaboia.da  Graça. 

Dtetirieie  «áHíifiistraftifadè  Viaeili    - 

-  O  abbadftdft.Çaateifia  apieeealarva  •  ea- 
va»  que  iinha  êSfíOÚ  rdis  de  4ANignMi«  Oifié 
•'âe:cHdr.  •  •• 

fi' terra  fertit  Gado  e  «açaí ' 

>  oirrEKUl^iipaiO^— aldeia,  na  íregieaa 
de^âamaiita  (NosaaSenbora.daEapeolaçao) 
na  comarca,  cono0illOedlBik>metro0dei€bà- 
vesui'       '"•'..■  •  *   ••».» 

•    DtsctiotoadmMstrativo.da  Viikilea]»ar- 
eebispade  dttiBfigai  v  r    >    . . 

Eaie  logatloifragaana,  ^ueibftiiiaiA  de 
M»  adnoerestà.  unida  a«6aBUideeii 

1  Significa  OiUeiro  éè  Bcéak       • 


mn 

B^1»ii^M^' amiqolMfan,  è^  «mil  ittAa  a 

certeza,  habitada  do  tempo  dos  romainti^i 
íA9ai^«Mt*oÉki  laÉdBai^atridiH-âteaiiii- 

Aqai  apparecea iMiicÉtoKYIH, «vòíp*- 
po  «om  «9ta  iB^iip^:      '  ^ 

•     ''    '  'Tl     I»  I  ■     '     - 


xm 


S8a 


I ' 


CLAUÍII  ¥Lk''^< 
AN. . . .  LX. 

kic^s/tst. 
( wmm&icaK 

MB£&TO,^T  SIBI 


»M 


i     ' . 


'M*'- 


:  (A^  jaa  DaphaOp-^klMlo  (eteravo  lOtro) 
-doa  berde*o»«dè  CteadlD  Fls«So«  A  tenrite 
seja  leve.  Sinetheo,  seu  compoiMr^^iBiiS- 
U  tepAliiira,  fttm  ettettfpara  4i) : 
*  Átt  tiiM  tiuÉiita  ipieM  ée  Jesáda^ian- 
•paii^  ii*etNi  'aldeia, «  em  oimrasyroiHieaides 
ttsiiluÉ,  M  tam  pôr  uriaB  wms  eneoatm- 
do  lageaéos  tte  camtaria,  alicenM  da  padMt 
lavrada,  grandes  lijo^^.  ladrilliqa  da^  ttter-l 
aaa*  feitios;  e  reataa  de  ediflalòa  Mfi|ilQo- 
aoSa        ''  •   •  A,, .  • ,  ••■ 

A  eovaa  de  lOQ  émMs  dtota:  lotW/  na 
aWeto^dsi  Sawtaáiipa»^  ha  antigiiidiaei  ra^ih 
nas.  Vide  Samat^^^f.  .í  ..  .  :•  ,• 
•  Na  aMelar  da  itfnnvHiAa;  aqitf  ileiaa»  se 
téem 'tadibem  poi  militas  veaea  éaàcekeilt) 
ivioas  de  ediflalof  romanos  e^ayiíeiaato^eaí- 
lofflnaa  de  Jaspe,  troços  de  eatattashe  aniaia 
«bjeetos.' 

Naaaldefas  úòSmiáo  JFstftvaèedaaliÉMa» 
•éa  mesmo  modo  eiisiem  vyína éeèdifloias 


i\\ 


.\' 


•i^í     V 


ISodos  esies  legares  tam  norwallt  i|ie  ea- 
tá  ao  sopé  dá  aldeia  daOlIleiio  loiSo. 

OVTMRO  IUU0B^>^fiiBC«eEidr'Ott^ 
iBiarea«'€i»ealtoiÉa  liyà»i^úml^9^Vt' 
-icwieflroaa^iltfiErafvdâO*  R  doUa- 

l)oa*  \  •  ;•.  ' 

•  fanr^MI 'Ibgasc  .-.•='''.      ■..''•    ""..j 

Eoft  17K^  tMmlT*  fofoa   ^ 

Qrago,  S.  Martinho,  bi^Mi  •    »      .    .   t 
-  :Areebiq«iof  da'Bra8a,^Éklslrloto  fldm^ 
iraUiw-do  Pertou        ;  ^      '    , 


vim.ii  vigário,  taUado,  qoe^itiahiiiiiadipOOO 
réis  de  rendimento  annuai  > 
'  £'  n'aalw  firagmaia  a^easa  e  quinta deCa- 
valleiros,  ama  das  maiores  da^piovtnoia,  ci»- 
joiaellar  óeoi  Ponia^Penfehrau        r^  '- 

A  easa  dè  GavaUeiíoa^  é  «naídaa  mdis 
nobres  d»fro»ineia  do  Minha  ^  ' 

E* settastaatpropnelario^o. sn  D.  Rodri- 
go'Jasé  da  Meneaes,  íeilo  aonde  db  Gavailal- 
loar èm  If "denanrenbbn  de à86£L        ú 

Pertenceu  a  esta  famiiía,.  ta  bravo  Martím 
Fetreira,  ^ae  sedistiACsia  pela  ata.  cara- 
gnm^  nas  f  uerraa  da  reatanrafãa. 

^Bm  uma:  batalha,  dada  pvoaimo  a  ônlma'- 
4ia^  am qae  oa easleHnnos foramderbsta* 
'dos^.  reeebea  «an  'entUadauno  rosio,  ^ne 
lhe  cortou  o  nariz;  pelo  que  se  ficom  conba* 
•oenécr  nu.  iiatfsas44m)nilMB,  i^la  aloariMi  de 
MatímNanzm>>  •   -s.fi-  \- 

k  flDamfalraaBaflldísetacaaa^fipai  6naltet:Ma- 
chado,  e  frei  Martím  Rsrreira td^fiça^. cavai- 
Jeinaa-deMadsB/e capitães  distínsijasimos 
palDs^aêaa-aerviços.á  religião  *  a.  pataia«<  ^ 
.  'Os'<)feneaaB  da.Tat»nea^.traasn^par^ar- 
maá--escudo  dividido  em«aBia«-BO  L\ntix 
ettaqBe^  em  csaapo.^  oUriH^^io  %%  :qtiàtro 
4iamií  dsiiiiirpftitai  em  campo  4a4roB0*-4U> 
3.%  dois  ioboa,  eflafeasbpa^de^)»^.  Naoriam 
de  baixo,  os  lobos  e  as  banras  «^  a  no  meio 
o  escudo  dos  dleneail^  f  oe  ér*em  oampo 
de  ouro,  um*  ann^com  om «rnUm^  >i«  i'  • 
.AiOa)lÍBBalBs.i|iia]iia  najda  aaaa  d^iGan- 
tanhede  e  da  Ericeira,  e  que  teem  escudoatiB 
«mas  aspeeiaasf  usaSd  4a  annel  'Com  a  ru- 
bia%ieaa«aai|io  dai  oani^teiido  por  timb» 
—uma  meia  donzella,  vestida  de  oucc^  fiom 
ona  esaodo  na  laao  diaèâta.  • 
-  .OpraiMSfiQGA^fragu^síaii  Traa-os- 
Montes,  comarca,  concelho,  e  O  Icálomatrea 
utoCkata^  MiLilametBea'ao  Nia.da  fiiaga, 
M5aoJí,da  Lisboa,  «r     , 

Tem^lifosi*     ' 
<  Bm.i;3«l^  HobaollSiSfQiv  O 

>  i  QngOi  Siiiigtel^  aiatiabjai  ^ 
M  Airesbispadoidè  B#aga^  diatricto  adminis- 
«atifòdirViUaftftak 

A  camará  ecclesiastica  da  Sé  primacialdie 


{!. 


Esta  comartòi  )^Í0hee,  pela  ultima  di< 


A|i  fMra»  bentas^  de  Viania^aprasantá- 1  visão,  á  nova  pc^atiasía  dfS  Denro. 


863 


OFT 


OVE 


Brftga,  apveientttva  o  ^Igirio^  «oiiadt^  qoe 
tmha  70^000  réis. 

Ert0fB  algum  tempo  íhmu  »4sla»  a  Ire- 
foena  de  âaDjmrf^ 

Entre  o  logar  do  Oateiío  Séeeo  ■%  Vittar 
Hean,  em  mm  sitie^ehamado  Lagêrês^  teem 
appareeido  Yetli|ios  de  ediAeíea  fomaaoe; 
«  perto  d'aqoi  eiistem  ainda  profandas  e 
laitpa  éseaTaQdee^  4|«e»  segando  a^onstante 
tradição,  foram  minas  de  owo  e  prata,  latm- 
das  pelos  romanos. 

A  grande  abundância  d*estes  dois  metaes 
preciosos,  attrahiram  para  estes  sítios  gran- 
de concorrência  de  povo  roourno;  poi  Uso, 
ainda  psr  esles  arredores^  em  uma  Tásta 
ária,  se  eneontnm  ^ostigies  de  povoações 
antiqnissimas. 

Joio  ao  referido  logar  de  Lagares»  na 
propriedade  de  nm  lavrado^  se  achou  em 
i72i,  grandíssima  copia  de  moedas  nma- 
nas^  de  diversos  imperadoni. 

Ji  antes  d'issO|  o  mesmo  lamdor,  tinha 
achado  no  mesmo  sitio,  Tinte  etamesmai)* 
ces  4e  medalhas,  também  ranana%  4ao  ven- 
deu a  nm  onrives. 

OUflIr-^Ua,  Donrs,  comarca  e  conoeiho 
de  Ganunhede,  18  kilometns  a  OJLOi  «i 
Gofanbra,  MO  ao  N.  és  Lisboa. 
.  Tem  SOO  fogos. 

Im  1757,  tinha  ilO  fogos. 

Orago,  Senta  Maria  Ifagdalena. 

Bispado  e  distrktoadmmiitradwdsGoim- 
hn.   •  • 

Os  irtscondes  da  Asseca  apresentavam  o 
prior,  qne  tinha  S0OM6O  «áis  és  -«rendi- 
mento. 

£'  povoação  mnito  antiga, '  e  foi  conto, 
com  {nstiças^  anctorídades -e  empmgados 
competentes* 

Iklfannel  lhe  de»  forni,  em  Brnn^  a  10 
de  desembro  de  1519.  {iám>  4f  féraê9m* 
vos  da  ExtremaãurOy  ú.  S41,  nsi  %*y    • 

OUnz— fregnsriá,  Mhiho,  eomaiea^  con- 
celho de  Yilla  Nova-dõ  fMaUbao  (Mda 
comarea  e  concnlbo  de  Barcettoe)  iê  itílo- 
metros  ao  O.  de  Braga,  910  ao/  N.  de  Lis- 
boa»' ••;'.•'' 

Tem  60  fogos.' 

Bm  i757,  tinha  81  fogos. 

Orago,  S.  Tlnagev  aposiokK 


.j 


AsceUspado  6  distride  adnÉristrativsí  do 
Bragn. 

O  ahbade  de  6^  Peim,  ée  Bmerii,  apro- 
senuva  o  vigário,  ^w  tinha  ^JOOO  réisds 
eongimanopádoattan     * 

N'esu  fregnezia  estnii  tesre  onde  viveu 
Nnno  Piree  de  Ontiz,  e  sen  filho.  Gomes  Na- 
nes de  Ontiz.  Este  solar,  passou  depois  a 
Panuliao  de  Sà  e  MoIíq^ 

Outiz  é  um  appelHdo  nobre  em  Portugal» 
proveniente  d*esta  mesma  freguezia. 

Suas  armas  são— em  campo  d*ouro,  seis 
rodellas  de  púrpura,  em  duas  pallás--élmo 
d*aço  aberto— e  por  tlmbte^  uma  cabeça  de 
sérpe^  de  ouro^  com  tuna  das  rodellas  das 
armas  na  testa. 

As  armas  dos  Piins,sio*»-4em  campo  de 
prats,  6  palias  denegMH-éhnodnaçoaber- 
t(^  nem  tinibre» 

0UTRS6A-ri»rtngiMi  antigo  -*-  arrehtta 
mmo.  E -u  em  ô^fw§Ê,  tem  etmetUu^eper 
ciNAifia,  qm  Ifts  «caeçn  <aeonteça)  «l^tiMS 
/Grâv ^tMM pitíê  mmégoika.  (Vkwal  éeVilIn* 
Rei,  dado  por  B.  Dinis,  em  ttSS^. 
"  OSVIl^^rtagaes  antigo^-Ongo. 
<>MIVO*--portugnes  antigo«-ôvo.  Ainda  an* 
sim  se  escrevia  no  século  XY  e  XYL 

1 OVYBENÇA  ou  OUTSNÇA-^rtngiies  sn« 
tigo-^^ettcinadeetinada  para  os  usos  paM- 
culares  de  uma  casa.  -    m/ 

•Bm'1378;  se  queixaram  «s  pniados  da 
•Bntfo  ikMiro  o  Minho,  ao  rei  D.  Fernando» 
por^ne  os  idalgos,  nio  querendo  pousar  nos 
pafos  o  hospedsrias^  tomo  eoslnmavnm» 
quando  hiam  comer  aos  mosteirosr  ss  ssms 
fsmsdnrns^-ymn  pousar^  ndt  -Clmtãf  ê  €«• 
nsmisdorlVvAadef,  sndsONoemçasdss  Con* 
vmtoê,  com  seus  cavalla  $  com  as  mnifciíw 
is  S0ffv.  (meitttriíèl)  0  com  oneras  oompa* 
nhãs.  <Boe.  de-Alpendurada  do  i37Si) 

omiÇAL-^-fonugnaz  aotf  go^  qne  ti« 
•nha  á  sèn  carga  nSiiiiantimentn%  despsnsas 
e  èosinhá  és  nma  grande  casa,  on  oorpo* 
raçio.  t    • 

Corresponde,  pouco  mais^  menoa^n  des* 
penseiro,  provimr»  osr  ^véésv^  deitido  que 
pertence i ucharin.    •  :    >    '^    -     4.11 

Ma.qneizaa^qneme  referi  na  palàvinan* 
tecedente,  diziam  também  ;os'lpfnladas*i- 
KmiMMt  jfoislairs»,  e^^oi^  #Mf(iiit<que 


aVA; 

iffi»)  «s  porUi  JÍMIm^  #  dãs  rtu  toy  €  doã 
aâêfoi,.  e  meítm  òê  cemaUosem  «U(mv  ^mM 
(•ftlra)iai  €ii6as  id» vàiAtft^ «  Mim»  4m  âN 
fN^Ttiu  dos  Preladoê^Bdoê  Odêmitçêe$f  ernfm 
têem  0$  9àantyme9is6oêi  per  que  9ê  àamide 

da,  de  i371  ;.i' 

OQZILSiO  00  OUSIUÃa-*  frefOtfia, 
Tni*o8'IIoDte8,  «iMBarai^  eoncelho  d»  Yi* 
nliMs  (loi  do  ooneelho  de  Viotuiee»  mu  da 
t»marea  de  firagançi^  60  UlMnetresie  Mi» 
TJMda,  465  ao  N.  de  Uiboa. 

Teoi  110  fogos. 

fiBhl757^  tioha^T  fogos.      i 

Ongo,  Saolo  André^  apostolo. 

Bispado  e  dístridoadiiiloistniIlfodeBra» 

OcaUdo  da  Sé  do Bragasça,  aproasBla" 
irao  niion  que  tinha  M#OQD  réi»  do  eott*^ 
graa  e  o  pé  de  altar. 

OVADAS— fregaezra,  Beira-Alta,  comarca 
o  coficelbo  de  Ilóaeode'(loidoeoMollio^de 
Aregos,  comarca  de  Lamego)  18  tilMnotroè 
•  O.  do  Uniego».3ãe>aoN.  do  Lisboa.  ^ 
^  Tma2$0  fogos.  •  t 

Em  i757j  tinha  143  togos. 
'  4)rago^  Sc  Felafio.  ^    < 

Bispado  de  Lamego,  dMrieto  admbiiMra» 
tf^oOéVidett    >  ' 

R*  torra  muito  feMII.  BomftohOi^Godoo 
caf&)  Peixe  do  Dowo.     > 
^lA  mitra  apresoBUTa  o  reftoTy  \qtio  tiolia 
46a«00a  réis  do  relidlme«to.  /  .- 

'^  OVAIA  (Santo>-«tegiie2Ía,<])oiir(veoBOi»» 
ikO'  do-  Oliveira  do  Hospital,  «emavoa  de  Tè- 
tiia  (foi  do  coneelèo  d^Av^;  comarca  do^M^ 
dSes)  54  kilometros  de  Goimbfs,  i40«ao  K. 
40*  Lisboa.  Tem  (K)  fogos. 
'  Bmi  1757,  tinha  T»  1800»^'       ^iw  ,^  .' 

erago^  Nossa  SeMKM  da  EspecUfio^' 

Bispado  edistri<fto«dmiDl8tvatiTode  GsÉ»- 
hnU'-i  ...  1  ,• 

OHMbido  da  Sé^o  Ooía^ra/ jpresdoUiia 
o  cara,  qae  tinha  9^000  réis  do  coagraai^ 
opé4ò4]itar,  ,    ,  . 

.  Qwii^  i .  #onaga(ãa  aotígo  ^,  oorrespondo 
ao  nome  próprio  de  mulher— Et^JcONi. 


GVk 


S63 


BDtrei'  ttla  froguèila  e  a.  Aiêeia  das  DeXt 
usàMfjHmêê  das  Tm  EMradaSy  Ba  eotiíkien* 
te  da  Ribeira  d*Aiva  com  a  da  Lariga» 

£*  de  cantaria,  e  mnito  antiga. 
>OViàIA  <Sttita)  oa  ÍMMO  DE   SANTA 
OVAIA—antiqoiniiiio  mootoiro  de  oremitini 
BO!  israso  de  Bouças  o  janto  a  LórdéUa  do 
Oiiro;(IlHPto.) 

£m i444» o rai  D. Affonso I, dooaao ah** 
bade  io2o<  £ivlta^  o^ârmaideSanu  Oraia» 
para  o» sorvos  de  DeiiB,-<|iiB  Yhtam  em  Ta- 
rouca, o  ofigniâm  a  ordem  do  S.  Ber- 
nardo. 

OVAIA  (Saata)  ^  aldeia,  Dooro^  ^  ^f»* 
goezia  de  S.  Vicente  do  Lomredo^  oomarea  o 
OBiicelhsi.do-Arottoa  (até  iâ55,  concelho  de 
Fermedo,  comarca  d' Arouca.) 

.^uadaeem  lemno  pouco  acoidoitado, 
sobre  a  esquordai  do  .rio  Inha,  que  divide 
aqui  os  oon^lhoo  da  Feira  e  Anmca. 

Sobre  a  margem  direiu  está  o  logar  da 
Eutíe  dê.Smsia  Oomo»  da  fsegoezia  do  Vai* 
Is^Mia  eoomita  e  «oncelho  da  Feira. 

Bntre  estas  dnasisMoiao^está  a  ponte  dopar 
dia,  qheáâ  passagem  iaiiliga  estrada  militais 
és  BorlQ  ài  yiseii,-Jioie  eemplttKamente  amui^ 
nada^pela  iâcmnadaft  camarás  por  onde  pae* 
sa;  tendo  por  isso,  quem  qBor  ir  do.  INoito  a 
VisejB,oavtce*.iisrsa  (quaponosiaestradasao 
ai  Ulometroa)  do  íaur  jornada  pela;estrap 
da  das  Talhadas  á  liaalbad%  doscrovaedo 
um  iriangolsi  eoa^piait.  de  AS5  kilometros  do 
oatloDMo;  seip  outra  .vâiitegem*  mais  do  que 
aprúiroilM4>>oaniiefao  de^l^rro  do  uprte  do 
Psnoelfcâliftalhada. 

Dâ-se  aqui  outra  circumstancia. 

O  logar  da  ponte  de  Santa  Ovala,  fica  ao 
S.^.  do  SsntatOvdia/  no  csminho  jiO'An>u- 
CS,  e  por  oonsoquenda  maisi.pevtadísot» 
víMvAot  400  A  freguesia  do  touvedo,  que  ó 
dOfiAnouca^  o  lem  do  atravessar  parte  dao 
IrsgQosias  do  ¥aUe  f  Romana^quo sao 4o 
conoelbo  do  Fsérs^  m>Q.»  pari^  hbrem  p^ra  a 
o^^ecf  dâ.sMiioaMrca.  í  ..  - 
'  B'  )a«  SieUa  dirâap  do  «94  de  outubro  do 
iW5l*«í»    .'•',»  i  #...  • 

N^oi-se  qofi  Bsalo  Ovaiad  dentro  do  dis- 
tffictO)  donomlpado  Terra  da  Foíre* 

A  situação  d'esta  aldeia  é  muito  formosa, 
ficando-lhe  ao  §*u  povoação  de  Toseiroe,  e 


i3m 


OVk 


OVA) 


a  H  &  rica  ó  èelia  aldeU  ie  GcAofeila)  Jliln- 
ÚD  todas  10  torras  d*e8tci  «itiáH^^svMvidM 
e  muito  íerteili  i.  . 


1 '  i» 


'  I ' 


A 


'  Ba  :eai  Po^t^  mnáuis  akfos  *í  AMtiUs 
<KHno'Duli6'd6SaataO«at&    ••-»    a?/    o 

OVAR^-tilia,  fiQiinv  mbaça  da  eoBBraa 
e  do  concelho  do  seu  nome,  3$  kiMmfltooi 
ao  S.  do  Porit)»  perto-  d&costadoOéáaiiQy  24 
kilometros  ao  J^,  d'AveiroviftOkao&  ia  Mr 
ra»  tô  ao  O.N.O.  dmvdk*ai*Ani»eiB,  73  ao 
li  de  'Coèaibra/275  ao  K^deLiaboa.  •       . 

Tem  3:900  fogos.  i  >. 

JEm  1757,  titaha  i:ft5l  (êgbê.      /  '.  < . 

Orares  S.  Christovio;  '   .  i 

Bispado  do  Fotto»  distrtot04iddiiaMratna 
d' Aveiro. 

fiscá  eoi.23*  de  btitade)  e  a«,8'ideJoiigi- 
tUide^  do  merodlatto  de  LíalNMu  * 

O  cabido*  da  flé  do  Forto^^apraoentafa  o 
•ligisio»  eollado  (hoje  abtnde)  iqae  tinha 
^OOi^OOO  róis  dé  rendimento  anDuai,^a«ira 
08  benesses,  4]ie  eram  mailoi  rendosos.  Aa^* 
dava  todo  por  iOe^eOOróis:     ' 

A  f regdezia  da  Ovar  é  aexlisiiidade  má*' 
yidioiiai  <da  Tsrna  4a  Feka^  aèíada  ■«  sé^ 
«lo  XVIfl  era  una  -firegoeiia  éa  eoiicslbo<e 
tMMtt9íàaíFélm    '  '.'>..'.  > 

DspolB,  iòi^élevadaia  eomeltio,  aompeato 
itnieamêoio  da  -  soía '  íregaM^  «  nmma  as- 
ÃB aio «ra fê^aend^  ^      ..         ».'   . 

Hofe  «  sea  «l»ao^liOy  qm  é  tambein  ia  ena 
«Nualroa,  é  oompoiao  de  4  iregoeziae»  todas 
no  blspad# do  Porto, goaiao'  Awda^Onr, 
Pereira-Jasan,  e  YàUefa^*4edJÉ  '«em  «iriOD 
fogos. 


,r 


^í 


li 


Nanoa  tOTefiiral,  TeUioaom^note^  pdo 
laenesi  Proi^Nm  aiaosaMneioinu'. 

Otonl  da  Feira,  meneioilaAda  faÍMaafre- 
Ifoezias  do  eoaeeHio,iiaol!illa  em  Otaraem 
em  Cabauões^  e  das  perteiieeale»ao  actual 
tofleelbo  de  Ofat,atieiias»tnMB  Aiadai     • 

Pereira  Josan  nao  vem  intiBidá^  porfiie 
éra  villa  « tiabâ  fotfal  <proprto^  4adot^po#  D. 
Manoel,  em  Lisboa,  a  S  de  Janho  dd  MM. 

NoicseporómrqiVB;  «Ma  ique  topiegaí  de 
Cabanões ^  (oádi» está à  estafia dkA> ddáa- 

*  Vol.  t.%  pag,  «e^  Cd.  I> 


ailkilio.d0  feipo  d6  BQP«e>fèja  aniilo  mMt  attt 
tigoido>qtte'  «i-oscoda-vyia^^sta  canta*  lai»» 
tem/  èastaste  aoiifttidadè,  «omo  o  pooram 
militas  doe  seus  edificios»  • 
^'  Barece  porém^^mseidlaofve)'  fallando  as 
oossoa^aoAigos  geoas^pèoare  tristomdiwe 
de  teaOu  tUivoações  antigas  par  esieaaitio» 
a^aaasl.tedaa  mais  kwlgaitioantes  do^aa 
Oiait^iiiMMla,  toa  ^lasi  aAda  digam  d^^eaia 
villa.  .1 

.  Qnanis  a  iaim>  asft.silepoioióBPiiicen^ 
trs  es  habitaaies  de  0wiar;«,'áqnelle6  eacrl- 
iaoreaaiioateeôQ4bes  provavalmeDteeoQia 
a^mim^foia  eatto  tamoa  cavalheiros  ilhia<* 
trados  d*e8ta  poioa^ nãolioavíe  UM«aHiC0 
(!)  que  me  desse  o  mínimo  apontamealoipa- 
ra  a  historia  da  «na  tetra»  apezar  deaattoa 
reiterados  pedidos:  iem^Uúlhares  -de  preepe- 
atoa  Síceoteede  airtalarsSi  - ;  * 

Tive  pois  de  recorrer  aos  apontameatoa 
qoo por^racías  v^ea aUi  M kmscar, o âa va- 
Dita  aetieías  qae«  «eom  Jnsaaa  trabaib%  poda 
coUigir. 

• '.  Nlngoisoa  a4>a  qoal^é^a  et)  mologtadapa*^ 
iayfa:OiMBr«  •  •* 

Aopljúiadejqoaeaia  p^lavra^é  derivada 
de  virem  aqni  pôr  os  seus  (wof  a»  ates  aquá- 
ticas, não  passa»  na  mlnba  opioiàq.  daiuD 
disparate;  porqae  então  devei?-se-bia>  diMr 
40ieaar^  a.  naoiflivifir»    .  i  i 

Náo  pretendo  impor  uma  oova.eliiaioia^ 
'gia  a  ieata^falavDs;  Ma  :a  mioba  opinQk)  é 
qae— ou  pela  semelbaa^  .das  localidade^ 
/oa  por;f^iios  anarítimQe.  feaafszes  qaa  aaai 
se  viessem  estabelaauvderam  a  estapavai^ 
^.  #.  Qomai  ú^  ¥qt^  qaa  á  «ma  cidado^t  um 
lú»,^  luaMAAomiSosia  mari4ima.da  Bna^ 
van^  (Franca)  que^jiodia  .miúto  bom  ser  a 
soa»patrliu,/^ :..     »-.■..      r.  i 

Dizeado-se  a  povoaiia  dai^ar,  íácilmett^ 
te  se  corrompia  iMkpa  d^Oofl^s  poiasiaawa 
igQfiiaiO'eo^aoié  doesMigoarqna  jaidawuaa 
ipret  a  prepoeicioi  ao  nome  profriortfigr. 
OmeUoã^  (áziam  i>orfitf/((u— de  to  fir^ 
do^  abKiffda*^de.dbs.fiRiH'o(W^  Mcrmifos^ 

<  Na  Itália  Septentrional,  batáihbemiiía 
itaebaY&iidD  Kor, qaépittSáiJaiito á «Idade 
de  Nice. 


OVA 

AiQdá  t€íiilio  a  ftvordamiiiAaetyiti^logia; 
ontra  razão  de  muito  peso. 
'  6s  taàliHâQtes-d*^^^,  bIO'  (p)raliMiit»€o- 
Dbeeidos  ^a  dADmofinítío  de  varému^  ei 
ainda  mais  valgaménte  de  tartirvt.  > 

Já  96  vé  que^  procede  deFsrr  e  nio  dê 
(hmr;  porqae;^n^este  nltitea  cséò^  flevense^ 
bía  áizer-^-õfxAinês-e  «nkrrirps.  >  •  ' 

'•  im  t)adadèstrDe--ftmeiieorrobéhi*^ii  ali- 
nha opinião,  o  di2er*d*  que  09  vwrnMs  tfes^ 
cMidem  de  umk  colónia *depeIis|fios.  •'  ' 

*  S^gande  algfons  eMriJiyfores,  -pelds  «mas 
do  itiUDdo  t!tô9 1^379  ames -de  Jeiue  GbrI») 
io)Baccho,  filho  de  Semeie,  acorapaaliàâo^dé 
amitos  gregos,  íoVidiQ  a  La^taniveoi  loa 
pás,  mm  oflènd^rèm  or  indigeoai,  oaolio» 
rífffuee;  que  éoao  haria  logai^  para  iodes; 
não  oppozeram  a  minima  resisteacia,  »  atè 
aedeitaram  para  set  rei,  ou  eluefe,  o  grego 
Lysias.  ••■-!.  j 

•  Esles  invaBOree  qne  perteDeiam  á  formo- 
sa raça  pelafiglaiia'**^  darmos  erediío  áquel- 
les  escriptores-— fandaram  v^irias  pofvoaçõeli 
DO  nosso  litoral,  e  faltei;  fossem  os  reedlQ- 
eadores  da  velha  Talalnfga— 'poaco  mai»  ott 
menés,  a  aótual  Avefro< 

Mas,  nada  DOS  proTa  qae  se  estabeleeee^ 
serl]  em  CabaifOes,  'e  Ovar  é  incontestável - 
meikte  Uma  povoação  mais  moderna.    '  •  * 

O  viver  cosmopolita'  dos  vareiros;  o-sen 
modo  Vagaroso  e  cmitado  de  fallar;  o  sen 
trajo,  o  seu  typo  característico;  o  seu  costU" 
me  de  andarem  descalços;  o  sen  modo>de 
yáái  frugal,  eeempre  eom-a maibr  índiflii-' 
rença,  expostos  ao  rigor  das  estações  0  a  to« 
da  a  korte  de  privares;  a  sUa  proverbial <in- 
doíencia  para  tndo  quànio  nlo  fòr  peèciíoa 
navegações^  dão-nosa  i6onHecer  Àmt'toda  a 
sua  primitiva  'slmj^tMdadé,  o  marinhetre^Q 
o  pescador  proVeftçAl,  desceBdbiil€l  da  rica 
pelaegiatia,  qtle  apertoti  ás  costas  da  Frò* 
vença,  mnitd^  antes  dè  iflvadir  as  niyssas.     > 

O  pescador  provençal,  como  o  vareiror^ 
com  aá  siias>c^l^s  largas  e  durlas;'  0OM  a 

í  Não  é  preciso  dizer  queme  refiro  niâiea» 
mente  à  classe  marítima  onde  se  conservaoi 
q^asi  sem  alteração  sensível,  os  antiygos^usos 
e  costumes;  e  nao  ás  familías  illusíradas^ 
que  teem,  em  tudo  e  por  tudo,  o  viver  das 
outras  grandes  familías  portuguetas.* 


OVA 


0Od 


MS  fãCMf'  eom  a  sna  grande  can^^nça,  re- 
eorAank»qoi  «  sna  prooedeneia,  0  a  pasmo* 
sa  semelbança  cooio.pesoaâor  das  ilhas  Ió- 
nicas, no  modo  de  vestir  e  viver;  devemos 
pbiétt  ooBlMear,  que  o  crusamBnêo  oom  as 
diíTerentes  raças  peninsulares,  fei;  em  gran- 
de ^te^rperder  ao  vareiro»  ^.jua  primiti- 
va belleea  d»  fófmas,  qaetem  degenerado 
BMBO»  entre  o  ihratWQ^ 

•  <)6ralinente,  dàiss  o  9OB10  de  t^nr^o  a 
tok>  0'habitanas  dp  litoral,;  desde  a  costada 
S.  Jacintho,  atéEspinlia;iDa9^«iin-r-varel- 
ro'^é  «6  oihabitante  de  Orar, 

•  ^inda'  Ha '  ontta  opiíriãoi,  qne  nio  é  4e  to** 
dò  em.toda  inadmissível. 

t  A  gente  daclasse  baixa  do  Porto,  e  ainda 
mais,  a  doa  eeoi  anredores,  e  M  graadaa 
distancias,  trocam  «as  frabde  namero  de  pa- 
lawrae  e  rporr*«*-pitreKeB^>lo-*-ealdo^oar- 
AH^gatomi  or^iietii-^mn,  artura,  etc 
.  Sabeofaos  qvw  o  '  sitio*  primeirameme  a<]pii 
povoado,  líòi  Gabanões»  qne  fica  em  posição 
nm  poudò-mais  elevada  d6  qne  o  resto  da 
villa. 

Os  pescadores,  para  ficareim  mais  proxi- 
moa  dos  seus  bareos»  se  foram  pouco  a  pou- 
co estabelecendo  na  aotnal  vilia;,  qne  6  em 

Os  de  Cabanões  diziam— hir  ao  valle,  foi 
ao.  valle,:eter-Hma8  como  trocavam  o  l  por 
r— diziam— Air  ao  vèr-^-^fm  ao  var,  etc 

Aqui  temos,  muito  eimplesmente  como  de 
o  tMiUeisopodia^facer  0.  v^f-aipor  fim  Oaar. 
'  Sis  três  'Opimões*  seomptotunente  diver- 
sas^ iobre  a  etimologia  da  palavra  Ovar:  ca- 
da nm  \escolba  a  qne  lhe  parecer  mais  ad- 
missireL  >  — . 

A  fiotieia  mais  antiga  que  lemos  de  Ovar 
(q»eea  saiba)  dataáa  atuo  de  JesnsGhría- 
to  922. 

'  Wess»  anoo,>  Dr  Grdonhe  H,  de  Leão,  os 
eéndeeiD.Lnòidio ..Yiiaarães,  e*  D.  Rodrigo 
Lncidiov>'e*ouin»s  :fídálgo8  da  corte<  d^aqnel- 
ie  mocarrhai  doaram- aè  mosteiro  de  Castro^ 
mire  (vide  Crestuma)  grande  numero  de  ren- 
da», propriedades-  e  egrejas;  e,  entre  estas^ 
as  de  SIo  DonaTo  e  Sao  Joao,  wo  porto  dr 

OvAR.t 

^   Notemos  que  houve  aqui  uma  aldeia» 


3G6 


OVA 


A  eapella  de  8.  Joio»  de  GabaaSes,  dis^se 
qod  foi  k  matris  primitiva  d*eita  parodua; 
e  406  aqaella  doaçio  parece  oonfirmar.    • 

Jâ  disse  (pie  a  viila  d*Ovar  está  edificada 
em  un  yalte. 

A  saa  sitoaçao  é  iiaixa,  pelo  qae^  d'aqiii 
se  nio  descobrem  oatras  povoações,  muito 
mais,  porqae  está  rodeada  de  bastos  e  vas-' 
los  pinheiraes,  ea)a  plantação  Ibi  ama  ópti- 
ma providencia,  para  impedir  a  invasio  das 
areias  pela  terra  dentro. 

£*  benigno  e  saadavel  o  clima  doeste  ler- 
rítorio,  qne  é  fèrtilísslmo  em  todos  os  ge- 
neros  agrícolas  do  pais,  por  ser  em  grande 
parto  regado  por  abandante<i  mananciaes  de 
agua.  (Esta  porém,  'posto  nao  ser  insalubre, 
é  ponco  agradável  ao  paladar.) 

Nas  mesmas  terras  de  se(|aeiro,  se  o  ve- 
rão é  quente  e  alguma  cousa  húmido,  se  ad- 
miram formosos  e  robustíssimos  mittiaraes, 
cujas  espigas  ou  maçarocas  egualãm  em  vo- 
kune  e  riqueza  de  semente,  ás  melbores  do 
paiz* 

A  industria  da  creação  e  engorda  de  ga- 
do bovino,  para  exportação,  está  muito  des- 
envolvida por  estes  sitios,  e  fáz  entrar  no 
concelho  uma  bôa  porção  de  contos  de  réis» 
annualmente. 

Também  já  se  vae  adoptando  com  bons  re- 
sultados, a  fabricação  da  manteiga. 

O  pequeno  rio  de  Nossa  Senhora  da  Gra- 
ça, divide  a  vilIa  em  duas  partes  desiguaes, 
ficando  uma  a  E.,  outra  o  0.*-a  este  rio  se 
junta  aqui  o  ribevo  da  Senhora  da  Luz, 

As  aguas  do  rio,  fazem  mover,  durante  o 
seu  curso,  muitos  moinhos  de  cereaes,  e  re- 
gam e  fertiiisam  grande  numero  de  cam- 
pos. 

Nasce  de  dois  ribeiros  —  um,  que  tem  a 
sua  origem  nos  montes  de  S.  Pedro  Fins  da 
Feira,  passa  á  villa  da  Feira  (onde  se  lhe 
junta  a  nascente  da  Velha),  a  Travanca,  So- 

chamada  São  Silvestre^  que  já  não  exís* 
te,  e  que  logo  abaixo  do  sitio  onde  existia 
esta  aldeia,  na  outra  denominada  Porio  da 
Egreja, 

Também  ha  uma  aldeia  denominada  São 
Donato. 


bral,  e  Reada,  e  termina  no  açude  dos  tel- 
lames. 

Tem  oito  pontes  e.pont5es  darante  o  seu 
pequeno  cnrso—-qae  são  aa  da— Laraiufeí* 
ra  (á  entrada  E.  da  Feifa)--Ft7/a  (próximo 
aò  moBteiroy-^FiJó  (ao  ftmdo  do  Rodo^  da 
Fmny^BaUeiro,  TrmjOÊU^a,  Bouças,  Beada^ 
e  a  de  Ovar,  paraUela  á  via  ferrea. 

Alem  d*estaa  tem  varias  pontes  de  madei- 
ra, publicas  e  particulares, 

A  melhor  das  pontes  de  pedra,  é  a  de  Roa* 
ças»  no  logar  do  SolmJ  a  3  «  meio  kilome- 
tros  a  N.E.  de  Ovar,  na  caminho  do  iíonDs 
daê  Mâmoas. 

.  Tem  %'^7  de  pé  dineito^  9*  de  abertura 
e  l,»{fi  de  flexa,  sobre  5,H)I  de  elevação.  As 
teeias,  são  de  cantaria  lavrada  e  o  interior 
do  arco,  é  de  beton. 

Tem  de  comprimento  lotai,  27,"48,  e  cus- 
tou ás  obras  publicas,  2:852^650  réis* 

Foi  principiada  em  S6  de  maio  de  iMQ; 
e  é  a  primeira  obra  d*este  género,  construi- 
da  em  Portugal. 

Foi  sen  oonstructor,  o  distincto  e  illustra<- 
do  engenheiro  e  escriptor.  publico,  o  sr.  Ti- 
to Augusto  Duarte  de  Noronha,  natnral  dos 
Olivaes,  junto  a  Lisboa. 

O  outro  ribeiro  que  forma  o  rio  da  Se- 
nhora da  Graça,  tem  a  origem  em  duas  fon- 
tes—uma,  no  logar  das  Laceiras,  entre  Es- 
capães  e  Arrifana  <— outra  no  de  Guilha- 
dães. 

Passa  a  Fomos,  Mosteiro,  Souto,  Travan- 
ca, e  vem  terminar  também  no  açude  de  Pel- 
lames. 

Tem  sete  pontes  de  pedra— a  da— At^t- 
ra  d* Água,  do  Balo,  do  Junto,  do  Moinho  N<h 
90,  de  8.  João,  Ponie-Nova,  e  Pellames.  Esta 
pertence  ao  caminho  de  lerro. 

Tem  também  varias  pontes  de  madeira 
(S.  Gião,  Morgado,  BarreUa,  Penisca,  Loba, 
e  Caibro.)  Recebe  os  regatos  de  Rarrella  e 
Amieiros. 

Depois  de  passar  a  Ovar,  ainda  o  rio  per- 
corre 4  kilometros,  por  uma  fértil  veiga,  e 
vae  terminar  o  sou  curso  plácido  e  sereno, 
na  (ámosa  Béa  d" Aveiro. 

Tem  n'esta  parte,  quatro  excellentes  pon- 
tes de  cantaria,  que  são — PelIames^^Graça, 
Casal,  e  Ilha. 


OVA 


OVA 


367 


O  ribeiro  da  Lv,  nasce  áe  dnas  foates,  na 
fregaezia  de  Coco  jães— ama  no  logar  de  Per^ 
milhe  e  outra  no  Fojo,  abaixo  da  eapella  de 
Sftnta  Lnxia;  jantam-se  na  Arribada»  •  pas- 
sando por  entre  Sio  Vicente  de. Pereira^ 
Sonto^  Porto  da  fgreja,  sitio  onde  foi  a  al- 
deia de  São  Silvestre,  e,  fiAafanentey  Ovar. 

A  este  ribeiro  se  Jantam  os  regatoa  do  Mor- 
tal e  oatros,  anonymos. 

£*  este  ribeiro  atravessado  por  sele  pon- 
tes de  pedra:  sao  asde—- Portod'Egreja, 
Porto  de  Freire,  Sande,  Grai^a^  Ovar  de 
Cima,  Goilhoyaiy  e  Madria« 

Esta  ultima  ó  da  via  férrea.  Tem  trez  pon» 
tes  de  madeira— Fonte  Figueira,  EsporâOi  e 
Lazes.    . 

Na  Ribeira  de  Ovar,  t  kilomeCros  ao  S* 
da  villa,  principia  a  formosa  Bia  á*ABewf 
de  que  ]à  fallei  no  artigo  «orrespondente  a 
esta  ddade. 

O  primeiro  abbade  d'esta  freguetia»  é  o 
actnal»  o  sr.  Uanuel  Barbosa  Duarte  Gamos- 
sa,  digníssimo  e  illustrado  eccleslastico,  ge- 
ralmente respeitado  pelo  sen  comportamen- 
to exemplar. 

Foi  íamiUo  do  bispo  do  Porto,  o  fallecido 
D.  Jeronymo  José  da  Costa  Rebello,  e  collou- 
se  em  7  de  fevereiro  de  1854. 

Tem  dois  coadjuctores,  nomeados  aá  ni»- 
tumy  aos  quaes  dà  uns  80j;000  réis  an- 
nuaes. 

O  termo  d'esta  villa  é  formado  pelas  po- 
voações seguintes: 

Ponte  Nova,  Ponte  Derreada  (ou  de  Rea- 
ãa)  Sobral,  S.  João,  Barreiro,  Gabaní^ies,  Ci- 
mo da  Yilla,  Arrabalde,  Salgueiral  de  Bai- 
xo, Salgueiral  de  Cima,  Fonte  da  Cabrita^ 
Beira-Monte,  Assoes,  Guilbovai,  Granja,  Saú- 
de, S.  Donato,  Lagoa,  Brejo,  Uarinba^  e  ou- 
tros logarejos. 

A  maior  parte  da  população  d'Ovar,  vive 
de  pesca,  se  incluirmos  os  que  teem  parte 
nas  companhas;  mas  ha  também  muitos  pro- 
prietários e  lavradores. 

A  villa  é  grande  e  alegre. 

Tem  uma  boa  praça  ebamada  do  eommer'^ 


eto,  onde  se  laco  mercado,  e  onde  está  a  ca- 
sa da  camará,  cadeia,  e  a  eapella  de  Santo 
António;  e  cinco  outras  mais  pequenas,  cka- 
jnadas  largos. 

A  soa  nu  principal  é  extensa,  oestá  com 
o  pavimento  a  mac-adam. 

Tem  mais  algumas  ruas  de  pouca  exten- 
çSo^  contando-se  60,  entre  mas,  travessas  e 
béccoa,  todas  com  anus  2:000  casas,  na 
maior  parle,  de  am  só  pavimento,  como  acon* 
tece  eói  todas  as  povoações^  onde,  como  em 
Ovar,  nao  ha  pedra  própria  para  edidear. 

Em  março  de  i863,  a  camará  de  OVar 
mandoa  plantar  na  praça  principal  algu- 
mas arvores,  em  uma  fileira^  inlervalladas 
com  seis  bancos  de  ferro,  que  foram  assen- 
tes em  21  de  dezembro  do  mesmo  anno. 

Esta  praça  era  muito  mais  acanhada,  mas, 
em  1774  foi  ampliada  e  conserva  ainda  as 
dimensões  que  enlao  se  lhe  deram. 

No  centro  havia  o  pelourinho,  emblema 
da  cathegoria  e  da  autonomia  da  villa;  po- 
rém os  senhores  vereadores  que  swviam 
em  1863;  entenderam  que  aquillo  era  sym- 
bolo  de  oppressao  (II  t)  e  foramse  ao  pobre 
pelourinho  e  destruiram-o. 

As  povoações  que  tiveram 
cathegoria  de  villa,  e  que  fo- 
ram cabeças  de  couto  ou  do 
concelho,  e  que  agora  o  nSo 
são,  conservam  com  todo  o 
cuidado  os  seus  pelourinhos, 
como  um  padrão  commemo- 
rativo  do  que  foram:  os  edis 
de  Ovar  querem  fazer  apagar 
esta  memoria. 

O  largo  de  S.  Uigud^  é  triangular,  e  em 
declive  para  o  O.,  e  por  calçar. 

£'  um  souto  de  sobreiros.  No  centro  está 
a  eapella  que  lhe  dá  o  nome. 

Faz-se  aqui  (desde  17  il)  uma  feira  de  ga- 
do, a  29  de  cada  mez.  O  largo  da  Poça,  é 
também  triangular,  e  não  está  calçado. 

Tem  no  centro  um  antigo  cruzeiro. 

Perto  d*este  cruzeiro  havia  outro,  que  a 
camará  mandou  derrubar  em  a  noite  de  12 
de  junho  de  1867. 

No  seu  logar  fez  plantar  algumas  arvores» 
mas  o  povo  fez  a  estas  como  os  vereadores 
haviam  feito  ao  crozeiro* 


3d8 


f)YA 


o  Uirgo  do  Hospital,  é  hasanoiiò  irré- 
golsr. 

Iam  larga  yidU  «obreLa  frarte  O.  d»  vâtf 
la,  a  Ria  e  a  praia  da  Torreira. 

E*  aqui  o  (^afoario.. E^áarboriaado  des- 
de 1861  Houve  aquium  emzeira^  que  tap* 
hmi  já  Bio  exisfte  ha  muitos  aoBoa*.  .    i 

Certo  devoto,  príBcipioti  aqui  ami  eapel* 
la,  para  reoolber  a  imagem  do  Cbcisto  Gra- 
xíflcado,  que  estava  do  tal  ctUMinç  maa, 
eom  a.merte  do  íoodador,  pagaram  aaobraa 
em  meio»  e  eDii798|0-^iiitadormaiidoQde- 
molír  a  ca|ieUa«. .  ;        ' 

O  largo  de  $,  3%om^,:é  muito  pequeno^ 
quadrado  e  ^também  sem  ser  calçado. 

Haida  aqui  dois  bons  ediAoioa,  mas  um 
d'elles  está  boje  em  ruiosis. 

Havi^aqui  a  eapeila  que  Ihe.deu  ouome, 
o  templo  mais  antigo  da  yitta,  peia  já  exis* 
tia  anDes  da.  fnodaçãO'd'ella:^ 

Não  lhe  valeu  a  sua  veneratida;  antiguida- 
de, e  a  camará  o  mandou  arrazar  em  4844, 
mandando  para  aqai  o  mereado  das  galli- 
nhãs,  loiça  vermelha,  e  preta  (grossa)  eaíxiB 
de  pioh^ro,  ferragens  e  eanastrasL  Foi  uma 
judiciosa  subsiituiçàol  :  ' 

O  largo  (ou  lagôá^  do$  Campos,  é  o  maior 
de  todos,  e  de  forma  rectangular,  tendo  na 
face  do  O.,  a  capella  das  Almas. 

Foi  arborisado  em. 1860.  • 

£'  o  mercado  do  pdxe.  Ha  aqui  uma  fei- 
]:a  de  porcos,  muito  antiga,  em  todos  os 
sabbados  e  domingps  ée  novembro. 

A  praça  do  peixie,  léi  antigamente  na  Ri- 
beira. 

Depois,  mudou-se  para  aqui,  por  ordem 
da  camará;  porém, DtmiogosFerreira Bran- 
dão, contratador  do  eoudado  da  Feira,  quei« 
i0U*se  d*esta  mudança,  eom^  o  fundamento 
de  que  era  prejudicial  aos  peixeiros,  e  aos 
interesses  da  casa  do  infantado,  e  o  infante 
D.  Pedfo.  1  a  fez  tornar,  para  a  Ribebca^  em 
1754.. 

Depois,  foi  mudado  para  trax  dai-capena 

f  D.  João  V,  teve  de  saà  mulher,.  D;  Ma- 
rianna  d*Austria,  filha  do  imperador  Leo» 
poldo  I,  sei3  filhos  —  peia  ordem  das  eda- 
des : 

D.  Maria,  que  casou  com  o  príncipe  das 
Astúrias— D.  Pedro,  príncipe  do  Brazii,  que 


áe  SMto  António,  e,  finalnâiite,  pttra  o  làr* 

go*dof' Qaippo&i 

-.'     •  ,    "^ 

Hoove  B*ê6t&  irilia  e  suas  immediaçSea, 
mais  de  20  fabricas  de  louça  vcnnelfa^,  gros* 
sa:  hqlet  ha'  apenas  U,  qae  prodoiem  ao' 
nuaimente:  una  7  contos  de  róis/  seudo  a 
Httitt*  parte  dos  seus  productoa  exiportados 
para  differentes  terras. 
/A  nufteria  prima,  vem  da  aldeia  do  Bóeo, 
e  o  aea  eusto,  com  o  carreio,  anda  p<»; 
Í*J600«000  léjs. 

Ha  n*esta  villa  bons  ourives  fabrican- 
tes. 

Os  bordados  de  Ovar,  tanto  de  almofada 
(bilros)  como  de  crochet,  crivo  (petit  point) 
e  ponto  cheio,  são  famosos  em  todo  o  reino; 
er  oe  de  atanefada  nSLo  tem  superior  em:  data- 
ção «  belleza  de  desenho^  senão  nas  decan- 
tadas rendas  de  Peniche. 

Hoje,  esta  qualidade  de  renda  tem  já  pou- 
cas operarias,  por  ser  de  mais  vagarosa  cons  - 
trucçã(X. 

A  fabricação  das  esteiras  áe  junco  (espe« 
cie- de  tabúa)  posto  ser  insignificante,  ainda 
prodQse  i:SOOM0O  réis  aproximadamente. 

Houve  aqui  Misericórdia,  fiindada  pelo 
melado  do  3.*  quartel  do  século  XYIL 

Deixou  de  existir  por  falta  de  rendi- 
mentos (mas  ha  uma  nova.) 

Houve  também  uma  albergaria  (a  que  da- 
vam aqui  o  nome  de  casa  de  jurêçrinos)  fun- 
dada junto  ao  curral  do  concelho,  pela  famí- 
lia Pereira  de  Campos,  em  1700.  Hoje  faz 
parte  de  .um  armazém  do  sr.  António  Mar- 
ques da  Silva  Biscaia,  não  sei  por  que  titulo. 

A  villa  não  tem  edifício  aSgum  notável; 
mas  tem  algumas  casas  de  boa  ap[iareBcia 
e  bem  oonstruidas;  e  a  egreja  matriz  é  um 
bom  templo.  A  casa  da  camará,  é  um  edificia 
vasta,  tendo  a  sua  fachada  principal  assenta 
em  uma  arcaria  de  pedra;  o  interior,  porém,. 
está  mal  dividido,  e  precisa  de  grandes  con- 

< 

morreu  de  2  apnos  e  10  dias— D.  José,  prin- 
eipe  do  Brazil,  e  depois  rei,  1."  do  nome— 
D.  Carlos—D.  Pedro  (de  que  irata  o  texto) 
que  foi  depois  3.«  do  nome,  por  casar  com- 
sua  sobrinha,  D. Maria  I  —  eD.  Alexandre, 
que  falleceu  de  dnco  apaof  menos  £3  diis. 


OVA 


OVA 


369 


cértod.  A»  cadelas  esffio^— -eomo  quadr  tóáA% 
9ié%  Portugal  ^reelamattddeom  ttr|f0Mte' 
aHeiiélvèis  moâifieaç^ès.   *        .       .<  •<'.  ^ 

Tinha  esta  viUa  nm  theatro  provisoito^^M- 
taMeéitfa  em  um  «asarão,  sem  eo&di^s 
ne&htimas^de  aceioe  eommedidadai^AlgieNi» 
catalfteiros'  da  terra,  deeMtram 'consinitr 
BOiaeasá  de  eépeetaenlos,  decente  e  pro«- 
pria  d^eeta  viHa.  Levaram  a  eflefio^osea  in-^' 
tento,  e  um  bonito  tbeatro  foi  inaugurado^' 
nor dia  i>  âencfvembro  da  1878.     '     '  > 

Ao  N.O;  da  vHla^  e  próximo  da  esfeçãu-do» 

eamiobo*  <de  ferro,  esiá  o-  cemit^o,  oens- 

tmider  pelos  annos  de  1860. 

•  Avaslo  (para  a  pop«»laç30)  e  ikmicò  bemt 

situado.  Sobre  a  verga  da  ponaiem  e0ta  in« 

« 

•á,         *        *.    •         ..  , 

MÀGNUS  ET  PÀRVirLUS  mc  SUNT.  •     i 

-Ha  ná  freguesia  sete  eampamhas 4e  pesca** 
dores,  com  o  material  e  bancoa  competentes 
para  a  ttia  Industria.    •  >  < 

O  peUte  d'esta«osta  é  de  multo  boa  qaa** 
lidade,  mas  pouco  variado.  A  sua  sardioba, 
como  a  famosa  de  Espinbo^  é  de  exoetíeate^ 
qualidade. 

A  vilia  está  em  glande  parte  cercada  ^de 
vastos  pinheiraes,  alternando  com  terras  cul- 
tivadas e  muito  produetivas.  A  vista  que  se 
gosa,  descendo  da  estação  do  caminho  de 
ferro  para  a  povoação,  é  esplendida  e  pitto- 
rascai' 

A  ^tação  do  caminho  de  ferro,-  denoml* 
nada  offlcialmente,  de  Ovar,  é  em  Gabandes^ 
que  fica  próximo  e  a  N.O.  da  vilia.  Está  si- 
tuada entre  bastos  pinhaes,  sem  vista  para 
outras  partes.   • 

Aqui  desembocam  duas  bdlas  estradas  i 
mac-adam,  uma  que  vem  da  vilia,  e  outn,i 
éo  ramal  que  cemmunica  a  Feira»  OUvelra 
de  Azeméis,  e  outras  muitas  povoações»  Com 
o  caminho  de  ferro. 

A  architeetura  da  casa  da  estação  ó  no 
gosto  das  eoítopiís  bollandezas. 

É  formada  de  três  corpos»,  tendo  o  do  meio 
a  necessária  elevação  para  formar  dois  paviv 
mentos.   '  .>.: . 

Bm  frente^  ao  E.»  e  do  outro  ladada  via, 
a  dlsuinda  sufflciente  para  não  iiqpodlr  a 

VOLUMB  VI 


cif eulaçã4*dos  tao^oiu,  e  do  servifo  dos  em- 
pregados ida  Unha,  ha  uma  vasta  easo,  com 
offieinas ido  reparação^  e  arreeada(6e». 

Próximo  áestafão,  ao  a.K.O.  d'elli^  está 
um  bom  «^ghmde  prédio^  do  sr..Bfannel  Fèr* 
nándes  Ribeiro  Gosta;  Tem  hospedaria  eaL- 
lugB  ípem  e^eavaigaduras/  Tetm  tanAtem  easAr 
de  commiasõei»  para  as  meitadorias  transa 
portadas  pelo^camiafao  de  ferro.    • 

'^^No  togar  4a  Torre,  fregnezia  de  S.  Vteea*^ 
te^de^Pereira»!  6stá> a  óptima  cbapellaria  a 
vapor»  dos-srs.  Santos  e  Irmão^  uma.  das  me* 
Ihores  de  Pòrtugak 

D*ella  tratarei  mais*  do  espaço^  na  palavra 
Torre.  ^ 

As  dtfférentés  Industrias  d'este  coneeHio^ 
vio  nas  ff^eztas  correspondentes. 

•  HoQve  ii*esta  vllla  uma  casa  acastellada» 
perteneonte  aa  infantado.  Bra  provavelmen* 
\B  o  edlftcio  :mats  antigo  da  vilia,  e  estava 
bastante  arruinado. 

jM  demolida  em  1868^  e  com  os  seus  mate* 
rlaes,  e  no  logar  que  occupava,  se  construiu»' 
em  1869»  ^elegante  cáaa  da  escola  d*instnie* 
ção  primaria,  com  o  legado  do  benemérito 
conde  de  Perrelra. 

O  padroado  da  egre|a  de  S.  Christovão  de 
CabanOes  (Ovar)  veio  ao  poder  da  Sé  do  Por* 
to^  sendo  biepo,  D.  Vicente»  por  e8caffll)o,  fel* 
to>entre  o  mesmo  bispo  e  seu  cabido,  e  orei 
D.  AfTonso  III,  em  agosto  de  19IK).  P(Mr  este 
escambo,  o  rei  larga  ao  bispo  e  cabido  a 
egreja  de  Ovar,  recebendo  em  troca,  o  pa- 
droado da  egreja  decanta  Harla  do  Lame* 
gal. 

Bm  virtude  â*esta  troca»  cessaram  as  pen- 
dências qve  até  então  havia  entre  o  rei  e  a 
egreja  do  Porto.  Depois»  o  rei  D.  Diniz,  con- 
firmou este  contrato,  por  carta  regia  de  20 
de  Junho  de  1330.  (9  de  Junho  de  iMt  de 
Jeaos^Cbristo.) 

£m  1446,  o  bispoy  D.  João  de  Azevedo,  pvo- 
poiao  cabido,  que-^sendo  as  egr^  de  S. 
Ghristovão»  de  Ovar»  e  SanU  Maria»  de  Gam- 
panhan»  ambas  da  apresentação  da  mitra  ♦ 
cabido»  acontecia  que»  quando  alguma  va- 
gava» e  o  prelado  se  não  conformava  com  o 
eibido»  na  nomeação  do  parocho»  se  davaoi 

34 


370 


OVA 


oãflosdbsagndi^ei».  Goneordaram  em  no^ 
metr  uma  eaBunissao,  que  se  eempto  jàm 
conegoe^  Mem  Bodrigaes,  AfiioAsa  Vieente,  e 
Esteves  Annes,  para  iodiear  o  aelbor  modo 
de  M  eTitarem  davidas  fará  e  loUifo.  Vie- 
ram  por  fim  a  nma  eoooordata,  feita  em  12 
da  aelemdbro  de  1466,  oonfirmada  pela  me- 
trapoUtano  de  Braga^  pela  qual*  as  «grejat 
de  Campanhan,  e  S.  Vleetito  de  Gaimad^ia 
(que  já  Dão  existe)  ficaram  m  solidum  para 
o  bispo  e  seus  sacoessores»  e.a  de  Ovar  pára 
a  mesa  eapiínlar»  porém  o  reitor  seria  don- 
flrmado  pelo  ordinário.  O  pomifieaPa^do  0, 
confirmoa  esta  concordata,  pela  kmUàJPaito- 
r(úi$  ofioiit  de  jonbo  de  iè66. 

A  egreja  matriz  tem  o  altar-mór  e  seis  la* 
teraesi.  Tem  nm  bom  orgio,  dado  á  egreja  pelo 
negociante  da  praça  de  P(Nr»,  o  ar.  António 
Ferreira  de  Menezes,  natural  d'Ovar.  Tinha 
um  grande  orgio  antigo,  que  se  desíea  em 
i8fc4,  quando  se  reformou  a  egreja,  para  Uie. 
dar  maior  altura.  O  templo  é  de  ires  nayes^ 
ficando-lhe  em  (rente  o  antigo  eenileno. 

Ha  na  villa  seis  fontes,  todas  pouco  atou- 
dantes. 

O  noTO  hospital  á^  Misericórdia^  é  peque- 
no e  de  poucos  rendimentos. 

Espalhadas  pela  villa  estio  varias  eup^- 
las  com  os  Pc»9&ã  da  paizão  de  Jesus^Ghris- 
to.  A  ultima  estação — o  Calvário^  (ua  ea- 
pelk  de  S.  Pedro)  está  em  sitio  eletado,  e  as 
figuras  que  o  ornam  sao  de  boa  esculptura 
e  quasi  de  tamanho  natural. 

Capellas  da  vllla 

1.*  —  iVoasa  Senhora  da  Gtaça.  fi.giaftde 
e  bonita.  Está  tnteríoiménte  revesiída  de  íòr  t 
mosos  azulejos,  e  o  tecto  forrado  4e  painéis, 
representando  varias  scenas  do  obristiani8f> 
mo,  pintadas  a  oléo.  Tem  trestaltares.  Está 
ao  meio  da  ponte,  entre  os  dois  rios,  cujas 
margens  sao  férteis  e  bonitas. 

2.«—  Samio  Antmio,  na  praça,  fem  tam^ 
bem  três  altares  e  ó  grande.  Tem  alguns  ren- 
dimentos. 

3.*^  Santa  Ca^^rina.— Na  Ribeira* 

k^-^Ahnas.  Espaçosa»  ne  Largo  dos  Cam- 
pos. 


OVA 

I  &•— ^.  PedKo,  É  gnmde;  tem  trea  altares»- 
estaodp  no  principal  o  Calvário;  óda  inauK 
dade  do  Senhor  doa  Passos.  £  unajoapeiia^ 
magesiiosa. 

t.*^S.SebaitiSo.  Es\Á aunsiO ou  12ma* 
irea  da  linha  férrea  do  norta^  e  a  uns  ifiO  me« 
tros  a  O.  da  estação:  de  Gaban9es;^offlBiaK 
menf e  denominada  d'0 var.  Tanto  a  eslaçao* 
como  a  capella»  ficam  ido  lado  esquerdo  (Oi) 
da  Tía. 

7.*— S.  João  BapHsía.  Em  CabanSee.  Gons^ 
ta  que  foi  a  primitiva  m^riz  da  povoação. 
(Vide  Cokm^s.)  É  em  um  bonito  largo,  or- 
lado  de  casas,  e  com.  alguns  antigas  carvar 
lhos.  N'esie  largo,  ou  alameda»  se  ias  uma 
feira  mensal. 

8.*— S.  Miguel,  archanjo.  Está  em  um  lar- 
go, no  qual  se  faz  m^isaUnente  a  feira  de 
gado  bovino  e  cavallar. 

9.«— S.  Donato.  No  logar  do  mesmo  nome.. 
Consta  ter  sido  a  egreja  de  um  mosteiro  de 
monges  benedictinos,  qm  ha  mais  de  909^ 
annos  se  encorporou  ao.de  Caatromira  (Yi** 
de  Crestuma.)  Nâo  ha  vesligioa  de  semelhaa- 
te  mosteiro,  se  é  que  existiu.  Parece  que  toi 
também  egreja  parocbial  de  uma  antiga  er 
pequena  freguezia. 

10/— S.  Domingús,  Na  aldeia  do  Sobral. 

ii.*^Ncssa  Senhora  da  Piedade  (antiga*^ 
mente  Bom  Jeetu  da  Piedade).  Está  edifica- 
da  no  vasto  areal  do  i4/br(i<íat»ro  (vulgo,  Ai* 
rocbmro),  bonita  e  concorridissima  estaçia- 
de  banhos,  na  costa,  a  4  kíiometros  a  O.S.O. 
da  vitta.  Tem  apenas  3  metros; de  comprido, 
por  outros  tantos  de  largo.  Apezar  da  soa- 
pequenez  (apenas  podem  caber  dentro,  i8  a 
20  pessoas),  tt'eiia  se  diz  missa  para  perto 
de  5:000  almas  I— Foi  fundada  peio  melada 
do  secuke  passado,  mas  está  já  quasi  enter- 
rada-na  areia 

Deade  a  estação  do  cajrâho  de  ferro  alé 
ao  Afçradouro^  ha  uma  beila'  estrada  á  mac* 
adam,  construída  ha  poucos  annoa 

.Em  vista  do  grande  numero  de  catholicos 
.  que  aqui  residem  no  tempo  das  pescarias^  o 
de  amda  maior  na  estação  dos  banhos»  cus- 
ta a  acreditar,  como  ainda  nao  houvesse  noa 
que  tomasse  a  iniciativa,  para  que  alli  ae 
consimisse  uma  nova  capella,  eom  capaci- 
dade para  os  christãos  n*ella  ouvirem  missa;. 


OVA 


OVE 


371 


pois  que,  com  a  aetual,  a  maior  parto  da 
gente  flca  sem  ella. 

Pescam  aqui  5  oa  6  companhas,  qoasi  Uh 
das  ricas»  compostas,  no  gersl,  debons  chris- 
tios.  Gastam  todos  os  annos  uma  grossa 
quantia  de  dinheiro  na  festa  qne  faãem  i  pa- 
droeira da  edicnla,  e  à  qôal  concorrem  al- 
guns miihares  de  pessoas.  Nao  fariam  maior 
serviço  a  Deos  e  á  religião,  se  em  4  ou  5  ân- 
uos deixassem  de  fazer*  a  festa,  e  applicas" 
sem  o  dinheiro  gasto  em  tanta  coisa  que  lo- 
go desapparece  para  sempre,  em  construí  I  roohiaL 
lem  (com  ajuda  dos  romeiros  e  do  povo  da 
irilla)  um  bom  templo,  que  ílea? 

Sei  qne  o  Re v.-^»  Abbade  d*Ovar,  cedeu  pu- 
blica e  solemnemente,  durante  a  sna  vida, 
as  offerendas,  promessas  e  mais  direitos  pa- 
rochiaes,  qne  lhe  pertenciam  d'esta  capella, 
nio  só  na  occasião  da  festa,  mas  em  todo  o 
anno,  para  serem  appiicados  á  coustrucçlo 
de  uma  nova  e  vasta  capella  e  seus  orna- 
mentos. Nomeou  uma  commissio  para  re- 
ceber estes  direitos,  e  o  mais  que  puder  ob- 
ter, para  se  dar  principio  á  obra,  no  fogar 
onde  as  auctoridãdes  locaes  julgarem  mais 
conveniente  a  collocação  da  capella,  para  a 
população  da  costa. 

Além  d*aquella  cedência,  o  Sr.  Abbade  of- 
fereeeu  4JUS0O  réis,  logo  qne  estejam  feitos 
08  alicerces  da  capella  —  4^500  réis,  quan- 
do se  eobrir  de  telha  ^  e  ainda  4W00  réis, 
no  fim  da  obra. 

Yé-se  que  este  digno  parocho,  por  conhe- 
cer a  urgência  d*esta  obra,  tem  summo  em- 
penho em  a  vér  concluída,  e  é  muito  louvá- 
vel o  seu  zelo  nas  coisas  espirituaes  da  sua 
fregnezfa. 

A  tenção  de  se  construir  esta  capella,  é 
muito  antiga,  e  todo  o  povo  a  deseja  arden- 
temente, sobre  tudo,  os  habitantes  da  costa. 
É  digna  de  louvor  a  camará  d'Ovar,  pelo 
empenho  que  tem  mostrado  no  desenvolvi- 
mento dos  melhoramentos  materiaes  do  mu- 
nicipio  em  geral,  e  da  villa  em  particular; 
mas  deve  curar  também  dos  interesses  mo- 
raes  dos  seus  munícipes,  não  se  limitando 
somente  a  mandar  construir  pontes,  thea- 
tros,  fontes,  assentos,  etc,  mas  a  que  o  povo 
tenha  também  legares  próprios  para  a  ora- 
çio. 


Também  devia  lançar  os  olhos  para  a  nu« 
dez,  pobreza  e  desmazéUo  em  que  está  a 
egreja  parochial,  pois  sendo  um  templo  ma- 
gestoso,  pela  sua  magnifica  e  solida  archite- 
ctura,  está  envergonhando  a  freguezia  (aliás 
rica)  pelo  abandono--senão  desprezo— em 
que  se  vé  mterioraente. 


Além  das  eapellas  mencionadas,  ha  mais 
algumas,  particulares  'é  publicas,  de  menos 
importância,  todas  sujeitas  á  jurisdição  pa- 


Ha  também  sete  bonitas  estações  (Passos 
da  Paixão).— -O  1.%  é  na  egreja  matriz,  do 
lado  da  Epistola -<-o  2.%  junto  á  aula  do  con- 
de de  Ferreira  (ao  principio  da  rna  da  Fon* 
te)— o  3.%  na  mesma  ma — o  4.%  na  rua  da 
Praça  —  o  5.*,  na  Praça  da  Villa — o  6.%  no 
bairro  de  S.  Thomé  (onde  houve  uma  anti- 
ga capella,  que  foi  da  casa  do  infantado)— 
e  o  7.^  fiaalmente»  é  o  Ca/ratio,  na  excel- 
lente  capella  de  &  Pedro. 

Ovar,  como  quasi  toda  a  circumscripção 
denominada  Terras  de  Santa  Maria,  era  do 
senhorio  dos  condes  da  Feira,  e  constituía 
o  seu  vasto  condado.  No  reinado  de  D.  lia- 
ria I,  pela  extineção  do  ramo  primogénito 
dos  Pereiras  Forjazes,  condes  da  Feira,  pas- 
saram a  maior  parte  das  propriedades,  ren- 
das e  foros  que  formavam  este  apanágio, 
para  a  casa  do  infantado,  que  actualmente 
as  possue. 

• 

Foi  feito  barão,  em  20  de  novembro  de 
1840,  e  visconde,  em  25  de  julho  de  1849 
(em  duas  vidas),  António  da  Gosta  e  Silva; 
e,  em  19  de  agosto  de  1856,  seu  filho,  An- 
tónio Maria  Pereira  da  Gosta,  foi  feito  vis- 
conde. 

OVELHA  DO  MARiO  ou  ABOADELLA  — 
freguezia,  Douro,  comarca,  concelho  e  9 
kilometros  ao  N.  d'Amarante,  54  ao  N.E.  de 
Braga,  360  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  210  fogos. 

Em  1757  tinha  189  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Aboadella. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo do  Porto. 


372 


OVA 


Foi  Tilla  e  coúlo,  e  era  uma  das  def  bee- 
trios  d*e&te  reino. 

O  D,  abbade  do  mosteiro  beDadictino  de 
Pombeiro,  apresentara  o  reitor,  que  tinha 
350A000  réis  de  rendimento, 

£sia  freguezia  ó  a  mesma  de  Abo^delfa, 
que  já  fica  descripta  a  pag.  14,  col.  1.%  do 
l.o  volume. 

Está  situada  ao  fundo  da  vertente  oeci- 
dentai  da  serra  de  Marão* 

D.  Sancho  I  deu  foral  a  Hermêllo  6  Ove» 
Ihinha  (Ovelha  do  Marão)  em  Guimarães,  no 
mez  d*abril  de  ii96. 

D.  Affonso  II  o  confirmou,  em  Santmm, 
em  março  de  i2i  2. 

D.  Manuellbes  deu  foral  novo^  em  Lisboa» 
a  3  defonho  de  1514.  {lÀvrodasforaes  novos 
de  TraZ'OS'Montês,  fl.  28,  col.  1.*) 

No  foral  de  D.  Sancho  I,  se  determina  que 
cada  casal  deve  pagar  seis  ferros  por  anno^ 
para  a  coroa. 

Não  se  sabe  hoje  com  certeza  o  que  eram 
estes  ferros:  dizem  uns,  que  era  uma  barra 
de  ferro;  outros  que  era  uma  ferradura. 

O  que  é  verdade  é  que  esta  renda  só  se 
pagava  na  terras  onde  havia  minas  de  ferro 
em  lavra,  e  em  varias  partes  do  Marão  se 
exploravam  minas  d'este  metal,  do  que  ain- 
da ha  muitos  vestígios,  e  vários  documentos. 

Ovelha,  ó  (e  parece  que  foi  sempre)  uma 
povoação  pequena  e  pobre,  não  tendo  nada 
notável,  senão  a  sua  muita  antiguidade. 

Produz  poucos  fructos  o  território  d*esta 
freguezia. 

Cria  porém  muito,  gado,  de  toda  a  quali- 
dade, produz  bastante  mel  e  cera,  e  é  abun- 
dante de  caça,  grossa  e  miúda. 

O  seu  clima,  posto  ser  excessivoi  é  muito 
saudável 


.Em  9  dç  maio  de  1809,  houve  aqui  uioa 
combate,  entre  as  tropas  portuguesas  e  fran- 
cecas. 

Trea  corpos  de  cavallaria  pórtúguez^'  fi- 
zeram grande  desboco  nos  inimigos  dà  nos- 
sa pátria. 

Os  francezes  retiraram  para  Hespanhã  on- 
de entraram  logo  a  17  d*esse  mez« 

OVIL— freguezia,  Douro,  comarca  e  con- 
celho de  Bayão  (foi  do  concelho  de  BfiyãiQb 
comarca  deSoalbães)  60kilometrosaE.Nj:. 
do  Porto,  340  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  320  fogos. 

Em  1757^  tinha  249  fogos. 

Orjigo,  S.  João  Baptista. 

Bispado  e  districto  administrativo  do 
Porto. 

O  cabido  da  Sé  do  Porto,  e  o  senhor  do 
Bayão^  apresentavam  alternativamente  o  rei- 
tor, que  tinha  150^000  réis  dç  rendimento. 

E*  terra  fértil.  Bom  vinho,  gado  e  caça- 
Peixe  do  rio  Douro,  que  lhe  fica  ao  S. 

.  ÕVOA— freguezia,  Beira-Alta,  comarca  e 
concelho  de  Santa  Comba-Dão,  35  kilome* 
tros  de  Viseu,  250  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  24P  fogos. 

Em'  1757,  tinha  128  fogos. 

Orago,,S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
seu. 

O  real  padroado  apresentava  o  prior,  que 
tinha  300/000  réis  de  rendimento, 

£*  terra  fértil. 

OTAN— vide  Oian. 

0T9  DA  RIBEIRA— vide  Ois,  da. 

GTS  DO  BAIRRO— vide  Ois,  do. 

OZÊZAR— antigo  nome  do  rio  Zêzere.  Vi- 
de .  esta  palavra. 


PAG 


PAG 


373 


P 


;  F-^na  urit]imeileâ'do8aDUgo8,Talia40(>; 
ma«>  com  um  til  por  cima,  valia  400:000. 

PÁCEIRO-HÕft-^(»iDab  aotígo^JRkitfeet- 
ro-mór)  inteiidéate;'vèador  (oa  «éOoi^  ca- 
ndor, inspector  das  obras  qacsa^fasiam  nos 
pa{o«  ocL  casas  do  rèi,  oaiK>r  soa  oo&la.  . 

Depbis  86  denomiróa  Veadar-mór  dm 
ábras^  e  por  fim,  Provedêr  das  obras.   ■ 

Bue  einprecó  aíndávi  na  casa*  dos  confles 
de*  Sove.  (Em  oda^áiací»  ham  nmpitt 
€iir«)     ' 

.  O  prkMro  paoeiro-mór  de  qoa  íallam  as 
noasat  hifltorias,  é  Loarenço  Eseola«  no  rei* 
nado  de  D.  Diniz. 
'  fira  também  EkhSô^mâr,  e  alnaide-mór 

Eichaomér,  vinha  a  serôdia* 
penseiro.         ^   i  i      .  r , 

Tinhaaaett  car^o  apromptar 

a  tempo-  e  liorasi-tmbi  o.qne 

pertencia  á  real  ucbaria*  Vide 

Vcha, 

'  No  reinada  de  D.  João  I>  |â  Aflòoao  Oon- 

çaltee,  tem  o  titulo  dio  neadar-már  das 

Habitava  nos  paços  reaes  do  casteUo^  de 
Lisboa.  (Alcáçovas.)  > 

.  Gontinnon  este  offlelo  no9  seguintes  rei* 
liados  iM  quaee  se  lhe  Jorn^am  varias 
prehemineneias,  que  depois  se  lhe  tomaram 
adcuMexar. 

D.  PhiMppe  U,  foi  o  primeiro  qae  lhes  dea 
regimento,  em  12  de  novembro  de  i58Sr 

Desde  esta  data  se  madon  a  designação 
de  ««odor  para  a  de  provedor  ias  obroã. 
.  (Andou  sampre  esta  cargo  em  fidaigjM  de 
linhajMn,  a  atí em  membros  da  /sjníUa  ra^ 
pais  vemoa  qna  o  infante  D*  Henrique,  filho 
da  Ol  Ma  ^  foi  fronteiro  e  vea^or-már*- 


i-Desaa  Cf  reinado  de  D.  Dinia,  até  aa  de 
D,  Manuel,  foram  eates  paços  a  niftdeaaia 
ordinária  Aes  nossos  reis. 


das  obras  dos  castellos,  villae  e  logares,  da 
camarca  da  Beira,  no  reinado  de  D  AiTonso  Y* 

D.  João  III,  fez  sen  veador-mór  das  obras, 
af  Pedro  de  Carvalho^  seu  grande  valido,  pa- 
ra elle  e  seus  descendentes  conservarem  este 
emprego. 

No  reinado  de  D.  Sebastião^  lhe  succeden 
s«u  fiibo^  Jopo  de  Carvalho,  que  morreu  ua 
batalha  de  Alcácer  Quibífi  ezp  &  de  agosto 
de  1578. 

•  .Por  m<^  ^e  João  de  Carvalho,  se  seguiu 
no  emprego,  seu  segundo  irmão,  Gopçale  Pi* 
ms4e  Carvalho. 

O  filho  primogénito  d'este,  não  chegou  a 
exercer.  lO  emprego»  per  í^ilecer  na  vida  de 
seu  pae,  pelo  que  passou  o  lògar  ao  neto 
d*e9^'  (filho  4*aqnelle)  Gíonçalo  Pires  de  Car- 
valho, que  morreu  solteiro. 
.  9iJbQce4eu-lhQs^u  irmão^  Henrique  de  Car- 
valho, que  morreu  desgraçadamente  ^m{iis- 
bQ%  em  1678;  aaccedendo-lhe.  no  emprego, 
seu  filho,  Gonçalo  José  ^íres  4^  .Carvalho, 
qpl^  aâo  leve  filhos;  pelo  que  passou  o  offl- 
elo a  D.  João  da  Costa,  3.'*  conde  de  Soure, 
por  ter  casado. com  D.  Luiza  Francisca  de 
Távora  (dama  da  rainha  D.  Maria  Sophia 
babel  .de  Nçobouf-g,  pa  de  Philippe  Wl- 
Ihelmo^  conde  palatino,  e  2/  mulher  de  D. 
Pedro  II)  irman  do  fallecido  Gonçalo  José 
Pires  de  Carvalho,  e  herdeira  da  sua  casa* 

Seu  filho,  D.  Henrique  da  Costa  Carvalhc» 
4.^  con4e  de  Soure,  continuou  na  posse  do 
emprego  de  seu  pae;  mas,  como  á  morte 
d'esta  ainda  era  menor,  serviu  interinamen- 
te, Diogo  de  Mendonça  C!orte-Real,  secreta- 
rio da  eslavo  e  mercês  de  D.  João  Y. 

Exerceram  este  emprego,  desde  o  reina- 
do de  D.  Diniz  até  ao  de  D.  João  V,  os  se- 
guintes individuo^. 

U^^Áffonso  Gonçalves f  reinado  de  D.  João  I* 
t^^í-^Bartholomeu  de  Paiva^  reinado  de  D. 
ManneL 


374 


PAO 


3.<«— Dio^o  de  Mendonça  Corte-Real,  reinado 

de  D.  João  V. 
ktJ^^Diogo  da  Silveira^  reinado  de  D.  Áffon- 

so  V. 

5.»— FfmSo  Pereira^  reinado  de  D.  Aflfon- 

so  V. 
6.«— Gonçaio  José  Pires  de  Carvalho,  reina- 
do de  D.  Pedro  11. 
l.^^^Gcnçalo  Pires  de  Carvalho^  reinado  de 

D.  Henriqae  I. 
S^^Gonçalo  Pires  de  Carvalho^  reinado  de 

D.  PbíUppe  n. 
d.^^—GcnçaU)  Vaz  de  Castello-Brancõ^rsiãà'' 

do  de  D.  AffonsoY. 
ÍQ.*— Heitor  Homem,  reinado  de  D.  AAonso  Y. 
ii.^^^Henrique  (D.)  infante  de  Poritêffaly  rei- 
nado de  D.  Âffonso  Y. 
i±''— Henrique  de  CarvalkOy  reinado  de  D. 

Pedro  II. 
i^.^^—Henriqme  (D.)  da  Costa,  reinado  de  Bi 

JoaoY. 
U.^-^Henrique  (fi.)  da  Silmita,  réiíssAo  é» 

D.  João  II. 
15.*— João  de  CarvalhOi  rdnado  de  D.  Se* 

bastião. 
16.*-— Jodo  (D.)  da  Costa,  reinado  4e  IX  Pe- 
dro II. 
il^^^oão  (D.)  Gahão,  bispo  de  Ci^mbra^ 

reinado  de  D.  Affonso  Y. . 
i8.«— lotirm^  Escola,  reinado  de  I>.  BI- 

nizl. 
19.*— lottffn^  Pires  de  Carvalho,  i^ádé 

de  B.  Pedro  II. 
iO^-^Luiz  da  Silveira,  reinado  dê  D.  3otk>  Hí' 
iL^—Uartinho  (D.)  de  Casfello Brànco,Tei^ 

nado  de  D.  Mannd  I. 
22.*— i^Ttitto  Martins  da  Silveira,  Reinado  de 
'  D.  João  ni. 
23.*— P^dro  de  Carvalho,  reitoado  dei  D. 

João  IIL 
24.*— P^o  Esteves  Cogominhó,'rt^SLã6  de 

D.  AffoDSO  Y. 
25.*— Simão  da  Silveira,  *  reinado  de  D. 

João  III. 

No  reinado  de  D.  AffonsO  Y/veitios  sete 
veadores-mores,  porqae  havia  os  de  pro< 
vineia. 

PACHACOS^Ras  InquiríçÕes  do  rei  D.  Di^ 
niz,  feitas  em  1290,  se  acham  no  Julgado  de 
Neiva,  na  íregaezia  de  S.  Minfuel  deCepfcs» 


1, 


PAÇ 

a  herdade  de  Rio  de  Moinhos,  que  fára  do 
abbade  de  Pachacos,  freguezia  que  existiu 
antes  do  governo  do  conde  D.  Henrique. 

Snppòem  alguns  que  foi  d'esta  extineta 
ÍTreguezia,  que  provém  o  appellido  Pacheco; 
mas  ó  mais  provável  que  venha  de  Vivia 
Padeço,  varãe  illustre  da  Andalusia.  (Yide 
Yitta  Real  de  Traz*oa^Hootes.)  Yide.tamheiii 
Possacos. 

FACnniOS— vide  Beiíhe. 

PACraOS-^vide  Vaia  Cakiz. 

PAGO—portagoez  antigo— joln-M  qii«ai* 
gniAcava  oarneiro  de  b6a  raça»  doa  qoe  ao 
criavam  no  campo  de  Beja  (a  Paca  dõs  an- 
tigos.) 

£0  um  docmnento  de  1270,  se  diz  qoê — 
quando  oe  bispos  d'|:vora  (è^pois  aroebia* 
pos)  forem  visitar  as  egrejas  de  Portel^  eo* 
tre  as  mais  cousas»  se  lhes  4^  pèU  pr$nh 
ração  qikú  detiam  resebèr,  tmuiiijMHitwi^itft 
diocrem. 

Na  America  da  Sal,  ha  uns  grandes  car- 
neirosi  que  servem  de  bestas  de  caif%  jms 
caminhos  impraticáveis  pira  outras  aval- 
gadoras,  a  que  se  dá  o  nome  de  paços. 

Na  Hespaoha,  Paço,  é  palavra  de  mimo, 
com  que  se  designa  o  nome  próprio  de 
Praficisoê;  por  ísb«,  em  ves  de  Francisqui- 
nho,  dizem  Paquito.  • 

PÀQO«-portogtiea  antlge«-Dava-se  anti» 
gamente  esle  nome  ao^ortorio^do  talMNiiQ 
publico,  porque  escrevia  nos  paços  do  eon* 
eelho« 

Em  Lisboa,  Porto,  Braga,  Bvora  e  Coiin«^ 
bra,  havia  uma  casa  pubhca,  distiaíada  para 
os^tabelUães  de  notas,  que  se  destfngulam 
dos^scrivães-tabelliães  Jadieiaes,  pelo  imhm 
de  tabelliães  do  paço;  e  á  casa  oída  eslei 
trabalhavam,  se  ohamaiva  paca  éos  iúèei* 
liaes,    • 

PAÇ0--.Yid(»  Ptfláctò. 

pAçO  —  €Ni  noumof^  *e»erlpiiMres 
^tttpregaai  iBadi«tiaM9tam«toito  as 
palavra»  Paço  «  Passo^  na  acMSiiiisa 
çfia  lia»  i^aidaai  p«v«»af*M 
P^raagal.  Buteiml^  <iae  na  aiaal< 
parie  «l^ellas»  é  imprópria  m 

n#i>iptsM>Ç|ffcq  *^  PA3»W  pela  «ppi^pa- 
atfÉa  ^wawi  to^aa  eim  PAto>  ♦       ^ 
PAÇO— aldeia,  Dotâ>o,  f^egueiia  e  êklbh 


PàÇ 

metros  ao  O.  d*E8gaeira,  proodlm  à  ptala 
4a  I^MlA  da  Gândara  de  ViUarinhOy  a  9  ki« 
tiomatros  da  eosla  éo  OfieaQo.  I^im  tí^  íopg. 
-(Para  a  mais,  vida  Siçmiim,)   f-  .      ^.. 

N'eata  aldeia  ha  ama  poqoeta  e  âitita 
«ermida.  Sobre  a  Oapelia-Biér  se'ié^m  altt) 
'Zimbório  pyransidft^  eAniad^  dé  aneiaB.  É 
este  templosinUo  dedicado  a  Nossa  SenlRiía 


?AÇ 


375 


SefMido  a  lenda-^tlndo  maBavic^ét  TW« 
-rà^Nova,  no  seeiílo  X VI,  os  senKrtpolaii*. 
aUnaram  do  mar,  «sia  saaia  imaffsiii;  ai  a^ 
trtthauxersm  i»ai^a  a  aldeia,  onde  lofgo  Ittei 
>eoÉ8trtiirain  uma  eapelUw  a  llie  ))riacii^- 
lim  a  fater  a  s«a  ftosta  a  15  de  agosiq  ^ 
eada  anno. 

'  A' Imáge»  da<  padroeira,  é  de  pedr^'  de 
Hb>oa  eseulptara,  e  de  um  metro  d^altou 

.Vambttm  va  mesma  «apella  Im  ailiiiafem 
4eMosad  Senbora  ^e  Fsço,  ipae  oonstii  tér 
"SideãeHada  nasi  immediaQ&es  d^em  IdgarJ 
Está  no^hari  lateral,  do  lado  do'  Bvaagelhe. 
Msteja-se  a  «  de afosto,  diai  Ae  NeasàrSe-' 
nhora  das  Neves.  Na^sitlo  òndeiiappamm,' 
-se  eoHoeoo,  peará  memoria,  um  anieiró  de' 
pedra. 

ftQfy  t<iniiitardo)-»^B]ttreiDadiu«;^l^e0Qe-' 
aia  de  Barbacêna.  (Vide  esta  paMinra,  tt-paft. ' 
119,  oeil.  1.%  do  t.»  ^ol.) 
'  pelos  aDDoIs  éfl  iB4l,  ^eomproa  Diogéès 
^€aeiré  de  Rie  (per  M:Oa^erQzada8-^IO  eoi- 
um^êe  réis»)  às  terras  e logar  de^fiutàeAia, ' 
«  qm  emdo  se  da^  o  nome  de  flardad^fm ' 
D.  Jorge  Henriques,  herdeiro  de  D.  ÁMÍbo 
fléartqter;  iihb  de  D;  Faiando  fiflitf  i^es, 
-sMlfor  da«  Aleá$o>nw;  e  de  D.  fira&eii  db 
Mello,  filha  de  Martim  Affonso  de  Mello, ^at 
«alde«mdr  dè>Ever4^  OHveaçã,,  e  daHálcí  de 
Vlicv  e  iparda^mófide  D.  Jois  L 

II.  Jbáo  UI  deu  logo  ao  comprador,  «o 'Bèi- 
«hevi»  d*etus  terras,  codI  o  litila  de  ififtia, 
4a  qnal  Teio  a  ser  i.«  ele^ènde.        • 

A  pouea  disuncla  da  yfAiã^  está^a-qibta 
4a  Herdade,  qae4sii  o  fMnelroIridAieiéles- 
ta  povoação,  «è^o^  quinta  Ie4e«)di^is 
^riMM'4e  fuMãiúa-léffÇê^  qnk  atn^kition- 
aerva.  .  .•  /   .t»  t,;i 

-  'P0f  idim  nm  peoedo.  âfeMa psefitodÉde^ 
*^'a|lpaieeeii  a  ima^sm  de  íVMcr  aNiAeAi 
d^lHafa  (títvk)  mmada  de  nom  da  ^taáÉta), 


i  qual,  10  pfoj^rio  aitio  da  appariçio^  cea* 
stroiram  os  moradores  do  logar,  maa  peque- 
na map  lionita  eapella. 
« :  Te«e  oiNi  irBiandade>  qne  a  serria-kreo- 
rosamente,  com  jniz  e  roórdomea^  e  lhe  fa* 
<iiam  aíeirta  ne  d.**  donringo  de  Setembro. 

FitíO  (Pd^)i-*Tina,  Trai*os4|eiites,  eo- 
fldarea  e  eoacelho  de  Vinhaes  (foi  da  eomarea 
de  Bragança,  eoncelbo  ée^ínhans),  60  kila- 
áaettos  de  Miranda,  465  ao  N.  de  Lisboa,  140 
fegba. 
Em  i757  tinha.  74  lagos. 
Orago^  8L  JnyBo.t 

Bispado  e  di^ricto  adminiatrativa  4e  Bra* 
«aiça,     '     ■  '     ' 

•    A  wákz  'afutaentira  o  reitor,  qtte  thriía 
i50MdO  léjs  de  rendimema^      . 

Páte  a  distlngQiir  das  ootteis  poroaçOes  do 
nasdiottoine^  se  dár  a  esta vílla  é nome  da 
Poçâ*áe^¥iwk9e$.  .  ,     .i 

É  povoaçia  antiga^  D-.  Dhib  lhe  deu  oarln 
de  feral,  «ora  mdoa  aa^  pvíTilegipe  do  de  Vi- 
nhaes, emiisboa,  4  9  de  aeiembro  de  iSliL 
.(L.« ã^ d9 ikfaçOBãda rH D.DMsí,  ft.  73  v.» 
ml.  ft.*) 

D.  MameHhe  deo  fond  kieTOy  em  Lisboa» 
a  4  de  maio  de  Í5i2.  (L.*  dê  foraes  neees  de 
<Ê¥ãThm4Êim§ê;,  fl.  dO»  oeL  1.*) 

Oeeorides  d^Aleognia  eram  senhores  d'ea- 
(aviila* 

Paçét  é  poilognea  antigD«**-slga(âca.|i»- 
(fama  p«fá -^  jMicáHáb. ' 

O  clima  d*esta  terra  é  excessàro,  maa  saa- 
dà^.-  Mãò  é  BHritO'nbmsiB&te  de  cereaes  6 
lrQetas;'ma9  produz  mníUMleguaesy  t>amot 
e  imhb.  Cria  mnile  gado  de^teda  a  qiisliia^ 
de/eteOfssivaraatBs  ha  miita^oaça^ 

PAÇff  (Ai(i$)--{regneiia,  Minho,  oetiaroa 
e  eerieelha  doe  Arooa /de  Valle  de  Vei,  ao  ki- 
lometros  ao  O.N.O.  de  Braga,  âOO  ao  ILda 
íMmí  IftO  íbgos.  '  . 
i  Km  1700^  tinha  90  léges^  e  em  1757,  51 
Orogo,  Neesar  Penhora  do  Socofiivo^on  ie 

ibíMiíspa4o4e  finga,  dlUtHold  admihis- 
«ntlvq  áe  VíttiiMu  • 
O  reitor  da  eommeftdá  de  isere  aprese*- 

'  '^^  ifaò^  sé  flmdem  00  grandes  com  assento 
drcifníflexo,  por  l^sò  se  ret>eC6m  bsiti^ 
em  itálico.  •     •> 


ISlt 


Vkç 


Ml  O  Tigario^  4a*}tiBfaá.Me#OQ0  léta  & 

É  terra  maito  fértil  e».lodot«ft  iPBoeios 
do  II6M0  ettouy  e  eriti  nHuto  gado  da  ioda 
1  qoalídadeu   :  *  •         .   n-^i?-' 

É  uma  das.mai*  antigas^  paroeMaa^  vm  §6 
de  Ponagalv  mas  também  da  Lusitaljilay  pois 
Já  existia  eomo  tal^.no  meiado  éo  61*  seiÂlo, 
eoiAo  adiaste. «elrettio&  •  •  j  :  >  ) 
.  XeaBsa  de  se  dar  ápadreellA  (ltitiib:de' 
Nossa  Senhora  de  Pa0,  é  porqae  a  suaisia- 
gem  foi  achada  -em  lusía  la^  ebatuada-uPa' 
çô  d'El'ReÍ9  oa  Paço  Velho;. dãnomiiiaçao 
qae  dere,:  attfiservído  den^uarcel;*  D.  ar- 
mado II  (o  gotoso)^  rei  de  Navarra,  quaado, 
em.  998|  Jonto  comros  oonde^iELiierjaz  da 
Vermais  e  D.  Qarda  Femandee^  denrotaram 
iqai^  Bo^^icío  á» Morilhõeafí^iefQzMataJí', 
çoVf  rei  de  Córdevi*  D*e8te  looMm  tambenao 
nome,  nm  grande  penedo  .eate^noAté^  qUe 
fieamp^  dmatda.  egrcja^  «í|m  obamaitf  Pi- 
€0  dlá/nuMfOfv  fMV  tãÊ»  uqol  o  sen  acaiii* 
pÊMetíU^'^  à'imáe  eseapqs»  íngiodo..-  i.iir  > 

O  aifio  em  ^ki&iapparèceaa  saila;  imagem, . 
é  am  alto,  cercado  de  muitos  penedoi^fAr 
entre,  oefqoaes.liaii»  fimudoiàl  asiatfbalsii-' 


•- 1 


Tenresf  > 

É  imagenr  de.  moita  deveçio  doe  iiet^s 
4*eata  terra,  qneilhftlueBa. doas  Aelaa an- 
imaes  (liavendo  então  doas  feiras  f^aneaa), 
«maaWdemarcOíOQtffi  a iSd'àgQtto»  da- 
rando  cada  ama  três  diu:  aia-daa  meáei^ 
daprovineia^ 

Igiiora-ee  -o  iam»  mn>}qM  a  image»  foi 
«Éada;  maa  sQppõe«ae  qa^-foiagniescon- 
dftia  pfioa  clirisliog,  na  Inirasãe.  dos  tarèa* 
roa dOiOerte,  qoe ctamiiaiiaiMn^emiOS;  e 
qae  ibi  acliada  bo  fim  do  seeulo  Y».  eobs- 
imindo-se-lhe  logo  wa  templo»  qoe  deveis 
Ibi  egr^a  matris. 

O  réi  soevo  Theodemira<fim  sead^aaia»- 
aõse  eònvertea  álé  atliòUea,.emSM)  adoa 
já  a  egreja  da-SenlmraMíDstitBidi^em  sede 
parochial,  em  568,  e  a  deo  ao  bispo  de  To}. 

A  rainha  D« Thereia^è sèaflili^IKAflon- 
80  Henriqoes,  confirmaram  eeta  dei^  em 
3l  de  setembro  de  ilStL>      -    . 

Mais  tarde  íqí  estj^  frftgqesij^  f4i9f ^a^t  á 
ei;reja.  de  &  Cesme  e,  S.  pamiaic^.d^A,'sere 
(n*este  concelho.) 


i.íV sagrada. -f  •  ••  ■  •  v-  '■  ..  -.i?.-. 
1  Il*e8ta  ii-egoezia  ha  um  silio  chamado,  ea 
44or<%  mune  qoe  tooeu  de  «na  qoe<  se  le- 
vantaram alli^  piara.diter  miseas  ás  íropm 
tiêílk  Aíteso:l^nciqoeai  qoanido  deo  a  ba- 
iMbaiohftaaadaida-Fa^daJllíUattca.  00  dea 
-ArcQê^  ée  Valk  átxVez,  a  seo  pfimo  D.  A(- 
iftmao  VU^de  Leão,  «aa  liMI^ 

Os  leonezes   oram  derrotados,  daissodo 
wHcanpo  moÂiee  milharea  de  mortea*  < 
•i.^E*'. 'tradição  qoe  n*«j|ta'batalhai  om  aoldt- 
.do  <JaittQbro  teolUados  Abwosi  de^Mstofs» 
tam^ta  om  leonea  a  reMqoia  dafii«tpLe- 
al^j.de-pndey  e.qtieprímesrameiíte  .eatem 
!  depeaitadaiia.egreja.Bialw  da  viUn  doa  Ar- 
cos. t-Mi    .'..fi 

.  Oiáreebiapo de^firaga^D. frei Agoetiubo 

de  GaetnOytiroo  metade:  d*esU  reliqoia,  qoe 

.m^doo  cellocar.oa  egreja  do  seo:oeúegio 

de  Mossa.  Ssahoj»  do  Fopoio^  em  Braga,  r 

. ..  Ai  imagens  da  ipadro6ica.ié  de,:pedraijle 

Ma*eicolpiQra»iei.está,opialiar-mí6r« , 

•  < '.  Vam»  aqiri  miií  tosc/amofi^^de  diversas  ftn- 
.C«etia^{em.todo<o  amio.    - 

. .  Weata-fresaedateetáa  H»fe  ilê  Bêmim- 
zOf  de  Francisco  Manoel  da  Gosta. 

•  ^^ottBtaíqoei .  foi  sotar  dD&^4i:«r«fr appriii- 
dO',eKUnciaL  *   •--•{ .. 

Ha  também  a  torreio  OuMre,«qae  se  diz 
mi  Jè  dntig^iselar  dos  likiaaáar»  e  na  qoal 
«andao  pôr/ o  eea  brjfão..d'armaa»  iiaaga- 
TQte  fiáaaiAiianbs^  abbade  qoe  foi  áe  QUvei- 
jrasdoa  Ances^  fiUm  de  Diiogo  Annea<Aes|iba 
.abbada  d*Alserat 

.  ^Mambem  n'astai liregaeiiâ a oaiae fulii* 
to  de:Gafa|?os,  ^e  paasoo  depoia  aoa  Axan- 

..  FâÇO  (JPác^il-TrvilIa^  Beira-Alia,ieomanaB 
concelho  de  MoimeatadaBaisa  ^foidoceaaa* 
Hm^eatiaeto,  de  Leomil,  comarca' de  .Moí- 
ateou  daiBeira)  At  kiktiDelres  de.Laaeia» 
3S0  ao  N.  de  LisbeSi    r  v-  t 

/  i2)einil9(^'fogoa..  .  '•  .       •  >      .   .    «>. 

flni(AUK7i  tinha  W  fefes.  ;  t   1 

.x4kni»,.84  fhiago,  a^eelolo>.    • 
.  Bispado  da  LaonegOi  diatriolo  administra' 
tivo  de  Yiseo. 

t>0>  Mffa».io  bispo,,  a  )as.fonegoateg«Hitea 
ida  fianK^  Agostinho  (ei»aios):daimieleira.4n 
VittarMai  apaeseniavam  aâtemstiwmienlao 


:PAÍ 


«7Í7 


i'  '    fc 


'  ( fi^iMracèitJifcu-t  .  i  . 

ÍNo  dia  Si  de  agosto  da  i87B^'«srv4»iafi0 
d0i  bstme^aM  (9ell««i'.ft'aaiar.iMMiii%;a  nve- 
infidoipajina  l«tò  lAotofriar  4«»  Aa»l»B(ai% 
digníssimo  6  illnstrado  ecclesiasUcò,  m.lMér^ 
Toroso  no  campjrinafttotáQfifMiftdmmes. 

E'  um  dos  esclarecidos  redactores  da  Aíã" 
itnytfyijmaímOifílm  qatf>s«*palliea(««fri- 
Wii-^Hmm  do^difttoie  NliMraido^prepiiilr 
iavío<{dft  nana^foUiayO  sn  4  2^/d0S.fieii 


1  ?•.(* 


fji' 


'i 


-ff  M 


Leitão. 

renga  (voi.  i.^  pag.  i74,  eoL  1*) 
>*IMii.«iiièT»wn'  AiiiÍ4«iaaíiM'pakfli<)  iom 

<dBa$  4DrpSft enVfUBàlk:  ^^   i:   ir^i    r  :' 

•  fi' indico. que !.pertenttQ.iL  ntwdon, 
«títM^t^^èãM^  le  «Bleilo,  'e^daftoliilMl- 
ma  (ámilia.  -"  t.i  -    «}  r  r"j/i*.'i 

•  M  Bra  ti<i^4!rael<  (» tièfHkwi)  fiu^  quando 
«s  iMoas.  doa  Ié?  radorac  ealansiii  ptiií|làrir« 

as  fazia*  J*tt»,'palraí/iàeie(iiier«S'TíMte 
-  !i6na'  noIhD»  4^aqiii^f<a  qnen  «^seftliDra 

•òbvigotuftffliatiirwMí-tMiayiai-f^ii.à  Uabte 
•qneinrr.ae  ifei^f  ipie  -maiidoft'  praeederra 
•aMIgnáçtay  «Tonando  qo»  aanfofteiis  enidi 
verdadeiras,  tiroa  o  senhorio  á  tal  dona^^r^ 
astafffoiítlâaàde' íó.hojs  >  dd/ ar«:  Bqrnardo 
IMnto^d»  lliian*a>  Mstsiiegwit  mtMaiiêi  ia 
«iiaá»  éo^  PoMoi  e.aabiinlii}  dailali«Mo*g»r 
lurai- Pampimia»  >iFUfiOBdttde  Aeink* •   n  * 

•  .itoagae^4ate«M%jcpinoiiirteipa  d»ea»ir 
4i^B6rnda  Alirarei^^ia  CabfU^/FrMoiíoo 
Pereira  de  Vasconeelios,  falieeido  em  lK*d0 

««MO<de>áOUl    >f  -.1'    '   r....1  ,/.  ;^!..;   .'    .'^ 

'  f^asaaiOobilisstaiilMiilia^^teaMoiMift* 
Netnitei  vMe^^^Ma^Vista^  tena^iHaai^  ShM^ 
4Sa^lMv  SiAfiea»  ^^Mm.y!  r-  < 

PÁQO— aideia»  Beira-Alta,  fregnexiavda 
Pemj^«taiaMilrQaMelke>><«  ÍI]|ilMMiros 
«  OJÍ.O11  èíitLaMig%  «M)a  diMMa  peiMir 
ee,  distrietOiadBuaistraliTQfdBiYèBeiH  #ipnir 
xió»  áaimaigiaaa  «iqiimAi^  dofiio^  íNiiim 

óHa  B'ealA  aMsÉa^^saidi  díilíDelafuBir 
iifti8átMdra4>>  f>'  :'<-  '•!<(;  /^r*   ..  <•,       -^ 

l>  Yiviaiii  B*«lfo  oft  lefefentefadriaftaft- 
eiseo  e  Joaquim,  já  decrépitos»  de  um  eamt 
ptariaftisMMtaiimpQilaffltttto^e  AnHu^uátà- 
litros; ."  ■»  '>\  -^ 


•»  "< 


1)(Al)a)b^m.  nas  sjfi^s^errts  içoqio  simples 
op^F^ios;  Qaa9,im  À,a  avisurezf  ou  ambição 
qae  os  move,  pois,  tndo  quanto  ppi^eip  apa- 
rar* .«iOr^pobres.        . , 

Também  é  n*esta  aldeia,  a  não  mepos  dis^ 
tim^a^c^  dos  )iifi«'Táar0irAS»*?6||r^|^tada 
#^.^§34,  ÍMM:.twp.capii5o-m6r  dêf^lfalia,  que 
ainda  vive  (i876.) 

^  yp9f9^  df^ompuff^a  ll^e,  Arrnii^ram.  v^ito 
'^.^Cf,^;^fnas,  ain^  a^lin,  .çousfjgulu  q^dar 
j^  Mief .Albfis»  fit^  f evec^ndissU^Qs  AQtonio^ 
Sebastião,^  ^oaé  Gtrips^  quito  dignos  çcclo- 

sias^iqo^  .    .-  ^    r    ^  ,.    j.     .;    ,  :^  .  ■, 

.  .0  t^efrá^  d'esta  «Ideiív  epiuo  o  de  toda 
Aflrigqe^a»ié /eirtillifsimp.  Vide  Peoaí^a.. 

PAçO— freguesia,  Bfctrc^^or^,  cornar* 
«as  ^  «fiiHi#«  dia  Torres  HoitasiiilOl^itofne- 
troa  -^^  I^.fil^wde  Usboa« 

Tem  S50  fogos^ 
rrEfflíiU7rliP)ba«f68i  fogos^i    .. 

:  0ngAN09iiatS69l^ra,4DP|antQ4  ,  í... 

Pa(|Ãi(r^do,4istEicio  idmliústratívo  de 
Santarent:'  .\  .;  /u  rr:'.*) 

.   A ?9i#ra«i4pres^nU¥a  o  cQra,  quo^inha 
i30#000  rto  «^ojé  :A*aHar*  ^:  .    ,  ..  r, , 
' :  E! rif rra.ieitiL  Boni'  Tiabq, . , 

?àíiQiP4£é)r-tnffífiii»i  ]fiQbo,.coi^arça  e 
jCoacelliodeyiâU  V«tde  <foi4larcoi|avfi(e  epn- 
j|el|lft<«*r«lli9((tt>a-:Tde  Pico  de  Regaladoii)  15 
Ukm^f0^iu^^JS(r.  de  Bragsi^  3A(^fao  ^  do 

Em  1757,  tinha  56  fogos. 
^  Off«go^  8^  Migiiol,  «rcbaaio.    : 
*  -«(Âçcebispfid^ie  distrido  administralivo  de 

Snw^    •'.•.'  ^f 

.  f!0  iMiMor  4eSaa4a  Maria  da  Adaúfe,.apre- 
ÊíMMr$>  ofigw^cqlliido,  que- tinha  50  j;000 
réis  e  o  pé  d'aitar. 

Teara^peneolsctiL  JlBiio.tgMloi  «a*  qaça 
grossa  eipind»* 

8A60-^v^  Hiolio-^ide  Paços,  (S.  Ju- 
lião.)     .^)  'íu  •    .  t  •  .  1  •  .  -      .: .   • 

V  «ÁÇO^regi»aiia,  Trax-oa-Hoptes,;  M  ào 
extineta  concelho  doOuteiío»  o  bflteé.do 
'eoneslbo»-  eomare^  4ÍstrMo  «adniialslfativo 
«fbi4iad0>dOfBriga»^  36kllometroa  de  Mi- 
raiida,MV ao  N» de  LísIhmu 

tinha  em  1757,  63  fogos* 

Ofig<V'  &  VicsAiei  nariyr. 


« «^ 


■*     r 


BV« 


PAÇ 


'   O  cábídò  da  Sé  'Aé  Vr^gáiiça  ai^resetttaya 
o  cara,  qtièíhlha  64000  réis  dé  tonjfrtia  d 
o  pé  d'âliâr.       '• 
Esta  fregnezia  está  atínèxa  hâ  ihiiitos  âti* 

ga  easa  sblai',  ha  Teiga  de  IVnso/protfmd  a 
Braga.  "'-^  ♦■;*••• 

Affonso  ^a  Cb^ta,  càv^lhn' Aé  S.IMiígo, 
iréiil  i^hir  Braga/ éom'séi]t  tio,  oireèVkfpê, 
l>.  'Jorge  da^  Ct^stà  (ihftU  dó  famoso  9.  hf- 
ge  da  Costa,  eardtía)  d'AI()6dthAa.>  ' 

Foi  feito  aleaidemór  de  Braga,  éta  949B, 

Casou  com  D.  Brite»  AobeS  Véllèto^  filha 
de  D.  Jòié  Gomes  Pereira;  ê  hcita^  da  aHsé- 
bispo;  D.  Loàrttiçfe  Pereira.  ' '  -    * 

Affimsadtf  Coáta  fòi  9  ftHidador  dl  i^tfsà 
dos  Vasconcellos,  das  Cai^alheilras  fBrargã), 
senhores  do  Paço  d^Ançarh.    ' 

AfiTonso  da  Costa,  era  também  sehbof^  da ' 
Vinha  de  Santa  Eofámia  (CMnpó  dà  VMha, 
onde  está  i^mosfeir^  èf  qnart^Hi^Mimll»— 
hoje  chamado  Campo  de  D.  Lmit!)'^"  ^'"''^ 

ftóean  â  tal  Yinhá  dé  Bà&tá  'ftffeAiia, 
com  o  arcebispo;  V.  Bíogo  dê  Stfttzaí,  <ém  i  ^ 
de  dezembro  de  1808,  ire^sebeAéb*^  FaçOde; 
JíúitÊth  e  os  cásftes  #ií  T«igb  dé  P^.- 

9tkiÉ min;  B.  UMà  úk  Cosrla;  eatfòtt  (tom 
Aaattb  Mendes  Ide  Váseonoelld^  ifeícefid^ 
té  dé  Mániffl  MbUik  \o  ^mè  onírrèli^  Mkvéê- 
sado  na  porta  do  castello  de  Lisboa,  '«m  81 
^oa  25— de  ontnbro  de  il47;d  íllM^  áe  Sgas 
Moniz.)  '         •  *',  '  n  .      I      í 

A  actnal  reptésebOrtitèMÉlk  eásá;  40  ter* 

dadeifos  e  le^tiifl^  YaltoAMeMs;  é  a;  "er.*  \ 

D.  Angélica  Augusta  da  €osta  VascoMUMb  j 

de  Brito  Roby,  oa^a^à  eòtlo  èr:-  J)Mn)ftoio 

di  Canha  Piíttèntel  Homem  fie  TÉaèM*' 
cellos.  --.,....  ^  .-.^ 

Para  as  armaé*4ò6  6etitiiB,'VlieíJMlnii? 
.   As  armas  d*estes  YasconeiMM,  s9ai"   * 

Em  cantpo  preito,  tM  ísMá,  retàúàA  e 

eontrareiradas  de  púrpura  e  prata.    '    ^i' 

'  Timbre,  um  leão  pitta,  kaaà(^<xm4êfreB 

finas 'iad  armafl.  -^í  -'♦•♦ 

'FflÇO  'D'Ml668^1èrm«iA  :àMeia|!Btli» 
Éiildurt^  8obrea*maivm4iréitAM^I^,}Da 
fireguezia  e  coneetho  de  òeifas.  <Yiie  a  pig. 
2!3,  col.  1»,  d'estie  yoI.)  . 

£*  uma  coneo^idfaslÉM  eáta^'4s  ba-^ 


pâç 

vkm,  qm  9Sb  ê/(fÊÍ  optiitM;  lOft  «6  |mIé 
limpidez  das  aguas,  como  por  seren^^pasl 
tio  Midai  como  as  da  eoM>i»  ttair,  que 
fkft^xkba*  'i    •  '  ■    • 

Ba  aqof  mm  lértlBH4eaoiiittaá<^  de  &  Pd* 
dfO)  cOMMit9d«nait»«  IfMrrada  ifmms* 

'  Tem  a  «lieiílSO  logOBw 

4ii|o  ádta«te  ■dO'Ca»tof^  ^«ti'4i  ilono  de 
Mma  Sé^Uiótm  ão  Farto  Sq3^,  mistmld» 
«^MftAdé  êè  Tk  Pedm'II,'ilBd»  Mm  eoi^ 
sarado,  mas  sem  artilhería. 

^tkm  um»  pofoMa  guaraffiè  de  Yfllera* 

nos.  '  -  .1  .    ,i    .  .%  .  :      .     , 

-  A  p<méa'jitaiMeUi;#elle,  pam  Oi,fiiríiei- 
piam  a  orlar  a  estrada  fel»  lado  >dà  iei«& 
'(IW<)  Tirtis  tatás: 'de  «ampo,  aiguaiás  «om 
M«i  qutotlniB  fomwaoa  ^te^  ^^pevio^ 
centes  a  Paço  d^Aroos.  >    -. 

A  itoals!  ftdttfélfpela-  soa  MteM,  é  a  do 
AT  IbOBMi  Marta  BessohefMio  viaeoBâeéB 
Bessone,  «m  il  de  éiiiabvp.de éi7a)\  .  - 
>  iW  este  «»Mdh6iroH<fde  éiiiMiirie#iiie|(o- 
49kiBlé  daifk^aça  de'lils]M«w^qii6anaiidaii;edi>- 
4eiF  «M  cjsft  de  eampo,  fel<»  aioos  de 
M0e,fflfotvf8M  •  iob  «*direc$d«  do^ar.  €i- 

tio  9tÍDtipi0'â«  iéeulo^XVIiI|fl|«eoitM- 
«i  pé«ob{ia  aeiOTJHpaidli  >det.ag«'lJgftsçtm>a 
Jitjedito  «4tti>  luMa  mat  pitau!iot«)ii4aí8 
torreões^^toitiè  <deaim«dMea4utiinUi%a  -tti- 
M«dflç^B«9ieiNMii<imr'ti0»fraftde§j«noi,  e 
é  por  isto,  q«^  M  aidUa^  a^den  «  noam  fde 

Este  palácio  tem  soffrido  «MásiMNAQa* 
Í9èÊ,  Sém/^fcdDtdi^ièillièeétiaimeaDB^lem 
sMMí  «Éoiénmiaf*itt:mòitO'âferaKiBeada,  • 

B'  propriedade  toi?  ira.  4oiuiBff.dMrAtoâ^ 

'  ffaimi  ila^M^iMidslegatie  dé  BMulè 
piMi  m  ^«siMidoe  mi^úm^^^m^WÊVÊúL.  á  ba»- 
wa^iviMybétaioaetdeicateaitlaj  '    > 

Ha  latábém*  «fOi^iiiflíraKiiiimaaMdhíi 
<iiii'<etti^>dnÉdridji  tair^pèb  martiiiift:  de 
Pombal,  e  que,  pelo  seu  grandsittabaBieE  e 
pwMfio/^QIuMi  ODV  fooM»  d«  CMto^  de 


,M 


Mili 


>»'  »    " . 


t    « 


'  «tf  fornida  por 'groi8J»i|iorailas4»  «Ba- 
taria, de  grande  solidez,  e  com  capacidade 


PAÇ 

para  receber  e  dar  segnro  abrigo,  a  navios 
de  grande  lota(^« 

Tem  sido  tâo  inqoaliieavel  o  desmazéllo 
dos  nossos  governos^  desde  a  reinada  dr  D. 
Maria  I»  ^m  esta  BMgoiôea  obra  está  ob- 
struída com  as  areias  do  rio,  einmil. 

A  parte  superior  das  muralhas  é  ainda  tim 
passeio  agradável. 

Em  frente  da  pavoação,  forma  o  Tejo  ttma 
bella  enseada  onde  a  jeeal  assodatão  navali 
costoma  fazer  as  soas  regaias:  festas  pom- 
posas a  fne  csFoeorre  graade  numero  de  ha- 
bitantes de  Lisboa,  e  o  rei,  como  presidente 
da  associação. 

Na  estação  de  banhos  ha  aqni  varias  cor- 
ridas de  touros. 

A'  sabida  de  Paço  df  Arcos,  jonto  á  estra- 
da que  vae  para  Oeiras,  estão  as  importan- 
tes pedreiras,  íío»  fornecem  a  maior  parte 
da  excellente  cantaria,  que  se  emprega  nas 
obras  de  Lisboa,  e  que  •  dio  a  esie  logar, 
grande  movimento  industrial  e  aommer» 
ciai. 

Proxitto  doestas  fieirelras;  para  o  lado  do 
Tejo,,  está  um  tumulo  de  pedra,  com  uma 
inscripçao  etii  iogleB. 

Está  n*elie  sepultado  o  cadáver  do  ]o* 
ven  eommandante  de  um  navio  de  guerra 
britannico,  que  fi>í  venddo  e  merto-  pelos 
francezes,  em  um  combata  naval,  dado  nas 
proximidades  da  barra  de  Lisboai 

Eis  a  traducçao  do  epitaphio.  que  é  um 
modelo  de  insi^lpçSes  sepnlèhraes.      ' 

cBste  mémimentò,  é  consagrado  á  tía- 
moria^eavaHeiro  Gourray  Sbiphy,  dá  eda^ 
de  de  25  annos.-  Foi  capitão  do  navio  de  S. 
If.  B.,  a  Nvmpha.' Poimorto  no  ataque  de 
ama  embarcação  de-gnerra  inimiga,  perlo 
do  Tejo,  no  dia  22  de  abril  de  i808.  Aca- 
éds  que  a  sabedoria  humana  nad  pôde^t^re- 
yer,  nem  qnalqner  esforço  €FVitar,lnallogni^ 
ranr  o  ataque,  a  termlnaranv  a  «ntta,  mas 
dlsthicca^  carreira  do  iseu  eommandante.fiia 
quanto  porém  existir  o  seu  Home  nos  ihíi>' 
naes ;  da  ÍSama,  0  na  lettibrança  da  sua^pa- 
tria,  è  de^asf^rar  que  00  hosaens  boné  o^a» 
ientes,  de  qtiaíqtier  nação,  acatam  as  suas 
cinzas,  o  contemplem  respeitosos  a  ultima 
morando  noa  hèroe.» 


PAÇ 


87S 


Deiaando  a  estrada  qnectmduz  de  Paço 
d*Anoa  a  Oeiras,  afastando^se  um  poueo  da 
beirarniar^  e  segnindo  pela  mesma  direcção^ 
se  aeha  o  pUtoreaco  sitio  das  F<mktt»ha$. 
<Ylde  vol.  3.%  pag.  206,  ooL  2.*)  e  depois^  a 
foz  do  rio  d*Oeiras. 

Está  edificada  em  Paço  d*Arcos,  a  formo- 
síssima cqwlla  do  Bom  Jesus  dos  Navegam' 
tes,  ao  qual  os  povos  d*estes  sitios  dedicam 
uma  fervorosa  dervoção.  O  nosso  querido  po» 
trãa  Joaquim  Lopes,  secundado  pela  fd  e  pie* 
dade  de  outros  cavalheiros,  edos  povos^cir- 
bnmvlstnhos,  fundaram  esta  capellá,  i}ue  foi 
beílzfda  em  8  de  setembro  de  1873.  Foram 
dois  dias  de  summo  regdsijo  ede  pomposas 
festas  para  e^ebom  povo.  Houve  de  tarde 
uma  esplendida  procissio  e  concorrido  ar- 
raial, onde  torcou  a  banda  de  infanteria  n."»  L 
Na  véspera,  houTÀ  uma  Mnda  illumiaação  e 
tnagalfico  fogo  de  artificio. 

Também  foi  inicíader  â*e8ta  lesu  o  legen- 
dário Joaquim  Lopes,  que^  confiando  na  sua 
coragem,  e  fé  no  divhio  protector  dos  nave- 
gantes, tantas' vMaS  tem  aitanoado  á  tnorte» 
ftaS  revoltas  ondas  do  Oceano.  ' 

Além  da  msíge&tosã  fo^ttlridade  ao  Bom  Je- 
sus dos  Navegantes^  também  aresta  capella 
se  faz  outra,  nmito  còncoirida,  ao  invicto 
martyr  S.  SebásHfto,  corh  proi^sSo,  seraiio, 
musica,  fogo  preso,  grande  arraial,  ele. 

Desde  o  dia  8  dt  Membro  de  1873,  prin- 
cipiou também  n'está  capelbi  a  harf^r  missa 
em  todos  os  domingos  e  dias  saaetlttcadoa. 

No  tempo  db»  banhos,  poréea,  tia  missa 
em  todos  os  dias  de  semana. 

Cinco  dias-  depois  da  magestosa  festa  ao 
Setihof  Jésusj  séTeaíisott  um  fmportatitlssi- 
ino  melhoramento  ii'esta  notável  povoação. 
Na  noite  do  dia  i3,  principiou  a  haver  aqui 
illumi^a^  publipa,  melhoramento  devido 
á  camiara  d*OtíraSb 

^  ^  coL  L*  df  i^g.  |37  d*estexVolum^  pro- 
metti  dar  jsiais  iofbrf^açoe^  c^  respeito  ao 
venerando  pcUrão  Joaquim  Lopes;  e,  como 
estou  «ooveacidh  de  que  todés  «se  kiteretsam 
por  quanto  lhe  pçrtçnc^  darei  aqni  uma  re- 
lação da  sua  já  numerosa  descendência. 

Já  disse  (pagi  282;  ool;  2f )  de  qaem  e  on- 
de naseoQ  Joaquiin  Lopes.  1 


^ 


880 


PAQ 


Càsm  a  <0  dè  aorço  de  1823  {#eeebeiido- 
lè  íxt  egrejft  ««triz,  de  Nossa  Seokora<álb 
PnrifieâçãOy  d'OeiTas)»  eom.María  do  Rosa* 
rio;  filha  de  José  d'Oii¥Bira  Aaposo  e  d»Ma* 
ria  da  Rosarfó»  todos  Msciidps  e  bsptisedes 
na  vilia  de  Olhao. 

FiUiae  d6vJoa4tdJii  Lopes»..  - 

111'  •  '•' :.    '    .      .'-:.■  (.; 

ija^lAúza  Roia^  Lopes,  cHief  nasceu  a  i8  de 

. '  j^airo  de  i82&  FaUeoida.  * 

X^^-^QHiriPoAnUmiò  léOp^s,  hqje  palrao  da 
falua  do  Bagú).  Jissceu  a  i3  de  outubro 

r  de  Í828L  Casou  oppi  liaria  4^  Gra^a  Lq^ 

.  pes»  uatural  da  Trafaria  <recebeudo*se  |ia 

...egreja  da  Misericórdia»  de  Usboa^  llesi: 
detio^P^ço  d'Ai^s* 

3^*—  íkirlo$  ^Auguslo  Lopes^  Nasceu  em  ii 
de  i^aio;  de  i834.  Casou  com  ^p^  Faus- 
ta da  Conceição  Ateixo»  natural  de  Oei? 

•  ras.  residentes  em  £^  ^'Áxeof^  É  tripu- 

,  lante  da  falua  do  Bugio^  , 

&.«-r  Joaq%im  Lopes  funiar.  Nasce^.  eqi,i9 

.  de  feveiieira  de  1836.  Caso;a»  em  Iihapeva 
da  Faxina,  província  de  8.  Paulq  (Bra^il^ 

.  iqHuAnna;.da;^yeira«  Êoegoci^utD.em 
ItliapeTa,  onde  refiide« 

Ik^T-.Smlia  Avgusta  Lopse.  Nasceu  a  1^9  de 

,  B^embro  de  i^  Casou  e  reside  em  Pa^ 
çod'Areqa.  i 

Q«?—  Lnic  Fvandsco  Lopes,  Nasceu  a  7f  de 
joi^io  de  i839.  Qasou  toifí  Anoa  Luiza  de 
.Oliveira  (iopes»  natural  4e  Carnide^  %  em- 
pregado ao  commercío,,.e  re^idespte.em 
Lisboa.  ...^  .    !       .    . 

l.^^-^José  de  ileUo  Lopef.  I^asceu.a 29  de 
de  fl^rço  de  i84i.  %  carpinteiro  de  mar 
chadOy  e  tripulante  d^  foiúa  do  Bugio. 
Sokeiro,  residente  eifi  P^qo  d^Arcos, 

Todos  estes  sete  filhos  nasceram  em  Paço 
d'Arcos,  e  foram  baptisados  em  iOeiras. 

Até  hoje  (fevereiro  de  itFiéi  tem  Joaquim 
Lopes  tiNTÉ  B  NovB  netos,  a  saber: 

FUlUMi  de  Quirlno  AAtonio  Lopee 

(POtt  ÒRDBIf  0àS  XbADSS) 

i  *-*  loaqolm  Penreira  Lepes. 

S —Ermelinda  Maria  Mágdalena  Lopes. 


f « 


*  m 


•  I 


1         » 


PAÇ 

3^  Maria  da.Graça  Lopes. 

4  —  Emília  das  Dores  Lopes. .      . . . 

5 —- Joio  Baptista  Lopes.  •>      i 

^«-^CaiioitoadaGDnpei^Lopes.^  - 
T^^Lnáaa da Bnoamaçío Lopes.  ' 
8  ^  Gertrudes  da  Conceição  Lopes. 
9 -^  Elvira  Adelaide  Lepes. : 
10  —  José  Elysio  Lopes* 
ái  —  Quirine  Antónia  L^pes  Jnniort 
li^— JesephiBa  AdekúteLopM^ 

' '  Filhos  de  laaizB,  fU»8a  X<opes 

.    .  •  .       ■ '  •     .    ' 

1  —  Maria  do  Rosário  Lopes. 

5  -^  Fraucifeo  Lopes* 
3 — António  Lopes. 
4-^  Joaquim  Lopefti 


FUboa  de  Joaquim  I^opea  júnior 

L*--Olinda.  Lopes. 
l^rr^Eiidia  Lopes. 

Filhoe  de  Gaelqe  A^>tf™^ '^P^ 
■        •     '.-    . 
i.«— Constança  de  Jesus  Lopeai 

Iv^arios:  de  Jesus  Lopes» 
3,«^^ranoisoo  Rapbael  Lopes.. 
4.*-«:Maria  do  Ro^o  Lopes. 
&«^Jefl6  ^  Jeaus  Lopea 
6.*— Racbel  de  Jesus.  Lopes. 

...  .        t 

Filhos  de  EittiUa  Augusta  Iiopea 

L^^Edusrdo  doSiAnjos  Lop^  Q^ilesa.. . 
a.^--Maria  Clepientina  Lopes  Bellesa* 
S-^-^Adelino  Lopes  Belleia» 
4.*'— fidewiges  Lopes  Bellesa. 
li.*— Angélica  Lopes  Bellesa. 

Ha  em  Paço  d*Arco8  um  bonito  tbeatio^ 
oeda  se  teem  representado  escolhidas  peçaa 
portuguexas  e  fraeeeiM»  por  distinctos  tfãr 
riesos;  assim  como  bellisaimos  grapoe  de 
qitadroe^vwos. 

Ne  dia  9  desetembro.de  i87i^  fpi .aberto 
o  élub  de  Paço  d'ArooS|  sob  a  prenideupia 
de  sr«  marques  de  Proataira  e  mifis  diree» 
^,  dando  o  seu  baile  de  inauguração,  que 
foi  pomposo  e  variadíssimo;  e  oonoorrido 


PAÇ 

por  grande  numero  de  damas  e  catallieiros, 
dâa  ^riaeipaes  íaiáiliâs  qoe  estavam  a  ba^^ 
nhos  por  estes  sítios,  e  vindo  ató  alguibas  dè 
Lisboa.  . 

'  f^çè  d'Arcos,  progride  a  olhos  vistos»  e 
antes  de  muito  {Roubos  annos»  será  uma  das 
mais  bonitas  villas  das  margens  do  Tejo. 

Tem -se  reedificado  muitos  prédios,  econs- 
tríiido  novos,  em  óptimas  condições  de  eom* 
modidáde  e  elegância. 

O  sr.  Osborné  Sampaio,  eomprot»  um  grau- 
de  predto  (1878)  que  vae  renovar  luxno- 
saknemte/  e  melhorar  âs  terras  próximas. 

E*  uma  vistosacoliina,  onde  projecta  coos* 
Iftiir  um  formoso  chalet,  no  golto  suisso. 

Vae  também  arborisar  a  praia  da  Catéêi- 
1%  que  fica  ao  sopé  da  mesma  coUina,  eòn- 
Tertendo  um  árido  areal,  em  formoso  par- 
que e  passeio  agradável. 

Alguns  íDíluentes  de  Paço  d*Âreo8,  secun- 
dados por  cavalheiros  que  para  aqui  costu- 
mam vir  passar  a  estação  dos  banhos,  teem 
esperanças  de  constituir  d'esta  poveaçio 
uma  freguezia  independente. 

PAÇO  BE  CALHEIROS  ou  Paço  Yelho^ou 
Ante-Paço  de  Baixo— nobre  e  antiquíssima 
casa  e  quinta,  Minho,  na  freguezia  de  Santa 
Eufemia  de  Galheiros,  comarca,  concelho  e 
próximo  a  Ponte  de  Lima. 

AnUgâimente^  pertenceu  esta  casa  e  toda 
a  parocbia,  á  antiga  freguezia  de  Santa  Ma- 
rinha d*Aircozôllo,  em  frente  da  viila  de  Pon- 
le  dé  Lima.  (Vol.  1.%  pag.  237,  col.  !.•— ilr- 
cozêllo  de  Idma,) 

£'  esta  casa  o  solar  dos  Galheiros;  pa^ 
droeiros  da  egreja  matriz. 

Jà  a  pag.  47,  col.  2.*,  do  2.<»  volume,  tra- 
tei rapidamente  d*esta  famlHa  e  suas  armas, 
reservando-me  para  em  artigo  especial  (es- 
te) dar  mais  alguns  esclarecimentos. 

Ignora  se  o  primeiro  nome  d'esta  proprie- 
dade'. 

O  mais  antigo  que  se  lhe  conhece,  é  Aaiie 
Paço  de  Baixo. 

Quando  já  tinha  muitos  séculos  de  exis- 
tência, se  denominou  Paço  Velho,  e,  desde  o 
século  XVIII  se  principiou  a  dar-Ihe  o  no- 
me de  Paço  de  Calheiros. 

Procedem  os  Galheiros,  por  vâronia,  de  D. 
Álvaro  de  Luoa,  abbade  de  Rendufe. 


MQ 


381 


Esta  fámilia  lígou-se,  por  easameatos» 
com  as  principaes  da  proviacia.  • 

No  melado  do  século  passado,  em  sentrar 
d'esta  casã,  Dlegu  Lopes  Gaih^os  (avô  do 
sr.  António  Lopes  Galheiros  de  llepetes^^ 
bisavô  dosr:  Sebastião  Lopes  Galheiros  de 
Ifeneses^dos  quaes  adiante  trato.)  Filha  de 
João  Barbosa  Galheiros^  senhor  da.  casa,  e 
ajudante  do  regimento  de  dragões  do  parti- 
do-da  fieira,  e  de  soa  nuÉher^  D.  Joa^a'de 
Amaral  Gabral,  filha  de  Manuel  de  Ports?- 
gàl  MehdoQça  Furtafio,  O;  de  D.'  Maria  do 
Amaral  Cabral,  da  caia  de  BijiQ-Pequeno^ 
na  fjrisguezia  do  Pinheiro  d*Ázere. 

Era  neto  de  Diogo  Lopes  Galheiros,  e  de 
sua  mulher,  D.  Lourença  Paeheoo,  filha  na» 
tural  de  Francisco  de  Brito,  dá  easa  d^  JJ)o- 
bereira~e  bisaeto  de  Payo  Gomes  de  Brito 
(^Iheiros^  senhor  da  casa  de  Sahadao,  e  de 
sua  mulher  D.  Natália  Barbosa  Pacheco,  se* 
nhora  da  casa  de  Lamas,  em  Yictoríno  das 
Donas. 

Pertence  a  esta  esclarecida  familia,  o  nos- 
so distiBcto  engenheiyo,  o  sr.  Sebastião  Lo- 
pes Galheiros  de  Menezes. 

N'esta  casa  nasceu,  a  IS  de  maio  de  17S^ 
António  Lopes  Galheiros  de  Menezes»  filhe  de 
Francisco  Lopes  Galheiros  de  Menezes,  eiàe 
D.  Maria  Thereza  de  Barbosa  Falcão  Sotto- 
Maior. 

Foi  para  a  universidade  de  Goimbra,  em 
ISOly  cursando,  com  distinção,  as  aulas  de 
direito  civil  e  canónico,  graduando-se  em 
leis,  no  anno  de  1807. 

Habilitado  com  a  leitura  do  desembargo 
do  paço,  foi  despachado  juiz  de  fora  da  vii- 
la de  Ponte  de  Líitaa,  exercendo  sempre  com 
a  maior  intelligencia  e  justiça,  este  logar, 
até  1817. 

N*este  anno  foi  para  o  Rio  de  Janeiro  (on- 
de então  estava  a  familia  real  portugueza)  e 
D.  João  VI  o  nomeou  juiz  de  fora  d*aquelia 
cidade;  emprego  que  serviu,  com  iant^  hon- 
radez e  probidade,  como  tinha  exercido  o 
antecedente. 

Em  1821.  foi  nomeado  desembargador  da 
easa  de  Suppltcação  e  Aggravos  de  Lisboa. 

D.  João  VI  estimava  muito  este  digno  ma- 
gistrado, pelas  suas  virtudes,  e  o  consulta- 
va e  ouvia  com  a  maior  attenção. 


)8S 


PAÇ 


Era  um  dos  homens  mais  respeitáveis  de 
Portugal  ii'este  secolo;  honrando  a  magia* 
traimra  pela  soa  austera  probidade;  sendo 
ao  mesmo  tempo  affabilissimono  trato,  t  do 
Em  espirito  cidtivadissimo. 

Seguindo  sempre  com  dedicação  e  siDeer 
rldade  as  ideas  poUticas  da  legítimidaáe, 
era,  pela  soa  tolerância  e  espirito  concilia- 
dor^ estimado  pelos  seos  próprios  inimigos 
politieos  (que  omros  nunca  teve  ném  me- 
Moea) 

Falleceu  no  dia  i5  Oe  détembro  de  i87S^ 
aa  provecta  edade  de  92  annos»  7  mezesie 
10  dias;  deixando  por  seu  universal  herdei- 
ro, seu  sobrinho,  o  dito  sr.  Sebastião  Lopes 
Gaiheíros  e  Menezes. 

FAÇO  D'EIRAS— «Minho,  nobre  e  antiga 
easft  solar,  em  Terras  de  Basto. 

B*  repr^entante  doesta  caai,  e  sua  possui- 
dora, a  sr/  D.  Francisca  Xatier  Ifechado 
d*Àzevedo  Barbosa. 

PAÇO  DE  6IELLA-~(Yol.  3.»,  pag.  980  co- 
lumna  1.*) 

Ha  n*esta  freguezia  de  Gtella  a  easa  do  Paço 
de  que  já  se  fallou  no  logar  próprio,  e  que, 
sendo  ultimamente  dos  marquezes  de  Ponte 
de  Lima,  foi  comprado  pelo  sr.  Nai'císo  Mar- 
çal Durães  de  Faria  (sobrinho  do  actual  sr, 
visconde  de  Porto  Covo.) 

O  sr.  Faria  reformou  exteriormente  eele 
Paço  e  torre,  e  fez  melhorias  grandes  na 
quinta,  tornando  esta  propriedade  umá  for- 
mosa vivenda. 

PAÇO  DE  LANHÊZ£S*^solar,  e  casa  no- 
bre do  Minho,  freguezia,  concelho,  comarca 
«  districto  administrativo  de  Yianna.  Arce- 
bispado de  Braga.  (Vide  Vianna  do  Minho.) 

Abreus  Pereiras  Oimes 

(condes  D*ALlfADA) 

Pedro  Nunes  Cerveira,  sn  do  Paço  de  La- 
nhézes,  foi  l""  marido  de  D.  Suzana  de  Bar- 
bosa e  Almeida,  que  tiveram: 

Francisco  d'Abreu  Pereira,  coronel  de  in- 
fanteria  e  governador  de  Paraiba  do  Norte, 
e  este  a  José  Pereira  de  Brito  e  Abreu,  mes- 
tre de  campo  e  governador  do  castello  da 
Yianna,  etc. 


PAÇ 

Casou  com  D.  Isabel  Josepfaa  Cyrne  Pei* 
xoto,  filha  herdeira  de  Joio  Ribeiro  Cyrne 
Peixoto. 

O  dito  José  Pereira  foi  pae  de  Francisca 
d*Abreu  Pereira  Cyrne,  ^caide-mór  de  Fsr- 
reira,  etc,  casado  cem  D,  Maria  Vicloria  de 
Menezes,  da  casa  das  Covas;  e  avô  Sebastião 
Pereira  Cyrne  d' Abreu,  senhor  do  Prestimo- 
nio  de  Gontinhães^  etc.,  que  esposou  D.Ha*^ 
ria  José  de  Lencastro  e  Menezes,  filha  de 
Gonçalo  Pereira  da  Silva,-  L"  morgado  de 
Bretiandos^  etc.,  e  de  D.  Ignez  César  de  Leo- 
castre,  filha  de  Sebastião  Corrêa  de  Sá,  t^ 
neate  general,  e  d.""  visconde  d*Asseca. 

De  Sebastião  Pereira  e  D.  Maria  José,  nas- 
ceram: 

B.  Maria  Francisca  d* Abreu  Pereira  Cyr- 
ne Peixoto,  2.*  condessa  d* Almada  pelosea 
casamento  com  D.  Antão  d*Almada,  2.<»  con- 
de d*  Almada  e  i4.«  d' Abranches,  mestre  de 
sala  ajudante  d*elrei  e  capitão  de  cavalla- 
ria,  que  tiveram,  D.  Lourenço  que  segue,  D. 
Antão,  casado  com  successão  e  D.  Maria  Vi* 
ctoria,  solteira. 

D.  Lourenço  José  Maria  d'AImada  Perei- 
ra Cyrne  Peixoto,  que  foi  3.«  conde  d'Akns- 
da  e  15.''  d*Abranches,  e  casou  com  D.  Ma- 
ria  Rita  Machado  Oroseo  Castello  Branco,  fi- 
lha de  D.  José  de  Castello  Branco,  l.«  conde 
da  Figueira  e  embaixador  em  Madrid,  bri- 
gadeiro, grãocruz  da  Conceição  e  Torre  Es- 
pada, etc.,  e  senhor  da  casa  d'entre  Hoaen 
e  Cavado  pelo  %.*"  casamento  com  D.  Maria 
Amália  Machado  Mendonça  Castro  e  Vascon- 
cellos,  senhora  da  dita  casa,  e  i.*  condeça 
da  Figueira,  pelo  seu  casamento. 

Tiveram  os  terceiros  condes  d'Almada: 

D.  JosÂ,  demente;  i  D.  Maria  Amália,  qu» 
casou  com  seu  primo,  Sebastião  Pereira  da 
Cunha,  e  vivem  no  castello  de  Portozéllo,  ena 
Santa  Martha  (vide  Portozéllo);  D.  Maria 
Francisca;  D,  Miguel;  D.  Luiz  e  D.  Marta 
Anna. 


1  Depois  do  fallecimento  do  ultime  conde^ 
o  governo  não  concedeu  o  titulo  ao  primo- 
génito ou  ao  seguinte,  conforme  a  praxe  usa- 
da mas  deixou  no  esquecimento  família  tão 
distincta. 


Piíaenta  da  G«nia 

«Domingos  Babosa  da  Cost^  leoent^  eo- 
«ronel  4'iii(4Q(ena  pagai  qw  senruv  W  ^^ 
tda  a  gaerra  de  Carlos  III,  âdalgo  da  casa 
«real,  cavalleiro  de  UhrisU),.  casado  com  D. 
<  « Joaana  Baptista  Roquelha,  filtia  herdeira  do 
«grande  praso  de  Balthaaares,  a  .de  to4a  a 
«casa  de  seas  pães,  coifi  trítNW  para  a  ca- 
«pelia  de  Santa* Clara,  teve. , .  maia  3  filbas 
«doBzellasem  casa.»  ManosíSfiple  de  it7S^ 
qne  eiiistia  no  Archiyo  do  íaUficido  oom* 
mendador  Félix  d*Aodrade  {UU)y-  Forto-P^ 
drozo. 

.  Esta  D.  Joan^a  Baptista  foi  &  iV  fl^bo- 
ra  do  dito  prazo  de  Baltbazaresc 

Saccedea*lhe  D.  Ignacia  Maipiai/Iaaqiiina 
(uma.  das  3  donzeilas)  qoe  casoo  eip  tp  de 
janeiro  de  1768  com  Ãoioni^  Pimenta  da 
Gama  Barreto,  filbo  segundo  de  Balttiaiar  da 
CQnba  Pedra  Palácio,  fidalgo  da  casarei|i,  e 
de  soa  mniber  D.  Jpanna  Lniza  Pimenti^  da 
Gama. 

£'  actualmente  representante  d*esta  fami- 
lio  e  i6.<*  saccessor  do  praso  de  Baltbazares» 
o  sr.  António  Pimenta  da  Gam^,  casado  com 
a  sr.*  D.  Maria  Pbilomena  do  Carmo  d' Aranio 
d* Azevedo,  dos  antigos  condes  da  Barca,  com 
jBUccessão. 

Casa  da  Font^  dos  Gtatos 

(Coelhos  Villas^Boas) 

Manoel  Coelho  Leitão^  dos  Coelhos  senho- 
res de  Felgueiras  e  Vieira,  teve  como  filho 
a  Gonçalo  Coelho  d'Araajo,  senhor  da  Fobh 
te  dos  Gatos,  e  como  neto»  Manoel  Coelho  de 
Araújo,  qae  militou  na  campanlia  da  aoela- 
*  mação  como  auditor* 

Este  foi  avô  de  José  Coelho  de  Castro  e 
Araújo  que  casou  com  D.  Josepha  Jeronima 
de  Sá  Sotto-Maior,  senhora  do  morgado  d;|i 
Abelheira,  e  tiveram,  Manuel  Coelho  de  Cas- 
tro, casado  com  D.  Anna  Margarida  de  Vil* 
las  Boas,  da  casa  de  Leiras,  em  Caminha, 
de  cujo  consorcio  nasceu  D.  Maria  Clara 
Ceelho,  que  casou  com  o  capitão  Fernando 
Lobo  de  Mello  Leite,  que  morreu  na  bata* 
lha  do  Yictoria,  e  foi  pae  do  ocíuiU  so- 


PAÇ 


3«a 


nhor  dos  morgados  de  S.  Bento,  Fonte  dos 
fiatoji  Capella do  Agditor,  e  S.  João.d*Abe- 
Ihein^. 

£*  bacharel  em  leis,  e  casado  com  D.  Ma- 
ria José  49  Conrod  e  ya&coacellos,  tendo  mui- 
tas filhas  casadas,  e  %  filhos. 


I .' 


VMeoaoql^Qfi  MourSo 


Victorino  iqsi  Monteiro.de  VascoaceUoa 
Mourão,  senhor  da^»  casas  d^Foibadeila,  G|ir- 
jaens,  Gouvinhase  Ribabòa,  ff^nente  d^  cavai- 
laria,  e  fidalgo  da  casa  feal»  efa  neto  pater- 
no de  Heitor  de  Vasconcellps  da  Silva.e  Bar- 
ros, casado  com  D.  Felícia  Angélica  Fericaz, 
bem  como  de  João  Monteiro  de  Vascoqcellos 
Plr^s  llourão,  seQbor  da  casa  de  LordeUo^ 
pelo  sen  casamento,  com  D.  Clara  Rosa  de 
Magalhães,,  senh^a  df  casa  de  Quintão,  4|na 
tiveram  a  João  Monteiro  de  Vasconcelos 
Mourão,  senhor  das  casas  de  Siníães,  Cana- 
veses, Quebrada,  Lucim,  Vilia  Cova,  e  Tra- 
vassos, casado  com  D.  Brigida  José  Mariade 
V^eoncello9, 

E'  actual  representante  d*este  nome  o  ca- 
pitão- de  inCsnt^ria  José  Monteiro  de  Vas- 
concellos  Mourão,  que  casou  em  Vianna  do 
Castelio,  cem  D.  liaõria  da  Conceição  de  Fi- 
gueiredo da  Guerra,  que  já  falíamos.  . 
.  ^£'  filho  de  Victorino  Monteiro  e  de  D.  Bfa- 
ria  Preciosa  de  Magalhães^  descendente  de 
Francisco  Alyes  de  Magalhães  de  Carvalho, 
senhor  das  casas  de  Foltiadella,  Gurjães  e 
Gouvinhas,  casj^o  com  D.  Anna  Joaquina 
de  Figpeiredo. 

Heitor  46  Vasconcellos  da  Silva  era  filho 
de  João  da  Silva  Vasconcellos  e  Mello.    . 

PAÇO  DO  LUMIAR— (vide  Lumiar.) 

Em  30  d*abril  de  Í8â2,  os  srs.  Antonip 
Leopoldo  da  Costa  Bueno  e  Níeto  Cavalios 
e  Moscoso— e  José  Maria  da  Costa  Bueno  e 
Nieto  Cevallos  de  VillaLobos  Hidalgo  e  Hos- 
coso,  foram  feitos  viscondes  do  Paço  de  Lu- 

PAÇO  DE  SÔRT£S  —  ffeguezia,  Traz-osi^ 
Montes,  bispado,  districto  administrativo,  co- 
marca, concelho  e  próximo  de  Bragança,  4K 
kilometros  de  Micanda,  480  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Em  i757  tinha  36  fogos. 


m 


m 


PAO 


Òra^,^.  Nicolau.' 

O  rfdilor  de  Bortes  ap^esentáta  (^éét$,  t(M 
tinha  6^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  dè  af  ^ 

tar.  ^'  •'•     '  :»:-...     » 

Estafregnezia  está  ha  utiites  amio^  ani^ 
da  á  de  Sortes,      •  <  -  •   -     -í»    • 

PAÇO  DE  SOUZA— fregnezia,  Douro,  eo« 
marea,  concelho,  e  5  kiidmetrbs  ao  S.O.  de 
Penaflel,  10  ao  N.  do  rio  Douro,  30  ao  E.N.E. 
do  Porto,  330  ?^d  If.  do  Lisboa.       ^    '•' 

Tem  «00  fogos.' 

Em  l?5?,  tíntía  465  fogos.     '^ ' 

Oragoi  O  Salvadoh 

Bispado  e  districto  administrativo  dò 
Porto. 


I  -1 


O  D.  abbade  benedictino  dò  mosteih)  dé 
Paço  de  Souza,  apresentavaí  o  Tigarlo^trie* 
nal  (era  um  monge  d'este  mosrteiro)  que 
tmha  60^000  rérs  de  rendimento: 

£'  uma  vasta,  bonita:  e  riéa  freguezia*,  &!• 
tuada  em  terreno  leremeuté  iiceMebtado,'SO'« 
bre  as  margens  do  rio  Souza,  que  tètn  inor- 
rer  nk  margem  direita  ido -rio  Douro-,  nos^ 
tio  da  foz  do  Souza  (onde  se  d!z  qtrè  fòi  a 
primitiva 'Penafiel.) 

ET  terra  muito  fértil  em  iMa  a  quãtlldade 
de  géneros  do  paiz. 

Cria  t^\xi\o  gado,  de  toda  a  qtiãif  dade-^uoè 
seus  campos  ha  abundância  de  caça  miúdas 
do  chSò  e  do  ar*— o  rio  Souzalhe  fornece  al- 
gum peixe,  6  o  Douto  muito  e  óptimo. 

E'  esta  parochia  uma  dás  mais  antigas  dè 
Portugal,  fundada  HÒ  tempo  dos  gbdòs. 

Tem  um  sumptuoso  mosteiro^  que  fbi  dos 
monges  benedictinos,  fundado  na  era  de 
998  (960  de  Xesus  Ghi-lsto),  por  D.^Troyco- 
zendú  (ou  Trotoxendo,  ou  Troíoxindôy  Õfie- 
desy  neto  de  D.  Arnaldo  de  Bayla,  tronco  dos 
Azevedos  e  de  grande  numero  de  famiHas 
nobres  d'este  reino. 

Junto'  ao  mosteiro,  tioha  Tf oycozendo  o 
aeu  Paço  (que  deu  o  nome  á  freguezSa.) 

Roeste  paço  nasceu,  {(elos  annos  iO&O,  o 
legendário  Egas  Moniz,  filho  de  Muninho  fier* 
migues,  filho  de  Troycozendo  Guedes.    - 

A  egreja  foi  sagrada  p^o  arcebispo  de 
Braga,  D.  Pedro,  antecessor  de  S.  Geraldo, 
em  39  de  septembro  de  1088. 

O  grande  Egas  Moniz,  neto  de  Troycozen- 
do  Guedes,  deu  aos  monges,  ein  1130,  o  pa- 


ço em  que  tiviá.^e  íBrã  dê  seu  avô,  com 
otit^as  muitas  propriedades,  e  lhes  amplioa 
o  édifieiò  dotnosfefro;  que  está  «i!ní'\ith' de- 
liciou ^I1é,p#'bnaé  eorre  oriò-Sdu^a. 


J    •'   •  1:1. 


Bgras  Honlãs 


i    i  .     i 


•     •    •    « 


•  Nobilíssimo' eehfrepido  èavailleiroportit- 
gtíe!^;  modelo'  dè  lealdade'  àò  seu  rei  e  i  sua 
páfHB,''dédi<$ado-  aintgo  e  companheiro  do 
con^  B^.  HenKque,  aio,  mestre  e  consefhei- 
ródíè  D.''Xflrbiiso  Henriques, ao  qndl  de^ 
eou  sèmi^re  xm  amor  paternal  e^ltt^mosls*' 
simo;  catholico  sincero  e  fervoroso:  descen* 
i&i  de  Qika  das  mais  nebres  ftoiiias  néo- 
gothicas  dasHebpahhas.  * 

Gombktètí^taleiiosamente  ao  lado  db  con- 
de D.  Peái^iquVe  depois^  até  umá  èdáAa 
pirotéèta,  em^  loAá»  9A'  campanha!^,  áo  lado 
do  Éteu  pupilo,  D.  Affonso  Henrique».   ' 

T9o  bravo  nas  batalhas,  como*  prudent» 
fi6»^ttSelhos,  foi  o  nàaior  vulto  dolseuiem^ 
po,  e  nenhum  outro  o  excedeu  nas  virtudes 
que  são  o  apanágio 'o  olmattiento  détim  per- 
iltifo  «avtllèiro. 

*  D.  AlTonsoHenriqties  nascera  a  S5  de  )u* 
lho- de  liOO/Dseusiifaes,  que  conheciam  a 
honra,  a  fidelidade  e  a  imeHigencia  de  Egas 
Moniz,  lhe  confiaram  a  educação  de  seu  uni* 
CO  filho,  penhor  da  independência  e  autono- 
mia de  Portugal;  e  Jamais  tiveram  de  arre- 
penderse  da  escolha;  porque  o  joven  prin* 
eipe,  recebeu  de  Beu  orno  (ayo)  uma  educa-- 
ção  esmeradíssima,  da  qual  deu  em  toda  a 
sua  vida  provas  evidentes. 

E  a  santo  ayo,  nSo  só  curou  do  espirito 
do  seu  c^^a^  (educando)  mas  também  do 
corpo,  pois  nascendo  o  príncipe  aleijado  das 
pefúas,  Egas  Morriz, empregou  todos  os  meiòs^ 
tanto  da  medicina,  como  de  oraçSes  e  pro- 
meásas  aos  santos  da  sua  particular  devo- 
ção, e  teve  a  ventura  de  ver  o  printípe»  f^t^ 
fèitamente  curado. 

Finalmente,  D.  Affonso  Henriques  -coteplé- 
ta  18  annos  de  edade  (1128)  eterna  «otíta  4Jk» 
governo  de  P(H'tugaI,  e  n'es9e  mesmo  anuo 
derrota,  em  batalha  campal,  em  São  Mame* 
de,  junto  a  Guimarães,  o  insolente  e  ambicio^ 
so  gallegOi  Fernão  Peres  de  Travai  conde  dè 
Trastatnara.  ^'  


PAÇ 

Ainda  em  1128,  o  rei  de  Leão  (AffoDso  YU, 
ma  primo)  invade  a  provinda  do  Minho  com 
um  numeroso  exercito;  mas  D.  Aflònso  Hen- 
riques o  desbarata  e  pde  em  faga,  na  Veiga 
de  Yalle  de  Vex. 

Egas  Moniz  foi  sempre  inseparável  com- 
panheiro do  príncipe,  batalhando  intrépida- 
mente  a  sen  lado. 

D.  Aflònso  VII,  refeito  das  perdas  da  nl* 
tima  batalha,  e  reunindo  novas  tropas,  vem 
cercar  seu  primo,  que  estava  em  Guima- 
rães, reduzindo*o  a  grande  aperto.  Era  a 
eonjunctura  de  se  patentear  em  toda  a  sua 
inimitável  dedicação,  a  alma  de  Egas  Mo- 
niz. Só  um  acto  da  mais  sublime  abnegação, 
poderia  salvar  o  príncipe  portuguez  (e  a  in- 
dependência da  pátria)-— e  Egas  não  trepida 
ante  o  terrível  sacrificio. 

Conhecendo  o  génio  indomável  do  seu 
príncipe;  sabendo  que  elle  jamais  se  8!:úei- 
taria  á  dominação  estrangeira,  sae  occulta- 
mente  da  villa,  e  apresentando-se  na  tenda 
do  soberbo  monarcha  leonez,  lhe  promette 
obediência  em  nome  de  I>.  Affonso  Henrí- 
quês,  e  que  este  hiria  ás  cortes  de  Leão. 

Toda  a  Hespanha  conhecia  a  nobreza  de 
caracter,  e  a  lealdade  proverbial  de  Egas  Mo- 
niz. O  rei  levanta  o  cerco  e  vae  para  Leão; 
mas  D.  Affonso  Henriques  não  annue  ao  pa- 
cto feito  pelo  seu  aio,  nem  este  o  aconselha 
a  isto;  porém  deu  a  sua  palavra,  e  por  pe- 
nhor d'ella  a  sua  vida  e  a  dos  seus— -e  hade 
cumpríl-a.  Marcha  para  Toledo  com  sua  mu- 
lher e  filhos,  entregar-se  ao  rei  de  Leão; 

Deixemos  fallar  o  nosso  Gamões: 

Não  passa  muito  tempo,  quando  o  forte 
Príncipe,  em  Guimarães  está  cercado 
De  infinito  poder;  que  d*esta  sorte 
Foi  refazer-se  o  imígo  magoado: 
Mas,  com  se  offerecer  à  dura  morte 
O  fiel  Egas,  amo  foi  livrado; 
Que  de  outra  arte,  podéra  ser  perdido, 
Segundo  estava  mal  apercebido. 

Mas  o  leal  vassallo,  conhecendo 
Que  seu  senhor  não  tinha  resistência, 
Se  vae  ao  castelhano,  promettendo 
Que  elle  faria  dar-lhe  obediência. 

xwsmyí 


PAÇ 


385 


Levanta  o  inimigo  o  cerco  horrendo. 
Fiado  na  promessa  e  consciência 
De  Egas  Moniz.  Mas  não  consente  o  peito 
Do  moço  illustre,  a  outrem  ser  sujeito. 

Chegado  tinha  o  praso  promettido, 
Em  que  o  rei  castelhano  já  aguardava, 
Que  o  príncipe  a  seu  mando  submeUido, 
Lhe  desse  a  obediência  que  esperava. 
Vendo  Egas,  que  ficava  fementido, 
O  que  d*elle  Castella  não  cuidava. 
Determina  de  dar  a  doce  vida, 
A  troco  da  palavra  mal  cumprida. 

E  com  seus  filhos  e  mulher  se  parte 

A  levantar  com  elles  a  fiança; 

Descalços  e  despidos,  de  tal  arte 

Que  mais  move  a  piedade  que  a  vingança. 

-^  Se  pretendes,  rei  alto,  de  vingar- te 

De  minha  temerária  confiança. 

Dizia,  eis  aqui  venho  offerecido 

A  te  pagar  com  a  vida,  o  promettido. 

Vés,  aqui  trago  as  vidas  innocentes 
Dos  filhos  sem  peccado,  e  da  consorte; 
Se  a  peitos  generosos  e  excellentes. 
Dos  fracos  satisfaz  a  fera  morte. 
Vés  aqui  as  mãos  e  a  língua  delinquente; 
N'ellas  sós  experimenta  toda  a  sorte 
De  tormentos,  de  mortes,  pelo  estylo 
De  Scinis,  e  do  touro  de  Perillo. 

Qual  diante  do  algoz  o  condemnado. 
Que  já  na  vida,  a  morte  tem  bebido, 
Põe  no  cepo  a  garganta,  e  já  entregado 
Espera  pelo  golpe,  tão  temido; 
Tál  diante  do  príncipe  indignado, 
Egas  estava,  a  tudo  offerecido; 
Mas  o  rei,  vendo  a  estraaha  lealdade. 
Mais  pôde  em  fim  que  a  ira,  a  piedade. 

Para  mais  conhecimento  so- 
bre este  facto,  e  para  evitar- 
mos repetições,  é  preciS3  vér 
a  nota,  a  pag.  355  do  3.<>  vo- 
lume. 
É  certo  que  alguns  escriptores  negam  este 
acto  de  abnegação  e  lealdade,  do  nosso  Egas 
Moniz;  porém  uma  grosseira  escalptura,  se- 
gundo toda»  as  probabilidades,  contempora^ 

25 


3S6 


PAÇ 


nea,  layrada  na  pedra  do  tamalo  do  beroe,  | 
nos  levam  a  acredital-o. 

O  Sr.  Alexandre  Herculano  (que  certamen- 
te ninguém  alcunhará  de  crmdeiro)^  na  soa 
Historia  de  Portugal^iomo  1.%  pag.  287,  e 
na  nota  correspondente,  a  pag.  468  (i/  edi- 
ção, de  1846)^  adduz  provas,  que  nos  levam 
a  acreditar  o  facto  contestado..  Mas,  o  que 
i  quizer  deliciar-se  cqm  a  lenda  poetáca  àe 
Egas  Moniz,  leia  os  Quadros  Históricos  do 
fallecido  visconde  de  Gastilbo,  no  logar  coni- 
petente.  .    . 

O  Sr.  M.  Pinheiro  Chagas  (Part^gmzes  U- 
lustres,  pag.  7)  chama  a  Egas  Moniz  Coelho 
(sobrmho  do  outro — vide  Arcuce)  poeta  do 
amor,  e  a  seu  tio,  poeta  da  lealdade. 

Segundo  o  Anno  Histórico,  tomo  lA  pag. 
499,  Egas  Moniz  falleceu  em  21  de  abril  de 
il46  (o  sr.  Pinheiro  Chagas  diz  que  foi  em 
1144)— e,  finalmente  o  sr.  Carreira  de  Mello, 
diz  que  elle  falleceu  em  li39,  logo  no  pri- 
meiro dia  de  jornada  (de  Coimbra  para  Ou- 
rique) em  que  acompanhava  D.  Afifonso  Hen- 
riques. 

Deixo  á  apreciação  do  leitçr  instruído,  a 
verificação  doestas  datas.  Só  direi,  qu9,  a  dar 
credito  á  inscripção  sepulcbral,  só  o  sr.  Pi- 
nheiro Chagas  acertou. 

Foi  Egas  Moniz  sepultado  em  uma  capai- 
la  particular  do  seu  mosteir»,  de  Paço  de 
Souza;  mas,  no  auno  de  1605,  foi  o  seu  tu- 
mulo removido  para  a  capella-mór,  e  em 
1784  para  o  corpo  da  egreja.  (Ha  também 
quem  diga,  que  o  monumentQ  esteve  primei'* 
ro  no  adro,  depois  foi  mudado  para  uma  e^i* 
pella,  feita  de  proposit»  para  elle,  e  por  fim 
para  a  egreja.)  . 

Este  venerando  monumento  é  de  granito, 
e,  como  já  disse,  mui  grosseiramente  cinze- 
lado. De  mais  a  mais,  nas  remoções  que  sof- 
freu,  pedreiros  ignorantes,  collocaram  as 
suas  diversas  peças  despropositadamente  fo- 
ra 4o  seu  logar,  o  que  evidenceia  a  inscri- 
pção, que  sendo  em  duas  linhas,  e  em  pe« 
dras  diíferentes,  ficou  a  superior  eom  o  de* 
baixo  para  cima. 

Não  havendo  na  nossa  typo- 
graphia  caracteres  semdlhan* 


PAÇ 

* 

tes  aos  da  inscripção,  vã»  os 
actualmente  usados,  que  lhe 
.  .  eorreJ>pondem. 

Na  1.*  linha  (na  que  está  ás  avessas)  se  lé: 

fflC;  REQVIESCIT}  FYS}  dei 3  egas;  M0NI2- 
VIR-  INCLI-n^S-' 

E  na  2.«,  que  está  ás  direitas,  éh: 

era}  mUJSSIMA;  CEin'ESIUA}  2XXXn; 

(Nole-se  que  o  2,  vale  80.  —  O  D,  entio^ 
valiar,  como  hoje,  500,  e  tendo  sobre  elle  um 
risco  horisonial,  valia  8:000.)' 

Quer  dizer: 

tAqui  descança  o  servo  (ou  filho)  de  Dmt^ 
Vgas  títmiZf  tarão  inclitó.  Era  (falleoeti  na) 
íí82>—qae  é  exactamente  o  anno  1144  de 
Jesus-Christo,  como  diz  o  sr.  Pinheiro  Cha- 
gas.' (Veja-se  adiante.) 

O  canteiro  pretendeu  representar  n'est6 
monumento  o  facto  mais  grave  da  vida  de 
Egas  Moniz.  O  primeiro  baixo  relevo  consta 
de  três  pedras^  coUocadas  horisontalmente 
umas  sobre  as  outras,  formando  todas  três 
um  só  lado.  Na  pedra  superior,  s^  vêem  ires 
cavalleiros,  mootados  em  cavallos  sem  ador- 
nos; levando,  aquelles,  as  cabeças  descober* 
tas  e  os  braços  manietados,  levando  o  da 
frente  (provavelmente  Egas  Moniz)  uma  cor- 
dial em  volta  do  pescoço,  e  levando  atrax  de 
si,  e  entre  os  dois  cavalleiros  da  rectagoar- 
da,  um  peão  ou  criado.  Ás  figuras  que  estão 
nos  dois  lados,  parecem  ser  mulheres  do  po- 
vo, vepdo  passar  a  triste  cavalgata. 

Na  segunda  pedra,  yae  o  resto  da  carava-^ 
na,. çpmposta  de  quatro  creanças  a  cavallo 
em  um.  cavallo,  seguidas  de  uma  mulher  (a 
de  Egas  Moniz?)  também  montada,  levando 
á  sua  direita,  a  pé,  uma  mulher,  e  atrax  de 
si,  um  homem  e  uma  mulher— segue-se  uma 
espécie  de  camilha,  com  quatro  creanças^  e 
atraz  d'ellas,  três  mulheres. 

A  segunda  parle  do  monumento,  é  com- 
posta de  quatro  pedras  (a  2.*  de  cima  é  a  que 
fti  coUocada  de  pernas  para  o  ar). 

Na  primeira  se  voem  dois  homenS;,  deitan- 
do na  sepultura  um  corpo—um  bispo,  de  bá- 
culo na  mão  direita  e  um  livro  na  esquerda» 


PAÇ 

em  aeçlo  de  encommendar  o  def  aDcto,  e  duas 
mulheres  lamentandose  (talvez  choradei- 
ras). 

Do  outro  lado,  mas  no  mesmo  plano,  está 
úm  homem  morto^  deitado,  e  quatro  carpi- 
deiras. Uma  figura,  representando  a  alma 
do  def anoto,  dentro  de  tím  circulo,  que  se- 
guram dois  anjos,  figura  ter  sahído  da  boc- 
ca  do  morto,  e  no  acto  de  subir  ao  céu. 

Os  ornatos  do  tumulo,  sâo,  como  elle,  sin- 
gelos 6  toscos. 

Note-se  que  a  data  que  se  lé  actualmente 
no  tumulo,  nâo  concorda  com  a  que  se  lô 
no  Nobiliariê  do  conde  D.  Pedro  (pag.  187  da 
edição  de  Roma);  pois  ahi,  traduzindo  a  in- 
scripçao,  se  diz  — era  de  1184,  que  vem  a 
ser  o  anno  1146  de  Jesus-Christo,  que  mar- 
ca o  Anno  Histórico.  Talvez  que,  com  as  re- 
moções se  destruíssem  as  duas  ultimas  le- 
tras da  lapide. 

Não  podemos  dizer  com  certeza  quantas 
foram  as  mulheres  de  Egas  Moniz.  Fr.  Fran- 
cisco de  Santa  Maria  {Anno  Histórico^  tomo 
1.%  pag.  499)  dá-lhe  apenas  duas  —  1.",  D. 
Wár  Paez,  filha  de  D.  Payo  Guterres  da  Sil- 
Ta— 2.",  D.  Thareja  Affanso,  filha  do  conde 
D.  Affonso,  das  Astúrias;  tendo  de  ambas 
descendentes. 

Outros  escriptores  lhe  dao  quatro  mulhe- 
res, e  até  alguns  cinco  I 

Entre  as  doações  do  mosteiro  de  Salzô- 
das»  sé  achavam  muitos  titulos  de  compras, 
feitas  por  Egas  Moniz  e  suas  quatro  succes- 
mas  mulheres. 

Em  1099,  Egas  Moniz,  e  sua  mulher  Z>. 
Dordia^  compraram  a  Joâb,  e  sua  mulher 
Júlia,  uma  herdade,  em  Paredes  de  S.  Mar- 
tinho de  Mouros. 

Em  1105,  Egas  Moniz,  e  sua  mulher,  â 
mesma  D.  Dordia,  compraram  outra  herda- 
de, no  mesmo  logar,  a  Joào  Sonilo,  e  sua 
mulher  Elvira. 

Parece  que  esta  D.  Dordia,  falleceu  antes 
de  1116. 

Em  1120,  Egas  Moniz,  e  sua  mulher,  D. 
Dorotheia,  eompraram  a  D.  Ejeuva  Prolix 
Guedas,  um  casal  em  Esmoriz,  junto  ao  cas- 
tello  de  BaySo. 

Em  1130,  comprou  Egas  Moniz,  e  sua  mu- 


PAÇ 


387 


Iher,  Maria  Onoriquiz,  a  Mendo  Moniz,  e  sua 
mulher,  Goína  Mendes  (por  uma  muUa,  ava- 
liada em  306  bragaes)  ^  uma  herdade  em 
Lourêdò  Jusano  (Lourédo  de  Baixo). 

Em  1134,  compraram  Egas  Moniz,  e  sua 
mulher,  D.  Thereza  Affonso^  varias  proprie- 
dades, que,  como  as  antecedentes,  deram  ao 
mosteiro  de  Salzédas. 

Em  1142,  Egas  Moniz,  e  sua  mulher,  Gon- 
tina  Ramires,  doaram  a  villa  de  Savarigones 
(hoje  aldeia  de  Sarabigões,  na  fréguezia  da 
Espiunea),  metade  a  S.  Martinho  da  Espiun- 
ca  e  metade  ao  de  S.  João  da  Alpendurada. 
No  mesmo  anno>,  os  mesmos  cônjuges  fize- 
ram uma  carta  demeiação,  de  todos  os  seus 
bens,  no  caso  que  nenhum  d*elles  se  tornas- 
se a  casar,  depois  de  viuvo. 

Os  mesmos  fizeram  o  seu  testamento,  de 
mõo  commum,  em  1143,  no  qual  libertaram, 
por  sua  morte,  todos  os  seus  escravos  mou- 
ros, que  então  fossem  baptisados. 

Se  este  Egas  Moniz  fosse  o  nosso  legen- 
dário Egas  Moniz,  vinha  elle  a  ter  sido  ca- 
sado cinco  vezes,  com  as  seguintes  mulhe- 
res—l.», D.  Dordia— 2.*,  D.  Dorotheia— 3.*, 
Maria  Onofi^uiz— 4.%  D.  Thereza  Afl^onso— 
e  5.%  Gontina  Ramires.  Mas,  com  toda  a  cer- 
teza, esta  ultima  foi  mulher  de  um  outro 
Egas  Moniz,  pois  estes  consortes  ainda  vi- 
viam em  1174,  e  vemos  que  o  nosso  heroe 
tinha  então  fallecido  havia,  pelo  menos,  28 
annos.  Mesmo  que  esta  data  fosse  a  era  de 
Gesar  (que  não  é)  —  vinha  a  ser  o  anno  de 
Jestís-Christo  1136,  quando  elle  tinha  por 
mulher  D.  Thereza  Affonso. 

Est*outro  Egas  Moniz  e  a  tal  sua  mulher 
Gontina  Ramires,  doaram  os  seus  bens  (no 
dito  anno  de  1174)  a  Pedro  Uoniz,  ao  qual 
tinham  creado,  e  elle  os  tinha  servido  <pro 
criancia,  et  pro  servido.» 


^  Um  braçal,  slo  7  varas  de  um  pano  de 
linho  grosseiro,  usado  nos  pmmeiros  séculos 
da  nossa  monarchia.  Era  este  pano  atraves- 
sado com  muitos  cordões.  —  Ainda  hoje  se 
fabrica  nas  províncias  do  norte,  para  toa- 
lhas. 

Na  Terra  da  Feira  e  outras  do  N.,  ainda 
se  dá  o  nome  de  ^ra^o/.á  roupa  branca  que 
a  noiva  leva  com  o  dote— á  que  acha  na  casa 
dolnoivo,  e  também  a  que  tem  uma  casa. 


388 


PAÇ 


Jalgo  pois  que  Egas  Moniz  só  teve  quatro 
mulheres. 

Egas  Moniz,  de  todos  estes  casamentos  te- 
Te  Yarios  fillios,  de  ambos  os  sexos»  que  sâo 
progenitores  das  principaes  (Samilias  d'estes 
reinos. 

Os  monges  benedictinos  de  Paço  de  Són- 
ia, tinham  obrigação  de  dar  aos  bispos  do 
Porto,  um  jantar  (parada)  todas  as  Tezes 
que  allí  fossem.  O  bispo,  Domfiugo,  renun- 
ciou a  este  direito*  em  1116. 

No  tom.  3.%  pag.  672  da  dÁ- 
.  lecçSo  de  Cortes^  que  existe  ma- 
nuscripta  na  academia  real  das 
sciencias,  de  Lisboa»  se  encon- 
tra a  copia  (em  latim)  d*esta 
renuncia,  que  nâo  copio,  pòr 
ser  muito  extensa  e  pouco  im- 
portante. 

No  livro  de  Doa^^  de  Paço  da  Souza,  a 
fl.  32,  se  achava  uma  nota,  de  como  o  mei- 
rinho do  conde  D.  Henrique,  na  cidade  do 
Porto  (Âffonso  Spasandiz),  fez  prender  um 
moço  que  tinha  furtado  umas  ovelhas,  e  por 
Isso  lhe  queria  arrancaros  olhos,  e  que  sen 
pae  as  pagasse.  Os  monges  d*este  mosteiro, 
intercederam  por  elle,  e  conseguiram  que 
fosse  livre  e  solto,  pagando  somente  a  mão- 
posta  (prisão)  e  carceragem. 

O  pae  do  culpado,  em  agradecimento  aos 
frades,  doou  ao  mosteiro  certos  bens  que 
tinha  perto  d'elle. 

Em  1386,  achando-se  D.  João  I  no  seu  ar- 
raial, sobre  Chaves^  recompensou  os  bons 
serviços  do  seu  vassallo,  João  Rodrigues  Pe- 
reira, dando -lhe  Baltar,  Paço  de  Souza  e  Pe- 
nafiel, de  juro  e  herdade^  com  a  jwisdicção 
eivei  e  crime,  e  mero  e  mixto  império;  reser- 
vando somente  a  correição  e  alçada.  (Doe  da 
Camará  do  Porto.) 

Esta  freguezia  formava  •  couto  do  seu  no- 
me, com  justiças  próprias,  e  com  foral,  sem 
data,  tudo  por  D.  Âffonso  Henriques.  Por  al- 
iará de  28  de  junho  de  1777,  foi  o  couto  an- 
nexado  a  Penafiel.  O  povo  de  Paço  de  Souza, 
e  os  monges,  oppozeram-se  a  esta  annexa- 
00 ;  mas,  uma  provisão  regia  do  príncipe 


PAÇ 

regente  (depois  D.  João  VI),  de  23  de  agosto 
de  1794,  extinguiu^  couto. 

A  e  greja  do  mosteiro,  e  matriz  da  paro- 
chia,  é  um  curioso  specimen  de  architectnra 
gothíca. 

Teve  este  mosteiro,  por  muitos  annos,  ab^ 
hades  commendatarios,  que  só  cuidavam  de 
devorar  os  rendimentos  do  mosteiro,  e  naa 
lhes  importava  dos  seus  reparos;  dando  ape- 
nas aos  pobres  monges  o  rigorosamente  in- 
dispensável para  o  seu  sustento  e  vestuário» 
e  para  as  despezas  do  culto  divino.  Tendo 
fallecido  o  ultimo  commendatario,  descen- 
dente em  linha  recta  dos  antigos,  os  monges 
pediram,  e  o  cardeal  rei  lhes  concedeu,  em 
1580,  que  fossem  extinclos  os  commendata- 
rios. Principiou  então  a  serie  dos  abbades 
triennaes,  que  tomaram  a  peito  todos  os  re- 
paros do  templo  e  do  mosteiro,  e  este  foi 
melhorado  e  ampliado. 

Ainda  que  este  sitio  seja  baixo,  é  muito 
aprazível  e  sàdíò,  e  cercado  de  frondosos  e 
gigantescos  castanheiros  e  carvalhos,  que 
lhe  dão  fresca  sombra  no  verão.  O  mosteiro 
e  a  sua  cerca,  foram  vendidos  depois  de  18á4^ 
e  são  hoje  propriedade  particular.  < 

Fallecendo  no  Rio  de  Janeiro,  Francisco 
José  Ferraz,  natural  de  Paço  de  Souza,  dei- 
xou o  remanescente  da  sua  terça,  para  com 
elle  se  construir  aqui  uma  casa-pia. 

O  governo  auctorisou  esta  fundação,  no 
principio  d'outubre  de  1875,  e  nomeou  uma 
commissão  administrativa,  composta  dQ9  srs. 
José  Joaquim  Ribeiro  Taborda,  João  Torres 
de  Andrade,  padre  José  Carlos  Moreira,  Fran- 
cisco Ferreira  Ferraz,  e  Joaquim  Ferreira. 

Poucos  dias  depois,  e  no  mesmo  mez  da 
outubro,  o  governo  expede  a  seguinte  por- 
taria: 

tMinisterio  do  reino: 

«Direcção  geral  de  administração  politica* 
e  civil: 

«Tendo  Francisco  José  Ferraz,  fallecido  no 
Rio  de  Janeiro,  disposto  no  seu  testamento 
que  o  remanescente  da  sua  terça  fosse  ap- 
plicado  á  construcção  de  uma  casa  pia  na 
freguezia  de  Paço  de  Souza,  onde  tinha  sido 
baptisado,  sendo  l:OOOitOOO  réis  destinado 


PAÇ 

pan  â  coDstraeçSo  do  edifleio  e  o  restante 
do  legado  convertido  em  inscrípções  de  di- 
vida pablíca  portagaeza,  para  com  o  rendi- 
mento d'ellad  se  prover  á  conservação  do 
edifieio,  pagamento  aos  professores  e  profes- 
soras e  sustentação  dos  alamnos  dos  dois 
sexos;  achando-se  liqnidada  a  inportan- 
da  de  tâo  valioso  legado  nas  quantias  de 
69:3004000  rs.,  moeda  brazileira,  e  16:500jt 
réis,  moeda  nacional,  qae  se  acham  devida- 
mente arrecadadas;  é  auctorisada  a  funda- 
ção de  uma  casa  pia  na  fregaezia  de  Pare- 
des, sendo  admittidas  n*es8e  estabelecimen- 
to as  creanças  pobres  dos  dois  sexos,  natu- 
raes  da  freguezia  de  Paço  de  Sonza,  poden- 
do ser  também  admittidas  as  das  outras  fre- 
gaezias  do  concelho  de  Paredes,  quando  os 
rendimentos  o  permittirem. 

cAcommissao  administrativa  da  casa -pia, 
<le  aecordo  com  o  testamenteiro  de  Francis- 
co José  Ferraz,  tratará  de  fazer  construir  o 
edificio  e  promoverá  a  conversão  dos  capi- 
tães depositados  em  inscrípções  para  cons- 
tituir o  fundo  permanente  do  estabelecimen- 
to, propondo  ao  governo  o  projecto  do  regu- 
lamento, e  estabelecendo  n'elle  as  condições 
de  admissão  eda  sabida  dos  menores,  a  qua- 
lidade de  ensino,  o  numero  desempregados, 
professores  e  outras  disposições,  etc,  etc.» 

Parece  que  o  governo  não  podia  (não  de- 
via) ordenar  semelhante  transferencia. 

O  caridoso  doador,  determinou  expressa- 
mente que  a  casa-pia  se  fundasse  na  fregue- 
zia de  Paço  de  Souza— devia  ser  alli,  e  não 
em  outra  qualquer  parte. 

Nem  a  faculdade  de  poderem  ser  admitti- 
das na  casa-pia,  construída  em  Paredes,  as 
creanças  de  Paço  de  Souza,  attenúa  em  coisa 
alguma  esta  inqualificável  arbitrariedade» 
excesso  de  }urisdicção  e  abuso  do  poder. 

Perto  do  mosteiro  está  a  bella  casa  e  gran- 
de e  magnifica  quinta  do  sr.  Diogo  Leite  Pe- 
reira, um  dos  mais  nobres  cavalheiros  da 
província,  tanto  por  seus  illnstres  ascenden- 
tes, como  pelas  apreciáveis  qualidades  que 
o  distinguem.  Para  a  familia  dos  Pereiras, 
vide  Feir(í.  Leite  é  um  appellido  nobre  em 
Portugal,  tomado  da  alcunha  imposu  a  Ál- 
varo Pires,  no  tempo  de  D.  Aflfonso  lY.Tra- 


PAÇ 


389 


zem  por  armas— em  campo  verde,  3  flores 
de  liz,  de  ouro,  em  roquete.  Elmo  de  aço» 
aberto,  e  por  timbre,  uma  das  flores  de  lia 
das  armas. 

Outros  do  mesmo  appellido,  usam-^-em 
campo  azul,  3  flores  de  liz,  d'ouro,  em  ro- 
quete— elmo  d'aço,  aberto,  e  por  timbre  uma 
pomba  branca,  em  acto  de  querer  voar,  com 
um  ramo  d'ouro  no  bico. 

Porém  o  ramo  a  que  pertence  o  sr.  Dio* 
go  Leite  Pereira,  é  o  seguinte: 

Da  familia  dos  Leites,  passou  um  indivi- 
duo para  a  cidade  do  Porto,  aparentando* 
se,  por  casamento,  com  os  Pereiras,  e  for- 
mando o  appellido  de  Leite  Pereira. 

Suas  armas,  são— escudo  esquartelado — 
no  1.*  e  4.%  as  armas  dos  Leites  (as  antece- 
dentes) e  no  1*  e  3.*,  de  púrpura,  uma  em 
de  prata  floreada  e  vazia  do  campo  (como 
as  de  Calatrava.) 

Elmo  d*aço  aberto,  e  por  timbre— a  emx 
das  armas,  entre  duas  flores  de  Hz,  ver* 
des. 

Outros  Leites  Pereiras,  usam— escudo  es- 
quartellado— no  1.*  e  4.*  as  armas  primei- 
ras dos  Leites— e  no  2.*  e  3.*,  de  verde» 
cruz  potentea,  de  púrpura  e  vazia  de  prata. 

Êhnod'aço,  aberto— e  timbre— a  cruz  das 
airmas^  entre  duas  flores  de  liz,  de  ouro. 

O  paço  qfie  tinham  aqui  os  ascendentes  de 
Egas  Moniz,  e  onde  este  nasceu,  é  que  se 
julga  ter  dadq  o  nome  á  povoação,  e  i 
provável;  mas  o  que  se  não  sabe  com  cer- 
teza é  se  o  seu  sobrenome  procede  do  rio 
Souza,  ou  do  appellido  dos  senhores  da  ter- 
ra—como  se  ignora  se  o  appellido  Souza  foi 
tomado  do  rio,  ou  o  nome  d'este  provém  do 
appellido. 

E*  esta,  na  verdade,  uma  questão  de  pou- 
co momento,  mas  não  de  todo  destituída  de 
curiosidade. 

Estou  convencido  que  Souza  ou  Sousa  4 
um  substantivo  da  antiga  língua  portugue- 
za;  porque  temos  Souza,  Sôza  (ou  Sóza)^ 
Souzel,  Souzella,  Souzellas,  e  Souzêllo  (psXaA 
quatro  evidentemente  diminutivo  de  Sou" 
za)  o  que  nos  leva  a  crer  que  aquelle  sub- 
stantivo tinha  alguma  significação. 

A  minha  humilissima  opinião,  é  que.sote* 


390 


PAÇ 


za  era  synonymo  de  herança^  herdade^  etc; 
porqaa  no  antigo  portuguez— «ou^o^or— era 
o  mesmo  qae  successor. 

Ha  documentos  do  reinado  de  D.  Diniz, 
que  "ainda  empregam  com  frequência  esta 
palavra. 

O  rio  Souza,  nasce  perto  da 
egreja  de  Moure,  entre  Pom- 
beiro  e  Caramõs,  e  com  um 
curso  de  43  kilometros,  desa- 
gua na  direita  do  Douro,  pela 
Foz  do  Souza,  12  kilometros 
a  E.N.E.  da  eidade  do  Porto, 
em  frente  da  l)onita  povoação 
d\imellas. 

Suas  margens  são,  pela  maior 
parte,    cultivadas,  férteis   e 
formosas. 
Perto  de  Paço  de  Souza  estão  os  solares^ 
dos  BratMes,  da  Torre  de  Coreixas  —  dos 
Aíhaides  Azevedos,  de  Barbosa — e  dos  Pei- 
xotos  da  Silva,  do  Reguengo--à\em  dos  Lei- 
tes Pereiras,  de  quem  já  íallei. 

Egas  Moniz,  teve  os  filhos  seguintes,  das 
esposas  abaixo  declaradas. 

De  D.  Maior  Paes—L.  Lourenço  Viegas^  o 
Espadeiro, 

Doeste  precedem  os  Coelhos,  os  Frades,  os 
Magros,  os  Viegas^  os  Aboins»  noutros. 

D'este8  Aboins,  ó  João  de 
Aboim,  casado  com  D.  Maria 
AíTonso,  filha  de  Aífonso  Pires 
d*  Arganil. 

Este  João  d*Aboim,  foi  o 

que  trouxe  para  Coimbra,  a» 

cabeças  dos  cinco  martyres  de 

Marrocos. 

De  D.  Thereza  Âffonso  —  (fundadora  do 

mosteiro  de  Salzédas)  teve  cinco  filhos  e  três 

filhas. 

D'estes  procedem  os  Athaides,  Soverosas, 
Reimondos,  Alvarengas,  Peixotes,  e  outros 
appellidos  nobres. 

De  todas  as  suas  quatro  mulheres  teve 
descendência.  Vai  declarada  nas  povoações 
onde  fizeram  os  seus  solares. 

Em  frente  da  porta  principal  da  egreja, 
ha  um  vetusto  e  corpolento  carvalho,  ao 
qnaly  uns  chamam  carvalho  d*Egas,  e  ou« 


PAÇ 

tros  (por  abreviatura,  ou  contracção  de  Egas 
Moniz)  Égamós. 

Já  disse  que  aos  monges  deu  Egas  Moniz 
o  paço  em  que  nasceu,  e,  á  sua  custa,  o 
transformou  em  vastos  dormitórios. 

Unida  ao  paço  estava  uma  robusta  e  bella 
torre,  que  também  deu  áos  religiosos. 

Frei  Leão  de  S.  Thomaz  {Benedicíina  Lu- 
sitana) diz  que  no  seu  tempo  ainda  existia 
esta  torre,  servindo  de  hospedaria. 

O  conde  D.  Pedro,  diz  no  seu  Nchiltario, 
que  Truictosendo  Guedes  (o  fundador  da 
mosteiro)  mandou  construir  para  sen  jazi- 
go e  dos  seuâ  descendentes,  uma  egrf  ja,  de- 
nominada Corporal  de  Paço  de  Souza,  que 
ficava  contigua  ao  mosteiro.  ^ 

E'  esta  a  capella  em  que  eu  disse  qae 
primeiramente  foi  sepultado  Egas  Moniz-^ 
depois,  alguns  de  seus  filhos. 

Esta  capella,  estando  a  ameaçar  ruina,  foi 
demolida  em  Í605,  e  os  ossos  do  Ínclito  va- 
rão removidos  para  a  capella  mór  da  egre- 
ja do  mosteiro,  assim  como  os  outros  que 
lá  estavam. 

O  abbade  que  era  em*  1741,  querendo  dar 
mais  elevação  á  capella-mór,  entendeu  qjit 
ficava  mais  commodo  e  barato  rebaixai  a,  o 
que  fez. 

Com  esta  obra,  já  o  tumulo  d*£gas  Monia 
soffreu  mutilações;  e,  quando  em  1784  se 
tornou  a  mudar  o  monumento  para  o  cor- 
po da  egreja,  sofírcu  o  ultimo  desarranjo  e 
deslocação,  ficando  metade  da  inscripçao 
com  o  debaixo  para  cima,  como  já  con- 
tei. 

Tem  o  mosteiro  uma  fonte  d*agua  peren- 
ne,  no  centro  do  claustro,  e  varias  nas  suas 
officinas,  refeitórios,  claustras  baixas,  etc. 

Do  que  fica  dito,  vemos  que  o  mosteiro  de 
Paço  de  Souza,  é  um  dos  mais  antigos  e  ve- 
nerandos monumentos  christãos  de  Porta* 
gal. 

Em  1145,  D.  Dordía,  filha  d'Egas  Moniz  e 


1  N'aquelle  tempo,  não  se  enterravam 
culares  nas  egrejas  nem  mosteiros  de  rega 
lares. 


PAÇ 

de  D:  TbereziÂíTòDso,  deu  á  egreja  dô  mos- 
teiro—fina cappa  creziscOy  et  una  siola  de 
^0  panOy  it  tma  ocí/ara— (uma  capa  d*aê- 
perges,  uma  estola  do  mesmo  pano  e  uma 
alcatifa.)  ^ 

Em  1112,  tinha  D.'  Uniseo  Eri2  f^íto  doa- 
çao  a  este  mosteiro,  de  mnitos  dos  seus  bens 
patrfmoniaes,  accrescentando  —  Do  omniú 
mea  rem  tnovilem  lectorixm:  Çozoãras,  et 
plamazoSf  tapedes  et  almozalás,  simulet  àli- 
fafes,  manteleSj  et  savanas  linulas,  et  íen- 
zos,  palium,  et  (jrezisco^  pellesy  et  pèlliceas^ 
íMintus  superiores^  etc, 

fim  994,  o  abbade,  Randalío,  dfooa  ta- 
rías  rendas  a  este  mosteiro  (em  reconheci- 
mento de  que,  sendo  elle  de  outra  terra^ 
Tractezindo  Galindize  sna  mulher,  Arísmia, 
o  recolheram  no  úiosteiro  de  PalacioU  ^ad 
wtorandum  per  Regula  Canomca  usque  ad 
obitum  meum.) 

Com  a  condição  do  mosteiro  o  sustentar, 
▼estir  e  lhe  fazer  o  enterro. 

Em  12Õ5,  D.  Sancha  Vermades,  mulher 
de  Saelro  Yiegas,  fez,  o  seu  testamento,  no 
qnal  diz  qne  tem  uma  herdade  á  pmte  do 
Douro,  3  da  qual  se  podem  fazer  trez  cà* 
soes. 

Em  1216,  doou  ao  mosteiro  do  Paço  de 
Souza  tudo  o  gu^  tinha  em  Ban^,  Junto  á 
ponte  do  Douro. 

Em  um  documento  d*efite  mosteiro,  de 

1  Os  nossos  antigos  davam  o  nome  de 
acitara,  tanto  a  um  tapete  ou  alcatifo,  to* 
mo  aos  reposteiros,  pannos  de  raz,  manto 
im  capa^  se  eram  de  preciesa  teUa  e  rica* 
miente  bordados. 

^  PalacioU  era  o  antigo  nome  de  Paço  dê 
Souza,  o  que  nos  leva  a  acreditar  que  nós 
primeiros  tempos,  não  se  dizia  em  portugoez 
Paço  de  Souza,  mas  Paço  de  Souza. 

Paço  corresponde  a  Palaciólo—pacinho, 
pequeno  paço  ou  palácio. 

•  Estes  documentos  slo  mais  uma  prova 
de  que,  nào  só  existiu  (á*isso  não  ha  duvi- 
da) mas  se  coneluia  e  serviu  a  famosa  p(m* 
te  sobre  o  Douro,  que  está  próxima  ao  Ber- 
nardo, (Vol.  1.%  pag.  336^  col.  l»;  341,  col. 
1%  no  fim,  a  pág.  390,  col.  2.*,  no  fim. 


PAÇ 


391 


1929,  se  vd  que  lhe  pagavam,  entre  outros 
tributos — o  serviço  {ofíerii)  do  Pasquoêllo, 
pela  Paschoa— o  serviço  do  Penticoste,  pelo 
Espirito  Santo  —  E  treze  homeens  sabudos 
(certos)  pêra  qualquer  serviço  que  os  nós 
quizermos. . .  (aqui,  serviço  entende  se  por 
o  trabalho  de  um  dia.)  E  os  serviços  do  Pas- 
quoêth,  que  he  fogaça  (pão)  de  alqueyre  e 
meyo  de  trigo,  e  hum  cabrito^  e  oito  bilhas,  E 
os  serviços  do  Penticoste,  que  he  fogaça  de 
algueyre  e  meyo  de  trigo. 

Pedro  Moniz  Bachfcho,  cavalleiro  de  La- 
fões, e  sua  mulher  Maria  Cides,  doaram  ao 
.  mosteiro  de  Paço  de  Souza,  metade  da  egre- 
ja de  S.  Thiago  de  Garvalhaes,  em  terra  de 
Laf5es. 

Esta  egreja  era  dos  doadores,  in  soli- 
dumJ 

Por  morte  dos  doadores,  seu  filho.  Mar- 
tim  Peres  Buchicho,  impugnou  esta  doação; 
mas  vefu  a  um  accordo  com  os  monges,  em 
7  de  julho  de  1228,  para  que  a  egreja  fosse 
apresentada  simultaneamente  pelos  frades  e 
pelos  Buchichos,  e  assim  se  praticou  d'ahi 
em  diante. 

Ainda  pude  colligir  mais  apontamentos, 
com  respeito  a  este  convento  monumental, 
porém,  como  são  de  menor  importância,  e 
o  artigo  já  vae  bastante  longo,  fiquemos  por 
aquL 

PAÇO  TEDRO  DE  MAGALHÃES-fregue- 
zia,  lUQnho,  concelho  e  próximo  da  Ponte  da 
Barca,  comarca  dos  Arcos  de  Valie  de  Vez, 
18  kiiometros  ao  O.N.O.  de  Braga,  375  ao 
N.  de  Lisboa. 

Tem  95  fogos. 

Èm  1757  tinha  85  fogos. 

OragOv  S.  Martinho,  bispo. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

O  conde-almlrante  (conde  de  Bézende) 
apresentava  o  abbade,  que  tinha  35OjíO0O 
réis  de  rendimento. 

Esta  freguezia  se  denominava  primeira- 
mente Magalhães.  Depais,  por  causa  do  so- 
lar doa  Magalhães  (que  tomaram  o  appelli- 
do  d*esta freguezia)  se  denominou  Paço-Ve- 
dro-de-Magalhães  (Paço-Velho-de.) 


39S 


PAÇ 


Magalhães  é  um  appeUido  nobre  em  Por- 
tuga], tomado  da  torre  e  quinta  de  Maga- 
lhães. 

O  l.""  que  sç  encontra  com  este  appellido 
ó  Affonso  Rodrigues  de  Magalhães,  no  reina- 
do de  D.  Diniz. 

Foi  senhor  d*esta  quinta  por  ter  casado 
com  D.  Sancha  de  Novaes,  ^  herdeira  da 
mesma  quinta. 

Foi  creado  de  D.  Affonso  lY. 

Tem  brazão  d*armas  completo—  que  é  — 
em  campe  de  prata,  3  faxas  xadrezadas  de 
piirpura  e  prata,  de  três  peças,  em  palia. 

Elmo  d*aço  aberto— timbre,  um  abutre, 
de  prata,  biecado  e  armado  d'ouro. 

Outros  do  mesmo  appellido  trazem  por  ar- 
mas—escudo esquartellado— no  i.*  e  4.*,  de 
prata,  um  pinheiro  Terde-nno  %.•  e  3.*,  de 
asai,  cruz  d'ouro  floreada  e  vasia  do  cam- 
po—elmo  d*aço,  aberto— timbre,  o  pinheiro 
das  armas. 

Outros  Magalhães,  usam  —  em  campo  de 
prata,  3  bondas  enxequetadas  de  púrpura  e 
prata,  de  3  peças,  em  palia. 

0  mesmo  elmo  e  timbre. 

Outros,  finalmente,  trazem— escudo  enxe- 
quetado  de  púrpura  e  prata,  de  3  peças  em 
faxa  e  3  em  palia. 

Elmo  e  timbre^  como  os  primeiros  Maga- 
lhães. 

Antigamente  também  se  escrevia  Manga- 
Ihães, 

E'  actualmente  possuidor  e  representante 
d*esta  casa,  o  sr.  João  Gomes  d'Abreu  de  Li- 
ma Magalhães  e  Menezes. 

A  fundação  do  praso  de  Paço-Yedro,  ó 
de  1596. 

Longa  e  nobilíssima  é  a  serie  dos  fidalgos 
d'esta  família,  que  é  um  ramo  legitimo  dos 
Abreus  de  Merufe  e  de  Regalados  (ao  qual 
também  pertencem  os  senhores  condes  de 
Fornos  d^Algodres.) 

1  Outros  dizem  que  esta  senhora  se  cha- 
mava D.  Aldara  (ou  Aldonça)  Martins  de 
Gastellões,  filha  de  João  Martins,  de  Gastei- 
Iões. 

Foi  seu  filho  (de  Affonso  Rodrigues  e  mu- 
lher) Diogo  Affonso  de  Magalhães,  casado 
com  D.  Ipnez  Torres,  de  quem  nasceu  Aílon- 
so  Rodriraes  de  Magalhães»  senhw  do  eas- 
tello  de  Nóbrega. 


PAÇ 

Os  Abreoa  de  Paço*Yedre,  fotam  ^rnlMB 
senhores  da  casa  de  Anquião;  e  o  sao  ainda 
da  casa  da  Portagem,  em  Coimbra,  e  a  do 
Outeiro,  em  Ponte  de  Lima. 

Doesta  casa  foram  os  dois  briosos  e  valen- 
tes cavalleiros  de  Malta  —  l^ei  Gonçalo  de 
Abreu,  commendador  da  Corcât^Vft— efirei 
António  de  Abreu,  tenente  general  das  ar- 
mas da  siía  ordem,  e  commendador  de  diffe- 
rentas  eommendas. . 

A  egreja  d*esta  freguezia,  foi  matriz  da  vfl- 
la  da  ^onte  da  Barca. 

E*  sagrada,  e  pôde  n'ella  dizer-se  missa 
sem  pedra  d*ara. 

E'  um  templo  antiquíssimo. 

Tem  relíquias  de  S.  Martinho,  seu  9»- 
droeiro. 

Nete-se  que  o  sr.  António 
Yieira  de  Magalhães,  natural 
de  S.  João  d' Alpendurada,  não 
pertence  a  esu  família* 

Foi  feito  barão  de  Maga- 
lhães^ em  i3  de  maio  de  1854» 
6  conde  do  mesmo  titulo^  a  24 
de  maio  de  1870. 

PAÇOS— aldeia,  Minho^  junto  a  Braga»  e 
da  freguesia  de  S.  Yictor,  doesta  cidade. 

Ha  n*esta  povoação  a  casa  nehre  e  muito 
antiga,  da  qual  foi  senhora  D.  Maria  Cândi- 
da de  Araújo  e  Antas  Da  Mesquita,  que,  ca- 
sando eom,  António  d'Aratdo  e  Yasconoellos 
Pereira  Leite  de  Souza  e  Alvim,  se  uniu  es* 
ta  casa  à  de  Lamas,  em  Cabeceiras  do 
Basto. 

(Para  as  suas  armas,  vide  Paço  de  SowuL) 

Está  aqui  a  ermida  de  Nossa  Senhora  dao 
Mercês,  que  fica  a  uns  1:200  metros  de 
Braga. 

Foi  construída  pelos  ascendentes  da  illus- 
tre  casa  do  Laço,  da  mesma  cidade,  nniiinia 
quinta  que  depois  foi  de  António  Pereira  do 
La^o. 

S*  um  bonito  passeio  das  famihas  de  Brm- 
ga,  no  verão. 

No  dia  da  padroeira  se  lhe  costuma  fk* 
zer  uma  bonita  festividade,  sempre  mâito 
concorrida. 

A  primeira  imagem  da  Seidiora,  era  de 
roca. 

O  arcebispo,  D.  Rodrigo  de  Moura  Tellea^ 


PAÇ 

prohibitt  na  sua  archidioeese  as  imagois  de 
roca,  para  se  evitarem  índecencias^  quando 
ae  despiam  e  vestiam;  pelo  que  ae  fez  ,entao 
uma  imagem  esculpida  em  madelrs^  e  é  a 
que  ainda  existe. 

Aa  armas  dos  Lagos,  senhores  d*esta  quin- 
ta-*são~em  campo  de  púrpura,  uma  torre 
de  prata,  sobre  um  lago,  com  três  peixes, 
nascentes,  e  sobre  a  torre,  uma  donzella  ves- 
tida d*azQl,  acompanhada  de  três  flores  de 
Hz,  d'ouro. 

Timbre,  a  donzella  das  armas,  com  uma 
das  flores  de  tiz  d*ellas,  na  mão  direita. 

PAÇOS— fregnezía,  Minho,  comarca  e  con- 
celho de  Melgaço  (foi  do  mesmo  concelho, 
nmts  da  comarca  de  Monção)  70  kilometros 
ao  N.O.  de  Braga,  425  ao  N.  de  Lisboa. 
.  Tem  160  fogos. 

Em  1757  tinha  180  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  As- 

sumpçãoO 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yianna. 

A  mitra  apresentava  o  reitor,  collado,  que 
Unha  1804000  réis  de  rendimento. 

Clima  excessivo,  mas  saudável. 

£  pouco  fértil  em  cereaes,  mas  cria  mui- 
to gado,  e  DOS  seus  montes  ha  grande  abun* 
dancia  de  caça. 

PAÇOS —freguezia,  Minho,  concelho,  co- 
marca, districto  administrativo,  arcebispade 
e  5  kilometros  de  Braga,  365  ao  N.  de  Lis- 
boa, 100  fogos. 

Em  1757  tinha  79  fogos. 

Orago,  S.  Julião. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
^iOjfiOOO  réis  de  rendimento. 

£  uma  das  mais  antigas  fireguezias  do  Mi- 
nho.—Foi  villa.  Fica  abaixo  do  monte  anti- 
gamente chamado  Bastucio,  ou  Bastuço,  na 
encosta,  para  o  lado  do  rio  Laviorto  dos  an- 
tigos. 

Aqui  teve  diversas  fazendas,  Affonso  Nan- 
tes Mires,  das  quaes  deixou  uma  á  Sé  de 
Braga,  em  1073. 

D.  Adozinda,  mulher  de  Mendo  Sijiniz,  op- 
pôz-se  a  esta  doação  e  teve  demanda  com  S. 
Geraldo,  então  arcebispo:  por  fim,  compote- 
ram-se,  em  1106. 

É  terra  muito  fértil.  Vide  Braga. 


PAÇ 


s^ 


PAÇOS —- freguezia,  Minho,  comarca  de 
Celorice  de  Basto,  concelho  de  Cabeceiras 
de  Basto,  40  kilometros  a  N.E.  de  Braga, 
365  ao  N.  de  Lisboa,  90  fogos. 

Em  1757  tinha  77  fogos. 

Orago,  S.  Sebastião,  martyr. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

0  abbade  de  S.  Clemente,  de  Basto,  apre- 
sentava o  vigário,  que  tinha  60^000  réis  de 
côngrua  e  o  pé  de  altar. 

É  terra  fértil.  Cria  muito  gado,  e  nos  seus 
montei  ha  muita  caça. 

PAÇOS-— freguezia,  Minho,  comarca  e  con- 
celho de  Fafe,  18  kilometros  ao  N.E.  de  Bra- 
ga, 360  ao  N.  de  Lisboa,  120  fogos. 

Em  1757  tinha  79  fogos. 

Orago,  S.  Vicente,  martyr. 

Arcebispado  e  districto  administrativa  do 
Braga.      ^ 

A  mitra  apresentava  o  abbade^  que  tinha 
430^000  réis  de  rendimento. 

i  terra  fertiL  Muito  gado. 

• 

N*esta  freguezia  está  a  tasa  do  Ertno, 

N*esta  casa  nasceram  António  Manuel  Lo* 
pes  Vieira  de  Castro,  ministro  em  1836.  i— 
José  Lopes  Vieira  de  Castro,  tenente  de  vo- 
luntários liberaea,  durante  o  cerco  do  Porto 
(1832  a  1834).  Foi  um  militar  valente.— Luiz 
Lopes  Vieira  de  Castro,  desembargador  da 
relação  do  Porto.  Era  também  libera],  e  foi 
do  batalhão  académico  durante  a  guerra  ci- 
vil, que  terminou  pela  convenção  d*Evora- 
Monte.  D*este  era  filho  primogénito,  o  ba- 
charel José  Cardozo  Vieira  de  Castro,  o  in- 
feliz mancebo  de  que  fallo  a  pag.  132,  col. 
1.»  e  2.%  do  3.'  volume. 

Da  casa  do  J^rmo,  foi  fundador  Rozen- 
do  Lopes,  proprietário  abastado  e  de  uma 
respeitável  familia.  Era  capitão  de  Malta,  o 
pae  de  António,  José  e  Luiz  Lopes  Vieira  de 
Castro. 

A  freguezia  tem  sido  ha  muitos  amos  pa- 
rochiada  por  parentes  consangaineos  d*esta 
familia. 

PAÇOS  —  freguezia,  Trazos-Montes^  co- 

■ 

1  O  visconde  d' Almeida  Garrett,  escreveu 
a  biographia  d*este  homem  de  estado. 


394 


PAÇ 


marca  e  concelho  de  Mirandella  (foi  da  mes- 
ma comarca,  mas  do  extSncto  concelh#  de 
Lamas  d*Orelhão),  120  kilometros  aN.E.  de 
Braga,  395  ao  N.  de  Lisboa,  iiO  fogos. 

Em  1757  tinha  94  fegos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Graça. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

O  vigário,  collado,  da  villa  de  Lamas  de 
OreMo,  apresentava  o  vigário,  ad  nutum^ 
que  tinha  40if  000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

A  esta  fregaezia  está,  ha  mais  de  80  an- 
nos,  annexa  a  de  Eixes,  (Yol.  3.%  pag.  10, 
coL  1.*) 

Pouco  fértil  em  cereaes,  mas  abundante 
de  linho,  fructos  e  legumes.  Cria  muito  ga- 
do, e  tem  muita  caça,  grossa  e.  miúda. 

PAÇOS— freguezia,  Trazos-Montes,  con- 
celho de  Sabrosa,  comarca  e  districto  admi- 
nistrativo de  Yilla-Real,  80  kilometros  ao 
N.E.  de  Braga,  430  ao  N.  de  Lisboa,  320  fo- 
gos. 

Em  1757,  tinha  200  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da 
Conceição). 

Arcebispado  de  Braga. 

O  prior  do  Salvador,  do  mosteiro  dos  có- 
negos regrantes  (cruzíos)  de  Paderne,  apre- 
sentava o  vigário,  que  tinha  20^000  réis  d^ 
côngrua  e  o  pé  d*altar. 

PAÇOS— freguezia  extincta,  Traz-os-Mon- 
tes;  está  unida  á  de  Víllar-Sécco,  na  comar- 
ca e  concelho  de  Vinhaes. 

PAÇOS  DE  BRANDiO— freguezia,  Douro 
(no  foral  da  Feira  e  em  outros  livros  anti- 
gos, diz-se  Paço  de  Brandão),  comarca,  con- 
celho e  7  kilometros  ao  O.  da  Feira,  15  ao 
S.  do  Porto,  300  ao  N.  de  Lisboa,  220  fogos. 

Em  1757  tinha  69  fogos. 

Orago,  S.  Cypriano. 

Bispado  do  Porto,  districto  administrati- 
vo d'Aveiro. 

4 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
300^000  rs.  de  rendimento.  (Em  1623,  ape- 
nas tinha  60^000  réis.) 

É  uma  freguezia  rica,  fértil  e  bonita,  a 
partir  cem  a  de  S.  Martinho  d* Anta,  onde 
está  a  formosa  povoação  de  Espinho,  uma 
das  melhores  estações  de  banhos  de  Portugal. 


PAÇ 

É  abundante  de  todos  os  géneros  agríco- 
las do  paiz,  e  cria  muito  gado  bovino,  que 
exporta  para  a  Inglaterra.  O  mar,  que  lhe 
fica  a  9  kilometros  ao  O.,.  lhe  fornece  multo 
e  óptimo  peixe. 

A  egreja  parochia),  rc(*onstrttfda  no  prín* 
cipio  do  século  XVIII,  fica  no  centro  da  fre* 
guezía,  e  o  povo  mais  distante  d*ella,  fica 
apenas  a  um  kilemetro.  A  capella-mór,  foi 
construída  no  fim  do  mesmo  século,  á  custa 
do  abbade  que  então  era  da  freguezia. 

Tem  ricas  pinturas  a  óleo.  O  altar-m^r  é 
muito  elegante  e  rico,  o  tem  5  altares  late- 
raes.  Ê  de  uma  só  nave,  mas  vasta  e  mages* 
tosa. 

Em  frente  da  egrèja  se  faz  em  todos  os 
domingos,  um  importante  mercado. 

Frei  António  de  Figueiredo  {Nova  Malta 
Portuffueza,  tomo  1.-,  §  205,  pag.  363)  diz: 

A  freguezia  de  Palácio  Blandõ  (Paços  de 
Brandão)  i  tinha  nove  casacs,  pertencentes  á 
ordem  de  Malta,  e  metade  da  egreja.  O  mos- 
teiro de  Grijó,  tinha  a  outra  metade,  e  dez 
casaes  (talvez  por  legado  de  algum  dos  dois 
primeiros  Brandões  que  allí  viveram,  depois 
de  terem  vindo  com  o  Sr.  conde  Henrique» 
e  jazem  sepultados  na  egreja  d'aquelie  mos- 
teiro). 

Yése  pois  que  esta  parochia  é  antiquis* 
sima,  pois  já  existia  no  século  XI,  e  que  se 
chamava  então  Palácio  Blandon,  nome  que 
lhe  deu  um  cavalleiro  de  appeliido  Brandão, 
companheiro  do  conde  D.  Henrique. 

Ha  n*esta  freguezia  boas  quintas,  e  cabias 
de  pessoas  muito  distínctas. 

A  Quinta  de  Baixo,  foi  de  um  inglez  (que 
depois  casou  com  a  sr.*  condessa  da  Rega- 
leira). 

A  casa  dos  Pintos  d* Almeida,  d'onde  pro- 
cedem os  Moraes  Pintos  d'Al[neida,  lentes 
de  Coimbra  —  Correias  Leaes  —  Azevedos 
Brandões.  (Um  d'estes  possue  hoje  a  quinta 
da  Torre  da  Capella,^  ou  Paços  de  Brandão^ 
que  deu  o  nome  á  freguezia.) 

A  mais  antiga  fabrica  de  papel  d'esta  fire- 

1  O  nome  mais  antigo  que  se  conhece  d*e8- 
te  logar,  é  Paiaciálo  Blandom,  o  que  nos  ia* 
duz  a  crer  que,  antes  de  se  chamar  Paços  se 
chamava  Paços,  que  é  o  correspondente  ao 
latino  Palactâlo. 


PAÇ 

guezia,  é  a  âo  sr.  João  d^Âzeyedo  d*AKniar 
Brandão,  fundada  pelo  padre  José  Pinto  d* Al- 
meida. 

O  sr.  Manuel  Pinto  d^Almeida,  tem  duas 
—  o  sr.  Francisco  d' Azevedo,  uma  —  o  sr. 
João  Pereira  de  Souza,  uma-— o  sr.  José  Cae- 
tano, uma  — ò  sr.  José  de  Carvalho,  uma — 
e  finalmente,  o  sr.  José  da  Costa,  outra. 

Além  das  fabricas  de  papel  d*estã  flregue- 
zia,  ha  varias  outras  pelas  freguezias  imme- 
diatas— Rio-Meão,  Parámos,  Silvalde,  e  Olei- 
ros. 

A  serraria  a  vapor,  está  fundada  na  ex- 
tremidade  da  freguezia,  entre  ella  e  a  de 
Oleiros. 

O  seu  território  é  bastante  accidentado, 
porém  os  seus  montes  são  de  pouca  eleva- 
ção. 

Tem  muitos  arvoredos  silvestres,  sobre 
tudo,  pinheiros.  É  muito  saudável,  pela  pu- 
reza dos  seus  ares  e  óptima  qualidade  de 
suas  aguas  potáveis. 

A  egrejá  matriz  é  um  templ«  muito  anti- 
go, mas  vasto  e  mmito  decente.  É  no  centro 
da  freguezia.  A  capella-mór  é  magnifica,  e 
foi  feita  á  custa  de  um  piedoso  parocho,  que 
n^ella  jaz  sepultado.  Tem  uma  elegante  tor- 
re, de  cantaria,  com  seu  relógio. 

Paços  de  Brandão,  tem  correio  diário,  e 
uma  boa  escola  d'instrucçao  primaria. 

Tem  um  bello  cemitério  (ao  lado  da  egre- 
já) com  alguns  mausoléus  de  subido  valor. 

Na  frente  da  egreja  matriz,  ha  um  espaço- 
so largo,  circumdado  de  algumas  casas  e 
barracas,  onde  se  faz  todos  os  domingos  o 
mercado  ou  feira. 

Ha  n*esta  freguezia  e  no  fim  do  largo  do 
mercado,  uma  eapella,  pertencente  á  antiga 
quinta  do  Paço  (3.*  voL,  pag.  i60),  proprie- 
dade do  sr.  João  d'Azevedo  Aguiar  Brandão, 
^Iho  do  bem  conhecido,  distineto  a  caritati- 
vo cirurgião  e  deputado  ás  cortes,  já  falleci- 
do,  sr.  João  José  d' Azevedo.  A  casa  que  está 
junto  á  eapella,  mostra  ter  sido  palácio  em 
outro  tempo.  Supponho  que  d'este  palácio, 
ou  paço,  veio  o  nomo  a  esta  flreguezia. 

É  aqui  a  bella  casa  e  óptima  quinta  da 
Portélla,  onde  vive,  com  sua  familia,  o  sr. 
Manuel  Pinto  d^Almeida,  cavalheiro  respei- 


PAÇ 


395 


» 

tável  e  estimade.  Esta  bonita  vivenda  tem 
saias  extensas,  um  magnifico  oratório,  va- 
rias e  grandes  officinas  e  abegoarias;  boni- 
tos jardins  e  bella  estufa.  A  família  da  casa 
da  Portella,  é  uma  das  mais  exemplares  d*es- 
tes  sitios,  e  cuja  dedicada  e  sincera  hospi- 
talidade é  bem  conhecida.  Morreu  aqui,  o 
capitão  de  milícias,  Manuel  Pinto  d'Almei- 
da,  pae  do  actual  proprietário.  Tomaram  lu- 
cto,  por  occasião  do  seu  fallecimento,  to- 
dos os  moradores  d*e9ta  freguezia;  tal  era  a 
estima  que  lhe  consagravam.  Um  creado,. 
preto,  tão  dedicado  lhe  era,  que,  figurando- 
se-lhe  vér  a  todo  o  momento  seu  amo,  dizia 
que  o  seu  sinhor  o  chamava,  e  um  mez  de- 
pois, morreu  de  saudade. 

A  esta  famjlta  pertence  a  do  sr.  José  de  Mo- 
raes Pinto  d* Almeida,  deputado  em  differen- 
tes  legislaturas.  Houve  também  um  bispo  na 
Guarda  e  um  lente  na  universidade  de  Coim- 
bra, que  eram  doesta  familia. 

O  sr.  dr.  Joaquim  d* Almeida  Correia  Leal, 
juiz  de  direito,  também  aqui  tem  uma  boa 
propriedade,  chamada  a  quinta  de  Baixo,  qaò 
foi  solar  dos  barSes  da  Regaleira. 

Ha  n*esta  freguezia  varias  fabricas  de  pa- 
pel, sendo  a  mais  notável  a  do  logar  do  En- 
genho Novo,  do  sr.  João  d* Azevedo  Aguiar 
Brandão,  por  ser  a  mais  importante,  no  seu 
género,  em  todo  o  concelho.  O  sr.  Augusto 
d'Azevedo  Pinto  d* Almeida,  sobrinho  d'aquel- 
le  senhor,  acaba  de  montar  alli  uma  machi- 
na  de  sua  invenção,  pelo  systema  contínuo, 
accommodada  a  papeis  ordinários  e  grossos, 
de  toda  a  qualidade.  N'este  logar  ha,  em 
uma  casa  do  mesmo  senhor,  um  estabeleci- 
mento importante  de  serração  de  madeiras» 
montado  a  vapor. 

Esta  freguezia  tem  uma  estrada  que  liga 
o  largo  do  mercado  com  a  estrada  de  Esmo- 
riz ao  Picâtto,  cruzando  no  logar  do  Enge- 
nho  Novo.  O  sr.  Manuel  Pinto  d* Almeida  fez 
á  sua  custa  outra  estrada  á  mac-adam,  da 
sua  casa  da  Portella  ao  largo  do  merca- 
do, que  da  melhor  vontade  offereceu  ao  pu- 
blico. 

É  uma  bonita  fl*eguezia  e  tem  alguns  le- 
gares maiores  e  eom  ruas  mais  bonitas  que 
muitas  villas  do  reino. 


396 


PAG 


No  logar  da  Barraca^  e  no  tempo  da  guer- 
ra fratricida  (1834),  estava  o  brigadeiro  Pau- 
It  Maurity,  cominandando  as  forças  Itgiti- 
mistas,  estacionadas  em  Oliveira  d' Azeméis. 
Era  sea  ajudante  d'ordens,  José  Joaquim  Soa- 
res Ferreira  (natural  de  Angeja),  que  inter- 
rompera os  seus  estudos,  para  tomar  as  ar- 
mas a  favor  da  causa  do  Sr.  D.  Miguel  I.  Era 
um  mancebo  de  familia  distincta  e  de  fina 
educação.  Passando  este  infeliz  acavallo,  por 
aquelle  sitie  (da  Barroca),  e  encontrando-se 
de  súbito  com  alguns  soldados  liberaes,  estes 
Ike  atiraram  dois  tiros  de  espingarda;  po- 
rém como  nao  o  matassem  logo,  pediu  um 
sacerdote  para  se  confessar,  ao  que  Ibe  res- 
pondeu um  dos  soldados  com  um  tiro  n*um 
ouvido,  íázendo-lhe  saltar  os  miolos^  O  povo 
fez-lhe  n*aquelle  local  uma  ermidasinha  (ál- 
minhas),  alumiada  de  dia  e  de  noite  por  uma 
alampada,  e  é  voz  geral  que  a  sua  alma  é 
santa.  Tantas  offertas  e  esmolas  de  promes- 
sas Ibe  teem  dado,  que  com  o  seu  producto 
lhe  construíram  Já  uma  bonita  capella  onde 
se  pôde  dizer  missa  por  sua  alma.  Um  pin- 
tor distinctOy  estrangeiro  residente  em  Lis- 
boa, fez  para  aquella  capella  um  beUo  qua- 
dro, representando  esta  morte,  e  o  offereceu 
da  melhor  vontade  á  Capella  do  Soares. 

O  sr.  Manuel  Pinto  d'Almeida,  é  qne  lhe 
mandou  construir  a  nova  capella,  no  mes- 
mo sitio  onde  o  infeliz  mancebo  foi  tão  bar- 
bara e  tão  cobardemente  assassinado.  Hoje 
(fevereiro  de  i876)  está  a  capella  quasi  con- 
cluída, e  em  breve  serio  n'illa  recolhidos 
os  restos  mortaes  doeste  martyr,  objecto  de 
respeito  e  devoção,  de  todo  o  povo  da  fire- 
guezia  e  immediatas. 

É  n*esta  freguezia,  e  na  aldeia  de  Gati- 
nho, a  antiga  e  nobre  casa  do  Souto,  que  foi 
de  Joaquim  José  de  Sá  Mourão  Cardoso,  des- 
cendente de  uma  illustre  familia.  Foi  coro- 
nel do  regimento  de  milicias  da  Feira,  e  por 
varias  vezes  presidente  da  villa  d*este  nome. 
Era  um  cavalheiro  digno  e  honradíssimo,  e 
de  muita  illustração.  Teve  duas  filhas  — D. 
Rosa  Emilia  de  Sá  Mourão  Cardozo,  que 
morreu  solteira  —  e  a  Sr.*  D.  Maria  Emilia 
de  Sá  Mourão  Cardozo,  que  ainda  vive.  É 
viuva  de  Domingos  Teixeira  de  Menezes  da 


PAÇ 

Silva  Canédo,  da  villa  da  Feira;  cavalheiro 
que  deixou  no  concelho  gratas  recordações^ 
pela  sua  honradez  e  nobreza  de  caracter, 
verdadeiros  titules  de  nobreza  para  os  seus 
descendentes.  Deixou  seis  filhos  —  os  srs. 
Luiz,  José,  Domingos,  Jullo,  D.  Maria,  e  D. 
Maria  Luiza.  A  primeira  das  filhas,  est& 
casada  com  o  ar.  dr.  Joaquim  Tavares  de 
Araújo  e  Silva,  medico  e  distíncto  opera- 
dor, residente  em  Vousella— e  a  segunda, 
casou  com  seu  primo,  o  sr.  Joaquim  Eduar- 
do Pinto  d*Almeída  Teixeira,  da  Feira. 

Domingos  Teixeira  de  Menezes  da  Silva  Ca- 
nédo,  é  descendente,  por  sua  mãe,  da  nobre 
c^a  dos  Teixeiras  de  Menezes,  de  Cabanei- 
los,  na  fjreguezía  de  Borba  da  Montanha. 
(Vol.  I.%  pag.  419,  col.  !.•) 

Esta  familia  traz  por  armas— escudo  es- 
quartellado— no  i.*  e  4.*,  d*azul,  uma  cruz 
potentea,  de  ouro  —  no  2.*  e  3.%  de  prata, 
um  leão,  de  púrpura,  armado  de  azul,  so- 
breposto de  um  pequeno  escudo  de  ouro, 
com  um  annel  do  mesmo,  perfilado  de  púr- 
pura. Elmo  de  aço,  aberto  —  timbre,  o  leão 
das  armas. 

Os  Sás  Mturões,  trazem  por  armas— es- 
cudo esquartellado  —  no  l.«  e  4.%  enxeque- 
tado  de  azul  e  prata,  de  seis  peças  em  faxa 
e  sete  em  palia— no  S.*  é  3.%  de  verde,  um 
cabtello  de  prata,  entre  duas  faxas  de  ouro. 
Elmo  de  aço  aberto,  e  por  timbre  o  castello 
do  escudo. 

Para  a  genealogia  dos  Sás  Mourões,  vide 
pag.  5S,  col.  2.*,  d*este  volume. 

PAÇOS  DE  FERREIRA— villa,  Douro,  ca* 
beça  do  coneelho  do  seu  nome,  na  comarca 
da  Lousada,  25  kilometros  a  N.E.  do  Porto, 
320  ao  N.  de  Lisboa,  200  fogos. 

Em  i757,  tinha  145  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália,  virgem  e  martyr. 

Bispado  edistricto  administrat.*  do  Porto. 

O  abbade  da  Yandoma  apresentava  o  cura, 
que  tinha  40^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  de 
altar. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  13 
de  setembro  de  1514.  (L.*  de  foraes  novos 
do  Uinho,  fl.  58,  col.  2.*)  Era  então  couto, 
mas  a  sua  capital,  era  a  villa  de  Ferreira. 
(Vol.  3.«,  pag.  171,  ool.  5.*)— Ê  pois  á  villa 
de  Ferreira,  que  o  rei  D.  Manuel  deu  foraL 


PAÇ 

O  concelho  de  Paços  de  Ferreiri,  é  com* 
posto  das  il6  freguezias  segnintes— no  arce- 
bispado de  Braga,  7»  que  sao— Carvalhosa, 
Codôços,  Eiriz,  Ferreira,  Figueiró,  Lamoso, 
e  Raymonda.  E  no  bispado  do  Porto,  9,  qae 
sao— Arreigada,  Frazão,  Freamunde,  Meixo- 
Bil,  Modéllos,  Paços  de  Ferreira,  Pena-líaior, 
Sâo  Pedro  Fins  de  Ferreira,  e  Seroia.  Todas 
com  3:i00  fogos. 

O  território  doeste  concelho  é  muito  fér- 
til em  toda  a  qualidade  de  fructos  agrícolas 
do  nosso  paiz,  e  nos  seus  montes  ha  muita 
caça.  Cria  muito  gado  de  toda  a  qualidade, 
principalmente  bovino. 

A  villa  é  pequena  e  bonita;  mas  não  tem 
edificio  algum  digno  de  menção  especial.  A 
egreja  matriz,  é  antiga  e  de  boa  fabrica,  e  o 
melhor  edificio  da  villa. 

O  couto  de  Paços  de  Ferreira,  era  depen- 
dente da  villa  de  Ferreira;  porém,  como 
aquelle  progredisse  mais  do  que  esta,  foi  o 
coulo  annexado  ao  concelho,  que  por  isso 
tomou  o  nome  de  Paços  de  Ferreira. 

PAÇOS  DE  6AI0L0  —  freguezia,  Douro, 
comarca  e  concelho  do  Marco  de  Canavezes 
(foi  da  comarca  de  Soalhães,  concelho  de 
Bem- Viver),  48  kilometros  a  E.N.E.  do  Por- 
to, 330  ao  N.  de  Lisboa,  250  fogos. 

Orago,  S.  Clemente. 

Bispado  e  districto  administrat.^"  do  Porto. 

(Esta  freguezia  não  vem  no  Port.  Sacro  e 
Profano,) 

Foi  abbadia  dos  marquezes  de  Marialva. 

Está  situada  próximo  da  margem  direita 
do  rio  Douro,  em  terreno  muito  accidenta- 
do,  mas  fértil  em  todos  os  fructos  do  paiz. 
O  seu  vinho,  denominado  do  Baixo-Douro, 
é  de  eptima  qualidade. 

Diz-se  que  o  nome  d*esta  freguezia  lhe 
provém  de  uma  casa  e  torre  que  aqui  teve, 
6  onde  viveu  um  príncipe  mouro,  appelll- 
dado  Gaiôlo;  o  qual,  segundo  alguns,  era 
pae  ou  irmão  da  formosa  e  famosa  Gaia. 
(Vide  Ancora^  rio.)— Gaiôlo,  parece  ser  pa- 
lavra árabe,  diminutivo  de  Gaio,  que  signi- 
fica pequeno --vindo  portanto  a  dizer— P^- 
quenino.  Paços  de  Gaiôlo,  era  uma  das  dez 
beétrias  d'este  reino. 

PAÇOS  DE  PENALVA-Vide  Penalva,  Se- 
pulchro  e  liancozêtlo. 


PAÇ 


397 


PAÇOS  DE  VILHARIGUES  (ou  de  Villarí- 
gas)— freguezia,  Beira-Alta,  comarca  e  con- 
celho de  Vousella,  18  kilometros  ao  N.  de 
Viseu,  280  ao  N.  de  Lisboa,  i90  fogos. 

Em  1757  tinha  131  fogos. 

Orago,  Santa  Mariíha,  virgem  e  martyr. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Vi- 
sed. 

O  vigário  de  Santa  Maria  de  Vousella, 
apresentava  o  cura,  que  tinha  8M00  réis  de 
côngrua,  e  o  pé  d*altar. 

É  terra  fértil.  Muito  gada  e  caça.  Peixe 
do  Vouga. 

Na  aldeia  de  Vílharigues  ha  um  castello 
antiquíssimo,  em  ruinas.  Próximo  a  elle, 
está  a  capella  de  Santo  Amaro,  da  casa  dos 
srs.  marquezes  de  Penalva,  e  ao  padroeiro  se 
faz  uma  grande  festa  no  seu  dia. 

É  povoação  muito  antiga.  Em  1290,  nas 
Inquirições  do  rei  D.  Diniz,  se  menciona, 
já  como  antiga,  a  herdade  de  Paços  de  VUla- 
rigas.  Diz-se  alli,  que — o  Casal  do  Covêllo, 
na  Ventosa,  k  msÂor  parte  da  herdade  de  Pa- 
ços de  Villarigas,  em  Vousella,  e  a  aldeia  de 
Pindêllo,  de  Alafões  (só  um  casal)  eram  fO' 
ramontãos  da  ordem  do  Hospital.  (Vide  Fo» 
ramontdos.) 

Mais  uma  vez  (e  de  certo  não  será  a  ulti- 
ma) me  vou  aproveitar  das  preserverantes 
investigações  archeologicas  do  nosso  incan- 
çavel  escriptor,  e  meu  generoso  amigo,  o  sr. 
Camillo  Castello-Branco.  É  das  suas  obras 
(Noites  de  Insomnia)  que  resumi  o  que  se 
segue: 

0  vetusto  castello  arruinado  de  que  já 
fallef,  e  que  está  na  aldeia  de  Vilharigues, 
é  notável,  e  digno  do  respeito  dos  portugue* 
zes,  por  n*elle  ter  nascido  e  falieeido  um  dos 
mais  bravos  batalhadores  de  D.  AfTonso  V, 
o  nosso  immortal  Duarte  d'Almeida— o  D^- 
c<pada— alferes-mór  do  rei  de  Portugal,  na 
batalha  de  Toro.  ^ 

lá  disse,  a  pag.  309,  col.  2.*,  no  fim,  e  sé- 

1  Não  sei  como  o  nosso  Camões,  qué  nas 
suas  Lusíadas  immortalísou  tantos  feitos  he- 
róicos dos  portuguezes,  fallando  na  batalha 
de  Toro,  se  esqueceu  de  mencionar  o  nosso 
bravíssimo  Decepado  I  —  Aliquando  bónus 
dormitai  Homerus. 


400 


PAD 


villa  d*Âlbafeira,  no  monte  chamado  tam- 
bém Paderne,  que,  provavelmente  den  ó  no- 
me à  vilIa,  OQ  d*ella  o  tomou. 
i  O  monte  é  muito  alto,  e  ao  sopé  corre  a 
ribeira  da  Quarteira,  do  lado  da  qual,  faz  o 
cabeço  um  medonho  despenhadeiro,  tão  per- 
pendicular, que  horrorisa,  e  ninguém  pôde 
subir  á  fortificação,  por  este  lado. 

O  monte  ó  quasi  uma  península,  por  es- 
tar cercado  pelo  Quarteiro,  na  margem  do 
qual,  os  condes  de  Yalle  de  Réis  (hoje  du- 
ques de  Loulé)  teem  uma  quinta,  que  em 
tempos  antigos  foi  das  mais  ricas  e  formo- 
sas do  Algarve,  pelos  seus  9^^^^  pomares 
de  espinho,  hortas,  campos  e  jardins;  e  hoje 
está  em  total  abandono  e  ruina  a  sua  gran- 
de casa,  e  os  pomares  convertidos  em  terras 
de  lavoura;  mas,  muito  férteis. 

Chama- se  mesmo,  quinta  da  Quarteira, 

No  tope  d*este  monte,  ou  penhasco,  é  que 
Qs  árabes  edificaram  o  castello,  quadrado, 
que  occupa  todo  o  plató  do  c;ú[>eço,  tendo 
cada  lado  uns  40  metros. 

Durante  a  dominação  musulmana,  e  ain- 
da nos  princípios  da  nossa  .mon2à*chia,  era 
esta  fortaleza  uma  das  mais  terríveis  do  Al- 
garve, não  só  pela  sua  alcantilada  posição, 
como  porque  as  suag  paredes  eram  forma- 
das de  formigão,  tão  forte  e  tenaz,  que  ex- 
cedia em  dureza  as  muralhas  de  pedra. 

Era  exteriormente  cercada  de  torres,  da 
mesma  matéria. 

A  porta  principal,  fica  ao  £.,  e  é  defendi- 
da por  duas  torres. 

A  ermida  da  Senhora  da  Assumpção,  vul- 
garmente chamada,  do  Castello,  fica  no  cen- 
tro do  recinto  d'este. 

E'  pequena  e  o  tecto  da  capella-mór  é  de 
^bobada. 

Além  do  altar-mór,  tem  dois  lateraes. 

Foi  a  matriz  primitiva  da  povoação  de  Pa- 
derne;  mas  depois,  se  fundou  uma  nova  e 
mais  vasta  egreja,  dentro  da  povoação,  e  é 
a  que  existe. 

Parece  que  esta  egreja  foi  construída  pe- 
los annos  de  1500. 

Era  da  ordem  de  Aviz,  e  um  dos  seus 
freires  era  obrigado  aos  concertos  e  para- 
mentos da  capella  do  castello. 

Antigameate  se  fazia  á  Senhora  do  Cas- 


PAD 

tello,  uma  grande  romaria,  pela  festa  da  As- 
sumpção, vindo  gente  de  Loulé,  Albufeira  e 
outras  muitas  terras. 

Também  se  lhe  fazia  outra  festa  a  %  de 
março,  dia  da  sua  Annunciação. 

Os  povos  doestes  sitios  tinham  grande  de-^ 
voção  com  esta  Senhora. 

A  egreja  matriz  da  freguezia  é  um  bom  e 
antigo  templo,  de  três  naves,  com  altar-mór 
e  oito  lateraes. 

O  parocho  é  administrador  de  uma  pe- 
quena albergaria,  para  viandantes  pobres, 
que  tem  de  renda,  i6  alqueires  de  trig«,  e 
4J(600  réis  em  dinheiro. 

Parece  que  o  nome  lhe  provém  de  Pater^ 
na,  nome  próprio  de  mulher.  Vide  o  Pader- 
ne  seguinte. 

Próximo  à  povoação,  passa  a  ribeira  ão 
Algibre,  nome  corrupto  do  árabe  Al-jabál-'^ 
o  monte— vem  a  ser— ribeira  do  monte. 

Nasce  ho  sitio  também  chamado  Algi- 
bre. 

Junto  a  Pademe,  se  lhe  junta  o  ribeira 
d*Alte,  e  vão  desaguar  na  praia  da  Quar- 
teira. 

Esta  ribeira  é  perenne  no  verão,  e  muita 
caudalosa  no  inverno.  Rega,  moe,  e  traz 
peixe. 

Suas  margens  são  bonitas  em  algumas 
partes,  e  muito  férteis. 

Esta  povoação  fica  a  pouca  distancia  da 
famosa  capella  de  Nossa  Senhora  da  Orada. 

Entre  esta  povoação  e  a  de  Alte,  existe 
um  manancial  de  agua  puríssima,  chamada. 
Fonte  Santa. 

Supp5e-se  que  se  refere  a  esta  fente  a. 
bonita  lenda  que  se  canta  no  Algarve,  e  é  a 
seguinte: 

A  fonte  das  almas 

Em  uma  tarde  de  maio. 
De  taes  flores  perfumada. 
Que  a  Virgem  Mãe  do  Rosário, 
De  tanto  encanto  enlevada. 
Junto  á  margem  de  um  ribeiro 
Geu  e  terra  contemplava. 
Nas  aguas  que  alli  corriam 
Yia-selUa  retratada^ 


PAD 


PAD 


401 


E  do»  myrlos  e  roseiras 
Que  o  ribeiro  refrescaTft, 
Uma  câpella  tecófA 
PfeirA  ar  Virgem  da  Orada. 

Tecida  que  era  a  eapeRa, 
Logo  â*alli  se  ausentara, 
Levando  no  seu  regaço 
O  Filho  que  tanto  amara. 

Hindo  em  meio  do  cannnbo. 
Grande  calor  apertava: 
Agua  o  Menino  pedia, 
Mas  sua  Mãe  não  Ília  dava, 
Que  d*entre  aquellas  estevas 
Nenhuma  agua  brotava. 
Gresda  a  sede,  crescia, 
£  então  a  Virgem  parava. 
Lança  olhos  à  ventura,   ' 
Vé  uma  rocha  escarpada. 
Onde  o  sol  dava  de  chapa, 
Com  tal  ardor,  que  queimava. 

Palavra  que  a  Virgem  disse 
Logo  pelo  Ceu  entrara, 
E  o  rochedo  que  a  ouvira, 
Em  fonte  se  transformara, 
£  logo  da  penha  sécca 
Pura  e  fresca  agua  jorrava. 
Que  aos  pés  da  Virgem  corria 
Como  que  os  pés  lhe  beijava. 

Tendo  o  Menino  bebido,' 
Logo  a  fonte  se  cercara 
D^alecrins  e  mangeronas. 
Que  regava  a  agua  clara. 

Desde  então  foi  esta  fonte 
Chamada  a  Fonte  Fadada. 

i)éra«lhe  a  Virgem  três  chaves 
Uma  d'ouro  e  as  mais  de  prata; 
Uma,  para  ser  aberta; 
Outra,  para  ser  fechada; 
E  outra,  para  alli  guardar 
Almas  puras  como  a  agua. 

Das  almas  qae  a  Santa  Virgem 
Muitas  vdzes  lá  guardara, 
Ficou-lhe  o  povo  chamando 
A  fonte  santa  das  Almas. 

VOLUAffi  VI 


FABERNE  OU  PAOERNA— dregu^sia, 
nho,  eomarca,  concelho  e  3  kilometros  do 
Melgaço,  70  kilometros  ao  B.N.E.  de  Braga» 
420  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  470  fogos. 

Em  1757,  tinha  654  fogos. 

Orago,  o  Salvador. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trátivo  de  Vianna. 

Foi  eouto. 

Fica  sobre  a  margem  esquerda  do  rio  Mi* 
nho. 

O  geral  de  Sapta  Cruz  de  Coimbra,  apre- 
sentava o  vigário,  trienal  (que  ora  um  co* 
nego  regrante  de  Santo  Agostinho — cruzio.) 
Tinha  170^000  réis  de  rendimento. 

Houve  aqui  um  mosteiro  dt  eonegos  re- 
grantes de  Santo  Agostinho,  fundado  pela 
condessa  D.  Paterna,  viuva  de  D.  Hermene- 
gildo, eoindd  de  Tuy,  em  uma  sua  grandio* 
sa  quinta,  que,  com  outras  propriedades  e 
aldeias,  aqui  possuía.  • 

Fez  esta  fundação,  para  aqui  se  recolher» 
com  suas  quatro  filhas  e  outras  nobres  don- 
zellas  do  Tuy,  que  as  quizeram  acompa- 
nhar. 

Em  6  de  agosto  de  1130,  estando  todas  as 
obras  terminadas,  foi  sagrada  a  egreja,  e  o 
mosteiro,  por  D.  Payo,  bispo  de  Tuy,  que, 
também  no  mesmo  dia  o  dedicou  ao  Salva- 
dor, e  lançou  á  condessa,  suas  filhas  e  com- 
panheiras, o  habito  das  eonegas  da  Santo 
Agostinho. 

Mandou  par^  confessores  e  capellães  das 
oonegas,  sete  derigos  de  bòa  vida;  os  quaes, 
em  1138,  se  fizeram  regulares»  sob  a  mes^ 
ma  regra^  de  Santo  Agostinho,  vivendo  em 
communidade. 

A  condessa  lhes  mandou  fazer  claustros, 
dormitórios,  eellas  e  mais  ofScinas,  do  lado 
do  sul  da  egreja,  que  os  dividia  das  freiras, 
que  ficavam  ao  norte. 

A  fundadora,  foi  a  l.«  prioreza  das  flreiras, 
e  D.  Ramiro  Paes,  o  primeiro  prior  dos  re< 
ligíosos. 

A  povoação  tomou  ò  nome  de  Paterna 
(que  dep3is  ae  corrompeu  em  Padéme)  por- 
que ao  convento  se  dava  o  nome  de  nmtei^ 
ro  da  Paterna, 
'  A  Qoadessa  falleees  a  6  de  janeiro  de  li40, 

S6 


403 


PAP: 


ao  lado  .4o  'l^ogoUi^  Aa  capeUi^Biór  .(a 
qual»  depoiB  ntv&ii:  «Í6.M^eturi3^U'aoft  ogM^ 
gos)  com  a  sua  figura.  aobrQ  a  Uippi^  «n 
meio  relevo. 

Jaato  a  ella,Q»l4,Uiptem4e  ip^iojeliQTO, 
a  estatua  de  um  gaerr^tp,  qae^  é  prqvnvel- 
m^Wte  o  QopidfiJD^  Heriwnegildo. 

Tem  ama  inscripçáo,  que»  por  gasta  é.ib^ 
givel.  1 

SaGeed0q^eiqapníor^,  soa  filba,  D,f  1* 
Tira,  á  qaal  D.  Âffonso  Henriques,  dooiíiit 
couto  dof  «iepiM^  fl(iDii,iifcili,ooDi  a  iuciídi- 
çâo  eiyjel^ein^Ufi.Mpba.' . 

N^oatadonQ^o  ^i  o  xnodaicha,  qae  lha  fi-^ 
zéra  pelçis  bomi  s^i^vífos :  qiie  aa  fiaras  Ibf 
Uobam  fcíuvíiqwindo  ^l|#i  íBsiaya  sitiando 
Cas^o-JUt)Qreirot.<naa4aDdQTtt0  oiautimet- 
tos  e  alguns  caivallo^  seodio  um  d'eUe8  mui*» 
to  formosa  0  rMAoieiHd  ajaatado»  paf  a  o  ser* 
viço  do  íWfmq  rei< 


U.    I 


Nem  o  próprio  chronista  dos  crozios,  pô* 
de  ssJber,  j^aar.d^  todas  as  ^uas  investiga* 
çõesy  quando  deixaram  de  baver  freiraa 
]i'estd  moataín». 

Sabe  se  a|)Ma^..qao  em.  1348  já  aqui  a6 
haviam  ijrados,  tendo  ^ettao  por  prior,-  O. 
João  Piíes,  granule  pairUdamo  de  D.  Affonso 
UI;  peio  qjM  eater**ei  /etao  convento  grauh 
des  doa^S^  ^ilho  dea  grandes  privilégios^ 
n*esse  anno. 

Este me^mopnor, D/ Joào  Pires,  semM a 
^eja  vellia  muito  peqqdna,  a  ifez  demolir 
em  1264,  coqstrulndO' a  actual,  que  foi  sa- 
grada  por  D.  Ettigáio/  bispo  de  Tu);  em  6 
de  agosto  do  mesmo  anno. 

O  conto  de  Pademe,  estava  entre  o  tettpo 
das  viila^  de  Hélgaiço,  e  da  de  Valladares,  do 
AUo-Minbo. 

Havendo  duvid^  sobrei  a  jurisdição  civti^ 
dos  cónegos  no  seu  i^oato,  D.  Manuel  Abe 
coQfíraioii  «^jmrJHiitSoiPemill  de.^oeio< 
de  1517. 

O  .prior.  4o>moAteir(v  enatcapitiovm^rydo 
conto,  ei^^DMUM  as*  suas  jusii^s^  eiforivifla 
e  officiaea^ '  ni  fi  o  I  r     •    :        -    .    ". 

Em  1594,  foi  este  convento  unido  ao  de 
Saola  (]nu  dtt  Goimbrab  deixando  oa  pilo« 


PiJD 

res  de  ser  perpétuos,  como  «i4rW<|o,  para 
serem  triena/es«  1 

Em  1640,  e  durante  toda  ajgowrai  da  res- 
tauração, f^aD  prior  de  Padem^n  J|  Simão 
da  Paixão,  grandes  serviços  à  pátria,  como 
capitao-mór  •  do  sou  couto^  f , .  >.  t : .  \ 


r  > 


ii 


l 


linba  este  nipst^iro  passado*  atffon^penda- 
tarios,  no  socòlot  XV«  e  o  forais,  nus  fidal* 
gos  gallegos,  chamados  Mogueimas  Fajar- 
dos, que  deixaram  muita  sussaçiU  n*e8te 
reino.  ^ 

Fundaram  a  quinta  de  (PonteieUes,  qae 
depois  foi  do  eapítão,  Pedro  Padoid,^  casado 
com  a  filba  de  Diogo  Orti2  de  Távoíti,  filho 
de  Gregório  Mogneima  Fajardo* '    ^- 

Por  morte  do  ultimo  commeadataMo,  quo 
foi,  Diogo  de^Alarcdo,  é  cjue  0'rtf  Dl  Sebas- 
tião mandou  untr  o  mosteiro, 'Siiriiè  Santa 
Cruz  de  CoitifbFa;  o  que  só  vefn  a  effectuar- 
se  já  durante  a  Usurpação  de  D.  Philíppe  H, 
por  bulia  de  Clemente  Yin,  dei  lOQk 

Os  crusios  venderam  depois  o  mosteiro,  a 
cerca  e  o  senhorio  do  couto,  aos  Caldas,  de 
Badim. 

A  egreja  do  mosteiro,  foi  sempre  a  ma^ 
triz  da  fregdezia,  e  do  padroado  <&  Santa 
Cruz,  de  Coimbra. 

PADIIIDAGRAÇA— fregaezía,Minbo,  oon- 
celbo,  comarca,  districto  administrativo,  ar- 
cebispado e  6  hilometros  de  Braga,  360  ao 
N.  de  Lisboa. 

Tem  160  fogps. 

Em  1757,  tíntia  iÒ6  fogos. 

Orago,  Santo  Adrião. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
i550  alqueires  de  pão,  e  cinco  pipaf  de  vi- 
nbo.    ^ 

E'  terra  muito  fértil.  Muito  gado  e  caça. 

PADIMfiADAMENTE  -^  e  mais  adtigo  — 
Paa(ímtoíani^0^  por tuguez  antigo — da« 
ramente,  manifeatamente,  etc. 

PADORNÊLLO  ouPSDORNÊLLO— fregue- 
zia.  Douro,  comarca,  conceiho  e  7  kilflmetros 
ao  N.  d*Amarante,  48  kilometros  À  E.  de 
Braga,  48  a  N.E.  do  Porto,  345  ao  N.  de 
Lisboa.! 

Tem  170  fogos. 

Em  1757,  tinha  93  fogos. 

Orago,  Santo  André^  apostolo. 


<•  .*' 


PAD 

Arcebispado  de  Braga,  átstriet6  adainis» 
trativo  do  Porto.  *     n     :>7 

'  O'prior  do  convento  dbmínicd  de  S.  Gòn- 
çi\&  d'Ainàrante,  apresentava  o^ni^  (Jdéftf^' 
nha  30^000  réis  de  coogfna  è  ò  )^  de 
altar.  *  ^• 

£*  ntna  poVoa^o  rica,  fértil  e  bonita,  si- 
tuada nas  margens  aò  Rio  Mendo  e,  qnò  em 
grande  parte,  deve  asQaprbsperÍdá(ísi«eit-^ 
eeltente  fábrica  de  lanificfos,  alii  fnndada^èm 
IMO,  e  qne  é  bofe  uma  dáá  principaes,  â*es« 
te  género,  em  Portugal. 

Está  aqui  uma  torre,  a  qual,  segundo 
coi^sta,  foi  residência  de  D.  Loba  Mende^/fl* 
Iba  de  Itfem  de  Gondar,  e  mulher  de  Diogo 
Bravo,  de  Riba-Minbo.  '     " 

Esta  senhora  era  muito  rica  e  caridosa,  é 
deixou  certas  rendas  e  propriedades  ao  con- 
vento de  S.  Gonçalo  d* Amarante,  coth  W  obri- 
gação de  darem  em  todos  os  dídS  do  afaíio 
esmolas  a  todos  os  pobres  que  se  apreseh- 
tassem  à  portaria. 

Este  legado  cumpríu-se  religiosamente  até 
i834.|)epois  consolidaram-se  as  rendas  e  pro- 
priedades destinadas  a  esta  grande  obra  dé 
caridade,  e  lá  se  foram  as  esmolas  t 

Esta  frêguezia  está  nos  confins  da  provin- 
da do  Minho  (segundo  a  divisão  que  exis-^ 
tiu  até  i834)  e  próximo  á  de  Trazos-Mon- 
tes,  que  lhe  fica  a  N.E. 

Pica  a  povoação  escondida  entre  as  penei- 
dias  qne  limitam  o  estreito  valle  por  bède 
corre  o  dito  ribeiro  Mendo,  ou  Ruy  Mendes, 
que  aqui  perto  morre  no  Tâmega. 

Padornéllo  era  uma  pobre  aldeia,  cnjos 
habitantes  apenas  viviam  da  agricultura,  e 
de  criarem  algum  gado. 

Viviam  quasi  ignorados,  quando  veiu  o 
principio  da  associação,  em  cemeços  de 
1889,  estender-lhes  a  mão,  dando-lhes  alen- 
to e  uma  nova  vida;  e  conseguindo  que  es- 
ta povoação  fosse  conhecida  em  todo  o  rei- 
no, como  uma  das  príncipaes  terras  indus- 
triosas de  Portugal. 

Orna  empreza,  composta  de  quatro  sócios^ 
sob  a  firma  commeroial  de  Garcia  Ribeiro 
h  G.*,  fundou  junto  á  povoaãção,  umagvaftf 
de  fabrica  de  lanificíos,  cujo  motor  é  a  agua 
do  ribeiro  de  Rio  Mendo. 


PAD 


403 


A  sociedade  Qardã  Ribeiro  é  C.%  foi  dis- 
solvida, por  escriptura  publica,  de  Í5  d'ágos* 
to  db  M68. 

Pertence  hoje  eslef  estabelecimento^  ao  ku 
attlig^  sócio;  o  sr.  Mknoei  Pereira  da  SHva, 
dfttidade  do  Porto,  e  ao  sr.  António  José  da 
Gostai  de  Amarante;  pôr  twntracto  celebra* 
do  em=9'de  fevereift^  de  1869;  com  o  fondo 
social  de  60  contos  de  réis. 

Os  ijbfis  resultados  da  empreza,  pela  prom- 
pta  venda  dos  seus  acreditados  productos, 
teiÀ'  klitmado  os  sócios  a  varia»  ampliações 
cníélhofálíhentes,-  b  Itoje  está  ntn  óptimo  es* 
tàbèfecíiÀento  imMisIrfàl,  empregando  gran- 
de numero  de  braços,  dé  anfbos  os'sexos. 

O  edificio  da  fabrica,  é  n6vo,  construído 
expressamente  para  este  fim;  tendo,  alem 
da  paite.  pridcfpal,  variOs  corpos  aoeesso- 
rios. 

Eftá  edificado  na  falda  dé  um  monte,  jun- 
to á  ribeira  cujas  aguas  lhe  servem  de  pro- 
pulsor, e  que  traz  quasi  sempre  bastante  vo- 
lume de  flTgna,  e  uma  correnie  bastante  rá- 
pida, erii  rasló  do  seu  declivôsd  leito,  onde 
se  admiram  muttos  salto»  ou  catadupas,  al- 
gàmas  de  um  effeito  pittoresd);  e  suas  mar- 
gens sao  «m  parte  cultivadas  e  bonitas,  e 
sempre  âiferessantes  peta  éna  alpestre  bel- 
íéza.   '- 

Ê''  atravessado  pdr  uma  boa  ponte  de  ma*' 
deira,  que  dá  pássa^m  à  estrada  que  tor- 
nèhi  em  lújcêtés  uma  coliiáa  alcantilada. 

Os  montes  que,  por  todos  os  lados  domi- 
nam a  aldeia,  são  mais  ou  menos  povoados 
de  ai^oredo  silvestre,  sobre  tudo,  pinheiros 
castanheiros  e  carvalhos. 


No  dia  29  de  agosto  de  1674  (um  sabbado) 
na  estrada  que  conduz  d^Amarante  a  Mezão- 
Frio,  no  sitio  de  Roboréda,  logo  acima  de 
Padornéllo;  cabiu  tão  enorme  porção  de  chu- 
va, que  as  aguas  cavaram  a  estrada,  em  al- 
guns sítios,  até  á  profundidade  de  20  me- 
tro9,  interrompenda  a  {Massagem  dos  trens  e 
cavalgaSitiras." 

Foi  tão  violenta  a  tempestade,  que  arriS" 
iòu  para  a  estrada  tio  grandes  penedos,  que 
mesmo  depois  de  quebrados,  a  fogo,  houve 
grande  diíficuldade em removelos. 


N 


404 


PAD 


PAD 


SappSe-se  ter  sido  uma  tromba  marinha 
qae  foi  alii  relentar, 

O  nome  d'eata  fregaezia  e  das  segaioteSi 
é  diminailiYo  de  Padrão,  . 

Os  nossos  antigos  dyvam  o  nome  de  pa** 
drão,  aos  marcos  núlliares  dos  romanos,  e 
nas  três  freguezias  denominadas  Padornéllo 
6  Padornéilos,  passavam  vias  militares  ro- 
manas. 

Era  mais  etymologico  esci:ever-se  Padro- 
nêllo, 

PADORNÊLLO  oa  P£D0RN£U0— fregua- 
zia,  Minho,  conceibo  de  Coara,  comarca  de 
Vallença,  48  kilometros  ao.  N.O.  de  Braga, 
405  ao  N.  de  Lásboa. 

Tem  180  fogos. 

Em  i757,  tinha  146  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha,  virgem  e  mar- 
tyr. 

Os  viscondes  de  Yilla  Nova  da  Cerveira, 
apresentavam  o  abbade  que  tinha  1304000 
réis  de  rendimento. 

Tinha  mais,  uma  abbadia  simples,  de  apre- 
sentação da  casa  de  Bragança,  qae  rendia 
85il000  réis  annibaes. 

Esta  segonda  abbadja,  tin^a  sido  dos  mar- 
quezes  de  Villa-Reai,  que  a  perderam  (com 
a  vida)  em  1641,  por  traidores  à  pátria. 

Ha  n*esta  fregaezia  a  capeila  do  Senhor 
Ecce-Homo,  priqcipiada  em  1779,  e  ainda 
nâo  está  completamentei  acabada. 

£*  terra  fértil  e  cria  moito  gado  de  toda 
a  qualidade. 

£'  abundantíssima  de  caça,  grossa  e  mea- 
da, e  tem  algum  peixe  do  rio  Coara,  que 
lhe  fica  perto. 

Também  recebe  peixe  do  rio  Minho,  que 
lhe  fica  ao  N. 

PADORNÊLl^OS  ou  P£DORN£LLOS— fre- 
gaezia, Traz-os-MonteSy  comarca,  concelho  e 
6  kilometros  a  N.O.  de  Montalegre,  76  kilo-r 
metros  ao  N  J!.  da  Braga,  430  aa  N.  de  Lis- 
boa. 

Tem  58  fogos. 

£m  1757,  tinha  71  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  En- 
carnação.) 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Yilla  Real. 

O  reitor  de  Montalegre,  apresentava  o  vi- 


gário, collado,  qae  tinha  lOOjSOpo  réis  de 
rendimento. 

£*  povoação  moito  anttga,  e  cabeça  da 
honra  do  seu  nome,  com  juiz  ordinário,  para 
as  causas  eiveis. 

D.  Àffonso  III  lhe  deu  foral,  em  Coimbra» 
a  5  de  outubro  de  1365.  (L.'*  i.°  de  doações 
de  D.  Affonso  III,  fl.  8,  col.  2.%  e  gav.  15*., 
oaaço  10,  n.«  15.) 

Esta  fregaezia  está  situada  nas  Alturas  de 
Barroso,  na  falda  Occidental  da  serra  deXa- 
rowso,  onde  tem  a  sua  origem  o  rio  Cá- 
vado, é  composta  de  dnas  povoações— Pa- 
domêllos,  sede  da  paro^chia,  e  Sendim. 

Tem  duas  capellas  publicas,  a  de  S.  Ro* 
que,  em  PadornôUos — e  a  de  Santa  Senho- 
rinha,  em  Sendim. 

Pelo  N.  confina  esta  fregaezia  de  com  a 
raia  da  Galliza. 

O  seu  território,  apezar  da  sua  exposição 
ao  S.,  con^o  a  sua  situação  é  elevada,  époa- 
CO  fértil,  produzindo  apenas  centeio,  trigo^ 
batatas  e  alguma  hortaliça. 

Cria  muito  e  opiimo  gado  vaccum,  qoa 
no  verão  pasce  na  Yesseira,  na  serra  deLa- 
rouco. 

£'  abundante  de  caça,  grossa  c  miúda. 

Ao  N.  da  fregaezia,  existiu  o  antigo  cas* 
tello  de  Portêllo;  e  entre  PadornôUos  e  Sen- 
dim, ha  vestígios  de  uma  povoação  qae  aHi 
existiu,  como  nome  de  Santa  Cruz.  Era ca- 
sai  cerrado.  * 

Ainda  no  principio  doeste  século,  pagava 
a  fregaezia»  por  esta  exiincta  povoação,  rs. 
6J(300. 

Existe  na  secretaria  da  egreja  parochial, 
um  livro  dos  capítulos  das  visitas,  np  qual 
se  manda  d,iemolir  a  capella  de  Santa  Craz, 
do  logar  do  mesmo  nome,  por  este  se  ter 
despovoado. 

Vide  Terras  de  Barroso. 

O  castello  de  Portéllo,  existiu  no  sitio  hoje 
chamado  Côíto  de  Sendim. 

£*  um  morro,  entre  as  serras  de  Larouco 

^  Casal  cerrado,  ou  encabeçado,  era  o 
nome  que  os  antigos  davam  ao  casal  ou  pra- 
80  fateusim,  que  dividido  por  alguns,  oa  por 
■mitos  eolonos.  am  só  (o  cabecel)  era  obri- 
gado a  responder  pela  pensão  de  todoa^  qne 
recebia  e  entregava  ao  directo  senhorio. 


PAD 


PAD 


405 


e  Arandella,  ficando  um  kitometro  ao  N.  da 
aldeia  de  Sendim,  e  6  a  N.E.  da  villa  de  Hon- 
talegre. 

Ainda  alli  se  divisam  vestígios  da  sua  exis* 
tencia,  por  entre  pedras  soltas  e  matt»- 
gaes. 

Em  1802,  fazendo-se  aqai  escavações,  se 
acliaram,  caveiras,  ossos,  e  algumas  moe- 
das. 

Eram  encarregados  da  guarda  d'este  eas- 
teUo,  os  povos  de  Yiilar  de  Perdizes,  Solvei- 
ra,  Santo  André,  Gralhas,  Meixédo,  Pador- 
néllos,  Sendim  e  Padroso. 

Eram  também  obrigados  à  guarda  e  de- 
leza  de  outros  castellos,  que  todos  foram  ar- 
razados  pelos  castelhanos  e  leonezes,  nos  sé- 
culos xn  e  XIII. 

o  sitio  onde  existiu  o  eastello  de  Por- 
téllo,  6  um  dos  da  demarcado  da  raia  da 
Galliza. 

PADRÃO— portuguez  antigo^-mafco  fftt7- 
liar^  que  os  romanos  coflbcavam  nas  suas 
^as  militares,  para  indicar  o  espaço  de  uma 
milha  (dois  kflometros  aproximadamente)  e 
é  d*aqui  que  Ifae  vem  o  nome. 

Ainda  existem  em  Portugal,  principalmeir* 
td  nas  provindas  do  Minho  e  Traz'OS-Hon- 
tes,  mais  ou  liienos  bem  conservados,  mui- 
tos d'estes  padrões,  e  foi  a  sua  existência 
«m  vários  legares,  que  deti  a  estes  o  nome 
de  Padrão  ou  PadrUes. 

Em  varioB  legares  d*esta  obra,  tenho  liien- 
eionado  muitos  marcos  mlHiarios  que  exis- 
tem ou  esistiram;  aqui  menclouaroi  os  que 
tSò  foram  nos  legares  competentes. 

Na  via  militar  que  de  Braga  vlnht  a  Cha- 
ves 6  d'aqui  a  Astorga,  havia  muitos;  mas 
«6  temos  noUda  dos  seguintes— além  dos  Já 
mencionados. 

Junto  ao  lugar  das  Botfess,  a  dois  kllome^ 
tros  de  Rnivães,  na  estrada  actual,  que,  com 
pooea  differença,  é  sobre  o  leito  da  romana» 
ao  pé  do  rio  Cãnhua,  estão  dois  padrSes,  ie* 
vantados  d6  lado  do  O.— um  não  tora  letras 
—o  outro,  era  dedicado  ao  Imperador  Tti- 
jano,  e  diz  que  d*iyili  a  Af^Mê-Flaviaê  (Cha- 
ves) sio  to  léguas  e  três  quartos. 

No  outro  ramal  da  mesma  estirada,  que 
w  divide  nas  Botieas,  perto  da  aldeia  de 
Campos,  ha  ontrQ,'em  um  ribeiro;  mas  mk 


quasi  submergido:  era  dedicado  ao  impera- 
dor Cláudio,  e  diz  que  d'aHi  a  Braga  eram 
cineo  léguas  (15  milhas)  mas  este  padrão 
consta  que  estava  no  alto  do  monte  chama- 
do PorteUa  deRebordêth. 

Na  mesma  direcção,  ao  O.,  está  outro,  que- 
brado, na  parede  de  um  campo. 
'  Tem  cinco  palmos  de  alto,  e  8  de  grosso. 

Só  se  pôde  lei^XXXY. 

Também  esteve  primeiramente  na  Portei- 
la  de  Rebordélk). 

No  logar  de  Villaiinho  dos  Padrões^  na 
mesma  estrada  estão  três — um  sem  inscri- 
pção,  outro  foi  dedicado  ao  imperador  Ti- 
bério, e  diz  que  â'alli  a  Braga  são  cinco  lé- 
guas. 

Ambos  estão  deitados  no  chão,  e  teem  ii 
palmos  de  comprido,  e  8  de  grosso. 

O  3.*  está  levantado  d*wtro  de  um  cam* 
po,  perto  dos  outros. 

Da  sua  inscripção  apenas  hoje  se  pôde 
ler: 

(Quarenta  e  dois  mil  passos.) 

Fora  da  mesma  estrada,  mas  próximo  a 
ella,  se  acham  mais  os  seguintes  pâdròes: 

No  Zebral,  perto  de  Esphiio,  junto  á  ea- 
péHa  de  S.  Martinho,  estão  dois  — um  que* 
brado  e  com  letras,  mas  ilegiveis — o  ouu*o 
díE  que  toí  mandado  coHocar  por  César  Au- 
gusto. 

No  logar  de  SSo^^nkêdo,  freguezia  de 
GMeçoBO  do  Areo,  está  um,  dedicado  ao  im- 
peradoo  Cláudio,  e  diz  que  d*alil  a  Braga, 
são  8  léguas  e  3  quartos. 

Perto  d*eetes,  estão  òiKros  dois^  iservrndo 
de  hoaobreiíms  de  um  forno. 

Ambos  teem  insoripções;  mas  só  desfazen- 
do otòmo  se  podem  Mr. 

No  sitio  chamado  Lama  do  Carvaiko,  per- 
W*êsf  Porto  de  Game,  no  eampa  de  Boirra- 
geii^  a  uns  300  metros  da  entrada,  está 
outro,  de^cado  a  Tiberla.  Não  se  pôde  ler 
mais  nada. 

Né  siMo  àk  Poiêoria,  6  kllometros  ao  O. 
de  Chaves,  existiu  outro,  deitteado  a  IVaja- 
no,  e  diria  que  faW  a  Chaves,  era  uma  lé- 
gua. 


406 


PAÍ) 


impecador  Maxioiitno.^ 

Em  FifiAadf»«xulia(HitrQ«SÓ9ej^dto|fr 
—XXV  legais. 

Em  Codeçoso  do  ArcQ^  bqn^.uai»  diriíca- 
do  a  Trajaao,  e  diii^  ^ne  dlalU  a  CMfes, 
eram  10  leguaa  e  iqaiiu  .       i 

A  poufiardUtaicia  damwno  logar».M^ia 
oatro,  collocado  ip9T'  ^rdam  do  imperador 
Adriaso,  e  dizia  que  d*aiti  a^  Chaves  eram  iO 
legaas  e  3  quartos. 

Km  Cwraes,  adiante  dq  Lamar.do.  Gair^* 
ttie,  ba  entro,  jsem  ijiscrípçSQ.         ^    .    . 

Hetá  eeryiado.de  pedestal  Ab  uma.  xsrni. 

Foi  para  aqui  ira^dQ  de  sitíp  dqs  FaAròet 
que  fica  jaato  á  estrada.  .,  „   .. 

Na  Qruz  de  JMrMpa.Mtá  um  do  ii pal- 
mos d'aUo  e  Q  de  gro^Oiifqrrôdofdeped^sr 
ulá  mesma  friu^.     ,.   , 

Consta  qae  foi  trazido  pupsa  4ipu«,4eiiiiPf 
tiUa  chamada  ifei,  qoe  já.  nào.  ffí^. ..  i 

Perto  e  adiante  de  Chaves,  está  OQtro,-8fQp 
inseaípçao,  na  logar  de  S,  Lourenço. 

Em  Paçacoi,  ka  oatro»4edicado  ao  impe- 
rador Macrino. 

Vide  Bra§at.E0tmíafirMmm9^JB«ira,. 
Padnós^uPoríâUíkJo  M(nm^4  YtfiMÚêar 


PAD 

,  Fei  esta  Senh^a  muito  visitada  de4P^ipsa- 
liasf  por  ser  da  partioular  devo^  dos  po- 
vos  circnmferentes. 

.  i£j^  aoMí^  4:ei«a  capellSr, 

^tfi^yianaaldeia  de  Carragozellf  um  lavra*- 
dor»  chamado  Jeronymo  Fraocisco,  y^uràa 
dagcmde  simpUcidade  e  muito  virtooso^ea- 
htH^a  corar  variaz  enfecpúdades^  e  princi- 
palmente a  hydrophobia,  tanto  em  hoov|^ 
j^íQsipot  em.anioMas. 

.  ^fitjony^fo  .^iiSi  pQ)>re;  ipas^  co|PQ,^a  mfiii* 
to.devoux  da;  ^niissima  Virgem»  pnojéctoi^ 
construir-lhe  uma  ermida»  japtq  á  entrada 
qiffi  y^^  para .  Vjseo,  c^)a  obra  de  pedreiro 
jn^^k^  á^m  m^  oiestre  chamado  CQnst^tiu(v 
4o  Mat  de  Quiriga. 

Concluiuse  a  obra,  de  boa  çapi^i^da 
<pitq  ha.  abpadaocia  por.  estes  9itíoa,;e,feUas 
ai  WKM  f^ras^  (oi  alU  cqUocada  4.  i«HNIwa 
da  padroeira,  que  mandou  fazer  durante  ^ 
^bi:aada  çapeUa. 
..,;Polí#opelos  aa^ips  de  I63p. 
,  ,P/iít<í4pioaJ(^go  o  povo  a  fer  im)i^.^yv)f 
^  a  esta  Ç^orf^  o  jbra^  lautas  .as  offerp 
tas,  que  em  br^eee.oroamsiftoiísa «na  íca- 
qi^f^^^Qasuifirami  o^^IHÚ^  e  a  e^a^  da 
í^ewútao..  .i'  ; 

.0:  ,aWM44  .d^oÇa^im^f^  W^iVJaiO  grasr 


PABSAp-nventa». Beira AU(^,  na  fregm^tia  ^eiVaW da^mi^itaf  o^ertae  ef^smoli^  |adaf 


de  €9(9emai$^  a  .6  UlU^wm^W,  &  deViflei^ 

(».?  vol.,4>ag,'a47i  eel»)2.*).  .. .,.  > , , ._ , 
Junu)  a  CfljpéHTO^-  ha  uow.ai^Mítql^infr 

da  Carragozélla  jy ..; 

Fieto  q»eio  dVsle^Jciíaii^»^!!»  miat  ribeira 
de:ba^laate»a09ay»«Qa'Ai:«g4/9  fmUHx^mt 
do.deppiA  ioutarnse  aojrif^i&iM^  PMMp 
logar  de  Santos  ipwí.v.  .  i.  1  'hn-  .1  >í  u/;> 

.  Ifo^fue^eidresub  atdeig,.  para^ja^f^^nritei- 

pia  uma  serra,  abepadai  d«s;}ifmn.Mr  % 
vem  bMI  haviAsi  algittfi4*0Aiqsi'iw>iiMiRfi|tos 
celtas.  A  esu;  segiwsAipijpj| fi^MUra^so^ 
]ia«jfl<NMniQada>da»v?ailni4Ui     )   i-.»./, 

KiWaifaHa  f(fiiMs.iifrjRaiwnMiPHè«lM»Qi^ 
|isUa.i^;ArMtai$spiA#s»d4iti^^ 

Carragozélla.  r.  un  -i..: 

>e;  upa  taiqp|osli^.kQ«tto^;miiiMr^^ 
peadre^de «Maaía.  ", ,  í^im/h  ,-•,..•:;.) ^h 

iJmio  a  elK  flslt  iWjQa^^iMK  f^^rçeir 
denoia  do  ermitão  da  Senhora. 


áipw^la»  qu^^vadc^  da,aua^amhi^a|pr 
derar-se  d^ellas,  para^1«w^  fÀjn^,%fi^ãm 
4/^  porila,  4a  ormMíS  l*  a.ln^0|i4kw.awk|5a- 
j||>.^q)iaod0i^i4iibmof  rpwe^í^  n^»  vi- 
^jf^m,  mapdal^ti|b9^  a  ||0^;gpf.j9eaYa 
«»*>^dafe*íi  i^ê^^ian-^  -davíítflfi^^  foa^ 
%il#ltf4fti  Míaif f^vft  ^»dp^n^Q  v^  |M>  i^r, 

^^  S»  jí,  i^nbiQao  .d*este  .má|f.paiP0bfk,9Pli 
causou  o  abandono  da  Senhor%,.i9.4l^j4#Wr 

jm»Appim^  cQfia.fa.,^ii^i^94t«iwnaia 

ilki;  ,i^,Aua8r4spipl^á  citella^  #)ftfP^.a^ 
JTAÍliinf  «d^  JiW3.a«inaÍs,,c^9M^fi.j|;y%4'/^ 

4A  .fifiMfcf  .J(.:kilqiaetKa#  A^^wd»»^^^ 
iSPll^sq,#inauUQY^erDada)Prira!^>Mr  ii^ 
4^a,fi^ve,:  íMnSj^  paw^  a:flpftcí><wfrwat- 
49^  ^  iWei;por  fif».  açabfAtf^  4^y(M;^o^  ., 

Esteve  a^iCM^  aNQ^«ida  4)  ir)|SBd»n|d^ 

a)(pi«aapBos,.^4u^r^i|[^  m7fi,,ft(p^u^/à^ 

l|0tqff4ft*C«fei9|^  a  jjecmMTSMrai^ia^BW' 
irm  PA^  jMTimu^daae,  comi  ^ilIfO  irpiaoa  a  15 


iMn«ÉS(l>  da  idiK^^o  49  iSMAsiiw^  Boka- 

1^  ^i^%ttêiiBtdo')be  desde  enAo^itiMè  grande 

lMI^'<a*IS>â« agòstddé caèa^aMo:^  ^^s  íí  í 

'1M ' à  imatidade  doIsfllMiil^Mí» iiiw 

dMi;«iíc}a  >  t>lMiii^'^i>ttf  ísA>  fà^Háo  tfíai4i 

itíáéoifiB  ííúiê  dia,  mn''amii¥èitolD.|;ÉNl^ 
pma''Éftnas  de  todos  ssIritt&iMkn^eídoéi 

O  aluré  ]^ííTH€gÍado<em  íéá^WÈAbâ* 
âoNi  WjMSittK^/  'é  noÉ  da  qua^éMia,» IM  Mb* 
l^^sJMij' Girafa  pelos"  iriíííoií/ "'  >  ' '  ^  - 
^*A''pàtt6a  dMátíçfa  daca^éHa,  <0»fÉilffil 
fMrfedvéIribtálItta  ajttla, •pârá^tofHgetlé «loi 


PAD 


«07 


j    ;•.)*■ 


:- ].    :!;:,;  •-    ,   ")  -     ^nií  Éí'.i  III-  •   ...«..'lu 

àò^  &'  9bl  'eápeDa;  a  uD^m^^iMtircis  dir  áii^ 
táflMá,^  áéáèffé  éa  serira  ffè  Mf f«(^,  «òn^u 
Qèél^elifif  âma*poyoa%36'ti]tètíríséa,'  ratÉM 
abi  <í^<tèM:i  rol  aas  ile  easais'/  é'nMMMél  dé  pe'*' 
flA'láwkda.'  -'    •'•    t  »■  •.•!  •• 

^^^(^^^'«iquf  MíMLi«éc9d»'^âHà^iilMliái  dè 
«oRhej  ttH^  t&è'^xída^,  aie^^  íA^ftêA 

-^Vto^ft*^«as<hifflás  e  Jbileò  á-tfHi^lir^èâM 

B^^^tst  lámbenl  kbhàd»  fáHeêsà  tMeobrél 

>»MlVy«el^^^'tfòl  á<d  S^.',*ináfraft»>de^diítèi 
il/àS(íé*títà>%ikík^ÍÊÍA^\  dé^aiftfáV  ife^ãaÉtfiM^ 
me,  '^tÉè-r^gà  varias  pf<^)]fHddâae8!í'^^^^  ^'^ '  ' 

«'^ntiMò,»é  >aiii'  ^|ppeM«è'tieiT«"éÉr9bAtfi 

tttttà  m^'Met&téi<]l/ceÈQáh^W)éyÉoelli%'M 
fllidièvkn' èi««a'4iHa'«é  n^MS^iíà^^^ 
ítíÈÊfimf^è  f/Tí^to  qbtfloénoil^e^tfâr  MèliM 
n*C9te  reino,  é  DHilgfèí  PtídMEA^»  '  '•*  ^^^  ^^  ^- 
'^MiNdll^tèa  «MMm-p^i^  '  ">"  < 

^^ài''iâllipt»'t#ii,^M»itMfti!É^«è'  «Éi^ 
dM^#4loÍíf%  «tdár>Attl  éViUe^ji^à^MÉiltfÉ; 

»t:^')^liib,o«ípt^a«,  ^«MMiflia^tíNtt  -íéM,^ 

Elmo  d*aço  aberto  e  por4kfiMfll^'4á>llaÉI 

*^mMB»0<>^gtt(iria;  Mim?«<s^MrM  e 
eoDcelhenaoi^'}IÍl«i^'de  Tato  Ofe^^  MUI 


\maSM  ao  0.  «e  Braga,  J95  ao  N;  de  Lis- 
boa. ''./<••.   ,^ 

•  Tém^^MTfogoãi  .:^'       ^l  "    •^'  i  ' 
!'Bit|'i7IKri4kilia7nbg0Si:>:  .  !•/ 
^  Orago;  aaiMtMstIftfeu  <i  •!  V 

Arcebispado  de  Braga,  districto  admiab^ 

ttatlvo  â0yiaMãC'r!aí..o  ')l  OGaO  «.  .:S 

.OilaUMide  ilRk^Salvadoiiida^adcelioaqDè» 
BktiH«&  o  vigarlOyMfaé  tMw:SW60e:rdlBèa 

E*  tem  nuiHo  tattt.  Ibiltb  fadoidit^tte 
«'  qjBftllâMe^lcaçi.^  Belyr  «dorf  i»  «Liwuf  <  r . : 

f AlRtBlO-rkMgawAa^lltalM',  eanaresj 
eoneeH^^osikareelPdetValib  dil»  Vet^  aa  JBt> 
Maietro»  aé»  a)i  dst  Hnigav^QOiiâa  ffi^Ueíiâ^ 
i)éa;TenívlOQIé8osL"'  '.  ,:.'n'jíi  •  ••  .M-^-.jr.j. 

Em  1757,  tinba  7d^llfòsi!i)  ,<  ^  i'  '    ^ 
''-Oh%e^'-<íJSsl^ador^i'  •  '•  ''i  •<!  •{..!]  •- 

Areébispado^cl  Wa«a,  éiiVret»  Mmtiiífr 
IMMIvo<  de  ViattMV' -    •  ^mí  í,h  .^r.t  ,r 

A  mitra  apresentaaa  o  abbade,  qne  Itadia 

*  '8'  tcri^^áMlt^^f^ilidMiK^i^adoi^^sripiL 

WiM^éo^liiíik^' j  .1  Miii«'i»  I  i»  10-/1.1  K  oí..." 

'  Nb  'd»st#i0ièiAsih  4rif|Bécia(ri9widigii» 

i  ImigllMla^^tftttfDMjliM^tMI  *  kllDMitK» 

d»  'vMip  '^^YMv  íiia»idtiftaMb«iBSf  do^ita 
iJloiar^aaeem  -éafls^peqaeiiat  fi^iiiba  A  jgvi 
lAtaetk^sfUfílMM^  4Ms,i«)MMi»erii'«adai]Mrv 

geh9eiettttflo>«MftlhMiM.^P*'(  ''.<  • />'U 
A  i.*,  ehama-8eFeiilii^íiia0a,<ie^<i|ináii' 
dhmíy^i*t«a<èMM«teiU|DiLflilti'^i  '  :h  <1 
'  A  *3:^  sleid^iuíUi^^emfflriba^iHtendi»- 

'  'iBia  agiUfxé:4ilf«e»ákM|i»lltoí|lM«att«g«l 
gèMo^eMM^MpMMtii  afúaè«l|í|pNci^ 

depondo,  por  onde  oemytftdMAaai»  Aesalr 
aMuefliá,^  «É^^MiifimMw  «tMiglaêA 

«Itfemtf  wlii«iátttiíililè;«ÍMttiiifegii  «Wáiift 

fiitaitk  tilitttaa/^tpiíiytsmas^Mtoiti^  «li^ 

-:  ^  VlMtat  A^IN|IM1I,<  ^MliMtdkiia» 

de  Monte-Negro)  95  kilometros  d^lftlMlH, 

"^  BdMW.IiiM^iBftgMiJi*  ^a  is/i.  ^m 
Orago,  S.  Pedro,  apostolo.  -^«^  ' 


108 


PAD 


Areebiftptdo  de  Bragt,  díatriolo  «doúiiis'' 
irativo  de  Víllâ-Real. 

O  reitor  de  S.  NiooUn,  de  Carrazedo  de 
Honte-NegrOy  apresentava  o  vigado,  qoa  ti- 
nha tôjOOO  réis  de  eoagrai,  e  o  pé  de 
altar. 

PADROADO  DO  ORIENTB--0  padroado  do 
Orinte  procede  como  o  do  eominenlc»  da  ge- 
Bcrosidade  da  Santa  Sé  para  com  os  reta  de 
Portagal*  aos  qoaes  loi. concedido  opnv^- 
glo  exclusivo  de  proteger  os  interesses  ca- 
tholicoB  nos  paiaea  por  eUes  descobertoi^  on 
^le  hoavessem  de  descobrir,  deade  acosta 
ooddeotal  da.  Africa,  até  «os  confins  da 
Ásia.  E  nuas  tarde  eomprebendea  o  vasto 
império  do  Brasil,  descoberto  por  Pedro  Al* 
vares  Cabral,  em  10OO« 

O  primeiro  papa  que  concedea  ao  reis  de 
Vortogal  a  icf  alia  áo  Padroado,  foi  Leão  X 
em  i5ii,  pela  baila — Dwm  fúei  consCan* 
Itoni. 

Antes  d*eUe,  Ifartinte  V,  Bngenie  lY,  Ni* 
coAan  V  e  Alexandre  YI,  se  tinbam  pronnn- 
dado  a  favor  do  dominio  temperai  sómenti^ 
tecenlMeendô  4  corte  de  Piortngal  o^  direito 
«x»lasivo  de  peasnir  e  goiftmar  as  regiies 
4ae  tivesse  dseeoherto  e  houvesse  de  desqo- 
Mr«  desde  o  ubo,  nao  paca  o  oijentc^  de 
mesmo  modo  qoe  o.reeonbececam  á  He^pa* 
nhacom  respeito  ás  Américas^  os  do  cabo, 
aio  para  o  oceidenteu 

0'ahi  resnlioa  qoepreteadeiide  Bdnardp 
IV,  deli^^rra^fandari.estabelecfime^tos 
oommerciaes  na  Goiné,  desistia  d*esse  inMr 
is^ápenuBortQgallke  notiOcoa  qo/a  o  papa 
naloiviEa  á  eteoa  pcMiilQeii^  a  posse  exela- 
alva  d*aqoeUas  regides. 

Islci  pleitoe  interaaeieMeeiíe^lviam-se 
assim  n'aqasli0  tempe,ponpie  asilardes  da 
Bnrepa  qôaai  todaa  cath^iicas,  viam  na  pes- 
soa do  papa  o  represe«Unte  de  Christo  na 
tenra;  e  por  isso  o  considemvaia  o  árbitro 
mais  aadorisMlo  o  competente  pala  decidir 
com  acerto  e  inieireiatoduaaqaestdee^naâ 
aó  de  dogma  e  AK^rsl,  mas  de  Joatiça  jaiiwal^ 
•  pecitlfa. 

Hoje  essas  nações  /AertonMi-sfdaJafo 
do  papa  e  entenderam  qae  mnilo  melhor  é 
resolver  as  questões  iodas  á  capada  «  â 


PAD 

Portngal  deve  poss  aospootificeadjiBoBiit 
a  posse  das  regides  que  descobria;  cem  a9 
bnllsf .  dos  papam  respeitadas  pelea  reis  da 
Eoropa,  tomo  foi  pelo  de  Ingiaiem*  nnnca 
os  nossos  monarcbas  se  poderiam  Jactar  de 
nnir  ao  titolo  de  nei  de  Ponagai  •  dos  Ai- 
garves,  os  pomposos  timios  de  Senhor  de 
Goiné,  de  Aqnem  e  de  Além-Uar  em  Afri- 
ca, da  Comqnista,  Navegação  e  Commercio 
da  Etbiopia,  Arábia,  Pérsia  e  índia» 

Embora  Portugal  sacrificasse  o  ooro  e  o 
saogae  de  seos  filhos,  se  as  entras  naçõaa 
Bio  ouvissem  a  voz  do  papa,  e  seguissem 
a  voz  e  o  ímpalso  do  próprio  interesse,  taes 
conquistas  não  podiam  ser  conservadas»  umd 
garantidas  em  um  tempo  em  que  a  conqnia- 
ta  gamntia  dlrailos  e  dominação  politica. 

Como  o  fim  prioeipal  da  Egreja  n'estas 
concessões  é  aempre  o  esplendor  da  reUgiio 
e  a  propagação  da  fé,  accresceu  mais  tarde 
o  privilegio  do  padroado,  outorgada  ao  rei 
dp  Portugaif  por  ser  o  íandador  e  protector 
nat0[  das.  christandades  que  se  formaram  A 
voz  dos  missionários,  nas  extensaa  regjõM 
conqaiatadas  ou  por  conquistar,  descob^r- 
taa  ou  por  descobrir,  na  linha  divisaria  il* 
xada  por  Alexandre  VI,  e  por  Leio  X. 

Ijodavia  eo^vem  advertir  que  a  d^a^  do 
padroado  apf  reis  de  Portugal,  foi  na^oalif 
dado  de  Grão-l|eatre  da  ordem  de  Christo^  e 
afljn  de  (pe.  9  rei  de  Portugal  pfotegseaa 
com  o  maior  cuidado  a  Egreja  no  Qrienla^ 
e  em  todos  os  paiaes  sujeitos  a  PortugeL 

O  rei  de  Portugal  tinha  o  dever  de  dotar 
e  cd^neervar  <»  templos,  prover  á  sllste^ta• 
çio  do  clero» necessário  para  manter  e4flA- 
lar  a  fé,  anbministrando  todo^  os  meios  maia 
dQoasccjifim  de  qpie  o  Eva&gfdho  fosse  pre- 
gado em  toda  a  .parte,  onde  se  estemicsse  o 
seu  dominio  o.uioflaencML 

N*uma  palavra,  a  base  essencial  ff  unicado 
dissim  do  padroado^  da  parte  do  pipa,  é  mn 
simpies  privilegio;  da  parte  do  f^  de  Fsr* 
tugal, consiste. fli'Kuna  proteoçio..iiMrite  a 

forte  á  EgrcJa,  até  onde  se  estende  Cr  conoai^ 
siot  do  Padroado* « 

.  O  dinsito  do  Padroado  exige  pnQlecf^  # 
exdne  a  aggressão,  e  o  desamparo. 

O  padroetao  qne  não  pôde  «MO^ier 
proteger  a  Egreja^  não  é  padroeico. 


PAD 


PAD 


409 


Orao  padroeiro  de  Portagftl  nSú  pôde  nem 
quer  proteger  a  Egreja  no  Ultramar  e  no 
Oriente;  logo  nlo  mereeeo  nome  nem  a  ti- 
tisdo  de  padroeiro.  De  tado  <pianto  avança* 
mos  podemos  produir  provas  de  solejo. 

A  historia  ó  a  mestra  da  vida  e  incorra- 
ptivel  testemnnlia  doe  tempos,  tanto  para 
os  individnos  como  para  as  naçSes. 

Sabe«ie  poftanio  qoe  à  misuki^  evangeli- 
ca,  exercida  por  homens  repassados  de  ab* 
negaçSo  da  vida  e  de  lodos  os  interesses 
terrefeios,  se  deve  a  fiondaçao  da  Egreja  Ca* 
tholica,  e  o  estabelecimento  do  Cfairlstta- 
nfsmo. 

Sem  os  apóstolos  e  sem  martyres  ou  tes* 
temonhas  da  íó,  alé  darem  per  dia  a  vida» 
o  mondo  nSo  moáaria  de  fae^  eomo  madon, 
ha  i8  seenlos:  sem  esse  estrondoso  míkgre 
de  abnegação  e  saerifleio  votamltrlo»  ainda 
hoje  o  mondo  inteiro  estaria  sepultado  nas 
trevas  e  superstições  hediondas  do  poly* 
theismo  e  da  idolatria. 

A  Egreja  eatholioa,  mestra  infidiível  dâ 
verdade,  assistida  do  Espirito  Santo,  pira 
dirigir  todos  os  povos  pelo  caminho  traça* 
do  por  Deus  atravez  do  deserto  da  vida,  em 
ordem  á  salvaç^,  repetia  em  todos  oa  tem* 
pos  e  ensina  boje»  que  sem  apóstolos  nao  ha 
missões»  e  sem  missões»  não  é  possível  pro* 
pagar  a  fé  e  dilatar  o  reino  de  Dens. 

O  padroeiro  <|ne  antes  de  ser  rei,  é  pri* 
meiramente,  ondevasél-o,  lllho  obediente  e 
exemplar,  do  chefe  visível  da  Egreja,  devia 
concordar  com  o  papa  nos  meios  por  elie 
propostos  para  sustentar  o  Padroado  e  com* 
prir  os  deveres  que  lhe  sao  inherentes. 

Todos  sabem  qno  o  piqiM»  •  oi  potes*  sn- 
jeitos  ao  Padroado,  sio  coneories  em  pedir 
oeetabeleefníenlo  das  ordens  reMgMMS»  cft» 
mo  o  nnico  melo  de  snstatfar  o  Padroado 
no  Ultramar. 

PodsMe-ba  dhivldardaeflteaeiad'eslere* 
corsoaopremot  Nio,porqoienlgr^oen* 
fina  e  a  Usierfat  do  expleodor  da  reUgiio 
no  Oriente,  nio  se  pédesepiíarMttiò  mo* 
hiento  da  florescência  das  ordens  regnlans 
em  todos  os  dominies  de  Portogal^do  mes- 
mo modo  4oe  a  deeadenela  do  Padroado  da* 
ta  da  exiineçio  das  sobreditas  Instituições 
religiosas,  desde  1894  até  ao  presente* 


Portanto  o  restabelecimento  das  ordena     , 
regulares»  é  a  condição,  sine  çtia  non,  da 
existência»  orií^sm  e .  conservação  do  Pa- 
droado* 

O  papa  e  os  povos  da  índia,  querem  fra*  - 
des  oa  missionários,  como  elles  foram:  s6  o 
padfoeúm  nSo  quer  frades»  e  por  isso  se  vae 
extingniiida  a  pouco  e  pouco  nas  regiões  do 
Oriente,  a  lembrança  de  Portugal,  que  fAra 
sempre  tão  grata  aos  povos  de  tao  vastos  ter- 
ritórios. 

Os  catboUeos  devem  saber  a  razão  porque 
o  paAroeiro  nao  allende  ás  representações 
dos  povos,  qno;  pedem  unanimes  as  ordens 
religiosas  para  nuiater  o  Padroado. 
.  Sn  o  rei  de  Portugal  ainda  ó  conhecido  no 
Oriente,  é  porque  foi  um  rei  portnguez  quem 
lhe  mandoa  8.  Francisco  Xavier. 

(Catholico^  de  Lisboa.) 

PAUROBIRO  ^  portuguez  anUgo^-palrtf- 
no — assim  se  chamava  em  direito,  ao  que 
dava  carta  (Valfmria  e  fasia  liberto,  algum 
ou  alguns  seus  servos,  ou  escravos. 

(God.Alf.,L.«i.%tit.70,8  7.) 

PADAOEIEOS  DAS  BttREJAS  £  MOSTBI- 
RM  r*  eiam  os  seus  ftivdadores,  on  lhes 
faziam  algnmaa  obras  on4oações^  e  todos  os 
sens.  herdekosw 

Isto  dajira  em  resultado  terem  alguns  mos- 
teiros, centos  de  padroeiros^  com  o  ditetio 
do  aposentadoria  e  oâwdoríes. 

li nitea  convénios  se  esiiaguiram,  porqoe 
oi  seos  rendimentos  nao  chegavam  para  o 
sostento  d^tas  haipiasy  e  os  frades  m^i* 
smvi  ns  MMN« 

Pana  e^^tarmos  repetições^  vide  d/*  voL»  a 
pafi.aiS»  coL  L^  * 

MnOCS^  00  (SâllIA  KARldUA  IH»)-** 
Iregosila,  Atemlcjo,  «omarca  de  Almodévar, 
eqneelho  de  Gasuro*Verde— <foi  da  oomama 
de  Mértok,  «oneelho  d*Abnodóvar,  U5  kilo* 
inetree  a  O.  d*Bvora»  iõ5  ao  S.  As  LisbíN^ 
300  fogos. 

Bm  1757  linha  IM  fogos. 

Orago,  Santa  Barbara^  virgem  e  martyr. 

Bispado  e  districto  admíoistrailvo  de  Beja. 

A  mesa  da  consciência^  apresentava  o  ea- 
peiSo,  eondo»  qoe  Unha  ii8  alqoeirea  de 
trigo,  e  180  de  cevada. 

O  nome  de  Padrões  lhe  provém  doa  mar- 


4id 


?m 


fm 


dl»  àè  Hirfilis  (Mériola)  pftsiafa  potiMU^tg^i 
gofezU,  por  B^Ja;  M.,  atá^ilirfdau'   '  i    -  / ' 
É  terra  fertílissíDa  em  cereaes.  Tefll>boib 
motitadò^  oiid«  séoi4a  moitDgad^^Qa^t- 
PAmÕSS -^  víBie,  A\em^f'ixim»t9t-k 
eoAeeibo  tÍ6t  Aliii<»dÓ¥a#,itiia  kilèflietrM(>a9 
O.  d'By^a,  í^«oS^de^Li4)eai^!iaDA|fdBi 
Bm  17^  tifeifta iid^fogMi > '  <> *>  •>  .-^i  ^' •• ' 
Orago»  Nodsn  SeiíiNtra  da^GMç»^    •:í:*<^ 
Bispado  6  dístricto  adminÍ8tratiToá*<lé|tt 
O  tillm&al  da  meayida  iDttaolèttiia/a^e* 
mmava  o  eapeMiov  4itt»ado«  qii9iiiiife|80 
aiqtidireã  de  trHr<^,  9^  de  «ev8da,^  e'80J!e00 
réis  em  dinlielí^o.'  '  i  "i^-  i  — '    •  ' 

'É  terra  fértil  em cemaéivCria «ttiU^t^* 
do4ètod»á*qttaUââiÍè^  •    •>  t'  r' -' ''•'    •' 
A  origem  dós^iixioffiey  ^a  úMám*^  uúl 
tecedeme.    ■  '«  *' 

Sra  coatÉtfeiida  ék  kíftdm  iffiSífiláéifi 
£en*e  pot  eeta>  fregMiriá  o  rio  Al¥«ear4i^ 
910  inorre  nó  OMâlanau  Régn)  ftióâ;  e^lME 
algum  peixe- ttiHdOj         '    '^'  - -.i-^i..--^ 

Teve  íorai;  dádò^  ^io  nÉesti^e  i|é  A-^Ma- 
Hlòfsétí^  data;  !fiag  P#aâMtettU4>'1Mé  to- 
rno dio  trali  to<MAwm4d8  ^leí^iam-díAi 
peh»dlflier8iiwMlei»íiBliNWliMfiii«:  i'^-'^"'- 
É  uma  povoação  muito  aMUãi^ttdarf^ 
quéila,  «  se» coúsialgtneAiiitgftA^eiBén- 

PADROM  ^fkntttguec  âtttlgd^Ui|MAmM 
•^íDielar^  do  Santo  ^leHar^MpaiMid^  de 
qatii9ti0regnjitoa«aptií«ij  e^di^^lMimt*^^ 
tlMà  o  âMiM  da  apffeiiMi(a9Í&^^  ittIffMiM 
ou  beueflciados.  —  Da  qual  Ifnfà  tb  «Mt 

«  ^  posse  de  presentar  CJ^oiíTif  Jtá<-(lMt 
d*AlptedU}Mf|4H  A90t4M^I«9â«Mh>. 
'  '?AtDM]lAl^IM«»^p4)rtQè«ic>MtJ|f94ad^ 
ovAMrímçà  <}de  viiUiai  ()elii|ai#tal|>attta%)a 
(]iiy  óétiltio»*èom:lntiita:k«pii0D«aMa^ié 
6l»|^alDdllè  afili«|ão-  ^^odlaiti^  ifofàtíÊemíkm 
de  at^oenj^a.  .í<'^.>i  (v:?; 

PADROOM  -^fM|«ti^«^>jW|gS.;^iadbo, 
deipMrastitta%a*eQ^iiUiiittbflHNa  (gi^iIKi- 
dia#  m  eoilioê9èa«to^4r«aiicUli<n^4(aiBai- 
M'  tetliiid«de  ^4islatf^lpiiAQ0iiái>  eifuaroà^s. 

VliilHu  a  sifiiifiitak^^^dr^tiaiide^^^lM^ 
drSo.  *  >  <i     19     .» • 

«âBMÓS,  eu  PAimúS.«^deik,  MUov  na 


frefuéiiai  dè  Gtwiolti).  :(YoL  9>,  pag.  166» 

•  i  f  IfeiDlMiii  O  v>m»-jH»  pnwém'  doa;  iMunsn 
aillíM«9  fon^oé^  doUòcado»  n*  l^mdaa  «• 
traâii'dlv^dlra;iqii0  passai  ppr  esta:  Ik^^gne^ 

.Qa  fkN^teleaiiittos^gÉaDdi^aiHierfl  dTestei 
marcos,  .iMípfliWe^^^  maiur  parte  d^ellea 
dèsp0daQadM^:>0  poaops-eoBseryam  asin- 
8diíp^eSiI«iai»iom  menos  legiyei^  • 
'  -É  dtiaiippôr  i|ii9  alates  4le  podeoa^yRVMi 
tf  JefietçiÃriioaieá.dbiieknpo  %!» ^wapdaHwmfl 
dos^botiieiul^  fetiliam  •côniplelameitte.apagá» 
do  D&o  8ó  os  vestigios,  mas  até  a  menana 
d^e^tea  pMirtaas  monafueritos  dfiíHnsmpo 
iUB-^aniliiftâsrpSidoÉiiiÉâou  • 
j  ||frporiMr>^ia^pci{««ao8uueu8  leifonMir  a 
feiíÉiiialftdaiiaeiícéeBaiíiaqm  júgnas  -d^es^ 
léaipadaOBil'  ^' aiiidà'»KBeoulo.|M|HaAD  m 
WMáukM^-  ímwík  militar .  Ntaana,  deoiN 
a|ln4di»fvidglkiniéDtè*^>(SMr«ii;i<       -■"•    * 

Áquelles  a  quem  eêisil^èsbavdfõês  avoheo- 
tagleasi  laboi  mtíiatm, ,  •  Boypito  ipa-t^sáem 

«íturM  êátt  IffbMMs  hM  altb  é  19  Vi*  âe  efar* 
cAàfíiiMfaH  éofi^^èsfà  f!»eiiH^^6:'  >'    ''''-' 

-ííq  Ò  J-T  T»**    lk^^jai5;*a|^  i»lK>  l''.'fj  V 
*.i*'-iIj  .»;;•. ^'.i  k^  liimmtÒ'àú'J  ot,     ií;i    í.i 

•f^flMlBiA»  ao  ja|p^«(lav(Casa#illanio  Au- 
liiM^  Qaro^#r»Sdl&i*4^óeoaMv'*tMlitiâBe]&a« 
íúmi/íêmindÈsUnAúàb  ntupadaa  iittmi* 

«h&i>IBa^  a^Unfe^^isib  MStdOCbpofliosi)  vji 


."1 


^aMte«Ml^  owIlHgp^^dit:  déitflBpmea;j» 
aife|iliiiaèiHÉiiei<pDm<A3H^alaBâd  dfailQiiitt 
wy^dfariraaB4ÍMM%  ^iiíào  /'i.i^^no  :t 
'.dijila^-*!  ^i^bio  í-fcí)  >>.*in  «•.'!/.  1  r?  fib  víir»^ 


PAD 

BIVI.  TJIAIANI.  PAR  ET  DIVL 

NKRVAK.  ÀDNIP. 

M.  ATRKLIO.  AMTQNIIfO  tIO  lU.  FSL.  AVO. 

PABT.  IffAX.  BaiTiMAZ. 

GERMÂNICO.  MAX. 

PONTIFICI.  MAX. 

TRIB.  POT.  XVII  IMP.  líl. 

C0S.1III.  P.  P.  PROÒO^* 

(Dedieáâo  ao  imperador  G«sAr!MHWD^Atl» 
relio,  AmoBitio,  pio,  felia,  Augoaun  parM* 
CO,  máximo ;  britânico  máximo,  getmiriea 
máximo,  pontiflce  máximo,  17  vezes  invés- 
UdD.eom  a.podQr  tribuoifiio,  ifl^emdor^'1— 
4mdQl^4-«^pa0.da  pátria,. proMMUlnrfttM) 
4ivo.âBvéM,  pio,  felii— «nei»  dp  ^ja  Ifamo 
António— bisneto  do  divo  Antonina  RkHtiS*'* 
neto  do  divo  Adriano— 4.*  neto  do  divo  Tra- 
Jano,  parthieo,  e  do  divo  Nerva.) 

■■■■ 

Na  mesma  fregaezía,  no  sitio  chamado 
Valle  de  Fojos,  abaixo  da  al,deia  de  Nazareth, 
esteve  um  marco»  ciya.part«  superior  da  in- 
scripçâo  estava  apagadu.  Só  podia  lér-se: 


f^ 


Ml 


.  'i  r 


q.  CA^PETAlfO.  RANTIO 

'.  •      •  qvirinaIi.  valbriô  Fíííro.    '  '  * 

•'     »         •    LE6.  AVO.  PR0PR.'tTA.  **i">  *     í 
'  i  .  .  '  .JXf^NA.  M.  PwX/nq.  "vs-)^  '<;'    ... 

0j  'III  I  ■'! 

(O  sentido  a'esta  ínscrinçao 
só  fícarA.claro,  quando  adian- 
te produzir  outras  semelban- 
'      '  lés.  Cada  uttiit^effás  Tio^dá 
['[     "       a  noticia  de"íifaef  éstt- vb  mli 
..f"    '     •   lilaf  íoiabeha  e  cdflsinrfito; 
■'^'•''   '    "  *  por  ordfem- dolbpfepàéTof  Wo 
'•*/'    '  Véspastaiíb.)^/ i ;  '■"'     v  ' 

*•        -      •    '  ■         .»•'■'    _^*      ''•«.  Lo»  .,.;»,  .1'!..: 

No  Sitio  dos  Lagêdos;  ihika '1ip'\ti^t  áè 
Sótm,  ethtiYatú  qttatró  liíaí^odí:  Ò»  ii^ 
res  d*ès(eidgãrrVde8pe/dk^rtAa[^(iai.ei^)ta)X» 
ram  outro,  deixando  apenas  doiaf,  cviirldí 
Bcripçóes. 

Uma  d'estas,  estava  tio  apagada,  que  as 
poucas  letras  qpe  se  podíap^^^jj^r,  nao  faziam 
sentido.  O  outro,  rdUía^  ^" 

DlVt.  VESPASUm. 
SnSSPASIAIIO  AVA. 


PONT.  MAX.  TRIB.  POT. 

viin.  iMP.  XV.  p.  p.  COS. 

VIII.  CABSARB  BIVI 

PAÍfTAf  i 

COS  vn '..... 

G.  CALPSTANO.  RAKTIO. 
.-  . ;      ^QyiWNALl.  VALÉRIO. 
FESTO.  LEG.  AUG. 
A  BRAGARA^  M.  P.  XIX. 

*'jttiedlcâdo  ao  imperadoV  CeáarTito  Ves- 
i^asiáno  Augfu^to,  pontiflce  máximo,  nove  ve- 
zes ftiVestído  do  poder  tribanício,  quinze  ve* 
les  imperador,  pae  da  patrfa,  colisul  oito 
vezes.  Filho  do  DivoTespasiano — sendo  le- 
gados dò  imperador,^  Cáio  Calpetano  Rancio 
QUiriDal,  e  Valério  féstH.  D*àqui  aBraga, 
áao' 19^000  passok)       '  • 


» ft       « 


'Abáfstedò'  fogar''d6  Ttavasm,  Junto  ao 
ribeiro  do  seu  noitae,  'que  atráVessa  á  estra- 
da, éiifttu  uib  marcd,  pahido  em  dois.  Df- 
ita:  '       '"''  " '  '•*  '       •  '     • 

'       '       ' '     IM?:  CAES.*  ÍÚfrVl.'  SETllíIt 

SSVfiRI.  NEPOTl.  èni; 

ANTONUfl.  PII.  BLiGNI.  FIUO. 

M.  AVRELIO.  A^T^^iro.  PIO.  FEL.  AUG. 

PONT.  HJ^i,  TPIB.  PÒT.  II 

XOS.  FROCOS.  P.  P. 

FORTI^^yp,  FBUAISÇIMO.  QUE 

PRINGIPI. 

A  BRAC.  AV6.... 


.  \  . 


M.  P.  XXI. 


'  (Dekfcádâ  ííoidipdrador  César  Ifa^co  Ati- 
relio  Antonino  Pio,  Feliz,  Augusto;  "pomiflce 
máximo,  S.*  vez  investido  do  poder  ti:ibu- 
blctá,'  MM,  t^rbcbnsú!,'  t)ae  da  plátrta,  Ibr- 
ti^sKfiò  V^fénfissímò  príncipe,  tilb^  do  di- 
vino Anteli6i\)Tió'll»/nò,  e  ú^tò  áo  divlnoSe- 
ptimo  Severo.  P'aquT~a  Braga,  sao  21:000 
páàíibsr-*'-*^'-'"-"''   •'   "'^'■''•.  • 

^      •'J^^      M'j1í.iíJ    .    \'l'    t  ^4^   .     .•       .«-A»        *}    ■ 
'«*."*.   ,  i    '.J     Jl*íJ  í  '  *   '-"       li  l'-'  '      '     '      • 

Abaiio  do  logar  de  Feigtieifas^i\^^tef;a^ 
zia  de  Ghan^oim,  próximo  ao  ribeiro  dé  Fel- 
gueiras, que  atravessa  a  estrada,  e  no  sitio 
chamado  a  H^t7()j,a,',e}^i^^lram.duas  colum- 
uas. 

Uma  tinha  a  imcnpçio  completamente 
apagada— da  t)bM  ^^eikHRa  ler: 

BBACARA.  AV6 


412 


«ÂD 


PAD 


A  BRAG.  AVO 
M.  P.  XXII. 


(Braga  Aogosta.  A  Braga  AogasU  22:000 
passos.) 


PONT.  MAX-  T.  P. 

PR0C09.  lUI. 

O06.  U.  P.  P. 

A  BBAG*  MIL. 

P.  XXY. 


(l>edicada  ao  imperador,  César  Çayo  Mes- 

8io  Quinto  Trajaao  Decio,  Invicto,  Pio,  Fo- 

No  mesmo  sitio  existiu  um  grande  mar-    1^^  Augusto  Pontíflcc-maximo  do  poder 


CO.  Os  moradores  do  logar  em  i760,  o  leva- 
ram para  o  adro  da  egreja  matriz,  e  d'elle 
fizeram  um  cruzeiro. 

Perto  da  aldeia  de  Padrós^  no  sitio  cha- 
mado Esporões  (ou  Âsperões)  ^  se  achou  ou- 
tra columna,  com  a  inscripção  jà  apagada. 

A  distancia  de  i;500  passos  de  Padrós,  no 
sitio  onde  principia  um  atalho  que  vae  pa- 
ra as  aldeias  de  Cabaninhas  e  Pergoim,  se 
acharam  dois  padrões  —  um  com  a  inscri- 
pção totalmente  apagada— e  do  outro,  ape- 
nas podia  lér-se: 

D.  G.  N.  K.  tAL. 

LiaNlANO. 

TJCINIO.  N.  N. 

..1    OBI 


(Parece  que  foi  dedicada  ao  imperador 
Cayo  Valério  Lecinio  e  a  seu  filho.  Flávio 
Valério  Liciniano.) 

Alem  d'estas  duas  columnas  ou  marooii 
havia  por  aqui  mais  outros,  que  o  povo  le- 
vou, e  empregou  em  varias  obras. 

Na  aldeia  de  Sá,  em  (>ovide,  se  achou  en- 
terrado em  uma  horta»  outro  marco,  que  o 
povo  pôz  na  estrada,  servindo  de  pedestal 
de  uma  cruz.  Diz: 

IM.    GAES. 

G.  MSS.  Qviirro 

TRAIAMO.  DSaO. 

INVICTO.  PIO.  ISL.  AVO. 

PONT.  MAX.  TIL  P. 

^  Nas  províncias  do  norte,  chamam  êspo- 
rdes  (coruuçao  de  âsperões)  a  certa  quali- 
dade ae  pedras  de  amolar,  que  sao  muito  áS' 
peras,  ou  grosseiras. 


tríbuaicio.  Quatro  vezes  procônsul,  duas 
eonsuL  Pae  da  pátria.  D^aqoí  a  Braga»  25:00(^ 
passos.) 

Em  uma  pequena  volta  que  faz  a  via  mi» 
Uur  da  Geira,  entre  as  fregaezias  de  Govi* 
de  e  Campo,  está  um  padrão,  servindo  ds 
cruseiro.  Diz: 

IM.  CAB9. 

G.  MISSO.  TBA. 

DBG.    INYTO. 

PIO.  FEL.  AVG. 

PC.  im.  C.  It. 

P.  P.  A  BRAa 

M.  P. 

XXVII 

(Dedicado  ao  imperador  Gesar  Cayo  Ueâ- 
sio  Traiano  Decio,  Invicto,  Pio,  Feliz,  Augus- 
to, Pontifiee-^Hnaximo  do  poder  trlbnnlcio^ 
quatro  vezes  procônsul,  e  duas  cônsul.  Pie 
da  pátria.  D*aqni  a  Braga,  são  27:000  pas- 
sos.) 

No  sitio  denominado  Leira  das  Padrões, 
pelo  grande  numero  d'eiles  que  alii  houvi^ 
entre  outros,  havia  dois  cylindricos,  muito 
grossos^  que  foram  empregados  na  reedift- 
caQao  da  egreja  de  S;  João,  onde  os  quadra- 
ram, apagando-lhe  as  inscrípções,  sem  deixa- 
rem memoria  d*ellas. 

Ao  pé  á'este9  estava  outro,  de  i4  pah&os 
de  altOy  e  12  de  clrcumíerencia.  eom  esta 
ittscriptio: 


P.  N. 

...G...I OBI. 

nraw AT. 

SEMPffift.  AV. 

MÁXIMO. 

MAGNENTI 

TEBRA.  MAN. 

VICTOHl.  p.  Rav. 

PAD 


PAI> 


443 


DRDICVVIT. 
Q.  MORI. 

(Quinto  Morio  (?)  dedicou  esta  eolcnnna  a 
nosso  senhor. . . .  senapre  Augusto  Máximo 
Magnenclo,  vencedor  por  mar  e  terra.  Do  po- 
vo romano.) 

Receaudo  que  a  alguns  dos  leitores  abor* 
reça  a  leitura  de  outras  muitas  inscripçOes 
romanas  que  se  encontram  por  estes  sítios, 
e  ao  longo  da  Geira;  mas,  não  querendo  pri« 
var  os  curiosos  d*archeologla,  de  taes  noti- 
eiaSy  resolvi  dar  aqui  só  a  tradncçao  em 
portuguez  das  inscripçÕes,  indicando  os  toga- 
res onde  foram  achadas. 

Junto  â  Casa  da  Guarda^  que  era  um  pe- 
queno edificio  onde  os  povos  das  Terras  de 
Bouro  taziam  guarda,  em  tempo  de  guerra, 
ená  um  sitio  chamado  Padrões  da  Calle  (vul- 
go Padrões  de  Cal)  está  o  resto  de  um,  que 

Dedicado  ao  imperador  Maximiano.. « 
D*aqui  a  Braga,  sao  29:000  passos. 
'  Consta  que  havia  n*este  sitio  grande  có- 
pia de  padrões,  e  entre  elles,  um  de  24  pal- 
mos d*alto,  e  grossura  correspondente;  o 
que  nos  faz  acreditar  terem  sido  para  aqui 
trazidos  pelos  romanos,  ou  aqui  lavrados, 
para  se  distribuirem  pelos  logares  compe- 
tentes. 

Também  no  sitio  chamado  Camfo  de  Lu 
nhares,  havia  grande  numero.  Eis  as  ins- 
cripçOes de  alguns  d'elles: 

Dedicado  ao  imperador  César  Marco  Au- 
rélio, Augusto. . .  do  povo  romano. 

■ 

Dedicado  ao  imperador,  César  Trajàno 
Adriano  Augusto,  pontífice  máximo,  18  ve^ 
aes  investido  do  poder  tribaniclo,  três  vezes 
cônsul,  pae  da  pátria.  D'aqni  a  Braga,  são 
31:000  passos. 

Dedicado  ao  imperador,  César  Cayo  Mas- 
sio  Quinto  Trajano  Decio  Pio  Feliz  Augus- 
to, pontífice  máximo,  do  poder  tribunicio,  2.* 
vez  cônsul;  pae  da  pátria.  D*aqui  a  Braga, 
sao  31:000  passos. 


Dedicado  ao  nosso  senhor.  Magno  Decen- 
'cio,  nobilíssimo,  florentissimo  César,  nasci- 
do para  felicidade  da  republica.  D*aqui  a 
Braga,  sSo  32:000  passos. 

O  imperador  César  Cayo  Júlio  Vero,  má- 
ximo, pio,  augusto,  germânico,  máximo,  da* 
cio  máximo,  pontífice  maiimo,  imperador  a 
6.*  vez,  pae  da  pátria,  cônsul  e  procônsul— 
e  Cayo  Júlio  Vero  Maximino  César,  germâ- 
nico máximo,  sarmatico  máximo,  príncipe 
da  mocidade;  filho  do  nosso  senhor,  o  impe- 
rador Cayo  Júlio  Vero  Maximino  Pio,  feliz  e 
augusto— reedificaram  as  estradas  e  pontes^ 
arruinadas  pelo  tempo,  sendo  superinten- 
dente das  obras.  Quinto  Decio,  legado  do  im- 
perador, e  prefeito  do  pretorir.  D*aqui  a  Bra- 
ga, sao  32:000  passos. 

Ne  sitio  onde  houve  uma  albergaria  para 
peregrinos  pobres,  e  ao  qual,  por  isso  ain- 
da se  dá  o  nome  de  Albergaria,  appareceu 
o  resto  de  um  marco,  no  qual  se  lia: 

Dedicado  ao  imperador  César  Marco  Au- 
rélio Carino  Pio. 

Junto  d*este,  outro  que  dizia: 

Dedicado  ao  imperador  César  Gaio  Messio 
Quinto  Trajano  Decio  Pio,  feliz,  augusto,  pon- 
tifice  máximo,  do  poder  tribunicio,  4  vezea 
procônsul,  e  2  cônsul.  D*aquí  a  Braga,  sao 
33:000  passos. 

No  sitio  da  Portella  do  Homem,  ha  tam- 
bém algcms  padrões.  La  darei  noticia  d'elles« 

PADROSO— freguezía  (foi  villa),  Traz-os- 
Montes,  comafrea,  concelho,  e  5  kilometros 
ao  N.E.  de  Montalegre,  77  ao  N.E.  de  Bra- 
ga, 420  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  55  fogos.       ^ 

Em  1757.  tinha  61  fogos. 

Orago,  S.  Martinho,  bispo. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Villa-Real. 

A  mitral  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
250^000  réis  de  rendimento  annual. 

Esta  freguezia  é  unicamente  composta  da 
aldeia  que  lhe  dá  o  nome. 

Está  situada  na  parte  meridional  do  Pi- 
coito  de  Sendim,  onde  existiu  o  casiello  io 


'    i 


tl4 


\iâ 


»/ 


Portêllo^  na  origôm  do  rio  CáyadQ,,  çpâ^* 
Dando  pelo  K  eom  a  Galliuu       .  ,       '  i 

O  seu  solo,  exposto  ao  $^  e  ,abaadaoia  da 
aguas,  produz  centeio^  batatas,  algum  trigo, 
feijão,  miJlio  6  hortaliça.       . 

Cria.  muito  gado  vaccup\6  t^m  muita,  pa; 
ça,  grosai  e  miúda. 

Tem  uma  capella  publjca,  pêgueaa  e  pó« 

bre»  dedicada  a  &^iç  Ant^ji^^.o-, 
Foi  boura,  com  qamara,  juiz  e  ^scriyão.dQ 

civeL 

'  1(1» 

No  crine  e  orpbaes,  estava  sujei^  a  Mou- 
talegre,  cujo  corregedor  nomeava  os  «verea- 
dores. 

PADROSO^-fregaezia,  JMiQbò,  cQmarca  e 
ooocelho  dos  Arcos  de  Valle  4ê  Vez,  30  ki- 
lometros  ao  N.O.  de  Braga,,  390  ab  N.  de 
Lisboa. 

Tem  110  fogos. 

Em  1757,  tinha  98  fogos.  - 

Orago,  Santa  Maria  (Noçsa  Senhora  daa 
Neves.)  .    t.     . 

Arcebispado  de  Braga^  d^^ricte  adminis- 
trativo de  Yianna. 

Os  viscondes  de  Villa  Nova  da  Cerveira 
apresentavam  o  abbade,  que  tinha  33QJK000 
réis* 

£'  terra  muito  fértil  em  lodos  09  géneros 
agrícolas,  e  cria  muito  gado  de  toda  a  qua* 
lidade. 

PADROSO— freguezia,  Douro. 

N*esta  freguezia  e  na  de  Margarlde  (an- 
nexas)  está  a  villa»  capital  do  concelho  de 
Felgueiras,  onde  já  fica  descripta.  (Vide  vol 
3.»,  pag.  163,  col.  1.*,  no  fim,)     , 

PAE  DA  PATRIA^titulo  que  os  romanos 
davam  aos  seus  imperadores,  como  se  vé 
na  immensidade  de  ínscripçoes  que  chega- 
ram á  nossa  edade. 

Quasi  sempre  escreviam  est^  titule  «m  bre- 
ve, ou  pelas  iniciaes  PP. 

PAE  DOS  VELHACOS— portognez  antigo 
— era  um  magistrado  de  Lisboa,  que  M^ha 
por  obrigação,  vigiar  os  rapazes  vadios  ^ue 
alli  hiam  ter,  e  aos  quaes  devia  arranjar  amo^ 
ou  qualquer  officio. 

Em  lo35,  reinando  D.  João  III,  se  creou 
também  na  cidade  do  Porto,  um  pae  dos  «e- 
Ikacos^  eom  as  mesmas  attribuiçoe& 

PAE  PENELLA — freguezia»  Beira  Baixa, 


comarca  de  Villa  Nova  de  Foz  Côa,  conce- 
lho de  Moda,  5i  kilometros  de  Lamego,  345 
^N*.4JLs^i^boa.  .,     < 

Tew/6g  fggof*  .  .  ... 

£m|17l|7^  tinha  56  fogos. 

õrago,  S.  Silvestre,  papa. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra* 
tivo  da  Guarda., 

^ .  Foi  dai  comarca  de  Meda,  concelho  de  Bla- 
rjaiva.  Em  24  de  outubro  de  1855,  passou 
para  p  po.ncelho  de  Villa  Nova  de  Foz-CÒa, 
e,em  18  dç  dezembro  de  i873,  para  o  con- 
celho da  Meda.  , 

O  reitor  de  Vallê  de  Ladrões,  apresentava 
o  vigário,  coilado,  que  tinha  40^000  réis  e 
o  pé  d*altar. 

É  tçm  fqr^l. 

Í^AIÂI^O  ou  PAYALVO— freguezia,  Èx- 
trapp^dura,  coms^rca,  concelho  e  próximo  die 
thomar,  idO  kilometros  ao  N.  de  Lisboa. 
,   Orfigo,  Nossa  Senhora  da  Egreja  Nova. 

É  da  prelasía  de  Thomar,  hoje  annexaao 
patríardiado; — DJÂtricto  administrativo  de 
Santarém. 

{!  Irag^ezâ  moderqa,  e  terra  muito  feriil. 

6  aqui  a  iS.*  estação  do  caminho  de  fer- 
ro do  norte,  ofiOcialmeute  denominada  esta- 
ção de  Tkomar. 

.  PAIiO  o«  PAYAO—freguezia,  Douro,  co* 
marca  e  concelho  da  Figueira  da  Foz  (foi  da 
comarca  de  Soure,  concelho  de  Lavos),  35 
kilocaetros  a  O.  de  Coimbra,  204  ao  N.  de 
Lisboa,  4'^  fogos. 

Em  1757  tinha  75  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  do  Ó. 
,  Bispado  e,disiricto  administrat"  de  Coim* 
bra. 

As  religiosas  de  Sanla  Clara,  de  Coimbra, 
apresentavam  o  vigário,  que  tinha  ifífOOOrs^ 
de  côngrua  e  o  pé  d*altar. 

As  duas  freguezias  (Paião  e  Lavos)  qae 
formavam  o  aotigo  concelho  de  Lavos,  sup* 
primido  em  i853,  pertenceram  aatígamente 
ao  concelho  de  Monte-Mór-Velho,  por  mui- 
tos anãos. 

Esta  freguezia  está  próxima  á  costa  do 
mar,  e  os  seus  habitantes  empregam  se,  qua* 
si  todoa^  na  cultura  do  vinho,  e  na  pesca,  nos 
viveiros  das  marinhas,  e  nas  três  costas,  de 
Cova,  Lavos,  e  Leirosa. 


.INae  éil^nil  «njpeodooiosiacrkolM^  1099 
produz  iMima  -.  toah^  b  «padeirnstí  i  (ftft  ns^ 

poriam    í*  '.•'».'  «•;.  •!*  !'•  Ml!. 

de  Celorico  de  Bastks  cfníóribo  .d0<G|ib0Gei^ 

ns  de  Basto,  40  kilofBetroaja^if^JBi:  d»  Bniv 

ga^ 37ai;io  N.  de LlalMtt^  WQ  i»0(>9v  vH^nc) 

'  £éa  lí7S7  tintta  i30  fogo^  . :  ;        ;;•;(• 

€nigo;'SaBto  André» tapp6C«l0i  m*^    i^í!  ! 

•  ATCoiiispduci  iO  RUpirioni.  HmíBHiatMHwv  ato 

Bilaiga.  -  •  ■   •'    :  '■'  i  *l  '   •'  í*'" 

'  O^bbade  de  Santa  SaotnrfQba,  ^ffltoto^ 
afrefleatâta  o  vjgavie,  coUajik)/  ^oe  lâdia 
iOOkoOO  réis  de  rendimento.  «i . "  : 

É  terf a  moito!  ferlil,  Ot»tkDO;fi&jiMf.MKito 
gado  escacai-  -» r     >ii-    <    ' 

PAiOi(São>*^'fregitflzta,  Tuazroa-Mmito^ 
comaroa  e  caobelbo  do  M()ygadoora,'3âlJci)oh 
metros  de  Miranda,  4^  ao  N.  de  Li^boa^ 

90  fogos*  .  -V.  ..:  r.  ^  T  *1 

Orago;  Santa  Maria  Magdaleoa^  .; : 

Bispaúo  odi^riatoadmiDJstrarifodafinan 
gaDça.  '•  >^    •' 

Kio  Tem  no  Pi)rii  Saaro  e  FTof\    - 

É  terra  poneo  fértil;  cria  p.oréiv'mtLilâ 
gado,,  de  toda  a  qualidade.  Caça*  '  •     . 

FAIO  (São) --Yide  €<MÍáa90^ 

PAIO  (São)  ^  viila,  Traz^os*H0Kit48,  fí/òf- 
marca  de  Miraadetla,  eoneelbD  de  Viils^í^Flô^ 
133  kilometros  a  N.E.  de  Bcaga»  ^80  «o  N* 
do  Lisboa,  70  íegos. .  ''   . 

Oiíago,  Santo  Andró»  apostolo^. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  admíni9- 
traiivo  de  BragançAw 

Tíão  vem  no  Portugal  Sacro  é  Profiínp» 

Foi  honra.    :  » 

$  n'esia  vlUa  o  solar  doA  fS^o-P4td«,  <|ae 
foram  seoliorâs  dn  hoora,  e  e^am  lambem 
senhores  do  Viltarfiôp.  .     > 

O  abtade  deVUlarFlÔi^  api^s^ntava.  o  onra. 
Metade  dos  disimos  eram  para.oieommen^ 
dador  de  Adeganha,  e  a  Outrft  para  õ/aMia- 
de  de  Villa-Flôr. 

Sampaio  é  nm  appellido  nobre  em  Porta- 
gal;  veio  de  fiespaaba.  O  príAiaíoo  ^pae  se 
acha  em  Portugal;  é  um  filho  de  B*  Pedro 
do  Souto,  ou  Pedro  Alvares  Osório,  i.''  mar^ 
quez  d'Astorga,  na  Gallixa;  o  qual,  por^ma** 
tar  em  desafio,  a  um  fidalgo  poderoso  d'a- 
quelle  reino,  fugiu  para  Portugal,  no  reina« 


PAI 


41$ 


è».doii9ssp  jQ>iASonso  IV»  e  eá  ficou.  Foi 
seu  filho,  D.  Vasco  Pires  de  Sampaio,  que 
Mi  eipigiqMipot^KW  tottou  este  appellido.' Ifão 
se  sabe  $%.!o  tpmariar  do  nom^  <i''o9ta  freguo^ 
xiili</u>fie'4b*QidAra. : 

1  DAVaseOífea  grandes  serviços  a  P^;Fter* 
nando  \  ^i^  sen  iroogo  D^  João  h  pelo  qu» 
llM|<dorainbmttltas'ierras^  e  os  senborioo  de 
%Íla»Blõr«  GkMítaiLMQSi  Asacioes,  VilM^^ 
nb(V.  eUt*  H*  Foi  grande  yaHda  de  D.  João  í 

'"Nódiàfô^ãeJretereiro  de  1876,  fklfóteu 
ho  sett  ií»a!abio^  a  S!  Vicente  de  Fora  (Lis- 
bbá)j'  d  sr.^anuel  António  de  Sampaio  d'Al- 
buquerque  Mendonça  F^urtadò  Mello  e  Gas« 
tro  Moniz  borres  de  Lusiguano,  que  nasté- 
ra  eriííS  de^  junho  de  1813.  Fo!  4.''  conde  de 
8.  faio,  feito  no  1.*  de  dezembro  de  1834— 
L"  marqúez  do  Inesmo  titulo,  etn  17  de  fe- 
vereiro de  1866.  Era  í^"*  senhor  de  Villa- 
P16r,  e  alcaide^mórdos  eastellos  de  Miran- 
da do  Douro,  e  torre  de  Moncorvo. 

Foi  coronel  dé  um  batalhão  de  voluntá- 
rios nacionáes,  em  1846;  era  par  do  reino, 
e  cómmendàdor  de  várias  ordens. 

Deixou  viuva  e  descendência. 

Era  aparentado  com  muitas  famílias  illus* 
três  d'este  reino;  pelo  que,  no  momento  em 
que  estou  escrevendo,  muitos  fidalgos  se 
acham  de  lucto. 

Suas  armas,  s^  — escudo  esquartellado, 
lio  1.*  e  4.%  d^oúife,  agnia  de  púrpura,  ar- 
itíada  de  negro— no  2."*  e  3.«,  escaquietádo 
d'ouro  e  azul,  de  quatro  peças  em  faxa  e 
^uairo  em  pallà— orla  de  púrpura,  carrega- 
da dé  oito  SS,  de  prata.  Elmo  d'aço  aberto, 
é  por  timbre,  à  águia  do  escudo,  comum 
dos  SS  no  perto. 

OutroSL^do  mesmo  appellido,  trazem  pok* 
armas,  escudo  tadrezado  de  duas  águias 
negras,  ém  pátla. 

O  sr.  Alexandre  Teixeira  de  Sampaio,  foi 
feito  barão  de  São  Paio,  em  8  de  maio  de 

1858.        ,  ■         . 

f  •  •     '  ■ 

Tambenaha  visconde  de  S.  Paio  dos  Ax" 
co^— leito  em  11  de  julho  de  1853— é  o  en 
Gaspar  d'AaeYedo  d'Araujo  e  Gama. 


4Í6 


PAI 


Mas  este  S.  Paio,  é  no  Minho,  e  nao 
Traz-os-Montes. 

PAIO  (Sâo)— fregnetfâ,  Minho,  na  viUa  da 
Melgaço.  Vol.  5.«,  pag:  i67,  eol.  1* 

PAIO  (Sao)— fregaezía,  Minho.  Vide  VilKi- 
Verde,  cabeça  de  concelho  e  comarca.  (A  an- 
tiga comarca  de  Pico  de  Regalados.) 

PAIO  (S.)  —  antigo  mosteiro  de  monges 
benedíctinos,  Minho,  12  kilemetros  a  O.  de 
Vallença  do  Minho,  6  do  convento  de  Mos- 
teiro, e  6  ao  E.  de  Yilla  Nova  da  Cerveira. 
Fondaram  os  religiosos  este  ermitério,  ou 
hospício,  em  um  sitio  tão  áspero,  que  só  o 
ascetismo  dos  fundadores,  lhes  dava  cora- 
gem para  aqui  viver. 

Teve  legar  esta  fundação,  em  1392. 

Era  porém  tão  insapportavel  o  díma,  e 
eram  tantas  as  necessidades,  incommodos  e 
soffrimentos  dos  religiosos^  que  em  ilCO^ 
abandonaram  o  eremitério. 

Pouco  depois,  vieram  aqui  residir  os  pa- 
dres conventuaes,  e  aqui  estiveram  até  asna 
extincçào,  que  foi  em  1568. 

Tornaram'  a  povoar  o  hospício,  os  obser- 
vantes, que  8Ó  aqui  estiveram  até  1570.  En- 
tão, abandonaram  para  sempre  esta  casa, 
despojando -a  de  todos  os  objectos  que  alli 
tinham. 

Os  povos  das  visinhanças,  vendo  o  mos- 
teirinho  abandonado,  principiaram  por  lhe 
roubar  a  telba,  portas,  janellas  e  toda  a  ma- 
deira, e  por  fim,  demolindo  tudo,  para  com 
08  materiaes  fazerem  outras  obras;  não  dei- 
xando pedra  sobre  pedra. 

I<ía  côrca  havia  uma  grande  matta,  que  o 
povo  também  totalmente  destruiu  e  roubou. 

Quando  se  deu  esta  occorrencia,  estava 
em  Roma  o  padre  fr.  António  Bravo;  o  qual, 
pelo  amor  que  tinha  áquelie  ermo,  alcan- 
çou do  papa  Gregório  XIII,  uma  bulia,, 
para  viver  alli,  com  dois  ou  três  compa- 
nheiros. 

Chegande  ao  siiio  onde  fora  o  eremitério, 
em  1573,  e  vendo-o  tranformado  em  lasti- 
mosas ruinas,  perdeu  as  esperanças  de  o 
poder  restaurar,  e  se  foi  para  Braga,  sua 
pátria.  Alli,  achando-sd  perigosamente  en- 
íèrmo,  prometteu  a  S.  Paio,  de  lhe  restau- 
rar a  casa  do  ermo,  se  obtivesse  saúde. 

Achando  se  melhor,  tratou  de  dar  com- 


PAI 

primonto  ao  sen  voto,  e  á  sua  costa,  e  oom 
esmolai  do  povo^  principiaram  logo  as  obras 
da  reediflcação.  Gonstmiu,  quasi  desde  os 
alicerces,  a  egreja,  coro  e  mais  officinas.  Em 
breve  porém  ee  arrependeu  de  ter  para  aqui 
vindo;  não  só  pela  aspereza  do  silio,  mas 
porque  o  seo  provincial  lhe  não  quíz  dar 
nenhum  companheiro.  Decidiu  então^  aban- 
donar este  ihliospito  ermo;  mas,  como  em 
dU  de  S«  Paio  se  fazia  aqui  uma  grande  ro- 
maria, esperou  para  esse  dia  (26  de  juidio 
de  1977),  BO  qual  se  despediu  das  pessoas 
priocipaes  d*aquelles  sities,  que  aiti  concor- 
reram. 

Ao  despedir-se  do  povo  de  Villa  Nova  da 
Cerveira,  foram  tantas  as  lagrimas  de»  toda 
a  gente,  que  l^ei  António  Bravo,  commovi* 
do^  decedia  ficar,  e  alli  residiu  em  quanto 
▼Ivo. 

Por  sua  morte,  tomou  a  ordem  posse  da 
casa,  que  foi  vigariaria  até  16â3,  tomando 
no  anno  seguinte,  o  titula  da  guardiões,  os 
seus  superiores. 

N*esse  mesmo  anno  (de  1624)  uma  senho- 
ra de  Braga,  dera  aos  religiosos  uma  ima- 
gem de  Nossa  Senhora  da  Bôa^Nova,  que 
foi  conduzida  para  a  egreja  matriz  de  Yilla 
Nova  da  Cerveira,  e  d*allí,  em  pomposa  pro- 
cissão, no  dia  13  d'abril  d*esse  anno,  para  a 
sua  nova  casa  do  ermo. 

Desde  então  se  dá  a  este  mosteiro  (boje 
deserto  e  abandonado)  ora  o  nome  de  S. 
Poio,  ora  o  da  Báa-Nova. 

PAIO  DE  GOUVEIA  (Sãô)  ou  S.  PAIO  DA 
SERRA--vide  Gouveia  (S.  Paio  de)  vol.  3.'' 
pag.  312,  col.  1.*,  no  fim.  Foi  villa. 

A  rainha  D.  Thereza  e  seu  filho,  D.  Affòii- 
so  Henriques»  deram,  em  1123,  aos  cavallei- 
ros  da  ordem  militar  e  canónica  do  santo  se- 
pulchro,  ou  de  Jerusalém,  a  villa  de  &  Paio 
pe  Gouveia. 

D.  Afonso  Henriques  coutou  a  villa,  e  a 
deu  aos  mesmos  cavalleiros,  em  1130.  (Vi- 
de  Penalva. 

Junto  a  poaoação  de  S.  Paio  de  Gouveia, 
que  é  em  um  valle,  em  sitio  ameno  e  visto- 
so, e  ao  E.,  se  vé  a  capella  de  Nassa  Senhora 
4a  EstrêÚa,  de  construcção  muito  antiga. 

Dá*se-lhe  o  nome,  por  ficar  nas  abas  da 
8«rra  da  Estreita. 


marca  e  i5  kilometros  ao  SJB.  de  1lidini\ 
«MilhDi  de  ¥Ula  Jfdia  da  BHr(|iiiiiha  (foi 
jè^nasam  «Mueibo»  nuiB  da  oomaiea^db  Smt^ 
jMlions)  190  kilomètrasao  lf.£;  da  LisbDá. 
.  TmMQfogoa. 

Mm  A7Ò7,  iMia  180  fogoa.  •  n-v 

Omfo^  Ifoaia  Saniiora  da  6ottoaiçã(».  .' 
'K< 9apreitfi&. de Tliooiar,  aimeiaiao^fia)- 
MarduAOb.  Bistrieta  adaamíi&alllro  ^  Sair 

taiMI.  '  •  •     «i      'i:J 

A  tteaft  da  eeftanietiGia  e  «rd^ns»  apoeaen- 
4e!nMi  o  vigário^  qde  liaha  IfiOaàqveiíwde 
^rifo,  -60  da  ee^a^  ana pipa datmlio^B 
a  meio  fcantaroa  d'attite,  e  48  analeia  éd 


FAI 


417 


<0'iaaie:aiitigo  name  que  ae  eooliaea  a 
U  Tília»  6  Pay  Pelle^  e  é  o  qae  Itie  dá  o 
teaL  ••     .  •  :.    ..  •/■ 

SÍ  poToaçao.Muíto  antiga. 

D.  Hamiel  ilie  deu  foral  em  Eiora,'a>Stt 
da  decenbro  de  ilii9.  (£>.•  de  fmnuê^upm 
da  SxtrBmadura,  fl.  944  Terso,  aoi^  S.^!-(Ba- 
•tá  ittimaso  na  voa.  S.%  parte  1%  pagi  «iS)0, 
4êíB  léiimriaB  da  academia.*)        i  •  *< 

Foi  cabaça  de  eoDoeilio»  oom. aunara,  juix 
ordinário  e  mata  eiapregados. 

£*  aa  dittricto  d^eata -fregoaBia,  n  famoso 
€aaieli0  d'AlmoaraL  (VoL  i.%  pag.  IM, 
cot.  1*> 

Dia-sa  q&e  o  name  d*eata  Tiiia  Ik^  Tem  do 
faiBoaissimo  oapitao»  e  grão  meatre  doi  tem- 
plários, D.  Goaldim  Paes.  No  foral  co- 
iaa  já  disse,  se  lhe  dá  o  mime  de  Pay  énão 
de  Poio;  maa  é  proTaTel  qae  seja  oontiHe- 
fio  de  Paio* 

Támbem  se  denomiiiaTa,  Santa  Maria  do 
Zêzere, 

Esta  fregaezia  foi  commenda  da  ordem 
do  templo,  aló  1314,  e,  desde  1319  até  1834, 
da  ordem  de  Ghristo. .  / 

Foi  D.  Affoaso  Heariques  que  fes  doação 
d^eata  Tillaá  ordem,  pela  moita  amisade  que 
tiidia  a  D.  Gualdim  Paes,  e  pelos  grandes 
senriços  que  fiie  deTla. 

Entre  a  Tilla  e  a  egreja  matris,  se  Toem  as 

1  O  seu  l.*"  foral  lhe  foi  dado  por  D.  Gnal- 
dini  Paee,  grao-mestre  da  ardem  do  Templo, 
pelos  aonos  de  1180. 

TOLUMITI 


ifninaa  do  TOtaste^  eaatello^  eenstmido  per  D. 
^teaidlm  ffael,  ^tiándo  deu  IbM' á  Tilla. 

^Tam  o  ednaíD  qie  foi  meateira  de  reli- 
(loaoa  aapkieliòlB  antoninos,  boas  habátaçSea, 
«om  linda  Tista  sdbrs  o  Tefo— denominaTa- 
se,  conêoeMo  de  Nossa  Senhora  do  Lorêto.  ^ 
Foi  alcaide-mór  e  senhor  do  eastello  de 
Paio  de  Pelle,  D.  FYádeiseo  IfaseareDhas, 
por  casar  com  D.  Joanna  GontíBho  de  Noto- 
Hfttt,  deseendente  de  Gonçalo  Vaz  Coutinho, 
tronco  da  família  dos  condes  de  MarialTa 
(depois  marqnetes.) 

"  I^ '  fkita  de  snceessio,  os  bens  e  rendas 
da  casa  MarialTa.  passaram  para  a  casa  dos 
(jondés  de  GantanhMe,  pelo  casamento  de 
D.  eaVhlrinl  Coutinho,  com  D.  António  Luiz 
de  Menezes. 

•  « 

wmmm 

'  está  a  fifiegnezia  situada  junto  ao  Tejo,  fl- 
candolhe  ao  S.  a  ribeira  de  Tancos. 
'    PIcá  entre  o  casteHo  de  Zêzere  (cujas  ruí- 
nas se  Teem  amda,  na  Foz  do  Zêzere)  e  o  de 
Almouròl; 
Vide  tonxtanciay  Átmouroiy  Castello  do 

Zêzere  e  l%om<ir. 

«  '  I A  egreja  matriz  é  muito  antiga  (proTaTel- 

mente,  construída  em  1180,  per  a  Gualdim, 

qúandolúndou  o  eastello.) 

A  Tifia  é  pequena,  e  nada  tem  de  no- 

taToL 

0  território  da  fireguezia  é  muito  fértil  eta 
todos  os  géneros  agrícolas. 

€iia  nmilo  gado,  e  os  doia  rios  qae  alli 
correia,  fomeaem  bastante  peixe  aos  seos 
mòradorea. 
'  PAIO  OB  MEUELIM  <São)— TideJMef e/tm, 

TUI.  «.•,  pag.  181,  col.  !:• 

B'  n'esta  f^guezia  a exeellente  fabricado 
papel,  do  logar  de  Rnães.  Vide  esta  palaTra. 

PAIO  D£  RIBA  TUA  (Sao)  —  freguezia, 
Traz-os«Mantes,  que  existiu  na  comarca  de 

AHjó. 

Foi  suprimida  no  século  XiV.  Foi  aqui 
ábbade,  S.  Gonçalo  de  Amarante. 

PAIO  DE  VISELLA  (São)  —  Tíde  Vtsella 
(S.  Paio  de,) 

1  Está  edificada  entre  o  eastello  de  Al- 
mouMl  e  a  Tilla,  em  sitio  imminente  ao  Te- 
jo, que  cerre  junto  da  sua  cerca. 

27 


413 


FAl 


PM 


MIO  MEKBGBtt^reivexte^iteroiQaitra, 


«    »«  ' 


J 


1  • 


N.  d8  Lisboa^      > .         .   / 

EiQ  171^7  Aiaba  áálilogap.    . .  l     < 
Ongo,  S.  Yteeit^,ia«rtjr.:   > 
Bispado,  d?  Gowtoa,4istlrttQ.a4i^ 

A  mesa  da  coDscienqia^iNsefl^Dl^ya.iO  ti- 
gaoTÂq,  qae4ioba  50^000  r^is ;  6;  Qpé^eial- 

Ffilandada.jaQ,96a4pa^{|,.po9  P.;P,aip. 
Mendes^  mestrp4o  Teayp^i  qii#41^9,{d^  fi^- . 
ral,  e  de  quem  tomou  O  nome.         .  ^    .. 

Foi  até  1311,  commenda  dos  Templa-| 
rioâ^  e  deade  1319 -até  li83iir  4li  <^4m  do! 
Ghristo.       'I   .'..,:   ».,  •  j  ,  ■  .. 

,  £!  situad^.  em  sitio»  .dQ¥a^4<V;apraai.fel  e: 

PAIO  PELLE— vide  Pato  de  Pel^, 

PAIO  P|R|;$-yide  Aldm4çi  ¥mfivre$.' 
Vol.  1.»,  coi.  1.*,  de  pag.  8i9,. .    v  .  *        .  ' 

iUklYArHTi^^fiAiia^AtoiO  EKmip^TT^ 
.seu  naacimeiup  Baa«i»aié$.NfW8ft>SdaliQra 
da  Lapa  (Beira.  illui>e»  dejMV-de-saeebçr; 
differeniaB  litkeftnw  •  dP^tos,.e  de.p9$sar, 
por  varias  povoações  (ou  por  suas  proximida- 
des) aeadoias  niflisí«QiltV6í%M)v«iks^d0  Frá- 
goas, Castro Dairee lAiFiurenga,  entra Bai«s- 
queida  do  Dearo,'^.kièMt«««)  B.  da  PartO; 
^Qtre  a  aldeia  de  Yaisea^>fragQfaia.é0»SoQ- 
zôllo,  na  Beira  Alta,  e  a  aldeia.do  Gaalettol 
de  Paiva,  na  freguezlA/deniiiaB^^  cmmlhoi 
de  Paiva,  na  provino&adè-DoufDi  ootti  «a 
curso  de  70  kiiometros. 

E'  na  soa  mador  parte,  de  oorso  arreba- 
tado e  furioso,  8eryiildb/i)!'e8Be8  silfais»  ape- 
nas para  fazer  movei  moinlios  4a  pão. 

Divide  a  comarca  de  Arouca  da  de  Sm- 
fSes,  e,  pdr  consequeaeia,  a  proriíiDia  do 
Douro  da  da  Beira  Alta;  maa  só  desde  a  fre- 
guezia  d' Alvarenga  parat  baiio^^pooqne  até 
afai,  corre  sempre  em  território  da  Beira 
Alta. 

Suas  margens,  são,  pa  maior  parte  forma- 
das de  penhascos,  ou  montes  alcantilados, 
e  corre  em  leito  tio  protando,  que  em  pou- 


cas partea  seai^isdtráliiu^tffllfetMiaeiir- 


<  Una  :indttrttítk»s  tfr^uittiãf-ãea  ftMéMWH 
mák  'ildiriu;^e'pa|nl,'a,3idloiiiaiiwda:8rta 
Ju^flrtM  ablflela^.Viieflá  #:àáa€áráil, 
no  sitio  da  Boieira  (assim  ^dianlMc^  pordia- 
ver  aqui  uma  baosa  âttlpaMagei^t^ofáÉi  a 
impetnosidade  da  oorMBte,  dMCniliiD^he 
p^viiass^rezea  iLiiMtatta.'d»iendi^'o4fez 
deiislfar  >  dá  ^  oopif eia^  a  lataaoibiMÉem;  a  li^ 
brica,  a  os  terrenos  que  lhe  pertencimi 

Em  18êO,  ma  aoeiedadia  da  U»  MM- 
doai)  eaoii>roit oeiifidQtQòs temnoii  r»- 
coDdtniiBAm  o  ,ediisio  âaiibríaa;*  e  tém- 
Ham  Taatabelecal «;  mas,  desavlndo-ae  una 
com  os  outros,  abandonaram  de  novo  %  *«»- 
•peenla^^  e  cata  ontni^ves  and»  ateado- 
«nado.  •       •«.♦<,>•'. 

Note-se  porém,  que  um  hçmem  ou  iooia* 
dada  intelligente, .  e*  que  asnbeneoDonslAiir 
m^caftOmiorie  séiido,.quepode8S0ai|neiitar 
41  pèM  daa.  eheias  do  frio,  «ta  qaarfiteaae 
«m  ^eonstiuclor  hábil;  liroiía  oertasMaie 
optimoa'  reaoltados  de  quiqHBr^estabeleel- 
mento  industrialv^  loadaâo  n'eelè  aitio^  e  <a- 
jb  amante  propulsor  foasera  agua  do^río;  por- 
que,  além  de .  uáHt-vai^i^oea  *qmda''ã0§mí^ 
é  o  logar  abn&dantísflbno  de  exeefleoie  gra- 
nito, próprio  para  robntasiobiatnicQdeo; 
mas  era  preciso  dinheiro,  e  coragem -para  o 
gailaF,  pévque  a-  obr»  seria  ^diapeiidiésa; 
multo  inais,  tendo  deconatmir «ma Ma. es- 
trada até  á  margoib  do  Dovo. 
-Fui  em  1865^  eom  ear.  eoBde  doUósenáa 
(Dl:Luizy  ha  pauco  íáilecído)  e^sr«  DeJâDte, 
examinar  o  local  e  este  senhor  oevtffleou  qoa 
âUi  ao  podia  fomdar  luna  au^ciosa  fabrica 
de  papel. 

*    • 

O  rio  produz  mbíto  e  saborosíssimo  p<9- 
xe^  sobre  tudo  trutas,  4}ue  são  famosas^  pe- 
lo aeu  gosto  especialíssimo.  Assuaseiroses» 
são  também  grandes  e  óptimas.  ' 

Os  aaveis  e  as  lampreias  do  Douro,  cte- 
gam  também  até  peuco  adma  da  Batein, 
e  são  ainda  mais  saborosas  do  que  as  do 
Douro. 

Em  f renta  da  foz  do  Paiva,  ha  um  môaro, 
a  que  chamam  castello.  (Vide  Casklla  de 
Paiva,  aldeia.) 


t  • 


PÂI 

. Mi.fdt»  áf&;()aBln|DiqeHUB dM  locilUBdii} 
4Mae  4«m,  QfnriBiduo»  Jào8ii(yuoiaBKriM 

IMiMOfeiíaiE;  fl  oatm^  D8  énrot^aáiofof^ 
BM^iqiM  MaebpaoiHro  fl^aivcikhíff  eiii 

;fii  p9^b(iLè^0A,  támbini  ás '  veiet-eilil 
DOS  mesmos  erros. 

Smuriad»  ocmlessàlvos  e  reeUfloai^oB;  a 
dèíMar  os  meus  Mtorw  enfanaios^-iíot^ 
sempre  que  posso,  faMiâo  as  feetíftBbçÒev 
MaMeanisi  .  -.  -  ;  ^ 
> .  âaigQâkdarpois^eita  règnt  .oonfpiMaeafvi 
te  01  aegiUateSipsekureGimeiítiiB: ' 

A  pag.  175,  coL  l.%  do  1."»  voL— lalbfliò 
Bai<9álebr^j»oitf«  d^JU^arenfiai.qadfíÉnét— 
dls9ei()Qeéf»o]i^âroáiaiMU!Naoéi>  •■  < 

Houve,  é  verdade,  sobre  este  rio,  iUna  sew 
herlMk  i)Qnlo,' de^om  aó-anOà  oosatmídaiio 
tempo  do  imperador  Trajano  (^les  dum 
it^.  4e  JbsDS'  Gfatiato)  ,e^  4M|niiid»  4  tmáic- 
^,|Mio*iMin»  mc0tre  qiji&ftea  ImaoBt 
poma  d'A)ean(ará;  na  Eztremadcira  bespa*' 
obala;!  porto  sesta  ponte,  isl  áeMruida  po^ 
uma  enchent»  do  Paiva»  no  século  XIII  òu 
X|T,  deial  iqoád  que  nemvesligíoA  d^élla 
eslstém;  igQ0râtido<<ie  ttiesmo  o  logdr  oadq 
existiu.  ^  "        .  ' . 

-ilalga*M  qoeioi  no  no^me  eiiiodaiaclnal, 
OQI  nna  pooeo  mais  abaixo;  mas  nao  ba  se^ 
■ão  probabilidades...  .« *.:    i  • ; 

• ;  AfMMitaAotiial,  diqta  da  po^rtiaçaade  .ailraii- 
coso  (cabeça  do  extíocto  concetto'd*Alvãreilt 
ga)  ^kílometrosaoSJ!*  . 

T«m,  deràfr  a  extremidade  auparior  das 
guardas  até  á  flor  da  agua,  H  metros.^ 
O  arca  principal  tem  7  metros  de  vao. 
Tem  mai»  doia  arcos  pequenos^  ambos  do 
lado  direito  do  rio.  (Do  lado  da  Alv»penga.). 
Um  d*estes  arcos  menores,  ebamado  dos 
peêcadm-est  está  acima  do  nível  das  maiores 
enchentes. 

jServlQ  durante  a  construoçâo  da  poate^  pa- 
ra dar  passagem  aos  op^arios,  e  ho)&só 
seEve  para  08  pescadores  que  seguem  a  mar^ 
gem  direita  do  rio,  única  que  (e  ainda  «om 
bastante  diíficuldade)  é  accessivel  n*este  si- 
tio; porque,  da  outra  margem,  são  tão  altas 
6  iavias  as  massas  de  granito,  que  é  ii^pos- 
siTol  poder-se  chegar  á  agua. 


AH 


m 


IfeMriaiMMr  Uld^  1ia'inMrfoeha,''tàfh<«/ 
dará  ptoM/  80bl%  é  m;&t  7^  a  M  meih>sr 
é -alMirs;  ^èontlMláaáo^i^élà^  èMosUdo"  mòii>' 
ti^  M  diMMfelv^^W  à  im'ib«ii»os,  hiia 
M»n^  MèàteMarpiáda,  ió  aobèMvèl  is 


cabida»  6' á9feraâ. 


k  «••  < 


•  j 


O  outro  arco  pequeno,  é  por  onde  o  rf o 
ãi3#M'd§sabfia' ao  f>âihb. 

Ka»  s6:  o  loeal  oadè  éstâ  oMèUda  esta 
poftte^^Mtfí  UliMm  lÉ  dda^margMisdòTió, 
d^a»!  ptti^Miiio,  4f  M  grande  dbtâneia,  ^o 
irrli(ádo#^db  tftès  omedoiíhos  tocbedos,d0 
ttm^aepéeto^lerrtvel.       ■    ••  i    .     .    .  * 

Abaixo  da  KHHite;  'ha  um^o  pi^fttndfs- 
simo,  ftoMf  toorvedburoá,  oá  i^^demoiíibos;  on- 
de éimafe  •MMttaá^dòr,  coiVé*  o  péiiioSé 
aflgav-sék' >''  ^"1  -    "**    ••  •  "•  •'• 

-£sia  pòafe  m  ifeoasInHda  i^fos  tiniM  9é^ 
1770.  ... 

Wúcú  aeinui  d*eAa;>bàTfaiana  barba  de 
passagem.  PoiMo  aàfès  d^LqueBa  data,  um 
bistifo  de  Lainega,<Mmiidõ  D.  JoSo,  e  liatu- 
tú  êk  Villá  dè  Castro^Daire^  da  cása  do  ac- 
tual barão  d'esta  villa,  esteva  aqui  ett  Jrèri^: 
goMle  métfsi^arogádoj^ 

Decediu  então  que  se  constrúfisseuitia^-»' 

te^  qi<e  dès^  iMlsáagerh  áo  poro,  e  panieáta 
ebiB,. deu  4004000  réi&  .i 

•MU  com  quò  as  canaratda  Alnranga, 
^oiíea  e  Paiva  lançassem  «noa  derrama,  e 
obterá  alem'd'JBso,  da  vários  eavtalbeiros  de 
CaaHlo-Daire»  valiosas  bfferta^i 
..Uanfoutres  eoatos  de-rais^^^oloi.o  cus-' 
IO'daoè];ai(qp6.hoJe>ifflpof(airia  no  tripleroú 
mais)  e  fez-se  a  ponte;,  mas  o  mestre  que  a 
arrsmatoo,  perdeu  mnito  dinheiro. . 

O  bíspo^  íallflteeitraQtes  dever  a  otaraton^ 
cluida. 

PAI¥A-Hloãie  qaevaigarmeate  se  dá  ao 
coQcelbo  do.(]asteUo  de.  Paiva,  ciya  oapMal 
ó  a  pefuena^  aatiga  viUa  de  Sobitdo.  Vide 
Sobrado, 

Paka,  é  um  appellído  nobre  em  Portugal, 
tomado,  segundo  uns,  do  rio  Paivar-rsegm-. 
do. outros,  do  concelho  do  mesmo  nomel 

O  primeiro  >qua  com  elie  se  acha,  é  D. Pe- 
dro Trocozendo  de  Paiva,  descendente  dos. 
fundadores  do  Castdlo  de  Pawoy  que  o  edifi- 
caram para  seu  solar.  ' 

KotQ-se  porém  que  nao  ha  em  todo  o  eon^^ 


\ 


Á 


m 


PAí: 


««lho  dp ,  CumU»  49  PajiTa.-  v^migUm^i  tn- 
dicoão  alOTinfl  de  SMwlhaold  castdlo  t-  4 
apenas  na  fr^foe^  de  Forpoi^  e  coesmano 

4ec(i^i(a^  ena  f^nto.  da  grande  poYOMfâ^ 
da  mesma  fregaeiia,  cbamad9t  também  Ça#^ 
leito. 


1  .1 


•  ■  V  • ■ *' 


Isto  fazsappor^4iiiP:ewMiljK>c.^Múi 
tios»  em  tmiio^  .reiqotíssimos,  algama  tor- 
re Qi]|  caiiello;  maa  im  mie  pennudo  qae 
tM0e  iu).taíipon'o^  I)<>r<|ae^  al^m  de  eer  mui- 
to peqjDieva»^^^  ^n  vestigiosb  maa  apeiiaa 
a  apparenda  de  castello,  como  eu  mesmo 
ppr  maiede  ai^a  vez  ▼erifiqueL 

As  armaa  dós:  jPai?aê».  sío.t-  «W  eampo 
anil,  trea  flores  de  lu,  4'ic^r0j,.em  bi^d^^^ 
elmo  de  aço,  aberto— e  por  timbre»,  .upa 
aspa  ^a^  jcoa^  um«  4as  flores  4eJU  do  es* 
cado,  no  centro. 

Outros  4*este.appellj4o,-tra^9epi.por  firmas 
— ^as  ^tecedeptess  e  o,  .mesmo  4°P^0r-^  per 
tímbf  e  —  uma  ^sp^da  j^  prata  com  gu^pi- 
çpes  d^ouro,  ^  enj^^  n'j^  uo^  flor  de  lU 

Os  Paívas  d'Andrade.usam  daaaro^rs.dos 
4oía  appellidçs. 

ftíZ  VIipATEmO  OABAIRRADA—CQm- 
prebende'  o  territorie  das  freguezias  deCa- 
ifil  ComUia,  TBmem§oi^  Vaccorica^  a  Veido- 
a«  4ú  BaitrOy  no  eoncelbo  da  Mealhada  -^ 
Áreas  e  Mc^ofáres^  no  concelho  da  Anadia— 
Óis  do  Baírn^  villa  de  &  Lourenço  do  Bair^ 
t(^  e  mais  algumas  poYoações,  ao  &  e  £. 
de  S.  Lourenço;  If ui;téde,  e  Sepinv  uo  cbn*: 
eelho  de  Cantanhede. 

Para  qão  haverem  repetiç5es-r.Tide  a  eoL 
S.*  e  seguintes,  de  pag.  ilSO  d'^te  vo- 
lume. 

PAIZ  YINSATfimO  DO  DOURO— Trá2-QS- 
Montos^Dá*se  este  nome,  ao  território  que 
86  estende  sobre  ambaii  as  margens  do 
Douro. 

Ifa  margem  esquerda  (Beira  Alta)  desde 
Lamego^  até  á  Pesqueira— e  na  direita  (Traz* 
os-Montes)  desde  o  rio  Corgo  (um  kilome- 
tro  acima  da  Régua)  até  ao  rio  Túa  (junto 
a  S.  Mamede  de  Riba-Tua.) 

£ste  paiz  é  alcantilado  e  plttoresco. 

A  terra^  é,  na  sua  maior  parte,  composta 
de  cascalho  sdiistoso,  íriaveJ,  solto,  e>  alem 


PáJ 

do  vinho,  é  «iieBflfl  própria  pari  a 
do  centeio^  eefadaypoueo  trigo,  iwiàtai^ 
taneias,  e  fnnta,  sabre  tudo  laiaajas^  qtte 
sao  dideisaímas;  todavia  tem  aigun»  siMi 
de  boa  terra  vegetal,  qoe  produzem  tedos  es 
fructos  agrícolas  do  nosso  climar^princilvai'> 
m»nte  nos  vaUesqoede  vezenifiumdoiiiàr* 
ginam  o  Douro. 

P  vinho  d*esta  regiac^  é  espedíaliBsSiM,  e 
fMnoso  em  todo  o  mundo,  sob  a  denomina* 
çáoátviniko  doFortXK 

Tem  uns  40  kilometros  de  comprimeolo, 
pspr  20  de  lai?9o;  seoâo  aparte  doí  Ni.  (Triz- 
os  Montes)  maiseitensa  que  a  do -8.  (Beiía 

Antes  da  invasão  do  otdiíi»  ttàm%  pnh 
dúzia  anmialmente,  de  60  a  iCO  mit  pipa» 
de  vinbo* 

Ha  quiataa  qu^  produziam  300  a  (00  pi^ 
pas  de  vinho. 

A  melhef  de  todas,  e  a|pd08  os  #espeito^ 
é  a  qumtadas  Figueiras^  ou  do  Fasliaic^  da 
sr.*  D.  Antónia  Adelaide  Ferreira;  viuva  de 
António  Bernardo  Ferreira  (o  F«n)eirinhit) 
6  bofe  casada  com'  o  sr.  Torres* 
.  No  Penkão,  ha  um  tonnel  que  lerva  dO  pi- 
pas, e  iiouve  outro  de  60;  (Vide  Pêsõ  da  Rá* 
giM,  Porto  e  Régua.) 

induindo  n'este  paiz,  ha  um  traio  de  ter* 
ra,  qoe  se  estende  sobre  a  marpm-  toeiíu 
do  Douro,  desde  Canellas  dõ  Dowro  até  á 
^tfito  áú  Zimbro^  que  produz  o  meUKHTVi* 
nhe  do  mundo.. 

O  vinho  húngaro.  Chamado  Tokaiy — e  o» 
franoezes.  chamados  Chaimpagi^,  Chateou- 
Lafite,  Chateau-Tierry^  ChamberHm,  ete.» 
mais  merecem  o  nome  de  licores,  do  quede 
vihhos;  porque  não  são  estremes  e  genuínos 
de  uvas;  mas  submettidos  a  differentes  pro- 
cessos, misturas  e  transformares. 

Este  terreno  abençoado,  tem  uns  SO  kilo* 
metros  de  comprido,  seguindo  a  margem  do 
rio,  e  de  2  a  5  de  largura. 

Ha  a  notar,  qne^  n'esta  zona  em  que  o 
vinho  é  o  mais  especial,  a  agua,  é,  no  ge- 
ral péssima. 


Hoje,  os  vinhos  do  Douro,  não  teem  o  cre* 
dito,  nem  por  consequência  a  extracção,  que 


tiTjflriuai  antii^eme;  semqne  a  sua  quali- 
dade por  modo  algum  tenha  peiorado. 

A  amMçãa  malentendlda,  e  mesmo  a  má 
fé»  de  muitos  Tínícnitores,  sao  a  cansa  do 
deseradito  dfeste  género^  qoB  podia  e  devia 
s^K  uma  f^nte  perenne  de  prosperidade  pa** 
ra  os  poros  do  Alto^DoiirD;  mas  élles  pre* 
(«ma  adulterar  e  eorromper  os  seus  yinllos 
com  asquerosas  mistaras  de  baga  de  sakiH 
gneiro.<o^tf  de  kmpeim!)tattpecbe,  e  ou- 
tros iDgredi«aiei  para  o  aiigmeiitarem---do 
que  vendel-o  puro,  em  menor  porçio. 

Ainda  mais— alem  dasíadiriteratSes  que 
ji  traz  do  Douro/ ebega  ao  Porto,  e  soffre 
eotiras^  ain4a  peiores. 

Os  TínbQS  da  Bairrada  .(ou  Anadia)  ou  são 
mift  margj^q  do  P(tf to  e  YiUa  Nova  de  Gaia, 
Ifdadas  Gom  os  do  Alto^Douro,  ou  mesme 
¥epdida8  wm  d*e8ta  procedência;  o  que 
laiAl^m  não  tem  eontribaido  pouco  para  o 
Aaseredite  do  genert. 

Qs  prodiiirtore#fi  eiporiadores  de  vinhos 
da  suldp  -yeiao^  eonh^cem  melhor  os  seus 
íMNvis^s  »  te«n  mais  conaciencia:  longe 
d0  aduttcorein  os  seus  vinhos,  fazem  todas 
a«4.dilÍg6QOias  para  o  melhorar  e  aperfei- 
q99f,  le.teem  tido  o  premio  da  sua  soUiei- 
fiõd^^il  da  tua  pfobidade  agrleola  e  commer- 
^ab4>qiftaav«nboa4a:Braemadura  e  Alem- 
t^o^i(Dhaaiiidoa  no  estrangeiro  vinhos  de 
ãSkçiiúí^si^w  vendpndo  lá  fora,  mais  ca- 
|9oe«do,  que  t^s  d»  Porto,  sendo,  pela  sua  na* 
m»m,  pniUh  i»ferioreíi  aos  do  Douro,  tan- 
t^  ifn  alcQOliaaçio,  iso^no  nas  outras  quali- 
dades.-■:,.  '' 

iiOa-  .viflboa  .da  Bairrada,  também  ultima- 
mente se  teem  apsifèiçoado. muito,  e  uma 
gnode  «sdBpanhia  se  cedstituiu  em  1875, 
pan^.CBàtiira:  do  vinÉMB,  e  eompra  e  ven- 
daida  vitihdi,»  qneijá  leUf  tbíMo  auspiciosos 
maitadee^i»  i    . 

Vide  Mealhada,  a  pag^tM^  col.  2.*  e  se- 
guintes. 


iftU 


4ii 


«  1 

I      w 


Os  vinhos  da  B^o,  também  ^  ttiiiito 
bons,  e  tanto  se  tem  melhorado^  «áèuiiiftri- 
00,  que^  pelo  menos  desde*  prineipiet' de 
1875,  teem  sido  muito  procurados  para  ex- 
pevui^  ^^ 

JtoAlgirt»  bb  poBiA)  vinhos  A,  aiada^qif  \  lonv  SSi^i^fl^SM*^ 


de  boa  qualidade^  pree^ser  judiciosa- 
mente  ênnèficiado,.  para  poder  àsguéntar  as 
osenia^Ses  do  trádsportey-ftitt  sé'  estra- 
gar. •■*   '  '•••:   • 

.  As  pessoas  quíe  desejarem' olMer  amplfssi« 
mos  conhecimentos  do  Paiz  vibhatèin^  do 
Alto-Douro,  devem  cotsultar  ais  dbras  do 
benemérito  barão  de  Porster,  sobf«  a  ma« 
teria. 

No  momento-  em  que  éetou  esersvendd 
(iereretro  de  i8M)  se  eetè  puttidando  uma 
formosa  e  sapientieiíhna  obra,  do  sr.  viseon- 
detde  ViMa-Maior,  intitulada  DonroIUus- 
tradú^  quo  tÉata  maglMralflieBte  do  Alta-» 
Douro.  '''-•' 

PâLA-vide  Pènto; 

-  MlJUm  ou  PALLACOO^^portugáez  au-^ 
tigo^Vitm  do  moftte'Palatind  (Ron»)  ondft 
o  imperador  Augusto  possuia  um  sumptoo* 
so  palácio.  (Paginai  133  d'ebte^votame.)i 

'Em  qiíasi  todos  oa  nossos -foraes  86  vd 
empregada  a  palavra  palácio,  por  ca8á(4a 
caflura,  mi  paçor do  eoÔMlho.   '^' 

Oosavam  dasbonrás  eprarogativásdei^ 
lacie^  real. 

Também  ao  mosteiro;  Iwepteío,  ou  outra 
qualquer  easâi  nligiosa,  idavaid  e^ilMos^ 
avós  o  nome  de  palácio.  o ' 

ffmott^^IMbl^tMaiibHJZ&J^^Ms) 
nonpMMnt  /tesr^tinim  PalaUuminLoÊiái 
A),'ftiod4rompftM|lá$J9^0irticikoJPVra 
fÍBod  puitmlieis  fhlatiiin:  et  èceipiat'pto 
$^  eerfWfff w  *  (lestaai^to  do.  Di.  AMánv  MIq 
em 4l7S^^paM  «.iu^sçiò  de un jmtnteivp 
da  fi«dis  lieMnp^amtUtB^goi^^DoeBmeft* 
t4*dé(raÍK)Qfai>)  ■  I  .  :■  i/^-  •   .  . ,  ■'.■;  '•••  i 

Também  já  antigamente  secava  lil  nome 
d9i)íalaele,  iJ  casa  de  ffiaiifM  ^aliin^^lde 
naMiásééndenoia.-  f-  :>  v:  -i  y. 

O  ittdiuMQol  4M  anÉftdb  du  Sáfemado^ 
entrasse  no  palasi^ia-Miialiido^íldbre^lao 
era  punido,  sa :  wda  titass^;/ nkaa  paífàva 
pêlo  dbbtfo  d  #m  «drinisse*  Si  hmiaÈãln- 
tans  in  haeriditate  S.  Salvatoris. . .  C$mústt 
mis  má  «ímk  diMaltffífMnf  m-Mt^UHm 
Ssgki  'Vil  JNj  íPalaiimm^átíevífs  Aompm^  àm 
in  VUlam  sifÊtaiámi  seúmtíiníkmkcwân 
te  qno  tígiílmfí  fiigriB^ppií^mn.  (Hes. 


<7 


•    1 


:r 


HL 


•( 


m 


T^  d^  Ualt^  Ror/fe«i  AMltaioto  de  Figtei- 
redo,  tomo  1.%  pag.  451) 

PALADINA— portogftez  antlgo-^do  latino 
IMJ^aiir^igMAe»-*^  <;lar4,  'ff^tenk^pnbUca, 

e?i<tott^-Qtef  •'  i  .f  V-  •  i-'"  ' '  •  '-"i 

rJBM.Uoibemrimia-pwrii»  ^itr^mlbcv 
Gocre^poNii^  ^hm»  Ctor«;         t     -  •-  i 

Yé-se  pois,  qae  o  nome  da  sublime  artís^ 
It  (tmoiaticaf  itiaiaiia«;ià(h<elekrada  «m<ilos- 
808  4iâft^*^(iftf  iMníB  i^^dMN^A  pfltftugneB 
vem  a  Mr-^Cel^tioft  Ctarti  <  .  «^    . 

Fâtadlno  (  Mibtm^  naRM^^aúffie^rof- 
pf  i(y  de  ^hoiBeift-4:iatt  ai  aeir  Cfen9« 

PALADINO— portuguez  antigo— conmmid 
familiar,  comesinho,  ttta4e\  ttttgai^.liaro, 

garne^piía:  (B*  mais.  hMpaabold#4Ua  por- 

Táoib€m.«ê?4atara;deiioqriiiaçStdii  pa«^ 
ladíAD,^  ae  afoiliueiro  «t  ea^Fdfirai'  *n- 

PALAME  --frtHogiieKatttigor-^fellaflMh^ 
MÉfridi  de^tnmnetiriir  e  pnqiamr.taims. 

Tanibem  se  denominavam  eoia  cfti  IvfMrfcl 

MUJICIâ^^lntiee  ncine  da  «MU  Yide 
esta  palavra.  •  -^    ■ ":    •► 

^MAdJUmO,  en  MLâKnrffiaB  i^ân- 
ÚqplAittia  firegottia^  pimiM  á  llnga;^^ 
Aa^&a^fteiflMreioiadtf 'ettk  algMe  eoseâioe.  e 
eHi(ttit»tdoinmeBtOi.llD]»4giiffftHf^  deni^ 
plètaoMitt  Al  iftatítoa^^-aienaeseieabe 
q«»  «ra  periD  ^e  toagii  f amhMt.  sâttb  lin 
!»« anod-eBi  foadtliíettppiMMa;  itoepm 
rece  qae  já  nâo  existia  no  tenj^delD^^AI* 
lon8«Heari4aea.^*r«  -^  !.«''«-  f\  '-'-'.'  '^ 

'  LPAUá^AI^4mí|pegliâtta,^Bxffttiadiinb 
eomarca  e  concelho  d*Aleif(|iiefv^4ft-kilQriMr 
lrta«ill.B.rde]Uata^M91ògÉi^<'      (' 
'  Bm'i7ll7v  liilMilMfoiíML:  -.]<.'!   -  ^  • .  . 
Ong oç  &  MigMl^aniMiJOkr    >•     r, 
Mtitortiaao  •'díMrietoeilminielr^ 

"  O  pMr  e  líeneaelades^dr  SmíId  Bsttfi^ 
4*álMíi4«ei^>  appeeéntacvMlíi  b  ligMri^fqileit^ 
riutaiK)#OIIDféi»d»reirtiMi«(fc   t     ^ 

''Jti;>ovo«iQaa'ifeil9irÉBiiD^,>fe1k  ji  eiistía 
em  1164^  anno  em  qae  D.  Alòfeisé  H^uriquei 


\  1 


"í   »  ' 


PM' 

e^lea  doop  'aaveetfiio  «de-^.  Mto-de  nroa<» 

ca.      '   •  '  •       •• '   :  .     ■   .•.    ■••.-'.' 
Cbam»ra*«e  eilio  «^  JSktfttd^  dá^Mha* 

>'Dfa;8eii}M  a(egre)a'matrit1bi  eMlMda 
em*  yétútxsfí»  partdnceme''>ao  tmào  dè  Al« 
deia-6tíDe£^  da  atoeeàiia.  ^  •  • 
' Ssta freguezia  mooprefaeiíâ^asiiiitvtaM 

pcHfeaçOe»:  '  •  -'  ^» >-■  ■  ■■^•* 

'  iisediVt  «^  Tiflfia  em  4798,  iO  Ibgok.      ' 
• '  SiUí9ita:^é»'PiMo^^tíilk  M.  • '      '" 
Jfatto'— W:  •.    •  f  "    "'  .  •••  ■'■■/•' 
mki-FrUt^^.  í   •" ' -       ■' '■•■'•  >'♦'•' '  • 
•        Riki^Fina  é  tftn  «i^peBidO 
nobre  ensrRirtagaK  ã>ja  CMIff^ 
lia  prolede  dè  <SsMpat'Rodri- 
'        '         goes'  de  Iiiba4^ria,  BMtdral 
•  d'ei^  po^oaçlo,  dsíqne  tòmbu 

o  appelHdo.  D.  Mãfiaêll  b'f» 
seuportelfí)  da^camarai' {Mes 
serviços  fae^lfe»  téL  D.  SoK»  K 
-(o^lefz  CHvaltAfO' da  Wdèdrf  »de 
Chrtscb;  e atealdê-mdi' dé€iih 
'fra-^dendo-Hie»  so^r^Ba^etea 
lerra^'  e  ícarta  de  braiSe  Var* 
mas^  a  16  de  âetemiiM  4e  IMI 
'^são^em  cariipcférde^llírf 
fe^de  pl*afo,'ltffradi  is  Be|(ve^ 
abefiate'  azai'  e  ettfo*,  adbie 
"am  'eetitraebe((»  ^  Mdas*  de 
)&sBl  ^e  i^retâ,  entier  dua^^à^ 
tMtae  de  òarb,^de Spdkiei^ 
« aeadtdfiadêe.  Elmédruto^  «tw^ 
te«<-e»licír  limlnv;  aiii4€Wpar« 
do  azai,  armado  d'oarO|  dom 
«ma 'das  eetRUai  Ao^eeMldo 
na'esp9dtm;  ^    - 
'  *Éd'esu  (ániriia  oietwHiOoa* 
de  de^etamadòif  •  tu.  Mn^ 
!]iio  Haila  der  Saldaiilia  êBM^ 
qaerqae  Castro  Ribe^Ffià  Pio 
feihuc'  ♦•  '     *  -\'  •.  / 
Ot^M'ro  do  Fítw^í— iO.  ??•   'i- 

?a/aiof — 16. 

•i-íJWwKWndoí-^ádi  I"  .':■        "        •  .''• 

•  ?.  Ar«|rD*rtdOí  ^    -'         :••:::    < '  "]    "'T'    ••' 

É  n*esta  íjregaezia  o  cmwetUo  âB  jMIM^ 
pioxttMi  A  jddaic  do  Matte.  Seriís  20  Aeo^io- 


» « 


í. 


-  •» 


/  *  • 


Plli 


423 


BH^id«'tti»graiid»ii«tt»46.«irTaihot  qnè 
iMtfià  a'èstto  «iofARd^  Krs  uda  orden  dú»  J6í<m 
Dymoi,  e  foi  fandâdo  .em  ídMIkr  poi;  finàVíM!' 
Ml  -àkànõo^B^  t  prfaafira  t«iv  ^  raedifilia- 
do.|MtjD.ioioJ;  0Bi.l389.'Gjàia-8depMlfc 
vn  (fekL  Aatneexa.  dii^iók),  411a  lía  liftliK  «M 
lidei)  •  fDi  rMáiflMdi»  par  (D,  MiiHtBil»  «• 
IA8aM|i^lftHí48tt.^aria»  privilégios^,  e  cm 
se  recoUiea  maltas  Tezes  «'eiteoKMleiiOyè 
lemoiiiio  cdrò  oem  eslrid^  ceasaqú- 
qii0r4'elliiiM  ......  ■!  í:í  .• 

-.0  mosleixDrestá  Bdlfloftdo  «m  ami  entoo»* 
ti^iaslldft^^fDKsitíofno e  váUf^^-  i- 

1hni9  o  moMÉra  cesM  a  ecr^â^ /sio  |^«> 
91BBOS»  eila  loii  impiadft  pdoí  teratÉuMo 
de^iTU^  e  DHU»  mais  M*  csefiâeingteeisn 
braadQ  et  ieiigiMoa»  m  edMoe  divinot  en 
orna  casa,  qae  para  isso  diwiÉiiitim; 

'fiiúDBfteá  egr^nmii  imagem  de  Nos* 
sa  SenhAr^  >da.Eiieannçio,  da  particular 
d0V)Qão.iloip0fpS'd*esièsisitlo8.  Em  1700^ 
ettwa  jw^cspIfiAr  más  aosigamente  tinha 
eslÉdo<eiii'im/iifçlMi|  adbre»  alpendre  da 
egi(e|&i  ■ '  ;»v:..  ri-  í-  .v 
'  iftei  JLnÊmtOf'  i«]igie8<r  d*e8te  mosteiro, 
6ieesiasB0P*4a'  rainha- «p.  Leonor,  Tiava  de 
Di^J6iriI/  quebrai iBftito.diiroto  d'esta  Se» 
nhola,  i)i/(por  siui  ordeiii)'  enterrado  em 
fmH»  dDJiidio.oade  eauva  »sanu  imagem. 
llijiia.tenfii;.fle«laTréQa  segainte  inseri- 


Pfaoc  .1'  < 


t 


1-1 


I>    «i  -.«TlliilAT  MQifJ 

♦  .I.'»-  n     ,-.     •        1         K,i 


0^'èomaiiêaàmmm  és^iilWfo,  an  fdrma 
dtf  9,  em  os  folha$'''êVlê-sfiliam  a$  pala* 
•r«»'4i**lii  íi^f''i''^i.  ^•'•■.  •■■•'»• 

.Ho  éailerio' dò áneteiro^eiiftitt  amliM» 
««Mi*o'<qAe1^iOilm^e^âaa0phUQ»a.4è 
IM  Loorençe  (da  |iaile;4ii  eabefa)  naseéà 
luiieiplnlieire^e  Malaia  iMvtâe^oii^io- 
UM  ie>Nam  ^  dns  |vimeif«s.ttBlMa  Màá^ 
flsr^e^  60^  leiías  perfeitamente  Iflultêlb. 

CossitnimairmiMs  doespirtieteo 4»<er 
Mrail  di8<Ui  ifée^^ondaver  d6lM»lai«al<- 
li  repiOTido. 

Jbefnja.  h4«s  swaÂ^  ifmripcSee:  7 


A»  csriía  d*A!»Aer  «Kiosto  SMur,  «ufa  «tia  mu'' 

Snppde-s»  iper  eite^Simâo  Pertéira^  orá 
■nlnmve^icaiiiaoi  da  Índia  (ho  rei âadé  de 
D<;bliina8l)l  moM»  por  níma-  bemha,  nii  defs^ 
snute^lHlrsa  de  fiittbl,  em  fttttii  Fel  Sèu  des- 
cendente, D.  Rodrigeiídé^Se^oeiíra,  'qoe>  eaa 
ftMKTtpduaia  aifci&4Qinia,^piiexiào  aologar 
de  Palaios. 


. '».-    • 


|. 


•1    T>    ^ 


K  • 


l*-—  Sepultura  de  JacitUho  de  Figueireêo 
deÁtféu^Udaige-deí  miâavíd  Sua  iktgeeiíEíde^ 
cavatíeiro  professo  na  mrdmn  d¥Chrií$^  e 
eêuknemiãdêrãeUa;  ffquai-seH>iu  a^^tiua 
Magestade  desde  o  anno  de  1647  úté  âo  de 
ÉêÊS^i  ãe  Méàd&f  ^nos' pos^ã  suceeêsivos, 
até  ao  de  tenente-gemral  deêifUlMia  e  po^ 
vBnMet^^ma  pt€f9ináa  da  Beira,  na^^iuale 
na  do  AlemUdOf  serviu  nas  guéTí^as  que  eeíe 
reiáo  êé^íé&mio  de  CasteUa;  ariluMàê^se,em 
todas  as  batalhas  do  Jtíemtíío  e  fwée  dfòn* 
tês*€ka^<fO9eteumd»*oi0ríe  de'^iwera 
sargenUhmór;  e  na  Beira,  govemeiu  Salva* 
Èiálré^idáBitírÉmo^  efeipâréescpkgMçS^ffde 
muitas  praças  castelhanas.  Noãànade'íS7Q 
foi  áikletfg-dê^úuiné  forma^umà  fortaiao^ 
Sonde  fueeem  Ms$t§ú»erunieítf  e  eapitão  ge- 
red  4»êlhe^de'^.  nousi,  e^dnU  mittê  d^a^uel- 
la  costa.  FaUeceu  na  dita  ilha^  toM  úde  ja- 
meièo^  4ta- J#â9|i«  eÊKmdms  pie^seus  ossée  se 
trasladassem  para  este  logar,  onde  eseusavás 
(ouram  sefÊsHaâos^  '4  se  eemp^nuse  ette  jazi- 
gOf  para  seu  enterro  e  de  seus  parentes,  w 


.  ;•     .  . 


Sepultaram  aqui  seus  ossos,  em'28>deiu^ 
IkodêJSã&^i 


«*•'• 


íBsitf  moaiiirB  ftA¥endiá»4epob  de  1834, 
e  é  hoje  propriedade  partieolâr,  com  0^ 
mméstqmiftekdaiiÊeÊtó,  4»  sr.  lese 

'  i^nmtaÍÈi  iíalCregueziá 


»' .  f 


i(HfeMMi>J^'Mdi -^^ivpMdÉle  qo0  se 
snppõe  ter  sido,  no  século  XVI,  .do^*psriie 
Maiíb%t  pdmfteVMa  V»4e  de^  Phéíos. 
Iflá  i9«y  4«r4e  Bimtíufin^áé  IMdM. 

^4Éojit4to«.'ioeé^onçiiWesiFnM9., 
->tfas0li  dadtoqMfOH^^éoiiMKHl^^iSrasttlflde 
%Uie^  enalelgo^idtlgc^  eraseitfiQr d'esta 


henlâde^  qae  áepois  Is  4»  iidatha  dt  Fi* 
yaeiredo  d'Abr«a»  a  em  i7&í^sn.úB  Pedn 
Antoiíio  de  Pigaeifâdo  d'AlaiÍDi»;'       .  ^i 

QvmUí  do  Bawro^^éttk  1707  (flegttndoi.i 
Gsrtalho,  na  soa  Citof«frafàta)  luuria:A^eii 
U  fregiiezia  %  gointi  do  Séúto  e  ^'daiGiUH 
}«,  dos  condes  do  Vimioso»' 

É  hoje  do  sr.  Ssbastíio  FâlãO'do;Llilâ 
Mello  Trígoso.  ,-^.\  •   I    i- 

QuMa  do  Condtf— do  sr.  conde  de  Cssal- 
Ribeíro.  .   .  .       : 

QuitUa  de  Vc^ie-Verde '^  áo  n.AsMoàio 
Pimentel  Maldonado.    . 

Quénia  da  Axedia^  do  Sr  AnUMiio  Joa- 
quim d*Azedia«  . . 

QuMa  do  Frothênqm -^âé^n.  AnfOBls 
José  de  Miranda  Jonior^ 

OitMa  da  Go(«tiuh^o  sr.  DoBÉDfos  Gobi 
çalTes  CbaYos» 

.  Qmnía  do  Carmo  ^  do  sr.iiaaiiel  Jóa«i 
quim  QaíBtelia  Emani. 

QuMa  de  MotUakfjfrún^me^ 
teUaEmau. 

Otimto  ds  iViito«CaMiar«âo  sr^Júio^Ba^ 
ptísta  Ganha. 

Qmnta  de  Céma-—  do  mtsmótsenhor^ 

Oiintfa  do^frlítrv-^sr.Maniiemaplisla. 

Qmnta  da  ^jNitícsm-^.do  ^sr.  ▲•iDllo 
Soares  LeaL  >.  .\   i.  >    . 

Casai  da  BmOatía  -^  ás  sr«.fl«isiÉio^i*sé 
daBordalia.  .  .  .  •  «  .^  ..-.uí.ó. 

Casal  do^M»[mo^^vt.'hkitf^  Carioi 

Casal  do  Duqtte  —  áo  sr.  Josó^ffstisiso^ 
PIchfnhos*  .     ,u>  « .  .  -x«  •' 

Ca^o/  <7a  Carras^ueira— do  8K»ldséi^«>t 
reiraLeaL 

Casai  dos  Jíattas»wdo>sniJto8é.tAntoido 

Casal  do  Oaspat-^  doan  Gssj^r  Gêam. 
Casal  do  Bispo— áo  sr.  Joaquim  Femíca: 
Casal  da  Bica— do  sr.  conde  de  Casal-Ri* 

beiro. 
Casai  ida  Cari»A|o--4o9.  visébDèa  dsi^^ 

wwnhi  .  •  .1  . .  i-^  r>:  '• 

i3asai  dsXa/gcs^^4oanrittqanditsg0i, 
MIAâ-¥Ali  (qBlnt&de)tifiahind»dèUtf' 

boa,  pelas  baroelraa  âo&  Sehastaotda:]^ 


taça  áSic  Gimuisivin^  ostâ  a  faiaiortBa  1^ 
ft^misÊÈOi  dBBomiaada  QnmiaéePMm  Mm, 
e6m'aeiiipalacisk  ' 

liaaieesia  como  aqMlhi^  foram*  «MiSlnii* 
dos iielos.  amues. de  MâO^  i  por^D..LaB»(iO» 
ho^  6tt?síia^'S:«  eoBde  da  âsmédas,  o  an- 
fmeiitaé»  a- quinta*  s  melhorado  o  palado^ 
pof 'seulHho»  Jh  Aodri0o  da  fiiMra»<S.«  ood« 
de  do  mesmo^itido.     *  ^    £  •  - 

Jfiyto  lei  o  qnstlha  man Aa eonstrair  o 
grande  porlao  da  entrada  principal^*8ilm«o 
qoal^stão.as  arma»  d*é6ta.  antiga  o  nobiis- 
sima  familiSypela^eKtiiisção.da  qod  (toe** 
cQlD.X:YlU>passanflsos  neMbenspamoa 
condes:  da  Erioeifa»  ipn  liepcds  toam  Moa 
HMrqaens.do  Looiigat»  ia  esttingaindo-siBt  esp 
tti'«famiiia;»  pssasram  oa  eeos  hens  paiK^d 
sr.  condSider.Lamilares.    ' 

.  Oa  condes  da  EiMsim,.  siãm 

:seDhons do  LooriçaL '-.'-*' 

O  L^  marques  d'esle  titale^ 

:   lai  D.  Luiz  de  MsMiSB^  csmie 

.  daBriceira^tsilOiporDi  Iflin 

y,  em  21  de  abnl  de  um 

Sao  d!Mes  tisnioni,  ^as  ar- 
snasqus.. estão  noiporlia^ 
quinta^que  vem  aisefm4ea<- 
. .  cado  esquaneUado»'  io  iJ^  a 
4,"  u  armu.de.PeatoialftHH» 
:  1» :  eii^%  ires^  flama  >da;li%  de 
ooro,  em  campo  azai,  m.ifo 
cept^,  .0  esimdo  dos  Mene- 
aes^  qne  é«-*»am  campo  de  onro^ 

um  annel  do  mesmo. 
Timbre^  uma\deiiiatta^,  les- 
.   tidadeiOWOv.aom.a^dMildo 


\  't 


.<.'\ 


■  >   I 


't  ■  <  •  ■  I 


.%\  .. 


•  i 


«  • 


(Para  mais  amplas  noticias  d*eslftfamyiab 
^ndé  mal.  2;%  pag.  98^  ceL  l/-^YoliÀ% 
41,  ooi.i.*  e |iag.  4|S^,.Mb Av^i^^ 
M%>ooLl.%  a  psg.  U%  CDl.  ÍJ)^  >  * 
•.  lAinda  ha  ponoos  anãos  era iMth  prapría» 
dadií^séMirs,  pela  aapesspfa.daa^sva  hasi- 
qiiSa>|^  TastifiOrdMMi  sens  jaidiQa.ie  #va^ 
«to8a;«oltoe{iOj4e.snaa  plftnlas^ipeto^almn- 
datlelaUW>aslattu»  «.!WW»dajniraaof»^pi# 


.»'?•.  /• 


1  Mas  aqui  havlaj/â  uma  casa  nobre  e 
nma  oaínta,  com  o  mesmo  nome,  qne  Já 
drsiia»  pela  attrada^da  Batofift^d^  lagoiftra  i  exMa  j«»'reiliaâd  -de  D.  M^  h  comoiání 
das  barreiras»  a  3  JciloiaelMl.ja  .l^i  da   i^.ílm  |l'Me  anifo» 


1  »   1         t  4 


BáL 


BátL 


4âS 


t  iaooiiiam,  d^ntn  as  qaM^algtttttéAm 
notáveis  pda.  jva  primofon»  escttlplofa;  ^ 
finalmcttley  pela  JMindade  e  tnteuniáõwaMã 
atoas. 

19'e8t6  palácio  falleesi^  eai  7  deniliffo  da 
mK  «•  ráiDha»  D.  Maiia  FraDciacft  Isabelde 
8aboyay<fillia  do^  daqne  de  Neinoim  (a  tiia- 
tenente  Éamosa  mulher  de  D.  Affonae  Vie 
de  D.  Pedro  U)  tendo  paca  aqni  innd%  na 
eiperasfa  de  eonialeseer. . 

•  *.M  laadMBi  por  nmitos.  annea  ceaideneia 
doa  infantea  D.  Anionie,  D.  «Gaspar^  e  JD. 
iesév  dMM  natarae0v  reeonlieeídoa,  de  Dl 
Joãe  V.. 

Ooao  rknm  para  aqui  nraite  j4vena,  o 
poTo  et  denaminaira  -^««iMiiOi  dê  ^ottMt 
F«%  designarão,  qm  lhes  dnnm  ei&idepoia 

•  jD.  Gaspar  de  Bragança  (o  1«)  ^in  a  aev 
arcebispo  de  Braga— olK  iosádeiBragaÉCS» 
M  inipaisidoff  geral  de  Lisboa.  :: . 

^ Aii.doiMle' a  reaídencia .dfestps yiiMit 
pei^  eoLf aliiaiYan»  qoe  o  paiaciO(eA'>qiiift* 

der'e..nainifipeocío^    .. 
I '  PoB  snamorte^  principíoaa  deetfiir «  pnâ^ 
psiadade.... 

Os  firancezes  também  maUo^Jí>dapnliea« 
ram  em  iS07  e  i90ft;  porém,  dnrint^oiisâr- 
nMe^Usboa»  de  aeieinbvnaté  lOdeoitta- 
bro  de  1833^  eomo  fteatajeDMoadoáieamt 
pn^^lanto  os  realistas  comq  os  libenaes^  lhe 
oÉttSsram  pM^niios  enesmesçsf  bre  mdo^no 
dia  e  noite  dei^  de  setembro^'  em' «ovae 
ds!i4iqni*om  aMMtifaro  eondiataí  .  .. 
« '<  4Mdé  éniãe  pnfredta.  a  dpa^lafiiÇ'  ^ 
qae,  seus  bosques,  pomares  e  jardins  foram 
sabstimidos  por  ceaÉa^l  de  tdgo^^lKreitre 
jt^^qiiáea  ainda  se  cpiservam  algmMtfl  de 
enhs  dslsiÉaa  gtpsnawrasj  íeHaaeaiIiaiia» 
fhrtè  d^ellas,  obra  dd  célebre  dsonlpw  Bm* 


nini. 


■k\ 


Ainda  umbem  existem  aigmm  lag^Aseo- 
rados  com  estatuas^  .    .  ..  i 

0:siL.oonde  de  Lnmiarei^  .aanhordfafiro- 
pnsdaá^jnandoBiir.pani  LUM^aa^iMla- 
toas  mais  pequenas,  e.ae  masa  de  marmerf^ 
/waandooont  elles  a  Tarsnda.dn  iartim, 

cimNfoo  ao  seu  pali^io  da  HMLOccidfinUi  49 
Passeio  Publico  do  Rocio.    .^..»^   b  u^  :  , 


.  O  SR  4seodB.da.  Aiambuja  (feile^m  3  de 
dM.  dÉ^  IMO)'  Augusto  fieâro*  de  Menéonfa 
Roiimiâs lMnmBarréli>-Altao  da sereni»^ 
sima  Uifsnta  D.  Anaa^d»  Jeéus  Maria;  e  do 
Sb)  Dirlinno  José  Severa  de  Mendonça  Rolim 
dn/lfottíeafiarffalo^  marques:  e  I;*  duque  de 
Loulé .  f veL  4.*,  i^ag.  hlÀi  eoL'  i.^)  o  sr.  eou;* 
de  d*  lAiambnis,  digo,  comprou  esta  piro- 
prisdade  aos  srs.  condes  de  Jjomiares,  em 
iS6i,  e  actualmente^  está  o  palaeío  restaa*^ 
rad<v a  «quinta mniio meDiorada* 


"  íi «  r  '•   . 


Pouco  adianle(daPalha.Yan^eittre'osdoia 
caminhos  de  Bemfica  e  Pinheiro,  «sâô  as 
minas  do  palado  dos  duques  de  Cadatal, 
onde  sa  «rietarasam  as  pomposas  fastas  do 
eaaameiitc  do  3.^  duque  de  Loplé,  D.^  Jayme 
de  Mello»  com  ainíluitaib  LtaJn,  ilha  na^ 
tncal^  reoonheoida,  delK Pedro  1I« 

O  terramoto  de  1755,  destruiu  este  pa*> 

Palha-Van»  é  também  um  appeWéS  n*» 
bre  em  Portngalii^ttanída  d'egta  mesma  piro- 
pripèeâèl  da  quali'íel  senkor»  Gomas  Uu- 
renço  de  Palha- Van,  fidalgo  éà  camAM  d6 

A'SsaliiSieto,'Josie.Gomes  de  €anralho« 
sa  Palha*  Van^calralteiroildalgo,  daeasa  d» 
D.  Joio  III,  se  passou  earin  de  brasio  dte- 
mas,  em  i540— ^sio^— em  campo  asul,  lun 
molho  de  trigo,  eomoespitas  d'ouro»  atado 
ceili^iiá  ida  pAqraia^  ^  iwsle  em  p^  eniro 

quatro  torres  de  prata.       -*  >*   -^  " 
iama-^do-açe»  aieit»-6  por  timiwe  dois 

«Mtea»  «nnadeade  puta,  pegando^em  um 

molho  de  trigo,  como  o  á»  éMUcoi 
Á  FenADr^omèB  CamiliosaiMharVhn, 

se  passêutam  40  tosaio,  d*e8tas  meèiftas 

armas,  «e^  amo /de>l54i; 

*MíiJ[i(A  ou  nLLA  ]io¥A  K.rAyuu 

ÇA-4Jregueiia,  Douss^^^úôdia^^^onaelh^ 

bispado, distríclsi^dminlstiialivo  eiO Idlo- 

metroe  as?«;idfAwm^  SW ao^N. del^ts- 

boaf  "'i-'' '• '^ *'■•••'*' >'*'"••'  '•  "  ■*••    '  ' 
Tem  S80  fogos. 

Foi  do  concelh^idn  9^  fmmf^  d»  Apar 

dia*)»-.  ■*!  r.,->.    ) ,:  u.  • '.     •.••>.' 

.  .Rm  ^V^H  0|UttbT<i  de.  ^85$,  pasaoi^ fV» 


IM 


PJtL 


wai 


•»coqimU»  di»  0Ito6im  do  Bâi]«D^4a  mei^ 
•Miara;  e^.  aw  18  da  dalemMrtf  di  lfti% 
piooa  p«fa  Ji  .tomaria  #  coooaiib  €AMékói 
■  'Et*  utraiferUrahdDiuiL-.     <i  .•••--.  >k  i-. 

Fas-aç.actui  mxA  boavIéSiia  Imemâo^' ent 
Kidoí  08  dias  29 :4e  cada  mnç-lDaitD  íA>bk 
eorvidft  de  gadoedliireaifls.géiiéMi.'  >     i 

A,  fsira  defaBteiiibEOL^S6'48iioi)BÍÉa-*44iiii^ 
MM«»4i-pefaL  grindtt  ^antidaâa  d'allaè  ^q 
aqui  aflofi.  i  «' 

PALHABS -t^  liregiMia^  Beira»  Baiia^bo^ 
marca  e  coDcelho  de  Gcrtam,  70  IdlomeUros 
do  Crato,  tôSiao  S.  dei  LUMt*  ' 

«Tem  160109004  .  •   i    .    >      ■  ^ 

£flaiVI(7»tíiib»f  fogos  I 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Áúãímtmf^ 

É  do  graotpcioraâD  dordrato^  lMi|e 
xoiiao-pàtiMcfaàdê..  -   .« •  ^  n    .  ,  >'■  K  -t^ 

Districta  admhlisiratiyaae  QáiteHa  Baan^ 


M    t    . 


€014 


;    .   ••■-!» l^^í   *> 


O  grio-prior  do  Grato,  apresentaTa  otaft^ 
tòr,  coUado,  que  tnilia  60^000  réis  e  o  pé 

-••Vdsnni  fértil  MB  oeiMeaL  ,u '  't  ..  -   -: ' 

PáUMi0,.é  ^IH^lliâo.:núbns  elii  Pèiimalf 
Vidar MeoçiOb •         .    •.   >  .;    'i  <ii  «. 

PALHAES— fregaezia,  Beira  Bai];a,«MDaa^ 
ca  ecQiicellia  de  TranoosovW^kikMMiroB 
ásViMii,3«5aoKA  daUsboa.  >  .  k- 
-  IbmréOi  íogesi*.  '    •  •••  .-  c 

.  £m  l257,.tiAha^fotoc>    •   M  r  1    .  . 

Oiago^  Snta  Abiodídw    . 

ttspsiáo  de  Lmege^  diBirifll%  adorialMa* 
livo  da  Goarda.    .       ,.     •►  »•  ••' .'  •  t.  i : 

O  eemmeiídador-detliaiu  de^CeoMacé- 
Bi^  (apECMBtani  oicqra  <|Be  .tWia  pOilW» 
réis e o péd^aètari  ..    ;    . 

tItaco.lii»iL']fiiile:gadci.e.ea0ii4.' i  / 

flAUUBfi  ^  íregMrfis  •  £itltiuiiil*i(ao 
S.  do  Tejo),  comarEik  Ide  (Aldeia  MMiC^^do 
BUttUi}»,  asnieUMr  ^Burreirc^  ttiilMe- 
tnt^ao&^4»liabQa.i:>"i    c-cv   x   k^ 

IBIn  17^7,  itaha  800  foges.. 

OragQ/NossáâaqhemAl  Gfifiab  ^  >   r. 

Patriarehado  e  dislricto  admlolstratlTftdi 
LislMa.  .  n  1 

O  poTa  apresettta?c  o  dlit«i'<|Bft'lliha 
mbOOréis  e  o  pé  dinar.       '    « <  "  * 

Esta  fregnezia  está  á  muitos  annos  anâg* 
xk  á  de  Qwm,  (Vol;  l^  pag.  11%  ^c<fl;  1.*) 


M&lái«eaHsiai  Bom,  ila.flregMiiftift 
Braooa.  S^%k.  k%  pagi*  «Sli^  iCoL  %•) 
'fiíe  ('Doesta  atteia' as  faioofeas  .m^mw  do 
Falhai,  de  qae  ja  dei  noticia,  a  pag.  51^  ooi 
il>(iid<im)idò  L^fDl.  ''. 

' '  ^biicoíeoias  miiiis^  eotno«a9do  Ganralkyi 
sioi  ídml  nuvenf^di^eiu  do  >  rio  Càíma;  iM 
enitfaiBr  pltà  amrfenesqaerda/eaa  terreno 
da  JhrèfseaatdeiiUbeim  dè  Prágnaa 

Pertencem  a  ama*  poderosa  coiapanUa 
liigteite,  <K>mialgiiiis.'aocioiii9tas  portagme- 
até8,'eendQ'0  «oals  .Interessado  d'ellei,  o -A* 
Jdsé  Ferrèint Plmo .Basto ^hoje sèoi àsr^ 
deiíos.  (Vide  Monte  Ifór  Velho,  no  Hél}* 
*  Me  de  «olnre,  >eMnèo>,  4clniiidMí,  algaÉia 
prala,v€rteai  'peqoena  peffio  de  õnre. 

A  ttiia  do  Hallial,  foi*  exploffada  no  8e«> 
cnlo  XVIII,  no  tempo  do  ministério  do  mai^ 
^[seade  Pomfeal^poF  «na  «oòiedada^de^ia* 
dfeMaQS^  doestes  sidos»  i 

Diz-9e  que  4itÍo  iahlaieiíi  abaâdaaeia  tal* 
nerfodepratii,  e  ^iie,  atraveosàado  da  mkr* 
gem;  dlreiía  pina  a  asqoerda,' fòi  lootodada 
peláivgotis  daCaloiay>èaNimâ  g»aade  cheia 
que  n*ellehoaYe,  tornandoUiipoiilveialaYffa 
d*él|iaai<dlaiÀe^atéaj(bnna0o  daaotaafceóm- 
panhia,  qae  possuo  machinas  e  apparUlMa 
apeírfBiQ0àdo8.s 

•  Emprega:  diais  de  600  pessoas. « 
"tan taitoUieiíteamaehkias  deesgOto^-ea 
motora  4  da  afoita  de  lAO  oavaUòs.  ^         i 

94  Taea  uma  pralandidade  de  950  jaetiae» 

Bm  i6d%  produsiB  1 :  346  ;teoeiadM  de  flfld^ 
aeifoide  cotoé».a4de  gaieuL 

Cada  tonelada^  dá  M  liliraa<atediDas  aa 
IngbteirasoqÉevemlaeQMiiar  iii:4MilOO 


•  f 


VMa  líUmyaria  Vtíka.    .  ^ 

'lAiJBBiafl  ^Iwgaczia,  Tiaetoe^liaites^ 
eoÉcèlfea  de  Ifarça»  oosttBDa  d*Aiii6^  lOIUa- 
leaietroai«  KB.  de  Bfcaga,  3»  aa  IL.df 
Lisboa. 
;  «todMfsgo^  • 

£m  1767,  tinha  60  foges^ 
( tn^íç  ^  PanlOtnapeeKdo  e  evangeiistÉ. 
* '  Utaresbiapádo  de:  Braga,  diilrioto  adiÉiaii^ 
mitVO'  de  VHIa>Red.    -     ; .  -  t 

í'(íê  cooligeá  dsTicellegiada  de  Gnlasaries» 
al^iesentankn'  ♦  tava,  que  tioha  i6M0  iiía 
eo  pé  de  altar. 


E'  torra  poaeo*MM,  ftt«li»  -^iéi/  (F  ia- 

aos  qne  o  Ignorem,  a  signiflcaçSô^  Vi%a/^ 

Rili,  éM  terteb  'd'aráátik,  ÍS  i^>  t^ 
honrosa  oMIteurfi,  htkàtí  d«€IÍRtréále  mP 

nintô  rectas;  pai^éllas,  álteixátiàà  ^j^iiflN 
ctxhmétx\B,éo  ládò-sut^ertôr^^M  itbba^  á0 
ehèfe,  a<>  hifsrMr;  da  Htifaá  fla  MbMètieiyí 
do  mesmo  escudo.  *-  '  *  '  '  *•   '  *'*^ 

Nao  deve  ter  mais  largtfra^  dd  q^béf^k^da 
terça  parte  do  eseliioi  nem  }»odiiU  éi^r 
n*elle  mais  áe  áúàÈí  pbvifóéy  ie  ibi^t^Cif^ 
já  sè  ehâiUaiftcoflbAeiíà  IMllá:    «^  '  • '^'^ 

Ha  palia  carregada,  coticada,  debmUMi 
ilidrèsMl,  èrpMu  féiíl»tÈmÊáf,m\áéã, 
goariMíéldalltsàepMMIál'^'  -:•     :  t 

Em péOfUi  ISOM^ ^eMts  l^l^ilietliires 
-^  m  /too^  ás  hdritMtiel.'  '''  ^'  ''  -  '^ 
'  Bío»^'mpám,êéTA4okMêô4B^ 
dido  penMirtleidiriâcHIe;'  eili- #ltt'i^ 
apaésr*'-"  "  •         2  'Oi^./Ji>.'i 

dô^otielè^'-  "•  -i'  •' '"  '•"  ■ '  i  '  n  ■>" 
Palia  erguida^  ca  levantada^  é  a  nSe  tdéá 
á  ttoba  dé  éoMMHlliéfè.  ^  '  -  í-'  -  ^'  *i 
-  TáLlià<^f)N^{tiftziB,.^fl'a^MfXa;^eAiiàl'i 
ca  e  eoncelho^d  Pirf^  (Mdd-fioáiarea^dl 
f rMftoiâO,  cMMIfòide  HilM^^M^^ 

Em  1757  tinha  8i  íogei;  -  '^  '     ' ''  '  ^ '  • 
Orago,  S.Sifflie;    ^  •  í^*''  '  -^  «  •' í 
Bispado  de  Pinliér;BliiKGtoiaábíBd«#ati- 

O  abbade  de  Valle-Boift,  -ài^^ilfft#á>é 
tMrs;  ^ifilík^MOII^MA 'dé^rAMIbáito 

E'tM^i  pol^.  Algtm  «ftdèi;  uMIa  M(|k 
(Para  a  etymologia,  Tide  a  Palttf^MigilMi^ 

fàhlÀr^cftiísVl^  Bbihi4iail^''<éDilttca 
déf^Saiifo*  G6MMa^lll6,í0éil«M'«  •'«iloíhe- 
tros  do  Mortágua,  35  de  GoifliH»,  UÍ^m  Ú 
é^U4b^  •''••"    ' ''-"  *í  ••'■•>?•»  ••  '"-i 

^  'Sai'1787;  «tkHa-tt  H^gêi; '''-'«''  '  ^  '-  -<^ 
OraflOi&tSeÍMk-   ''  ••  •  i: 


ItAfi 


llt 


<  feli^ifMidsroiÉíbraVMtiim  ááditilstfáP 
flté'iiè*Vlsèrf:-"  '.^:   •>  í-      •  '.'     ti 

'-  Os  IcéDKKi^  règraUHss:  da  ^liiL  CrWl-dè 
Coimbra,  apresentavam  o  cara,  ^aê'"fftltiíl 
9aí§0(rMfe'<íop«d'áltaf.'»'  «íM  -«.v  I 
*< o ttMM  é^esttto -dttaé^e|lieMs"pitevéiibi 

yvrea  pelos  fins  do  sedEAò IK  'a  )^1rhtòlp<és 

'  nrálHbi  €#'clfpi6õ;  llMii  Gtttei*f^')d  inli^ 
IBfr'dél9aâaiti«di»  pllo>«e^Er(^:) :       ' 

ildMMto,  ^e^fíFú$t^'  l^Me  Jim»  da  (Mn» 
brá.  ^'  '    '  '  *  ■ '  ''*'       ' '  '  "■•*' 

' Jlíscfté 4ife:,:flnto^é8l«'ft^gnexta,  como 
à  «Éflélièlletita,  sfio'  pòvi>áç9es  ttnifd'  áM* 

V^fm^ttiiito  fèMíh  «ftidf  ê  caça. 


f.i 


•» 


i.,í 


HaiJ^eini;  ia<agàtfllâ'iim  '^fOlef  Ml  tarlò/  aias 
frases,  pèr^eMPl^yvcMo  dé  tí^áêm  «ftira* 
rado,  fmctifero  e  silvesore,  e  regado  )^-dols 
ÉOlDiRiaiMa^da  «i^stUináf  agnáé.      - = ^ 

N*este  yalie,  e  pelos  fins  do  séMk»  XY^ 
d»  prlkMlfM  io.iat^ti^^  adRyft  iMi ^4n- 
dlfiéiio.  4«  ÉNTfpMia'  4ò  M^al^  fpliM* 
ma)  que  era  calvo/  c  na  K$ca  dé  nm  caáta» 
alMIrò,  UVtf"  em  iJUift'ca«<po  iiae^aAlí  «pos- 
i«Aa,tima  <MiaaMi  itaHi(feiA<  U  S&aiisitttâ 
ViifMtt,  I á' VUil^  ddll  (y  *<Ulda  de  «m9ié 

^!'OoiMilaKKi  «'diartMKfetiiDf  maindèrés 
tê'FallÉ>a'80bttt;  "•  -      ' 

- ^fViVttlIa iNgtieziá  lHaiGpiiMWi adi* 
lliNtf  la|s^  «or{siM»iiii'ai^»ai1^^tímiiaM^ 
ia;  mis  i»iKi  flaWa^  ittfasddDilb  qia  >niai 
pertencia  a  imagem,  por  ser  achada  yK)tfitiki 
aatt:  aampirtaliItta/Ja^aflii  «maMo^qbaQhe 
pertencia,  levaram  a  imagaaki^aft  ò  saft>l«* 
IW,  'tfift  aaHaaársÉi  is  loa  égifájAj  nMs^na 
fÉBttlnft  itgíMBi  Mtà  a^Mrtu^m  deiappà^ 
recido,  e  se  foi  achar  no  vao  ddtMtfíiitiM* 
ffti;oiidtf4iiirta'Mkí'tMiada.  '  '-"^ 

"^i  liiil«'VíexaiXl»farim  pilraáagKefài» 
Sobral,  como  ella  íogia  para  o  castanhalfõ; 
«pttaKda  liifair  da  Bolia^v-a^rèfâ^  «dáMada 
90f-h<Mttiatt>irmaahMf  f'  **--  •" 
'  MsIscMii  aMio  oi'  do  'fiaferal;  a  aa^da 
Palia  erigiram  logo  una  capelia  àSéiAortii 


m 


PAIi 


lhe  uma  irmandade,  para  coiíllkrdoealtQ^ft 
«mserraçap  da  oaiMUa»  e  fazecein  a  feala  á 
Pa^Doeira.  i 

lostílairam  tainbeoi  vm  bodo  .para  aapo? 
bres  (parque  era  eplão,  tempo  de  (6me)  pa- 
ri^ o  qual  ooneorríam.  oa.popvx^  daa  ttegw* 
aias  circipivinoba».       .... 

Era  distribuído  no  3.«  domingo  de  qiatQh 
bro;  jontaiido^se  eqlao.aqiii^  a  9^:000  pi- 
soas a  recebsreqi  e^qnoli^iiaa.  eram  boi 
abondaQte  jantar»  e  yi«tio^  para  t^od^s*  di- 
TUído  pelo  Jak  e  ipordomof  da  Seob(wa.  . 

Passado  o  tempo  da  fome,  terminon  o  bot 
dp»  sendo  snbstitoido  por  uma.  Mray^iu^  se 
fasia  no  mesmo  3.*  domiqgo  de^iUftbrOy  e 
era  sempre  eoneorridissima,  tanto  de  feirai? 
tes,  como  de  rometuo^  qai^  deíxaarap  miAas 
offertas  á  capella. 

.  Havia  então  mua  solenoQ  (petividaderCom 
misMk  cantada,  aoi|^  aarmã^  o.prodsaiv» 
íatarde.  -  ,     ■_      , 

Havia  poto  dpcurso  do^  ao^Oà  ^Mla  entrai 
remagens.. 

I A.imafem  é  de  pedra,  Ab  ma  W  fi^r 
matios  de  alto^  e  de  bte  M^ilptnja,.e  aiftt 
peUaestá  bem  adornada^  a 

Junto  á  ermida^  está  «ma  foQt^  .a  eqift 
ama  ^  deveioa  attribnemfliiiltaa  virtAdM 
Ihecap^icas,  sobre  tudo,  .pap.^  cwifi :d^ 
tftda  a  qualiítede  de  lebKea.  M  .^       .u  .  i  >. 

Mo  1.*  sabbado  da  quaresma^LdM  aabhidp 
de*Iiuar»»  e.nai.voitava.daP«fle]MN^ieram 
obrigados  a  bir  visitar  eilltieiptlbv  Jiov» 
ftBguaaias  (alom.  da  :4j^  piila)  ipj»>:flMii— 
AlnaQa,€ejreoaa»  Cprlegaoe^^Bapi^o,  )iaf« 
meHebra,  Hârtágiu^  Sfitai^  TMpy,.^.yalte 

Todos  levavam  01  MUS  p«rod¥M;  a  as  sgas 
cniaaa  levantadas*  .  .  .  :  .^.  .) 
.  Bia  multado  oicbeiddetfmfUaquey.pef 
siii  ^^  por  pessoAi  de. sua  ^eaia».deiiAra  de 
Qompapeeer.      ,    .  •. .,-  '>..-•:..        i 

Esta  romaria  er^emrcoiiHOKinMDto  de  pm 
Wif^  voio,  feitorâiâeiibpra.do^baoide 

.  <  MyUbAGIpS;^(reguesia».  IterOftlloBtqit 
eoneelbo,  comarca,  diatrtetatadoMftiaifttirà^ 
Cbtopado  4eBiacaB(^  Mft  UlpnMMao 

0^9  W    ^^^r< 


.ti    >   «t    j> 


,-i-Á    1 


.  Sqi  l7!C&,|tii4ia  «i  ífms. 

Orago,  S.  Miguel,  archanjo. 

:  O  ^ido.di^,8é49  J9ragaiiga>  apieseniava 
a cnn^ufue  ti|iba.^(J»IM)0  réípid^  congriM,  e 
RÍA^aHir.;  . 

Esta  freguezia  está  ha  muitos  annos  au? 
nexa  á  de  8..  Joliapi.  (A  i,«  memrionada  na 
o»l.  i/  de  pMf.  4)S  4o  3.>?^imfL) 
;;PAUAiÇODLO— fragnoftia,  Trasros  Mon- 
t^,c()BUfea,e.  eonoelbo  d^  Mirandj^  doDou- 
Dl^  ((pi  4á  (Kwnarea  do  Mogadpôro,  eopeelho 
de  Mirapda^  t^  If^Upipetros  de  Byragança,  46S 
ào  N.  de  Lisboa. 

Tfm  1.70  fpgps.  :  . 
.  ..Sffà  t7M  tfnha  $)i  IsgQS. 

jQr#gOt  S.  Miguefl,  afcbai^o. : 

Bispado  e  (l|eMr|ctiO  admipistKstiyo  de  Bra- 

,  ;A:4i9itra  apmaofaya  o  xMtm  ,fBé  tíaha 
424000  réis  de  nMmgKua  ^e  o^.  de  altar. 

fi\t9i9A  f^ij.  Mnitii  gado  e  çaoa. 

O  seu  nomee-^^eanapisão  dè  Palaciólo,  di- 

minuiiiyA^d^  9^Uk  t*  Vem.  pois  a  signi- 
amir  foMmhfí,  pu  |i#{apK>iM^ 

PALLANQUE— portuguez  antigor^temo 
dft  fortM^^^íoTrreaiaicada^  piriissada^  eom  ^qiò 
se  cingia  o  acampamento^  ou  campei  d^  b4r 

PALLAS — antiga  fretmw9^  Xrasroa-lien- 
tffdíJMie  9Winm4Uf^>..eiaiinwt  á  4«  Onà- 

.  ,{tlUIA--7Írwl04a,  JS^tremadura  <ao  S. 
do  Tejo),  CiW^  J  çffuçeUio,  d:Al9aciBr  4o 
Sal,  05  kilometros  a  O.  de.Evm^  60  ao  9.B. 
de  Lisboa,  i50  fQg^9#  \  *^       . • 

Em  1757  tinha  S02  fogos,.. 
>;  (¥Hí9^A»<Joao.9aiftifl|ta.  .  I 

Arcebispado  d*Evora,  dist#(o  admínla- 
iraliro4^{«ísboa*  . 

..A  mosa^^aipoos^iedieia  aprmptai^  oa- 
pellão,  curado,  que  tinha  180i4A|r|^ijr^.,de 
trig(^4Wial«mi!ea>de,06vada  ^  I^MO^rs. 

!<  var»(fiPD;«iQ»dá'di  qfdem  da^TUaga 
.  ,à4Mni  faPtWishaa  em^ceratesj  Griamui* 

nartif.fw^:  ' •• '  '^  ' 

Foi  condado.  D.  Philippe  IV  fezt.eaide  49 
Palma,  a  D.  Yasce  Mascappnhasi  De«  itho, 
D.  João  Mascar^vtfíPi  l|i »!.« «oqder  de  Sal- 
ma»  e  3.*  conde  do  Sabugit  6ii»,A|bK'I>* 


i>  MBde  de  ÒMfloij>  è  trièlíili&o^MI^/^Mii 
por  D.  Pedrou      ^     ■'^  '^  -^  '     • 

A  eàéa  doM  tmâeH  d*Obidéb  é^JUVálaia, 
paisAôtt  depois  para  á  áeé  eoiâes  lio^^la* 
ga».  (Ttí.  5.spag.  iW;  bòL  !.•)•'     '   ^^ 

Palma  éQmappellifloiKM^aiâl^iliiCai; 
t(>tnaâo'â'esta  poToaçio.  O  priínéimqtieeèm 
elle  se  aétia,  é  Joio  Garieé  dá  FMteii,'  lUffis^ 
ral  d^OMdos,:  qtieifbi-govéitiadoi'  dápra^a 
de  Gasteno-de-yidei  Os  Paláíbi^  fraáeài  poir 
armas  —  em  eampo  d'oaro,  amti'  ^lâfÉaelra 
verde,  solyre  um  mdâtó^'  áã  Mi  éêr:  tímo 
d^açe,  aberte/  e  per  màbrèl  ímf$sm4h 
palma.  '^^  *i 

O  moftado  tfei  Palma  (depois  «otídlild)^foi 
iastitiiido  (pelos  a&n^s  de  IMO)  per^D.  Per« 
nando  Marcfos  Ifáseárttiins,  á  i>^apltSo  de 
giDétes,  e qae:tepois liM^téèrei  dalidiat '• 

Foi  jnsUtaido  o  vhieiilò,  émí  uma  sitá  fa- 
senda,  e  mandoa  edifiear  nm  !)0m  [^átoeio, 
qae  flea  prokimo  da  egrifa  mairfe.  ' '   « 

PALumBS  (vulgarmeaiemjfáSMr^^ 
goezia,  Douro,  «dmurca  ilebneeilio  d'01lv^« 

ra  d'Azemeis  (foi  4a  coiMMa^de  Bitttteia; 

eisincto  jcoueelho  dol^íuhetrodabeiapoAla), 

30  kiiometroe  ae  B.N.B.  d'Amro;>50iao  61 

do  Porto,  S7(y  ao  N:  de  Lisboa;  S30 'fogos. 

Orago,  Santa  Marluba. ' 

Bispado  edistridto  administrai.*  d^Avefra. 

A  mitra  apresentava  o  prior,  q«^  Un^a 
700^000  réis  de  rondimento  tíimàí 

'  Ha  por  estas  terras  o  vicfú 
de  não  pronunciarem  es  Tt 
das  uitímas  sjrlabas  -^  pôr'  ex. 
—  aifiôres,  alfés^ ' "—  Ulheres, 
íai*^s  —  queres,  fués,— etc, 
eteJ— Assim,  em  vez  de  Pai* 
""*^  máreSy  dizem  Palmás^^  e  feí* 
se  o  vicio  inveterando,  a  pon- 
to de  vermos  hoje,  mesmo 
em  papeis  offlciaes,  Paimaz 
(qne  nada  significa)  em  vez 
de  Palmares  (logar  planta, 
do  de  palmas).  —  Vide  tam. 
bem  a  palavra  seguinte. 

É,  n'esia  freguezia  a  boa  fábrica  de  pan* 
nos,  cujo  motor  é  a  agua  do  rio  Gaima.  Es* 


FAC 


m 


^fdMiH tiè sHiòdó Irètíro,  táas ^ettéM* 
tà4t  Vulgahnenie  ^fabtkà  4ò  (kâmá.  <- 
propriedade  forf^srtr.  Beirhardo  lia  Oosta  PUi-' 
ftl  Bást^;  êeufõp  losé  da  Gosta  Piâto  Basto 
(in&to  d»  anteêedente);  JoSo  ítai^ques  (to- 
do» tm  d'01iveira  d*Asemeis),  e  Ldpè^  <4a 

"^  Já  em  Oilvefi^  d^Azdmeis  dei  á  râiio  por^ 
qne  nada  mais  sei  d*este  estabelecimento  fs^ 
bril. 

*  'O  tfo  Gatma,  i]ue,  cemo'se  vé,  passa  por 
esta  freguezia,  tem  aqui  nma  boa  peúte  de 
cantaria,  feita  nés  principies  do  s^uio  XVIII 
'  FALItARES !- Vide  Paimkó. 

PALME  e  FEITOS— freguezia^  Minho,  oo-^ 
marca  e  concelho  de  barccUos,  30  kiiome- 
tros  a  O.  de  Braga,  W^  ao  N.  db  Lisboa, 
SiOfogo^.  :"•/:• 

Etó  f 75Í  tirihaUafflftos. 

Orago,  Santo  André,  apostolo. 
^  Arcebispade  ê  dfètricto  administrativo"de 
Braga.  » 

'  O  abbade  benèdictino  do  mosteiro  d'esta 
fregaezia,  apresentava  o  vigário,  que  tlnhá 
904^000  réis  de  côngrua  e  o  pé  d'altar.* 

Em  tempos  remotos,  &ti  e  logar  de  Pal- 
me tíma  quinta  do  fidalgo  Lovetendo,  filho 
de  Sazi,  qne  em  1028  a  doou  à  ordem^dè  %. 
Bento,  {Mura  aqui  fundar  um  itaóstelroj  dán- 
do-lhes  também  muitas  rendas  e  proprieda- 
des. 

Gom  vsfiásdoâçdes  de  particulares,  câto- 
goa  este  mosteiro  a  ser  um  dos  melhores  e 
itfsi^  ricos  d'estés  sítios. 

E8t&'  fondado  ao  pé  da  serra  do  Táméi,  e 
ao  O.  lhe  fica  o  delicioso  e  feracissimo  vai- 
le  dó  fámél,  por  onde,  em  um  extenso  tu- 
fiWf,  passa  o  caminho  de  ferro  do  norte.  - 

Este  mosteiro  e  a  sua  cerca,  foram  ven- 
didos depois  de  Í834,  e  é  hoje  seti  proprie- 
tário o  sr.  barão  de  Palme. 

A  freguezia  de  Feitos,  annexa  a  esta,  fica 
descripta  a  pag.  i6i,  coL  2.*  do  «voL  3.* 


O  sr.  José  Maria  da  Fonseca  Moniz,  foi  fei- 
to barão  de  Palme,  em  2  de  junho  de  18S1. 
—  Era  irmão  do  fallecido  bispo  do  Porto, 
Moniz.  Vide  Porto, 

Em  18  de  ferereiro  de  1852,  foram  feitos 


482 


PAL 


.    TisliâTOtoemcòrteSf^eofiiaBanMiiolibi- 
eo  i3.«  ...<-:     •  ' 

Tem  tuna  boa  feira»  a  8  de  detombior. 
-  Foi  cabeça  de  am  doa  Aiaia  «amigai' atm* 
<ítíhM  de  Portogalé  Por  nui  daoNio  idaje- 
jeàcía  de  ar.  D*  Famindo,  deSide  oi]tii<> 
hro  de  lâfiS,  foram  espiurimidoa  iSHCoatth 
Iboajro.diairieto  admiaktntive^^da  liáKMi; 
aendo  um  d'elle8  o  de  PaliiiBUa.r^Os>aiiaros 
ioram:  Alcoetitra^  Aldeia  Gi^ega  da  Meceea- 
lu,  AMiandra,  Aie|tao,  Goilarea,  Erieaiiv, 
Monta.  Oeiras  (sé  o  jnlíjido),  Ribaldeiraj  Si» 
nes,  e  Sobral  de  Monte  Agraço.     . 

Sobre  o  plató  de  um  doa  mais.altoa  etf>é- 
fOB  da  aenr^  iiae  ae  €»iaide ;  entre  0'T<^  e 
o  Sado,  e  yae  íbrmar  o  cabe  do  £«j^eC  ^ 
S.  da  batra  de  Lisboa^  eâiá  ediicada  o  ve* 
tosto  eaetelk)  de  Paimella»  eetendendoHBefc 
vilia  pela  encosta  septentrienal. do  ownte.' 

Tem  o  castello,  uma  praça,  mesmo  em 
flrense  do  mosteiro,  muito. eflvaçosa^^e. com 
qnatro  ciatemas,  ama  dMtod  meoaraTel» 
-dantn»  da  (arre  de  menagem.  .      . 

Do  casiaUo  se  goaa  mn  vaato^  edaUeiesD 
INmorama.  Para  o  N.  e  KO*  vé^se  Lisboa,  e 
as  serras  de  Cintra»  Montaehíqoa^.BoQillias 
«  Monte* Janta.  O  l^jo,  desde  a  Barca  tfé 
Sanearem»  e  grande  anoiero  de  ]<riUaa^eal<- 
deias.  Ao  S.  e  S.O.,  Yé*se  o  SadOí  Setúbal*  a 
4M  seus  formosos  arrabaldes»  e  varíoa  mon- 
4e8  e  seiras — ao  0.  se  descobre  uma  vasta 
extensão  do  Oceano. 

Se  dermos  credito  aos  nossos  antigos  esr 
eriptores,  foi  esta  poToação  fundada  pelos 
annos  do  mando  3694,  310  antes  do  nasci* 
mento  de  Jesos-Christo,  pelos  celtae-  e  sar^ 
rios.  Ignora-se  o  nome  que  Ibe  deram. 

416  annos  depois  (i06  de  J.-C.)».  Aulio 
Gornelio  Palma,  pretor  romano  da  Luaitar 
nia,  reedificou  e  ampliou  esta  povoagao, 
dando-lhe  o  nome  de  PalmMa  (que  quer 
ákier — PcUma-Pequenay  para  a  differençar 
de  Paitna,  cidade  que  elle  também  tinha 
fundado  na  Andaluzia). 

Como  o  resto  da  Península  Hispânica,  ca- 
biu  em  poder  dos  árabes,  em  71^ 

Muito  soffreu  Palmella,  durante  os  rdna- 
dos  de  D.  Affonso  Henriques,  e  de  seu  filbo 
D.  Sancho  I.—  Os  mouros  do  castello  d* Ai- 


ffAfi 

•maâa;  vedio  cal^iLisboa  eni  poder  teia 
poftofosaes^'  renáemtse  a  paftidu;  poiém 
08  deMne^  fiados. na  fortaleza  dàraia 
«dastUbf  e  hc  sua  ^piaai  inaceessfcveliKMiiBío, 
MÉislnn  corâioeamiBnte;  mas  D.  Allimso.vI 
Iba  dá  um  Idrioso  ataque  e a ^tema-  deisqff» 
preza  (1147).  Pouco  tempo  depois^  unm^  â 
cahir  em  poder  dos  mouros. 

£m  il^  (outros  dizem  li66),  D.  AfToúsQ 
Henriqa(3a^Á  frente  de  60  lanceiroQ, escolhi* 
dos,  faz  um  reaenhecímettte.aobre  o  castd* 
lo  de  Pàlmblla,  e  encontrando  o  rel'UKfuro 
de  Badajoz,  nos  campos  (^fiéflícaih  próximos 
a  Cezimbra  (para  cojo  castello  marchava  o 
mòQfo;  'cem  om  luzido  esquadeio),  o  alàca 
édesbaraia^  no^  t3  de  lOnUoi-No  dialni^ 
mediata,  a  gnarniçio  de  Paimella^aemtpo- 
der  ser  soccorrida,  rende-se  aos  portUguemie 
.0  rei,  para  fue  a  praça  nSo  toma  a  ca* 
bir'em^d)6r  dos  masulmanoe,  manda/re- 
construir e  ampliar  o  seu  castello  e  mmna^ 
lhas,  doande<-a'aos  cavalleiroa  de  S.  TI|ii>ov 
pára  qaeelles*  a  povoassem  e  defendessem 
D.  Sancha  I,  confirmou  a  doarão  de  eeapac^ 
ena  ÈiSÊ- 

fimil9i,  leinando  D.  Sanabo  I,  soOna 
Portugal  os  lenáveis  âagellos  da  fome:e.pflft> 
ta  O  feroz  Minoneâim  de  Marrecos,  invpie 
•a  Algarve,  e  noatoma  quanto  alU  tinhammw 
Soberbo  com  estas  victorias,  e  sem  encena 
•irir  quem  se ^ippozesse  á sua  mandia,ae 
dirige  ao  Alamt^o,  roubando  os  povoç  e-la$- 
lando  os  campos.  Gáe  sobre  Palmella,  qflB 
saqueia  e  arraza,  deixando  apenas  sangue, 
cinzas  e  minas.  (Vide  Àlmãda,) 

Suppõe-se  qua  esteve  abandonada  e  i^ua- 
si  despovoada,  até  que  em  1105,  D.  San«Ío  i 
reedificou  todas  as  obras  de  defeza,  e  maa« 
dou  poVbar  a  villa,  guarnecendo  o  eaatelio 
com  bravos  e  nnmerosos  combatentes,  para 
o  pôr  a  coberto  de  qualquer  snrpreza  doa 
mouros  do  Algarve;  e  nunca  mais  se  perdeu. 

Dentro  do  castello,  está  o  mosteiro  de  frei- 
res de  S.  Thiago,  que  foi  cabeça  da  sua  or- 
dem (vide  Ciutro-Marm),  fundado  por  D. 
Affonso  Henriques,  e  concluído  por  seu  fi- 
lho, D.  Sancho  I.  (D.  Diniz  o  separou  da  obe- 
diência de  Castella,  em  1290,  com  auctori- 
dade  do  papa  Nicolau  IV.)  O  seu  l.""  grão- 
mestre,  foi  D.  João  Fernandes. 


PAL 


PAL 


43d 


Foi  em  5  da  intio  áò  1448  que  M  eMbe^ 
leeen  aqni  a  iédê  da  orden  ttêUfarde^flio 
fUifo,  sendo  sen  piineiro  Biedtr&<eiii'Pál- 
BMlIa)  o  tatánlè  D.  kàu,  filào  d6  D.  Hm  L 
Goaehiiraiii-se  todas  as  obras  da  egre}a,  iflos^ 
teifi  «  soas  of&dnas,  em  ilM,  sendo  Éntí»* 
tffo  o  príncipe  D.  loio  (depois  rei,  2.*  do  wo- 
me),  filho  de  D.  Affonso  Y.  (Vide  Mértuia.)  • 

O  prior-niAr,  D.  Jorge  de  Mello,  fez  gAn- 
ies  obras  no  mosteiro,  em  160B,  gaetaádè 
mitos  contos  de  réis. 
'  Também  no  seu  recinto  está  a  egrejade 
Santa  Maria  (por  isso  denominada  do  Cas- 
telloX  antiga  matriz  da  Villa. 

A  egreja  matrix  de  6.  Fedro,  a  da  MIséri* 
«mpdia  (e  hospital),  estão  edificadas  na  víHs, 
assim  como  cinco  *capellas,  além  de  outras 
ennidas  dos  airedores. 

Oa  arrabaldes  da  vflia,  posto  serem  bas- 
tante aecidentados  e  pouco  arborfsados,  sSê 
farteis  e  bonitos. 

Nio  longe  da  Tilla^  estio  (no  sitfo  do  At- 
ferrára)  o  amioento  quê  fòi  de  ffaãên  nrráM" 
do$i  ftmdado  em  1383,  e  ampliado  por  D.  Es- 
teia da  Gama,  filho  do  conde  da  Vidignei^ 
n,  em  IK^S— e  na  ladeira  do  monte  que  sò- 
lie  para  a  serra  tisinha  de  Setnbal,  o  mos^ 
têirú  fueftdde  frades  pauHãtns,  fundado  em 
IMO,  por  Mendo  Gomes  de  Seabra.  Este  eoh- 
^ento  se  nnio,  em  1531,  ao  de  AtferràraL  Ao 
sitio  em  qne  estava  esie  mosteiro,  se  deu 
primeiro  o  nome  de  Mmdoliva  (Olival  de 
Mendo),  o  hoje  se  denomina  São  Braz. 

O  eastello  de  Paimella,  de  origem  monrié* 
ea,  está  edificado  no  topo  de  nm  cabeço  ín- 
greme e  esearpadd.  É  de  grandes  dimensdes; 
mas  de  ponca  importância  (militarmente  tÚ- 
làndo)  e  diffieilmente  resistiria  a  nm  assal- 
to regular,  e  a  poderosa  artiiheria  moderna 
em  poucas  horas  o  reduziria  a  nm  montão 
de  ruínas.  Mesmo  assim,  6  nm  dos  castellois 
de  origem  mourisca  mais  bem  conservades 
de  Portugal,  graças  ás  suas  varias  reedifica* 
fites. 

£  notável  a  sua  torre  de  menagem,  ou  ci- 
dadella,  com  suas  ameias  e  seteiras,  snstea- 
lada  per  sólidos  baluartes. 

As  fortificações  exteriores,  consistem  em 
uma  cinta  de  muralhas,  desmantelladas, 

VOLUMBVI 


guarnecidas  de  robustos  revelins,  defendi- 
das na  base  por  obras  razas  de  coafra-es- 
carpa. 

A  mais  de  meia  ahnra  da  torre,  está  uma 
casa,  perfeitamente  quadrada,  tendo  no  cett"» 
tto  uma  escada  dè  pedra,  por  onde  se  desee 
a  grande  protendidade.  Ha  ahi  um  caminiio 
snMsrranéo^  cfuo  vem  sahir  á  extremidade 
de  um  dos  revelins. 

Antes  de  entrar  nO  subterrâneo,  e  ao  tan« 
ia  da  escada,  está  outra  casa,  com  uma  cis- 
terna no  centro,  ffesta  casa  esteve  preso  e 
n*elta  morreu,  D.  Garcia  de  Menezes,  bispo 
d*Broi%  por  traidor,  e  conjurado  contra  D. 
Jbãoi  II;  na  revolta  de  duque  de  Bragança. 

Foi  ^.»  aleaitte^mór  de  Paimella,  o  famoso 
19.  loão  de  Almada  e  Mello,  pae  do  grande 
t>.  Praneíseo  de  Almada  e  Mendonça*  (Ô.^*  vo^ 
inme,  pig;  58.) 

O  território  de  Paimella,  é  abundante  em 
todos  os  fkncto»  agrícolas  do  nosso  clima,  e 
a  vinienltnra  se  tem  aqui  desenvolvido  bas- 
tante nos  uftimos  annos.  Em  1875,  foi  de 
184:906  litroe  a  prodticção  do  vinho.  Cria 
mnifo  gado,  e  é  farta  de  óptimo  peixe,  do 
Tejo,  do  Sado  e  de  mar,  que  lhe  vem  í>or 
Setúbal  Tem  al)undancia  de  aguas,  que  re- 
gam hortas,  pomares,  campos  e  jardins. 

No  termo  de  Paimella,  e  a  3  kilometros 
de  distancia  da  villa,  está  a  quinta  do  AnjOt 
que  foi  de  D.  Luiza  de  Mello,  casada  com 
João  de  Mello  Feo,  governador  das  armas 
da  Beira,  no  fim  do  século  XVII.— Francis- 
co Coelho  de  Mello,  senhor  â'esta  quinta,  e 
pae  da  dita  D.  Luiza,  e  ambos  naturaes  de 
Paimella,  edificou  aqui  uma  formosa  ermi- 
da, dedicada  a  Nossa  Senhora  da  Redem- 
pçao,  e  sujeita  à  egreja  de  S.  Pedro  da  villa. 
Tinta  esta  Senhora  duas  irmandades —uma 
constituída  por  navegantes  de  Setúbal,  que 
lhe  flaziam  uma  grande  festa,  na  1*  oitava 
do  EspiritD-Santo  — -  e  outra  formada  pelos 
que  viviam  pelos  montes  e  herdades,  e  que 
a  festejavam  a  10  d'agosto. 

Brám  sempre  ílBStas  sumptuosas,  porque 
as  duas  irmandades  as  faziam  a  despique. 
Hoje  tudo  acabou,  irmandades  e  festas! 

28 


434 


PAI* 


Thitgo,  foi  am  Liaboa»  no  mo^teico.da  Suh 
tos-o- Velho— onde  residiram  os  eavaU^as» 
alé  ao  reioado^cto  D.  Aflo>ivQ  H,  mof}»nd«.-se 
w&o  f»ara  AIcacer-dQ^^Sal.  Orcelsb^viUI^  pa^ 
aaraai  depois  para  a  de  BMrkfla»  i)0;f,eiia49 
ddD»  Sancho  II--ató.'qo&.«Msii4ioeQ|^,si9 
eataheieeeram  em  Palnoeila,  a  iÇ  .á^  m^9l»9 
de  1482.  ..  -: 


n 


A  ordem  de  S*  TbUgo  iav0,prÍQCÍ(úo  m 
Gallisa,  em  um  nosteii^,  dwomiAado  Ap 
Santo  Eloy,  pert^oeaMiaoaicQDefas  *egi»i|r 
Us  de  Santo  Agostinho  (cnut09>i  l^*09laBK>tr 
teiro  apenas  existem  rDintf9,/noiiispG)te:de 
Lugo. 

Alguns  auetoree  attiibuein  a;  in^ii^icao 
d'esta  ordem,  aQ  rei  D.  BamiitQ.I^.p^siaah 
4ÍI0S  8d0,  dando  o  titaio  àB  csívaltoiro»  dP  S- 
Tliiago,  aos  membros  (irmâoa)  dQ.aD|ia  wn*- 
iraria  ou  irmandade  então  instituida  sob  a 
ittvoeaçlo  do  santo  j^po^oto.  SecAQdp= ou- 
tros, pelos  annos  de  1030»  reinaodP/envlieÃ^ 
D.  Fernando,  se  aliega  com  umi  «miptorib 
a  favor  das  commendadeira^  d^j  SaUmafM», 
na  qual  dà  o  rei  a  esta  eotnírajriíi  o  tiCQlq  úí^ 
ordfim;  porém  alguns  maream  a  instii«i$$o 
reinando  D.  Aifonao  VIU  em  CasteUa  — em 
Leão»  seu  tio  D.  Fernando  lí— en  Navarra, 
D.  Saneho  VI~-em  Aragão,  D.  Afion^o  o  Ca<- 
to — e  em  Portugal,  D,  Affonso  Henriques. 

É  certo  que  a  )>ulla  de  .confirmação  does- 
ta ordem,  foi  expedida  pele  papa  Alexanr 
dre  III,  aos  5  de  julho  de  1171^  a  instancias 
do  mestre  D.  Pedro  Fernandes;  porém,  al- 
guns annos  antes,  já  a  tinha  approvado  o 
cardeal  Jacíntho,  quando  passou  a.Hespar 
nha  (para  compor  as  discordiaN  que  har 
via. entre  alguns  prinçipea)  com  poderes  d0 
legado  á  latere,  da  mesusQ  papa. 

Deve  pois  conslderar-rse  a  ordena  de  S. 
Thidgo,  legalmente  inatiiuida»  desde- o  refe- 
rido dia  5  de  julho  de  U7($.-  .   n 

D.  Affonso  Henriques,  yendó  que  os  esh 

vaiieiros  de  S.  Thiago  faziam  grandes^  ser- 

.  viços  na  Hespanha,  guerreando  es.  mouros, 

fundou  logo  em  Ii7?  eata ordemem  Poi^u- 

gal ;  mas  dependente  do  mestrado  daftalUza. 

Continuaram  os  cavalleiros  portuguezes, 
na  sujeição  a  Castella,  e  ao  sen  mestre  dss 


PAI» 

Ucl0f^  ^  ao.rQiPâila.do  po^sO)!).  Aip|z.po 
qual  idoaoQafitai  nma  buUa  dQ  pap«  Ki^(^ 
UmlVf  pani  a  «na  separf^o  e  iOídependfitr 
qi%,.d»tada,de  17  de  3âten^r«:dâ,i3834;ilMn 
rém>a  exeçuçiia4'asta  hsiãsii  ^  s^  effgçMQfl 
am  1290|  em  qqjo  anuo»  os  eavalleiros  piír* 
mgu^^es  elegerann  por.  seu  pviqieir^.i^e3tJD^i 
D.  Jp^o  Fecpapdeai  s  •  i .'  .i 
iPiS^aados  três  annopi  os  ipesmis  40  Uaks» 
14^  pediram  !e  tanto  inirig^am  ^9».B0kq9|| 
que  os  papas  Gelestinio  V  e;  Aooffacio  V|Ái 
em  f^9\y\  tpmars^m  a.  mandar  «,nir«4pr- 
úim  de  P<^r(i9g^l  â  4e  iCaiteJla»  e^^aimn  com 
tínuou  por  algup  t^ippo;  até.qcb9,;failfiei(ík> 
q  juapa  Cieipen»e  V  (43i6>,  qqe  ^mfeaw^- 
YOP^ia.os  mesti^es  caatelbaxios^.eiegieisAiiik^ 
pprtpguezQs  pQr  s^p  mestre,  ao  canwiwÂai^ 
dor-mór,  D.  Lourenço  Anp^s.  j.; 

..  jFliQahqpente^  af^eaar. de  tudq  qii^BV).  aJnda 
jorram  09  mAstrea  de  Ucles^  iupdaAoajtp 
bulias  de  outros  papas,  íicon.  a  prdeni;  4* 
3,  .T|i|a4P)i  de  Portugal,  separada  par^««n- 
PKiV  d^sde  1316^  do  mestrado  castelbMQ^  * 

PepQiSj  di^  separação,  l^ouve  i6  mestres^ 
4eade  D;  João  Fernandes,  até  ao  inisnte  I^ 
Jorge,;dttqaedeCoipibra,  filho.de  D.  X9ÍIP  Á 
jque,  íai  o  jaJtiino;  porqpe,  po^  «na, j[norl4,  «f 
uniu  o  mestrado  doesta  ordem»  na  pessoa  4a 
D.  João  MI,  e  nas^dos  seus  auoeea9pr^ci j  o^op 
taml)em  se  fez  nap  ordens  de  Cbrislo,  e  d# 
Avjz,  por  breve  do.  papa  JoUo  IH,  ^pedjido 
em  iSSá*  •   ■ ..  j:»; 

Depois  ;do  rei  <grão*meatre),  a  priípwit 
dignidade  d'esta  ordem,  era  a  de  prior-mór 
de  PalmeUa,  que  tinha  juriadicQa9^.,^aasi- 
episcopal,  mas  só  com  respeita  ao  conv^plo 
d'esta  vitta.  O  i.*»  prior-m^r,  foi  D.  Jo^.4$ 
Bntga,  ao  qqal  se  seguiu  D.  Meuda;Af[o«9% 

O  pati:inH)Bio  da  ordem  de  S^  Thiago^  qc^oi!- 
prebendia.47  villas  e  legares,  4»)m  150  c^oir 
mftfkdi^^  75.p9dro4dos  de  egrejas  e  mpilps 
benefieios,  o  qne.tçtdo,  pela^  aiipiIiaiC$4»;feÍ7 
m  em  1^40,  repdia  &2O:O0Q  ducados,  (maii 
de.3#  contos  de  réis)  por  anuo.        .•  1  .» 

Na  sua  permittiva  instituição,  deviaoi  roí» 
sidir.n'eate  mosteiro,  26 freires eomo^f eu 
prior- mór. 


1  Celestino  Hl  foi  papa  so  alguns  me4;e3, 
em  I29i. 


A  raildift  D.  Cftt^arioit,  molb^r,  de  IX  João 
III»  aeer€#eeotoa-lh9  paaú  doi3. 

Qftfreiref  e  c^vaUwos4'6Ma  ordem»  q$a- 
T^  AO  prlDeipM,  de  uma  espadai  peo^eiite 
49  corddes  vermelh^/i» 


ÇALí 


43^ 


Segando  a  leoda^  na  batalha  de  Clayigio, 
ganbMU  aos  meuroi^  por  D.  Ramiro  I,  4e 
Leio,  em  8Si,  foji  vialo  o  apostola  S.  ThxAf 
go,  montado  em  um  cavallo  branco,  de  ea« 
pada  em  punbo,  f aif  nd^  bor  riyel  esticago  fos 
tofieis.    ^ 

Em  memoria  doeste  sobrenatural  açiiiliq^ 
determinou  aquelie  rei  que  os  cavalleiros 
ironestem  por  juisfgma,  uma  espada»  ten- 
do de  uma  parte  da  empuphadeira,  ineia 
bia  e  uma  estrella,  e  da  outra^  o  0olr-BÍgpí'< 
ficaifedo  Jesus  ChristQ,  verdadeiro.  fi^I»  po^tra 
Mafom»,  representado  pel4  lua-H>  natro  das 
trevas. 

Depois,  simplificoa-se  esta  insígnia,  reda^ 
ziodo  se  a  uma  erui  réasa,  em  forma  ^t,  es- 
pada^ com  o  punho  em  coragao»  e  as  e:(tre« 
nidades  das  guardas,  em  flores  de  li{;pei)^ 
dentes  de  um  coUar»  de  três  cadeias^  d*oa* 
ro;  insignia  {habito)  que  os  cavalleiros  eram 
obrigados,  a  traser.  seqaprs,  não  só^  sobre  0 
manto  branco  da  or^em,  nos  actos  públicos^ 
mas  até  nos  fatos  caseiros. 

.  Depois  de  1834,  Qôou  o  mosteiro  dos  frei- 
res de  Palmella,  completamente  abandona* 
do^  sem  haver  um  governo,  ou  aactoridíide 
local,  que  curasse  da  conservação  doeste,  mo- 
numento glorioso,  4^  fé  e  do  valor  de  nos- 
sos avós;  e  de  roais  a  iqais,  digno  das  maio- 
res attenções,  como  obra  d*arte. 

Triste  é  dizélpi  mas,  nem  s6  o  desampa: 
ro  e  o  correr  c|03  annqs,  tambfsm  as  mãos 
criminosas  dos.  vândalos  do  século  XIX^ 
lêem,  por  muito,  concorrido  para  a  destrui- 
ção d>ste  edifício. 

Nos  seus  claustros  jaeem  as  ein^s  de  mui- 
tos  var5es  iliastres  i\aa  armas  e  n^  lettras^ 
entre  elies,  o  célebre  doutor,  Diogo  de  Gqu* 
Teia,  gue,  depois  de  estudar  em  Roma,  foi 
nomeado  por  D,  João  III,  lente  de  theologla, 
da  unifersidade  de  Coimbra;  sendo  um  dos 
enviados,  por  parte  de  Portugal,  ao  concilio 
de  Trento. 


.  ;|M^  ftapulujo.iia  capella^m^r  4^  egrrja 
de  PahpelU,  ooip  ^tçjepitaphío; ; :,  . 


I  4 


AotuJAí  n:  mooo  dis  goúVea, 

PRIOR-MÓR  OVOE  FOI  DBSTB  QCWtmfO     '^ 
E  ORDEM  UK  SANTIIUO,  B  DO  CONSELHO 
DE  E|.*|t^I,D.  §^AS7t40,  fiOSSO  SjBNifai^.^i 
^     .     OUE  PRIMEIRO  FOI  .EMBAIXADOR  DE     ^ 
fiL-HEt  b.  JOXo  III,  NO  (ÍÒNCILIO  t)E  TRENTO. 
FALLBCBU  A  3  DE  AMlfL  DlA  1076:* 

;  O  tumulo,  do  Utfapte  D.  Joi^gd  4*4)^aa* 
tro,  fllho  legitimado  de  O,  Jjpãa,  }It  ^.  ultjau) 
mestre  da  ordem,  foi  aberto  e  profanado, 
CA,  i^% &^o(|p  os ossoí^  de. Wflçnçipe, 
qjue  esteve  quasi  a  pQi\to  de/j^iiiar,  \,ex^^ 
postos  ao  escameo  e  às  chufas  .das  tor* 
bas.    ..  .    .    ..' \ 

AIgHmas  pessoas  de  Palfn^lv  f^r^iq-j^.ii 
8fypi|Uura,'e  leyanfok  umas,  d«fites>  çiutrasi 
uof  ossinbo  qua|i]ueir,;do  ilustre  ijefi^cto, 
para  os  guarda^epai  co^io  lej;nl)rapoit..^pIs« 
tes  ainda  n^o  são  dospeioresí)   ^ 

D.  Jorge  de  Lencastre,  ou  ÂÍencastrc^íi4 
duque  d^  Coimbra»  e/oi  seu  fi|2»p  primogé- 
nito, o  marquez  do^  Toriies  Pfova^i  (}pP9J^>.  i-^ 
dugue  4'Ayeiro, .     ...    \     .     ,^  .f  ... 

Este,  estevo  preso,  uo,  casiello  (}e  S.  Jor* 
ge,  de  I^isboa,  por  se  pppAr  ao  casamenta 
da  infante  D.  Fcfnaado,  irmãQ.mais  sovo 
de  P.  João  JIII,  com  D..6uiopifir  CoiítlnbQ^ 
âlha  do  conde  de  Marialva;  declarando  e 
sustentando,  ^que  se  achava  casado  clandes- 
tinamente, à  face  da  Egrela,  com  D.  Guio* 
mar,  que  era  ei^tão  a  menln^.  mais  rica  de 
Portugal,     ..... 


I.   II 


D.  João.  Fernaqflea^  i^  D.  pr«c\rrmár  df 
Palmella,  era  natofal.  da  pidade  d'£vora. 

Depois  4e  ser  ^estre.da  Sé  d*esta  cidajie, 
e  D.  prior  mór  da  ordem,  foi  cónego  secu- 
lar, da  copgregação  de  S.  João  Evangelista 
(loyo)  onde  floresce^  P^  soas  v^tudfs% 
muitos  annos. 

'  ^  Tdftos  siifeem  4ue'D.  Jòie  11,  não  fen* 
dO'  filhos  legUimosi  qneriii'  (|fte  Ib»  sueee* 
desse  no  ihroBO,  seu  filho  Jh  Joirges  poréoa 
os  fidalgos  da  corte,  influenciados  pela  vir; 
tuosissima  rainha,  D.  Leonor,  mulher  do  i^io* 
narèha,  opposeramsetenaKmentf,  passando 
a  eorfta  para  IK  Manuet,  duqve  de  Beja,  ir- 
mã^ da  raiaha,  e  primO;  do  rei>  a  quem  de 
direito,  pertencia. 


m 


PÀL 


FUteeen  no  seu  mosteiro  dê  i^.  Joio^an- 
gelista,  d'Evori,  em  tt  dò  Jalho  de  Í9W. 

£'  repuudo  coipç  canto»  na  terra  da  soa 
nataraUdade, 

Bm  ontobro  de  1732,  falleeea  n'esta  tí1« 
la,  Francisco  Cordeiro,  d*aqai  natnral,  com 
104  annos  de  edade. 

No  mesmo  mez  e  anno,  no  logar  dos  Ifon- 
tèêf  termo  de  Pabnrila,  morreu  António  Cor- 
ftía,  eom  115  tnnos. 

No  dia  ii  de  fevereiro  do  1876  (nm  do- 
mingo) inaa|farõn-se  n'esta  viiia  a  lUumi- 
naçaoagat. 

Com|>areeea  o  vereador,  o  sr.  Joio  José  de 
Oliveira  Jnnfor,  iníéiador  d*aqaelle  melbo- 
nmefito,  e  qne  á  sua  ensta  dea  oito  can- 
dielros,  e  se  premptiOcon  a  pagar  a  despe- 
sa da  tllnminaçio,  até  liaver  verba  anctori* 
sada  no  orçamento  do  futuro  anno  econó- 
mico. 

Apeur  da  chnva,  as  daas  philarmonicas 
tocaram  pelas  mas,  e  depois  hoave  baile  na 
casa  da  reunião  d'ellas,  fognetes  e  mnita 
animação  da  parte  dos  paimellenses,  que 
estavam  satisfeitissimos  com  a  realisaçao 
ffesle  progresso,  qne  devem  ao  sr.  Oliveira, 
o  qnal  por  isso  se  toma  digno  de  louvor. 

Duques  de  Palmella 

fi*  actualmente  duqneza  de  Palmella  a  sr.« 
D.  Marta  Luiza  de  Souza  e  Holstein. 

Nasceu  a  4  de  asosto  de  1841,  e  casou  a 
15  de  abril  de  i8tô,  com  o  sr.  António  de 
Sampaio  de  Pina  Freire  de  Bredorede,  que, 
por  decreto  d*esse  mesmo  dia  foi  creado  du- 
que de  Palmella. 

E*  capiíão  tenente  da  armada,  par  do  rei- 
no, e  condecorado  com  varias  ordens  na- 
cionaes  e  estrangeiras. 

Serviu  algum  'tempo-  na  marinba  Ingleza, 
tomando  parte  na  expedição  do  Báltico,  em 
1854  e  1855,  durante  à  guerra  cem  a  Rús- 
sia. 

Nasceu  a  8.  de  janeiro  de  1834^  e  é  filho 
segundo  do  primeiro  visconde  da  Lançada. 

A^r.*  duqneza,  temse  entregado,  com  mui- 
to aproveitamento,  à  arte  da  esculptnra,  e  na 


exposição  da  sociedade  promotora  dé  IkU 
las  artes,  em  1874,  apresentou  vários  trà* 
balhos  seus,  que  mereceram  geral  applaúso. 

G(msta*me  também  que  tem  exMltadoi^ 
rios  trabalhos  de  cerâmica,  modelando  em 
barro— pratos,  vasos,  etc.,  mui  elegantemen- 
te concebidos  e  decorados,  que  depois  man- 
da coser  n'um  fome^  que  expressamente  Ibl 
levantado  no  jardim  do  seu  palácio,  ao  Ra-» 
to  (Lisboa.) 

E'  sua  filha,  a  sr.*  D.  Helena  Maria  de 
Souza  Holstein  de  Sampaio  e  Pina  de  Bre- 
dorede. 

Foi  pae  da  actual  duqueza,  o  segmadii^ 
duque,  D.  Domiúgos  de  Souza  e  Holstein, 
marqnez  do  Fayal,  conde  de  CaNiarlz,  par 
do  reino,  capitão  tenente  da  armada,  etc 

Nasceu  em  Londres,  em  28  de  junho  de 
1818,  e  morreu  em  Lisboa  a  2  de  abril  dd 
1864. 

Casara  a  22  de  abril  de  1839,  com  D.  Ma**» 
ria  Luiza  de  Sampaio,  que  nasceu  a  21  dd 
abril  de  1827  e  falleceu  a  21  de  mai^ço  de 
1861,  era  filha  dos  condes  da  Póvoa,  Henrique 
Teixeira  de  Sampaio,  e  D.  Luiza  Maria  dé 
Noronha^  e  herdeira  da  immença  fortuna 
grangeada  por  aquelle  esclarecido  nego- 
ciante. 

Alem  da  actual  duqneza,  tiveram  os  se- 
gundos duques  de  Palmella  outra  filha:  D. 
I.uiza  de  Souza  e  Holstein,  que  nasceu  em 
Lisboa  a  18  de  janeiro  de  1845  e  morreu  i 
a  9  de  fevereiro  de  1864,  sendo  casada  cóm 
o  actual  conde  da  Ribeira,  o  sr.  D.  José  Gon- 
çalves Zarco  da  Gamara. 

O  titulo  de  duque  de  Palmella  foi  confe-^ 
rido  a  D.  Pedro  de  Souza  e  Holstein,  por 
decreto  de  13  de  junho  de  1833,  em  substi- 
tuição do  titulo  de  duque  do  Fayal,  que  ti** 
nha  recebido  por  decreto  de  4  de  abril  dO> 
mesmo  anno. 

Era  marqnez  de  Palmella  desde  julho  de 
1823,  e  conde  do  mesmo  titulo  desde  dezem* 
bm  de  1811. 

Foi  também  conde  de  Sanfré,  no  Piemon- 
te, capitão  da  guarda  dos  archeiros,  presi« 
dente  da  camará  dos  pares,  coDselheim  de 
estado,  e  gran-cruz  das  mais  distinctas  or*^ 
dens  nacionaes  e  extrangeiras. 


,Smwi  por  varias  íY^iA»  o  cargo  de  pre- 
âideoie  do  concelho  de  onoistr^a  e  de  ni- 
fii3t|ra  de  varia»  repartiçõfaf» 

.  YoQ  eftfrar  no  pefipdo  para  mim  maU  ea^ 
ea(>roao^  da  yida  d'eat6  bomem  ootaveL 

Não  8ó  se  envolveu,  mas  foi,  por  assim 
dúeri  aalma,  de  tudo  quanto  se  faz  em  Por- 
tugal, eoi  ía^or  da  constiiuiçào»  desde  1810^ 
4IÓ  1834. 

...  Já  se  vô  que  o  que  elle  reputava  bom^ 
julga  eu  mau;  e  creio  ser  optiaio  o  que  eUe 
reg[i9tava  péssimo;  mas^  o  que  neabum  par- 
tida Ib®  ^ga»  4  ^03^  grande  penetraçio; 
i|ima,pro|BUQ^a  intelligencia;  longf^  pratica 
4a  d^Q^pacia  eçropea;  e  um  grande  íuodo 
-de  honradez  e  probidade. 

^  fk  dícbire^  no  Diam  do  Cotm^cio^  il* 
iustrada  folha  do  partido  liberali  (peoJPor- 
i^gfll  MiUsQ  0  Mcd0mo^  lâo,  á  nm.  Uvro  de 
xombai^:  i  um  livro  ciitbolico  e  .poJF^&g||es 
.-**4>%da  menos  a  nada  mais. 

O  joeu  medo^  de  pensar,  eni  politica»  nada 
teip  gae  ver  cpm  esta  <^a. 
.  8e,.iem  c^d^s  traços  faço  a  biographia 
4e  um  legítimista,  com  a. mesma  satisfação^ 
«OW^afMkSma  sinceridade  ^  impardalida- 
4e^  faço  A  de  um  liberal. 

O  varão  que  se  extremar  ilo  vphlgo^  pe- 
]4ia  suas  virtudes,  pcda  sua  íMelligeucia,  ou 
iralqs  serviço/»  prestados-  a  r eligiãsi  ou  â  pi^ 
iití9i4  owwemqcada  u^ste  livro^^ualqper 
que  seja  a  côr  da  sua  baodeina;.  porque 
^am  tQdoe  /ss.  pArtidoa  ba  mu^s  iumfHã  bon- 
f  adof  »^  aisim  como  ta  miiioa  perversos* 
.  fias^M^SAW-se  toâos--^p ,i»K^  «#ia  # 

m^rwnmif^  «««(  tf^tna  afimp  dsi 
jmrM»  a.TerdSMle  e  ja  e^nM^am^ 
(^|ss«  aMVMiifif|o«««  o  ovgUo  aspl^iOr 

i»Mif  €i.4i»»«me  Me  pa^sma  9mrm 

>lmpsn>«>N.  igswPcwQ.  e.i»l«»  idoíhh» 
jne  dita  a  mlnlia  cona^emiliM 
.#f9iMrti9tn^«lefeAaa  4a  IsaseUMesi- 
411%  e  M&m  lia.  viQmiade* 

Oou  est&  aatiafa^»  aos  meus  Muma^ 
porque  alguns  jorsaes  teem  ii^uatamente 
arguido  esta  obra,  de  miguelista,  apeaarde 


fAi 


437 


.  verfm  «tc^  eom  amesma  facilidade  a  leal- 
dade com  que  deaarev4>  os  priq^s  «  u  Tb^ 
tudee  doa  realUtasbi  dcsireiEP  aa  b&as  a  mâa 
obras  dps  libepa^ . 

Bem.seiqtteA  verdadepa^  agradaald- 
dos;  maS|  estou  certa  que.  os  bomens  pror 
denles  e  honrados  de  todas  aa  odres  polti* 
caSk  me  bão*de  faser .justiça. 

Não  cabe  nos  estreites  limites  d'este  díe* 
doiiario»  iom  se(|uer.  esboçar  uma  Ugeim 
biqgrapbia  d*este  varaq  inaifoe,  que  aa 
pbrase  do  sr.  Rebelto  da  Silva  (01 .  um  doa 
pnmairo%  senão  a  primeiro  poliitíca  do  908* 
90  século  em  P(NriugaL  ;     . 

Nasceu  a  Sdema&o  de  fíiUn  tomn  lens 
f^aes  P.  Alexandre  de  Souav^  a  HolaleiA  • 
D.  Isabel  Julíanna^d^.Souaa  CouUi^. 

foi  o  duque  de  Eaíaselia  eduqado  perimi 
pae,  que  e]cenaiu  qs  cafiof'  de  n|iniatr^4a 
Portugal  na  Sueqia  e  m  Baseia»  e  q  deemr 
bai^ta^pr  em-ftoina.  - 

Sm  i7P^  ^eutf>u  praça  uo  regimeolo  de 
ca^vaBaria,  dffii#p^jȋdo  da  MeckWborM 
jam  4797río9.  promovido  ai^apÂta^e.Mmea^ 
do  iqodante  4*íordena  do  4uque  de  MRl^ 
em  A80JI,  foi  de^paebadq  ceuselheirAd«em«^ 
baixada  de  Aqma,  e  aUi  Aeeu  oueaireia- 
do  doa  peg^os^  em  19^  quapdo  seapat 
(que  exercia  o  cargo  de  embaixador  ju«|# 

da  Santa  8é)  (Mleoejmn^eeaacIdaASi 
Em  Roma,  conheceu  o  dnqtHk  e^tit  OQr 

traa^pefsoat^  o  twao  de  aumbeldt,.^^  o(le- 
tare  /cbimieq  (iay;  Lusaae» «  rnadama  de  $|aei. 
$ffl  caa^  d>#^  iílw/rt  mciiptora»  ^em 
Goppet»  r^sjdiípi  varies  imqsea  o  duqiie»  m 
anno  de  ISOe^teufk^POOAsiae  pai^  conhecer 
de  perto,  aIcp&os  dpa  .)iofiieiia.que  masie- 
jpinentea  Jarm  depqis^  na  politica  ou  naa 
letrtfis.    .    .  I 

,  N^  0jp  d'este  anAQ»*  voltou  a  Partpga^ 
tomando  a  servir  no  exevK^ 
.  pqrantea^«uerra.pfvúaHi|açaxí9r<ljSU«0té 

ao  âm  de  48(Ht  o  logar.de  aii^dante,  àf^Aí^ 
J(|s|i9•dp.gpq^ntTw)tt,  ..... 
.  Jfoflm(d'eate.i)MR|,fo».ume^^Wini<iro 
pleAÍpotepc^ir»0:fn^lieSiae|»ai  o  ahi  pr«pr 
tqu  iBiik9rta«tos  aeNçM  cbfBavdó  ^m^ 
ur  a  restituição  de  Olivença  que,  MsUHMIlr 
jd  se  Mp*  qfifectuequ; ..  4.  .  1. 


m 


#À% 


■ÉdÈ  iM*  foi  ÉMaeàâd  cmMtíAdt  plirà 
1k»nét«É;  tiMi  «O Ao  'âlfitfar  állf  residi»  Ofrà : 

occâsião  para  negociar  eiii  PISTit*»  m»3  "con-  • 
TOD^,  ((«e  rêéljtbdMia'  afs  tioisa^  rl»la^^ . 
pòliiMs  tí  ffomm^Díaea  e^nf  á  Frmíç»/  ' 

^<il  O'  (M^riMiré'  pleiíipotMióíârfo  de  fb^> ! 
togai  DO  congreaei^' d6  Ttettoa,  e  â!li  ad»(^ 
gnoo,  em  1815^  Dão  -«ó  o  tratado  gera),  mas 
nm  trataído  esf^ebia),  eom  a  lDflaterra;'no 
^Hal  nès  èiráBk'ebficédlêa8'a^ttlfadá^'4&de* 
maíÈáUfSeê,  |^4Ai  préKas  illeiáliiieftte  MtAk 
^elo^oòrftaVioé<iáglèMB.  -         ^ 

AlcdMiçeiè-fAiaieèm,*  âfiatK>H^  doi^ 
de  1810,  qae  táo  lesíím.  era  pái^a  Pertugàl. 

Hoi  ádlo  fittkf 4o  <k>iitre69À,toi,^peiF  tfili- 
CeMiié  ÉÀál,  "MòôÉtieeidõ  o  Preito  4e  Pofi' 
tugal«i»efiie^dè€^U^exí(a>.  •        '      '  -  ^^ 

Tèrftfd«dd^i4y  «òDi|Mèo,'  iroltrà  ii  I^is, 
lÉuiâiidd  pimb  ilMOiégoeiàitOMteiMletite»  i 

«íigl^  da  RMii^,i  iftildonisiitbea  t>^ll»  ^«^ 
pexaa  de  gaerra,  feitas  dttraaUM  10&  dia», 
e^peátk^Mtte  é  itoseo'  ^ílr  nloti^^sè  «Dfra- 
de(Wéíittfènt¥is^Éia*tett9iBba$'pèl"tilla  le* 
MntMo^tenpHte^ch^g^iáB  ordetudo^M*» 
€ipe'i(egkile,  edinêi^ciltt  ^>  tíésaéf-  plBilpo* 
tenefário;'  v»  'a  *  Pèi»ta|iai>  ^(«sea  dados 
d:im90l^dé>Mti(^>  p)slaií-d€^pèiaê4e  •r* 
BMoAeBto; <|o»il»flaái(M sidi^ftf^adcM  á Ul* 

Em  184^,^tettiott  péiHíe  da  sttt  eítíbtilá* 
dk  ett  liôiiWès.^ 


.»'  1 


■i  I 


Entro  ^tttM^MrYtçoeqiie  estão  ptèsÊÈi^ 
fliertorf'  estrelai'  aneôçi*,'^  a  eonteoção  de ; 
ilH7, 400  •draoitlmpeesiiefs^oaabviséii^e 
«tti  detrifeaenio  4»  nesses  eomtaoreio;  firati^ 
cavaiA  os  eriízadorM  ioglétes^ 

Aleisi^otl  elm  fiiijlaeeira^Mas  indemnt^ 
ai(9ê8  fàlpíeTtaotea^  pélos  afprèsameiítoa  H* 
legaes  oae  nos  haviam  feito,  e  pela  paHe 
das  pfeías^qoe  nos  penéncian,  io  lémf  o  da 
guerra  peninsular:  * ' 


•  <•* 


•fit  ticMéak  d^évis  MDpMleKeada  ttfego- 
tk^  '^«  ipié  ibtrott  ^  ^4àb  eí  (|fié  «o 
habilmente  dirigia,  piiai^àjlillir  ai  peftdeh- 
d^  ^ttln^'Porftigal  e  Htipatfia,^  poi^  êsáiísa 
é»  «nttradli  4a^' ièiiiká'  tr^Mii  ha  taaAa 
OHenlal  ^  iU6  4a  PMtt,  e'^Miiiii^  de 
Jftmte^fiêtL 

O  daqae  eonsegaia  nio  é6  efitar-o  %(m- 


PÁS, 

meto, '(pie  a  imprévíaéhte  détetiaiiiaí^ó;da 
corte  do  Rio  de  lanèlro  provoeoo;  mas  Aih 
da,  estipular  pAtu  nós,  ecmoes^s  Vantafo*» 
sas,  como  era  a  rçstituiçâo  de  Olivença; 
uma  nova  dèKmttaçilo  nol  terrHot^Os^ollio 
da  Prata,  e  orna  talfosa  indemnlsa^  pt^ 
^ctofliuriaJ   •  • 

'  A  fttsiif^éit^iy^do.geneAI^Bíe^;  éoMk- 
séquenb  ábaiideiío,  poi*  parfiè  d^Hèspaisha, 
das  suas  possessões  americanas,  ni9  dòixéii 
^e  sfo  Têâilísaáíí^m  ás  estfpdlaçdea  ednso- 
gfUidÉs^por  Palttielli.  > 

NO"  óoÉièço  de  i«IO,  safaâu  éè  '!a#a- 
cerra,  eèm  èestMo  áò  Rio  -do  Janéfro; 
OtíèB  liiá  exercer  o  «argo '  de  ministro  doa 
loteies  estianceh-os,  para  que  fi^  nehiéa- 
do  em  1817.  ■  •  ^ '  ' 

Tendo  porém  de  demorar-se  em  Lisboa, 
i^bt  causa  dos  sms  tte(j^ios  doméfetflBos,  alU 
assistia*  á  re^ròlu^o  de  162D. 

•  GonViéido  pelo»  governadores  db  reiuo^ 
a  ^qptfétà  o  mévimisÉfeo  popular  deitara-  !»• 
ulmente  aturdíd09;"para'  oom  '  elléa' parti- 
lÉar,  ^Htt  pakie,  a  gi^vf ssima  resfUrnsablli- 
dade  que  entaoiãÉipuâlia  adltéc^o^dos^tte* 
tfoclòi  públicos,  não  sê  eximiu  o  duqUè  a 
osta  espinhosa  tarefAf.  *        - 

•  Aésl^liuia  muitos  dos  conselhos  àtí  govetlM^ 
o  redigiu  quasi  todas  as  pròclámaçSea  quo 
a  tegeMia  assiipifou.    -  "  *         ' 

^  Joigava  PalmeNa  poder  eneaminbar  o  mxh 
«vftiènio  do  Porloj  por  lòrona  a  produzir  eaa 
Yomogid  um  gov«rao>  eOBMittteíOttar,  teiíft- 
dei  do  de  Ingktei^rar ' 
-  Ek«'  porákn  tarde,-  é  o  movianento  >lniolà- 
do  BO  Porto,  âesenvolvendo*se  eenrapidéi» 
nã^formÃlki  que  foasem  postos  em  pftiti- 
0a  «is  Mis  plaÉde'pt4idèflieie  paiMileoi!'» 
'(pafila*  pois  pararão  Rio  dediaaám,«^eA 
ovtubro'  do  1620,  éoui  a  irmo  «luleiítlo 
dep  povMadir^  JoSo*  ¥1,  a  quo  aeedltaisi  o 
•ei^i^  >eensiliaeloàal  "oevitaisa'  pôiam 
fdnna  -as  «iMa^naa  ditlMiMadto  «qM^lo 
«Mltaavuia  «oodo-  a  observador atooetv^s 
«oélaRiíM».  •  *  •  •  *  •■  '■>"  •  *• 
' '  'Na-Hio^do  ^aiÉMro^éaooiHtou^nailiioiiM- 
dicções  do  quer^èaporavac  A«éon#>aio»iat»- 
diOi^ra  na  gravidade  daa.«ireiiiDsMieiaiL  liem 
sõ  mostNLvi  rueeíosa  da  opiniie^puUkii,  ao 
Brailh 


PÀli  t 


^ÍAiL 


m 


¥liaM  áe  Pòtttil!^,  è  a  sbbtevsflo  aaBtAlitt 

^  S6  W6b ' «  qtkt  9;  IS4  Vli  âée«lNníA«^  ai 

conselhos  d»  Pàtmelia,  gè  deteniftIfiML  ànmfi^ 

dlf^  é  I^Arttf^r  è^pi^êtp^D;  Péâfé/tiira 

«»iit(^r;ii(rR(a'4é  lattéih»;  «má  as9enM4â 

iaé4Km^ei6,i«<$'tcidis  ^  pr&tte«iti»;'  pftf a'M 

¥la<4l6'^r  K»  Bl^afzili  -    ^^   

-  *  xy^Vflta!eH>#'pb)^êi&,  gtíatf»  por  ibaos'  coa- 
líèlh«tiio^i  e']á  se(KrMattietite  ooiitfíy6ttie'boMI 
tt^4tolrigM  <]fde  pr«««ilefam  a'ieclara{)ãadli 
independência  brasileira,  recusoa-se  à  páV« 
tir. 

t '  9^MÍei  dt»ètiffiBaâet%»>  fy.  Mto  VI,1bi  Ibr- 
tíMO^ii  ti^g^tsar « Pdttngal  •   >    ' 

Vinha  em  nm  4os  n&tio$  da  ésquadiá, « 
tMidé'(4é'l^lmena.  Ghegtido  áaVf^ô,  ^âo 
fiíÉrtfiHtlraíiiii  ai  «é^tes  que  âé»snb«iire2ttg^ 
tlMhllattdiD^ne^^cM  «seeffhéM  pára  >ana  w^ 
4ldliiKiii^«ÍQaí  ferra  sHttadia'  a  90  Ngoas  d« 

"1  M)ftm(Mfti0flfè'  BMgoifd^  etm  «m  toliiil* 

oom  os  inimigos  do  rei,  retirou-se -pira 
SèfM,^^õfieé « p^riMliièMti  UKtiqiiilltf  è  intei- 
ramente alheio  aos  negoeids  )MAH^'^tté'4 
TMMHrtlmfil^idtti  ttaittéè  IttS,  lêtai  <4ne 
-^MOVkandMí^^Mms^,  ^aM  MnHW^dol 
if«g##>»e«tfatfgMíòi;*'  '-  ••''  '  >•'  *•  i"-  ' 
Goneçoa  éflOb-f^ra  Paimelli/tKnrifiiá 
éii|Mf)hM4SM«' « ^esgoéfos.  •  <'  '  '* 
'  ^¥ii  Mo8'0t  pèHgos  éd  tMeifli  fMe^ 
iMBAotlQk  fel»  ar.*  DJCariou'  lb«|nlAa;^ 
{i0le(  -SI».  4)7  Mi0oeb,  conhMfá  9  amlaào  fitd^ 
xo  do  rety  qne  não  podia  nem  qneria''ftoii^ 
Ift7lfd¥itihfffaf  lu  iiflttiéMaft  delordMr'i|âe 
fl^ém  Mtittt)-pro]tiiiib  fíiiu»  aBNAtaf  a  ia^ 
tflk'*    *^''     .  •  .    •    .-.,."  •  • 

•^A^Bantli  A1Ha«i(9,  em  ftris;  IttttdNÍVÉ  p# 
êái^iádo^Porwgal,  a  qne  nlo^^  afft8ti9i« 
dM^rtl^oio^  p^fftcftAoS  d0  gvtetiK^tnfdi^ 

Palmella,  qne  entre  todas  as  pessoas  ta* 
nàmbê,  >rií  &  titffeo  qne  ^rfii  'ò  émllMle- 
éMmt&éb  goverâo^stfWici^nàl;  Aá«pod4i 
afêáV  «é^nho^  tóHí-iii  ImilrMísi»  dífflcvridá* 
êmí  ktke  por  fodôs  os  laéo^  tbé  eflfcMtfgavwti 
«passo.  "•    **  '-  ^' 


'  Ttoha-^ô  Ittetar  sdm  ttppoio  algnm,  cdiií> 
tn  á  iitefõia;^  r^  « 'ind^fferença  dos  sei» 
coliegas,  o  ódio  da  raiatia^do  íiifante*e  doa 
túmpátÚêlÊrtmiii;  emfii»/contrff  a  oppdsi- 
çao  dos  gabinetes"  e^lratogeiro»,  eom  esce*^ 
PICio^imMMMtftglaferra.  '  ^ 

- ' Pafá'<$Mié||dir ^ne  o  rei  effeetarfsae araá 
ptmeéê9f  m  1a!toa-eâk*ia  oonMttoeioiíal,  fisi 
quabW  baiÉanteiebte  «ra>  posait^l,  eh»^ 
gando  a  conseguir  qne  se  nomeasse  uma  ]ud« 
táf^^por  dlié  pMIridid»,  pai<a  apresenur as  ba- 
tes "tf^sta^mtni  der  governo; 

Depressa  porém  se  eoDveneeu  que  nSo  só 
nãb'tfleaif(âna  a  rsáilisação  da  promessa 
rekl;  mas^neia  sequer,  o  que  para  ellê  era 
lISAprei  e^pbdímtò  pn^visorio,  o  estabeleci* 
&iento'f|las  tfntigas  eOrtes,  eom  os  dois  bto« 
ços  dó  dero  o  da  nobreza  reunidos,  e  eoa- 
roeádà»  peribdieamenie. 

"iJblgav%  Palmelhi  qno  era  do  seudero*, 
lílo  podendo  obter  o  que  reputara  melhor^ 
altsançai'  ao  menoe  o  qtie  supponlia  ex^ 

O  teí,  porám,  nem-sequèr  sanòeioiíoa  es* 
«aph^pàitadafunta. 

A  veiíéçãò  tidlenta  átLãhrHada,  patenteou 
o  desgosto  dos  realistas,  por  nao  ter^mebn* 
ê6itím  #«»  irVMtaura^o  de  I8t3;  ptrodu- 
jjim  todor  m  èfftiítos  qu»  ellef  espcratam. 

Gonreneido  de  que  a  pusilanimidade  do 
fVtf^  ido  "«^rfa  MAr  da  tíUêlltt  doa  rea- 
Itettfl^  o  afecAttelhdá  á  retirar-sé  para  bdido 
dâéffr  ffViidiofi4%t«f/i9.  '   • 

<  ^indo«obc}q  conlieèlda  a  historia  d'aqn0t<> 
M^fai^^baitkràTioeresoentar  qse»  fotdfete^- 
dápor  Montta/a  proelamaçáo  que  de  bor* 
do  d'aquelle  navio  o  rei  dirigiu  aos  seuâ 

Nos  poucos  mezes  que  mediaram  desde 
âquelládata,  at^ janeiro  de  1825,  acumulou 
PftlmeHatíâ  aikliio  márqnez)  a  pasta  dosei- 
thifig«írdft  4dm  ia  do  reioo; 

AtJh)vfeitòb'  k  íwéiiidãde  relafiVa  d>sta 
époclúi,  pára  promulgar  a  lei  de  4  de  junho 
de  1824,  restabelecendo  as  antigas  c6r^ 

Esperava '  ò '  duqúé  qhé  n*esta  assembMâ 
se  tlratassé  com  toda  a  sólemriidade»  da  ap- 
pravaçak)  do  te()tamelâto  de  D.  João  VI,  e  da 
importante  quesfio  d&  luceesêio' ao^  tbfOtto. 


kMH 


f»AL 


qvA^  já  apparecia  bo  horlsoole  eomo 
t%  6  acMtelladA  naTem,  precursora  de  feni* 
peiUdes  e  desgraças. 

N2o  pemiaíram  as  eircwnetaiMíasvi» 
fosse  por  deaole  este  plano. 

A  Inglaterra,  ciosa  da  inf  ut noia  <|ae  em 
Lisboa  adquirira  o  embaixador  írancezi  w- 
gift  que  o  rei  demittisse  o  «oade  de  Soth 
Serra,  principal  snstentaeolo.da  inítaMaoia 
francesa. 

D.  Joio  VI»  ceden^  mas  qnia  4sf  a  oom« 
pensação  de  densilUr  ao,  memo  te^po  o 
marques  de  PalmeHa. 

Devemos  confessar  qaei  nao  {eí,  estéril  a 
rápida  passagem  do  marqoez  pelo  miniate* 
rio  dos  negócios  do  reino:  enoa  a  1.*  anla 
pnUica  de  pbysica  e  cbymica,  qoe  ontregoii 
ao  sábio  Luix  Honsinbo  da  SiWwa;  ereoo 
o  carso  de  cirurgião»  no  hospital  real  de  & 
José;  fandoQ  um  institate  para  snrdos-ma- 
dds;  eetabeieeea  amaoffieinalytlKigraphieai 
abria  uma  escola  normal  (qse  infi^iBOiente 
não  subsistiu);  reformou  o  terreiro  pabU* 
00»  e  legislou  sobre  os  eereaes;  deu  impoi- 
so  ás  obras  publicas,  e  is  do  rio  Monds0»( 
e  or4x>rrea  a  outros  objeotos  de  utilidade 
pnblicn. 

Vokou  para  >  Londres,  «orno  eiAaixadpi; 
e  alli  se  ooeupou  de  varias  questtea  eemr 
nfterciaes. 

Palleeeado  (nãoeem  suspriUadOimoMf 
«vtolenu)  ofíkialmfiH  ^  0.  Mo -VA  m\^ 
de  março  de  1826,  segntram-aè  os  ncpilieiiy 
mentos  de  todos  sabidoe,  e  que  nio  qwo 
reiatar  aqoi,  para  quaoenSo^igafuaiiiuiil 
vei,  que  este  dieeionario  é.  uma  obra  ^h 

tica.  ^  .  ^       I 

Limitar-me-hei  a  dizer,  que  PalmlhM 

1  Ha  quem  assevere  que  o  rei  )á  tinha 
morrido  naturalmente^  nos  primeiros  dial 
de  fevereiro;  o  que  aio  é  tímite  veroeimili 
e  os  seus  creados  particulares  dizem  ^ueefr 
lectivamente  elle  morrera  ^  âG  da  março. 

Outros  por<^m,  teimam  em  dizer  que  no 
principio  de  março,  Já  no  Rio  de  Janeiro  àè 
sabia  da  sua  morte. 

Diz-se  que  ha  cartas  do  1.*  imperador4e 
BraziJ,  ape  provam  isto  mesmo.  ^• 

.  Entretanto,  isto,  por  emquanto,  não  pas- 
sa de  um  mysterio,  que  talvez  se  desvele 
eom  o  tempo,  e  qoando  as  palxSes  poHliOil 
eslívevem  menos  eaaUndaa. 


desde  entio,  acalma  do  partido  Jibeiial  ppr- 
toguea,  •  que^  se  nio  foese  elle^  taivas  fM 
a^yatenta  da  oaru conatitueioDal  Janaia se 
tivesse  iiupiantado  ii^este  rsioa. 

Finda  a  guerra  civil,  de  Ifi3»a  1834»  M- 
mella  continuou  a  prestar  relovautisaíaot 
aervifoaao partido  liberal,  nos  altos ediia» 
rentes  empregoe  que  eieioeu,  e  devemoa 
dtaer,  em  homenagem  k  verdade,  qna^pln- 
dos  elles  se  portou  com  a  maior  iniellig«^ 
cia»  a  mais  exemplar  hopndsi|.aaflisfarTa- 
ro  desinteresse;  obrando  sempre  ooaM  wa 
dos  mais  antigos  e  nobres  Malgee  4*eilea 
rfii)0|.  _^ 

. .  F4de  aíoitamente  diíer^se  ^«o^  a  àialivia 
de  Portuga],  pelo  que-  reepeita  ao  sseulo 
XIX,  ainda  esiá  por  escrever. 

Por  mais  illnstrado,  por  maia  erudito  vm 
sela  um  escrlptor;  por  maior  queaeía«f«a 
boa  vontade^  pertence  a  uma  áic^  pcMi* 
ca,  e^  messio  inBensivelfflent^  kâdn  leraa 
cousas  por  um  prisma  que  nio  é  o  imènk 
deiDSi  MS fue o  íUud%  obsigando^o.afor 
noa  leus,  só  virtodes,  e  a&  crimecaiaanArer» 
airiosà 

J>*aqni  oaénros  hisKficoa»  aa  menttoaa  % 
até  as  calnmnlaa. 

O  eiironiMa,  4sv#  aer  imp,ifeiaBaslm%  p 
aimpertialidado  d  absolntament»  ineomp» 
tivel  com  a  sanha  parlidsri*  ^oe^aeMn  Mr 
boo^a  eicripinr  ooQtaespersMOi 

Quando  ]á  nioenistérem  osjieioeé'n^piet 
la»<|iia  tomarsa  uma  parte  autia  o«  mmioa 
activa  naa*  nossas  dissenç5ea  poiMeas^  piar 
derrse-ba  a  sangue  frio  escrever  a  WMrtf 
dreHae4. 

'jBntiot.  se boaver um  homem quereum 
to4oa  oa  documentos  de  todos  oe  partidas^ 
fazendo-lhes  uma  analyse  rígor9sa— trakOf* 
lha  diflMihno,  mai  nio  impossível  r*-90|ie- 
ri*  escrever  a  historia  hodiernst;  cpmaodte 
peueoa  annea  se.  pôde  escrever  ^oBa  usr* 
dade,  a  historia  do  i.«  marquei  de  Pleaa* 
bid.  'I 

awWP'^^^p   ^^  9>ff^,  ^^^^^^^^^»  ^y^^^B^^B^n  w*a^U^^^p   ^K  w^^^^^^^ 

is»  epa  iDda  a  sua  tua.  Entio,  e  sé  euHe^ 
poderio  ser  Juatamenie  avaliadoa  oa  graur 
dee  bfWM4a  á.«  metade  do  aeen)o  JUX^fi 
as  suas  obras. 


lfaMT4>a  tratarei  ainda  da  iUnatra  q^ia 
àk  actuai  sr.»  daqaeia  de  Palmella. 

,  ÍAllPq.BQSA— freinatia,  Doiura,»  comrr 
fia  4a^  Anadia»  cooceite  da  Ibalhada»  U  kl* 
iMMiroa  ao  O.  de  Coimbra,  2âS  ao  N.  de 
M«M%  MO  f^ftoa. 

Siii.i797  tinha  M  fogoa. 
.  Orago,  Seitta  Marinha. 
..  fiisyado  de  Coimbra»  diatrleto  adminiitra- 
Uto  4*ÍTeiro« 

O.qoUegio  da  Grafa»  de  Coimbra,  apre- 
iMaava..o  cim  annnai»  que  tinha  40M00 
ifàfí  e  c^  p^  de  altar. 

È  t^ra  muito  fértil,  e  produz  óptimo  vi- 
Idu»»  Oi^  bastaaie  gado»  e  ó  abundante  de 
pBíxe  do  mar* 

PAMPILHOSA  —  YiUa,  Douro,  cabeça  do 
{Qonaelho  do  eeu  nome»  na  çomarea  e  %k  kl- 
Wpetree  de  Arganil,  90  ao  N.Q.  da  Guarda» 
40  do  Fundão»  W  de  GaUeUo-Braneo,  804e 
Xhomar»  40  da  Certan»  e  i2  daa  vittaa  de  Fo« 
jao  a  Alvares  (ficando  Panpilhoaa  m  cear 
miti  91^  Ulometroa  ao  N«  de  Uahoar  780 
A^gea^ 

Em  i757  tinha  376  fogoe. 
*  .Oiago^  Itíesaa  Senhora  do  Pranto. 

Bispado  ida  Guar4a»  dieirieiA  adgràisr 
tratíTO  e  50  kilometroa  a  B.S.E.  de  Coim- 


nn 


M 


-.^  j>  vaMoir  do coUegio  nevo»  de Swta  Grui 
4%  Ge jipbray  apreseMYa  o  prior»  4«e  tinha 
^HWMDO  riia  de  rendimento, 
*  &  fNiroaçio  muito  antiga»  e  foi  e||B¥ada  á 
ipMworia  de  Yiila,  pelo  j«i  D.  Dinn^  ei« 
1308.  .^  f 

;  A..  MMMiel  lhe  deu  foral,  envLiibee»  a,20 
4e  outubro  de  i513.  (L.*.da  fenaai  .nenea^e 
4MNy4.«7^.^>Lt.*). 

;.  *fiata  p^Toaião  eatâaiiuada  em  um  vab 
intrufundg^  rodeado  de  aenaa  agnwiaa, 
nas  em  aiiio  íreseo,  por  aer  banhfiAe 
vete  -itoiCriiAnii»  4|ue.  deaagta.  no  Zdze- 
fli|^-,anteo»4A  pqnte  diq  Cabril»  Junto  ao  Pe^ 
4MgamrPefiueno.  Tem  uma  peguepaimoaf 
4Miiiiaimi -alanwiseada  eooi  auaa.eohw»- 


o  nm  9.  noiu  Mp  anho  ok  1300 

FIZ  ESTA  TERRA  VILLA.  ELREI  D.  J.oXo  I 
A  CONFIRMOU.  ELREI  D.  MANOEL 

A  eumCNCiou  ron  tilla  Hmro  ANtisa 

OOHVUA  A  VfUiA  DA  COVILHAII 

fsM  A  nanAifOA  aus  TivnnAi^ 

MO  ANNO  DE  1500. 
FEITA  NO  ANNO  BB  1711. 


O.concelho  da  Pampilhoaa  é  composto  de 
iO  fregpeaiaa— Fajào^  no  bispado  da  Goair- 
da»  e— Cabril,  Domellas,  Janeiro  de  Bai^ 
Machiai  Pfimpiibpea,  Pepegueiro^  Portellado 
Fâijo^  Uohae8-o-VeUi(v  e  VÂdualde-Cima»  no 
bispado  deCgJmbiia»  tpdaa^c^  S.IOO  fogoa. 

Íi9ki  eoQiiçeibft  inteata  com  o  extincto  de 
Fajâô»  pelo  B.-^eom  o  de  Oleiros  (distrieto 
administrativo  de  Caatelio-Brem^f  pelp  ^ 
rrívom  o  ifi  Aiyacea  (eatincto),  peh>  0.'^% 
com  o.  de,Góea^  pa|o  N. 

O  tarritor^.  d^eale  cow^  é  bastante 
montanhoso,,  ppsto  qm  nâo.  tantOb  como  o 
sppprjpiidg^.de  F^o  (qi|e  fórma  hoje,p;^rte 
4'eM)i  9^  serem  o|  seus  mont^.  menos 
frteyad^  ^eua  campos  aia  regados  por  ¥#- 
ri^s  jil^^s^  qiie  tormam  a  terra  fertili  ain- 
da que»  em  occasião  de  grandes  iniveroadai^ 
^aaguai  arrastam  em  aua  ifnpetuoaa  epT- 
nanta^  o  fruat^^w^p  ,nào  pouoaa  vaaes  a  terra 
ájoi  cnangB  ■**-  dn  laivradof. 

Atnda  im.  navembro  de  48l%t  as.^ndiw- 
tMi»  destruindo  y^s  pnop riedadea»  rednal- 
rap  â.mimíia  mútoa  pniprietarios  d*ealea 


'  / 


Na  casa  da  camará  municipal,  e  por  bai- 
»  daai.aiinaa  reae%  eatá  a  .insMpcIp  .se- 


Ga  montea  e  aerraa  que  «>'ea|e  ^oneelho 
alteramf»^»  oa  laMea»  sio»  Qgirgn«i»jar- 
i|^  JSfrpadpa4ebea  ler^  vegetal,  qiw  podii^ 
pelp  9A^f^  pi»doa^  grande  quantidade  4e 
flpedeiria  e»)enha»  ae  ae arborieaaaem;  mas 
a.inoun&.dj»  poYo  e  o  deamai4Uo  doa  muni* 
cipioa»  conservam*oa  despovoados  de  arvo- 
2J9<fQP».pvodi»indo  apenas  nnuo  e  ufses^ 
.  ^a  ii'eí(tej(MineeUio  Xabaiçaa  de  bureifi»  pi- 
«otÂUwa  ff>penoe  binneos^  indo  de  qualída- 
4eigvoNeirai 

nâ|IPX4^XrA^eRpeVid9  x^w  ^m  Portu- 
ga; .veio  de  Venpapha^da  cidade  de  Pam- 
plfma»  4Wllal4o  ieinn4e  Havana  na.pea- 
noa  deD..Pedr%YaK  Pamptona»  eo^ja  filha» 
P,  M^ria  Vaa  Pamplpna»  casou  com. Álvaro 
Affonap  9sm^  aipbqcie  «Mrg  adiLde4Q9i* 


44i 


PA}IL 


re  (Tol:  i."*,  pag.  SS8,  coF.  '8.«},  lio  fêittado  de 
D.  Ifa&uel. 

A^gnoB  da  0eiis.  de&pQndeotes  -Ba  esul^ele- 
cenm  d»  eidad»  do  Poirto;/e-6oBçalo  Alva- 
res Pamflòtia,  pas^foti  á  llMa  Térèèira  (Aço- 
res), onde  to  o  seu  solar  e  morgado. 

As  armas  dos  Pamplonas,  são  —  em  cam- 
po de  púrpora,  7  coticas  d*ou'o,  em  faxa. 
Elmo  de  aço,  aberto -^timbre;  meto' Mò' de 
wto^  Akado  de  púrpura,  com  dnas^axás  de 
duro.  ^ 

•  Ootrds  do  Alemò  áppMIfdo,  trà^m*<^éiíi 
eampo  deour^,  dúee  ^otfca^  de  pilhrpóra, 
em  tyafidá.  'O  mesm^  dlalo  e  «mbrb.  ' ' 

Omtos,  Qsam-^em  «ampo  de  pdrpnra, 
seis  coticas  d'oiiro,  em  banda,  eomesibê 
Amoe  tíHibre. 

"Os  ^Pamplònas  pregrediraái  mititb  mats 
nos  Açores  do  que  noí  cotitttiemf,  é'èm  (fatá^ 
si  todas  as  llbaB  d*a(}H»Ué  arehq]lélateO'se 
adurni  fanftiàs  d'bste  apptílfflo. 

A  «ciM  prlocipiiPidos  l^itaplottás  ^  Po^ 
tofaf,  óra  do  Gatiipo  áe  Sèfiilo  0H4l0(  isa  th 
idade  do  Vstky;  id8B,'eonie  está  MÊk-i^  rtèâ 
pMprtedade  fdl  «(»  Pft^dHtas,  umu-kf^^ 
mas  d^eaMs; 


•••, 


O  àettel  tl»|»réáèiitatite'^''MaiiobfNilHiMi 
raiBllía,'é^SfrD;'Mliiiliel  BeHtfdièlò  de  Oàs^ 
tre  Pamplona  de^ttftá'HoliteiD,  foliiM  doii^ 
de  úéMÊtàáef  «'vbeoildb  de  Mire;  fl^àão 
ú^  'hlleclde  ar.  Bl  LtisBénedieia  de  ttàslra 
Pamplona  de  Bmiu  IfoMalo,'  'dltlfiiò 'conde 
de  Resende,  e  visconde  de  Beire. 

VMaMsniár."- 

BânWBi-^sAia  dt  LlÉbéa,  nif  Mgna- 
aia  de  Santos.  A  ealçkiâbl  da  Piknpittbi^pM 
ilpfá  no  fim  da  Una  direita  da  ».  Pnhoiseò 
de  Paeda  (jnnio-i^traTeasa^òyBnímNi^  e^iar^ 
mina  jnnto  á  'Mr9'aa  Pt^fwi^a,  etrataési 
ida  Praia.    •  * 

M3o  pude  saber  d'oild6  édeTtvadàa i^á^ 
iavra  Pimp^há.  Taivea  venba  diypoAdgnex 
aiMffo  ^  Pampâíhò''^  qne  1iaj«  •  dizamaa  ^ 
pimpolho— a  Tara  nova  da  vida.  Pareee^^ 
já  tiDha  estef*nome^'^q|iiando-i)(  Affètol^4'to- 
mon  LfBboá  aos  mòurm^  em  il4^,  e  qn^ara 
Já  nmbaii^^  snbiiriMttO'<rasla'aiiaiè.*0^ 
é  aerto^  d  ter  existida  por  mia  la^ciBeoiím 
seis  aacnios,  49  famosa  bmtnó^âã  PêmpkUàif 
em  grande  parca  tampaaia  de  paaeadoret^a 


VÁÍÍ 

inaridBèih>9,  è  o  Mis  torbnlento 'dálfis- 
b^g^       .1:.  ;i  ..  .  *<   »     ...-1  '  » J 

Pelos  annos  400  de  Jé^^-dlfristo,^iè%e- 
ràndo '  Gottstiibif  ab'  VsLpio,  'con^téiiirafBr  oa 
dirtsiâos,  frabkirt^  Hk  P!Mnpiilha,-iénlá dr^ 
teidá,  dedièâda' á09  santos  ratfrtyret,'^Wi9Í 
simo,  Máxima  e  Jalia,  padrs^eiroà  db  Ki^boá 

O^doútof  rrelBèmárdi^^da 

Brito/ dá  à  énretider  q«e  e^ta 

'-'     ''*    ermida  foi  edilkada  i^Rttee^de- 

pois  do  roartyrio  dTáqnélteâ 

•  santos;  porque,  seadd  Liáboa 

'    '  *      '  sitiada  pelas  :<lanos  c  sneròa 

(4i3),  o  povo  reCofTétt  aoi^^ 

^'*     '  troelnio  das  sáírtos  WJ^riyíes, 

e  os  •  bárbaros  levantei^m  é 

cérco,   deixando^  Lisboa  em 

•pas.  •■  ■  .  ^         •'.'  ». 

Seles  santoa  tiDbam  sida  aiartyr  issdes  attl 

dtO;  «elido  Ifbperador  o  crtiel  DlucliOiaÉaf» 

saiMb  *aan  pintor  iias^  Hespantaas»  a  iarigtt* 

natie>  Daèiimo,  e-lbgado  fta  Usitania,  o  ft^ 

rarTaifqartnto,  qnetassAstidao^marcyHa.*  ( 

'   Os  dnrfstãaa  taavfim  antarraéo  4iá  pralá 

os  cadáveres  dos  santos,  .qne  depois  íbnnl 

removidos  para  asiaet^midal  ■'  •     •  '^^ 

(Para  a^Uattodê  ilBpailç3ea,'vid#1M(l.  I.% 
pági  196,  aal.  t.\  n»  principia.)       *  ^  -  *'  > 

Honve  na  Pampulha  um  mosteiro  da  diV^ 
waiftadiieicaiçaB,  raforma  da  regra  qna  Sàn- 
ia  Albano  daa  aas-^Mrtnalicas;  e  ral^ittstfttt^ 
da  por  Santa TheMaadèJasusv  em  15dt.'€ail» 
aonren  para  esta  rafMnataa,  S.  loia  daCAiz. 
Pai  approvada  pela^papa  Gregaria^KIH,  «li 

<  (lragoHa^¥ aaeparou  da  dasaartlielkas 
cal^adoe, «tt i6tt. ..        1        >     l     h 

O  mosteiro  da  Pampnlha,  'fof  n  {i^inial^ 
d^a^u^rdam ><tna bouva  em  Forcngal;  aifoi 
fWMMMa  eai  lS8t,  séb  á  intooBçia  da«;f M* 
ilppaí  '.      '      •  »      "  • 

I>spaiii  viaranrparwasta  mostaira-ds  rèK^ 
giésaa'da>8.  Jofio  dd  BIbus;  passando  «ett« 
malltaa  para  a  egr^'  de  S.  €ifspím<  »i^M* 
saraRT  dapais  para  a  ttia  qne^vae  ès^Mitda^ 
o* Velho  para  Alcântara.  '^ «' 

N» PMBptttha  ailá  a  aplima^Mrfai  ii 
moagens  dos  $rs.  Bellos  e  FormigaL 


BAN 


SAN 


44S 


BIO  iftii0iro  é»  lft36»  984«ipaeliii»iAi:id-) 
ílDdega  de  LisiMa,*  30  voioaés^  vindctf  49 
Havre»  com  machliiisaMS.no  vdior»  ãfUbjU- 
madamente,  de  l:â80J000  léte;  {iarn.^te 
iiDporUDte  eaubeleciraMM  liiiÚMriíi.  i  * 

MNAAU  -^  portttgiin  ait<0o  *^  odl^o, 
talba,  ele.  i      ►    :  i 

iPAiIâsSGáSa--^flregtieiil,tlUiilio^  conàar- 
ca  eicooeeUia>daViUa- Verde  {t^i'^  oomar- 
ca  de  Pico  de  Regalados»  concelho  d*Ali>pfaii : 
da  KébrefaX  ia  kiioButroa  a»  Ni  dci  Bjiiga, 
^7^  ao  fiL  46.IistK>a,  80  íbgiM^ 
'  .fitai  íism.  tkiia  64  (egos.  .  >    >. 

Qnga^  SAota  HariDluu 

ArceliispaUo  e  dútriolOiadnlaiitnrtlfOiâe 

A  mitra  apreseotaTa  o  aMiade,  qae  ttnftia 
i40MdO  réb  e'a  péd'4iltar/  ^ .  '  •  ^  ^  ^ 

É lerraíeHiL  Muiu  gadiva QUiUa i^è, 
gn»M^ miada.  <  .   ^^. 

BâiiaM»!^  <8igolâea»^aaHKr  «liei»  4'berYa 
aft^atasea^  em  tenra  qu^ aaai»  iáwa.  Acl- 
ta  qualidade  d*lierya  se  chamir  pàmuc&^  mi 

iSÀHASOOSO  ^  fregoeiía,  Extramadom, 
comarca  e  coaediMide Al)iaalat|  ifiOkili^ 
«el^oi  da  tâaarda,  ilíO  m  &  da  liiboa»/400 

£m  1757  tinha  212  ligoa. 
•   Orágoi, Nossa Sefthoi» 4o ^ravCOk   r'i     i 

Bispado  deiCasielk^Braneo^  diniictoiié-i 
ministrativo  de  SantaÉSM»        •   *  :  -  <      .  | 

0/pilof  dè  Saaiai  Maria  do  GaMeVo^;  da. 
villa  d*Abraiitcs^  >apresalitava  'O  twa,  «que 
llaèa  eOiOOa  téfts  a  o  pd  4*altor^    - 

Aiiwochía yiea e IsrtiL  •    •     ..       i  ' 
•  .»ANA8tl>£ikii*^«llto^  AUmejo^  M  aa- 
trada  d^Evara^ara  a  yiiít  dlAgataiv  liaaqBi 
um  dolmen  céltico.  '  <>   ^ 

FAMCflORRA  ^  fregiiezU,  llaifa*Alia,/co- 
ittrca  a  oooaelbada  ÍléMttda>  (f5i4a  ititt»- 
cto  concelho  das  Gáldas'd'AiéiDa)i>  M  kÊBh 
ilMlraa  ao  O.^  Laoie«p^  '3ao«a  R4a  lis- 
lMa>0aíatim.  .-.-<. 

finii7ft7  tiQlia7iiago%,^-  •  ■*  *  ^'^ 
Orago,  S.  Lonrenço.  ^'  ^>'i - 

Bispado  de  Umegoi  dlsorièto  adnfeBisira*  - 

tltè  de  Visão.  .  ■   ,  -   ^        ^  .i 

O  psitor  de  Ovadte  apEMniava  #  cara» ' 

que  iiaba  4(W0(M  réia  6  d  pé  d^atar.'     . 


•'  /.. 


'  i 


È  asvfa  feidkBom.  Yiifta*  MUitò  gailo  és 
Ioda' aKiaalidade.  Ahundanie  4a  peixe  da 
DoBio,  qa^  lha  flea  petio,  e  ao  nertab 
.  f ANOIAfl-^Vslia^MeaMeío^ eomarcad^Al- 
modòYan  eoiicelfaa«itkilomeiroaaJK.O.  de 
Oariqae  (foi  da  comarca  de  Beja,  conedlhe 
deiiiêflSB|ana  qoQ  ficaia  If  ktíemetros  a  SJO.), 
79  kyilometros.aO;  4'Evofa,  12^. ao  SiB;  da 
ysbòa,f»ift0  foga^  - .  i* 

.'  £ml7IUr4íiiliail76fi)gD8.    < 

Orago,  S.  Pedro,  aposiolo.r 

Bispadtf  edistriclaadfàiáisitalhrò  da  Beja. 

•  Bra  miWBiWia  4e  S>  frhiagg    . 

Aiáesa'  da  comi ieacÉaiOpresenttwa  oprlor, 
4B04ii4i»dlK)  alqvêii^aiia  titfgo^  120  dB^aa^ 
va4a  a  JM)MOÔ'féia:em.  diabaimi^ 

É  povoação  muito  antiga. 
'  OaonieM  BUnsiqiia  a  sda-molben' a  t^i- 
«hkDuXlMrèsatlke  deram  fbrsa,  ooin  «  4i< 
thlo  da  vitlit  lio  ihoa  de  i<M6.  P^i  caiiia- 
ihado  por  l>.  ^dfeoaa  lU,  «as  éàrUi  salii  data, 
pelos  annos  de  Í2li5.  (L.^0.*  UèDoofiir^ée 
D.Aff<msúJn,fL'»^.^  •   ;      1 

D;  Ifáaoel  lha  deu'l(nral  ixms'  «m  LtsiMa, 
no  i.''  de  julho  de  iâl2.  (L.«  de  féru$ifWv<$Ê 

ioAf#fiil«/0^ftj46kieoL  2.*)   ^    

«    Kiiha^fbttíeoDeôrles^ixmiasiaiica  na  bas- 
co i4.%  o  que  mostra  ter  sido  po^açâo  tau- 

Tem  hraaao  d'arma8-- qpe  é*«*«>am!«aaipo 
axul,  dois  braços  deiíomem,  cruzados,  com 
as  mãos  apontando  para  cima,  um  vestido 
da  amarslia,  oum  daicak'fliiaim.  Baira  os 
iMSitQos»  astá  uma  etbeça  dThoiiMa^/eamhir- 
'haa  a^aabeNaa  aokbpHdov  e  lèoroa^iqua  lé- 
ifnêMMmrt^ê Jes«s>€hriato;  -        ' 

iA;aiUaideiN«elás,  qua  en  1700  OttlM  MO 
>ls|os»  Jètet^áW?  Mthk  apensa  176^.  eeuMrji 
disse,  e  em  1820  198»  «am  7T(VhãWtàiit0i^ 

A  ^^  Uornacroa^  ao  O.  da  utila,  astá  dm 
tenpto  aiatiqoíssláia^  dedieádii  a  Si  RomSd, 
Mtde^  iMMeii  em  fiiattça  .a  morreu  ettvm 
.masteiro^  pa)^  aUa  Idndado;  #  qse  M  oiprl- 
mataa  4«s  tiaíM  am  ^Ponogal,  de  aranitia 
da^SaillaAgastMio;'a4<iiiavooa|io  da4.Bah 
vador»  do  qual  existem  ainda  alguns  vestí- 
gios^ M  aíiia  daa  cJMrasaas»  a  li4lkáMro8 
da  villa  de  l|értola,  e  uma  capella  (a  que  cha- 
wm.m0$àHÊt0h  di^>iov49aaiçao«da  &  Bomio. 

Na  egreja  matriz  de  Panolaa  veneisMsa 


A4I 


PAN 


«idwça  d*eite  aaoto,  goaiidada  •!■  «a  reli- 
ttrío  de  prata,  e  o  corpo  na  referida  capei- 
la  de  S.  Remio;  onde  se  lhe  las»  no.  nllliiio 
dia  de  feTeraro^  «ma  grande  téala»  á  qnal 
iseneorrem  moítat  romafens  doe  peyoi  tí- 
ainboi. 

Oterricorio  de  Panoias»  qaeaê  estende  por 
grande  parte  do  femoao  Ctmpo  ^Qwriq^  é 
íertilissimo.  Cria-se  aqai  noito  gado^  de  io- 
da a  qualidade^  e  liaiabondandada  caça, 
grossa  e  miada. 

Bm  li60^  D.  Áffonso  I  a  eena  filhos»  afo- 
raram Gelleirós  dePaneias»  repertindo-a  em 
oilo  conreUae,  cada  nma  een;  o  fiyro  de  Ires 
^mrieifúi  (vide  eata  palarra)»  vbl  de  irigp, 
iim  de  centeio»  e  um;  de  cevada  aa  núlho 
(miado). 

FAlfOIAS  ^  ík^egoâtia»  Minho»  concelho, 
comarca»  districto  admiaístralinro^  areebia- 
pado»  e  6  kilometrat  ao  li  de  Braga  (foi  do 
concelho  do  Prado -^extínctt^-^conitiroa  de 
Braga)»  130  fogos. 

Bm  i757  tinha  58  foges, 

Orago»  Santa  Maria.  (Hoesa  flsnhm  da 
Conceição). 

A  mitra  e  am  lercoarie.da  Sé  de  Braga» 
apresenuvam  o  vigário»  qae  tinha  80 JDOO 
«éis  e  o  pé  d'allar.    . . 

É  terra  maito  fértil.  Maito  gad<v  âeloda 
n  taalidade  Caça. 


Além  da  ddade  famosa  de  Rsnoiai^  em 
fraa-oe^Meiíles,  de  400  adiante  trato»  e  ipie 
den  o  nome  ir  Terra  de.ltimoiQà  4ia.miiiUe 
povoações  -*  ha.tamheni  o.paia  antigmente 
denominado  Terra  de  AMMse^^na.  antiga 
província  de  Bot^  fionra  e  Ittnho^  ,a  nas 
immediaçõea  de  Bnga.  ... 

Comprehendia  esia  Iheigaedj^aaUeia  (qae 
foi  vma^)  de  QmUamliú  (oft.âmnfi^n), 
átMtrêSy  NemoHoe^  o  moaie  fiapmrMV  b  hja 
segainde  a.corrente  do  iio> 6dn0^  .nMei» 
^irméa  Cainirãi  efregneaia  HmÊ^  noma» 
foe  no  tempo  dos  nnoanoaiSo  ckADOAara-Gsr 
ffMa»  (CabneiffiL) 

PANOIAS  -r  freguesia^  Bek^a^Baiza»  eonr 

1-  ano  é^Mtt  dACKupav  *'rigiMiimi9r 


PAN 

ealhi^  nomatca».diatrieto  administrativo^  Us* 
pado»  o  6  kilometros  da  Guarda,  300  ao  E. 
de  Lishoa»  MO  fogoe» 

£m  1757  tinha  78  fogoa. 

Ora^o»  o  Salvador. 

A  mitra  aprasenlava  o  prior;. qne  linha 
iOOJíOOO  réis  de  rendimento.    , 
.  Terra  poneo. fértil  em  oemaes»  mas  eria 
mniia  gado»  e  nos  sens  momes  ha  moita 
caça.. 

ll*mu.  freguesia  naace  o  rie  Jamegal»  (L* 
ToL,  pag.  32»  eoL  i/)  qno  temnm curso 
muito  sinuoso»  e  corre  df»  &  ao  SÍ.»  hastante 
arrebatado,  em  ratão  das  agnas  que  se  lhe 
Juntam»  vindaada  jserra  da  fistreUa;  e,  com 
um  curso  de  50  kilometros,  entra  na  esquer- 
da do  Còk^  abaixo  da  CorfscadiL 

PANOIAS,  PAMOYAS  ou  PAMOmáS-H^i- 
dade  aniiqpiis.Mroa  da  Lusitânia»  na  cbaucel- 
laria  de  Brags,  e  no  território  actualmente 
joccúpado  pelas  í^ngaesias  de  Gonstantlm  e 
Valle  de  Nogneiras^  e  a  4  kilonetrasallOL 
AeViiUBaaL 

Foi  fundada  pelos  celtas,  trez  ou  qnatro 
nscttlocaiitei  de  Jesus  Christe»  e  foi^cUade 
importantíssima  dos  romanos» 

Ainda  ekissem  carne  célticos,  Amot  (lemr 
pios  romanos)  e  outras  suiias  antigui^^ 
des,  como  adiante  direi 

Parece  ^m.o  eentra  doesta  povoai^  era 
emle  hf^e.está.  o  legar  do  Asero/o^  qoo  se 
Julga  ser  corrupção  daMuCfu 

.  O  povo  ahida  dà  a.eate  sitio  o  nome  de 
Fpimê.ie  VaUe 4$  NogueiraM». 

Antes  do  inAtíigav|Bl  Dl  Jeionymo  Conia^ 
dor  d*Argote,  nenhum  csecipior»  antigo  ou 
moderno^  Mton  d'esia  cldade.deiaMrolTida- 
menuv  limtland^se  apenas  a  tmx  mençio 
d*ella. 

Yeen*aa  ainda  vanos  restos  de  paredes 
♦muralhas^  do  grande  retasiea»  ^uo  per^ 
lOMeeam  a  fmndes  edificioa. 
.  Jepindo  a  irsdiçpc^  «rando  quantidade 
dos  materiaes  d*estas  obras»  foram  oondnsir 
dos  a  Villa Real,pai;aaconati»c^ dassuas 
muralhas. 

/Com  jnniia.  úwiimQcia  api»recem  por  es- 
tes sitios»  e  a  pouca  profundidade»  pedras 
lavradas»  eippos^  capiteis  de  columnasb  te- 
lhas»  teih0e%  tiy^os»  de  iMrre  encarnado» 


PAN 


PAN 


44S 


muito  fino,  en]a  ijialidade  le  nio  atha  por 
estes  sities. 

Nas  paredes  da  egreja  mitrlT  de  Yalledê 
Nogaelris,  9e  vêem  empregados»  eomo' al- 
venaria, capiteis  dB  eolumaas  e  outros  ree* 
tos  de  pedras  lavradas  e  esculpidas,  de  már- 
more e  jaspe,  e  graait)  finíssimo;  qualida- 
des de  pedra  que  nao  ba  n'esta  província, 
nem  a  mais  de  300  kilometrol  de  distancia 
para  o  S. 

Também  na  residência  do  parocbo,  se 
vêem  nas  paredes,  es  mesmos  objecto^  e 
cippos  com  inscíipç5es,  servindo  de  alve* 
naria. 

Nos  fragmentos  do  concilio  Lucenso,  se 
tracta  de  uma  povoa^  denominada  FoAo- 
niaSf  pertencente  á  Sé  de  Braga;  mas,  oomo 
na  provinda  do  Itfinbo  ba  diversos  togares 
com  o  nome  dj  PanoiaSy  não  se  segue  q«e 
aquella  de  que  tracta  o  concilio,  seja  esta 
de  Trax-os-Montee. 

Ignora-se  o  nome  que  teve  esta  povoa^ 
antes  da  invasão  dos  romanos;  o  de  PanO" 
mas  (que  o  povo  corrompeu  em  Panoias)  é 
latino. 

O  território  ou  região  a  que  os  romauos 
davam  o  nome  de  Panónia,  eomprebendia 
grande  parte  da  actual  Allemanba,  a  Hun- 
gria e  paites  immediatos. 

Nas  casas  da  residência  do  reitor  da  fre* 
guesia,  se  vêem  três  cippos  com  inscrípções 
—uma  dir—AVMOLAE— outra— MODKSTiA.— 
a  ultima  diz— millia  STipm. 

Soppõe-se  que  esta  millia  nio  significa 
milha  (2  kiiometros)  más  o  nome  de  uma 
antiga  parocbia  da  diocese  de  Braga,  que 
boje  não  existe,  nem  se  sabe  onde  exis- 
tiu, t 

As  mais  notáveis  antiguidades,  porém,  e 
certamente  as  mais  curiosas,  que  existem 
d'esta  povoação,  são,  uma  espécie  de  tan- 
ques, de  diversos  tamanbos  e  de  diíferentes 
fermas,  que  se  vêem,  abertos  a  picão,  em  al- 
guns rochedos  graníticos;  obras  evidente- 
mente romanas,  em  vista  das  inscrfpçQes 
n'ellas  gravadas. 

A  camará  de  YiUa  Real,  e  o  paroebo  de 


Yalle  de  Vbguéiraft,  mandaram  á  academia 
real,  por  ordem  do  rsi  D.  João  V,  um  rútr 
tório  de  todos  estes  monumentos,  do  qual 
farei  slquliim  resumo. 

Entre  o  logar  do  Assento,  da  referida  fre-^ 
gueda,  6  a  Aenro  de  GaUêgos^  fica  um  mon- 
te pofoeo  levaBlado,  què,  das  costas  da  egi^<^ 
'^  blndo  pars  E.,  está  a  dlsuneia  ée  nn» 
200  metros,  no  qual  ba  muitas  fragas,  com 
os  saes  tanques  ou  taixas,  abertos  a  pieia. 

Bta  uma  d'ellaf,  qtie  tem  3,*30  de  alta* 
ra,  fora  da  terra,  com  6,"*60  de  largo,  de  8« 
a  O.— e  de  comprido,  de  N.  a  S.,  19,-80-^ 
se  vé  aberta  a  pieio,  do  lado  do  N.,  uma  es- 
cada, que  vae  ao  dmo  da  roeba,  que  é  pla« 
na,  e  lavrada  tamftem  a  pi<áo. 

N^este  plano,  ao  O.,  está  uma  caixa,  dd 
0,"60  d'alto,  'H«  de  comprido,  e  V^O  de 
largo. 

Tem  na  aresta,  um  rebaixo,  de  0,"il,  eo- 
mo  que  para  encaixar,  uma  tampa. 

De  fora  d'este  rebaixo,  se  vé  uma  faxa» 
de  uns  0,"04  de  alto,  e  0.-08  de  largo,  evi- 
dentemente feito  para  que  as  aguas  pluviaea 
não  possam  entrar  na  caixa,  depois  de  col- 
locada  a  tampa.J 

A  0,"44  d'esta,  está  outra,  biteiramente 
semelhante. 

Em  redor  da  firaga,  está  um  rêgo,  de 
0^*22  de  proftmdidade,  e  0,"90  de  largo. 

Na  mesma  fraga,  e  ao  lado  das  duas  ar« 
eaa  referidas,  está  outra,  alguma  cousa  dif- 
ferente. 

Tem  12  V2  melros  de  comprido,  1  metro 
de  largo,  e  0,*77  de  a|to. 

No  fando,  tem  um  buraco  redondo,  de 
0,"li  d'alto,  e  o  mesmo  de  diâmetro. 

Finalmente,  mais  quatro  doestas  caixas» 
quasi  em  tudo  semelhantes,  se  vêem  ainda 
na  superfiele  doesta  frag^L 

Ao  S.  d'esta  flragá,  e  a  distancia  de  66  me- 
nos, está  outra,  pouco  elevada  solve  o  uivei 
do  terreno,  com  uma  cafata  semelhante  ás 
outras,  porém  de  metade  (pouco  mais  00 
menos)  do  seu  tamanho. 

Esta  tem  nas  faces  do  S,  e  N.,  umas  pe- 
fuenas  esvidadee,  como  que  para  encaixe 
de  dobradiça8«-e  fera  da  caixa,  do  lado  da 


44d 


PAN 


gftdds  e  expostos  tm  yenlos,  ()iie  nmitts 
vezes  soprftiB  do  MaHIo  e  Serrft  dA  Birtrél*' 
hj  tio  iiroiMr  /W^o»  onde  se  seàsd  m fizes- 
se experieneia  eom  o  tlMnobinelroriio  ia^ 
terno,  se  veria  qoe  o  mereurib  oit  aiott- 
gae,  muitas  vezes  deseia  abaixo  de  teroi 
as  margens  do  Douro,  Baixo  Plnftão,  e  Poz 
do  Toa,  sao  z<ma  tórrida,  onde  o  ealof  no 
verio  sobe  sem  dnvida  de  oitenta  a  iio- 
VMita  gráns;  pois  ea  o  lenlio  sentido  tio 
intenso,  eomo  o  da  zona  tórrida  própria* 
mente  dita,  onde  babltei  muitos  annos:  0!l 
planos,  as  encostas^  os  VMlIes,  e  outros  st- 
tios  abrigados^  qa»  estio  entre  os  extre- 
mos, sao  zona  temperada. 

«O  aspoeto  do  paic  nlo  é  monótono,  mas 
sim  variado,  e  sempfo  pHtoresoo. 

«Aguçados  píeos  d'altas  montanhas,  et- 
earpados  rochedos,  pedr^iosassetras;  mtit- 
tiplieadas  e  vistosas  eollínas,  eoberuis  dé 
rasteiras  vides,  copadas  oliveiras,  robustos 
castanheiros,  e  skos  pinheiros;  espaçosos 
pianos,  encantadores  valies,  regados  de 
aprasiveis  ribeiros,  que  por  eiles  serpen- 
teiam com  doce  murmúrio,  e  tortuosas  e 
profundas  bacias,  por  onde  camiohsm  ar* 
rebatados  rios,  que  de  distancia  em  dis- 
tancia se  precipitam  com  fracaço,  forman- 
do em  seus  continuados  e  fragosos  saltos, 
pequenas  cascatas:  tal  é  a  variada  e  mara- 
vilhosa perspectiva,  que  a  faustuosa  natv 
reza  expile  em  um  ponto  magestoso  na 
Terra  de  Panoias. 

«Os  rios  que  a  regam  sSo  o  Douro,  o  Tua, 
o  PintaSo,  o  Corgo,  e  ouiroé  de  menos  mon* 
ta:  sao  pouco  piscosos  por  serem  muito  es- 
cabrosos; porém  o  peixe  é  muito  gostoso 
especialm^ite  a  lampreia,  a  truta,  a  en- 
guia, a  mugem,  e  o  monstruoso  Mho, 
que  algumas  vezes  se  pesca  no  Douro  dní 
a  5  arrobas  de  pezo. 

A'  excepçSo  das  visinhattças  do  Douro,  é 
o  cantão  de  Panoias,  abundante  de  boas 
agoas;  só  a  grande  fonte  de  Roalde,  podia 
fornecer  agoa  a  uma  grande  cidade. 

«Ha  Caldas  em  Carlão,  e  perto  da  Regoa 
(Molledo);  agoas  férreas  por  muitas  par* 
tes. 

«As  faldas  do  Marão,  e  as  terras  que  oc- 
«cupam  a  parte  septentrional  de  Panoias, 


«chamadas  Montanha,  criam  gado  vàeeuiu 
e  são  abundantes  de  gado  lanígero  e  ea« 
brtim,  e  de  oolhieias;  os  cordeiros,  leiídes» 
e  tebritos,  por  toda  a  parte  s9o  muitobons, 
as  vltellas  de  Gaehe,  e  outras  visinhança^ 
de  Vflla  Real,  sSo  muHo  saborosas;  o  Mel 
de  Carva  e  suas  immediaçSes,  em  tempo 
IHo,  parte-se  eom  faca  eomo  se  fosÉse  qivei- 
]o,  para  fater  uso  d'elle;  já  n'este  cantão  Sd 
creon  muita  seda,  e  ainda  hoje  se  cria  al^ 
gtuna. 

«Os  fhictos  de  Panoias  todos  são  der  gos^ 
to  exquisito,  como  é  notório;  ha  abundân- 
cia dTelles,  mas  ainda  podia  haver  mata 
(nlo  íkllo  em  uvas  que  ha  déknais);  o  nbe^ 
Òio,  a  uta,  a  pêra,  a  maçã,  a  ameixa,  ope4 
cego  e  o  figo  são  deliciosos:  as  laranjas^  ain^ 
da  que  em  pouca  abundância,  são  muito 
boas,  especialmente  as  da  Rede,  e  sobretu* 
do  as  de  S.  Mamede,  que  não  cedem  em 
bondade  &s  melhores  de  Portugal^  as  cas- 
tanhas são  tantas,  especialmente  na  fnoD« 
tanha,  que  se  cevam  os  porcos  cem  ellas^ 
alguns  castaitheiros  são  de  tão  extraordi- 
nária graikdeza,  e  seu  tronco  de  tal  greseu* 
ra,  que  se  pode  suspeitar  terem  mil  an^ 
nos  de  existência;  qoasi  defronte  do  Mon- 
dego, na  estrada  que  vae  de  Favafos  part 
Sanfin^  houve  um,  que  foi  vendido  para 
lenha  por  30M00  réis;  o  seu  espaçoso  ôee» 
em  que  os  viandantes  se  abrigavam  da 
chuva,  me  faz  lembrar  o  que  se  lé  do  ca- 
vernoso ôco  de  Boabab  de  Cabo  Verde.  Ha 
dourado  e  saboroso  azeite,  mas  em  pouca 
abundância. 

«Todos  os  cereaes  prosperam  n'este  aben-^ 
çoãdo  paiz;  porém  ao  presente  não  che« 
gam  para  o  consumo  do  canrão,  o  que  de» 
ve  attriimhr-se  não  á  falta  de  terreno,  maa 
sim  à  mania  dos  lavradores,  que  parecA 
que  qnerefm  viver  somente  de  vinho,  pois 
não  só  teem  lançado  por  terra  olivaes,  sou* 
tos  ou  casianhaes,  e  mattas,  para  plantar 
vinhas;  mas  até  mesmo  tem  enchido  d'élr 
las  os  lameiros,  e  outras  muitas  terras^ 
que  podiam  produzir  muito  trigo,  milho  e 
centeio;  accresce  a  isto  muitos  mil  ga^^ 
gos,  que  trabalham  na  lavoura  do  vinho^ 
e  muius  cavalgaduras  de  luxo;  pofs  tudo 
tsto  come  muito  pão. 


vm 

.  aSMwMiú,  úaãà  mtHãÊiu, M' aáHãn 
f  milito  4rigo  «  úm/ttíOf  aoM  eipéeiatidaie 
•iià  MoiUIttha;  e:mtiito niiiliOf  iià'Ga(Bi()ea, 
tviiiiihitAças  de  'Sibila  BM(l,lS/SartiàKé  ide 
ciàntA,  BanM,  Mijô^  •  oairàs-leiraê. 

tAliasuitíça  énDiiitoMa-e  BaèDroia;iia 
tfltaita  esiiiBMlM  ps^andesnAlm  6  repo^ 
•acarta»  Yittft  Real;  a»  itawmè  tiOMhas  M 
«de  penca,  são  de  gosto  delicado,  e  de  ex- 
4iriMfidiDàm  grandesa,  espedalmentd  lios 
f tampos  de*Vii]t  Real,  ita  Granja,  e  Alijó, 
ioade  se  encontram  algamas  de  20  arra* 
«teis  de  pezo. 

«A  exportação  d*e»te  eantltf  ^o  tatatas, 
t^astanlias,  passas  dentas,  i^oé  e  pécegos 
(especialmente  de  Santa  Engenfa,  e  entras 
«potofl^es  Yiâiáhas),  carne  de  porco  (com 
«espeiiaUdadê  de  Mmrça),  qtie  nSo  dede  em 
«bondade  á  chamada  de  Lamego,  ottdeMd-' 
tgaço.  Paróm  a  soa  maior  exportação  é  de 
«agoa-ardente  e  vinho,  e  por  isso  íiallare!  com 
«mais  extenção  do  vinho,  e  pais  qae  o  pro- 
tduf. 

•  «Pcfr  um  cafcttlo  de  approxímação,  todo  o 
«vinho  que  se  colhe  na  terra  de  Panoias, 
«chegará  a  60:000  pipas,  35:000  de  embar- 
«qae,  e  251^000  de  ramo,  oo^  consumo  do 
«paii. 

«O  abbade  de  Lobrigos  em  alguns  annos 
«apurou  de  40  a  80  mil  cruzados,  somente 
«em  vinho- do  lavrador,  que  colhe  de  900  a 
«300  pipas;  encontram-se  toneis  que  levam 
«40  pipas. 

«Por  toda  a  parte  se  dá  bem  o  Tinho,  po- 
«rém  o  melhor,  é  o  das  visinhanças  do  Dou- 
tro, que  podemos  chamar  por  excellenda  o 
«paiz  do  vinho. 

«Este  paiz  tem  seis  léguas  de  comprt- 
•mento,  e  uma  até  duas  e  meia  de  largura; 
«6  terreno  sobremaneira  dedinoso,  talhado 
«e  momuose;  o  qual  no  seu  total  forma  um 
«dilatado  composto  de  desfiladeiros  e  alcan- 
«tiladas  encostas,  cujas  raizeá  o  Douro  ba- 
«nha. 

«Este  terreno,  visto  em  junho  e  julho  da 
«parte  da  Beira,  de  sitio  proporcionado,  of- 
«lérece  aos  olhos  do  espectador  um  qoa- 
«dro  admirável;  uma  extensão  a  perder  de 
«vfota,  semeada  de  grandes  collinas,profan- 
tdos  valles,  e  empinados  outeiros,  tudo  co- 

VOLUU  VI 


m 


vm 


4iflofitoum-  vMhago  mui  fim;  mm 
«»»  tiMttagai,  foraladi^  de  ondeante»  e  eii^ 
ctrela^os  pimpoUidS,  e  de  verdejantes  fo« 
«lhas;  gr«náe»f^o^oaç5es,«ttm^itto^9quii^ 
«tas  cote  «flitts  branqueados  pidacios,  aíppa«' 
cMranda  umas  è  outras,  como  ilhoias,  ntf 
«toitfe^  doeste  ismpoUado  mar  de  verdura;  tu* 
«do  é  ene«ntád(»«,  tudo  ptttoreseo. 
-  «Como  opafz  do  viniho  está  exposto  ao 
ttieio^si,  per  isso  proáue  melhores  itehoff 
do  que  a  margem  esquerda  do  Douro,  ge« 
^ralmimte  fanando:  e  sendo  tí  vinho  do  men- 
cionado pafz  o  melhor  do  Douro,  d  poriMm* 
segtôâte  o  melhor  de  todo  o  mundo,  per« 
4õe  o  do  Cabo  de  Bdá  Esperança,  da  Ha^ 
deíra,  de  Ghampagné,  e  outros  femigem* 
dos,  são  mais  tms  licêres  pâSra  sobremeci, 
do  que  vinhos  generosos,  próprios  pafii  ale*: 
grar  e  roborar  o  coração  do  homem,  comd 
é  o  do  Douro.  Porém,  no  mesmo  paiz  do  vi* 
nho,  ha  sítios,  onde  o  vinho  tem  meBior  re- 
putação; taes  s^  •— Govettinhas,  Convi- 
nhas, Covas  do  Douro,  víshihanças  do  Rio 
Pinhão  desde  Cabéda  até  ao  Douro  (onde 
em  1834  se  rendeu  algum  a  140^000  réiá 
a  pipa),  Boncão,  Castedo,  e  outros. 

«Emquaúto  a  metaes,  temos  indícios  dé 
que  os  houve  em  Panoias.  Já  disse  no  capi- 
to i.%  qUe  o^Dòuro  se  chamou  Bio  dô  On- 
rOf  e  que  tàWez  o  cantão,  de  que  se  trata» 
se  chamasse  Terra  do  oure  e  Castellos  âó 
owo, 

«Du  Bocage,  faltando  da  Galliza,  quahdô 
o  Douro  era  o  seu  Hmite,  diz  que  n'ella  ha- 
via minas  de  ouro,  prata  e  chumbo.  Em 
Tres-Minas,  ou  Tresmines,  ha  grandes  es- 
cavações ou  minas  antiga^.  D.  Diniz,  nás 
regalias  que  concedeu  a  Yilla-Real,  exce- 
ptuou as  minas  de  ouro,  prata  e  cobre.  Tu- 
do isto  nos  fornece  poderosos  motivos  para 
suspeitar,  que  houve  em  Panoias,  e  ainda 
haverá,  preciosos  metaes;  e  que  talvez  este 
cantão  seria  uma  d'aquellas  terras  das  Ifós- 
panhas,  em  que  os  romanos,  como  diz  a  Sa« 
grada  Escriptura  (Machab.,  Uv.  L;  cap.  S.% 
se  apoderaram  dos  metaes  d*ouro  e  prata. 

«O  paiz  de  Panoias  é  muito  povoado,  es- 
pecialmente na  parte  meridional,  onde  se 
encontram  grandes  e  ricas  povoações.  To- 
da a  população  d'este  cantão  será  de  centd 

29 


m 


9m 


«de  cem  fr^gpda^^  Satre  estas  ae  •«eatam 
U8  YilUs  de^  Abrfiro,  .AUj6  (4e  900  Mtíl»- 
«leaX  Ç^uMUafli  Faiuioa  (de  toU  babitaoM)» 
0?'oi;&(e8^  GaU^«  (conea  iii8igoifica«te}i  Go^ 
«dim,  GoiTãea»  LQrâeUo,  Murç^  (4e  l;500>hi|«* 
juntes),  Par»<^  da  f iobão,  Péio  da  R^g^ 
«(de  400  ÍQgos)^  PrQvezende,  S.  Mafiiede  da 
«BibarToa.  (mii  e  dim^Btos  h^itactes),  Tei- 
<m^h  ^  YilUrXW^  ^ae  lefa  i:WO  fe^ 

«Pa  na  terra  de  Panoias  muitas  fai^iliiis 
f  ^  npbreza  i^pitiga;  ba  titulares»  generaes» 
<^es  e  deputadps^  Socoutram-se  grades 
«proprietários»  e  algaos  de  milbões  de  cru- 
«xados:  admiram-se  moitas  casas  nobres  e 
«apaflaçadas^  seado  a  ^laior  de  todas  a  de 
f  D.  Uúi  de  Matbeus»  boje  de  seu  neto»  o  con- 
f  da  de  VUla-ReaL 

.  pNotai-se  o  excessivo  luxo  dos  babitantes 
f  da  paifte  meridional  d*este  cantão ;  e  ao 
«mesmo  tempo  se  admira  a  frugalidade  e 
«simplicidade  (eliz  dps  babitantes  da  Monta- 
«nba:  o  attento  observador  muitas  vezes  di- 
«visa  em  l^na  íeira  peralvilhos  e  adernados, 
«trajando  ao  uso  das  grandes  cidades»  e.logo 
«defronte  d'estes  admira  o  seu  contraste— 
•pobres  lavradores  da  Montanha,  vestidos 
»de  gros^p  .burel»  calça4qR,(Íp„j^]?cos, 
«cbancas»  ou  alabarcas  (calçado  rústico  com- 
«posto  de  páu  por  baixo,  e  de  estreitas  cor- 
«reias,  que  cruzam  por  cima  do  pé),  a  íaçe 
«queimada  4o  calor  e  do  frio;  assemelban- 
«do-se  em  tudo  aos  crestados  babitantes  do 
«desabrido  Crasto-Laboreiro:  mas  estes  ge- 
«sam  de  saúde,  robustez,  e  longa  vida;  em- 
«(júanto  os  escravos  do  luxo  nada  d*isto  pos- 
«suem.» 

PANQUE  —  fjreguezia»  Hínbo,  comarca  e 
cencelbo  de  Barcellos,  18  kiiometros  ao  O. 
de  Braga,  345  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  70  fogos. 

£ffl  i757,  tinba  61  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

Arcebispado  e  districto  administrativo  de 
Braga. 

A  mitra  apresentava  o  abbabe»  que  tinba 
300^000  reis  de  rendimento. 

E*  terra  fértil.  Muito  gado  e  caça.  Peixe 
domar. 


vm 

JEiU  ftegitfteieitenFe  moiíos.aiuiep  ame- 
xa  á  de  Me^dia^  iio.niog»e  eopqelkou 
PANTAK0S'r-(4;«.vaL,ipag.  4í»I^«oI»  Lr) 
PAKIBBONNACIOirAJtf-^Ha  40  mat 
que  se  Ma  «m  Bartugai  na  ccAstracçio  da 
om  adifcia.  destinado  a  receber  as  cíiuaa 
das  varões  iUnataes»  i|ua  palas  anaaa,  pata 

lauras  aa  pelas  virluáes,  lanobracessan-aala 

reino^ 

,  ^gundo  alguna  legisladores,  deveria  o 
edificio  ser  construído  ip&H^  qs  alicercesi^ 
pouco  mai3  ou  menos,  pelp  risco  do  ts^mO'* 
so  pantbeon  romano. 

Outros  opinavam  eiu  que  fosse  aproveita- 
do para  isto,  um  dos  edificios  que  foram 
mosteiros  de  religiosps. 

Ainda  até  boja  se  espera  pelo  tal  pan* 
tbeon;  e^  provavebnenjte,  nunca  elle  paw* 
rá  de  prpjeçtâi    , 

Em  1836»  publko][iTse  o  decreto  sa* 
giiiAte: 

cTomando  em  consideração  o  relatório  do 
secretario  d*estado  dos  negócios  do  reino: 
bei  por  bem  decretar  o  seguinte: 

Artigo  l.^"  Um  dos  edificios  nacionaes  de* 
verá  ser  destinado  para  receber  as  cinzas 
dos  grandes  bomens,  mortos  depois  do  dia 
9,4  de  agosto  de  1820. 

Àrt.  l.""  Só  o  corpo  legislativo  poderá  de* 
cretar  estas  bonras  do  Pantbeon. 

Art  3.<'  Nenbum  cidadão  poderá  receber 
esta  bonra,  senão  quatro  annos  depois  da 
sua  morte. 

Art,  4.<'  Só  o  corpo  legislativo  poderá  de« 
cretar  as  excepções  a  favor  dos  grandes  bo« 
mens,  mortos  antes  do  fausto  dia  24  d'agos- 
to  de  182a 

O  secretario  de  estado  dos  negócios  do 
reino  assim  o  tenba  entendido,  e  faça  exe- 
cutar. Palácio  das  Necessidades,  em  26  de 
setembro  de  1836.  — Rainba.— JHanti^  ia 
Silva  Passos.^ 

Felizmente,  semelhante  decreto  não  pas- 
sou de  letra  morta;  pois,  se  se  cumprisse^ 
só  teriam  ingresso  no  tal  monumento  as 
cinzas  dos  grandes  homens,  mortos  depois 
de  24  de  agosto  de  iS^— isto  é  —  não  era 
um  pantbeon  nacionalj  mas  partidário,  niQ 


PAP 

momeBdo  as  bovas  dê  serm  alli  dflpotl- 
Udos»  senão  os  qser  màis  se  distiogaistam 
an  guerras  fratriddas,  qae  cobriram  dè  la- 
grimas» sangue  e  lueto,  o  reiso  de  Portnr 
gal^  por  espaço  de  tOannoa. 

Por  ma»  relevantes- que  fossem  os  serti- 
fbe  prestadofl  h  pátria  ea  á  hnmanidaâe, 
sem  a  condição  expressa  (e  muito  expressi- 
oo)  de  ter  fitlleddo  desde  o  dia  marcado  no 
âaereto»  podia  o  portognes  benemérito  mor* 
Mr  quando  qoizesse,  qae  aa  stias  cinzas  ae^ 
riam  arrojadas  à  vídia  eommom;  porque 
aio  tinham  entrada  uo  edtfido  exeioslva- 
mente  destinado  a  nm  corrilho  —  que  6  o 
4110  daramente  se  tradnx  da  tal  eondiçio  do 
decreto. 

Fiquemos  peis  sem  panthêon;  que  nem 
por  isso  deixarão  de  haver  sempre  por- 
tnguetesy  que»  como  Gamdts^  possam  di- 


Il'esta  gloria  sé  fico  eontentOf 

doe  a  minha  pátria  amei  e  a  minha  gente. 

Pio  ou  PAM— Nos  prazos  e  foraes  anti- 
fOSy  diz  se  frequentemente— pão  mfiodtf  **- 
jififo  terçado  e  pão  quarteado. 

Pão  meiadOy  é  metade  centeio  metade  mi- 
lho miúdo— pdo  terçado,  é  trigo,  centeio  e 
■líHio  miudo^  em  umas  terras;  e  em  outras, 
centeio,  milho  miúdo  e  tey^úBr^pão  quar- 
teado,  é,  trigo,  cevada,  centeio  e  milbo 
isiado. 

Yô-se  também  muitas  vezes,  em  documen- 
tos antigos,  dar-se  ao  centeio,  a  denomina- 
do de  pão  de  segunda. 

Pão  da  rua— pão  alvo,  de  trigo. 

Pios— vide  Paus. 

PAPA— Nos  primeiros  tempos  do  chris- 
líanismo,  papa  e  bispo,  eram  synonimos,  e, 
para  se  differençar  o  suceesaor  de  S.  Pedro, 
se  dbôa— o  papa  romano. 

A  pag.  284  do  4.«  volume,  dei  uma  rela- 
ção, apenas  nominal,  de  todos  os  summos 
pontificesi  reservando-me  para  n'este  lugar 
dar  uma  rápida  biographia  de  cada  um  d'el- 
les;  porém,  estes  e  outros  objectos,  aliás  im- 
portantes, que  desejava  publicar  n*este  vo- 
lume, o  tornariam  muito  extenso;  pelo  que, 
resolvi  passar  para  outras  letras,  onde  tam- 


PAP 

èeni  toem  cabimento,  grande  numero  de 
artigos  curiosos. 

O  artigo  PápaSf  hirà  sob  a  palavra  Bnm- 
mos  PoniificeSé 

PAPARIA— aldeia,  Alemtejo,  na  freguezia 
de  Cemache  do  Bom  Jardim,  comarca  e  oon- 
celbo  da  Gertan. 

N^e&ta  aldeia  nasceu  e  foi  creado,  D.  Ma- 
DUel  Joaquim  da  Silva,  provisor  e  vigário 
geral  do  grão-priorado  do  Crato,  e  arcebis- 
po de  Adrianopoli,  m  partibus. 

Ainda  existe  a  casa  onde  nasceu. 
*  Foi  este  virtuoso  e  illustradissimo  prela* 
éo  que  fundou  (á  custa  da  casa  do  inCantar 
do)  o  seminário  de  Gernache  do  Bom  {ar*- 
dím. 

Esu  família  era  fadada  para  as  virtu* 
des,  as  honras  e  as  letra& 

D;  Manuel  teve  quatro  irmãos,  que  todos 
exerceram  altos  cargos,  com  a  maior  honra.- 
dez,  illustração  e  dignidade. 

I^,  foi  bispo  de  Macau— outro  bispo  de 
Pekim— outro  geral  da  ordem  benediccina 
-^  finalmente,  outro,  desembargadodT  da  ca- 
sa da  supplieação. 

PAPBIi— sitio  nos  arrabaldes  de  Gmtra— 
E'  um  lindo  passeio,  a  magnifica  estrada 
d*esta  villa  até  ao  Papel,  orlada  de  bellos 
edificios,  e  formosos  jardins. 

Chegando  ao  logar,  sevé  uma  quinta  cui- 
dadosamente tratada. 

No  centro  d*ella  está  a  importantíssima 
fabrica  de  tinturaria,  movida  a  vapor,  do 
intelligente  e  honrado  industrial,  o  sr.  Cam- 
bournac,  que  tem  este  estabelecimento  na 
melhor  ordem,  aceio  e  bom  gosto;  e  os  seus 
productos  são  primorosos. 

Todos  sabem  que  de  um  bocado  de  seda 
velha,  desbotada  e  inútil,  faz  o  sr.  Gambour- 
nac^  uma  formosa  tela,  que  todos  julgarão 
nova,  e  sabida  n*aquelle  momento  de  uma 
fabrica  de  tecidos. 

O  seu  estabelecimento  em  Lisboa,  é  no 
largo  da  Annunciada,  próximo  ao  Pasbeío 
Publico  do  Rocio. 

PAPEL^E*  impossível  designar  a  época 
em  que  os  homens  principiaram  a  expen* 
der  por  meio  da  escriptura,  os  seus  pensa- 
mentos. 

Todos  os  auctores  conveem  que  a  primei- 


£5& 

rá  eseripu  devera  ter  sido  pòr  figurai  (hyeí- 
rogliOcos.) 

Uma  9ó  figura,  por  este  modo  de  repre- 
sentar as  ideas,  era  a  imagem  de  moitas 
cousas— por  exemplo— para  repreSèfitàfiem 
uma  eidade  sitiada,  desenhavam  uma  mu- 
ralha, com  uma  escada  encostada  a  etia. 

Para  representarem  umabataltia,  dese- 
nhavam duas  mios,  uma  com  arcoí  outra 
com  escudo. 

Os  povos  inventaram  depois,  sueeessiva- 
mente,  diversos  signaes,  próprios  parare 
presentar  o  discurso,  e  exprimir  o  pensa- 
mento: e  é  às  investigações  e  multiplicadas 
experiências  feitas  em  differentes  épocas, 
para  o  conseguirem,  que  devemos  a  arte  de 
•escrever,  propriamente  dita. 

Ignora-se  a  data  da  invenção  dbs  cara*- 
cteres  álphabetícos;sabe-seunicameiile'4ue 
são  conhecidos  desde  a  mais  remota  anti- 
guidade. 

Os  árabes  já  Cadam  uso  d*elles,  no  Idm- 
po  de  Job. 

Diversas  nações  disputaram  a  gloria  de 
haver  inventado  esses  caracteres;  porém  só 
ha  dois  povos  da  antiguidade  a  quem  se 
possa  attribttir  essa  invenção— os  assyrios  e 
os  egypcios. 

Cadmo,  entre  os  gregos»  passava  por  in- 
ventor da  escripta. 

Ao  principio,  escrevia*  se  nas  folhas  de 
certas  arvores,  ou  na  sua  casca,  sendo  pre- 
ferida a  da  faia  e  a  da  tília. 

Depois,  serviam-se  de  umas  tabuinhas 
muito  delgadas,  cobertas  de  uma  fina  ca- 
mada de  cera,  sobre  a  qual  escreviam  com 
uma  espécie  de  punsão,  chamado  siylug^ 

Também  escreviam  nas  folhas  de  uma 
planta  chamada  papyros  (d*onde  procede  o 
nome  de  papeL) 

Os  romanos,  aprenderam  dos  gregot  e  ios^- 
canos  a  ártó  de  escrever. 

O  passo  de  maior  progresso  na  arte  dá 
escripta,  foi  quando  os  troianos  inventaram 
o  pergaminho  (de  Pergamo,  que  é  o  mesmo 
que  Itoia)--isto  é — quando  appliearam  a 
pelle  dos  animaes,  para  n'ella  esoreverem, 
e  inventaram  a  tinta. 

Os  livros  dos  antigos,  não  eram  como  os 


HÁS 

áetqaès:  ora  «m  r&lò  de  per|famiiflio  eBruI» 
Tido  em  um  páo  eyllndr^. 

Ein  quinto  se  não  inventoti  aimpieim 
(vide  lipographia)  muitos  milhares-de  is» 
dividuos  viviam  na  Bnropa  c  na  Asn^  pei» 
óAcio  de  escreventes  ou  copistas. 

Sò  em  Paris  c  Orleans,  havia  mais  d» 
40:000. 

Mbitoe  d*estes  matiuscr^s  chegaratn  mm 
uoisos  dias,  e  bastantes  notáveis  peloprime* 
roso  da  calUgraphia,  e  pela  perfeição  im 
seus  ornatos  e  vinhetas^ 

Os  frades  foram  es  mais  distinctos  afecta 
arte. 

Os  maauseriptos  feitosnos  seonles  XID, 
XIV  e  XV,  são  primorosos,  excedendo  al^ 
guns  embelleza  as  nossas  edições  mais 
aperfeiçoadas. 

08  do  fim  do  século  XV  c  principio  do 
XYI,  são  em  geral  péssimos,  e  apenas  leigi* 
veis. 

Em  Portugal  lia  manuscriptos  dos  seca- 
los  XYI  e  até  melados  do  XVII,  de*  graadA 
perfeição;  porém  as  escripturas  e  outros 
documentos  manuscriptos,  dos  fins  de«e- 
culo  XVII,  e  da  maior  parte  dO  XVin,.sii 
quasi  illegiveis,  pela  péssima  calligrapMi^ 
e  pelos  muitos  erros  de  orthograpMa. 

Dis«se  que  o  primeiro  que  Juntou  livros» 
foi  o  atheniense,  Fisistrato,  e,  depois  d*élie^ 
Aristóteles. 

Depois,  houve  no  Egypto  e  na  Greda  ft)^ 
mosas  livrarias. 

A  bibliotheca  Eumenes  Ily  ^  em  Perga'» 
mo,  chegou  a  ter  200:000  volumes;  porém 
a  mais  famosa  foi  a  de  Constantinopla,  in- 
cendiada no  tempo  do  hnperador  Zeno  Jsau- 

TVCÚ. 

ITella  existiam  as  obras  de  Homero,  es- 
críptas  em  lettras  d'ouro,  na  pelle  de  certo 
dragão.  Tinham  40  metros  de  comprido. 

Hoje,  as  mais  célebres  livrarias  do  mun- 
do, ^0  as  de  Roma  e  Oxford. 

0  papel  foito  d'algodão,  apparecea  pela 
primeira  vez  na  Orecia,  no  século  IX. 

1  Rei  de  Pergamo,  hoje  Natolia,  que  prin- 
cipiou a  reinar  197  annos  antes  de  Jesus 
Christo. 


PIB 

Do  seeolo  XI  se  acham  em  litfMiiei^.Siol** 
lia  eVenesa,  maitee  dotamaniosB^èète  ^- 
pel,  e  no  seealo  seguinte  se  vofgafiaov  xaaí- 
to(veeaiu<k  < 

Bo  seoQlo  XIII  àa  ipi  nnaweripto  é» 
nosso  Santo  António,  feito  n'esti  94^  •> 
qae  se  guarda,,  oemo  ral^oifl  predtsa,  bo 
kéepictoide  Samto  Cb$nioaa  Frèfia^úÉíé à 
Antem  áa  lapOf  iw  bispado^  de  Viaen. 

HSi^9éÍ9tí»  )éom cetteia 4  datada des*^ 
coberta  do  papel  de  trapo:  Mr*  Bay^dfc  qmi 
em  1470,  dois  indiridiloscIutatdbaAnMaiío 
eMignel,  o  levaramdnGaBiia/âBaaíieía, 
èiDde  se  «stondea  por  ioda-  a  AMemanfea; 
mas  é  engano,  porqae  existe  papel  da  tn>. 
po  éiailQ  maia  ikutgo,  e  o  CaíMicui  >df  Ja- 
«ri»  âslamla^  foi  imprasson^estiiipafttk  em 
Mogoneia,  em  i4G0i  .  \     ^ 

Ifoavehilrodo fbispo  ds  Nenriíl^  kaiim 
registo  de  teltadmutís,  ifeíia  d*csta-papei^ 
fÉ#fff(ncipk(a era  1370.    .  >/  -    . 

tfatiillDB  é  de  ,|ttrflcer-^!]6.iâ>noMnilo 
XII  eneia*  papel  da  irapo  em  toda  á  EWDêfi 
pa;  peitei  Hontfuieon,  afflrmando  im^  eHft 
começara  no  Oriente,  emo^IX.^  «•eitlov.alr 
tem  gii0;.nèm  ^em  Vtaiça^  nem  |ior  .ted<  a 
UíÊm^  M  acte  -vesiigio  algum  d'elkw  inte^ 
da  1170. 

Kk  inifeniiftde  ide  Go«iibta.i  Jfãiwm  do<; 
ciuiiiitt0de'.AÍ88,  qn&din9^£erqi^«4»»iiiai« 
9imifllA0  (ie  fNilpafo  (pfeipeL)      .  . 

ilíi^Be  também  que  aignmis  daa.^iH|BW* 
Cptoade  a  Affisnso  IB,  ibtfàm*^  «ifioariar 
BMitp  escriptai'  em  papel  daMpa.     .  • . 

JPifSi  liaBaiâT-4«a4ri9B»f^iwidteo 
historíadorèaspanhol  chamado  Aa|euo  J^a* 
pida,;  cítaâa mnila&veiBa par istiiigna ma 
CmMÍ/tkiitãidgiGmuttdat  rerera!i|«s  a  «and» 
lSMHaa,!seii4o  ieíts^péb»  monnoB  milsr-r 
Miza  de  Alhimbfia,,  fica»  ÍUtn  da<  dinliejNt 
pa»  pagar  aoa  sew  laMado^  ^fÊÊaptmm 
piaram  a  mnrmarar,  ^rfeta  tiiid>WDem^«Mia* 
pam^lttae-da^va^a  naceesirioi:    > 

;4i'^cils<fiiicaa  dwamttanaia^Q  «ode» 
qoa  era  sagas  cammandafite,.  eacrarfp  ^kr 
riaasammaa etfb  ua peqoamM  padf«M de 
papal, fiiandoa  oonirAttia propria.aaiigpai' 
tura,  e  pára  iázer  valer  cama  padagm  Im 


m^  s 


paHkar  amaproabonaçia,  ordmnadoaoa 
habitantes  á  reeonhecel-os  como  mòèda  efoi- 
nfaim  ilsoamaa  ■'eltoa  Inserlpta^  e  amáa- 
çéQ  com  severo  castigo  aos  qaereaastesem, 
e*pfémette&4he8  pagar  pelo  tempo^  em  moe*^ 
da  de  oiKra  e  prata,  em  troca^  d^aíqaellas  pav 
pèls/ 

Assim  este  cavalheiro  catholleo,  por  nma: 
áhbtil  a  mf facnlosa  alchlmia,  í&t  abnnêar  o 
dliiheiro. 

Õ  conde,  pelo  tempo,  ctimprki  a  ^a  pro^ 
'meuMi  como  leal  cavallelro.  ^    > 

Este  é  o  primeiro  exemplo  doesta  natoM^ 
[  tá  ^e  Ét  eatontra  nos  amaes  do  páf^l- 
moedà,  a  aconteceu  em  1484. 
'^pktrMíido  do  Jornal  catholícò  --it  Pula" 
9fit,'daPohô.> 

l^âFBIi  ttUASO— O  uso  do  papel*  sefla* 
da  ém  Partogal,  data  de  1660,  em  qne  nao 
hfevia  'scfDio  papd  com  os  selioe  ãe  iO,  10, 
aOÍe^tWrôis. 

Em  cada  anno  os  sellos  eram  dfffereMeÍÉ 
e  deviatt  ser  trocados,  pata  que  taSa  o  sen- 
do, iDteOfHkm  os  poísufdoris  d^eRea^iilM^pa-^ 
naè  ffde  ee  appReávam  aoa  que  InfMduiAam 
rtoeda  fehw  no  rerno. 
'  Na  Frau^  e  Itália,  o  uso  do  papeí^élla-' 
éii  cemeçou  emepoeha  muftò  anterior-  a 
16M;  porqtie  foi  depois  d'8qtièlitfs  duas  na^ 
^s  o  usaMB,  e  n*enas  ter  a  experfedcfaid 
a  'pMtfca  eòBistanta  demanstradiíí  ^de  o  rN 
íMda  papel  sellado  era  uma  dists  eòufribal'^ 
(Sés  mafii  suaves  pâtt  os  {lovos,  que  Pòrtu^ 
gal  aadc^tòu'.    . 

.  (OFêiA) 

MFiEléS  (antigamenie  Papfeksy^  fre- 
gueala,  Mt^a^Alta,  comarca  daíania  GoaiH 
I  baf-Dia,  oOntdho  da  Carregal,  f4  -kilaaia* 
troa  aa  S;  de  Viseu,  985  ao  If  .  de  Lisboai 
30»<ég08.  '  i 

Em  1757  tinha  tl8  íogoe. 
'  Oragei,'Sk  Miguel,  aff«haija.  < 

Bispado  e  dlsttieta>  admhiUtpalívo  â»'^ 
seu.  .'■'•  '*•• 

.  A«ÉlTÍnfdade  da  Coimbra,  par^ppeaiçik), 
apreseniavia  o  abbai^  quatMm  OOOMOts. 
daieridiaittii». 

firtlmca  a  esta  ft^gueria,  a  alQeli  daM<» 
voa  éTAmoza,  onde  está  a  capella  de  N9êê0 
S9tímé  Ar^iiiay  ftmdada  por  MamaM  ]Hr- 


ISS 


FAAi 


BAH 


cote  XVil.  1 6  9  kilometros  d»  Aifiga,  300  ao  M.*4e  Ut*' 


.^Jtoriogar  do  Pinhoiít),  to  Mfè  d«  oilwtro 
^6mt$^  meema  fregoula,  ba  A.ea|i6Hakd0 
N^eaa  Seu^ea  4a  Goocei^  templo  a«li« 
qiii83iilio^  le  qae^  aegondo  a  tnàkfio^  M  « 
primitiva  paroebia  da  freguezia,  a  a  sua  ear 
peila- vór  é  a  eapella  aeioaL  . 
.  Kin^^^lhe  a  (puta  no  seo  próprio  dia^  a  8 
de  dezembro,  vindo  em  procissão  á  eapeUii 
nroMo  4ía»  o  parodio  fO  a-  maior  parta  áon 
fregaezes,  assim  como  oatros  Jiiuitoa  romair.* 
T^  4^  firegaeziaa  oireomvitinbaa. 

!F4lfAr«Ell-MPVTS8  —  p(Mrtttgiiez  itBtjb 
go  -^  attende  bem  4—  repara  t*  r^eete^  JHfh 
piara) -r-Panid«-(iMi»:m0ii<^«— atroei  bfm. 

PARADA— Fora  de  Portugal,  bairia.o.<M- 
rãitOí  d^  faroia  (uma  espeeíe  da  (vMwKe* 
Ç3x^>  P^o  -qual,  era  permittido  ao  ae^bor.  da 
ttira^  persegniro  aea  vasaallo^  fte#  doaqpi 
próprio  senhorio,  prendendo-o  a  roofndv 
aíiido«o  pan^eUe.  i 

£m  Portugal)  p^m^epnqaasitod^  oafo* 
caepaiHigos,  erapanoittidp  ao  po^nifor  (po*. 
vo^dof^  o^^eolopo,  9abir  dloaeu  paiz»  epa«* 
sar  livremente  ao  serviço  do sio^r  qaobeoà 
ll|9?P4tveooA$e,9em  incorrer  na  miAirnsípcpa. 
i.  PjiriaafV)ssas/aBtigaa  Ordemçõep»^  aind^ 
nHif  ^'l^ivúBaBtamqDte  pelas  MaãmLwçtSim^ 
iboaa  i^om  livre  era  obrigado  a  aenrír. 
pe«aea.aÍgomai'CODtra  soa  vontade, »alóm.4q 
reJiiWii^aea  da  go^rra:  o  até  em  muitaiipor. 
vpKdf  s^via  o  privil^io  de  aó  biiim  aeoa 
habitantes  para  a  guerra,  quando  o  lei  Ipwt 
em  peasoa^    . 

Houve  porém  entie  née  o/SraAi|i«9)i4a, 
qii0i»oMiai|a  em  lerem  os.vaaaaiip^  empU*. 
temas  oa  eolctnoa,  e  mesmo  oa  pasochoii  m* 
raefl,  e  mosteiros  (coso  respeiío  aos^ene  bit r 
pos),  preparados  e  promptos  certoa  manlK 
mentos  (ou  dinheiro  panLeUe(i),e  apeeMa- 
doria,  para  os  eeva^reapectivafsaokerasKe 
bfype%  tntando«ee  de  mosteires).  e  eoaicmn- 
mitiva. 

Támbepn  a  (sto  te  dava  o  nome  dejMtlar, 
oMAliiro,  eomíNiepidi  c^JM  tf ,  ooMaM^Oif^v. 
da.  Os  frades  e  freiras  tambeniHiaielHMmh 
vàm  06slÊaí^yprMiTa^kOit  umo^âiMkhp9^' 

-•  mUAâ-^-fregoâtía»  Minho»  nenoeUio^^ae' 


boa,'7(l  Idi»:     • 

9m*fr7lt7  tinha  43  íbges. ' 

Orago^  &  Paio. 

O  prior  de  S.  Martinho  de  Dame»  apr#« 
Mtotaiva  o  vigaiio,  fne  linlia  dQ#00O  rdii  e 
^  pé  d>altaf é    I 

£  tem  fertiL  Muito  gaio. 
.  PtàlUli^^  fregoeiia,  Minho^  eeneM^4a 
Póvoa  de  Lanhoso»  concelho  de  Vieir%  tt 
káloinenrca  ao  M.4e  Braga,  380  no  N^d^Ida- 
ho9»  iTOJegbs. 

An  171^7  tinha  4i  fofoc.   «      >        » 
.  Ongo^6..Joie'Baptitfa.  > 

Afcd^flj^do  é^strieto  aOmhiistrativn  4i 
Beaga^''  "•' 

4  lèilor  de8.Goemeet.  Damião,  dai»-^ 
M^  apieeentnvaoviga^o^  «^Uado^  4as»tinhn 
40«000  réis  e  o  pé  d*altar. 

Bani  aáiattoguitfiday-otitrhs^  dà^se  a^eeu 
firegn^^  o  nowa  de  Poraifci  ite  BoairoL 

Era  villa,  feita  per  a  Sancho  I,  qnando 
anoiiloni'0  iheien  foral,  etai  feveieifo  der 
iMi.  (JL.^  &"  da  ée^i  ào  rei  DiWmt;  ft 
M^  col^  |.\  iDfine.):Tinhainix  e  jaeUfce  pro- 
pHu  daten  couttk^-    .  <    ••••/<.••• 

Fbéiahbadia  dos  eondee  «de  Unhi%  qpw» 
perihulihe  pontifloias,  disfníelÉvain^a  ipin* 
ta  parte  dos  ditimos.  Veio  á  casa  de^OnliiÉ 
pofc  hnnanta,sdá  «aoete  iei^nialBb  Dl  8ia- 
cholden  eatceootoátna  amamt^r  alanno*- 
sa  e  famosa  D.  Maria  f^aesR^ro  (aíKM*» 
ráahc)»  ^[Mwh  eNmeaeus  filhos  ei^eseendêu- 
it^cL  Ha  des  tihoe  Jfelk  (e  do  yèi>  era  D^ 
Constança  tanche^  qne  oeden  a  sna  parla 
asiia«obrinfaa  Di«aBeha,lllin4l  I^AMi- 
se  ni,  a  4«a  mcnen  <m  Sevilha^ 

l^dMHnáato,  pMBOQ^eata  ooiAopacao^ 
Meneies^  tandadorea  do  mosteiréde  Yili»«i 
GeBdsL'  lyiaeiea  pi^eoeda  a  Brilee  de  HaM^ 
ie%  fcnhofh  de  Gantailhnde,  qna  taá^ 
segooiaaappeiaa  ^eiie)| 
4a>8iiv»^VIdeIínMe).; 

Este  couto  er^compoele'^  treeilngna 
xM^qnedepoielònnarcia  nmeonoellMv  4^ 
M^oppitaMoiáepélaáeiéM. .  -'h 

Fla«i*o(iniaidoTiQ  6ávado^  sabre  o-qnai; 
haoMiniftae  viiinaa  «detuna  adiÉinM  penin 
Mnan»!  de  nna  arDcsi 


i<  ii< 


II 


KAB 

*  litorto^MdtoAMBMtedsMndâds 
£«ttméo'dai8aiilá  Manhftd^Bsnro. 

fi  tern  muito  íertiL  Muito  ga4»  •  eíçft. . 

Itá&iilA<*-<fre0iMia,  TfWiiMAMiAlefl^  eo- 
«uom  d»  Mottcdn»,  «oneeMiáf'  d'AUiMid^ 
da  Fé.  i60  kiàMÉetro^aoUJIw  de  Braga^  3é& 
«»IL-d9.Lbboai  .70  lagoa*      •      * 

Eia  i757  Unha  49  fogM. .        . 

Orago,  S.  Thiago,  apostolo. 

if  oabíipaáo  da  Bnga^  dMrieto  adoataia- 
JMlimd^  Bragan^  •  .  . 
-  Oabbado dai& ¥lMita»' de Caatro^Viea» 
1^  a^eaeutapra  o  ligafi^  ^aatli^  4(1000 
?áis  de  ooagm  e  o  p*d^aUar* 

Poaeo  fértil^  Mato  gadaie  eaça. 
.  'PiSUDAr^idragQezi^Tnuí^ea-lloBteayfèn- 
eeikOf.coDiarea»  diBtiieto4âiaiaAstraiiitPO  é 
liiB^  de  aragaoQa»  2»  Ulèiiieiroa  de  Mi» 
mula,  4a0iao  N.  de  Liaèoiw 

Tem  160  fogosi  -i  & 

Em  1757,  tinha  140^  fogos. 
.  ^ai%  &  fienáclej 

A  casa  de  Bragapta'  (MÉim  d^u  ít»» 
gBuie^iapveamMava/O-ieitor»  ^neiíáht^jíéís 

« fi' tennt  fertâk  €Mo  roafa. 
PjliRADâ^^fBgileila^  Beto  Jaiia,  ooioavt 
ca  e  concelho  do  Sabugal  (foi  da  comerea^de 
âriNigal»  lBaa^:  de  <eoDeeOiQ^^«siiaclo««de 
<2aalello  Ifendb)  80  kilonelfoa  de  Viaai^ 
320  ao  B.  de  Lisboa»  • 
.  flSBOk  130  logee,  

Bispaío  de  Mvbei;  diaMielo  «daUamH* 
w  da^^Goardai .  .  - 

£'  terra  fértil  em  eereaes,  cria  muito  §ê^ 
do^-eé  mane  «bondaiite.  de  caça. 

BáíBáJftà-N^egiMil^.DQiitfa^  cooaaMa  e 
concelbe  da.¥iMa  4o  Cdnde'  (lol  d%  ttMMha 
«eatBoa;  mae  de4Wi«rthed»M*o«deT4ur- 
lám)  ^  kUdmeiÉoaiao  a  de  «mia»  S8S  ae 
tf*'de:Iiaboa*  ••(  <  -  i-   .  -  •-}  h.  .,.: 

'- VsMid  fogoai . 

Bná7-57IMaAlfo|oBl 
,  Qrafa^  Sane  André»*  apoMJhK    - 

*  dombiqiadoi  deava«|%  dlMrieli^i4a^ 
tratiTo  do  Purto.  .,  .  .. 

<)e  éwaegesmgfiBaa^deiaitevAgeatliiho, 
do  mosteiro  de  S.  Simâo»  da  JunfMifl^ 


fAH 


Wi 


e  flgarfo^  4iÊ0'iiÊÈm  43I00O 
réis  de  congma  eo^pé  de aittr.  '     . 

Mé  legar  de  Lamlaiee,  dVst»  fregwotla, 
i»^  Leapeofe  f^Mnaadea  da^-  Gtuha,  «m 
qoinu,  a  que  deo^  aemedre«iftifê'daOi*' 

.   O  aea  adav  (doeCmdiae)  era  m  ll^egMk 
aiadeS.  Iligiiel4a  GMdia:' 

E' terre  IttliL 

MfeABA  ^  ítog«eiia»  Widlo,  «oaafòa  e 
cotfceliie  dos  Arcos  de  Yitte  de  Yet,  SOU* 
loiaeiyoe ao C.  de  Braga^  MO  aaHr^^bis* 
bea;-    • 

Tem45fogoSi  *    -' 

Em  1757,  tinha  27  fogos. 

Orago,  &  João-Sairtisliu 

Arcebispado  de  Bl*ag%  dtotrieie  «dmfeUs* 
traitve  de  Vianna.        * 

O  reitor  d*Ásere  apresesM^âK/Tfiarieiíilè 
ittbfl  4I«000  réis  .de  eotigfba  e  tépida 
aliar.  .•  - .  #  ,• 

Metade  doeste  padroado  era  do  lei'D^Bi^ 
tttiv  q«e  4»  dea;  pdr  fMca,  eoi  1308^  ao  Us- 
po  de  Taf,  D.  João  Femanèif'  de  -BetlOt 
Maior.  •  •■  '  "    •'.-..«> 

A  emra  laeiãde,  }á  era  da^Sé^deTay. 

B'  terra  fertU. 

PARADA-fregnexia,  Mlnio^  oèmireá  de 
Yallença,  concelho  de  Coara»  IBklloMelroB 
ao  N.O.  de  Braga» 410 eo  11^ deUsboiu 

TemllOfogon 
•Stt49«n4liito7»lbgde; 
><Ws«4'S.miro,  adYHenlib'  - 

Arcebispado  de  BM«a,  dUlrieio  idmíoie* 
trátifo  de  Vlama: 

As  freiras  benedieilftaa  ie  YUáne,  efM» 
eetttâfHi  •  Klgarfo,  cáHade,  que-  tftibe  feia 
60J1000  e  o  pé  de  altar. 
^  i  Tem  Mkli. 'Oado-e  mvila  ^eaçâi 
"  J^AMBA-^^^l^regiieala,  '■faittOkQeiiiarea% 
concelho  de  Melgaço,  W  kfiottwres  «e  It. 
de  iragtt,  CSOmíI  de^Uíl)dk  • 

Tem>YM'fegsM.- « 

Em  17517^  finltt  180  logos.^ 
'•Oi8gov'Si:jndneder^ '-   ^'  ^'.  ,  ■  -  -^a" 

Arcebispado  de  Braga,  districUfaJaitii» 
tratiTO  de  Vianna.  *  i  ' 

O  reitor  de  &  Pedro^deiMba  ãálÊÈét(K 
apresentava  e  Tigarlo^  còriadô,  que  tMttr  de 
rendimento  IdO^OOttifa. 


»(«• 


•  •  I 


j  /, 


iSê 


fAt 


EàH 


•  t 


i«  • 


.  .    *» 


qae prodmTwneUenl^.iAii. «  .  ^  .. 
.  Sn  Kyv/kife:PçM|10l^lilDilis•d'#Ata|Hro- 
Em  1720,  era  este  conto  possuído  pelo  &* 
atlo  ^  ittio  Pak),  Hmoal  d'4iii&iuQ  GaUas, 
de  Valladares;  lOMtiobaiáiperAidajaaiaiQr 
parte  dos  seos  antigos  priyitagips. .    . 

M<ie  «  Cita  feegoszia,  para  » distiAfiir 
diB<m|ra9,  o.iieaie.defPar<KM  4^  JfeuMi 
.  jPAIASA^-fregiieus,.  UiidiOt  ceanireae 
eonceiho  de  Monção»  ISO  kilometros  ao  Ii40 
Braga,  4S0  ao  N.  de  Lisboa* 

Tem  50  fogos. 

Em  1757  tinha  50, f^igvp.. 

aratii,&l[actínhO|  bispo..      .         . 

Areebispado  de  Braga,  dislrifilo  idipitoâs' 
liatWte  de  Vianiuu 

A  casa  da  ByMu  ipr^atnlavji «  ibbidf^ 
qae  tinba  120^000  réis  de  rendimentii  ^  o 
p6d*sltaf. 

.ÍQOca  íeftiL  AliW  .g|ciftí.mút»,4:^E0i» 
SDM^  •mindai. 

PARADA— fregaeda.  Beira  Alta,  cMar- 
ea  de  ."Seot^  Q^oA»  Sâo»  >ePMeilifl  d9  S. 
Joio  de  Areias^  30  kilometros  de  .Vi0eu,.|OO 
«ftM*id#Lisboi<  ..    . 

fm  3Q01DPNU       : 

Eflst7K7r4iahaa2fcJt)go««       . 

Orago,  S.  Mígael,  archaiyq^  . «      .    i 

Bispadoedistri0l»4âmi«iiliai|i;i^ywa. 

A  mitra  apvMSitam  o.  alMl%  <yM^  Uiha 
5QOMeO  réis  de  rt^ndwra». 

£*  ama freguezia  rica,  efwmenitodoaes 

Cria  moft^  gado  de  tod^a  ^aii4»d% mal 
e  cera.  Tem  caça.     ....     :  , 

No  legar  das  P^Êoai,.  d*«talry»fqM««  ba 
ia  repelia  d^  Saoio  Amt^  ^pie  4lMt4A#>  a 
i9Asiai|eirodeeadaaii90/'     ,  . 

PARADA  9E£(9f9D».-^egt6»«»  Zrai* 
os-Montes,  concelho,  comavea»  diairioto  .ad- 
ministrativo, e  }  Uavem»»  m  VX)*:de 
YiUaReal,75  aoN.&«e  jRnK%9Mi<49N. 

Tem  SOO  fogos.  .  .  i 

OiMP*  &  Ckriíto^ão*  i 

Arcebispado  deJtiViíu 


que  tinha/ttMOOi  réía  de.  rendiméBia  »  6 
pédaaitVà   .         i 

E*  eata  fesgBeda.atrajvasada.pélMièfa 
estrada  do  Iteao^  .passaadi^Miè  taáihiB  m 
Si,.a  da  RógaaiMura  VUla  BmI^í 

Tem  uma  fabríCM  (aftffomo)  âe.t^ttia|.q«a 
óa  melhor  das  pimaciasáo  Norta,f  aioMa a 
de  Braga. 

.  firodat  dâ  JQ.a  Mmllbtiros  por  annd. 

Janto  da  mesma,  e  noAm  da  fiatoaçin^ 
f«eaa>o>  rio  de  MaahadoS^  ^na  reja  oaoÉn- 
•pesdajniheira  4o  joMsaiio  nomo,  que  sa^iifà 
com  a  de  Gabrít^M4^aa  fofBBawma  íer^ 
til  bacia,  de  a  kitaneMa  dd.exieasiii 
uK  n'asla  -fregaszia  a  rasMeiHfa  «da«. 
Bernarda  MaMeiro  Cabral  4e  fVascanpglo% 
adaltfs  eanalMro»  rlCQ  .pDepriafario,.q«4  M 
official  do  exenúle  neaiata,  conveáciooaia 
em  Eyora*Monte. 

Em  setembro  de  187ft»Jifliixe  pai»  entes 
sMDanmahaneMtappsptada.  .  •: 
.  Si0  yjiiA.  lleal»;  ctbia  4ima  gqmd»  tm 
Yoada,  e  foi  tanta  a  chava,  que  em^-podioa 
momentos  se.iraBsfomaaaiiatnina^mia- 
gDs^* »  asMgMoa  em  tornmtea  aandalo- 


I 


.  O  rbfiécioi  4IQ0  BiinBtas  amas  biaocHt* 
pMameale  aAÓccvappareeea  da  rspentanoSf' 
vertido  em  rio  candaloao  e  frettenia 

Em  Parada  de  Ganhos»*  oaltio  tm.  rAio^ 
matando  dois  porcos  om.aai  cadacaB%  e 
amuiQA  ama  aapaUinlia  ^ne  alli^itaL. 

Doas  creanças,  qae  estavam  iemjoma  úêb 
casaa  ond»  anlraa  ^  .laiv  luida  aèflre- 
min. 

Na  oatra  casa^  partia  nma  anM  ébft^ 
«n^lie»  bpc^dm^  di^anada-aa  aia/ Jttft  do 
dwqi»^  lem  offander  aonaa  AlgwML     . 

Bo«ve  gwulss  pnjiiâea-  na.  esândAida 
a^gnt  itiMw«i^t^  ficando  toulmeaie  de» 
troida,  na  extensão  de  80  metros  Oiefedir 
lhe  o  enxarro  ama  escavação  áo  10  monos. 

Foi  tão  violenia  a  lempeatode,  qtoaâro- 
meçoa  á  esliêda»4iedraa)de  laos^diawimíea» 
4|«f^iirMa  fMHoiiar  CaUi^  M  pi:ecliOi#io« 
bral-as  a  fogo. 

AliMilavaaAoiia  aaA«Mi«Myi»»*r^ 


KAR 


PAft 


459 


-'      I 


I 


ta,  comarca,  concellM  B-fi.tíkNUlMitaik 
da4à|ita•.^àiB%  IDf  aa  O.  ttat  Lanato^Aao 
ao  N.  da  Lisboa. 

iM  aio  10901^ 

£Bl7»7»llBha.á«ftiéfaa. 

fingo»  &  Idio  Btpliiiii , 

aísiiaili^  da  Laoego^âiiliiÉfa  ateioitfH^ 

Ilf04d  VÍ8ML > 

O  reai  padtcad» taiwaaiMttwa  i^alikad^ 
qaa:  tlD)ia  MOiOOO^jBiiB.dA  laDéteMo*  . 

.Foi  tiUa^  «.'*e«naoi  .acM.JiHÉçatf-  4^fB« 
priaa. 

dai  i«Uai «  Ift  áe  dÉMOtap^  éa  dttUL  (jL*"  dv 
/QwaM»iioao«  db  Bmrm^íLÊàwmm^  caLli^) 

•  BilfialaoibeBi'pacaJláiiMnidí>^Fáil9L 

•  O  M«  attticoMina«a£siriida^JMnf.a 
4oi<pM  Itedà  o  iiaaL 

Meão,  ó  ama  bonita  poyoafio^:  a  niitf  ^ 
UhNBetroa.a  âi  da  eiFoia  ■idri& .    .. 

bdoa  laboift^QaSatbaréAaaBpiapiio 
ds mpUMfw Mia  pQda:8alianpQr«ia»aadaa 


O  ion  tenttomiéflDbBflMdaMaidnlaAai 
ttaatoaikaigaiifrvaiila,  qfm  aip  motelBClflÉii» 
por  paasaiMa  par  aUaa  >taiiaa  lifeaina  fM 

OBTesipL  aiartiliiaBiv.;9ala.qDV  A<  ata» 
daota  efli;iaÉn  oa  pMawon  nçricola^daiio» 
aa^aUma^-  ,^   :   .«    a. 

.  Gcí&«a»  omito  fad<^  áalDda  a^qaiídadf, 
■ai »  cira«.e  nda  aaaa  «flntaa'lia»nb<wlan» 
cia  da.aafa  ffoiaa^  Bidda* 

O  aaa  ctima,  poato  ser  e»iaiah%  tf  fauiai 
aafdaaaL 

Nio  iMwado  aifillarft^aiianaod  da.  talhai 
aanao  afraoda  diataaaiaA)  tadaa  aa«oaa4a» 
saa  sao  cobertas  de  ardoiiaaiidiMis^  au  lat 
geaa.  da.  eiaaiio^*#fii|aft  .tambiB  éiMUva- 
nJaaanrPdgfc  nio.iaaraaíkiCQai  oncBta^rfaa 
4áa¥eiaa  aqnibaaiaiMstiolaita; 

VAadifisa  bana:  jpiradiaa»*  anaamridna  'Cte» 


pdr  lageaf'  iianafiaiaBi'  «m  lardai-tar 

A  dgraia  parasbi^  aalà.  Andada  an  «ma 
deva^y  d'oBda  se  Yé  grande  parte- da  ÊÊêt 
fneaa*  •  ,'':-•< 

£  aaúgi^  dai|niaa6mf%aaakettiC0i» 
ifiiiday  daia  a  boaiia* 


•  iQstaalpélipaiMiMovaanwtodaplMa 
ns^  iepnsaottfliio  aaatéa  a  difaraas;panDt 

•  o  aav  ialsiiQr'  coBaervanae  cóai  gradda 
aceia^^tsaa  maifobanaparantontoef  devida 
á  ioNieiliide  da  sea  acaaal  abbaès,  o  ar.  Bevè 

nanditta  Aaleoio  de  JMva,  ipieó  Qai<  digna 
e  zeloao  ;pároe(MS 

.  FlRADiè  M  6inil4m  da  Ginn»^*-fre. 
gneiib,  Minho»  tomajiea  e  concelho  de  Tilla 
Yarde  .(M  do  aztineto  coiioeKha  do  írada^ 
comarca  de  Braga)  i2  kilometros  ao  Ni>* 
da  Jaragav  .360  ao  N.  de  Lisboa. 

•  -TaDHdOiíogDBi  .         .  * 
•IfioiâMKr.aahalMíbgoa^ 

.  ;Odago^S.  Salvadar  (aatigamaniea  Transa 

dgva«io^ 
-  iMsUspada  a  distrícia  adminisarafivo  da 

Braga. 

r  A^nii*»  apreasatava  a  aUbad%  foaciiiha 

agOgidQ  léis  de  fandbnaaio. 
ET  iam  feitU.' Moita  gado  «  caga.  - 
IPAMÉAA  U  npVM^-Hridela,  Beira  Afta» 

fregaezia  e  3  kilometraa^da  &  Miguel  da 

Oateiro»  comarca  e-concelho  de  Tondella. 

(9.*  ^1^  pag  lât,  «oL  ft.%  ioo  flttv) 
:  1\M  lOOdsgaa.  (A  aidate.) 

•  BT.  povaaQla  amlqaisaiaa»  e  aiio  aa  saNi 
aan  aaiaaaa  aatyaiaiogia  da  pabwa  4IaniÉL 

Im  dooQBantoa  amigos  savéesleftoaia 
candpla^dlvsfaoa  modoa«- ' 

9ak  waaapartaaaatd^JPanadadtfaifti^am 
annas^  Mmda  da  Cêt^^  a^- inalmaBle^  em 
otttnuK  Pamdm  dt  OMoUl     > 

A 115  kMamecroa  ao  NJB.  da  Viáeo»  a  9» 
da  ParadaidaOonta,'ba'imia  potaacaacha» 
«ada-CMo. 

•  .l\Mnariád*eUa  aaaiwanoBietNioipalraae 
pwvavet. 

•  Bea  InaiS' próprio- a  aebrenoae  de  Genlé^ 
porqae  o  foi  a  villa  de  S.  Migaal  do  Ooiat» 
fo,  é  mesmo  pe^qae  a  podaria  ter  sMo  asta 
aMÉía» 

iPatfta  do  .pdva^'.aa  Ol,  ba  nm  sMia  ahat 
mado  ainda  boje,  P^dra  do  CmUo^  qm  é  a 
limite  entre  esta  poToaçao  e  o  território  de 

flabogosar 

.  >|Ã.aa.aá.^pa'asiefaaliqlQni.Bareada 

eoQto^.  ao:  da  alceia  aai  da  fitta.. 
JViwida.da  êonááiw  é  qoa  papawca  asaia 


46Q 


PAR 


.    í  AR 


tarda  Uág^)  7^  kilomettroi  aa  NJLide 
Bi»gA».4tf  «p  IL  de  Uàb09^ 

Tem  iSO  fDgo&  .  i 

Bn  i707»tiBlall9fogoft.. 

OtafD,  NoBflá  Sentttra  âa  Amuhimío. 

AMeMspado .  ita  Bnf». 

O  leUoc  ie  &.  Nicotan,  tpmseattm.  o  vík 
gaiio,  coHidQ,  4«§  tiBhft  liOQIâOOiféis  «  o 
Fé  â'iJcar« 

£*  povoação .  miiio  «Bitig%  e  -foi  viUa.    - 

D.  AffoDSo  III  lhe  deu foral^  em agottode 
iS5«.  (!>.«  2/  dr  D»Qç9es  ia  D.  Affnííiam, 

ÍL  i^  ooÍ4  i.>^ 

.  Pcueòs.^ereaa^^JMBiTiiibOygado^eniii*' 

ta  taça. 

PARAM  ra  XiáBfi A  ou  PABiJU  TIOh 
DEA— freguezia.  Douro»  comarca  e  ^  kiki* 
metroaao  O.  do  P6iiaâal,.B(taia8yM  dePare- 
âaa^  ti  kitaiiieMa  ao  Jl&  doPoito^  au^aa 
lideLiflbfMu 

Tam  ilO  logo&i       

Em  1757,  tinha  75  fr»gos. 

Orago,  S.  Martinho,  bispo. 

Béspad»  o  id&slrkle  admirâtBaiívo  ^o 
Por|o. 

O  reitor  do  collegio  da  Graça,  de  Coíoè* 
lMra,ipreiaiiKavae«iin^  400  tinha  IIMOO 
réia  de  eoBgnu  e  o  pé  d^altar*    ••    ;•   '   1 

£'  terrafertiL 

PARADA  SP  .BI8M-i«la,  Beira  Alta, 
eeflMffca,  ceBeelk%  biefado^e Ikitometaoe 
de  Lanego;  9m  kiloMetme  aoi  li.  de  Ua* 
boa. 

Tua  60  fegei 

Em:i757^  tinha  S5logiM. 

Orago,  Saalo  Audié;  apoalolo. 

Districto  adiÉinÍBtBatin>  de  Vlsea»    < 

A  camará  episcopal  de  LanegD,apieilin* 
Uva  o  vigário,. ^|«e  tfailui  8QyiO>0 iréíeide 
congma  e  o  pé  d*altar«   .  .  * 

£' povoaçio  muito  aniigi.'     - 
-  D.  Sancha  i  a,lBa^ttla  e.  lhe  deu  íèiubem 
fBvoreiro  de:  iâM. 

D.  Dinix  lhe  confirmou  o  forai»  ém*  GoMn^ 
bra,  ettr.M99i  {L,*  ^.^MOoà^a^  ^  têiiD. 
JUus^  i.  Mg  enl.  1^  iri«ne.> 

9e«P8e4M  o  nené  de  Parada  io  Bispa^ 


desde  %ael>^  AlÉiaar  I  a  deu  tm^kppA-ib 
Lamego,  como  adiante  direi. 

/«iMaihvieiia, «eosÉthtai,  aé  por/sii^ttm 
eenMhe  iodepenâemeé  com  oamara,  iuiasi^ 
eserimea,  etCL,  e  qaeiii:4Qprmiide  depeio 
de  1834^  e^onesadoAo^deTaldigein;  e,  len^ 
do  este  também  .sappfknide,  pâaaaramiaaa-i 
bas as  fregnezias a  fazer  partode oenoMío 
dèLaawgo«.       .■  ■*    "••'  ^ 

•  Ainda  «eosérai  o  aeu  aniigo  pelourítihay 
como  padrão  de  iÉeBÉoiii^4e»;tettpe  deoan 
autotiemia^  .      1  *.  1  •">  .  <  -'**--•  >-*  i 

ivpamda  detBtopeuxia  povoaçSo  pe4iM« 
na, •masieituadaeÉi' bonita »poeltio,  elUia 
algumae  eaiae  hdaci  e  «ma  aumptiaeta»  é« 
sfw;ta6  de-fiequeim  Olíva^  répfesenttAtoi 
d'*etSei'8eqn0iria^aalígae  nobre  fsinill%  9» 
teitifdade  á  patría.inandinea  de  campo,  % 
outros  ^uHneoEiítaetaVeisif  1  ' 

O  terrílorio  dá  tipogueaiaié  baeiante  io^ 
til,  e  muito  abundante^  deioptimos  agoip 
iMvéma.saa  prlnelpai  produeçio  édeM^ 
nhoe 


'.»j 


A>  fMãifa  d^  Ba§aéite^  .<a'e0la  <  liregueA 
zis)  que  foi. de  Luiz  Pinto deSounalW 
hia, O'é4io]e"de  luifliha,  ííw^  ík  ília*! 
ria  €andéda;  Mnto  de  €ouaa  VaUa^  6 
uma  propriedade  autifuittíma,  qmWf^ 
pFiooi^ioem  utt usostihfo  do  anugee-ie* 
aettícilno%  tondade  no  fL^  ou  7.'»'  seeole,  é 
que  fbi  baataote  rieo^  poia  tmha  dávenau 
haixúiariai  (eaaaoe  com  Juntas  de  bei»)>tani 
to  n'esta'1k^B[uetio^icomo  oa^aifèm  dleeiM 
«a  de  Dowo,  rehegndoalé  ORoel>%  Aei» 
deme  e  Gididélhe.: 

Na  margem  esqiHOda^  eompffhendiftOfl 
teivMMrioe  de  HnntUlM.  (hoto  Fob  e  Mile 
ê$  WéÊMbo^  seguido  aé  vô  dé-um  íq&ês^ 
menlb  da  Sé  de  Lamego,  de  ii5tL      .  '     t 

'OmMeiro  est»ni  eéiflcado,>  mesiÉo  tolòii 
cal  ènde  bofe  ee  vé  oipalaeéle  doa  sraiii¥i4 
Maa|  poUfW^ ainda ha^peuoDeaBníM,  Ihasfri 
do-se  aqui  umas  obras,  para  ampliar  ncesn, 
se  achatum  aHeeròei,  ceoputans^^ceA^a- 
sadas(  denoiando  tudo  muita  antignidada^ 

Ob  «sODf es  ahauiottaniB  èstomestsiioieni 
71d)  foghudo  is:  atincidadea.  Aso  motiHMg  • 
parboe  que  Éte^tojMMwanr  avir  aqui<e8tahev 

lecer-se;  porque»  veoM  que  em  §1i^  aám^ 


PáR 


PAE 


tdl 


éè^  (ètt»  natef  partB>  d»  qv»  tiQha  tMb  tos 
monges,  4o  4«n^  âê  Diu$»  oon/toor,  €tifls^ 
la?ao,  e  fez  d^isto  dottçii »  D.  Primo,  ibiba- 
diiée.Ld9Y3».*^Sm  #73,  Dl  Itana,  OQ  Mn* 
títft^  mãe-âe  €hristoiíiOy  eonirlnsa  asu  4oft^ 
çif y  f^Ai  à/»i#  ée  êm  WMrêiOi  IX  Virmudo^ 
^  pela  sua.  {L.*'âoBtnMmèiMi  êe,lM9ãê(, 
a*  66  e  57.) 

'  Mos  ttDDM  de  itIíBj  00  iiKNigOB'd(t  U)r- 
^Ao;  dorm  b  mosteiro  de  Bagaústts  n  todas 
«s  saasdcpeiâe&^os»  »  D.  Aflòiso  Boutí- 
i|feee,.reeebeiido  em  troika,  Tariaspvoprioda- 
de^T  no  território  de  Bakédas. 

y.  Mendov  M8|>o  de  Lamefo^  «om  o  coo^ 
aentimetiio  do  seit  eabido,  edo  aroel^ispo  de 
inf%  D.  Jodo^  na  era  deltOS  {íli(^  de ^- 
oas£hri9te»),  a  rogo  de-Di  AHònsa  HenriqueB 
'(porqfiie  ao  rei  tinia  f^lo  este  pedido,  saa 
«MM^  D.  Tbereza,  2.«  mnlber  de  Ik  Bgaa  Ito*- 
niz,  fandadora  do  mosteifo  deSaliédas)«oe'' 
dn  todo'  o  direito  eplioopal  que  tinba  «m 
flál£éda9,  aos  religiosos  d'este  mosteiro  (de 
Msádse).-»^  O  rei,  deo  ao  Mspo,  em  satisfi>- 
00  d'isto,  aegreja  e  eonto  de  Bagadste  (foe 
tfésae  mesmo  anno,  D.  Aflonso  tinha  donta- 
do),  e  a  referida  D.  Thereza,  deu  também  ao 
Uspo,  dois  casaes,  que  tinlia  em  Yilla  de  Rei; 
o  que  tudo  consta,  de  «ma  carta,  original, 
que  exiete  no«reliivo  eapitiilar  da  Sé  de  La- 
mego, da  mesma  era  de  id09.  (Memeriacktt^ 
iMlo^ca  do$  prehdos  de  Lamego,  pelo  padse 
João  Mendes  da  Fonseca.) 

Ainda  que  algumas  âa»proprledaâes  que 
foram  do  mosteiro  passaram  para  a  casa  dos 
srs.  Montenegros,  a  actaal  quMade  BoffaúS" 
ta  e  suas  pertenças,  ocenpa  ainda  mna  vas^ 
la  Ãrea;  nasdaas  margens^deDouro,  e  é  uma 
das  prineipaes  emaiorA^propríedades  d'e8* 
les  sítios. 

'  O  vinlio  qne  esta  qninta  prodnz,  é  de  qua* 
tidade  especial.  (Adiante  menciono  as  oníras 
qnintas  que  prodosem  vinho  de  mais  fama.) 

A  pag.  61  e  62  da  citada  Memoria  se  faz 
msiiçao  de  uma  esoríptora,  em  pergaminho^ 
eB:istenta  no  arebivo  eapitnlar  de  Lamego,  e 
lavrada  pelo  tabellião  Affonso  Gonçalves,  em 
S5  de  setembro  de  i4(N^  da  qual  consta  qne 
Nono  Lopes,  escndelre^  e  soa  mulher  Clara 


DemihgiMB,  da  cidade  dè  Lanbego^  doamm 
ao  bi^  D.Gonçallo  Gon^ves,'9t^  oamç  a 
bdfpo,  mat  ecmo  a  QúnçtOl&õnnçúiões,  mm 
casal  que  tinliam  em  Parada. 
•  Vé^ie  pois  que  houve  n^^sta  fregaeiia,  e 
no' iitlo  ainda  infe^denominado  Bagaútte^ 
mn  convénio  d*este  nome,  qne  jà  no  seca* 
lo  X  (em  970)  f(M  doado  ao  convento'  dé 
Lorvão,  por  nm  tal  servo  de  Deus,  Ghristo» 
vlo-^e  qne  nos  prindpios  da  nossa  monar- 
oMa  en  da  coroa,  pois  o  dea  el*rei  D.  Af* 
luaso  Henriqaes  ao  bispo  de  Lamego,  D.  Men> 
do,  era  Mca  de  bens  qne  os  bispos  de  La* 
mego  possniam  nas  Salzédas;  e  pôr  ser  dos 
biqMs  de  Lamego^  desde  os  princípios  da 
nossa  monarchia,  a  egreja  e  conto  de  Ba» 
gaúsie «-  egreja  qne  foi  talvez  a  primeira 
BNílriz  d'esta  fregoezia  de  Parada-^se  deno* 
minou  o  âenomina  ainda  he}e  esta  fifegne- 
úik^Parada  do  Bispo. 

B  além  do  «onto  de  Bagaústo  e  dos  disl* 
moo  d'esta  paroehia,  tiveram  aqui  os  prela- 
dos de  Lamego  outras  terras,  como  foi  o  ca- 
sal doado  ao  bispo  D.  Gonçallo  Gonçalves» 
por  Nmo  Lopes,  escndeiíV). ' 

D*este  convento  jà  nem  memoria  existe 
beje  B*es(a  fregnecia,  mas  é  certo  qne  oc- 
onpava  aproKimadamente  o  local  qne  oo* 
onpam  as  casas  da  qnlnca  dos  sn.  Yahfas, 
porque  reformando-se  a  casa  nobre  em  184^ 
aiti  se  encontraram  três  sepnltnras  com  os* 
sadas  homanas;  e  também  alli  tinham  appa* 
recido  mais  sepnltnras  e  ossadas  em  iBí% 
quando  os  donos  da  quinta  transferiram  a 
sna  capella  para  o  local  onde  boje  se  vé. 

Em  tempos  remotos,  um  bispo  de  Lame* 
go  emprazou  esta  quinta  de  Bagaúste  a  uma 
S(4>rinha  sna,  pela  quantia  de  quatro  mil  rs. 
annuaes^  ficando  a  mitra  senhoria  directa, 
como  ainda  é  hoje;  e  tinha  esta  quinta  grau* 
des  privilégios,  como  foram— não  pagar  di* 
zimo — ser  obrigada  a  freguezia  a  dar  cada 
semana  um  jornaleiro  para  trabalhar  de  gra- 
ça na  mesma  qniata--der  também  a  fregue- 
zia obrigada  a  limpar  e  compor  o  caminho 
desde  a  povoarão  até  á  quinta-^não  poderem 
03  habitantes  da  paroehia  cortar,  de  certo  si* 
tio  para  baixo,  as  agUas  de  ribeiro  que  dee^ 
ce  de  Fontéllo  e  banha  pelo  nascente  a  quin- 
ta—se a  barca  de  Bagaijiste,  sempre  e  ahida 


€64 


HAH 


.  Irs  Mo  fÈÊmno  te  Ydledda  B;  HnteHa- 
xinteft das  Neus Pereira iaGanua, easada 
ffom Uú  eomo ar.  doator  I0SO Miritlfflrgm» 
Uynr  Vbwb  Cabral»  e  miB  do  sr.  úoun 
Aeado  Mergulhio  Cabral  llaMo  e  Gàiu^ 
qba  aqoí  tam  ama  bôa  «caM  e  tuna  Ma 
qiáiila,  comoijidiase.  * 

Em  1834,  renairaai-aa  para  T)V6iaraii'et» 
u  IrefOMia,  gelo  imsbirterai^  d'6HaiMi»» 
raes  (hoje  todos  Mècidoe)  qiaM  d'«lisi 
egreMOB  das  exilnetas  ordena  reUgiosaÉ^  e 
todoa  qnaira  pregadores 
.  Doía 4'eUes;ii<padra Late PeníraBoipa» 
e  o  padre  António  das  NofOft  e  Carralbo^ír* 
mao  â'aqiiella  D.  Maria  Maximina)  foram 
oradores  sagrados  de  grande  CMoa»  priman- 
do aqnelle  p^a  energia  èi  fâirase  e  ^gof 
da  argumentação»  e  este  pela  amènídadeido 
eetylo  e  parara  da  Ungoageol  e  doutrina. 
(Tide  Fc^dt^.) 

PARABA  DO  ounao-Já  »  pag.  aeo, 

60L  l.«,  ao  fiai»  tratei  d'e8ta  fregaetia»  sob 
o  nome  de  Outeiro;  mas»  como  depois  d*is* 
so  obtive  mais  esclareeímeates»  os  dou 
aquf. 

E'  abbadia  da  easa  de  Bragança. 

Gompõe-se  a  flpeguezia  de  quatro  poTOO^ 
çQes  --  Outeiro  (sede  da  parochia)  Parãáa^ 
CeUa,  e  drhussêlh. 

As  duas  ultimas  fieam  na  serra  de  Geraz, 
e  na  diraita  éo  rio  Bêrêdo. 

Ba  na  freguesia  três  capellas»  que  sio^ 
8Õ0  Payo,  Junto  á  povoaçio  do  Outeiro-^ 
São  Mamede,  em  Glrbuzéllo*-e  No$9a  Seniko* 
ta  do  Amparo,  em  Parada. 

Está  a  fregnezia  situada  na  margem  ech 
qnerda  do  rio  Berédo»  e  direiu  do  Cárado; 
correndo  este  ao  S.»  e  aquelle  ao  0^  na  en- 
costa meridional  da  cordilheira  de  montes 
que  prendem  com  a  serra  do  Geriz»  eom  a 
qual  confina  pelo  O. 

A  maior  parte  do  território  d*esta  fregáe- 
ria  fiea  em  uma  baixa,  «muito  abundante  de 
aguas»  pelo  que  produz  bastante  centeio»  ba« 
tatás,  muito  milho,  feiJ3o  e  outros  legumes, 
e  linho. 

Também  aqui  ha  bastante  eéra  e  mel,  de 
boa  qualidade. 

PARADA  e  BARNSO— freguezia»  Minho, 
comarca  e  concelho  de  Villa  Verde  (foi  da 


HAH 

rániara  de  MdB4ie  Bcphdoa»  coonéllio 

Villa  Clfan-^eoasarea  a  oonealhe  M««Blka« 
€M^  ItldloaMiiraaao-li.  deBragi»  tMao 
N.  de  Lisboa. 

Tem  190  fogos.     -  ^ 

Ban  tTirr'  tinha  180  lotes. 

■Orago»<»  Salvador. 

Areebispado  é  dMrieio  admloísiratlra^dé 
Bnaga. 

A  mMhk  apresentara  o  abhade»  qae  tiaha 
TiOiOM  veie  dè  ff  endimento. 

E*  terraaortiini  f(snil»^m  lodra  oaganoran 
do  nosso  clima. 

Cria  muiá  gado»  ÔBtoáà  a  qaalldadd» » 
os  ioor  noÉles'  tixy  aImndaatM  de  eaQà» 
grosM-e  miúda»  =0  a'^ee  se  cria  noita  cera 
e  mel. 

PMKâDáNÇA^-Apegaeeia»  Traz-^-Moolea, 
cooseAè  de  Mondim  de  Basta»  eomven  Ae 
Yma  Pouca  d'Aguiar  (foi  do  mesmo  eeaee* 
lho»  mu  da  eonarca  de  YiHa  Real)  04  kl* 
lometros  ao  N.E.  de  Braga»  379  ao  N.  de 
Lisboa. 

Tsm  70  foges. 

Em  1767  tinha  33  fogos. 

Orago»  S.  Jorge. 

Arcebispado  de  Braga»  districto  adminis- 
trativo de  Yllla  Real. 

O  D.  abbade  benedietino»  do  mostefano  de 
8.  JoSo  do  Ermo  d*Amoia,  apresentava  o 
cura»  que  tinha  iOMOO  réis  de  côngrua  e  o 
pé  d*altar. 

Terra  fértil.  Gada  e  muita  caça. 

Paradança»  é»  como  Paradella,  diminutivo 
de  Parada,  no  portuguez  antigo. 

PARADSLLA*-^regaeria»  Douro,  concelho 
de  Sever  do  Vouga,  comarca  d'Agueda,  4S 
kilometros  ao  O.  de  Viseu»  255  ao  N.  de 
Lisboa. 

Tem  80  fogos. 

Tinha  em  1757,  61  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  do  Loréto. 

Bispado  de  Viseu,  distríeto  administrati- 
vo d' Aveiro. 

O  abbade  de  Pessegueiro  do  Vouga  apre* 
sentava  o  cura,  que  tinha  6#000  réis  de  «on* 
grua  e  o  pé  â*altar. 

E'  terra  ferf U.  Gado  e  caça.  Muito  Was 
laranfas. 

Paradella»  no  portuguez  antigo»  é  diminu* 


ihro  Ci  Pindi;  QO00  qmmMí^maMm^ 
6tl  pêqaetiA  Pimiik 

e  conéellio  ée  BarseHM,  18  kÉMliètlot  ao 
O.  ^  Erâgi,  360  ao  N.  dè  LMmmu 

Tem  80  fogos. 

Bm  17«7  timia  54  lb«o«. 

On«o,  flaâu  HarkiliayVirgMBOtiiiftyy. 

Arcebispado  o  di^icto  adadáiâtratifO  de 


i>Ai 


m 


O  reitor  de  Cboreme,  apraseitova  o  ^ 
fario,  ooMado^  400  tinba  6DfOW  rtia  e  6fé 
d'altar. 

Fertfl.  Gadoeeaça.  '   ^ 

MlUIBLLA-^regaeiia,  Tm  iíêlÊmàes, 
eomafca,  eoneelho,  e  i2  kHoinéam^ê  Hl^ 
randa  do  Donro,  480  ao  N.  de  Uaboa. 

Tem  80  fogos. 

En  1797,  tlliba  SOfogos. 

•Orãgo,  Sanu  Marfo  Hagdtfèfta. 

Bispado  e  distrieto  administrativo  de  Bra- 
gança. 

O  abbade  de  8.  Genezio,  a|ll^eenta¥âo 
«ara,  confirmado,  (}ae  linba  d#00^  rtto  #e 
congma  e  pé  d'altar. 

B'  a  povoação  mais  oriental  d^esie  nUm. 

PARABELLâ— freguesia,  Traz-oa^HoMê, 
comarca  e  coneellio  do  Mogttdoaiio,  18ft  U« 
loaíetros  ao  N.E.  de  Braga»  405  a»  N.'#e 
Lisboa. 

f eiÉ  90  fogos. 

Em  1757  tinha  70  fogos. 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

Arcebispado  de  Braga,  distrlnsto  iKíbnMs- 
trativo  de  Bragança. 

O  prior  do  Mogadouro,  apreseÉttáfva  é  v(- 
gario,  qne  tinha  8j{000  réis  dè  congrna  e  o 
pé  d'altar. 

PARADEUA— ribeiro,  Minho,  úk  firegne- 
zia  de  Santa  Isabel  do  Monte,  concelho  èò 
Terras  do  Bonro,  comarca  de  VAla  Verde. 

No  sitio  de  Pontido,  jmita-se  ao  rio  de 
Nassa  Senhora  da  Abòadia^  qne  nasce  na 
mesma  fregnezia  de  Santa  Isabel  do  Monie 
(vol.  5.«,  pag.  457,  col.  !.•)  e  descendo  aper- 
tado entre  alcantilados  rochedos,  e,  depois 
de  atravessar  a  freguezia  de  Bonro,  desagua  • 
na  direita  do  Cávado. 

Béga,  móe  e  traz  peixe;  sendo  saborosís- 
simas as  suas  trilocas. 

vounavi 


I*  itm  véséido  por  dnae  pontes  de  caiiu- 
fii^  dto  nm  i6  arco,  próximas  nmadaontra, 
qne  ficam  ao  S.E.  da  egreja  do  Nossa  8o- 
■àera  da  Abbadfa,  e  dão  passagem  para  as 
capeMss  de  8.  Miguel'  e  ae  dos  Passos  de 
Ghrislo;  para  a  Pbme  da  Senhora  (da  Abba* 
dia)  ê  para  a  de  5.  Benltú  da  Paria  Âbma. 

UÉia  oiielaj  em  novembro  de  1868,  armi- 
noii  estas  dtias  pontes;  mas  foram  ponco 
depois  reedificadas»  a  diligendas  do  actmd 
eapellio. 

PARAUniiA-^fireguezia,  Donro,  comarca 
e«ODcelho  dé  Arganil  (foi  do  extincto  con- 
celho de  Farinha  Podre)  30  kilometres  de 
Gòimbra»  Í10  ao  N.  de  Lisboa. 

Tém  IflOtégos. 

Bm  1797,  tinha  80  f(^(Os. 

Orago,  8;  Sebasiiio,  martyr. 

Blspadoedtstricto  administrativo  deColm- 
bra. 

O-vIgariò  de  8.  Pedro,  de  Farinha  Podre, 
apresentava  o  cura,  qne  tinha  50M00  réis 
e  o  pé  d'altar. 

B"  terra  lèrtiL 

PARASBLLA^-fregnezia,  Ttaz-os-Montes, 
comarca  e  eonccAlio  de  Chaves,  105  ktfome- 
tros  ao  O.  de  Miranda,  480  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Tem  70  fogos. 

Bm  1787,  finlia  71  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  das  Neves. 

Bispado  de  Bragança,  distrieto  adminis- 
trailvo  de  VUIa  Real. 

O  reitor  da  Castanheira,  apresentava  o 
cura,  qne  tinha  6OM0O  réis  de  rendimento. 

E*  terra  pobre  o  poficO  fértil. 

PARABBLLA— fregnezia,  Traz-os-Montes» 
comarca,  concelho,  e  12  kllometros  ao  O.  de 
Monulegre,  ^  ao  N.B.  de  Braga,  415  ao  N. 
de  Lisboa. 

Tem  78  fogos. 

Bm  1757,  tinha  28  fogos. 

Orago,  S.  João  Baptista. 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  adminis- 
trativo de  Yilla  Real. 

O  reitor  de  Santa  Maria  de  Viade,  apre- 
sentava o  vigário,  coUado,  que  tinha  éOif  000 
réis  de  rendimento. 

Tanto  esta  freguezia  como  a  de  Ylade  eram 
dá'  commenda  de  Fiães  do  Rio. 

90 


m 


fAH 


qjae  foi  ^  piii^Ú9  s^-  *  -'  "  t 

,  ^*  (rogue^ia  68tá  9itDa4a  qa  A^milVàiA- 
^erda  4o  rte  Cávado»  ono  e<irr^jao.M^. .. , , 

è  ahiuidaiU9\d'agQa^  e.  prodpi  c^l^o»  baM^- 
tasi  ^oitiv  milbo^  feijàOfti  abQbor«l4>  «ifQdia 
lafpbpm.prodazir,  (omio  aDtigfiQieMftpr^dAr 
:|íii)  aipim  viubo  yerde.  ,  .    ,.^ 

A  povoação  da  Ponteira,  pela  SHttPitllí^ , 
çã^.  loais  ato*  é  j^oito  poooaitatík   -  - 
.   Ha  aqoi  umi^  capella  pablien,  pa^ium^  e ' 
pobre,  ilediçada  a  S..  Jo^  Baptista.. 

E'  D'esta  frç4(iiQzia«  iDomaii|haqiê4a  Ac^ 
cha  da  Ponteira^  de  uns  8  kUogietiQf  4d  cpm- ; 
prido,  no  qaal,.eia.tai|ipoii  4^ig08  «e^ra- 
biram  formqaa^.AOOieibiatac^  âa«  Q^afa*  se 
fizpram  aigupa.  jideree98«  (yi4a  J(<piiffi/«- 

JK^.xxWPAte.é  consumido  ^  ptri^^sf^a  e 
aigona  terra  .árida;  pelo  que  bSq  éwn^- 
ptivel  de  cnltara.  ..    .   m 

PÂRÃDELL—vilIa,  Bei|>a  lAltai  eQn^ca 
d'A^mamary  Qoncelbo  de  Tabpfliq»^^  Úlo- 
matros  da  Lamego,  335  ^.N.  de  Lis^a»  , 

Em  i757,  tinha  S6  fogos.  «    < 

Orage,  o  Espirito  Santo. . 

Bispado  de  Lamego,  diati^pto-«d«iiiii<ra- 
tivo  de.Viseia.  <       : 

O  reitor  de  Sendim  apresentava  ^  enra/ 
que  tinha  40^^000  réis  de.cojDgma  ^  4>  p44e 
altar. 

Esta  fregnezia  está  annexa  (i^  aecl^aiis* 
tico  somente)  á  de  Seodim. 

£'  boje  uma  povo^tçào  insigniflcanl^  pas 
foi  cabeça  de  couto,  e  é  muito  antiga. 

D.  Affonso  III  lhe  deu  foral,  em  Pinhel,  tt 
3  de  outubro  de  1256.  (L.''  í.'' ieDo^çdes 
de  D.  Affonso  III,  fl.  17  verso»  eqh  1«  «^  e 
L/"  2.»  de  Doações  do  mesmo  reiy  fl,  <5  v^so, 
in  médio. 

Ha  na  freguezia  bastantes  caaas  rieaa,  e  a 
sua  egreja  matriz,  posto  ser  muito  antiga,  é 
sumptuosa.  '  . 

Nos  limites  d*esta  freguezia^  e  na  margem 
asijuerda  do  Távora,  3  kilometros  abfiixo 
os  célebres  tastellos  dos  Cabris,  ejustaoins 


HAft 

frades  bernardos,  denoMlMéQ  da  .6i*Mf49f0 

..  EoíilfiiNMQ^iPfdoa  MwBtoa  das.  M$iwr 
mãos  D.  TMm  (isrQflBBHor  4oa  T«noaM>* 

D.  Rauzendo.  \  *    -  • 

Principiou,  segvif^  a*  t«adíflçaa,  foiiWDa 

.^(mtínta4a>«i9i9rPfWt4WP  XaÂfparififiate  e 

Jl^Qail4al»alr4k  Qjei^^^lbidicOf . 

E*  um  logar  pittoresco  e  solitário,  fujtttip 
4#  iWf^Mimia  Koçli^^o,  a  anaps^do^f  luna 
(if^  aiMfi  Imas  .p^lH^n#M»v4araa^  4^»  grafiJIp 
altura.  ^>   *  b 

Está  boje  completaipantadasbabiteda. 

40  hrtíwif^  VWiW  O  ha^iama,  a  íbiM»^ 
Ardin§§^m  Ar4W^&^k^  da  Al^Boazan,  F9i 
mouro  da  Lamego;  o  qual,^()ndo  w^fsua 
filha  se  fizera  c)isifkt|iiv.a4m,fne9nip  ih.lT^ia 
aasassínarjgfSHXliaodo*^.  4apQia  4o  ria  Ta- 

Consta  que,  depois  de  benzida  a  masfui- 

.t%  AH^fWprÂmairoaijfnii^io^iUR»  m#g^^^- 
m94f>^  Aelazio,  qu?  depois  vaiu  a  aai  l^sab- 
bade  do  mosteiro  de.  Tavqra*  q^a  aqui  ae 
luii^^/a.quafai  primairo.damanges.be- 
fi^ctloos  (iãpa  qttíuis  aa^dava  iÇ9ii^<^,tita- 
.IQ  éfiwmggStf^fWSt  m  rãaão  ^a,cdri4€|^ea 
I^Mt^.a.fme  (iaj^il  p^stua.yiost^i^Ad 
bernardos. 

D.  Pedro  Ramires,  e  seu  irmão^  A..loão 
Ramires,  filhos  da  P,  Jlamira  Pinho^esi^aine- 
tos  da  D.  Pinhon  Rauzendo  a  da  D.  Çancha 
ii(l!9A9ib  A  biSDdtos  da  D.  Rauzendo  Rami- 
res» irmão  de  D.  Thed(Hi,  o  l."*  d*este  nog»a» 
fA9l^.  A  4m  á  (f ron/a  do  Tédo^  e  ao  rio  do 
m^^qi^  jKmie^  e  que  ara  neto  do  rei  de  Leão» 
D.  Ramiro  11,  e  da  famosa  Gaia.  (Vide  Anca-' 
ra^  riaO  IX  PedrQRamiras.a  sduirmio,í)4  João 
RamlraSy  repito,  mudaram  o  mosteiro  no 
anuo/de  i(065  para  o  sitio  actual  (a  villa  de 
lEá^frora)  e  se.fiaou  desde  eutào  denomiiuai* 
donosteiro  de  S, Pedro  das  Águias. .0 qoa 
foi  cionfirmado  por  o  conde  D.  Henrique  a 
ana  migdhar,  am  1101. 

E'  da  aabar  qua  D.  Thado  a  D.  RauzaR* 
do.  Já  tinham  feito  do^fSa doesta  sfttío,.pant 
o  tal  couves^  mas  as  dois  bisnetos  Ai  D. 
Rauzendo  é  que  o  fundarajoa. 


SiiawiiMidQ  lem^iiiiê  ndkfM).  Om- 

^*  AftMMO»  cbMD  AUie%  que  l9iNiai«^i  Pi^. 
di«  Alwe«49^D.  Tbe4aii  Ram&epdf^  Dl  Ib«>« 
w^  n/kwmi»^  fi.  PinboB-iUiuiQâa  « Ih  Sl^ 
vira  Ramendo.  ^  ,   ' 

.B'a9l0Si  pftiteedeiQ  •ftTáYoraa. 
..•Pov^.eiirMecwi  .iraosereTO  algttii»  Uttfio» 
do  prmíQ  qua  ;os  dais  fondadora»  íteeni» 


KM 


Mf 


,1 


•  if 


I  ■ 


•£01  oâme  áQ'Fsíir»i  da  Filhote  do Sipir 
fvil0  âaoHfe^  amoií.  OoTide  Mm  «i  .I0d0la«> 
«§(«1^9».  a  praza  que  lizerajii  D*  Pedro  Aa* 
unírea  e  D.  Joio  Ramireas»  aailMa  Irntaos^ 
«eBMwbni»  por  si  eseoa  flibw  e-por  toAaa 
f09niçã.4kae.d'QÍlae.da8«efider,  aeeim  iiadoe> 
«^Mio ^pêtoe^  per  oeacer,  eom oeíifpuie» de 
tS(  Mhro  de  Tayora.  ^ . .  para. ^m  qaanto  o 
«mondo  jdarar,  amen^aasliii^ala.  FirmaraiDs 
«aa p^Ue  «aos  e  betjarâfli^^ae^ porMio de 
«bôeea^  e*  os  frades  poseram  aoas  mãos  Mt^. 
«)»jie  os  ^octos.  GvaAg^Uios^  elo^f 

«Sotreas  (^rigaçoes  doa  fradst^fK  M' 
fvee  demaiidaj^siDos  (os  fimdadqres  aosfra*. 
fdea)  sjuda  de  paOi  oa  de  vioho^  oa  d^lu- 
iver,  oa  de  boi,  ou  de  vaceai  oa  de.iiâsUp 
«oa  de  gado^  devedesiM^o^  de  das»  e  poiende 
«Y0%  damos  o  casal  em  TavQi:a»^in  ^lobaa 
to  alvores  i  e  souios  •  e  cem  lerras  e  cem  ií« 
«nbares  e  com  foiítes  e  com  buaa  entradas 
«^.'ealMda^  e  perteaças  iníorauidos  e  como 
«parte  pelo  souto  des  monges  e  vem  oom 
«Germeiios,  e  vem  com  PonteseUoa  e  com 
«todo  a  território  de  S.  Pedro  assim  como 
«deaieeQde  em  Távora,  e  d*aqa^la  parte  d'a« 
fiem  de  Paçôo  e  da  maior  parte  da  Erve* 
«doza.  £  eu  Pedro  Ramirez,  beijei  as  mãos 
«a  eirrei  D,  Fernando  (de  Leão)  pela  Eapi- 
tDho»a.e  por  Rio  Torto,  e  pedi  um  portei^ 
<ro  e  elle  in*o  deu,  e  andei  com  elia-per- 
iteúroi  pondo  marcos  de  redor  da  cdrea  do 
tmosieiro»  e  eu  e  mea  irmão,  fizemos  a 
«egreja  de  S.  Pedro  e  as  casas  e  as  vinbas 
*e  procuramos  o  mosteiro  com  nosso  hi^ver 
«e  eom  nossa  i^uda  e  Ibe  demos  livros  e 
«vesiimeutas»  cálices,  sinos,  e  uma  biblia, 
mne  nos  custou  i50  maravedis  o  |be  de* 
ODOf  meiade  da  ama  pesqueira  em  Sanlioa* 
%u%  e  em  Ancianea,  um  casal»  com  vinhas 
«e  terras  e  pejr tendas,.  $  fizemos  todoa  estea 


9ÍmB^ «  aMii»4WÍ|oa.qMMQi<«iio  «i»4ft> 
f^«ripto%,eM«« 

^fiomiwapm^.díieniQa  havias  . 

.  #ff  nóa^  Aadeadís  3%  Pedra  d«i  AgiHi9> 
fppr  4iyte  \  PQloa  «019^  ^rm^mre»  |k  Y4a 
iPffP^^iittl  a  Joiq  lljiaAim%  #  a  Mmí 
«vo^ta-gWMacb-PPrrmws  mioA  o  por!im^ 
«a|^>04^çieQff9Aao  ft^ptali^uupme^rpiemq^ 
«Ifi  QUMlVamoa^ate  prAsf  a(^  fK!ito  ^ffmh 
«^k^iAnea^  iD.sQ.oatraajfrj^eatrtnoaips^QOr 
«cessores».vierem,  oú  viermos,  qw  ^^  pibi^ 
c^  oRpr^Uo  romf^a  ou  contai:]  quiff^m» 
«sí^ap  jqrtdicto#  0  epPonmwK&idos  ^  ffOK 
«iiiuros  €i  tnédore^.  ^  vi^4>«  Vodro  R^ittlr^ 
«e.  JX  Joàia  9emiri9z»  ouvosaos  filbos  o^,  ne- 
*\o^  ou  Toisa  geríM^o  descendentej»  devóa 
«de  gráo  em.  gráo^. tomem  ti^do  isto. que  a». 
ceontemi  A'«#(d  pmso/al^  q^piosl^femeirp  4i- 
»jahW(9M  6  o  Cipai  d^  l!Avoi;a.a  iUeirmelloa  ^ 
<  JV)pte«eUos»  com  todo  o  termo  de  &  Pedro^. 
^coi|Mi  daacMida  dOiPatôoi  qm^4  4tem  de» 
«Távora  e  a£rvedoza  e  a  meia  pesqueira  de^ 
«Sa^l^oei^a^  o  Casal  de  Aoíçeaoesi  e  beyeia 
^aa  mtí$  war.  rei  o^  príncipe  qae  a  terri^ 
«lívor,  qqe  noa  tire  todoa  oa  sebredUos  ^na. 
«qjue  9i  nós  vós  dóstas^  e  ^a  bibJâa  e  um 
«missal,  a  W)  oftcM4,  (ripanso)  e  um  bro- 
tviarkv  o  um  evangelloria  e  «m  psalteríq  e 
«epktoleiro^  a  fuás  .viv|tiifa^||u^  doua  oaii* 
«cea»  um  da  eí|(aDbo.ç$iútrp  <^  praia^  quatro 
«sioosi  á(m  grande  odo|is  pe^enos,  a  dqu^ 
«mouros»  e  quatro  bóstai^/ire^ipiiápçs  a  wa 
«cayallar,  duaa.  Jiigad^  ^  bois,  quatro  asr 
«nos  e  200  maravedins^iQPMft  poseram  para 
«refazimento  da egreja. ...«•••••. .f...., 

«£  vós  D.  Pedro  Ramirez  e  D.  João  Ran^- 
«rez  e  toda  a  vossa  geração  que  depois  d€| 
«vós  vier,  sejades  bentes  de  Deus  Padre  0  de 
«Santa  Maria,  sua  madre  e  de  seus  aposto- 
«los  S.  Pedro  e  S.  Paulo,  em  este  mundo  e 
«no  outro,  ca  (po)rque)  vós  fostes  os  1.*"'  fun- 
«dadores  e  governadores  da  casa  de  S.  Pe* 
«dro,  mais  de  todos  os  homens  do  mundo  e 
•vós  ambos  irmãos  fizestes  o  mosteiro  de  S. 
«Pedro^  assim  como  a  oleiro  fa^  a  da  (pa« 
« nella)  a  assim  da  voesoa  avós  do  tampo  dea 
•mouros^  quando  os  mouros  eram  em  aquel^ 
«le  tempo  acerca  de  Lamego  e  seus  .avõ9  a, 
«seus  bisavós,  per  si,  e  D,  Ibedoii  e  D.  Rati- 


wo 


ftAft 


«que  taneharam  (di8poMnin)'ainM^i«i$ « Ibi 
«oUval,  e  tkeram  OHM  «greja  pequena  •  Ik- 
•daai  lòge.daiitro;  0^eM9  pofètftni  dlliRi* 
«neífo  6  flierâiii  QflMí  Mbe  ante  t  milia  éo 
«8<i«ia  6  mortiVMi  ú\i  ea  (pofqv^  «fi  tem- 
cpe  dés  monriM  e  tinlUMii  ods  eadilMê  ante 
<a  mattây  e  em<|iiaiito  um  eomla  o  oftttro  Ma 
«^ando^  enoú  ambos  Iiibím;  e  matavam 
€oa  mooros  ]>.  ThedoB  i «  flieoa  B.  Rmiat- 
«d*»  6ie.,  ete. / 

«Peito  o  prato  de  eoBfirmaçSo  a  15  das  ka- 
«lendas  de  Jollie,  era  de  Ceur  14»  (M17) » 
•BeinaDte  em  Portugal»  na  parte  de  Bragan- 
«ça,  D.  Pemio  Mendes,  e  aquém  de  Tatera 
«Mem  Gareia  e  Pemio  Gareia  e  Mria  Cupl- 
«idia;  Testemunhas,  ete^ ete. . » •• ...» 

flendo  o  moeniro  povoado,  se  trasladaram 
a  elle  os  eorpos  de  D.  Thedon  e  D.  Ranieft- 
do,  e  também  depois  alH  se  sepultaram  D. 
Mto  Bimiras  e  B.  Pedro-  (on  Per^  lUmif' 

MoHos  annos  depois,  Lufe  Alveá  def^nro- 
ra,  sen  deseendente,  lhe  fét  sépnknn  ilova' 
oa  eapeUa-mór,  do  todo  do  Bvangelhè,  onde 
estão  todos  os  qnalro  heroes,  eom  uma  hk-' 
acripçio  commemorativa,  em  portagnez. 

Também  do  hdo  da  Bpisiola,  mi  ootrá  se-' 
imltnra,  jaz  Álvaro  Pina  de^Tsfvorae  sent.* 
primogénito.  Pêro  Lonenço  de  Távora,  qne 
merren  na  vffla  do  Vogadonro,  no  1.»  de  no- 
vembro de  1474.  Na  eapella^mór  Jazem  se- 
pnltados  muitos  senhores  de  fkvora,  descen- 
dentes dos  ftmda4or«%  e  padroeiros  perpé^ 
tnos  do  eODvento: 


t  Vindo  D.  Thedon  de  ganhar  ama  gran- 
de victoria  sobre  os  monros,  foi,  por  uma 
ootra  partida  d'elles  smrprebendido  sobro  o 
rio  Thedo,  e morto  de^is  dobrava  resistên- 
cia. Joiga-se  ser  por  isto  que  o  rio  tomou  o 
nome  de  Tedo. 

^  Ha  erro  de  cópia  n'esta  data,  qoe  deve 
ser  o  anno  1103  (1065),  porqoe  as  pessoas- 
que  n'ella  asaram  sào  d^sta  dMa»  anterior 
ao  governo  do  conde  D.  Henrique  em  Portu- 
gal, e  a  data  da  cópia  (1117  de  J.-C.)  é  pos- 
terior á  morte  do  eonde  (que  foi  em  llll  de 
iastia*€hriBto).  Além  d'i6sa,  o  oonás  D.  Ean- 
rique  confirmou  açiaella  doação  ou  emfro'^ 
zametUo  dos  dois  irmãos,  aos  frades  ae  S. 
Pddro  das  Agnias,  no  annO  de  J.-G.  UOi;  36 
amos  depois  de  Mio. 


HáR 

Ett  flreilo  é*  eonveiM  ha  nm  idthUdo 
di  gnnde  altiira,  chamaèoPlmtoilNMireiM^ 
sé  habitado  por  agaiaa,  ed'esta 
da  proveio  ao  ttoeleíro  a  éendUáBafio 
5.  F^dro  da$  Agmas. 

O  mosteiro  está  edificado  entro  doas  aar* 
ras  de  grande  altora,  por  entro  as  qaaeefMia* 
sa  o  Távora.  É  clima  abrigado  e  sandai^al»  e 
a  terra  muito  abnndante  d'agiu  e  IHkIml 

O  conde  D.  Henrique  e  sua  mulher»  que 
em  1103(^)68)  visitaram  este  convenai,  por 
nova  doação,  lhe  confirmaram  a  qnobaviana 
feito  OB  dois  irmios,  e  mais  lhe  deram  <m« 
iras  propriedades^  eis  as  próprias  palavras 
da  doação  —  «huma  nossa  herdade  foe-fê* 
mos  no  logar  chamado  Riba^Tavora,  •  Rtttt 
doRio-Tono.  Primeiramente  coma  se  dM^ 
de  por  Campéllo  e  vae  ter  onde  ehaaaai 
P«msadonro  de  GalUahas  e  fahi  peio  Gahé* 
ço  de  Paradella  e  d'aqni  pelo  Cabeça  d*Att« 
ra  -e  d*ahi  como  vae  pela  Fos  de  Vaneaa  e 
d*ahi  pelo  eahéço  de  bvilhaes  e  d'ahi  ao  Ca- 
bdço  da  Giesu  •  d'ahi  ao  Cabeço  da  Fwada 
e  ^hi  ao  Paol  de  Darti,  assim  como  vae 
correndo  a  veia  do  rio  Douro  até  á  Pos  4o 
Itivora,  desoorrendo  pela  veia  do  prc^rio 
rio  Tivon  até  ao  Poasadonro  do  fionio  G^ 
vo  6d'aU  asska  comovas  ao  cabeço  do  Ppa« 
mento  e  d*ahl  aguas  vertentes  do  Conto  para 

Távora  até  entrar  em  CampeHo 

E  se  alguém  de  nossa  geração,  ou  qnalqUM* 
;  ontra  pessoa,  se  levantar  eom  oontamaeia 
oontra  esta  nossa  escriptura  e  a  qnicer  aft« 
nutlar,  não  lhe  seja  licito  e  alem  d*isso  sejs 
.maMicto  e  ei^mmungado,  e  como  Datio  e 
Abirão  padeça  para  sempre  penas  eternas.» 
etc.^  etc 

Outros  reis  portugnezes  e  muitos  pari^ 
cnhros  fizeram  depois  varias  doações  a  este 
convento. 

Em  1145  (J.-C.)  era  abbade  de  S»  PeAfO 
das  Águias,  D.  Mendo,  e  sendo  a  sua  ordem 
a  de  S.  Bento  (vulgarmente  chamados  moa- 
ges*negrw)pzaaxm  a  ser  da  ordem  de  Cister 
(bernardos).  Islo  a  14  de  junho  do  dito  anno. 

Poi  couto,  e  os  abbades  nomeavam  provi* 
sores,  vigários  geraes,  escrivães,  meirinhoa 
e  todas  as  mais  justiças  civis  eeedesiastieas 
proprias  da  dignidade  episcopal  e  lempenJ 
que  exerciam  nos  seus  coutos. 


tiii.te  tem.  Manai  do  Yalle,.  •  Sw  H^tMl 
4o^ifiliHriHpi6lh  da  «niarwt  oqmwUio 
áaPaiHi«  •  €Ma  oa  ooqnupoa  a  foaeelho  4a 
Ava«ea-^  kiloiiietroa  aa  &  do  Porta,  M 
aa*0«  d*Armea,  15  ao  B«  da  Fiíra»  iS  ao& 
do  no  Doiiro^.!l95  ao  N.  de  Usboa. 

Tem  12  fogos. 

Simado  «n  alto,  eom  teailaB  tiataa  para 
ta4aa  os  lados. 

Pasea  B'este  logar  ama  grande  lôaa  da 
Mdaspalho,  da  quai,  no  prínipio  da  po- 
v«dicio  (ao  &.O.)  rebenta  om  maaaiicial.de 
opliiiiia  agaa  pouval;  a  aaettar  doestai  ar» 
rsdaiea,  ooda  toda  ó  «soatleiíle. 

B*  aqui  o  solar  dos  Soares  de  Aietedl^ 
4s  Pasadella,  de  qsem  procede  o  anetor 
4'eiia  obra. 

'  Bflia  eaaa<q«e  era  a  maior  d'e8lea sltiot) 
«mo  aãe  era  irineiilada»  foi  diiidída  pelos 
herdeiros»  e  aeha-se  hoje  reduzida  apeau 
ao  edifitío  e  uma  peqoemi  q&iala  aimtta. 

O  sen  oratório,  gne  era  privf legiaé^  osti 
fiateado  e  ba  mBiioe  amoa  que  ii*elte  se 
«ia  dia  missa. 

O  brasio  d'armas  doe  Azeveda%  gne  es* 
taf«  sobaa  o  petiao  da  4|iiiiit%  eabiii^  e  foi 
smowisda  (eseavando-^  pela  f eetagiia»^ 
da)  paca**«  «mapiadeporaal  > 

Bra  iim  eassdo  esqianellMlO'  ■  ■  ao  ii*  e 
^^Wartal,  d'oara,  «asa  agafa-n^arealtSb» 
atda  m  1*  e  ^.%  à^vml,  diieo  esmltaa  de 
ivatil»  do  oiacD  peits,  em.  aspa**«oria  do 
púrpmra,  com  oito  aspas  d'oaro. 

ÉIflM  d'açQ,  aberto,  e  por  ^ipbfs,  a  agbia 
daa  armas,  eom  a  estrela  d*eMas  ae  p^to. 

Oatros  trazem  só^em  eaaqio  d*oaro  a 
ajtf»  iwgra^  t  o  mii— o  éftmo  e  limbie.  • 

Sâo  também  Jibtrimaê,  e  dWea  proee<» 
dam  eo  dTesteappeliido,  de  Camm  •  da  Ba* 


vm 


ée» 


ti 


o  principal  naao  dos  Aaevedos  ^pa  boje 
eodste  em  Portogal,  é  o  qoa  lem  o  aeii  solar 
na  lirefaesia  de  IL  Sahrador  da  Laanu  (ToL 
4.%  pag.  Í8,  eoi.  !•}  Temesueasa  oafrtvi- 
iegioe  dP  eoairi^bonrai  a  é  nauí  daaaads 


«oandaaPedro,  qoandaaaapnJíuiflfa 
rio  trau  dos  fidalgos,  eompaahsilbaiddiaaii'» 


calo  Msideada  mt^-^iUdUçr^m  «ne 
o  trotei  di^CMilta  dea  AxevadK  MtX  Aí- 
ftXDso  QomiBfssi  eamtlMro  vakiroso,  dear 
eendeito  Ao  fieo4iomaBs,  D..Aniaida  da 
Bayio. 

Pedro  Meades  d'Aasiado,  foi  or  primsf ro 
qae  toiao»eale  appeUldo^  4irado  do  sen  ao* 
lar.       * 

Lopo  Dias  d^Azevedo,  senber  do  eentoo 
C94a  4'As««eda,  foi  armado  eavi^leiro,  em 
Aljabarntta»  por  D.  Joio  I,  ao  próprio  dia 
da  vietoria,  a  14  de  agosto  de  1385.0  rei 
Ibe  dea  o  senhorio  do  ecmosilia  do  &  loao 
de  Rei,  peio  ralor  com  qne  ie  hoave  a'esta 

])*esta  aasa  foi*  (ambem  o  ímoo  Igna^ 
iAsttfMâú^  eaja  lama.  e  windea  eelebna 
m  ebiaaicas  da  «ompanhi«fc  de  lesas,  a  qfm 
paneaoen.'     • 

B*  Mtailmantw^  lapraamaale  prineipal 
d^estae  famiUa,  oei*|o  e  iUosise  Odalfe»  a 
sr.  Franeiseo  Lopes  de  Azeredo  TaUm  4a 
Boaseen,  1.^  «iscaado  4s  Asepmdo^  feMo  em 
I»  doatoi|o4a  laMi  &  o  Ip.^aeahor  d'A» 
vod<i».liofc0OffenipdorfiiM  doBrafa-od»» 
pataAa  As  eOvHa  em  MM.'  í  aoeio'  daaear 

ga^aavaieaii  o nm  dèa  asais  aobrea ea- 

(Yíde  Mbèf^imiê,  pag.  «^ 
mk  Af,  apafi  aSA,  eol  1  A'bo 
lafaei^,  do  !••  vohuaab) 
PARAOELLA  BB  GlIIlES  (oa  CWUl)--^ 

ftaiaeala«  *TnnH»4laala%  aanMraa  deyi^ 
la-Beat,  eaaaelha  de  Sabinaa:(M  da  messaa 
eomaaea,  amado aKiiaeto>eeaealho do Pro* 
Teieode),.^90  tilaaienna  a  ftS.  da  Brafs^ 
3Wmii;.éeUsboa. 

TemlNisgoa»     - 

Bm  171^  tiaha  51  fQ«M. 

0ni9B^  Beata  OMaha. 

Aaenbhpado  doBaav^  ^istrldo  admittis- 
laalítodeVBIapBeak 

Otigaria  de  Gaiits  (oa  Goim>  apieaei» 
tara  o  eara,  qae  Ihiba  0OfOOO  róis  o  opi 
tfaHat.  ''" 

É  isrra^irtBi  Optimor  irMio  da  eapeiiai» 

Biea  piaaiam  da  anupii  AM»  4a  tia 


»  '.' 


><t 


I  •  I 


Vã 


FAR 


liftll 


]m  «'«iles  JíMi«>«.  e  aSmHní  JI>Niioa,  viftlai : 
em  qae  o  geólogo  e  o  mineiro  se  ef^roMhl 
•  eetode  com  proveito.  . 

O  wm  difiíaqto  ei|gei4«iiro  ^íxáum»^ 
9r,  Carlo0  I^ibeiro^  yisitpu  e^lei.lvxeiM  te 
mb  de  SO  amo^  •  iwMi«W  flK>WW  .iP 
{oilbetoaot^Q a  forma^ dM.silM fii|i»iiWi< 
e9o)N*e  mineraidgiai  pQr6i%,  sendo  miiiiK»* 
eo  demorada  a  soa  digDasplo  a  Palv9^  em 
razão  doa  mnitoae  koportaiite^effnicQfkWe 
tinha  de  fazer  em  ootraa  parles»  PM  pOdci 
dar  â  soa  obra  o  dea9nvolviaieii)o  pceciso, 
e  que  unto  era  de  desejar.  .        .    ' 

Ha  «'eeta  fregaesia  a  aldeia  éaUBMràr, 
ende  está  a  vaau  e  ft>rmesa  eapeila  èe»Satt» 
u  Kolemia.  (Yei.  a%  pag.  «7,  eeL  l«>oiái; 
po»  mal  ertormade>  dtoee  qae  er»  aa  íiagiie^ 
zia  de  Real,  quando. étt'eeia.)         . 

No  legar  de  Pcjio»  ba  a  peqaeneapilla 
de  .Saqta  Anaa»  á  qoal  se  tu  oaia^MM* 
dndBaMMal,  «o  diaéesigBadb pelee  Hor^ 
éemes  da  s«a  eoafraria. 

Ssiâ  cettoeada  em  «m  tisleeo  ills^  á  m^ 
Irada  (ao  O.)  da  aldeia.  •      ' 

Ba  mais  n'esta  flpegnezia^t  ae  eapoHasi  de 
Nossa SealiOM ^aCaraun  na  ilMa-dtjSo^ 
Imiz^B  de  Bania  Aamiê^-méê  Csidwij 


Também  aqui  redi&co  9alio.eiig«M^.4li» 
¥W  a  pag.  83»  eçd.  1^  do  &•  lohunkr 

A  aideia  de  JãmoÊ^or,  nio4  mm  a|lfcdis« 
scgna^fregneaiade  SaiM»  Maria  i^silnipd^ 
g%  wioelbp  de  ▲n)iica».mne.»'eat»  dn  Va-> 

Aepiio  aqní,  P9f  ser  ^  iofir  eom»e|eMv 
a.qpe  então  dissesQtoe.áAPHmfor*i   ; 
Foi  habitada  pelos  mouros»  do  ^pg.ha 

«mitpft  ^9iiiio%  do  lana  d^AiinseimeMi* 
CM  igalona^i&io  dí>a  S^-BmyMitíO^^mfi 
li  Miei  na  patonn  C^mtcmra,  eonio  ji^ 
margens  do  no  Arda  (vide  ^""It)  ípdaii^iii 
da  axislem  inriAi  gatavias»  e  tgjn^i^arfpi- 
do  algumas  móik  içpw.qna  qt  wibqs  u  o^talr 
"W  rneam^  poTOS^anterior^i  â  aia.dmita- 
çaoy  na  Lnsitcnia— moíam  o  quartzo»  |^ara 
extrahirem  d'ette  as  partículas  d*ot|ffo  q^ 
tontinha. 
No  monte  de  Fnlgosinhc^  loflp  j|b|tMj^ 


»'    ^ 


jiniii  datetta  loaleedaBia. 

Em  joQkA  4»  i874  BW*»i  «»  Tiil>m| 
basear  ailL  amaatcaa  d*eaia  ^salcedÉUKi  mia* 
róm,  a  pessoa  que  encumbi  d*eaM  eenrifo^ 

spàfi»(d'«ii)i»iiiumdoiwta4iiii^gnadA  iwr- 
m  ^  4Mim/^u«>^  wia  4e  W  Jd- 

'Cmnoa  mnsMi  na  sua  aBaUdadei  d  do  ma* 
Uimvq^qi^  kranso  que  eqnbeço  em  fimrtm* 
gak  «sadai.iHia  poi^  para  o  mnsea  «r- 
fN))qftaa  d^  Caõqa;  mandando  tapikaa^ 
por  essa  occasiao»  uma  pedra  de  oaivao  toa* 
811,  de  uns  90  Idjee  da  fazo^^atoiíid^idaa 
minas  de  que  faltei* 

referido  musfiu  49 '&mNK 

metros  a  N.E.  de  Bragi,.  3fiO  ao  N*  da  i>âa* 

ii)ni^  &  AligPAl,..areba««o. 
.  ft  tabidft  tt  tmltogiadt  dt  Siabeni  da  OH* 

.  S'.t«m4rMt. 

« w^w^a^^F"*Ti^«wai»>"aT  ^'^jf 'wp^n^i     tii 

tàJiàtUi^ímúãtíÊí  de)  ■  iTlnMiadawh 

^^^^^a  j^  j'^^a^^^^^^^^^  ^^  ^^  m.a*a^^  ^  ^  p^p^í^^w  ^ais*  **^^^^^^p  ^«^ 

li»<lNlifriimJyMlía  do,Tqia'*^JhqÍa  pio* 
irifl^Mi  ia  fRíiitiO  dos  maiwazea  d^Afmm-. 

d*A Ihnáaianiaa  ^^""^^^  MmnmMkÊm^mAQg  j^  i» 

Ulgii^  .  I  t 

3«vjiiiiNr.df  YiMa.V^fde  {deieea«Ba»  da 

sangue  regio)e  de  D.  Leonor  de  Meneses»  ma 
MilMrtífllIia  4a  iSaaealo  Vaa.  dt.  MeU%  o 

GbelMyMfr    .  •  ) 

J»»h4WtWPil  da  iMlP  nOMKilvMi  4%flo- 

mída«i&* senhor  da Villa Veada. iljíiidamár 
da  âhídaa  a  da  flnarda  a^esfliâiao  da-nnciH 

"■^^WUPPi^í*  ^PW^W^^V  PÍ^P^W^^RR '^W  Í^*^^S'P^ 

fiwMaliifl  da  Alhairtei  aiOida^  IL  ASiaaa  V. 


Mft 


«73 


|k  Miro  4a  Ciiiro  «.  da  P.  fiMM>r  Talte  4» 

.  OtâltaiiMrqiMS  j/Ummém  te  IX  Aflton- 
MTáttM  »dd  'Itaneii  aiMH  nod^bontiiv 
^OA  poTOoa  a  referida  tilla  do  Cadatat    . 

(Oa  4|ni  pretiBBdSim  aaker 

iMla  iDdMitaaiflieBla  a  ^a* 

«aaiogtt.  dfeate  haioa  paiUH 

fiiea,  veiana#  láfn>  imitiiMo 

-^JMri|íati««l0fíM  liai  aoriea 

e  demúif  eCA.) 

.  Ml  AttowÊQ  êtAXtKàqaHqai^  ^«mdD  «oa 

IMWi»  da  IK  Affonaa  V» dbida aabina  1.^ 

fiaipai  oMiadadaida  leU  coi  IMO,  saama*^ 

4|  panngtieia»  qiM  foi  eaa  aooaarro  da  ral 

pa  ntoafedo;  da  Nafatoa,  eooiía  aa  aoroMi 

4aati&giiiQdo-8e  pelo  aao  «alor»  mrhalaMu 

«UYal  de  Otranto. 

Por  falledineiiia  ié  H.  iJhMM  V,  foi  fa- 
rá AniUa  (Afriea)  oodrobami  graadea  fa- 
finhaa;  gagrumad»  alguma  iwftoidapaiaao 
reiao»  onde  D.  Joio  II  o  fei  aea  eatrihairo^ 


immmim  ealo:  lei,  em  liJW  ([mIo  daaa. 
jo  de  prosaegoir  aa  eoii(|alstaaiɻAlriQa> 
IMIar  «M  noiva  ?lila»iattio  «itamclie^  eam 
fiapaHavaa  JonOIeagdai^  Êoà  *e>aatfitadQ 
4íaaia.miaaao^JUbnaad'Aita«Banqii^  ine 
ÍNtMUli«irr4.«aívaa^  é  qvi  por  ofdan 
4o  rei»  poi  o  nome  de  Oraeiota. 
.-iMfia  Ékfaiaa  im  4aa  maia  hra«os  Ma- 
Ihadorea;  maa  onde  maia  ae  deatingnio/fal 


»  > 


Foi  a  1.*  yex  á Ufai  em:UM^aan»aa« 
pta^tj^niamact  d'AH)»pwfqna  ^=fc  1* 
«n  lIMÉrM  oiqpiadim  âi  triaâft  da  Cm,^ 
ubá. 

-•iW^aala  aaMi  irieatfil  da  índia»  lenio, 
éwraiaataa ief  et  a  tarrot  doa nm«aa a 
IMM^  a  o  pnMMior  das  indiôa* 

Conquiacon  Gda»  Malaea  e  Ormni,  e  Mia* 

lABfiaiadAaiiii  iMW^tWMdo  os  aeos  soe* 
aaíQBiaa  omnatidaipqias  piaiagiieaes,  eom- 
WWiain  iaii4»saila>  éa  amaldadea  contra 
«»ándiQ%j  Yii|hflaa.Mai.iMkar  anie  o  aea 
duMlaif  fti  padirHlhi^  M|siiií^^  invoondo-o 


Bua:  aMritavamar  lopaiiflgto 
vide  #  artiga^oan  tfet  Biecis, 
tina,  prideipia  nft  i.*  eol^da 
pag.  IHHdo  4.» vdanftè. 
fABMIiOS— fragneala»  Tma^^-liontai, 
aoamrer  da  lÉmaorvo»'  oonaaliio  da  Garra» 
léda  da  AneOesp  IfOkIanMeos  ao  NJLda 
Boacm  368  ao  N.  da  UahDai. 
Tem  140  fogo& 
Em  i»^,  linha  M  fofoa. 
Orafo,  &  0arCMaiDeii»<apoftQlo* 
Amabiapado  do  Braga,  dislrieto  admitia* 
ttalivade  firagança. 

O  reitor  de  &  Mlgnsl»  do  Uniiaraa,  apr^ 

santamo  Ytgario^  giia^  tinha  SfõOÚ  tdU  a  o 

pédaiaMan 

Terra  fnrtil.  fiado  o  «açi> 

&  MMM  d'eala  firagaeiia^  éHpgMaulMn- 

te  eamptia  da  Fcuwnm  "^do  eaihpaia* 


PARAUO— fregneiia,  Tru*oa-]faMaai/o(^ 

marca,  concelho^  bispado,  diUriaft^aídÉMa- 
tratiTo  e  próximo  da  ampanga,  M  kiloaie- 
tros  de  Miranda  do  Boinv-tmna^Ifv  dália- 


Tem  160  IqpM;. 
Btt  trw*  tintan  ilO  (isgan. 
.iOvi|0a^  ft.  Mo  lapMsia» 
A  casa  de  Bragança  apresentava  o  relior» 
qoalii^iMMOOrâlidi 

B*  terra  lirtil 

(Vide  ParamOf  do  que 
gMiia  é  oornifCios 

PARAMO-- aldeia,  Doaro^  ftngnntin  o 
anilMSa'canôalhor:da  Faramdat  (Vd;  «.% 
pagt  »^  mA.X'^)  atoado  am  nmaMo»  €m^ 
daso»  vé  0  ismoao  a  fcrariashnn  vaHe  da 
Fermédo.  -r-  ■ 

dladarfluda  lena  da  noiafrsl»  alte  *'ísto  o 
do  sen  nome,  qae  ó  anttqtMnia. 

IlARMWt PAMn»  olaoriNnAIMW- 
QO--portQgnei  antigo-^logar,  poTo,  qq|<i< 
ta»  eaaal  ^n  heNWa  fna  tinha  «irpiitf o- 
giíi^dia  Aanro,  por  n^alií^ao^haffiir  afiada  aoa 

Wr^^W^^^^^  ^^^^  * ^^^^H^^^^^^P^^    ^^^^^P^^^^n      ^'^^^^^^^^^^^'     ^^     ^^^^^^m      •^P 

giMait  da  «m  iteo  fcamw»«aB>4»lt>*^«^ 


Era  este,  nm  dos  grandea  ahnioa  qna  oa 
fidalana  aonunaliiaBi  a  ona  ja-  annnniiam 


SIM 


'  80«Q*'ktniirq«8MirAertaroMaci^- 
sal m híirúMèêi' tm'ítímínitàB  do  que pe- 
álr  M  mst  Èátí^f  wataiPT  telionra  mdis  vi- 
úDhayihB^flnflemiiIfllIÉft abular,  à  molher, 
em  «aMi  4'^ila^  e^por  vrâiiui^mfiMki- 
ça,  amparaintai' DS*  pM8  d^tUlíl  tfcteoiMi'^ 
•lAoMiMm»  «*a!t0i»  a  i|A>viMi^k0|aè  ièa» 
Ta  tende  privilegie>»g»iÉiij|6-^8ip^  .íteenU 
to  de  tribatos  e  imposiçQes^    '    "  ^  >     • 

Estes  parâinot'«o;alliadlffili,.TmÉDdèi- 
tados  em  deva«a,?o  iièrllai  abolidevpor 
D.  Oiniv  I,  em  ItMip  pdréfai  tarias^pmèa- 
ções  conservaram  até  aos  noaKtt'âià9«4RPM 
nsqlB<AmâiMáeíPiinmió<.'^  •:  .  :  • 
i  Pilá|M>H^pQtia|[a«aiittie^d«l«irier 
do  latim— significa  campo  vasto;  eánfling 
lesiria,  etc^  em  ú0»^énÊéi  *  *  '^i**^  *  ■  ^ 
'MftâlIMHfrefiitf^iIMrtinH'  BieidA e 
eea9llli'*da  Fbin,  48  lilaifcetvo&ir&f  áé 
Porto,  295  ao  N.  de  Lisboa,  perto  da  coilv 

9hii^SS0*ís{mI  •      

--■m-'l79y,  tfito4ff  flgeei''  

•  Onfof  SmD -Tlijffi^  « '  ^'  " !.( 

Bispado  do  Porto,  districto  administraUfé 
e  30  ktlometros  ao  N.  d*AvilMi.    '  «    • 

O  real  padroiiaapiMBitiifaoVeiA>f)'<|iie 
tinha  iSOMOO  róiií-te  eongriia  ^  .<»  fé  4e 

E^emiivMM  AnlMitddes^oiiKiiàen»» 
agrícolas,  muito  abundante  de  péiteido  aíar 
e4iPJMid%kielNi'  -    ^'.  '«tx/. 

Cria  mnito  gado  bovioo,'fMiBxporU'pt>' 
raa'Íiglmi*rB.-''"   .í-  r.f/^.í  i 

A  là^  dal JinrMAê,  pMtaoee-niMièqi 
eilairegÉetfi;  ra  otaa  mefatt«  âdéllsiMH 
fft. "Bm ilaiaai*é'dé  •gani.iilgàâa. «r  flea-é 
poncos  metros  do  mar.  t'    ^  •   f 

r  irMaF<frágaikia  »'  sdiar  dr«»Mho 

dafsmi!ia«s>!MMr*'       '  *  c      ^ 

'  tlllA  an«Év>  keiiéllè««t':  «h  aMU/iMde 

A<|i|]MfeMH  vifM  d^iMlwfta,  iioiseirsi^* 

t0-  MWo  6riMlfr>deé«4«BièMiÇ4o<ác«MC(v 

Era  um  dos  mais  respeitáveis  cavalhsiiNNí 

qoe  Parâ$no  ou  AiNoi^jlio.'^ J^MH  ilteW 


âMIÉ  UíldtttliáéB^lMI^^jfMii  MlfÊt 
Ml  eiÍ0  |WÍM;  AiifNMM}<#bliláo  ^^n  iftuMMI 
M  «Ji0^  ^(4mII  <4m»'  ái  ^JllM#  sèNSiiliMoâ^ 
émpomm  o  U^a^;  pêmdk  llmú**mm  ftxi' 

I29CI)-*  L"    '  •  i'  «      .'  •  !    '      ■     i;  !:•  :        {  '    \ 

'  MAAim^A^ftigapraiitigo— ainda  fre- 
qmnle  HM  fWlfièteido^-Mtte— peqneoa» 
tiweeiroafMolM^^osMiWlR^e  o  lar,  para 
sdeeMrrIenlia;  nM-eoi  jMto  eonvenient» 
papa  ttaeardwem  D^fafiÉho.  Também  lli» 
chamam  paranhêifià.  .^'-^  "* 
^  fidUlIBOSMftfgoeitit  MiolKi^  oeteaMá  e 
t  MleMiroe  i  &  dè  Wlai^Verdè,  mútHHÊKk 
e  raiometroe  aiSI.Ei  tf  Aibata  ftot^dMUiav 
mo  «bnesHm^'  mst  da'  oMvavea  de^neq  4è 
ileealâttoi)'^»'  fciioumwi  aò  NJ do^lMgAj 
^Míào^M^da  Uêboa;  '    -  "*f' 

Tem  40  fogos.  .-!• .  •  *    •  i  -    t 

'AfBjfctBpKHr  e  diBiiM«^  «ÉttfiMraaMalt 

O  reitor  de  S.  loio^  de  Goncieiro,  apna 
senilrva  «r  vfigario^^qafl  ttima  dUMMliMfc  e 
opéiifalÉ^r.i»*  if'i  o-  ^i.  ''(.'» «M    n  ' 

Poi  antiiiaàieiHe^sDiMMtie  « ^vMw  áiOM 
llIft^leiMia^e  ^v«do»  «Muvéa  ^  Mmmu 

(«ítoada  eat«er^iia  mMKáolMejiMMiÉ» 

nniee  sefftehwtouaa  fl»  iÉ«ileidfia^MdMl 
Ping.  -:   M  .    f-  ^.  'I  111  ■  !► 

^B^'a  M|taaiiâ-iMliiJCriM:Mi^WÉÍ6* 

Prodox  os  fmetos  do  paiz;  porémipèuMi 
«Mi0i-#A^«*(4aalUM>  w  ■   r.  .<'i 
'  ^Ma  tador  idMae;  A^oi  M»iií6iMPlii 
eàçà  gáDssae.iáiaiti,«ift4«ndMiír<Íé  W^ 
nhãs  e  mattoe.  ««"^ 

'  IM  halif  tailteá  dnAta-ÍHBgMi%  MimMl* 

das  rezes  mlúMs^iectebift  iMMlM  peoca^MM 

"  ^t>  ohgimiift*fÉttíid»d»  ie<tiitítéhr« 
-M,..  v.f  .:«giinMifliakMiè^-inNlit-Mo 

*        iflM  iir  eMNlil^«llil(«Mlq 
Entre  ontA»  <éotli8iqM»«# 


BAR 


lUR 


<7S 


'    1^ 


cmidêtRffnfl/  R  nono  Altares 

•••'*'  ii)»baç9  niBsMd*^  ipemíMlia 

•  ^ '  '     '     Am(m  té  lltÊífii$,p^aibiu 
a  vida,  pizané&^ê8i$k  Um  )«' 

?IÍRAini(NI-^fr«gtlêtta,  Mira  Blfeá^dofeí' 
celho  de  Céa,  comatrMi  de^Gdatèfa/TS  MéM 
iMIWft  #B  €olMni,  9M  à  Er  détiMote: 

-'  Orsíifo,  8Í  lfirfinlK>^  Mí^.  *  -      - '      •^" 
Bispado  de  Coimbra,  districto  admMft^ 

trativo  da  Guarda.  ^     Vi  •    t  -    ? 

E'  terra  fértil  ^  satrianwl,' põsid  Mrde 

dima  e]tte«it?<>.     ■     ♦    "   -   '*    ,  . 
'  Grfaf  Wiiio  gado,  iMMtfhdo^éitoMii^òVe- 

lhas,  e  é  maito  abaodanto  de  caçtf-gMHIi  4 

nliiéak-  '  -T  . .   ,  o 

'  V  tnhaidisi&iaiòrês  fregii0iiaS'diiis«ri%dâ 
Estreita.  '  -'i  ■•■  '  <* 

Nao  ve»  n&PmUfãtMu^  ^^IHVfMA 
'  ff!iaA]IBMM*fr«'gaMa,  Ds«ro^"eÍMdlho 
(bairro  orientiA),  cMuife^,  diMMio  «Miidilii 
tflllta,  MvpidD  •  jHDto  aaTMnó,^M041lo- 
iMM«»of'llL«9'Uibeé.    .- .• 

Tem  800  foges.  •  <' 


OAfO,  8;  Vei4sii»0i 


f  •- 


,<   / 


O'  <MMo'  d»  Si  tio'  Pener,  aprMiMM  d 
reitor  que  tinha  140#000- vâlf,^  ^  b  fy<>  de 
altar.  •'  .  i   <-    -^  ■ :     *>  •    « 

^  cr  nh»  iorlbníMS»  arrabalder  da^êMáde 
*  Pomi'fllMad«  ete  iHá  potfcies  «onn^x- 
tensas  vistas.  «*  f'-< 

^  BDfmit  eait9dos«»«iMwagrtsola#do 

pais,  e  eHi.  taivito  p^^ímúmí  ^oei^pòi^ 
ta  ptfft  v'ift|iMte|(ni;  •   -         <«  :     ; :« 

O  «èMnenêtt^caosiMle  isotraiJ^^ilIMdo 
Il0ilo»!«'o  te^téêêú-é^ttrãÈkl  pMvkqdl.^ii 
amitos  filhos  d*esu  fregoirfa,  a  tblnáfll  aÉHr* 

ifli-yitapdK'  ' 
fia  no  sea  districto  muitas,  rieas  ^êm 

iniMPiMlM,  tte^luniitai  dftpidiiii' 


ii » 


'  Hffé  artigo  M«çtflKf  mai»  coMiiei' 

rataBMNI^KHi'  IRiCEJIlIMli^efiledl^ 
Extremadnra,  concebo,  eoaiim,^strililP 
aidwintisir«tl9o^1illp«do^  e'8  UlMletraetde 
belrUíi/IM  to^W.ite  LUbta/ '    >'  i  «.  * 
"•ftlb  44a fogos.  -    *  t      .   ' 
'■lirl957tfaíha(401ligO8.« 

(0higl^,*'  Mossa  €eafa»ra'd<>«Rosáríd. ' 

^pbfò  apris0dtava  ^  mn,  que  tlMia  tIO 
llq^eAreS^^itó  trlgoi  e>.jeinia  pipa  de  viliho 
cru.       • "  *  .!•-.. 

O  po^KiíB#'òbrlgott  a  isto,'  por  ^ner^iptura 
publica,  feita  em  Leiria.  -     - 

Esu  fregtt^ftíáironiiaTapMé^^párodiià 
és^.  Pedro/^dêLefriai^ediA^iceitM^até  ao 
anuo- 'de  1748.        ••     ■  ••»•      i    *  v 

No  logat'  dds  Pareeíroé^  M^^un*  ermi- 
da, dedica8á''à'llbssa^MihòM'dO'ilosiri^. 
'  'Ighott*seté'8imb  «m  qtae^f^i««iMteáda;  9Í 
àt  áM-quejâtnriítia^^em^itWítÉHliTare^ 
ce  que  entid  hié^tintoaimls  de  «int^M  as- 
nos deieltsMcft.  '       ;  «i . :  - 

'TéBbera'Sè<iAo}9iM.é>hnlÉo  *Mrfqué  fcâ 
creada  esUptirdehia^iKift  4s<pttp«h  do  at«- 
0Mw  d\dta;  lema-  a  coasMi^  iqM  foi  em 

A  egreja  é4«ditií/riegnsébetti>{irot^ar- 
cionadi;  .    j*    -.  .r  »    • 

A  capeila«abr  éi^de  ab»Mâa>,'e  ioda  hgeaf- 
dl^  ^  SB  M«if  pàFeâêsi«8«crve%^fídas  de 
bonitos  azulejos.        •  ^ '  '  .   -  a. 

OTÕrpiydaégreJa,  tatQlbei]i^fem'tei)af^ 

des  revestidas  de  azulejos,  até  utts  llois  me* 

tros  db  ^íxtí%  fomandc^  Wk  ti^dapé:  * 

( PJreee:i|iiMi  «nUg»  ermidi  <d^  aetoai  ea» 

pella-mór,  e  que  à^|it}t-fol-%olistmida 

M  vergir  dvsu»  poiía  t>Aetpâl''  ^  - 
>  )fi««lraNMr  è  diitlaiiMfti^'  i* 

Tem  um  compromisso  da  confraria  das 
«liinH^'ap^n»vado«ili'd8riieihiwbv»d«kl49, 
peia  proviíor,  EagsiiioJB8M»^da:SMva. 

tto'pairor*dlii'lagarHÍeJ#iifMÍM»>;-isMft» 

mmmíitíi^^imifnt^'  Aii  líifiMfds  «^^io  se 
«ál*««rdádelfUMilo  qtuMo^^Htai^tMih 
ias  «Mli<|uNl|iisi4«edr«liasr  ser  aehiittjffQ» 
«MHiianiWábeio  »4680i 
'.  Ilfcpeii,  a-aitroeiíftpMnlsio^smlram^ii 
moraiitiSii80iií(9fi»«IM«*por  Odl  IM^I  ^ 
cugulhe  e  os  de  Pareeiras. 


«71 


BAB 


CoQMiWBtiê  &  ttímpwmimOf  Mé  1719, 

IM  eu»  MOipraiai«iA,r  uma  iMaisií;^  A- 
gna  de  respeito,  palu  gtmodet  oiru  Aftet* 
ridade  qae  pratieaya  para  tom  m  tiios, 
pela  p<mtiialidade  eem  iqpa  fusU  os  iBika* 
gioa  doa  deAuietiM^  #  peia  lifscoa»  iMi- 
dMooemqBe  eraoipreetadaaas  wateoiMas. 
Oa  eedeaiastiooa  qae  desde  1719  alé  teje 
tem  parochiado  esta  fregaezia»  aao: 
í.««*«*IKmdíD9m  fiodrigaea  Alevallas-^-até 

1722. 
%•  -r'Mo  iUMro  ^  até  Í7M. 
3**-^  Alberto  Gaeune  da  Goau-«até  «771^ 
4.* — Joáo  Ribeiro  Batalha  —  a|6- 1778. 
(L*-rrloié  Padr^  da  SiWik^até  i7Wk 
«»«~  leaquim  Gones-^  atf  I79è. 
7/  -^  UrtiaBO  lese  Lopea  da  8ilva«--«lé  1790. 
&^--r  ltaiael4»GoauHiM«(pM--*at417M« 
SM  -^  Mawei  Femiim  -«^-aiA  1793. 
10.*  --  FraneiMo  Matheos  «*-  al6  4W». 
il.«  -^  Kquo  Bodriguee  de  Seua«^atéia09. 
Ml*  ^  MasHel  Pereiía  ^  ató  49U. 
13.*  -^  loíié  YemiMío  Cardeeo  (intBripa«e>i 

te)  — até  1813. 
tt^^-r  Lufe  Pedfo —Até  MIA. 
15.* — Lqíz  José  de  Caria  —  até  1881. 
l&*--AntoDieaiapea-^até  1W4. 
il* -^Ftmtm»  Ribeiro- Oíopano  4a  FoBt 

aeea— atél8S5. 
Kl^-^^Awaiaeio  Francieao  du  Nefoe^até 

i8Sa. 
19.*  — «Mê  neiMira  Soavea-^alé  ttõà. 
aft^^-r-hameiaeo  Ferem  Henrfapiee  d*Oli- 

'  voiran-até  A8W. 
MU*  -^loaqnin  Jtaeir»fieagal«e^-altl866i 
SI*— Joa^tioi  4a  Feonea  Pontaisal^qBe 

deede^ASM  é  parocho  A*eetafniMila. 

A  dietaaeia  4e  «na  i3&  «eirae»  da  4Ma  da 
resideMiande  (Mmebo»  p«fa  o  S.O.»  eHá  e« 
vm  eneiwiUkada  4le  eaniBlloa»  wêê^  €rui 
de  pedra  bnMa,  do  dola^neliee  4'alMi^ 
aokrouapodeetal  do  ali«Miiaft  fOo  aeeabo 
qpvoído  aqui  M  ooiooada,  mm  paroee  sor 
qoando  se  edifleoQ  à  Ofnia.  iMto  •  osla 
«ma  00  r»ia*o  pftaMiio  responso,  porahna 
èso MIoeldoí,  q«s  ^riieeer  eniemdeià  • 


PAR 

Ho  nossa  «tiialoiislotie^  se  dava  o  no*» 
mBéê^foruim,  MMo  ao  qvo^ava,  oomo  ao 
q«o  fffBoMa»  algMia.  hordails,  do  meias,  a 
teifo,  qoaMo,  olo.— Monwdo  algimi  d*oste0 
pareefrof^  jiio  tioiía  oocdiroTiyeikto,  nem  os 
Ugrdeipss  dodotaieto,  oMgocio  do  mante- 
rem o  ooatralo  do  iMurá^  oioepto  se  a  pro«- 
priedade  esti¥esse  já  lavrada  o  a  Tinha  po» 
dada;  porqpo  ontáo  ainda  valia  o  eontrato, 
por  aqaeile  anno. 

Qoimdo  porém  o  oonirato  ora  por  dez  oa 
mais  amos,  valia,  mesmo  de|K>is  da  morte 
do  nm  dos  Qontratante%  poia  iá  erajolgido 
inatiMeo.  (God*  Ali;  Ur.  4.%  tit  96.) 

PARCSIM8,  ott  MtAGBmOS^irefnssin» 
Extremadara,  comarca  e  oonoelho  do  Ter- 
ros-Novas,  110  Ulomelroo  ao  N.  do  Lis- 
boa. 

Tem  180  fogos. 

Bm  1787  tinha  M  fofos. 

Orago,  Nossa  Senhora  daa  Novoe. 

íalriaíwhado,  -disirioto  admlnlslralívo  de 
Santarém. 

O  povo  apresentava  o  cnra,  qae  tinha»  (O 
alqpeineside  trigo»  9#000réis  em«nh*o» 
o  o  pé  d'altar. 

É^âsira  tetiL  Mnito  bom  liinlMi* 

nooiO'ie  FiorasAws  40  J^r^o. 

fâiaoWBKO— pormtnenoniigo  ena» 
plioo;  parcial;  qaeiem)initn  om^oatfner 
coisa,  acto  on  ac^i. 

PAR1IAS8— frotnmb,  Alemtiio^  oonoslho 
da  Villa- Viçosa,  comansn  do  Bs»emô%  45 
kiloomuoo  d'Bvora,  168  ao^B.  do  Usboa^ 

Vsm  lt9  fofss. 

Em  1757  tinha  81  fogos. 

OragOi.Sania  CaUurina,  vii«ett  omar^. 
'  Ansebispado  o  diotrklo  idmJiiittativD  ás 
Évora. 

A  milm  ayreseniava  o  onrs»  qna.ttiha 
990ali|nsirea4oirigo  o  o  pé  d'allar. 

t  terra  fértil,  sobro  tndo  oO|  ttroaea. 

FAUtUUS— âUsia^  Dovo^  nn  togno- 
sia  di|llniiosade?lBiiiea.  (Vidol^voU  p^ 
aiÉ|iooLl\no..ta.)  . 

Todos  sabem  qne pardêika  é  nmi 


intoijoiql^  qoiBg  po«so  mato  on  mono^m^ 


BAH 

gitíilMVà-^il^f^  fM  iméaie^  for  tUã  «1* 
nhãi  «te.*-  i  tim»  cliDlloi 

PIHIÉUUS— Éregtmii»  Tnm)t4loiiM» 
eoneelbo  de  Mondim  de  Basto,  eonava  dtf 
Tilla  Poaea  éfAgtáu  (foi  di  coonoa  4iò 
YHJa-JReal,  eoaoeUiD---eiliBeUh^*li«4il«»), 
66  kitonelroo  tr N.B«  de  BM|%  87i  ao  N. 
de  Lisboa. 

Teai4((lDfO0. 

Em  1757  linha  8t  fofiot. 

Orago«  8.  Joio  Baptista. 

Arcebispado  de  Braga,  dlstricto  adolais- 
traHvo  de  ViHa  BeaL 

O  abbade  ie  Eraièllo  apresenuva  o  tiga* 
rio,  qne  iteba  apenas  o  pé  d'altaf . 

É  terra  pobre  e  poueo  feilil. 

PâRIlBUâ  8--4]regoegia,  Tjras-os-Montéa^ 
eomarea  e  ooneellw  de  Cbaves,  95  kileme* 
tros  eo  N.B.  de  Braga,  440  ao  R  de  Lisboa. 

Tinha  em  1757, 53  (bgos. 

Orago,  Nossa  Senhora  do  Pranib. 

Areebiepsdo  de  Braga^  distrieie  admlnls* 
tnttvo  de  Viila-Beal. 

-  O  feitor  de  S.  Mígnel  de  Nogueira  apre- 
seouta  o  onra,  que  linha  aOMOO  léis  de 
jendimento. 

Esta  fregoetia  léi  snpprlmlda  ha  anis  de 
iOC^annos,  e  está  nnída  à  de  Nogoeira,  da 
mesma  eomarea  e  eoneelho.— >Yide  este  vo* 
lome,  a  pag.  105,  eol.  1*,  no  principio. 

PABBÊLHAS  DE  MONTE:LONGO--qnin« 
ta,  Minho,  no  concelho  de  Fafe.  ^ 

Jà  disse  qne  pardélba  é  nm  peixe  peque- 
no. É  d'elJe  qne  vem  o  appeilido  Fiixôto^ 
qne  é  o  mesmo  qne  diaer  peiak  piqumo^  on 
péiannha, 

É  Peiítoto  nm  appeilido  nobre  em  Portu- 
gal. 

Gomes  Peixoto,  o  Velho  (qne  era  nm  no- 
bre fidalgo,  do  reinado  de  D.  Affonso  II),  foi 
filho  de  IK  Bgas  Henriques  de  Portocarrei- 
ro.  Tomen  o  appeilido  Peixoto,  da  Pua  qnin^ 
ta  de  Pardéttús,  onde  tinlia  o  sen  solar. 

Tinham  os  Peixotes  um  morgado»  na.  vil- 
la  de  Pombeiro  (comarca  d'Arganil),  Instituí- 
do por  €ronçalo  Gonçalves  Peixoto,  eenago 


1  Existia  até  1834,  o  concelho  de  Monte- 
Longo,  que  ó  o  actual  de  Fale.  (3.*  voL,  pag. 
i3%,  eoLL») 


PAI 


477 


da  B6  der  Braga,  e  por  sn  ítwão^BtíÊBm 
Gonçalvoa  Mxoto. 

Passou  estaftaiKa  á  proviosla  As  Alsan* 
isfo,  e  omnis»  ás  Ilhas  doe  Açnts^enniras 
posscgtes  «Étramarinaa; 

fiois  anaaa  sio— escudo  xadreiado  d%u« 
ro  a  aml  de  aeia  pegas  em  Ihxa  e  sele  em 
paUa-->élasd  d*aço,  aler<o-^e  por  limbM» 
um  corvo  marinho,  da  sua  c(yr,  com  um  pH^ 
jfi  de  prata  no  bieo. 

Como  nas  provindas  do  N.  chamam  aoa 
peixes  pequenos— petopolos— assim  ehaoai» 
ram  aos  fidalgos  de  Pardéllias— PiMsotoi--^ 
tomando-se  em  appeliide^  o  q«s  oriíflnsriaF* 
mente  era  alcunha. 

Nos  mannmsriptos  da  livraria  dos  duq«si 
de  Palmella,  se  acha  este  escudo  estaqostt^ 
de  de  axni  e  dúto^  de  «Ineo  peças  em  foi 
e  seis  em  patta. 

Outros  do  mesmo  appeUldo,  asmlaramo 
timbre  ás  snas  armas,  para  um  golfinhoi 
eom  um  peixe  pefusuo  na  boeca,  tudo  éé 
pmta. 

Na  egreja  de  Nossa  Senhora  a  VêlkOf  dae 
frades  cruzios  de  Vítla-Boa,  no  Minho,  se 
adiam  as  armas  d'este  appelISdo  do  modo 
seguhite— em  campo  de  pikrpnF»,  dois  pei*^ 
xes  de  prata,  passantes. 

Peixotos  Barr^oif  é  também  um  appelU^ 
do  nobre  d'este  reino.  O  doutor  Matheus  Fsi- 
xoto  Barreto,  sobrinho  de  Pedro  Peixoto  Ca« 
cho,  accrescentou  às  suas  armas  (as  aniece- 
dentes)  por  empreu,  dois  peixes,  nadando, 
em  frente  lun  do  outro,  sobre  um  corvo,  que 
abraça  os  escaques  prineipaes.  —  Os  peixes 
vão  direitos  a  uma  palmeira,  que  tem  o  dia* 
tico  de  &  Paulo  -*  san  unos  aggipit  bravi* 


PeixotoM  Cachos^  appeilido  nobre  em  Por- 
tugal.—- Diogo  Lopes  Peixoto,  passou  a  vivw 
na  cidade  d'£lvas,  como  administrador  das 
fortificações  d*aqueUa  praça.  Teve  uma  filha, 
por  nome,  D.  Antónia  Peixoto^  qne  casou 
com  Biogo  Gomes  Cacho,  de  enio  easameu« 
to,  os  seus  descendentes  vieram  a  unir'  os 
dois  appeHádos,  sendo  o  primeiro  que  rele- 
re  aCdIecçie  dos  tiuilosde  geueaftegia  (lo^ 
mo  5.<»  da  biblietheca  publica,  fl.  lll>'Lopa 
Gomes  Borralho  Cacho  PeixotOt  ascendente 


%n 


fAt 


4HMrD  à^n^Bêiwoip  CaAo»  ipMiiMeU 
frei  Manuel  de  Santo  Antonu^/vltitto  fekur.-» 
bmAot  4to  CMtono  Aa  hoIhno. 
. .  Ingeni  pordrmaa-i-ieni  eamKhnarde,  ip 
braço,  armado  de  piala,*  in«ixmte^  4a  Mo 
eafueido^  lendo  namSo,  nm  j^ankal-^oa  a 
fti^oM»  paiai^baiíBeii  tero  de  #rata  eguaml^ 
^  d':#Qro«  (YiUafrBioas,  di»  od^  o  lii^ 
panlial;)  - 

O  alUmo  representaDt6'd'e8ta  md)iii9eíaia 
fmiltt,  lei  AniDÉto  Peísetoi  Pinto  Coelbo  da 
Siba  Padilba  Seixas  Har«onrt»  senhor  de 
Fevmédo^  AKquk  Yietflã,  Rio-jÁeão,  Quinta 
d*fieAro  tínuto  á  Aé^e^),  lendo .  gr^uidea 
propriedades  e  foros,  no.  Porl(v*  Lamgo  « 
Mtaraa  partes»  ifvft  Ibft  Fe»diaiA  maia  4e^i8 
CMMoe.de  réis  por  anuo.  Todo  pordea  aoijo- 
go.:e  ov  leda  a  eana  da  eitravagtfieiai^  d<k 
modo  que,  quando  tinha  apetas;  27  âues» 
já  «ida  tinha  do  400^  íagijido;(aoa  erMores) 
fai»  o  Brasil,  oide  ae.feaimedieo  ruspaitti$- 
kk  e(é>do  qoa  trm.  Sxewh>  ftoi  jopdocet. 
Tem  no  reino,  a  esposa  e  dois  filhos,  fimei 
M  iodf|$eDQia.l 

A  mnltaer,  é  a  sr.*  D.  £ertha  SoareS'd'Al- 
bergaria»  fílim  de  José  Sóarea  d'Aibergain» 
já  failecido,  e  que  í(y  ooranel  do  ts&eroíto 
francez.  Era  senhor  da  easa  de  Tinvano^ 
no  extincto  concelho  de  Sanfins,  hoje  eon- 
callio<  ^  comarca*  do  ^^fies» 

Bara  o  mais  que  «e  desejar  saber  d'esta 
tamUta,  vide  tvol.:3.%  a  pag.  i67,  ooL  L*  e 
aêgakte& 

PARIOEIRO,  e  PABCDSIRO  — » portognea 
antigo '-- (o  primeiro  termo  é  ainda  moiío 
asado)  casa  derribada,  .em  minas,  deshabi- 

PARBILH6  (anUgamente  Pardílhâ)  *--ire- 
guezia.  Douro,  comarca,  concelho  e  6  ktlo* 
metroa  ao  S.  de  Estarreja,  35  ao  S,  do  Por- 
ia, 275  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  700  fogos. 

Em  i757  tinha  &70  fogOA. 

Orago,  S.  Pedro,  apostolo. 

Bispado  do  Porio,  distrieto  adnúnístcatftTO 
d*A«eiro. 

O  reitor  d^Avaaça  apres^itaTa  o  eona,  qna 
tisba  iOiíX»  réis.  de  côngrua  a  o  pé  d'aUar. 

É  uma  das  maiores»  mais  populosas^  ri- 
ca» aiertaia  íreguf^sias  da  comarca.  Produz 


RAR 

todo»  o»  gef eroa  igrioaUs  ^m.abqpditnaia^ 
é fértil  em lenha^amadama»  «am  wtríi^ 
pain^)4a  mM  :e  da  rit  4e  iaralnuiowa ilie 
fiea.fMiKima,4a€l. 

È  A leata,  freguesia  #  iMaift  iiè.fmtâHa^ 
(pminaí  i^^fitgtdaura^  m  lrwiaiia.49 
'ViUeg«)[  onde  M  fabríoa  «mita  «  «  melhor 
telha  e  tijolo  de  Portugal.  .    i- 

A  argiila  (barro)  eztrahe«s^.deteisOfda 
areia  da  costa,  junioA  ciyeUaide  il/iDfsa  $0- 
nhora  de  Entrágunãf  S  kitomalroe  ao  Ou  da 
FoDteUa. 

O  meio  que  empregam  panti  H  a%traQ{í^ 
d0  barro»  é  »  segaíBte-*Af7?iW«m  4  areia, 
na  altura  di^  doia  ou  tree  aaatros»  Mfé  oncoiir* 
trarem  uma  camada  de  terra  aólida^sob  a 
qual  eatá  a  «rgllia,  am  eipaotos»  iifamiUm* 
cia.  £.tao  pura^  ove  nao  preeida  do  mnima 
preparo,  nana  so  nMiuíacturar« 

Sobre  a  crusta  de  terra  sopertor  ao  bar- 
ro (que  é  terreno  $e(mniwriQ,  ou  de  alavieío) 
appapeòemGommujtafceqnancia»  madeiroa» 
mastros,  e  vários  despojos -d^  nairio»,  o  qtn 
prava  qna^eita  crusta  «formon  ||or  seçt^oa  a 
camada  superficial  da  coata  miritimau  0  ««a 
a  areia  a  invadiu  posteriormente^   • 

A  maior  paria  daa  maduras  aqui  acha- 
das, iira«se  em  tio  bom  estado  de  oopsar*» 
va^ao,  que  se  aproveitam  para  vacias  obras. 


Ha  n*esta^  tregnezia  uma  boa  philarmoni*» 
ca,  creada  em  Í874,  que  já  desempenha  com 
maestria  um  soílrivel  reportório.  No  conca* 
lho,  ha  mais  três  philarmonicaa.  Uma  d'el* 
las,  acompanhou  o  batalhão  popular,  ao  Por«* 
to,  em  maio  de  i846,  na  revolta  da  Maria 
da  Fonte. 

Aqui  nasceu,  e  viveu,  e  aqui  fallecea  (em 
2S  de  maio  de  1875)  AÍ[ostinhOs  Luiz  Pereir 
ra.Valente,  doutor  em  medicina  peia  univer- 
sidade de  Coimbra,  da  qual  foi  ornamento^ 
sendo  premiado  no  3.*»  a  4.^'  anão.  Era  tam- 
bém um  exceliente  musico. 

Gaaau  duas  veies»  ambas,  com  senhoras 
pobres  de  bens  da  fortuna,  porém  ricas  dos 
phisicos  e  moraes,  e  de  uma  modéstia,  reli- 
giosidade e  resigmtção  a  toda  a  prova. 

Dos  dois  casamentos  teve  oiça  fllhoa  (da 


Kâ» 


RAR 


«8» 


«QkM.  M.apioih'  fvt  4lkMiiika  fliiiiriac* 
clioico  dfltficl|psíiii»4  AOttauBQrtetifQ^fe» 

.  ..(:iaD|%t4>ililiniy  er^i  temr.pae,  i>oiD«ipo90 
a:4ÍpairapeB|«  atbolmo^  sam  «nMraii^ 
.fliKi.f)A4M9tliaqiQ[$;iam9  liaha  un  tícío^  qcrnioi 
AMIMi  Aa  anasiorí&iNnwi^tQra»  da  mt  mt 
seria  na  vida,  e  a  dos  sen?,  deiM>to>ila  doa 
«nmMw.Kmbabodara-flAiiQaiii  miia  íreqa^n- 
cia,  a  ponto  de  mnitasinaíesiaahir  da^tafal* 
.«f)^liN«,^ii9.vi&ha.ten  a^asa  sem  cavaUei- 
ro)  e  passar  noites  dormindo  petoa  xoeút 
Dhos ! 

.  pafi«sa^m  Acla.eímiester  homcai^  <ine 
Jiiòijar.bojí»  fas  ariipiaf.:o»«iMtMa  qdâm 

Jí^aS»  para «i  viUa  d'Aroooa,  a  vmM 
\ú\^vmt^^  «Q.  fi.  d0  Pardllbó|.visiur  certo 
dQe#|9.  JSm  .fireote.  da  (regnetia  de  Vatasea^ 
no  valle  d' Arouca,  ha  um  sitio  denoaúoado 
Pedra  Má,  na  encosta  septentrional  de  ama 
aenra^  Porieste^aiti^  iiassava  om  oaniiohe.de 
PM  tares  «petroa  de  Jarifiira,  cortado  sn  pioia 
9^ xachagranttiáaa,  D*aqui  para  baito,  èo 
monte  eortado  qnasi  a  promo,  ficandci-Ibe 
^  sep^  a  m<M^  de  160  meífoa  de  profimdi' 
4Ía<l«,.  uma  levada  do.ifio  Arda. 

O  doutor  Valente  tinha^  de  passar  pela  .?et 
dra-if  á;  e  cemo  mn  irmão  d*elle,  que  o  aeom- 
jORb^^  .▼ia3e  qae  bi  n  já  sofirivelmente  em- 
briafado,  inHoa  para  que  se  apeasse ;  mas 
elle,  jQQÇà  o  vinhp,  teimou  em  hir  aeavallo. 
Chegando  ao  ponto  mais  perigoso,  cahe  do 
«avalW,  e  vae  rolando  por  aquelie  precípi* 
elo,  até  á  levada.  * 

Yeriâcoa-me  mais  uma  vez  o  riflo -^^ 
merUno  e  ao  borachOrPõe-lhes  Deus  a  moo 
par  baixo^-^O  ameo  mri  <|ue  lhe  aceate- 
ceiQ,  ioi  molhar  se- doa  pés  até  á  eabeça« 

908f.eu  a  doen^  de  que  lálleceu  (e  que 
durou  mais  de  um  mez)  com  a  maior  resi- 
,  «tiaçiò  e  piedade;  coúbecendo  então  o  mal 
4ue  se  tíuha  dirigíflo,  na  sua  vida^  e  pedin- 
do perdão  á  espoza  e  aos  filhos  da  miserri- 


fltt.viuM  6  oi)|ihaviafei(4iir«i#  jiÉriíia 
orif»  9Ê4ÊtM9m;.êi  laoabBodo  Jedasoa-at* 
)mBMlQa4l»ISpp4a»iiattili  naiur.adt^Qioi 
wm  ÁjeiMl^U^iaeiar  daiiair  tta  tmaiiifla 
séiniplgsu.  ..-''.'.'}•/•>      i>  .- 

1mufêif>è  qm  asptatúNMaMkekvigos^  a  m^ 
ate  da  Ifegwôa^re  .graada  onncro  de  )>ear 
aias.q«aoeaiiauír«m«  .    < 


.A  mquerimento  idofl- povos  de  Avança  e 

Ilandllfaá,  .oreo««9e'  aqui  uma  delegação  do 

edrriia(dlEstarreja)  (bm  te^eiro  de  1876. 

nHoi  wn  melhoramento'  ha  muito  redama- 

ds^liapaAtfUdMie  publica. 

IVURSCfiAOSibr-^vide  àmmws. 

PAREDES— serra^'  Taaa^oMMontes,  na  fre- 
0nêaía  âe  Mmffe^  eenuta  e  concelho  de 
¥IUARaaL 

Oa  t«8.  condes  da  Yiila;Beal(  Sebastião  Bo- 
telbe  Maubado  de  ;QiieiRUv^  João  Botelho 
Mtfehado  de  Queámii  profuôetarios,  e  mora- 
dores na  fregoeaia-  de.  8«  Fedro,  de  Yilia 
Real,  |»adjj;aai  ao.,  governo,  em  janeiro  de 
iSWy  lieença  paraexplorarcMll  as  aguas  d'e3- 
tataarra,  deade:  a  propriedadtfdas  Fragas  da 
&9eorre§adiat  até  ao  sitio  da  Fonte  Fria  e 
ríteiro  da  Ca$€t^Keiré. 

Estas,  aguas  sáo  destinadas  a  abastece- 
rem a.  importante- peiwlaçãO;  de  Yilla  Real, 
airriípaçâodos  predios^un  atravessarem  em 
todo  o  eeu  percurao,  -e  os  motores  indus- 
trtaes;  fazendo  as  conduatr  ás  fontes  da 
idila. 

PABfiDES— vMla,  Douro,  cabeça  do  con- 
celho do  seu  nome,  na  comarca  e  12  kilo- 
metros  ao  O.  de  Penafiel».  t3|  aKNJS.  do 
Porto,  335  ao  N.  de  Lisboa. 

Está  naireguezia  do  Salvador,  de  Gastel- 
lões  de  Cepeda,  (Yol.  1%  pag.  i67,  coL 
2.*.) 

0  concelho  de  Paredes,  ceono  existia  até 
í&  •  da  junho  de  1876,  compunha*se  de  23 
fí»gue£ias,  todas  do  bispado  e  districto  ad- 
ninistratiTo  do  Porto— são: 

Aguiar  de  Souza,  Asiromii,  Bdtar,  Beire, 
Besteiros,  Christelios,  Bitaries,  Gastc^aosde 

1  E'  cabeça  de  comarca,  desde  16  de  ju- 
nhode  IB?^  ptíeí nonn divísio: f  "  '  ' 


4M 


FAH 


Mãei,  Lórtéilo,  Loorêd»,  Mifldabtt,  «M» 
Til,  Ptraáa  4»  Tdán,  BeboTéim,  Kaetnl» 
Bobieln,  9Dbr«U)  Ymdteia,  Vlll«*Gofâ  ée 
Canoa,  e  Yilléla;  todas  com  4:i00  logos. 

Buo  ooMeHio  úòWíMmMam-m  wtiffih' 
slmo,  M  attaidMiBos  a  ^ub  é  o  4e  AgaUr 
d»  Souza,  a  maior  pane  do  qoal,  para  ai|iii 
foi  mndado,  oa  melhor,  amwxado,  em  iMI; 
mas  tomoa  a  separar-se,  em  1828. 

O  Julgado  de  Aguiar  de  9»n- 
ta,  ]a  linha  aido  transfeiMó 
para  o  Porto,  em  IKKO^  e  de- 
pois, em  1770,  pessoa  a  ser  do 
jalgado  de  Penafiel,  qaanda 
esta  cidade  foi  eleirada  a  46de 
de  bispado. 

Esie  eonoelho  nlo  Unha  J«lt 
ordinário  .nem  camará:  linha 
um  oandor,  nooMado  pela  ca- 
mâra do  Porto,  com  ires  es- 
crMtts  e  nm  meirinho.  Gmihe* 
cia  das  exeençQes. 

Tinha  mais  um  juiz  dos  or- 
lios,  com  sen  escrivão,  lam- 
bem nomeado  pela  camará  do 
Porto,  o  qual,  )ais,  conhecia 
nio  só  dos  inventários  de  me- 
nores  e  ausentes,  e  execuções 
de  fòrmaes  de  partillus;  mas 
lambem  das  acções  respeitan- 
las  aos  ditos  inTentarioe. 

Km  todo  o  mais»  pertencia 
ás  justiças  do  Porto,  por  estar 
d'eniro  das  cinco  léguas  do 
seu  distrícto. 
E  nem  só  por  essa  rasio  se  deve  reputar 
muito  antigo  este  concelho  —  lambem  o  6 
incontestavelmente,  visto  ser  o  antigo  cou- 
to de  Castellàos  de  Cepeda,  que  para  aqui 
linha  mudado  a  sua  capital,  em  i770. 

O  benemMito  regedor,  provedor,  e  cor- 
regedor perpétuo  do  Porto,  D.  Francisco  de 
Almada  e  Mendonça,  que  tantos  e  tSo  assi- 
gnalados  serviços  fes  a  esta  cidade,  e  ao 
então  chamado  Partido  do  PorU>,  mandou 
coBsiniir  n'esta  villa,  uma  óptima  casa  da 
camará,  com  bóa  cadeia,  pelos  annos  de 
17801 
Também  M  este  magistrado,  e  pelo  mea- 


-moleanio,  qt  tbtev?  para  n  povsmfc 
Pare^  a  oailiegeiiadtifllla,'0^|Mfè»< 
irmado  pelo  alsMá  4a  ti  de  {hMiro»  e< 
la  regia  de  7'de  iMersIiOi  is  lOM^ 

Em  1814,  por  simples  ceieessio^dM  pf#>* 
iBilos,  entSo  nomeados^  se  fomon  «  ^09é 
conceHio,  denominado  de  ParMes  i  á 
do  Goneeihe  de  Aguiar  de  Sousa,  ceMl 
CastellSos  e  honra  de  BiMar;  maa,  piHis 
fregueslaa  do  de  Aguiar,  íbramlbnnar»' 
vo  eoneeiho^  que  enifo  se  et«e«,  de  Lmi- 
rédo,  que  era  Aonni,  e^ao  qtul flearan  |ièr^ 
tenoendo  as  freguesias  de  Beire,  fioadnllns 
eLouródOw 

Bra  taaolbem  Julgado,  eom  ftíà  orMmrii^ 
camará,  eserivio,  dc- 

Ests  ultimo  concelho  o  jvigado  peime  m^ 
noa  durou. 

O  nHimo  juiz  ordinário  que  teve  este  jul- 
gado, deParedes,  alé  ser  elevado  a  cornar» 
ca,  foi  o  sr.  doutor,  Manuel  António  de  Car- 
valho Umas  (feito  em  §873)  iUnsirMd» 
simpaihico  cavalheiro,  natural  do  Pdço  da« 
Patas,  freguesia  do  Bom-Fimi  da  cidade  d» 
Porlo. 

0  concelho  de  Aguiar  de  BouEa  qué  se 
udu  a  esle,  era  vaslISBlmo,  pois,  principiando 
na  ponte  de  Cepeda  (sobre  o  Sousa)  ae  R. 
B.,  na  margem  do  rio,  freguezia  de  CastcHIios, 
e  próximo  a  Penafiel,  terminava  a  O.,  na 
freguezia  de  &  Martinho  do  Campo,  hojè 
concelho  de  Yallongo. 

Contornava  a  honra  de  Baltar  (da  casa  de 
Bragança)  e  comprehendia  o  actual  conce- 
lho e  julgado  de  Paços  de  Ferreira  e  varias 
honras  e  coutos,  ao  lodo  48  fregueiias. 

Bra  portanto  d*este  concelho,  todo  o  va^ 
e  do  Souza,  desde  a  margem  esquerda  do 
rio  Souza  (na  direita  do  Douro)  alé  ás  ser^ 
ras  de  Preamemde,  Baltar  e  Yandóma. 

Se  examinarmos  altentamente  os  At» 
cios»  pôde  dizer-se  que  este  concelho  é  ite«> 
da  o  de  Aguiar  de  Souza;  porque^  desdo  o 

1  E*  mais  próprio  dizer-se  que  o  concelho 
d'Agniar  de  Souza  ficou  subsistindo,  mas 

ue  se  lhe  mudou  a  sua  capital  para  Pare- 


r 


PAR 


iífiii 


poaeo' defemid»  4e  diMb»  •  4eâoaliiai|iD 
•ooaeite  á^Agviftfy  panUftè  úmaáêeia 

«Oiro»  eMiMUMW  á'e8i«  nfloo. 


pwfciíuiiâa  tMre  os  riot  Fwnlní  t  Botza. 

Ttiè  IflipMrUDte»  nareadot  méiismB,eo 
Md  otwaercio  d«  «a4o8«(floèr«  luA^i  o  fie 
exporta  para  loglatarra)  fas«iilimriDo  «oo- 
Mlbo  «iiDUkMeBtey  aiáiios  «autos  ds  léii. 

Ttaibett^oy  porta  maitoaaareaeb.  ; 

C%  seoi  edláoiosipatítiois»  u  8iai:tua8'e 
praças»  tado  bem  alinhado  e  arbonsado» 
coDtrtbiien  para  o  ambellasanieiiti^  áa  tí1« 
lia,4ae  é  maa  das  mais  rissnbas^  tem.  sltiuh 
daa  6  aprasiveis  do  disirído;  •  oonr  um 
«Uma  satabevríoM». 

Pesaiie  am  doa  melbores  sdiiaias.  escala- 
ras laodHnos,  do  rekio;  composto  de  tses 
casas  Ottidas,  mas  distiiictss,  a  eollocadas  ao 
«lio  de  nmpavimento,  todo-  eemdo  e  l^oba- 
do,  por  nm  muro,  qae,  pela  sim  eénstmo- 
çâo,  realça  a  b^lleza  e  imponente  aspecto 
d'esle  magestoso  ediicío;  csnstroldo  por 
donativos,  em  186^   • 

Tem  QSfia  estação  moDlcipal,  desde  o  mes* 
mo  anDO  de  1868. 

O  concelho  ó  cortado  pelo  caminho  de 
toro  do  DoorOy  tendo  próximo  á  viUs,  ama 
estaçSo  de  S.«  classe,  e  mais  dIla^  nas  fre- 
gieslas  de  GdUe  e  Recareí»  d'este  conoe- 
Iho. 

Também  passa  pelo  centro  do  concelho, 
a  estrada  real,  a  mac*aâam«  nnmero  33,  do 
Porto  a  Amarante»  e  d'ahi  para  Trai*os- 
Montes. 

'  Ha  )á  constmidas  duas  Importantes  es- 
tradas municipaes,  ontras  em  constrncçao  e 
algumas  em  estado^ 

TalTez  vá  ter  ama  casa  pia.  (Vide  Paço  de 
Souxa^  no  fim«)  ^ 

t  Depois  de  publicado  o  artigo  de  Paço  de 
Soiixa,  a  janta  de  parochiae  povo  d*esta  fre- 
gueúa»  oppôz-se  :;o  decreto  que  manda  fun- 
dar a  casa-pia  em  Parados,  requerendo  ao 
governo  a  rovogaçào  do  decreto,  e  qne  o  tes- 
tamento seja  cauiprido.  Talvez  se  laça  jastiça. 

TOLOMIVI 


Mn  «Mfiaâaa  da  Célia  e  ¥ilMs»  dsii- 
ttm  dois  attigoa  Inosteíios;  nm  qoe  foi  da 
gracianosi  e  outro  de  crazios.  (Vide  voil.% 
paf.  Vtt»  coL1L%  M  fim^e  Kitfste.)     . 

Em  i809,  na  retirada  do  exercito  francn, 
M;  00  iogar  de  £ep44a»  i|ae  largaram  a  fo- 
-gaÁ  polvorA  ^  encravaram  a  arlilheria  qaa 
na»  pedian  •  coadmir. 

No  logar  da  Ponie  Forreira,  íregneaía  da 
Gândara»  d*este  concelho,  se  feriu  a  pri- 
meira balallMu-  enlffe  as  tropas  realisUs  e 
liberaes,  a  S2  a  13  de  julho  de  ÍB32.  (Vida 
Ponte  Ferreira.) 

Oí  ■alhdr  ediâclo  da  viila,  siio  os  snm* 
ptBOSos  pacas,  do  cooestho»  em  qoè  já  fallei, 
abiado  regedor  perpétuo  do  Porto,  D.  Fran- 
cisoo  d'AkDada  e-  Mendonça  (vide  OUvaei) 
para  as  justiças  do  antigo  concelho  d' Aguiar 
desusa»  sessões  da  camará,  cartórios  dos 
eserivies^  cadeias, .  etc-^occupando  «m  dos 
das  lados  praça,  no  centro  da  vílla,  tendo  ao 
lado  uma  IvMsita  oapella. 

A  egreja  matriz,  do  Salvador,  tem  de  nm 
lado  a  residência  paroòhiai,  que  á  suOloien- 
te  e  commoda,  e  do  outro,  a  casa  dos  Coa- 
lhos da  Silva,  cbaibados  valgarmente,  os  /l- 
dalgoi  da  Ep*eja^  cuja  ultima  dessendenta 
foi  Dw  MarlaaBa  Coelho  da  Silva  de  Barbo« 
sa,  1/  prima,  do  utosso  esclarecido  escri» 
ptor  publico  e  íllnslre  pariamenlar,  o  sr. 
António  Augusto  Teixeira  de  Vasconeellos. 

A  casa  passou»  por  diversos  contractos, 
para  a  família  do  abbade»  D.  José  de  Noro«> 
aha  Mello  e  Faro,  e  para  osAlbuquerquee, 
de  Villa  Bua  de  Quires,  e  hoje  pertence,  por 
compra,  ao  sr.  doutor,  José  Guilherme  Pa- 
checo, contador  da  relação  do  Porto,  e  depu- 
tado na  actual  legislatura* 

N'esta  villa  esteve,  durante  o  cerco  do 
Porto^  de  1832  a  i834b,  a  commissio  mlvta, 
á  qual  presidia  o  marechal  de  campo,  vis- 
conde da  Aaónha,  e  que,  quando  falleceu, 
fòi  substitiudo  pelo  coronel,  António  das  Po- 
voas e  Brito,  irmão  do  tenente  general,  Ál- 
varo Xavier  da  Fonseca  Coutinho  e  Povoas* 

Pertencia  a  esta  commissão,  o  coronel  La- 
cerda, e  o  magistrado,  José  Bernardo  de  Fa- 
ria Blanc,  pae  do  sr.  Hermenegildo  Augus- 

31 


mà 


PâR 


ífÈSi 


•to^áe  IMfia^BlaaD  ((bifei  Tíicoadn  de  cilba- 
nta^  em  85  deBiaáo-éAd870)'aidejana!tiv 

Esta  eomniis8ã».£ârx«Keada«  farajol^ar 
os  suspeitos  de  tereoft- relações  com  os  cer- 
Gtdos*  '  ••  ' 

!  Hoavi  em  Parades»  pqr  muitos  aBtoa,^  pra- 
liS8ar>regladftlatttD|'q«8Íoi,  Joaquim  l^Bl- 
xoto  Cabral  e  Castro^exeellinlft  birna^  e 
que  foi  mestre  do  -reíerido  académico,  o 
ar.t  AatOBÍo  .Aufl[UBto  Teixeira  de  Yaséou- 
-celloa.  11.. 

(Bste  eavaUieiro  pasaoa  a'eateooiioeUio.a 
eua  ínâmela  «  apdoiQseaiiciav)   .  < 


1 1 


•  AO'  sahir  da .  viUa,  fiara  o  lado  d»  Porto 
.(O.)  tia  janto  á  estrada,  uma  lont(e,  d*agQft 
pmrilsima  e  íreeoa»  cbaipadá  Fimie  Sa(fm' 
da.  Ignoca-se  a  causa  d'esta  deoominaQio. 

Autígamente  vtaham  a  Paredei^  mamuJM 
der  peiroB  licepauboes^  que  eitam  aqui  <oom- 
prados  por  criadores,  da. villae  immediar 
ções,  com  o  que  faziam.  booiaeffDdo. 

—  . 

A  Alisericordiaáe  Fenafial,  foi  fundada 
iielo  douUNT,  Amaro  Moreira,  abbade  de 
BrBiéiio,  Batucai  doeste  eoneelho^  nascido  na 
casa  da-  Lottia^na  antiga  honra  de  Baltar, 
6  Taiios  genealógicos  o  fazem  deseendente 
de  AffoDso  Furtado  de  Mendonçii,  anadél- 
mór  doa  liésteiro^,  remontando  facilmente 
d*este,  aos  senliores  de  Biscaia  -**pareoenrae 
.pouco  provável-*- o  que  não  sofTce  duvida, 
^.ser  elie  (doutor  Amaro)  o  fundador  .da  Mi- 
jericordia  da  Penafiel;  e  que  de  um  das  nxt- 
merasoB  irmãos  que  leve,  descenda  o  ar.  An* 
tonio  Augusto  Teixeira'  de  YaseonceUos,  e 
outras  famílias  muito  distinotas. 

Do  irmão  a  quem  deixou  o  padroado  da 
Misericórdia,  com  cadeira  de  espaldar,  na 
aapella^mór,  para  se  semar,  quando  iâ  foa- 
ae,'  é  representante  o  sr.  Ignacto  Correia 
Leite  d* Almada  (feito  conde  da  Asénha,  em 
42  de  jnabo  de  .i8^)  por  sua  avá  ma^- 
terna. 

.  £'  de  outro  irmão  que  procede  a  mãe  do 
sr.  Teixeira  da  Vasconoellos,  a  qual  conser- 
vou o  appellido  Moreira. 

I^a  quinta  de  Coura,  em  Bitarães,  d'este 


oiaa.  da  tlàmiiiJk  ;d'talft  «e^hoia»  f o». 
Sooiafv  MoDeiras^iAedbai;  ^BariMas. 

Mmumí  Pmapk  .Çufififk^ft  AvelMd»; 
MejDtellBS,  4flpParfto;  pe  margadie  da 
em  Penafiel;  amuitas^oíatrasifaBdiiaa^ 
cedem  doestes  Moreii^  cuja  descendencu^ 
••ita  a  baúM^  «QclMi  a  rlMra  d4^  Sawa^ 

Mm  memoriai  do  fandadaf  da  MiaarÉaor- 
dia»' da  Paoa6al,.limiva  nlealajaauiâavi^n* 
rias  tioa  «do  .ar.  Teiaatra  da  Yasooaecila% 
aom  atinDO»  de  Amaro.       <  ,  . 

&aLd'<allaa» foi  ojpadra  Amara  Manual^ 
Souza  (da  fioiBa)  .d.^t  prior  da  flramta^  ir* 
inío  da.âk»  «rddorsr.  Taixainr.daiYaaooa- 
.oaliasi  ■.!.:<  .  -  -M  .    . 

Aqiaella  priúr.égaralmanlair«tttMa.Fflir 
aania,  eairaa  pava  da:' freguesia  da  ilras- 
aa»  e  imniediaiçdek 


» t     «  1 » 


(D'elle  faço  menção— assim  «»ma  4a  «av 
aabrialMva^Qiiego  regrante  de  fianta^  Agtsci* 
fiho,  do  mostetoa  4^  firij  ó^  D.  Mannei  4a  l|a- 
dre  da  Deus  de  Soufii  Baibasay  anelhaaoa- 
aadeu  no  priorada^i^  GaL  I''.d0i4^ai.  3CB 
d-eaia  volume*).  , 

•    ^a^  I  * 

*  I  •    ^^     ,         •  J  ' 

.  f^Q.  idia  3  4a  janeiro  de .  1875,  foi*  beiniia 
o  novo  cemitério  de  Paredes.    . 

Aaaistiram  ao  ado,. acamara nunioipal 
e  as  auctoridades.  .     • 


%  •   •   I '     « 


Cumpre^me  aqui  fazer  bonroaa 
da.ar..doular,  Anianio  de  Araqjo  Pinto  Ca- 
bral, digníssimo  admioistrador  actual  d*eala 
concelho. 

Além  de  ser  um  magistrado  probo,- asela- 
recido.  a  aoilicito,  bonra^se  em  meslrar-aa 
fraucao^ente  çatholico. 

Tem  feito  respeitares  parochose  (ritesedo 
aeu  concelho,  e  todos  os  actos  religiosos  aqui 
praticados;  e  probil^ido  rigorosamenta ,  a 
representação  de  comedias  em  que  a  roU- 
gíão  do  estaâo--Tque  é  a  aathoiica  apasudica 
romana— seja  escarnecida  e  ultrajada* 

.  Na  Ábellteira  e  na  Bouça- Velha,  l^lste 
concelho,  ha  minas  de  antimoiito. 

Foi  declarado  seu  descobridor  l^gal,  em 
novembro  de  1875,  o  sr.  Alonso  Gomes. 


PM 


MS 


Ha  aqvti'  Mê  nUMulM  mniiiesv  mu  te 
i.*  de  eada  mH,  âé  telivpos  ImÉwnoriâwsi  da* 
tro  mtáétÉo  4  18. 

A^f  #e  int^  leiBi  umâ  feOrt  der  eá^a» 

VM  até  i634,  *sai^|íeiifo*mór,  eom  doas 
companhias  de  ordifiânçaa.  i 

lá'  a  estrada  afitf|[a,  do  Pbrt^  psta  Ama- 
ránie,  passava  pelo  meio  da  villa,  e  pela 
freme  da  casa  éo  foral,  atravessando  o  rki 
d^Asins,  d^ahi  a  nm  ktlometro,  por  nma  bda 
penteado  cantaria,  de  am  só  areo;  e  d^abi  a 
omro  kilomefro,  o  rio  Sonta,  pela  antiqttid*' 
aima-  ponte  de  €epêdcL 

A  estrada  a  mae-adam,  passa  a  S.B.  dá 
pNOtoá^,  atravessando,  poaeo  a  baÍxo|  o 
lio  SoQza  (que  divide  este  eoneelho  do  dè 
Penafiel)  por  nma  ponte  novamente  cons<» 
tmMa. 

A  estrada  de  ferro  do  Donro,  e  na  <]iial  se 
trabalha  afanosamente,  desde  o  1."  de  ]ii« 
lho  de  i873,  também  atravessa  este  fonee* 
lho,  cortando  a  estrada  de  mac-adam,  e  vae, 
por  entre  o  Souza  e  a  estrada  antiga,  pas- 
sar, a  peneo  mais  de  um  kilometro,  abai* 
xo  da  ponte  de  Cepeda,  para  o  que  estio  em 
constmeçao  doas  pontes,  nma  sobre  o  rio 
d*Asaes,  e  ontra  sobre  o  Soma. 

Bm  nm  espaço  iriangalar,  estão  cinco 
pontes,  à  vista  umas  das  ontra::,  dnas  anti- 
gas  e  três  modernas. 

(Para  o  sen  foral,  vide  Agniar  de  Sonza 
^qo»  6  o  d'este  concelho.) 

PAREDES— fregnezia,  Donro,  concelho,  co- 
marca e  próximo  de  Penafiel,  35  kilometros 
ao  N.E.  do  Porte,  335  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  70  fogos. 

Em  1757  tinha  74  fogos. 

Orago,  S.  Mlgnel,  archanjo. 

Bispado  6  distrlcto  administrativo  do 
Porto. 

O  papa,  a  mitra,  e  os  monges  benedieti- 
nos  de  Paço  de  Sonza,  aprasentavam  alter- 
nativamente o  abbade,  que  tinha  250^000 
réis  de  rendimento. 

S'  terra  fértil. 

PAREDES—vilIa,  Donro,  qne  existiu  a  6 
kilometros  ao  N.  de  Maiorca. 

Foi  fnodada  por  D.  Dibiz  I,  que  lhe  deu 


íàtm  '  m  ^MBÊHm,.  a  IX  áéidaiMBnaAe 

tl8ft.  -(£.«•  !.•  dê  Dita^iQttiB.DUâai 
fl.  64  terso,  col.  l/-^^««tro  dado  pelo  imíj» 
mo  rei,  em  Coimbra,  a  20  daí  sélenibfn  dn 
I28l-^L.«  !.•  de  Dee/çêéêd^  rei  D^  DMz^ 
fl.  176  verso,  col.  I.*)         .    *  -a 

"Provredki  muito  está  yilK  ^^  4^00;  Dias 
emio,'  as  afeias  do  mar  a  foram  invadindo 
a  arnftzandoí  pelo  que  se  diBSpovoon,  hindo 
os  seu^  moradores  fnndar,  ou  reedilear  a; 
villa  da  P^dmi^lro;  ficando  aqui,  por  lufaioa 
memoria,  a  capella  de  Nossa  Senfadraida 'VK 
ctoria,  a  casa  do  eremitao  s  um  motobo.. 
Era  uma  povoa(!i<J  de  600  fogos.  *   •  < 

D.  Dinis,  teve  eh  visu^  na  fandaçio  d*e^ 
ta  villa,  defender  este  sitio  da  costa,  ^as^ln- 

vasões  dos  piratas  africanos  •  é  granadl^ 
nos.  '  '         ■  •.  .    '-W  •<• 

Escolhera  este  legar,  12  kilometros  aoiK 
da  Pederneira,  por  haver  aqui  um  porto  (qoa 
as  areias  lambem  entapiram)  acommodado 
para  a  pesca  e  para  ú  commercio. 

Quando  o  rei  estava  em  Loiria  (que  fica 
18  kilometros  a  E.)  vinha  aqui  multas  te- 
zes á  caça,  do  que  enião  era  itultoabaa^ 
dante  este  território. 

O  i."*  foral,  que  é  utna  carta  dê  poMOfão^ 
é  para  30  moradores^  que  eram  obrigados  a 
ter  seis  caravellas,  ao  menos,  prepadadas  pa^ 
ra  a  pescaria. 

B,  para  que  os  novos  povoadores  aèom'* 
tnodassem  as  suas  casas,  lhes  mandou  dalr 
um  moio  de  trigo  a  cada  mn. '    • 

Por  mais  de  200  annos,  foi  a  villa  de  M* 
redes  uma  povoa^  de  bastante  importans» 
cia;  porém  os  ventos,  qoe  aqui  são  foriiesi^ 
mos,  foram  arremeçando  com  tanta  força  as 
areias  sobre  a  povoação  e  o  porto,  que  tu- 
do ficou  arrazado.  *' 

Jnlga-se  que  a  capella  de  Nossa  SetiMeri 
da  Yictoria,  foi  mandada  construir  pelo  mes- 
mo rei,  para  matriz  da  fregnezia,  e^^qua  a 
invocação  de  Víctoría,  fbi  por  alguma  laqtà 
alcançada  contra  os  mouros.  -  •  ^' 

E'  esta  Senhora  objecto  de  muita  devoção 
dos  povos  da  redondeza,  e  a  sua  capella  aín- 
da  bastante  concorrida  de  romagens.        » 

No  dia  da  sua  Natividade  (8  de  seledi^^ 
bro)  se  lhe  faz  a  sua  fcsia  principal.   '  •  ^ 


tti 


fm 


iBMiUto  á'Mbl  «apdU»  eou  a  obrigação  df 
dntiaiú  aaui  orna.  missa  qiiotidiaiub  pcK  a]r- 
Mi  de  Bv  Padro  l 

FoMbas  feita  eau  doação»  pe)o  rei  D.  Fert 
liando»  filho  d*aqaelle  mt nareha. 

PáRBOES-^vtllat  Miobo»  capjuil  dA  fon- 
celho  de  Coura  (e  poríaso,  a  para  a  distíA» 
fiiir  daaoatraa  pov^açi^s  do  mefmo  aeme^ 
ae  ehama  Yutgaroieikle  Parede$  dê  Qoura) 
45  kilooietroa  ao  O.N«04  do  Braga,  40S  ao 
KderUsboa. 

Tett  170  fagoa. 

Em  i757  tíAlia  áSft  fogoo. 

Orago,  SaDta  Maria  (Nossa  Senhora  da 
Atfítinipçio)  «omarca  do  VaUeaça. 
-  Arcebispado  da  Braga»  disiricto  adminis- 
tntíro  do  Viansa. 

Os  viscondes  de  Yilla  Nova  da  Cerveirai 
sSpiesentavam  o  labbado  4}«o  tinha  350^000 
réia  de  rendiaienlo^ 

(E'  pf  eeizo  ver  Coura^  no 
S.*  vol»  pag.  4i3^  ool.  1.*  ese^ 
gnintes.) 

O  coDcdhQ  de  Coura  é  eomposte  do  St 
firQg1lezia^  lod^  no  arcebisf^ado  de  Braga— 
aão: 

Agua-Longa»  Bico,  Castanheira»  Cristéllo, 
Goasoarado»  Coura»  Canha»  Ferreir:^  For- 
maria, lofdsta»  losaLde»  Unhares»  Maielias» 
Padornéllo,  Parada,  Paredes,  Porreiras,  Ró- 
Uftda^  Bomarígaes,  Rnbiões,  e  Vasçdes--*to- 
iaa  eosa  3:000  fogos. 

(Desde  1876»  é  cabeça  de  comarca.  No  fim 
d'eet0  diocionario  hirà  a  nova  divisão  jndi- 
ckiL^Vide  a  nou  em  normando»  a  pag.  44^ 
cok  %\  do  4.*  volume.) 

r 

.  Tem  uma  bôa  capella  do  Espirito  Santo» 
com  uma  irmandade,  que  ó  das  maiores  do 

S'  n'esta  freguezia  a  nobre  e  antiga  casa 
#(»  sn  D.  António  Telmo  de  Menezes  Medi* 
na  da  Cunha  e  Azevedo. 

No  centro  d'esta  povoação,  e  cercada  de 
mattas  o  de  óptimas  terras  cultivadas»  acha- 
ae  a  antiga  casa  apalaçada,  doa  Pereiras  da 
Canha. 


aeapeU|kOja^deba.â(iasÍQ9tea»    . 

O  terreno,  em  que  foram,  |ii'o9tro  teffipoi» 
osjaiodKt^  •oMa.cviij^^^jmc^dade  f(c|aaos 
paços  do  concelho,  cedeu-o  generosanapmifl^ 
por  muito  menos  do  seu  valor,  o  actual  pzx>* 
prHHaria»  o  jsr,  AMoníQ  Pereiía  da  &wM 
para  lá  se  fazer  um  hoifpMAl. 
.  Sen  ^fô  ajjida  casou  e  viveu  n*esta  csipai»- 
que  era  /oal^eça  de  um  doa  pr^Acipaes  aaor-» 
gados  dA  família  a  quai  ó  oriunda  do  eoa* 
ceUio,.^  n'elie  tem  o  aexi  sinlar»  pa  fre^soAúa 
^a  Conka..  (Vide  CMna^  9^.VH'  ^i»  ^  ^^ 
doaf  Cmikaii  a  p^ip  457,  do  t^""  vo|, — Vide 
também  —  Os  CutUias -^  a  pag.  364», do  4.^ 

vel.). 

Fallei  já»  nos  logares  indicados,  na  DaU-^ 
li&sima  família  dos  Cunhaa;  porém  obteado 
mais  eaebreei/neni<oa  sobre  a  matéria,  e  ea* 
centrando  documentos  authenticos,  qoa  li 
delidame^le,  e  pelos  fuaea  ea  prova  a  quem 
pertence  incontestável  e  verdadeiraiuenie  o 
senhorio  do  dita  solar  o  torre  da  Cunha*  oa 
transcrevo  n*esle  logar. 

A  torre  da  CnDha,.e^tá  hoje  reduzida  a  om 
quasi  montão  de  roinas,  coberto  de  hera^ 
e  por  entro  ellas  muito  a  cnsto  se  descobrem 
as  armas  dos  Cunhas,  e  umas  ipscripçòes, 
que  alludem  á  sua  reedificaçào»  ít^ita»  pri- 
meiramente pelo  governador,  Fr^mçisco  da 
Cunha»  e  depois  por  António  Pereira  da  Cu- 
nha. 

Esto  solar,  ou  poço»  antiquíssimo,  perten* 
ceu,  como  disse  e  imprimiu,  no  Titulo  da 
Cunhas»  o  mais  erudito  genealógico  coutem- 
poranço,  (n  *  39),  a  Fernão  Martins  da  Cu- 
nka,  filho  segundo  de  Marlim  Lourenço  da 
Cunha,  a  quem  el-rei  Dom  Fernando  o  ti- 
rou, a^im  como  as  leiras  de  Silvares  e  Vi- 
digal,  na  Beira;  sendo  mais  tarde  restituído 
a  Vasco  Fernandes  da  CutiAo,  filho  do  refe- 
rido Fernão  Martins  da  Cunha  e  de  sua  mu- 
Iher  D.  Margarida  Martins  de  Sou^o»  o  qual 
é  o  trotkCQ  dos  Cunhas^  de  Coura^ 

Sebastião  Pereira  da  Cunha  e  Cas^ro^  fi- 
dalgo da  casa  real,  capiíâo  de  cavallos,  na 
província  do  Minho,  natural  da  freguezia  de 
Parédes-H)nde  teve  a  sua  companhia-— e  ca- 
sado eom  D.  Maria  Thereza  Lobo  de  Solto- 


ffAtt 

fúitot;  "peh  qtiA)  tf  eram  ét^pots  i  Httâf  de»- 

fiâ,  (é  b^iáVó  do  aètnál  reprèseDtairttf  d'éstA 
familia)  requereu  a  D.  João  V,  em  23  de  tfò- 
tembfo  de  l?v!S(,  que  ffie' mátidàsse  itit  fos- 
se 4i  torre  ê  (!a9á  soT&f  dos  Ctínhias,  kiá  frd'- 
gapíiâ-da*  eutrtiá,  de  Gôtira. ' 
•  O  íitlpplitíâíitè  Jaítifieou  e*próTòu  lejg^al- 
mente,  ler  filho  lègiliruo,  e  tirtirersã!  her- 
deiro de  AtitoWo  Pereira  iá  Cunha,  fidalgo 
da  tin  rtaf,  toesire  dé  campo  de  «ti^íRareí, 
«  ^  tóá  thulHéfr  D.  Var!a  de  Castro  Pltiá  i)^ 
Atrdridváy,'  (da  éksa  de  Caminha);  qtrelhe 
perteneiam  a  torre  e  sdiair  do)  Cunhaii,  nò* 
Joj^ar  dò  Outeiro,  da  freguezia  da  CtiHha, 
féfra  por' seus  ascendentes,  e^add^fdh  rê- 
edftfcàr  por  seu  pae.*  '*  ' 

Esta  justificação,  tinha  ^ido  feita  mésnio 
na  f reguezia  da  Cunha,  pelo  Juiz  ordinário 
de  Cótira,  Prancfsdo  ^eirá  de  Castro,  'em 
íi  dè novétnhrodo meSmò  anne  de  17S5Ve 
tòmdu  posse  Judibiaf,  km  24  do  Horeihbi^ 
sêgnhite. 


1^ 


is& 


<   «- 


'  1 1  •.  I 


.}.    '';    »  1  I 


ti  tánihett' "enfré  os  tíapfeís,  que  fcompur- 
líet,  08  traslados, 'inanuades  tfrír  felòf  dítb 
Sebásttóo  frertira  dá  Cunha  è  Castro,'  do* 
ttKStamèntos,  eont^que  fálieceram  òà  !^et(^'aii'- 
ti^passados,  PemSo  Cònçátvés  da  Ciinha,  k 
«ctffilíio  Bif  Pehrandw  da  filinha, "paè  de 
Sebastião  da  Cunha,  qtii  íiiâh^ Mbdtblhá, 
é^  iíh^ei  1>òm  iMsmò  (età  Aieaóeffceèir). 
'  É^-ifhm  vméi  <Mchmeh^9,''^i<ffar)hh 
<í4fWstídoiiRSi,sérettl  ílêàhòféá  tia  torr^è  hiii 
'sdatenrfí  d^Cutthaf  e  ifó  pt  imfelrt)  (tèiia  ató- 
tfá  tó  fh^e^fi  dé'  (ícínha/a !«  díf^júTho  *e 
*B«)  tféket^Í\X&VMlo  «onçalVfes  (ía<hí^ 
rihi  aòt  seoshfertfétraSjtltie^inftctai  ííf  res- 
gatàf  i  rt?fértda  loire,  ^è  èlíe  tiifha  ettap*- 
ahado  por  certa  quantia  a  João  Jac({â(^Í  de 

'-*  bíêgiy  Lò^iéS  AnuífétraV,  fidalgo  feâflágo. 

M  ÍÍ«iMt6«iUlll|rMM,'4è  AMÍúIIA)'  Bêi^ 

dador  do  sen  solar  n'eatH  villa,  mâeeslo  JS^'\J. 
Ainda  existe  o  mesmos  paço  que  ello  funda- 
ra, na^raça  dn  Terreiro,  de  Caminha,  l^ho- 
'Pi^ítfreiímsif^  ¥má  nehré  t  aihtígá  -fami- 
liar o«iiu#dilar,'ilaiiii||fif^dfl  MÉDtflBftiPitíà 
de  Castro,  par  do  reino;  irmão  do  ar.  José 
de  Menezes  Pitta  de  Castro,  coronel  do  exer- 
ci!*, ê  kAo  ftQi^  dè  Pròe]í$a  H  T€úia,  no  1.* 
de  Julho  de  1863.  .v:j^/;.í.  l 


VsAcòfteelhM,  o  qy^  ftlMo  êtm  éneòmmêtiêíh 
tety  p^r  ter  ontigtiMadê  àe  tua  eam^ 

O  ttesmoeeeeotlfica,  relatiVameniea  Mft* 
diseo  da  Cunha,  goterftador  ide^lfoioei^  Mt 
Nova  Granada  (Aràmeâ  tb  ftíil),  eommeií- 
dador  da  Ordem  -ô»  ft.  Thfagd  da  Vspada^  bi 
earta  de  bratio  ^armas  a  4t  tiobi^ia,  (pke 
Pilippe  IV  lhe  Mattdou  rêimnr  pelo  i^ei  â'af- 
Portugal,  ett  tfi  áe  novembro  de  1636,  o  éo 
4ual  o  menófoikido  seu  deieeudente^  Sébaa- 
tilo  Pefelra  da  Coflha  e  Castro,  pediu  se  lhe 
^sásse  Bovò  tragado,  por  €$(ar  damut/lMi- 
do  o  àníido,  e  pare  sê  nSo  perderem  as  mê» 
>nòriás,  qÈe  n*etie  se  cmtém. 

Sra  Prandseo  da  Cunha  filho  Hegitímo  da 
Ruy  Fernandes  da  Cunha  e  de  D.  Vioioria  da 
Cunha,  residentes  na  fregèezia  do  Brc6,  já 
então  do  eaècelhar  de  Coura,  làiák  «do  ftílgà* 
db  de  Fraam  (FTalSo)  coInafeadePottle  do 
Lima.  (Vide  êic&,  a  pag;  â99^ioel.  li^-di  4* 

tol)  •  •    :       ; 

'  Foi  néfío  fiàlème  de  Pirfi&b'6onçat^«ê  •dk 
Cunha,  e^  Di  BrlteaAahes,r&attitaerdasíM- 
guezias  de  Cunha  e  Bioé^  OUjás  teffa8'^aili 
comos  eedeelalttèos,  por  iharoM,  dids  refs  da 
Pohugàr,  «omo  tamfcoiirx)  fdk-atti  artbfirás 
iTAflÒnsiy  Ròdrlgtiee  da  Maf  áffiães;  9;«"ir«6 
d^  Piiihciíeo  dâ  Cttidia>  k  oati^  ^§  tM- 
eehlèntab  pot>  yaronía,  ^  toãák  fbrm  fidal- 
gos de  solar,  e  dos  verdadáíntít  CuSkhúê  v  JAt- 
galhães,  famílias  ilTustres  e  antigas  doestes 
rH^^,  e  ièfkpre'  ^  l**énaÍ*<M»,  (mm  éUé  *^p- 
pífett/^e  (tntuefseo  éà  Cunha)- dò«»  cêMMcà, 

ôHaêès,  êtmMê^,ê'mmm§&ti^i^t(mfmi(t^ 

qualidaêi  ^'stíàP-pêMkê)  $  Mh>lhiin  é(m 
4^  à\itè  f^lMO',  àn  têáaê^a^ gtkrréeè  oèca- 
mH  qUè  %tUe  lmií>e;  e  Hol  ê&nftMáiê:  a^ 
iMMà  HH  fmt(p9^'0tj/m  $erm  ém^sm^fêri- 
^  fàfim  éif/ofka  Êrmtfíêr&'imí^}kídH;9mk 

k>0Htrèf  ifífaoh  ntr^.  È  ^e^4P^i4iêdn9e^' é 
^éimímHdiBkot^Uê&Mnlàidaãè  úumêtí  úita 
e¥ítr€iíVmena'^'kUlaélk  dietiittiole ê.éA- 
vàllátê'áê  kaHHaãi  €  Ikia§à,  \H4kaA:^  <t 
'Béle^ftradto  d'árifM,'era  o  ^mlgo',  darU- 
Itfiif)(«ii9  d(Mi  Oxtltm  4  «aganfiei;'»pim«  í» 
^iM^úmrt0lr  «MMbf  ift  iloâ  Mói  tènê^m- 

)  «  iMtf^MMèn^stlârtfka^^Mvtillilinha* 
êo,  é«itfa&i4>  Mnèim(neii4aa«Mbm 

phia)  da  Carta  de  Nobreza  d*e3ta  famiUL-f 


m^ 


S»AR 


le  usar^  egosar (odãsai graçM^ mercês^ i^rv 
rii^tm  $  digni^df$i  qHtgeioram  4»  $e%u  as- 
Mímdeni€ã;epaiKi  enírar  com  «4  ^ita9  arma$ 
-4m  toiat  0$  Ikng^em  miiiParesi  asm  dêpax, 
mma  A  flu^rro»  em  foàof  e  fMssqv^  fetías 
4f(ca9aUari(íJuMaã  ekfmiof^  segundo  f^cos- 
imme  dos  fidalgos^  s  nobres  destêrstMo,  assim 
inas  cosaSLS  graves  e  de  necjsssàMe,  como  nm 
vohmt árias  e  de  passaiempo^  e  as  poderá  tror 
aer.  ^pin$adas, .  #  bôrdadaSf  nas  bofideiras, 
^peMtíeSt  estatsdstrifs  »  reposteiro  e  tror 
.z$r  em  4eus  formões^  e  bai^las^  e  as  poderá 
pâr  em  seus  eãificiés^  esqu,fMSy  portadas^  e 
Jfiwsllfus;  e  finalmeiUp  as  poderá  fiiz^  abrir, 
:4.  iiSi39tipir  sabre  sua  sepMfira. 
.  No  livfQ  i/  das  Honras  e  Valias,  d*A14ffir 
J>o«ro,'a  í|.  %1X  86  lé  o  sefuiiM^ 
( :.  «Dft  tregueiU  4o  Bioo,  ^eneemar  dfvas- 
•^hBsijo  o  hcrdaaaemo  de  Aflbdso  Bo4ri- 
gaes  de  Magalbãe»,  ele.»  E  adiante  se  Yé  que 
JFraadueo.  da  Cii»bi>  er»  seabor  d»  cau  e 
lAm'AÒl«fMiga,v«iU'no.  lofs^  do  Outeiro, 
(fe^egnaiMi  de  Cualuu  > 

.  Ifojiinp.da  JVoljnr^ía,  que  eetá  bjl  torre  do 
4pRil|o«.Af(|,  M,  TOfn  M.arnMs  dosGiuitiae, 
.qg^^Aor^fm  ouDpo  d*Qiijro,  nofe  tmà^s 
À»  acoi)  m  três  tsxèã,a  por  orla^  «m  wn- 
po de púrpnn»  címo  esciulélee  dasitma» 
fOies  de  Port8g«L 
'       .   ■  '    .       .     ""^ 

O  «eiittl  posavidor»  por  varonia,  da  torre 
y  solar  da  ^unha^  e  da  aan  i^PortêzéiiOy 
•é<i4ioi^  iiiapira<ihr  poeta  e  proaador  diatío- 
alo,  o  sr.  AatoDlo  Pereira  da  Gopba«  * 

É  fiUio  de  Sebaatiao  Pereira  da  ^onha, 
Malgo  da  ea«a  real,  coronel  de  «NUçlae  de 
Tiaona»  e  qne  eoamaMleii^  eon  muita  dia* 
•iiiieçia;  garante  a  gaenra  peníasiOar^  oiq 
doa  iMUalbdes  da  Vnião^^^  4e  D*  Amu  dê 
^oireia  Penim  da  Minada»  d»  aaaa  do 
Paço  d*Aaba  (onda  etteve  eacoodUio^  dor 
poiflda  derrota  da  poaie  ^'Akaatara  (2$ 
4ra8(»to  ^de  1580)  Doi»  Aatoniq,  prior  do 
Crato, ^a}é  qne  epbareoft  parafiapviw 
^a  da  Dai^ae);  a  é  aaio  pateiAo  de  A«tor 


»  VPf)ipiMa<^..o».MrkoriO'da  laloi,  e 
qm  iMa  o  privilegio  de  iijk>  poder  lar  co«- 


)  • 


Bio  Perofra  da  Cunha,  fidalgo  da  casa  rsaJ^ 

a  de  D.  liaria  Joaona  4a  Kello  Pereira  €  Sua- 
paio^  da  caaa  de  Pombeiro,  janto  a  Gatma- 

raes.  <  .  •        . 

.  Teve^  ainda  em  te»pa  d*el^fei  D.  João.  YJ» 
e  aendo  de  quatro  afMioa  de  «dade,  o  flllia- 
mento,  que  Ibe  competia.  Ga»oa  c^  m  ar.* 
D.  Maria  Anna  Macbado  de  Gaateilo  Braaco, 
ttlba  doe  ars.  condes  da  Figueira, 

D*e8te  matrimonio  naacea  o  sr*  Sebaallio 
Pereira  da  Gpnba.  (mimoso  po^ta,  JA  l^eai  eu- 
nheeido),  «asado  com  saa  prima  oo-irffl«%  a 
sr.^  D.  Maria  AmaUa  flAUnada  Pereira.  Cyr- 
*ne,  QUia  dos  sra.  condes  d' Almada,  da  qual  já 
tem  nm  fiiho^  cbamado- António,  e  que^veai 
a  ser  também  duodeciau>.b^tQ,.poc  Taronia, 
de  Garcia  Rodrigaes  de  Caldas,  mencíoaaiio 
pelos  genealógicos. 

Entre  os  morgados,  qne  adminiatraTa  c 
meneionado  cbefe  d*esta.  ramílja,  na  ópoea 
da  abolição  (1860)»  não  era  o  menos  impor* 
tante  o  que  íòra  instituído  por  António  Perei- 
ra da  Cunha,  do  conselho  de  sna  mageatade 
el-rei  D.  ioào  YI,  seu  secretario  de.  guerra, 
e  eommendadbr  professo  naòrdem  de  Chria- 
to^  o  qual  morou  em  Lisboa»  na  travessa 
a.  que  deu  o  nome,  ^  e  n*um  palácio^  quei- 
mado^ df  poiSg  por  oçcasiãe  do  grande  terra- 
moto, e  de.que  ainda  existem  Jtesto^  jwuo 
ao.tbeaUro  do  Gymnasio. 

A  casa  dos  Pereiras  da  Cl;^tbf ,  qofi  posr 
aue  terras»  nào  só  na  (regqe;ia<  de  Cunha, 
mas  lamlmm  em  outíraa  do  eonoeibo  de  Çofi- 
ra,  tinha  .0.  seu  jazigo  d^  lamilía^  n'çaia  po- 
voação de  Paredes,  na  egreja.do  Sapirito- 
Sanuv  daifuai  ha  cenunmUeacao  pafa  o  pa- 
teo  da  casa..  Sobre  a  taau^  d*alle  àstavaia 
as.  armaa  doa  Cunhas,  .como  as^leifo  d«a* 
oriptaa...  •       .  .,..*, 

Bvi  1874,  m  ftmâo^  n*esta  TiUa  um  boal- 
to  theatro,  OAde  Já  ao  :teaa<dadp.mias  ra- 
presemaçSea. 

íTesta  (f eguaiia,  e  parenia  daa  tamilisa 
€nilhat  odá  de  MaataUies,  ae  hapttaon  hU 

•    ^  :  •  .1 

>  '  i  Trapeesq  do  Seerelaris  de  úuerra,  á 
Trindade. 


fiiKR 


VàR 


M7 


BlM)  ilfcoi  êí  Mrtliaxiri  Pereira  «»i>;  Mari» 
dâittettlH»  .dft'  ciia  detiisoMntt.  :Bm  iMl; 
«obiMdo  liara  a  indiai  com  D.  laio  Cmí*' 
^hêç  eciMlÉL  ierlMofido,  è  tt'eqwH«  peado 
fez  grandes  serviços  a  Poriapi»  eom»  tstoiv 


'  •  •      ti/". 


ií 


fttspoiei  doiaiigniado4o'iDaièo^«efnArt^ 
de  carmelita,  na  cidade  asiática  dflWn;  <ret- 
mm^àb  liado^4u>'4ffl|ierid  tefrio^fliDiól)  otti- 
dMáo^HKMDê  |M»i^l^i  Bedenptor^daCfiis: 
BHiiiiai'wi&  de  asilai  ^*n«de««-    • 

•  .ifoáíte^  Maiaiesbaliwlaiad  riiitodkclM» 
^Ihaido  SiunftR)  e  aU  Ibi  nan^riniAs  pt^ 
hmwÊÊÊèff  efll-iHivéÉilíto.d«  leSSiteMosfe^ 
aâitttraniò8,d9 «d*ie;  {tfAmi^ 4^ Oarmo^ 
tom.  2.%liv.  6.%.cap^M:)l       ''     <•'     ■.  ■ 

^  M1«M»*-Ylde  JM^aM/A  ^ 

.MlBBBI>*^Villa,  ^BettiAAIta,  epOBarca, 
cmMMoetéklMbeiro*  dè  A^Mlo  da  i^»^ 
joeira  <(M  da  eomarai  dvfMMsiei  «aiée- 
Hn^eil^Tdee,.  •  nnil  MUgaMÉléiífiii  4a^ 
baçauAs  vé  ooneeNio/  Aimiad^  por-ena  trav 
gvaalB  •  pda  ido  Rib  d^AdiA,  4Dells»iBa'< 
iikilaiaeiíioat  Xiaentio  da éoauinsa dl «u 
nhel.)  36  kllometrosie  lAlneto;  8M<a«  Nj 
4m»LUbmi*  ,;    "  •.   .^  •  ^     «.   •    •    •   .1 

•>  a»i36IUitthatM^  loffse. .  <  .  i 

jjQwipD^A.ilarimionw^iapoiMQi^  ' 
Bispado  de  Lamego^  districto  admlniiMM 

tfmi»de4nwD  '  ""  ^^<';  ^-"'•''  ' 

*  vlBffirâ  âi8iAm«fr-dai  aMni  pòToafiiftáo 

m  »ll»iáá  lÉ^de^^aNitoiéa 

^  At<Miwsrsi<iéi.^Coimliwti|li(issBSitié 
raloi^  o0ÍBdp,iMr  eoMBiao.  WdI»  aíUaOd 
Má  éè  aáDdinnalaai»  pé  d^tan  ^Bailam^ 
PM  f ihiolK  M>*mwm  «imairi  •pvfir.âi 

•  Apofaaçia  antèfsiuimft.  ik  Altaioftot 

masmiM»  m*  1 — Umç^-in.^  úm  làwmu.mA 
\  fl-  ^  ««oL  tA  9: 4V'  ooit  M  0  %i^nmii 
eoL  l*--No  liT.  1*  de  doações  de  D.  Affon- 
sem,  fl.'«7¥.,  VJe^HV.  dè  féMs  iiikfl^  de 
teltora  w).v^,  fl. .49,  col  Í>»  It  68, ,coL  ÍÁ  a 
àriapCQUi/) 
¥itÉ-ae  aotiiD^  dad»  a  dide^i 


i'.'i 


» ., «      * 


per  Dl  Sanetao  I,.  confirmado  em  Gsimaiiitoa,* 
por  a  Aflbikso  U,.a4:dé  jatiho  de  iliflL<Ma- 
Qe9.^.de  fsraeb  amigos^  n.«  i24^¥^M«> 
mais  JtBtrt  forais  daido  no  mea  dn  jnnbe  de- 
1997^  por  Bi  Aflono  lli,  no  Maço  %oi  .doà 
meuMB  IsraeaaitigoB,  s.«^.fl.  Aá/e  oe  iijr». 
d«  fo^aes'  antiffoi  da  leiluira  nevlí^  fl.  107» 

C0il'1t«> 

D.  Mairael  4he^c«  foral  nbvo»  em  Lisl»oa» 
a  W  de  desembro^  de  4(Hi.  (JL«  d^  farúu  mh 
«oa  da  He^a^  fl.  47  vvcoL  L») 

BsCà  sitliada  em  Ini  alte,*«  sen  toritoviov 
a  3  kilometros  da  mai^em  direita  do  rio  ITáM 
▼org,'l^aalO'ser'etceébivo,  émaitoisandavcL 
M  filia,  e,  ptiêeitiaAaNnte,- do  (ogar-diama^ 
do  Praça  doê  MourUf  ^ae  Ibe  fica  cobaan^» 
eeito,  im  goaa  nm  fasto  hoitenle/  e  se  véèm 
moUaa.  povaáfOes  da  Beira«>Alu:eiderV^rap- 
00  MMes,  sendo  as:  prindpaea  ^-rDonéUd^ 
Proveceodei  Olfciíds^  Vabeafo,.  ParadsUaf 
QlHMlee^  RiodadcsyftBndím^  Vltlv;  oaa aeiw 
iwdtt  Maiio  e^finielkui 
.  A  filia  nio  tem  beliezaa  qno  snrpselien-* 
daai;  miiaó  nina pofoaçiett>oníta,  oòm teaa 
casàs^  do  iamllíaa  nobres  e  ricas^  avoUando 
enttfsí  aqoeHasi  asdos  n«.  Aièvedos»  •  o^ann 
eimrio  qad  lhes  penence,  da  iQfocaçio.de 
liiosa  SeiÉiora  da  Amampçaq  •  dot  Sadtea 
llanyKa«^4im  doe  mais  notáfeiiida»prDVin^ 
cii^  is^mcsmo  doraina  Foi  laÉdado  petos  aib* 
BOB  17«0;  pelo  dontor  José  d'Ase«6dp  Visi» 
nti  catailelfoprotosov  da  ordem  dafihristo^ 
desembargador  da  relação  do  Poito,.câpi« 
tio«fBár  t*  suAior.daa.  direitoè.féàes  d'esta 
«íHbj  daiModadstf  •  VaUe  de  PenellS|.ida4* 
gOiea«aUeiao,>«lCb..     . 

Im  Miada  SetesOIaVieira  da  Silvgdfs« 
ccndente  de  Alvavo  Piras^  oorrisgadar  dd  oôrw 
10 >ie Dt AftmsoV,  e d<)^BbUimijd;dteisdo, 
fiHia  do  «itaé  dTAacevBdo^  aoMnliada  JDs 
áeorcisdeflaaio  Agostialio^  ftindadar  d^coi-r 
iegi»  4a  Sapieneia.em  Coimbra^  o  gènd.doa 
cónegos  regulares:  era  descendente  dos£o»i 
sas»  d»c|ii»dn  Batai,^«doi  acBlMeesdoedn- 
l^d^A^Enmdo,  solar  #mt§  ^PP^Iiido,  ddaa 
fiHafe  '6  leans  de  Bosoo/  Rtta4IoBMm»  Jal# 
lBB^digBÍBrdaPeaa,ÍLJeãQdaiAef9  0teL«'  . 
i  Km9  agosto  de  1069^  caaop  iooê  de  Aaefa% 
dç,  n^t»  filte  dp  FagndeSyiooptBop  ptímè. 


tm 


TíàR 


fm 


J>.  Dita  diOosta^  filha  da  FrànoiMO^ftCo»* 
ta  R^MIol  •  de  D.  Bibiâna  da  Foilièca^  úk 
flwama^vUJa;  'descendainu  á«i  i'eaiaarid<N 
Rd  ilft  Poroigal,  qwMiiftdai9m'9»iMida<ih 
Heiíriqpe  e  tís  nossbi  primèlroa)  ra^  ^  aai-i 
pilsMT  M  ttotirM,  •  Hmi  tmarait  mUat» 
târfàSy  viUaa  e  peaças,  teado  «ma  d^ollai 
eau  mesma  de  Paredes,  como  se  ré  doaim*' 
bre  daá  arnnas  d*e^taica8a^dl(af'cJMMi-- 
a3r«boif sande  as  chaves  d'e8Uí  praçà^  fattà^ 
da  per  elles  aoâ  dioiiros,  l)a»epdD^a0  dam» 
heroes  ao  lado  dos  dois  valentes  caudilhos 
doe  ehristãos»  aaeMdaMtea  dcíS'TáToiMi— 
D^  IThedoli  a^D/  Banaendoí 

Diá»0a4]ae  «a  doooa  d'eslaeaaa  aind^  pta^ 
as  pn^iriàs  cbaivea  de  Israo^*  taluãdafl 
â  praça,  aos -iDOQPatL  "  ^ 
>*lèié  ^'AaaiTeéfii,  depois  de  aieffoartHea 
eaag^ls  ^«mf^Iiiboa,  Porte*.  Gata^,  UbíSOV 
Bat««lidiB,  VAia  «>€Qi|de«  ánieipo,  noMbJtí^ 
«e  »ha«a  lua  eaaa  dè  Pandtts;  ^  pâa^reflMN 
ta  É  aaacaptlU  e  ââaeiaari^  boda  eaOecòO 
os  corpos  inteiros  doSsaiKIsiPeliKd  Pioiai 
eflBii  mH  êêtê€mUat\êâleiUmi0]uma  wêlipéas, 
todas  dhrersàiy  qoê  ohtofe  .do  paptt  Ban^ 
tò  XIV  <por  iniervea0o  dfrlsoiosftieavdeai 
dààlpedriaha^/D.^Jonie' da-CoaiaH'  aando* 
8Éa  dedicafaa.«el«hrada  a^^idaiaetavám 
da*É7lí6»  eoai  poiBfMi>eR(raoadi0aitia  «nnasd^ 
rasa  ospdinada  ftBÍi^iObritaadi>^dil9!aM 
Bhar  áO' polia  d'a8te  ianelBarib  arasaadMrta 
a  aiérgada^  e^oa  diréitae^aeaead^  psndaaa 
aati  wtÊOÊl,  aoBtprétiaaiiAlflffisafia^ral-ivi 
Il.,loào  Vw  í  ■>  '  •  '  i  Ji  '  ».  .  '  i\  *■' 
I  A  aapalla  díaisa  aaadnaeib.é  As  fiMitA» 
prtabradaoieiita.tiiiaialhadQ^  ala>4riia>qali  a 
decora  tem  ornatos  de  miiílD,flBSiMiaaiilQ 
e>^fbijMírrÉ  a:aaáia  liMMlà-caèa.tfi  palra^ 
qne^hàfoaiad&apraiillieia.  .>   1.      »  ..! 

tf««  aláo^da  Uutoib»  dia  iihi>4pidâfeosà4ea( 
AfpBèBantandíiia^sbBasptSh  daJiffia>aeah64 
rh;  disen  sanplotiHiáJefj^ifts^  èr  ^labioail 
daqairiíeBtoa  mil>fféí9^:apRBar  dp.ler>e9B|»* 
■aa^diuteasíebr    '  :.....- "»i..  ^.1  .   ••n  . 

:  jÉeela  flHMlsaría  lseQlo»da.)ifliadií|iaMi»* 
ahial«  eitíiléef^l»  ptirhreNd  de  BdMsUY»  da 
l&â*a«aaioida;4VÍ7,  as'alleu)'aiinl  ardláa^ 
rioiía  itNttuÉb  fMitiftca>a  ^arimniíb  aná 
Fartalai»  da  tapaiâea  Hb  #vaaasfatai3lo- 
paúhii  paia^padia^feo^  t  qpMÊlofmtÊmiqb 


da  eaio^  fiainli  Hemaa  Ao  W»ta)dla«iHaicaift 
a  salaitea  a6  aapêpa;  padaida.  ia«liMiafi?* 
nMat^vMniinov^^o  jenlMspb,  ^aMUrtir 
e  patiNoar  «qnaeaqater  fMças»  privítefioa  m 
lmlal00Bdaa  ^la  íoMB^oaMidNs m aattf 
otoáfkk 

Só  no  primeiro  anno  da  sua  dedioa^aia 
ealalivflraaialÉt  anais.  da>nít.ayaM%  laaÉlff 
47  seleameei- 

ífiao  eitnordiaaiftaa  aa  iadoigeilfllsa 
cadWàa  tparidWel^ '  penftiieea  m  asia 
ctuario,  e  qHbfodanaàaanr  a»âais.«m«isai* 
laa  diie  da  ledos  ^aassaa  dataiulQ^aJQdld- 
geiícid .|daDaHa>a S  dafevaniiav  ^ «iM-te 
im$^  if^  de  Jolba,  M  d^afaaa^  ^(kmmwm 
ioNMsdfaia,  aaiideaslèBibtfo»  daaiai^lL^ 
d*outnbro  e  8  de  deMmbra. 

O  alur-mór  é  pi^viligiader  m<pftpâtímm, 
e«'«lla  pódataiiirvir-saiaiexpéfiwaMD- 
tisibod»  Â  vaaiada  da  .p»draaira%fspilHaa 

.fiasa  tattbdtt  esbs  aaitttiiark^  aonaiMa** 
cas^  (a:  tinilatda  pmtifmi  a  râoi^  aamaq»»» 
Taia  aa^afB^.)afaaiÃs.«NigvaiiilQi^  4na  atf 
láaeiMiínaiipe.daaapeUaj  ali*ala9  ahHBM 
dm  darwirtaai  jogmanda  nailbdar4eaa  ai  âr* 

È  finalmente  este  sanctnario,  oai  Intua» 
mento  notável  da  piedade^  d^osai  at¥ili- 
mento  d'uma  nobfp  fandlía^  aidli]0Éiaartsl- 
dade  dos  imaaaiwlai  a  dofe  aaftMfeoa>#eilU- 

Ha  muitos  annos  que  esta  ciBpeÍlb'*aaBft 
eémifaa»  fiipimaÉasdan  \immÊi\ud^\à!mwÊÊn), 
tdaoavtasiatto  amregaaaita  «aaalmv  paai|Ba 
seu  dono  e  penúltimo  representante,.  MSnail 
Mirt—n  *dp.  badMH* .  d'Aiataéa^  €aiMiUb  e 
aoiwrmidll  ju^aaaiaa8a.p.i|taiÉybda>lit 
lHtai^eiadiaii»4o«<MKiiiittuhi  dè  Wh 
U^^$fnuá*êmem)^*epniÊÊ^ê  çaélaidaaaiii 
ctuario  tem  estado  amortecido  ;'riMldMM 
pMTtbaÉMlià  Êb  mm^ítiwiéimmytlkoçyéir^ 
liartalki  dstáfema^  ettatoaaÉjpatfteaaaiatt 
8nbMkNriaHla4iénoi  Amveda^^tmeiafni  tiak 
bila^^BBada  «kam^^sMMssao^  aioiBlhataa 
diatflàA  pof  delito)  táiur'parft  d  aaKtliàrlb.« 

nOy  viUaO  por  Vetes  oe  aratãdciaf  eonsTaera* 
veis,  pessoas  e  gados  mordidos^r^eleá-Ãy^ 
di^oio^  dal&cameAff q  hanaidaaMíaa 


RAR 


fm 


km 


.BiMi^ftegiMl^áíertíl:Pro4u«emaeiM8lp«&boil  pudt^rya.â  lactat.qae  Oli^-aiAmil- 


atondaDcia^  algam  vinbo  e  ai #iiiv  «^eria  bas* 
laiiia«aÉ».kunf  ero;  o.  vinho  porém  é  Mpero, 
excepto  o  da  margem  tfo  Távora,  omta  tea 
tetiito»^«iAtedOi»  úMM  em  pequeMesieoçio, 
porqae  a  maior  parte  daftiiiai!gftQ9.4oTávo* 
rtf^naá  límtiet  d'«8ta  fregnteie,  aio  iaeoJsas 
#esctlvada«^<e.am:aeervo  dapenedOiwiMion 
eqiaUtieiitadefronie  das  eaalelloa  dos  Cabris^ 
4|Be4lÉ«m  mA,wauF0»m  Drooleíra^  Qei.Jtmit^a 
de  (bègueaii^  de  Seadim.  (Vide  (kkru  «  Btn^ 

È  Qiai^Maeknft  leata  povoaçaiv  e  na  emi^ 
BeMf«'V4»aiigQa»  tiveram  oi  movoa^e  leltez 
já  os  godos  e  romanos)  uma  fortaleza  álDpDr* 
fitej  és  qiiài  ae  vdem  aiâda  imponiâles  itti- 
aas. 

Esta^parte  ãk  protteeia  da  IMra-Altay  é 
■Niilie  fenhisedea^  a  acflâéeniaia,;  a  a  e^a 
passo  por  alll  se  encontram  minas  dáea&4 
tellos  e  sitíos  muito  defensáveis,  roas  poucos 
lia  beai  Mbados^aomo  'ai|naU%  para  obia 
0PÊ9àdiiÊma^Êí^ 'B.vmo  fae  o  anrir  aâ  jrei 
áai4«ie^  taie<  tiaba  A«te  maísneoasí^ira^ 
vei  naiats  dia|vk(axFoiilhe.tonladaipor.a*f 
taeta>erii«rpiexa.a^umaivianhan  deS^JoSo, 
€Dflíia  eaeravwanaírj  Bemaida  da  Ariia^a  eci« 
(ros,  e  como  é  voz  constante  ainda^aatta  oa 
pofaa'4i'a^ii0yea:sltias*'  . .  > 

•  ^aada  131  f  taada  (ou  Vbaddii^  e  Dl  Baa« 
ceado,  aMeaiontae  dos  Tavoraae  dffsiyinaíi 
teaidoa rsié  leLaia^ bhtiito  eaaidsnada  e 
«aaiagam'0»fÉioana  Jio  laido  •de.Lataagò,  e 
jA1lKti1|«rtaB|  maada  nuiítas,  terras;  a  :cbí4 
ffltaaytlid^eDdoaKrastarcam  astaipra^ 
aaaio  banafaeraaíaca  que  enm^  t  appeiiaraaa 
IMim  a-aètqciat  a^sabenda  cpu  eilaa  aa^mar* 
«baa 4a  9i Múif «srríaai tadeaena^roptia 
teihar-aa^  muita  leilcaladaaieAtaaa  etabaaik 
earam,  e  quando.annwiwp t4»ftfpdaa^ 
0iCni|éiapiaaoBapaaa»  a  alegres,  se  banha- 
ymmr  na  IBânava,  eahicani^iaabre  elles  e  os 
trucidaram;  e  correndo.4ogO(  à  praça,  que 
iiáta»4|aaapaén  g^imiçãa^a  tomaram,  sen* 
da^al  iaimaUaifa,  >&o  «aMa^^par  onde  desce- 
tam  *)baÉbar^a^tia  f  ávea%  a  onde  so  em- 

rpUquiaSf  ^9,  havendo  memoria  de  caso  al- 
gum ae  nyarciptiobía  pengosa,  em  pessoa  ou 
htkatí,  t)úe  t[fí[  feoba  hider  e  comido  o  dito 
pão.  ./.'  'lií. '  I ".  "    •'■{•< 


çia  toai)  aa  coaumia  .depois  da  balalba 
«oamamortas  aoa aâi^  e por  isso.ae  Aaaia 
dãaaattnaaido  MvmUòãmf^.Wiâ^de^iMii 
'^'^mnm  fB#|aÍBila  hi^e  eonsarva* 

Rift  com  immimnU  rimo.  i$  eivia  *^  até  a 
mnisirp  doa  eelel)res  cast^Uos  dos  Cabria— 
estive  fm  Parad^e  da  fieira -^viaiteleajmi** 
aas  4a  laitiga  ivaça.^vl  da  peito  o  Voll^  a 
ilíi/<aii.<>aiir'.4'iáf»<0«  a  não  lenho  duvUa 
em  affiríaar*  qme  todo  o  qaa  li  e  op vi»  e  (pie 
aqpi  ftea  narrada»  ae^Mnfarma  perfeitamaa- 
ta  ;Ooaa  a  lioipeúçaa  loeaè. 

AJám  da  casa  e  eapelto  ^s  Aaevedeti  ba 
aqui  hoje  dois  prédios  notaveis**<ia  ái*  é  da 
familia  Í(oaas,iõd»fteio  elegapte  e  vaatp,  nsan- 
dadolaoNrattí  M2  a  l8C^por  o  srv  iosóManaa 
doaA»toa«^aioo.ii09aQia|aie>b(^  i|HDD«>ria« 
dadaida  vifivaiefllboa>  É  ^unadia  laeHNffia 
caa^  ^'aeta-immaroai.  a  i.%  é  doirevare^da 
toé  Maria  Aiaada  de.Figiieirad<v  slvê,  daa 
haflapis  mis  eaeafia^s  a^trabalb^dofaa  tqaa 
baia'asêa:Arafimia»  . 

,  Quaalnalaaifièos^alóaidoaaBataariodaa^ 
arjpb^  jD^ataca  espadai  mengioa  egrfJatta^ 
ton^pela  aaa  aaaigpidada  a  pelopciíaar  4*ac4 
tea  ambld^pcaco^  da.capdUa*ii|ér^  ttmiaanta 
daearada  eoti  pbca  de  taiha».  saadp  a  leaia 
apaiAslaáo  ;e.cbeio  de  Agmtaa  ite  aaattM^  pio** 
ta4^a.alaa^iN)lNieimailQÍnv  obia^deiBBli^ 

Jalaeir^a/eia  datapnseiuaiiaidasieoao 
des  de  Marialva;  depoia  fdt.apceasala(uila 
uaiíveiatdaí^Q^a  lsi« afta  'qq6.aHindoa  aan- 
aattiif  a'.  caiiiiiaÉnair  aolaai,  «io^i|«iaaba 
paaaM«mtfiiajai*4aoa4ai|,  aiaa|pii0a<«ifqa 
seria  no  século  XVII.  .Ot  corpo^áa  'Sfrqa 
éaaaiqBiiaíia^ia.aiíypfta  aa^ieg  sadacdto* 
qateídeaiiafaBÉatf-  r  .  . .  'a*  .•••*.  " 

■'.    \  i^  * ».  ^.'^  '.  •  i«.  ?r7  )  -n!-'  i  •  ■ ;)  .11"  í 
>  ftauidabanlMi^aeLiaiiBhaaaiAfadm  ^tm 
abràa  aaaliaaraasida  amn  jateisiia^  eaaom» 
ti»a«ae.)iiala'É  peBta.latarai^  dq  iaâaáo  aaa<* 


da^fMdta»'  )t  • « ••*'>'  «    >'  I  'i  <'(i  i  *■  'U  -• 
Também  se  nota,  que  as  paredes  do  ctoipa 
da  egreja  foram  aceresoentadas  em  altura  a 

^^BB^^BF^aB^e^aaia^^^^^w^w  fliw  ^^^^^^v^^pa^HBa^^^^p  ap7a^^^P4  v^' 

aasaara^ipe  jiagneíí^priaaH4hr4  eiaiiiisa  pan 
oaaaaiiqilisaiaia^i . ..  .1  .|.  ;  ir< 


«M 


PJLB 


lUR 


kléto  d&  ooBfturia  do  Santtiatmai  lioaM 
B>Mà  egréja  doas  írduodâdes-miM  dw  Al* 
fliss  e  oacra  do  SantiMítao  Saeranento»  mai 
o  égmmtf  6  a  ífaoranoia  aosbann  omi  «ai* 
las ;  earacterof  mais  zeloso»,  patiéiii^  íè^ 
fiSH)  se  empenham  «m  as  faser  renirgír. 

É  orago  d'esu  |MFO€liía,  S.  BaHholoifleii^ 
e  aqui  se  fazem  fuoeçSes  religíoeas  esplendi- 
das, sQpplaDta&do  I^redes  da  Beira,  aresta 
parle,  iodas  as  psrocliias  eiremÉi?isiiihas« 

'Ssle  beneficio  é  reitoria;  pdde  orçar-ae  o 
sen  rendimento  em  dOOMOa  rlis^  e  é  aqui 
paroeho  actuai  o  reierendo  Joio  Antono  de 
Barros  Nobre,  úè  Távora,  pessoa  de  mitíto 
■lerecimento. 

Jfisu  papoehia  podia,  e  devia  ser,  nma  das 
■aia  ricas  em  instiUiiçSes  de  pMade  ebe» 
BeAcBBdai  SB  se  aptovaiiasse  eonvenienle* 
mettle  a  tef^slaçio  em  vigor»  appiiéando* 
se^para  m&  d*esies  estaMeeimenlee  ^i^pre- 
doiete  das  rendas  devastoe  'lerreBOs  do 
nqnieipio^  pois  qoe^possne  grande  qiun>> 
lidado  d*optimo8  lameiros  on  prade*  paMi* 
ees»  lesrano  baidie^  oq-  kgradearo  eom- 
Bom^  ciqa  niilidade  lé  qassi  nnlla,  compa- 
rada oom  a  qae  d*ettés  se  podia  saferir.  Aia* 
da'«m  1816;  qoando.o  governo  pediv  iribr* 
mações  para  a  «reaçio  daa  pavochtas  dvis» 
foi.  o  valor  d'aqnelles  lameiros  esleiílado  «m 
pmuMOoi  ds  réis.  flm  brevetdesappa^ 
recerá  lao  vaslo  eomo  ferlii  cbio,  porque 
os<  proprietários  vlslshoh  >o('vio  leeroiaádo 
eseandatosameiítel  4 . 4 
•  8ó  em  jimco^  de  qneiee  la^  grande  uso 
na  empa>  das  vinhan  4«  D^iiio,  se  podia 
appir- a'aqiienes  paaumearnds  de  ireaea^ 
sqs  mil  réisifvur  anno  t« .  ^ 

&qMMos  lerceoes  semelhsBlee  ba  sMa 
no  nosso  paiz,  egaalmente^SMipmveiUi^l 

É  innegavel  qoe  o  progresso  material  lem 
sido  emse  néa  asaica^scMítel  moa  nWaios 
annes;  ma»  é-umbam  inMfavei^qne  aaossa 
agricnkit a,  prineipabneoisw  tem  sido  maito 
iissnwida»  ireslá  aináaraMuidèBStaui,' sen- 
do aliás  o  nosso  paiz— «tMncià/menlá  m§r^ 


•    ■»  .  •• 


•'Êts^rtdeasè  qaneiiss  sHiaoífsiaBemteai* 
poi  Muges,  Jnlgniss  <de  mníu  imponaaeia 
nililar,  pois  nada  meneadnsele  eaaielloa^ 


fortatozss^  se  «ÉwoAtlrAm»  a^penea^dtotanfeiau 
São  os  segoinlesc    •'  .    •> 

Í^^CatíBUo  Vetkoi  aoO^pimliaÉaAoBdor 
Xitora;  •    ■  »...'.■. 

no  sitio  das  Cdrva^.  ' 

Zji^CBUeUo  ÁtNoisa  Senhora^  a  £^  e  o 
prindpai^de lodea.  O sea antigo. wnneevi^-^ 
CatíêUo  da  Fraga  d'iik(irio,iseincontesl|S' 
çao»  arabe^  pois  todos  sabem  qoa  áim€arét^ 
é  palavra  arabe^  ^ne  stgslfiea  viiia^  aldeia» 
povoarão. — Os  árabes  a  tomaram  do  bebsaw 
00  Outrio,  que  <em  a  mesma^aigai^eaçaa» 

4;«-<^  CaHniaiR*a,.ae  S;^  proaiaaa  a  F«M^ 
dêaMiL  ... 

bf^GoiUliú  dillto&srMÍe,  nofi4a* 
da  serra  do  mesmo  nome. 

ELNwfiL  >      -    .   •  r 


Ko  sitio  dás  Jfoâos,  limites  d'èsta<irsgaO!4 
zia,  èa  vestígios  .de  nmaantiqiilssiflia^dapel» 
la,  qae  Iara  dedicada  aor  iaartgrr  6«  Sebsaii^ 
Pica  a  ttm  kilomdtrbda  cfr^atmstiiz..: 

Gbegava  ai6  aqui  a  primttiMa  ipavoafio. 
^pne,  segnidè  aiicodSi  se.denominava  CMo^ 

Consta  que  n*este  siiiOastavam^M  paçs^do 
eoattibo,  cadeia»  pelouriíúio»  lares,  «dfais 
dislteeiivds  antanottieob  4'a8sbs  lempcnb.  - 
0is*sé  qne  foi  Dl  Fernando  IUi(a  md^n^ 
de  CMteUa  e  Leio,  bisanft  do  D»  Altoeo 
Henriqaes,  qnef.elevoneaiapaMiaffioèfca* 
Ibegeria  de.viiia,  pelos annoa da il040;.eqM 
por  luver  já  eniao>por  aqné:  moitas  miísaa 
de  edifisios  anfigee»  causadas  -pebsrcona* 
untes  gasrras'  «um  ehristãoa  #  monraib 
aquètte  monareba: ibs- âera oaomeda;Mf 
fárfsti'  que  :aiÉda.  nssisiirva.  :  • 

•   Btarsedeufliedtasftéamib 

'   nado^^á  ttdío,taMAiâiiiia|Nir 

fvndiS.  u 

.         Os  antá^ss.-deslgnaiumva» 

' : '    '.casai  n>ste  e^tnda,.pala>flafeh 

staniiva  }>flf«df»na^.tda.que(Béa 

fizemos  pardieiro. 

^'  provavfil  que  to^s  tífih 

,  rtfdesteolyaa  o  Sfsa  npiiie,por 

esta  circumstaocia. 


iFbi  este  teMmnojneapttifl»  da  pod«r  da* 
árabes^  no-^prineipio  da  lAcato  Jâ,  per  mm 
fldiige9*<|tiefandantiii'0'«eQ  sollvduíCMn- 
ta  éa  varre  dás  Pêdta$,  hoje  ^mMmâ'àx9k 
T9d^^qvLé  D.  idlbnso  Yl,  Hm  deo^  am  frè^ 
■Ho  dos  sem  senri^s.   ^  '      '^  '  ;-    ^  . 

O  conde  D.  Heorfiq!»  liei  deu  I5rd  d»  fl^ 
iilgeV  <llo»  a  rei  D/MaíQaeleoofiriiiaii  áos 
actta  descendeatee/ no  priíBípio  do  aèelM) 
loXVL •  .     .     .  .V     -  .     : 

•*<^  primogénito  d^cata  easa^M^  até>i0Mi 
a«Aor  donttflNiio  de  Pandas,  VâMa  da  fe- 
nallAs  •  ftièdadss. 

Nâo  podia  casar»  sem  protirtaiiÉ^teL:  ' 
'  Aioda  dâé  á8Í0  neatta  os  driretlw  rUes 
d*aqiiallas  ares  paidaçM,  ia  fosovatiMa 
miritos  privilegio^  iseaçOes  « lagáHafy  t|ae 
nt&Q 'acabamn. 


pyui 


491 


ÍU 


Em  nm  campo  da  famiUa  Aguiar  Alves, 
vé-se  àm  porco  de  pedra,  kntiqoissimo. 
^  Foi  achado  no 'sítio  do  tanque  da  Ceara, 
iáCentradâ  dá  Vlllà, 

'  ^  provavelmente  mmot^  de  algam  ia- 
ato  a(}ai  acontecido  em  tempos  remotíssi- 
mos,' dé  qae  nao  ha  tiràdíçSo-yoa  servia  de 
termo  a  algamá  propriedade  ou  território. 

O  povo  rústico,^  na  soa  ignorância,  diz  qae 
m  nmtdolodos  fíioYfos. 

Todos  sabem  daé  qs  árabes  nao  eram  ido- 
latraá. 

^  £'  trKdij^  qpe  esta  'yilfáchegoa  a  ter, 
em  tempos  antigos^  'Í:$ÔÓ  fogos,  occupando 
ama  área  milito  mais  vastal  ^ 

Encontram  se  ainda  espaih)idos  pelas  im- 
'mediações  da  yiíla,  vários  alicerces  de  edi- 
flcios,  e  a  nm  kflomeíro  dá  egrejaparo- 
chia^^ha  ò  sitio  ainda  chamado  Yalte  de 

raia.  " ••=*  ■'• 

,  Fjca  asta  povoaçUq  ^o  If.  de  .%eb<wrM|o^j(oa 
fiobarédo)  8o|)re  o  dorsp4ejnma.5[aasi  cauti: 
i^ipuU  Qor<iilhejirai^  a  aind^  c^ne,  comio  jftdi^ 
se,  o  sea,  ciimar  é  ,tf[o  jtrígid^  no  invexoc^  t^^- 
mp,i^4ente  no,,yerao, «  WJ^^^  ba^ti^nta^r- 
tiJ,  sobre  todo  em  centeio',  trigo,  lin^  ^  )^a* 


Á  agrajaipâioakialk^iMatfdmilif^fàidiF 


j  •  «. 


{ioé'  aaleftir  *á' nloBarobía^  'esiábam  oón« 
saavaia,  amTasão  daa  tMlifloaçÕes,  a  è«A 
bom  laàipki.'  '        -^  '    i 

'  Oaaaoa^ialloraa  apraseotai^aai  i>  eora  de 
RáodMesJ:''       *    -  '     -     «    .   -  -  • 

Tem  ama  bèa  resideiieia-do^aHWlio»  éa- 
¥idá  aoa*  atldados  do  aettial;  que  tambett  é 
piatasor '  régio; 

'«  taM»  ae  altw^d^  riàssa^Sénbòra^do  Ro» 
8aa%da  naME,  M  sepsllada  eni  8  de  ja* 
neiro  de  1743,  D.  Lniza  da  Costa,  qae  foi 
aiBtiora'da  axtramadaè  vinoèsk* 

Bra  aaaêddeala  da  nobre,  lámilía  Gosta 
Azevedo,  e  se  cré  qae  o  sea  aarpo  saaon^ 
serta^^inteiro' è  íooornfpta 

Era  da  família  de  D.  Jorge  da  Gosta,  o:fa« 
taaéO'  UÊ^àtH  dê  iilpedMMab  a^fol  casada 
eooiio  dOMobargàdoft  loaé<d*Aae«Bda  Yiel* 
ra(de  qaèJálUffei)  desèandèata^éas  Satt-> 
n%  da  HèHã;  doaaaliiiofas  dveastoda  Aze- 
vedo, jtdb^Alfavo:Pires.'.'  •  '> 

Tenho  éacMealca  qaepBa- 

V.}      t)uii''diaoMder  Mav/afliffia, 

do  ricò-booM»,  D»  Aanaldada 

•   :  r:     «^     Bafão^' d:  »aHa^^ealsiieeBiOS 

*^  aia;  lAiavedoa^  Séauo^iGaatiii 

.  f  -*••.;■«  ''iMiDoa,  o-Fooaapasi     - 

O  aattaalipriaDOvsnitodaCaw 

di^qilhita  deiAzavede^  é 

»     ;r  '- '..  .o'ir.  Marianiia^de^Lamoê  e 

*  .  >  Atorado,  inulÉiiiia  oaaoaMa* 

"">''>    'da  ^oaaa!  da- Vaia' Nova-é*!!»* 

'  -  •*  •    ■ .  «MO. ,      ■• '     ...-•  */•»••  . 

£'  sea  irmão  S.*,  e  ma  em 
íh         '      nraàes;tta<8Da.''q«íflta^'0irar. 
'  '  AalaÉia-da  Laaaa  OtiUzeveda. 
>■'-  Veean  doaa^ifmiaa  na  tr.* 

..{.  ( .'  .   .  -.li;. Maria»  dd  Biadada  éa-Lat 
<  voa  a  Aaavado^  caiada  eam 
•'41  SP.  NtDola«'l?aoeira  daMen- 
doaçafMeia,  da  qalnta^daM* 
«igíiibaa  iGaslra<Daiia)^/i  a 
>"  tan^9^linriq«sia  Aofosia  da 
»  ["'•(!'•       .1  IisaMW'aíiAMefado,roapMado 
.^  t:-   .  •  seu  JòsA 4s tauHb  AabaUoda 
CosU  Azevedo,  da  ttodadaa. 
Sao  todos  pessoas  de  esda* 
ir.,  n  ..'  nRída'  aobrisaa,  a  gfeniflaÉate 
'  !.:.'    anaidoé ateapaliadoapala ioa 
' i;    .     •      V ioaraièiBfwèiiade, 


f. 


V  { 


'I  » 


•«  .  •« 


r     •    »«      ,    ' 


PMli 


Vmà0tm  ée  1746,  of  nfndoi  niif p w  ( 
t0i  ■■gfyrwi»  Pdíx  «  Pui»  (ár««a 
iBortof  OB  Africa)  eon  nait  1771 


E'  4a  exdittiffa 
pÊét0ÊÍnê  (faiao  00. 


f^fft^wfffiriH^  dtff 


> 


(Bo)«  é  o  dilo  ir.  AolDob  és  Laom  Aib« 
Tido.) 
£'  Hwe  da  fentêía  epiaeopilépvocUal 


O  albar4ii6r  é  qooMtaMfeeaia  prppfim 
•  INlTitoffodo,  para  qttalpar  altoa,  por 


Iten  gnnda  eépit  ésindDlgeiídas,  pleoa- 
rfa%  t9mm  é.paríáaM. 

PiaaUMMit  Mor  aaool9iHo,  é  una  po- 
rumo  iMto  4o  bodf  copirinBM. 

Todof  estof  pffMiègioro  a  naior  parto  das 
rolifftiai^  foom  obtidas  por  D.  Jorgo  da 
Coita,  eafdoÉl  à'A\^MiâULr 

Mo  toáiplo  10  nrnm  ilntnlaçadaa  as  armas 
éid  pootffcooqÉt  HwotBeodèram  tamanhos 
prlrleilo^  ooéi  aaíidoo  Mis^do  Portngal,  o 
ai  dos  Azetedoff,  Soazas^  fioMas,  Fonaocas  o 
^taraii 

'A  an^iteatar»  d*oiU  o^sMh,  é  de  nm  mi* 
mb  o  dlUeadcsa  'smrptiàiirtntos. 

Ta»  Mi  qiadro  a  oiei^  apenas  de  uns 
60.e*tiiOotniái  do  oompTífibmo,  e  40  de 
lanfotO^  èsmiiilo-  méroeimHlo. 

lAioda  ím  piUflOi  andoi^nm  entendedor, 
data  por  fito  4M«B0»téi&  » 

á  ermi  ^ilooora-Allraiito  da  espolia,  é 
di  |f«i4to(  ooMpmftli  f  liiBDroiiisimoi. 

Ao  armsa  flos  Lemo9<4oo«i  também  doas 
ob»viá%!elii  noaMTki  do  tonada  d'e8U  Tilia, 
aoÉitMNlios»  '    ^       •  ) 

'floRlHidv  O  loadR^  nrAadadde  monro,  re- 
aldieilo  mibaitillo  do  VditoiàB  Amil,  era  se- 
nhor da.iiUli»4o)ffjrodii^>a4bal  lhe  pagava  1 


il,  com  qao  mama  o 
do  não  s6  com  o  ignominoso  tributo: 
oHoomi  o  áomlBio 

fMroo  dfaea  ifoo  o  al«aiéo  iâ 
eom  nma  espada,  (|aeo]o¥OBiackotno< 
tono  moÉríaeot) 

Ilisae  qm  ittéocamOBloi  q^atiartiin 
Oflislbeii^  m  arehivo  ét  toTv  íd  oomto. 

BaYorá;  «as  -osIoh  eoBtoncído  q«o  irto 
ttio  passa  de  nma  lenda, 
mIL 


Teoho  em  meu  poder  as  ge« 
nealogias  dos  differentes  ramos 
danobilissima  família  da  qnin- 
ta  d*AzeTedo,  d'esta  íregso- 
zia. 

Mão  as  posso  pnbliear  aqui, 
nao  'só  porque  faria  o  artigo 
mnito  ex\eo9Ò;  como  também 
porqae,  sebdo  as  palavraá  qno 
teem  ó  P  por  inicial,  inuiias» 
o  qne  decêhô  formara  nm 
grosso  yolame,  por  t^r,  fio  hir 
jQOto  coif  o  N  e  ô  O^Tejo-mo 
obrigado'^  passar  tado  qaan- 
to^  sem  iDcooYeníente,  poder 
ser,  paráoatraaletras^do  que 
laivisarei  o  leitor. 

Estas  geDealogias  pois,  hi* 
rao  em  Seãiéllos,  Serra  (Loa* 
rosada)  o  Farjs^o^. 


.•  •  -•  <y ,  .  • 


>i.  ' 


• 


*'';íírf'  ate  dVtlbá  sérrt  fio  sHfò  Htíkinião 
Íik$téltlj'mgr,'òií  tastelTodaMentanha,  áò 
K!'dá'ttTra,  eMi  «apèfla^titfqtitékimli/^- 
áfíaAâ  k  ííossa*  *ôT6ft(íf a  tti  '/dêgríi:  "'  '  " 
'  9ilò '  fy  iaM  4tÍaYido'  Àem  poi^^^aéfh  fbt 

fh^íailí:'*  ■'"^  •''*^*-  '  ••■  "'• '•  ••' 

D.  Raozendo  e  B.  Thedoa  (irmlosfCôii'- 
qnisuram  esta  villa  o  o  sen  castello,  aos 
iÉba0i8^#itft.iia«dipgada'di>ttdoJa9ba  da 


RAH 


fáR 


40t 


ítíêBí.)  Contasse  o  easo  do  aiQéo  «foliit»: 

Sabendaaqitftles  doto  fldiil|of|  ifHb- M 
BMoro«  de  Paiedes,  cot turoavAM  It  liaulM^ 
M  ao  Tátdra,  na  nanèan  de  S.iâãò  Bap(kM 
ta,  seveatiram  de  HManw,bem  ooisoHisaeiíi 
•oidados,  e  ee  Ibriíi^  emtosear,  doranlé  a 
noite,  em  sitio  asado,  na»  pmximidadM  di 
pmroa^. 

Sahirani  os  mouros  ao  romper  da  aorora^ 
e  08  ctiristãos,  depow  de  Ihea  daredi  tampo 
<la  astarem  a  eonvealecite  éisCatmla,  entesa- 
ram na  villa,  qne  lioha  as  portas  abertaB|4 
matoam  quantos  inimigos  aneontraVam, 
aett  resistência. 

D.  Tliedon,  fieou  com  parte,  doa  portnga» 
XM  na  vilta,  e  seu  irmão  foi  com  o  resto,  em 
deaianda  dos  moaros,  ás  margens  do  Táva* 
ra;  ijaas  estes,  que  e^avam  bem  armados,  e 
previntdos  pelos  que  poderam  foi^r  da  víi* 
la,  e  aos  quaes  se  tluham.  reunido  Mtros, 
dos  poYOS  visinhos,  se  bateram  oom  miiita 
,  bravura,  e  teriam  derrotado  D.  Rausendo; 
ae  seo  irmão  nào  viesse  da  villa  em  seu 
fioccorro. 

Os  mouros  oppozerara  também  a  este,  bra* 
vissima  resistência,  nào  o  querendo  deixar 
atravessar  o  rio,  maso  portuguez,  mesmo  so- 
bre o  cavalio,  a  nado,  no  meio  do  Tàv<>ra, 
íazia  nos  inimigos  horrorosa  carnificina,  pas- 
aoa  o  rio,  e  unido  a  sen  irmão,  derrotou  e 
poz  em  fuga  os  mouros. 

D'esta  victorla,  tomarm  os  dois  por  sp* 
peilído  Távora,  e  por  arma^  irai  golpbinbo 
sobre  a»  ondas,  e  estas  armas  usaram  seus 
descendentes,  até  á  extineção  d'esta  nobre 
família,  em  1759.  Vide  Chão-Salgado.  ^ 

PAREDES  —Vide  Guardão. 

PAREDES  —  logar,  Beira-ÀlU,  freguesia 
de  S.  Martinho  de  Mouros.  (VoL  â.%  pag.  ilO, 
coJ.  2.*)— É  iogar  muito  antigo,  que  já  exis- 
tia em  ii05,  pois  n'ease  anno,  Egas  Moniz 
e  sna  muliíer,  D.  Dórdia,  alii  compraram 
orna  berdade  a  João  Sonillo  e  sna  mulher, 
£àYÍra. 

PAREDES-^freguezia,  Traz-os-Montes^  co- 
marca e  concelho  de  Bragança,  35  kilome* 
troe  de  Miranda,  40â  ao  N.  da  Lisboa. 

^  Peço  desculpa  da  repetição  innevitavel 
d'esta  tradição. 


^  fWto.  em  «7W^  «7  lb|fos« 

Orago,  S.  Lourenço. 

^  Bispado  edisiricto^administtetiivo  deBra- 
fÉnpu 

O  raitor  de  Parada  apreaemava  o  eura» 
qM  linha  6^80»  róis  de^epgrta  a  o  pé  da 
altar. 

Bsia  CrsgMila  foi  sapprimída,  nnikido-se 
à  de  Parâdai  na- mesmo  eoneelhOi  comorci, 
disU*icto  administrativa  e  bispada. 

PARSOBS  D£  YIAOOB£S  (ou  Veadorêf)-^ 
fi^lsaMía,  .Dotti^  'Comarca  e  eonealho  da 
Marco  de  Ganavacee^fid  da  eomarta  e  eoa<> 
eelbo^extiactos-*de  Soalbaes,  emaisaA* 
tigo---oaiiaelte  da  Bên^Vivn),  49  kilema» 
iros  ao  N.Bw  do  Porto,  330  ao  N.  de  Lisboa. 

ISmi  240  fogos. 

Em  1757,  tinha  1M  íògos. 

Orago,  S.  Romão. 

Biepado  a  distrkto  administr.*  do  Porto. 

Os  conegoaiegrantes  de  Santo  AgostínhOp 
de  Villa-Boa  do  Bispo,  apresentavam  o  abba* 
d»f  coUado»  que  tinha  S040Ô0  réto  e  o  pé  de 
aliar. 

É  terra  fertíi.  Muito  gado  e  caça.  Peixe 
da  Dooro. 

A  pouca  distancia  do  Iogar  de  PareéM, 
está  a  capeMa  de  JVossa  Senhora  do  Q$re% 
(ou  Notsa  Senhora  de  S,  Gens)  fundada  so» 
bre  o  mais  levantado  sitio  de  um  monte,  que 
em  tempos  antigos  se  chamava  de  i^.  Gêns^ 
e  hoje  se  chama  São  Gerez. 

Esta  ermida  já  em  1716  estava  posta  em 
grande  esquecimento,  e  nem  festa  se  lhe  liazla. 

Os  diocDOS  d'esta  freguesia,  eram  dividi- 
dos em  três  partes— duas  para  os  referidoa 
cónegos  de  Yilla-Boa  do  Bispo,  e  uma  para 
o  parocho  de  Paredes. 

PAREDES  DO  BAIRRO--víiIa  exiineta,  na 
fregnezia  de  S.  Lourenço  do  Bairro.  «-Vide 
esta  palavra. 

D.  flianuel  lhe  deu  foral,  em  Évora,  a  20 
de  dezembro  de  Í9i9.  (L.«  de  foi*ae$  novoê  da 
Ssctremadura,  fl.  244  v.,  coL  1.') 

PAREDES  DO  RIO  —  freguezia,  Traz-oé- 
Montes,  comarca  e  concelho  de  Montalegre, 
d'Qnde  dista  12  kilometros  ao  O.-~60  ao  N.E. 
de  Braga,  415  ao  N.  de  Lisboa.  Tem  40  fogos. 

Em  1757  tinha  49  fogos. 

OragOi  Santo  António. 


404 


fúR 


Arcebispado  d$  Sriga,  4i»tiielDiadmiii8- 
trMÍYO  de  Villa-ReaL.  -.      -  <• 

O  «tbadeide  &  Thomó,  da  PaiadAdlp.Oa- 
teiro  do  Gerez  e  o  reitor  de  Santa  MaMtd« 
Ybde^  apreaentaf^Bi  itmnltaiManieiito  o  ^- 
«irío,  celiado^  foe  tinha  W#000»  Déit  e  •  |i^ 
de  altar. 

Parte  dos  éixiaios  d'eau  fr^soifi^.  periea- 
dam  ao  aMiade  do  Outeiro,  e  parto  M  oom» 
meoda  de  Flães  do  Rio.  ]> 

Está  situada  na  jnargem  dlieita.do.riA  Cá- 
vado, «que  oorre  ao  S.  da  nesDU.  .e  nas  fúf 
4a»>meridionae8y  da  cadeia  de  montes»,  qae 
oarrem  e»tre  as  serras  de  Larooco.e  Geres» 
GottOna  pelo  N.  cem  a  raia  ds  Gaiiiia. 

O  saa  terrenot,  apea^ar  dd  eslar  oxposto  ao 
S.,  em  razão  da  sma  altura  é  frio:  apanat  gro- 
duz  centeio,  basat^s^  algum  milbo  e  ínictas. 
Cria  muito  gado  vaccum.    .    :  < 

Esta  (reguezta  foi  unida  á  de  CoYolUes, 
por  decreto  dç  1855,  oonservandp  &  mesma 
denominação. 

PAR£D£8  SfiCGAS  —  freguezia,  .Minbo» 
comarca  e  6  kilometros  a  E.  de  Villa  V.erdí^ 
coneelbo  e  3  kilopetros  ao  N.  de  Asaares 
(foi  da  comarca  da  Póvoa  de  LanboBi^*eoii« 
oeibo  4e  SanU  Martba  de  Bouro^,  iS  Idlo- 
metros  ao  N.E.  de  Bragg,  370  ao  M.  de  Lia« 
boa.  , 

Tem  47  fogos. 

Bffl  Í7W  Uoba  49  fogos. 

Orago,  S.  Miguel,  arcbanjo. 

Arcebispado  e  districto  adminislrativo-.de 
Braga. 

A  mitra  apreaeniáva  o  abbade,  que  lánba 
SliOdSOOO  réis  de  rendi  menta  , 

Está  situada  esia  fregueiia,  em  terreno 
accidentado,  nas  faldas  meridlonaes  do  mpn- 
te  de  Santa  Cruz,  ramo  do  Gerez.  Produz 
todos  03  géneros  agrícolas  do  paiz.  Gado  o 
caça. 

Foi  villa  je  couto,  do  mosteiro  de  Renduf- 
íe,  e  compuQba-se  este  couto,  de  toda  a  ire- 
guezia  de  Paredes-Séccas,  e  dos  legares  do 
Pomarinho,  Faqniães«  Portella  do  Yalle^  Mon- 
te, e  Liaharôlboi,  que  são  da  freguesia  de 
Villela. 

Tioba  juiz  DO  eivei  e  orpbãos,  almotacel  e 
provedor  (feitos  por  eleição  do  povo)  os  quaes 
faziam  correições  e  aforavam  montados;  e  á . 


HAR 

ata.Mriem  le  faii|MD  BMlitaria^  ás-qttain 
coBSoniiim  oipo^os  doa  cencelbo»  de  Aanar 
ras,  fií|nt»  Hlutiba  de.Bonnv  e  os^oentorde 
BosicQ.o  ReMUiffe;.0iaa.  perderam  essa  le^art 
lia^  por  sarojtti^  Joaó.  Martins,  dotermiim* 
do  «ma  montaria,,  em  dia  de  feiri  oova« 
.  As.esofivaiaonMDi  de  Santa-Martha,  aad» 
portenelao  erinie. 

Até  183i,  foi  da  comarca  de  Yianiia,  e  at4 
18M,  da  coBVU!ea  de  Lanboso»  /coDcnUioide 
S#nta.  Martiia  de  Bouro. 

.  Peio  centro  d*e8ta  fregneiia,  pasu  a  an- 
liga  asirada  romana,  da  Geíra« 

PARHAVAL,  ou  PBBNAYAL-iServa,  Ba- 
ra-Alta,  ramo  da  Gralbeira,  30'  Idlomeifoft 
a  O.  da  Lamego.  (Vide  Gral^ira.) 
.  Dix*sa  vulgarmente  Pamaval,  mas  é  cer* 
mpçlo  deP^morFaie,  Poz-se^lbaeatauMM^ 
em  rasão  da  sua  eseabrosidade;  como  qoea 
di»— « Aqui  só  a  perna  mlet^-ou— «é  pre«> 
cisoilar  boas  pernas,  para  subir  aqui.^ 

Sala  iprande  parte  do  anno  coberta  de 
neve.  . 

PARREIRAS,  ou  PORREIRAS— ireguezia» 
Minho,  comarca  de  Yianna,  concelho  de  Cott- 
ra,  50  i^ilometros  ao  N.E.  de  Braga,  405  ao 
N.  de  Lisboa. 
•  Tem  40  fogos. 
..  Em  1757  tinha  49  fogos. 

Orago,  8.  Miguel,  arcbanjo. 

Areebispiido  de  Braga,  districto  admiaia* 
trativo  de  Yianna. 

,0  parocbo  é  abbade,  collado.  Era  apre- 
seBtaido  a  ires  oojsf s,  a  saber-*-a  casa  do  in^ 
(áatado,  as  freiras  de  Santa  Anna,  de  Vian* 
na,  e  a  oasa  de  Boi-Monte^  da  freguezia  da 
Formaríz. 

É  terra  pouco  fértil,  e  muito  fria.  Cria 
bastante  gado,  e  nos  seus  montes  ba  abun* 
dancia  de  caça,  grossa  e  miúda. 

O  verdadeiro  nome  d*esta  freguezia,  é-Por* 
mruiy  portuguez  antigo,  boje  fora  do  usol 
Por  decência,  deram-ihe  modernamente  o 
nome  de  Parreiras^  que  é  impróprio;  poia 
cão  exprime  o  sentido  do  sen  antigo  nome^ 
que  signíQoava — terra  semeada  de  porrêtas 
(àUíM  pârrasj  de  que  antigamente  se  faila 
caldo,  guizado,  e  saltada.  Outros  dizem  qoa 
porrilas  eram  acelgas.  O  sr.  J.  Pedro  Ribei- 
ro, diz  que  é  mais  provável  aerem  eebôUaa. 


PA« 


PAS 


495 


.A  jperftòtf ar  o  bomimi  aUodioado. 

Em  -qiisif  lodos  os  pciM  fiH  «mfNre»  e 
akadi  hoje  é»  esie  ei^ins^  moiistnioaOy  easli«> 
gado  com  as  penas  maiiserMts* 

Sm  as  na^ea  «u  que  a  pettâ.^-ifiilile 
«tá'abDlid%  sio  é^  mm  p6d»  éUs  sar.  puni- 
do 009  penas  nais  severas-âo  que  as  im* 
postas  ao  crime  de  asaanintocoin  prenedi- 
4«çao*o  eom  otttras  eiroimisuneia»  afgra- 
Tancos -^  degredo  perpótno  eom  trabalhos. 
•  Do  illistrado  Jm^al  da  Noiíê  u.^  Í5fc9, 
«slrahi  osegnlnle: 

As  leis  romanas  ordenavani.  ^ue  oiw 
eondemnado  pelo  crime  de  parricidio,  fos- 
se lançado  ao  rio  com:  a  eahefa  eoherca  e 
o  oorpo  contido  em  nm  saboo  de  conro. 

- Algam^tempo  depois  da'  tei  das  doxe ta- 
boas,  a  pnsi^  dos  parricidas  foi  aggra- 
Tadâ,  e  determinou!  se  qae  no  saeeo  em  que 
fossem  lançados  os  réus  ao  rio,,  se  mettesse 
um  cãOi  ama  víbora  e  um  maoaoo,  com  o 
fim  de  augraenlar  o  snppliclo  com  «  sanha 
-O'  faria  d'estes  animaes. 

JKo  tempo  do  imperador  Adriano  legis* 
teii^e,  que  os  parricidas  fossem  queimados 
yíyos  ou  expostos  ás  feras. 

No  Egypto  o  réu  era  eondemnado  a  ser 
varado  cem  eanasponteagudas, que  lhe òra- 
vavam  em  tolas  as  partas  do  eorpo^  e  n'es- 
H  estado  era  lançado  sobfe  mn  monte  de 
«spiahos  a  que  se  lançn.Ya  o  fogo. 

fim  Pfança.  o  parri^da  era  eondemnado 
A  penitencia  publica,  a  ter  o  punho  corta- 
4o,  a  ser  esquarteiado  vivo,  e  lançado  ao 
fogo. 

PáSCHOAL  •-- aldeia,  Beira  Alta,  na  fre- 
guesia diB  AbroBezeêj  concelho,  comarca,  dls- 
trieto  administrativo,  bispado  e  próximo  de 
Viseu.  (Vide  Abracezes  e  Moinhos  do  Pintor.) 

Fica  esta  aldeia  a  pouoa  distancia— a  N.O. 
-^do  logar  de  Abravezes. 

A  uns  150  metros  de  Paachoal^  no  alto  de 
um  monte,  de  pouca  elevação,  se  fundou 
uma  ermidinha,  dedicada  a  Nossa  Senhora 
4a  Esperança. 

Pelos  annos  de  1620,  hindo  em  visita  áqnel 
le  logar,  o  bi.«po  de  Viseu,  D.  João  Manuel,  e 
aehando  a  ermida  muito  arruinada,  decidiu 
coadificala,  e,  em  razão  do  nome  da  aldeia» 


.fittor  «festa  á  padMiefra,.  pela  Paedioa  da 

Besumlçao, ,  dando  à  nova  padroeira  a  in- 
vocação de  Nossa  Senhora  4Õs  Pfaaeres.    > 

MaAdM  dofnottr  a  frente  da  antiga  ermi- 
da, censmiinâ^ad  um  arco,  eo^orpn  4a 
egreia,  fieanéot  a.  aaligà  ennlda  eenrindn 
de  capelia-mór. 

N<^  altar  Dór»  foi  eollDeada  a  imagem  de 
Noflsa  Senh(Nra  dos  Firaseres,'  e  em  um  Iam» 
ral,  ada  antiga  Senhora  da  Esperança. 

Passados  tempos,  os  moradores  dePas* 
cbeal  erigiram  uma  irmandade  á  Sonhara, 
oemposla  não  só  de  pessoae  da  aldeia,  maa 
também  das  povoações  em  redor,  e  da  cida- 
de de  «Viseu.  Os.  seus  estatutos,  forafi  appi9r 
vades  em  março  de  1656,  peto  provlsor,  em 
Sé  vacante. 

Tinha  cem  Irmãos  e  dea  irmana  donzellas» 
ou  viuvas  hone8ta^  e  todos  os  clérigos  qne^ 
por  devoção,  n'ella  quizessem  entrar. 

Em  1672,  foram  reformados  os  estatutos, 
e  se  ordenou  n*6lles,  que,  em  todos  os  diaa 
de  Nossa  Senhora,  se  dissesse  missa,  e  ena 
dia  de  S.  Simão;  todas  |ippliea<las  pelos  ir- 
mãos vivos  e  defunctos. 

Foi  crescendo  a  devoção  do  povo  para 
com  esta  Senhora,  e  em  16P4  se  augmenton 
a  irmandade»  ficando  formada  por  160  ir- 
mãos, reduzindo*se  os  trea  officios  que  até 
então  se  faziam,  a  60  missas. 

Para  serem  admittidos  a  esta  irmandads^ 
se  submettiam  os  pretendentes  a  rigorosa 
inquirição^  para  se  provar  que  não  tinham 
sangue  de  mouro  ou  judeu. 

Tem  esta  irmandade  muitas  indulgências, 
que  lhe  concedeu  o  papa  Alexandre  VII,  as 
quaes  foram  publicadas  era  1668. 

Os  seus  rendimentos,  são  as  offertas  é  es- 
molas do  povo,  e  os  anniMMs  dos  irmãos,  que 
cada  um  dá  annualmente  120  réis;'  mas  a  fes» 
ta  da  Senhora,  é  feita  á  custa  do  juiz  e  mor- 
domos. 

PASSADA-— portuguez  antigo— primeira 
permissão  tacita,  passe,  conni vencia,  disfar- 
ce, consentimento,  etc. 

PASSADA-^  portugnez  antigo— pas^o  o« 
possa/—- medida  de  longitude— eram  4  pal- 
mos (0^,88). 

PASSA£S  ~  portuguez  antigo  — -  recinto, 
(cottchou30  ou  quincfaôso)  ou  terra  d'horta 


àúA 


fk% 


}tiDto  Ais  égNi]a$  paroeMM^,  qo^ttrtir  pm 
iKim,  ponotr  e^logrjuloilro,  dot  paroiMB 
cnra»  «m  ^mptinies. 
EMa»  e^eâs»  eram  do  Ma  infnclj^  anais 

pt(ÍOBH9B;  6*86  ItlM  élVa* 6  80016  tfetfeX/fOt. 

MoB  «oDcilios  9e  àtmtmtymaiUúrarim»  Ee- 
elesiae. 

.  Mo  ooneiUo  de  Va)hadõll4  (1144)  s^diz 
qa»  estes  dextroi  oa  pauãei  se  estendiam 
aló  30  passos  geomeirioos  em  redor  das«gre- 
jas  matrizes. 

Eram  tão  reipeítados  estes  d^tros^  f|iie 
tinham  privitegio  de  covAo  dô  rêinò,  eade 
k4miiiaáo$.  Bste  privilegio  foi  ceneedido  aos 
psêsaes  pelo  ceneítio  de  Coyaoça-^H)  queison- 
•U  doIlDfQ  Ptéio  de  Coimbra,  IL  209  a  100 
e  fl.  285. 

Os  passaes  de  30  passos  eram  os  das  egre- 
]as  de  2.*  ordem;  porque- os  das  eatliedraes 
eram  maloresj 

No  eoneiiio  de  Oviedo  (1115)  se  sseigna* 
nm  70  passos  em  redor  das  egrejas,  para  se- 
rem considerados  asylos  oa  tmáos  do  reino. 

Note^se  porém  que  ficava  so  arbítrio  do 
povo,  ou  do  devoto  que  doava  ás  egrejss  o 
l^rreno  para  o»  passaes  (e  para  as  cêixas  dos 
mosteiros,  que  também  se  chamavam  dex- 
tros e  eram  contos)  a  maior  ou  menor  ex- 
tensão» Se  excedia  os  30  passos  (que  parece 
era  o  mioimo  do  dextro)  gosava  tudo  os 
mesmos  privilégios. 

Na  larga  doação  que  os  fundadores  do 
BBOSteiro  de  Arouca  fizeram  ao  convento 
(951)  diz-se — Concedimus  nos,  faimulos  Dei, 
Ansury  et  Ejeuva,  ad  ipsum  Locum  Sanelum, 
atque  Sancto  Âltario  jam  supra  nominato 
XIL^  passaUs  pro  corpora  sepetiendo,  et 
2XXII''  passales  pro  toleraniia  Fratrtim. 

£ram  pois  12  passaes  ou  passos,  para  ce- 
milerio  e  72  (ià  disse  em  outra  parte,  que  2 
▼alia  antigamente,  na  conta  romana,  50)  pa- 
ra os  frades  haverem  pelas  suas  mãos  vesti* 
dos  e  mantimentos.  Na  mesma  accepçao  se 
emprega  nas  repetidas  doações  que  a  famí- 
lia Soares  fez  ao  mosteiro  de  Grijó  (Yoi.  3.*, 
pag  322,  col.  2.*  e  seguintes.) 

Muzara  e  Zamora,  -tendo  fundado  o  mos- 
teiro de  S.  Pedro  de  Gôtte,  o  dotaram,  em 
882,  dando-lbe,  além  dos  dextros~<{iioifetm 
passalespro  corpora  (umulandum,  et  septua» 


9A% 

pniú,  etéum  aâioiêrén^bimfrathm^  àâ^iêe 
indigentiufk.  (Bot.  original  >do  «ollegio  ék 
Graça,  ée  Coimbra.)  Vinbára  a<scv  ao  lodo» 
84  passos  em  giro  da  egrr ja  -t  mosteiro.  (Vi«^ 
de  tambemf'  Souselhs.) 

PAMAE6^temo9  visto  pelo  artigo  asfocft* 
46ate«  a  origem  da  palavra  passAf^^-qtw^PWi 
a  9er  ^^pasíos  em  redor  ée  egreja^  peara  Mh 
çretéouro  éo  parooko. 

Quasi  todos  os  passaes  das  egrejas  prow» 
dem,  00  dedoagdes  particulares,  ou— o  mala 
geralmente  -*  de  compras  feitas  pelos  paro^ 
cbíanos.  Raríssimos  são  provenlenles  de  doa* 
fies  regias. 

Hof^y  que  éstá  «m  afanosa  exeénçao  a  iel 
de  2i  de  agosto  de  1869,  para  a  rápida  isfesa^ 
w&f ffMÇtfo'  dós  passaes  (b  caso  urge)  etiai- 
pre-me  dizer  alguma  eoilsa  sobre  o  obtento. 

Não  tendo  eonbocimeitoa  sol>re  o  Direik> 
eceiesiastieOf  e  tendo  apenas  lido  superfieial* 
mente  os  concílios,  não  eptou  habilitado  para 
fallar  ex  catliedra^  sobre  a  matéria  ç  pordm^ 
mesmo  que  tivesse  ptofundos  eonheebneii-^ 
tos,  expenderia  a  minba  opinião  eom  a  ma» 
xima  simplicidade,  para  que  o  povo  iaeil* 
mente  me  comprebendesse. 

A  desamoriisaçSo  dos  passaes,  é  um  acto 
tão  iiiegai,  tão  arbitrário,  e  tãa  saeríiego, 
como  a  venda  dos  mosteiros,  cercas,  e  mais 
propriedades  e  rendas  dos  frades.  Nenhnai 
governo  tem  o  mínimo  direito  sobre  estas 
propriedades,  que,  por  todas  as  leis  divinas 
e  humanas,  são  da  exclusiva  posse  do  panK 
cho. 

Todas  as  residências  sao  próximas  ás  egre* 
jas  a  que  pertencem,  para  que  os  parochos 
estejam  promptos,  a  toda  a  hora  do  dia  o 
da  noite,  para  a  administração  dos  sacra- 
mentos, aos  moribundos. 

Expulso  o  paroeho  da  casa  que  o  povo 
lhe  deu,  hade  sujeitar-se  a  residir  onde 
achar  casa  para  alugar,  qualquer  que  seja 
a  distancia  da  sua  egreja. 

SoíTre  o  paroeho,  e  ainda  mais  os  fogue- 
tes, que  terão  de  andar  de  Herodes  para  Pi- 
latos. 

E  quantas  vezes  morrerão  os  doentes  sem 
sacramentos,  por  não  vir  o  paroeho  a  tem» 


í 


Pia 

piK.f  m  raiiA  do  ter»  4«  posconref  im  ImSPi 

. .  Bapponhamoa  qae  <»  atente  está  motfíbtiin 
dD^e  mór*<aD  p4  d*  egni^^  «4»  fiacocho  a 
giaDde  distftocia'  d'e|]i^  AaUa  de  vir  Me, 
teUia.  desgraçaée  doeate  tempo  de. morrer 
uoijiepettoae  dO' vezes. 

Já  se  vé  que,  mesmo  que  se  acradileiMii 
pa^meaio  dos inros doo^taâs tiMoêde dt- 
vida  patA/i^o^  ponmoilasaoaíjs  <ooiitteiúa- 
gaem-  oré)  preeisfitoi'  os  jnesiaoB  trâDStor* 

DOS»   . 

A  hMtoría  des  tUnios  que.  sa  dão -aos. pa* 
roeiíos  esbulhados  víolentaminte  daiqaeofa> 
seOr  Mk)  passa  'de  uma  hiétoria;  ehade 
aeonteeer^lbe»  nem  mab  nem  meaos^isena/ 
aooMeeea  aos  fradea.    > 

A  'Otes,  promoueQ-864bes-amaiiM|BsaU* 
da4^  de^  Iâ4ô09.  réiS|.  qiNi  sunea  wapL   .  , 

Houve  de{pei8  o  l&iaoeQ.  psailo,.em  i842,' 
e,  quando  metade. dos  frades  jáikibaBv mor-' 
ridqde íome^  rediuiram  a. mensalidade  a 
O^OróiSy  mált  pagos. 
'4BnppoDhamosy.por  um  momento,  que^o 
actuãl  govenM»  tem  tenção  de  pagar  os  ja* 
ros  aos  parochos»  eom  a  máxima  pontoali* 
dade. 

Quem  nos  garante  a  e^nidade^  nem  mes- 
mo a  diuhirnidade  da  governos  qna  quei- 
ram pagar  estes  juros? 

Bem  sabemos  que  qpalquer  govei^ioqie 
nào  queira  pagar,  não  paga* 

Supponhamos  aiqda^  que  este  governor  e 
08  futuros  desejam  pagar  —  se  bouver  uma 
bancarrota  (para  aqual.se  corre  a  passos 
do  gigante)  quem  bade  sustentar  os  paror 
cbos?— o  povo  quo  já  lhe  tinha  dado  lospasr 
saeal' 

O  poTO,  se  quízer  ttr  parochos;  porque  o 
governo,  deixando  de  pagar  a  clasies  de  qiM 
depende  a  «sua  consenvação  no  poder,  me*" 
DOS  decerto  pagará  ás  classes  de  que  nao 
depende. 

lá  vêem  os  nossos  leitores  que,  abstcabinf 
do  das  leis  ecciesiasticas,  determinações  de 
conoiiios  e  constituições  dos  bispados,  que 
tedas  impõem  graves  penas  aos  usurpedo- 
res  de  beos  da  Egreja — e.  guiando-nos  pdn 
laa  leia  civis  de  todas  as  nações  euUas,  e  mes- 
mo pelo  direito  natural,  a  Vionds^  obrigato- 

VOLUME  VI 


vm 


ím 


ri*  iooijpiisaM,  .cossiittie  woM^^^HkMn 
enfinUaiaoM  nio  ai  /oovwi^e  09dteQHliYife§frrt) 
tugoez)  mas  «té  me^o  aoutca  Jt^^HMes^ 
dateiaiínftiião.  áíh  J»iigo  US^  Atp  iiU'''f4lk^ 
Caf ta  xsDOitHwioMl»  «UQ,iiMr«Hki^a..tadOlJ»'» 
cidadão,  instugitfv  #4imita.  .dft>.pis(9cío^ 
dade.  •   •  «».,",  -'inuifo!) 

ÁM.  Doesos  Or4ma§õ€fi  .(fa.iB<^m;tft|rt)Mo 
posiiitaOBoiíte'  d^tonaiaavaoa  qup  f.mêti^mfi 
foÊêi  obri§ado>  a.  r«mí^  o  >»m  AontoUM/fl^  t  ^\ 

Ooiteollente  jornal  eathpliFa-Mlij?4fqMiia') 
-«4fim  pubUeado  vir-ioti  at  lifos  «ohm  ^fiim 
teria,  ^v^  sio if reapondiveifi. •     •  f   .i^t  «b 

Do  sou  n.^  iMí^  •exivahi  4k  «qiieíjooi^e*^ 


9» 


1.  .  »'i.i 


•;> 


li(k  ahi  quem  snstenta  ^jMootpenaifc^MiliBi 
siostioao  fiolmMiadaa  pela  £greja>D€0itri>tOBi 
da^raeta  de  usurpadores  de -bena  da  fifp»a 
ja  não  teem  applicação  para  o  caso  detiílrii 
rem  elles  sobrogados,  trocados  ou  per- 
mutados pcNT  ee^es  titoloe  dfi  (díaidaí  piei* 

fios  sustentamos  e  temos  susieulada  ifut^ 
nao:  aliás,  bem  (acil  /(ira  tUadJúr  es^aa  JeiSíidOc: 
meama  Egreja,  que  tesm  por  prineipAl  ^We 
garautbr^lhe  a  «pnserva^  da  sua  propiíe^i» 
dade.  ..ni-i^'/- 

A-queet^  e&táaflbcta.aoiribUQal  eomiiiB* 
tente,  ^ne  bade  dioer  a  ultima  palavfa9ii| 
destruir  o  qua  aos  olboa  d^  qua»i:todâSioti 
que  podem  fallar  com  mais  ou  «leno^  Mn 
ctoridade  e  conbecimanto  de^e^usa  aobreia 
matéria  se  afigura  mero  aophiama».   >    ■  \c.i 

Kús  entretanto  .continuaremos  a  d«C#nr . 
der,  quanto  em  néa  cabe,  os  .direitos  4ftr 
Egreja,  e  apresentamos  boje  a  nossots  Mm^i 
res.  o  seguinte  ex|raeio  de  um  opusonlo;  dn; 
immortal  Dalmes,  sobre  a  desameriiaaQão  dei^ 
bens  do  Clero,  emH«ep2|Qha,  aeuja  desamorr» 
tisaeãè  deve  o  mesmo  C  lerOf  desde  a  revotu^  { 
de  i86d,  estar  privado  de  seus  rendànontos^^ 
havido  sollrido  fome  muitas  ecetesiastiop%- 
cbegando  a  esmolar  um^  bocado  de  pão  .nãO/ 
poucos,  e  alguns  perecido  quasi  á  miun 
gua*  .  I 

O  opúsculo  de  Balmes  foi  escripio  .em 
i8iO,  mas  quasi  tudo  o  que  n'eH6  se  dbí  ae 
pôde  applicar  tambam  a  nós,  e  nosservA' 
para  nosso  intuito  comoseiõra  escrip(«|  agDm 


ras^enao  vc^jfm: 


&» 


PA» 


'  iMrttor  Mb,  4ir*iti«*iau^  aio  «i<i%tà  de 
dlipttÉr  to  dero  «su  direito  d#  propried^ 
d^y  reooiilMeenoi-lh'o,  toiifMieiiiot*lii'o: 
8Ms  kem  pertetteem-lhe  como  los  oolf oe 
cidtttòs  peiirteieem  os  eena»  e  eom  eavilta« 
{IMidelosas  nao  tintanoi  de  Msentar  ama 
doiitrioa  qae»  levada  de  consequência  em 
eliiíeèfièiieia,  daria  por  terra  com  todas  "ae 
aocMades  e  portanto  com  a  sociedade  ia* 
leira.  O  BsMo  nao  dic  ao  Giero:  «isso  bío 
é'fe«  é  meu,  e  por  tanto  tomo  conta  do  (|tte 
nM  ferteaee-;!  mas  dis-ttie:  «ea  necessito 
de  teus  bens,  e  por  isso  me  apodero  d'eUes; 
o-  4ue  tu  podes  luer  é  eaigir-me  que  to  in- 
demnise;  assim  o  farei,  tomo  a  meu  cargo 
toâ  decente  sustentação  e  •cobrir  as  despe* 
ai<  do  culto;  deste  modo  attendo  a  minbas 
Mceesidádes  e  nao  commetto  injueiiça  ai- 
Sttiia.» 

-ajamos  o  i|ue  Tale  esta  replica.  A  Justi* 
çae  a  equidade  exigem  que  a  expolíaçaose- 
ja  precedida  de  indemnisaçao*  e  Teriílcar- 
804ia  este  requisito?  a  justiça  e  a  equidade 
«Élgem  quo  a  indemnisaçãosfja  equivalente, 
e^  além  d*isso^  certa  e  segura:  e  pode  isto 
Teriâcar-se? 

*{)ttO  vale  a  garantia  do  erário  para  asse- 
glwaf  a  subsistência  de  uma  ciasse  tao  nu- 
lAerees,  rodeada  de  tantas  despesas  e  ne* 
ceHsidadèsY 

Que  vale  psra  tamaniio  objecto  uma  ga- 
rantia cuja  efflcacia  está  sujeita  a  todas  as 
eventualidades  de  guerras^  transtornos  e  ou- 
tras calamidades  publicas,  cuja  maior  ou 
menor  amplitude  depende  da  vontade  de 
um  parlamento,  mudável  por  sua  natureza, 
«aposto  a  tão  diversas  influencias^  e  que  por 
Hslaes  combinações  poderá  ser  mais  que 
ma  ve2  a  expressão  náo  da  vontade  de  um 
povo  grande  e  generoso,  senSo  d*um  parti- 
do mesquinho,  d*uma  acção  turbulenta,  per- 
versa e  irreligiosa?  Que  vale  uma  garantia 
CQ)o  cumprimento  podem  embaraçar  a  im- 
pericia  â'um  ministro  e  ató  dos  empregados 
inferiores  de  fazenda? 

«Mas  é  uma  garantia  consignada  na  Cons- 
tituição, t  Embora;  a  Constituição  não  fixa, 
nem  pode  fixar  as  dotaçOes;  a  Constituição 
da  vontade  dos  corpos  coUegiB- 


PIS 

Mores;  a  Goostítn^ao  não  é  fiança  da 
bidade  e  intelligencia  do  ministro  da  P^ 
da  a  dos  seoa  sobordinados;  a  Conslit«ií^o 
não  é  garantia  ooittn  u  guerras^  contra  at 
fome,  contra  aa  pestes  e  outras  calamida- 
des; a  Constituição  não  podo  sempre  evitar 
as  urgências^  os  apuros^  o^esgoiameoto  tio 
thesouro. 

Dlgamol*o  e  digamoi-o  em  alta  voa:  a  bmo* 
dida  do  despojar  o  Clero  de  auaa  proprie- 
dades, ó  um  taro  golpe  descarregado  sobim 
a  religião.  Verdade  ó  que  um  simples  laaoe 
d*olbos  superficial,  diminue  sobro  meda  o 
aspecto  d*este  mal,  chamando  a  attenção  |Mi  • 
ra  a  differença  entre  o  temporal  e  o  etenmt; 
também  eu  invoco  esta  differença;  desper* 
ta  ella  no  fundo  de  minha  alma  consolada- 
ras  esperanças;  também  me  faz  sorrir  de 
lastima,  quando  contemplo  oe  vãos  esforçon 
do  homem:  porém  eu  não  tracto  de  pene- 
trar os  segredos  do  Aliissimo,  não  tracto  da 
limitar  sua  Omnipotência,  nem  de  negar  qoe 
tenha  em  suas  mãos  infinitos  meios  de  m1- 
var  sua  obra;  só  falio  quanto  cabe  nas  eoa- 
sideraçdes  e  conjecturas  que  podemos  aven- 
turar, nóe  os  simples  mortaes. 

Querer  comparar  o  Clero  com  a  classe  da 
empregados  públicos,  é  esquecer  inteira- 
mente a  natureza  de  suas  funcções,ó  tratar 
de  degradai  o,  é  mostrar  empenho  em  pro- 
curar que  eile  não  possa  desempenhar  as 
altas  faucções  do  seu  santo  ministério. 

Não  citarei  a  este  propósito  ninguém  que 
possa  ser  taxado  de  apaixonada  pelo  Clero; 
s6  me  valerei  das  mesmas  palavras  de  Meu- 
dtzabal  ao  apresentar  ás  cortes  o  projecto 
da  inteira  expoliação  do  Clero. 

«No  empregado,  dizia  o  ministro,  basta 
que  a  recompensa  assignada  a  seu  trabalho 
chegue  para  satisfazer  as  suas  necessidades. 
No  Clero  deve  procurarse,  além  d'i980,qao 
não  seja  um  mero  assalariado,  nem  ciya 
existência  se  ache  tão  subordinada  e  sujei" 
ta  ao  thesouro  publico,  que  perca  aos  olhos 
do  povo  aqneila  santa  independência  que 
convém  á  profissão  augusta  de  reprehender 
o  vicio  e  de  dar  lições  de  paz  e  confratemi- 
dade  desde  o  throno  até  á  cabana.» 

Bxtranho  parecerá  talvez  ao  leitor  que  si- 
milbantes  palavras  saíssem  da  bocca  do  mi* 


PA8! 

làÊttoi  10  pnprio  mio  do  toemipeiitav  por 
âoop^ar  o  Clero;  ahi  estio  oe  4ooaoieBloe; 
lèê04»;  e  o  sr.  IfendittlNd  é  quen  kt^â^ 
proourar  pdr^ee  d*aeeor4o  eouuígo  aMevo. 
Eor  pdâ  fliiiibà  parte  aeeeito-ttie  a  coiiUmao 
e  jigvadeço-lh*a. 

. .  .Poréia  eomo  par  inaii  peregrim  o  ri» 
diimla  ^toe  aeja  tal  aèoiuaçaa  (a  de  eero 
Gli0»  enbiQoso  o  iatereeieiro)  tem  ebefado 
a  aer  por  nmitoa  acnedilada,  e  griloitaBiettte 
inaileada)  será  bom  que  nos  demoremoa  um 
potteo  em  acabar  do  diaiípál^a»  lascando 
iiâo  d*algamas  reflexões  a  respeito  á^  na* 
tareza  dos  bens  de  raiz:  d*esle  modo  fieiFá 
manifestado  i|ae  o  CLéro,  proeiffMda^  een- 
aenral^osy  obedeee  a  um  MOtlmemo  o  maia 
aaUiral^  o  maia  jaslo  e  o  mais  pradenie. 

Um  iostioeta  de  eoaservaçao,  eommam  ás 
dasses,  liorporações»  famílias  o  HidíYidvos, 
os  induz  a  trabalhar  para  eollocar-se  n^aqnet* 
]e  estado  em  que  se  realizem  hmiís  segara  e 
Tanbjosamente  as  condições  do  sna  sofasis- 
ttioia. 

Um  individuo,  amafamilia»  amaeorp<ffa'' 
{íd^  nma  classe  tem  sqas  necessidades;  é 
preciso  satisfazel-as;  esse  áentimento  é  túto, 
continuo,  estimulante;  e  n'elle  se  encontra 
a  origem  do  tantos  afans  que  os  alormeflh 


VliSi 


km 


Porém  não  oecopa  somente  ao  homem  o 
eoidado  de  adquirir;  aguilhoa-o  não  meãos 
o  feccpo  de  perder  o  adquirido;  e  descoafla- 
do  e  suspeitoso  em  rasão  das  duras  iições 
foe  do  continuo  lhe  ofléreoem  as  fissicim- 
des  humanas,  esforça-se  incessantemente  por 
pôr  suas  riquezas  a  coberto  dos  azares  que 
ecimsigo  traz  o  curso  dos  tempos.  Esta  a 
causa  porque  o  vemos  com  frequência  tro- 
car siias  riquezas  por  outras  menos  eom- 
BÉodas  e  até  menos  productoras,  com  tanto 
que  encontre  na  troca  maior  segurança,  me- 
nos motivos  de  receio:  e  eis  aqui  porque  os 
indivíduos  e  muito  mais  as  famílias  e  as 
corporações  toem  sempre  uma  irresistivel 
tendência  para  a  acquisição  de  bens  de 
raiz;  fazendo-se  sentir  mais  essa  inclinação 
nas  famílias  ê  nas  corporações,  pela  simples 
razão  de  que  podem  prometter-se  mais  lar» 
go  praso  de  vida,  e  de  que  suas  necessida- 
des sao  mais  amplas  e  duradoras. 


For  poqeo  quo  se  reflicta  sobre  eata.map 
torisy-isi  rvrà  desde  logo  a  cansa  principal 
d'jisie  anMo  peloa  bens  de  raiz;  e  é  sf^rem 
eMi  bens  os  quo  ofléreeem  mais  garantias 
de  ímrariabilidade  e  duração* 

Um  incendi»  consome  em  poucos  instan^ 
tes  cabedaes  imtnensos;  n'um  motim  de  pou* 
cas*  horas  um  populacho  feroz,  reparta  des- 
troe,  6  desperdiça  o  fructo  de  largos  suores» 
e  lisongeiro  resultado  do  especulações  feli* 
zes;  |M  meio  d'uma  guerra,  uma  erupç2o 
violenta  do  Inimigo,  destroo  quantiosas  ri- 
quezas indnslriaes  o  mercantis;  e  tanto  en« 
tre  isimígos  como  entre  amigos,  quem  tom 
á  mao  muitas  ríqoezas  em  dinheiro  ou  em 
espécie  de  fácil  cambio.  Corre  o  perigo  dOr 
esilmuiar  a  oal)lça,  ou  do  chamar  a  atten- 
çâa  d'uma  auctoridade  em  apuros^  senda 
victima  de  exacções  desmedidas  e  violen- 
tas* 

.  Multo  se  diminuem  todos  esses  perigos, 
tjnc|audo-so  da  propriedade  territorial;  es- 
uveipor  a  sua  mesma  namresa,  destinadoa 
seue  prodttctos  a  eubrir  necessidades  de  si 
menos  variáveis  e  menos  sejeitas  a  rep en« 
tinas  mudanças^  livre  na  sua  maior  parte 
de  incêndios^  rapinas  e  saques,  satisfazendo 
com  suave  regularidade  as  necessidades  do 
seu  dono,  sem  apresentar  aquelle  cumulo 
brilhante  que  é  um  incentivo  para  a  rapaci- 
dade, que  di  alento  á  crescida  exaeçSo  e  que 
mais  d'ttma  vez  induz  o  proprietário  ao  lu- 
xo e  á  delapidação;  atravessa  a  propriedade 
territorial  as  epochas  mais  desastrosas;  o 
ainda  que  os  transtornos  e  guerras  privem 
o  dono  da  percepção  d*algnmas  annualidá- 
des,  conseguindo  abrir  no  capital  algumas 
brechas,  eslas  reparam- se  com  o  tempo;  e 
a  intelligeneia  na  administração,  a  parcimo^ 
nia  nas  despezas,  tomam  a  levantar  os  pro- 
prietários ao  mesmo  nível  em  que  antes  es- 
tavam. 

As  revoluções  o  as  guerras  deixaram  em 
pé  muito  pouca  cousa  na  Europa,  ha  três 
séculos  a  esta  parte;  e  não  obstaute,  as  pro- 
priedades territoriaes  toem  em  muitas  par- 
tes resistido  a  tamanhas  mudanças;  não  sen- 
do raro  encontrar  algumas  que  ba  seeulos 
pertencem  a  uma  corporação  ou  família. 

A  que  voem  pois,  as  declarações  contra  o 


500 


ftlSl 


inretbadlão  xpe^gd  do  Ctén>  U  setft  Iftd»^- 
sd^?,  se;  aifaéa  preícíniitidti  ilo^  iiâfyèrtft  qill»' 
Ibès  ftfipoèm  08  canofte^-ée  j^oebrtifo^  tMii'» 
sMira^  ã6  ^Qis  pfòpHedaAei^i^rai  ntali' 
do  que  obedecera  T)itt  instiâctbqde  ái<>l^o^^ 
áém  dèirár '  dè  ter  as  eorporat<$es  i^rtnk- 
nenMs  e atá  O!^  fâdí^Idnoãi?. . . w  •  •- 

TASSABH^^portnsfnez  ánfl^^-^«6rla 
pensão  mnUô^  fr^qneme  nos  prtizos  Ha^pro*»' 
Vincia  do  Minho  e  na  Terra  da  Feira,  4e8de- 
ó  secQlo  XIII  até  ao  XVI»  a  iinal  oè  efilpbt* 
tentas  pagaram;  qaando  o  rei  i^aisata  dè 
uma  para  a  outra  tnargetn  do  Doat^. '    - 

S6  se  pagava  umtf-vezcadt  aniio;  40al«' 
quer  que  fèsse  o DfumerodVlfôs  qfte(^i^i' 
passasse.  •  *     • 

*  E  de  pa^sogffn,'^  quando  E^^Iki  faêstír,' 
áquem  Douro,  vmã  ffes  nb  <(mno,»h^^fna' 
retvêdi:  (Prâío  dô  Vafran,  de  1181.»)  «   i' 

Em  um  prazo  de  Lourido,  no  logar  de  IV* 
rouca,  freguezia  do  Cerdâl  (doÉnarta' «  «<Ai- 
eélho  de  Valença  do  MlnlM)  leitor  em  1187» 
06  áit-Seis  butiõs  e  mêio^^  dé^pScvi^d»^ 
nfnci  bôa  gallinha,  €  ires  reU  brinéos,  fitan- 
do El-Ret  ftmitrr  o  &Owro^^' tinto  áê  to* 
Ihêitã  ou  tfisitação,  pata  obUpé  ^  C$p$» 
(Cedta,  AtTíc^) -em  tadm  um  avmo.  i^^ee.  d6 
mosteiro  de  Oaifel.)        ' 

Se  o  infante  <e  depois  pria«ipe>'h6ráêfror 

.  i 

4 

^  BúziOf  buzêno.òugeOi  tibuuOfOrrpQfUií 
gaez  antigo— medida  desolidosi,  q^e|jâexU- 
tia  no  século  X(. 

No  Litro  velho  dos  ohitos,  da  8é,  ú6  Por- 
to, e  outros  documentos  antigos  d*estaéf da* 
éft»  se  deoÉKa  qud  o  buaôao^^aão.dniaai?. 
quieiren  e  meio,  da  medida  tdha,  m^  sào  4 
da  medida  nova,  do  Porto,  ou  5  aa  de  Lis- 
boa. 

Em  i390,  pagou  <y  mostefro^do  Rio  TIfiío 
^02^  búzios  dt  tegunda,  ^Os  de  âtwn  $ 
qmtro  de  tnilho,  pçla  medida  do  celleiro  do 
Bispo  do  Por  lo,  procedidas  das  procurações 
que  se  tinham  pago.  (Doe.  das  freiras  bentas, 
do  Porto.) 

O  búzio  Vêm  a  ser  o  mewo  que /anpa  ou 
fanéga. 

Com  esta  denominação  ainda  é  muito  vul- 
gar no  Algarve. 

Tenho  ouvido  dizer  que  no  Alto-Mínho^ 
ainda  se  dá  o  Home  de  búzio,  à  medida  de 
4  alqueires.       .  /  . 

O  que  é  certo,  é  quo  em  lodo  odíslrícto 
de  AvHjro  só  existe  a  denominaçSo  de  búzio, 
lia  itedida  do  sai.  .. 


áêréá  «tfitã  ptmkih^  pagarmipa»agjHm  dâ 
BUH^,  JO^It^i»; » doPfmêipeB; cò^pia.(fiiHu 
de<?^  d^SonM,  4êAim}^^*4}in§mk  toldam 
petêfsldo  *BI-1tíi «  4m§ue^  dOiDoin^^-^^f 
sando  o  Infante,  herdeiro,  dois  soldçss.i 
(Oêct  «a  «Kif«nidftde^  de  M74>       [ 

'  BABSâCNKM  ^porcugilet  amigo^r-  âteoitti 
que  pagavmi  os  que  paBsatB»par 
tem  di  4vá4«6te  tribmo^  se  eoneodia^ 

O^exceeslfos-abinot  que  Bí'i§toaft 
metiiam,  deram  >  ealis»  a  que  teafilliafllaB 
pm^agent  ifomun  ánteírtineite  aiialiiian.  0^ 
ò»  Pma  dê  sanguâi) 

MS&UIBII  MITDA  Poxk  Semia^aãêagBmt 
-««^mgttei  «ntff 0K«*»As8ka  ohámaran^  mmk 
prinefpioft  *  do  eeeuio  XIII»  á  ania  piadOMi 
qoe  pnideHteezpiedi^  que^se  meditava  pa- 
ra restanrar*  e$  Lo§ére$^  S^oi^i  da^Matf- 


ii> » 


'  (Htp»  tSm  qoeríam  hir,i  ^avam  ctOMla 
TelQmfaria^-aqae i^mbem-ee  ebamava  Smm* 
ta  passagem.  (Doe.  das  freiras  bentas,  éa 
Pono^  de  4^13.) 

'  PASSAiakirDE^^^iportuguez^aniicph-TtnMi* 
sameÃe» '  ei»  •iok  «baisa, .  com  bro&diira»  dm^ 
▼ag«r,*apa8so»  éu.-^Esiava  euiencedi  0mk 
Hua  anifieUa  e  comêfanade  IhêlfaUav  |mu«> 
sãmente.  (Chron.  de  D.  João  I,  parte  1.*,  aap: 
X-*^PéraEe  Lopes^)  .     •   / 

PA8SAlWIT0*.S»N*tagnes  antigo-^aindft 
nniHo  usado  ^^íalleeiíBeBiei,  iqorle^  i^asaa^ 
gem'd*eeliparfl  a  oanravida^ 

>  PASSAR^portuguez  amigo^aiada  asadto 
-^moiver,  fòlieeer,  ete. 

FASSAR^portoguea  autigOH-féEero  GOft- 
iTarto,  eoixtravir,  dosebedeoer,  á  lei,  que- 
brai) tal  a,  ete.  /  '     .  I 

'•PASSARA -« portugaez  antigo -^  psrdk. 
Go»^  'faro  de  um  par  de  pásswas.  (Praio  da 
S.  Pedro  das.  Águias,  de  144li.)  > 

PASSAMIRO-^-portugaez  aotigOr^HBÇte 
dor  de  perdizes.  I^js^om*»^' depois  «mnIw^ 
roÈ  e  htmees  daadiça  (ouneiros)  e  wuiedeiros 
e  saltadores  êpassareiroê.  (Cod.  Aif^Liv*!**, 

tii.69;§a/») 

PASSAVANTBS— o  que  eram^vide  vaL 
3.*,  pag.  347,  eol.  I.*  .      < 
-  PASSO^-^nedtda  antiga  da  Península  bii- 
pânica. 


m$ 


^M 


iQiipévkàêpaÊiMii  «fttra  ps^  «Migíi»!  ^m  ^^^fiêi^  4*  i  vfll|a»  e  4|  1/ o^p» ha.  vestígios 


M#  **vw»  j^lg^ilo  im^.  a  ,S.^  Qstrad^  foi  a 

O  1068010  caso  se  dà  çpiu  aa  estrâ4a3  /ei« 
.|ll«40p^4oS'jro9i4fiO9,rqu^i9prx;QQvÂA|ea- 
.m  4e.»tgaiWH[V)froaç^o  i^iportAPte,  yu  pqr 
4Ni|r^4ii»l<imr4|iotívQ,  ae  c«ta4trairaAi.(;om 
.n^uMefhr<o#eio9i^  í    •       . 

fbid^,  p^ifÂaiHsipi-Te  4^poÍ8  4e  poií^acios^,  jo- 

ri^eaiv  riuío  ^UMJUs,  ^p^*  a  qaa^o^  pj^ru^d;^ 
aotigas  medidas  romi.9as. 
.1  ¥4«M3BfiD.ii$0M0R'--^sUipDf^.costa 
AaiPfDwauU  daPepicbfv  próximo  4a  Coòo 

. ,  Pel».maiaAo.d<»  8^c«Uo^  ^Y,  um  çoníe^pr 
.da  ^a^q^aiD.  Leonor,  Wu^  40^4*6^  p.  paa/c- 
.faiiiwdoii  01^  BfTletm  Gran4^  ui^mpatei* 
,(m  dar  Qii^.da  S,  ier09ymq,p 
,  ...JVWlfiJtabmr^m  os  moqges  qua^i  uvoÍMp* 

calo,  até  qae  as  persegaíções  e  as^alios  i}ps 
,€9rsaif^^eiíQ04redos.  íogl^e^,  qoie.por 
.^  abprda|V4i^  (depois  da  reforips^òs  ^- 

Verfoioajran .  a  jipi^r-se  par^  Ya^c-9^* 
,iCeÚ9^  oade  ^edíBcaraçi.  ofp  novo  rqosmfo. 

•  ÓoyM^aá^ipda^ocçup^vaça  q  m<^tçii*o.da 

Berlenga,  existiam  f  oJ^PAoichp  dois  Jaoxnei^ 
ulipQS  ^t.ofgiihosoi^  qi^  recijurocameiífç  se 

...  AmbM  er>(tn:casados.^  t^ohaiA  ^Lbos;  inas 
iCfioa.aslQii^jtôades  4os,pae^aigumas.yç- 
aea  ia  não  iraosipitteni  a^s  ^rdeiro^  ajcoj^- 
t^V/t^  V^^r  I«efiiiqi:  ffil(ut  da  lun,  ,e  Rodrigo, 
4it|o.4e^ati^,  se  acuavam  e3tremçeidamej^- 
te.  O  pae  de  Rodrigo,  des^ajodo  pqr  terno 
^fjoÍMMS  domados  40  fiiho^  i;  «stpr  vai?  aoia 
falÚavf^qcie  muito  Ibe  repugnava,  obrigoiH) 
a ,  rq(;9U^rri\^ .  ao  xBOsi^lro  da  JBçirieug^  e  a 
^ti;firj|)o.úoviçi^  da  ordeçii^ 

<     •    •    I 

1 1  'PaMfa-OM  que  se  devia  escrever  Facos 
da «n nauto  a omtoi eor «le *teaMr^4A>-  irfiihlMMr^ aooie pai^apropriada^ ««rvt* 


tempo  áospt^tmmB,  «m  JOiaoo8:det.q«e!Oi#ó 
-«■■inçv'49g«id»*M}vdQasiw4iili^ií»4ad^  de. 
dffrsfraiiAii^  per- MqraiteSy  pag>  39b  •  ^t  . 

'  ( f Il8i'<p6  áeapaobal;  vloèa  »:serir  «o  jost», 
a  terça  parte  de^osoa  vara  joaslellMiM.  m  -:  i 

.CiA^'d*eaiee>ipés^  MêmmB^iPHSõ^-^ 
■pmnhéi'íUitpk99^*k%um  MiiaO^dío/Tmei 
.■MI>iílsèf/1atiaaa«oia  lotMia.' 2    r  •>  «/^ 

AM!  erii  a  <  «bima  •  aedida  46«<aiMKos;, 

poripa/nio' aoediam  por.  iecpaa». .! 
r  ^Pm.4ecijir«rem^a(aiiMN4ideiHn:aioi|- 
mTpDot»;:  «DBL- rigorosa  ezaclidâa,4iiMup 
— ^vgr.:  « .  v  •.  • .  ' 
t-m  LMeaa  Torr#rVi4rJMU-sÍ9>«^l»tas. 
ii»t7toH'taiKaa  ««Míof^  isiUoa.fMss^^.^tlill- 
.iii^djrtt  w        '    .    t  <    '( .f    

Para  oompletií^  ama  daa;SiQ«aiSíTÍ9fuas 

(de  18  ao  grào*^iii4evtia;4#nMiff^)fler»>u' 

precisas  maito.poaeeime«es<dexq,ft|l9A)mi- 
-IhMdtoMititOf;  «'qufririsrimffata  j»  ii<  no| 

Itinerário  do  imperador  Aolwiiioi Pio,  f,i 
^*  SHliMa  eate  lfinei«ría«  (compiav/id^  pe-j 
.H»  iqjwripç9esido3r4n9re9^MoiUtfirts^ 

miliur  romana«rr4o  Pe>rto.  aSrag^  mm 
Mtt^iHiSiosrTHstod-^  miUi0^t  em^-iuvsu-. 
nm  M^mUbas  oii»deiiias,eAJiegfias»-4o 

18  ao  gráo— qfl»  veni  a  aeiw-iwa^.diaadm-' 

sas  aotigas  legaas,  de.  três  milhas  (de  18  aa| 
•IfáilKfia  eompoftia  de:  tgniíkmê  ft7|(>pas-j 
•  «M» daa4Pe0iaiios» •    •    ^  ^  :'':  •' 

!  Áott-seiqva^ha  gjrimde^AiHtfqjaariMia.ine-^ 

llid«  do  MtQerapi#.de<AiMpol9a.9iff,rq:-»qad 
fins  iMscitado  fiaaodei  oeleQMon;  mcaud 
aq«aU«9  aiedidaa:  rípsapM,  Iiík0)er#mi«piii4 
itaffeola»!  «de-.  BID  110140  .«rQ«tr%r,miA  «^^ 

-■oiaoií  as  sioHosídades  daa  eatradss  (sia  aa^ 
las  .|is  iwhaiD).  o  i|wo  dava  Bm-xesirfiadsiiúii 
Wlils  loaiof  JHii»erot4siciUiaado  iva^fiiall 

!'ilept^  hâvto  de  distMiQi»jS9t(0,Qq|iM  «Httra 

•fdwoai^.' 
.   D*aqij^  Ko^ulia  4lie-«<-jVlMt^qk.«l|s. jre^ 

^iM^traia  Muada^  mala  uanm  eri^A^iwMida. 
'  iupportaBios.  qae,.  ssgmdq  o 


49  pe-j 

.da.via^ 
iap«^ 


dito  iiHiiM#^altas„^  ;vô  00  Ittafinina^  d^s- 
iUmla  #e4<^inH|M#i    «  ^.     ,   • 
.  '■  passidqa see^dM  Apisor.om.ieqi^am 
•{íaiiajMiioa  ioiMmnu  J>\f«ipid9fl>  ajiidaíqxia 
Mifm  do  iNMsnisf ,  qip  «it'«iX»vd;ai{Wbft* 


;ia'  do-  que  vou  lallar;.  emreiaato,  como  o 
manoscripto  de  que  me  fizeram  obsequio^ 
diz  Passos^  sigo  esta  orthographia.  E  d^ahi 
'látv^a^^Qesati  ^ossr» ,.  «tMtedo  ios  (Iene- 
(doa-f^r  o»d0  ^»a$$mia  IX  Mouor,^qmudo 
féatik oanakL  aaoía  ao  asar. 


^2 


Mfe 


O  mancebo  ineòmoiâvéié  iftfelfe,  ak^ié" 
een  à  ordem  do  pae,  dm  esperabáo  que  o 
tempo  abrandasse  os  õdíoé  da  fimflfâ/e  p^ 
desse enUlo tinlrse  á malber  a  qú&» m«ÍB 
qaeria,  procaratá  véi-a  0  fUlM^-lbiA^  oeenl- 
tas  dos  sui^eríores.'  ^ 

Para  este  íkn,  em  noites  9e  antemio  eofftf- 
binadas,  sabia  Rodrigo  do  convento,  e  em- 
bairc^ndo,  acompanhado  dè  nm  Teflio^eth 
cador,  sea  amigo  e  confidente,  n\lm  feqiiil- 
no  bote,  propriedade  dos  monges,  aDrates- 
savá  o  canal  que  separa  a  Beífâng»  do  Ga- 
bo Carvoeiro,  e  vkiha  desembaftar  em  am 
'peqnend  i^orto,  a  que  boje  ebamam  Carrel* 
ro  de  Joatma  oa  de  Joanne. 
'  Leonor  comparecia  sempre  prknei'fo  a  es- 
tas entrevistas,  e  dfrigía  seas  passos  ataka 
grata  oa  recôncavo,  pittorescamente  sitatf- 
do  e  cavado  na  rocha,  qne  (las  frente  [^ara 
o  lado  por  onde  Rodi*igo  passaii^  Alli  è  es* 
perava  debaixo  das  arcadas  nataráes  da  gra- 
ta; e  logo  qde  avistava  o  peqAenb-  baf x^, 
accendfa  uma  laz,  para  dar  sf gttal  di» -saa 
presença. 

Chegott  porém  Rodrigo  tiina  noite,  e  a 
'ItÈe  nao  apparecen;  gritou  porLeonrfr,  ínaa 
s6  ò  écho  da  própria  V02  Iherèspondeti;  ié 
entretanto  passar  janto  do  barco  um  ebjecfo 
flacttiante,  apanha  o,  e  Cbdo  de  sObfeÍÀUto 
reconheceu  a  capa  de  Leonor.  ' 

0  mais  qne  sé  pas!soQ  na  almàdO  pobi^é 
mancebo  não  o  sabemos  nós,  porqtróficoti 
em  segredo  entre  Deos  e  die;  b'  qae  o^sen 
coinpanheirò  disse  foi,  qae,  apenas  feeo^be* 
cea  a  capa  de  Leenor,  sem maisreflelcSoi 
se  arrojara  ao  meio  das  ondas,  cbaftanéo 
por  elfa,  e  qae  se  snbmerglira,  sem  ò  te< 
lho  lhe  podet  valer.  '    .  ' 

'    i)  presembsento  de  RodHíítt  fei^Mírá-iie, 
'  tíTeliímente— Lèonbr  chegai^  I  grtKá,  è  ál« 
IF  o  agaardava,  quando '\hivfatofces"  qne 
reconheceu  ierem  de  ^eftf^^áó  e'ii1Élo^,qtie 
a  procuravam. 

Tentou  fugir  e  oeeuitftr-8a$  sate  09  ro^ 
•dieáa  em  itHilhedo,  nias  carf<cula«do^  niàl  tn 
pa^so,  se  despenhòa  tiò  áb^mo*  oUdè'toMi- 
mia. 

Ifo^  dia  segtitiite,  appaiieefiu  o  cadáver  de 
LeoÉdr  -entalkidd  enini  os  il0BbaifiBHt'4^e 
bordam  aquelle  Mtb.  O*  de  RoArlgí),'  NVáBo 


p^íê  eOTMiiles,  M  wooflllrado  a*éiii  bHiCD 
4b  rochas,  ao  S.K.  dos  Reoiedto. 

A  tradtçio  d*este  drama  tragleo,  ma»- 
mittin-se  até  dMSos  dias,  e  o  ibeattPo  en  qjlto 
se  passou^  ainda  lioje  conserva  os  Bomaados 
dois  MMiteto  proregoilsiis. 

A'  grma  lAiamMi  os  Pmsos  d$  DíJjfO- 
mor,  9  aM»roeliedos,  «onde  apparéeea  1»  m* 
daver  de  Rodrigo;  o  SHh  di  fMIMf^. 

Dii  mais  u  tradiçio  que  Loomp  Mruiae- 
puluda  fóra^dn-capèlia  de8acit*AMa,  ■> 
iadé  direito  da  porta  princ^jial»  •  i|ao  Misen 
tempo  era  a  d^ozeiia  maiseUielta  o  f»nB0> 
sa  de  Peniche. 

FANM  M  SlRRA^freguetft,  Beiru- 
Mxa,  eomarca  ^^coneeiho  do  €oiiv«ia,  fS 
iíiiometros  de  Coimbra,  t75  ao  B.  defjiVfetÉ. 

TelnWOfégo*. 

Vm  1997  tihba  tUO  fogos. 

Ortrg^;  S.  VifMl,  avvhanjo. 

MsfíadodtfCoiaabn»  distrieio  arinHaiurÉ- 
tivo  d«  Ottatdá. 

A  mesá  da  faaeMi,  dá  uulvei^dade  dê 
Coimbra,  apt^ettuva  o- vigário,  que  tinUa 
4H)Wi8  reis  o  o  pé  de  altar.  *  • 

'  Terfaf  de  dlma  excessivo,  mas  laiudáviL 
PMídus  a  toUor  ptttei  dos  generss  do  jiitL 
Gado  é  ei^,  grt)SBa  0  m!uê&  -        . 

Aqui  natwètti  ia47  de  ttarço  d»  1790^  Aft* 

tonto  de  Pádua  da  Gosta  o  AlMektaj  Mio 
viscMdo  dé  thviní,  em  24  de  Jttllio  dè-IML 
•''  fiht  ÍHNo  db'  tenente-rèt  ia  pfaçài  <M  Al- 
meMâ,  Prmeisco  BeiMfdo  di  -Osêlà  0  M- 
meldi;  tde-D.  Antónia' JosMá  êê  Qdèsa. 
'  Quando  as  herdas  sanguinaMae  de  liioiA- 
pãirte  tbvadhram  este  reino,  ^ontralodu  o  dl- 
reifo  das  gentes,  em  i807,  'roubando»  assift- 
éiiiaadd  e  iucendiaBdu;  o  povo  tKMI|M; 
indighado^de  Mntas  ati^oeldadeB^  erguei  Mi 
brado  unisono,  que  echoou  desde  as  oiaffeitt 
doUrrtio  ik¥%^  do  Guadian*;  eiqMSI  Ifodoa 
ni  M0taèás  válidos  etoptmbai^tt  as  aiMs 
"èiii  'dlifèka  da  pKtHa ;  é;  Us^qub  to  muM^- 
èipkr  foram  legiSMrtudMItaariátf  d^  teftiliia 
guértfflieii^,  em  brefe  té  ifansMcMUtai 
em  disciplinados  e  biMirttaMIi  éjilÉIWiu, 
'(Idé^i^tiBf  t^spêiidak  voem  fla«fAr«atirder 
tf  ten^'  M^iuiiv  -ceinivAMieitfie^eiíef  «Mi^* 
IfliMlorffmidesél^  que  tiBíittm  tiriiiiii)^liidê 


HÁB 


^/S 


S» 


8U. 


.4o  «e  ftlUt#v  n«  regineiila  éb  iofantarU  iL* 
Bi^  âM  HMíf  briT4i#  áo.tufdl»  porlo- 
•fOBiy  lymli  lodo  oomj^tlo  4^  irAUnoataHii, 
#  f do  MiDi»o|i  a  i«a  oiisltiicit  ^MkxoD- 
«bqío  d'fiRn»rà4ioot6>  qao  oatio  otlatade 
gaarAÍção  na  praça  d*AliDeída. 

No  mesmo  dia  que  senloa  pra^a  (18  de 
■M90  do  èBIO)  foi  íeíto  atfereii 

Dob  meiea  depeif,  Mansna,  á  íi*OAte  4^ 
um  nomeroso  exercito,  ponlia  eéeeo  á  pra- 
-fà  d'AlaMÉd&  Opp6z»lho  x  gauoição  Amâ 
•Míoaía  miêteneia;  ans  uma  iwrívet  ei- 
-ploiiA'  do  paiol  da  polf  ora»  a  S7  èd  agoêlo 
<iio  fite  de  17  dia»  de  eérco^.tqraoft  a-reiít- 
tewiia.  inpoisivel,  a  gnarniçio  capittiloia  iO 
•4  i^iIttQBlo  t4  ieia.prinoneifo.de  fuerra., 

PídiíA,  .Aio  (ei  eomo  anilo»  offieiae»  pev- 
«lAfiieaee,.  ^uo  asoeilanai  as  propoiUa  de 
•  Joaéc,'  Massana  «  oalroa,  lomandA  aa  acmas 
•piloi  íAimigo»  da-  aua  iialria;  bm%  gamo 
bom  e  leal  portagnez,  rejeiton  com  digni- 
dade todoa  oa  offareeiAieatea  da  Maafl^na, 
pelo  qne  foiiaterAado  eai  Heapanba;  nas,: 
à  anua  de  graada  perigo^  fàáe  regrBsair  a 
Portngal,  e  uoir-se  ao  éxercílA^ 
'  Tinbam-aadado  aa  gloriosu  baUiiukA  do 
Bowaeo^  a  ft7e  ta  da  aeleMbra  da  i8IQL 

A  difita»  da  geoeiíd  inglei»  Hitl^  paaiÁfía 
-im  a  aiArfen  anprarda  do  Xt j%  e>aili'  aa 
Ihô  mira  ^tQtda  ampbio).  o.nurqoiihde  la 
ilonaha»  oaviiGXm  baapaidiaaa^ 
•tvjlaaaeaa,'  ealaoiBde  em  fiABia  daa  fama- 
-ím  ttniaa  de  IToraea-Yadvai,  min»  amai 
de  novembro,  tomando  posições  em  flImiA* 
•ftoa  fcaifia,^  espera  do  tétoaçosi .  . 
'  'fim janeif^de  tail,  o  maieabal  Bensferd, 
9aasaiUoibeiii.parA  #*&  da  Ve^,  paaaja  op- 
p^  ao  inimigo.  »     . 

"  B|id4oA>MBde»se  aoa*fniMseea»for  aapi* 
«iab<io»  «As  11  de  liavaniro^.  < 
.-.  Missóiia  faeebe  wa^MLot^  dAdO:000  h»- 
«Miif  OAMMmiiBsIm  ioma4  defaosiTa,  aa* 
-fsayálaAipiA 'a  aoAiMliAad^  ^UéMtmtè, 
4íNii# aMaado. peloafiarlapMMa»  aoPd» 
bal,  Redinha,.Bsá  d*di]^aoAikaiÍA^iiialA 


II 


aAliiA  4IB  lenMmtaa»  ^  li  d*iMI^ 
a  il  ó  resgatada  a  praga  d^Alm^idl^  e, a  lf(» 
Bemsfard,  eom  oa  poringoesa^  jcesgat^t^li- 
«oAça^  depoia  4^  târ  feito  taraAâan  a.adno 
de  Campo**lfaMiu 
Oa  aúados  panagMB  oiaioÀiQ^  amilea* 

Ifassena  recebe  noTos  reforçoibi  a  Alaaa  aa 
Bossoaam  fioentesde  HQW}r(3  d0a»aip)  maa 
é  denroiadf,  perdendo  4:0no  haoMBs»  (Ijta 
aieloria  oosioorAos  «aaa,  porqAA  perdamíia 
>3.D00  boméM.) 

Bsffosfoid»  põe  sUk>  a  Badftjoa.  .SonUgiriiA 
daSevilba^  pars^  íbxer  JoTanlar  o  8i4io;,i«iAa 
Beresford  o  espera  am  Albaera».  oadii  a  |6 
da  auio,  se  dà  ama  stngnía»lmta  hat|iih#» 
aa  qaat  o  íAimigo  perdoa  9:000  boqoay; 
mas  nàa  tivamoa  tambsm  d:000  fora  de 
oombatob 

.  Bmt7.da.sel«nbffO|  Marmoal,  ípia  anè* 
stitQíra  Massena»  lana  a  nossa  .artilbarJA 
am  Fattta^Goiaalda,  a  persogos  ag  porta- 
foflíaaatáâf  aoesaa  fronteiras.  Sm  om  doA 
repet&doa.ataqMi  qne  ae  deram  daraateiosln 
ratiradiíí  é  nagatada  toda  a  nossa  artilheri». 
Bila  Jitirada  é  osnaiderada  palo;i  miiitarai^ 
eomo.na  dos  mais  btilbantn  feitfM.do  ac- 
InasdoisoooloXJlX. 

£n  M  ds  amobns  o  general  SiU»  deafat- 
riU  o  gèaamlínneea  fienr^iA  IMêlba  do 
ijiia|l>'dAJeaMaUnoa.    . 

Em  19  de  jaAtiro.  da. ISIS»  é  aptaçacdís 
Gindad^lQdBga  ralpinada^  4'asaaUe^;  piloa 


▲  d.d*aftril,  d  ralomadi,  d*«Mbo^  &  f^rta 
pi^  és  Badaita»  icoiU  de  S:000  alUfdo^ 
Aiorloa.oaftridQiL  -  s. ,:  ^ 

WelliagAn  a;liaimDnt  dii^nbif am  aiMf^ 
si  9iittnin4a.taaiiaa  miiitari.||o«tai  ^  pi^ 
nsifo»  qae»ara  ana  ivesdadfíttl  VlMrr^Mi 
éff^^naera  dotadA  4o.am.saA|[aa}lri^a.t%* 
da  a  prova,  executando  am  moTÍAMé^^M' 
volnntS(.ohrigaajacabiAO,a,aAeaíí^r41i9  a 
lamosa^bataika  de  Salamanca  (Ude  jpiM 
ama  das  male  gioviosaa  pattk.oa^AttMAt;  .f 
«a '^nal^iioa  aob^boa  Ti^p^edorASúdll  Im^ 
ifiedlaAd>Aasictliig  e  Wagna»  ^oonpliK 
(tmnmtfpidentNtoii  a  enja  yieiPMalvia  a^ 
nosso  exercito  U  pAitM^de  Madrid nn^a AM- 
i^lMI«a#iAlAK  IMp.mil  teWMHAA:taA 


dm 


^A6 


^BSB 


-«  !<)téil«^Bgttli0toÉta  bacallift  foi  4>  ãM^Ns 
\ndu*  gtàmmêíM  feflldo  porumâ  Ma  4e 
fuzil,  qae  lhe  airavessoa  ama  J^ema*'  * 
-<i  iftaaxesÉicog  do'tRs«rpad«r  eèraa^  fogem 
por  toda  à  parte  ante  as  nossas  bayolMIis 
^^iiWlDaaAf   - 

'-^  -O  jttOitnÉié  Gtanwl,  omuegóe  ninir  os 

t^UUvemm  éistreçM  dos  ieo4;.fioróa  Wel- 

fcM«(oiif  atedeJtoMd,'  oMgaiulD  o  Mml- 

go  a  retirar  para  Bargos,  e  po«l««llve«6éf(M. 

(«1i;èhèral  hesflMifcol,  BãlUsHráti  daatbêâe-' 

^'%8kâ^^m  genertil  lem  itlielè/  dejoca  alli  remir 

<400:a(tofra»aeie8.  OraiUados,  dej^sdoéá- 

^vUa^  tui  «MMe^  «arios  assaltos;  sem-rtsifl- 

Mé^àio^òk^lgados  a  Dperav  sssa  haunsffica 

Petíraãa^ B9ír§99,  amqteossdlâadosipof- 

tagaeies,  pela  sua  disciplina,  sangiie^Mo  e 

*éMig«tti,  -èseaiMâni  om  f aià8rtiià.4«  mais 

i«6lebres  leigiõea  do  imMo» 

-  Im  tiii<d^«38esJ|siaUo8,  isveoMMMieM* 

<dès<lifii  iièmbro  atravessada  psi^^stiUiaço 

t»  'MM  Rtttada,  ficando,  i^  segnâda  jn^ 

tmteoftnia  ferido  j  fâMMOiesavmài^.tocla 

.^' retirada,  o  «itraido  mi  Ponngal  «oa  k); 

iKei^iio»^ios  Miados  ^noTSmtas.  > 

Os  alliados,  refeitos  das^aoMspenlas-sof- 
Uriáiii  iiaPelimdn^iteBargoSkloaÉafll.aiaBen- 
«AtM^O^d^nAitdaiiaD)  âilalHMdo  até  V1-- 
cloria»  e  obstando  a  4iio.osiíxiSVtilb»llrom- 
ies  «visrdB^ai  » iui  jiiae(iAi   : 

ei  toDéM»  HéUãf  apoaat.  edafàlèséaots, 
apresenta-se  ao  serviço,  no  seu  regidiaiito. 
K»  mttliàMi  Ae.M  de  )fatikO)<slo  atacados 
MMMíicetes^eibai  lagao  »g|«kloàisiiaMi^- 
Mka  de  Victoria.  Os  alliariootitoranaiiOÚO 
M«en»Ma  do  cdinliaaii^penéaiJis  ftaiice- 

-Ud  f  éPAoNin^dUlOO, 'isda  a  taa  aitiii^ria, 
<lwsuiii»-»bagagoiir>  (qwtft  dedo  'oomposlo 

-MynMki»  fwtaafiaát  leito  ou  roflqigai  e 

flibpÉliii). 

£  Jòbd^vonapàfii^  a^nsna  iolhniar.iBiiln- 

^ôáeliiMor,  aMAoodtsiHMílIo..    *     >- 
A  '-ek  Munaueè^  Isgien»  nas  postas  dassoisa» 
MfOMias^^  oMtaido  ent  frt»^  ao  i.^  4» 
Jtiko?  «laa  dsiuado  <lQff«á»«aiU|Os»titti 
liBlt^deJkisiasttto.    .  *      - 


•SI  iiesA*a  toicfcá,  «ia^coMdador-O^ 
eorajosos,  para  darem  o  assalto.  '    - 

O  tenente  Pádua,  ánm  dos  primeiros  que 
se  offerece,  e  a  sua  inexcedivel  bravura  e  a 
dof «easiMmaradrfi^d^lswgBiA obésíM  do 
dia,  de  9  de  Sitoinbps^^  a  á-svaipronsa^fe'» 
aamesaso  dau»  de  postotâsoaiiiiil^  far 
Ufli^ow  Mar  PAdoaftMMiK  jpeia  HàA-  «es» 
da  iosÍ9)gaaansidaalo  iorido,  qMf  oisaibiite  ée 
4aMÍf  que  ihoalfiTessoa4yíéoiQr>jda.poraa 
direita. 


/'.  i 


•    V 


Para  teroiteaf*  a  rápida  .iiinls#D  d^ 
gaenra  dàainerí«a^  ofioniar  depois  ao  'sapf  laa 
FÉdoa,  s6  dirdB    .  . 

Boonaparta  nanda  Soirit  sanar  o 
liando  oflt  eMè^do  exeraiio  iníMkãv 
ior-da  feninsuia,  reforçado<ooii|  36:0011 
nensA  douit»  pira^facef  iewantar  d  ediíM-de 
4^aiDpt(Mia,^  alaoa  os  alliados  ■  nas^  aaaa-pssi 
fiw  desporto  da  Maia  -  o  ãMCMtaUei^ «  VS 
do.jaibo.  Os  alliarios  recoiloeÉiiram*s0ieoi 
VlMalbaMO  ffoerta,  «adMindo  *  pra^  HoMi 
logu  os  graadas  cainbalos4etl7'088  dojm- 
Hn^^qiaaoó  donan^nvesiâtado»  iteadosas- 
iosu  «■      . 

'.■A>gQ^  4â-se  a /anosa  batalha  dos  ilsm* 
Mos^eo  iiiiiài0a  édoBovo  anojado  ^Msa 
aftasça»  depoép  de  ters  poidido  afeataiata- 
lha  ifíiOOO  bcaMBsl^  i 

'  Sodlty  preceodo  .aiada  piisar  o  Bidaisoa 
(qad«para a fieipaaiia-da  Ftença)»'ÍBtaé 
•teonnefita  repelitdo  4ielaâiMpas  bespaibo» 
kS(  emqa^alo  ás  áoso^oagiaaMdao.ui  Mit* 
itel.asaallO'  á'  famosa .  paaçai  de .  S.  .Sslaitiiin 
(Biscaia)  (|ao  óttipadasiSi  raiostOb.á( 
do  :í200Q  aUiadOi.  Os  ItaMsasi 
dIaioidadBlIa ;  poiáai  Bsadom^daaA  de<ia- 

-ailBUBUL  '  "  -n        •         .     • 

A  7  doontobrOyiiassMoos alMadoaoB^ 
Jaamu  I)i«oo  a  aieaoètateiiMtaiba  daiATí- 
^j9  (Aê.de  f^teoÉbfo^tiifi  alIiadoaiasMp 
as  línbas  franeesas.  .  •  j 

lODBdQLtaaaaagBtnalanteoiotoá  pa^g  do 
Bayona  (9  de  deaeaihro).  00  aliados  osfÉk» 
sam  o  iditiligo  das  snaadsndidaf  eia|iosi(ík% 
•eatro'  oa.vlea  Mim  o  ddonnfsnÉiaisdaiia  a 
MdodoteBihro^t»JMUábaáeiflvo.  tarili** 
•sa  dbfigado  a  faasas  paai  «o  morjaoi  dfeiila 
do  Adomoaa  dineiio  a^fiilL 


Bãí8 

^  iiideioiM^  eraodamaoH  it^itiiD^t^a 
FraaQ^^afLaa&VIik    *•< 

BoMui^iiiti  é  do»<»i9  aii^4%  abni;  «99- 
•téariSòril^  átteaporado  ^pw  riamaii  4«rro-' 
tas,  aíDda  se  obstina  em  resistir  aos  mmifm, 
•teailaniat  ^poéfien,  imtr«»<^«caia(.  â«  fcan- 
#DaiM}  •«ilDiGaooias  p.«r4oiio  tx«r«ilalii- 
tiD««iflé^  4a[MÍ9  deM  hMaa4d.(^.'^ddr- 
(mlaí'eHiã0«acfa«a|âiOibabiil.>  '  < 

A  30  de  maio  ceíebra-se  a  paz  giHFiA«Mf  • 

'•:  lomMiot/a*  oapUifli  PAdiMt  f  • 
^    4ifmmêai8  ferite^  ifomci  dlssa^-  dw/bMxa. 
•DtteapHal4fr«tt«iie^  Eu  f9.d0(}iM0'4o 
l8è4^¥«i«ftr«r04#pMiCí»  dd  &JkN|0|  4'm- 
'4b«abiii  a  M:doMtMbrQi4*  •tSil.  ( 
<    flik.M>d<^|iiUia.deriaiSifo,iimi|MTito 
major,  e  de  1826  a  1827,  foi  aJudiíilaHiVv- 
dens  do  general  Claudino. 
-    aSmi8M^^toi»MifMMa  pila VirlUa libe* 
.fil(i1Ml#i4«e,i  ieve  4e  4ipi|MMHaeiha|6'««p, 
•  em  ^'de  «bril  de  iSM»-  eimiron  ,pi#a  #rta« 
flaleir^  eoètntf»  segntete  pva^ilDM^Xer-' 
ceira.  1  r  •.    1 

•  Ba  8  áejnym  4e  IWI,!desMbimi«  em 
'  Araieaei  de*Pâ[P9«Uidaipf  3f»m  o  eneroilf  11- 

>  «m44'#Ml  de  «a»k  M  MiQ  Mml^o»* 
ronel  td0  MMlUtfia»  e-^oNae^-.i^lO/é^jf- 
-aktda^MSii  <m 

temador  do  castello  de  &  kdilp  di^BMi^ 

.ehâiil:da<Bowemhr«^'  toiaomeide  eemoian- 

•dÉBle  áa  k*  dávisio  milMMr»  •«  depoia^da^ft* 

Koi'p0om0viioiatbiiiKadpiFQ  (fewval  dalMl* 

firiiliMiid^de  JiMotde.lM«,<e'4»4aM.1»i 

nomeado  eommandante  da 'KM  dlviile^*  • 

".'  ■m.ft^n  BwemlNsetde^MMi  'foieipaire- 

Bm  e  d«  jnlbo  i^m\M,pmmtíà:* 
■•  4a.lí»i4^aMaa)ki»4»(tMilrMI^'li>« 


PAT 


m 


» "•  ii 


■  I 


4-    . 


Por  decreto  de  21  deontabro  á%ÍIUp$M 
iomeado  membro-  dniiqpiiM^MMilto  de 


jmill^ mflilar)  d^qoal foi d^pM  leUp  pre- 
^dei4%f  Mi^  ivie  eei^poH  atán9  sna^^^te. 

Foi  condecorado  com  a  cruz  n.«  2,  das  três 
•ampaobae  da  iQeira/p^niqifokr,  e.  cear  Ta- 
rife oiitn^,  .como  as  p)/efl^h^  ^e  euro  do 
valor  militar,' bons  serviços  e  compQrtamen- 
10cmt^^\^m*^,Eí%  ^m«end4flor, .  e  depois 
grão*craz,  da  ordem-  de  S.  3eDto  4'Atíi^  e 
àt^^4m  díkCarii^lko,  doe  Paizfe^ieixfis;  e 
grao-crmc.datde  &mto  EstanietaQ,  dafimsU. 
k  (  l)mi$;4#^)%oeiro  de  1842,  casou  cofn  a 
sr.*  D.  Aognsta  11  atbilde  de^Lesoaslre  e  Bar* 
.  ieS|  Attm  des  er«^viseoiHlee.de  Gn^elle^a  n- 
eo  <lQ|kvda.Fpiaec»  GouMDho  e  Castro  de 
lltfoyoe^^f  D»  AMulpafiiiiia  Lencastre  de 
Barros  Barba  de  Menezes— da  fanvlia  de  Unes 
notáveis  generaes  realistaa-«AUaro  Xi|vier 
da  Fonseca  Coatiabo  oPóYCM  José  Cardo- 
so de  Gavvalhpf  <e  Ma<lsmã^  Oencala  Car- 
dona ^avbii-de  Ilep^esi*rt-Yi4e  Armomm-. 

Tiveram  qoatro  flihos  —  Rodrigo  e  F^ao* 
f iiepi  qve-m^freiram  494ewr«edfde.  D«.Àn- 
mr  4PP>  f^»UÕeea«solteira,  com  i9  a^uvoaile 
•4|(|e^^  He  htíU>ui9L  l^ugvim  de  tevcastre 
•e  Bavr^  4ir  Costfi  f^  ÀfnMiA^  ^M  easando 
com  o  sr.  António  Aogasto  Fer^ira  4'Abqim, 
«IDei^l  do^exereiu^  iambem  iplkçtíi.  no  m- 

{A^irl^purilfDMtpra  de  todos  41)4  seiís  fi- 
lhos, e  principalmente  daa  diifta  £dhasy  na 
iNÍiÁp»ferAfda/!Mi(»-eA€bera[p  d^MVvarfara 
«10.  lUtiot^a  4Uai  á*WAU^,  pae  IncoosataveiíN  que 
M^m  WlilUur  v;alente»  lu»  porlog|9Cfc  beii9- 
iMrita-e  om^verdad^ivo  lwm^m  dè  bem. 

PATACÃO— antiga  moeda  porlj^gnaia. 
:  |^.JfioiIU-naiMNa,ewihMrama,meeda 
4f^fprau» «  4aa ee  demo nomede pf tacão, 
a41DM|lia4()  réis.    .. 

De  um  lado^tloba  uma  coroa,  e  por  bai- 

4K>  «elU*^b.  Uír^iMa  Ul^^^  í«ndo 

XJUUL^i-ceBi  ^  legeqda-H.  nax  9ovfVGMãàM 

pài^H4i^  entro- todq^  mn^  c^ui.  de  6.  Jorfe, 

cercada  pela  legenda  -▼  iif .  hqc  smuio  vmr- 

Otmaamo  ievfe4  IKiXac9f I  de  cohM^  cem 
o  peso  de  cinco  oitavas»  cora  o  valor  4e 
10  réis. 

tiMáu le^tiittMe o «áck^rehl,  cerca* 
4p  1^1*  Jegenda— iOAUiiB»  tbatics  pobtuga- 
Luit  BI  AUAHHOMin-^do  omro-rjbfi  xpo 


506 


PATi 


Vkt 


centra,  e  em  n^áòr^t^x  Qvarm  MeraMB. 

PATâCiO— aenUgft  noeêâ  pmQfgwu^^ 
de  pratft. 

Foi  mâDdada  eanhar  em  Gòt  (ínêUlf  to 
anno  de  1555,  pelo  tiee-ref,  D.  Fedro  Mâê- 
carenhas. 

Era  a  maior  moeda  de  pr«lft  qtie  Havia 
entio  B^aquelle  estado. 

PATACO— moeda  de  bromte,  pertiigveià» 
bem  eonhedda,  do  valor  de  10  réfe.' 

Foi  mandada  ennliar,  por  deerefo  de  29 
de  outubro  de  1811. 

FATAIAS  —  fre^faetia,  Extremadnra,  ee- 
marea  e  eoneelbo  de  AleoNça,  18  IcRòme- 
troa  deLeiria,  llda?edeMieir»,f)OaDlf.t. 
de  Lisl)ot.  • 

Tem  450  fogos. 

Bm  1757  (Inbfa  9t  fogoa.  ^ 

Orago,  Nossa  Senliora  da  Bfperança. 

Bispado  e  districto  administrativo  de  Lei- 
ria. 

A  mitra  apresentara  o^ra»  eftie  tinliaM 
alqneltes  e  três  qaartas  de  trigo,  If  e  meio 
almnde^  de  tinbo,  mosto,  2  alqtieites  d*aM« 
te  e  41000  réis  em  dinbeiro;  Ko^lodo  00^000 
réis  e  o  pé  d^altar. 

O  bispo  D.  Pedro  de  Castiibó  teandmi 
qne  o  cabido  Ibe  desse  mais  91  afqaefreft  • 
uma  quarta  de  trigo,  1  alqtief  r#  d%celte  e 
mii  réis  em  diobeiro. 

A  i^rimeira  invoca^  da^  padroeim  d*es« 
ta  fregnezia,  foi  Nossa  Senbôra  da  Coneel- 
fio;  depois,  fsi  Nossa  Senbora  éa  Antatin- 
cia^o,  e  por  fim  (a  aemai)  Nosia  Sentaen 
da  Esperança,  ..  i 

Esu  nltiiiía  iovòca^ M  resolvida  em  vi- 
sita, iM>  anflo  de  1699,  mandando^se  totlo 
qne  se  Ibe  flzesse  a  festa  Hi^dia  ék  Ktpe- 
inaçio.  ■'  '  '  •    I     . 

Esteiogarde  Patatas,  M  tlé t&  «mo  de 
1530,  da  fregnezia  de  Paredes;  e  •  ifo4a 
d^aqní  'hta  áqèellt  villâ  enmtilNf  ^tedo»  Os. 
preceitos  religioãtos.      •     '  -'      *  .      . 

Desde  então,  o  capellio  de  Paredes,' H-. 
zia  um  domingo  missa  em  Párédei»  oviro  em. 
Pataias.  •     •  :  •   ->  . 


(I 


^  Aaui  ba  loirQOwiaito  eot^na  9P  for- 
tugal  Sacro. 

fim  pouco  mais  âe  cem  annos,  ti3e  poiffa 
biaver  >tamaobo  Migmento  de  popula^i-  • 


1»  1149,  estando  a  viHi  de  Psiredes  JA 
despevoíada  <vide  pag .  489^  col.  9:*  d'e0l8 
volume)  nao  havendo  alli  mais  do  qw  dois 
Velhos  o  um  moieiro^-vaiidmi  0  visitador, 
4|ne  a  parodda  fosse  d*aill  em  diante  em 
Patáias,  que,  sendo  ató  entio  do  tfSnM  de 
Paredes,  paeséon  eer  dede  Alnotm^n. 

Oe  fiPsgMies  siò  obrigados  i  fiihrict  âa 
egrsfâ.' 

Por  otam  d*esie  logar  (que  fiet  petto  èn 
eostii)  nás  areias^  está  uma  lagda  bastme 
faUdi,  qoe  nnnet  seeeou,  e  se  denemim 
mesmo  lâfôa  dê  Paiam^  11*^11  as  ertan 
mteiMf* 

Bm  certa  oecasiio,  pelos  annos  de  1000, 
uns  pescadores  tiraram  «!•  snas  redes  com* 
pletamonte  cheias;  porém,  sesdo  taatai  as 
nlamintieas  (on  salamMdraiO  éome  «irai- 
vaeos,  mucs  mais  aqui  quiseram  peaear. 

Fica  wr  districto  d*esu  freguesia»  pavle 
deOimar^  onde  ha  grande  aháoiâncit 
de  coeihoe. 


-Tanbené  no  Hmiced'esu  freigneda»  por 
Mxsí^da  egre)<i  de  Paredesiedenoinhe, 
«ma-emila,  da  Invoeaçio  da  Nossa  -Senhe- 
ra  do  Destdrro,  mandada  tdifloay  por  •. 
Gastio  Coutinho. 

'  PAT)AUIf4--«ppeHido  nobre  em  Portogal. 

Ne  annode Í9lá;  vivia,  Upo^RedffgUis 

Patalim,  casado  com  Mayor  Pires;  o»  genes 

InstltttlMn  eiÉ  morgado,  naUpsgeesia.is  S. 

Pedfo,  d»cidade  deSfora» em  laii.    .  ' 

Este  morgado,  passou  depois,  perhena- 
fa,  ae»  Gai*valhos,  eujo  rame  se  appeWdoa 

'  MasarmaSi  sie  'oseode  esqearisiladi» 
HK>'4.^e  4.«,  de  4mns  4  cotfeae  astaes^  em^lh* 
n^^^io  9.«6  3.*  de  púrpura^  om  emtoHe 
#otiru-idlmot4'ato,  abeite^  •  perUnÉffs»  o 
casteHe  4è  es6áde. 

OoiPos  PataHAs^  usando  as»  mesnsaa*  ar- 
mas, trazem  por  tiasMre»  em  bruto  4Heit|» 
«erÉMde^eom  «toe  escada.  •  •   1 

Mtrèa>  demesmo^ppHlèdD^  árasenuiita 
eudo  dividido  em  aspa— no  1.*  e  4.%>de|Mto- 
pbrâi  tm  toivdSb  ^oetreyCdns  pèrtedepúr- 
pura— no  9.»  e  3.%  de  ouro,  4«otiear 
pane. 

aeissme  dàsse  e  timbre. 


•«  I 


I  k 


fkt 

A  f&nriiU  d'èdte  appellido,  que  Teia  de 
Angâo,  traz  por  ârmae:  £111  eâmpo  dfovm, 
8  eotfcâs,  de  púrpim,  em  palia. 

ÊIfflo  de  aço,  aberto,  e  por  timbre,  Qtti 
braço  direito  armado  eom  uma  espada— pt- 
qnifes  d*oaro,  forrados  de  asnt. 

PATEIRA-^portagnez  antigo-— ainda  umi- 
do— paul,  pântano,  mamei,  ete^  onde  eo9« 
tama  hayer  eaça  palnstre,  principalmente 
patos.  Vem  pois  a  ser  9iH(y  oé  logar  dos  pa- 
tos. 

PATEIHA— portnguez  antigo— padeira. ' 

PATEIRO— portngnez  antigo— bodfgoei- 
ro-^qae  compra,  vende,  mata  e  eoiinha  ca- 
inhes (bodes.)  D*aqiii  bodega.'-'íkie  dic  se 
faberneíro. 

Nio  se  dá  e  nome  de  bodegneiro,  ao  qde 
vende  só  vinhos  e  aguas-ardentes;  mas  ao 
qne  támbem  vendeoomidaa feitas. 

FA1WA— portngnez  antigo— patena.    " 

PAttL— grande  e  boniu  aldeis,  Extrèma- 
dnra,  fregaezia  (de  S.  Pedro),  concelho,  co* 
'  marca,  e  3  kilomf tros  a  O.N.Q.  de  Torres- 
Yedras;  sitcrada  èmr  nm  alto,  em  frente  e  a 
nos  t  kilometros  das  fanosasXtnJIaf  <b  Ibr- 
res  Vedras,  e<  do  seminário  doyarat<4o^  (fse 
lhe  Ucam  a  B.,  S:E.,  e  3. 

B>su  aldeia  se  goum'  atentas  e  boni- 
tas vistá^;  e  ao  sopé  do  monte  em  qaè  esfà 
tfmada,  se  eaftende  nmagt*attde  planície,  co- 
tsetxá  de  vinh^,  qtie  prednzdm  o  óptimo  ti- 
iihb  dé^opres. 

Ha  aqui  uma  capeUa,  dedicada  a  NesMa 
'Vênhoi^à  da  Piedade  <oo  da  Ribeira)^  é  ao 
etangeltèti  1^.  Ita^eòs. 

PAtL-^fregnezia,  Beira  Baixa,  eomaréa. 
«  cenòetti»  da  Gótilban,  M  kilometros  da. 
€narda,  945  ao  B.  de  Lisboa. 
"    Tem  too  l6p>ê. 

EM  17B7  tinha  «1  fogo». 

Orago,  Nossa'Senftora  da  Anntlncia^: 

Blépado  da  Gttarda,  dl^rfcto  adminlAra- 
livo  de  Castello  Branco. 
'   O  reaf  pádroado^apresebfata  o  prier,  qne 
«tthá  fdOlOOD  Mis  de  rendimento. 

£'  terra  fértil.  Muito  gado,  de  todftaíqna- 
iidade,  e  muita  caça,  grossa  e  miúda. 
" '  PAitb^qttinu  do)— Extremadorar-Ylde 
êothgas^ 
PAUL— fregudzía,  Bztremidsfá, '  comarca, 


PAÚ 


5è7 


concelho,  dlstricto  administrativo,  e  tOki- 
lometros  de  Santarém  (foi  do  coi^lbo  án 
Pernes,  comarca  de  Torres  Novas)  95  kito» 
metros  ao  N.E.  de  Lisboa. 

Tem  315  fogos. 

Em  1757  tinha  411  fogos. 

Orago,  S.  Vicente,  martyr. 

£*  no  patrlarehado* 

O  prior  de  Yalle  de  Figueira,  apresenta- 
va o  cora,  qna  tinha  de  renda  só  o  pé  de 
altar. 

E*  terra  fértil,  sobretudo  em  cereaea  e 
aceite. 

Pica  esta  fregaezia  contigua  á  da  VaUeda 
Figueira,  e  ao  mosteiro;  qne  foi  de  padnli 
arrabídoe,  d*e8ta  nliima  freguesia. 

Sobre  um  téáo  da  fre guezía  de  Paul,  esCá 
a  capella  de  Nossa  Senhora  dê  Alpêmpm*,  a 
cuja  padroeira  consagram  muita  derciçâo 
os  pevos  â'estes  sities. 

E'  templo  mvito  antigo,  assim  como  a  imâ* 
gem,  de -pedra,  da  Virgem. 

Está  em  um  ermo,  e  a  herdade  que  Hm 
fica  mais  próxima,  é  o  Casai  doê  Aitares^ 
(iode  se*  guardam  os  «tendlíos  da  capelli. 

Ignora-se  a  etymelogia  d»  Alpoinper,.fM 
patece  ser  palavra  árabe. 

Díz-se  que  n*este  sitio  esteve  o  capita-lo- 
mane,  Pempev,  do  que  ficou  o  womf  ao 
sitio. 

Isto  Éaki -passa  de  conto  dê  mA«;  fior^ue, 
nem  Pompevi,  nem  seus  fllboSy  Cneo  Pom« 
peu  e  Sexto  Pompeu,  emirarau  em  Lisboa, 
nem  n'eéta>  parte  da  Península. 

Pompeu^  «tttrou  em  Hespanha,  pelos  an- 
nos  39ia  do  xaomào  (M  antes  de  Jesiis 
Christo)  —  vindo  também  per  esse  tempo, 
Gayé  Attio,  RamaM  Getaj  Didio»  Quinto  Me- 
lello  Pio^  Lneio  Domlelo»  Maatlio,  e  oturas, 
enviados  suocessivamente  centra  os  lusita- 
nos, #»mmandados  por  Sertório,  que  eon- 
Ira  aqepelles  sustentou  %  guerra  por  II  aa- 
nos,  derrotando-os  por  muitas  vezes,  e  oM- 
gandis^lleielte^  Pompeu,  a  retirarem  para 
as  Gallias,  pelos  Pyrensus» 

Pompeu,  ndo  podendo  vencer  oe  lusitanos» 
êm  tnerra  leal,  comprou  o  estrangeiro  Pro* 
pena,  ao  serviço  de  -Sertório^  e  o  traidor  o 
iasassisoii  comH  ponUaladas»  no  annol  do 
mundo  3929  (75  ante»llBJentsGfaristoi)  i 


3iff 


PÁU 


8ii|iíp564ê  qae  esta  po?o»fio  é  «ntiquiif  i« 
mt,  mas  tm  bâ  por  «qai  monamenloft  no* 
Uveis  â*es8a  antigoidade. 

O  eiima  d^esu  paroebia  é  iniilo  saEâA?fi| 
maa  bastante  (rio  e  áspero.  Passa  aqui  o 
ribeiro  Bestança,  qae  rega  e  fertiliia  esta  e 
outras  freguesias,  e  desagua  no  Douro,  no 
flilio  denomipado  Parto  iê  BeL 

Tem  esta  freguesia  bons  cbios^  apezar  de 
ser  bastante  accidentada,  e  prodoí  eom  abnn- 
dancia,  milho,  trigo,  eenteio,  feijão»  balatas 
6  castanhais  tndo  de  boa  qoalidade;  cria  bai^ 
tante  gado  lanígero  e  caça  miada»  e  é  abun* 
dante  d*agua  e  lenha. 

Hoave  n'esta  fregueiia».  emqaanto  as  or- 
denações não  foram  tàe  caras  e  difficeis, 
gtnnde  nomero  de  presbyteros,  e  ainda  ho- 
je» apenr  de  rarearem  tanto»  conta  esta  pn-* 
pochia  am  namero  relstivamante  considera* 
TOl— i6. 

Nenhuma  outra  freguezia  d*esta  diocese, 
e  pouquissimas  das  freguezias  ruraes  do  nos* 
so  paiz,  contarão  actualmente  numero  egual 
de  presbyteros;  e  muitos  outros  filhos  d'eâ- 
ta  parochia  se  teem  distinguido  nas  lettras, 
nas  armas  e  no  commercio»  sendo  pois,  por 
justos  títulos»  esta  parochia  uma  das  mais 
importantes  do  bispado  de  Lamego. 

Consliioem  esta  freguezia,  entre  outras  al- 
deias, as  seguintes:->Qaíatans— Eira  Yelha 
—Formigai— Origo — Lages— Moumiz-^Pó- 
Yoa— Fazamoes— S.  Pedro  do  Souto— Ferrei- 
ros—Paredinhas—Valle—Foméilo—e  Cór- 
dova. 

Diz-se  que  nos  fins  do  ultimo  século,  nas- 
ceu n*esta  ultima  aldeia  um  homem,  a  quem 
denominavam— o  Ozono.  Tinha  uma  pequena 
fortuna,  mas  foi  muito  laborioso  e  de  san  con- 
sciência. Tomou  de  renda  os  foros  dos  jesuí- 
tas de  Caquere  (vide  Carque^^e)  e  períleu  mui- 
to nos  primeiros  annos,  mas  pagou  pontual- 
mente—-lucrou  nos  annos  seguintes,  e  hou- 
ve-se  com  tal  probidade,  que  os  jesuítas» 
quando  o  marquez  de  Pombal  os  extinguiu, 
em  i759,  significaram  ao  bom  do  seu  ren- 
deiro o  muito  que  lhes  merecia. 

Apenas  viram  sobre  a  sua  Ordem  a  espa- 
da exterminadora,  chamaram-no,  e  não  só 
lhe  passaram  recibos  de  plena  paga  e  geral 


PiU 

quitação,  mas  revelaraflA-lhe  o  sitio  onde  ti 
nban  escondidas  sommaa  importantes,  e  o 
auctorisaram  para  se  utiiisar  d'ellas,  quaa* 
do  a  sorte  lhes  não  permittisse  reclaustra* 
rem-se.  E  como  o  fisco  lançasse  mãe  de  tu- 
do o  que  era  dos  jesuítas»  e.estes  não  maia 
se  congregassem»  ficou  o  Ozorio  —  rico. .  • 

Comprou  muitas  terras,  dotou  generosa- 
mente  um  filho  (João),  que  foi  frade  cruzio, 
e  formou  o  segundo— Alexandre  Rodriguea. 
Ozorio,  estudante  distincto,  depois  juiz  da 
fora,  em  Alpedrinha  e  Leuló»  e  casando,  te- 
ve três  filhas  e  três  filhos— Justiniano,  Ru*^ 
fino  e  Avelino*  O  Rufino  completou  a  soa 
formatara  em  direito  na  nossa  uaiversida* 
de»  sendo  um  estudante  distinciissimo^  e 
muito  promettia»  mas  infelizooente,  tanta 
estudou»  que  morreu  phtysico  aos  25  annos. 

O  Avelino  era  mais  talentoso  ainda.  Aos 
14  annos  já  tinha  os  preparatórios  conclui* 
dos,  mas  tornou-se  tão  fraco  e  doente»  que 
não  pôde  formar-se. 

O  terceiro — Justiniano  César  Ozorio— se 
se  não  distinguiu  como  seus  irmãos  pelas 
lettra«,  não  menos  se  distinguiu  pelas  ar- 
mas. 

Ainda  frequentava  estudos  em  Lamego,  a 
já  poroccasiáo  das  convulsões  politicas  an- 
teriores a  1832»  se  fez  conhecido  nas  gran- 
des arruaças  escholasticas,  collocando-se  por 
vexes,  arvMdo  de  rffe,  á  frente  dos  seus  nu- 
merosos contemporâneos. 

Três  estudantes  se  tornaram  n*aqueUa 
época,  em  Lamego»  notáveis  pelo  seu  g^ia 
turbulento  e  perigoso  — o  Justiniano,  de 
Córdova  —  Vicente  Macedo»  de  Taboaço  — 
e  António  da  Costa  Tabosa»  o  celebre  Etpa* 
dagão,  de  Cernancelhe. 

Nenhum  se  ordenou  nem  formou,  mas  to- 
dos corresponderam  ao  que  promettiam. .  • 

António  da  Costa  Tabosa,  o  Espadagão  (vi- 
de Tabosa  das  Amas),  assentou  praça  no  re- 
gimento de  milícias  do  Lamego,  e»  como  ca* 
bo,  o  seu  gosto  era  dar  varadas  e  maltratar 
os  liberaes,  emquanto  nas  províncias  domi- 
navam 03  realistas — mas  apenas  via  que  os 
liberaes  tríumpharam,  declarou-se  liberal  e 
foi  o  mais  acérrimo  perseguidor  dos  realis- 
tas. Arvorado  em  tenente  da  guarda  de  Cer- 
nancelhe» em  1835  a  1836»  ninguém  maia 


pidnipto  i^afn  AesemlMiialiar  iiiBa  Mpaia 
e■orlIl^  exercendo  vinfuiçdt  meiqwBh^tr 
sem  poupar  pareDie»^  amigo»  e  pmoa»  a 
quem  éeTía  a  maior  gratidão. 

Contavam-se  ja  33  vicUma8.4*ei4e  tigre^ 
iodaindo  una  pobre  malber  e  doía  ilbo^ 
qod  elle  maton,  eiiterraiMkK>s  Dane^ma  coi 
Ta  lodot  iref  ainda  vivos^-quaado  Deva  per- 
miiiia  qae  mesmo  A'este  mnodo  Ião  graadoí 
mídvaAo  recebesse  o  premio  oondigno.  4aa 
snaa  atrocidades. 

-  Por  seo  lorno,  ama  ikoite  (de  dia  de  eopi^ 
padres . . .)  am  bando  invadichlhe  a:  easa^ 
prenderam-no,  e  depois  de  Ibe  darem  um 
tiro  e  de  o  ferirem  e  espancarem»  coAda- 
ziram-o.  a  um  aito,  denominado  o  (hUêfri- 
i^èúf  deram-ihe  uma  descarga  de  7  Uroe^  e 
immediatamente  aili  o  enterraram  comsl- 
gnaes  de  ^ida. 

TalU  vUa —  /fnts  Uai... 

Vicente  Macedo,  de  Taboaço,  foi  também 
commandaDte  da  guarda  nacional  de  laboa- 
ço,  em  1835  a  1836.  Era  valente  e  rico»  e  ti- 
dIm  otm  génio  forte;  mas  eontiveram*no  seus 
pas»  e  seus  irmãos  —  todos  pacificos,  trata* 
veia  e  generosos»  os  bem  conhecidos  srs.  Ma* 
cedos»  de  Taboaço  (vide  Taboaço) — famiUa 
por  Justos  titulos  muito  considerada  — tr- 
mãos  modelo  e  senhores  de  uma  das  meUuh 
res  casas  da  jprovincia, 

O  terceiro  dos  taes  estnda3&tes -^Justinia- 
no César  Ozorio — foi  mais  longe,  mas  não  y 
na  perversidade,  como  o  sanguinário  e  tm- 
mundo  Espadagão. 

Tomou  parte  activa  na  revolução  popular 
da  Junta  do  Porto,  de  1847  a  1848.  Armou 
os  seus  visinhos,  e  collo«ando-se  á  frente 
d*elles,  como  commandante,  foi  um  guerri- 
Ibetro  celebre,  conheeido  como— Jttfíttuano 
de  Córdova,  que  bem  pôde  denomioar-se  o 
Galamba  da  Beira, 

A  Junta  do  Porto  o  reconheceu  e  nomeou 
tenente  coronel  e  commandante  do  batalbão 
de  voluntários  de  Rezende  (assim  se  deno*< 
minava  a  sua  guerrilha),  e  distinguiu-se  com 
vantagem  em  muitos  recontros  cem  as  tro- 
pas da  rainha,  até  que  a  intervenção  da  Hes- 
panha  e  da  Inglaterra  determinou  a  conven- 
ção de  Gramido,  e  alli  acabou  a  pairíotioi 
revolução,  denominada  da  Maria  da  Fonte, 


PAU 


lât 


Com  a>^a  pequena  guerrilha»  nunca  sa- 
perior  a  WK^  praças,  umas  vezes  unido  áa 
for^aa  áine  CQmmaadava  o  barão  de  Castro 
D*i^r^  «  oiHraa  (qnasi  iempre)  só,  prestou 
relevantes  serviços  áoausa  da  Junta,  batea* 
do^^e  com  tropas  do  govemoy  por  veaes  mui- 
to auperioreei  aollwho,  Trazros^Monj^s o 
BeintoAita— nunca  ficando  prisioneiro,  nem 
.soffrendo  baixas  importantes,  e  tendo  o  ar* 
nnjo  de  eoasArvar-se  aqui  (S.  Martipho,  Paus 
e  Cardava)  a  8  kilometroa  de  Lamego,  em* 
quanto  aili  esteve  a  divisão  do  Casal,  forte 
do  cinco  mil  homens,  entre  cavallaria,  inr 
fanleria  e  caçadores — chegando  p  seu  atre* 
vimento  a  ponto  de  abeirar-se  de  toda  a  dl* 
visão»  em  maio  de  1847,  quando  o  conde  daa 
Ama»  foi  á  RéfoSi  onde  se  achava  o  general 
Póvoas  com  uma  divisão:  o  o  barão  do  Casal 
(depois  conde),  temendo  alguma  surpreza. 
retirou»  por  prudência,  sobre  Castro  D*Ay- 
re.-  Durante  a  mardaa  e  contra-marcba  do 
barão,  o  nosao  Justiniano  fez  fogo  sobre  to* 
da  a  divisão,  em  vários  pontos,  e  lhe  apri- 
sionou alguns  soldados  e  cavallos,  e  .duas 
cargas  de  tabaco,  sem  perder  um  único  dos 
seus!... 

Desolando  o  barão  v^-se  livre  de  tão  in- 
commodo  visinho,  mandou  um  dia  parte  da 
divisão  dar*lhe  caça,  e  o  apanharam  de  sor- 
preza  na  MesquUella;  mas,  rem  perder  o  ani- 
mo, deu  immediatamente  aos  seus  voluntá- 
rios ordem  de  debandar,  marcando  lhes  co- 
mo ponto  de  reunião  a  capella  da  Senhora  da 
Guia,  acerca  de3 kilometros,  e, apeaodo-se^ 
lá  partiram  todos  em  desfilada,  como  corças» 
por  barranoos  e  atalhos,  com  tanta  felicidade^ 
que  em.breve  estavam  todos  de  novo  reunidos 
no  ponto  marcado  —  sem  faltar  a  discreta 
e  possante  mula  do  Justiniano,  que,  habi- 
tuada ás  lides  guerreiras,  muito  espontânea, 
e  livremente  os  seguiu  —  e  formando  logo, 
fizeram  vivo  fogo  sobre  a  tropa  da  rainha, 
até  Viila- Verde. 

Mandando  outro  dia  o  barão,  também 
parte  da  sua  divisão  sobre  Córdova,  o  Jus- 
tiniano a  incommodou  com  vivo  tiroteio,  dea* 
de  a  barca  do  Bernardo,  na  extremidade  E. 
da  freguezia  de  Earrô,  até  á  Feira  Nova,  na 
freguesia  lemitrophe  de  S.  Martinho  de  Mou-* 
ro0^  olrí£ando«ca  a  bater  em  r<:tirada  para 


dlí 


pjUj: 


LAtBegdt'e-persegti1iid(HM  até  Aoll8|rfg3oAe 
MêsqDiitèflla,  Iheâ  arprisianoii  KiscMniofl. 

Kc^dfi&l  de  ivitho  de  1847»  «abe»*  •  bi- 
rSo  da  Gasãri  que  Justiniano  éstata  iiaB)rt(>,' 
máttttou-  a  Gordofa  «raa  forfa  para  l0?ar' 
pãò;  maB npeiiae  foi  pre^enUda,  òpoTO^Te» 
picou-  oír  sinòe,  è  oaMndo*  iobn^a  fétffa  a^ 
obrigou  a  retirar»  aprieioiíando^lfae  S-siilAa*^ 
dos.         •  '  •  .  •       ,  .      . 

Em  ãMaifTAl  e&XsM^  ainAa'i«^Porti>'coin^ 
a«ua  g^ttte  o  Justiâiaàno,  M-marotar  (o 
Gaâal)  DO  d^a  92  do  dlt«  mei^  oQtna  fOF^ 
maior  sobre  Córdova,  e  nio  só  saqaeafpanl 
a  povoação;  mas  iueendiaraái  1^  easas  das 
ptjfiêíípaes  em  Córdova,  Páredlniiae  o  Por^' 
D^lo,  pHucipiâBdo  pela  do  Justlilatto.       ' 

Co«ibe  a  parte  prtnel^al  d*e9tè  hbmé9a 
feito  á  guerriflt&a,  ou  ames  ^imdntfAa,  aom-i 
nraudada  pelos  celebres  Márçaés  de  FOHda 
—  António  «  Manuel  ---  os  ^aes  faraiA'  lioi 
malvados  eomo  o  EepãdâgSo  de  OenMàce» 
Ibe;  mas,  também  oòmo' «ile,  foram  aiDbos 
mortos  a  tiro,  passados  annos. 

Em  td  do  mesmo  mee,  foi  a  VDlieRéaldè 
Traz-os^Montes  com  o  barão  dê  Gastão  â'Ay' 
re,  e  aiii  se  bateu  valentemente  contra  as*for* 
ças  do  barão  Yiuhaes,  iipriàlonando^i^e  M  a 
90  homens,  e  perdendo  apenas  i  sangento,  i 
cabo  e  4  soldados.       ' 

Tomou  também  parte  na  acção  quea^fro- 
pas  da  junta  perderam  em  VaiiePáços,  por 
se  bandearem  com  as  (érças  do  governo  dois 
corpos  de  Itnba  inteiros  (o  id  e  o  15  d'in&n- 
teria);  e  cm  Mirândeila  sustentou  nutrido  fú* 
go,  unido  a  outras  forças  da  Junfa,  defen- 
dendo a  ponte  contra  tropas  do  Yiuhaes. 

Os  soldados  que  formavam  o  l>ataMo  od 
guerrilha  do  celebre  Córdova,  eram  v<rfun- 
tarios  escolhidos  e  valentes^  bem  eomo  os 
oíficiaes. 

Terminada  a  lacta  pela  convenção  de  Gra- 
mido,  foi  o  nosso  heroe  repetidas  vezes  ad* 
ministrador  do  concelho  e  presidente  da  ca- 
mará de  Rezende,  havendo-se  sempre  com 
desinteresse  e  dignidade,  até  que  fálieceu  no 
Porto,  em  25  de  ]ulho  do  18Si,  e  pouco  de- 
pois, sua  esposa  D.  Leopoldina  Adelaide  e 
Mf  lio,  da  nobre  família  Mellos  de  Adàlvares. 
Era  tio  do  actual  administrador  de  eoAce* 
lho  de  Rezende,  o  sr.  dr.  Albino  AuguMe 


Gtte4ss  e  Ifello^lámbom  naluMl  de  G^da» 
va^  easad^  «om  maa^âlha  dom.  PranctoM 
QariDSí  dti  Feialva^cuttiNbidd  dp  ^r«  O*  Jsa-»- 
quim  d*  Azevedo,  nprosentansa  da.Dobr»e^ 
saiki<Soenga.      •   •' 

Peneacé'  tambeni  á  dldela^  da.  FovnélIiH 
d^e•ta  fregnada,  o  w^út.  loséTeiflBeíra  Bor- 
ges Soeiro,  aomal  delegado  é^  prooiuniâor' 
!  regia  om  Villa  Poaca  d^Aguiar.  ' 

MOLO^  VEf  FftâDSS  (São)  -^  frogMciA, 
Douro,  concelho,  comarca,  dtollicioi&daii« 
nMradlva^  bispado  <>.6]cllsmetros  daC^oa- 
tm^tlO  ao  Ni  da  Lisboa* 

•Tett900>  fogos.     - 

Btt  1757!  linha  137  fogos.  ' 

Ofage^,  Nossa  8enhova«do>  Rosário.  * 

(d  seu  primeiro  ortgo^M  S.  Paulo,  apos- 
tolo.) '  J 

O  collegio  de  S.  Bernardo,  do  Cêimbra» 
apresentava  o  vigário^  ad  Hutum,  'Vulgar- 
mente chamado  abbade,-  que  tinha  '80^000 
réis  e  o  pé  d*altar. 

ET  terra  muito  (ertíl.  <        • 

tPAVÍA**-villa,  Alemtejo,  comarea^eUaii- 
to*Mór-Novo,  concelho  e  15  kfloaieiros  de 
Mora  (foi  do  mesmo  ootocelho,mas  da  eo» 
.maroà  «e  15  kilometros  ao  Nt  â*Arroyolos) 
as  kilometròs  ao  N.N;0.  d'Evora,  M  ao  8. 
das  Galveias,  iOO  ao  S.E.  de  Lisboa. 

Tem  280  fogos. 

Em  1757,  tinha  127  Figols. 

Orago,  Conversão  de  S.  Paulo,  apostolo. 

Arcebispado  e  dislricto  administrativo  de 
Évora. 

•A  mitra  apresentada  o  reitor,  que  tinha 
fSO-alquéires  de  trigo-,  60  de  cevada^  e 
13)0000  Téls  em  dinheiro. 

Foi  enbeça  de  concelho,  e  tinba  foral,  da« 
do  por  D.  Manuel,  em*  Lisboa,  a  15  de  fsve* 
reiro  de  1516.  (L.*  doe  fèraes  wivo$  do  Alefn>^ 
Ujo,  fl.  85,  col.  2.-) 

Diz-se  que  D.  Dmi7  lhe  deu  foral,  e  a  lez 
villa,  era  1287;  mas  Franklim  não  traz  este 
foral. 

Fabríea-se  n*esta  freguezia  a  melhor  cal 
do  #eino,  principalmente  cal  hydrauliea. 

Está  a  vilia  situada  sobre  um  piató. 

Tem  Misericórdia^  e  hospital,  com  266JS00O 
réis  de  rendimeiKo. 


PAV 


PÊC 


Si3 


Ao  N.,  por  nm  fragoso  valle,  e  jontó  a 
um  graade  rochedo,  fK>r  onde  se  âóbe  para 
a  Yjlte,  corre  o  rio  Térãy  qae  nasoe  na  serra 
d*09sa,  tendo  aqui  noia  bella  ponte  de  can« 
taria, 

£*  terra  muito  fértil. 

Ha  na  freguezia  as  irmidas  de  S.  Dioni<> 
tio,  S.  Sebastião,  e  S.  António.— No  termo 
daas—S.  Miguel,  archanjo— e  S.  Gens. 

O  seu  termo  tem  35  ki4ometro$^  de  com- 
prido, de  E.  a  (X,  e'  IS  de  largo  de  N. 
aS. 

O  seu  território  é  fértil,  em  pão,  azeite» 
legumes  e  fructas. 

Cria  muito  gado,  o  ha  abundaneía  de  mel 
6  cera.  Ha  muita  caça. 

Eram  senhores  donatários  doesta  viiia,  os 
condes  do  Redondo,  que  aqui  teem  um  stim- 
ptuoso  palaeio. 

Segundo  a  Nobiliarehia,  o  òondado  do  Re* 
dondo,  andava  nos  Castellos^Brancos,  des- 
cendentes de  D.  Oil  Rodrigues  de  GasteN 
Branco,  senhor  de  Tormõ,  e  das  fortalezas, 
de  Gaatiel  e  Adamns,  no  reino  de  Ara- 
gão. 

O  !.•  conde  do  Redondo,  foi  D.Vasco 
Goulinho  (que  jà  era  conde  de  Borba)  feito 
por  D.  Jdão  II,  era  16  de  março«de  i486. 

As  armas  dos  condes  do  Redondo,  sao— 
escudo  esquartellado,  das  Quinas  de  Portu- 
gal e  das  armas  de  Leão. 

Thnbre,  um  leão  â*ouro. 

Pavia  é  também  om  nobre  appelUdo  em 
Portugal. 

Procede  de  Roberto  de  Pavia,  eavalleiro 
da  cidade  de  Pavia,  na  Itália  (ducado  de  Mi- 
lão) o  quaj,  vindo  a  Portugal,  povoou  e  deu 
o  nome  a  esta  villa  (que  estava  abando- 
nada.) 

Foi  sen  descendente,  Martim  ÂfiTonso  de 
Pavia,  cujos  successores  trocaram  Pavia, 
pela  aldeia  de  São  Mancos,  onde  Vasco  Mar- 
tins de  Pavia  fundou  um  morgado. 

As  armas  dos  Pavias,  são— escudo  esca- 
qnetado  de  prata  e  negro,  de  trez  peças  em 
faxã  e  cinco  em  palia. 

Elmo  de  prata  aberto— e  por  timbre,  meio 
leão,  lampassado  de  purpura  e  eacaqueta- 
do  de  prata. 

TOLUIJQE   VI 


ltAXOBmO«^portugim  antigo— Uno  «m 
que  se  acham  escríptas  ongravadai^aaiiaii 
wõis  91a  escreveram  òs  quatro  evangela* 
las.  (Doo.  de  Lamego,  de  i4£lâf.) 

PAT  DOS  MENINOS  —  portugnez  an** 
ligo  -*«  Dta*se  eela  nome^  por  uma  pro- 
visão regia,  de  1535,  a  um  officiai  me* 
chanico,  da  cidade  do  Porto,  coja  obrigação 
era  cuidar  dos  engettados  que  appareoet- 
sem  no  sen  distrieto,  levando-oa  ao  juiz  doa 
orphãoa.  (Doe.  da  Gamara  do  Porto,  de  153S.) 

PAT  DOS  VELHACOS— vide  Pae  dos..^ 

PATO— vide  Paio. 

P£A— portuguez  antigo-* pena,  castigos 
(Doe  de  1318.) 

PEADO— portuguez  antigo— condemnado 
a  pena,  ou  castigo. 

PEAR —portugnez  antlgo—rcaatigar»  obrl* 
gar  á  pena  imposta  pela  lei. 

PEADOIRO  — portagoez  antigo-H)  que  aie* 
reoeu  castigo  09  pena. 

PÉ  DA  SERRA— freguezia,  Alemtejo,  co* 
marca  e  concelho  de  Niza,  35  kHometros  Al 
Portalegre,  âOO  ao  S.E.  de  Lisboa. 

Tem  180  fogos. 

Em  1757,  tinha  111  fogos. 

Orago,  S.  Simão,  apostolo. 

Bispado  e  distrieto  administrativo  de  Por* 
talegre. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o  vi» 
^ario,  que  tinha— 120  alqueires  de  trígo^ 
120]'de  cevada,  e  12^000  róis  em  dinhei- 
ro. 

£'  terra  fértil.  6ado  e  caça. 

PECGAR  ^  portBgnez  antigo— pagar,  Uf^ 
tlsfazer,  etc. 

Ego  peccavi  pro  Stephano  Beymondo  JMí^ 
kSf  quinquaginta  motabiUnosper  unun  eqim. 
(Doe.  da  universidade  de  Goimbra,  de  i245; 
que  fora  do  príorado-mór  de  Santa  Grua; 
que  havia  sido  annexado  á  universidade.) 

PECEGUEIRO— freguezia,  Douro,  conce- 
lho de  Sever  do  Vouga,  comarca  â*Aga6dá^ 
45  kilometros  ao  O.  de  Viseu,  265  ao  N.  da 
Lisboa. 

Tem  210  fogos.. 

Em  1757,  tinha  140  fogos, 

Orago,  S.  Martinho,  bispo. 

Bispado  de  Viseu,  distrieto  administrati- 
vo de  Aveiro. 

33 


514 


PEC 


P8G 


A  mitra  ipreienUTa  o  abbade,  que  tíflba 
4a  rendimento  340^000  réis. 

£*  tem  mnito  fértil  em  todos  os  géneros 
do  paíz,  e  as  soas  laranjas  sao  das  melhores 
de  Portngal. 

Cria  muito  gado,  e  nos  seus  nu)ntes  ha 
bastante  caça. 

Está  esta  fregaezfa  sltnada  sobre  a  mar- 
gem direita  do  rio  Vooga  (o  Vacca  dos  an* 
tigos)  que,  nascendo  na  fregueiia  de  Qain- 
tella  da  Lapa,  a  30  ktlometros  a  N.E.  de  Vi- 
seu: passa  ao  N.  d*esta  cidade,  rega  a  S.  Pe- 
dro do  Sal  e  Voasella  e  desagua  na  Ria  de 
Ayelro^  com  i05  kilometros  de  carso;  sendo 
navegável  d*esta  freguezia  de  Pecegneiro 
para  baixo  (24  kilometros.) 

São  seas  conflaentes— á direita, o  Sul  to 
Gaãfia— «  á  esqaerda,  o  Brasélla  (ou  Var- 
ziella)  Riba-Má,  e  Águeda. 
'  Seria  de  grande  utilidade  para  o  commer- 
do,  para  a  agricultura  e  para  a  industria, 
levar  a  efTeito  a  ideia  ha  muito  concebida, 
db  lomar  navegável  o  Vouga,  desde  esta 
freguezia  até  S.  Pedro  do  Sul;  porque,  este 
eanal,  atravessando  parte  do  centro  da  Bei- 
ra Alta,  atrahiria  á  barra  d* Aveiro,  grande 
quantidade  dos  productos  d'aqueila.  fértil 
província. 

Em  Serem,  principia  o  Vouga  a  ser  orla- 
do de  beilos  campos,  que  se  estendem  até 
á  sua  confluência  com  a  Ria,  que  é  o  espa- 
^  de  i6  kilometros. 

As  inundações  do  Vouga,  fazem  estes 
campos  fertillíssimos  em  milho  grosso,  li- 
niio,  legumes,  hortaliças,  etc.  Em  Fróssos, 
forma  uma  pateira,  ou  lagoa,  navegável  pa- 
ra barcos  pequenos. 

fi'  Pecegueiro  uma  povoação  muito  antt- 
fa,  e  Já  existia  antes  que  o  conde  D.  Hen- 
rique e  sua  mulher,  a  rainha  D.  Thereza,  to- 
massem conta  de  Portugal. 

Nas  Inquirições  reaes,  a  que  mandou  pro- 
ceder o  rei  D.  Diniz,  em  1282,  se  lé  que,  na 
aldeia  de  Se^êr  dê  Pecegueiro  do  Youga^  ti- 
nha a  ordem  do  Hospital,  um  casal  que  pa- 
gava a  terça  do  que  matasse  no  rio  te  as 
primaríças  (as  primeiras  lampreias  que  se 
pescavam)  que  á  adar  a  el  Rty,  e  rousso,  e 
cmezio,  e  merda  en  boca.*  (Doe.  da  Torre  do 
Tombo.) 


Vide  Serem,  Seioèr  e  Vouga, 

PECEGUEIRO— (ilha  do)— Alemtejo. 

Na  costa  do  Oceano,  entre  as  villas  de  Si- 
nes e  Villa  Nova  de  Mil  Fontes,  a  15  kilo* 
metros  de  cada  uma,  está  a  ilhota  denoflai- 
nada  IVia  do  Pecegueiro,  com  o  seu  forte, 
mandado  construir  por  D.  Pedro  II,  pelos 
annos  de  1690,  para  evitar  a  invasão  dos 
africanos. 

Foi  seu  constructor  e  l.""  governador,  o 
capitão,  João  Rodrigues  Mouro. 

Foi  artilhada  com  5  boccas  de  fogo,  e  se 
lhe  poz  uma  guarnição  de  30  soldados.  Está 
hoje  deserto  e  desartilhado. 

Ao  E.  d'esta  ilhota,  a  1  kilometro  de  dis* 
tancia,  na  terra  firme,  está  a  ntigaa  capella  de 
Nossa  Senhora  da  Queimada,  objecto  de 
grande  devoção  para  os  povos  d*esta  coftta. 

Consta  que  a  origem  do  nome  da  sxu 
padroeira,  foi  o  seguinte: 

Pelos  annos  de  1660,  entraram  os  oaK>a- 
ros  por  este  ilhoíe  (o  que  faziam  muitas  ve- 
zes) com  as  suas  lanchas,  a  roubar  e  capti- 
var  o  que  podiam;  porque  ainda  então  não 
havia  no  ilhote  fortificação  alguma. 

Hindo.  á  ermida  da  Senhora,  o  eremiiao  se 
defendeu  corajosamente,  matando  muitos 
mouros;'mas,  como  não  fosse  soccorrido,  e 
só  contra  tantos,  teve  de  succumbir  na  la« 
cta,  sendo  morto  e  o  templo  e  casa  do  ere* 
milão  saqueados. 

Pegaram  na  imagem  da  Virgem  e  a  fo- 
ram lançar  a  uma  balsa  de  mattagal  e  sil- 
vado que  havia  aqui  perto,  e  lhe  lançaram 
fogo. 

Arderam  o  matto  e  as  silvas  até  se  redu- 
zir tudo  a  cinzas;  mas  depois  de  hidos  os  . 
mouros,  velu  gente  das  proximidades,  que 
achou  a  capella  roubada,  o  eremitào  morto, 
e  a  imagem  da  padroeira  desapparecida; 
mas,  procurando-a  entre  as  cinzas,  a  acha- 
ram inteira  e  illesa,  o  que  tiveram  por  míla- 
gre,  e  fez  redobrar  a  sua  devoção  para  com 
a  Senhora,  á  qual,  desde  então  deram  o  ti- 
tulo de  Nossa  Senfiora  da  Queimada. 

Alé  então  tinha  a  invocação  de  Nossa  Se- 
nhora da  Assumpção,  e  é  no  dia  d*estemys- 
terio  (15  de  agosto)  que  se  lhe  faz  a  soa 
festa. 

PECEGUEIRO— freguezia,  Deuro,  comarca 


PEC 

CArgniil»  eoDedbo  da  Painpiyidsa,  90  tí- 
lometros  da  Ooarda,  110  «o  N.B.  da  Lis* 


P£D 


515 


Tem  MO  fogoe. 

Ka  1757,  tiftba  72  fogos. 

Orago,  S.  ^màOf  JipoBtolo* 

(•  Porlogal  Sacro,  dix  qoe  é  &  Thiago» 
aimtolo.) 

Bispado  da  Guarda,  districto  adnlimatra* 
Iíto  de  Coimbra. 

O  prior  de  Pampilhosa,  apresentata  o  ea* 
n,  que  tinha  30M00réia6  o  pé  de  altar. 

E*  fértil,  e  cria  bastante  gado.  E*  terrf etá- 
rio montanhoflo^  abandante  de  caça.  Vide 
PampithoscL 

FECSNO—portugnez  antigo — pequeno. — 
E  ep  fnup  gram  verçunha,  de  que  túm  pêce- 
na  tnanda  fa^;  mas  pero^  nom  me  porria 
mípa  quem  ma  fazenda  soubesse.  (Doe.  de 
Yairío,  de  1989.) 

PIGHiO  ou  PEXÃO-^-freguezía,  Algarve, 
coDcelbo  de  Olhão^  eomarea,  distrietoadmi- 
nistralivo  •  6  kiiometros  de  Faro,  240  ao  8. 
dflUsboa. 

Tem  290  fogos. 

Em  1757,  tinha  ifê  fogos. 

OiragOyS.  Bártholomeu,  apostolo. 

Bispado  do  AlgarTe. 

O  bispo  apresentava  o  cura,  que  tinha 
115  alqueires  de  trigo,  36  de  cevada  e  120 
arrobas  de  figos. 

A  egreja  matriz  está  edificada  em  um  alto 
d^oBde  se  vd  o  mar. 

A  freguezíaé  espalhada  por  casaes,  etem 
UBS  36  kiiometros  quadrados. 

Seu  território  é  em  grande  parte  occupa- 
do  por  montes  incultos;  mas  pos  sítios  cul- 
tivados produz  muitos  cereaes,  alfarrobas, 
algum  vinho,  e  grande  abundância  de  fi- 
gos. 

Ha  n*esta  freguezia,  duas  óptimas  fazen- 
das, uma  chamada  Bella-Mandil  e  a  outra 
Tcrrojão.  Sao  muito  abundantes  d'aguas  e 
fertillissimas. 

Bella-Mandilj  é  a  palavra 
árabe  belad  (paiz)  unida  á  ou- 
tra, também  árabe  ~jlfandi7 
(lenço  ou  guardanapo)  e  vem 
a  BtT— propriedade  (ou  terra) 
de  lenço. 


Os  portugueses  deram  o  no- 
me de  mandil,  a  um  bocado 
de  saragoça,  com  que  se  lim- 
pa o  pó  das  cavalgaduras. 

Torrojão  é  corrupção  de 
Tsrre  de  Joanne^  do  que  se 
fez  Torre  João^  e  por  fim  Tor- 
rojão» 
PBGHOSO— portuguez  antigo— -(mais  usa- 
do na  Hespanha  do  que  em  Portugal.) 

Ou  venha  de  pecho^  que  não  só  significa 
peito,  mas  também  (rtòtUe— ou  de  pecha, 
que  significa  faUa,  defeito,  senão,  etc.— Ve- 
mos esta  palavra  nos  escriptores  antigos,  já 
como  individuo  de  grandes  peitos,  ou  seios 
^]k  pelo  que  costuma  pór  diefeito  ou  axes, 
em  cousas  ou  pessoas— já  pelo  que  está  su- 
jeito a  muitos  e  grandes  tributos. 

Nada  tem  pechoso  de  commum  com  pu 
choso. 

Este  ultimo  adjectivo  appiicavase  (e  ain- 
da se  applica)  ao  rabojento,  impertinente, 
migalheiro,  etc. 

PECTAR— portnguez  antigo— depois,  pei- 
ter— pagar  peita,  tributo,  direito,  muleta, 
etc. 

PEDAQlES— a  antiga  villa  de  Pedaçanes, 
Douro. — Vide  Lamas  do  Mamei, 

PEDERNEIRA— villa,  Extremadura,  co- 
marca e  concelho  de  Alcobaça,  18  kiiome- 
tros ao  O.N.O.  de  Leiria;  6  ao  N.  de  Maior- 
ca, 105  ao  N.  de  Lisboa. 
Tem  800  fogos. 
Em  1757,  Unha  233  fogos. 
Orago,  Nossa  Senhora  das  Areias. 
Patriarchado,  districto  administrativo  de 
Leiria. 
£'  povoação  muito  antiga. 
O  D.  abbade  geral  d* Alcobaça,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  150^000  réis  de 
rendimento. 

Está  esta  freguezia  situada  na  foz  do  rio 
Aleôa,  em  39«  36'  de  lat.  N.— e  40'  de  long. 
oec. 

Foi  por  3  séculos  cabeça  de  um  concelho, 
que  foi  supprimido  por  decreto  de  24  de 
outubro  de  1855,  tendo  então  900  fogos. 

O  mesmo  decreto  supprimiu 
mais  quatro  concelhos  no  dis- 
tricto administrativo  de  Lei- 


516 


FED 


PED 


ri»,  ftrraii  — S.  Martinho  do 
Porto,  Chão  do  Coace,  Maçans 
de  D.  Maria,  e  Lonriçal. 

D.  Manuel  lhe  den  foral  em  Lisboa,  no 
!.'•  de  outubro  de  4544.  {lAvro  de  foraes  no- 
vos da  Extrêmadtèray  fl.  43),  col.  2.*) 

Ao  E.  da  yflla,  a  uns  4:800  metros  de  dis- 
tancia, ha  um  monte  de  forma  cónica,  no 
topo  do  qual  está  a  eapella  de  S.  Barthdlo- 
meu  e  de  S.  Braz. 

E?te  monte  (dU  pico)  avista-se  do  mar, 
em  distancia  de  mais  de  30  kiiometros,  e 
serve  de  balisa  aos  navegantes  e  aos  pes* 
cadores. 

Houve  n'esta  eapella,  ainda  nlo  ha  mui*  • 
tos  annos,  um  eremltSo  que  o  povo  d'estes 
sítios  tinha  por  santo. 

Está  sepultado  na  capelia,  junto  ao  altar 
da  Senhora. 

D'esle  pico  se  gosa  um  hello  e  vastíssimo 
panorama.  (Vide  Fetal,  Nazareth,  Paredes  e 
Viseu,)  — 

Jà  disse  na  villa  (extincta)  de  Faredês^  e 
na  freguezia  de  Pataias,  d*este  volume,  qual 
foi  o  acontecimento  que  deu  causa  ao  aban- 
dono de  Paredes;  cujos  moradores  se  vi»- 
ram  aqui  estabelecer,  ampliando  a  povoação, 
e  trazendo  para  a  Pederneira  todos  os  seus 
haveres— 6  os  seus  foraes  e  privilégios,  que 
guardaram  no  archtvo  da  eamara,  e  qu^  ho- 
je devem  estar  em  Alcobaça.  ' 

Ao  S.  da  vílla,  está  a  Serra  da  Pesbaria, 
e  u*el1a  a  ermida  de  S.  Julião,  templo  »ntí- 
quiâsimo,  e  qUe  alguns  escriptores  dfzem 
ter  sido  fundação  do  9.»  Viriato,  ou  edifi- 
cado no  seu  tempo.  **  (Vide  EburoM^a,  vol. 
3.»,  pag.  5.) 

Ha  n'esta  eapella  umas  f  nscrípções  em  ca- 


1  Se  assim  foi,  o  que  é  mais  que  duvidoso 
— não  era  templo christào,  mas  gentílico,  por- 
que Viriato,  o  moderno  (ou  2.'*)  viveu  entre 
os  annos  4t  e  44  antes  de  Jesus  Christo. 

A  vontade  que  teem  alguns  escriptores  de 
dar  grande  antiguidade  aos  edíGcios,  obri- 
ga os  a  cahir  em  tamanhos  disparates  co- 
mo com  respeito  a  esta  eapella  cahiu  o  pa- 
dre Cavalho,  na  sua  Chorographia,  pois  dá 
uma  egreja  cathoHot  construida  na  Lasi- 
'tania,  pelo  menos  44  annos  antes  da  vinda 
de  Christo,  e,  pelo  menos,  50  e  tantos  antes 
de  ser  pregado  o  chrisiianismo  na  Penín- 
sula. I 


raeteifes  -dessonheèidos,  que  uns 
•08  plwnteii^,  ontrM  aafefodès» 

Junto  à  villa,  está  um  chafariz  de 
ria,  construído  pelo  rei  D.  Sebaatiãair  e^v  1977. 
Foi  este  mesmo  sebefano,  qae  dfiepriadpio 
á  fortaleza  de  &  Miguel,  eoneluida  por  Ma- 
nuel Gomes  Pereira^*  em  4§00|  ao  qiaJ>Mii- 
lippe  IH  fez,  n'esse  mesmo  anuo,  i.* 
nador  da  fortaleza. 

O  chafariz  velho  que  está  dentro  dt  vH 
decorado  eom  as  armas  de  Partogalf  4  #bra 
do  rei  D.  Ibuuely  e  foi  feito  pelos  aomis  ám 
itm. 

Tem  a  vlUa  mais  algumas  ftmtaa;  e  ma  ri- 
beiro, denominado  Enxurro. 


GoBsta  que  o  nome  de  Pederneira  ihe  ▼< 
por  ser  aqui  achado  om  autiquissimo  mar- 
co, redondo,  de  4",  40  â'alto  (qne  aioda  OiXi»- 
te)  feito  de  silex  pyromieo  ^  <pedevaeira). 

Notemos,  porém,  que  no  português  aatfgo^ 
pederneira  significa  recife  ou  cachopoi^  for- 
mado de  seixo;  e  oomo  ha  vários  d*osle8  ib- 
cifes  por  esta  costa,  inclino-me  mais  a  qptt 
d*isto  lhe  provenha  o  nome* 

Consta  a  fireguesia  da  Pederneira,  éas  4 
povoações  seguintes:  —  a  villa»  Naxarttk^ 
Praia,  e  Famhdes,  O  povo  doesta  oMm»  po- 
voação, emprega*se  na  agricultara;  o  das 
outras  é  quasi  todo  pescador  o  iiariláaM. 

Houve  aqui  vm  estalleiro,  onde  ee  eans- 
truiram  alguns  navios  do  estado  epaníctt- 
lares. 

PEDÕME  -^  freguem,  UiBh%  conaarea  e 
eoDceiho  de  Villa  Nova  de  Faoaalieao,  %k  ki- 
Ibmelros  a  O.  de  Braga,  3tô  ao  N.  de  Ueboa. 

Tem  100  fogos. 

O  que  pôde  ó  ter  sido  um  fano  romano, 
depois,  templo  catholico,  que  passou  a  ser 
mesquita  mourisca  e  por  fim  ermida  chris- 
tau. 

^  Silex,  é  o  quartzo,  eompacto,  de  origem 
concrecionada.  Oá  mineraes  compostos  de  sí- 
lica, mais  ou  menos  pura,  dividem-se  em  três 
espécies— !.■  (a  mais  bellaj  cyaíAa— 2.",  (xd- 
eedomar-3.\  quartzo. 

O  siiex,  pôde  dizer*se  uma  oalcedonia  gros- 
seira. A  pederneira,  é  uma  variedade  de  si- 
lex, a  que  se  dá  o  nome  de  silex  pyrí>micò, 
que,  em  portuguez  comeslnho,  vem  a  dizer 
— -  seixo  que  faz  lume* 


m?  tinte  leo  i»808. 

Aittblipadb  •  districlft  admisístralif •  46 
Braga. 

OiiAaréB  Santo  Ekof  (oonefos  fle  S.  João 
■vaagiBltola)  éa  eiâade  do.Perio^  appèseAta** 
lP»ofigai^^  que  hAteiO0iM0Oréis/d«  rea* 


PED 


517 


É  terra  fertU.  Maito  gado,  colmeias  e  ca^ 

MMMiB^DoarQ^-^Aiitigo  Boflie  do»  rio 
iiMlff,'e  da  firegoezia  segniate.  w 

FfiDORiDO,  oa  PÊ-DORIDO  --  fMgaezia, 
]liMni)ooiieallio  etS  àttooietrotJi  ado-Cas- 
lalto  da  Paiw,  Mman»  e  íb  kiluanlvoi  a 
O.N.O.  d*ArMtta»  18  ao  a  de  LaBiegK)«  7(>ao 
MJL  d'âfeins  aO  a  B.  do  Forto»  3tô^i|d  N. 
da  LMécu 

iMi  soa  Ibgot. 
•  iMlMy.^inba  IWfegoil 

Orago,  Santa  Eulália. 

Bispado  do  Lamego,  diitrícta  adntiDialra- 

O  D.  abbade  benedlctino  de  Paço  de  Sou* 
1%  Wffnêên/km  tu  «oMiun,  ovigatâo^tue 
tinha  KSO^OOO  réis  de  rendimafllo..      . 

Sátá  aaia  fÉÊ^goMltè  CoroioaaiiieBae  aiOiada 
aobre  a  vartem  eaqoerdi  do  Do  vo^  e  na 
ih«MU  da  sacra  dà  iml  iMOto^ Knâa  pai  li- 
mim  do  lado  d<l/0^  o  ribeiro  d" Areiam  a^o 
X.9trid«Alid%>al6  4|uaai  Jinala  daava.ton- 
illMMÉt  «ana  a  OoUro,  andli»  a  leriter íd*  da 
Iwfiaifcl  iico«pa.'«in  paqaeno  aapa^  a  fi. 
da  lia;  iAto>  aeaa  mala  aaaa  algnoMb 

■AngKjéwatria  6  pacimoa,  attiigat  de  ar^ 
«lriMtoraaiogiila,e  polira^omatoi»  arapa^ 
nii»idB.eilar  adlfioadaánaáa  de  ISO  attilroa  ioi> 
ère^alraèdoDoarQ»  mtiiÉaevaiBs  aaefaaiaa 
taem  chegado  ao  adro^  e  ainda.aal  dfiankoa 
d«  ÈÊÊOf  thegon  a  agua  da  rio  alé  aoinlvel 
4a  aenpatiaBodto.  Umaa  graodaa  oraiUs  ]ia> 
gueiras,  plantadas  a  alganaoMÉroa  adma  da 
adparfteiedo  Boavo,  fiflMram  aatao^  nmaato- 
lai,oiilraa  qqaal  totalmente,  debaixo-da  a^aa. 

fiBÍfOBtè  da^poYoaçao^na  margem  oj^ 
fM^flOL  a  bonita  aldeia  do  BioMo  <omi 
ama  grande,  nova  e  bonita,  aapall»  da  Saala 
daiODio)  dàtfrigpezia:da;Sdbolkdo»  coace- 
lho  de  Gondomar,  «aauToj^  biapado  a  dia- 
tricto  administrativo  do  Porto. 


I  O  torreno  d*«ata  fregneiia,  ifue  oeenpa 
uma  áraa  de  5  aftlglomatros,  está ^m  gran- 
de paria  i^enlto;  mas  o  cultivado,  é  fértil 
en  todos  os  geaeros  agrieaias.  do  nosso  eU* 
ma.  (Nunca  vi  abóboras  tào  grandea  qomo 
n*esta  Iregaeáa.)  Cf  ia  bastante  gado,  de  to- 
da a  qualidade. 

En  toda  a  frçguaiÂa  s4  ba  uiea  cai^Ua  no 
logar  da  Póvoa,  mas  é  particular,  do  sr.  àm* 
tor  Aranha.  (Vidn  í^ówm  de  PÁforiVio.) 

Na  $erra  das  Terr^roa^  no  sitfo  ehamado 
Alto  daPóvoa^  passa -a  grande  zõnacarbqni- 
ftna  de  <|iie  íallet  naa  paJlavras.  CoêUllo^  de 
Paiva  (concelho)  e  ParaitfOi  freguatia. 

Parallela  a  esta  aoaa,  o  a  B.  d'ell^  pas^ 
uma  grande  t^eia  de  f«rrO|  da  boa  <|4iaiidade* 
.  Poucos  metros  abiàii^.e  ea  eocoaia  sei^ten^ 
trienal  d*esta  serra»  ha  uma  nascente  de  agoa 
lieaca  e  clarisuaia.  É  agra<Uvel  ao  paladar, 
deixando  apenaa  um  leve  gdsto  a  capa-roaa 
(vitríolo).  Poiaue  a  qMlidade  adestringente^ 
em  mbme  grau»  e  deve  aer  utUiasíoia  para 
a  enra  de  padeci  menios  do  eetomagít  Aíade 
«So  kk  analysadai 

£sta  ftegutaia*  pôde  díeer*se  qpae  i  com- 
posta apenas  deduaapovoa^õea  (PédiBtrido  e 
P^voa),  de  d«as  quintas  (PornéUe  e  Gerniin- 
de),  e  de  dois  casaes  parada  e  Aré^ai):  to- 
davia» .o  povo  d'a/iui»  distingue  a  aldeia.de 
Pédorido,  sob  diversos  nomes»  como  são*^ 
figrid^  KogíMira  do  Rio  (qne  é  á  beiri^  do 
rio  DoBTo)^  GeOa^  Gongoste,  ele 

O  (ognr  de  Pédorido -*<-oom  todas  as  saaa 
dsnemíMcees^Histâ  em  volta  da  egnéa,  pele 
B^  S.E^  &.  &0l»  e  0«»  e  muito  j^ronimo  d'el* 
la.  O  logar  de  Parada,  fica  a  nnsiOO  metros 
ao  S.,  na  encosta  da  serra;  e  o  logar  da  P<)* 
voa^  fica  em  «na  baiia„  aa  &a  doraeycri,  e 
«  noa  2  kiiometroa  da  tmairia. 
.  À  quinta  de  FonMllíH  que  foi.  do  sr.  Ve? 
rlMiaoíAlèino  Vaz  PiAtO|.do  Biii^,  d'Aroii* 
«^  •  é  boje^  por  compra,  de  no  líraiileir0 
de»  Pédorido^  fica  aobre  a  margem  do  Donre^ 
e  tem  nma  boa  easa  paca  babitaQío  4e  ea^^ 
seiros—aegne-seilhe  a  de  Germunde,  que 
foi  do  íaliecido  .bário  de  Rendobi  e  é  Me 
do  ir*  dottter,Aradia,  da  Pójroa»  É  tambeni 
«Moa  do  rio^  e.f\eam  ambas  e  a  do  logar^ 
O  casal  da  ArêJOf  é  4úodA  a  O.  de  ^smOfr 
de,  na  fliari0iu  dhreiu  de  jibeíro  d'Ar#l^  e 


Si8 


PRD 


FED 


slioado  junto  á  sua  eonfliitiKt  com  o  Douro. 

Etie  casal,  ó  a  ultima  poroagao  qoe-oliia^ 
pado  de  Lamego  tem  para  o  (K,  poit  qoe  o 
ribeira  separa  esta  dieoese  da  do  Peno.  <¥i« 
de  Âràa  e  ilr^a.) 

No  sitio  chamado  Nogtteira  do  Rio,  \sk  mia 
estalagem  denominada  áa  UaUria  àê  laiú  o 
lAmdo.  Era  nma  boa  m«lher,  natvral  da  Ré- 
g«a,  chamada  liaria  do  Nascimento,  qae, 
com  sen  marido,  veio  aqni  estabeleca9r*se* 
8o}e  pertence  a  uma  sna  neta. 


É  esta  fregaeiia  ahnndantlflsima  de  opti* 
mo  peiíè,  tanio  do  mar,  ((lie  lhe  vera  pelo 
rio,  como  do  Arda  e  Dooro. 

No  Arda,  pescam«se,  até  peqnena  distan* 
da  da  ena  fos,  lampreias  e  sáveis  -^  e  em 
ledo  die,  harlMis,  eróees,  bogas,  escalos^  4 
grandes  e  saborosíssimas  tratas,  rifaes  na 
delicadesa  do  gosto,  ás  do  rio  Paiva,  que  fl* 
ca  6  a  7  kilometros  mais  acima.- 

Ptorieneente  a  esta  freguesia»  ao  N^.  de 
rio  Arda,  ha  nm  vasto  areal  (a  qae  aqui  cha- 
mam Arinho  e  Areinho)  onde^  desde  {aneiro 
até  fios  de  maio,  se  empregam  mald  de  vin« 
te  banos,  na  pesca  4M  lampreias^  eaveia, 
tainhas,  mugens,  etc««— A  peiearia  é  feita 
com  pedes  d'arrasiar.  •  • 

Os  barcos  são  de  proprietários  de  Pádori* 
do  e*de  Rio-M &o. 

As  lampreias,  peseam*«e  lambem  em  «A" 
baceiras  (pequenos saccòsde rede) nas- pM*- 
queirBSy  qne  sio  amas  giiossas  paredes,  que^ 
á  semelhança  de  Ungoêl€»,  sefkimftnntninro 
gens  dos  rloa,  em  sítios  em  qae  ao  inverno 
a  agna  cbegne  a  metade  da  altura  da  pee» 
qoeira. 

Bm  oeeasidei  de  pescaria  abondante^  cem- 
pra-sd  aqui  um  bom  snvel,  eu  uma-grande 
lampreia,  por  60  e  80  réis.  Enlão^  os  pesca- 
dores^ esperando  melhor  occaelie  de  venda, 
guardam  as  lamprei^i  em  viveiros^  que  sio 
me  tanquee,  fechados  por  uma  caaa;  niae» 
catando  mniio  tempo  o  peíie  n^tes  mvei^ 
ros,  fa»*se  moHe,  e  4  menos  gostoso. 

As  lampreias  e  os  eaveis  do  Donro»  sio 
meViores  <mais  gosieso^  doqueoe  do  Mon* 
áêtikf  lima  eHliibo:  e  qnanio  mais Do«m 
nelma,  quanto  melhores  sao..  j 

Avmde  parte  do  povo  de  Pédoríáe  eIUo>> ' 


Máo,  estio  á esperaâo  teftipo das 
como  o  lavrador  espeiii.pelOptmnpevda» 
Ihêitas;  e^  se  o  anno  é  IbIí%  ihiem 
negocio. 

Além  dos  cinco  mezes  da  pnscn  dno 
veia  e  lampreias»  noa  ontros  aeie,  petcani  i— 
varias  qualidades  dnpeÍjm,iácomlnnMSJn* 
lhas,  já  á  tarráía  (a  que  aqui  chamam  «ismm* 
Mn»). 

O  peiKo  é  eiporiado^  algum  jiaca  oBnfto» 
e  a  maior  parte  para  aa  povoãçSss 
círcumfereatea. 

Oa  géneros  agiícoAa%  apenas  dio  para^ 
aumo  dapnioehia;  que,  alem.  do  peine^ 
nas  exporta  algum  gado  lN)nnok     i  •    '    . 

Apesar  de  todas  estáa  cond|ç5ee  dapm^ 
peridade,  a  freguezia  é  no  geral  pebro^  tesi^ 
do  poucos  lavradores  remeén^dúi^  t  uast  ná 
casa  rica— a  dos  srsr  Aranhas,  darMUM, 
que  é  vinculada.  » 

O  peivn  de  Pédoaidoí  á,  no  Kccal,  4bQiii. 
hospitaleiro,  trabalhador,  socando;  f  Bsifr> 
gloso. 

yi^MUl-^CBom  Jestt^d^^^-^rièaOMei  («Lf 
vol,  pag.  191.  coL  I*) 

fiBKIAH^tt^r  da)  ^^éàé  áh^pOkmns 
<a  pag.  smi  eol.  4a  dO'3.*.  vohune.). 

f  IPRA  BI  Mio  M  B01fMi-'líoJlBnán 
írefueâa  de  Nossa  Senhora  de  Adot  fe.fEsam' 
oa  Ifenies^.  oa^celho  4e  Villa.  Bial)  no  H^ 
nelma  éa  estradh.deL  YiUa  Real  a  €hMns^  e 
enire  oi  legaras  d^Estark,  «•  de  BwMusm 
ro,  ha  mi aMo, tarando  Mêoéà  Himm^ 
em  fasio  da  estar  alli  um  gnndi  mebèdo^ 
neiqual  esiin  gsavadaa,  qnaifo  mico  dnhn»> 
mem,  abertas-^iam^iatá  ao  eoKnidlie^nBln^ 
um  tamo  mais -cnvln;  e  a»  dotas  díus^  a4 
até  ao  pulso.  •    -  • . 

Junto  aiollu  se  vé  gravadojiameiai  p^ 
dffi,  aberto  a  píeão<  a  leito  de  ma  n|Utr%4a 
66,"*  de  comprido.   ...  i  i 

Entendendo  o  povo  que  estás  pMkajm 
indicavam  iheaouro  mourisco  pfuninmi  tim 
em  diffluenieaepoebaa  rqvnlridniaitemno 
adjacente,  sem  qoe  até  agora  tenha  npim% 
ddo  cousn  •algoma. 

W  a  esie  penedo  que  o  povo  dA  o  nómade 
PMfra  4n Hie  do.líOHMm.  >i    . 

A  uns  300  metros  de  distancia  d'este  Io- 


PSD 

gAT,  de  lado  dê  baixo  d»  «sMda,  Jnvto  ao 
Tio  Corgo,  em  nin  poqatno  noaio,  qoe  faa 
um  grande  'despeftlNideifO  para  o  rio,  se 
Teem  alíeerees  de  imiralhas  e  oM^oa  edifl* 

B'  tradíçio  que  exfstit  aqoi  uma  fortak»- 
%a  e  povoação  romanas;  e  é  eério,  que  ao 
lado  do  norte  do  monte,  entre  eatas  ralnaa, 
M  leem  por  Tariaa  Tezes,  e  cagando  a  peqae^ 
na  profaadidade,  achado  moedaa  romanae, 
de  cobre,  em  grande  quantidade,  e  de  inni 
dl Ycraas  formas;  roas  de  tal  niftdo  oxidadas, 
fite  se  Hie  nSo  podem  eonbeeer  as  letras. 
Bem  os  ennhos,  e  se  desfazem  facilmente. 

PEDRA  BALVIDRAR  —  Ifotavel  penedo, 
Bttremadnra,  na  flimosa  serra  dê  CMrà. 

Depois  de  nma  fncommoda  jornada,  per 
ntiíllidspèdragosos,  ebega*se  ao  pequeno  e 
pdbre  legar  de  Almoçaffêwiê  (qne  me  pare* 
ise  comipçSo  de  Ál-Mvfa-JusenUn-^  Muça 
Jssmfm— Hnça  é  nome  próprio  árabe)  e 
d*aiM  principia  a  snbir-se  a  montanba  e»- 
]a  encosta  está  coberta  de  Tinhas,  qne  pref- 
dnzem  os  famosos  Yinbos  denominadee  de 
Cciiares, 

Ghéga-se  inalmenie  ao  enorme  banco  de 
pedra,  de  asaembrosn  alloni,  ulbade  quasi 
a'pf%teo,  e  centra  o  qnat  se  debitem  as  on- 
dis  roTolnu  do  Oceano:  E*  a  Mhra  4' AM- 

Próximo  a  este  penedo  está  o  ab}'smo  eb** 
nfide  F^,  no  fnnde  do  qna)  ^tersem  as 
tuiaf^  com  estampido  medonbej  (Vel.  1% 
pag.  359,  col.  S.*) 

.  Af  JPadrAd^ilMífmréaTeftenteeeciden- 
ul  da  mobauiba  foMada  de  h>dia  TlTa,  ear  • 
tada  qttasipeipendbmlAnsnte  sebreo  mar; 
e  d>Mte  eleradisaime  ponto,  se  fsea  «m  ma* 
gettoso  panofama. 

•A^'  esqnerda,  e  n  pouea  Atancia,  eatá  o 
.€ii^  da  Rocíh^  k  direita,  as  praias,  éo  Co- 
eo//o,  das  afaçam,  daBrk$ira^  e  buíras. 

A  bastante  distancia,  pa»  o  O.II.Ó;  se 
Teem,  em  dias  datns^  ori  iiheos  dasBerlen- 
gas  e  Parilbdes.  > 

£^  este  nm  dos  pontoe-  da  neste  eosta, 
qne  oíTerece  mais  interesse  ao  Tiajaas^  ttt- 
fioso,  pein  sna  impeneme  magesiadej 

Algama  Immens  da  leaUdiia^  e  median- 
te anu  pequena'  iniribnigae  •  ésacmn»  flr* 


PBD 


510 


ttando-se  iom  nnàns  €  áMrs,  ia  arestas  da 
rocha,  agarrando^ee  ás  soas  anfractnosMi- 
des,  e  ás  raizes  daa  plantas  paraailaa,  até 
ao  funde  do  POfo,  d'onda  tracem  conebase» 
seíxttthosy  que  os  tauriites  guardam  pniu 
lembrança. 

Quaude  o  Baar  está  soeegado,  Teeoi-se 
passar  a  pouca  distancia  da  toota,  bafoou  de 
pesca,  Tapores  e  naTios  de  vela,  crusaudo 
as  ondas  em  todos  oe  sentidos. 

PBUIA  DA  MtllA-^fide  Smkmk  do  Gã- 
bo* 

PIDBA  Dl  B8CAII]IA&0^£*  mui  Tulitt' 
usar-se  d'eftta  expressio  quiude  aa  qnr 
tornar  mais  odioso  e  mau  procedimeuto  de 
qualquer,  que  pdu  suaa  aeçdea  ofende  n 
honra  e  o  decoro  publico:  pelo  qne  coutcb 
saber  n  eausa  que  meêirára  eeiA  exprea* 

SML 

Htvià  USM  pedra  elerada»  junte  do  pen* 
tico  principal  do  capicelio  da  antiga  Baaae^ 
na  qual  se  aobSTs  esculpida  a  figura  de  Ma 
Islo. 

Aquelies  que  faziam  bamem-nóéay  eu  que* 
bra  dolosa,  e  qne  se  Tiam  ja  neeassiiMe 
de  abaudonar  os  beue  aos  seus  etfédoies^ 
ênm  obrigados:  â  assentarnicv  mis,  sobfu 
esta  pedra,  e  elamar  em  alta  tos  tcsdo  Òe- 
nat  eu  abandono  os  meus  bens-  ■iognindU' 
se  a  cata  declaração  o  baterem  treavezsinn 
dlt»  pedra  eom  e  poslerlerl 

PassadK  esu  pratica  iniaofia  (^ae  Ma* 
Tia  para  elgnns  estia  forte  moAiTo  par»  afe- 
rem mais  eserupulose%  e  não  debpidu- 
rem  os  bens  dos  outros)  -ub^podisfla  ser 
mais  inquieudes;  maa  acaram  diluía- 
dos;  eram  deelaradoa  intestaTeis^  e  alá'  nie 
pediam  depdr  em  juiao  cemo  lesiemunhas: 
tal  era  a  maneira  como  corrigiam  oe  devfe- 
dores doiesos.  ,  <f  r 

FBBRA  FDBABA  --Sahindo  de  SetiMt» 
e  eesleende  o  rio  Sido»  para  E*,  eneontnt- 
se  preximo  d^eidade,  um  rochedo^  tio  ufi- 
tarei  pela  sua  Itana  e  poaiçãov  eomo  pela 
sui  mataria,:  emesuirmisagrandeaa*    ? 

-Bri0s*ee.nA  mflrgem  do  rio, iumo  de uaaa 
eelliun  arenosa»  de  nmdo  que,  tem  deuóB^ 
parte  a  bme  banhada  psie  Sedo,  eéa  Mina, 
enlenudb  na  aiHla  da  eellina.  ;  . 

Tem  d*altura,  desde  a  superfieie  da 


610 


FED 


Mf  M  pomo  iMii  eletcdov  i7«',7a^ê  de 
#Mnetro,  nos  9  a  iOméttoè. 

Ná  81»  foroMçâo,  granítica,  «ou  misuiri 
dtemioaral  ferrufiiMMO  (oxido  dè  ferro)  aa- 
«Mlha*i6«o  célebre  rochedo  de  Leíttiageii, 
na  Allemanha. 

lém  a  éaperAei9  toda  eareonída,  e  tio 
^erivada  de  boraeoa  e  eavidadea»  eomo  ma 
eipoii|a. 

O  aea  giganleseo  vttito,  espeUiande^ie  no 
fio;  á  negrapa  da  s«a  cAr;  e  â  aoa  poaição 
solitária,  como  seotiaella  perdida  doa  seoix* 
lei  eabidoe  na  viáiogettido  paieido^  Diedão 
«fll'a9peci»  fantaitiee. 

Dá*se-lhe  o  none  de  yeira  furaia,  em 
raiío  da  asa  f&rm  eavemoaai 

Na  fuMi  d«  li«Miiío<n  fregaezie  4a€a* 
nédo,  comarca  e  eoDcelbo  da  Feira— Deci* 
ve)  do  9r.  doater  MaimcliAogiale  Paealfo- 
feira^  ha  nn  penedo  «netaoMiCe  e  em  tu» 
4e  ilmiihante^  neooe  no  voUune-H}ne  este, 
apeoas  tem  nos  dois  metros  de  altora.  In- 
diea  eer  nn  antigo  naroo  de  ditiiio  de 
peopriedadee» 

B'  de  notar  qoe  nem  nVsU  fregsetia  de 
€inedo,  sem  naa  em  vedor,  a  mais  de  l^líi- 
lemetros  de  distancia^  ha  pedra  de  semelhan- 
-m  ipiaiidade. 

A  noiea  pedra  qae  aqai  ha,  ó  aehisle, 
muito  friável,  e  algnm^-poaoo-^qdaMOL 

KBRâ  riniA]lâ<.-4k«g«eaia,  Ifinho^  co- 
■nm  e  eeneelho  de-  Bareelioa,  i8  iatome- 
Me  a  O.  d6  Braga,  MOiKiN.de  Lisboa. 

TiB  7(>ft>ges. 

Em  i7S7,  tinha  «O  foget. 

Orago,  Sanu  Leeeadia. 

AiecMtpado  e  disirtcto  admiiistnMfo 
ie  Bfiga. 

O  reitor  do  mosteiro  de  eonegos  de  8. 
Mb  BvMgillsta,  de  filial*  de  Fndee  (os 
èmi$  ktmsm  de  ¥Uíã$)  «presentaem  ^  eore, 
«le  tinha  MMOi  réia  e  o  pé  de  aitar. 

Terra  íantl.  Gado  e  eaça. 

PEDKA  SâUAIIAr^Hddehi,  DonrOpSatkw- 
iOètia  d^Avintes,  ooneaibD  e  5  ^iianétros 
i»  NJB.  de  TWa  Nvra  de  Gaia,  comraa, 
diairiele  adeiinistiettfn,  bispado^  e  IMoiia- 
netroi  a  B.  de  ftKb,  SM  «o  R  d»  Lia- 


nsp 

Gonatà  iMe  toffr/âienaa  de  dnaa  boal 
lae  qointaa»  e  de  Ow  dos  herdeiros  de  Ayres 
Pinto. de  Sonsa  de  Mendonça,  qae  íoí  rpg^ 
dor  daa  jnsti^aade  Ferio, e  a  de  fi^  q^B ara 
do  general  realista,  José  Cardoso  de  Cer« 
valho,  o  qnaif  morrendo  solteiro  e  aem  fi- 
lhos^ deiíen  a  casa  ^  sen  iripão,  o  brigndei- 
re,  também  realísta«  GonçaJk)  Gardose  Bni> 
ba  de  Meneaee  (vide  JUvunmp)  e  d  hoie 
da  ene  vinvn. 

A  primeira,  é^  desde  mnílos  annoe,  um 
grande  deposito  de  vinhos  da  Alto  Doors^ 
qne  aqoi  ó<eee|bido<e< . .  beneficiwia,  aendn 
di|KMa  exportado  para  varias  parlea  da  n^ 
ne  e  estnmgeire. 

Tem  nm  bom  caes^  pari  embai qoa  e  de» 
eepiberqnA» 

Bata  a  PedrapSalfad»  em  ^m  sitio  doa 
maia  (ormoaos  doa  arrabaidee  d6t  Porto^  eo* 
bre  a  margem  esqnerda  do  Donro»  Soando» 
Ibe  e  distaneia  de  nm  kiiometio  a  OlN.O., 
nn  margem  opposla,  a  bella  e  notável  qpún- 
la  do  FretíC0.  (Vide  Compunha  e  FreisBO-^ 
qnmta  4e)  qge  d'eiie  legar  ae  vé  perfeiía- 
mente,  assim  como  varias  outras  poveeQdea 
das  tof  oeaiea  de  Cawpaehsn  e  YaW)em, 
também  na  entre  margem  do  rio.. 

K  a  Pedra  Saignda»  e  peeeeio  íaveríle  de 
mnítas  fomiiias  de  Podo»  e  oonoorridiiahne^ 
sobre  tudo  aos  domingos  edias  sanctíien- 
4dB. 

A  easa  da  qninu  do  0„  é  boa,  pentemaiB 
própria  para  armaiena  de  f  ne  para  wm 
commoda  habitação. 

A  entan  qninta.  tem  uma  optimn  oesa, 
qne,  apesar  de  nae  lev  eomlnido  eemie  e 
centro  e  »  parte  do  O.»  hem  se  IbepMe 
ehamer,  mna  eampiniMa  ease  de  eampe« 

FEDRAça— fregnezia,  IÍinho«<€emefea4e 
GeleripQ  de  Basle^i  eeoeelho  de  Cabaooiraa 
de  Basto,  M  iíiiemetroe*  ao  M.&  ds  Brap» 
371»  ae  N.  delisbee.  ' 

llNB  200  fegea.  . 

Bm  i7»  linha  M  fegea. 

Orago,  Santa  Marinha. 

Areahispade  e  dietricto  ndminisiviáive  de 
Bia^b      '  -      • 

O  reiter  de  eeBsgia  da>Sk  lenoaifmQv  de 
6eiinhia^  apnaeniava.o  leiioie; 
•«IMpaSiákeepéd^ator. 


\ 

\ 


mo 

'  B' fen^A  iBiilto  faM  IBOÉ  Ittâto-^  gVMNi 
agrícolas— 'funil»  íhmb  vUih»^ «ia anUtO 
fadodBluÂa  a^qilaHâide}  itteit  cera. 

AboBdatata-dB^iaça»  froln  e  aiMa-Mr 
xd  do  fâMeia^  •  de  algu»  ribeiíwa  faefor 
aqfftpatadún. 

Em  1867,  em  nm  aonte  d'esta  fregneaay 
^raÉi  eioeMIrádaa  S-ímoadas  tOBiasaa,^  de 
prata*' 

maior  parto  iram  de^octllta.'  ISnhaa 
de  l^lado»  um  taaio  d»  lidmeifi»  aanaái 
de  loir^^m  volta  -a-  legenda  ^  n.  gabs. 
om aaoMir^aado  eolro,  nte  èeaeniAn* 
todo,  5  ftt  voltth^geBda-^BMiiA  Mfcxna 

Em  abril  de  1869,  ap)||receram  na  aMMi 
4»  Bmáéllm,  MalA  Ir^M^  alfMias  ne- 
4áUias  rottaial;  aenia  a  |uia  âotfi0i»'4a 
imperadof  Migielo^  qa$  fo^ora  a  nbyé^ 
i!ÍQ  nnHaBe^  ieidâ  «  eim  asl)  áo>  dando 
<M  aàtea ds lesna 'CMilo)'  Jk aa iMólk 
de  Jesus  Ghristo. 

Bram  tddM  de  pn^é'€(Ma  m  tmákoB 
|a|rf9itamattla  oonsenr^ÚL       * 

llrQn«»do1fe|Hrdbr  QalliáftWyiIka  d»  ¥a- 
leriano,  do  3.*  secnio  da  era  ehrista--»aâiàa 
-éa  MparaAv^Gelislritaitet»  qoa  moMiff  no 
anno  337  da  iealla  (CMsia. 
Também*  etcaifMBa  MrléiiameBiÉ,  camfer- 


fim 


611 


1 1 


Honra-aa  etfa  fimpmria  de  nm^a  palvia 
d»  tred  1aV0aa..(MliaÉy  lir.n«AIMItf  t>or 
asoa  iilanUK%  ^aMKpaiaa  maa  irlrtAdisi^ 

Joaqnim  VeUoso  detepieií^^MMietfaV- 
«I  frapriMià  <l|iia<  pM^oUyan  .|bf  MOUUos) 
e  n*ella  naseea  em  1808,  e  aqai  faiten^  é^ 
pois  de  proleagiidaa  é  áalMoa»pRd«íiÉen- 
toa, .  sâ£Md09  «oÉI  wdftdai»  miigMfàa 
^rlmã^aadia  át^da  frirenfrorid ê&IL  • : 

Mais  de  400  parocbianos,  a^nMaaHaè» 
ao  ée-cMgas,  algUna  vindos  àdgfankatis- 
taneias,  acompanharam  o  féretroiaiÉalb  aMi 
nitimo  jazigo,  yendo-s^  nos  rostos  de  todos, 
signàes  evidenta  da  saoáa(Íe  qne  lfa€s  pun- 
gia aaoaraçQaii»  a-pritfi^aBda  slaaeramenle 
aqoeiie  qsa  par 


aaebd  ariiifita,  s#a'efleia9ecida  oonaalbaiiQi 
e  sen  sincero  aaUgo^    ^ 

Legoa  os  seus  haveres»  ^ae  valiam  |ins 
18  contos  de  réis.  a  se«  sobiíoh%  o  sr.  pa- 
dre Bento  José  Barro80|.  dkuMsdo  a  aaam- 
piar  aaaaidote  d*a8ta  fraguazia. 

EmKiaml»aaaaabitoho  da  virtuoso  abba- 
de,  o  sr.  Souza  e  Silva,  esalarecido  reda? 
olav^do  Jovnal  paUtiaOjt  O  Commercioi-do 

O  padre  Mestre^  fm^BolUkêJUut  VtUoío  4ê 
Sfqmiira  (iiaiao  dia  referido  abbade>.  tpm- 
bem  já  falleeido,  que  foi  professor  ie  thao« 
lafi*  aaoMl,  n»  aamioapio  diocepano  do 
Poitla#  ' 

O  tte$eirefídfh  m  frú  Jo$i  4'Ámno  V^l- 
k$9t4e,  dtfn^ti^  aetoakaepta  cpnagô  da 
ffBil/  aaHw^  *^  jNaaaadSenhora  da  Oli* 
veira  éd  4aíBMkra(iar-r«  o  3.*  doa  iripaoa»  e 
Mpba%  aslaa.BlIiqHVl^a^aio  aaheravir-' 
tadsfi.aomo  »  ptiiíeiísai 


fia  lambem  n^la  firaganciaf  va»tigioa4# 
WBa  lorf^ 

N'alia  aíveiK  Vasao  Soa^lvas  Barroso^  o 
atta  múibm  O.  beonor  AIAAvim,  que,  depois 
4a  VHi?a^  Oãom  com  o  grande  oondaslaval» 
i^.  Nima  Aiaaias  Pereira. 

fipaau^N^  esta4onNa  hk  solar  dos  duques 
de  LeruML  •  • 

WORálnO  im  «O^BiAHDO-^  fragnaiía, 
lttakO|4l0mgMaiaoMOittio4eFafe  <foi  4^o 
aMig*  fonaalbo  da  lioiílB^Longp — qaa  é .  o 
adcutl  da  Ikfe^âmarea»  de  Guimarãaa)  30 
kitomelraa  aa»N.B«  4e  Bnm  37S  ao  M.  da 
iLialoa. 

TémMfegaa. 

Bp  t^C?  iiniMi6fclecaa. 
.  era9P,.&Bejii0k 
'  ^Ara«l>isffaéa^  -úímhm 


04lMmèa4aB;»aifSa«horjAba>do  Basto, 

apisaanaiva  #  iricviot  ^4«e  <bi^  60MM 
léiae^opéée-atiaBi' 

foi  adUa*flMBov  peaienagad^as»  ao  moa* 
minmsMolanaai  éaa  irelraa  de  Arpoaa* 
>  ft maig«la dalWpi^ raecftia 7Q«000 ióís 
aBMmaB<diaFraariaa4l^tarte|«eiia* 

PBBÍ^?JLMiSePM^AI.¥â'p^Tilla  e<ra. 
fÉBob^^  MiBb«^  >oonaaIho,  loiterea,  diairielo 


m 


9fiD 


de  Braga,  360  ao  N.  à&  LiHboá. 

Tem  190  fogos. 

Em  1757  tinha  IM  fogos. 

prago,  o  Salvador. 

O  abbade  de  S.  FBdro  d*ftste,  spreeeftU* 
va  o  vigário,  coHado,  qnetMM  74^1000  Mis 
e  o  pé  de  altar.  ' 

Foi  coDto,  que  D.  Sinete  li  deu  aé'  alM* 
bispo  de  Braga,  D.  Silvestre  Godinho»  etn 
n  de  novembro  de  1136. 

O  motivo  d'esta  doafio  M  o  segoivC* 
te: 

D.  Affonso  Henriques,  sempre  eai  gner^ 
ra  contra  os  qne  lhe  disputavam  o  seibó^ 
rio  de  Portagal,  e  eontra  os  monros»  pára 
alargar  a  área  d^eeie  reiáo,  ^eria  terdà 
sua  parte  o  areébispo  de  ^ga  <«bI9o  itwi 
poteneia)  e  d  clero  da  soa  dioeese.  Ver  1ll^ 
em  S7  de  mafo  de  IftSj  muitas  ^  grandes 
mercês  e  desmarcado^  privilégios;  entre^os^ 
tes— £(  sicut  Avus  meu$  Bex  Alfonsus  deâit 
ãdjutorhm  aã  S^óMatá  S,  JocêH  fackn- 
dam:  $miH  modo  do,  at  que  conceiú  SatMit 
MarUjB  Btaek.  ifonet^am,  HndêftibricÊiuHSc- 1 
desia. . .  Irnuper  Hiam  étmo,  aipiê  omoedê 
tn  Cúria  mea  tahm  illud,  qmod  ad  Ckricêk 
Officium  pertinety  tèUieeê,  Gapettanianí^  sT 
Scfibaniam,  eè  eaeíem  ommia;  ftmaá Pum- 
tificiê  curam  pertinent. 

Eram  pois  para  a  MMien  d«  Sft  dè  Bra- 
ga, os  rendimentos  doesta  mveda;  dos  ^Mfe 
D.  Aíisnso  n  a  privou,  «tmo  sev^dorTSi. 
cripto  do  papa,'  Hoàeflo  IIF,  de  IS  de  â«- 
Mmbro  de iSM,  pMo qual» 'mtiidalm bis- 
pos de  Astorga  e  Tay,  façam  restUnlr  & 
Egreja  de  Braga,  além  d'outrNebltsaSyí}Ein- 
cellariam^  Capelkmkàn^  'Mmuêam  As^ofe  o 
rei  a  tinba  despojado;  ms^  iada  tpciíveí- 
Unm  as  diligeaolà»  <o  apeeiiepg  do  Era- 
ga  e  do  sen  cabido,  até  qae,  no  referiipdià 
M  de  novembro  és  1138»  «e  luÉesiilaràm, 
em  Gnimariês,  o  dil^wiMíblfpo^'D.'iihe»- 
tre  Godinho  e  seus  coneifie»  «oní  D.-  Sas- 
cho  n,  dando>^ihes  etie  solwnuio  «s  ogre- 
jas de  P<»nte de  lima» #Toqgtalm»  emter- 
ras  de  Varia»  Kvrss  •1siÉta»ddloA»»qilal- 
quer  dífsiMireal:  ot»«iitivttfca»  ssw 
de  Pedralva,  Oo«#iiMie  Adaik(k<li^  AMaf- 
lé)  «n  tem  áe  Fandlaa^  as  qdmÊf 


ttftíOrpêr  lapidei;  Mml  jlíml  CmUam  ãe 
RtfKb,  4[aoáméím$im»ttítmm  etl. 

Entio  9  areebispb  e  cabido^  cMUnoiaraiB 
pai^  téospre,  todo  #  qiulq«er  dlMlo  que 
linliaas,  oa  pudessem. ter  supsr  JfbfiMo»  Ca^ 
pettania,  et  Cancellaria  Domini  1)091».  (D<ml 
da  Mitra  de  Braga.) « 

Joi*  de  Barros,  nas^  snas  ÀMiiguidaáM  ãá 
Braga,  diz  qae  S.  Dâmaso,  papa,  naseed  eim 
MriralVa.  (iiéê  Braga,  frtffôtM  {Senhora 
dh  nedade  •  Sânio  Aneonio)  e  CaiamkL 

Vmre  Pedralvia  asjnstifu  próprias  éa  e^n- 
te»  daas  cempsabiás  é^  erdenasças  mm 
seus  capitães  e  mais-efflciaes,  e  um  capitio* 


O  uIlÉiip  eapHio-mél'  de^èdraiva,  foi  Am^ 
lODjc  daRoebvOoQie^  qae  faUecsoiiacida^ 
de  dn  Viamia,  em  janeira  éo  1875.  •  • 

IWm Éasddo  mí47S7«  Ba  sm dosmate 
dhtiMSoft  eavilliiifei  d»;prMÉei»  do  Mi- 
nho. 

'  ComlaiQ  asna  formini^  Md  leis»  na  Uni- 
versidade de  CotaÉbra,  esn  i9UL  -Foi  oA* 
fAal  do  bataUiio  de  VolimsarÉa»  Realietas  de 
-YiânÉa,  e  eaviiieiko  pnifesso  da  drdeaa  úb 
GbHsl». 

iJMm  â  fin>priedade  de  estrfvio  da  nà- 
mara  ecciesiastica  dt  Vatteata^ 

9m*  diiyosisi»  metarnsaliria^  lei  coodii» 
zido  de  sua  casa,  pela  real  irmandade  da 
Misericórdia,  para  onemplo  doe  congrega» 
dts^  podo  Sevdpoaqmtod  odteioe/ 

PIMAS  «DE  LDHUmS^^ol.  4.^  pa». 
M,fM.  i^)éoiiiiia|ojMiloqnai*aio  ria 
Douro,  desde  o  sen  nascimento  até  à  ftani- 
VMs  JMteJo  OsaHx 

BUÍAS  HE«BM--altio^  de  Llstea»  ba«i 


Anàd^  iidftiÉ^lfiidM^aelá -junto  â  Sé 
a  i«Qatiouatio'd*fiia  éa  AreotdsíiUmoel- 
ro,  btado  da  nà  ds»  Blirlè,.a.  fiada  aavlia 
4a  Maf  iaieas>>  - 

X'  ptaiiê  (dafrelaecla^da  Sé^  a  paMe  ékÚÊL 


• .  I 


»   -    -      ■  .       '  •  ■ 

}  Parece,  qae  o  dinheiro  mandado  ca- 
nnar  pelos  arcebispos  de  Braga,  foi  manda- 
do recolher  á  casa  da  aK>eda,  porque  rnfo 

lamasaa  aá»  qae  ase  toasta. 


mx 

Á  traiF60ti  dftfl  Pedyis  Nefnras,  é  a  i.%  á 
esquerda,  na  trateaaa  da  Aioada»  hindo  do 
tergo  da  Mafdalena  (vulgo,  largo  do  Gal« 
daa)  e  finda  umbem  na  roa  da  Magdalena, 
perteDeeDdo  á  fregnezía  d'este  nome. 

TrabaUiaaâo*aa  am  i77iv  nos  alieeroea  do 
l^lacio  qae  o  oorreto-Diór  d^eale  reino,  pae  do 
i.*"  conde  de  Penafiel  (boje  do9  oarquezea 
do  mesmo  titulo)  levantava  daa  minas,  do 
iprisde  terramolo  de  1755,  descobríram.os 
fiediteiros,  ao  O.  das  obras,  umas  tb^r mas 
oa  banbos«  evidentemente  de  eonstraecao 
romana,  eom  gvande  abundância  d'agaa  mi- 

.  A  ardiitpctura  d*estas  tbermas  era  ma- 
gestosa  e  elegante,  o  que  prova  que  foram 
.  conslruidasfio  tempo  do  maior  esplendor  dos 
domiaêdores  do  inundo. 
~  Tittbam.na  frente  uma  inscripçio  latina» 
que  adianta  cqpio. 

Constava  de  um  grande  banho  em  fómia 
de  meia  laranja,  servindo-lhe  de  cúpula  e 
remate  o  segaMinto  de  uma  elypse  ou  es- 
pheroide,  e  era  eomo  um  nieho. 

A  sua  altura  total  era  de  10  metros,  e  ti- 
nba  de  largura  5,  e  de  base  ou  espessura 
2-60. 

D'esta  base  epaíviftento,  se  levantavnum 
(MMiue»  ei^a  figura  era  un  segmenio  dt 
ciifitlo. 

O  lado  ou  linha  eurva,  era  omesme  ni« 
dio:  e  da  parte  exterior,  se  levantava,  des- 
éb-Q  pavimento  •  dai  soa  base,  una  parede, 
i9ue  do  lado  opposio  eerrava  a  bòcoa  na 
parte  do  arco,  fiÃmdo  assim  o  tanqoe  com- 
prehendido,  entre  o  semíclrcnlo  do  nicho  e 
»ingede  que  o  HMhaira  em  linha  naota. 

A  elt«»^  de  tanqaei  ern  do  ís\n,  n  a 
«M  «xtonsio!  a-aesma  do  aMio. 

Mo  aaeio  do  tanque,  dn  partem  intaiioi^  ia» 
to  é,  no  meio  do  .arcodoeiBenlo»  soiiam 
os  vestígios  de  um  assento,  e  ao  pé  d*este, 
restos  do  cano  ou  registo,  por  onde  a  agua 
se  eemmuttioava^o  tanque:  lodo  labrmdo 
da  otíoelkQte  aigamaça. 

Pata  entrar  para  este  tanque,  ou  banho; 
havia  nos  dois  lados  da  parede  mtefior» 
dnas  eácaéa^  eada  uma  «om  5  degraus  de 
pedra,  e  cada  degrau  de  aluiradeO-,l(Mí^o 
de  0r,44  de  «omprimenio,  o  O-,»  de  large^ 


P^ 


533 


No.  moio  do  eapsiço  do  nicho,  que  reatat 
va  do  tanque,  havia  una  outro  nicho  mais 
pequeno,  mas  da  mesma  figura  e  em  tudo 
semelhante  ao  grande. 

Dentro  d'este  se  achou  a  estatua  de  um 
gaerrouro  romano,  de  excellente  marmoro 
biiaooo,  o  óptima  escnlptura,  mas  alguma 
cousa  damnifieada  nofroato,  em  um  braço,  o 
em  uma  perpa. 

No  peito  tinha  a  figura  do  sol»  e  sobre  o 
ventret  duas  espbinges,  ou  serpentes^  ala- 
das, com  rosto  do  mulher. 

Tinha  os  braços  nús,  dos  eotovellòe  para 
diante,  e  as  pernas,  dos  joelhos  para  baixo, 
todo  o  mais  corpo  figurava  vestido  de  ferro, 
ou  de  armas  brancas. 
.  Na  mão  esquerda  seginrava  um  escudo, 
também  de  mármore,  onde  se  via  esculpida 
a  figura  de  uma  loba,  dando  de  mamar  a 
dois  meninos  (Rómulo  e  Remo.) 

Sobre  este  pequeno  nicho,  a  distancia  do 
um  metro  d'eUe,  embutido  na  parede,  esta- 
va um  fíjoUo  vermelho,  de  0",66  de  com- 
prido, o  0°*,4i  de  largo,  com  esta  inseri- 
pçao: 

THERMO  CASSIORUM 

RSNOVATiE  ▲  SOLO  JDXTA  JUSSIONEM 

NUHBRII  ALRANI  V.  G.  P.  P.  J. 

CVRAMTR  AUR.  FlRBfO 
NBPOTlAirO  BT  PACSUIOX)  COlTSe.- 

(Tbermas  dos  Cassios,  reedifioadas  desdo 
os  (ondamanlosw  jBegnndo  a  ordem  de  Numa- 
rio  Albano,  varão  consular,  illustre  pae  da 
pátria;  sondo  inspector  da  obra,  Aurélio 
Firmo,  o  cônsules,  Nepociano  o  Facundo.) 

Para  o  tempo  om  que  viveram  estes  indi* 
vtduos,  vido  adianto. 

Os  tijolos  doesta  obra,  erans  de  diOéreBSei 
grandezas  o  oôres^  uns  vermelhos^  eutroa 
qaasi  pretos»  onlroa  mais  ou  asenos  Mis« 
coe.  Uns  do  comprimento  de  (^,66,  poir 
0",44  de  largo,  outros  de  0",33  em  quadreis 
finalmente,  outros  maia  pequenos. 

Havia  ainda  sais  alguns  tanques  pe- 
quenos, oom  sons  nkhos,  da  meama  confi- 
guração, mas  em  nenhum  se  acharam  esta- 
tuas. 

O  aquedueto  para  o  despejo  da  agua  dos 


524 


PBD 


tanques,  não  foi  deseoKerto;  somente  para  o 
£.,  a  distancia  de  10  metros,  baria  um  gran* 
de  reservatório  â*agua  (cisterna)  que  hoje 
está  debaixo  de  uma  escada  interior  do  pa* 
laeio. 

Tinha  agua,  quando  se  achou,  e  mandan- 
do-se  fímpar,  se  descobriu  nm  aqueducto, 
que  corria  para  os  tanques. 

Era  em  forma  de  fuail,  com  o  larga  pa- 
Va  os  tanques.   ' 

Achou-se  mais  outro  aqueducto  do  lado 
do  N.,  parecendo  vir  do  monte  do  castello 
(de  S.  Jorge.)  Â  agua  era  tépida;  mas  não  foi 
analysada. 

Estas  thermas  e  toda  a  mais  fabrica,  di- 
vidia-se  e  estava  separada  do  publico,  por 
uma  parede  do  alvenaria,  que  entio  (fTti) 
se  demolitu 

Via-se  que  as  thermas  ficavatn  mais  bai^ 
xas  do  que  a  rua;  e  entravti-se  para  ellas, 
por  uma  pequena  porta  de  coueeira,  que  se 
achou  no  meio  d*èsta  parede. 

Não  se  pôde  averiguar  a  altura  doesta,  e 
se  vedava  ao  publico  a  vista  das  thermas, 
pois  se  achava  desmoronada  na  sua  parto 
superior. 


Estes  Cassíos  de  que  reza^  a  inscripção^ 
(Caio,  LoGio  e  Quinto  Gassio)  eram  três  ir- 
mãos, que  viveram  no  tempo  da  guerra  d- 
ttl  A  Ro«a,qne  foi  pelos  aonosTOtldasaa 
fundação^  ou  48  antes  de  JeMii  Ghrlslo. 

m 

'  Parece  que  êstas  thenas  eonpreheo* 
diam  um  grandi^  espaço,  pois  que,  cor* 
wtíào  d'este  logar.  Uns  ilSO  metros  para 
o  S.,  na  rua  Bella  da  Rateba  (rua  da  Pha* 
ta)  e  defronte  da  egreja  de  Santa  Maria  Ma- 
fdaleiía,  traèaâbtaada<«8  para  abrir  os  ali- 
eeroes  de  algumas  easa?^  em  i76%  se  des- 
cobriram outros  nmitos  niehos  e  unquea, 
èa^goal  fabrCea,  e  jmlo  é*dle8»  a  s^guinle 
insotipçao: 

SAoauic 

AB8CULAM0 

M.  arttàNfiDs  nDDonomsis 

BT 

L.  FABIUS  DAPHJNUS 
A.  V.  G. 

mjKicino.  B.  L» 


VODf 

(Memoria  consagrada  a  Bsi^ulapki^ 
Afranio,  eaboroense,  e  Lueio  9Mo  DaflMi^ 
no  augusto  nmnicipio,  dedioaram  esto 
drio.) 


Parece-me  que  e^e  Marco  AfiiAio, 
era  d'Evora,  mas  da  Ebwrúbriga.  Vido 
palavra,  a  pag.  5  do  d.*»  "voltimd 


Parece  que  esta  obra,  renovação  d»  aBti*> 
ga,  Ibi  feita  no  anno  335  ou  336  de  Jeim 
Ghilsto,  30.«  do  imperador  Gonsumino;  poi^ 
q^e  eram  então  «onsulei  ois  Rama,  Flarvio 
Nepociano  e  Pompilio  Facundo.  {Hespatti^ 
Sagrada,  de  Piores,  tom.  4.%  pagina  616 

eat5.)* 

A  poaea  distancia  d'est8s  thfvnas,  eou^n 
um  templo  dedicado  a  BscAlapio,  dens  át 
mediciaa,  eomo  se  vé  da  aiemof  ia  que  re- 
fere Marinho,  no  L."*  3.%  oap;  7.^  o  é  a  ae-^ 
gulnte: 

AlESGULAPto  SACML 

GULTOniBUS  LABUM 

IIA&IO  ET  MAKLIO  AQUIUO  COSS.  IT. 

JULIUS  MAGIUNOS 

D 

(Memoria  consagivia  a  Esculápio,  pelos 
voneradores  dos  Deuses  Lares,  sendo 
sules,  segunda  vez,  Mário,  e  Manlio 
liOb  fatio  Macrhio  dedicou.) 

.  Bbrio  o  Manlio»  foram  pela  l^veceonss» 
les,  no  anuo  do  itoa  653,  que  vem  a  ser, 
eem  antes  de  Jesus  Christo. 


aiatto  iivooKinao  d'i^site 
^MUívt^  a  praesi  chetanuMSa  do» 
Canoai»  do  iiae  UUvaa  pinoveatai 
o  iSDmsa  d  raa  e  d  Wteetwutmàm  de 
Bê  Soãa  da  Pvacd* 


Qnantd  maii  a  gente  vae  lendo,  estvdan» 
do,  combinando  e  investigando,  mais  lues 
vae  adquirindo  sobre  as  «QtigiliBadis  da 
nossa  «nra. 

A  pag.  360  do  4.«  vnlnhie,  e  ílKidado  no 
quo  dizem  muitos  escríptorès  verídicos  an* 
Hgos,  disse  que,  onde  hoje  veinos  a  S6 


PED 


PED 


525 


patríarçbal,  hauTe  um  templo  romano^  de- 
dicado ao  Sol. 

0  doutor  Francisco  Tavares»  medico  de 
D.  Maria  l,  que  nas  suas  InstmciçÕês  e  Cau- 
MlaSy  etc,  tantas  provas  deu  dos  seus  vas- 
tos eanhecimenios  em  archeologia,  diz,  a 
pag.  136,  termioantemente,  e  como  cousa 
sabida  e  assentada,  que  a  Praça  do$  Canos, 
o  templo  de  Esculápio^  e  as  thermas,  esta- 
vam próximos,  e  não  falia  no  iemplú  do  Sol, 
que,  segundo  eu  disse  na  logar  citado»  de- 
via ficar  contíguo  e  sobre  a  rua  de  S,  João 
da  Praça — j9,to  é  —  onde  Tavares  slida  o 
iemplo  de  Esculápio,  0U|  pelo  meno9,  muito 
próximo. 

£*  verdade  qua  podiam  haver  dois  tem- 
plos idolatras  muito  perto  um  do  outro; 
porém  nenhum  escriptor  menciona  dois  tem- 
plos aqui,  mas  só  um:  difTerem  porém  no 
.yolo  a  qae  era  dedicado,  dizendo  uns  que 
era  a  Ápollo,  outros  a  Esculápio. 

A  monstruosa  serpente  que  Miguel  Lei- 
lão de  Andrade  diz  estar  enroscada  em  vol- 
ta djp  zimbório  do  templo,  symbolisava — se- 
gundo os  que  pretendem  que  fosse  o  tem- 
plo dedicado  ao  Sol  (Phebo  ou  Apollo)— a 
serpente  Python^  que  Apollo  matou  ás  se- 
ladas. 

-  Isto,  que  parece  desmentir  o  doutor  Ta- 
vares, na  minha  humilde  opinião  ainda  mais 
o  confirma. 

Por  medianamente  instruído  em  roytho- 
logia  que  qualquer  esteja,  sabe  que  Epidau- 
TO  era  uma  cidade  do  Peloponeso,  na  pe- 
nínsula de  Argolida  (hoje  Sacania,  sobre  o 
golpho  Saronico  ou  de  Enguia.)  ^ 

Estando  a  cidade  de  Roma  em  risco  de 
idespovoarse»  por  causa  de  uína  terrível 
peste,  enviou  deputados  a  Epidauro,  onde 
Esculápio  era  especialmente  honrado,  co- 
mo deus  da  medicina,  para  conseguirem  a 
estatua  doesta  divindade. 

Esculápio,  atravessou  a  cidade  em  figu- 
ra de  serpente^  saltou  ao  navio  dos  romanos, 
enroscando-se  na  sua  popa;  e,  chegando  a 

1  Havia  outra  cidade  com  o  nome  de  Epi- 
dauro,  sobre  o  Golpho  argolico,  ou  de  Na- 
poli,  na  Laconia,  entre  Li  mera  e  Argos;  mas 
a  êsta,  para  a  distinguir  da  outra,  se  lhe  da- 
va o  nome  de  Epidauro  de  Limera, 


Roma,  saltou  para  a  belU  ilha  do  Tibre,  on- 
de indicou  que  queria  um  templo,  e,  cons- 
raido  este,  tomou  a  sua  forma  d*homem» 
e  a  peste  cessou. 

Desde  então,  ficou  a  serpente  sendo  o  em» 
blema  de  Esculápio,  e  q  symbolo  da  medi- 
cina; como  ainda  hoje  vemos  em  quasi  todas 
as  boticas. 

Creio  pois  que  a  tal  monstruosa  serpente 
do  grande  zimbório,  não  era  a  Python,  mas 
a  de  Epidauro;  e  que  o  templo  era  dedica- 
do a  Esculápio,  e  não  ao  SoL  ^ 

Alem  d*isso  era  mais  próprio  de  um  gran- 
de e  luxuoso  estabelecimento  thermal,  o 
templo  do  deus  da  medicina,  do  que  o  do 
deus  do  dia. 

De  outros  monumentos  achados  n'este  si- 
tio das  Pedras  Negral,  quando  em  1749  se 
edificaram  as  casas  de  Joào  d*Almada,  cuja 
frente  está  para  o  largo  da  Magdalena,  faz 
meosão  o  padre  D.  Thomai^  na  sua  Caria 
acerca  dos  monumentos  romanos  descobertos 
no  sitio  das  Pedras  Negras:  impressa  em 
1754. 

Para  náo  fazer  este  artigo  mais  longo» 
remetto  o  leitor  curioso  da  especialidadcv 
para  a  referida  Carta. 

Pode  também  vér-se  a  Moviographia  da 
Egreja  matriz  da  cidade  de  Lisboa,  pelo. 
nosso  esclarepido  archeologo,  o  sr.  abbade, 
António  Damazo  de  Castro  e  Souza  (vulgo 
Abbade  Castro)  no  fascículo  n.""  5,  pag.  68^ 
do  Boletim  architectonico  e  de  archeologia, 
da  Real  Associação  dos  architectos  eivís 
6  arcbeologos  portuguezes,  a  que  tem  a  hon- 
ra de  pertencer  o  auctor  doesta  obra. 

PEDRAS  RUIVAS  antigamente  PEDRAS 
RUBRAS— aldeia,  Douro,  freguezia  de  Mo- 
reira da  Maia,  concelho  da  Maia,  comarca, 
districto  administrativo,  bispado  e  8  kiio- 
metros  ao  N.  do  Porto^  320  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Esta  aldeia  é  célebre,  porque,  em  8  de 
julho  de  1832,  depoh  de  ter  desembarcado 

*  Nole-se  porém  que,  pouco  mais  acima 
da  Sé,  ondo  existiu  o  templo,  e  passada  a 
egreja  de  Santa  Luzia,  existiram  as  portas 
do  Sol,  e  ainda  ha  o  largo  das  Portas  do 
Sol. 


526 


PED 


n*esse  dia,  o  sr.  D.  Pedro,  com  o  exertito 
liberal,  das  3  para  aa  4  horas  da  tarde,  no 
sitio  até  então  chamado  Praia  dos  Ladro», 
em  Arenosa  de  Pampellido,  entre  Paraflta  e 
Lavre,  foi  o  mesmo  senhor  e  o  sen  estado- 
inalor,  pernoitar  a  esta  aldeia,  a  cask  do  la- 
vrador, Manuel  José  â^ Andrade. 

Ainda  vive  a  viava  de  Manuel  José  de 
Andrade,  a  sr.*  D.  Joaquina  Alves  d'Andra- 
de,  e  é  sen  filho,  o  sr.  José  Ferreira  de  An* 
drade,  que  residem  na  mesma  casa. 

Tenho  em  meu  poder,  trez  certidões  ori- 
ginaes,  devidamente  reconhecidas,  em  pro- 
va d*este  facto. 

A  1.*,  do  sr.  Bernardo  Moreira  da  Silva, 
parocho  do  Salvador  de  Moreira,  datada  de 
29  de  novembro  de  i840. 

A  2.*,  da  mesma  data,  do  sr.  António  Do- 
mingues dos  Santos,  reitor  eleito  e  encom- 
mendado,  da  freguezia  do  Salvador  da  La- 
vra, 

E  a  3.%  de  2  de  dezembro,  do  mesmo  an- 
uo, do  sr.  Luiz  Manuel  Moutinho,  parecho 
da  freguezia  de  S.  Mamede  de  Paraflta. 

Todas  estão  reconhecidas,  pelo  tabellião 
do  Porto,  Mat^nel  Carneiro  Pinto,  em  5  de 
dezembro  de  i840. 


Foi  senhora  das  Pedras  Rubras^  D.  Con- 
fina, fundadora  do  mosteiro  de  cruzios,  do 
logar  de  Gontao,  n*esta  freguezia  de  Morei- 
ra. (Vol.  8.%  pag.  343,  col.  2.«,  a  2.*  Morei- 
ra d*esta  columna.) 

D.  Gontína  viveu  n'este  logar  (de  Pedras 
Bubras)  até  aos  fins  do  século  IX,  e  aqui 
fundou  a  ermida  de  Nossa  Senhora  Mãe  dos 
Homens,  que  ainda  se  conserva,  apezar  de 
ter  mais  de  mil  annos  de  existência! 

Ha  n*esta  povoação  um  grande  largo,  ou 
praça,  onde  se  fazem  três  feiras  por  sema- 
na, todas  muito  concorridas  por  pessoas 
d*este  concelho  e  dos  immediatos. 

Tiveram  origem  esus  feiras,  no  anno  de 
1832,  durante  o  cerco  do  Porto. 

Os  lavradores  e  industriaes,  não  poden- 
do hir  á  cidade  vender  os  seus  géneros, 
principiaram  a  conduzilos  para  o  largo  das 
Pedras  Ruivas^  onde  eram  comprados  peio 
exercito  realista,  e  assim  se  foram  conser- 


PED 

yando   até  os  nossos  dias,  aftida  que  còm 
menor  variedade  de  géneros. 

A  estrada  americana  (rail  road)  do  Porta 
a  Yllla  do  Conde  e  á  Póvoa  de  Varzim,  tem 
uma  estação  nas  Pedras  Rubras,  o  que  mai- 
to  concorre  para  o  desenvolvimento  do  eoim- 
mereio  e  industria  doestes  sitios. 

E'  uma  povoação  rica,  com  bdas  proprie- 
dades; e  alguns  capitalistas  aqui  tem  fixada 
a  sua  residência. 

Já  antes  do  caminho  americano,  havia 
aqui  uma  bôa  estrada  a  mac-adam,  que  p«r- 
tindo  de  Leça  da  Palmeira,  atravessa  a  Pó- 
voa, e  vae  entroncar  com  a  de  Braga,  pas- 
sando pelo  centro  da  povoação. 

Foi  n*e8te  largo  que  o  exercito  liberal 
acampou,  d»  8  para  9  de  julho  de  1832. 

Conta-se  uma  anecdota  acontecida  n*e9tâ 
aldeia,  no  mesmo  dia  8  de  julho,  com  o  Sl^ 
D.  Pedro,  do  modo  seguinte: 

Foi  o  príncipe  a  uma  locanda  e  pergun- 
tou o  que  havia  para  comer,  ao  que  lhe  res- 
pondeu o  bodegueiro:--«Peixe  de  3  FPP.» 
— «Entãd  o  que  ó  peixe  de  trez  efes?»— «B* 
faneca,  fresca,  frita.  O  sr.  D.  Pedro  comeu,, 
e  depois,  disse  ao  locandeiro:— -«Não  tenho 
aqui  dinheiro  para  lhe  pagar,  e  então  icà 
sendo  o  peixe  de  4  efes— faneca,  fresca,  fri-- 
to,  fiada.* 

Si  non  é  vero,  é  ben  trdveao. 

PEDRAS  SALGADAS— logar,  TÉraz-os-Mon- 
tes,  na  freguezia  de  S.  Martinho  de  Bornes. 
(Vol.  l.«,  pag.  421,  col.  2.*) 

Entre  a  povoação  de  Bornes  e  a  de  Rebor- 
deehão,  na  margem  esquerda  do  peqten». 
rio  dos  Avellanes,  junto  à  antiga  estrada  de 
Vllla-Real  a  Chaves,  está  situado  o  estabele- 
cimento d*aguas  mineraes,  dás  Pedras  Saè- 
godas. 

Estas  aguas  contéem  lithlna,  arsenito  de 
soda,  ácido  carbónico,  carbonato  de  sóda^ 
etc. 

Foram  premiadas  na  exposição  de  Vien- 
na  d'Austria,  em  1873,  com  o  diploma  de 
mérito. 

São  geralmente  conhecidas  em  todo  o  rei- 
no eno  estrangeiro,  principalmente  noBra*» 


PBD 

8il^  &8  BUM  qiíalldaâes  tíierjt^iiticàs^  kobi»< 
tudOy  |ân  RaâeeiuKiitOB  do  eAtomagow  éà 
pelle  e  dji  be^tifa. 

Para  a  tal  exposição,  só  foram  agoas  do 
Piuêio  6  de  Hebordeehío,  aa  nnieaa  qae  até 
hoje  sateem  appiieadD  interoameote.  Aa  on* 
trás  80  teem  sido  ntilisadaB  em  banhos,  e  se 
tem  d*eUes  obtido  pasmoeos  resultados^  com 
especialidade  em  moléstias  dUaneas. 

É  eonstante  n'esla  fregaezia»  qae  o  distia- 
eto  medico  da  Tilla  de  Chaies,  o  doator  Pia- 
lo  de  Moraes  Leite  Mello,  fizera  applicaç2o 
d*estas  agoas  para  ama  doente,  d'aqui  naiu» 
n^  com  bom  resallado,  já  no  primeiro  qoar* 
lei  d*este  eeenio;  todavia,  ningaem  carava  da 
soa  exploração  e  analyse;  estavam  abando- 
hadas,  e  assim  permaneceriam,  talvez  para 
sempre,  se  ião  fosse  a  recente  descoberta 
'das  da  Vidago. 

Este  facto  despertoa  o  desejo  da  faser  ex- 
ploraçdes  análogas.  Como  era  sabida  a  ap- 
pli^çâo  qae  d*estas  agOas  havia  feito,  em 
tempo,  o  doator  Paaio  de  Moraes,  a  camará 
de  Viila  Poaea  d*Agaiar,  por  parecer  de  seu 
íácaltativo  o  sr.dr.  Henrique  Ferreira  Bote* 
lho,  em  1870  emprehendea  exploral-as,  fa- 
zendo entrar,  para  esse  fim,  ama  verba  no 
orçamento;  porém  no  concelho  de  distrlcto 
não  foi  approvadall 

Nâo  podendo  coatinnar-se,  portanto^  a 
obra  da  exploração,  foram  n^esse  mesmo 
anno  cedidas,  mediante  a  quantia  em  qae 
haviam  importado  as  despezaa  que  a  cama- 
rá tinha  feito,  que  eram  poucas,  a  uma  em- 
preza  composta  dos  srs.  Manuel  Ignacio  Pin* 
to  Saraiva,  de  Viila- Real,  hoje  failecido,  e  dr. 
Henrique  Ferreira  Botelho,  de  Viila  Pouca 
d* Aguiar;  tão  somente  a  camará,  por  volo 
de  um  de  seus  membros,  o  sr.  José  Leonar- 
do da  Costa  Pinto,  natural  d'esta  freguezia, 
reservou,  em  favor  d'este  concelho,  a  facul- 
dade de  seus  habitantes  poderem  fazer  uso 
d'esta  agua  gratuitamente,  excepto  dos  ba- 
nhos. 

A  empreza  eomprou  um  terreno  adjacen- 
te, pela  módica  qoantia  de  eOjOOO  rs.,  a  Pbi- 
lippe  José  da  Costa  Pinto,  do  logar  de  Bor- 
nes, qae,  apezar  de  estar  inculto,  valia  mui- 
to mais.  I^*elle,  e  n^outros,  que  lhe  tem  acres- 


PBD 


527 


cflBMdo,  tem  feito  as  obras,  que  tal  eatabe- 
lecimeato  demandava. 

Sào  quatro  as  nascentes  exploradas,  co- 
nhecidas pelos  nomes  de— Penedo— Beber- 
dechio— Bio^a  Kstr^da— -na  extensão  da 
dozenlos  metros,  cujas  aguas  foram  aaaly* 
sadas  pelo  sr.  José  Júlio  Rodrigues,  lente  de 
chimíca  da  Eschola  Polytechnica  de  Lisboa, 
a  approvadas  pela  sociedade  das  sciencias 
medicas  de  Lisboa. 

As  doas  primeiras  são  empregadas  para 
b,ebida  e  banhos;  a  as  segundas,  por  emqaaa* 
toi,  para  lianhos. — Para  a  sua  composição 
chimlca>  servirme*hei  das  conclusões  da 
analyse  do  sr.  José  Júlio  Rodrigues:  . 

Ncueente  do  Penêda^^ .  •  «Muito  mais  po* 
bre  em  bicarbonatos  do  que  a  do  Vida|[o, 
é-lhe,  todavia,  muito  superior  quanto  ao  aci- 
do carbónico  Hvre,  que  n*esta  corresponde 
ao  volume  de  kJè9^  e  n*aquella  attinge  o  de 
6Qi'G,  nas  condições  normaes  de  temperatu- 
ra a  de  pressão,  avantajando-se-lhe  ainda  no 
ferro  contido,  que  é  mais  do  dobro,  e  do  bi* 
carbonato  de  lithina,  de  que  apenas  se  no- 
tam vestígios  nas  aguas  mais  notáveis  do 
concelho  de  Chaves.  Nâo  deve  esquecer-se 
também  a  presença  dos  ácidos  azotico,  sul- 
phurico,  e  do  arsénico  e  phosphorico,  pela  or- 
dem decrescente  das  suas  quantidades,  com- 
postos de.  que  em  geral  só  foram  encontra- 
dos vesUgios  nas  aguas  do  Vidago.  Compa: 
rando  a  nascente  do  Penedo  com  as  de  Vi- 
chy,  nota-se  que  a  sua  mlneralisação  é  de- 
vida quasi  aos  mesmos  corpos,  tendo  aquei- 
la  mais  acido  csurbanico  livre,  do  que  pouco 
menos  de  metade  das  i3  nascentes  d'esta  ce- 
lebre localidade  e  maia  ferro  do  que  a  maior 
parte  d*ellaa.— Lisboa,  dezembro,  1870.» 

nascente  de  Bebordecfião.  —  «Esta  agua 
possuo  mais  acido  carbónico,  mais  carbona- 
to de  ferro  e  de  manganez  do  que  a  nascen- 
te do  Penedo.  Como  agua  mineral  gazosa  é 
incontestavelmente  hoje  a  primeira  do  nos- 
so paiz;  muito  superior  á  celebre  agua  de 
Setters,  e  á  maior  parte  das  afamadas  nas- 
centes de  Vichy.» 

Nascente  da  Aio.-— «Muito  similhante  à  de 
Rebordechão,  e  mais  rica  do  que  esta  em 
acido  carbónico  livre.» 


Sá8 


PBO 


Nasemk  da  Estraáa.-^^k  inals  sioflRliB* 
te  á  do  Penedo,  da  qual  4têCa  vpmíiÈ  17  Hiei 
tros,  excedendo-a  em  soda.» 

A  temperatura  â>8ta»  agtias  §lrb. 

O  termo  médio  dos  doebtes,  qvm  era  eadfl 
um  dos  dois  últimos  aunes  tem  O^quentado 
o  estabelecimento^  na  estaçlo  pfopná  p&rt 
08  banhos,  tem  sido  de  60. 

É  grande  a  exportação  que  d'estaa  aguasse 
faz  continuamente,  para  oque  a  empresa  tem 
depósitos,  nâo  só  nas  prlnoipaes  terras  do 
paia,  más  também  fora,  como  uo  Brasil,  Ldan- 
da,  Buenos-Ayres,  Mexieo,  Lima,  Santiago^ 
Yalparafzo,  e  em  muitos  pontos  da  Europa. 

As  suas  virtudes  therapeutiess  mais  eo* 
nhecidas  são  ^  empregarem-ee,  eom  boa 
suecesso,  para  as  enfermidades  do  estôma- 
go; para  as  das  vias  uríaarias;  eafermida* 
des  cutâneas,  etc. 

O  estabelecimento  tem  casas  para  banhos^ 
e  em  separado,  porém  próximas,  tem  duaa 
casas  para  habitaçlo  dos  doentes,  com  boas 
accommodações,  aoeadas  e  decentes.  O  su8*> 
tento  diário  dos  doentes  tem  regulado  por 
IMOO  réis. 

Apezar  da  amplidão  das  casas  destinadas 
ao  alojamento  dos  doentes,  trata««e  de  con- 
tinuar o  lanço  do  ediioio^  que  fica  Junto  á 
estrada. 

O  sitio  é  mui  agradável  e  aprazível;  dista 
da  estrada  de  Vilia-tleata  Chaves  400  me* 
tros,  aproximadamente,  ao  N.  de  Villa  Pou- 
ca d'Aguiar,  d*ende  dista  cerca  de  7  kllo- 
metros.  Ha  aqui  delegação  do  correio  de  Vil- 
la Pouc^a,  e  n'esta  villa  um  grande.hotel,  pro- 
priedade da  companhia  das  Pedras  Salgadas. 

A  estrada  municipal  destinada  a  Hgar  este 
concelho  com  o  de  Boticas  de  Barroso,  par- 
te da  estrada  real  na  direcção  d*este  estabe- 
lecimento, e  passa  junto  a  elle.  Foi^  princi- 
piada em  1874,  e  jà  ee  acha  concluída  até 
muito  adiante  do  estabelecimento. 

Foram  cedidas  estas  aguas,  em  1874,  me- 
diante a  quantia  de  300:000^000  réis,  a  uma, 
companhia,  de  que  támbem- faz  parte  o  sr. 
dr.  Henrique  Ferreira  Botelho,  e  consta  dos 
srs.  João  Ferreira  Dias  Gnimarães,  Thomaz 
António  das  Neves,  João  Ferreira  d*Araujo 
6nimarães  e  António  Thomaz  das  Neves. 

Esta  sociedade  é  anonyma  e  de  responsa- 


bWdade  Ihnltada,  din»iíiÍÉaiadto*9«-^€k»ii« 
panbl^  da»  Agoaa  daa  Padraa  Salgadas. 
A  sua  sede  é  na  cidade  do  Potfto. 


Devo  estas  informaç5ea,  ao  flluitrado 
bado  de  &  Martinho  de  Bornes^  o  fi."**  «r. 
Manuel  Benriqnesla  Silta  Madiado,  ao  qual 
doa  aqui  os  dsvides  agradedmemos. 

PEDRSAMISy  OQ  PIDR' ANMSS  — logair, 
Extremadnra,  freguesia,  e  2  kilometros  da 
Marinha  Grande.  (9.*  vol ,  pag.  74,  eoL  S.*} 

Em  l^d,  foi  aqui  inaugurado  um  aU^* 
fêmo,  para  fundição  de  ferro,  pertentjente  á 
Gom^ankia  dê  ferre  é  earoão,  da  Portmgai^ 
iimU&da;  cujos  representantes  eram  oa  so.. 
Jorge  Croft  (depois,  visdonde  da  Graça  —  e 
hoje  seu  filho,  o  sr.  Thomaz  Stoatlej  d*OIi« 
veina  Croft,  feito  visconde  da  6raça,  «n  li 
ée  março  de  1875)  e  o  sr.  Antenie  Angosto 
Dias  de  Freitas  (feito  visconde  da  Acaraii* 
uha,  em  It  de  agosto  de  1970)  proprietários 
da  fabrica  de  vidroe,  e  o  duque  de  Saldanha. 

Foi  esta  festa  industrial  feita  com  o  maior 
esplendor;  e  dè  J^isboa  e  Leiria,  foram  al- 
guns representantes  da  imprensa  ]omalisti» 
ca,  altos  funedonarioB  pubUcos,  e  outros  ca- 
valheiros, convidados  pela  empreza ;  e  mui- 
tas outras  pessoas  de  varias  localidades. 

Eate  cãto-fômo  é  construído  segundo  • 
systema  moderno  mais  aperfeiçoado,  e  uma 
«bra  colioisal,  de  tijolo  e  ferro,  em  que  se 
aproveitou  o  ar,  caloriflçando-o  pef  meios 
tnecbaninos^  elevando-se  a  temperatura  a 
7CÍ0  graus  Farinhett,  trabalhando  com  duas 
«achinas,  da  força  de  30  cavallos-*- vapor» 
cada  uma.  Calculava -se  que  daria  por  se- 
mana, 80  tonelladas  de  ferro: 

Parece  que  a  empreza  não  auferiu  os  lu* 
eros  imaginados,  pois  abandonou  lato,  pou- 
co tempo  depois;  mae  ainda  alli  se  conser- 
vam as  machinas,  na  esperança  de,  mais  cd- 
do  ou  mais  tarde,  tomarem  a  funccionar. 

PEDREOAES  -^  freguezla,  Minho,  comar- 
ca e  concelho  de  Villa  Verde  (até  24  de  ou- 
tubro de  1855 — comarca  de  Pico  de  Regala- 
dos, concelho  de  Penella),  i8  kilometros  ao 
K.  de  Braga,  370  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  90  fogos. 

Em  1757  tinha  85  fogos. 

Oragp,  o  Salvador. 


PfiD 

■  ■  ANtbiaiMdo  e  iiftrieto  admiibtnitir»  de 
Brag». 

O»  eonde8*«lminnte8  (osGattros  AeBorit, 


FilD 


ím 


boje  08  eoDdes  de  Réteode)  apreseDUvftm  o  ,  mfda»  âedicadâ  »o  martyp  S.  Sebastiio,  <|ae 


ablMde»  que  tinha  3001000  réis  de  rendi- 


fi  terra  fertíL  Muito  gkôò  e  grande  abiUH 
diMia  âe  eaça  grossa  e  miada. 

É  ifetta  freguesia  a  casa  dlff  Santo  JMàí^- 
iemu  É  boje  representante  â'e)la»  o  sr.  João 


boa,  e  a  èbamada  esetrthtnuroB^  ao  eoneelbo 
deBelein. 
Teve  principio  esu  fregnesia  em  uma  er- 


se  snppQe  ftmdada  nos  primeiros  tempos  da 
nossa  monarebía,  e  na  qasi  estava  também 
a  imagem  de  Nossa  Senhora  da  Sande,  que 
ainda  é  venerada  na  adnal  egreja  matris. 

A  nltiffla  vex  qae  o  famoso  patf  iareha  das 
índias,  D.  Joio  àermades,  ^gressoa  a  Wt^ 


Feio  Soares  á^Atevedov  filho  de  Joio  Feio  |  tagal,  foi  em  1559,  durante  a  regência  da 
Soares  d*Axeyedo,  bacharel  formado  em  di-  rainha  D.  Catbarina,  viuva  de  D;  Joio  III,  e 
raUOi  pela  universidade  de  Coimbra,  cavai-  linha  então  o  rei  D.  Sebastlio,  seu  neio,  peu« 
letro  da  ordem  de  Chrialo,  deputado  ás  côr-  eo  mais  de  5  anoos,  pois  tinha  nascido  a  SO 
tes  em  1059, 1853,  e  1855.  Era  fithode  Pran-  de  janeiro  de  I55i,  16  dias  depois  da  mono 
eíneo  Xavier  Soares  d' Azevedo,  cavalleiro  da  de  seu  pae,  que  fallecéra  a  9  de  janeiro, 
ordem  de  Nossa  Senhora  da  Goneciçio  de  O  santo  patriarcha  foi  viver  para  S.  Se- 
Yllla- Viçosa,  conselheiro  da  perfeftura,  e  de«  .  bastião  da  Pedreira,  em  umas  casas  que  es^- 
ptttado  ás  eôrtes,  em  1890,  e  1836.  j  tavam  junto  da  velha  ermida,  e  aqui  faiíia 

A  mae  do  sr.  João  Feio  Soares^  d* Axevedo  t  muitas  esmolas,  e  passava  grande  parle  do 


(ÍMio  do  outro  de  egual  nome)  era  a  sr.*  D. 
Maria  Joaquina  Feio  d'Azevedo  Barbosa  de 
Andrade  e  Atbaide,  a  senhora  e  herdeira  das 
eaaas  da  Magdalena  e  Burgeiros. 

A  Camilia  d'esta  casa,  é  um  ratno  da  de 
Sfto  Bento  do  Prado. 

PEDREIRA— Yide  Miguel  da  Pedreira 
(São)^yol  5.%  pag.  910,  eol.  9.%  no  prin- 
cipio. 

PEDREIRA  —  freguezia.  Douro,  comarca 
e  eoúcelho  de  Felgueiras  (foi  da  comarca  de 
Lousada,  coocelho  de  Felgueiras),  30  kílo- 
metros  a  N.E.  de  Braga,  335  ao  N.  de  Lisboa. 

Tbm  170  fogos. 

Em  1757  tinha  130  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo do  Porto. 

O  papa,  a  mitra  e  o  D.  abbade  benedieti* 
no  de  Santo  Thyrso,  apresentavam  alterna* 
tifameiue  o  abbade,  que  tinha  590M0O  réis 
de  rendimento  annual. 
:  É  teira  muito  fenil  em  todos  os  géneros 
do  paii,  e  cria  muito  gado»  de  toda  a  qiu* 
Hdade. 

PEDREIRA  —  monte,  Minh<^  próximo  a 
Psoibeiro.  Ha  n'dle  um  doimen  celta. 

PEDREIRA  (S.  Sebastião  da)  —  freguesia, 
Extrenudura  — a  parte  denominada  hUra" 
murçêf  pertence  ao  bairro  central  de*LÍ0« 


dia,  orando  na  capella,  nos  11  annos  que* 
aqui  residiu. 

D.  Sebastião,  ante»  e  depois  de  tomar  con- 
ta das  rédeas  do  governo,  hia  muitas  vezes 
a  S.  Sebastião  da  Pedreira,  conversar  ou  con- 
sultar com  D.  João  Bermudes,  ao  qual  tribu* 
tava  grande  reàpeiío,  pelo  sen  muito  saber» 
e  grandes  virtudes. 

Morreu  este  piedoso  varão,  em  1570,  e  se 
mandou  sepultar  á  porta  da  ermida  de  S.  Se* 
bastião,  d'oDde  depois  foi  trasladado  para  a 
nova  egreja,  a  16  de  outubro  de  1653,  um 
anno  depois  da  sua  constmcção. 

Foi  esta  egreja  feita  á  custa  do  povo  da 
freguezia,  dando  D.  João  IV  algumas  esmo- 
las, para  a  sua  conclu^^ão. 

Está  esta  egreja  no  largo  de  S.  Sebastião 
da  Pedreira,  e  nada  soffreu,  pelo  terrível 
terramoto  de  1755. 

N*esta  egn-ja  ha  um  osso  do  martyr  S.  Se* 
bastião,  que  veio  de  Roma. 

Entre  as  estradas  qu4  d'este  largo  vão 
para  o  Campo  Pequeno,  e  para  PaHia-Van, 
está  o  magestoso  palácio,  e  magnifleas  co- 
cheiras mandadas  construir  peli  sr. doutor 
José  Maria  Eugénio  de  Aim  ida,  boj<5  pro- 
priedade da  sUa  viuva  e  filh<  s. 

Na  rua  de  S.  Sebastião  da  Pedreira  está  o 
mosteiro  de  Santa  Rita,  cuja  data  da  funda- 
ção se  ignora,  e  só  se  sabe  i|iis  tomaram 


Wi 


n» 


^ÍQ$9»  d'elkib  em  1743^  os  nlié^n^  ^Q«tli 
nhos.  É  hoje  qaartel  da  3.*  compMiilUi  4¥ 
g«ar4«  omaieipêl.        <  . 

Também  «ao  a^eHa  Cregoe^ia  aa  tmiiHMi 
401  YàlU  de  Pereiro,  dos  Cájngregado^  9kMW 
M  áo^duques  d^Aveiro,.2í  doa  duíiiiftea  d^jCa* 
d»yal,  a  que  foi  dos  mar<iiiexcs  de  Titvora^  # 
ada^OQBdeadaSanédasi   . 

&  Unbem  n^eau  flregurzia  a  annMade 
Htoaia.  Sanhora  4o  Gabo»  ec^  «rigeoi»  430iia- 
ur  aar  a  a^gniote: 

Antoaia  Qonçalvea  Préeo,  natural  de  Lia* 
b(MW  foi  «MiUoa  attnas  prebendHrOiúo  cardeal 
IH  Luía  de  Souaa»;  are<^|)iapo  de  IJiboa.  Er» 
dead#  ereapça  maito  devoto  dè  Noaaa  {Se- 
nhora- de  Gab^  do  E^piVhel»  e  eop»  erá 
mrit*  rico,  deddía  f nadar  jmb  Lisboa  aasa 
ermida,  âedicada  á  Senhora  do  Cabo.  Para 
esteflm,  «empron  n'e8ta  fr^gueziaiUBa  qnia- 
ta  e  n;'eUa  laandoQ  faaer  a<  ermida,  junto  áa 
eacjas.  Teye  piincipio  «au  fundação  em  4703, 
dizendo-se  aqui  a  primeira  miâaa,  em  i707. 

Aa  paredea  intenorea,  tanto  da  eapeila- 
mór,  como  do  corpo  da  egreja,  eatâo  rores 
tidaa  de  amit^aa  com  paimorosos  deaeahes. 
Foram  fabricados  a  pintados  na  Hjlianda,  e 
coataram  «200^000  rs.  o  miihf*ira.  Vinham 
em  um  navio  hespanhul,  qae  fui  aprisiona* 
do  em  17054  durante  a  guerra  que  então  tra- 
zíamos com  Casteila,  e  qpe  aó  terminen  em- 
Ui\  peia  paz  de  Utrecht. 

Foi  D.  Pedro  U  qne  deu  estes  amlf  jos  a 
capella  d»  Nossa  ^nnbora  do  Gabe. 

PEDRntlA.  e  PEDRINHO— portagnes  an- 
Hgo.-*  feita»  ou  fèlto,  de  pedra.  Vide  Pdnfr 
Pedrinlia.  . 

PBDRO  (São)-*.Vide  São  Pedro. 

PEDROGAM,  ou  PEDRÓGÃO  --  fr(>vu<via. 
Alemtejo,  comarca  de  Cuba,  c^onoplho  da  Vi* 
digneira,  24  iLitometros  de  fivora,  iâò  a  S:E. 
de  Lisboa. 

T^^m  330  fogos. 

Em  i757  tinha  312  fogos. 

•Orago,  S.  Pedro,  apostiilo. 

Biapado  e  diatrícto  administrativo  df^B^ja. 

A  initra  apresentava  o  cura,  que  tinlia  150 
alqut^ires  de  trigo  e  o  pé  de  aitar. 

larr»  fértil  i»m  cereaes.'      '•    : 
- JfiDROGAM  (op  P£drog^ay  —  freguezia, 
Bek'a-Baixa,  concelho  de  PeoamaeOr,  oo* 


m9i9ut.4s.l4i)aba«o^t  M  klífifmmití 

Guarda,  270  a  E.  de  Uaboa. 

T«'i|i  |4S  feipa.  <  .     .<; 

E^  1757  tiaba  SU.fofloa» 
,  OragOií  S.  P^d|)0|,apDittq|i9« 

BÍ!*pado  da  Guardo,  districto  adminiila^ 
tivo de Caaie|ieAraaoo«   : 

O  prior  de  3.  Pedro»  da  viUa  áe  Phuhí^ 
cto,.  apresentava  o  curv  íQVA  tíaba  MWQn. 
decoDgroae  o^pédealiar.  .       ;.  .i  -i 

IVrra  fértil,  multo  gado  oaisdo  e  .eaça 

PSDROGAK-GRAMnSr^vilIa,  Katfpmai» 
ra,  cabefiadp  omcelha  ém  mw,  nome»  ooomp- 
ca  de  Figp^irò  dos  Viuboa,  40  lciiooi(4totia 
S4O.  de  Coimbra,,  lao  ao  l^,d6  Uah^ 

Tem  800  fogos.  «  - 

Em  i757  tinha  520  lo^es. 

Drago,  Nosea.  Senhora  da  Aasompc^o^ 

Bisp^ido  de  Coiqibra,  4iairiete>  adiaiaislnr 
tifo  de  Leiria. 

O  iQgario.  do  cabido  da  S4,  de  Gcinfei^ 
a|ta'eseatava  o  vigário»  qae  iiaba  SOtOOOn 
e  9  pé  de  altar* 

O  eoncelha  de  Pedrogam«4>raaAB,  é  eoa* 

atiiuido  da8:5.lregueziaa  aegQiatea^-GuU- 

nheira,  Coentral,  Nossa  Senliora  da  QTaç^ 

PHdrdgakn<arakide,eVLUa-Facaii,  todas  csia 

'  2:200  fogos,  e  do  t^apa^do  de  Goiotèra. 

• 

Eduardo  de  Paria,  no  seu  Diçcionario  Tcf- 
/tiortie2;,tem-a  como  umavilUt  impòrtantissi* 
ma;  e  coih  razão;  poi3  ^  a  pátria  do  clássi- 
co portugui^z.  Miguel  Lftiiâo  d'ADdrade  (eda- 
c<do  no  mosteiro  da  Luz)  e  d'outros  varoai 
iilustres. 


I» 


Vejamos  o  que  o  dito  Migtiet*  Leitão  da 
Andcade  dos  diz  na  tal  itfiacellanej,  âoelfci 
da  soa  origem  e  descendência— dViie.    • 

cOs  LeiúSes  de  Pedrogam  Grande,  di^eaa*! 
díam  de  Porcio  Catto,  menino,  qon  Véatir 
oecultava  noa  roohHdos  do  Cabril,  o  qdal 
seodp  Já  criado,  .e  não  o  podeudo  oesiiKs^ 
por  mais  tempo,  o  enviou  para  He8paDha): 
teudo  dn.  idade  6  annps;  perieoabiida.d<^ 
à  família  rval,  d*onde  desenideiam  esiste^ 
tea  da  casa  de  Lara,  e  ootraa  prittd/ialM- 
raas  familiae  de  Hr^spauha.i 
I     (Istoé  4110  émeatir  com  staieertdid^)' 


I" 


'ffilPHW^'^.  pprtBguez  qaer  4iw  Leilão^ 
e  foi  emâ|^çia|e  q^ie  Yenaslb^  Â^^UMi- 

mQ»  jB^«  eôcfrn^da^  á  cintura;  •  por  o  achar 
mpi0  gordQ.  4  qa»  ,^i^  4^0  o  oome  da  Por- 
C<^0|  qp^  (fue^  di^  paqpapp  porco;  .e  t^- 
mo  08  porcos  são  gordos,  ou  o  andaris^ 
ii'68fajf|Q»p9,f por  Jhmoi  a  eacai)tadora  Ye- 
nus  lha  deu  y.j^&^ma  de  Porcello.»  (1) 


HiH^ 


m 


»  f , 


Miguel  Leilão  d'Â|idrj(di»  escreveu.  Q^ 
If  iscellanea,  sohra  as.  cousas  de  Pedrogam, 
tújf^^^flo  <H>nYaato  da  Luz,  ete.,  que 
da^içf^dji  áiiadroeira  io  çooTeuto^  Npssa  Se- 
nhora da  Luz,  por  o  ter  livrado  ^^e  nuitos 
p«iç^qs,(lf^a^  fl|^  xuesma  refere  ao  livro. 
(Qua^  DOf  aigful,  i  .o^esmo  uma  misoella- 

.  fixi^t^yS^oda  hoje  em  Pedrogam  Grande, 
QS  restos  de  um, convento  (da  Luz)  da  or- 
dem da  S.  Domijfgçfl,  o  qual  o  camarteilo, 
1^9. poupou. ' 

Cfs  fpbre$  da  terra  a  da  muito  longe^  aqui 
vkàbam, todos 'os  dias  esperar  que  o  reliogio 
4a  torre, baU^ísse  mçio  dia,  para  que  os  reli- 
giosos Ihfi^  4^s^Q^  ^  janur. 

Estes  rehgíQsqs  eram  muito  caritativos, 
«.  Ale^  do  jantar  diário,  também  destribuiam 
pelo  dia  adiante  muitas  esmollas.    , 

Foi  fundado  por'  uma  sr.*  D.  Brites 
I^tôa^da  Pedrogam  Grande,  a  qual  JTôra 
tapibem  fundaidora  4o  convento  da  Jesus,  da 
Aveiro,,  a  do  de  Figueiró  dos  Vinhos  .<Car* 
melitasdfscaifos.) 

.  Da^tia  viUa  saíram  muitos  guerreiros  a 
ao^mpanhar  D.  Sebastião  para  a  Africa. 

Um  4V11hs  foi  Miguel  Leitão  d*Aa(}ra- 
4ci>  que  pôde  escaj^r  felizmente,  para  oon- 
tiH  os  suriCfisos  d^aqueiia  inft^liz  jornada, 
na  sua  AHscellanea;  o  sitio  onde  D.  Sebas* 
tiao  morreu,  e  oude  se  enterrou.  ^ 

./P^ogfm  Qrandd.tem  dpas  pontes»  a  do 
Cabril  ^  .e  ^  da  Pêra  >,  sendo  muuo  nuia- 
Xeí  a  primeira. 

Tem  Pedrogam  Grande,  as  seguintes  pro. 
Pfie4^eS|  niaisj  d^a^de  mensào: 
.  IJiMKla  da,  Pregoeira  ^;Pe(o  LoIk)  ^  )tem 
ioanaes  %  Fonte  do  Çrt^po  ^  Valle  da  Man- 


U^%  ÇaiT^ra  dosip4o» .',  Bibeiro  Ye)h{|ja^ 
Èsbarradelia  **,  Mestras  '2,  e  o.Ç^veqt<V  de 
que  já  fatiámos. 

Tenifq  lagar  da  Asinbaga  ^\  e  o  da  Deve- 
za  ^\  notáveis  pela  sua  aotigaidade. 

]^QS  lagares  ;de  que  se. compõe  a.  Cr^gi|e* 
^ia  daf  edrogam  Grande,  se  co^iprehah^leni 
(^  seguintes: 

Yalle  do  Barco  «^  Yallo  de  Goef  K  Yal- 
l^-l^ngq  í^,  Caqr^a  >»,  e  A^esiganho  **. 

OOrigem  a  «vmas  dePaâEro^am  Chraaide» 
segrundò  Miguel  Leitão 

■  •   .       I  •  ;  ' 

Kos  priTieiros  tampos  da  nossa  monarchfa» 
eram  muito  visitados  estes  lindos,  saudáveis»! 
e  piuorescos  sítios  de  Pedrogam^  por  diffe< 
reates  indivíduos,  qoe  concorriam,  aqui  M* 
trahidoa  pela  belleza  do  sitio. 

Os  nossos  primeiros  rt* is,  tamben\  aqui  vi- 
nham  gosar  dós  ares  da  terra»  e  fazer  gran-* 
des  caçadas,  quando  a. sua  c^rto  era  em 
Coimbra. 


1 « . 


Yarios  indiyiduos  de  muitos  legares  Q 
d'entre  outros,  uns  chamados  Petronios^  vie- 
ram a  Pedrogam,  admirar  a  formosura  4& 
prioceza  Antigone  Peralta,  filha  do  rei  Arun-, 
ce,  de  Coimbra.  , 

Os  ciúmes  já  eram  tantos  entre  elles,  qpe 
chegaram  a  haver  rixas,  contendas  e  pele- 
jas, na  Deveza,  do  Pedrogam  Grande. 

Os  que  venceram  chaoiarana  se  Petfonios 
Grandes,  os  outros,  Petronius  Pequenos. 
D'aqni  vem  o  nome,  Patrono  Grande  e  Pa* 
trono  Pequeno.  (Já  se  9abe,  que  ó  Leil^ 
d'Andrade  que  falia.) 

Os  Vencedores,  ou  Pretroníos  Grandes,  ha- 
bitavara.  na  margem  direita  4o  rio  Zéze;^ 
(Pt-drugam  Grande);  e  os  vencidos,  babiu*. 
vam  pa  margem  esquerda  do  me»mu  rip  (Pe* 
drogam  Pequeno.) 

Çur  isso  Antigone  Peralta,  deu  a  Peái^ 
gam  Grande  por  armas:  uma  águja,  altiva 
e  arrogante  entre  áoU  rochedos  —  differen- 
çando-se  estas  armas  das  de  Pedrogam  Pe* 
qn^no,  em  que  n'esta,  a  águia  nào  êsti 
oUiauda  p^ra ,  o  sol,  pomo^  nas  de  Ped^ 


m 


pm 


faiH  Cirande.  A^diaiitè  hJIiref,  seriailkeiiu^ 
ii*é6U8  anus. 

Festas  antigas  em  Pedrogam  Grande 

Pedrogam  Grande,  dIo  só  hoje  prima  nat 
suas  festas  de  egreja,  mas  também  antiga- 
mente; hoje  são  feitas  com  todo  o  apparato  e 
esplendor,  mas  nos  tempos  antigos  nâo  o 
eram  menos:  e  para  sentir  é  que  aa  diTln- 
dades  pagans  se  misturassem  com  as  verda- 
detarti,  mas  similhantes  coetnmes  estio  hoje 
em  desosQ. 

Antigamente  as  procissões  em  Pedro* 
gam  Grande,  eram  assim  ordenadas—  em 
primeiro  logar  hiam  os  horoeiis  do  poto; 
depois  Tarias  donzelias,  <)ue  representavam 
personagens  do  paganismo:  cantando  e 
dançando  dentro  do  templo.  Assim  hiam 
Euíerpe^  densa  da  musica,  com  nm  papel 
de  solfa  na  mão,  vestida  exqnesitamente; 
Estulapio,  o  dens  da  medicina,  com  os 
potes  e  garrafas,  e  mais  objectos,  perten- 
centes á  arte  medica;  Therpesyccref  a  densa 
dadança,  vestida  com.  o  fato  próprio,  dan- 
çando e  pulando,  ete.  Será  talvez  d'e8te  tem- 
po que  data  a  Mourisca  de  Pedrogam  Pe- 
queno. 

E'  uma  célebre  dança,  a  que  elles  cha* 
mam  Mourisca  (talvez  por  vir  do  tempo  des 
mouros),  e  que  causa  mais  riso,  do  que  res- 
peito. 

O  parocho  de  Pedrogam  Pequeno,  Antó- 
nio Martins  Dias,  queixou-se  de  tal  abuzo 
ao  prelado,  e  pôde  conseguir  acabar  com  a 
dança  mourisca,  mas  não  com  o  mais. 

Os  habitantes  d'esta  terra,  por  varias  ve- 
ies vociferavam  contra  o  parocho,  por  lhes 
tirar  uma  festa,  de  que  elles  tanto  gostavam, 
diaendo,  que  era  muito  antiga,  e  tida  em 
muita  consideração  por  seus  antepassados, 
e  que  se  lhes  tirassem  tal  festa,  S.  João, 
ae  escandeiísaria.  (t) 

Consistia  em  vários  rapazes,  os  mais  ro- 
bustos, bonitos  e  agigantados  da  terra,  se 
reunirem  no  dia  S4  de  junho  de  manhã,  em 
Óma  casa,  afim  de  se  enfeitarem  com  os  tra- 
jos mais  extravagantes,  e  depois,  obedecendo 
A  voa  de  um  velho,  a  quem  elles  chamavam, 


6  seu  ref,  se  ffirigirem  para  ò  lem|i»  i^ra 
darem  printiplo  i  fhne^o,  e'  emqnaiito  nW 
estivessem  presentes,  não  principiava.  ' 

Com  etfeito,  começando  ella,  se  Airt* 
giam  para  diante  do  santo,  dançando  'pôr 
intervallos;  no  fim  da  dança  todos  ajoeUia- 
vam,  e  o  rei  da  Mourisca,  em  aitá  we,  tf* 
zia: 

Tiva  meu  compadre  B.  João  Baptisiaf 

Ao  que  os  outros  respondiam. 

Viva! 

Isto  ainda  acontece  em  Pedrogam  Peqfoe- 
no,  no  dia  24  de  julho. 

Em  Pedrogam  Grande  tatnbem  ha  uma 
cousa,  quasi  similhaúte,  ainda  que  éSo  Ho' 
escandalosa. 

No  primeiro  de  janeiro  percorrem  a  fli^ 
guezia  varies  velhos  e  gaiatos  d*estes  sttkM^ 
com  a  bandeira  do  Espirito  Santo  em  pa* 
nho,  enfeitada  com  lindas,  variadas  eetegan* 
tes  fitas  de  cores,  e  tocadores  de  violla,  gul* 
tarra  e  rebecca,  e  lá  vão  todos,  em  chnima 
pelos  vários  logare?,  afim  de  tirarem  esmola 
para  o  divino  Espirito  Santo,  figurado  pe- 
la pintura  de  uma  pombinha  branca  no  cf- 
mo  da  bandeira;  improvisando  cantigas  i 
porta  d*aqu('lles  a  quem  vão  pedir  esmola. 

Esta  prodssSo  faz-se  todos  os  annos  em 
varias  povoações,  segundo  a  devoção  ao  Ba- 
pirito  Santo. 

Como  dissemos,  as  donzellas  representa- 
vam  as  divindades  pagans,  sobresaindo  a  to- 
das, a  formosa  Vénus,  oom  o  seu  Cúpido 
pela  mão,  o  qual  levava  os  olhos  vendados^ 
e  a  aljava  das  setas  ao  hombro,  e  assim  per- 
corriam as  ruas  que  estavam,  tapetadaa  áe 
grande  quantidade  de  hervas  aromáticas. 

Chegados  ao  templo,  que  é  grande  e  tna- 
gestoso,  alH  depositavam  a  linda  imagem  da 
Senhora  d* Assumpção,  orage  da  freguezia. 
O  templo  era  elegantemente  ornado,  e  as 
suas  paredes  forradas  de  lindos  damascos. 

Ordinariamente  as  festas  dtaravam  toss 
dias,  no  fim  dos  quaes  ainda  havia  no  adro 
da  egreja,  comedias  e  arlequi  nadas.  Jo- 
gos, touradas,  etc.  A  um  lado,  havia  ca* 
marotas  para  as  donzellas,  magistrados  e 
pessoas  principies.  No  fim,  as  auctoridadeff 


«%«p]gio  Miiàamuwoiiièaliio^^iiOBiMr 
'▼am-oseiQTásâlUyparahifeai  reeeberáâs 
paSfu^B  das  donzellas,  os  prémios  qoe  por 
4it9ita  {bas  poruociaio, 

IPfdrofUil  dSo  é  bojo  o  que  era  antiga- 


mo 


m 


O  grande  httOt  qne  igòra  €6rma  a  Deve- 
-^4^  era  antigamente  cultivado  em  parte,  e 
a  outra  eata?a  oheia  de  copados  carvalhos: 
«oíadro  da  egr«}a  bavia  nin  grania  eespes* 
-80  loureiro,  que  também  ]à  n2o  existe. 

A  villa  tem  hoje  ama  linda  casa  da  cama- 
fm  aUoada  no  logar  da  Deveaa,  e  que  é  vi- 
fitada  par  todos  os  eatrangeiroa,  a  viajaiites, 
^tia  tiem  a  Peátof^m,  assim  como  as  ruínas  do 
cobvénto  da  tiâ,  Egreja,  Cabril,  e  Senbora 
«aeMUagr^ 

"OAi  HBgrila  matrix  é  granda  a.  mtgnl' 
ttfia^  e  é  pena,  presentemente,  n|[o  ter  o  te- 
clo pintado,  a  o  coro  acabado,  o  que  era 
díst^absolnia  nafiessidad9, 
i''.VaMilMMa  aqot  as  iinagens  da  Seobo* 
ra  da  Luz,  Senbora  do  Rosário,  Famtlia  8a* 
íradã,  os  quati^o  Evangelísus,  &  Thomas^ 
Santo  Aoienio,  Bsplrito  Saoto,  Senhor  h- 
SÉS,  'a  outras,  qae  saâo  ia  sacbrisiia,  a  a 
Jii^eak  (TÁxhimpâa,  orágo  da  firegttesia. 

Òs  babítanfes  de  Pedrogam  firande,  83ô 
WsiMia.  oivHisailss»  a  as  moUwas  aio 
liMMtás,  apeinr  de  mgoel  Luitâo  da  An- 
éfHe  nos  dúzer,  qtie  em  Pèdrogam  residid 
12a9iMr  t>or  ioffito  tempo. 
... Alé  aqui,  a  layilMlagieo  MIgiel  Leitão 
CADiraáa^ 


"fita  títJ9t  í&todob,  uma  buida  de  .mu- 
sica,' cohipostá  das  pessoas  priycipaea  da 
im^  qainsunvmtoa  vieram  da  Uiboa»  e 
M  aiM  HQwlite  phihrmoBieâ. 


'«lUinHfõetr  Ao  toihpo  . 


i« 


I    :*  ■• 


MmUtjúãvm  4a  D.;fiabaatíio  VMt 


Africa,  eonta-BOs  Miguel  Leitio  dAndsada 
muitos  prodígios  acontecidos,  v.  g.:  nasce- 
ram  duas  meninas  pegadas,  e  uma  vaoca 
com  cinco  pés;  e  na  Certan,  nasceu  uma  ni- 
nhada de  pmtos,  que  se  picaram  uns  aos 
outros,  logo  que  sahiram  do  ôvo. 

^  Cabril  é  um  monte  de  difflcil  subida,  e 
p  seu  nome  vem-lhe  úá  grande  quantidade 
da  rubras  monteses,  que  por  aqui  havia;  bo- 
je nao  appareee  nenhuma.'  Dizem  que  teve 
aqui  origem  a  familia  dos  Cabras,  e  que  10- 
ra  n*este  sitio  que  Vénus  occultâra  por  algum 
tempo  o  menina  Porcelio,  d'oBde  descende 
a  familia  dos  Leitões,  de  quem  falíamos;  é 
n*estes  monte  na  marsem  direita  do  rio  Zê- 
zere, que  estava  erigida  a  linda  ermidioba 
da  Senhora  dos  Milagres,  boje  em  minas; 
é  um  lindo  pittoresco  e  ameno  sitio  de  Pa* 
drogam  Grande,  Junto  ao  antigo  convento  da 
Luz,  da  ordem  de  S.  Domingos,  de  qua  Já 
úJUmos.  K  respeito  da  Senbora  dos  Mila- 
gres, conta-se  o  seguinte: 

Antes  de  existir  a  ponte  do  Cabril,  qu^ 
boje  aqui  vemos  imponente  e  magestosa,  da- 
va passagem  de  um  para  outro  lado  do  rio 
Zêzere,  apenas  um  pau  que  servia  de  ponte: 
aconteceu  a  eerto  indivíduo  passar  de  noi- 
te por  aqoelles  sítios,  e  julgando  que  havia 
uma  ponta  de  um  lado  a  outro,  e  nlo  um 
páu,  passou  por  este  a  cavallo  n*uma  biir- 
rínba,  operando-se  assim  o  milagre  de  nlo 
cair;  i^or  cuja  acção  o  devoto  da  ^nbora 
dos  Milagres  Ibe  erigiu  a  eapetlínha. 

jNenbum  viajante  vem  a  Pedrogam  Gran- 
da aa  ao  Pequeno,  qoa  nao  vá  vdr  a  pon* 
ta  do  Cabril;  dic-ae  que  é  do  lampo  dos 
PbUippes^  por  haver  a  tradiçio  de  uns  ídn 
feiu  a  cusu  do  dinbeira  de  CaatelU.  Coa- 
la«8e  qun  o  primaim  ente  que  pojr  alia  paa- 
aára  lora  umgaio;  angaao  ano  se  ta  ao  de- 
mónio, que  vendo  que  oa  6emens  .ealavam 
já  desanimados  de  condiniran  a  ponte, 
aStfeoen  dinheiro  e  os  seoa  aerviços  para 
ae  elTectuar,  «am  a  condiçio  de  <aar  d  eUa 
a  primeiro  que  Já  paaaaasa. 

Havia  ama  ponta  bda,  ama  o  que  faltava 
ara  uma  estrada  qpa  qua  podaasem  andar 
carros,  desde  Pedrogam  Grande  a  Pedrofam 
ffiaqueno.  (O  diAcièlransila  que  iMvia  en- 
in.  aatas  daaa  vUlas  ooRverteu^ao  am  baa 
eatrada,  camarada  am  Í86S.) . 
r  <  Pera«  a  atymolagia  do  aau  aoma  é  ase* 
guinte: 

'  Ha^  amCoiariín^  quando  ainda  oa  anus 
campal  da  twie,  eatavana  aabarlaa  pelo  mar» 
amM^Ímoiira,poraome  ArttMa#quadauomK 
ma  ao  rio  Arouca  (vida  ilratiev.)  Bstafei  tinha 
mna  Iliba,  dMvnada  Antífona  Paralta^^da 
axtramaáa  beHeo»  qti»  laaada  peio»  aiMMp* 
ladana  e  aaódaiveia  aras  d*aa|ea  ailiaa  vaio 
viver  para  o  fed^afam  Snnde,  mornanda 
mi  f  itm  fue  hajaaa  ahama  Péia*  laaeimreu- 


SSê 


WP 


Hygkio  Ótto  de  Ooaifftz  •  MeUo  no»  a«o* 
Ihea  e  hospedoa  com  a  maior  Mrdialidadil. 

PasttBioa  as  boras  da  calor  na  aprasivel 
l93ídepaÂa.  d^  $,  ex.*,  a  d«»  larde  tomámoa  o 
wMfo  do  Yalie  da<  Una»  atravei  doa  ma* 
(Biflcos  aoutoa  de  caslaoheirofl  do  termo  de 
IK)nie%  e  â  booea  da  noite  atravearânoi  o 
Zétere  na  barca  de  pasaagem. 

Entrámos  no  distrieto  de  Gastello-Bcaaoo. 
i  sobre  maneira  admirarei  o  panorama  f  ne 
ae  apresenta  ao  viajante  até  á  formosa  Ire- 
^neiia  de  Seraacbe  do  Bom  Jardim;  Tastis* 
aimo  borisonte  continuamente  acidentado 
por  infinitas  cordilbeirast  qne  eni  tados  os 
aentidoa  se  cmtaa,  formando  rápidos  e  pro- 
londoa  vallea  em  toda  a  extensão  que  a  Tis» 
.ta  descortina. 

A  estrada  é  :prtniiti?a«  t,  ufu  re|iquia 
4*jaqm»Uas  famoaas  ^r^^  epn  ^ne  se  gasta- 
Tam  milbdea  opn^tróindo  palácios  na  fron- 
jMni*  pAn^  9loÍ^t  ^.comitiva  dos  prfncipes 
.4Pie  je  deftp<mvaiiv  sepa  qne  tâo  opoieiítos 
l»rtalarioa  ae  ^fmlv^asaem  qfie  snas  n^Ages  • 
<liiea  o-oaon  4^ttiM  i^isíap  de  flcav  detidos 
i^^meio  da  joipu^a,.p^a  o  Caía»,  em  con* 
«^awfneia  4f>  aata4c)  jo^pnoi^Tei  dos  ^poi- 

Chegam^  p<i»».aSerfucb€^  on^a  diUgen- 
eiámos  dormir  na  nnica  estalagem  da  terra. 
Jf^nm  PQtAqi  .^iMo»  91.  pp<«os  esforofis»  e 
:iliina,bofikda  mptAnv^da»  te«4a  perdido  as 
(«fpeimncna-da.iQQnciliar.ar^mnih  partimo» 
.para  Pedregal  PeqjD^ao  001»  om  ggi^qn» 

Bompia  o  sol  wwi4oi  nos  iuf^b4lDo» 
d>goallee^  lofiposaa  4as0iadeii!pa«  ^indea- 
oripiiv^  o  espeat9íi|al9  <qipa  se  dos  ap^atan- 
topl.Sfgilimm  loi0.pieiaieatra4anaTa  $  des- 
cemos até  á  gigant^seiiponte»  constriii4a  no 
j^stoado^oaPbiiippea».  «m  é  de  certo  f  ma 
dai  polcas  boas  jeooaaa  qne  nos  deixaram. ' 
,  Mrgáoiafta^aavijgadiijcase  principiámos 
«MUtoil  o.peijgasa  emprea^  de  condnair  jo' 
^laim^o  rio  of  jatnncilíosphotogR^cos.  Oà, 
4m%  PfMP»  baiKo  nio  cpplMNSianv>f  vare^.' 
Xra.  o  camjnbo^  nma  ^oasi  JmpraticaWi  ai- 
Inviáo  de  penedos  capricbosamenito  ^^ffíll^' 
jinar4|doi,  a  deapfenfU4«  ^  t^fra  çom  a%in- ; 
Tem^%  apelidos  com  a  yioiencia  da  sorrejpi-  'i 


m 

te^  4w^l  te  a$  dMaa  de  mnltoa- aqçnhMt  Ra* 
zia  am  calor  insnpportavel,  poninei  s 
diafio  do  ealefico  enone  aqôillaa 
rochas,  caras  vezes  deixa  de  annitflar  & 
iÇlo  benéfica  da  brisa  da  noite.  Pôde 
se  qae  nas  abas  d^aqoelias  montaabna^  te 
um  clima  eqaatorial»  quente  e  bamido. 

Depois  de  se  terem  obtido  algnns  àH^lkés, 
aacendemos  a  íngreme  ladeira,  e  fomos  mbrl- 
^•nos  d*aqneUe  aol  M^opica^  a  caaa.d»  at. 
Sdnardo  Leitão  de  MellQ  Qaeip<|i^  wa  Mia 
agolbeu  o.  mais  franca  e  delícadamant»iqpnn 
imaginar*se  pode. 

Depois  de  nos  ter  oSerecido  dejaDini;  t. 
^.*  levoa  a  ena  bondade  a  |)onta  de  noi 
acompanhar  aa  mais  adminurel  siiio  d'nfiMl- 
lea  arredores^  Bneamii^ómo^oa^todoaicr- 
mida  de  If oasâ  Senbon  da  ConAangis  W^à 
dialaFá  um  kilopietro  de  Pedrógão  PeqnqMu 

.  Atritveasámoa  o  an(iqnisaimo  souto  td^  cnn- 
tanbairos»  queé  propriedade  de  a.  ax.%  e^an 
píncaro  mais  elevado  da  aerra  deparámos 
com  a  soUtacix  ermid.%  e  coni  sen  naquilo 
craaeiro.  .  .  . , 

Junto  Á  ermida,  ajoell^da  n*nm  loseo  ito- 
gr^n  ip  pedra»  •  cfm  a  olhar  fito  analtar» 
que  se  via  através  das  grades  de  peqpin 
Janella»  estava  em  eraçao  uma  rude  monta- 
nbexa.  Kra  o  nnieo  ser  humano,  qUe  «ntea 
da  nossa  chegada  anhnava  aquéllaa  aacaivn- 
das  serranias»  completando  assim  tio  gran- 
dioso quadro  de  «greste  paicagem.* 

Subiiatnente,  e  quando  menos  aer  na|tar% 
fygfresenta-ae  ao  viajante  deslumbrado  ^  es- 
pectáculo mais  eapantosQ  qú^  ^  nossa  ima- 
ginaçao  pôde  cr^arl  .  ,       . 

Nem.o  panorama  q)ae.se.obsei:fa  :4ni  an* 
ruchéos  mais  elevados  do  paço  acaatnUado 
de  Cintra,  nem  os  vastíssimos  horispntea  que 
se  descertioain  da  Cruz  Alta,  do  Bussaeo^  dsi- 
.aam  ao  Walante  n  profunda  Impgeaaia  ^ne 
nea  giavon  » impenema  perspeeiiva4'«|i|a^ 
lepontow  Mãe  teasa»  palavras  pomienlaen 
4esctipQio« . 

nDenmlado^  o sAtyanm a^ua-nio aunh^ 
^  a  téff  o  Aando;  de^  ontrs^  oasapaliacMi 
^  e  .no  hafiMMtfe^.geUÉiniflMnla 

<>>sabifte<q> 
dro,  as  cordilheiraa  da  aerra  de  Alvaj^^mns^ 

a  da  sérrt  dá  Bsurella  e  bbtrasl 


brlL  Unia  rapina  depressão  do  aolo,  nos  dei- 
xa Tér  o  ftiodo  valle  em  quão  Zêzere  ee  dea- 
Jisa;  poréfn  maia  proxlnH»  do  leito  do  rio,  a 
n^otaoba  cortada  a  pique,  noe  eicoide  o  seu 
4or8o.  Mal  se  ouve  o  long inquo  mormorio 
da  agna,  e  o  vago  do  ioaoiulavel  abysoio; 
imprime  tal  sentimento  de  espanto,  de  admi* 
nçSo,  que  nao  p<)de  Jostamenta  réíerir-se. 

A  montapKia  Ãronteira»  de  rocha  ylTa  n'a- 
^^lle  ponto,  ^  cortada  perpiAdlcularmente^ 
.«coroada  por  v^ta  e  fértil  planície^  onde  al- 
vejam os  campanários  de  Pedrógão  Grande. 

Ahi  nos  diimorámos  extasiados  até  mnito 
4epoí8  do  occaso,  sentados  nos  penedos  da 
montapha,  oiivindo  attentameíue  a  historia 
4#  orna  forrería  do  corregedor  Mascarenhas 
4e  Tbomar,  acontecida  em  1833,  contra  o 
íT^  Qneiroz,  nosso  hospede,  qoa era onar- 
xa4or*  •  Gomo  é  um  Cacto  histórico»  nlp  r9- 
aistimos  a  tentação  de  o  referir,  pela  còr>lQ* 
cal  AaqnQ.foi  revestida  a  narracio.  Eis  o 
eâao: 

.  Aç^va-se  em  Pedrógão  Grande  .o  cerre- 
fedor  de  Thomar,  Masearenhaa,  famigerado 
ptlÊ^  sna  cmaldade  e  prepotências»  acompa- 
nhado de.  sessenta  homens  de  eavaUo.  De- 
jísis  de  haver  saqneadô  e  queimado  algu- 
mas qasas  de  llberaes,^  constou  em  Pedrógão 
J^neoo  que  elle  tencionava  dirigír«se  ahi 
para.  cortar  as  orelhas  ao  Queiroi^  de  Pedro- 
1^,  como  elle  dizia,  e  como  haviam  feito  ao 
4efgracado  eapiâo-niór  da  GolJegã»  q/oa  foi 
Ifpisidado  por  aquelles  canihaes. 
.  P  sr.  Queiroz,  tinha  disposto  a  sua  gen- 
te^ emboscada  por  entre  os  harrocaes  e  ff  a,- 
gai'  da  margem  esquerda  do  rio,  com  or- 
4im  de  nio  Isaecem  fogo  senão  quando  os 
<)ontrários  se  achassem  reunidos  no  fundo 
do  valie.  sobr0  a  ponte. 
.  Os  homi^  do.  corregedor,  desfiUavam  a 
um  de  fundo  pela  perigosíssima  vereda  que 
ent|94havi;t  na  montanha  fronteira,  fuando 
tm  úr^  partido  dp  lado  de  Pedrogio  Pequcr 
nivferiiul<i^  um.sargentOy  oa.bz  debandar,  a 
lodois»  que  eníi  fuga  predpitiMiA^  dasçan: 
taiMi  eop^.Aliwyaier^ , 

Sn  lôdo  jo  tempo  das  .noa- 
.saa  dasgra$adaa  guerras  civis» 
houve  iexcessos»pre{potençias 


um 


m^ 


etriases,  .tantp  praticados  pe* 
los  realistas,  como  pelos  iib^- 
jjfef,  que  todos  fizeram  o  /Ejue 
po^íãram,  para  desacreditar  o 
seu  partido.  Não  sei  se  o  facto 
relatado  no  texto  é  falso,  ver- 
dadeiro, ou  alterado.  Bm  todo 
b  etao,  váe  á  responsabilidade 
do  sr.  E.  L. 
Com  arfrstas  recordares  de  tSò  teorea- 
tifa  Jornada,  eonservamos  outra  nio  menos 
grata,  como  é  a  lembrança  immorredoura 
do  affavel  acolhimento  que  recebemos  dos 
srs.  Hjfglno  Otto  de  Queiroz  e  MHlo,  e 
Eduardo  Leitão  de  Metlo  Queiroz;  a  quem, 
etú  nome  de  todos  os  nossos  amigos  que  nos 
acompanharam,  d*aqui  dirigimos  os  mais 
coriiaes  e  sinceros  agradecimentos. 

Teve  até  1835,  juix  de  (óra,  que  o  era 
também  de  Figueiró  dos  Vinhos. 

Houve  aqiú  tmia  grande  fabrica  de  ópti- 
mo ferro,  extrahido  de  uma  mina  próxi- 
ma. 

No  aHDStelro  da  lux,  da  ordem  doa  pre- 
gadores (iominieos)  fbi  oowvedttial,  e  ooern- 
veu  a  maior  parte  das  s«a»  obvasi  o  sahiae 
vtrmoeo  frei  Luís  de  €lranada.  |i.*VQl^i>af. 
301;  dol.  1.^) 

Para  esta  èeeupação,  eseollléra  utn  riUa 
no  fim  da  eérea,  ao  sopé  da  um  grande  pe- 
nedo, kuttineiite  aos  lleiís4losy  qm  aqui 
mesmo  se  )uttiam,  perdei*)  o  Pêra  ^  aeu 
nome. 

Ainda  a  esta  sítio  se  dá  o  nomadgiPMi^- 
do  4o  €^WMia. 

H»  penedo  w  ««hou  a  isguime  ^inseri* 
pçlo: 

tnmnoimstA^ 

UfWVA  CMilf , . 
nONA  CiBLBSTIA. 

Supponho  que  n'este  mesmg  ailio»  /PH  A 
ponea  distaqc^a»  hopve  wi.  mosteiro  hepe- 
dietiBo  antiqq^n^nio,  pois  no  forjfd  dç  Fi- 
gpeiri  A^  Vinhos,  de  U7%  (Mlapdo.dasdi- 
irisSiosi  pelo  )ado^pe  coi^flna.pomPç^rqgam 


m 


mi 


thhakíriõÃê  Águia,  ètMêiU  ás  cabeças  de 
Itttàatis,  ele.  •"'"'* 

Vése  tfOiè  hottte  ál^iif  *  Yib  mosteiro  da 
Affuia,  qae  úeá&tíin  liibKjltdf  menciona. 


.  Vamos  agoi*;».  ^plic^r.  ji  jjjàfr^DDba  do  bom 
Jiigael  m(^.(jia  Ai|4ra^dy^£om  respeito  aos 
Petramos.  ■    .\»  r. 

. .  Q^^^  á  divina  gf nealogl^,  4* ^upelle  ce- 
lebr^iiComne^df^clor-^mór^  é  mel)ipr,4fiúalo 


^  » 


1    . . 


Pedjegam  Grande»  é  cojn  e^t)|to  QBia  mi- 
?aafiào  ami^Usím^  ^  cfm  çer^za  baUUar 
d;^pe|os  ronupgs»  qpe  approveiUtram  a  aua 
amipeote.  poaiçã0|,  por  ser  de  lajeil  defeza; 
visto  estar  íaodada  no  come  da  alt^  wra 
do  sen  nome,  correndo-lhe  ao  sopé  os  rios; 
Zêzere  e  Pêra-j^  e  j^of  ter  a  N.p.,  e  apenas  a  | 
4!t  kiiometros  dè  dislanèia,  a  eidade  de 
Thomar— antiga'  Nabancla,  onde'  os  roma- 
nos tínbám  também  am'forte'castenD. 


<  •  • 


» 


4^fiiiido  o  i»d«to  Ca0raUiQ,'Mt  pttrieios 
fowmos^  dâ  UmtàsL  Petrmám  loitia  o«  Inn- 
^Mikres  d*efliá  vitt%  â  qiMil4lei«m  •  ji«aa 
ét  Pãremàk  <6io-  eitet  oa  laM  PilmiiiM 
Grandes  e  Petrainios  Pequenos;  te  Aodn- 
éi^ dtadidarea^oa  doia- Fedrifies»)    . 

'PatMDlerAuáament»  eattapinuiff^  por 
•er  UD»  afaifi,'  •fbraiio.d''MviM;4a  ^rUii^ 
eiodoiMbem  fetoaroMim»  tteham  p«r 
insignia  ama  agoia,  que  escnlpiam  em  to* 
de^.^aiaew  «MoiipMNita^  ^  çiuísmm  oa 
bordavam  em  todas  as  saas  bfcidejraa* 

taKiapWfiMilas  tcMi  Mmp^dA  Ifaiailia, 
entre  christãos  e  monros,  soffrea  tão  lepe* 
tidos  saqaes  e  rniias,  que  se  despovoou,  &• 
eando  deserta  mHAUÍ,  mv  que.  eomo  Já 
disse,  D.  Affons^HeHKiqMi  (&  den  a  ^en  fi- 
Ibo  natoral.  D.*  PeOto  Áífeitto  (4.*  voU  pag. 
363,  eol.  i.*)  qâe  a^povood  entio. 

Ha  na  villa  sete  ermidas,  entre  piblleas  e 
Mtleotttek.  •    ^^'    '; 

i)r setis àrràbaMês VSà  Mrnmo^e tMd^ 
reècbíi,  -pêlos  TrbndoiKis  arvtfrtlàoÉ  b  riiMff» 
hídaâí  pebédtás  qcnr  le  èsttndeM  ^  «Acot- 
h  Va  téiti;  petiMí  difliélMM  vaflM  ^e  oi 
dois  rttfs  bimbam  e  Ibtttlbam;  e  i|iela*grait<' 


Pm 

de  qAabtldadé  dé  fònteb  <àiba^  IMO)*  qne  tm 
á  freseurii  de  ^mas  cfyscalfaas  afgua^'  anièí- 
nftam  estes  iíilleíV  '         '  ^  " 

òWstefro  (k  ÍKttsa  Sbfilíora  aa  luz;  da 
ordem  dè  8.  fioínfngos,  a  ihis  l:£lDO  metfto 
dávillâ,  está' edilteâda  na  parte  mkiá  íngre- 
me e  dickbrtfsàdá  sertã,  éfatrd  abrãptas^- 
neáãs,  perpendicidares,  ao  llézere,  sobre  r^ 
qual  parécénk  [iroxifflas  a  áésjiènhâT^Be,  as- 
sim eomo  03  nmbrolios  ifvoíreâoâ  qaé  o%  al- 
ternam; rogíndp  me^dbnbòmeDtd  ao  fafado,^ 
rfo  fremente,  correndo  arrebatado  pof  ixdrt 
penhascos.  '       ,       •  '•  »  • 

Xáaqni  bavia  uma  ermida  anfiqtdssi- 
iiía,  de  Nosto  Senhora  da  Xnz.  ToÍ  fándâdo 
(o  morteiro)  por  D.  Brites  LeitOa,  natnrad 
aVsta  villa  è  a  instancias  âe  mn  tr^de  do- 
mlnléo,  sen  paretite;  pelo  qúÁ  os  Léi(8és  3e 
Pedrdgkm  Grande,  ficaram  setido  p&ídroéirt» 
àà  'mosteiro.  Consthiiaso   enirè  'iín  i 

'  A 'antiga  capetia  flcoa  aenAo  0itr4^.^ 
mobteiro,  até  qne  em  1860,  sendo  vigâAo 
frei  âidiSò  de  Satifa  Iforiá,  se  cón^frmb  a 

eitrejo  acina!.  '"'    ...    .    f    ;     .  - 

nra  esta  obra  èoncòn^ea  l(aptfaUi|^ 
de  Andrade  (dafeimllfa:  dafrindadoí^a^Wn^ 
do-lbe  boas  prépriedades;  e  a  rainha^  lyH^ 
tbarina,  vinva  de  D.  João  Ití,  a  rogo"de1|^ 
Lniz  de  firanada,  den  uma  esmola  dè  j!^ 
erozados,  e  ontres  devotos  da  vfRa^tátxMM 
deram  Ws  esmolas:     ■  '         i 

'  'Bntto  se  ami^Hou  o  editlcio  '^do-^ttH 
qne  passos  a  ser  i»tlòrado,  sendo  nèk  m* 
riièfro  brfor,  o  padre*  frei  Antonfó  tfexia» 
ria.  -      "'     •  '    '*■'•'  *^' 

•r    '  .    '         :  .VMM*      .:    ,"í.  1.  hl*  ^''.'í 

Otmltorio  d'éáte'oMe(ffio,'«'no  ffiinb 
abiifadami&shnò  ek  todo^  dl  itenei^^  sjfli' 
colas  do  nosso  clima,  e  tfále  iqb  criá  |[f sHt- 
de  abundância  de  gadb  de  ítíài'  M^'^* 
dade;  -*    '     ''^  "•"' 

'  M  dTssé  qútf,  inf (tàabtoòslK)^^ iiiWéH 
roíi^l^fs  tinham  k  suá  cOrté  eth  t!òiin«i^,# 
bham '  iqtil  còm  ibulra  V^p^úiXi,  Mt 

^destiác^dai  •  •'  •••  ";  ''^^^  •'•'•';"^ 

Hoje,  qne  tem  desapflafeêfdb^taAíRcfffíi^ 
4bès  éWtks,'  fratifbriWatbdose  em  cam- 
pos, Jl  úlò  batàmsl^  rii^leonio  antiga- 
mente; efatfitanto,  ainda  6 1)  "ierritorio  mito 


dw.Vdè  hékt  qualidade;  Mto  do  i^M' 
mo  do  ehao.  *  *     ^ 

Os  dois  rios  também  lhe  foraeeem  sabo* 
tiêá  ^it^y  kihdá  Cfâé  poneo.       "  •      ^ 

A(^  O.  d^  \illa;  €f  próximo  a  Àlé,  é^tãí^ttm 
ítíòítíè  pyrámidal,  Mrêádo  da  niiiatiifúMlha 
tfUvienaría, lio  tado  Ú6  B.;e  tendia poi^  for 
tisaima  defeza,  do  0^  altos  roobejiAs  ii  prn- 
ttto^  WMre  t)  Zéèere^  ^e  aeeéssd  tmpptfssi- 

'  A^léto  dé  eeHo  os  rdstot  desama  íbrtale^- 
A '  ttiiííitel,  de  tempos  reinèthi^lddÉ.   '  ' 

'  'O  'tíMite  é  (brmado  de  aléantiHite  |lé- 
tteíHás;  pofém  tooM  è-bkstuitè  trtuntda,  p<yf 
éMi^  os  fn^édos  iMeem  e  prõspãràái  ar- 
vores frohdosá^,  giéslSar  (bnmea^^e  anuirei^ 
!as)^^MMes6as,  lofirè!r(M,  azei^éim^ttti^ta, 
IdebAdl,  'ttmnâttiBho,  Mètiksi  tri^feluaes*  is 
feíratid^vátfMàde  dé  Horéssirveáti^  o  qúò 
lèiteá  \M(e  títbèifò  sobremidolbrttfeso  e  pit^ 
ÚtéÉèo:    -'      '    •     -'      ,-  -  '«^-^  ^ 

^  I^to>pd9ootitèfrò;eBtiédffleáaaá!j[>oetieà 
htefdht'(em  mioad)  àeí^í:^^  SÍmhffrdúôs  Mi- 
lagres, de  cujo  sitie  se  desfraeta  om  TaSt&hfmo 
€|déliciôso  paiioràdia,'éaiiiJédonhaproAuidi 
dade  dò  'Zécsref^seadò  a  ^atra  margem  for* 
ttiàdaí  líkitibâÉíipofiia  ttc^te^alpestre,  qua- 
m^Sb  aKò  eomo  o  da  Genitora  dos  Mila- 

'  iKldmdo  W  címTas  átlgméátam  o  Tolame 
das  aguas  do  rio,  o  sen  Cefrifico  fragor,  de- 
MleAdo^se  èotíih  t»k  r(>6faÍ»dos  que  eneon- 
trif  dá  stiâ  fmpetitdsã  'edr^BAtè,  ouve-se  a  ai- 
gbmas  légtiia  dé  diMadeU  y 

Irafbb^tt  d*aqtti  sé  têf  k^ákosa  ponte  do 
Oifiril;'q|Wè  ihe  tkà  ii& sopé;  ■%  qae  com  um 
Í6  Ú^Mie  iS  maAros  Ub  4l(H--abraiige  to- 
tó'o  44ô^'teiidò  Ae  eádà  fedbr^m  areomai» 
pequeno,  pòr  ottdêf  Éò  'èm'fóÉnpo  de  cbeias 
tbMáúkg^  ,     ^^*  '"'^ 

'  Cbdsiá  ^t  ttadteçlè  que^èsái  èájtekií  Un- 
dt'é'*teiis iMéa  db  xmt  9ii«tíii^i%  dâ 
IM;'è  W  4idafiM ' W^pÂi^líái  I;  títno 
a^dnla^  de  Má  eáfíií^ciM|*b  "TO*  UMurnoiiB. 
Apesar' dírHerHti^l  ésMftolldidé  dò  M^ 
mb,^fBè  áMiáfr  ^Mots  iiHúit  i^Ulíáàsk' 
wikêk  WftrtwdbNòsiiB^Dhòrá  dnlIíiWíMI! 


14» 


4M 
mí9 


I  M       \         *  *   \ 


páá  tiluile  dóto^i»  «de  MeeihuagMi. 


^  Piara  á  «íiiglt  éfVfiflío  ^rè  es  terinès^  dè 
Pedrógão  Grande  e  Figueiró  dos  Vlíihos;  vf^ 
de  Toí  3>;  frsf  i  IW,  eol:  «.*    •    '     '   ' 

níimoCKftÉ  RQUEMO  (áutlfámetitê,  ffi. 
DáOMUi  È(y  GlliTO,  òtt  PEBMGáll  M 
PRIORADO  —  viila,  Beira-Bitx^  éomatea  % 
eoocsibo  da  Certan,  d^onde  dista  i2  kilome- 
ti^os-aòN.,  toWCbUnbi^à,  iWáô^RlKtf.  de 
Lb^bòèu  '  *      '''..'..• 

"Tfem-380  tegoi;  '^   '    '  '         ^ 
'BÉi-1757(ldlia(IWM§:' 
Orá|íÒ4  S:  Ji^ê  Bflffktíèia. 
'  DfáMbltf  àdibfehftr^.»  de  Gasfelle^Bi^aie». 
È  dò  g^oí^^prioh^do^ràce.  adn»io  áo 
pafribrtMdòL      >  '  * 

'  O  l^i/ríúfidQ^  Chíto,  §èiilk)r  dodafáí^ié 
d*esu  villa,  bpftssébfaVa  ò  ^IgaVlo,  qtíe  iibhH 
i20  alqueires  de  trigo,  60  almudes  de  vinbo, 
fímk  earga~déf<uva^r^  doi§"càntBh>^  de 
ailertb  e  «ISM^réfs  eni'  didbeífà. 
S  poVeá^MíClqdisâiâia.  < 

MSb  tdé  eoDòta  q«re  UVesse  fcfrkí  tellio.  ' 
D.  IkautfcH  Ibé  deti  tòf^l,  ^fmLhboa,  a  A 
dé  èíOébtô  ilá48Í3:  (£;«  di»  /bi^^  «odos"  Víe^ 
Betro,  fl.  94  y^  eol.  !•) 


f      r  .►  •     j 


feáítà  a  tflia  situada  túk  um  pHitd,  j^rò^Amò 
da  esitiHtda  do  Zésere,  é  da  íatnòsa  }MH^^  do 
CóMI,  ^oa^i  má  lh»ntè  de  Pefdreiíam^Gran* 
d<  e  é  titti  das  mais  bonitas  er  íodUftríaéb 
da  profiodi,  e^mà  dbs  i2'tfll^  do  gHld- 
priorado  áf^QhM.  -'^  '      ^ 

Òbnsta  que  fbKftmdada  pelo«6èsiil  írobu- 
no,' Aule  GuHelt»,  fOO-aanei  átitrt  de  hma»- 
CUfisto.  Ds  ársbes  a  lomiram,  a  4'd^agii^sta 
Am  f  i^,  e  9.  Mdnst^  IVU  fèsgâteh  do  ifedéÉ* 
d^^ei,  étà  19'de  ttiarço  de  IMd. 

Apeur  de  peqteni^  tein  «villá'*  sgMas^ 
ásndè  a  mAl^  á  ttafr Is;  S.  Mft'  Baptliu. 
As  outras  sSo  •^'Scnifetdradà  Cònflati^,  tte« 
nbo^a  êHMUatàcíà;  &  Patfttudo,  Bktite  AUi^ 
tonio,  e  S.  Sebastião.  "  '* 

l^tre^eM  tittá  è^  <è^dh>gknr^éde, 
S(*rè'  f^MléÉêh^*  k*k  lançada  à  ftniòsa 
e  adtita>MÍI  tfi^VdMff;  ioda  de  éattt*ta  ik 
eéift  frái  itfòdá  TetaVi^l  dé  fltferi,^  êM 
muito  bem  eonserrada.  *''  '* 

O  governo  mandou  faier»  em  1800,  uma 

eilrM^'  da  fUtílt  eka  poble,  pMs  d^dtes 

1  tMIlièpcfélivel ttstt*^  èsié  itijéetoi  ád» 


/l 


m 


iw 


tcavaUb. 

Foi  esu  villa  eabega  de  vm  ^kiniMiinp 
eoteelbo,  s^pprimido  iefoH  dAÍ83k^Tfaiha 
gamara,  Jiijs  ordínarkv  f  açoa  ^jíaifitífM, 
a  reapecUvoa  aserivaei» 

A  Misfrioprdia-e  aeu  hoafjul,  tem  «vai* 
Udoa  fandos  e  capitães  mntaados;  poróia 
as  péssimas  administrações  t|iie  qoasi  sem- 
pre tem  tído,  team  ^iesip^io  a  niai^r  parte 
d'isto;  e  o  que  resta,  luía  tem  a  appficacâo 
«00  reiigioaamente  dam  ter«  em  beoeflcio 
4a  pobreza»  coaao  mandoo  o  benemérito 
bemfeitor  qne  lhe  legoa  essas  mulas^  Havia 
naito  qae  diaer  a  este  respeito;  mas  naò 
aio  causas  próprias  d'esu  obra 


A  distancia  de  uns  iMO  metros  ao  If  * V* 
4a  Tiila,  no  p^nto  maia  alto  fia  aerra  flae  ibe 
fica  sobranceira^se  Té  a  eii|pella  da  Noua  Se- 
nhora da  QmfiançOf  qoe  serre  de  CalvmriOy 
9at  isso  também  Iba  chamam  «(^a/to  4o  Gol- 
wrio,  e  aqai  termina  a  f pqeiasia  ioíi.Paa* 
$os,  na  quaresma. 

Fica  esta  ermida  imminente  ao  Zêzere,  e 
está  eercad^  de  firondopo  irvored^^  f  ili^esire, 
^ue  H^am  o  sitio  (reicp  e  delicioaq  no  xf^ 
iao,.D*àqui  ae  descobrem  apoitas  Tiílaa,  c<h 
ma  aio  —  Pedropm  Grande,  Figueiró  dos 
yjnbos,  Avegai^  Certap,  Alraro»  Alvar^ 
Dornes,  Yilla  de  Rei,  e  OQ]^.poToaç5ttk 
.  A  çapelb  ó  muila  bopiía  i|  taoi  traa  aUa- 
xes.  No  alur-m6iv está  o  $enliorisfàcificado» 

O  íqndador  da  çapella»  foi  um  vigstfiQ 
4*esta  tills,  cbamad^.  Joio  4a  QosU;  maa 
não  se  sabe.  finando  a  mandoa.  ^di0car,  a  t6 
ae  aaboi  «ua  f  muito  aptifa. 
.  Ji'esia  ennida  4ia  .«pa  prui  Ae.  jralíquia^ 
eittre  eilas,  uma  do  SofUalMko,  que  ae  ei^ 
põe  âadoraçio  pubiica,  no  diidp  SanU^Crai 
(3  de  maio). 

4  faata.  da  Seoboni  da  Confiança,  é  Isitâ 
a  8  de  ^tembro,  dia  da  aua  Na;i|^4id^  a  i 
4m  JD^om  romariaa  d*eatas  aitios;.  for^ 
Ifr^iíiia  .guasi  sempre  por  grandes  ^e^or^ 
4ens.  .    . 

.  Uta&-ae  esta  tí1|s,  4e  ser  ia  patroa  d§  ^n* 
Gnforio  Iieitio^  |avea  e  w^^f^f^ 


nheeido. 

Ha  aqui  uma  antiga  ^^Mf^,  qasb  q^  m 
a^mitice,  4e?e  aer  uo^n.  Ê  a  a«sgninta: 

Mo  dia  de  S.  Joio  BapUau,  orago  da  pi- 
rochia,  ba.uqu  pompesa  /Ti^ta  no  Santo  fn- 
Cfirs9ry  |]^  egnga  matrii;. 
j  Antes  da  missa,  ^irigequ-ae  ao  altar-mór 
sete  labregos,  ridiculamente  Teatidos:  oa 
d*elles  tem  umi^  eorO^  na  cal>eca,  na  fia 
direita  uif»  espada  íerru^^e^ta,  e  nf  esq^sr- 
d#i  ^m  broquel— é  o  rei.  Duia  tocam  riéU; 
dois,  pandeiro;  a  dois  levam  thjrrsos  etifei- 
tados  .de  craTos,  Cbâmarse  n  eau  farça  iiiir- 
lesea  ^  ou  grutesca.7^  a  Mouriãca. 

Dançam  oírca  damfia^hora^  umm  com 
que  allea  lá  entendem;  e,  çuand^  o  m  já 
está  farta  de  ae  dar  eop  esp^kct^cialf^  ís^iubi 
piriuét^  dá.  uma  pancada  jçom  o  espad^ 
no  escudo,  o  que  quer  dizer  —  Cest  jbiilii 
ç<mlrei0níf-^p  diz,  em  ^toa  berros— Ftsi 
omeu*cimpad^  S.Wot-^D"^  Tão  piras 
taberna. 

Ti)inos  ainda  baatantei  d'ei- 

p  taa  naapfas  antigas,  sokreaip- 

dp  ridiqUfa  (^aljgumaa  alé  ift* 

cbos  e  as  anctondades»  moitas 
teçm  feito  acabai^iiiai^  4^  io- 
das- ■ 

Os  e^traogaín^  poçi^^v  ffi* 
4^  ^  semtlbante  fesp«i(o  901 
teeqi  a^laofar  eo^  roatQ-<ai 
.     B^pa«M»Vlft.Fransv,paIft- 
^     glaterra,n|iiaiiiv4)}^.A|ki;a' 
,  .  ^.  dH  íto,  ate,  ããt^  tanben 
.      .  Iva  ipi|itM  d'estaa  ,aniigii  • 
grnteac^  Ufanças. 
PEDROIÇOS— formosa  efkl^(á9'd^.  bsab9^ 
sobre  a  direita  d^i  Ttj«^.  oâ  íreguezja  a  M- 
çelba  de^Beleoi,  aqjt^ivbias  e  ao^  p^fi^  f^i^ 
.  A  fuf  d^(a  4a  P^roff()i^i  p  pniloiiP' 
m^^.dania  do^ l|ofl9h$accesso,  %f^^ 

i»l^^  4%T<jo»  €liw-ae  ml^^Jtf^ 
dro\g(CM^  booita  ijovoa^i^  we  ocia  Afatia- 
da,  aituada  em  terreuo  plane,  e  pareedado 


I    <  :L' 


i. 


9^ 

doa  iailhoa  é  eonèo^ridtssíaa,  nló  aé  ^r 
fátoiliaa  de  Lisboa,  eedso  uníbem  daa  pro* 
viDciaa,  e  dos  seus  arredores  ba  boas  e  fòr- 
moaaa  qníDtaa. 

É  também  notaTel  éata  poYoaçSo,  poram 
esbelto  e  rico  roonamento»  eoDStmido  no 
prfDfipío  do  seeQlo  XVI -^  a  torra  de  &  ti 
eeate  de  Betem,  formoso  e^peeSiínen  da  ar- 
cbiteetara  militar  gothÍeo*fIorída. 

Còfiéorrem  para  o  aformoseamênto  dePe- 
Arôlços,  o  el<»gante  ehafaria,  modeniamedte 
construído/ e  as  <)tiiotas  dós  srs.  manfoezes 
da  Ribeira-Graode,  e  a  dos  srs.  dnquea  do^ 
Gadatal.'  A  primeira  é  petinetta,  mas  mni- 
to  betii  arborlsada,  eom  nmá  fiHá  bobre  no^ 
ifàeèMtro  do  Jardim.  Foi  fundada  pela  piih 
ceiái  O.  Haf ia  Bèoedicta,  irman  de  D.  Ha- 
ria  I,  e  yxnrk  do  prineipè  D.  José.  fot  soa 
morte,  doen-a  esta  senhora,  á  eoíidessa  da 
BiBeira-Orandé,  avó  do  aetuai  eoadé  dò  mes^ 
mò  licnlo.  A  si^gUDda,  era  a  priflcfpal  resi- 
dência da  nobilíssima  famiffa  dtieal,  do  Ca- 
daval, depois  qae  o  terramoto  tfa  17S5  lhe 
arruiivoa'  o  sen  pelado,  da  ealçada  do  da* 
gné,  Junto  àiiRiièio,  e  do  qual  ainda  existe 
parte,  dentro  de  am  pateo,  á  entrada  N.  da 
roa  do  Priueip<^,  onde  esta  a  Reai  Associa^ 
ção  deAgricíêltura  Pòrtugueza.  A  quiiita  (de 
Pedroiços)  é  grande  e  beila,  pelos  frondosos 
arvoredos  que  a  ^rtiarnecem,  e  pelas  exten- 
sas e  largas  ruas  qoe  a  eortam.'  Bsti  em^fór-' 
mosa  situação,  pois,  principiando  na  extre-' 
midade  occidental  de  Pedroiços,  se  esteoée 
em  terreno  plano,  até  terminar  na  margem 
esquerda  do  rio,  ou  ribeira,  d'Algé8.  <  (Vide 
toí.  I  \  pag.  H7,  col.  !.•,  no  principio.) 

O  palacfo,  oa  casa  de  campo,  pertencente 
a  esta  quinta,  não  é  de  grande  magniOcen' 

<  Bn  3a  de  março  de  1874,  foi  an^msila* 
da^  eai  irila<i  judiejal,  a  muM  4a  Fri/mno^ 
em  Pt-droiço^.  Esiav;! ^Áyaliadaem  9  eimtos 
de  réM,  mas  o  sr.  Guimarães,  director  da 
•ouipanbia  dos  camiu1ir»!i  d*^  ferro  amtirica- 
nos;  deu  |ior  elU,  16:«eQiM09  réis.  He  «mv- 
m^  dia,  UA  arri^matadu  ;^>c^mui1  eomigoo  a 
esu  quinta.  Es^tava  avaliada  jem  3  conios  dA 
réis,  e  a  casa  Cadaval  Héoa  eom  elie  por  6 
eontoa. 


M 


541 


cia,  ou  exlristnada  grandeza,  ape^r  de  ser 
melhorado,  pelos  annos  de  1740,  por  oeeá* 
síSo  do  casamento  do  duque,  D.  Luix  de  Mel- 
lo,, com  V.  Luirâ,  Ilha  Té^tnada  de  D.  Pe- 
dro II.— EMi  o  palach)  (iercado  de  bosques, 
que  quaai  o  escondem  inteiramente,  menoa 
para  O. 

D.  loao  V,  veio  passar  a  primavera  do  an- 
no  de  I71S  n'esta  linda  residência. 

No  principio  db  século  XVni,  ainda  em 
Pedroiços  nio  havia  sen2o  23  casas,  e  todas 
de  humilde  fabrica.  A  tírcumstancia  de  ter^ 
módã  y\t  tomar  banhos  para  aqui,  deve  a 
povoaçSo  todo  o  íeu  desinvohimento  e  tne- 
Iboramentos. 

De  Pedroiiçòè  continua  a  estrada  para  S. 
José  de  Biba-Miar,  qtiasi  sempre  guarnecida 
de  quintas  e  éasas  de  campo. 

As  mais  povdações  que  estaneeiam  n'es- 
teá  sitios,  sobre  a  margem  direita  do  Tejo, 
vão  nos  logares  competentes. 

No  dia  18  de  dezembro  de  i80S,  convidou 
Pedro  José  da  Silva,  rico  negociante  da  pra- 
ça de  Lisboa,  ao  nosso  famoso  pintor,  Do<* 
mingos  António  de  Sequeira  (4.*  vol.,  pag. 
ddd,  col.  2.");  para  hir  jantar  com  o  marques 
de  Marialva,  na  quhUa  da  Praia,  em  Pedroi- 
ços. Pelas  7  ou  8  horas  da  noite,  retlrando- 
80  Sequeira  para  a  sua  casa  de  Belém,  foi 
itacado  por  três  soldados  de  cavallaria  4, 
4ue  o  espancaram  e  prenderam  á  ordem  do 
peneirai,  sendo  conduzido  ao  corpo  da  guar- 
da d*Squene  regimento,^  d'a]Ii  mandado  para 
'o'quarlei  da  Luz,  onde  esteve  até  18  de  ja- 
rieiródé  1809,  sendo  b^esse  dia  transferida 
para  o  Limoeiro.  Foi  julgado  pelo  tribunal 
ou  juízo  da  inconfidência,  e  por  elle  absol- 
vido; e  o  soldado  que  o  maltratara,  foi  cas- 
tigado. 

Atiribuiram«lhe  5  crimes:— i.*,  de  fatiar 
com  inãêcencia,  do  príncipe  regente  —  de- 
pois,  D.  Juao  VI;— !•,  de  prntar  uma  alle^ 
{foria  dfUcada  a  Junot,  deprimindo  a  nação 
portvgufza;—  3.*,  ter  feito  casa  de  pintura, 
da  tala  do  docel  do  paUuio  da  Ajuda;— ht.\ 
ter  consentiéo  que  entrasse  um  cavallo  em 
uma  casa  dó  mesmo  pakusio;  -—  e  6.%  Mal- 
meiie^  -^  str  jacobino. 


FowB  te«(eim»ba9  cof fn.  (d^  irat  toi* 

liMme))  ^,  Co«t4,  aiifhiiaeu),  plptor  e  n^-. 
chi«iiUk-^  Arcluuif^cila  P^ebiiú,  oiBS(re  da 
pIoUKa  flOfiafifKeJp..  Pedro  CafkH|-Te  Bar- 
tkolumea  AiMonio  Galâ(«,  pjuyor  te  oaa^ 
real.  . ,  ^ , 

To4o^  M  crimes  iitrilmidot  it^Seqweira, 
liDham  ua94>  tal  pa  qual  appjarenqi^  4e  ver* 
dade. 

l.««i-BUe,yfx>na  oNútoe  s^a^  portQ(0()ses 
verdadeiros  paitiotaa,  murmaravaoi  por  D^ 
João  piv  fugido  com  a  íSamilia  real  para  o 
Braaili  abaodonaiulo  a  nação  á  voracidade 
e  ao  jugo  010Í0090  de  Jonot  e  dost  eeos. 

1«  — £  verdade  ^ne  Sequeira  eataJraiu). 
Porto, qjDandoJttOot  entrou  eiu  UhIioi^  a  30 
4e  noveo)bro  de  i8Q7,  e  quer.«e  velo  apre< 
sentar  a  elia,  logo  efp  16  de  jai^lro  de  I808| 
mas  dii  Sequeira  qv^|oi  ebfigadp.  Confessa 
«Ue  profirio^  poréui»  que  logo  na^primeiraen* 
4reviêta  pedira  a  Jti^not  dois  nunfes  ,de  or4$- 
fUído  que  se  lhe  deviam» 

Dif  Sequeira,  que  imuti  llie  viflndou  pin* 
tar  um  quadro  aU^goríco  do  estado-  actnali 
(d'eiitàu)  de  Li^a»  para  o  qual  o  nes|iv> 
Junot  d^u  o  assumpto  escripto  peloéeu  pro» 
prio  putflio,  e  teve  a  modéstia-  de  eredígír 
nos  it^rwos  segi^iijiea— 145^0,  n9o  teme\/B  a 
tua  sorte^  um  heroefl)  te  protege;  tj^ndo  te 
en9ia  este  guerreiro  iniçicto^  piMídenle  e  jus- 
to^ííll), Lembra-te  suas  vuUoria^f  pqr  toda 
a  parte  conseguidas,  os  perigos  e  trabalbos 
que  leve  para  a  tu»  felicidade.  E  o  seugo* 
vemo,  soiio  e  prudenfe,  do  qual  já  tens  r^- 
periencia^  cuidadoso  da  tua  ventura,  prepq-, 
ra^  para  aqueUes  que  o  merecereni  prémios 
dísqueo  heroe  lhe  cpnfum  a  distribuição.  Já 
IVeptano  tresne  ao  jospeeto  do  Marte  fuim- 
mante^  (Nepinno  era  a  Inglaterra  t) 


diade  ir-a^iafir.CeDip  e  Mjiaann^  ayma. 
doosaiif^ieyiidireGs^  aa  «mp^  •asfecs- 
dei^te.  .Â^  :l«^ge^  M«rtt»  despedindo  rm 
coiura  N6Rtun^:,Na  pMHUsbra,  aalteta 
d§.iuiiql,i  i>  fCej^>  a  WLyioe*  çom  toadeín 
ruasap 


«SiiciUiraAanliat* 


í' 


.#i»>S€Kq|ie  Sequeira/nistaroQ  oat  tiata^ 
eerta^iPffi^  corrosiva,  qj^%  fazU  desapjmw- 
cer  a  pintuirai  piasado  poaeo  leoEupe. 

9^tr9s  disem  que  o  piotor,  asaim  qne  es 
f^ancetes  retiraram,  apagara  aa  flgnraaqai 
offendiam  a  honra  da  familia  real  e  doi 
portogneaes. 

Poese  eon)o  foase^  o  tal  quadro  d^sappa* 
r€|ceiv  e  n|aguqfn.  sabe  como,  nen»  i^asoda. 

■O,  sr.  n^arquea  de  Sousa  teip  um  quadrft 
Qshaç^do  por  Sequeirai  eoa  'louyor  ^  /A- 
npt(que  aqueUe  denomíoamcr^n^d*  A^rtia- 
tes)  mas  é  n^qito  differente  dQ  outro,  a  ai- 
ida  temi  de  criminoso,  sonao  pra^oderin- 
mort^lísar  im^  chefe  de  bandido^  que  taa- 
tasdfsgraçaa  cansaram  a  eale reino. 

d.«--8eqpeira  d^ffnden-se  a  eete.arlin 
disiindo  qpe  pedira  para  que  IbecedfSieu 
una  quart Ji^  ao  pago  do  Pclfp  das  Vateu; 
porém  o  intruso  intendente  (o  Jacobino  &r- 
man)  o  mandou  trabalhar  na  aala  do  docel» 
por  ultraje  «ao  rei  de  Portugal  a  aos  sem 
súbditos. ' 

.  Sequeira  allegou  qiie  pedira  para  se  ti- 
rar d>llt  o.docelt  nas  que  o  guarda  nao 
consentiu. 

.  4.*-^Defendeu-se  o  reu,  alt^^gando  qn^  s 
jaopbino  Constant,  ma)or  de  um  ^egimeoto 
de  cavallaria  (ranceza,.quiz  queel)e4)  re* 
tratasse  encostado  ao  cavallo,  e»  comp  as 
vestíbulo  bavia  muito  sol,  o  i;òri§ofk  a  sa- 


(Tamanha  enfiada  de  eharlataniees,.AeiQ'}'trar  para  um  dos  quartos  do  paço 


sa  com  menta) 


.  Sequeira  pintou  o  quadro  (ou,  pelo  me- 
nos, esbiȍ<m*(i)  e  vMhiu  uma  pintura:  tao 
pedani^acai  láo  ca^ríí^u  como  «o  assum- 
pta 

Ifisboa,  estava  s^^ptada,  eim  altitude  tri^- 
te^  it^pamda  p  la  Rt-iigiao  e  /o  Génio  de  \  Attoni6  Maria  do3  Santos  Agard. 
Portugal.  Junot,  pegava^lbe  na  mao,  em  ac* 


5.*— Pinalmente,  allegou  que  fui  stjmprs 
leal  paiBíota,  e  a  quetni  «m  ieévoc  drt  K' 
cdtfhkM,  ;A)Í  «oàgiék)  por  elt^s,'0  tovà  iw0 
de  erueis  toffrimentus,  etcj  etc. 


I 

<fift  «a  PediMiçae,  ama  óptima  fabrirn 
dè  ^rttirnes;  da  qual  é  )iro|^nf  tart(H  o  '«; 


hjypdrQCDOí;  çwdQ  se  taem  effeotaado.  hxi\ 
ihaotes^  corridas  de  cavalloi.    - 

rCD|l0S0-7(re|a9zU,  DourO|. concebo  e 
iO  kiiometroi  a»  E^.E.  da  Vilk  Kov^  de 
Gai^y  çomarcai  4^8t9cta  ado\iQÍ8traUvo,  bis- 
pado, e  iO  kílometros  ao  S.E.  do  Porto,  300 
90^  K  de  Lisboa. 

Tem  i;iOO  fogos^ 

Em  1757  lífbf  429  fogos. 

<)r^go,  &.Pie4rOp  apostolo. 

O  real  padro^i^Q  ^jesentava  o  reitor,  qae 
tinha  40^000  réis  e  o  pó  de  alt^i.    • 

}$'  oma  das  mais  autigas  paioefaias  de 
{^oriogal,  e  ío\ .  yiJla  a  couto  do  mosteiro^ 
eQfí[i,caipar^  q  jostiças  próprias. 

Pai  D.  AfiToQflo  Henriques  qqe  o  coutou,  em 
li28,  por  700  libfas,  que  o  mosteiro  Ibe 

E'  n'esta  freguesia  a  grande  a  b^ni^i  po- 
v()a(^  dos  Carvalhos.  (VoL  2.%  pag.  i37, 
à>k  2.%  00  fiof.) 

A,egreja  matriz,  de  arcbiteetnra  gotbica» 
é  aoUquissima  e  foi  a  egreja  do  mos- 
teíTQr 


fm 


m 


>s 


o  território  doesta  tregnezia,  posto  que 
bastante  accidentado,  é  íertiL  em  todos  os 
géneros  agrícolas  do  pai^  o  sen  clima  mui- 
to ^odaveiyr  e  tem  sities  muito  formo- 
sos. 

Àl<^m  de  ser  muito  populosa,  oecnpa  uma 
âreia  muito  vasta,  chegando  pelo  N.  até  per- 
to da  margem  esquerda  do  0ouro*-pelo  S. 
até  alem  da  estrada  real,  de  Lisboa  ao  Por- 
to. Parte  do  E.,  com  a  freguezia  do  Olival, 
e  pelo  O.  coin  a  de  Ganellas, 

Opiosteíro,  duplex,  benedictino,  de  Pe- 
droso» um  dos  roais  ricos  e,  (arnosos  de  Por- 
tuga, f(M  fundado  nos  fiçs  do  secnlo  IX,  por 
£ro  e  sua  mulher,  Adosinda,  pães  4o  (arno- 
so eapitào  Gondosindo  <ou  Gundeziado)  Soei- 
ro|  avós  de  Adooorigo  GooçaWes  do  Maniel, 
e  bisavós  de  Adooorigo  Gondoindes,  e  de 
soa  mqlher  e  prima,  D..  Adosinda  Bris. 

Os  fàfidaèjres,  alem  deGdndezkido  Soef-* 
ro,  tiveraqi  três;  filhas;— D.  Ermezinda»  D. 
Adozinda,  e  D.  Frol  (Flor.) 


^Iia|K^^a,  |)r  Frol  aMJada.  Sfpts^  paes^  1^ 
testamento,  dividiam  as  suas  .gr4ndefliri* 
qneziis,  em  ciocó  partes  eguaea^dfrao»diMa 
partes  a  Gondezigdo,  a  as  ires  ^ividir^m 
egualmeote  pelas  filhas;  porém  ,a  8^*  pi^rlei^ 
qujB  pertencia  a  D^  Prol,  a  daarâm  ao  most 
teiro  que  haviam  fundado^  com  a  condição 
*de  sustentarem,  vestirem  e  tratarem,  çpm. 
Tespejto  e  cariodio,  esta  senhora»  em  (quan- 
to viva;  e  lhe  fazerem  os  bei(s.d*alma  e  en- 
terro, segunda  .a,saa  fsra^hia^,  qu^indo  fal- 
leçesae;  o  que  foi  religíu»samenle  cumpri- 
do,, tanto  .pelos  iQonges,  coAtQ  peias  frei- 
ras..: 

Acceitaram  a  doação  e  obrigaram-se  ao 
cumprimento  d'a^qi^llas  obrigações»  o  abl>AT 
d^  D.  De^rigo^e  a^ahba4eesa,  D«  Elvira^ , 


Eram  á;e8ta  fámilia,  p«  Tbereza  Feman- 
des^  filha  de  D.  Fernando  Gonçalves  do 
Mamei  e  de  D.  Urraca  GonçMves;  e<  prima 
'germanf  da  D.  Flâmula  Honorígue^  filha, 
dos  ditoa  A<j(onorigo  Gondoindes  a(D.  Ado« 
sinda  Eris. 

Anuella  D.  Thareza  Fernandes,  c^sou  oom 
D.  Mendo  Viegas  de  Souza,  S.""  senhor  da 
casa  da  Soo^a,  e  são  os  progenitores  das 
famílias  dos  legítimos  Saua^y  o  mais  nobre 
appellido  de  Portugal^  procedente  dosreia 
godos  de  Hespauha,  e  que  teve  priucipioem, 
Portugal,  na  pessoa  d^D.  Faiao  Soares,  (yi? 
de  Artifanm  d4  Souza  a  PmafieL) 

D.  Mendo  Viegas  de  Souza,  ^ra  filho  da  D. 
Egas  Gomes  de  Souza,  um  do^  princjpaes 
fidalgos  que  acompanharam  a  eôrle  de  Dl. 
Afl^nso  VI  àfi  Leão,  e  depois,  a  do  conda 
D.  Henrique,  seu  genro,  e  pae  de  D.  AfTon- 
80  Henríqjoes^  Foi  o  primeira,  qvie  tomou  o 
appellido-  dOiSpuza. 

Era  fliho  dç  D.  Gomes  Echiguiz,  adianta- 
do de  Portugal,  nos  reinados  de  D.  Affun- 
so  iV  e  de  seu  filbo^  D.  B^^.rmudo  III,  e— sa- 
ígundo  nos^de  D.  Godiuba  Gooçalv''^  filha 
^de  D.  Gopç^lo  Mendes  da  Ma^a,  o  là^ai^^ 
,e,  4^ .  sua  miilher,  D.  Leonor  Viegas  iihii 
;4o4{r;inde  Egas  Moniz— e  segnndo  ouiros*-^. 
de  D.  Flâmula  Gentina,  filha  de  D.  Gonçalo^ 
'Trastamires  da  Maia,  avô  do  Lidador  (o 
Iqpa  é  11^;  ^ravaTel»  segwtfa  ^  ehnuqiio- 


á 


3M 


m^ 


gto>  6  de  D:  Hêcis  Rodrigaeê  ((At  (Sodinhes) 
iltia  <&  tf  Rodrig»  Vermok. 

D.  Mendo  Viegas  de  Soma,  suecedea  a 
sen  pae,  nos  prlneipios  do  gOTérno  de  D. 
Affaiáo  Heorfqnes,  qae  o  nomeoa  governa- 
dor de  todo  o  distrícU)  de  Santa  Cmz  da  Vil- 
laríça  e  do  sen,  entlo,  importantissimo  eas- 
tello. 

Foi  companheiro  corajoso  e  inseparável 
do  nosso  1.*  rei 

l^ve  dois  flthos  e  três  filliaár 

!.*— D.  Gonçalo  Mendes  de  Sonta,  que  lhe 
snccedett— cognominado  o  Bom,  9.*  senhor 
da  casa  de  Souza,  valoroso  capitão  de  D. 
Aflòoso  Henriques,  que  assistiu  na  batalha 
de  Ourique  e  outras  muitas. 

Casou  com  D.  Urraca  Sanches,  filha;;de  D. 
Sancho  Nunes  de  Barbosa,  e  da  infanta,  D. 
Tbereza  Affonso,  condes  de  Cella-Nova,  e 
tiveram  D.  Mendo  de  Souza,  cognominado 
ê  Souzõo. 

2."-^D.  Soeiro  Mendes  de  Souza  (que  to* 
mou  o  n^me  de  SoHro,  em  memoria  de  seu 
7.*  avô,  D  Soeiro  Belfaguer,  I.*  senhor  da 
casa  de  Souza.) 

Morreu  solipiro;  mas  teve  Uma  íllha  bas- 
tarda, por  nome,  D.  Maria  Soares,  que  ca- 
sou coro  João  Fernandes,  de  Riba-Vísella. 

d.o^D.  Oroanna  Mendes  de  Souza,  que 
casou  com  D.  Mendo  Motíiz  de  Riba-Douro, 
descendente  e  suecessor  do  famoso  D.  Egas 
Moniz  de  Riba-Douro. 

4/— D.  Flâmula  Mendes  de  Souza,  que 
casou  com  D.  Gomes  Mendes  Gnedaon  (ou 
Guedas)  troncos  de  nobilíssimas  famílias,  de 
Portugal  e  Gastplla. 

5.*— D.  Urraca  Mendes  de  Souza,  que  ca* 
sou  com  D.  Fafes  Luz,  um  dos  heroes  qu^, 
com  o  conde  D.  Henrique,  vieram  a  Portu- 
gal, em  1093,  e  foi  seu  alferes-mór. 

Era  rico  homem,  e  trenco  de  multas  fa- 
mílias dos  app^llidos  Fafes  e  Godmbos,  ho- 
je qnasi  extinctas  umas,  outras  degenera- 
das. 

D.  Mendo  Viegas  de  Souza,  faliecen  em 
1190,  no  mesmo  anuo  em  que  falleceQ  a 
rainha  D.  Thereza,  mãe  do  nosso  primeiro 
rei. 

OoBdezfaido  (ou  6ondeieiido)SoeirO|  filho 


PÈB- 

deBro  edoAdozinda,  MndaAiresdoiBoi» 
teiro  de  Piedroso,  easoa  eom  D.  filidiBrqniai 
Pala,  filha  do  capitão  Meodo  GaCM-rrez,  ali 
sua  esposa,  D.  Hermezioda,  imno  da  rai- 
nha D.  Elvira,  mulher  de  D.  Ordcmbo  H,  de 
Leão,  e  mãe  de  D.  Ramiro  II:  (Vide  Âmemi, 
Caiu,  Gaia,  Lamas  do  M/amei  e  Mama.) 

Entre  os  documentos  qae  existfraiD  aié 
1834  no  cartório  de  Pedroso,  se  achava  uoi 
rd  ou  uwentario,  feito  em  1017. 

Constava  dos  bens  qite  am  parcfeolar  ad« 
quirio,  quando  D.  Affosso  lY,  de  \jíA%,  le- 
sidiu  em  Monte-Mór. 

Este  individuo,  venden  lego  estes  bens»  a 
D.  Gonçalo,  fiiho  do  conde,  D.  Meodo  Loe^ 
que  então  era  governador  da  Terra  da  Pd» 
ra,  e  tinha  do  dito  rei  —  regalen^o,  et  am- 
dadu,  $t  mandamento  tu  rripa^Ãgata* 

N*este  rol  vem  também,  ^metade  do  mes- 
teiro  de  Cedarm  (Cedrlm.) 

Em  outro  inventario  do  nnesmo  cartoi^ 
feito  em  1050,  se  declaravam  os  b^ns  que 
adquiriu  D.  Gonçalo  e  sua  mulher,  D.  Flâ- 
mula, e  entre  estes  bens  e  rendas,  vem  os 
mosteiros  de  Sala,  e  de  S.  Julião,  mtta- 
de  (de  certo  a  outra)  do  mosteiro  de  Ceda- 
rím—e  metade  da  egreja  de  Recard3e$. 

Em  1084  (documento  de  Pedroso)  dee- 
ram  Trnctezindo  Truetezindiz  e  seu  fitln» 
Pelagio  Trueteziodiz,  ao  mosteiro  de  Fedro* 
so,  o  togar  de  São  Mamede. 

Em  I0S5  (documento  de  PMroso>dooo 
Flâmula,  filha  de  Honorigo,  a  este  mosteiro^' 
tudo  o  que  tinha  na  viila  de  Atquoravim 
(Alcorobim.) 

Nas  InqoifiqJks  reaes,  de  D.  Diniz  I  (II97> 
se  U—Disse,  que  o  Casal  de  Soutêito,  (fn 
est  de  Pedroso,  que  est  Èkmiaria  d' SI  iW»' 

E  hiraá  entroviseada,  e  fazer  msÊr 

taria  a  El*Rn,  quando  os  dumutrem.  (Doe» 
de  Grí}ó.) 

Vimos  DO  5.*  vol.,  pag.  442,  col.  i.*,  que 

1  Casal  da  Moaíaria,  era  aquelle  cujos  oo* 

lonos  pagavam  foro  de  caça  do  monte:  e 

também  os  que  eram  obrigado.H  a  hir  ss 

monurlas,  quando  à  ordem  do  rei  fosM 

bamados. 


RBD 


545 


ds^iiQÍMigM  4e  Lòhioíáa  mèMA  orâen)  f<M 
nm  ttfNiM»  do  mq  ono&fei^o»  em  -24  te 

de  Pedroso. 
*  OiíMOCIM,  ipieiícaram^M»  ao  pipi  Hòtto- 
ritr  HI^  d'é«u  «xpnllio  arlntrim,  e  alie  a 
anBQUoiv  por  %n  feU»  sêm  seu  beneplieit»; 
nas  esta  annaliação  em  aâda  melhorava  a 
flom  ÉmyieiMOsos,  aem  ptejudlcata  ^  eom» 
primealo  das  ordeas  de  Di>  Sanehe  1  «-^  fei 
V»  terdftdeirolaço^  armado  aos  frades,  per* 
qvli-^eoaliefteiido  o  maa  eomponaflcieDilo 
dTertesi  anodoQ  os  tomar  poese  do  moetci- 
fo  de  Lorv2o.  sob  condição  de— tomada  el* 
1%  por  asctorídade  apesiolica—pela  BMsma 
toraariam  a  ser  expulsos,  e  dislriboídos 
pelos  diversos  mosteiros,  benedictlnos  do 
Mino. 

Bem  sabia  o  peatiflee,  ^e  o  sea  breve, 
era  mais  um  castigo,  do  «lae  om  deferi* 
Mento;  pavém  os  frades,  para  etitarem  se- 
mellniito  vergoii^  desístiiam  da  reecen- 
pafiov  e  se  deixaram  distribair  aates  d^a** 
quella  bumilhante  formalidade. 

itesrãm  pois  em  Pedroso  somente  as  frei- 
11%  tom  dois  religiosos  velboe  ede  boa  vi^ 
da,  para  seus  confessores  e  capellâes. 

Em  I30S,  aigomas  religiosas  do  mostenro 
de  Cemide,  da  mesma  ordem  (vol.  l^  pag. 
S37,  coL  i.*)^oao  se  sabe  porqoe^sepala- 
ram-se  das  saas  companheiras,  por  benepla« 
eito  do  papaBonifiscio  VIII,  e  vieram  viver 
para  o  mosteiro  de  Pedroso,  trazendo  os  ea- 
saos  e  rendas  qoe  o  mosteiro  de  Cemide  ti* 
nba  na  Terra  da  Feira. 

Algnns  escriptores,  disem 
qoe,  sendo  os  frades  distríbni' 
dos  por  ontroe  mosteiros»  fi* 
coa  este  abandonado  pelo  es- 
paço de  i02  annoe,  ató  qoe 
em  130i  o  vieram  liabitar  al- 
gumas das  freiras  de  Ce* 
mide. 

A  primeira  versio  paieee 
mais  plansivel. 

Foi  abbade  commendalario  doeste  mostei-» 
f%  frei  Pedro  Julião,  depois  i84.*  pontífice, 

louniB  VI 


eon  o  nome  de  Joio  XXL  (Tol..l.%  pnf. 
m^  eol.  %f) 

Pelos  amm  de  iS67,  D.  Hemriqne  (depois 
cardeal-rei)  sendo  regente,  dnrante  a  mé^ 
neridade  de  sea  sobrinho^  D.  Sebaslilo  I, 
tendo  fi^leddo  o  nltimo  eommendatario  de 
PMlroso,!e  pretendendo  mnítos  indivídnos  ser 
os  legítimos  herdeiros  doesta  commend», 
achoQ  a  occasião  propicia  (o  cardeal)  e  sup- 
primia  o  convento,  ficando  a  egreja  a  ser 
matriz  da  fregnezia,  como  sempre  o  ftra; 
o  mosteiro  para  resideneu  do  parocho,  e  a 
eérca  para  passaes-^e  todas  as  rendas  e  fó* 
ros,  para  o  collegio  dos  {esníCis  de  Coim- 
bra. 

Pela  soppressão  d'esta'  ordem,  em  1750, . 
passaram  aqaellas  rendas  para  a  coroa. 

O  infante  D.  Affonso  (filho  de  D.  Affon- 
so  U,  e  da  rainha  D.  Urraca,  filha  de  D.  Af- 
fonso VIU,  de  Castelia)  havia  casado  em 
França,  eom  Uathilde,  condessa  de  Bolo- 
nha. 

Todos  sabem  os  acontecimentos  qae  se 
deram  em  1246,  com  o  infelia  D.  Sancho  II 
(o  capéllo)  e  eom  sua  mnlher,  D.  Mecia  Lo- 
pes d*Baro  (viava  de  D.  Álvaro  Peres  da 
Castro,  e  filha  de  Lopo  Dias  d'Haro,  senhor 
de  Biscaia,  e  de  D.  Toda.)  Vide  Ourem, 

Ò  infante  D.  Affónso,  frmão  do  rei,  cha- 
mado pelo  clero,  nobreza  e  por  algum  povo 
de  Portogal,  vem  para  este  reino*  de  qual 
toma  a  regência,  e,  fallecendo  o  rei,  em  To- 
ledo, a  4  de  juDho  de  1848,  toma  o  titnlo 
de  rei,  e  foi  o  nosso  D.  Affonso  III  (o  BoUh 
nhex.) 

Havia  casado  em  França,  com  Máthildê, 
condessa  de  Bolonha,  da  qoal  nio  houve  fi- 
lhos. 

Foi  um  monarcha  guerreiro  e  victorioso, 
e  cj^mlsâra  os  mouros,  do  Algarve,  ajuda- 
do do  immortal  D.  Paio  Peres  Correia,  mes- 
tre da  ordem  de  S.  Thiago. 

Nâo  satisfeito  de  estar  pacifico  senhor  de 
Portugal,  desde  o  Minho  até  ao  Guadiana, 
entra  pela  Andaluzia,  conquistando  aos 
mouros,  um  vasto  terfiirrio  e  algumas  pra- 
ças. 

D.  Affonso  X,  de  Castelia,  invejoso  dos 

33 


S46 


BfiD 


im^9  trlotopbod,  opp98-fl6  át^QnqnífU»  r 
(1253)  porém  esta  contenda  terminou  pel* 
casamento  do  rei  portQgnez,  com  a  prinee- 
tt  Di  Britei  llàa  do  monucha  dafte- 
UMhio« 

Eite-  oâsàmêbto  .originou  graveai.dèMf*^ 
dòos  DO  tmnOt  que  tedrminaratt  avesse  mes- 
mo anuo  da  1253,  pela  moEta  <kMatbi^ 
de*  ^". 

•  D*  Fernão  Inígo  Lopes^  3.*  fiilio  do  ooi-i 
de  D.  lãigo  Lopesy  veia  para  Boittagal,  n» 
séquito  do  spa  parenta,  a  rainha  D.  Beatriz, 
e  D.  AffonsQ  III  ih»  deu,  logo^oni  i253,  o  se«^ 
DboriD  de  PedropOt   ' 

Casou  D.  lõigo,  com  D.  Guiomar  Áffonso 
da  nézendei,  o.aão  o  tronco  da  oobiliaaima 
família  de  appetlido  Mendonçai  , 

(Para  evitarmos  repetições,  vide  vol.  4.% 
pag.  44^  oel.  1/  eaegoi&teff— ^e  Valli4e 
Beis^  oade  birá  nina  resumida  biegrapftiift 
do.  penúltimo  duque  de*  LouM^  oáMáo^  6 
de  novembro  de  1804,  e  faQeeido  a.  24  de 
junho  de  1875.) 

PEDROSO— vide  €ammês  e  Eagtieita&, 
;  Pfimaso^tide  Ave,  rio,      '  i       .  . 

ÍSBROSO—- aldeia,  TraaKM-MoDtes»  co« 
marca  d  ooncelbo  de-  Yilla  Pouoa  <f  Aguiar 


^  D.  AfTonao  III,  teve  mni<tps  filhos.  De 
sua  2.*  mulher,  foram  (por  ordem  das  eda- 
des): 

D.  Braneãy  que  foi  ahbaãeasa'  de  Lorvão, 
6  das  buelgas,  de  Burgos. 

D.  Fernando,  que  morreu  menino. 

JD.  DimZy  que  lhe  succedeu  no  throno. 

D.  Afíonso,  que  casou  com  D.  Vlolatiie,  fi- 
lha do  infante  D.  Manuel,  e  neta  de  D.  Fer 
uando  III,  de  Castellã. 

D.  Sonego,  />.  Maria  e  D.  VicefUe,  que 
morreram  meninos. 

Teve  QOMO  filhos  bastardos: 
.  D.  Fernando,  Cftvalleiro  do  Templo. 

D.  Affonso  DimíSi  ascendente  dos  Soazas, 
condes  de  Miranda, 

D.  Mariim  Affonso,  ascendente  dos  Souzas^ 
condes  do  Prado. 

D.  OU  Affmsò^  D.  Leonor,  D.  Vfraea,  e 
ontral>.  leinor. 

D.  Pedro  Affonso,  conexo  de  Sauta  Cru^ 
de  Coimbra. 

'  t>,  Roihigà  Affonso,  também  conexo  de 
Santa  Cruz,  e  depois,  prior  de  Santa  Maria 
deAlcáçova,  de  Santarém.  I 


ii.ii 


(ektiiuio  «eoBMltao  Ae  laiittl)  tíde^vabé^ 

pàg.  114, ceL> %^,Mfw^ila:da^ JMt$kh    .« . 

MAo4'iA]eita  posDÉçio  .0;Mlaffi/dM£ttiit> 

SOS.  'l   . 

£'  Pedroso  «m  «ppeltído  jn^brejaBal^em- 
§ú,  cuia  lamiMa.  t!^d'«Ma  Tfiima,  Maá(H  n  m 
origem  aresta  aUmaf  qao  foi  h^iif  a« 
.  Ha  memoria  4'«sAafaittiliB»  iteade  e  fé> 
BAdo  de  D.  Jd«)  i«:aeBdo  isaaiM  aiphetilii- 
taihodray.Riiy-.GfinQalvai  da  Pedro»4  . 

.0^  PeâreBos  xnum  por  atmas^-tm  ea» 
po  d'oan>»  aete  labos,  da  .purpura,  emn 
duas  faxaa  da  «Msma  oèr>  3  fida  tàm^^  Zmt 
tie  âft  duas  faxa^,  e  um  no  -eoalia^ckaft-^ 
todos  andantes.  Êimo  d*açD»  .aberfa;.tiflikiií^ 
nm  dos  kbos  das  aha^,  cimb  ama  âfuà 
ouro,  na  espádua.-  *:  .      i         ■      •  ^ 

Albergaria,  a  pag.  158,  diz  que  o.tfdbr 
d*esta  fanilia,  é  a  moaleâro  da  fiadiMMi(o 
i.*  4tte  íifia  m^cittiado.  A*estei  Uvm;).. 

OHlras.BedjrosoFS  cpàseai  por  nn^ash-im 
campa  da-^prati^  ô.etèsoeatea^  aenes^Mf^aa 
pa,  seajdaada  meio  maior/ a  aobre^elle^w 
pássaro  de  prau.... 

'  Ainda  onlroa  •aam-v^nt  eattf»  daiMa, 
^  cotíeaa  de  púf  pnra,  a  etitrie  ailaa  Aiotai 
negros*. 

Todos  o  mesmo  elmo  e  escudo;  mas  n'69- 
tea  nltiffl^a^  o  tímbre-é  uaaMio  aegfOt 

* 

Por  ft>aixo  do  logar-da  Gádad^hewda  Ac^ 
guesia  d*All^reUa,  sobre  o  rio  Tinhtella^  qai 
ttia  paesa  uns  400  metroe  ao  If .,  aq  aJbaéi 
um  monte,  sobranceiro  ao  oiesmo  riO).eMM 
aaroiBM  de  unr  forte  e  vasto  eaatello,  ooi- 
servando-se  ainda  de  pá,  l^arledoe  paoesde 
suas  muralhas,  construídas  decantaria  mui- 
to beta  lavrada.  a 

AinJk  no  príaoipio  d'eflta  século,  haTíi 
lanças  da  corliaa  eom  ipais  de  3  metros 
d'altiiray  e  com  vestigios  de  portas,  d'arto, 
pai^st  o  ládo^o  mesfbo  toie^  e'!OUtras  para  o 
lado  do  &,  assim  conda  íbasoe  para  o  lado 
do  O.,  a  restos  de  iburos^  q^e  deviam  ser 
08  mais  altos,  pois  é  a  unixtaparte  por  oa- 
de a.  fortaleza  podia  ser  atacada,  e  úãòpelê 
E.  e  N.,  qae  estava-  defendida  com  o  rio,  e 
com  a  altura  e  inacoesslbilidade  das  pene- 
dia»  qae  a  limitavam. 

TuiÊo  índuã  a  acreditar  que  é  eoiistM' 


PEB: 

^  «ou  mAiam,  fm  él^iàiilatnM  e'éiáfti- 
hêê;  foliam  «3  mW  fortiicaPQõeB'  mai^  I09>^ 
eiBiéDle.    • 

'  Bh-MT  que  '«o  leUa  do  rio,  e  en  flrente 
d*este  castello,  ha  uma  inseri pçãofotnáDa 
lurada  em  uma  pedra;  mas  eatá  a  naibr 
parte  do  adno  eobôrta  d^agua,  p^lo  qn%  lô 
BJM  gfaMA  «etiagei»  se  pôde  ler,  e  se  y»« 
éeiSo  eoHieor  algmaas  lodicaçoes. 

A  9  kiloitietros  de  dfitancia  d'esta  fof ta- 
lesa,  desde  as  Tinhas  qae  estio  no  sitio  de 
P9étroêo,  nas  faldas  dá  serra  da  Prêzú^  limi- 
tos  do  logâr  do  Campo,  no  mesmo  termo  de 
Alftrella,  $e  vé  uma  grande  e  oontíimada 
valia,  e  em  algumas  partes,  trez  parallelas 
e  próximas  amas  das  ootras,  e  que  através*' 
aim  0'  ribeiro  das  Axmhas^  e  sobinéo  um 
nifmte  ^  por  onde  passa  a  estrada  de 
Chaves  -*  o  descem,  na  parte  opposta,  atra* 
vessando  o  rHfêirè  Cato.  8óhe  o  monte  da 
Coêttèa,  até  deseer  jaoío  do  rio  Tinbélla. 

Dio  estas  valias  indícios  de  terem  sido 
antigas  minas  metálicas. 

Yoem-se  n'eila8,  varias  cevas,  alga- 
mas  de  bastante  profundidade,  feitas  a 
picão  na  rocha,-  e  assemelhando^se  a  eis* 
temas. 

Uma  d*ellas,  tem  mais  de  40  metros  de 
ftmdd,  aleni  do  ^ab  eefá  enInpSdo. 

Ao  fando,  ao  O.,  se' vé'  nm  ^ande  bara- 
CO,  feito  também  a  picão,  na  rocha,  e  é  tra- 
diçlo  qae  era  a  entrada  de  nm  tnnell,  on 
estrada  subterrânea,  por  baixo  do  rio  fi- 
nhella  e  de  outros  menores,  que  hia  ter  ao 
iogar  da  Ribeirinha. 

O  povo  d'aqai,  dá  a  estes  poços  a  deno- 
minação de  garalheiras.  —  Vide  Trez  Mi- 
nm. 

rtGA— freguezia,  Beira  Baixa,  comarca, 
concelho,  distrlcto  administrativo,  bispado, 
e  15  kilometros  da  Guarda,  3i0  ao  E.  de 
Lisboa. 

Tem  160  fogos. 

Em  1757,  tinha  I2i  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Conceição. 

O  prior  da  freguesia  da  Faia  apresenta* 
va  o  cura,  que  tinha  6il06§  réis  decongroa 
e  o  pé  de  altar. 

E'  terra  fértil:  Gado,  e  abandaneia  decaça. 


HEOl 


9iír 


íégas^  é  appettido  nobre  de  ^r>nagíH,  ^  ds 

origem  portagileií.  • .  '  > 

Tem  a  mesma  ascendência 'fae*  a  dod  tt§- 
jas,  )poirafKbab  ^obedem  de  ioãolMilb- 
gaes  de  Béjà,  escrivão  da  paHdade^do  réi^ 
D.  Diniz. 

Poi  chefie  doesta  taáiilia,  Gaspar  Ixipès 
Ltmça  P^soBéja,  ^dminisU^ador  dos  mor-* 
gados  das  doaà  casas.  < 

O  rei  D.  Sebastião,  deu,  en  I9M;  armas 
a  esta  familía,  e  são:    '  '      ' 

Em  campo  de  prata,  3  pSgás,'da8aac6r 
(pfretas  com  malhas  braneas  na  catida)  ékn 
roquéte,  e  entre  ellaa,  uma  cabeça  de  lobo»* 
de  ptirpura,  cortada  em  sangae*-TimMte> 
uma  das  pegas,  voando. 

O  v^r^  mais  célebre  d*esta  familia,  fof- 
Manuel  Alves  (ou  Alvares)  Pegas,  nastddoí 
em  Extremoz,  em  4  de  dezembro  da  lOSB^ 
e  failecido  em  Lisboa,  a  IV  de  noveníbro  de 
169^,  e  foi  sepultado  ho  claustro  do  eon* 
vento  do  Carmo  (hoje  quartel  da  guarda 
municipal)  de  Lisboa.  ^ 

Poi  o  mais  sábio  jorisconsulto  do  ieu 
tempo,  e  um  clássico  notável. 

Além  dos  seus  famosos  artícij^ados,  em 
vários  t^rocessos,  publicou  duls  grandeS' 
obra3*-os  Comméntarioê  ás  Ordenações  do' 
reino->^  as  Resoluções  forenses. 

Ambas  Atas  obras  foram  e  são  muiio  es» 
timadas,  e  estão  escriptaís  em  portufoez  ver^^ 
naculo.'  •>'  ' 

A  primeira,  principalmente  (a  qae  os  do* 
tares  dão  quasi  sempre  o  titulo  de  Pêfiasás 
Ordenações)  ainda  ho]o  eao  consultadas. 
'  (Vide  vol.  3.«,  pag.  63,  coL  23)  : 

PEGAR— SENTENÇA  —  portugucz  anlí9^*«« 
heje  diz-se  publicar  sentença^ 

PE6ARINH0S ^ freguezia,  Trazes^MoB- 
tes,  comarca  e  concelho  de  AHjó  (foi  dt 
mesma  comarca,  mas  do  concelho  de  Mnv* 
ça)  105  kilometros  ao  N.E.  de  Braga,  370  ao 
N.  de  Lisboa. 

Tem  210  fogos. 

Em  1757  tinha  13i  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  (Nossa  Senhora  da  As« 
snmpção). 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis* 
trativo  de  Yilla-ReaL 

A  collegiada  de  Nossa  Senhora  da  01i?ei« 


1 


540 


FEO. 


n»  de  GttimarSeâ,  aprefiabUtra  o  tan^  que 
lioha  60^000  réis  e  o  pé  d'alUr. 

1  terra  fértil. 

rtaASr— antiga  cidade  da  LasiUnia.  Vide 
Mmie  Qriitêlio,  a  pag.  473»  col.  1%  da  5.* 
Tolame. 

fffíQO— fregaezfa,  Extremadara,  eomarta 
e  eoncellio  d'Abrãotefl»  180  kflometros  a  O, 
da  Gaarda,  e  135  ao  S.B.  de  Lisboa. 

Tem  280  fogos. 

Em  i757  tinha  145  fífgos. 

Orago,  Santa  Lntia. 

Bispado  de  Castello-Branco,  distríelo  ad« 
miaistrativo  de  Santarém. 

Os  vigários  de  S.  Juao  e  de  S.  Yieeote» 
d'AbraQtes,  apresenuVam,  aiteraatiTimea* 
te^  o  cara,  qoe  tinha  24^000  réis  de  rendi- 
mento. 

1  terra  fértil  em  eereaes.— Vide  Pélago. 

F£SO  D^ALMAHCOR— Yide  Almançar^ 
lag6a-^AlgarTe*-voL  1.%  pag.  144,  cot.  S." 

PfiOO  OB  S.  D0MIN608-lagôa,  Algarre. 
Fica  a  6  Idlometros  da  foz  do  Guadiana,  ao 
B.  d'6Ua;  a  egual  distancia  do  rio  Chança^  e 
a  3  líilometros  da  Cérte  do  Pmto,  Tomou  o 
nome  de  S.  Domingos,  porque  está  na  raiz 
de  um  monte  onde  ha  uma  capella  do  San* 
to,  a  qual  fica  a  uns  300  metros  a  £.  do  pego. 

Tem  uns  30  metros  de  comprido,  por  7  de 
largara  e  dois  de  profundidade,  i  formado 
por  graade  numero  de  mananciaes,  que  des< 
eém  das  ribanceiras  circomferentes.  Ha  por 
estes  sitios  abundância  de  pyrites  de  ferro 
granuladas.  No  monte  onde  está  a  capeiia, 
se  TáedI  grandes  escavações»  indicio  de  la- 
vra de  minas,  do  tempo  dos  romanos  ou  dos 
árabes. 

A  agua  do  pego,  é  firigidíssima  e  tâo  pura, 
qve  deixa  perfeitamente  vér  o  fkindò.d^eile. 
Mio  eria  peixe  de  qualidade  alguma,  nem 
mesmo  vermes  ou  insectos.  É  inodora,  mas 
bebida,  deixa  um  leve  sabor  a  capa-roza  (vi- 
tríolo). 

A  analyse  mostra  que  a  agua  é  férrea. 
Applíca-se,  com  bom  resultado,  em  banhos, 
pai^  &  cura  de  moléstias  cutâneas.  O  seu 
eífeito  interno,  deve  ser  adstringente  em 
sammo  grau,  pois  tem  as  mesmas  qualida- 
des mineraes  das  da  terra  dos  Terrebos.  Yl- 
éòPídmdo. 


PKL 

FttO  DO  VmAMO**Ala0âsL,  Algarve,  m 
sopé  das  serras  dis  S.  Bamabé^  e  do  Jis* 
Mâo,  ramos  da  serra  do  Algarve,  noa  liai* 
tes  da  freguem  d'Alte,  conaaroa  e  eoneelte 
de  Loulé. 

A  uma  vasta  alagôa,  o«de  vem  predirt* 
tar-se  a  ribeira  d*Alie,  onbindo  de  nm  dii* 
penbadeiro,  que  tem  uns  44  melros  d'alft* 
ra,  e  o  mesmo  de  profundidade.  Foi  a  ríbsi* 
ra  encaminhada  para  este  sitio,  por  Doam 
de  Mello  R^adanelra  Gdrte-Real  (admioís* 
trador  do  morgado  dos  Monites  Telles  d' An* 
glo)  que,  pelos  annos  de  i690  e  tantos,  m- 
dou  o  curso  da  ribeira,  para;  regar  o  seups- 
mar  da  Mina  e  para  outrot  osos;  para  o  qoe 
lhe  foi  preciso  furar  um  rochedo  de  li  me- 
tros d*altara  e  40  de  eomprímento ;  ceie- 
traindo  um  magnifico  tonell  de  cantarit, 
com  passeios  d*ambos  os  lados,  com  ahan 
suffieiente,  e  occuhs,  de  espaço  a  espaçt^ 
para  luz  e  ventilação  do  tanell. 

Do  lado  da  montanha,  tem  ama  grossa  ma- 
ralha, para  sustentar  o  peso  das  terras,  oln 
de  grande  custo,  mas  de  maíta  ntilidad» 
pois,  além  de  regar  o  tai  pomar  e  outras 
propriedades,  faa  mover  os  moinhos  qne  es- 
tão próximos  da  povoação  de  Alte. 

PEGÕES— aldeia,  Aiemtejo,  entre  o  Pmm- 
rdo  e  as  Vendas-Nevas,  4t  kilometros  ao  & 
de  Lisboa  e  14  de  Setúbal.  É  a  10.*  esta^ 
do  caminho  de  ferro  do  S.  e  S.E. 

FEGURAR  ^  portuguez  antigo  —  jworor, 
pòr-se  em  peer  estado.  (Doe.  das  treins  to- 
nedietioas,  do  Porto,  de  1389.) 

PEOinAL — o  mesmo  que  Pegulhai, 

PEGULHAL— portuguez  antigo— pastor, 
ou  pegureiro,  que  guarda  ovelhas.  Em  noa 
inquirição  que  se  tirou  em  Braga,  se  dia 
D,  João  Peculiar  o  nome  de  D.  João  Pefh 
IhaL  Em  outros  docnmf*ntos  se  dá  ao  mes- 
mo individuo  o  nome  de  D.  João  Ovelheiro. 
Foi  frade  cruzio  do  mosteiro  de  Grijó,  bispo 
do  Porto  e  arcebispo  de  Braga.  Na  baixa  b- 
tinidade,  se  dizia  Peculiali$.  Vem  dfi  pee^ 
gado. 

Hoje  muda  a  significação  da  palavra  ^- 
guViol^  pois  se  toma  por  grande  agglomera- 
ção,  recova  ou  rebanho. 

PEIA,  ou  PÈA  —  portuguei  antigo  — o 
mesmo  que  búraza  ou  hairraza  (baraça)-  i^ 


PBfi 


ra& 


549 


iÉàâlUilid0lloi,itt  Ufoi^  o&m  qoB  weaçaTMÉ 
ommamMM  feroM^  No  faral  de  Côa,  delida 
se  dix— o  qae  vaMm  algum  reado— «m  ma* 
dvtro»  «III  tu  barrãza^  ékt  1  hanlmm  miíal. 
Vm  de  Ferreira  d'Atêai  de  IIM^  se  ié  *--  i>v 
9€tta^,  ^iit  m(»*íiio  fuerit  in  ptMi  úuí  m  bã* 
m^y  «no  ifofiba:  d^  parco  IV*'  coitai:  de 
uriOf  MM  manu. 

IHÒoMoza  ¥eii  o.yerbe  embaraçar,  aòbar- 
M  «neaibaraçii^  pimoporqoaifBe^otalat 
«liio»  plnfiee  oa  motal;  eDleiado,  elo. 

FBlQlMá»  oa  PITOIHIA— ponoftus  aH" 
tl9Q*-pé.de  perioo,  ctope;  B'aqiii  Tem  a 
fftlavra  plúga» 

PEITA— portofiiir  <Bttco-*-ftlé  ao  aieci* 
ie  XIV»  BifêifleaTa  pagamento  d»^^(|4íiaiqQer 
mnka  00  tribnto.  Dqpoiv  applieon^se  ao 
Que  ae.dá  pj»a  eorromperqaalqoor  magia* 
trado,  escrivão  oa  empregado  pobUoo. 

As  nossas  Ordenações  (U«  ((.%  tít  71,  f  2) 
dizem—  •  Peita  promdltlâa,  aeèilada,  e  não 
recebida,  basta  para  UOér  perder  o  oí&iio, 
6  pagar  o  Areadobro  para  a  ecnrOa.  Ji  o  jái* 
gador  qoe  a  receber,  perde  para  a  dila  eo* 
rta,  iMlea  os  seua  beíu^  e  ô  offlèío  qnn  d'Bl- 
Rei  tiver.  £.passandD  n  peita  deenttâdoí,  «a 
nna  velia,  alta  das  iobreéitas  penas,  be  «on- 
dffiaado  a  perpétoo  degredo  para  oi  BraiíL 
B,  sendo  a  pèlta,  de  fnim  de»  doas  miipeds 
de  praia,  tem  pena  à^mfíHfij^ 

PEITORIL— portogSM  aoligo^obra  de 
fsrtifleaçi^  militar,  pMaforpia»  parapeito, 
■wi»-iia,»oa  qoalqaer  eerpo  «vaiiçado  f5rá 
daa  corttana  demaralbas^  pnra  defen  dos 
aMadoa.  Nns  eôrtes  da  Gnarda  ^14611)  pèd^ 
mm  oa  mohtdoiea  do  Yáasu,  ao  #ei^D«  Al* 
flmaor  Y^  «qus^  .ao  m«ioSr  Ibo  ammidasao  4a^ 
isr  bnas  frt^onif,  dèntrof  da  oéroa»  per»  am^ 
faiô  da  oídbde,^  ^ne  i^  daao  .oa:ireoiroiBft 
tinba  sido  qwigiada,  pelof  oorvedoMO^do 
fiattolÉa.tf><Ooe.  da  «amaga  d»  Yieii]*> 
.  BBiSdffA^  pmtigUBZianiigo  -^.pescada 
(peixe).  A  duas  pescadas  obamanna  «héi 
«rtnsria  ée  peáMCOA  Bm  136i^  naiprizen  o 
oonfenie  de  fareoa^  rnsme^o  da  Çapaéã, 
ong  otttode  qnili^  omoig  cdtr«fci^daij»l^ 

IfiLAM-**  portognsE  oBilgo  ««-«iqnalfamr 
IteiBP^  jiOf.  oóiyo^  i^egato^ "li^te,  i^|iida^.i»r 
go,  poço,  tanque,  ou  qnalqaer  ajanuutteiio 


o«lTog»ée«gCHL  I>8sde  o  aeerib  XI»  iMo* 
mon  pélago  n'este  seniidé,  em  todos  oa  wm^ 
SOS  doconentos^  at6  aos  flnado aecnio  %% 
em  qae  se  prMiplon  a  dizer  pigo,  cem  %, 
mesma  significação. 

•  No  foral  de  Ifdi,  de  ildSI,  se  marcam  oo 
limites  d*aqaeHo  coneelbo  e  do  de  ifonr^o 
-^Fer  la  porto  da  Figueira..  ...et  inde  of 
pdato  doCuiUt  et  imâe  emma  eerra do  Ouhm, 
aquas  vertentes  contra  SUadi, 

Gom  M  mesma -signiteação  se  yé  no  foral 
de  Saqu  Croa  de  Vitlariça,  para  ondo  «iolm- 
via  madado  a  viiia  de  Mem^Gârto,  em  IMI^ 
poia  doa  limites  se  ^-^Per  ad  Lagomà  de 
Molae^  etperPriaffo  de  Cucho.  Poidilt^  em 
1471,  tomando  a  vilIa  de  llòneôrro  parti  o 
een  primeiro  logar  ^  actoal)  o  èifingttida 
1  do  Santa  Grnsf  altercaram  os  dois  mncsi* 
lhos  <W»  o  l^Bcôrvo)  sobre  a  divino  4oo 
limite^  e  levadla  o  feto  a  D.  AíToAsq  V,  oOb 
deeedia,  por  sentença,  qne  os  taeslimitns  osÊh 
riam-^ Por  sàugáMèmóói  e  dámpiloPego 
db  €tioi^  e  dalli  peke  serra  de  Gowoêa^ 

Cem  a  asesma  Éignideaçio  se  aeba  no  fo- 
ral de  Agoiar  da  Beira  eoitfoaaMÚtos;  paio 
^PM  ao  Yé  ilaay  páiop»  ao  eorrooipcii  em  ]Mgo 
pov  eoameçio  on  afaiwtta|imL 

PBLABiOá,  JEIAARteâ,  ouPILABlOA^ 
freguesia,  fittromadn^  comarca  o  coaao 
Ibo  do  Pombal,  35  kilometroa  aoB.  doGolBl» 
bra,.á65ao;i..do4dstea. 

Tem  170  fogost 

Ong(v  8«  if  ao  Baplistai 

Dbtrlcto  adaripistraisvo  do  Leiria,  bispa* 
do  de  doimbra.  • 

9sta.  frufunio  |éi  creada  a  10  de  março 
de  1847,  a  insUncias  de  Joio  Pedro  de  Mi- 
goei^  CartaBioè  Brito,  barib^da  FmM da 
fima,  aldeia  d'esia  CregiieBia.  Eélo  binio,.  eam 
bnsbarel»  formado  em  «latbemalica,  oftliop 
cea  em  Roma,  sendo  al|i  Dosla  einbabmiloe. 

Nasceo,  o  barão,  na  Fimde  ãa  OPaz^ 
qpo:  se  i^oasa^a,  odi  ijU%  VHààdo 
JNoH  nomo:  esAstat  dè  Bma  eaorip^^m  do 
reafuramento,  da  ^ntnf a  da  MtamipKM|iioilÍ| 
Mdba*itaed'e**n04  fcaoetededOrOM- 
leiio^aBMff^  Lma  ám  Valooneollea  e  âoMO 
8  a  PIdlíppa  do  Ifofoes,  tiiifa  dè^Msmaá 
Dsrdeo  BidéUlD,  moradoia  al^meimá  folto» 
ta-'da  Faiariga-  -    •  t  -   'b  -i»^     ;   b-  :- 


569 


PEL 


oygimiitohò  tíflha  zqoMm  lÉUttmmtwàméè 
sappiicio,  Dão  |t  haTia. 

OoDio  eati^  ttSo  tsMioDavt  tiar  MlJNiho 
daseoTolvimeiíto  a  esta  obra,  nao  vêfiiiivéi 
Mist» «a ondeiíava de  ter rec» gerll; o 
qm  feeij  .e)é  Teriade,  é  qae»  de  leoipoa  re* 
motissimos  davam  aos  pelonrinlioi  tamlw 
anooiédk  picé(a%  e  em  Tiamia  e<  oal^aa 
lerl*a8^  ainda  ha^^rva  da  Pkéêm,  pf^oç^  dte 
iPifidto,  ett. 

Talvez  qaè  ae  deaae  o  neiBe  de  pteóta  aot 
lidoiiiWiei  qn%  tlvêseem  ea  ^qnãtro  gàn- 
ehoa,  1  é  de  pelonriíiltaH  e«>  ^e  oa  oio  tí^ 
vease. 

'  Aioèa  nisde-^eoi  nmitat  poToaçlee  ^ne 
tinham  fôrea;  ha  tradiçia  de  n^Urier  aide 
'«ReeatadD  alfum  erimittoee;  «ie  anita  aos 
peléiHliilioa^  pela  á  exeepçio  d»  de  Llabe% 
eu  que  foi  exeeatado  nm^adete^  per  erine 
de  íraurmidio,  AneiiliàBaioiiiro  meceiíata, 
qae  tiwwejervfdo  de  paUbolo. 

Tlaerbo  dif  ^mpioóíã  épfkmrkikê  mm 
aMoê  0  0tNfoimj'€ihé$  m  eHmmo9m  erffin 
'MpofM  tôtarfpiiibff^^-e  que  partee  «oito- 
'borar  •  taMlia  asppoei^e. 

Diaer*  >e  maaiM  eaeriptet)  ^ne  «  jmMbj^ 
ftqmd  de  juri$dicçõO'Wk  nada  me  conlradii; 
-perqaiii^taiiibefli  a  foTeaerà  signal  de^M^- 
dd^  éé^Mnilo  dê  tidm  imar^  dm  «ná- 
-aolA»!,  b  qn&  ledo  o>  ««Mie  o  «abei ..  > 

Umà  ph-diilio  de  D.  ioid  11,  trti»llendi»  en 

14%,  DMBida^»  a  ^mk  de  IfUto  degradas 

(Tramesi-lfoBlba)  feaba  fmm,  páaoAa  afl^- 

a»;  teia  -por  fseo  i>fUar  a  ^Mkoflmr  t  >^- 

-tfo)-villi^di  Bragança^     '  <-'-:  ■  i     >'  •  •' 

AfeiUMio  Belialh^ida  Giaala^?!»  anli^dai- 
crti)ç*»lape^apMa  tf  àtUMpi^  dtf^oMed^ 


'drFai««^'<dii  apaf.ia9:. ;    -     '\  -  •  i 

'' --ilfeBtaiicaiisaacrlBies,  ee  ie«  •aie^cmi- 

«enMladM,  lá'  propor^  daa  laineidelfeiea, 

chefafldoiiiiiAovpelaMslMrotidad^  mfk- 

déQip{«fMia  «Mfflia^Mni  a  «niiexeÍMifia^ 

'^  de  o  peloarMdio>«iwiaae  pau  pAtílfeilo,' 

'jtfle  lei^  ^eediaa  dÉMT^cftna.-efelQarf- 

nho.»— Nem  é  provável  gne  para  nm^in- 

'  "  ^  Mm  tinhan  4  farSea  de  í^rm,  tarai- 

*4aado'eaiféma de^ gaaehoi  entreaUnhaati 

na  extremidade  ama  argola  moveL  ••  •  '  • 


aniiaMHiariMasppiivii%  jiD 
lHeêa  lanoao%  :oaniQ 

jQlgo  pois  qae  está  qoeslãa  Jiiiidâ,  pmmi^ 
q«aalo»i4aa  pqr4a9Éi#«.*     .  ^ 

lO  GM.  AV-  (i>.^  <A  «U..W>  sMua^a 
jMBdatrnti  <padeihif )  cmnéimrom  f^am 
râ|o»dacdnt^ioa^.aigoaéo  m»WF,ãs 
beiro,  fabrleantes  de  tMam  é^  jiáte> 
Mpos,  tvfaMHft;éte4  ^raiff  iMte  &«  tti99a- 
tettem  00  |iImv  /bf dpw  jM^fine 

Nio  havia  a  mínlaa&tiBillori 
tniecio  àoe  yeioÉffiahoe^  «rodo 
dava  fater  os  aeas,  jm 
•.habAidide  do  pbdnfano,  tomim 
{Mia  kao  era  applia^di 

Maitos  peloarinbos^  em  Jogar  doa 
obeaide  iiito^ainbaa  n*  tdfio, 
uieaaa^  eailàtBs  dp  ftuitvto,  iiiiadi<ia 
dèa  de  fMrr%  e  nurito  piMeléâ  oaaiMi 
ipaWa,  dode  oa  dejjqawiite^  .oram  <apflaMi< 
•vergoábaeiriMo  pnUieik' 

BV por  lato  fae  oiadn  hoje  .mgmM$é 
wpÊ9mmú  âêprê». 

Koe*  petouÉihOi  qab  aia*  linhav  a Êi 
jaioi^  draaaoa  eriauooaM  oníaffradif  «^ 
le— e^  ae^oajttiaei  erantowi^  «atdaiMh 
08  suspendèf  panbaiao  doo-fataoao'áailp- 
tey.  içando  alfiiiia  psimoa  adiMa  áoioÉlb 
.  ▲  oaaw«  o  o^  eaÉida^d*iS^«*r^Mii> 
estabeleceram  ^aa.ÉWèi»  wÊmtmtmdfmm 
jMWm^imtú^éê  «raiao  mUJ^nÊiêm^^ 
rottbavaa»<a«i-pdaoainnedÉdii  -  f 

AáaialgiamadWlMnt '••*'•  • 

■  <ttnftOb£kMiioeéfliadMa  ojwaibiá»»» 
;e^io^dooaa»lf»»  pétipemi  dinhtlaa^d!^ 
-artaisi>df  aiílharotioai  por dottandMiM 
e  da  pelor,  por  trea  mealhas;  e  o  airauMi 
-poaea.  o<é>idvéiha»ipor;tièa^ MoÍaiansf»t< 
«pMyttoi  domttMr^ifariiei.potTaoftidi^Miis 
*-e  qae^.  leáÉir^eanicotto»4iMrtanr4diP 
pemn^^qab  i^ejio.  aaaopnto  ooidaa»  «ipeiM^ 
no  na  picota.  E  qae  aqoel  qae  tÍNfAor.#t' 
■IO.' Veii<oainta(OftffiM/iM|  peseaipip  Mirt 

IdrOsiadMaoiaoaaeaoaat  0êm9$mmm^ 


de  vento  os  animaes  e  a^^ea.qaei 
.  'Sv^àÍal't)ai^'We'bãfe%Mflrinf( 


.i: 


■    1  > 


J 


m 


TeE  áÊÇÊÈtmtÊOç.qmtptpBmmÊnUÊiÉáúê, 
e  azoutem-no  pela  vila. . .  wj.^  .«r.  ««^  k».*.v. 
B  taià  a  piaMfet.qoè ^wr tMi^  <|Dft  tt>m 
Mfa.  áB>  f  eift  ts|»  J^õiL  MAImoifleèei  ott»- 


do  Porto:  / 


•Qo6  eoifiualo-^lalftleHfedelttlonMlet- 
M  ft  EK^rai»,  éfliieB  ai  fiaétirai  o  pam^de 
.4  ifU/ailg flOldlafl^.iMti ftotena gaahar 
4Ètét»0m  taigi^fpaforéodpt  oa  gaalaa.  K 
qm  o  de  centeio  o  degaem  a  Mí^ealdoa:*  p^ 
«•dé9%»ipelai  prhwiffa  nn^  pafaiiieiSO 
Jitaaa^pala  npiaáa»  AOOi-^.pciat  tereelm» 
-êênm  mpiú$iaitíÊ.p  Hbt.  da  oMaMú  4» 

■  I  *    ■•    "^    »    "^      )  ..  ■  i) 

Disse  na  peimMiflià  aufetifa^-tanda  pe» 
la«ruriHii>tanÉ>aD%  lO  é  veBiade4   ^ 

O  OHia  MIo:  da  todei»}  ^  «Bt  eeliteeimSas 
o  adul,  di  LiafaMi  <4l*  ^^  pii«  «Ml,  aal. 

Aiad»a«iaieat  waiiat»  noa^  ia  ni»  fri^ 
aaMliiddKi  peMM  fadaa»  aio  da  aNhitttstB^ 
-fft  g«ilia%itt«iDina  «lafenadaa  do  oorioaaa 
€wl|Haiaa<«  it  a  i;  .»   '.•-   )  ':•*  ■;  .'!.: 

Oi  de  Gastello  Mendo,  Mogadoaro,  iM» 
Bi)Mia.8ab«gal;artliKdèiÉMai.  •  v  m 

Bnwbtda  iaai;*HnyMi  idndallii,^lgaft- 
do  tef  aM  pBMoHiilieaf Mi^i9S»Qla  dttfp- 
fMMis«.daif»Éiiinat<^paHlo«flia  ena^eMo 
«MasMidft  «i^-aaifeoD  padrin  aonHMf 
BMiratiTO  da  aotononua  da^iBfia)» 
4mipÉleitiafcai^*aii'imliiiwni. . >  .•.< 
u  A»nMiorpiiiapaidai^'^artipilaieat;i>H| 
•«•a-aattipidar.^afaalpfip^i^láiíea». 
▼am  erfnidoa,  wHÉrdaadmaw  paiiMdnddr 
pjnèwiinrdaatelaÉBlidiia  ri  n  o-.A 

/.  alapada  a«Miea  aadaaeaidDi;» 
•tilll^^MBiÉda  «drtr 

da^pakynifipalovpÉBlM^iaataMa  i^a»  da» 
mi1iaiapdmdHii>ai.  •'.     >    >  ..< .  i  ■.« . 
•Oe  vocábulos  pàoría^  jOorhmíy  ipUmmm 
-fáUríÊim^ji^pi^ármim  mnMmÊHm  bos 


oaliafa  «daar  aaaahis  Xtt  eiJUli,  taai^pa 
f  rança  «ono  «na  Inglataria* 

Saaval»  4h'  qiMj.ADi  ama.  esarí^ni»^ 
iiMí^M  naiaiaMvaí «ai  .p^^^  na.pra«ft  da 
9um  oBda.  aa  yaf  iaai.M/.eieeii|$es.     > 

Davam  a  este  poço  qnMia  de;|Ni^é|Mi  4%- 
dus  Lory,  d'onde  se.e^Mlne  avUM>iwA»irí- 
nbaWaKmo  nani^-A)  laLpAgo,  quOhPflMn- 
aaaa.iai  psvWansaakainado  lõry.  . 

OM'aa  dfrtf  am  -apajavra»  da  pila,  o»  pí^ 
loriUwm,  etymologia  que  psrfoeions  vara- 
símil;  todavia  parece-me  nMâa.prqdafilf  a 
opinião  de  certo  lr|d^#«a«parBate&idQiqpal 
pos»uo  nm  manuspiípto,  qoa  basian^a-PM 
tem  servido  n'asU  ok/Uk.  i  .^  ,  . .  a 
.«  iUa.>alte -qiai  A.pataira^paUoiirifiAt^^não 
ai  .éiciiv;aida  .klioi  ma. da  |ia[iaaa;.PH|i 
fpa épaHiigmtt a  amita  portigpmai adir 

minativo  áôfellcuro  (bala.)  .    ,. 

..Fmda-sasklMaft  do^fiRada^  aii«iia  a^nviior 
•doa  palamnibaii  .sio  ii^inauidoí  mt 
bala  da  pedra»  axaMaMUta  da  fftmafi 
da.  uni  palaiuaiíi^ivi^  4*aala  aJwnmitanri» 
iha.piofamíaMma»  . 

JUH  aft  MUni^pfil;in».oantabi9e%  4» 
^pial^ioa  baapanhaaa  ãmnm  »m^  0«4i— 

pemha^  e  todos  os  seus  derivados. 

IflNA-frtegBaai^fistraaBJ^nrai  paMpn- 
cente  ao  bairro  oriental  de  Lisboa.  , , 

t  ji'aai»  toiMiin  a  PMilainikiiiaaMde 
«iPM*aa>(if«i.i^.iiMi^  J|i7i,íQaL  4.))  a  o  .da 
freiras  de  SamaiAnpMi  (&•* foJU  Mi- %)9>S^ 

h\  Qail0i^>iBo  baipiíat  da  9-  Lmi^.f  dpú- 

uJk:$imi%*itífm^xrim  dalarpc^aa  frapaipp 
fdsaajMSi  da4sila  Ami,  (fohd^sda.  i«7p  mv 
<ri«4alaiimBdadaVefi9;  maa  bd^viegdfíxdafr 
laiadigdicisa  <HMn»^i«i«rd«inoi  do^S^p- 
aittoriía  aa  «ali|iiaa%  «P^ipqipío  dq  saai|- 
toXYUI»  aAconíhiriaa  a.aMv<^  e4i4pa(W 
QHKmaiqilaa.  tm^9i%  .vim^fm^xW^f^ 
Miâ9&  ^lOTaAo|aida.4i7«Si  dMWfroa 
aitaill^^flisa»  aHaijau^ »,  «m»/#m*A7$9  Já 

i .  |IV»iaiAwiPfiai  iaeiMiii,.(fto.»ra^^ 

d»  jw  «  daa Jr(tiip(4  ^  imipi 

aM|^Vv{   st)  .Au     •   .<   >■,>  ,»  ,;  /^  »„ 


'«• 


664 


tm 


no  dia  de  NossaMaiioftt  (dá  Jtanmfttio,  H 

'^  Mn  «âiAltom  tf  eMár  llra|«MbH«^  «uipa  é 
Jardim  -te  dama  Anâ^e  a  praçu^  4t  tanvoa 
^^eaia  iiftnoÉitiiiitic»>  *  •    ''i 

'  fOIA-^Via«  CMra.  -     >  -   t  .••     > 
-•'fmáL^fregiMafi%  fras-o^^Moitaa^ba^ 
lho,  coAiaraa  e  étittfcMMateiMaffifliifoi  ia  - 
¥illi<^Bèal,  M  litlMlatmMi^  N.«^  éa-»aga, 
969  aor Ni  de  Uftlknk .  '•     -•'    '-  ••'*  ^ 
í  Itotn  180 fogoiiL    •■•    ^•'  »  •»■  '     "ííi* 
«  Sm  1757  ciaka  no  IbsoiB.     ^         i 

Arcebispado  de  BfVfi.     '     '    '  i'  <'  ' 

^•falfgfoaaa  do>tioaièiiio  ii;S.1íé»oiyiDo, 
t9>Bâl0iki,  apreaemanDi » i^igafriê,-  ooHaèi^ 
ittié»  tiélia*IO|«)0  iM  «0  «Mgraa'  e*  oipá 
d'altar.  v  *    '     " 

>  nià  ena^ficegiieflla  MMaia  saabnmido 
Vário,  pelo  quoMsó  proéoa  0MAete»,i:eeMiit 
1^^  tHg»;  HaaaiÉi,  toiittk  >8i^iitÉa<è  km 
iMttí».^È  abdodanfe  4«iakilu^  ^aandiiiiiaia 
de  lobos^  rapozas,  eoel^  labnsiepofdiaak 
ètíM  Haaimne  gsuio,  «priíwi^AiittBaia  Mftts. 

O  fiíea  alfiBia,  q^aaio^ker  «áaartfo;  êvMm 
sandaTel.  •'   •  •'  ^    *"  '•  -  *•      «^'^ . 

'^Yèaa  mtaM  de  farK  -yie-M  «ié^lUo- 
ram.  '      •  m-  .  -  .• 

PMa,  <i«e'  «MfiiMeaia  ia  «ibMffiâ  T^ãui, 
ateiiifioa  peéÊ^  ^kxÊâmn  toma  cifMmta 
litikiadí^  ¥léB.á  Fêféa  NgiAiM      ^  '-^  i) 

•4lM^(Nííçiè  iittitd'«flllti,<e<f<il'«lll«i  Fel- 
iam  donataHas  WMk,'Uê9tòmim*é^^Ê»' 
IttgM  (aMMffèalerf*  «a  'Mtiiáa^  iS^^Cáda- 
^  que  làe  demita  fiiH  ilft  1Miii|al^  a47 
^  aeieiíiliro  de  1391;  IfGM^/M^  iiH»i8;iL» 

ií*y^I».  Minttel  iiiê<dèir  iWii  'hd»a»  a»'»»' 
ftei,  fr 46  de  «uílo  delMH  \Èfi Mà  fóka^ 
mtí»bit'dé  IfíÊt-Mimilk^  a;  » <r./  aali'  )ir> 
9lia«a^  tt^eeilb  llfralJMiiMrtriíi  aetiAdm 
^Aciia4i«vii*;  e  oa  êaiaaMeu^ttdlM^ 
Boamillo,  dólMiMdcil,  ^do  MéMto;'  êMOn^  í  nha.  (por  cuja  t^ae  paaaa  o  rio  Mondego)  pa* 


•jraaa  aegalrtaani  Bnoai^  SÊB^iw^nmUií^  B» 

JfáítiBlMrâiato^ia^UB*' Soafearito-^tfiK^ 
Valia 4e Volléda.      .-    <:    : 

«ÉnçaHdotdooMho  da<9NiJioaMf  iiairfaDM^ 
«i,<«i»lBlo*»diiridíÉaaaÉli»V'  hispsfàm  o^iW 
iometroa  a  N.E.  de  (Ma»r^  W»m  Maito 
da,  18  da  Lonsan,  18  de  liortáguaL,  12  úeFê- 
Mihía#0in;'^  géÊkmb  ÊeaAré^tú^^émti, 
e  SSO  ao  N.  de  Liaboa.  <-  ^-  t  "t  ivj 

Tem  680  fofos.  I 

i  ilrafa^  Nauiflanhoiv^dB^Asaimp^  «^ 
^  OiioataM-ilv  tei|ta^€lfcm^a«OoifÉhHi 
ipraaaMata  9'|Mai^apB«Uadh»4fiMÍIttilè 
4ar  raadiflwift)^  i-^  •     *•'   ^  '  ^  » 

€^iaaaaeliio'  4e  fanv^^&iraf^  <  MlMoadé  pa 
JiB'»frègÉe«i»-e(f|(Éía*a^  tiydastm»  Mapaii 
*  Qoiiirfn-*4Garitthoi..FMMi«rMdff9;f^ 
gueira  de  Lonrio,  Friames,  LorTão,  Olh# 
ra  do  Canhédo,  Pena-Cóva,  S&zes,  e  TrãWh 
oi:--é^aodà9F«9m/SoiOifft}|fMo  •<.  >.  f  **-  • 

Até  (1855  ttÉki  a<ft  ai9»<Ara«Éoafd%p» 
aniBf«^^GarfallM^BIgMi«hdo  lidr^ 
iia,  fMaitt4va!«<Sa:riia,  ««Éa.  J:  iM  «Vou 

D.  Sancho  I  lhe  dea  foral,  em  deniiM 
É»  ttMÍL  CÉr^<K^MM«ftev  invaadk^*»* 

firmou,  em  Gofaabra,  a  6  de  DtftatfWrdi 

D.  MannaMlMi  dliií«ai«lte«0^  é»  MM 

iPM«ÍB.^déaÉmiffyá0<itI.:  fÊjMoHÊÊífêtm 


(••r 


êò  flarièo,^e€laM«a  Vill«i«Mmn«i«á^il. 
ia  dePtoytt^  da  lJÉée,<<dlk)^^  ikMiift^ 
1%,  d»èrM'n^«énwiM,<Ai'PIMad*l». 
mrtf,  êâ  qttiiM^ifliMn^  d<^ltiMI^* 
Rny vai,  da  Serra,  da  Sobreira,  da  Tattpfi> 
rai^  d»9<èaiide  •'VWa,  dn^TuMau^^^i^lo- 


:f«(  dèfUii  oi  tiaÉiwatiiêa  fM«|Bd)dii- 

É  ama  diatmàJaralligaaywinfcaiiP» 
«Ca^fTtalMBidahp^adÉNlirMa^  oAioa 
m^MUft  da  aaa(|Í!Byatoafcaiè>aJlai  »»# 

Eatà  a  TUIa.éliMMainÉrttafli 


Mitefio  a^Aia^iHfeM  taiMiea  iÉa<«iiUâ 
ffrtito>flia<faaâ>><»»ièrileititwdW»g^ 
Ma^Qai^  eMÉMianor tlnpai«tfí«^HM>* 
300  fogoa,  está  hoje  vainaièii «' 


FEV 


6fi5 


Haiiafct^lMf-^witocm)  -^  lo-â^  ecMKMde 
9o9Cf  et^é-m»  o  da  Q»iiB|)ra»v»iO'é,ftMi 
bMv  «MD«><âe<€oiiiiira^  » oob  (xétiMait» 

ihada.'--'"  l-    k- 

GoaMft  fi9^€ittlMQpoB<reiiolinta«s»l6i« 
um  eaatello,  cdjos  ve9tí9io»*MiiéviiMii  ok 
QOv  «Mflii|iâdft.4MiÉe^  êJ»S.  da  irilla,  oDde 
]M}»4ilá*M||;i«}ftWrtn|.(£fÍi  monte  ó  qoa- 
0l*<«lhJte'«i[>féaid<  aokre^»  ifondego»  mas^ 
mpêãm  ^mê^  ^mà  cUteiHo:  éê  oliveiras. 

O^IMrtn  itacvalhrteCDaÉi,  na  sua  Cho- 
V0§mpkíky*^Mam9^qm^ 4>iimeira  noticia 
4r«ala.iil|a'<latt  dat (coatenias  qae  os  seos 
WMÉD^^cmram^  cesèos  iionges  de  Lor- 
Tão,  ein*HlM^;'aaqfMH»icoHioz  o  eonde  D. 
livirlQaote-dlsfitte  Du  a— ha'»tá  aadion 

'  Aiiida^ttlttem  itaia-^ai  j«b  ifàçm  ém 
éoqaiiaACadaM  ^|t»fKliBiíi»ifositat«éúè 
•Mtoi  da*4)4Miira., 

M.jl^iiitftiçifcjdè  í^eÊM*Qémt><^Tmm^à9peá* 
é«ite&«da«  wfídar  daTMitÉgal,  v  éBfim»^  4i 
«Biregi#or4eGolatHte.i.'         ■'•(•  •  •-• 
À«i«a  4pB«i8S0oi^:a(fanrBiiá  rtla  biémi 
lho,  de  E.  aOi-H-eder«Mnii»«NtfOf iTiM» 

<  OilMiaeio^ieQit»-aiÉMÍMi^  paaaifcrdeg- 

IVD  da^peiPteroM^  aaTAbeiíad  ^á»  rata^dr 

6oMlM%4«'ii«iÍAroAg^  /que  «látt^iMÉtrift 

n'e8te  coneelho:  e  a  i2«  Po^Êmá,  ^  «afira- 

veasa.— Tambea  nfelM  âuaipiíftoaingAtos 

de  JJem  dú  BiofAèmftiêim^nyèlU^^im. 

^  àè^êamnématúà  nao-ífedri&aarMHo.) 

Aiprl9BipililidMrtaérei«teltai;'i  itaa- 

tegaçao  do  lfoMiogv»>  t*%mii  'Êéi0Êtnpi>à 

maior  paMs-^dot  gfeÉs^nojKwyvettntiÉiiÉdo 

d*fRttio-topniiiiisí«,  fftftiarfigiMiliSda 

PoB/M^4)Mi»faim  tqu^Ne^iil/iilliio^^l- 

Jriie^aNÍti^4tiliai« Miro^tiMAflit  *.  . n 

l9eiMc#/t*«ifte  eeaiKàaqi^—liqwinÉaa 

povoação  de  tíondolim.  (yi«i:FMirf%rJÉc^ 

I*  Jlé'fiitwf«'d9LogiiiO!;  eÊMk  «Mfelèri- 

ptnra,  de  liM,  qlM  «rtiunift^ttoaçi^,  Mia 

per  WitfiÍ<;.ÍqÉifc.toMHel»41  iilàtio. 

A*a  É9CMB|Mi«lli4»liii»tZdw^'rinMb 

sustetUo  dos  mançêê  qu^mUiétiui^M.  (n 
iiiMiririè>írdh íorfiÉ  oiiaíB  aigitiil oMior- 


mii*Aeairi|Mt:âM  Mai,  e  d»4«p-r^o  we 
Iftr  ctoQliaeesindoaf ãfr^^tuja  ttcoouniogàr 
do  por  Dens  Padre,  por  Jesns-Chrialov  e  pa»> 

< '  A  ignià  tetiiri  é  am  limplo,vai0^  e  nmi<- 
airdoceM?)  eito«att  âltaves  (selftáoPiíaM» 
tãa  éidicadottâ  Hoesj^Ãenhora,  mm  tensidi^ 
imptes ■yaTJaaL   *- 
<•'■*•    •  "  '■^'  *  .     .■•'.•»#.  . 

Na  ambUo  oatr^ora  oecapado  pelo  castelo 
K  «íflil^^umtigafMpeUa.  d*  iNbstAj  SaftbDra 
da  (Ma;  Ik  «n  tf^^ptoiittboiptqiMna  •  pi>* 
M»,'  aAò  «OBlott  âlcar*  ií  ttraditão  qie  «tta 
«rnidft  Ai^a  pffnitHr^tfliifejaiparMlttai  láa 
viMtl  ^Mm^fcemó  «iaipeqncna»  ewK  ailio 
incomniBéi^eeidQWlNliii^  BO^feeMiki  KVi,  a 

BiiiiiB  tCwtirtalwAtMMiwn  ctBladoiw 


ta  Senhora  da  Gma,  aqníaittandarilba 
maiif  dta^iaftAeaple)  paién^i  #««#  Mie- 
M«Hiaiilarétir*aikar  e  saa  dMôo^  AeÉKM 
pB«'le8lLiÉMMo^  à^Aeihora  da<^M%  «n^ 
luMMjfMt^g»  liftha  n^etia  vUia»  pan'  que 
«noa  9  Mi  nnâíflMninÀ  ée  imtiiHffttiwe  a 
enH^  áandft^Uià  aaiar  liipilitwdpv  • 
t<'fCM«4:toáEk^Atglmia,i)iUQ»  «mom^ 
e»é  «oaeiikn  ,irJMfttiMi»^|oè  dttMUffV 
-cá^èá  Ima^iílni  iqwíím  da  FalgMiiviâX  ^ 
klio«eMi»adL  ^ifinim  iSQO^mN.  da 


«•' 


*«  <    I 


■*»  ....  < 


«   <      1 


dSniiiPttahatiiafi^OB. 
€i«g<n«.  Mirtfhhiviíía^ 
ApaetiipidO'  d»  BMga,  étotnieln  adMinéa- 


Ponibelro,  apwtiuiai»  »  vigarto,^  qae  inba 
i  t  airMrMtiU  €^  jMlia  «aio  èovinà. . 

MlláiD»Mi»-^<«M»  #fAn  *i  Jíter. 

iMgiPfgftÉMWi  piiHiifcieca#i»>4»> 
•l»t»Élii9  db  «I  i|Aaâl  Moa  «oa  iéamn^  m 
aeMàestaifana  'Ars a'  iiih|iwnyíÍi,<toQHa 

IMÊÊli 


ms 


S56 


«iiids  que  9ãò  eomsM  laofei»^  teiia  ot 


protoríMH  pilatft»  torfiet,  «bteiu»  4«ili»* 
nesu»;  o«  iojiirioM»  e  eakmiiiòsts,  etvirà 
qualquer  pMSfA— cmii  «f  fnoM  Ihê  fmiam 
vir  o  Mingue  à$  faces» 

No  fiirtl  que  o  rei  D.  MttUitl  èna  á  villt 
d»  llofsáotro,  6»  ISli,  t»4la  qna,  a  Mlâ 
peaa  «e  dea  priiiietn>.a  boim  da  «um»  • 
COIMAS,  e  depois,  de  iNDizi»%i6v«Dicus.<Bap 
tio  já  se  dif  ia  pena  de  sangue,  ou  pena  á'aT^ 
ma') 

Em  tt5i,  foram  «soqtosida  npr  áÉdímá, 
«8  etcadflirof  de  BragaofA,  qns  Vttem&m  tt- 
mas  •  «avalio,  •  moraasem  diatfo  da  iriiia, 
0a  no  sea  arrabaMe^  jvlvf  te  (êzerem  ae 
tau  inái%iai$eitomnmntêy  ênttfmeiim  caem, 
$10$  quase  a  igreja  Ite  «am  veioHeki 

No  foral  de  Bragança,  de  lilè^^ao  di  áa 
inákUue  Bome  àa^enaçaêarae^  è  eaeegm — 
^ dadara  qse ae  tftodwsM  lavar  d*aNi  por 
diante,  n<aqiieUa  serra. 

No  latal  novo  de  FMaa  deEitiada  i  Gte^ 
la,  dado  emiSli,  se  di>-*»il  P$$u$ée  tmgiaê, 
fue  4<nuêa»a'io  #Mii  meUgaiaéêí^  Aflua- 
t»  Hetriques^  $efnkib§ú)$$te;  gotmfia  «os 
««piwiiía»  mwii  Q  gsftfSHnnr^.flM  «oíor  o  asii 
viiifiAo,  <oiraiio  amdii  à^eUti,  $  diflluMao 
Ml  SIM  -Mai^'  fKiyani-  fiiifiAaMbs  náis^  »#imi- 
viv  wM^  aif$ie  f§f9F  pMiiMi',  aMs  0M  fllaeia. 
«^  ^  ifiiMi  «dter  MMSM».  o»  £M^  dÉiQrv ) 
sbiusMrtfi,  pagtirêAnaoecetiiâe  réiÊ.*^Bo 
juiz  que  os  julgar,  levará  a  $eptima  parti, 
-—E  por  todalas  ouiras  pe«aa  *êsr  aangUe, 
contkeudas  no  .dil0  f)eMf  .m.Mê.patfará 
mais  que  duzenêoe  vtò,  érfiÊêlquer-mumei' 
ra  q$m  sangue  4irar.  K  tHúi  sm  rspàÉrnuv- 

OUB,  SE  NAO  PA6ABÁ  NADA.  (fi)}ái  atmU$$,a$h 

mãopesraaMz,  Êá$iaaa$$bq$Êemiom$mno 
$ttrmiêOie.de$uira$orte.$sãai  .  .•  .  ;;  i 
Já  por  «Una  santeB^B  4»  èBÊB,  Jiafia  éapla- 
rado  ovei  là  Hanaei  qua  Di  Uààla-áê  Meh 
lo,  náo  <iMa  df^eéto  algillKf»ikê»^íM.14M* 
«a  dsAoafrtM^  <0  «tttfoa  dlliMfta^i^i*  Aiixo 
4e  ispria  á  Giola^  o  tttiUttiD^fQtpMto, 
•  mevoáiqae  a  M  DiNáfroasoil»  »aile>nsil- 
.fllo.p.  Manasi^riieranamjeB  Hiirida^Vaa- 
-OD  ArMidee<d«4a^paiOf-*eBi^tao  aéoseBte 


MSN 

ptor  SOB 'vidá.  o  80  aio  eglamdltm  á  viaa 
Jaraeo  ql»  eika  vã»  ohadwBfSi  a  eauyb 
aaséra  MUeata;  patíft»  foi  prwiso  eafei^ 
do  iBeama  MaBarca^  és  IKBt  ooBta  a  ■» 
ma  víava,  qae,  nio  tendo  foral,  para  Jsnr 
oe  «amasloos  IríMoa,  os  exigia  por  m 

£su  seafc>ira,«íágia-4)s» 
da  o  paaaafairo  q/aa  alsaw* 
aaasa  a villa  ésFieiaot,  ain 
iaroNH  4ft  ráia-i-doia  aàqpuíia 
de  cavada^  da  cada 

.  a  I  jpfMtda.aBUfii^.  <k 
gehroe  ravals  em  iMfar,  ena 

\prmdea  daatavaa 


/ 

O  rei,  détarmíaá  na  oiitma  8anteiiçs,qa 
— €a  Eé  nio  leve  Passagem,*  mam  fiorêeg^ 
$$ÊÍ9ú  èsa  qoe  paasavaoa  de  Partagal  pm 
Casleila»  ob  da  Gaiteiia  para  Forta^àl^  soe 
algamas  mereandss.  oãa  Me  kvè  a  hsi 
dis  aoB^MM^  -poia  aio  tem  Ticole.  ft  qas  « 
4sia  alqiisirea  da  cevada,  ae  ^esMlsia,  ey» 
nba  o  dinheiro  em.dapaaito»  eié  f«^  p^lt 
Imíbib  da  Névoa  Farae%  aet^a  aa»tiM 
fliaáida8  Ihaf^artsBaam  ee  aiat 

PENÂ-FBRRU  -^  fregnezia»  ExiaMSde 
na,  eamaaaaf  aaBeeiba  ejBato  e  Cíêêi$,  36 
JtíleaMraaao  Ka  daiialiaav  a  e^iapalri» 
ehaéee  diataioio  adadaiatrativok  pasteasa 

Xem  dV  Is^sa^ 

flmii75liiB|m»lloiD8Lf 

Orato^  ft.Padro^  apaatolo,. 

Maneado,  Baa  &r  doBiíBgaa  deeada  aai. 

h  mita  spíaaaetatB  o*  prios^  ^laa  tíihi 
i(ÚQ#IM».rdk  de.feBdifl«Msu 

ÍM.  BdlagM%  isam -4  Iraadeiada^ 

Rahk.amaia igqs  paaieBaa.a aeia U$t0^ 
aia»  vidaCfalre;  e  pifa  eaJi^taítpaii^fi' 
na  e  daJ%BiB>e,.iqaaaae  ifeaulmfQflril 
iVide^eq  JBBNBO  dMéfa^- l2Mi4n%  pe»  A 
cai.  d^»  eo  dai. . 

.  Oaaam  d^aaia  fregoecla»' é eonapQii ^ 
MIUi^tfwnlku^^BenkeHftrrem^ 

JiiramBdarai  Ma8ala  do.OepaB%  etfncáito 
a  it  UiOBMifes  Ba  SA  da  IMuMsniiAi» 
aKa  do  VaratoK  Mm  &  deFeaishc^  7<^ 
aa  Ni),  deltislisa. 

fliaa-:pf<pM^ar  âhaa  .qietíi8:A«tt^ 


PEN 


vm 


557 


ntir,  e  do  lado  dolS.  d'«lli,  Má  ò mmmA 
nosieire  de  ^na  Víraia,  d»  fnde»  àgoili* 
nhos,  a  1:600  metros  do  OoMtao. 

Sfr»  dà  iiwocaçio  do  nosáà  léáMoim  da 
Graça,  o,  segando  algrios  ooÉrlpiòrM,  M 
HÉidado  por  Saoto  Anoiraâo,  religioso  agos- 
tiniano, allemão,  pelos  aimof  de  640,  a*  pot» 
eo*  depois. 

O  fttadador,  Tlveu  aigUM 

aanos  HVsie  moetairo^  e  lila« 

da  á  Icalia,  M  roartyrisado 

pekM  piraus  aMcanos,  a  4  de 

fevereiro  do  |mio  99SO  de  Je- 

snsChristo. 

'  Foi  o  primeiro  convento  d*esu  ordem, 

qne  hoave  em  Poriiigal,  tendo  principio  em 

vma  espetla  de  Nossa  Senhora  da  Gnfça, 

qne  ]á  então  era  antiga,  e  moito  venerada 

n'este8  sitios. 

O  sitio  onde  está  o  mosteiro,  é  dos  mais 
solitários  e  próprios  para  o  reeolliiaiento  e 
meditação  des  qae  se  dedicam  â  vida  da 
oração  e  penfteada. 

Frei  Jeronymo  Romano,  nas  íuas  CmAi- 
rias  da  ordem  agostinian<í,  e  oaifos  escri* 
piores,  aí&rmam  que,  vindo  S.  Wfll^elmo» 
dnque  de  Aquitania,  em  peregrinação  a  S. 
Ttiiago  de  Gompostella  (il40),  e  passando 
por  este  mosteiro,  tanto  lhe  agrjdoa  o  so^ 
cego  e  isolamento  dVlle,  qne  se  deison  fteur 
por  algnns  annos,  mandando  reeonstrair  os 
danstros  e  alganas  olBcinas. 

A  imagem  antiquíssima  da  padroeira,  é  de 
mármore,  de  boa  escniptora,  com  1",I0  de 
s^,  e  a  sna  fesia  principal  se  fazia  no  dia 
da  sna  Assumpção  (iò  d*agosto)  sendo  con- 
oorridíssima,  principalmente  pelos  morado- 
res dos  legares  de  Rendido,  Alda-Gavlnha,  e 
Mereeana,  e  da  vlUa  de  Aida^GaUéga  daifer* 
eeaaa  (on  Aldeia  Galtdga  da  Mereeana).  Á 
excepção  de  Rendido,  todos  os  mais  povos 
ficam  a  distancia  de  ons  24  kilomeuros  do 
mosteiro. 
Vmham  na  véspera  da  festa,  dois  hrilban< 
círios,  nm  de  Rendido  e  ontro  da  Mer- 
ana;  cada  nm  dos  quaes  deitava  à'8enho«> 
ra  5S  arráteis  de  cera. 


Refere  a  Ckroma  dw  agoitiniãíMf  que 


no  dia  30tde*jiifeto  de  I6«H  desemteresMm 
n'esta  praia,  Mifirataada  gnartição  danm 
ehaveeo  de  mouros  afriemoê,  ene  dirigia 
ao  moflêifo.  Oi  Mdes,  wfa  liveram  tempo 
senão  de  ftigir  para  Torres- Vedras^  ievando 
o  Santissimei^  é  ak  ptaia»  d»  eonvenlo^  e  A« 
eiado  só  n*éM(B,am  diácono,  eliamadoiral 
Roque  da  Gama,  mancsbo  de  muita  cora* 
gem  e  grandes  forças,  aeompiohado  de  qua* 
HO  lavradores^  tãaaaimoios  tomo  eUe.  Mão 
espeiarato  qne  òs  mooros  atacassem  o  mos* 
teiro;  mal  deram  ]fe'elles  de  improviso» 
eom  tal  faria,  qne,  ferindo  una  e  agarrando 
ootros,  os  captivaram  a  mdos  14,  manísian- 
do-os  eom  ia  nmsmaa  cordas  qtie  elles  ura* 
ziam  para  prender  oschrisâos  que  pedea* 
sem  haver  áa  nãos. 

Regressaram  oa  religiosos^  e  o  sen  prior 
fez  presente  dos  captivos  a  D.  Philippe  lU 
(que  estava  então  no  penúltimo  amio  da  sua 
vida),  que  os  mandou  empregar  em  rema* 
dores  daa  gaHéa  do  estado. 

Como  o  prior  expeeesse  n!esta  occaslão 
ao  rei,  o  perigo  qne  corria  eom  ao  seus  re- 
Hgioeoe»  pelaa  Requentes  invasões  dos  pira- 
tas maliriunos,  e  em  um  sitio  isolado  e  dea* 
protegido;  mande»  D»  Philippe  que  no  mos- 
tetaro  houvesse  uma  •espécie  de  praça.  d'ar- 
mas^lpara  que  os  frades»  por  si  e  por  seus 
noviços,  caseiros  e  creados,  se  podessem  de- 
fender. 

Deu*HieB  certo  nimaio  de  mosquetes  e 
hmças,  nm  tambor,  e  frascos  eom  pólvora; 
ordenando  que  de  Lisboa  lhe  mandassem 
annnahnente  certa  quantidade  de  pólvora  e 
bala.  D'islo  procedeu  ebamarem  es  povos 
da  yistebança,  ao  superior  do  convénio^  c#- 
pUSo-pri&r, 

Foi  feito  odhde  de:  Penha-Firme,  em  i9 
dè  afoslo  de  1653,  Jorge  Rosa  Sartoriua^ 
que  )á  era,  desd«  i03^  visconde  da  Pie- 
dade, 

FENá  0âRCU  ou  PINHA  OARCtA-vlUa 
Reira  Raiaa,  comarca  e  coooelho  déldaaha 
Nova  (íoi  ató  1850,  da  mesma  comarca,  mas 
do  eonoeiho  de  Monsanto)  65  liilometros  da 
Guarda,  285  a  E.  de  Lisboa. 

Tem  170  fogos. 

Im  1757  tinha  91  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Gonoeição. 


sss: 


9^ 


'  Bfspa46,dMriet^'t<Uilaiiili!|tiio<8.tt.<JMÍf 
kMetros  a  E.  â«  QaatêUor^ntiçft.  .  i 
-  Q  HibsDil  .éx  «891  da  conaeieieiA  apsii* 
seQtftya  »  pruxr^  ^ae  tMu?  l60|4Ma9élti  dft 
Miâinènteniiiû]!.     .  :.<...' 

-íO  mMr«  d»  oidtn  áa  S«  ThMfo^ibedeu 
lorâl)  601  Proença  Velho»,  a  aLée  mitthia 
d0  12M.  (L.''  i^*  da  Aooçd^  d#>DL  il/JÍÍDpMa 

Bi  ManiMl  lha  deu  fond  nov<e;  «i  Saatar 
reni^  «d  I.*  ée  janto  de  15ML  {L^âe  #k 

E*  poioaçâo  aiDllo  antiga»  e  esiá  feitoâda 
em  tim  alta^  degraa  da  serra  4a  Gflrdaiila> 
ramo  da  EÓreMa»  e  ehamaè»  valfpaimastfl^ 

Foi  couto  do  reino,  ou  d«ili»flBÍ9Íad#%  qtm 
]>. 'Marta  I  extíBgsia^eaiiifrtodoftfisoBitrès) 
por  «ma  lei  dé  1790. 

KtíM  Berra  ba  asafiiaBiniaaraesdaeha^ 
mada  Fen/tfâoftfa. 

Já  vão  descriptat  ««•  JAm/lM*<nito. 

Foi  eereada:  de  BMiralbas,  dii  qaiM.ahi- 
da  existem  alguns  lanços,  e  sebre  um  pe* 
Bfaasce  ihe  maadeu  o  rei  DiDiiiiz,pakMa»* 
nos  id(X>,  eenstroir  Tm  forte  easielle,  <qae 
afndaee  eonserra  deimànleUado* 

fim  i^d,  e  mesme  rei,  o deaaos  tenn 
planos,  passando  em  1319  para  a^ocdpm^ 
Gliristo.  '1 

D.  AÍTonso  II  tinha  dado  a  yilla  aostalral^' 
leiros  de  3.  TMago,  yelos  annosde-ino, 
com  a  coodlção*  de  fundarem  oitastelioie 
Kmraihas  da  df  eumyalaçSo;  porte,  oomo' 
não  cumpriraolesta  eoodiçio,  D^^Dmiflini. 
tirou  ptra,  a  dar  aos  caindlelios  do  Templo, 
pássáttdo-pela  Mp^ressio  d'esta  ordem,  pa* 
ra  a  de  Cbristo. 

O  nome  da  víiladèríTa-se  da  pMáâ  sobre 
que  está  eáifleedo  o  castello.  e,  antee  da 
sua  eoQstrucçio,  Já  tintai  o  mesmo'nom^ 
por  allí  haverem  muitos  ninhos  de  garfos. 

Os  avtlgos  eseroTíam  Peia^IaHia. 

Foi  povoação  de  alguma  importanda,  por 
ser  coDOelho,  por  estar  forflQoada,  e  por 
ser  a  pouca  distaneia  da'  Bttremadnra  hes- 
panhola. 

Hoje,  que  já  naáa  dMsto  existe  (senaé  a 
ultima  cireumstaoeia)' perdeu  muito*  da  áia 
valia^  e  é  uma  povoação  decadente. 


4kMi  4€tiftDrf0  df00|il4a>»dtfeafts,«l0|t* 

UM»  «fir«eli0^>caia  bASNioie  c«<o^^  4  abn- 
donte  de  eaça^jfCA^SA^o-nitaiiiiJ' 

jpiiiA:ftâXB4Mx:T0iiiis  í»^K!U  am 

•^olar-idei  MmíkQáHt 

Vide  no  «affligo  NiêpêrHrm^-m  eot.  L\h 
pag.ia^  d^tff.fohmiew 

PENA  GUIiO^A  pag.  99,  eoL  ij^«  de  A* 
y^  seh  o  palavm»- JAMtAa  fBanta)  de  Pena- 
j^«ido,deflarevi«stfl'»viHa;  naa  como  depoii 
adhei  nuHi  apMIamsiiMs  de  ^oe  nio  qnero 
privai  o  leitor^  o»  dou  »'e6l»  Jogar. 

.PrilDtiMmQnt|  danei  ombí  algumas  no- 
ticias com  respeito  ae^  Í\P  «onde  de  Pem- 
guiie)<o  famoso  João.Redrigttvde  Sà-*-o 
dM  Qtiléâ.    . 

>  Nascen  «ataeaelarecido  hevoo  portuguei^ 
«II  HèàB.  Apptisando  se  ao  estudo  âeaé 
tenra  edade,  com  o  maior  fervor»  aioda  jo* 
vem^  4Mmbecui  «"laàiavas.eoiB  faeítídsdeas 
liQgQas4as  prineipae^  nafõee  ida  Earopa. 

ifai  veisaiísstlno  nas  letras  huSMUNU^s 
decidido  protector  de  todo»  os  que- se  dis* 
tiaguíam  pela  acieoeia,  piâla  Tínadst  wpe* 
lopatrioiamo. 

De  21  ânuos  de*  edade^  fèa  a  aeoiaiii^io 
de  D.  João  IV^  seade  um  dos  fuarvata  f* 
da^KKs  qpie  ae  arrojaram  áçneiHa  empreo, 
que  teie  tanta  de'fel«  e  patriotíoaipOOBods 
taoisraria» 

Foi  «te  que  MSUbou  o  .malvado  Migmléi 
Vãsconcellos,  príAeipal  e-  truel  ínstrumeato 
dis-eitorçães  .e  atroeidadas  0xereidii'acv 
pórtnguèzes,  por  ordem  de  Pliíllppe  lY. 

..D.  Jòao  IV  o  (te  Iog0(  sea  eamareiro-iiiár 
e.ofoi  laDd)em  de  D.  Affonso  VI.    ' 

f  ead9  apenas  23  anãos,  tania  eordnn 
mosttava.em  lodosos  seus  actos»  qae  o  id 
o  nttnaon  do  seu  conselho  de  gmerra,epoii* 
00  depois;  òbuselheiro  doestado,  sendo s 
seu  voto  eoneiderado  sempre  de  graade  pe- 
so, pela  sua  prodeacia,  rectidão  eimparm- 
lidade. 

Foi  liosso  embaixador  extraordioárío  i 
GiisBretanfea,  para  os  negócios  de  m&it 
palpitante  interesse  do  tenopo^  e^qoe,  pe- 
la sua  intelligencia  cenclaiu  eom  felici- 
dade. 

Fez  esta  viagem,  e  a  sua  estada  emLoa- 
dres,  ^xmrt  pompa^Jusioento  e  gnadtf» 


wm 


galboç  aaapaw  homr  a  jm  paldm. 

.  iOt  éeiii  «it«i  «B|PN#>s  Aò  pAçd  nul,  »m 
»  imiíeélaii  4fl  ouid»  jta»  gcmrra^ 

Sete^  Tezes  .'paaèoA  mà  tAJeolci»;-  ^  ett  vva^ 
nM;oaoftbi9«i,aiK)rdD.áft  nmoi  de  0MCf 
v^-  portando*^  «ip  teâissaB.omcúQnctilatfiy 
€om  k^ío  6iB9flai^  arútiMBatiM  háuuma»  • 
¥âkir6Ktremidi^i  -::í.  ^    .,i.<  ..     >    •••/..! 

Na  expugnaçao  do  forte  de  S,<Mliilll,  a 
BO  flkiadaBaàijo^tOinaiidailofar  aa  Ttn- 
cmrda»  dando^pda^flul^MaADi^ftBimo^.con 
pifeiq  aos  oonpanh^rut^ .  .  t 

Os  assaltos  a  Badajoz,  foram  infrucUfe» 
ros;  |K)r<tuey  esiasi^  a  {fotoídavei  pcaça  já 
rfldvtída  a  gnmdiss.apBnM,  e.prestds.a  eo<^ 
tfagaF^sB)  Tera'0m  liettpsoeoiioro  d  daqne  de 
&.  Gerntàno. 

'.  'Batu^aipda  kA  derpotado.  e  posio  em  foga 
pteeipitada  pdlaa>pQiac(giifiZ^  aomttaadar 
^.8  pelqs  igatieraeB  Albo^neoiiie^  .Vaacoii/-. 
cellos,  e  o  nosso  JcSb  Bodf  iguls  de  Sá. .  . 
'  'O  cârcò  danava  batia  4^  taezes,  qsanâD  o 
i.*"  ministro  de  Philippe  4.%  O.  Lmtâe  fia^ 
ro^eon  wn.  gvaoda  ei^eilrilo,  intaemaéc- 
cerro  da^praça. 


't» 


As  tropas  portogneies,  alem  de  muito  in- 
fèiiovesiem  Domerc^ealaTam  tendo  desiiia- 
das  pèlatpeste^  pelo  qae  tWeram  da  retirar 
sdbre  fiivas,  qmé  a-^^de  oattobiro-  do  mes* 
maanno  flo  4058,. loi  aiiiaâa.  peles  eaate- 
Ihatioa»' 


•         * 


}  ' 


^0  eende  de  Penag^nfSo;  ataeado  da  peste, 
e  àffllcto  por  sè  ôio  toiriar  Badajoz,  retira 
dtJeiíie,hindo  parti  o  convento  de  S.  Fran^ 
eisco  (Junto  âs  murelha?  d^filvas)  e  estando 
jà'  ofbiitii^o  em  volta  da  cidade^  e  senbor 
do  mosteiro,  faltèeen  n^esse  mesmo  dia  n 
deoninbro.  *  • 

Confessemos  que  D.  )[>,aiz  d'Haro,  se  por* 
toa  com  a  bizarria  própria  de  um  verdadei- 
ro fidalgo,  que  era,  restituindo  logo  no  dia 
seguinte,  o  cadever  do  nosso  conde,  com  a 
pompa  6.  honras  n^ilitares  próprias  de  vim 
general;  sendo  recebido  na  praça  com  sin- 
eeras  lagrimas  de  pesar^  pela  perda  irrepa- 
rável do  tão  bece:^erito  çortijfguez. 

PoUces  mezes  defK)íey  foitratts^férido  para 
o»eenveiik)  dé'  &  FtaiicCm  da  cidade^  de 


PoM^MldaSMiM  9  amjaaigo  os  notam 
aeifaaDea.da  Seoag«iaOi  y    : 

•  iSequpra  Aitei  -goe  lO  «Dftte4e  Ganlai^bede^ 
general  do  Àlemtejo,  veia  ma  soecorro  d» 
tMM^  eqiM aU^#ii «overoador^ IX  Sancho 
Maonel,  fizeram  pagar  aos  eaeteúiaaoe  a  ooh 
•adij^  pm  aia0aa(ie{«o«  :€Qm  o  maior  arro* 
fo,  e  sendo  ferido  »fleo  ^general  em  ebefe^ 
foi  o  MoM ge  jòlp  e  posto-  em  debandada,  a 
iÀida-íanelro  de  MSè^  depois  de  i  me^ea 
nanai  oUo  4iaade-«iiHÉ.  <Yide  EIvomí) 


> . 


Para  a^  agnaa  IhcruMaa,  ebamadaa  por 
algonn  de  PenOf^fMBkti  Ykhr  MoUêdo. 


Veja^le  Vi$ô,  paraat^anmaarioa  de  Sf^s- 
SA  Setikom  do  Viso  (que  fet  egreja  mátrjit 
da  fresMiia  de  Fentea)  e  da  Nosm  Senhor 
radaJdtfiaémro. 

.PENA  J^^írepieaia,  Beira. AHa^.co^ 
maffea^.  coneelbo*  bispajào» « |9  Ulonaetre  &  aa 
N.O.  de  Lamego,  dielrieto^adminietrativoda 
yia<u,»51lliaMetroaaaN.deLbbaa.    . 

Tem  eoo.  fofaa.       .       . 

fiB&.1757  tinha  4d9  foffoe. 

Onago,  e  -Salvadon .  / 

As  religíDiaa  de  Santa:  Qara,  dad  Portu$ 
do  Sol  (Porto)  apresentava  o  vigário,  que 
tinha  170^000  Téis  de  rendimento. 

E'  poveaçto  muita*  antiga,  e  lol  vi  Ha  • 
conto,  cora  jdeiiçaa  pfoprint. 

D.'  Manoel  lhe  dett  foral,' em  Lisboa,  a  15 
de  julho  de  Il^i4.  (£.«  de  farae^  nof>â9  da 
Beira,  fl'.  »»,•  cok  !.•) 

Ser^  taMbem  para  Lã§ôasy  Portella,  Vai- 
le^Cluro,  e  VUla^Chan-^^ínútí  hoje  povoa- 
ções d'esta  frégnezia. 

Formosamente  situada,  sobre  a 'margeai 
esqoerda  .do  Douro,  estendendo-sepelo  dor- 
so éo  monte  do  seu  nome,  é  unfa  das  maie^ 
res  e  miAs  rieas  firegn^ziat  do  bispado  de 
Lamego. 

Gomprehendé  as  ^IdeDis  seguintes:  • 

Godemeiro/.Grojaes,  Gorvaeeira,  Mollies; 
Mollôdp,  Paço,  Pinheiro,  Pousada,  Ribeira» 
São  Payo,  São  Gião,  Sdbre-Egreja,  Torre, 
yalle-Çlaro,  Yaliê-Verde,  e  YHla-Ghan. 

Alem  doestas  aldeias,  ha  alguns  casMano* 


s^ 


PEN 


Uve9«,  sendo  oi  priacipaMi,  o'fl«'Alfti0Íir,  I 
formosa  propriedade,  do  «r.  aibide  da  In* 
gtiezia  de  11  irftgala  (Porto)  o  domior,  Pedro 
Augusto  Ferreira. 

Tem  XÈtíM  400  oitvelraa,  e  }á  proáotia 
d  pipas  de  optifoo  vintio. 

Bstá  situado  em  um  degrau  do  iMtte,  em 
posição  aiegre  e  visiosa; 

Atem  do  seuuome^^eom  pouea  eortupçio 
árabe,  mostra'  se  que  foi  habitação  (oom  to« 
da  a  provabilidade  aoMmriéea)  pois  que,  em 
uma  aotiquissima  terra  d'e5te  sitio,  tem  ap- 
pareeido  fragmentos  de  grosf os  tijoioe,  car- 
Yáo,  e  escumalha  de  lérreiro* 

Foi  senhor  donatário  ta  Tiihi  de  Pena- 
Jéis,  e  da  de  Oestaço,  o  famoso  Tristão  âa 
Cunha,  do  conselho  dos  reis  D.  Manoel  e  D. 
João  lil,  nomeado  embaixador  a  Roms,  ga-» 
neral  da  Uga  Catholica,  fieio  papa  Lcao  X, 
e  o  !.<"  eapitio  pertuguex,  que  tomou  eida^ 
de  a  mouros,  no  Oriente. 

Era  uaturai  de  OthultOi  coneeltaode  Alem« 
quer.  (Vide  6.«  yoI.,  pag.  !SM,  col.  1 «) 

Viterbo,  no  seu  Elnoidario^  cita  vários  do- 
cumentos do  secuio  XJI^  em  que  semeneio- 

ua  esta  Aréguetia,  com  o  nome  do  Peua  Ju 
ééa, 

O  cónego,  João  Uendeada  Foosaea»  na  sua 
Memoria  chronohgica  dos  bispos  de  Lame- 
fo»  faljando  do  bispo  IX  João  U  (duodécimo 
do  seu  catalogo)  diz^  a  pag.  37. 

«Em  i&  de  outubro  do  dito  anuo  do  1292, 
assistitt  o  mesmo  bispo,  D.  João,  á  doação 
que  fizeram  (vonçalo  Pires,  reitor  de  Cida* 
déibe,  o  Cronçalo  Martins,  e  Domingos  Mar 
tios,  de  Penajóia,  testamenteiros  de  Martim 
Annes,  reitor  de  Pendiihe,  de  certa  quantia 
de  dinheiro,  para  as  obras  da  Sé,  de  La- 
mego.» 

O  mesmo  escriptor^  diz  que,  estando  o  rei 
D.  Diniz  na  cidade  do  Porto,  passara  uma 
carta,  a  20  de  agosto  do  1292,  cujo  traslado 
anthentico  se  acha  no  arctúvo  capitular»  fir< 
nuda  eom  o  séllo  real,  o  com  o  do  referido 
biapo,  e  o  do  seu  cabido»  no  ^ual  se  lô  o  se- 
gointe  paragrapho; 


t  Corrupçâ)  do  árabe -*;l/-í?i«n!ar  (o 
quintal.) 


•  «Qm  0'liisp»  d  esÉids^  dbvaa  -por 
a  demanda  epntra  elv0%  Oigas^  en 
nçio,  D:  DiUa  Ibea  dsnii  n  «ffcia  é»  VaUí- 
gem,  com  a  ie«  padroado^  o  lo|^  da 
dê  Bispo^  e  4edaa  aa  iMrdades  que  poi 
aaien  da  deeaYeoQa,  o  qne  o  rei  Uns  ii 
tendo.  Pemíttiu^lbea  qqe  podasaen 
açougue  ao  aou  ooolo;  nan  4paa  o  biapa 
masse  a  seu  cargo  a  aibeifbffia  e  % 
do  MoUdAe. 

Prosa  eaie  doemiMtfto,  que  {á  ii» 
k»  XUI  exislia  ao  Mettéd»  (iogar  á\ 
roehia)  uma  albergaria,  e  abarca  de 
gem. 

D.  Aff^aio  V,  deu  o  padroado  da  ccfifa 
de  Penajóia,  ás  Mras  de  flauta  Clara  (I 
ciseanas)  da  eidade  do  Porto  —  por 
orações  que  somos  certos  que  por  os 
sados^  e  por  nás^  fazem  ãtda  dia,  (Chronka 
da  ordem  seraphioa»  doe  frades  menorts  de 
S.  Francisco^  por  frei  Maaaei  da  Esperança, 
tom.  1.*,  li¥.  5.«,  pag.  578.) 

As  freiras  reeelieraai  oa  disiosos  d'aala  dw* 
gnazia  até  1833. 

fim  quanto  fei  da  corda,  tra  abbadia.  e 
depois  que  passou  ás  freiras,  toi  Yigariana* 

Ha  n'esta  freguezia  óptimas  quintae^  es* 
tremaado-se  entre  ellas,  aa  doas  de  Paitni 
--uma  do  «r.  Ferreira,  da  C»rvaeei»'ã  (vida 
esta  palavra)  irano  do  sr.  doutor  Pedro  Au- 
gusto Ferreira,  abbade  de  Miragaia,  da  For* 
to,  meu  g^ieroso  e  iaíatigavel  coUaborador, 
n'esta  obra*-e  outra  do  ar.  Julião  Sarmemo 
de  Vasconcelios  e  (^tro,  barão  de  Moimeu* 
u  da  Beira,  feito  em  17  de  fevereiro  de  18GQL 
Ficam  junto  ao  rio  Douro,  e  em  frente  da 
bonita  casa  do  sr.  António  Botelho  Teixeira» 
barão  do  Graajão,  dt^sde  7  de  maio  de  1867. 

O  vinho  d*estas  quintas,  é  o  melhor  de 
Penajóia,  onde  todo  é  bom. 

Também  são  boas  propriedades,  as  quin- 
tas ádi—Ribeira  de  Fomos,  Lagoas^  Pombai, 
Fontainfias,  Lodeiro,  Egreja;  e  excedendo  a 
todas,  em  riqueza  e  producção,  a  do  Extre- 
madouro,  do  sr.  António  Joaquim  Guedes, 
irmão  do  faUecido  visconde  de  Vaimôr,  José 
Isidoro  Guedes,  que  obteve  o  titulo,  em  dnaa 
vidas,  a  11  do  março  de  1867.  Era  tio  do 
actiutl  Tisconde  do  naesmo  titulo»  o  ar.>Faua% 


vm 

Mr  dtt . Jfto/riro  da  4B1Q. 

■     —  •   .' 

Aê  mldeiasmíafê  kiotâveifi  d'eftCa  fregnetla, 
-áio  «^  8.  -(rtãto,  por  ter  i8e  logos  -^  MòMâê, 
IwIa'  «lá  «fltigtiMade,  pela  sua  albeiv^rte, 
pela  soa  antiquissima  barca  de  passagem  (a 
Iwrea  éefor^Oeus)  e  pelas  snas  calda9*-^Yi- 
éèMétUdó. 

Ainda  outro  docamento  da  antiguidade 
^'esla  frejuezia,  e  que  prova  jà  existir  no, 
principio  do  il<>  $ecalo  —  é  uma  carta  de 
^(Mkç^Oy  feita  em  ii33,  por  D.  AÍJTonso  fíen- 
riqat^s,  a  Hendo  Viegas,  ^o  qual  dá  Samo- 
4àc^  ((íuião  Çamudaens)^  jUQto  a.  Lamego, 
com  todos  os  seus  locares  e  termos,  aisim  co- 
Vio  partia  com  Pena-Judéa  (Pena-Jóía)  Avôes, 
Paço,  ele. 

.'.ÈBtOÈriM  Baia  dasiparochitt  de  mais 
vasta  éi^Mj  mais  pQpulosas,  íeiteis  e  rieas 
4b  Bi4rA*Alta.  Para  se  fazer  maa  ideia  da 
roa  ttqueca^  bastará  djter  que  tem  tfOO  elei- 
tores, Í9to  é,  quasi  metade  da  ena  popul^o; 
a^e  dá  sete  doe  fion^^er  ceaírièuM^I  do 
aoDceMMk  . 

fmàm  esta  frègnezla,  emabttodaiMia,  te^ 
tea^nalidade  de  oerea^s^  e  óptima»  Ifoetae, 
ailReialeíieoie  leranje^  fi^es^magene,  pécús^ 
iaBasaoe,:p4eefOfs  e  ama jeneme porção  de 
m掤m,^ptiu^vt9'^he  etemaai  Tnr^  4qs  rs* 
.  W/ils«  Ê  taaibeai  fertU  em  cartaoba^,  bata- 
ta^,» feijões;  etCr-Prodoaliifie  de4uae  atrea 
taíà#pa»  de  víoImi.  «  aaies  do  oiá^imiít  pro- 
iOiiatSHÂi  aaetemil. 

'  liemmte  do  Bo^  que  é  baldio,  semeoa- 
lM,.ba  aonoe,  centeio,  que  produzia M  se- 
mentes. Os  pinheiros  tainbem  aqui  se  dão 
e  crescem  maravílbosameàte;  porém  as  ve-. 
nsí^  teem-se  desmaxellado  do  aproneita- 
meptoidos  t«rreoee»a&iclpaep^  de  que  po- 
dia Sttferir  opiimiss  reoditneiítos» 

t  u  krritorio  da  freguesia  aboodaBUsiti* 
ma.é'«|iiB|  lanto  potavei,  como  para  irrigt- 
(bj  servindo  esta  de  motor  a  prrto  de  100 
Boiolios  de  pao.  Cria  bastante  gado,  boTlao 
ehaigaro;  e  sobra  todas  estas  beilaa  eon- 
digilM  de  prosperidade^  tem  a  ioapraeiavel 

feuMS  VI 


m» 


ím 


veamc^A  de/poder l^ar  os  seoe  prodncte^ 
agrícolas,  com  muita  facilidade  e  poaeo  Ae^ 
pendio,  aos  a^rwdos  do  Porto  e.R^iia,  pe- 
lo rio  i)owrQ  — <a  por  terra,  a  Laaiego,  Cai- 
daa  de  MoUMe,  Mi^aâa-Prio^  e  eutres  locali- 
dadea  a    , 

Temimaitos  loumiros  (prados)  que^  produ- 
zem abandaatieajma  e  boa  berva,  que  expor- 
ia em  grande  quantidade,  (Só  no  logfir  ò^ 
8.  Gião,  perlo  dia  .40  mulheres  se  empregam 
exolttsivnmeote  em  sefar-  berva,  e  hireat 
veodtl-a  á  Bégoa,) 

Êda  «ilima  saluberrimo,  e  nao  ba  aqui 
memoria  de  grandea  moléstias  epidemicaf. 

h  ogreja  matriz,  é  sumptuosa.  Tem  um 
altar-móii  a  s^^is  iateraes,.  coo»  beMas  im^l- 
fens.  Uma  optina  sachristía,  e  boa  eaee  ^ 
Htbnlca  — -  iam  vasto  coro,  ^  um  bom  orga9i> 
com:  4ei«^  permanente  para  o  orgi^oieta. 
A  torre  tem  quatro  sinos. 

Possoe:  eplinses  paramentos  a  alfaias,  e 
armaçio  aompleia  para  aegreja.  liaUssdas 
alfaias  são  de  prata,  .e  tem  dois  lindos  lus- 
tres de  epystal. 

A  resídeoaia  do  parocbo^  ó  boa^  e  os  pay- 
saes  soffriveís;  ma»  já  fori^  muHo  maiores, 
«piando  também  ibe.perteocia  a  grande  gtiia- 
ta  4a  Egreja^  que  é  hoje  dos  herdeiros  de 
D.  Diogo,  de  Cidadélbe^ 

Tem  quatro  irmandades^  com  estatutos 
approvados,  com  bastantes  rendimentos,  e 
rioaa  alfaias. 

Ha  na  freguezia  seis  cape  lias  publicas*— 
sendo  três  á*eUas,  melhores  do  q^oo  muitas 
egrejas  parochiaes  — e  todas  com  tresati^i- 
MS,  sachrtstia.e  coro;  e  adeSamo  Antooio, 
oem  bom  orgam^  a  dotação  permanente  para 
o  organista. 

São  treze  as  capellas  particulares,  e  dois 
oratórios,  isentos  da  jurisdição  parochial; 
aepdo  um  d'e)(ee  de  muito  pireço  a  mereci- 
mento. 

Ha  actualmente' na  freguezia,  15. clérigos 
seculares  (e  Já.  houve  maitus  mais  simulai- 
iieamente).--4Jm  doe  mais  aotaveie  clérigos 
da  Pena*J«i>a,  foi  o  doutor  iosó  Ernesto  de 
Carvalho  H^,  lente  jubibKUk,  de  thedogia, 
eavalleiro  da  4>rdem  de  Nossa  Senhora  da 
GuDceifão  de  Vilia- Viçosa;  da  ordem  da  Ro- 
sa^  DO  Brasil';  conselheiro  e  vice-reitor  da 

36 


&«2 


pm 


vnirmidade  d»  Coimbra;  do  ipíA  adfuite 
(rato  imfs  detidamente. 

Dos  15  que  bojB  existem,  (]«atro  si»  pa- 
ro€liò!i  eoUados^am,  mestno  ii'eata  fregae- 
tia^ontro  na  de  Frende*^  outro  «ái  8.  Joio 
de  Fontoura  —  e  o  4.^  o  sr.  Pedro  Augusto 
Ferreira,  é  Imcbarel,  formado  em  th«oiogía, 
foi  examinador  synodal,  Tigarto-geval  inte- 
rino, é  pt\)fe9sor  do  seminário  dioeesano, 
em  Lamego,  abbade  de  Távora,  e  hoje,  ab- 
l^ade  da  fregaezia  de  S.  Pedro  de  Miragaia, 
na  cidade  do  Porto— tantas  veaes  menelona- 
do  n^-esta  ofbra,  pelos  grandes  eerviçss  qae 
lhe  tem  prestado,  e  à  sua  pátria,  oom  gran- 
de (|tlantidade  de  etsriosissimos  apoBtaiben- 
tos,  e  ^ganles  descri pç9es,  que  com  a  sol- 
'iicitade  de  um  sincero  amig»,  e  o  zelo  de 
«m  Verdadeiro  patriota,  me  tem  prodigaii- 
Sado»  para  enrijecer  e  adornar  este  diceio- 
nario. 

'  Ontro  ecdesiastice  d'e8ta  fregueila,  é  es- 
criTio  da  camará  ecciesiastica  de  Lamego, 
e  sub-secretário  dó  prelado  diocesano— on- 
tro é  professor  de  latim,  grego  efranoez,  e 
sabendd  lambam  italiano  e  iogler. 

Ha  na  freguezia  dois  bacharéis,  um  que 

lem  sido  deputado,  e  outro,  é  offlctal  da  at- 

eretaria  dos  negócios  do  reino,  e  chefe  da 

repartição  da  io^trueção  publica. 

'     Há*  nove  ediOeios  com  brazSes  d^armâs.   ; 

Vimos  que  poucas  fregnezias  mraesd^- 
te  reino,  terSo  por  filhos,  tio  grande  nume- 
ro de  varões  notáveis.  'Além  dos  qhe  ficam 
mencionados  nVste  artigo,  e  dos  que  vão 

•  sol)  o  notne  de  verias  aldeias  da  paroehia 
'  ]algo-me  n^  dever  de  commemorar  aqui  um 

dos  que  mais  honrou  a  terra  qie  lhe  deu  o 

•  ser.  ■      .         .     ' 

Na  noite  de  fB  para-^  de  novembro  da 
1875,  expirou  na  sua  casa,  da  rua  4a  Ale- 
gria, em  Coimbra,  o  reverendíssimo  sr.  drJ 
'lo9é  Crnesto  de  Carvalho' ell^o,l^te  ju- 
bilado da  faruKiade  de  theologia,  commem- 
dador  das  ordeos  'de  Nosso  *8ehhor  iesu:) 

•  Chrísto,  Nossa  Setíhora  da  Omceiçâòde  Vil- 

•  h^Vieosa,  eda  kn|lerfal  òrdetíi  d*R«»sa,dq 
«Br/tsii;  fidalg(^  isa  Vallein)  da  câsá  rea(,  do  eònt 
seiho  de  Sua  MagestadeFidelissimae  vice- 


rsitor  4a  nossa  Univerftidade,  àstde 

sempre  idolatrado  pela  ícademin,  m 

merecer  a  confiança  dos  diversos 

que  presidiram  j|os  destinos  4a  iinçSQw'^^* 

rante  o  loag^  periqdp  de  U  a  St  fiiiAO^  o 

que  é  muito  caro  nos  annaas  da  Uai  vcm- 

dade. 

Por  vezes  surgiram  grandes  teptpoatadwf» 
no  governo  académico,  e  vários  reiuiree 
ram  exauctorados,  por  não  poderem 
tar-se  á  frente  da  academia,  como  epn 
em  seguida  à  memorável  revolução  da 
naval;  mas  logo  que  o  sr.  dr.  Ernesto 
mia  o  poder,  sem  a  mínima  violência,  a 
demia  entrava  na  ordem,  como  que  levada 
por  uma  vara  magica. 

fi*  que  s.  ex.*,  alem  de  saber,  como  pou- 
cos, allíar  a  equidade  com  a  justiça,  c^uá- 
prehendendo  o  que  são  moços,  sempre  ge- 
nerosos, quando  levados  por  bem,  mate  pe* 
dia  como  amigo  e  pae,  do  que  ordenava 
mo  snperior<  B,  fiesmo  por  iadole,  M 
pre  affavel  e  generoso;  para  com  loÃa8,i« 
ceramente  amigo  da  academia,  e  par 
todos  o  amavam.  Fallaeea  sem  cootar  om 
unico' inimigo. 

'  Còm  a  saa  morte  •perdeu  e  aho  fana- 
cionalismo  um  modello  de  recUdioie  Joalí- 
'  {a,  de  equidade  e  aAibilidade--o  mm#  (múz 
mm  dos  seiu.mais  beneméritos  ooiaeMadiM 
•*^a nossa  ttti;rienidadÍB, um  dosacoa  mais 
distlnetos  emamcmaa'  o  esta  rr^9iieBáa>  ia 
Peoajóta,  nm  doa  Mbos  qne  maba «Mhn- 
ceram,  pois  «asem  na  povoa^  dâMoUSea» 
ao»  17  de  fevereiro  dè  4799.  Gontatapér 
consequência  77  annos  iMomptetoa  quanda 
falieceu.  Foram  seus  pães,  José  dá  Gubm- 
00  de  Garvalhe  e  Rego;  propríeCaffiDei>n>- 
fessor  de  musica,  e  D.  Anna  Joaqipord'Jl- 
meida. ' 

Foi  monge  beaedíetino,  oom  o  nome  da  ir. 
José  Ernesto  de  Si  B^nto,  e  entrou  pacata 
«Énígivgaçao  a  14  de  março  de  1816' «'giMa- 
U  feira,  dia  de  8.  Jof  o  de 'Dens,  cooftsiir. 
'Aocèitott-o  fr<  Bento  de  Santo  Antohio 
tá,  geral  da  eongregaçio,  e  fbi  lev 
de  novt^  ^.  Aniònfo  «doOiíraçiodelti- 
rfa.  \  ■  •  .  '       •     -í   '  '    •  •  • 

Tomou  o  habite  no  convento  deTiMiei^e 
lan^4b'e  o  enperioride  dlto^  meateirc^  Ir. 


PEN 


PEN 


562 


Joflé  dè  S.  Loorenço  JdstiniaoQ,  a  14  de  máor* 
ço  de  t8i6,  pelas< quatro  facral  eimeiá  da 
tarde,  e  proíessoa  no  meMBO  cofavu&to  a  16 
4ê'ilia«ço  de  1B17,  Da  pnesBOt^a  do  prior,  fr. 
FraneiBco.  dai  Esperanfii,  àènSo  'geral  da 
«oiigrègaçao.  Ir..  JoãoJtio  Rosário  e  Castro. 
'  A<I8''Í3..  de  80táiDbrQ  de  1818,  loi  para  o 
mosteiro  de  Rendafe,  frequentar  o  eollegio 
dè  phiib9ophia,!8e>do  aiti  D.  abbade,  fr.  An- 
loifiade  Nosaá  Seobera^  e  geral  da  fidngre4 
gaçao»  o  mesmo  Ir.  João  do  tosarioie  Gasiro; 
eao6  SO  deeetembrodd  J  819,  passou  de  Ren- 
daíb  parao  eollegio  df  Coimbra,  opdê  eomple^ 
tou  o  curso  de  pbilosopbía,  sendo  alli  D^abbft- 
4b,  fr«  Manuel  da  Graça,  e  geral  da  congrega- 
ção, o  )iadre  mestra  jubHado,  fr.  Francisco 
de  S.  João  Baptista  Moura,  da  nobre  casa  de 
Telbd^em  Celorico  de  Basio,  Irmão  do  pe- 
nUUimoi  bispo  de  Lamego,  o  sr.  D.  José  de 
Voura  Coutinho,  de  •  saudosíssima,  meoot 
xia. 

Aos  i7  de  dezembro  de  ISSO,  tomou  or- 
dens menores,  conferidas  pelo  abbade  do 
mesmo  eollegio  de  CoilBbfa--aoa  2d.de  de- 
■embno  do  mesmo  awMi^  foi^he  conferida  a 
ordem  de  subdia^sono,  pelo  bispo  da  G^ar* 
da,  resid^^nte  em  Mf>llo  —  aos  7  de  abril  de 
itti  confHríu^lbe  o  bispo  éd  Ceimbra  a  or- 
dem da  diaeoiiio-^e  a  10  de  fevereiro  do 
nesmo  anuo,  o  bispo  de  Lamego,  lhe  eonfe^ 
riu  a  «rdem  de  presbyteroy  no  mosteiro  de 
Sasta  Cruz,  em  Coimbra. 

Em  outubro  de  iS2l,  matrículou-se  no 
i.*  anno  de  theologia,  pa  UQiTersidad9>  e 
foi  premíaedo  in'esse  aouo  e  no  seguinte,  e 
nao  nos  outros  por  serem  prohibidos.ps  pre- 
jnids  -per  uma  earta  regia. 
-  Em  maio  de  i8i$.iomou  o  grau  de  ba- 
diarel«^let  a  soa  formatura  em  maio  de 
4836-^m  outubro  <l*esse  mesmo  anno  ma« 
IcfaBliloa-se  mx  6.*  anuo  (beolngíco— d«*ft»nr 
dem  eoneluiõ-íS  magoas  em  39.de  março  de 
MI8— fe&  exame  ^privado  a  8  de  paaio  do 
jnâsmo  dnnor-re  a  18  do*  mesmo  m^  tomou 
o  grau  áà  jduuior. 

.  . A  4  de  jui^o.  de. 4895,  Meleifo  superior 
do  )eoHtgíQ:dd.  Gniibca,  sendo  D.  abbade,  fr. 
Atttçoio  éí  $tuu  Ri-a»e  g^raA  dacqngrega* 
00,  Ir.  I^9t»  dv  M  a^  &a)k)ra— eqi  ontUf 
bro  de  1829  foi  abrir  o  eollegio  de  thMd* 


gia  aRettdnfé,  e  regressou  em  dis^deiSM 
ao  ooUegio  de  Coimbra,  do  qual  íol^iia 
pdor  a  7  de  agnsto  do  mesmo  knoo,  seaiii 
D.  abbade,  fr.  Fnanciaco  .do  Loráto,  e  geral 
da  congregação,  fr.  Agostinho  dos  Braaorái 
~re  a  9  de  jnaho  de  1831191  segunda/Vez 
eleito  prior  d'este  cottegio,  eendp  D.  abbadoí 
fr«  llaniiel  da  Graça,. e  geral  da  eongrefai 
çao;  fr.  Bsnlo.do  Pilar** 

A  20  de.  fenrereiro  de  1837„foi  nomMdtt 
tente  aobslikilo  extraordinário  do  iheologiai 
eéeeretario  da  dita  (aculdade**t.a«5  dcipaft^ 
ço  de  1840,  lente  substituto  ordi&ariQ-rJeitf» 
te .  cathedrad«o,  por  decreto  de  4  da  nutfço 
de  i846;  e  por  decreto  4e  27  do  mesmo  oss 
e  anno,  Jente  proprit^tario  da  6/  .eadoiít 
theolpgiea,  havendo  sido  uore  amaoakMlo 
substituto,  e  regido  seis  anoos  conaecativoi 
4^  cadeira  de  iheologiamoraL  ^u 

Por  decreto  de  19  de  abril  de  1854,  foi  BO* 
meado  vice-reliar  interino  da  univeraidade^ 
em  seguida  á  demissio  dada  ao  reitor;  quo 
foi  bispo  de  Bragança,  de  Viseu  e  do  CoMto 
bra,  D*  José  Manuel  de  Lemes;  o  pordecMc* 
to-  de  26  de  julho  do  mesmo  anno,  ri^erei^ 
lor  proiprietario  e  vitalició,  regendo  ^^jonk 
versidads  com  geral  apraaimento,  atd  qaa 
Isi  nomeado  reitor,  o  conselheiro  Basilki  Al* 
berto  de  Souza  Pinto,  bóie  visconde,  de  .& 
leronymo.  Sendo  estQ  senhor  denoettido  con» 
linuou  a  r^ger  a  uoiversi«bide«.  o  ar.  dr,  Jbr 
só  Ernesto,  até  que  fdi  nomeado  roíVnr  #  «^ 
conselheiro,  Vioent4^  Ferrer  Kett<>4etíaiw 
egLoneradoesie,  assumiu  Duitra  vez.  o  ar.  o^gt 
seiheiro  José  Ernesto,  o  goverjioda  uipvaih 
sidade»  ati  ser  nomeado  reitor»  9  ^r.  Aoi^ 
nio  Loiz  de  Seabra»  hoje  niscondoi  de  Asar 
bra,  e  em  seguida  á  eaonoraçâo.  d*jeste&  w 
24  de  julho  d«  1868,  «optifiuou  m  regw  a 
universidade»  o  sr^  conselheiro  José  Eam^ 
até  que  em  9  de.  jolhe  de  i869,  foL  qom^ad» 
o  actual  reitor,  o  sr.  visconde  de-  ViU^y 
Maior.  '  1.       I   > 

Durante  a  sua  vic^reiteria,  .fl^ram-Jt 
muitas  o  «importante»  «t:(oci»as,iioa(eatatMir 
lecimentos  da  universidade^  nomeadapií% 
le,  na  saladoseapt^llos,  mu^p.ei»rdini  bo- 
tanieq;  e  lik  aatea  do  at^r  qqw^p  f  if}o.rfiit 
lOTft  havia  o  sr.  hí9i  Brv^èn^  fti^Q.f^éJ$k 
QQDfitissao  .nimeada  poc.  »ofiam[>4e  Adf 


lòí 


¥m 


Élbif èiBlira  àt  .á8(Sd,  encarregftda  4e  ffofor 
as.Bedi4as-ipai8  cdurenieDtas  ptra  «reor* 
fMUMça»  da  typogrâpbà  da  Uiliv^rtiilaéag 
iasio  na  parte  aduiDisiraUva  oomo  na  me« 
ditiiica* 

A  «au  cofnmisbão  86  deveem  giunde^par- 
liio  aotavêl  lirogr^BQ  d'aqiieUa.typocf  apliia, 
fmçaiá  sekoaâ  0  ittellígenta  direcção  do  ar. 
commeudador,  Olympio  fíieolaa  Huy  F«rr 
aiHideik  -que,  pór  taieialiTa  e  deligéDda9.da 
Híbrida  fcotuaiiâaao,  foi  ooawado  director 
iUqaeUaJAporUQteestabeledioeiítOyem  16 
éi  mar^o  de  tô54« 

'\Bai  M  de  janeiro  dè  t8ISI,eelebroaaaDi- 
"versliada,  exéquias  soleniQes,  pela  alma  da 
SMilloitt  D.  Maria  U,  faileeida  a  15  de  no- 
fsMttbro4e  1803,  <e  iDCumbiado-se  do  pane* 
lyride,  o  ar.  cooMlbeiro,  JoeéBrneeto.  A  ena 
oração  qae  eorra  impreaia»  foi  brilfaaatia» 
aima. 

Ito  d6<freto  de  »niaio  de  I8S2  foifyex.^ao» 
meadia  eommeodader  da  ordem  do  Nossa  Se« 
flÉarar  da  Goaeei^o  de  Vilia  Viçosa— por  de« 
«•to  d»  i  d'abril  de  1855,  íoi.tbe  oeneedido 
o  lltolodo  conselho  de  soa  magfestadefideiie» 
itma^for  decreto  Imperial;  deS  de  feirefro^ 
ItO^  fiii  ttomeado  eoannendador  da  ordem 
àá  ilosa j  do  Brasil,  e  por  portaria  de  8  de 
mM  do  aieemo  anoo^  o  governo  portnguet 
liio  permittiK  aeceítar  a  dlu  eommenda  è 
«aar -as  respectivas  iosignias--;por  decreto 
a»  i  do  O0o8to  do  I8ê6v  foi  agraciado  com  a 
Moimeikda  da  ordem  de  Nosso  Senhor  Je* 
st»  Gliristo*-per  deereio  de  19  de  julho  de 
1807»  ibiliomeado  fidalgo  cavalieiro  da  casa 
ysai^^por  decreto  de  6  de  laaio  de  1857,  fui 
«meado  leme  de  prima,  decano  e  direotor 
ia  fíMsuKdade  de  theologia,  pela  jubilaçio 
êolMedlila  ao  dr.  «Luiz  Manuel  Soares»  e  ju- 
Mott-se  ftnalmente  o  ar.  conséllieiro  José 
SriMMin*  por  decMo  de  ê  de- julho  de  1860, 
eam  i3  aiiuua  de  serviço,  como  if^nto. 

Foi  taiubrm  provedor  da  Misericórdia  o 
•xamiaador  synodal,  o  peia  sua  nimia  mo* 
dcitia,  retmaom  a  mitra  do  Aigarro  e  outras 
fUO^pop  vezea  lhe  furara  oíTepecidas. 

ffiNânEL  <e  8UB*AR]UFA1IA)-H^idade, 
Doiroi  Cabeça  4a  comarca  o  do  concelho  do 
Ml  cioiib,'lNiipado;  dtau^kto  administrativo, 
#•31  liioiÉetrM  ao  ILN.B.  do  Porie^  4S  ao 


PEN 

S^  do  Bilaga^  ÍA  ao  8.E.  de  Goânáriès»  U- 
ao  N.O.  de  Laoiego,.  á5,ao  N.  do  tio 
31Q  ao  N.  de  liai»oa. 

Tem  4:000  fi>gos,  &:000  âltoaa^ 
fregneaias  (8.  Matlisho  e  S.  Thiaga.) 

A  frfegãeria  do  S.!Martihfao^  bispo^  ée  Aw^ 
TipuMk  4ô  êonía  {Pedafieil-tiiiha  «m  1757» 
802  fogoe. 

A  mitra,  dou  meateirorbenedíetiaoo  ám 
Bostéllo  (a  5  kilometros  da  dâade)'e  o  doFft- 
ço  de  Soau,  apresentavam  lâltematimnaenta 
o  reitor,  que  linha  .3U0#0(!)0  réis  do  renAi* 
mento.  Ddpoisy  foi  eommenda  da  ordum 
de  Chrieto. 

A  Cregueiia  de  S.  Thiago,  ^^oatqlo»  àB 
S^'Arrifana  de  Souza,  tiotaa  em  1757,  3& 
fogos. 

O  reitor  da  freguesia  antecedeote,  apre^ 
sentava  o  cnrâ,  que  tinha  20^000  léia  d0 
oongraa  o  o  pé  d'ai(ar. 

Hoje  é  abbade,  e  tem  400^000  réis.  Paga 
a  um  cur  80#00O  réis. 

£'  quartel  geaeiíat>da  3.«divisio  nalMua; 
e  quartel  do  regimento  de  tníanteriaii.*  i 
(Hoje  sé  aqui  êstà  a  aia  direita,  o  resto  está 
em  GuimarSe».)    . 

Desde  1814  aié  4834^  foi  quartel  do  bata- 
lhão do  caçadores  n.*  6«-*denomiDadoso» 
cametrioSf  por  ter^m  golas  0  canhões  ona* 
rellos. 

Tem  estação  telegraphica. 

O  concelho  de  Penafiel,  comprehende  ^ 
freguetias,  todas  ttoèispado4oPortQ^e.coa 
7:300  fogos--^ão; 

Abragào,  Bôa-Vista>  Bedibe  o  Pacinho^ 
Bui^télio,  Cabeça  Sauia,  Ganeilas,  Capella, 
CSastell^s  de  Receziohos,€róca,  Duas  Egre- 
jas  e  Rande,  Eja  e  Entren^s-Rios  (com  par» 
te  de  Santa  Ciara  do  Torrãol  Figueira,  Pn* 
te  Arcada,  GaHégos,  Oollhulè,  Irivo  •  €0- 
reixas.  Lagares,  Lmim,  Marcoo^  Milhuadoi^ 
NovellaS)  OldrSes,  Paço  de  Suoaa,  ParedeSi. 
Penafiel  (S.  Martinho),  Peaafler(S.  Thiago), 
PtTOzétIo,  Pinheiro,  Ponteia,  Rans  e  Canas» 
R^cezinhos  (8.  Mamede),  Receainhos  (8.  Mar* 
tioh<i),  Ria  dè  Moinhos,  Santa  Martha,  Soo 
hollido,  Urr«»  Valpôdre,  í  ViilaCoTaée  Va 
a'Afis. 


.  •▲  staiNNÉflifCft «râ r— poiiiáe dais Jal||[a- 
-^M^  o  de  fftenaM  e  o  dePmMes;.  tims«4ca^ 
de»  i6Td^  'qna  estte  foi>  elevstlb  m  a>marca^  fl» 


Já  a  pag,  238  S.S.,  col  i.*  ç  seguiatesy  do 
!.•  yoL,  sob  â  palavra  Àrrifma  de  Sòú^o, 
disâe  alguma  cousa  com  respeito  a  esta  po« 
yoaçío:  fqui  âccresceoto  o  roais  que  julgo 
a  propósito,  pedindo  (|e3cuipa  de  alguma 
repejí^ào  ineviuvel.  .      . 


i  >. 


Bata  a:  bcAit»  ddade  <d*  Peaifiel  ianàãàa 
Jbjto  dâ:«n  liioftle  potieo  elevado,  en- 
tre 08  rios  Souza  (ao  &>9  GamUiim{ao  N.) 
^.se  é  Bodena  úoili  e aotouil  Dome,  conta 
B)iiB;do.Ae9:  séculos  deiexialeiícia,  com  o  dò 
iàKmfama, »  da  oua:  fuaiação  já  fallei  ii'ésià 
palavra. 

Ifio  tem  fond  uâifp  ou  moderno. 
-  Rn  S5  de  fevereird  pe  i741,  D.  João  Y, 
eleto««Bti  poveação ioaibeeona'  de  titta, 
cdbefftide  ooneeibe;  tende  seu  primeiee 
juiz  de  fóra,  o  bacharel,  FrancHoo  Teiseirj( 

fiL  fú6é  i«.a»taxidadei  m  sede.  de  Mapa* 
de^^em  â  de  mirço  «de  4930^  e  Hm  mudo»  e 
aoB  lÉlipírome  ÚB.Árrífmm  do  Sawm^  m 
émBemafkL    . 

Foi  e  papa  Clemente  XIY,  que,  a  rogoéo» 
BOMnha  (ouiik)  manquei  de  Pombal)  ecdon 
eMeiMapBidov  «ndo  d  primeiro  e  naice  bis^ 
po^lK  feei  Igneeio  de  S.  4]aetaM,  da  ordeoi 
-des  earmeiítas  âesoalçes  e  eoofeiMer  dar 
ntínlia  J>.  Maria  I,  então  prioceaa  d*Bra» 
ii^.è  dae  seneni8simea'ili(nitfs  sdusirroãos; 
por  cujo,  Btoetivo  aunda  residim  em  Pene* 

Ballfeendo  D.  José  I  (a  li  de^vereiro  de 
1777)  lhe  siuooedett  soa  1111»,  D.  Maria  I, 
que  instigada  por  seus  ministros  e  conse- 
llHitosyMo  sé  depõe  éeuodos  ee  seus  em- 
pr^^oii  o  mar^iêz  de  PtuDba);  mas  aamillo» 
gvaidB  {terte  dos  ajles,  icil  e  decrete^  do 
snminísteno.  / 

liO^o  lio  %.'  anuo  de  %&il  nhiddo  (Í77B>. 
oMeve  do  bispe  de  Peoaiel  *  ranuacii  ée 
Vúlfkéú;  ede  pftpa.Páo  VI,  que  esta  diõce* 
elBUMie  a  sace&satperudà  a&  dp  Porto, 


sss 


dWBdBikilift  eaUdo;  àto  es»  deanrtiio  do 

mesmo  anno.  .t ,    ^    : 

Este  bispado  chegava  até  ao  principio  dn 
eÍdadQ'4e  Porlb;  i)oiB  ^iMa  qttpnie  de  Rra- 
de^  4ioje  eranimo  d6  Bif9UB%  perteasià  e 
eate  bfepadei  .i    -     * 

A;rua|iiiJndpaldacid4Qd«^  éaesliadai^ni^ 
HsedernaanntenMcadamisada,e  qiiaéeetradi 
real  de  l.^ciastfe,  que  vae  de  Portei  aPeM« 
fiel,  Amaiante,  Réguay  ViU&  Eeal,  Gtevn% 
Bragança^  ele. 

▲  esteada  antiga,  era  peU  ma  Diíeiti^ 
feitoaon-ae  ouura  estrada  Dacadamísada,' 
kiToa  doCalvnrío^  e  esta  6  boje  a  S.^  rua.d# 
cidade. 

Tem  algttmas  praças  seffr&vtii^  aendei  m 
rnelboT'  a  das  Ckans  (aonde  vae  4ev  a  estean 
âa.mae-adaml8ada),  omáda  d»  tfmboa  oede» 
doi^  de  casaria  de  bella  appareneiâ. 

Penafiel,  pria  falta  de  vias^de  coaMsnnseaip» 
qIih  eAeve  maitos-aaaos  etlaeieaaijyr)  li^ 
porém,  ligada  por  boas  estradas,  com  o  faia 
viabadeiro  de  Douro,  e  cem  a  el4ade  do  Pbr- 
to,  e,prtiitipaHnente,emeómaíBaitaçaeaea* 
kaa4ã  oocn  o  veeto  da  naçãe^  pelo  eaoHiba 
de  ferre  do  Douro,  eecá  em  via  de  pvd^ieit 
ridade,  e  antes  de  poucos  annos,  attenta  a 
dediea^iei  dòe  eens  babitantee  pelo^tnbaDKV 
que  nebiUta  e  eat iqaeee^  será  mna  eidad^ 
prdspera  e  importantíasiaia^ 

A ptlaMúra  pqrfte  da  via^svea daDogaÉ^ 
eúmpnhetidida  entre  aa  esla^frde  Riuef 
siade  e  Peoafiel)  foi  inaugurada  tie  ááa  SI 
de  julho  áeièl^  eom' justo  ^geialf  regoa|flq 

O  primeiro  óombDyosahili  do  Porti» 
00  df  peia  da  maio  dia»  levando  e  sr< 
tro  da  marinha,  vereadores,  governador,  cii 
vil,  general  da  divisão  e  outros  Ainccienr* 
rios»  jonmiistas  d  vatioe  oavalheiDea  impér- 
tantes  dè  corpo  commerelaL 

Na  estação  eatava  reunido  baataáte  f(ff% 
que  saudou  entbusiaslicamente  a  partida  da 
locomotiva,  a  qpal^  fel  rbeebendo  pele  'Cami- 
abo  ae  camarae  de  milroe  eonoelboa. 

Todas  así  eetaç$ea  per  oode  paaeaea  o  ceaa* 
boyo  estavam.  HaUda^  ée  fala,  e  a  ooaaqt^ 
rencia.4e  genlte  ^a  extraordinária. 

Em  Novellas,  onde  é  a  esla^o^  serviurM 
um  hmgk  dO'  idO  lalhetfea,  d'Btt  pavilbia; 


«M 


FBII 


FlnroiB^te  wrios  èrioflei.  €oiltentfmeiH 
to  geral. 


.t 


»Ai  «greja  paroehial  és  S.  MutEafeo»'  é  de 
•robittemrik  fotbica,  de  três  náves^  e  biub« 
ptuosft.  Está  no  centro  da  cidade^  a  loi  eoii* 
struida  em  1570.  Tem  7  altares,  nos  qoaes 
enerani  a»  duas  eapellas  cõilateraea^^ar  do 
SàcrameDtfl^  e  a  de  Nossa  Senhora  do  Aosa^ 
Tkk  N'elia  ba  a  capel^a  do  Senhor  dos  Pas- 
W09y  que  é  umòem  da  arehiteetnra  gethiea^ 

A  egreja  da  Misericórdia,  é  de  uma  nave^ 
e  46  4keha  reformadi^,  e  maito  aoeada  e  na- 
gnlfica.FòiíeoDstniida,  no  Rocio  das  Ckanê^ 
pelo^báde  de  ErméUe»  Amaro  Moreira»  da 
casa  da  Loti^o,  na  antiga  honra  de  Baltar, 
aeeéndente  eollateral  de  -esciareeido  aeade- 
fllioe,^  SE.  Anionio  Augusto  Teixeira  de  Yat- 
eebeellos;  (Vide  col.  L\  pag.  489  d'este  vo^ 
lume.)  ^  t  actual  representante  doíundadoiv 
erer/CMiie  de  Asenha*  que  tetn.uàia  cadei* 
ra,  Bà  09^elia*iiiór,  onde  está  a  jazigo  do  teu- 
éadpr.  •  ■       ■ 

Este  templo. serviu  de  Sé  catbedral,  em 
^lanlo  existiu  o  bispado  de  PeAaficl. 

Teve  prineipí»  a  misercoerdia,  na  capeUa 
ét^Jiono  Senhor  óo  Uospited,  em  i509. 

Tinha  dob  con^entos.<— um  d4  frades  ca^ 
ptichos  (oadobofe  é  e  hospital  da.llieeríeaarh 
dia)  fundado  em  l€A6*^e  ou^o  de.  raaiAt- 
Aa^  dos  l4uaaa«^  tratei,  a  pag^  idaTT/do 
i:^  «vHume.  O.  segundo  está.  no  bairro  da 
Fledadev  e  pertence  hoje  á  camará  musioi* 
pai.  Na  sua  cérea  sis.  anda  eonstrnindo  a 
^pactel  militaír.'Fiioxiflios^  estio  espaços  do 
eeneelho,  fue  sio  umbem  tribunal  .}ndi« 
ebl,*  e  -oontéem  as.  repartições  admimitra^ 
tiíiua* 

•lilpis.  kilometroff  ao  N.  da  cidade,  está  a 
antigo  mosteiro  de  S.  Miguei»  do  Bustôllo; 
que  ft)i  de  Bionjes  beBediciltto& 

Ko^oeneelho  se  fatarieam  ipauos  de  linbo, 
muito  fiaoa^  artefaetoe  de  fsrro,.  airreioa  paia 
ewaigfadurà8y  ^  outros  variça  objectos^  que 
espeataiaeDXigfiqdb  qualidade.  . 

»  O  fundador  dei^Côu'  á  Misericórdia  nina 
Mtada  de  8:000  medidas  de  pio,  annuaes, 
(Vidtt  adiante.)  I  «. 


rjtk  BaicidaAi^fSMi 
OBde  se.  Calirlcam  muito  bens  courae»  e 
neisas^euma Isbriea  de. cal.  Ireimbor 4*4 
ta,  Simão  Rodrigues  Ferreira,  ei4'aqmeUa  ^ 
admioistrador,  Bernardino  JosA  de  Mello  m 
Souza. 

A  feira  do  S.  Martinho,  uma  das  niaiores 
e  melhores  do  reino,  que  se  faz  em  noTen— 
bro,  e  dura  três  dias  (10,  ii  e  i2)  offitíal* 
mente,  mas  que,  verdadeiramente  dura  mais 
de  oito  dias,  tem  também  coD'corrido  'pam  a. 
prosperidade  d'esta  terra,  pelo  seu  espantoso 
movimento  commerciat,  principalmeute  peU 
venda  de  cávalgadêraSy  em  geimdeeaoab. 

Nos  dias  lO^il,  p  11  de  afatil,.  ha 
feita  de  eavalgaduraíi.-         >  >  • 

Os  arrabaldes  'da  cidade  sãotmoáte 
daveift  e  bem.  cultivados^  prineipaloMHil»  o 
delicioso  vaUf  4q  Sousa. .  O  rseu  lerriíofie 
produz  em  abundância,  milho  grosso  embi* 
do,  trigo,  centeio,  cavada^  àzaíley^togiiiiies^ 
linho,  vinho  (rerde)^  hortaliças,  >e  todtt^  as 
friictas  dO'  nosauiCltroa.'  Criaf(ade  de  âedbi  a 
qualidade,  le  aos  seus  montes  aboiqoea,  ha 
bastante  caça,  e  coltneiaà. 

As  armas  do  concelho  de  Penafiel  (dadms» 
segundo  tblgmu^  peleisen  fundador,  ]d.Fafâo 
Soarea),  sao^^-^scnde  eòroado^e  dentro  d'jel* 
liv(unia>  águia  negia,  .taBU)em<>eeP9adn^  eB« 
tre  duas  espadas  nuas,  com  as  poutat  para 


í  ! 


•  L '   •  I  ■ «    j 


além  de  outnse 


.•  Tambem..se.?deB testas  atnias«  eòi 
das  doimodo  seguinte  (sãòiaa  armapíia  ei^ 
dadto) — escudo  eacímado  aom  unoa  eowya 
de  marquei^  e  em'.4taBopo  braaee,  uma  enta 
da  urdEini.de  Chrísto,.  em  logat  da  águia* .  Aa 
duas. espadas  parallelas'  (uma  ide  caia  laáu 
de  habilày  OiO  escudo,  ovlado.pela  parte  ao^ 
perior,  com  uma  fita,  com  a  legenda — avi^ 
TA  FinBus--^e:t€tadedèumladO'iunapalau, 
6tdo  oditra^  um  ramo  de^oUveiaa.  i 

.0  L«  oonde  de  Penafiel,  foi  Manoel  loa6 
da  Maita.  Souza  €oniiiifal^,  *  leilo  por  Ik  Jía* 
na  If  «m  i7i^S.  fira,eQrreio*inér'd9  deâno. 
É  hoje  representante  d*esta  iliostre  família, 
a  ar.*  D.  Maria,  da  Aattimp^o  da  Matta.de 
Seua  GouUnlao,  laita^itfofMleeaa  de  Peuaâil, 
dêiutx);ekerda4e,iffttk  7id»^(ealbradei900 
— re  marqtieca  do  mesmo  titulo,  taoibeBiée 


BEN! 

<2tfMn!Cdflr  o  ar*  Abiquío  JosA^Aa  tem  Go^ 
iBM^  niMfal  áoí  Brasil,  iiatiraMsiido  iMrliir 
Caez,  •iMfcreoildè  de  FmmM^  em  i4  4e  lét 
Yeniro.  di»  ifiôl,  e  dieptía,  marqf eg  dft.iois- 
ia»4ítnk>/.na;Bielani<lAla  emqftdeuiniiT 
lkirlDifeiitÉ*r(|iidZA.  . 

f0  tea  falado^  em- lií abei,  tíálift  a  firetie 
pnCÉ  ama  ú^sPédraíhNignUf  ea  reetafitf* 
da  í^ata  »  Jargo  oade  iexietMi  a  e§r^  paro- 
ehía}  de<S.  Mamede^  400  o  tarramolo  de  Í7IW^ 


BS»^ 


WT 


■ok  1865,  «ena  aetaafs  ^asaidoffea^  Ui* 
irHwrifli  a  freote,  do  S.  iMurao^iN^  ioande  a 
estrada  priadfial  para  o  antigD  krgo  de  Sw 
Mamede,'  oode  i]oje;se^  »iaieialarwijay  de* 
VOúiiiiULÚi^laripiúCoirekhmór, 

•  #fll^paiacks  lestâ  oeHkplelatieiile  deaKgaf 
áode  bMrae  prédios,  fosaandocUie  ike  &  • 
calçada  do  Correio-Velho;  ao  O.  a  do  C0t$dô 
de  Penafiel;  ao  N.  a  rua  nova  de  S.  Mamede 
(niii^nHi  áoB  Entulhoe  de^  S^  Mameê0i\  e 
aotS^a^rM*  do^  P«éíKl»-t^i9rtt<» 

-  *M<i  :ritiD  eooQpada  boje  fMUr  esle  palaeiey 
«xistiram  umas  tbermas  «romaim.  {Yié^Pe^ 
^fíatÊ^Mefins^  ii'esl6  ToittOM.) 

•Fei  a  k*"  ooiide  de  Peoai^l  que  eonatcwa 
eM;]ratlo  elmagaidco  pahiíeMiv  Q^e  a  aeUMd 
marqnsa^toniea  un  doa*  maia  aimipiiKMaa 
diiiiebeai  e  ri<|aíâ6iflaaoiQB(è'inobikdo;.9o- 
féiDi  eone  reside  en  Paris,  ioí  Ioda.  1^  wa 
esplendida  motHHa  veadíds  eas  kílaq^  em 
dsasrifcfn  dé  I67S. 

•  VpBdsnamuaDbem  a md profurieiario de 
Lema,  'aíma^aiOfa  qimta  4e<Lofu«s,  pef 

iKtiaiMeo.TéiSi 


r> 


Passando  a  ponte  qne  está  sobre  o  rio  Sonsa» 
para  a  veiga  da  Avelléda,  atraz  d*ama  capei* 
iMfaa^  dedieadà  «6.  itoqne,  está  oin  iwmdo, 
esm  a  ínacrip^o  qiiasi  apagada  pelo  «empo. 
Opadre  loi^eiGanloso,  ne saa  ÁiíitíoiflúlMf 
miam,  db  que  è  aeepaltomde  Arei  Manuel 
daiBssniteição,  confQnloai .  do  ^mastelr'»'  da 
Geneelgis^  de  li attosínbes»  aeiqaal  a  elaustt* 
li  BiaTiseoa  da  abna  as  virtudes  seeiaes, 
aaqdo^aerimesmo  tempoi  am  reèigiesoieietni 
phflMliiia  Era  éasnialfâa  Anifsna  de  Soa- 
làrVeado  seos  patrícios  diaíuaadoa  -pela  p^s- 
ti('Mise  feio  aendir  eom  seeeerros  para  os 


oerposff  pana  .artlaiaa,  Morren  (qj9siido<« 
peele  «stami  •  j^ teminar)  em  «2$  de.  fevenuao 
de  Iff79.' 

TOsmoradpms  4'estea  sàèios;  Ibe  sr^ata 
ama  bamilde  sepaUura,  em  sigoai  de  gra- 
tidio.' '      •      > 

:  A^Qscrlpflãe;  que  bojis^qnasi  se  não  péda 
Idr,  dália: 

COBRE  ESTA  PEDRA  OS  OSSOS 

DO  VENERÁVEL  PADRE,  FREI  MANUEL 

D^A  liBêtottRlKlQKO;  l»AimK  D8  8.  FRANCISCO^ 

QuaiMQBiiiie  Gen  a«i»iivAÇÃx)iaB'SiM«Q, 

CONF^S^A^OODA. PESTE,, N*£STE  I^OOAR^ 
NO  ANNO  DE  1579. 

Bm  6  4e  le^fereiro  de  1306,  eatando  D; 
Joio  I,  no  arraiai:  omACaiepameato  de  sobi^ 
Charles,  recompeasea  m  boae  /serviços  dl» 
sea  vasaailQ,  loioRodrigaes. Perora,  dan- 
dotlhe  a  honra  de  BaltM;  e*Pa^;  e.iogo  a 
8  do  mesmo  mez  a  an^o»  lhe  deo  o  Julgado 
de  Penafiely  luda  d%.jwo.e  h^Mle^-  e«m  a 
juriídiçae  dvel»  ertme  e  mire  e  imorío  f«9^- 
ria,  seaervando  só'a  cormçào  ealçada,  (Boe* 
daiCaanarado^  Perto,) 

Pelo  ramo  dos  Pereiras^  passapam  osPeí*^ 
aotoa,  daeasa  da  Oai^ada  Xe  qoe  eram  ad^* 
máms}  a  ser  sealiores  doBalarios*de  Airrifa^ 
na  de  Sonza.  >  t  <  * 

»  '    ■•      ,         í  """     .  •  /* 

A  «apeHa  de  A^osia  Sei^Mtra  da  Fiedade, 
está  landada  joate  áa  easae.  qne  foram  apo- 
ssaêadoraa  dos  eorregedoí^  do  PoMo^  qnan- 
de  aqai  vinham  em  .eorreiçãQ.  Consta  ^lae 
foi  fundada  poriua4adividi20,  por  appelli* 
do'€aminha»  qae^  eoriqmeoen  na  Brasil. Toi 
ae« piíimeiro  erea&itàa^^llaniiei  daPiedadaf»^ 

4 

'  No  dia  7  de  Janeiro  de  1876^  t^ve*;logar  a 
inangaraçào  da  enfermaria  dos  eat^revades» 
do  hospital  da  Santa  Qssa  da  Misefi<9ordia 
d*q8&a  cidade»  ereada  pela  aoMU|l  mesa  da 
mesma  Sanfta.€saa«  eoadynvada.  por  om  de . 
sepa  venerandos  irmaoa»  <►  sr.fAptqpáo  Jlosé 
Leakf  qcie  aift^rev^  para  tão  titíi  institui' 
ção  com  120J»000  réis  aonuaos,  iànas  decen- 
tíssimas camas  apparelbadas  e  am  vestído 

osmpleto  A  Ml  4i«brfi> ' 

Gomo  n*ef  ladia  íqi  o  aaniversarioidamor- 
te^voa rci»p€itavelmae,.^ ar^*  P. GisrVf^ 


m^ 


mw 


vm 


éte9'AMia  Leal,  «eu  p44(idM  iUvl  ttiD^iM 
&Êefám  aMU  ois8a  rdiada-m  ogfeji;  db  ímmn 
pitai,  à  qual  assistiram  a  mesa  comtBQitos 
JÊtáíim  údi  If  lseric(»rdia  •  um  frattde  eooetír- 
soifepOTa.  >     ' 

Finda  a  missa,  os  srs.  Simão  Rodrígato 
Pdftelra  e  Bernardiíio  Joié  de  M«Ho  e  6òa* 
sa,  recKaram  dois  brilhantes  dis€iii80s>''qii« 
commoveram  o  auditório,  que  os  escaton 
respeitoso.     , 

Terffiiaado  este  aelo^  foram  eovioudoa  i 
enfermaria  OB  dois  ppiQMirw>eMrevados,  pe- 
los btaços  dò  provedor  da  Santa  Casa  e  do 
piedoso  irmão  bemfeitor. 

SegttiQ-se  logo  nm  solemne  Te-Deum  Lau- 
âumus,  «brilbafotádo^com  vMKrtaodesta  mas 
ddifteanie  oração,  reeliaia  pelo  yév.<^  padre 
Hagalbaês, eapeUio daftavta Gasa,  oeaiitá- 
do  pela  capella  dè  múeioa  de  Villà«Boa. 

Subiram  ao  ár  algnmtt  giriodolat  de  ío* 
gftileê^e  búufe  rèpiqneft  de  sittosuas  egfe» 
jas  do  hoipHal  e  da  MÍ89HeorAlaj  ^   '   < 

Foram  em  seguida,  a  messk  e  ledes  es 'tr-^ 
mSeis  qee  assistiram  ao  aete,  bem  oome  io« 
das  as  pessoas  presentes,*  assistir  a  élêtri« 
bu{(3e  de  jtitttar  aes  entrevaies  «enfevmbs. 
*  O  bòspMftl  eetava  deeáitèiiieBte  armado  e 
ovttále ebm  Oores^  e  udahHe  loeafvá  wsa 
banda  de  musica.  .>..'-.   i     ) 

A  concorrência  era^mmensa  a  visitar  o 
bostttuY^  sahtado  todos  satisfedos  eot»e  ^ue 
vfftim  edbiertfAfatm,  e  algvMi  doé  vfsitsmes, 
te^Bides  de  fao'edfOeaute>espeetaet1o»  <eei»' 
devrei^m  com  eeus  denatfvee  para  o  tonde 
da  neta  e  ptiedeea  ideiitsM^o. 

Deus  os  compensará,  assftt  e<MAO  aiodoe 
^ue-tteéta' oootribaldo  e  eoutribuinsm  para 
tao  justo  e  caritativo  fim. 
'•  Spsfra  qtL9  as  alegrias  Immana»  iiae^e- 
}Mt  completas,  foi  no  meio  d'e9tes  tm'^fim 
tep  eebovpHal  «m  tnfeHrtrabalhidèt:  do  ca- 
irtinko  deféitO',  com  as^  pernas  «McturádaÉ 
•  por*itke  teit  passado  por  erma  \m  dos  earree 
detrab^illto  do  lanço  da  estrada  de  OàíMde. 
Féf  logd  saefamenlado,  per  líejMgár  empine-' 
rigo  de  tkfe. 

•  •'  "~^         •     .     ^ 

Ao  E.  e  a  pouca  disiaiíeia^a  éídádé^  «n 
termio  moetafnhose,  existe  um^  penedo  eèm 
ma  riflcoe  qtie  pareeem  earaetere»  úàito- 


Bbeeidei}  Oh(ntts*èe4lié  «  PfiiMir 
renáMi  •  Parece  -eéra.  ata  dos 
relIgMo  *fg«otiadi)  poibifoli  ãâ^ámm 
teem  leQtra'M0OBttg«niitiio;}¥idB 

tombem  ^ri»'de  l^nafiel,!  oilds 
piava»  es mareos  d» sealenl,  nuui  já 
território  da  freguezia' ée  Oliriee, 
ena  ntoaunMiito  drdidico  na  stiio  aánds 
jetetamadD^  Oarvetlhô  4as  Sae 
uDíi  dolaiea  eeliéee.  O  lame  aetiiai 
qúé  ^mêêà  assentava  sebjre  seis|^e 
pendiculares.  Ha  séculos  que  d*este 
nia  resta  troais  éo^e  a  memoria  et» 

IQsiesiQoiluffieBKis,  doe  tempos  p 
rices,  eo  tome  de  AtiUidtiy  dado  » 
gar  proRimb  a  ^aailel,  pmtam  exhobMa» 
temente  que  estes  sities  foram 
deide  tempes^TemetiSiinios,  per  pevt^s 
ioj^  «a  (áita  de  entre,  se  dá  o  Bemerda  pn- 


'  Oecupador  estes  aitios  ^eids 
principio  do  secmlo  Vifl,^  eito  Hw 
oome  de ArraMtna (hortti)  queBóiioerroia* 
peaoee  em  Amifan», 

Consta  que  os  legares  áe^AoeHêdm,  CaiN 
Ourela^  eCbéfle,liii:ottdeosi  árabes^  ae^ 
beheeramipriíMiravsnié^eieade 
eipie  a  p0f«açio'da'Aivirana  ilo 

"filetemiM  poréla,  qym  oserieniaee  b»  èv» 
pttoiam  ^uaai  eeit|»re  por  tennoe  ttgan- 
dei;  pele  que*^á«rNMidn«,  nfio  sigbliea  lil» 
teralmente  a  horta  actual^  ptiodiaiaii  ly» 
nas  bortal^a  «i  legume^  porém,  emáia  pto- 
prtamente,  «mia  fHmjfii,  eni^^aalçuer  trHld 
de  terra  bem  cultivada,  comarvbreaflNKií» 
feras,  diversas  plantações,  flores,  aguas  de 
rega^^te. 


'('.• 


Hifreé  qoe  es  romanestnaiaraiti  é  noM 
deArrffáaa  em  AvtUêddj  o  qae,iiia  minh» 
episiiio.  Bio  passa  de  eohtede  velha;  per- 
foesè  fandatamiumaieiymelogia  fêrçmÊm^ 
kíroida.  FreteMdéi^se  que  Ad€ííM9%  «r  «kiae 
das  irbs  palarrraa  latiiiae  AM^vh^^é^im 
é-^Sêké,  eàriiM2a/-^iiitergeiçao 
pelos  TOflsaBes>(diBeHi  os  taef>  tempre 
viam  imMt»temu£oimeatf  sàeai;ttltivada)> 

HosetrriptoeeaaB^goe^eaeeDtaaBNBlIiii^ 
taa  id'eetas  disparatadas  ety«logla^  íbIIb»* 


tmàm^pat  4tiMi  mb  4«erfo  qtkéhKOÊ  9ãpm- 
Uioa?,  lendo  e  estudaid»)  e;qiM  Uttiioi4#« 
OMBtradoMMVifarm  parlBfr4*ieaia  obra*  ' 

Já  vimos  Da  eol.  1*  de  pèíg^ft3T,àQ  I.*  vor 
lame,  qne  Avellêda,  nao  ó  oaira  «tasa  se- 
não veUêda,  palavra  germaníea,  que  signíQ- 
cai/ f^aelff dotlsa  (da  relígiftO' dmidlea).  -  - 

'Bé^^^essé  ê^  latint  At^^HoA-Md/^MiM 
querem  os  sonhadores-— com^nfdiioÉtidafn* 
tÊòi  teriam  os  'rematíos  dado  este noiíe  ás 
BmrgeM  diyLima,  dd'Mfoiio^  dti^lloaAego^. 
ést  Kl*  ^'Aveiro,  e  éutroe  Hioitos  e  i&ttitti»' 
«itíos  da  Lusitânia;  multi^  iMis*  formosev  èi 
sqpfbKiv«fci>  áõ  qtie  oè^ue^  teMn  o noniè  Ide 
At^llida.        '  ' 


PEH^ 


iB9! 


'I.  ■ 


AsiséditeiMbs  pofe-qde  os  oettM  eHanaMU^ 
Mò  Wg^r  fmèò  t^sldltt  «iKaina  d'aqiieH«s  «k 
<itt4íiitaíí-^€agá'úís[po0òáçio  im  Wiêáa;  e 
d^f^  8egtLiás9(fi«ar  o  irUfio  d  «fiKoant  w^ 
mé  pn^rlo  (como  o'«#  a#abe)  #  dlamnos 


Avellêda, 


•• 


b.       t 


,1 


Í-..1  í 


No  mesmo  caso  estamos  eom  a  eMi 
tftytáclk^  (}Q6  os  mesmo»  sortadoNS'  dão 
á  fiúíuni:  AMfèmã;  È^nnáb  os  qiiMs»  vem 
de  auriflama,  a  f àmoiá  baiMleiíra  eéi^  dednfsi 
que  Deus  deu  a  Meroven,  rei  dos  francoe^  oM 

fMHcsi      '  •*-  :í 

'    '    Notemos  (loré»,  ^  émná* 
'l(r  dniFf dosai'  a  ^lateioto  dos 
primeiros  cinco  reis  de  PVaD^ 
ça^—quafièo  muito,  este^lodi- 
«  .  •  vSdaos,'  eoneedeédo  qae  «n» 

tfosiem,  não  foram  mais  do  que 
etlèfes^  Mililares^  Sio  elles^ 
fhwaÊtmâís  qM*  w4lz.  irei- 
nar  desde 4^  alá êSadiv  Jat- 
ms*&ttliií(y^€lodiên  ia  Caê^ 
kêdê^&è  4W  ^4A»^ãÊémmá, 
de  448  a  458.J^Attfshò*  í,áe 
hm  a  4ii-^e  âlo«<«.JK6A/o- 
^roi«^Jtr)<d»48iattdl  ^^ 

MeroiM,  qM  se  8«pp9#.ÍÍH 
lho  ou  parente  de  Clodion'(i|nq 
tora^  IUhe>  de^PtaiamuMle).  ai- 
Heúi^se'  ao»  romanasy  eoam 
Attila,  rei  dos  Aimos  (que  ti- 
ttl|a  iiivadftdi»  99  Gfi^U$9  em 
451}  e  o  derrotou  em  Chatasí 


)  I 


»i 


><• 


..'í  •  '• 


•J     ^    í       1 


»t 


\> 


1  JMa'egt»iHifcfc>'  tm^  reNiwa 

.  .  A>i Menareu) o Inddadarda 

dynastia  merot>kl$ial^u,f « fals 

ítpaido  011.41»,  daiaott  |«>ic 

HKOeaaar,  ■eoriflUiO)  Càiftdeiiq 

e»Iv 

t  ClsCmiiC)eass«tt2o,DO.fiosliH 

.na;d»pojMar  BS/S«lie  de  mm 
reis,  08  cinco  iJldtvidMlstlle•1^ 
oi9iia4oa^  petto  iis  teahan^  |ior 
UlMeaéSi  >  Já./»  vé  4116  Mn*' 

Jo»  étiaalbeM  a  viotariate 
C&akmli»  é  por  aoaseqteAciftft 
diiriaa  da  lal.aiictfl^«ià» 

Mu,  s«ppoiido  que  todo  se- 
ja vardaMn^  4iada<  alisoliiU* 
tem  auitflama2.com.âff« 


rlfi»a«^ 


fj 


■ii 


»  » 


t *  •■  I 


.  'I  li 


.iili»«e  qiBlum&afiii  «iBieaaleUo  JtandAr 
da,  aegnadiiiiBt^  pekw^nmMUos,  ar""ÍW>fa' 
0ttiMa^.|kaffiK  Fayií^  SiMMa,  iraiioodàbh 
nlili»  4o0  âouias, .  É  AmdadMT  .da  povoaçiofr 
pel»  411a  aa^dattomins/nit  tomtàUfé^Súmmi 
í^ooata  que  jíiU:lartalam  faàdeatauAa  por 
Ai  llmor.Tii  dtCóRdova^  em  ^^ti^Uxa-: 
de-se  que  a  torre  dos  sinos  da  egrijiiidfl  Sk 
Martinho;  sâo  restos  dcrcastelio,  e  que  a  mes* 
a»!e|ieia.  ki  «áBaflnmlaKMn  o»  BMMteea 
d'eUe.  .r  :<,  ■  •.'  -  ''  •  í;  .  ,t  .;"-. 

ifiia  n^etfta  ootttelhft  a  eai»  dd  Birbsia,.  «m 
é  laokâr  das.  MaiaíUaa,  .e  bn^  propeiedadftvéft 
siv4).  Fi)fMBisooi¥aa  6aadeer>de  Alèaida  Ma*^ 
lattia.  fiÍia.jdattataBi»  <dft)  homs  de  ilariHM,i 
qoa  tioèa  uAjWitaMMiado  pelo^toMtaffiíi4 
FíCA  a  S  kilonaiDiB  da  eaittript  para  SMia» 
os-Rios.  t '  • 

Ha  a  casa  de  BslMttao^  qa»ifiaa:a  I.UIo- 
metros,  na  estrada  papa  Paço  de  Souza. 

lia  ar«asa  daalagei»  qtteJMi«femdef«hao 
sr.  ZeCMtea  Gaboal  de  Mesqaíca,  feito  baiit 
dl0  La^aa,  a  ftQ<éi^iilbo  da  â8M>^  o-flea  pir- 
(oâaeidade* 


ao  eoivenlo  dePa^  deflosiir  a 
casa  do  sr.  BtofoLeíai  Fefeint  de<M«Mi  «M 
desaendo^  poBip«Máai»iiaBao,>aati«DklMi 
to  da  aovaeilMnrira  Alcolérado,>idafGMpar 
Teixeira  deMagalhaes  el4aâQid»|A(#MRV«r« 


970 


PEN 


ImpMT  9IA4HÉH  o-  «Ti  «DDde  de  ViUa 
PoiíM,'  em  Ganiiriei-Mi^^rseQ  pae,  José 
AttgQMo  Leite  Peranfttâe  Uello— dos  Leites 
Pèf^hraa  ée  Mello. 

i'Ha  m  essa  áo  Baneiro»  hoje  representada 
pelo  viseènde  do  nemo  tit«io,  o  sr.  Fran- 
cisco da  Silva  Mello  Soares  áe  Freitas,  feito 
(tlàeAide)  a  90  4e  Jnotio  de  i870,  e  siu  na 
tofttetia  de  AteagSei,'  qaé  dieta  d*esta  cida- 
de» ^OkiloMetros.  •     : 

'  Ha  a-eaea  d'A?eUôda^  vei^resentada  pelo 
9t*  Manoel  Peâro4raeéeiiial6ilva,  da  cída- 
éê  do  Peno,  'fillK>'iá&  sr*  eandessa  de  Pan- 
gim  (kiéia)  e  do^sr*  Matael  Gãedes,  da  casa 
da Bataikm,  na.nesftaeidaddi 

'A  eidade  tem  as adptíntes  egrejas  oa  ca* 
pellae**^a  matris  de  S.  ManWie— a  da  Mi« 
sericordia  —  a  da  Senhora  ^*AjQda— a  dos 
Terceiroz,  franciscaoee,  qae  é  nm  bom  tem- 
plo,<d^Qma  eóBave,  «9as  muito *Mlo>e-bám 
«tevie-^a  da  Piedade^a  daanM»eonfra* 
ria  iú  Gora^  ^  Marte,  que- âniigamaMe 
era  a  egreja  4as  rebolMâas  «^a  do  'iiòepílaiy 
qne^é  ne  exteeto  coofteato  dosoapnfllioe^ 
ado^Carmo,  dee  Teteeipos  do  Qaroie»'  que 
éonnaboa  egrefa»  estneada^<--6  a  oaptila  de 
Skr  Roque, 


Mim»  oá  ternda  adade,  cn  OoioAim, 
H(  de  Janeiro  de  Í9IX 

Soa  pae;  é  xm  dfsftinetOTCirwvião,  ét' 
ddade^dePenaflak 


«.  « 


■I  • 


'  AdidaetdoaiMJi^aiiiplaiiaformjgdeaicoB 
respeito  a  estes  templos.  *  ^  * 


«ddía  IS  dé  jollm,  da  1790;  fisHceeiítio 
fUeoNiIflRento vde  Motsa  fienhoràf  àt^cáim* 
çáei,  d^esiaeidMe  <alada«ál«>'Viih|de  Aiw 
rMmadé  8em^eòm»j|anK.daeínta,'€alba<' 
riaa  do  Ispiriío  iSama^naiBrai  d^eita  te* 
gtfMda^  e  a  ptíintíra»  regttnte  da  recolbi-' 
m^to. 

^Viíiha>ii88CidD;em  íML 


<  I 


'  Aqoi  naaceo,  a  SI  de-«uiio  dei  1^  «dr. 
Aaioaio  da  Ganha  Vieira-de  MeieeUee. 

lira  tome  de  medieina,  na  aalversidadedè 
Coimbra,  e  anetor  do  applaadido  li?  ro*-4Bpi^ 
WBmuHSíK  PoaiPucnratA,  exeellente'  trabiHio 
hUtorMb^ritieo^'  qaiá  lhe  de«  grande  e  me^ 
meSdaf  fama,  entre  «a  hemena  ida  ecianeiai 
'"  9ra  mancebo  de  nau  Inieèllgenali^  e4ra«- 
bgnadOfrMàtiiaYel. 


A  nohiliseima  famiiia  dqs  Sonsas 
lâa  de  Penafiel^  dividia-ee  en^  doía 

ueaeislP(9Uy. 
O  primogénita,  está  hoje  represesytaAo  pe- 

loa  «a.  duquen  de  t(a(9es..(4.«  >vok,  pM-  ^ 

lUkDeUa^  Yidfr  esta  paiaTr^- 

lEalea  doâs^^sao  oi  ramos  prineipaea  e 
nainos  dos  Souzas:  ha  porém  multoa 
dteta.lamilía(  ues  são  ^sdos  coadei^  4i>.B0- 
danda«*-antigos  marqnezet  de  Miaa»'-^ali- 
9DS  condes  de  iftórba^condee  de  S,  Tbàaf» 
(4e  Bedtiído)»HmtigQS  condes  de  Miraada — 
eonlMiimuiM  litoiar/es  a  fidalgos  nobUia- 
simos. 

Para  a  nobre  e  antiga  famiiia  e  armaa  dos 
Lagos,  d*esta  cidade,  vide  4.«  voL,  pag.  i7, 

Ha^em  PieAafiel  o  morgado  denop^iaado  da 
FlMa,  soiar  de  uma  daa  jnais  nobfaa  h»i« 
lias  tfM^«idiid«r  da  appfkUidP  Yj».  Pi»u>  da 
Veiga*' ..• 

B'  sen  actual  administrador,  o  ar.  João 
asmard»>Yaa^Pittto  Barbosa  da  Yeiga. 
'  Para  a  genealegia  e^arm^  dos  Pintos,  vi- 
da Fein*  ^ 

'Ya&  é  «m  appeMído  nobre  em  Portugal» 
onda  ha  moilas  famílias  eqq»  elle,  sem  pa- 
renteaso.enti>a  si«  pno^imo^o»  remoto. 

Ek  patrommico  do  piome  próprio  Foseo.  < 

Na  vltta  da  Cena»  (AI(9m^jo)  é  o  solar 
de  ama  faonlia  4'eflte  appeilido,  qne,  em 
ISíl8,*pesMiia  uma  capetia  na  mesma  villa, 
da  qnálierav^mão  administrador,  Jorge  Yaz, 
ftlho  de  Imo  Vaz.  < 

As  aimae  d*este  appemd%  » ao: 

Em  campo  de  púrpura,  um  castello  de 
paaAa»  aobn  a«a  laaa>de  ondas  d*azale 
pr^ta.'    .     • 

Jisaia  ae  Mham  eseilpta»,  no  registre  do 
braaio  dtemaa  qne  a.  Joâp  lY  deu  a  Pe- 

'^  Yali  é  Yasqdéé,  lâo  itttronimicos  de 


vm 


iU 


M&fik  >•    . 

>  BTotie  anuído  lòi  Martíoi  Y^:UÊMê 
da  rei  JK  iUnoeL 

í  #oi  iDâoâ«do»'por  0it8;fl6ieraii»<iia  tom» 
putfiMr  do  rei  á'ariDa9  Purtmgàl^-r^^  bkdbgní 
António  Rodrigues) .  â»  corles  .da  Europa» 
pan  io  inatmirem  maaioMgaçõea  de  aens 
Qfflcíci9;^parâ  qneesbraaoea  dfeate  reino  se 
^trleifDesnni.    *  . 

:x  Chegando  á  corte  do  ioipeeftdapi4'iUisr 
ivia;  Maximiiiano  I;  dea  este»  em  Yieimay4 
Martitt  .Yaa,  por  armasx-HMcodoulivMidD  tm 
^1»«-Ba>i.%  de  ooro,  meia  agoia  de  fár- 
pynrait^na  1^,  d'asttly  três  pomiws,  de  pnta^ 
em  .pai!»,' armadas,  memUiadaAe  bicadas  áa 
pilrpara — timbre»  uma  cabeça  de  leão^ 
púrpura,  sobre  duas  penas  de  pavio  de 


l*m  adiaà)  de  D.  Sdbadtiio,  ^mesidir  pay 
ra  Liibba»;iâwpiaiÉíiii  ea  bens^ae  afulyé^ 


•  Ha.oaaparamil!ad'eflieappeHida,qnefpiOp 
6iáe.áe  aay  VaM,  ao  qoal  IX  Affonaa  Vém 
pog  armaSy^emi  ti  de  maio  d*  ?l477''-i'em 
eampò és aonv -imi-4fDitta ideiurvore  com 
esgalhos^'  di^  sua  côi;  sahindô  ésom^leio 
anVafnMdo  de  púfpara-.e-^^timbl^HO 
ntssmo  teio  das  amu. 

.*OMro»  doeste  appeUldo»  itasemi  ptt-ari' 
mas^^esoado  eem  %»  Quina»  reata  d%ala 
Fiitiov'«om  des  beaaoM  em  eáda  éacèdi*- 
nlw,  e»i «a orla^nm eonlie fMdo^eamí^oè 
nós;  etÉD*  ea  éaa  llidea  friMÉsomms.  * 
/  Ha-  ainda  os  Vaz  ¥Moê^  cnjo  solar  é  na 
fireguexia*  da  Gonceitae;'  no  Algarve.  Ylde 
TMrtra^ 

•  PMa  o  appeUto  e  asmas  doa  Vngt»  vida 
fi^  dé  &Mla  JtfarAi. 


,  ( 


i  r  mo  l^  doesta  fkmilia  (dos  morgkdoi 
da  Félba)  o  sr«  doutor/ Jeaé  PeBcisino  Var 
PlMa  da  Teiga,  ^oe  era  aadiíar  nar  iNm  Tér^ 
oeira,  e  foi,  em  abril  de  l876^4eepaebado  Jnia 
de  direito  da  coasafcu  de  4tabogali 

Ostmpigados  daFòHn»  ilnltam  «n  tín* 
calo  em  Lisboa,  instituído  em  liena  sitaa^ 
dos  às  Portas  da  Crtiz,  em  Ghellas,  e  em 
Tfa4íoaga.  >  ' 

"IFel  inaiittiide  fpr  jumê»  seua  aÉtepaisa* 
doi^  nb  flm  d»  seealoi  XVI»  4^  ^oal,  pode«^ 
do  escapbr  còm  ¥ldae  Uberdade,  da  deagra^ 
cada  taataiha  ée  Alcaserkibir»  onde  tearilMi>- 


t       ! 


Segando  algims  aatiguarios,  a  erigem 
maiaiirevaivel  do  ndme  d»  J^aafk]»  é  a  se^ 
gaiato: 

iieaveaiial  dois  caaieUiie,  um-ae  N.,  ou* 
tvo  ao  &  de  tf  io  Seaaak 

O  do  N.,  por  ficar  .mais  perlo  do  xio,  ae 
denominava,  casieUo  d*Âgui>ír  do  Souza,  e 
dea  o  atfm»  a  lodo-o  .eoaeelbe* 
•  O  do  .8s  qae-flcafa.BMis  distante  do  lio^ 
e.eaiaya  ediOeado  sobre  am  alto  monte/ Ism 
madode  ptenhaaeos^  se  elidma«a;oafteífoáa 
Pena;  c^  eoaio  aadea  aevendeu  aos  moultn^ 
apetar  de  faiiosea  o  •repetidos  ataqaes^Jhe 
deram  depoía-n-aènterde^aiAffto^dirJ^dki^ 
flf^  e  deu  a  séBneDse.  a'todo  o^mteria 
dO;8«  do  rio  (Soaia)  o  qoe  Teia  a loertdivi^ 
dido  eei.  daa8)oa¥idenaSh-itoaA%  no  logarsdo 
C^nneálíAflfiiat  .Ssdr  feéroã^^e  oairanoda 
ilm/otia -— ambas  sujeitas  áa- JUstí^aa.áo 
Mrto;  assim^oemD  'O  era  a  da  AgaM^  >  • 
.  Consta  jitm'  já  mu  iisiapo  doa  f[edps  baila 
nVsaier  território  tiea  égr^aav  que,  amdian* 
te  oeito  triMito#  foram^cHusorTadas  áorante 
o  dodibito  árabOrf 

Uma  era  em  Lourêda^  dedicada  a  8.  Bar* 
tbolomeu— outra  na  ÁFrifana,  da  iuToeação 
doApIrito  Saato— 4iOiUim  em  líoittom^da 
qoal  eia  enigo,S;Jlartiobo,  bispo^ 

A  da  LoQiéddi  é  aâaidt  a  :aetual,  e'4»tá 
eonsmiida  tom  tal  aoUdes,  que  promette 
dirar  mailiM  seealosL 

0a agnia da  Arrifua,  ainda  exisleaea* 
pella-mór,  que  é  um  monumento  veneian- 
do  da  aatipildade^ 

fi*  da  afetntectiira:  gotbiea,  abobadada^ 
eom^  reloToi'  e  friaas^  doirajdes,  gnaraeeidâ 
da  aaieias,  o?  em 'forma  de-easteiio/eame  a 
Sé  Yetta^^daGoioibra)  teado  maia  a  fiàrmà 
da  nosa  torrBiat%<do,<iue'a  de  um  templo. 

Da;-ée  .Moaaefas,'  só  mLíste*  a  eapeHa* 

Onde  era  o  corpo  da  egreja,aaii.  hfljftnma 
gaiiió,  ou  alpendre,  armado  sobre  celum; 
n«s^  ti  am  f  silpilo  lia  eàniaiiab 

W  aps^da  iaifacayto  db  aaauLaeia.   . 

Todaa  balas  aresagreísa^eram  ouaadai  por 


972 


wm  iá  parodu)  (abbaic^,  4«»  'larfdift  on 
Mnpoffai  ♦itioiíii  f9jaiÍM«:{M0|priedéèai « 

rendas;  poréoi,  qaando  no  fim  do  seoato: 
XV,  6  por  todo  o  Xyi,  veia  a  praga  dos 
QOBnMndataríos^  isiirain'i.>é'«êta  ImnieBsa 
paroebiai«aa  ^onenda)  •4eFanr«o|)MKi»i 
eho  o  titulo  de  reitor.  •'  i>'i. 

-  O  lí^  >oommeQáátapioy  afotoli  tOi  fMsaâès, 
recebia  os  dízimos  e  iíBOMf^e  dafà  ac  panar, 
ehoum&ténnepeoflio.  -  • «.    < 

Resgatadas  «atastienrasido  poder  das  mane; 
roa^  pbr  IX^Payae  âsatas^  #0(M1  eslè,  gb^r- 
mnàat  doadoia caatallo^^e da  toid a  tarai*' 
taría^  oonaprehanâido  naa  lreaieCqriAaa|WH 
rodiia^e  festí^seB  aoko*  aa  dovilaaa.  .. 

LieaaKooB  a  maior  parto  daa  seoa  tald^» 
doa,  ifuv  86  favam  «statMiaQar  aaa  duasisaa*' 
Í6M  da  estrada  da  Portai  4>ankTraK0S5MkNin 
tai,  foranando  (naa  aspa»  4e'  nia^  a<^«a 
danm  o  noma  de  Aag^i-iaé'ahi>  para  oi^i 
ma,  até  Joido  da^gréjbt  do'£aplril»>aaiilo,^ 
CêmÊh^Villeu  -   '   i    •.    >  ^i 

Tamiam  lia»  doat  niafiaBSudfriestnidai 
fiie  d'aqlií  vae  ptíhEúin^mtBia^ãè^tasáXú 
eonatnalndo  oasa8»>e.fomntidoioaikQfaMa4« 
Váiieâê  Tifêirs^  Pwioa^ieilMbÉiioilfMiíA; 

Esta  estrada,  entroncava^  ipia*rdiihatd» 
Porto,  na  JIbii^i^  db  ft0o«    \  >"».:.«»:,  ) 


,i] 


»'  «U   •' 


iQnonda,  «■§>  IMO»  Ik  Alaoio  IlliBidiii» 
doa  estabeèscer  Mrattt  Mietoadoa^  «ndb  dadp 
eauriesse,'  o»  moraiaaoa  da  ilarp|fhnaf4nAti- 
talraiD  logai  pena  feira  da4ma  diaa^  )iiaio  á 
egreja  do  Espirito  SanMi,  M*pMpié«jdiaida 
PcBleoaaCBS,  dfasae  aMO^  a^naa  difis  liiaa^ie* 
gojotaa^- 


L»      • 


'ti 


Passados  poucos  annoa^-ae-  canfm.  atitm 
falrav  fana»  à.egnfft.dft&  BartMoaiau^  de 
Loiirdil»,9o  díaidíeite-aaMb <24de*a0oaaa.)> 

Depois^  «11  meiliado  am.todaaiiadiaB  K^ 
de.ejid»flaeipe<«aia  taida^  otltni>aiSÍ;»/ 

0.'aBtaiiâisoiBasBCof4feala»^laÉaaia  bbbpc»l 
daa»  (ai  desetvolver.e  pnapcMr  diuíld  a 
industria,  cammercio,  agricultura  e  popiila»« 
^d^Arrilanu' 


•   I 


j 


«   r 


1    • 


Estabelecid».iaflb»RoBÉa^  Pdlapapa  BbmJíOí 
111,'awiifrariÉ;  db  teniaaMiorAaBiaipeulo, 
no  ^  aaoo  úa  aaii  pauliAaate^lSaA)  foi 


»Aitftlaw#  tk 9m  tmáffliÊb . dêêi^úU ii éê 
Roma— em  todo  o  orbe  cathoHco,  luna  âem* 
(§ÈÊÊkãsíá!9qte)ÈB^  ialtoaafãaç  .€»ipf 'ealalaloi 
foram  confirmados  por  bretraiaqpiibtaliarids 
mauBapipa^  a  Id  ^la^íulto  \dm  iSM^  «ó  aio 
amiaà  dopais  da  approvadoa  os  de  BaBiai^  qoi 
Coi.a  a(^da.iianmayM-Oide  itt39. 

j  .(PaAlalM^.g(miniea.a  Egr^ 

.1    .'4iDeaaydead«ii«3&alèiS5(K) 

Esta  confraria  foi  estabeleoié»  «^«egni^ 
daiAs^iiàtÒjSaotii»  então  a  nwioÉ^ie  mallior 
da^leara..  Eci»  dailaea  áapea^  saodo  ob  areai 
4M<aa4i«idiamt^'attsl6iiiidD»  por  férteaca* 
kHMíaa  daifranitov  qoe  ainda  èxislea  n 
aetaal  e^reja^  juap  aaerMaamadâa  aom^aih 
Iria  4dBt»  «ItBBa  4lo  qva  tinluiai  aa  pnoiilf- 


éi 


/. 


Qaando  na  Inglaterra  prínciploa  o  scinu^ 
pfaçlaiqada>iw<0atfiqiia^íiItt,  calada  aV 
tfíMé  nuÈú^  AsidsolaftaQ»  Joio  Cooraía,  «a* 
'tiiaal-di'vAtrilÉaa».4pae  logld:  pttKL«aiiapa» 
inay  traaaidotidalái  nmfclByipam  «to  teai» 
GbfiaiaucrtlciAaidar  qii6%h(]je  «alá  naffvya 
da^ilÉMBriewNtíft^AiNrtm^dft  NoiaafiaDiMn 
da  Piedade,  que  eollooaa^miUaa  capellaéa 
S4ieteftiiiig\f«9 emial^viav  fára  doimr; 
aaad'lndai^sa  jpor  ím<^a  invocajtio  da  ené* 
daido&  gèhastM»,  pwiA  4b  SaÉsbonadaMa* 
dadaQO^quàadp  itiaiidQa-aQftra  eapeila  d^ai* 
u  piaai»aiâttyaa|iD<aarfiaaa<iia»%  4»Jfm^ 
Ml  antena  4^'Pigdaiéi,  da  baiceot  A-iLoatti, 
làn0a  êifÊkmfa  da  Béaifirií^^b  cabãi 

O  mesmo  João  Correia,  mandoa  á  soa^w* 
taineparaff  ie)^adQnuiv..a.egK|a(]4a  Eapifito 
Santo,  dando-lhe  ricos«pavftlDatitui^  aidatU' 
doa  de  boas  rendas^  para  a  aua  fabrica. 
lte«piiiW4aiF|iiidns  ume  beHaJMagio 
da  Maaaa  aaQtidBai  do  Bottrit»  qoa<  já«* 
un  atfUnat  Mtsaa  flovo^.aluir^  EHà  im^ 
8ao},4«a44a>»ódai  tem  i*^iO  de  alta.  . 

Tudo  istb fodaiadto noa aitaatado^da im* 
ManiaÍ2fittigel»d*Attui^  efitioparacho 


daimguoaià.  -'   <■..  .i 

tendo-se  desenvolvido  muito  apopoi^ 
da  pafaoida^i  a^adadarpaqfedaaiayaja  4^ 
Maaaeiy8i,»iaata»d<»naiai4terttdada  da  í^ 
g««|ía».aaí^  9i«a.9Msi  daafiit(^idaciái|a^^ 
vtttiMadar  a TaaidflBaid 4d  piradtoittrt^ 


978 


feigir  êmhPtihWf  etonfimir  aqui  nmlio- , 
ira  Mairis»  túm  os-nuiteriaesda  lotitaniiit»' 
Í9r  df>  Eapirito  Santo^  apnwitn4»<  fara^oa 
sinos,  Qzna  antiga  torre  qoe  alli  hàTia^e  ti» 
tíuk  pertencido. áeiMi  é9ê  adolMy  raalava 
«Mão  abaflidojM4aL 

•  OfipfM-aea  Hlt^ Gonfalb  Gurveia^  ttto àf> 
b8fiiibttQr  Joto  €orreiâ«  <MDDPofoii4«iMiie 
de  que— seaiiM  re^dÃBeàra<tt4ilellareffeía, 
«  a|M  ftUi  imlia  a  sna  «efHiHliffa. 

T^nntnoa  a  contenda  poMoaascOTdo-an- 
Im  AS  parM»  legatiaado*  pof  esiwlplim  fAr 
bllca,  feita  nas  nelas  do.talMJ]fio  Rfiy:4e 
Cwros,'  ^A  eMadd'  do  Porl^i  «eiii'7>d(f  »ja- 

ftko4e  t«59.  

Pore»ta  escriptara  se  obrigaram  aémar 
a  capelia-mór  da  egreja  do  Espirito  Santo,' 
com  o  arco  cruteiro  aberto  para  a  egreja 
noYA;  6  assiffi,  m  fes«    . 

Também  se  oppoienaoa.ia  esta  mudança, 
08  povos  de  Moascres,  Aperrella  e  Avellôda;, 
iVas,  por  âo^  «oevieraoiy  a  lea^se  ^  aot a  e 
nagoittca'  egr^ja  omicíl 

{Un  i569y  abundo  a  pen^iegieja  «rn-^sia- 
4o  4e  se  celebrarem  n'nUa  os  oflcioa  úm- 
nos,  e  admiDistrarem  os  ««oraoMaloa,  vttio 
|Mra  a%iii,  em  aolomae  proeisaae^  a^  deaio 
TemJiro,  a. imagem  doS.  IbrUnho^  da^afitÂ- 
ga  egreja,  e  é  a  qOe  ainda  boje  está  no  atar- 
mór. 

€  comroeodador,  eomprea  a  1>«  Manoel 
de  Nurouba-  orna  morada  de  easaa  qqe-U 
nba  perlo  da  egreja  nova,  para  Kosideii^ 
4o  reitor, «  o  tem  eido  até  b^e^    : 

ISm  1579  -se  eopclaia  o  froaiispécío  .da 
tgreja,  e  se  ílieram  as  capellaa  do-Samisai- 
mo  e  ^  Senbura  do  Rosário*;  ma»,  nem*  es- 
tai^ nem  a  ca,p**ila«mór»  flcaraq»  .tomo^gora 
s3p^  ;K6  em  1491  ó  qae  se  «ompraram  ternas 
aiaas.fae  fiavam  eacestadaa  ji  egreja^-  para 
se  demolirem,  e  em  seo  iogar  a»  aoeresava 
.tai;eia  as  obcas.. . 

A<Al^a  da  eapeUa-mór,  fei  feiu  eaUSM» 
a  a,4^  ^aniiaalmQ,  a(B«Uii9. 

,A  ordem  3.*  de  Su  Frandscò,  loi  ínaiitoi-. 
4a  a'^ta egreja  (ooaiur  qQii>éii(4o«d«kff. 

>  Bate  Buy,  de  C9ttroS|  era  da  família  doi 
isuparâe  CJuros,  o  qde,  em  1536,  mandou 
laier  a'  primeira  casa,  na  ^oe  d«poi9  M  iAm 
An  Mrai,  da  cidad»  ^  íoftOfr 


Mn^pdnso  ttapoid  de?taiiÉiMWéaa:ai  ateu; 
ibaiK  'eU^-IOMi  aa-Éladoifiraa^egiwsa  doa 
Irades  capadioa:  Vendo  até  antio^  a  asa  sa- 
^étavk  afakriea^  em  omaaeasaa  <}qe  bavia 
eoBprado  aídomallodríguea,  viwaide  Náe^ 
iao  d#  SêíÈtãf  wm  Ml;  áffoif  «da  B«danQa, 
veádta.flrtacaaa (eaa  Édâ5). 
h  Aaoofraria-doiSeabor  dosPaaeoa,  qaaba 
aleaia  «p^a^  cespnm  em  i^OA  mnaa-ear 
aas,  qne-fleavam  ceatigttae  ás  da  íbbrtca  éa 
«ftáDtànlilio,'e  ambas  aa  eonCrariaa  izeram 
um  bello^eiWUio,qne'se»€OBclaiafm  AM3, 
imponaÉdaaB.maia  4b  doía  eonloa  da  réis. 
>  ifimáantsi  iiMilÉiii  oÉMiconíinarfa  eoala- 
eía»líra,,na  aâtiga  efre|a  áoi8eplriio  SaaSii 
-^«e*  ftd  tomado  ipor  padroalro  'd*«llai  Gam  a 
madaoça  da  velba  para  a  nova  egieja,  se 
•ottidòi>'paracèla'aitái:oonfrailaç  mas^  iem 
IWI,  seaMiadpdra^oaMilbftBBBiDdBlfoa* 
sarârBhora  da€b<iieifio ;  tamaada  a  mft- 
dat-aa  para  a n^drii,  «m?l6€5. 
-Ha.ii^eala  egvefa  «-a  iiaunáadadas  almas» 
«da  qoal  é  padrofliio:&  BiieolaB*l\iltBiiaa* 

'  dfoidiaide  Garpo^-Obristlv  vem  a  esta  egre- 
lii^  nm  doni^,  dafregnuA  de  S.  Pedro  Fins 
-é^Toma,  der  octtealbo  dè  iioasada,  no  arce- 
bf epãéa  él  Bragai  ' 

■-  'd  aitar.de  Sw  Joio  Baplisca,  foi  mandado 
fazer  di^  bovo,  pet>  raitot^-Jabé  Mendes,  pe- 
'loèaiii»ffé»ii66;iaureimrj  António  Men- 
des,  a  rnaBéau  dovar>  ipaioaannos  de  1817. 
As  Imagens  de  Jesos  Maria-Jusé,  S.  Joa- 
4feim»  S.  Maptiaba  eftanta  Annsv  foram «n- 
eanmdaa  da  do«ov  for  ardam  ào  reitor  aettiai 
--^an  AMaaialoaéifiaitbbaai  Oailatdaa  ai« 
mas  fsl-dbnradav aasimagaia  piaudaa^ de 
mO%  i9H.  A.egni)a  ídi  envidraça,  fem 
rada  e  yiatada,  lemilAM^  e^comjBigada,  de 
a81B  a^lBMw .ii'ieaw  aUimuanau^  sa  &zo 
ginria-fHito.-^A  saebiâitia  do  SaniiasibM» 
foi  iiMttaaada  ob  IMB.^  A  eapcMa  d^Se- 
oboik:  dftifiosafiQ,  M  wâirmada»  em  1869. 
•^Itaovo  arpla^  iMbaa  priaseira.  ve4,a  99 
•ée  aetemim  datÍ07.lCastou  i'M(kMmtê^ 
e  ó  da  confraria  do  Santíssimo,  assim  como 
a^BopiiacapeAlaebdaSeubora  doftosarfo.) 


-«e^iptiBeto  aaasata  4a  Miaerieardia,  lai 
em  ItoBla  da  e|niaaMMac  iáaaia?a  iaatl- 


574 


vm 


ÍKááà  en.iMt.  B»  Mli;.teillo  olMeneeáp 
dO|  Aonro  Marmtà  âg-MewellM^  abbade  de 
BraiáUo,  maDdade^GonsliiQíry  á  mi  ctisl%  a 
nom  egreJA»  com  casas  parai  aierelam,  bo- 
#ca,'  eimaMsoffioiDaa,  nb  moio  ââa  €toia, 
■mdMhie  para  aqoi  a  Mteaneorâía^  icanio 
todavia  a  existir  a  aitlga  egreja,  ama  cliler- 
Maria^  e^^ieaíli  para  ouservenlss:  vaneMii- 
do>ie.iia  egMia,  a  inafcii  •á^hsmíCMp' 
t*  cniaiflcado^.qaa  Jtiia  GovreU  Ironxe-da 
6raa<»Br8taDba,  e  a  de  Nossa  Saahora  das 
Dòrés,  qoe  fòra  da' antiga  .matrb. 

O  abbadei,  Amaro  Moreím,  atén  da  aafiilr 
Ite  edideio,  e  da  dotaçi»  das  t:000  aiedidas 
iMiiiaeS)  adenioii  a  ef reja  ds  riqafssimos 
paraoieitos  e  alfaias,  e  lhe  deixou  ainda  nr 
itoalefadoe. 

ImpAs  á  Míserieorâia  a  obriga^  de  ler 
sen4>rs  u  eapélU*inór,  dor  lada^de  Bva^e- 
làe;  amaeadeífay  para-n^«lla  se  sentar  cqae 
losse  senhor  da  ^ioi&dbi^Bmel)  na  ftnegôè- 
aia  de  Bilaraes,  todas  as  veaes  qiieqalassse 
vir  assistir/  ás  soleaiDfdades.  que  se  fluesem 
B'este  templo. 

-  O  aetoal  aenbor  da  qnfnta 

do  Marnel^  é  o  sr.  Ignaeio  Gor- 

'  rela  Leite  d*  Almada,  Isito  een- 

de  da  Atenha,  eiis  It  dè}«nho 

da  Í8IML  Vindo  aqui  este  osrva- 

.  Iteifo,  em  1M3  (ou  (lafll)e  es- 

'  tandoia  cadeira  ireiía,  mandou 

•  íazernmaaova^iqteéaactaal. 

.  O  mosteiro  de  religiosos  eapnchos»  de  San- 
to Adtonio,  dnprotrncia  da  Soledade,  era  am 
bom«dificia  Os  iibeikes  lhe  quriMrara»  es 
aínesiia  martello,  em  Janeiro  de  MSS;  mas 
4>s  frades  es.  maodarapi  r»fÉndir>  \o^  qite 
ehegMi  o  sr.  D.  llignel  ateste  reia^.  • 

flm  i8  dn  julho  de  iSdS/nnaíerça:  libe- 
ral, qne  tinha  sabido  dn  nDno<(aBlea  do  cAr- 
ee)  ianQenio-fagaao  moÉtsÉfo,  rednsindo  4n- 
dor-a  fiíoxa%  meUMí  a^greja  (ediâsada  dm 
1666),  qne  «seapeu,  por  estar  .sepacadn  do 
reste  do  ediSoio,  e  ter  as  patedea  mais  lú- 
taStf 

•tts  religiosos;  ião  desanapicaran:  eilas 
ruínas,  e  se  abrigaram  em  ama  casa  da  cdr-! 
.oa,  quetaiéi  eniiuIbHe  servia  de  «ailah«iro 
» teataraasidi^  rasdiitra|te  »  mostbiio. 


'I 


! 


QoaBdo,  enr  Ml,  loram  expidsoe,  )â  tit- 
Bham'  feito  qnatro  celIa»  e  algumas  efiei^ 
nas..  AMttte  trato  midueiosament^  d*e8te 
mosteiro. 

A- irmandade  da  Misericórdia  toAon  oon*- 
ta  d'este8  pardieiros,  e,  depois  de  gastarem 
lAstantes  comos  de  réis  pára  o  adaptarem 
4  èespíbl  da  Santa  Casa,  mudaram  este  pai* 
ra  lá»  em  1936,  e  é  o  que  existe. 

A  uma  parte  do  «diflc io,  estA  támben  e 
^oepital  militar,  pertentiente  ao  regimento 
de  ioliAlêria  n.*  6,  mediante  uma  penaicl^ 
que  i^ága  á  Misérieordia. 

O  antigo  hospital  da  Miserieordia,  foi  aIoL 
rado  a  uma  sociedade,  que  alli  edifleon  um 
tfeea#o. 


Kais  egrcjas  ou  oai^Uan,  dentro   ' 
da  oidade 

Ef/^  dà  úPdiM  iêreê&ã  áõ  'Carmo,  M 
fundada  no  principfo^dofieeale  XiX,  sobre 
as  minas  de  uma  antiga  c ápella,  de  Santo 
Aiitonio,  epor  isso  se  chama  ao  siiio--8ail^ 
to  AfUovnio  Velho, 

ftepois  qãé  08  írad<^.s  edifibaran  a  Mà 
égfeja,  se  denominou  esta— -Seinio  Anionfb 

Pf&90. 

CãpeM  de  Nòsm  Senh&rá  ia  Piedoês^ 
que  fbí 'S  antiga  capella  de  S.  SebasHio,  de 
que  Já  fatiei:  » 

Nos  degraus  do  altar  mór,  do  làdò  da 
Epi8t<»!à,  está  gravada  trma  data,  que  é  — 
ou  1300,  ou  Í80Q  (a  2."  letra  está  ilegível.) 

E*  provarei  que  st^a  a  primeira  data; 
porque,  quando,  em  1S09,  Joio  CorMa 
aqui  eoilDcou  a  Imagem  da  Btfnhora,'qiie  ha- 
via* trasido  da  logíaterra,  já  a  capeHrdelS. 
Sebasiild  era  aiaígá. 

Foi  reedificada  e  ampliada,  èm  ÍSI!(9;  ins* 
tKdfaid<af-ie  éntáb^uma  irmandade,  denomi- 
nada—«^(Tavor^rfa'  cadeia  ^  fM^sa  SèíM- 
ra  da  Piedade,  énja  ièsiituiçâo  foi  confli^ia* 
da,*  por  -  bulia  do^  paipa  Aièxaíidre  Vti,  etti 
1660.  i 

^   Em  Volta  dá  cipellá,  havia  dm  (^Ih^.  prfk- 
príedadè  da  St)i^al  .     I  . . ! 

A  camará  o  tbmen  de  afilramMitê,*eift 


tKXS 


I70(H  pelo  »co  ^i  44ie0  leis  alinMCiye 
n'éúeUz9kBttiaái  Praça  da- Ab^na-  > 

GoiísU  Í9la4a  inscrlpçio  ^«  Mfnmida 
em  oma  èolnmiia,  oolloeida  aa  cimlialdell. 


•qmdfo: 


PSàÇA  BA  ALBO&IA 

1790. 


Por  desooido  dos  admfnitlradoreft  da  iv- 
mandada,  passanin  niiiiios annoa  semfeps 
se  pedisse  o  fôro,  e  quando  se  lembcaf  am  de 
^  pedir,  ]à  astava  p^ãBOrífftOf  ^  st  per- 
deu. 

O  mesmo*  asonteasu'  a  ooiras  rendas  iqne 
a  irasamladd. tinha  adquirido;  demodoiqve, 
bcie^  os  iana  rendioMDtos,  nml  ehec^am- pa- 
ra cumprir  os  legados  impostos  pelos  doa-. 
4orea. 

Egr^a  de  Nassa  Senhora  da  C(mceição — 
foi  um  f eeoUiinebto  d*ess6  titiUo. 

Cinco  teMM,  oompl-araim  em.  praça  pn* 
èlica,  um  -lAuío,  que  fdra  de  Gonçalo  Ferrei- 
ra da  Costa,  onde  jiá  bavía  prineipio  da  edi- 
floaçâo  de  um  mosteiro  para  ireiraa. 

Mandarameoastrair  o  «iiflcíov  ^e  nfella.ae 
reeoiharam. 

D.  Thomaz  d*Almêida,  M8po'do  Porto, 
lluf  appro^oa  o  instituio,  Impondo^lbes  o 
habito  dé  Nossa  Senho»  da  GoMPi^a^qiie 
é^inaioa  hranca,  oam  eseapulario  asai- 
elaro^) 

Mandou-lhes  o  mesmo  prelado,  do  mwa- 
ihimmío  da  rainha  Sanfa  IsoM  (vnlgo,  re  i 
coUasimUa  do  Anja  ita  finonfor-^  ho)e,  pra- 
ftt  42o  i4i|^,  junto  àíiarte.'dQs  elmigosy  qua- 
tro recolhidas,  pato  aa  regerem  elnétnri- 
rem  na  r<^ra  da  «rdem. 

Entraram  estas  quatro  rNígiosas-no  re- 
colhimento daPenaftei,  a  IB  denofamhvo 
de  f7â6;<  Tiudo. acompanhadas  peft».  padre 
António  dos  Reis  de  Oliveira,  entSa  promb- 
tor  do  bispado  do  Porto. 

Chegou  a  tpr  as^  reoulhidas. 
.  Aqui  se  «doearam  senhoaas  das  familiaa 
.BHiisdistiiKiis  da  cidadão  arredores. 

Desde  aianuriâo  iranceaas  foi  este  recolhi- 
«mnso  em :  progreási  va  decadência. 
.  O  padre  AuioQtodo  9.  i  ¥.  e  Castro,  pro- 


taator  do  Kscalhimonto^  .maaioa  Um^inm 
noTo claustro, paraaaédiicaudaa.pahi|saL  : 

Já{  tinha  4  a  obra  fri«6ifiaria^>e  arogreja 
conclnida  de  obra  de  pedreiro,  quando,  da- 
not  invadiu  Portugal,  á  falsa  fé,  em  1807. 

Maiftloti-a  ^ubriF  de.  telha,  para  poder 
servir  imerinamente,  mas,  fofiDdo  para  Lis- 
boa, em  1809,  wlnoa  fhais.mltott;  porém 
aontuMMHi:  a  avuidar .  paa  presta^  mensal, 
para  as  recolhidas  iiobres;  knaa  nutica  «ala 
eoidoirdaaohfas.^ 

Foram^se  dasencaaiáDhaBda  aa  aifiiasb;Me 
os  ftandea.  perderaaa  asaitoi-com  o  rebaUé^ 
papel-moeda;  de  nMdoqne  as  vaoolhldas 
passamm  privações  e  a  isgoejaiosiav»  iflde- 
eentissimai^ 

Uns  deroto^iy  tinhhm  estabelecido  aa  egre- 
ja  do  Calvário,  •aariBhi**confraria<do€ora{igo 
de  MifiM,.  euL  1851;  nias^:dessírihdei>se(eom 
OBi  flsrteiras,  passaram  iantinameoie^  uma 
notts^as'  inoageas  da.^Senhora  e  de  Santo  Af- 
fonso  de  Lígorio,  que  lá  tinham,  parada 
ãgrifaido  reeolhimeaio,  ereatio^actoalniènte 
de  posser  d'-ella. 

Fizeram  uma  ilinda  taaa  para  afabuica» 
saehiistia,  e  residjsndia  para  o  seu  capelão 
euehristíuK 

bella  tribuna;  o  fronti»picio  da  egreja,  co- 
re^ torre iles.ainee# eanda^ae  conehiindo  o 
corpo  da  egPdja.  r. 

O  govenifl^  por  morlerda.  ultima*  r^ilgie- 
sa,  deu  á  camará  o  edíflcio  do  recolhimen- 
to e  a  respectiva  cérc^,.  p^a  alíi  se  cons- 
truir um  quartel  militar;  e  nVsta  obra  se 
anda  traballiaodo  core*  grande  htêu^  desde  o 
dia  8  de  abril  de  1871  e  já  está  muito  adian- 
tada, graças  ao  xaIo  do  Sr»  presidestè^dá  ca- 
mará aotu^ly^qw^ém^is  ^JltrJto  «m'ptoai6- 
ver  08  melhoramentos  do  itMiDicipio,  doqtie 
fflUltost  os  seus.  próprios^ 

Te« chegadoa  iraasr maísde iO!pedr«l- 
ros,  e  a  ebra  vae  magniftfa:*porqitH  o  meà- 
tre  alem  de  trabalhador .  infatigável,  é  um 
óptimo  artista. 

E'  bella  a  cantaria  eaq^regad»  na  een- 
^ifué^o,  aqui  Mesmcf  aiVanebda,  <p«Mo  que, 
além  da  economíav  em  carféu)s,  ha  a  vanti- 
gemde  ae.pQderem>eu»fvntgar  |ia  «obra,  ape- 
dras defraude  iPi9hiiiKP(i|«s^riamde4lf- 


VB^ifm^oirmm  a  obra  MlidissfaML 
lyéste  edifW»»  gtsaiitm  fioratiM  prtDo- 


•nokâi 


't  ( 


.  I  r 


■'  'B§re§m  ■ifo.*C«l9aHo-*e  temas  dariíMfca, 
4a'onleiii«lei6eíra,'iB  S.  Pfaaoisetv,  enià  ao 
<BKmte  obamado-^s  IVmfto*  • 

•  Havia  aqai  1119a  «capelia  aatlcpiiBriBUi^  âe 
ímis  OtiriBto^Gmdfloatfo. 

A  ordem  terceira  de  S.  Ft^aelso»,  rqae, 
.em  itti  ae  tétliaiiDsdsdo  para  ae^pe^a  dos 
InBém  «Bipaciíosy  poMaà»  'lèaia  de  :«ii;  se- 
ntia, qo»  fazev mnaeifreja prafiria. 

Brioelpiov  a  obra  em  1804,  e»  em  1^^, 
86  disse  âlti  a  !.*  missa;  mas  só  a  eapelto- 
mér  cata^  akida  forrada^  0  o  oorpo<la  egre- 
)a>  apeiam  eoberta  de  ásHiada 

D»^4â94'para  i88fi/  aa  P6i  aforra  dtoil- 
>aoB»  a^mmtrairaÉi  una  beila  oasa  da  IbbPi- 
bà,'  iBo^eibria,  '■  e  laéidèociaa  âa*eapellio  6 
-aactarisiia 

•flolivo  en  tempos  aacigos,  moa  oápella  do 
Salvador,  edificada  Janto  do  rio  ClavaHaai. 
.  Wl  d^aqal  madnlB^  codi  amasom  levo- 
caçãp,  'para  <•  togar,  de  Qaerfeas;  e  aittoa-' 
meote  com  a  invocação  de  S.  Maiiéda,  para 
<•  laiva  éãí^Okamif  hoje  deDaiiiiiiada**-«iPra- 
faMfvmoipiíL 

•Fai  aeformada  peloa  esmdaal^-eaiaoaò 
lia  eoí  ama  ioscripção,  em  lottns  douradas^ 
•aabte  la^  porta  piiDeipak,  qaa  diiia: 

OPUS  EXPENSIS  SÇ0LA8TIC0RUM      ,      . 
BXTRliCTrà.  AÍÍNO  MCCLXVII.  * 

M  demolida  em  1S39,  e  com  os  seus  ma- 

» 

^  No»  tÉjfWáira 'k^mpe^  do  ebscutraUúmo^ 
,P«j^attei,  aalas  publicas  da  priísfiFa» 

itiraá,  laiim  e  latinidade,  rhetbòrica.  iheo- 

jia,  philosopliía  e  gretro.  Além  das  de  pri- 
m«'iras  lettra!^,  as  set^uodarlas  eram  fre^aen- 
tada»pi>r  maia  de  iOO  cstadlmiea,  oam  ati- 
lidado  da  aociedj^iie  em  gerais  eda  cidade, 
em  pariiouian 

Aqttí  xe  preparavam  para  a  noíversidade, 
para  ciei  igos,  seruiares  oq  regulares,  dtt  pafa 
aii|iregu0,  pnMieoei 

.  £u(ãpy  HBire^Qbam-se  oa.  eatodantea.am( 
reediticár  capt- lias,  e  fazerem  faoeç$6s  reli- 
giosái*:  boje  divertem  se  em  fazer  arruaças 
a^d««(i#d«aa  a  a  lei^m  orgdllio  de  aerém  dea 
•veiMíba,^  Qiana^aa  a  lata^-^jMtrmaal 


teiiaai  4éz  a  «ráeaa  leniiira.  a  aoavf  aihrta- 
tia,  obrigaod0*se  aoslfigadoa  da  capella. 

Gèalíaiiarmi  aa  qbraa^.ooto  a  auxilio  doa 
deifbttisj  exuéBtíiàú^  lodoar  o  ar:  Maonel  i^« 
reira  da  Silva  (feito  J)arao  do  Calvària^.  em 
22  de  agosto  de  1872),  e  qaal,  além  de  oa* 
tros  maitos  donativoa  vatioaosi  por  si  e  seas 
amigos,  coDsegaia  estabelecer  um  fundo, 
cajo  rendimento  tem  sido  suffirJente  para 
aiístear  aa  despiezas  de  usú  kuaperenaa,>em 
'  ladoa  os  domingos  do  aiiiio,i  e  em  qoiíAa  fe»- 
f a  aaaia* 

Hoíe,  eatâ  oonchiída  uma  bellíssima  agra- 
ja,  forrada  de  primorosos  estuques. 

Tem  ahar^Bftór,  já  doirado,. e  (quatro:  eol* 
iaaeratoa,  m*  d^eOea  lambetn  Jà  doinada. 
«  Tem  ritos  paraoMBiat»  èrtibaatea  iualraa» 
adptimaf  alfaias;  pelo*  4|ift«,  aa  fthiffõea  ra* 
ligiosas  d*esta  egreja,  são  feitas  com  grania 
esplendor  e  magnificência. 

Capella  do  Senhor  doã  PoêSús.y-^A  confra- 
ria  do  Senhor  dos  Passos,  ooatama  (atar  a 
sua  procissão,  no  3.°  domingo  da  quaresma. 
As  iibagens  d*esta  eapella  aao  de  uma  escul* 
ptura  primaroaíaaima^  e  qaasi  todaa  laitfta 
por  aPtisfas  de  Penafiel.  Algumas  tèo  obra 
do  insigne  esculptor  e  pintor  penafifianae» 
Antonid  Tatxeífa  (vulgo,  AtUonio  do  TetMo). 
Eiâta^oaiifirariay  temnatuay  hoíaobamada 
da  Âacrameoto,  uom  hella  eaaa  da  fabrica» 
aeereiaría  e  arrecadação,  ande  ae  guardam 
os  riquíssimos  ornamentos  que  lhe  pevtaii* 
cem. 

Sw  propriedade  soa,  ascap«4linbas(Paa* 
ioá)  que  aa  abham  no  giro  que  faz  a  procía- 
aia  doa  Passos;  e,  na  roaFurmoaa,  2L4»apH* 
ia\da Encontra,  quaódeifibobada^  ede  iDaa- 
taria,  lavrada  primorosamente..  Está  «boos- 
tada  à  casai,  que  foi  aatigamente  residência 
daa^oarregadares,  cotta^Qal.eommnoieava 
ponimeoréta,  d'0Qda' «lUa  ouviam  miaaa. 
fiate  ooréto  está  boja  tapado,  a  a«asaó<|iiar* 
tel  militar  provisório. 

Á  actual  Rua  Formosa,  ae 
dava  amigamebie  o  nome  de 
Bua  ida  Brm,-  por  aqui  aaaar 
nm  cruaelro  denamánado  (Ini2: 
daBBnOk  Dea*<se«lba  aato  aa- 
mb,  ipoiqiie,  petoa  ^ooa  da 


lOM  «  UMM»  im  wal/riÊú  de 
Citto  <ft  YUb,  iMUMi  «Ba  M^ 
çiú  de  iBjttriá»  i»aM  «a  tri^ 
«Mm,  «00  M  ooBâi«MHiia  em 
aauí  jMM  poraiilaiia,  «  qnil 
O  ^oistoMeo  eppiMmi  pam  a 
eentttraefio  i'eiitt  etoieins 
qae  eollocon  Janto  da  estrada 
91»  paaaava  n^ta  «Rio,  eaiSo 
Oliaiiaéa  FoUr  ii  7(^iMÍu 

NaMOhMídodMkildei^ 
tambre  de  4857,  oa  làeiarios 
da  eMÍfana  do  Seabar  doa 
Paasoi^  apeavam  aaia  anvi  jwr 
e$tar  muito  chegada  á  iua  mh 
pôHa.  Foi  m»  fMteilo  Mtela» 
per^M»  dapolv  d^iata,  fanm 
demolidas  todaa  h  enuMo  f«e 
haivto  pcte  eidade«  .m  .  a6  por* 
O^  «mn  aniiea. 

Ck^Mn  da  Mmm  Sênkofa  da  Lapa.^Kê 
pitaDipio  do  seoilo  X  Vlll,  a|f  pareeett  ao  ca- 
iilial  exterior  da  eaptUa-iiór  da  egi^a  da 
Míierleordia,  ptetada»  orna  imagem  de  Mos- 
aa  Benhora  da  Lapa.  Nao  se  sabe  por  qae  ra* 
aãb  a  nao  qaeriam  aHi;  pele  qse  a  mandar 
ram  latar»  maa  eomo  nio  aabisse  a  pinturay 
a  Hiandaram  raspar.  Foi  o  mesaiie  que  na* 
da:  a  pintura,  cada  vez  appareeia- maia  viva, 
«  ainda  he)e  assim  se  eoaset va,  oemo  se  fos- 
se acabada  de  pintar! 

O  poto»  princípioo  a  ter  esta  Senhora  em 
grande  devoção,  e  resolveu  faser-lbe  uma 
eapella,  no  k^ar  da  pintara,  e  qae  ainda 
iKje  exista  Gom  aa  ofertas  dos  devotos,  fl- 
seram  ama  grande  ebra,  e  ama  boa  torre, 
a  par  da  fichada  da  egrcija  da  Misericórdia, 
colloeando  nVila  Ift  bons  sinos,  as  sinetas 
da  Misericórdia,  e  nm  óptimo  relógio. 

€om  o  tempo  foi  afh»ixando  a  devoçie  dos 
ieis^  e,  por  consequência^  rareando  as  esmo- 
ba  para  contionar  a»  obriis;  ficando  apenas 
orendiflsento  ín^pensaTel  para  o  coito  di- 
vino. 

A  egnja  da  Misericórdia-^  que,  eomo  Jà 
disse  em  Paredes  e  D'este  artigo,  foi  (dita  por 
devoção  e  á  ca^ta  do  Mce nceado  Amaro  Mo- 
teint  de  Meirelles,  abbade  de  Erméil%  e  ir- 
mão do  3.*  avA  do  nosso  esclarecido  aoade- 

founa  VI 


eoncelioa — 6  am  -Kanpin  veniaisi 
maffwttfsow  AeapeliaHvdfé  daakebatoda 
pedr%  laviada  com  o  maior  pviaMr»  Oall«>r 
mdn  qM  em  todo  detalha  deorada»  no  gea* 
to  lahariaso  d'aqnsiisa  lempoa,  foi,  aitiin 
IMi  a  ftdM^  aahaiiiaiidn  por  ooMo,  de  at^ 
fhiêeeinr»  e  eseaiptnia  moderna^,  4b  amiU 
perfeitto*  -Qaemal  Mvam  d'esta  egrcja^M 
da  do  mosisifo  doi  Mâgieaoa^  Boaidlfo^ 
dhont 

Poacas  egvcjna  d*esta  reino,  a  nin  asr 
algoma  eilhedni,  tsens  tanioa  etinrkoa 
paramemaa  eome  esia;  peiqna,  atóaadii 
moiíM  qae  )4*  Itaiha,  peaina  4adoa  aa  '«M 
eram  do  moateivo  de  Pa(D  da  8om%  mdia 
estes,  om  eempleta  e  riqniasinm  ponUflaÉl 

As ohras  feitaa  n*esie  tempia  «anai dar 
pendanciaa»  daada  W^aié  h«ija^  aia  imiMi^ 
tantissimas,  e  n*elias  se  teem  gastado  miiitoa 
comas  da  léia.  A  agr^a  amá  eom  pleMMmte 
reslaarada,  aa  caacariaa  limpaSi  o  laeio  pi^ 
moroaMnente  escdeado^  e  lem  aUn  danada 
todo  foanto  a  poda  e  devo  ser. 

O  benemérito  Aindador  da  Miaarieaidte 
(o  al^hide  ds  £rméllo>  emuaiarat  de  Ul^ 
daLaaaa,  na  Irsgaeiia  da  &  Migael  dndtam^ 
dra;  a  ainda  axiaia  aaaaa  amia  naacen:  faa 
ao  te  da  serra  de  Baltar,  híndadaPeonM 
para  o  Port<>,  àesqaerda  da  cairada.  A  ad^ 
ficio  antigo,  e  está  deolra  de  nm  aaaspa,  a 
asm  ao  pé  om  grande  eypfesie. 

Capella  da  Senhora  da  Ajuda  —  era  oma 
ermidinha  maito  antif[af  com  algans  rendi* 
mentos,  em  foros  e  diabeiro  matuado,  copi 
o  que,  e  com  esmolas,  foi  restaurada,  e  é  ho* 
je  um  beiiissimo  templo,  todo  de  abobada» 
com  altar  mór  e  dois  lateraes.  Os  mordo- 
mos, achando  acanhada  a  capella-mór,  com- 
praram, em  1875,  um  terreno  conUguo,  para 
a  ampliarem.  Tem  uma  óptima  sachristia  e 
boa  casa  da  fabrica,  e  torre  com  muito  bons 
sinos.  Possuo  muitos  e  bons  paramentos,  an* 
tigos  e  modernos,  e  as  imagens  que  ador- 
nam os  seus  altares,  sio  bWUssimas. 

OeiMlfa  de  &  BaríiMem0M.*-*Ratal»aleaida 
a  parochia,  no  logar  da  ArriCuia  de*Sana% 


STS 


PBH 


]nM(i«  4Mi  Uiitft<tapiâ«i,  q«SH»'leitwoi 
Htam  4|iiA8i  Mm  «rroteadoa,  por  senin  mui  r 
«ft  iMns  e  fsrtetf.  A  eollani,  foi  iniícadihda  o 
tWrMio  da  'feira,  dé  ttiódo  qo»  M  pmèfeb 
aiwlil^a'  para  a  illòiir# 40  Povo  o^ Vdnhtkdo 
Itefr,  aahi^eonsotiíimiiitHiiaisapeUâ,  (fiie 
iMiea»  feafeanim  a  8w  Barthalottiev,  eeil^ 
canéo  n'elia  uma  nova  imagem  do  sanlft,  iel- 
xndo  a  felha  na  aittigfc  egv^ 
*  Bita  «a^elia  iitata  ediâeada  sabre  o  aqta- 
dMcU»  8«bUMTaiM0  (aUna)  por  onde  pasia* 
mm  M  aguai  pnUlsas;  e,  alaiado^se  este  no 
intoeiplo  do  séealo  XIX»  flaoii  acapeilades- 
ánlda;  porém,  «m  ^^isinho  a  neonstraiiL  É 
irtlhhM|iie  aetoalmetite  se  baptiMn  os  ex- 
fMloii^  por  filiar  próxima  aeasa  da  sevlios^ 
picfo.' 

A  Mn  de  S.  Bar  Hioloméa,  era  da  gado,  e 
4s».'mtiisâ  qualidade  de  mereadorfas;  mas, 
«ipeoitflDSeiite  dei  ceMas,  qne  â^i  affioiam 
em  grande  eépia,  sdndo  a  maior  qaaatidade 
aveaáa  am-CattavecM. 
"  *M  Atadas  oapQClios,  editleando  aq«i  jo  seu 
«oíiiaira^  priacipiaram  a  eultf ^r,  na  cérea, 
axèdlas,  wi  glaÂda  qaantMade,  para  fendé» 
kèm  na  Mra^  0O6  lavradores,  vendo  <]•$  isio 
-JÉvabotiirMAilMdo,  taiobem  enltivÁram  este 
^^eiMiii»  am  grande  escala,  para  expartaçao, 
Dão  só  para  a»  ditersas  tetras  daV.'e  S*  de 
Penafiel,  como  para  a  Porto,  e  para  embar- 
que. 

Os  lavradores  das  immeâiaç5es,  e  princi- 
palmente os  de  São  Cosme,  Campanhan,  e 
Talle-Bom  (arrabaldes  do  Porto)  com  as  suas 
vastas  plantações  de  cebolas,  fizeram  deca- 
bir  muito  este  commercio  em  Penafiel,  que 
boje  está  mais  limitado. 

Gapellas  fora  da  cidade 

S.  Ckristovam,  de  Ixyureào. 

Santa  Luzia,  de  Moascres. 

Nossa  Senhora  da  firtiia— na  quinta  que 
boje  é  do  sr.  João  Bernardo,  residente  na ' 
quinta  da  Vinha.  j 

-  0.  Roque,  janto  á  estrada  aatifea,  4o« Porto ' 
^ara  Penafiel 


'  Jttiito  a  «ita  capaHa  «ità  k  sepultara  de 
fM  AmoMi»  da  RessQiref^,  de  que  já  fál- 
lel,«  dsEi  o  epilapbio. 

A  «AS  W  melros  a  Sf.O.  élnta  capella,  ba- 
rria um*  soatò  de  corpolenfAS  castanheiros^ 
bo)e  tedOEldo  a  oanpa,  «  propriedade  áo 
an  ftifaafdo  Moram  da 'Silva,  de  Pena- 
«el. 

Im  1069',  estífQTMD  aq«t  acampados  al- 
guns dias,voa  franòezáa  de  Soult,  a  concer- 
tar m  eévs  armamenlos. 

Abandonado  por  elles  o  sHio,  viu-se  que 
na  oasea  de  aigmia  «aitanhoiros,  tinham 
gravado,  com  ferro  em  bráza,  varias  let- 
tras. 

Omesmoflaerauí  na- Campo  do  Ouro,  ací- 
«Nt  de  Santa  MarAM;  nas  ^aqui  fui  a  ciniel, 
eia  nma  rocha. 

Toda  a  genta  jolgon  qm  isso  fóra  feita 
por  passatempo;  mas,  no  verio  de  Í8i6,  che- 
garam à  hospedaria  dos  Gasaes,  ao  anoite- 
cer, una  almocreves,  e  alguns  eavaHelros,  e, 
depois  de  cearem,  sahh^am,  df sendo  qne  tafaa 
jornadear  de  no^,  per  eaoea  da  calor. 

No  dia  seguinte,  appareceram  no  Canspo 
do  Ouro,  duas  covas  quadradas,'  indicando 
terem  aHi  estado  enterrados  eal^ões,  e  tan»- 
bem  appareceram-  as  taboa»  d^llee. 

No  sosfo  de  S.  Roque,  âoaramabettaa  seis 
eovas  eguaes. 

Cré  o  povo  d'aful,  que  os  taes  abnoere* 
ves  e  cavalleiros,  guiados  pelas  leuras  das 
easeas  dos  castanheiros  e  da  roôha,  leva- 
ram d'aqul  seie  cargas  de  âtnbeiíD,  q»  oa 
franaeies,  vendo  que  a  «lo  pediam  oonta- 
sir,  deixaram,  para  virem  buscar  em  oce»- 
sião  opportuna.    • 

(Mãa  me  parece  lêta: lá  mni- 
lò  crivei;  mas  relato  aqaealM 
se  diz.) 

Em  dezan^NTO  de  1867,  anditndi)  uns  ope- 
rários a  compor  a  estrada  qse  vieda  Qaúi- 
ta  da  Avelieda  <do  sr.  MamMl  Pedro  6iia- 
des,  fitho  da  sr.*  condessa  de  Paagim,  de 
quem  já  fallei  n*este  artigo)  que  é  a  anllga 
estrada,  ito  Porto  a  TraE4!ls*liaDt6B>  aaba- 
ram  a  pouca  profundidade,  'varios  puoaraa 
e  outras  peças  de  louça. 

Supp9e-se  ter  sido  dos  em[Astados  da 


«mm;  '  ztfÊéi&aMb  pelfc  Mm  '^  •  Mm- 
fiel.  '     ' 

:  6^e«Mf,|]lAaoMflfSW*dryè•MVl^esta 
cidade,  e  eoad}iilitir  101  nflof.    '      ' 
t  DMa;iâl&,«iiji''ea<eettrail#eiicdrpérado 


•».'  •!    .J  »• 


^QiHnêà  éo  eispú 


(5759 


E'  ama  boa  propriedade^ 'edM  'VMIDe 
'lkNir<  yiilaefo,  e  toda  «MiclKla  ile  mn  «Itigo 
^nmrol  •   ' 

Foi  cofli^da'para  os  k>i«pe9  dePeoaiel 


I ' 


/  » 


í;. 


»   •! 


«k-  fra|aètki' de  PeriMel^  fliaiiiiiiitta  tm-    (tols^f^^aiiii^fifoèboaveiiiiik^ 
wnnê  fn fiantlastlaa  nd-seti ««tf|9 «aintilob  'po»q|ite' esle^tts'  sempre  eti  LhrtMfa.)- 
€ear.j«1k  da'49ta,  pirtv4MiiM,  0  lA*«sai  igreja      l^oi'  revfdéaeitf  An  p^ovísor,  em<iitaiMi^  o 
^É«âiikristmn(iB^entáiem<ii.aátflteg*e-  ^  h^  e  dep^s^  t9  viffarfò  gepai,  até 

m^9*    i    "    '  ■   .'1  ■•       V  •  t-   :i"    i     1^969%,  .  '     • 

'  Tnnbem  'm  páliciê-^emi  qoafito  00  ifio 

(  fHoaha  roa;  'aaligadieMe  ehavada,  ¥ua 
*'íÀfeitúi  '6'  a«dra  (por  eansa  d^eate  ediMo) 
^fikx  áo  Fâçè.  ^ 

O  eéilleid' eflti  aep«trado  da  <niMa  por  um 

taMiM,  maé  eonAnmloa^sè  ptrr  vai  bom 

arco  de  eantarta.    • 

'Eêtií  tièa  prapriisd&de,  ^eta  impressão 

i4DdMtalít|iif  BoiíM^im^  Vaile^eíD^fáao)  1  do  bi6p«dia  d»  Feiíáôel,  paâso*  para  o  do- 


Qouliitas 


I  '•  iSaivn  Pfintfcih  &  arredems^  as  fftinlaa 


iBgniiM: 

1 

» 

.       Mf  ..    / 

■  •  '  .;t. 

•    €ai»afw 

I     »   t 


•  / 


; 


do  sr.  barão  do  Calvário, 


'  'wMb  doa  M^peft  do  Portos. 


«  ••  • 


Tem  ama  boa  caea,  mas,  abriadose  pel|iJ  v  Mtòfiio  'Feiwira  deQaeifOz  (400  fallectea 

frente  da  qainta  ama  raa  a  que  deram  o   i^lO^de^iiMirtb  àé  1^74)  a  eompreu  ao  bfs- 

nome  de  rtÈá^áuiBMaitéã^Ctfna  (hoje  mh   po,  D.  António  Bernardo  da  Ponseea  Moiiz 

Formosa)  flcoa  esta  magnifica  casa,  nas  traf- .  -(ft-fiBlií  di^general,  bftrãe  de  Palme)  por  oito 

«ÉraftHoa^UMiaatfdlaiiQrii  lèik  i.--  H       ^  -tdritos  de  réis— lalwa  menos  do  qne  boje 

,  ^•  ii^a»fl[i^'idb  «HM  M;«lft  qiia»oft|prgpti6|-  importaria  o  murol— e  tendo  a  saa  casa  (Wn- 
larios  d'esta  qnvaU^nibtbabiltfiraiil.  :  <  ingai,  l^setmAflIiioarás-dnaspnVriedades^ 
i  .!•  m.  Ma»irti*areiBa4» sanada  tocorod,  F^^tna  Ib  bf^  M  grtndee  meiborementòs, 

.«^raooKft  ctnv^ta  atd>aot}itoana77fec aèiAmi  lahto^M edíÉdlo,  «ema  nà  (Tninta,  qde ^ago- 

..  aaae4ifioQípaia«aifH.ef  Qibiaid  eèfttauaiiliu-  .rtk  v«ie  malls  de  80  centos  de  réis. 
k)  de  bAf€ktiiúiCah:i$no;íiMQ  aáiteèemjie- .  _ 

J^dién  lleloa  aertiçes  qna  tm  preslido  à  |        1      oninfa  e  castf  do^  La^a 

».Bi»afleK  eomo  'flea  relerldo  antae^dante- 

Ml  i'08le  paiadeti>  qoB  o  sr.  D.  Loiz  Ise 
-haspodDili  inando  veia  a  esta  cidade,  em  dlO 
de  jnlho  de  1871 

.  Qer.  kam,  tem  melhorado  noitlasimo 
•«na  qaiula,  maraado-a  toda  em  rolta,  aòrm- 
ddiba 'piinas  d^agua,  eonstroindd  taQqot»; 
fazendo  grandes  parreíraes,  de  eastaa  sa^ 
peiialifa%  suspensas  em  belloa  esteies  de 
pedta  (<pie  rieram  da  fragnezia  de  6aoto 
,  âdriioi  de  Gaiinas  de  Doas  figrejas)  ^  que 
já  prodttaen^moitaa  pipaa  á»  eseeUente  yi- 
afete* 


Domr.  ZeferíBp.  Deízeira  Cabral  de  Mes- 
qnitA,  folio 'Jba^rão.dàs  Laeçs:(l«)  am  10  de 
^bo  de  I8fi0. 1    o  .  . 

E'  filho  do  sr.  José  TeiíeiTa  de  Mesqliita, 
feito  barão  4o  meilno  titolo  (o  L")  emlOde 
novembro  de  I8M1 

Supposto  qne  eala  isasa,  e  a  maior  parte 
da  quinta  ficam  na  fragaezia  de  JáHboodos, 
a  sna  entrada  principal,  ó  pele  largo  de  8. 
Bartholomeu,  na  fregaezia  de  Penafiel,  por 
isso  a  mencKitoo  »quf.  v^ 

E'  uma  propriedade  de  grande  valor,  qua- 
si  toda  regada  pelo  rio  Gavalium,  que  lhe 
passa  pelo  ceoiro. 


S90 


fW 


A  famillt  i*atti  t$9K  4  <•  Mias  poaeas 
de  f  ençÒM,  conhecida,  pela  sua  probidade^ 
e  viMuki  elirisuni8< 

Os  aeshores  d*eata  ^linta  e  ee  4»  BirbD* 
sa,  foram  os  príncipaes  fandadores  do  moa* 
Uíro  dee  eapochoa  d*eslA  oíded#* 

O  eapitiQ,  Ignaolo  d*AiidnMlef  que,  petos 
annos  1680  e  tsAlos,  ^a  senhor  da  oas^d^s  1  ino  dos  pmiiíQiaiiosdo Hálito  4os 


f«9 

^p4Ii'<eiii»  pidcooira  490-0  ftQdiHiii DO- 
MO á  firopriedade)  o  «nas  Imm  cmmm- 
ligas.  I 

Sen»  aaiicD»  propiisisvi^  te  toM»  d»iini 
seeolo  qae  alH  aio  leaidim» 

O  er.  PrattMoo  4s  .Seua  Aleotoêdn.  da 
casa  da  Silrn^  da  ttth  de  BaneUsfi  #  qM- 


Lates,  Mebthia  n'eUa  os  Folig iseos  de  Talle 
de  Piedade  (Gaia,  em  drente  do  Perlo)  e  os 
inflala  para  qae  fundassem  mosteiff  ^em 
FenaíM;  e»  oem  effellQ,  em  IMS,  escf  lhe 
nm  «m  Mrono.  iimto  á  Priga  dmffUfi 
mêif  qae  era  f6ra  (ao  N.)  do  logar  da  Anrl 
Ana,  e  penen<4a  a  Gonfilo  da  SHva»  eieri 
Tio  dos  erphaoe,  e  a  umas  nmlheres»  aica 
Bhadas  o»  Cantadeiras,  qae-HMÉn  ello  nem 
elli»*H|iiiieram  eeder  as  propriedaiie^mas 
os  firudes,  aleaoQaram  provásio  do  rei»  A 
Affonso  VI,  para  a  expropriaçio. 

EsisAdo  08  frades  do  posse  doe  temnoa^ 
os  mesnrios  da  Samia  Case  da  lisefioordia, 
lhes  deram  licença  para  residirem.  Mii#o^ 
rariamome,  na  capella  de  Nossil  Senhona  das 
Mres,  e  casa  do  hospital,  para  d*aqai  da- 
rem principio  ás  enes  ohnuL 

Foi  lançada  « l.«  pedra  de  mostoiro»  com 
grande  sotemnidade,  a  17  de  Janeiro  de 
i«6d. 

9.  Fraaeisco  d'Aiteido,  senhor  donatmrlo 
da  honra  de  Barbosa,  e  qneenA)  era  fpio- 
ral  das  arma%  da  provinda  do  IMiOé  fes  |i 
soa  cui^ta,  a  capella^mór,  dotando«>a  eom 
30M00  réis  de  renda  annaal  (qae  então  era 
ama  avaliada  qaanlla)  para  a  sna  fabrica 
e  <»  necessário  azeite  para  a  alampada. 

Estas  fendas  foramlmpostas  em  uma  ab> 
badia  do  sea  padroado,  no  arcebispado  de 
Braga;  e  eojas  rf^ndas  os  frade^  sempre  re- 
oeberaài  ató  1834. 

Os  descendentes  de  D.  Pranclsco  d' Aliiâi- 
de,  tinham  o  sea  jazigo  n*esta  oapella-méiv 
e  maitos  d*elles  lá  fEiram  sepaltados. 

No  ano  crazeiro  estio  as  armasdos  se- 
«horas  de  Barbosa. 

Quinta  da  8mh»ra  da  Qviã 

Aatigameote,  duMa  da$  QuitiKm. 
E*  propriedade  de  mailo  ¥ilor,  o  tem  orna 


senhoras  da  qotota,  a  irendeOf  peloe 
és  IMQ^  ao  ar.  áoAo  Bemardn  Itaa 
de  Barbosa  e  Veiga,  por  9:9001000  réii^  pa- 
ra satisfazer  a  legitima  a  sen  irmão.  Angus* 
to  de  Sonza  Alcoforado,  qae  está  casado  em 
França. 

O  sea  altimo  (aetQai>  possaidor,  tem  coa- 
sideravelmente  mdhorado  esta  qninta,  qne^ 
de  asais  a  mais,  está-  fnrtiágni  à  qoirilh  da 
Vinha,  onde  o  sr.  Veiga  actaalmeatt^rasièe; 
e  lambem  próxima  a  outra  saa  qolnta,  no 
logar  de  8.  Thiago;  e  á  fiqoissima  quinta  da 
Folha;  que  tem  ama  hôa  casa  antiga,  com 
aapella,  a  era  tua  dos  vlaoator  dMa^tebra 
e  antiga  família.  -"-   «^ 


«.  \ 


Çainsa  as  juwflíasa' 


Besidensia  da  neiiNsshMi  família 
dse^  qne  iam*  ao»  bdhi  f  alacK  aolaiVofla 
Baulha,  aa  cidade  da  fiorlo. 

Aqui  -vinte  passar  a  Hilo,  Vosd  Anas- 
tácio, com  a  eaa  lámitta:  4ap0ii^  wm^iOlbo, 
Ibaosl  Géeden  da  Ponseen,  a  «oi  espas%  a 
«sr.»  eendossa  de  Paagém— alèda  vteu  - 

Hi9}ed  ssa  pnoprlotarlnio  sr.  Manad  fte- 
dia  Oaedes,  flMie  da  sr.*  condessa;  ot|tlal 
tem  aqui  feito  grandes  bemfeitorias,  a  am- 
pliado nfàito  a  propriedade,  uaiadodlíl  oa- 
tras,  de  moito  valor,  qae  para  Isso  thmeem- 
prado. 

flstt  pae  he  n^niou  fózaronmradéean- 
laria  lavrada,  em  uma  pares  d*ella;  mas  pea- 
snem  an  tenrfiorfto  Ha  vario,  que  nift  é 
possível  murar  tudo. 

Passa-fte  pi»la  freme  (9.)/a  esiradaaelte 
do  PortOt  e  pelo  N.,  a  haate  o  rio  Sotea. 

Pelo  ceatro  d'esta  fmmeasa  pfopriedale^ 
passa  a  estrada  de  furo  doDoaveC 

Está  sendo  hoje  ama  das-  mais  riear  e 
grandes  propriedades  da  província. 


0fiKi 


MSN 


aei 


ar  alMi  «SI  Misiél  •  ími  «troMi  nvtii.  pMâerio,  rteolHha  Md  taa  casa,  qoaiitaa 
«MtaeaHi,  4a  iMUiMat  aoirek  e  aaUgaa^   «iMafMB  c« H»  aavuran.  \ 


^ManoMi,  vSú  «MBíieioM,  |Mr  ido  oMêr  d'al« 
laa  énlamctaMaloi^  «torai^  IMitiQe  vio-iat 
firegoezias  onde  estão  situadas. 


•  Ira  natnnd  tfeèla  cidade,  iMfo  Gênúez 
HÊêi^dêM^êmrMOi  teMsta faseral  da es^ 
ercito  ponoiMi,  ijiid  aervM  duraila  a  goer» 
ra  peniDSQlar,  e  foi  o  !.•  barão  da  Yanea 
#»  ]lé«ra''(4ÍlM  adta  n  ttiargeardlpéíu 
da  rio  d'est6  nome,  po«8i»akaíM'daGu* 
tello  de  Paiva,  e  a  3Ír  kilometros  ao  E.N.B. 
*FotlOi  lÉlMgas*  da  ¥ahiéa  dò  Dbdfo, 
m  mÊtú0Oi^wsméM^  4afiaBft«ar,4 i»te« 
dMi  «aaanade  8oaâlãe8»<-»liot0€aanniie 

dblfMia.ládnl»isiHiilfo  dOiFoico.)  • 
41iaartf  '-aiiiÉi'  an^eailMb  da  áaliga  In^ 

Mdo  de  «É^adona  ait  4,  M  padrWio^da 

bapUsalii) io jnotoi' «d^eaia  obra ^  Sdda 

MVMlwádb  ISdD.)     ..      t    • 
ETMMl^jt)  birito  da.  WiMi.d»BolHrti^ 

fana  «É  I»  datttilio^deliid^saafliho^d 

sd.  Jaid<<Ma«  Mulo  de  IfaÉDrein. 
O  f.*  èntn  dfáautiiQl^MidBeB  eoaraK 

aalBi  a'«daiMl»dsi8d»  (VidaFarsMid^ 

Sú>  tambeiii  natnraes  d*esta  cidade : 
.#vdM*r  JM  WMm  di»  toiady  cMie- 
ghte  è.  fiswslisf  da  aelafia  e  aasa*  ds^ 


WêMí-WKúÈÊ%  A.  ^HMá^M  «a  Pqsla  da 
Cêneeição  Grelho  e  Souza,  foi  a  fandadon 
ê^\9molkímmmá$Maéa  taiAdm  dos  Ho- 
têês  ÊL'fo$éíáã$  mmimm  éetampãrúdoê^  ú» 
Kntfga^lD  Mr«»aldaiftdo  toi«ai 
-Qolaéa»  ^di  M  da  oaifo  ide  MOd,  So«tt 
#i'aav|«aailMiiiMi  baoMfsfiiakai^  eátMidria 
ld:Maio^  eaawfÉdi^  » laanaa;  Mia  daikOM 
paHaaa^  ia^aaibaa  ot  aeaaá' a  d^  lodad  aè 
êÊtk»,  •canal  abaudonadaa  fMl|a'fiiaa  e 
fMçal  yiMIsait  «aíM  eewadwas  da  inMi^ 
les,  naltas  meninas,  qae  aqaeila  bofitvel 
mortandade  tinba  deitado  sem  pães,  irmãos 


\  \ 


Wíâm<%ê>kinÊèm^imMm,  «olredabia  ai  4ê 


Obteve,  por  esmols,  oma  casa  damarqu»' 
u  drábtaMos;  ao  tm  da  ma  da  Cimo  de 
VHIa,  •  patnoi^  da  ma  Gbaii,  enfrenle  do 
olMfliHa » atde  reeoNieD,  vesfia  é  alimentoa 
diede  logo,  a  á  sva  cssta,  dd  meninas. 

ifaa  a  eaiidade  doesto  santa  aenbofa,  cm 
mtiico  supartof  a*  spaa  rindaf ,  ^  paasadop 
tempos,  não  podia  oecorrer  ás  grandea  dea^ 
peàks  qm  demandava,  nm  tal  estabeled- 
nMMto. 

-A  grande  alma  de  D.  Pimudaca,  não  tie* 
pida  ante  este  terrifel  obatacnlo^  a  as  que- 
ríttaa fllliasdoseii  eora^  não  bio  da sof- 
lirer  a  mínima  íalla. 

•  Yaa  da  poria  em  pérta.  Implorando  a  ca- 
rUndá  pbbtlea,  a  coo  m  esmoMaa»  e  com  aa 
snaa  reodmi  pôde'  oecorrer  a  todas  as  ne^ 

'  Pleanda^vinva^  vaia  ptrafo  racolbimenio^ 
tmlaâd*  asBpia> »  sana  yracegldasv  eamo 
idCaideávcllada  e  carlnbosa^  a  aqui  falleeea 
a  r  de  abrU  de  1832. 

Foi  am  dia  da  tacto  genal  para  oa  per- 
tnenses. 

Pèlr  ptovMaa  re|fias^  de  8  e  S5  de  ontu- 
bro  de  lêl%  D.  Jei»  VI»  sa  decbiroci  pro- 
tector  d*este  recolbimento,  coneedendo-lbe 
aaacoÉlaa^  para.  nd^olrir  bana  éa  falu 

For  deCMo  ds>  tida  julbo  do  IdQS^deov 
o  mesmo  soberano,  a  este  eslabelecimeslOt 
i2  contos  de  réis,  em  apólices  de  novos  em- 
pMiloia%.  para  sta  Mnd4s  e  que  k^as* 
tâ^  oonaerttdaa  em  ioaorlpf  dm-de  3^  por  tm* 
lo,  da  fiam  da  cradUo  pnUiao. 

Por  ama  portaila  de  iO  da  )albo  do  mm* 
mo  anno  de  1821,  ficaa  o  estabelecimento  a 
aar  govamada  fidr  nancomniiasão,  nomeia- 
da  pelo  rei;  aamposladetreamembroayaca- 
daipraaidanta  nato^  a  prelado  da  diaeese^ 

1  A  esta  casa„  indii.boje  Sf  cbama  Fqço  da 
MarfUiza. 

Esteve  depois  alli,  ò  eollegio  dos  meni- 
nt>s  otfbãbs,  qae  ho)e  e^á  no  Ibgar  do  Pi* 
nlialiia,  da  fragnéiia  de  Campanfaan.    - 

M^  «oe  ui  não  estamos  nos  iablixea 
tempos  00  oBscoraotismo,  tepi  esta  casa 
mnito  msfis  mil  appfícaçãoino  andar  térreo, 
está  «tta  taberna,  e  no  andar  debre^  ama 
ebsa  A  Mv^<r 


9Mr 


mm 


jsm 


trado  «por  «díoatos,  «ic  4imt«ri  piHiMMii  ifVDUMi  fm^  qp«  MMmMi  fvi  jmlfri#s 

fiscal,  e  um  thesoiifeiro,  qa«4Qi6iofia«lifta|!J  ;3Qqa«(itoii!ad#i«e«  •,maètmÚntii»»iM§nt^ 


Por «laria*  ragia^ide  90  át  xãmúã ifS^ . 
drti  &  Joa»  Vi  a*  ro«olbtiaeiilOi  mipa.eM9^ 
oam  ^fllaL  e  «gna,  que  era.pi«ffi«dad0)dtr 
coroa,  'Bft^  boje  chamada  m^  (20  I^d^oMo^i^m^ 
fiMBt»  e  â9  8.B:  d0  Podtigo  An  Stti,  qiM»(^e 
anda  &  ^QB)olif>^i^ra  .peituemainjiideiiiía 

-0«ie$utot(t9.eiirfi8Dry  foram  ap|^9vad0t> 
pelo  mesmo  rei,  a  22  de  dezembro  úeáSàSfi 

W  proprí«dadi»-^o  refiolbtibeolQi  a,ca»a 
da  rssideBcia' do  capellM.    >      •     ■  '  -v  ^ 

Nào  paMue  «mn}»  bens  defratsiaetodL' 
mente.  :  .  i  .. 

lio  fim  do  a^M  dft  1830,,  «pi)iKiptotf  a 
eonalracãao  darforaioaa  capaUa  d^  Niièai 
Senhora  da»fiores-e  S«  Jol^^  uiHda<oiaa& 
do  edificio  do  recolhimenfto;-  poróiBi  .4íMí9'> 
ei^aMta  áonta  dawpiolat,  asfontuaaiiJilan 
as  jaèra»  lagioM^Miia,  epaiarm  éèiad^iJ 
d«railla*a  «nalfadada  tiierra4Sifflvd6!áUÍ] 
a  1834.  >  "f: , 

•  S^  sa  Qpm^ofa^  tfa  iMl    >         '  i  i 

iáiiloiitb  tfe  ikllá,  a  tfmroiMliiio  4i|  Jfelto 
(ímiiQs);  faram  miiilstf06'dafe8lMl.  • 

O  riM»é(if9iB«or  f ioIM^  ias 

Ans'*-^pMaiiient6  da  uiçada,  dú^^Mlo^  am 
(8ii« .'     .   '  

-  ■•  •     •  -^       •      ;•  .; 

-  jAnisáso  Fteim  di  Mrir^ies  <do  qaal  já  Iri* 
leáj^doncpT  em  medicina,  ekmta  d7aslaike«l* 
dade,  na  universidade  da  Coinfena,  4|aifal* 
leD0adè34.aiuMe'd6  6âada  . 

•  ••••  I    .,         •  >   •  » 

gaikkn  Sàraimh  que  nasaanMa  idOt^  e^^a^ 
da^^va^  É  um  tiotra' confio^  adi  ahfifè 

exemplarísslmo,  e  muito  curioso  investiga- 
dor dftsrsfifígtiidadeâ&astta.  terra.      ' 

_  •  V      'f 

■        •  t        ■ 

mo  santo,  hq)a  anUetti  a-Fanaftèl,  «âsoaMía 
morreti,  o  pádtB  Otíetôdio  MoHira;  poeta  A3- 
tfncijsdlpQo.  Escreveu  muito,  mas,  pouco  an- 
t^..do  sett,íí4)eevuôiitp,  qp^imau  todas  as 
suas  obras,  escapando  apenas^aáplaadaai.^ 


sa  disirabiefn^  danaia  as  bMaa  datnbaiti 
ilho.  1    ■  .  i   j     ii 


/Qstf  Aío0K^  «  saa  ariÉriPbOj^  vCartasírfa^aMjaH 
/MMTtf  fovsMUtfieiaa^fBai  di^iiMiaa^    .  1  • « :    * 

Tambaas .  sardisliattia,  jfalia»  BUM  taaUsíft 

paaslastiimááSpaMa.  i    . .  .1  «:    t,  •  :    *. 

.  í*.    í  ■'■■•.•  ■  . . /í  .    j  ..      ..  I     O  , 

>i}id(i4l4r  8te<a¥iatf*álfiisifb«  toqiado'»» 
madíoiiia,ifli»ittattual  étf  fiaiailioi^Miéat 
esaeoBAiaas^  drtaamlPeaadèl,  ipareaaés  d» 
gPiinmlJ  a;  aqaá  láHedso.  fiia<èonBBt4ft 
grande  inatmoisÉoii  gtiaidar  iiunMigiilard» 
aali0waadeft^alíld|a  una  bfiÉ/iiaraCiai;«Vi'- 

máékk,  áai  aatly<»i.a» Ihuriai;  dairio^lip^ 
bem  valiosos  donativos  a  qaali  flidaaiaa.aafi 
taMadmanan  dV  bduaioadcia  da  nasaslii- 
dadarltaada  j&dttdaa^ailtadad>aâaotea4Kf  1 
ferentes  cdnfntiai  ée^  MMal>  lâriiai^alp- 
maitet  á  «rddiai  tatfoiir&*dò:»Qatai.  'Titau 
sáDpiv*  tàm  a/matMri#oBiiai  aècion^ribii 
para  empregar  o  remanescente  dascsÉHâ 
I  rendas,  em  obras  de  ciridade. 

- -Mauíar^Péuià  6aMlé«^.iiaMEaUaéMW- 
kbiaoLiAlimiéaa^  da  AregiMaíai-dla  BenaiA/ 
Era  formado  em  direito  e  seguiu  a  miiM 
tfktiHa»  lealo  «af  MH^  coilre|aiDinraaHa- 

Bra* hm vhaasam  de^Uea^  a>«ailioaN9rot> 
piiQtaria.  T^wa  só^aaa  iilias»«ta%:4]tt  bmt» 
reu  solteJia«  iobMpí4«e«|lM  dani04fl 
Uw^PaoHèoPafaifa i&m  tfAUaMdft^da 
aÉWftiA»  Jf«0i0%.  Iptoea  nlii8ali>aa«uart» 
êaOMalDr  Ba:firagMaiai{di>ilaira»  ataajlW 
da  eiataltahda  9mêt  qoejáaHmíft  4m4Mí9 
HQttipniiiiíf  tadoardft  odipelfeai.  tai|u^4itta 
ri^ttiaíiiilpf  potraar  o  wáãê  ImvMí^  ^M^ 
iagm.  < 


,1  •  I 


.ii    »aí:  ;  n 


•  » 


"»     ! 


'  iinfonio  Teixeira  (o  (2o  P^têd^MM^^NIt 

Ufdaíqda  ^Mitpe^  >Uiaia^çil|iaMVi«Nr 
irtsiciia«:  &  ataa.aw  4.<iaa<ywid»gtÉlar 


dasiVMM  4i*  YM'i>^MM^imaiMfl««tft* 


ms 


rm 


6» 


lite  a^4)bfa  prl—  wsmi  gonero»  Tua- 
loi  matitt  4éb  ioMif ei»  qne  adarnatti  vum 
egrejas  e  capellas,  da  cidade  e  ^rradorea; 
MiitotrqoadMt  degranda  OBreoiflient*^  dis- 
tingaindo-se  o  relabaio  de  altar  do  SuotlM- 
timo  Saeianento,  da  .«i^ja  ntttrix «--  o  da 
iMbofada  ConoaifMv  lut  «grega  que  foi 4m 
AH^aehOH^fi  QB  da  Fé^  fis^erasQa  e  Caiida* 
de,  da  Misericórdia.  Também  evifitira  Mia» 
o  de  NoMa  Se&bora  4a  Ajuda ;  porém,  ha 
ppiíoos  vaa^h  sendo  rHícada  pbr  nm  i^tor 
da  4aii€6tlaa,  âc»a  perdido. 

:  t  pfodnc^  d'06la  notttirel  artiita,  a  lun* 
tnra  do  tecto»  e  o  retabalo  do  altar*mór,  4a 
4il«ja dft'Maraaa,  representando xCeia  — 
ieiD  é— ainatilaiçào  do  âaniiaaioio  Saontr 


.0  tâciodaGap€{la«n6r,  é  obra  decoitro 
ffitoi;  qne^  ap«car  do  nào  ser  ignniaate  na 
arte,  era  jmilo  inferior  a  JMKeira. 


HAprèn- 

4m^  âtarapavo  QfiloÉo  de  alfaiate^e  depoit 
de  frade,  fez-se  torneiro,  faienden^ráa  da 
fianè»  Bieraeiaiemo.ariiaiíQOi  As  flautas ^or 
^»  ol|rada%  eram  Jão  perfeitas  a  tio  l»em 
afinadas,  qae  se  vendiam  no  Porto,  por  in* 
tfezaa. 


aqui  UB  indifidoo,  qoa  parecia 
id*lla,  .e  ae  oooapava  em  fazet •  presepioi^ 
Ooaaa>lilior  perfeição^  esietindo  ainda  mui* 
laq.  4*eUea  em  poder  4a  paiticnlam^  e  nm 
na  egreja  de  Bitaraes. 


.  BajenaPetaflot  dtlefejiee  iodualriasy  sen- 
do a  pnaeipal,  a  fiteicafão  áb  leUfl^  oellins» 
dbai^,'6  ma»  arreios  par j^  oaraiiadwas, 
qoe  se  exporum  eaitfraiidb  qnaotidadei 

.  MãHt  jk  MMflii  qoB  liiais  tefeMsou  a 
terra,  foi  a  fabritqçao  de  naideiw  4«  l<irvt»» 
estanhadas,  sahiado  d'esta  cidade,  annaal- 
«oníe,  aMâtpi  centos  do  mUMros  d'eHa8> 
que  invadiam  todos  os  mercados  4o  reiíip, 
klnáe  «indat  abaslscsv  oa  esirangeiros. . 

» riisgmm .a  hvrér perto4e  30  lèiiás^oasa 
Mr:iMgDnia%tq«s4a«am  que  (ater  a  4  pes- 
soas, cada  bigorna— tudo  a  fater  eandsiaol 

.Oè  d8IO.por  4iaÉM^  algwtqaoiasi  (ooti- 


dãmwê)'  m  §anm  eslabokber  e#  Fareási 
de  Aguiar  de.  âoaza^  ao. Pitf to  e  alé  em  lis- 

Com  a  .dasoqberta  do  pelroline,  deoaWs 
o^uito  Ma  industnac  mesmo  aasim,em  ift74^ 
só>  um  negotíantA  d*aqni,  exporton^  de.  taosa 
VBS,  para  o  sstrmofBird  200:00(1  cati4siM^ 
por  nào  ter  mais  n^aqueliaoofaaiãoj 
.  Outra  iadnslría  4'esta  oidad^  é  a  íaolfera 
de  aóeoos  (tamancos^) 

iipeiar  4e  jfL  haver  mnilos  .odioiadi  4'«s» 
tofiflleiopela  piniisiDoia  e  immediafâas^liiilr 
da  se  exportam  muitos  tamancos,  que  síd 
Jaatamettte  repatados  os  maia  bomiafitfta- 
doadoj^no*  . 

Eu  comprei  aqui,  na  feira,  em  1860«  im 
par,  por  meia  libra;  mas  tem- se  vendido 
mttíM^  4«R(»«iéto  «ftda  pari 

Também  aqui  se  fabricam,  parnA  lernae 
pa<a.òx0ortdQao  (para  o  Porto,  Usboa  e  Kra* 
sil>  muilas  itiilheiroa  dd  pnres  d«  botas  e  sa- 
patos. .  li  , 

Tanto  este  género  como  o  antecedente  (ta* 
mancos)  tsom  sldO}  peta  sna  ppaMçaOi  gro» 
miados,  na  ssi^osicao  iadnstiM.dq  PonkM» 
da  Fari^  na  4e  Londres  ena  de  Vienna;  de 
Áustria* 


/  i 


Ifesta  cidade  e  em  iodas  as  freguesa  qiia 
lhe  fiòMn  ao  8.,  até  ao  Tâmega,  se  fàbrioa 
óptima  iibha  e  finíssimas  teas  •  4e  llnlM^  o 
melhor  que  se  conhece,  egnalando  em  flnv- 
ra,  brancura  e  qualidade,  o  de  Paiva  e 
Artmea.  •       ^"^ 

Do  território  de  Penaflel—prínctpalmentb 
das  ribeiras  (campos)  dos  rfO!>  Souza,  Mcsio, 
e  Gavallnm,  se  exporta  pára  o  Porto  e  ou- 
tras localidades,  grande  quantidade,  de  iar- 
radas  de  milho. 

Até  á  invasão  do  oidinm  tukerl,>ra  mn^* 
to  abundante  a  colheita  do  vinho— to4o, ver- 
de, mas  algum  excellente, 

Com  esta  moléstia  das  vides,  e  cocp  a  dos 
castanheiros»  em  que  ellas  se  apoiavam,  d|^- 
minuiu  muitissinio  esta  prodacçao.     !  ,  ^ 

.  .— 
rO  eènéslbo.4e  Benafiel»  crii|.o.f^Ntit 


Stt 


16  «nntidide  d»  gaio,  46  toda  a  qna- 
ttiââ0---eBp6cialiiiêiila  boiáno. 

A  fábrica  de  cortames  em  que  já  falleí, 
MiabelecMa  em  Í&ÍS9/  foi  preniada  ia  ex- 
foif^  índoiírial  do  Porto,  em  4861. 

ifa  uma  (itlMioa  de  «abio»  daa  priaelrae 
jMtoliitcldaa  etá  Portogai»  desde  a  extine* 
çao  do  moBopotte« 

.  0e  leoa  prodactoi  sio  eoteelleBlm,  for- 
que o  seu  proprietário^  o  >ar.  Slmlo  Rodrl* 
fÊtk  Parreira,  lAaiidou  vir  opteoa  aniaus 
de  EsipMihs,  para  enaiMrMi  ea  Pertogue» 


Ba  poaooa  sudm  se  estakeleeeiaiii  aqui 
algumas  fabricas  de  cotias,  cujo  género  já 
iè  exporta. 

A  egreja  uMrk  de  BUatiaB»  é  uma  daa 
mais  liadas  da  proTiaeia. 

■bf  nuuidada  fster  por  nm  abbadedaire* 
fMil%  qoa  eslaMeceii  uai  legado»  para 
haver  uma  missão,  de  7  em  7  annos. 

VNÉho  alada  em  meu  poder  muítoa  apeu» 
«tteutes  peiameeMea  aeHaiMadiv  qseoia 
pubUeo,  por  oa  Julgar  -de  itaeioa  imporias* 
eia»  e  eom  receio  de  fittigar  o  leitor»  eoii 
um  artigo^  que  Já  rae  summamente  exten- 
ip«  Kaa  palavras  Pewmços^  Bomartz^  São  fe- 
âro  4$  Fãrmr^  São  Thiago  do$  Ifátagrdi  e 
Fítto  Bum,  m^eioDarei  ainda  mais  algu- 
wm^  QUooaMades  que  podiam  bir  eo^  P^na* 
fleJL 

PENALVA  D*ALVA-vina,  Douro,  eonce- 
Dio  d'01iveira  do  Hospital,  comarca  da  Tá- 
)»m^  (foi  cabeça  do  «oQcalbo  do  aeu  nome,  da 
epnwca  de  Gouveia)  48  kilometros  de  Coim- 
ai» 280  a  N.E.  de  Lisboa* 
,  Tem  350  fogos. 

Em  1757,  tiDha  32i  fogos, 

Orago,  S.  Tbomé,  apostolo. 

Bispado  e  dístricto  ftdministrativo  de 
'Colmara. 

.0  real  padroado  apresentava  o  vígarlô, 
que  tinba  801000  réis  e  o  pé  deitar. 

D.  Itaouel  Ibe  deu  foral,  em  Lisboa,  a^iO 
èe  fevereiro  de  15i4.  (L*  de  foraes  nwos 
4a  Beira,  íl.  8  verso,  col.  1") 

Bsiá  a  vllla  situada  na  margem  direita  do 
flagra»  qpia  Ibe dâonaase  (vok  i;* p%^ 


188,  eoL  i.«)  ett ma pnlBftdo  MK  eaMi 
arrabaldes  sio  teleia  em  todae  oa  IHMloa 
do  paia.    . 

Cria  auito  gado,  a  aot  saoa  nM»tea  ta 
moila  caça,  grosa  a  niudai 

É  povoaçi»  bastante  anilga;  Maa  uaa  aa 
aabe  quande  nem  por  quem  M  fbadada;  MM 
sKisiem  moaomeulos  que  attestem  Ur  hêl 
aatígoidade. 

Não  tom  edUbôes dignos  denota. 

Mãe  «BODliirei  em  livro  algaOi  ontiia 
noticias  doesta  tem;  e,  Mdeaa  pedida  m 
reverendo  parocbo,  ba  mais  de  um  anuo, 
ainda  aié  boje  ae  não  dignou  napondor* 

4He« 

Provairelmeiite  aeopieeea  o  masmaaoiia^ 
dre  Carvalho»  quando  eecaavau  a  sua  (Ha» 
rograpMa,  com  o  vigário  de  então^  vislofna 
tão  laeonica  foi  na  deaeripçik»  d*e8la  vUla. 

Foi  cabaça  da  eancelbe  por  maia  de  Md 
ânuos,  sendo  snppaimido  am  1888. 

¥oí  n*esla  vimaasolar  doa Yalasquos^ ap< 
peilido  nobre  em  Portugal,  ci^a  fkmlia  valia 
És  fiespanhn. 

.  Panmte  a  carta  ninado  da  D.  dsbaatiia^ 
leiu  para  eate  nipo  D.  João  Yaleaques  da 
Alarcão. 

Foram  seus  descendentes,  D.  Uannel  Gae^ 
tano  Velasques  Sarmento  de  Vasepncelloa, 
que  fti|idou>o  seu  solar  na  Espinhai,  tellno 
da  <^íâade  ds  Ck>hnbra-*-«  D.  José  de  Akr* 
cão  da  Castro  Sarmento,  que  estataaleeen  o 
aan  solar  n*astâ  «ftlla  de  Penalva  d'Alvj^  qnè 
era  então  da  comarca  da  Viseu. 

As  armas  dos  Velasques,  são: 

Bm  eanpo  de  praia^  i8  radellaB^  aaoea» 
em  trea  pallaa<5.na  centra,  e  4  naahde^ 
«H)gbi  dapikrpara,  eamofadade  Sai^aa  da 
oura  (eama  oa  Aaandoa.) 

Âlmo  d'aça,  aberto^  e  par  tinhra^  vm  leão 
de  púrpuia,  aanutdo  da  prcto« 

Mãe  se  deve  eonfundir  o  apptiMdo  Vaian» 
qneaoon) o  de  ValaaaOb 

Este  veia  daa  Aatnrias»  na  pessoa  da  Bi 
Ann^Veiasea»  ^ne  eni  iiOi  eanna  aeii  D. 
Thfodoaio  U,  dnqpiade  JÉiginga»  e  isl  aÉb 
daD.  ioãtlV. 

Aieaade  apfsNiAa  VMaaao,.  víada  a  Pir« 


«igar  dim  Mtti  MAora»  Mtrti  ¥ilHOit  ^* 
n eá TienaçpoKii, Ènk Mmwl  éi liiil» 
António  náo  dii  qaen; 

At  iwirt  privaMiwm»  dâ  taUmnKá  de 
BMgiiçi,  Oot 

iMHi^  «MâqQéUé»  é»  ooro^  e  «idiroidé 
|Mtá  o  anil,  de  tf«8  iietfts  em  fhu  e  5  «m 
INdUk 

Timbre,  um  leio  de  oaro,  Teirtdo  êM 
mesmas  eftres,  lampassado  dAféPpnra. 

Os  ontros  Velasoos,  trazem  por  armas: 

Isendo  xadresade  de  verde  e  pfati,  erla 
do  mestno,  eaivegada  de  easteOes  á\mé,  e 
léSee  de  púrfinrt,  allehUliee. 

O  tMnyre  aercceoMiM» 

«BRAttA  M  eAMULO-lemNIiiia^ 
lefaine  mi  ouueeiíio,  peivneeMe  •  eomar* 
ea  de  Mangualde,  no  Msptdò,  dleMne  wê^ 
minifítndivo  e  likilMneiroi  «>  N.  i«  Vi- 

fieia  Tma,  eoasniam  mm  pe^oen'  ipho^ 
Ma,  4tte  MnM  tKir  etalio,  B.OÍl0'(S.  Hr^ 
liio)  porém  ha  mais  de  NtaÉMipirléne* 
á  ft%|ll^ltf  êH  OMfèÍMM  MlalVa  ^L 1% 
pft#.  48d^  fel.  i.»y 

VMte  llnidM»  Ca«miI^  Ao^^eeiÉo  ¥4^  i 
pag.  199,  eoL  1*  no  flm. 


O  MMeme  de  Mtthi  do  CAMilli^  é  eom* 
posto  de  It  firegoexias,  todiSdbMspftdode 
fllett^^  slo; 

•Antfls  d»  Mnln,  Qaetelle  de  J^enalva, 
VuMí^  emàll  iMin  de  Feiaiea,  Lati»' 
dè^  Mifdee,  Nidè,  Reil«  SsMral»  iDraiiee* 
»Hos^  e  TMla  ISen  Ao  Gdvfllh>-Mdaa  MÉ 

JlaWV   lOgOS* 

S-  |Mi«o*çié  nNdfd  antiga. 

IK  Minneii  Itie  deu  ft>rai;  em  lislflsa,  a  14 
ie  AM1I  de  IM»  iL*  i^^brwt  imeot  iM 
JMiro,  fl.  ISt,  eel.  I.«) 

O  padre  GafvaMio  Ato  que  D.  AanelMrlI 
Hie  deu  ftiral  em  MMh,  perMi  mmUim  nlt 
•  menelena. 

Feriei  esièn  eHIds  yotendoe  desde  temi^M 
fdUdNlfllBM^  pne  inMs  fvAliMOTietoey  o 
qne  se  prota,  nio  só  pelo  nome  de  AMiae, 
dMoi  a  «nn  A«|ieÉb  pi^ilma  da  «ma.  (An- 
Iw  ék  PeàêÊm    L^  ^  Wf-  Mi  ^l  1.^ 


ftoa  aiMn  per  avri  eiíitem  mitpoa  mewH 
nMrtM  pre^celM. 

O  mais  nnuteldWe^  4  nm  dalmen»Janh 
te  do  legar  datAéalasifne  Hsodoaça  e  Pfc* 
na  dia  ser  mníe»  meierAo  gqeodefinl- 
Ihafonse^  jMlo  daoidMie  da  (Snarda. 

O  padre  José  Gaspar  StaOes,  dia  qoe  em 
IN»,  ynde  As  }egar  de  6ebrêl«PioMfi^ 
para  Vieea,  ftM  d^Anlaa  de  PenaKat  vMi  i^ 
dMia  da  eairnds,  .n  Aoiwa  AisianiDid  d'elli^ 
nm  Aliar  iefaniaAi^  eem  ena  mdsa  em  eit 
ma-^eom  *  wmmm  farma.  do  de  Ftra  t$ 
mvk  e  qpMPia  d»  Gaiyalhal»  Undo  AaiOvair 
da  para  Pinhel. 

t  preeiso  vér  a  palmre  Siptitehrv^  ondd 
s»  dâo  meia  ilgu«i  neticiae  d'esia  feiff% 


lamhem  fci  pewoasie  romana,  «qna  oemiT 

^v^nv^^^^w^  ^^P^p^wg  W^^WgPn^^r^^g  ^^^^  »íP^^^  m^»*^^^ 

de  finíssimo  mármore,  e  em  camUerea  helr 
Ulsimee^  fiit  enisliA  Aií«ginlal  deaaNMes 

de  Peiilfa.  IMa  mim: 

•  *  ■  '  .  ^ »      • 

nvro^  rvsci.  F.  A-    . 

MNORVH.  XXV. 

WSCV8.  ALBmr. 
mio.  tfo.  ni.  siBf. 

(Fnseo,  MW  de  AIMno,  de  f5  asnos  db 
edaA^  Mi  eeiMrvír  eeta  támnle  para  sl^  e 
pata  eea  Alis^  qtnmevma  de  tt«s  annea,) 


Hs«sé  fae  o  nen»  A*èsm  vHla  profém  As 
nln  tntiqiiissime  easiillo,  fnndado  sagre 
nna  penia,  imarioeuie  ao  ife  O»  (ho|e 
Ddo).  yUe  ètpMkf^ 

Oath»  diaem  qne  este  caaielle  eslmnedl* 
fieadê  aaiM  wbb^  penha,  na  margem  do  ri^ 
Alva;  o  que  é  mais  verosímil,  ee  atiender* 
mos  a#nanse Aé  temi  Bm  todo  ncaae,  dfés* 
le  eaeteUn  nio  eldMe  e  asenor  vealigie. 

Conota  que  nasceu  n*e8ta  vlUat  o  padit 
frei  Rodrigo  detenalta,  eoBpaáhegmdé  S. 
leipAnlMta,  e  ímsdndor  do cbnnMo  dh 


O  legna  do  fiaeni  AÉfteM»,  gmnde^  for- 
moso e  salatifei%  eaiAsimade  tm  mna  apim» 


sm 


vm 


prestado  de  Pena-  Verde.  JÊà  tqni  4  eftpilta 
d»  »lkiMt  SèolMr»  áa  €(iiiMtH«>  {^olgar- 
menite^  úò^oééU)  ^aééttèta ser héIsabU-; 
ga  dor  <|iie  a  ftoafa  miMirebia.  * 

É  ampK  è  «'«ItallahHm-aepWtnra  os^^iia 
morriam  no  refertdo  lagir. 

•  Pieapr(]fXiiiiaèaoa^t>(npaa^,4tntiiiiá 
plSDleii  feriif^  e  tdoroada  dè  MOèrBiites  ar^ 
wns^  lèaBdo4tia  «o  N^a  ata  iani^daa  A»« 
tas,  que  aJ»rígiiii4<i>i«mp6nM^«niiMa  e  o 
mte.flio  á  Ma  padrotirt  «muI^b  o  nona 
d^Amèara^d  GdiMM,^[MHr  ealar  -pfOKlma  aà 
logar  d*e8te  nome.  •  *    > 

Esta  ermida  era  pequena  no  seu  princi- 
pio; e  IfBhatm  ereofiÀi/ApMseiilttdo  p4os 
é0baiL9ê  da  írtgtteitiL  iQ0t  i«lM)liâB,  e  readl« 
ficada  e  ampliada,  péea^iMisdetiM)^  »é 
de  boa  architectura,  tom  capella-mór,  divi- 
dMa  do. corpo  da  egrefa  por*  «»  femoso 
aMo  ie  «atitaria;  teid»  do  cada  Mo  ama 
Bditfia  %apeMK.  Tém^ott-ftom-polpito»  ♦opclu 
ma-saeliHêiía. 

A  friíagom  da  padff«e(M|  é«d*'|^6dvaj>4« 
boa  escnlptnra  e  com  |M,tÍ  do^aMahKr 

Tem  ama  irmandade,  que  lhe  faz  a  festa, 
no  dia  da  AssitbpçSo  da  Saàtlssima  Virgem, 
6  qae  é  sempre  concorrídiaspa. 

Além  d'estaaolemnidade^  fae  é  a  princi- 
pal, se  lhe  fazem  ontras,  por  voto,  em  acção 
Hb  graças,  pelo  deewrii>.dd;aMa 

•  A  if  mapdida  de  Noasa  tatefa  da  Cifefò* 
]agiQ^:iuto  tcmsMKto  eeiao  ^Inoioa.  Foi 
erecta  em  1670,  e  confirmados  os  seus  esta- 
tiWaa,  pela  biapo  Ao  Vises,  Di  Ifanpeidaial- 
dailM.  Fai  iostitolOa  com  atwMtidade  da 
papa  Gèemeote  X^  por  taaia  de  iUS,  ^ppnap 
vado  pelo  doutor  Duarte  Padiico  dn  Alba^ 
cfier^iwt  goTeraadot-apfpviiar;d'«atft  bis- 
pado;' 6  defXHa,  QonanlMdiBinla  bi#a,  a  Jan 
ron^moSoarek 

Óê  Iraúoa  laam  miitatiiadA]gaMíaa».oon« 
cedidu .  par/  brama  apoaottcoa»!  aai  iparioa 
diaadoaiiÉO» 

.'  Tem  (tinha):  a  Senhara  Hariaa  piapffeda- 
dfes^  éBíxadaa  pot  daMoi,  e  aâBÉiHlr«laa 
pela  mesa  da  irmandade,  cujos  rendimemaa 
eram  applicados  para*  a  fabrica  da  capella. 

•  A  if  imu  i|  Ada  *aaaapalnia»ae  dd;aa|adofe8 
4*aaia  •tefuaaia.a  da  daAeaL.. 


»AmipiiMHa  liairi»«4iir-iniaaai6aata4íM 

Qa.dÉtníÉgtia  «udba  adnaiifaadoa». 

•  &oft}M[a0aiafda,lafam  díifil«íiiMW»Kio^ 
o  solar  da  nobiiissima  familia-Albiiqvar^f» 
Mello  Parejr;k«  Gâaarca»  daif^^idan^amn* 
ta  laaiei  aoi  5.«  vékwm^  a -pii-  WU  <pl  «a< 
gunda  e  seguintes,  para  onde  remetto  Qt:MÍq 

. .  ||fH;q|ieaa9-i0-Penal?»-      ..     > 

'  O  snFaivaiMo  TaMea.da  Sib»  CaoNsiba 
a  Sfanecas,  3.^  e  aatoal  iQaH<MadePaiMlf% 
ó  o  herdeiro  e.  anaiwaiWa W  daafiabiUsai* 
mas  famílias  dos  seua^kUpeUM^^-^-iaM)  ér~ 

daa  ismim  4e  Tteam»  idp^icpvd^a  .^da  ^Vii- 
k«Nliaiqr,  -doa  Mmiiezai'  da  Atoft^tai  a  4oí 
m»Wf¥»  de.Pía^alifa, 
•'A  p«gij||ts.JiO,.Qflk.l^Íiq!M  V«49JPM,  aUk 
se  que  D.  ioão  IV  fez  conde  de  Alegrótç^  ,a 
MalÂiiaa^^l^aini9r<m«  m  preoí^  da  aaa 
bMv«ia.iH(t>a|alba  4q  WQp4J#>iffaBtiada.a« 
«6.id#.ayio49ÍfM.   .    ..- 

i)..i?9dr«  lU,§i^  e«rt4  ragia  d«  i9  da  agos* 
to  de  i687,  fez  marquez  á^^J^eg^tB,-^  Ito- 
iuet.raliia  »áBK  f^^m  l^^.t?al»da.  da  m^- 
Maior.  ,,.••.'  2  !»'•  í  . 

SUva  éum  dos  mai&Jiobres  appellidos  de 
BaMifai  ppa  aanqarfta.Silvaii  âapMiHlpffea 

dis.;i!aiad0*lMit.    ,  ..<   .f  - 

D*esta  familía  fallareí  maiSf4#ti4ai|iaaufea 
m  ¥iii§r4lai0ir:i$íifiijii  dM  «le^àoca- 
naof  Aa  mmmi  afcbyraatds^  pipi;ade9«ia  of 
qaM*ia«i  dai^JMrqiiMis  da  ftoQi^ira» marn 
waaaa.  d0  Vittas»  iWiirnsa  .4?  Béia^Aa 
(Brasil),  marquezes  de  Gouveia,  €9iidaa:dt 
Goeulim  (villa,  4a'4toiaraa«d«  SaiaalMia 
Mia)f «lAANiid^Avaimtieoiidap da  &  Laa« 
Miço«i«anda»  i(»  £. -TliiaiP JdatiBp4litf oj^ 
condes  de  Sarzedas,  ^idfa<4ef  i]iphdo,i«aii* 
daa>da  Ttrogea»  ;CMlaa.49^'9^  João  da  Faa- 
«•aiWiJJliiMidaaii^  VHIi  Npi^iU  Carvaí^ 
ra,  e  outros  muitas  casas  titularqi^  <a  ilPtlMWi 
famílias  das  principaea  d'e8te  reino. 

V  F«UaaMaiagata,aitMiiaiaifntíi^«d^aaaai^ 

«onona  tégiAir  4ft(7.4a  iapanoiiaidati7<W^ 
fec  ta  Jaàai  Y,  iiarqii»  te  PaMli»  (p  i^")  * 
AiJliiamai  dftMiMMi^«^Midai4a  tafM!^ 


dos  mdjqjjmm'Jí9i^^^9fiUi$mm^^wim  úi^ 

4iMi(to.w4^  ArilUr<*||aiaiv  ;p#pa^9fmtniifc»  da 
«asa  dos  marquezes  d'Alegrdte,  o  sr.  MaORAL 

TelleMitSi)i%:  n  da.  91^^^  l^  £«i«ite '41  Me- 

n«Wft  iiw4a^  d%«iiasviilsa4io  4^  Boaaiva. 

•r  iR^ivdsiA  «aMn^Aiía  j»  aiMnv  «ns  oasas  ^ 

>iAk«MáriiA  4n  hnp^  aa  frAgUMia/dA/JK^mr* 
lfr4íiÃw(o^.aQiiQilte  A»  Xan^a-y«dw,.iici|\ 
pmdade  áo»\m«inMitf|)iaMa  d^Jí^a^lw»  ^r4l 
WifiiUmdíB^ite  <wa  4ch  Mogr^B.  Vida>3^it 

ma  iDtelligencia,  e  iivi4m;íoir  mm^'^-^Fi 

áà  fiBdA<4a  QQSkAcioieAtiMib  #  daoiáído  aaor 

ás  ideias  moDarçkiffif^.i^Mna  d'#Mi»;OlMM 
deixoa  uma  colieeção  de  obras  ascéticas,  re- 
piainfaB  ^  «MtimMPi  piadoia^  d|i:iiai 
linroMiMtk«li0R»^e  #iiolando  mvi^  osíiH 
do  e  er adição  nas  sagradas  lettras.  «.1      \ 


vtmi 


59S: 


1  '  .  Ȓ  -^  . 


.!< 


HMMlTiillai  te gihia,, 6,|iM> do, ^MiUi ^ 
«^  teia  Mto»  to^Hxiw  Mrwm  «'AlegiMii 

QSfIgaittta  vidai  «ÍMIM  :||  olmon  )a«,p<|it9 

it  toMit0tg»4f»U  foi  MrmMdoR  AMi:c«^ 

pUmíii  ÍIWiSM>dM  pfoiiMMS^daii^  BaRr. 
lo,  e  Rio*Grande,iM|l|a4ÍI;.a^MMo  o  se^ 
rai<  e  A  sua  mU'jía  eaw  a4mipr4hpiHia4e<» 
i6Uê  a  dasiMiASM^  9o|  imbIMb  #pp«ilbth 
T9^.^'0Bn»0^'tmainmt9  9^  lÀria  I  (|| 
depois,  de  D.  Joio  Vli  >.     ^.»  ^  «  « .  »    <'n 

tagaes,  e  um  miliur.4ifMirUllriBM4   f. '  . 
O  4.*  maovwt^iBMiljra-A  aM^alK^rfl* 
lÍNi}4»ai|acãdMle«  &g«iA  ^.vid^  aHlltor, 
senundo  pn|^  MP««ilia«i».  K#  fito  aii 
feres  d'esta  arma,  em  i^iéaiomoimide 


lâMb  0  tapanlp  4^Mmá»  majoF  4o  iSi^reiífi 
to^.Ma  Í3„4eii#«ç4»  .de  i834i.  Gomo  b^riósa- 
militar  portagaes,  seguia  neiâpi^  a  Jipid^ 
ra  que  jaràra  defender,  acompanhando  o 
sn.  A«)6gll^l  hP  ff  %m4^M^9íi^í^  li4  Sin>- 

Nascendo  (em  Heabacb,  a  5  de  agepto  de. 
1852)  a  serenissima  ptinceza,  a  sr.»  D.  Ma- 
ria das  Neves,  íilba  do  sr.  D.  Migael  I,  e  da 
si^^DwA4f  1M4a  9f^9tm^9m^m  4»  boeweq- 
stpíi-IWieclkeiq  di  iMMíbergf  ^  toi  a.sf^ 
mmfum 4e Benalvavriíiur  «seu lai á;>Al«< 
l^Niabliaf  «a  darrihe<4s  j^rabi^DS. 

Sfla  iâ  díhfeoml)|iQ  de  18^^  easo«  ow^ím 
«r.^  IV  Siagania  â*4gfi4âC.e  Ala»iida  liqpreflB 
ôrlleitor|AwnMA;4M%n^e0h  iS^  9e|a  Qf«K; 
presenlante  do  beroe  iegsyidarioi  PniMrte  dii 

m  VAtawftB)  e.díikiawilia  de  %ntia  frei  Gil}  dfi 
Voasella,  cajM^l||]4qlMaa^  poss^e  e  ^reo^ri^ 
na  capella  da  saa  casa,  na  roa  dos  Lagares 

Vaw  «inalMiQ;  4«s  «arqpeiaii  d:JUegi#B» 
em  Lisboa,  .vUiiM  V4I.»  piigi.MQ»  coitai.*:  ^ 

'  •  ..  .  j      .        •  •       « 

PBSa^Má»  M  G404  «^AHH^IA  DOS  Mâi»OiBXWiM| 
PE^^LVA^  QU^,  HQNBABAM  A  MTBIA  S  A  .    • 
FAMILtÁ,  fÒR  VIRTUDES  B  LETRAS 


■     ^Í4 


Josó  Telles  da  Silva,  lente  de  Direito  na' 
universidade  dé  Coipobra— dotado  de  uma 
prodigiosa  memória,  e  do  côVat^o  indls  bem- 

fàze|o.^        '      '.  .    ! 

As  Madres,  Varianna  de  Menezes,  e  The- 

reza  de  Menezes  —  religiosas  de  eminente' 

virtude,  no  convento  dèbarmelilai  de  tíàr- 


I  j 


nide*. 

A  M,^  Isabel  Telles  — -  religiosa  de  grande 
virtude  no  convento  da  Hifadre  de  Deus,  de 
Lisboa,  onde  entrouj  pôr  impulso  do  céo« 
na  edade  de  7  ânuos,  insistindo  na  sua  eú- 
irada,  e  dizendo  a  seu^  pães,, que  Nossa  Se- 
nhora  a  chamava. 

A  te.' Mariaoi^a  iosefá  Telles  -p- religiosa, 
no  conveoto^dás  Sallecias,  de  grandes  virtV 

^*  Â  sr*  D.  Maria  ãil  Neves,  casou,  em  25 
de  abril  de  1871,  com  o  sereníssimo  Sr.  ltt«^ 
Mlè  B.4Afei«|o1fii4i  4t  Bn^ston  ^#n#in- 
ç«^.i«f«aj^4)4irH^i(iaria»Vib  da/Kw^pbi» 


jm 


im 


iitttrae^o,  maUft  graçft,  e  d  ntt>  ntoi»  «nan 

AlattfliA  Pniilfi  lèlii «  tao&m  ie  dêièett'' 
der  da  rainha  ianta  teM,  eée  8.  Mttei»* 
codeBolja. 


O  sr.  MhitfesêéfMnitt;  é'7.«ii6(o  vrét 
IppetèDiâiite  por  vítobí»,  iH  Pcmandío  M^ 
Mdft  8flv«,  conde  (te  yiltar  Màfior,  «Ml  ioi 
40  fidalgos  ^  fevohiçlo  Ío  'l>  de  d»MÉ* 
lír# d«  Md;  o  qoftl,  còili  seu  írttio,  Atilo- 
rilo  TMcw  éà  «lv%  M  ftribido  fxhi  âlr 
gMTkM  ^m^^n,  por  àm  hoMoA*  niSo,  D 
Ibrlâ  dé  LoiitMti%4 

BèBf  ODáotaáfteiètNMr  tMWlij  do'ÍMMé 
B.  iHiâfte  dé^MettéaM,  o  kéitoteo  dètMUíor 
áè  Goma  e  AteMbf,  OÉ  AMA. 


<  > 


Bb  8  de  ftbifl  dtf  Ittfl^  IMIm^q  oníU»- 
boa»  o  ar.  António  Tellea  da  SiWa  Camililiia 
•  Melietoa,  natifiiéi  de  MzMidé  (bé^  BraMl) 
e  tto^do  ar.  i^rfttei  ée  PonittoL 

Era  filho  de  Fernando  Telles  da  Silva  Ga- 
riMta  HeiHSltef ,  3*  táw<fiè9 éé  Fenalva,  e 
7.*  èoiide  de  tarouca»  e  da  nurqdeza  D.  lia- 
ria Rosa  d* Almeida,  da  casa  de  Lavradio;  e 
nascera  a  ti  de  setembro  de  i7tt). 

Põra,para  o  Rio  de  Jan^irQ  com  a  corte 
de  el-rei  ò  sr.  D.  JoSo  VI;  e  o  sr.  D.  Pedro» 
depois  de  tomar  o  Brasil  independente  do 
PorlfEigal,  o  fex  margaez  de  Hóseodc^  tilla 
do  império. 

O  sr.  marqaez  de  Recende,  servindo  na 
carreira  diplomática,  representoa  o  Brasil 
em  differentes  cftrtes. 

^  Quando  o  sr.  D.  Pedro  abdicou  a  coroa  do 
Brazi^  o  sr,  marquez  deixou  o  serVI^  pu- 
blico e  se  recolheu  a  Portugal» 

Aqui  foi  camarista  de  sua  mágestade  a 
imperatriz  do  Brasil,  ha  pouco  faUecida. 

Tinha  as  grao-cnues  das  ordens  da  Torre 
6  Sspada,  da  de  Christo  do  Brasil  e  da  coroa 
de  ferro  na  Áustria;  e  era  sócio  correspoiã- 
dente  da  academia  real  dwi^  scíencias,  de 
Ijsboa. 


pitir 

bett  tettpiv $iB  tDMrêdpfHiMi  il «obaM^ 
liifi»  dn  fiuiMir  real  pirtMgfMtL 

iQnÊÈàá  tíXt&im  M  MÉpMPMrti  vint  to 
Brasil,  o  sr.  D.  Portando  etetosétUba  apo* 
senHoii  %o  «eu  palacíow  E  iMaibiieMi»  ei«i 
o  sr.  D.  Luiz,  sabendo  que  adoecera»  ^{iit' 
que  fosso  feeonido  ao  pa^  dd  A^ote. 

OriiiV(m  as  iottmi  desde  os  múá  «NMdr 
anboft.  ','•••• 

Beiía  ilg»s  eèeiípcoe.  BoIMi  dulhii: 

Blêffiá  mmtko  dê  9Uã  mnfeélàêk  iÊÊpê^ 
fklêàp.B.  Péêfú,  êitfÊêêi^BMgmiiçaifhh 

bètt,em  sêêèã»  ordtMrâl  Ai'  J^  áè  j^ãkaà$ 

põriM>  ão  BfWAi  o:m  B:'Mf^i¥^MÊm 

rei  de  Pmingal  e  dnque  de  BragêHí^  ^M^ 
tddd'  pMo  if.  onkMipú  Miúdi  Làóàâeàkh^ 
«Al?  JMtít9pftÈà'è  rm^âaç9é$  mikiémM 

A^iiÉibiiksálbidtiDé^pfMo^iiris  Mnim- 
portantissimas  do  sr.  rta^fMt>4lMsMlid» 
pdos  érr/fMfésd  o  ARMm^  ..... 
'  Bhiiím  áMl8e  miiiMrmspeitiVVl^pnÉii^ 
db  édibeeedor  da  VkSfíâk  \Mm;  tt«ito^«»^ 
dMM,  ntdio^esdMèv  •  niAiid^eMiúiii»  Ab 

tdf«ÉqiMM#<#MlhMail.  •* 


*É  pffwdpM  i  dijw  Ma^lfoiMdv^  ♦  fêoii 


'  ¥ídb  PMMwiMon  flbe<titflliis  4édor piri» 
PWI^^W,  è  qtld'  B.  Jdld  ff  «tMMil^^o 
TaroM^a.  ** 

PEMABAGOR— vilh,  Beira  Baixa,  cabeça 
dkf  Mtliidiisiiíio  eoáoélhè  dé  MM  néme^  na 
eoaniNi)»  e  e^MlomOHièi  aé  B.  do  IthMm^ 
Bétà,  IdktMHsMi  m  8.  dd^Marda^  ii  w 
N.B.  de  Qulello  irabêo,  ^  à  E.'  de^  Hsdii» 
at-a  ii  da  CdtMbaía,^d  »B.  «a^  Pdidlo,  li 
ao  &  ^  BdbogtíF,  #d  ao"  O^ia  TUte  de  H4** 
pasbà,  MO'!  B.  de  Idsbiu^       > 

tem  8boa!gos,liKije'e«i  «Baf«6iregiie<* 
tia;  do  qiie<«  eragoi  âaiHa  MM  db  flaiM^ 
lo,  'oti  NbsMi  BênNbrb  fti  PébBltMMi  S«^ 
nhora  da  Assumpção.)  *  <  ^  «^    * 

««spadb  «l>'«tulrda,  dlÉffelo  adBMMTa- 
Uvo  de  Oambib  BrtMoo; 

<'aiii'i989i  taibAiBwtffrdtiBiMt  <:'«'• 

'A^Mdrb^  apoiloli^adllliNi«|íl«sifet«<li 
t^mt\  qué  tMM 

TI«biB-f(f#NL.  n. 


889 


qae  tinha  80#000  réi».  .  ,  / 

Tinha  85  fogos. 
5.  Tkia^o,  a|Mêtol(HHif  mitra  apresratata 

Tinha  695  Ibgof.. 
.  Vinha  Ma  jW»  »  lar^^efii  1757»  «i(5  fo- 
fos: ,  maif  265  4o  qas  aetnalmenta.    / 

0  concelho  de  Penamacor  é  composto  de 
IS  fr6([|ifzMs»*eoii  S:dOQ  bf^s. 

JfovetpcMílepfein  im>  ^i^pado  da  Giugrd»*^ 
sao:. 

A(m«k.  AMote  4o  Bispo,  Ar^has,  Bm- 
goerença»  Mt^ioMo,  Meim&s,  P^drog^ou,  Fe* 
^^BMcar,  e  Valle  de  Í4o1)o. . 

Três  no  bispado  d^  C^teUo  Br^co — 
sio: 

Aldeia  de  Joio  Pires,  Bemposta  e  SalTa- 
dor. 

Vem  feira,  a  tè  áé  agosto,  ti  de  seteMro, 
e  30  de  noremlrro.  >  .    . 

V  uma  das  náts  atitigas  pot«aç9es  do 
reino,  pois  se  attrlbne  a  súa  fttnda^,  aos 
tturdalos,  ida  ti  secnlos  antes  da  efa  chrfis. 
tan.  .         . 

No  tempo  dos  romanos,  dos  godos  e  dos 
árabeè,  íói  iima  pòvoatãb  importante,  mas 
soffrea  moito  com  as  diutnmas  gnerras  da 
edade  media. 

Tem  nm  ^Mello  anttqiitseímO)  ^nei  se- 
gnnde»  nns,  foi  codétmido  peloi  romanos,  e 
aegnndo  onlros,  p(lòstne«#o^porMneliatt' 
do-se  mnitii  damoifieado  pelo  tempo  e  pelas 
goerrasy  o  giãO' mestre  da  ordem  dos  tem- 
plários, O.  GoaUim  Paes,  reediflooa  e  am* 
plioa  muito  os  aens  grossos  mnroa,  e  cons- 
imin  a  torre  de  menagem,  em  1180. 

D.  Sancho  I  também  le%  algnmas  obras  de 
4efeia.  em  1(89.  > 

E*  tâo  ampla  esta  fortaleza,  qne  a  fregne* 
aia  de  Santa  Karla  <por  isso  ch^imada  do 

1  Vit^lrtMdiK qw iNam  1199  Vide  Bar- 
Térm^  m  L*  vol^  pi«.  338,  eol.  1.%  no 
fim. 

Algsns  esorlptoaes  dizem  qne  as  fortiftea- 
çQes  d'esta  praça  foram  feitas  em^rUa  de 


lhas. 

Crescendo  rapidamente  a  população,  sê 
estendeu  e»  r^dor  4p  €gst#Uei  ^  o  eoi  D. 
tiBiSft  peteeaMoa  1300, «ernoii «inava po« 
fonQfta  emn  «ptnotra  linha  és  muraltaf 
com  soas  toares  n  Awrhaiaiis» 

Bsjii  está  mdA  dasniajaMMo;  r^ia«do 
apenas  algona  langos  dn  qmraHias»  o  (^fla 
imfk  á  tasa  >da  fssmurai  cinco  bal«iMs> 
naite  da  torra  4e  OMMgsm^  •  «nsa  porta 
da  circumvalação  exterior,  chamada  do  Jíen- 
Hira  4u  Negrm*: 

.•.Sancha  I  Hm  deu  orai  eov  o  MlnlP  da 
villa,  e  cora  grandes  privilégios,  honrsan 
isenções,  em  Coimbra,  em  1199,  o  qual  ra* 
tiBcou  e  ampliou  por omro,  daiadòda niea- 
ttia  cidade,  em  março  de  1109; 

Seu  filho,  D.  Affonso  fl,  o  eofifermon,  tani- 
bem  em  Ó^imbra,  no  mez  de  novemlm  de 
»17. 

(Ifsço  It  de  fcrtm  anfifoêy  n/ 1,  S.  7» 
col.  1.*-^  no  livra  de  fàraes  antitos  â$  M« 
tura  nova,  fl.  36  t.,  col.  S.*— Está  impresso 
no  tomo  3.*  das  Disêertações  $knmoloiiicai, 
a  pag.  156.) 

Já  antes  d'estes  foraes,  tinha  outro»  dado 
for  D.  Gnaldlm  Paes»  em  1180— ao  qnaUha- 
mavam  Uor^  4a$  fortagvns,  e  qne  esti  na 
Torre  do  Ton^bgi,  llyro  46  de  lombosi  armá- 
rio f  7,  fl.  8&  T. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  ratiflcando 
e  confirmando  em  tudo  os  antigos,  em  San- 
tarém, no  1.*  de  juuho  de  1510.  (L.«  de  fo- 
raes novoe  da  Beira,  fl  Si  t.,  col.  1*) 

Este  foral  senue  lambam  para  Aranhas  o 
Cabias  de  Rei. 

Alguns  escriptores  dizem  qne  nasceu 
n*e8ta  vílla  o  famoso  rei  godu,  Wamba,  qne 
governou  a  Península  desde  672  até  681^  e 
adoptando  Erngo,  o  faaeclamar  soberano» 
mettendo-se  Wamba  em  um  mosteiro,  onde 
professou. 

D.  Gualdim  Paes;  mas  por  ordem  de  D.  San- 
cho I. 

Ba  todo  n  ea«o,,datam  do  fim  do  XII ae- 
euto,  as  antigas;  porque  as  OKMlemas  fvtam 
fittai  paios  innos  1680. 


<990 


^nC9r 


Wamba  aasceu  em  Idanha  a  Velha.    -^   ' 

<'  A9arttia8-iM'FêDafea>elr,'%9B^*  '  -  '  ' 
"  l}Mealb{k)dêrfUVp!]t'a,cMitfnÍMB]il0l#e 

ma,  e  o  iDferí<»f,<é9  (KHibft  pafaH^tlM.  f  ' 
' '  M  lâd»  é¥km,  tímà  éripàUa  '(datnM^di- 
letti  um  alAmij^'  eéni  <u  <db|Nii  dTdur»,'  ê-a 
poBlâ  virada  panfvtaift;  «  do  lato  esnj^MT- 
«d»  uma  elíàvé  iiTMrd,'  eèmiif  a«áerfiani 
Bahio.  .,.*,..•... 

Os  crescentes  são  mais  ama  prova  de  ^e 
foi  povoação  mourisca.  ' 

'  '  itíbsL  vmoemdôrms/coti  ásMntvfloftan- 

A  vili^-6^  fu^da4^  em  ,aqis^  elevação,  em* 
redor  do  seu-  Bfb^^  ^  y^HstP  caatellfi,  e^i- 
ftoad^  sobre  um  .aUo.of^n^scos^  monte,; 
d'Q9de  ae  gòsam  formosa  e.di)a|^a§,yji9- 
tas. 

•  p.  Sancho  I,  aphando  esta^^ilb^  al)aD4oDa- 
.d^,.a  deu  aos  templari^os,  qu^  a  povoaram 

'    D,  JoSo  III  fez  conde  íé  PenaiAacof,  em 
1529,  a  D.  Luiz  da  Silveira,  máseste  tfldlo 

'não  se 'verificou.  '    ' 

D.  Philippe  IV,  deu  o  mesmo  tltttfo  a  6. 
Jbío  da  Sílverra,nieto  d'aqttette  D.  Luir;  po- 
rém, D.  Mo  IV,  annulou  este  titfiIo,'por 
ser  conferido  depois  do  glorioso  dia  i.*  de 

'  dezembro  de'  ítiO, 

Peta  mesma  razão,  anDUlloii  aquettemo- 
narcha,  mais  os  titulos  seguintes: 

De  Abrantes— dos  Banhos  (filho  ty  dos 
duques  dos  Arcos  e  Aveiro) — de  Caminha — ' 
de  Estremoz  (filho  d.**  dos  marguezes  de  Fer- 
reira)—Linhares— e  Ciudad-Real  (Hespa- 

nha.) 

Karquezes  ' 

De  Basto  (conde  de  Pernambuoo)«— GoUa-* 
res— Penalva  (conde  de  Tarouca  i)— Sardoal 

i  •  t  •  •  •        i 

1  O  Z,*"  conde  de  Tarouca,  D.  Duarte  Ltiis 
*  de  llenezt^,  foi  nomeado  por  D.  JOâè  iV,  go-i 
ver nador  d^  Tanger  (Africa. )    • 
Esquecido  do  seu  notne  e  dst  sa%  nobr^* 


«M^vnuiiiift  (Hmiiii)!  Dii*amoi«(c#a- 

de  de  Atougnia.)  t     .  -  •    :• 

*    '    •     ■     .  •;• . 

De  Alcanede— d*Ancil^—<rAradaii-drÁ%. 
sentar— de  Moura— de  Óbidos  (pelallnfalt  de 
6nàdaleste)*-»d(!?Re^ladf)«  fAbren)^aêtor- 
res  Vedniá  (Siíares  Alarcioj-i-de  Va^s  f8Í- 
va.)  ^ 


'1 


ii 


Depois,  o  mesmo  re<,*.*Jdio'lV,  e  sêAa 
Olhos,  D.  Àffooso  Ví^e  D: Pèdfo H  e "seus 
successores,  em  premio  de  serviços  preífsta- 
dos  á  pattia,  na  guerra  'úcfs  ÍÍÍLXJíoéy  rèsti- 
ttíiraéíi  aói  mesmos,  (k  aoíí'h€Ír4e!pos,  t»  tí- 
tulos dados  por  Di  PhíHppeTV,  qúandi^Já 
flao  era  Vei  dê  Prfringal.'" 

Penamacor  foi  por  mais  de  600  annos  m^ 
forte  praça  de  guerra^  e  ainda  antea  de  1834, 
ecikçc^ao.  lai  cooaidera^  i^f^o  ^vfíjff»  de 
guarnição^  um  corpo  de  jCf^^oj^es,  artilhei- 
ros e  veteranos. 

As  suas  íortififs^isõôa  s^  m(iítp,,jfrdf;)ila- 
res,  por  caup^  dos  acçi dentas  dQ  terreno»  .e 
a  que.  dVUas,  ae  .conserva  ^,  molhor  estado, 
foi  mandada  construir  ou  reparar,  durante 
a  guerra  da  restaur;^çfu>*.     \.  , 

São  cinco  baluartes  e  tj^ea  meios  baluar- 

^^  .  -..ir'.  -11,  n  /    ■' 

Vem  MíaeríMPdM^  iMi9#ílal. . 
EKtrftFmuroai  a*  ap^HShl^Q*  da  níita^^ealá 

o  mosteira  dw  lrad<VB^oapfiflM% 

Penamacor  foi  praça  do  batalhio  de  ca- 
çadores n.»  4  (íepoi?,  regimento  de  caçado* 
res  da  Beira  Alta)  até  Wlf." 

Havendo  porém  seriai  desintetllgencfas 
entre  os  oâiciaes  do  batsdhio  e  os  ffàdes 
capui^hos,  o  ministro  da  guerra  mandou 

ra,  atraiçoou  o  seu  ret  e  á  sua  patrfà,  baa- 
deando-se  com  os  castelhanos. 

I>.  Joio  IV  hê  tiMi  •Mla8:at  ko&liM,  ti- 
CQlos^  e  bena  que  tMtia  èm  Pul-tafal;  maa  D. 
Philippe  iV  o  fez  marquez  de  Penalva-^ae 
foi  o  mesmo  que  se  o  nao  fizesse  oaiiá  ne- 
nbdma.  .  '}-■.'' 


ma 


^i 


âqiiMtor  parati' pmta  4a  GatftR^lbffii^  «hi- 
io  ^m  Mtt  lòfftr,  p«rt  wa^-  rkRtaÉUuxdB 
caçadores  n.<»  8  (di^mit  re^ouiato.da  oiq»- 
dofeU  ia 'Bfein  flaixa.) 

Ambos  estea  eofpcm  iMlDhifTCílb  a  -tm 
Mlatêneia  ata  'Bfom^MòntB;-  mas  ^eoam» 
eor  atada  hoje  é  praça  4o  batalWo  éaeaQft- 
d^ra»  II.*  8,  créado^epoir  da  diaaainçfoáo 
aMigtd/ 

Devo  aqui  maiM^Dar  um  (aeia  de  triste 
raccnrdaçio;  mas  fM  tava  bom  Tesnliado, 
por  dar  ovigama  tuna  lat  baoeflea»  par  to- 
dos nr^antenant»  raehaoGMia.     ^      ^  -: 

Eor  ii48,  foram  aqui  6o  bartara  a  i2o 
àtaozmet\ta  ehlbatidai  «laco  aoMadoaáâ  ca- 
çadores n.""  8;  quê  dois  morraram'  tt»  qi» 
df^do,  atm  m  hospital,  aosdoii  festaikes, 
ficaram  inMltsadas  para  icida  a  Tida. 

-Todos  os  periadiòos,  asmdlatiiieçao  dec^ 
polltka,  tiorrorísâdoa  par<lSo  bhitai  eãÉlibt^ 
lísmo,  bradaram  miisoaos  cdáM  eata  degra- 
dluite  6  borrtvel  éasiigo!  a,  d^sta^ea  a  vos 
da  imprensa,  «pie  eri  a  de  lodM  oa  poin» 
faetes,  foi  oa^idapelo  gOTònao,  qaepro- 
asnlgou  ama  lei,  prolitbMo  ia  vkntdas,  m 
'4»rainmiê.  '  • 

Poi  maito,  mas  iSo  foi  tiidi»;  pèrqvB  os 
soMiêos  da  marinha  e  d(j\iltfsmar,  também 
8Ío  portugueses;  e  dariam  ser  comempla- 
dos. 

Nenhuma  vHla  da  Beira  Baixa,  a  muitD 
poocaa  da  Portugal  tem  tao  gloriosas  tradi- 
^s  e  nma  historia  tio  aobr&eiDteresaaii 
te,  coma  Penamacor. 

A  sua  remotíssima  antiguidade,  es  setts 
tandes,  as  suas  numerosas  fámiMas  de  aoMi- 
ga  nobreza,  o  sen  yetuato  caatello,  ter  sido 
-a  sede  do  antigo  bispado  de  idanha  (a.  Va 
lha)  e  o  grande  nuBMro  de  homens  célebres 
aqui  nascidos,  tsf  nam  esta  Yilia  digna  de 
«ma  menção  muito  especial 


D.  Affonso  Y,  fei  conda  d^  Pemmiaeory  a 
D.  Lopo  d'Albuquerque,  em  uma  vida. 

Em  17  He  dezdmiro  de  t8i4, 4oi  eáte» ti- 
tulo reúovado  na  pessoa  do  sr.  AâtònK>''8^ 
Saldanha  d*AU)u4uerqa0  e  Castro  Ribafm 
Pereira,  descendente  por  varonia,  do  i.""  co^" 


éa,  D.  Upo-dUnaivaaiqiieh  a  do  faipoqo^  D. 
João  de  4aairQ«:4.«  wiee^ai  da  Mi^  . 

Ora  o^conda  daPa»amacor^oasaâoepm 
a  ar.*  9.  liaria  Laemr  da  Mella^  4a  aahilJs« 
aína  lnmli»  á»  ara  epadaa  )}e  6.  b^aveor 
iça^Hà  ailia4a>lo3a  Maria  ttapbatel  é^StíHnfr 
nha  e  de  D.  Maria  Thereza  BraapiaaiAPt  tia 
paterna  do  sr.  conselheiro  e  ex^  ministro,  An- 
sataio  Jasd.Srsameamp^  e  3»*  filba  do  i.^^^ba- 
râa  da  Sobrai         -     - 

B'  aatoalrcaade  daPeiimaaori  o  «p^  A|^ 
ioBi^ttínmét  Saldanha  Albaqaarqo/^Cíaa- 
tro  Ribafria  Pereira  (Qiho-do  antacedante^ 
faiíto*  am  ê  da  jonho  da  I86i,  .  , ./ 

Os  condes  de  Peiaoyaopr,  as(^^||a4Q# 
po^  parentascoí  -aoca  aa  fynilias  dos  mar- 
queses de  Niza,  do  Lavradio  e  de  Alvito; 
condia  dó  Sobralí  dasfGaWeias.  de  S.  Lon- 
reAço,  e  daAóiende;  viscondes  da  Assaca, 
Rraameampos,  e  oatraa  noAUas  e  nobilíssi- 
mas fomiliaa  d'es(a  reino. 

De  todos  os  appeUidosd^esta  familia,  te- 
nha tratada  nfeata  obra,  manos  do  de  Riba- 
fria. -      V 

Ribafria«  ó  appeilído  no^a  em  Portugal, 
praoedeote'de  Gaspar  Goaçaives  (ou  Rodri- 
.giies>  ftiMria»  na^al  do  iogar  de  Riba- 
fria, termo  da  Cintra»  a  do  qual  tomou  o  ap- 
patUda. 

O  rei  D.  Ifaomal^.o  fifiseaporteiro  da  ca- 
^lara^ paloa sarvi^nq^e ihía«havia  feito. 

D.  João  IIIi  o  fea  cavjJleifp  da  ordem  de 
Gbriata  e  akaida*m6r  da  Cintra;  dando-lhe 
aalaram  RibaCriaf  e  carta  de  brazâo  d'ar- 
mas,  a  id  da  setembro  da»  i6&l— e  são— em 
campo  verde, ama  torrada  prata,  lavrada  de 
negro,  aberta  de  azulejos  de  ouro  e  azul, 
sobre  ttip  /contraobeíe»  de  oi)d^  da  %aiil  e 
pratas  entra  duas  estrellas  de  ouro»  de  ^ 
pontas  aaankmadaa.  ... 

Elmo  de  prata^  aberto;  e  por  tiaabre,  lyn 
leopardo  azul,  armado  d'ouro,  com  uma  daa 
aatraito  do  escudo,  na  espádua*    • 


.    JM 


As  senhoras,  D.  Theresa,  e  D.  Maria  da 
Assumpção^  filhas  dos  sra.  condas  de  Pena»- 
macor,  foram  até  22  de  abril  de  ^i^Sfê,  en^ 
pregadas  do  paço  da  sereoia^ma  ipfanta, 
O.  Isabal  Maria  de  Bourbon  e  Bradiiu»QI>  Via 


m 


ma 


4èfl4»  to  de  nm^  «ê  MM  iMMd^f«v» 
reíro  dé  IM8,  foi  reg«Ate  do  nUtiê. 

3  V2  l^niê  ^  Mrdè  d^âi^fiella  dia  (tt  d'abrii 
iS6  M7d)  deiíoQ  âqueNii  dita»  damas,  réis 
<IQ0#OO#,  a  eada*  Qma,  em  sígttal  da  sHima 
^  aaisade. 


A  ^sg.  360,  eel.  f />,  d«  9.*  wiame, 
Já,  qae  Penamacor  foi  sede  do  Mspado  «ff  • 
lAAeifse,  desde  719  (jpnmteltneiité)  al6  tiOS 
-íNsIo  itoénoè -^  senlndo  de  eatlMdril,  a 
egreja  dto  9.  I^iágo. 

Fará  evitarmos  ref^tiQSMy  rmeCCo  o  M- 
tof  para  o  log af  eilado. 

€ampi%«me  áqai  ftaf  «ma 
raetiMiçio. 

Ma  i.«  «ol.  da  pag.  991,  do 
dko  9>  ?oi.,  oseapoQ  um  erro 
lypégrapliieo,  qae  todos  folga- 
rão coteo  ta!-^fei  (irataodo-se 
do  bispado  de  Idanha)  nomear- 
se  D.  Sadeho  in  (ref  que  sna- 
ea  existia  em  Portngal)  em  lo- 
'    gi^  de  D.  SaDeho  I. 

Da  data  de  1190,  qae  allt  se 
▼é,  é  ílaoilfímo  eateader-se  qoe 
se  tratava  do  rei  FsooéNfor,  qo^ 
reinou  desde  6  de  deaembfo 
de  Íl8b,ai6i7  de  março  de 
ifli.  B  também  se  dá  do  é^ 
iti,  por  se  faltar  do  poocffice 
ftMoeeneio  IH,  qae  govenioa 
a  egi^  de  Deas,  desito  1198 
itid,  aiiDo  em  qae  9^  aaoee- 
dea  Honório  fH. 

Ha  n^ssta  tilla  moitas  famiKas  noInM^  eo- 
mo  sSo,  Pinas,  Ganhas,  Taboidas,  Palbas, 
Pignatelli,  e  oatras,  exeedendo  a  todas  à  ea- 
sa  vinealada,  solar  dos  Pinas  Maebados,  ex- 
tramofos. 

B'  sea  aeloa!  representante,  o  sr.  Phtt- 
eiseo  de  Pina  Machado  Ferraz  Gasmio  d*Or- 
Bellas^  cavalheiro  qae  a  ama  nobilíssima 
estirpe,  reane  ama  esmeradíssima  edaca- 
^,  e  todas  as  boas  qnalidades  qae  ador- 
nam Ml  verdadeiro  fidalgo,  portogaec 

O  sr.  Pina  Machado  tomoa*se  notável  por 
ser  aeeoiado  de  fcotor  de  «ma  tmmro$9, 


«€■  aaifif  dft  Mn^  do  fnr  Iba  fMQllM  iS- 
tàf  aeia  meie»  piese^  aãhíbdp  ateai  absol- 
^MQ(  pbp  Mia  de  ptovBC 

É  fllho  do  sr.  José  da  Moa  Mhtiwidor  da 
Moraes  BaryaJsaraa,  qoo  fai  tanealo  «aro- 
■si  oammaDdaQto  da  bataMiiadi  viohiiilafise 
ioaHeias  da  Caatelo-Ilniiiao  o  PeoaaMcòr, 
danveneAottada  em  Bviara^Monte.  O  aniUr 
d*esta  obra,  teve  a  honra  de  servir  ás  ordena 
d*oste  bavalbeâra^  e-éleskfMoba  da  aoa  co- 
ragMD  opmrkaisaQ,  aepodaa  soaa,  alodas 
•a  rsqMiioa,  teapfofeiavfia  qaaUdadt  a. 

Fallecea  est5  aympaibioD  cftvilMfo,  am 
Alpadrinia,  no  im  de  joobo  do  MFOi 

Plaa  6  om  appeltído  nabra  em  Portogri, 
proeadenle  do.rstao  da  Aragão. 

fíãm é  ama  vitta  qan  alU  tendas  umaaa 
ascendatif,  o  da  qaai  foi  aeabor  o  toamio 
appellído:  aeado  asia  vIMa  asoAar  ongioario 
doa  Pina.  Passoa  a  Partagal  osco  appolttdo 
■a  pessoa  do  D.  FerMO  Fernandes  de  Piia» 
embaixador  do  0i  Pedro  III,  d'AFagio  (q«s 
soMa  ao  ihreno  om  1976)  acoBipaaha«do  a 
rainha  Sania  Isabel^  mplber  do  nosso  D.  Di- 
liz,  em  1989.  Foi  sea  dlho,  Joào  Púrea  do 
Pina,  ao  qaal  o  nosso  rei  D.  Femondo  isi 
I  mercê  da  ateaidatia-mte  do  Gasiello  de  Hde. 
As  armas  dos  Pinas,  sào«-em  campo  de 
púrpura,  am  torreão  do  praia,  oom  teoto» 
porta  e  frestas,  de  oaro,  lavrado  de  negps^ 
sobre  am  monte  verde.  Elmo  de  prata,  aber- 
to, o  tknbre,  O  loineão  das  armaa. 

a  Jeao  Alvares  de  PiaMambeai  da  aMa< 
BM  foaMap  veio  de  Aragio  para  esto  reino, 
e  foi  valido  do  nosso  D.  iua#  L  Sena  desooB- 
destes  tratam  por  aroMU-H-Bm  oampo  do 
pifcrpttra,  banda  da  ouro,  carregada  do  mi 
loao  anil,  armado  do  n^ gro,  lampaasado  do 
pdrpnra,  ensfe  dois  pinheiros  verdes,  oom 
raisee  de  prata  o  piahaa^  de  oaro.  Elmo  da 
prata,  aberto^  e  por  iimbre,  oomi  cabeça  do 
leão,  d'oaro,  aahindo-lbe  da  bocca  am  ra- 
mo de  pinheiro. 

No  mannscrípto  da  livraria  antiga,  do 
do  marqoot  do  Palmolla»  se  acham  oatraa 

^  Pina  é  oorrop^o  éa  h<«psoh<il  plílo.  O 
jtadadur  da  villa  d'este  aouio,  dfii-lh'0  pa- 
la soa  sem^ihMnça  com  estt^  fructo.  í  por 
Isso  qae  os  Pinas  tras«m  pinhas  nas  suas  ar- 


^m 


m 


campo  de  púrpura,  baoda  azai,  ^  fileUdá^te  i 

ui  iMMltiioilh)!  MnMiraieiílfwmiM— 

-o^k^cYiHiMia;  e»  urniM  Mb^MUII^  OWUrt  « 
fig.  195,  col.  2.*  d'eate  volume:  e  d4À  •«- 
«MH4tMb9*^iCe  'èitT»lbteifd^'4ni4flfo-| 

•d*w«a'«bim« '•*"••»  ^•■•tí/!  i»- 

3tf.^rM0Ífcid#iMilaff  ^ft.1|igi«eini0Tálb|t-j 

Passou  a  Itona^l^iw  flmÉb  àèiDottártfo 
•Nrfíg»!»  «aborda^  fMtto  Jda  MAowInte 
^éiUferi^iDi  M»>iiei«aiiii8.'AiiMni^iiéMB| 
AuOqioíiJ  Wk  «Icao^ão^^eilr;  i^Tel1>.^F«i^- 
OMi*  4t^^  Mi  piitoo  a  afilai  déliacio  de 
Jlíl^eeiau^aMiriaanór  de  Lè«iiái'^aléfli»*i 
aiHÉièivABrethlí-De^IkiâeTdaj  felDMfe  (dni 
«M)m«D^  iVtl  «ikRNRia/i4o  ipal  piMe-l 
-Anè^iMbwMtetrofc  Váb«*s  ^%«i»  iliae.l 
Suas  armas  ^  —  em  campo  de  púiflÉn, 
^é|BA»'4Adenilli  ^evmiicealtarè^iibã»  lenSlas- 
)pl  o4ÉiaiMb'aw>ebdrta  (frainMiOKthíieBlde 
fpl4  iHi«»iisniÉÉp  aka  dfí^úi^uife,Mei^it- 
WiHi  ■iiéiiiabie  iiúifti»â«1l»li)  prt#;eò- 

-tilrtaaiiiiiiias'  i^mm  dadaai«|iDr)i);*JâÍpd, 
«ieid»  iDdrif  oaH  TatKirla, .  iimiilil{^|>  jp^ 
1^,  tepite  ea)»i6ei4è  iimisMãl  dê  gnerra, 
ii  igfwaiya'[loiitugm»j  aefiilriqu  tem  gno- 
lietMIuA,'  mitonadai  òe  iieata^  aiáfc  de 
J9Mtori*àreflae'àmioi}  I^eaid  bnvo  manhM- 
erq^lailiHnir)niCte)aica:i(ie'P>  JoiaLi 


^  Enad  diâço,  «abe^ter,  e%or 


4iiMlré  tttna  da»  MiMrà9  (euipiie&rolO  das 
armas.  -'  i     ,.  . 


(  !■ 


i^l%iM.-ttpp^H(flo  íKíáté  em  Pottftgál' Yt< 
itfè  !«Mí  1{.M^g.  Mj;  eol.  2.^  ne  flm.  <-  - 


Ctmfta— ^Vfde  CtmUa,  de-Coura.- 
Machado ---yfàê  Llàbóá.' 


« * 


.<! 


U 


•    »4 


UL.>    .'  t 


i< 


M 


<'  Bitarint,'  detii  o  eotaoêffNo  >Ae  Penamaeôr, 
àíDilòiè  Ktnfn^,  tAnã  grande tierdhde,  4iie 
é^tsH*  éntré  esta  vHlá,  a  Ae  Sortelha;  e  a  áa 
•Gévflhatt.:  .     ■   :  ■    i    ■    -      •    »  '*     ' 

'Wéi  esto  vjflà^^lgutnas  praças;  sendo  a 
tH*ittctpaf,'  por  mkis  vasta,  a  do  Buma§^(à, 
onde  ie  fázem  ae  fefrak  fem  iftlgdiiiiiLéi  rún 
boas,  muitas  casas  át  Bba'appâ^eÍRia,  ftf^ 
laudo  algumas  muita  antiguidade.  Seus  ha- 
bitantes são,  no  geral,  de  bons  costumes^ 
ihéKo^eíipitaleito^,  é  amigos 'do  trabalho. 
A  otAicft  im^é,  vive  da  agricuUetra;  \^f^e 
<í  térthe  4  muito  fbrttl  em  todos  os  geberes 
éy  t^áfe,  erta  muitof  táãò  de  toda'  aijtialida- 
de,  enos  seus  n^ontesf^Ri  bastantes  cotmelaís 
^eá<*à,  Uroiíatf  ^rtftidâl'  i  '     •      '»     ' 

O  kéa'cHma,^sio  sêr  exeessivd^élMitto 
9áiièAVei,>havéiido'àiuftas  -pessoas  de  80;  M> 
6  tfaãtisanobs^ed^e. 


1 1 


Na^uiAla  do  LáravíiaK  extt-amuros,  'fóra 
dHa^  ()òrus  d<^  M<mtnro:4oà  Neçros,  aol^.O. 
iá-villa;  e  ^rexlmb  Á\fihiU  da  Babaca;  pas- 
sou o  auctor  d'csia  obra  e»  pritihfh-os  abnos 
*4a  lua  infeneia.  'Eira  èfttSo  eetá  ptoprieda- 
hI^,  ie  éma'  sefAora,  da  vilfai  cognomfiíiida, 
a  JSonA  Vtráei    ■     •       •        t  •  *    ' 

^  A  pouca  èistaneia  dè  Penatna^r,'  bai  a  àl^ 
tiquissíina  ea  pella  de  S.»  BMiIngès.  - 
i-  Begttftdo  a  lenda,  âm  homem  da  vlHa,  É)AI- 


PignaUUi^  é  um  appeliido  nobre  d*estej 
lAÉÍiid,feef  origem  itffliaiaa.  FVeS  llanttel  4e  |^  10  «levotd  44  SDombgow/ estava  «aptivo, 
jHJ^fit^  Í(n;oqiOy  nâo  diz  qu^m  o  trçu^iei  ai  4m  terra  áe  mouros,  e  faiia  teda^  ns  diK^ 


JKfmi^^oOa  PigQMUts,,.irajteip  ^v  VA^ 
ji^tanoarapo  dd  ouro,  tfea'amt>ÍMira8:ne» 
iitwêi  ett  Iro^aété,  'ttm  uma  l|ò  a^,'  e  ^  bo* 

,  >è  Écootrasls  regras  da  armariay'q«e  hão 
jpliiiiUinl  Qôr  sobrertòr,;  eu  melai  íoi^rt  ve^ 


Y(»«UUB  VI 


geneias^pafa  tegir;  'o'qii<^*pereeMdo  pele 
>ett  eenhor^  Nte  mandou  pdr  fornis  gtlltii^ 
e  de  noite^  memo  íioorrenttfdo:  o  faiía  mer- 
ter  em  umaeaixa,  fttehadâirom  fortes  cadea- 
dof ,  e  fazia  sobre  etla  á  4ama  em  que  doi^ 
fnta>  para  goátdai^  o  oápMYo. 

38 


fm 


fm 


da  eapélU  de  S.  Domingos. 

Pasmado  o  moaro,-4e  tamanha  maravilha, 
^^'teat,  qkm<P<^  ^  #í^>^  ^  WP  «9»tiviv4Mi- 
caram.f^.ffeilp  d^s  aeua  dias  ap  serviço  4^ 
ermida. 

Na  cap^  ^aifie.  mn^  flanilm  a«^gai98i- 
mo,  recordando  ene  milagrai 

Nâj  diz  a  lenda,  em  qae  anno  teve  logar! 
^f^  aG()iH|pe«pe«m«  ma  M».  c^n  (Certfza,^ 
an^er|oii4Q«AllMÍ(»^  de  a  Dinif;  .foriqe»  m 
Í2M,  veio  afi^i  deprqp^ita yisiiac  a«rmi- 
da,  a  rainha  Santa  Isabel,  e  sapp$M^f4  q90 
foi  esta  soberana  qoe  mandou  fazer  o  qna- 
4rQ,  FuriesAa  ocfin^^^  demoirQtl^ad.i^ns; 
<ii^  pa  viilm  .refilo  HQ  €íwfellp-f»ííwla' 
jSffl^^;<ll^íf9.t6a^Mal^4>ovoa(^^l^  fa- 
s^,  floS:  aic;|i(^?ip6res. 


'iseb'  •!    '•     '.'^  •••,'•  o*. '»"  ' 

iKif  Jtfguas  Mif  ed«f  «eenv  oim  4<mç»aflMll- 
ticalaii«Hliai  «eicio«fMPei  <fs  qyri»>»HIHÍi 
.  No/9ií^i»*4p4mBi».dii7M  hMmem 

todo  «o  it^iM  nifi4|pirt»s  te«|>eiaM4  lO!^  4ir 

são  busAiraitaiktm»  |if  rsí  a  «subíí.  tf»4k 
TWw)»  f  ilPia^tt>«s8ao  dia  cmmi«.p49b- 
-porats  •  :  .  ^  .  .'i  .\$q 

Mpt  tíi^»'  «bovido  ii'«9sa  ittfW^  â« 
lavradores  estava»-  en  moo  deiff ntanw 
as  soas  sementeiras.  Iteeorreram  á  Senhorib 
4«e  attfda  Mftiflra  M  ogrejftijdé  SkiHMigc»,  • 
a  kniwu^n  proeiiea».  paraia^feacitell^ 
a  17  iãámv^k  Ufp^  ii*eisa  mMna  iiÉls  rht 
te«k  «nftdè  ataidiiniia  d*a|iuu  ..  n      M 

«te  MMy  ftm  flcMado  caatelbaB^  Mi 
atitaria»  MlMm^Maaow  lÉoatado^^na 
Ifl^  <psra  renhir- as  .joiiS' da  Attterfti 
«hecMtflo  âoftdegráasidOiakM-,  nfe^oAona 
^saan  adjtaicv  e  fagioam  ími  !(aa:o»sfMi- 
do  dhMtilasso  &ratilMlsaerils|o.  AániidM^i 
80  «i4^  bafreiíiafdAiiillpeiraiAa.pMiMíia- 
4ft4a oapi^lb,  olnadâs lèmttMrat dsiUÉii^ 


Trás  kilQPoetrçf  a  0.  da  vilii»,  em  «ma  for- 
Q^pia  planiçiOf  e^tá.a|>o«ita  agrando  cap^* 

pIo.^UquifsipH»»  maa  n^  se  aaiM  <i|BMtn4P 
^eip.por  qa^m  íui  (p^da^Qk. 
A  imagem  da  padfQeira,.é  de  pedra,  d^i 

jesm^  é  fià  madoirat  ^rjiu»da.a.ira4i^, 
era  também  dn pedra^.i^ias  iiHn  ddvoto  pffir-* 
too,  deixando  ficar  a  actual.)  \ 

O  auiy»^.príipitiv.o  4'^s(a  imagen^era  Nos-] 
I^.SfUAora  4<a  iV4^«,  #  asiím  se  yé  em^  f^- 
ciifttar^s  ^tigas^.  4e  propriedades  copQna»- : 
t^  com  A  capada.  . 

JDiz  a  top4|í»  qii3  4^  modança  do  jPra^  par^ 
9  /iici0ii«o,  foi  porqae  oatMido  am  J^ispo  da 
Guarda  em  perigo  de  vida,  inivocoi^a  pr<>-. 
tecçào  doesta  Senhora,  e  em  breve  se  achott| 
cpm  perfeita  saude^  Sm.aoção  de  graças,  foíj 
em  romaria  á  sua  capeMa,  («vaodo.Moa  os^ 
4Híi«f  anitiv/M  joc^  atli  dizer  miaaa  d«í|M>oti- 
04:aá.  Cheg^  a  occ^iaíào,  via  que  lhe  esqueK 
i^ra  o  íBceusci,  o  que  muito  o  coatrariííHi, 
por  ficar  a  vt^la  a,  oH^ia  legiia  de  ^ú^Uucía; , 
ma^,  legando  na  napêté^  ainda  tavU  pouco : 
vazia^  a  acharam  cheia  de  úmusp.  i 

Dizem  outros  qae  esta  ermida  esteve  ori- . 
gioariapioute  em  um  sitio  obamado  Valb  do  \ 
Incendo,  a  6  Mlvmeiros  da  actual,  e  .qjoe  é  se  lhe  deu  o  uomelie  EstU^. 


n'.  •  i.i. ' 
^rto  daèinida,«oife  a  ribdrtuée  ftii^, 
érlnnVJIa oor prafittdo  pego,  thamtidoi^ 
Ittfow  JiiiQ  4u  4Mieida, 
da  praça  iftPemmaoât^  «v»  ImiI 
cessivamente  melancoMeo.  Bto  «a  4oo 
toiMs  iasuppoiícaveis  ataques  hypoMftWa- 
00%  d^MhXiSUicténr^se.  BtauiMrtftitalÉBi 
peslnqsa^  BíidEiett.fiB  Maas  4»  cÉl^its. 
mçÊtctt,  de  pedriM,-  pam  maiis 
ao  Ihodo,  6 aè  asíedu  ao  p^o.^fiMM^ 
tardes  na  OBOtidofl,  a,  quando  «sÉMihBp^ 
achdu^ae'  á  parta  da  eapella<  jyiasahahy 
perdeu  a  mania  do  suicídio. 

^  KoteoM^s  qpe  EtíUlo,  pao  «em  ief^i^p 
(que  tambeiq  80  escrevia-r^sm/o-Ttpena  4j^ 
t  rro  (ím  punçSn]  com  gae  ejicreviiln  ò«  aí- 
tiffi»:  vViUi  'd<^  Wit/>  aíthm,  tstim  o»  rsNT^ 
foiím  osltl€  ou  hasttíef,  BTa  qma  nadidu 
a«rariA  dos  aiitigp%  q|ie^inh»^MMÍ9>9^# 

comprido  (5«,50). 

Era  uma  vara  ou  haste.  ProvaniAieÉCe^ 
por  •  pego  ter  tS  pulmos  de  profiiAdiáni^ 


PEN 

. .  o valle «Q  qoa  wA a^Aptlto  áimiico  tle* 
Kiv^  8  povoai»  ds  Tiirim  oearAft^e  jmmtm. 
A  egreja  é  de  três  navea,  e  as  sius  panAis 
estão  revestidas  de  muitos  milagres^  em  re« 
^oqnlieeimepto  dos  feoetoidiMt  Bra  aBoesa  á 
«xliiHita  fc^gaexia  dft  S^  Pedro,  da  TiUa>  e 
J^ojOiparteneo  á  da  SaotaM^rta. 
.  J^i»(igaf9eQte  Mvia  M>eapalia»  doas  roio^ 
sas  quotidianas»  maiida4iis  diser  |Kur  FenMo 
de  Souza  G^Bltolio  ^irn^^  do  SO.*  arceM»po 
de  Lisboa,  D.  João  de  Souza— voL  4.%  pag. 
S75,  col.  2.*)  da  Camilia  dos  senhores  de  Gou- 
veia,  de  Riba-Tâmega,  origem  da  familia  dos 
condqn  do  Jle4oodOi<  ^sjque  o  nnesmo  Fer- 
,nâa  do  Souza  CoQtinl^  loi  eonde  do  Redon- 
do, por  ser  herdeiro  do  I»*  eonde  d'este  ti- 
tulo, D.  Vasco  Coutinho,  (eito  por  D.  João  II, 
em  16  de  março  de  1436.  (Vide  iMondo.) 

Pelai  insiiliiiçeo  de  um  morgado  d'esta 
casa,  eram  os  seus  administradores  obriga- 
dos a  mandarem  4izer  uma  missa  quotidia- 
na; mas  08  cos4ea  do  Jiedondo,  levados  da 
am,  piedade,  mancaram  dizer  doas.  Tinham 
.4ois  tsapellães»  que  rcsidiaip  na  villa. 

Além  das  missas»  os  condes  deram  por  var 
rias  vezes,  ricos  paramootos  e  alfaias  a  testa 
eapelU. 

•  Consta  que  esto  morgado  foi  instituído 
por  IX  Jorge  de  Meneai  (ascendsnt^  49  Fer- 
não de  Suuza  e  do^  referido,  {uroebispo),  «m 
cumprimento  de  um  voto  leito  á  Senhora 
dgi  Ino^hsp,  por  o  ii^ar  de  perece  em  um 
leinpofal,  quando  hia  p^a  a  índia. 

Sm  todo  o  anop  eaneorse  grande  nume- 
ro de  romeiros  a  esta  eapelia.  O  senado  da 
camará  de  Penamacor,  por  voto  antigo,  ^f^ 
IsZp  lem<>brigaçào  de  hir  em  procissão  « I*íos- 
aa^hora.do  loosnso,  pa  i.«  oitava  4a  P^s- 
eboa  da  Resorreifiào,  acompanhado  do  prior 
e  clérigos  da  Iregoozia,  e  havendo  então  mis- 
sa ca#tads,  sermão  e  grande  romaria. 
.  Ainda  em  setembro  de  I87£s  houve  aqui 
ima  espittndida  festividade  á  padroeira.  Foi 
o  cumprimento  de  um  voto,  feito  p^^ia  sr*« 
p.  Catbariua  Augusta  Taborda  Pignatelii  (es- 
posa do  sr.  Florêncio  Ferreira  Galhardo,  da 
villa  de  Penamacor),  a  qual,  estando  peri- 
gosamente enferma,  recorreu  á  protecção  da 
Senhora»  obieudo  um  pfompto  restabeleci- 
mento. 


HCV 


89S 


Assístiiam  •?  asu>  Hésninidil w»  as  prtimi- 
ftei  possoan  da  iriUa^  e  grande  ccneavto  ie 
povo.  Foi  orador,  o  padre  Domingoa-iamn 
Leiítto,  qtie:  em  um  briiàsnt*  diseurasv  de- 
mosMtron  quinloéttâi  ntsiaéversidadsián 
vida,  recorfonnos  ao  patPicÉiio  daRaiMa 
dos  JUíos^.sdk  qpalqner  ímom^  por  qois  ^ 
seja  eonheeidn^ 

Nofim4alest»fol4ísti:ibniiei)iMftie^eBh     , 
lente  bôdOv  pehmreUgíosQaplNimoterâi.dfeft» 
ta  esplendida  festividade,  que  ni 
eerá  aotxftfe  aoUa  assislirall. 


i  A  esU  metmaisr.*  |D>  Calhhrkia^iAgBtla 
Taborda  FignntelU)  fimm  «>ii6edida%  eH 
janeini  ée  1876,  as  dnaa  minas  do  thnmèe^ 
4haaadas-*do  MeiOf  e  do  Jferãíb,  i'«ile  cam- 
celho. 

■~ 

A  6  kilometpes  de  Penamacor,  haa  aldtfat 
das  A^iMU,  do  uns  36  moradMpes. 

A  aue  melroe  d'esta  aldeia,  nasee  debaiio 
de  um  rochedo,  um  manancáal  do  agua,  cte- 
ra,  com  cheiro  foepatieo,  nn  tem|>eratom  dn 
67  graus  F.,  ou  15  V2  R- 

Deixa,  por  onde  psssa,  om  deposito  de  16- 
do  cinzento-escoro.  São  aguas  snlpbursai^ 
que  se  appUcam,  cem  Jhom  fesiihado^  ^Mura 
varias  meieslias. 

Não  ha  aqui  estaheleeimenlo  algott  iMer* 
mal:  os  banhos  tomam-ae  em  ama  p6çn  do 
um  mono  de  altnns,  sem  ofera  algiMlit  de 
irto! 

JastameDte  se  ufsoa  Penam^edr,.'  pof  ser 
a  pátria  de  varões  que  inobreceram,  feka 
soas  obras,  a  villa  ^^lt  lhes  deu  o  ser, «  o 
Mino  de  PoriogaL  Citarei  os  ptHelpana.  - 

Doutor  Anlsttio  Hunet  HMr$  ginrtes^^ 
Nasceu  a  7  de  março  de  1699  (Mgondo^d^ 
o  »r,  Manoel  PlnhHro  Chagai^  «as  seus  fdr- 
tuguezêi  Uhu$re$;  M  ar7  de  mètçi^é^iWSt. 

Sra  filho  de  Hirio  Mooee  é  de  Anti  M- 
nes  Ribeiro^  ascendente  doe  manqoaiet  lo 
Muno,  que  no  seenle  KVtfl  riwbmi  eai  Bo- 


Matriculoo-se  em  medidKa,  ju  univeni- 
dade  de  Coiqibrs;  m»%  aesido  ptsrsegnídn  e 

a  sua  família,  por  serem  cArMãku-noeoi,  to* 


$aí 


PEMi 


lMiiita)BHDSÍ«fB08Ío  MH  iM»ria«ltío  iier« 
▼^•o^upor^iM  BiDgiiBin  AS  calça  qáe  as  na» 
ewlímlfeiei  a^:^n(uiMB]Ucé  naa  âeaa  livre  de 
esteiMKaAi  oHgíoat  4õ  pobre  mando;  mat 
t«d#  ten  xámBék)^  ae  vosaometé  me  quiser 
fuer.jfM  aa  •enftKM^i»  qiie  aisda  que  poa- 
cas  são  fataesy  e  ep  (cartes  fracas.  Bà  pago 
aa  Aesfttaas  iiue  fizer  cem  ellas,  traAait^».6D- 
tiadai  e  aakla  «oolr»  xei  para  essa. 

4(1  mao^  cate,  o  qtiadro  em  grsaiide  V». 
raprtBeoU-o  qiefi  r^eebimcpito  dom  a  lUos* 
ipe  dsApDUi  a  núBba  mtilhef » e  por  éomco* 
aítaas»  tamhem  Jniu  é^  fera  d'esla  vilía, 
é  rica  peça,  tudo  alll  ó.taie,*e  creia  voese* 
Bcpétipia  o  réèabrei  PíamiMha,  P&raími^  Ca- 
witimi  Cktimêhmèê^  e  Moearrêkit  pintores 
de  grande  fundo  e  vulto»  do  século  passa* 
do»  dariam  um  olho  ao  demo,  se  tivessem  o 
seu  colorido,  e  escorido. 

«Mas  tornando  á  emenda,  bade  ser  feita 
no  vesiídD  da  inmlvelanâobadcfania  aspo- 
ia,  qttft  anda  lá  pet  oíma,  sabe  Dens  como. 

«No  tal  vestido  câr.de goivo,  como  Ibe  or- 
denei, fez  vo«semecé  um  tal  sombriado,  ou 


4   <#»! 


^«li^V  i  «  •  »  ft  •  il^i  •••  »  «•  •  •' «  •  kiV  «L'«  •••«•••«•••i 


« -«  •  «.«  te*  4  %•»  Wi  *  •  I  k 


i«>. 


'«Maná»  .^  eont^  ^Oitaio  qUe  stoipre  pa« 
im  bmoaira  da  *aa  ánimà^  irá  mais  nna  de 
8^  llatoora|nBn|io4hè  i|iie  «se  Caça  a  eoilec»^ 
çin  tedà;(por<|ae  etlea  camarislas  do  infer- 
no, querem  ver  se  em  grande  quadro  poslo 
à  tsryn^n  de  todos»  vftto  elles  nao  tersm 


\> 


ÁAãfÊÁ  ieo  esperando  a  sna  palínodia,  e 
aptaMHws,  parb  n  emenéa  do  qne  nunca 
fsà  tmtadadew 

éA,  caina  Ja  eatá  fsita,para  0  squ  descan^ 
ço(  a  nip  sè  demot»!  pnrqne  •  tdnpo  é  opU- . 
no,  .ivnbakm  eam^  És  poece^  e>HB:choa> 
rifev  pana  ol  aniffee»  eomosuitriaBenla  patia* 
prío,  para  puxar  a  pinga,  eom  aqnaiâoo 
no  elkn  dn  çafâ^  aandasopelo  moioensa  de- 


HE»' 

sef  ado,  em  qne  noa  men^  braçèe  tenba  •  in*» 
signe  fabricante  de  lantas  creatnras  esèri* 
pias,  e  escarradas  no  granis  quadro,  qn^ 
deixa  a  am  canto  o  painel  da  Mi^erfoorttb. 

«Por  ttliioio  lembro-lbe  que  sou  homem 
branco^  e  qne  tenho  dinheiro,  qne  o  qneao 
gastar  nas  artes, mas  is6  nàs  naturaeè;  á^oa«= 
traa  que  nunca  eá  viessem^  nio  ae  pesdta  '- 
nada;  de  qne  serre  «m  gaiíeif  o,  um  or^«^ 
nisia»  um  trombeieiro,  enm  timbaleiro»  ae« 
não  de  atormentar  aa  nosAaa  cabeçal 

«Todos  estes  belmdrioi  ditem  qnesiuar- 
tistqs;  liois  qoe  leve  a^  todos  a  hreca,  e  a 
vM4emeeé^  a  quem  venera  tu  pelo  $í  4xn*; 
Isto  é  iulianb,  e  qner  diser  qne  a  ae«  rsa- 
peiío  tenbo  o  coração  lodo  preto»  a  é  a^atm; 
perqne  sendo  prelo  edr  fixa,  en  ♦  soa  dei 
vossemecê»  amigo  fixo»  esem  tarfixa.*^JÍ.> 
&.  Caldeira.* 

# 

Havia  em  taiaaanor  <e  hão  sei  se  ainda 
ha— pelo  menos,  em  1818— anuo  em  qne  lá 
passei  0  entrudo»  ainda  lAVia>  o  antiga  cos- 
tume de  oAornr  a  embrwio. 

Uns  poucos  de  individttot^peia  aàíor 
pmte ocinsn4 toBMnsm desde  tunaté^iliro 
entrado»  aponMdienlos  de  lodos  es  llicleit 
qne  julgavam  digaos  d»  nela»  e  qne  ftdic«« 
lisavam  os  quq  n'elles  'imnriam  lDi|ado.paÍP* 
te.  (Muitas  vezes  HMwno  fáctoe  escândalo^ 
ses  oaio}nrioso9|  seea  otomdor^seiiam  gres« 
seirsa  an  gostavam  do  escândalo.) 

Em  nmp naii^  éa enimd^segfninte,  jân^ 
tav|im*se  ona  10  on  42  d*estes  jekorêMnH^ 
trepando  a  nin  isliude»  mnro  <a  qnsiumr 
innnineiieia»  fronseira  á  casa  do  cAorada^^t^ 
zia  nm  d'ellea,  com  voa  lastimosae  plati* 
gentp->-^«Oli  fnlpnof  lembras- led'aqaeltodin 
(on  d^aninUa  nonse;  pelaa  untas  horas,  qme 
fiieste. . . .  Isto^on  aqniiti  on-r-qne. ta  ian* 
ram— isto  on  aqniilo?».nlt.— feipondiainna 
oatne»em  oftro: 

•B'  verdadet  E'  wdadef  B'  vnrdade! 

D*aqni  pasaasamn  onlr»  paiee^  arepetít: 
a  mesma  lamuria»  eom  nq^iio  a  nntroa 
factos. 

K  a  isto  qnniCbamafam  diorar  o  .én- 
fmda 

6s  cAeroderes»  hían^  aeoapre  armado^ 
porque  nem  sempre  or  «leradoí  temavanl 


>•  .  '       ' 


Í1 


ttMRÉA'%f}il(!iA#oiTiy  éliolMdi$*m  á  H  llNli^- 
mos;  mas»  bem  enteilâid^y;  ii>it0  éáá),  ikir 
^iml|iÉl  «aèM  ^«  fizevsetn  rf^'  t' ^f^oíalba 
aqnelles  que  os  ridíéuli9as§bitt  OQ  áfesaícK- 

«HMW  '  ''  ■    •  '   '    •  :  í  'M  : 

VBNAS  JUNTAS  M  miK&S  JlllffM<^ 
ftíefmaík,  tVaií-òéLMbDtlíá,  èottaM  «céttée- 
ani  éè  Vftrhm  (ateamos,  <»sbár(*'irDlt<' 

MlÉMidá,  im  iò  N.  éte  LiftMa.  -      -     ' 

•  iMeO;  S.  FMr«,  a^pSiMiòto. 

-^^«áfliéo^e  «strfcti»  aainfkiiêmltido  áéfem- 

A  MU  fregoezía  estão  aonetiup  m  ie*-^ 

BfitOy  Eiras-Maiores  t  Felgueiras. 

.t.l   Vil  ':  ^  ^  -y. 

'  H^llrénteçã  46  ténk  fwPànha^  é  porque 
ÊÊÊH^Êakm  se  esorsVii  JMki,  e  nns  pro- 
mÊMÊIÊÊÍÍ9áiakl9ttim*nkha;  mas,  am- 
tát'  «i  «bisas  veni  a  èi^MBbar  o  mesmo; 
aMir^qiidè mal»  ètyasolo^  dizer-se Pe- 
fk,  Jv  èaitUiliIricMi  FM  oaPinn. 

^ '  B^H^iMlçiò  anciqtflsiMI,  e  já  existia  eo- 
M  >Kroetila^  eqi  tWèi  pota  que  no  foral 
^fSe^D:  Diniz  úe»,  a  5  dè  }»llio  d'esse  anoo, 
Ir  fMa  ^«  KrvedoW  (wrti  >9w«,  pag.  49,  col. 
H^*  I*  llíb)  Si  trattf  Já  aa/flraigaezia  de  Pe- 
aAÍniuRis;  eMi»  tofAnam»  d'aqnella  villa. 
'  ^MMao  io  taKsr  de  MmI'  Jantas,  ha  um 
ÉlhOt^-ftmMaéo  4e  Mrttds  fúchedos  (o  que 
it*>A  iMoe  á  fovoa^h»^  i^ode,  seguido  a 
tradieçlo,  existia  um  castiUo,  em  tempos 

'  ^W  'fcelrlo  lMv«r  aUi  veiligios  de  muros, 
«al^iltAi  taaqtés,  t  onto  giiería  subterra- 
■ea,  ç|ue  tem  mais  de  6  kilometros  de  com- 
fírtíb;  iuas  èsti  mtHW  etttilte^     '  ^ 

ifilte:  haAtavte  gadcr  de  Ma, a?  ftBrii4%dej 
4b  é  abundanli^  oaça,  gRMia  %  mMa. 


HÊN 


59<7 


iVos^filid  de  Jtillio  de  1874,  uma  terrifle» 
trovoada  atravessou  if  <H|ileMbo  de^Tf  ulcM. 

A  endbeilte  dò  rid  Lomba,  dtoíxou  i«ii- 
gnahda  Vsua  ^a^agem,  com  a  lestrút^Bo 
completa  de  uas  poucos  dê  moinhos. 
*  Pn>:Mmo  da  povoHçSo  de  VMUdémMro 
(a  <ll  kiloMêlros  dé  Yfehaès)  uma  desoaiiga 
eléctrica  fed^ziu  a  um  mobtik)  de  cinzas,  a 
ermida  de  Nossa  Senhora  da  Saúde,  situada 
no  cume  do  sêrr&4$  PênhM  Ainléís.' 

Nada  escapou  á-  >tfnigem  das  chamttàs, 
séilio  hs  pahide»  bafelni^àB. 


1' 


.Fe!  abhade  á*eMa  firtgueaiai  D.  JôKsélIarfa 
Alvares  Feijó,  que  nasceu  em  FreiíB»  ê'E8^ 
pMd  áCifltti.  ' 

Em  ilhb  dd  pafls  -poiMres, 

Foi  para  o  convento  da  ordem  terceira  dê 
&  Vrauelseb,  de  MiraMda  do^IMt^  oilde 

E2(pkillKf'om  4U4;  fdí  ^ara  «uniVe^sMa- 
d«'de  Coimbra,  i^m  ehtrdè  recunos  lÉais 
ió  '^«'a  pmãiy  de  égi^s»,  que  o  goirenio 
RtcpagaVa  kRermMentádiíRite. 

Formadd'  e»  dlreiui^  retlrou-ee  para  casa 
dDdêtià  faes^  e  <lli  W  entregou  to  lides  do 
fsn»«dupii)jplto. '^   *'  ■ 

Foi  difittiáfiit<V[Mtfiserdo.aeaiinar1òéB 
BtagVBéa,  6  Miff  abiadd  de  fenas-Junías; 
Miisrenuiioioa  aitasilibadb^ipor  seraprn* 
sehiado  eimet(o  da  llè-  da  mesma  eidtd^  • 
pieiicd  depofi  vi|;ario  capitulai!,  e  dqppis;  vi* 
girtoferal^  eâe^uiado  às  cdriaa,  e  por  fim 
Aattiré  da  mesina  6é. 
*  Fòrnomeadbiiiffié  de  Máoau  (Clima)  mas 
iKo  aerealíeouasiibt'  cohfirmaçlo,  por  ser, 
antes  d'i9so,  transferido  para  a  lUocèae  dê 
Gabd  Verde  {kft\^)  p3i«  nade,  depoft  de 
sagrado,  partiu,  a  Id  dê  deaembro  de  tM6; 
pdtd»  daado-s»  mH  cem  o  elima  doetitio 
df^iqueUai  paragnié,  lís  acho«  gravemeu* 
té  dlfeuté,  pêlo  qàt,  depoiádeâmezetdê 
pl^aium  aM,  regreísêu  a  Portugal,  em 
•gdBtt»de'iai7. 

Huiiea  dkata  tet»  #aqde;  wáus,  apesar  d'i»* 
s«,  lòi-aisistir  He  eoueUl^ecumenUMl  d^Tjh 
ticano,  em  1869;  è,  t«gi^aiaBd6  aêreiws 
sf  aclM»  apfesedtaile  Map^dus  Açêves;  ínas 
taibbumr«e  ttão  e#BOtaot  êdte  despddko^  ptk 


m». 


FBN 


ser  poato  depois  npreteniiDlq  Mspoidt  ftra- 
gMiçâi>mM|o  coAÍlfipadof  '  •'       ii 

copalrÂs  lie  ires  qnafU»  úfi  901  Vb  ifi  7,<l» 
novembro  do  liB74,       .    j 

eonwroi  o  cooa«lha  da^Mafadçiuri^,  35  Ul(^' 
metro»  de  Miraada,  43{(  ao  N.  da  .Li»iioa. .. 
Tem  90  logoi,     '  /    .    «  ■     . 

Em  17C7«  liDha  68  fogesu  i 

Orag04  S.  loâo  Baptittai    •         .    .   "^ 
Bbpado  e  diãtriet04daiiQifttratívio.daBi«« 
gançâ. 

O  prior  do  Mogadouro,  apresentava  o  ea- 
ra,  qae  libha  UOQO  réi»  da  líongnia  q  oipé 
de  altw  {         '    -  V 

E*  povoação  aDtíqaissima,  e 'foipof  «QMq 
tos  aonos  cabeça- -d»  f(Nie^h»  do. Re»;  10- 

'Bc  AffiMtfo  Hl  lha  d0a  foraii^mftwta^ 

rem,  a  27  de  dezembro  de  1271  {li,*á^io%\ 
çiHdfiD.  Afomêo  fn,H^  MS  v.,  ool»  l)«^)^ 

O  meano  r^i  iher  deoioatri^fdral»  tamkeii 
em:  Saotaretn»  à  i8  de  ftoviAièr^  da: tf  7% 
confírmaoda  e  anpUaAdo  e*|tfifilefki^40 
primeiraj  <€íav.48»*[0iatoi%  i.«  9.f  ...  •  \ 

D.  MiMieLifae dou. foral Bovo^Mp Uab(N( 
a  4  de  maio  de  1512.  (I.^  if^/afaii  «HM 

Tem  as  psiiaa  d4.  .iM  oaaMlIa  asUiisf sib 
mfyc^í».  ftiB^aiciai^ftfâlliibinmaoa-iiiMi 
f  q^  «attlroii^e  é^nutfí^irivtiivel)  ww  témpisff 
ríesf  qfe  eraoa  seqhoNta  .d(V  nMM.]ft6)íai( 
Pefai^itiMfSo  á*esla«i4eii  tm  13M»  #1»* 
sou  para  a  coroa,  e  em  43IB<4r  féí  D»  DiaiVi 
deu  a  eeiumeiídil^da  ^foasdloyas»  ei  t«do 
í|aanio'6ra  dos;  temptorioa^  a  ordan  dt 
Õbrielo,  entio  erofidtf^  *  t 

*  (Paisa.)evllaffin0s  repetifGai,  vidA'  Alm-* 
quifri  Mogaiúurp  è  1%o#far.  i     '    m 

O  terno  dePeoasftayaa«€M|ilrekifedi4 
aaia  paroofoi W)  1»  todas  fon»tvâin  «M  «raft^ 
dbsa*  eoiDttielida  dii>  ovd^m  ido  Cliidsld^  d« 
qoal  eram  canmettdad^resiosmarfwiefrdq 
Távora,  qoe  a  possuíram  até'IM9rlm*m4t 
anflD,  caaaa  vida,  nd  puibalaem  Betom^fer- 
dieifai*  lodos  os  soiuiboiíi)  ^ígoidftdesi  |im<i' 
looo.privil«gío6.  (YMe  CAío^ííkn^oí)  •; •  «t 

..Aasaotf  #  coMoaiida  pam  «  eoffòn-  oii» 
do.osMo  até  M34^a9iid»aiaiô»^omdftiH 


4«a  .«$.al^ra^  ^n^pii^idit :)pnií  JWfm 

pois  qoe  os  coro:nenÃl4í^m4lilqA-A«MlÍHM 
tjkH  yi.Wi»y4W7tiMaa»4ga>"rMf»ái  Wf 
c#mfp?ii4^-Tpoiii  jM^r  tfiitraTt4wíf>if«WIHi*l 
aigoiAfA  Qt^ii^drf  pi  nada  iDaif.  »^  >M.n 
^  Qripiice)hp  rde.  PenaaiRoiMia^  f#fffPI<í» 


pof  0. 4ia|H$lw^  L 


*:  it 


ílHUpC 


Em  1285,  a  quinta  de  Azinhoso  <M'AiaÍfb 
peiM9Ífi3^«jl»fa«feUio;  -«^  ■  u  py^r^ 


I  úlm*  S«iiía  IsaM,  «-«ftu  filtei.  m\ji4|DMf| 
Cl  Atraio  ((depois  ^tí,  4»*  dp,  OMe>.%]|l)| 
Constança,  4|iia:.4oafram  det^fvc^Ml.lmb 
piarios,  08  padroados  das  egiMjjisi  A|  S^.|Pa* 
mede,  do  MogadonJEO»  q*e  Jílw^:i^l^^^K^do 
Penas  Royas,  cqm  $úd$0  wtm^^fwHkR  ^ 

iiztnAoso)  direitat  0  pertenças;  por  coiifH^ 

Cètffiirado/Dgillai«^h0i.ar^9MlPí9»4» 

(.isH^»fficagta;yfgto<Jil>d»:4ft,Co)ifihi» 

am^V  4b  mfc>  .d<i.i»»7.  (V«do  ;44M*a«p.) 

Os  templários,  só  13  annos  possainmfcoii 

ta  e<&nmiBidaMri'  1*    ••  ..  .ir.   it  .:r*«  A 
.  .>  ■  .  >\  \-^*      .'•  '..  .A  .'^   '1 
Notemos  que,  em  1197,  fes 
ti    V  ]  . ..    J>iSoiioli0i^M^meatiy>.d^f|ii* 

.   .  .'un  ,1)  atifSoido  MaoMYilIlWMe 

M  -     o  ir.MW^lha  doou  a.  ^nMttaSI 

-{  t'  .  A.r  AMeiíio  i4^o/a.!Í(tBiaf^l|iétiê 

.^viHarjo  4amio^.diP)iodait»  Ji 

ambas  .4a  roargena  doTe}a) 

■HaAiMio;  io»Ml%f4iatf 
ip  jialq  Mvr  rf^f  Orna  .ft -fMdlt 

:    |l'«od«i''j4r*t^.<fliriofiíS|0)9 

maê  ianitwnv'  «muMOM  <fo» 

.  Ií9«tpof>jdo  4fapidou;vm  JlnMt 
I    JR9|n#t  fKrm  fii?.oi  oowAnfw 

iBiifo$íemfC9mf  iem4k$$famb 

Os  templários,  JÀkoviiMMtf 
iifdo  á  eorà%v0i  oanMloHdo 

f  liagadoarft  ^*ArpMt  pioiraaM 

capellanias.        ,      ,  ,  ,  .-  ^ 

Eram  as  seis  pèt|tr'ébas  t^áWicHll/  Aio 

0(MnM8llltn><>  ^ÉHnioí  dal 'f  lla^'  «^^  oMUr- 

quezoa 40(ff«rof»«preeeiita««i47  :  .  U%> 


>  ii 


i 


T     «    »    I      '« 


t     4 


r. 


1'í; 


.».< 


'  r 


f. 


f.»! 


vm 


•.*j 


1  t     .1 


tes,  comarca  e  concell|(^..df  Mpg^úWfÇ*  ^ 

tW^-.MW!?iií?íi4«4ft1»W^        «  p4  #  aí'. 

Esta  freguezia  está  desde  o  princtpU^  do^ 
flffVVjlQfXmi^Aftiwita.  À  .anweçfdaifte.  (o|r|9}|n- 

^<«f  Bra«a,  ÔS^  |K>  Jf,  4^.  Pftrlp,^7â^,I^HÍft 
..  ()|»gajS^ni5t.M|rinl)a.  ,       .,.,^    ..  .   ,. 

Esta  freguezia  Dâo  vem  n^jPf  ir(i^  ^i^f^^ 
E*  terra  fértil,  ronito  gado,  e  c^riWKft 

Traz-o8.Monii>fi,.«)igM»»Mt  f{  cojjfçpUp.íftiVií- 
U  Jí(Uíca,.4Ugwr,  6«, Wlofl^^lrpíi  J^^.ílE. 
de  Braga,  380  ao  N.  de  Lisboa.      ,  .,,^  ,,. . 

:!Í)W«<H  §ai^a'E«lf^li«i  M  r  -  ^  •  -  •:  y..  >;; 
irTAf<H*HSRml9i4e  ^#«1,.  diflttjU?U?f  «SnOpi^: 

A  mitra  apresentava  o  jj0^r>'ffllft<)í#^ 

«W«»r«B.#>.p44'aMaf.^   .   .       • -• /. 

gfAf*My^:9i  «OPPl^^l^  Caça-:.., ,.  ,     ,; 
PEHCÊLLO  ouPEN»ft(*prTrjregÇfl7Jíb  Bi»:: 

iatai9eUH#.:ao^N,.4e  %^  ?W;fqS.>4f. 

Lisboa.        .  ;      j,  V  -:.    'i*.     •!   =  .t/.  •■.! 

v.ffewWfegQii,  r.i  .:i.   ^..     .    ..;;.•    .    í 

.JKm.Mlf7.tíi4ia,'iM^|^gPJV 


t  «1 


PB»1 

O  real  padroado  apresentava  o  íkMtK 
£*  ^t^cni.  feriH^  «.cóa  nmiioi  igrí»)  bon 

vtfM«t  ,'      -«ii'  ■»/  4 .  ••i».-     •  ij  J    ú 

.Os.AQMfoe.Bifravi^ift  sMh 

Ihoiidfi.  Fmfiaa,  ^nmarca  ida  Caatio  JDatft 
tfifc>atéjai»v  4^  n0aiDo.eo|iQaBi«w  cqiatiraÉ» 
diulMinrnia^  Aeira^  MJcikmdtroB  ^Lkn 
mmk  90^  MiMviéaiii3lNia. . .  <    >  ^ 

^ta|iAMIofDai '.       .'..*..    ,  v-'>> 

Em  l757.tMMiM.fo|^9«j  .  - 

^fiqraio,  Jtoaaa^SeBkQraiáa^A^MnBpçiOí  i 
r  Biaffifla.dfl  Ubmm  dúfU-iotaadaialairaM 
tknoudo lKiaei|.    i  -•...  .«lu*  «i;^ .  ^  .  ^  '••  4 

iiArnitm  tiirafeontava  o  4ètalfl);.qiifl.ti0te 

aBOIOee^rêéaitofffjpdíMnto.   .  >..  .t 

E'  povoação  malli^;AttÍ9l^  M'  «tila««4â^ 

<  R*aMn  ftfti).  llQfita!g»do  a  eiça.     /    ;* 
Em  agosto  de  1873,  hoita  na  -loirar. '*ia 

tnita-.njn9AiiÃ4s.  4a.ea«J¥i/.Tadnria4a .« 
intoflriai>flraito84as(faf94a(wa|laraa  . «      { 

^wmtDA  4»Ma;S«#aia  daM^iote^iM 
tefiMiajlaSabrailpr  da  Qaviiira;r-^Ya|.  t\ 
'  pag.  261,  col.  2.\  no  fim.  .; 

i  ao  kUamatixipkib  ;^ida  Paai»  de  IdhM»  B 
aA.8  0.  áiLpàK  iaiiiataQd«a.aaiT2i.4a  taai» 
(«fprnido/liaraa)  otm  o^Mfía.  tmwo.  nk»  ém 

Gaviarra,  e  as  soas  difrereDtet<<faflMtak*i 

..M  fecnia^4a  Reaedlii3  aliiatiliMla9i^4ifiik 
da^>  liré}M«itaacRefriivei9;>braa%a^  OH^Mm 
teitnan  aan^^mf iaa.imp<Nift(ravaia»  aobacta» 

daiVata^iavftariMM^^as^QfM)!^  ^^ 

fíi\  aiii^.ião.i|yifii «  fr«mBa»vqa^.  amda:«^ 
priiaipiaL  da  ^$ÊC9^^  3Lv;u,  nor  mura  aataa 

penhascos  abriij|t9at.vwa«í^.M:ilHiismM4^ 
ViMM«n9eaa.^i^nffiar.#.  |yBickN^4a4^9^  a 

v<ilttfliR^bMe..MÍa%  Vt  /NMi  *tfJbHM9>,liiiMè 
garem  anonalmente  aik:,xai»^!fm^|<)ÍÍ9IMIi\ 


Fittrv 

mo  18  SOIS  brenhas,  e  bravioa^  como  aáWêiM 


Aludi  iMj^,  m  íqttàlqilêr  MitbMto*  tKMI^ 
tied  (ebuo  AéotriecMi  en»  itet)'  sé  ospoitos 
de  Snajo  sabem  dos  seas  penhascos,  arro*' 
]«do-ie  aes^fiNes  apofroá{5es,  sao  nns  ai- 
Madoa  lèninlii  eomm  a  anoiírídade  esube- 
l0tHk,  ka*oainnt0<a6iredlMrna  imposição 
de  noTos  tributos,  ou  angmenio  dos  antigos. 

iMfo  él  logar  ida  Gmneita  (IMt^tfilélIte 
êmákyf^  d  o  do  C^Mo^  j  MikHoiuatroÉ^ 
éâ^-imk  d*  Bnfo  (00  8oi]o)  estar  um  aHè 
BioàH  lBnBtd#.de  aMUfrrtserpeMMo»; 
parecendo  park  alli<ail*eáie^dii  'pár  9ám 
de  gigantes,  e  ameaçando  dom  à  «na  queda 
immineote,  o  sopé  da  méntaélNL '  '*   >  '< 

Emre  esms  i^nédes,  B«iMem  três,  Mrpos- 
lov;de  mdoelniy  411a  l«mam;  ofaia  lapai  òn 
grata;  porque  sobre  dois  perpiNidfcalaree^- 
díitiiÉttfSfalgdM^dMresQméfqntM,'  assen- 
ta ontro,  de  tàoelmmé  fraaieta,  qtie  »  ^ 
X  f  tilometros  da  âlatatfda. 

Foft n*esla  Ikpa  4beftp^afit«a.a>t«iagi«i 
de  No$s9  SimAor*  dor  JWá^j;  ou' Ar  MnAa. 
^i»  asna  linda: ->  -''<•'  -í»  ''»»-'•  "i-í 

4ba »  de  alRisMid^tnop  timn  ]otdtt%ii« 
nna^pMtorea^  o aealréliàaiog 'dè calvas;* 
por  entf»  aiioeliea*  iiMiedks,  ^ínndrtNMP 
pèblii  príM^ion  m  eAr^iaçafrCdifKMIIg^Ba 
pegnreira.  Era  a  Saniissima  Vii)^*  -qoi 
aaailRd  d  l»rmá  'dTaqitolIa  lerda  ¥AMIm 
atdv  tM^ra  Um  dtzir  ^làB^^aMtw^^^m^WÊL 
templo.  f*': 


I  « 


ftdaaRlb  è  láiid^  a;  r<t>síH|a^^M*fM^M«<t 
éÉtto aaa rebanhd,  eMumaavpads  frqmr 
Mb  Unha  aMrteeldo,  «as  Me»ifio^UMíai» 

No  dia  segninte,  estando  a  pastora  junto 
álaj^  4(ifiiréllb,  tXk  t  podMl  mas'  ndia 
iéifim  da  ^nhbra,  qne  ttiè<ÍIS8«^<lt  fàk 
m  iMí^  âcnHUÊhum,  mM^  )IM^  Mi«aM>  to^ 
ffor  de  Bouêêta  (da^ntdMatlMfMla'  darOa^ 
mififf^dMiaêmmMmti,  (^iiMglÊm  aqui 
máêntMMêt  ^  09tá  dum^ia  Mi  íSwmWt 

'  it  iDátfina  «èedeoelii  é'o>)f%*trdMi'a 
diftill,^ttti,  atteMs  vier  asknU'1iiUigiu,1>a 
céidMftiMsifélta-sanrite.  '    ■        <"  ''*'-' 

por  tal  maraTilha,  decidlnii 


iDgd  ebnstrdir  nW  'út»  1  BIntfssima  Tlr^ 
Ifétti,  tnas,  eêmò  aQWlIe  4tlè  bra  em  dema- 
slá'  agreste  ê  aleaotlIáSo,  pKncipiaram  a 
obra,  em  sitio  ml^nAslasptfro;  distante  nns 
400  iaètròs  da  lát^a,'!  JUntô  dé  «nba  V^lra 
(pie  déiaiiúa  éb  Ihiia: 

GbllÀcada  a  ibagem  do  sèn  altar,  ^  Me' 
achado  sem  ella,  no  dia  seguinte,  por  ter  ta* 
gido  para  a  lapa.  fSibtàs  Veiês  se  1'e^Q 
isto,  quantas  a  imagedi'  IM  pòMT  bío  aKár; 
pelbqtie  r^áòNei^tOf-éridíi'  wk  Ho^  eapèl- 
ia,  no  logar  do  apparecimento,  aplariálfii^' 
(tttáhtotol  possive!  as  ftnáiedis0es  ta  l^a, 
6  fi2iJòdo  nma  vaM  ermMa,  cbM  sna  cá|Íii- 
la*mór,  e  com  capacidade  para  mais  de  3W 
pé^^oa«. 

Viu  ê  a  ledihí  mtiff  gèraWenfb  ãdvimi- 
da;  porém  o  fzSéh  Onrall^o,  traz  otttfa  ái 
gna  C9koro^a;)IKa'-^  é  a  sêgitfiMe: 

Vta  crimtuoia,  dátiiral  de  ^odte  tfoXfwa: 
pátra  escapar  á  acçl^  dk  Jlistiça,  %  ao  )èsto> 
castigo  dos  seus  crimes,  ftigira  para  eMad 
brenhas,  ealli,  arrependido  d'ellés,  n90  cnbs- 
sava  de  pedírperdlô  a  IJea^,  e  Invod^  n. 
pfotecçSo'  ã^  Ttfgem ;  *qúe,  côtoattOi1dà'da 
seu  arrependimento  e  penitencia,  lhe  appSK 
recétfBatârinM'.''        '*  ''  '""■  ''*''■' 

Em  tudo  o  mais,  concorda  coiÉ  álelâl^ 
antecedente.'     '      '    '     '    '*  "  V  .' 

A  imagem  da  Senhora,  é  de  pedra,  déBbà 
esèhli^tura,  nãò  táféb  tilais  dé  v*,M%'ÍÍtOy 
ecòinVtfètiinoXèraaiílOclòKo:"      -      * 
'^^'é  pintada,  mas  TeslfdA,  èchnó  ákttia- 
gens  de  roca.  ^  .     ' 

As  fesus  da  Senhora  da>èarèda  jts<^^r» 
concorridissimas)  principiai»  aS*d*á^(#td — 
dia  de  Nossa  Senhorim  dMs  NellB<  e  dttMm 
até  ao  6.  Lonrdn^,  a  Itf^èia  «tt  4*1^  bqul 
vem  grande  numero  dd  ròíneHiHià  dk  QIIIIeé 
eéé'btlrti1islètWI.'*  •.■'"■      "  ^ 

N*esse  mez,  perde  é  slllò  glande  palAê  dk 
stiifas^é^taá,  por  ei^râssMMpadó  dêUrén* 
dosos  arvoredos;  re|adbs  dè  nttibel*osas1èiB- 
tés,  dé  alíua  pmsisstaia.      "      '       ViS 

'A'tH>iraia^ Mié )^rt)it1ma  ddleaiifilb, é'* 
Al  GlTvMi^, «  od|á  f^glDÍezia  peiteUeèl,  «  qllé 
flca  a  6  kilometros  de  distancia. 

Por  detraz  da  capella  havil,  «mM71*,  àm 
grande  castanheiro  (codi  4",^  de  eMtMIs* 
rencia);  e  junto  ás  poiífli^  um  Mxá  tíM%* 


FBW 


vm 


003" 


O  togoadario  &  frei-Pedn  6oiiqdv«B.^ttaH 
Tilia  an  auitekiMi^-^  IiIWbiiImi  IM), 
painMfro  da  dAide  deTB%  m  GtlUza****- 
en  tema  da  nossa  ina^  de  Vallaiiça -^ti- 
nta» gMide  de«o0o^  «ena  «iU  âenlion,  •  «l« 
nàa  a^tti  deacançar  daa  suas  fad%aa  alitos^* 
taàíeai^  e- esoaumiendalr-aa  ao  aeavaUpao 
palrittiÉiò. 

jQDto  á  eapella  ha  uma  oaaa,  com  asa 
horta,  onde  por  maia  de  400  anãos  residin 
nau  aroBMiap» uno  (Nridavà  da  ^eotiara  #io 


11  ft 


Sappde^aa-^pia  esu  imageUi  Isi^aaDoadlBu 
na  fnito,  peloa  annoa  716  eai^èH,  iMa^a»» 
ca^àr  aoa  nltrajea  do»  awhofc .  '  -4 

O  povo  d*ttMaa  aiiiofl^.  eié  qta-niúdm^ 
lapa  eaisle,  inviaíTO]^  o  hiato  en  ^ona  Vir* 
gam  èsíièvA  o  MeaUioiadqriBfréÉi,  h  ^pas^' 
em  nma  lagem  perto  da  grata,,  aatendia^a 
anK  jroQpa:  fialaa  trddifda%.  aio  aaiia  é^- 
pniiaçao  dès  aliòíea;  au»;^aèaiiani  oa  cntaH 
fiUea  «hrif  tãoa/  pela  atfa  doca  '^mMi 


.1  >  • 


ifT'      t.. 


I  -. 


a*) 


Ha  fbt  aqoi  agnias»  bofiita,  gttlÉcboa,  a 
OQtras  aves,  com  sens  monstruosos  ninhiat 
porenife  as  roebedèa,  en  astrer  aa  alpinUs. 

Deada  a^Paseb^  ai^aeletthvo;iaiB|ia  aaa 
qoa  a  naro  deaappawoe^  dn  xanslaatB»  an 
romarias  á  Senhora  da  Penddiy  ddiínndaa 
Hm  gtauleaiunaraí de affttiUÉn  n almJla- 
daa  eattolaa  (qne  tadon  aa  anões  éxdsdns» 
um  eonto  de  rs.)  o  qoe  teto  coneorrida  pàra^ 
alNiÉosear  e  enrftqâneer  o  templd,*  Wo  ^Hs- 
aanda  aa  obÉa^,  que  já  competem  mm  a#da 
Bom  ieens»  da  Braga 

iernm  aniígsiBOBttiaR,  fMreadn  mi#sa 
cantada^  ^e  sa  disseasenTesu  ca^eBa^  tinhal 
otttedede  8mi}oe0féiB.  GaaK>  ettii  aléná 
d'isto,  qnfsene  presídio  ds  missas^  'auma^ 
an  contonda  entre  eHe  ^  a  iraiaadade  da  Se- 
nhora, pelos  annos  de  1818. 

Frandsca  YiekmMaaháda,  da  adsa  &  Gii»- 
toda,  na  íregoeah  do  fiiaa,  ãbbadif  da  Kaa^ 
eiOB^  emoii^  dèiM  dèJll8lái:ãMaiMd9a 
Penéda,  tomon  eonta  da  drinanda,  e  nte^ 
den  nas  :re(j(ieriiawcb«  tnatmido  aom 'os 
Mpmnívoa  estttatoaj »  DJJoia  Yl,  mlGàM 


Mo  dn  Jaaate;  è»  obtaidò  aUi^ona  etapO'' 
nUes»  «odaeiílii&qne  niei,  niosóiapptotaa**. 
se  os  estatutos,  mas  que  se  dedarasse^phiN 
tector  da  irmandade.  Assim  terminou  a  de- 
manda, lecefesaè.  a  pratiMgSo  4o  abbade  ie 
Snajn.: 


•j  '  I 


8a<nii^jfoaae.aíasp0i«za  dn^aitín  aiea  pès« 
sinMs  âiainhea  nqe  |ura  «lie  eondnaen,  m* . 
ríK  o  leoiplofde  9raBBn.Senbohi  Mia  Benéda^  o  • 
paisceaoorrido  dalcada  arprovmdn  do  Mi^ 
^ho,  e  de  grande  parte  da  fiallfea. 
.   As  luzes  do  século  XIX,  longe  de  fazerem 
bl?idar  ou  enfraqueq^ry^  sentimentos  reli- 
giosos do  bom  pova<ponngnez,  em  geral,  e 
em  especial  o  da  província  do  Minho^  o  teem 
augmentado— senão  é  Yér  o  deseavolvimen*. 
to  que  em  nossos  4iaf  Mitam  tomado  as  obras 
dos  sanctuarios  de  BiMBa^.Senhora  da  Pené« 
da,  da  Senhora  do  Porto  d' Ave,  da  Senhora 
4o Castro,  a d*AafliMro^..e «aatfaalnniAai; 
reaUsaaéa^jiá  asdkn  a>^fliecivd#  qos 


1 1  ' 


!A8  PORTAS  DO  INFERNO  JAMAIS  PRBVALBCERAO 
.  C0(9TBA  A  KOREIA  DE  DBUS.  .. 

,  JVmo:  VÈMtiKBUkk^  Ttaa^s^liMSn 
tea^^^d»  dl/iw«l*i  dn  JoIAm,  ^oli  fcvpN^ 
lf4;%al.iS.f^*  ' 

N^ilmb  n  ào  VMa  da.^vtttn  «  AUtavetta^ 
eatd  «101  fmtedo  de<  furma  eapliirtea^  <Mii 
3",30  d'alto^' assente  sobcn  nmalagvn  iM^ 
tiva.  ••  p 

Teaa  bnnicoa^  aAeiías  n  f  teda^  ladf  caddo 
tdt  Biêa  a  sim  dacvnlirencia  ooberu  :eoni> 
«» «eMieim, entdmpDs remoiee.  '  '> 

C^lratti^^qtnhnntiicMMite  lariadi  «^ 
audieneia»  da  Jntaai  <éí  lerra;  e  ^oacambenr 
servia  de  eaia^lvcamárai:  .    .  * 

Bftin pedra,'^feni  ladaaids^indéeíod dieaip 
dma  aitè  inltka;  «as^ o  pbvo  dtt  ^nelòi 
uma  arâ  remàiMU  '    »  .* '  < 

fi*  bemipie  por  MM  litlos  ha  aaaílaa  in- 
UgúMMal « fnnerlp{5eaâee  lioaaanea»  oqaè 
dd-Andftnedtn  »^sta  cronfa)  mas;  anai^ 
provável^  é^i^ne  «dllaii  ^q^rateitasaèm»  o  m^ 
nnmento  pre-historico,  cotf«énaiid0'0 -eoi 
/iNMrTOrnrai  MMatra. 

0  Vd«> 'dWfmMi  «ii  eaia 'peiMe  aai 
tamaaÉn  èeilnfa^,  ^he^  pretendendo  qte* 
bralOi  em  1593,  um  tal  loào^ Lonrelice,  n 


^k 


>4jf 


tt^Í» 


,  »  lU  i  1/    '      "t'       .    ; *»**   i' 

ra  a  lavrar,  no  sitio  do  Gesta!^  proxioMiiaor^ 
logar  de  Moreira,  d'esta  fregaezia  de  Alfa-. 
nUaj  acboaijaatb  4viiiBM''rafaiy'f)or.DBâe 
pasea.  o  eateánho  'ât  ,0Mff%  que:  taa.  de  M»* 
raraiiMTAt Cidadéttie,  udmi  liapUle;  fie  í^^^lúi 
d^eoiDprtd 
seripçào  aagtttelt:. 


BCVt 

JWlii  4Mai  má^liph(M»titeniraiM*< 
te  gravada&«.âaM^ipaiÍi»40K.c4OfaJe«t« 
llialM^-potiqiBB  êniiàfisvQi  ttniCD  Imq»>  - 

;aq«i  tUa:  oBunera  InaiefoAinoiíDV  d»  nA*^ . 
fi^OM  e6Wdaa'(aápi)iiv|9^  ^àiêÉtiée.htfvim 
tnnii»  iein0a  arrattáiê  pefó  po^,  é»  bQseá 
ide-  ifiefúÊmài  mumUaios;  ti  qat  Úeíçà^  M 
[itmpú  d«  domlDte  iob:*rainam,  foi  í91d§» 
Ae  nm  ramo  da  familia  Reburro,  é^éhittlfis 


pdiOP"^  da.iai^,.oofli  a^Bft^  faiiilLit  romana^ 


I.: 


.'I  * 


M 


ft 


•     »'.. 


NIBV#.  RCO 
PLACILII 
'   MOKSASO 
8tl  nUO'Bfi-   ' 


i'  1   L<ig»allai3fiO<doif»fardoC|daMI«a,  a^e»' 

Ita  mesma  fregnezia  de  Alfarella,  por^^lat 
do  rio  Tínhóila,  qne  lhe  passa  a  nns  300  oa 
I.  4  i4flÍ^Decpoiiaè  If.,  bo  «to  d»  «nt^irmnf^yÃ- 
bnnc^vp  ié  teMnlèrHí^MãD  «»risiMtde 
nm  vasto  e forlB<ÉArMo« ocntatroldodelidi 
í|  aJ^víiaJaradJicaiitarla,  lendo^AinAa^fmipar- 
li  tei|  lDai»Jí^'tree  nclnisdê  aliara,  nm  voa* 
ifàm. deusas  min^^t^^Bialéè  fe^  atU lath  tigíipB de  ftortard^ «rM^fHdteo ladd do rio^ 


'  .1  » 


pnltaa^  ^m  sA|  i^,  Beo;  Mobéma  Bei 

burro,  fallecido  na  edade  de  27  annos. 


'    I 


l>  <  .  • 


José  Ferreira  a  partia— peta  4/  Unha— 
paiA*  a  «Biptefattiai!Íl|Uâ>alDimMs, 
istqniok  d*  gqsaâi  PialD,  iiAcia;\ai  aíMamiat 
real  de  historia  portagaeza,  coa  DrAnn,  Ai 
QUnpMr  d*  Aleittrte,!*  p»  4uf3lQrUMt4iili 
màr  ompcN|i  I  a  lanriAdob  a  èatnf afi  a  p»^ 

quez. 

fiorMàaeei^io^iaiJtoiaMrtD  âoBi- 
tio^  4a(!Mhador/*4Ílii.ar)tlic(iairan  #M4ft 
quantidade  HAt(eaFT5o%;.(tlflQBatift  •IMaaost 
MB6  ilnÉM^s^;9iwdft'i|flaot{da4(tlltiirai- 
doa  «4$it>aai|s  pxno%  à$  kmtoi  aAgiMuiaili^^ 
êogras  (quicios)  taB^MBl  doif^n»)  eomoilD» 
imo^i.^  («aarias*  laniiMo^if iu^tM|Qi)^< 
tcâs  ofieta»  dalfnrariiarvSes miadfta,^ e adii 
pó  branco,  qae  parecia  cíiuaiCofl«)a.if«     .  tt 

:iBaiBttoai  a«  aoliira«'BmUpa:qaim'4€r'Yí- 
dro  bTíiMO  .6  4a^;  de  ^i^er^iíea  laMnbqi: 
e  jgmaaoraa}  \êmá»  haftiaa.  da^haaroi  é^nnub 
ea]|feirs^«:d•'finbf%  ip^qMfta,  ofiavm^aaa»] 

do  fDeSQttlittfiab    ■      /.:    .   :       >Tq      l::^;/ 

A  maior  parte  d'est«9  fiUUTlM.  eitaiMl 
dtBtis64»  i|rcas^rM9a4b»wr  (|Oiitn^bif|fl»s, 
a««(io6fto:df0i'^tf  kSfi,  80.  iMlKbQttMioM?: 
iroaatNtúWLldú^Ml^-  .  i  ..  .:»  .i-    o  %\\i 


ilr  laoÉkam-vistigf  q«  da  invM;  f  .^  qnirallui 
eslBfkiv  •tasét.paniesteládo  <&•)  qo^pra-^ 
cisava  ds^sMiJono  •iKu  «ifarte^  fMiit  «cr  q 

janlco  ponto  em  qa»  as  fortiflcações  não  ea* 
tavaor*  ddfai^didttilebt  teiotenflnlldida  do 

<dtafi|M«t«e>iftoe'  ;li(a  é^ottiatromatt;  ptla^ 

pHfeipio  daitdntafia,  poia  «ide  tiaisQtiftaa  Ja* 

M^jQjsMi^  IlUin.  H  síÉansft j^^oa  anfaen '06MWMIII  toseameato 

iatlHMufdrtaMat»*:  .' 

'  .A.i3  IqíImMvm  :d*6Étaf*riiinas,*hiad4  M 

.  tenm  d»  Alíêmila#  ealij.ajgnipdê.talte,  *qam 

í  Jèidqaikeffi  «oa  PadiriMiu : 

i  KMEDdiQKilÓEt^éosra^moiilejieaa* 
tilida  ^fm^  neUiqn,  penhafpo^tkrradásalflM» 

|ao  sol  da  villa  de  Gòea»  dvióoqa^pytawU 

;djáMiiqtífi^ae^4  ^"Miite  dia|p8eca;ifieaB4»- 

Meu,  pÉde^sMetnaa^iiratíraM  (#ó^«iâds 
isagMcda  a.  mffe^feaitfnal^  ^ué'amloilo.o'va* 
Iria:  labastaoen  •  aa^  prioaipaaa .  cMaéia  ú^ 
i reino.  ri  :    f  p'  .  •    >■     . 

•xsta  VLuàm  ;é\lK'ÈH^w ^stnt  do  FstirKi)  e 
'  atiJi.  a.  de.  Onla/iif • : ViAs  -.ládf «4  >  <. : 

.  .PBKUO^lM^IIEDCrAÇlQf-^DaBOO^^  vm^ 
^baUaa'dMiateMft-i> '' i  ^      a^   > 
:  htJ<i*8Qe»6ipaaÉ[ifel.A0iv.4*i)I)0*«nyi;imate 

Mla-áMciip^  dai  ftiauibtAa  aviángoal» 


Hffil 

MmtfeB  6tviè»4e  Qtmé,  no  $eu  G^(4  hH- 
tofieo  do  viÊ^catn  âm  Goirmèni,  ê  mm  m^ 

•H»«as ^ro»iittidida»  dê  Cr/lci^,  (r  pari  k 
direcção  dê  Goiélha*,  &ai  «íHo,  êui  extrenfo 
lilaoteifo  d  aSMi  e<»k)bradil  pêlos  foelaê:  6 
o  Penedo  da  MedUafãú^  .     ' 

Como  o  da  Mudodji;  Mhâl^òf  Penedo  éh 
Mediuçao  desprovido  dos  adornos  da  arte, 
ma^^oiQ  bi^llif  ua  iiaiurae^i  é4Jinbc»i  potm> 
aquello,  um  miiBOfo  «  AbuttdaAtê^.    .    / 

A  jfmm^mr  Ywi>4a  «if  pctoMora  #«9 
86  dila  u  Ml  fr^nie  do  iPAseda  dai  IMiinçSíO, 
é  qae  (azi»priecàtitt;i a^lAiiljQ^tilkf» Hâijai- 
ta,«tkè2i44ade,  CompreteiidÂdo  pif  diteftido 
bori^wK  lliviatín  d^Ni  ^  o^cfa,  #  maia  dO- 

leitoso  nttadíCOki 

Aviíitain-se,  era  bi^liissimo  coDjuncto,  ser- 
ras agigapiaffi^  çollio^,e^QOAeirQiB|Xo}K»i|- 

com  a  f^jlJaa(íf.VAJ^de-pac^ça^Ofal dou- 
tos olii^qoâ;  ,ca9^<)t^a  aiv4jia[D^^.agJi)w^ 

zeas  mimj>flaív,  Pfífloa  do  J^mBrlf^  yifg^^ 
çào;  e  ^3  pés  da  Ql>$tvrVador^.  iff^  {úu4í>  ^ 
escarpjkd^  ^QC(^3l^  ufxi,a«ieoQ  xaii^  ^ividíi- 
do  por  um  pequeno  ribeiro,  que  realça  im- 
uendo,  os  enc^ptos  da  p^isagçfD.  ^   . 

Este  uo  delii'io8o  logar,  ó  mqito  fregueu- 
tado  prios  académicos^  que  s^  eompjrasigifi 
em  hir  contemplar  aouelle  formoso  pa^o;;^- 
ma,  e  em  p'ass4r  alli  alguma^  horas  de.spcá- 
gado  si^i^mar.»      ^     ,     '      .       /,     , .    * 

PENEDO  Í)A  ákVBXpt  —  vide  pf^g!  39^, 
col.  1>,  do  5  •  voljime..  ,     ,    ,     . 

PENEDO  DO'  PADRÃO— vide '  Ayre,  'ser- 
ra. 

PENEDÔNES— vide  Jf(m/a/V^,    "        ^ 

PENEDÔNa— villa,  Beira  Alta,  câbéçà  do 
concelho  do'séu  nome,  na  comafca  de  ^. 
João  dk  Pesqueira*  (foi  da  comarca  de  Héda) 
40  ktíomelros  ao  O.  Jrf  Çíáb^C-iO  tfe  Lanié. 
go,3Wab?í.dê'Úâboa.  '  '"       '   '  '" 

Tem  imtoioÈ.         í '..".. .       .1 

E(n  175),  ííhha  Út  fogos  tetn  duas  tíri- 

guezias,  como  adiante  direi.) 
arago^^.  P*ídh),"ati(Vrtoto.    ^    '^^     '   * 
Bispado  doXikffi^gOy^disirtelá^adiiifDbirâl- 

UvodeTbretii     *    •'  '    '"  '   •  ■  '   ^ 

>:2né  ao-(friflc^fo'd'(olé  Jecido,  tífiliaaiírât 


PM 


^5 


I 


1 


I 


g^^etíâ  'dê  S:  >^(f»^,  àpomiè':(£  ifúê  ^xfsli) 
cujo  abbade  tinha  de  rendimento  ^70^1)00 
féis,  ê  efa*'  apres^áitâdopelo  tvádròadô  real. 

"  inihk  ^ta  pai<oèhfa  em  17^57,  50  fogos. 

•  O  Sdirode^r— Bi^á  taiftbeitt  o  pádfêado  real 

(^e'  apreáettbvl'  o  abbad^  o  qual  tinha 

190^660  i>A'a  4le  readfniento.  ' 

TJnha  esta  freguezia  em  1797, 70  íbgaé\ 

'  ^fistâ  kimeita  â  áhtecedente.  ' 

'^  d  cbneelhb  d^  Péned^o,  é  composto  do 
9'ifh^ueziá^,  todas  no  ftlép^dó  M  Laiàégo 

Antas,  Bezelg»;  (iamíB^;  Gtxnj^.  ô^ri- 
sinho,  Penedono,  Penella,  Póvoa,  e  Souto — 
todas  no  bispado  de  Lamego,  e  com  i:70O 
íbgdiL*  -p  ••    «^    .  •- 

I  .Ojáigadí»  de  PiMdooiyiaí  avpprâníáo 
(ficando  só  a  existir  o  conceèlio)'||Bf  daon^ 
tO'«»  ta  áréeUiiit)Pè  0111873;.    í!  »  1  • 

D.  Sancho  i Mitdettfoiál»  €Ik  id9(S,i»  qmá 
átt  «onAfoiadi^fOr  D.  Atbiitso'lIy  edl  Tfan- 
«oaov  n*  acndeioatabro dê  iâl7.  (Ma^I 
de  0mcs  antigoir  it*  4^-Maço.  i2  doa  iMe*^ 
moi>,  n.«  3y  fl.  4,  col.  Ii*w0/|i^  >!,.•  ie  jfinmiB 
antigos  de  leitura  nooa,  fl.  50,  col.  ).*) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
^  -27  ^e  novembro  da  ^512.  (ÍA^4e Carões 

iQ  m-iaieiro  9^0  qpa /Sa  conhece  aê«ta 
,yil|^,  ^  o  de  PenaM  Dono,,e  é  comoei- 
tà  escripto  em  todos  os  documentos  an- 
tigos. 

Diz-se  aue  o  seu  nome  é  contracção  de 
Peha-Úonosa  (Penha  donalrosaf,  alegro,  etc.) 
E'  maia  provável  que  seja  meàmo  Pend  âe 
D^no— isto  é-^  Penha  do  Senhor. 

Está  a  villa  cdífieadaspbre  hiíi  alto  mon- 
te, e  è,  cdm  toda  a  C(?)rteza,  povoaí;3b  multo 
mais  anti^^f  do  quo  i  nossa  mònarchla/pòis 
que,  em  06f^,  eram  oá  casielíos*  de  Penáde- 
dono,  Trancoso,  ]ilo)eird,yacinata,Langnh 
bia,  AlcóbriOy  Scmorzelliy  Naumam,  e  outros, 
proprí(/dàde  <!eD.  t^latèulà,  como  consfá  do 
seu  testamento,  íl^Ho  rfesse  anno.  (titro-/.* 
de  D,  Mutnadona,  âe  &ntkiiarSF9,  (1.  7.)  Vide 
Numão.  (WiáeCdfik  (aía>),  LanfftoitOy  é  à 
2.-  PenêM.)    '   í   » ?    '       *      ■  -.. 

Tem  ufh  casll^llo,  que^  foi  mnltò  forte  êfH 
outra  tèiflpo,  ê^e^á  hoje  em  rufnas.    ; 

DMto  dof  castello  éxiM  uma  torre,  ain* 


w 


rm 


.  Eoi  seaaUai46«niór,  P«>dr»  AJf^r^  C«r 
bral  4e  Lacerda^  d^tc^ndevte  de  D.  Fernan- 
do Affooa»  Correia,  aenlior  de  Parellaea  e  de 
Vallad|U'ea;  come  ae  vd  qo  Jfeyú^  de  D. 
João  I.  TeTe  u»  ^o  natvii  dUmado  Aq- 
lonio  Correia. 

Foi  filho  d*esie9^ayo  Corr9ia;iieto,  Afto- 
Hío  Correia  (casado  oobi  IK  Maria  da  Von- 
aeca)  o  qfiaJ,  aeirto  eoireg^or  de  Yiaiiiia 
do  Alemtejo,  fandon  o  convento  de  tenta 
49W^  d'M|L  viHa,  e«  1666.      .; 


O  território  doeste  concelho  é  abundante 
ena  eereaea,  produz  nnlto  boní  iMo,  Ara- 
uto a  leptinea. 

Cria  maitè  ftado^  de  aada  4  qttalldaèe]  e 
Ma  seos  tttoalea  Ini  omita  dal^ 

A  villa  nada  tem  de<  notairii»  aenio  •  soa 
Matéria  a  taadiçõe^  é  aa  minaa  de  alpina 
edlAciee,  que  noft  rèvefaus  a  antiga  impor* 
landa  doesta  pn?oaçaé. 


Gdtt  justiça  «e  iiftma  eeia  vllla  de  aer  m 
pátria  do  iegendario  Altaro  GoofaheaGon- 
tinho  (o  MàifHço)  immortiliâado  por  Luiz 
de  Gamões,  nos  seus  lMsiada$,  e  do  qnai 
diz: 

•  . 

No  tempo  que  do  reióo  a  rédea  teve 
ioão,  fiilio  de  Pedro^  moderava; 
Depois  que  socegado  e  livre  o  teve 
Do  visinho  poder  que  o  molestava; 
Lá  na  grande  Inglaterra,  que  da  neve 
Boreal  sempre  abaeda,  semeava 
A  fér»  Erinnys,  dura  e  mà  cizânia, 
Que  lustre  fosse  â  nossa  I^usitánia. 


*  1 


Bntre  as  damas  gentis»  da  corte  l^ikza^ 
B  nobres  eortezàos,  acaso  um  dia 
Bejevantuu  Discórdia,  em  ira  accesa, 
Ou  foi  opinião,  ou  foi  porfia.     .  . .«.  | 

Os  cortezaos,  a  quem  tão  pouco  pesa  *<       | 
Soltar  palavras  graves  de  ousadia,   , 
Dizem,  que  provarão»  que  houraa  e  Canui?, ! 
Em  ues  dama^  nao  ha  para  ser  damaa.       * 


ifque  10  bottver  alg«em»  oam  lançai  eap^a, 
Quiliq«eira  suskntar  aparto  ana« 
Que  elles^  eu)  campo  raso,  ou  estaeada» 
l^be  4^ãó  feia  iqfomia^o»  morle  cioa^. 
A  feimeoii  ira4iaca,.poQeo  usada» 
Ou  nni^  a  ppprobrioa  laes^  vanda-aanuii 
De  forças  naturaes  conveniente^ 
Sooaorn»  pede  a  amigos  e  parentes. 

Mas,  oomò  Ibesem  grandes  e  possantes 
No  reino  oi  Inimigos,  nSo  se  atrevem  ^    - 
ifem  paroMes,  nem  lervidos  amanM^ 
A  auslealar  as  damas  «orno  devem. 
Com  laffimaa  formosas  «  bastantea, 
A  Mar  qne  em  soGcorro  otf  deuses  fevem 
Dó  todo  o  Ge«,  em  rostos  de  alabastt^ 
Se  vao  todas  ao  duque  de  Aieneaiiro. 

tra  esie  ingler  pbfente,  e  militara 
Comos  portugueses  jà,  Contra  CasteHa, 
Onde  as  lòrças  níagnanlmas  provirá 
Dos  éompaiAieiros,  e  lienigna  estréila: 
Kò  menos  n^su  terra  esp^rimeoiára 
Namoradoi  ailMtos,  quando  n*elta 
A  flttia  viu,  que  tanto 'o  peito  doma. 
Do  forte  ref,  que  por  mulher  a  toma. 

Este,  que  s^ccorrer  lhe  nio  queria» 
^or  nao  cadsar  discórdias  intestinas^ 
Lhe  diz— «Quando  o  direito  pretendia, 
Dó  reino  lá  das  terras  Iberíhi\9» 
Nos  lusiunos  vi  tanta  ousadia. 
Tanto  primor,  e  partes  tão  divinas^ 
Que  elles  sós  poderiam,  se  na»  erro» 
Sustentar  vossa  parte  a  Togo  é  ferro. 


B  se,  agravadas  damas,  sois 
Por  vós  lhe  mandarei  embáixadorea»' 
Que  por  cartas  discretas  e  polidas, 
^Do  vosso  agravo  os  façam  sabedofea^. 
tamisem  por  voasa  ppte,  encarfàcidaSi 
Com  palavraa  d'aífagos  e  de  amores^ 
Lhe  sejam  vossas  lagrimas,  e  eu  creío^ 
Que  alii  tereis  soccorro  e  forte  est^o.t-^ 

D*est*arte  as  aconspUta  o  duqf|e)ssperto^ 
C  logo  ibe  nomeia  doze  toflesj 
E  porque  cada  dama  um  lenha  cefto» 
Lbe  mjmda  que  aobre  elles  lanoem  sorMs; 


PM 


M9 


><i 


Qae  ellM  aft.^o»  éio&t.dNqobeila  . 
Qaal  a  cnial.ldiD  eabUo  dts  oooiprlis»  .-« 
Cada  ama eMQBf ft ^  a^l» jv&r  varHMíiiQdaa^ 
£  Unias  ao  sem  rf^  d  o  do^oe  Â  todoftn     i 


Ji  ehegi  a  fMtogal  o  BMaaiCefro;    * 
Toda  a  émé  atvòroça  »>  noiridade: 
Qaitera  o  rei  iOMtiiiê  «er  iRteeifo, 
Maa  não  lho  soffre  a  regia  mageatade 
Qualqwr  dàa  eoriaiãoi^  avMMireiro 
Deseja  ser»  eom  fórvMa  vonlade; . 
E  só  fica  p«r  heo-aiveot^^sado 
Qaem  ]i  Vêm  ftía  duque  nooMado 


ft 


•1 


U^  fea  feil  eidade  d^^nde  leve 
Orfgvm  (eoitiD  é  tema)  o  nené  elerae 
De  Portugali  amÉaif  madeiro  leve 
Manda  o  que  tem  o  leme  do  governo. 
Apercebem  se  os  doze,  em  tempo  breve, 
H^artnas  e  fonpas,  de  tiso  mais  moderno* 
De  elmos,  ctmefras,  letras,  «  primores, 
Carallos  é  concertos  ãé  tnil  oòres. 

Já  do  rei,  tomado  tem  licença, 
I^ara  partir  do  Douro  celebrado, 
Aqueiles,  que  escolhidos  por  sentença^ 
f^ofam  do  dnqne  ioglez  expriment^db. 
TVão  Tia  na  companhia  differença 
De  cavalleiro,  destro  oa  exforçado; 
Mas  um  sò,  que  Magriço  se  dizia. 
D*est'arte  falia  ^  (br^  companhia: 


♦ 


<!• 


•Fartissimo»  coosocips»  ça  desejo» 

Ea  n^iiUa  já»  de  andac  terra3  e^traobaai 

|V>r  ver  íaais  afoas,  que  as  do  Douro  e  Tej|]|, 

yafíati  gen^  a  leis,  e  varias  manhas. 

Agora,  que  apparélho  c^to  vejo 

(P^Ms  que  do  mundo  as  cousas  »ao  tamaahfis) 

Quero,  se  me  deixaes,  bir  a6  por  teira, 

IS»rque  eu  serei  cqqvosico  eqi  l[oglate^^ 


l'       .    4 


9,4aanéoiaaa»í6r^qiiaeaimpedttdo,  . 
Por  quem  das  cousas  é  ultima  linha,*  .1.  i 
Mão  tsr  e9»v«acov  ao  piwo  inaiítiídD^ 
Jlovea  laiu  vdè  lai  a  falta  mUtpu 
Todos  por  mim  fareis  o  que  é  devido; 
Mas,  se  a  verdade  o  espirito  me  adivinha» 
fUos»  momes»  Ipf tona,  09  ^lia  inveja,    , 
Nâo  tãíia  qtie  ea  eofflttoço  lá  nio  jeja.*  i 


AssiqpLidivie,4ÍNMiCados^  «^amifOf,  > 
E  tomada  a  Ijeonça,  e«t ftoiae.paffa:  i 
PanaM^CM^Ua^/wiidojiaiigpa.*  -^  i 
Logares,.  %t  ganhara»  aj>alfto»Martíg  v.  .1 
N;ivarra,  com  os  altíssimos  perigos 
Do  Pyren^q»  qçLt  Hespanl^r  9  Gallja  parff : 
Vistas»  em  flm,.d|f  Fn^Qji  as  cousas  fratiÂqn» 
No  gran^.  |iftf>erio  foi  pacar  ^  Jfr^f^iifih.  t 


♦II-  V  " 


t< 


Alll  ohi9id<viui  fosM  JMait^  o«  oMnhaw 
Sena iMaittv /»•  datevo  maâ^dias^    . .  i 
Mas  4I0Í  àòWk  « illnsnistim^  campanha    a 
Corun»  dp.iB^r.do  Hoite JMflndM  iria%  A 
Chegados  da  Inglaterra  á  costa  estranha» 
Para  Londres  já  fazem  todos  yias:  #, 

Do  (Avqpe  su^^.cpm  fes^i  agasalhados»  . 
E.  daf  dap^»  aervi^o^  p  ajw9^^     <    .> 

Chegitse  o.piiBO,  a  diAaaaígnAiado,    . 
De  entratfflatampo  já»  ^on  oadoEeiafka^ 
Qaejiwhi  «eicjé^tlnhan  segurado: 
Armam-8*  é'élms^  grevas  e  de  arnécaa:    . 
Já  as  damas  tem,  por  si,  fulgente  e  armad»» 
O  Mavortcleroz  fios  portugueses: 
Vestem*se  ellas  de  côrea,  e  de  sedas»  | 
De  ouro  b  de  jóias  mil»  ricas  e  ledas.       1 . 

ff 

Mas,  aqoillà  a  qnaoi  fânt  eoa  MHe  dada  * 
Maiírtço^qia nia viÉbar**cQmtrislaca  «') 
Sa vflM» pdr ndoler» quemoomaada .  •  t 
%f\è^  sau  aavalletro  a'eaOt  empreia:  .  •) 
Bem  que  os  onze  apregoam  que,  acabado 
Será  a  aegoc}q  assiin^  n^  c^(e  n^glef^  . 
Que  fs  d^unas  VQncedorae  se  conheçam»  1 
Posto  iqqe  ^ois  ou  trez  dos^s^fu^  f^c^aiavi 


1  • 


«I  ji 


Já  n*uoi  anUime  e  pihlico  tbeatro,  -  »  .  . 
Se  assama  axai  inglês,  xon  toáa  •  $it^'j 
Esuvan  três  e  teez,  quatra  a.qualro,^.  -.  1 
Bem  camo  â  cadAt|aai.ea^b4caI8&aolaabi 
Nio  sao  vistos  do  Sol,  do  T^^jo  ao  Bactro» 
De  forta^  exforço,  d*anima  mai4  f^rts^  \ 
Outros  doze  sahir  como  os  inglezeSi.  ..  t 
No  camjpo,  contra  os  onze  portuguezei. 

Mastigam  aa  aavahps»  oi^Miaiutr) 
Os  áureos  Irekis»  com  feruc  seaAffiite; 
EsMNQi  a  Sol|  iias  armas  nsciilando»    -     ) 
Comoi^em  jKV^tal»  QU  rígida  diaaumè 


NM 


jj' 


Eiè  éttitá  Hiár  carárfktrò  qud  irázlk  ' 
Armas,  cavalk),  ao  bélico  serviço. 
AoaU>«áf'da«MUi'éiMi,'eiOfO'èé4iíà^  i*  ^ 
Para  oa»«áie('  i^ieslf-^rè  o*gri»'Jtf|ro«q^ 
Abr«fà(a9'MmpaifMrbS|  «oíDtf «Ibifds '( '^ 
A  fyeiA  MO*  falta,  iMrco  Di^s^perigòai    '  i'  ' 

A  dama,  <íótóo*eíttréfea(iirtllè  "^   *  ^  •  "J^" 
Que  VltlhH  «I  d^feiíd^f  Éèt  nome  « farMa.  '^ 
8e  akgrtf  ffveiite^  álll,  dó  átflnral  tf^Ilefte*'' 
Qae  a  gente  bruta  mais  qae  a  virtude  ama.  | 
Já  dâo  sil^okl^^^Hk^oui^da  tElnríiiipeto  <'  >  1 

ita^RllçOSOè«llÍOII}8,rt|a0llálaMdd&*'i::«''  ' 

Picam  de  elpons,  largilai^niieií  lá^f  '> 
Abaisnnla»tas^  fere U' têrfBtfb||<w^  r:' I  "t/ 

Dos  cavallos  &  èslW^ito  '^árècíi  *     ' '   ' 
Que  fiiz  ()ue  d  chão  debâijTo  (òdd  It^oÂ^,  -  ' 
O  coraçâtt  lio  líátò;  (Jué  estíiAmèeè,'^'  '     '  . 
De  os  olhar,  se  alvoroça  e  teme.  \ 

ttatíf  4o  eawiler ^  (inenãê  dásee; 
Qosiy  com  er  0avaUo>  ém  terra  díodo;  genlè; : 
Qaal,  vbnoHltias  agarmustejilstbrteaaa^ 
Quai,coan»9peBa(ibes  Aoétm^VaQuitiatajMas.  > 


•  ^    Das  dubai  a  f0fm«sa  eom^fiialila, 

Que  querem  dar  aos  seus  libertadores 
'  I  BaDquetQsnQÂl,  mim  borià  «,iqaA^;dif^ 
^     Em  quaQHbifiidMm  ^embiflaMii, . 
'  I  Até  torqwiidoof  ««ántieiiva. I  a.  »vmci.> 


i.{ 


!''••• 


M 


.*•' 


m.f  I  ^11  «if  I.  "     'i    t 


nt     l 


.í 


AJgbM'  df^nf 'totnnh  ^t^Mftdd^tíottAof,  ' 
S  kt  da  vidk  io1f&,  t)f6V0  int^Valfeí; 
Gcfrfebdo  *argiim'eávaHd  Vae  'seíb  ddàò, 
£  ii*outra  parte  o  doDO  sem  cavallo: 
Cáe  a  sobetta  Inglézti  do  sea^tlvoufl^. 
Qtt^jlDia  &m  Ires  já  <6^  yàat^  vaUv.     - 
Os  qtM  lie  «^pida  vem  íaa^r  baialtia^  ^  '  f 
llÀlnaebam  já  ip»  ahrniSz,  dsoido  e  sallnu^ 
/»•••■      *  .  "^  .^      -^    '    '.  ' '  í  •■ 

Gastar  pala  vrasf  em  coiá^f  éxâ'emòs  ^  • 
De  golpes  ft*f0«,  cruas  estocadas,'  " 
£*  d^^it^ieti  gastadores,  que  sabemdâ^ 
Mãos  do  itmpo,  com  fabulas  soahadas. 
BcftSta  por  ttifi^  dot^aso  que  enteadamos, 
Qu^eM»  lltteuia  alftia  6  atama^r. 
Com  os'iliis8ta  tai.a.palnukda*vielDii% 
£  as  étmni^DA^Táa,  e  c(Hqr*gÍ0ria^  • 


,•1 


Mas  diMn'i|4ie,  eom  tod»,  o^AaiiAti^^ 
Desf^joso  de  4g#'tt»  Qnms»  ^gnasú^, 
Lá  se  deixou^Seiir,  aade-iitnJstf^ifO  i 
NotaveV  á*  eaid»SMt.feá  dd  HrlAdêA 
E  como  quem  não  era  Já  noviço 
Em  todo  o  trMC^.oAdA  m,.  llarl»,A|i)a(|ida^ 
Um  íraiKeMttM»  f  qi  campc^  quo  o.  <|aiMHi« 
Lá  teve  á^^  VarquatQ  e  din  GâcviíM,:  ^    M  ^ ' 

0: 4iiP^AceAdo.  U^pn^l  Qorreia»  9P  ,^Har 
mêní^}:io.,aXai»0^  dU  rómeate,  quf»  A(f^ 

j^ní^  e  tQdoa.qsdo^fe  caval^^osde  logfAr 
terra,  eram  da  serra  da  Estrelia,  e  logares 
situados  pelas  suas  fald2\s. 

Porém,  segundo  uma  carta  "de  Cmfif^ 
mação,  do  livro  S.""  ^da  chancellaria  de  Ç- 
Joào  I,,  que  traz  frei  ^ahuel  dos  S^atos^  na 
8.*  parle  da  Síonofcfúa  Lusilanal  a  pag.  èsÇ, 
passada  eip  £vo;'a,  no  dia  6  de  outubro  de 
1415,  a  favor  de  Gonçalo  Vaz  (ou  Yasqu^) 
Coutinho,  phe  do  Majri^o;  em.cuja  carta.se 
diz,  que  elíe  era  natural  de  Pénedono,  e  qaa 
.1  sempre  seus  avós  alii  viveram. 

Gonçalo  Vaz  Coutinho,  efa  7.«  senhor  ÍRi 
couto  dèr  Cèóbitf,  de  Fònte-Ai^cdd^,e'd'é  òtr- 
^/dktiltàs  Urras,  del'qfie  Iftr)  f^t  mercifí>. 
João  I,  nas  cortes  d^Co)mÍ)rii,"déii  1400:  tea- 
rechal  do  1*erdo,'à>ca1d'é-ii1òr -dê  Tráncoflio 
e  Lufaega,  e  copeíro-raór  da  raltiha  D.  Pbt- 
líppa;  ihillhief  (faqtrélíe  tnort»reha. 

Btst  IfilHô  dte  Váseo  Fernandes  Còutiiibo,  6  .• 
senhor  do  couto  de  Leomil,  e  meirioho-mór 
de  PorCà^^^oa  Beira»  tíoftímsiiaf4ê'D*€p^ 
nando,  .'•  < .  *,  .       -. 

Mofitai^ilo  prloQipky  da«g«erra,.4ae'lL 
João  I  (seoâo  mstéBí)marè  #i4vái).lBve 


/. 


*  ^Se'gUQdo  4  irâdíçlò,  este  brilhante  féV 
to  d^artá&s  tqt'^  hiúium  escriptorei»  tf^nt  p<« 
íabuleto)  t«ve(109Mr/iio'a&&o  d^  1390. 


PBIf 

Câsldlft-^  dê  D V  BeatHx.  G^açakes  dejloa!- 
rs»  fliha  de  Q*  Gcniçula : Vasquas  da  Moara^ 
•  JMíl^  gtttrdft-mór  de  D,  Affoa^o  IV;  e  em- 
kiiixâdor  a  OaeleUe,  par»  tratar  dag  pazaa» 
«ooi  Dl  Aífonso  XI,  6  para  i^ndotir  i^  P0^ 
tagaly  a  iataatajD.  Conatança^  filha  4o  ipían* 
te^  J>.  Joio  Mannel,  primeira  molher  do  íq- 
lántô  D.  Pedro,  depois  rei,  i.*  do  nome. 

Er»,  neto  de  Peroào  Martins  da  Fonseca 
Gominbo,  5.*  senhor  do  conto  de  Leomili  (p 
primeiro  qnò  usou  4o  appeUido  Coutinho) 
e  de  D.  Thereza  Pires  Palha,,  fiiha  de  Pedro 
EanaesPaiba* 


vm 


m 


1 1 


Foi  irmão  de  Álvaro  Gonçalves  GooUnhOi, 
úMapiço^  D.  Vasco  Fernandes  Cootiaho,  8.* 
aenfaor  do  conto  de  Leomil,  marechal  dp  rei- 
no, e  meiriobo-^mór.   . 

Bra  um  dos  fidalgos  de  maior  riqnesa  e 
respeito,  do  sen- tempo,  ao  gnal  foi  dado  o 
pronome  de  Dom,  e  o  senhorio  da  villa  de 
Marialva,  com  o  tftulo  4e  ootnde,  por  D.  Af* 
fonso  V,  em  12  de  ontnbro  de  1440. 

Também  era  irmão  do  Magriço,  Fernão 
Gouiioho,  senhor  da  Pena-Guiao,  casado 
com  Dw  Maria  da  Ganha,  filha  e  herdeira  de 
Fernão  Vaz  da  Gnnba,  senhor  de  Celorico 
de  fiaeio;  por  cnjo  casamento,  passon  este 
senhorio  para  os  C^^tiol^s. 

jPQo  foi  bastante,  tão  qualificada  nobreza, 
qae  procedendo  (desde  o  tempo  daDr  AíTqq- 
so  Henriques)  de  Garcia  RodrígneSp  rico*ho . 
mem;  e  do  tronco  d*snde  descendem  as  no- 
Joilissimaa  casas  dos*  condes  do  Redondo, 
marqnezes  de  Marialva,  e  outras  das  mais 
antifas  e  distinctas  doeste  reino;  para  que^ 
assim  como  fiaeram  tão  celebre  o  nome  do 
Magriço^  relatassem  todas  as  soas  brilhan- 
tes façashas. 

Msúto  poneo  lhes  devemos  n'esta  parte,  .e 
a  antiguidade  gastou  a  maior  parte  d'ellas* 
O  qne  nos  resta  da  biographia  d'este  por  tu- 
gnea  heróico,  ó  bastante  duvidoso. 

Foi  Mçgriçoi,  o  chefe  dois  famosos  doze  de 
JnffUUêrra,  e  o  que  lá  foram  fazer,  já  fica 
ídito  pelo  nosso  immortal  Gamões. 

J[>iz*S0'  que,  depois  do  combate  e  victqria 
contra  os  12  cavalieiros.iBgiezjBs — em  casa 
do  difqn^de  Aieocastvo,  eao  ten^  dos  nos- 

VOUJMB  VI 


SOS  cavalMros  se  sentarem  á  mesa,  as  da» 
mas  qfiizeriim,  deitar  açraa  ás  mãos  dos  sens 
respectivos  campeões.  Onze  acceitaram  cor- 
t^menle  esta  delicadeza;  porém  Magriço  o 
não  consentira  á  ^ua,  porque,  tinha  elle  tão 
basto  esbelto  nas  mãos,  que  se  lhe  não  viam 
as  nohas.  lõstado  pela  dama,  lhe  respondea 
-«-«Sabei,  penhora,  qae  as  minhas  mãos,  se- 
gondo  as  tei^ho,  tão  grosseiras  e  cabelludaiv 
pqderão  sôr-vos  molestas,  o  temo  que  voe 
cansem  desgosto,!— ao  que  a  dama  respon- 
deu— «Antes,  quanto  eilas  assim  são  maia 
fortes  e  valentes,  devo  eu  laval-as  com  maior 
j^catamenfo,  pois  me  salvaram  da  deshonra 
e  ioíamia,  que,  sem  duvida,  me  era  de  maior 
desgosto.»  —  Então  o  cavalleiro  consentiu 
que  ella  lhe  deitasse  a  agua» . 

Esta  formosa  lenda,  dos  tempos  cavalhei- 
rescos, não  tem  oi^tra  prova  da  sua  veraci- 
dade, senão  uma  simples  tradição,  que  o 
príncipe  dos  nossos  poetas  aproveitou  para 
um  bellissimo  episodio  do  sen  poema,  e  que 
vários  escriptores,  eepiando-se  uns  aos- ou- 
tros, deram  por  verdadeira. 

Jorge  Ferreira  de  Vasconoellos,  na  2.*Ta- 
vola  Redonda,  lembrando-se  d*este  feito,  dii, 
a  pag.  S13  V.,  que  eram  13  portnguezes,  que 
D.  João  I  mandou  a  Londres,  para  conÁate- 
rem  contra  outros  tantos  inglezes. 

S.Fernando  de  Menezes,  conde  da  Ericei- 
ra, tem  o  facto  como  piovavel. 

Manoel  de  Paria  e  Souza,  sustenta-o  como 
Vftrdadeiro,  e  diz  que  consta  de  um  papel  ou* 
Hgo,  e  ie  muUa  fé^  cujo  auctor  não  declara» 
i^em  copia  o  documento.  Acho-o  parecido 
eom  o  desafio  dos  dez  poriuguezes  de  Soei^ 
TO  de  Qwnkonei,  (Não  lhe  lembrou  o  dos 
doze  contra  13,  que  vem  no  capitulo  163, 
da  2,*  parte  da  CAroni^  de  Palmeirim  de 
Jnglat^rra^) 

Referem  alguns  escriptores,  que  Magriço 
teve  um  outro  desafio,  em  Dunquerque,  on- 
de Aiatou  um  allemão,  chamado  RaiiíiAfo^  de 
Colónia,  para  viogar  a  condessa,  D.  Leonor, 
de  uma  caloijopia. 

Outro  em  Qr4Hans,  matando  em  desafio  a 
Mr.  de  Lancay,  na  presença  do  rei  de  Fran- 
ça, tirandorlhe  um  collar  depuro  qu^f  razia 

3» 


m 


pm 


^  pescoço,  e  lançando-b  ao  sêU,  pottn^ilM'- 
Ha  de  ter  por  este  feito  livrado  Flaiidl^s  da 
sQjeiçâo  á  França,  por  fazer  serviço  á  ioffan* 
ta  D.  Isabel  (a  famosa  ITaihiMe,  eondé^sà  de 
Flandres)  filha  do  nosso  D.  João  I,  casada, 
em  primeiras  nupcfa<>,  eom  Philippe  IH,  coli^ 
de  de  Flandres  e  daque  de  Borgonba. 

Se  este  facto  foi  verdadeiro,  on  não  teve 
iogar  em  favor  de  D.  Isabel,  ou  era  )à  Ma- 
gfiço  nonUo  velbo;  porqae,  se  o  combate  dos 
âoze  dê  Jngtaterra  é  verdadeiro,  teve  lògar 
em  i390;  e,  aidda  qae  Magriço  não  tivesse 
então  mais  de  SS  annos,  tinha  mais  dé  64  • 
qnando  foi  o  desafio  contra  Mr.  de  Lancay; ', 
pois  qae  D.  Isabel  casou  em  1429. 

Para  evitarmos  repetições,  os  que  deseja- 
rem saber  os  nomes  dos  doze  de  Inglaterra, 
vejam  o  ã.""  .volume,  pag.  223,  col.  2.* 

Terminarei  este  artigo,  com  a  estancia  XII, 
do  canto  1.*  dos  nossos  Lu$iadà$, 

Por  estes  t  vos  darei  um  Nuim>  fero» 
Que  fea  ao  rei  e  ao  reino  tal  serviço I 
Um  Egas,  e  um  D.  Fuás,  que  de  Homero 
A  cithara  para  elles  só  cubico. 
Pois  pelos  doze  pares,  dar- vos  quero 
Os  doze  de  Inglaterra  e  o  seu  Magriço: 
Doa«vo8  também  aquelle  illustre  Gama, 
Que  para  si,  de  Eoeas  toma  a  Cama. 

PEHÉDOS  DE  FAJiO  -^  Douro.— A  pag. 
134,  col.  2  ■  do  S.""  volume,  fallei  da  villa  e 
extinòto  concelho  deFajâo:  aqui  darei  mais 
algumas  noticias,  que  recebi  depoja,  e  das 
quaes  não  quero  privar  o  leitor. 

O  território  do  supprimtdo  ooncelbo  de 
F!a]ão,'  é  formado,  na  sua  maior  parte,  de 
estobrosas  serranias,  sobre  outras  serranias 
linda  mais  escabrosas;  apenas  amenisam 
estas  montanhas  alpestres  e  escalvada»,  pe- 
quenos vailes,  e  pequenas  aldeias,  na  maidr 
parte  humildes  e  pobres,  entalladas  nos  al- 
cantis das  montanhas,  ou  junto  aos  seus  bre- 
jos e  barrancos. 

A  villa  de  Fajão,  que  foi  capital  do  conce- 
lho, fica  a  E.9  6.  de  Coimbra,  e  está  edifica- 
da em  um  pequeno  valb,  na  parte  superior 
da  encosta  de  uma  ramificação  da  serra  da 

>  CMando,  Rogeiro  e  Rodamonte. 


HdeHM;'  que  aqui  tt>ttfa  o  nome  de  $erro4è 
Fajão,  e  dist»  de  Viseu  GO  kíiemetree;  fiea 
a  egual  distancia  de  Gàstelto-Braneo,  e  4§  dt 
Govilhan  e  de  fMndão-^24  de  Góes,  e  â&  4s 
ArgttÉii,  de  €ója  e  de  Av(^e  15  de  Psaapi^ 
lhosa\  A  villa  tem  apenas  60  fogesj 

È  certo  qoe  já  em  1500  ^a  villa,  lias  a 
povoaçãe  é  antlquissiuta^  eom  o  mesaao  ao* 
me  qué  boje  t<>m,  e  que  é  o  que  oi  antigos 
davam  ao  fais9ô,  ave  gallinacia  bem  eoshe» 
eida.  (Se  nàe  vem  de  Fáfo,  cova  de  apanhar 
lobos;  ou  olheira  de  agua.) 

Foi  antigamente  da  proved(Nria  da  Guarda. 

Ha  no  seu  termo,  algumas  fontes  de  aguas 
mineraes,  taes  sfio  as  de  Vali*  de  Colwuias^ 
junto  a  GavaHeiros  de  Baixo— a  das  Vanl^ 
las,  perto  da  Castanheira  «^e  a  do  CavaUê^ 
na  margem  direita  do  Zêzere. 

Era  o  concelho  mais  nortNitaiilioeo  de  todo 
o  dísirícco  de  Coimbra,  e  pôde  dizer-se  que 
d  seu  terrftoHo  se  reduz  a  uma  serie  uie  in^ 
terrompida  de  attosmontes  e  profundos  vai*- 
les. 

As  principaes  das  alcaniilaâissimaa  seiras 
que  o  atravessam,  ou  limitam,  sao*-adalk^ 
chá  (e  tatnbem  diamada  da  Cebâlla,  e  Serrm 
Ankírella),  que  principiando  no  sino  Ag¥aê 
dê  €eira,  eegue  quasi  sempre  na  direcção  de 
S.O..  pelos  concelhos  de  Góes,  PamplllM»% 
Alvares  e  outros,  até  próximo  de  Pigaeiró 
dos  Vinhos,  na  extensão  de  60  kilometros^ 
pouco  mais  ouieaenos.  O  seu  ponto  maieeuK 
mlnanve,  é  o  Fkôho,  próximo  á  povoaçio 
d'este  mesmo  nome.  Esta  serra,  divide-se  e 
sub  divide-se  em  diversos  braços,  que  W* 
mam  differenies  nomes  e  direcções,  sendo  os 
principaes,  o  da  Lo(ietra,  ao  B.,  que  correu* 
de,  coroado  de  rochedos  até  ao  AmieinU, 
abate  aqui  de  repente,  para  dar  passagem 
ao  Zêzere;  apparecende  da  mesma  aHun, 
na  itaargem  opposta.  •    • 

Os  penedos  de  Fajão,  ao  O.,  montanha  iio*> 
tavel,  pelas  grandes  maças  de  rochas  4e 
mármore,  nuas  e  escarpadas,  que  vae  pre- 
clpitar-se  repentinamente  sobre  o  rio  Ceira. 

A  Cordilheira,  de  enormes  rochedos  cal- 
careos,  elevados  e  inacoessiveis,  qile  sepa- 
ram este  concelho  do  da  Pampilhosa  pela  & 
--•Atravessa  o  Zêzere,  e  os  concelhos  de  Olei* 
ros^  Sarzedas  e  VlHa* Velha;  e6rta  o  IkifOb  ••- 


gae  pelo  Alemtejo  e  vm  entrar  nt  Hespanba. 

A  ierra  do  Açor,  que  se  éesttci  da  EMrel- 
h,  no  mesiDO  sitio  que  a  da  Rocha,  e  eom  a 
qliái  eorre  panillela,  na  dírec^  de  N.E.  e 
S.O.,  e  na  extensão  de  36  kílometros,  atéCel 
laviza:  entra  pelos  coDceUios  d*  Avô,  Cója,  Ar- 
ganil e  Góes,  dos  quaes,  eoi  partes,  separa  o 
de  Pafao,  e  toma  os  nomes  de— s^rro  da  De- 
ffuimhra,  do  Boiando,  e  outros.  Lança  n*esle 
eoneelho,  os  braços  ou  ramos  da-— «frra  éa 
€étstafiiheiTa,  Pmtêdo  das  Águias,  Cabeço  do 
Soutinho,  e  Cabeço  Vermelho. 

A  temperatura  d'estas  serras,  particnlar- 
mente  as  mais  elevadas,  é  sommamente  fria, 
e  os  seus  cum«s  se  vêem  multas  vezes  co- 
bertos de  neve,  durante  o  inverno.  O  vento 
N.O.,  sopra  com  demasiada  frequência  n'es- 
tas  alturas,  algumas  vezes  com  grande  vio- 
lência e  frígídi^simo,  segnindo-ee-ihe  ordi- 
liariamenf^  copiosa  chuva.  Ha  dias,  mesmo 
no  estio,  em  que  se  experimentam,  a  4  ou  5 
kilometros,  calores  intensos,  emquaoto  na 
serra  se  estão  soffrendo  os  rigores  de  um 
áesabrido  inverno.  Esta  temperatura,  e  a 
Miureza  do  terreno,  extremamente  desfavo- 
rável &  vegeta^,  tem  estas  montanhas  eon- 
demnadas  a  uma  perpetua  esterilidade,  e  só 
á  força  de  grande  trabalho  e  despesas,  se  pó- 
4e,  em  partes,  colher  algum  firucto. 

Os  seus  cumes  são,  na  maior  parte,  des- 
providos de  arvoredo,  e  apenas  alli  medram 
mattos  agrestes. 

Nos  seus  profundos  e  estreitos  valles  e 
nas  encostas  menos  desabridas,  se  eneon- 
Iram  alguns  castanheiros,  pinheiros,  medro- 
idieiros,  e  outras  arvores  silvestres. 

É  a  agricultura  pois  em  pequena  escala, 
erhi-se  pouco  gado,  ha  poucas  colmeias;  e 
Bwsmo  são  estas  serras  quasl  desprovidas 
de  caça  miúda ;  mas,  em  desforra,  ha  por 
aqui  bastantes  lobos,  rapozas»  e  mesmo  ja- 
Wéos,  ou  porcos  moniezes. 

Os  produetos  agrícolas,  são  —  milho,  ba- 
tatas, feijão  (pouco),  alguma  castanha,  e  pes- 
irimo  vinho,  a  não  ser  o  das  margens  do  Zê- 
zere e  Gera,  onde  ha  também  algum  azeite. 

Ha  B'este  concelho  diversas  escavações,  a 
qoe  o  povo  chama  buracos  dos  motmos^al- 
gomas,  feitas  a  picão  na  rocha,  que  talvez 
fMuem  minas  metálicas  em  lavra»  pelos  ro- 


PEN 


6ii 


manos  ou  árabes.  Taes  são  a6  de  Semalhoso, 
ao  pé  de  Ceiróco,  a  do  Valle  do  Ouro  (de 
chumbo  e  ouro)  na  serra  da  Ponte,  já  ex- 
plorada pelos  phenicíos,  o  que  se  prova  por 
algumas  inscripções  em  caracteres  púnicos, 
gravadas  nas  rochas. 

Os  valles  profundos  que  alternam  estas 
montanhas,  são  regados  por  grande  numero 
de  fontes,  córregos  e  ribeiros,  e  alguns  pelo 
Zêzere;  mas,  se  em  geral  fertílísam  os  cam- 
pos, também,  não  poucas  vezes,  as  suas  tor- 
rentes, caudalosas  e  arrebatadas,  arrastam 
na. sua  carreira  vertiginosa,  as  terras,  vege- 
taes,  reduzindo  á  miséria  os  seus  proprie- 
tários. 

PENELLA — villa.  Douro,  cabeça  do  con- 
celho do  seu  nome,  na  comarca  e  2i  kilo- 
metros  da  Louzan,  24  kilometros  ao  S.  de 
Coimbra,  2 1/2  do  Rabaçal,  9  de  Miranda  do 
Corvo,  15  de  Condeixa,  i5  de  Ancião,  i8  de 
Figueiró  dos  Vinhos,  24  de  Soure,  24  dos 
Pedrogãos  (Grande  e  Pequenos),  190  ao  N 
de  Lisboa. 

Tem  1000  fogos,  em  duas  freguesias  (San- 
ta Eufemia  e  S.  Miguel,  archanjo,  cada  uma 
com  500  fogos). 

Bispado  e  dlstricto  administr.*  de  Coim- 
bra. 

O  real  padroado  apresenuva  o  prior  de 
S.  Miguel,  que  tinha  700jil000  réis  de  rendi- 
mento. Tinha  esta  parochia,  em  1757,  220 
fogos. 

A  mesa  da  consciência  apresentava  o 
prior  de  Santa  Eufemia,  que  tinha  iOifOOO 
réis  e  o  pé  de  alur.  Tinha  a  freguezia»  em 
1757,  150  fogos. 

Vé-se  pois  que  a  população  doestas  duas 
freguezías  tem  augmentado  em  um  século, 
630  famílias;  porém  a  da  villa  tem  diminui' 
do  consideravelmente,  pois,  chepando  a  ter 
600  fogos,  hoje  não  chega  a  ter  200. 

O  concelho  de  Penella  é  composto  de  sei3 
fireguezlas,  todas  com  2:000  fogos,  e  todas 
do  bispado  de  Coimbra  — -  são  — Cumieira, 
Espinhal,  Penella  (Sanu  Eufemia),  Penella 
(S.  Miguel),  Podentes,  e  Rabaçah 

É  povoação  muito  antiga,  como  adiante 

direi. 

D.  Affonso  Henriques  lhe  deu  nm  íoral, 
sem  data;  mas,  provavelmente  em  li3L*-« 


612 


PEN 


Bm  julho  de  ti37  Ibe  deu  oatro  (no  oval 

JÁ  SK  INTITULA  RBI  Dl  PORTUGAL.  VídO  OtlTt- 

que,  DO  fiai). 

D.  Sancho  I  lhe  deu  outro  foral,  em  Goiín- 
bra,  a  6  de  abril  de  ii98. 

D.  Âffonso  II  confirmoa  estes  fones»  em 
Trancoso,  no  mez  de  oaiabro  de  1217. 

Yeja-se  zprovidencia^  dada  por  D.  João  I, 
em  Évora»  a  6  de  julho  de  1388»  e  conârma- 
da  em  Coimbra,  a  21  de  setembro  de  1444,* 
por  D.  Pedro,  infante  regente,  na  menorida- 
de de  sen  sobrinho,  D.  Affonso  Y.  (L.«  X  da 
Estremadura,  fl.  7  v.,  col.  2.*) 

O  foral  dado  em  julho  de 
1137,  está  traduzido  em  vul- 
gar, no  maço  3.<'  dos  tembos  e 
demarcações^  n.""  1. 

E  o  que  nÍo  tem  data  (o  l.^") 
está  impresso  na  Memoria  das 
Conf.  Reg.,  a  pag.  101. 
D.  Manuel  lhe  deu  foral  novo,  em  Lisboa, 
a  15  de  dezembro  de  1512.  (L.*"  de  faraes  no- 
vos da  Beira,  fl.  48,  col.  1.*) 

Yeja*se  também  a  sentença  de  24  de  maio 
de  1540,  no  L.*  das  sentenças  em  faoer  da 
carôoy  fl.  83,  col.  2.* 

O  nome  doesta  povoação,  cem  a  eathego- 
ria  de  villa,  e  cabeça  de  concelho,  é,  pelo 
menos,  tão  antigo  como  a  monarchia.  Penei- 
la  é  diminutivo  de  Pena  ou  Pena,  que,  co- 
mo já^dtdse,  é  termo  cantabrico,  que  signi- 
fica monte  penhascoso,  ou  também  penha, 
penhasco,  etc. 

P^a  baixa  latinidade.  Pena,  significava  ca- 
beço, outeiro,  monte,  ou  rochedo.  Não  se  sa- 
be se  os  antigos  gallos  a  tomaram  dos  ean- 
tabros,  se  estes  d'aquelies.  Yinha  a  signifi- 
Cftr  o  mesmo,  n*esta  iingua,  isto  ó  —  cume, 
Bummidade,  altura,  etc,  onde  se  pôde  edi- 
ficar um  casteJlo.^É  d*esta  palavra  que  vem 
"^p^ntno.  Se  estes  cabeços  eram  pequraes,  e 
n*ellès  só  se  podia  fundar  um  forte  de  pouco 
âmbito,  davam  lhe  o  nome  de  Penella,  assim 
como  ao  pequeno  castello  que  n^elles  se  con- 
struía. (Yide  na  2.'  Penella,  o  testamento  de 
D.  Flâmula  e  a  su)  nota.) 

Está  ediGcada  sobre  uma  collioa,  em  voi- 
4a  do  s^^u  vetusto  e  desmanteliado  castello. 
^  ^pjiõe-se  que  as  suas  primeiras  fortifica- 


PBN 

çSee  dalam  do  tempo  dos  romaoos,  pob  é 
tradi^,  e  80  lé  em  alguns  livros»  qoe  os 
árabes  as  destruíram  do  prin'eipio  do  aeca- 
lo  Yill,  6  que  o  famoso  conde  D.  Sisnando» 
as  reedificou  em  1060. 

Se  este  conde  n&o  foi  o  reedifieador»  eon 
certeaa  foi  o  edificador^  e  os  mouros  o  tor- 
naram adestruir,  em  1129  (qoando  o  reiiam- 
be,  Enjtme,  velo  pôr  côreo  a  Coimbra»  com 
um  grande  exercito,  que  os  escriptorea  aa- 
tigos  avaliam  em  300:000  homens  — -  o  qo6 
me  parece  muita  gente.) 

Bsleve  em  minas,  por  espaço  de  58  aa* 
nos,  até  que  D.  Sancho  I  as  reconatruiu  6 
ampliou,  em  1187. 

D.  Diniz  |U  reparou»  pelos  annos  de  1300^ 
e,  apezar  de  bastante  desmantelladaa,  ainda 
teem  lanços  de  cortinas  e  algumas  torres  en 
soffrivel  estado  de  conservação. 

Dentro  do  castello^  está  a  egreja  matriz; 
de  8.  Miguel»  a  casa  da  confraria  do  Santia* 
simo  Sacramento,  a  residência  do  parociíft» 
diversos  quintaes,  e  o  cemitério:  além  da 
fortaleza,  que  a  tudo  fica  sobranceira»  e  4a 
qual,  provavelmente»  a  villa  tocnou  o 

Desde  os  primeiros  tempos  da  noesa 
narchia,  teve  Penella  voto  em  cortes»  cooa 
assento  no  banco  16.* 

Suas  armas  são—em  campo  azul»  trea  tor- 
res de  prata»  duas  em  cima»  e  uma  em  baixo: 
.  Foi  cabeça  de  condado»  que  D.  Affoiíso  T 
deu  a  seu  sobrinho,  D.  Affonso  de  Yaacoa- 
cellos  e  Menezes»  bisneto  do  infante  D.  Joio 
(filho  de  D.  Pedro  I  e  de  D.  Ignez  de  Castro) 
e  da  infeliz  D.  Maria  Telles  de  Menezes— {ir- 
man  da  tristemente  celebre,  D.  Leonor  Tel- 
les de  Menezes»  mulher  de  D.  Fernando  I) — 
casada  em  primeiras  núpcias»  com  D.  Álva- 
ro Dias  de  Souza»  do  qual  teve  a  D.  Lopo 
Dias  de  Souza,  8.«  mestre  da  ordem  de  Ghrts- 
to,  6  um  dos  principaes  cavalleiroa  d'aquel- 
le  tempo — e  em  segundas  eom  o  infaota  D. 
João,  que  a  assassinou  em  Coimbra»  a  S8  de 
novembro  de  1377.  (Yulume  2.%  p^g.  31^ 
col.  l.»> 

Este  titulo,  só  existiu  durante  a  «vida  de 
D.  Affonso  de  Yasconoelios  e  M^^nez^  e  de 
seu  filho,  D.  João  de  Yasconoelloa  e  Mene- 
zes; extinguittdo-se  n'este»  por  f^lta  de  4e6- 
-eendebcia. 


PEN 


PEN 


W 


I4.«  senhor  de  Penella»  o  sr.  eonde  de 
Rezende.  Vide  Rezende. 

Honve  na  villa,  um  mo6te|ro  de  frades  ea- 
pUAlios,  da  provineia  de  Santo  António,  que 
é  hq|e  propriedade  do  sr.  eonde  de  Forno» 
d^Algodres. 

'  Pol  donatário  de  Penella^  o  dnqae  d^Avel- 
10,  alé  1789,  em  eiifo  anno  perdea  todos  os 
sens  bens  e  honras,  e  a  vida  no  patibnlo,  em 
Belém,  ficando  para  a  corda  o  qae  lhe  per* 
tenela. 

O  duque  d'Atelro  herdara  este  senhorio^ 
dos  marqnezes  de  Gouveia,  qoe  tinham  aqui 
edificado  nm  palácio,  que  ainda  existe,  e  é 
actualmente  propriedade  da  camará  nani- 
eipal. 

Confina  este  eoncelho-^lo  N.,  cora  o  de 
Miranda  do  Genro— pelo  E.,  com  os  deCon« 
deixa,  Soure,  e  Andào  (este,  do  districto  ad- 
nrfnisiratlvo  de  Leiria)— peio  S.,  com  o  snp* 
primido,  de  Cbào-de*Coaee  (bo|e  Figaelfó 
dos  Vinhos— -tãmbem  do  districto  adminis- 
tmiva  de  Leiria)  —  E,  com  os  de  Figneiró 
dos  Vinhos  e  Pedrogam  Grande  (districto  de 
Ldria)  e  o  da  Lenzan  (districto  administra^ 
lho  4e  Coimbra). 

A  ena  maior  extensio,  de  N.  a  &,  é  de  i8 
Mometros,  e  largara,  de  E.  a  O.,  15  kilo- 


Ao  E.  da  villa,  está  a  serra  de  S.  João  de 
áhouckel^  prolongamento  da  serra  da  Loa- 
xan.  O  nome  doesta  serra,  ó  corrnpçao  do 
árabe— il/Catfçon — o  arco. 

O  monte  nuis  notável,  porém,  é  o  Moftíe 
é$  VeZj  onde  esteve  o  telegrapho  do  systema 
antifo,  qoe  se  correspondia  com  o  da  Volia 
éoMimtet  e  com  o  de  Aívaiázere^  ao  Snl.  Ao 
••pó  do  Monte  de  Vez,  ha  pedreiras  de  opti« 
no  mármore. 

O  território  d*este  concelho,  prodaz  com 
nimndancia — pão,  vinho,  azeite,  horUliça, 
Imctas»  e  gado  de  ioda  a  qualidade.  Nos  seos 
montes  ha  moita  caça.  É  todavia  mnito  ac- 
eidentado  e  penhascoso,  mormente  para  a 
{MTtd  occideatal. 

Moeste  coneeibo  nascem  —  o  rio  Éça^  ou 
Doeça,  e  a  ribeira  do  Espmkal^  qoe  se  onem, 
no  Campo  do  Pastor^  no  sitio  de  Entr^aguas, 
èanhaàdo  era  sen  carso,  o  ooaeettio  do  Mi- 
randa do  Corvo,  •  lúado  unirse  ao  Arouce^ 


oa  Ceira,  entre  a  aldeia  d'este  nome  e  as 
Vendai  de  CeireL 

Ás  povoações  mais  consideráveis  d'este 
concelho  (além  da  capital)  são  as  villas  do 
Espinhal,  e  de  Podentes  —  aqaella,  distante 
de  Peneila  2  Vx  kílometros  para  E.,  e  tem  o 
sca  assento  nas  faldas  da  serra  á^Alcouchel, 
sobre  recba  e  terrenos  marnosos— e  Poden- 
tes, qoe  tem  apenas  42  fogos,  fica  a  4  Icilo- 
metros  ao  N.  de  Peaelia,  e  está  maito  deca- 
dente. 

Qaando  D.  Affonso  Henríqoes,  foi  dar  a 
glori3sa  batalha  de  Oariqoe  (1139)  já  Lei- 
ria, Ourem,  E^,  Redinha,  Soure,  Pombal^ 
Zêzere,  Cardiga,  Almourol,  Cera  e  Pentfla^ 
eram  dominadas  pelos  portagaezea. 

Em  ootabro  de  1169,  estando  D.  Aflbn* 
so  I  em  Lafões,  com  seu  filho,  D.  Sancho 
(depois,  rei,  l.^"  do  nome)  e  soas  filhas,  D. 
Urraca  e  D.  Thereza,  doaram  aos  templários 
oa  eastellos  da  Cardiga^  Thomar  e  Zêzere, 
cojas  demarcações  eram-— «In  primis  per  fa- 
zem Beselga;  et  inde  per  ípsam  stratam» 
quae  vocator  de  Peneila,  osque  ad  Alfeige- 
doe;  (Alfarallos?)  et  inde  pícr  mediam  cacu- 
men  de  monte  Tancoe,  qoomodo  vertuntur 
aqoae  contra  Oze^r;  (Zêzere)  et  inde  qao- 
modo  ferit  in  pélago  de  Almeirol;  et  inde, 
per  mediam  Tagum  (Tejo)  osqne  ad  fozeaa 
de  Ozezar;  (ViiiaMova  de  Constância)  et  per 
metílum  Ozezar  osque  ad  fozem  die  JAomor; 
et  indo  per  Thomar,  quomodo  vadit  ad  fo- 
zem de  Beselga,  unde  primo  fecimus  inchoa- 
tionem.»  -^  Esta  doação  foi  confirmada,  por 
D.  João,  arcebispo  de  Braga,  D.  Pedro,  bispo 
do  Porto,  e  D.  Gonçalo,  bispo  de  Viseu.  (Vi- 
de Zêzere.) 

O  conde  D.  Sisnando,  a  quem  D.  Fernan- 
do Magno  (3.'')  ao  relhrar-se  para  LeGk»,  dei- 
xou o  governo  de  Coimbra  e  sen  vasto  ter- 
ritório^ cora  poder  absoluto,  doou  terras  e 
egrejas  aos  que  o  ajadaram  nas  guerras  «ou- 
tna  os  mouros,  como  foram  as  viUas  de  Tm- 
iugal,  Arouee,  Peneila,  Cantanhede,  e  ou- 
tras. (L.«  preto  de  Coimbra,  liv.  7,  parte  i.% 
pag;  197,  do  tom.  3.*,  da  1*  edição*) 

Proiimo  á  Portella  de  Peneila,  ha  nm  lo- 


M 


vm 


gâr,  a  qo6  chamam  Cova  dos  Mouros,  e  aa 
raiDas  de  um  pequeno  casteHoy  eHiflcadò  ao* 
bre  um  rochedo  enorme,  pelo  conde  D.  Sis- 
nando,  provavelmente  quando  fez  o  da  villa. 

Em  1860,  appareceram  no  mesmo  logar 
da  Portella,  grande  numero  de  moedas  de 
cobre  (do  tamanho  e  grossura  dos  actuaes 
patacos)  dos  árabes;  distínguindo-se  ainda, 
de  um  lado,  um  guerreiro,  armado  de  lança, 
e  do  outro  a  palavra  Marrocos.  ^ 

A  egreja  de  S.  Miguel,  de  Penella,  foi  edi* 
ficada  pelo  infante  D.  Pedro  (o  da  Alfarro- 
beira) filho  de  D.  João  I,  pelos  annos  de  i420, 
em  cumprimento  de  um  voto,  por  occasião 
de  uma  grande  doença;  que  teve  em  Aveiro: 
fondando  também  então  a  egreja  da  mesma 
invocação,  n*e8ta  cidade — então  villa. 

Fat  se  n'eate  concelho  mttito  e  óptimo 
queijo  de  ovelha,  que  se  exporia  em  gran- 
de quantidade,  para  Lisboa,  Porto  e  outras 
terras  do  reino. 

Nas  proximidades  da  villa,  houve  muitas 
quintas,  assim  como  na  área  do  seU' conce- 
lho. Na  actualidade,  as  prineipaes  são: 

!.*  QuiiUa  do  Pinheiro-^áo  sr.  loão  Maria 
Baptista  Calixto. 

2*  Quinia  da  Bouça ^ do  sr.  Ayres  6ue* 
des  Cominho  Garrido — com  óptimo  e  anti- 
go palácio,  e  com  vasto  e  fértil  terreno. 

3."  Quinta  da  Bouça  de  Cima— do  sr.  João 
de  Magalhães  Coliaço  Velaaquês  Sarmento 
Moniz»  foito  vfeconde  de  Condeixa  (!•)  a  S5 
de  outubro  de  1871— cuja  quinta  tffi  parte 
do  vinculo,  da  antiga  e  nobilíssima  família 
dos  Collaços. 

4."  Qwuta  das  Pon^a— do  sr.  Joio  Eduar- 
do d*Ahiieida  e  Albuquerque,  casado  com  a 
^>  D.  Francisca  Antónia  TodeUa  de  Mace- 
do: sendo  e^a  quinta  notável,  por  ser  o  ber- 
ço da  familia  Coliaço,  i  qual  fTerienoe  a  no- 
iN*o  fiunWa  doe  sn.  Magalhães^  da  Lonsan. 
'  A  sr.*  D.  Francisca,  era  viuva  do  si'.  José 
Téllo  de  Magalhães  CoNaço. 

5.*  Quml^  da  VouseUa-^úú  sf.  Franciseo 
de  Mendonça  Almeida  Barbarino. 
•   d.«  QukUa  do  Bnffenho-^o  sr.  doulor  Vi- 


PEN 

eente  Joeé  de  Ceiça  Almeida  e  Silva,  qiraaqu: 
costuma  vir  passar  o  verão. 

7.*  Quinta  de^S,  Frafiásco—áo  sr.  ooBde 
de  Fornos  de  Algodres.  (A  que  foi  mosteiro 
de  frades  franciscanos,  da  província  de  San* 
to  António.) 

8.«  Quinta  de  Valle  á*iinnto— do  en  D.  Jo- 
sé Casimiro  de  Mascarenfaas.  EsU  preiwie* 
dade  foi  da  nobre  familia  Alarcão. 

9.*  Quinia  dos  Freixos--^  sr.*  D.  Joam» 
Maximina  Peres  FurUdo  Galvão,  viuva  do 
sr.  doutor  Florêncio  Peres  Furtado  Gálvio. 

iO.«  Quinta  da  Chaquêda^ás^  sr.*  DwMt* 
ria  Joanna  de  Serpa  Faria  Chambel,  viuva 
do  sr.  dr.  Francisco  Augusto  Quaresma  • 
Silva. 

11.*  Quinta  do  yallê-Louro  —  do  desem- 
bargador Joaquim  Manuel  de  Moraes  deMee- 
quita  Pimentel,  e  de  sua  esposa ,  a  sr.*  D.  Ma« 
ria  Engenia  de  Magalhães  Gemes  Goilaço  ¥»- 
laaqnes  Sarmento. 


No  Espinhal,  próximo  á  villa,  ba  um 
cado  semanal,  e  tem  boas  lojas  de  emiaar* 
úo\  sendo  a  principal  d*e8tas,  a  do  sr.  Ayra* 
Augusto  Quaresma  d' Almeida,  negociante 
matriculado,  e  rico  proprietário.  É  um  dos 
mais  beneméritos  e  dignos  cavalheiroa  éo 
concelho,  ao  qual  tem  prestado  relevanltai^ 
mos  serviços. 

Em  1874,  estabeleceu  uma  óptima  fabri- 
ca de  papel  e  de  laniflcios,  no  Espinhal,  a  % 
kilometros  da  viHa  de  PenelU. 

Em  janeiro  de  1876,  chegaram  da  AHe- 
manha,  119  volumes,  com  macbinas  e  os- 
tros uiencilios  para  esta  fabrica,  montaán 
em  wn  vasto  e  excellente  edtfleio,  am  dos 
melhores  â*e8le  género,  no  distrícto  deCoipH 
bra,  e  emprega  um  grande  numero  de  bra^ 

Ç08. 

Pelas  suas  bellas  qualidades,  é  o  sr.  Qosh» 
resma,  geralmente  estimado  e  respeitarei 
por  todos  qnanios  teem  a  homra  de  o  eo- 
nhecer. 

Ha  ainda  no  concelho  outra  fabHca  de  im- 
pei, do  sr.  Luciano  Fernandes  Falcão,  da  Ri- 
beira de  Podentes. 

Penella,  ealá  ligada  por  bdas  estradas^  jf^ 
ra  as^pevoaçífes  de  aalor  imporiancilL 


vm 

Nfte  vill»  ba  doj8  e^íQMl  pobUcosi  .m  ^x- 
«eilentes  condições—-  um  é  a  cadeia,  coiq  /^ 
pcisôes^  boas  e  seguras»  e  resicleiiQia  d(x  oar- 
Mreiro^T—  o  ou^-Q,  destiimulo  ás  repartí$Òf)f 
jndiciaes,  admioídirativas  e  de  (azepda. 

O  tribunal  jadicial,  óJtK>iu,  e  tem  duas  sa- 
las contíguas,  p^ra  joraAos  e  tes(eq:M»ohas. 

,  PetulkL,  é  também  um  appellido  nobre 

4'esiextino»  tpmado  d^eata.villa. 

,  Kã0  se  sabe  qiiem  d'e|le  usou  primeiro. 

Ktt  17P0,  vivia  eíock  Tavira  (Algarve)  âM' 
tonio  Rodrigues  Penella. 
.•  Sinas  armas  eram-t*em. campo  de  (luryú- 
ta»  AiPinbas  d*ouro^  eo»  4Qas  palla9. 

Outros  Penellas  usau^-rea^ado  esquartel-» 
lado— no  i.*"  e  4.^  «is  armas  d»  Portugal;  no 
Jk%ras.dos  VasQonceUo»  Yit^s  boboa,  e.no 
S."  as  dos  condes  de  Vailença— elmo  de  aço 
ahertoj  e  timbre  um.  }«bo»  dnsarma^^os 
YUkis-Loboe. 

Hí^foies,  é  um  appellido  nobre  ai^  Por- 
tOgaU  ipmado  da  cidade  «  reinq  de  JK^poles^ 
na  lialía... 

.  fassou^a  estie  nsino,  na  pessoa  de  IX  £s- 
itovam  de  Nápoles  (Qlho  do  infanta.  D.  Joa^ 
de  MaiK>les)  no  reioadf  do  n^sso  D.  Affen- 

aoiy* 

AchoQtse  jga  batalhado  Selado  (30  de  ou- 
tubro de  i340.)  I  / 
.  Foi  #w  filbo,  hetms^  fisgam  A^  Ná- 
poles, que,  o  jnesmo  eoberai^o  l^a  h^  v^ 
sallo,  e  lhe  deu  o  senhorio  das, Tílias  de  Cêc^, 
i^cn^Mu  o  da  cidade  de  Qjdmtnni  ^  de  t^da 
a  Yêigtk  4$  Sunla  Maria;  p^o  qpe».  miUtm 
fkmBm^  dweendentfia  iomfcmi  o  ^^pf^* 
4»  de  Veiga.                             .,.t,  . 

Leonardo  Estevam  deNapoles^oaspocoipi 
D*  Marprida  Amies«  0|ha  ^  CQRd^  D.  ^eâo 
M^W>  TeUo  de  MMnejufttt,.B  leve  da^eep- 

Suas  armas  sao-T^eecudQ  ^^Qart^l|ador' 
00  L\^  4*%  do  purpurai  águia  d'oiu'o~rno 
%f  a  3«%  d'asal|  3  iBores  de  liz,  de  purc^  ep 
KHffí^U^T^lim  4'aç9»aberU)i-tímbrei  a  agpia 

VaêconcelloSf  de  P^ft«//a--appeHi4o  nobre 
d'este  reino.— S9a^  ^tWk  9^7:Tf^  ím9m 


?m 


m 


do^  fenellêis,  potts  im  ?i  mesn^a  pro^den- 
oia  e  nobres^. 

P£N£LLl«-ylUa,  3eira  Alta,  comarca  de 
S.  João.  da  Pesqueira,  concelho  de  Penedo- 
no  (foi  da  comarca  de  Taboaço,  concelho  de 
Trovões^  supprimido  em  33  de  outubro  de 
1855)  40  kilometros  de  Lamego,  340  ao  N. 
de  Lisboa. . 

.  Tem  270  fogos, 

OragOi  Nosfs  Sfnhura  do  Pranto. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra* 
tivo  de  Viseu. 

É  povoação  muito  antiga,  e  parece  que  já 
existia  como  parochia  em 960,  como  Repro- 
va pelo  testamento  ípiíQ  n'esse  anao«  per  D. 
Fiaipvla,  sobrinha  da  condessa  MsmadKNia» 
de  Guimarães,  no  qual  deixa  a  sua  alma  por 
herdeira  da  sua  muita  fazenda,  que  toda 
mandou  repartir  em  obias  pias— «El  iniair 
cale  nihil  transferre»»  (I)— e  continua— tOr- 
dinamus  nostros  Gastellos  esse  Trancoso,  M(h 
raria,  Latiffrovia,  Naumám,  Vacinakif  Ánnn^-^ 
dti/a.  Pena  de  Dono,  Alcobria,  Semonelli» 
Caria,  cum  alias  Penellas,  t  et  populatMra^ 
qoae  sunt  in  ipsa  Stremadura:  omnia  ven- 
dere,  et  pro  remédio  animae  meae,  captivoi^ 
el  per^inos,  et  monasteria  distribuere.  ia 
ipsa  Terra.»  (Doe,  de  Guimarães,  de  960.) 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  no  I.* 
de  jnnho  de  1514.  (L.*  dos  jforaes  novos^  dm 
JSa^r^<2iira,.íl  98,  coL  1*) 

fi  terra  fer^til. 
,Foi  senhorio  dos  marqueses  de  Marialva. 

JPENfiUA— Minho,  titulo  legal  de  um  eqa* 
ae^ho,  que  existiu  na  extincta  comarca  de 
Pico  de  Beg^ladoiv  ^^ndo  supprimido  o 
pQQQpiba,  pfW()u  i^fçirãtaff  pi^ta  do.de  Pi* 
CO  de  Regalados,  e,  sendo  ^ste  concelhio  e 
«onHiroa lambem  aapprimiiios,  pfisspua ser 
ca|ieça..d<)^  Bovo  concelho  e  comarca  ape^ 
Vfaçâo  de  Villa* Verde,  np  arcebispado  edia» 
tricte  administrativo  de  Braga» 

'  ^  Aqa%  daratMBite  ae  vé  que  os  nossas  á»- 
Mgos  davam  o  nome  de  Penella^  não  só  ap 
cabeço,  como  a  qualquer  pequeno  ca&tello, 
ou  castellêjo.  Alias  Penellas,  na  minha  opl^ 
ftilo,  quer  4}feer--eiiNt)f  ciurWM  âè  fnenos 
^MfMTíiificM^f  «|io  jque-êó  mmmk  eaptbip 
eipaes. 


6i6 


ÍEN 


Ti.  ttanoel,  dea  foral  a  PédeRi  tm  tis* 
boa,  a  6  de  outubro  de  I$i4.  (L*  áas  faroti 
novos  do  Minho,  fl.  4iv.,  eol.  1*)- 

Senre  esie  foral,  para— PenelU,  AreokéN 
lo,  Ihias-Egrejas,  6ai9,  Oodiubaçof,  Marau^ 
cos,  Portella  das  Gabtad,  Régoím,  Rio-Máti, 
e  S&titò  Thyrso. 

PENELLA  DE  DOM  JOÃO  DE  GASTRO— 
Hinho,  conto,  que  existiu  na  antiga  comar- 
ca de  Barcellos,  ao  qual  D.  Manuel  deu  fo- 
M,  em  Lisboa,  a  20  de  junho  de  i6i4.  (£.<> 
ie  foraes  novos  do  MinhOy  fl.  43  y.,  col.  %*) 

SerVe  também  para— Asnaes,  Duas^Egre- 
Jás,  e  Foméllo!!.      ^ 

PENBLLAS— Vide  Ma(fueijú. 

mXEJL  D'AGIIiA— freguesia.  Beira  Daixa, 
eoacelbo  de  Figueira  de  Gasteilo  Rodrigo, 
comarca  e  bispado  de  Pinhel  (foi  do  mesmo 
eoncelho,  más  da  comarca  de  Trancoso)  78 
Icflometros  de  Lamego,  360  ao  IC.B.  d^Lisboa. 

Tem  90  fogos. 

Em  1757  tinha  64  fogos. 

Orago,  Nossa  Senboral'da  Pnriíicaçio  (das 
Candeias.) 

Distrleto  administrativo  da  Guarda.  (Foi 
4a  bispado  de  Lamego.) 

O  papa  e  o  bispo  apresentavam  alteraa- 
tlvamtnte  o  reitor,  que  tinha  401000  réis  t 
o  pé  de  altar. 

^  Entre  esta  freguezia  e  a  dé  S.  Miguel  do 
Colmeal,  mas  em  território  d*esta  nilíiiià^{qub 
era  annexa  áqu^Ha)  eètA  a  èapella  de  Nossn 
Senhora  de  Monforte. 

Está  este  templo  a  uns  300  metros  ao>  O. 
Ho  rio  Cda,  e  é  vasto  e  antlquissimé,  o  está 
em  logar  ermo  e  solitário,  ficando-ihe  a  6 
Ulometros  a  povoação  mais  pyoxima.  ' 

Nlo  se  sabe  por  qtiem,  nem  quaád^foi 
Timdáda. 

Ao'  8.  dta capeffá,  se  vé^eiA  ttÉo tesojias 
Tflliia^  de  um  forte  castello  "dé  caníarfa,  que 
ee  diz  cfaamar*se  Mofíforte,  6  que  deu  ô  ti^- 
tnloá  Senhora.  .  ■ 

Nio  só  08  povos  imnediatos,  mas  também 
«  de  i^InheV  Castello  Redrifd;  e  :oitA)s, 
leem  grande  devoçio  eom  estH  Senhoraj  e 
Iba  Caaem  muitas  romarias. 

A  sua  festa  principali.  se  foeluipa  faier  i^ 
•tak  de  iMeveívo^-e-é  aempreumiteeoaoor* 
lida. 


Penha^  é  tàmbeto  appellido  nobre  tMò 
relho. . 

Yein  de  Hespanha— -da  cidade  de  Saia- 
nanca  (Léào)-^mas  Albergaria  nfte  êiM 
quem  o  trouxe  a  Portugal 
'  Begistou  suas  artbas,  confirmadas  por  D. 
João  Hl,  a  t!  de  maio  de  1527---eio: 

Em  campo  verde,  águia  negra,  bicada  e 
armada  d'õuro,  senftada  sobre  uma  penha^ 
com  um  besanCe  de  ouro  no  peito,  canega* 
do  de  uma  cruz  de  Calatrava-^mo  ^'aço» 
aberto,  guarnecido  d'ouro;  e  por  timbre^  a 
águia  do  escudo. 

m  Cáceres  (Hespanfaa)  veiu  para  Portu- 
gal, D.  Álvaro  da  Penha,  que  casando  n^eM 
reino,  leve  suecessio. 

Usava  das  mesmas  armas. 

PCNfiA  DE  TRANÇA— tide  4.«  vol^  pa«. 
Ml,  col.  !.• 

PKHHA  DE  FRAMÇA-^Douro,  antigo  siu^ 
ctuario.  Junto  à  villa  dllhavo  (3.*  voL,  mg. 
386,  col.  i.*) 

O  Mspo  de  Miranda,  D.  Manuel  de  MObra 
(que  fatleeeu  no  flm  do  seeulo  XVII)  tau- 
dou  em  uma  seu  quinta,  cliamada  dajBIr- 
tniãa,  um  templo  que  dedicou  á  SantisslBi^ 
Virgem,  denominado  da  Penha  de  Ffim^ 

E'  hoje  a  vasta,  formosa  e  rica  proprie- 
dade e  grande  fabrica  de  porceliana»  4a 
Vista  AUffre,  dos  srs.  Pintos  Bastos. 

Vide  Vista  Alegre. 

tEÍlHâ  DB  ntiíNÇA-^iogar  da  f^gOetía, 
e  a  3  kilometrõs  da  viita  da  Crrandola  (loL 
3.«,  pag.  317,  t5òl.  !;•) 

Esti  aqUf  a  capella  de  Nossa  Senhora  da 
Péràú' de- Pran(a  (que  dá  o  nome  ao  filio) 
Mífleada  D6  legar  onde  os  romanos  faaviana 
construido  um  castello  ou  ataiaya;  lio  què 
ba  vestígios. 

Qoiiêta  4ué  4aí  Indivíduo  da  <l»ânSloIh, 
que  estava  na  Indlé,  mkndára  de  tá  a  Santa 
imagem,  e  parece  que  também  dinheM  pa* 
ra  se  lhe  taèir  a  eránida. 

Ha  fcequt  um  grande  rúlanaèeial  (Ou  Álhó^ 
^  agui«  éhamaèo  BèrbolegãOf  que  togo  b» 
aeu  prinblplef  Um  •  moer  vários  moléliék»  e 
forma  o  rio  Arção^  que  vae  morrer  iio  Sã» 
do,  acima  de  Alcácer  do  Sal.  (Yd.  I.%  pag. 
419,«oLÍ.>) 

•^de  também  DnM^orAa 


mu 


vm 


617 


Os  prior«8  ée  Pilmélto  (Ai  ordem  db  S. 
Thiãgo)  fbteroiaiii  na  freguezia  da  Grattdola, 
Atea^r  dó  8al,  e  Ifertola,  oh  poderes  qiiasi- 
elkiieofnes:  caiiio  ò  fatiam  os  prforas  mò- 
res  da  ordem  de  A^fs,  nas  Tílias  de  Itoa- 
dar,  e  Barraiieos— sendo  pois  a  Grândola, 

'  fEMHá  7BIA--fJregQeJE!a(  snpiH^imida,  Eei' 
tâ  Baixa,  no  bispado  da  isoarda. 

Em  I7ST  Hnha  65  fogos. 

Era  seu  orago,  Nossa  Senhora  da  AssaU" 
pçSo. 

A  mitra  apresentava  o  prior,  qne  tínha  de 
rendimento,  4  aOffOOréts. 

Mu  da  Goarida  6  liilometros  e  de  Lis« 
boa  (aò  E.)  3t5. 

nilSA  PIBIr— vide  o  !.•  Bastuço. 
'  nNHA  F011VB--Tide  Lamegal,  a  pag:  33, 
eol.  !.*,  do  «.•  tòl 

A  fk«i[iiiezia  de  Lamegal,  é  mnito  an- 
tiga. 

Era  do  padroado  dos  bispos  do  Porte,  e 
M  para  a  eoiKto;  por  troea,  feita  em  1350, 
entre  ò  rei  D.  Aflbnso  m  e  o  bispo  do  F6r* 
tò,  D.  Vicente,  e  o  séa  cabido,  qne  ree^be- 
ram  a  egref a  de  S.  Ghristo^  de  CabanSes 
(Orar.) 

PElfHA  BáRGIA-^lá  eslà  em  PêM  €ar* 
ela. 

FSNHA  LOIWA  ^  fi^egnesia,  Donn>,  eo- 
marca  e  coucelho  do  Marco  de  Ctnateses 
(antiga  comarca  de  SoalhSes  e  concelho  de 
Bem  Viver,  ambos  sapprimidos)  54  ttiloése- 
tros  ao  N.B.  do  Porto,  330  èó  N.  de  Lis* 
boa. 

Tem  310  togoí. 

Em  1757  tihha  fM  fogofr. 

Orago,  Santa  Varia  (Nossa '  Sénbelra  da 
Assumpção.) 

Bispado  e  districto  administrativo  do 
Porto. 


1      t 


O  mosteiro  benediciino  de  Paço  de  SM- 

za,  apresentava  o  abbàdt,  eolliído,  qne  linha 

1 :  100^000  réis  de  TenditaeMOi 

'  SoQve a<n<i a  ^asaé  torre,  onde Vlvetf B. 

Pedro  de  Castro,  l.«  senhor  de  Bem  Vl^^ 

.  .£'  terra  'levtiiem  todoa  os  géneros  do 
DOise  pailE,  #  o  se»  vinho  (eeifeb>o  da  fre* 
guexia  immediata-*Po(o«  de  G<tí6h)  péâlO 


ser  verde^  é  de  óptima  qualidade,  e  mnito 
snperior  ao  melhor  do  Rkm  (Rheno)  que 
tão  ItoMio  se  tornos  em  toda  a  Europa. 

Pica  esta  freguetia  situada  sobre  a  mar* 
gem  direita  do  Bouro,  em  terreno  bastante 
aceidentado,  e  em  frente  daeomarca  de  Sln- 
fães,  que  lhe  fica  ao  S.  e  S.E.,  na  margem 
oppesta* 

PEMEâ  L01ltlA*-(BxCPsmadura-^m^ra) 
Vide  voi  t.%  n  pag.  302,  coL  l.« 

P£NHiO  e  PllfHiO--Como  Cevêllo  e  Cu* 
bêlUh-^Paçoe  e  Pa$ies--^PeHh(U  e  PínAo/—- e 
ontffos  mais  nomes  de  povoações,  montes  e 
rios-^aeham*9e  cenfondídos  em  todos  os 
nossos  dleeionarlos,  historias  e  outros  li- 
vres; de  maneira  qne,  só  com  a  inspecção 
das  localidades  se  poderá  saber  o  nome,  se* 
não  de  todos,  da  maior  parte. 

Fetí^ãa^  vem  de  penha;  de  qne  é  augmen- 
Utlvo-^islo  é-^-peiha  grande. 

Piákãú^  tedoe  sabem  que  é  o  fmcto  do 
pioheiro. 

Como  não  sei  em  qual  das  duas  palavras 
heide  eoUocar  estes  nomes,  e  como,  peia  sua 
eitençâo,  este  volume  tem  de  partir-se  no 
fim  de  PB^remetto  o  leitor  para  as  pala- 
vras ramAO  -^  ainda  que  estou  persuadido, 
que,  na  maior  parte  dos  .caso»,  se  devia  es- 
crever  penhâo  em  vez  de  pinhão. 

Pélas  mesmas  razões,  passa  Penhançoi  pa- 

Wm  flWUiJIÇlWk 

PBMHA  vniDE-^vide  Ctnini. 

PENHAS  (mosteiro  das)-«vide  MaUeei- 
nhoe,  a  pag.  144,  coi.  1^ 

PBNlCm-^vilh^  Extremadura»  praça  de 
armas,  cabeça  do  concelho  do  seu  nome,  na 
comarca  daa  Caldas  da  Raioha,  d'onde  dis- 
ta 30  kilometros  ao  O.»  10  ao  M.  d'Obidos, 
70  a  B.O.  de  Leiria,  43  ao  O.  de  Rio-lÍaien 
t»  ao  O.N.(X  da  Lourinhan,  36  ao  aN.O. 
dè  Torres  Yedras,  03  ao  O.N.O.  de  Lis* 
boa.' 

Tem'  «10  fogoe»  em  3  freguesias  (Nosa 
Senhora  da  Ajuda,  350— Nossa  Senhora  da 
Goneèifão,  f4IM».  Pedro,  »0.) 

Em  f757  INlba  êõK  fogos. 

Patriarchado,  districto  admioistralivo  de 
Leina/  '       '     *•• 

Bétâ  em'  3#p  t4'  de  hi  N.-^  1*  de  long 


€18 


PEN 


wm 


O  geral  dos  cone^pos  secalarei*  te  &  Joio 
STAogelifltA  (loyos)  como  friw  áô  oonvevla 
de  Sào  Leonardo,  da  TiUa  d'Atottgiiia  da.  Ba* 
kk,  apre^rentava  o  cura,  que  tinha  IQ&JíOOO 
iiéia  de  reodimento. 

TSDba  esta  paroebia,  e»'  1757,  S64  fo* 
gos. 

O  psesmo  geral,  e  pela  mesma  razão, 
apresentava  o  cara,  da  fregttenia  de  8.  Pe- 
dro, apostolo,  que  tiiiba  também  IQDMW 
réis  da  rendimento. 

£m  4757,  tinha  )07  fogos. 

O  mesmo  geral,  e  pela  mesma  razão,  apre- 
sentava o  cura  da  freguezia  de  Ifossa  &9* 
nhora  da  Conceição  (que  tok  primeiro  da 
invocação  de  &  Sebastião)  o  qual  tinba 
7OM0O  réis. 

Em  1757  tioha  I8i  fogea^ 
•  Todas  esta^  trez  fregueziaS'  estão  aetivtl- 
mente  sendo  parocbiadaa  por  um  «ó  prior, 
o.  reverendíssimo  sr.  Luciano  Pinto  Barata 
Mendes.  < 

O  concelho  de  Peniche,  .oomprebende  eia* 
ee  freguezias,  todas  no  patnarchado  — São 
ae  três  da  vii|a,  a  de  Atougo/à  da  Baleia  (que 
feí  cabeça  de  concelho)  e  Serra  d'SI«AeL-^ 
Todas  com  1:650  íogos. 

'  Está  a  villa  situada  .sobre  uma  península 
fortiflcada,  na  cosu  do  occeano  ettamice^ 
com  um  porto,  chamado  de  GaboMê,  para 
émbareaçdes  de  pequeno  lole. 

Tem  estação  seraapheríca,  no  cabe  Cor* 
vmro,  que  é  a  ponta  mais  oecidMtnt  d»  pe- 
ninsula* 

D  isthmo  que  une  Peniche  á  terra  firme 
(coro  um  perímetro  de  7  kilomeiros  de  n* 
tenção,  e  n  área  corre8poiidefte).é  formado 
de  areia,  que  as  aguas  do  ioar  cobremyquar 
ai  totalmente  nas  aifwu  rtooy;  e  de  todo 
nas  grandes  marés,  ficando  por  algumas  Mf 
ras  a  praça  transformada  em  venliid^ira 
ilha. 

Tem  e  isthmo^  dois  kilomeUM  de  eomprii 
do,  de  E.  a  0.—^  uns  iOOmeires  4e  laii^o, 
ée  N«  a  Sul. 

A  península  tem  uns  8  kilometnoia.  de 
wcnmf<»7Bnciar  ^  á  excepção  da  iMite  dftE., 
por  onde  Intcsta  com  o  isthmo  (que  aii^ 


apenas  4M  metros)  em  tqdaa  ei^psão  910 
kMmha  o  ecee^no,  é.  a  sua  oosjta  formada  de 
rochedos,  em  qnasi  toda  a.parte  ooriadosa 
prumo^  iendo  apeo^  umaa  pequenas  qae« 
bradas^  a  que  chamam  potrioi^  ou  camei* 
ras. 

Principiando  pela  enceada  do  N.,  em  Pe* 
nidie  de  Ci$nay  mencionarei  os  pontoe  que 
formam  esta  enreUa  de  rochedos  (calcários 
e  pheldâpathieos)  que  cireumda  ^.pr^ç^  e  a 
povoado. 

Encontra-se  primeiro,  o  baluarte  desman* 
tellado,  de  S.  Vicente^  a  Fôze((^  o  hainarte 
da  Cambóa  e  o  forte  da  ImZp  ao  of^te— o 
pontal  da  Pafdd,  ao  0.  i(.0.  tr-^sefue- 
se,  ao  O.,  Porto  da  Areia  do  Nowte^  Po9í^ 
ta  do  Tro9àOf  Se/rro  4o  Cão^  e  o..peniUil 
do  Cabo  Carvoeiro,  em  f^^eda^^i^- 
gas  (que  ficam  li  kilomfirpaa  OO  Estrel' 
laSf  e  Farilhões,  que  ficaqi  ^  O.  daa  Ber- 
lengas. 

Ao  S.p.  e  S.,  ficam— o  Carreiro  4o  Cabo, 
Carreiro  da  Freirmha^  Carreiro  de  Jaumê 
(eu  de  Joatme,  ou  de  Jafma\  Porta  fia  Areia 
do  Sul^  Carreiro  dos  Cortiçaeíi^  e  o  fiarrei- 
ro  Fedorento,  que  é  projLimo  à  cidadell^ 

Em  seguida,  roas  já  ao  S.E.  (porque  aa* 
damos  eo^  volta  da  peninsmia,  qne  tem  uma 
forma  mais  ou  menos  elíptica  i)  fica  o  for- 
te de  Cabofuu  (jonio  â  ci^aiieWa)  e  o  fforto 
lio  mesme  nome. 

A  ville  tem  algtimaa  ruas  largia  e  eapa* 
cosas,  gparn^toidas  de  b^a^  casa^  algumaa 
de  apparencia  muito  elegante. 

A  egreja  de  S.  Pedro,  é  om  teouplo  vasto 
e  sumptuoso,  e  o  melhoii  d^.villa. 

(Adiante  4r4M  d*elle  wi^  circsunataQAia- 
damente.) 

Gomo  a  povoação  está  toda  d*entro>  4m 
raui^dhas,  produz  apenas  algiAnas— poucas 
-'-hortaliçaste  pouco  niais. 

Tem  porém  firandee  vinhas^  que  proda- 
sem  optíme  vinho  branco»  e  ^m  muita  ab^- 
4^eia»  .     ,     .      .  , 

1  Esta  península  tem  a  configuração  de 
xm  eorai^,H0Q|a  parte  superior  ^e  ntbáno) 
oiha-paea  Mi*-^  a  infeaier  ^laho  Carvaeiffa) 


t  Se  oê  proprietários  de  tí- 

shaede  Peniche,  tivessem  mais 
cuidado  Das  viodíiDas  e  esco- 
lha das  uvas,  o  seu  viaho,  se- 
ria um  dos  melhores  (seuào 
o  melhor)  do  sul  do  reino,  e 
mesmo,  muito  superior  ao  da 
Bairrada,  pois  tem  maior  grau 
de  alcoolisaçâo,  e  ó  mais  odo- 
rífero. 
Não  produz  vinho  tinto. 
Gompram*fle  todavia  aqui  todos  os  géne- 
ros agricolae  por  baixos  preços,  poiá  vem 
de  muitas  povoações,  todas  férteis^  qae  lhe 
ficam  próximas. 

No  verão, ,  ha  aqui  abundância  de  bom 
peixe,  do  mar,  que  se  vende  baratíssimo, 

No  inverno,  porém,  ou  quando  ha  tempo- 
ral ha  só  peix^  salgado^  popco,  máo  e 
çaro.^ 

.  E'  celebre  esU  villa,  pelas  primorosissi- 
mas  rendas  que  as  mulheres  d'aqui  íabri- 
eam^  e  que  se  exportam  em  grande  escala 
para»  Lisboa  e  outras  terras,  e  ainda  mais 
para  o  Brasil,  onde  muitas  são  vendidas  co- 
mo rendas  de  Âknçon. 


E*  incontesuvel  que  Peniche  e  as  Ber- 
lengas,  são  habitadas  desde  os  tempos  pre- 
historicos. 

Pomponio  Hella  (geographo  e  historiador 
bespanhol)  diz  que  na  Lusitânia  havia  uma 
ilha  chamada  Carteia  ou  Erythia^  que  foi 
liabitada  por  GériOè,  e  que  a  esta  Carteia 
#e  mudou  o  nome  para  Berlenga. 

Já  disse  a  pag.  132,  eol.  2.',  do  2.»  vol.— 
que»  em  rasão  de.se  acharem  tantas  Car- 
Mas,  desde  o  Estreito  de  Gibraltar,  até  á 
nossa  actual  Bxtremadura,  e  todas  no  Hto- 
jral,  me  parecia  esia  palavra,  mais  nome  ge- 
aerico,  do  que  próprio  de  uma  povoa* 
(ao. 

lolgo  que  carteia  significava  cidade  mari- 
Uma, 

O  mesma  Pomponio  llella,r  Ptolomeu  e  ou- 
4rM  eseriptores  antigos— que  alguns  moder- 
nos seguiram— sustentam  qtie  o  nosso  con- 
tinen^  se  prolongava  até  às  ilhas  da  Madei- 
ra e  Porto-Santo. 


fm 


m 


Alguns;  hindo  mais  longe»  dizem  que  era 
unido  à  Americal 

Outros  sustentam  que  a  famosa  Ilha  Mlan^ 
tida  era  primeiro  uma  península,  com  a  lar; 
gura  que  medeia  entre  o  Cabo  da  Roca  e  Pe* 
niche  (ou  mesmo  até  Óbidos)  chegando  até 
á  Madeira. 

Que  um  catacUsmo,  em  eras  remoti^- 
mas,  separou  esta  península  do  continente, 
e  mais  tarde,  outro  cataclismo,  ou  um  me- 
donho pheoomeno  plutonico,  subverteu  to- 
da esta  immensa  ilha,  deixando  apenas  as 
Berlengas,  Porto-Sai^to,  e  Madeira,  por. se- 
rem formadas  de  rochedos  mais  sólidos, 
que  poderam  resistir  ás  convulsões  do 
solo. 

Dois  fundamentos  aprese«ntam  0$  doesta 
opinião — o  primeiro  é  o  corte  perpendicu- 
lar das  rochas  do  litoral,  que,  na  verdade^ 
parecem  ter  sido  divididas  por  uma  podero- 
sa acção  plutonica— -2.%  é  a  identidade  da 
natureza  das  rochas,  da  terra,  e  das  -plantas 
da  costa  portugueza,  com  as  d*aquellas  duas 
ilhas. 

A  geologia,  que  tantos  e  tão  grandes  ser* 
viços  tem  prestado  ás  outras  scieocias  em 
nossos  dias,  e  só  ella,  poderá  verificar  oi| 
negar  a  existenôa  d*esta  terrível  depressão, 
ou  submersão,  talvez  antediluviana. 

Deixarei  pois  esta  questão  a  pessoas  mais 
eompelentea.  (Vide  Península,) 

Deixando  os  tempos  pre-historicos,  os 
Geryões,  as  Carteias  e  ErythiaSf  tratemos 
de  Peniche,  desde  que  ha  memorias  escrl* 
ptas. 

Notemos  porém  que  no  Carreiro  da  Fnr* 
ninha^i  beiramar— assim  ebainado,  eoi 
rasão  de  ter  uma  oayerna  ou  gruta  —  teffi 
ayparecido»  mesmo  denuro  da  furna,  ins- 
trumentos de  pedra,  da  edade  primitiva 
{ãdade  de  peara)  que  provam  ter  estes  sí- 
tios sido  haUiadoa  por  povos  p re-celtas. 

Os  nossos  antiquários  dão  a  esta  viUa 
a  origem  segnini^: 

Pelos  annes  do  mundo  3d4i  (63  antes  de 
Jesus  Christo)  varias  famílias  lusitanas»  fii- 
gindo  ás  craeldadea  de  Júlio  Gesar  Augusto 
(que  então  veia  ás  Hespapbasi  como  iqtusi* 
tor  de  Tuberon,  e  que  commetteu  as  ntaiCN 


6S0 


PEN 


PfiN 


reft  atroddades  contra  os  lusitanos»  no  in- 
terior  do  paiz;  cm  quanto  as  suas  fròlas 
invadiam  o  litoral)— se  aeolheram  a  este  si- 
tio, por  ser  escabroso  e  de  fácil  defensão  e 
resistência;  porque  entlo-^segundo  estes 
escriptores,  e  o  que  nada  tem  de  inverosi- 
mil— Peniche  era  uma  verdadeira  ilba,  nao 
existiodo  a  lingua  de  areia  que  tioje  a  une 
ao  continente. 

Os  lusitanos  fundaram  aqui  uma  povoa» 
çb,  e  aproveitaram  as  defezas  naturaes  da 
Ilha,  obstruindo  com  grandes  penedotf  os 
pontos  acoessiveis  da  costa. 

Tinha  a  povoação  20  annos  de  existência, 
quando  Júlio  Gesar  tornou  â  Lusitânia;  po- 
rém Já  nao  era  o  feroz  inimigo  d*este  povo 
semi-barbaro,  mas  valente  e  brioso. 

O  tigre,  transformara-se  em  cordeiro,  pro- 
curando com  blandícias  captar  a  amisade 
dos  lusitanos,  e  fazer- lhes  esquecer  as  pas- 
sadas crueldades  que  contra  élles  havia 
exercido. 

Deu* lhes  foros  e  privilégios,  entre  elle9,e 
de  direito  de  cidadãos  romanos;  pelo  que 
lhe  foi  &cil  adquirir  a  amisade  e  gratidão 
tfestes  povos  ingénuos,  que  até  lhe  erigi- 
ram estatuas. 

Foi  assim  que  a  povoado  de  Peniche,  nio 
sé  se  conservou,  mas  ainda  augmentou  e 
prosperou. 

8nppõe-se,  com  bons  fundamentos,  que  o 
seu  primeiro  nome  é  o  que  ainda  conserva, 
sem  a  minima  alteração. 

Peniche^  na  lingua  lusitana,  e  mesmo  no 
portuguez  antigo  (e  ainda  hoje  em  Hespa* 
nha)  significa— ^arco  pequeno. 
'  A  simiihança  do  nome  com  a  palavra  la- 
tina penmsHÍa  <quasi  ilha)  e  o  ser  actual- 
mente uma  verdadeira  península,  faz  acre- 
ditar a  muitos  que  Peniche  é  corfupçio  de 
península. 

Contra  esta  opinião  oíTerecem^se  trez  con- 
tradlcções— i.*,  é  que  península  é  nome  ge* 
Mrico  e  não  próprio — ^  quando  muito  de- 
via preceder  o  nome  da  povoa^— enmo 
ainda  hoje  dizemos— -Penhwota  de  Penièhe 
-*4'enioÀila  Ibérica— Peninsniá  Itálica,  eto. 
^-0  devia  portanto  ter  wà  outro  nome  que 
lhe  fosse  pivprio,  o  qtte  ainda  ningoem 


1*— E'  que  qtiando  te  ftindou  a  povoa^ 
não  era  península,  mas  ilha.  ^ 

3.*— E'  que,  de  certo  os  lusitanos  não  ado» 
piariam  um  nome  romano,  para  a  sua  nova 
povoação. 

Também  não  acho  protabllidade  á  opi« 
niao  que  pretende  derivar-se  Peniche  das 
duas  palavras  pen-iMuta-^Uha  de  rochedos: 
porque— pm  é  cantabrico,  e  não  é  verosímil 
que  juntassem  esta  palavra  á  de  intuía,  que 
é  latina. 

Devemos  porém  confetsar  que  o  nome  ó 
apropriadíssimo,  porque  Peniclie  éra  uma 
ilha  de  rochedos. 


Yi  e  examinei  minuciosamenie  este  tracto 
de  terra,  e  a  não  ser  um  poço  chamado  ho* 
Je  fmie  do  Roiario,  que  tem  todos  os  íodí- 
cios  de  ser  construcção  mourisca,  nada  achei 
que  nos  certifique,  ou  faça  suppor  que  oa 
árabes  aqui  habitassem. 

Também  não  achei  o  mais  insignificante 
monumento  que  me  parecesse  gothieo. 

1  Estudando  e  conferindo  os  antigos  geo- 
graphos  e  historiadores,  Strabao,  Ptolomeu 
e  Pompooio  Meila,  vé-se  que  o  litoral  da  Lu- 
sitânia tem  passado  por  alterações  muito 
sensíveis— por  exemplo  —  Tavira  (a  antiga 
Balsa)  era  na  costa  meridional,  e  hoje  está 
a  4  kilomelros  do  Occeano. 

CaceUa,  que  era  a  um  kilometro  da  praia, 
está  hoje  quasi  toda  submergida  pela» 
areias. 

Mais  ao  O.,  desde  a  actual  Q^eaieira  até 
AlbnfdíFar  o  OBAr*  destruindo  os  areaea  da 
coí^ta,  foi  cavando  uma  espécie  de  encead^ 
de  uns  14  kilometros  de  comprimento,  e  de 
unS  500  metros  de  largura  no  centro — o  suf* 
ficiente  para  submergir  Uma  cidade  anti^ 
qotssima,  a  que  também  vulgarmente  se  dá 
o  neme  de  Carleia.  (Yol.  l%.pag.  132,  coL 
l.M 

O  Vkus  Spachorum,  dos  romanos  (Yòz  do 
rio  Ancora)  era  junto  da  ponte  de  Abnadina 
— prbximo  à  egreja  matriz  d' Ancora— o  mar 
entuplu-a  com  areia,  e  o  rio  abriu  uma  no* 
va  sabida,  junto  ao  actual  fo)iedoۋo:  pas- 
sados annos  (talvez  séculos)  ot»truiu-se  ain- 
da este  eanal,  e  o  rio  abriu  outfo,  próximo 
smà: forte  da  t^^farteira^  e  a  aomal  foc  fica  a 
qoasi  um  Ulopaetro  alem  da  antiga. 

O  mesmo,  com  pouca  dilTerença,  aconte- 
ceu á  famosa  Létobríga  (Tróia)  na  foz  do  Sa- 
do, etc  (Vide  ainda  Peninsula.} 


; 


PEN 

OoardâDdo  a  deseripçio  das  fortifieaçSes 
d*e»ta  praça  para  o  fim,  tratarei  3Ó  das  ou- 
tras matarias  que  dizem  respeito  a  esta  po- 
Toaçâoy  tao  mal  eoohecida,  e  tao  poaeo  pro* 
legida  pelos  dosíos  gotemos.  . 


Os  primeiros  (e  onicos)  aicaides-móresde 
Peniche,  foram  os  senhores— depois  condes 
•—de  Atoogaia  da  Baleia,  que  eram  tam- 
bém senhores  donatários  de  Peniche:  e  a 
camará  d*e$ta  villa,  tinha  antigamente  obri- 
gação de  dar  todos  os  annos  um  jantar— 
que  importava  em  200if000  réis,  e  mais^ 
ao  seu  donatário;  qoe  alem  d*isso,  tinha  o 
disimo  do  pescado,  dos  fractos,  e  das  car- 
gas dos  navios  qne  sabiam  do  seu  porto.  < 

Os  condes  e  senhores  de  Âtonguia,  alçai- 
des-móres  e  senhores*  donatários  de  Peni- 
che, eram  da  nobre  família  dos  Atbaides. 

O  1.*  conde  d*Atbonguia,  foi  Álvaro  Gon- 
çalves de  Athaide,  feito  por  D.  Affonso  V, 
em  17  de  dezembro  de  1448. 

O  mais  celebre  donatário  de  Peniche^  foi 
D.  Luiz  d*Athaide,  conde  de  Atouguia  e  se- 
nhor e  alcaide-mór  de  Peniche,  duas  vezes 
vice-rei  da  índia. 

Este  esclarecido  varão  portugnez,  em 
logar  de  vir  da  Ásia  carregado  de  ri- 
quezas, como  faziam  os  seus  antecessores  e 
fizeram  os  seus  successores,  só  quiz  trazer 
agua  dos  quatro  principaes  rios  d*aquella 
região— Indo,  Ganges,  Tigre,  e  Eaphrates. 

Por  muitos  annos  foram  vistas  no  cas- 
tello  de  Peniche,  quatro  pipaè,  cheias  d*a- 
quelias  aguas. 

Foi  este  homem  benemérito,  que  em  1552 
flandeu  n*esta  villa,  perto  da  costa,  entre  a 
Ponta  do  Trovão e o  Serrodo  Cão,  o  mostbi- 
Bo  (ou  hospicio)  DO  BOH  JESUS  (uo  dístricto 
da  fregneaia  da  Ajuda)  de  religiosos  fran- 
ciscanos^ onde  quiz  eer  sepultado. 

Pela  soppressão  das  ordens  religiosas, 
em  1834,  foi  a  egreja  profanada,  e  está  ser- 
vindo de  arrecadação  do  refugo  dos  uten- 
cilios  militares  da  praça. 

O  ediflcio  do  mosteiro  está  desmantelado 
o  em  breve  não  será  mais  do  que  um  mon- 
tão do  entulho. 

A  sua  pequena  eérca,  ainda  não  foi  ven< 


PM 


6SÍ 


dida...  porque  assim  convém  a  certos  in- 
divíduos. 

O  tumulo  venerando  do  grande  D«  Luiz 
d* Athaide,  foi  também  profanado,  e  não  sei 
que  caminho^levou:  houve  porém  uma  alma 
caridosa,  que  lhe  mandou  recolheres  ossos 
em  um  caixão  de  tábuas  de  pinheiro,  que 
se  guarda,  já  podre,  em  um  buraco  da  egre* 
ja  da  Ajuda,  sem  que,  no  espaço  de  qua- 
renta annos  em  que  teve  logar  esta  proík- 
nação,  houvesse  uma  camará  qne  desse  a 
estes  desgraçados  oss<^  uma  sepultura  de- 
cente! 

O  escudo  d'armas  d*este8  Athaides,  era: 

Em  campo  asul,  quatro  bandas  de  prata,  e 
por  timbre,  uma  onça,  asul,  banhada  de  prata. 

O  mais  infeliz  dos  Athaides,  ultimo  conde 
de  Atouguia,  e  ultimo  aleaide-môr,  e  senhor 
donatário  de  Peniche,  foi  D.  Jeronymo  de 
Athaide;  que,  accusado  de  regicida,  pelo 
attentado  contra  D  José  I,  na  calçada  do 
Galvão  (Belém)  na  noite  de  3  de  setembro 
de  1768,  foi  prezo  em  dezembro  e  morreu 
entre  os  mais  atrozes  tormentos,  com  o  du- 
que de  Aveiro,  marquez  e  marqueza  de  Tá- 
vora, os  filhos  d'estes,  Luiz  Bernardo  de  Tá- 
vora e  José  Maria  de  Távora  —  José  Braas 
Bomeiro,  João  Miguel,  Manuel  Alves  e  An- 
tónio Alves;  no  cadafalço  de  Belém;  a  16 
de  janeiro  de  1759,  ficando  extincto  este  ti- 
tulo, como  o  dos  seus  cúmplices.  Vide  ChSo 
Salgaào, 

Os  bens  de  todos,  foram  confiscados  para 
acor6a. 

Era  a  família  dos  Athaides,  uma  das  mais 
nobres  d'estes  reinos,  ppis  descendia  de  D. 
Affonso,  conde  de  GIgon  e  Noronha,  filho  de 
D.  Henrique  II  de  Castella,  e  de  sua  mulher 
(do  conde)  D.  Isabel,  filha  de  D.  Pernando 
I,  de  Portugal  e  de  D.  Leonor  Telles  de  Me- 
nezes—irman  da  rainha  D.  Brites  (ou  Bea- 
triz) mulher  de  D.  João  I  de  Castella,  e  so- 
brinha de  D.  João  I  de  Portugal. 

Foram  o  tronco  dos  Noronha*,  e  progeni- 
tores dos  duques  de  Caminha*  dos  marque- 
zes  de  Angeja,  de  Cascaes,  Mcirialva  e  Vili^t 
Boal;  dos  condes  de  Aveira»,  Castaohsira, 
Castro  Daíre,  Monsanto,  Peniche,  Vianna, 
Vimioso,  e  optros  das  principaes  famílias  4a 
Portugal.  I 


èlâ 


pm 


vm 


'  Passon  a  alc&Iâaria-inór  e  o  senhorio 
d'e6ta  villa,  para  um  OQlro  ramo  dos  Athai- 
dea  Noronha?,  que  depois  foram  feitos  cod- 
des  de  Peniche. 

4)  actual  representante  doeste  noblltssimo 
ramo  dos  Nbronhas,  e  actual  conde  de  Pe- 
niche, é  o  sr.  D.  Caetano  d* Almeida  è  No- 
ronha Portugal  Gamões  d* Albuquerque  Mo- 
niz e  Souza,  feito  marques  d*Angeja,  em 
doas  vidas  (por  herança)  em  21  de  maio  de 
1870. 

O  1."»  marquez  d*Angeja,  foi 
D.  Pedro  António  de  Noronha, 
que  efá,  conde  de  Vilia  Verde. 
Esta  familia  procede  tam- 
bém do  nosso  grande  Luiz  de 
Camões.  (Vide  Angeja.) 
O  braz3o  d'armas  do  sr.  conde  de  Peni- 
che e  marquez  d*Angeja,  é: 

Bscudo  esquarteilado,  no  l."»  e  4.%  as  ar- 
mas de  Portuga],  e  no  %•  e  3.*,  as  armas 
de  Castella— -mantellados  de  prata,  com  dois 
leões  rompentes,  de  purpura,  e  uma  borda- 
dura, composta  d*ouro  e  veiros,  de  asul. 
Timbre,  um  dos  leões  do  escudo. 
E'  o  sr.  conde  de  Peniche,  descendente  de 
D.  Manuel  José  de  Castro  Noronha  Athaidé 
6  Souza  (que  nasceu  a  25  de  dezembro  de 

Poi-^3.*  marquez  de  Cascaes,  6.*  conde 
de  Monsanto,  senhor  das  villas  de  Oeiras 
com  todas  as  suas  jnrisdicções;  da  Lourr 
nban;  do  castello  e  viíla  de  Castello  Mendo; 
do  reguengo  da  Povoa  d'£lRei,  Bouça-Co- 
va,  e  Vilia  Franca;  das  villas  d'Ançan,  S. 
Lourenço  do  Bairro,  e  seus  padroados  e  ju- 
risdieções;  da  vilia  e  reguengo  de  Medelim 
—  e  no  Brasil  da  capitania  de  Itamaracá; 
das  ilhas  de  Itaparica  e  Tamarandúra;  e  da 
Ilha  Pequena,  na  ribeira  do  Rio  Verme- 
lho. 

Era  ainda,  frontelro-mór,  couteiro-mór, 
e  coudél-mór  da  cidade  de  Lisboa  e  seu  ter- 
mo, e  alraide-mór  do  seu  castello,  e  das 
Tillas  de  Torres  Vedras;  Lourinhan;  Óbidos, 
t  seu  almoxarifado;  Cadaval,  com  todos  os 
aens  termes;  senhor  dos  morgados,  de  Ma- 
Iheus  e  Santo  Eutropio,  e  da  casa  da  Casta- 
nheira; morgado  da  Foz^  e  seu  padroado,  do 
Paul  de  Boquilobo. 


Commendador  das  cemmendas  de  S.  Mar- 
tinho ie  Bornes,  no  arcipresfado  de  Braga; 
de  Santa  Maria  de  Vilia  de  Ref,  e  Santa  Ma- 
ria de  Segura,  no  bispado  da  Giiarda,  e  de 
Santa  Maria  do  Pereiro,  no  de  Viseu,  todas 
da  ordem  de  Christo. 

Foi  do  conselho  de  guerra  de  D.  Joio  V» 
e  seu  gentil  homem  da  camará;  mestre  de 
campo,  de  infanteria  e  general  de  batalha, 
postos  que  serviu  com  honra  e  bravura,  na 
campanha  de  1704. 

Foi  governador  e  eapitão  general  do  rei- 
no do  Algarve,  e  governador  da  Torre  de  & 
Vicente,  de  Belém. 

Morreu  em  29  de  agosto  de  1742. 

Tinha  casado,  em  13  de  dezembro  de 
1699,  com  D.  Luiza  de  Noronha  (dama  dà 
rainha  D.  Maria  Sophia  Isabel  de  Neubur- 
go,  2*  mulher  de  D.  Pedro  I!)  filha  de  D. 
Pedro  António  de  Noronha,  l.«  marquez  de 
Angeja  e  de  sua  mulher,  D.  Isabel  Maria 
Antónia  de  Mendonça. 

Estiveram  14  annos  casados,  sem  terem 
filhos,  e,  quando  já  os  nao  esperavam,  nas- 
ceu D.  José  Maria  Leonardo  de  Castro,  que 
morreu  de  i3  mezes  de  edade. 

Depois  nasceu  D.  Luiz,  em  quem  se  per^ 
petuou  a  familia— e  D.  Maria  José  da  Gra- 
ça e  Noronha,  que  casou  com  D.  Francisco 
de  Menezes,  conde  da  Ericeira. 

Teve  duas  filhas  bastardas,  D.  Marianna  de   i 
Noronha  e  D.  Antónia  de  Noronha,  que  mor'- 
reram  freiras  no  convento  da  Casunheinu 

D.  Luiz  José  Thomaz  de  Castro  Noronha 
Athaide  e  Souza,  seu  filho  e  successor,  naa^ 
ceu  a  18  de  setembro  de  1717. 

Foi  10.*  conde  de  Monsanto,  e  senhor  de 
toda  a  casa  de  sen  pae. 

O  1.*  conde  de  Monsanto» 
foi  D.  Álvaro  de  Castro,  se» 
nhor  de  Cascaes,  feito  por  D. 
Afionso  V,  em  21  de  março  de 
1460. 

Era  camareiro -mór  do  me^ 
mo  rei,  e  do  sen  conselho. 

D'este  D.  Luiz  procederam  os  marqueses 
de  Cascaes  (hoje  representados  pela  casa  de 
Niza;  e  os  condes  de  Peniche,  hoje  represen- 
tados pelo  sr.  marquez  d* Angeja. 


PBN 

^és4é  o  ^^  seelilo  da  era  chrtouii  $Xè  lo 
fitti  4o  X,  nada  acHei  eon  rdltoreBci»  á  p<ft* 
voiiçio  4e  Mikftie; 

De  oêfto,  oMitas  vezes  lo?adkla,  per  ter*- 
n  e  per  oiar,  pelo»  monres  afrlcaiioe,  e 
^Itflstios,  alternatlvameiíte;  lomada,  perdi* 
•  da  e  retomada  frequentes  vvtesy  durante  as 
guerras  dos  alanos  e  godos,  e  depois,  dos 
árabe»;  fieon  apotosçio  tio  destmida,  qae, 
pelos  annos  der  990,  estava,  senão  eomplela- 
mente  deserts,  tfpenès  tiaMlada  por  pobres 
pe8cadore«^  vivendo  em  hnmlMes  ehonpa- 
das,  eneostadas  aos  muros  armínados  dos 
velhos  e  desmant«Nados  edifloios. 
/  Foi  por  esse  lempo,  qne  os  moradores  da 
visioha  viila  de  Atonguta,  attrabldos  peia 
Commodidade  do  sitio,  para  as  soas  pesea* 
rias,  alli  foram  eonstmindo  varias  cabanas, 
para  seu  abrigo,  o  para  armasens  de  peixe, 
e,  com  o  tempo  estas  cabanas  se  foram  poa- 
CO  e  pouco  transformando  em  casas  de  pe- 
dra e  cal,  e  a  antiga  povoaçSo  renaseen  das 
snas  cinzas. 

D.  Aifonso  Henriques,,  dando  aos  cresa- 
dos  que  o  ajudaram  a  conquistar  Lisboa, 
muitas  terras  na  Estremadura  e  Alemtejo, 
dooB  aos  trmios,  D.  Roberté  Lacome  e  D. 
GuHhêrme  Lacame,  os  territórios  de  Atou- 
guia  da  BaKeia  e  Peniche. 

Aestes  doiseavalleiros  deve  esta  víHágraa- 
J  de  parte  do  seu  desenvolvimento  e  povoação. 
^  O  emprego  quasi  exclusivo  dos  morado- 
res de  Peniche^  ató  ao  fim  do  século  XV,  era 
a  pesca,  que  lhes  deixava  grandes  proven- 
tos, pela  grande  abundância  e  variedade  de 
peixe,  que  affluia  ás  suas  costas;  mas;  des* 
de  que  D.  Vasco  da  Gama,  dobrando  fem 
SO  de  novembro  de  1497;  o  Cab&  das  fbr- 
mentas  {chrísmado  pelo  rei  D.  Manuel,  em 
Cabo  da  Boa  Esperança)  descnbriu  o  cami- 
nho da  índia,  por  mar;  e  desde  qne  Pedro 
Alvares  Cabral,  descobria  o  Brasil^  em  15  de 
abril  de  ISOO-Hw  moradonade  Peniche  (co- 
mo os  do  Algarve  e  de  oncros  muitos  pon^ 
tos  da  nossa  costa)  desprezaram  o  sen  an- 
tigo emprego  de  pescadores^  adoptando  o 
de  navegantes,  e  armando  natlos  do  alte- 
rnar; fdram  procurar  fortuna  a  esses  sl-do- 
radús  que  se  chamavam  IiUm  OrísnOaês 
<Asia)  e  Enáutt  ikcUint90s  (America.) 


PEN 


633 


E  a  sorie  foi*lhes  íbvoravel,  pois  grande 
parte  detestes  intrépidos  aventureiros,  regrea^ 
saram  á  pátria,  carregados  d'ouro  e  ríeaa 
mercadorias,  de  modo  que  no  fim  do  XVI  sé- 
culo, a  humilde  povoação  de  Penícbe,  estava 
já  transformada  em  uma  formosa  povoação^ 
com  mais  de  mil  fogos,  e  perto  de  5:000  ai* 


Foi  durante  estas  longas  viagens  (em  St 
de  abril  de  1575)  que  o  mar  arrojou  á  praia 
d'esta  villa,  um  peixe  morto,  de  forma  nun- 
ca vista.  Tinha  â6-\60  de  comprido,  2-50 
d*alto,  e9  metros  de  circumferencia  no  cen» 
tro.  Tinha  a  pelle  preta  pelo  dorso,  e  bran* 
ca  pelo  ventre,  e  n*elle  a  bocca.  A  cabeça  es- 
tava 3-,66  levantada  do  corpo.  Os  olhos  ti- 
nham 0*,66  de  cirtumferencia.  Tinha  16  deu* 
tes  em  cada  mandíbula,  cada  um  com  0",33 
em  redondo.  Nunca  se  chegou  a  verificar  a 
que  cUusê  pertencia  este  verdadeiro  mona» 
tro  marinho. 

Em  2)  de  maio  de  1589,  desembarcou  n'es» 
te  porto  e  no  da  Ericeira,  um  exercito  in- 
glez,  na  força  de  13:000  homens,  cooiman- 
dados  por  João  Norris,  a  favor  do  infeliz  è 
mal  aconselludo  D.  António,  prior  do  Crato, 
com  o  fim  de  sustentar  os  seus  direitos  á  cor 
rôa  de  Portugal,  contra  o  usurpador  Philip- 
pe  II,  de  Castella;  porém,  como  já  todo  o  rei;- 
no  sabia  do  vergonhoso  tratado,  feito  com  a 
rainha  Isabel,  de  loglaterra  (filha  de  Henri* 
qne  Vill)  segundo  o  qual,  ficava  Portugal 
sendo  uma  colónia  britannica,  o  povo,  nao 
só  se  não  uniu  aos  invasores,  mas  aié  lhe 
resistiu  tenazmente,  e,  apezar  de  então  só 
aqui  haver  um  forte,  mandado  construir  por 
D.  João  III,  em  1557,  era  elle  tão  formidável, 
pela  siu  posição,  que  os  inglezes  não  o  po- 
deram  tomar,  e  retiraram  com  bastantes  per<- 
das. 

Peniche  nunca  teve  foral,  vdho  ou  novo: 
regeu-se  sempre  pelo  de  Atouguia,  e  como 
o  supprlmido  concelho  d*esta  villa  está  unt 
do  ao  de  Peniche,  teem  ambas  o  mesmo  fo- 
ral, (Vol.  1.*,  pag.  254,  cot:  2.*) 

D.  Philippe  III,  por  carta  regia  de  25  de 
agosto  de  1611,  mandou  adoptar  em  Peni- 


6S4 


PEN 


che  (que  o  mesmo  usurpador  tinht  feito  Til- 
la,  em  20  de  ontabro  de  1609)  o  foni  de 
AtoQgaia.  N'este  foral  ae  manda  pagar  adt- 
zimd  telha,  que  era  de  SO  peixes,  om^e  a 
ditima  «ovo,  qae  era  de  10  peixes^  «m,  per- 
leoeía  aòs  condes  d'Athoagaia. 

D.  João  Gonçalves  de  Athaide,  conde  e  se* 
nhor  d'Atougaia,  e  aleaide-mór  e  donatário 
de  Peniche,  e  o  povo,  pediram  a  D.  Philip- 
pe  III  de  Gasiella,  qae  então  governava  Por- 
tugal, desse  á  povoação  o  foro  de  villa,  o  qae 
elle  lhes  eoncedeo,  em  1609,  dando-lhe  por 
armas,  ama  csravella,  com  S.  Pedro  e  S.  Paa- 
lo,  am  à  proa,  outro  á  ré,  sobre  um  mar,  com 
ondas  de  prata. 

B.  Pedro  11,  om  I67Í,  mandou  fa<er  al- 
guns melhoramentos,  de  pouca  importância, 
/ÈO  porto  de  Cabanas,  Junto  á  cidadalla;  mas 
está  hoje  urgentemente  reclamando  obras 
d'arte  que  o  tomem  um  verdadeiro  abrigo, 
Dão  SÓ  dos  barcos  de  pesca,  mas  também  de 
híates,  palhabotes,  escunas  e  outras  embar- 
cações, que  não  demandem  muito  fandOb 

I 

D.  João  V  veio. visitar  as  fortiflcaçdes  e  a 
villa  de  Peniche,  em  17  i7,  por  oecasião  de 
vir  a  Mafra,  lançar  a  primeira  pedra  A  sua 
iKisilica. 

D.  Joio  VI,  sendo  ainda  príncipe  regenta, 
aqui  passou  oito  dias,  em  ISO^y^residiíido 
no  palácio  dos  governadores  da  praça^  que 
era  dentro  da  oidadella,  e  hoje  está  só  em 
paredes.  (Foi  devorado  por  um  incêndio,  e 
nunca  mais  se  reconstruiu.  É  o  anieo  edift- 
elo  da  fortaleia,  que  está  em  mán  estado.) 

O  sr.  D.  Pedro  V,  também  esteve  n*8sta 
praça,  em  30  de  agosto  de  1860.  Foírlhe  da- 
da hospedagem  em  casa  da  mãe  do  sr.  Hen- 
rique d*AraDjo  Tavares,  sócio  da  firma  edi- 
tora doesta  obra.  O  tr.  D.  Pedro  V  prasoateou 
a  virtuosa  senhora  com  uma  elegante  caixa 
de  prata,  que  sen  filho  conserva  como  recor- 
dação-por  extremo  agradável. 

Sua  magestade  visitou :a  ddadelia  eitodas 
^as  suas  dependenrias,  e  pelo  sen  afihbilissi* 
mo  trato  deixou  penhorados  todos  que  tive- 
ram a  honra  de  lhe  fallar.      .      ' 

^   Tedos  sabem  as  razões  porque  O'eonmer--  ^ 


PBtf 

eio  português  foi  deeaUnd*  do  san  esplpn- 
dor  dos  seonlof  XVI  o  XVII,  aepdp  &  prin* 
cipal,  o  abandono  em  qusiAS.itris  Pbilippon 
deixaram  esta  reioo»  que  aá  tratavam  de  «x- 
plorar,  por  todoa  oamodoa  possiveif^  deixais 
do  ^e  as  nações  eom  qneae  traziam  gtier«> 
ra-— prífielpaknente  hollandeaes  e  íraneeien 
^-r.noi  roubassem  as  nossas  colónias^  a  la^ 
qnaassem  a  apresassem. lOa  nossos  naivios 
meroantas,  impunemente^  pois  qn^e  todo  o 
seu  avpaabo  era  reduiirinos  ao  estado  da 
mais  atroa  miaria,  para  evitarem  um  1*  da 
dezembro  de.  1640. 

É  pois  do  tampo  da  usuipação  dos  Pbi- 
tippes,.  qua  data  também  a  decadência  do 
eommereio,  a,  por  eonsaquencia,  da  impor- 
tância d'esta  villa,  que  tomou  a  ficar  reda- 
sida  aos  recursos  da  pesca»  aos  limitados  da 
sua  industiria  agrícola  a  manníactoreira,  a 
ao  commerck)  de  cabotagem. 

liasmo  assim,  o  que  ainda  èoje  maia  lha 
aproveita,  é  a  pesca,  que  emprega  muitas 
braços,  sustenta  muitas  famílias — qoa  vi- 
vam ^oasi  exclusivamente  d*asia  mister — 
não  só  d'esta  vUia,  como  das  immediaçõag. 

Também  são  muitos  os  almocreves  que 
para  aqiíi  eandnsem — ^para  consumo  da  tara- 
ra a  para  aart^arqua-^ivarsos  géneros  agri- 
coiaa,  levando  em  retorna,  peixe  frasco,  oo 
salgada...' 

Bsta..paninsula,.  f6rma  duas  aneaadas — 
a  do  Norte  (Panieha  de  Cima)  tem  poooo 
fendo;,  mas  a  do  S.,  tem  e  jafiQLoienta  para 
navios  da  pequena  late,  a  é  bastante  abriga- 
da do  apuido. 

O  termo  da  Peniche^  que  se  redux  m 
istbmo,  é  todo  da  anelai  árido  e  impnadv- 
Qtivo. 

O  morro  da  Pop^^v  am  ancbopo^  am  for- 
ma da  pyRamlde  tríangulMr,  que  lhe  fica  í|m> 
NX).,eoatrosi manares  que  arriçam  e  parta 
O.N.O.  da  penioaula,  tornam  perigosissimn 
a  navegação  d'estas  paragens,  e  muitos  na- 
vios aqui.  tcAm  soçobrado.  Ainda  em  feve- 
reiro de  1^26^  eom  «ma  grande  een^ação, 
uma  náe-da  marinha  de  guenra  britannkey 
perdendo. o  ruma,  e  imauando-se  no  canal 
qae(aa|i«s.e.pçnjasfria  dDs  Uboias  d^sBer- 


t 


PEN 


PEN 


625 


taDgáa,  se  despêdaçaa  eoocra  estes  temiiieU 
rarliedts  não  e^eapaDdo  um  só  4of  seus 
liipnboiles.  oq  da  gaaraiçâo  e  passageiros. 

Em  todo  o  fasto  espaço  em  qú»  bb  desea» 
^▼e  a  praça,  sao  ioauMros  os  algnaes  de 
Mofragios»  e  oao  ha  ponto  d'esu  eosU,  qae 
Bio  recorde  um  oa  vários  d'estfa  sinlstroi. 

■  Ifeaii  sio  menos  temerosos  ds  roehedos, 
qm  elemiio  as  soas  negras  cabeças  aeima 
da  igoa»  forniam  o  ilhen  da  BeriengOj  o  os 
cacbopoa  da  Velha^  Bstrellas  e  Farílhões,  ao 
O.  da  terra  firme:  onde  roaitoo  Baylos  se 
teoi  despedaçado,  apeiar  dbf  phaioet  do 
Cite  Cal^voeiPo  e  da  Berlenga. 

Ao  N.  da  vilia,  existem  dois  monamentos, 
atsrstan<fc>  dois  desaslrosos  acontecimentos, 
oMoirtdos  em  i786.— Um,  dentro  da  praça, 
eoBiBeouMra  o  naufrágio  do  galeão  eastettia- 
IMV  £.  PidrQ  d*ilfeatt<ar«,  que,  vindo  de  Gal« 
la»  de  Lima  (capital  do  Perd)  pira  Cadíx, 
eom  mu  canegamepto,  de  valor  excedente 
â  srmfTA  B.D0I8  ioLâõcs  sb  cruzados,  em 
BMtda,  iMrras  e-bafixeilas,  de  ouro  e  praia, 
alam  de  ontros  objectos^  e  eom  470  pessoas 
de^tripokaçio,  guamiçati  e  passageiros,  den 
eoBtra  o  niôrro  calcàroo  da  Papóa^  pelas  11 
horas  da  noiíe  de  dois  de  fevereiro  (com  tem- 
PQ  semiUH  mar  quieto,  e  três  pUotM  a  bâr» 
dei)  pferdendO"Se  o  navio^  morrendo  300  pee< 
soaa  afogadas,  e  saivando»se  da  carga,  ape* 
Bae  1:749M40  réis,  em  pesos  fortes^  de  ou- 
ro— ft'/433t9oO  réii,  em  pesos  de  prata,  71 
Uxas  d'oQro,  e  57  barras  de  prata  -«  varias 
BMreadoriaa,  mastros,  veUas  e  outras  mia- 
ieus-A  arlillieria,  perdeB*se  toda. 

Os  4ue  escaparam,  mandaram  erigir,  na 
egreja  matria,  de  S.  Pedro,  da  vilia,  uma  ca< 
pella,  dedicada  a  Nossa  Senhora  das  Dores, 
tendo  a  imagem  de  Jesus-Christo  crucifica 
do  e  a  de  S.  Pedro  d*Alcantara,  de  primo- 
rosiasima  esculptura.  Estabeleceram  culto 
perpétuo  e  missas  de  reginem,  peias  aJasas 
dos  que  morreram  Q'éste  naufrágio:  deram 
de  gratificação  ao  governador  da  praça,  um 
eonto  e  duzentos  mil  réis;  ao  tenente-rei, 
um  conto;  eao  ajudante  da^  praça,  duzentos 
e  cineoenta  mil  réis.  Aos  outros  emprega- 
dos» civis  e  militarei  também  gratificaram, 
em  premio  do  muiu)  que  fizeram,  para  sal- 
tar gente  e  riquezas. 

TOLUMB  VI 


Além  d'ialo,  dotaram  iS  donzelhs,  com 
iSOMOO  réis  cada  uma. 

Desde  este  dia,  de  sempre  triste  recorda- 
ção, até  hoje  lem  continuado  a  extracção  do 
diaheiro,  e  ninguém  sabe  qtiando  terminará 
esta  mina  inexgotavel. 

(No  mesmo  tempo  tinha  sahido  de  Gallau 
de  Ltana,  o  galeão  Hermumât  com  uma  car« 
ga,  avaliada  em  dez  milhões  de  cruaados^ 
que  eahiu  no  poder  dos  ioglezes.)  * 

.  Em  28  d'abril,  do  mesmo  anno  de  1786, 
vindo  a  balandra  hespanhola— £/  Venecto — 
a  Peniche,  para  levar  para  Cadíx,  os  obje- 
ctos  salvados  da  S.  Pedro  d^Alcantara,  que 
se  at-havam  depositados  na  fortaleza,  e  estan- 
do fundeada  ao  S.  da  cidadella,  lhe  cabiu  um 
furioso  temporal.  O  2.'*  commandaute,  man- 
dou dizer  para  o  commandante,  qae  estava 
em  terra,  que  era  urgente  abicar,  O  com- 
mandante, cem  verdadeiro  rompante  hespa- 
fiholf  respondeu  que — embarcação  de  el  rei 
de  Hespanha,  nao  abicava. — A  balandra,  des* 
pedaçott-se  contra  as  rochas,  e  de  99  pessoas 
que  estavam  a  bordo,  só  7  escaparam  I  O  se* 
gundo,  foi  do  numero  das  victimas,  morren- 
do no  seu  posto. 

Os  dois  monumentos  de  que  lallei,  e  que 
recordam  estas  duas  desgraças,  sào  duan 
cruzes,  semelhantes  ás  da  ordem  de  S.  Thia- 
go,  tendo  no  pedestal,  inscripções  com  as 
datas  dos  naufrágios,  e  a  relação  das  pes« 
soas  principacs  que  então  falleceram  u^eiles. 

O  sempre  memorável  dia  22  de  fevereiro 
de  1828^  appareeéra  escuro  e  carregado,  fu- 
zilavam os  relâmpagos,  e  os  trovões  atroa- 
vaoros  mares  e  a  costa. 

0  oceano,  enfurecido,  levantava  ondas  co- 
mo montanhas,  que  se  arremeçavam  contra 
os  rochedos,  onde  se  despedaçavam  com  fra- 
gor medonho,  cobrindo  de  erpaoia,  oe  fra* 
goedos  da  costa,  e  os  edificios  e  muralhas 

da  praça. 

•. 

1  Os  que  desejarem*  uma  noticia  circum- 
stanciada  d*este  naofragio,  v<>jam,  a  pag.  74, 
do  %•  volume  da«  lllu$traqào  PMuçueza,  o 
artigo  do  sr.  Pedro  Cervantes. 

40 


626 


PEN 


PEN 


Ao  meio  dia,  já  seis  navios  se  tcbavam 
esmigalhados  contra  a  eosta,  ou  estendidos 
nas  praias  do-8.  e  N.  de  Peniche. 

Ás  3  horas  da  tarde,  uma  magnifica  em- 
bareaçio  de  3  mastros,  lactando  contra  as 
vagas  embravecidas,  e  não  podendo  vencer 
a  faria  do  mar  e  do  vento,  qne  lhe  inntili- 
savam  todas  as  nunobras,  lançou  ferro  no 
canal  que  s^ara  o  Cabo  Carvoeiro  da  Ber« 
lenga,  e  alli  se  conservou  até  á  noite,  na  es- 
perança  de  que,  rebentando  as  amarras,  va- 
raria em  terra,  no  areai  do  S.,  entre  a  praça 
e  a  Consolação;  mas,  infelizmente,  apenas 
estalou  o  ultinro  cabo,  foi  bater  contra  os 
altos  e  perpendiculares  rochedos  do  Cabo 
Carvoeiro,  onde  se  despedaçou,  pelas  duas 
horas  da  noite,  perdendo-se  o  navio,  a  car- 
ga e  os  desgraçados  que  vinham  a  bordo, 
sem  escapar  um  só,  que  viesse  dizer  a  ter- 
ra, o  nome,  a  procedência  e  a  nacionalidade 
do  navio,  e  qual  era  a  sua  carga  e  destino. 

Soube-se  depois,  que  era  uma  fragata  in- 
gleza,  que  hiá  reunir-se  à  esquadra  britan- 
nica  do  Mediterrâneo. 

Ainda  muitos  annes  depois,  se  via  sobre 
um  rochedo  que  a  baixa-mar  descobria',  uma 
grossa  corrente  de  ferro  pertencente  àquel- 
le  navio. 

Estes  e  outros  muitos  sinistros  marítimos 
aqui  suecedidos,  ainda  nio  poderam  dísper- 
tar  nos  nossos  governos  a  urgentíssima  còn- 
strucçao  de  um  barco  salva-vidas,  de  um 
mbrteiro  porta-amarra,  ou  outro  qualquer 
meio  que  podesse  salvar  tanto  infeliz  que 
tem  aqui  morrido  afegado,  eu  esmigalhado 
contra  as  arestas  das  rochas;  apezar  da  de- 
dicação e  abnegação  dos  pescadores  de  Pe- 
niche, qne  por  muitas  vezes  teem  arrisca- 
do a  vida,  para  salvar  a  dos  seus  semelhan- 
tes, sem  ontro  recurso  mais  do  que  os  seus 
frágeis  bateis  e  a  sua  coragem. 

iá  disse  que,  mesmo  dentro  do  recinto  das 
muralhas  exteriores  da  praça,  ha  bastantes 
^e  algumas  grandes— vinhas,  que  produ- 
zem eicceUente  vinho  branco.  Antes  da  in- 
vasão do  otdium-fuAr^ri,  produziam,  termo 
médio,  mil  pipas  de  vinho:  a  moléstia,  re- 
duziu a  colheita  a  uma  ff.*  parte;  porém  ho- 


je, felizmeote,  vão  as  vides  recuperando  ã 
sua  antiga  força  prodoctiva,  e  eu  vi^  ea 
1875»  extensas  vinhas^  cujas  vides  eslavMi 
carregadas  de  formosos  eaehos. 

A  indu^tria  vinicula  é  muito  antiga  «b- 
Peniche,  pois  em  uma  provisão  da  Philip- 
pe  UI,  daUda  de  20  de  dezembro  de  im^ 
diz—  «E  o  dito  logar  (Peniche)  tem  900  a 
i:000  visinhos,  e  entre  elles,  quatro  eon^ 
panhias,  eom  seus  captiãesi,  de  boa  geoto^ 
com  uma  fortaleza  e  bom  porto  de  mst;  o»* 
de  ha  sempre  navios,  assim  da  terra*  como 
de  fora;  e  rende  o  dito  logar,  da  sica  • 
posição,  alfandega  e  siffãò,  oito  mil 
dos.» 

O  alvará  régio  de  6  de  agosto  de  1665  (èa^ 
D.  Affonso  VI)  diz  •—  <No  tempo  em  q«e  •»• 
fez  a  lotação  do  encabeçamènto  das  sisas 
qne  Peniche  devia  pagar,  eifarom  %ê^  «io* 
raiarei  nniifo  optilimlos  t  frequentádoõ  iõ 
n«^KM^«**-d'onde  se  vé  qus  ha  nais  de^dois 
séculos,  se  distinguia  Peaáche»  pela  soa  ri- 
queza, e  vastidão,  e  Importsnoia  do  aeu  cdm»  • 
mercio.  Mesmo  assim,  ainda  no  anno  da. 
i87ft,  entraram  em  Peniche»  182  navios  da 
vela,  e  três  vapores.  173  eram  portuguesas^ 
10  bespanhoes,  e  3  ioglezes. 

Até  1834,  tevê  Peniche,  juiz  ordinário. 
Juiz  da  alfandega,  e  juiz  dos  (Hrphãos»  lodoa 
de  nomeação  régia.  Tinha  quatro  oom^* 
nhias  de  ordenanças,  cada  uma  eom  seu  ca* 
pitão  e  mais  of&ciaes,  e  todos,  com  seo  ea*  > 
pitão  mór. 

Desde  1814  até  1834,  foi  quartel  da  aa* . 
gimento  de Infanteria n/ 13,  por isso^doBO* 
minado  ée  Fenkhe,  Tinha  gtumição  de  ar* 
tilheria,  para  aerviço  das  peças»  e  uma  oam*  . 
panhia  de  veteranos. 

Em  1858,  foi  descoberto  pelo  sr.  Pedro  Cm*« 
vantes  de  Carvalho  Figueira,  cavalheiro  mal* 
to  lido  e  curioso,  d*esta  viUa,  nos  alioeroas  * 
do  muro  de  um  quintal,  um  oippo 
com  a  seguinte  inscripção: 


POMPEIA c 

B.  PAGAT.  H.  B....», 

L.  TBBBNTIVS  FVB- 

NVS.  MIBT.  I  TB- 

nBNTIVS  RUFVS.  •  •'. 

B.0 «•• 


PEN 

^  provável  qpe,  assim  como  varias  letras 
desapparecdram  coqi  o  tempo,  teoha  des- 
apparecído  também  parte  das  que  existem. 
£  de  s^ppôr  cjue  fis  ultimas  (etras  da  ^.*  li- 
nha, fossem  —  R.  s.  K*-r(Aic  «sfjMií^t^  wíhr . 
e  qne  a  6."  linha— a  altipua  ~  seja  — ;  p.  & 
(fecerynt).      .    . 

É  talvez  impossível  tradazírse  exapta^ 
mente  esta  inscripçao.  Sapponhamos.qoe 
qqer  dizer: 

Aqui  está  sepultada,  Pampeia^  (Ul^a  ie 
Caio.  Seu  marido,  Lúcio  Terêncio  Fumo,  e 
/unto  Terêncio  Bufo,  mandaram  levauUir 
este  monumento  á  sua  memoria. 

O  sr.  Cervantes,  maD4oa  esta  lapide  para 
Lisboa,  á  iega(^  fraaceza,  p|U'a  ser  xemet- 
tida  ao  duqae  de  Beliune. 

■  ■     • 

.0  primeiro  assento  da  poveaçlo  foi  onde 
antigamente  se  chamava  Peniche  a  Velha,  e 
hoje  Peniche  de  Cima.  Onde  agora  é  a  villa 
principal,  cbamava-se  sin^a  no  secnlo  XVU, 
a  Ribeira. 

As  mi^heres  de  PenichQ  de  Cima,  vãe  á 
íottle^  Uvam  roupa,  carregam  e  fazem  on* 
tros  trabalhos.  As  da  antiga  Ribeira,  sào  co- 
mo as  algarvias,  occnpam-se  em  í^zer  hor^ 
d^dos,'  costura  e  i'endas,  e  em  mais  nada. . 
.  Varias  mulheres  de  Peniche»  ainda  usam 
os.  celebres  cabotes  de  retmço,  como  os  das 
algarvias^  o  que  leva  a.  suppór,  que  em  tem- 
pos de  que  nao  ha  memoria  escripta,  se  ^- 
tabekeeu  aqui  alguma  colónia  de  gente  do 
Algarve.  As  mulheres  eqbrulham«se  nos  taes 
capotes,  ficando  a  ponta  direita  mais  com- 
prida qne  a  esquerda,  e  dando  áqneUa  certa 
VQUa,  formam  un^  canudo,  por  onde  véen^ 
tudo,  sem  serem  conhecidas.  As  algaryiaSj 
porém,  sabem  rebuçar-se  muito  melhor,  e 
com  mais  elegância. 

Em  toda  a  p^ninsula,  nao  ha  uma  única 
fople;  cirnam  fontes  aos  poços.  O  a  que  cha- 
mim  F^nte-Boa^  na  ^««guezia  da  Luz,  tem 
lM^i,agua,  a  doa  mais  e  a  das  cister^as^  pos- 
to não  ser  prejudicial  i^  s;(^df  j  é  mal  gosto* 
sa,  As  pt*s9oas  r^as,  mandam  buscar  agni, 
para  beber*  á  CoiMo/a(^Q,.qpa  é  óptima. 

Ha  na  villa  tSO  cir^ternas  particulanes,  com 
capacidade  para  4:000  pipas  d*agna.  A  ds- 1 


PteN 


627 


♦  -í 


tefi^L^aiufe;,.  da  cíjdadella»  leva  7'j6Wpi»ai^. 
e  ai|»f9mft<i,  ifiQ*  Mesmo  assip,  nas  estia^. 
gens,  ha  aqui  pouca  agua  para  o  cpnsmM^. 
«écara.e.pesaima.      , 

Um  poça  (oa.pôça)  qioe  ba  no  eestro  da 
villa,  6  ao  .qual  ,dao  o^moé^sto  nome  de.cAii- 
fariís  (!)  te^  esbi  inscripçio: 

i        » 

o  MABQVBZ  DB  FRÕT.* 
1IB6T.  DB  CAPO  6.^  MA- 
'      DÒV  rAZBÀ  B!{TA  fQ- 
TE  A  OVSTA  »A  VOA- 

nricAçÃo. 
A.  1676. 

'  Foi  restaurada  em  i8&9,  segundo  se  coI« 
lige  d*esta.data,  qpe  se  vé  gravada  em  oma 
pedra,  narectaguarda  d*esta  fon(e  — (g|^  é 
um  tanque  ^oje  obstruído  com  pedras  e  im* 
mundicies)  cober^  por  um  arco  de  pedra. 

Tem  Peflicbe  um  cemitério»  cnnstruido  hi 
poucos  annos;- perto  e  ao  N.  da  eidadella.  li 
tem  alguns  mausoléus  iKwitos. 

Anda  em  conatrueçào  um  ontro  cemitorio, 
mais  distante  da  povoaçio^  aoM.O.,  perlada 
ermida  d»  SauU  Anna. 

As  camarás  de  Peniche  teem  B*estea  uMl* 
mos  annos  prestado  relevantes  aerviços  «a 
oouni^péo,  ourando  com  aolUcknde^  noa  tevs 
melhoramentos^  Um  dosprindpaes^  foi  aan--. 
menteira  dp  penispp,  em  nma  área  da^^rea.* 
milh$es  d^  metros  quadrados;  evitando  .pet' 
este  modo,  a  invasão  dai  areias,  eloraandOM 
prod^ctiTo  um  lerr^no^  aié  hioje  completa- 
mente inútil. 

Delia  tan^m  tratar  da  «ementeira,  e  j 
planiaíQi^,  em  grande  escala,  do  precicio 
eucalipto»  da  espécie  que  se  dá  e  ^fospéia 
nas  areias  da  costa;  o  que  seria,  naaaó  ama 
fonte  da  receita  para  o  mnnii^ipio,  nuia^al* 
trahiria  as  chuvas,  e  melhoraria  as  condi* 
çÕes  de  aalubridadis  da  terra»  e^  está  prova- 
do qne  lolha  a  acção  destruidora  do  oídrimi 
e  do  phikxera  noilafniv. 

Teem  também  as  camarás  promovido  a 
venda,  Mn  e  dentro  do  paia»  das  famosaa 
rmáléis  A  PmUchê,  em  «4*  fabricação  se 
empregam  quasi  todas  as  malheres,  deede 


ereanças;  e  as  teem  apresentado  em  exposi-  j 
fSes  lAdtistnae^,  etta  qtie  teem  sido  prtmffá- 
dii  —  sendo^ò  ultimamente  na  úh  Vieina^ 
d'Ati8tria. 

Tem  tomado  ama  parte  mntto  afctrra  e 
nnifto  df^a  delonvor,  n*eBta  expoi^ta^, 
o  digno'  seeretaríoda  camará,  o  Já  mendo* 
nado  sr.  Pedro  Cerrantes  de  Garralho  Fi- 
gueira. 

'  '  .  '   ■ 

Delegação  da  Alfandega  em 
PanKfliè 

O  sen  rendimento  nos  nltimos  quatro  ân- 
uos económicos,  foi: 

I    '  ■ 

Í87t  a  Í872 2:8i!3|38i  réis. 

!872  a  1873 2:922íí53  réià.  " 

1873  a  1874 Í:739^f8f  réis. 

1874  a  Í87IS 3:102^332  réis. 

8omma.<^<  Il!li87il4if  riis.  • 


m^m 


A  9§reia  ds  Ifèéfã  Senhora  da  Ajuday  em 
FMiehe  4e  Oma,  é  a  mais  àntlg»  e  a  naiea 
IMTOchia  que  antigamente  aqttl  Mvia.*      ' 

Mão  é  muito  grandr,  mas  é  um  templo 
daro,  alegre  e  bonito* 

fareeè  que  a  primitiva  parocbial,  era 
a  «gr^ade  5.*  Vicente^  ab  pé  doiUloarfè 
4*este  ncbe  e  da  aetual  egrèja  da  AJatfa,  e 
da  4in^  ainda  existem  mlifa^  de  paredes 
bMHo  ^Sèfts,  e  éonímiis  dé  dois  metros 
4e'iflctfra  efti  panes. 

Wúí  a  pfimeií^a  egrefa  ch^isian  de  Petri- 
ehe,  e  consta  que  foi  mesquita  mobi^ísdaCde* 
p6isd0ser  femplo  gotbied)  e  que  D.  Affori- 
fld  iièiiflt|uea  a  mandou  pyrífioa)^;  eáti  IfSO. 

ISsiantl  mQlto  aituinada,  m(id(Mf-se  o 


cráiiaiaeapella)  pelos  aDoò»'ã0't8dd« 

'  Pana  não  ter  de  repetir,  era 
ledafea^  ei^ejas  cf  capéllas  d^es* 
U*  pètílnsula,  sem)>rA  àieMaa 
cousa,  direi  a^ui: 

Todos  os  templos  de  Peni- 
ih$f  édPõêpto  o  dê  S.  Pedro, 
t€êm  áÉ  pàtHáes  inêiri»^ 
rrv^Hdâ»  dt  formem  aèu- 


mi 

UjoSy  com  desenhos  muicorr^ 
ctos,ey7ÍeTííem'ÍÀsboa,^emem> 
otUra  quafjjuei'  parte,  iè  eneon^ 
trem  maii  primorosos. 
A  egrèja  de  S.  Pedro,  fbl  a  primeira  pa- 
rochlal  que  houve  na  BSbeira. 

E*  a  mais  vasta  e  sumptuosa  da  villa. 
'    As    magnificas    cadeiras   do    cruzeriro» 
eram  do  mosteiro  do  Bom  lesuis,  de  ATades^ 
frimòiseattos  d*esta  villa.-  ' 

A  egreja  de  Nossa  Senhora  da  ConcèiçSóy^ 
é  um  templo  magoifico. 

A  egreja  da  Misericórdia,  é  notável  pela 
magnificência  do  setx  tecto,  onde  se  admi- 
iram  1$  quadros  a  óleo,  pintados  em  pano^ 
e  representando  os  príntipaes  successos  do 
ffovo  Testamento. 

Conhece-sd  facilmente  que  são  obra  de 
três  pintores  differentes— muitos  são  do  piu- 
àel  dá  fkmosa  Josefa  d^Ayala,  {fosefa  de  Obi- 
dos— vide  Cbidos) 

Outros  são  de  um  pintor  cujo  nome  se 
Ignora,  e,  ainda  que  de  escola  diversa,  as 
seus  quadros  são  de  titntò  merecimento^ 
eoiúo  os  de  Josefa  d*Ayala-H>  resfo  (uns  10 
ou  !2)  são  de  nib  pintor  obscuro,  e  pinta- 
ra muito  ordinária. 

Tanto  a  egreja,  como  obom  hospital,  an- 
fiexo,  são  obra  do  mefadô  do  século  XVI; 
porém  o  tempk)  foi  restaurado  em  1796, 
pois  tem  esta  data  sobre  a  verga  da  porta 
prlntipal.  ''   • 

,  Alem  d*e8te  estabelecimento  de  éarídade,. 
|iaVia  outro  deaominado,  Cásu,  ou  Capella 
$0  Corpo  Santo,  fundado  em  1808,  pefos 

Eairitrmòs,  que  o  adminíáthivatn,  e  era  des- 
sadó  a  soccòrrer  os  seus  otphaos  e  viu* 
tas.  • 


SaMIèsHif»  pard  a  da  Ajuda  (que  atéentão^  .  E'  hoje  o  monte-pío  CofT^o  Santo,  de  que 


^rata  adiante. 


Ettt  1829,  o  padre  Md  Martins  Goisade, 
éob  es  ahspiffios  e  )|>roteaíão  do  sr.  D.  Ht- 
|uel  J,  fundou  n'esCa  viffa  um  tísyio  pata 
Itaparijfas  desamparadas. 
,  JBsVe  estabelecittiento,  deixou  de  existir 
0m  1834,  t  6  edifielo  é  b0|ef  prépfledado 
faftlcular. 


t>EN 

A  ioscripçao  da  (a^da^  §fe  dizia  quno 
rei  f^deçl^r^va  yr^iacitor  do  aaylo,  fai  ^feí- 
^jifi)  i^t>  e  6atjL  aeir ¥ÍAdo  de  ass^olo  o|i 


PEN 


m 


Os  cónegos  seculares  4e  &  João  Evang^r 
li^ta,  (^W)  âo  CQOveiuo  ,>de  S.  Bernardíao 
4b  AtottgfMa,  reç()biafn  os  disimos  da  ire- 
*OWi^  44  $t  Pedro,  'Çoofi  a  olurigaçio  de  re- 
il^i;^r^  a,  cgrej^;  ma^  e^les»  cuidavam  mais 
«q^  receber  íqs  disipas,,  do  que  nos  concer- 
táMí  ;Ct^fga#do  «^  ponto  f|e,etiiar  destelhada, 
pelo  que  o  pQvg  Uie  clamava  S.  Pedro  dos 
^ardues. 

,  £iq  iSld,  o  pov/]^  teBd9  á  sua  frente  um 
idio^,  cbaoa^o  o  4^onio  Doido,  oppdz-se 
ao  pagamento  dos  disimçs,  em  quanto  os 
«onegos  nâo  «on^poze^sem  o  templí^. ,    , 

Este9  ^qiàot  j^ysiram  a  co^a  em  19^ pr|- 
•cho,  e ,  r^di^caram  a  egreja  com  gnande 
«unptOQsidadey  jgastando  nas>.o))rav  24  ^ 
£ra^ad^.(9;6(K)^00a  i^s)  maia  tfilve^.  4i9 
que  valiam  tqdoe  o»  disimos  ^e  alé  eptip 
baviam  rec^JMdo^  ., 

.  A  pai^4e  4«^.  Nt  fV^sia  4gjríu'a,  %M^é  a 
Mrede  dii^  ^  de.uma.oiilra  grande  «fNil 
Wa,agflijM)ií.v^  dfidicit4ajio  ]SspinUt$fm; 
^^m^  (G|ldeniolj4i^,d«rai|(e  a  usor^^pe 
de  PM>Iipp0  ly.   .     ^ 


.  I  I 


Bas  oap«Uiiçi  a^j^i^tP»  4^^ cmlqlia  .^  da# 


.  •  ( 


. ,  i,v-^o<4f|  Senhor^  4oê  fhmfdieM-VÊT^ 
fip  In^ispptav^iQeoie  a  prioiaiia»  n|o,s6  ei^- 
in  ^  (Ç9|Hà)a4  a<»  f  QPicbe»  m#a  ^  4mí^4e9 
maia  vaafM  fi  o^^Vli^B^  d^  proviae M»^  4m 
mais  notáveis  do^tf^^  mef^n^o  o  kVt 

Mí>544f  Senlu>i'a  da  Pp^d^»  fípssã:%enh^r§ 

do  Port^  ^'^4^  Kf/f^  S^iMmrff  4^  9m^ 

4ií^  de  JUm^,  <  ,^af^.  Sfiito*a  da  A^ 
zareth.  .     . 

Está  esu  formqH,êdeveti4«ímieape(la, 
ti/Mc;^^  A<^e yoa  rocl^ed^a  opheMisfftiiii- 
Cii  d»  çoí#a.  a  Í:ppO  metr«i»;a  fiSK  iMl  * 
dadella,  e  um  kilometro  ao  N.  do  phaiy))  l|i 
Cabo Í^Yoelríe.  ..      .^  .,^   ...» 

E'  de  boa  architeetura,  posto  ser  muito 


j|Qtjga,  e  esiá  coostroida  em  fórma  de  çroi» 
coi^;eapeJIa-mór^  9iachrj^tia  e  mais  offici- 

^  ^'ão  ha  memoria  da  data  da  su^  (unda- 
çaoy  nem  de  quem  fonse  o  fundador;  ape- 
nas, tr^iciqo^énte  consta,  que.  appife- 
qau  ap  mesmo  teçipo  em  que  f^i  achada»  a 
foq)os^,juaiagef)9  de  Nossa  Senhora  d^I^aia.- 
reth,  da  Pederneif a — i^tp  ó  —  pelos  annoe 
4i79  da  er;^  çhrislan,  /;  ^ 

Segundo  a  lenda,  invadido  este  território 
pelos  árabes,  ein  715,  ui^  c)iriâtHOs  da  Atoor 
gf^i^,  ou  ^mmediações,  adoravam  em  uma 
erfuidinh^i^  a  imagem  da  Samissima  Virgem» 
com  a  qual  tiobam  particular  devoção»  % 
reçeiosqs  dos  iosultos  e  sacrilégios  dos  rmu- 
ros^  4  fori^m  esconder  em  uma  caverna  suk* 
I  terrauea^^ue  as  ondas  hav^m  formado  copa 
o  seu  debater  incessante. 
..Por  mfiis  de  qi^atro  séculos,  esteve  ^s^n- 
ta  imagem  escondida  e  ignoradai  na  suabi- 
pa,  até  que,  peiQS  fios  do  século  XIÍ,  -u^ 
criminoso,  fugido  V.^cç^o  4a  Justiça»  pro- 
CMrouabrigoe  refugio  nos  i^tros  caverno- 
mks.da  co^ta  da  pef^in^uja. 
.  Foi^ep^  fiueacb^u^  uipa  d*es^f  ra- 
ta^ uma  ia)ageip  da  Santíssima  Virgens  de 
0"',33,de.altô  (palmo  e  meio)  com  o  M^* 
po  Jc^.  noa  braçosi  e  da  perfeita  eacul* 

1^  J<i^o  se  atrevendo  ^  a  bic  i  ppvoaglúv  ^a 
parte  da  sua  descobe^)4  g«upaf|cr^9í^9lt 
ae.i^tttretinl^Pifi  ayíanhar çq^cf^^,. ,  ,  •, 

fst^.  correram  «,4^^  j^ar^  ^f:«^  pt- 
rj»tes»  f.  o  povo  vpgja  4:0raj^  «  ^iQ  V^* 
éfi  alegria  trouserai^  a  úfiageqíí  paf a  §  eyrp* 
ja  de  S.  Vicente;  porém  na  segip,lfitp  oift? 
ph^Bi  .^rn^  ^  a^.  eKcantradâ  n^  sct^.ea* 

Pozerain-se  logo  alli  vella^-par^  ^  4fKPÍA- 
Kei^  ^4r^t#ram  f)^i^b^^Big^3i§ki(i,  lui^rts* 
taá  j9Q^s  aaUepfes  do  roebedq»  e  d*el)e4iw^< 
iniq  consiruli^  aq^  al(v^  qo  pM$mo  ipgar 
em  q^  a.Se^hioir^  foi^  act^da.  ... 
,,  ^notici;!  d'este  apparecim^dn^q  em  brew 
se  divulgou,  por  todos  os  arredores,  e  a  p9* 
19  correi^  a  adorair  a  Virfen|«  ^  ^  iavoe«l-a 
^as  s|m  aiai$dea,  .  .  ... 

As  esmolas  e  oÇefi^idj^  forrara^  saifi  a 
gruta,  e  com  ellas  se  principiou  a  edificar 


m 


PEN 


^W 


uma  ermidlnha  i  Senhora,  junto  da  gnita« 

Creseeodo  e  ampUaúdo-se  a  devoção  a  eé- 
ta  imagem,  qae  denominaram  dos  Remé- 
dios, decidiram  os  povos  constrair  lhe  nima 
mais  tasta  eapelta,  Ocando  a  antiga,  qoe  :dQ- 
da eiiste, servindo  de  capellamór. 

Esta  nova  constmçao,  parebeo-me  obra 
do  século  XV,  oa  princípios  do  XYI;  mas 
idh>  me  consta  que  haja  memoria  oa  apon^ 
tamentò  da  data  da  constracçao. 

Fez-se  ama  nova  e  formosíssima  imagem 
de  nossa  Senhora  dos  Bemedios,  qhe  foi  eol- 
locada  no  alur  môr. 

A  grata  da*  appariçio,  íiea  no  corpo  da 
egreja,  á  esqaerda  de  qaem  entra,  furman- 
do  uma  capelia. 

Tem  sobre  o  altar  ama  imagem,  de  pe- 
dra, de  Nossa  Senhora,  com  ans  0",70  d'al- 
to,  e  qae,  pela  sus  escaiptara,  parece  mai- 
lo  antiga. 

Por  baixo  da  Senhora,  está  am  niclio,  oa 
orna,  também  cavado  na  rocha,  é  dentro 
dTelle  uma  imagem  do  Senhor  morto. 

B*  corrente  entre  este  povo  religf osb,  quê 
qoando  aUi  foi  depositada  a  imagem,  era 
tio  corto  o  nicho,  qae  o  Senhor  tícou  cota 
as  pernas  encolhidas  (maitos  mofadòres'de 
Penfehe,  dos  mais  velhos,  dizem  qoe  ainda 
aafembram  d'esta  circamstancia)  e  o  ikicho, 
alargando-se  milagrosamente,  foi  dahdò  to- 
gar  amplo  á  imagem,  qae  agora  se  vé  com^ 
plétameiite  estendida,  e  na  posição  nattiral 
èe  om  homem  Mecldo. 

O  pavimento  dá  capina,  fica  ons  dois  mé- 
th»  inferior  ao  soío,  pelo  que  se  déísoe  pa- 
n  6lb,  nio  sd  pot  idgtms  degraus  do  twrft* 
tilo,  oa  alpendre,  maa  d'este  por  outros  pa- 
ra t>  templo. 

Consu  qoe  as  madeiraurem[Hnegadasn'eS' 
tas  constracçòes,  foram  arrojadas  pela  mar, 
a  estas  paragens. 

O  sUío  onde  está  edificado  este  temt^  1 
plano,  ê  forma  uma  praça  em  hrente,  òriá- 
da  de  bèuitas  casas,  para  secretaria,  cásá 
dos  mordomos,  reridencia  do  erèmfúEo»  e 
abrigo  dos  romeirois,  e  cavallariças  parit  o 
gado. 

áiiida  am  IWII  se  conslruhi  uttia  outra 
casa  para  abrigar  as  bestas  de  caVdltrf^  è 
<is  tóiè  4ne  levam  os  carros. 


"i 


Tem  esta  casa,  uns  50  metros  de  compri- 
do, por  uns  W  der  largo. 

Tuito  a  egreja,  como  todos  os  edtteios 
das  suas  dependMicias,  estio  perieitamtate 
conservados,  e  são  caiados  com  multa  fre- 
quência, o  qoe  dá  a  tado  isto,  um  aspeeia 
draito  alegre  e  vistoso. 

'Notei  ua  gente  de  fMehíb 
uma  devo(^  sincera,  e  o  maior 
cuidado  e  sollidtude  na  eon» 
servação  e  aéeio  de  todas  as 
suas  egrpjas  e  éapeltas;*  (|Q6 
,  '  iíSo  maltas,  attendeihdo  ao  ta* 
manho  da  terra. 

O  mesmo  cuidado  e  aeeio 

se  nota  na  maior  parte  dos 

templos  dos  arredores  d*e0tâ 

villa. 

E*  a  milagrosa  imagem  de  Nossa  Senhora 

dós  Remédios,  obfecto  da  maior  devoçio,  uao 

sô  do  povo  de  Peniche,  como  dé  todas  as 

freguesias  em  redor,  até  grande  distancia; 

e  eiÉ  todo  o  anno,  mas,  principalmente,  des^ 

de  i5  de  agosto,  até  fins  de  novembro,  sio 

aqui  frequentíssimas  as  romarias. 

A  maior  parte  dos  romeiros  se  demoram 
a^di  xréê  dfas,  ádibirando  a  fof  mosun  Ibip» 
ponente  do  logar,  e  véádo  o  oceèano  a  és- 
bater-ee  soberbè,  fouiiii  a  ooMa,  formada 
aqui  de  penedias  cortadas  a  prumo,  deuttà 
5  a  6  metros  de  altura. 

A  reeuguarda  da  capelia,  dista  apenas 
fUM  12  du  18  metros  áff  preclpldo. 

A  descrença  do  seeakratiida  niô  invadia» 
felizmente,  senão  uma  parte  muito  dímina- 
u  de  bom  povo  português,  que,  ^eguiádo 
af  consoladora  teilgíio  de  seus  piéè,  %fbtò 
píAeif  dé  Deus;  e  o  valor  na  tntéfvençlb  dos 
sètts  ^smitM,'  á  elles  Morre  em  todois  os^aso* 
meitos  de  pisrlgd  ou  i^çio. 

Para  se  toer  ittiiíidêa  veidadèiri  doqua« 
déiio  dito,  basia'  siibér^se  que,  áleái  âk 
líMide^multidio  de  'if^inneiros  qòe  tSô  vem 
éteruz  oIçtÊâA,  ahida1ic]e  áqtri^etetcoifíiii 
os  seguintes  cirias: 

Amssrãd,  FamaKcio,  S.  Martiiihò  do  Pois 
tò,  Mkzareth,'  PMáias,  Vallado,  e  Vimeiro  de 
Meifffaçai- 

Do  ecmelko  da$  Caldas  dá 


i.  tt 


EEN 


PEN 


631 


Fome  Gnda,  Foz  do  àféUmuf. 

ih^ctmeMo  i^Oòidos: 

Mlmtín^Qúeint,  Óbidos. 

sOo  concêiko  da  Lominktm: 

Atâkíis,  MoUédo»  R<!gMngo  <vniide,  Re- 
gneogo  Peqaeno,  Vimieiro. 

B^^eoneélho  ée  Torres  Vedroi: 

Carvoeira,  Ganlkados  (oa  A  dos  Cnnha- 
4ot)  EMaroaçao,  PaDasqnéira,  Rendido. 

S)o  ooMelhú  de  Peniche: 

Peuohe«  Sem  d'Bl-Ref . 

Ao  todo  24  eirioi. 

GoBsta  que  antigaoMiite  eram  mais  de 
trinta. 

A  camâra  maoícipal  de  Peniche,  com  a 
ápprovãção  da  Janta  geral  do  districto  de 
Leirja,  estabeleceu  no  sitio  de  Nossa  Senho- 
ra dos  Remédios,  em  1874,  uma  feira  an- 
nual,  no  3.*»  domingo  de  outabro  de  cada 
anno. 

E*  esta  feira  maito  concorrida,  não  só  por 
cansa  das  transacções  commerciaes  então 
aqui  effectnadas,  como  também  para  ver  os 
círios  da  Serra  d*E]-Rfíi,  e  do  Reguengo, 
que  costumam  vir  em  visita  â  Senhora  n*es- 
sedia. 

» 

iArf-CãpOía  dt  S.  VkenUy  martyr^  9M' 
qnissíma,  e  em  minas. 

Jèláll6id'ella. 

3.* — iSisericordkL  Ueik 
r.  4.*-«^ap0Í/a  áe  Santa  Aortem^^-oragd  da 
goamição  da  praça. 

K  flmito  IbciDOia,  e  está  dentro  da  cllla- 

Acha-ie  aetoaUwnite  prdflmada,  e  senrin- 
do  de  arrecadaçio  de  objectos  milhares;  mas 
te  iSiperançaa  de  em  breve  aer  restltoida  ao 
«■ko  dWino. 

^.•^Capella  de  Nassa  S^nAora  da  Vkiíh 
tío.-^MjuíIò  aotign. 

A  jmUa  do  eommerdo  a  reediftcoo,  pelos 
«linoe  de  1780^  mas  ficou  sqiMnBs  em  pare- 
des. 

E*  de  jíttgela  jnas  elegante  awhileetilra, 
6  esti  encostada  (ao  E.)  ^o  pbaipl  do  Cabo 
p^rvoeiro»  também  então  mandado  cons- 
miripeb  mesnin  juatá  iío  eoamereia 


(L^-^apella  dê  Nossa  Senkota  do  Abalú, 
Já  não  existe. 

Picava  perto  do  convento  dos  franci8ca« 
nos,  no  sitio  do  novo  cemitério,  em  cons- 
trncçiò. 

7.*— Cape/M  ée  8.  José  (particniar.) 

Deixou  também  de  existir  ha  muitos 
annos. 

S^—Capella  da  Calvario-^náe  termina 
a  procissão  doá  Passos.  '* 

Pelas  mas  do  transiu»  d*e8- 
ta  procissão,  se  vêem  varias  ^ 
capelias  a  que  damos  o  nmne 
de  Passos,  onde  se  fazem  as 
estações  da  mesma  procis- 
são. 

Pica  perto  da  egreja  de  Nossa  Senhora; 
é  bonita,  e  está  muito  bem  conservada. 

9.*—Capella  de  SaniUnna— fica  k  O.N.O. 
do  paiol,  e  está  em  bom  estado  de  conser- 
vação. 

iO.^^Capella  da  Santa  Crti^r— flea  ao  S.O.  ^ 
da  antecedente,  e  perto  do  cemitério  an- 
tigo. 

Está  também  bem  conservada. 

ii^-^Capella  da  Espirito  Santo,  da  qual 
já  tratei,  e  que  deixou  de  existir. 

i%*--Capella  de  8.  Marcos,  evangelista, 
perto  do  oemtterio  antigo. 

Foi  proAtnada,  e  serve  de  hoipHal  e  qoar- 
tel  militar,  e  de  arrecadação  de  objectos 
pertencentes  á  guarnição. 

i^.^-^Capèlla  de  Santo  Antoítiò.-i^O  regi- 
mento de  infinteria'  de  Peniche  (depois  n> 
13)  qoasi  todo  composto  de  gente  d'esto 
concelho  e  dos  limitrophes,<tomoa  Santo  An- 
tónio de  Lisboa  por  sen  padroeiro,  e  man- 
dou á  sda  custa  eriglr-Hie  próximo  e  ao 
B.N.E.  da  cidadella,  tuna  formosa  e  rica  er- 
mida, com  seu  altar  de  riquíssima  talha  dou- 
rada, e  tendo  sobre  a  CiMshada  do  templo  as 
armas  reaes  portugueias»  • 

(E*  no  districto  da  parochía  de  Nossa  Se- 
nhora da  Conceição.) 

Orâsnoo-iè  por  vma  provisão  regiaí;  de 
D.  Pedro  II,  e  por  sdpplica  do  regimento, 
para  a  fabrica  d'esta  capella,  que  o  seu  pa- 
dioeiro  itvesse  o  posto  e  o  soldo  de  alferes 
que,  idgundo  a  tarílli  d*aquello  tempo,  eram 
âKMOréis  mensaes. 


«3â 


PEN 


FEN 


Em  qnaflto  este  regimento  se  eonsenroa 
na  soa  praça  de  Peníehe,  fez  todos  os  aa- 
Bos  uma  pomposa  festa  ao  sen  padroeiro. 

Este  regineato,  foi  mandado  erear,  eon 
o  titulo  de  regimento  de  infanieria  de  Pemi- 
ehe,  por  proTísao  regia,  de  D.  Joio  Ifi,' pe- 
los asnos  de  1555,  e  assim  se  oonservoa  até 
á  nova  organisação  do  exercito,  feita  pelo 
nareehal  Beresford,  em  180&,  daQáose'^lhe 
então  o  titulo  dq  i-egimento  de  mfamíeria 
«.•  13. 

Durante  o  governo  do  sr.  D.  Miguel  I,  e 
al6  á  coDfençao  d'Efora  Monte,  se  tornou 
a  denominar,  regimetUo  de  infanieria  de  Pe* 
niche;  mas  não  perdeu  a  numeração  de  13. 
— Tioba  golfa,  canhões  e  tíyos  brancos. 

Foi  sempre  um  oorpo  brava,  disciplinado 
e  fidelissimo  ás  soas  bandeiras,  morrendo 
comellas. 

Cumpriu  sempre  as  ordenados  seus  su- 
periores, tomando  a  defeza  do  partido  por 
elles  indicado. 

Em  ISSO  o  I8S5,  sendo  os  seos  coaman- 
dantes  liberaes,  seguiu  e  defendeu  o  parti- 
do líberaL 

Em  I8M,  o  sen  commandante  segàlu  o 
partido  legttimiste,  e  o  regimento  cumpriu 
o  seu  dever,  seguifideo. 

Durante  a  infelit  guerra  dhrftl  de  1^32  a 
1834»  eenria  com  bravura  e  leaMade  o  par- 
tido do  sr.  D.  Miguel,  até  eonvenfeionar  em 
Évora  Monte. 

Em  1570,  o  papa,  S.  Pio  V,  o  o  rei  de 
Heapanba,  Philippe  II,  eoovMon  o  nosio  rei 
D.  Sebastião  a  entmr  em  uma  liga  on  confe- 
deração «entra  os  tnrcos. 

O  rei  portnguez  seeeita,  e  manda  uma  di- 
visão coUoear-se  ás  ordens  de  D.  João  de 
Áustria,  ilbo  natural  do  monareha  eaàt»- 
Biatto* 

O  regiroemo  de  Feniohe,  fazia  parte  d'e8» 
ta  divisão,  e  se  dislingniu  pelo  seu  valor» 
na  famosa  baralha  de  Lepanto,  em  que  os 
turcos  foram  derrotados.  * 

Aoboi-se  também  nas  batalhaa-^das  Li- 
nhas d^Blvaãi  em  ^4  de  Janeiro  iè  i660-^do 
Amêisnai^  «m  6  do  jnnbo  de  ld63-*-de  €as* 
ÈêHo  BoOrigú^  em  7  de  Julho  de  M67  *-  db 
.  Moniei^  CtaroB,  em  17  de  Julho  éa  IM5; 

Em  todas  estas  batalhas,  gloriosas  para  as 


armas  portognean,  se  pertoa  o 

de  Peniche  com  o  valore 

tropa  dÍ!9CiplHiada,.e  eom  a  lealdaéBén^er- 

dadeiros  portugoeies,  ajudando  comjnsm" 

mente  a  sacudir  oe  pesados  grihdaaàaimBr- 

paçao  bespanbolsL 

Foi  um  dos  seis  regimentos  deinfaUteria 
portuguesa,  tonunandadea  pelo  lenenin-^- 
neral»  João  Forbes  Skelater,  qi»  naa<Hlini- 
ram  a  divisão  auxiliar  na  Hespanba,  e4|iift 
obrou  prodígios  dè  valor,  na  gloríosn  cama- 
ponha  do  Rotíssilhn,  em  1795  e  179€i,  ra- 
grassando  da  Catalunha  a  Portngal,  eoterta 
de  honras  e  lauréis. 

Todos  estes  6  regimentos»  o 
por  ordem  do  prindpe  re- 
gente (depois  D.  João  YI)  !!• 
veram  bandeiras  de  distine- 
ção^  pela  ordem  real,  de  17  dn 
dezembro  de  i796»  com  a  le- 
genda— ^AO  VALOR  DO  BKGWBH- 
TO  DE. . . 

Durante  a  guerra  peninsular,  distinguia* 
se  do  mesmo  modo,  o  bravo  regioiento  de 
Peniche,  nas  seguintes  batalhas: 

Á9  ordens  do  marechal  Beresford,  contrm 
Soult,  em  Âlbaera,  a  lô  de  maio  de  i8ll. 

Sob  o  commando  do  general  Hlll,  contra 
o  general  francez,  Gerard,  em  Arroyo  do 
loa  Molinos,  em  M  de  onlnbro  do  «esmo 
anuo,  de  1811. 

No  assalto  e  tomada  de  Cindaê  Mthga, 
em  19  de  janeiro  4»  IBIi. 

Morassalio  e  tomada  de  ftada]o%  bn  d  de 
abril  do  mesmo  anno.    - 

Sob  as  t>r4êna  do  marechal  8lr  WeBea- 
ley  (lord  Wellington)  contra  Marmon^  eii 
Salamanca^  a  8i  ile  junbo  de  18 19. 

Na  de  J>taoa,  a  de  agosto. 

Sob  o  mesmo  general,  entra  trinmpiuHK 
te  em  Madrid,  a  18  de  4  agosto  do 
auttoi 

Ainda  sob  as  ordens  da  WeHingtò», 
Arsptlw,  a  15  de  novembro  d*esse  annoL 

tfa  àangttinolenu  o  decisiva  batalha  dn 
Victoria,  em  24  de  junho  de  1813.  ^ 

Na  dos  Pymiaiv,  a  80:da  juilM. 

<  A  verdade  histórica,  obrlgame  á  cou* 
fessar,  4ue  os  éorpos  ponui^^es  «jaó  útaM 
heroioamenls  sd  portaram  na  bata(M  dá 


Pm 

fio  assaho  e  tomada  èe  9.  Sebastião  de 
Biícma,  êoi  31  de  agosto. 

Na  de  Nfuelk  Qi  em  território  franeez)  a 
iO  de  novembro. 

Na  ád  Nice,  a  13  de  detembro. 

Na  de  HasUngueSy  em  f  3  de  foTereiro  de 
WI4. 

Na  de  Orthez,'  a  t7  do  mesiAo  mez  e 
ánoo.' 

Na  entEada  triamphante  em  Bordéus,  em 
It  de  março. 

Hote^sè  4ne  o  actual  regimento  n.^  13, 
Mia  tem  de  eomatim  eóm  o  ant^. 

Aqnèlle  é  de  ereaçSo  posterior  a  1834,  e 
desde  ^ae  deixon  de  existir  o  regmento  de 
Peniche, 

Como  mtiitáa  fimiKas  d'eata  Tifla  e  das 
terras  adjacentes,  descendem  d'e8te3  he- 
Téieils  mW  tares  porlngiiezes,  que  pelos 
tens  assignaiados  serviços,  tanto  illastraram 
a  naç9o,  em  geral,  e  Feniche,  em  particu- 
lar, eonsigiílei  estes  factos,  ot  perpetuam  rei 
fMmerlatn^-^^ÈSL  certeza^  de  que  tKl  mtrraçft) 
será  grata  aos  penichenses. 

Também  julgo  a  propósito,  mencionar  aqui 
•um  fiicto,  occorrído  na  primeira  Invaslo 
franceza. 

No  dia  8  de  dezembro  de  1607,  entraram 
■*esta  praça,  dof^  regimentos  de  infanteria 
bttonàpartfstas,  commandados  por  Toniieres^ 
Tiara  a  protegerem  ^!)  contra  os  ingtezes. 

Bra  governador  da  praça,  t>  brigadeiro, , 
Vdá  Antobio  CasteUo- Branco,  que  (sabeBeus 
i0om  que  Yontadef...)  com  o  seu  estado- 


Yiptp^i^  fpra^ri  os  ^  i\.%í  e  23  de  iqbn- 
teíía — e  os  7  e  li  ae  caçadores. 

Pela  ordem  do  dia  de  13  dé  março  de 
ISli;*  ffveram  estes  oorpos  novas  bandeiras 
^com  k^cudas,  em  tetru  d'oaro. 

As  de  iúfauteria,  diziam: 

ICTLGARKfS  QUAL  i  MAIS  BtCKLLfilfTfe, 
SK  Sta  DO  MUNDO  BSl,  Ot  DU  TAL  OtlCTe. 

■ 

Aa  d^  caça^o^es^  diziam: 

DIStntCTOS  vós  SOIS  KA  LUSA  msTOiUA, ' 
COM  ^  liOUB(«S  tlOLmUOS  NA  ^CTOIHA. 


MSÍÍ 


«33 


maior,  foi  comprimeiífar  o  brigadeiro  ffan- 
ccí.      •  •  "    •  .    . 

Dos  ^sffieiaea  portuguesas,  só  udi  capfHo 
de  artilheria  sabia  Ibllar  franeei,  e  servia 
disIfngMu 

Na  conversa,  disse  Gastello  Branco,  que  ti- 
ftha  feito  a  oanpanba-de  Itt)U9s?Iíon,  na  ifua- 
Mttdede  eeronètedmmandante  do  re^men- 
lo  de  Pènicbé. 

Tt)mieres-dif»9B  que  se  admirava  de  qtie 
;e«do  estado  eiti  França,  nSò  faifásse  frau- 
oez. 

Foi  isto  dito  com  certo-  ar  de  desoonsíd^* 
raçio,  que  chocou  of^Mseral  poriuguez,  que 
disse  ao  interprete:  *  - 

— «Diga  a  esse  senbor,  que  mais  adml\ra- 
do  estou  «tt,  tPeHe  Tir  a  Pof ttígal,  sem  qtfe 
ttfbguem  de  eá  o  «hamasse^  e  sem  saber  f al- 
iar porfuguez.» 

Pot  a  seu  ebapeute  eábeçft,'e  reftrou-se. 

Teve  logar  n^esla  víRa^  um  boirroroso  ca- 
sio  de  oathalepsia. 

FaUeeetido  D.  Clara  da  Aoi^ta,  fdi  sépuhá- 
da  no  carneiro  da  sua  ftranríHá. 

lyalii  a  eineo  hnàoe,  tie  aèlo  de  deposl- 
lar-so  èutfò  deftincto  no  mèMío  carneiro» 
achouse  à  infelic  seobora  ao  cimo  da  esca- 
da, tendo  cortado  com  os  dentes  as  fitas  quD 
lhe  {Iresfdiam  pés  e  -nilos. 

Que  fmmteàa,  longa  e  Mrrivel  ino  setlt 
a  agéniá  dTesta  desgraçMa! 


Pefttlo&e  mitfUr 

'  tepaiudo,  fnrokmtarfamente,  'do  fariiso 
exercito  porttigefea,  ha  qtiarenta  e  doit  aú- 
né9,  e  lendo  sfpenas  17  «o  dbltar  o  aerriçò 
iMilitat*,  poucas  noções  Conservo  da  ahe  âk 
guerra;  mas, HoérHdentessiO  ashinutriena 
cireumstandas  que  eéiicorrem  para  se  tM- 
der  fazer  d*éaie  local  um  ponto  idconqtrta- 
tàvel,  qtte  qmdquei^  piitano  as  tonlietd  f^ 
cilmente. 

A  dtspoM^topdgrapMca  de  Petlldie,4liN 
fere  essoneiMitoeiíiè  da  do  Gibraltar,  et^ptt 
bateifils  ilubtefraneas  lâio  coflStHtidas  uA 
edebsfà  de  nn»  nMitaih*;  que  6111a  ^pnií  ií 
BalMlo. 


mi' 


^^m 


Póçle  porém  set  compmda  com  s^  terii- 
Tel  cidade  rossa  de  Cronstady  tendo  muitos 
fipitoA  de  semelbaoca  (g«)trapbica  e  mili- 
tarmeute  lállf^ido)  cpm  eUa,  e  podendo  Pe- 
niche, ser  ao  O.  da  Europa,  o  que  Crons- 
tiá  ó  ao  N. 

Osgoveroospoqtagaeces,  AOQca  prestaram 
^  devida  atteoçâoa  estap^lo  importiatM- 
simo  da  nossa  costa,  fazendo  de  Peniche  nao 
jBÓ  uma  praça  de  guerra- da«  raaii  li»ft6B  do 
moado;  mas  uma  esQoUt  ipratiea  dos  nos- 
sos architectos  militares,  engenheiros  e  Offi- 
ce» de  artilb«^ia. 

A  peniDsote,  forma  um  triangulo  cem  a 
pequena  península  do  BaUoft  ^  ^om  o  pon- 
lai  da  Consolaç^o;  tendo  ainda  por.  temero- 
sa sentineila  av^nfa^U^a  li  kíj.  a  O.N-D. 
e  ilhe^  da  Beruinga  0  ps  grupos  de  caciío- 
pos,  da  Velha,  Estrellas  e  FarUJ^Seíii^ 

FortiQeadaa  conyeQienteiBian)(9»  as  praças 
de  Peniche  e  suas  dependências;  e  foriifi- 
çaDdp-«e  também»,  qwifwlo  o»  mais  aper- 
feiçoados sy^Htemas  modeim#»-«- Abrantes, 
Santareip,  Alma^  Cascaes,  á.  Jnliaoe^u- 
gio,  ficaria  Lif^j^  a  coliert^  do  inva^des, 
for  terra e.pç^  mar;  jptorqne  nefilinm'  ex- 
er.eito  iuimlgn  se  atreveria  a  ata«9r  a  ca^ 
Xjút  ficando  cercado  por  tantas  praçaa  fer- 
ias, 

Tem  ainda  PeniGbn ^  yaatattimâe .poder 
«Qnier.çommod^ante*  aíem.da.snagpar- 
niçao,  um  bom  oofpo  de  tropas  di9  terra»  na 
sua  ampla  cerca  oà,  recinto  fortificado;  o 
^ue  lhe  augmenta  a  importância  militar. 

A  magistral  d^  fgrtifiçaçaorjQioterrompi- 
da  d'esta  praça,  mede  2250  metros,  sendo 
^  P^rie  que  deíe94a  o  istb^,  nmf  ponra 
^  140.  metros  de  fl^çj^a»  i^ç^  a  parle  ^boi^- 
yiesKA  para  o  intarior^eas  extremidades  dos 
ápis  maffâ  r-  do  &.  e  do  Kr-^ateangondo 
imia  extenção  de.  12^  nie(nis. . . 

Oqs  ^tremps  da  eorva»  sesue  a  fortiÇca- 
^,para  o.  N^em  volta  da peniasula,  em 
imaa  e:ftan^  de  SQO  Bsetrosy  e  do  mesmo 
modo,  para  o  S^  400, 

.  ^ ;  ^ciÍa4iUa  ^  o  fefta  4a8  Cabana^  qite  lhe 
%^  immadiafo<e,ao  8»»  eatão  perfeijtamente 
fftn»erYa4os»  assUn  cçmo  todo.  o  lanfio.da 
corOi^a  a  sen»  baliiftftea,  qn^pa^tinda^a 
principal  fortaleza— a  cidadella— ySo  pcfiM 


der  ao  forte  daLuz<em  minas)  emPeniebe 
de  Cima.  Isto  e  q  seu  competente  foaso  e 
Gontra-escarpa,  d  a  defeza  da  praça^  pelo  £. 
—  isto  é  —  pele  lado  do  istl^mo. 

A  artilberia  da  Con^plaçâii»  defendia  n 
parte  S.  da  península;  a  do  Baleai,  a  parte 
N.,  e  ambas,  cruzando  seus  fogos,  varrinm 
todo  o  isthmo,  secundadas,  além  d*iss(^  pe- 
los fogos  convergentes  dos  baluartes  do  E. 
da  pra^a. 

A  cídadella,  uma  bateria  no  CaiQ  Cairffos'- 
ro,  e  baluartes  no  Serro  do  Cão,  na  Ponta 
ép  Trovão^  na  Papóa  (que  ó  lun  pontal^  oa 
pequena  península)  ena, Ltu,  i^rreriam  li»* 
da  a  eosta,  jamais^  teo^o  ^  alcance  da  me- 
tralha, e  de  artilheria,  ainda  de  pequeno 
alcance,  o  ilhéu  rochoso  da  Berlenga,  qoê 
náo  deixaria  conservar  no  canal  muitos  mi- 
nutos embarcações,  ainda  que  miúdas. 

A  todas  estas  temerosas  defezas^  lantodn 
arte  como  natnraes,  accresco  que  o  mar  é 
quasi  sempre  perigosíssimo.  n*esta8  para- 
gens^ o  que  attestam  os  frequentes  nauiri- 
gios  occorridoa  n*estas  aguas,  semeadaa  de 
recifes»  e  quasi  sempre  revoltas  c^Jrenenlcc 

Parece  que  a  própria  natureza  reimia  ca- 
prichosamente uma  multidão  de  círcumstan- 
cias,  para  que  qs  homens  as  aproveiiassem, 
fazendo  d*este  ponto  uqia  fortaleza,  temivel 
e  inconquistavel. 

Os  nesses  goven^os,  porém»  em  tempo  al- 
gum curaram  de  aproveitar  eieta  posição  Lm- 
porlantiesima,  límitando-seb  4uaiado,  n^oito^ 
a  maxularem  construir  alguna  revelins,  cor* 
tinaa.  e  bak^urtes,  m^ia  i^Oi  menos'  solidoe,  ne- 
Abnm  dos  quaes,  nepi  m^mo  a  cidadelln 
pé4e  bojj»  resistir  muitas  hqras  á  aççào  ler- 
rivel  da  poderosa  artilheria  moderna. 

Nem  uma  estrada  militar,  liga  Peniche 
eom  a  capital,  nem*eom  otiun  qualquer  po- 
voação!—Mais— hoje,  que  lauto  se  tem  cuí- 
da4b  da  viação  pubJioa»  esta  praça  avoda  fup 
possue  uma  uniea  estrada,  nem  mesmo  éò 
3.*  classe  I 

Em  i5  de  QuMíbro  de  1875,  o  general, 
commandante  da  i.?  diy|s^.  militar»  (bi  eoa 
os  capitães*  de  estado-maior  e  sub-chefe  do 
mesmo,  e  majores  das  duas  brígadat  de  in-- 
strucçao  e  manobras,  entregar  ao  piinistro 
da  guerra»  oar.  António  Jdaría de  Fontes  Pe. 


m 


reira  de  Melto,  o  primeiro  itinerário,  feito 
por  luitteilel^  dMiDdoè  oí&tíiLts;  eom  refe- 
renda á  estrada  de  Lisboa  a  Peniche,  hittdo 
pela  Alhandra,  Arrud^ »  Torres-Vedras  e 
liourinhan. 

Este  itinerário  desorete  a  estrada,  com 
toda»  as  povt)aç5es  HmitropUe^,  seus  recor- 
SOS,  e  accidentes  do  terreno;  abrangendo  uma 
aona  lateral  de  algnns  kiiõnetros.  Soa  im- 
parta  cia,  sob  o  ponto  de  Tista  militar;  e  re- 
fereneía»  á  historia  das  gnsnas.de  pate 

Como  t9f^  tencionam  oa  m<WMia  ^va- 
Iheiros  fazer  outros  itinerários,  relativos  ás 
estradas  comprehendidas  na  área  da  1.*  di- 
visão militar;  mas,  provavelmente,  nada  pas- 
sará do  papel,  na  Çórma  do  nosso  louvável 
costume,  e  esta  praça,  com  o  Jogo  de  forta- 
lezas caducas  (Consolação,  Berlengas  e  Ba- 
leai) que  formam  um  triangulo  agudo,  no 
centro '  do  qhal  estio  as  íortiOcaçoes  prínei- 
paes  (Peniche),  continuarão  no  despreso  e. 
olvido,  como  até  aquf;  dando  aos  estrangei- ; 
ros  um  testemunho  vergonhoso  do  nosso 
desmazélk)  e  da  nossa  incúria. 

Fortifloaçoes  de i^exiiòke' 

A  primeira  fortaleza  d'esta  península,  dé 
que  ha  noticia^  foi  a  actual /cidad^lla,  bas^n- 
te  forte,  prlocipiada  por  orilem  dé  D.  JÒao'  III^ 
no  começo  do  anno  de  1557^  ó  a  cortina  do 
lado  do  M.&.,  quê  olha  para  o  Baleai;  porèn^ 
a  morte  d*esta  moharcha,  occorrida  a  ií  de 
junho  d'esse  anno,  interrompeu  as  obras, 
que  só  se  incluíram  no  reinado  dei  D.  Se- 
bastião, pelos  annos  de  ÚiiÚ. 

Poi  ti:  Luiz  d'A(haide,  coude  ê  senhor ^  de 
Athouguia,  alcaide-mór  e  senhor  dè  Peni- 
che^ gne  requereu  estas  obras,  e  que  deftois 
as  dirigiu. 

Biram  feitas  com  tanianha  solidez,  que  o 
mar,  debatendo-se  contra  a  cortiúa  do  N.B., 
e  minando-lhe  os  alicerces,  fez  cahír  lanços 
iàteiros,  qáe  ainda^se  conservam  deitados^ 
mas  unidos,  epmo  se  fosse  ^a  sô  pedra; 
tal  era  à  leuacidade  da  argaihaça. 

Òs  Philippes,  a  qúemjpuoca  importou  a 
ventura  ou  de^raçi  dós  tM>rtuguezes,  e  que 
86  cuidavam  em  lhes  tirar  o^icoiro  e  a  pelle, 
pouco  se  tteá  dávà  ^e  ^be  'od  éstrangeiroi 


invadissem  as  nossas  costas  e  nos  saqueas- 
sekn  as  povoações;  porém,  coroo  traziam 
gtierra  com  a  França,  Catalunha,  6ran-Bre- 
tanha^  Hollanda  e  Paizes-Baixos,'  e  as  suas 
depredaç5es'0B  prejudicavam,  mais  ou  me- 
nos directamente,  Philippe  III  mandou  dar 
Srincipio  a  algumas  fortificações  na  cgsta 
6 If.,' desde  o  baluarte  da  Gamboa  até  aos 
rochedos  da  Papôa. 

Parece  que  estas  obras  andavam  muito 
vagarosamente,  porque  só  depois  da  queda^ 
de  Phinppe  IV,  seu  filho,  e  em  i64K,  é  que 
Sè  èoncluiram,  reinando  Já  D.  João  IV— que 
fez  de  Peniche  uma  praça  de  guerra  de  pri- 
meira ordem,  construindo  lhe  varias  forti- 
ficaçSes.'  Estas  obras  foram  dirigidas  pelo 
conde  d*Atoúguia,  D.'  Jerohymo  d'Athaide, 
álcaide-mór  de  Peniche. 

A  pouca  ariilheria  que  até  então  tinham 
as  fortificações,  erk  ioda  de  ferro.  As  mais 
antigas  peças  de  bronze,  que  se  voem  na  ci- 
dSadeila,  foram  ftmdldas  no  reinado  de  D. 
João  IV,  o  que  consta  das  legendas  grava- 
das nas  tnesmas' peças.  Também  aqui  ha  bas- 
tánlès,  dò  tempo  de  D.  AfTonso  VI  e  de  D.  Pe- 
dro II  (como  regente,  e  depois  cokho  rei),  e 
esUTo  ihuito  pouco  deterfojadaè;  porém,  a 
maior  parte  da  attilheria  de  bronze,  foi  con- 
struída por  oi^dfem  do  marquez  da  Pombal, 
nó  reinadd  de  D:  José  T;  e  estas  estão  em 
tão bello  estado», e as suasinscçipções e or- 
natos, em  relevo»  tio  primorosM  e  tão  bem 
conservados,  como  se  aicabasêem  de  sahir 
do  arsenal.'  ' 

Junot,  imaginandQ  ,que.  o  seti  senhor  ti- . 
nha  lançado  as  garras  a  Portugal,  por  toda 
a  eternidade,  tamlMUi  mandou  fazer  alguns 
reparos  ás  fortificações,  em  1808. 

Q  imrechál  pyare&íord,  mandou  fazer  alr 
gomas  okraa  nAiCiáadella,  e  restaurar  ou- 
tras, em  IMO  e  1810. 

'O  ^.  D.  Miguel  I,  também  mandou  fazer 
ligaras  obras  de  ideíeza»  /sm  vo)ta  da  <osta 
deàde  a  forte  da  Lni  atéa  Papóa,  ao^N^ 
e  de0de-  !èslè  ultimo  ponto  até  ao  Cabo  Car- 
vocdro,  ao  R.  e  9.0. 

A .  ddJ|deUa<  (exeeplo  a  paço.  ov  .quartel 
dt»  gtiverttadòr,  que  ardeu  em  1886;  e  nunea 
Âials  fbi  reconstruído),  d  fbrte  de  tíibaiM^ 


636 


PEN 


PBl^ 


e  os  baluartes  que  defeodem  i  pcninsnJa  pe- 
to parte  de  terra,  estão  em  perfeito  estado 
de  eonserraçio;  lado  o  mais  está  eei  minas. 

A  primeira  (a  ddadelU)  é  das  (oruieaçoes 
poriDgnezas  a  qne  sa  aclia  em  melhor  esta- 
do de  eoosenraçao,  depois  dElvas. 

Esta  praça  ainda  possoe  i4fc  boeeas  de 
fogo  —  e  sao: 

De  broote~6  de  ealibre  21—10  de  18— 
iO  de  12—7  de  7—2  de  campaoba,  e  qua- 
tro obazes.  E  de  ferro,  105,  todas  comple- 
tamente iooteis.  Eâtas  saoi  qoasí  todas  de 
grosso  calibre. 

Os  francesas^  apossando-se  da  praça  de 
Peniche,  no  fim  do  anno  de  1807,  manda- 
ram picar  as  armas  poringuezas  qne  esta- 
Tara  sobre  a  porta  principal  do  eastello.  De- 
pois da  restauração,  mandaran-se»  Mbre  o 
escudo,  embutir  os  sete  castellos  e  os  cinco 
escudôtes^  postiços;  mas,  parte  d'eUe8,  fican- 
do mal  seguros^  sahiram* 

Esta  porta  e^tá  no  baluarte  da  entrada  da 
eidadella,  e  ao  qual,  p^U  sua  forma,  se  dá 
o  nome  de  Redondo, 

Por  baixo  das  aro^  reaes  estão  dnas  tn- 
icripções— 00,  para  melhor  dfter— orna  in- 
scripção,  dividida  em  duas  partes.  Princípio 
do  lado  esqnefdo  de  qnen^  entra,  ,e  dix;  ^ 

ABcmi  RAifc  i^r^g^  sk- 
nnosbuii  «Boiá  iffknm 

m  IB  IffViCTISMIlO  OOliilh 
K  LVDOVICO  BIS  ÍNDIAS  ^ 

PBO  BBGB  IN  CHOATAM 

irr  oBASSANin  cAsitt.- 

LA  TTBAlffll  M  PtR  LV9^ 
TBA  W  UrTSMMeSAll.^  ., 

1  A  inseripçao  esfá  com  muitas  ahrevta- 
Hird^-^-isto  é— f«il«odo  uma  letra  por  duas 
e  ires;  mas,  como  nia  es  fiautear  i»Je  eiia 
letras  duplas  e  triplas*  f^-iào  eenuandafev 
fazer  de  propósito,  o  que  seria  <|i9ppndioaÍ8- 
slmó,  ponho-^s  aqui  por  extenso. 
^  ^  Segundo  esta  htserijpçio,  ínfertDmpe* 
mir-se  as  obras  dnranta.  a  doiodáafâo  éel 
PbiUppee,  mas  nào  é  verdade  4i  ^\m,  ^fm 
Phiiippe  III,  ou,  pelo  menoii  qo  seu  reinado^ 
ée  fizeram  algumas  obrás  &  defeza. 

O  Justificadíssimo  ódio  aos  usurpadores 
nesial|»aBQs,  ainda  miito  veria  sqdaod^-  se 
grav^Mi  a  kispripçio  (461^  fei  f»  wfHn  dn 
se  nao  mencionar  n*ella  o  que  mandi^  uzeir 
PhiltppeUt 


Do  lado  díreiío^  contipúa  do  modo 
foifile: 

SfB  ATGTSTI^SDId 
'    JOANNK  im  BEGNI  ASSKB- 

TORB  A  oojrrB  msBora- 
HO  ffiMHnsmAiwM 

MINAaTBR  ABSOUJTAIf 

LÁPIS  mC  POSTBRITATl 

COmíBNOAT.  ANNO 


Ha  pofln  eUtoffer  do  vêirelfan  vé  ee, 
yHÊÊL  ens  tmi  pedra,  essa  f  «sctffl^e^ 

"      16i5 


A  guarnição  actual  doesta  praça,  'coDsta. 
de  um  destacamento  de  60  praças  de  preC 
(quasi  sempre  de  caçadores  n.*  6,  vindos  de 
Leiria)  e  os  competentes  officiaes,  que  sio 
rendidos,  de  dois  em  dois  mezes  — 30  pra- 
ças de  artílheria,  e  alguns  sapadores. 

Todos  os  governadores  da  praça,  até  ao 
sr.  Francisco  Maria  Melcbiades  da  Cruz  So- 
bral, antecessor  do  actual,  eram  generaes  de 
brigada,  O  1.*  ^om  o  posto  de  coronel,  é  o 
sr.  Augusto  César  Nunes,  que  serve  actual- 
mente. 

«As  múralnas  de  circnmyalâçao  (que  sao 
as  q^e  oíbam  para  o  Isihmoj  têem  quatro 
portas,  contando  da  cidadella,  para  o  N. — 
SSo  — Portão  ia$  Cabanas —^  Porta  Nova 
(aberta  na  murálba,  em  167^— Portão  da 
Pontf  (a  principal,  e  em  serviço)— e  Por- 
tão dê  Peniche  dá.  (^inui, 

Ha  dois  posjiígos  —  o  iíJi.E$cadAj^as  e  o 
da  tUia  da  Palha.  . 

Tem  a  pra^  as  seguintes  obras  dê  âefeza 
(principiando  na  cidi|della,  e  and^^ido  f9n 
o"nòfte^em  vpltà  do,  península,  até  terminar 
no  pon(o  da  partida): 

Cidaàilla,  Ffirte  das  babanas  (quê  éy,  ver- 
dadeirainente,  um  balwirte)^^  Balu(;írtê  dà 
Vkerkordiq^  dito  da  Ponte^  dito  da  Caiçada^ 
dito  4^  S.  Vicente,  e  dito  da  Catnhôa  ((úie  sSo 
meiosbatuàrtes),  tudo  fsto  i  artUfaiado  ees* 
tá  perfeitamente  conservado.  Estes  meios  ba* 
liurteé»  sao  a  líobia  de  iiíni  da  parie  da 
terra»  ou  do  isthmò.  ô  fosso  que  separava 


PEN. 


»   k 


PEN, 


637 


e»t6  das  muralhas,  foi  ha  muitos  ânuos  ob- 
stMiido  pdás  arétas. 

ÍSm  l6M,  eoAst^fu-se  boda  forte  eoulra* 
esèaf  pá,  desêè  »  p^rto  ãas  Cahanãê,  até  ao 
baiHaiH&  êa  PúhU;  mas  paroá-^e  ahi,  sem 
se  seguir  até  ao  forte  da  Luz,  o  que,  eom 
o  devido  Ibysteiha  de  eomporUs,  cortaria  o 
isthmo^qae  é  todo  de  aréla,  Heatido  a  pra- 
ça eompktameute  defendida  -peh  parte  ^a 
terra.  '   • 

D*aqtti  pant  dRiutp,  eiUToIta  da  costa,  se- 
g:ue-fle  o  fi>rti^  da  luis,  que  está  desmante)- 
lado,  e  até  á  Papão,  o  sitio  da  Dêrrtibaâcí, 
assito  éhslmado  por  tei*  slUWístido  um  lan- 
ço^de  eivrtiDa,  do  qual  apenas  ha  Testigies. 
(É  a  tal  de  que  já  fallti,  e  que  tinha  uma 
fortissima  a^gaitoaça.)     •       '•  i 

A  Deméada,  defehdia  uma  linha  de  S80' 
metros  de  exteií^S^o.  Era  uma  tnuralba  de 
escarpa,  de  três  metros  de  espessura,  con- 
struída no  reinado  de  D.  JoSò  IV.  Fdi-se  dei- 
xando eàhtr  pouco  a  (^ouco;  e  os  reparos, 
que  no  principio  doeste  destroço,  apenas 
cOttsístfaà  em  algumas  pedras,  é  poueás, 
carfádas  de  cal  hydranlica,  tapando  a  base 
da  cortina  que  o  mar  hia  minando;  com  o 
desroaréiio,  sé  tbhnou  irreparável,  porque' 
tudb  àíhiu,  e  hoje  só  com  dispendb  de  iO 
ou  if  conto^de  réis  sê  faria  obra  em  ter- 
mos. B  notem  que  'esta  parte  da  eostá,  é  a 
mais  acéessivel  da'  pentnsuia*,  é  aluda,  mes* 
ma  assim,  é6  para  barcos  «pequenos,  e  coiA 
mar  bom.  '•  -  ^ 

Poi  na  Deiiiibaià,  ef  dlssde  o  desmantel- 
lado  forte  da  Lu2,  até  áo  Sérto  dò  tíao.  que 
o  sr.  D.  Miguel  f  mandou  eonstruir  èm  i8)i 
e  1832,  uma  linha  de  terraplenagem  e  al- 
gumas baterias  ligeiras,  do  que  apenas  res- 
tad  vestígios,  e  as  plataformas,  porque  eram 
de  hgens. ^    • 

Ainda  varfas  peça9  àè  ferTò,  de  grosfso  ca- 
libre, eardcmidas  pela  ferrugem  de  40  an- 
nos,  se  vêem  por  aquf  èstVnttidassobre  a 
terra  e  em  total  desprero;  seni  haver  quetn 
as  maiide  para  o  arsenal  real  do  exercito, 
para  se  faíprem  balas,  ou  terem  dutra  qual- 
queir  applieaçào:  e  assim  se  vSo  deixando 
destruff  e  intttYlIxar  muitas  tondlladasde 
ferrot 

No  GaboXarvoeiro,  ^  n'oatro8  pontos  da 


cesta,  houve  também  uns  pequenos  re- 
dtretos,  dos  quaes  apenas  restam  vestígios; 
mas  tòíb  lato  pouco  se  perdeu,  porque,  pou- 
co deviam  ter  custado,  e  de  pouco  servi- 
ram, em  caso  de  perigo. 

(Ao  fòrtioí  do  Cabe,  se  dava  o  pomposo 
nome  de  forte  da  Victoria.  Gonserva-se  em 
bom  estado,  porque  está  atli  o  mastro  dos 
sifinaes.  Tem  uma  peça  de  ferro,  desmonta- 
da, de  calibre  48.) 

tombem  durante  o  reinado  do  sr.  D.  Mi- 
guei, se  èonstruiu  o  nducto  de  S.  Miguel,  do 
qual  hoje  apenas  existem  restos. 

Ficava  em'  frente  do  Baleai. 

Havia  mais—o  fortim  dó  Carreiro  do  Cabo, 
p^o  da  Vletorla  (Cabo  Carvoeiro)— e  o  for- 
tim do  Porto  ãa  Areia  do  SuU  ambos  desman- 
telladoS:  do  segundo  apenas  existe  em  bom 
estado  a  casa  do  guarda. 

Pór  baixo  d'eUe,  ha  restos  de  antigas  for- 
tificações. 

As  casamatas  da  cidadella,  posto  ficarem 
alguns  metros  abaixo  do  nível  do  mar,  sio 
muito  pouco  hnmidâS,  e  tão  claras  que  a  to- 
da a  hora  do  dia  se  pode  alll  escrever  e  ler 
facilmente. 

Recordam -nos  estas  casamatas,  scenas 
bem  tristes  das  nossas  desgraçadas  guerras 

<5ÍVÍS. 

Desde  1826  até  22  de  fevereiro  de  1828, 
aqui  estiveram  os  prisioneiros  feitos  aa 
marqup2  de  Chaves  (general  Silveira)  aos 
quaes  obrigavam  a  trabalhar  nas  fordflca- 
(ões,  limpeia  dos  quartéis  e  mais  serviços, 
como  se  tivessem  sido  condemnados  a  tra- 
balhos públicos  por  um  conselho  de  guerra; 
pão  ^eluindo  doestes  humilhantes  serviços» 
os  offlcíaes  inferiores  e  os  cadetes! 

Depois,  desde  agosto  ^e  1832  até  maio 
de  1834,  também  ós  prisioneiros  Teitos  aos 
liberaesj  estiveram  enterrados  n*estas  casa< 
matas. 


t  • 


;  A  cidadella  tem  qnatro  frentes,  regular- 
mente balnartadas,  uma  das  quaes,  que  olha 
pára  o  Campo  da  forre,  tem  um  revelim, 
^ne  dá  entrada  para  a  cidadella. 
Ibta  frente,  e  as  duas  que  estio  viradas 


638 


PEN 


ao  O.,  teepi  fosso,  e  ramaes  de  estrada  <^ober^ 
<a,  com  as  oomj^etentes  praças  (TufiiMiJ^  ia- 

M^tes  eTçeQtraptes- .  .  .    . 

A  rõstante  linha  ma^íral  da  cidadeUay.4 
epmmum  â  da  praça,  e  irregular,  porque  se- 
gue às  ondulações  das  alcantiladas  rpc)^ 
que  coDstitaem  a  sapata,  ou  base  das  mura- 
lhas. 

Na  eídadella  ha  dois  cavaHeiro$^  um.  de 
forma  circular— por  isso,  chamado  o  Bedon- 
do  (em  que  Já  íallei  e  é  onde  estão  as  iqs* 
cripções  que  Ôçam  copiadas)  e  outro  ha* 
luartado. 

O  isth&o— único  ponto.ppr  o^de  a  praça 
pôde  ser. atacada  pelo  lado  da  terra,  es|á 
perfeitamente  defendido  (pelo  systema.ap.- 
tigo)  porque  as  faces  e  flancos  dos  meios- 
bfila^rtes,  e  as  cortinas  que  os  li|[amy  for- 
mam uma  linha  angular,  muito  reentrante» 
que,  por  assim  dizer,  obraça  todo  o  isthmo: 
e  a  direcção  dos  seus  fogos  está  tão  hábil: 
mante  combinada,  e  tão  convergente  para  o 
logar  que  tem  a  bater,  que  não  apreseuta 
um  só  pontp  indefezo;  estando  também  as 
obras  de  fortificação  tão  reciprocamente 
flanqueadas,  que  não  ha  upi  único  angulo 
morfo— isto  é— sem  defeza. 

Uma  guarnição  de  8:500  homens,  de  af- 
tilhería,  sapadores  e  infanteria,  tendo  as 
competentes  munições  de  guerra  e  bocoa,. 
defendem  com  facilidade  a  praça  de  Peni- 
che, 

O  paiol  da  pólvora  é  completamente  iso- 
kdo«  e  fica  a  500  metros,  ao  O.  da  cida- 
della. 

Tem  esta  praça  o  grande  defeito  de  ser 
pobre  de  quartéis»  pois  apepas  tem  accoo|- 
modações  para  uns  400  ou  500  homens. 

São,  dentro  da  cidadella,  um  grupo  de 
quartéis  antigos— divididos  por  es^dras^ 
chamados— (ío  Ncrte^  do  Sul^  e  do  Oeíte-^ 
um  barracão  adjacente  ao  ultimo. 

No  recinto  da  praça,  ha  o  quartel  do  Bar- 
racão^ na  qola  do  baluarte  da  Ifisericor- 
dia. 

Também,  desde  tempos  remotos,,  serve  de 
quartel,  a  antiga  egreja  de  S.  Mareosi  d||  q^^ 

Também  ba  na  pra{»  uma  sensível  fitte 
de  armazéns  e  arrecadações. 


PEN" 

Na  cidadella  ha  um  PMiq^  ^fv^^gm^ 
004^36. guardam  di^rersoi^  ol^toei.da  ma- 
nojbra  dQ.artU(ieria^  uma  casa  que  fpi  di^lor- . 
ja^e.hoje  é  airee^açSo  de  frqíectís,  da  vir 
r}as  pspecies. 

Dentro  do  Bedomâo,  ha  trez  p^qtfenos 
paires  provisoriçs,  ou  de  bateria. 

liebalxo  4e  um  dos  reparos»  oo  tarftple- 
nos  da  cidadella,  ha  um  grande  arinaam 
occupado  coip  viaturas  e  repjM^os  dfs  artilhe- 
rio,  e  com  material  e  ferramentas»,  paru  m 
obras  da  praçf    ,  .  ,     . 

A  capella  da^ÍQFUleza  (^anta  Barbar») 
também  serye  actualmente  de  arrecadar 

ção.  . 

Por  baixo  do  terrapleno  do  revjelíaii,  ba 
dnie  arn)ace&s,um  perieQce|it0  i  commis- 
são  de  engenheiros  militares^  outro  ao  eoA- 
mando  do  material  d'artilheria. 

No  recinlo  da  praça«  além  dq  paiol,  M  a 
Casão^  onde  estão  os  uteocilios  do  extincto 
arsenal  das  obras  nilitares, 

Ha  ppupos  annos,  a  egre|a  dp  mostairú 
do  Bom  JdBUs,  foi  tombem  transforipadi  feo- 
mo  já  disse)  em  armazém  pai;a 
ntenclUos  e  reparos  da  artílhería. 

As  muralhas  da  praça  (nao.faJlando 
Derrubada^  que  se  foi  pela  agua  afcaixo)  apre- 
sentam  algnop^s.  ruinju»  pao  sá  pela  sipa  an* 
tíguidade— poi3  é  obra  do  tempo  de  D.  loio 
ill— mas,  e  principaUneote,  pe)a  descuido 
e  desmazello  que  lem  havido  nos  seos;  Ca- 
ceis reparos;  e,  te  não  fosse  feito  governa- 
dor ,  da  prsf^»  o  ar,  Adrião  Acácio  da  Sil- 
veira pinto»  n^to  mais  arruinadiM  ^U- 
riam,, 

Èqtre  ;y  obras  de  urgente  ocKSesaidade» 
Qian^adas  fazer  por  este  cavalheiro»  avul- 
iam  ps  reparos  em  uma  das  muraihaa  4o  ba- 
luarte da  CamMa»  e  um  arop,  qjae  atraves- 
sa uma  das  cortinas  da  cida^^Ua»  por  onde 
a  maré  eqtra  pKa  os  fossos. 

Também  mandou  eoncertajr  U4^  as  gua- 
ritas 4os  aognfos  flanqueadjss  e  as  das  es-, 
paidas  dos  baMiaites.flacidad(;Ua— os  quar* 
tofi  p  casa^,  chamada  Salào,  restos,  4o  anU- 
09^  e  beUopal|ycet0  dos  governadores,  q  qual 
ardeu»  ém  consequência  de  uma  explosão^ 

O  salão  6  os  quartos  reparados,  servem 


.1 


FEK 

hoje  de  secretaria  da  prâça  e  sala  para  as 
sessões  do  conselho  admioistrativo. 

Ttombem  mandoa  concertar  os  artnazens, 
as  arrecadações,  os  qnarteis  e  as  prisões;  e, 
certamente,  ninguém,  com  tio  poucos  meios, 
seria  capaz  de  faxer  tanto  como  fez  o  sr.  Sit- 
iara Pinto. 

As  vistas  qae  se  gosam  da  ctdadeHa  íSio 
magestosas  e  foitnesissimas. 

Para  o  O.,  vése  uma  imponente  vastidSo 
do  oceeane,  debatendo*se  constantemente, 
contra  os  rochedos  piHpendicalards  qne  lhe 
constituem  a  soHda  base.  ' 

Mais  alem  (a  il  metros  de  distancia)  vô- 
se  o  itheae  posto  semaphorico  das  Berlen- 
gas,  e  os  cachopos  seus  risinhos,  da  Velha, 
BêtreUas  e  FarUh9es. 

'  Ao  N.,  o  Baleai,  e  um  grande  espaço  da 
costa,  até  Óbidos— ao  E.  e  S.E.,  diversos 
montes  e  aldeias  da  antiga  tilla  d*Athougaia 
-^  finalmente,  ao  S.,  o  forte,  e  a  bonita 
aldeia  da  Consolação,  com  a  stia  alva,  for- 
mosa e  vasta  capella. 

Também  é  bonita  a  vista  do  extenso  e  pla- 
no areal,  que  forma  o  isthmo,  constante- 
mente sulcado  de  carros,  cavallelros,  peões, 
e  bestas  de  carga,  que  vio  e  vem,  levando 
e  trazeodt»  mercadorias,  e  para  dlíferentes 
misteres. 

€om  razão  se  ufana  a  villa  de  Peniche, 
por  ser  a  pátria  de  varões  famosos,  que  a 
iUasirarâm^  e  de  uma  heroina,  que,  qual 
outra  Brites  d*Almeida  (a  fomosa  padeira 
S^Âifubarfota)  mostrou  em  varias  occasiões, 
a  sua  coragem,  a  sua  força,  o  seu  patriotis- 
mo, e  o  ódio  enIranhaVel  e  justificado,  que 
sempre  nutnu  contra  os  oppressores  caste- 
lhanos. 

Principiarei  por  edta— é: 

Joanna  da  Ã/tHi — que  nasceu  em  Peni- 
cke,  pelos  ahnos  de  !C^. 

Vinha  as  forças  de  cnn  Alcides,  e  a  cora- 
gem de  um  leio. 

Ouçamos  o  que  diz  Diogo  Manuel  Ayres 
d*Azevedo,  no  opúsculo  que  em  1831  Inipri- 
min,  com  o  titulo  de  Ptírtugal  Uluslrado  peh 
éoto  feminina: 

«Possuindo  estes  reinos  PiUppe  11  de  Ca2i< 


PÉN 


639' 


tella  (e  nSo  o  nomeamos  1.*  de  Portugal», 
pois  nao  é  justo  que  por  tal  reconheçamos 
a  quem  pura,  e  simplesmente,  e  só  na  força 
das  armas,  cifrou  ò  direito  para  o  possuir) 
vivia  na  IHustre  villa  de  Peniche,  uma  das 
mais  deliciosas  de  Portugal,  certa  mulher,  já 
de  edade  de^  eincoenta  auúos,  mas  nas  for- 
ças tão  vigorosa,  como  se  estivesse  no  vi- 
gor d-elles4 

«Juntamente com  as  forças^  era  dotada  is 
um  animo  tio  alentado,  que  o  mais  varoiiA' 
lhe  cedia,  sem  controversa,  a  primazia 
toda. 

fBftterCouhiava^se  de  pelejar  com  um  «6 
inimigo,  e  ainda  com  dois  não  admittia  pa- 
ralell^  o  seu  brio. 

«Goakbalef  com  quatro  e  cinco,  aspirava 
o  seu  animoso  espirito,  e  todavia,  para  mal- 
to  maia  mostrava  tanto  valor  como  aniiio. 

-  «Tendo  um  choque  eom  três  casteUunos : 
(a  quem  muito  aborreda)  maètratoa.os  de 
manei»,,  que  foram  necessários  muitos  teoh 
pes  para  se  recobrarem. 

aA  outro  que  intentou  off«>nder  a  sua  hou* 
ra,  deshonrou  com  uma  grande  bofetada*  s 
porqtie  este .  se  quiz  viogar  da  insoleoda» 
ella  o  tratou  de  so>te,  que  esteve  arriscadia-  ^ 
simo  a  perder  a  vida. 

•Outras  muitas  acções  notáveis  obrou  es* 
ta  illnstre  guerreira»  que  omittimes  por  as* 
rem  quasi  idenUcas.i 

Nã<i  pude  saber  quando  faf^u. 


D.  Imíz  de  Atkaide^  conde  d'Atougt|ia, . 
alcaide^mór  e  senhor  dopatario  de  Pemcbe. 
—militou  nos  estados  da  índia,  na  sua  prí« 
meira  qiocjdadf,  e  voltandad*abi  a  Psrtu-.. 
gaU  passou  a  servir  n;^  pi^yas  fronteiras  de 
Africa.    , 

Nomeado  embaixador  ao  iipperador  Car« 
los  V,  partiu  para  a  AUemanha,  onde  ea« , 
tão  o  imperador  andava  em  guerra  eom  os 
protestantes. 

Quando  D.  L^iz  chegou,  estava  Carlos  T , 
para  dar  uma  batalha  ao  eleitor  de  Saxonia, 
e  o  eUibalxaddr  poruivu^z,  immedia^amentu 
entrou  n'^nai  como  soldado,  tendo  entio  os- 
casião  de  salvar  o  estandarte  impeiiaV  IC 


m 


m» 


Ti^Ua  d'iB3lfa  i)}i$8|o,  íoi  nomeado  vice-rei  da 
lodia.  .  ) 

Foi  aqui  oi^d^  elle  immortaljsoa  o  aeaiio- 
loe,  restiiuindo  o  anti|;o  expiân^or  aa  iin- 
perfó  poriQguez  lU)  Orieote,  o  qi;^!  já  peo- 
dia  para  a  sua  ruína. 

M^o  só  defeodeu  o  aoligo  terrUorío  que 
possuíamos,  mas  accrescentou-o. 

Sustentou  vários  cercos,  dos  qm^,  um 
d^  Piaíd  nol^yeif I  fú  o  de  G^  eomra  o 
I#leâo» 

Aca)M^o  (^  s^a  goyerno,  voUoa  a  Porta* 
gal,  onde  tal  ruído  tinham  íeito  as  suas  ia- 
canhas^  q^a  foá  rec«bi4o  com  poniipa  amca 
via(a. 

Nomeado  segunda  vez  vice-rei  da  Ilidia» 
o  seu  nome  bastou  para  conter  a  awadia 
do»  raia  d^aqueUaa  partes. 

Morreu  D.  Luiz,  em  Gôa,  antes  de  ter  oom^ 
pklado  o  tempo  do  seu  segundo  viee-reína- 
do»  dispondo^Museo  testamento,  que  queria 
qoi  os  seusTesiDs  mortaesfoseeoitraaiqpor'' 
tados  para  Portugal  e  depoeitados  no  c»»- 
vewto'  do  Bom  Jesux,  dê  Peniche  que  eUe 
mandara  edificar. 

•Na  egrcja  díò  dito  contento,  se  eonserva- 
rani  em  paz,  e  em  decente  maúâuleu  os  res* 
tos  d*este  heroe  portuguez,  atA  1834,  épo- 
cha  em  que  alguns  ex^rangeiros  engajados, 
e  que  por  esses  tempos  fizeram  guarnição 
n*esta  praça,  possuídos  de  um  furor  vanda- 
Iko,  sacrílego  e  cubiçoso,  contra  tudo  o  que 
pertencera  a  frMfies  e  mosteiros,  e  cheirasse 
a  aotígualha,  arrombaram  o  tumulo  de  D. 
Luiz  d'Aihaide,  julgando  encontrar  n'elle 
alguma  cousa  de  valor;  póréro,  enganaram- 
se;  porque  só  encontraram  póe  ossos;  estes, 
ent  iB36,  foram  removidos  para  a  parochiai 
egreja  de  Nossa  Senhora  da  Ajuàa,  otiáe  se 
eonservam  gnardi^os  n*um  corredor  escn- 
8O9  em  um  armário  indecentíssimo  e  carun- 
ebòso,  dVntro  d^um  caitão  ainda  mais  inde- 
cente! 

Eis  o  ultimo  Jazigo  de  um  esclarecido  he- 

apque  tanto  honrou  s  sua  pátria,  e  a  quem 
niche  tantos  serviços  devei . 

Se  o  nobre  conde  sou^sse  ^  triste.sorte 
qu^,  estava  reservada  aos  seus  reeto^  mor- 
lay,  di(ia  como  ó  poeta: 


^ngt^iUa  palria,  nan  poísidêbU  oMa  m^o/» 

As  camarás  de  Peniche,  qnei  pelo  menos 
a  algoos  annos  a  esta  parte»  tào  sollkíus 
teem  aido  na  promos^âo  dos  D^elhoraioeiír 
tos  do  83U  município,  ainjda  não  MverMi 
oceasiâo  de  incluir  no  orçamenta,  UflUi 
pequena  verba,  para  ser  eonsuruido  ao  «x- 
celso  D.  Luiz  d*Atbaide,  om.  humilde  nua- 
soleu,  em  um  dos  seus  oemiíerios;  e  lyM 
servisse  de  monumeuio  Aíngello,  da  gratidão 
do  povo  d*esta  villa,  ao  ^aobilissiao  porta- 
goez  que  tanto  a  enobreceuf 

Jacob, Bodg-igues  Ptfr«iira.-^Nd#ceii  a  Ai  de 
abril  de  1715.  Era  fiill>o  de  Abrabao  Rodrl- 
guês  Pereira  e  de  sua  muttier,  Abigail  Eibâa 
Rodrigues.  Já  se  vé  pelo  seu  nome  e  de  seus 
pães»  qoe  era  israeHta.  Sendo  os  judeus  ex* 
puisos  (eetupidan^ente)  de  Portugal,  foi  Ja- 
cob para  Paris,  e  abi,  dando^se  ao  eosioa 
doç  surdos-mudos»  inventou  o  aiphabeto  ma- 
nual, que  o  abbade  de  L*£pée  depois  aper- 
feiçoou. 

Choveram  as  recompei^ua  sobro.oiUus- 
tre  portuguez,.  Os  rei;»  de  ISrança,  Polónia» 
Suécia  e  Dinamarca,.ihe  fizeram  muitas  mer- 
cês^ e  as  academias  o  cobriram  de  appUa- 

SOS. 

Gondamtne,  Bnfifon,  Diderot,  d'Aiembert 
e  Rousseau,  commemoraram.  os  sçns  talen- 
tos, com  os  maiores  elogios. 

Principiara  os  seus  estudos  em  173^  cv 
em  91  de  novembro  de  i74i  apresentoa  â 
real  academia  das  scieneias  de  Cáen,  Jim 
surdo  mudoí  de  16  annos  de  edade,  que  rea- 
pondeu,}por  escripto,  com  rapidez  e  judicio- 
lantente,  a  quanto  lhe  perguntaram. 

Outros  muitos  discípulos,  egualmente  in- 
struídos, exhibiu,  pelo  que  «e  tornou  verda- 
deiramente benemérito  da  humanidadsi 

Luiz  XV,  de  França,  lha  concedeu  onaa 
pensão  annual  de  SOO  libras»  em  23  de  ot- 
tubro  de  i7al,  e  em  1764  o  nomeou  seu  Jui#» 
fua,  para  o  porU»gues  e  hespanhol.  Foi  fat- 
io socio  da  sociedade  real  de  Londres^  em 
1771. 

Morreu  em  Paris,  em  1774,  e  jaz  no  cemi- 
tério de  VUlette.  Segundo  ouu^os  esrriptorea^ 
morreu  em  15  de  setembro  de  1280..  O  qoe 


t>EÍí 

é  cèno;  é  qae  morreíi  cheioi  â^Uonms^^  de 
ríqaezas.  Sao  sens  deseenã^btéà  direélo^  èa 
etlebres  ntníjoi' Pereiire,  tSú>  c(yiílíèéi4ò8  lio 
mundo  argentario  e  politico  da  EoroiifaJ' ' ' 

I 

D.  António  Ferreira  Wfbío— Wspo  deni<j 
ríabna  (capital  ida  protfàeta  dotlfinài^Ge-l 
raes,  no  império  do  Brasil)  t  cdndlô  da*  Oôli- 
celção.  '     * 

'  Nasceu  na  fregaezia  déltossa  Sén1k)ii  da 
Ajiída,  d'eíta  vilia,  etn  1787.  Eh  Éllio'lè|(i- 
timo  de  Jaeintho  Perreffa  Viçoso  e  dé  Di 
Maria  Gertrudes,  honradisáimos  e  virtuosos 
proprieitariOB  de  Peniche,  que  edncarauí 
cbristanmente'  sete  filhos,  qn«ii  tiveram  dó 
sen  casamento. 

O  mais  uòvo  d*el1e^  d  Beijamiti  da  ÍÈmU 
lia,  foi  o  futuro  bispo  de  Varlanna. 

De  tenta  edade,  o  mandarad  séUs  pães 
estudar  no  convento  de  carmelitas  desfcal* 
Ç09,  de  Olhalvo,  concelho  d'Aleinquer,  a  30 
kilometros  aE.  de  Peniche,  onde  Já  era  um 
estudante  distincto,  seu  irmão  ihais  vcdho. 


w:n 


«4i 


o  padre  José  António  Ferreira  Viçoso,  que '  fos;  que  taóto  o  honraram  sempre,  espeeial- 


veio  a  ser  um  iilustrado  b  virtuoso  parocho. 

Depois  de  ter  estudado  o  portuguez  e*  6 
latim,  n'este  convento,  passoti  para  0  ieftii- 
nario  patriarchal  de  Santarém;  ondeestadoú 
humanidades,  èom  geral  applausô  deíi^èus 
mestres  e  condiscipulos,  edificando  a  tódos 
pelos  deus  óptimos  costumes,  é  dand6-lhes 
bons  exemplos,  pela  compostura  e  affabfli- 
dade  de  suas  maneiras.  '  ^ 

€k>mpletos  os  seus  estudos  do  seminário, 
entrou  na  congregaçlo  dos  padres  da^  misp 
sSes,  no  convento  de  Rilhafolles,  emLisooa, 
onde  estudou  philosophia  e  theologia^  e  to- 
mou ordens  de  presbytere. 

Tal  era  o  bom  conceito  em  que  era  tido, 
que,  apenas  ordenado,  o  seu  superior  o  man- 
dou leccionar  philosophia,  no  collegio  que 
aquelles  padres  tinham  na  cidade  d'Eyora; 
ood#  esteve  apenas  dois  annos»  partindo,  por 
ordem  dos  seus  superiores,  para  a  missão  do 
Brasil,  na  companhia  do  padre  frei  Leandro 
Bebello  Peixoto  e  Castro— a  fim  de  míssio- 
jurem  nos  sertões  da  capitania  de  Matto- 
Grosso;  passando  depois  para  a  missão  dp 
Ifíoas-Geraes,  por  ordem  de  D.  João  VI,  qup 
estava  entSor  n'aqueUe  império. 

IQiLCMZ  TI 


Taès  serviçoií  prestou  este  eminente  mfo- 
iíiDtaario.  no  Brasil,  à  Rélíg^  é  á  soel«Ía- 
dè— á»  letras  eà  Ihstrucçio  publica,  que  foi, 
em  premio,  nomeado  sup«ttor  das  missões 
no  império,  e  pouco  depeis,  bispo  de  Ma- 
rianna  e  conde  da  Conceição. 

Foi  sagrado  bispo,  em  5  de  maio  de  1844, 
no  !lio'de  Jáhéfro,  assistindo  ao  acto  da  sa- 
graçie,  cotti  tochas  aceesas,  TOpersena^eits, 
letitre  elles,  ministros,  desembargadores,  se- 
nadores, deputados  e  outros  altos  funecio- 
narios"pÉblieÒ9«  ifikè  haviam  sido  seus  dis- 
cípulos. 

Este  santo  prelado,  foi  no  Brasil,  no  sé- 
culo XíX,  o  que  D.  frei  Bartholomeu  dos 
Martyres  foi  em  Portugal,  no  século  XVI. 

Modesto  no  saber;  activo  e  bom;  humilde 
e  grave;  alegre  na  penitencia,  eram  as  suas 
mais  apreelavéis  qualidades. 
/  Falleeeu  este  exempiarissimo  prelado  e 
portnguez  benemérito,  que  tanto  honreu>es- 
ta  vHla,  por  ter  n^ella  o  seu  berço,  em  julho 
de  ÍS75,  eem  feraè  sentimento  dod  brasilei- 


'mente,  èos  seus  diocesanos,  que  choraram 
lagrimas  sinceras  de  pesar,  pelo  passamen- 
to de  seu  querido  e  santo  bispo. 


* ' 


Eram  uaturaes  de  Peniche,  os  pães  do 
célebre  actor  Epiphanio  Aniceto  Gonçalves, 
que  falleeeu  em  Lisboa,  da  fehre  amarella, 
em  18^. 

São  oriundos  d'68ta  villa,  por  6erem  ne- 
tos do  famoso  Jacob  Rpdri§%te$  Pereira,  do 
qual  já  fallei,  os  dois  ricos  capitalistas  pa- 
tisienses,  Jsac  Pereire  e  Emiie  Pereire,  ha 
pouco  fallecidos—  e  que  para  que  os  fran- 
cezes  lhes  não  chamassem  Pere^  afrance- 
zaram  o  nome,  mudando  o  a  em  e-^-Perewe. 

António  Leal  Moreira-^  Eleutherio  Fran- 
co Leal — distinctos  maestros,  compositores 
de  musica  sacra,  na  capella  real,  de  Lisboa* 
'  António  Leal  Moreira,  não  nasceu  mesmo 
n*esta  villa,  mas  em  uma  aldeia  próxima, 
pertencente  à  freguezia  de  S.  Leonardo  da 
Atougaia.    ' 

O  padre  mestre  íoamim  da  Horta  e  Foyes, 

4i 


:6ig 


Jím 


jm 


ordem  da  la^waaeaâBmi^        o*. 


f 


,-.  i-j 


Fauêtino  da  GavM — rify^  .i^goeia»^,  ^f4 
,  iogla^orra,  e<regre88ao4oay8fat9a»iioiBigNai« 
dea capitaea,  foi  dej^oU^O: i^itôctaf^ a fpojr- 
reu  par  do  rehio. 

Era  filbD  de  Joaé  Veiilara.da<}away  nego* 
ciante  em  Peniche. 


Honte-pio  Corpo-Santo 


it 


A  corporação  wmiiit^  ji^íicapeUn  da  Cor- 
po-Sanio,  rege-se  por  um  compromii^i  fei*- 
to. em  31  de  março  de.  150$,  quifò  foi  amplia- 
do, em  3  de  agosto  de  1587,  ^  f^on^^iado. 
por  D.  Philippe  II,  de  G^tellaiiem  20  ie  fiò* 
tembro  do  mesmo  anão;  fnor  Ç.  João  Y,  ^nd 


#Mi9  cm^  a  parto  dai  cmitqi^i:  coiopa- 
nhçJSw..    •  ,     ,  ,      .,. 

O  dono,  ou  donos»  e  a  companha,  de  cada 

.^;)04(n»p,,,ftu.4<wwí3,  §  a  companha,  de  cf- 
4r  batei  de  (^qlofa^j  tr^  quartos  de  qài- 
nhao. 

'  iQ  dono»  ou  donos,  e  a  companha,  d^  ea- 
dai  bátf^  fif^  remoB,  tripulado  por  maia  de 
0049  pessoas,  dois  qu^urtoado  quinhão. 
,  O  4pD0,  ou  donos,  e  a  companha,  .d^  ea- 
da.ba^l  de  remQs^  tripulado  por  duas  pet- 
§ofí^  uqs  «quarto  de  quinhão. . 

Cada  trabalhador  que  pertencer  â  cjasse 
:marit|ina«  paga  .oa  480  réis  q^epafaVa  ã 
corporação  ij^aritima. 

Alem  dUstO'— os  donos  e  €ompanha#|  das 
9r/^,  de  pesca,  dos  barcos,  bateis  e  facta- 
Tae,'de  q^iiialquer  natureza,  deduzem  mab 
im  por  cento,  dos.  seus  interes^ea^  applica- 
dt>.ás  solemnidãdes  religiosas,  expresaas  no 
artíjgo  i^^  dos  estatutos  -^  que  são  —  as  da 


15  de  maio  de  1712;  por  D.  José  JL  em  5  4^  Ifoeef^/Senl^f^a  da  Boa  Viagem,  S.  Pedro 
maio  de  175^;  e  pe^opriu^ipe  .regente  (de-  ,  Gonçaívea  ,!Í'eUno,'  eS.. Vicente  Ferrer,  i»- 
pois,  D.  João  VI)  emlidofevf^ei^o^^  18Q2.    ^qno»  d'esta  aociçdade. 

Esta  corporação  ^sava  de  muitos  privi^  n  :  Ç|a  01)ios  é,  muiberear.^Qs.assoeiadoe,  co- 
légios, que  a  Carta,  aboliu,  ^m.  18^    ,       ],^am  ^ta^  garantias  e  soccorros,  quo  seria 


Os  eatatutoa  do  monte-pio^  ioram  apiuo- , 
vados  por  decreto^  do  21  de  fevere^CQ  d^ 
1866,  e  por  alvará  régio,  de  15  de  maf  QO  dò 
mesmo  anuo. 

Tem  per  fim,  dar.  aoefiorioa  4e  botka^^e 
lácultatíTO,  a  todoa  oa  asspcíad^  p  s]^a  lá- , 
milias. 

Dar  ás  suas  viuvas  e  orpbaps,  as  gai^- 
tias  dos  dois  primeiros  soooqrros*  E^les^  sod- 
corros  são  também  4a4p8  pelo  monte-pio,.á8 
viavaa  e^rphãos  de  maritimos  e  outras  pes- 
soas, que,  por  decrépitas  ou  doentes,  já  os 
gosavam  antes  da  ereaçao  d*esle  estabeleci- 
mento* 

Fazer  empréstimos  adiasse  marítima,  me- 
diante seguras  abonaçoet,  da^  qviantias  ne- 
cessárias para  a  reparação  dos  seus  barcos 
6  rddes. 

Os  sócios  não  marítimos,  pagaia  de  joiía, 
500  réis,  e  uma  quota  semanal  de  40  réis. 

Os  marítimos  pagam: 


If^^  ^Bum/^rar, 
,.0'a#i»  rendimento  annnal,  tomon^pdio, 

(^.{deapresan^o  as  fracgoes  de  milhar,  iioieit 
1870: 

•ii.»    •  •  •       '.   ' 

Pifoducto  dos  quinhões  dos 
barcos  de  viagem 430^000  tf». 

Dos  Vi  de  quinhão,  das  ar- 
tes maiores  da  pesca,  e 
'  sua  pefcenugem 550M0D  réis. 

Das  fracções  de  quinhão, 
dos  batéis  é  artes  meno- 
res,  em  Penifche  do  Bai- 
i[:ò(Ríberíra)..: 365|9W  r& 

Da  mesmaproveniehcí  a,  em 

'    Peniche  de  Cima ......      Í56M00  rlís. 

Quotas  semanaes,  dos  só- 
cios da  terra 286(^600  réis. 


Somcaa 


1:787«0(»  léis. 


PíPB 

DHpeza 

■'•••• 
Of  dei^do/i  a  facultatiyos  e 

oiiQÍ8traiite ,., . .     .460ÍOOO  róis. 

KodieaiBeritos 680A)00  réis. 

.^sidío .  ao9  sócios,  foen- 

teí .  Í50Í000  rék 

Ofdenadçis  a  em^reg^dos  , 

.    meares ^.'...-       53^Clpa.réis. 

Oatras  despezas . .^.».       57^000  ré^. 

f  esUyidades  religiof^ ...      tBMQfXi,  réis. 

Somnaa:..'.  l:780jsôOD  Mís: 

i     I     Ih  hIi       . 

U^,  qae  este  n^oatô-pio  ttm  ^jagmenta- 
do  muito,  tanto  em  iTeceita  coou)  em  despe - 
za— itfida.  gnalquer  â*ellasy  lermo  médio,  por 
2:300MQ0  réis. 

SiW  4ig02tf  de  elogios  todas  as  direcções, 
i|0a  se  teem  portado  com  o  maior  desinte- 
resse, soUicUode,  iionradez  e  probidade;  e 
é  a  essas  cir^mnstancias  que  se  deve  o  es- 
tado prospero  da  institaiçâo. 


m 


m 


paspavam  os  pesoadore;i  e  soas  familiai, 
flj^fídina^  h^viia  pesca»  e  para  ver  se  os 
Í^QO;»tfifPf^YÀ  ^oxxlT^  <)a^l(|uer  oçcupaçao,  da- 
rai^^Q  e^tas  ^P.9S^  criíUcâs,  oíTereceu  xxm 
saçsco  de  mil|iQ  e  uma  e;ixada,  a  todo  o  gue 
quisesse  jUr, aprenderia  trabalhar, nos  cam* 

pos.  , 

,  ,$(!;  niB.  f(<H)eiM)^^  e  estf^  levou  a  ènxajía 
esjeondida  deljajxo  4o,  capote,  envergonha- 
d9  dé.d^  um^asso  que  julgava  indigno  da 
^i^f  cUsse!).'/.  .'j.'..      ... 

Hoje^  d|irantè  o  inverno,. quando  o  mar 
B^o.permitte  a  jpesca,  já  a^uns,  raros,  pes- 
cadores se  emptregam  em  trabalhos  do  cam- 
po, ffJX  outros  quaesquer;,  mas  é  sempre 
cop^.  repugnância»  e  só  instigados  pela  sua 
fome,,e,  ainda  jfnai3||jpela  dos  entes  que  lhe 
sâo  caros.    '     .     *  , 


I  '  I 


O  viver  das  mnlheres»  sobremodo  aristo- 
crático, para  familia  de  pescadores  e  mari- 
nheiros, occupando-se  quasi  exclusivamen* 
te  das  suas  alçsofadas  e  dos  seus  bilros;  é 
até  o  uso  dos  capotes  de  rebuço, '  e  certo  tom 
de  Toz,  tudo  ^nunum  á  gente  do  lítpral 
algarvio»  dao  muita  probabilidade  a  esta  mi- 
nha presumpçao,  pois  tudp  isto  é  commnm 
aos  antigos  cuneos. 

Nao  se  pôde  po)^  fixar  uma  épocha  para 
a  ^ntroducçao  d^  industria  das.  rendas  njes- 
ta  villa;  más  é.  certo  ser  antiquíssima,  poSa 
que  as  m^is  velhas  pessoas  d^aqui^  contam 
que  as  suas  avós  fazia^i  rendas^  o  que  ti- 
^ham  aprendido  Íq  suas  mães  e  antepassa* 
das. 

É*  provável  que  qos  primeiros  tempois 
este  fabrico  nao  attinglsse  o  acitnal  graa 
* »  .  • 

,'  Também  ainda  ha  poucos  annos,  as, n(a- 
iheres  d^aqui  usavam  de  mantoÁi  tr^ò  ^• 
quisitò,  de  4né  só  usavam  as  algarvias  e 
estas;  e  de  qpa  ainda  ha  alguns  speciqiens» 
nas  velhas  do  Algarve.  (Sao  do  misu  tçmpò, 
fipmo  os  r^iicojf.) 

Wmúnto  dmf  re  da  masnWiha  (do  Porto  a 
Coimbra)  em  não  ser  talar. 

Termina  na  cintura,  opde  é  franzi^o^  e 
d*ahi  para  baixo,  até  qnasi  aos  pés,  tem  nifi 

Portugal,  sendo  governador  de  Pemdie,  em      Era  o  trijo  ^  semauí  santa,  d»  cJ|rtte~ 
1812,  compadecido  das  priTa;9es  porqae  \  são,  das  viavas  e  das  parteiras. 


Bandas  44  i^enii^e 

A  indoatria  das  rendas  d^  almofada,  que ' 
lem  em  nossos  dias  ^r^ado  tão  famosa  esta 
praça,  é  o  emprego  da  maior  parte  das  mu- 
lheres das  povfliaçjjqs,  da^  costa  marítima  do 
Algarve,  desde  tempos  cen^tissimos,  mas 
jienhum  docpaento  nos.  prova  quando  teve 
principio  esta  industria. 

Já  disse  n*este  artigo^  qa^.me  parecia  que 
ein  tempos  de  que  nâo  ha  memoria,  se  es- 
tabelecera n*estapeniQfula.(no  sitio  da  Bi- 
beira)  alguma  colónia  de  algarvios. 

Algui^ft  usos  e  costumes  de  Peniche  de ' 
Baixo,  j^rinçipaimeote  a  indolência  dos  seus . 
moradores,, que  em  gsande  parte  só  se  que- 
rem dedicar  á  vida  perigosa  e  pouco  pro- 
.d^ctiva  da  pesca,  e  da  navegação,  recusan- 
do^ee  a  .outro  qualquer  serviço,  por  maio- 
res qoe sejam  as  suas  privações,  e  por  mais, 
tristes  que  sejan^  as  suas  circumstancias.  * 


èi4 


PEiíi 


de  perfeição;  pois  qae  alguttia  renáíá  anti* 
pL  qae  ainda  existe  nas  èasas  de  Penieúd, 
é  íoferíor,  tanto  em  desenho,  como  no  bém 
asabadQ,  ás  qae  se  fazem  modernamente. 

São  estas  rendas  no  género  Ronitóti,  imi- 
tação do  Gitípure,  e  da  renda  preta  denomi- 
nada CAanfif/y.  t 

Noto  moita  iáenttdade '  no 
,  viver  dos  dois  sexos,  tantQ  nas 

*'  '         povoações  marítimas  do  Al- 
garve com  Peniche,  coino  laos 
de  ÒVar,  com  aqaelles.  - 
'  Também   as  mulheres  de 

Ovar  se  empregam,  a  maior 
p»arte,  em  fazer' rendas  de  ál 
mofada,  e  crocheí;  mas  deve- 
mos confessar  qae  as  rendas 
de  Ovar,  e  Setabal,  e  mesmo 
as  do  Algarve,  nào  teem  a  per- 
feição áas  d'esta  praça. 
Pôde  calcalar-se  em  900  as  malheres  (lue 
80  empregam  exclosivamentè  no  fabrico  das 
rendas,  cajo  offlcio  aprendem  desde  crian- 
ças—aígamas  principiam  da  edade  de  4  an- 

JIOS I  ^ 

iSm  todas  as  oito  escolas  do  sexo  femini- 
no, da  praça,  se  ensina  a  fazer  renda. 

Principiam  pela  trocãy  qae  ó  uma  fita  fei- 
ta só  com  qaatro  bilros;  passando  depois  ao 
Ukó,  que  é  com  12,  até  16. 

E^  d*este  modo,  qae  as  malheres  de  Pe- 
niche, qaahdo  chegam  aos  15  oa  18  annos, 
execatam  os  mais  complicados  desenhos, 
com  tanta  facilidade^  que  é  para  ellás  um 
trabalho  maqainai,  conversando  e  prestan- 
do attenj^o  a  tudo  quanto  se  passa  e  se 
dizl 

1  Denoi^ina-se  BimUan  e  também  VçtUu' 
tíenf^ff  Méchlin,  'Buckingham,  toda  o  géne- 
ro de  rendas  feitas  sobre  'modelo,  em  uma 
almofada,  emprégando-se  bilros,  e  até  fusos, 
para  tecer  a  Ihiha,  de  maUeira  a  produzir  o 
desenho  que  se  pretende. 

Guipure  é  a  renda  feita  com  agulha  de 
crochet. 

Blonde  é  a  renda  de  seda  branca— CAan- 
t^y  (ou  Puy,  e  Gramont)  é  a  de  seda  preta, 
9.  leiia  á  mSo,  com  bilros.  | 

As  renda^  feitas  no  tear,  cem  bordados 
i.mão,  denominam-se  de  Bruxellas. 

As  rendas  lisas  feitas  no  tear  chamam- 
ae,  de  Dublin,  tulles  e  caff^aias. 


PEIÍ 

São  porém  estas  rendeiras,'  na  sua  maior 
parte,  victimas  da  usura;  porque  certos  ho- 
mens e  mulheres,  lhes  pagam  as  rendas 
adiantadamente,  em  dinheiro,  géneros  ali- 
mentícios ou  vestuário,  tudo  por  preços  ex- 
orbitantes, e  recebendo  as  rendas  por  me- 
tade do  preço  porque  depois  as  vendem;  de 
modo  que  estes  usurários,  vivem  á  ensta 
do  suor  e  das  lagrimas  das  infelizes  rendei- 
ras: áe  ^So;  é  attender  a  que  uma  das  mais 
babeis  e  desembaraçadas,  apenas  pode  ga- 
nlor  em  um  dia,  80  réis»  termo  médio. 

Trabalha  nm  mez,  para  ganhar  3^000 
réis,  mas  hade  dar  a  linha. 

Anda  por  20  contos  de  réis  que  annnat- 
mente  se  fabrica  de  renda  n'esta  praça. 

Parece-me  que  havendo  aqu 
tantos  cavalheiros  de  reconhe- 
cida probidade,  e  Cârilativoa^ 
era  facílimo  formarem  noa 
sociedade  ou  eommissáo,  qoe 
comprasse  as  rendas  ás  pro- 
ductorâs,  pelo  seu  justo  valor, 
nao  reservando  para  si»  senão 
o  Juro  do  empate  e  as  despe- 
zas  das  conducçSes. 
Assim  tornar-se-hiaa  vidadas 
rendeiras  menos  desgraçada, 
e  acabariam  com  esta  especio 
de  harpias  ou  vampiros,  qoe 
só  medram  com  a  misena 
alheia. 

Seria  o  meio  ínais  effieaz  pa- 
ra tornar  este  producto  ainda 
\  mais  perfeito;  porque  a  pro- 
técçio  d'aqttella  sociedade»  se- 
na-*0  favor  com  qne  mais  te 
accende  o  engenho^e  ás  pro- 
dnctoras  poderia  a  mesma  so- 
ciedade Ãéilitar  novos  e  bei- 
los  desenhos,  feitos  por  pes- 
>  soas  competentes,  abandotian- 

do  os  antigos;  que  pelas  re- 
petidas vezes  que  teem  sido 
copiadoá  (à  vidraça)  estio  mni- 
to  degenerados;  e  não  appare- 
ce  um  só  novo,  pela  falta  de 
meios  para  as  rendeiras  os 
comprarem. 
As  rendas  de  Peniche,  concorreram  is 


FEN 

•cxpo8iç5e/$--de  Londres,  em  I85i— deP^* 
ris,  em  1855— do  Porto,.eiD  1857  e  1861. 
Nâ  de  Londres,  mereceram  este  elogio; 

«  Tkê  exhibltion  ofltice  i$  limite^^  aUhough 
tJiere  are  some  articles  deservingnoiicefram 
th^eir  richness,  and  afU'quity.» 

(A  exposição  da  renda,  é  limitada;  ha 
ii'ella  todavia,  algnns  artigos^  dignos  de  men- 
sio»  pela  sna  ríqaeza  e  ^intiguidade.) 

Em  ambas  exposições  do  Porto,  obtiveram 
medalhas  de  prata« 

Na  de  1857,  disse  o  jary  qae  «rivalisavam 
com  08  prodaetos  estrangeiros.! 

Com  respeito  a  esta  industria»  termina- 
rei por  dizer — ha  em  Peniche  muitas  rendei- 
ras, cnja  malba  em  nada  i  inferior  á  da  fa- 
mosa renda  de  Âlençon;  e  se  tivessem  boni- 
tos e  elegantes  desenhos  modernos,  e  Unha 
da  meihDr  qualidade,  ooBsegoiríaoi  que  o 
sea  trabalho^  lhe  desse  pura  as  despezas  ur- 
gentes, e  que  os'  seus  arlefaetos  fossem  elas-i 
sifieados  como  os  primeiros  da  Baropa;  co-r 
mo  ^m  Portugal  são  oonsiAerados  os  pri- 
meiros d*este  género,  aqui  fabricados» 

Os  que  dese^irem  mais.  amplas  notieias 
sobre  esta  matéria,  e  sobre  entras  produ« 
ç8es  d*esta  praça^  eoasultem  na  BibUoiheca 
das  fabrioast  publicada  pda  Associação  pro* 
motora  de  industria  nacional,  o  beUe  livro 
iatitniado— ^  mdm$iriat  de  Femeke,  pelo  sr. 
Pedro  Cortantes  de  Carvalha  F4^ueíra;iRns« 
trado  Qlbo  d*està  praça,  curioso  investiga- 
rei das;  cousas  4a  sua.  terra,  .^  ao  qual  soct 
devedor  de  bastantes  esclareetesotói  .  da 
mesmaí,  )pelo  qm  lhe  *doii  os  meus  «ordlaes 
apràdecltóentos.  .\        .-, 


P^N 


645t 


E*  certo  que  a  pos}çaò  topògrapM^^.  d^ 
Peniche^  parece  appropriada  para.  a  indns* 
tria  da  peséa,  pois  que  o  peixe  nas  suas  re^ 
petidas  mIgraçSés  dó  N.  para  o  S.,  e  yite- 
versa,  naturalmente  devia  aíBuir  ás  das  vas? 
(as  enceadas,  de  Peniche  de^Gima,  e  da  Con* 
soUçao.  V 

Também  é  certo  que  ainda  no  princípio 


do  nosso  século,  as  costas  de  Portugal  eram 
muito  mais  piscosas  do  qpe  ò  sao  hoje. 

Causas  ignoradas,  porém,  afugentaram  em 
grande  parte,  o  peixe  do  nosso  lUçral,  e  ho- 
je este  género  tem  diminuído  bastante,  tor* 
nando  a  vida  dçs  nossos  pescadores  sobre- 
modo sQiargurada,  em  qqapto  por  umaoa* 
tra  (jualquer  çircijimstancia,  fora  do  alças* 
ce  dos  cálculos  humanos,  o  peixe  não  tor- 
nar a  aífluir  em  f bundancia  às  nossas  cos- 
tas.. •'.,'*' 

Os  pescadores  crêem  qnè  a 
invenção  dos .  barcos  movidoa 
!  a  vapor,  que  principiaram  a 
sulcar  os  nossos  mares  em 
18  i6,  foi  a  causa  do  peixe  fu- 
gir espandado,  para  o  interior 
dos  mares. 

Fundam-se  em  que  a  appa- 
riçao  dos  barcos  a  vapor  Qoin* 
cidiu  com  a  abandono  da  maiolr 
parte  do  peixe;  o  que  é  erro; 
porque  elle  abunda  em  outros 
mares  muito  mais  frequenta- 
dos por  vapores  do  qíie  o 
'  nosso. 
SardtnAa—Trez  meios  difTerentes  sioaqui 
empregados  para  ^sta  pesca— Arf^s,  ou  ísr- 
mações  estántès—^cos  volantes--^  surdir 
nhevras. 

Ha  actualmente  em  Peniche,  10  artes,  pre* 
çlT^do  cada  uma  d*um  barco  grande  a  pe- 
rnos, chamado  lancha  ou  calão,  e  de  quatro 
bate\$^  também  a  remos,  para  o  transporte 
do  peixe  pa^ji  terra;  alem  de  Í2  ancoras'  è 
6itei^a9,  cordas,  etc.j,,o  gue  tudo  custa^ppa- 
CO  mais  oú  ínenos,  1:5004000  réis, 

Pri^ipia  a  pfsça  (chamada  costeira)  a  Íl 
je  janeiro  èteriÓDÍná  a  K*dt  agoj^q,  empre- 
gando cada  arte  1ÍÒ  homens.^ 

Posto  que  a  sardinha  seja  a  principal  fas- 
earia, cie  has.^riei  támbem,  cafáj;>ati,  ^• 
lha  (grande  e  peqi^eoo)  badeio,'  bopUo,  a|ikt 
quique  (paiaivnb<irab^i:qB0  significa  j^eti»- 
padre)  espada  (trichurus,  L.)  Minha  (M« 
Bm  òn  gottbho  comnium)  ^  cá^  ^  lixa 

^  If  divertido  ver  às  toninhas,  correndo 
em  rebanhos,  jà  do  S.  para  oT^.iá  no  sen* 
tido  opposto.  brincando  e  saltando  sqbre  aè 
ondas;  e  niufto  prox|mo  dás  nossas  eostaa. 


6i8 


mjn 


Peoiebe,  para  o  estado,  por  4ois  contos  de 
réis. 

.Iimo.*-As  algas  e  oatras  pYanUs  ma^- 
nhasi^  que  o  codUquo  marulhar  das  ondas 
arraneam  dos  rocliedo»,  e  arr(4aai  á  praia» 
nas  aguas-vivas,  on  depois  das  tormentas, 
sai» apanhadas  aqui  (como  em  to^s  asnos* 
sas  costas)  para  serem  empregadas  em  ada- 
ba  das  lerrasi  e  é  óptimo. 

Ha  aqai  grande  quantidade  d*este  Uma;, 
mas  deve  cotfessar-se  que  os  habitantes  de 
Peniche  não  são  tão  sollicitos  em  o  eolh^> 
como  os  povoa  ^as  costas  d'Ave|ro  «>(ó  f^o 
Porto,  e  do  Porto  até  Caminha, 

M*estes  sítios,  nao  só  os  habitante^  da 
costa,  mas  até  os  das  povoaçÇeii  iatejriores— 
ás  .vezfts  dot  grandes  distaqcias.-r  vem 
aproveitar  este  adubo  precioso,  po  com- 
pral-o,  a  2,  3  e  41^000  réis  a  carrada;  mas. 
em  Peniche,  vi  eu  grandes  porções  de  limo 
estendido  peia  praia  do  Por^o  da  Aretoido 
Norte^na  vasante,  que  o  mar  tornava  a  lev/ui> 
na  enchente^  * 

No  Minbo,  nem  esperam  que  elle  arreie 
à  praia;  coma  agua  até  á  cinta,  e  servindo- 
se  de  grandes  eneínhos  de  con^ridos  cabos, 
o  ^vão  buscar  até  onde  acham  pé,  taa|o  ho* 
mens  como  mulheres.  ^ 

-Mesmo  assim,  já  em  Peniche  i^e  apanham^ 
alluas  milhares  de  carradas,  çujo.prei^ 
regula — depois  de  bem  seeco— por  S4000 
réis  cada  uma.  [ 

Uma  carrada  de  limo  verde^  re4uz«Be  á 
deeiflia  parte  tio  seu  peso  e  volume,  depoii^ 
áef seceo^  pelo.^e  se  veade  a  SOO,rtis. . 

Se  aa  mulheres  de  Peniche  4e  Mio  nei 
quizess^m  sujeitar  a  apanhar  liffia—  como 
fazem  as  do  J)ouroe  Minho— ganhavam  mais 
4o  4llplo  Ao  que  a  fawr'  reiiia;.maf«  por 
coQsaimmhaflu  ATesto  mundo,  ellas  quei^ 
riam  empregar-se  n'estetrabaiho,  qw$  rsQu* 
tam  degradante;  sem  se  lembrarem  flpe^tor 
do  o  trabalho  licito,  honra  e  enobrece^ 

.Ca  todo  a  caso»  é  esia  (mesnai^  mal  apro* 
vriíada)  uma  fonte  de  riqueza. pai^.Pei 
nicho. 


t  • .  I 


•  1 


Os  pefciêdons  ie  Pernil,  mosAraram^ 
em  Iodas asoot^unoturas» leaeapiMviotasH  h 


Quando^  em  22  ide  maio  de  i589,aqid  dl^* 
embarcou  parte  do  exercito  ioglez,  cammaA- 
dadp  por  Í9ão  Norri#,  ^  a  favor  do  mal 
iselhado  e  infeliz  priai^  do  Crato,  seria 
bido  com  alegria  e  cordealidade,  e.se 
fo^se  o  vergun^íoso.  tratado,  feito  com  a  rai- 
nha-I^ol,  de  Ipglaterra,  de  o^rto.  cadaj^e* 
nichense  válido,  seria  um  soldado  de  9*  Aa- 
tonjo, 

;Ç9f^m  sempre  dedicados  s|os  seus  alea|*., 
de^^ipóres  •  .commendat|ar;os,  os  condes  dia 
|A)ouguia;  f  quando  no  seij^pre  m^moraimL 
:e  gIoriosK>  fii^  i/"  ip  dez«imbro  de  1640»  a 
jlegendfiria  P^  PlMfippa  de  Vilhena,  qonilfss- 
'sa  j4*A|opguj%  armava^  por  sçasprapría^ 
mS(Q^  ^  seu/i  dáús.  &|ho9^  aipda  adolescMitss» 
sD.  Jeronymo  d*Athaide,  e  D.  Francisco  Goa- 
tinho^';^.  anip)4n4p<i)s  a  combater  pelo  9«i 
irei.y^tural  e  pela  sua  patrja;  os  peniehoa-- 
iae^i  ftecjupdafam  i^nediatamente  a  revela-. 
íção  de  Lisboa. 

!  Sim  :1S08;  estava  o  feroz  e  orgulbçso  Ja« 
>  notdomimmdo  despoticamente  Portugal^  eaa 
nqipe  do  seu.senhor. 

;  A  bandeira  sagrada  das  Quinas^  tjnha  U' 
dp  arriada  em  iodas  as  fortalezas  e  jedifidoa 
publico?^  p  a§  armas  de J^ortugai  haviam  li- 
do picadas  em  quasi  ioda  a  parte. 

.  Qa  franca w  tinhao^  uqia.  forte  guaral^ 
em  Peniche;  mas  nada  d*isto  aterrou  os^bn^ 
voa  pescadores  4'ef  ta  praça,  qoeprompie- 
ram  a  emigração  para  a  Berlenga.  (occp- 
pada  pelos  jpglezea)  conduzindo  para  alU 
os  emigram^;,  hindo  depoisi  com  tod(^  oa. 
seus  barcos,  auxiliar  o  desembarqiia,  4q% 
ufiMos  alliados^  em  PorM  Hovot,  fr^imé^ 
Vinutro,  :    r    ..  ■ 


tr 


"I 


'  .Çmfii.9L  Carta  ÇmiUitucmal  deitava. mr 
tenra  iodoa.^ff  privilepioA  que  esta  .v^.«k 
sava,  uns^  desde  o  tempo  do  impecadof  Ãlr 
lio  Gesar,  e  outros,  desde  o  tempo  de  D.  Af* 
fooso  Heufiqwes,  .nao  adaôra  que^fifjpqfi* 
chenses  tomassem  o  9  partido  do  sr.  Ú^  Wi 
pwAilj  petoqu^/iem  18I8|  esu /pila.  a  arde 

1  Eram  11:000  l^omens.  Desembarcaram 
em  Peniche  e  na  Briieira.  Vide  Ericeira.'  ' 
'  *  Omestto  b  no  mesmè  dta,  lérVy.  'Ha* 
riaQim  Ha:  Aleneastra,  ass  jeaa4ais  ttliai^ 
Peruando  Telles^  e  António  Telles.         >- 


i 


BEN 

OWAos^  fiMiiiaraa  um  batalhão  de  TOiaota- 
lios  realistas,  qae  deixou  do  existir  em 
i634. 

Em  1833,  Migael  Peroira  Marinho,  com 
úgtíoB  portagneze»,  belgas,  fraacezes  e  in- 
giezos,  do  partido  liberal,  se  apoderaram  do 
peqtwBo  forte  e  ilhéu  da  Berleuga,  que  esta* 
▼a  abandonado,  e  protegidos  pela  esquadra, 
do  Sertório,  artilharam  o  íorte^  e  se  pozeram 
em  pi  de  ffuerra. 

Na  maDhaii.de  26  de  julho  de  1833,  soube* 
se  em  Peniche,  que  o  oende  de  Villa  Flor 
tinha  entrado  em  Lisboa,  á  frente  de  uma 
4triiSo' liberai  (l:60Dhomensl) 

:Bra  governador  da.  praça  de  Peniche,  pelo 
sr.  D.  iligiielf  o  mareôhal  de  fampo,  Ânto* 
iiio  Feliciano  Teites  de  Castro  Apparício,  e 
tinha  debaixo  das  suas  ordens»  a  ala  esquer- 
da de  iolaQterl&  n.""  4— um  destacamento  de 
artilheria  n.<»  l—um  destacamento,  de  artí- 
fices engettheiros-*-uma  companhia  de  ve* 
teranos-K»  balaihões  de  voluntários  rea- 
listas de  Peniche  e  Óbidos,  o  de  Torres  Ve- 
dras^ e  duas  companhias  do  do  Castro  Dai- 
ro--os  regimentos  de  melicias  de  Leiria, 
Soure  e  Coimbra,  e  um  dos  quatro  regimen- 
tos de  miHeias  de  Lisboa  (o  de  D.Jarge)'— 
4M^  todo  mais  ds  2:000  homens. 

.íl  praça  eslava  sufflcientemeote  artilhada, 
«  08  paioes  cheioa  de  pólvora  e  bala. 
-  Pois  com  tudo  isto,  foi  tal  ojerror  pani- 
eo  que  se  incutiu  n'esta  gente^  que  fugiram 
cobardemente,  abaudomipdo.  na  sua  fuga 
desordenada,;  armas,  petrechos  de  guerra,  e 
até  artiihecia.  volaniel 

Os  liberaes.^pie  estaiism  Jlft  BerlQQga,  sou- 
beram logo  iflto^  o.  vierMu  immediataiDeDte 
MSQpara  praça;  ma^  «a  sua  entrada,  pra- 
Ueása»  toda  a  sorte  do  atrocidades. 

Alem  de  mutilarem  os  altares  ^  imagens 
sagradas,  da  egreja.do  mosteiro,  e  despoda- 
caiem  e  pmtoare»  o  tumulo  de  D.  Luizd^ 
Mhaidci  oomo  Já  di3se,  ^«pancaram  quanta 
gente  efiQoi|tr»Fam..na  viUa,  e,  aganrandp 
dois  desgiaçadee  realistas--^ um.  chamado 
Mifrímko  o  ouiro.Fiç/ar>ú»o^H)s  amarraram 
és  boceas  de  duas. peças,  e  disparando^as 
morreram  despedaçados! 

Isto  em  uma  praça  que  se  lhes  bavia  aban- 


vm 


640. 


donado  sem  a  mínima  resistência;  sem  ser 
preciso  irder  uma  escorva^! 

A  única  consolação  que  temos,  é  que  es- 
tas scenas  de  ignóbil  canibali3mò,  foram  pra- 
ticadas por  poucos  portuguezes,  pois  a 
maior  parte  d*estes  malvados,  eram  como 
]á  di3se,  flrancezes^  inglezes  e  belgas. 

Marinho  oobriu-se  de  eterna  ignominia^ 
por  auctorisar  tão  repugnantes  barbari- 
dades.. 

Não  recordo  estas  scenas  de 
horror,  para  fazer  recrudescer 
ódios  mal  extinctos  pelo  de« 
curso  de  43  annos;  mas  ape- 
nas como  um  facto  histórico. 
*  '   Se  fossem  praticados  pelos 

realistas,    menciouava-os  do 
mesmo  modo,  icomo  fiz  em  A/-. 
bufeira,  EstremoZy  ete. 
Jus  suum  cuique  tribuens. 

Tencionava  dar  uma  planta  topographica 
da  praça  de  Peniche  e  suas  dependências 
(Berlenga,  Consolação,  e  Baleai);  mas,  para 
não  fazer  uma  excepção,  que  Elvas,  S.  Julião 
da  Barra,  S.  João  da  Foz  do  Dauro^  Yalleu-* 
ça  do  Minho,  e  outras  praças  me  levariam  & 
mal,  limitar-me-hei  a  menciona  as  distan- 
cias relativas,  dos  differentes  fortes,  que  jo- 
gam (podem  jogar)  a  sua  artiibería,  combi- 
nada, protegendo-se  mutuamente. 

ÍAo  Forte  da  Luz  — . 
Peniche ...kil.    IS 
à Capella  dos  Re- 
Ao  CatMi  CaiVoVirò  l  10  Vs 
ÁCidadella >  i2V;i 
Á  Consolação  [Atou- 
guia)' •      10 

A  CIdadélla  —  Pe- 
niche   •    SVa 

ua  Lonsoiaçao/^^  ^^^^  ^  ^uz. .  »       5 

Ao  Baleai   (Atou- 
gtiia) »    evi 

Ao  Forte  da  Luz— 

DoB»ieâi..T.j^aS;::::::::H«| 

Á  Cidadella  ......>'     4 


650 


PEN 


Da  ComolaçSo,  jà  trale!  á  pag.  379,  «61. 
2.*  do  %•  YoC  e  a  pag.  172,  coi.  2."  <r^md, 
6  nada  maíd  tento  t  acereacentár  aqoL  '• 

Do  Balealy  tratei  apatr.  31t,  eoL  2.«'4o  l.« 
volame;  mas,  eomo  do  vivo  ao  pintado  ha 
malta  diíTerença,  e  en,  em  setem)»ro  de  1#75 
examinei  eom  toda  a  toimieiosldad»  estes  di- 
tfòs,  acerescento  fui  mais  o  segninlec' 

O  Baleai,  é  am  grnpo,  fonnado  pornioá 
peqoena  péAtnsaia,^  formada  de  rochas  cal- 
careas,  separado  do  coAtbéátei  por  ama  lia- 
gaá  de  areia  (fsthmo)  Ae  tmsiOO  metros  de 
lai%o,  è  200  de  eomprtáo^}  e  <^ie  é  o  Baleai 
próprio;  e  por  deis  ilbétrs,  dateesma  forma- 
^  --  ttm,  deoomfnado  IM  de  Fóra^  60  oa 
TOmetròs  ao  OJN.O.  dofisdeal-^e  peio  Ilhéu, 
a  nns  14^  metro»  á  O.N.O.  dá  Ilha  de  Fora. 

Tado  isto  é  no  dtstricto  dà  fregaezia  de 
Atoagaia  da  Baleia,  conetífto  de  Peniche. 

Este  gropo  está  em  linha  recta,  de  E.S.E. 
a  O.N.O. 

Na  extremidade  N.  do  Baleai,  eitistem  r^s* 
tos  de  mm^alhas,  e  as  platafonhai  de  lagens, 
de  orna  bateria,  mandada  eonstrilírpor  Im* 
not,  em  1886.  Janto  a  isto,  se  Téém  as  raf * 
nas  de  um  moinho  de  vento. 

Disseram«me  qne  na  Ilha  de  Põra,  ha  tam* 
bem  vestígios  de  íbrlificâíçdes,  de  tempos  re- 
motissimos;  mas,  c«mo  o  mar  estará  bastan- 
te inquieto,  quando  aqui  estive,  e  o  abscesso 
ao  ilhote  é  maito  perigoso,  não  me  atrevi  a 
\^  verificar  isio;  O  que  úósso  dizer,  é  qne, 
do  Baleai,  nào  se  4ivlsa  o  9i|^nor  indicio  de 
abras  d'arte. 

Iteto  o- Baleai, -ooaio  m  dois  ilhéus,  sSo 
formados  de  óptimo  marníor^calcareo,  alter- 
nado  com  algum,  pouco,  ^Idespatho;  ficando 
a  uma  altura  sobre  o  nivel  do  mar,  que  va- 
ria entre  4i9  7  metros,-  (efriyando-lhes  as  ex- 
^  tremidades,  rochedos  roÀifoiJios,  cortados  a 
'  j^wno*,  cMmtmrusquaes^oiiòar^e  d^at^  ft^j 
Hoso,  quasí  «ohstantemente,  cobrindo  de  es- 
pima  fodà  a  superficie  dòs  ilhéus.  Só  do  la* 
do  de  terra  (E.)  ó  que  o  morro  abate,  danda 
menos  difficil  entrada.      «  ' 

«  As  nochas  estão  dispostas  èm  camadas  de 

1  '  Èra  mais  próprio  chamar-se  ilhen,  pois 
só  na  baixa-mar  é  que  commanica  com  a 
terra.  I 


córift  éblf  faoy  variando  ^ssansponu»»»* 
tmO^^Saai-^W). 

Ao  N.,  fica-lhe  a  aldeia  do  Ferrei — oftda 
também  houve  um  forte— e  ainda  mais  aléoi, 
ai  praias  de  M)ida&  f 

k  Cenioiação,  fiea  ao  &;  e  o  fona  daíiiitt. 
e  o  mMio  da  Papda,em  IhBnidic^  fieám  a  O. 

«Do  Baleai,,  gocaib-sd  extensas  e  macM^o* 
su  flstai»,  4anto  de  terra  comoida  omc.  . 

'  Ylfdi  jiqui  «slabeketTtse,  noa  mecta  de  in-t 
vemo,  algumas  compaohas  depescadères  á» 
sardMíilfeíá^  áeapera  dossaMoaiea  de  tir-^ 
dfnba  qoedeècein da  eosta.  .  ' 

Ainda  que,  todos  09  preliofe  q#i.  hoje  9b 
vêem  tio  Baleai,'  sejam  dd  oonstme^  Afli- 
to m^evfia  («  otaii^atotrgD^extoBptMndo  % 
capelta^talves  tiio  tenkat  iO  átioos)  M  feila 
aggldmtsrado  de  r^edés,  povaado  de  tem^ 
pos'ifaimemoriaee;iâe  que  ha  vestígios; 
seus  habrtantes  (ph)Vav«ltoeÉte,  todos 
cádoris)  viviam  èm  eontiniio  nbate^  por 
calosa  das  entrada  dos  maifroe,  ^ue  oa  cib- 
privavam  i levavam  para  a  ACirlea: 

A  capéHa'  de  Nessa  Setfliora  dia  Mercáa  e 
Santo  Èstevam,  é  tambAn  muito  aatiga^  pol& 
jà  éxi^iá  havia  nniitoa  annos;' quando  tcnre 
logar  ô  milagre  do  resgate  d^  Imagam  da  pa* 
droeira,  que  jà  eontei,  na  ii*  eoL  de  petf« 
3i&  de'  1."»  votume^  «  qu«  o^  SfiM«am  Ma- 
rianno  (vol.l*,  pa^.  Ii7)  diater  aeonteoído 
pelos  annos  de  l5D0j  (N*éste  togarv  «dix  o  (la- 
dre fr.  Ag<>étinbo  de  Santa  Mavla^que  aJma^ 
gem'  da4eAliora,-tipeiia».fiEive^  naAfricay  o 
^èê&  de  uma  paiacA  ein  ^rata.).' : 

Note-se  que  esta  imagem*  é<ia-]X)ea^  t-M^ 
tadetatíalaadefr&:muitii>to«e.   <■  •      ^ 

'A'Miá'feSta,é'aKdârdesetebfa"<  .    . 

fé  eMida  é^  |yeq«eft)tfa,  t^a^ieatá 
bem  conservada.  Tt^Bm^eapelia^mófr' 
báda  diá  Hj€^è,  de  (órtMeoblei,  eoaspldta- 
métttèr  Investida  de  azliiejo,  asslm^eèno  o 
rèstò'  do^fettplo.  Tm  \m  alpsèdn  ouicaii<^ 
lé/«'ti'efle  xSttík  liasinba,  bnd^  st«a  Mi  «to» 
niitsrd,  tfne  ^  stfiténta^diíesiKlItoy  poia  aia 
tdth  (ttilé^  ffise  elle)  oimInIttibottaiuMosiJi 
tthi*hòte^m  dos  Seus  6Ot0tàntoaatoDOs»*iè 
áen^  dlèClMtiVD^atgttn^ctttè  o  Mçreoiriíkar 
como  eremitao.  *'  -í'  *       ^  - 

rfksèèu  no  Baleei^  o  paA%  LomMço^án- 


nes»  reíbiínador  do  'tíéro'  áeoolíur/  do  sea 
tempo,  fallecído  em  i460,  e  do  qual  falia  o 
áúétor  ioH  Afiélogiàs,  noHofiio  i>;  pagi  809. 

tratei  úsa  Beríengas;  ti  pag.  ^,  <$ol.  1' 
é  seguintes,  do  1>  volQtae;  mas,  pekj  hms- 
IDD  moti^  qtxe  h'éãté  artigo  4d  cotn  itspel* 
fó  âo  Baleai,  accreàcénto  mais  o  aegdiDte: ' 

frei  Bernardo  de  BritOy  q\ie,  dfga-^se  a 
verdatle,  ii3o'é  sempre  digno  de  grande  cre^ 
dito,  diz  na  Monarch.  Lus.  (P.  ).*,  L->  5.^ 
cap.  36,  pai^.  íiV) '  sabef-se,  por  tfadí^o, 
que  as  Berlèngoi,'  ilhaí'  e  rocheãoê,  frorãei- 
ros  ás  tostas  de  Poringàl,  foiçam  terra  firme 
doeste  reino;  é  que  algufh  terrèmbtOj  occorri* 
do  em'  tempos  ie  que  nao  há  memoria,  sub- 
verteu tudo  o  que  era  terra,  deixando  á  su» 
perfibie  das  aguas,  apenas' os  rochedos/ 

Ba  mesma  opinião  é  ò  capitão,  Lúíz  Má* 
rfnbo  (FuHdação,  aniigiHdadeè  e  grandezas 
de  Lisboa  -f--  L>  1>,  cap.  íí,  pâg.  135),  pre- 
tendendo até  provai^,  qae  estanceatám  pòf 
estas  paragens  os  fàmòsoA  Campos  EttfHô^í. 
Diz  elle,  no  logar  clVadô^' 
'  cConhí^ma-se,  eotn  as  sitnâtç5és  e  auetdri 
«Bades  dos  auctorés  allegados  (Ifomero,  Lniz 
«Vives,  O.  S6bástito*CuvarrabÍks,  Abrâíhão 
«Ortelio,  iModoro,  Pom^õrilor  MclHâ,  flolfeò, 
«ele.)  serem  sA  nossas  Beriéngaft,  ai  àntfgas 
t  Fortunadas,  ^  e  nas  rninas  e  ífrágtUèntds 
«que  d*ellas  permaneeèti),  \iiòin  o  océaho  con- 
«^ervado  a  ktta  Énemoria;  pafa  qae'^  todo 
«se  não  perdesse;  oistentandô  la  irértll?áaie'ê 
«frescara  antiga,  náSloDtes  e  caça  qne  se 
lacba  n^aqnelles  '^daços  de  lerfâ,  tJÒttb&ti- 
«Vos  dás  faríosas  ondas  fébndò  1  úMrior  féK* 
«tas  Bèriéngás;  a  JryMfet,  èâebre  na^tt^ 
tgurdadé.-      '        ■      '  .^   -    í  I    " 

« Outras  ilhias '  mUis, '  qúè  as  nokká  fòrta^ 
«nadas,  se  inuúAaradi  na  tíost^da  Lustlâr» 
«nia,  das  qnaes  só  dura  a  memória,  èffl  ^0^ 
«nem  do  CampS,  no  padre  Jtáríunna,  é^btí- 
<tros,  tratando  dos  descobrimentos  quèfcM 
«eat)tâes  dé!  CàMago  íirerám,'  das  costas  dê 
«Hespánba  e  AfHda,  pelos  annbs  M7  daftiii^ 
«da^o  de  Ronià  (t4d  aiites  dé  J.-C.)r  èònfer* 

>  IMas  of  gaographos  db(a|oriêdoieajBio» 
d^mo»  jço&cordam  em  qpe  a3  ^ntijps  ilhas 
Fortauadas,  são  as  hespanholas^  hoje  conhe- 
cidas sob  o  nome  de  CaiúLrlas. 


PEIÍ 


651 


ime  a  Ainio,  e  Feito  AVieno :  e  accresMi- 
ctam,'  qúe  descobriu  Hamiicon,  grandes 
«ilhas^  n*esta  costa  de  Portugal,  das  qiiaea 
«agòra'ti3b  banõtièia.  Ete.»  (Vide  SMnta.) 
—  E  côntioilar 

'^t)é''tddas  estas  libas,  não  restam  mais 
«qúe  aé  'Mú^  das  Bteflengas.* 

Pliúlo  (fl&f.  nat.,  l.  XI,  cap.  67— e  Oebgr., 
t.«*i.*,  cap:  ^•)  descréVendb  a  •viagem  que 
^of  ordèíndo  senado  cartbáginez  fez  Ha* 
nriliíoir,  para  examinar  as  (ioslas  occidentaes 
da  Eurçpa,  diz  que  este  chefe  e  seus  côm- 
paaheiro^  tendo  sidb  tnaltratâdos  peids  mo- 
radores'd(f  Cif  bo  do  Espichel,  ingiram  para 
lJsb(^a,  onde  fbram  benignamente  recebidos; 
e  ahi,  toníando  pilotos,  conhecedoreis  da  cos- 
ia, natéj^radi  até'  ao  Promontoi-io  dd  Lua 
(Cabo  da  Roca)  e  deicâbfiram  às  Berlengas, 
entoo  púvoadas  por  pescadores,  t  que  n'esta 
costa  viviam  o^Íufiiif/o$.'(Robert8on,  Intr.'Ã 
Hbt.  ant.,  vul.  t*,  pag.  13.) 

O  mesmo  Robertson  (Ac.  dos  Hntnt  e  Ign. 
vbl.  f.;  pag.  197)  diz  que— cónsultande  es- 
criptos  múUo  curiosos,  d^eiles  consta,  que^ 
pon'do  liílio  Ciesaf  «éreo  aosbertninios,  ha* 
bluntes  doesta  península  (Peniélie),  alguns 
homens  e  mulheres  se  esconderam  com 
sèusUlhosr  has  cavernas  dos  rochedos  (jun- 
to It  egrvja  de  Nossa  'Senhora  do  Livmmen^ 
to,  boje,  dos  Bemedio^' é  MSitiím  tMdátt- 
Hòj  pòtico  á  pouce,  dé  éòstumes  e  aliiteéntos; 
sustehtândo-se  de  polvos,  carangnêijos  e  6a> 
this  bariscos,  crias.  Tornaram-se  depois  tio 
hábeis'  nadádofks;  qtte  passavam  no  niaf  n 
maior  parte  dos  dias  e  das  noites,  agarran- 
do 08  peixes  com  as  mãos  e  com  os  dentes; 
mas,  fogindo  das  emb«rcftQ9i%  MlUd-fW  fei- 
xes; de  modo  que  os  gentios  os  considera- 
vam^deuies  domar,  «lhes  offerecigoi  sacri- 
ficios,  para  se  livrarem  dos  temporaes. 
'  bit  aiúdá  o  mesmo  escriptor,  que  no  an- 
uo íí  da  etm  chrisiàát  (èra  éntáô  proeohsul 
da  Lusiunia,  Vlblo  Sereno)  um  doestes  ho- 
inedspekès,  sendo }á Velho,  quaindb  tinha 
ibmè,  tocava  nm  búzio,  para  que  seus  filhos, 
úetos  e  bisnetos,  qbe  andavam  no  mar,  pèá- 
bando,  lhe  (^uxessem  pefxe  para  seu 'sus- 
tento. 

Di-se  o  nome  de  Sérlèngas,  não  só  á  Ber- 


Q55Í 


PEJí 


I 


ienifa  propriamente  dieta  (à  qual  também 
chamam  Berlenga  Grande),  mas  ao9  vários 
cachopos  que  lhe  ficam  ao  E.  e  O* 

Aos  primeiros,  qae  distam  apenas  400  me- 
tros, chamam  O  da  Velha -^-^^  um  gmpo  de 
13  oa  14  penhascos,  que  mostram  as  suas 
negras  e  limosas  cristas  fora  da  agna*  a  800 
metros  ao  0^  dão  o  nome  de  Esirellas  —  e, 
finalmente,  a  upi  agglomerado  d^  rochas,  e 
4  ou  5  cachopos,  que  lhe  ficam  a  t  kilome- 
iros  ainda  ao  0^^  chamam  os  FarUhdes.  Vide 
Península, 

Tanto  a  Berlenga,  como  os  rochedos  que 
ficam  descriptos,  o  Baleai,  e  todos  os  alean- 
tis  da  costa  de  Peniche,  são  habitados  por 
muitos  milhares  de  gaivotas  a  outras  aves 
inaicitiiQa^,  que  aqui  vem  fazer  seus  ninhos 
em  todas  as  primaveras. 

É  na  apanha  dos  ovos  d*estas  aves,  que 
já  bastantes  pescadores  teem  morrido  des- 
pedaçados, como  disse  no  k)g^  citado,  do 
l.*Yol^me. 

Os  mezes  de  maio  e  Junho,  sâo  ospro« 
prios  para  a  colheita  dos  ópos,  que  se  v^n- 
deip  nas  tabernas  da  praça^  cosidos^  a  10  rs. 
cada  um.  Os  ovos  de  airo  sao  muito  lindos, 
iiprocRradpa  para. ornamento  á%  jardim^- 
rfks;  mas  a  sua  apanha,  sendo  j^ioda  em  si- 
ty)s  mais  perigosos  do  que  os  das  gaivotas, 
UfD  c^stada  muitas  vidas. 

Também  nas  Berleogas  apparecem,,  ^'m 
abundância,  pedras  roladas,  de  mármore 
preto  e  vermelho»  con^  que  se  (azem  bonii 
tos  .pavimentos,  formando,  uma  espécie  de 

!  .'    » ^ ,"»    j  '.    .;• 

' 9  omMDos  a  Pesldie. 

O'-     •   »  >    . ' 
Effnia  áe  NonaSevI^uarnSa  J^juda .. 

3ogunAa  o  ^ancmario  Marianno  (Tom.  %% 
lirl.*,  Ul  a|)  a  oyrigem  doesta  ej^eja,*  é  a  se? 
ígoAnle:  . 

Aq  PI*  da  viila,  no  sitio  ^  Pajpoa,  oQde  a 
"Cpíita  é  formada  por  altissiqios  rochedos,  ha 
umas  caverna;?,  õbamsdj^  liinho  dos  Cárvos^ 
eem  jupa  d*ellas  appareceu  uma  imagem, da 
Santíssima  Virgem. 

Os  que  primeiro  a  viram,  foram  os  tripu- 
lantes de  um  ba;rcp  que  passava  juutç  dos 


rochedos,  e  quQ  vienam.  dar  parte  á  pov«ia- 
çâo. 

Acudiram  logo  ao  sitio,  e  com  uma  eorda 
atada  á  cadeira  em  que  se  sentava  aSenlio- 
ra,  a  guindaram  para  o  alto  dos  rochedos» 
estando  outros  em  um  barco,  para  com  páos 
desviarem  a  corda,  das  arestas  das  pedns» 
para  se  não  prejudicar  a  imagem.  Foi  col- 
locada  na  egreja  de  S.  Vicente  (de  que  Já  fal- 
tei) e  junto  á  casada  saúde,  que  então  alli 
havia. 

Teve  o  poyp  de^de  logo  tanta  devoção  com 
esta  Senhora,  a  qu^  deram  o  titulo  de  Ajuda^ 
que,  sem  perda  de  tespo,  lhe  construíram 
uma  capella,  tap  ampla^  que  mais  tarde,  foi 
elevada  a  egreja  matriz,  da  freguezia  de  Pe- 
niche de  Cima. 

Parece  que  esta  apt^arição  tevç  logar  an- 
tes de  1580,  pois  diz  fr.  Agostinho  da  SaoU 
Maria,  que  o  venerável  padre,  fi*.  Francis- 
co Farão,  da  familia  dos  Arraes,  do  Algarve 
e.religioso  da  ordem  dos  menores,  hindo  as- 
sistir aos  empestados  de  Peniche,,  na  diu 
casa  da  saúde,  tomou  grande  devoção  cora 
a  Senhor^  da  Ajpda,  e  .açimon  os  doeotas^ 
dJzendo-lhes  que  logo  que  elle  morresse  da 
peste,  fossaria  o  contido— e  assim  aconte- 
ce^:, pedindo  á  hora  da  morte,  que  o  sepul- 
tassem á  vista  da, Senhora  da^ Ajuda,  o  qoa 
se^i^mprin.  '         , 

.  Toda  a  gente  ^a  praça  tem  grande  devo- 
ção cçm  esta  santa  imagem,  particularmen- 
te os  pescadoras  e  navegantes. 

.  Temoç  visto,  quantas  e  quão  vantajosas  aio 
as.co^diçSes  .dç  desenvolvipae^to  e  proape- 
ri^f^e  que  30.  reúnem  Q,*estavlUa;  peróoi, 
só  deve  o  que  é,  aos  seus  próprios  recurso^ 
e  4  ei^rgiai.  actividade  e  amor  ao  trabalho 
dos  lens  bjjbitantei^  e  nada  absc^utameoie 
Aprqt^^o.do^.nossos  governos,, que^desde ' 
o  falleciíppnto  do  ultimo  dos  seus  dionatario^ 
q  ultimo  colide  de  Àtouguia,  no  cadaíal9o  4o 
Beleip,  nunca  mais  quizeram  saber  dá  for- 
tpna  ou  adversidade  dos  penichenaes. 
. .  Ainda  em  ÍÇ75,  com  ?  creaçio  de  trinU 
comarcas  no  continente,  debalde  requerea 
a  eamara  »  o  povo,  «o  governo  portngaet — 
que  elevasse  este  ooncelho  á  caihegoria  de 
comarca,  como  era  dcj  Justiça,  visto  que  po- 


PÉN 

Toaçdes  muito  menos  importantes,  conse- 
gairam  esta  elasifieaçao. 

Foi  ainda  de  balde  qae  allegaram  —  que 
—  Peniche  era  cabeça  de  um  dos  mais  an- 
tigos concelhos  da  provinda';  praça  'd^ãir- 
mas,  de  primeira  ordem;  com  grande  tráfe|- 
go  de  commercio;  uma  das  mais  importan- 
tes povoações  do  districto;  porto  de  mar, 
frequentado  por  embarcações  nacionaes  e 
estrangeiras,  de  todos  os  iotes;  ter  posto 'se- 
maphorico;  estação  te^egraphica;  delegação 
da  alfandega;  vice-consulados  de  diversas 
nações ;  agências  de  bancos,'  e  de  compa- 
nhias de  seguros;  edificlos  públicos^  com 
capacidade  pára  acommodar  todas  as  repar- 
tições concernentes  a  uma  comarca,  e  casas 
particulares  para  residência  dos  magistra- 
dos 6  empregados  públicos  de  fora  da  ter- 
ra; cadeias  pubh*cas  muito  seguras;  pessoal 
illustrado  sul&eiente  para  os  differentes  car- 
gos; grande  aífiuencia  de  gente  de  varias 
terras,  qife  aqui  vem  comprar  e  vender  as 
suas  mercadorias;  grande  movimento  de  im- 
portação e  exportação. 

Qae  teve  antigamentó  ouvidor,  e  depois, 
ató  i834,  juiz  de  fora;  que  foi  muito  consi- 
derada por  D.  Philippe  III,  que  a  elevou  á 
eáthegoria  de  vilia,  em  20  de  outubro  de 
1600 ;  e  por  D.  AfTònso  VI,  que  lhe  conce- 
deu grandes  privilégios,  fóros  e  regalias, 
por  alvará  de  6  de  agosto  de  1665;  e  pelo 
próprio  governo  liberal,  que  elevou  a  vilIa» 
a  cabeça  de  distrícto  marítimo,  pela  carta 
de  ler,  de  8  de  julho  de  1867. 

Que  distava  33  kitometros  das  Caldas  da 
Rainha  (actual  cabeça  de  comarca)  e  38  de 
Torres- Vedras,  seiÉi  tuna  estrada  pára  qual- 
quer d'estas  (ou  de  outras)  povoações.'. 

Que  a  máxima  parte  da  população  de  Pe- 
niche, vive  da  industria  e  commercio  das 
pescarias;  não  podendo  por  isso,  abandonar 
o  litoral;  que  nada  teem  os  habitantes  de 
Peniche  que  hir  comprar  ou  vender  áquel- 
las  duas  villas,  porque  são  os  moradores 
d'ellas  que  vão  a  Peniche  eoniprar  e  ven- 
der; que  é  mais  populosa,  rica  e  importante 
do  que  as  villas  das  Caldas  da  Rainha»  Tor- 
les- Vedras  e  Óbidos,  povoações  que  U^e  fi- 
cam mais  próximas.. 

Que  era  de  toda  a  justiça  crear-se  aqui  I 


fBN 


6ãd 


tkma  comarca,  composta  dos  julgados  de  Pe- 
niche, da  Amoreira  (creado  em  1875)  e  da 
Lourinhan;  pois  sd  davam  todas  as  circum- 
staucíà»  exigidas  no  artigo  2.%  e  excepção 
dô  g  2.«  do  mesino,  da  carta  de  lei,  de  16*  de 
abril  de  1874. 

Finalmeiíte,  o  requerimento  que  a  camâ- 
ra municipal  dirigiu  ao  sr:  D.  Luiz  I,  em  29 
de  setembro  de  1875,  termin)»  por  um  brado 
de  judtissima  queixa,  contra  a  desconside- 
ração dê  que  I^eniche  tem  sido  victíma.  É 
concebido  n'estes  lermos: 

«É  pois  manifesta  a  injustiça,  commettl- 
dá  para  com  este  concelho,  e  principalmen- 
te para  com  esta  vilIa,  mas  esta  camará  es- 
tá de  ha  muito  habituada  a  vér  com  magua 
que  os  legítimos  interesses  dos  seus  muní- 
cipes são  quasi  totalmente  descurados  pe- 
los poderes  públicos. 
«Aqui  não  ha  um  melhoramento  unieo 
concluído  á  custa  do  cofre  geral  do  Estado, 
se  exceptuarmos  a  estação  telegraphica,  e 
insignificantissipios  reparos  feitos  na  forti- 
ficação, sufficientes  todavia  para  attestar 
que  nem  por  este  lado  o  governo  oiba  com 
attenção  para  esta  localidade,  considerada 
militarmente,  como  um  posto  avançado  da 
defeza  de  Lisboa  1 

«Podiam,  sequer,  ter-nos  dado  uma  es- 
trada das  que  ha  votadas;  mas  ellas  teem 
sido  apenas,  um  pretexto  para  dar  prospe- 
ridade a  outras  povoações,  aliás  menoís  re- 
commendaveis  do  que  esta,  pela  sua  impor- 
tância eivil  e  militar;  por  isso  que  tendo 
sido  começadas  com  o  nome  de^estradas 
de  Peniche— ainda  não  houve  uma  que  aqui 
chegasse,  e  todas  teem  parado  nas  Iqcalida- 
des  aonde  as  fés  chegar  qualquer  iofluen- 
eia  mais  ou  menos  justamente  attendida: 
emquanto  que  nós,  que  a  ellas  temos  direi- 
to, estamos  quasi  inhibidos  de  sahir  d'aquí 
para  não  hirmos  expôr-nos  ás  fataes  con- 
sequências a  que  podem  levar-nos  os  cofis- 
tantes  precipícios,  que  constituem  as  nos- 
sas únicas  vias  de  communicação  exterior! 
«A  falta  d'uma  boa  estrada,  tem  sido  e 
continuará  a  ser,  emquanto  a  não  tivermos, 
um  dos  grandes  males  que  affectam  esta 
povoação.  A  sua  praia,  uma  das  melhores 
das  nossas  costas,  deixa  de  ser  bastante  fra- 


«54 


?m 


f  foenUda,  pela  grave  falia  4d  boas  cpma^O; 
«pícações»  O  D0S6Q  merqado»  posto  fUQ  sem- 
<pre  aboDdante  e  eoncorrído,  podia  ael-p 
«naif  66  boQvesâe  uma  estrada  sempre  traiv- 
f  sUavdi.  A  proprja  força  militar  que  aq«i 
«destaca,  tem  uma  marcha  incoflwoda  e  até 
«perigosa  para^  e  veia(9ria  para  .06  poyos, 
to,Qqedeix2^va.d^.saccçfler  se  houvesse  um 
«tMua  camioho^    , .      -  - 

«FiDalmaute,  Seubor.  Penipbe  t^of  direito 
'  «incontestável  a  uiq  cçrto  numero  de  npielt^^- 
«ramentos  materiae^,,  que  tão  iDjustamente 
«Ibis  teem  sido  negais. » 

Mas,  já  láyão  quasi  oito  mezes,  e  a  camará 
6  povo  de  Peniche  ainda  naa  obtiver j^m  des- 
pacho favor^y^l;  mm  o  conseguirão^  porque 
en  Portugal  actuam  mais  ai?  iofl^ençia3  do 
campi^narlo,  do  que  a  razao^  a  Justiça  e  a 
commodidade  e  prosperidade  do  .povo,  ape- 
sar de  se  dizer  que  ó  em  at(enção  a  estas 
dnaa  toosas,  que  sp  fai^m  tanto^  decretos, 
alvarás,  leis  e  portarias,  que  as. estão  çons- 
laotemente  disaUeniendot 

É  p^na^;  porque,  Peniche  elevada  a  sede 

de  eoaurea,  com  o  conjunto  de  circwnstaq- 

das  que  se  dão  n*esta  importantissima  villa, 

.  «m  poucos  annos  seria  uma  das  p^iJACipa^s 

da  Extremadura. 

Ha  em  Peniche  seis  cqnfrariâ^  todas  ri- 
cas. A.  Misericórdia  tem  um  rendimento  an- 
imal de  3:000^000  réis. 

Uma  associação  de  soccorres  psutiaos^  que 
rende  cada  anuo  mais  de  dois  contos  de  réi^. 

Teem  vices-conáuiles  em  Penicl^e-— |à  Fraa- 
ca»  Gran-Breunba,  Hespai^ba,  Hollanda,  Bàh 
g|cs»  Grécia  e  o  Qrasíi. 
.  p  valor  annual  ^zs  suas  pescarias,  ^a 
por  60  contos  de  réis. 

Além  do  mosteiro  do  Çxun-Jesus,  de  r^li- 
gjpsos  franciscanos,. proi^mo,  9f>  Cabo,Car- 
voei|>o,  e  de  que  já  triitét,  ha  também  no  di9- 
tricto  doeste  concelho  (mt  freguesia  d'Aton- 
guia  da  Baleia)  o  morteiro  que  foi  de  cpoe- 
gps  seculares  de  S.  Joào  EvangelisU  (loyos) 
4e  S.  Peroardioo. 

Ffta  a  3  iLUometros  ao  O.  da  villa  d*Atoa- 
ypfisí,  4  ao  S.B.  de  Peniche,  e  próximo  da  al- 
deia e  forte  da  Consolação,  e  do  mar. 


96^ 

Foi  Yçndiâa  depois  de  1834. -r  A  ^freK 
está  profanada,  e  pertence  ao  sjr.  Silvério 
Bosa,  do  Ferrei, 

O.ediflcio.  do.  mosteiro  e  a  cerca  sãq  do 
sn.  Yçrissimo.  Joaquim  Ferreira  Souto,  de 
Peniche*  Àquelle  está  .ameaçando  ímminen- 
tç  ruipa;  e  esta  .está  lu^je  transformada  em 
vioba.  terra  Ifivra^a^^^matU).. 

.  O  rio  d*AtougDía,.  que  morre  i)  este  con- 
celho, vem  desaguar  ao  oceai^o,  1:500  jpaa- 
tros  ao  S.  dQ  Peniche,  e  outros  tantos  ao  N. 
da  Copsol.aç^»  no  silio  do  tleião-Grande. ' 
(Vide  Balea!,  Berlmgas^  Passos  de  D.  Lea- 
»0f,  jS«T<i  d*Bl'M,  e  Valle-Bem-Ftdto. 

.  ,      '  ■-"    -      .  .     • 

Ko  dia  10  de  maio  de  ^876,  appafreceujuu- 

to  da  ^orlengii,  uma  garrafa,  arrolhada,  con» 
tendo  um  papel,  que  parece  ser  pedaço  de 
alguma  folha,  arrancada  de  um  livro  em  mo- 
mento de  grande,  angustia. 

Este  papel  tinha  escripto  a  lápis,  e  em  lín- 
gua inglesa,  algumas  palavras  pouco  legí- 
veis. A  tradueção  possível  é  esta: — %Âgosto 
7  àfi  íSTp—ÁUura  (hs  ilhas  Scylli-^Escima 
ImcCf  cdpUão  Bcetshy;  foi  abalroada  jpelo 
vapor  (palavra  confusa)  Beul,  hindo  api/piks 
iui^  ás  rochas  /l. . .  (illegivel  o  resto  da^K^a- 
lavra);  perdida  tOjAa  atripuiação,  excito  o 
despensfiiro  Barler»  (Estç  nome  também  con- 
fuso), 

.Andou  pois  esta  jg^rrafa  sobre  as  ondas, 
quasi  quatro  annos. 

O  papel  que  aigarrafa^^comiaba,  foi  re- 
mettido  ^o  oonsujado  inglez,  para  se  lho  dar 
f  devido  destino. 

PENINHA— Vide  o  vol.  1*,  pag.  303,  coL 
1.*  no  fiu^ 

península  ibérica— é  a  grande  re- 
gião que  estaaceia  ao  occidente  da  Europa» 
e  da  qtial  fa;.p2|r(e. 

E'  dividida  da  l^rança  (que  ihe  fica  ao  1^.) 
pela  cordilheira  dos  Pyreneos,  ^  e^  em  parte, 

:  S  O  lenitorio  francês^  comprebendido  en- 
tra. Narbona  (a  E.)  na  costa  do  Mediterrâ- 
neo, até  Bordeaux  (ao  O.)  na  costa  do  Atlân- 
tico-^^ desde  o  Cabo  Crenx  (B.)  até  Bayon- 
na  (p.),  é  o  isthmo  ^ue  separa  a  peniosalA 
do  continente. 
E'  quasi  um  paraUelogr^mo,  formado  a 


PEN 

■p«Io  ria  BldatBda,  e  per  todas  astmlrafl  par- 
tesy  é  cercada  pelo  mar;  •       : 

'  A  costa  do  N.,  qaaií  efia  linha  rtcUi'  foin- 
^pta  Ofl  ftàhia  de  S. 'Sebastião  de  ^eaia,i6 
seinundcl  pdr  Bílbào-,  SantMider,  G^cm,  Bí- 
toadeo»,  Cabo  Onegal^  e  €ioi)anba«  Y^e  íerm- 
wkr  uo'  Gabo  da  Finisterra;  d*âhi  plrÍB<^ina 
acoste  dè  <X,  tiae  vae  terminar  ao  Gaba  de 
8.  Vicente;  porém  o  território  he^panhol 
doesta  eoacs,  fioda  na  margem  dioaiia  do  rio 
Wiibo^  e  d'afai  para  o  &,  é  o  litoral  povtni- 
IfQez, 

No  cabo  de  S.  Vicente  volta  a  peninanla 
para  o  S.,  terminando  o  reino  de  Portngal 
na  margem  direita  do  Gaadiana,  e  princi- 
piando onlra  vez  o  território  heapanhoi  até 
ao  estreito  de  Gibraltar. 

Toda  esta  costa  do  N.,  como  as  do  O.  e  8., 
é  banhada  pelo  Oeceano  Atlântico. 

Desde  o  estreito  (eietaindo  a  praça  de  Gi- 
braltar) até  ao  Gabo  Grenx,  é  a  costa  orien- 
tai -faespanhola  banhada  pelo  '  Medíterra- 
ceo.  ( 

O  clima  da  Península  Ibérica  (oa  Hispâ- 
nica) 1  varia  muito,  segundo  está,  mais  pró- 
ximo ou  remoto  da  costa  marítima,  ou  das 
tiltas  montanhas  que  accidentam  esta  vasta 
região;  porém  onde  se  gosa  o  dimamais 
benéfico,  é  desde  o  centro  da  Hespanha,  até 
às  costas  portuguesas. 

O  clima  das  províncias  do  N.  hespanho* 
^as,  é  excessivo,  e  o  dos  Pyreneos,  IHgidis- 
símo. 

Excluindo  a  maior  parte  da  Península 
Itálica,  ò  clima  da  nossa,  é,  no  geral,  o  mtfif 

»  • 

H.,  pêlo  Golfo  denominado  de  Lei»,  no  Me* 
'  diíerraneQ-*^  ao  0.^  pelaGotfo  chsnado  de 
Gaacopha»  e  também  de  Biscaia. 

^  Ê  conservando  ainda  a  mesma  Hntia  até 
á  extremidade  E.  dos  Pyreneos,  que  pára  o 
O.,  já  em  terra  de  Héipanba,  cMtinaam  com 
diversos  nomes,  desde  S.  Sebastião  de  Bis* 
•caia,  até  Lngo,  íoroaando  uma  só  cocdiihei- 
ra;  que  príneipia  no  Gabo  Grenx  e  vae  ter- 
minar perto  do  Cabo  4b  Fioialerra,  conser- 
vando sempre  orna  ííiiImi  qucsi  r^ta»  desde 
•  Mediterrâneo  até  ao  Oceano.  * 

t  Os  romanos,  e  depois  d'elleB|  oagonose 
árabes,  davam  a  esta  Península  o  nome  de 
Hetpaihaê. 

Ainda  muitos  escriptores  modernos  lhe 
dào  astaalmente  esta  denaminaçio. 


mi 


665 


benigúo  da  Soropa,  e  dog  mais  salubres  de 
todi9  o  mqpdo» 

Alem  d*i9sa,  é  esta  região  (ertilissima  em 
todasr  as.  ptoduioçaies  agrieoiaa  da  Europa, 
abundante  em  todoa  os  géneros  necessários 
fi  vida..do9  hon)ens  e  do^  aoimaes^  etem 
grande  numero  de  opinas  da  toda  a  qualida- 
de» do -metaes  e  metaloidés.  muitas  d*e]las 
«    •  •  •  * 

em  lavra  activa,  e  não  poucas  esgotadas»  pa- 
ios irabalbos  mineralogicoa  e  metellurgicoa 
dos,p.h^Qifíios»  carthagiQeseSy  romanos  j»  ára- 
bes. 

Por  todas  estas  circuiQStancias»  desde  eras 
remotíssimas,  tem  este  pais  sido  o  el-dora- 
do  de  uma  multidão  de  aventureiros  de  to- 
das «a  nacoes,  invadindo*o<  por  terra  e  por 
mar,  a  carregaudo  muitos  milhares  de  na- 
vios com  o  fructo  das  suas  explorações». e 
não  poucas  vezes,  das  suas  rapinas. 

Também  é  em  razão  d'esaas  invasSes  es- 
trangeiras, que  nós,  os  penipsulares,  não 
formamos  uma  raça  diatincia  e  genuína,  co- 
mo os  scandinavos,  os  mongólicos,  os  ára- 
bes, 08  gregos  «antigos,  os  indios,  os  chinas, 
ets.,.  etc;  porque,  grande  numero  dos  inv|k- 
sores,  fixando  aqui  a  sua  residência,  crtia^- 
mm  as  raçaa,  vindo  os  actuaes  hespanhoes 
e  portuguezes  a  descender  dos  iboros,d  os 
gaitou,  dQ9  francos,  dps  gr^os,  dos  syrios, 
doa  godos,  dos  vândalos,  dos  turdcdopi  dos 
alanos,  doa  seliogos»  dos  árabes»  e  de  mui* 
tas  outras  raçai^  que  com  o  coDrer  dos  se^ 
cnlos  vieram  a  formar  novas  raças,  ocja 
origem  é  hoje  impossível  descriminar  ou 
distinguir. 

A  mesma  confusão  ha,  quanto  aos  aborí- 
genes. 

.  fiuíim  foram  e  d'onde  vieram  os  primei- 
ros  habiiadoros  da  Península  Ibérica?— Mys- 
teríot 

•  Ibveria  aqui  uma  raça  de  homens»  mais 
00  menos  eivilísada,  que  depois,  por  alguma 
grande  catastrophe  phisica  do  globo— sub- 
mersões, dilúvios,  terramotos,  etc— ou  por 
alguma  grande  revolução  social  (espécie  de 
edadê  petroleira^  antidiiuviana)  que,  faaendo 
perder  aos  homens  o  sentimento  do  £om  e 
4o  boUo,  os  embrutecesse? 

sempre  selvogens  o  antropopha- 


•656 


PEN 


FEN 


gos,  09  primitivos  peníDsolares,  denomina- 
dos homens  das  cavernas,  on  da  primeira 
edade  da  ^eárs^-HircheoUthicaf 

Qtiando  principiaria  esta  regiio  a  ser  ha- 
bitada pela  raça  hamana? 

Ontro  mysterio,  qae,  provavelmelite,  já 
iiiab  deixará  de  o  ser. 

Qaal  seria  a  soa  conflgoração  physica  pri- 
mitiva? 

Quando  se  formariam  essas  immensas  cor- 
dilheiras, essas  alterosas  montanhas, .  esses 
elevados  picos? 

O  qae  seria  mar? 

O  qae  seria  terra  firme? 

Ainda  mystériol 

£'  certo  qne  tem  passado  por  grandes  al- 
terações pbysicas,  por  grandes  convulsões, 
por  medonhos  cataclismos,  o  nosso  solo. 

Ha  em  Portugal  vestígios  qne  provam  com 
a, mais  indiscutível  evidencia,  que,  onde  ho- 
je se  vêem  formosos  vailes,  e  veigas  feracis- 
simas,  foram  mares  outrora. 

Em  alguns  pontos,  a  5,  6  e  mais  kilome- 
tros  longe  da?  praias,  se  encontram  seixos 
rolados,  peixes,  conchas  e  plantas  mari- 
nhas fosseis. 

Mas  não  ó  só  junto  ao  litoral,  que  se  en- 
contram estes  seres,  cuja  raça  t»  extinguia. 
No  valle  de  Arouca,  36  kilometros  a  £.  do 
Atlântico,  vôem-se,  em  partes,  camadas  de 
bivalves  antediluvianos;  e  ao  abrlrem-se  os 
alicerces  para  a  ponte  da  nova  estrada,  pró- 
ximo á  viMa,  se  viu  que  todo  o  solo  era  for^ 
mado  por  camadas  de  seixos  rolados,  indi- 
cando a  permanência  muitas  vezes  secular 
das  aguas  n'aquellas  paragens.  Os  próprios 
penedos  semeados  pelas  serras  doestes  sítios, 
não  são  senão  pedras,  a  que  o  mar,  impel- 
lindò  por  muitos  séculos,  umas  contra  as 
outras,  nas  suas  correntes  submarinhas,  deu 
a  forma  espheriea. 

Na  própria  serra  da  Eslrella,  se  teem  en- 
contrado eamadas  de  condias  fosseis,  e  pei- 
xes  antidiluvianos,  o  que  nos  faz  acreditar, 
que  esta  serra,  apezar  da  sua  altura,  es- 
teve por  muitos  séculos  submergida  pelas 
aguas. 

fim  outros  muitos  logares  d'e8te  reino,  ae 
teem  encontrado  vestígios  da  diatunia  per- 
manência das  aguas  do  mar  onde  nos  custa 


a  conceber  como  ellas  chegassem,  a  nao' 
isto  tudo  Oceano!^ 

A  darmos  èredito  aos  geogra|^bos  e  histo- 
riadores gregos  6  romanos^  o  Atlântico  tem 
invadido  as  nossas  «ostas,  já  desde  os  tem- 
pos históricos;  pois  que  florescentes  e  graa- 
des  cidades  do  litoral  jazem  heje  sepultadas 
nas  ondas,  como  Carteia  (ou  as  Cart0ia$y  e 
outras. 

Em  outras  partes,  tem-se  o  Oceano  retra- 
hido,  deixando  a  alguns  kilometros  da  praia» 
cidades  cujos  muros  .eram  açoitados  pelas 
ondas,  como  aconteceu  a  Tavira. 

Um  diluvio  parcial,  ou  outro  qualquer 
phenomeno  platónico  submariaho  da  edade 
media,  fez  mudar  a  superficie  do  mar,  em 
uma  vasta  extensão,  deixando  a  descoberto 
as  ilhas  de  Tessel,  Eyerland  e  outras.  Já 
n*este  século,  temos  visto,  abandonarem  as 
costas  em  umas  partes,  e  invadindo-as  em 
outras:  rebentarem  vulcões;  apparecerem 
e  desapparecerem  ilhas;  subverterem-se  {No- 
zes; sumirem-se  rios;  e  sepultarem-se  moa- 
tanhas. 

Longe  me  levaria  a  imaginação,  discor- 
rendo sobre  este  ponto;  e,  nem  os  limites  de 
um  diccionario  geographico  o  peraiittem» 
nem  a  minha  carência  de  estudos  geológi- 
cos poderia  dar  á  matéria  scqetta  a  forma 
scientlfica,  que  prende  e  inslrue. 

Do  mesmo  modo  ignoramos  a  duração  da 
edade  da  pedra,  que,  segundo  alguns,  efan- 
dando-ee  em  recentes  deseobmas  paleou- 
thologieas,  foi  de  7:000  e  mais  séculos! 

Á  primeira  edade  da  pedra,  seguiu-se  a 
mo/t^iUca— isto  ó— a  segunda  edade  da  pê' 
dra  (e  também  do  csso  e  do  barro  cosido} — 
É  a  época  dos  dolmens,  das  antas,  e,  talvea 
dos  cams;  denominados  monumentos  mega^ 
litíkicQS^  de  que  Portugal  tanto  abunda,  cooia 

t  Voltaire,  guiado  pela  sua  vaidade,  pela 
seu  atheismo,  e  pela  soa  incrednlidade  cega» 

Sroferiu  o  maior  disparate  que  podia  sahir 
a  bocca  de  um  phiiosopho!— Disse  que  as 
c^has  fosseis  colUffidas  nos  Alpes  e  em  ms' 
iras  partes  do  interior  de  diversos  paizeg, 
proeáiam  do  Oriente^  e  tinham  eahido  dos 
díapeus  dos  peregrinos  que  refpressaoam  da 
Syriattl  {Principies  ofGeology,  by  Charles 
Lyell,  pag.  97,  da  5.*  edição.) 


PfiN 


PEN 


657 


o  ittlio  provado  em  mnitos  iogares  d'aau 
obnu 

Á  MÊÊà$  da  pedra,  sAgaki-ae  a  do  ferro  e 
do  hnmu*  A  esu  e  às  anicoedeptes»  se  dá  o 
iMine  4e  edades  archeologica^  * 

Mas  quem  foram  os  bomens  qae  coostroi- 
sam  esses  dclfmmy  que  revelam  já  uma  eí- 
▼ilisaçao  ainda  que  elementar,  ou  embriena* 
ria;  e  com  qae  apparelhos  dyoamícos  eleva- 
ram aa  soas  antas  monstmosas? 

Os  «scriptores  antigos  lhe  chamavam  cd- 
Um;  os  modernos,  na  falta  do  sen  verdadei- 
ra nome,  lhes  ehamanf  pre^ceUas. 

É  eerto  que  os  povos  de  que  ha  mais  re- 
motas noticias,  coià  mais  apparencia  de  ver- 
dade^ sao  os  celtas;  mas  jõlga-se  qae  nao 
loram  elJes  os  constractores  dos  monumen" 
$oi  mê§alithicos. 

Sem  a  mínima  pretenção  a 
singnlarisar-me,  e  sem  o  me- 
nor orgalho  pelo  mea  achado, 
que  não  foi  mais  do  qae  om 
acaso  (como  sào  a  maior  par- 
te das  descobertas  ardieoiogi- 
eas)  e  eom  licença  dos  homens 
da  sciencia,  direi  qae  desco- 
bri na  margem  esquerda  do 
Dooro,  em  Castello  de  Baixo, 
wn  dolmen^  de  eonstrncçáo 
muito  mais  moderna  do  que 
todos  08  outros  de  Portugal, 
pois  data  da  edade  de  ferro^  o 
que  facilmente  se  prava  pelo 
corte  das  Juntas  dos  seus  pi- 
lares, qae  evidenoeiam  o  em- 
prego de  insirumentos  de  fer- 
ro. Não  me  oonsta  que  ha)a 
outro  egual,  n'e8te  reino. 

(Vide  vol.  1%  pag.  18^  col. 
t.\  no  fim.) 

Quande  os  romanos  iavadiram  as  Hespa- 
nhaSy  acharam  aqui  os  iberos  (ou  babilónios) 
os  ceUês,  ot  §aUos-eettaSi  os  fusos,  os  iwásh 
loS|  OBpesureSy  os  ctmeoSy  Qsgrávios^  osom* 
fli(0etO5,.e  outros,  de  nomes  exdruxulos,  cu- 
ja aborrecida  nomenclatura  poupe  ao  leitor. 
Mm  quem  sabe  se  essa  aomendatora  foi  da- 
da ao»  povos  hispânicos,  pelos  phenicios,  oa 
pitoê  romanos? 

vouna  ti 


Os  geólogos»  designain  iuna  época  remo- 
tíssima (a  dos  grandea  cataclismos «—  talvez 
a  de  dilueio  imiv^rsa/)  com  o  nome  de  pe- 
riodo  plioceno. 

Foi  então— -segundo  elles — que  a  Ameri- 
ca se  separou  da  Europa,  e  esta  da  Africa. 
Que  a  parte  occidental  da  Europa,  por  um 
jmmeaso  cataclismo  plutonico,  foi  pouco  a 
pouco  submergindo-se  sob  as  ondas  do  Ocea^ 
no,  que,  augmentando  de  volume  por  esta« 
circumstancia,  foi  invadindo  a  parte  septen- 
trional  da  Germânia,  até  ao  centro  da  Rús- 
sia, insulou  a  Inglaterra  e  a  Irlanda,  a  Ma- 
deira, Porlo-Santo  e  as  Canárias;  a  Sarde- 
nha, a  Córsega  e  a  Sicília,  e  transformando 
a  parte  occidental  da  Grécia  no  archipelago. 
Jónico.  (Vide  Berlengas  e  Peniche.) 

I<l*estas  immensas  inundações,  mnitos  mi- 
lhões de  seres,  espécies  inteiras  de  animaes 
e  plantas,  deixaram  de  existir.  Os  fosseis  en- 
contrados na  maior  parte  do  globo,  o  estio 
provando. 

A  geologia,  posto  ser  a  mais  moderna  das 
sciencias»  tem  já  prestado  relevantíssimos 
serviços,  com  as  soas  investigações  hodier- 
nas, 6  derramado  muita  luz,  sobre  os  tem- 
pos antediluvianos;  mas  o  seu  maior  servi- 
ço, foi  de  certo  o  que  fez  á  religião  chris- 
tan. 

Os  philosophos  e  os  espíritos  fortes  do  sé- 
culo XVIII,  consideravam  a  Bíblia— sobre 
tudo  o  Gf^neni— como  um  livro  absurdo,  e 
Moysés  como  um  visionário;  porém  as  re- 
centes descobertas  geologicasi,  teem  plena- 
mente confirmado  as  Santas  Eseripturas  — 
se  ellas  precisassem  de  confirmação  para  se- 
rem acreditadas.  ^ 

^  Confhnde-se  a  imaginação  do  homem 
dos  nossos  dias,  quando  pensa  no  grau  a 
que  tinham  chegado  os  conhecimentos  hu- 
manos ha  40  seei^oe,  e  o  quanto  depois  vie- 
ram a  decahirt  Com  effeito,  foi  certamente 
preciso  que  uma  longa  serie  de  desgraças 
immensas,  oahisee  sobre  ahimianidade,para 
que  ella  tanio  retrogradasse. 

Temos  monumentos  dos  chaldeus»  dos  as- 
syrlos,  dos  persas  e  dos  egypcios,  que  nos 
demonstram  um  alto  grau  de  dvilísação^  n'es- 
sas  gerações  tieje  chamadas  pfv-Aâtonoas,  6 
que  depois  vieram  a  cahir  na  mais  lamentá- 
vel ignorância,  eno  barbtfismo  mais  atroz  t 

42 


658 


PEN 


vm 


Os  hierogiificos  eDcoatrados  no  oenlro 
d'e8sa&  moles  iinmensts-denomiiiadab  p^ra* 
fní4es  do  Egypto-^q\i%  se  são  um  monumaB- 
to  do  orgulho  dos  Faraós,  o  sao  também  do 
seu  poder  omnipotente,  e'  da  remotíssima  an- 
tiguidade da  soa  illastraçào — esses  bierogli- 
flcos,  digo,  até  boje  íniDleUigiveis,  teem  sido 
tenaz  e  cooscieDCiosamente  estudados,  por 
sábios  aliemães,  francezes  e  ioglezes,  e  é  ad-' 
miravel  como  elles  coaeordam  com  as  Sa- 
gradas Leltras. 

Na  leitura  da  Bíblia,  como  na  interpetra- 
çào  dos  hieroglificos,  só  ha  a  attender  a  que 
os  «írientaes  fallavam  e  esoreTiam  sempre 
em  seotido  m»tapborioOy  symbolico  e  eai- 
gmaticp. 

AUi  se  vêem  os  sete  dias  da  creação^  que 
não  sãd  maia  do  que  osymbolo  das  sete  eãa- 
dei  do  mundo. 

MO  MA  PRIM&IRO  CRSOO  DEUS  A  LUZ.  ^ 

N'estas  poucas  palavras  se  resume  a  craa* 
ção  d'essas  myriades  de  astros,  d^esses  mi- 
Ibares  (talvez  milhões  de  milhões!)  de  sys- 
temas  planetários,  com  que  o  Omnipotente 
esmaltou  o  firmamento;  submettendo-os  a 
leis  eoDcordes  e  bannonícaSy  que  o  correr 
de  tantos  milhares  de  sacuios^  em  nada  j[k)« 
deram  alterar.  ^ 

MO  DIA  SBOUNDO  FBZ  O  FlRMAMBIfTO  £  SEPA- 
ROU AS  AGUAS  SUPERIORES  DAS  INFERIORES. 

Isto  é  —  formou  a  atmosphera. 

IfO  TERCEIRO  bU  SEPAROU  AS  AOUAS,  DA  TER- 
RA, CHAMANDO  A^UELLAB — MARES  —  B  DANDO 
A  BBTA  A  FORÇA  B  A  VRQPRIBDADB  DC  PRODU- 
ZIR ARVORES,  PLANTAS  B  USRTAS. 

'  Notese  qtíe  a  palavra  hebralca~yon— 
tanto  pôde  significar  dia,  como  anno,  sécu- 
lo, ou  milhares  de  séculos-— significa  mais 
propriamente — época,  tempo. — tVerum  dies 
ibi  pro  tempere  vel  i^patie  simpliciter  snmi- 
tur:  sive  pro  diebos,  ut  plertsque  'plaoet4 
JSam  siiignlarís  pro  pluraii  saepe  in  Scd- 

Stura  ponitur.»  — •  (De  Opi^cio  sex  dierutnf 
e  Petairius,  L;«  i.%  cap.  6,  g  4.«) 
*  Os  aMigos  geographos^  aranographos, 
sustentavam  que  o  nosse  aystema  planetá- 
rio tinha  sofTrido  um  transtorno  immenao« 
talvez  prx>duzído  peio  choque  de  algum  cor- 
po celeste  que  sahisse  da  ena  orbita,  e  que 
es  pelos  do  mundo,  até  então  norísontaes^ 
ficaram  obliqaqe.  Hoje  está  pleoam^lapn)- 
vado  que  a  abliquidade  é  a  posição  gerai 
dos  astros  e  planetas. 


Quer  dizer— A  aaperfloie  do  uo^  fMa 
solidificada,  pela  cinza  e  outros  corpos 
pellidos  do  centre  em  combustão, 
os  accidentes  da  periphería  e  a. sua 
primaria.  A  água,  obedecendo  ás  leis  da 
vidado,  impostas  pelo  Greader^  procoroa  o 
seu  iazígo  nos  valles  mais  protoudo%  a  a 
terra  começou  a  produzir  as  plantas. 

NO  QUARTO  DIA^  CREOU  OS  ASTROS. 

Isto  é— estabeleceu  as  duas  forças  da  na- 
tureza, e  imprimiu  no  nosso  satélite — a  Loa 
—  os  dois  movimentos  eternos,  adnsifayel- 
mente  combinados  com  os  do  globo  da  ler- 
ra,  e  com  todos  os  mais  astros  e  fdaan- 
tas. 

NO  QUINTO  DIA  FEZ  os  PEIXES  £  AS  AVK& 

Todas  as  descobertas  modernas  indaxeia 
também  a  acreditar  que  os  primeiros  aérea 
da  creação,  dotados  de  vida  e  sentimento^ 
foram  os  peixes»  e  os  segundos,  as  aves. 

NO  SEXTO  DIA  FBZ  OS  ANIMABS  TBRBESTBBS 
B  O  HOMEM. 

£8tá  pleaamente  provado  quo  os  animaes 
quadrúpedes  e  os  reptis,  são  de  uma  crea- 
ção posterior  aos  peixes  e  ás  aves,  e  ante- 
rior ao  bomem. 

Os  fosseis  até  boje  encontrados  nos  ter* 
renos  secundários,  pertencem  unicamente 
áquellas  espécie— peixes,  aves,  quadupedea 
e  repiís^e  não  ao  homeia;  o  que  prova  ex- 
btiberantemente  que,  iia  época  em  que  om 
(primeiro?)  e  medonho  cataclismo  transtor- 
n0u  a  superficie  do  globo,  convertendo  em 
lagOas  e  mares  o  que  era  tbrra,  e  em  vallea 
e  montanhas  o  que  foram  mares,  ainda  a  es- 
pécie humana  não  existia  no  mundo:  é  por 
isso  que  o  Génesis  menciona  a  sua  creaçao 
em  ultimo  logar.    ' 

Finalmente^  Deus,  depois  4p  crear  o  ho- 
mem, á  sua  imagem  e  semelhança  (espiíi* 
tual,  se  entende)  para  rei  da  creação,  nada 
mais  teve  de  erear,  e 

NO  SÉTIMO  DU  AfBSCANQOU— 

isto  é— oreado  o  uqiverso,  estabelecidas  to- 
das as  suas  irrevogáveis  leis,  e  dado  o  mo* 
vimento  regularissimo  e  harmonioo  doaaa-^ 
UH)s,  para  toda  a  eternidade,  estava  eomple- 
ta  a  obra  admiravelmente  perfeita  do  Omni* 
potente-— e  asscançou— quer  dizer,  /leixoft 
o  universo  entregue  ás  leis  que  Ibe  havia  na* 


vm 


BBJKl 


\ 


9m 


Ub^eeiéo,  e  ao  i 
lhe  haTfà  da^o.  ' 


•  moviímnlo  que 


"Eto  vaflos  pafzes  âaEar^a,  Asía^iÂfri- 
ea— e  atndA  mais  na  Amerfca-^aé  tMOkétí^ 
tsonXHáo  restos  dè  moDttoMtit^  qtíe  nôãf  re- 
Tí^attf  a  exfèteneia  de  poVôs  etvHl^dos,  eWQ 
^^âs  descònbdtiidas  pela  soa  reiWHssitfta 
AtKlgtiíéNtde:  o  q^  nos  lèl^  a  a^ oéitar,  tpie 
a  fdolaçSaê  oterrcvr  eansado  pelas  tíi«d<mhas 
éoii^UOes  da  solo,  etDitruteeeraíiii  6^  povos 
ijMpèêéraRi  eseapar  sbbfe  aselevadas^eor- 
dlAelras  já  èimSo  formadas  sobre  r  sopeia* 
doélògWbò. 

Mas  em  Portagal,  Denbnm  Tesifgioi  ãlélio- 
je  se  tem  eneontnido  d^essa'  remofta  cWHrsa- 
çlo;  re5iimlDdo-àe  ^s  modernas  descoberus, 
ao  achado  de  cavernas  habitadas  por  tribos 
balearas  e  selvagens,  ca}os  imleos  instra- 
mem^s  ^i^m  toscamente  feitos  de  nlex,  è 
nada  mais  se  tem  encontrado  do  qtsre  Isto, 
ossoe  e  cinzas. 

(O  apparecimento  de  obje- 
ctos'de  barro,  cosido  ao  fogo, 
>      ocí  apenas  sécco  ad  tol,  é  de 
tima  época  mais  moderna.) 
O  qtLe*  deixou  mais  evidentes  sigtfaee  da 
sua  passagem  devastadora;  fòi  ^dihn)4o:  es- 
te cataclismo,  qòe  os  philosophos  do  séea* 
lo  XVIII,  e  omros,  também  negaram,  está 
)K)}e  pfèeamente  provado,  bío'96  pela  Bi- 
blia/paraos  crentes;'  como  pelas  tradições 
de  todos  os  povos  do  globo;  pela  bistorf  a  áa 
antiga  Grécia,  ^  e  por  todos  os  vestigios,  nns 
ptftéli(!eMtK)S8a'Vistfr,  ontroè  cpie  «dtftftiàa- 
illetfté -éSlâO^  desoObHndd'oft  ffivestlgàdVM 
dOirvoâiofSHilás/ 


f  >  / 


Bstft  plenamoate  pft)vado,  nie  só'  peloê 
LWro»  Ssfgrados,'  mas  também  por-tetmio- 
raiSin^i^igaçdes  e  descobertas  gécMgfws^ 
qae  «  Homem  exista  mtes  éo  dilotro  de  tpH 
ttoffMla  Moysés. 

Tmemos  aifora  do  ponto-  principal  d^ste 
MtP  ^  OS'  âborigenes  da  nossa  p^ikiHisiifa. 

A  dar  credito  a  algnns  èMfiptore^^^á  «fá 

1  i^ffundo  os  antigos  historiadores  gre- 
gos, devé-se  ao  dilavio  a  formação  da  Mo- 
réa,  'do  HKAte*  Ténaro/è  dae  IHos  loohm. 


poiíoada  pelos  komen^  aulea  do  dítavio;^^ 
foram  d^aqui  as  primairas  trttma  <|ue  «a  ea* 
taAvleeeran  na  GaUia  nemdional,)  na  Itália*. 
e na  Sioilia,  ainda, então  unida  áPaninsnla 
ItaUca  e  À  ACrica» 

Ditem  também,  qve  os  .»Vm2o«  e  os  liçuveMy 
eram  orioadós  da  Libya»  e  fonim  da  Betica.' 

Sustentam  outros  (talvez  com  mais  funda** 
mento)  que  varias  uribua  de  ligures  pia9^- 
ram  directamente  da  Africa  â  Itália,  pela  Si* 
cHia»  que  era  «mão  um  isiboi^,  «nindo  a 
Africa  á  Europa— e  outras  tribU3  sa  vieram 
estabelecer  nas  Heepanhae»  pelo  istkmod^A^ 
bffla,  que  uma  coavubão  do  «lobo  aubveiPT; 
teo^  formando  o  EsU-eiio  de  Gibraltar»  com* 
mmiicando  o  Atlantieo  com  o  Mediterrânea^ 
e  oeparando  também  aqui  a  A/rioa  da  Su^ 
Fopa,  como  fisera  (essa  ou  úván  convulsão), 
desappareoer  os  iflthmo»  qae  ligavam  a  Airi* 
c» com  a  Sicília,  •  «ata  twoà-o  resto  da  mo*^ 
dertta  lialía.  • 

•  Moamo  que  os  primeiros  babitaale^  d^ 
B^Moa  viessem  da  Africa  (da  yb^>a  ou  dfi 
outro  qualquer  ponto)  teve  esta  emigraç4Ú> 
lagar  em  eraa  remoiisaifpai-r-isto  ó--an^8|» 
ou  duraalte  a  «dodr  ia  pttra;  e  muito  aecu* 
los  antes  dasprímeiínis  navegações;  visto 
qnie  iitliaiq  passagem  franca  pelo  istt^aok 
(bqjò  estreito)  que  ligava  CMpê  oou)  Ahy^a 
--as  famosas  C(Àmima$  d'HercuUit  da  an- 
tiguidade, e  ecyo  rompimento  os  my thol^goi^ 
attribnem  áquelle  remedem. 

Em  todo  o  caso,  eram  J*açaa  ou  povoa  di* 
versoa,  os  primeiros  povoadores  da  Beliea 
e  da  Lusitânia,  o  que  ae  prova,  não  só  p^ 
las  suas  varias  denominações,  como  pelas 
suas  diffensntes'  linguaa,  e  pelas  coatintua 
guerras  qno  entre  si  traaiam*  Mas  o  que  aa 
não  pôde  pegar  é  a.existenQta.do  homem 
aresta  parte  da  Europa,  desde  a  mais  rejB|o- 
ta  antiguidade,  e  provavelmente  desde  a  ópn^ 
ca  secundaria. 

O  ar.  Carlos  Ribeiro^  iliustrado  geqlpci» 

t  Entretanto,  tendo-80  descoberto  nas  Hes* 
panhae,  fosseis  de  djver^s  animaes  anlldh 
iQvianos,  ainda  ae  não  deacohriDi  um  s44% 
uo^  espécie.  . , 

2  Stranão  diz  que  os  siculos  e  ligured, 
eram  o  mesmo  que  Ib^To»  é  celtas,  ou  fpi» 
se  tinham  ligado  oom  esiM.         . '        <: 


r 
»• 


MO 


PfiN 


«•iMeiíifiorâAeo,  tré  aa  «xtotencU  do  kc* 
mem  na  LusiUiDia,  já  na  épooa  tereiaria ; 
p«t8  que  em  uma  eseafaçao,  nas  camadas 
«iMKMUia  di^  Valia  do  Tejo,  a  nas  40  kilome- 
troa  ao  N.E.  de  Lisboa,  eDOontiron  instrn* 
mentos  de  pedra,  e  algumas  pedras  deno- 
tando obra  d'arte»  ainda  qoe  muito  imper- 
fftita. 

-Depois  d'este8,  vieram  os  ãUã$UeSy  tam* 
bem  africanos,  habitantes  do  monte  Atlas, 
diz^se  qne,  traeendo  por  cbeíe,  Héspero^  ir- 
mio  do  rei  Atlas. 

Não  se  pôde  dixer  os  séculos  que  decor- 
reram desde  estas  primeiras  migrações,  sem 
q«e  á  Lusitânia  chegassem  noTos  adventi- 
eies,  oa  se  eHas  continaaram/  O  que  se  jul- 
ga proirafel,  é<iae^  pelos  anoos  1793,  a  i960 
do  mmido  (100  depois  do  dilQTio— ^oa  MOQ 
antes  de  Jesns-Chrisio)  se  veia  aqui  estabe- 
lecer msia  grande  colónia  asiática  (cujo  che- 
fe knuitos  crôem  ser  Tubal^  6."*  neto  de  Noé) 
composta  de  homens,  se  nao  mnito  civilisa- 
dos»  com  certesa  mntto  menoe  bárbaros  do 
que  os  aborígenes. 

É  provável  que  sejam  do  tempo  d'eetes 
orientaes  (obaldeus)  os  moBumenios  pre- 
hfetoricos— mâmoas,  antas,  dohnens,  carns, 
men-fairs,  penlvens,  cromlechs,  noraghís, 
etc;  porque  se  feem  encontrado  muitos  d>es- 
tei  monumentos  na  Ásia,  na  Africa  e  na  Sn- 
ropa;  o  que  faz  acreéiiar  que  o  Oriente  loi 
o  berço  da  espécie  humana,  e  que  eatta  aUi 
se  desenvolvia  com  espantosa  fecundidaie, 
pois  deu  colónias  para  todas  ae  partes  do 
mtmdo  — parece  mesmo  que  para  a  Ame* 
rica. 

É  a  estes  povos  que  se  dá  a  denomina^ 
ie  megúlHhicot  —  isto  é — oonstructores  de 
monumentos  de  pedra. 

Depois  dTestes,  vieram  os  eeUaSf  qucv  nnin- 
d(Me  aos  ibercêj  formaram  es  ceUiberúê;  que, 
pela  maior  parte,  ainda  viviam  em  cavernas. 
t  doesta  raça  e  s&o  doesta  época  as  ossadas 
humanas  que  se  teem  achado  n'essas  caver- 
saa  (vide  vol.  i.^  pag.  47,  coL  1.%  a  descri- 

rda  gruta  do  Cabeço  de  Truqml}^  e^  se 
se  tem  encontrado  um  grande  nnmero 
de  ossadas,,  é  porque,  as  dos  inimigos  ersm 
ahandona4a0  ás  aves  oaroivoras,  e  desfeijtas 
pelo  tempo;  e  pofqw  muitas  tribus  quaíma* 


PEN 

vam  os  cadaveies  dos  seoa,  o  que  se  fiKma^ 

pelas  cinzas  achadas  em  muitas  d*es4a»Ga* 
vernas,  e  nas  arcas  das  mâmoas. 

depois  dos  povos  megaUtèieotf 
nnutos  séculos  dopeis  (1370  antes  de 
Cbristo)  vieram  os  gregos;  os  gaUoa  osHos 
Gâ  misturadoa  com  os  iberos  e  outros  pevos^ 
que  tinham  fugido  da  Betiea  para  as  GaUías 
^pelos  annos  3000  do  mundo  — em  naão 
de  ama  grande  esteriUdada  causada  por  luaa 
sécca  diutarna);  e  após  elles  os  phinicioe  oa 
tyrios  (950  antes  de  lesus-(lhristoX  •  peueo 
depois  os  caribaginezes  (590  antes  do  Jesas- 
Cbristo)  como  os  antecedentes,  também  da 
raça  púnica. 

Atfaz  dos  carthagioezes  (phenicios  dn  Afri- 
ca) vieram  os  romanos  (310  antes  de  iesnt- 
Cbristo), 

A  invasão  dos  harbaras  do  norte  (v^isiflo* 
dos,  alanos,  vândalos,  selingos,  snevo%  -etc^ 
eto.)  teve  iogar  4esde  o  anuo  400  da  era 
chrisian;  e  finalmente,  a  dos  árabes^  em 
714« 

Todos  estes  povos^  e  ainda  os  normandos 
e  gascões^  nos  séculos  IX  e  X,  se  Yoram  mis* 
turando  eom  os  indígenas  e  aborigeoas;  e  é 
do  ioextrinoave}  cruzamento  de  todas  eslas 
raças  heterogéneas^  que  procedem  os  porto* 
guems  actti4es«  e  grande  parte  dos  hes^- 
nhoes. 

Podemos  pois  diaer  qu^  somos  una  ptfto 
modernOi  tomado  de  todas  estas  varíadisoi- 
mas  raças. 


€i^aiae,«etAolira  iôeecriptm 
mas  laosneiia  4o  ||e»wOf(  e  pars^  m 
povo  («ano  on  sábios  nao  prect* 
sana  das  llcAes  de  tão  immiii- 
de  e  oftiscavo  escriptor)  evftiei 
mailwSo  me  t^i  posslwel»  emaiíspei 
gar  termos  #eleptill€MMs»  om.  e] 
9Alvae|-os»  «na^do  ase  wl 
i^ado  a  esaprcgal-os  (se  J4 
deeaiHM»  da  olara  não  tlnUha  dsatfo 
a  saa  dlOsUção)  para  «ue  Amae 
por  todo»  eaSesidldOo 

Terminarei  disendo  tfsie  emn 
PorSug^alf  a  arclieologia  pre-Ms^ 
foriea^  a  paleonUsologia*  a 
Siarppologia»   a.   ãlnff nisllca» 


.hn 


vm 


061 


muito  descuradas  e  detprategi- 
#aa  pelos  aossos  vovomoa»  O  o 
-woao  tea»  Jailo»  ^;  naâaaãiaate 
devido  a  exforç os  de  jK^rNoiíla- 
vas#  «a»  pelo  alaior  do  osiadd  se 
tmBwa  dedioado  a  eataa  Mtad- 
oias» 

9E1IMA  LOBO  <oq  jP^mmi  Xoto)  ^-^^rigie- 
2ia»  Beira  BaUâ,  eaaarca  e  CDaceilM>d^  St* 
lMqí[al  <lo  da  eomarca  da  GoviUiaii,  caMlho 
— «OiDoiD  •--  de  Sortálba)  W  kilonitMft  da 
Guarda,  300  a  E.  de  Lisboa. 

Tem  áOD  fogoa. 

Sm  1757,  Unha  87  fogos. 

Orago,  S.  NieolaiL 

Bísfado  e  distrioto  adoanístraánK  da 
Claarda. 

O  iNTíor  do  Salvador^  4e  Pooza  Foiles, 
apnaestava  o  enra,  que  tinka  lOOMQO  réis 
deiBadioMitto. 

Fértil  em  eeraes,  maíto  gado  atodo  e 
eaça. 

PEMITA  LOMftà  <oa  Pêm  Lou^a)  m  IS- 
HBà  iOMGA -^  vide  Cintra. 

KiniA  MAIOR  (eu  Ptm  MaÍQr)-^l0Ê%at' 
zia.  Douro,  comarca  de  LiQtt8ada,'eaneelho 
daiPa^a  de  'Ferreira  (foi  da-eomarea  de  S. 
Thyrsa,  eoiicelhO'*-'eillDeti>^-^4e  Negréttee) 
Í4  kilometroa  ao  N.  do  Ptorto,  3M^  Jie-flL  de 
hkêMOL 

Tem  Íi(V  fefes*  i  > 

Em  1757  tinha  i€G  ÍO0QS.  .  .   . 

Orago,  o  Salvador.  .  .  .  ^ 

BiaiMdo  e  distriete  admiaâliativi»'  do 
Bafto« 

O  papa  ^t  o  blspo^  apneentavatn^  altdr- 
aaUfvamiMte,  a  reáior,  ^pie  tinha  llfOiOOO 
Hm 


1 IVAT  um  d^aquellea  múa^TM^  mttifo 
toqnduet  -na  oouipesifa^,  jpHlâiildttante 
em  ohf  aa  extensas,  e  compiiéadas»  dè«-ae  091 
salto,  de  duas  paginas,  na  564~pas8ando- 
se  do  Pena-Joia,  a  Penafiel  e  Sub-Arrifana, 
lâo  se  pa0aàaéo  éeeée  Péná  Loibó;  até  á 
priMira  PenafkL 

ítào  |ive  outro  necurjo,;  senio^  escrever 
estas  (reguezias  com  dela  an. 

Peço  desculpa  aos  meus  leitores»  d'esta 
Irreinlaridade,  a  que  são  M:  a  mkwsa 
cansa. 


B'  terra  larllL  Ifoilo  gado  be^víBO,  qpa 
exporta. 

PENHA  VERDE  (eu  Pena  Verde)  —  villa. 
Beira  Baixa,  edmarca  de  Tk^ncoso,  conoelho 
d'Aguiar  dá  Bbiva;  35  IcMometros  a  fi.  de  Vi- 
seu, 320  ao  N.E.  de  Lisboa. 

Tem  SIO  lòfoei 

Sm  1757,  tinha  50  fogos. 

Orago,  Neasa  Senhora  das  Gaudeka  (da 
Parificaçio.y 

Bispade  de  Viseu,  districto  administrai- 
vo  da  Guarda. 

A  mitm  apnsemava  o  reitor,  que  thiha 
4M000  léis  e  o  pé  d*alur. 

E*  terra  fevtil,  é  povoação  muito  antiga. 

O  padre  Garvalho,  dia  qae  D.  flaittio  I 
lhe  deu  loral,  em  1195;  mas  Rranklia  Ho 
falia  n'este*  foral. 

D.  Sancho  II;  lhe  deu  foral  em  Gnardao^ 
a  12  de  )i]^o  de  1Í40.  (Maço  7  dos  fortiea 
antigos,  n.*  5.) 

D.  -Manuel  lhe  deu  foral  nevo,  em^Lia* 
boa,  a  17  dn  {ilhe  4e  1514.  (Utro  de  far^g 
«orna  da  Bmrm^  flw  61  v.,.  ceL  L*  in  fine.) 

Tinha  ttex  egrejaa  annaxaaf^S«  SabKStiia, 
de  Domettaa;  Santo  Agoeda;  de  Qtteiflii;  e 
Sanu  Marinha,  de  Fomishos. 

A  padroeira  da  fregseaia,  tem  uma  iraMB- 
èade,  cQjde  estatsiee  team  approvadoa.pe- 
lo.bí^po,  D.  Joio  de  Mallo^ 

InstiloiQse  ean  ISO  irmãos,  30 inoaa» 
a  18  elerigoArf 

A  eadà  um  dos  irmios  faa  faUaeeaaegs, 
mandava  a  irmandade  fazer  irea  otteiíia 
anotados,  de  9  liçdae— e  cada  um  diog  ir- 
mios vi¥oa,  era  obeigado  a  reaar  um  rott- 
Tkrpctofdafimeto^ 

Tadoa  «a  amios  se  tala  um  anniveranrío 
geral,  por  todos  as  irmioa.* 

ioBseeoaio  X,  eanaedeo^  em  1659^  OMiitaa 
indulgências  aresta  irmandade,  anqpaaa  ae 
ganham  Ma  diaa  das  fsatas  da  Sanhara^qua 
lào^' a  S  de  fayeninó»  e  a  15  da  agista.    t 


fieiiatapor  ttadiçâaqtia  a  priMeiaa  dgra- 
)a  BBftríz  d'eetalnípieaia»  aeieve.paâítio  de 
a.  Pedro,  ailrtyr,  fera  da  viMat  asas»  aeado 
peqneaa;^  a  esNaido  bastante  4aamiflead$  pe- 
la ianpo^  ea  Hajaeie!  <en6lfttiramraaclãa>t 


662 


vm 


tlOntro  Aft^piToa^t^tião  se  sabe  quaiído, 
mas  ba  mais  de  300  aanos. 


.  1 


Sejs  kilometros  a«  N.  ^ePeoe^Verda,  es 
tá  a  vUlA  de  Matança.  (Yol.  5>,  pag.  iM, 
col.  i.*) 

Segando  a  tradição,  tem  este  nome,  por 
que,  em  985,  hoate  aqui-  ama  gráade  bata 
'  ttia  coflilra  os  mouros,  «ommawhdos  pelo  íe 
roa  Al-Mançor,  m  de  GórdoTa,'e  qae,  por 
flea^o  eaóipo  jaoeado  de^oadâveres,  se  eha 
moa  valle  da  Matança. 

Ocpois,  faDdoa*se  aq«i  ama  pevoaçio,  á 
qoal,  em  memoria  d'esca'  batalha;  se-dieu 
sambem  o  nome  de  Matança. 

ifimiA  VOIKA  (oa  Pina  Vangá)  oa  PE- 
MA  .VOIJaA---legar,  Bdra  Alta,  fregoeiia 
de  Ferreira  d' Aves  concelbo  de  Satan»  éo- 
marea,  districto  adaniaiitnuivci,  bispado  e 
94  kikiÉietros  de  Viseu.  (Yol.  3.%  ftag.  174, 
col.  !•) 

Méi  limices  doe  bispados  dè  Visea  e(  La- 
mego, a  3  kilomelros  daeeirsdii  Lapa  (vai 
4.*,  pag.  49,  col.  !•)  le  levanu  da  margem 
fào  Voogaf  am  .monstraoso  penliaseo,  com 
nwls  d«i'200  metfoa^d^dimirayieadordo  lado 
do  O.  amas  (pwbradaís  perpeadIccUares,  e 
ae  fendo,  am  abymie.  vertiginosa. 

'ú  tame  d'e9Ca  penliaeeo,é  plano,. icBéo 
ons  100  metrosde  diâmetro,  O' beUeadifl- 
aso  a  piedade  cln-ístan^sama  grande  eami- 
da  consagrada  a  JVossa  SfiUora  do  Bom 
JacMisa— vulgarmenie— iíosm:  SênkotÈi  de 
Bmã  V&uga.  - .   ;. 

'  Pata  ta  sabir  a  esta  ermida,  ba  nmaia- 
Iho  em'Cifiietagaè%.  da.  perigoso  «ocessov  e 
que  nem  todos  se  atrevem  a  iranspar;  par- 
que,, saaom  as  vertigens  qoa  eaoaa  a  pro* 
tondidade  do  daspenlmde^,  faltar  tok  pé 
aò  eamínhanta^  ealilrá  no  abysoK^  despèda* 
'i(ado  pelas  aletas  dae  loehedos. 

Gomo  a  saa^aMi»^Noasaflenlio0a  dá 
Lapsr^  a  padroeira  d'estftagreja  objecta  de 
grande  devoção  para  os  povos  d*estas  ter* 
ras. 

Iteganda  a  tradiçia,  é este  tent^íonda- 
(ia  da  prlodpio  da»8seala  VIII,  e  qoando 
aa  moana  iatadlram  eslei^rritsrio^  em  7  IS, 
eadirMlio%  t^araaabcrahireBi  aSaaia|ma' 
gati-aas  oltraJesdee^aiaNMe»  a  vieiasaai- 


«eMto  avalias  énutepettedias^^coaslfimia 
-Itartam^adieMa»  ^ '::.«!  n»*»-»!»  «»*  ? »-  •■• 

Mdatpiiiéii'!»)^'»*^  *  piMKIr»'  aas- 
'etrvafiD(4Év*eanfeqoeaaftt  tdosiei 
RftidíiiiPçtaL 


,v«  |^t«•^  f/»';  »  ■»    |«    ftlvt  ^     •!• 


*.♦ 


V^agbrsr  Mi  tsnspla  dd«isa«a«eai/>eom 
It^^de  aMlprtdor«  g^gideilirgis,  om^ 
altares,  afora  a  capella*mór,  com  o 
pvlaolpa],  aonde  está  a'padíoeira/  i(afe3«  de 
BlarÉne9^  aom  am  mmo  d*altara. 

ttia  tem  reodlmemo  própria;  aostasnaa- 
do*te'a  folto  com  as  •offertàse  esmola»  dos 
romeiros. 

O  abbade  da  coUeglada  de  Farraiim  de 
Aves,  apresentava  aqai  -om  eremiião  aa* 
naal. 


aqal  'antígamenue,  em  prociaaaoe 
romaria,  por  voto  immemorial,  as  fi^gnenas 
^•"-áe  Santo  André,  de  Ferreira  d*Av«e-^  do 
Bspírllo^^Santa,  d*Agaas  Bõaa  -(aaabaa  4o 
bispado  de  Vista);  e  a  deNossaiSeatan 
das  CaadeiaSi  do  Gfajal  fon  Gr»jál)ilo  bis- 
pado de  Lamego;  pois,  como  já  disser  oate 
íMoiioaiia  divisão  dos  daitfMpadaa.  ^ 

Também  emtodoe-ossablMds-da^qiii- 
rasma,  era  moita  vlsitadai  eetà^Agr^a,  pêlos 
-flèis' doe  arredores. 

Janto  aa  temple  se  Aavaala  aiada»  éiHra 
glUBda*0ealM^  de  dlfflciiima- sabida^  eqias 
b  afirigados.  temportiesr  d0'O.<  : 

Ao  sopé,  do  lado  do  S.,  a  aos  60Q>>mMttes 
de  distancia,  fica  am  fresao  valie,  regado 
por  am  maoandal  de  agaa  ei^stállns^  cha- 
mado Fonte  do  Mouroj  •      •  '  ^  .  .'  •' 


» 


Ha  •  aqni  ^wsligios  da  aabas-da  imbáiaçio, 
antiqnisslmas,  qae  parece  terem  sido  ^naas 
d0«banttoe;  pfevavaloMaitd  monnwie.  *  > 
"•Oflb  Voaga,  posto  nascer  paMa:d^aale si* 
tio  (na  fpnte  de  Nossa  Senhora  da  Lapa)  Já 
aqai  iras  saboroso  peixe,  priacípalaiente 
traAiM»qoasao  de  gosto  esp^ialissíma. 

•PniKáraM.^(oB  i^Nii^/hH3idada.ama- 
ipilssitoa  dá  Lúskania,  nà  áeinal  provinda 

'  «  O  eonhal  da  egr^a.telada  do  N.,  as- 
senta em  ama  lagem,  onda  .estie  easolptdas 
dosa.  erasst^  termo  dos  dois  bispad<M;  de 
modo  qae,  podem  estar  es  dois  prelados^ 
dando  ts  mios,  cada  um  na  eda  diotese; 
mas  a  templo  está  em  terreno  da^^de  Vi* 
sea. 


9M 


PEN 


663 


do  'Dooro,  ediAeajda  na  ibz  do  rio  SauKã. 
<Vdl  3.%  pftg.  »4y  tol.  I«)  TMe  a  l.«  P«- 

miSAIIBMTOÍ^portiiiniac  &nticfo«-^r- 
reeadas,  com  filagrana  do  oan>* 

POram  moita  ti8ada»«in  Fort^gfil,  ainda 

até^ào  prínoipié  doeste  seenlo.    ' 

'  'PBNAâR-^pòrHigaezantifio-^ler  cuidado 

^m  algnem,  vestir,  sustentar,  oarar,  fayore- 

ee^  0t<&  ^Doeamento  de  Alpendurada,  de 

•Ainda  se  nsa. 

FEmnO^yU»  Stmtãika. 

raNBO^portngoes  aniigo,  do  século  XV 
— pnnsamènto* 

mst^^^egneila,  Miiilio,  coneelhoico- 
marea,  disníeto  administrativo,  areeblspa- 
do  o  d  Icilonetros  de  Braga,  3M  ao  N.  de 
Lisboa. 

*Y)Mi  70  lògos. 

Em  •  1757^  tinlia  67  lògds, 

OvQ^ov  8*  Vicente»  manyr. 

O  papa  e  a  mitra,  apresentavam  altcma- 
tinmente  oal)foade,  que  tiolia  MO^OOOreis 
dnteodimenlo.' 

B'  terra  ferliL  Mnito  gado  e  caça.  Vide 
Bêcudeiroê. 

'  Tem  nma  escola  de  ilistrae^  primária, 
tadadapelosr.  commendador  Ferreira  Vei- 
ga, para  ambos  os  sexos,  com  4  prémios  de 
IWÍM  néis  cada  un^  por  anno,  para  daas 
meninas  e  dois  meninos,  que  mais  se  dislin- 
fnlMn-n^^eile  anno. 

^HSH-^freguecia,  MíbIk>,  eonealho,  eo- 
■areá,  iisirícto  adminlstniivo,  arcebispa- 
do e  «  kMamotros  de  ftrtga,  36aao  N.  de 
lisbts^ 

9te  W^fogoc 

Em  1757  tinha  63  fogos.  > 

6rsgo,  6«nto  Bstevam,  proto^mirtyr* 

A  mitie  apresentava  o  vigário  oollado 
tfdlRo,  rèiior)  ipie  tlnbaiM)|000  réis  e  o  pé 

B'  lerra  fértil.  Bniio  gado'  e  caça. 

ISMO^fr^gnesía^  Minkio^  comarca  e  con- 
téÊK^  àe  Melgiço  ifin  da  comarca  de  Mon- 
tão, extincto  concelho  de  Vailádares)  65  lei- 
lemelres  a-  2f.&  de  Braga,:  W  ao  iN.  de 
Usboa» 

Tem  S55  fogos. 


Em  1757,  tinha  309  fogos. 

Orago,  S.  Tbiago,  apostolo. 

O  prior  dos  cónegos  regrantes  de  Santo 
Agostinho  (cnisies)  do  Pademe,  apresen- 
tava o  vigário,  que  tinha  130^000  réis  de 
rendimento. 

O  mosteiro  vendeu  isto  aos  Caldss,  de 
Badim,  qué,-  desde  então  Mé  1831,  ficaram 
com  o  padroado  doesta  e^eja;  passfindo  os 
seus  vigários- a  denominaretn-se  reitores. 

E*  n*esta  fregaezía  a  quinta  dâ  8,  Cybrão, 
do  sr.  Pbflippe  d* Araújo  Galdas. 

Segmldo  alfadicçio,  no  àitio  onde  está  a 
eafyella  d'esta  quinta,  houve  um  templo  ro- 
mano dedicado  a  lapiter. 

SoppOe-se  que  a  existência 
do  tal  templo,  foi  uMa  fabula 
inventada  para  eno1)re<^r  esta 
propriedade;  que,  mesoho  sehi 
aquella  circnriMlancia,'  é  no- 
uve),  pela  antiguidade  o  no- 
breza dos  seus  proprietários; 
e  também  por  que  produz  of»- 
tindo  vinho.    > 

E*  terra  fértil,  gado,  peixe  do  riollinho 
(que  lhe  passa  próximo,  ao  Pf.)  e  caça. 

PENSO — ^fregneziá.  Beira  Alta,  comarca 
de  llolmemada  Beira,  concelho  de  Oeman- 
cdlhé  (foi  do  extincto  concelho  de  Cana  e 
Roo,  roas  da  mesma  eotnara)  35  kitome- 
tros  de  Làmago,  310  ao>  N.  de  Disboa. 

Tem  110  fogos. 

Em  1757,  tinha  140  fogos. 

Orago,  S.  Sebastião,  martyr. 

O  reitor  da  vilta  da  Rua,  apresentava  o 
cura,  que  tinha  401^000  réis  e  ó  p4  de  al- 
tar. 

E'  terra  ferti). 

PENBMO-^portnguez  antigo-^tacíturno, 
pensativo,  melatcolico,  etc. 

PENTIEIROS— freguezia,  Minho,  comar- 
ca, concelho  e  5  kilometros  ao  N.B.  deCrui- 
marãBft,  arcebispado,  districto  administra- 
tivo e  ti  kilometros  ao  NE.  de  Braga,  355 
ao  N.  d^  Lisboa. 

Tem  40  fogos. 
.  Em  1757,  tinha  t3  fogos. 

Orago,  Santa  Eulália. 

A  mitra  apresentava  o  abbade,  que  tinha 
lOOiOOO  réis  e  o  pé  de  altar. 


664 


PER 


7BR 


,  E*  terra  fértil. 

PENÚDE— fregnezia,  Beira  Alta,  comarea, 
concelho,  bispado  e  3  kilometros  ao  N.  de 
LftHiego,  330  ao  K  de  Lisboa. 

Tem  370  fogos. 

Em  i757,  169  fogos. 

Orago,  6.  Pedro,  apostola     • 

Díatricto  admíDistratívo  dê  Yíeea. 

Os  marqaezes  de  Marialva»  apresentavam 
o  abbade,  qae  tinha  800M0D  réis  de  rendi- 
.mento  annnai. 

Esta  fregaezia  está  «itoada  em  nm  alio 

iiuonte  (ramo  da  serra  de  Mnro)  d'onde  se 

v4  a  cidade  de  Lamego,  e  grande  extensão 

de  território,  tanto  da  Beira  Alta,  eomo  de 

.Traz*OB-Montes,  inelaindo  muitas  povoações, 

serras,  montes  e  valles. 

i    O  rio  Doaro,  fiea-lbe  a  5  kilometros  ao 

Norte. 

.    E'  uma  das  mais  ricas  fregaezias,  e  das 
.mais  populosas  da  comarca. 

£*  muito  fértil,  e  produz  muito  e  bom  vi- 
nho de  exportação. 

Cria  também  muito  gado,  de  toda  a  qua- 
lidade. 

O  rio  Balsemão,  lhe  dá  algum  peixe  miú- 
do, e  o  Douro,  bastante  e  óptimo. 

Nos  eeus  montes  ha  abundância  de  caça. 

£'  atravessada  pela  estrada  real,  de.  La- 
mego á  Régoa,  pela  qual  faz  o  sen  gran- 
de cQmmereio  com  a  cidade  do  Porto,  em- 
barcando os  seus  géneros  de  exportação,  no 
cães  da  Barosa,  em  firadte  da  Régua. 

PEPIM— freguezia.  Beira  Alia,  comarca 
e  concelbo  de  Gaatro  Dâftne,  80  kilometros 
ao  N.K.  de  Viseu,  305  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  100  fogos. 

Em  1757,  tinha  71  fogos. 
,    On^o»  Nossa  Senhora  da  AnooMf  «Çil. 

Bispado  e  díslricto  administrativo   de 

'  Os  condes  d*Alva,  apresentavam  o  abba- 
de,  que  tinha  200iH)00  réis  de  randifflonto. 

E'  tem  fMTtiL  Muito  gado,  de  toda  a  va- 
lidade, e  grande  abundância  de  onça. 

PÊRA  — ribeiro,  Extremadufa,  comfrca 
de  Figueiró  dos  Vinhos,  co&eelho  dé  Fedro- 
gam  Grande.  (Vide  esta  palavra  e  Piárogam 
JPeqneno,) 

N'esta  ribeira,  em  território  da  fKôgiieflia 


da  CástaàhHra  (f oL  S.%  pag.  I€f^  téL  t." 
a  3.*  CaMihflila,  d*es9a  colomin^. 
magni6ca  fabrica  de  lanifieios,  do  sr. 
Elo  Alves  BibiMM^  ama  dn  málÈêÊm^íúi 
género,  em  Portnfal. 

Está  silnda  ena-lriírka  in  muw&ut  di- 
reita do  rio  denoninadè  Wliem  da  Pên; 
tom  boas  afuas,  nagnifleo  -  local;  navte  pi- 
toresco, o  ozcdAettlea  campns  de  niillan. 

A  primeira  casa  é  de^iim  só  andar  e 
o  comprimento  de  sessenta  e  tantos 
e  largura  proporcionada. 

Ha  aqui  duas  rodas  ^draaicâs^ 
dás  no  Porto,  e  de  força  do  36  a  4D  âmral- 
los  aproximadamente,  e  appUcada  a  moitas 
e  diffierentesmafAinas  de  cardar  e  fiar; 
chás,  pisõc^  cynndeicos,  lavadaima, 
aas,  escova^  aveludadeira^  cnearririadein, 
torcedor,  etc,  tudo  pelo  systona 
demo  e  aperfeiçoado,  assim  «omo  ui 
do  de  cardar,  produzindo  iOO  mediifl,  e 
fiação. fixa,  cajo  trabalho  ó.muHo 
veL 

Alem  dos  motores  hydranlicos,  tem 
bonita  machina  franceza,  a  vaporada  fongoi 
de  S5  eavalloe,  para  supprir  no  veiio  a  fal- 
ta d*agua. 

Em  setembro  de  IB74,  monton-nn  vma 
rambdUa  meebaoica,  para  endttigo  da- 
nos, no  iapiêrno^  dirigindo  o4rahnllan  o  i 
md  «ngenhoiro  francai  qoo  monioa  n  aa- 
cfeanà  a  vapor*- 

Fronteira  á  primeira  enaa  ^  imebin» 
dasoFiptaa)  ha  ttKi  oulra  de  egual  nnmiri- 
meoiò^  910  fcrvo  da  caca  de  haMtaçii^  m- 
mazene  da  lis,  eeofiptorio,  preatas  o  aeif»- 
Iheria,  com  um  grande  e  espaçoso  Mffain» 
no  centro,  e  próximo  uma  boadMi  iiaimnn- 
chugodelãs. 

Em  tuna  ontra  casa,  suparior  n  «las^ 
eonanmidft  ha  pouco,  ha  «ma  roda  bordian- 
kea,  ífitft  em  Liaboa^da  foatadê  t»  a  MNa- 
vallos,  com  a  vantagem  de  que  a  agaa  qm 
d'ella  sae,  vao  tooaraaodlras  que  to  Ibaise- 
gn«n:  esta  roda  asKe  do  nwmr  fiM^ZHres 
meeanlcoei  oiqa  regaUrídado  e  trabali»  é 
mkktto  perífSilOL  ^ 

Pára  aupprir  no  verão  a  falia  ^'•goa»  te 
o  sr.lBibiano  acquisição  d'uma  locomovei»  A 
força  de  12  cavallos.  * 


PER 

Bflie  senhor  tem  eido  e  é  ineaiifavd  no 
angoMUo  e  boa  organiei^  da  soa  fabrica; 
por  isso,  e  sen  exagero,  se  lhe  pode  dar  o 
priseiro  logar  na  iadostria  portngneza  de 
lanifieios,  pcMrqqe  os  seos  prodaotos  sao  lio- 
)e  eonslderaéús  os  ipelborea  do  nosso  pais. 
.  Fabrica  paanos  pretos,  casimiras  e  xavio- 
tes,  de  bom  gosto  e  niDíto  bem  acabados. 

As  apreciáveis  e  ezoellentes  qualidades 
de  qse  é  dotado  o  sr.  Bibiaoo,  sao  conheci- 
éas,  e  os  seos  actos  caritativos,  para  com  os 
infelizes  qae  a  elle  se  dirigem,  o  prompto 
auxilio  qae  presto  aos  pequenos  industríaes 
da  saa  terra,  aaimando-os  a  aogmentar  e 
.  melhorar  as  soas  industria^  coadiavando«QS 
com.  dinheiro^  e  ultimando  na  sna  bbrioa  as 
manofi^taras»  acçdes  ponco  vulgares  e  qne 
só  por  si  elevam  o  seu  honrado  caracter 
6  nobreaa  do  sentimentos. 

A*  soa  iniciativa  é  também  devido  o  gran- 
de progresso  d*esla  terra  (ainda  ha  pooeo 
desconhecida)  toado  já  mas  regakarmenie 
calçadas,  bons  edifleios  e  outros  em  cons- 
tmcçao. 

Conta  mais  esta  povoação  (da  Castanhei- 
ra) sete  Mrieas  que  se  empregam  só  em 
cardar  e  fiar,  em  c^)o  numero  entra  uma  do 
ar.  Btbiane^  a  qual  está  a  distancia  de  2  ki- 
lometros. 

-  AdoSiqrniro,  q«epeneDQ»áça0ado$o/- 
lo,  está  tni  um  looal  lindissfcno,  temlboip 
motor  e  boas  machinas,  e  eMre  e^ea  ima 
4he0o«im  iengitndtaial  e  uma  percha. 

■ 

Havendo  n'esta  terra  algumas  fortimai  n^ 
guiares,  podiam  em  poncqsi^mos  fizer  4^'el- 
la  imia  segunda  GovittuL 

I  aqui  um  mal,  devido  aoa  nossos  go* 
peaskna  e  intransílavel  Serra  da 
Lonií;  é  digna  da  maior  censura  a  pqnaa 
consideração  que  tem  dado  a  esta  terrai  tão 
•Mommeiídaitsl.  pela  sna  industria  e  vqrba 
de  contribuição  ^  que  paga  para  ci  thesoure. 

A  todos  admirft  como  podaram  ser  con* 
dnsidaa  peles  caireiros  d^aqqella  serra,  tan- 
tas machínas,  èom  mnitos  esforços  o  risco 
de  vldas.O  sr.  Bíbiano  te.  a.c#ndueção  das 
««oiUeiías  i4a  maebina  de  vapor,  locomovei  e 
outras  de  grande  voiume,  sendo  preciso  vir 
por  differentea  veses^  e  por  cada  uma,  qua- 


PER 


H^ 


torze  juntas  de  bois  e  cíncoenta  e  tantos  ho- 
mens. 

Ninguém  imagida  com  que  difficuldado 
ae  faz  o  continuado  enovimenilo  de  transpor- 
tes de  lãs  n*ama  escala  superior  a  300  con- 
tos de  réíB  por  apmo^  e  bem  assim  ouu^os  ob- 
jectos próprios  para  esta  industria. 

£'  notável  o  desenvolvimento  sempre  pro- 
gressivo que  vae  tomando  a  fabrica  de  la- 
nificios  do  sr.  António  Alves  Biblano,  que 
sem  duvida  é  boje  uma  das  mais  notáveis 
do  paiz»  não  só  pela  sua  importância,  pelo 
grapde  numero  de  operários  que  emprega 
diariamente,  mas  também,  pela  exoellendit 
das  manufacturas. 

Com  destino  a  tão  importante  estabeleci- 
mento chegaram  á  estação  de  Coimbra  trea 
vragons  com  machínas^  procedentes  da  Bél- 
gica, em  janeiro  de  1876. 

M'esta  mesma  freguezia,  e  tendo  também 
por  motor  a  agua  da  ribeira  de  Pêra,  se 
construíram  em  1874»  mais  duas  fabricas  de 
laniBcios. 

PÊRA— freguesia,  Algarve^  comarca  e  con* 
celho  de  Silves,  40  kilometros  ao  O.  de  Fa- 
ro, 240  ao  8.  dis  Lisboa. 

Tem  450  foges. 

Em  1757,  tinha  331  fogos. 

Oragp,  o  Espirito  Santo. 

BispaÁ)  do  Algarve,  distrieto  administra- 
tivo de  Paro. 

Dá-se-lhe  vulgarmente  o  no- 
me de  Pêra  4e  Cma^  para  a 
distinguir  4e  Póra  de  Bai^o» 
ou  Armação. 

O  iHspo  apresentava  o  cura,  que  tinha  390 
alqueires  de  trigQ«  e  50  da  invada. 

Está  a  freguezia  situada  aobre  a  estradn 
da  Lagoa  para  faro^  e  d'ella  se  vé  o  mar. 
Tem  poucas  mas  e  mal  distribuídas»  .e  a 
egreja  parochial  é  pequena  e  pobre. 

Foi  desmembrada  da  de  Alcantarilha,  em 
1683,  pelo  bispo,  D.  José  de  Menezes^ 

Passados  annos»  annexou-se  áqaeih^  m^ia 
hqje  está  outra  vez  independente. 

Ha  n*esta  fregueaia  excellentes  várzeas  4e 
pão,  regadas  pela  ribeira^  formada  pelas 
aguas  vertentes»  da  lagte  de  Porçhei^  que 


6M 


PBB 


Os  pems,  foram  m  íitTétiloni  4o0  cor- 
reios, postas  e  postílbdes,  e  a  estes  ohaaa- 
rua  angéros^  e  sqppde-sa  qae  foi  d'aqiii  que 
08  gallos-eeltas  tooiaraai  a  pdam  Mangar. 

Os  peninsulares»  ebamavam  kangaria»  e 
cngueiraSf  ás  estações  das  mndas  (pivnvcl- 
mente,  por  serem  aipewtres,  cobertos»  en 
telheiros). 

Também  se  chamaTa  angneira,  ao  preço 
da  eondneção  de  qtulqoer  pessoa  oa  mer- 
cadoria. 

PÊRAS-ALTAS  —  TÍde  Bivéleê. 

PERCALÇAII-^portagtieK  antigo— alean- 
çar  algnem  em  contas  —  conseguir  algnm 
emolomento  — -  e  umbem  luvas.  —  Àiá  fue 
ihii  pagoãtemos  ako  mil  etamtas  UbraSf  que 
nas  perealçarom  mo$  C<nita$,  que  Uie  iramos 
devedor.  (Gôrtes  de  Lisboa,  de  IMO.—  Doe. 
da  eamara  do  Porto.) 

f ERGALÇAR  DIREITO  -^  portugnes  anti- 
go— conseguir  qoe  se  Ibe  Inça  Jnetiça,  eem 
êgnaldade  e  rectidão.  E  os  senprezes  nom 
podem  percalçar  direito,  comõãgmmaiíi  en- 
tendem. (Cortes  de  Santarém,  de  i4aa) 

PERCALÇO  «-*-  portngnez  antigo — emdo- 
menio,  e  também  peita  oa  /«rós,  qne  se  ti- 
ravam do  offlcio  on  emprego. 

Ainda  é  nsado  este  termo  oem  s^  mesma 
signiflcação— Prós  e  percalços,  qSo  os  lacros, 
ganbos,  rendimentos,  proventos  e  emola- 
mentos  que  se  anforem  de  qiiaiqaer  em- 
prego. 

PERDÚDO — portoguez  antigo —perdido, 
gastador,  pródigo,  iteipador. 

PEREGiMEIfTO— penngnec  antigo— fal- 
ta, ansençia,  extincção^  ^^^De  que  $e  se- 
gue, grande  perecimento,  de  Justiça  e  dapno 
(demno)  ao  vosso  Povoo.  (Gôitea  de. Lisboa, 
delUO.) 

Hoje,  perecimenio,  toma*se  geralmente  por 
follecimento.  Com  a  saa  verdadeira  significa- 
ção é  pouco  usado. 

aos  reos  de  grandes  i»imss-^-<er»-**lwnirem 
ás  oostaa-*o8  nobres»  um  eão<*-*e  osfifobeas, 
a  sella  de  um  €avattQ,e  assim  andavam  per* 
eerrendo  diversas  terras  (seaunáo  a  senten- 
ça) expostos  á  vergonha  pnbííea  e  ás  vaias 
aos  exoectadores.  Os  francos  ievaram  para 
as  Gallias  a  palavra  e  a  pena;  pelo  «pede- 
poi%  em  França^  continnoa^este  oaatijf o  ex- 
traveganie,  oorn  a  mesma  denominação. 


PBRÈiO— Hrvigneali^ 
marca  e  cooceiliQ  4e  MaeAèo 
{antiga  comarca  e  coneelbe  de  Chnoím)  35 
kilomeiroe  de  Miranda,  430  eo  H.  4e  Liitea. 

Tem  ISO  fogos. 

Em  1757  tinha  108  fogos. 

Orago^  Sania  Catbarina,  virgem  e  aiavtyr . 

Arcebispado  da  Braga,  distríclo 
tratíTo  de  Bmgança^ 

O  abbade  de  Chacím,  apresentava,  a 
rio,  qne  tinha  6#000  réis  de  eongma  e#  pé 
de  aliar. 

Tem  fértil  em  cereaes,  gada  o  ceçn. 

FBRtDO  M8  GASTEUIASOS— fregma- 
xia,  Trac-ee^Mentes,  eeniarca  e^oaeeltao  de 
Moncorvo,  ISO  kilometros  ao  N.E.  de  Mn- 
ga,  375  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  ilO  fogoe. 

Em  i757  tinha  87  logoa, 

Orago,  S.  inlido  (antígamenle,  &  8dm«- 
liao,  martyr). 

Arcebispado  de  Braga,  distrieto  admlBi»- 
trativo  de  Braganfab 

A  camam  arehi-^iscopai  de  Braga,  apre- 
sentava  o  abbade,  que  tinha  ilfOKM  iréíB  e 
o  pé  d*altar.  (Vida  adiantei . 

OqfÊBw  seges,  foi  coUigíde  do  L*  Uvre 
doe  baptisados,  escnpto  pelo  primeiíe  ahta- 
de  d*e5ta  freguexia,  João  Caldeira;  e  de  nm 
outro  maaesoripto  ciMm. 

Diz  o  referido  abbade: --««Segnndo  iniw- 
mafOes  qee.tceseL  de  algumas  conaae 
gaS)  que  as  quia  eaerever,  para  qne  as 
bessem  os  que  depois  .vierem.» 

iAcko  que  ceta^terR»  foi  já  .povoada  des- 
de muito  tempo ;  e,  segundo  as  meitie.  e 
grandes  montanl^  qee  n*eHa  liairie,  nie 
me  parece  qoe  podia  serv  senão  aeiea  de 
destruição  do  Hespanha;  porque  ainda  hoie 
ha  vestígios  delPe&.kigaieK  a  safeer.-^  este 
úoFerêdo,  os  CaeaesJUíPovâa.^^  de  Keí- 
le-Verde»9 

Do  mesmo  maousoripto  ne  dipnhflDde, 
qne  no  eitio  onde  se  coostnún  a  eci^a  me- 
tris^  em.tedo  o  adro  se  aoharam  mnitM  ee- 
pulturas,  com  cabeceiras  de  pedra,. e  ee^iM- 
sos  e  caveiras  carcomidos  pelo  tempo»  elgoal 
evidente  da  sua^nmltt  amigiii^edeà 

Parece  que  já  n'()m^  ípmiB»  «oatfpmairam 
laegac  cal  nas  eepiilterai;  ppiâ  ea  itaoi  em 


I6R 

iio  OS  «tios  ^tt»  í^^iam  sido  oeeiípados  p6- 
loB  eads^res,  e  t  lerrâ  próxima  Mbranqai^ 
cada.  Dão  poraqni  a  estas  sepaltoras»  OHo» 
me  de  encampanadas. 

GoDsiraiQdo-se  orna  oaaa»  ao  foBdo  d'e§te 
logar,  na  nia,  ancigameme  ehaaada  DimtOj 
se  adiaram  duas  eóvaa  grandes,  uma  eiíeia 
de  trigo,  e  ontra  de  centeio— tado  queima* 
do;  o  qae  iodleava  ter  sido  destruído^  por 
algana  invasores. 

Moltoft  seealoa  esteve  esta  povoação  de- 
serta e  abandonada;  pois  sabe-se  qae  s6  tor- 
noa  a  ser-  povoada,  em  1530,  sendo  os  seus 
primeiros  moradores,  oito  castelhanos^  que 
da  viUa  de  Fnxei^iia  (Gastella)  vieram  en- 
tão povoar  este  logar,  que  por  isso  se  eba** 
moa  Perêdo  dos  CatteUumoB* 

Constai  com-algam  fluidamente^  que  os 
moradores  do  iogar  de  Urras  (qae  nfesse 
tempo  era  viila  e  jolgode)  deram  estas  ter- 
t^a  a  Córnea  Borges  de  Castro,  para  aqui 
estabelecer  am  solar  ou  morgadio,  e  que  a 
eate-fidaigo  6  que  os  oito  castelhanos  afora- 
ram, por  Í6M0O  réis  annuaes,  e  por  três 
vidas,  as  terras  de  Peréde,  qae  repartiram 
entre  si,  em  oito  sortes^  ficando  cada  casal 
com  saa. 

Foi  tão. grande  em  um  dos  primeiros  an* 
nofl^  a  colheita  do  trigo,  centeio  o  cevada 
(onicoa  íractoe  que  então  aqui  bavia)  que 
os  moradores  do  logar  não  se  atreveram  a 
pagar  ao  morgado,  a^  os  Í6JMX)0  Mis^  o  fi- 
zeram nova  eseripinra,  ficando  desde  catão 
a  pagar-lhe  cada  anoo,  de  fdro  bteosim  per- 
pétuo, mil  e  quinhentos  alqueires  do  pão*— 
a  saber  —  l:#QO  alqueires  de  trigo,  IfOO  de 
cevada  e  49  gaUinhaa. 

Os  offisiaes  de  justíga  eram  postos  pela 
camará  de  MoncCrvo.  Os  pastos  o  baldios, 
eram  vendidos,  em  prtaça  publica,  todos  os 
anoos)  sendo  duis  partes  do  produeto  d'es- 
u  venda  <ou,  mais  propriamente,  arrenda* 
mento)  para  os  gastos  do  eoncslbo,  e  o  terço 
restante^  para  a  coroa. 

Assim  foi  resolvido  por  seotençada rela- 
ção do  Porto,  na  questão  intentada  contra 
Simão  Boif  ea  de  Cislro,  que  pretendeu  au- 
gmentar  04  féroa  impostos  nos  oito  caaaes, 
já  eniao  mBitavubdivididos. 

A  egreja  mairis,  foi  construída  em  ISSS^ 


PER 


669 


e édo a^chitectnra singela.  É  bastante eom* 
prida,  mas  pouco  larga.  Tem  três  altares-- 
o  mór,  t  dois  lateraes,  todos  de  talha  dou- 
rada,  e  no  gosto  moderno. 

Ha  B'esta  freguesia  as  capellas  da  Sehka^ 
ra  da  Gloria^  e  Senhor  da  Sania  Cruz. 

A  primeira,  está  situada  em  uma  eleva* 
ção,  sobranceira  ao  logar,  e  com  extensas 
vistas,  descobrindo-se  as  serras  da  Esupolla 
e  do  MarãiH  outras  menores,  e  muitos  mon- 
tes, valles  e  algumas  povoações. 

A  segunda,  está  mesmo  no  centro  da  po* 
voação,  e  foi  restaurada  luxuosamente,  om 
1873.  Tem  formosos  quadros,  allustvos  á 
paixão  do  Redemptor. 

Devem-se  estes  melhoramentos,  aos  gene^ 
rosos  esforços  e  iacançavel  zelo  dos  sen» 
beneméritos  mezarios,  tomando-se  dignos 
de  especial  menção,  os  srs.  Joaquim  Basilio 
Thomaz,  e  António  Caetano  Fernandes,  ca- 
valheiros prestantes  e  religiosos  de  Petédo. 

Este  logar  teve  muito  maior  população^ 
o  que  se  prova  por  muitas  casas»  hoje  des- 
habiudas  e  em  ruinas.         * 

É  o  território  d*esta  freguezia  muito  ac« 
eidentado  e  falto  d*agaas ;  mas  é  das  mais 
bem  situadas  povoações  da  província,  pela 
disposição  das  casas  e  das  ruas,  em  uma 
eminência,  sobranceira  á  margem  direita 
do  Douro. 

Ha  na  freguezia  grande  abundância  de 
amêndoas,  exportando-se  alguns  milhares 
de  arrobas  annualmente.  Além  disto,  pro- 
duz bastantes  cereaes,  o  algum  vinho  é 
azeUe. 

Os  homens  d'e8ta  fireguezia,  são  trabalha^ 
dores,  muito  inclinados  ao  commercio,  e 
bons;'por6m  u  mulheres,  são,  em  geral» 
desordeiras  o  ihsofflidas;  e  pelo  motivo  mais 
insignificante»  armam  um  grande  barulho;  o 
que  deu  origem  (e  razão)  ao  adagio— Otm» 
tem  máu  geniOt  f>aê  casar  ao  Ferido: 

.  Aqui  i^sceu  o  si.  António  Joaquim  Rodri- 
gues EierPBlra  Pontes,  por  vezes,  deputado 
ás  cortes,  e  governador  civil  do  districto  de 
Bragança.  É  um  nobilissíiào  caracter,  esti- 
mado e  respeitado  èm  toda  a  provinda,  lioje 
vite  retirado  da  polMca,  na  sua  bdia  e  furan- 
do quinta  de  Cristéllos^  Junto  ao  rio  Sabâr« 

laia  egreja,  a  de  M^iíSrts  e  A  do  Urfés, 


670^ 


PER 


eram.  todas  de  dm  ió  abbada;  mas,  kâvendo 
duvidas  sobre  o  éiceito  da  apresentação  d- el- 
ka  (ae  do  .real  padroado,  se  do  oréiBarío)  ae 
concertoa  o  legeadarto  arcebispo  de  Braga, 
D.  frei  BanboloiQea  dos  Martyres,  oom  o  tiei, 
para  qae  se  fizeasem  ires  abbadias;  e  que  a 
de  Urros,  ficasse,  in  êolidum^  do  real  padroa- 
do, e  as  do  Perédo  e  Maçares,  fieaaaem  do  or« 
dinark).    . 

Fez-se  esta  concordata,  poreacriptnra  pu- 
blica, Das  notas  de  Jerónyin»  Luk,  tabelliio 
de  Lisboa,  em  3  de  julho  de  1566« 

Ha  na  residência  parochialid*esta  fregue- 
zia,  uma  relíquia  da  pé^iada  de  NoaseíSeabot 
Jesus-Christo,  à  qual  o  povo  eoafeagra  mui- 
to particular  devoção,  sob  o  Utulo  de  Sãgm- 
ds  BeUqtda,  e  Jhe  aitriboo  a  vktude  de  afa-^ 
lientar  as  trovoadas  e  tempestades,  i  eerto^ 
que  não  ha  memoria  de  que  no  termo  d'es^« 
ta  fregueaia,  tenham  havido  éesgraças,  eauí 
sadas  por  qualquer  phencaneBO  meteorolo^ 
gieo,  oomo  por  muitas  vezes  lem  acontecido 
sas  íreguezias  ioHuediatas. 

O  penúltimo  abbade  de  PerMo,  levoíreata 
relíquia  para  a  sua  casa,  da  Atswreira;  mas 
o  poj^o,  tanto  gritou,  que  elJe  nao  teve  te* 
médio  seiâo  restituil-a  á  freguezia. 

Sstá  bem  conservada,  destro  de  umcaixí- 
Ibe  envidraçado»  eom  a  inscripçlo  seguinte: 

VKSTlGIUlf  D.  N.  J.  CHRIST. 
m  MONTE  OLITETI. 

Ao  actual  abbade  doesta  freguesia,  o  sr. 
Manuel  Maria  Caníjo,  devo  grande  parte 
d'estas  informações ;  pelo  que  lhe  doa  os 
meus  mais  sinceros  agradecimeatos. 

PERfiOO  DOS  CAVALLfimOS  —  f regue- 
aia,  Trae-os*Montes^  comarca^  concebo  e  <t 
Ulemetros  do  Mogadouro,  IM  ao  N.E.  de 
Braga,  36  de  Miranda,  410  ao  N.  da  Lisboa. 

Tem  110  fogos. 

£m  17^7  liDha  61  fogos. 
■  Oragoi,  S.  Joio  Baptista. 

Bispado  •  ditf  rtete  administralifo  de  Bra- 

O  real  padroado  apresentava  o  eura,  que 
tinha  lOlOOO  réis,  e  o  pó  de  altar. 

Vide  Bitnpo$$a  (do  Mogadouro),  'voi  4.% 
pag;  380«  coL  L* 

PJEIBOU  ou  PBR£IRAS--lirsgaezia^  Mi- 


nhf ,  eemarea,  obneeHio  «  3  kitooetroe^  S.O. 
de  BareéHosy  18"  ao' O.  de  Braga,-  300  se  9. 
de  Lisboa. 

Tem  90  fogos. 

Bm  ilS^  tinha  8}  fogos. 

Oragb,  ò  Salvador. 

Areebívpado  e  dtstrícto  administrativo  de 
Braga. 

O  real  padroado  apresentava  o  eura,  ^« 
tinha  60)9000  réis  de  côngrua  e  o  pé  d^altsr. 

É  terra  muito  ferlil.  Gado,  ée  toda  aqoâ- 
lidade,  e  caça.  ' 

If  esta  freguesia,  e  a  uns  i:900i  roetres  as 
S.O.  da  villa  de  Barcelios,  está  o  edffleio  f» 
foi  mosteiro  (e  3.«)  do  Bom  Jesus,  dos  pa- 
dres, primeiramente  da  prorvfnm  daPieda* 
de,  e  depois,  pela  divisão  que  se  fez  àa  er- 
dem,  flcofi  pertencfndo  á  pròvinciáda  8o« 
ledade.  Eãstà  situado' em  uma  enTfneDcia,e 
M  íMU  fundador,  o  duque  de  Bragança,  D. 
Gomes,  que,  t>ela  s«a  muita  piedade,  qaí! 
que  nas  suas  terras  ae  fundassem  osprimaf* 
ros  conventos  dVsta  fámilial  É  o  moMáro 
da  Franqueira.  (Vol.  S.\  pag.  139,  col.  P) 

Junto  da  eèrea  d*este  mosteiro,  se  iem* 
ta  o  mente  onde  estio  as  ruínas  veneranàii 
do  nobilíssimo  castello  de  Faria,  e  onde  se 
admiram  ainds,  a  robustez  de  suas  mon- 
Ihas,  outr'ora  Inexpugnáveis,  e  as  suas  am- 
plas praças  d^armoi,  dos  séculos  i]ne  ptf* 
saram. 

Não  foi  só  o  cerrerde  ttuitoa  ânuos  4«e 
destruíram  este  monumento  das  glorias  por- 
tugueaas;  foi  também  o  referido  duque,  (pie 
o  mandou  deniolir,  para  com  os  mus  mate- 
rlaes  construir  e  mosteiro  da  Franqueira. 

Junto  a  este  monte,  ha  outro,  multo  mH 
alto,  chamado  Serra  da  FYanqueira,  e  pre* 
tende-se  que  este  nome  lhe  venha  pof(|Be 
08  francos  alli  construíram  uim  castello,  em 
eras  remotas.  É  um  doe  mais  bellos  postei 
de  visu  da  pro^vlnela  \A>  Minho,  p^a  "^^ 
dão,  variedade  e  belleza  do  paaeraoéa  ^ 
d'aqui  se  descobre,  vendi^se  a  O.,  uma  am- 
pla extenrik)  do  Oeeann. 

No  cume'  4*0010  monte,  avnUfc  o  aatife 
e  magestoêo' ten^o  de  ^má  Sêi^m  é» 
FranqueUta,  saUMMsrio  muito  «eiébre  €íá 
toda  a  antiga  prt^Hnela  de  «itíe-DWí^  •* 


PER 

Ignara-se  a  daita  da  sua  fandaçao ;  mat 
algiina  eachptorea  a  aUriba^m  ap  «Kfaiísa. 
D.  Egas  MoDia,  aio«da  D.  Afibns^  H«Driqu/efl. 
O  qoe  acerto^  ó^r  já  noa  sancmario  de 
grande  faímai  no  reiaado  de  D.  João  I^  poi» 
que,  quaado  em  1&15  foi  á  conqDisla  de  Cea- 
ta  (Africa)  com  seus  filbes  le^j^itímos,  e  seu 
filho  natura],  D.  Affonso,  1.*  dnque  de  Bar- 
oelloa,  este,  ei|tre  ouiraa  pedras  qoe  de  pa- 
lácio do  cei  mouro,  CoUa-Ben-Gayla,  man« 
dou  arrancar,  foi  uma  meza,  qna  joí^andou 
pôr,  por  memoria,  na  egreja  de  Nossa  Se- 
nhora da  Fraaqueira;  o  que  consta  de  ura 
livro  (que  existe  no  archivo  da  mesma  egre- 
ja) no  qual  se  lé  o  seguinte: 

«Este  Duque  Dom  Affonso,  filho  bastardo 
«dei-Rey  D.  JoSo  o  Primeyro,  foy  na  toma- 
«da  de  Ceuta,  e  no  despojo  mandou  arran- 
«car  quinhentas  columnas  de  mármore,  dos 
«paços  de  Coilubencayla,  e  trouxe  de  lá  uma 
«mesa,  de  mármore  muito  fino,  onde  o  dito 
«Colinbeocayla  comia,  o  a  mandotí  pôr  em 
«hna  Igreja  de  Barcellos.  no  altar  de  Santa 
«Maria  da  Franqueira,  Ermida  de  grande 
«romagem.  £  o  Conde  de  Benavente,  o  ve* 
«lho,  pay  do  que  era  no  anno  de  i825,  dava 
«a  Dom  Diogo  Plnheyro,  Bispo  do  Punchat, 
«Primas  das  índias,  e  Prior  de  SÍo  Salvador 
«de  Pereyra,  hum  pontiflcal  de  borcado  ri* 
«CO,  porque  iHa  desse,  e  elle  mandou  dizer, 
«que  lha  não  daria  pelo  seu  Condado. • 

O  bispo,  D.  Diogo  Pinheiro,  eleito  em  1514, 
restaurou  este  templo;  por  isso  o  seu  braaao 
d'araas  ainda  existe  no  corpo  da  egreja. 

A  meza  não  é  de  mármore,  maa  de  jaspe 
braneo,  muito  floo,  de  i",76  de  comprido^ 
por  0",04  de  espessura.  Está  no  altar  da  Se* 
ahora,  e  não  ae  pôde  vôr  a  largura,  porque, 
sobre  ella  assenta  o  reubulo  da  capella  da 
padroeira. 

_,  Ha  no  templo  duas  imag^is  d*eata  Senho-^ 
n;  a  antiga,  está  no  aliar  lateral,  do  lado^ 
do  Evangelho»  e  é  de  bella  eseulptnra,  eok 
madeira»  com  i-,10  d'alto.  A  nova,,  está  no 
aiiar-mór* 

Antigamente  se  festejava  a  Senhora  da 
Franqueira»  no  dia  da  Senhora  das  Nev^s 
(IS  de  agosto)  e  ainda  boje  D'esse'dia;Aqiti 
Yeo  multa  gente  em  romaria»,  bavendp.  cia-, 
more$  e  alvoraias,  de  treguezias  próximas» 


mfi 


wi 


e  mesmo,  de  alguqíias  a  i8.e  20  UloJiSf^Urpi 
de  distancia. 

Depois»  passou  a  f^sti^ar-se  na  A.*  pilayai 
da.  Pa^boa  da  Re6varreiça<>ii  á.  çual^  4oa  nmt^ 
domos. 

O  sermão  era  sempre  pregado  por  um  j^ 
suita»  até  i7^,  porque  D.  João  III  havia  ^^ 
do  ao  coilegio  de  S.  Paulo,  da  Companhia  dot 
Jesus,  de  Braga,  o  padroado  d'esta  egreja,  e 
da  matriz  da  freguezia,  assim  como  os  dizi- 
mqs,  que  o  poUegio  recebeu  até  á  extincçi^ 
da  ordem;  tomando  depois.  pai:a. o  padroadq 
real,  d'onde  havia  sabido. 

A  egreja  é  vasta,  e,  ainda  que  antiga»  d^ 
boa  architectura.  É  de  cantaria,  è  a  capella* 
mér  de  abobada. 

Autigamente^  tinha  esta  Senhora  uma  çon» 
traria  com  moitas  indulgências,  concedida^ 
pelos  pontifiet& 

Em  1429,  dois  cônjuges,  naturaes  da  cin 
dade  do  Porto,  se  decidiram  a  fazer  vida  ei^e- 
milica,  dedioando-se  ao  serviço  d'esta  Se^^ 
nhora,  e  fizeram  junto  do  templo,  «asas  pa^^a 
sua  residência»  e  para  os  mais  anachoretaa 
que  se  qpis^sepi  dedicar  á  vida  contempla? 
tiva,  «que,  com  eííeito»  em  breve  aqi^^  con- 
correram. « 

Os  nomes  dos  dois  portuenses^,  consta  de, 
uma  pedra,  ,qu9  (oi  muitos  annos  (an^dai 
soa  sepultura,  e  que  depois  se  meltev  na  pa« 
rede  da  egreja.  Diz: 

AQUI  JAZ  VICENTE,  O  POBRE, 
B  SUA  MULHSR,  CATHBRÍKA  AFFONSO, 
QUE  SE  PARTIRA»  DA  CIDADE  DO  PORfO,  ' 
SBA.  DE  1429  —  FUHDARAal  BSTEUJGàBi) 

Quando  nó  l.^"  de  junho  de  1476,  D.  At^pBh 
so  V  concedeu  licença  p^ra  so;  mandar  ge- 
dir  eamola  para  a  fabrica  d'este  templo,  jfot 
dois  homens  bons,  tanto.  pcJo  arcebispado  da 
Braga»  comp  pelos  bispajdos  do  Porto  eTijiy, 
ainda  eram  vivos  os  taes  Vicente  pobre  e  soa 
mulher. 

Depois  da  m(^te  d'estes»  fundaram  n'a* 
quelle  mesmo  si^io»  os  padres  daustraes»  da 
ordem  dos  menores,  um  mosteiro»  e  parece 
que  foi  isto  (segt^dQ  diz  o  padre  Fernando 
da  Soledade-rflifit.  &$ra^  parte  3.*»  Uv.,4.% 
cap.  24)  no  anno  de  1497;  mas  entregaram-o 
em  ISOB^  aos  fondaflores  da  província  da 


072 


PER 


PE91 


Piedade,  quó  «qai  residiram,  até  1863.  Bu- 
tão, intervindo  o  eommendatario  do  montei* 
ro  de  ReÀdQfe,  mudaram  aeasa  para  o  sitio 
onde  se  éonaervaram  até  1834,  junto  á  vUIa 
de  Bareellos;  dando  ao  novo  mosteiro,  o  ti* 
mio  de  Bom  Jesus,  de  Bareellos,  parase  df  f- 
ferençar  do  titulo  de  outra  erttiida,  no  dia- 
trieto  da  mesma  vilia,  da  i&vocaçSo  de  Bom'' 
XesuS'do*Monte. 

Paz-se  a  descripção  d*este  templo,  na  £%• 
repa,  áé  Faria,  tom.  3  °,  parte  3.*,  cap.  i2. 
Padre  Carvalho  da  Costa,  Ckarogr.  Port,,  H* 
vro  !.•,  trat.  5.%  cap.  3>  —  e  outros  eserl- 
ptorès. 

Na  Galliza,  junto  á  vill«a  de  R^Midáma,  ha 
também  um  templo,  dedicado  a  Nossa  Se- 
nhora da  Franqueira,  com  quem  os  galle- 
gos  teem  grande  devoção,  e  lhe  fazem  mui- 
tas romarias. 

PEREIRA  (quinta  de)  —  Minho,  sobre  as 
margens  do  Ave,  em  terras  de  Vermuim; 
solar  da  nefoilissima  familía  dos  Pereàras, 
(que  d*esta  quinta  tomaram  o  appdiido). — 
Vide  3.«  vol,  pag.  159,  coL  i.",  no  fim. 

PEREIRA— vilIa,  Douro,  oemarca,  conce- 
lho Êtí  kilometros  a  E.  de  Monte-Mór- Velho, 
(foi  da  comarca  de  Soure,  concelho  de  San- 
to Vario)  16  kilometros  ao  O.  de  Coimbra, 
23  à  R.  da  Figueira  da  Foz,  130  ao  S.  do  Po^ 
íOf  18  ao  N.  ae  Soure,  4  de  Tentúgal,  e  905 
ao  N.  de  Lisboa. 

Teip  450  fogos  (com  1530  almas.) 

Em  1757,  tinha  423  ídlgos. 

Orago,  Santo  Estevam,  prolo-martyr. 

Bispado  e  districto  administrativo  de 
Coimbra. 

O  real  padroado  apresentava  o  prior,  que 
tinlia  de  rendimento  annual,  300if000  réi^. 
(Foi  dos  duques  d'Avelro,  até  1750-h)  ren- 
deu antigamente,  mais  de  um  conto  de 
réis) 

E*  povoação  antiquíssima,  e  entre  ella  e 
Coimbra,  passava  a  estrada  mourisca. 

(Vide  A§ueda,  Condeixa  Velha,  São  FeUx 
da  Marinha  e  Mourisca,) 

Está  situada  sobre  a  margem  esquerda 
do  plácido  e  formoso  Mbndega 

Tem  egreja  matriz,  muito  espaçosa,  oom 


duas  naves,  em  arcos  de  boa  caataria,  tem 
capeUas  ^'entro  e  fora  da  mesma  egreja, 
casa  da  M Iserleoréia  bem  patrimoniada,  oona 
nma  ezcetleate  eapella;  teve  uma  coU^fada 
na  eapella  de  Noesa  Senhora  do  Pranto;  e 
teve  collegio  ide  educação  (Ur8iilina8)q«e  foi 
transferido  para  Coimbra,  aonde  se  coo- 
sefva. 

Trataremos  da  origem  e  posição  aeoiai 
d'estes  estabelaoimetttoe;  porém,  em  primei- 
ro logar,  da 

Origem  da  Villa  de  Pereira 

Não  existam  documentos  authentioos,  que 
esclareçam  e  legalizem  esta  narrativa;  quaii- 
to  ae  pode  diz^  é  de  constante  tradição: 
transcrevemos  porém  com  a  devida  vénia» 
o  que  a  este  respeito  publicou  o  sr.  conse- 
lheiro dr.  António  Luiz  de  Souza  Henriques 
Secco,  na  sua  memoria  descriptiva,  das  prin- 
cipaes  povooções  do  districto  de  Coimbra» 
quando  foi  governador  civil  do  mesmo  dis- 
tricto; para  ci^a  descripção  teve  s.  ex.*  a 
bondade  de  aproveitar  informes,  apontamen- 
tos, que  lhe  forneceu  a  pessoa  da  meama 
villa,  que  agora  nos  deu  estes  esclareci- 
mentos. 

Eis  o  que  extrahimos  da  memoria  indi- 
cada. 

Com  effeUo  dés-se  que  reduzidos  ao  demi- 
nio^^ristSây  os  ca^ellès  de  Coimbra,  e  JMmi- 
temór-o-Velho;  os  mouros,  arrojados,  já  pa^ 
ra  o  sul  do  Mondego,  não  devúcavam  aindm  na 
tem^  do  conde  D.  Henrique,  de  ineuUar  a 
cada  passo  no  outro  lado  do  rio,  os  mandem-^ 
tee,  Ai'Minde,  porém,  um  dos  seus  chefes,  que 
se  intrincheirou,  em  um  dos  pontos  mais  éU^ 
vades,  sobre  a  margem  esquerda  do  rio  (que 
ainda  hoje  conserta  d'etle  o  nome,  e  fica  aa 
sul  da  ^illa,  e  pertence  é  quinta  do  sr.  FWm» 
dsco  Barreto  Chichorro)  fez4he  d*aUi  tasUo 
mal,  que  os  cUliadosdè  Coimbrã  e  Montemár, 
moveram  conira  elle  suas  armas;  morto  o 
chefe  e  afiigentados  os  companheiros,  estata^ 
leeeram  àlli  os  christãos  uma  aUúaia,  que 
guarneceram  de  boa  gente,  e  a  entregaram 
00$  cuidados  do  capitão  Pereiro;  afimdeqne. 


guemiros^  attrahiáoi  pela  bellczd^o  silio, 
cwnfçoroyn  iodos  p<n'  desbravar  as  aveniijia^^ 
cortan^  arvoras  .e  azbtiksto^,  e  çuUIwjidi^  q 
terra,  já  para  que  lhe  desse  subsistenciaijá 
par^  Wlhor  poderem  varfjaf  o  teir09^,  sem 
rmode  inimiip}  e  darem  oHiywi  a  tima  p(h 
vo^ã(l  qaejentãp  se  chatnava  7^'a/,  dos  gros- 
soe  matlos  qup  alli  havia,  nome  que  ainda 
hoje  conserva  um  dos  bairros  da  viilã*  \    .. 

Ck$ma4o  depqis  o  capitão  Pereiro,  ^a- 
ra  acpmpanliar  Z>.  Affánso  Henriques,  a 
Santarém;  aonde  foi.4ocõoirer  seu  filho  •/}. 
Sasiwha,  a  quem  os  mi^uros  pimham  duro  si- 
tio/JIÍ84J  fez  ahi  taes  pro^za^,  qu^  o  r4f 
agradecido,  lhe  deu  o  senhorio  da  atalaia  f 
terí^as  cultvoadas  e  pQr  c^llivar.  . 

A.povoQção  em  s^tk  hof^ra, iomou  enlã^.ç 
nome  de  Pereira;*  etaiiiU4>prospfyov>,j^sí^' 
receu  d^el-fei  D.  Diniz,  o  titulo  de  viUa; 
e  porá  seus,  moradores  a  graça  de  muUof 
privilégios;  e  do  rei  jD,  Manuel  o  cm- 
firmar^lhe  o  primeiro  'faraL  . 

* 

.  Doesta  6xpoaiçâ<>  se  depsebende^  que  Pe* 
reir»  na  saa  origem  era  uma  povoação 
de  agrícuUores,.  tão  8oUícit03  e,  cuida- 
dosos, qud  receberam  muitos  privilegiof 
dos  ruis  anteriores  a  D.  Diniz,  e  a  D.  Ma- 
nuel, e  successi  vãmente  d*outro3  monar*- 
chas^  do  que  offerecem  prova^  antigo^ 
pergaminlio$9  dos  quaes  ainda  existem  al- 
guns, que  escaparam  ao  vandalismo  do  ex- 
ercito francez»  con^mandado  por  Masseoa,  e 
queasaolou  estas  povoações  em  outubro  d9 
1810. 

Conservaram  sempre  os  pereifenses  con) 
orgulho,  a  denominação  de  lavradores:  sem 
que  entre  elles  houvesse  disUncçoes  de 
nobreza;  e  era  esse  o  seu  único  brazão. 

Porém  logo  que  vieram  residir  em  Perei- 
ra, rendiÂros  arrei^atfkotes  dos  denomina- 
dos direitos  reaes,  e  outros  impostos,  come- 
çou a  xilla  em  decadência,  sendo  seus  ha- 
bitantes victimas,  dos  excessivos  vexames^ 
d^esses.  ambiciosos,  que  medrados  com  o 
aaugna  de  suas  victimas,  se  coUocaram  em 
elevada  poaiçãoi  com  tao^^nlio  orgulho,  que 

TOUJHE  TI 


vm 


au 


um  d'e90e9  publieAQosb  <q|na  viera. admiiiis^i 
trar  a  renda  (em  corpo  gentil...)  tanto  eii<< 
groâsou  em  oabedam».^d  obteve  ligar*se 
em  matKicaoniOy  com  uma  filha  dag  melbo*' 
res  fao^Uias  dd  Pereira« 
1  Ballici4Qu.pel9  3ea  dinheiro»  sem  outro 
n)N^QDent(\  qua  sf  ests^^lecesse  em  f^ 
reira  wna  eapitania-mor,  sendo  elle  o  prií9 
meiro  qua  exerceu  (es^e  eiopregot    ' 

Como  es^,  outros  muitos  et4acea,  vie- 
ram misfiçar  as  famílias  dos  honrados  la* 
Viradores  de  Pereira;  e  ha  hoje  uma  uiseel^ 
lenia  inoomprtheasivfei!  ... 

Todavia  tem  havido  hearpeas  ex^ep^ei^ 
e  .pereira  actualnaeiíte  compreheode  fanir 
Lias  honestas,  de  reootibecklo  merecimento; 
pessoas  boadoaas,  tãa  amáveis  e  4)aritaims^ 
que  íazem  a  ventura  dos  seus  habitantes. 

Ilonroaas  jexcepgdes  repetimos;  pois  pe* 
io  andar  dos  t0mpQ»,aenem  estabelecida «n 
Pereir4i,attrahida9  pela  beile&a  da  localida^ 
de,  famílias  de  elevada  cathegoria;  pre$fia? 
éimos^  de.  cofioprovar  eâte  í^cto,^om  exem- 
plos; por  que  seria  uma.  longa  narrativa; 
bastafrâ  eij^or  omoointeoido  Qom  a  qohibi  4e 
Alminde  ou  S,  Lxxhy  vinda  boje  do  sr.  Bar^ 
reto  Chichorro;  porque  figuram  n'este  epi- 
sodio, as  principaes  fomiiias  a  que  nos  re- 
ferimos. 

Consta  d'^tigos  ejegaes  documentos,  que 
a  sobredita  quinta  dos  srs.  Barretes,  foi  doa- 
da, com  ,0  nome  de  quinta  d'Álminde,  por 
Affun^o  poejbo^  cavalheiro  distinçto^  da  fre- 
guçzia  de  S.  Martinho  d'Arvore,  e  por  sua 
muit^er  D.  Mâgdalena  Amado  da  Cunha  Yas» 
concellos  Yarelia  do  Cazo,  que  vivia^i  nas 
casas,  hoje  do  sr.  Barreto  Chichorrp;  a  sua 
filha  p.  Margarida  Coelho,  para  casar  com 
o  cavalbeiro,  Luiz  de  Supza  Pimentel,  q|ie 
também  não  era  de  Pereira;  de  cujo  ceu* 
sorcio,  nasceu  D.  Maria  Coelho,  que  casou 
com  outro  cavalheiro  da  casa  de  S.  Marti- 
pho  de  Arvore,  Antónia  de  Castanheira  e 
Moura,  de  quem  era  filha  D.  Luiza  de  Mott*» 
ra,  a  quem  seu  avô,  o  dít^  Luiz  de  Souza 
Pimentel,  dotou  com  parte  da  mesma  quin^ 
ta,  vinoulaudo-a  com  ^  denominação,  4^ 
quinta  de  S.  Luiz  (por  ser  o  santo  do  seu 
nome)  doação  qua  f^z  para  dote  de  casa- 
meAlo,4a  referida  ^ua^e^,  com  D.  NuQQí 

43 


674 


PER 


PER 


Botelho,  filho  do  primeiro  eonde  de  S.  Mi- 
gnel. 

For  este  acontecimento  fleou  fendo  quin- 
ta de  S.  Lqíz,  nanca  esquecendo  a  denomi- 
nação primiiiya  de  qninta  d'Almiode. 

D*eâte  coudorcio  nascen  D.  Francisco  Bo- 
telho, qae  cason  com  D.  Catharioa  Barreto, 
da  casa  dos  fidalgos  de  Góes,  dos  qnaes  era 
filho,  D.  Naoo  Xavier  Butelho,  que  cason 
eom  sna  prima,  D.  Maria  Yictoría  Barreto, 
d*aquf  lia  casa,  não  tiveram  filhos;  por  idso 
IHMSOQ  o  viocalo  de  Luix  de  Souza  Pimen- 
tel para  Francisco  Barreto,  irmão  d'esta  D. 
Maria  Vicioría,  ficando  assim  reunidos  na 
meêma  bmilia  os  vínculos  de  Barretes  e  Bo* 
telhos;  e  n*e8te  anno  de  1876  está  de 
poese  o  representante  doesta  família,  o  sr. 
Francisco  Barreto,  ainda  menor,  casado  n'es* 
te  anno,  com  a  sr.*  D.  Maria  Isabel  Gon- 
ttga,  filha  do  sr.  António  Maria  de  M«^llo 
Gonzaga,  da  quinta  d*ArreKa^,  subúrbios 
de  Coimbra. 

A  sobredita  D.  Catharina  Barreto,  com 
suas  filhas,  D.  Luiza  e  D.  Maria  da  Naza- 
reth,  furam  as  fundadoras  do  coll^gio  Uivu 
lino,  como  referiremos,  quando  d'elie  fizer? 
moa  menção. 


A  villa  de  Pereira,  é  situada,  como  fi- 
ca dito,  na  margem  esquerda  do  plácido 
Mondego,  em  posição  deliciosa,  cercada  de 
variados  arvoredos,  frondosos  olivaes,  es- 
perançosos pfnhaes,  vistosos  pomares,  hor- 
tas e  ajardioadus  quintaes;  que  tudo  pren- 
de as  attenções  dos  viandante!»;  e  é  um  mi- 
mo que  recreia  os  habitantes  da  villa  (em 
compensação  de  tantas  faltas  de  melhora - 
menu  s  materiaes,  por  incúria  ou  írouza 
influencia  das  pessoas  competentes ) 

Seus  t»rfenos  adjacentes,  são  ubérri- 
mos, produzem  abundância  de  cereaes  e 
legumes,  muito  liuho,  batatas,  azeite,  vinho, 
mel,  boas  hurtahça^  saborosas  e  variadas 
fructa-o,  especialmente  melões,  qu»  são  os 
melhores  cunheeidos;  muita  caça  de  varia- 
das esp<>cies,  endémica  e  de  arribação;  abun- 
da outroMm  em  gados  bovino,  cav;illar,  va- 
cum, lanígero,  cabrum,  e  suino;  lan^  leit» 
de  ovelhas^,  de  que  se  fazf^m  quf iju:*,  que 
exportam  em  grande  esealla;  e  do  qual 


lambem  se  fazem  mimoeas  qoeíjadai^ie 
que  ha  grande  extracção,  e  bem  assim  èa 
melões,  não  só  para  as  povoações  vlsiolns, 
como  para  Coimbra,  Montenoór-o  -Velho,  Sob- 
re.  Figueira,  etc:  mas  também  para  UsImi, 
Porto,  e  outras  localidades^  e  até  para  fón 
reino. 

£'  povoação  pobre,  apezar  do  moviam- 
fo  de  seus  habitantes,  que  aão  assíduos  bm 
serviços  agrícolas,  mas  pelas  vlciasitode 
dos  tempos,  ha  poucos  lavradores  indepen- 
do dentes. 

Esta  povoação  ó  hoje  uma  qaasi  celoiHi; 
porque  as  propriedades  qae  agrículUmUa 
parte  dos  seus  habitantes,  são  de  senhorios 
de  fora  da  terra,  a  quem  pagam  avnltadis 
pensões,  de  milho,  feijão,  e  oalros  feiM- 
ros. 

Ha  grande  movimento  nas  classes  mea» 
favorecidas,  de  sorte  que  negoceiam  (potío 
que  em  pequena  esealla)  em  carnes  fres- 
cas de  porco  e  carneiro,  assim  como  m 
peixe  fresco  do  Mondego  e  do  mar;  viad»- 
ihe  este  das  praias  de  Buarcos,  Quiaíos^  To- 
cha, Cova  e  Costa  de  Lavos;  e  d'outn»poo-  | 
tos;  também  peixe  salgado,  bacalhao,  ani- 
la, sardinha,  e  outras  espécies,  cujos  gtt^ 
ros  aproveitam  aos  moradores  da  villa;  e 
os  exportam  para  as  povoações  visinhai^M 
perímetro  de  mais  de  duas  léguas. 

Ha  grande  falta  de  combustível;  assioeo- 
mo  de  madeiras,  cantaria  e  alvenaria,  pi- 
ra oteas;  que  importam  das  maltas  a  pe 
dreiras  do  Norte  do  Campo,  e  das  serraníis 
da  B»'lra. 

Ha  uma  feira  annnal  no  dia  21  de  cota- 
bri),  e  mercado  nos  dias  6  de  cada  om  do^ 
pouco  concorridas  e  qnasi  sempre  de  oe- 
nhum  valor. 

Ha  o  valioso  recurso  para  os  pobres,  qw 
são  soccorrldos  pelos  rendimentos  da  Mi- 
sericórdia. 

Sgreja  Matriz      ^ 

Não  hafdocumentos  que  indiquem  a  ori- 
gem da  egreja  matrlL 

Pessoas  intelligenies  e  eropenhato  f 
descobrir  antiguidades  da  villa  de  Pero- 
ra, vasculhando,  no  século  passadio  09  c^ 


PER 


PER 


675 


torioê  da  eaonra,  da  pardcbia,  e  dâs  -eoii- 
Ittr&as^  nada  poderam  cottsegair.  B  apenas 
^eélsrarafli,  qae  a  mesma  egreja  foi  coda- 
trUda  a  expensas  do  povo,  firmando  esta 
eoBvieçao,  em  varias  oonjecioras;  e  priaei* 
faltneote,  porque  por  oceaslfia  d'Qm  terra- 
■lOtOy  demoliodo>»s6  o  cuQiiat  do  primeiro 
aroo  da  nave  do  Norte,  jnnto  á  eapelia^mór, 
appareeea  nma  pedra,  redonda;  oomo  as  dos 
moinhos;  tendo  em  relevo  d*Qm  lado  nm  h" 
«rrador,  curvado  sobre  o  arado,  pelo  qoal 
ynxava  orna  junta  de  bois;  e  ao  pé  um*  sae- 
t^  ebeio,  atado  pela  bocea;  e  am  rapaz  a 
desatal-o;  do  outro  lado  tinha  um  carro, 
uma6  grades,  um  rodeiro,  uma  canga,  soi- 
las»  cordas»  etc.,  tudo  bem  pronunciado;  e 
de  volta  em  claro  typo,  este  letreiro: 

os  LAVRADORES,  OS  GEAB«1R>9,  B  MAIS 
DO  POVU,  ÁS  NOSSAS  CUSTAS 

Foi  tal  o  desleixo,  que  esta  pedra  desap- 
(areceul 

Oapella-Mór 

Foi  reedificada  à  sua  custa,  no  anno  de 
iS9$,  pelo  dr.  Francisco  Rodrigues  Froes, 
capellào  d'el-rei;  como  consta  d'um  letreiro 
em  pedra,  collocado  na  parede  da  mesma 
eapella,  ao  lado  do  evangelho. 

Esta  capella  nada  tem  de  smgular;  é 
acanhada,  sem  proporções  para  uma  egre- 
jft  tào  vasta. 

IgQora-se  o  motivo  que  teve  o  dito  cava- 
lheiro para  fazer  esta  obra,  d*onde  era,  e 
porque  veiu  a  Pereira. 

Gapella  do  Santíssimo 

Por  antigos  documentos,  que  ainda  exis- 
tiam nos  fins  do  século  passado;  se  com- 
provava que  havia  na  egrrja  matriz,  fo- 
ra da  cap^'lia  mór,  duis  altares  c<i)lateraes, 
im  da  parte  do  evangelho,  denominado  do 
Senhor  Jesus  (hoje  Santa  Maria)  e  do  outro 
lado  havia  o  altar  aonde  estava  o  sacrário; 
que  este  porém  fora  sub.^itituido  pela  capel- 
k  aàtnaL  sendo  esta  construída  a  expen- 
sas do  puvo;  o  que  parece  incnvel,  pur  ser 


obra  tio  gigantesca,  que  só  braço  real  po- 
deria raeental-a. 

lias  nao  admira;  porque  tinham  os  avul- 
tados rendimentos  do  legado  do  Santa  Ma* 
ria;  e  o  grande  zelo,  que  se  desenvolvia  nos 
amigos  'tempos,  para  obras  do  culto  di- 
vino. 

£*  na  verdade  a  dita  capeila  uma  obra 
maravilhosa,  tão  primorosamente  detalha- 
da, tudo  empedra  de  cantaria,  que  surprer 
bende  nacionaes  e  estrangeiros  que  a  tem 
observado  detidamente;  sendo  o  seu  maior 
assombro,  como  um  simples  arco  de  pedra 
sustenta  o  enorme  pezo  d'aquella  obra  gran- 
diosa. 

Tem  no  centro,  cem  muita  elegância,  o 
ahar  e  sacrário,  o  throno  para  exposição  do 
Saniissiffo,  tudo  de  madeira  obrada  com 
singular  e  magistral  architectnra. 

Esta  capella  é  um  monumento,  de  que 
mnito  se  ufanam  os  habitantes  da  villa  de 
Pereira. 

£'  fabricada  pelos  rendimentos  d*nma  con- 
fraria, denominada  do  Santíssimo,  que  pos- 
suo beos  de  raiz  sufficientes  para  essa  des- 
peza,  «  para  auxiliar  os  encargos  da  fabri- 
ca da  matriz,  como  t<*m  acontecido;  talvez 
apure  uns  annos  por  outros— cem  mii  róis; 
rendimento  que  vae  crescer  pela  lei  dadea- 
amortisaçao. 

Altar  de  Jesus,  hoje  altear  e  legado  de 

Santa  Maria 

£'  tradição  constante  e  nunca  desmenti- 
da, que  por  ocoasião  de  serem  expulsos  de 
Portugal  08  mouros  que  o  avassalavam,  foi 
permittido  firarem,  no  goso  dos  bens  que 
tinham  adquirido,  aquelles  que  professas- 
sem a  religião  de  Je&us  Ghristo;  um  d*es- 
tes  vriu  estabelecer<>se  em  Pereira,  ainda 
aldeia,  onde  comprou  terra,  deixando  por 
sua  morte  grande  riqueza,  e  ordenou  em 
t  estamento  que  no  altar  de  Jesus  se  col- 
locasse  uma  imagem  de  Santa  Maria;  e  que 
todos  os  aunoB^  no  dia  de  Nossa  Sruhora  do 
O*,  a  18  tte  dezembro,  s^  cantasse  uma  mis- 
sa no  mesmo  alur,  por  sua  intenção  >;  e  se 
rezass»>  um  responso  s>>bre  a  sua  sepu  ura 
na  noite  de  Natal^  e  cu  ro  no  dia  dos  fina- 


676 


PER 


dos  k  %  úe  novembro,  e  por  eBtes  serríçog re- 
ceberia o  parocho  tres  alqíQeire&  do.  irigOi 
seis  pães,  e  dois  fraseos  de  víaho;  eolioeân- 
âo*se  estes  objectos,  sobre  a  snasepnUara; 
qne  dedaiida  esta  despesa,  se  enpregasss 
todo  d  sea  rendimento,  em  cafne,  pio  e  iri* 
nho,  para  no  indicado  dia  18  de  dezemJHro; 
se  la^^nm  bodo,  sobre  a  sua  sepuilnra^ao 
qual  fosse  admktfdo  todo  o  pavo  .da  villa 
de  Pereira;  estas  disposições  í^ran  ctunprit 
das  por  muitos  annos,  roas  já  o»  sècnto 
passapdo  nào  exisiiam  os  documeolas  «om* 
pélentes,  eonforme  a  opinião  de  quem  quiz 
profundar  a  origem  doestas  exlraTagaotías, 
aliás  radicadas  em  constante  tradiçãOi- 

Havia  porém  alguns  papeis  pelos  qoaes 
«e  provava  que  o  lai  boda  era  do  grande 
Inquietação  para  o  povo:  porque  os  exoes- 
SOS  da  comida  e  bebida  produziaaa  serias 
desordens,  que  reclamavam  a  intervenção 
*das  auctoridades,  noas  nem  assim  se  evita* 
va  perigosos  coníliclos.  < 

Aoonteeeu  porém  que  achaudo^se  em  Pe- 
reira, um  anno,  nesse  dia,  o  provedoí  da 
oomarea  em  correição,  e  observando  esta 
desordem,  obteve  proviaio  regia  para  eK- 
tineção  do  bodo,  e  applicação  d*esse  avalia 
do  rendimento  para  obras,  de* que  a  egrcj^a 
•matriz  muito  carecia,  e  para  dólar  otpús 
pobres;  esta  dotação  nunca  se  verifieoiivpor 
que  ninguém  se  queria  aparentar  com  o 
B»ouro,  apesar  de  se  faier  constar,  que  não 
era  essa  qualidade  que  habHitava  para  o  do- ' 
te,  mas  sim  orphandade,  pobreza  e  bomí 
comportamento.  Continuou,  portanto,  a  ser 
'flpplieado  este  rendimemo  pai\a<obr4s  da- 
mairic,  e  hoje  se  acha.  eneorporado  nosi^tt^ 
dimentos-da  fabrica  da  raeana,  sendo  ad- 
minisirado  pela  junta  de  parocbia^  eumprin- 
do-se^  pias  disposições  do  inâtit«der,tp9r 
enjo  serviço  recebe  o  parocho^  tr«s  nil  cen- 
io  e  vinte  réis  em  dinheiro,  e  lião  o  trigo, 
pão  e  vinho. 

'   ignorasse  o  motivo,  por  qa$  »^tal  owu» 
ro  não  foi  septiltado  na  egrcrja  oialri«,  uni 
eo  cemitério  da  fregueaia  n't)sse  tempo,  mas 
^  10  adro  d'eiia,  entre  tenrenofbettzidp  e 
Jião  benzido. 

Talvez  por  não  haver  certeza  da  sua  eon» 
versão  ao  Chrístianismo,  sempre  se  desi- 


PBB 

g«oii  a^eUe  Jogwr  epmí»  sepultura  dodooQr 
ro^  e  em  ool^ta  eom  amfL .  pedra  ^019 
leiteiro  quâsi  apagado^  esta  pedra,  M  ^ 
talQiieata.a|>plicada,.por  umparoebo  est^i^ 
do,  para  âíversa  obra«  e  muitos  anno»  ai 
oon^ervou  a  mesma  ic}>ol(ura|  sem  esif 
resguardo,  p6rém  o  dr.  Bernardo  Antoois 
Amado  iê  V»s6oneellos»  zeloso  e  inimitaid 
propngaidor»  pelas  regalias  de  Perelra«  e  ao 
qual  iodas  as  repartições  e  estabeleoimea* 
&Q0  OQBlesíastieos  e  seculares  merecsiw 
sempre,  séria  attenção,  maiadou  caUpcar.ai| 
outra  pedra  liza»  sobre  a  i&dicaáa  a^iri* 
tura. 

E  hoje  por  inicíalivik  do.  parocho  ha-pM- 
eo  falleetdOy  se  «ouserva  mais  decente,  coa 
uma  espficte  de  pequenino  e  improrisate 
mausoléu,  e  com  este  simples  letreiro:  Se- 
puUuira  do  lâmro* 

Altar  das  almas 

Quando»  a  requisição  d*el  rei  se  ob- 
teve bulia  pontidda  para  erigir  altares 
e  activar  o  culto  ao  glorioso  mariyr  S. 
Sebastião,  o  qual  era  e;itão  venerado,  tm 
especial  devoção,  por  ser  de  fé  qae  tiaha 
cessado,  pela  valiosa  intercessão  do  meaiso 
santo,  a  peste  que  grassava  em  muitos  pa- 
zes; foi  então  que  o  povo  da  fregueiia  & 
villa  de  Pereira,  rompendo  a  parede  daegre- 
ja  matriz,  erigiu  a  S.  Sebastião  o  altar  em 
que  existe  ainda  â  sua  imagem. 

Porém,  muitos  anãos  depois,  o  paroc^ 
Francisco  José  de  Madureira,  instituindo  t 
confraria  das  aUnas^  destinou  o  mesmo  al- 
tar para  ser  d'esia  confraria,  conocandouB 
painel  das  almas,  por  uma»  das  tribunas  do 
santo,  e  ficando  a  imagem *d*este  em  posi- 
ção inferior,  aonde  hoje  se  conserva;  ti0 
crescida  foi  a  devoção,  inculcada  poraquel- 
le  parocho,  pelas  almas  do  purgatório,  qw 
a  denominação  d^altar  de  S.  Sebastias,  foi 
substituída  pela  de  altar  das  almas^  eom 
umàconfraria,  que  se  conserva,  com  o  sim- 
p!es  rendimento  dos  annuaes,  que  pagam  os 
confrades,  tj  com  esmoHas  dos  Beis- 

Capella  doâ  Gòuc6i)ros 

t 

.  Simão  Gduoeiro,  casado  com  JoanniFráar 
cisca»  (ez  testamento  enp  Í6i9»  ioetitaindoiâ 


k 


PER 


PER 


67.7 


*j 


'Né  lo6al  em  qu«  se  aebâ  esu  eapella,  nk 
«m^etoiidade  poente  davilla,  havia  nmerar 
télrfò  em  qae  s6  (Mbfa  a  imaifem  do  Saote 
€bf?dto,  eom  frente  sempre  aberta,  para  ve- 
Iteração  dos  fiei»,  setido  por  Isso  a  rcta  de* 
EdminildH  (e  ainda  e  é)  rna  do  Cbristo. 

Tíoba  este  oratório,  qae  era  de  pedra,  em 
ftfiáa  (h  liibho^'  uds  degráas,  tambeni  de 
(Midrá,  para  snblr  a  eUe,  em  eujos  degraus 


«itáíl»  dos  bens  do  eaaal  (porque  nio^  tl^ 
tfia^lierdêlros  necessários)  uma  eapeHa,  úo^ 
ii«aaid  priíàeira  admhrisiradora  d'«lla,  a 
dM  êhA  mtttber,'  com  a  declaração  de  qoe 
fM*  iboHe  d*eeta  passaria  a^en  soturínhi^ 

'A  dfla  Joâttna  Prancisoa,  tintía  doifittioa, 
do  primeiro  matrimonio,  qae  erant  o  padre 
lAmliof  Ferefra,  e  António  Fernandes  Penei- 
ra, «meado»  d'aqaeHe  Sinaão  Gottceiro;  e 
iniícos  berdeinDs  de  'Stia  mãe;  fizeram*  ettes 
seu  testamento  em  3  de'deeembro  dé  iG¥), 
e  n*elle  instituíram  nma  eapelta,  doe^bens 
qae  lierdarsm  da  dita  stia  mãe^  diamando 
para  .administrador  o  nvesmo  João  Goacei- 
ro,  sobrinho  de  seU  padrasto. 

B  assim  foi  vinculada  em  doas  institui- 
ções a  casa  toda  de  Sknão  Goueefre  e  de  sua 
mulher  Joanna  Francisca,  que  ficou  gosan- 
do  o  indleado  Jdâo  Couceiro;  passaodb  a 
sett^  herdeiros  oomo  vi&cuio,  até  hoje. 

Em  M37,  reqn^rea  António  Fernan- 
des Pereira,  ao  cnhldo-^  Sede  Vacante-^x 
eempetenle  licença,  para  construir  orna  ca- 
pella  na  egi>eja  matriz;  fòi*lhé  eonoedida, 
precedendo  informação  favorável,  do  prior, 
qner  então  era  D.  Ant<mio  dci  Silveira,  do 
que  «9  lavrou  escriptara  publica,  em  Sft  de 
3aniodel637. 

'  £'  nma  capelia  magnifica,  de  esmerada 
aréhHectura,  que  teve  seus  eclipses  peta 
IHeza  e  pouco  zelo  d^alfuns  administrado^ 
tes  dd  vfêtoulo,  porétn  bo}e  est&  muito  bem 
dens^ftrvada,  com  aparado  aeeie»,  peki  ao- 
¥tílA  a^ifiistrador  do  men&o  vinenle,  o  irr. 
Afttbnio  Pbdro  Pimentel  Pereira  GeaceirO'. 


Cà|»éDa0  fOrft  da  egreja  matrle 
Nossa  Senhora  do  BfM  Smceàsô 


te  sentavam  aos  seroes. no  verão,  os  lavra* 
dores  vleialios^  a  conversar,  ao»  seus  ne^o* 
ciosagriootaiS. 

Pòrénv  vendo  o  tal  improvisado»  nicho  em 
raikia,  reaotveram  mandar  construir  oma 
cfe^peltínha  fechada,  e  decente,  para  n'eUa 
coHoeárem  a  imagem  do  Santo  Christo. 

Logo  sa  oomeçoa  a  eonstroirt  e  em  breve 
tempo  estava  concluída  a  capellioba  qua- 
drada coia  een  al^ndre  por  íóra,  en'eUa8e 
di2la  missa. 

€utro8im  concordaram  emcollocar  (e  col- 
locaram)  na  mesma  capelki,  uma  imagem 
de  Nossa  Seoftorâ,  com  a  invocação  do  B019 
Saccesso,  ficando  a  eapeUa,  por  isso,  com 
esta  denominação. 

Fm  oreseeido  a  devoção  dos  fieis,  e  todos 
oe  aan»  festejariam -Nossa  Senhora  com 
gi^ande  pompa*  • 

Mas,  as'  varias  fazes  dos  tempos,  e  as  in- 
constancias  doa  homens,  tem  produzido  taes 
aiternativas,  que  fossam  annos  sem  se  fa* 
zereai  asfestas  eesminadas;  coneerva-^sepo* 
nta  a  mesma  devoção. 

Oapella  de  S.  Thíaero 

r 

Bsta  oapeNa,  situada  no  monte  frontei* 
lafáíregnezta  de  Figueiró. do  Gampo,  ao 
snl  de  Pereira,  fdi  ediOrada  pelos  nora* 
dores  doesta  vHla,  f^ara  honrarem  os  dssos 
doa  seus  ptee,  fiarentes  e  vfèiiftios^  qoe  fo- 
ram enterradas  nlaqaelle  sitio  na  tempo 
da  peste,  que  invadia  Portugal  no  século 
Aeeimo  qoarto* 

Bra  aqaelle  sitio  deserto  e  abandaate^da 
mattos,  pot>  ÉBsa  nandavaím  pkíra  lá  as  pest 
soas  aíTeetadas  do  terrível  fia^sllo,  e  os  que 
morriaia  lá  b»  eatemvam;  eessoa  o  eobta* 
gte,  edifioaranuma  capella  no  mesma  sitio^ 
edUoeando  n'eUa  a  imagem  de  S.  Tfaiago^ 
apostolo,  que  ainda  existe. 

Tnnpoe  depois  da  edificação  da  capella,  a 
camará  maaÃiki  repartir  o  terreno  baldio 
adjaeence  a  elta^  pelo  poro  da  viila;  cat)eB- 
do  a  cada 'fttmif lia  qtatro  agoilbadas,  e  qua- 
tro lovadoa  da  terra;  por  isso  se  ficou  deno- 
minando, aqaelle  pevimetro-— Mio  das  Da^ 
das  —  titulo  que  ainda  conserva. 
'  Quando  graasoa  em  Pereira  o  colma-mor^ 


678 


PER 


PER 


busi  em  1833,  forAm  sepultadas,  no  peqnene 
espaço  de  terra,  fronteiro  á  porta  d*esta  ca* 
pella,  mais  de  cem  pessoas  d*ambos  os  se* 
xos  e  de  todas  as  edades,  sem  excepção  de 
posições  sociaes  e  que  morreram  desde  o 
dia  15  de  junho  até  egual  dia  do  mes  de 
julbo  do  mesmo  anno.  £  dentro  da  dita 
eapella  foram  sepultadas,  e  lá  se  conser- 
vam suas  cinzas  —  D.  Maria  Yictoria  Pi- 
nheiro Galvão  —  o  dr.  António  Rodrigues 
Cardozo  —  António  Xavier  Tavares  da  Pai- 
xão. Estas  três  pessoas,  foram  progenitores 
de  famiiias  que  se  conservam  em  brilhante 
posição,  em  Monie  nór-o-Vetho,  Pereira,  e 
no  Espinhal,  povoação  próxima  a  Penelia  e 
Louzan. 

O  Santo  Apostolo  era  venerano  com  es- 
pecial devoção,  e  visitado  com  grande  fer* 
vor,  por  todas  as  classes  da  povoação,  cele- 
brando annualmente  grandes  festas,  no  dia 
25  de  julho,  não  só  missa  cantada  e  sermão 
na  eapella,  mas  também  festejos  de  praça, 
com  notável  alvoroça  e  frenético  entlm^ías- 
mo.  laventavam-se  danças  exqoisitas,  cari* 
caturas  engraçadas. . .  Emfim,  todas  as  clas- 
ses se  fascinavam  com  os  festejos  de  S.  Thía- 
go. — Este  enthusiasmo,  darou  séculos.— 
Quando  chegaram  à  edade  de  tomarem  par- 
te n'estes  brinquedos,  eram  os  primeiros  ío* 
fluentes,  pelo  seu  génio  folgazão,  a  dr.  Ber- 
nardo António  Amado  de  Vasooncellos,  e  Jo- 
sé Tavares  da  Paixão,  amig«s  desde  a  inlin- 
da;  ambos,  ^qual  de  melbor  feição,  para  fo- 
lias. Sendo  aliás  também  oe  primeiros  a  ze- 
lar os  objectos  do  culto  divino,  e  a  pugnar 
pelo  seu  esplendor;  assim  como  pelos  inte- 
resses e  regalias  da  sua  terra  natal. 

Estes  amigos  inseparáveis»  entre  as  v^ 
riádas  invenções  para  taes  folguedos»  fize<- 
ram,  ée  papelão,  uma  cabeça  d^urso,  vesti» 
ram  com  pelles  d'ovelha  um  rapazola,  pU" 
zeram-lhe  a  tal  cabeça,  mandaram  cons- 
truir, na  praça  dos  festejos,  um*  matta 
improvisada,  e  n'esta  occoMaram  o  tirso; 
íkseiido  constar  que  este  bicho  seria  saeri- 
floado  em  honra  de  S.  Thiago:  correu  o  po* 
vo  em  chusma. .  •  appareeeram  caçadores  a 
oarrallo  e  de  pé,  fizeram -se  varias  partidas^ 
e  o  urso  foi  morto! 

O  leitor  pôde  imaginar  (pois  não  é  fácil 


descrever)  o  alvoroço  que  produrin 
vidadel ...  o  eerto  é  que,  nos  aanos 
ros,  sempre  qne  se  festejava  &  Tbiago^ 
parecia  a  brincadeira  do  urso;  e  ainda  h^ 
se  repete,  mas  com  muiu  simplicidade; 
de  dizer-se  um  arremedo  do  que  foi: 
mesmo  é  a  parte  da  festa  a  que  o  povo  dá 
maior  valor. 

Porém  todos  estes  festejos  em  geral»  da 
tanto  enthusiasmo,  teem  declinado  a  ponia 
que  tempos  houve,  em  que  a  capeUa  enleve 
mais  de  uma  vez  próxima  a  desabar. 

Hoje  conserva-se  em  soffrível  estado.  Lá 
se  diz  missa,  repetem-se  os  festejos,  no  dia 
35  de  julho,  com  multa  simplicidade; .  e  em 
alguns  annos  nada  se  faz. 

Capella  de  S.  Franolaoo 

Por  oecasião  da  epidemia,  qne  assolon  a 
villa  de  Pereira,  e  que  deu  motivo  para  ne 
erigir  a  eapella  de  S.  Thiago  das  Dadaa,  co- 
mo fica  dito,  aconteceu  o  facto,  que  origi- 
nou a  consirucção  da  eapella  de  S.  Praaeia- 
00,  na  rua  da  Torre»  ao  &0.  da  mesma  tú^ 
la.  —  EU-o: 

Francisco  Lourenço  Canaes,  um  doa  la- 
vradores, e  proprietário  dos  mais  abistadoo 
da  villa,  tinha  um  único  filho,  que  oMíla 
amava,  especialmente  por  ser  o  herdeiro  da 
avultada  fortuna,  em  propriedades  e  abun- 
dância de  gados  de  todas  as  espécies:  féí 
este  filho  atacado  da  peste.  O  pae,  para  # 
não  mandar  aonde  eram  conduzidas 
etimas  da  epidemia,  eseoadeu-o  em 
carte,  ou  curral  de  gado,  e  lá  o  tratou 
muito  segredo;  mas  teve  a  desventura  de 
morrer  o  rapaz.  O  pae^  para  ocqultar  o  aea 
crime,  e  afastar  a  pena,  que  era  cruel,  o  nn- 
terrou  na  tal  corte. 

Cessou  a  peste;  e  então,  Francisco  Loa* 
renço  declarou  a  morte  4o  filho;  mas  m,  pe- 
na lhe  foi  relevada.  Mandou  então  lacar 
eapella,  no  mesmo  sitio  onde  se  achava  a 
pultura  do  filho,  e  a  dedicou  a  S.  Fraactepe 
por  ser  o  santo  do  seu  nome;  ficando  a  a»- 
pultura  no  meio^  coberta  eom  unui  pedra  e 
competente  letreiro. 

A  ermida  era  de  bom  aspaoto^tinlut  ea^ 
pella-mór,  akar,  púlpito,  e  uma  sineta;  e  a 


m\{ 


PER 


&79 


imtgeoi  do  santo  (qne  aiada  ezbte)  em  lri« 
bana  decente.  E  o  institaidor  a  eoDservoíi 
emqoaiito  vivo,  e  a  saa  familia;  todos  os  ân- 
uos era  o  santo  festejado,  no  mes  d^oatnbro, 
com  missa  eanlada,  sermão,  e  arraial;  devo- 
ção qne  eontioaou  secnlos 

Pelo  andar  dos  tempos,  enfraqaecea  essa 
devoção,  a  ponto  qne  a  eapella  foi  despre- 
sada,  e  suspensa  por  ordem  episcopal.  A 
final,  um  paroclio  encommendado,,  afez  de- 
molir, em  1822,  vendendo  os  materiaes,  a 
pretexto  d*applícar  sen  producto  para  obras 
daegreja  matriz;  porém  praticoa  o  escânda- 
lo de  o  converter  em  míUdade  própria. 

Assim  acaboQ  aqaelle  monamento  histó- 
rico, servindo  hoje  o  terreno  para  cnrral  de 
gado,  e  outros  usos  profanos. 

Se  Franeiíco  Lourenço  Canaes  patrimo- 
niasse  a  eapella,  com  obrigação  de  algum 
suffragio  annual,  pela  alma  do  seu  filho  que- 
rido, qne  n*ella  estava  sepultado,  ainda  hoje 
existiria. 

CapaUa  do  Santo  António 

Esta  eapella  foi  edificada,  no  anno  de  1601, 
por  Jeronymo  Tavares,  da  Villa  de  Perei- 
ra; era  de  construcçao  simples»  mas  mui- 
to decente:  tinha  uma  sineta»  e  a  imagem 
de  Santo  António,  em  altar,  ou  tribuna  de 
pedra.  Apezar  da  particular  devoção  com 
que  Jeronymo  Tavareâ  mandou  edificar  es- 
ta eapella,  e  dos  guizamentos  com  que  a  en- 
feitou, não  lhe  fez  património,  fi  passados 
poQoos  annos,  depois  da  sna  morte,  a  ea- 
pella chegou  a  tal  abandono,  que  ameaçava 
mina;  e  era  apenas  varrida  por  uma  pobre 
velha,  muito  devota  de  Santo  António. 

Porém,  um  tal  Bernardo  Tavares  Pimentel, 
irmão  da  mãe  d'Anna  Maria  Couceiro,  mu- 
lher do  capitão  Antooio  Pinheiro  Pimentel, 
resolveu  cbamar-lhe  sua,  por  se  diaer  paren* 
te  d'aqueUe  instituidor:  mandou  reedifical-a 
e  adornal-a  com  decenda;  e  là  dizia  missa 
o  padre  António  Mourão,  á  familia  do  capi- 
tao-mór,  Félix  de  Carvalho  Pimentel,  de 
qoem  era  capellão. 

Porém  o  dr.  em  cânones,  José  António  Ta- 
vares Esteves,  chantre  da  eollegiada  de  S.  Pe^ 
dro,  em  Coimbra,  propoi  acção  judicialf  e 


provou  que  a  mesma  eapella  lhe  pertencia 
por  ser  terceiro  neto  do  instituidor  Jerony- 
mo Tavares.  Começou  por  abrilhantal-a,  fen- 
tejando  annualmente  Santo  António,  com 
missa  cantada  e  sermão;  e  assim  se  conaer* 
vou. 

Propondo*se,  annos  depois,  reedificai-a 
com  paredes  novas,  foi  a  obra  suspensa  por 
influencia  do  bispo-conde,  D.  Francisco  de 
Lemos;  porquanto  a  mesma  eapella,  por  fi- 
car próxima  (na  frente),  estorvava  o  briUia 
do  palacete,  que  eUe  bispo  pretendia  cone- 
trnir  nas  casas  do  referido  capitão-mór,  de 
quem  era  neta  e  única  herdeira  D.  Maria  do 
Cardai,  casad^com  seu  irmão,  o  desembar- 
gador João  Pereira  Ramos. 

£  assim  ficou  a  eapella  de  Santo  António 
reduzida  a  um  montão  de  minas,  pois  o 
chantre,  por  caturrice,  não  acceilou  vantajo- 
sas propostas  que  o  generoso  bispo  lhe  of- 
fereeeu,  nem  se  defendeu. 

O  terreno  era  profanado  com  as  maiores 
indecencias.  E  a  final,  em  1846  foram  demo- 
lidas as  paredes,  por  ordem  da  camará;  o 
terreno  secularis^do,  e  hoje  é  Ic^radouro 
publico. 

Oapella  de  Nossa  Senhora  do  Pranto 

O  líoenoeado  Manuel  Soares  de  Oliveira, 
natural  da  villa  de  Pereira,  homem  mnilo 
illustrado,  e  abalisado  jurisconsulto,  vexado 
por  factos  vergonhosos,  praticados  por  iia- 
rentes  seus,  ausentou-se  da  sua  terra  natal» 
para  a  Hespanha,  fix%ndo  sua  residência  eai 
Salamanca,  no  anno  de  1625.  Abi  florescen 
em  letras;  e  com  tanta  probidade,  honradea 
e  cavalheirismo  se  comportou  sempre,  qne 
era  respeludo,  merecendo  qne  o  governa- 
dor capitào-general  das  ilhas  Philippinas,  o 
escolhesse  para  sen  accessor,  conferindo-lhe 
o  cargo  d*andilor  geral,  na  cidade  de  Mam- 
lha.  Ahi  enviuvou  duas  vezes,  ficando  se- 
nhor de  grandiosas  heranças,  que  lho  doa- 
ram suas  mulheres;  e  assim,  não  tendo  her- 
deiros necessários,  fez  seu  testamento,  e^i 
30  de  novembro  de  1674,  na  cidade  de  Mn- 
nilha,  dispondo  de  avoludas  sommas  pam 
diversas  applieações;  sendo  as  principaee<-« 
qne  fosse  dotada  annualmente  com  quatro- 


eso 


mií 


PBR 


tento»  mil  réis.  ama  ma  parenta,  a  mais 
proxioia-^qne  se  compra^sein  cada  nm  an- 
ão, (M)  foQgas  4e  nillio,  para  ser  repartido 
pelos  pobres  da  sua  freguezia  natal,  no  dia 
SO  d*a()rii  —  mais  50  fongas  de  trrgo  e  ou- 
tras tantas  de  linhaça,  que  se  distribuíssem 
pelos  lavradores  e  ceareiros  da  mesma  fre- 
gaeeia,  para  snás  sementes,  com  o  juro  da 
éiuva  parte,  a  fim  de  se  nlo  extingoir  este 
beneficio— -mais  60  cruzadas,  para  serem 
aoecorridos  anunalmente  os  pobres  da  mes- 
ma fregaezia-*e  egual  quantia,  também  an< 
noal,  aos  pobres,  presos  lia  cadeia  da  Por- 
tagem, eiD  Coimbra. 

Ordenou  mais,  que  se  construísse  n^esta 
cidade  (Coimbra)  um  collegio  para  ednca- 
çio  d^orphãs  pobres  sendo  dirigido  pela 
meza  da  Santa  Casa  da  Misericórdia  d'ella; 
eollegio  que  foi  edificado  na  rua  de  Coruche 
(hoje  no  collegio  Novo),  e  ainda  fttncdona, 
fornecido  pelos  fundos  que  aquelle  bemfdi- 
lor  appKeou,  para  tão  philantropica  insii- 
lttiçao.-**Mai3,  que  se  comprassem  três  agui- 
Ibaidas  de  terra,  na  costa  do  monte  frontei- 
ro á  ermida  de  Nossa  Senhora  do  Pranto, 
que  se  achava  desprezada  entre  as  vinhas 
no  terreno  próximo  ao  Mondego  (hoje  de- 
nominada Ermida  Velha),  e  se  construísse 
ii*este  terreno  comprado,  ao  pé  da  estrada 
que  vem  de  Coimbra,  uma  capetia  magestosa 
«elegattte,  para  a  qunl  fosse  transferida  a  dita 
magem  deNossa  Senhora  do  Pranto;  que  pa- 
ra eiia  se  fizessem  os  paramentos  necessários 
aoetlto  divino,  sendo  de  veljudo  para  todas 
19  e6res  que  recommenda  o  ritual  romano; 
bem  assim,  um  sino  e  uma  alampada  de  pra 
ta,  que  estaria  sempre  aocezs.  £  «destinou 
para  estes  e  mais  guizamentos  necessários, 
ã  qitanlia  de  quatrocentos  mil  réis  annuaes. 
Qne  se  estabelecesse  uma^cdiegiada  de  seis 
eapellies,  sendo  o  mais  antigo,  eapellão-mór, 
daiido'Se  a  cada  nm  quarenta  mil  réis  an- 
fiuaes,  e  sessenta  mH  réis  ao  capellão-mór; 
mais  vinte  mil  réis  para  dizerem  missa  da 
esmola  de  cento  e  sessenta  réis  cada  nma, 
por  alma  d*e]le  testador,  de  suas  duas  mu- 
lheres, de  seu  pae  e  de  sua  mãe:  com  estas 
^rígaç$eè  mais— -aoempanharem  o  Sagrado 
Tiaiieo  aos  enfermos,  assistindo  a  estes  com 
caridade  —  coadjuvar  o  parocho,  especial- 


noênte  na  desobriga  da  quaresma — assistir 
ás  f^noções  da  Semana  Santa,  gratufianmi- 
te—  dizer  missa  cada  um  alternadsinettte^ 
.todos  os  sabbadoSi^  na  capella  respectiva  — 
cantarem  completas  na  capelia  da  Misericór- 
dia da  mesma  vitla,  todas  as  tardes  dos  dias, 
vésperas  d'aquelles  que  fossem  da  invoca- 
ção de  Nossa  Senhora. 

Estas  e  outras  muitas  dispozições  d*aqu«l- 
)e  generoso  bemfeitor,  eram  cumpridas  rn- 
ligiosamenle ;  mas  porque  estes  avultados 
capitães,  entrassem  no  erário  régio,  à  pro- 
pori^o  que  houve  irregularidade  no  paga- 
mento dos  juros,  foi  diminuindo  o  zelo  dos 
capellãés,  porque  lhe  faltavam  também  os 
seus  rendimentos  regularmente,  e,  a  fioal» 
ninguém  se  habilitava  para  capeliâe:  mui* 
tos  annos,  especialmente  nos  tempos  da  re- 
volução franceza,  nào  se  pagaram  os  dotes 
ás  parentas  a  quem  se  eouferíam,  nem  se 
cumpriam  outros  legados;  eaté  acapeila 
chegou  a  tal  estado  de  ruína,  que  foi  mister 
fazer-lhe  reparos,  com  grande  dispêndio, 
quanto  ao  material  somente;  pois  quano  a 
paramentos,  servem  hoje  os  velhos  da  ca- 
pelia da  Mesericordia  de  Coimbra  (ptiT^ne 
a  respectiva  meza  é  a  testamenteira);  não 
tem  uma  banqueta,  nem  cera,  vinho,  hós- 
tias, para  a  missa  que  14  vae  dizer  aos  sab- 
bados  {e  leva  estes  objectos  seus)  un  eleri- 
go,  encarregado  dás  missas  respectivas  a 
uma  capelia;  porque  nenhum  capelllo  exis- 
te, depois  do  ultimo  que  monreu  no  dia  14 
de  setembro  de  1849. 

Agora  somente  é  dotada  uma  parenta,  an- 
nualmente;  mas  com  pouco  mais  de  cem  mH 
réis.  Gosteiam-se  as  despezas,  no  collegio 
das  orphis.  em  Coimbra;  paga-se  ao  padre 
que  diz  as  cento  e  Vinte  missas,  sendo  nma 
aos  sabbados,  na  capelia. 

Bis  a  sorte  das  ptas  e  tao  meritórias  in- 
tenções do  generoso  cavalheiro,  e  benfeitor 
de  seus  patrícios  —  liceneeado  Manuel*  Soa- 
res d^Olfveira. 

A  Santa  Oasa  da  Xiserioordia 

Por  antigos  assentos  existentes  no  car- 
tório da  Santa  Casa  da  Misericórdia,  de 
Pereira,  consta  qne  havÈa  uma  capelli- 


PER 


PER 


êU 


Dbft  (sHmídà  âonâe  éager»  a  easâ  êo  !&• 
vatofio,  próximo  à  sâcMfttfa);  e  n^èllá 
96  «ehava  eoHocadt  a  tmagem  dei  Nòaaa  Se- 
nhora da  Ptediíde  (a  iqesma  4tte  aittda  é  ve- 
nerada oa  eapella  de  bofe);  tinba  uma  «èo- 
llraria  governada  por  púz,  escrmo,  e  aefs 
mordomos,  am  procurador,  am  thesoorei- 
ro,  para  recolher  as  esmolas  :  quatro  pedi- 
dores,  um  albergaeiro  para  receber  e  tra- 
tar os  passageiros,  e  ter  cuidado  dos  mfise- 
Tavels  da  fregneria,  que  eram  visitados  e 
aoccorrídos,  por  todas  as  famillas;  porque 
Bio  havia  rixas  nem  distincções...  to- 
^9  se  amavam  como  irmãos. . .  ífue  san$o 
tempo  t 

Tinham  ama  casa  para  sessões  da  me- 
sa de  governo  (aonde  hoje  é  o  celeiro)  á 
qnal  chamavam— torre  do  despacho;  ao  pé 
oatra  casa  para  receber  os  passageiros,  de- 
nominada albergaria. 

Unha  nm  capellão  que  dizia  missa  quo- 
tidiana, ea  qnem  pagavam  dezeseis  mil  réis 
annuaes,  com  obrigação  de  dar  cerB,^vinhe, 
6  hóstias. 

Consta  que  algans  annos  houve  conten- 
da entre  os  padres  da  freguezia,  por  qne 
lodos  ambicionavam  este  grande  benefi- 
cio f 

Esta  irmandade  tinha  hábitos  brances, 
com  marcas  roxas,  tinham  um  esquife,  pa* 
ra  conduzir  os  mortos  á  sepultura,  é  o  «eu 
Compromisso  era  o  «ecordo  que  tomuvam 
reunidos,  lançado  no  sen  litvo  d*aclas. 

Festejavam  Nossa  Senhofe,  p«Aa  paséhoa 
do  Bspirito  Santo,  cem  pomposas  featanças, 
não  só  de  egreja,  d*accordo  com  o  paroeho» 
mas  na  praça  com  grande  bulício  e  entbu- 
siasmo. 

Nada  se  tem  podido  averiguar  sobre  a 
origem  e  antiguidade  d'esta  capeNa  e  Con- 
fraria; ha  apenas  uma  conjectura  para  acre- 
ditar que  a  fUndaçio-da  dita  eapella  é  anti- 
quisshna. 

A  saber:  a  sineta'  que  ainda  hoje  se  eon- 
eerva  na  torre,  tem  o  metal  gasto,  na  volta 
de  cima  um  letreiro,  com  caracfereres  des- 
conhecidas: no  bojo,  outro  letrehrii,  com  ca- 
racteres que  mal  se  conhecem;  tem  um  re- 
levo no  centro,  representando  a  imagem  de 
Nossa  Senhora  da  Piedade,  signal  de  que  foi 


undida  para  a  eapelllnha;  o  lado  oppesto» 
outro  relevo,  representando  o  Eecê  Homo. 

Apenas  se  pnbfioou  a  resolução  da  rainha 
D.Leonor,  viuva  deD.JoãoIT,noannode  1498, 
que  instituiu  9^  corporações  das  Misericór- 
dias, em  todo  o  rBiao,Iogoojaíeemais mem- 
bros da  dita  confraria,  pediram  a  lua  ma- 
gestade  lhe  concedesse  privilegio  de  Mise- 
ricerdÍ9,  euj»  mercê  facilmente  obtiveram, 
como  consta  da  provifão  e  compromisso  que 
então  lhe  foi  concedido,  documentos  que 
sermfh-e  foram  conservados  com  religioso 
càidado  no  cartório  da  santa  casa. 

Mndou  portanto  o  nome  de  confraria  em 
Misericórdia,  de  juiz  em  provedor,  de  cruz 
em  bandeira. 

E  começaram  a  praticar  com  fervor  e  ze- 
lo inimitáveis,  os  preceitos  do  ^eu  novo  com- 
promisso, oonservando  a  capellinha  as  hon- 
ras de  eapella  real. 

Assim  viveram  em  paz,  séculos,-  lactando 
muitas  vezes  com  graves  difQculdades,  mas 
trinmphando  sempre,  com  tanta  coragem, 
qoe  a  Santa  Casa  nunca  perdea  as  suas  ro- 
galias! 

Todavia  sopposto  o  tivessem  talvee,  nun- 
ca verificaram  o  pensamento  de  transformar 
a  mesma  capellinha  em  egreja  mais  apro- 
priada, para  uma  corpovàção  tão  respei- 
tável. 

Gliegou  finalmente  esse  momemo,  por* 
quanto  oito  cavalheiros  generoeos,  descen- 
dência perra  Aos  fundadores  da  villa  de  Pe- 
reira, e  vigorosos  mantenedores  das  snas  re- 
galias, dos  seus  privilégios;  conservavam 
por  timbre  o^lhema  dos  antigos  homens  — 
ãe  ant€9  quebrar  que  torcer;  sentindo-se  ex- 
citados de  zelo,  pelas  recordações  do  valor 
e  patriotismo  dos  seus  antepassados,  toma- 
ram a  grandiosa  resolnção,  e  projecto  gigan- 
te, de  promoverem  a  construcçSo  d*um  tem- 
plo magestoso. 

Eis  os  seus  nomes: 

O  capellão-mór,  Bento  Amado  da  Cunha 
Vaseottceflos. 

O  caphão-mór,  Félix  de  Carvalho  Pimen* 
tel. 

O  dr.,  Bernardo  António  Amado  da  Ca- 
nha Vasconcellos. 

O  capitão,  António  Pinheiro  Pimentel. 


msí 


PER 


PBB 


O  fMkdre,  António  de  Meneses. 

O  padre,  António  Girão. 

Manuel  Tavares  da  Paixão. 

O  dr.,  Franciseo  Marqaes  G<Nrdeiro. 

Estes  corajosos  varões,  íoraoà  os  iniciado- 
res da  grande  obra  que  denominamos  gi 
gaste  projecto,  porque  os  rendimentos  da 
nova  Misericórdia,  eram  tão  dlmiputosi  que 
se  faziam  as  despezas  ordinárias,  com  es- 
molas dos  bemfeitores. 

Todavia  isto  não  fez  esmorecer  sua  cora- 
gem. Logo  se  fintaram  com  grandes  «quan- 
tias cada  um,  chamaram  o  architecto  Gas- 
par Ferreira,  para  fazer  o  risco,  mudaram 
a  imagem  da  Senhora  para  o  celeiro,  man- 
darara  demolir  a  capellinha,  e  apenas  co- 
meçou a  abertura  dos  alicerces,  o  povo  cor- 
reu profladamente,  cada  um  com  o  que  po- 
dia, para  continuação  das  obras;  os  lavra- 
dores carreando  materiaes;  os  trabalhado;- 
res  a  dar  dias  sem  receberem  jornal. 

Houve  muitas  offertas  de  cantaria,  e 
alvenaria,  fornadas  de  cal,  de  telha»  tijollos, 
ladrilho,  e  muitas  madeiras;  todas  as  pes- 
soas, de  todas  as  classes,  sexos,  e  edades, 
corriam  com  afam,  a  prestar  serviços  a  Nos-' 
ea  Senhora,  como  afflrmam  avultadas  som- 
mas  de  dinheiro,  que  eram  repetidas  quan- 
do a  necessidade  urgia,  até  pequenas  es- 
mollas  das  pessoas  pobres,  e  muitas  de  fó 
ra  ^a  freguezia,  porque  os  povos  eircumvi- 
sinhos  também  tinham  particular  devoção 
com  Nossa  Senhora  da  Piedade  da  villa  de 
Pereira. 

Vinham  em  romaria,  visitar  a  sua  ima- 
gem, trazendo  offertas,  algumas  de  valor, 
e  tudo  avultava,  para  que  os  trabalhos  pro- 
gredissem com  rapidez. 

Bmfim  concluiu-se  a  obra,  ficando  come 
ainda  h«  je  é,  um  templo  brilhante^  priípo- 
roso,  de  esmerada  arcbitectura. 

E  logo  começou  o  engrandecimento  da 
Santa  Casa,  por  valiosas  doações,  com 
que  foi  patrimoniada;  não. só  poios  so- 
breditos iniciadores  e  incansáveis  fisca- 
UsadcHres  effectivos  da  obra  da  egreja,  es- 
pecialmente pelo  padre  António  de  Mene- 
ies, que  lhe  doou  a  sua  valiosa  hennpça, 
mas  também  por  outros  muitos  bemfeitores, 
como  foram  João  Pereira  Medina  (talvez  o 


maior,  e  se  acha  sepultado,  por  gratidão^  na 
capella  da  Sania  Casa)  bem  aasHin  o  padre 
Manuel  dos  Reis,  e  sua  irmã  Anna  Maria 
Soares  Ferreira^-Aotonio  Loia  Cabral— He- 
lena Francisca  Tavares»  e  muito»  outros; 
mas  são  estes  os  que  maiores  doajções  fize- 
ram. 

Por  muitos  annos  florescea  este  grandio- 
so estabelecimento,  perque  era  efflcaz  o  si- 
lo de  seus  administradores»  os  qnaes  i  por- 
fia se  esmeravam  não  só  no  asseio  da  ca- 
pella e  seus  guízamentos;  mas  na  conserva- 
ção e. melhoramento  das  propriedades» e re- 
gular movimento,  nos  diversos  rendimen- 
tos que  applicavam  com  caridade  e  lonra- 
vel  limpeza  de  mãos» 

Ainda  se  conservam  trastes  muito  deco- 
tes d'es8es  antigos  tempos,  e  ama  imagem 
do  Senhor  dos  Passos,  outra  da  Senhora  da 
Soledade,  talvez  das  mais  perfeitas»  que  le 
conhecem  nas  principaes  cidades,  vilias  e 
outras  povoações  de  Portugal. 

Porém  este  santo  estabeledooento  de  cari- 
dade, que  devia  excitar  o  zelo  de  todas  as  clas- 
ses, especialmente  dos  homens  mais  cítíJí- 
sados  elndependentes,  tem  sido  victima  ée 
intrigas,  de  ambições  vergonhosas,  mas  de 
tão  péssimas  administrações,  que  moitas 
vezes  eeus  rendimentos,  tem  sido  converti- 
dos em  utilidade  própria. 

Posteriormente  tem  havido  melhores  le- 
ladores,  com  pequenas  alternativas.  Hoje  ha 
regular  administração. 

Nada  mais  diremos  a  este  respeito  para 
não  offendermos  a  modéstia  dos jactuaas  ad- 
ministradores. 

CtoUegio  Ursulino 

Vide  Ur9uii$uu. 

'  Todos  os  esclarecimentos  até  aqui  eseri- 
ptos»  com  respeito  a  esta  viila,  os  devo  â  ge- 
nerosa amisade  de  umillustre  filho  d'ella, 
o  reverendo  sr.  José  Lourenço  Tavares  da 
Paixão  e  Sousa,  prior,  eollado,  d*esta  (re- 
guezia,  desde  iSSS,  e  areipreste  da  respecti- 
va eamara  eeciesiastiea. 

Parece  que  não  quiz  abandonar  este  DQB- 


PER 


PfiR 


683 


do,  sem  Mxar  amplas  noticias  da  terra  onde 
aaseea;  pois  que,  muito  poucos  dias  depois 
de  receber  o  seu  curioso  mauuscripto,  re- 
cebi a  tristisssima  noticia  do  sen  f^llecimen- 
4o«  que  teve  legar,  a  11  de  novembro  de 
1875. 

Nasceu  n^esta  villa,  em  10  de  agosto  de 
1794. 

Era  bacharel  formado  em  cânones,  pela 
universidade  de  Coimbra,  cavalleiro  das  or« 
deus  de  Nossa  Senhora  da  Ck)nceiçao,  de 
Villa  Viçosa,  pregador  régio,  desembarga- 
dor honorário  da  relação  ecclesiastica  do 
arcebispado  de  Braga,  arcipreste  e  prior, 
<ioliado,  na  fregneiia  de  Santo  Estevani,  d'e8- 
la  villa,  examinador  synodal  nos  bispados 
de  Coimbra  e  Leiria,  e  associado  provincial 
da  academia  real  das  scieneias  de  Lisboa. 

Soccnmbin  a  uma  longa  e  doloroeissíma 
doença,  que  «off^eu  com  verdadeira  resi- 
gnação christan;  sem  que  os  seus  acerbos 
padecimentos  podessem  jamais  quebrantar- 
Ihe  o  espirito  recto  e  illustrado. 

Foi  um  eodosiastico  esdarer ido,  parocho 
zelloso,  amigo  prestante  e  dedicado,  e  um 
utHissifflo  cidadão. 

Sirva  esia  rápida  comnemoração  de  tio 
virtuoso  e  esclarecido  sacerdote^  de  testemu- 
nho da  minha  gratidão  pelos  serviços  que 
d*elle  recebi,  no  seu  ultimo  quartel  da  vi- 
da, e  de  alivio  à  dor  e  á  saudade  que  ain- 
da pungem  os  coraç5es  de  seus  sympathi- 
cos  e  dignos  sobrinhos»  que,  pela  sua  hon- 
ra e  dignidade,  são  tão  geralmente  estima- 
dos, por  todos  quantos  os  conhecem,  e  os 
voem  seguk,  com  o  maior  cuidado,  a  vida 
exemplarissima  de  sen  virtuoso  tio. 

O  rei  D.  Diniz,  e  soa  mulher,  Santa  Isa- 
bel, deram  foral  a  esta  vilia,  em  Coimbra, 
â  i2  de  Dowmbro  de  1982  (L.°  i.«  de  doa- 
res do  rei  D.  Diniz,  fl.  58,  col.  2.«) 

0.  Manuel  I,  lhe  deu  novo  foral,  em  Lis- 
boa, no  i.*'de  dezembro  de  1513.  {Uvro  de 
fmiee  novas  da  Extremadura,  fl.  75  v.,  col. 
!.•) 

Ha  também  uma  sentença,  de  D.  João  III, 
publicada  a^  18  de  Janeiro  de  1538.  {Uvro 
ia$  eentençãs  a  favor  da  corôa^  H  33  v., 
coL  1/) 


Vide,  Coimbra,  Estrada  Mourisca^  Monte- 
Mór-VelhOy  e  Ursulinas. 

Apezar  da  fertilidade  do  seu  território» 
da  proximidade  do  Mondego,  e  de  outras 
condições  de  prosperidade  que  se  dão  n'e8- 
ta  villa,  está  ella  em  lamentável  decadência; 
porque,  grande  parte  das  famílias  ricas  que 
otttr'ora  a  habitaram,  se  foram  estabelecer 
em  Coimbra,  Lisboa  e  outras  partes,  levan- 
do para.  lá  annualmente  os  seus  avultados 
rendimentos,  que  antigamente  eram  aqui 
espalhados* 

As  casas  d*estas  famílias,  entregues  a  ca- 
seiros, que  não  teem  obrigação  de  as  repa- 
rar, cahem  em  ruinas;  pelo  qae  se  vêem  ho- 
je muitos  edifícios  desmantellados,  que  n*ou- 
trás  eras,  foram  vivendas  luxuosas. 

Já  disse  que  a  maior  e  melhor  parte  doa 
vastos  e  ubérrimos  camf^s  que  circundana 
Pereira,  são  de  proprietários  de  fora  da  ter- 
ra (pela  razão  que  adma  relatei)  e  por  isso» 
a  máxima  parte  dos  habitantes  d'esta  £re* 
guezia,  não  são  mais  do  que  meros  colo- 
nos ou  caseiros,  e  é  esta  a  causa  da  triatn 
decadência  da  povoação,  digna  de  melhor 
sorte;  e  que  hoje  pouco  mais  possuo 
do  que  a  memoria  das  suas  glorias  e  ventu- 
ras passadas,  e  as  suas  honrosas  tradi- 
ções. 

Para  os  pântanos  e  arrozaes  insalubres 
d'estes  sítios,  vide  Villa  Nova  d'Anços. 

Para  o  instituto  das  Ursulinas  de  Pereira 
(que  são  as  actuaes  de  Coimbra),  vide  a  pa- 
lavra Ursulinas, 

PEREIRA  (S.  Vicente  de)— Vide  S.  Vicen- 
te dê  Pereira. 

PEREIRA- JUSAN  ^  villa.  Douro,  na  fre- 
goezia  de  Yállega  (vulgarmente— Válga)  co- 
marca, concelho  e  2  Vz  kilometros  ao  E.N.B. 
d'Ovar. 

Foi  até  1850,  cabeça  de  um  antiquíssimo 
concelho,  na  comarca  da  Feira,  que  foi  en- 
tão snpprimido,  passando  a  formar  parte  do 
concelho  d*Ovar,  comarca  d*Oliveira  d'Aze- 
méis.  Creada  a  comarca  d*Ovar,  passou  a 
formar  parte  d*ella  e  do  concelho. 

D.  Manuel  lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  2 
de  junho  de  1614.  (N'elle  se  lhe  dá  o  nome 


1564 


I^ER 


de  Pereira-Tusám.)  Litro  dos  foraes  novos 
da  Extremadura,  íl.  75,  col.  !.•— Ainda  exis- 
te no  archivo  da  camará  d'Ovar. 

Os  senhores  donatários  da  Feira  (que  o 
eram  também  d'esta  vilia,  da  fregaeíia  de 
Vállega,  e  da  de  S.  Vicente  de  Pereira,  que 
é  contigua  a  esta)  crearam  este  concelho,  nâo 
se  sabe  quando ;  mas  sabe-se  que  foi  ante« 
da  crcaçâo  dos  concelhos  de  Estarreja,  Ovar, 
Oltveira  d*Asemeis  e  Angeja. 

Foi  antigamente  da  eomarcisi  de  Esgueira, 
e  depois,  da  de  Aveiro. 

Esta  povoação  c  aniiquissima,  provavel- 
mente do  tempo  dos  godos;  mas  o  único  ino* 
nnmento  que  attesta  actualmente  a  sua  an- 
tiguidade, é  uma  fonte,  chamada  Mina  dos 
Mouros^  da  qual  adiante  traio. 

Do  foral  d'esta  vitla  consta,  que  Ovar  era 
porto  de  mar,  no  principio  do  século  XVI, 
nao  só  para  barcos,  como  hoje  (pela  ria), 
mas  psra  vasos  de  maior  lotação;  porque-* 
quando  trata  das  portagens,  dii: 

«Não  se  levarão  os  direitos  das  aneora- 
«gens  dos  navio?,  segundo  fbi  determinado 
«por  nós,  em  Ovar;  e  pagarão  das  cousas 
«que  carregarem  ou  trouxerem,  segtiádo  se 
«manda  pagar  de  portagem,  por  este  foral.» 

Os  edificioã  da  vf lia,  estão,  pela  maior  par- 
te, arruinados;  além  da  cadeia,  casa  da  ca- 
mará e  tribunal  das  audiências  (quando  as 
havia),  e  pouco  mai.^  que  ainda  se  acham 
em  bom  estado,  tudo  o  mais  são  casas  «des- 
mantelladbs. 

A  casa  da  eamara  serve  hoje  de  escola  de 
instrucçâo  primaria,  do  sexo  feminino. 

Também  ainda  existe  o  pelourinho. 

Próximo  a  esta  vilia  está  a  tal  KM  dòs 
Mmiros,  que  é  uma  íouié,  na  boeca  iie  «ma 
mina,  tendo  uns  quatro  metros  de  compri- 
do, e  i"',dO  de  largo.  É  feita  de  pedra  e 
eal,  e  ao  E.,  tem  um  banco,  feito  a  pidão,  na 
pedira  nativa,  com  capacidade  para  4  ou  5 
pessoas  se  sentarem.  Está  Htgnma  cousa  en- 
talhada e  ccibeHa  de  silvai;  mas  ainda  dei- 
ta agua,  que  se  apph^veita  para  irrigia^b. 

Ao  sitfio  em  que  está  a  fonte,  se  dã  o  no- 
me de  Mesquita,  o  que  faz  suppOr,  ter  aqui 
havido  algum  templo  árabe. 

Uns  cem  metros  ao  O.  da  Mina  doi$*9Iotí- 


rbs,  hâ  um  sitro  chamado  Paça^  «egèndo  vm, 
ô  Pa$so,  segundo  oatnôe.  Os  primeiros  di- 
zem que  tem  e0le  nome,  por  aqui  ter  haii- 
db  um  paço,  dos  senhores  éooataríoB  da  Fei- 
ra (depois  eondes^,  que  o  eram  tamèem  de 
Ovar,  S.  Vicente  de  Pereira,  Vállega,  e  ou- 
tras terra?.  Os  si^nndos  dis^m  que  o  nome 
de  Passo  lhe  provém,  de  virem  para  aqui  pa$- 
sear  os  mouros>  a  pó  e^a  cavailo,  quando  do- 
míimvam  estas  terras.  A  primeira  versão  é 
maiB  verosiniil. 

Em  uma  escavação,  feita  ha  poucos  ia- 
nos,  n'este  sHio,  se  acharam  aigomas  sepil- 
turas,  constniidas  de  tijolo,  contendo  da- 
tro  algumas  ampboros,  temeltiaDtes  a  gu- 
rafas.  {Vasos  lacrématonos,  cu  urnas  cine- 
rarias.) 

A  Mina  dos  Mouro»  (que  nimca  teve  mais 
comprimento  do  que  o  actual,  o  que  se  evi- 
denceta  pelo  seu  emparedamento)  é  objecto 
de  grafndes  cuidados  para  a  gente  do  sitio, 
tsrendo  firmemente  que  lá  deocro  existe  ama 
moura  encantada,  guardando  grandes  the- 
souros.  Teem*lhe  feito  em  reéor  algamis  es- 
cavações, mas  dizem  que  chegando  a  coto 
sitio,  não  ha  picão  que  enire  com  a  roeta. 
Já  se  vé  què  ó  resultado  do  encanto^  Veado 
que  o  penédd  se  não  movia,  tentaram  o  id- 
Uma  re£«r«o— aspergiram- o  com  agna  bea- 
ta e  fizjeram-lh^  rezas;  mas  (bi  o  mesmo  qne 
nadat  o  thesoaro  conUnuou  a  ficar  eacaa- 
tado ! 

Uma  mulher  da  vflla  de  Pereira-ittsan,  re» 
solveu  desencantar  isto,  em  uma  manlian  d» 
8.  João,  por  m^io  de  reoas»  feitas  em  fórotti 
por  um  padre;  ma^s^  'cotn«  se  esqueceu  de 
que  o  scffredo  é  á  «fnia  donêfúcio,  dlvulgeo 
o  seu  plano,  e  muita  gente  concorreu  á  Mi-' 
7ta  dós  tíbutm,  na  tk\  manhan.  Ao  api^i* 
iharótti-se,  ouviram  ladrar  dois«ães,  e  to- 
mando iàlo  por  bom  ag oorb(  voaram  pw* 
a  mina. 

Átii,  emiofcar  da  ttonra,  eclairaoil^dprie- 
lario  dò  terreno,  é  os  dois  cies.  Aqheile  die- 
se  ao  povo,  mullo  séria  e  muito  termiffWi*' 
mente,  que  —  visto  a  mina  encantada  estar 
na  sua  pMpriedadft,  químtos  theworoe  ^ 
appaVecessám,  eram  lodos  dTclle,  e  só  d*ellô. 
Hodve  Atas  e  altercações,  de  parte  a  part^ 
e,  por  fim,  ninguém  cavou  na  terra,  ném  se 


fioMniD  as  reza^  e  lá  eonlínQoa  a  ficar  ludp 
encantado. 

.  Ató  iKíe,  siagiieiB  mai^  ae  lornou  a  li- 
brar da  deêenwntar  a  monra. 

En  todoa  oa  dícciaaarios  geographicos  de 
PortUQal  (e  até  no  P<n^ugal  Sacro  e  Profa- 
no —  e  DO  Mappa  das  côngruas,  que  ó  offi- 
elaàl)  vem  «onfciQdida^  Pereira-J^san,  cpm 
8.  Vieenie  de\Pereira,  como  se  fosse iuma  e 
iuiiea,(r6guazia*  Eu  mesmo»  apezar  de  ter  a 
minha  easa  a  15  kilometros  ao  N.E.  doesta 
vllla,  estava  no  mesmo  erro;,  e  n^elie  conti- 
nuaria, se  nâo  fosse  a  obsequiosa  advertên- 
cia^ do  Br»  Joào  Valente  da  Costa,  residente 
em  Vállega,  ao  qual  devo  tudo  quanto  se  lé 
com  r^apeibo aPâreiraoJusaD»  e pelo  que  lhe 
dou  os  mais  sinceros  agradecimentos. 

Xá  vemos  que,  S.  Vicente  de  Pereira,  é  up:ia 
paroctaia,  cuja  c^eji^^  matriz,  djsta  da  de 
Yáliega,  4  kílometroa,  a  que  Pereira^Jusan, 
é  uma  poqaeya  viUa  da  freguezia  de  Yálie- 
ga, distando  apenas  uns.  500  metros  da  sua 
egr«ja  paroeliial. 

Aniigameate  baviaoa  duas  freguezias  con- 
CiguaSy  ambas  com  o  novte  de  Pereira,  e  para 
as  distinguir  uma  daqutn,  se  dava  à  actual 
freguezia  de  S.  Vicente  de  Pereira,  o  nome 
de  Pereira- SiÁsaa  (Pereiíça  deCima)--e  á  ou- 
tra— o  de  Pereira-JussUa  (Pereira  de  Baij^o.) 
ffltA  freguezia»  que  apenas  constava  da 
villa  e  do  seu  pequeno  termo,  foi  no  sécu- 
lo XVI,  supprimida,  nniQdo*8e  á  de  Vj^ile- 
ga.  Eis. o  que  tem  causado  os  erros  dos  geo- 
graphos. 

'  1^0  antigo  portnguez  — ju5- 
sãa,  jussan,  juean,  e  jusam, 
quer  dizer— ^  baixo — e  fu- 
sãa,  ou  «145011,  ou  susam,  quer 
dizer  —  de  cima, 

J^S60  ou  dejusso,  o  que  es- 
tava por  baixo  (sob)  — e  suso, 
.0  que  estava  por  cima  (sobre). 
Estou  persuadido  que  her« 
damos  isto  dos  gaUoe-celtas, 
pois  ainda-  em  França  se  diz 
—  S9US,  sob  —  e  sta,  sobre« 
•  O  amigo  eoneelbo  de  Pereíra-Ji:^saa,  era 
primeiramente  formado,  por  uma  parte  ^ 
Ireguezia  de  Vállega  (o. que  tinha  sido  fre-  f 


ppffc 


$s§ 


gOAzIa  de  Pereira-Jusan)  metade  da  fregue- 
z^  dÒvar,  e  metade  da  freguezia  de  S.  Vi- 
cente de  Pereira.  (A  outra  metade^,  era  do 
coo^bo  de  Oliveira  d'Azemeis.) 

Depois,  quando  se  creou  o  concelho  de 
Ovar,  fícou-lhe  pertencendo  toda  a  fregue- 
zia de  Ovar,  eaq  concelho. de  Pereira-Ju^fui 
as  doas  freguezias,  de  Váliega  e  S.  Vicente 
de  Pereira,  na  sua  totalidade. 

Ha  provas  de  que  estas  terras  foram  ha* 
bitadás  desde  ps  tempps  pre-historicos,  pois 
que,  ainda  em  nossos  dias  existiram  por 
aqui  monumentos  pre-celtas.  Em  S.  Marti- 
nho da  Gandara,  e  no  Couto  de  Gucujães 
(freguezias  próximas)  ainda  ha  poucos  an- 
nos  se  vi^m  mânwas.  (Vide  volume  2.%  pag. 
m,  coL  !.•) 

PEREIRAS— Vide  Pereira. 

PEREIRO— freguezia,  Deira-Baixa,  bispa- 
do, comarca,  concelho  e  i5  kilometros  de 
Pinhel  (foi  do  concelho  de  Pinhel,  comarca 
de  Trancoso),  75  kilometros  ao  S.E.  de  Vi- 
seu, i2  d*  Almeida,  360  ao  E.  de  Lisboa. 

Tem  150  fogos. 

Em  1757  tinha  72  fogos. 

Orago,  O  Santo  Nome  de  Jesus. 

Disiricto  administrativo  da  Guarda. 

O  reitor  da  freguezia  de  S.  Pedro,  de  Pi- 
nbel«  apresentava  o  cura,  que  tinha  7M00 
réis,  e  o  pé  d*altar. 

Ha  muitos  annos  que  a  esta  freguezia  está 
annêxa  a  de  Gamellas,  a  qual  linha  por  ora- 
go, S.  Sebastião,  martyr.  Era  também  da 
apresentação  do  reitor  de  S.  Pedro,  de  Pi- 
nhel, e  o^parocho  (cura)  tinha  lOilOOO  réis 
de  côngrua,  e  o  pé  d*altar. 

Tinha  em  1757,  60  fogos. 

Por  esta  annexaçao,  se  dá  vnlgarmente  a 
esta  freguezia  o  nome  de  Pereiro  e  GameUas. 

Pica  entre  o  rio  Côa  e  a  Ribeira  das  Ca- 
bras, e  é  atravessada  pela  estrada  militar  do 
Almeida  a  Pinhel. 

*  • 

A  egreja  matriz  é  pequena  e  singela,  mas 
muito  antiga. 

Não  ha  nenhuma  eapelia  ou  ermida  em 
toda  a  parochia, 

.  O  seu  clima  é  excessivo»  e  o  seu  territó- 
rio, bastante  penhascoso,  só  produz  em  abun- 
dância trigo  e  centeiOy  do  mais  pouco.  Tem 


6«6 


pEla 


mníta  caça  miada,  e  cria  idqHo  gado,  prín- 
eipalmeDte  carDeiros  e  ovelhas,  pelo  qae,  ha 
muita  lao,  que  se  exporta. 

Entre  esta  fregaezfia  e  a  de  Yalle-Verde, 
limítrophe,  ha  uma  eolumna,  oa  marco,  geo- 
désico, sobre  um  plató,  de  cujo  sitio  se  go 
sam  bellas  e  extensas  vistas. 

PEREIRO  — vide  Sartía  Maria  do  Pe- 
reiro. 

PEREIRO— vide  São  Julião  do  Pereiro. 

PEREIRO— freguezia,  Algarve,  coneelho 
d*Alcouiim,  comaròa  de  Tavira,  70  kilume- 
tros  a  E.  de  Faro,  195  ao  S.  de  Lisboa. 

Tem  290  fogos. 

Em  1757,  tinha  242  fogos. 

Orago,  S.  Marcos,  evangelista  (o  s,ea  pri- 
meiro orago,  foi  o  Espirito  Santo.) 

Bispado  do  Algarve,  districto  administra- 
tivo de  Faro. 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  tinha  360 
alqueires  de  trigo,  e  70  de  cevada. 

A  povoação  principal  está  na  encosta  da 
serra  do  Algarve,  entre  as  duas  ribeiras, 
Vascão,  que  lhe  fica  ao'  N.;  e  Foupana, 
ao  S. 

E'  falta  d'agna  potável,  e  a  que  ha  é  só 
de  poços. 

A  egreja  matriz  é  pequena,  velha  e  po- 
bre. 

Tem  uma  bôa  feira,  e  romaria,  no  dia  do 
padroeiro  (25  d'abrilj  muito  concorrida  de 
gente,  não  só  da  província,  mas  também  do 
Alemtejo  e  Hespanha. 

Vende  se  n*ella  muito  gado,  tecidos  de  lã, 
aqui  mesmo  fabricados,  que  são — surianoSf 
frizas,  estamenhas  (a  que  chamam  merino) 
e  meias,  também  de  lã. 

No  território  da  freguezia  ha  poucas  ar- 
vores, mas  é  fértil  em  cereaes;  cria  muito 
gado,  e  fazem-se  aqui  muito  bons  queijos. 

£'  abundante  de  peixe  do  mar,  qu^)  lhe 
vem  pelo  Guadiana  (que  fica  próximo— ao 
S.)  e  também  muito  bum  peixe  d*este  rio. 

Era  couto  para  pessoas  falidas  ou  indi- 
vidadas,  ás  qnaes  bastava  hirem  assignar 
termo  na  camará  d'Alcuuiim  (a  cujo  aeto 
chamava  o  povo,  sentar  praça  de  burlão) 
para  não  poderem  mais  ser  citados  nem  de- 
mandados por  dividas  anteriores  á  sua  do- 
uiciliação  n'tstaíre|^oezia;  mas  nio  lhes  va- 


PER 

lia  o  privilegio,  pára  as  que  oontralôsm 

depois. 

Também  tinha  esta  freguezia  o  privilegio 
de  não  darem  recrutas;  mas  eram  obrígadM 
todos  os  homens  válidos,  a  defenderem  os 
pontos  militares  do  Guadiana,  fronteirot  á 
freguezia,  em  tempo  de  guerra  com  oseas* 
telhanos. 

PEREIRO— freguezia,  Beira-Alta,  comar- 
ca e  concelho  de  S.  João  da  Pesqueira,  36 
kilometros  de  Lamego,  360  ao  N.  de  Lis- 
boa. 

Tem  70  fogos. 

Orago,  S.  Sebastião. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo de  Viseu. 

O  Portugal  Sacro  e  Profano^  não  trazês* 
ta  freguezia. 

E'  terra  fértil.  Bom  vinho.  Gado  e  caça. 
Peixe  do  rio  Douro,  que  lhe  fica  ao  N. 

Foi  viila,  e  o  rei  D.  ManuW  lhe  deu  foral, 
em  Évora,  aU5de  novembro  de  1519.  {L*de 
foraes  mvos  da  Beira,  fl.  187,  col.  1  *) 

PEREIROS  —  freguezia,  Traz-os^MoDies^ 
concelho  d0  Carrazeda  de  Anciães,  comar- 
ca de  Moncorvo,  130  kilometros  ao  N.B.de 
Braga,  420  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  150  fogos. 

Em  1757,  tinha  112  fogos. 

Orago,  Santo  Amaro. 

Arcebispado  de  Braga,  districto  adminis- 
trativo de  Bragança. 

O  commeodador  da  ordem  de  fifalta,  da 
vilIa  de  Poyares,  apresentava  o  vigário,  qoa 
tinha  80^000  réis  e  o  pé  d*alur. 

E*  terra  fertlL  Muito  gado.  Muita  caça, 
grossai  e  miúda. 

Esta  fregU''Zia  gosava  dos  grandes  pri- 
vilégios dos  caseiros  de  Malta,  por  ser  com- 
mt- nda  da  ordem. 

PEREIROS— freguezia,  Beira  Alta,  coosar- 
ca  e  concelho  de  S.  João  da  PeSijUfira,  45 
kilometros  de  Lamego,  355  ao  N,  de  Li3* 
boa. 

T«*m  90  fogcís. 

Em  1757,  tinha  78  fogos. 

Ora<o,  o  Salvador. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra* 
tivo  dtt  Viseu. 

Os  quatro  abbades  da  villa  da  Peiqaeir^ 


PER 


PBR 


687 


apr^ íedUvám  simiiUaneaineiite  o  cara,  que 
tinha  tSOSOOO  réis  e  o  pé  d'altar. 

£'  terra  fertH.  Bom  vinho,  gado,  eaçã,  e 
pef xe  do  rio  Donro,  qae  lhe  fica  ao  N. 

PEREIROS  —  fregaezia,  Traz^osMontea, 
eoneelho  comarca,  distrieto  admiai^trativo, 
bispado  e  próximo  de  Bragança,  70  kilome» 
tros  ao  N.  de  Miranda,  450  ao  N.  de  Lis 
boa. 
Tem  20  fogos. 
Em  1757,  tinha  17  fogos. 
Orago,  Santo  Amaro. 
O  bispo,  apresentavo  o  abbade^  que  tinha 
iSlOOO  réis  e  o  pé  d*altar. 

Aqui  ha  forçosamente  en* 
gano  no  Portugal  Sacro  e  Pro- 
fano. 

Ou  o  parocho  nlo  era  abba- 
de,  ou  tinha  mais  de  IMOOO 
TéAr,  porqae  o  pé  de  altar  era 
ln:!tigoiâcantissimo,  vista  a  pe* 
qaenez  da  freguesia. 
Esta  parochia  foi  ha  muitos  annos  sup* 
primida,  e  está  annexa  à  de  Bragança. 

PERELHAL  —  freguezia,  Minho,  comarca 
e  concelho  de  Barcellos,  24  kilometros  ao  O. 
de  Braga,  335  ao  M.  de  Lisboa. 
Tem  150  fogos. 
Em  1757,  linha  112  fogos. 
Orago,  S.  Payo. 

Arcebispado  e  distrieto  administrativo  de 
Braga. 

0  parocho,  era  vigário,  collado,  da  opção 
do  cabido  da  Sé  de  Braga,  e  tinha  112^000 
réi4  de  rendimento. 

E'  terra  muito  fértil.  Muito  gado  e  caça. 

PERENCIA  — fui  o  nome  que  deram  a 
Vallença  do  Douro^  em  um  aforamento,  fei- 
to pelo  mosteiro  de  S.  Pedro  das  AgUlas, 
em  1269.  povoando-a  de  novo,  e  repartiu- 
do-a  em  24  casiafs  ou  courellas. 

A  horrível  epidemia  e  grande  mortanda- 
de que  tinha  devorado  os  seus  habitantes, 
lhe  giaageuu  aquelie  nome  fatal  e  de  mau 
agiiuro,  >  que  ainda  hoje  lhe  Dâ#  era  im- 
dr«prio,  attendendo  a  pouca  salubridade  do 
seu  clima. 

1  Perencia,  no  antigo  portuguez,  sfgoifl- 
eava  mortandade. 


Sô  por  antifrasi  lhe  convém  o  de  Val- 
lença. 

Vine  Vallença  do  Douro, 

PERES  (qoinu  do)  —  Extremadura,  na 
fregut^zia  de  Bemíica,  concelho  de  Belém, 
comarca,  distrieto  administrativo,  patriar- 
chado  e  6  kilometros  ao  N.  de  Lisboa* 

Nào  se  sabe  quial  foi  o  antigo  nome  d*es- 
ta  propriedade;  hoje  chama-se  quinta  do 
Peres,  porque  foi  um  negociante  d'este  ap- 
pellido,  que  a  restaurou,  no  primeiro  quar- 
tel do  século  XIX. 

£*  uma  rica  propriedade,  tanto  pela  no- 

bresa  dos  edificios,  posição  e  ornatos  dos 

jardins  e  corpolencia  das  arvores  silvestres 

que  a  assombram,  como  pela  sua  extensão, 

e  pela  abundância  e  variedade  das  suas  pro« 
ducçdes. 

Pertenceu  ao  fallecido  barão  do  Río-Tíu- 
to,  que  lhe  fez  grandes  melhoramentos;  ho- 
je é  do  sr.  José  Iglezias,  rico  negociante  e 
capitalista  de  Lí:*boa. 

O  palácio  d'esta  quinta,  serviu  de  resi- 
dência à  sr.*  infknta,  D.  Anna  de  Jesus  Ma- 
ria, e  a  seu  marido,  o  sr.  duque  de  Loulé 
(então  marquez)  desde  o  seu  casamento,  em 
novembro  de  1827,  até  3  de  fevereiro  de 
1828,  dia  em  que  fagiram  para  Ingla- 
terra. 

Peres^  é  um  appellido  nobre  em  Portu- 
gal. 

Vide  vol.  5.%  pag.  164,  col.  1.*,  no  fim. 

PERNES— villa,  Extremadara,  concelho» 
comarca,  distrieto  administrativo,  e  18  ki- 
lometros ao  N.  de  Santarém,  24  ao  N.  do 
Tejo,  12  de  Alcanede,  15  ao  S.  de  Torres  No- 
vas, 100  ao  N.E.  de  Lisboa. 

Tem  210  fogos. 

Em  1757,  tinha  247  fogos. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  Purificação  (ou 
das  Candeias.) 

E*  no  patriarchado. 

A  mitra  apresentava  o  vigário,  que  tinha 
40^009  réis  de  côngrua  eo  pé  d'altar* 

Tinha  coadjuctor,  dois  beneficiados,  e  the- 
soureiro. 

E'  povoação  muito  antiga.  D.  Manoel  I» 
lhe  deu  foral,  em  Lisboa,  a  2  de  dezembro 
de  1514.  (LiVro  de  {oran  novos  di  Exlre^ 
maé/m-a,  ft  104,  col.  2.*) 


688 


PSR 


Foi  cabeça  de  um  antigo  co^eelho  (com 
1:030  fogos)  sapprimido  por  decreto  da  34 
de  outubro  de  1855.  Pertencia  entio  à  co- 
marca de  Torres-Novas. 

Tem  feira  a  8  de  dezembro,  trez  dias. 

Foi  povoação  moorisca. 

Aqui  eflteTB  (vindo  de  Coimbra)lD.  Affon- 
so  Henriques  com  as  suas  tropas,  em  6  de 
soaio  de  1147,  qoando  hia  tomar  Santarém, 
e  ló  n*esta  povoação  descubríu  aos  cbefes  a 
empreza  que  meditava. 

Acamparam  na  matía  de  P#mfa. 

Situada  (a  villa)  na  encosta  da  um  monte 
arborisado,  em  sitio  fresco,  e  muito  abun- 
dante de  aguas. 

£*  atravessada  por  dois  rios-^o  de  Per- 
nes^ de  pouca  agua,  e  que  muitas  vezes  sec- 
ca  durante  a  estiagem.  Também  lhe  dlo-o 
nome  de  Porto  de  Centeio — e  o  ÀlrieUa,  es- 
te produz  muito  bom  peixe,  e  enira  bo  Te- 
jo, a  24  kilometros  ao  S.  da  viHa,  jnnlo  à 
Ponte  d*Alviella. 

Nasce  em  uns  olhos  d'agua,  onde  tem  um 
sorvedouro,  que  engole  quanto  lhe  lançam 
e  logo  o  despedaça  contra  nns  penhas* 
eos. 

E'  cale  rio  que  se  anda  a  eanalisar,  pa- 
ra o  abaitecimento  das  aguas  de  Lbboa,  por 
conta  da  Companhia  das  aguas,  (Vide  vol. 
1.%  pag.  179,  col.  l.*) 

£*  terra  muito  fértil  em  todos  os  géne- 
ros agrícolas  do  nosso  paiz,  e  cria  muito 
gado. 

Tem  Misericórdia  e  hospital,  para  passai, 
geiros  pobres. 

Na  aldeia  da  Chan  de  Baicco^  dVsla  fre* 
guezia,  ha  um  poço,  chamado  do  RmdeirOi 
cuja  agua,  bebida  por  qualquer  animal  que 
tenha  sanguessugas  nas  goeilas,  logo  estas 
lhe  cabem. 

A  ribeira  de  Pernes,  é  abundantíssima  de 
aguas,  muito  aprasivel  no  verão,  íertílissí- 
ma,  e  povoada  de  muitos  engenhos,  hortas, 
pomares  e  arvoredos. 

No  ponto  mais  elevado  da  povoação  eetà 
a  egreja  matriz,  templo  antíqnissioio  e  vas- 
to, fundado  no  tempo  dos  nossos  primeiros 
reis. 

Tem  allar-niór  e  seis  capellafi  hteriM. 


o  altar^mór  ó  de  rica  talha  dourada» 
dado  fazer  pelo  capilàomór  de  Pernes^ 
çal  da  Silva  Botelho. 

D'eate  sítio  se  descobre  um  vasto  e  deli- 
cioso panorama,  e  o  formoso  Tejo. 

Ao  lado  esquerdo  da  egreja,  está  a  eapel- 
la  de  Nessa  Senhora  do  Rosário,  i^ande^  bo- 
nita, e  de  abobada  de  pedra. 

£'  também  muito  antiga. 

A  frente  que  olha  para  a  porta  travessa 
da  egreja,  é  de  bella  architectura,  e  assen- 
ta em  4  columnas  de  finíssima  pedra,  pri- 
morosamente lavradas. 

Tem  a  Senhora  dos  Remédios  uma  gran- 
de e  antiga  irmandade,  cnm  o  titulo  de  con- 
fraria do  Rosal,  que  jà  existia  no  tempo  do 
rei  D.  Kanuel. 

Os  sea^  rendimeipitos,  que  eram  bastan- 
tes, se  empregavam  na  conservação  e  ador- 
nes da  capella,  e  diante  do  seu  altar,  haria 
uma  grande  alampada  de^  prata,  constante- 
mente accesa,  em  honra  da  Virgem,  e  do 
patriarcha  S.  Domingos,  que  está  no  mes- 
mo aliar. 

£*  esta  Senhora  objecto*  de  grande  devo- 
ção da  gente  de  Pernes  e  seu  termo. 

A  sua  festa  se  fazia  jio  !.<"  domingo  de  ou- 
tubro, e  a  chamada  da  Rosa,  em  um  dos  do- 
mingos de  maio,  distribiindose  n'esta«  fe- 
ios devotos,  rosas  bentas,  que  se  teem  como 
preservativo  de  muitos  males. 

Antigamente  havia  n'esta  capella,  ladai* 
nba  em  todos  os  sabbados  da  quaresma»  e 
em  todos  os  domingos  do  anno,  missa,  pelo 
parocho,  distribuindo  se  rosários  aos  ir- 
mãos. 

A  pouca  distancia  d*esta  villa,  mas  já  no 
diatríclo  da  freguecia  de  S.  Vicente  do  PaUl 
(vide  este  voL,  a  pag.  007»  çol.  1.*,  na  ulti- 
ma linha)  sobre  um  monte  sobranceiro  a 
um  formoso  vaile,  regado  pelo  Alviella,  está 
a  bonita  capella  de  Ifossa  Senhora  dos  Be- 
nuéios. 

Foi  mandada  construir  por  um  reiigioso 
da  ordem  da  Santíssima  Trindade,  d9  con^ 
vento  de  Santarém,  pelos  annos  de  1600l 

Este  religioso  vinha  no  verão  residir,  por 
ordem  dos  médicos,  para  uma  quinta  que  o 
seu  mosteiro  aqui  possuía,  e,  para  ter  per- 


mi 

to  de  easa,  onde  dizer  niÍ8sa,^  á  qaè  mandem 
fazer  esta  obra. 

'  N^o  tem  k  Séntíorá  dos  Remédios,  {rmáb- 
dade  eánonicamente  erecta;  mas  úma  eon- 
firária  electiva,  que  cuida  dos  reparos  do 
templOy  e  da  festa  que  se  faz  á  sua  padroel* 
tti,  em  um  dos  domingos  de  setembro,  e 
qae  amlgameate  foi  muito  concorrida. 

'  Em  freute  da  viUa  de  Pernes,  sobre  úm 
formoso  monte,  povoado  de  frondoso  arvo- 
redo, e  ao  sopé  do  qual,  se  espraia  por  en- 
tre veigas  de  eterna  verdura,  o  pittoresco 
Alviella,  está  a  ermida  de  Nossa  Senhora  do 
Livramento,  construída  pelos  antíos  de  1550, 
por  um  Individuo  d'a(fuí,  que  militou  na 
índia,  d*onde  consta  que  trouxe  a  imagein 
da  padroeira. 

Póra  da  porta  principal  da  ermida,  ha 
um  alpendreou  galilé,  de  abóbada,  suspen- 
sa em'  «eis  eolomnas  de  pedia. 

B'e5te  sitio  se  gosa  um  fòrmosissfmo  e 
vasto  paflorama. 

D^aquf  se  véorio  Aivièllá»  que  mesmo 
em  frenre  do  templosinlio,  se  despeuha  ra- 
pMo  e  furioso,  de  uns  ahos  rochedos,  for- 
niãndo  umá  das  suas  mais  beUas  catadu- 
pas. ,  .  >  ...   V 

*  B''  este  'sitio  muito  frequentado,  niò  tó 
pelos  devotos  que  vSò  em  romaria  á  Sé* 
nbora,  mas  também  por  muitas  pessoas  que 
vio  gosar  a  frescura,  amenidade  e  formosas 
vfstas  d'èste  monte. 


PiSA 


m 


I  • 


Durante  a  (guerra  fratrídda  de  IB38  a' 
1691,  fof  esta  villa  por  dna^  vezes  theatrò 
def  seenàs  bem  tristes. 

Em  novembro  de  1833,  estava  o  exereMo 
rlMlisCa  em  ÍSantarem,  e  os  moinhos  dos 
rios  de  Pernes,  é  que  lhes  forneciam  as  fa-' 
rinhas. 

Receando  os  realistas  alguma  surpresa, 
ooDservavam  aqui  um  destacamento;  po- 
rém, a  li  d*aqiii-lle  mez,  o  general  Salda- 
nha,'o' burprebende,  obrígando-o  a  fugir  em 
debandada,  e  manda  destruir  todos  os  moi- 
nhos, e  inatllisar  as  faríidiás. 

Félizmentei,  d'esta  vez,  correu  pouco  san- 
goe.       ' 

Bm  30  de  Janeiro  de  1894^  houve  porém 

v«una  n 


aqiíi  uma  sanguinolenta  batalha,*  dada  peMi 
mesmo  general  Saldanha,  contra  o  marechal 
> de  èampo  Canavarro.   '  •' 

Como  eu  assisti  a  párté  d*ella,  e  sei  mui* 
tas  antecedencias  e  consequências,  dou  aqui 
os  esclarecimentos,  eom  toda  a  verdade  e 
exactidão,  para  ficarem  em  lembrança;  Ilmi* 
t^tído- me  simplesmente  a  narrar  ios  foctos» 
sem  lhes  fazer  o  mínimo  commentario,  pára 
se  não  dizer  que  faç&  pbntiea. 

Em  outubro  de  1816,  estaitab regimento 
dè  infanteria  n.*»  11,  na  snn  finca  de  Ai-» 
meida,  e  era  seu  coronel,  Caetano  Alberfò 
de  Souza  Cánaviarto. 

António  Tavares  Maggessy,  então  briga- 
deiro, fez  a  revòltA  na  Reira  Baixa  è  Alékn- 
tejo,  em  fovor  do  si<.  iy.  itigneL  '  ' 

Canavarro  era  HbéM;  mas  como todddòt 
ol&claes  e  praçaè  de  j)ret  do^^seu  regimento^ 
eram  realistas;  temendo  alguma  fatalidade^ 
anntiiu,  eontra  vontade,  ao  numímènitOy  é 
contra  vontade^  teve  que  emigrar  pata  á 
Hespahha  em  7  de  ma^çe  de  1827,  com  ás 
tropas  do  general  mkrquez  de  Chaves. 

Begressandé  a  Portugal,  foi  feito  briga- 
deiro, e  por  fim  marechài  de  campo. 

Durante  atíuerra  civil  que  principiou  em 
1832,  deixtfu  se  sempre  bater  pelos  Hberàes, 
todas  as  vezes  que  se  'lhe  confiaram'  tfé* 

pas.   •     ,'''"' 

Depois  da  ác{io  de  Pernes,  'de  que  r^ 
thitar,  foi  mandado  petv  sr.  B';  Viguei,  fNH* 
ra  governador  da  praça  de  Miranda,  enlf^ 
gando!-se  aos  Uberaes,  antes  da' convenclla 
de  Evora^Monte;  '»      '  •  ^    -  '    -  --'-r. 

Dbu  estas  éxplicàçSes  jirevias,  para  qilft 
86  possa  avaliar  bein  o  'resiúfodo  da  ac- 
ção.-   

Os  realistas,  tíáham  reeònêtniido  o»Hol- 
nhos  de  Pernes,  e  os  guardavam  com  dtths 
brtgadás. 

Saldanha  estava  ttííh  -a  sna  divMo  ett 
Torres-Novas,  apenas  15  kilometrcs  ao  R 
de  Pernes-^to  é— Jornada  de  t  ou  3  ho- 
ras. •.!..•' 

Canavarro,  foi  mandado  de  Santarém  at- 
Cacar  iSaldanha,  mas,  em  vez  ^isso,  foi  acjMU-  ^ 
par  em  Torre  do  Bispo;  oconpando  a  t-*  bri- 
gada (do  eommándo  ao  tirígadeáro  Bemarf 
«ino  Coelho  Soares  de  Mour^a^  a  altora  da 

44 


m 


fm 


!|^^--^  çomnaDâo  do.coroiie)  íraQcez,  Brás* 
saget  —  ficou  postada  na  soa  frente,  a  no» 
t;MO  metros,  tepdo  d^  permeio  ;0  ric^  cid- 
âa/caa4alafo. 

A  cayallaria  estava  DarecUgoai^  da  Lr 
brteada* 

O  yegimeato  de  infanterian."  17,  do  cpm- 
QiaiHÍo,  00  eoiiio,  tenente  ooroçe],  Victoi^ 
José  da  Silva  Tavares,  de FagíÚoi  ara  doada 
9,*.brigadf^<6  ^ae,  portaato^  estava  aleoji  do 
off^  teivei  IMS maQJIiaii  d'efl$e  ^^  30  de  janejr 
n^  rmstq,  de  ^rmamnto^  e  utqioa  com  o$ 
fecho$  fíã  mão,  quando  foi  imopioadamPiUa 
attaçadol  • .., 

^Vlaiil^iiPonJ^^ce^Q^i  n^o  ró.  4as  naUsr 
colhidas  posigôea  4#.ii|ia>igo»  como  da  todas 
naua  circoiostaocias,  4âifr  kifípr^iso  sobre 
9  r^giifienlQ  i7,  que  pa^  podendo  dar  u^ 
lilf»^  a.  ii«it^>  aeaeomi^ançlaQte»  major  e 
ajudaiM^  tagiDsm  a  u/nkasi^  cç^^qflã,  trata  de 
^Bb^dar^  procurando  lambei^  na  fngf  > 
qQa  saWaQào;  mas,,  ignorando  que  q  rio  ti^ 
nha  um  yán,  e  que  mfM  i^ma  hayia  um^ 
PfH9t^de  madeira,  atir^sfs  90  no,.ond6ixnú- 
u  gente  morreu  i^fffisda» 

O  vesfo  4a  ^f gaá;^  q()kec<^ava  naJbra- 
TQra^^iéalti  iDUnca  dasmeuiida,4o2.«*  d;£l- 
^E«%  ^  y/H^prp  ;fug4r  tão  dnsoraisn^dameitte,' 
faz  o  mesmo;  de  modo  que  os  realistas  tive- 
mm  al0m  do  rioi,  peií^o  de  íjOO  baj^tasi.  a 
noAiíoi!  partffi  4ft>gad9«»  e  o  ree^to  monos  ou 
prisioneiros  ;   ,.  .  ,•  uv 

«u04  q^e  .pAí^eran^  atravessar  o  rio^  íoram 
reunirse  â  1*  brigada,  que,  em  breve,,  foi 
alacailf  .pela9 .  trepas  Uberaes;  mas  Soaiws 
de,.AbiiiriSfe  nqo  ^ra  a  Çaiia,Yar^9r  ^  cus  1^^- 
listas  pederam  executar,  muito  vagarosa  e, 
o^flnadaipept%  a  si^a  x^^áA  a(^.  Sa^^- 

Quem  n*esta  retirada  se  eobriu^^^i; 
na^aimrifi],e  demoj^u-ou  aoi  mundo,  1^ 
ople.  pede.  i^iegar.^  egragem  e  0  sangue- 
frjQ  do  soliadA  pQrtug^ez,.  f^i  9  Inrav^síma 
regimento  de  infanteria  de  Bragança  (n.* 

i.    .1-  •        *       •  •  ^     . 

>  In/Inferia  «.•  5,  ^r,^  o  {•  d^Elv^,  je,í7, 
o  z. . 

'AmMs  eram  éNi  idRirttf o  do  Stfv^ira>  e  ti- 
ntan  eslaéo)fmigraÉos om.Haspanba,  doi- 
demwrQp  d^  ^M(7,  até  agosto  de  18X8/ 


Si)j  ^  Áh  ^^  beroieo  tenepte.  corond,  ^Th 
cente  Thomaz  de  Vellasco. 

O  l)rioso  dA,  que  tioba  1:300  praças,  inr* 
m^u  em  quadrado^  e,  apoiado  por  Ues  ei* 
quadrõea  de  cavailaria  (dos  regimeotoso.* 
4«  6  ^  7)  eommaodadoa  pelo  .tenente  eon- 
nel,  Jacinlho  Venâncio  ,de  Menezes,  nio  ló 
repelliu  com  admirável  galhardia  os  atih 
quês  do  inimigo,  mas  .até  zombou  de  todai 
as  suas  inúteis  investidas,  chegando  a  pn- 
so  ordinário  a  Santarém,  com  perdas  iDii< 
gnificaotes. 

A'  bravura  e  rigorosa  disciplina  á'm 
regipiento,  deveram  Ds,]reali3tas  a  salvaçk 
dos  fpgiiivos  4a  2.*  bngftda#  fi  bôaordemn 
remirada  da  i.%  e  a  oooservaç^  de  todai 
a^a  arUlberia  e  bagageps. 

Sainte  Pardeux^  diz  que  esta.  gloriosa  n* 
tirada  s^  deve  á  bôa  direoçao  do  coroiel 
Brassaget,  o  que  é  puramente  mentira 

Este  ofiicial  francea  (queíoí  morto  4^'ii 

depois»  na  batalha  4* Almoster)  obedeoerio 

ás  ordens  de  Canavarro,  deix^Urse  mW 

<  em  um  fidjo  (01^  ratoeira)  ese  não  é  1^  í.'ki- 

)  g^da»  li  deixava  to^aa  as  suas  ii}opia . 

Devemos  porém,  confessar  ,qu#^  pn  m, 
bravo  o^Sc&aJ^  e  qu^  protegido  peJUs  W^ 
de  Soares  de  Moura,  poude  organisar  osne^ 
.  t|ds  fia  sua^g^iatsi;  e,  tendo  poc  (i^luarts  inv- 
pogn^vei  o  qoa4rado.  do  24|  operou  a  fitt 
retirada»  do  outro  lado  .do  ^rif^  na  meliMr 
ordem.     . 

)    A  retirada  de  Pernes,  foi  um  dos  oiit 
Ibellos  feitos  militares  d*e3ta  guerra— egu* 
'  l^ndo  ^.  gal)u^rdia,  a,  reUfodçL  ie  SoutaU^- 
dondo,  opera-la  pelo-  coiK>pel  Pacheeo^  << 
;Seu  heróico  regimento,  liberalf  9^*  10  ^'^ 
'  fiftutar j|i»  a^  fgj^  se  ^ti^e  a  salvação  do  i«- 
to  da  divisão^  n'esta  l^falba  tao  desastfott 
p^ra  as  armas  liheraea.    .  , 
j    (Vide  SotttO' Redondo,)  t  • 

I  .  Em  t^oda  a  g^r;*a  peninsular,  nio  sepp- 
tiçaf-am  dois  reUos  nws  briilbaiM^ 
i  JMsip^  como  o  gem^al,  Alv> V  ^^^^  ^* 
Fonseca  Coutinho  e  PóvAitf^te^ogioafCMl 
justiça,  a  a^gj^ao  e  hravnra  do  p^^ 
fPacheco,  e  do  s^p^regimento;  tao^^  P|^ 

j    .  .     ,       ../•..•  ••;» 

I   »  Foi  feito  coronel  de  infanteria  d.*  i  (** 
^  lisboa)  por  lUstíncçio. 


t  > 

V        • 


PBft 

nwd  Mteibafet  os  dovidos  ^Dcomio»  ao 
eoroDel  VeUaaco»  e  ao  regimealo  21,  apon^ 
taado«08  aos  seus  ajúdantea  d*ordaxi8,  como 
exemplo  de  coragem  e  dísciplma^ 

Ifaa;  quanlo  maior  aâoaaria  a  gloria  á^ea- 
tetAiia  teavoa  eoroaeis,  e  dos  mm  brio9Ds 
soldados»  se  o  seu  valor  se  empregasse  cod« 
tçaosvlnimlgoa  da  pátria,  e  não  em  deira* 


?m 


69i 


i  • 


«Sangae  d^irmàos,  em  guerra  fratricida  li 


i&*iiaiiva|. de  Pernes,  o  padre  Autpoia  dos 
Reis,  da  eongcegaçao  do  oratório,  de^.  Pbi^ 
lippe  Nery,  na  qual  professou,  em  1797;  qua- 
lificador do  santo  officio^  coosaltor  da  bulia 
én.  Santa  Crnsada.  mesuro  de  iheolpgia  mo- 
ral, na  sua  ordem,  examinador  synodal  do 
P4triarcliada  de  Lisboa,  e  das  três  ordens 
militares,  cbronista-mór  do  reino,  na  lia- 
gMriatiBa,  académico  o  censor  da  academia 
nal  àa  bistoiia  portugueza,  e  fundador  de 
varias  escolas.  .  . 

:Voi'  iHi.  varão  do  grandes  virtudes  e  de 
i|Mltoima  ermài^  nea  letua»  sagradas  q 
pnrfáiai^  Q^crevf  ttdo  e  publicando  varioali- 
vros,  de  sermões,  muito  elegantes,  pois  «era 
ai»'e8<larecidO'K^<i<u' ^'i^^^^ico. 

#Qiíitakibo«à*BlegamíSBimo^pdeta  latipo, 
eminente  nos  epigrammas,  como  provamos 
cmce  llieroa  do  sen  i.*  tomo,  reimpresiaiog 
eml730. 

•Vtt  «'Haddouitoprtmir,  a  eottecção  de 
teto*  Qir  peetaft^portogtie^es,  (itte8ereim<^ 
piiwiu. 

Morreu  de  48  annos  de  edade  (poia  ti<* 
nha  nascido  em  1690)  em  iddeaoaio-de 
1738. 

Kegeitou  a  mitra  de  P^kJm^/Cbina)  e  o 

goívénio  dH  arcebispado  de*  Braga. 

. ..    » 

Já  a  pag.  d79,  eoL  1.^  do  1/  volume,  dis* 
fle'<|ue:ia  tsoinpanbia  das  agftas  do  Lisboa 
intMífa  deícaiaiiaàr  o  AlviellavpaQraeabaa* 
teèineaaydé  Lisboa;' 

Gomo  depois  d*isso^  as  obras  teem  pro- 
gfedidè  rapidanenle,  pelo  grando  numero 
deo^erarioa<empregados  ik*el&as,}uigo  a  pro- 
posUo  diíer  aqui  o  estado  em  que  se  acha^ 


esta  gigantesca  en^preza,  em  junho  de  18^6 
.  £'  o  seguinte: 

Está  quasi  concluído  o  reservatório  da 
chegada  das  aguas  e  terminação  do  canal  do 
Alvieila,  construído  na  antiga  côrea  dos  fra- 
des Bar badínbos,  a  Santa  Apoiopia. 

O  canal  começou  a  construir- se  de  List^oa 
e  não  do  Aiviella,  afim  de  se  poder  lançar 
logo  na  distnboição,  toda  a/ ajeoA  ^esefos- 
se  encontrando* 

^  Os  trabadbos  continuam  em  grande  esda* 
la,  e  á  proporção  que  se  obteem  amigável,- 
.mente  expropriações  de  terrenos,  abrem*se 
immediatamente  trincheiras  e  tUBDeis,e  maior 
impulso  teriam  se  não  fosse  a  dependência 
da  resK^laçàoda  algii^ns  processos  de  esp|ro« 
príaçõôs  que  dífiíicuUam  o  progressivo  aa- 
gjpaento  do  caaal. 

Este  é  composto  de  obras  de  arte,  trin- 
cheiras, túneis,  e  syphõesde  ferro  (para  os 
vaUes)  do  k  metro  de  circumíerencia. 

Na  constvupçao  das  trinchticas  emprega- 
seoeimentoopo2y:o)ana,ena  pei;furação  do 
tunneis,  tem-se  encontrado  grandes  pedrei- 
Tas  que  são  destruída?  a  fogo,  empregando- 
se  para  isso  a  pólvora  e.a  dynamite. 

As  obras  em  execução  são  actualmente  nos 
Olivaes,  Alverca,  Alhandra,  Alemquer,  Qtta 
'(onde  ha  agu% abundante  quo<podm  cor- 
:rer  em  ,Lisboa  d'aqui  a  2  annos)  e  Pernes, 
ie  brevemente  vae  começar-se  o  grapde  t^p- 
nel  em  Rio  Maior.  \ 

A  quantidade  de  agua  dividida  pela  po- 
pulação de  Lisboa,  calculada  em  âOQ:000 
habitantes,  íoi  até  1862,  de  5  litros  por  ha- 
bitante, em  cada  24  horas;  de  1863  ató  1867» 
jde  10  litros;  em  1868,  de  11  litros;  em  1869 
;  por  diante,  de  20  litros. 

Uma  das  peças  principia^  do  processo  ar- 
'  bitral,  a  fim  de  comparar  a  quantidade  de 
agua  >qu0(  teern*  outras  cidade9  com  a  qixe 
item  Lisboa,  diz  que  Roma,  tem  94&  litros 
por  habitante;  Neva  York  568;  Londres  150; 
1  Génova  120$.  Glasgow  lOÒ;  Paris  90,  estan- 
do*se  a  construir  n'esta  cidade  o  canal  Va- 
ne,  que  deve  trazer-lhe  mais  100:000  me- 
tros cúbicos,  com  o  que  ficará, tendo  céiy^a 
de  UO  litros  por  habitante;  mas  fíoará  em 
melhores  condições  Lisboa,  quando  forem 


I 


introduzidas  as  novas  aguas,  porque  os 


692 


PÊR 


PER 


4:IOO^metro9  cnbicos  qae  boje  ba,  eom  os 
30:000  qae  vêem  do  Alviella,  dariU)  170  li- 
tros por  babftaote. 

PERlflDÊLLO  —  serra,  HInbo.  Vide  toI. 
3.*,  pa^r.  183,  col.  2.%  a  ullima  lioba. 

PÊROFIMS—Tíde  Romão  (monte  de  São) 
e  São  Pedro  Fins,  no  coneelbo  de  Paços  de 
Ferr#*íra. 

PÍR0-6UARDA— fregneda,  Alentejo,  eon* 
celbo  de  Ferreira,  comarca,  dístricto  admi- 
nistrativo e  bispado  de  Beja,  54  kilometros 
ao  O.  d'Evora,  100  ao  S.  de  Lisboa. 

Tem  130  fogos. 

Em  1757,  tioba  78  fogos. 

Orago,  Santa  Margarida. 

A  mitra  apresentava  o  cora,  qae  tinba  180 
alqaeíres  de  trigo. 

E*  terra  maíto  fértil  em  cereaes,  e  cria 
muito  gado,  de  toda  a  qualidade. 

Nos  Aeus  montes  ha  muita  eaça. 

PÊRO-MONIZ — fregoezia,  Extremadura, 
eonceiho  do  Cadaval,  comarca  d'Alemquer, 
60  kilometros  ao  N.B.  de  Lisboa. 

Tem  100  fogos. 

Em  1757,  tinba  35  fogos. 

Orago,  S.  João  Baptisla. 

Patriarebado  e  districto  administrativo  de 
Lisboa. 

O  povo  apresentava  o  cura,  que  tinha 
lOOMOO  réis  de  rendimento. 

E'  terra  fértil,  muito  bom  vinho.  Gado  e 
caça. 

PÊRO-SOARES  ^  freguesia,  Beira  Baila, 
concelho,  comarca,  districto  administrativo, 
bispado  e  6  kilometros  da  Guarda,  300  ao 
E.  de  Lisboa. 

Tem  75  fogos.' 

Em  1757,  tinha  46  fogos. 

Orago,  Santa  Marinha.  (Poi  antigamente, 
S.  Julião.) 

O  real  padroado  apresentava  e  prior,  que 
tinha  ISOifOOO  réi»  de  rendimento. 

E'  terra  muito  ter  til. 

Cria  muito  gado  de  tbda  a  qualidade,  e 
nos  seus  montes  ha  muita  caça,  grossa  e 
miúda. 

Está  esta  freguezia  situada  sobre  a  mar* 
gem  do  Mondego,  que  Uie  fornece  bom 
peixe. 

FÍRO-VISEU -^  freguezia,  Beira  Baixa, 


comarca  e  concelho  do  Fonffio,  10  kflooi* 
tros  da  Guarda,  190  ao  E.  de  Lllboa. 

Tem  S70  fogos. 

Em  1757,  tinha  184  fogoe. 

Orago,  Nossa  Senhora  da  GonaolaçiOb 

Bispado  da  Guarda,  districto  adminislii* 
tivo  de  Gastelio-  Branco. 

Os  herdeiros  do  morgado  de  Féro-Yliei^ 
Diogo  Dias  Machado  e  Cunha,  apresentava! 
o  cura,  que  tinha  150#000  réis  de  rudi- 
mento. 

Terra  fértil.  Muito  gado  e  muita  caça. 

PEROZÈLLO— freguezia,  Douro,  eomara 
e  concelho  de  Penafiel,  45  kihHMtres  aoR 
E.  do  Porto,  330  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  135  fogos. 

Em  1757,  tinha  97  fogos. 

Orago,  Santa  Maria  (Nossa  Senhsra  h 
Visitação.) 

Bispado  e  districto  admlnistrativs  4» 
Porto. 

O  morgado  da  Torre  de  Goreixas,  api«> 
sentava  o  reitor,  collado,  que  tínlia  IWW 
réis  de  côngrua  e  o  pé  d*altar. 

(Vide  pag.  90,  eol.  I.«,  d*e8te  volviae;  oo- 
de  trato  da  Camllla  de  Diogo  Leite  Pereira4 

Beetífico  aqui  nm  erro  ty^graphieaqoi 
então  escapou. 

Onde  está  n*este  3.*  paragnplio— SfaAir 
dê  Correirai,  deve  lér-se— «SMAor  êeCdré- 
xa$» 

E'  terra  fértil.  €ría  muito  gado,  de  lodi 
a  qualidade. 

PERaznHa  ou  PfiBOSmsa^-IrsgQelii» 
Douro,  concelho  e  13  kilometros  ao  5.  * 
Villa  Nova  de  Gaia,  e  do  Porto,  300  a»  K> 
de  Lisbsa. 

T^m  350  fogos. 

Em  1757,  tinha  235  fogos. 

Drago,  o  Salvador. 

Comarca  (S.«  vara),  districts  admloiitt*' 
tivo  e  bispado  do  Porto. 

O  prior  e  o  mosteiro  de  contos  nV^' 
tes  de  Santo  Agostinho  (onísioe)  de  M 
mosteiro  de  Gríjò— que  é  limitroph^pi^ 
sentavam  o  cura,  que  tinha  50100^  ráíi  i^ 
côngrua  e  o  pé  d'altar.  * 

(Foi  até  1834,  isenio,  do  couto  de  'CMI^<I 

Esu  freguezia  posto  ser  em  tern^o  hi»* 
taate  accideotado,  é  formosa,  vasta  e  rica, 


PER 


PER 


693 


canipvbeadeiida  optiiiMS'propried«des,  sen- 
do a  melhor,  a  qumta  da  Pena,  da  sr.*  vis-, 
ooodewa  do  mesmo  tUulo. 

O  regresso  do  Prasil»  de  algaos  filbos 
d^eeU.lerra,  que  foram  á  AmeriGa  em  bus- 
ca de  fortana,  e  qoe  realisaram  os  seus  de- 
flejoiB;  o  constante  commercio  qae  faz  com 
a. «idade  da  Porto,  para  onde  exporta  gran- 
de qaantidade  dos  géneros  agrícolas  que 
lhe. sobram  do  consumo;  a  exportação,  era 
grande  escala,  de  bois  gordos,  para  a  In- 
glaterra; e  finalmente  a  grande  fertilidade 
do  seu  solo,  tornam  esta  fregnezia  ama  das 
mais  ricas  do  concelho  (talvez  a  i.*  depois 
de^tViUa  Nova  de  Gaia.) 

Ha  aqni  uma  grande  romaria  a  16  de  ja- 
lho  (se  é  dia  santificado — e  não  o  sendo,  no 
domingo  immediato)  a  Nossa  Senhora  do 
Carmo,  qqe  se  venera  em  uma  capella  da 
egreja  matriz,  do  lado  do  Evangelho,  onde 
C6lA  em  ama  rica  tribuna,  de  talha  doa- 
rade. 

Dea  a  santa  imagem  a  esta  egreja,  em 
17l(^  o  padre  João  de  Barros  Nogueira, 
Batval  de  PerosinbOé 

A  egreja,  .é  um  templo  vasto  e  aceiado. 


Ha  aqui  um  alto  cabeço,  que  antigamente 
ae  chamava  ManU  Pedroso,  onde  em  tempos 
nmotos  existia  uma  grande  atalaia  ou  cas- 
tello,  que  esteve  de  pé,  e  soffrivelmente  con- 
servado, até  que  os  monges  benedíctinos 
foFan  «xpolsoa  do  mosteiro  de  Lorvão,  em 
1200.  (Vide  5.«  voU  pag.  442,  coL  i.%  e  Pe- 
droso.) 

Então,  algans  dos  religiosos,  mandaram 
demolir  grande  parte  d>ste  oastello  ou  ata- 
laia, para  com  os  seus  materíaes  reedifica- 
rem o  convento  de  Pedroso,  que  lhe  fica  a 
pouca  disuncia,  ao  N.E. 

D*e8te  castello  fazem  menção  muitas  doa- 
ções do  mosteiro  de  Grijé,  tratando  das  con- 
frontações das  propriedades  adjacentes,  di- 
zendo em  umas  —  subtus  Castro  Petrozo,  e 
<im  outras — subtus  Castrvm  Pelrosum. 

Pretendem  algans  que  este  monta  deu  o 
nome  á  freguezia,  que  primeiro  se  denomi- 
nou Peiro^w»^  oorrompendo-sa  depois  em 
Peroxmho, 


Hoje  dá- se  a  este  monte,  e  a  uma  aldeia 
que  lhe  fica  ao  sopé,  o  nome  de  Crasto. 

Entre  frondosos  arvoredos  silvestres,  e  na 
falda  d'e8te  monte,  se  vé  ;i  capella  de  Nossa 
Senhora  da  Assumpção,  vulgarmente  deno- 
minada do  Castello,  ou  do  Crasto,  É  templo 
muito  antigo,  e  não  ha  memoria  de  quando 
se  construiu,  ca  do  seu  fundador. 

Fica  a  uns  400  metros  a  E.  da  egreja  ma- 
triz. É  grande,  e  tem  capella-mór.  A  ima- 
gem da  padroeira,  é  de  pedra,  de  boa  escul- 
ptura,  e  de  i",10  d*alto. 

A  sua  festa  é  a  15  de  agosto. 

Antigamente  vinha  aqui  dizer  missa  ao 
povo,  o  parocho  da  freguezia,  em  todos  os 
sabbados  da  quaresma. 


Com  razão  se  ufana  esta  fregnezia,  por 
ser  pátria  de  João  Ferreira  da  Silva  Oli' 
veira. 

Nasceu  a  13  de  dezembro  de  1815.  Era 
filho  de  João  Ferreira  da  Silva  (mestre  car- 
piateiro,  no  Porto)  e  de  sua  mulher,  Maria 
Custodia. 

Foi  de  tenra  edade  estudar  para  a  cidade 
do  Porto,  distioguindo-se  logo  pela  sua  pro- 
coce  iotellígencia. 

Passados  alguns  annos,  matricuIou«se  nas 
escolas  ecclesiasticas,  onde  deu  provas  de 
grande  applicação. 

Quando  os  liberaes  entraram  no  Porto, 
em  1832,  fugiu  para  a  sua  aldeia,  e  ahi  viveu 
com  sua  mãe  e  dois  irmãos,  durante  a  guer- 
ra civil.  Seu  pae,  que  era  liberal,  ficou  no 
Porto,  ao  serviço  do  sr.  D.  Pedro,  chegando 
a  tenente  do  batalhão  áe  provisórios,  deVil- 
la-Nova-de-Gaia. 

Com  a  vida  dos  quartéis,  o  pae  de  João  ^ 
Ferreira,  perdeu  os  desejos  que  havia  tido 
de  seu  filho  adoptar  a  vida  ecclesiastica,  e 
o  mandou  estudar  cirurgia,  na  escola  do 
Porto,  onde  se  matriculou,  em  outubro  de 
1835,  sendo  alguns  annos  premiado. 

Concluídos  os  seus  estudos,  foi  exercer  a 
clinica  na  sua  terra  natal;  mas,  poucos  me- 
zes  depois,  instado  por  alguns  amigos  da  ci- 
dade, mudou  para  o  Porto. 

Em  1841,  publicou  a  traducção  das  Lições   , 
de  physiologia^  do  professor  Lordat  ~  e  em 


694 


PER 


1842,  a  do  Diccionario  de  therapeitíicaf  de 
Lad.  A.  Szeríecki. 

O  traductor  não  segara  exactamente  o  tra- 
duzido :  fez-lhe  sensíveis  alleraçôes,  anota- 
ções e  raelhoramentos,  cortando-o  nos  !oga- 
res  mais  insignificantes;  de  modo  que— co- 
mo diz  o  traductor —  o  original  apenas  lhe 
serviu  de  casco  para  o  seu  livro. 

Foi  redactor  da  Revista  Litterana,  do 
Porto. 

Em  1842,  appareceu  á  luz,  a  Gazeia  me- 
àica,  do  Porto,  que  elle  fundou,  e  da  qual 
foi  o  redactor  principal,  tendo  por  collegas, 
dois  distinctos  meJícos  d*aquel{a  cidade;  que 
DO  fim  de  um  anno,  al)ândonaram  a  empre- 
za,  ficando  João  Ferreira  unico  redactor,  d'a- 
quelle  jorna]  scientifíco,  por  muitos  annos: 
sendo  sempre  muito  bem  recebida  esta  pu- 
blicação, por  médicos  e  pharmaceuticos,  tan- 
to nacionaes;  como  estrangeiros. 

Traduziu  alguns  bons  romances  france- 
zes,  que  foram  lidos  com  prazer. 

Em  1848,  publicou  um  livrinho,  intitula* 
do — Instrucçdes  populares  ác^ca-  do  colêra- 
worbus,  ou  conselhos  ao  povo,  sobti  o  qne 
deve  fazer ^  para  se  defender  d*esta  epide 
mia,  ctc. 

Foi  redactor  politico  áoNaóionalj  do  Cos- 
mopolita, e  da  Concórdia;  e,  quando  falieceu, 
era-o  do  Bras-Tizana. 

Em  1851,  foi  feito  cavalleiro  da  ordem  de 
Nossa  Senhora  da  Conceição,  de  Villa  VIço; 
sa,  em  premio  dos  seus  seniçôs,  por  occa- 
sião  da  febre  amarelta,  apparecida  n'esse 
anno. 

*  Ena  1852,  concorreu  ao  logar  de  denions- 
trâdor  de  cirurgia,  na  escola  medíeo-clrnr- 
glca,  do  Porto,  não  tendo  mn  único  compe- 
tidor, sendo  approvado  por  lodos  oí  mem- 
bros do  Jury,  quanto  a  merecimento  abso- 
luto e  a  capacidade  comparativa,  com  M  M 
e  B  B. 

Em  dezembro  d*e83e  mesmo  anno,  foi  pro- 
movido a  lente  substituto,  e  em  1853,  no- 
m^^ado  secretario  da  escola. 

Foi  encarregado  de  varias  commissCfes 
philantropicas  e  scientiflcas,  das  quaes  se 
desempenhou  sempre  com  merecidos  lou- 
vores. 

Foi  desde  1852  alé  á  sua  morte,  faculta-- 


tivo  gratuito  da  Sodeiade  dos  soec^/rtúi  At 
typographos  portuenses;  pelo  que,  logo  àê- 
ppis  do  seu  fallccimento,  se  reuniu  a  assêiB- 
bléa,  e  resolveu  unanimemente,  maniar*lhe 
dizer  todos  os  annos,  in  perpetuo,  otna 
sa;  no  anuiversario  da  sua  morte. 

Em  12  d'agosto  de  1855,  hindo  visitar 
doente,  atacado  de  colora -morbus»  «e  Hm 
communicou  a  moléstia;  e,  apezar  do  cofl- 
curso  de  todos  os  seus  collegas  e  amigoi^ 
falieceu  logo  no  dia  14,  pelas  4  horas  4a 
tarde,  rodeado  de  médicos,  de  sua  esposa, 
e  de  seu  irmão,  José  Joaquim  Ferreira  én 
Silva,  que  falieceu  ha  poucos  mezes,  no  em- 
prego de  guarda-menor,  da  relação  do  Par- 
to; e  que  também  foi  um  homem  boorade, 
de  bastante  inlelligencia,  e  redactor  do  B^ 
00  Popular,  do  Porto,  iVindado  por  José  Lou- 
renço de  Souza.  (Vol.  3.%  pag.  151,  eol.  %\ 
uHíma  linha.) 

O  fallccimento  de  Joio  Ferreira  d&  SRn 
Oliveira,  causou  geral  sentimento  na  «Mâ- 
de  do  Porto,  e  os  jomaes  do  dia  segDhite 
sabiram  todos  tarjadoH  dé  preto,  dedieaiido 
o  seu  artigo  principal  ao  necrológio  doeste 
homem  notável,  an>igo  prestante  e  porta- 
guez  benemérito. 

Deixou  um  unico  filho  (então  ainda  criaii- 
çn),  o  sr.  Alberto  Ferreira  da  Silva  Olivaíra, 
qne,  frequentando  os  estudos  mititftres;,  tom. 
muita  d4siíncção,  é  actualmente  capitSo  is 
estado-maior  do  engenheiros. 

PÊRBE^fregueziá,  Minho,  concelho,  co- 
marca odistrvctoadmfnistralivo  do  YHêsim, 
35  kilometfos  a  O.  de  Braga,  390  ao  N.  da 
Lisboa. 

Tem  310  fogos. 

EA)  1757  tinha  2G3  fogos. 

Orago;  S/Migiielv  arehanjo.    '• 

Arcebispado  de  Braga.  ^ 

Os  monges  benedictinos,  de  S.  Joio  da 
Neiva— os  Velhos— os'Barrôtos— Jácomeo— 
e  Lobos,  apresentavam  alteraativamoate  o 
^bbade,  que  titiha  700|M)0D  réis  do 
mento. 

Os  monges  tinham  a  terça  parte,  o  as 
trás,  eram  dos  padroeiros- seeolares. 

N'esta  fregnezia  está  a  lorre  o  easa  éo 
São  Gil  de  Pérre,  que  foi  dos  frades  de  Oia^ 
e  trocaram  com  Nuno  Gonçalves  Hoidm, 


PÉR 

irmlo  dd  Fernando  Gonçalves  Paredes  Be* 
zérra,  casado  com  D,  Isabel  de  Barros,  da 
casa  dos  Barros,  da  Ponte-Nova,  em  Por- 
néllo9,  de  Ponte  de  Lima. 

Sabia  d'e3ta  casa,  D.  Anoa  Nanes  Bezer- 
ra, fnnHier  da  Fernio  Velho  de  Araújo,  se- 
nbor  da  casa  d* Araújo,  na  Galliza;  e  foram 
senhores  da  torre  de  Fousada,  na  Barca,  e 
da  torre  de  8.  Gil,  em  Pérre. 

Andou  em  seus  descendente»,  sté  qae,  por 
doação,  t)a8soa  a  Gaspar  Pelreira,  iíenhor  de 
Magarefes  e  Parádélla. 

Na  capella-mór  da  egreja  matriz,  estão 
as  armas  dòs  Abreus.  (Vide  Badim,  Meru- 
fê  e  Pico  dê  Regalados.)  São  daas  serpen- 
tes enlaçadas  no  escudo. 

A  torre  de  5.  €il  de  ?ii*re,  é  o  solar  dos 
legítimos  Correias  (de  Fareláes)  e  é  viseon- 
dado. 

O  primeiro  visconde  de  S.  Gil  de  Pérre, 
foi  Sebastião  Correia  de  Sá  (por  sua  mulher, 
como  adiante  direi)  e  primeiro  marquez  de 
Teréna,  reitor  da  universidade  de  Coimbra; 
varão  de  muito  saber  e  grandes  virtudes,  e 
caju  nome  ainda  hoje  ó  ouvido  com  respei- 
to em  todo  o  reino,  e  particularmente  no 
Porto  e  em  Coimbra. 

B'  actual  possuidora  d'es(a  casa,  a  sr.*  D. 
Eugenia  tfarfa  Filomena  Brandão  de  Mello 
Cogomiobo  Carreia  de  Sà  Pereira  dé  Lacer- 
da e  Figueiròa  (da  casa  da  'Torre  da  Marca, 
no  Porco)  '1  caàada  nom  o  sr.  D.  Phiiippe 
de  Souza  Holstein  (Olho  do  penúltimo  du- 
que de  Palmella)  feito  marqaez  de  Moofa- 
lim,  em  9  de  agosto  de  i86i. 

O  sr.  D.  Phiiippe  e  a  sr.*'  D.  Eugenia, 
foram  feitos  viscondes  de  !5.  Gil  de  Pérre, 
condes  e  marquezes  de  Teréna,  em  17  de 
maio  de  1869. 

(Vídô  T<ff<?na,  onde  serei  mais  explici- 
to com  respeito  a  esta  nobilíssima  famí- 
lia.) 

Também  foram  feitos  viscondes  de  São 
Gil  de  Pérre,  em  15  de  outubro  de  1839, 
a  sr.*  D.  Maria  Emilia  Correia  de  Sá  e  o  sr. 
José  Maria  Brandão  de  Mello  Cogomioho. 

Paliando  na  casa  dos  Ctmeias,  de  Tare- 
ISeg,  ascendentes  á^  sr."  marqueza  de  Te- 

»  Vide  vol.  5.%  pag.  11»,  coL  t.* 


mi 


mh 


rena  6  MoAfaRm,  e  viscondessa  de  S.  811 
de  Pérre^  cumpre-me  éár  aqui  uma  rápi- 
da noticia  d'esta  esclarecida  familia. 

Foi  honrA  (Farelães)  e  é  a  mais  antiga 
casa  do  Minho. 

Foi  senhor  da  honra  de  Farelães,  D.  Payo 
Soares  Correia,  brioso  cavalleiro,  q\»  se 
achou  na  conquista  èò  Sevilha  (1181.) 

Foi  seu  fliho,  D.  Pedro  Paes  (ou  Ptffb 
Paes)  Correia,  pae  (segundo  diz  o  codde» 
B.  Pedro,  tlt.  61.«)  de  D.  Payo  Peres  Cor- 
reia, tronco  dos  Correias  portnguezes. ' 

Foi  D.  Payo  Peres  Correia,  mestre  daor- 
dem  de  S.  Thiago,  o  legendário  fronVeilW- 
mór  do  Algarve,  e  que  tantos  e  tão  valiosos 
serviços  prestou  a  Portugal,  nos  reinados  âé 
D.  Sancho  n  e  B.  AfTonso  IH.  (VqI.  3.%  ^g. 
112,  col.1-) 

rilustre  e  mimerosissima  é  a  familia  doa 
Correias,  em  Portugal. 

D*ella  faliam  com  louvor,  o  conde  D.  Pe<^ 
dro,  Duarte  Nunes  dé  Leão,  frei  António 
Brandão,  e  outros  muitos  oseriptores. 

A  marqueza,  velha  (isto  é,  a  1.*)  de  Teré* 
na,  B.  Francisca  Jaoome  do  Lago  Bezerra» 
era  viuva  do  1.*  visconde  de  S.  Gil  de  Pét- 
rCy  1.*  marquez  de  Terétfa,'  par  do  reino,  Se- 
bastião Correia  de  Sà,  senhor  de  Pare- 
des. 

Aqaella  senhora,  erá  íNha  e  herdeira  âè 
Balthazar  Jacome  do  Lago  Bttzérra  (BètAu>r 
do  coulo  de  Paredes,  é  das  casas  de  S.  Gil 
de  Pérre  e  da  Torre  do  Paço)  e  de  sua  mu- 
lher, D.  Angela  Moscos#  Bàála  Omaztlr  e 
Angcdo. 

A  primeira  msirqQeta  de  l^eréna,  «ar^eeli 
em  28  de  outubro  de  1777-^caSoa  eâi:3  €^ 
agosto  de  1791,  e  falleceu  na  cidade  de  HMl- 
na,  em  neveáabro  de  imrd,  cottf  96  'aúnoB 
eoftipleios,  de  edide:      -        '- 

Foram  feitos  viscondes  de  S.^dW  de  Felt- 
re, poi'  D.  João  VI,  em  1824,  e  nat^quézes 
de  Teréna,  €An  90  do  Setembro  de  iSBl  ' ' 

O  L*  marqaez  de  Teréna,  mor^eti  &  4^  de 
}anh(»,  de  1849. 

São  nobilíssimos  os  appetlidos  da  casa4e 
S,  Gil  de  Pénre^  qae  está  iigada  por  paràh 
tesco  com  àS  casa»  prineipaes  do  Miiiti^j  « 


e^ 


i^Pf 


b9j^  pelo  eaAameDU)  da  sr.*  ivArqueu  de  | 
Ter^na  eoan  o  8r«  marquaz  de  MonCa)iiD«  com 
as  casaa  mais  nobres  do  reino.  , 

J^is  a  rápida  descripçao  das  armas  dos 
principaes  appellidos,  da  ca^  de  S.  Gil  de 
P^FTe.' 

.  B^síérrar-^in  .eampo;  .Terde,  duas  bezer- 
ras d'oiiro.  Timbre,  «ma  bezerra,  sem  cor- 

Cogominho — cinco  chaves  mooríscas,  4b 
firata,  assentadas  em  aspa,  em  campo  de 
púrpnra. 

..Timbre,  daas  cbaves,  em  aspa,  atadas  com 
Wk  torçal  de  púrpura. 

Correia-^m  campo  d*oaro,  correias  de 
púrpura,  tecidas. 

.Timbre,  dois  braços  armados,  em  aspa, 
atados  com  ama  fivella  de  púrpura. 

.  i      Os  viscondes  4a  Asseca,  des- 
cendentes do  I.''  visconde  d'es- 
•    te  Ululo,  o  valoroso .  Martim 
Correia  de  Sá  (l."*  vol,  pag. 
244,.  col.  2.%  00  fim)  trazem 
escudo  esquartellado — no  l."" 
as  armas  dos  Correias— no  2.<*, 
as  dos  VeUasGOfrr-no  3..*,  as 
dos  Benevides  ^^e  no  4.%  a^ 
dosSás^ 
Os  senhores  de  Farellies,  trazem  este  es- 
cudo no  peito  de  uma  agula  de  negro,  es- 
lendida,  em  campo  4^  púrpura. 
Timbre,,  a  i^ia  do.fseudo. 
F^^irda-r-vide  Fiff^mia  dça  Donas,  e 
Figueiró  dos  Vinhos. ,  . 

Jáoífnuh^  íT  que  se  acbg  oom  este  ap- 
peliído,  é  Rodrigo  Jàcome  Baymundo  de  Njs- 
ranha»  Adalgp  áa  easa  real,  ei  mestra  de 
oaiDP^  de  auxiliaresi  da  então  yilla  de  Tbo- 
«wr. 

,  JPoi  iroiici>  doesta  família,  Pedro  Jaeome, 
tavalleiro  francez,  qu^  fe^  4>  seu  seUr  n'a* 
quvlla  vitfa, 

Segundo  Yiiias-I^sj  foi  aio  do  principie 
D.  Aflunso,  1  filho  de  D*  |<|io  11. 

Rn  pae  de  Aiidré  Jácoipe^  no  qial  se 
perpetuou  a  descendência  dos  láoomesy.-os 

.  ^  O  qqe  morreu  na  Ribeira  de  Santarém, 
da  queda  de  am  cavallo,  em  1491,  e,  sendo 
iiho  uoieo.'  BucâedH»  no  tbrmo»  seu  iío,<t)  I 
4lu4m  áe  B^  qii#  M  O.  Maimri  Jv      ^     ' 


quaes  trazem  per  armas ;—  escudo  diviáfe 
em  palla*-na  1.*,  d'asul,  torre  de  prata,» 
berta,  com  porta  e  frestas  lavradas  de  B^ 
gro— na  2.*,  d*ourp,  meia  águia  uegra,  la- 
tada de  ouro,  e,  armada  de  púrpura. 

ÊLmo  d'aço,  aberto;  e  por  timbre,  a  tom 
das  armas, 

/ácom^-7-outra  família  do  mesmo  appdfi- 
do,  procede  de  Jacobo  de  Hollauda,  que  veii 
para  PorMigal,  no  reinado  de  D.  Manoel,  e 
casou  com  uma  ereada  (allemã)  da  raiala 
D.  Leonor,  3.*  mulher  do  rei 

D'este  procede  Francisco  Jàoome^aoqoal 
o  rei  D.  Sebastião  confirmou  aa  armas  d» 
Jácomes  de  Hollanda,  por  carta  de  20  ds 
agosto  de  1561;  do  u^o,do  seguinte: 

Eicudo  dividido  em  palia— aa  L\  d'oa« 
ro,  três  III  de  negro,  em  roquete— na  1*, 
de  prata,  quatro  asnas,  de  púrpura,  élo» 
d*aço,  aberto,  e  por  timbre,  meia  asna  do 
escudo. 

Jácome-r^.^  família  d'esteappellido— pro- 
cede de  Diogo  Velho  Jácome,  flamengo,  qa« 
vindo  para  este  reino,  no  tempo  do  rei  D. 
Manuel,  trouxe  brazao  d*armas,  queD./olo 
III  lhe  confirmou. 

E'  o  seguinte — em  campo  de  púipon^ 
um  le?io  d^ouro»  lampassadode  prata,  eani 
brica  de  verde,  filetada  de  prata,  carregi- 
da  de  uma  cruz  do  mesmo  m^tal,  firmadi, 
e  sobre  ella,  uma  palmeira,  verde. 

Éimo  de  aço,  aberto,  e  por  timbre,  olõo 
das  armas,  ^ 

Lacerda  (ou  la-Qerda)  ^  vide  CoiAn 
Daire. 

Laffo^yiúe  i.*»  vol.,  pag.  17,  col.  2.» 

Mello — vide  Guimarães. 

Moscoso^yiã^  Brejoeira.  . 

Píretror— vide  Feira. 
..  P^^s~vide«.«  yol^  pag.  i6i,  ^eol.  í.',w 
fim. 

Sá— A  família  d*este  appellido,  proeeáB 
de  Payo  Rodrigues .  de  Sá,  que  vivia  ^ 
1300,  no  concelho  de  Lafões,  e  foi  pae  de 
D.  João  Affonso  de  Sá,  vasaaUo  de  1^.  AffoQ* 
so  IV  e  de  D,  Pedro  L 

Foi  senhor  da  guitUa  de  5á,  no  teriDO  de 
Guimarães,  e  na  me^ma;  quinta  tinha  o  s^ 
solar. 

Estes  Sis,;  U'aaea  por  armaa— estalou* 


Aresado  de  prMai  •  astd»  de  eeie  petas  em 
íáxa,  6  sete  em  palia. 

Túohre»  am  balaio  aegM^  judfeeado  de 
prata  e  asnl^  armtda  da  meano,  eom  uma 
argola  d'oiiro  nas  ventas.  , 


HSp 


mi 


Da  íamilia  do  sn  marques  de  Monfilim, 
ji  tratei  era  PalnMa. 

P£R8IQAL  --  português  antigo-^-^^odlga, 
eortélbo  de  porcos,  0  lambem»  vara  d'elles. 

D'aqai  persiga  <(hoíe.  ferzigo)  came^  áe 
porooy  eosidê^  Crita  00  assada  (em  termos 
de  se  comer.) 

Hoje  dá-se  o  aoma  á^pirxigo^  a  qualquer 
cousa  que  se  oome*  oom  pão,  seja  carne, 
peixe»  oTosy  queijo^  frueta,  eCc. 

Comeudo-se  sé  .pao,  aiada  que  seja  cosi- 
do d'aqaelle  instante,  dis^ee  pão  sêcco. 

Na  Beira  AUs»  dá*se  a  isto  o  wima  de 
apeguilho. 

Nas  províncias  do  norte,  se  dix  condtic/o, 
e  na  Terra  da  Feira,  eonduito  e  étmdôito. 

PBRXI6AL  e  P£RnCHJE]ilO--portuguez 
antigo— vide  propósito. 

PERVENCER — português  antigo — que- 
brar, desordenar,  destruir,  annular,  ele. 

PfiRTINCOí  ou  PROT]NQO>— ponugnez 
antig<>*--o  parente  auiia  próximo»   < 

Ese  fumhwnerdêsfíUo^y/ifiêeAhmumvoê' 
so  pervm^*  <^Mze  de  Satoedas»  de  1293.) 

Na  Itarra  da  Feira,  p«r«Niâ)  onjM^oviince, 
é  synonimo  de  uraqqsnsL    . 

Pfi8-«-porluguas  antigo^peixe. 

Os;  hespanboes  dicem  pez^  eom  a  mesma 
signiâca^. 

PÊSárr^-portaguez  autig(H-péso.  -.  . 

Máha  livra  ét  cárOf  ptía  pcaa  napo.  (Doe. 
de  Alpendurada,  áa-l86a)  ilkida  aaeaeeQ- 
tra  este  termo,  no  século  XY.   ^  • . 
.  PEaT1100CA-.Vtde  Benmwofl. 

raSANXE  •*-  ponnguez  amigo  ^  lambem 
se diiia jpêso.  Moeda  de qMe  se faimançlo 
nas  eacripturas  mais  antigas  d*este  reiao. 
IHreee  qaaera de  prata, »e>do lanaubo  dos 
têOO^  vflftes,  eqqa  aos Heeu  daten^Hi  doe 
mouros ;  mas,  não  ha  certeza:  do  rseu  fdtie, 
péso^  valor,  nem  do  mettd.  doique  «ta  Càito. 

PBSAMTBf-^per^piiuea  a■ti«e^-^|mare80, 
triste,  affiicto,  etc. 

PB8CADQ-REAL^portQgueK  attlifO-4)a* 


va-se  este  nome  ao  sólho^  não  tanto  pela^ex- 
cellencia  d'este  corpulento  peixe,  coma  por- 
que,  em  todas  as  jtrs^tinrtfs  qae  perteoàam 
áeerôa,  do  Tefo  eDearo^  sempre  eiie^ra 
reservado  para  a  mesa  do  jrei. 

BewvoÊido.patamóg^  peãcada  heal^  aain- 
io  ms  pisoad»rittãiflf)oc.  d'Alpeiidurada, 
de  1329.) 

.  PBSCSARIà  (serra)— Ylde  u'e8te  vol.,  ^g. 
159,  eoL  3.%  no  floL . 

PESGOTA,  PESSOf  A,  PBIXHOTA,  PIS- 
GE8-GANE,  e  MSCBS-KAIIE  —  portognez 
antigo  (dos  séculos  XIii  e  XIY)  --  pesoada. 

PESO  (ou  Nossa  Senhoba  do  Peso)— íire-; 
gnezia,  Extremadura  (ao  S.  do  TVjo),  conce- 
lho e  30  kilometroe  de  Coruche,  comarea  de 
Benavente,  35  kilometros  a  O.  d'£Yora,  4  da 
Senhdra  daa  BMi^  i8  de  Monte  Mór  Nèvo, 
100  a  S.E.  de  Lisboa. 

Tem280fogo&     . 

£ml757Unba74^íégoe. 

Orágo,  Nossa  Senhora  do  Poso. 

Areebispado  d'Evnra,  disUieto  adminis- 
iraUvo  de  Santarém*! 

A  mitra  apresentava  o  cura,  que  linha 
120  akiueires  de  ttrigo^  e  120  de  cevada. 

A  egreja  matria  é  muito  antiga,  aseiínsco- 
-moa  imagem  da  padioebra,  e  nem  de  uma 
nem  de  outra  ha  memoria  da  sua  origem. 

(k)nsta  que  se  lhe  4leu  o  titulo  de  Senho- 
ra do  Pêêa,  ou  pelo  pese  de  trigo  que  os  de- 
votos lhe  davam,  em  satiiCaçào  de  qualqaer 
promessa,  eu  pela  balança  em  que  elle  se 
pesava. 

^A  palavra  Í1Â0O,  3rem  do  substanávo  lati- 
no ^  peada  <r-d*aqai,  ponderável^  jo  que  é 
susceptível  de  ser  pesado;  e  impoodelrawl  o 
qm  ena  p6de  ser, còmoe  gaa^  o  vapor,  etc* 

Também  se  chamava  antigamente  páse^  á 
baianqa  em  que. se  pesava.-    ^ 
!<  Eguafaientethaiia uoiaieBrta medidacfaa- 
madápéso^  que^  em  umas  partes  era  o  ar- 
raial; em  :ouiras^  a  lilura,  e  em  outras,  mais. 

Nà  Hespianha^  e  em  todas  as  republicas 
americanas  de  origem  hespanhola,  ha  uma 
moeda,  bem  conhecida,  denominada  féíú. 

Yide  Pesante. 

PESO  —  freguezia,  Beira^Báixa,  comarca 
e  QoneeMie  da  Govilban,  èSkUeÉietrea  da 
Guarda,  270  ao  £.  de  Lisbea*.. 


698 


PÊS 


Tem:  )dO  fogos. 

JSin  i757  tíDha  43  fogos. 

Ongo,  Sailpt  Mâri»  Mtgdalena.  .  ^ 

.   Bispado  da  Goar^  distríeto  admiiiistrap  i 
tivo  de  Gastello-^&jnnflOw 

O  prior  de  Saata  Biaria  Magdaleiíat  da€o- 
Tilban;  apresentava  o  cora,  que  tinha  8M00 
réis  de  coogroa  e  o  pé  d'aUar. 

&  terra  arnito  fértil,  cria  muito  gado;  de 
toda  a  qaalidade,  e  tem  grande  abandattcla 
de  caça,  grossa  e  minda. 

FiSO  •*-  fregneíia.  Beira  Baixa,  dolieélbo 
de  Yiila  de  Rei,  comarca  da  Gertan,  270  ki- 
kM&ekros  âa  Guarda,  i80  ao  E.  de  Lisboa. 

Tem  100  fogos. 

Em  Í7ft7  tinha  23  íògos. 

Orago,  S.  João  Baptista. 

Bispado  edistrícto  admini8trativo.de  Gaa- 
tello-Branco. 

O  vigário  de  Yiila  de  Bei,  apvesentata  o 
cara,  que  tinha .84000  réis. de  ^ngroaie  o 
pé  d'altar.      ••  f 

É  tenra  mnil»  fertIL  sobro  todo  em  ce- 
reaes;  cria  mnito  gado^  d»  Ioda  •;  ipudid»- 
de,  é  \À  nos  tens  montes  e  mattas,  mnlia  oaça. 

líÈSO'^Yiá^Jiartinkod»Fêi9  {Sãa^ 

PASO*— Ireguezia^  Tnas-oa^llontes,  eomar- 
ea  e  concelho  do  Magadonro,  30  kiloms- 
tros  de  Miranda^  430  ao  Kj  de  Lisboa. 

Tinha  em  i767,  3i  fogos.     . 

O  sen  primeiro  orago,  foi  S.  Pedro,  e  de- 
9ÊÍãt  S*  Bariholomea  (ambos  apóstolos). 

Bispado  e  distríeto  admin^atrat^ve  de  Bra- 
gança. 

O  benefioiade  de  S.  Martinho,  apresenta- 
vancnra,  qnn  linlu  ô#000  rél»46  epngraa 
e  n  pé  d'ritiir. 

Estaftogoesia  está  ha  orailos  ânnes  sap- 
primida. 

PESO  DA  RÉODA-^yilia,  Vru-wMoiVtol, 
«dMfâ  d»  oonccttio  e  da  comarca  do  sen; 
nomeysobrer  a,  margem  direita  do  Douro, 
d6  iLilnmetroa  a  EJS.E.  do  Vort*,  7  aoH. 
4e  Lamego,  18  ao  8.E.  de  TiUa  Real,  360 
ao.N;  de  Lisboa. 

Ttm  700  fogos. 

Em  1757,  tinha  248  fogos. 

Orago,  S.  Faustino.  ^     ' 

Bispada  doftirto,  dislricto  adminiatnitt- 
vo  de  Yiila  Reai.        ^  .  .>    ^  • 


Bis 

;  O  ^tigo  nome  d^n  MgQezia^  era^Mo 
Faustino  da  Régua. 

O  areedlago  4a  Régua,  apresenlava  o  cu- 
ra, qne  tinha  200M0O:  léíb  de  roaéi- 
mento. 

O  concelho  d'este  nome,  comprehende  as 
10  fregttezias  segointes: 

Galafúra,  Godim,  CoveHinhaa,  Pontêllas» 
Lonrelre,  Mom^a-Morta,'  Poyares,  Peso  da 
Régua,  Sediéllos  (oa  Gediéilos)  e  YiUaiinho 
dos  Freires,  todas  cem  3:810  fogos. 

GalsAirs,  QoveUtnhas,  Poya- 
res, e  Yiliarínhó  dos  Fr^rat, 
são  do  areeWspado*  de  Braga. 
FonteUa%  Godim,  Lonrslro, 
Monra-MoFta,  Féso  da  Régua, 
6  Sediélios,  sao  do  bispado  do 
Porto* 
A  sna  comarca,  é  òomposta  de  Ires  jul- 
gados. 

.    O  do  Peso  da  Régaa,  com  3:650  Ibgoi 
Mezâo  FriOj  com  2:100  fbgos. 
Banta  Jáaivliilk.  de  Peoagniàn»  coml:S50 
fogos. 
TotaK  8:380  fogos. 
Tom  estação  telegrapAiíca. 
BslA  a:  boifiUi  d  rica  Irilla  <IbMss  da  Bé- 

goa  (ou  mala.  propriameme^^^hAp^iki)  situa- 
do em  planid^  nd  tais  do  mònie  do  P^, 
una 300  oaèOOtbetronaiúinodocoDftiêB- 
te  do  G^rgD  oom  o-  Douro;  eem  frente  da 
foz  do  Barosa,  na  Bobni  Alta. 

E*  povonçMiffiniio  antiga^  e,  segniidoai- 
gnnA.;eaoríptQre8|  já  eaistia  no  atempo  dos 
romanos,  e  ha  até  quem  avance  qae  a  egre- 
ja  de  S.  FaoBtino  (mairtz)  foi  mandada  eáos- 
tmlr  peio  «iof  orador  Constantino  Magno, 
pelos  «MIOS  ÂR)  de  Jèsnb  Ghristo. 

O  que  é  ceVtd,  é.  ler  «ido  construída  |ie- 
lo  mesao^tempadmiqláe  o^íortím-a^db^- 
ta  8enhofinl)a,de  Boaiow^  8.  Sálvàdàr;  de 
Tabuado,  >  as  W9às  wantiyaa  de  8obre*TI- 


li 


-filsla  egMifa,  foi  pFftniUvaaoDtoi/affdadS», 

nd  logartioje  oeenpadopeinemtdadelfoe- 

aaâénboraido  Gmseiít). 

.    AoiPe}%iqnédsQvfnmaitoarniibads,por 

amisa^loidesmidaoempteiaawnli,  ptfritma 
cheia,  em  1734. 
O  owi»  a  Henrique  è  Mii.  ÉAdHèr,  D. 


ÍE8 

Thereza,  tomando  p«8s»  de  Portugal,  .em 
1013,  elegeram  a  D.  Hugo,  bispo  io  P^rto, 
.6  lhe  doaram  as. terras  da. Régua  (que  eou- 
taraiB)  e  metade  do  refidímeoto  da  barea  de 
.l^aseagem  qae  alli  havia.  ^ 
•  Diz-se  que  D.  Afionao  .Henriques  dera  Jé- 
ral  à  Régoa,  em  II3S;  mas  é  provaTel  que 
fosse  o  sen  donatário— o  bispo  do  Porto— 
como  era  costume  n'es8es  tempos. 

Franklim  nSo  traz  semelhante  foral,  e  é 
mais  uma  razão  para  se  snppor  que  foi  con- 
cedido pelo  prelado;  porque  aquelle  escri- 
ptor^  s6.  menciona  os  foraes  dados  pdos  mo- 
narchas. 

A  Régua,  nunca  teve  foral  próprio,  regia- 
80  pelo  de  Penaguião,  que  comprebendia  ca- 
ta poYoa^,  e  foi  dado  pela  rei  D«  Manoel, 
em  ETora,  a  15  de  dezembro  4e  1519. 

Os  bispos  do  Porto,  tinham  jurisdição  es- 
piritual e  teBq>oral  4iia  Régua,  maa  a  segun- 
da .terminou  pelos  annos  de  1789,  por  uma 
carta  regia  de  D.  Maria  I,  e  por  aec<yrdo  en- 
tre o  sen  governo  e  o  bispo;  sendo  então 
supprimido  o  couto,  dando-se-lhe  a  deão- 
mínação  de  eapitania-mór,  que  conservou 
atél834< 

.  Sm  183S,  foi  fáta  cabeça  de  julgado  ede 
eomarcai. 

'  Se:  esta  povoação  .é  tão  aoUga  como  al- 
guns pretendem,  é  cefto  queneoa  umi9ó 
.eéififciò.ou  monumento  conserva  da  sua  an- 
tiguidade. 

'  As  reedificaçSes  6  as  novaa  eoAStnicçSes, 
fizeram  desapparecer  tudo  quanto  havia  de 
antigo. 

Advirto  aos  meus  kríMres,  que  —  Peso 
da  Ségua  6  úmapQvoação  dffférente  ãuRê- 
^^  posto  que  nà  mesnoa  freguesia,  e  que 
não  acredito  na  antiguidade  da  Régua,  e 

^m  naOoPáKr.* 

■ 

'  1  Os  moradores  da  R^gua,  tinham  passa- 
gem gratuita  n*esta  barca;  e  só  tinham  obri- 
gação de  pagar  anntiai mente,  um  cântaro 
de  b^>erwg€my  para  os  que  concertassem  a 
limrca; 
Esta  isenção  vigorou  até  1780.  • 
>  E^m  iodas  as  partes"em  queosnospsos 
^scriptorès  antigos,  e  muitos  moderaos,  fal- 
iam em  Régua,  referindo-se  a  factos  q^  ll- 


PES 


«99 


Com  d  deaenyolvimento  e  prosperidade 
que  n*e9te  século  teem  tido  estas  duas  po- 
voações, o  Peso  foi  estendendo  os  seus  edi- 
ficios  pela  encosta  meridional  da  serra^  6  a 
Régua,  crescendo  para  o  a|to,  de  modo  qn0 
iuje,  podem  considerai  se  uma  só  povoa- 
ção. 

Koteise,  porém,  que  a  antiga  egréja,  de 
S.  Faustino,  era  na  bai»,  e  parece  que  era 
o  único  edifie4o  que  havia n'este  sitio. 

A  historia  certa  da  Régua,  começa,  no 
principio  do  século  XYIII,  entre  os  annos 
1700  o  1710,  em  cuja  época,  um  peseaidor, 
construiu  aqui  uma  choupana,  e  por  isso 
foi  alcunhado  o  Cabana. 
.  Perto  de  meio  seonlo,  se  conservou  a^po^ 
voação  estacionaria,  ou  talvez  composta  4e 
mais  algumas  cabanas  de  gutros  pencadores. 

fi'  ao  marques  de.  Pombal,  que  a  Régua 
deve  todo  o  seu  engrandecimento  e  prospe- 
ridade. 

Este  grande  ministro,  instituiu,  em  1757, 
a  Companhia  geral  da  açriouUura  ewm 
mereiô  4oè  viiihoz  éo  Mtò-Dmno^  que  «n 
poucos  annos  foi  uma  da»  príncípaes  (se- 
não a  prineipal)  do  seu  género,  na  Eu- 
ropa. 

Pelos  annos  de  1770,  fundou  esta  compa- 
nhia, vastos  armazéns  pare  os  seus  vinhos, 
■á  beira  do  Douro,  e  o  sitio  se  foi  pouco  a 
pouco  povoando^  de  casas  de  empregados, 
tabernas,  estalagens,  eiCL 

No  flm  do  século  XVm,  é  na  feira  de  vi- 
iiAk)r  qne  se  fatia  aqui  em  fevereiro,  de  ca- 
da anno,  montava  já  <»  vai«r  das  vendas  de 
vinho;  aguardeiíte  e  geropiga,  de  6  a  8  mi- 
Ih^ltes  de  crasados; 

Jà  êe  tô,  que  assim;  era  Impossível  dei- 
xar de  crescer  e  prosperar,  a  nova  povoa- 
ção. 
'  (Veja-se  Faíz  Vinhateiro  do  Douro:)' 

A  actual  matriz  da  freguezia,  foi  construí- 
da pelos  annos  de  175Q  a  1760;  e,  para  a 
collocarem  ao  abrigo  das  frequentes  e  imr 
pétuosas  enchentes'  do  Douro,  a  constroi- 
íato  nà  antiga  pomçiò  do  Wèo,  50»  a  OOO 
metros  ao  N.  e  sobranceiro  i  I^i^gua. 

v«iram  togar  antes  de  ITOOi»  deve  eittendér- 
Hè  Peso  da  Régva 


700 


PfiS 


FE8 


£'  Qm  templo  vasto,  elegante,  claro  e  bem 
adornado,  e  o  seti  altar-mór  é  de  prímoro- 
tsa  talha  dourada. 

O  sen  ihrano  é  fecbado  por  um  bellissi- 
mo  retabule,  representando  a  Cêa  dê  Jezm 
Christo,  devido  ao  pincel  do  famoso  pintor, 
portnguez,  Pedro  Alexandrino;  e  é  incon- 
testavelmente, uma  dâs  suas  obras  mais  pri  • 
morosas,  e  qae  tem  sido  examinado  e  admi- 
rado, por  entendedores  nacíonaes  e  estran- 
geiros. 

0  Peso  da  Begaa  foi  elevado  a  visconda- 
do,  em  fsivor  de  Gaspnr  Teixeira,  feito  ma- 
rechal de  campo,  em  13  da  ontnbro  de  1815; 
e  tenente-general,  em  28  de  dezembro  de 
1826. 

Foi  elle,  qtie,  sendo  governador  das  ar- 
mas da  corte  e  província  da  Bxtremadnra  ^ 
em  snbstitnição  do  visconde  de  Yeirt>s,  aban- 
donou desordcDadamente  Lisboa,  com  todos 
08  léus  arsenaes,paioes,  fortaiezas^munições 
de  guerra,  e  uma  lusida  divisão  de  12  mil  e 
tantos  homens,'  ao  general,  conde  de  Vilia- 
Fiôr  (que  commandava  uma  columna^  com- 
pleta de  1:600  homensl . . .)  fugindo  na  ma- 
drugada do  dia  24  de  ]uiho  de  1833,  sem 
ver  o  rosto  ao  inimigo.  * 

Por  necessidade  de  pagina- 
ção, e  para  terminar  o  6.«  vo- 
lume (que  já  é  o  maior  de  to- 
dos) nas  letras  PfiZ— 'Uio  po&* 
80  desenvolver  mais  este  ar- 
'  tígo,-do  qoe  peço  desculpa  4oe 
•meus  leitores. 

.Todo  o  mais  que  aqui  fica 
XK)r  dizer,  eaoenirai-o  haona 
palavra  MéçtêOf  do  volume  se- 
•guime, 

1  O  visconde  de  Veiros  foi  exonerado,  em 
razoa  da  sua  aoançada  Hade^  em  26  de,ou- 
tubro  de  1832. 

Os  realistas  não  ganharam  na  troca... 
Gaspar  Teixeira  foi  na  mesma  data  exone- 
rado do  eoramando  do  «exercito  de  oppera- 
çdes  mt  frente  das  linbas  4o  Porto,  em  vis- 
ta da  poufvi  confiança  que  merecia  ao  exer- 
cito, e  pelo  que  ja  tinha  havido  sérios  tu- 
multos. 

^  O  terror  panko  (flogtdo  ou  verdadeiro) 
incutido  no  general  realista,  em  vista  de  do«- 


PISQUBIRA— Vide  8.  João  da  PesqueirtL 
PES9ÚA-^portuguez  antigo  —dignidade 
ou  prebendado,  de  uma  dathedral,  que  tem 
alguma  preeminência  no  coro,  ou  capítulo 
—  como,  deão,  mestre^eseola,  tbeeoareire^ 
chantre,'  et^— A  qualquer  doestes  legares  se 
chamava,  por  consequeneia,  personato. 

Em  geral,  dava^se  este  nome  ao  emprego 
ecclesiastico  que  não  podia  ser  exercido  se- 
não pessoalmente  pelo  beneficiado. 


Pessoa,  é  também  um  appellido  nobre  em 
Portugal.  Veiu  da  Allemauba ;  mas  nio  nos 
diz  fÉ'ei  Manuel  de  Snnto  Anionio,  quem  o 
trouxe  a  este  reino. 

Traxem  os  Pessoas,  por  armas — em  cam- 
po aíul,  sen  crescentes,  de  buro,  em  duas 
pallas-*orla  de  negro,  flietada  d*ouro  e  car- 
regada de  sete  est^Hae,  de  prata,  de  tíncs 
pontas,  ficando  3  em  chefe:  elmo  d'aço,  aber- 
to; e  por  timbre,  um  cometa,  de  prata,  de 
cinco  pontas,  ficando  com  a  cauda  sobre  o 
elmo. 

Outros  do  mesmo  appellido,  trazem  por 
armas  —  em  campo  azul,  seis  creséentes  de 
ouro,  em  duas  palias— orla  azai,  carregada 
de  oito  estrellas;  de  prata,  de  seis  pontas.  O 
mesmo  elmo  e  timbre. 

P£880AIIfi«d,  ou  PESSOADIGQ— porm- 
guez  antigo  — direito  que  qualquer  indivi- 
duo tinha  de  s^  pessoeiro  ou  cabecel  de  um 
praso. 

PSSSOARlA  —  portuguez  antigo  —  todas 

I 

tos  attfn^adores  (que  elle  devia  saber  que 
eram  falsos)  e  o  abandono  da  capital  de  um 
reino,  onde  a  sua  causa  tinha  tantos  parti- 
dários e  tantos  e  tamanhos  recursos— ó  um 
d*aque]Ies  mystenos  históricos  que  ainda  ho- 
je anda  envolvido  em  Uma  quasi  transpa- 
rente obscuridade. 

£*  provável  que  o  tempo  a  veidia  a  dis- 
sipar completameote. 

.  O  visconde  de  Peso  da  Régua,  tendo  per- 
dido a  batalha  de  29  de  setembro  de  1832, 
em  frente  das  linhas  do  Porto,  tornou -se  an- 
tipático ao.  exercito  realista,  que  nuo^a  mais 
teve  confiança  (com  razão  ou  sem  ella)  em 
semelhante  general. 

O  que  ó  o^to,  é  que  elle  se  entregou  aos 
liberaes^  antes,  da  convenção  de  ISvora 
Monte. 


PBT. 


PET 


701 


Aft  aec$es  <iiie  o  eabe^  de  lun  easal  ezerei- 
U,  por  lorça  do  direito  íHIíI  ifiie  n*eUe  teoi* 

PESSOEIRO  —  porlagn«;  antígo  ^«ioda 
usado — cabeça  de  um  pnaeo  oa  casal  *-«ca- 
baoei^qaejrecebe  aa  rendas  e  pocçdes,  dos 
aeas  cooiortes»  para  aa  amr^ar  por  Junto  e 
inteiramente  ao  senhorio. 

PE8TENCIA,  FESTEH9A,  FESTEMENOA 
— poftopies  antigo— peaio,  epidemia,  mor- 
tandade. 

PESTRUMEIRO,  PRESTUMBIRO,  PRÓS* 
TmEIRO,  e  PUSTUMEIRO— portogaez  an- 
tito--«o  nltioM^  o  qno  ficar  para  o  fim. 

É  freqnentissima  esta  palavra,  desde  o  se« 
calo  XIII  aló  40  XVL-<-Hoje  dia  se  solnTeti- 
tetUe. 

PE8TIII.EIR0  ^  portogoea  antigo — Htro 
q^e.eontévi  as  Episiplas  do  missal»  e  qne  o 
snbdiároQo  deve  eantar  per  annum. 

PEStnHE— portuguez  antígo^péso,  car- 
ga, etc 

PESURES  ~  Vide  Estrella  (serra  da)  no 
3.*  vol,  pag.  77,  col.  I.* 

PETEGAR  —  portngoez  antigo  ^  cortar 
com  f<irça  com  um  machado. 

PÊ-TERRA—  portuguez  antigo— moeda, 
d*ouro,  do  rei  D.  Fernando,  qae  valia  6  li- 
bras, que^  sendo  de  36  réis,  vinha  a  ser^SM 
réis. 

PETINTAL— portnguez  antigo— carpin- 
teiro da  ribeira,  calafate,  constructor  naval. 

Mo  foral  que  D.  Proila  Brmignes  deu  aos 
moradores  de  Villa  Franca  de  Xira,  no  se- 
cnlo  XIII,  diz-— JSfttiim  peUnUU,  e  dom$  spiia- 
leiroSy  e  dou$  floeiroi^  numdo  que  hajam  fa- 
ro de  cavaUeiro, 

Depois»  petintal  era  mais  propriamente 
offlcial  de  marinha,  segundo  se  collige  de 
vários  docum<>ntos  dos  séculos  XV  e  XVI. 

PETISQUEnUL— freguezia,  Traz-os  Mon-' 
les,  eoncelho,  comarca,  dístricto  administra- 
tivo, bispado  e  próximo  de  Bragança,  48  ki- 
lometros  de  Miranda,  480  ao  N.  de  Lisboa. 

Tinha  em  1757,  i5  fogos. 

Orago,  S.  Lourenço,  nurtyr. 

O  reitor  de  Rabal  apresentava  o  cura,  que 
tinha  8^500  réis  e  o  pé  d'altar. 

Esta  fri>guezia  foi  supprimida,  no  fim  do 
século  XVIII,  e  unida  á  de  Rabal,  d*onde 
tinha  sido  desmembrada. 


PETISQUEIRA  ^  aldeia,  Traz-oa-Montes, 
fregnezía  e  Junto  á  villa  de  Chaves—- pelo 
que  antigamente  se  chamava  —  Petiiqueira 
a  par  de  Chaves  —  (também  para  se  distin- 
guir da  anlbecedente). 

Existia  aqui  um  cippo  romano,  que  men- 
cion|Lva  a  familia  dos  Lúcios  Maturos -^ài- 
zia: 

LUa  lUTUBI  F.  CALADUNA 

JD  8AQCA.  A.  L.  H.  S.  IFFCMA 

XVMINVS  STTL. 

A  pessoa  que  deu  esta  inscripçao  a  Argo- 
le, eopiou«a  errada;  por  isso  eile  diz  que  a 
nio  entende, . 

Devia  estar  assim: 

LVCI  MATVBI  F.  GALADVNA 

X.  AgVA.  A.  H.  S.  EST.  MA- 

XIMINV^S.  8.  T.  T.  L. 

(Aqui  jaz  Lúcio  Maduro,  filho  de  Caladu- 
na  e  Maximino— do  10  aonos  de  edade,  na- 
tural d*Aqua8  Plavias— CAavfx— A  terra  lhe 
seja  leve.) 

Perto  da  Petisqueira,  no  logar  de  S.  Pe- 
dro de  Argeriz,  ha  outro  cippo,  que  diz: 

LARnus  cu- 

SIG  FLBNSBVS 
' .   Q.  NIVIVS  PLAGI- 
ni  F.  RNVINS 
V.  S.  L.  M. 

(Em  cumprimento  de  voto  que  havia  fei- 
to. Quinto  Nivio,  filho  de  Piaeido,  volunta- 
riamente, dedicou  esta  memoria  aos  deuses 
lares,  de  Agoas  Flavias.) 

No  logar  da»  Àvelians,  havia  a  tampa  de 
uma  sepultura,  com  uma  inscripçao,  da  qual 
apenas  se  podia  lér: 

poirri 
CAprro- 
mvscB- 

LRRO  L.  APP. 

É  provável  que  fosse  originariamente  d'ea- 
tanumeira: 

B.  M. 

poirrivs 

CAPITO- 

NIUS  01- 

LSRO.  L.  AJPP. 

F.  H.  O.  B . 
S.  T.  T.  L. 


702: 


PEV 


(Dedicado  aos  deuses  maneli.'  A<|Ui  }áz  tái- 
oio  Appk),  ilho  de  Potkcio  Capilonio  Getoro^ 
qne  lhe  consagrou  este  moaomemo.  A  ter- 
ra lhe  seija  leve.) 

PETRONÊTO— antiga  fregoezia^  no  termo 
e  «  ponea  distaoeia  de  Braga.  Igaom-se  hoje 
a  sua  verdadeira  situação. 

PETTAR  —  portugnez  antigo  —  o  mesmo 
que  peitar.  Vide  esta  palavra, 

PEVA  —  freguezia,  Beira^Baixa,  concelho 
d'Almeida,  comarca  de  Pinhel,  >  75  kilome- 
tfoê  Ae  Viseu,  3i5  ao  N.  de  Lisboa. 

Tem  90  fogos.  Em  1757  tinha  SI  fogod. 

Orago,  Santa  Maria  Magdalena. 

Bispado  de  Pinhel,  districto  ádministràU- 
vo  da  Guarda. 

'  Era  do  antigo  conòelho  de  Castello-Men- 
do,  que  foi  suppritnido,  e  encorporado  no 
concelho  do  Sabugal.  Em  dezembro  de  1970, 
passou  para  o  concelho  d*Âlmeida. 

(Viáe  Castello-Meniíb.) 


FEZ 

o  vigário  deS.  Vicente,  de  GaMUo 
áúi  áptíesentaíTa  ò  «ura,  qde  Unha  6^900 
de  côngrua  ei»  pé  d'altar. 

PÊVAwf^egaeiiB^  Belra^AlCa,  comarea  e 
concettio d» Meíméota da  Beira, ttôlóloais- 
tros  de  Lamego^  ^0  ao  N.  Ae.Uaboa. 

Tem  220  fogos. 

Em  1787  llnha^lO  fogos; 

Oragu,  Néesa  Senhera  da  AssoApçio. 

Bispado  de  Lamego,  districto  administra- 
tivo dd  Viseu. 

O  abbadede  S:lligtt«],  de  Pêra^  ap reben- 
tava ú  aira,  que  thiha  6#U0t^  réit  de  côn- 
grua e  o  pé  d^altar.  '  ' 

Vide  Pêra  4  Peva,  e  Péra-YdkOy  ool.  i.*, 
pag.  667,  d'este  volume. 

FKXAO  —-Vide  PêcHQú,  e  O^iféss. 

PBTOTOA-^or^uguei  aaiigiMN  de  por- 
'CO,  chispo  ou  chispe.*  Pi^^a  do  enjoado ^-^ 
pô  do  cevido. 

PÊZO  —Vide  Peso. 


't 


•  I 


FIM  DO  SEXfO  VOLUME 


»•    !■ 


'»!      »      '\ 


l 


•  4 


■    \    ' 


«■        I 


^     í' 


»i 


I  r  ' 


.A     i 

t     1 


I       I.    ■      .• 
-    \ 


i 

É 

!  .1 


-  ;    f 


1 1